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TRANSTORNOS GLOBAIS DE
DESENVOLVIMENTO (TGD)
CONDUTAS TÍPICAS
Unaí-MG
2013
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Condutas Típicas
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SUMÁRIO
Condutas Típicas
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PLANO DE ENSINO
I- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
CARGA HORÁRIA 80 h
II- EMENTA
III- OBJETIVOS
1- Objetivo Geral
Contribuir com a capacitação dos professores em relação à educação dos alunos com
dificuldades de adaptação escolar por manifestações de condutas típicas.
Sendo os professores parceiros e estimuladores de aprendizagens, têm a tarefa de:
promover, junto aos educandos com necessidades educativas especiais, habilidades e
competências para uma melhor atuação destes na aprendizagem escolar;
propor aos educadores uma reflexão para a compreensão da realidade da inclusão, criando
espaços e estratégias para uma educação de alunos com condutas típicas;
conhecer o aluno com condutas e reconhecer a necessidade do estudo desta disciplina para
o entendimento escolar especializado contribuindo, assim, com a melhoria da qualidade do
processo de inclusão na íntegra;
contribuir com o trabalho do professor nas escolas comuns, junto aos alunos com
necessidades educativas especiais – condutas típicas – fortalecendo assim o sucesso do
processo de aprendizagem escolar.
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V- METODOLOGIA
VI- AVALIAÇÃO
Avaliação
O processo de avaliação deste módulo será desenvolvido através da prática dos exercícios
indicados no final de cada conteúdo de estudo, bem como das atividades referentes ao “Final de
Módulo” (trabalho) que se encontram na última página deste, e “Avaliação escrita”.
Valoração
As atividades/trabalho de “Final de Módulo” (trabalho) terão a notação de 0 a 10, sendo essa
pontuação distribuída conforme as observações contidas no referido trabalho (que se encontra
no final da apostila).
A “Avaliação escrita” terá a notação de 0 a 10 que será somada ao trabalho de final de módulo,
cuja média para aprovação final deverá ser igual ou superior a 8,0 (oito).
VII- BIBLIOGRAFIA
1- Bibliografia Básica
BEYER, H. O. A criança com autismo: propostas de apoio cognitivo a partir da teoria da mente. In:
BAPTISTA, C. R. e BOSA, C. (org.) Autismo e educação: reflexões e propostas de intervenção.
Posto Alegre: Artmed, 2002. p.111 – 125
BLEICHMAR, N. & BLEICHMAR, C. A Psicanálise depois de Freud. Porto Alegre: Artes Médicas,
1992.
______. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. São Paulo:
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______. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola Viva. Garantindo o
acesso e permanência de todos os alunos na escola. Alunos com necessidades educacionais
especiais. Brasília: C327 2002, Série 2.
BRIDI, Fabiane R. de S.; FORTES, Caroline C.; BRIDII FILHO César A. Educação e autismo: as
sutilezas e as possibilidades do processo inclusivo. In: Experiências educacionais inclusivas:
Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade. Org. Berenice Weissheimer Roth. Brasília:
Ministério MEC/SEE, 2006.191 p.
FEIJÓ, Gabriel de Oliveira. Classe especial: os desafios dos professores de Educação Física para a
inclusão de alunos com condutas típicas. Universidade de Londrina, 2011.
FEREIRA, T. A escrita da clínica; psicanálise com crianças. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8 ed. São Paulo: Paz
e Terra, 1996.
KUPFER, M. C. Educação para o futuro: psicanálise e educação. São Paulo: Escuta, 2000.
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LEWIS, R. B. & DOORLAG, D. H. (1991). Teaching Special Students in the Mainstream. New York:
Mcmillan Publishing Company. Rivière, A. (1995). O Desenvolvimento e a Educação da Criança
Autista. Em COLL, C. Palácios, J.; MARCHESI, A. (org.) Desenvolvimento Psicológico e Educação.
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar. Volume 3. Porto Alegre: Artes
Médicas
NASIO, J. D. Os grandes casos de psicose. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
SOUZA (a). A. T. de. Educação física escolar e inclusão de alunos com deficiência: um estudo
em escolas do ensino regular da rede publica estadual de São Paulo. Dissertação de Mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política e Sociedade – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo – SP, 2009.
SOUZA, F. R. O lugar das diferenças e a configuração dos espaços escolares. Porto Alegre:
UFRGS, 2004, 122f. Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Pós-Graduação em
Educação. Faculdade de Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, 2004.
STAINBACK, S. & STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artmed, 1999.
VASQUES, C. K. Um coelho branco sobre a neve: estudo sobre a escolarização de crianças com
psicose infantil. Porto Alegre: UFRGS, 2002. 71 p. Proposta de Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
VIII- ELABORAÇÃO
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No Brasil o primeiro internato foi o Imperial Instituto dos meninos Cegos, atual
Instituto Benjamin Constant (I.B.C.), criado no Rio de Janeiro, pelo Imperador D.
Pedro II, através do Decreto Imperial nº 1428, de 12/09/1854. O segundo internato
foi o Instituto dos Surdos Mudos, atual Instituto de Educação de Surdos (I.N.E.S.),
também criado no Rio de Janeiro e oficialmente instalado em 26/09/1857 (Bueno,
1993, Januzzi, 1985 e Pessotti, 1984). Ambos foram criados pela intercessão de
amigos ou de pessoas institucionalmente próximas ao Imperador.
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Do mesmo modo que se pode afirmar que uma análise retrospectiva da história da
Educação evidencia que sua trajetória acompanha a evolução da conquista dos
direitos humanos, igualmente podemos dizer que na educação nada é tão desigual
quanto oferecer oportunidades iguais aos que são desiguais. Espera-se que haja
igualdade de oportunidades de inclusão no processo educativo de qualidade, mas
com solução diferenciadas segundo as peculiaridades dos alunos.
Face à complexidade do tema, o trabalho com esses alunos continua sendo obscuro
em muitos aspectos. Isto requer reflexões tanto para a formulação do diagnóstico
quanto para a orientação das práticas educativas mais adequadas. É preciso
entender que esses alunos necessitam atenção de natureza clínica educacional e
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2- Princípios
Esses pressupostos são da maior importância para a educação desses alunos que
têm sido prejudicados principalmente quanto à qualidade do ensino que lhe é
oferecido, bem como quanto à sua inserção na rede regular de ensino. Reconhecer
e ressignificar a diferença é uma necessidade que se impõe na busca do acesso à
educação de qualidade para a maioria daqueles cujas necessidades educacionais
especiais ainda não estão contempladas.
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FONTE:
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ATIVIDADES
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Comportamentos Comportamento
s voltados para
voltados para o outro
si próprio
Há crianças cujo padrão comportamental encontra-se na primeira categoria,
apresentando comportamentos voltados para si próprios, tais como: fobias,
automutilação, alheamento do contexto externo, timidez, recusa em verbalizar,
recusa em manter contato visual, etc.
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Na realidade, todos esses termos têm procurado etiquetar pessoas que apresentam
problemas de natureza emocional, social, ou comportamental.
Professores nos têm relatado sua experiência, algumas das quais apresentaremos a
seguir.
Mário, aluno da segunda série do 1.o ciclo, chega sempre atrasa dopara a aula e
assim que chega, parece que um liquidificador foi ligado na sala de aula! Ele não
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para sentado um minuto sequer, puxa os cabelos da colega que se senta à carteira
da frente, põe o pé à frente do colega que está passando, pega a borracha de um, o
lápis de outro, a lancheira de outro! A professora já tentou conversar com ele com
calma, já ficou brava, já deu até uns berros com ele... que nada! Ele faz uma carinha
de safado, dá de ombros, dá risada, e continua andando pela sala o tempo todo,
mexendo com tudo e com todos. Parece que a energia dele é infinita, e que ele tem
eletricidade dentro do corpo!
Rejane, aluna da 4.a série, tem que estar o tempo todo ocupada em alguma
atividade manual, senão ela começa a se cotucar e a arrancar pedaço, até, de seu
corpo. Tem inúmeras cicatrizes e depressões em seus braços, por essa razão.
Cláudio é um aluno que tenho na 6.a série, que me tem realmente tirado do sério,
coisa que nunca me aconteceu, nos 20 e tantos anos de profissão. Ele rejeita
ativamente e se opõe frontalmente a qualquer pessoa que tente conversar com ele,
seja um colega, seja eu mesma. Ele parece dizer a todos “fiquem longe, ou vão se
arrepender! ”Assim, fica o tempo todo batendo com o lápis na carteira, fazendo
ruídos com a boca, enchendo os cadernos e objetos escolares de saliva... Fica
cuspindo lentamente na folha do caderno e olhando a saliva cair. Daí espalha a
saliva pela carteira com as mãos. Faz careta, e sem qualquer razão aparente,
começa a gritar com colegas, a ameaçar, a bater, a lutar... Faz sempre suas tarefas,
mas estas vêm totalmente rasuradas, com buracos e/ou desenhos obscenos na
folha. Ele cospe nos outros com freqüência, e está sempre choramingando,dizendo
que os outros não gostam dele, que fogem dele, que não o aceitam. Mostra-se
sempre infeliz, agitado e insatisfeito.
Distúrbios da Atenção
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colega que caiu, e assim por diante. Geralmente, são crianças que movimentam a
cabeça o tempo todo, voltando-se e respondendo a qualquer dos estímulos
presentes que estejam concorrendo com o estímulo relevante, tal como a atividade a
desenvolver, a professora que está dando explicações, o dever a fazer.
Hiperatividade
Impulsividade
Alheamento
Em sua manifestação mais leve, encontram-se crianças que não iniciam contato
verbal, não respondem quando solicitadas, não brincam com outras crianças, ou
mesmo que mostram falta de interesse pelos estímulos ou acontecimentos do
ambiente.
Por outro lado, em sua manifestação mais severa, encontram-se crianças que não
fazem contato com a realidade, parecendo desenvolver e viver em um mundo só
seu, à parte da realidade.
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Transtorno Autista
Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com
início antes dos 3 anos de idade: interação social, linguagem para fins de
comunicação social , jogos imaginativos ou simbólicos. São detalhes do aluno
Autista: Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais
como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para
regular a interação social. Fracasso em desenvolver relacionamentos com seus
pares apropriados ao nível de desenvolvimento. Falta de tentativa espontânea de
compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (Ex.: não
mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse). Falta de reciprocidade social ou
emocional. Atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não
acompanhado por uma tentativa de compensar através de modos alternativos de
comunicação, tais como gestos ou mímica).
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Transtorno de Rett
Transtorno de Asperger
Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos
seguintes quesitos: Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-
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verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e
gestos para regular a interação social. Fracasso para desenvolver relacionamentos
apropriados ao nível de desenvolvimentos com seus pares. Ausência de tentativa
espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas
(ex.: deixar de mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse a outras pessoas).
Falta de reciprocidade social ou emocional. Padrões restritos, repetitivos e
estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo
menos um dos seguintes quesitos. Insistente preocupados com um ou mais padrões
estereotipados e restritos de interesses, anormal em intensidade e foco. Adesão
aparentemente inflexível a rotinas e rituais específicos e não funcionais. Maneirismo
motores estereotipados e repetitivos (ex.: dar pancadinhas ou torcer as mãos ou os
dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo). Insistente preocupação com
partes de objetos.
Transtorno De Tourette
Múltiplos tiques motores. Tiques vocais- palavras, sons, espirros, tosse, coprolalia.
Obsessões compulsões/Hiperatividade e Humor deprimido. Transtorno de Atenção e
Aprendizagem.
Transtorno de Heller
Demência infantil progressiva Fator predisponente - alcoolismo familiar, Desordens
nas linguagens expressivas e receptivas. Acessos de ira, agitação e crises de medo;
convulsões; movimentos estereotipados e atitudes catatônicas, descontrole intestinal
ou vesical.
Psicose
Perda dos limites do ego ou um amplo prejuízo no contato com a realidade. Delírios
Alucinações Discurso desorganizado Comportamento amplamente desorganizado
ou catatônico. Embotamento afetivo, alogia ou avolição, as funções mais afetadas
nestes transtornos orgânicos são: consciência, atenção (também nos quadros de
mania), orientação, memória, inteligência, linguagem (também nas psicoses); já nos
transtornos afetivos e neuróticos de personalidade são as funções mais afetadas
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Assim, considera-se:
Em síntese:
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4. Seus efeitos, caso o problema não seja abordado, geralmente são destrutivos
para o desenvolvimento e aprendizagem do aluno, bem como para seu
desenvolvimento e integração social.
5. Exemplos de condutas típicas mais comumente encontradas nas salas de
aula são: desatenção, dificuldade de concentração, hiperatividade,
impulsividade, alheamento, agressividade física, agressividade verbal,
desamparo.
Estudando o Caso
É importante que ele descreva em que momentos ele é apresentado pelo aluno, com
que frequência é apresentado, quais as consequências para o aluno e para os
demais alunos da classe, que estratégias de intervenção já foram tentadas, qual foi
o resultado de tais intervenções, dentre outras informações.
A escola deve contar com as informações fornecidas pela família para melhor
compreender os comportamentos do aluno e o seu processo de aprendizagem.
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3- Estratégias de Intervenção
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Estes cuidados são básicos e podem se somar aos demais descritos a seguir. No
intuito de desenvolver comportamentos desejáveis para uma participação
construtiva nas atividades da sala de aula, os autores Lewis & Doorlag (1991, pp.
298-299) sugerem inúmeros procedimentos, voltados para condutas específicas.
No caso, por exemplo, do aluno que apresenta hiperatividade verbal, falando em voz
alta constantemente, fazendo comentários irrelevantes, discutindo provocativamente
com o professor e com colegas, numa freqüência elevada, os autores recomendam,
dentre várias outras estratégias, que o professor estabeleça claramente com os
alunos da sala, as regras de participação verbal na aula. O professor pode, por
exemplo, exemplificar os níveis vocais aceitáveis, bem como os inaceitáveis
(gritos - fala muito intensa).
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Em casos de hiperatividade física, por outro lado, os autores sugerem, dentre outros
procedimentos, que se converse claramente sobre problema, e suas
consequências para o andamento da aula. Que se estabeleçam, também, regras
claras sobre a forma desejável de comportamento. Que se registre o tempo
máximo que o aluno consegue ficar envolvido com diferentes atividades, e
seja dele solicitado um aumento gradativo de tempo de permanência na
atividade (30 segundos, depois 1 minuto, depois 1 minuto e segundos, e assim por
diante...). A cada sucesso, ou seja, a cada nova meta estabelecida com o aluno e
por ele alcançada, que o feito seja comentado elogiosamente. Sugerem, também,
que se favoreçam oportunidades para que o aluno se movimente pela classe,
ou para outros locais na escola. Outra sugestão, ainda, é a de antecipar a
movimentação do aluno, encaminhando-se par aperto dele, quando prestes a
sair de sua carteira.
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Usar sempre um mesmo sinalizador, uma dica que chame a atenção dos
alunos, antes de lhes apresentar uma informação importante (“Escutem!
Prontos?” ou “Está na hora de começar!”).
Agrupar os alunos em formato de semicírculo, ou de U, para favorecer que
todos possam manter contato visual com o professor.
Usar a proximidade física para encorajar a atenção dos alunos.
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Em síntese
O professor não pode trabalhar sozinho. Ele tem, sim, quefazer a sua parte, que é
perceber o problema, observá-lo, descrevê-lo, descrever as contingências que o
cercam, discutir com os profissionais da equipe técnica, com o diretor da unidade,
acompanhar os procedimentos de encaminhamento para profissionais
especializados, buscar estratégias pedagógicas diversificadas, implementá-las,
monitorar seu efeito, reajustar sua prática pedagógica, buscando orientação e o
suporte dos profissionais especializados. Mas ele precisa, essencialmente, do
suporte institucional sistemático, formal e regularmente a ele disponibilizado na
unidade escolar e no sistema mais amplo de ensino, onde seu trabalho se efetiva.
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NOTAS:
FONTE:
ATIVIDADES
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O professor percebe que algo deve estar ocorrendo, pois seu aluno não era assim
ou nem tanto pode se mostrar triste, deprimido ou mesmo agressivo, sem parar
quieto na carteira um só segundo. Opõe-se ao professor deixando de cumprir suas
atividades escolares. Muitos professores relatam episódios de apropriação de
objetos dos colegas ou da classe. Não se trata de roubo, propriamente porque a
criança deixa transparente seu gesto “transgressor”, é como se estivesse chamando
a atenção sobre si mesmo numa forma sutil de pedir ajuda.
A criança delata com sua alteração de comportamento que algo não lhe vai bem. O
problema pode ser em casa, pode ser na relação com professor e mesmo com um
colega de sala. A criança ressalta que independente da origem dessas dificuldades,
elas costumam atingir todas as relações nas quais o aluno está envolvido. Em
alguns casos a criança não tem consciência do que a está incomodando e se sente
injustiçada com as “cobranças” dos adultos. A situação tende a se agravar
interferindo em todas as suas atividades inclusive no sono e na alimentação.
Em outras situações, ela até tem consciência de suas preocupações mas mesmo
assim, não mantém a concentração, o professor chama sua atenção, ela se assusta
e o colega ri. Dentre outros fatos, pode ser que essa criança estivesse lembrando
das discussões entre os pais, o que a faz achar o professor injusto e fica com muita
raiva do amigo.Geralmente essas reações diminuem de intensidade até se
extinguirem com o passar do tempo e pela capacidade da criança de criar
alternativas próprias para superar o que lhe aflige. Diante de uma situação nova e
adversa, a criança ainda não dispõe de estruturas internas para enfrentá-la. Sente-
se despreparada, assustada e insegura diante do problema que cresce em sua
percepção. Ao resolver seus conflitos, numa verdadeira construção, acriança sente-
se com melhores condições e vai reagindo de modo cada vez mais satisfatório. Mas
nem sempre é assim, em alguns casos podem até se transformar em situações mais
duradouras e mais complexas na sua resolução. As condutas que dificultam a
adaptação escolar se manifestam num contínuo, desde a irriquietude hiperativa até
comportamentos estereotipados ou muito agressivos.
Entenda-se por tais manifestações àquelas que persistem apesar das inúmeras
tentativas de intervenção sejam de natureza clínica, educativa ou social. Embora
não se pretenda afirmar que todas as manifestações nesses quadros são
necessariamente definitivas, deve-se ressaltar que exigem atenções intensivas e
duradouras. Os quadros neurológicos, psicológicos e psiquiátricos são de extrema
complexidade e alguns de muita gravidade.
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Outro aspecto que cumpre ressalvar é que os quadros neurológicos não vêm
acompanhados de deficiência mental, embora possa também estar presente. Em
qualquer das hipóteses o atendimento educacional impõem-se como indispensável.
Uma conduta que pode prevalecer nestes quadros quando mais intensos é a de
oposição desafiante. Ele freqüentemente perde a paciência praguejando, não aceita
regras e mesmo quaisquer orientações do professor são recusadas. Quando comete
erros ou mesmo traquinagens responsabiliza os colegas. Está sempre com raiva e
ressentido criando discussões com todos.
Muitas de suas atitudes são de causar aborrecimentos. Vale notar que muitos alunos
que fazem oposição desafiadora não chegam a agredir fisicamente, embora a
agressividade desse tipo possa se manifestar.
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Sem dúvida a conduta agressiva acentuada de alguns alunos é uma das que mais
tem preocupado os educadores. Mais que se opor aos colegas e ao professor, tais
alunos podem chegar a agredir fisicamente. Podem roubar (com ou sem confronto
com o colega) materiais escolares ou outros objetos de valor. Sua destrutividade não
é só dirigida às pessoas, mas à escola como um todo.
A questão prática de identificar quem são esses alunos dentro de um conceito que
parece tão amplo já causou muitos prejuízos ao sistema escolar e a população
referente. Como já foi relatado, o modelo clínico que valoriza um saber, de outra
órbita, não familiar e inacessível ao professor fracassou, entre outros motivos porque
o profissional sempre necessitava de um guia que lhe ditasse os passos a seguir.
Então se a tentativa de introdução de lógicas estranhas ao professor ficou como
parte do passado da história é porque o saber desse profissional e do sistema no
qual está inserido, não foi contemplado. No contexto educacional, o fato marcante
são as próprias dificuldades de aprendizagem de um aluno independente da causa
orgânica, excluindo as deficiências sensoriais e o superdotado. Não se pode
desconsiderar tamanha complexidade do assunto, pois, muitas vezes, são os
comportamentos que dificultam o acesso aos conteúdos veiculados pelos
profissionais à pessoa do aluno.
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Apatia
Sono excessivo
Comportamento de isolamento e retraimento
Dificuldade de interação com outras pessoas
Dificuldade ou ausência de contato visual com o interlocutor (não olhar)
Choro/riso imotivados
Medos excessivos
Comportamentos perseverativos
Comportamentos compulsivos
Masturbação em locais inapropriados e numa freqüência aumentada
Birras constantes
Cuspir
Morder
Gritar
Comportamento de desafio e de oposição
Recusa em seguir as regras e normas estabelecidas
Mentir
Furtar
Destruição de propriedade alheia
Fugir da escola e recusa em ir à aula
Comportamentos maliciosos, vingativos, destrutivos
Drogadição
Porte e/ou uso de instrumentos como arma; outros comportamentos não
contemplados, mas percebidos como inadaptativos e específicos.
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Fala repetitiva
Tom de fala robotizada ou extravagante
Repetição da fala do interlocutor de comerciais de rádio/TV no seu todo em
partes (ecolalia)
Interrupção abrupta da fala durante o diálogo
Dificuldade da manutenção do diálogo contextualizado
Troca de fonemas na fala
Dificuldade de simbolizar
Inexpressividade da mímica facial/gestual ou sua redução, com fins
comunicativos
Dificuldade de brincar, participar de jogos simbólicos
FONTE:
ATIVIDADES
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2- Como pode ser identificado um aluno com condutas típicas? E quais são as suas
necessidades educacionais?
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ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
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cada pessoa enquanto ser humano e a história devida de cada um. O professor por
meio de seu programa educacional desenvolve um currículo que envolve os
estudantes, sua família e sua comunidade.
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Define-se Classe Especial como uma sala de aula, em escola de ensino regular, em
espaço físico e modulação adequada, fundamentando-se sua organização no cap. II
da LDB, nas diretrizes curriculares nacionais para a educação básica, bem como
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O atendimento nas escolas especiais pode ser efetivado em situações onde o aluno
apresente necessidades educacionais especiais que requeiram atenção
individualizada, intensa e contínua, além de flexibilizações e adaptações curriculares
tão significativas que a escola comum não tenha conseguido prover. No entanto,
deve-se assegurar que o currículo escolar observe as diretrizes curriculares
nacionais para as etapas e modalidades da educação em seus diferentes níveis e
que os alunos recebam os apoios que necessitam. É importante que esse
atendimento, sempre que necessário, seja complementado por serviços das áreas
de saúde, trabalho e assistência social.
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5. Recursos Humanos
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Nesse processo cabe ao professor uma tarefa muito importante já que ele tem sob
sua responsabilidade, em sua função de educador, um certo número de alunos que
podem estar apresentando variados comprometimentos: cabe-lhe observar e
questionar. A observação cuidadosa dos alunos por parte do professor permitirá
mesmo que de forma incipiente, a identificação de alguns aspectos que se
encontram comprometidos tanto no aluno, na sua família, como no contexto escolar.
E os questionamentos do professor muito auxiliarão os profissionais de saúde
mental.
Isto não significa que o professor ficará no compasso de espera enquanto não se
chega ao diagnóstico clínico. O professor tem muito a fazer. Não deve permitir que
essa espera venha paralisar suas ações enquanto educador. Por outro lado, as
ações educativas do professor não devem excluir a importância da ação diagnóstica
e de seus desdobramentos para auxiliar aquela criança que sofre. Nesse contexto,
uma parceria se impõe: educação e saúde mental.
FONTE:
ATIVIDADES
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- na itinerância
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1. Adaptações Curriculares
Sem dúvida, por mais individualizado que seja o processo, continuarão surgindo
dificuldades de aprendizagem em inúmeros alunos, embora possam ser menos
significativas e numerosas, se comparadas àquelas que decorrem do ensino
massificado e que desrespeita as características de cada um. Na verdade, há um
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A aprendizagem deve ser entendida como tarefa complexa e difícil para muitos
educandos seja por suas características individuais, seja pelo contexto social em
que vivem. O ensino envolve a responsabilidade de se fazer tudo o que esteja ao
alcance dos professores para promover o máximo progresso possível a todos os
alunos, para tanto cumpre:
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2. Metodologia
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3. Recursos Materiais
4- Avaliação
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confirmação após um certo tempo de atendimento. Esta é uma questão para a qual
todos os profissionais envolvidos devem ficar atentos. A avaliação diagnóstica
implica, necessariamente, num olhar para aquela criança que sofre com seus
sintomas. Algo ela deseja nos falar traduzindo-se num pedido de ajuda. Sob esse
“olhar” é que se constrói todo o processo como uma oportunidade deque
paulatinamente vai norteando o caminho a ser percorrido. O resultado da avaliação
diagnóstica não pode ser usado com uma etiqueta a ser afixada no corpo de uma
criança porque induziria à atitudes segregacionistas, decorrentes de preconceitos.
Para a sua realização, deverá ser formada, no âmbito da própria escola, uma equipe
de avaliação que conte com a participação de todos os profissionais que
acompanhem o aluno. Quando os recursos existentes na própria escola mostrarem-
se insuficientes para melhor compreender as necessidades educacionais dos alunos
e identificar os apoios indispensáveis, a escola poderá recorrer a uma equipe
multiprofissional. A partir dessa avaliação e das observações feitas pela equipe
escolar, legitíma-se a criação dos serviços de apoio pedagógico especializado para
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, ocasião em que o
especial se manifesta.
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a dinâmica familiar.
FONTE:
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ATIVIDADES
b) Adaptações curriculares.
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c) Metodologia aplicada.
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2- Estratégias de Trabalho
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Perseverança.
Ter conhecimento do distúrbio e suas complicações.
Manter-se numa posição de intermediação entre a escola e outros grupos.
Cuidar para que os pedidos ao filho sejam feitos de maneira positiva ao invés
de negativa.
Crianças com TDAH exigem respostas imediatas freqüentes, previsíveis
coerentemente aplicadas ao seu comportamento.
Aprender a reagir aos limites de seu filho de maneira positiva e ativa. As
regras devem ser claras e concisas.
Atividades ou situações nas quais já ocorreram problemas devem ser
evitadas.
Ignorar as condutas inadequadas e premiar as positivas
Aumentar a auto-estima da criança.
Tarefas que levem ao sucesso
Ambiente estruturado, constante e tranqüilo
Rotina estabelecida, evitando excitação e cansaço excessivo.
Atitudes firmes e claras. Certificar-se de que a criança entendeu
Evitar a opressão para que não ocorram crises de raiva ou agressividade.
Solicitar e não ordenar. Um pedido por vez.
Adequar o tom de voz. Não falar gritando.
Incentivar suas habilidades e potencial.
Conversar e ouvir sua opinião. Apoiá-la, evitar super proteção.
Alternar atividades físicas e mais elaboradas.
Espaços que não tenham riscos de acidentes.
Condutas Típicas
62
1- A Formação de Professores
A questão metodológica é vista como desempenhando o papel fundamental e, em
decorrência disto vamos examinar alguns aspectos centrais do enfoque
psicopedagógico, tendo em vista principalmente o papel do professor no
estabelecimento da relação ensino aprendizagem.
É muito importante que se tenha um referencial teórico, que faz refletir sobre sua
prática para descobrir qual é a teoria que está por detrás dessa prática, para poder
verificar até que ponto esta teoria lhe fornece um suporte suficiente para continuar, e
perguntar se deve mudá-Ia. Esta formação de professor não pode voltar-se para o
"como fazer" desligado de uma teoria.
A prática não está separada da teoria; o professor tem uma teoria que se reflete em
sua prática, e que muitas vezes não é consciente, O que devemos é procurar
iluminar esta teoria, para que o professor possa elaborar algo novo a partir do que
Condutas Típicas
63
tem, por que, ninguém constrói algo novo jogando o velho fora. É importante que
esta prática e esta teoria caminhem juntas, e o instrumento chave, a arma de luta do
professor é a sua reflexão teórica sobre a sua prática, para que possa assim
construir sua trajetória juntamente com a de seus alunos. A teoria é importante
porque oferece um substrato para que o professor veja melhor sua prática e
redescubra como modificá-Ia.
Quando se fala de teoria que está por detrás da p:citica do professor não se supõe
um conjunto de ideias articuladas e coerentes. Começando pela ruptura entre o que
diz e o que faz o professor, existem contradições tanto dentro do discurso como
dentro da prática. Sabemos que o mesmo professor que atribui ao método utilizado
todo o poder e qualidade do ensino, justifica o processo dos alunos com o
argumento de que não tem condições para aprender por causa de seus próprios
problemas. O professor expressa o que pensa através de ações pedagógicas, mas
em algum momento ele precisa receber uma informação mais organizada. Ele se
convence quando vê, na sua prática diária, que é verdade o que a teoria lhe propõe.
Toda esta reflexão que propomos é uma porta que gostaríamos que nos levasse a
um caminho de novas alternativas, dentro de um processo de mudança visando
alcançar objetivos claros e definidos dentro de um ideal de "educação".
O texto foi elaborado com base no livro: "Os Filhos do analfabetismo”, num grupo de
discussão entre diversos profissionais ligados à área de educação, preocupados numa nova
forma do ato de “educar”, numa metodologia voltada para o "Construtivismo” como uma
nova postura do agente canalizador do todo o processo da construção do saber- O
professor. Este grupo de discussão tem como organizadora Emília Ferreiro.
Condutas Típicas
64
FONTE:
CONSULTORIA TÉCNICA EDUCACIONAL. Educação de alunos com
necessidades educacionais especiais. Caderno CTE. Belo Horizonte, 2005.
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ATIVIDADES
Condutas Típicas
65
A escola pode ser considerada como ambiente estruturador de relações sociais, cujo
objetivo é oferecer condições favoráveis de acesso às informações que dizem
respeito aos conhecimentos produzidos pela humanidade. Isso acontece com a
premissa de que a apropriação dos mesmos indica a formação do cidadão e garante
sua inserção e aceitação efetiva na sociedade.
Entretanto, destacar o papel socializador da escola não permite afirmar que este
seja, a priori, o objetivo desta instituição, mas sim afirmar que, devido à
complexidade que constitui o ambiente escolar, as relações sociais estarão
implícitas no processo de escolarização. Nesse sentido, Souza (2009 b) indica que o
fortalecimento de um relacionamento aberto pautado pelo diálogo e pela alteridade,
teoricamente, estabelece ações que visam o desenvolvimento da escola e são
reconhecidas como sucesso de uma gestão democrática. Além disso, considera a
participação, efetivados segmentos da comunidade escolar na manutenção e
transformação de normas coletivamente estabelecidas no cenário educacional
público.
Condutas Típicas
66
Não se pretende afirmar a possibilidade de não haver padrões e nem mesmo que
estes somente compreendam pontos negativos quanto às suas determinações
ideológicas e funcionais. Entretanto, propõe-se indicar que a padronização pode ser
utilizada tanto como referência de desenvolvimento social em busca de avanços da
universalização, como, autoritariamente, consolidar as divisões imaginárias entre as
classes e sustentar os privilégios da classe elitista e os possíveis reflexos da
desigualdade social (preconceitos e estigmas) sobre a classe popular.
Condutas Típicas
67
Leher (2009) indica que mais a frente, na década de 1990, uma excessiva
focalização do sistema educacional, de forma acrítica, responsabilizou a gestão
pedagógica pela falta de medidas adequadas a cada tipo de situação diagnosticada
como problemática ao desenvolvimento da escola. Assim:
Afirma-se que,
Condutas Típicas
68
Condutas Típicas
69
problemas sociais. Porém, de acordo com Martins (2003) exclusão e inclusão são
partes constitutivas de um mesmo processo. Segundo Leher (2009), a categoria
exclusão pode ser analisada a partir de diferentes perspectivas, dependendo do
autor que a analisa. Há estudos que a consideram uma nova forma de referir-se à
pobreza ou desemprego, assim como há estudos que consideram um caráter
dinâmico das trajetórias individuais que influenciam na significação da categoria.
Segundo Martins (2003) e Leher (2009), a inclusão social pode ser compreendida
como um movimento que não se justifica pela consciência social do fenômeno que
causa a exclusão, mas sim como um processo de reiteração do sistema. A inclusão
e exclusão representam o movimento existente no sistema capitalista, que através
do processo de expropriação mantém um certo controle desta dinâmica que envolve
a relação entre os incluídos no sistema, sendo grupos com privilégios e outros de
forma degradada. Isso acontece, segundo Martins, na busca de justificativa de
práticas exclusivistas: “O discurso de exclusão nos fala de um projeto histórico de
afirmação do capitalismo, através da justa e necessária inclusão social dos
descartados do sistema econômico...(2003, p.19)”.
Deste modo, discutir a dinâmica social propondo soluções seguidoras dos passos de
movimentos que se consolidam contraditoriamente, haja vista que tanto a categoria
inclusão como a categoria exclusão social necessitam uma da outra para existirem,
apenas possibilitará uma prática social em afirmação do sistema. Em contraposição,
seria apropriado discutir os meios de expropriação do capital social imposto aos
trabalhadores.
FONTE
Condutas Típicas
70
ATIVIDADES
1- A escola pode ser considerada como ambiente estruturador de relações sociais,
cujo objetivo é oferecer condições favoráveis de acesso às informações que dizem
respeito aos conhecimentos produzidos pela humanidade. Qual a premissa desse
trabalho?
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Condutas Típicas
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São recentes, e poderíamos dizer que são poucas ainda, as experiências que mos-
tram as possibilidades de aprendizagem e de educação de crianças, adolescentes e
jovens com autismo.
Condutas Típicas
72
selvagem foi destinada ao jovem médico que se propôs a torná-lo “apto ao convívio
social”. Desenvolveu com o garoto um programa de ensino que compreendia a
educação dos sentidos, ou seja, o aprendizado das sensações, e as transformações
dessas, em operações como julgar, comparar, raciocinar. (SOUZA, 2004)
Por meio deste trabalho Itard deixou contribuições, que se desdobraram tanto em
práticas comportamentais como em ações educacionais, que possuem como funda-
mento a aposta educativa e o desejo do sujeito (KUPFER, 2000).
Francisco recebeu diagnóstico de autismo quando tinha três anos. Nessa época, o
menino começou a receber atendimento psicológico, caracterizando um
procedimento bastante comum ainda hoje, de destinar as crianças com problemas
graves no desenvolvimento a frequentarem, exclusivamente, atendimentos clínicos,
sem possibilidades, muitas vezes, da inserção da escola na vida desses sujeitos
A escola é um significante da infância, uma instituição social que compõe a vida in-
fantil, na qual os pequeninos, desde muito cedo, encontram-se inseridos. Ninguém
pensa em infância sem escola, constituindo-se, essa última, em espaço privilegiado
para o ser criança. A família de Francisco, no desejo de que ele freqüentasse
atendimentos de caráter pedagógico e escolar, procurou na cidade onde reside uma
Condutas Típicas
73
Francisco passou a frequentar uma escola de educação infantil que fora fundada
pelos próprios pais. Desde então, apesar de ter freqüentado diferentes escolas,
sempre esteve inserido e pertencente a esta cadeia de significantes que
compreende a escola. A cadeia de significantes, referida aqui, remete ao conceito
lacaniano, no qual um significante é o lugar que o sujeito ocupa na cultura
(BLEICHMAR, 1992), nesse caso, o lugar que esse filho ocupa no imaginário desses
pais e consequentemente, no meio em que está/será inserido – a escola. O campo
imaginário que recobre o sujeito – e que foi recebido daqueles que o constituíram
(nesse caso, os pais) formaram a rede de inserções escolares e, mais
especificamente, a escola na qual relatamos o caso. Esse campo imaginário é de
suma importância, pois ele cria no sujeito e no seu entorno, o campo da
“possibilidade”. A crença no desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, através da
vivência escolar apontada pelos pais e concretizada nas várias modalidades de
inserção, cria para Francisco uma brecha de crença no âmbito específico dessa
escola, ou seja, a de que Francisco “pode”, “será capaz”, “será beneficiado”, com
sua permanência e contato com outros de sua idade. A formação da identidade de
Francisco, seu papel e reconhecimento entre iguais, serão constituídos também pelo
mergulhamento dele em uma situação vivencial, de estímulos constantes entre
pares (colegas) e ímpares (relação com os professores), tal qual ocorrem com outros
colegas/alunos que não apresentam o transtorno.
Condutas Típicas
74
Kupfer (2000) fala das condições de aprendizagem dessa população, que existem,
apesar de serem limitadas em função da estruturação subjetiva desses sujeitos.
Para a mesma autora, essas aprendizagens se dão de forma pontual, nas chamadas
“ilhas de inteligência” que compreendem qualidades intactas que devem ser
reconhecidas e estimuladas. Nesse sentido, a escola desempenhará papel essencial
no desenvolvimento ou na conservação das ilhas de inteligência que as crianças já
possuem. No que se refere ao Francisco, destacam-se suas habilidades para a
pintura e a música. O aluno faz releitura de obras de Van Gogh, Tarsila do Amaral,
entre outros, de forma surpreendente, conquistando o reconhecimento e a
admiração dos demais. A música também se configura como um meio
extremamente rico através do qual Francisco estabelece e intensifica suas relações
com o meio. Aliás, a leitura das partituras das músicas é que antecipou e possibilitou
o aprendizado da leitura e da escrita.
Condutas Típicas
75
A realidade escolar que está sendo vivenciada por Francisco se configura de uma
forma diferente da descrita pelo autor. A turma no qual está incluído é composta por
31 alunos, sendo ele, o único com necessidades educacionais especiais. Apesar de
possuir a mediação da Sala de Recursos , não foi possível fazer um planejamento de
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Condutas Típicas
76
1992, p.201)
O aluno progressivamente vem assimilando o ambiente externo na medida em que
qualifica e amplia suas interações sociais, produzindo melhores condições cognitivas
Condutas Típicas
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A riqueza dessa vivência está para além dos ganhos de Francisco com sua inserção
no contexto escolar. Na medida em que passou a ser parte constitutiva desse grupo
ampliou suas oportunidades de interações com o meio (tanto com pessoas –
Condutas Típicas
78
NOTAS
1- Acredita-se, com base na descrição de Itard, que o menino teria um diagnóstico de autismo, sendo,
desta forma, o primeiro caso a ser descrito na literatura específica.
2- O mais importante deles teve a autoria de Philippe Pinel (1745-1826). Renomado psiquiatra
francês, médico chefe do Hospital Psiquiátrico Bicetrê, reservado aos doentes mentais. Ficou
conhecido por ter operado uma revolução no tratamento dos loucos, substituindo correntes e
brutalidades por suavidade e bondade.
4- Cabe destacar que essa pesquisa foi realizada na região metropolitana de Porto Alegre. Não
temos ainda um estudo que contemple um recorte da realidade Santa-mariense. Porém, os
profissionais da área diariamente encontram dificuldades no desenvolvimento de um trabalho junto a
essa população devido à escassez e a precariedade de serviços oferecidos no âmbito municipal.
5- A autora em seu estudo se detém mais especificamente na questão da psicose infantil que
pertence a grande categoria nosográfica dos transtornos globais do desenvolvimento infantil (TGD).
6- A experiência descrita pelo autor se passa no contexto italiano, descreve o processo de inclusão,
de um aluno com autismo, no ensino regular.
7- O trabalho que está sendo realizado na sala de recursos conta com a atuação de uma Educadora
Especial e uma estagiaria da educação especial.
TEXTO
BRIDI, Fabiane R. de S.; FORTES, Caroline C.; BRIDII FILHO César A. Educação e
autismo: as sutilezas e as possibilidades do processo inclusivo. In: Experiências
educacionais inclusivas: Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade. Org.
Berenice Weissheimer Roth. Brasília: Ministério MEC/SEE, 2006.191 p.
FONTE
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Experiências
educacionais inclusivas: Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade. Org.
Berenice Weissheimer Roth. Brasília: Ministério MEC/SEE, 2006.191 p.
Condutas Típicas
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ATIVIDADES
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SUGESTÕES DE FILMES
RETRATOS DE FAMÍLIA (Family Pictures)
RAIN MAN
Sinopse - Um jovem yuppie (Tom Cruise) fica sabendo que seu pai faleceu. Eles nunca se deram
bem e não se viam há vários anos, mas ele vai ao enterro e quando vai cuidar do testamento fica
sabendo que herdou um Buick 1949 e as roseiras premiadas do seu pai, sendo que um "beneficiário"
tinha herdado três milhões de dólares. Fica curioso em saber quem herdou aquela fortuna e descobre
que foi seu irmão (Dustin Hoffman), que ele desconhecia a existência. O irmão dele é autista, mas
pode calcular problemas matemáticos complicados com grande velocidade e precisão. O yuppie
seqüestra seu irmão autista da instituição onde ele está internado, pois planeja levá-lo para Los
Angeles e exigir metade do dinheiro, nem que para isto tenha que ir aos tribunais. É durante uma
viagem cheia de pequenos imprevistos que os dois se compreenderão mutuamente e entenderão o
significado de serem irmãos.
TESTEMUNHA DO SILÊNCIO
Sinopse Não há pistas, nem motivos, nem suspeitos. E a única testemunha ocular sabe que nem
tudo poderá ser dito. Ele é uma criança autista de nove anos cujas memórias do brutal massacre dos
seus pais estão seladas dentro dele - a não ser que um determinado e carinhoso psicólogo infantil
possa acessá-las. Richard Dreyfuss é o psicólogo Jake Rainer em TESTEMUNHA DO SILÊNCIO um
poderoso suspense engrandecido por um elenco de primeira (Jeff Craigk, Sixty Second Preview) e
impecavelmente dirigido por Bruce Beresford (Conduzindo Miss Daisy). Linda Hamilton, John
Lightgow, Liv Tyler, J. T. Walsh juntam-se a Dreyfuss nesse magnético enredo cheio de reviravoltas e
surpresas, desde o começo até o seu final.
Sinopse: quando nasceu, Raun era um saudável e feliz bebê. Com o passar dos meses, seus pais
começam a observar que há alguma coisa estranha com ele, sempre com um ar ausente. Um dia
vem a confirmação do que suspeitavam… Raun era autista. Decidem então penetrar no mundo da
criança, acreditando que somente o milagre do amor poderia salvá-la.
Sinopse: Art Jeffries (Bruce Willis), um renegado agente do FBI, combate inescrupulosos agentes
federais para proteger Simon, um garoto autista de 9 anos, que desvendou um “indecifrável” código
secreto. Ele consegue ler o mercury, um avançado código criptográfico do governo americano, tão
facilmente, quanto outros garotos lêem inglês. Essa habilidade, torna vulnerável esse código de 1
bilhão de dólares, especialmente se os inimigos do governo descobrirem Simon e o capturarem. Nick
Kudrow (Alec Baldwin), chefe do projeto mercury, ordena que a “ameaça” seja eliminada, sem
imaginar que Jeffries está envolvido. Perseguido por assassinos implacáveis, Jeffries logo percebe
que não pode confiar em ninguém. Agora o tempo está correndo e ele descobre que a única chance
de sobreviver é usar a habilidade de Simon para levar seus adversários à justiça.
Sinopse: comédia romântica inspirada na vida de duas pessoas com a síndrome de asperger, uma
forma de autismo, cujas disfunções emocionais ameaçam sabotar seu recém-iniciado romance.
Donald é um cara legal, porém um motorista de táxi sem sorte que ama os pássaros e tem uma
habilidade fora do comum com os números. como muitos portadores da síndrome, ele gosta de
Condutas Típicas
81
padrões e rotinas. mas quando a bela mas complicada Isabelle se junta ao seu grupo de ajuda aos
autistas, sua vida - e seu coração - ficam de cabeça para baixo.
Sinopse: Forrest Gump (Tom Hanks) é um jovem problemático. Por conta do acaso, ele participa dos
fatos mais importantes da história Dos Estados Unidos em um período de 40 anos.
Sinopse - Quando o marido de Ruth Matthews (Kathleen Turner) morre em uma queda, quando à
noite fazia escavações arqueológicas em umas ruínas maias, a caçula do casal, Sally (Asha Menina),
reage à morte do pai de maneira muito estranha, pois ao voltar para sua casa não profere uma só
palavra. Quando o comportamento de Sally piora, Ruth se vê obrigada a deixar que Jacob T.
Beerlander (Tommy Lee Jones), um especialista em crianças autistas, examine sua filha. Jacob tenta
tirar Sally da sua desordem mental por métodos tradicionais, mas Ruth tenta de outra maneira, ao
reproduzir em grande escala um castelo de cartas que sua filha tinha construído. Por mais estranho
que seja, Ruth crê que só assim terá Sally de volta
Sinopse - Filme muito raro que retrata muito bem o AUTISMO dos 4 filhos desta mãe que encara de
forma muito bem humorada as situações difíceis que vive. Dos sete filhos de Maggi, quatro são
autistas em maior ou menor grau. Determinada, Maggi empreende então uma surpreendente luta,
repleta de momentos mágicos, alegres e tristes, para ajudar seus filhos especiais a ter uma vida feliz.
Drama verídico da história de Jackie Jackson.
UM CERTO OLHAR
Sinopse - Alex (Alan Rickman) é um taciturno inglês que está no Canadá para se encontrar com a
mãe de seu falecido filho. No caminho ele dá carona para Vivienne (Emily Hampshire), jovem que vai
visitar a mãe. Na viagem um caminhão atinge o carro, matando Vivienne. Alex sai então à procura da
mãe da jovem. Ao encontrá-la, descobre que ela (Sigourney Weaver) é autista. Linda não tem
qualquer reação ao saber da tragédia, mas Alex decide ficar com ela até o funeral. É quando ele
conhece Maggie (Carrie-Anne Moss), a vizinha sexy com quem se envolve.
OCEAN HEAVEN
Sinopse - Um pai que sofre de câncer e tem um filho autista, seu drama é conseguir preparar seu
filho para viver sem a ajuda dele, e mesmo procurar alguém que olhe por seu filho após sua morte.
A SOMBRA DO PIANO
Sinopse - Franny luta por mais de trinta anos para dar apoio e respeito a Rosetta, sua irmã mais
nova, que é autista. Ela acredita que Rosetta tenha uma intensa vida emocional e intelectual
escondida sob o seu rosto impassível. O principal obstáculo é a mãe, Regina, uma cantora lírica que
abandonou a carreira para se dedicar à família e agora, amarga e ressentida, é obcecada por
controle e carente de adulação.
Sinopse - Quando Corrine Morgan descobre que seus filhos gêmeos são autistas ela decide
proporcionar-lhes uma vida normal, superando os obstáculos impostos por uma sociedade que
espera que eles se tornem reféns da doença
Sinopse - Jan Maka era uma criança feliz e cheia de energia - uma criança como outra qualquer. Do
dia para a noite, a vida de sua família vira de cabeça para baixo quando se descobre que ele é
Condutas Típicas
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"diferente": Jan é autista. Como é viver com uma criança afetada por essa desordem neurológica? O
contundente curta de Anna Barczewska descreve a luta de todos os pais de crianças com autismo.
JOGO SUBTERRÂNEO
Sinopse - Martín (Felipe Camargo) é um pianista que criou para si próprio um jogo, que tem como
objetivo encontrar a mulher de sua vida. Sempre que entra em um vagão do metrô ele escolhe uma
mulher que o atraia e passa a torcer que ela siga o mesmo caminho que ele. Apenas caso isto ocorra
ele pode tentar se aproximar dela. Em meio a suas várias tentativas frustradas, Martín conhece
algumas pessoas que mudam sua vida: Tânia (Daniela Escobar), uma mulher que se apaixona por
ele e tem uma filha autista (Thávyne Ferrari), e Laura (Júlia Lemmertz), uma escritora cega. Seguindo
seu jogo Martín conhece Ana (Maria Luísa Mendonça), que o atrai de tal forma que faz com que ele
abandone as regras que ele próprio criou. Ana inicia então um romance com Martín, que se baseia
em mistérios que um mantém para o outro.
Sinopse - Quando Thomas (Rhys Wakefield) e sua família mudam-se para uma nova casa ele tem de
começar em uma nova vida, nova escola, tudo que ele quer é que continue a normalidade de sua
vida. Quando sua mãe fica grávida (Toni Collette) seu pai Simon (Erik Thomson) o coloca para cuidar
de seu irmão mais velho Charlie, que é autista (Lucas Ford). Thomas com a ajuda de sua nova
namorada Jackie (Gemma Ward) enfrenta o seu maior desafio de sua vida (cuidar de seu irmão).
Charlie faz com que Thomas percorra uma viagem emocional que provoca frustrações e angústias
pela situação de seu irmão, em uma história que é engraçada, chocante e, por fim, emocionante. The
Black Balloon é uma história sobre a descoberta do amor e aceitação de sua família.
UM AMIGO INESPERADO
Sinopse - Kyle Gram é um menino frágil que sofre de autismo. Seus pais fazem de tudo para tentar
se comunicar com ele, até que um cachorro chamado Thomas consegue criar uma relação com o
menino que o ajudará a escapar do seu silêncio.
Condutas Típicas
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Roteiro de Estudo
2. Levantamentos de tópicos que, segundo sua opinião merecem ser discutidos mais
profundamente.
1. Faça a leitura vertical do texto, ou seja, leia todo o texto sem interrupção.
2. Após a leitura vertical faça a leitura horizontal – análise do texto, parágrafo por
parágrafo, como as sugestões a seguir:
a) Procure realizar a leitura contrapondo com os outros textos que você já leu.
Condutas Típicas
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ALUNO(A): ...................................................................................................................
(nome completo)
LOCAL E DATA: ...........................................................................................................
Prezado(a) Aluno(a)
Após o estudo deste módulo e realização das atividades contidas no mesmo faça o
trabalho abaixo especificado, cujo valor é de 10,0 (dez) pontos.
Bom trabalho!
IESI – Unaí/MG
Condutas Típicas