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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de Arqueologia

Graduação de arqueologia

Metais

Recife

2015
Disciplina: Métodos e Técnicas de Restauração II

Docente: Paulo Souto e Henrri Socrates Lavalle

Discente: Celyne R. Brito dos Santos

Desirree Paiva

Erica Veloso

Nicole Khazrik

Luiza Madeira
O uso do metal – Evolução

Entre os minerais utilizados pelo homem como forma de obra prima, os metais
também tem seu espaço, O período correspondente, chamado Período
Neolítico ou Nova Idade da Pedra, é aquele em que se constituíram as bases
técnicas das nossas civilizações. "O Período Neolítico é caracterizado por uma
considerável extensão das técnicas primitivas. Estas são a partir de então
aplicadas a gêneros de vida novos e têm de satisfazer necessidades variadas.
"As transições de um grande período histórico para o seguinte são sempre
graduais, e assim foi a transição da Idade da Pedra para a Idade dos Metais. O
cobre era utilizado no Oriente Médio já no quinto milênio antes de Cristo, e
talvez também no Egito. O bronze apareceu no Oriente no quarto milênio, e
pouco mais tarde no Egeu, mas não surgiu no mediterrâneo ocidental antes do
terceiro milênio a.C.

"Todos os povos da Idade da Pedra Polida (Neolítico) tiveram um embrião


de metalurgia. Mas isso não quer dizer que todos tenham tido, desde essa
época, conhecimento das técnicas metalúrgicas. Na realidade fizeram uso
acidental de metais nativos, especialmente o ouro. "A metalurgia é uma síntese;
pressupõe o uso coerente de um conjunto de processos, e não a prática de um
instrumento único. Com efeito, a forja põe em jogo as percussões (martelo), o
fogo (fornalha), a água (têmpera), o ar (fole) e os princípios da alavanca. " A
utensilagem corrente continuava a ser de pedra ou de madeira. Por isso, o
cobre, o bronze e o ferro não vieram suplantar brutalmente a rocha.
Instrumentos de fragmento de rocha e instrumentos de metal coexistiram até o
início dos tempos históricos e, em certos casos, até os nossos dias. Do 4º ao 3º
milênio, as técnicas de fusão e modelagem vão se sofisticando quando surge a
primeira liga, o cobre arsênico, composto tão venenoso que logo terá que ser
substituído. O passo seguinte foi a descoberta de que a adição ao cobre de
apenas pequena proporção de estanho formava uma liga muito mais dura e
muito mais útil do que o cobre puro. Era a descoberta do bronze, que
possibilitou ao homem modelar uma multidão de novos e melhores utensílios:
vasos, serras, espadas, escudos, machados, trombetas, sinos e outros. Mais
ou menos ao mesmo tempo, o homem aprendeu a fundir ouro, prata e chumbo.

Entre 3.000 e 2.200 a.C. - época contemporânea dos sumérios e do antigo


império egípcio -, a Idade do Bronze chegou para os povos neolíticos que
ocupavam Creta e as Cíclades. Florescentes manufaturas de metal existiam em
Creta por volta de 2500 a.C., nas Cíclades e na parte meridional do continente.
A procura dos minérios, pelos testemunhos que os egípcios, por exemplo, nos
puderam deixar, foi a causa de muitas expedições guerreiras e de inúmeras
rotas comerciais que favoreceram as mais diversas trocas. Uma brilhante
descoberta conduz a outra, às vezes logo depois. Assim, apenas cerca de
2.000 anos após a descoberta do cobre e do bronze, o ferro também passou a
ser usado. Esse novo metal já era conhecido no segundo milênio antes de
Cristo, mas por longo tempo permaneceu raro e dispendioso e seu uso só foi
amplamente estabelecido na Europa por volta de 500 a.C.
Ao mencionar a descoberta do ferro, ultrapassamos os limites dos tempos pré-
históricos e invadimos a era da história escrita. Ao alvorecer essa nova era, a
cultura, em diversos lugares, amadurecia em civilização. Após centenas de
milhares de anos de lerda e tediosa preparação pré-histórica, chega o princípio
da história da civilização. O vestígio mais remoto deste metal é um conjunto de
quatro esferas de ferro, datadas de 4000 a.C., encontradas em El-Gezivat, no
Egito. Por volta de 1500 a.C., havia exploração regular de minério no oriente
próximo e os hititas são citados, na tradição grega, como o povo dominador das
terras e da técnica de obtenção e fabrico de instrumentos de ferro.

A Idade dos Metais é dividida em dois segmentos: a Idade do Bronze e a Idade


do Ferro.
A Idade do Bronze

Através da mistura de outros metais como o cobre e estanho, por


exemplo, o homem conseguiu obter um material com coloração amarelo
pardo, que hojechamamos de bronze, uma liga metálica mais resistente
que proporcionou a fabricação de armas e instrumentos mais rígidos.
Essa parte da história ficou conhecida como sendo a Idade do Bronze
(3000 a 1800 a.C.).

Com o passar dos anos, o


homem misturou outros
diferentes metais, dando origem
ao latão, por exemplo. O latão é
uma liga constituída pelos
metais cobre e zinco e foi muito
utilizada na Roma na fabricação de moedas. No Império Romano foram
também feitas moedas de bronze.

A Idade do Ferro
O ferro só começou a ser utilizado pelo homem por volta de 1200 a.C a 1000.
D.c na Europa e no Oriente Médio. A Idade do Ferro é considerada como sendo
o último estágio tecnológico e cultural da pré-história e se refere ao período em
que ocorreu a metalurgia do ferro. Aos poucos, as armas e os utensílios feitos
de bronze foram substituídos pelos de ferro devido a uma melhor dureza. O uso
do ferro promoveu grandes mudanças na sociedade.

A agricultura se desenvolveu com


rapidez por causa dos novos
utensílios fabricados. A confecção
de armas mais modernas viabilizou
a expansão territorial de diversos
povos, o que mudou a face da Europa e de parte do mundo. No entanto, com a
evolução da humanidade, o homem verificou a necessidade de aperfeiçoar as
técnicas de manipulação existentes para conseguir “extrair”, ou seja, retirar os
metais da natureza de modo em que ele estivesse na forma mais pura possível.
Com a obtenção do “metal puro”, o homem começou a praticar atividades
econômicas e, em muitos casos, o metal se tornou uma moeda de troca.
Podemos ver a seguir um gráfico que demonstra a evolução do uso do ferro até
o ano 1000 d.C.
No que tange aos aços, parece que a nova tecnologia ficou confinada
ou desenvolveu-se mais no Oriente do que no Ocidente. Conta para tanto o
surgimento no final da Idade do Ferro das famosas espadas de Damasco e
Persa, cuja técnica de produção, ainda hoje, e motivo de discussão dado ao
apuro artístico e técnico de produção e à excelente qualidade da matéria-prima
utilizada. Baseado em relatos históricos, arqueólogos e metalurgistas acreditam
que as espadas orientais, de Damasco, Persa e Japonesa, eram feitas a partir
da mesma matéria-prima utilizada por ferreiros persas: a Indian Wotz
proveniente da Índia. Essa matéria-prima foi bastante utilizada até durante a
Idade Média, quando produziu na Rússia os famosos aços Bulat que atingiu
cotações superiores à do ouro [10]. As armas brancas orientais foram,
provavelmente, o ponto de desequilíbrio que permitiu o domínio do Ocidente
pelos Bizantinos e posteriormente pelos Islâmicos de 324 A.C. até 1918 D.C.
Na tentativa de retomar o poder territorial sobre a Europa e permitir o livre
acesso dos ocidentais ao comércio no Mediterrâneo e aos locais sagrados
pelos cristãos existentes no Oriente, os cristãos europeus empreenderam, nos
Séculos XII e XIII D.C., uma vasta campanha contra o mundo mulçumano.
Essas expedições bélicas, chamadas de Cruzadas, em sua maioria,
redundaram em fracasso com a perda de vários soldados por parte dos
exércitos cristãos que lutavam com espadas de bronze contra os orientais com
suas espadas de aço. Avanços científicos alcançados após a Renascença nos
séculos XIV e XV D.C.), principalmente após os trabalhos de Newton (fins do
Século XVII e início do Século XVIII D.C.) propiciaram a Revolução Industrial
iniciada em meados do Século XVIII D.C. que libertaram o pensamento
científico de Deus e do pensamento religioso. Mas é a partir Revolução
Industrial entre os Séculos XVIII e XIX, com o surgimento da grande indústria
moderna, principalmente na Grã-Bretanha, que substituiu a oficina artesanal.
Num aspecto mais amplo, pode-se considerar a Revolução Industrial ainda no
Século XIII, quando da introdução das primeiras máquinas hidráulicas na
indústria têxtil. Deste ponto em diante, a exploração industrial do carvão mineral
e do minério de ferro, no fabrico do aço, sabão, açúcar, cerveja, pólvora,
objetos de cobre, estanho, latão, papel favoreceu a introdução de novas
indústrias e a aplicação de novos métodos a velhas indústrias, além da
descoberta e aplicação de
novas técnicas.

Mas é no período
considerado como sendo
aquele em que realmente
aconteceu uma “revolução”,
nos Séculos XVIII-XIX, quando
surgiram algumas
novidades na produção
industrial, como, a utilização da
máquina a vapor na mineração e na laminação, a invenção de máquinas nos
setores de fiação e tecelagem, algumas já a vapor, o emprego de novos
métodos e materiais na cerâmica, na engenharia civil e
nos transportes, sobretudo canais e ferrovias. O mundo
estava então preparado para o início da Era Moderna e
com ela um crescimento jamais experimentado no
desenvolvimento e uso de novos materiais e no
alargamento das aplicações dos materiais tradicionais
submetidos a modificações críticas em suas formulações
e estruturas.
Com a Revolução industrial no fim do sec XVII uma
serie de acontecimentos em resposta a crise social da
época, influenciou diretamente na utilização de metais
naarquitetura e introduziu novos métodos de produção dos materiais. A
primeira pont ( 1777 -1779) e em 1829 surge as primeiras edificações de ferro
fundido.
Em outras palavras, o uso do metal influenciou tanto na expansão como
no desaparecimento de determinadas civilizações. Começou a manipular
diversos metais até hoje usados e importantes para economia mundial, como o
níquel, bauxita, magnetita e outros além do ouro, prata, cobre, estanho, bronze
e etc... Podemos dizer que o uso dos metais pelo homem aconteceu de forma
gradual assim como as técnicas de metalurgia, empregadas nos mesmos até
os dias atuais.

O que é um metal?
Os metais são minerais retirados de Jazidas, a primeira coisa a se
entender é a definição do que é mineral, segundo Klein e Dutrow; 2012 um
mineral é um sólido de ocorrência natural com um arranjo atômico altamente
ordenado e uma composição química homogênea e definida (mas não
necessariamente fixa). Minerais são frequentemente formados por processos
inorgânicos. Jazida por sua vez é a concentração localizada em ambiente
favorável de um determinado tipo de mineral, no nosso caso, os metais. Dentre
os metais podemos encontrar uma variedade imensa, como ouro, magnetita,
balxita, ferro nativo e outros, o homem tem usado minerais como obra prima,
desde os tempos pré-históricos deste os minerais usados para pintar painéis,
para o uso de joias como os egípcios ou para mistura de argila como os
ameríndios e outros. Mas o que é um metal por definição? Segundo Fernandes
;2010, um metal é um elemento que tem capacidade de conduzir a eletricidade
e o calor, é maleável, dúctil e apresenta, geralmente, um aspecto brilhante
(lustroso). Porém veremos mais sobre a caracterização geral dos metais ao
longo deste trabalho.

Características Físicas
Bibliografia

http://wwwo.metalica.com.br/cronologia-do-uso-dos-metais

acessado 20/09/2015 ás 17:00

http://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Metal

acessado 20/09/2015 ás 16:00

Klein, Cornelis et Dutrow Barbara. Manual de ciência dos minerais.


23.ed.Porto Alegre: Bookman, 2012.
Figura 18. Veículo a vapor da época da Revolução Industrial. Olson, GB (1993).
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Oxford, 19

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