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CENTRO DE ESTUDOS DA ARQUIDIOCESE DE RIBEIRÃO PRETO

GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA

HISTÓRIA DA IGREJA MODERNA

JOÃO GABRIEL DA CRUZ ANDRADE

Missões Católicas além-mar: dificuldades e perspectivas; A questão dos


ritos chineses e malabáricos e os jesuítas.

No século XVI as missões na Igreja já eram presentes primeiramente


dentro do próprio continente Europeu com o intuito de catequisar os Católicos
frente à ameaça protestante, são as missões catequéticas, penitenciais e
ecléticas. Porém é neste mesmo século onde a Igreja tem um grande impulso
missionário para os outros continentes. Segundo Nicolau V em 1455 as
missões além-mar que eram para “a salvação das almas, para a salvação da fé
e para humilhação dos inimigos”, mas serviam também, segundo alguns
historiadores, como um jeito de compensar os fiéis perdidos para o
protestantismo.

A Igreja chega com seus missionários às Américas, África Subsaariana,


Sudeste asiático e Extremo oriente. Regiões de forte interesse colonial e
comercial, porém segundo a bula Inter coetera de 1493 de Alexandre VI
qualquer outra intenção além da evangelização era punida com a excomunhão.
Mas a organização da frente missionária se dá de forma sistemática em 1622
com a criação da Propaganda Fide.

Os primeiros missionários não eram diplomáticos e tentavam impor os


costumes europeus. Porém, São Francisco Xavier é um dos grandes nomes
deste período. O co-fundador dos jesuítas abre as portas para a Igreja na Índia
e Japão, e morre antes de conseguir entrar na China, deixando como legado
grande numero de batizados e escritos e orações cristãs traduzidas para a
língua das comunidades evangelizadas.
Outros grandes missionários o precedem, como Roberto d’Nabili que na
Índia compreende a mentalidade brahmanita e introduz os chamados ritos
malabaricos. E Mateus Ricci, Apóstolo da China, que se aprofunda na cultura
chinesa, compreendendo Confúcio e os costumes imperiais, defendendo os
ritos chineses, que seriam adaptações dos ritos dos sacramentos para a cultura
chinesa.

Muitas discussões são geradas em torno dos ritos malabaricos e


chineses durante o século XVII, como também sobre a figura dos jesuítas que
começava a se desgastar. Em 1742, Bento XIV coloca fim às discussões
proibindo de modo definitivo os ritos chineses e malabaricos. Ato que dá início
a um esfriamento ao espírito missionário da Igreja dos séculos anteriores, e à
uma maciça e violenta perseguição aos cristãos na China.

REFERÊNCIA:

BESEN, José Artulino Besen. História da Igreja: Da idade apostólica aos


nossos tempos. Florianópolis: Mundo e Missão, 2012.

MARTINA, Giacomo. II - A era do absolutismo. Trad. Orlando Soares Moreira.


São Paulo: Loyola, 1996.

ZAGHENI, Guido. A idade moderna – Curso de História da Igreja III. São


Paulo: Paulus, 1999.

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