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GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO: INFLUÊNCIA DA COTAÇÃO

NOS PREÇOS COTIDIANOS E NA POLÍTICA BRASILEIRA

Nome do estudante: PAULO OTÁVIO SOUZA SANTANA


R.A: 2018317997
Instituição de Ensino: FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
Curso de MBA em GESTÃO DE ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS
Orientador(a): VIVIAN KONIGAME

INTRODUÇÃO

O mercado econômico internacional sofre variações a todo instante, influenciado pela


especulação monetária, nível de produção industrial, situação fiscal, balança
comercial, entre outros fatores. Tudo isso pode ser sentido pela população no
momento que os preços básicos começam a subir espontaneamente, sem uma razão
aparente à primeira vista para os consumidores. Sendo assim, é importante que o
cidadão tome conhecimento de cada vez mais informações a respeito da geopolítica
que interfere diretamente no seu dia-a-dia. Movimentações que ocorrem ao redor do
globo, neste caso a cotação do petróleo, precisam ser cada vez mais esclarecidas.

Este trabalho tem como objetivo geral uma pesquisa bibliográfica sobre os efeitos da
cotação de petróleo na economia e consequentemente na política nacional, visto que
esses dois campos funcionam invariavelmente em paralelo, sempre um influenciando
as atividades do outro.
Desse modo pode-se delimitar alguns objetivos específicos a respeito do tema:

a) Compreender o funcionamento da geopolítica do petróleo internacional;


b) Verificar o nível de influência da cotação do óleo bruto na economia brasileira;
c) Analisar o que o Brasil pode fazer para se adaptar a estas condições;
DESENVOLVIMENTO

No mundo do petróleo, a dinâmica das atividades costuma ser muito intensa e


volátil. É um setor da economia bastante instável, que além de sofrer influências
comuns do mercado econômico, há também um fator político extremamente
presente nas negociações. Nos últimos anos, presenciou-se cenários de altas e
baixas na cotação do barril de petróleo mundial, e sobre esta temática pode-se
levantar algumas hipóteses acerca dos motivos que levam a este cenário de
incertezas:
- Produção mundial próxima do pico;
- Retorno de conflitos geopolíticos mais duros entre nações;
- Especulações na demanda do petróleo, transformando-o em reserva de valor
futuro;
- Desequilíbrio entre oferta e demanda, provocando falta de investimentos;

O mercado de petróleo responde ao aumento da demanda com a elevação dos


preços do barril, com grande influência dos países integrantes da Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que apresentam as maiores produções
de petróleo no mundo.
Uma vez que o pico é atingido, os preços do petróleo continuarão a subir de
maneira acelerada, por causa da concorrência internacional pelas reservas
remanescentes de um recurso cada vez mais exigido, essencial para a
desenvolvimento dos países industrializados e as economias emergentes da Ásia
e da América Latina (LÓPEZ, 2008).
Nas últimas décadas, o mercado vem sendo afetado também pela crescente
demanda oriunda da China, que apresenta uma industrialização massiva, além do
consumo interno ter se expandido acima das expectativas, o que gera a
necessidade de grandes quantidades de importações do óleo. O Brasil teve seu
auge nos últimos anos quando tornou a China seu principal comprador de petróleo
bruto, aproveitando o crescimento do país asiático para impulsionar as
exportações de outras commodities, exemplos da soja, milho, minério de ferro etc.
O momento atual da economia chinesa tem sido conturbado, devido à guerra
comercial travada com os americanos, e esta disputa político-econômica reflete no
cenário interno quando estes são o maior exportador de derivados de petróleo para
o Brasil (EUA) e o maior importador de óleo bruto brasileiro (China).
Apesar da economia brasileira ser negociada em reais, a influência da moeda
americana (dólar) é sentida em praticamente todos os setores da sociedade, direta
ou indiretamente, sendo que esta moeda é fortemente ligada à cotação do
petróleo. Se o transporte público é essencial para a locomoção diária, assim como
o transporte rodoviário de cargas, o mercado precisa de óleo diesel para abastecer
os veículos, e nos últimos anos o Brasil tem importado a maior parte do diesel
refinado, que por sua vez atende ao mercado internacional negociado em dólar.
Além disso o Brasil ainda possui umas das cargas tributárias mais desiguais do
mundo, que no final acabam-se tributando muito mais severamente as classes
média e baixa do que as classes mais ricas. Portanto, quando se tem uma
dependência externa crescente, os pobres e a classe média, que são a grande
fatia do consumidor nacional, sentem o impacto nas contas domésticas de
imediato.
Assim, o Brasil é o único país no mundo em que o maior tributo arrecadado na
economia (ICMS) é um imposto sobre valor adicionado regido por leis
subnacionais (estaduais). A harmonização internacional pressupõe a
harmonização dos sistemas tributários domésticos e as regras constitucionais a
esse respeito são falhas, propiciando sonegação e “guerras fiscais” entre estados,
nocivas às suas finanças públicas e ao país (...) (SZKLO & MAGRINI, 2008).
Desse modo é notória a necessidade de um Estado que procure equilibrar a
balança comercial, de maneira que se permita fortalecer as relações externas
concomitante com uma política de industrialização nacional. Isso reflete
principalmente nas últimas movimentações referentes aos campos do Pré-Sal,
este que representa uma das principais apostas para o desenvolvimento
econômico e social do Brasil. O papel do Estado é fornecer bases para a
exploração, seja esta pública ou privada, ao mesmo tempo em que sejam
direcionados os investimentos em geração de emprego e educação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante muito tempo a diplomacia brasileira se esforçou para conseguir alianças


com as mais variadas nações, tanto para fins econômicos quanto políticos, e isto
demandou muita expertise dos seus representantes. Portanto é imprescindível que
a política acompanhe os movimentos geopolíticos internacionais no sentido de
fortalecer a participação da economia brasileira no comércio global.
Desse modo, a balança comercial brasileira acaba se tornando sensível às
variações do mercado internacional, este que tem como um dos seus principais
motores a indústria petrolífera, responsável por movimentar centenas de bilhões
de dólares todos os anos. Nos últimos anos o mercado petrolífero tem dado sinais
que irá aumentar a cotação do barril bruto, e assim é possível perceber por
exemplo a movimentação de multinacionais interessadas em adquirir blocos
exploratórios no Pré-Sal, mostrando aos gestores brasileiros que o país possui
uma joia cobiçada mundialmente, e que se faz necessária uma maior valorização
e participação do Estado através de investimentos públicos.
REFERÊNCIAS

SZKLO, Alexandre Salem; MAGRINI, Alessandra. Textos de discussão em


geopolítica e gestão ambiental do petróleo. Rio de Janeiro: Interciência – UFRJ:
FAPERJ, 2008.
LÓPEZ, José Hilario. Geopolítica del petróleo y crisis mundial. Dyna: 75.156
(2008). Disponível em: <https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-
PT&as_sdt=0%2C5&q=GEOPOLÍTICA+DEL+PETRÓLEO+Y+CRISIS+MUNDIAL
&btnG=> Acesso em 18 de outubro de 2019.
BARROS, Evandro Vieira de. A matriz energética mundial e a competitividade das
nações: bases de uma nova geopolítica. Engevista: 9.1 (2007). Disponível em: <
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-
PT&as_sdt=0%2C5&q=A+MATRIZ+ENERGÉTICA+MUNDIAL+E+A+COMPETITI
VIDADE+DAS+NAÇÕES%3A+BASES+DE+UMA+NOVA+GEOPOLÍTICA&btnG=
> Acesso em 17 de outubro de 2019.

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