Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que
quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferencia dos demais
alunos dos cursos. Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o
aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem
diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”.
Aproveite o seu
aprendizado.
Conteúdo
Unidade 1
9
A HISTóRIA DA CONSTRUçãO CIVIL E DA OCUPAçãO DE PEDREIRO
Unidade 2
33
O S CONHECIMENTOS DA OCUPAçãO PROFISSIONAL E OS MEUS CONHECIMENTOS
Unidade 3
51
F ERRAMENTAS E MATERIAIS BáSICOS DE TRABALHO
Unidade 4
77
COMO LER UM PROJETO
Unidade 5
93
E NTRANDO EM UMA OBRA: ORGANIZAçãO E
PREPARO DO LOCAL DE TRABALHO
u nidade 1
A história da construção
civil e da ocupação de
pedreiro
O que nos vem à mente quando pensamos em construção civil?
Casas? Prédios? Estradas? Pontes? Túneis?
Operários? Mestres de obras? Ajudantes? Engenheiros? Carpin-
teiros?
Tijolo? Concreto? Cimento? Vidro? Estruturas de metal? Ma-
deira?
Pode ser que nos venha tudo isso. E ainda mais.
Afnal, basta olharmos ao redor para ver que existem construções
muito diferentes, que envolvem materiais variados e que foram
erguidas por um conjunto de profssionais de diversas áreas,
trabalhando em equipe.
Mas será que sempre foi assim?
Pedreiro 1 9
Atividade 1
Fal an d o s o b r e a c o ns tr u ç ão civ i l
10 Pedreiro 1
Trata-se de um período conhecido como Pré-história ou, como se prefere dizer
atualmente, sociedades sem Estado. Esse período vai da origem do homem, há
cerca de 5 milhões de anos, até aproximadamente 3500 a.C. (antes de Cristo),
quando surgiu a escrita.
Não parece possível afrmar que nas cavernas a ideia de construção já existisse, pois
os lugares habitados não eram transformados. A principal intervenção humana
nesses locais de moradia se dava pelas pinturas nas paredes. Por meio delas, os homens
e as mulheres retratavam aspectos de sua vida cotidiana. Porém, não se tratava de
criar espaços novos, diferentes, e sim de deixar marcas, registros do que conheciam
e de como viviam, em forma de desenhos.
Essas pinturas fcaram conhecidas como arte rupestre. A palavra “rupestre” se
refere à “rocha”, local onde essa forma de arte era expressa.
Pedreiro 1 11
Constantinopla foi capital do Império Romano do Oriente e do Império Otomano, considerada a “por-
t a de entrada” do Ocidente para o Oriente. A Tomada de Constantinopla foi o momento histórico
q u e marcou o fim da dominação romana sobre os povos no Oriente. Atualmente, tem o nome de Is-
t a m b u l e é a maior cidade da Turquia, seguida pela capital do país, Ancara.
Mar
© Maps World
do Mar
Norte Báltico
OCEANO
ATLÂNTICO
Roma Constantinopla
0 566 km
A Revolução Francesa foi o movimento social e político que tirouo poder da monarquia (dos reis),
d a nobreza e da Igreja para dar início a uma novaforma de governo na França – a república. Foi tam-
bém nessa época que uma nova forma de produção começou a se consolidar: o capitalismo industrial.
ARevoluçãoFrancesaéummarcoparaasmudançaspolíticas,econômicasesociaisqueaconteceram
n a Europa na segunda metade do século XVIII (18) e se estenderam para quase todo o mundo.
12 Pedreiro 1
O ato de construir – ou, mais propriamente, de modif-
car ou criar espaços que servissem para moradia, culto,
comércio etc. usando técnicas diferentes – teve início
somente no fm do período conhecido como Pré-história
ou sociedades sem Estado; ou seja, no começo da cha-
mada Idade Antiga.
As primeiras construções humanas foram feitas com
Stonehenge: Palavra ingle-
pedras – essa foi a primeira técnica de construção apren- sa que significa “monumen-
dida e utilizada pelos homens. to circular feito de pedra” –
sto ne = pedra; henge =
A construção que vemos a seguir é uma das primeiras de monumento circular.
que se tem notícia. Ela fca na Inglaterra (um país da Trilítico: Tri = três; lítico =
relativo a pedra.
Europa) e tem o nome de Stonehenge.
h o r i z o n t a l
Não se sabe ao certo quando ela foi erguida. Os cientistas v v
e e
acreditam que tenha sido entre os anos 3100 e 2800 a.C. r r
(antes de Cristo); isto é, há aproximadamente 4 mil anos! t t
i i
c c
© Rainer Junker/123RF a a
l l
Stonehenge. Inglaterra.
Pedreiro 1 13
Várias dessas estruturas foram colocadas na terra for-
mando um círculo. E, embora isso não possa ser com-
provado, imagina-se que essa construção tenha sido,
originalmente, algo parecido com o que é mostrado na
fgura a seguir.
© Hudson Calasans
Pedra do altar
14 Pedreiro 1
Outros exemplos de construções feitas com base em pedras são encontrados em
diferentes épocas e locais na história da humanidade: do Egito Antigo, 2500 a.C.
(antes de Cristo), até grandes castelos, portais e igrejas construídas na Idade Média,
e que ainda existem na Europa, resistindo à ação do tempo.
Veja algumas obras incríveis que foram feitas apenas cortando, empilhando, equi-
librando e modelando pedras de diferentes tipos e tamanhos.
© Design Pics/Diomedia
© Stefan Kolumban/Pulsar Imagens
Vista de Machu Picchu. Vale do Urubamba, Peru. Catedral Notre-Dame. Paris, França.
Pedreiro 1 15
Várias dessas construções de pedra do passado nos impressionam: as pirâmides do
Egito; os templos da Grécia; as imensas igrejas e os mosteiros construídos na Idade
Média na Europa; as cidades e os monumentos erguidos pelos povos que viveram na
América Latina antes de a região ser ocupada pelos espanhóis nos séculos XV (15) e
XVI (16) e que fcaram conhecidos como civilizações pré-colombianas: tiahuanacos,
incas, maias, astecas etc.
A ocupação, pelos espanhóis, de grande parte do território americano – onde hoje ficam o Peru, a Bolí-
via, a Colômbia, o Chile, o México, entre outros países – implicou a destruição quase total da cultura dos
povos que ali viviam. Restam, atualmente, apenas partes dos monumentos e das cidades construídos
por eles.
Os espanhóis iniciaram a conquista da América no final do século XV (15) e, nesse processo, as civilizações
pré-colombianas que viviam nessa região foram praticamente exterminadas. Isto aconteceu no México,
onde existia o Império Asteca, no Peru, o Império Inca – e em vários outros locais que, atualmente,
compõem o território americano.
Assim como a ocupação espanhola, a ocupação portuguesa do território brasileiro, que ocorreu no mes-
mo período (ou seja, a partir do ano de 1500), também implicou a destruição de várias nações indígenas
que aqui viviam.
Além das mortes resultantes de combates, doenças e exploração do trabalho escravo, a violência dessas
ocupações se manifestava pela proibição de que esses povos mantivessem sua cultura: tradições, costu-
mes, crenças etc.
E a ocupação urbana nos dias atuais: É harmoniosa ou violenta? Reflita a respeito e discuta com seus
colegas.
16 Pedreiro 1
Atividade 2
G r an d es co n stru çõ es d e pe d r a
1. A classe vai se dividir em quatro grupos. Cada grupo vai fazer uma pesquisa
diferente e preparar uma apresentação para a classe.
A primeira coisa a fazer é dividir os grupos:
Grupo 1 – Pirâmide de Quéops
Grupo 2 – Acrópole de Atenas
Grupo 3 – Machu Picchu (civilização inca)
Grupo 4 – Chichén Itzá (civilização maia)
Pedreiro 1 17
d) O que nele chama mais a atenção do grupo? O tama-
nho? O formato? A fnalidade? Justifque suas respostas.
Por que dividir a apresentação e cada pessoa falar uma parte? Não seria
mais fácil um único colega falar tudo?
Sugerimos que todos falem porque falar em voz alta e conseguir
explicar um assunto para um grupo de pessoas é um saber impor-
tante para qualquer ocupação.
Imagine que você esteja trabalhando em uma grande construção e pre-
cise comunicar a um cliente, a um mestre de obras ou a um engenheiro
um problema que poderá atrasar o serviço ou explicar a necessidade de
reforçar uma coluna para não causar rachaduras nas paredes, no futuro.
Agora analise: Como você dará essas informações se for bloqueado
por sua timidez, que o impede de falar com segurança com seus
clientes ou superiores? Ou se não conseguir comunicar devagar e
com clareza os problemas que você notou? Quais podem ser as con-
sequências de você não falar?
Por isso, aproveite o espaço da sala de aula para se capacitar e se
expressar com mais segurança.
Argamassa: Mistura de ma-
teriais usada para unir ou
revestir pedras, tijolos e blo-
cos. Nessa mistura estarão
E só se usavam pedras nessas
necessariamente um mate- construções?
rial chamado aglomerante
(cal, cimento ou gesso), um
agregado miúdo (areia) e Embora a pedra fosse a base de todas as construções, a
água. Voltaremos a esse as- madeira e a argamassa faziam parte da tecnologia usa-
sunto mais adiante.
da para fazer algumas delas.
18 Pedreiro 1
Acredita-se que a madeira era usada para facilitar o transporte das pedras – por
terra ou por água – e também para levantá-las, colocando-as em posição vertical.
As ilustrações seguintes mostram como provavelmente isso era feito.
A madeira também era usada para cortar as pedras e moldá-las no formato desejado.
© Hudson Calasans
Pedreiro 1 19
Atividade 3
a pre n d e n d o co m o pa ssad o
© Hudson Calasans
© Image Source/Folhapress
15 cm
Em cada uma das pedras, vocês terão de fazer uma pequena rachadura, em tamanho
sufciente para colocar as cunhas de madeira.
2. Em seguida, a madeira deverá ser molhada. Para que ela f ique bem enchar-
cada, vocês podem colocar na água as pedras com as cunhas de madeira
f ixadas nelas.
3. Todos os dias vocês vão retirar as pedras da água, forçar as madeiras, martelan-
do-as levemente, e observar se houve alguma mudança. Cada um deverá registrar
o que percebeu durante cinco dias seguidos.
1o dia:
2o dia:
20 Pedreiro 1
3o dia:
4o dia:
5o dia:
4. Agora, toda a classe, junto com o monitor, vai discutir o resultado da experiência.
O que aconteceu? As pedras se partiram? Quais conclusões vocês podem tirar
disso? Tentem refetir também em que essa experiência pode ajudá-los no dia a
dia e em sua futura ocupação e registrem as conclusões da classe.
Pedreiro 1 21
O uso da argamassa
A argamassa, utilizada em construções desde os tempos mais antigos até hoje, já no
passado auxiliava na união entre as pedras, sendo também usada como revestimen-
to, para proteger e reforçar as construções.
Antes da descoberta do cimento, vários produtos foram usados para desempenhar
esse papel de unir pedras:
• a argila, que muitos de nós conhecemos pelo nome popular de “barro”, cujo uso
na construção de casas é mostrado a seguir;
© Rubens Chaves/Pulsar Imagens
• o junco, uma espécie de planta cujo caule pode ser trançado e que atualmente é
mais utilizado na fabricação de móveis do que na composição de argamassas;
© Fabio Colombini
22 Pedreiro 1
• e até mesmo uma mistura de conchas, areia e óleo
de baleia.
© Lara S.A.Iwanicki/Kino
Um exemplo do uso dessa mistura é a Igreja Matriz Se você não se lembra desta parte da
nossa história – quando os
de Nossa Senhora das Graças, que fca na cidade de portugueses chegaram aqui –, reveja,
no Caderno do Trabalhador 1 –
São Francisco do Sul, no Estado de Santa Catarina. Conteúdos Gerais (disponível em:
<http://www.viarapida.sp.gov.br>,
Essa igreja foi construída no ano de 1699, cerca de acesso em: 14 maio 2012), o tema que
trata de alguns aspectos da história
200 anos depois de os portugueses chegarem ao Brasil. do Brasil: Repassando a história.
© Werner Rudhart/Kino
Pedreiro 1 23
Atividade 4
co n h eç a u m po u co mais d o b r a si l
1. Veja e marque no mapa a seguir onde fca Santa Catarina, Estado que abriga a
igreja citada no exemplo anterior. Localize também o Estado de São Paulo, onde
você mora.
© Portal de Mapas
2. Agora complete o mapa com o nome de todos os Estados que você souber (não
importa quantos). Depois, troque seu Caderno com o de um colega, até que a
classe preencha o nome de todos os Estados.
3. Pense em sua família: pais, avós, irmãos... Eles vieram de outros Estados ou
sempre viveram em São Paulo?
Faça uma pequena pesquisa com seus familiares:
24 Pedreiro 1
4. Registre a seguir, com suas palavras, o que você descobriu
sobre a história de sua família. Se quiser, compartilhe sua
história lendo para os colegas o texto que você escreveu.
Pedreiro 1 25
Como evoluíram os materiais
Conforme correram os séculos, novos materiais foram
descobertos e passaram a ser utilizados na construção civil.
Com isso, as pedras deixaram de ser o elemento principal
na estrutura das casas e de outros tipos de obra. Elas
1 século: 100 anos. continuam a ser bastante usadas para fazer muros de
Calcário: Rochas formadas a arrimo, fundações, revestimentos e também para a fa-
partir de uma substância cha-
mada carbonato de cálcio, bricação de novos produtos, como o cimento e o concre-
encontrada em conchas, fós- to, que permanecem em uso.
seis de carapaças de animais,
esqueletos etc., que se de-
compõe na terra.
Vamos ver a evolução de alguns desses produtos.
Fonte: <http://www.rc.unesp.
br/museudpm/rochas/sedi O cimento substituiu as bases que serviam para a pro-
mentares/calcarios.html>. dução das argamassas citadas (argila ou barro, junco,
Acesso em: 14 maio 2012.
As maiores reservas de cal-
mistura de conchas, areia e óleo de baleia) e passou a ser
cário do Brasil estão nos um elemento fundamental nas construções – por exem-
Estados de Minas Gerais,
plo, para erguer paredes ou, como se fala nos canteiros
Mato Grosso do Sul e Para-
ná, que concentram cerca de de obra, “subir com a alvenaria”. Atualmente, é com ele
50% das reservas. que se unem os tijolos ou blocos das construções.
Fonte: <http://www.mme.
gov.br/sgm/galerias/arqui
vos/plano_duo_decenal/a_
O cimento foi inventado em 1824 por um inglês chama-
mineracao_brasileira/P27_ do Joseph Aspdin. Nessa época, o produto era compos-
RT38_Perfil_do_Calcxrio. to de uma mistura de calcário e argila e formava um pó
pdf>. Acesso em: 11 jun. 2012.
que, misturado com água, se tornava muito duro e re-
sistente após a secagem. Hoje em dia, o processo de fa-
bricação do cimento é diferente, sendo produzido em
grandes indústrias.
As argamassas passaram a ser fabricadas misturando ci-
mento, água e areia e ganharam novas funções nas obras.
São usadas hoje, principalmente, para: revestir paredes,
Você sabia? deixando-as lisas e niveladas para que possam ser pintadas;
O cimento foi patenteado
assentar azulejos, pastilhas e alguns tipos de piso; tapar
e é conhecido até hoje buracos; fazer acabamentos etc.
pelo nome de “cimento
Portland” porque, segun- O concreto foi descoberto poucos anos depois do cimen-
do Joseph Aspdin, o pro-
duto que ele descobriu to, em 1848.
era tão sólido e durável
como as rochas existen- Sua composição é parecida com a da argamassa: uma
tes em uma ilha britânica mistura de pedras britadas ou brita, areia, cimento e água.
chamada Portland.
Entretanto, suas funções são diferentes.
26 Pedreiro 1
Como a resistência do concreto é bem maior do que a da argamassa e a do cimento
misturado apenas com água, ele é mais usado para fazer as estruturas de sustentação
das obras: fundações, pilares, lajes e vigas.
Pedreiro 1 27
Outros componentes que passaram a fazer parte das construções são as estruturas
metálicas, o vidro, as cerâmicas e a madeira, entre outros.
Vamos ver, primeiramente, como evoluiu o uso das estruturas metálicas.
Ainda antes da descoberta do concreto, em 1779, foi realizada a primeira obra
importante utilizando ferro: a construção de uma ponte na Inglaterra. Porém, foi
no fnal do século XIX (19) que seu uso se tornou comum em residências, substi-
tuindo as estruturas de madeira.
O ferro permitia um melhor aproveitamento dos espaços e possibilitava a construção
de edifcações mais altas (de vários andares). O processo de montagem das estrutu-
ras de ferro era também mais fácil. Além disso, elas superavam as de madeira por
serem mais resistentes à ação do tempo e ao calor, prevenindo a ocorrência de in-
cêndios de grandes proporções.
Aliás, seu primeiro uso em larga escala nos Estados Unidos da América (EUA) acon-
teceu em Chicago, quando a cidade passou por um incêndio gigantesco e precisou
ser reconstruída em caráter emergencial. Esse incêndio aconteceu em 1871 e já no
fnal dos anos 1890 o uso das estruturas metálicas estava presente em vários lugares
naquele país.
Também nessa época, no fnal do século XIX (19), a mesma evolução no uso de
estruturas metálicas ocorria na Europa. Estações de trem, pontes, viadutos, merca-
dos, entre outras obras, mudaram a paisagem das grandes cidades nessa época.
Veja alguns exemplos:
© María José Furió/Keystone
28 Pedreiro 1
© Marco Antonio Sá/Kino
© G. Evangelista/Opção Brasil Imagens
Fachada do Theatro José de Alencar. Fortaleza (CE).
© Luis Pacheco/Sambaphoto
Viaduto Santa Ifigênia. São Paulo (SP). Ponte com estrutura metálica na cidade do Porto, Portugal.
O vidro já tinha lugar nos objetos de casa desde a Antiguidade, passando da pro-
dução artesanal à industrial ao longo dos séculos. Na construção civil, entretanto,
passou a ser usado, em larga escala, no começo do século X X (20).
Casa com fachada de vidro. São Paulo (SP). Estufa para palmas datada de 1830. Jardim Botânico de
Belfast, Irlanda do Norte.
O mesmo pode ser dito sobre a cerâmica. Embora peças de cerâmica tenham sido
produzidas desde tempos muito remotos – e a descoberta dessas peças, inclusive, nos
ajude a conhecer culturas já extintas –, somente em meados do século XX (20), depois
da 2 a Guerra Mundial (1939-1945), a produção de cerâmica para revestimento teve
um crescimento expressivo. Com isso, esse produto tornou-se mais barato e acessível,
passando a fazer parte dos materiais comuns utilizados nas construções.
Pedreiro 1 29
© Rubens Chaves/Pulsar Imagens
© Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Detalhe de casarão na Rua do Egito. Centro histórico de São Casarão decorado com azulejo português na Rua Estrela.
Luís (MA). Centro histórico de São Luís (MA).
30 Pedreiro 1
E a ocupação de pedreiro, será que
também tem sua história?
Bem, a história da construção civil não é somente a his-
tória dos materiais e tecnologias usados para construir,
não é mesmo?
Como será que, no mundo do trabalho, surgiram os
pedreiros?
Quando você estudou a história do trabalho (Caderno
do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais), viu que já na
Idade Média, no século XII (12), os homens se organi-
zavam para trabalhar em ofcinas artesanais de acordo
com suas ocupações. Nessas ofcinas, os mestres – que
detinham os principais conhecimentos da ocupação –
ensinavam aos aprendizes, que depois de alguns anos de
Essa forma de organização da
aprendizagem tornavam-se artífces ou ajudantes dos produção de bens era chamada
sistema de guildas (que tem como
mestres e podiam trabalhar em outras ofcinas ou mon- origem a palavra francesa guilde =
corporação de artesãos).
tar ofcinas próprias. Para saber mais sobre a história do
trabalho, pesquise no Caderno do
Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais,
Entre as ofcinas artesanais mais importantes estavam as “História do trabalho” (disponível em:
<http://www.viarapida.sp.gov.br>,
dos construtores ou pedreiros. Ou seja, na Idade Média, acesso em: 14 maio 2012).
Pedreiro 1 31
© He ritage Images/Diomedia
Com o surgimento das máquinas e seu uso em grande escala – período conhecido
como Revolução Industrial, iniciado na Inglaterra em meados do século XVIII (18) –,
as ofcinas artesanais perderam espaço e as relações de trabalho assalariado passaram
a ser predominantes.
No caso dos pedreiros, o trabalho autônomo – isto é, o trabalho realizado de forma
independente, sem estar vinculado a um empregador – não chegou a desaparecer
totalmente e manteve-se como uma possibilidade no mercado de trabalho. Entre-
tanto, a maior parte dos profssionais dessa área tornou-se assalariada, como é o caso
dos operários da construção civil.
Esses são os dois principais caminhos para aqueles que exercem ou vão exercer essa
ocupação nos dias de hoje. Esse tema será tratado mais adiante, na Unidade 12.
32 Pedreiro 1
u nidade 2
Os conhecimentos da
ocupação profissional e
os meus conhecimentos
Com tantas obras espalhadas pelas cidades e tantas construções
que precisam ser consertadas, alteradas ou reformadas, princi-
palmente perto de onde moramos, é bem provável que você já
tenha ideia do que faz um pedreiro.
É possível até que você já tenha trabalhado nessa área:
• contratado para auxiliar em uma construção, seja de uma
grande obra, seja de uma pequena casa;
• fazendo uma pequena reforma em sua casa;
• ajudando um amigo ou parente a rebocar e pintar paredes,
abrir mais uma janela, construir um muro, acertar o piso de
uma cozinha etc.
Atividade 1
re Fli ta a par ti r d e sua e xpe ri ê n ci a
Pedreiro 1 33
2. Agora, com base em sua experiência, escreva uma frase que comece da seguinte
forma:
Ser pedreiro é...
3. Troque a frase que você escreveu com as de dois colegas que estejam próximos de
você e compare. Elas são diferentes da que você fez? Em que aspectos?
Apenas três frases devem ter sido sufcientes para perceber que há várias possibili-
dades de descrever um mesmo trabalho, não é?
Uma pessoa pode, por exemplo, dizer que “ser pedreiro é construir casas e prédios”;
e outra, que “ser pedreiro é ajudar a fazer grandes obras como viadutos, pontes,
metrôs, que tornam as cidades lugares melhores para se viver”. E ambas as descrições
podem ser consideradas corretas, ainda que nenhuma delas fale sobre tudo o que
um pedreiro faz.
Veja agora como o poeta Vinicius de Moraes descreveu, em 1956, essa ocupação:
O operário em construção
Vinicius de Moraes
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
34 Pedreiro 1
Mas tudo desconhecia
Pedreiro 1 35
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Esse poema é bem maior. Se você Tudo, tudo o que existia
gostou, leia-o inteiro na internet.
Se encontrar palavras que você Era ele quem o fazia
desconhece, procure seu significado
no dicionário. Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
[...]
Atividade 2
i nte rpretan d o o p o e m a
36 Pedreiro 1
2. Discuta sua interpretação com a classe. Todos tiveram
a mesma interpretação? Redija a seguir as conclusões
a que vocês chegaram.
Pedreiro 1 37
que vamos encontrar a defnição do que faz e do que deve
saber fazer um trabalhador que pretende ser pedreiro nos
dias de hoje.
O que fazem esses profssionais é indicado de forma re-
sumida na CBO com o título de “descrição sumária”.
Vejamos:
• organizam o trabalho;
• preparam o local de trabalho na obra;
• constroem fundações e estruturas de alvenaria;
• aplicam revestimentos e contrapisos.
Cada um desses itens é bastante detalhado, indicando o
que um pedreiro deve saber fazer em relação a esses qua-
tro aspectos, conforme veremos a seguir.
Atividade 3
o s c o n h eci m e ntos pr e v is tos na cbo e
os s eu s co n h eci m e n to s
38 Pedreiro 1
Organizar o O que sei fazer
O que sei fazer O que não sei fazer
trabalho mais ou menos
Interpretar ordens
de serviço
Especificar materiais
a serem utilizados
na obra
Calcular os materiais
a serem utilizados
na obra
F a z e r orçamento de
serviços
Providenciar a
liberação do local
de trabalho
Selecionar
ferramentas e
equipamentos
Selecionar
equipamentos de
segurança
Providenciar local
para depósito de
materiais e
ferramentas
Disponibilizar
materiais para a
obra
Pedreiro 1 39
O que sei
Construir O que sei O que não
fazer mais
fundações fazer sei fazer
ou menos
Construir o
gabarito para a
locação da
obra
M a r c a r a obra
a ser realizada
Providenciar as
f ô r m a s para as
fundações
Preparar o
concreto
Aplicar ou
lançar o
concreto nas
fundações
Confeccionar o
arranque do
pilar e a cinta
de fundação
40 Pedreiro 1
Construir O que sei
O que sei O que não
estruturas de fazer mais
fazer sei fazer
alvenaria ou menos
Esquadrejar as
alvenarias
Preparar a
argamassa
para o
assentamento
Aprumar as
alvenarias
Alinhar as
alvenarias
Assentar
tij olo s, blocos
e elementos
vazados
Concretar
pilares e
pilaretes
Verga: Peça colocada hori-
Assentar zontalmente sobre as ombrei-
vergas nos ras de portas e janelas. Tam-
vãos bém pode ser pedaço de
madeira fino e flexível.
C hum ba r tacos Tarugo: Espécie de pino de
e tarugos para madeira ou metal que se
f i xaçã o de crava para fixar duas vigas.
aduelas
Aduela: Peça de madeira
que guarnece os umbrais de
Aplicar
portas e janelas.
concreto nas
cintas de © iDicionário Aulete.
amarração <www.aulete.com.br>
sobre as
alvenarias
M o n t a r lajes
pré-moldadas
Concretar
lajes
Apertar
alvenarias
Pedreiro 1 41
Aplicar
O que sei fazer
revestimentos e O que sei fazer O que não sei fazer
mais ou menos
contrapisos
Aplicar chapisco em
tetos e paredes
Preparar argamassa
para revestimento
M a r c a r pontos de
nível e pontos de
massa
Assentar
acabamentos
(soleiras, peitoris
e t c . ) em portas e
janelas
Preparar argamassa
(farofa) para
contrapiso
Assentar os
pré-moldados
Se você desconhece a maior parte dessas atividades ou acha que não sabe fazê-las
direito, não se sinta mal.
Um dos principais objetivos deste curso de qualifcação é justamente levar você a desen-
volver esses conhecimentos, que estão diretamente relacionados à ocupação de pedreiro.
42 Pedreiro 1
Escolarização e
Conhecimentos
formação/ Conhecimentos Conhecimentos
que preciso
experiência que já tenho que não tenho
aprimorar
profissional
Ensino
Fundamental
completo
Experiência de
trabalho em canteiro
de obras
C u r s o de
qualificação de nível
básico
Aspectos
relacionados às
O que sei
atitudes no O que sei O que não
fazer mais
âmbito pessoal fazer sei fazer
ou menos
e no ambiente
de trabalho
Coordenar
trabalhos com
outros membros
da equipe
Trabalhar em
á r e a s de risco
(regiõe s que
estão mais
suj eitas a Você sabia?
acidentes
Equivalente ao antigo cur-
decorrentes de
so primário e ginasial, o
condições
Ensino Fundamental cor-
naturais, por
respondia a 8 anos de es-
exemplo:
tudo (1ª à 8ª série) até
encostas de
meados da década de
m o r r o s , áreas
2000. A partir de 2006
com solo
(Lei nº 11 274/2006), o En-
areno so etc.)
sino Fundamental passou
a ter nove anos de estudo.
Trabalhar em
grandes alturas
Pedreiro 1 43
Aspectos
relacionados às
atitudes no âmbito O que sei fazer
O que sei fazer O que não sei fazer
pessoal e no mais ou menos
ambiente de
trabalho
Obedecer a normas
de segurança, um
conj unt o de regras
que tem como
obj eti vo a
implementação de
medidas de controle
e prevenção de
riscos nos
ambientes de
trabalho. No caso da
construção civil,
trata -se da NR-18:
Condições e Meio
Ambiente de
Trabalho na
Indústria da
Construção. Esse
t e m a será tratado
com detalhe na
U ni d a d e 5
z e l a r pela qualidade
do trabalho
Manter-se atualizado
q u a n t o às normas
técnicas e de
segurança
Preocupar-se com a
produtividade
Comunicar-se com
os clientes,
superiores e colegas
de trabalho
C ui d a r do material
de trabalho
Cumprir
especificações dos
fabricantes
44 Pedreiro 1
Antes de continuar, lembre-se: parte desses aprendizados você pode ter adquiri-
do em trabalhos que já realizou ou em vivências não diretamente ligadas à cons-
trução civil.
Afnal, existem conhecimentos...
... de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos
esportes, às habilidades manuais etc.
... que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança,
na reunião da associação de bairro etc.
... que aprendemos de forma diferente – olhando os outros fazerem (ou seja, pelo
exemplo), lendo, exercitando...
E sempre é tempo de aprender...
Por isso, acreditamos que, lembrando histórias da sua vida, você poderá perceber
que já tem conhecimentos, experiências e percepções que podem ser úteis no dia a
dia de um pedreiro.
Talvez você nem se lembre desses conhecimentos ou não os valorize, isto é, não
consiga perceber sua utilidade agora.
Veja este exemplo: um dos conhecimentos pessoais listados na CBO para a ocupa-
ção de pedreiro é a capacidade de “trabalhar em grandes alturas”. Vamos imaginar
a seguinte situação:
“Josemar nunca trabalhou em construção. Mas, quando era criança, sua mãe tra-
balhava como empregada doméstica em um apartamento que fcava no 15o andar
de um prédio. Muitas vezes, Josemar acompanhava a mãe no trabalho e a ajudava
a limpar as janelas, porque ela tinha muito medo de altura. Depois, sua primeira
experiência de trabalho, ainda jovem, foi em uma empresa terceirizada de limpeza.
Nesse emprego, ele também tinha de limpar janelas: algumas vezes em lugares
baixos, outras vezes em locais altos. Muitos anos se passaram e os trabalhos que
Josemar fez depois não mais envolveram lugares altos”.
Agora pense: Não é provável que essa experiência tenha tornado Josemar uma
pessoa capaz de trabalhar em grandes alturas?
Pedreiro 1 45
Atividade 4
r eto m e sua s e xp e ri ê n cia s
Tipos de Conhecimentos
Exemplos
conhecimento que tenho
Conhecimentos
relacionados às Fuiajudantede
minhas balcão numa
experiências de padaria.
trabalho
46 Pedreiro 1
Meu nome é Orlando Ferreira Filho.
Eu estudei Engenharia na Universidade Estadual Paulista, em Bau-
ru, e desde 1988 trabalho na área de construção civil.
Mas posso falar, com segurança, que o que mais importa nessa hora é
ser alguém que tenha vontade de se desenvolver na profissão, seja fa-
zendo cursos ou por meio de sua experiência de trabalho.
Pedreiro 1 47
Atividade 5
b usq u e m ais i n Fo rm açõ es so b r e a o cu p aç ão
48 Pedreiro 1
Incluam outras perguntas que vocês gostariam de
fazer para esse profssional. Procurem investigar tam-
bém as oportunidades de trabalho que existem para
quem exerce essa ocupação.
Pedreiro 1 49
50 Pedreiro 1
u nidade 3
Ferramentas e materiais
básicos de trabalho
Nesta Unidade, vamos conhecer as ferramentas e os materiais
que são mais cotidianos e básicos para o exercício da ocupação
de pedreiro.
A seleção apresentada, porém, não esgota o universo de ferra-
mentas e de materiais com os quais você terá contato e ganha-
rá familiaridade conforme cresça sua experiência em obras.
Trataremos apenas do que é de uso mais comum.
Algumas ferramentas básicas são utilizadas há muito tempo nas construções, embora tenham se moder-
nizado bastante ao longo dos séculos. Observe um martelo, marretas e cinzéis que os egípcios usavam
na construção das pirâmides e dos palácios.
As “cabeças” dos
martelos eram de
© Anderson Cattai/Revista Planeta/Trê s Editorial
30 cm de
comprimento.
Cinzéis – de cobre ou de
liga de cobre e de diversos
estilos e modelos,
alargavam as
Marretas – feitas de madeira dura, ranhuras nas rochas.
foram utilizadas com cinzéis.
Pedreiro 1 51
Prumo
Existem dois tipos de prumo e ambos são essenciais no trabalho dos pedreiros.
O prumo de face é formado por dois sólidos unidos por um fo/cordão, que passa
exatamente no centro deles. É usado nas construções no momento de erguer paredes,
para verifcar se elas não estão abauladas, ou seja, se estão retas na vertical.
Fotos: © Paulo Savala
Nível
Como o prumo de face, o nível também é uma ferramenta para verifcar se uma
superfície está reta ou nivelada, podendo ser usado na posição horizontal ou vertical.
Quando uma parede está sendo construída, por exemplo, ele serve para ver se os
tijolos estão todos na mesma linha.
Existe mais de um tipo de nível:
52 Pedreiro 1
• nível de bolha parece uma régua e pode ser de madeira ou metal. Nele, há uma
abertura onde fca um vidro com líquido e pela qual se vê uma bolha de ar. Se
essa bolha estiver bem centralizada, a superfície estará reta ou nivelada;
© Paulo Savala
• Há ainda o nível a laser (fala-se “lêiser”) uma ferramenta mais sofsticada, usada
em geral por empresas de construção civil, sobretudo quando há necessidade de
maior precisão.
Trena
A trena é uma fta métrica retrátil, usada para fazer medidas em centímetros (cm),
metros (m), polegadas ou pés.
Em geral, as trenas são metálicas, mas existem também as que são feitas de plástico.
Elas podem ter diferentes comprimentos: 1 m, 2 m, 5 m, 10 m ou até mesmo 50 m.
Uma trena de 5 m é adequada para as atividades de um pedreiro que trabalha em
obras pequenas, a exemplo de casas e prédios residenciais.
Pedreiro 1 53
Entendendo o que é Fotos: © Paulo Savala
ângulo
Ângulo é a figura forma-
da entre o encontro de Outra ferramenta utilizada para fazer medidas é o cha-
duas retas (ou segmen- mado “metro”, fabricado de madeira. Embora cumpra a
tos/pedaços de reta). Os
ângulos são medidos em
mesma função da trena, o metro é menos prático. Mes-
graus (X°). Por exemplo, mo dobrável, ocupa mais espaço e é mais fácil de quebrar
um ângulo de 60° entre do que a trena.
duas retas significa que
elas se encontram da se-
guinte forma: Esquadro
É uma ferramenta simples, feita de dois pedaços de me-
tal (ou, mais antigamente, de madeira) que formam
entre si um ângulo reto, ou seja, de 90° (graus).
60°
Sua utilidade é verifcar se uma parede está formando um
Em uma construção, as ângulo reto em relação ao piso e à parede vizinha. Quando
paredes e o piso têm de se
encontrar em ângulo
isso acontece, fala-se que a construção está “no esquadro”.
exato de 90°, também
chamado ângulo reto.
90°
54 Pedreiro 1
Colher de pedreiro
Usada para assentar tijolos, para misturar pequenas quantidades de massa, para
fazer pisos e revestimentos, a colher de pedreiro é utilizada o tempo todo em
uma obra.
Ela é de metal e a mais comum é a de ponta redonda e triangular.
Desempenadeiras
Podem ser de diferentes tipos, sendo usadas para retirar excesso de massa em pare-
des ou pisos, regularizar superfícies e prepará-las para os acabamentos. A mais
utilizada e comum é a desempenadeira lisa, que serve para regularizar lajes de
concreto. Para fazer acertos de cantos, utiliza-se a desempenadeira lisa de canto.
Pedreiro 1 55
As dentadas são empregadas na fxação de azulejos e pisos.
© Paulo Savala
Régua
Utilizada para espalhar e regularizar concreto ou argamassa.
As réguas mais usadas em obras são de alumínio.
© Ma rcelo Scanda roli/Editora Pini
56 Pedreiro 1
Carrinho de mão e balde
Usados tanto para transportar materiais secos, como
cimento, pedras, areia etc., quanto umedecidos, como
concreto, argamassa e água.
© Chris Leachman/123RF
© Jirkaejc/123RF
Você sabia?
Os carrinhos de mão
mais fundos também são
chamados de “giricas”.
Eles comportam maior
carga de material e po-
dem ter uma ou duas ro-
das, o que deixa o carre-
gamento mais fácil para
Pá o trabalhador.
© Paulo Savala
Útil para carregar pequenas quantidades de material em
curtas distâncias, como no caso da preparação de con-
creto e argamassa. © Judith Collins/Alamy/Othe r Ima ges
Brocha
De diferentes tamanhos, é utilizada para caiar, aplicar
papéis de parede ou fazer pinturas que não exijam gran-
de precisão.
© CMC
Pedreiro 1 57
Martelo, marreta, picadeira e macete de borracha
Essas ferramentas têm formatos semelhantes e as mesmas características físicas: um
cabo, em geral de madeira, e uma ponta de ferro ou borracha.
Todas são usadas para bater ou fazer pressão sobre outro objeto ou ferramenta (ta-
lhadeira ou ponteiro, por exemplo) empurrando-os contra algo mais duro, como
um pedaço de concreto. Também podem servir para fazer pressão direta sobre al-
guma coisa que se queira quebrar, como uma pedra ou uma parede.
A diferença entre elas está no tamanho e no tipo de ponta; sua escolha vai depender
do tamanho do objeto e da pressão ou força que você terá de fazer para empurrá-lo
ou quebrá-lo.
Existem muitas ferramentas desse tipo, mas as mais usadas nas obras são:
• martelo, que serve, por exemplo, para pregar pregos na parede e para retirá-los;
© Paulo Savala
• marreta, que é um martelo grande e pesado, usado, por exemplo, para derrubar
uma parede;
© Patrick Jongerius/123RF
• picadeira, que é um martelo pequeno, com ponta dos dois lados, usado pelo
pedreiro, por exemplo, para fazer pequenas saliências em superfícies de concreto,
deixando-as menos planas;
© Stocksnapper/123RF
58 Pedreiro 1
• martelo ou macete de borracha, usado quando há necessidade de fazer pressão
de uma forma mais delicada, como no assentamento de cerâmicas, ladrilhos hi-
dráulicos ou lambris.
© Paul Jantz/123RF
Ponteiro
Pode ter diferentes espessuras e tamanhos e serve para produzir furos em paredes,
colunas ou quaisquer outras superfícies duras.
A pressão sobre eles é feita com martelo ou marreta.
© Paulo Savala
Talhadeira
É empregada para abrir fendas – como os povos mais antigos faziam com as cunhas
de madeira, de que falamos na Unidade 1.
Também é usada para retirar o excesso de material endurecido quando se aplica
argamassa em uma parede, por exemplo.
© Aleksandr Ugorenkov/123RF
Pedreiro 1 59
Cavadeira e trado
A cavadeira e o trado têm a função de escavar e abrir buracos no solo.
A escolha por uma ou outra ferramenta vai depender do tipo de buraco (largura e
tamanho) que se queira fazer.
O trado faz buracos mais uniformes e é usado, sobretudo, em fundações, pois pode
alcançar maiores profundidades.
© Paulo Savala
Enxada
Tem várias utilidades em um canteiro de obra: desde a limpeza do terreno, reti-
rando plantas, pedras e entulhos, até a mistura de argamassa e concreto em peque-
nas quantidades.
© Jacek/Kino
60 Pedreiro 1
Torquês
Serve para cortar arames e ajudar na amarração de fer-
ragens.
© Paulo Savala
Furadeira
Sua utilização é bastante comum, já que possibilita fazer
furos de diferentes diâmetros e profundidades, confor-
me o tipo de broca escolhido. D
© Luchschen/123RF
Pedreiro 1 61
Máquina de cortar material cerâmico
Serve para cortar, riscar ou esquadrejar cerâmicas.
Costuma ser mais usada por azulejistas e aplicadores de pisos cerâmicos do que por
pedreiros.
© Paulo Savala
© Andrzej Tokarski/123RF
62 Pedreiro 1
Tesoura de cortar ferro
Também usada para trabalhar com barras de ferro de diferentes espessuras, a tesou-
ra é utilizada para cortá-las, deixando-as com o tamanho desejado.
© Paulo Savala
Linha de náilon
Serve para marcar áreas, fazer locação da obra, bem como para controlar o alinha-
mento de tijolos e blocos, quando uma parede está sendo erguida.
© Paulo Savala
Peneira
Usada para deixar homogêneos areia, terra, cimento e outros materiais. A peneira
retém grãos maiores de material e permite que sejam separados conforme o seu
tamanho.
© Fernando Favo retto/Criar Ima gem
Pedreiro 1 63
Escantilhão ou gabarito de altura
Esse tipo de régua de madeira ou alumínio graduada em centímetros é usado para
demarcar e alinhar paredes, auxiliando a mantê-las “no esquadro” (ou seja, em
ângulo reto).
Para uma obra pequena, são necessários pelo menos dois escantilhões ou gabaritos
de altura.
Eles podem ser feitos na própria obra, com pedaços de madeira. O importante é
que tenham o comprimento do pé-direito (distância que vai do piso ao forro), com
as medidas marcadas em centímetros.
© Paulo Savala
Soquete de madeira
Usado para compactar argamassa sobre o solo no momento em que se faz o contrapiso.
© Marcelo Scan daroli/Editoria Pini
64 Pedreiro 1
Caixão (caixote) para argamassa
É comum nas obras existirem caixas específcas, de diferentes tipos e tamanhos,
para preparo de argamassas.
Para uso em obras residenciais, esse recipiente pode ter pequenas dimensões, o que
facilita também o seu transporte.
© Japi S/A
© Paulo Savala
Aplicador de rejuntes
Há diferentes tipos de ferramentas que auxiliam na aplicação de rejunte e sua esco-
lha deve estar de acordo com o material a ser utilizado.
© Paulo Savala
Pedreiro 1 65
Verruma
A verruma serve para apertar ou soltar (desrosquear) parafusos manualmente –
a mesma função que têm as chaves de fenda.
A mais utilizada tem a aparência de um gancho de metal, no qual o trabalhador se-
gura para utilizar a ferramenta. Do outro lado, na ponta, a haste de metal é sulcada
e afunilada, como a broca de uma furadeira.
Existem verrumas de variados tamanhos e com diferentes tipos de ponta, adequadas
aos diversos tipos de parafusos.
© Iconotec/Alamy/Diomedia
Arco de pua
Utilizado para fazer furos em madeira e apertar parafusos manualmente, o arco de
pua tem uma de suas pontas adaptada para comportar diferentes tipos de broca.
Ele pode substituir as furadeiras elétricas a um custo bem menor.
© Lynden Pioneer Museu m/Ala my/Other Images
Vibrador
Trata-se de um equipamento usado para “vibrar” o concreto, depois que ele é colo-
cado em uma dada superfície, tornando-o compactado e homogêneo.
66 Pedreiro 1
Em geral, é utilizado em obras que fazem uso de concre-
to em grande quantidade, cobrindo ou preenchendo
superfícies extensas e/ou profundas.
Os pedreiros que trabalham como autônomos, em refor-
mas e pequenas edifcações, não precisam tê-lo em mãos,
mas ele faz parte das ferramentas disponíveis para uso
em grandes obras e construtoras.
Os vibradores são instrumentos simples que possuem um
motor ao qual são acoplados os mangotes, uma espécie de
mangueira que é inserida no concreto a ser trabalhado.
Existem vibradores de diferentes tipos e tamanhos, in-
clusive portáteis – como o mostrado a seguir.
© Paulo Savala
Pedreiro 1 67
Atividade 1
co n h eç a a s Fe rr am e nta s citada s
1. Agora que você já viu as ferramentas de uso comum dos pedreiros “no papel”,
vamos ao laboratório da escola para conhecer cada uma delas “ao vivo”. Leve este
Caderno com você.
2. No laboratório, procure as ferramentas citadas, manipule cada uma e imagine
como usá-las em uma obra.
3. Se tiver dúvidas sobre suas funções ou sobre como usá-las, releia seu Caderno ou
peça ajuda aos colegas e ao monitor.
Atividade 2
pr ati q u e o uso d e pru m os, esq u a d r o s e n ív e i s
1. A classe vai se dividir em quatro grupos para experimentar o uso dessas três
ferramentas.
2. Cada grupo vai escolher um lado da classe ou uma parede.
a) Com o prumo de face, o grupo vai verifcar se a parede escolhida está na posição
exata em relação ao piso, ou seja, se ela “está no prumo”, e não abaulada.
b) Cada grupo também medirá o ângulo da parede escolhida em relação ao piso
com um esquadro.
c) Anote as conclusões da classe sobre a verticalidade e os ângulos das paredes.
68 Pedreiro 1
3. Agora, vamos praticar o uso dos níveis de bolha e de
mangueira, que servem para verifcar se as superfícies
estão niveladas.
a) Com o nível de bolha, escolham uma área da sala de
aula e verifquem o nivelamento do piso. Cada grupo
fará a verifcação em um lugar diferente.
b) Com o nível de mangueira, vocês vão checar o nivela- Você sabia?
mento da mesa do monitor, dos peitoris das janelas (se Observando os materiais
existentes, os estudiosos
houver), dos armários e/ou do batente superior da porta. da Física e da Química
(na Idade Média, chama-
dos de alquimistas) per-
Materiais usados na fabricação do ceberam que as matérias
podem se apresentar em
concreto/argamassa três estados:
aglomerantes +
concreto
agregados + água +
argamassas
aditivos
Aglomerantes
Os aglomerantes são, em geral, vendidos na forma de pó.
Quando misturados com outros materiais, ganham a Gesso e cal já foram bastante
utilizados como aglomerantes.
consistência de uma pasta, que endurece e se torna sóli- Atualmente, eles são pouco usados
para esse fim. Foram substituídos
da com a ação do tempo. pelo cimento, que é mais resistente
do que esses outros produtos.
O gesso ainda é bastante usado para
Na construção civil, o aglomerante mais utilizado é o revestimentos; e a cal, no preparo
das argamassas ou para caiação de
cimento Portland. muros e paredes.
Pedreiro 1 69
Fabricado, atualmente, com uma mistura de calcário,
argila e outros materiais chamados de “adições”, o ci-
mento Portland é usado em praticamente todas as etapas
de uma obra.
A mistura desse pó com água provoca liberação de calor.
Nesse processo, a mistura ganha a consistência de uma
pasta que, passado um tempo, endurece e adquire gran-
de resistência.
Existem vários tipos de cimento Portland, sendo quatro
deles os mais usados em obras. Veja a seguir quais são.
70 Pedreiro 1
Não receber cimento empedrado.
Agregados
São materiais usados para misturar com aglomerantes e
água e, dessa forma, produzir outros materiais, como
concreto e argamassas.
Sua apresentação é, em geral, na forma de grãos que não
têm formato ou volume defnido e que são misturados
ao cimento (ou a outros aglomerantes como o gesso e a
cal) e à água.
Os agregados se dividem, entre outras características, de
acordo com:
a) a origem, podendo ser:
• naturais: areia, pedregulhos, cascalhos etc.; ou
• artifciais: pedra britada, areia artifcial, argila expan-
dida etc.
b) o tamanho dos grãos, podendo ser:
• miúdos: grãos pequenos, capazes de passar em uma pe-
neira com malha equivalente a 4,8 milímetros (mm) –
peneira número 4; ou Para fabricação de argamassas são
utilizados agregados miúdos.
Pedreiro 1 71
• graúdos: grãos maiores, que fcam retidos em uma peneira com malha equivalen-
te a 4,8 mm (peneira número 4).
Como acontece com a escolha do tipo de cimento, o uso de um ou outro agregado
depende do tipo de concreto ou argamassa que se queira fabricar e de qual será seu uso.
Essa indicação é, em geral, dada por engenheiros ou mestres de obras. Porém, com a
prática, um pedreiro saberá escolher os componentes mais adequados em cada caso.
Água
Conforme já explicado, o cimento em contato com a água provoca liberação de calor.
Nesse processo, forma-se uma espécie de pasta que endurece e ganha resistência.
A quantidade de água a ser usada na fabricação de argamassa e concreto varia de
acordo com as características que se quer dar ao produto fnal. Quanto maior a
quantidade de água usada no preparo do concreto, por exemplo, fca mais fácil tra-
balhar com ele, mas, em contrapartida, sua resistência e durabilidade serão menores.
Para a produção de um concreto durável, deve-se utilizar água o mais limpa possí-
vel, sem sais, ácidos, óleos, materiais orgânicos, sem cheiro ou sabor.
Aditivos
Os aditivos são produtos químicos que, quando misturados aos demais produtos
(aglomerantes, agregados e água) na fabricação de concreto ou argamassa, modifcam
as suas propriedades ou características.
Assim, por exemplo, um aditivo pode fazer com que o concreto “endureça” (ganhe
resistência) de forma mais rápida ou mais lenta; deixar o concreto mais mole
(plastifcantes); tornar o concreto mais impermeável (impermeabilizantes) etc. Os
aditivos podem ter diferentes funções, e sua necessidade e uso vão depender do
tipo de aplicação que se dará ao material.
Por serem produtos químicos e modifcarem as características do concreto, os adi-
tivos devem ser usados com cuidado. Quando utilizados de forma indevida, podem
trazer sérias consequências para a obra.
Além disso, quando o concreto for preparado (dosado) na obra e houver indicação
de uso de um aditivo, é responsabilidade do mestre de obras verifcar se o aditivo
que está sendo empregado na mistura é o mesmo especifcado no projeto pelos
engenheiros e fazer anotações sobre lote, marca, tipo de produto, data de fabricação
e prazo de validade.
72 Pedreiro 1
O mestre de obras também deverá testar a compatibili-
dade do aditivo com o tipo de cimento a ser empregado
e lembrar aos pedreiros: para que os aditivos possam
reagir com o cimento, devem ser dissolvidos na água de
amassamento.
Atividade 3
e xp e ri ê n cia d e Fab ri c aç ã o d e co n creto
Pedreiro 1 73
O objetivo desta atividade é que você aprenda a preparar à mão um concreto com
qualidade. Vamos lá?
1. No laboratório, em grupo de cinco alunos, vocês vão usar as informações indi-
cadas anteriormente para fazer uma experiência de fabricação de concreto.
Cada grupo vai misturar cimento, dois agregados (um miúdo e um graúdo) e água
e anotar os dados da experiência, respondendo às seguintes questões:
a) Qual a proporção de cada material utilizada pelo grupo?
Material Quantidade
C i m e nt o Portland
Agregados
Água
74 Pedreiro 1
f ) Quais conclusões podem ser tiradas a partir dessa
experiência?
Pedreiro 1 75
4o passo: faça um pequeno monte com essa mistura.
5o passo: abra um buraco no meio do monte e coloque água aos poucos. Misture
com cuidado para a água não escorrer.
76 Pedreiro 1
u nidade 4
Como ler um projeto
Imagine a seguinte situação: você acaba de ser contratado
como ajudante para trabalhar na construção de uma casa.
Chegando lá, o responsável pela obra reúne todos os que
vão trabalhar e apresenta o seguinte projeto.
8,15
Área total: 172,38m²
Varanda
© Planomotor
2,00
2,00
1,50
4,00
3,00
4,00 4,00
,85
4,00
4,00
4,00
Sala
Banho Suíte
Pedreiro 1 77
Você entendeu que deverá trabalhar na parte dos fundos da casa, mas não sabe o
que aquele desenho quer dizer.
O que fazer?
Pedir ajuda nessa hora não é nenhuma vergonha. Como diz um velho ditado,
“ninguém nasce sabendo”. E você certamente encontrará a seu lado trabalhadores
que já passaram por isso e poderão orientar seu trabalho.
Mas, para você não chegar a uma obra sem ter ideia de como começar a entender um
projeto, nesta Unidade vamos falar de alguns conceitos básicos que poderão ajudá-lo.
Você já viu um mapa, não é? Neste Caderno mesmo, na Unidade 1, página 24,
mostramos um mapa do Brasil com a divisão dos Estados.
Um mapa é um desenho que os cartógrafos (que podem ter formação em engenha-
ria, geografa, entre outras) fazem para representar um lugar, uma cidade, um país
ou até o mundo todo.
E você reparou, no mapa do Brasil, que os Estados têm tamanhos diferentes?
Portal de Mapas
78 Pedreiro 1
No mapa do mundo acontece a mesma coisa. Os países são representados (aparecem
no desenho do mapa) com tamanhos diferentes. Consulte o atlas que há na classe
e veja, por exemplo, como a Rússia é maior do que a China; ou como o Brasil é
maior do que a Colômbia, o Peru, a Bolívia e todos os outros países da América
Latina, onde nosso País está localizado.
Isso ocorre porque um mapa é uma representação da realidade. Ou seja, assim como
na realidade os locais (cidades, Estados ou países) têm tamanhos (e formatos) dife-
rentes, no mapa eles também aparecem dessa forma.
Na planta de uma casa acontece a mesma coisa. Se você observar o desenho anterior,
verá que os quartos, banheiros, sala e cozinha têm tamanhos diferentes.
Há mais uma coisa que você deve observar: quando os locais (sejam Estados, países
ou partes de uma casa) são representados em um desenho, pode-se ver que os ta-
manhos são diferentes, mas também que existe uma proporção entre eles. Isto é, os
mapas e as plantas representam a realidade, mostrando como os tamanhos das
coisas são diferentes e proporcionais.
Atividade 1
par a e n t e n d e r a p r o p o r c i o n al i d a d e
1. Observe os dois desenhos a seguir. Com o auxílio de uma régua, meça os dois
lados de cada desenho e anote as medidas ao lado de cada um.
Retângulo 1
Retângulo 2
Pedreiro 1 79
O estudo das formas é chamado geometria. Existem muitas outras
formas geométricas bastante utilizadas nos desenhos e projetos.
Entre elas:
Linha: Figura que une dois pontos.
Quadrado: Figura com quatro lados iguais que formam ângulos retos.
Triângulo: Figura com três lados, que podem ser iguais ou diferentes.
Círculo: Forma limitada por uma linha curva. Qualquer linha reta que
comece no ponto central do círculo e siga até a linha curva tem a
mesma medida.
Cubo: Figura com três dimensões que é formada a partir do quadrado.
Esse assunto foi tratado no texto “Arte e cotidiano” na Unidade 3 do
Caderno do Trabalhador 7 – Conteúdos Gerais. Se você não lembra,
reveja o texto. Esse conhecimento é muito importante na ocupação de
pedreiro.
80 Pedreiro 1
Ou seja:
Se o “retângulo 1” mede 7 cm de comprimento por
1,50 cm de largura, o “retângulo 2” mede 14 cm de
comprimento por 3 cm de largura. Isso significa que a propor-
ção entre os dois retângulos
Essa proporção também é chamada de “escala”. E você é de 1 para 2.
sempre a encontrará indicada nos desenhos com os quais Essa proporção também po-
tiver contato. de ser escrita da seguinte
forma: 1:2 (é essa forma de
escrita que costuma aparecer
Assim, quando você olhar uma planta e observar um nas plantas).
número escrito na forma 1:100, signifca que a medida
real da casa é 100 vezes maior do que a medida repre-
sentada no desenho.
Por exemplo, uma parede desenhada com 3 cm de altura
tem, na realidade, 3 cm × 100 cm, ou seja: 300 cm ou
3 m. Você se lembra de ter estudado sistema de medidas?
Isto é, 300 cm equivalem a 3 m, porque 1 m correspon-
de a 100 cm. Ou: 300 cm ÷ 100 = 3 m.
Vamos retomar alguns aspectos sobre o sistema de me-
didas de superfície ou área.
Para saber um pouco mais sobre esse
tema, você pode consultar pela internet:
Caderno do Trabalhador 3 –
Relembrando Conteúdos Gerais, “Fazendo contas”
(Unidade 3). Disponível em:
<http://www.viarapida.sp.gov.br>.
As unidades de medida de superfície mais usadas no nos- Acesso em: 14 maio 2012.
EJA – Mundo do Trabalho, Caderno
so cotidiano são o centímetro, o metro e o quilômetro. do Estudante 6º ano, Matemática.
Disponível em: <http://www.
Essas medidas podem ser lineares – quando se mede com- ejamundodotrabalho.sp.gov.br>.
Acesso em: 14 maio 2012.
primento, largura ou altura – ou quadradas – quando se
mede a área.
Relembre a relação entre estas medidas:
Unidade Unidade
Múltiplo Fração Múltiplo Fração
principal principal
Quilômetro Metro Centímetro
Quilômetro Centímetro
M e t r o (m) quadrado quadrado quadrado
(km) (cm) 2 2 2
(km ) ( m ) (cm )
Pedreiro 1 81
Vamos agora voltar ao desenho da casa que apresentamos
no começo desta Unidade.
Observe que uma planta bem detalhada deve conter a
escala, as medidas dos cômodos e também:
• a indicação das paredes e sua espessura, que, em geral,
é de um tijolo ou meio tijolo;
Obtém-se a medida de área de
quadrados e retângulos • a posição das portas e a posição e a altura das janelas;
multiplicando-se o tamanho (em
metros lineares) de um lado pelo
tamanho do outro lado. • o sentido ou a direção de abertura das portas, janelas
Por exemplo: um cômodo quadrado
que mede 5 m por 5 m tem área igual e portões;
a 25 m² (5 m x 5 m); já um cômodo
retangular que mede 2 m de largura
por 3 m de comprimento terá área de • a largura, a altura e o número de degraus das escadas;
6 m² (2 m x 3 m).
Atividade 2
“le ia o proj eto”
8,15
Área total: 172,38m²
Varanda
2,00
2,00
4,00 1,50
4,00
4,00
3,00
,85
4,00
4,00
4,00
Sala
Banho Suíte
82 Pedreiro 1
2. Calcule as medidas da casa:
3. Calcule as áreas, em m 2, de cada cômodo:
a) varanda:
b) cozinha:
c) área de serviço:
d) sala:
e) quarto 1:
f ) quarto 2:
g) suíte:
h) banheiro 1:
i) banheiro 2:
Entenda a simbologia
Para que seu entendimento da planta seja completo, ainda há necessidade de conhe-
cer alguns detalhes. Como saber onde estão as portas? E as janelas? E a pia da co-
zinha ou as louças do banheiro?
Vamos ver como eles são simbolizados na planta.
Símbolo Significado
Ilustra ções: © Planomoto r
Janela
Pedreiro 1 83
Símbolo Significado
C o t a s de nível: altura (medida em centímetros
o u metros) de cada pavimento ou cômodo em
relação a um local padrão, identificado com o
Ilustra ções: © Planomoto r
Pia da cozinha*
Tanque*
V a s o sanitário*
Pia de banheiro*
Mictório
Chuveiro*
84 Pedreiro 1
Até este momento, falamos de um tipo de desenho que
é chamado de “planta” ou “planta baixa”. Mas existem
outros tipos que você precisará conhecer.
Vamos ver quais são eles:
• os chamados “cortes”, que representam uma visão la-
teral interna da obra (no caso apresentado, uma casa).
Os símbolos marcados com asterisco
Esse tipo de desenho mostra as alturas de uma edif- (*) são mais utilizados por arquitetos
do que por engenheiros. Nem
cação, a espessura do piso, pé-direito, espessura da laje, sempre você encontrará esses
símbolos nas plantas.
altura das janelas e portas, altura dos azulejos nas áreas
frias etc.;
• os desenhos das fachadas, que mostram o exterior da
casa.
Veja a seguir.
Você sabia?
Existe uma área do conhe-
cimento que estuda os
signos, símbolos e seus
significados. Essa área é
chamada de semiótica,
uma palavra que vem do
grego ( semeiotiké ) e quer
dizer “a arte dos sinais”.
Cortes
Pedreiro 1 85
Observe que, no caso anterior, o desenho também é feito em escala; o tamanho dos
cômodos está representado de modo proporcional à realidade.
Portas, sacadas, escadas, azulejos, peças de cerâmica e telhados aparecem em des-
taque.
Ilustra ções: © Planomoto r
Fachada
Observe, nos exemplos anteriores, que o desenho da fachada pode ser “desdobrado”
em vários desenhos, mostrando como deve ser a frente da casa, a parte de trás (“os
fundos”) e as laterais.
Há também desenhos que indicam os materiais que serão usados nas fachadas: pedras,
madeira, cerâmicas, vidros etc.
86 Pedreiro 1
© Planomotor
Diferentemente dos desenhos detalhados, alguns arquitetos e engenheiros apresen-
tam os desenhos de fachadas apenas na forma de croqui – uma palavra derivada do
francês que signifca esboço.
O croqui é um desenho preliminar, por isso não obedece à proporcionalidade
correta das medidas e não tem, portanto, grande precisão.
© Planomotor
Ainda que esses aspectos não façam parte de sua capacitação geral, é importante
que você tenha ideia de como são esses desenhos.
Uma planta que traz a indicação das instalações hidráulicas de uma residência ou
outra construção pode ser de diferentes tipos, como mostraremos a seguir.
Essas plantas devem ser de seu conhecimento, pois você precisará saber onde passarão
canos e tubulações quando estiver construindo ou reformando as paredes de uma casa.
Pedreiro 1 87
É muito comum pedreiros sem essa preocupação furarem,
sem querer, a tubulação de água de uma cozinha ou de
um banheiro durante uma reforma.
Ilustra ções: © Planomoto r
Você sabia?
Além dos tipos de dese-
nho apresentados aqui,
que são para uso dos pe-
dreiros, há outros prepa-
rados para orientar o
trabalho de áreas profis-
sionais específicas. Por
exemplo: as plantas de
instalações hidráulicas,
usadas por encanadores,
e as plantas de instala-
ções elétricas, usadas por
eletricistas.
88 Pedreiro 1
Atividade 3
d i Fe re n ci e os d ese n h os e o q u e e les
i n Fo rmam so b re a o b r a
Pedreiro 1 89
Ilustra ções: © Planomoto r
1,50
1,50 3,80
3,15
3,15
4,80
4,20
3,10
1,35
5,05
3,30
3,45
3,10
1,10
1,50
4,65
6,60
3,35
5,45 2,90
1,80
5,20
2,90
1,40
1,60
3,65
5,45 4,65
1,50
2,45 1,45
3,05
3,05
3,05
4,25
3,45
3,45
3,45
1,25
5,45 4,65
1,50
90 Pedreiro 1
Pedreiro 1 91
92 Pedreiro 1
u nidade 5
Entrando em uma obra:
organização e preparo
do local de trabalho
A primeira etapa em uma obra é a organização e o preparo do
local onde você vai trabalhar, ou seja, o canteiro de obras. Co-
nhecendo o projeto, você saberá as partes do terreno que deve-
rão ser preparadas para o início dos trabalhos.
Pedreiro 1 93
Entrando no terreno
A primeira etapa de uma obra é a limpeza do terreno. Mas,
antes de iniciá-la, é preciso verifcar se a rede de água alcan-
ça o terreno ou se há meios de levá-la ao local de trabalho.
Uma obra, qualquer que seja, sempre necessitará de água.
Se o terreno não dispuser de entrada de água, ela terá de
ser providenciada. Ou seja, é preciso ter uma ligação de
água com a rede da cidade – ligação que deverá ser soli-
citada à empresa responsável pela distribuição de água
em cada município.
Em grande parte dos municípios paulistas, o órgão res-
ponsável pelo saneamento é a Companhia de Saneamen-
to Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Pesquise, no
município em que você vive, qual é a empresa responsá-
vel e anote a seguir, para lembrar mais tarde:
Limpar o terreno
A limpeza do terreno pode envolver diferentes serviços
que vão depender das condições em que se encontrar o
terreno antes do início da obra.
© Paulo Savala
94 Pedreiro 1
Assim, poderá ser necessário carpir, roçar ou destocar,
de acordo com o que exigir a vegetação, ou retirar lixo
ou entulho acumulado. Para limpar o terreno, você pre-
cisará, basicamente, de enxada, pá e carrinho de mão.
Independentemente do tamanho da obra, essas são ferra-
mentas que você já deverá ter comprado, se pretender Você sabia?
trabalhar como autônomo e não quiser depender de outros Na cidade de São Paulo, a
trabalhadores ou de quem contratou seu trabalho. partir de 1999, o uso de
caçambas para entulho
passou a ser regulamenta-
É também bastante provável que o proprietário do ter- do por decreto, sendo
reno ou a construtora, no caso de uma obra grande, tenha obrigatório o cadastra-
mento prévio no Departa-
de disponibilizar uma ou mais caçambas para que os mento de Limpeza Urbana
(Limpurb). As regras mu-
entulhos, pedras e sujeiras retirados do terreno possam dam de uma cidade para a
ser descartados. outra. Por isso é preciso
consultar a legislação es-
© Paulo Savala
Pedreiro 1 95
Uma empresa especializada também deverá ser contratada se houver necessidade de
nivelar o terreno, isto é, distribuir a terra de forma mais uniforme, buscando
deixar plana a área que será ocupada pela construção.
Nesse caso, caberá aos pedreiros ajudar os trabalhadores da empresa contratada nas
etapas que terão de ser feitas manualmente.
Ferramentas
Martelo
96 Pedreiro 1
Materiais
© Paulo Savala
C h a p a de compensado (madeirite), com
espessura de 6 mm ou 10 mm, para fazer o
tapume
Prego
Pedreiro 1 97
E como fazer o cercamento do terreno?
Se você tiver de comprar o material para a realização dessa etapa, a primeira tarefa
será calcular a quantidade necessária. Para isso, você precisa se valer de saberes de
Matemática. Vamos lá?
Comece olhando a planta baixa da obra e identifcando a metragem de cada lado
do terreno. Você terá de saber também as dimensões do compensado (madeirite).
Se você não estiver de posse da planta ou não souber a medida do terreno, terá de
utilizar uma trena, ferramenta adequada para esta atividade e que deverá estar
sempre com você.
Agora, é fazer as contas.
© Planomotor
98 Pedreiro 1
Para saber quantas chapas de compensado você vai pre-
cisar, siga os passos a seguir.
Pedreiro 1 99
Programe-se para comprar cerca de 130 peças. Assim, você poderá ter uma peque-
na sobra (pouco mais de 10%), caso necessite.
E a quantidade de pontaletes, como calcular? Exatamente da mesma forma. Você
utilizará um pontalete para cada duas chapas de compensado (madeirite) mais um
pontalete para unir a última chapa. Ou seja, 61 pontaletes serão sufcientes, distri-
buídos da seguinte forma:
• 60 para unir as chapas de compensado;
118 ÷ 2 = 59 + 1 para o pedaço de chapa a mais (0,2)
• 1 para unir a última chapa.
Para fazer o travamento dos pontaletes são necessárias três linhas de sarrafos de
madeira, conforme mostra o desenho a seguir:
© Planomotor
Sarrafo Pontalete
Os sarrafos de madeira, portanto, deverão ser em número sufciente para cercar três
vezes o terreno. Sabendo as dimensões dos caibros, podemos calcular a quantidade
necessária de peças.
Nesse exemplo, para sarrafos de 2,20 m de comprimento, teremos:
118,2 m de chapas × 3 linhas de sarrafos = 355 m de sarrafo
355 m ÷ 2,20 cada sarrafo = 162 sarrafos
Ou seja, serão necessários aproximadamente 180 sarrafos, considerando também
aqui alguma sobra.
A quantidade de pregos você não precisa calcular com exatidão. No começo da obra,
adquira alguns pacotes de pregos de diferentes tamanhos. Com certeza, você os
usará durante toda a obra. E, caso sobre, poderá utilizar em outros trabalhos.
100 Pedreiro 1
Atividade 1
aGo r a é c o m v o c ês
© Planomotor
Agora que você já calculou os materiais e já sabe as ferramentas que vai utilizar, veja
como unir os madeirites e cercar o terreno (ou, como se diz no jargão das obras,
“tapumar”).
Pedreiro 1 101
Passo a passo:
1. Marque os pontos onde vai cravar os pontaletes de
madeira, a cada 1,10 m.
2. Com a cavadeira, faça buracos em todos os pontos
marcados, com aproximadamente 80 cm de profun-
didade.
Deixe um espaço de pelo menos 3 m
de largura para o portão, tamanho
suficiente para um caminhão entrar 3. Posicione os pontaletes nos buracos e aterre ou preen-
na obra, caso seja necessário.
cha os buracos com concreto para que fquem frmes
no solo.
4. Posicione os sarrafos de madeira horizontalmente e
pregue-os nos pontaletes. O primeiro sarrafo deverá
estar rente ao solo; o segundo, no meio da parte apa-
rente do pontalete, a aproximadamente 1,10 m do
solo; e o terceiro, na parte superior do pontalete, a
aproximadamente 2,10 m do solo.
5. A última etapa será pregar as peças de compensado
nos sarrafos, concluindo o processo de tapumar (cer-
car) o terreno.
Sarrafo Pontalete
© Planomotor
Chapa de compensado
2,20
102 Pedreiro 1
Construir um local para depósito de materiais e ferramentas
Outro passo dessa etapa é garantir um local fechado e seguro para guardar materiais
e ferramentas.
Como nas etapas já citadas, as dimensões e a estrutura do depósito dependerão da
dimensão da obra e do tempo previsto para sua utilização.
Em grandes obras de infraestrutura ou prédios, por exemplo, esses depósitos são
feitos de alvenaria de blocos cerâmicos ou de concreto e oferecem maior segurança
e conforto. Nesse caso, é também comum que se construa um lugar de abrigo para
um ou mais operários, que podem morar na obra durante sua realização.
Em obras pequenas, o mesmo tipo de chapa de compensado (madeirite) usado para
cercar o terreno pode servir para fazer um cômodo onde ferramentas e materiais de
uso cotidiano são guardados.
Neste momento do curso, vamos ver como se faz esse “quartinho” utilizando chapas
de compensado. O assunto “como fazer paredes de alvenaria” será tratado mais adian-
te, quando formos falar sobre como erguer as paredes de uma casa (na Unidade 7).
Vamos começar mais uma vez listando ferramentas e materiais de que você preci-
sará:
Ferramentas
Cavadeira
Martelo
Trena
Esquadro
Materiais
Chapasdecompensado(madeirite),comespessurade 6 mma 10 mm, largurade1,10mecomprimento
de2,20m.
Pontaletes ou caibros de madeira serrada para fazer pequenos pilares.
Dimensãosugerida: 8 cmx 8 cm ou6cmx16cm.
Ocomprimentodospontaletesdevevariar.Doisdelesqueficarãoaofundododepósitodevemser
50 cm maioresdoqueosdemais,paraproporcionarocaimentonotelhado.
Sugestão: 3 me 3,5 m.
Sarrafosdemadeiraserradaparafazerotravamentodospontaleteseosuportedaschapasde
compensado.
Dimensãosugerida: 7 cm, comcomprimentode 3,3 m.
Pedreiro 1 103
Materiais
Vigasdemadeiraserradade6cmx12cm,com 4 m decomprimento,parasuportedotelhado.
Dobradiças.
Tijoloscomunsparafazeropiso.
Telha de fibrocimento.
104 Pedreiro 1
Calculados e adquiridos os materiais e as ferramentas, vamos ao passo a passo para
fazer o depósito.
O piso do barracão pode ser deixado de terra batida ou, se houver necessidade, faça
uma cobertura com tijolos ou “concreto magro” (espessura de 6 cm). Conforme já
citado, esse é um tipo de concreto que usa pouco cimento e, portanto, tem um
custo mais baixo e menor resistência (assim você não gastará muito e será fácil
desmanchar o depósito quando acabar a obra).
Para terminar nossa conversa sobre a preparação do terreno, não se esqueça de
providenciar dois bons cadeados: um para o depósito e outro para o portão de en-
trada do tapume que cerca o terreno.
Antes de passar para a etapa seguinte, vamos realizar mais uma atividade.
Pedreiro 1 105
Atividade 2
vo cê Fo i cham ad o par a tr abalhar e m u m a re Fo rm a
Imagine agora que você foi contratado para fazer uma reforma e não uma obra
completa.
Lembre-se do que você viu nas etapas anteriores e responda:
106 Pedreiro 1
As obras são locais onde muitos acidentes podem acontecer quando menos se espera.
Você estará em contato constante com materiais e ferramentas que cortam (cortan-
tes) ou que podem machucá-lo, como pregos, farpas de madeira, pedaços de ferro,
blocos de concreto, tijolos, martelos, pás, enxadas etc.
Isso sem contar a possibilidade de sofrer quedas de pequenas ou grandes alturas.
Por isso, existem Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e
Emprego que defnem os EPI como indispensáveis, sem os quais uma obra não pode
funcionar.
Atividade 3
o s eq u i p am e nt os d e p ro t eç ã o i n d iv i d u al ess e n ci ais
1. Em dupla com o colega ao lado, discutam quais EPI vocês consideram essenciais
e justifquem suas respostas.
Luvas de raspa
( m a i s resistentes do
q u e as de borracha)
© Paulo Savala
Calçados de
segurança
(calçados fechados
o u botas)
© Sergey Skleznev/123RF
Capacete de
segurança
© Hypermania2/123RF
Óculos de
segurança
Pedreiro 1 107
Máscar a para
proteção respiratória
© Paulo Savala
© Kozini/123RF
Protetor auricular
( d e ouvidos)
© imagebroker/Alamy/Other Images
C i n t o de segurança
108 Pedreiro 1
Além desses, há equipamentos de segurança mais específcos, para quem trabalha
em condições especiais – sob altas temperaturas ou com produtos químicos, por
exemplo –, e equipamentos coletivos – que também devem ser providenciados pelos
empregadores, como prendedores de cintos de segurança para grandes alturas, telas
protetoras, andaimes seguros, roupas isolantes, capas de chuva, entre outros.
Conforme artigo de Renata Ávila na revista Equipe de obra:
Fique ligado!
De acordo com a Norma Regulamentadora n o 18 (NR-18) do Ministério do Tra-
balho e Emprego, os Equipamentos de Proteção Individual devem ser fornecidos
de forma gratuita para os empregados de qualquer ocupação.
Se o trabalhador for autônomo, ele também deve adquirir os EPI, pois estará zelan-
do pela própria segurança.
O uso de um ou outro EPI é dispensado apenas se houver medidas de proteção
coletivas que o substituam, oferecendo completa proteção aos operários. Por exem-
plo, em uma grande obra, com grandes alturas, a empresa construtora deve provi-
denciar um Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) chamado guarda-corpo.
Nesse caso, o cinto de segurança pode ser dispensado.
Pedreiro 1 109
© Gil Tokio/Pingado
Capacete de segurança
Óculos de segurança
Protetor auricular
Máscara filtradora
Cinto de segurança
Camisa ou camiseta
110 Pedreiro 1
Momento de reflexão
Antes de encerrar esta Unidade, vamos ver como o artista espanhol Francisco de
Goya retratou a questão dos acidentes de trabalho na construção civil.
Atividade 4
o aci d e nte d e tr ab al h o na p i ntu r a
© Album/akg-images/La tinsto ck
Pedreiro 1 111
1. O que o pintor retrata nesse quadro e quais suas sensações diante dessa obra?
Que outro nome essa obra poderia ter?
Atividade 5
a “co n s tr u ç ão ” d e c h i co b u arq u e
Construção
Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
112 Pedreiro 1
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Pedreiro 1 113
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado.
© Marola Edições Musicais Ltda.
Operários trabalham na obra do novo Estádio do Corinthians, conhecido como “Itaquerão”, no bairro de
Itaquera, zona leste da capital paulista. O local será a sede para a Abertura da Copa do Mundo de 2014.
São Paulo (SP), 2 jan. 2012.
114 Pedreiro 1
g o v. b r