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Sumário
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Os Grandes Avivalistas............................................................................................................................... 33
Bibliografia .................................................................................................................................................. 67
A expansão do Cristianismo para o Novo Mundo começou antes do ano 1500 quando Martinho
Lutero era ainda criança. Antônio de Montesino trovejou seu clamor por justiça na ilha de
Hispaniola em 1511, anos antes de Lutero pregar suas 95 teses na porta de Wittenberg. Na
época em que a Reforma já estava bem encaminhada na Alemanha e Suíça, os frades
franciscanos haviam batizado mais de um milhão de ameríndios.
Embora o cristianismo da Reforma contivesse a semente que mais tarde germinaria num
movimento missionário mundial, ele achava-se lamentavelmente ausente durante os anos
formativos da história latino-americana. Os calvinistas, no entanto, fizeram duas tentativas de
colonização no Brasil, uma em meados do século XVI e a outra quase 100 anos mais tarde.
Nenhuma teve porém êxito. O protestantismo só pôde lançar raízes na América Latina depois
que o cesaropapismo ibérico foi derrubado. O catolicismo romano fez uso dos seus 300 anos de
vantagem para solidificar o seu domínio no Novo Mundo.
A entrada dos protestantes na América Latina dependeu, em termos humanos, das pressões
econômicas aplicadas externamente pela Inglaterra e Estados Unidos, assim como de pressões
ideológicas liberais e anticlericais internas. O protestantismo teve um início auspicioso com a
chegada do educador James (Diego) Thomson em 1819 na Argentina e a concessão da liberdade
de culto aos estrangeiros no Brasil em 1823. Mas o crescimento foi bastante demorado e a
resistência católica grande durante todo o século XIX. Só depois da 2a Grande Guerra o
protestantismo veio a ter influência e começou a colheita tão diligentemente semeada no último
século.
A. A Imigração Protestante
No início do século XIX a população total nas duas novas repúblicas era pequena e a
imigração bem-vinda. No século XIX a Argentina absorveu dois milhões de italianos. O Brasil
recebeu um milhão de italianos e quase quinhentos mil portugueses. Os mercadores e técnicos
ingleses se estabeleceram em toda parte. Não parece ter havido grande objeção ao recebimento
de grupos protestantes, até mesmo relativamente grandes. Depois de 1820, colonizadores
ingleses, suíços e alemães se estabeleceram na Argentina em número suficiente para fundar
centros de adoração protestante.
1. A colônia britânica que iniciou o trabalho anglicano no Rio de Janeiro na segunda década
do século XIX cresceu vagarosamente. Experiências similares ocorreram no Chile e no Peru. Os
estrangeiros tiveram liberdade de culto, mas os chilenos e peruanos não tinham permissão para
comparecer. Assim sendo, em 1824, alguns leigos ingleses começaram a realizar cultos numa
residência particular em Valparaiso. Eles tiveram o seu primeiro capelão só em 1838. O governo
chileno permitia as reuniões, mas recusou-se a dar permissão para o comparecimento das
mulheres chilenas casadas com ingleses. A lei em Lima era praticamente a mesma.
Os primeiros colonizadores alemães no Brasil chegaram a Nova Friburgo em 1823,
enquanto outros se estabeleceram um ano depois em São Leopoldo. Esses colonizadores não
vieram para evangelizar, mas simplesmente para trabalhar e progredir. Na verdade, o interesse
missionário entre eles começou a surgir só depois de 1940 — mais de cem anos depois da
chegada dos primeiros colonizadores.
Centenas de prisioneiros que tinham pouco ou nada a ver com a Reforma achavam-se entre
os primeiros imigrantes. Os núcleos alemães formaram colônias fechadas que preservaram a
cultura e linguagem alemã. Eles encontravam-se numa situação de semi-abandono espiritual,
não recebendo cuidados pastorais. A situação sócio-religiosa passou a ser controlada em 1863
quando as sociedades missionárias alemãs começaram a enviar pastores e outros tipos de ajuda.
Arzemiro Hoffman nota que os alemães faziam uso das escolas e outras sociedades culturais
para preservar seu patrimônio cultural, étnico e espiritual. O interesse sócio-político da igreja
ficava restrito "em quase sua totalidade à defesa e sobrevivência do grupo etnicamente
determinado."
Um novo elemento foi introduzido em 1900 quando o Sínodo de Missouri iniciou suas
atividades missionárias no Brasil. "Embora operando primariamente entre o povo de língua
alemã, esses missionários alemães-americanos estenderam seus ministérios também aos
brasileiros.” Apesar da tendência principal de preservaras formas culturais do passado, os
luteranos cresceram mais rapidamente do que os anglicanos/episcopais. Cerca de 1930 a Igreja
Luterana no Brasil abrangia 226.687 membros batizados.
2. Todas as ondas imigratórias acima foram absorvidas com relativa facilidade. Sua
presença de fato forçou uma nova legislação e contribuiu para a separação entre Igreja e Estado,
a secularização dos cemitérios, a tolerância religiosa e o casamento civil. Elas, todavia, não
provocaram reações fortes por parte da hierarquia católico-romana. A notícia da chegada de
vastos números de americanos depois da Guerra Civil (1861-1865), por outro lado criou uma
forte reação negativa entre o clero conservador ou ultramontanista.
3. O maior temor da hierarquia católico-romana não se concretizou. Quase todas, senão todas,
as Igrejas imigrantes permaneceram como corpos estranhos estéreis em meio às sociedades
latino-americanas. Fundadas sob o princípio de que sua existência só seria tolerada se tivessem
o cuidado de não atrair prosélitos, nenhuma delas conseguiu romper o casulo e tornar-se uma
força missionária para a evangelização da sociedade em que fora enxertada. É evidente que a
colônia batista em Santa Bárbara (São Paulo) pediu ao Comitê Batista do Sul que enviasse
missionários e que a Convenção Batista Brasileira é uma resposta positiva a esse apelo. Todavia,
a colônia batista de Santa Bárbara em si teve uma influência praticamente nula sobre o
crescimento da obra batista no Brasil.
Em outros casos, os missionários protestantes começaram seu trabalho entre os ex-patriotas
enquanto aprendiam a língua e como alcançar os latino-americanos para Cristo. Em geral,
porém, os imigrantes preocupavam-se apenas em preservar sua própria identidade cultural.
Desde que a religião tornou-se a ferramenta para a realização deste propósito, não havia
interesse em estender-se a fim de incluir os habitantes da terra. As comunidades protestantes,
na melhor das hipóteses, tornaram-se um trampolim para a mudança e evangelização.
4. Como uma nota de rodapé para a imigração protestante e os riscos aparentes para as
estruturas sócio-culturais da América Latina, deve ser lembrado que a população branca
(européia) representava apenas uma pequena proporção dos habitantes da mesma. Muitos
desses elementos, juntamente com os crioulos, eram totalmente analfabetos e, no caso do Brasil,
espalhados através de todo o país, longe dos centros culturais. Acrescente-se a isto o fato
curioso de que houve dificuldade na assimilação dos imigrantes católicos da Itália e Alemanha.
Esses territórios encravados entre os demais, retiveram sua identidade cultural até o final do
século XIX. De fato, os núcleos italianos em São Paulo e Buenos Aires foram o trampolim que
permitiu a Luiz Francescon iniciar a denominação da Congregação Cristã na segunda década
do século XX.
B. Os Precursores Protestantes
O avanço missionário protestante na América Latina ocorreu em sua maior parte na
segunda metade do século XIX depois das mudanças sócio-políticas terem aberto as portas para
o testemunho evangélico. Em certas ocasiões, os precursores foram eles mesmos o meio usado
por Deus para introduzir as modificações que permitiriam atividade missionária abrangente.
Nesta seção, o foco será lançado sobre algumas dessas primeiras tentativas individuais e
denominacionais de atrair a América Latina para Cristo.
A. Brasil
Três histórias prepararam o cenário para a forma e desenvolvimento do protestantismo
brasileiro: (1) Kalley e os congregacionais, (2) Simonton e os presbiterianos, e (3) Bagby e os
batistas. O ministério metodista foi iniciado por Kidder e Spaulding nos anos 30 e princípio dos
40, sendo retomado em 1875. Os novos missionários, porém, logo adotaram a educação
(evangelismo indireto) como um substituto para a evangelização direta. A ênfase nas escolas
tem sido até recentemente uma característica da abordagem metodista.
1. O médico escocês. Robert Reid Kalley (1809-1888) e sua esposa Sarah já haviam lançado os
fundamentos do presbiterianismo em Madeira e ministrado aos refugiados portugueses
religiosos nas índias Ocidentais Britânicas antes de aportarem no Rio de Janeiro a 10 de maio de
1855. Kalley começou a trabalhar com os estrangeiros residentes em Petrópolis. Em 1859 foi
noticiado que duas mulheres nobres haviam sido convertidas por Kalley: Dona Gabriela A.
Carneiro Leão e sua filha Henriqueta. O resultado foi a proibição feita a Kalley não só de atrair
prosélitos como também de praticar a medicina. Como a tensão crescia de ambos os lados, o
imperador Dom Pedro II interferiu a favor de Kalley. Ele visitou o médico escocês e pediu-lhe
que fizesse uma palestra sobre a Terra Santa para a família imperial e a corte. Apesar deste e
outros eventos servirem para acentuar o prestígio dos Kalley, ele e seus seguidores
continuaram a ser objeto de perseguição e calúnias.
B. Peru
1. Desde o inicio, grande parte da obra missionária na América Latina, do México à Terra do
Fogo, fez uso da distribuição de Bíblias como um meio de evangelização. A "British and Foreign
Bible Society" publicou 20.000 Novos Testamentos em português já em 1804-1807, a serem
distribuídos ao longo das costas do Brasil. A Bíblia foi tanto o ponto de contato como o de
diferenciação entre os católicos e protestantes.
Muitos nomes acham-se ligados com a distribuição das Escrituras começando com a
chegada de James Thomson na Argentina em 1818. A distribuição feita por Kidder e Boyle no
Brasil já foi mencionada. Outros, como Frederick Glass (Adventures with the Bible in Brasil)
devem ser citados. Em lugar de fazer uma lista de nomes, datas e números de cópias
distribuídas, a história de Francisco Penzotti será contada brevemente, como um exemplo de
como a distribuição de Bíblias contribuiu para a implantação do protestantismo na América
Latina.
No Peru, a Constituição de 1860 que permaneceu em vigor até 1920, não permitia que fosse
praticada qualquer outra religião além da católica. A 25 de julho, Penzotti, acusado de
transgredir a lei, acabou prisioneiro. Seu caso foi finalmente apresentado à corte suprema, mas
em todas as instâncias as decisões foram a seu favor, por ter conseguido provar que as reuniões
eram realizadas a portas fechadas. Sua soltura depois de oito meses de prisão estabeleceu a
legalidade dos cultos particulares de adoração no Peru.
John Newton (1725-1807), um jovem incrédulo que chegou ao ponto de ser escravo de um
mercador de escravos. Converteu-se e, depois de um período de estudos, foi ordenado ao
ministério.
O movimento evangélico teve também líderes eruditos como Isaac Milner (1750-1820) e
Charles Simeon (1759-1836), que fizeram da Universidade de Cambridge o centro de operação
dos evangélicos e produziram a teologia calvinista que conduziria o destino de grupo.
Os evangélicos não estavam apenas interessados em política e na doutrina, mas também na
expressão prática do cristianismo através de uma vida redimida e santa inspirada pelo estudo
bíblico e pela oração. O livro de William Wilberforce "Panorama Prático" (Practical View) de
1797, amplamente lido, evidenciava o interesse evangélico na redenção como a única força
regeneradora, na justificação pela fé, na leitura da Bíblia por iluminação do Espírito Santo,
enfim, numa piedade prática que redundasse em serviço relevante para a sociedade.
Os seguidores de Adam Smith e os filósofos radicais, inspirados nos escritos de Jeremy
Bentham e John Stuart Mill, fomentaram uma reforma política, porque criam na dignidade da
personalidade humana racional, mas os evangélicos empenharam-se pela reforma social porque
aceitavam o homem como um ser espiritual como filho de Deus, potencial ou presente. A
maioria das reformas sociais, surgidas de 1787a 1850 foram conseqüência do esforço evangélico a
favor dos pobres.
William Wilberforce (1759-1833), que levara uma vida dissoluta na companhia de pessoas
ilustres como o jovem Pitt, converteu-se em 1784, graças aos esforços de Isaac Milner. A partir
de então, dedicou sua vida à abolição da escravatura no Império Britânico. Em 1772, uma
decisão da corte impedia a posse de escravos na Inglaterra. Em 1807, o Parlamento aprovou um
ato que proibia os ingleses de participarem no comércio escravagista. A opinião pública
evangélica, agindo através do delegado inglês ao Congresso de Viena em 1815, conseguiu
proscrever o comércio de escravos da maioria dos países europeus.
Isto custou muito ao erário inglês porque Espanha e Portugal só aprovaram a medida
depois que lhes foram prometidas 700 mil libras do tesouro inglês. A escravidão foi erradicada
nas possessões britânicas por um ato aprovado antes da morte de Wilberforce, em 1833. O ato
destinava perto de 100 milhões de dólares para compensar os proprietários que libertaram
cerca de 700 mil escravos. Esta vitória seria impossível sem o trabalho de Wilberforce e seus
amigos evangélicos no Parlamento.
Lord Shaftesbury (1801-1885), era filho de uma senhora da alta sociedade e de um político
alcoólatra. Levado a Cristo por sua babá, uma evangélica, Shaftesbury dedicou-se ao cuidado
dos pobres e oprimidos desde os 14 anos de idade. Sempre meticuloso no que fazia, era
imbatível quando pedia uma legislação nova à Casa dos Comuns. Ele recusou altos empregos,
preferindo fazer seu trabalho sem remuneração, embora outros na mesma função fossem
pagos pelo Parlamento. Em 1840, ele conseguiu a aprovação de uma lei que impedia que
meninos de menos de 16 anos de idade se empregassem no difícil e perigoso trabalho de
limpeza de chaminés. Em 1842, graças ao seu esforço, proibiu-se a mulheres e meninos de
menos de 10 anos de trabalharem em minas. Deve-se a ele também a lei, de 1845, que
beneficiava os loucos de asilos como o de Bediam, onde era praxe cobrar uma taxa para que o
público pudesse ver as maluquices dos loucos. Hospedarias superlotadas, onde a doença e a
B. Entre os não-Conformistas.
Enquanto estes três movimentos agitavam e rejuvenesciam a Igreja Oficial, novos
desenvolvimentos surgiram entre as igrejas livres. O Exército da Salvação foi organizado pelo
pastor metodista William Booth (1829-1912), para alcançar os marginais mediante evangelismo
ao ar livre e serviço social, já iniciados por ele por volta de 1865. Booth organizou o movimento
em bases militares com um sistema autocrático e hierárquico e com o uso de uniformes. O
Exército da Salvação logo alcançou o mundo inteiro.
John Darby (1800-1882), advogado e depois pároco auxiliar da Igreja da Irlanda, formou
em Dublin, por volta de 1830, os grupos conhecidos como Irmãos. Estes Irmãos pregavam o
sacerdócio dos crentes e a orientação direta do Espírito Santo, razão por que não aceitavam um
ministério ordenado. Como até hoje, eles eram zelosos estudantes da Bíblia, e sua piedade era
algo bem prático em suas vidas.
Edward Irving (1792-1834), pastor presbiteriano escocês, cria que a Igreja ainda
desfrutava os dons do Espírito Santo que recebera na era apostólica. Seus seguidores ensinavam
o "falar em línguas" e a volta iminente de Cristo. A partir de 1842, esse grupo passou a ser
conhecido como "Igreja Apostólica Católica" e muitos se uniram a ele.
George Williams (1821-1905) fundou em 1844 a Associação Cristã de Moços a fim de atender as
necessidades que os jovens da cidade tinham de esporte, sociabilidade e ambiente cristão. A
organização surgiu nos Estados Unidos em 1851. Sua contraparte feminina, a Associação Cristã
de Moças, foi fundada em 1855 para prestar serviços semelhantes às moças das cidades.
A violência atingiu seu clímax em 1958. Depois de 1959, o número de mortes políticas
decaiu de 10.000 por ano para uns cem, mais ou menos. Os conservadores, por sua vez,
confundiram os protestantes com os comunistas, ou ainda pior, com os liberais. Como resultado a
violência política lançou-se contra eles em 1951, e continuou firme por uma década. Notamos
acima que durante essa década mais de 200 escolas evangélicas foram fechadas, 50 igrejas
destruídas e mais de 100 martirizados por sua fé. O assassinato político de alguns crentes deixou
claro qual era o perigo de ser um cristão. Alguns foram arrancados de seus lares. Bíblias e hinários
foram queimados. Aqueles que poderiam pregar o evangelho foram ameaçados.
Tommy Hicks pregou durante 52 dias para uma assistência total de cerca de duas milhões
de pessoas. As reuniões foram tipicamente pentecostais, com grande ênfase em cura divina. A
campanha, que teve ampla cobertura da imprensa e do rádio, rompeu a rígida resistência
argentina ao testemunho protestante. Os resultados foram imediatos. A assembléia de Deus
começou cinco igrejas só em 1955. Um novo espírito de fé e otimismo permeou as igrejas.
S. Patrício (395-493) tornou-se o Apóstolo da Irlanda. Disse ele: "Eu fui formado de novo
pelo Senhor, e Ele me capacitou a ser neste dia o que antes estava mui longe do meu alcance,
para que eu me interessasse pela salvação dos outros, quando eu costumava não pensar nem
mesmo na minha própria salvação."
Por cerca de 30 anos. S. Patrício pregou o Evangelho por toda a Irlanda e fundou igrejas,
mosteiros e escolas das quais foram enviados missionários por quatro séculos depois de sua
morte.
Avivamento Boêmio
Em 1315 foi constatado que só na Boêmia havia 80.000 crentes verdadeiros. Este notável
avivamento espiritual foi em parte o resultado dos esforços de três reformadores - Conrado de
O Avivamento de Brainerd
Depois de alguns anos de trabalho árduo e quase infrutífero entre os índios da América
do Norte, David Brainerd viu começar um poderoso avivamento em julho de 1745. E este foi em
resposta às orações agonizantes.
Brainerd escreveu: "Julho 26. À noite Deus foi servido de ajudar-me em oração, além do que eu
havia experimentado por algum tempo. A minha alma foi, de um modo claro, arrastada para a
dilatação do Reino de Cristo e para a conversão do meu pobre povo, e descansou esperando em
Deus para o cumprimento daquela grande obra."
"A minha alma, a minha própria alma ansiava pela colheita dos próprios pagãos; e eu
clamei a Deus por eles com a maior ansiedade e ardor, e também porque não podia deixar de
clamar. Eu ansiava que a parte restante de minha vida pudesse ser ocupada em maior atividade
e esforço nas coisas de Deus".
"Agosto 3. Tendo visitado os índios nessas aldeias em Junho passado, e demorado com eles
por muito tempo, pregando quase diariamente, achei-os agora sérios e em grande número
dominados de um novo e forte interesse por Cristo. Preguei-lhes hoje baseado nestas palavras:
"Quem quiser tome de graça a água da vida".
"E o Senhor, disso estou certo, capacitou-me, de um modo fora do comum, a por diante
deles o Senhor Jesus Cristo como um Salvador amoroso e compassivo, convidando os pecadores
infelizes e perecíveis a aceitar a eterna misericórdia. Podia-se notar logo um vivo interesse que
surpreendia a todos Havia cerca de 20 pessoas adultas reunidas e não vi mais de duas que
estivessem com os olhos enxutos".
"Agosto 6. De manhã preguei aos índios na casa onde estávamos hospedados. De muitos
deles a mensagem feriu o coração, de modo que umas poucas palavras sobre suas almas foram
bastantes para provocar lágrimas abundantes, soluços e gemidos".
"À tarde preguei-lhes outra vez. Eles se mostravam interessados em ouvir. Mas nada
parecia digno de nota até perto do fim da minha pregação: foi então aí quando as verdades
divinas foram influenciadas de um repentino poder que produziu neles um admirável interesse.
Todos pareciam estar dominados da angústia de sentir interesse por Cristo. Foi surpreendente
ver como os seus corações pareciam compungidos com os apelos afetuosos e tocantes do
Evangelho, quando não havia uma palavra que lhes provocasse medo ou terror.
"Agosto 8. À tarde preguei a umas sessenta e cinco pessoas e senti-me influenciado por
uma liberdade fora do comum. Havia interesse bem visível entre eles; mas quando falava a um
e a outro mais individualmente, o poder de Deus parecia descer sobre a reunião 'como um
vento veemente e impetuoso', e com uma admirável força subjugou a todos por onde passou".
"Fiquei maravilhado com a influência que dominou o auditório que era de homens e
mulheres idosos, algumas crianças e também pessoas de idade média".
"Jamais vira um dia como aquele em todo o sentido: foi um dia em que, estou certo, o
Senhor fez muito para destruir o reino das trevas entre este povo".
Este avivamento entre os índios continuou por alguns anos e produziu resultados
duradouros.
Era assim que os Quakers viviam: Quando o povo queria por à prova a retidão e a
honestidade de um Amigo, — certo de que a vida e a palavra dos crentes davam testemunho de
Deus perante todo o povo, — a afirmativa era: onde havia um fabricante ou lojista ou qualquer
outro negociante, ali estava Quaker. De modo que tinham duas vezes mais em comércio, além
de quaisquer dos seus vizinhos, e qualquer ramo de comércio existente, eles o tinham. Então o
clamor do povo era: "Se deixarmos este povo sozinho, tirará de nossas mãos o comércio do
Pais."
A criação do Estado de Pensylvania é um glorioso capítulo na História Eclesiástica. William
Penn, que redigiu o Tratado com os índios, dá-nos um exemplo disto:
"O Grande Espírito que me criou, criou a vós e a todos os homens, sabe que eu e meus filhos
desejamos viver em paz e em amizade com os índios. Os filhos de Onas e os índios devem ser
irmãos uns dos outros; todos os caminhos devem ser abertos e livres; as portas dos brancos
devem ser abertas aos índios e as portas dos índios aos brancos, e todos devem acolher-se uns
aos outros como amigos. Esta liga e estes laços de amizade devem fortificar-se cada vez mais e
conservar-se vivos e puros, sem mácula ou ruga, enquanto as águas, fizerem correr os ribeiros e
rios, e enquanto existirem o sol, a lua e as estrelas."
Havia cerca de cinqüenta a sessenta mil Quakers. na Inglaterra, no fim dos primeiros
quarenta anos de avivamento dos Quakers. Eles eram mais numerosos do que os Católicos
Romanos, Presbiterianos, Independentes e Batistas combinados. Em proporção à população,
eram os mais numerosos na América, onde haviam fundado duas colônias, que abrangiam mais
da metade dos habitantes de várias outras cidades importantes.
Avivamentos em Gales
Antes do avivamento evangélico, as condições morais e: religiosas de Gales eram piores mesmo
do que na Inglaterra. O primeiro avivalista Gualês foi Griffith Jones e a sua pregação, de cima a
baixo no País, produziu resultados duradouros. Ele foi seguido por Howell Harris, que foi um
poderoso pregador. Escrevendo em seu diário assim declara: "Eu persistia em exortar o povo
pobre e este vinha em multidões ouvir-me todos os domingos à noite. A minha pessoa logo
tornou-se assunto da conversa do povo em todo o País. A Palavra de Deus ora apresentada com
tão grande poder que muitos, no mesmo lugar em que estavam, clamavam a Deus pelo perdão
dos seus pecados."
Harris era auxiliado, às vezes, em suas atividades evangelísticas por Whitefield. Daniel
Rowlands foi outro avivalista galês e viveu no mesmo tempo. Calcula-se que não menos de sete
avivamentos ocorreram durante o seu ministério. Ele era homem de oração. William Williams,
de Pantycelyn, foi outro dos avivalistas galeses desse período, mas foi por meio dos seus hinos
que o seu trabalho foi feito. Estes homens eram os líderes do Avivamento Evangélico de Gualês,
e as igrejas que eles fundaram foram chamadas. A Igreja Metodista Calvinista.
Gales foi abençoado com muitos avivamentos locais. A história que segue é muito
interessante. "Em um canto remoto de Montegomeryshire, os amigos religiosos do lugar tinham
ouvido tanto sobre os avivamentos em outros lugares, que sentiram uma profunda ansiedade
de que o mesmo se desse em sua própria cidade, e resolveram realizar reuniões de oração. Certa
noite ouviram cânticos tão lindos que pareciam vir do céu. "Na noite seguinte, no início da
O Pentecostes Metodista
O Avivamento Metodista nasceu no poder do Espírito Santo. Wesley faz o seguinte
registro: "Janeiro l, 1739. Mr. Hall, Kinchin, Ingham, Whitfield, Hutchms e meu irmão Carlos
estavam presentes à nossa festa de amizade em Fetter Lane, com mais sessenta de nossos ir-
mãos. Pelas 3 horas da manhã, enquanto nos mantinha-mos em oração, o poder de Deus veio
poderosamente sobre nós, de tal modo que muitos clamaram de indizível alegria, e muitos ca
iram por terra. Logo que recobramos um pouco daquele espanto e do temor que nos sobreveio
da presença da Majestade Divina, entoamos em uma só voz: "Louvamos-Te, ó Deus,
reconhecemos a Ti como Senhor."
Dessa festa de amizade Whitfield disse: "Foi na verdade um momento Pentecostal". E
acrescenta, sobre aquelas reuniões, que "às vezes, noites inteiras, eram gastas em oração. Muitas
vezes nos sentimos cheios como que de mosto e outras vezes eu os vejo esmagados pela
Presença Divina e clamam: "Quererá Deus mesmo habitar com os homens sobre a terra? Quão
terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus e a porta do Céu!"
Deste período declarou o Rev. Ryle: "Esses tempos foram a idade mais obscura por que a
Inglaterra passou nos últimos trezentos anos. Era muito difícil conceber qualquer coisa mais
deplorável do que a condição do País quanto à religião, à moralidade e às leis".
EM 17 de fevereiro de 1939, Whitfield pregou seu primeiro sermão em Rose Green. Depois
pregou em Kings-wood perto de Bristol. Milhares o ouviram e ficaram profundamente movidos
por sua pregação. Este foi o começo do maravilhoso ministério de Wealey que resultou em um
avivamento religioso por todas as [lhas Britânicas. Neste ministério ele viajou 250.000 milhas e
pregou 40.000 sermões, muitas vezes a vinte mil pessoas de uma vez.
O Rev. W. H. Fitchett diz de Wesley: "Ele despertava a consciência, não só dos que o
seguiam, mas a da Igreja que o havia lançado fora e a da Nação inteira a que ele pertencia." De
Wesley mesmo disse também:
"Havia algo da elevação dos picos alpinos sobre ele; e algo de antiguidade como se adviesse de
uma atmosfera mais pura." De onde veio a força e a inspiração para o seu trabalho? Aqui está o
segredo: "Decido consagrar uma hora de manhã e uma hora de noite à oração em secreto, sem
deixar que nada me impeça de fazê-lo."
Whitfield atravessou o Atlântico treze vezes e viajou amplamente nas Ilhas Britânicas.
Onde quer que passasse, milhares afluíam para ouvi-lo pregar. Um pensamento, sempre
presente, das coisas eternas ocupava-lhe a mente: do céu e do inferno, e de que o eterno destino
das almas estava em jogo. Somente a eternidade revelará claramente a tremenda influência que
ele exerceu para o seu Deus."
Whitfield disse certa vez: "Não me é dado dizer quão freqüentemente pratico a oração secreta;
se não a praticasse, sim, se em certo sentido não orasse sem cessar, ser-me-ia difícil conservar
aquela disposição de alma que, pela bênção Divina eu gozo diariamente.
As reuniões do Sr. Booth sempre findavam com algum tempo dado à oração, durante o
qual dedicava-se aos interessados um cuidado especial. Desde o início do seu ministério o Sr.
Booth, tanto quanto lhe era possível, gastava o domingo em oração e jejum. No Domingo de
Pentecostes de 1858, Sr. Booth dirigiu o primeiro dia público de oração e jejum, e este foi o
começo de muitas "dias inteiros", "noites inteiras" e "dois dias com Deus", que se provaram
bênçãos reais para o movimento.
Savanarola
Depois de ouvir o sermão de um frade agostiniano, Savanarola, com a idade de vinte e três
anos, decidiu-se a praticar a vida monástica. Tornou-se f arnoso como pregador, na Quaresma
de 1489, e pouco depois foi eleito Superior do Convento de S. Marcos, em Florença.
Diz Viliari: "Maravilhoso foi o efeito da pregação de Savanarola na sociedade corrupta e
pagã de Florença. A sua eloquência toda natural, espontânea e de abalar corações, aliada a um
grande poder de imaginação e repentes de sã indignação, foi sem nenhum precedente, naquela
era de pedantismo e imitação da oratória clássica.
"A pregação do Superior do Convento confundiu seus inimigos, pois mudou
completamente o aspecto da cidade. As mulheres largavam o uso de jóias e passavam a trajar
com simplicidade. Os moços libertinos eram transformados em pessoas sóbrias e espirituais e
as Igrejas ficavam repletas nas horas de oração. Também a Bíblia era lida com diligência.
"A fama deste maravilhoso pregador divulgou-se então por todo o mundo, por meio dos
seus sermões impressos. O próprio Sultão da Turquia ordenou que fossem traduzidos para o
Turco, para o seu próprio estudo. Sem dúvida, o alvo de Savanarola era ser meramente o rege-
nerador da religião. Como um dos primeiros protestantes e um dos arautos da Reforma,
Savanarola logo entrou em conflito com o Papa e como resultado disso foi executado em 1498.
João Calvino
Pela leitura da Bíblia João Calvino tornou-se ardoroso seguidor da fé da Reforma e não
muito depois tornou-se líder dos Protestantes em Paris. Em 1536 publicou "Os princípios
Fundamentais da Religião Cristã", primeiro esboço completo e defesa do Protestantismo.
Os cidadãos de Gênova convidaram Calvino para ir ajudá-los em 1541, e por mais de
vinte anos ele trabalhou para fazer de Gênova uma cidade de Deus. A assistência aos cultos
públicos tornou-se obrigatória. O uso de modelos exagerados e bailes eram ofensas sujeitas à
punição; o casamento foi regularizado; a castidade era obrigatória, sendo a transgressão punida
com morte. As tavernas e antros de pecado desapareceram. A instrução foi melhorada e posta
ao alcance de todos. As igrejas foram abarrotadas, Gênova tornou-se uma fonte de inspiração
para toda a Europa.
Jônatas Edwards
Edwards revela o segredo deste avivamento. Diz ele: "O espírito daqueles que estiveram
em angústia pelas almas dos outros, tanto quanto eu posso entender, parece não ser diferente
do espírito do apóstolo que se angustiava pelas almas perdidas." A noite que precedeu ao dia do
inicio do avivamento, alguns crentes se reuniram e passaram a noite inteira em oração".
"Não ficou pessoa alguma na cidade de Northampton, velha ou moça, desinteressada nas
grandes coisas do eterno mundo. A obra da conversão foi levada a efeito do modo mais
admirável e prosperava cada vez mais. As almas rendiam-se a Jesus Cristo em tão grande
número como se fossem rebanhos. Essa obra de Deus logo fez uma gloriosa alteração na cidade;
de modo que na primavera e no verão seguinte, a cidade parecia estar cheia da presença de
Deus; nunca estivera tão cheia de amor, nem de alegria, nem ainda tão cheia de angústia de
alma, como estava agora".
"Havia notáveis sinais da presença de Deus em quase toda casa. Era um tempo de alegria
nos lares por causa da salvação que neles entrava; pais se regos! javam pela conversão dos
filhos; esposos, pelas esposas; e esposas pelos esposos. Os passos de Deus eram visíveis em Seu
santuário. O Dia do Senhor era um deleite, e os Seus tabernáculos eram cativantes."
Charles G. Finney
Charles Grandison Finney testificou: "Eu fui poderosamente convertido na manhã do dia 10
de Outubro de 1821. À noite do mesmo dia, e na manhã do dia seguinte, recebi batismos
esmagadores do Espírito Santo, que pareciam percorrer todo o meu ser, corpo e alma. No mes-
mo instante senti-me apoderado de tão grande poder do Alto que apenas umas poucas palavras
que pronunciava a uma ou outra pessoa eram o motivo de sua pronta conversão. A minha
palavra parecia tão certeira, como flechas farpadas nas almas dos homens. Elas cortavam como
espada. Quebrantavam o coração como martelo. Multidões inteiras podem dar testemunho
disso".
"Às vezes eu me sentia muito vazio deste poder. Saia em visita evangelística, mas sentia
que não havia feito qualquer impressão salvadora. Exportava e orava, mas o resultado era o
mesmo. Então separava um dia para jejum e oração em secreto, temendo que esse poder-se
houvesse retirado de mim e procurava, com toda a ansiedade, a razão dessa aparente falta de
poder. Depois de humilhar-se e clamar por auxílio, o poder voltava sobre mim com toda a sua
vitalidade. Esta tem sido a experiência de minha vida".
D. L. Moody
D. L. Moody foi privilegiado em ter por mãe uma daquelas nobres mulheres
magnânimas, cuja influência sobre os filhos foi uma inestimável bênção para o mundo. Ele
nasceu em 5 de fevereiro de 1837 em Northfield, Connecticut, Estados Unidos.
Moody foi convertido aos 17 anos. Ele mesmo testificou depois: "Lembro-me daquela manhã,
depois que fiz a minha decisão de confiar em Cristo. Parecia-me enamorado da criação inteira.
Sentia-me pronto a levar em meu coração todas as criaturas". Moddy era por natureza um
homem de iniciativa e de muita energia, e esses talentos só podiam resultar em serviço a Deus.
O seu primeiro trabalho evangélico foi alugar alguns bancos da Igreja a que assistia e os
encher, cada domingo, de moços das esquinas e dos botequins. Dava toda a importância ao
trabalho da Escola Dominical. Começou a trabalhar em uma Escola Dominical em que somente
12 crianças assistiam, e em poucos anos estava movimentando uma Escola Dominical com uma
assistência que ia de 12.000 a 15.000 crianças. Ele amava as crianças de todo o coração e elas
sabiam que as amava.
Esta obra continuou a crescer, e Moody sabia que Deus o estava chamando a dar todo o tempo
ao Seu Serviço . Ele estava pronto a obedecer a chamada divina, por causa da benção que havia
C. H. Spurgeon
Charles Haddon Spurgeon nasceu em Kelvedon, Essex, no dia 19 de junho de 1834. Com a
idade de dezesseis anos, foi convertido ao ouvir um crente Metodista da Igreja Primitiva pregar
sobre o texto: "Olhai para Mim e sereis salvos, todos os confins da terra". Spurgeon disse: "Eu
olhei para Deus; Ele olhou para mim; e nós fomos um para sempre".
Logo depois de sua conversão ele uniu-se ao povo Batista de Cambridge, e tornou-se
pregador leigo. A sua fama como pregador começou a correr, e com a idade de dezessete anos
tornou-se pastor da Igreja de Waterbeach. Naquele tempo trabalhava denodadamente, e de-
dicou a maior atenção aos cristãos dos líderes Puritanos.
Em 1854 foi convidado para ser pastor da Capela da Rua New Park, Londres, e logo ouvia-se
falar em toda a parte do admirável "Mocinho Pregador". Os seus sermões começaram a ser
impressos e eram lidos em todo o mundo. Por quarenta anos pregou a imensos auditórios e
ganhou dezenas de milhares de almas para Cristo.
George Müller
O Sr. W. H. Gergin escreveu: "No ano de 1836, George Müller pôs-se em atividade para dar
provassem um mundo incrédulo, entre crentes divididos, que "Deus é ainda aquele Deus vivo e
que portanto atende às orações dos seus filhos agora, de igual modo como o fazia há milhares
de anos passados, e ajuda aqueles que n’Ele confiam". Procurando um modo prático de
demonstrar este fato, escolheu o cuidado de crianças órfãs desamparadas.
"Para que ficasse claramente provado que Deus estava ajudando o Seu servo, tomou a decisão
de abster-se de quaisquer apelos ao homem para auxílios financeiros. Deus honrou a sua fé, e
assim abençoou e prosperou o Seu servo dependente que, de um pequeno começo em casa
alugada, foi avante e expandiu o trabalho até que precisou construir 5 grandes Orfanatos, com
acomodação para 2.050 crianças.
"Deus o habilitou a continuar nesta obra por 62 anos, até que, com a idade de 92 anos, o Senhor
o chamou para a Glória. Até esse tempo, 9.725 crianças haviam passado pelo Orfanato, e 988.829
libras esterlinas haviam sido recebidas para os Órfãos, como resultado tão somente, da oração a
Deus.
Billy Bray
Desde a sua conversão Billy Bray "sentia-se dominado de um santo êxtase de espírito por Cristo
e Sua Causa, que nada podia sufocar. As suas palavras, o tom de sua voz, o seu olhar, tinham
um poder magnético. Ele não podia deixar de falar de Cristo e de Sua mensagem salvadora, do
mesmo modo que o sol não podia deixar de brilhar, ou as árvores na primavera, deixar de
rebentar e florir em beleza e vida".
Este pequeno minério de Cornish estava no cadinho para a obra de Deus e por toda a vida
pregou o Evangelho com inteira lealdade, inspirou crentes, visitou os doentes e, com suas
próprias mãos, construiu templos. A história de sua vida tem sido bênção para milhares; e é
uma revelação de como Deus pode tomar as "coisas fracas deste mundo e usá-las para a Sua
glória".
Billy Sunday
Billy Sunday foi um americano típico do ocidente médio. Quando menino, muito
aprendeu da escola da pobreza e da luta pela vida. Na idade de vinte anos tornou-se jogador
profissional de "baseball", e por alguns anos fez longas excursões pelo mundo afora, até que em
uma tarde de domingo, de 1887, depois de escutar um culto ao ar-livre, deixou seus amigos e
disse: "Não posso mais, vou para Jesus Cristo!" E de joelhos "saiu cambaleando do pecado para
os braços do Salvador."
Desde o princípio, Billy Sunday mostrou-se verdadeiro para com Deus. Logo tornou-se
secretário da Associação Cristã Missionária de Moços e mais tarde auxiliar em algumas das
grandes campanhas e Chapman — Alexander. Depois que o Dr. Chapman retirou-se do
trabalho evangelístico, Sunday foi convidado para dirigir reuniões na pequena cidade de
Garner, Estado de lowa, e desde então os seus trabalhos eram muito aceitos. A sua pregação ora
uma violenta, mas pungente condenação do pecado, entregue com tal ardor e força, que
cortava, ardia e queimava a alma do ouvinte. Um avivamento da moralidade social era um
resultado sempre visto em suas campanhas.
Em seguida levava-as a efetuar reuniões de oração nas casas. Durante um mês em
Filadélfia houve mais de 5.000 reuniões de oração, funcionando ao mesmo tempo. Não é de
admirar que 40.000 convertidos "entrassem na linha" e mais de 50.000 homens se tornassem
membros das classes bíblicas da cidade.
Billy Sunday era também um inimigo acérrimo da venda de bebidas alcoólicas, e muitas
vezes dizia que isso era "a mais detestável e corruptora instituição que já escapou do inferno".
Era comum ver um bairro inteiro disposto a abandonar a cabeça, como resultado de uma cam-
panha. Para exemplo do modo como Billy Sunday se expressava, seguem duas de suas
afirmações características:
"EU LHE DIGO, MOÇA, NÃO VÁ PARA AQUELA DANÇA; VOCÊ NÃO SABE QUE ESSA É
A INSTITUIÇÃO MAIS DEGRADANTE E CONDENÁVEL NA FACE DESTA TERRA DE
DEUS? PROVADO ESTÁ SER O CEMITÉRIO MORAL, QUE TEM CAUSADO MAIS RUÍNA,
QUE QUALQUER OUTRA COISA QUE FOI VOMITADA DA BOCA DO INFERNO".
"O TAPETE, QUE FICA JUNTO DO ESPELHO DE ALGUMAS DE VOCÊS, ESTÁ TODO
POÍDO DE TANTO PISAR; ENQUANTO QUE AO LADO DE SUAS CAMAS, ONDE VOCÊS
W. P. Nicholson
Em 1921 o Rev. W. P. Nicholson disse: "O avivamento que deve vir é um avivamento
que fará os pregadores chorar nos púlpitos. Senhor, que ele venha! Faze-o ferir a Irlanda,
embora que extinga a música francesa e clássica de nossos coros e as plumas dos chapéus das
senhoras. Clamemos a Deus dia e noite por este avivamento!"
Cerca de um ano mais tarde o Sr. Nicholson dirigia grandes campanhas de avivamento,
que sacudiu o País todo, e resultou na conversão de milhares de homens e mulheres. As Uniões
de Obreiros Cristãos que foram criadas em muitas cidades, e o grande número de convertidos
que se tornaram pastores, missionários e líderes em todas as esferas do trabalho evangélico, são
evidências da grande bênção provada naqueles dias do avivamento.
Billy Graham
O mundo crente recebe com espanto as, novas das grandes campanhas evangelísticas que
estão sendo conduzidas por Dr. Billy Graham na América. Este movimento começou em Los
Angeles, e Dr. Graham revela o segredo do mesmo. Diz ele: "A campanha de Los Angeles me
humilhou e me fez cair prostrado de joelhos, como nunca antes. O sucesso da campanha é
devido a três coisas:
Primeiro, a oração do povo de Deus. Foi o povo que orou, aquilo que fez a diferença. Que
poder ha na oração! Eu nunca me havia compenetrado disso antes, em toda a minha vida e
ministério. Foi isso que me trouxe ao coração uma grandiosa bênção. Em segundo lugar, o
poder do Espírito Santo. Nunca em toda a minha vida tinha visto homens e mulheres sob tal
convicção de pecado. Terceiro, o poder da Palavra de Deus. Como Deus abençoou a Sua Palavra
que se mostrou clara e simples nesta campanha!"
ORAÇÃO. O principal trabalho será orar eficazmente pela bênção de Deus nas atividades da
Igreja. Uma reunião de oração poderia ser efetuada na tarde de sábado ou na manhã de
domingo. A reunião deve ser simples, iniciada com uma oração e um hino apropriados,
seguidos de uma leitura da Bíblia e uma breve exposição ou leitura de alguma descrição de
oração por avivamento respondida.
Dê tanto tempo quanto possível à oração.
Depois de uma exposição feita com muita vida, os crentes sentem o amor às almas e sua fé em
Deus tornarem-se ardentes, como se estivessem orando. Deve-se deixá-los orar em silêncio.
Deve haver perfeito silêncio e cada alma deverá esquecer toda e qualquer pessoa e buscar
somente a Deus.
A estatura espiritual de um crente é determinada pelas suas orações. O pastor ou crente que não
hora está-se desviando. O púlpito pode ser uma vitrine onde o pregador exibe seus talentos.
Mas no aposento da oração não temos como dar um jeito de aparecer. Embora a igreja seja
pobre sob muitos aspectos, é mais pobre ainda na questão da oração. Contamos com muitas
pessoas que sabem organizar, mas poucas dispostas a agonizar; muitas que contribuem, mas
poucas que oram; muitos pastores, mas pouco fervor; muitos temores, mas poucas lágrimas;
muitas que interferem mas poucas que intercedem; muitas que escrevem, poucas que
combatem. Se fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha.
Os dois requisitos básicos para se ter uma vida cristã vitoriosa são visão e fervor. Ambos
nascem da oração e dela se nutrem. O ministério da pregação é de poucos; o da oração — a mais
importante de todas as atividades humanas — está aberta a todos. Porém, as "criancinhas"
espirituais comentam sem o menor constrangimento: "Hoje, não vou à igreja. É dia da reunião
de oração."
A oração é profundamente simples, e ao mesmo tempo profunda. "É uma forma de
expressão tão simples que até uma criancinha pode exercitá-la." Mas é igualmente tão sublime
que ultrapassa os recursos da linguagem humana, e esgota seu vocabulário. Lançar diante de
Deus uma torrente de palavras não irá necessariamente impressioná-lo ou comovê-lo. Umas das
mais significativas orações do Velho Testamento foi feita por uma pessoa que não pronunciou
palavras: "Seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma." (l Sm 1.13.) De fato ela
não tinha grandes dons de oratória. Sem dúvida existem "gemidos inexprimíveis".
"Veio sobre mim a mão do Senhor; ele me levou pelo Espírito e me deixou no meio de um vale que estava
cheio de ossos... eram mui numerosos... e estavam sequíssimos... Disse-me ele: Profetiza a estes ossos, e
dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor... Então profetizei segundo me fora ordenado... e o espírito
entrou neles e viveram e se puseram de pé, um exército sobremodo numeroso." (Ez 37.)
Haveria na história humana, fosse na sagrada ou na secular, um quadro mais ridículo que
esse? É a encarnação da desesperança. Quem pode dizer que já pregou para uma platéia de
surdos-mudos? Um pregador lida com possibilidades, mas o profeta com o impossível. Isaias
tivera uma visão de sua nação, em que ela estava coberta de feridas purulentas. Mas aqui, a
enfermidade avançara e dera lugar à morte, e a morte, à desintegração orgânica. Agora ali
estava um monte de ossos desarticulados, a própria imagem do desespero. Era uma situação
que poderia ter uma legenda em letras garrafais: SEM SOLUÇÃO. Para se realizar o que é
possível, não é necessário ter fé. No entanto, basta uma quantidade insignificante dessa
"substância" que possui a força do átomo para se realizar o impossível, já que um fragmento do
tamanho de um grão de mostarda será suficiente para realizar muito mais do que imaginamos.
Os profetas são homens solitários. Andam sozinhos; oram sozinhos. O próprio Deus, ao criá-
los, os faz diferentes do homem comum; não são "fabricados em série". O divino principio de
seleção é inescrutável. Mas que ninguém se desespere; ou se julgue inútil por achar-se velho
demais. Moisés estava com oitenta anos quando assumiu a liderança de um povo escravizado e
abatido, os filhos de Israel. Jorge Müller viajou a vários países do mundo, mais de uma vez, e
pregou a milhões e milhões de pessoas, a viva voz, com setenta anos.
Quanto a Ezequiel, ele não convocou reuniões de comissões, nem enviou cartas missionárias
solicitando ofertas e orações. Não levantou fundos para seu ministério, e detestava publicidade.
Mas a situação com que se defrontava era questão de vida ou morte. (E a obra de evangelização
também o é. Portanto, será bom que nossos evangelistas abram os olhos para que a satisfação
teológica que proporcionam a seus ouvintes não arranque deles apenas uma simples exclama-
ção: "Que homem inteligente!", deixando-os a perecer em trevas.) Então Deus ordenou a
Ezequiel que dissesse ao seu "monte" de ossos secos: "Ergue-te e lança-te no mar." Ele o disse, e
foi o que sucedeu.
Ali estava uma maldição. Saberia ele revogá-la? Ali havia morte. Seria ele capaz de transmitir
vida? Ele não fez nenhuma exposição doutrinária. Caros irmãos, ouçam. O mundo não está
querendo mais definições do evangelho, e, sim, novas demonstrações do poder dele. Onde estão
os homens de fé — não os doutrinadores — para operar nestes dias de tanta desesperança
Confissão Ministerial
"Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras, quando não, brevemente a ti
virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. "(Apõe 2:5)
"Conversação profana e leviana, imprópria para aqueles que são chamados por Deus. Não
andar com Cristo antes de um envolvimento total no ministério. Pregar o Evangelho para os
outros sem que eles tenham um conhecimento prático e uma experiência dos mistérios do
Evangelho em suas próprias vidas. Negligência na auto-disciplina necessária para a obra
ministerial, não desenvolvendo a vida de oração e comunhão com Deus, desperdiçando
oportunidades de um ministério mais ativo sem mesmo lamentar com pesai este tipo de falta.
Desinteresse pela auto renúncia e pelo assumir da cruz de Cristo. Negligência no cultivo de uma
autoconsciência de pecado e corrupção; desinteresse pela mortificação e submissão de espírito."
Avivamento no Ministério
É muito mais fácil falar ou escrever sobre Avivamento do que iniciar ou envolvesse num.
Há tanto lixo que precisa ser varrido para longe, tantos impedimentos que nós mesmos criamos,
tantos hábitos que devem ser esquecidos, tanta preguiça a ser dominada, e tanta rotina
ministerial que o leva a nada. Da mesma forma que Cristo disse a respeito do espírito imundo
que os discípulos não puderam expulsar também podemos nós dizer sobre essas coisas: "Esta
casta não pode sair a não ser pela oração e jejum."
Não existe uma fórmula mágica para que brote o avivamento. Sabemos que ele pode vir através de
uma pessoa apenas e contagiar a milhares. Porém, para que ele venha sobre uma pessoa, é necessário que
este tenha fome da presença de Deus...
Nós pensamos que sabemos onde Deus está. Nós pensamos que sabemos o que O agrada e
estamos certos de que sabemos aquilo que O desagrada. Temos estudado tanto a Palavra de
Deus e Suas cartas de amor para as igrejas, que alguns de nós alegam saber tudo sobre Deus.
Mas, agora, pessoas como você e eu, em diferentes lugares do mundo, estão começando a ouvir
uma voz persistente no silêncio da noite:
"Não estou perguntando o quanto você sabe a Meu respeito. Quero lhe perguntar: Você
realmente Me conhece? Você realmente Me deseja?"
Eu pensava que sim. Pensava que havia alcançado um nível considerável de sucesso no
ministério. Afinal, eu havia pregado em algumas das maiores igrejas dos Estados Unidos.
Estava envolvido em obras de alcance internacional, com grandes homens de Deus. Fui à Rússia
várias vezes e participei da fundação de muitas igrejas naquele país. Fiz muitas coisas para
Deus pensando que era o que deveria fazer.
Mas, em um outono, durante uma manhã de domingo, aconteceu algo que mudou tudo isto e
colocou em cheque todos os meus talentos, credenciais e realizações no ministério.
Um velho amigo meu que pastoreava em Houston, no Texas, pediu-me que pregasse em sua
igreja. De alguma forma, senti o que o destino estava me preparando. Antes desta chamada,
havia brotado em meu coração uma fome que parecia insaciável. Aquele vazio incômodo que
perdurava dentro de mim, apesar de minhas realizações ministeriais, ficava cada vez maior.
Estava com um frustrante pavor, uma deprimente premonição. Quando recebi aquele convite,
senti que algo da parte de Deus me aguardava. Pouco a pouco, sentíamos que estávamos nos
aproximando de um encontro com o Pai.
Você pode saber tudo sobre presidentes, realezas e celebridades; pode conhecer seus hábitos
alimentares, endereço, estado civil. Mas, saber sobre eles não significa ter intimidade com eles,
não significa que você os conheça. Na Era da Comunicação, com boatos passados de boca em
boca, de papel em papel, de pessoa a pessoa, é possível compartilhar informações sobre alguém
sem conhecê-lo pessoalmente. Se você ouvir duas pessoas conversando sobre a última tragédia
que se abateu sobre alguma celebridade, ou a última vitória que ela experimentou, pode até
pensar que elas conheçam a pessoa de quem estão falando, quando, na verdade, tudo que
sabem são fatos a respeito dela!
Por muito tempo a Igreja só tem conhecido fatos sobre Deus. Nós conhecemos "técnicas", mas
não falamos com Ele. Esta é a diferença entre conhecer alguém e saber a respeito dele.
Presidentes, realezas e celebridades, posso ter muitas informações sobre eles, mas não conhecê-
los, de fato.
Saber a respeito de Deus não é o suficiente. Temos igrejas cheias de pessoas que podem ganhar
qualquer concurso sobre temas bíblicos, mas que não O conhecem. Temo que alguns de nós
fomos desviados ou embaraçados, tanto pela prosperidade, quanto pela pobreza. Receio que
tenhamos nos tomado uma sociedade tão farisaica, que nossos desejos e vontades não
correspondam aos do Espírito Santo.
Se não tomarmos cuidado, estaremos cultivando o "culto ao bem-estar": satisfeitos com nosso
pastor amável, nossa igreja confortável, nosso fiel círculo de amigos, nos esquecendo dos
milhares de insatisfeitos, feridos e aflitos que passam por nosso confortável templo todos os
dias! Tinha que haver algo mais. Eu estava desesperado por um encontro com Deus (o mais
íntimo possível).
Depois de pregar na igreja do meu amigo no Texas, voltei para casa. Na quarta-feira seguinte,
estava na cozinha, quando o pastor me telefonou de novo e disse: "Tommy, somos amigos há
anos e não me lembro de ter convidado alguém para pregar dois domingos consecutivos, mas
será que você poderia voltar no próximo domingo?" Concordei. Poderíamos dizer que Deus
estava prestes a fazer algo. Estaria o perseguidor agora sendo perseguido? Estaríamos prestes a
ser apreendidos pelo que estávamos buscando?
O segundo domingo foi ainda mais abençoado. Ninguém queria deixar o prédio após o culto da
noite.
"O que devemos fazer?", meu amigo me perguntou.
"Deveríamos fazer uma reunião de oração na segunda à noite", eu lhe disse, e acrescentei:
"Passaremos todo o tempo orando intensamente. Vamos apurar até que ponto vai a fome das
pessoas e ver o que está acontecendo."
Quatrocentas pessoas se apresentaram na segunda-feira para a reunião de oração e tudo que
fizemos foi buscar a face de Deus. Algo, realmente, estava acontecendo. Uma pequena
rachadura aparecia no bronze dos céus de Houston. Uma fome coletiva estava clamando por
uma visitação.
Voltei para casa. Na quarta-feira, o pastor estava novamente ao telefone me dizendo: "Tommy,
você pode voltar no domingo?" Ouvi suas palavras e seu coração. Ele, verdadeiramente, não
estava interessado em "minha" volta. O que eu e ele queríamos era que Deus viesse. Ele é um
Aqueles crentes, em Houston, tinham dois cultos agendados aos domingos. O primeiro culto da
manhã começava às 8h30, o segundo, seguido a este, às 11 horas.
Quando voltei, no terceiro fim de semana, senti uma forte unção enquanto estava no hotel, um
toque do Espírito, chorei e tremi.
Deus estava lá, não havia dúvidas quanto a isto. Porém, cada vez mais d'Ele continuava
entrando no lugar até que, como em Isaias, literalmente, encheu o templo. Algumas vezes o ar
ficava tão rarefeito, que se tornava muito difícil respirar. Parecia que o oxigênio vinha em
pequenas porções. Soluços abafados percorriam a sala. Em meio a tudo isto, o pastor veio a mim
e perguntou: "Tommy, você está pronto para assumir o púlpito?"
"Pastor, estou receoso de subir até lá, porque sinto que Deus está prestes a fazer algo."
Lágrimas estavam correndo pelo meu rosto quando disse isto. Não temia que Deus me
abatesse, ou que algo ruim acontecesse. Simplesmente não queria interferir e afligir a preciosa
presença que estava preenchendo aquele lugar! Por muito tempo, nós humanos, permitimos o
mover do Espírito Santo até certo ponto. Mas, quando perdemos o controle, logo puxamos as
rédeas (a Bíblia chama isto de "apagar o Espírito" em l Tessalonicenses 5.19). Por muitas vezes,
paramos no véu do tabernáculo. "Sinto que devo ler 2 Crônicas 7.14, tenho uma palavra do
Senhor", disse meu amigo. Entre muitas lágrimas, balancei a cabeça e disse: "Vá, vá!"
Meu amigo subiu para o púlpito no centro da plataforma, abriu a Bíblia e, calmamente, leu a
arrebatadora passagem de 2 Crônicas 7.14: "...se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar e orar, e buscar a Minha face, e deixar seus maus caminhos; então eu ouvirei dos céus, perdoarei
os seus pecados, e sararei a sua terra."
Então, ele fechou sua Bíblia, agarrou as bordas do púlpito com as mãos trêmulas e disse: "A
palavra do Senhor para nós, hoje, é que paremos de buscar Seus benefícios e busquemos a Ele.
Não vamos mais buscar Suas mãos, mas sim a Sua face."
Naquele instante, ouvi o que parecia ser o eco de um trovão, e o pastor foi, literalmente, tomado
e lançado a uma distância aproximada de três metros do púlpito. Quando ele foi arremessado
para trás, o púlpito caiu para frente. O belo arranjo de flores, que estava em frente, caiu no chão.
Porém, antes que o púlpito batesse no chão, ele já estava partido em dois pedaços. Havia sido
partido em dois, como se um raio o tivesse atingido! Naquele instante, o terror tangível da
presença de Deus encheu aquela sala.
Ele quer Se revelar entre nós. Ele quer vir cada vez mais forte, mais forte e mais forte, até que
sua carne não seja mais capaz de suportar. A beleza disto é que nem mesmo os perdidos ao nosso
redor serão capazes de resistir. Está começando a acontecer. Vejo o dia em que os pecadores
mudarão seu rumo nas ruas, estacionarão com olhares confusos e vão bater à nossa porta,
dizendo: "Por favor, existe algo aqui, como posso ter isto?"
O que fazemos?
Você não está cansado de tentar distribuir folhetos, bater nas portas e fazer tudo acontecer? Por
muito tempo, temos tentado fazer com que as coisas aconteçam. Agora, Deus quer fazer
acontecer! Por que você não descobre o que Ele está fazendo e junta-se a Ele? Era isto que Jesus
fazia. Ele dizia: "Pai, o que o Senhor está fazendo? É isto que farei.
Deus quer Se mover com Sua Igreja. Quando foi que você se sentiu tão faminto por Deus, que
sua fome o consumiu a ponto de você não mais se importar com o que as pessoas pensassem de
você? Eu o desafio a esquecer cada perturbação, cada opinião e pense: O que está sentindo,
"Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia, e dizia: Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus. Pois este é o referido por intermédio do profeta Isaias: Voz. do que clama no
deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas." (Mateus 3. l-3).
O arrependimento prepara o caminho e endireita as estradas do nosso coração. O
arrependimento eleva os lugares baixos e rebaixa todos os lugares altos de nossas vidas e das
famílias cristãs. O arrependimento nos prepara para a presença de Deus. Na verdade, você não pode
viver na presença do Pai sem arrependimento. O arrependimento nos permite buscar Sua
presença. O arrependimento constrói a estrada para que você alcance a Deus (ou para que Deus
alcance você!). Pergunte a João Batista. Quando ele construiu a estrada, Jesus veio andando.
Eu costumava procurar por grandes multidões e bons sermões para pregar, tentava fazer
grandes obras para Deus. Meus esquemas ainda não haviam se desmoronado. Agora, eu sou
um caçador de Deus. Nada mais importa. Digo a você, como seu irmão em Cristo, que o amo,
mas amo mais a Deus. Não me preocupo com o que outras pessoas ou ministros pensam sobre
mim. Estou indo atrás de Deus. Não é uma questão de orgulho, mas de. fome. Quando você
buscar a Deus com todo seu coração, alma e corpo. Ele se voltará para encontrá-lo e você sairá
desta experiência desmoronado aos olhos do mundo.
A presença de Deus tem deixado de ser prioridade na Igreja moderna. Estamos como
padarias abertas, mas que não têm pão. Além disto, não estamos, realmente, interessados em
vender pão. Apenas gostamos do bate-papo ao redor dos fornos frios e prateleiras vazias. Na
verdade, fico imaginando, será que ao menos sabemos se o Senhor está aqui ou não. E se está, o
que Ele está fazendo? Onde Ele está indo? Ou será que estamos preocupados demais em varrer
as migalhas imaginárias das padarias sem pão?
Podemos desfrutar da presença de Deus muito mais do que temos capacidade de imaginar, mas ficamos
tão "satisfeitos" com o lugar onde estamos e com o que temos, que não reivindicamos o que há
de melhor da parte de Deus. Sim, Ele está se movendo entre nós e trabalhando em nossas vidas,
mas temos nos contentado em varrer o chão à procura de migalhas, ao invés de ter as
abundantes fornadas de pão quente que Deus preparou para nós nos fornos dos céus! Ele
preparou uma grande mesa cheia de Sua presença nestes dias, e está chamando a Igreja: "Venha
e coma!"
Ignoramos a chamada de Deus, enquanto, cuidadosamente, contamos nossas migalhas de pão
dormido. Enquanto isso, milhares de pessoas, fora das quatro paredes de nossas igrejas, estão
famintas por vida. Elas estão doentes e saturadas da exibição dos programas feitos por homens.
Estão famintas de Deus, não de histórias sobre Deus.
Nem crentes nem incrédulos sentem necessidade de se prostrarem quando estão em um
culto de adoração, e isto não é imaginação. Eles não sentem a presença de nada nem de
ninguém digno de louvor em nosso meio.
Por outro lado, se a Igreja se transformasse naquilo que poderia e deveria ser, então teríamos
dificuldades para atender à demanda de "pão" na casa. E quando as pessoas entrassem em
nossas igrejas, ninguém teria que lhes dizer para "curvarem suas frontes em oração". Elas se
prostrariam perante Nosso Santo Deus, sem que qualquer palavra fosse dita. Mesmo os
perdidos saberiam, instintivamente, que o próprio Deus havia entrado na casa.
Sabe quando é que as pessoas se integrarão rapidamente à Igreja local? No momento em que
provarem o pão da presença de Deus. Quando Rute ouviu que o pão estava de volta em Belém, ela
se levantou de sua tristeza para ir à Casa do Pão.
O plano satânico consiste em nos manter tão cheios de lixo, que não tenhamos fome de Deus, e
isto tem funcionado muito bem por séculos. O inimigo tem nos feito acostumar a sobreviver em
uma prosperidade terrena, porém, em uma mendicância espiritual. Dessa forma, basta uma
Se Deus realmente se revelasse em sua Igreja, posso assegurar que aqueles "rumores dos
famintos", em sua cidade ou região, espalhariam a notícia rapidamente! Antes que você pudesse
abrir as portas no dia seguinte, os famintos já estariam em fila por pão fresco. Por que não
vemos este tipo de reação agora? Os famintos têm sido frustrados. Tão logo a menor gota da
presença de Deus flui em nossos cultos, dizemos ao mundo inteiro: "Há um rio da unção de
Deus fluindo aqui."
Não podemos esperar que os perdidos e feridos venham correndo para nosso "rio" apenas
para descobrir que mal existe o suficiente para aliviar um pouco da sua sede, não chega a ser
nem um gole da taça de Deus. Dizemos: "Deus está realmente aqui: há comida na mesa", mas
toda vez que acreditam, vêem-se obrigados a procurar pelo chão meras migalhas do banquete
prometido. Nosso passado fala mais alto que nosso presente.
Isto explica porque as pessoas podem estar em um bar, embriagadas, e, de repente, sentirem o
convencimento vindo do Espírito Santo, sem que haja por ali um pastor, alguma música
evangélica ou qualquer outra influência cristã. Deus está ali no bar com aquela pessoa. E ela,
com a mente entorpecida pelo álcool, perde suas inibições para com Deus. Infelizmente, não é
uma decisão baseada na vontade que move essas pessoas para Deus. Tal atitude é fruto da fome
de seus corações. Suas "mentes" estão entorpecidas e seus corações famintos. Tão logo a "mente"
se recupere, elas retornam ao estado inicial, não foi um encontro válido, a vontade não foi
quebrantada. Eis a receita para a miséria: um coração faminto, uma cabeça (mente) orgulhosa e
uma vontade não quebrantada (insubmissa).
É a misericórdia de Deus que O mantém afastado de nós. Uma geração após outra, os cristãos
têm orado: "Venha Senhor, aproxime-se!" Creio que a resposta do Senhor tem sido uma faca de
dois gumes. Por um lado. Ele nos chama: "Clamem a mim, quero me aproximar." Mas, ao
mesmo tempo. Ele detém Sua mão e avisa: "Tenham cuidado, tenham cuidado! Se vamos nos
aproximar, certifiquem-se de que a carne esteja morta. Se realmente querem Me conhecer, tudo
que se relacione ao pecado deve morrer." Por que Deus requer esta morte? O que há na fumaça
do sacrifício que faz com que Ele nos visite? E como se ela fosse um "convite" ao Senhor. Você
pode não compreender, mas a morte esteve presente em cada avivamento na história da Igreja!
Quanto mais arrependimento (morte) diante de Deus, mais próximo Ele poderá Chegar
E como se o aroma do sacrifício fosse o sinal para que Deus pudesse aproximar-se de Seu povo
sem consumi-lo por seus pecados. O objetivo de Deus sempre foi a íntima comunhão com o
homem, a coroa de Sua criação. No entanto, o pecado fez com que esta comunhão se tomasse
mortífera. Deus não pode aproximar-Se da carne, porque ela exala o cheiro do mundo. Para que
Ele chegue perto, a carne tem que morrer. Então, quando clamarmos para que o Senhor se
aproxime, Ele o fará, mas nos dirá: "Não posso chegar mais perto, porque sua carne seria
destruída. Quero que você compreenda que se sua carne morrer, poderei aproximar-Me mais."
E por isso que o arrependimento e o quebrantamento é equivalente a morte no Novo
Testamento - traz a presença manifesta de Deus tão perto. Mas queremos evitar o
Esqueça o "culto-entretenimento"
Aquilo que agrada a Deus é bem diferente daquilo que nos agrada. O Senhor me disse uma vez,
enquanto eu estava ministrando: "Filho, o culto que Me agrada e o culto que lhe agrada são bem
diferentes." Comecei a perceber que muitas vezes estruturamos nossos cultos para que sejam
agradáveis aos homens. Temos que dizer o que os homens querem ouvir e lhes prover uma boa
dose de entretenimento. Infelizmente, estes tipos de reuniões têm pouco daquele amor
sacrificial derramado perante o Único que é digno de receber louvor e adoração.
Acho que o Senhor procura aqueles (poucos) que realmente O amam, não aqueles que só
querem ser entretidos. E como se preparássemos uma festa para o Senhor e depois O
ignorássemos! A morte do eu é algo especial, não é uma idéia atraente para nós, mas sem dúvida,
agrada a Deus. Quero mais bênçãos, quero o Senhor. Quero Sua presença bem próxima. Quero
Seu toque em meus olhos, em meu coração, em meus ouvidos. Mude-me, Senhor! Não quero
mais ser o mesmo! Estou cansado, Senhor! Sei que se eu puder ser mudado, então as pessoas em
meu redor também poderão ser transformadas."
Precisamos orar por uma mudança, uma ruptura, mas não podemos fazê-la, a menos que ela
comece em nós. As mudanças virão sobre aqueles que não estiverem em busca de suas próprias
ambições, mas, sim, buscando os propósitos de Deus. Precisamos chorar sobre nossas cidades
como Jesus chorou sobre Jerusalém. Estamos carentes de uma transformação vinda do Senhor.
Fugir ou entrar
"Todo o povo presenciou os trovões e os relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante: e o
povo, observando, se estremeceu e ficou de longe. (...) O povo estava de longe, em pé; Moisés, porém, se
chegou à nuvem escura onde Deus estava". (Exodo20.18.21).
Que dicotomia divina! Um correu para dentro, o outro fugiu desesperado!
Deus estava chamando o povo para Sua intimidade, mas ele correu para o lado oposto!
Disseram a Moisés: "...não fale Deus conosco, para que não morramos" (Êxodo 20.19). Eles
entenderam que somente quem se enquadrasse no padrão de Deus, descrito nos Dez
Mandamentos, poderia sobreviver em Sua presença. Ao fugir, estavam dizendo: "Não
queremos nos submeter a isto! Não deixe que Deus fale conosco agora!"
O que o Senhor queria, quando os Dez Mandamentos foram entregues a Moisés, era purificar o
comportamento de Seu povo para que pudesse tê-lo mais perto.
• RAVENHILL Leonard – Por que Tarda o Pleno Avivamento? 1ª ed. Minas Gerais
- Bethânia, 1999.
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