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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA

“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Cadeira: História de África I, até Séc. XV

2º Ano

TEMA:

Resumo: Técnicas de Datação

Turma: A

Discentes:

 Artimiza Adriano Moave


 Felizarda Eduardo Guila Machane

Docente:

Msc. Hermenegildo Arlindo Lage

Machava

Abril de 2023
INTRODUÇÃO
O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de História de África I Até Sec. XV, cujo
objetivo é fazer um resumo do capítulo do livro Historia Geral de Africa I: Metodologia e Pré-
História da África subordinado ao tema "Técnicas de Datação". No estudo da história da África,
a compreensão precisa das datas e períodos é crucial para reconstruir os eventos passados e
entender a evolução das sociedades africanas.

Neste contexto, as técnicas de datação desempenham um papel importante, oferecendo ferramentas


essenciais para os historiadores e arqueólogos. O capítulo sobre "Técnicas de Datação" apresenta
uma análise detalhada das diferentes abordagens utilizadas para determinar a cronologia dos
vestígios arqueológicos, artefatos e sítios históricos no continente africano até o século XV. Ao
estudar essas técnicas, surge uma compreensão mais profunda das origens, desenvolvimentos e
interações das civilizações africanas ao longo do tempo. Este resumo busca destacar os principais
pontos abordados neste capítulo, oferecendo dados sobre as metodologias empregadas na datação
dos registos históricos africanos.

TÉCNICAS DE DATAÇÃO

As técnicas de datação são métodos científicos utilizados para determinar a idade de materiais
antigos ou artefatos históricos. Sendo que as principais técnicas são as que se seguem descritas
abaixo:

Datação aproximativa pela análise arqueométrica

Esta técnica envolve a análise de espécimes de materiais pertencentes ao mesmo grupo (como
gesso, vidro, faiança, metais e pigmentos) que remontam a diferentes épocas. Comparando as
características desses materiais ao longo do tempo, é possível fornecer pistas para estimar a idade
de outros objetos (p. 229).

Datação através da análise de contas de vidro na África ocidental

Esta técnica se concentra na análise química de contas de vidro específicas, como as contas
dicroicas akori, que exibem propriedades ópticas distintas. A análise por fluorescência de raios X
revela diferenças na composição química entre diferentes grupos de contas, permitindo associá-
las a períodos específicos. (p. 229)
Datação de pinturas rupestres pela análise de aglutinantes albuminosos

Esta técnica é aplicada especificamente para determinar a idade de pinturas rupestres, analisando
os aglutinantes albuminosos (como proteínas) presentes nas tintas. A idade das pinturas pode ser
estimada medindo a quantidade de aminoácidos nos aglutinantes após hidrólise. (p. 230)

Datação através da análise de argamassas

Esta técnica se concentra na análise dos tipos de argamassa utilizados em estruturas arquitetônicas,
como edifícios ou monumentos (p. 230). Por exemplo, a presença de argamassa de cal foi datada
no Egito e associada a um período específico da história egípcia, indicando que qualquer estrutura
contendo esse tipo de argamassa foi construída após esse período.

Datação por Radiocrbono

A técnica de datação por radiocarbono se baseia na medida da quantidade de carbono-14 presente


em materiais orgânicos, como plantas e animais. O carbono-14 é formado na atmosfera e
incorporado nos tecidos vivos por meio da fotossíntese. Após a morte, o carbono-14 começa a
decair, permitindo calcular a idade dos espécimes antigos comparando sua radioatividade com a
de amostras modernas, utilizando a equação do declínio da radioatividade e o conhecimento do
tempo de vida do carbono-14. (p. 230-231).

Datação com Potássio-argônio

A técnica de datação com potássio-argônio é baseada na medição da quantidade de argônio-40


presente em minerais que contêm potássio-40. O potássio-40 decai lentamente para formar
argônio-40 ao longo do tempo, com uma meia-vida de 1,3 bilhão de anos. Ao determinar a
quantidade de argônio-40 radioativo e o conteúdo total de potássio em um mineral, é possível
calcular a idade do mineral usando uma equação relacionada ao decaimento radioativo. Essa
técnica é particularmente útil para datar períodos geológicos muito antigos, preenchendo lacunas
na cronologia que não podem ser abordadas pelo método do carbono-14. (p. 232-233)

Datação Arqueomagnética

A técnica de datação arqueomagnética utiliza o paleomagnetismo, que é o magnetismo


remanescente em vestígios arqueológicos, para determinar a idade de materiais. Baseia-se na
variação secular do campo magnético da Terra ao longo do tempo. Por meio da medição da
magnetização remanescente em cerâmicas arqueológicas, é possível determinar a direção do
campo magnético registrado na cerâmica e compará-lo com curvas de variação secular regionais
para estimar a idade do artefato. Essa técnica é aplicada principalmente em cerâmicas cozidas,
como as provenientes de fornos e fogões, e ainda está em desenvolvimento para sua aplicação na
Arqueologia da África. (p. 234-236)

Datação por Termoluminescência

A datação por termoluminescência é baseada na emissão de luz por substâncias aquecidas, como
cerâmica, devido à liberação de energia acumulada de elétrons aprisionados. A intensidade dessa
luz está relacionada à idade da peça e à quantidade de elementos radioativos presentes, como
urânio e potássio. Calcula-se a idade medindo a intensidade da radiação acumulada em relação à
intensidade anual de radiação. Apesar da precisão de aproximadamente 10%, a técnica é vantajosa
por datar a cerâmica, mais abundante nos sítios arqueológicos, e pode ser aplicada para determinar
a época exata de culturas pré-dinásticas no Egipto. (p. 236-237).

CONCLUSÃO

As técnicas de datação apresentadas fornecem ferramentas cruciais para os arqueólogos e


historiadores entenderem a cronologia e a evolução das civilizações antigas. Desde a datação por
radiocarbono até a termoluminescência, cada método oferece uma abordagem única para
determinar a idade de artefatos e vestígios arqueológicos. Embora cada técnica tenha suas
limitações e precisão variável, juntas, elas permitem uma compreensão mais completa e detalhada
da história humana e das mudanças ambientais ao longo do tempo. A diversidade dessas técnicas
também oferece uma oportunidade para verificar e complementar os resultados obtidos, garantindo
uma análise mais robusta dos eventos passados. No entanto, é essencial reconhecer que, apesar dos
avanços tecnológicos, alguns desafios persistem, como incertezas associadas às condições de
preservação e à interpretação dos dados. Assim, o uso combinado e aprimorado dessas técnicas
continuam a ser uma área de pesquisa crucial para a arqueologia e a história, proporcionando dados
valiosos sobre o passado da humanidade.

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