IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

CURSO DE CATECÚMENOS – IPCA 2023

HUGUENOTES NO BRASIL
 Antes da fé reformada vir ao Brasil por meio de Ashbel Green
Simonton em 1859, houve alguma tentativas de implantá-la
em solo brasileiro, mas nenhuma delas teve continuidade.
 A primeira foi na época da colonização do Brasil, quando o
francês Nicolas Durand Villegaignon (1510-1571) teve a ideia
de fundar uma colônia no Brasil.
 No início, ele era simpático à causa reformada. Por isso,
enviou a Calvino uma carta pedindo o envio de colonos
protestantes. Foram enviados 14 huguenotes, entre eles 2
pastores: Pierre Richier e Guilherme Chartier.
HUGUENOTES NO BRASIL
 Eles desembarcaram no Brasil em 10/03/1557. No mesmo
dia fizeram um culto reformado, e em 21/03/1557
celebraram a primeira Santa Ceia segundo o rito reformado
no Brasil.
 Por questões doutrinária, Villegaignon entrou em conflito
com os reformados e os enviou de volta à França. Mas
cinco deles decidiram permanecer na colônia.
 Apesar de recebê-los cordialmente, Villegaignon logo os
acusou de traição. Para condená-los à morte por crime de
heresia, ele ordenou que os huguenotes escrevessem um
documento expressando o que criam.
HUGUENOTES NO BRASIL
 O resultado foi a “Confissão de Fé da Guanabara” escrita por
calvinistas leigos portando apenas tinta e papel.
 Em 09/02/1558, Jean de Bourdel, Matthieu Vernueil e Pierre
Bourdon foram estrangulados e lançados ao mar.
 André Lafon foi poupado por vacilar em suas convicções e por
ser o único alfaiate da colônia.
 Jacques Le Balleur fugiu, mas foi preso e depois de 8 anos
encarcerado, foi condenado ao enforcamento.
 Assim, a primeira tentativa de implantar a Fé Reformada no
Brasil foi encerrada.
HOLANDESES NO NORDESTE
 A próxima tentativa foi realizada pelos holandeses quando se estabeleceram no
nordeste brasileiro em 1630. Os holandês ocuparam Recife, Olinda, e boa parte do
Nordeste.
 Entre os colonos havia católicos e judeus, mas a igreja oficial era a Igreja Reformada
da Holanda. Essa igreja fundou 22 igrejas e congregações, 2 presbitérios e um sínodo.
 Além de servir aos colonos holandeses, os reformados evangelizavam os índios. Eles
estavam envolvidos num projeto de confecção de um catecismo, tradução da Bíblia e
ordenação de pastores indígenas. Mas o projeto não se concretizou.
 Em 1654, após 10 de luta, os holandeses foram expulsos do Brasil pelos portugueses.
Com isso, as igrejas reformadas se extinguiram.
SIMONTON E O INÍCIO DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL
 O presbiterianismo no Brasil foi fundado pelo Rev.
Ashbel Green Simonton (1833-1867).
 Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton
estudou no Colégio de Nova Jersey (a futura
Universidade de Princeton) e inicialmente pensou em
ser professor ou advogado.
 Alcançado por um reavivamento em 1855, fez sua
profissão de fé e pouco depois ingressou no
Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu
professor, o conhecido teólogo Charles Hodge, levou-o
a considerar o trabalho missionário no estrangeiro.
SIMONTON E O INÍCIO DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL

 Três anos depois, candidatou-se perante

a Junta de Missões Estrangeiras da
Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos,
para trabalhar no Brasil.
 Dois meses após sua ordenação,
embarcou para o Brasil, chegando ao
Rio de Janeiro em 12 de agosto de
1859, aos 26 anos de idade.
SIMONTON E O INÍCIO DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL

 Em 22 de abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português.

 Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros membros, sendo fundada a Igreja
Presbiteriana do Rio de Janeiro.
 No breve período em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas,
fundou o primeiro jornal evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o
primeiro presbitério (1865) e organizou um seminário (1867).
 O Rev. Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua
esposa, Helen Murdoch Simonton, havia falecido três anos antes).
SIMONTON E O INÍCIO DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL

 Os principais colaboradores do pioneiro nesse período

foram seu cunhado Alexander L. Blackford, que em 1865
organizou as igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C.
Schneider, que trabalhou entre os imigrantes alemães
em Rio Claro, lecionou no seminário do Rio e foi
missionário na Bahia; e George W. Chamberlain,
evangelista e pastor da Igreja de São Paulo.
 Os quatro únicos estudantes do "seminário primitivo"
foram também foram importantes para o trabalho
presbiteriano: Antonio Bandeira Trajano, Miguel
Gonçalves Torres, Modesto Perestrello Barros de
Carvalhosa e Antônio Pedro de Cerqueira Leite.
REV. JOSÉ MANUEL DA CONCEIÇÃO

 Outras igrejas organizadas foram organizadas nessa época,

entre elas a de Lorena, Borda da Mata (Pouso Alegre) e
Sorocaba.
 O homem que mais contribuiu para a criação dessas e
outras igrejas foi o Rev. José Manoel da Conceição (1822-
1873), um ex-padre católico que se tornou o primeiro
brasileiro a ser ordenado ministro do evangelho (1865).
 Ele já possuía ideias protestantes quando estava dentro da
Igreja Católica. Depois de ser evangelizado pelo Rev.
Blackford, o padre decidiu abraçar completamente a fé
protestante.
REV. JOSÉ MANUEL DA CONCEIÇÃO

 Após a sua conversão, ele voltou ao locais onde havia ensinado como padre para
corrigir seu ensinos e apresentar a mensagem do evangelho.
 Desde o início da carreira, Conceição foi um missionário solitário. Ele passou meses
inteiros viajando pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro, geralmente a pé, abrindo
um campo missionário atrás do outro.
 Na noite de 25 de dezembro de 1873, Conceição caiu prostrado sob a sacada de uma
venda, em Irajá. Ele foi colocado no leito de uma enfermaria por um militar da cidade.
 Ele agradeceu pelo socorro, fez uma oração e pediu que o deixassem “só com Deus”.
Ele adormeceu e morreu logo em seguida.
CONSOLIDAÇÃO DO PRESBITERIANISMO (1869-1888)

 Simonton e seus companheiros eram todos da Igreja Presbiteriana

do Norte dos Estados Unidos (PCUSA).
 Em 1869 chegaram os primeiros missionários da Igreja do Sul
(PCUS): George Nash Montou e Edward Lane. Eles se fixaram em
Campinas, região onde havia muitas famílias norte-americanas que
vieram para o Brasil após a Guerra Civil no seu país (1861-1865).
 Os missionários da PCUS evangelizaram regiões de Minas e do
Goiás.
CONSOLIDAÇÃO DO PRESBITERIANISMO (1869-1888)

 Os missionários da PCUS também foram os pioneiros

na região do Nordeste.
 John Rockwel Smith fundou a igreja do Recife (1878);
DeLacey Wardlaw, trabalhou em Fortaleza; e o Dr.
George W. Butler, trabalhou em Pernambuco.
 Na capital paulista, George Chamberlain e sua esposa
fundaram em 1870 a Escola Americana, que mais
tarde veio a ser o Mackenzie College, dirigido pelo
educador Horace Manley Lane.
DISSENSÃO PRESBITERIANA (1888-1903)

 Em 1888 foi organizado o Sínodo da Igreja

Presbiteriana do Brasil, que se desligou das
igrejas-mães norte-americanas.
 O Sínodo possuía 3 presbitérios: Rio de Janeiro,
Campinas-Oeste de Minas e Pernambuco, que
depois foi dividido em dois: São Paulo e Minas.
 Nesse período a denominação expandiu-se
grandemente, com muitos novos missionários,
pastores brasileiros e igrejas locais.
DISSENSÃO PRESBITERIANA (1888-1903)

 Inicialmente, surgiu uma diferença de prioridades entre o

Sínodo e a Junta de Missões de Nova York. O Sínodo
queria apoio para a obra evangelística e para instalar o
Seminário, ao passo que a Junta preferiu dar ênfase à
obra educacional, principalmente através do Mackenzie.
 Paralelamente, surgiram desentendimentos entre o pastor
da Igreja Presbiteriana de São Paulo, Rev. Eduardo Carlos
Pereira, e os líderes do Mackenzie, Horace M. Lane e
William A. Waddell.
 Com o passar do tempo, o Rev. Eduardo passou a tornar-
se mais radical em suas posições.
DISSENSÃO PRESBITERIANA (1888-1903)

 Em março de 1902, Eduardo Carlos Pereira e seus

partidários começaram a divulgar a sua Plataforma,
com cinco tópicos, entre eles os seguintes:
 1. A independência absoluta da Igreja Presbiteriana do
Brasil;
 2. Desligamentos dos missionários estrangeiros dos
presbitérios nacionais;
 3. Declaração oficial da incompatibilidade da maçonaria
com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo;
DISSENSÃO PRESBITERIANA (1888-1903)

 Após pouco mais de um ano de debates

acalorados, a crise chegou ao seu desfecho em
31 de julho de 1903, durante a reunião do Sínodo.
 Após serem derrotados em suas propostas, o
Rev. Eduardo e seus colegas desligaram-se do
Sínodo e criaram a Igreja Presbiteriana
Independente do Brasil (IPI).
DA RECUPERAÇÃO (1903-1917) AO CENTENÁRIO (1959)

 Em 1907, o Sínodo dividiu-se em dois – Norte e Sul – e em 1910 foi organizada a

Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana do Brasil.
 Na época, a Igreja Presbiteriana do Brasil tinha 10 mil membros comungantes, outro
tanto de menores e cerca de 150 igrejas em sete presbitérios. Sendo a maior igreja
protestante do Brasil.
 Em 1917, foi aprovado o Modus Operandis, um acordo entre a igreja brasileira e as
missões norte-americanas pelo qual os missionários se desligaram dos concílios da
IPB, separando-se os campos nacionais (presbitérios) dos campos das missões.
 Em 1924, pela primeira vez reuniu-se a Assembleia Geral sem qualquer missionário
como delegado de presbitério.
DA RECUPERAÇÃO (1903-1917) AO CENTENÁRIO (1959)

 Em 1924, foram aprovadas pequenas

modificações no antigo Livro de Ordem adotado
quando da criação do Sínodo (1888).
 Em 1937, entrou em vigor a nova Constituição da
Igreja, sendo criado o Supremo Concilio.
 Em 1957, a IPB contava com seis sínodos, 41
presbitérios, 489 igrejas, 883 congregações, 369
ministros, 127 candidatos ao ministério, 89.741
membros comungantes e 71.650 não-
comungantes.
PERÍODO DE POLARIZAÇÃO

 Nos anos de 1959 a 1986, a Igreja Presbiteriana do Brasil sofreu o forte impacto dos
acontecimentos políticos que resultaram no regime militar (1964-1984).
 Intensificou-se a polarização entre conservadores e progressistas, que já vinha se
manifestando há alguns anos em tomo de questões como o liberalismo e o
ecumenismo.
 A igreja também experimentou fortes lutas por causa da crescente influência do
movimento pentecostal.
PERÍODO DE POLARIZAÇÃO (1959-1986)

 Todavia, apesar dessas tensões, também houve desdobramentos construtivos:

 a transferência da Universidade Mackenzie para a IPB,
 a grande ampliação do trabalho de missões nacionais e estrangeiras,
 o aumento significativo do número de igrejas e concílios,
 o crescimento numérico da denominação, que se aproximou da marca de meio
milhão de membros comungantes e não-comungantes.
PERÍODO ATUAL

 Nas últimas décadas, a IPB tem continuado a crescer e a diversificar as suas

atividades. O ambiente político e teológico tornou-se mais conciliador, num contexto
de relativa diversidade.
 Tem havido maior preocupação com a educação teológica: criação de novos
seminários e do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em 1992.
 Investimento em missões transculturais por meio da Agência Presbiteriana de Missões
Transculturais (APMT), o crescimento na área de publicações (Editora Cultura Cristã) e
a utilização de meios de comunicação de massa, como a televisão e a internet.