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Sistematizado por:
Maria da Conceição Barbosa
Mendes
//Professora Auxiliar//
BENGUELA/2008
ÍNDICE
ÍNDICE
Nota Introdutória................................................................................................................. 6
1. Origem.......................................................................................................................... 7
2
ÍNDICE
3
ÍNDICE
Os Cartazes ..................................................................................................... 89
5
NOTA INTRODUTÓRIA
NOTA INTRODUTÓRIA
O presente fascículo constitui uma sistematização de temas relacionados com
o conteúdo da disciplina de Didáctica Geral para os cursos ministrados no Instituto
Superior de Ciências da Educação (ISCED), tendo sido estruturado com base no
programa da disciplina de Didáctica Geral, justificando-se a sua apresentação em
unidades didácticas segundo a lógica do referido programa, não estando fora de
hipótese a inclusão de conteúdos não previstos por aquele, visando o seu
enriquecimento, o que irá contribuir para o aprimoramento do saber e do saber fazer
didáctico de todos os que se propõem a colaborar na formação das novas gerações.
6
NOTA INTRODUTÓRIA
1. Origem
“A palavra pedagogia vem do grego (pais, paidós = criança; agein = conduzir; logos
= tratado, ciência)”.1 Já na antiga Grécia era utilizada a expressão pedagogo, que
designava os escravos que acompanhavam as crianças à escola. Hoje, pedagogo é
o especialista em assuntos educacionais, enquanto que, a Pedagogia é “o conjunto
de conhecimentos sistemáticos relativos ao fenómeno educativo.” 2 Segundo o
mesmo autor, a Pedagogia inclui três aspectos fundamentais: filosófico, científico e
técnico.
1
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral. 2003, p. 39.
2
Ibidem. p. 39
7
NOTA INTRODUTÓRIA
Dados biográficos3
Era de família eslava e protestante. A família seguia a seita dos Irmãos Morávios,
inspirados nas ideias do reformista boémio Jan Huss estreitamente ligado às
Sagradas Escrituras e defensores de uma vida humilde, simples e sem ostentações.
Tal educação rígida e piedosa influenciou o espírito de Comenius e o despertou para
os estudos teológicos.
Perdeu pais e irmãs aos 12 anos, sendo educado sem carinho por uma família de
seguidores da seita dos Morávios. Sua educação não fugiu aos padrões da época:
saber ler, escrever e contar, ensinamentos aprendidos em ambiente rígido, sombrio,
onde a figura do professor dominava, as crianças sendo tratadas como pequenos
3
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Comenius. Acesso: 05 de Set de 2007.
8
NOTA INTRODUTÓRIA
Ordenado pastor da seita dos Morávios em 1616, aos 26 anos, mudou para Fulnek,
capital da Morávia, onde se casou e teve filhos. Mas era região conturbada por
rebelião nascida de disputas entre católicos e protestantes, estopim da Guerra dos
Trinta anos. Os exércitos espanhóis, em 1621, invadiram e incendiaram Fulnek
quase extinguindo a população. Comenius perdeu a família - mulher e dois filhos -
na epidemia de peste que brotou, e perdeu sua biblioteca e seus escritos.
Mudou-se para Polônia em 1628, como a maioria dos Irmãos Morávios, fugindo da
perseguição e se estabeleceu em Lezno, onde retomou actividades de pastor e
professor. Dedicou-se a escritos religiosos para ajudar a levantar o ânimo de seus
irmãos de seita. Sua fama crescia e ganhou simpatizantes na Inglaterra, onde
permaneceu quase um ano. Visitou o reino da Suécia, contratado para promover a
reforma do ensino, permanecendo seis anos. Ali se encontrou com René Descartes,
que lá vivia sob a protecção da rainha Cristina.
9
NOTA INTRODUTÓRIA
Defendia sua pedagogia com a máxima: "Ensinar tudo a todos" que sintetizaria os
princípios que permitiriam ao homem colocar-se no mundo como autor. Objectivando
a aproximação do homem a Deus, seu objectivo central era tornar os homens bons
cristãos - sábios no pensamento, dotados de fé, capazes de praticar acções
virtuosas estendendo-se a todos: ricos, pobres, mulheres e portadores de
deficiências. A didáctica é, ao mesmo tempo, processo e tratado: é tanto o ato de
ensinar quanto a arte de ensinar.
10
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
Entretanto, a maioria dos pedagogos prefere dar ao ensino uma dimensão mais
ampla do que instrução. Segundo eles o ensino é a formação intelectual e moral, a
formação do homem. Na realidade o ensino não é um processo no qual ocorre
apenas a actividade do professor, tornando o aluno mero receptor da informação;
este processo implica a aprendizagem por parte do aluno, quem realiza um conjunto
de acções que lhe permitem construir o conhecimento e formar hábitos e
habilidades, modificando a sua conduta. Neste sentido, o aluno aprende por si,
enquanto que o professor é orientador, guia, dirigente do processo, com o objectivo
de incentivar a aprendizagem por parte do aluno. Este é quem deve dirigir as suas
actividades em função dos interesses e desejos. Evidentemente, essa postura não
resiste à menor crítica, pois é certo que muitos interesses e desejos dos alunos
podem levar a falhas e às vezes a aprendizagens perniciosas e pouco pertinentes.
4
NÉRICI, Imídio G. (1993). Didáctica do ensino Superior. S. Paulo: IBASSA.. p. 49.
11
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
Esta definição ressalta alguns aspectos fundamentais, tais como: (i) o papel do
professor como dirigente do processo; (ii) a necessidade da participação activa e
consciente dos alunos e (iii) a necessidade da contextualização do processo, em
função de uma determinada realidade.
Piletti define a Didáctica como uma “disciplina técnica que tem por objecto específico
a técnica de ensino (direcção técnica da aprendizagem). A Didáctica, portanto,
estuda a técnica de ensino em todos os seus aspectos práticos e operacionais,
podendo ser definida como; a técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no decurso
da aprendizagem, a formação do homem”. 6
No entanto, a Didáctica, não pode ser reduzida ao aspecto puramente técnico, uma
vez que, na realidade ela estuda o processo docente educativo, considerando tanto
os aspectos teóricos como práticos.
5
NÉRICI, I. Giuseppe. Didáctica do ensino superior. São Paulo : IBRASA, 1993. p. 49.
6
PILETTI, Claudino- Didáctica Geral- 14 ed.-p.42-43.
12
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
ensinar, mais rapidamente esta ou aquela ciência ou arte. Outros fizeram outras
tentativas. Quase todos por meio de algumas observações externas recolhidas a
partir de métodos práticos.
7
COMÉNIO, J. Amós, Didáctica Magna – Tratado Universal de Ensinar Tudo a Todos – Tomo I, pág. 45, Praga 1957.
8
Comenius é a forma latina do nome checo que significa “habitante de Komna”, localidade de onde é originária a
sua família. Coménius nasceu em Ubersky na Morávia, em 28 de Março de 1592. Após fecundada existência,
faleceu em 15 de Novembro de 1670, sendo sepultado na igreja de Naarden, perto de Amesterdão.
9
ORAMAS, Margarida Silvestre e TORUNCHA, José Zilberstein. Hacia una didáctica desarrolladora. 2003. p. 5.
13
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
14
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
Por tudo o que foi apresentado acima, pode-se sublinhar que nas teorias de J. A.
Comenius, J. J. Rousseau e E. Pestalozzi sobre o ensino, sobressai como ideia
fundamental, a criação de uma Didáctica baseada no respeito pela personalidade
dos educandos, na atenção aos interesses cognoscitivos destes, na necessidade de
atender as particularidades das idades e no realce ao método intuitivo.
Herbart, opinava que o ensino estruturado sobre esta base devia partir dum primeiro
passo denominado clareza, onde o professor apresenta o novo conteúdo. O
segundo passo consistia em fazer com que o novo conteúdo se relacione com a
experiência anterior mediante a explicação por parte do professor, este passo foi
denominado associação. O terceiro passo, sistema, consistia no estabelecimento de
15
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
conclusões por parte dos alunos. O quarto e último passo, o modo, consistia na
aplicação dos conhecimentos adquiridos.
16
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
17
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
está sujeito à leis lógico-teóricas gerais que também têm valor para o ensino. Um
das tarefas é a educação para o pensamento lógico (consequente e dialéctico).
10
MENDES, Maria da C. B. A avaliação da aprendizagem para além da nota. 2007. p. 28.
11
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2003, p. 119.
12
Ibidem. p. 29.
13
LIBÂNEO, José C. Didáctica. 2003. p. 151
18
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
Cada uma destas categorias expressa o PDE, pois, fazem parte da totalidade em
que estão contidas e interactuam garantindo a natureza holística e sistémica do
processo e, portanto, de suas qualidades ou sinergias.
14
Ibidem. p. 31.
15
Haidt, Regina. Curso de didáctica Geral. 2003. p. 151.
16
MENDES, Maria. A avaliação da aprendizagem para além da nota. 2007. p. 45.
17
ZAYAS, Carlos M. Alvarez de. La escuela en la vida: Didáctica 1999: pp. 94-110.
18
APPLE, W. Michael e al. Paulo Freire: Política e Pedagogia. Portugal: Porto editora. 1998. p. 154.
19
UNIDADE # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
20
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
Esta concepção, devido às suas limitações, foi alvo de críticas, dando origem ao
Escolanovismo ou Escola Nova, baseando-se na utilização de métodos activos. O
mesmo autor destaca ainda que com a escola nova, o eixo da questão pedagógica
passa do intelecto (ensino tradicional) para o sentimento; do aspecto lógico para o
psicológico; dos conteúdos cognitivos para os métodos ou processos pedagógicos;
do professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a
espontaneidade; do directivismo para o não-directivismo; da quantidade para a
qualidade; de uma Pedagogia de inspiração filosófica centrada na ciência da lógica
para uma Pedagogia de inspiração experimental baseada principalmente nas
contribuições da Biologia e da Psicologia. Tratando-se assim, de uma teoria
pedagógica que considera que o importante não é aprender, mas aprender a
aprender.20
19
PILETTI, Claudino. (2003). Didáctica Geral. p. 28-29.
20
Ibidem. p. 29.
21
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
Mizukami (1986), citado por António Gil22, apresenta cinco abordagens sobre o
processo de ensino-aprendizagem:
21
Ibidem. p. 31.
22
GIL, António Carlos. Didáctica do Ensino Superior. São Paulo : Atlas. 2006. pp. 10 – 11.
22
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
23
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos: Fundamentos Básicos. 6 ed. São Paulo:
Editora Atlas. 2006. p. 106.
24
GIL, António Carlos. Didáctica do Ensino Superior. São Paulo : Atlas. 2006. p. 11.
23
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
c) O PDE tem carácter bilateral, pois, ele transcorre numa relação dialéctica, no
qual interactuam, de forma consciente, professor e alunos para a consecução de um
objectivo comum. Neste processo existe um condicionamento recíproco entre as
actividades do professor – ensinar – e a actividade do aluno – aprender. Quanto a
isto, Malglaive, citado por Rodrigues e Ferrão, enfatiza que “(…) as actividades de
ensino incidem sobre a organização, a direcção e a regulação das actividades de
aprendizagem”.27
25
LIBÂNEO, José C. Didáctica Geral. 2003. pp. 79 – 81.
26
NÉRICI, Imídeo G. (1993). Didáctica do Ensino Superior. São Paulo: IBRASA.
27
RODRIGUES, Manuela C. & FERRÃO, Luís Barata. Formação Pedagógica de Formadores. 6 ed. 2006. p. 88.
28
Ibidem. p. 31.
24
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
29
KLINGBERG, Lothar. Introdución a la Didáctica General. 1986. p. 132-133.
25
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
Assim pode-se resumir que: (i) o PDE está determinado socialmente – o ponto de
concentração de todas as exigências sociais é o plano de ensino geral; este é um
documento básico e obrigatório do Estado para a direcção do PDE; (ii) essência do
PDE caracteriza-se pela relação de distintos componentes: problema, objectivo,
conteúdo, método e resultado, bem como os processos de ensino, aprendizagem e
do desenvolvimento integral dos alunos e do colectivo.
30
REYES, Guilermina Labarrere e PAIROL Gladys Valdivia. 1988. p. 35.
31
Ibidem. p. 37.
26
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
Os elos ou fases não são mais do que a expressão das funções didácticas do
ensino. As quais se aprovam na psicologia da aprendizagem que argumenta que a
relação da actividade de apropriação inclui uma série de processos como a
percepção, compreensão, fixação, aplicação e controlo. É necessário acrescentar
que as funções didácticas estão estreitamente relacionadas. Esta inter-relação é o
que permite a transição pelo sistema de fases.
27
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
Este tipo de actividade manifesta-se quando o aluno perante uma situação nova ou
problema é capaz de formular a tarefa que deve resolver, seleccionar as vias e
métodos para a sua solução e quando é capaz de comprovar os resultados obtidos,
quer dizer, quando o aluno põe em jogo todas as possibilidades de criação, o que
sugere a aplicação de métodos activos.
I I
UNIDADE # II: O PROCESSO DOCENTEEDUCATIVO
5. Comprovação e avaliação
30
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
32
FOULQUÉ, Paul. Dicionário da Língua Pedagógica. Trad. Maria Helena Fernandes. Portugal: Livros Horizonte.
1971. p. 320.
33
KLINGBERG, Lothar. Introdución a la Didáctica General. 1986. p. 243.
34
ORAMAS, Margarita S.; TORUNCHA, J. Zilberstein. Enseñanza y Aprendizaje Desarrollador: CEIDE. 2003. p. 7.
35
LIBÂNEO. José C. Didatica. São Paulo : Cortez. 2005. p. 155.
36
Ibidem. p. 7.
31
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
4. Princípio da sistematização;
32
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O professor para cumprir com este princípio deve responder às seguintes perguntas:
(i) como desenvolver o conteúdo? (ii) que medidas educativas deve ter em conta na
exposição do conteúdo?
Ter em conta não só a apropriação dos conhecimentos, por parte dos alunos,
assim como o desenvolvimento das suas capacidades;
33
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Quanto às regras deste princípio, devemos ressaltar que pela relação estreita que
existe entre este princípio e o do carácter educativo do ensino, as regras deste
último são válidas para o princípio do carácter científico.
Não obstante, é pertinente analisar outras que se vinculam directamente com este:
(i) apreciar o objecto nas suas múltiplas relações, desde os distintos ângulos; (ii)
mostrar os melhores exemplos ideias e factos; (iii) conhecer a história do fenómeno,
objecto de estudo; (iv) revelar as contradições dos objectos e fenómenos que se
estudam.
Este princípio toma ainda como base a relação entre as exigências de rendimento
que o professor formula aos alunos e a actual capacidade de rendimento destes, ou
seja o nível de partida.
34
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Portanto, tanto o exigir pouco como o exigir muito constituem violações do princípio
da acessibilidade no ensino.
A aplicação deste princípio requer por parte do professor, em primeiro lugar, dar
resposta a seguinte pergunta: até que ponto se deve ter em conta o ensino, o
sistema de conhecimentos da ciência que serve de base à minha disciplina? O
sistema de conhecimento da ciência e da disciplina não se correspondem por
completo. O sistema de conhecimentos determina-se por outros factores, tais como,
a idade dos alunos, nível de desenvolvimento e exigências sociais entre outras.
37
Op. cit. p. 257.
35
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A essência deste princípio levou alguns pedagogos a denominar este princípio como
princípio de vinculação da escola com a vida. Devemos pontualizar que considerar
este princípio constitui uma das exigências do princípio do carácter científico e
educativo do ensino, já que só quando os alunos podem utilizar os conhecimentos
para resolver os problemas da vida, aumenta neles o valor da ciência e se educam
conscientemente.
36
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A actividade cognitiva baseia-se no facto da psique ter um carácter activo, pois que
só com a participação dos alunos no processo de ensino, é possível que
compreendam os conhecimentos e o possam aplicar de forma criadora.
A actividade cognitiva abarca diferentes níveis, entre os quais o mais alto é aquele
em que os alunos trabalham independentemente, tanto na actividade intelectual
como na manual; o nível mais baixo é quando a atenção dos alunos não se mantém
estável, não concentram a atenção durante a explicação do professor.
Quanto mais consciente e viva seja a participação dos alunos na apropriação dos
conhecimentos, mais firmes e perduráveis se manterão esses conhecimentos.
37
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
mais lentidão. É necessário que o professor tenha em conta esta regularidade para
que no momento oportuno estabeleça os mecanismos de consolidação.
38
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
“O respeito devido à dignidade do educando não me permite subestimar, pior ainda, zombar
do saber que ele traz consigo para a escola.”
39
Paulo Freire (1996), citado por A. Monteiro
38
MONTEIRO, Agostinho dos Reis. Educação & Deontologia. Lisboa : Escolar Editora. 2004. p. 118.
39
Ibidem. p. 118.
39
UNIDADE # III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
40
SPRINTHAL, N. & Sprinthal R. Psicologia Educacional: uma abordagem desenvolvimentista. 1997. p.
XIV.
40
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Os objectivos formam elementos significativos para a didáctica, pois são eles que
lhe fornecem razões para a sua acção. Todo o trabalho escolar implica em
objectivos a serem alcançados. Pode-se dizer que qualquer trabalho escolar que
não vise a objectivos, redunda em pura perda de tempo.
Para Libâneo os objectivos são categorias que antecipam resultados e processos
esperados do trabalho conjunto do professor e dos alunos, expressando
conhecimentos, habilidades e hábitos (conteúdos) a serem assimilados de acordo
com as exigências metodológicas (nível de preparo prévio dos alunos,
peculiaridades das matérias de ensino e características do processo de ensino-
aprendizagem.41
Segundo Piletti, a importância dos objectivos de ensino têm sido explicados através
da análise da seguinte fábula, criada por Robert Mager:42
“Certa vez um cavalo-marinho pegou suas economias e saio em busca de fortuna. Não
havia andado muito, quando encontrou uma Águia que lhe disse:
‘Bom amigo. Para onde vai?’
Vou em busca de fortuna, respondeu o cavalo-marinho com muito orgulho.
Está com sorte disse a Águia. Pela metade do seu dinheiro deixo que leve esta asa, para
que possa chegar mais rápido.
Que bom! Disse o cavalo-marinho. Pagou-lhe, colocou a asa e saiu como um raio. Logo
encontrou uma esponja, que lhe disse:
Bom amigo. Para onde vai com tanta pressa?
Vou em busca da fortuna, respondeu o cavalo-marinho.
Está com sorte, disse a esponja. Vendo-lhe este scootter de propulsão por muito pouco
dinheiro, para que chegue mais rápido.
Foi assim que o cavalo-marinho pagou o resto do seu dinheiro pelo scootter e sulcou os
mares com velocidade quintuplicada. De repente encontrou um tubarão que lhe disse:
41
LIBÂNEO, José. C. Didática. 2005. p. 119.
42
Piletti, Claudino. Didáctica Geral. 2003. p. 80-81.
41
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Segundo Mager, citado por Piletti43 a moral desta fábula é a seguinte: se você não
tem certeza para onde vai, pode acabar indo, para onde não pretendia. Assim, o
professor precisa determinar de início o que o aluno será capaz de fazer ao final do
aprendizado. A isso, chama-se definir objectivos. Se o professor não define os
objectivos, não pode avaliar de maneira objectiva o resultado de sua actividade e
não terá condições de escolher os procedimentos de ensino mais adequados.
Robert Mager considera as seguintes funções essenciais dos objectivos: (i) servir de
referência e de critério para avaliar se o fim é alcançado; (ii) servir de guia na acção
pedagógica (função orientadora); (iii) ajudar professor e aluno a se encontrarem
relativamente à meta a atingir; (iv) servir de critério na escolha dos métodos e
estratégias da acção pedagógica; (v) servir de meio e de critério na avaliação e
validação da acção pedagógica (função avaliativa).
A análise das funções dos objectivos revela que à volta destes gravita toda a
actividade docente, o que os atribui um carácter reitor em relação aos demais
componentes do processo de ensino-aprendizagem.
43
Ibidem. p. 81.
44
GIL, António Carlos. 2006. p. 110.
42
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
No ensino, isto adquire duplo significado, já que além de ser uma actividade a qual é
inerente a definição de objectivos precisos, por outro lado, são importantes para o
estudante, uma vez que lhe permite realizar a sua actividade de forma consciente –
interiorização dos objectivos.
Libâneo destaca que o professor deve vincular os objectivos específicos aos gerais,
sem perder de vista a situação concreta (da escola, da matéria, dos alunos) em que
serão aplicados.46 O mesmo autor indica as seguintes recomendações:
45
Ibidem. p. 82.
46
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. 2006. p. 126.
43
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
47
Ibidem. p. 122.
48
ARENDS, Richard I. aprender a Ensinar. 1999. p. 54.
49
Ibidem. p. 55.
44
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Deste modo, para a definição clara e precisa dos objectivos específicos, R. Mager,
citado por Piletti,50 sugere as seguintes normas:
b) Os objectivos devem indicar ser claros (não podem dar margem a muitas
interpretações). Para evitá-las devemos usar verbos que não permitam que isso
ocorra.
Apesar do seu carácter ambíguo, os verbos da primeira coluna podem ser usados
na formulação dos objectivos, sendo, no entanto, necessário indicar como essa
aprendizagem vai ser identificada ou reconhecida no comportamento do aluno.
Consideremos, por exemplo, o seguinte objectivo: “Levar os alunos a conhecer
factos básicos relativos à saúde e à doença”. Este objectivo é vago, pois conhecer
factos pode dar margem a muitas interpretações, tais como memorizar bons
preceitos de protecção à saúde, lembrar nomes de doenças, lembrar sintomas de
doenças, distinguir sintoma de causa, etc.
50
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral. 2003. p. 83-85.
45
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Benjamim Bloom, citado por Telles51, apresenta a taxinomia (do grego táxis = ordem
e nómos = lei) dos objectivos subdividida em três áreas: cognitiva (ligada ao saber),
afectiva (ligada aos sentimentos e postura e a psicomotora (ligada às acções), cujas
especificações se apresentam a seguir:
51
TELLES, Marcos. A Taxinomia de Bloom. (2004). Disponível em:
http://www.dynamiclab.com/moodle/forum/discuss.php?d=436. Acesso em: 04 de Set de 2007.
46
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Área Cognitiva
Níveis Objectivos Capacidades a adquirir
- Conhecimento lembrar informações sobre: definir, descrever, distinguir, identificar,
fatos, datas, palavras, rotular, listar, memorizar, ordenar,
teorias, métodos, reconhecer, reproduzir etc.
classificações, lugares,
regras, critérios,
procedimentos etc.
- Compreensão entender a informação ou o classificar, converter, descrever, discutir,
fato, captar seu significado, explicar, generalizar, identificar, inferir,
utilizá-la em contextos interpretar, prever, reconhecer, redefinir,
diferentes. seleccionar, situar, traduzir etc.
Área Afectiva
Níveis Objectivos Capacidades a adquirir
Recepção dar-se conta de fatos, dar nome, descrever, destacar,
predisposição para escolher, identificar, localizar,
ouvir, atenção selectiva manter, perguntar, responder,
seguir, seleccionar, usar etc.
Resposta envolver-se (participar) adaptar-se, ajudar, apresentar,
na aprendizagem, desempenhar, discutir, escrever,
responder a estímulos, estudar, falar, responder,
apresentar ideias, seleccionar, etc.
questionar ideias e
conceitos, seguir regras.
Avaliação atribuir valores a aproximar, completar, convidar,
fenómenos, objectos e demonstrar, diferenciar, dividir,
comportamentos. explicar, iniciar, justificar propor etc.
Organização (de atribuir prioridades a adaptar, alterar, combinar,
valores) valores, resolver comparar, completar, concordar,
conflitos entre valores, defender, explicar, formular,
criar um sistema de generalizar, identificar, integrar,
valores inter-relacionar, modificar, ordenar,
organizar, preparar, relacionar,
sintetizar etc.
Internalização adoptar um sistema de agir, cooperar, desempenhar,
(interiorização) valores, praticar esse generalizar, influenciar, integrar,
sistema modificar, ouvir, propor, questionar,
resolver, revisar, ser ético, verificar
etc.
47
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A Área Psicomotora
Bloom e sua equipa nunca desenvolveram uma taxonomia para a área psicomotora
mas outros especialistas o fizeram. Esse é o caso de A. Harrow, A. que, em 1972,
propôs uma taxonomia de seis níveis: reflexos, movimentos básicos, habilidades de
percepção, habilidades físicas, movimentos aperfeiçoados e comunicação não
verbal.
A Revisão da Taxonomia
O quadro dai resultante, apresentado abaixo, torna mais fáceis tanto a tarefa de
definir com clareza objectivos de aprendizagem quanto aquela de alinhar esses
objectivos com as actividades de avaliação.
Taxonomia Revisada
Nível Verbos
Lembrar Reconhecer, recordar
Compreender classificar, comparar, exemplificar, explicar, inferir, interpretar, resumir
Aplicar executar, realizar
Analisar atribuir, diferenciar, organizar
Avaliar Criticar, verificar
Criar Gerar, planejar, produzir
48
UNIDADE # IV: OS OBJECTIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Hierarquia
Críticas
49
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
52
Foulquié, Paulo, Dicionário da Língua Pedagógica, 1971, p.271.
53
Piletti, Claudino. Didáctica Geral. 2003. pp. 102-103.
54
LIBÂNEO, José C. Didáctica. 2003. p. 151
50
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Os métodos dão grande destaque à vida social da criança como factor para o seu
desenvolvimento intelectual e moral. Nesse sentido, adquire também grande
importância o relacionamento dos alunos entre si e dos alunos com o professor. A
disciplina não se fundamenta mais na autoridade, mas sim na responsabilidade.
51
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Segundo Piletti55, dentro dos novos métodos e das novas técnicas, algumas técnicas
desenvolvidas recentemente têm insistido na individualização do ensino. Essas
técnicas têm a preocupação básica de organizar o ensino para atender
efectivamente as diferenças individuais, principalmente no que diz respeito ao ritmo
de aprendizagem.
De acordo com Lobo Neto, citado por Piletti, 56 o ensino individualizado apoia-se nos
seguintes princípios:
g) Deve ser oferecido ao aluno o material escrito, como texto para leitura, guias
de estudo, testes, textos programados, etc.;
55
Ibidem. p. 104.
56
Ibidem. p. 105.
57
Consultar Claudino Piletti. Didáctica Geral. 2003. p. 106-149.
52
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O seu uso não adequado representa, no entanto, grande mal para o ensino,
principalmente quando há, por parte do aluno, a obrigatoriedade de tomar nota de
todas as palavras do professor, a fim de repeti-las por ocasião das verificações de
aprendizagem, para ser alcançada aprovação na matéria. O regime de estudo,
nesse caso, passa a ser: anotar e saber decorar tudo o que o professor disse.
Assim, o ensino se reduz a puro e simples verbalismo acompanhado de
memorização.
A exposição deve e precisa ser adoptada mas de maneira activa, para estimular a
participação dos alunos nos trabalhos de classe, para não reduzir a aula a
interminável monólogo. Na exposição, o professor deve ressaltar entre outros
aspectos, as partes mais importantes, com a inflexão de voz o que está sendo
exposto. A exposição deve constar das seguintes partes:
Apresentação do assunto;
58
IMÍDIO, Nérici. Didáctica do ensino Superior. 1993. p. 109-187.
53
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Síntese do exposto, e
A exposição requer boa motivação para prender a atenção dos alunos. Deve ser
evitada a forma opinativa de exposição, isto é, exposição que vai defendendo ou
combatendo a tese que está sendo apresentada. Qualquer tese deve ser
apresentada com o máximo de fidelidade ao pensamento ou intenção original. Após
esta fiel apresentação poderá haver crítica – com a cooperação da classe. É
importante que o professor dê oportunidade a que os alunos façam, também suas
exposições, pois isso lhes favorece o desenvolvimento do auto domínio, disciplina
do raciocínio e da linguagem, uma vez que exige sequência no que vai sendo
exposto. A exposição oral não deve ser muito prolongada, ou melhor, deve sofrer
interrupções constantes, para serem introduzidos outros recursos didácticos. Não
deve passar, no máximo, de dez minutos, sem que haja sido feito pequeno
interrogatório, apresentação de material didáctico ou consignação de esquemas no
quadro-preto.
54
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
indicado pelo professor ou pela própria classe. Sua função é propor as questões a
serem discutidas com base em um tema anteriormente estudado, fazer com que
todos participem, reorientar os trabalhos quando estes caírem em ponto morto, não
permitir desvirtuamentos dos trabalhos e auxiliar o secretário a tomar as suas notas,
consignadas ou não no quadro-preto.
55
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
56
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A função dos oradores, quase sempre dois, é de um ser pró e outro contra
determinada tese, ou, ainda, de apresentarem pontos de vista diferentes sobre um
mesmo tema. Os oradores, depois das suas exposições, discutirão com o resto da
classe, prestando esclarecimentos, reforçando ou refutando argumentos, aceitando
objecções, etc. os oradores podem inscrever-se por conta própria quando o tema for
estudado individualmente, ou podem ser indicados pelos colegas, quando for em
grupo.
57
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O coordenador, geralmente é o professor, mas nada impede que seja um aluno. Sua
função é coordenar os trabalhos e fazer com que os objectivos do painel não sejam
desvirtuados. Durante os trabalhos, não deve expor os seus pontos de vista, mas
deve ouvir todos, incitar para que se expressem com clareza e em ordem.
lança a seguir, uma questão aos componentes do painel para que a discutam.
Estes, um por um, expõem os seus pontos de vista a respeito, que,
sintetizados, vão formar as conclusões parciais;
59
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
60
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
concederá, a seguir, certo tempo a cada membro do painel para que faça
uma síntese de suas ideias ou de algumas explicações que julgue
indispensáveis;
61
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
não favorece a socialização do educando, uma vez que este deve trabalhar
sozinho;
O método de projectos tenta imitar a vida, uma vez que todas as acções do homem
não são mais do que realização de projectos. O homem vive continuamente
projectando. Só que se deve assinalar uma diferença entre o projecto do adulto e o
do educando. O adulto projecta depois de conhecer e o educando projecta para
conhecer...
O método de projectos tem tido mais aplicação na escola primária, mas nada
impede que seja aplicado em outros graus de ensino. Este método representa,
pedagogicamente, um passo a frente com relação ao de problema. A solução teórica
de um problema não é tão rica como a solução pela realização. A realização implica
riqueza extraordinária de experiência, que a simples solução teórica não consegue
proporcionar.
63
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O aluno faz contratos mensais das disciplinas em que estiver interessado, mas não
pode iniciar trabalho de um mês sem que antes tenha vencido o contrato do mês
anterior. A hora de trabalho e a unidade – matéria ficam a critério do aluno.
- conferência- uma pela manhã, que o professor mantém com os alunos para
organizar os trabalhos do dia, e outras, se se fizerem necessárias, para grupos de
alunos interessados no mesmo assunto ou sentindo as mesmas dificuldades;
Técnica Winnetka – devida a Carleton Washburne, foi aplicada pela primeira vez
nas escolas de Winnetka, subúrbio de Chicago.
65
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
66
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
- rectificação da aprendizagem;
67
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Este método enfatiza o raciocínio e a reflexão, pois foi inspirado nas ideias e no
trabalho educacional de John Dewey, que pregava o valor do pensamento reflexivo.
Esse método desenvolveu e difundiu-se mais recentemente graças ao apoio que
recebeu do construtivismo de Jean Piaget, que faz um intenso apelo à actividade do
educando, principalmente à actividade mental.
68
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
59
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didáctica Geral. 2003. p. 146.
69
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
4. Construção de alternativas.
Ainda nesta linha, Vigotski sublinha que a situação traçada ao estudante deve situar-
se na Zona de Desenvolvimento Próximo (ZDP), que é definida por como sendo:
c) Questionamento sistemático.
60
ROEGIERS, Xavier. Aprendizagem integrada: situações do cotidiano escolar. Trad. Jeni Wolf. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p.264.
61
BERTRAND, Yves. Teorias contemporâneas de educação. 2 ed. Lisboa, 2001. p. 132.
70
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
62
Ibidem. p.262.
71
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
72
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
73
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
- cada especialista, em sua sessão, faz apresentação do tema que lhe está
afecto, levanta dúvidas, propõe questões e abre a discussão e debate para todos os
participantes;
- ao pensamento original;
74
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
3. Discussão 66 ou phillips 66
Esta técnica é assim chamada porque foi criada por Donald Phillips e os grupos são
constituídos por seis membros que discutem um tema durante seis minutos.
4. Simpósio
5. Técnica biográfica
Consiste em expor os factos ou problemas através do relato das vidas que nos
mesmos participaram ou que contribuíram para o seu estudo. Seu emprego é mais
comum no ensino da História, da Filosofia e da Literatura, nada impedindo, no
entanto, que possa ser empregado no ensino de outras disciplinas.
75
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
→ que haja traçado um roteiro com a cooperação dos alunos, de maneira a não
tornar o trabalho dispersivo;
→ que não seja concedido prazo muito longo para entrega dos mesmos.
Esta técnica visa apreender, com precisão, o que um texto pretende comunicar e
que se encontra, muitas vezes, encoberto pela dificuldade de interpretação ou nas
entrelinhas do mesmo. Esta técnica tem mais a finalidade de acostumar a ler as
obras representativas de um autor, de um tema ou de uma disciplina.
pode ser indicado um trecho significativo para cada aluno estudar, analisar e
interpretar;
interpretação do texto;
76
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A leitura pode ser feita pelo professor e acompanhada pelos alunos. De vez em
quando, o professor suspende a leitura, para fazer comentários sobre o texto,
revelar novidades, solicitar ou fornecer esclarecimentos.
Requer, por parte do professor, vivacidade e cultura. Para obter melhores resultados
e mais participação da classe, devem os alunos, antes da aula, ter lido e estudado,
na medida do possível, os textos que serão objecto de exegese.
7. Técnica cronológica
77
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
9. Técnica do interrogatório
Esta técnica deve merecer uma atenção especial por parte do professor, por ser um
dos melhores instrumentos do campo didáctico, como auxiliar na acção de educar,
quando assume o aspecto de diálogo, de conversa, que vai conduzindo o professor
a conhecer melhor o seu aluno. O interrogatório permite conhecer o aluno e ressaltar
os seus aspectos positivos que, uma vez estimulados e fortalecidos, podem chegar
a anular os negativos.
O interrogatório pode ser aplicado para diversos fins, dentro da actividade docente:
motivação da aula;
estímulo à reflexão;
anulação de indisciplina;
78
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O professor deve dar ênfase às perguntas que exijam reflexão, de modo a não ser a
resposta mera forma de expressão estereotipada. As perguntas, em geral devem ser
dirigidas à turma, para que todos sejam levados a reflectir; após, o professor indicará
o aluno que deverá responder.
- os alunos que não forem inquiridos pensarão: “dessa vez ainda não fui eu a
vítima”, e se desinteressarão em elaborar, mentalmente, a resposta.
Quando o aluno não sabe responder a uma pergunta, o professor dever dirigir-se a
outro. Caso persista o impasse, perguntar à classe quem sabe. O professor só
deverá responder quando estiver convencido de que a classe é incapaz de fazê-lo.
Essas oportunidades de fracasso geral, entretanto, podem ser aproveitadas para
marcar tarefas ou estudos dirigidos sobre o tema em foco. Outra prática bastante
recomendada, nessas circunstâncias, é o professor dizer que também não sabe, e
pesquisar junto com os alunos a resposta desejada.
O professor, por outro lado, deve estar sempre disposto a emitir perguntas que
permitem estimulem a participação dos alunos na aula. Esse tipo de perguntas pode
receber o nome de impulsos didácticos, das quais seguem alguns exemplos:
“então”, “e agora?”, “o que se pode concluir?”, “haverá mais alguma coisa a ver?”,
etc.
79
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O diálogo também é uma forma de interrogatório que tem por fim, não tanto cobrar
conhecimentos, mas levar à reflexão. Tem carácter mais construtivo, amplo e
educativo do que a arguição, pois através dele, o aluno é levado a reflectir sobre os
temas em foco, sobre os seus próprios conceitos, a fim de ele mesmo avaliar a
veracidade dos mesmos ou elaborar novas proposições. Mas, a maior virtude é fazer
o aluno sentir que é capaz de pensar.
Pode-se mesmo dizer, que o grande objectivo do diálogo é levar o aluno a pensar, a
reflectir e a convencer-se de que é capaz de pesquisar, utilizando o raciocínio.
A tarefa dirigida é trabalho feito em classe ou não, com base em instruções precisas,
por escrito, passadas pelo professor. Pode ser executada individualmente ou em
grupo, dependendo das circunstâncias e objectivos do trabalho.
Os objectivos, por sua vez, são habituar o aluno a interpretar indicações escritas e
textos, a adquirir habilidades ou aprender técnicas de execução de experiências e
aplicações práticas do que já tenha sido estudado teoricamente, bem como ajustar
trabalhos individualmente ou a grupo de alunos que apresentem as mesmas
condições pessoais de estudo.
80
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Processamento de um debate
82
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
É a partir dos objectivos propostos para o ensino (o que se pretende atingir com a
instrução), da natureza do conteúdo a ser desenvolvido (o que se pretende que os
alunos assimilem) das características dos alunos (como são os nossos alunos), das
condições físicas e do tempo disponível, que se escolhem os procedimentos de
ensino e se organizam as experiências de aprendizagem mais adequadas. Ou seja,
é a partir destes aspectos que se estabelece o como ensinar, isto é, que se
definem as formas de intervenção na sala de aula para ajudar o aluno no processo
de reconstrução do conhecimento.
Portanto, a partir desses critérios básicos, o professor vai resolver se fará em sua
aula uma exposição dialogada, um estudo dirigido, um trabalho com textos, uma
dramatização, jogos educativos ou se fará um trabalho em grupo.
83
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Os meios de ensino têm por fim: (i) aproximar o aluno da realidade do que se quer
ensinar, dando-lhe noção mais exacta dos factos ou fenómenos estudados; 8ii)
motivar a aula; (iii) facilitar a percepção e compreensão dos factos e conceitos; (iv)
concretizar e ilustrar o que está sendo exposto de forma verbal; (v) economizar
esforços para levar os alunos à compreensão de factos e conceitos; (vi) dar
oportunidade de manifestação de aptidões e desenvolvimento de habilidades
específicas com o manuseio ou construção de aparelhos por parte dos alunos.
O material didáctico, para ser realmente auxiliar eficiente do ensino deve: (i) ser
adequado ao assunto da aula; (ii) ser de fácil apreensão e manejo; (iii) estar em
perfeito estado de funcionamento, tratando-se principalmente de aparelhos, pois
nada mais diverte e dispersa a turma do que os “enguiços” na demonstração.
63
Haidt, Regina. Curso de didáctica Geral. 2003. p. 151.
84
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Abstracções
(teóricos) (alunos com
maior n.º de
Símbolos conceitos e factos)
verbais
Símbolos visuais
Imagens fixas
/rádio/gravações
Cinema
Televisão
Exposição
Excursão
Demonstração
Dramatização
Experiência simulada
Experiência directa
85
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
experiência simulada – não sendo possível levar sempre o aluno a ter uma
experiência directa, é possível recorrer a outros meios que o aproximem da
realidade do fenómeno. É o caso das diferentes representações que podem ser
utilizadas na aula (representação do eclipse utilizando uma lâmpada e esferas que
representem os astros);
Televisão e filmes –
86
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Quanto à utilização dos recursos audiovisuais na sala de aulas, Haidt 64 destaca que
devemos ter presente que o homem toma conhecimento do mundo exterior através
dos cinco sentidos.
64
HAIDT, Regina Célia. Curso de Didáctica Geral. 2003. p. 156.
87
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
- 90% do que ouvimos e logo realizamos.
Fonte: HAIDT, Regina Célia. Curso de Didáctica Geral. 2003. p. 156
Conclui-se através desses dados que os cinco sentidos não têm a mesma
importância para a aprendizagem. Concluímos também que a percepção através de
um sentido isolado é menos eficaz do que a percepção através de dois ou mais
sentidos. Por isso, é importante empregar métodos de ensino que utilizem
simultaneamente os recursos orais e visuais.
Para reforçar essa importância, a mesma autora apresenta o seguinte quadro:
88
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Os cartazes
Os cartazes podem ser feitos representando uma acção ou sequência de acções,
bem como podem ser montados com fotografias, recortes de jornais e revistas e
dizeres representando diversos tempos, fases ou partes de um fenómeno ou mesmo
89
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O álbum seriado
O álbum seriado é excelente recurso para o ensino de qualquer disciplina,
principalmente para as aulas expositivas em que muitos dados deveriam ser
consignados no quadro-preto. Com o álbum seriado estes podem vir já prontos e
melhor elaborados para a aula e em ordem certa, a fim de melhor ilustrar e
90
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
sistematizar a aula. O esquema fundamental da aula pode vir consignado nas folhas
do álbum seriado e em ordem de desenvolvimento.
Assim, o álbum seriado é formado por uma colecção de folhas adequadamente
expostas, contendo o desenvolvimento de um tema, de maneira racional, objectiva,
precisa e interessante.
As páginas do álbum podem ser ilustradas, quando o tema exposto exigir para sua
melhor motivação e compreensão. As ilustrações devem ser simples, sugestivas e
devem estar próximas ao texto a que se referem.
Pode-se dar ao álbum seriado mais funções, por exemplo, usando-se as suas partes
exteriores ou capas, uma como flanelógrafo e outra como lousa. O tamanho do
álbum seriado pode variar muito, sendo frequente as dimensões de 50 x 70 cm.
91
UNIDADE # VI: OS MEIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Os mapas e gráficos
Os mapas são excelentes recursos auxiliares de ensino, no campo da Geografia,
História, Astronomia, Geologia, etc. São a representação terrestre em sua totalidade
ou em partes e considerada em diversos aspectos.
Os mapas podem ser geográficos, históricos, geológicos, etc. Esses mapas são
muito interessantes porque os alunos por meio deles podem como que criar o
fenómeno estudado, à medida que os for enriquecendo com localizações e
denominações.
92
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
65
NASCIMENTO, Adão. In Avaliação da Aprendizagem para Além da Nota. 2007. p. 12.
66
PIRES, Eurico Lemos; Fernandes, A. Sousa e outros, A construção social da educação escolar, pág. 157-
Portugal, 1991, 1 ed.
67
Nérici, I. Giuseppe, Introdução à didáctica geral, São Paulo, 1965, 3 ed, p. 419.
68
Klingberg, Lothar- Introdución a la didáctica general, Havana, 1986, p. 383-384.
93
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Este ponto de vista é valioso, pois podemos inferir que a avaliação é um processo
objectivamente dirigido comportando um sistema de conhecimentos e capacidades
disponíveis na conduta do aluno. Da análise das definições apresentadas podemos
destacar alguns pontos comuns às mesmas:
• A avaliação abarca professor e aluno; ela oferece amostras tanto da actividade dos
alunos como do professor; revela ao professor os progressos e deficiências dos
alunos, bem como, o grau de cumprimento dos objectivos propostos para determinar
se é necessário introduzir correcções no seu sistema de trabalho. A avaliação inclui
duas fases distintas do mesmo processo: a avaliação da aprendizagem e a
avaliação do ensino.
Tomando como base a análise das três definições, os seus aspectos comuns,
apresentamos a seguinte definição que achamos mais completa: a avaliação é um
processo sistemático pelo qual se tenta julgar o resultado dos trabalhos escolares do
professor e alunos (os conhecimentos, hábitos, habilidades e atitudes) em cada fase
94
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Estas definições revelam que, tal como sublinha Arends70, a avaliação refere-se a
um leque de informação recolhida e sintetizada pelos professores acerca das
aprendizagens dos alunos, por vias informais (observações, conversas) ou formais
(trabalhos de casa, testes e relatórios de pesquisa).
69
MENDES, Maria. A avaliação da aprendizagem para além da nota. 2007. p. 45.
70
Ibidem. p. 229.
71
VEIGA, Ilma P. A. A prática pedagógica do professor de Didática Campina, SP : Papirus. 1989. p. 138.
95
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Num sentido mais amplo, esta função inclui todas as restantes e deveria constituir,
segundo González, M., a essência da avaliação no contexto do PDE, pois, esta
função implica que o processo de avaliação sirva para corrigir, regular, melhorar e
produzir conhecimentos72. Quer dizer, a avaliação adquire um carácter formativo
quando esta serve de via para a formação do estudante, isto é, quando durante a
avaliação o estudante aprende de facto, desenvolve qualidades, capacidades e
interesses participando na sua própria avaliação e avaliando os demais.
Este conhecimento que se deriva da avaliação pode ser usado pelo professor para:
72
GONZÁLEZ, M. (2000). Evaluación del aprendizaje en la enseñanza universitaria. CEPES. La Habana. p. 42
73
PERRENOUD, Philippe et. al. (2002). As competências para Ensinar no Século XXI: a formação dos
professores e o desafio da avaliação. p. 101
74
REBUSTILLO, Marisela R. e SARGUERA, R. Bermúdez (2005). Las Leyes del Aprendizaje. p. 65
75
HAYDT, R. C. Cazaux (2004). Avaliação do Processo de Ensino-Aprendizagem. p. 28
96
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
76
Idem (2003). Curso de Didáctica Geral. p. 293.
77
op. cit. p. 88
78
RABELO, Edmar H. Avaliação: Novos tempos, novas práticas. 2004.. p. 72.
97
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A avaliação vista segundo este critério, mostra que as provas podem ser realizadas
em distintos momentos do processo docente - educativo, como se descreve a
seguir:
99
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
81
LEMOS, Valter et al. A Nova Avaliação da Aprendizagem, Lisboa, 1994, 4 ed. p. 27-32.
100
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
b) A avaliação deve ser levada a cabo em “equipa”, é certo que cada professor
desempenha um papel importante no processo de avaliação, mas a
responsabilidade deve ser assumida conjuntamente pelo professor e outros
intervenientes no processo educativo - Os alunos, os outros professores,
fundamentalmente o Director de Turma, os pais bem como os órgãos de orientação
e apoio educativo.
82
Idem (2003). Curso de Didáctica Geral. 7 ed. São Paulo : Ática, p. 293.
83
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. 1999.
p. 89.
84
Ibidem. p. 101.
85
QUELUZ, Ana e ALONSO, Myrtes. O Trabalho Docente: teoria & prática. São Paulo : Pioneira Thomson
Learning. 2003. p. 145.
101
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
uma avaliação formativa, ou seja uma avaliação que engloba a área cognitiva e a
sócio-afectiva, proporcionando uma amostra segura dos resultados da
aprendizagem (instrutivos e educativos).
Cada item da ficha pode ser avaliado de 0 a 10, dando um total de 100 pontos. O
total de pontos obtidos por cada aluno será dividido pelo total de itens de
apreciação, neste caso, por 10. Exemplo: Suponhamos que um determinado aluno
tenha obtido as seguintes notas durante um determinado período de tempo:
Conhecimentos - 9; Comportamento - 7. Qual será a sua nota real? Segue-se o
cálculo:
A sugestão de Nérici é realmente valiosa uma vez que nos oferece um quadro
integral da avaliação formativa e sua respectiva expressão descritiva e qualitativa.
Este quadro é ainda vantajoso porque mesmo através de uma simples apreciação
da ficha obtêm-se dados concretos com relação ao ritmo de aprendizagem de cada
aluno o que nos permite formular um juízo de valor acerca do mesmo. O cálculo
apresentado permite uma avaliação precisa tanto do domínio cognitivo como da área
sócio- afectiva.
87
Ibidem, pág. 30.
88
RODRIGUES, Manuela e FERRÃO, Luís. Formação pedagógica de formandos. 2006. p. 259.
89
LEMOS, Valter et all (1994). A nova avaliação da aprendizagem. p. 50.
103
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
104
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
90
Libâneo, J. Carlos, Didáctica, S. Paulo pág., 203-211.
105
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Atribuir a cada questão um peso (de 1 a 10), quando desejar valorizar mais
uma questão do que a outra.
Preferentemente, corrigir pergunta por pergunta e não prova por prova, a fim
de que as respostas possam ser comparadas entre si, tendo em vista o
padrão de desempenho esperado.
106
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
quanto do professor. Possibilitam uma correcção mais rápida, pois cada item,
geralmente, apresenta apenas uma resposta correcta.
Este tipo de prova tem algumas desvantagens, que devem ser superadas pelo
professor. Exige uma técnica apropriada de elaboração, recursos materiais da
escola (estêncil, papel, mimeógrafo); por ser aparentemente fácil de elaborar,
favorece a improvisação; oferece ocasião de o aluno escolher a resposta por palpite
(“chute”).
Exemplos:
91
Haidt, Regina Célia. Curso de Didáctica Geral. 2003. p. 288.
107
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
92
Ibidem. p. 240.
108
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Saber o vai ser avaliado é muito importante para poder desenvolver as etapas
posteriores, pois a natureza do que se vai avaliar determina, em grande medida, a
selecção de condições, critérios, técnicas e instrumentos de avaliação.
93
PILETTI, Claudino. Didática Geral. 23 ed. São Paulo: Ática. 2003. p. 196-197.
109
UNIDADE # VII: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Existem técnicas e instrumentos mais adequados para cada tipo de avaliação. Não
podemos, por exemplo, utilizar um teste objectivo para verificar se o aluno sabe
redigir um texto de português.
110
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Uma das formas de organização do ensino é a designada classe por grupo, que
existe a mais de trezentos anos, cuja fundamentação teórica foi dada por J. A.
Coménius, quem propôs limitar o ensino por anos, dar a cada ano o seu programa,
dividir os alunos por idades em graus e delimitar o ensino por horas-classes e o
marco do dia. Cada hora-classe, segundo as ideias de Coménius devia reflectir as
relações de organização e conteúdo em dependência de seus objectivos.
111
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Coménius advertiu ainda que este tipo de organização do ensino possuía três
grandes erros: o ensino era individual; os grupos de alunos não se constituíam tendo
em conta nem a idade nem o nível de conhecimentos; o ensino carecia de uma
regularidade no tempo de estudo, calendário escolar.
Com o tempo, a prática escolar foi ratificando a ideia do trabalho directo do professor
com um grupo de alunos, e isto constituiu outro rasgo distinto a somar ao sistema de
classes desenvolvido por Coménius cujas características podemos resumir da
seguinte maneira: (i) determinação do tempo regular da classe; (ii) determinação das
características da idade dos alunos que constituem o grupo; (iii) o papel dirigente do
professor no processo da classe, que influencia sobre o desenvolvimento intelectual
dos alunos.
112
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
- cada aula constitui uma unidade fechada de conhecimentos, quer dizer cada
aula abarca um sistema de conhecimentos, pelo que tem um início, um
desenvolvimento e um fim.
94
Ibidem. p. 177.
113
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
95
ARENDS, Richard I. Aprender a Ensinar. 1999. p. 286-292.
114
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Fazer com que os alunos tenham conhecimento do que vão aprender, ajuda-
os a estabelecer a ligação entre uma determinada aula e a sua relevância para as
suas próprias vidas. Isto motiva os alunos a fazerem um esforço maior. Também
ajuda-os a passar aprendizagens anteriores da memória a longo prazo para a
memória de trabalho, onde podem ser usadas para integrar a nova informação
fornecida na exposição.
Exemplos:
115
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
- Quero dar-vos uma ideia que vos ajude a compreender porque que os Estados
Unidos se envolveram na guerra do Vietname. A ideia é que a maioria das guerras é
o reflexo de conflitos entre as pessoas devido a: ideologias, territórios ou acesso ao
comércio. Conforme vos for descrevendo o envolvimento dos Estados Unidos no
Sudoeste Asiático, entre 1945 e 1965, quero que procurem exemplos de como os
conflitos ideológicos, territórios ou acesso ao comércio podem ter influenciado
decisões posteriores de luta no Vietname.
2. Vamos supor que um professor de Arte vai mostrar e explicar aos alunos algumas
pinturas de épocas diferentes. Depois de expor um plano geral da aula e de pedir
aos alunos que pensem nas diferenças que observaram entre os quadros pintados
nas várias épocas históricas, o professor apresenta o organizador prévio:
116
UNIDADE # VIII: FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
e) Expor o exemplo.
g) Expor as excepções.
a) Uma regra chave ou princípio, tal como: “os preços num mercado livre
são influenciados pela oferta e procura”,, é apresentada.
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Por vezes pode ser usada uma afirmação de transição para alertar os alunos
para alguns tópicos importantes já referidos, como, por exemplo: “agora vou resumir
os pontos importantes antes de continuar”. Outras vezes a afirmação de transição
anuncia o que se segue, por exemplo: “acabamos de falar das fases mais
importantes do processo de ensino”. Vamos ver agora falar sobre a sua relação com
a estruturação de uma aula. As afirmações de transição são importantes porque: (i)
enfatizam a relação entre várias ideias numa exposição; (ii) ajudam a revelar a
organização interna da informação aos ouvintes.
118
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96
MONTEIRO, Agostinho dos Reis. Educação & Deontologia. 2004. p. 119.
97
LIBÂNEO, José C. (2005). Didática. p. 179-180.
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PREPARAÇÃO E
INTRODUÇÃO
PROBLEMA E
ORIENTAÇÃO AO NOVAS
OBJECTIVO PERGUNTAS
121
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98
Nérici, I. Geusseppe. Introdução à Didáctica Geral. 16 ed. S. Paulo, 1991, p. 98 –100.
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5. Aula de debate – em que os alunos vão defender seus pontos de vista sobre
determinado assunto. É aula em que cada um vai defender pontos de vista
definidos, em verdadeira competição intelectual.
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12. Aula de motivação – esse tipo de aula se justifica no início de um ano lectivo,
de um programa ou de uma unidade, em que o professor tenta despertar os
alunos para os trabalhos de classe ou uma disciplina. A primeira vista
poderão parecer uma perda de tempo, mas recompensam pelo entusiasmo
que podem provocar nos alunos, predispondo-os a um longo período de
trabalho interessado e produtivo.
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99
GIL, António Carlos. Didáctica do Ensino Superior. 2006. p. 95.
100
Ibidem. p. 95.
101
PERRENOUD, Philipe. Dez novas competências para ensinar. 2000. p. 27.
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Para Ralph Tyler (1950), R. Mager (1962), Popham e Baker (1970), Gagné e
Briggs (1979), citados por R. Arends102, a planificação educativa caracteriza-se por
objectivos de ensino cuidadosamente especificados, acções e estratégias de ensino-
aprendizagem concebidos em função dos objectivos.
2. Selecção do conteúdo
102
Ibidem. p. 44.
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A segunda questão é uma tarefa que requer grande atenção por parte do
professor, pois na selecção de factos, conceitos e teorias se reflecte de maneira
imediata o carácter científico do ensino que o professor desenvolve.
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Em relação aos alunos de mais baixo rendimento, devemos realçar que é um erro
conceber esta atenção diferenciada na utilização de materiais mais acessíveis ou na
diminuição do volume do conteúdo.
Como conclusão, pode-se dizer que o professor deve dar uma atenção diferenciada
aos alunos que apresentem dificuldades na apropriação dos conhecimentos. Para
isto, terá em conta as condições negativas que trazem como consequência que
alguns fiquem atrasados. Uma boa via para atender estas diferenças individuais é a
tarefa para casa. Geralmente o professor orienta a mesma tarefa a todos os alunos
e isto nem sempre é recomendável. A tarefa deve ser diferenciada de acordo com as
dificuldades e capacidades dos alunos.
Para o êxito de uma aula, para além dos aspectos referenciados anteriormente, o
professor deve ter em conta algumas condições que coadjuvem o bom
desenvolvimento da mesma. Entre as quais se destacam:
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103
GIL, António Carlos. Didáctica do Ensino Superior. 2006. p. 139-141.
131
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104
ANDRADE, Margarida de A. Introdução à Metodologia do trabalho Científico. 2003. p. 109.
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Entre as funções mais significativas dos seminários e das actividades práticas estão:
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Objectivos da excursão: familiarizar os alunos com a vida das plantas e dos animais
no começo do Outono.
Antes de partir para a excursão o professor efectua uma conversação com os alunos
onde narra a vida no bosque nessa época do ano para que se recordem do bosque
de Outono que observaram em classes anteriores.
Os alunos recebem tarefas: procurar árvores com folhas assim como arbustos e
ervas, recolher folhas de várias plantas.
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Se houver possibilidades, o professor propõe aos alunos que busquem insectos, que
observem a atitude das aves e outros animais. Depois conta-lhes como varia a vida
dos animais no Outono. Os alunos recordam algumas poesias sobre o Outono e as
recitam.
Outro tipo de excursão são as efectuadas aos centros de produção que podem ser:
- análise dos resultados da excursão: esta pode ser feita através da troca de
impressões entre os alunos, escrita de composições sobre a excursão, etc.
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atenção os relatos, o grau de compreensão por parte dos alunos (das explicações
do guia), o carácter correcto e completo das percepções que os alunos devem
receber e orienta a elaboração das conclusões da excursão.
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Documentos electrónicos
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