A Espiritualidade Medieval

O Outono Medieval
Orientações Gerais:
 Esse power point não substitui a leitura dos capítulos 9
e 10 do seu livro didático;
 Esse arquivo digital tem o objetivo de dar ênfase ao
conteúdo do livro;
 Consultar os exercícios referentes a este conteúdo
presentes no livro e no caderno de exercícios;
 Sempre que aparecer dúvidas procurar o professor (a).

Bons estudos!
Equipe de História -2014
1. Vanguarda espiritual da cristandade: os
 Os mosteiros:

Centros de referência espiritual, assistencial e intelectual no

período de declínio das cidades na Europa ocidental;

Conservavam importantes obras de Filosofia, Literatura,

Medicina e Agronomia, herdadas da cultura greco-latina;

Serviam de hospedaria e apoio à população pobre e pousada

para peregrinos.
Ordem dos Beneditinos
A ordem dos benetidinos foi
fundada no século VI por São
Bento. Segundo ele dois seriam
os princípios fundamentais para
um monge: a oração e o
trabalho.

São Bento pregava aos monges

abandono às propriedades e
bens pessoais e obediência aos
abades.
Os monges viviam afastados das tentações do mundo terreno
e eram guardiões de relíquias sagradas;

Em 910 foi fundada a abadia de Cluny, na Borgonha, para

resgatar os princípios da Ordem que sofreram interferência da
nobreza e desvirtuamento dos ideais monásticos;

Por volta do ano 1000, marco do milésimo ano de nascimento

de Jesus, acreditou-se que a chegada do fim do mundo estava
próximo e muitas foram as doações de terras recebidas pelos
monges. Os fiéis buscavam compensar os pecados
cometidos.
Em busca do cristianismo primitivo

Em meados do século XI, o papa Leão IX iniciou uma

reforma religiosa consolidada posteriormente pelo papa
Gregório VII;

A Reforma Gregoriana definiu como bases da vida

sacerdotal: a castidade, a vida comunitária e o serviço
litúrgico;
Gregório VII condenou os desvios de conduta praticados
pelos religiosos, tais como os padres que viviam como se
fossem casados e a venda de cargos eclesiásticos;

A crise de algumas ordens religiosas e as práticas

mundanas de parte do clero secular despertaram
movimentos espirituais de contestação à Igreja.

O papado tratou como heresias todos os movimentos de

contestação surgidos a partir dessa época combatendo-os
pelos séculos seguintes.
Ler a seção “Reflexões” – Página 131.
 Cristandade desafiada

Heresia é uma palavra de origem grega e significa escolha.

Para a Igreja Católica era considerado como herege todo

aquele que difundisse ou praticasse crenças contrárias ao
catolicismo ou questionava o poder eclesiástico e a
autoridade do papa.
Dois movimentos heréticos que se destacaram neste
contexto:

 Valdenses: Movimento liderado pelo rico comerciante

francês Pedro Valdo. Em 1173 após ler a Bíblia, Valdo
lançou-se a pobreza voluntária, abandonou seus bens e
saiu pelas estradas pregando o Evangelho e a
penitência. Através da sua interpretação pessoal
afirmou que a Igreja não seguia os ensinamentos de
Cristo. Foi excomungado juntamente com seus
seguidores em 1184.
 Catarismo:

Movimento que reuniu número significativo de comunidades

e adeptos principalmente na península Itálica e no atual Sul
da França. Cátaro, em grego, significa puro. Os cátaros
consideravam-se cristãos puros e adeptos do cristianismo
primitivo, criticando a estrutura da Igreja Católica. Pregavam
uma vida moral irrepreensível como forma de estabelecer a
comunhão com Deus. Foram perseguidos pelas autoridades
laicas e religiosas por não reconhecerem a legitimidade da
Igreja. Suas comunidades foram destruídas ao longo do
tempo e uma cruzada (1209-1229) foi enviada a Languedoc
para combater este movimento.

Ler o quadro ‘A Inquisição medieval’ na página 126.

 Estátua de Pedro Valdo exposta no
Memorial Luther – Worms,
Alemanha.

Expulsão dos Cátaros de

Carcassonne, em 1209.
 Em cada pobre, um cristo:
as ordens mendicantes

Ordem Franciscana – ordem dos frades menores:

 Criada em 1210 por Francisco de Assis, filho de um rico

comerciante de tecidos da cidade de Assis, na península
Itálica;

 Francisco abraçou a pobreza, buscando seguir fielmente

a vida de Cristo e seus apóstolos;
 Entre as regras pregadas por Francisco estavam a
proibição de qualquer bem material, a dedicação ao
trabalho manual, a obtenção de alimentos por doação ou
esmolas e o andar essencialmente a pé.

 Inicialmente Francisco não contou com o apoio da

Igreja, sobretudo pelo elogio a pobreza.

 O grande número de seguidores, a firmeza dos

propósitos e a obediência à hierarquia eclesiástica,
venceram a resistência da Igreja e Francisco foi
canonizado em 1228.
“Os franciscanos criaram
um novo modelo de
ordem religiosa: as
ordens mendicantes,
assim chamadas por
viverem de esmolas e
doações por serviços
prestados no plano
espiritual, sobretudo as
pregações.”

(página 127).

São Francisco de Assis

 Outras ordens:

 Ordem dominicana: Fundada por Domingos de

Gusmão na península Ibérica. Filho de nobres
castelhanos iniciou sua vida eclesiástica como
pregador.

 Ordem dos pregadores: Em 1216, Gusmão fundou a

ordem dos pregadores em Toulouse, na França.
Reconhecida pelo papa Honório III, era baseada na
pobreza mendicante, na pregação e na educação.
“A ordem dominicana concentrou-se principalmente
em cidades com universidades, como Paris, Bolonha
e Oxford. Nos séculos seguintes, os dominicanos se
destacaram como inquisidores (...)”. (Página 127).

Ordem Dominicana
2. Propaganda da fé: a arquitetura gótica
Catedral: Igreja matriz de uma diocese, comunidade
comandada por um bispo. Era considerada pela Igreja
Católica a morada de Deus, sendo abrigo para restos
mortais de santos, de reis e ilustres benfeitores;

Com o estilo arquitetônico gótico do século XIII as

catedrais atingiram o seu apogeu;

Eram características principais das catedrais góticas:

 Paredes altas e maciças simbolizando o poder do bispo;

 Espaços interiores amplos;
 Torres com telhados piramidais;
 Pinturas e vitrais com refinamentos artísticos.
 As catedrais eram consideradas a representação
material do Paraíso Celeste e sua grandiosidade se
sobrepunha a humildade adotada pelo estilo
romântico do século XI.

 Tornou-se símbolo medieval da glória de Deus e da

Igreja, das técnicas de construção e da ascensão
das monarquias feudais.

Ler o quadro “Outra dimensão: cultura” na página 128.

lmagem da catedral de Notre Dame.
3. Universidades: o saber a serviço da fé
Século XII: revolução na educação acompanhou as
transformações ocorridas na Europa ocidental;

Escolas de mosteiros e catedrais passaram a conviver;

Clérigos começam a atuar individualmente oferecendo

serviços particulares em troca de remuneração;

Antes do século XII os alunos eram jovens clérigos,

monges e filhos de nobres, posteriormente foram
integrados também filhos de mercadores e quem mais
pudesse pagar pelo ensino;
 Principais mudanças no ensino:

 Autores como Aristóteles foram utilizados no estudo de gramática;

 No século XII o teólogo Pedro Abelardo foi pioneiro no uso de

novos métodos no estudo das escrituras, pautado na formulação de
questões e sentenças para serem resolvidas pelo aprendiz, não
mais pela lógica;

 A multiplicação de escolas gerou concorrência entre mestres e

confusão nas disciplinas que eram ministradas de várias maneiras;

 Em 1215, um agrupamento de mestres voluntários formado em

Paris buscou maior padronização no ensino. Foram reconhecidos
pelo papa com estatutos e privilégios definidos, dando início as
universidades.
 Inicialmente existiam federações de
escolas que foram reagrupadas em
faculdades, como a de Direito
canônico e a Teologia;

O idioma utilizado era o latim;

As universidades mantinham um

vínculo estreito com o papado que era
responsável pelos privilégios e as
licenças concedidas.

 O papa protegia os alunos e mestres

das autoridades locais em troca de
fidelidade e disciplina na defesa da
doutinha cristã.

Universidade na Idade Média

 4- A escolástica:

 Tomás de Aquino:

Nasceu em Rocca Secca no ano de 1225, na península Itálica;

 Em 1244 ingressou na ordem dominicana contra a vontade dos pais;

 Formou-se em Filosofia na universidade de Nápoles. Em Paris, estudou

com o teólogo Alberto Magno;

 Baseado nas ideias de Aristóteles buscou elaborar uma síntese entre o

cristianismo e o pensamento filosófico;

 Empenhou-se em demonstrar racionalmente a existência de Deus e os

fundamentos lógicos da fé cristã;
 Defendia o uso da razão;

 Seu pensamento ficou conhecido

como filosofia tomista ou
Escolástica;

 Ficou conhecido como Anjo das

Escolas ou Doutor Angélico por ter
servido de base ao ensino
teológico nas universidades
medievais e sua busca entre a
conciliação entre a fé e a razão;

 Faleceu em 1274 e foi canonizado

em 1323, tornando-se São Tomás
de Aquino.

São Tomás de Aquino

1. O flagelo da peste negra
 Em 1315 o noroeste da Europa sofre com chuvas intensas pouco
comuns entre o período da primavera e do outono;

 A grande fome atingiu a Europa entre os anos de 1315 e 1317

decorrente do aumento do preço do trigo e da perda de cereais nos
campos após o grande período de chuvas;

 Os sobreviventes da fome enfraquecidos pela falta de alimento

acabaram por contrair uma série de doenças, das quais se destaca
a peste negra, que dizimou grande parte da população europeia;

 Acredita-se que a doença chegou à Europa através de navios de

mercadorias do Oriente. Aportado em Gênova na Itália no ano de
1347, um navio originário de Caffa teria trazido a bordo os ratos
que espalharam este mal;
 Na primavera de 1348, a peste atingiu as demais cidades italianas,
atravessou os Alpes e se alastrou pelo sul do continente. Cerca de um
terço da população europeia morreu em decorrência da peste negra;

 Os conhecimentos médicos da época foram insuficientes para combater a

epidemia e o tratamento muitas vezes era feito com cuidados médicos e
místicos visando à cura do doente;
Ex: Acender fogueiras purificadoras nas encruzilhadas das cidades.

 Apenas no século XVI a Europa conseguiu recuperar-se da peste e

somente no século XIX descobriu-se que a peste negra era um tipo de
peste bubônica transmitida por pulgas;

 A explicação mais comum para a epidemia dada na época era a chamada

cólera divina, como se Deus estivesse punindo a humanidade pelos seus
pecados;
Peste Negra
 Alguns apontavam os Judeus como culpados por terem sido
responsáveis pela crucificação de Jesus, outros os leprosos;

 São Roque foi eleito o advogado celeste para os males da peste;

 Com curtos intervalos de trégua, a peste negra dominou a Europa

entre os séculos XIV e XV espalhando morte por toda a parte.

Ler a seção Conversa de

Historiador na página 134.

Link para o Discovery

Channel – Peste Negra
http://www.youtube.com/watc
h?v=_kPV3AgV7ZU
2.Nobres em conflito: a Guerra dos Cem Anos

 Conflito ocorrido entre as monarquias inglesa e francesa do ano de 1337

até o ano de 1453. São 116 anos de guerra entremeada por curtas
tréguas;

 A guerra tem como motivação a sucessão do trono francês após a morte

do rei da França Carlos IV em 1328, sem deixar filhos homens;

 Eduardo III, rei da Inglaterra e sobrinho do falecido rei, passa a se

considerar o herdeiro legítimo do trono francês;

 Na França Filipe de Valois, primo do rei morto, ocupa o trono francês

com o apoio da nobreza tornando-se Filipe VI, provocando assim a
reação do rei inglês;
Neste período da história as
guerras estavam ligadas às
conquistas por tronos, títulos e
domínios territoriais para
cobranças de impostos, isso
explica o grande interesse do rei
inglês em acumular a Coroa
francesa.;

 Para obter sucesso, Eduardo III

da Inglaterra precisava do apoio
da nobreza francesa e de
alianças com os senhores
feudais, compondo um jogo de
interesses econômicos e de
lealdades, próprios do período
medieval;
Eduardo III da Inglaterra
 Vitórias inglesas

 Em 1340 iniciam-se os combates com vitória inglesa na Batalha de

Sluys, na região dos Flandres (litoral dos países baixos), com o apoio
do duque da Bretanha e de mercadores flamengos;

 Nos anos de 1347 e 1348 nova vitória inglesa na Normandia (norte

da França) garantindo o controle do canal da Mancha.;

 O rei francês Filipe VI conseguiu resistir aos combates graças a

epidemia de peste negra que forçou a suspensão das hostilidades
por alguns anos. Seu sucessor João II tentou reagir sem sucesso;
 Em 1360 foi proposto o Tratado de Calais como tentativa de paz, mas
o mesmo foi desobedecido pela França que conseguiu equilibrar o
conflito mesmo com as desavenças internas de seus nobres;

 No início do século XV a ofensiva inglesa é comandada pelo rei

Henrique V, cavaleiro da casa dos Lancaster, que aproveitando-se dos
conflitos internos franceses conseguiu invadir a França;

 A Batalha de Azincourt, em 1415 foi de grande importância para que o

exército de Henrique V vencesse a cavalaria francesa.

Guerra dos 100 anos

A revanche francesa: Joana d’Arc
 O rei Henrique V morre no ano de 1422 logo depois de voltar do
combate para a França. Seu sucessor, Carlos VII, ignora o tratado de
1420, forma um exército e reconquista territórios perdido a partir do
vale do Loire;

 Neste contexto surge na França a figura de Joana d’Arc, uma jovem

camponesa que se apresenta ao rei Carlos VII afirmando ouvir vozes
celestiais que a colocam como a salvadora da monarquia francesa;

 Autorizada pelo rei, Joana d’Arc comanda o exército francês em

muitas batalhas e conquista muitas vitorias, como na retomada do
território de Orléans no ano de 1429;

 No ano de 1430 é capturada pelos ingleses e em 1431 é condenada

à fogueira por ser considerada bruxa.
Ler a seção ‘Outra dimensão:
personagem’ na página 136.

Joana D” Arc
Carlos VII, rei francês, morre no ano de 1461 e a França
acaba por reconquistar as terras que julgavam possuir
aproveitando que a Inglaterra estava envolvida com
disputas sucessórias internas;

A vitória inglesa em Bordeaux no ano de 1453 pôs fim a

guerra centenária, que mesmo de características feudais,
auxiliou na posterior formação das monarquias modernas.
Mapa da Guerra
De 100 anos
3. A crise do feudalismo
 Principais fatores:
 Fome;
 Peste negra;
 Guerras;
 Assaltos de companhias de soldados mercenários contra
camponeses e mercadores;
 Ruína da economia rural;
 Senhores feudais e camponeses abandonam o campo e partem
para as cidades;
 Muitas aldeias deixaram de existir no Sacro Império após a saída
da população para as cidades, transformando-se em pastos
comuns.
 Reação senhorial
 No âmbito da guerra, valorização dos arqueiros e chegada de armas
de fogo e canhões ocupando o lugar da tradicional cavalaria usada
na Idade Média;

 Redução do poder militar dos senhores feudais em detrimento da

presença de exércitos que serviam às realezas, enfraquecendo a
estrutura feudal;

 Senhores feudais procuram aumentar as suas rendas impondo

multas e taxas aos camponeses, além de impedir que os mesmo
saíssem das terras arrendadas;

 O resultado das exigências dos senhores feudais geraram

descontentamentos e revoltas por parte dos camponeses;
 No ano de 1358 surgem nas França os
chamados jacqueries, que se uniram
aos camponeses contra as imposições
senhoriais;

 Cristandade ameaçada pela presença

muçulmana dos turcos otomanos que
avançaram pela península Balcânica
buscando a conquista do Mediterrâneo
oriental;
Ler o quadro amarelo na
 Deslocamento do eixo econômico do página 137, “A Jaquerie:
fome e revolta camponesa
Mediterrâneo para o Atlântico dando
no século XIV”.
início ao período das grandes
navegações.
 4. O avanço do sultão

 No século XIV Constantinopla era a capital do Império Bizantino e

principal porto das rotas de ligação entre os mares Negro e
Mediterrâneo;

 Em Constantinopla a vida cultural agitada e a presença da uma

universidade desde o século XIII, contrastavam com uma vida política e
militar conturbada;

 O Império Bizantino entra em crise no século XI quando os turcos

seljúcidas conquistam várias cidades na região da atual Turquia;

 No século XIII turcos otomanos submetem os turcos seljúcidas e

reforçam seu poder militar;
 Unindo os interesses comerciais e a fé em Ala, os otomanos
liderados pelo sultão Osman I alcançaram várias conquistas na
Ásia Menor;

 Em 1371, o imperador João V se rende aos otomanos e passa a

pagar tributos ao sultão visando preservar a soberania de
Constantinopla;

 Acordo entre imperador e turcos otomanos durou pouco devido às

exigências dos turcos e o aumento na cobrança de mais taxas;

 O último imperador bizantino foi João VIII, que buscou o apoio dos
cristãos da Europa ocidental e da Igreja para conter a presença
turca;

 O Concilio de Ferrara, ocorrido entre os anos de 1431 e 1445,

aprovou a união das Igrejas, mas a aliança não prosperou;
 Em 1453 os turcos acabam por conquistar Constantinopla, chegando
ao fim do Império Romano do Oriente;

 A resistência bizantina é vencida definitivamente no dia 29 de maio de

1453. A primeira medida tomada pelo sultão Maomé II foi de
transformar o símbolo da Igreja Ortodoxa (catedral de Santa Sofia) na
primeira mesquita da cidade;

 A tradicional rota de especiarias passou a ser controlada pelos turcos.

Ler os quadros amarelos das páginas 138 e 140,

“A expansão turca: guerra santa ou guerra comercial?”
e “O Império Mongol e a rota de seda”.
Rota da Seda
 Bibliografia
Livro:
VAINFAS. Ronaldo... (et al). Conecte História. Livros 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2011.

Imagens e informações:
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 http://www.infoescola.com/historia/rota-da-seda/
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