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MANUAL DE

ORIENTAÇÕES
BÁSICAS
DA CADEIA
DE CUSTÓDIA
1ª Edição
Belo Horizonte
Setembro de 2022
M ANUAL D E O RI E N TAÇÕ E S
BÁS ICAS DA CA D E I A D E CUSTÓ D I A

MG

Governador do Estado de Minas Gerais


Romeu Zema Neto

Vice-Governador do Estado de Minas Gerais


Paulo Eduardo Rocha Brant

Chefe da Polícia Civil


Joaquim Francisco Neto e Silva

Chefe Adjunta da Polícia Civil


Irene Angélica Franco e Silva Leroy

Corregedor-Geral de Polícia Civil


Marcelo Augusto Couto

Superintendente de Investigação
e Polícia Judiciária
Carla Cristina Oliveira Santos Vidal

Chefe de Gabinete
Águeda Bueno Nascimento Homem

Diretor do Detran-MG
Eurico da Cunha Neto

Diretora da Acadepol
Cinara Maria Moreira Liberal

Superintendente de Informações
e Inteligência Policial
Felipe Costa Marques de Freitas

Superintendente de Planejamento,
Gestão e Finanças
Reinaldo Felício Lima

Delegada Assistente da Chefia da PCMG


Águeda Bueno Nascimento Homem

Superintendente de Polícia
Técnico-Científica
Thales Bittencourt de Barcelos

Inspetora-Geral de Escrivães de Polícia


Luciene Cardoso Murta Vilela

Inspetor-Geral de Investigadores de Polícia


Breno Coelho Nepomuceno

Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves


Rodovia Papa João Paulo II, Bairro Serra Verde, nº 4143.
Belo Horizonte/MG - Edifício Minas - 4º andar

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FICHA TÉCNICA
Elaboração
Polícia Civil do Estado
de Minas Gerais

Redação
Servidores da Superintendência
de Polícia Técnico-Científica

Revisão
Servidores da Superintendência
de Investigação e Polícia Judiciária

Servidores da Superintendência
de Polícia Técnico-Científica

Servidores da Assessoria de
Planejamento Institucional

Gerentes da Iniciativa
Estratégica “Cadeia
de Custódia”

Aloísio Daniel Fagundes


Delegado de Polícia

Daniella Rodrigues Caldas Leite


Perita Criminal

Eduardo Xavier Alvernaz


Escrivão de Polícia

Diagramação
Servidores da Assessoria
de Comunicação

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
VESTÍGIOS ................................................................................................................. 8
ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA ............................................................... 11
Reconhecimento .................................................................................................... 11
Isolamento ................................................................................................................ 12
Técnicas de isolamento de local de crime .................................................... 16
Fixação ....................................................................................................................... 22
Coleta ......................................................................................................................... 22
Procedimentos básicos ....................................................................................... 23
Acondicionamento .............................................................................................. 24
Individualização do vestígio .............................................................................. 26
Procedimentos básicos ...................................................................................... 26
Transporte ................................................................................................................ 28
Recebimento .......................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 30
Anexo I – Itens de potencial interesse pericial que podem estar
presentes em diferentes tipos de locais de crime ..................................... 31
Anexo II – Recomendações de coleta e acondicionamento
conforme a natureza do vestígio ..................................................................... 34
Anexo III – Modelo de Ficha de Acompanhamento de Vestígio ......... 44
Anexo IV – Protocolo Simplificado PCMG .................................................... 45

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INTRODUÇÃO
A promulgação da Lei nº 13.964, em 24 de dezembro de 2019, que aperfeiçoou
a Legislação Penal e Processual Penal, entre outras modificações, trouxe a
atenção para os procedimentos de cadeia de custódia outrora definidos por atos
infralegais. Com isso, houve a necessidade de ajustes nos procedimentos de todos
os agentes públicos envolvidos na persecução penal para atender aos ditames da
legislação, o que motivou a elaboração deste documento.

A cadeia de custódia, conforme prescreve a Lei, consiste no “conjunto de todos


os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica
do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte”. Ainda é definido que o
seu início pode se dar em duas circunstâncias: com a preservação do local de crime
ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência
de vestígio. A Lei estabelece as seguintes etapas para a cadeia de custódia:

I – Reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial


interesse para a produção da prova pericial.

II – Isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo


isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos
vestígios e local de crime.

III – Fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra


no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de
exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui,
sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo
perito responsável pelo atendimento.

IV – Coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise


pericial, respeitando suas características e natureza.

V – Acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio


coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas
características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise,
com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o
acondicionamento.

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VI – Transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o


outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos,
temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de
suas características originais, bem como o controle de sua posse.

VII – Recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio,


que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao
número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada,
local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código
de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
assinatura e identificação de quem o recebeu.

VIII – Processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio


de acordo com a metodologia adequada às suas características
biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado,
que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito.

IX – Armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições


adequadas, do material a ser processado, guardado para realização
de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao
número do laudo correspondente.

X – Descarte: procedimento referente à liberação do vestígio,


respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante
autorização judicial.

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Figura 1: Fluxo esquemático do trânsito dos vestígios entre o


local e a unidade de custódia de vestígios.

LOCAL
RECONHECIMENTO ISOLAMENTO FIXAÇÃO
DO CRIME

DELEGACIA
TRANSPORTE ACONDICIONAMENTO COLETA

UNIDADE DE CUSTÓDIA

A não observância do conjunto de procedimentos específicos correspondentes à


cadeia de custódia de vestígios acarretará na quebra desta, e consequentemente,
na perda da credibilidade da prova. Neste caso, o material fornecido como prova
poderá ser considerado inidôneo e a prova oriunda de determinado vestígio, bem
como as demais provas que dele derivarem, serão excluídas do conjunto probatório.

Verifica-se o quão relevante é o cumprimento de todos os procedimentos


referentes à cadeia de custódia dos vestígios por parte dos agentes públicos
que lidam com a preservação e manuseio de vestígios de crime desde a fase
de investigação até a fase de instrução processual. Neste contexto, é salutar
o desenvolvimento de protocolos voltados à orientação e padronização de
procedimentos relacionados à observância da cadeia de custódia dos vestígios
como forma de assegurar a devida integridade e autenticidade do material
fornecido como prova.

A proposta deste documento é oferecer informações básicas para subsidiar os


procedimentos dos diversos agentes públicos envolvidos nas etapas iniciais da
cadeia de custódia, ou seja, as etapas do processo anteriores ao processamento
dos vestígios pelas respectivas Unidades Periciais. Assim, serão abordados os
procedimentos desde a detecção do vestígio até a sua entrega na Central de
Custódia ou na Unidade Regional de Custódia, compreendendo as etapas I, II,
III, IV, V e VI.

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Cumpre destacar que, para a otimização dos processos e consequente qualidade


no desempenho das instituições envolvidas é necessária, paralelamente ao
treinamento e capacitação dos agentes públicos nos procedimentos aqui descritos,
a definição clara e objetiva dos papéis de cada instituição em atos normativos e
que a atuação institucional esteja devidamente articulada e integrada.

A adoção dos procedimentos da cadeia de custódia de forma integrada e unificada


entre os diversos agentes públicos contribuirá para o devido cumprimento da
legislação, garantindo que a sociedade seja contemplada com um procedimento
lícito, transparente, contando com provas robustas, o que aumenta a segurança
jurídica e reduz a sensação de impunidade.

VESTÍGIOS
Para fins deste Manual, adota-se que vestígio é todo objeto ou material bruto,
visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal,
conforme o art. 158-A, §3º do Código de Processo Penal.

Os vestígios visíveis são elementos materiais de potencial interesse para a


produção da prova pericial, que podem ser facilmente distinguidos a olho nu, sob
luz convencional. São exemplos de vestígios visíveis: manchas de sangue, armas
de fogo, facas, projéteis de arma de fogo, marcas de frenagem e instrumentos
diversos empregados na prática de crimes, taiscomo pé de cabra e porretes.

Os vestígios latentes são elementos materiais de potencial interesse para a


produção da prova pericial, que não são prontamente perceptíveis a olho nu e
necessitam ser revelados mediante recursos técnicos específicos. Este é o caso,
porexemplo, da maior parte das impressões digitais, DNA de contato, células
epiteliais encontradas sob as unhas, sêmen aderido a uma roupa, dentre outros.

O Quadro 1 lista alguns objetos e superfícies encontrados em locais de crime em


que há maior probabilidade de serem detectados vestígios latentes.

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Quadro 1: Vestígios latentes pesquisáveis em


objetos/superfícies diversas.

Objeto/superfície Vestígio Latente Localização

Arma de fogo Impressões Cabo/empunhadura


papilares e armação/carregador
Suor e células Cabo/empunhadura
epiteliais e armação
Munição Impressões Estojo
papilares
Porretes, Suor, células epiteliais, sangue Cabo, lâmina, extremidade
machados, facas lavado
Impressões Cabo
papilares
Chapéu, boné, Cabelo, suor e Face interna
balaclava células epiteliais
Luva nitrílica, de vinil, de Suor e células Face interna
latex ou com a face interna epiteliais
lisa
Impressões papilares Face interna e externa

Silks e adesivos de Impressões papilares Sobre os silks e adesivos


bonés e vestimentas
Óculos Suor e células epiteliais Parte em contato com nariz e
orelhas
Impressões papilares Armação e lentes

Roupas Cabelo, suor, células Superfície interna e/ou


epiteliais, sêmem externas
Resíduos de disparo Superfície externa
de arma de fogo
Chinelos e demais Suor e células Superfície interna de maior
calçados epiteliais contato com os pés
Impressões Superfície interna de
papilares maior contato com os pés
Fita adesiva Células epiteliais, suor, saliva Superfície interna e externa

Impressões papilares Superfície interna e externa

Marca de mordida Saliva Pele, roupa e alimentos

Cigarros usados Saliva Extremidade

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Objeto/superfície Vestígio Latente Localização

Unhas Tecidos biológicos Nas pontas ou sob


as unhas
Garrafa, lata ou Saliva Superfície em
copo contato com a boca
Impressões Superfície em
papilares contato com as mãos
Suor e células Superfície em
epiteliais contato com as mãos
Veículos Impressões Maçaneta, lateral da
papilares porta, vidro,
retrovisor, painel,
câmbio, freio de
mão, puxador do
cinto, chaves e
demais superfícies
lisas
Suor e células Banco, câmbio,
epiteliais volante, retrovisor,
freio de mão e cinto
de segurança
Celular Impressões Tela, corpo e capa
papilares protetora
Suor e células Tela, corpo e capa
epiteliais protetora
Papel de qualquer Impressões Principalmente nas
tipo papilares laterais
Objetos com Impressões Em qualquer ponto
superfície lisas papilares da superfície
(eletrodomésticos,
Suor e células Em qualquer ponto
eletrônicos, vidros,
epiteliais da superfície onde
janelas)
houve possível
contato

Fonte: Elaborado pelos autores.

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ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA


As etapas da cadeia de custódia sobre as quais este documento discorre partem
do reconhecimento e chegam até o seu recebimento pelo órgão de perícia oficial,
passando pelas etapas intermediárias do isolamento do local de crime, fixação
dos vestígios, coleta, acondicionamento e transporte.

Estas etapas reproduzem uma categorização para fins didáticos e procedimentais


de um processo único que tem como objetivo garantir a integridade e fidedignidade
dos vestígios criminais e as consequentes informações e interpretações sobre os
fatos neles baseadas.

Reconhecimento

O reconhecimento é o ato de distinguir um elemento como de potencial interesse


para a produção da prova pericial, constituindo, portanto, o princípio da cadeia
de custódia.

Consiste na identificação dos objetos/materiais/substâncias potencialmente


relevantes à determinação da autoria do crime e da dinâmica dos fatos presentes
na cena do crime. É importante também para a definição dos vestígios que serão
submetidos às análises periciais complementares e/ou perpetuação por meio
dos Laudos Periciais.

As observações iniciais e a contextualização do caso com base nas informações


já obtidas pela investigação policial irão orientar o agente público na busca
dos vestígios relevantes para a produção de provas robustas para o Inquérito
e, consequentemente, para o Processo Penal. O reconhecimento dos vestígios
latentes a serem coletados para exames posteriores pode requerer, além do
treinamento adequado do profissional que atua na cena do crime, equipamentos
mais sofisticados que sejam capazes de acompanhar a evolução tecnológica,
como, por exemplo, luz forense e reagentes químicos, além dos mais simples, ao
exemplo de lentes de aumento e lanternas.

O Anexo I, modificado do documento “Conscientização sobre o local de crime e


as evidências materiais em especial para pessoal não-forense” (UNODC, 2010),
apresenta orientações sobre os vestígios relevantes em alguns tipos comuns de
cena de crime para auxiliar seu reconhecimento, conforme Figura 2.

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Figura 2. Reconhecimento de vestígios potenciais

Fonte: Adaptado de Wataligan et al, 2017.

Quem faz? O reconhecimento preliminar dos vestígios é feito pelos


agentes públicos que tiverem o primeiro contato com o local do crime,
como Policiais Militares, Policiais Civis, Bombeiros Militares, Guardas
Municipais, Policiais Federais, Policiais Rodoviários, Policiais Penais,
dentre outros. Esta etapa é fundamental para a etapa seguinte que é o
isolamento do local.

Isolamento

O isolamento do local é etapa crucial da cadeia de custódia para que se evite


a inclusão ou exclusão de vestígios, corrompendo a análise e interpretação da
dinâmica dos fatos e as conclusões sobre os eventos. Por isso, o isolamento está
prescrito no art. 6º do CPP (Decreto-Lei nº 3.689/1941 com redação dada pela Lei
nº 8.862/1994) incumbindo à autoridade policial dirigir-se ao local, logo que tiver
conhecimento da prática da infração penal, providenciando para que não se
alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.

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Cumpre ressaltar que o primeiro agente público que fizer o reconhecimento


de um suposto vestígio de interesse criminal deve ser o responsável por seu
isolamento e preservação, podendo ser caracterizado crime de fraude processual
a remoção de vestígios antes da liberação do local ou do material pelo perito oficial
responsável, sempre que houver acionamento ou realizado o exame pericial no
local (art. 158-C, § 2º).

É importante destacar que um local pode estar isolado (sem ninguém no seu
interior), mas não necessariamente estará preservado, pois as alterações podem
ter ocorrido antes do seu isolamento. De maneira contrária, é impossível que o
local esteja preservado sem estar isolado, pois a própria presença das pessoas
no local gera novos elementos, conforme o Princípio de Locard (todo contato
deixa marcas).

Pode se conceituar, simplificadamente, o local de crime como sendo a área


física onde ocorreu um ou mais eventos decorrentes de condutas tipificadas
em legislação penal. Sua extensão abrange a área limitada pelo perímetro de
distribuição espacial dos vestígios reconhecidos, conforme apresentado na
Figura 3.

Figura 3: Delimitação do perímetro de processamento e do


perímetro de segurança.

Fonte: VELHO; GEISER; ESPINDULA, 2012.

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A fim de cumprir a legislação processual penal, é fundamental o estabelecimento


de protocolos para os agentes públicos que tenham o primeiro contato com a
cena. Além disso, o cumprimento dos protocolos é uma forma de padronização
das atividades a serem desempenhadas, o que constitui em mais uma salvaguarda
da integridade dos vestígios.

Esses protocolos devem ser baseados em algumas premissas básicas como:

● Garantir a segurança das pessoas envolvidas retirando-as de situações de


perigo e providenciando assistência médica de emergência quando cabível.

● Avaliar os riscos do local para os profissionais envolvidos e tomar as medidas


devidas para minimizá-los, inclusive orientando as equipes que virão ao local na
sequência sobre os EPIs necessários.

● Analisar a área, identificar e preservar registros preexistentes (por exemplo


filmagens de câmeras de segurança), efetuar um registro fotográfico ou em vídeo
geral, quando possível, e estabelecer o perímetro de segurança central que deve
compreender todos os vestígios reconhecidos conforme exposto mais adiante.

● Adotar um caminho único para ingresso no local, escolhendo regiões mais


distantes dos vestígios para acesso e utilizar o mesmo caminho para a volta (isso
também é válido para o pessoal médico no atendimento à vítima).

● Estabelecer o perímetro adicional para garantir a segurança das equipes que


atuarão no local, em especial em locais de acidentes de trânsito em estradas
movimentadas, em locais de desabamentos/incêndios e outros locais que
imponham riscos aos transeuntes e equipes, bem como em locais com altos
índices de violência. Também é importante para resguardar a privacidade das
vítimas em relação aos transeuntes e indivíduos interessados em observar os
procedimentos realizados pelos agentes públicos. Em situações mais sensíveis
quanto à privacidade dos exames, se possível, utilizar barreiras visuais como
painéis, biombos, telas, cortinas ou barracas. Estar preparado para a ampliação
do perímetro, se necessário, em função de eventos supervenientes.

● Evacuar o perímetro de segurança, garantindo o isolamento e preservação do


local, registrando nome e identificação de toda e qualquer pessoa que tenha
estado previamente no isolamento da área definida pelo perímetro, informando
o nome completo, RG ou identidade funcional, no caso de agentes públicos,
repassando aos peritos criminais quando de sua chegada ao local.

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● O perímetro de processamento deve ser delimitado preferencialmente por


faixa zebrada e vedado o acesso de quaisquer indivíduos no seu interior, que não
os integrantes da equipe pericial; em locais de acidentes de trânsito o isolamento
deve incluir, ainda, cones refletivos, especialmente em condição noturna.

● Em caso de necessidade justificada de ingresso posterior ao isolamento de


qualquer pessoa nas áreas isoladas, registrar e documentar, inclusive com horário
de entrada e saída, o ingresso, informando o nome completo, RG ou identidade
funcional, no caso de agentes públicos, repassando aos peritos criminais quando
de sua chegada ao local.

● Não comer, beber, fumar ou utilizar quaisquer recursos no local como água,
toalhas, banheiro.

● Ações como cobertura de cadáver e marcação de vestígios não devem acontecer,


pois caracterizam-se como alteração de local de crime.

● Em locais abertos, pode ser necessário a proteção de evidências das intempéries,


por exemplo, no caso de chuvas iminentes que possam diluir, alterar a posição ou
até mesmo destruir alguns vestígios. Neste caso, documentar fotograficamente
a posição relativa dos vestígios original e removê-los com o uso dos devidos
EPIs para local abrigado e registrar em documento próprio a fim de afastar a
possibilidade de enquadramento da conduta no §2º do art. 158-C do CPP.

● Documentar todas as trocas de equipes de guarnecimento e isolamento do


local informando os nomes dos membros, identificação funcional e horário de
chegada e saída.

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Técnicas de isolamento de local de crime

Para alcançar um bom isolamento de local é necessário que o encarregado pela


aplicação da lei tenha atitude proativa, recursos adequados e conhecimentos dos
tipos de isolamento de local.

A atitude proativa para o isolamento do local é o ímpeto de executar o melhor


trabalho possível. Um bom isolamento NUNCA será possível se o responsável não
adotar uma atitude proativa, prontificando-se a retirar as pessoas que porventura
estejam no local e não se intimidando a isolar a área necessária.

Há situações em que a atitude proativa será suficiente para se alcançar um bom


isolamento, conforme ilustrado na Figura 4.

Figura 4- Isolamento de local realizado apenas com a atitude


proativa dos responsáveis.

Fonte: VASCONCELLOS; SILVINO JR., 2013.

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Na Figura 4 observa-se que a população está afastada do local dos exames e é


mantida nesta condição apenas pela presença policial, demonstrando a atitude
daqueles militares em não permitir a aproximação dos curiosos (Vasconcellos;
Silvino Jr., 2013).

Em muitas situações serão necessários recursos para delimitar a área dos exames
e implementar o isolamento adequado.

Esses recursos podem ser aqueles já existentes no local, tais como portas, portões,
cancelas, recursos adicionais como cordas, fitas bicolores, cones de sinalização,
veículos ou até mesmo pessoas, desde que devidamente orientadas (Figura 5).

Figura 5 – Isolamento utilizando cones de sinalização, fita


bicolor e veículo policial.

Fonte: VASCONCELLOS; SILVINO JR., 2013.

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A escolha do tipo de isolamento será feita de acordo com as características do


local. Se for um local com pequena aglomeração de pessoas, em uma área que não
ofereça riscos à equipe, o isolamento simples pode ser feito. Caso o local ofereça
risco à integridade da equipe, o isolamento mais adequado é o isolamento de
segurança e nas situações com grande aglomeração de pessoas, com presença
da mídia, familiares da(s) vítima(s) e outros personagens que possam perturbar
o trabalho pericial, o isolamento segmentado permitirá o controle da situação
(Vasconcellos; Silvino Jr., 2013).

Isolamento simples

O isolamento simples, demonstrado na Figura 6, consiste na simples delimitação


da área de trabalho do perito criminal. Esta área deverá englobar todos os vestígios
identificados, mantendo-se uma distância de no mínimo 5,0 metros do limite até
o vestígio mais distante.

Figura 6 – Isolamento simples implementado

Fonte: VASCONCELLOS; SILVINO JR., 2013.

A distância mínima desejável de 5,0 metros tem por objetivo garantir tempo
suficiente de reação dos agentes públicos caso alguém decida invadir a área,
sendo possível interceptá-lo antes que possa prejudicar ou destruir os vestígios
(Vasconcellos; Silvino Jr., 2013).

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Isolamento de segurança

O isolamento de segurança (Figura 7) deve ser empregado em locais que ofereçam


risco à integridade física dos peritos criminais, tais como locais com grande
comoção social ou áreas com alto índice de confrontos. Para garantir uma área
segura, deve-se criar uma faixa de segurança no entorno do local, como emprego
de um maior número de unidades policiais com armamento adequado, estando
todas voltadas para fora do local, com atenção direta para a fonte da ameaça.
Os peritos também devem utilizar coletes de proteção balística (Vasconcellos;
Silvino Jr., 2013.

Figura 7 – Isolamento de segurança em área com

Fonte: VASCONCELLOS; SILVINO JR., 2013.

Outra possibilidade para a aplicação do isolamento de segurança é quando o


local apresenta risco pela sua topografia ou características específicas. Neste ce-
nário, o isolamento tem também por finalidade resguardar a vida das pessoas no
entorno do local. Nesta situação deve ser estabelecida uma área de segurança
entre o local e a ameaça. Caso haja vestígios próximos à área da ameaça, o perito
criminal deve se munir dos equipamentos de segurança adequados para alcan-
çar aqueles vestígios. Caso não existam equipamentos ou a segurança não possa
ser garantida, os vestígios localizados naquela região devem ser fotografados à
distância (Vasconcellos; Silvino Jr., 2013).

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Isolamento segmentado

Em eventos de grande repercussão, com presença massiva de populares, familiares


da vítima, mídia e “autoridades”, aplica-se o isolamento segmentado, inspirado
no Sistema de Comando de Operações (SCO), cuja origem remonta à Brigada de
Combate a Incêndios Florestais do Canadá (CEDEC, 2008). (Vasconcellos; Silvino
Jr., 2013).

Nesta técnica, como o próprio nome especifica, segmenta-se a área de isolamento


em isolamentos secundários, destinados aos diversos segmentos presentes no
local. Assim, o primeiro nível de isolamento é o local onde se concentram os
vestígios, área de trabalho destinada unicamente ao perito criminal. Como no
isolamento simples, determina-se uma distância mínima de 5,0 metros entre
o vestígio mais distante e o isolamento primário. A partir deste isolamento
estabelecem-se outros, destinados a conterem um espaço restrito ao(s)
familiar(es) da(s) vítima(s), repórteres, “autoridades”, outros policiais relacionados
à investigação ou quaisquer outros personagens necessários no local. O objetivo
de tal técnica é facilitar o controle das pessoas não relacionadas aos exames
periciais. Como exemplo, se não houver no isolamento área destinada ao repórter,
o profissional da mídia irá tentar fazer o seu trabalho a qualquer custo, tentando
entrar em uma área muito maior do que aquela que seria destinada àquele
profissional (Vasconcellos; Silvino Jr., 2013).

Assim, um exemplo de implementação do isolamento segmentado pode ser


visualizado na Figura 8:

Figura 8 – Esquema demonstrando a técnica de isolamento

Fonte: VASCONCELLOS; SILVINO JR., 2013.

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Para que a técnica funcione, é primordial que sejam observados os princípios de


conveniência para que os limites não sejam ultrapassados. A área destinada à mídia
deve proporcionar algum assunto de interesse para que os repórteres possam
desempenhar o seu trabalho. Deve-se permitir certa visualização do local sem,
entretanto, comprometer o sigilo necessário à investigação. Uma boa alternativa
é estabelecer a área da mídia próxima da área destinada às “autoridades”.

A segmentação do local permite maior organização também quando várias forças


são necessárias para auxiliar a atividade pericial. Em locais onde é necessária a
presença do Corpo de Bombeiros, equipes de socorro, equipes da Polícia Militar,
etc., a segmentação permitirá que cada uma se organize e desempenhe o
trabalho de maneira eficiente. A correta avaliação do local será decisiva na escolha
da técnica mais apropriada de isolamento, uma vez que o perito criminal é o
especialista em vestígios e cabe a ele definir se o local está bem ou mal isolado.

Para que qualquer um dos métodos citados tenha eficácia, é fundamental que
os profissionais de segurança pública e, em uma análise mais geral, a população,
saibam da importância da preservação dos vestígios para a investigação criminal.

Medidas de conscientização da sociedade podem e devem ser aplicadas pelo


Estado, objetivando facilitar o trabalho pericial, aumentando a sua qualidade e
contribuindo para a busca da verdade real (Vasconcellos; Silvino Jr., 2013).

Locais de crime tumultuados, com grande concentração de pessoas, mídia e


personalidades são especialmente difíceis de trabalhar. Cabe ao perito criminal
orientar e, principalmente, aplicar as técnicas apresentadas para organizar tais
locais mais facilmente. Acima de tudo, uma atitude proativa dos peritos criminais
e também dos profissionais de segurança pública, referente ao isolamento e
preservação do local de crime, será sempre a melhor ferramenta para se alcançar
os melhores resultados (Vasconcellos; Silvino Jr., 2013).

Quem faz? O isolamento do local de crime é feito por agentes públicos


designados, mais comumente Policiais Militares e/ou Civis, mas também,
dependendo da ocorrência, por outros agentes como Bombeiros
Militares, Agentes de Fiscalização de Trânsito, Policiais Rodoviários,
Policias Penais, Agentes Socioeducativose Guardas Municipais. Esta etapa
é fundamental para a manutenção da integridade dos vestígios.

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Fixação

A fixação consiste na descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no


local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo
ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua
descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento.

A fixação é efetuada por meio dos registros fotográficos e audiovisuais,


fotogrametria e aerofotogrametria, mapas georreferenciados e croquis que
demonstrem a distribuição espacial dos vestígios na cena do crime. O Laudo
Pericial é o documento que consolida a fixação dos vestígios para fins
investigativos e processuais.

O registro geral fotográfico e/ou em vídeo porventura efetuados pelo primeiro


agente público a chegar no local, pode ser muito importante para aprimorar a
cadeia de custódia. Tais registros permitem identificar a localização e configuração
original dos vestígios e possíveis alterações posteriores porventura existentes.

Deve ser estabelecido um fluxo administrativo para que esse registro preliminar,
bem como registros de vídeo, imagens e outros preexistentes no local, que
tenham sido preservados pelos policiais no isolamento, sejam encaminhados
aos peritos.

Quem faz? A fixação da disposição espacial dos vestígios no local de


crime deve ser feita preferencialmente pelos peritos criminais, por
todos os meios técnicos e consolidada no Laudo Pericial. No caso de
impossibilidade de comparecimento da perícia criminal, esta fase se
dará pelo agente público responsável no local.

Coleta

A coleta, ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial,


respeitando suas características e natureza, é uma das etapas mais importantes
de todo o processo de cadeia de custódia.

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A coleta deve garantir que a análise posterior seja otimizada, que o risco de
perda, degradação, contaminação ou alteração seja minimizado (ou extinto) e
a segurança e integridade do vestígio não sejam comprometidas. Isto porque
uma coleta inadequada pode destruir os vestígios presentes, inviabilizando a sua
análise e a produção da prova pericial.

Conforme determina a Lei Processual Penal, a coleta dos vestígios deverá ser
realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento
necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização
de exames complementares.

No caso de impossibilidade de acionamento da perícia criminal, outros agentes


públicos coletarão os objetos/materiais que se suspeite tratar-se de vestígios, o
que deve ser justificado e devidamente documentado para afastar a possibilidade
de enquadramento da conduta no §2º do art. 158-C do CPP.

A coleta de materiais/objetos que não guardem relação com a infração criminal


pode gerar sobrecarga à Central de Custódia.

Deve-se garantir que somente os materiais/objetos relevantes sejam coletados sem


extrapolar a capacidade do sistema de recepção, armazenamento e processamento
destes. Este cuidado também se aplica ao recolhimento de vestígios presumidos
pelos policiais em diligências investigativas que não o local de crime.

Os procedimentos a serem adotados para a coleta devem garantir a


representatividade do material a ser examinado e a sua posição específica na cena
do crime, bem como evitar a contaminação da amostra com outras substâncias.
Para isso, é fundamental o uso de EPIs adequados para garantir a segurança do
agente e a integridade da amostra.

Procedimentos básicos

● Sempre utilizar luvas, sendo recomendável a utilização de três pares, um


sobre o outro, facilitando a troca do par de luvas superior, utilizando luvas novas
para a manipulação de cada vestígio quando houver risco de contaminação
cruzada, ou seja, de uma amostra contaminar a outra ou transposição da própria
impressão papilar.

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● Fixar, ou seja, registrar a localização dos pontos de coleta de vestígios por meio
do registro fotográfico e de pelo menos um ponto central com aparelho GPS no
caso dos diferentes pontos de coletas estarem muito próximos, verificando o erro
estimado de posição do equipamento na ocasião e registrando.

● Manipular com cuidado os vestígios para evitar perdas.

● Identificar de acordo com a sua localização na cena do crime e acondicionar


conforme instruções do item “2.5 Acondicionamento”.

● Nas situações em que houver necessidade de coleta emergencial (condições


climáticas extremas, riscos à segurança, impossibilidade documentada da
presença do perito no local para o seu processamento), o agente deverá reportar
no Registro de Evento de Defesa Social (REDS) o(s) material(is) coletado(s)
atentando para a sua fixação.

Orientações específicas quanto à coleta dos vestígios mais comumente


encontrados em cenas de crime estão dispostos no Anexo II.

Quem faz? A coleta dos vestígios deve ser feita preferencialmente


pelos peritos oficiais, até mesmo porque alguns tipos de perícias
requerem habilitações profissionais específicas. Na impossibilidade de
comparecimento dos peritos no local, que deve ser devidamente
registrada, e/ou no caso de identificação de vestígios em diligências
investigativas que não o local do crime, a coleta será feita pelo agente
público que reconhecer o potencial vestígio.

Acondicionamento

O acondicionamento é o procedimento por meio do qual cada vestígio coletado


é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas,
químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome
de quem realizou a coleta e o acondicionamento.

Uma vez que é desejável que a cadeia de custódia tenha a menor quantidade
de “elos” possível, o CPP em seu art. 158-D determina que as características das
embalagens de custódia sejam dadas pela natureza do material, ou seja, irão
variar de acordo com o tipo de item a ser acondicionado.

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As embalagens devem, ainda, possuir lacre de segurança, com numeração


individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio
durante o transporte e permitindo que seja identificada qualquer violação ou
tentativa de alteração nestas.

Para atender as exigências legais, e considerando os padrões internacionais,


à exceção de vestígios biológicos e papiloscópicos, as embalagens plásticas
com lacre numerado, que permitam a visualização dos conteúdos são as
melhores opções, porque permitem a visualização do aspecto geral do material
encaminhado, sem a necessidade de rompimento do respectivo lacre.

Recomenda-se a adoção de embalagens padronizadas, nos moldes das


empregadas pela Polícia Civil de Minas Gerais (Figura 9), para utilização pelos
demais agentes públicos que eventualmente coletarão os vestígios. Este
procedimento visa, inclusive, facilitar os processos de aquisição destes itens pelos
órgãos cujos servidores utilizarão as embalagens.

Figura 9 - Exemplos de embalagens utilizadas na PCMG

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Individualização do vestígio

O CPP estabelece no inciso V do artigo 158-B que o acondicionamento é o


procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas,
para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a
coleta e o acondicionamento.

No intuito de se proceder à adequação do estabelecido em Lei com a realidade


das atividades desenvolvidas sugere-se a individualização dos vestígios conforme
fluxo demonstrado a seguir:

O armazenamento
em conjunto pode
Vestígio Parte do causar
Coleta/ SIM NÃO ID do
NÃO Vestígio de vestígio NÃO contaminação
recebimento atribuído a uma mesma poderá cruzada ou operar vestígio
do vestígio diferentes natureza riscos para a
indivíduos/ seguir
integridade dos
vestígios

SIM NÃO SIM SIM

Individualização Individualização
Individualização
dos vestígios por conforme a Individualização de modo a evitar a
indivíduo/local de natureza
coleta
contaminação cruzada SIM
a diminuir o risco
para a integridade do
vestígio

Procedimentos básicos

● Os vestígios devem ser acondicionados em embalagem compatível com a sua


natureza. Orientações específicas quanto ao acondicionamento dos vestígios
mais comumente encontrados em cenas de crime estão dispostas no Anexo II.

● Antes do acondicionamento, o servidor encarregado deve examinar as


embalagens e lacres em busca de defeitos de fabricação, descoloração, falta

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de numeração identificadora ou outras características que comprometam seu


uso. Caso algum defeito seja identicado, a embalagem deve ser devolvida ao
almoxarifado de origem com um comunicado sobre a incorreção para o devido
controle de qualidade.

● O vestígio deverá ser introduzido na embalagem de forma que seja possível o


fechamento do lacre sem criar tensão que possa comprometê-lo.

● O vestígio de grande porte, incompatível com as embalagens disponíveis, deverá


ser acondicionado em caixa de papelão ou embalagem que o comporte. Nesses
casos, a fim de propiciar o acondicionamento e a transferência do vestígio sem
que ocorra violação da embalagem ou contaminação cruzada, para o fechamento
da embalagem deverá ser utilizada, preferencialmente, fita de segurança do tipo
Void, e na sua ausência, fita adesiva.

● Na hipótese anterior, a fita deverá ser aposta em toda extensão da abertura


da embalagem, com registros da assinatura e do número da matrícula do
responsável pelo acondicionamento, apostos, simultaneamente na embalagem
e na fita, com as demais informações de identificação.

● Quando o material, em razão de sua natureza ou morfologia, apresentar risco


físico, químico ou biológico, deverá ser registrado na face externa da embalagem
o tipo de risco, como por exemplo: “Cuidado: material inflamável”.

Fonte: Acervo pessoal dos autores.

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A nova legislação ainda determina que o recipiente só poderá ser aberto pelo
perito criminal que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa
autorizada. Também prescreve que após cada rompimento de lacre, deve se fazer
constar na Ficha de Acompanhamento de Vestígio (FAV) o nome e a matrícula do
responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao
novo lacre utilizado e que o lacre rompido deverá ser acondicionado no interior
do novo recipiente.

A Ficha de Acompanhamento de Vestígio deve sempre acompanhar o material.


Para servidores da Polícia Civil de Minas Gerais a FAV deve ser preenchida no
Sistema PCnet, no qual também se dará sua transferência formal, configurando
a cadeia de responsabilidade. Para agentes públicos externos à PCMG há uma
sugestão de modelo de FAV no Anexo III.

Quem faz? O acondicionamento será feito preferencialmente pelo


agente que efetuar a coleta do vestígio.

Transporte

Segundo dispõe a Lei, o transporte é o ato de transferir o vestígio de um local para


o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura,
entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse, devendo o vestígio sempre estar acompanhado
de sua Ficha de Acompanhamento de Vestígio e nesta ser registrada toda
transferência de posse.

Assim como o acondicionamento, o transporte deve ser efetuado em condições


adequadas à natureza dos vestígios, por exemplo, no caso de amostras de
vestígios biológicos úmidas, estas devem ser refrigeradas entre 2 e 8 °C durante o
transporte. Condições ambientais extremas de temperatura, radiação e umidade
devem ser evitadas no transporte de qualquer tipo de vestígio.

O transporte de vestígios biológicos está regulado pela Resolução de Diretoria


Colegiada RDC nº 20, de 10 de abril de 2014 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA, 2014). Esta norma determina que o transportador deve garantir

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a infraestrutura necessária ao processo de transporte de material biológico


humano, considerando-se o respectivo tipo e classificação de risco.

Também define que durante o transporte de material biológico humano,


o transportador deve portar documento que permita a rastreabilidade da
carga transportada e que o veículo transportador deve contar com condições
adequadas de higiene e limpeza, bem como dispor de mecanismo/equipamento
que assegure a integridade do material biológico transportado. Uma caixa
térmica, de preferência com termômetro, mantida limpa e o mais seca possível
evitando que qualquer líquido, em especial relacionado à condensação sobre as
superfícies frias ou do derretimento de congelados, possa ter contato com as
amostras.

Outros vestígios cujo transporte é sensível, inclusive por repercussões legais,


são drogas, armas e explosivos, o que reforça a importância do devido
acondicionamento e registros da cadeia de custódia.

Quem faz? O transporte será feito pelo agente que efetuar a


coleta do vestígio ou por outro agente para o qual a custódia
do vestígio tenha sido formalmente transferida.

Recebimento

O recebimento é o ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve


ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de
procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome
de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame,
tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu.

Desta forma, o recebimento presume a conferência e o registro dos dados e


elementos constantes da Ficha de Acompanhamento de Vestígio, não devendo
ocorrer sem a sua apresentação. No caso de objetos acondicionados em
embalagens diversas das preestabelecidas, com informações incompletas ou
desacompanhadas de documentação necessária, o recebedor deve registrar os
problemas no campo “observações” da Ficha de Acompanhamento de Vestígio
ao assumir a custódia. Recomenda-se não receber o vestígio justificadamente
nas seguintes situações:

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a) Se inexistir o lacre ou embalagem, nas situações em que são exigidos.


b) Se o lacre ou a embalagem estiverem rompidos, devendo-se apurar as
razões de seu rompimento.
c) Se houver divergência quanto ao número do lacre e/ou descrição do
material em relação ao contido na Ficha de Acompanhamento do Vestígio.

Quem faz? O recebimento dos vestígios para processamento


(exames periciais) será feito pelo servidor encarregado na
Unidade Policial, Unidade Pericial ou Unidade de Custódia.

REFERÊNCIAS

BRASIL. 1941. Código de Processo Penal Brasileiro. [Online] 03 de 10 de 1941. [Citado em: 16 de
10 de 2011]. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>.
_______. 2019. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e proces-
sual penal. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 24 de dez. 2019.
_______. Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Portaria nº 82, de 16 de julho de
2014. Estabelece as Diretrizes sobre os procedimentos a serem observados no tocante à
cadeia de custódia de vestígios. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 18 jul. 2014,
Seção 1, p.42.
_______. Ministério da Justiça. Cadeia de Custódia. [Brasília], [2020]. Não paginado.
GARCIA. T.M, RÉGIS, J. C. Local do crime: A preservação e o isolamento e seus reflexos na
persecução penal. Revista Jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina. Ano VII n. 12. p.
239-251, 2016.
INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS (Rio Grande do Sul). Cadeia de Custódia dos Vestígios Crimi-
nais: do reconhecimento à entrega na Central de Custódia. [Porto Alegre], jul. 2020.
MARINHO, G. V. Cadeia de custódia da prova pericial: uma exigência no mundo contempo-
râneo. SEGURANÇA JUSTIÇA E CIDADANIA, Brasília: Secretaria Nacional de Segurança Pública
(Senasp), ano 6, n. 9, p. 9-25, 2014.
MENEZES, I. A.; BORRI, L. A.; SOARES, R. J. A quebra da cadeia de custódia da prova e seus
desdobramentos no processo penal brasileiro.
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 277- 300, 2018.
United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). (2010) Conscientização sobre o local de
crime e as evidências materiais em especial para pessoal não-forense. Nova Iorque. Disponí-
vel em: <https://www.unodc.org/documents/scientific/Crime_Scene_Awareness_Portu
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VASCONCELLOS, Flávia Armani; SILVINO JR., João Bosco. Apostila de Noções Básicas de Cri-
mes Contra a Vida. Acadepol 2013.
VELHO, J.A et al. Polícia científica: transformando vestígios em evidências à luz da cadeia de
custódia. Curitiba: Intersaberes, 2020.
VELHO, J. A.; COSTA, K. A.; DAMASCENO, C. T. M. Locais de Crime: Dos vestígios à dinâmica cri-
minosa. Campinas, SP: Millenium Editora, 2013, 574p.

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Anexo I - Itens de potencial interesse pericial que podem estar


presentes em diferentes tipos de locais de crime.

Vestígio Informações que podem revelar Tipo de ocorrência


potencial
Arma de fogo ● Rastreamento da propriedade pelas ● Tráfico e comércio ilegal de
gravações identificadoras e identificação armas
supressão intencional. ● Crime organizado
● Homicídio/Feminicídio
● Relação com projetis (para as de cano com
alma raiada). ● Violência armada

● Identificação de quem manuseou


Elementos ● Relação com arma pela qual foi expelido ou ● Violência armada
balísticos percutido (projetis e estojos) ● Vandalismo
● Crimes que envolvam tiros
● Identificação de quem manuseou (estojos) de arma de fogo.
Exemplos:
● Dinâmica dos fatos, pela análise dos - Roubo
materiais - Homicídio/Feminicídio/
porventura aderidos aos projetis Suicídio
Ferramentas/ ● Relação com marcas por estes causadas em ● Vandalismo
instrumentos corpos ou outros objetos ● Roubo
cortantes,
contundentes, ● Homicídio/Feminicídio/
● Identificação de quem os manuseou Suicídio com armas brancas
perfurantes
ou outras ferramentas
● Identificação de objetos/corpos com os
quais teve contato, incluindo a identificação
de possíveis vítimas

Objetos ou ● Identificação da pessoa que manipulou o ● Todos os casos onde um


superfícies objeto ou superfície e sua possível associação objeto ou superfície pode ter
que com o evento sido manuseado por um
potencialmente ● Interpretações sobre a dinâmica dos fatos suspeito. Exemplos:
contenham - Impressões digitais em
impressões
papilares ou pacotes de drogas
fragmentos destas - Roubo
(visíveis ou - Homicídio/Feminicídio
latentes)

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Pegadas/marcas ● Inferências sobre o pé que produziu a ● Todos os casos onde um


de solados de pegada suspeito pode ter transitado
calçados por ou ter tido outro tipo
(visíveis ou ● Determinação de marca ou modelo de um de contato com um local.
latentes) calçado Exemplos:

- Agressões e vandalismos
● Identificação de um calçado em particular com marcas de chutes em
como sendo a fonte da marca portas ou paredes
- Roubo
- Homicídio/Feminicídio
Marcas de pneus ● Identificação de um pneu em particular ● Dinâmica de acidente de
como sendo a fonte da marca trânsito (inclui atropelamento)
● Identificação de veículos
● Estimativa da velocidade do veículo no utilizados pelos autores
momento do evento de tráfego e da distância
de inevitabilidade do evento

● Determinação do provável ponto de impacto

● Inferências sobre a dinâmica dos fatos


Objetos e ● Determinação do tipo de material biológico ● Todos os casos onde um
superfícies (ex.: sangue, saliva etc.) suspeito pode ter tido algum
com material tipo de contato com um local
biológico ● Identificação se o material é humano ou objeto. Exemplos:
visível ou latente
que possa conter - Tráfico de drogas
material para ● Identificação da pessoa fonte do material - Roubo
análise de DNA biológico - Homicídio/Feminicídio
(sangue, saliva, - Estupro e outras agressões
sêmen, pelos, ● Dinâmica do fato sexuais
células epiteliais, - Atropelamento/acidentes de
etc) ● Temporalidade trânsito com fuga

● Local do fato
Substâncias ● Detecção e identificação de materiais ● Produção de drogas, tráfico
suspeitas suspeitos como drogas e seus precursores ou abuso de incapaz mediante
de serem drogas ● Determinação da pureza, origem e métodos redução da resistência
como (pó, pedra, de fabricação
vegetais,
líquidos, etc) ● Identificação de quem manuseou a
embalagem
Cadáver ● Identificação do cadáver ● Morte acidental
completo ou em ● Morte natural
partes, recente ou ● Causa e forma da morte e de outras lesões
em decomposição ● Homicídio/Feminicídio
não letais Suicídio
ou esqueletizado
● Desastres em massa
● Tempo decorrido após a morte

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Ossos ● Identificação do indivíduo ● Crimes de guerra


● Terrorismo
● Identificação da espécie a qual os ossos
pertencem

● Determinação do sexo e idade da vítima


Dentes ● Identificação do indivíduo

● Estimativa da idade da vítima


Documentos ● Identificação do autor do manuscrito/ da ● Crimes que envolvam
impressora ou máquina de escrever que documentos, como por exem-
originou o documento. plo:
falsificação/adulteração de
● Verificação da autenticidade de um documento, fraude, falsidade
documento oficial ideológica, etc.

● Identificação de quem manuseou


Materiais ● Definição da constituição e origem do ● Terrorismo
detonados, explosivo e causa e foco da explosão. ● Incêndio
deflagrados que se
constituam em ● Danos à propriedade
● Detecção ou identificação de resíduos de
explosivos e líquidos inflamáveis (acelerantes de ● Roubo
resíduos ou combustão) ou explosivos. ● Homicídio/Feminicídio
partes de sua
estrutura ● Diagnóstico diferencial de
● Identificação de quem manuseou explosão acidental/provocada
Escombros de ● Inferências sobre a dinâmica dos fatos e da ● Incêndio criminoso
incêndio origem do fogo ● Danos à propriedade
e recipientes de
acelerantes de ● Homicídio/Feminicídio
● Detecção ou identificação de resíduos de
combustão líquidos inflamáveis (acelerantes de
combustão) ou explosivos

● Identificação de quem manuseou


recipientes de acelerantes de combustão
Equipamentos ● Recuperação de dados armazenados em ● Investigação de praticamen-
Eletrônicos como: discos rígidos ou outras mídias te todos os tipos de crimes
além dos diretamente relacio-
- Computadores
● Recuperação de dados apagados nados ao uso da informática e
(notebooks e
seus
desktops)
-Dispositivos móveis equipamentos como crimes
● Obter sequência de ações em um cibernéticos e pornografia
(telefones celulares,
computador infantil
smartphones e
tablets)
- Câmeras Digitais ● Natureza das informações recuperadas (ex.:
- Dispositivos de pornografia infantil)
memória
GPS
● Informação de localização a partir de dados
de GPS, usos de redes wi-fi etc.

● Identificação de quem manuseou

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Anexo II – Recomendações de coleta e


acondicionamento conforme a natureza do vestígio.

Vestígio Coleta Acondicionamento Preservação

Vestígios Biológicos - Durante a coleta de - As amostras biológicas - Amostras secas podem


vestígios, utilizar luvas. É devem ser acondicionadas ser mantidas à temperatura
recomendável utilizar 3 em frascos e embalagens ambiente.
(três) pares de luvas, um que assegure adequada
sobre o outro, e trocar o conservação (tipo de - Amostras úmidas
par externo para a coleta conservante e temperatura), devem ser refrigeradas
de cada novo vestígio. desde o momento da (2º a 8ºC) ou congeladas.
coleta até a chegada aos
- Sempre que possível, laboratórios, incluindo o - As amostras
coletar pelo menos transporte. transportadas sob
2 (duas) amostras de refrigeração deverão ser
cada vestígio (prova e - Para o acondicionamento acondicionadas em frasco
contraprova). dos vestígios, recomenda- coletor universal. O frasco
se a utilização de envelopes usado no
- Vestígios biológicos primários. O envelope acondicionamento do
aderidos em anteparos primário deverá ser vestígio deverá ser inserido
de grande dimensão acondicionado dentro de em envelope plástico
devem ser amostrados um envelope secundário. O numerado.
com suabes, evitando-se envelope secundário deverá
o encaminhamento dos conter os dados referentes à - No transporte, caso seja
anteparos para a unidade identificação do vestígio e necessário o uso de gelo,
de perícia oficial. Caso demais elementos referentes utilizar gelo artificial (gelo
o envio desse anteparo à cadeia de custódia. seco). O gelo comum, ao
seja imprescindível, derreter, poderá entrar nas
acondicioná-lo em - As amostras transportadas embalagens e provocar
embalagem de à temperatura ambiente contaminação das amostras.
papel com a devida deverão ser sempre
identificação. acondicionadas em
embalagem de papel.

- Material que contenha


sangue e/ou matéria orgânica
deve ser preferencialmente
seco à temperatura ambiente
e ao abrigo da luz solar e
acondicionado em envelope/
saco de papel. Na face externa
da embalagem deve conter
a seguinte informação:
“Sangue” ou “Material
orgânico” ou “Risco à
saúde”.

- Considera-se impróprio
o acondicionamento em
embalagens reaproveitadas,
devido à provável degradação
e contaminação do material.

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- Durante a coleta de - Acondicionar em envelope - Temperatura ambiente.


vestígios, utilizar luvas. É de segurança, de forma
recomendável utilizar 2 individualizada.
(dois) pares de luvas, um
sobre o outro, e trocar o - As armas devem ser
par externo para a coleta enviadas descarregadas e
de cada novo vestígio. desmuniciadas, sendo que,
no caso de impossibilidade,
- A coleta deve observar cumpre identificar o invólucro
primeiramente as com o seguinte aviso:
regras de segurança “Atenção: arma carregada”.
relacionadas ao manejo
de armas. - Para armas longas,
quando inviável o
- Sempre que possível, acondicionamento, afixar na
a arma de fogo deve própria arma etiqueta
ser desalimentada e com os dados de
descarregada, antes do identificação. Aplicar fita
Arma de
acondicionamento. lacre inviolável sobre a janela
fogo de ejeção, alcançando tanto
- No caso de armas de o ferrolho quanto à armação,
fabricação artesanal de bem como em outras partes
antecarga, tais como móveis da arma, tais como
espingardas polveiras, alavancas, bombas ou outras
Vestígios
deverá ser verificada a partes, visando garantir que a
balísticos
presença de espoleta na arma não será alterada.
chaminé. Se presente, a
espoleta deverá ser
removida imediatamente,
cumprindo encaminhá-la
apartadamente, dentro
do mesmo invólucro.

- Na impossibilidade de
descarregar a arma de
fogo, deve-se bloquear
o mecanismo de
disparo antes do seu
acondicionamento.

- Durante a coleta de - Acondicionar em - Temperatura ambiente.


Elementos vestígios, utilizar luvas. É envelope de segurança,
balísticos recomendável utilizar 2
(munição, individualizando conforme
(dois) pares de luvas, um
estojo, pro- sua localização.
jétil, blinda- sobre o outro, e trocar o
gem, bucha) par externo para a coleta
de cada novo vestígio. - Individualizar em
embalagem primária quando
- Elementos balísticos
forem acondicionados mais
encontrados em
locais diferentes, de um elemento balístico, a
devem ser coletados fim de se evitar atrito entre
e acondicionados eles.
separadamente.

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Armas brancas - Durante a coleta de - Acondicionar - Temperatura ambiente.


vestígios, utilizar luvas. É preferencialmente em
recomendável utilizar 2 caixa de papelão, de forma
(dois) pares de luvas, um que haja o mínimo contato
sobre o outro, e trocar o possível com as superfícies
par externo para a coleta ara preservação de possíveis
de cada novo vestígio. vestígios papilares.

- Manusear o mínimo - Na impossibilidade de


possível pelas utilização de caixa, colocar
extremidades, evitando em embalagem primária,
pegar no corpo da arma que garanta segurança ao
branca com intuito manipulador, antes de
de preservar possíveis acondicionar no envelope
vestígios biológicos e/ou de segurança.
papilares.

Vestígios químicos - Durante a coleta de - Para material sobre o - Nos casos em que for
vestígios, utilizar luvas. É qual haja suspeita de realizada amostragem
recomendável utilizar 2 liberação de vapores tóxicos do material, identificar os
(dois) pares de luvas, um é indispensável que a invólucros de segurança com
sobre o outro, e trocar o embalagem seja totalmente os lançamentos “Amostra”
par externo para a coleta vedada para depois ser ou “Restante do material”
de cada novo vestígio. acondicionada no envelope de de acordo com o tipo do
segurança, com a indicação material acondicionado.
- O material deverá ser do tipo de risco, como
coletado e acondicionado “Cianeto”, “Material tóxico” ou
- Quando se tratar de
de acordo com suas “Vapores tóxicos”. material perecível ou que
características e/ou possa entrar rapidamente em
quantidade, com - Material inflamável, decomposição recomenda-se
identificação única tais como combustíveis resfriá-lo ou congelá-lo para o
e inequívoca nas e solventes, deve ser armazenamento e
respectivas embalagens, acondicionado em recipiente encaminhamento ao
podendo ser de diversos totalmente vedado para laboratório, o que deve
materiais, como: plástico, depois ser acondicionado em ocorrer no menor tempo
prolipropileno, papel, envelope de segurança e possível, registrando-se
isopor, vidro, madeira, etc encaminhado ao laboratório no invólucro de segurança
no menor tempo possível, a expressão “Material
- As atividades evitando-se o armazenamento perecível”.
associadas à coleta e ao em local fechado e a ação
transporte de materiais
do calor. A embalagem deve - O material deve ser
radioativos devem ser
conter a expressão “Material resfriado ou congelado para
planejadas e realizadas
inflamável”. o armazenamento e o seu
em conformidade
encaminhamento à STFQL
com os requisitos
- Amostras líquidas devem deverá ser feito o mais rápido
de radioproteção e
ser encaminhadas para possível.
segurança, conforme
exame em recipientes bem
orientações do Centro
vedados. Se os recipientes - O material dever ser
de Desenvolvimento
forem frágeis é fundamental transportado a uma
da Tecnologia Nuclear
– CDTN, localizado adotar as precauções para temperatura entre 0 e 4°C.
na Av. Presidente amortecimento de pancadas,
Antônio Carlos, 6627 – envolvendo-os em caixas, - Os materiais que
Campus UFMG, Cidade papéis, plástico bolha ou liberam vapores tóxicos, bem
Universitária – Pampulha, semelhantes, com a indicação como materiais inflamáveis
CEP: 31270-901 - Belo “Material frágil”. devem ser transportados
Horizonte, MG, (31) 3439- evitando-se agitação, atrito e
9300 / 3439-9301. - Não devem ser impacto.
acondicionados em uma
- Evitar o contato direto mesma embalagem
com materiais que diferentes tipos de
liberam vapores tóxicos. materiais, devido à
possibilidade de

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BÁS ICAS DA CA D E I A D E CUSTÓ D I A

MG

contaminação, por ex. não


acondicionar material vegetal
(maconha) com substância
em pó, material vegetal
(maconha) com selos de
papel, substância em pó com
selos de papel, selos de papel
com comprimidos, substância
em pó com comprimidos,
etc.

- Minimizar o manuseio - Utilizar preferencialmente - Assegurar


do dispositivo digital envelope de segurança, de acondicionamento no
forma individualizada. veículo de transporte de
- Considerar quaisquer forma a evitar-se que o
alterações e documentar - A embalagem utilizada material transportado seja
ações tomadas deve conter informações (de exposto a altas temperaturas,
forma manuscrita ou por umidade, poeira, descargas
- Assegurar e assumir meio de etiqueta) necessárias eletrostáticas e vibração
o controle da área que para associar o equipamento excessiva.
contém os dispositivos (marca, modelo, número de
série, capacidade nominal, - Evitar excessiva
- Garantir que somente estado de conservação) ao sobreposição dos
o responsável pela coleta evento (REDS, IP, Requisição materiais, visto que o
esteja próximo dos Pericial). excesso de peso por
dispositivos e fontes de cima das embalagens
energia pode ser prejudicial aos
equipamentos.
Vestígios Mídia de - Orientar a equipe
em armaze- envolvida a desligar - Por fim, garantir que os
áudio, namento qualquer bluetooth ou materiais fiquem imóveis
vídeo e compu- rede sem fio de telefones/ para o devido transporte.
informá- cional computadores/
tica modems para que - A utilização de plástico
não interajam com os
bolha, isopor ou papelão
dispositivos
para envolver o equipamento
dentro do invólucro é uma
- Em caso de mídia
forma de minimizar o risco de
de armazenamento
danos.
computacional em
equipamento ligado,
desligar o acesso à rede
(cabo ethernet e/ou wifi),
verificar e documentar
a data e o horário do
sistema operacional,
desligar o equipamento
pelo sistema operacional
e desconectá-lo da fonte
de energia (tomada
ou bateria). Identificar
e individualizar todo o
material.

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BÁS ICAS DA CA D E I A D E CUSTÓ D I A

MG

Mídia de - Caso a mídia de


armaze- armazenamento
namento computacional esteja
compu- instalada em um
equipamento desligado,
cional
mantê-lo desta forma e
desconectá-lo da fonte
de energia (tomada ou
bateria) e da rede (cabo
ethernet).

- Avaliar a necessidade de - Acondicionar em - O transporte deve ser


cuidados especiais de envelope de segurança, de realizado com cuidado.
manipulação, forma individualizada. impactos em um
considerando que os equipamento computacional
equipamentos podem portátil podem danificá-lo de
conter outros vestígios forma irreversível, até mesmo
de interesse, como a um ponto de impossibilitar
impressões papilares, o exame pericial.
resíduos orgânicos ou
substâncias químicas. - A utilização de plástico
bolha, isopor ou papelão
- Selecionar o “Modo para envolver o equipamento
Avião”, desativando dados dentro do invólucro é uma
móveis, wifi, bluetooth e forma de minimizar o risco de
GPS. danos.

- Caso esteja ligado, - O material deve ser


Vestígios Equipa- documentar data e hora protegido de temperatura
em mento configuradas no elevada, exposição a baixa
áudio, portátil equipamento. ou alta umidade, além de
vídeo e (telefones choques ou vibrações.
informá- celulares e - Caso esteja bloqueado
tica tablets) por senha: solicitar a
senha e o número da
linha telefônica para o
proprietário.

- Caso a senha esteja


disponível, não se deve
realizar a sua remoção
por risco de perda de
dados.

- A senha fornecida
deve ser anexada ao
equipamento
(desenhada com setas
direcionais no caso
de senha por padrão
ou escrita no caso de
senha alfanumérica)
dentro do envelope
de segurança durante
acondicionamento.

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MG

- Avaliar a necessidade de
cuidados especiais de
manipulação,
considerando que os
equipamentos podem
conter outros vestígios
de interesse, como
impressões papilares,
resíduos orgânicos ou
substâncias químicas.

- Selecionar o “Modo
Avião”, desativando dados
móveis, wifi, bluetooth e
GPS.

- Caso esteja ligado,


documentar data e hora
configuradas no
equipamento.
Vestígios
em Equipa- - Caso esteja bloqueado
áudio, mento por senha: solicitar a
portátil
vídeo e senha e o número da
(telefones
informá- linha telefônica para o
celulares e
tica proprietário.
tablets)
- Caso a senha esteja
disponível, não se deve
realizar a sua remoção
por risco de perda de
dados.

- A senha fornecida
deve ser anexada ao
equipamento (desenhada
com setas direcionais
no caso de senha por
padrão ou escrita no caso
de senha alfanumérica)
dentro do envelope
de segurança durante
acondicionamento.

-Caso seja constatado


que o aparelho será
bloqueado quando for
desativado ou desligado,
deve-se desativar o auto
bloqueio por tempo de
inatividade ou ao menos
ampliá-lo para o valor
máximo possível.

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M ANUAL D E O RI E N TAÇÕ E S
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Deve-se garantir, por


meio de interação
periódica do dispositivo,
que este mecanismo não
seja ativado.

- Desligar o aparelho
caso não tenha risco de
bloqueio ou caso já esteja
bloqueado. É possível
que, elevada, exposição
a baixa ou alta umidade,
além de choques ou
vibrações, devido ao
bloqueio por senha, não
seja possível desligá-lo.

- Remover a bateria do
equipamento, caso seja
removível.
Equipa-
mento - Remover o(s) cartão(ões)
portátil
SIM, e a mídia de
(telefones
armazenamento
celulares e
computacional (cartão
tablets)
microSD), caso esteja(m)
presente(s) no
equipamento. Em alguns
modelos de
Vestígios
equipamentos
em computacionais portáteis
áudio, pode ser necessária a
vídeo e utilização de uma chave
informá- para remover a gaveta
tica para cartões. A ponta de
um clipe metálico
é eficiente para
desempenhar esta
função, ao ser inserida
com cuidado no orifício
responsável pela ejeção
da gaveta.

Arquivos - Devem ser gravados em - Caso seja utilizado CD ou


digitais mídia CD, DVD, pen drive, DVD, estes devem ser
cartão de memória) acondicionados,
primariamente, em
embalagem rígida e
transparente (capa de CD),
antes de ser introduzida no
envelope de segurança, com
objetivo de minimizar os
riscos de danos em sua
superfície.

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- Durante a coleta de - No caso de materiais que - Na apreensão de vegetais


vestígios, utilizar luvas. É apresentem umidade relacionados a crimes
recomendável utilizar 2 relativamente baixa, como ambientais (orquídeas,
(dois) pares de luvas, animais empalhados ou bromélias e outras), em que
um sobre o outro, e vegetais, recomenda-se for viável sua reabilitação, por
trocar o par externo para que sejam acondicionados meio do replantio, a
a coleta de cada novo em envelope de prioridade deve ser a
vestígio. papel/caixa de papelão, manutenção da vida vegetal.
conforme suas dimensões/ Nesses casos, o responsável
- No caso de coleta de formato com a devida pela apreensão deve
amostras vegetais para identificação e lacre. encaminhá-los para Unidade
identificação, sempre de Conservação/Jardim
que possível, encaminhar - Considera-se impróprio Botânico em que os
o vegetal com seus o acondicionamento de mesmos possam ser
ramos, flores e frutos, que materiais de origem animal/ introduzidos. Nessas
Materiais de origem auxiliam na identificação vegetal em embalagens situações, o local específico
das espécies. plásticas, devido à provável onde forem replantados
animal/vegetal
degradação do material deve ser georreferenciado e
identificado (placas no
canteiro, registros
eletrônicos e outros meios),
de forma que a Perícia Oficial
tenha acesso aos vegetais
para realização dos exames
necessários, in loco.

- Animais mortos, ou partes


de animais, que estejam
moles, ou em decomposição
devem ser encaminhados
imediatamente para a
unidade pericial em
condição de refrigeração.

- Durante a coleta de - Realizar registro fotográfico - Evitar empilhamento


vestígios, utilizar luvas. É documento, com destaque excessivo (pode gerar a
recomendável utilizar 2 para assinaturas questionadas aderência dos impressos
(dois) pares de luvas, (se for o caso), em de uma folha em outra).
um sobre o outro, e momento anterior ao
trocar o par externo para acondicionamento.
a coleta de cada novo
vestígio. - Jamais utilizar grampos,
alfinetes e clipes.
- O manuseio de
documentos deve ser - Utilizar preferencialmente
Documentos minimizado ao máximo envelopes e caixas de papelão
possível, e quando (não utilizar papel kraft
necessário. porque pode degradar o
documento).
- Jamais realizar
perfurações no - Jamais escrever no envelope
documento. de acondicionamento ou
transporte que já contenha o
- Jamais criar novas documento em seu interior.
dobras no documento.

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- Jamais colar as peças de - No caso de disco


um documento cortado tacógrafo, o mesmo
ou rasgado por sobre eve ser acondicionado,
um suporte. Os pedaços primariamente, em
devem ser guardados embalagem rígida e
da maneira como foram transparente (capa de CD),
Documentos
apresentados. antes de ser introduzida
no envelope de segurança,
com objetivo de minimizar
os riscos de danos em sua
superfície.

Artefatos Durante a coleta de - Somente encaminhar - Temperatura ambiente


pirotécnicos e vestígios, utilizar luvas. É para exames periciais os
explosivos recomendável utilizar 3 artefatos explosivos
(três) pares de luvas, um industrializados que
sobre o outro, e trocar o oferecem menor grau de
par externo para a coleta periculosidade, tais como
de cada novo vestígio. artefatos pirotécnicos
(fogos de artificio),
- Antes de efetuar emulsões encartuchadas
a coleta, levar em intactas (grimpadas nas
consideração as questões duas extremidades) e outros
ligadas à segurança explosivos em condições
pessoal,atentando para similares. Os referidos
a exposição a alguns explosivos deverão ser
materiais perigosos, acondicionados em
através da inalação ou do invólucros transparentes, de
contato. forma a permitir a sua fácil
identificação.
- Os procedimentos
de coleta devem - Artefatos caseiros e
ser precedidos de explosivos escorvados não
adequada contenção devem ser transportados
ou neutralização dos e encaminhados para as
perigos na manipulação unidades periciais devido
de produtos e materiais sua alta periculosidade,
perigosos. caso em que o exame deve
ocorrer no próprio local onde
for encontrado, com o apoio
- Os artefatos explosivos de técnicos na matéria, aos
improvisados ou quais caberão avaliar os
escorvados, não riscos e proceder à possível
detonados, não podem inativação ou
ser manuseados ou explosão.
tocados antes de serem
submetidos a análise
prévia pelo esquadrão
antibombas.

- Evitar fricção, atrito,


impacto, aproximação de
chama ou centelha, no
manuseio do material.

- Não manusear
explosivos com
ferramentas de metal que
possam produzir faíscas.

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Anexo III – Modelo de Ficha de Acompanhamento de Vestígio

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Anexo IV – Protocolo Simplificado PCMG

1) Ao receber a ocorrência na Delegacia, deve-se deliberar sobre a pertinência ou


não de apreensão dos materiais encaminhados, cabendo ao Delegado de Polícia
definir pela apreensão somente do material vinculado à ocorrência policial que
apresente interesse para a investigação criminal.

a. No caso de drogas de abuso da mesma natureza e do mesmo autor, orientar


a correção do REDS para que se junte os materiais, independentemente
da apresentação desses materiais (Ex.: maconha bucha, maconha cigarro,
maconha porção).

b. Não serão apreendidos objetos sem o potencial de corroborar com a


demonstração da materialidade e autoria do delito, devendo ser retirados da
ocorrência ou recusados.

2) Conferir o cadastro/descrição dos materiais a serem apreendidos no REDS,


conforme as orientações gerais de acondicionamento contida no Manual Básico
de Cadeia de Custódia. Em casos de divergências e/ou não conformidades,
solicitar ao responsável pela entrega os ajustes necessários.

3) No sistema PCnet, o usuário deve dar aceite do material que será apreendido,
seguindo as orientações do Manual de Utilização da Ficha de Acompanhamento
de Vestígios (FAV) no Sistema PCnet - Módulo Pericial e Módulo Policial, atentando-
se para o correto preenchimento dos dados:

a. Nº envelope de segurança ou descrição do invólucro e se houve ou não


rompimento de lacre.

b. Verificar no módulo de Cadeia de Custódia se o item “coleta” está ou não


habilitado para preenchimento.

c. Caso o item “coleta” esteja disponível para preenchimento, inserir a informação


“conforme REDS” nos campos “Endereço fato/coleta” e “Localização do vestígio”.

d. A FAV não deverá ser impressa para juntada aos autos ou aos objetos
apreendidos; sua impressão somente se dará em casos de comprovada
necessidade ou quando demandada pela Autoridade requisitante.

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4) No caso em que o material for recebido na unidade policial diretamente de


terceiros (vítima, investigado, testemunha etc.), realizar o cadastro do material no
procedimento policial e em seguida preencher a FAV inserindo no item “coleta” a
expressão “Apresentado por (inserir o nome completo da pessoa que apresentou
o material)”.

5) No caso de materiais oriundos de busca e apreensão, confeccionar o REDS,


prosseguindo conforme descrito nos itens anteriores, atentando-se para descrição
detalhada acerca da correta localização do vestígio cadastrado.

6) Acondicionar cada vestígio de forma individualizada e inserir na embalagem


as informações pertinentes (FAV, REDS, PCnet, Requisição Pericial), seguindo as
orientações do Manual Básico de Cadeia de Custódia, da Resolução nº 8.160/2021
e dos anexos I e II.

a. No caso de drogas de abuso para exame preliminar, manter na embalagem


original e, no campo “Envelope/Lacre de segurança” do cadastro do material
selecionar “não se aplica” e inserir a descrição da embalagem como recebida. Ex.:
sacola plástica entregue pela PMMG.

7) Em todos os casos, no módulo de cadeia de custódia, preencher os campos


exigidos no item “acondicionamento”, seguindo as orientações do Manual de
Utilização da Ficha de Acompanhamento de Vestígios (FAV) no Sistema PCnet -
Módulo Pericial e Módulo Policial.

8) Toda movimentação do material entre pessoas deverá necessariamente ser


registrada no Módulo Cadeia de Custódia do PCnet, inclusive as situações em
que o servidor assume a guarda do material exclusivamente para transporte.
Esse procedimento é realizado com o acionamento do comando “sob custódia”
quando se tratar somente de um material ou “sob custódia coletiva” no caso da
movimentação de mais de um material simultaneamente.

9) Em qualquer momento do recebimento do material, antes de proceder a


transferência de posse do vestígio no sistema PCnet (sob custódia), deverá ser
feita a conferência dos campos da FAV, da integridade do invólucro, do aspecto

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geral do material encaminhado, da requisição pericial (quando houver) e de


outros documentos imprescindíveis, como autorização judicial no caso de celular
ou Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), do laudo preliminar no
caso de exames definitivos de drogas de abuso e ofício dos órgãos externos à
PCMG no caso de FAEP, dentre outros.

a. O recebimento do vestígio presume a conferência e o registro dos dados e


elementos constantes na Ficha de Acompanhamento de Vestígio (FAV) e na
requisição pericial.

b. Recomenda-se o não recebimento do material e da FAV nas seguintes situações:

i. Se inexistir o lacre ou a embalagem, nas situações em que são exigidos, sem


justificativa.

ii. Se o lacre ou a embalagem estiverem rompidos. Nesse caso, cabe ao presidente


do procedimento proceder à devida apuração acerca do rompimento, com a
formalização da situação e, se preciso, requisitar a realização das perícias que
julgar necessárias para constatação da violação da embalagem.

iii. Se houver divergência quanto ao número do lacre, da FAV e/ou descrição do


material em relação ao contido na Ficha de Acompanhamento do Vestígio e/ou
na requisição pericial.

iv. Se o responsável pelo transporte não estiver relacionado na custódia do


material na FAV.

v. Se o invólucro pericial não estiver preenchido com as seguintes informações:


FAV, REDS, PCnet, responsável pelo acondicionamento, data/hora e Requisição
pericial (quando houver).

Observação: No caso de objetos acondicionados em embalagens diversas


das preestabelecidas com informações incompletas ou desacompanhadas da
documentação necessária, o transportador deverá ser informado da necessidade
de registrar os problemas verificados na FAV. Caso o transportador opte por não
realizar a correção da FAV, o material não será recebido.

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10) O campo finalidade da custódia do material na FAV deve ser preenchido


conforme as opções a seguir:

a. Recebimento - recebimento do objeto/material na delegacia (ex.: busca e


apreensão, Polícia Militar, vítima, terceiros), assim como nos expedientes das
unidades periciais.

b. Transporte - finalidade de somente transportar o vestígio de uma unidade


para outra, incluindo a entrega do material para as unidades de custódia e
unidades periciais.

c. Distribuição - ato de chefias de unidades de perícia ao tomar a posse dos


materiais que serão distribuídos aos subordinados.

d. Exame pericial - relacionado à posse para realizar o exame pericial.

e. Guarda - custódia do vestígio, mesmo que temporária, enquanto não houver


necessidade de exame pericial do mesmo ou enquanto se aguarda a perícia na
unidade pericial, ou ainda, quando se aguarda a retirada do material pela unidade
requisitante após o exame pericial.

Observação: Se a finalidade da custódia for exame pericial, o perito oficial


deve selecionar que não houve rompimento de lacre para permitir a finalização
do recibo ao transportador e, após a finalização do exame pericial e novo
acondicionamento do objeto/material, deve selecionar novamente “sob custódia”
e, neste caso informar que houve rompimento de lacre e o número do novo lacre.

11) O campo observação da FAV tem por finalidade o registro da existência de


qualquer informação imprescindível ou de caráter relevante, podendo ainda
constar a condição de acondicionamento do material quando esta for distinta
da orientada no Manual Básico de Cadeia de Custódia, que não impeça o
recebimento, ou também de qualquer inconsistência ou não conformidade:

a. No caso de objetos acondicionados em embalagens diversas das


preestabelecidas, com informações incompletas ou desacompanhadas da
documentação necessária, o recebedor deve registrar os problemas verificados
no campo “observação” da Ficha de Acompanhamento de Vestígio.

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12) Preencher no “Sob custódia” se houve necessidade de rompimento de lacre


e, em caso afirmativo, qual o número do novo lacre.

Observação: Em regra, rompimento de lacre deve ser feito pelo perito criminal/
médico legista no ato da realização do exame ou, excepcionalmente, em casos
justificados no campo observação.

13) A efetiva transferência de posse do vestígio, internamente na PCMG, deverá


ser conferida na tela do sistema PCnet no momento da entrega do material.

14) Após clicar em salvar, a custódia será transferida automaticamente no sistema


e será enviado um recibo no e-mail do transportador cadastrado no sistema. Não
há necessidade de impressão do recibo e entrega física porque a transferência
da posse já estará registrada no sistema e no email do usuário.

15) Quando houver necessidade de entregar o objeto/material a terceiro externo


à PCMG, a FAV deverá ser impressa em duas vias, devendo conter assinatura do
servidor da PCMG responsável pela entrega, bem como dados de identidade e
assinatura do novo portador, nas duas vias, ficando uma via na PCMG e outra ser
entregue ao novo portador.

16) Com relação à requisição pericial, o servidor da Unidade Pericial ou Unidade


de custódia deverá observar:

a. Se a requisição está impressa, pois até que todas as adaptações sejam


realizadas, é necessário o material ser acompanhado da requisição pericial para
conferência da descrição e leitura do código de barra, de forma a dar celeridade
no recebimento.

b. O status da requisição no sistema PCnet, não devendo serem recebidas


requisições não aprovadas ou devolvidas.

c. O destino da requisição, de forma a garantir tratar-se de exame a ser realizado


naquela unidade pericial.

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d. Se a requisição está rasurada, com informações acrescidas manualmente.

e. Os documentos exigidos para a realização da perícia, tais como autorização


judicial para exames em celulares, laudo preliminar de drogas para exames
definitivos de drogas de abuso, termo de consentimento livre esclarecido, etc.

f. o número do invólucro descrito na FAV correspondente ao aposto no material,


e/ou nos documentos que acompanham o material (ex.: laudo preliminar).

g. se o número da FAV confere com o número descrito na requisição.

h. se a requisição foi elaborada com código de espécie de exame em acordo com


o tipo de material a ser encaminhado.

17) Sempre que for retirada uma amostra de um objeto/material periciado, deve
ser criado um novo bem material dentro do procedimento.

a. Neste caso, na descrição do material, inserir após a descrição da amostra os


dizeres: “AMOSTRAGEM DO MATERIAL DA FAV Nº (nº da FAV original)”.

b. Na FAV do objeto/material que foi amostrado, inserir: “RESTANTE DO MATERIAL


APÓS RETIRADA DE AMOSTRA (nº do invólucro da amostra)”.

c. Para o caso específico de perícia de drogas de abuso, deve ser utilizado o texto
“AMOSTRAGEM DO MATERIAL, CONFORME LAUDO PRELIMINAR”.

18) Considerando os vestígios coletados pelo perito criminal em local de crime,


deve ser gerado um FAEP de Comparecimento, inserindo o número do REDS,
e o cadastro dos vestígios deve ser realizado dentro do procedimento de laudo
gerado.

19) O Delegado de Polícia, concluída a perícia, deve decidir sobre a viabilidade


do descarte do vestígio, nas hipóteses em que possuir atribuição para tanto, ou
representar sobre a medida ao juiz competente, antes de concluir o inquérito
policial ou no prazo de 60 (sessenta) dias, o que ocorrer primeiro.

20) Concluída a perícia requisitada, nas hipóteses em que o Delegado de Polícia


ou Juiz de Direito decidir pela restituição ou depósito do objeto periciado, aquele

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providenciará a retirada na Central de Custódia da PCMG ou na Unidade Regional


de Custódia, mediante registro na Ficha de Acompanhamento de Vestígio.

21) Nas hipóteses de saída do material da PCMG (à exceção de auto de depósito


e restituição) ou inserção do material em custódia prolongada (contraprovas,
por exemplo), considerando que o sistema PCnet ainda não prevê a finalidade
“descarte” e que o material atualmente continua constando sob custódia do
último servidor que teve a posse, sugere-se que seja selecionado novamente “sob
custódia” e selecionada a finalidade “guarda” e a informação da destinação do
bem, mantendo-se a descrição original do bem na sequência, como exemplos:

a. DESTRUÍDO em 11/11/2021, CONFORME AUTORIZAÇÃO JUDICIAL X – explosivo


cabeça de nego;

b. ENTREGUE AO MPMG EM 11/11/2021, CONFORME SOLICITAÇÃO DO OFÍCIO Y –


Chave de fenda;

c. ENTREGUE À PMMG EM 11/11/2021 - SGT NORONHA - MATRÍCULA 333333 - Uma


faca da marca Tramontina;

d. MATERIAL CONSUMIDO DURANTE OS EXAMES PERICIAIS;

e. MATERIAL CUSTODIADO EM (inserir localizador).

22) Não há necessidade de impressão da FAV, à exceção dos casos de


determinação judicial expressa para esse fim.

Observações específicas quanto à natureza do vestígio

Química

● O material denominado “AMOSTRA” deverá ser encaminhado para


perícia, com uma requisição e uma FAV para cada material.

● O material denominado “RESTANTE DO MATERIAL” deverá ser


direcionado à unidade responsável para posterior destruição,
acompanhadas das respectivas FAV’s.

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● Quando se tratar de material perecível ou que entre rapidamente


em decomposição, o mesmo deverá ser resfriado ou congelado, com
etiqueta de identificação no invólucro de segurança com a inscrição
“MATERIAL PERECÍVEL”.

● Os materiais especiais contendo sangue e/ou matéria orgânica,


combustíveis, solventes ou produtos tóxicos deverão conter etiquetas
de identificação que chamem a atenção para o perigo, de acordo com
a sua natureza, tais como “ATENÇÃO! PERIGO” “SANGUE”, “MATERIAL
ORGÂNICO”, “RISCO À SAÚDE”, “MATERIAL INFLAMÁVEL”, entre outros,
conforme for o caso.

● Se no material há suspeita de liberação de vapores tóxicos, conferir se


a embalagem está totalmente vedada e com indicação do tipo de risco:
“CIANETO”, “MATERIAL TÓXICO” ou “VAPORES TÓXICOS”.

● Os vegetais devem ser recebidos extraídos do suporte (vasos)


e acondicionados em envelope de papel sem a terra. Ou seja, os
respectivos suportes não serão recebidos, ressaltando a necessidade
de avaliação acerca da real apreensão.

● Verificar se a quantidade de material enviada (Maconha, Cocaína,


Crack) não está divergente da especificada na Resolução nº 7.824 de
20/05/2016 (enviar para definitivo uma amostra de aproximadamente
2 gramas).

● Não enviar equipamentos/instrumentos (balança, liquidificador,


dichavador, faca, etc) com resquícios de material, caso tenha sido
realizado exame preliminar. Resquícios devem ser coletados pelo perito
em suabes e estes encaminhados para realização de exames.

Balística

● No momento do acondicionamento, observar da seguinte forma:


- Armas: sempre individualizadas, independente da descrição do
material no procedimento.
- Munições: para munições íntegras de calibres diferentes, poderão
ser enviadas na mesma embalagem, caso tenham sido descritas no
mesmo material do procedimento. Se elas estiverem individualizadas

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no procedimento, acondicionar as munições de calibres diferentes em


embalagens diferentes.

● Elementos de munição (estojos, projéteis, fragmentos): Devem manter


a individualização conforme cadastro no procedimento.

● As armas devem ser encaminhadas, via de regra, desmuniciadas e


descarregadas.

● As armas carregadas, municiadas ou alimentadas deverão conter


etiqueta de identificação, “ATENÇÃO: ARMA CARREGADA”, visando à
segurança de todos.

● As armas longas também deverão estar acondicionadas em invólucro


de segurança. No entanto, caso não haja disponibilidade, colocar
etiqueta de identificação externa com os dados mínimos: número da
requisição, descrição do material e o número da FAV.

● O servidor deverá redobrar os cuidados no momento do


encaminhamento de armas de antecarga. Sugere-se manipular a arma
o mínimo possível, tratando-a como um vestígio perigoso.

Amostras Biológicas

● Amostras biológicas de indivíduos diferentes devem ser


acondicionados obrigatoriamente em invólucros diferentes.

● Acondicionar as amostras biológicas secas em envelope de segurança


de papel, com intuito de evitar degradação. Caso não esteja disponível,
realizar o fechamento através da fita de segurança tipo Void e na sua
ausência, fita adesiva. No caso de utilização de fita adesiva, conferir
se foi aposta em toda extensão da abertura da embalagem, com
registros da assinatura e do número do MASP do responsável pelo
acondicionamento, apostos, simultaneamente na embalagem e na fita,

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com as demais informações de identificação.

● Em caso de amostras biológicas úmidas, refrigerar.

● Quando se tratar de material perecível ou que entre rapidamente em


decomposição, refrigerar ou congelar. Inserir etiqueta de identificação
no invólucro de segurança contendo a inscrição “MATERIAL PERECÍVEL”.

● Os materiais devem ser acondicionados, preferencialmente, em


embalagens próprias e estéreis, conforme sua natureza.

● Materiais contendo sangue e/ou matéria orgânica, deverão conter


etiquetas de identificação, que chamem a atenção para o perigo, de
acordo com a sua natureza, tais como “ATENÇÃO! PERIGO, SANGUE”,
“MATERIAL ORGÂNICO”.

● Espécimes vegetais ou da fauna relacionados aos crimes ambientais


(orquídeas, bromélias e outras) devem ser tratado na forma da legislação
específica (v. art. 25 da Lei 9.605/98), devendo o exame pericial ser
realizado o mais breve possível.

● Material biológico que apresente umidade relativamente baixa, como


animais empalhados ou vegetais, não serão recebidos em embalagens
plásticas, devendo ser acondicionados em embalagem de papel, se
possível, ou individualizado por meio de etiqueta ou lacre.

Aparelhos eletrônicos

● Seguir a orientação abaixo no momento do acondicionamento:


- Celulares, computadores, notebooks, tablets, pen drive, HD: sempre
individualizados.
- Demais componentes: Devem manter a individualização conforme
cadastro no procedimento.

● Encaminhar a autorização judicial, ou, conforme o caso, o Termo de


Consentimento Livre Esclarecido, junto à requisição ou inserir como
anexo no sistema PCnet. Como já estabelecido, a ausência de autorização
judicial ou do TCLE enseja o não recebimento do material.

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Vestígios papiloscópicos

● Os materiais com fins para exames papiloscópicos e que seguirão


o mesmo fluxo durante todo o procedimento policial podem ser
cadastrados dentro de uma única FAV (ex.: Copos+garrafa). Entretanto,
nos casos em que há diferentes tipos de materiais que poderão seguir
destinos diferentes (como exemplificado pelo fluxo de individualização
de vestígios), deve-se separar em invólucros distintos (Ex.: copo+celular
– possibilidade de restituição).

Documentos

● Os materiais com fins para exames papiloscópicos e que seguirão o


mesmo fluxo durante todo o procedimento policial podem ser
cadastrados dentro de uma única FAV (ex.: Documentos variados da
mesma titularidade). Entretanto, nos casos em que há diferentes tipos de
materiais que poderão seguir destinos diferentes (como exemplificado
pelo fluxo de individualização de vestígios), deve-se separar em
invólucros distintos (Ex.: documentos variados de titularidades diferentes
– possibilidade de restituições distintas).

Mídias

● Devem manter a individualização, conforme cadastro no procedimento.

● Caso os arquivos digitais tenham sido gravados em mídia (CD, DVD),


acondicionar primariamente em embalagem rígida (capa de CD) antes
de serem introduzidos no invólucro.

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Disco tacógrafo

● Acondicionar primariamente em embalagem rígida e transparente


(capa de CD) ou outra forma que minimize os riscos de danos em sua
superfície.

Artefatos Pirotécnicos e Explosivos/Inflamáveis

● O servidor deverá encaminhar apenas artefatos explosivos


industrializados que oferecem menor grau de periculosidade, tais como
artefatos pirotécnicos (fogos de artificio), emulsões encartuchadas
intactas (grimpadas nas duas extremidades) e outros explosivos em
condições similares. Os referidos explosivos deverão ser acondicionados
em invólucros transparentes, de forma a permitir a sua fácil identificação.
Caso não esteja acondicionado em embalagem transparente e não
havendo indicação do tipo de material embalado, não será recebido.

● Artefatos caseiros e explosivos escorvado1 não serão recebidos. Estes


objetos devem ser examinados no próprio local onde forem apreendidos,
com o apoio de técnicos na matéria, os quais cabem avaliar os riscos
e proceder à possível inativação ou explosão. O encaminhamento
de artefatos pirotécnicos e explosivos deve observar o contido nas
Orientações Técnicas sobre materiais explosivos, disponível no SEI!
1510.01.0139243/2018-55 e na área de downloads da SPTC na intranet.

● ATENÇÃO! Material de fabricação artesanal NÃO DEVERÁ SER


MANUSEADO e encaminhado para perícia, tratando-se de bomba
caseira, situação que requer a presença do esquadrão antibombas.
Todo material explosivo industrializado que sofreu alteração em sua
forma original ou que foi encontrado em local de crime, também é
considerado artefato explosivo improvisado e não dever ser enviado.

● Após leitura da requisição e constatado tratar-se de material, em


razão de sua natureza ou morfologia, apresentar risco físico ou químico,
deverá inserir registro na face externa da embalagem, como por

1 Explosivo escorvado: trata-se da emulsão contendo espoleta em seu interior e estopim para iniciação,
ou mesmo emulsão com características de ter sido violada para inserção de uma espoleta, ainda que
desprovida de estopim.

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exemplo: “CUIDADO: MATERIAL INFLAMÁVEL”.

● Em caso de amostras líquidas, combustíveis e solventes, conferir o


acondicionado em recipiente totalmente vedado, bem como inserir a
etiqueta “MATERIAL INFLAMÁVEL”.

Jogo de Azar
● Manter a individualização, conforme cadastro no procedimento,
devendo ser agrupados em uma mesma requisição pericial.

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