CURSINHO POPULAR MOSQUEIRO
GEOGRAFIA DO BRASIL Profª Débora Nascimento
ASSUNTO: MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
A PRODUÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL
O Brasil está entre as dez maiores economias
mundiais, e tem a sexta maior população do mundo e,
consequentemente, uma expressiva demanda por
energia que, de modo geral, cresce a cada ano em
razão da expansão da população, ainda que
vagarosamente. Para ofertar todo esse volume de
energia é preciso ampliar no crescimento da oferta, o
que acarreta novos investimentos públicos e
privados. Também é necessário recorrer a diferentes
fontes, destacadamente as renováveis.
Nesse contexto em que se busca a transição
energética, o Brasil apresenta uma importante
vantagem na produção de energia renovável sobre a
outras grandes economias mundiais. Se por um lado o
país mantém uma grande dependência das usinas
hidrelétricas na produção de energia elétrica, em
torno de 65% da produção, por outro há um processo
de investimento na geração de outras fontes
estratégicas, como a eólica.
No que se refere à produção de combustíveis, a
dependência por fósseis ainda é grande, mas há
produção de biocombustíveis como o etanol e o
biodiesel, possíveis alternativas aos derivados do
petróleo.
Ao realizar novos investimentos em energia é
preciso considerar diversas variáveis; entre elas, a
capacidade de geração de energia de determinado
empreendimento, como uma usina hidrelétrica. Além
disso, deve-se avaliar o custo de geração e de
transmissão até os mercados consumidores e os
possíveis impactos socioambientais. Para encontrar o
equilíbrio entre essas três variáveis, é desejável que
um país tenha diversas possibilidades de produção de
energia, uma matriz energética diversificada e
múltiplos lugares com potencial de geração.
NO QUESITO PRODUÇÃO DE ENERGIA, O BRASIL É
UM DOS PAÍSES MAIS PRIVILEGIADOS.
Por causa das características naturais, tem
expressiva oferta de recursos fósseis, inúmeros rios
caudalosos e de planalto (ideais para geração da
hidroeletricidade), capacidade tecnológica para
produzir energia nuclear, terras agricultáveis fartas
para a produção de cana-de-açúcar e outros cultivos
(condição ideal para produzir biocombustíveis),
regiões com ventos fortes e constantes para a
produção eólica e grande número de horas de sol ao
longo do ano (condição favorável para a geração de
energia solar).
MATRIZ ENERGÉTICA
MUNDIAL 2020 (IEA, 2020)
Aula 2:
18/ 03/2024
MATRIZ ENERGÉTICA
BRASILEIRA 2020 (IEA,
2020)
Quando se fala em matriz elétrica, considera-se
apenas a produção de energia elétrica. Nessa
perspectiva, a situação do Brasil é ainda mais
vantajosa. O país é uma das poucas grandes
economias mundiais que já produz elevados
porcentuais de eletricidade sem recorrer aos finitos e
poluentes recursos fósseis. Os gráficos mostram que,
enquanto 61,4% de toda a energia elétrica produzida
no mundo derivava dos fósseis, no Brasil eram apenas
19,7%. Essa condição coloca o país em condições
vantajosas para efetuar de maneira pioneira a
desejada transição energética , uma condição
elementar para a construção da sustentabilidade.
PRODUÇÃO DE ENERGIA FÓSSIL NO BRASIL
No Brasil, a utilização do carvão mineral como fonte
energética tem importância secundária, apenas 5,6%
da energia produzida no país em 2021 veio desse
combustível fóssil. As jazidas e as indústrias de
beneficiamento desse recurso estão localizadas
basicamente nos três estados da região Sul.
Além do uso energético, o carvão mineral é bastante
utilizado nos altos-fornos das siderúrgicas e como
matéria-prima na indústria química. As reservas
brasileiras, além de pequenas, são de baixa qualidade
– produzem muitas cinzas durante a queima –, por
isso não servem adequadamente para o uso na
siderurgia.
Desse modo, é necessário importar o carvão
betuminoso (hulha), consumido nas siderúrgicas, pois
dele é possível obter o coque siderúrgico (resíduo
sólido resistente à compressão), cuja queima aquece
os altos-fornos que dão continuidade ao processo de
produção de aço. O Brasil importa cerca de 50% do
carvão mineral utilizado. Em 2020, os principais
fornecedores para o país foram Estados Unidos,
Austrália, Colômbia, Rússia e Canadá.
 O Brasil detém participação importante na economia
petrolífera mundial. As reservas do país são
consideráveis, estando entre as maiores do mundo.
Observe o gráfico.
A produção de óleo bruto excede a demanda interna,
o que tornou o país nos últimos anos um importante
exportador de recursos fósseis. Observe o gráfico.
A história do petróleo no Brasil está visceralmente
ligada à Petrobras. Desde a sua criação, em outubro
de 1953, no governo de Getúlio Vargas, a empresa de
controle estatal tornou-se uma das maiores
petroleiras mundiais. Até a década de 1990, ela
detinha o monopólio da extração do petróleo no país
e, desde então, há uma abertura maior ao capital
internacional, de modo que algumas das maiores
empresas multinacionais do setor petrolífero atuam
no país.
A produção de petróleo teve impulso adicional na
primeira década do século XXI, quando foi descoberto
em águas oceânicas brasileiras o pré-sal, uma enorme
reserva de óleo que margeia os estados litorâneos da
região Sudeste e adentra ligeiramente pelo litoral da
região Sul. Essa descoberta foi fundamental para
acentuar duas tendências que já estavam se
formando no mercado de petróleo do país: o
destaque produtivo do estado do Rio de Janeiro,
responsável por 80% da produção nacional, e a
prevalência da extração em águas oceânicas
(offshore), processo em curso desde a década de
1970, mas que nas últimas décadas tornou-se amplo.
Explorar petróleo em águas profundas, além de
implicar soluções tecnológicas desafiadoras, gera
custos adicionais. Apesar disso, o aproveitamento do
petróleo oceânico é crescente e economicamente
viável. Em outubro de 2022, os campos marítimos
produziram 97,6% do petróleo e 85,1% do gás natural
segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP).
Apesar de o Brasil ser um produtor de petróleo
relevante no cenário mundial, o país importa
expressivo volume de derivados, principalmente
combustíveis. Essa situação decorre do fato de não
haver capacidade de refino para atender à demanda
do mercado interno e muito menos do volume de
petróleo produzido.
Caso o Brasil fosse capaz de refinar um volume maior
do óleo que extrai, poderia não apenas reduzir as
importações mas também se tornar importante
exportador de derivados. Nesse hipotético cenário
haveria maior geração de valor e de empregos de
melhor nível salarial. Apesar da condição de
importador de derivados do petróleo, a balança
comercial de energia fóssil do país apresenta
superávit (saldo positivo). Como se pode ver nos
dados da tabela a seguir, esse saldo positivo é
decorrente do grande crescimento das exportações
de petróleo nos últimos anos.
EXERCÍCIOS - ENEM - MATRIZ ENERGÉTICA
1- (2014) Uma maior disponibilidade de combustível fóssil, como
acontece com as crescentes possibilidades brasileiras, é fonte de
importantes perspectivas econômicas para o país. Ao mesmo tempo,
porém, numa época de pressão mundial por alimentos e
biocombustíveis, as reservas nacionais de água doce, o clima favorável
e o domínio de tecnologias de ponta no setor conferem à matriz
energética brasileira um papel-chave na mudança do paradigma
energético-produtivo.
SODRÉ, M. Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes. Petrópolis: Vozes,
2012.
No texto, é ressaltada a importância da matriz energética brasileira
enquanto referência de caráter mais sustentável. Essa importância é
derivada da
A) conquista da autossuficiência petrolífera pela descoberta de novas
jazidas.
B) expansão da fronteira agrícola intensiva para produção de
biocombustíveis.
C) superação do uso de energia não renovável no setor de transporte
de cargas.
D) apropriação das condições naturais do território para diversificação
das fontes.
2- (2022) - FCC - 2022 - SEC-BA - Professor Padrão P - Grau III - Ciências
Humanas: Geografia - Atualmente, no mundo, ganha força o processo
de transição energética, conceito que envolve mudanças estruturais
nas matrizes energéticas dos países.
Sobre a transição energética é correto afirmar que
A) os Estados Unidos reduziram a exploração e consumo de petróleo,
gerando insatisfação nos grandes grupos petroleiros.
B) o carvão mineral é considerado como a fonte não renovável mais
beneficiada pelo novo cenário de transição.
C) a Europa Ocidental tem sido compelida à transição frente à
suspensão das exportações de gás natural e carvão russos.
D) a China, atualmente maior emissor de gases poluidores, tem liderado
as buscas por fontes de energia renováveis.
E) a América Latina, comandada pelo México, tem se destacado pelo
forte avanço da transição energética baseada na biomassa.