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1 º Trabalho AP .’. M .’. - L.’. Lealdade e Brio 257 – Or.’. de Resende RJ – Ir.’.

Giovane Silveira Gomes


CIM 326375

O BODE NA MAÇONARIA
Denominação e Significado

Na Ordem Maçônica, de maneira geral, muitos integrantes desconhecem o


verdadeiro motivo da denominação de Bodes, que por vezes são 'apelidados'.

Infelizmente, também são assim chamados no Mundo Profano, por aqueles que se dizem
deveras conhecedores da Instituição, e que utilizam essa denominação de modo
extremamente pejorativo, estendendo conseqüentemente tal atitude de demérito para toda
a Ordem.

Dentre as diversas configurações, tanto lendárias como históricas, além das instituídas por
usos e costumes, existentes sobre esse tema, uma das origens de tal denominação data
de 1808; porém, para ser obtida uma razoável explicação de seu significado, deve-se
remontar ao passado bem mais remoto.

Deste modo, aproximadamente a partir de 33 d.C., vários Discípulos (Apóstolos) de Jesus


Cristo partiram em peregrinação pelo resto do Mundo, com a finalidade de proporcionar a
divulgação do Cristianismo.

Parte deles seguiu para a Palestina, alojando-se no lado de fora dos muros da cidade,
como era costume à época, na localidade onde também se concentrava a grande maioria
da população judaica.

Nesses locais, curiosamente, passaram a notar uma prática usual daquele povo, qual seja,
observaram judeus falando ao 'ouvido de um Bode', animal extremamente comum na
região.

Por conta disso, buscaram informações que esclarecessem a causa efetiva daquele
estranho monólogo; porém, depararam-se com enormes dificuldades na obtenção de
respostas.
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CIM 326375

Ninguém se propunha a esclarecê-los, e assim crescia ainda mais a curiosidade dos


Discípulos Cristãos com relação àquele fato.

Até que finalmente o Apóstolo Paulo, conversando com um rabino que também imigrara de
uma outra aldeia, que por lá estava apenas de passagem e, portanto, sem maiores
compromissos com os demais, foi informado que aquela Espécie de Ritual era utilizada
como instrumento de Expiação de Erros Pessoais, isto é, uma maneira de Confissão dos
Próprios Pecados.

Naquele tempo, fazia parte da cultura do povo judaico contar suas faltas a alguém de sua
extrema confiança, mesmo quando as cometida escondido, pois mesmo essa falha não
tendo sido vista por nenhum ser humano, não passaria despercebida do Criador.

Acreditavam que, com isso, se alguém mais soubesse de suas faltas, o pecador ficaria
mais aliviado em sua consciência, pois estaria dividindo com outro, tanto seus sentimentos
quanto seus mais íntimos problemas. Porém, o Apóstolo Paulo quis saber mais e encontrar
resposta para, principalmente, duas indagações que ainda o perturbavam:

Porque dividir suas confissões com um 'Bode'?, e Porque um animal como o 'Bode',
poderia ser utilizado como seu melhor e mais adequado confidente?

A explicação recebida daquele rabino esclarecia que: "Como o 'Bode' não fala, o confesso
ficaria mais seguro de que seus segredos seriam para sempre mantidos secretos."

Muito tempo depois, a Igreja Católica introduziu em sua Concepção Ritualística a


instituição do 'Confessionário', mas que só alcançaria a eficácia procurada se fosse
complementado com o imprescindível Voto de Silêncio do padre confessor.

A história não relata se foi o Apóstolo Paulo quem viabilizou ou concretizou essa idéia;
porém, certamente tal idéia se transformou num benefício para os cristãos por longo
tempo.
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Com a implantação do Confessionário, respaldado pelo competente Voto de Silêncio, a


população adepta do Cristianismo, pode passar a contar suas falhas, faltas ou pecados a
alguém de confiança, e continuar sempre a tê-los em Segredo.

Atualmente, com a evolução humana e a globalização das informações, tal confiança se


encontra cada vez mais debilitada, o que diminuiu de forma considerável o número de
cristãos dispostos a se Confessar, tanto quanto de Confessores, conseqüentemente, de
Confessionários, crescendo em substituição a quantidade de divãs de Psicanálise.

Outra concepção, provavelmente lendária, diz respeito a que os Maçons seriam


conhecidos como 'Bodes', tendo em vista a criteriosa manutenção de seu rigoroso
Silêncio, e também dos aspectos que devem nortear sua exemplar conduta, qualificadas
pela adjetivação de justas e perfeitas.

Por isso, tal comparação se faria com o 'Bode', praticamente o único entre todos os
animais da natureza, que possui um quase 'fechamento perfeito quanto ao ajuste' entre as
arcadas dentárias superior e inferior da boca, movimento este conhecido como justo e
perfeito.

Mas, retomando a 1808 na França de Napoleão Bonaparte, que após o Golpe do 18


Brumário, investiu-se tanto como o novo líder político quanto como líder da Fé, em seu
país.

Unida a Bonaparte, consta que a Igreja iniciou uma séria perseguição, aos integrantes de
todas as Organizações que não tivessem caracterização de Cunho Governamental ou
Católico.

Assim, como se constituía numa Ordem que propugnava o Livre Pensamento, isto é, a
Liberdade generalizada de Idéias e Ideais, por pura perseguição, a Maçonaria teve os
direitos suspensos e seus Templos fechados, sendo terminantemente proibida de se
reunir.

Porém, sendo a Sublime Instituição composta por integrantes que se caracterizavam,


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principalmente, pela fibra e coragem demonstradas, de acordo com relatos históricos


disponíveis, estes insistiam em se reunir na clandestinidade, tentando modificar e substituir
aquele caótico arbítrio reinante.
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Nesse período muitos Maçons foram presos pela Igreja, sendo submetidos aos
mais terríveis interrogatórios, e conseqüentes sacrifícios físicos, tudo em nome
da Santa Inquisição.

Mas a Maçonaria nunca encontrou entre seus integrantes nenhum covarde ou


delator e, surpreendentemente, chegando ao extremo de um dos inquisidores
afirmar ao seu superior a seguinte frase:

"Senhor, estas pessoas (Maçons) parecem com 'Bodes', pois por mais que eu
os flagele, não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra. "

A partir dessa afirmação, todos os Maçons adquiriram, para os inquisidores,


muito a contra-gosto, a denominação de: 'Bode' - aquele que não fala, pois
sabe guardar qualquer segredo.

Finalmente, é possível depreender que desde aquela época, e respaldada na


tradição, a denominação de 'Bode' aos Maçons permanece até a atualidade.

Resende 2022
Giovane Silveira Gomes

Referencias:
D’Elias Junior, Raymundo, Maçonaria : 100 instruções de aprendiz - São Paulo:
Masdras, 2019. ED
Delage, Paulo Audebert, Fé Cristã e Maçonaria – São Paulo: Longarina, 2014
T. Cavalcante D’ Alburquerque, O que é a Maçonaria – Rio de Janeiro: Aurora, 1972
https://www.youtube.com/watch?v=XZWulvdMj6Q&ab_channel=FatosMa
%C3%A7%C3%B4nicos
https://www.youtube.com/watch?v=kwWtoqpM28I&ab_channel=FatosMa
%C3%A7%C3%B4nicos
https://www.youtube.com/watch?v=X5sb6QibD3I&ab_channel=FatosMa
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