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LICENCIATURA EM DIREITO

MÓDULO DE DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

3º Ano
Disciplina: Direito de Propriedade Intelectual
Código: ISCED32-CJURCFE025
Total Horas/2o Semestre:115
Créditos (SNATCA):5
Número de Temas: ____

INSTITUTO SUPER

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED


ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Direitos de autor (copyright)


Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),
e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia e.t.c;), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior
de Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos
judiciais em vigor no País.

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Agradecimentos
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Emília Lurdes Agostinho Paulino


Hélder José Luís
Direcção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão
Coordenação
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)
Design
XXXXX
Financiamento e Logística
Revisão Científica e
Linguística XXXXX
Ano de Publicação 2019
Local de Publicação ISCED – BEIRA

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Índice
Visão geral......................................................................................................................... 1
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Direito de Propriedade Intelectual. ................ 1
Objectivos do Módulo ............................................................................................. 1
Objectivos Específicos ........................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ....................................................................... 1
Como está estruturado este módulo ...................................................................... 1
Páginas introdutórias .............................................................................................. 2
Conteúdo desta Disciplina / módulo ....................................................................... 2
Outros recursos ....................................................................................................... 2
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação .................................................................... 3
Comentários e sugestões ........................................................................................ 3
Ícones de actividade ................................................................................................ 3
Habilidades de estudo ............................................................................................. 3
Precisa de apoio?..................................................................................................... 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ....................................................................... 5
Avaliação ................................................................................................................. 6

TEMA – I: INTRODUÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL 9


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 12
Exercícios para AVALIAÇÃO ................................................................................... 13

TEMA – II: Direito da Propriedade Intelectual e Direito da Concorrência. 15


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 19
Exercícios para AVALIAÇÃO ................................................................................... 20

TEMA – III: A Propriedade - Generalidades. 21


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 25
Exercícios para AVALIAÇÃO ................................................................................... 26

TEMA – IV: Os Ramos da Propriedade Intelectual. 26


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 30
Exercícios de AVALIAÇÃO ...................................................................................... 31

TEMA –V: Regras Gerais de Direitos de Propriedade Industrial. 54


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 56
Exercícios de AVALIAÇÃO ...................................................................................... 57

TEMA –VI: Tutela dos Direitos da Propriedade Intelectual . 61


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 63
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 64

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TEMA –VII: Os meios extrajudiciais de Tutela de Propriedade Intelectual . 64


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 69
Exercícios de AVALIAÇÃO ...................................................................................... 70

TEMA –VIII: Crimologia no âmbito da Propriedade Intelectual. 71


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 74
Exercícios de AVALIAÇÃO ..................................................................................... 75

TEMA –IX: Exercícios do módulo. 84

Bibliografia Recomendada 109

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Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Direito de Propriedade


Intelectual.
Objectivos do Módulo
O presente modulo de Direito de Propriedade Intelectual, esta
direccionados aos estudantes do curso de Direito, e no final do
modulo, o estudante deve ser capaz de um modo geral de
conhecer a evolução Histórica deste jovem ramo do Direito, no
âmbito nacional e internacional, a vertente tripartida da
propriedade intelectual, seja Direito Autoral, Propriedade
Industrial, Protecção Suis Generis

 Dominar e distinguir os ramos da propriedade Intelectual;


Objectivos especifios  Reconhecer o regime de acesso e exercício das instituições
Objectivos da propriedade intelectual;
Específicos
 Caracterizar e reconhecer os Direitos Autorais;
 Caracterizar e reconher os requisitos da propriedade
industrial;
 Identificar o enquadramento da Propriedade Intelectual;
 Caracterizar e reconhecer os direitos de protecção suis
generis;
 Identificar a aplicabilidade de cada regime da propriedade
intelectual;

Quem deveria estudar este módulo


Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de
Direito do ISCED. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que
queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa
disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal
se inscrever. Mas poderá adquirir o manual.
Como está estruturado este módulo
Este módulo de Direito de Propriedade Intelectual, para
estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Direito, à

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semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se


segue:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspecto-chaves que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas, incluindo estudo de caso.
Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto e extenso
Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de
aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos
adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED
disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais
materiais de estudos relacionado com o seu curso como: Livros
e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material
físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a
Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.

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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.
Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a
aprender. Aprender aprende-se.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de
leitura.
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

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4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso existirem.
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

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É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;
Precisa de apoio?
Caro estudante temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com
tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para
acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do
tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que
lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem com relação
aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou
precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos
diferentes temas e unidade temática, no módulo.
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é

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importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues


duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).
Avaliação
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,
estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária,
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados


como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

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TEMA – I: INTRODUÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL


UNIDADE Temática 1.1. História e Evolução.
UNIDADE Temática 1.2. Influência Do Código Francês, Influência Do Codigo Brasileiro
UNIDADE Temática 1.3. Surgimento Em Mocambique .
UNIDADE temática 1.4. Exercícios.

UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Introdução ao Direito da Propriedade Intelectual.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a História e evolução da disciplina;


 Saber sobre as influências de outros códigos;
 Conhecer o surgimento da PI em Moçambique;
Objectivo
s
específico História e Evolução
s
O Direito de Propriedade Intelectual é um jovem ramo do Direito, que a partir de
1967, constitui - se como órgão autónomo dentro do sistema das Nações
Unidas a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI, ou, na versão
inglesa, WIPO), englobando as Uniões de Paris e de Berna, além de perfazer
uma articulação com a recente União para a Protecção das Obtenções
Vegetais, e a administração de uma série de outros tratados.
A Convenção da OMPI define como “propriedade intelectual”, a soma dos
direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos
artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às
emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da actividade
humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às
marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e
denominações comerciais, à protecção contra a concorrência desleal e todos os
outros direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios industrial,
científico, literário e artístico.
Antes da definição convencional, a expressão “Propriedade intelectual” aplicava-
se, mais restritamente, aos direitos autorais nesta acepção, encontramos
extenso emprego na doutrina anterior.
Em sua origem, porém, como concebido por Josef Kohler e Edmond Picard nos
fins do Século XIX, o conceito correspondia ao expresso na Convenção da
OMPI.
Tem - se, assim, correntemente, a noção de Propriedade Intelectual como a de
um capítulo do Direito, de carácter internacionalizado, compreendendo o que
pode levar seguramente a uma harmonização.
Porém, nem na Convenção da OMPI, meramente adjectiva, nem mesmo no mais
recente Acordo TRIPS da Organização Mundial de Comércio, se tenta uma
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estruturação das normas jurídicas comuns a cada um e a todos capítulos da


Enciclopédia Jurídica. o que pode levar seguramente a uma harmonização.

1.1. Influência do Código Francês


O Código de Propriedade Intelectual francês, de 1992, tentativa inaugural de
um corpo nacional integrado de normas sobre o tema, não foi, ainda, um
parâmetro de racionalidade e sistematização comparável ao "Code Civil
de Pothier". Código em nome, na verdade consolidação de normas
preexistentes, sem evidenciar - lhes o sistema comum, a norma francesa será,
possivelmente, um teste para o desenvolvimento de um Direito, no que hoje
persiste sendo apenas um campo de prática profissional e o objecto de
instituições administrativas nacionais ou supranacionais.

1.2. Influência do Código Brasileiro


No Brasil, o direito industrial surgiu no início do século XIX, quando a Corte
portuguesa veio para o país fugindo de Napoleão. Desta forma, em 1809 o
Príncipe Regente reconheceu o direito do inventor concedendo assim o direito
à exclusividade do uso pelo prazo de 14 (catorze) anos, para as invenções que
fossem registadas junto a Real Junta do Comércio (COELHO, 2001).

Em 1824, com a edição de uma nova Constituição surge a possibilidade de


protecção dos inventos. Já em 1830 o País consegue a sua independência
política e edita uma lei que versava sobre invenções.

A primeira lei brasileira sobre marcas surgiu somente em 1875, em decorrência


dos interesses de um cliente de Ruy Barbosa, a firma Meuron e Cia. O qual
possuía a marca Rapé Areia Preta e estava processando a firma Moreira e Cia.
Por falsificação pela utilização da marca Rapé Areia Parda (COELHO, 2001;
VARELLA, 1996).

Apesar de Rui Barbosa, vencer em primeira instância 2, o referido processo foi


anulado posteriormente, tendo em vista não existir no ordenamento jurídico
uma norma que descrevesse o ocorrido como sendo um crime, não podendo
assim se falar em punição. Com isto a Comissão de Justiça Criminal da Câmara
dos Deputados propôs o Projecto de lei o qual concedia aos comerciantes a
possibilidade de utilizar uma marca como forma de assinatura de seus
produtos e que dessa maneira, pudessem diferencia - lás dos demais produtos
comercializados (VARELLA, 1996).

No ano de 1882, ocorre a edição de uma nova lei de patentes, e nos anos de

2
Quando determinada matéria controvertida é decidida por um tribunal pela primeira vez, já que,"no
ordenamento jurídico pátrio vigora o princípio do duplo grau de jurisdição, que impera que todos os
litígios submetidos a tribunal deverem ficar sujeitos sucessivamente, salvo os casos previstos na lei, ao
julgamento pleno de dois tribunais, sendo primeiro de primeira instância" - Tomas Timbane, in Lições de
Processo Civil I, p. 105, edição escolar, Maputo.
10
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1887 e 1904 outras leis que versavam sobre a protecção de marcas (VIEIRA,
2001).
Posteriormente o tratamento integrado das questões da propriedade
intelectual como um todo, sem divisão entre patentes, cultivares, e direitos
autorais – temas sujeitos a ministérios diversos na Administração Pública
Brasileira -, vem de ser prestigiado pelo disposto no decreto de 21 de Agosto
de 2001, que Cria, no âmbito da CAMEX - Câmara de Comércio Exterior, o
Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual 3.

Surgimento em Moçambique
Antes da independência não se podia falar do Direito de Propriedade Intelectual
em Moçambique ou pelo menos dos moçambicanos, porquanto que colónia
portuguesa.
Depois da independência de Moçambique e por se ter abraçado o regime
socialista os direitos autorais não tidos com relevância, verificando – se
aceitação com constituição de 1990.
Neste prisma Moçambique começa a aderir a uma serie de tratados e
convenções internacionais, sendo que em 1996, através da resolução n° 12/96
de 18 de Junho, Moçambique Adere a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual – OMPI.
No ano de 1997, através da resolução n° 13/97 de 13 de Junho, Moçambique,
adere a Convenção de Berna de 24 de Julho de 1971, modificada em 28 de
Setembro de 1979, relativa a Protecção as Obras Literárias e Artísticas.
No mesmo ano através de resolução nº 20/97 de 12 de Agosto, Moçambique
adere o acordo de Madrid de 1891 e o respectivo protocolo, referente ao
Registo Internacional de Marcas.
Já em no ano de 1999, adere através da Resolução nº 35/99 de 16 de Novembro
ao Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT, de 19 de Junho de 1970,
modificado em 28 de Setembro de 1979 e em 3 Fevereiro de 1984.
Moçambique é igualmente parte da convenção de Paris para a Protecção da
Propriedade Intelectual de 20 Março de 1883, revista em Bruxelas à 14 de
Dezembro de 1900, em Washington à 2 de Junho de 1934, em Haia à 6 de
Novembro de 1925, em Londres à 2 de Junho de 1934, em Lisboa à 31 de
Outubro de 1958, e em Estocolmo à 14 de Julho de 1967.
A nível da região da SADC, através da resolução nº 34/99 de 18 de Novembro,
Moçambique adere à Organização Regional Africana da Propriedade Industrial,
por via do Protocolo de Harare, sobre patentes e desenhos industriais, adoptado
em Harare em 10 de Dezembro de 1982 e revisto em 28 de Novembro de 1997,
e em 26 de Maio de 1998.

3
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019
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Em 2003, Moçambique experimenta uma nova fase com aprovação do Decreto


nº 50/2003 de 24 de Dezembro, que cria o Instituto da Propriedade Industrial -
IPI, uma instituição pública, dotada de personalidade jurídica, autonomia
administrativa e financeira4, com a sua sede em Maputo5,
As atribuições desta instituição são6:
a) Propor a definição de políticas específicas da propriedade industrial e
acompanhar a execução das medidas dela decorrente.
b) Apresentar proposta de desenvolvimento e aperfeiçoamento da
legislação sobre a propriedade industrial e velar pelo seu cumprimento,
c) Assegurar a atribuição e protecção dos direitos da propriedade industrial,
visando reforçada lealdade da concorrência,
d) Manter um registo actualizado dos direitos atribuídos e respectivas
alterações, permitindo a perante existência de informação certificada e
meios de provas necessárias para resolução de conflitos no âmbito da
propriedade industrial,
e) Publicar nos termos legalmente estabelecidos os actos, decisões e outros
elementos relevantes relativos a propriedade industrial,
f) Promover a divulgação de informação tecnológica, visando estimular o
espírito inventivo e inovador, bem como adoptar medidas que encorajem
a transferência de tecnologias e utilização de patentes, através da
mobilização de diversos parceiros nas instituições de ensino e
investigação do sector público e privado bem como os detentores de
fundos para o desenvolvimento tecnológico e inovação.

Com a criação do IPI, passou – se a uma crescente importância a Propriedade


Industrial em Moçambique. Outro facto não menos importante é que a criação
deste Instituto sucede a aprovação da Lei nº 4/2001 de 27 de Fevereiro, a Lei do
Autor, vislumbrando – se mais robustez na protecção nestas áreas.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos fundamentalmente sobre a
a evolução e origem deste ramo de direito e as direito comparado com outros
ordenamentos jurídicos.
_______________________________________
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. A propriedade intelectual insere – se no Direito, desde a idade de Cristo. .

a) Verdadeiro b) Falso

2. A OMPI, ou, na versão inglesa, WIPO, engloba as Uniões de Paris e de Berna..


a) Verdadeiro b) Falso

4
Conforme estabelecido no art. 2 do Decreto nº 50/2003 de 24 de Dezembro.
5
Vide art. 2 do Estatuto Organico do IPI.
6
Estas atribuições são as resultantes do art.5 do Decreto nº 50/2003 de Dezembro.
12
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3. Moçambique é parte da convenção de Paris para a Protecção da Propriedade


Intelectual de 20 Março de 1883, revista em Bruxelas à 14 de Dezembro de
1900, em Washington à 2 de Junho de 1934, e de Harare de 2019.
a) Verdadeiro b) Falso

4. O Código de Propriedade Intelectual francês, de 1993, revela a aproximação


ao código de Propriedade Intelectual moçambicano.
a) Verdadeiro b) Falso

5. “A Propriedade intelectual” aplicava-se, mais restritamente, aos direitos


autorais nesta acepção, encontramos extenso emprego na doutrina, se tenta
uma estruturação das normas jurídicas comuns a cada um e a todos capítulos
da Enciclopédia Jurídica..
a) Verdadeiro b) Falso

6. Tem - se, assim, correntemente, a noção de Propriedade Intelectual como a


de um capítulo do Direito.
a) Verdadeiro b) Falso

7. A primeira lei brasileira sobre marcas surgiu somente em 1875, em


decorrência dos interesses de um cliente de Ruy Barbosa.
a) Verdadeiro b) Falso

8. As convenções é que determinaram o surgimento da Propriedade Intelectual.


a) Verdadeiro b) Falso

9. Antes da independência não se podia falar do Direito de Propriedade


Intelectual.
a) Verdadeiro b) Falso

10. A Convenção de Paris para protecção da Propriedade Industrial de 20 de


Março de 1883, foi revista em Bruxelas a 14 de Dezembro em 1900, em
Washington a 2 de Junho de 1911, em Haía a 6 de Novembro de 1925, em
Londres a 2 de Junho de 1934, em Lisboa a 31 de Outubro de 1958 e em
Estocolmo a 14 de Julho de 1967.
a) Verdadeiro b) Falso.

________________________________________
Exercícios para AVALIAÇÃO
1. Em que ano foi criada a Organização Mundial da Propriedade Intelectual -
OMPI?
R% A OMPI, foi criada em 1967.

13
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

2. Refere – se sucintamente ao surgimento do DPI no Brasil?


R% No Brasil, o direito industrial surgiu no início do século XIX, quando a
Corte portuguesa veio para o país fugindo de Napoleão. Desta forma,
em 1809 o Príncipe Regente reconheceu o direito do inventor
concedendo assim o direito à exclusividade do uso pelo prazo de 14
(catorze) anos, para as invenções que fossem registadas junto a Real
Junta do Comércio.

3. O IPI é uma Instituição Privada ou Pública?


R% O IPI é uma instituição pública, dotada de personalidade jurídica,
autonomia administrativa e financeira nos termos do Decreto n°50/2003
de 24 de Dezembro.

4. Quem define as políticas específicas da propriedade industrial?


R% As políticas específicas da propriedade industrial são definidas pelo
Instituto da Propriedade Intelectual – IPI.

5. Há vinculação de Moçambique a alguns tratados sobre P.I a nível da


região austral de África?
R% Sim, é o caso da resolução nº 34/99 de 18 de Novembro, respeitante
a adesão de Moçambique à Organização Regional Africana da
Propriedade Industrial, por via do Protocolo de Harare, sobre patentes e
desenhos industriais, adoptado em Harare em 10 de Dezembro de 1982
e revisto em 28 de Novembro de 1997, e em 26 de Maio de 1998

14
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

TEMA – II: Direito da Propriedade Intelectual e Direito da Concorrência.


UNIDADE Temática 2.1. Conceito de Propriedade Intelectual.
UNIDADE Temática 2.2. Exercícios

_____________________________________________
Unidade temática : Conceito de Propriedade Intelectual.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a dualidade entre Propriedade Intelectual e Direito da


Concorrência.
Objectivos
 Entender o conceito de Propriedade Intelectual.
específicos
 Entender o conceito de Direito de Concorrência.
 Compreender a importância da Propriedade Intelectual.
 Compreender as razões de protecção da Propriedade
Intelectual
 Entender o bem jurídico protegido
 Aprofundar a realidade do surgimento da Propriedade Intelectual

Direito da Propriedade Intelectual e Direito da Concorrência.


Relativamente a estes dois temas, a questão que se propõe analisar é saber, se
estamos em face de uma relação de conflitos ou de complementaridade? A esse
respeito dá – se votos a contribuições dadas por (Lilla, Paulo Eduardo de
Campos, 2013)7, que aventa que estes dois constituem temas de relevância mas
também de complexidade no que concerne os seus aspectos jurídicos e
económicos durante algum tempo, muitos acreditaram que haveria um conflito
entre esses dois ramos do Direito.
Mas conclui o mesmo autor, que na verdade o que se deve ter em conta é que a
política de concorrência deve permitir que o sistema de propriedade intelectual
cumpra a sua função essencial de impedir a concorrência pela cópia ou imitação,
levando as autoridades antitruste a concentrarem seus esforços na protecção da
concorrência dinâmica, pela superação ou substituição, movida pelo processo de
inovação.
Sendo inegável que a desejada relação de complementaridade entre direito da
Propriedade Intelectual e Direito da Concorrência depende da coerência na
formulação das normas que as disciplinam.

7
Lilla, Paulo Eduardo de Campos,Direito de Propriedade Intelectual e o controle das Praticas
Restritivas da Concorrência à Luz do acordo TRIPS/OMC, São Paulo,2013.
15
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Conceito de Propriedade Intelectual


Dar conceito é das mais difíceis tarefas académicas a se realizar, conceituar é
quase sempre a base de estudo de qualquer que seja o instituto do saber, ora o
conceito de Propriedade Intelectual pode ser retirado da Lei.
A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a
inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto - seja bens
imateriais ou incorpóreos nos domínios industrial, científico, literário ou
artístico - o direito de obter, por um determinado período de tempo,
recompensa resultante pela “criação” – manifestação intelectual do ser
humano8.
Portanto, a Propriedade Intelectual engloba o campo de Propriedade
Industrial, os direitos autorais e outros direitos sobre bens imateriais de vários
géneros, tais como os Direitos Conexos, e as Protecções Sui Generis.
O nosso código de propriedade Industrial, estabelece na alínea q) do artigo 1, a
Propriedade Intelectual como sendo "o conjunto dos direitos relativos as obras
literárias, artísticas, e cientificas, às interpretações dos artistas interpretes e às
execuções dos artistas executantes, aos fonogramas, e às emissões de
radiodifusão, as invenções em todos os domínios da actividade humana, as
descobertas cientificas, aos modelos de utilidade e desenhos industrias, as
marcas, às denominações de origem e indicações geográficas, aos nomes
comerciais, nomes de estabelecimento e insígnias de estabelecimento, à
protecção de segredos de comércio, à protecção contra a concorrência desleal e,
em geral, todos os direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios
industrial, cientifico, literário e artístico."

Conceito do Direito da Concorrência.


O conceito de Direito da Concorrência, segundo Taurick, Roberto Domingos 9, é
definido como sendo o ramo do Direito que analisa, sob a óptica económica e
legal, como se comportam, concorrencialmente, as pessoas e empresas que
actuem em um dado mercado.
A concorrência encontra eco legal na Lei nº 10/2013 de 11 de Abril, que
estabelece o regime jurídico da concorrência, no exercício das actividades
económicas, também chamada por lei da concorrência, ficando assim assentes
as garantias do respeito das regras da concorrência assegurada por uma
entidade reguladora de que se fazem representar as associações empresarias, os
sindicatos e os consumidores nos limites das atribuições e competências que lhe
são legalmente concedida 10.

8
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019
9
TAURICK, Domingos, in Introdução ao Direito da concorrência, p. 6, 2014.
10
Ao abrigo do art. 5, nº1, da Lei nº 10/2013 de 11 de Abril – Lei da Concorrência.
16
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

A supervisão, regulamentação e sanções em matéria de concorrência, são da


competência da Autoridade Reguladora da Concorrência11.

A Importância da Propriedade Intelectual


A Propriedade Intelectual é considerada um dos principais motores da
economia globalizada. Caracteriza o reconhecimento de formas legais de
apropriação do conhecimento humano, tanto da materialização dos insightsou
frutos da criatividade humana, como dos resultados de pesquisa e
conhecimento técnico que se concretizem em produto novo ou modificado.
Em sentido amplo, o Direito de Propriedade Intelectual protege as espécies de
criações intelectuais que podem resultar na exploração comercial ou vantagem
económica para o criador ou titular e na satisfação de interesses morais dos
autores, ou seja, o que a norma protege não é a ideia (entendida como objecto
incorpóreo), mas a materialidade de uma ideia. Os direitos patrimoniais que
decorrem de propriedade intelectual são temporários e devem respeitar ao
princípio da territorialidade.

Assegurar Direitos de Propriedade Intelectual é crucial para que ideias criativas


e inovações estejam bem protegidas, a fim de garantir sua exploração
comercial.

Razões da Protecção a Propriedade Intelectual

Os activos intelectuais precisam ser legalmente protegidos, como qualquer


outra propriedade em uma empresa ou instituição, como qualquer outro activo
físico, (conferido por uma nota fiscal ou uma escritura e registo de imóvel). É
preciso obter a propriedade legal sobre uma invenção para poder explora - la,
licencia - la ou vende - la a terceiros. A finalidade dos Direitos de Propriedade
Intelectual é proibir o uso, a fabricação, venda ou importação de produto
similar no âmbito de sua protecção.

O que se Protege

Definir os bens intelectuais passíveis de protecção, bem como a forma de


protecção conferida a cada um destes bens constitui, principalmente, em
medida estratégica inerente à actividade de gestão da inovação em uma
instituição.

Uma política de protecção aos Direitos de Propriedade Intelectual inclui avaliar


o potencial inovador e tecnológico e decidir como proteger o conhecimento,
utilizando um ou mais recursos legalmente possíveis.

11
Vide art. 8 da Lei da Concorrência.
17
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Como Surgiu a Propriedade Intelectual

A aceleração do processo informacional e o desenvolvimento da economia


industrial passou a exigir, desde o Renascimento, a criação de uma nova
categoria de direitos de propriedade. Tal se deu, essencialmente, a partir do
momento em que a tecnologia passou a permitir a reprodução em série de
produtos a serem comercializados: além da propriedade sobre o produto, a
economia passou reconhecer direitos exclusivos sobre a ideia de produção, ou
mais precisamente, sobre a ideia que permite a reprodução de um produto.

A estes direitos, que resultam sempre numa espécie qualquer de exclusividade


de reprodução ou emprego de um produto (ou serviço) se dá o nome de
“Propriedade Intelectual”. Já ao segmento da Propriedade Intelectual que
tradicionalmente afecta directamente ao interesse da indústria de
transformação e do comércio, tal como os direitos relativos a marcas e
patentes, costuma-se designar por “Propriedade Industrial”.
Nos países de economia de mercado a propriedade industrial consiste numa
série de técnicas de controlo da concorrência, assegurando o investimento da
empresa em seus elementos imateriais: seu nome, a marca de seus produtos
ou serviços, sua tecnologia, sua imagem institucional, etc.

Assim, quem inventa, por exemplo, uma nova máquina pode solicitar do Estado
uma patente, que representa a exclusividade do emprego da nova tecnologia -
se satisfizer os requisitos e se activar aos limites que a lei impõe. Só o titular da
patente tem o direito de reproduzir a máquina; e o mesmo ocorre como uso da
marca do produto, do nome da empresa, etc.

É de notar-se que, não obstante a expressão “propriedade” ter passado a


designar tais direitos nos tratados pertinentes e em todas as legislações
nacionais, boa parte da doutrina económica a eles se refira como
“monopólios”.
Tal se dá, provavelmente, porque o titular da patente, ou da marca, tem uma
espécie de monopólio do uso de sua tecnologia ou de seu signo comercial, que
difere do monopólio "strictu sensu" pelo facto de ser apenas a exclusividade
legal de uma oportunidade comercial (do uso da tecnologia, etc.) e não - como
no monopólio autêntico - uma exclusividade de mercado. Exclusividade a que
muito frequentemente se dá o nome de propriedade.
Seguramente isso acontece porque o estatuto da propriedade tende a ser um
dos conjuntos mais estáveis de normas de um sistema legal, permitindo a
formulação da política de longo prazo, aumentando a segurança dos
investimentos e direccionando a evolução tecnológica para os objectivos que a
comunidade elegeu como seus.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 2.1. estudamos e discutimos fundamentalmente
18
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

conceito de Propriedade Intelectual, o conceito de Direito de Concorrência, a


importância da Propriedade Intelectual, as razões de protecção da Propriedade
Intelectual, o bem jurídico protegido e o surgimento da Propriedade Intelectual .
_______________________________________
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. É inegável que a desejada relação de complementaridade entre direito da


Propriedade Intelectual e Direito da Concorrência depende da coerência na
formulação das normas que as disciplinam.
a) Verdadeiro b) Falso

2. A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a


inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto, vida tranquila.
a) Verdadeiro b) Falso

3. A concorrência não encontra eco na legislação moçambicana.


a) Verdadeiro b) Falso

4. A propriedade intelectual era um vector das economias na idade média.


a) Verdadeiro b) Falso

5. Os direitos patrimoniais que decorrem de propriedade intelectual são


temporários e devem respeitar ao princípio da territorialidade.
a) Verdadeiro b) Falso

6. Uma política de protecção aos Direitos de Propriedade Intelectual inclui


avaliar o potencial inovador e tecnológico e decidir como proteger o
conhecimento.
a) Verdadeiro b) Falso

7. Os activos intelectuais precisam ser legalmente protegidos, como


qualquer outra propriedade em uma empresa ou instituição, como qualquer
outro activo físico.
a) Verdadeiro b) Falso

8. O Direito da Concorrência, não se coaduna com o Direito interno, pois


esta virado para o estrangeiro.
a) Verdadeiro b) Falso

9. A aceleração do processo informacional e o desenvolvimento da


economia industrial passou a exigir, desde o Renascimento, a criação de uma
nova categoria de direitos de propriedade.
a) Verdadeiro b) Falso

10. O estatuto da propriedade tende a ser um dos conjuntos mais estáveis de


normas de um sistema legal, permitindo a formulação da política de

19
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

longo prazo, aumentando a segurança dos investimentos e direccionando


a evolução tecnológica para os objectivos que a comunidade elegeu
como seus.
a)Verdadeiro b) Falso

_______________________________________
Exercícios para AVALIAÇÃO

1. De conceito de Direito de Propriedade Intelectual?

Propriedade Intelectual é "o conjunto dos direitos relativos as obras


literárias, artísticas, e cientificas, às interpretações dos artistas
interpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas, e
às emissões de radiodifusão, as invenções em todos os domínios da
actividade humana, as descobertas cientificas, aos modelos de utilidade
e desenhos industrias, as marcas, às denominações de origem e
indicações geográficas, aos nomes comerciais, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimento, à protecção de
segredos de comércio, à protecção contra a concorrência desleal e, em
geral, todos os direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios
industrial, cientifico, literário e artístico".

2. De conceito de Direito de concorrência?


Direito da Concorrência, segundo Taurick, Roberto Domingos 12 , é
definido como sendo o ramo do Direito que analisa, sob a óptica
económica e legal, como se comportam, concorrencialmente, as
pessoas e empresas que actuem em um dado mercado.

3. Fale da importância da propriedade intelectual?


A importância da propriedade intelectual reside no facto de ser um
dos principais motores da economia globalizada. Caracteriza o
reconhecimento de formas legais de apropriação do conhecimento
humano, tanto da materialização dos insightsou frutos da criatividade
humana, como dos resultados de pesquisa e conhecimento técnico
que se concretizem em produto novo ou modificado.

4. Quais são as razões da protecção da Propriedade Intelectual?

Razões: Os activos intelectuais precisam ser legalmente protegidos,


como qualquer outra propriedade em uma empresa ou instituição,
como qualquer outro activo físico, (conferido por uma nota fiscal ou
uma escritura e registo de imóvel). É preciso obter a propriedade legal
sobre uma invenção para poder explora - lá, licencia - lá ou vende - lá
a terceiros. A finalidade dos Direitos de Propriedade Intelectual é
proibir o uso, a fabricação, venda ou importação de produto similar no
âmbito de sua protecção.

12
TAURICK, Domingos, in Introdução ao Direito da concorrência, p. 6, 2014.
20
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

5. Estabeleça a diferença entre de Direito de Propriedade Intelectual e


Direito da Concorrência?
Propriedade Intelectual é "o conjunto dos direitos relativos as obras
literárias, artísticas, e cientificas, às interpretações dos artistas
interpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas, e
às emissões de radiodifusão, as invenções em todos os domínios da
actividade humana, as descobertas cientificas, aos modelos de
utilidade e desenhos industrias, as marcas, às denominações de
origem e indicações geográficas, aos nomes comerciais, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimento, à protecção de
segredos de comércio, à protecção contra a concorrência desleal e, em
geral, todos os direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios
industrial, cientifico, literário e artístico", por seu turno o Direito da
Concorrência, segundo Taurick, Roberto Domingos, é definido como
sendo o ramo do Direito que analisa, sob a óptica económica e legal,
como se comportam, concorrencialmente, as pessoas e empresas que
actuem em um dado mercado.

TEMA – III: A Propriedade - Generalidades.


UNIDADE Temática 3.1. A propriedade no âmbito Intelectual.
UNIDADE Temática 3.2. Exercícios

21
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

_____________________________________________
Unidade temática : Propriedade - Generalidades.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a essência do direito da Propriedade


 Entender o direito da propriedade e sua função
Objectivos  Compreender a questão da exclusividade da Propriedade
específicos

A Propriedade - Generalidade

O direito a propriedade, encontra alento na Constituição, o número 1 do artigo


82º, da Constituição da Republica de Moçambique, estabelece que "O Estado
reconhece e garante o direito de propriedade".
A emergência das novas formas de propriedade exige, porém, que se analise
tal fenómeno jurídico sob o ângulo da estrutura dos direitos em geral, levando
em conta, inclusive, a natureza dos objectos destes mesmos direitos.

Em termos muito genérico, o conceito de propriedade pode ser retirado do


artigo 1305º do Código Civil. "O proprietário goza de modo pleno e exclusivo
dos direitos de uso, fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro
dos limites da lei e com observância das restrições por ela impostas".
Deste modo, como nas palavras de FERNANDES, Luís Carvalho, “não causará
estranheza se agora se disser que, em boa verdade, a noção do art. 1305° do
Código Civil, para pouco serve do que para afirmar o direito de propriedade
como direito real de gozo máximo, no sentido de ele reconhecer ao seu titular
a generalidade da faculdade atribuídas a um particular, em vista do
aproveitamento pleno da utilidade de uma coisa, dirigido à satisfação de
necessidades legítimas, dentro dos limites da lei e com observância das
restrições por ela impostas”13.

A tradição tem reservado a palavra “propriedade” ao controle


sobre coisas, ou bens tangíveis; por uma extensão relativamente
moderna, admite-se falar de propriedade intelectual, propriedade
industrial, propriedade comercial, etc., para descrever direitos
13
FERNANDES,exercidos com relação
Luís A. Carvalho, Liçõesade
certos bens
Direitos intangíveis.
Reais, pag. 332, 6 Ed.
22
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Essência do Direito de Propriedade

(FERNANDES, Luís,) sobre esta matéria, apresenta duas orientações


fundamentais em presença, quando se trata de fixar a essência do direito de
propriedade, que são: (i) a teoria da pertença de cariz qualitativo, e (ii) a teoria
do senhorio ou domínio, que apresenta feição quantitativa.
A primeira defende a ideia segundo a qual no direito de propriedade se
verifica uma situação de pertença de certa coisa ou pessoa, criando – se assim
uma relação de subordinação da coisa ao titular do direito.
A teoria do senhorio ou do domínio, que encontrou mais seguidores na
doutrina, diz – se quantitativa, porquanto identifica o direito de propriedade
como o mais vasto do direito sobre uma coisa 14.

Propriedade e Função

O contexto da instituição jurídica da propriedade mudou radicalmente desde a


noção romana da “plena in re potestas”. Esculpida como um direito-função,
com fins determinados, confiada a cada titular para realização de objectivos
socialmente importantes.

A Questão de Exclusividade

Do conceito inicialmente proposto é melhor expresso pela palavra “poder”; o


poder de acção, conferido pela ordem jurídica a uma pessoa, para que possa
alcançar um interesse próprio é o direito subjectivo. Costuma-se analisar tal
noção de forma a evidenciar a existência de um sujeito activo, que detém o
poder; de um sujeito passivo, a quem cabe um dever; de uma relação jurídica
entre os dois pólos subjectivos; e de um bem, objecto desta relação.

Este poder de agir por vezes se exerce sobre um sujeito passivo determinado,
cujo dever, além da obrigação genérica de respeitar o poder do pólo activo, é
de realizar uma prestação, uma actividade positiva ou negativa. Tal actividade
é, ao mesmo tempo, o objecto da relação, e a forma de se executar o poder.
Quando se dá, da maneira descrita, uma coincidência entre dever do sujeito
passivo e o objecto do poder, tem-se o direito subjectivo de crédito. Quando a
actividade negativa de um sujeito determinado consiste em abster-se perante
o exercício do poder do sujeito activo, têm-se os chamados direitos
potestativos que são direitos subjectivos de crédito cujo conteúdo se esgota no
próprio poder.

A noção de “direitos exclusivos” merece reflexão especial. Pontes de Miranda,


ao tratar exactamente do segredo de fábrica, refere-se à eficácia “erga omnes,
mas não real” daquela figura jurídica. Ao usar tal expressão, algo paradoxal, o

14
Idem.
23
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

autor reconhecia que há no caso eficácia absoluta (erga omnes) mas não um
poder de excluir terceiros com os mesmos direitos erga omnes (por exemplo, o
de ter a oportunidade de usar uma estrada pública), ou seja, não é um direito
exclusivo. Os direitos de oportunidade são todos deste tipo, pressupondo um
bem meio (a oportunidade) e um bem fim (a estrada pública); a existência ou
não de exclusividade refere-se, de fato, ao bem fim, pois o bem meio será
sempre exclusivo, sob pena de inexistir direito erga omnes.

Os direitos absolutos podem, assim, ser exclusivos ou não exclusivos conforme


seja materialmente ou juridicamente impossível fazer incidir outros direitos
idênticos sobre um mesmo bem fim. Em se tratando de bens corpóreos
patrimoniais, os atributos físicos de individualidade e actualidade (“corporales
sunt quae sunt”, no dizer de Cícero), se acrescidos pelo propósito de
apropriação, transformam o direito absoluto em exclusivo.
Tais são os chamados direitos reais, cujos predicados de sequela e
transferência podem ser explicados pela natureza do direito (absoluto), pelas
qualificações do objecto (individualizado e actual) e pelo objectivo da
apropriação. Quando ao poder do sujeito activo não corresponde um dever,
específico, de nenhum sujeito activo, a não ser aquele de respeitar a
juridicidade do exercício do mesmo poder, há um direito absoluto.

Concebe-se, também, que haja, poderes que não se exercitem em interesse


próprio, mas para atender objectivos ao menos parcialmente alheios. É o caso
do poder tutelar, do poder marital, e do exercício da jurisdição pelo
magistrado: são poderes função, em que existe um dever poder, um exercício
não voluntário de um poder de agir. Tais poderes não serão direitos
subjectivos, mas potestades.

Entre os direitos de conteúdo não patrimonial, são absolutos e exclusivos os de


personalidade, os políticos, os chamados direitos humanos, etc. De outro lado,
são insusceptíveis de direitos exclusivos a “res communes omnium” tais como
as vias públicas, ou o mercado (o espaço jurídico onde se tecem as relações
económica); as coisas ou bens de uso inexaurível, como o ar atmosférico, que
no entanto se transformam em objectos possíveis de direito exclusivo se
parceladas e individualizadas; e todos os bens inapropriados, em relação
àquelas pessoas que não podem apropriar-se deles.
Os bens, produtos da inventiva industrial ou da criação estética, denominados
usualmente imateriais, carecem dos atributos das coisas corpóreas, objecto
natural dos direitos reais: não são individualizadas e actuais, no sentido de que
podem ser reproduzidos ou recriados por uma outra pessoa, diversa do criador
original.

Embora susceptíveis de serem objectos de direitos absolutos exclusivos, esta


exclusividade não impede, a rigor, a reprodução ou a recriação, que são
processos de produzir objectos idênticos, mas diferentes. Por ficção, o Direito
tem atribuído a tais bens as mesmas qualidades das coisas sob direito real,

24
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

fazendo prevalecer a exclusividade do direito mesmo sobre bens idênticos de


criação absolutamente autónoma.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 3.1 abordamos a essência do direito da propriedade, a
propriedade e função e a questão da exclusividade da propriedade considerando
que o direito da propriedade intelectuais engloba-se no grupo dos direitos da
Propriedade.
_______________________________________
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O direito da propriedade não encontra – se regulada nas nossas leis.


a) Verdadeiro b) Falso

2. A propriedade é para fins pouco claros, pois a lei não trata sobre essa
matéria.
a)Verdadeiro b)Falso

3. Os direitos absolutos podem, assim, ser exclusivos ou não exclusivos


conforme seja materialmente ou juridicamente impossível fazer incidir
outros direitos idênticos sobre um mesmo bem fim.
a)Verdadeiro b)Falso

4. A noção de “direitos exclusivos” merece reflexão especial.


a)Verdadeiro b)Falso

5. O proprietário goza de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso,


fruição e disposição das coisas, desde que pague o registo das coisas.
a)Verdadeiro b)Falso

6. O contexto da instituição jurídica da propriedade mudou radicalmente


desde a noção romana da “plena in re potestas”.
a) Verdadeiro b)Falso

7. A tradição tem reservado a palavra “propriedade” ao controle sobre


coisas, ou bens tangíveis.
a)Verdadeiro b)Falso

8. A teoria do senhorio ou do domínio, que encontrou mais seguidores na


doutrina, diz – se quantitativa, porquanto identifica o direito de
propriedade como o mais vasto do direito sobre uma coisa.
a)Verdadeiro b)Falso

9. Quando ao poder do sujeito activo não corresponde um dever,


específico, de nenhum sujeito activo, a não ser aquele de respeitar a

25
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

juridicidade do exercício do mesmo poder, há um direito absoluto.


a)Verdadeiro b)Falso

10. Os bens, produtos da inventiva industrial ou da criação estética,


denominados usualmente imateriais, carecem dos atributos das coisas
corpóreas, objecto natural dos direitos reais.
a)Verdadeiro b)Falso

11. O direito da propriedade insere – se no direito do consumidor e da


concorrência.
a)Verdadeiro b)Falso.

_______________________________________
Exercícios para AVALIAÇÃO

1. O que é Propriedade?
A propriedade encontra a sua definição no artigo 1305 do Código Civil,
"O proprietário goza de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso,
fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro dos limites
da lei e com observância das restrições por ela impostas".

2. Fale da essência do Direito de Propriedade?


A essência do direito de Propriedade apresenta duas orientações
fundamentais em presença, quando se trata de fixar a essência do
direito de propriedade, que são: (i) a teoria da pertença de cariz
qualitativo, e (ii) a teoria do senhorio ou domínio, que apresenta
feição quantitativa.

3. Como se manifesta a exclusividade no Direito de Propriedade?


A exclusividade manifesta – se, sob efeito erga omnes.

4. A Constituição da Republica de Moçambique protege a propriedade?


Sim, a CRM protege o direito a propriedade, ao estabelecer no número
1, do artigo 82, que "O Estado reconhece e garante o direito de
propriedade".

5. O nosso Código Civil, regula o Direito a propriedade?


Sim, o nosso código regula o direito de propriedade, nos artigos 1302º
e seguintes.

TEMA – IV: Os Ramos da Propriedade Intelectual.


UNIDADE Temática 4.1. Direitos Autorais.
UNIDADE Temática 4.2. Direitos Conexos e/ou vizinhos

26
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

UNIDADE Temática 4.3.Direitos Suis Generis


UNIDADE Temática 4.4. Exercícios

_____________________________________________
Unidade temática 4.1.: Direitos Autorais

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os direitos Autorais


 Entender a essência dos direitos patrimoniais
Objectivos  Compreender a essência dos direitos não patrimoniais
específicos

OS RAMOS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

O desenvolvimento da Propriedade Intelectual repercute-se quer no exercicío


dos direitos de autor quer nos direitos vizinhos e ainda nos direitos de
propriedade industrial conferindo os seus titulares uma garantia contra os
usufrutuários ilegítimos e os autores da concorrência desleal 15

O Direito da propriedade intelectual subdivide-se em três (3) ramos


fundamentais: (i) Direitos Autorais, (ii) Propriedade Industrial e (iii) Protecção
suis Generis.

3.1. DIREITO AUTORAL

15
Resolução n°12/96 de 18 de Junho – Convenção que institui a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI)
27
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Os direitos autorais subdividem-se em ramos próprios: (i) direito do Autor, (ii)


Direitos conexos e (iii) Direitos de Computador (que estão incluindos nos
direitos do Autor).

3.1.1. DIREITO DO AUTOR

É o direito exclusivo do criador e/ou autor 16 de uma obra literária, artística ou


científica de dispor, fruir e utilizar em exclusivo ou autorizar a sua fruição no
todo ou em parte segundo a Lei n° 4/2001 de 27 de Fevereiro,
nomeadamente17:

a) As obras escritas, incluindo os programas de computador 18;


b) As conferências, alocuções, sermões e outras obras feitas de palavras e
expressas oralmente;
c) As obras musicais, incluam ou não textos de acompanhamento;
d) As obras dramáticas e dramático-musicais;
e) As obras coreográficas e as pantomimas;
f) As obras audiovisuais;
g) As obras de belas artes, incluindo os desenhos, as pinturas, as
esculturas, as gravuras e as litografias;
h) As obras de arquitectura;
i) As obras fotográficas;
j) As obras de arte aplicada;
k) As ilustrações, as cartas geográficas, os planos, os esboços e as obras
tridimensionais relativas à geografia, à topografia, à arquitectura ou à
ciência;
l) As expressões do folcrore
m) Às obras derivadas, quando a selecção ou arranjo das matérias
constituam criações intelectuais (ex.: compilações de obras).

O Direito de Autor ou Direito Autoral constitui um dos ramos dos denominados


direitos intelectuais, enquanto criações do espírito humano (...) razão pelo qual
o autor tem direitos sobre o produto pois passa ao que concerne as
prerrogativas morais e patrimoniais, aquelas referentes ao vínculo pessoal e
perene que une o criador à sua obra e estas referentes aos efeitos econômicos
da obra e o seu aproveitamento mediante a participação do autor em todos os
processos e resultados19.

Os Direitos Autorais podem ser: Patrimoniais e não Patrimoniais e/ou morais.

16
Pessoa física que criou a obra
17
Lei n°4/2001 de 27 de Fevereiro, art.7
18
Conjunto de instruções expressas por palavras, códigos, esquemas ou por qualquer outra forma, capaz
de, quando incorporado num suporte legível por máquina, fazer com que um computador ou um processo
electrónico com capacidade de tratamento da informação consiga realizar ou completar uma tarefa ou um
resultado particular.
19
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019
28
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Patrimoniais: pressupõe o poder de disposição, fruição e utilização da obra,


pelo seu autor, incluindo a faculdade exclusiva de exploração ecónomica da
mesma e da autorização da sua fruição por terceiro no todo ou em parte 20.

Entretanto detêm direito de livre utilização de direitos patrimoniais os


seguintes: (i) reprodução para fins privados; (ii) reprodução revestido a forma
de citação, (iii) utilização para o ensino, (iv) reprodução repográfica para
bibliotecas e serviços de arquivo, (v) reprodução para fins judiciais e
administrativos, (vi) reprodução para fins de informação, (vii) utilização de
imagens de obras expostas em locais públicos, (viii) reprodução e adaptação de
programas de computador, (ix) registo efémero por organismo de radiofusão,
(x) revenda e empréstimo público, (xii) representação ou execução pública,
(xiii) importação para fins pessoais.

Não Patrimoniais e/ou Morais: são aqueles que abrangem o direito de


reivindicar a paternidade da obra, decidir sobre a sua divulgação, permanecer
anónimo, escolher um pseudómino, opor-se a qualquer mutilação ou
modificação não autorizada da obra e têm um caractér inalienável,
irrenunciável e imprescritível ou vitalício 21.

Esquema de Direitos de Autorais

Direitos Autorais
Direitos Patrimoniais Direitos não Patrimoniais

20
Lei n°4/2001 de 27 de Fevereiro
21
Idem
29
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

 Reivindicar a sua obra;  reinvidicar a paternidade da sua


 Traduzir a sua obra; obra22
 Preparar adaptações,  ficar anónimo ou utilizar um
arranjos ou outras pseudónimo;
transformações da sua  Opor-se a toda a deformação,
obra; mutilação ou outra modificação da
 Dispor de exemplares da sua obra, ou qualquer atentado à
sua obra para venda ao mesma, que seja prejudicial à sua
público, para praticar honra, reputação, genuinidade e
qualquer outro modo de integridade
transferência de
propriedade, para
locação, bem como
empréstimo ao público;
 Representar ou executar
a sua obra em público;
 Importar ou exportar
exemplares da sua obra;
 Comunicar a sua obra ao
público por radiofusão
por cabo ou por qualquer
outro meio

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 4.1 estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
os direitos autorais, suas subdivisões: direitos patrimoniais e não patrimoniais, e
as respectivas características sem descorar do regime jurídico da figura
supracitada.
_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Os ramos do Direito de Propriedade Intelectual são: Direitos autorais,
propriedade Industrial e Protecção suis generis.
a) Verdadeiro b)Falso.

2. O regime Jurídico do Direito do Autor esta plasmado na Lei n°4/2001 de


27 de Fevereiro
a) Verdadeiro b)Falso

22
O direito de fazer com que a menção do seu nome esteja nos exemplares da sua obra, na medida do
possível e da maneira habitual, e em relação a toda a utilização pública da sua obra (...), art. 8 da lei
n°4/2001 de 27 de Fevereiro

30
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

3. As obras audiovisuais não podem ser consideradas protegidas no âmbito


do Direito do Autor
a)Verdadeiro b)Falso

4. Os direitos do Autor subdividem-se em: direitos patrimoniais e direitos


patrimonias e/ou morais
a)Verdadeiro b)Falso

5. Os direitos patrimonias são: reinvidicar a paternidade da sua obra; ficar


anónimo ou utilizar um pseudónimo; Opor-se a toda a deformação,
mutilação ou outra modificação da sua obra, ou qualquer atentado à
mesma, que seja prejudicial à sua honra, reputação, genuinidade e
integridade.
a)Verdadeiro b)Falso

6. Os direitos não patrimoniais e/ou morais são: reivindicar a sua obra;


traduzir a sua obra; preparar adaptações, arranjos ou outras
transformações da sua obra;
dispor de exemplares da sua obra para venda ao público, para praticar
qualquer outro modo de transferência de propriedade, para locação,
bem como empréstimo ao público; representar ou executar a sua obra
em público; importar ou exportar exemplares da sua obra; comunicar a
sua obra ao público por radiofusão por cabo ou por qualquer outro meio.
a)Verdadeiro b)Falso

7. Os direitos Patrimoniais pressupõe o poder de disposição, fruição e


utilização da obra, pelo seu autor, incluindo a faculdade exclusiva de
exploração ecónomica da mesma e da autorização da sua fruição por
terceiro no todo ou em parte.
a)Verdadeiro b)Falso

8. Não Patrimoniais e/ou Morais são aqueles que abrangem o direito de


reivindicar a paternidade da obra, decidir sobre a sua divulgação,
permanecer anónimo, escolher um pseudómino, opor-se a qualquer
mutilação ou modificação não autorizada da obra e têm um caractér
inalienável, irrenunciável e imprescritível ou vitalício.
a)Verdadeiro b)Falso

9. Existe a possibilidade de livre utilização dos direitos patrimoniais.


a)Verdadeiro b)Falso

10. Os programas de computadores não são parte dos direitos do Autor.


a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________
Exercícios de AVALIAÇÃO

1. O que são direitos do Autor?


31
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

É o direito exclusivo do criador e/ou autor de uma obra literária,


artística ou científica de dispor, fruir e utilizar em exclusivo ou autorizar
a sua fruição no todo ou em parte segundo a Lei n° 4/2001 de 27 de
Fevereiro.

2. Porque a inclusão dos direitos do Autor no ramo da propriedade


Intelectual?
o autor tem direitos sobre o produto pois passa ao que concerne as
prerrogativas morais e patrimoniais, aquelas referentes ao vínculo
pessoal e perene que une o criador à sua obra e estas referentes aos
efeitos econômicos da obra e o seu aproveitamento mediante a
participação do autor em todos os processos e resultados.

3. O que são direitos patrimoniais?


Funda-se no poder de disposição, fruição e utilização da obra, pelo seu
autor, incluindo a faculdade exclusiva de exploração ecónomica da
mesma e da autorização da sua fruição por terceiro no todo ou em
parte.

4. O que são direitos não patrimoniais?


são aqueles que abrangem o direito de reivindicar a paternidade da
obra, decidir sobre a sua divulgação, permanecer anónimo, escolher
um pseudómino, opor-se a qualquer mutilação ou modificação não
autorizada da obra e têm um caractér inalienável, irrenunciável e
imprescritível ou vitalício.

5. Quais são as situações que a lei prevê o uso dos direitos patrimoniais
sem rigor as regras do direito do Autor?

Detêm direito de livre utilização de direitos patrimoniais os seguintes:


(i) reprodução para fins privados; (ii) reprodução revestido a forma de
citação, (iii) utilização para o ensino, (iv) reprodução repográfica para
bibliotecas e serviços de arquivo, (v) reprodução para fins judiciais e
administrativos, (vi) reprodução para fins de informação, (vii) utilização
de imagens de obras expostas em locais públicos, (viii) reprodução e
adaptação de programas de computador, (ix) registo efémero por
organismo de radiofusão, (x) revenda e empréstimo público, (xii)
representação ou execução pública, (xiii) importação para fins pessoais.

______
_______________________________________
Unidade temática 4.2.: Direitos Conexos e/ou vizinhos

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


32
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

 Conhecer a essência dos direitos Conexos


 Compreender o registo e a publicidade destes direitos
Objectivos  Compreender os prazos.
específicos

Direitos Conexos e/ou Vizinhos


Direitos conexos e/ou vizinhos são aqueles que a protecção dos interesses dos
artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de fonogramas e dos
organismos de radiofusão quanto às suas actividades, relacionadas com a
utilização pública das obras dos autores, de quaisquer tipos de exibições de
artistas ou transmissão de acontecimentos ao público, informações e quaisquer
sons ou imagens.
Os poderes e direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de
fonogramas dos videogramas e dos organismos de radiofusão fundam-se no
contrato de cessão de direitos patrimoniais, na licença concedida pelo autor ou
co-autores e na Lei. Com excepção das seguintes situações: (i) a utilização
privada; (ii) relato de acontecimentos da actualidade desde que sejam usados
apenas curtos extractos de uma interpretação de um fonograma ou de uma
emissão de radiofusão, (iii) a utilização exclusivamente destinada ao ensino e
investigação científica, (iv) as citações e (v) quaisquer outras utilizações que
sejam excepções a respeito das obras protegidas pelos direitos de autor.

Registo e Publicidade
O registo tem por função dar publicidade à obra e aos direitos protegidos,
dentre eles:

33
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

a) Os actos constitutivos, transmissivos, modificativos ou extintos dos


direitos de autor;
b) A oneração dos direitos de autor;
c) O nome literário ou artístico;
d) O título da obra e o seu autor;
e) A penhora e o arresto sobre os direitos de autor.

Prazo e cálculo do direito de protecção


Os direitos patrimoniais e não patrimoniais tem a sua duração para protecção
podendo ser requerida judicial ou extra-judicial pelo conjuge sobrevivo, não
separado de pessoas e bens, ou por outros herdeiros 23.

1. Os direitos patrimoniais caduca setenta anos após a morte do autor,


regulados nas bases a considerar:
a) Os direitos patrimoniais sobre a obra de colaboração são protegidos
durante a vida do último autor sobrevivente;
b) Os direitos patrimoniais sobre uma obra publicada de maneira
anónima ou sob pseudónimo, conta-se apartir da data que a obra foi
licitamente publicada pela primeira vez;
c) Os direitos patrimoniais sobre uma obra colectiva e obra audiovisual
conta-se a data que a obra foi licitamente tornada acessível ao
público ou após a sua realização;
d) Os direitos patrimoniais sobre arte aplicada são protegidos a partir
da sua realização.

2. Os direitos não patrimoniais é ilimitada no tempo.

3. Para efeitos de cálculo, a contagem inicia no primeiro (1º ) dia de


Janeiro do ano civil seguinte ao do evento constitutivo do direito
evocado e expira no fim do ano civil durante o qual o prazo chegaria
normalmente ao seu termo.

4. Aqueles que não respeitem tais disposições incorrem em infracções


com as consequentes sanções podendo dispor das garantias especiais
para tutela dos direitos violados, ou seja, tais infractores respondem
civil e criminalmente por perdas e danos causados.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 4.1 estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
os direitos conexos e/ou vizinhos, Registo, publicidade e duração.
_______________________________________

23
Nos termos do artigo 22 da Lei n° 4/2001 de 27 de Fevereiro conjugados a lei da familia relativa a
linha sucessória
34
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Os direitos conexos são direitos vizinhos por inerência da Lei n° 4/2001
de 27 de Fevereiro
a)Verdadeiro b)Falso

2. Direitos conexos e/ou vizinhos são aqueles que a protecção dos


interesses dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de
fonogramas e dos organismos de radiofusão quanto às suas actividades,
relacionadas com a utilização pública das obras dos autores, de quaisquer
tipos de exibições de artistas ou transmissão de acontecimentos ao
público, informações e quaisquer sons ou imagens.
a)Verdadeiro b)Falso

3. São ainda direitos conexos (i) a utilização privada; (ii) relato de


acontecimentos da actualidade desde que sejam usados apenas curtos
extractos de uma interpretação de um fonograma ou de uma emissão de
radiofusão, (iii) a utilização exclusivamente destinada ao ensino e
investigação científica, (iv) as citações e (v) quaisquer outras utilizações
que sejam excepções a respeito das obras protegidas pelos direitos de
autor.
a)Verdadeiro b)Falso

4. O registo tem por função dar publicidade à obra e aos direitos


protegidos
a)Verdadeiro b)Falso

5. Os direitos patrimoniais não caduca setenta anos após a morte do


autor.
a)Verdadeiro b)Falso

6. Os direitos não patrimoniais tem duração ilimitada no tempo.


a)Verdadeiro b)Falso

7. Os direitos patrimoniais sobre a obra de colaboração são protegidos


durante a vida do último autor sobrevivente.
a)Verdadeiro b)Falso

8. Os direitos patrimoniais sobre uma obra publicada de maneira anónima


ou sob pseudónimo, conta-se apartir da data que da morte do autor da
obra.
a)Verdadeiro b)Falso

9. Os direitos patrimoniais sobre uma obra colectiva e obra audiovisual


conta-se a data que a obra foi licitamente tornada acessível ao público ou
após a sua realização.
a)Verdadeiro b)Falso

10. Os direitos patrimoniais sobre arte aplicada são protegidos a partir da


sua realização.
35
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

a)Verdadeiro b)Falso
_______________________________________
Exercícios de AVALIAÇÃO

1. O que são Direitos Conexos e/ou vizinhos?


Direitos conexos e/ou vizinhos são aqueles que a protecção dos interesses
dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de fonogramas e
dos organismos de radiofusão quanto às suas actividades, relacionadas
com a utilização pública das obras dos autores, de quaisquer tipos de
exibições de artistas ou transmissão de acontecimentos ao público,
informações e quaisquer sons ou imagens.

2. Quais são as excepções em Direitos conexos e/ou vizinhos?


As excepções são: (i) a utilização privada; (ii) relato de acontecimentos da
actualidade desde que sejam usados apenas curtos extractos de uma
interpretação de um fonograma ou de uma emissão de radiofusão, (iii) a
utilização exclusivamente destinada ao ensino e investigação científica, (iv)
as citações e (v) quaisquer outras utilizações que sejam excepções a
respeito das obras protegidas pelos direitos de autor.

3. Quais são os direitos que o Registo visam dar publicidade?


Os direitos que o registo visam dar publicidade são: (i) Os actos
constitutivos, transmissivos, modificativos ou extintos dos direitos de
autor; (ii) a oneração dos direitos de autor; (iii) O nome literário ou
artístico; (iv) O título da obra e o seu autor; (v) A penhora e o arresto
sobre os direitos de autor.

4. Quais são regras de contagem de Tempo para protecção de uma Obras?


Os direitos patrimoniais caduca setenta anos após a morte do autor,
regulados nas bases a considerar:
a) Os direitos patrimoniais sobre a obra de colaboração são protegidos
durante a vida do último autor sobrevivente;
b) Os direitos patrimoniais sobre uma obra publicada de maneira anónima
ou sob pseudónimo, conta-se apartir da data que a obra foi licitamente
publicada pela primeira vez;
c) Os direitos patrimoniais sobre uma obra colectiva e obra audiovisual
conta-se a data que a obra foi licitamente tornada acessível ao público ou
após a sua realização;
d) Os direitos patrimoniais sobre arte aplicada são protegidos a partir da
sua realização.

5. Quais são as regras de cálculo para contagem de Tempo?


Para efeitos de cálculo, a contagem inicia no primeiro (1º ) dia de Janeiro
do ano civil seguinte ao do evento constitutivo do direito evocado e expira
no fim do ano civil durante o qual o prazo chegaria normalmente ao seu
termo.

36
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

_____________________________________________
Unidade temática 4.3.: Direitos de Propriedade Industrial.

NIDADE T

37
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a essência dos direitos de Propriedade Industrial


 Entender as formas da propriedade Industrial
Objectivos  Analisar o regime jurídico.
específicos

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

É o conjunto de direitos da propriedade intelectual que compreende as


patentes de invenção, os modelos de utilidade e os desenhos industriais, as
marcas, as indicações geográficas e as denominações de origem, os nomes
comerciais, os nomes de estabelecimento, as insígnias de estabelecimento, os
logótipos e as recompensas 24.

AS PATENTES DE INVENÇÃO

Patente de Invenção é o título concedido por uma autoridade administrativa


competente para a protecção de uma invenção. Que pressupõe dois conceitos
essenciais: (i) Patente e (ii) Invenção.

i. Patente: É um direito exclusivo concedido a uma invenção que consista


em um produto ou um processo que prevê, em geral, uma nova
maneira de fazer algo, ou oferece uma nova solução técnica para um
problema25. Estão excluídos da protecção por patentes:
 Toda a invenção contrária à moral e os usos e bons costumes, à
segurança, ordem pública, à saúde das pessoas e das plantas e
ao meio ambiente;
 As plantas e os animais, ou parte destes, incluindo os processos
biológicos para a obtenção de plantas e animais ou parte destes
e os produtos obtidos por esses processos, com excepção dos
micro-organismos obtidos, principalmente, através de processos
ou métodos não biológicos ou microbiológicos;
 As substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de
qualquer espécie, bem como a modificação de suas
propriedades físico-químicas e os respectivos processos de
obtenção ou modificação, quando visem a produção de energia
atómica.

ii. Invenção: é uma solução técnica a um problema, estando intimamente


ligado ao desenvolvimento de um experimento, podendo ser protegido

24
A propriedade Industrial tem o seu foco de interesse voltado para a atividade empresarial
25
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019
38
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

pela propriedade intelectual. Ou, a inovação tecnológica é a


possibilidade de inserção no mercado de determinado produto ou
processo, tendo viabilidade econômica e de mercado, nem sempre
sendo passível de proteção pela propriedade intelectual 26, devendo
para tal não estar destituida de novidade. Não são consideradas de
invenções:
 As teorias científicas e os métodos matemáticos;
 As descobertas que visam dar a conhecer ou revelar uma coisa
que já existe na natureza mesmo que ela seja antes
desconhecida para o Homem;
 Os sistemas, planos, regras e métodos de exercicío de activades
puramente intelectuais em matéria de jogo ou no domínio das
actividades económicas;
 Os projectos, qualquer que seja a sua natureza ou área de
aplicação;
 Os programas de computador enquanto tais;
 A mera apresentação de informações;
 As criações estéticas, obras artísticas ou literárias;
 Os métodos de tratamento cirúrgico, terapêutico ou diagnóstico
aplicável ao corpo humano ou animal, podendo ser patenteados
os produtos, substâncias ou composições utilizados em qualquer
desses métodos.

Sua concessão pelo Estado é na realidade uma ‘troca’, pois o titular recebe a
proteção por meio de patentes em contrapartida torna público por meio do
relatório descritivo, o qual é requisito para o depósito do pedido de patente a
descrição minuciosa do produto ou processo a ser protegido 27.

As patentes pode ser de nível Regional: quando concedida pela organização


Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO), sendo equiparada à
patente Nacional e Internacional: quando regidos pelo Tratado de Cooperação
em Matérias de Patentes (PCT) de 19 de Junho de 1970 e as suas sucessivas
revisões.

“A Invenção é patenteável ou não”


“A Patente recai sobre uma invenção”

26
Idem
27
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019

39
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

PRAZO DA PATENTE
A validade do registo da patente é de 20 (vinte) anos contados a partir da data
de depósito. Todavia durante a vigência da patente o seu titular pode usar nos
produtos a expressão “patente número” ou ainda “Pat.N°”.

A patente pode ser cedida pelo seu titular ou seus sucessores, a qualquer
título, mediante escritura pública produzindo efeitos em relação a terceiros
após o seu averbamento no Instituto de Propriedade Industrial (IPI).

OS MODELOS DE UTILIDADE
Modelo de utilidade é uma invenção que confere a um objecto ou parte deste
uma configuração, estrutura, mecanismo ou disposição de que resulte uma
melhoria funcional no seu uso ou fabricação.

PUBLICAÇÃO, CONCESSÃO, DURAÇÃO DOS MODELOS DE UTILIDADE


A publicação no Boletim da propriedade Industrial é feita no Prazo de seis
meses a contar da data do pedido do Registo, decorridos trinta dias sobre a
data de publicação, os pedidos de modelo de utilidade são concedidos sem
quaisquer formalidades relativas ao exame substantivo.

A duração do modelo de utilidade é de quinze anos, contados da data do


respectivo depósito sem prejuízo do pagamento das respectivas anuidades.

Durante a vigência do modelo de utilidade, o seu titular pode usar nos


produtos a expressão “modelo de utilidade número”, “Mod.Util. N°”, ou a
abreviatura “M.U.N°...”

DESENHO INDUSTRIAL
Desenho Industrial é qualquer conjunto de linhas, cores ou forma em três
dimensões, que dê um aspecto visual novo e original a um produto, ou parte do
mesmo, e que possa servir de protótipo para a sua fabricação industrial ou
artesanal. Não se considerando original:

 O desenho industrial que já tenha sido objecto de registo anterior,


mesmo sendo nulo ou caduco;
 O desenho industrial que tenha sido descrito em publicações de modo a
poder ser conhecido e explorado por peritos da especialidade;
 O desenho industrial utilizado de modo notório ou que por qualquer
forma tenha caído no domínio público.

Publicação e Registo

40
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

O pedido do registo de desenho industrial é publicado imediatamente no BR da


Propriedade Industrial. E a validade do desenho industrial é de cinco anos a
contar da data do depósito, renováveis por igual período até ao máximo de
vinte e cinco anos.

Durante a vigência do registo o seu titular pode usar no desenho a expressão


“Desenho Nr...”, ou as abreviaturas “D.Nr”

Marcas
Marcas é o sinal distintivo manifestamente visível, audível ou olfactivo,
susceptível de representação gráfica, que permite distinguir produtos ou
serviços de uma determinada entidade, composto, nomeadamente, por
palavras, incluindo nomes de pessoas, desenhos, letras, números, forma do
produto ou da respectiva embalagem. Constituem requisitos para a protecção
de marca as seguintes28:

a) Permitir a distinção dos produtos ou serviços de uma entidade dos


produtos e serviços de outra;
b) Não ser contrária à lei, nem ofensiva à ordem e à moral públicas e aos
usos e bons costumes;
c) Não ser susceptível de induzir em erro o consumidor ou o público sobre
os elementos característicos específicos do produto ou serviço a que a
marca disser respeito nomeadamente, sobre a origem geográfica, a
natureza ou as características dos produtos ou serviços em questão;
d) Não reproduzir, imitar ou conter elementos de armas, bandeiras,
emblemas, moeda, brasões, escudos, siglas ou outro símbolode uso
oficial do Estado, município, outras entidades públicas nacionais ou
estrangeiras, ou organização intergovemamental, criada por convenção
regional ou internacional,. salvo com autorização de tal Estado ou
organização;
e) Não reproduzir distintivos, selos e sinetes oficiais de fiscalização e
garantia ou emblemas privativos ou denominação da cruz vermelha ou
outros organismos de natureza semelhante;
f) Não ser idêntica ou semelhante a uma marca de prestígio ou
notoriamente conh~cida em Moçambique;
g) Não reproduzir ou imitar os elementos característicos de outros sinais
distintivos de comércio registados em Moçambique;
h) Não constituir sinal de carácter genérico, comum, vulgar ou meramente
descritivo dos produtos ou serviços a proteger;
i) Não ser idêntica, imitação ou tradução de uma marca registada em
Moçambique ou com data de depósito anterior pertencente a outro
titular ou requerente para os mesmos afins.
Entretanto determinada marca é considerada imitada por outra quando
preencha cumulativamente os requisitos a considerar: (i) ambas se referirem a
produtos ou serviços idênticos; (ii) apresentar semelhança gráfica, fonética, ou

28
Nos termos do código de propriedade Intelectual.
41
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

figurativa e (iii) ser susceptível de criar confusão ao consumidor.

PUBLICAÇÃO, CONCESSÃO, DURAÇÃO E REGISTO

Estando os requisitos formais preenchidos, o IPI manda publicar imediatamente


o pedido tal como tiver sido aceite, no Boletim da Propriedade Industrial, sendo
permitida no prazo de 30 dias a contar da data da publicação a devida oposição.

De cinco em cinco anos a contar da data do registo ou de renovação, deve ser


apresentada ·ao IPI uma declaração de intenção da marca, sujeita ao
pagamento da respectiva taxa.

Durante a vigência do registo, o seu titular pode usar nos produtos a expressão
"marca registada" ou o símbolo"®".

O Registo pode efectivar-se em duas vertentes: Regional: pode assegurar a sua


protecção nos Estados signatários dos tratados regionais sobre a protecção da
propriedade intelectual de que Moçambique seja Parté contratante e
Internacional: pode assegurar, nos termos do Protocolo de Madrid de 17 de
Junho de 1989, a protecção da sua marca nos Estados que aderiram ou vierem
a aderir a esse Protocolo.

FORMAS DA MARCA

Estas podem se apresentar de forma29:

 Nominativa – neste caso a marca é formada por nomes, números, siglas


ou combinações destas;

 Figurativa – fazem parte os desenhos, imagens, figuras, símbolos,


números ou letras fantasiosos;

 Mista – é uma combinação entre as formas nominativas e figurativas;

 Tridimensional – diz respeito à forma do produto ou de sua embalagem.

Denominação de Origem (DO) e Indicação Geográfica (IG)

A denominação de Origem é a denominação geográfica de um País, região ou


localidade, ou uma localidade, ou uma denominação tradicional (geográfica ou

29
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019

42
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

não), que se usa no mercado para designar ou individualizar um produto


originário do local geográfico que corresponde ao nome usado como
denominação e que reúne determinadas características e qualidades típicas que
se devem essencial ou exclusivamente ao meio geográfico, compreendendo os
factores naturais e factores humanos, ou seja, é um sinal distintivo com uma
função complexa pois para além de desenvolver uma função distintiva a DO
desempenha uma função de garantia de qualidade e certifica que o produto
tem, obviamente, uma certa proveniência geográfica30

Os produtos originários desta área delimitada devem ser produtos típicos


dessa área e reunir determinadas qualidades e características próprias que não
se encontram em qualquer outro local 31, ou seja, não basta nestes termos
delimitar a área de produção precisando também, determinar as qualidades ou
caracteres do produto para ter direito à DO32.

Indicação Geográfica (IG) é o nome de uma região, de um local determinado ou,


excepcionalmente, de um país, que serve para distinguir ou identificar um
produto originário dessa região, local ou país, cuja reputação, determinada
qualidade ou certas características podem ser· atribuídas a essa origem
geográfica, contanto que a produção, extracção e/ou transformação e/ou
elaboração ocorram na área geográfica delimitada33.

As diferenças entre DO e IG cinge-se nos seguintes: na DO as qualidades e as


características dos produtos devem-se essencial ou exclusivamente ao meio
geográfico compreendendo os factores naturais e humanos enquanto na IG a
reputação, uma qualidade determinada ou outra característica podem ser
atribuídas a essa origem geográfica, independentemente dos factores naturais e
humanos (...), ou seja, na DO as qualidades e as características do produto estão
intimamente ligadas ao meio geográfico compreendendo os factores naturais e
humanos e na IG a reputação do produto pode ser atribuída à região sem
influência directa dos factores naturais e humanos34.

Publicação e Duração

A indicação geográfica e a denominação de origem têm duração ilimitada. O IPI


manda publicar
o pedido de registo, acompanhado do documento. único no Boletim da
Propriedade Industrial.

As menções "denominação de origem registada" ou "DO" e "indicação

30
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.346
31
Idem, pag. 347
32
Idem, pag.348
33
Art.1, al.f) da Lei n°47/2015 de 31 de Dezembro.
34
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.350

43
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

geográfica registada" ou "IG", devem. constar da rotulagem dos produtos


originários de Moçambique, que sejam comercializados no território nacional ou
no exterior.

Nome Comercial, Nome de estabelecimento e insígnia de estabelecimento

Nome Comercial é a denominação social, nome ou expressãoque identifica


determinada pessoa colectiva ou singular, no âmbito das operações comerciais.

Nome de estabelecimento é a designação constituída por nomes próprios,


denominações de fantasia ou específicas, ou quaisquer nomes, que identifica e
individualiza o espaço físico onde se exerce actividade económica.

Insígnia de estabelecimento é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por


figuras ou desenhos, simples ou combinados com nomes que constituam o nome
do estabelecimento, ou que consistam noutras denominações ou divisas, desde
que o seu conjunto apresente uma forma ou configuração específica com
suficiente capacidade distintiva.

Estão excluídos da protecção como nome comercial ou nome de


estabelecimento, designadamente: (i) o nome individual, firma ou denominação
social pertencente a terceiro, salvo com consentimento do titular ou prova de
legitimidade do seu uso; (ii) os nomes de estabelecimenta registados a favor de
outrem; (iii) os elementos constitutivos da marca protegidos por outrem.

Publicação e Duração

O nome comercial, nome de estabelecimento e insígnia de estabelecimento


publica-se aviso no Boletim da Propriedade Industrial para efeitos de oposição
por parte de quem cujo direito ou interessa a eventuai concessão do registo seja
susceptível de prejudicar, com a duração de dez (10) anos a contar da data do
depósito do pedido.

O registo do proprietário do estabelecimento ou a sociedade a que se reporta o


nome comercial, o nome de estabelecimento ou a insígnia de estabelecimento
tem o direito de lhe adicionar a designação "nome registado" ou "insígnia
registada" ou as iniciais "NR"ou ainda "IR".

LOGÓTIPOS

Logótipo é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por figuras ou desenhos,


simples ou combinados, adequados a referenciar qualquer entidade, pública ou
privada.

44
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

O registo, o seu titular pode adicionar no, logótipo .a designação "Logótipo


Registado", "Log. Reg." ou a abreviatura "LR".

RECOMPENSAS

Recompensas é a condecoração· de mérito conferida pelos governos,


nomeadamente medalha, diploma, prémio pecuniário ou de qualquer outra
natureza, obtida em exposições, feiras e concursos oficiais ou oficialmente
reconhecidos, realizados no país ou no estrangeiro, atestado de análise ou
código de louvor passados por laboratório ou serviços do Estado, ou de
organismos nacionais ou internacionais qualificados para a sua emissão, em
geral, qualquer outro prémio ou demonstração de carácter oficial35.

A referência ou cópia só pode fazer-se acompanhar da designação "recompensa


registada" ou da abreviatura "R.R." ou "RR" após ó registo.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 4.1 estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
os direitos Industrial abarcamos sobre as diversas figuras jurídicas
concretamente: as patentes de invenção, os modelos de utilidade e os
desenhos industriais, as marcas, as indicações geográficas e as denominações
de origem, os nomes comerciais, os nomes de estabelecimento, as insígnias de
estabelecimento, os logótipos e as recompensas.

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Propriedade Industrial é o conjunto de direitos da propriedade


intelectual que compreende as patentes de invenção, os modelos de
utilidade e os desenhos industriais, as marcas, as indicações geográficas
e as denominações de origem, os nomes comerciais, os nomes de
estabelecimento, as insígnias de estabelecimento.
a)Verdadeiro b)Falso

2. Patente de Invenção é o título concedido por uma autoridade


administrativa competente para a protecção de uma invenção.
a)Verdadeiro b)Falso

3. As patentes pode ser de nível Provincial: quando concedida pela


organização Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO),
sendo equiparada à patente Nacional e Nacional: quando regidos pelo
Tratado de Cooperação em Matérias de Patentes (PCT) de 19 de Junho
de 1970 e as suas sucessivas revisões.

35
Art.1, al.r) da Lei n°47/2015 de 31 de Dezembro
45
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

a)Verdadeiro b)Falso

4. Durante a vigência da patente o seu titular pode usar nos produtos a


expressão “patente número” ou ainda “Pat.N°”.
a) Verdadeiro b)Falso

5. Modelo de utilidade é uma invenção que confere a um objecto ou parte


deste uma configuração, estrutura, mecanismo ou disposição de que
resulte uma melhoria funcional no seu uso ou fabricação.
a)Verdadeiro b)Falso

6. Durante a vigência do modelo de utilidade, o seu titular pode usar nos


produtos a expressão “modelo de utilidade número”, “Mod.Usad. N°”,
ou a abreviatura “M.N.N°...”
a)Verdadeiro b)Falso

7. Desenho Industrial é qualquer conjunto de linhas, cores ou forma em


três dimensões, que dê um aspecto visual novo e original a um produto,
ou parte do mesmo, e que possa servir de protótipo para a sua fabricação
industrial ou artesanal.
a) Verdadeiro b)Falso

8. Marcas é o sinal distintivo manifestamente visível, audível ou olfactivo,


susceptível de representação gráfica, que permite distinguir produtos
ou serviços de uma determinada entidade, composto, nomeadamente,
por palavras, incluindo nomes de pessoas, desenhos, letras, números,
forma do produto ou da respectiva embalagem.
a)Verdadeiro b)Falso.

9. Logótipo é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por figuras ou


desenhos, simples ou combinados, adequados a referenciar qualquer
entidade, pública ou privada.
a) Verdadeira b)Falso

10.A referência ou cópia da designação "recompensa registada" ou é


abreviada por "R.E." ou "RE" após ó registo.
a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________
Exercícios de AVALIAÇÃO
1. O que é PROPRIEDADE INDUSTRIAL?
É o conjunto de direitos da propriedade intelectual que compreende
as patentes de invenção, os modelos de utilidade e os desenhos
industriais, as marcas, as indicações geográficas e as denominações de
origem, os nomes comerciais, os nomes de estabelecimento, as
insígnias de estabelecimento, os logótipos e as recompensas.

2. O que são PATENTES DE INVENÇÃO?

46
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Patente de Invenção é o título concedido por uma autoridade


administrativa competente para a protecção de uma invenção.

3. O que são OS MODELOS DE UTILIDADE?


Modelo de utilidade é uma invenção que confere a um objecto ou
parte deste uma configuração, estrutura, mecanismo ou disposição de
que resulte uma melhoria funcional no seu uso ou fabricação.

4. O que é DESENHO INDUSTRIAL?


Desenho Industrial é qualquer conjunto de linhas, cores ou forma em
três dimensões, que dê um aspecto visual novo e original a um
produto, ou parte do mesmo, e que possa servir de protótipo para a
sua fabricação industrial ou artesanal.

5. O que são Marcas?


Marcas é o sinal distintivo manifestamente visível, audível ou
olfactivo, susceptível de representação gráfica, que permite distinguir
produtos ou serviços de uma determinada entidade, composto,
nomeadamente, por palavras, incluindo nomes de pessoas, desenhos,
letras, números, forma do produto ou da respectiva embalagem.

6. Denominação de Origem (DO) e Indicação Geográfica (IG)?


A denominação de Origem é a denominação geográfica de um País,
região ou localidade, ou uma localidade, ou uma denominação
tradicional (geográfica ou não), que se usa no mercado para designar
ou individualizar um produto originário do local geográfico que
corresponde ao nome usado como denominação e que reúne
determinadas características e qualidades típicas que se devem
essencial ou exclusivamente ao meio geográfico, compreendendo os
factores naturais e factores humanos, enquanto, Indicação Geográfica
(IG) é o nome de uma região, de um local determinado ou,
excepcionalmente, de um país, que serve para distinguir ou identificar
um produto originário dessa região, local ou país, cuja reputação,
determinada qualidade ou certas características podem ser atribuídas
a essa origem geográfica, contanto que a produção, extracção e/ou
transformação e/ou elaboração ocorram na área geográfica
delimitada.

7. Quais são as diferenças entre Nome Comercial, Nome de


estabelecimento e insígnia de estabelecimento?
Nome Comercial é a denominação social, nome ou expressãoque
identifica determinada pessoa colectiva ou singular, no âmbito das
operações comerciais, enquanto, Nome de estabelecimento é a
designação constituída por nomes próprios, denominações de fantasia
ou específicas, ou quaisquer nomes, que identifica e individualiza o
espaço físico onde se exerce actividade económica, e, Insígnia de
estabelecimento é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por
figuras ou desenhos, simples ou combinados com nomes que
47
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

constituam o nome do estabelecimento, ou que consistam noutras


denominações ou divisas, desde que o seu conjunto apresente uma
forma ou configuração específica com suficiente capacidade distintiva.

8. O que são LOGÓTIPOS?


Logótipo é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por figuras ou
desenhos, simples ou combinados, adequados a referenciar qualquer
entidade, pública ou privada.

9. O que são RECOMPENSAS ?


Recompensas é a condecoração de mérito conferida pelos governos,
nomeadamente medalha, diploma, prémio pecuniário ou de qualquer
outra natureza, obtida em exposições, feiras e concursos oficiais ou
oficialmente reconhecidos, realizados no país ou no estrangeiro,
atestado de análise ou código de louvor passados por laboratório ou
serviços do Estado, ou de organismos nacionais ou internacionais
qualificados para a sua emissão, em geral, qualquer outro prémio ou
demonstração de carácter oficial.

_____________________________________________
Unidade temática 4.4.: Direitos Suis Generis.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a essência dos direitos Suis Generis


 Entender as formas dos direitos Suis Generis
Objectivos  Analisar o regime jurídico.
específicos

PROTECÇÕES SUIS GENERIS

Com o surgimento de novas criações intelectuais, a possibilidade de


incorporação de novas modalidades de direito para proteção dessas criações
estão sendo ampliadas. Essas figuras jurídicas intermediárias entre a
Propriedade Industrial e o Direito Autoral, são denominadas “híbridos
jurídicos36”.

36
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019

48
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

CIRCUITOS INTEGRADOS

Os circuitos integrados surgiram e passaram a representar um papel de


crescente importância em muitos sectores da indústria, neste âmbito, a
tecnologia dos semicondutores constitui actualmente um elemento
fundamental37.

O conceito de topografias de produtos semicondutores tem dois perspectivas:


funcional: que visa a função do circuito integrado é capaz de desempenhar ou
física: visa a configuração geométrica dos componentes do circuito integrado
que desempenham essas funções38. A grande dificuldade da inserção destes
direitos noutros funda-se no facto de não poderem ser protegidos no campo
das patentes porque não resultam de uma actividade inventiva e nem dos
autorais por causa da sua natureza funcional.

O acordo de TRIPS sobre propriedade intelectual prevê no artigo 35, que os


membros acordam em conceder protecção aos esquemas de configuração
(topografias) de circutos integrados conjugado com o acordo de Washington de
Maio de 1989.

BIOTECNOLOGIA

A Biotecnologia pode ser definida como o arsenal de técnicas que utilizam


matérias biológicas para a obtenção de outros produtos (quer sejam eles

37
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.310
38
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.310
49
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

próprios novas matérias biológicas, quer sejam matérias não biológicas) ou


para a prestação de serviços39. Pressupondo três elementos essenciais:

a) A biotecnologia implica a mobilização de conhecimentos guardados em


várias disciplinas, tais como, a microbiologia;
b) A biotecnologia enquanto indústria ou modo de produção económico
distingue-se das designadas indústrias tradicionais como a indústria
automóvel;
c) A bioctenologia predispõe-se à obtenção de produtos e serviços cuja
fabricação e comercialização assume um crescente interesse
económico.

A Biotecnologia pode ser analisada em duas vertentes: Clássica, envolve a


utilização de técnicas há muito estabelecidos, tais como fermetação e
moderna, caracteriza-se pela possibilidade de manipular geneticamente a
matéria biológica animal ou vegetal, ou seja, mobilização das técnicas do ADN
recombinante e da fusão celular40

FOLCLORE

Folclore são obras criadas no território nacional por autores anónimos ou de


entidade desconhecida, transmitida por sucessivas gerações e que constitui um
dos elementos fundamentais do património cultural tradicional 41.

A titularidade do direito do Autor sobre as obras de folcrore pertence ao


Estado que o exerce através do Conselho de Ministros, podendo ser
importados ou distribuidos no território nacional mediante autorização do
órgão governamental responsável pela área da cultura 42.

CONHECIMENTOS TRADICIONAIS
Conhecimentos tradicionais referem-se ao volume cumulativo e dinâmico de
conhecimentos e representações pertencentes aos povos com longas histórias
de interacção com seu meio natural. Tais conhecimentos estão intimamente
vinculados à linguagem, às relações sociais, à espiritualidade e à visão de
mundo, e são geralmente mantidas colectivamente 43.

39
Idem, pág.165
40
Idem pág. 166
41
Lei n°4/2001 de 27 de Fevereiro
42
Idem
43
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019
50
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

RECURSOS GENÉTICOS
Os Recursos Genéticos são a base biológica da variabilidade de espécies de
plantas, animais e microorganismos. A informação de origem genética contida
em plantas, animais, fungos, bactérias, etc. É a base da diversidade de espécies
e da diversidade entre indivíduos da mesma espécie. Tal informação de origem
genética está contida no todo ou em parte de tais organismos, na forma de
moléculas e substâncias provenientes de seu metabolismo, e de extractos dos
mesmos44.

DIREITO DE PERSONALIDADE
É o Direito da Pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua
integridade física (vida, alimentos, o próprio corpo vivo ou morto, o corpo
alheio vivo ou morto, partes separadas do corpo vivo ou morto), a sua
integridade intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística e
literária) e a sua integridade moral (honra, recato, segredo pessoal, profissional
e doméstico, imagem, identidade pessoal, familiar e social) 45.

Protecção De Cultivares

Uma cultivar, segundo Wilkinson & Castelli (2000, p.9) “é uma variedade de
planta utilizada na agricultura, ou seja, uma variedade cultivada. É, portanto,
uma variedade melhorada e mais homogênea – por força da selecção do
homem – do que a variedade silvestre que lhe deu origem 46”.

A essência dos Direitos Suis Generis

A importância económica e social destes direitos exigiu que se clarificasse que


não se tratava de bens livres, exigindo uma regulamentação legal que
atribuísse direitos de protecção ao esforço intelectual dos criadores e ao
investimento das empresas, mas que ao mesmo tempo assegurasse a
continuidade de fornecimento mediante licenças não voluntárias (fonte
alternativa) e permitisse a produção e comercialização de produtos
funcionalmente compatíveis e substitutos (normalização) 47.

Passa por ser, um problema de direitos de propriedade intelectual, garantindo,


por uma lado, a recompensa do esforço criador e do investimento mediante

44
Idem
45
Idem
46
VANIN, Carlos Eduardo em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia/25.08.2019
47
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.337
51
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

direitos de protecção exclusiva, mas prevendo, por outro lado, restrições de


interesse público e de promoção da concorrência por via da delimitação
negativa dos direitos de propriedade intelectual, em especial no que respeita
ao objecto e ao conteúdo dos direitos48.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 4.4. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
os circuitos integrados, bioctenologia, folcrore, conhecimentos tradicionais,
recursos genéticos, direito de personalidade, protecção de cultivares e a
essência dos direitos suis generis.

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. O conceito de topografias de produtos semicondutores tem dois
perspectivas: funcional: que visa a função do circuito integrado é capaz
de desempenhar ou física: visa a configuração geométrica dos
componentes do circuito integrado que desempenham essas funções.
a) Verdadeiro b)Falso

2. A Biotecnologia pode ser definida como o arsenal de técnicas que


utilizam matérias biológicas para a obtenção de outros produtos (quer
sejam eles próprios novas matérias biológicas, quer sejam matérias não
biológicas) ou para a prestação de serviços.
a) Verdadeiro b) Falso

3. A Biotecnologia pode ser analisada em duas vertentes: Clássica, envolve


a utilização de técnicas há muito estabelecidos, tais como fermetação e
moderna, caracteriza-se pela possibilidade de manipular geneticamente
a matéria biológica animal ou vegetal, ou seja, mobilização das técnicas
do ADN recombinante e da fusão celular.
a) Verdadeiro b)Falso

4. Folclore são obras criadas no território internacional por autores


anónimos ou de entidade desconhecida, transmitida por sucessivas
gerações e que constitui um dos elementos fundamentais do
património cultural e/ou economico.
a) Verdadeiro b)Falso

5. Conhecimentos tradicionais referem-se ao volume cumulativo e


dinâmico de conhecimentos e representações pertencentes aos homens
com longas histórias de interacção com seu meio natural e/ou fisico.
a)Verdadeiro b)Falso

6. Os Recursos Genéticos são a base biológica da variabilidade de espécies

48
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.338.
52
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

de plantas, animais e microorganismos. V


a)Verdadeiro b)Falso

7. Os direitos de personalidade são ideologias de mulheres de defender o


que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física (vida, alimentos, o
próprio corpo vivo ou morto, o corpo alheio vivo ou morto, partes
separadas do corpo vivo ou morto), a sua integridade intelectual
(liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária) e a sua
integridade moral (honra, recato, segredo pessoal, profissional e
doméstico, imagem, identidade pessoal, familiar e social).
a)Verdadeiro b)Falso

8. Uma cultivar, segundo Wilkinson & Castelli (2000, p.9) “é uma


variedade de planta utilizada na agricultura, ou seja, uma variedade
cultivada. É, portanto, uma variedade melhorada e mais homogênea –
por força da selecção do homem – do que a variedade silvestre que lhe
deu origem.
a)Verdadeiro b)Falso

9. O acordo de TRIPS sobre propriedade intelectual prevê no artigo 35,


que os membros acordam em conceder protecção aos esquemas de
configuração (topografias) de circutos integrados conjugado com o
acordo de Washington de Maio de 2009.
a)Verdadeiro b)Falso
10. Os direitos suis generis são direitos híbridos.
a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________
Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Porque os Direitos suis generis são direitos híbridos?


Porque não fazem parte nem dos direitos autorais e nem dos
direitos de propriedade industrial por não deterem características
destes dois grupos ramos da propriedade Intelectual.

2. Qual é a importância dos Direitos Suis Generis?


Visa a recompensa do esforço criador e do investimento mediante
direitos de protecção exclusiva, mas prevendo, por outro lado,
restrições de interesse público e de promoção da concorrência por
via da delimitação negativa dos direitos de propriedade
intelectual, em especial no que respeita ao objecto e ao conteúdo
dos direitos.

3. O que são os elementos essencias da Bioctenologia?


Os elementos da Bioctenologia são: (i) A biotecnologia implica a
mobilização de conhecimentos guardados em várias disciplinas,
tais como, a microbiologia; (ii) A biotecnologia enquanto indústria
ou modo de produção económico distingue-se das designadas
53
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

indústrias tradicionais como a indústria automóvel;(iii) A


bioctenologia predispõe-se à obtenção de produtos e serviços cuja
fabricação e comercialização assume um crescente interesse
económico.

4. A quem pertence a titularidade dos direitos Folcrore?


A titularidade do direito do Autor sobre as obras de folcrore
pertence ao Estado que o exerce através do Conselho de Ministros,
podendo ser importados ou distribuidos no território nacional
mediante autorização do órgão governamental responsável pela
área da cultura.

5. Em quantas vertentes podem ser analisadas as topografias de


produtos semicondutores?
O conceito de topografias de produtos semicondutores tem dois
perspectivas: funcional: que visa a função do circuito integrado é
capaz de desempenhar ou física: visa a configuração geométrica
dos componentes do circuito integrado que desempenham essas
funções.

TEMA –V: Regras Gerais de Direitos de Propriedade Industrial.


UNIDADE Temática 5.1. Garantias de Impugnação.
UNIDADE Temática 5.2. Formas de extinção
UNIDADE Temática 5.3. Exercícios

_____________________________________________
Unidade temática : Garantias de Impugnação.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as garantias de impugnação.


 Entender as formas extinção.
Objectivos
específicos  Compreender as regras gerais do direito de PI.

Regras Gerais de Direitos de Propriedade Industrial

A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por meio de: (i)
Títulos, para patentes e modelos de utilidade; (ii) Certificados de registo, para

54
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

desenhos industriais, marcas, indicações geográficas e denominações, de


origem, nomes comerciais, logótipos, nomes de estabelecimento e insígnias de
estabelecimentos, e recompensas.

Os pedidos de registo devem ser apresentados em língua Portuguesa. E, Os


pedidos regionais e internacionais devem ser apresentados nas línguas oficiais
definidas pelos respectivos instrumentos jurídicos de implementação ou eleitas
por Moçambique no acto de adesão.

Relativamente aos pedidos regionais e internacionais de patentes e modelos


de utilidade, os formulários devem ser acompanhados da tradução oficial do
resumo, descrição e reivindicações em língua Portuguesa.

Os direitos da propriedade industrial são transmissíveis inter-vivos e mortis


causa.

Garantias de Impugnação

Existem três (03) meios de impugnação essencialmente: (i) Reclamações, (ii)


Recurso tutelar, e (iii) Recurso Contencioso.

Reclamações é indicado contra os despachos que concedem, recusam ou


suspendem direitos nos termos do CPI (Decreto n°47/2015 de 31 de Dezembro)
e deve ser efectuada no prazo de trinta dias, a contar da data da publicação ou
da notificação do despacho, mediante requerimento dirigido ao Director-Geral.

Recurso tutelar é permitida a apresentação de recurso tutelar com efeito


meramente devolutivo ao Ministro de tutela contra os despachos que
concedem, recusam ou suspendem direitos nos termos do Código da
Propriedade Intelectual (CPI).

Recurso Contencioso recae sobre os despachos que decidem sobre a


concessão ou recusa de direitos da propriedade industrial cabendo recurso
contencioso ao Tribunal Administrativo.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 5.4. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
as regras de direito de propriedade industrial: garantias de impugnação e formas
de extinção.

55
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por meio de:
Certificados, para patentes e modelos de utilidade.
a)Verdadeiro b)Falso

2. A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por meio de:


Títulos, para desenhos industriais, marcas, indicações geográficas e
denominações, de origem, nomes comerciais, logótipos, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimentos, e recompensas.
a)Verdadeiro b)Falso

3. Os pedidos de registo devem ser apresentados em língua Portuguesa. E,


Os pedidos regionais e internacionais devem ser apresentados nas
línguas oficiais definidas pelos respectivos instrumentos jurídicos de
implementação ou eleitas por Moçambique no acto de adesão.
a) Verdadeiro b)Falso

4. Aos pedidos regionais e internacionais de patentes e modelos de


utilidade, os formulários devem ser acompanhados da tradução oficial
do resumo, descrição e reivindicações em língua Francesa.
a)Verdadeiro b)Falso

5. Os direitos da propriedade industrial são transmissíveis inter-vivos e


mortis causa.
a)Verdadeiro b)Falso

6. Os meios de impugnação são: Reclamações, Recurso tutelar, e


Recurso hierárquico.
a)Verdadeiro b)Falso

7. Reclamações é indicado contra os despachos que concedem, recusam


ou suspendem direitos nos termos do CPI.
a)Verdadeiro b)Falso

8. Recurso tutelar é permitida a apresentação de recurso tutelar com


efeito meramente devolutivo ao Ministro de tutela contra os despachos
que concedem, recusam ou suspendem direitos nos termos do Código
da Propriedade Intelectual (CPI).
a)Verdadeiro b)Falso

9. Recurso Contencioso recae sobre os despachos que decidem sobre a


concessão ou recusa de direitos da propriedade industrial cabendo
recurso contencioso ao Tribunal Administrativo.
a)Verdadeiro b)Falso

10. O prazo de Reclamações é de 20 (Vinte) dias.


a)Verdadeiro b)Falso
56
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

_______________________________________

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Qual é a lei que aprova o código de propriedade Industrial Moçambicano


O CPI é aprovado pelo Decreto n°47/2015 de 31 de Dezembro.

2. Quais são os meios oponíveis para prova de direito de propriedade


Industrial?
A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por meio de:
(i) Títulos, para patentes e modelos de utilidade; (ii) Certificados de
registo, para desenhos industriais, marcas, indicações geográficas e
denominações, de origem, nomes comerciais, logótipos, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimentos, e recompensas.

3. Quais são as garantias de impugnação dos direitos de propriedade


Industrial?
Existem três (03) meios de impugnação essencialmente: (i)
Reclamações, (ii) Recurso tutelar, e (iii) Recurso Contencioso.

4. Qual é o Tribunal Competente para a remessa do Recurso Contencioso?


O Tribunal Competente é o Tribunal Administrativo.

5. Qual é o prazo das reclamações?


O prazo de reclamações é de 30 (Trinta) dias.

_____________________________________________
Unidade temática : Formas de Extinção.

NIDADE T

57
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as formas de extinção .


 Entender como se processa e os efeitos.
Objectivos
específicos  Analisar o regime jurídico de cada figura jurídico.

Formas de Extinção

Os direitos da propriedade industrial extinguem-se 49 por: a) Renúncia do


titular; b) Anulabilidade; c) Nulidade; e d) Caducidade.

Renúncia do titular

A renúncia aos direitos da propriedade industrial faz-se ao IPI, mediante


declaração escrita do seu titular, representante legal ou mandatário com
poderes especiais para o efeito.

Anulabilidade

Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de direitos da


propriedade industrial são total ou parcialmente anuláveis.

A Anulabilidade é invocável no prazo de noventa dias (90), contados da data da


publicação do despacho de concessão ou recusa definitiva do direito.

As acções de anulação dos actos os registos de marcas, de logótipos e de


denominações de origem e de indicações geográficas só são admissíveis no
prazo de cinco anos a contar da publicação no Boletim da República da
constituição ou de alteração da denominação social ou firma da pessoa
colectiva

Nulidade

Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de direitos da


propriedade industrial são total ou parcialmente nulos: (i) quando o seu
objecto for insusceptível de protecção; (ii) quando, na respectiva concessão,

49
Com a extinção da patente de invenção, modelo de utilidade e desenho industrial, o seu objecto cai no
domínio público.
58
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

tenha havido preterição de procedimentos ou formalidades imprescindíveis


para a concessão do direito; (iii) quando forem violadas as regras de segurança,
ordem e saúde públicas; (iv) Se constituírem uma ofensa à moral e aos usos e
bons costumes.

A nulidade é invocável a todo o tempo por qualquer interessado produzindo


efeitos a partir de depósito do pedido.

Caducidade

Os direitos de propriedade industrial caducam, independentemente da sua


invocação: a) quando tenha expirado o seu prazo de duração; b) Por falta de
pagamento de taxas; c) Por motivo de encerramento do estabelecimento
respectivo; d) Por falta de uso durante três anos consecutivos.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 5.4. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
as formas de extinção do direito de propriedade industrial nomedamente a
Renúncia, anulabilidade, nulidade, e a caducidade.

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A Renúncia do titular não é uma das formas de extinção dos direitos de


propriedade industrial
a) Verdadeira b)Falso

2. A anulabilidade e nulidade são as únicas formas de extinção dos direitos


de propriedade industrial
a) Verdadeira b)Falso

3. A renúncia do titular, a anulabilidade, nulidade e a caducidade são


formas de extinção dos direitos da propriedade industrial
a) Verdadeira b)Falso

4. A renúncia aos direitos da propriedade industrial faz-se por meio de


requerimento dirigido ao INAE
a) Verdadeira b)Falso
5. A anulabilidade é invocável a todo tempo
a) Verdadeira b)Falso

6. A nulidade é invocável no prazo de 90 (noventa) dias.


a) Verdadeira b)Falso

59
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

7. Os direito de propriedade industrial não caducam mas o titular pode


renunciar-los.
a) Verdadeira b)Falso

8. Um dos motivos para a caducidade é o encerramento do respectivo


estabelecimento.
a) Verdadeira b)Falso

9. Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de direitos


da propriedade industrial são total ou parcialmente nulos: (i) quando o
seu objecto for insusceptível de protecção; (ii) quando, na respectiva
concessão, tenha havido preterição de procedimentos ou formalidades
imprescindíveis para a concessão do direito; (iii) quando forem violadas
as regras de segurança, ordem e saúde públicas; (iv) Se constituírem uma
ofensa à moral e aos usos e bons costumes.
a) Verdadeira b)Falso

10. As acções de anulação dos actos os registos de marcas, de logótipos e de


denominações de origem e de indicações geográficas só são admissíveis
no prazo de cinco anos a contar da publicação no Boletim da República
da constituição ou de alteração da denominação social ou firma da
pessoa colectiva
a) Verdadeira b)Falso

_______________________________________

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Quais são as formas de extinção dos direitos de propriedade industrial?


Os direitos da propriedade industrial extinguem-se por: a) Renúncia do
titular; b) Anulabilidade; c) Nulidade; e d) Caducidade.

2. Quais são os actos que cabem anulabilidade?


Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de
direitos da propriedade industrial são total ou parcialmente anuláveis.

3. Quando é que os direitos da Propriedade Industrial caducam?


Os direitos de propriedade industrial caducam, independentemente da
sua invocação: a) quando tenha expirado o seu prazo de duração; b) Por
falta de pagamento de taxas; c) Por motivo de encerramento do
estabelecimento respectivo; d) Por falta de uso durante três anos
consecutivos.

4. Qual é o prazo para admissibilidade das acções de anulação?


As acções de anulação dos actos os registos de marcas, de logótipos e
de denominações de origem e de indicações geográficas só são
admissíveis no prazo de cinco anos a contar da publicação no Boletim
da República da constituição ou de alteração da denominação social ou
60
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

firma da pessoa colectiva.

5. Quais são os actos que cabem nulidade?


Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de
direitos da propriedade industrial são total ou parcialmente nulos: (i)
quando o seu objecto for insusceptível de protecção; (ii) quando, na
respectiva concessão, tenha havido preterição de procedimentos ou
formalidades imprescindíveis para a concessão do direito; (iii) quando
forem violadas as regras de segurança, ordem e saúde públicas; (iv) Se
constituírem uma ofensa à moral e aos usos e bons costumes.

TEMA –VI: Tutela dos Direitos da Propriedade Intelectual .


UNIDADE Temática 6.1. Providências Cautelares e Tutela Jurisdicional.
UNIDADE Temática 6.2. Exercícios

_____________________________________________
61
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Unidade temática : Providências Cautelares e Tutela Jurisdicional .

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os meios de tutela jurisdicional.


 Entender as providências cautelares.
Objectivos
específicos  Compreender as regras dos meios de tutela.

A tutela dos direitos da Propriedade Intelectual

Como qualquer ramo de direito, o direito de propriedade intelectual são


oponíveis através de providências cautelares próprias e respectivas acções.

Providências Cautelares

Aquele que tiver fundado receio de lesão grave aos seus direitos ou interesses
legítimos pode requerer ao tribunal as providências cautelares julgadas
adequadas para salvaguardar os direitos da propriedade industrial no CPI, nos
termos do Código do Processo Civil.

Tutela jurisdicional

Compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre privados


resultantes da violação dos direitos da propriedade industrial previstos no CPI,
sem prejuízo, aos mecanismos extrajudiciais de resolução de litígios,
nomeadamente a arbitragem, a mediação e a conciliação, nos termos da lei
geral.

Os direitos da propriedade industrial podem ser dados em penhor e caução e


estão sujeitos à penhora e arresto.

A fiscalização dos direitos da propriedade industrial compete à Inspecção


Nacional das Actividades Económicas. adiante designada lNAE em articulação
com o IPI.

___________________________________
62
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Sumário
Nesta Unidade temática 6.2. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
a tutela dos direitos da propriedade intelectual, providências cautelares e tutela
jurisdicional.

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. No direito da propriedade industrial não se pode falar de acções
judiciais, os litigios são resolvidos pelo IPI.
a)Verdadeiro b)Falso

2. As providências cautelares sobre materia de proprieddade Industrial


são intentadas no Tribunal fiscal dada a sua naturaza.
a)Verdadeiro b)Falso

3. O tribunal comum tem competencia para dirirmir apenas conflitos entre


as pessoas colectivas públicas, desde que sejam dirigidas por autores de
obras literárias.
a)Verdadeiro b)Falso

4. Os direitos da propriedade industrial podem ser dados em penhor e


caução e estão sujeitos à penhora e arresto.
a)Verdadeiro b)Falso

5. A fiscalização dos direitos da propriedade intelectual compete à


Inspecção Nacional das Actividades Económicas. adiante designada
lNAE em articulação com o IPI.
a)Verdadeiro b)Falso

6. O INAE na sua actividade Inspectiva não trabalha sem as Alfândegas. F


a)Verdadeiro b)Falso

7. O IPI subordina – se ao INAE em matéria inspectiva.


a)Verdadeiro b)Falso

8. O Ministério da Cultura em bom rigor é o único orgão competente para


dirimir conflitos relativos aos aos direitos da Propriedade industrial e
intelectual.
a)Verdadeiro b)Falso

9. Como qualquer ramo de direito, o direito de propriedade intelectual


são oponíveis através de providências cautelares próprias e respectivas
acções.
a)Verdadeiro b)Falso

10. Compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre privados


resultantes da violação dos direitos da propriedade industrial.

63
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Como são oponíveis os direitos de propriedade Intelectual?


O direito de propriedade intelectual são oponíveis através de
providências cautelares próprias e respectivas acções.

2. Em que se funde as providências cautelares neste no âmbito destes


direitos?
Todo aquele que tiver fundado receio de lesão grave aos seus direitos
ou interesses legítimos pode requerer ao tribunal as providências
cautelares julgadas adequadas para salvaguardar os direitos da
propriedade industrial no CPI, nos termos do Código do Processo Civil.

3. Qual é o Tribunal que compete dirimir os conflitos entre privados, em


regra?
Compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre privados
resultantes da violação dos direitos da propriedade industrial previstos
no CPI, sem prejuízo, aos mecanismos extrajudiciais de resolução de
litígios, nomeadamente a arbitragem, a mediação e a conciliação, nos
termos da lei geral.

4. Há possibilidade de recair sobre os direitos industriais garantias reais?


Os direitos da propriedade industrial podem ser dados em penhor e
caução e estão sujeitos à penhora e arresto.

5. A quem compete a fiscalização dos direitos de propriedade Industrial?


A fiscalização dos direitos da propriedade industrial compete à
Inspecção Nacional das Actividades Económicas. adiante designada
lNAE em articulação com o IPI.

TEMA –VII: Os meios extrajudiciais de Tutela de Propriedade Intelectual .


UNIDADE Temática 7.1. Mediação, conciliação e Arbitragem.
UNIDADE Temática 7.2. Exercícios

_____________________________________________

64
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Unidade temática 7.1.: Mediação, Conciliação e Arbitragem.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os meios extrajudiciais de Tutela da PI.


 Conhecer as formas de resolução de conflitos.
Objectivos
específicos  Entender as figuras de mediação, conciliação e Arbitragem.

Os Meios Extrajudiciais de Tutela da Propriedade Intelectual - Generalidades

A respeito da tutela da Propriedade Intelectual, diz Moura Vicente, tem – se


fundamentalmente, dos problemas suscitados pela tutela internacional da
propriedade intelectual quando esta é solicitada aos tribunais integrados na
organização na organização judiciária do Estado.

Essa tutela pode, no entanto, também ser pedida a entidades de outra


natureza, entre as quais avultam os tribunais arbitrais.

É bem sabido que a especificidade das questões suscitadas pelas relações


comerciais, a convivência em submete – las a um foro “neutro”relativamente
aos interesses em jogo. A confidencialidade nos processos arbitrais, a
possibilidade de as partes escolherem os seus próprios julgadores e os
estrangulamentos que actualmente se registam nos sistemas públicos de
justiça de muitos países têm levado com frequência os particulares a optarem
por meios extrajudiciais de resolução de litígios.

Também assim sucede no domínio da propriedade intelectual, de resto em


conformidade com uma directriz da associação internacional para a protecção
da propriedade intelectual.

Nos últimos anos, diversas instituições que oferecem serviços de resolução


extrajudicial de litígios neste domínio, entre as quais sobressai o centro de
mediação e arbitragem criada pela OMPI em 1994 50.

A tendência para a “desjudiciarização” dos conflitos sociais, que caracteriza as


sociedades contemporâneas, estendeu – se, deste modo, à propriedade

50
Para a discussão das vantagens e inconvenientes do recurso à arbitragem em matéria de Propriedade
Intelectual.
65
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

intelectual.

Ora, o recurso a esses meios em matéria de propriedade intelectual coloca em


evidência um dos problemas centrais com que a resolução extrajudicial de
litígios hoje se debate: a medida e as formas pelas quais se deve atender no
âmbito dela aos interesses públicos e de terceiros implicados na relação
material litigada.

Mediação e Conciliação

A mediação e a conciliação, de que se ocupam certos instrumentos jurídicos


internacionais recentes. Estão neste caso a Lei modelo sobre conciliação
comercial internacional, adoptada pela comissão das Nações Unidas para
Comércio o Internacional (CNUDCI), em 2002.

Consiste a mediação ou conciliação, na acepção em que estes textos se lhe


referem, num processo através do qual as partes procuram, com a assistência
de um ou mais terceiros por elas escolhidos, alcançar um acordo a fim de
porem termo a um litígio. Diferentemente do que sucede na arbitragem, o
terceiro não dispõe neste caso de poderes para impor uma solução as partes,
pode quanto muito, propô – lás.

Nesta medida, o controlo que as partes exercem sobre o processo de resolução


do litigio é muito maior na mediação ou conciliação do que na arbitragem: são
elas próprias quem, na realidade, dá origem à solução do litígio, ou seja, as
oportunidades de criação de valor mediante uma solução em que ambas as
partes saiam beneficiadas, são por isso, como nota de David Plant, "ilimitadas".

Pode, pelo exposto afirmar – se que a mediação ou conciliação é um meio de


auto – regulação de litígios, ainda que levada a cabo com o auxilio de terceiros,
ao passo que arbitragem corresponde a uma forma de hetero - regulação de
litígios.

São vários os problemas que suscitam aplicação destas figuras à resolução de


litígios em matéria de propriedade intelectual; desde logo, o da sua
admissibilidade neste domínio depois, o das regras aplicáveis ao processos de
mediação ou conciliação que incidam sobre aqueles litígios finalmente, o da
eficácia internacional dos acordos concluídos pelas partes no termo de
processos de conciliação ou mediação. São estes, por conseguinte, os
problemas de que tratarmos em seguida.

Admissibilidade e adequação aos litígios em matéria de propriedade


intelectual.

66
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Quanto a admissibilidade, certos actos de concessão de direitos intelectuais


são, como já sabemos, praticados por órgãos do Estado ou outros entes
públicos, agindo no exercício de poderes de soberania. É o caso
designadamente, dos direitos de propriedade intelectual sujeitos à depósito ou
registo. Vimos, por outro, lado que alguns dos direitos em apreço são
indisponíveis. Pode – se perguntar, por isso, se a resolução de litígios a elas
atinentes é susceptível de constituir objecto da mediação ou conciliação.

A admissibilidade da mediação ou conciliação de litígios em matéria de


propriedade intelectual se encontra subordinada ao menos em parte, a
restrições análogas às que vigoram a respeito da arbitragem voluntaria. O que
bem se compreende, pois em ambos casos está em jogo a definição da esfera
de acção da autonomia privada no tocante à composição de litígios e as razões
de decidir são fundamentalmente as mesmas.

Adequação

Mesmo nos casos em que são admissíveis, a mediação e a conciliação nem


sempre se revelam adequadas à resolução de litígios em matéria de
propriedade intelectual. É o que sucede, designadamente, nas situações em
que uma das partes carece de tutela imediata dos seus direitos, através do
decretamento de providências cautelares que determinem a inibição de certas
condutas ou a apreensão de bens.

Já no que respeita aos litígios emergentes de contratos de licenciamento ou de


transmissão de direitos, a mediação ou conciliação pode revelar – se o meio
mais apropriado, tendo em consideração:
1 – Os seus baixos custos;
2 – Os riscos mínimos que envolve para partes
3 – A perspectiva de se preservarem as relações comerciais entre as partes,
4 – A possibilidade de se obter através dela uma solução global para o litígio.

O êxito da mediação ou conciliação implica, em todo o caso, uma certa


predisposição, das partes para efectuarem concessões recíprocas. Onde esta
não existir – o que, não raro, é fruto de factores culturais, como a maior ou
menor pretensão de certas sociedades para o recurso aos tribunais – essas
figuras não tem interesse como meios de composição de litígios.

No entanto, além da arbitragem e da mediação ou conciliação, outros meios de


resolução extrajudicial de litígios, insusceptíveis de serem reconduzidos a
qualquer daquelas categorias, assumem hoje certo relevo no domínio dos
direitos intelectuais.

Estão neste caso os meios sui generis de resolução de litígios relativos a nomes
de domínio, o sistema de resolução de litígios instituído pela Organização
67
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Mundial de Comercio e os procedimentos relativos à intervenção das


autoridades aduaneiras.

Arbitragem

A arbitragem assenta fundamentalmente, como se sabe, na autonomia


privada51: é esta que, por toda parte, molda o essencial do seu regime. A
escolha dos árbitros, a definição do objecto do litígio, a determinação das
regras processuais e materiais aplicáveis, ou seja, são em maior ou menor grau,
geralmente confiadas às próprias partes.

A circunstância de a propriedade intelectual ser tradicionalmente o domínio


por excelência do princípio da territorialidade, em razão dos interesses
públicos implicados na concessão de monopólios de utilização e exploração de
bens imateriais, suscita, sempre que se encare a resolução por esta via dos
litígios a ela respeitantes, pelo menos três ordens de problemas:

(i) A primeira, em que medida podem os litígios por objecto direitos de


propriedade intelectual ser validamente cometidos a árbitros. (ii)
Segundo encontram - se esses litígios imperativamente sujeitos a
Lex loci protectionis. E, (iii) terceiro em que condições podem ser
reconhecidas sentenças arbitrais estrangeiras relativas a questões
de propriedade intelectual.

Arbitrariedade dos litígios relativos a direitos de propriedade intelectual

O problema nos Direitos nacionais considere em primeiro lugar o problema da


arbitrabilidade, dos litígios relativos a direitos de propriedade intelectual.

A este respeito distinguem – se diferentes categorias cuja sujeição a árbitros


pode estar em causa, são elas, (i) a existência e validade de direitos de
propriedade intelectual, (ii) a titularidade destes, (iii) as obrigações contratuais
emergentes da transmissão ou do licenciamento da exploração de bens
intelectuais, (iv) e as obrigações extracontratuais resultantes da contrafacção e
de outras formas de violação desses direitos, bem como de actos de
concorrência desleal.

Quanto à primeira destas questões, não existem por ora regras uniformes nos
sistemas nacionais.

51
Princípio do Direito civil nos contratos.
68
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

No tocante a titularidade dos direitos de propriedade intelectual é matéria


arbitrável, ainda que tais direitos estejam sujeitos a registo ou depósito. Com
efeito sempre que o Estado admita a transmissão desses direitos entre os
particulares – podendo deste modo a sua titularidade ser definida por simples
negocio jurídico. Nenhuma consideração de interesse público parece justificar
que se exclua do domínio possível da arbitragem voluntária o julgamento dessa
questão.

Igualmente arbitráveis são os litígios relevantes as obrigações extracontratuais,


resultantes da violação de direitos de propriedade intelectual e de
concorrência desleal. Com efeito, a imposição de tais obrigações,
nomeadamente a de reparar o dano causado a outrem, afecta
fundamentalmente interesses privados.

No que respeita as duas últimas categorias de litígios, suscita – se também o


problema de saber se e em que medida a sujeição a árbitros da questão prévia
de validade dos direitos de propriedade industrial sujeitos a deposito ou
registo, é com a competência exclusiva atribuída pelo art. 22, nº 4 do
Regulamento de Bruxelas I e da convenção de Lugano ao fórum
protectionis.Parece excluir – se a estas matérias admissibilidade de árbitros.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 7.4. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
os meios extrajudiciais de tutela da propriedade intelectual nomeadamente:
mediação, conciliação e Arbitragem.

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Os problemas suscitados pela tutela internacional da propriedade
intelectual tem que ver com a organização na organização judiciária
do Estado.
a)Verdadeiro b)Falso

2. A arbitragem assenta fundamentalmente, como se sabe, na


autonomia privada.
a)Verdadeiro b)Falso

3. Nos últimos anos, diversas instituições que oferecem serviços de


resolução extrajudicial de litígios neste domínio, entre as quais
sobressai o centro de mediação e arbitragem criada pela OMPI em
1994.
a)Verdadeiro b)Falso

4. São vários os problemas que suscitam aplicação das figuras de


69
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

resolução de litígios em matéria de propriedade intelectual.


a)Verdadeiro b)Falso

5. A mediação ou conciliação é um meio de auto – regulação de


litígios, ainda que levada a cabo com o auxílio de terceiros.
a)Verdadeiro b)Falso

6. A arbitragem corresponde a uma forma de hetero - regulação de


litígios.
a)Verdadeiro b)Falso

7. O êxito da mediação ou conciliação implica, em todo o caso, uma


certa predisposição, das partes para efectuarem concessões
recíprocas.
a)Verdadeiro b)Falso

8. A admissibilidade da mediação ou conciliação de litígios em matéria


de propriedade intelectual se encontra subordinada ao menos em
parte, a restrições análogas às que vigoram a respeito da arbitragem
voluntaria.
a)Verdadeiro b)Falso

9. Além da arbitragem e da mediação ou conciliação, outros meios de


resolução extrajudicial de litígios, insusceptíveis de serem
reconduzidos a qualquer daquelas categorias, assumem hoje certo
relevo no domínio dos direitos intelectuais.
a)Verdadeiro b)Falso

10. A arbitragem lidera na estatística de resolução de litígio sobre


Propriedade Intelectual
a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________

Exercícios de AVALIAÇÃO
1. Em que assenta a arbitragem?
Assenta fundamentalmente, na autonomia privada, é esta que, por
toda parte, molda o essencial do seu regime.

2. Quais são os problemas que se suscitam em matéria de direito


intelectual?
São vários os problemas que suscitam aplicação destas figuras à
resolução de litígios em matéria de propriedade intelectual; desde
logo, o da sua admissibilidade neste domínio depois, o das regras
aplicáveis ao processo de mediação ou conciliação.

3. Como se justifica o êxito na mediação e conciliação?


O êxito da mediação ou conciliação implica, uma certa predisposição,

70
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

das partes para efectuarem concessões recíprocas.

4. Na arbitragem há sempre juízes profissionais?


Não é verdade, não há necessariamente exigência de juízes
profissionais.

5. Há outros meios de resolução de conflitos/litígios sobre PI, que não


sejam a arbitragem, mediação e arbitragem?
Há sim, outros meios de resolução de litígios, como seja os meios sui
generis de resolução de litígios.

TEMA –VIII: Crimologia no âmbito da Propriedade Intelectual.


UNIDADE Temática 8.1. No âmbito de Direitos de Autor.
UNIDADE Temática 8.2. No âmbito da Propriedade Industrial
UNIDADE Temática 8.3.Exercícios

_____________________________________________
Unidade temática 8.1. No âmbito de Direitos de Autor.

NIDADE T

71
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as infracções no ambito de Direitos de Autor.


 Conhecer características e disposição Legal.
Objectivos
específicos  Entender o Regime Jurídico.

Crime52 é o facto voluntário declarado punível pela lei penal nos termos do n°1
do código penal. Parece-nos que o código faz restringir as disposições
constantes apenas no código penal todavia deve fazer-se uma inclusão na
perspectiva de abarcar os crimes dispostas em legislação ordinária.

A violação destes direitos centra-se na área dos direitos contra propriedade


(artigo 309º e ss) plasmado na constituição como anteriormente abordados
todavia essa sorte advêm da generalidade desta disposição legal que usando
mão de uma interpretação extensiva chamamos aqui as disposições do CPI que
submete os mesmos as prerrogativas do penhor e arresto característias
próprias de garantias reais que incidem essencialmente na eficácia do direito
exercido em face de todos (erga omnes), visando a plenitude de um direito
absoluto e independente de intermediação de outrem, ou seja,
predominantemente obrigatórios53.

Tais prerrogativas do direito da propriedade são salvarguardos pelo “numerus


clausus”54 na perspectiva que detêm carácter real sendo típicos e taxativos e
“numerus apertus” pois são direitos obrigacionais onde as partes
facultativamente se valem de contratos disciplinados na Lei.

O direito penal e/ou criminal é um conjunto de normas que têm um certo tipo
de estrutura, normalmente que fazem corresponder a uma certa situação de
facto, a que se chama crime, uma certa sanção a que se chama pena 55(...), há
pois que considerar o direito criminal, não apenas como conjunto de normas

52
O caractér fragmentário do direito penal justifica o começo da adjectivação da acção típica, uma vez
que, por força do princípio da legalidade, só é crime o que a lei tipifica como tal (...), a tipicidade está
indiciada a ilicitude, que só será afastada se se verificar uma causa de justificação (...), relativamente a
culpa decorre do princípio do respeito pela dignidade da pessoa humana, pois para aplica uma pena a um
sujeito possa ser pessoalmente censurado pelo facto que praticou (...), a punibilidade num sentido estrito,
como momento de ponderações que têm que ver com a necessidade, a adequação e com a
proporcionalidade da punição (...), PRATA, Ana, VEIGA, Catarina, VILALONGA, José Manual,
Dicionário Jurídico: Direito Penal e Direito Processual Penal, Almedina, 2008, Vol.II
53 DIAS, Caroline Christina acessado em: https://ccdias.jusbrasil.com.br/artigos/180434560/resumo-

direitos-reais em 01.09.2019/00.06hrs
54
Artigo 1306°do CC
55
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.92
72
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

autónomas que impõe sanções e ao mesmo tempo proíbem ou impõem


condutas, em vista da protecção de certos e determinados valores jurídicos: os
valores jurídico-criminais56.

O direito penal no âmbito intelectual deve ser pensaada que só deve intervir,
só deve querer aplicar-se, só deve tomar conta de um certo tipo de actuações
ou de actos quando isso for por um lado eficaz e por outro necessário, ou seja,
só vale a pena, só tem sentido tornar certos actos crime, e portanto ameaçá-
los com uma pena que pode ser mais ou menos grave, quando não forem
suficientes um outro tipo de medidas que podem ser por exemplo, medidas
civis, medidas administrativas, (...), por outro lado é necessário, também, que
essa incriminação seja eficaz57.

No mundo do direito intelectual, quer na sua vertente autoral, quer no âmbito


do que se convecione chamar de propriedade industrial, que relevam
sobretudo de factores económicos e em que avulta a realidade da organização
empresarial, societária ou individual, nas suas relações de concorrência (...), a
ideia de benefício, de mais-valia, de lucro, está omnipresente, e
caracterizando-se ele pela crescente impessoalização dos agentes, tomar-se-ão
mais evidentes as dificuldades em encontrar referências éticas no sentido
clássico (...)58.

No âmbito dos Direitos Autoriais


Moçambique tem aprovado a Lei n° 4/2001 de 27 de Fevereiro, respeitante aos
direitos autor, esta lei para além de regular as questões relativas a protecção das
obras literarias, artisticas e cientificas e dos direitos dos resepectivos autores,
artistas interpretes ou executantes, produtores de fonogramas e de videogramas
e dos originais de radiofusão, e visa estimular a criação e a produção do trabalho
intelectual na área da literatura, da arte e da ciência.
Acautela também os casos de violação e defesa do direito de autor e dos
direitos conexos, prevendo a possibilidade dos lesados e seus representantes
legais accionarem mecanismos para defesa dos seus direitos violados,
prevendo crimes como:
a) usurpação (art. 61): aquele que, sem a devida autorização do respectivo
autor, artista, produtor de fonograma ou do organismo de radiofusão,
utilizar ou explorar, por qualquer das formas previstas na presente lei,
uma obra alheia, considerando: as transcrições de obras alheias que
ultrapassem os limites da livre utilização e a compilação ou colecção de
diversas obras de um autor, quer por este publicadas, quer inéditas,
sem a devida autorização.

b) contrafacção (art. 62): aquele que fraudulentamente, utilizar como

56
Idem, 92.
57
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.93
58
Idem, 94.
73
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

sendo criação ou prestaçãp sua uma obra, a prestação de um


artista, um fonograma ou emissão de radiofusão, que seja uma
reprodução total ou parcial de uma obra ou prestação alheia,
divulgada ou não divulgada, ou por tal modo semelhante que não
tenha individualidade própria.

Sem prejuízo das previstas em legislação penal, existindo possibilidade de


sanções penais e possibilidades nas questões não patrimoniais de destruição
da Obra.
___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 8.1. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
a crimonologia no âmbito da propriedade intelectual na vertente dos direitos
autorais.

_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Os Direitos do Autor são indispensais aos consumidores.
a)Verdadeiro b)Falso

2. Não há como se sabe nenhuma protecção aos produtores de livros,


dai que é permetida a copia de manuais em quelaquer das
circunstâncias.
a)Verdadeiro b)Falso

3. Moçambique aprovou em 2001 uma Lei respeitante ao Direito do


Autor.
a)Verdadeiro b)Falso

4. Lei não acautela garantias especiais para tutela dos direitos do autor
uma vez violados.
a)Verdadeiro b)Falso

5. A contrafacção não é crime resepeitante ao direito do autor.


a)Verdadeiro b)Falso

6. A não apresentação da autorização escrita do autor, determin a


presunção de fraude, que no entanto, pode ser ilidida por quaisquer
admissiveis en juizo.
a)Verdadeiro b)Falso

7. Comete o crime de usurpação aquele que mente sobre a identidade


do autor de determinação.
a)Verdadeiro b)Falso

8. Tendo falecido o titular do direito, a acção poderá ser proposta por

74
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

qualquer pessoa.
a)Verdadeiro b)Falso

9. A Lei do autor não prevê a responsabilidade civil do infractor dos


direitos do autor.
a)Verdadeiro b)Falso

10. Para que haja contrafacção não é essencial que a reprodução que a
reprodução seja feita pelo mesmo formato.
a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________

Exercícios de AVALIAÇÃO
1. Havendo violação de direitos relativos ao autor tem este a possibilidade
de recorrer ao Tribunal?
Sim, a lei do autor acautela que em caso de violação de direitos o
lesado ou seu representante legal, cabe accionar os mecanismos legais
para a defesa dos seus direitos, (cfr art. 59/1 da Lei do autor).

2. Em que consiste o crime de usurpacção ?


R: Comete o crime de usurpação aquele que, sem a devida autorização
do respectivo autor, artista, produtor de fonograma ou do organismo
de radiodifusão, utilizar ou explorar, por qualquer des formas
previstas na presente Lei, uma obra alheia.

3. A violação dos direitos consagrados na Lei do autor prevê a


responsabilização civil ao infractor?
R: Sim, prevê no seu artigo 60°. da Lei do Autor.

4. Quando é que estamos em face da contrafacção?


R: Estamos em face de contrafacção quando fraudulentamente,
utilizar – se como sendo criação ou prestação sua uma obra, a
prestação de um artista, um fonograma ou emissão de radiodifusão,
que seja uma reprodução total ou parcial de uma obra ou prestação
alheia, divulgada ou não tenha individualidade própria.

5. Diga se de ponto de vista legal o autor da obra contrafeita pode


requerer a apreensão ou destruíção dos exemplares da obra
contrafeita?
R: Pode sim, conforme se pode retirar do número 1 do artigo 70° da
Lei nº 4/2001, de 27 de Fevereiro – Lei do Autor.

75
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

_____________________________________________
Unidade temática 8.2. No âmbito da Propriedade Industrial.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as infracções da Propriedade Intelectual.


 Conhecer características e disposição Legal.
Objectivos
76
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

específicos  Entender o Regime Jurídico.

No âmbito dos Direitos Industriais


O Código da Propriedade Intelectual Moçambicano estabelece o regime das
infracções intelectuais que assenta basicamente em nove (09) institutos
jurídicos, a considerar:

a) Concorrência desleal;
b) Violação dos direitos exclusivos da patente;
c) Violação dos direitos exclusivos do desenho industrial
d) Contrafacção e uso ilícito da marca;
e) Invocação ou uso ilegal da recompensa;
f) Violação dos direitos exclusivos do nome comercial, nome
g) de estabelecimento e insígnia de estabelecimento;
h) Uso ilegal de logótipo;
i) Invocação ou uso indevido dos direitos privativos;
j) Contrafacção, imitação, uso ilegal e ilícito da denominação
de origem e da indicação geográfica.

Concorrência desleal e Segredo Profissional

Nos termos do artigo 213 do CPI considera concorrência desleal “ a prática de


actos contrários aos bons usos e costumes da actividade industrial, comercial
ou de serviços”. Considerando: (i) expor, vender, colocar à venda ou em
circulação um produto, declarando ser objecto de patente depositada ou
concedida ou de desenho industrial registado que não o seja, ou mencionar em
anúncios de qualquer natureza ou em papel comercial como depositado ou
patenteado ou registado sem o ser; (ii) Expor, vender, colocar à venda ou em
circulação um produto com uma marca, um logótipo, um nome comercial ou
uma insígnia de estabelecimento, uma recompensa, uma indicação geográfica
ou uma denominação de origem declarando ter sido registado ou depositado
sem o ser, ou mencionar em anúncios de qualquer natureza ou em papel
comercial como depositado ou registado sem o ser; (iii)Praticar actos
susceptíveis de criar confusão, de qualquer modo, com o estabelecimento,
produtos, serviços ou actividades industriais ou comerciais de um concorrente;
(iv) Invocar ou fazer referência a um nome comercial, nome de
estabelecimento, insígnia de estabelecimento ou marcas alheios sem a
autorização do legítimo titular com o fim de beneficiar do crédito ou da
reputação dos mesmos; (v) Afirmar ou informar falsamente, no exercício do
comércio, de modo a fazer desacreditar o estabelecimento, serviço ou
actividade industrial ou comercial de um concorrente; (vi) Induzir o público em
erro sobre a natureza, a qualidade, o modo de fabrico, as características e a
utilização dos produtos e serviços no e xercício da actividade comercial; (vii)
Utilizar directa ou indirectamente uma falsa indicação relativa à proveniência
de um produto ou serviço, ou da identidade do produtor, fabricante ou
77
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

comerciante; (viii) Utilizar directa ou indirectamente uma denominacão de


origem falsa ou imitar uma denominação de origem, mesmo se a origem
verdadeira do produto for indicada ou se a denominação for utilizada
acompanhada das expressões como "género", "tipo", "modo", "imitação", ou
similares; ix) Suprimir, ocultar ou alterar a denominação de origem ou a
indicação geográfica dos produtos ou da marca registada do produtor ou do
fabricante em produtos destinados à venda e que não tenham sofrido
modificação no seu acondicionamento.

Segundo (PAÚL, Jorge Patrício,2002), o acto de concorrência traduz-se apenas


numa simples desconformidade objectiva aos padrões da lealdade de
concorrencia, destituida de qualquer actuação finalista por parte do seu autor,
não revestido, por isso, caractér ilícito 59.

Os pressupostos do conceito de concorrência desleal, contêm três elementos


principais, que são os seguintes:

a) A existência de um acto de concorrência 60;


A concorrência não é susceptível de ser definida em abstracto, mas pode ser
apreciada em concreto, pois o que interessa saber é se a actividade de um
agente ecónomico atinge ou não a actividade de outro, através da disputa da
mesma clientela.

b) Contrário às normas e usos honestos 61


Poderiamos considerar como meros comportamentos sociais, padrões sociais
de conduta de caractér extra- jurídico, ou seja, práticas sociais nem sempre
uniformes pois podem variar consoante o sector de actividade considerado.

c) De ramo de actividade industrial

Todavia, o CPI impõe ainda a observância de um quatro (4) elemento: o


segredo profissional considerando como um elemento da concorrência desleal
razão pelo qual denominamos a infracção como sendo ” Concorrência desleal e
Segredo Profissional”.

d) Segredo Profissional

Assim sendo, comete igualmente a infracção de concorrência desleal aquele


que subtrair; divulgar, ou utilizar informações ou dado confidenciais sobre a
produção ou a utilização de determinados produtos ou processos ou sobre a
prestação de serviços de um concorrente sem o consentimento do mesmo de
maneira contrária a práticas comerciais honestas, desde que tal informação: (i)

59
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.140
60
Idem,141
61
Idem, 142
78
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Seja secreta, no sentido de que não seja conhecida nem facilmente acessível a
pessoas de círculos que normalmente lidam com o tipo de informação em
questão, seja como um todo, seja na configuracção e montagem específicas de
seus componentes; (ii) Tenha valor comercial por ser secreta; (iii) Tenha sido
objecto de precauções razoáveis, nas circunstâncias, pela pessoa, legalmente
sob controlo da informação, para mantê-la secreta.

A essência por detrás desta previsão funda-se na ideia que estes actos têm sido
classificados como actos de desorganização tendo como finalidade afectar o
normal funcionamento da actividade de um concorrente, atacando a sua
organização interna, de forma a prejudicar o normal afluxo de clientes 62.

Violação dos direitos exclusivos da patente;


Comete infracção de violação dos direitos exclusivos de patente aquele que: (i)
produzir bens que sejam objecto de patente de invenção ou modelode
utilidade sem a autorização do seu titular; (ii) Usar o produto ou o processo,
objecto de patente sem a permissão do legítimo titular; (iii) exportar ou
importar. colocar à venda ou em circulação ou ocultar, de má-fé, produtos
obtidos por qualquer dos modos referidos nas alíneas anteriores; (iv) proceder
à divulgação da patente de invenção sem a permissão do legítimo titular 63.

Violação dos direitos exclusivos do desenho industrial


Comete infracção de violação dos direitos exclusivos de desenho industrial
aquele que: (i) utilizar, reproduzir ou imitar total ou parcialmente desenhos
industriais sem a autorização do respectivo titular; (ii) exportar, importar,
colocar à venda ou em circulação um desenho industrial registado, sem o
consentimento do respectivo titular; (iii) produzir bens que incorporem um
desenho industrial registado, sem o consentimento do respectivo titular; (iv)
exportar, importar, colocar à venda ou em circulação ou ocultar, de má-fé,
produtos que incorporem um desenho industrial registado, sem o
consentimento do respectivo titular 64.

Contrafacção e uso ilícito da marca;

Comete infracção de contrafacção de marca, todo aquele que: (i) reproduzir,


total ou parcialmente, a marca registada sem autorização do respectivo titular;
(ii) alterar a marca registada de outrem já aposta em produto colocado no
mercado; (iii) usar marca contrafeita ou imitada; (iv) usar, reproduzir ou imitar
uma marca notoriamente conhecida ou de prestígio; (v) Utilizar a marca para
identificar produtos ou serviços distintos dos do titular da marca registada de
modo a iludir o consumidor sobre a origem dos mesmos; (vi) exportar, importar,
vender ou colocar à venda ou em circulação produtos ou artigos com marca
contrafeita, imitada ou usada nas alíneas anteriores.

62
Ascensão, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol.II, pag.146
63
Artigo 214 do CPI
64
Idem, art.215
79
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Considerando ainda: (i) utilizar para identificação dos seus produtos ou


serviços uma marca não autorizada ou cujo pedido de registo tenha sido
indeferido pelo IPI; (ii) usar uma marca com expressões ou figuras contrárias
ao CPI e à ordem pública ou ofensivas dos bons costumes; (iii) exportar,
importar, vender ou colocar à venda ou em circulação produtos ou artigos
com marca proibida65.

Violação dos direitos exclusivos de nome comercial, nome de


estabelecimento e de Insígnia de estabelecimento;

Comete infracção de violação dos direitos exclusivos de nome comercial, nome


e insígnia de estabelecimento todo aquele que: (i) usar no seu
estabelecimento, em anúncios, na correspondência, nos produtos ou serviços
ou por qualquer outra forma nome comercial ou insígnia de estabelecimento
que constitua reprodução, ou que seja imitação de nome comercial ou insígnia
de estabelecimento já registados por outrem, sem a autorização do legítimo
titular;(ii) expor, vender, colocar à venda ou deter produtos com referências a
um nome comercial ou insígnia de estabelecimento sem a autorização do
legítimo titular66.

Uso Ilegal de logótipo


Aquele que ilegalmente usar em impressos, no seu estabelecimento, em
produtos ou por qualquer outra forma, sinal que constitua reprodução ou
imitação de logotipo já registado por outrem comete o crime supracitado 67.

lnvocação ou uso Indevido de direitos privativos


Constitui invocacão ou uso indevido de direitos privativos: (i) apresentar-se
como titular de um direito de propriedade industrial sem que o mesmo lhe
pertença; (ii) tenha sido declarado nulo ou caduco ou quando o pedido de
registo tiver sido indeferido; (iii) sendo titular de um direito de propriedade
industrial utilizar os seus direitos privativos para produtos ou serviços diferentes
daqueles que o registo protege68.

lmitação e uso ilicito da denominação de origem e da lndicação geográfica 69


Comete infracção de contrafacção, imitação e uso ilegal da denominação de
origem e da indicação geográfica todo aquele que: (i) reproduzir ou imitar, total
ou parcialmente, uma denominação de origem ou uma indicação geográfica

65
Artigo 216 do CPI
66
Artigo 217 do CPI
67
Artigo 218 do CPI
68
Artigo 219 do CPI
69
Artigo 220 do CPI
80
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

registada; (ii) não tendo direito a uma denominação de origem, ou de uma·


indicação geográfica, utilizar nos seus produtos sinais que constituam
reprodução, imitação ou tradução das mesmas, mesmo que seja indicada a
verdadeira origem dos produtos ou que a denominação ou a indicação seja
acompanhada de expressões como "género", "tipo", "qualidade", "maneira",
"imitação", "rival de", "superior à" ou outras semelhantes; (iii) Fabricar,
importar, exportar, vender expor ou oferecer a venda ou armazenar produto que
apresente faha indicação geográfica e denominação de origem.

Considerando ainda: todo aquele que: (i) utilizar para a identificação dos seus
produtos ou serviços uma denominação de origem ou uma indicação geográfica
não autorizada ou cujo pedido de registo tenha sido indeferido pelo IPI;(ii) usar
uma denominação de origem ou indicação geográfica com expressões ou figuras
contrárias e à ordem pública ou ofensivas dos bons costumes; (iii) Exportar,
importar, vender ou colocar à venda ou em circulaçãoprodutos ou artigos com
uma denominação de origem ou indicação geográfica proibidas.

___________________________________
Sumário
Nesta Unidade temática 8.2. estudamos e discutimos fundamentalmente sobre
a crimonologia no âmbito dos direitos de propriedade industrial nomeadamente:
(i) Concorrência desleal; (ii) Violação dos direitos exclusivos da patente; (iii)
Violação dos direitos exclusivos do desenho industrial, (iv) Contrafacção e uso
ilícito da marca; (v) Invocação ou uso ilegal da recompensa; (vi) Violação dos
direitos exclusivos do nome comercial, nome ; (vii) de estabelecimento e insígnia
de estabelecimento; (viii) Uso ilegal de logótipo; (ix) Invocação ou uso indevido
dos direitos privativos; (x)Contrafacção, imitação, uso ilegal e ilícito da
denominação de origem e da indicação geográfica.
_______________________________________

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A Concorrência desleal e Segredo Profissional nos termos do artigo 213


do CPI considera concorrência desleal “ a prática de actos contrários
aos bons usos e costumes da actividade industrial, comercial ou de
serviços”.
a)Verdadeiro b)Falso

2. o acto de concorrência traduz-se apenas numa simples


desconformidade objectiva aos padrões da lealdade de concorrencia,
destituida de qualquer actuação finalista por parte do seu autor, não
revestido, por isso, caractér ilícito.
a)Verdadeiro b)Falso

81
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

3. Os pressupostos do conceito de concorrência desleal, contêm quatro


elementos principais, que são: a existência de um acto de concorrência,
Contrário às normas e usos honestos, de ramo de actividade industrial e
segredo profissional.
a)Verdadeiro b)Falso

4. Não comete a infracção de concorrência desleal aquele que subtrair;


divulgar, ou utilizar informações ou dado confidenciais sobre a
produção ou a utilização de determinados produtos ou processos ou
sobre a prestação de serviços de um concorrente sem o consentimento
do mesmo de maneira contrária a práticas comerciais honestas.
a)Verdadeiro b)Falso

5. Só comete, somente e tão somente a infracção de violação dos direitos


exclusivos de patente aquele que: (i) produzir bens que sejam objecto
de patente de invenção ou modelode utilidade sem a autorização do
seu titular; (ii) Usar o produto ou o processo, objecto de patente sem a
permissão do legítimo titular.
a)Verdadeiro b)Falso

6. Umas das situações para cometimento de infracção de violação dos


direitos exclusivos de desenho industrial aquele que: (i) utilizar,
reproduzir ou imitar total ou parcialmente desenhos industriais sem a
autorização do respectivo titular.
a)Verdadeiro b)Falso

7. Comete infracção de contrafacção de marca, todo aquele que: (i) utilizar


para a identificação dos seus produtos ou serviços uma denominação de
origem ou uma indicação geográfica não autorizada ou cujo pedido de
registo tenha sido indeferido pelo IPI;(ii) usar uma denominação de
origem ou indicação geográfica com expressões ou figuras contrárias e à
ordem pública ou ofensivas dos bons costumes; (iii) Exportar, importar,
vender ou colocar à venda ou em circulação produtos ou artigos com
uma denominação de origem ou indicação geográfica proibidas.
a)Verdadeiro b)Falso

8. Uso Ilegal de logótipo: aquele que ilegalmente usar em impressos, no


seu estabelecimento, em produtos ou por qualquer outra forma, sinal
que constitua reprodução ou imitação de logotipo já registado por
outrem comete o crime supracitado.
a)Verdadeiro b)Falso

9. lnvocação ou uso Indevido de direitos privativos : constitui invocacão ou


uso indevido de direitos privativos: (i) apresentar-se como titular de um
direito de propriedade industrial sem que o mesmo lhe pertença; (ii)
tenha sido declarado nulo ou caduco ou quando o pedido de registo
tiver sido indeferido; (iii) sendo titular de um direito de propriedade
industrial utilizar os seus direitos privativos para produtos ou serviços
diferentes daqueles que o registo protege.
82
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

a)Verdadeiro b)Falso

10. lmitação e uso ilicito da denominação de origem e da lndicação


geográfica comete infracção de contrafacção, imitação e uso ilegal da
denominação de origem e da indicação geográfica todo aquele que: (i)
não reproduzir ou imitar, total ou parcialmente, uma denominação de
origem ou uma indicação geográfica registada; (ii) tendo direito a uma
denominação de origem, ou de uma indicação geográfica, utilizar nos
seus produtos sinais que constituam reprodução, imitação ou tradução
das mesmas, mesmo que seja indicada a verdadeira origem dos
produtos ou que a denominação ou a indicação seja acompanhada de
expressões como "género", "tipo", "qualidade", "maneira", "imitação",
"rival de", "superior à" ou outras semelhantes; (iii) não fabricar,
importar, exportar, vender expor ou oferecer a venda ou armazenar
produto que apresente faha indicação geográfica e denominação de
origem.
a)Verdadeiro b)Falso

_______________________________________

Exercícios de AVALIAÇÃO
1. O que é concorrência desleal?
Nos termos do artigo 213 do CPI considera concorrência desleal “ a
prática de actos contrários aos bons usos e costumes da actividade
industrial, comercial ou de serviços”.

2. O que significa acto de concorrência?


O acto de concorrência traduz-se apenas numa simples
desconformidade objectiva aos padrões da lealdade de concorrencia,
destituida de qualquer actuação finalista por parte do seu autor, não
revestido, por isso, caractér ilícito.

3. Qual é a essência do Segredo Profissional?


A essência por detrás desta previsão funda-se na ideia que estes actos
têm sido classificados como actos de desorganização tendo como
finalidade afectar o normal funcionamento da actividade de um
concorrente, atacando a sua organização interna, de forma a prejudicar
o normal afluxo de clientes.

4. O que é uso ilegal de logótipo?


Aquele que ilegalmente usar em impressos, no seu estabelecimento,
em produtos ou por qualquer outra forma, sinal que constitua
reprodução ou imitação de logotipo já registado por outrem comete o
crime supracitado.

5. Quais são as industriais previstas no Código de Propriedade Intelectual


Moçambicano?

83
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

O Código da Propriedade Intelectual Moçambicano estabelece o regime


das infracções intelectuais que assenta basicamente em nove (09)
institutos jurídicos, a considerar:
a) Concorrência desleal;
b) Violação dos direitos exclusivos da patente;
c) Violação dos direitos exclusivos do desenho industrial
d) Contrafacção e uso ilícito da marca;
e)Invocação ou uso ilegal da recompensa;
f) Violação dos direitos exclusivos do nome comercial, nome de
estabelecimento e insígnia de estabelecimento;
h)Uso ilegal de logótipo;
i) Invocação ou uso indevido dos direitos privativos;
j)Contrafacção, imitação, uso ilegal e ilícito da denominação de origem
e da indicação geográfica.

TEMA –IX: Exercícios do módulo.


UNIDADE Temática 9.1. Exercícios de avaliação fechadas.
UNIDADE Temática 9.2. Exercícios de avaliação abertas
_____________________________________________
Unidade temática 9.1. Exercício de avaliação fechadas.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

84
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

 Desenvolver habilidades gerais sobre as unidades todas.


 Exercitar com base em avaliações fechadas.
Objectivos
específicos  Conhecer a visão geral da cadeira com base em perguntas.

1. A propriedade intelectual insere – se no Direito, desde a idade de Cristo.


a) Verdadeiro b) Falso

2. A OMPI, ou, na versão inglesa, WIPO, engloba as Uniões de Paris e de


Berna..
a) Verdadeiro b) Falso

3. Moçambique é parte da convenção de Paris para a Protecção da


Propriedade Intelectual de 20 Março de 1883, revista em Bruxelas à 14
de Dezembro de 1900, em Washington à 2 de Junho de 1934, e de Harare
de 2019.
a) Verdadeiro b) Falso

4. O Código de Propriedade Intelectual francês, de 1993, revela a


aproximação ao código de Propriedade Intelectual moçambicano.
a) Verdadeiro b) Falso

5. “A Propriedade intelectual” aplicava-se, mais restritamente, aos direitos


autorais nesta acepção, encontramos extenso emprego na doutrina, se
tenta uma estruturação das normas jurídicas comuns a cada um e a todos
capítulos da Enciclopédia Jurídica..
a)Verdadeiro b) Falso

6. Tem - se, assim, correntemente, a noção de Propriedade Intelectual


como a de um capítulo do Direito.
a) Verdadeiro b) Falso

7. A primeira lei brasileira sobre marcas surgiu somente em 1875, em


decorrência dos interesses de um cliente de Ruy Barbosa.
a)Verdadeiro b) Falso

8. As convenções é que determinaram o surgimento da Propriedade


Intelectual.
a)Verdadeiro b) Falso

9. Antes da independência não se podia falar do Direito de Propriedade


Intelectual.
a)Verdadeiro b) Falso

85
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

10. A Convenção de Paris para protecção da Propriedade Industrial de 20 de


Março de 1883, foi revista em Bruxelas a 14 de Dezembro em 1900, em
Washington a 2 de Junho de 1911, em Haía a 6 de Novembro de 1925,
em Londres a 2 de Junho de 1934, em Lisboa a 31 de Outubro de 1958 e
em Estocolmo a 14 de Julho de 1967.
a)Verdadeiro b) Falso.

11. É inegável que a desejada relação de complementaridade entre


direito da Propriedade Intelectual e Direito da Concorrência depende da
coerência na formulação das normas que as disciplinam.
a)Verdadeiro b) Falso

12. A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de


leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do
intelecto, vida tranquila.
a)Verdadeiro b) Falso

13. A concorrência não encontra eco na legislação moçambicana.


a) Verdadeiro b) Falso

14. A propriedade intelectual era um vector das economias na idade


média.
a)Verdadeiro b) Falso

15. Os direitos patrimoniais que decorrem de propriedade intelectual


são temporários e devem respeitar ao princípio da territorialidade.
a)Verdadeiro b) Falso

16. Uma política de protecção aos Direitos de Propriedade Intelectual


inclui avaliar o potencial inovador e tecnológico e decidir como proteger
o conhecimento.
a) Verdadeiro b) Falso

17. Os activos intelectuais precisam ser legalmente protegidos, como


qualquer outra propriedade em uma empresa ou instituição, como
qualquer outro activo físico.
a) Verdadeiro b) Falso

18. O Direito da Concorrência, não se coaduna com o Direito interno,


pois esta virado para o estrangeiro.
a) Verdadeiro b) Falso

19. A aceleração do processo informacional e o desenvolvimento da


economia industrial passou a exigir, desde o Renascimento, a criação de
uma nova categoria de direitos de propriedade.
a) Verdadeiro b) Falso

20. O estatuto da propriedade tende a ser um dos conjuntos mais


86
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

estáveis de normas de um sistema legal, permitindo a formulação da


política de longo prazo, aumentando a segurança dos investimentos e
direccionando a evolução tecnológica para os objectivos que a
comunidade elegeu como seus.
a)Verdadeiro b) Falso

21. O direito da propriedade não encontra – se regulada nas nossas


leis.
a) Verdadeiro b) Falso

22. A propriedade é para fins pouco claros, pois a lei não trata sobre
essa matéria.
a)Verdadeiro b)Falso

23. Os direitos absolutos podem, assim, ser exclusivos ou não


exclusivos conforme seja materialmente ou juridicamente impossível
fazer incidir outros direitos idênticos sobre um mesmo bem fim.
a)Verdadeiro b)Falso

24. A noção de “direitos exclusivos” merece reflexão especial.


a)Verdadeiro b)Falso

25. O proprietário goza de modo pleno e exclusivo dos direitos de


uso, fruição e disposição das coisas, desde que pague o registo das coisas.
a)Verdadeiro b)Falso

26. O contexto da instituição jurídica da propriedade mudou


radicalmente desde a noção romana da “plena in re potestas”.
a) Verdadeiro b)Falso

27. A tradição tem reservado a palavra “propriedade” ao controle


sobre coisas, ou bens tangíveis.
a)Verdadeiro b)Falso

28. A teoria do senhorio ou do domínio, que encontrou mais


seguidores na doutrina, diz – se quantitativa, porquanto identifica o
direito de propriedade como o mais vasto do direito sobre uma coisa.
a)Verdadeiro b)Falso

29. Quando ao poder do sujeito activo não corresponde um dever,


específico, de nenhum sujeito activo, a não ser aquele de respeitar a
juridicidade do exercício do mesmo poder, há um direito absoluto.
a)Verdadeiro b)Falso

30. Os bens, produtos da inventiva industrial ou da criação estética,


denominados usualmente imateriais, carecem dos atributos das coisas
corpóreas, objecto natural dos direitos reais.
a)Verdadeiro b)Falso

87
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

31. O direito da propriedade insere – se no direito do consumidor e


da concorrência.
a)Verdadeiro b)Falso.

32. Os ramos do Direito de Propriedade Intelectual são: Direitos


autorais, propriedade Industrial e Protecção suis generis.
a) Verdadeiro b)Falso.

33. O regime Jurídico do Direito do Autor esta plasmado na Lei


n°4/2001 de 27 de Fevereiro
a) Verdadeiro b)Falso

34. As obras audiovisuais não podem ser consideradas protegidas no


âmbito do Direito do Autor
a)Verdadeiro b)Falso

35. Os direitos do Autor subdividem-se em: direitos patrimoniais e


direitos patrimonias e/ou morais
a)Verdadeiro b)Falso

36. Os direitos patrimonias são: reinvidicar a paternidade da sua obra;


ficar anónimo ou utilizar um pseudónimo; Opor-se a toda a deformação,
mutilação ou outra modificação da sua obra, ou qualquer atentado à
mesma, que seja prejudicial à sua honra, reputação, genuinidade e
integridade.
a)Verdadeiro b)Falso

37. Os direitos não patrimoniais e/ou morais são: reivindicar a sua


obra; traduzir a sua obra; preparar adaptações, arranjos ou outras
transformações da sua obra; dispor de exemplares da sua obra para
venda ao público, para praticar qualquer outro modo de transferência de
propriedade, para locação, bem como empréstimo ao público;
representar ou executar a sua obra em público; importar ou exportar
exemplares da sua obra; comunicar a sua obra ao público por radiofusão
por cabo ou por qualquer outro meio.
a)Verdadeiro b)Falso

38. Os direitos Patrimoniais pressupõe o poder de disposição, fruição


e utilização da obra, pelo seu autor, incluindo a faculdade exclusiva de
exploração ecónomica da mesma e da autorização da sua fruição por
terceiro no todo ou em parte.
a)Verdadeiro b)Falso

39. Não Patrimoniais e/ou Morais são aqueles que abrangem o direito
de reivindicar a paternidade da obra, decidir sobre a sua divulgação,
permanecer anónimo, escolher um pseudómino, opor-se a qualquer
mutilação ou modificação não autorizada da obra e têm um caractér
inalienável, irrenunciável e imprescritível ou vitalício.
a)Verdadeiro b)Falso
88
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

40. Existe a possibilidade de livre utilização dos direitos patrimoniais.


a)Verdadeiro b)Falso

41. Os programas de computadores não são parte dos direitos do


Autor.
a)Verdadeiro b)Falso

42. Os direitos conexos são direitos vizinhos por inerência da Lei n°


4/2001 de 27 de Fevereiro
a)Verdadeiro b)Falso

43. Direitos conexos e/ou vizinhos são aqueles que a protecção dos
interesses dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de
fonogramas e dos organismos de radiofusão quanto às suas actividades,
relacionadas com a utilização pública das obras dos autores, de quaisquer
tipos de exibições de artistas ou transmissão de acontecimentos ao
público, informações e quaisquer sons ou imagens.
a)Verdadeiro b)Falso

44. São ainda direitos conexos (i) a utilização privada; (ii) relato de
acontecimentos da actualidade desde que sejam usados apenas curtos
extractos de uma interpretação de um fonograma ou de uma emissão de
radiofusão, (iii) a utilização exclusivamente destinada ao ensino e
investigação científica, (iv) as citações e (v) quaisquer outras utilizações
que sejam excepções a respeito das obras protegidas pelos direitos de
autor.
a)Verdadeiro b)Falso

45. O registo tem por função dar publicidade à obra e aos direitos
protegidos
a)Verdadeiro b)Falso

46. Os direitos patrimoniais não caduca setenta anos após a morte do


autor.
a)Verdadeiro b)Falso

47. Os direitos não patrimoniais tem duração ilimitada no tempo.


a)Verdadeiro b)Falso

48. Os direitos patrimoniais sobre a obra de colaboração são


protegidos durante a vida do último autor sobrevivente.
a)Verdadeiro b)Falso

49. Os direitos patrimoniais sobre uma obra publicada de maneira


anónima ou sob pseudónimo, conta-se apartir da data que da morte do
autor da obra.
a)Verdadeiro b)Falso

89
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

50. Os direitos patrimoniais sobre uma obra colectiva e obra


audiovisual conta-se a data que a obra foi licitamente tornada acessível
ao público ou após a sua realização.
a)Verdadeiro b)Falso

51. Os direitos patrimoniais sobre arte aplicada são protegidos a


partir da sua realização.
a)Verdadeiro b)Falso

52. Propriedade Industrial é o conjunto de direitos da propriedade


intelectual que compreende as patentes de invenção, os modelos de
utilidade e os desenhos industriais, as marcas, as indicações geográficas e
as denominações de origem, os nomes comerciais, os nomes de
estabelecimento, as insígnias de estabelecimento.
a)Verdadeiro b)Falso

53. Patente de Invenção é o título concedido por uma autoridade


administrativa competente para a protecção de uma invenção.
a)Verdadeiro b)Falso

54. As patentes pode ser de nível Provincial: quando concedida pela


organização Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO), sendo
equiparada à patente Nacional e Nacional: quando regidos pelo Tratado
de Cooperação em Matérias de Patentes (PCT) de 19 de Junho de 1970 e
as suas sucessivas revisões.
a)Verdadeiro b)Falso

55. Durante a vigência da patente o seu titular pode usar nos


produtos a expressão “patente número” ou ainda “Pat.N°”.
a) Verdadeiro b)Falso

56. Modelo de utilidade é uma invenção que confere a um objecto ou


parte deste uma configuração, estrutura, mecanismo ou disposição de
que resulte uma melhoria funcional no seu uso ou fabricação.
a)Verdadeiro b)Falso

57. Durante a vigência do modelo de utilidade, o seu titular pode usar


nos produtos a expressão “modelo de utilidade número”, “Mod.Usad.
N°”, ou a abreviatura “M.N.N°...”
a)Verdadeiro b)Falso

58. Desenho Industrial é qualquer conjunto de linhas, cores ou forma


em três dimensões, que dê um aspecto visual novo e original a um
produto, ou parte do mesmo, e que possa servir de protótipo para a sua
fabricação industrial ou artesanal.
a) Verdadeiro b)Falso

59. Marcas é o sinal distintivo manifestamente visível, audível ou


olfactivo, susceptível de representação gráfica, que permite distinguir
90
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

produtos ou serviços de uma determinada entidade, composto,


nomeadamente, por palavras, incluindo nomes de pessoas, desenhos,
letras, números, forma do produto ou da respectiva embalagem.
a)Verdadeiro b)Falso.

60. Logótipo é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por figuras ou


desenhos, simples ou combinados, adequados a referenciar qualquer
entidade, pública ou privada.
a) Verdadeira b)Falso

61.A referência ou cópia da designação "recompensa registada" ou é


abreviada por "R.E." ou "RE" após ó registo.
a)Verdadeiro b)Falso

62. O conceito de topografias de produtos semicondutores tem dois


perspectivas: funcional: que visa a função do circuito integrado é capaz
de desempenhar ou física: visa a configuração geométrica dos
componentes do circuito integrado que desempenham essas funções.
a) Verdadeiro b)Falso

63. A Biotecnologia pode ser definida como o arsenal de técnicas que


utilizam matérias biológicas para a obtenção de outros produtos (quer
sejam eles próprios novas matérias biológicas, quer sejam matérias não
biológicas) ou para a prestação de serviços.
a) Verdadeiro b) Falso

64. A Biotecnologia pode ser analisada em duas vertentes: Clássica,


envolve a utilização de técnicas há muito estabelecidos, tais como
fermetação e moderna, caracteriza-se pela possibilidade de manipular
geneticamente a matéria biológica animal ou vegetal, ou seja,
mobilização das técnicas do ADN recombinante e da fusão celular.
a) Verdadeiro b)Falso

65. Folclore são obras criadas no território internacional por autores


anónimos ou de entidade desconhecida, transmitida por sucessivas
gerações e que constitui um dos elementos fundamentais do património
cultural e/ou economico.
a) Verdadeiro b)Falso

66. Conhecimentos tradicionais referem-se ao volume cumulativo e


dinâmico de conhecimentos e representações pertencentes aos homens
com longas histórias de interacção com seu meio natural e/ou fisico.
a)Verdadeiro b)Falso

67. Os Recursos Genéticos são a base biológica da variabilidade de


espécies de plantas, animais e microorganismos. V
a)Verdadeiro b)Falso

68. Os direitos de personalidade são ideologias de mulheres de


91
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defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física (vida,


alimentos, o próprio corpo vivo ou morto, o corpo alheio vivo ou morto,
partes separadas do corpo vivo ou morto), a sua integridade intelectual
(liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária) e a sua
integridade moral (honra, recato, segredo pessoal, profissional e
doméstico, imagem, identidade pessoal, familiar e social).
a)Verdadeiro b)Falso

69. Uma cultivar, segundo Wilkinson & Castelli (2000, p.9) “é uma
variedade de planta utilizada na agricultura, ou seja, uma variedade
cultivada. É, portanto, uma variedade melhorada e mais homogênea –
por força da selecção do homem – do que a variedade silvestre que lhe
deu origem.
a)Verdadeiro b)Falso

70. O acordo de TRIPS sobre propriedade intelectual prevê no artigo


35, que os membros acordam em conceder protecção aos esquemas de
configuração (topografias) de circutos integrados conjugado com o
acordo de Washington de Maio de 2009.
a)Verdadeiro b)Falso

71. Os direitos suis generis são direitos híbridos.


a)Verdadeiro b)Falso

72. A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por


meio de: Certificados, para patentes e modelos de utilidade.
a)Verdadeiro b)Falso

73. A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por


meio de: Títulos, para desenhos industriais, marcas, indicações
geográficas e denominações, de origem, nomes comerciais, logótipos,
nomes de estabelecimento e insígnias de estabelecimentos, e
recompensas.
a)Verdadeiro b)Falso

74. Os pedidos de registo devem ser apresentados em língua


Portuguesa. E, Os pedidos regionais e internacionais devem ser
apresentados nas línguas oficiais definidas pelos respectivos
instrumentos jurídicos de implementação ou eleitas por Moçambique no
acto de adesão.
a) Verdadeiro b)Falso

75. Aos pedidos regionais e internacionais de patentes e modelos de


utilidade, os formulários devem ser acompanhados da tradução oficial do
resumo, descrição e reivindicações em língua Francesa.
a)Verdadeiro b)Falso

76. Os direitos da propriedade industrial são transmissíveis inter-vivos


e mortis causa.
92
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a)Verdadeiro b)Falso

77. Os meios de impugnação são: Reclamações, Recurso tutelar, e


Recurso hierárquico.
a)Verdadeiro b)Falso

78. Reclamações é indicado contra os despachos que concedem,


recusam ou suspendem direitos nos termos do CPI.
a)Verdadeiro b)Falso

79. Recurso tutelar é permitida a apresentação de recurso tutelar


com efeito meramente devolutivo ao Ministro de tutela contra os
despachos que concedem, recusam ou suspendem direitos nos termos do
Código da Propriedade Intelectual (CPI).
a)Verdadeiro b)Falso

80. Recurso Contencioso recae sobre os despachos que decidem


sobre a concessão ou recusa de direitos da propriedade industrial
cabendo recurso contencioso ao Tribunal Administrativo.
a)Verdadeiro b)Falso

81. O prazo de Reclamações é de 20 (Vinte) dias.


a)Verdadeiro b)Falso

82. A Renúncia do titular não é uma das formas de extinção dos


direitos de propriedade industrial
a) Verdadeira b)Falso

83. A anulabilidade e nulidade são as únicas formas de extinção dos


direitos de propriedade industrial
a) Verdadeira b)Falso

84. A renúncia do titular, a anulabilidade, nulidade e a caducidade são


formas de extinção dos direitos da propriedade industrial
a) Verdadeira b)Falso

85. A renúncia aos direitos da propriedade industrial faz-se por meio


de requerimento dirigido ao INAE
a) Verdadeira b)Falso

86. A anulabilidade é invocável a todo tempo


a) Verdadeira b)Falso

87. A nulidade é invocável no prazo de 90 (noventa) dias.


a) Verdadeira b)Falso

88. Os direito de propriedade industrial não caducam mas o titular


pode renunciar-los.
a) Verdadeira b)Falso
93
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

89. Um dos motivos para a caducidade é o encerramento do


respectivo estabelecimento.
a) Verdadeira b)Falso

90. Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de


direitos da propriedade industrial são total ou parcialmente nulos: (i)
quando o seu objecto for insusceptível de protecção; (ii) quando, na
respectiva concessão, tenha havido preterição de procedimentos ou
formalidades imprescindíveis para a concessão do direito; (iii) quando
forem violadas as regras de segurança, ordem e saúde públicas; (iv) Se
constituírem uma ofensa à moral e aos usos e bons costumes.
a) Verdadeira b)Falso

91. As acções de anulação dos actos os registos de marcas, de


logótipos e de denominações de origem e de indicações geográficas só
são admissíveis no prazo de cinco anos a contar da publicação no Boletim
da República da constituição ou de alteração da denominação social ou
firma da pessoa colectiva
a) Verdadeira b)Falso

92. No direito da propriedade industrial não se pode falar de acções


judiciais, os litigios são resolvidos pelo IPI.
a)Verdadeiro b)Falso

93. As providências cautelares sobre materia de proprieddade


Industrial são intentadas no Tribunal fiscal dada a sua naturaza.
a)Verdadeiro b)Falso

94. O tribunal comum tem competencia para dirirmir apenas conflitos


entre as pessoas colectivas públicas, desde que sejam dirigidas por
autores de obras literárias.
a)Verdadeiro b)Falso

95. Os direitos da propriedade industrial podem ser dados em penhor


e caução e estão sujeitos à penhora e arresto.
a)Verdadeiro b)Falso

96. A fiscalização dos direitos da propriedade intelectual compete à


Inspecção Nacional das Actividades Económicas. adiante designada lNAE
em articulação com o IPI.
a)Verdadeiro b)Falso

97. O INAE na sua actividade Inspectiva não trabalha sem as


Alfândegas. F
a)Verdadeiro b)Falso

98. O IPI subordina – se ao INAE em matéria inspectiva.


a)Verdadeiro b)Falso
94
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99. O Ministério da Cultura em bom rigor é o único orgão competente


para dirimir conflitos relativos aos aos direitos da Propriedade industrial
e intelectual.
a)Verdadeiro b)Falso

100. Como qualquer ramo de direito, o direito de propriedade


intelectual são oponíveis através de providências cautelares próprias e
respectivas acções.
a)Verdadeiro b)Falso

101. Compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre


privados resultantes da violação dos direitos da propriedade industrial.
a)Verdadeiro b)Falso

102. Os problemas suscitados pela tutela internacional da propriedade


intelectual tem que ver com a organização na organização judiciária do
Estado.
a)Verdadeiro b)Falso

103. A arbitragem assenta fundamentalmente, como se sabe, na


autonomia privada.
a)Verdadeiro b)Falso

104. Nos últimos anos, diversas instituições que oferecem serviços de


resolução extrajudicial de litígios neste domínio, entre as quais sobressai
o centro de mediação e arbitragem criada pela OMPI em 1994.
a)Verdadeiro b)Falso

105. São vários os problemas que suscitam aplicação das figuras de


resolução de litígios em matéria de propriedade intelectual.
a)Verdadeiro b)Falso

106. A mediação ou conciliação é um meio de auto – regulação de


litígios, ainda que levada a cabo com o auxílio de terceiros.
a)Verdadeiro b)Falso

107. A arbitragem corresponde a uma forma de hetero - regulação de


litígios.
a)Verdadeiro b)Falso

108. O êxito da mediação ou conciliação implica, em todo o caso, uma


certa predisposição, das partes para efectuarem concessões recíprocas.
a)Verdadeiro b)Falso

109. A admissibilidade da mediação ou conciliação de litígios em


matéria de propriedade intelectual se encontra subordinada ao menos
em parte, a restrições análogas às que vigoram a respeito da arbitragem
voluntaria.
95
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a)Verdadeiro b)Falso

110. Além da arbitragem e da mediação ou conciliação, outros meios


de resolução extrajudicial de litígios, insusceptíveis de serem
reconduzidos a qualquer daquelas categorias, assumem hoje certo relevo
no domínio dos direitos intelectuais.
a)Verdadeiro b)Falso

111. A arbitragem lidera na estatística de resolução de litígio sobre


Propriedade Intelectual
a)Verdadeiro b)Falso

112. Os Direitos do Autor são indispensais aos consumidores.


a)Verdadeiro b)Falso

113. Não há como se sabe nenhuma protecção aos produtores de


livros, dai que é permetida a copia de manuais em quelaquer das
circunstâncias. F
a)Verdadeiro b)Falso

114. Moçambique aprovou em 2001 uma Lei respeitante ao Direito do


Autor.
a)Verdadeiro b)Falso

115. Lei não acautela garantias especiais para tutela dos direitos do
autor uma vez violados.
a)Verdadeiro b)Falso

116. A contrafacção não é crime resepeitante ao direito do autor.


a)Verdadeiro b)Falso

117. A não apresentação da autorização escrita do autor, determin a


presunção de fraude, que no entanto, pode ser ilidida por quaisquer
admissiveis en juizo.
a)Verdadeiro b)Falso

118. Comete o crime de usurpação aquele que mente sobre a


identidade do autor de determinação.
a)Verdadeiro b)Falso

119. Tendo falecido o titular do direito, a acção poderá ser proposta


por qualquer pessoa.
a)Verdadeiro b)Falso

120. A Lei do autor não prevê a responsabilidade civil do infractor dos


direitos do autor.
a)Verdadeiro b)Falso

121. Para que haja contrafacção não é essencial que a reprodução que
96
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a reprodução seja feita pelo mesmo formato.


a)Verdadeiro b)Falso

122. A Concorrência desleal e Segredo Profissional nos termos do


artigo 213 do CPI considera concorrência desleal “ a prática de actos
contrários aos bons usos e costumes da actividade industrial, comercial
ou de serviços”.
a)Verdadeiro b)Falso

123. o acto de concorrência traduz-se apenas numa simples


desconformidade objectiva aos padrões da lealdade de concorrencia,
destituida de qualquer actuação finalista por parte do seu autor, não
revestido, por isso, caractér ilícito.
a)Verdadeiro b)Falso

124. Os pressupostos do conceito de concorrência desleal, contêm


quatro elementos principais, que são: a existência de um acto de
concorrência, Contrário às normas e usos honestos, de ramo de
actividade industrial e segredo profissional.
a)Verdadeiro b)Falso

125. Não comete a infracção de concorrência desleal aquele que


subtrair; divulgar, ou utilizar informações ou dado confidenciais sobre a
produção ou a utilização de determinados produtos ou processos ou
sobre a prestação de serviços de um concorrente sem o consentimento
do mesmo de maneira contrária a práticas comerciais honestas.
a)Verdadeiro b)Falso

126. Só comete, somente e tão somente a infracção de violação dos


direitos exclusivos de patente aquele que: (i) produzir bens que sejam
objecto de patente de invenção ou modelode utilidade sem a autorização
do seu titular; (ii) Usar o produto ou o processo, objecto de patente sem
a permissão do legítimo titular.
a)Verdadeiro b)Falso

127. Umas das situações para cometimento de infracção de violação


dos direitos exclusivos de desenho industrial aquele que: (i) utilizar,
reproduzir ou imitar total ou parcialmente desenhos industriais sem a
autorização do respectivo titular.
a)Verdadeiro b)Falso

128. Comete infracção de contrafacção de marca, todo aquele que: (i)


utilizar para a identificação dos seus produtos ou serviços uma
denominação de origem ou uma indicação geográfica não autorizada ou
cujo pedido de registo tenha sido indeferido pelo IPI;(ii) usar uma
denominação de origem ou indicação geográfica com expressões ou
figuras contrárias e à ordem pública ou ofensivas dos bons costumes; (iii)
Exportar, importar, vender ou colocar à venda ou em circulação produtos
ou artigos com uma denominação de origem ou indicação geográfica
97
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proibidas.
a)Verdadeiro b)Falso

129. Uso Ilegal de logótipo: aquele que ilegalmente usar em impressos,


no seu estabelecimento, em produtos ou por qualquer outra forma, sinal
que constitua reprodução ou imitação de logotipo já registado por
outrem comete o crime supracitado.
a)Verdadeiro b)Falso

130. lnvocação ou uso Indevido de direitos privativos : constitui


invocacão ou uso indevido de direitos privativos: (i) apresentar-se como
titular de um direito de propriedade industrial sem que o mesmo lhe
pertença; (ii) tenha sido declarado nulo ou caduco ou quando o pedido
de registo tiver sido indeferido; (iii) sendo titular de um direito de
propriedade industrial utilizar os seus direitos privativos para produtos ou
serviços diferentes daqueles que o registo protege.
a)Verdadeiro b)Falso

131. lmitação e uso ilicito da denominação de origem e da lndicação


geográfica comete infracção de contrafacção, imitação e uso ilegal da
denominação de origem e da indicação geográfica todo aquele que: (i)
não reproduzir ou imitar, total ou parcialmente, uma denominação de
origem ou uma indicação geográfica registada; (ii) tendo direito a uma
denominação de origem, ou de uma indicação geográfica, utilizar nos
seus produtos sinais que constituam reprodução, imitação ou tradução
das mesmas, mesmo que seja indicada a verdadeira origem dos produtos
ou que a denominação ou a indicação seja acompanhada de expressões
como "género", "tipo", "qualidade", "maneira", "imitação", "rival de",
"superior à" ou outras semelhantes; (iii) não fabricar, importar, exportar,
vender expor ou oferecer a venda ou armazenar produto que apresente
faha indicação geográfica e denominação de origem.
a)Verdadeiro b)Falso

Unidade temática 9.2. Exercício de avaliação abertas.

NIDADE T

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

98
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 Desenvolver habilidades gerais sobre as unidades todas.


 Exercitar com base em avaliações abertas.
Objectivos
específicos  Conhecer a visão geral da cadeira com base em perguntas.

1. Em que ano foi criada a Organização Mundial da Propriedade Intelectual -


OMPI?
R% A OMPI, foi criada em 1967.

2. Refere – se sucintamente ao surgimento do DPI no Brasil?


R% No Brasil, o direito industrial surgiu no início do século XIX, quando a
Corte portuguesa veio para o país fugindo de Napoleão. Desta forma,
em 1809 o Príncipe Regente reconheceu o direito do inventor
concedendo assim o direito à exclusividade do uso pelo prazo de 14
(catorze) anos, para as invenções que fossem registadas junto a Real
Junta do Comércio.

3. O IPI é uma Instituição Privada ou Pública?


R% O IPI é uma instituição pública, dotada de personalidade jurídica,
autonomia administrativa e financeira nos termos do Decreto n°50/2003
de 24 de Dezembro.

4. Quem define as políticas específicas da propriedade industrial?


R% As políticas específicas da propriedade industrial são definidas pelo
Instituto da Propriedade Intelectual – IPI.

5. Há vinculação de Moçambique a alguns tratados sobre P.I a nível da


região austral de África?
R% Sim, é o caso da resolução nº 34/99 de 18 de Novembro, respeitante
a adesão de Moçambique à Organização Regional Africana da
Propriedade Industrial, por via do Protocolo de Harare, sobre patentes e
desenhos industriais, adoptado em Harare em 10 de Dezembro de 1982
e revisto em 28 de Novembro de 1997, e em 26 de Maio de 1998.

6. De conceito de Direito de Propriedade Intelectual?

Propriedade Intelectual é "o conjunto dos direitos relativos as obras


literárias, artísticas, e cientificas, às interpretações dos artistas
interpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas, e
às emissões de radiodifusão, as invenções em todos os domínios da
actividade humana, as descobertas cientificas, aos modelos de utilidade
e desenhos industrias, as marcas, às denominações de origem e
indicações geográficas, aos nomes comerciais, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimento, à protecção de

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segredos de comércio, à protecção contra a concorrência desleal e, em


geral, todos os direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios
industrial, cientifico, literário e artístico".

7. De conceito de Direito de concorrência?


Direito da Concorrência, segundo Taurick, Roberto Domingos, é
definido como sendo o ramo do Direito que analisa, sob a óptica
económica e legal, como se comportam, concorrencialmente, as
pessoas e empresas que actuem em um dado mercado.

8. Fale da importância da propriedade intelectual?


A importância da propriedade intelectual reside no facto de ser um
dos principais motores da economia globalizada. Caracteriza o
reconhecimento de formas legais de apropriação do conhecimento
humano, tanto da materialização dos insightsou frutos da criatividade
humana, como dos resultados de pesquisa e conhecimento técnico
que se concretizem em produto novo ou modificado.

9. Quais são as razões da protecção da Propriedade Intelectual?

Razões: Os activos intelectuais precisam ser legalmente protegidos,


como qualquer outra propriedade em uma empresa ou instituição,
como qualquer outro activo físico, (conferido por uma nota fiscal ou
uma escritura e registo de imóvel). É preciso obter a propriedade legal
sobre uma invenção para poder explora - lá, licencia - lá ou vende - lá
a terceiros. A finalidade dos Direitos de Propriedade Intelectual é
proibir o uso, a fabricação, venda ou importação de produto similar no
âmbito de sua protecção.

10. Estabeleça a diferença entre de Direito de Propriedade Intelectual e


Direito da Concorrência?
Propriedade Intelectual é "o conjunto dos direitos relativos as obras
literárias, artísticas, e cientificas, às interpretações dos artistas
interpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas, e
às emissões de radiodifusão, as invenções em todos os domínios da
actividade humana, as descobertas cientificas, aos modelos de
utilidade e desenhos industrias, as marcas, às denominações de
origem e indicações geográficas, aos nomes comerciais, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimento, à protecção de
segredos de comércio, à protecção contra a concorrência desleal e, em
geral, todos os direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios
industrial, cientifico, literário e artístico", por seu turno o Direito da
Concorrência, segundo Taurick, Roberto Domingos, é definido como
sendo o ramo do Direito que analisa, sob a óptica económica e legal,
como se comportam, concorrencialmente, as pessoas e empresas que
actuem em um dado mercado.

11. O que é Propriedade?

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A propriedade encontra a sua definição no artigo 1305 do Código Civil,


"O proprietário goza de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso,
fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro dos limites
da lei e com observância das restrições por ela impostas".

12. Fale da essência do Direito de Propriedade?


A essência do direito de Propriedade apresenta duas orientações
fundamentais em presença, quando se trata de fixar a essência do
direito de propriedade, que são: (i) a teoria da pertença de cariz
qualitativo, e (ii) a teoria do senhorio ou domínio, que apresenta
feição quantitativa.

13. Como se manifesta a exclusividade no Direito de Propriedade?


A exclusividade manifesta – se, sob efeito erga omnes.

14. A Constituição da Republica de Moçambique protege a propriedade?


Sim, a CRM protege o direito a propriedade, ao estabelecer no número
1, do artigo 82, que "O Estado reconhece e garante o direito de
propriedade".

15. O nosso Código Civil, regula o Direito a propriedade?


Sim, o nosso código regula o direito de propriedade, nos artigos 1302º
e seguintes.

16. O que são direitos do Autor?


É o direito exclusivo do criador e/ou autor de uma obra literária,
artística ou científica de dispor, fruir e utilizar em exclusivo ou autorizar
a sua fruição no todo ou em parte segundo a Lei n° 4/2001 de 27 de
Fevereiro.

17. Porque a inclusão dos direitos do Autor no ramo da propriedade


Intelectual?
o autor tem direitos sobre o produto pois passa ao que concerne as
prerrogativas morais e patrimoniais, aquelas referentes ao vínculo
pessoal e perene que une o criador à sua obra e estas referentes aos
efeitos econômicos da obra e o seu aproveitamento mediante a
participação do autor em todos os processos e resultados.

18. O que são direitos patrimoniais?


Funda-se no poder de disposição, fruição e utilização da obra, pelo seu
autor, incluindo a faculdade exclusiva de exploração ecónomica da
mesma e da autorização da sua fruição por terceiro no todo ou em
parte.

19. O que são direitos não patrimoniais?


são aqueles que abrangem o direito de reivindicar a paternidade da
obra, decidir sobre a sua divulgação, permanecer anónimo, escolher
um pseudómino, opor-se a qualquer mutilação ou modificação não

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autorizada da obra e têm um caractér inalienável, irrenunciável e


imprescritível ou vitalício.

20. Quais são as situações que a lei prevê o uso dos direitos patrimoniais
sem rigor as regras do direito do Autor?

Detêm direito de livre utilização de direitos patrimoniais os seguintes:


(i) reprodução para fins privados; (ii) reprodução revestido a forma de
citação, (iii) utilização para o ensino, (iv) reprodução repográfica para
bibliotecas e serviços de arquivo, (v) reprodução para fins judiciais e
administrativos, (vi) reprodução para fins de informação, (vii) utilização
de imagens de obras expostas em locais públicos, (viii) reprodução e
adaptação de programas de computador, (ix) registo efémero por
organismo de radiofusão, (x) revenda e empréstimo público, (xii)
representação ou execução pública, (xiii) importação para fins pessoais.

21. O que são Direitos Conexos e/ou vizinhos?


Direitos conexos e/ou vizinhos são aqueles que a protecção dos interesses
dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de fonogramas e
dos organismos de radiofusão quanto às suas actividades, relacionadas
com a utilização pública das obras dos autores, de quaisquer tipos de
exibições de artistas ou transmissão de acontecimentos ao público,
informações e quaisquer sons ou imagens.

22. Quais são as excepções em Direitos conexos e/ou vizinhos?


As excepções são: (i) a utilização privada; (ii) relato de acontecimentos da
actualidade desde que sejam usados apenas curtos extractos de uma
interpretação de um fonograma ou de uma emissão de radiofusão, (iii) a
utilização exclusivamente destinada ao ensino e investigação científica, (iv)
as citações e (v) quaisquer outras utilizações que sejam excepções a
respeito das obras protegidas pelos direitos de autor.

23. Quais são os direitos que o Registo visam dar publicidade?


Os direitos que o registo visam dar publicidade são: (i) Os actos
constitutivos, transmissivos, modificativos ou extintos dos direitos de
autor; (ii) a oneração dos direitos de autor; (iii) O nome literário ou
artístico; (iv) O título da obra e o seu autor; (v) A penhora e o arresto
sobre os direitos de autor.

24. Quais são regras de contagem de Tempo para protecção de uma Obras?
Os direitos patrimoniais caduca setenta anos após a morte do autor,
regulados nas bases a considerar:
a) Os direitos patrimoniais sobre a obra de colaboração são protegidos
durante a vida do último autor sobrevivente;
b) Os direitos patrimoniais sobre uma obra publicada de maneira anónima
ou sob pseudónimo, conta-se apartir da data que a obra foi licitamente
publicada pela primeira vez;
c) Os direitos patrimoniais sobre uma obra colectiva e obra audiovisual
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conta-se a data que a obra foi licitamente tornada acessível ao público ou


após a sua realização;
d) Os direitos patrimoniais sobre arte aplicada são protegidos a partir da
sua realização.

25. Quais são as regras de cálculo para contagem de Tempo?


Para efeitos de cálculo, a contagem inicia no primeiro (1º ) dia de Janeiro
do ano civil seguinte ao do evento constitutivo do direito evocado e expira
no fim do ano civil durante o qual o prazo chegaria normalmente ao seu
termo.

26. O que é PROPRIEDADE INDUSTRIAL?


É o conjunto de direitos da propriedade intelectual que compreende
as patentes de invenção, os modelos de utilidade e os desenhos
industriais, as marcas, as indicações geográficas e as denominações de
origem, os nomes comerciais, os nomes de estabelecimento, as
insígnias de estabelecimento, os logótipos e as recompensas.

27. O que são PATENTES DE INVENÇÃO?


Patente de Invenção é o título concedido por uma autoridade
administrativa competente para a protecção de uma invenção.

28. O que são OS MODELOS DE UTILIDADE?


Modelo de utilidade é uma invenção que confere a um objecto ou
parte deste uma configuração, estrutura, mecanismo ou disposição de
que resulte uma melhoria funcional no seu uso ou fabricação.

29. O que é DESENHO INDUSTRIAL?


Desenho Industrial é qualquer conjunto de linhas, cores ou forma em
três dimensões, que dê um aspecto visual novo e original a um
produto, ou parte do mesmo, e que possa servir de protótipo para a
sua fabricação industrial ou artesanal.

30. O que são Marcas?


Marcas é o sinal distintivo manifestamente visível, audível ou
olfactivo, susceptível de representação gráfica, que permite distinguir
produtos ou serviços de uma determinada entidade, composto,
nomeadamente, por palavras, incluindo nomes de pessoas, desenhos,
letras, números, forma do produto ou da respectiva embalagem.

31. Denominação de Origem (DO) e Indicação Geográfica (IG)?


A denominação de Origem é a denominação geográfica de um País,
região ou localidade, ou uma localidade, ou uma denominação
tradicional (geográfica ou não), que se usa no mercado para designar
ou individualizar um produto originário do local geográfico que
corresponde ao nome usado como denominação e que reúne
determinadas características e qualidades típicas que se devem
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essencial ou exclusivamente ao meio geográfico, compreendendo os


factores naturais e factores humanos, enquanto, Indicação Geográfica
(IG) é o nome de uma região, de um local determinado ou,
excepcionalmente, de um país, que serve para distinguir ou identificar
um produto originário dessa região, local ou país, cuja reputação,
determinada qualidade ou certas características podem ser atribuídas
a essa origem geográfica, contanto que a produção, extracção e/ou
transformação e/ou elaboração ocorram na área geográfica
delimitada.

32. Quais são as diferenças entre Nome Comercial, Nome de


estabelecimento e insígnia de estabelecimento?
Nome Comercial é a denominação social, nome ou expressãoque
identifica determinada pessoa colectiva ou singular, no âmbito das
operações comerciais, enquanto, Nome de estabelecimento é a
designação constituída por nomes próprios, denominações de fantasia
ou específicas, ou quaisquer nomes, que identifica e individualiza o
espaço físico onde se exerce actividade económica, e, Insígnia de
estabelecimento é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por
figuras ou desenhos, simples ou combinados com nomes que
constituam o nome do estabelecimento, ou que consistam noutras
denominações ou divisas, desde que o seu conjunto apresente uma
forma ou configuração específica com suficiente capacidade distintiva.

33. O que são LOGÓTIPOS?


Logótipo é o sinal ou conjunto de sinais constituídos por figuras ou
desenhos, simples ou combinados, adequados a referenciar qualquer
entidade, pública ou privada.

34. O que são RECOMPENSAS ?


Recompensas é a condecoração de mérito conferida pelos governos,
nomeadamente medalha, diploma, prémio pecuniário ou de qualquer
outra natureza, obtida em exposições, feiras e concursos oficiais ou
oficialmente reconhecidos, realizados no país ou no estrangeiro,
atestado de análise ou código de louvor passados por laboratório ou
serviços do Estado, ou de organismos nacionais ou internacionais
qualificados para a sua emissão, em geral, qualquer outro prémio ou
demonstração de carácter oficial.

35. Porque os Direitos suis generis são direitos híbridos?


Porque não fazem parte nem dos direitos autorais e nem dos
direitos de propriedade industrial por não deterem características
destes dois grupos ramos da propriedade Intelectual.

36. Qual é a importância dos Direitos Suis Generis?


Visa a recompensa do esforço criador e do investimento mediante
direitos de protecção exclusiva, mas prevendo, por outro lado,
restrições de interesse público e de promoção da concorrência por
via da delimitação negativa dos direitos de propriedade
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intelectual, em especial no que respeita ao objecto e ao conteúdo


dos direitos.

37. O que são os elementos essencias da Bioctenologia?


Os elementos da Bioctenologia são: (i) A biotecnologia implica a
mobilização de conhecimentos guardados em várias disciplinas,
tais como, a microbiologia; (ii) A biotecnologia enquanto indústria
ou modo de produção económico distingue-se das designadas
indústrias tradicionais como a indústria automóvel;(iii) A
bioctenologia predispõe-se à obtenção de produtos e serviços cuja
fabricação e comercialização assume um crescente interesse
económico.

38. A quem pertence a titularidade dos direitos Folcrore?


A titularidade do direito do Autor sobre as obras de folcrore
pertence ao Estado que o exerce através do Conselho de Ministros,
podendo ser importados ou distribuidos no território nacional
mediante autorização do órgão governamental responsável pela
área da cultura.

39. Em quantas vertentes podem ser analisadas as topografias de produtos


semicondutores?
O conceito de topografias de produtos semicondutores tem dois
perspectivas: funcional: que visa a função do circuito integrado é
capaz de desempenhar ou física: visa a configuração geométrica
dos componentes do circuito integrado que desempenham essas
funções.

40. Qual é a lei que aprova o código de propriedade Industrial Moçambicano


O CPI é aprovado pelo Decreto n°47/2015 de 31 de Dezembro.

41. Quais são os meios oponíveis para prova de direito de propriedade


Industrial?
A prova dos direitos da propriedade industrial efectua-se por meio de:
(i) Títulos, para patentes e modelos de utilidade; (ii) Certificados de
registo, para desenhos industriais, marcas, indicações geográficas e
denominações, de origem, nomes comerciais, logótipos, nomes de
estabelecimento e insígnias de estabelecimentos, e recompensas.

42. Quais são as garantias de impugnação dos direitos de propriedade


Industrial?
Existem três (03) meios de impugnação essencialmente: (i)
Reclamações, (ii) Recurso tutelar, e (iii) Recurso Contencioso.

43. Qual é o Tribunal Competente para a remessa do Recurso Contencioso?


O Tribunal Competente é o Tribunal Administrativo.

44. Qual é o prazo das reclamações?


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O prazo de reclamações é de 30 (Trinta)dias.

45. Quais são as formas de extinção dos direitos de propriedade industrial?


Os direitos da propriedade industrial extinguem-se por: a) Renúncia do
titular; b) Anulabilidade; c) Nulidade; e d) Caducidade.

46. Quais são os actos que cabem anulabilidade?


Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de
direitos da propriedade industrial são total ou parcialmente anuláveis.

47. Quando é que os direitos da Propriedade Industrial caducam?


Os direitos de propriedade industrial caducam, independentemente da
sua invocação: a) quando tenha expirado o seu prazo de duração; b) Por
falta de pagamento de taxas; c) Por motivo de encerramento do
estabelecimento respectivo; d) Por falta de uso durante três anos
consecutivos.

48. Qual é o prazo para admissibilidade das acções de anulação?


As acções de anulação dos actos os registos de marcas, de logótipos e
de denominações de origem e de indicações geográficas só são
admissíveis no prazo de cinco anos a contar da publicação no Boletim
da República da constituição ou de alteração da denominação social ou
firma da pessoa colectiva.

49. Quais são os actos que cabem nulidade?


Os actos que decidem sobre a concessão ou recusa de registo de
direitos da propriedade industrial são total ou parcialmente nulos: (i)
quando o seu objecto for insusceptível de protecção; (ii) quando, na
respectiva concessão, tenha havido preterição de procedimentos ou
formalidades imprescindíveis para a concessão do direito; (iii) quando
forem violadas as regras de segurança, ordem e saúde públicas; (iv) Se
constituírem uma ofensa à moral e aos usos e bons costumes.

50. Como são oponíveis os direitos de propriedade Intelectual?


O direito de propriedade intelectual são oponíveis através de
providências cautelares próprias e respectivas acções.

51. Em que se funde as providências cautelares neste no âmbito destes


direitos?
Todo aquele que tiver fundado receio de lesão grave aos seus direitos
ou interesses legítimos pode requerer ao tribunal as providências
cautelares julgadas adequadas para salvaguardar os direitos da
propriedade industrial no CPI, nos termos do Código do Processo Civil.

52. Qual é o Tribunal que compete dirimir os conflitos entre privados, em


regra?
Compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre privados
resultantes da violação dos direitos da propriedade industrial previstos
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ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

no CPI, sem prejuízo, aos mecanismos extrajudiciais de resolução de


litígios, nomeadamente a arbitragem, a mediação e a conciliação, nos
termos da lei geral.

53. Há possibilidade de recair sobre os direitos industriais garantias reais?


Os direitos da propriedade industrial podem ser dados em penhor e
caução e estão sujeitos à penhora e arresto.

54. A quem compete a fiscalização dos direitos de propriedade Industrial?


A fiscalização dos direitos da propriedade industrial compete à
Inspecção Nacional das Actividades Económicas. adiante designada
lNAE em articulação com o IPI.
55. Em que assenta a arbitragem?
Assenta fundamentalmente, na autonomia privada, é esta que, por
toda parte, molda o essencial do seu regime.

56. Quais são os problemas que se suscitam em matéria de direito


intelectual?
São vários os problemas que suscitam aplicação destas figuras à
resolução de litígios em matéria de propriedade intelectual; desde
logo, o da sua admissibilidade neste domínio depois, o das regras
aplicáveis ao processo de mediação ou conciliação.

57. Como se justifica o êxito na mediação e conciliação?


O êxito da mediação ou conciliação implica, uma certa predisposição,
das partes para efectuarem concessões recíprocas.

58. Na arbitragem há sempre juízes profissionais?


Não é verdade, não há necessariamente exigência de juízes
profissionais.

59. Há outros meios de resolução de conflitos/litígios sobre PI, que não


sejam a arbitragem, mediação e arbitragem?
Há sim, outros meios de resolução de litígios, como seja os meios sui
generis de resolução de litígios.

60. Havendo violação de direitos relativos ao autor tem este a possibilidade


de recorrer ao Tribunal?
Sim, a lei do autor acautela que em caso de violação de direitos o
lesado ou seu representante legal, cabe accionar os mecanismos legais
para a defesa dos seus direitos, (cfr art. 59/1 da Lei do autor).

61. Em que consiste o crime de usurpacção ?


R: Comete o crime de usurpação aquele que, sem a devida autorização
do respectivo autor, artista, produtor de fonograma ou do organismo
de radiodifusão, utilizar ou explorar, por qualquer des formas
previstas na presente Lei, uma obra alheia.

107
ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

62. A violação dos direitos consagrados na Lei do autor prevê a


responsabilização civil ao infractor?
R: Sim, prevê no seu artigo 60°. da Lei do Autor.

63. Quando é que estamos em face da contrafacção?


R: Estamos em face de contrafacção quando fraudulentamente,
utilizar – se como sendo criação ou prestação sua uma obra, a
prestação de um artista, um fonograma ou emissão de radiodifusão,
que seja uma reprodução total ou parcial de uma obra ou prestação
alheia, divulgada ou não tenha individualidade própria.

64. Diga se de ponto de vista legal o autor da obra contrafeita pode


requerer a apreensão ou destruíção dos exemplares da obra
contrafeita?
R: Pode sim, conforme se pode retirar do número 1 do artgo 70° da Lei
nº 4/2001, de 27 de Fevereiro – Lei do Autor.

65. O que é concorrência desleal?


Nos termos do artigo 213 do CPI considera concorrência desleal “ a
prática de actos contrários aos bons usos e costumes da actividade
industrial, comercial ou de serviços”.

66. O que significa acto de concorrência?


O acto de concorrência traduz-se apenas numa simples
desconformidade objectiva aos padrões da lealdade de concorrencia,
destituida de qualquer actuação finalista por parte do seu autor, não
revestido, por isso, caractér ilícito.

67. Qual é a essência do Segredo Profissional?


A essência por detrás desta previsão funda-se na ideia que estes actos
têm sido classificados como actos de desorganização tendo como
finalidade afectar o normal funcionamento da actividade de um
concorrente, atacando a sua organização interna, de forma a prejudicar
o normal afluxo de clientes.

68. O que é uso ilegal de logótipo?


Aquele que ilegalmente usar em impressos, no seu estabelecimento,
em produtos ou por qualquer outra forma, sinal que constitua
reprodução ou imitação de logotipo já registado por outrem comete o
crime supracitado.

69. Quais são as industriais previstas no Código de Propriedade Intelectual


Moçambicano?
O Código da Propriedade Intelectual Moçambicano estabelece o regime
das infracções intelectuais que assenta basicamente em nove (09)
institutos jurídicos, a considerar:
a) Concorrência desleal;
b) Violação dos direitos exclusivos da patente;
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c) Violação dos direitos exclusivos do desenho industrial


d) Contrafacção e uso ilícito da marca;
e)Invocação ou uso ilegal da recompensa;
f) Violação dos direitos exclusivos do nome comercial, nome de
estabelecimento e insígnia de estabelecimento;
h)Uso ilegal de logótipo;
i) Invocação ou uso indevido dos direitos privativos;
j)Contrafacção, imitação, uso ilegal e ilícito da denominação de origem
e da indicação geográfica.

_____________________________________________
Bibliografia Recomendada

ASCENSĀO, José de Oliveira et all, Direito Industrial, Almedina, 2002, Vol II


CHUVA; António, colectânea de Legislação de Comércio Internacional, Maputo,
2007.
VICENTE, Dário Moura, A Tutela Internacional da Propriedade
Intelectual,Almedina.
109
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GARCIA, M Miguel, Direito Penal Passo a Passo, Elemento da Parte Especial,


Almedina, 2011, II Vol.
LUIS, A Carvalho Fernandes, Lições de Direitos Reais, QJ Sociedade Editora, 6ª
edição, Lisboa, 2009.

LILLA, Paulo Eduardo Campos, Direitos de Propriedade Intelectual e o Controle


das Práticas Restritivas da Concorrência à Luz Acordo TRIPS/OMC, São Paulo,
2013.
TAURICK, Domingos, in Introdução ao Direito da concorrência, p. 6, 2014
GOMES, José Luís Caramelo, Lições de Direito da Concorrência, Almedina,2013

VANIN, Carlos Eduardo em:


https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-
intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-
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DIAS, Caroline Christina acessado em:


https://ccdias.jusbrasil.com.br/artigos/180434560/resumo-direitos-reais em
01.09.2019/00.06hrs.

Legislação

Resolução n° 12/96 de 18 de Junho, 1996, atinente a adesão de Moçambique,


Organização Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI.
Resolução n° 13/97 de 13 de Junho, atinente a adesão de Moçambique, a
Convenção de Berna de 24 de Julho de 1971, modificada em 28 de Setembro de
1979, relativa a Protecção as Obras Literárias e Artísticas.
Resolução nº 20/97 de 12 de Agosto, atinente a adesão de Moçambique ao
acordo de Madrid de 1891 e o respectivo protocolo, referente ao Registo
Internacional de Marcas.
Resolução nº 35/99 de 16 de Novembro ao Tratado de Cooperação em Matéria
de Patentes PCT, de 19 de Junho de 1970, modificado em 28 de Setembro de
1979 e em 3 Fevereiro de 1984.
Convenção de Paris para a Protecção da Propriedade Intelectual de 20 Março de
1883, revista em Bruxelas à 14 de Dezembro de 1900, em Washington à 2 de
Junho de 1934, em Haia à 6 de Novembro de 1925, em Londres à 2 de Junho de
1934, em Lisboa à 31 de Outubro de 1958, e em Estocolmo à 14 de Julho de
1967.
Resolução nº 34/99 de 18 de Novembro, relativa a adesão de Moçambique à
Organização Regional Africana da Propriedade Industrial, por via do Protocolo de
Harare, sobre patentes e desenhos industriais, adoptado em Harare em 10 de
Dezembro de 1982 e revisto em 28 de Novembro de 1997, e em 26 de Maio de
1998.

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ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO; 3º Ano Disciplina/Módulo: Direito de Propriedade Intelectual

Constituição da República de Moçambique - CRM


Decreto n° 38/2016 de 31 de Agosto - Codigo de Publicidade.
Decreto n° 50/2003 de 23 de Dezembro – Cria o Instituto da Propriedade
Industrial.
Decreto n° 47/2015 de 31 Dezembro - Aprova o Codigo de Propriedade
Industrial.
Lei n° 4/2001 de 27 de Fevereiro – Aprova a Lei do Autor.
Lei n° 10/2013 de 11 de Abril – Aprova a Lei da Concorrência no Exercicio das
Actvidades Economicas.
Código Penal.
Código Civil.

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