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1) Nascimento de uma nação sob a égide dos ideais iluministas


Os ideais libertários das "luzes “estiveram na origem de uma série de
movimentos político-sociais ocorridos na Europa e nas Américas, entre
aproximadamente 1770 e 1850. Conhecidas por Revoluções liberais, esses
movimentos anunciaram a Época contemporânea.
O ponto de partida para estas revoluções foi a Guerra da
independência americana, conduzida pelas colónias inglesas da América
do Norte. 

1.1.1) Antecedentes
A Guerra dos Sete anos (1756-1763) terminou com a vitória inglesa sobre
a França, tendo proporcionado aos ingleses a liderança marítima e
colonial e aos colonos americanos a possibilidade de expansão para o
Oeste, em territórios que pertenciam a franceses. Na América do Norte,
às suas 13 colónias da costa Atlântica acrescentou o Canadá, o vale do
Oaio, a margem esquerda do Mississípi. Na África, apoderou-se de
feitorias no Senegal e, na Ásia, tomou conta de boa parte da Índia.    
Apesar de vitoriosa, a Inglaterra apresentava-se com dificuldades
económicas provocadas pela guerra, tendo assim resolvido exigir um
contributo financeiro às 13 colónias da América do Norte, alegando que a
guerra fora travada para defender os colonos das cobiças francesas.
 Assim este mesmo contributo consistiu no lançamento, em
1764/1765, de um conjunto de taxas alfandegárias/aduaneiras
votadas pelo Parlamento britânico, que recaíram no açúcar, no
papel, no vidro, no chumbo e no chá importados pelas 13 colónias.
 Decretou-se um imposto de selo sobre os documentos legais e as
publicações periódicas.
 A agravar a situação das 13 colónias, concedeu-se o monopólio da
venda do chá à companhia das Índias inglesa, privando assim, os
comerciantes americanos dos lucros com a revenda daquele
apreciado produto.
 O controlo da Inglaterra traduziu-se ainda, na proibição de
negociarem diretamente com outros territórios, que não a
metrópole ou as restantes colónias inglesas.

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1.1.2) A reação das colónias - conflitos
Da contestação aos impostos à declaração de independência
Embora reconhecendo ao Parlamento de Londres o direito de regulamentar o
comércio colonial, os americanos lamentavam que, na sua qualidade de
cidadãos britânicos, não estivessem representados naquela assembleia. Em tais
circunstâncias, os impostos votados afiguravam-se-lhes ilegais e ameaçadores,
tanto para a vida económica do país, como para os seus direitos políticos.
Em 1765, num congresso em Nova Iorque proclamou-se que aos cidadãos
ingleses, residentes ou não em Inglaterra, não se poderia impor nenhuma
contribuição que não tivesse sido aprovada pelos seus representantes.

 Sucederam-se vastos movimentos de protesto às imposições fiscais, nos


portos de Nova Iorque, Filadélfia e Boston com sabotagem às
mercadorias inglesas.

O Boston tea party foi o mais carismático, tendo ocorrido a 16 de dezembro de


1773, em Boston, quando um grupo de jovens disfarçado de índios lançou ao
mar a carga de chá transportada pelos navios da Companhia das Índias.
Perante tal acontecimento, o rei Jorge III ordenou o encerramento do Porto de
Boston e a ocupação da cidade por regimentos ingleses.
Decididos a lutar pelos seus direitos, delegados das colónias reuniram-se no
primeiro congresso de Filadélfia, em setembro de 1774.
- Constituíram-se comités de correspondência, reuniram-se armas e treinaram-
se milícias. A luta pela independência ganhou corpo, enquanto os adeptos da
reconciliação se apagaram.
Na pequena aldeia de Lexington, soaram os primeiros tiros da revolução
americana em abril de 1775, quando uma coluna inglesa enviada para
apreender armas ilegais, foi atacada pela população. Tal facto, levou o monarca
Jorge III a declarar os americanos rebeldes e a enviar tropas para esmagar a
insurreição americana.
Na américa, jornais e panfletos justificavam a rebeldia das colónias contra a
tirania de Inglaterra.
Em 1776, Thomas Jefferson redigiu uma Declaração de Independência, que os
delegados de todas as colónias aprovaram no dia 4 de julho, no segundo
congresso de Filadélfia.

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Pela primeira vez na história, os ideais iluministas da liberdade e da igualdade
entre os Homens, da soberania popular e do contrato social eram aplicados na
libertação de um povo.
1.1.3) Da Guerra da independência à criação da república federal dos EUA
Face ao bem armado e disciplinado exército britânico, as milícias dos
revoltosos não estavam à altura de travar uma guerra de independência. Assim,
George Washington foi escolhido para comandante-chefe do futuro exército-
americano, ao mesmo tempo que se iniciou na Europa uma forte ação
diplomática, a fim de angariar apoios.
- Os franceses, apesar de não esquecerem a derrota que Inglaterra lhes infligira
na Guerra dos Sete Anos, não se quiseram comprometer de imediato com os
revoltosos.
- Só após a batalha de Saratoga, na qual os americanos capitularam um
pequeno exército britânico, a França de inclinou para uma aliança oficial, tendo
enviado homens, barcos, armas e dinheiro.
- Ao apoio de França somou-se o da sua aliada, Espanha, que também
contribuiu com dinheiro e uma esquadra para a causa americana. Estas ajudas
revelaram-se decisivas no desfecho da guerra.
Em 1781, o principal exército inglês capitulou em Yorktown.
Atacada por franceses e espanhóis no Mediterrâneo e com derrotas navais na
costa da Índia, a Inglaterra infligiu-se pelas negociações de paz.
Pelo tratado de Versalhes, assinado em 1783, reconheceu a independência das
13 colónias, de futura transformadas em 13 Estados.
Para eles ficou o território compreendido entre Grandes Lagos, o Oaio,
Mississípi e os Montes Apalaches.

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