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Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Ciências
Departamento de Geologia

Curso de Geologia
Disciplina: GEOLOGIA DE MINAS
Ano: 5to

Professor: Dr. Silva Pereira Ginga (PhD)


Ano lectivo: 2018
Objectivos
Capacitar o estudante em avaliar e usar os procedimentos
utilizados nas diversas fases da exploração geológica de um
recurso mineral e a avaliação das reservas de mina

Desenvolver competências que permitam avaliar o impacto


ambiental causado pela actividade geológica-mineira e
apresentar as medidas necessárias para a reabilitação da
região afectada

Sentir a responsabilidade social em promover uma


exploração sustentável acorde com os valores éticos e
morais da sociedade contemporânea
Plano de Temas
Tema I: Elementos de Minas
Historia da Mineração subterrânea e a céu aberto
Diferentes tipos de escavações
Sistemas de exploração

Tema II: Trabalhos de Perfuração


Métodos de Perfuração
Escolha do tipo de Perfuração
Elementos mecânicos de um Perfurador
Projecção de Câmaras de Perfuração

Tema III: Beneficio de Minerais


Definições Fundamentais
Métodos de Beneficiação
Eleição do Método de Beneficiação
Determinação do Equilíbrio Metalúrgico
Tema I: Elementos de Minas
Tema IV: Serviço Geológico em Minas
Confecção de Mapas Geológicos em Minas a Céu
aberto e Subterrâneo
Avaliação de Dados existentes
Amostragem
Estimação de Reservas
Perigos e Medidas de Segurança

Tema V: A actividade geológica -Mineira e meio


ambiente
Avaliação do impacto ambiental causado pela
actividade,
Mitigação do impacto ambiental
Reabilitação e usos da terra
Actividades ao fechar a mina
Aula # 1
Introdução
O progresso material, técnico e cultural da civilização esteve
sempre estreitamente ligado à exploração dos recursos
minerais, actividade exercida pelo homem desde a pré-
história, como testemunham as galerias e túneis
encontrados por arqueólogos em numerosas partes da
Europa e que datam do período neolítico.

Mineração, se define na classificação internacional adoptada


pela O.N.U. como a extracção, elaboração e beneficiamento
de minerais que se encontram em estado natural sólido,
(diamante, ouro, carvão e outros); líquido, (petróleo bruto); e
gasoso, (gás natural). Nessa interpretação mais abrangente,
inclui a exploração das minas subterrâneas e a céu aberto,
as pedreiras e os poços, com todas as actividades
complementares para preparar e beneficiar minérios e
outros minerais em bruto: trituração, lavagem, limpeza,
classificação, granulação, fusão, destilação inicial e demais
preparativos necessários à comercialização dos produtos
sem alterar sua condição primária
Os Recursos Minerais Na Nossa Vida
A utilização dos recursos minerais pelo Homem é quase tão
antiga como a sua própria existência.

Os recursos minerais estiveram tão intimamente relacionados com a


evolução do Homem que os grandes períodos dos primórdios da
História devem as suas designações a este tipo de recursos:

 Idade da Paleolítico ( Idade da Pedra Lascada ),


Pedra Mesolítico e Neolítico (Idade da Pedra Polida),

Idade do Cobre,
 Idade dos Metais
Idade do Bronze,
Idade do Ferro.
Os Recursos Minerais Na Nossa Vida
Os Recursos Minerais Na Nossa Vida
Os Recursos Minerais Na Nossa Vida
Os Recursos Minerais Na Nossa Vida
Tema I: Elementos de Minas
Historia da Mineração (Origem):

A mineração pode considerar-se como uma actividade muito antiga cuja


origem se perde no tempo.
As primeiras explorações estavam ligadas a minerais de uso directo
como o sílex e a sillimanita (fibrolita), colorantes como malaquita-
azurita ou cinabrio, e também o ouro, prata e cobre nativos.

Nas primeiras etapas da metalurgia, o benefício estava mais ligado aos


minerais metálicos de fácil redução como os carbonatos de cobre
(malaquita-azurita) e óxidos de cobre (cupritatenorita), marcando assim
o início da Idade de Cobre (6000 A.C).

A introdução do estanho no processo metalúrgico do cobre de forma


intencional ou casual, daria paço a Idade do Bronze (2500 A.C), na qual
jogou um papel fundamental as escassas jazidas de casiterita.
Historia da Mineração (Origem)
Um dos antigos métodos de mineração, primeiramente documentado
pelos romanos, consistia em acender fogo sobre as rochas que, com
o calor intenso, se expandiam e rachavam (a rocha era aquecida pelo
fogo e em seguida arrefecida com água, de maneira a provocar o
aparecimento de fissuras).

O uso da pólvora (século XVII) fez progredir a técnica da mineração, e


mais ainda a dinamite, em meados do século XIX, aperfeiçoada com
suplementos no século XX. A evolução das técnicas de perfuração
também ampliou a capacidade de mineração.

Acredita-se que a primeira sonda rotativa tenha sido utilizada na


Inglaterra, em 1813, e versões aprimoradas apareceram ao longo do
século XIX. A mineração -- especialmente do carvão -- foi o eixo central
para o progresso da tecnologia industrial. A aplicação das bombas e
máquinas a vapor, num ramo vital de importância crescente até
meados do século XVIII, foi o primeiro passo para a siderurgia, com
a substituição da lenha pelo carvão mineral. No caso da máquina a
vapor, a mineração lhe forneceu os elementos essenciais (ferro e
carvão), e dela recebeu, mais tarde, contribuições indirectas sob a
forma de mecanismos de extracção, equipamentos, transportes,
sistemas de ventilação etc.
Historia da Mineração
No século XIX e princípios do XX, teve lugar na Europa o auge
da mineria. Sua evidência constitui as importantes labores
mineiras antigas encontradas na maioria das jazidas
prospectadas.

As principais zonas mineiras por excelência no contorno


europeu estão situadas em Anatólia, Chipre, os Balcanes,
Europa central, Gran Bretanha e a Península Ibérica, sendo
exploradas as grandes jazidas na época romana (minas de Río
Tinto (Huelva), Linares (Jaén), Sierra Morena (Córdoba),
Almadén (Cidade Real), em Espanha, e os de Aljustrel, Sâo
Domingos, Valongo, Jales y Três Minas, em Portugal.

No contexto africano, evidencias de mineração antiga, a cerca


de 3000 a.C. poderia constituir os grandes blocos extraídos por
escavação superficial de pedreiras e que foram o material de
construção das pirâmides do Egipto, algumas das quais
consumiram mais de dois milhões de blocos com cerca de 15
toneladas cada.
Historia da Mineração subterrânea
As técnicas de mineração subterrânea anterior a época romana,
encontravam-se a certo nível de desenvolvimento:

 No Neolítico : se havia alcançado já mais de 16 m de profundidade (nas minas


de sílex de Spiennes).
 Na Idade do Bronze: superior a 30 m (nas minas de cobre de Timna ,Israel)
superados até os 50 m (mina de cobre de “La Profunda”
León-Espanha; ou nas minas de cinabrio de Riosol

Os meios de trabalho habituais para o avance das explorações


mineiras:

 Ataque da rocha ou mineral com diversos instrumentos de pedra, osso


e madeira, em alguns casos também em combinação com o uso
limitado de fogo que se constata desde o Neolítico e durante a Idade do
Bronze em explorações de cobre (minas de Rudna Glava, Mount
Gabriel; Irlanda) e outras em Austria, Espanha e País de Gales.

 Os instrumentos metálicos de cobre, bronze ou ferro se impõem


sobre os de pedra, substituindo-os definitivamente nas grandes
explorações subterrâneas romanas, que tem como precedente as minas
gregas de Laurion, donde foi documentada a existência de 140 km de
galerias realizadas com ferramentas de ferro.
Historia da Mineração subterrânea
O sistema básico de fortificação (entibação): utilizou-se a
madeira
 O seu uso está confirmado já desde a antiguidade, pelos restos
aparecidos em escavações de explorações de sílex de Spiennes
e em minas de cobre de Austria e Anatolia, datadas da Idade de
Bronze.

O transporte de mineral:
 Até a superfície se vinha realizando manualmente em cestos, pelos
próprios trabalhos de exploração e galerias ou mediante o emprego
de tornos rudimentares de diversos modelos instalados nas bocas
dos poços.

 Na etapa romana para as operações de ascenso se utilizaram


cabos confeccionados com fibras vegetais ou couro
directamente ou enrolados em tornos simples ou combinados em
rodas (poleas), cujo uso generalizou-se.
Historia da Mineração subterrânea

Galerias transversais da mina romana de Llamas de Cabrera (León-Espanha)


Historia da Mineração a Céu aberto

Vista general da
exploração de
“Las Médulas”

“Las Médulas”: principal exponente da mineria a céu aborto na época romana, pela
sua elevada posição topográfica, a exploração mineira foi possível graças ao
desenho, planificação e construção de uma enorme rede hidráulica de
abastecimento de água, a maior que se conhece para uma exploração mineira,
sendo a soma total do traçado dos canais alcança os 600 km e a sua
reconstrução topográfica mostrou um cuidadoso desenho realizado para
afrontar com segurança as necessidades de abastecimentos da exploração, o
que somente foi possível devido ao emprego de avançadas técnicas de nivelamento
Trabalho para Investigação

Evidencias de mineração antiga em Angola:


Historia da Mineração em Angola …
Mineração actual e tendências futuras
Mineração actual
• Intensa mecanização e automatização
• Equipamentos de grande porte
• Explosivos de grande potencia
• Gerenciamento on line
• Pouca mão-de-obra, e bem treinados

Avanços científicos e inovações tecnológicas:


Tendência mundial
Céu aberto
• Equipamentos de grande porte
• Redução da frota de caminhões
• Aumento da produção e produtividade
• Redução de custos

Lavra subterrânea
• Mecanização e automatização dos equipamentos
• Redução de riscos
• Utilização de mineradores contínuos
• Monitoramento das deformações/tensões
• Monitoramento das condições ambientais
Avanços científicos e inovações
tecnológicas: Tendência mundial

Céu aberto
Equipamentos de
grande porte

Redução da frota
de caminhões

Aumento da produção
e produtividade

Redução de custos
Aumento da produção
produtividade
Minerador Alpine (AM-85): este equipamento é utilizado actualmente na
escavação das galerias de desenvolvimento e possui boa flexibilidade para escavar
galerias que necessitam de maior atenção com as dimensões (infra-estrutura de
painel, pontes e varações entre galerias de reconhecimento) e que normalmente
requerem maior tempo de escavação. As principais características que influenciam
de maneira mais significativa a operacionalidade da lavra são:
· Altura de corte: Mínima 3,5 metros, máxima 5,5 metros, por avanço (sem
considerar rebaixo do piso de escavação);
· Largura de corte (para um avanço): Mínima 6,5 metros, máxima 8,0 metros;
· Produtividade com 1 shuttle-car, 85 toneladas/hora;
· Produtividade com 2 shuttle-cars, 125 toneladas/hora.

Mineração Subterrânea

Minerador Alpine (AM-85).


Minerador Marietta (2 rotores): a Marietta é um minerador com características
voltadas principalmente para a produção, apresentando uma produtividade
nominal de cerca de 500 toneladas/hora. Para o tipo de transporte utilizado em
Taquarí-Vassouras (Brasil), estes mineradores conseguem produzir, em média,
215 toneladas/hora. A Marietta não possui muita flexibilidade para fazer
escavações mais detalhadas, entretanto, apresenta um melhor desempenho
quando está escavando uma secção plana
Altura de corte: 2,74 metros
Mineração Subterrânea (sem considerar rebaixo do
piso de escavação);
· Largura de corte (para um
avanço): Mínima 4,80 metros
(por avanço lateral). A largura
máxima é definida por
questões operacionais. A
largura mínima necessária à
escavação e ao avanço
considerando a linha de
exaustão e ventilação e o
shuttlecar é 8,0 metros;
· Produtividade com 1 shuttle-
car, 150 toneladas/hora;
· Produtividade com 2 shuttle-
cars, 215 toneladas/hora
Gerenciamento
Integração dos sistemas de mineração

Programas modulares para o


gerenciamento

GPS

Monitoramento on line dos sistemas


Operador usando um operacionais
microcomputador de
mapeamento sísmico.
• Princípios e regras fundamentais

que regem a exploração mineira


Exploração Mineira
 Princípios fundamentais que regem a exploração mineira
Segurança; Bom aproveitamento do jazigo

Economia; Protecção Ambiental;

Segurança
• É o primeiro e o mais importante princípio fundamental da exploração a
respeitar.

• Para que uma exploração possa decorrer com normalidade e eficiência os


trabalhadores deverão sentir-se seguros, e com condições que lhes
permitam desempenhar os trabalhos adequadamente.

• Caso tal não aconteça, resultará numa menor optimização do trabalho


com o consequente aumento dos custos de exploração.

• Dar uma melhor segurança para o homem, equipamentos e estruturas de


forma a respeitar a legislação vigente, sempre de maneira a minimizar
custos, evitando perdas.
Exploração Mineira
 Economia
• É um princípio fundamental já que um jazigo só será explorável se
a sua exploração for rentável.

• Deste modo há que dedicar particular atenção a todos os factores


susceptíveis de se traduzirem em abaixamento de preços de custo
do minério extraído, como sejam por exemplo, a boa organização e
optimização do trabalho e a procura de melhores soluções técnicas

• Dar a cada recurso mineral a sua melhor utilidade, não


usando minerais nobres quando a necessidade imediata pode
ser suprida com outros minerais menos nobres
Exploração Mineira
 Bom aproveitamento

• O bom aproveitamento do jazigo é importante pois não se deve


esquecer que a indústria mineira se caracteriza pelo esgotamento
progressivo do seu objecto.

• Tal significa que a riqueza mineral, salvo raras excepções, não se


regenera, sendo por conseguinte esgotável. Torna-se por isso
indispensável que a boa técnica mineira se baseie no bom
aproveitamento dos jazigos.

• Para tal é necessário ter em consideração inúmeros aspectos


resumidos nas regras fundamentais da exploração,
Exploração Mineira

 A protecção ambiental

• É cada vez mais essencial em qualquer projecto de exploração, na


medida em que é necessário preservar o meio que nos rodeia para
as gerações seguintes.

• Por conseguinte qualquer plano de lavra deverá adoptar medidas e


sistemas de protecção do ambiente, bem como um plano de
recuperação ambiental e paisagística

• Aplicar técnicas modernas para impedir a contaminação do meio


ambiente e para minimizar e/ou monitorar o passivo ambiental
Exploração Mineira
 Regras fundamentais da exploração,

As principais regras da exploração são:

• Equilíbrio entre os princípios fundamentais;

• Boa aplicação do método de exploração;

• Economia global;

• Minimização de custo de operações diferentes;

• Aperfeiçoamento permanente;
Introdução - Conceitos
Regras fundamentais da exploração,
 Uma primeira análise dos quatro princípios anteriormente enunciados poderá levar à
conclusão de que actuam em sentido inverso, já que uma exploração muito segura pode ser
cara e de mau aproveitamento, ou que uma lavra muito económica pode ser perigosa e
ambientalmente opressiva.
 Por conseguinte pode-se referir que uma das características que melhor define a perfeição
de uma exploração mineira é o grau de equilíbrio conseguido entre os 4 princípios
fundamentais.
 A boa aplicação do método de exploração é importante, sendo considerado bom método
todo aquele que é seguro, tenha um bom rendimento económico, aproveite bem o jazigo e
proteja o ambiente circundante.
 O que se torna fundamental é a sua correcta aplicação, sendo preferível um método regular,
bem aplicado e com continuidade, do que um método "óptimo", mas que é mal
compreendido, imperfeitamente aplicado ou deficientemente gerido.
 A economia global é uma regra importante na medida em que qualquer tentativa exagerada
de minimização de custos numa dada operação (por exemplo no desmonte) irá reflectir-se de
uma forma negativa numa operação subsequente (por exemplo na britagem). Deste modo o
esforço tendente à redução do preço de custo do produto deve ser feito de um modo geral
considerando o circuito global (exploração-beneficiação) e não apenas uma parte.
 O aperfeiçoamento permanente é sem dúvida uma regra que condiciona todo o processo
técnico e/ou humano. Por conseguinte deve merecer a maior atenção no ramo mineiro e não
ser descurado, como o é, na maioria dos casos.
 O aproveitamento de factores naturais, ocorrentes na área do jazigo, pode determinar
substanciais economias, caso sejam tomadas em consideração na aplicação do método de
exploração
Tema I: Elementos de Minas

Campo de mina (Área de mina): é a área ou território dentro


de cujos limites tem lugar as actividades mineiras de uma
mina em particular. Em dependência da longitude do corpo
mineral, se podem dividir em um ou vários campos mineiros.

Diferentes tipos de escavações

As escavações em dependência do seu nível de utilização


podem dividir-se em:

Escavações de abertura e escavações de preparação


Diferentes tipos de escavações
Mineração subterrânea:

• Escavações de abertura: se subdividem em: principais,


auxiliares, complementares e em grupo.

Escavações principais: são aquelas que através das quais se une a


superfície da crusta terrestre com um ponto do jazigo (ou corpo mineral).
Através de estas escavações se realiza o transporte e a extracção da
massa menífera (minério).Exemplo: poço (vertical e inclinado), socavom,
galerias, rampa

• Poço: escavação vertical de secção circular, quadrada, rectangular, …


Na mineração subterrânea, o principal objectivo de um poço é
proporcionar o acesso ou permitir o contacto com as instalações
subterrâneas. A ligação pode ser utilizada para içar o material estéril e o
minério, para transportar pessoal ou materiais, para ventilação, etc.

• Socavon (Galeria principal): escavação subterrânea horizontal com


saída directa a superfície, e que se usa para o transporte de pessoal,
mineiro, maquinas, como condutor de ventilação, e somente se utiliza em
relevos montanhosos.
Diferentes tipos de escavações
Escavações principais

• Galerias: secções horizontais em subsuperfície, limitadas a rochas ou


solos muito consistentes. Não tem saída directa a superfície, e unem o
jazigo e o poço principal. São utilizadas para diversos fins: transporte de
pessoal, mineiro, maquinas, desenvolvimento do sistema de túneis,
investigação, etc. As secções transversais podem variar entre cerca de
4 m2 e 20 m2, situando-se usualmente entre 6 e 10 m2. A forma da
secção é rectangular ou varia desde a forma de arco até à circular,
dependendo das condições do maciço e das condições de estabilidade
necessárias.

• .
Diferentes tipos de escavações
Escavações principais

• Galerias: secções horizontais em subsuperfície, limitadas a rochas ou


solos muito consistentes. Não tem saída directa a superfície, e unem o
jazigo e o poço principal. São utilizadas para diversos fins: transporte de
pessoal, mineiro, maquinas, desenvolvimento do sistema de túneis,
investigação, etc. As secções transversais podem variar entre cerca de
4 m2 e 20 m2, situando-se usualmente entre 6 e 10 m2. A forma da
secção é rectangular ou varia desde a forma de arco até à circular,
dependendo das condições do maciço e das condições de estabilidade
necessárias.

• As rampas ou planos inclinados: são actualmente bastante comuns


nas minas subterrâneas, correspondendo a uma tendência bastante
nítida de utilização de equipamento sobre pneus. As rampas, a exemplo
das chaminés, tem por função, muitas das vezes, propiciar uma ligação
entre dois níveis diferentes. A inclinação das rampas situa-se
normalmente entre 1:7 e 1:10, o que torna possível a utilização nas
mesmas de equipamentos sobre pneus capazes de proporcionar um
avanço rápido e fácil.
Diferentes tipos de escavações
(Mineração subterrânea)
Escavações auxiliares: se utilizam para o processo de desagúe, e
ventilação da mina.

• Chaminés: permitem a conexão entre os diferentes níveis horizontais,


sendo utilizadas como passagem de minério, para transporte de
pessoal, como condutor de ventilação e para iniciar o desmonte de
painéis, como por exemplo nas minas do tipo "sublevel stoping" -
desmonte por subníveis. A inclinação das chaminés normalmente varia
da vertical até 55°; uma inclinação inferior toma bastante difícil a
remoção do material do interior da chaminé.

Escavações complementares: são aquelas cuja finalidade é a abertura


de horizontes interiores ou níveis inferiores da mina, sendo por esta
razão também chamadas como escavações interiores. Exemplo: poço
cego, contra poço, coladeiro.

• Rampas: escavação inclinada sem saída directa a superfície, e que se


escava pelo busamento do corpo e de forma ascendente (desde abaixo
ate encima), destinada a ascensão de cargas com meios mecânicos.
• Pendente: a diferença com a rampa, este se destina ao descenso de
cargas com meios mecânicos
Diferentes tipos de escavações
(Mineração subterrânea)

Escavações de grupo: galerias de transporte de grupo, contra poço de


grupo.

Escavações de preparação: é o conjunto de trabalhos que dividem o


campo de mina em sectores mais pequenos para a sua exploração.
Exemplo: galerias longitudinais, usadas para o transporte, ventilação
etc, e cruseiro ou cortavetas que atravessam o corpo mineiro de um
extremo ao outro, e que geralmente se escavam de forma
perpendicular ao jazigo.
Diferentes tipos de escavações
Diferentes tipos de escavações
Mineração a céu aberto

Escavações de abertura: escavações mineiras que permitem o acesso do


transporte desde a superfície da terra (ou desde a plataforma industrial da mina)
até ao jazigo, ou desde qualquer parte já explorada até outro sem explorar e que
garanta a preparação da frente de trabalho

• Poço: escavação vertical de secção circular, quadrada ou rectangular. No caso


da mineração a céu aberto, são comuns na exploração de aluviões, e doutros
depósitos nãos consolidados. O principal factor que se deve ter em consideração
para se decidir pela abertura de poços corresponde aos riscos de
desmoronamentos, que são passíveis de acontecer durante a execução desses
trabalhos. A existência de um nível hidrostático elevado inviabiliza a sua
execução. Servem para permitir o acesso do observador, para descrição das
camadas de solos e rochas e colecta de amostras.

• Sanjas: a diferencia das trincheiras, as sanjas apresentam menor dimensões no


referente a largura, e que também podem ser usadas para drenagens de agua.
• Trincheiras: com menor profundidade em relação aos poços, permitem uma
secção contínua horizontal; as suas dimensões podem variar desde poucos
metros a 400-500 metros de cumprimentos. Podem ser de abertura e ou
preparação, estão destinadas a escavação de um escalão a outro ou a
preparação. Se utilizam para obter amostras e cartografar em detalhe. Podem ser
abertas em qualquer direcção, mas no geral, elas cortam ortogonalmente as
direcções estruturais das rochas, dos veios ou filões. As tricheiras podem cortar
não só o corpo mineralizado, como também as zonas não mineralizadas, onde se
acredita que possa dar a continuidade da mineralização; também podem se
abertas de forma longitudinal de maneira que se possa verificar o traçado do filão.
A escavação pode realizar-se com uma retroscavadora ou um bulldozer podendo
chegar a 4 m de profundidade ou mais.
• A pendente é determinada pelo tipo de transporte a utilizar: automóvel (8 %),
ferroviário (4 %), bandas transportadoras (15 -180)

Mineração a céu aberto


Trincheiras transversais Mineralização
Escavações de abertura:

Trincheiras longitudinais
Trincheiras
Trincheira para amostragem de
grande volume
Trincheira para amostragem de
grande volume
Diferentes tipos de escavações
Mineração a céu aberto
Operações Unitárias na Exploração Mineira
Introdução
 Sabe-se bem que a mineração, para atingir os seus fins, recorre a
um certo número de operações cíclicas, umas mais fundamentais
e ou complexas do que as outras, mas todas elas importantes
quando se pretende optimizar o processo productivo.

 Principais etapas ou Fases da Mineração:


1) Pesquisa

2) Prospecção

3) Exploração (Desenvolvimento e Lavra de Minas)


Introdução
 Principais etapas ou Fases da Mineração:
I. Pesquisa

II. Prospecção

Uma das actividades importantes nesta fase é a avaliação das


reservas (Avaliação do Depósito), tendo como principal
parámetro o calculo do Teor do Minério:

T = MM/M
Onde: T - Teor do minério;

MM - Mineral minério (substância mineral útil ao homem que possui valor


econômico);

M - Minério (Rocha que hospeda a mineralização, ou seja, rocha que


contem o mineral-minério).
Introdução
Diferentes tipos de Definições de teores usados na Mineração
(lavra de minas):

 TEOR DE CORTE: É o teor mínimo da substância útil que


permite a sua extração econômica.

Na Lavra a céu aberto, entende-se por teor de corte de um bloco (tc)


aquele teor capaz de pagar sua lavra, seu tratamento, bem como seus
custos indiretos e financeiros, não auferindo nenhum lucro e também
não suportando a remoção de nenhum estéril associado (ao bloco).

Pode ser resumindo como sendo o teor crítico mais o lucro.


Introdução
Diferentes tipos de Definições de teores usados na Mineração
(lavra de minas):

 Teor Crítico : É o teor em que a operação de lavra não dá lucro


e nem prejuízo, sendo uma espécie de limiar entre o lucro e o
prejuízo.

 Teor Diluído: É o teor resultante da operação de desmonte

Td - Teor diluído
EC - Espessura da camada
T - Teor do minério
TC - Teor de corte
 Teor Limite : É o menor teor que se pode misturar (blendagem
– mistura com o fim de homogeneizar um determinado produto)
com o teor de uma camada que está sendo desmontada, de tal
forma que, a média desta mistura seja coincidente com o teor de
corte
Noções Gerais sobre os Métodos de
Exploração
Introdução

 Exploração: é a actividade posterior à prospecção e pesquisa,


abrangendo o reconhecimento, a preparação e a extracção do
minério bruto, do solo ou subsolo, bem como o seu tratamento e
transformação, quando processados em anexos mineiros. Esta
pode ser de quatro tipos:
• Subterrânea;
• A céu aberto;
• A partir de perfurações;
• Hidráulica
Introdução - Conceitos
• A exploração diz-se subterrânea quando as escavações realizadas
para a exploração do minério não estão em contacto com o ar livre,
encontrando-se rodeadas pelos terrenos do subsolo

• A exploração por perfuração acontece quando o jazigo, embora


subterrâneo, é explorado sem necessidade de se abandonar a
superfície, por exemplo a partir de sondagens (caso de algumas
explorações de minerais uraníferos, sal gema, petróleo, etc.).

• A exploração hidráulica, que pode ser tanto subterrânea como a


céu aberto, consiste em utilizar a força hidráulica (essencialmente
água) nas frentes de trabalho para o desmonte do minério.

• A exploração diz-se a céu aberto quando as escavações


realizadas para a exploração do minério estão em contacto com o
ar livre. É o caso das pedreiras e minas a céu aberto.
Introdução - Conceitos
• Exploração de Pedreiras = Exploração céu aberto (cantera)

• Minas a céu aberto de onde se extraem materiais de construção e


pedras ornamentais são geralmente chamadas Pedreiras

• Método de lavra (Método de exploração) pode-se definir como o


conjunto de processos utilizados e de soluções adoptadas para a
remoção da substância útil contida numa fracção de jazigo.

• Método de desmonte é definido como o conjunto de processos


utilizados para proceder ao arranque do minério do maciço
Introdução - Conceitos
 O conceito de Método de lavra é mais geral que o Método de
desmonte pois engloba os seguintes elementos fundamentais:

• Domínio dos terrenos;


• Tipo de preparação;
• Posição das vias de transporte;
• Forma, extensão, orientação e sentido de progressão da frente de
desmonte;
• Modo de evacuação dos produtos;
• Tratamento dos vazios da exploração;
• Desenvolvimento na horizontal e na vertical, da exploração.

 Método de desmonte um conceito mais restrito que o de método de


lavra, pois engloba apenas o conjunto de operações necessárias à
extracção da substância útil da frente de trabalho.
Principias Operação durante a Fase de Exploração:
a) DESENVOLVIMENTO: Define-se como trabalho de abertura de
uma jazida para as actividades de lavra. É a fase que antecede
a lavra propriamente dita, neste fase são realizados trabalhos
de:

I. Desmatamento,

II. Decapeamento,

III. Aberturas de via de acesso de superfície, ou subterrânea,

IV. drenagem etc. ..

Todos os trabalhos que visem facilitar uma operação envolvida na


lavra e complemento a pesquisa.
Principias Actividades da Fase do Desenvolvimento

I. Desmatamento (Desmatação): é a etapa que compreende os serviços


de remoção da cobertura vegetal do local onde será instalado um
empreendimento mineiro. A remoção da vegetação é feita, de preferência,
com tratores de esteiras com lâminas, tratores unidos com correntes e bolas
de aço, ou implementos especiais, apropriados às tarefas.
II. Decapeamento: Esta operação será realizada antes do início das
actividades de lavra e terá continuidade ao longo do avanço da frente de
lavra.
• Consiste na remoção de material terroso, areia, cascalho, rochas ou até
mesmo a mistura destes, visando atingir a camada do minério
possibilitando assim o processo de lavra jazigo.
• Esta operação é feita normalmente com equipamentos básicos de
terraplenagem, como tratores de esteira com láminas, “motoscrapers”
e escavadeiras hidráulicas
Abertura do campo de mina

Abertura do Campo de Mina: se entende como os trabalhos de


escavações mineiras que permitem o acesso do transporte desde a
superfície da terra (ou desde a plataforma industrial da mina) até ao
jazigo, ou desde qualquer parte já explorado até outro sem explorar e
que garanta a preparação da frente de trabalho

A abertura realizada para um jazigo determina por muito tempo e a vezes


para sempre a ordem de exploração e a efectividade dos trabalhos na
cantera. Pelo que para a realização da mesma se sugere analisar os
seguintes factores:

Tipo e localização mutua das escavações de abertura


A altura dos escalões
A direcção do avanço dos trabalhos mineiros no espaço e esta
determina a localização das escavações de abertura.
Classificação dos métodos de abertura do
campo de mina

No nível actual de desenvolvimento das empresas mineiras, a


abertura do campo de mina se pode realizar das seguintes formas:

 Com trincheiras e semi – trincheiras


 Com escavações mineiras subterrâneas
 Com construções terrestres (canais …etc)
 Com a combinação

Com maior destaque se tem utilizado os sistemas de trincheiras e


semi - trincheiras, visto que os demais somente são utilizados em
condições difíceis.
Abertura do campo de mina
Durante a selecção dos métodos de abertura se devem de ter em
consideração os seguintes factores:

Os contornos finais da canteira

O sistema de exploração a empregar

Tipo de transporte

Prazo de construção da cantera

As condições e formas de jacencia do corpo mineral

Relevo da zona, e os factores climáticos

A localização na superfície de instalações e área de escombros

A qualidade do mineiro
Elementos e Parâmetros da Trincheira
Esquema de uma Trincheira
LT
Ta : Trincheira de acesso (abertura)
TC Ta TC: Trincheira de corte

• . h
h: Altura
ί: Pendente
σ
ίί σ : ângulo do talude
LT: Longitude da trincheira

Trincheira de acesso exterior:


quando se encontra fora do campo
b
de mina
Trincheira de acesso interior:
quando se encontra dentro do
campo de mina
Elementos da
trincheira: As trincheiras podem ser de abertura ou de corte.
- Largura pelo fundo (b) Sempre a sua secção transversal será trapezoidal
- Largura pela superfície Trincheira de Acesso
(B) A
B
- Ângulo de talude (σ)
- Altura (h)
h
- Longitude da Trincheira
(LT) σ
- Pendente (ί) b Al
Área da secção transversal da trincheira
Trincheira de acesso
A
B

- Largura pelo fundo (b)


Δh h -Largura pela superfície (B)
σ σ
b
Ls = long. trincheira
Al

Área da secção transversal da trincheira

ST = (b+B) /2 *h Longitude da trincheira de acesso


σ
∫ ds=∫ (b+B) /2 *h dh LTa= h/tag ί
Ls = (b+B) /2 *L ∫0h dh
ί: ângulo de inclinação da trincheira
B= b+2h cot σ de acesso (pendente)

S= (b+2h cot σ +b)/2 *h = (2b + 2h cot σ)/2 *h


S= (b+h cot σ)*h
cotg A = 1/ tg A = cos A / sin A
S= bh+h2 cot σ
Métodos de elaboração de uma Trincheira

1. Elaboração directa a toda profundidade com frente


continuo
2. Elaboração por capas: a frente se divide por varias capas

3. A partir da presença ou ausência de meios de transporte


existe:

a. Métodos de elaboração com transporte


b. Métodos de elaboração sem transporte
c. Métodos combinados
Métodos de elaboração de uma Trincheira
1) Elaboração directa a toda profundidade com frente
continuo

a) A largura da trincheira pelo fundo se determina a partir das


condições do posicionamento da banda (faixa) de transporte e o
monte de rocha explodidas (detonadas): b = a + x+A
Donde : “a” é a largura da faixa de transporte (m), segundo institutos
especializados, quando se usa uma via a = 8m e “b” = 29 a 36

e quando se usam duas vias a = 14,5m e “b” = 36 a 45

“x” é a largura do monte de rocha. É um valor tabelado, Se determina a


partir da relação entre altura e a largura do monte detonado tendo em
conta o coeficiente de empolamento.
“A” é a banda detonada

b) A partir das condições do posicionamento dos equipamentos de


carga e transporte, a largura da trincheira pelo fundo será:
b = d1 + d2 +k
Métodos de elaboração de uma Trincheira
d1= r + 0,8/sen ß –hp*Cot ß

Sendo:
d1- distancia desde o eixo da escavadora até o borde da trincheira
d2- distancia desde o eixo da escavadora até o eixo da línea férrea, com o
braço estirado ao máximo
r- raio de giro da parte traseira da escavadora
0,8- distancia mínima entre a parte traseira da escavadora e o borde da
trincheira
hp- altura desde a superfície do fundo da trincheira até a plataforma da
escavadora
K- distancia desde o eixo da via e o borde da trincheira k= 5 ou mais, neste
caso b=18,5 a 32,5 ou algo mais.

c) Tendo em conta o giro livre da parte traseira da escavadora em


relação aos taludes durante a carga superior b= 2 d1
d1= r + 0,8/sem ß –hp*Cot ß habitualmente b= 10 a 20m
Métodos de elaboração de uma Trincheira

2) Elaboração directa por Capas


Existe os seguintes métodos:

i. Elaboração da Capa em toda sua extensão


ii. Arranque com carga Superior e instalação das vias em um só
borde
iii. Arranque com carga Superior e instalação de vias em ambos os
lados
Métodos de elaboração de uma Trincheira
3) Elaboração da trincheira com transporte automotor a
toda altura do escalão

Os esquemas mais difundidos são os fechados ou com giro circular do


camião:
a) No caso do esquema fechado a largura da trincheira pelo fundo se
determina por : b= 2d +R+lc +x/2; m
Sendo
“d” distancia desde o borde do camião até o borde da trincheira
“R” raio de giro do camião
“lc” longitude do camião
“x” largura do camião
Em dependência da marca do camião e da sua capacidade assim variará o seu
Valor
b) No caso de esquema representado por giros circulares do camião, a
largura pelo fundo da trincheira se determinará por:
b= 2(d+x/2) +2R = 2(d+R) + x
Métodos de elaboração de uma Trincheira

3) Elaboração da trincheira com transporte automotor a toda altura


do escalão (Continuação).
c) No caso de transporte combinado, a trincheira se elabora em rocas
duras depois dos trabalhos de perfuração, a trincheira se divide em
capas:
- A capa superior é carregada por transporte ferroviário localizada no
borde superior
- A parte inferior é carregada por transporte automotor, empregando
um esquema fechado.
- A a largura pelo fundo da trincheira dependerá do método de
chegada dos camiões:

se é fechado: b= 2d +lc + R +R/2; m


Se é circular: b= 2(d+R) + x ; m
Aula Pratica 1
1) Durante a exploração de uma mina é necessário a
abertura e preparação de um novo horizonte pelo qual é
imprescindível a abertura de uma trincheira de acesso e
outra de corte em rocha forte. A largura da trincheira pelo
fundo se determina a partir das condições de localização
da banda (faixa) de transporte e o monte de rocha
detonada para o seu alargamento. A altura do escalão é
de 12 m, o talude do borde da trincheira é de 75º, a
banda detonada é de 5 m, a trincheira de corte tem uma
longitude de 400m; a escavadora é uma EKG-5 com
altura de arranque de 10m, o transporte é ferroviário, a
pendente da trincheira é de 30 ‰, o coeficiente de
empolamento é de Kc = 1,3. Determinar os parâmetros
da trincheira e a velocidade da sua elaboração.
Solução
1) Devemos determinar a secção transversal e o volume da trincheira:

Largura pelo fundo da trincheira: b = a + x+A Dados

B h = 12m
ß = 75º
A= 5m
LTc= 400m

a Transporte ferroviário

b A

Donde : “a” é a largura da faixa de transporte (m), segundo institutos especializados,


quando se usa uma via a = 8m e quando se usam duas vias a = 14,5m

“x” é a largura do monte de rocha. É um valor tabulado, Se determina a partir da


relação entre altura e a largura do monte detonado tendo em conta o coeficiente de
empolamento.
“A” é a banda detonada
Solução
OBS: Como a altura de arranque da escavadora é de 10 m, então, a altura do
monte de rocha detonada não deve ser superior a 0,8 h

Altura do Largura do monte de rocha detonada, com


monte de os coeficientes de empolamento Determinação do
rocha valor de “b”
detonada 1,3 1,4 1,5 1,6
0,5 h 5,2 A

0,55 h 4,7 A X=3,2A


0,60 h 4,3 A
X= 3,2*5 = 16 m
0,65 h 4,0 A
b = a + x+A
0,70 h 3,7 A b= 8 +16 + 5
b= 29 m
0,75 h 3,5 A

0,80 h 3,2 A
Solução
1) Determinar a área da secção transversal da trincheira:

ST = (b+B) /2 *h

ST= (b+h cot ß)*h= (29 +12*Cot75º)* 12 = 386,58 m2

2) Calcular o volume da trincheira de corte

VTC= ST* LTC = 386,58*400= 154631m3

3) Calcular a longitude ou projecção da trincheira de acesso


LTa 30 ‰ =3 %=0,03

θ
h tag θ = ί = 0,03

LTa= h/tag θ = 12/0,03 = 400m


Solução
4) Determinar a área da secção transversal da trincheira de acesso

STa = ST/2 = 386,58/2= 193,29 m2

5) Determinar o volume da trincheira de acesso

VTa= STa* LTa = 77316 m3

LT
TC Ta

h
σ
ίί
Trincheira de Acesso

B A

b
h

b Al
Solução
6) Determinar a velocidade de elaboração da trincheira

V= Qexc/ST

Produtividade mensal da escavadora EKG-5 por tabela é igual 1350 m3/mês


E quando trabalha em combinação com transporte ferroviário, diminui em 30%

100 -30= 70 %= 0,7

Qt=0,7*Qexc= 1350 *0,7 = 945 m3/ mes


Por tabela 820 turno ao ano
R= 820 /12 = 68 turnos/ mês

Q= R*945 =945*68= 64260 m3/mês


V= Q/St=64260/386,58

V=166,23 m/mes
Elementos e Parâmetros de uma Canteira

Cantera (mina a céu aberto): conjunto de escavações mineiras a céu


aberto destinadas a extracção de mineral útil do subsolo

Br Sp

Br If

Lr bc Hb

Berma
Tbc Ttb
Tfnl
Fundo de exploração

- Altura do Banco (Hb)


- Borde superior (Br Sp)
- Ângulo do Talude do Banco (Tbc)
- Borde Inferior (Br If)
- Ângulo do Talude de Trabalho (Ttb)
- Largura do Banco (Lr bc)
- Ângulo do Talude Final (Tfnl)
- Berma
Elementos e Parâmetros de uma Cantera
“Critérios Operativos”
 Banco: é o módulo ou escalão compreendido entre dois níveis
que constituem a parte que se explora, de estéril ou mineiro, e
que é objecto de escavações desde um ponto do espaço até uma
posição final preestabelecida

 Altura do Banco: distancia vertical entre dois níveis, ou o é que


igual a distancia desde o pé do banco até a parte mais alta ou
cabeça da mesma.

• Em geral se estabelece a partir da dimensões do equipamentos


de perfuração, carga, e das características do maciço rochoso

• Em geral se limita até 20 m: esta altura permite utilizar os


equipamentos de carga para sanear o frente e manter as
condições de aceitável
Elementos e Parâmetros de uma Cantera
“Critérios Operativos”

 Vantagens na selecção de alturas grande de banco :

• Maior rendimento de perfuração, ao reduzir-se os tempos mortos


de mudança de posição

• Melhoria dos rendimentos dos equipamentos de carga, ao reduzir-


se o tempo morto por mudança de banco, assim como por
deslocamento dos equipamentos dentro do mesmo

• Menor numero de bancos, e portanto maior concentração e


eficiência da maquinas

• Infraestructuras de acesso mais económica por menor numero de


bancos
Elementos e Parâmetros de uma Cantera
“Critérios Operativos”
 Vantagens na selecção de alturas pequenas de banco :

• Melhores condições de segurança para o pessoal e as maquinas,


pois o alcance das maquinas de carga permite um melhor saneio
e limpeza das frentes quando é necessário

• O controlo dos desvios dos furos de perfuração é mais efectivo


(perfuradora com martelo nu fundo)

• Maior controlo da fragmentação das rochas

• Maior rapidez na execução de rampas de acesso entre bancos

• Menores níveis de vibração e ondas aérea, ao ser as cargas


operantes mais pequenas

• Melhores condições para a restauração e tratamento dos taludes


finais
Elementos e Parâmetros de uma Cantera
“Critérios Operativos”
 Vantagens na selecção de alturas de banco :

 A selecção da altura óptima é pois o resultado de um analise


técnico económico apoiado por estudos geológicos e geotécnicos
que incluem o aspecto de segurança das operações assim como
o estudo de recuperação dos terrenos afectados pelas actividades
mineiras quando se chega ao fim.

• Orientações: Canteras 20, mineiros industriais: mais baixos


Elementos e Parâmetros de uma Cantera
“Critérios Operativos”
 Ângulo do Talude do banco: ângulo delimitado entre a
horizontal e a línea de máxima pendente da cara do banco (borde
superior).

• Está em função de dois factores: tipo de material e altura do


banco

• Enquanto mais coerente e mais baixo for o banco, mais vertical


pode ser a cara do mesmo, e ao contrario, enquanto mais
incoerente e alto for o banco, mais estendido será o banco.

• Está em função das características estruturais e resistentes dos


materiais e deverá ser determinado geomecânicamente

• É habitual e recomendável utilizar, durante o trabalho em rocha


media, ângulos entre 60º e 75º
Elementos e Parâmetros de uma Cantera
“Critérios Operativos”

 Profundidade Final da Canteira: Está dada pela profundidade


do corpo mineral

 As dimensões superficiais da canteira: estão dadas pela forma


e dimensões do corpo mineral na superfície

 As dimensões finais da canteira: dependerão da forma e


dimensões do corpo mineral no fundo da canteira
Elementos e Parâmetros de uma Cantera

Berma
Br Sp

Br If

Lr bc Hb

Tbc Ttb
Tfnl

Fundo de exploração
Sistemas de exploração
O sistema de exploração deve garantir a evolução dos trabalhos de
preparação e extracção da mina.

 Principais tipos de Sistemas de Exploração

I. Sistemas de Exploração Com Aprofundamento

II. Sistemas de Exploração Sem Aprofundamento


Principais elementos do Sistema de Exploração:
- Escalões de trabalho
- Banda de escavação
- Plataforma de trabalho
- Trincheira de corte
- Sanja de preparação em caso de utilização de transporte automóvel
- Escombreras

Principais Parâmetros do Sistema de Exploração:


- Altura de escalão (h) Para transporte Automotor
- Ângulo de talude (‫)ﻻ‬ Lb=100 – 250 m
- Largura da banda (A) Para transporte ferroviário
- Ângulo do borde de trabalho da cantera (φ) Lb = 300 – 700 m
- Longitude da frente de trabalho (Lb) Lm = ∑ri=1 li ; Ld =∑ri=1 lj
- Longitude da frente de mineral (Lm) LT=∑ri=1 lk
Os índices i, j, e k, quantidade de
- Longitude de destape (Ld)
escalões de destape, extracção.
- Longitude total da frente de trabalho (LT) Li, lj, lk, longitude de extracção,
Destape e total
Índices fundamentais do Sistema de
Exploração

Velocidade de avanço da frente de arranque Vfa: depende da Largura da


banda de trabalho A, altura do escalão h, produtividade da máquina Q;
m/mês
Vfa= Q/A*h ; m/mes

Velocidade de avanço do escalão de trabalho Vf


Vf =12 Q/Lb*h ; m/ano
Vf T= hp (Cot φ + Cot ß )
φ: ângulo do borde de trabalho
ß: ângulo de aprofundamento da cantera

Velocidade de Aprofundamento da mina (cantera) hp


Hp= Vf T/ (Cot φ + Cot ß )
Sistemas de Exploração com Aprofundamento

 As características fundamentais de este sistema é a presencia de duas


direcções principais de desenvolvimento dos trabalhos mineiros:
1. Avanço horizontal dos escalões

2. Avanço vertical do fundo segundo o aprofundamento da mina

 A medida que aumenta a profundidade o borde de trabalho se desloca


para baixo e para directa, mas neste caso, os escalões superiores
devem avançar mais rapidamente ou ao mesmo tempo que os
inferiores.
V1>V2+V3
A

A: Largura da banda de trabalho


B
J B: largura media plataforma de trabalho
J: Velocidade de execução da banda
Sistemas de Exploração com
Aprofundamento
Sistemas de Exploração com Aprofundamento
Cada escalão se explora com banda longitudinais

Velocidade de execução da banda (J):


A
VfaJ =Q/Ai*hi ; m/mês

Tempo de preparação da banda B


J
TJ =LJ/ VfaJ

Velocidade media de transladação dos escalões


Vi= 12 Qi*Ni/ Li*hi

Sendo: LJ longitude da banda; Ni numero de escavadoras que trabalham em escalões


i; Li longitude do frente no escalão i; hi altura do escalão; Q produtividade

A velocidade de avanço dos escalões superior deve se superior ou igual a do escalão


inferior V1≥V2+V3 (esta equação permite seleccionar o tipo e numero de escavadoras
em cada escalão )
Sistemas de Exploração sem Aprofundamento

A particularidade fundamental do S. E. sem Aprofundamento, é a


presencia de uma só direcção básica de desenvolvimento dos trabalhos
de transladação dos escalões (somente horizontalmente), de esta forma
somente é aplicável na exploração de jazigos horizontais e jazigos pouco
profundos abruptos e de grande extensão quando no primeiro período de
exploração se utiliza o sistema com aprofundamento.

escombro

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