A HISTÓRIA DA IECLB

Há 150 anos surge o evangelismo no Brasil. Os primeiros evangélicos vieram com a imigração
alemã. Vieram para encontrar uma nova pátria, para construir um novo lar na convicção de que
o homem é salvo somente pele fé.
Os primeiros evangélicos trouxeram consigo suas bíblias, seus catecismos e seus hinários.
Tiveram que enfrentar as condições mais adversas, em sentido de ambiente e de profissão da
fé. Esquecidos pela igreja de sua origem não tinham ninguém para lhes ministrar os
sacramentos e oficiar os cultos. Além disto, o regime imperial brasileiro não reconhecia o
casamento entre evangélicos. Mesmo assim os evangélicos não desanimaram. Formaram suas
próprias comunidades e escolheram seus próprios pregadores. Somente 20 anos mais tarde
vieram os primeiros pastores para as comunidades livres do sul. A vinda de pastores formados e
capacitados iniciou uma mudança de mentalidade dos imigrantes. Assim, surge, aos poucos, a
união entre as diversas comunidades, possibilitando a formação da Sínodos. Criaram-se escolas
e pratica-se assistência social e cultural mútua.
Em 1886, os luteranos brasileiros formaram o sínodo Riograndense. Com o sínodo
multiplicavam-se as atividades: As tarefas eram muitas, mas poucos os obreiros. Pastores
intinerantes distribuíam literatura cristã bíblias e hinários pelas comunidades distantes e
isoladas. Apesar desta situação precária, os evangélicos ainda partiram para a atuação social.
Em 1892 surgiu em Taquari, no Rio Grande do Sul, o mais antigo asilo evangélico da América
Latino, os Asilos Pella e Bethânia".
A proclamação da República no Brasil trouxe a separação entra Igreja e Estado. Com a
República, o catolicismo deixou de ser a religião oficial do País. Os evangélicos passaram a ter
os mesmos direitos civis e de fé como todos os brasileiros. Dentro desta liberdade de culto
surgiram diversos Sínodos em outros estados, todos eles fundamentados na Reforma de Lutero.
Em 1914 veio a primeira crise: Na Europa deflagrava-se a primeira Guerra Mundial. A guerra
teve como conseqüência o corte de todo e qualquer auxílio material e pessoal que até então
vinha da Alemanha. Neste situação crítica dava-se o primeiro passo em direção à formação de
obreiros próprios. Em 1922, fundava-se o Instituto Pré-Teológico. A segunda crise veio com a
segunda guerra mundial. Foi cortada a vinda de pastores estrangeiros ao Brasil. Como resposta
à crise. Fundava-se em 1946 em São Leopoldo a Faculdade de Teologia. Com a formação de
seus pastores no Brasil crescia a cooperação entre sínodos, restando a sua fusão numa só
Igreja brasileira. A fusão aconteceu: Em 1968 no Concilio de São Paulo (na Igreja da Paz em
Santo Amaro), surge a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
A criação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil encerrava a fase da Igreja de
imigrantes, surgindo a Igreja Brasileira, a serviço de Deus e da gente do Brasil. Estavam
cumpridos 145 anos de evangelização no Brasil e o trabalho da Igreja estava apenas iniciado.
Hoje a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil é uma igreja voltada para o futuro. O
centro da doutrina evangélica é a convicção de que o homem é salvo exclusivamente pela graça
divina, através da fé em Jesus Cristo. Esta convicção fez com que os luteranos sejam atuantes
também no campo social, ecumênicos em orientação e engajados nos problemas do país. No
campo social, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana mantém inúmeros hospitais. Seus
centros sociais e comunitários, nas pequenas e grandes cidades, servem a todos
indistintamente. A Igreja abriga, educa e cuida de crianças e velhos, através da orfanatos e
ancionatos, espalhados por todo o país. No setor escolar, os evangélicos foram pioneiros em
muitos lugares. Hoje educam a mocidade brasileira através de mais de 100 escolas e colégios
da primeiro a terceiro grau. Em convênio com a Fundação Nacional do Índio, a Igreja mantém
escola pioneira para a formação de professoras bilingües entre os índios da tribo Caingangue de
Toldo Guarita no Rio Gande do Sul.