Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA
CONTEUDISTA
Gabriella Henriques da Nobrega
REVISÃO DO CURSO
Ariele Louise Barichello Cunha
PRODUÇÃO (APOIO)
Danilo Moreira
REVISÃO PEDAGÓGICA
Gizele Ferreira dos Santos Siste
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO
Lúcio André Amorim
Renato Antunes dos Santos
DESIGNER
Fagner Fernandes Douetts
Renato Antunes dos Santos
DESIGNER INSTRUCIONAL
Wagner Henrique Varela da Silva
2
Sumário
.................................................................................................................................... 1
Finalizando ............................................................................................................ 20
Finalizando ............................................................................................................ 29
3
Objetivos do módulo .............................................................................................. 31
Finalizando ............................................................................................................ 45
4
Apresentação do Curso
Ouça o ÁUDIO 1
Caro(a) aluno(a),
Neste curso, você terá acesso aos conceitos básicos relacionados à cadeia de
custódia de vestígios, a procedimentos e atitudes que deverão ser observados pelos
agentes do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) para a preservação da
validade da prova material.
5
Objetivos do Curso
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Definir os conceitos necessários para a preservação de vestígios de locais de
crimes;
Relacionar os principais instrumentos regulatórios sobre a construção da
cadeia de custódia; e
Identificar os procedimentos técnicos necessários para garantia do serviço
pericial.
Estrutura do Curso
6
Módulo I - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Ouça o ÁUDIO2
Apresentação do módulo
O módulo 1 apresenta os conceitos de prova material e cadeia de custódia de
vestígios, além de abordar a importância de sua observação.
Objetivos do módulo
Este módulo tem por objetivos:
Estrutura do módulo
Este módulo compreende as seguintes aulas:
7
Aula 1 - A prova material e a investigação criminal
8
Mas, afinal, o que é persecução penal?
Durante a ação penal, para que o juiz forme sua convicção sobre a
materialidade dos fatos e sobre a autoria do crime, ele apreciará a prova produzida
para essa finalidade. Nossa legislação processual penal contempla quatro espécies
de prova: confessional, testemunhal, documental e pericial.
9
conhecimentos técnicos específicos, acerca de fatos
necessários ao deslinde da causa. Trata-se de um juízo de
valoração científico, artístico, contábil, avaliatório ou técnico,
exercido por especialista, com o propósito de prestar auxílio ao
magistrado em questões fora de sua área de conhecimento
profissional (CAPEZ, 2002, p. 272).
10
Portanto, vestígio “é tudo o que encontramos no local do crime que, após
estudado e interpretado pelos peritos, possa vir a se transformar – individualmente ou
associado a outros – em prova” (ESPÍNDULA, 2014, p. 255). Ainda segundo este
autor:
Então, a partir da análise científica do vestígio feita pela perícia oficial, a prova
pericial/material é produzida.
Figura 2: Atenção
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
Veja o que diz o artigo 155 do Código de Processo Penal Brasileiro (CPP):
11
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.”
Isto posto, é possível afirmar que, embora a prova material não seja plena ou
legalmente mais valiosa do que os outros meios de prova, é prova muito importante e
com certeza possui grande influência na convicção do julgador (LOPES JR., 2018).
Podemos afirmar que o resultado dos exames periciais assume uma robustez
probatória que lhe confere alto poder de convencimento perante os usuários dessa
prova. Atreladas a este poder de convencimento estão as características de
autenticidade e confiabilidade da prova material.
12
Figura 4: Características da Autenticidade e da Confiabilidade
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
13
Para Velho, Geiser e Espíndula (2012, p. 29), “o termo cadeia de custódia
refere-se à capacidade de garantir a identidade e integridade de um vestígio [...] é o
processo usado para documentar e manter a história cronológica desse vestígio.”
14
Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os
procedimentos utilizados para manter e documentar a história
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de
crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.
SAIBA MAIS!
No contexto da cadeia de custódia podemos compreender a
rastreabilidade como a capacidade de reconhecer todo o caminho de um
vestígio desde o seu reconhecimento até o seu descarte, sendo possível
um controle efetivo da sua posse (com quem esteve o vestígio) e de seu
manuseio (quem o manipulou).
15
Figura 6: “O quê?”, “Quem?”, “Onde?” e “Quando?”
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
16
Aula 3 - A importância da cadeia de custódia de vestígios
SAIBA MAIS!
17
IMPORTANTE!
Exemplificando...
18
Assim, em um caso concreto, quando a prova material for essencial ao seu
esclarecimento, a garantia da sua autenticidade através da cadeia de custódia trará a
confiabilidade necessária para a promoção da justiça.
Com o passar dos anos, embora a discussão sobre a temática tenha avançado,
ainda não havia uniformidade de entendimentos sobre a utilização e obrigatoriedade
da cadeia de custódia de vestígios até que a temática veio à tona a partir de um
episódio jurídico internacionalmente conhecido, o caso O. J. Simpson.
Exemplificando...
19
Ninguém foi responsabilizado criminalmente pelos dois homicídios (PAK,
2019).
Finalizando
Neste módulo, você aprendeu que:
20
Módulo II - MARCOS NORMATIVOS
Ouça o ÁUDIO3
Apresentação do módulo
Este segundo módulo irá abordar os marcos normativos que estabelecem a
obrigatoriedade da cadeia de custódia de vestígios e as consequências jurídicas de
sua inobservância.
Objetivos do módulo
Este módulo tem por objetivos:
Estrutura do módulo
Este módulo compreende as seguintes aulas:
21
Aula 1 - A Portaria Senasp nº 82/2014
Todavia, conforme seu artigo 2º, a normativa era de uso obrigatório somente
para a Força Nacional de Segurança Pública. Quanto aos órgãos periciais oficiais em
geral, tratava-se de um conjunto de diretrizes que visavam apenas orientar a cadeia
de custódia dos vestígios, não havendo naquele momento, vinculação ao seu uso.
22
A normativa apresentava também as etapas da cadeia de custódia e
estabelecia procedimentos genéricos a serem observados para a custódia de
qualquer espécie de vestígio. Tais procedimentos eram relativos ao seu manuseio.
Havia também previsões para as Centrais de Custódias nas unidades de perícia sobre
a guarda e o controle dos vestígios com algumas regras mínimas de funcionamento.
23
Embora as mudanças promovidas pela Lei nº 13.964/2019 pudessem ter
avançado ainda mais na modernização de nossa legislação criminal, sem dúvidas
foram estabelecidas alterações muito positivas ao ordenamento jurídico brasileiro.
24
A coleta dos vestígios, de maneira a preservar a sua cadeia de custódia, foi
prevista no artigo 158-C.
Figura 9: Reflexão
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
25
IMPORTANTE!
26
Segundo Prado (2014, p. 83) “no caso de quebra da cadeia de custódia não se
cogita perquirir sobre a boa ou má-fé dos agentes”. Trata-se, portanto, de uma
situação fática que independe da intenção do sujeito. Portanto, o dano está feito!
Lopes Jr.
Prado
27
Dias Filho
Edinger
Conforme Edinger (2016, p. 251), “a prova cuja cadeia de custódia for quebrada
será considerada ilícita ou ilegítima. Assim, uma vez reconhecida sua ilicitude, de
forma definitiva, haverá o desentranhamento e sua inutilização”.
STJ
Por sua vez, a segunda corrente defende que a quebra da cadeia de custódia
não deve gerar a ilicitude da prova, todavia provocará atribuição de “menor valor ao
meio de prova” em questão (BADARÓ, 2017).
Por outro lado, importa mencionar que, desde que a prova seja a única forma
de inocentar alguém, a doutrina defende a admissibilidade do uso desta, mesmo
diante da quebra da cadeia de custódia, todavia tal posicionamento não é unânime
(PACCELLI, 2017).
28
Você percebeu a gravidade das consequências da quebra da cadeia de
custódia para a persecução penal?
Finalizando
Neste módulo, você aprendeu que:
29
Haverá a quebra da cadeia de custódia quando não existir comprovação válida
e suficiente em relação à custódia da prova a partir da coleta ou do recebimento
até seu descarte.
A quebra da cadeia de custódia provoca graves prejuízos à prova material e,
consequentemente, à obtenção da justiça, pois, se não for reconhecida sua
nulidade absoluta, reduzido será seu valor probatório.
30
Módulo III - PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Ouça o ÁUDIO4
Apresentação do módulo
Este módulo irá abordar os procedimentos básicos que precisam ser
observados pelos agentes integrantes do Susp para a manutenção da cadeia de
custódia de vestígios. O módulo também fará uma breve discussão sobre quais são
os profissionais responsáveis pela cadeia de custódia de vestígios.
Objetivos do módulo
Este módulo tem por objetivos:
Estrutura do módulo
Este módulo compreende as seguintes aulas:
31
Aula 1 - As 10 etapas da cadeia de custódia de vestígios
Conforme você estudou no Módulo 2 de nosso curso, o CPP, no seu artigo 158-
B, estabelece dez (10) etapas necessárias para a cadeia de custódia:
reconhecimento, isolamento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte,
recebimento, processamento, armazenamento e descarte.
I. Reconhecimento:
II. Isolamento:
Ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
32
III. Fixação:
IV. Coleta:
V. Acondicionamento:
VI. Transporte:
VII. Recebimento:
VIII. Processamento:
IX. Armazenamento:
33
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado,
com vinculação ao número do laudo correspondente; e
X. Descarte:
Não existe nenhuma hierarquia entre as etapas, pois todas são essenciais. No
caso da não realização de uma delas ou de sua ineficiência ou inadequação, conforme
já dissemos em aula anterior, toda a cadeia de custódia estará comprometida e com
ela a própria prova material.
34
A realização da cadeia de custódia nas suas fases externa e interna depende
de um trabalho conjunto do qual resulta, em grande parte, a idoneidade da prova.
Podem ser responsáveis pela sua execução distintos profissionais do Susp,
dependendo da situação fática, a saber: polícias Federal, Rodoviária Federal, Civis,
Militares e Penais; Corpos de Bombeiros Militares; Institutos Oficiais de Criminalística,
Medicina Legal e Identificação; Guardas Municipais; Agentes de Trânsito; Guarda
Portuária; Força Nacional de Segurança Pública e demais integrantes estratégicos e
operacionais do segmento da segurança pública. Portanto, a cadeia de custódia não
é uma atribuição exclusiva do perito oficial, mas de todos os envolvidos na
investigação criminal.
35
do vestígio, realizados os registros necessários para garantir sua
confiabilidade e adotados os protocolos de segurança exigidos.
Os procedimentos que você irá conhecer a seguir devem ser realizados para a
manutenção da cadeia de custódia de quaisquer vestígios oriundos de locais de
crimes ou de locais de apreensão e, no que forem cabíveis, para vestígios coletados
em vítimas de crimes.
36
vestígio em potencial, deve atuar para preservá-lo. Você não deve manuseá-lo
ou permitir seu manuseio por outras pessoas até a chegada da perícia oficial.
37
III. Fixação (CPP, art. 158-B, III):
38
legislador estabelece que “a coleta dos vestígios deverá ser realizada
preferencialmente por perito oficial...” (grifo nosso).
CPP, art. 158-D, § 1º: “Todos os recipientes deverão ser selados com lacres,
com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade
do vestígio durante o transporte.”
39
CPP, art. 158-D, § 2º: “O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar
suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência
adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo.”
40
VII. Recebimento (CPP, art. 158-B, VII):
Qualquer transferência de posse deve ser registrada na FAV. Uma única lacuna
nesse registro cronológico poderá gerar a quebra da cadeia de custódia.
CPP, art. 158-D, § 3º: “O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai
proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada.”
CPP, art. 158-D, § 4º: “Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar
na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data,
o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado.”
CPP, art. 158-D, § 5º: “O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do
41
novo recipiente.”
CPP, art. 158-E, § 3º: “Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio
armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do
acesso.”
42
tomada pelo órgão pericial responsável (UNODC, 2010).
CPP, art. 158-F: “Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido
à central de custódia, devendo nela permanecer.”
43
até o descarte do material.
Sempre que possível, a FAV deve constar impressa nos recipientes para
acondicionamento dos vestígios como campos a serem preenchidos. Caso isso não
seja possível, o documento deve acompanhar o vestígio em todo o seu transporte e
armazenamento.
44
Finalizando
Neste módulo, você aprendeu que:
45
para garantir a sua confiabilidade e adotados os protocolos exigidos de
segurança.
Os procedimentos básicos para a realização da cadeia de custódia demandam
conhecimento, método e zelo para sua realização.
A exigência de documentação do vestígio permanece durante toda a cadeia de
custódia.
O instrumento apontado pelo CPP no § 4º do artigo 158-D para a
documentação durante a cadeia de custódia é a Ficha de Acompanhamento de
Vestígio (FAV).
Obrigado!
Rede EaD-Segen
46
Referências Bibliográficas
BADARÓ, Gustavo. A cadeia de custódia e sua relevância para a prova penal. In:
SIDI, Ricardo; LOPES, Anderson Bezerra (org). Temas atuais da investigação
preliminar no processo penal. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2017.
47
BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal
e processual penal. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm. Acesso em:
25 mai. 2021.
ESPÍNDULA, Alberi. Perícia Criminal e Cível: uma visão geral para peritos e
usuários da perícia. Campinas: Millenium, 2009.
48
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 21043-1:2018
Forensic sciences – Part 1: Terms and definitions. 2018. Disponível em:
https://www.iso.org/standard/69732.html. Acesso em: 25 mai. 2021.
JUNQUEIRA, Gustavo et al. Lei anticrime comentada. Saraiva: São Paulo, 2020.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 2018.
49
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. São Paulo: Atlas, 2017.
PAK, Eudie. O. J. Simpson Murder Case: A timeline of the “Trial of the century”.
Biography, 2019. Disponível em: https://www.biography.com/news/oj-simpson-trial-
timeline. Acesso em: 25 mai. 2021.
50