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Sumário

PA
MEDICINA LEGAL ............................................................................................................................................... 4

I
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PERÍCIAS E PERITOS........................................................................................................................................... 4

BE
1. Perícia ........................................................................................................................................................ 4

B
AU
DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS ....................................................................................................................... 6

ST
Relatórios (Laudos e Autos) ........................................................................................................................... 6

FO
Parecer Médico-Legal .................................................................................................................................... 7

L
Atestado ......................................................................................................................................................... 7

DO
Notificação Compulsória ............................................................................................................................... 8

RO
ANTROPOLOGIA FORENSE ................................................................................................................................ 9

8 14
Identidade...................................................................................................................................................... 9

30
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3. Métodos de Identificação ...................................................................................................................... 9
77
Identificação da idade.................................................................................................................................... 9
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Identificação Judiciária ................................................................................................................................ 10


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Classificação / Tipos fundamentais: Trata-se do Sistema decadatilar de Vucetich. ............................. 10


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TRAUMATOLOGIA FORENSE ........................................................................................................................... 11


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Instrumentos Cortantes e suas Lesões ................................................................................................... 11


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Instrumentos Contundentes e suas Lesões ............................................................................................ 12


B

LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES ....................................................... 13


AU
ST

Lesões de Entrada por PAF .......................................................................................................................... 13


O

ASFIXIOLOGIA FORENSE ................................................................................................................................. 15


F
OL

Fases Clínicas da Asfixia ............................................................................................................................... 15


OD

Sinais Gerais de Asfixia ................................................................................................................................ 15


4R

Asfixias por Constrição Cervical ................................................................................................................... 15


1
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Estrangulamento ..................................................................................................................................... 16
13

Afogamento............................................................................................................................................. 16
9
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SINAIS DA MORTE ............................................................................................................................................ 17


22

Fenômenos Transformativos Destrutivos: São 3: Autólise, Putrefação e Maceração. ........................... 18


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Fenômenos Transformativos Conservadores: ........................................................................................ 19


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Os fenômenos conservadores são fenômenos naturais (sem interferência humana). São 4:


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Mumificação, Saponificação, Corificação e Calcificação. ......................................................................... 19


RT
BE

CRONOTANATOGNOSE .................................................................................................................................... 19
B

Classificação das Drogas .............................................................................................................................. 20


AU

DIREITO PENAL ................................................................................................................................................ 21


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PARTE GERAL ............................................................................................................................................... 21

PA
1 Introdução ao direito penal. ................................................................................................................ 21

I
RT
2 A lei penal. ............................................................................................................................................ 23

BE
3 Teoria geral do crime. 4 Teoria do tipo. ............................................................................................... 25

B
5 Ilicitude. 6 Teoria geral da culpabilidade. ........................................................................................... 28

AU
ST
7 Concurso de agentes: autoria e participação; conduta delituosa; resultado; relação de causalidade;
imputação. .............................................................................................................................................. 30

FO
8 Teoria geral da pena. ............................................................................................................................ 31

L
DO
9. Extinção da punibilidade. ................................................................................................................... 35

RO
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL ............................................................................................................... 36

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1 Crimes contra a pessoa. ....................................................................................................................... 36

8
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2 Crimes contra o patrimônio. ................................................................................................................ 42

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3. Crimes contra a dignidade sexual. ...................................................................................................... 49
22

4. Crimes contra a paz pública. ............................................................................................................... 52


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5. Crimes contra a fé pública. ................................................................................................................. 53


AG

6.Crimes contra a administração pública. .............................................................................................. 55


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IP

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7. Crimes contra o Estado Democrático de Direito. ............................................................................... 62
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PERÍCIAS E PERITOS

I
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1. Perícia

B
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Conceito: Trata-se de conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o

ST
esclarecimento de um fato de interesse da justiça. A perícia possui duas partes:

FO
• Parte Objetiva: Relacionada às alterações visíveis encontradas nas lesões e, nos laudos, serão destacadas na

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descrição.

DO
• Parte Subjetiva: Valoração da parte objetiva. Aqui podem surgir divergências que serão destacadas na parte

RO
de discussão dos laudos.

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Momento da perícia:

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a. Retrospectiva: depois da ocorrência do fato. (regra)

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b. Prospectiva: dizendo o que pode vir a acontecer.
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Exame de corpo de delito x corpo de delito:



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Exame do corpo de delito - é o exame que é realizado sobre o corpo de delito.


• Corpo de delito - é o elemento objetivo que o delito deixou / materialidade delitiva - o próprio crime tipificado,
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o local do fato, o instrumento utilizado. O corpo de delito, por sua vez, pode ser:
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• Delicta factis permanentis – com o caráter de ser permanente.
RT

• Delicta fatis transeunteis – podendo deixar de existir facilmente.


BE
B

• O exame de corpo de delito poderá, em determinadas situações, ser dispensado para a configuração de lesão corporal
AU

ocorrida em âmbito doméstico, na hipótese de subsistirem outras provas idôneas da materialidade do crime. STJ. 5ª
ST

Turma. AgRg no AREsp 2.078.054-DF, Rel. Min. Messod Azulay Neto, julgado em 23/5/2023 (Info 777).
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F O

Cadeia de Custódia (art. 158-A e ss do CPP)


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OD

Conceito: Pode-se definir a CADEIA DE CUSTÓDIA como o conjunto de todos os procedimentos utilizados
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para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
1

para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. VESTÍGIO, por sua vez, é
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todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração
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penal.
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1. Etapas da cadeia de custódia: (Ler os artigos 158-A e ss)


LIA

1 - RECONHECIMENTO: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial;
2 - ISOLAMENTO: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e
AG

relacionado aos vestígios e local de crime;


IP

3 - FIXAÇÃO: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na
RT

área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial
produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
BE

4 - COLETA: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza;
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5 - ACONDICIONAMENTO: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo
com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou

PA
a coleta e o acondicionamento;

I
RT
6 - TRANSPORTE: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos,
temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua

BE
posse;

B
8 - PROCESSAMENTO: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas

AU
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo

ST
produzido por
7 - RECEBIMENTO: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações

FO
referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou

L
o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;

DO
9 - ARMAZENAMENTO: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para

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realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;
10 – DESCARTE: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante

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autorização judicial.

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Momento do exame de corpo delito: Em regra, o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer
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dia e a qualquer hora. No entanto, quando for fundamental apurar os sinais da morte, a necrópsia deve
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esperar o prazo de 6h para ser realizada. (art. 162, CPP). Esse período de espera é chamado de Período de
Incerteza de Tourdes.
LIA

• EXCEÇÕES - Não será necessário aguardar o período de 6 horas quando se tratar de:
AG

• Morte violenta - É a morte causada por problemas externos, ou seja, tem origem por ação externa (“vindas
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de fora”) nas quais se incluem o homicídio, o suicídio e o acidente
RT

• Lesões externas que permitirem precisar a causa da morte - Quando o cadáver apresentar sinais
BE

inconfundíveis, como decapitação, espostejamento ferroviário, etc.


B
AU

Infortunística
ST


O

É o ramo da Medicina legal que cuida dos infortúnios do trabalho, estuda os acidentes do trabalho,
F

as doenças profissionais e as doenças do trabalho.


OL

• Acidente do trabalho (Lei 8213, art. 19) Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou
OD

de empregador doméstico, ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.
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11 da Lei 8213, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
1

ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Considera-se também


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acidente do trabalho a doença profissional e a doença do trabalho (Lei 8213, art. 20, inc. I e II).
13


9

Doença profissional (ou tecnopatia) - é a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho


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peculiar a determinada atividade, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do


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Trabalho e da Previdência Social. Resulta em sequelas permanentes com redução da capacidade de


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trabalho.
AG

Ex: saturnismo – intoxicação pelo chumbo (Pb) que ocorre em trabalhadores da mineração, da indústria automobilística e
naval, assim como em pessoas que podem intoxicar por fragmentos de chumbo de projéteis alojados no corpo; silicose –
IP

doença pulmonar pela sílica em trabalhadores da mineração.


RT

• Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições


BE

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione (constante da relação do Ministério
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do Trabalho).
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Avaliação médico-legal - Não raras vezes as pessoas simulam quadros de doença de trabalho para
conseguir benefícios trabalhistas. São casos de fraude:

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RT
- Simulação – o paciente alega situações inexistentes, geralmente sinais e sintomas falsos, subjetivos, como dores,

BE
paralisias, surdez, anestesias, ou fenômenos objetivos como hérnias, tumores, afecções cutâneas, sem nexo de causa e
efeito, ou até ferimentos atribuídos a acidentes, mas produzidos por futebol ou outras atividades recreativas do domingo

B
AU
(acidentados da segunda-feira). O objetivo é obter resultado favorável aos próprios interesses: licenças médicas,
aposentadorias, seguros, inimputabilidade penal etc.

ST
- Metassimulação – as consequências do acidente existem, mas são inferiores ao que o paciente alega, isto é, há exagero

FO
de sinais e sintomas existentes.
- Dissimulação – é a simulação negativa, onde o paciente apresenta-se como normal, ou seja, simula não ter sintomas para

L
DO
obter vantagens com a volta ao trabalho.

RO
DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS

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Conceito: Documento médico-legal é a anotação que tem por objetivo reproduzir e representar uma

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manifestação do pensamento, baseada em critérios médico-legais. São instrumentos através dos quais o
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médico fornece esclarecimentos à justiça. Constam todas as informações, de conteúdo médico ou não, que
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tenham interesse judicial.


LIA

São documentos médico-legais os relatórios, os pareceres, os atestados, as notificações compulsórias e os


AG

depoimentos orais.
IP

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RT

Conceitos e peculiaridades:
BE

1. Relatório médico-legal: Subdivide-se em


B

(i) auto - ditado diretamente ao escrivão;


AU

(ii) laudo - redigido pelos peritos.


ST

2. Parecer;
O

3. Atestado;
F

4. Notificação compulsória;
OL

5. Depoimento oral.
OD
4R

Relatórios (Laudos e Autos)


1
08

O relatório médico-legal é o documento mais minucioso. A narração escrita de todas as operações de uma
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perícia médica determinada por autoridade policial ou judiciária.


9
77

• Quando ditado a um escrivão durante o exame, chama-se AUTO;


22

• Se redigido depois de terminada a perícia, deve ser chamado de LAUDO.


LIA

O relatório pode ser dividido em 7 partes:


AG

• Preâmbulo: tipo de introdução do qual constam as qualificações (da autoridade, do perito, do examinado), o
IP

local, data e hora do exame, bem como o tipo de perícia a ser realizada.
RT

• Quesitos: é constituída de perguntas que têm por finalidade a caracterização de fatos relevantes
BE

• Histórico: Contém o registro dos fatos mais importantes que deram origem à requisição. Hygino Hercules
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assevera que tais informações são obtidas através da anamnese do próprio examinando.
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Descrição: É a parte mais importante do relatório médico-legal, porque é nele que o perito coloca em prática
o “visum et repertum”, (ver e reportar). Deve ser claro e objetivo.

PA
• Discussão: É destinada a serem discutidas todas as hipóteses eventualmente elencadas quando da descrição.

I
RT
Aqui, o perito não pode emitir juízo pessoal.

BE
• Conclusão: É a síntese da parte descritiva com a de discussão, na qual o perito assume uma posição/juízo de
valor quanto à ocorrência, ou não, do fato.

B
AU
• Resposta aos quesitos: Encerrado o relatório, os peritos devem responder aos quesitos de forma objetiva e

ST
concisa. Em caso de dúvida, os peritos devem responder que não têm dados para esclarecê-la.
OBS.1: Consulta médico-legal - é um documento que exprime a dúvida e no qual a autoridade, ou mesmo

FO
um outro perito, solicita esclarecimento sobre pontos controvertidos do relatório, em geral formulando

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quesitos complementares.

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Parecer Médico-Legal

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Conceito: Consiste em respostas técnicas dadas às consultas médico-legais. Devem ter as mesmas partes do

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relatório médico-legais com exceção a descrição.
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O parecer médico legal consiste no documento utilizado para dirimir divergências na interpretação de uma
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perícia, sendo solicitado a uma pessoa de renome. Geralmente, é um documento particular solicitado pela
parte. Possui valor de prova técnica, a ser estimada de maneira relativa pelo juiz.
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É usado:
AG

• Quando há divergências importantes quanto à interpretação dos achados de uma perícia, de modo a impedir
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uma orientação correta dos julgadores, ou
RT

• Quando estes querem solicitar esclarecimentos mais aprofundados a uma instituição cujo corpo técnico tem
BE

competência inquestionável, ou a um perito ou professor cuja autoridade na matéria seja reconhecida.


B
AU

Segundo Fávero, um parecer consta de:


ST

• Preâmbulo;

O

Exposição;
F

• Discussão;
OL

• Conclusão.
OD

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PARECER RELATÓRIO
1

Produzido em momento posterior ao Produzido no momento do exame de corpo de


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exame de corpo de delito (exame indireto). delito (exame direto).


13

Possui 6 elementos (ou 4 a depender da doutrina) – não há descrição. Possui 7 elementos - há descrição.
9

Elementos mais importantes: discussão e Elemento mais importante: descrição.


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conclusão.
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LIA

Atestado
AG

Conceito: O Atestado é uma afirmação pura e simples, por escrito, de um fato médico e suas consequências,
IP
RT

ou de um estado de sanidade. O documento não exige o compromisso legal, mas não significa que o médico
BE

não esteja obrigado a relatar a verdade. A sua falsidade enseja o crime do art. 302 do CP: Falsidade de
Atestado Médico.
B
AU

Trata-se de documento particular e dotado de fé pública.


ST

Não é emitido apenas por peritos oficiais


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Tipos de Atestados: Os atestados podem ser
a. Oficiosos: são os atestados solicitados por quaisquer pessoas a cujo interesse atendam. Visam exclusivamente

PA
ao interesse privado. São por exemplo, os atestados de saúde para admissão, etc.

I
RT
b. Administrativos: são os determinados pelas autoridades administrativas. São dessa categoria os que os

BE
empregados/servidores públicos são obrigados a apresentar quando solicitam licença ou requerem a aposentadoria,
atestados de vacinação ou atestados de sanidade física e mental para admissão em escolas e repartição pública.

B
AU
c. Judiciários: são os atestados requisitados por juiz. O exemplo comum são aqueles com que os jurados
justificam suas faltas ao tribunal do júri. Só os atestados que interessam à justiça constituem documentos médico-

ST
legais.

FO
L
DO
ATENÇÃO: Relatórios e atestados possuem o mesmo valor probante, diferenciando-se por tratarem de assuntos diferentes.

RO
Classificação quanto ao modo de fazer ou conteúdo, os atestados podem ser:

14
a. Idôneos — É aquele expedido pelo profissional habilitado e verdadeiro.

8
b. Complacentes/De favor — Feito para agradar o cliente, para, por exemplo, ampliar a clientela. Além de ferir a

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ética, pode configurar um atestado falso.

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c. Imprudente – Emitido de forma descuidada, sem a realização dos devidos exames.
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d. Falsos – É o que afirma uma inverdade, omite a verdade, ou é emitido sem exame do paciente. Configura o
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crime de falsidade de atestado médico (art. 302, CP) e, no caso de atestado de óbito, o crime de falsidade ideológica
LIA

em documento público (art. 299, CP).


AG

Atestado de óbito: O médico que fornece o atestado de óbito, devendo observar as normas legais para
IP

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RT

tanto. Primeiramente, é preciso fazer uma diferenciação quanto aos tipos de morte:
MORTE NATURAL MORTE VIOLENTA MORTE SUSPEITA
BE

Doença ou envelhecimento Entende-se por violenta a morte não natural Morte suspeita é aquela cuja causa
B

decorrente da ação de energias jurídica precisa ser esclarecida.


AU

No caso de morte natural, em regra, o externas. Pode assumir a forma de:


ST

médico que acompanha o paciente tem • Na morte suspeita, não há sinais de


Acidente;
o dever de atestar o óbito. • violência, mas também não há certeza
O

Suicídio;
Caso o médico não tenha assistido o de que tenha sido morte natural.
F


Crime.
OL

paciente, ele fica impedido de preencher Nesses casos, o corpo será encaminhado ao
OD

a declaração. IML e a autópsia é obrigatória.


4R

Notificação Compulsória
1
08
13

São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes, por razões sociais ou
9

sanitárias. Caso o médico (apenas para o médico) deixe de fazer a comunicação, estará enquadrado no crime
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22

de omissão de notificação de doença (art. 269, CP).


Situações que ensejam notificação compulsória:
LIA

• Doenças ou agravos, que constam da Portaria 104 do Ministério da Saúde;


AG

• Ação penal pública incondicionada cujo conhecimento deu-se em função do exercício da medicina;
IP

• Lesão ou morte causada por atuação de não médico;


RT

• Esterilizações cirúrgicas;
BE

• Diagnóstico de morte encefálica;


• Tortura;
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• Violência contra a mulher e maus-tratos contra criança, adolescente ou idoso.


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Atenção: Jurisprudência: Médico não pode acionar a polícia para investigar paciente que procurou
atendimento médico-hospitalar por ter praticado manobras abortivas, uma vez que se mostra como confidente

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necessário, estando proibido de revelar segredo do qual tem conhecimento, bem como de depor a respeito do

I
RT
fato como testemunha. STJ. 6ª Turma. HC 783927/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 14/3/2023

BE
(Info 767).

B
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ANTROPOLOGIA FORENSE

ST
Identidade

L FO
DO
A identidade é conjunto de atributos que diferencia uma pessoa de um grupo. A doutrina divide a identidade

RO
em dois grandes grupos: identidade médico-legal e identidade policial ou judiciária:
Identidade-médico legal Identidade policial ou judiciária

14
Leva em conta as características específicas do indivíduo que A identificação judiciária independe de conhecimentos

8
30
permitem sua distinção do grupo, como já mencionado, a raça, o médicos. Utiliza dados antropométricos e antropológicos

91
sexo, a estatura, malformações, tipo sanguíneo, tatuagens, para a identidade civil e caracterização dos criminosos. É
caráter psíquico, marcas individuais, dentre outros. 77
realizada por peritos (e não médicos).
22
LIA

3. Métodos de Identificação
AG
IP

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1. Unicidade: Obedece à individualidade e exclusividade. Alguns elementos são específicos de cada indivíduo.
RT

2. Imutabilidade: Corresponde às características não mudam e não se alteram com o tempo.


BE

3. Perenidade: Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo; permanecem durante toda
a vida e, até certo tempo, após a morte.
B
AU

4. Praticabilidade: O processo de identificação não deve ser complexo, seja na obtenção ou no registro de caracteres.
São fáceis de serem obtidos e registrados.
ST

5. Classificabilidade: O método deve permitir que os dados obtidos sejam arquivados de forma facilitada.
F O
OL

Crânio:
OD

HOMEM MULHER
Crânio mais espesso Crânio menos espesso
4R

Bacia (PELVE) mais estreita e mais funda Bacia mais larga e menos funda
1

Tórax é cônico Tórax é ovoide


08

proporções musculares maiores Proporções e inserções musculares menos pronunciadas


13

Sacro mais alto O sacro mais baixo


9
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Malares salientes Malares mais delicados


22

Identificação da idade
LIA
AG

A identificação da idade é feita de acordo com o tamanho e desenvolvimento dos ossos. Quanto mais jovem
IP

o periciando, melhor para conseguir a aproximação da idade cronológica!


RT

A radiografia dos ossos é o melhor elemento de estudo para a avaliação da idade cronológica. Nesse exame, pesquisam-se os
BE

pontos de ossificação e o estado de desenvolvimento do osso. Geralmente avalia-se a radiografia de uma das mãos e punho.
Nesse contexto é importante a análise dos dentes, da radiografia dos ossos (principalmente do punho) e das suturas
B
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cranianas.
ST
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Identificação Judiciária

PA
A identificação judiciária independe da utilização de conhecimentos médicos é realizada a identificação

I
RT
judiciária com o uso de dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil. É realizada por

BE
peritos.

B
Sistema Datiloscópico de Juan Vucetich: é um dos métodos mais eficientes de identificação que mais

AU
preenche os requisitos técnicos de um método considerado adequado para identificação e fins judiciais. (cai

ST
muito!!!) Está baseado na disposição das cristas papilares que se encontram nas pontas dos dedos; estas

FO
cristas são saliências da pele que reveste a polpa digital, limitando sulcos entre si, e constituindo em conjunto,

L
um desenho característico, individual e imutável.

DO
RO
Classificação / Tipos fundamentais: Trata-se do Sistema decadatilar de Vucetich.

14

8
Há 3 conjuntos de cristas papilares: central ou nuclear, basal e marginal ou lateral. A confluência

30
destes 3 conjuntos, forma uma figura em forma de delta.

91
77
22
LIA
AG
IP

42136
RT

Existem 3 sistemas de linhas formando a impressão digital:


BE

• Linhas basilares: Na base da polpa digital.


B

• Linhas marginais: que contornam a polpa digital.


AU

• Linhas nucleares: situadas entre as duas anteriores.


ST
F O
OL
OD
14R
08
913
77

A reunião dos conjuntos ou deltas forma 4 figuras básicas:


22

a. Arco: ausência de deltas;


LIA

b. Presilha Interna: presença de delta à direita do examinador;


42136
AG

c. Presilha Externa: presença de delta à esquerda do examinador;


d. Verticilo: presença de 2 deltas.
IP
RT

Obs.1: Quando diante do polegar utilizamos a identificação diante das letras “V,E,I,A”. Já quando diante dos
BE

demais dedos utilizamos os números “1;2;3;4”.


B
AU

Tipo fundamental Polegar Demais dedos


ST
O

10
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Verticilo V 4
Presilha externa E 3

PA
Presilha interna I 2

I
RT
Arco A 1
Dedos defeituosos e cicatrizes X X

BE
Amputações 0 0

B
AU
TRAUMATOLOGIA FORENSE

ST
FO
Agentes vulnerantes: são os instrumentos ou meios que atuam no organismo produzindo lesão. Logo, é tudo

L
aquilo que causa lesão.

DO
RO
INSTRUMENTOS MEIOS LESÃO
são objetos que transferem energias cinéticas forma/mecanismo como a coisa

14
42136 resultado da ação do objeto
(mecânicas). material age. causando o dano

8
30
91
AGENTE/INSTRUMENTO LESÃO
77
CORTANTE • LESÃO INCISA
22

CORTO-CONTUNDENTE • LESÃO CORTOCONTUSA


LIA

CONTUNDENTE • LESÃO CONTUSA


PERFURO-CONTUNDENTE • LESÃO PERFUROCONTUSA
AG

PERFURANTE •42136 LESÃO PUNCTÓRIA


IP

PERFURO-CORTANTE • LESÃO PERFUROINCISA


RT
BE
B

Instrumentos Cortantes e suas Lesões


AU

1. Características da ferida incisa:


ST

• Forma linear (deslizante);


O

• Rompimento da pele pelo deslizamento do gume;


F


OL

Bordas lisas, regulares e afastadas;



OD

Regularidade do fundo da lesão;


• Retração da pele, com afastamento das bordas no vivo, em razão da elasticidade dos tecidos.
4R

• Ausência de vestígios traumáticos em torno da ferida (sem escoriações, equimoses ou infiltração hemorrágica);
1

• As fibras dos tecidos são seccionadas, e os vasos permanecem abertos nas vertentes das feridas, e, em razão
08

disso, há abundância de sangramentos.


13

• Centro mais profundo que as extremidades.


9
77

• O comprimento prevalece sobre a profundidade.


22

• A escoriação linear ao longo da epiderme é chamada de cauda de escoriação e indica a saída do instrumento (o
LIA

lado em que terminou a ação). Nem sempre ela estará presente!


AG

1. Feridas por ação cortante no pescoço:


IP

• Esgorjamento: Ferida na região anterior (frente) ou lateral do pescoço.


RT

• Degolamento: Ferida incisa ou cortocontusa, na região posterior do pescoço (nuca).


BE

• Decapitação: Isolamento total da cabeça do corpo.


B
AU
ST
O

11
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Instrumentos Contundentes e suas Lesões
Características da ferida contusa:

PA
• Forma estrelada, sinuosa ou retilínea;

I
RT
• Bordas irregulares, escoriadas e equimosadas;

BE
• Fundo irregular;

B
Retração das bordas da ferida;

AU
• Lesão pouco sangrante, devido à hemostasia traumática (esmagamento dos tecidos);

ST
• Pontes de tecido íntegro ligando as vertentes (não há rompimento das fibras).

FO
CONTUSAS INCISAS

L
DO
Bordas irregulares Bordas regulares
Vertente irregular Vertente (encosta) regular

RO
Fundo irregular Fundo regular

14
Bordas escoriadas e equimosadas Sem escoriação e equimoses

8
Presença de pontes de tecido íntegro Hemorragia abundante

30
Retração das bordas Afastamento das bordas

91
Integridade dos vasos, nervos e tendões no fundo da lesão, Prevalece o comprimento sobre a profundidade. Sua
Forma estrelada
77
profundidade é maior no início
22

Equimose - É o extravasamento e dispersão de sangue nas malhas dos tecidos superficiais ou profundos.
LIA

Logo, o vaso também se dilata, mas, além de ele se dilatar, se rompe. Desta forma, o sangue extravasa e
AG

derrama embaixo da pele.


IP

42136
RT

• Espécies: As equimoses têm uma classificação e mudam de nome de acordo com sua forma,
BE

localização e origem.
42136
A equimose é gênero que vai admitir as seguintes espécies:
B
AU

• PETÉQUIAS - São pequenas equimoses em forma de ponto, em forma de cabeça de alfinete,


ST

puntiforme. É uma equimose puntiforme (parecendo uma picada de pulga). Ex.: manchas de
O

Tardieu (sufocação direta), manchas de Paltauf (afogamento) e máscara equimótica de Morestin


F
OL

(sufocação indireta).
OD

• SUGILAÇÃO - Confluência de numerosas (milhares ou centenas) lesões puntiformes. Equimose em


forma de pequenos grãos. São várias petéquias em uma região bem delineada (ex.: chupão, oriundo
4R

de atos libidinosos). O extravasamento de sangue ocorre por sucção.


1
08

• SUFUSÃO / EQUIMOMA - Equimose como se fosse um grande derramamento de sangue. Também


13

chamado de equimoma. É o que se chama de LENÇOL HEMORRÁGICO, ou de “MANCHA DE


9

SANGUE”.
77


22

VÍBICES - Apresenta forma de estrias. São equimoses em dupla faixa paralelas produzida por um
instrumento longo de haste (cassetete, cano de PVC, cabo de vassoura, etc.).
LIA

• MANCHA DE PAULTAUF - Espécie de equimose que está presente normalmente nos afogamentos.
AG

Só existe Mancha de Paltaulf no pulmão.


IP
RT

MANCHAS DE TARDIEU MANCHAS DE PALTAUF


BE

Petéquias que podem surgir em qualquer parte do corpo, inclusive nos Equimoses que só surgem nos pulmões.
pulmões.
B
AU
ST
O

12
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
Não é patognomônica, pois podem aparecer em diversas causas de Para a maioria da literatura, é patognomônica de
morte. afogamento.

PA
I
RT
• Cronologia da equimose - As manchas da equimose seguem uma evolução cromática padronizada de

BE
acordo com o passar do tempo – é o ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LE GRAND DU SAULLE.

B
AU
ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LE GRAND DU SAULLE

ST
42136
VERMELHA 1º DIA

FO
VIOLÁCEA/ARROXEADA 2º E 3º DIAS

L
AZUL 4º AO 6º DIA

DO
VERDE 7º AO 11° DIA

RO
AMARELA 12º DIA
DESAPARECIMENTO EM TORNO DO 15° AO 20° DIA.

814
30
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES

91
Lesões de Entrada por PAF
77
22

• Ação perfurocontundente;
• Ferida perfurocontusa;
LIA
AG

EFEITOS PRIMÁRIOS DO TIRO EFEITOS SECUNDÁRIOS DO TIRO


IP

Aparecem em tiros dados a qualquer distância 42136Aparecem em tiros dados a curta distância.
RT

1. Orla de equimose 4. Orla de chamuscamento


BE

2. Orla de escoriação 5. Orla de esfumaçamento


3. Orla de enxugo 6. Orla de tatuagem
B
AU
ST

Efeitos Primários
O

A lesão de entrada de um PAF, independente da distância, possui um contorno chamado de ORLA, HALO,
F
OL

CONTORNO, MARGEM. Nessa orla pode haver uma:



OD

Equimose – Orla de Equimose;


• Escoriação – Orla de Escoriação;
4R

• Resíduos trazidos pelo projétil (enxugo) – orla de Enxugo.


1
08
13

São sinais exclusivos da LESÃO DE ENTRADA!!!


9

ATENÇÃO! O conjunto dessas orlas é denominado ANEL DE FISCH!


77

ORLA DE ESCORIAÇÃO OU CONTUSÃO ORLA DE ENXUGO OU ORLA EQUIMÓTICA


22

ALIMPADURA
LIA

Epiderme é arrancada por sua ação É representada pela orla de detritos No trajeto pelo tecido subcutâneo, o
AG

contundente, resultando uma orla de e impurezas que ficam retidas na projétil rompe vasos de calibres médio
escoriação ao redor do orifício de entrada. A pele quando o projétil passa por ela. e pequeno, o que provoca infiltração
IP

derme, por ser mais elástica, é esticada em Produzida pela limpeza dos hemorrágica que se traduz
RT

forma de dedo de luva por inversão e só se resíduos existentes no cano da externamente por uma orla equimótica
BE

rompe quando o limite de sua elasticidade é arma (pólvora, ferrugem, partículas ao redor do orifício.
ultrapassado, etc.), ficando sob a forma de uma Devido a ação contundente oriunda do
B
AU

auréola escura em volta do orifício projétil.


de entrada.
ST
O

13
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
Logo, o diâmetro de entrada é menor que o Por vezes, a orla de enxugo só é Serve para caracterizar a reação vital
calibre do projétil. observada nas roupas da vítima. na ferida. SÓ TEM EM VIVO.

IPA
RT
Não se pode afirmar o calibre da arma pelo ORLA EXCLUSIVA DOS ORIFÍCIOS DE Essa orla não é constante nem

BE
diâmetro dos ferimentos. ENTRADA. exclusiva da entrada, podendo ser
observada nos tecidos vizinhos ao

B
AU
orifício de saída.

ST
Efeitos Secundários - Os efeitos secundários do tiro são feitos pelos gases que estão junto com o projétil.

FO
Obs.: Se a lesão de entrada não apresentar os efeitos secundários pode ser por causa da distância (uma

L
distância um pouco maior) ou em razão da presença de anteparos.

DO
ZONA DE CHAMA

RO
(CHAMUSCAMENTO/DE ZONA DE ESFUMAÇAMENTO ZONA DE TATUAGEM
QUEIMADURA

14
Produzida pelos gases Produzida pelo depósito de fuligem Produzida pela pólvora incombusta

8
30
superaquecidos e inflamados. decorrente da combustão da pólvora (NÃO QUEIMADA) ou parcialmente

91
(QUEIMADA). comburida.
TIROS à QUEIMA ROUPA TIROS À CURTA DISTÂNCIA 77 TIROS À CURTA DISTÂNCIA
Acima de 50 cm a quantidade de
22

partículas sólidas diminui progressiva e


LIA

rapidamente.
Formada pelos resíduos finos e impalpáveis Incrustam-se no alvo, NÃO
AG

X aderidos ao plano do alvo. FACILMENTE REMOVÍVEIS POR LAVAGEM.


IP

42136
REMOVIDOS POR LAVAGEM.
RT

Nos tiros perpendiculares, apresenta forma Nos tiros perpendiculares apresenta-se


BE

X estrelada. sob a forma circular. Nos inclinados


tem forma elíptica.
B

X X Traço característico do orifício de


AU

entrada.
ST
O

Tiro com Cano Encostado


F
OL

Sinais:

OD

BOCA DE MINA DE HOFFMAN, CÂMARA DE MINA DE HOFFMAN - Tiro com cano encostado na pele em que há osso por baixo.
É causado pela forte expansão dos gases oriundos da queima da pólvora, que atingem o osso e retornam bruscamente,
4R

causando ruptura do tecido epitelial. A lesão costuma possuir a forma estrelada.



1

SINAL DE BENASSI - O sinal de Benassi é a mancha preta dos gases no osso (mancha de pólvora em volta do osso), ou seja, um
08

esfumaçamento da lâmina externa do osso. A tendência é desaparecer com a lavagem ou a putrefação.


13

• SINAL DE SCHUSSKANOL - Schusskanol significa canal do tiro. Assim, o Sinal de Schusskanol é representado pelo esfumaçamento
9

das paredes conduto produzido pelo projétil entre as lâminas interna e externa de um osso chato.
77

• SINAL DE BONNET OU SINAL DE PONSOLD - Sinal em um osso achatado (não é qualquer osso, tem que ser achatado). Ex.: crânio,
22

esterno (osso do peito), costela, escápula, ilíaco (pelve, bacia).


LIA

• SINAL DE PUPPE-WERKGARTNER - Representado pelo desenho da boca e da massa de mira do cano, produzido por ação
contundente ou pelo seu aquecimento.
AG
IP

42136

Comparação entre as lesões de entrada e saída de PAF?


RT

ENTRADA SAÍDA
BE

Forma Arredondada (regular) Irregular


B

Invertidas (Invaginadas), salvo na mina de Evertidas


AU

Borda
Hoffman
ST
O

14
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Orlas e Zonas (salvo se houver Sem Zonas (pode ser orla equimótica e de escoriação, mas
compensador ou roupa) nunca de enxugo)
Elementos

PA
Diâmetro Menor ou proporcional ao projétil Maior ou desproporcional

I
RT
Sangramento Pouco ou Ausente Muito sangue

BE
B
ASFIXIOLOGIA FORENSE

AU
ST
Energia vulnerante que causa morte nas asfixias é uma energia vulnerante de natureza físico-química

FO
(energia mista), pois possui um componente físico e um componente químico.

L
Hipoxia – diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial.

DO
Hipercapnia – aumento de gás carbônico (CO2) no sangue arterial.

RO
Fases Clínicas da Asfixia

14
• 1ª FASE – Cerebral - enjoos, vertigens, sensação de angústia e lipotimias, dura de 1 a 2 minutos.

8
30
• 2ª FASE - Excitação cortical e medular - Convulsões generalizadas e contrações dos músculos

91
respiratórios e face, relaxamento dos esfíncteres com emissão de fezes e urina, duração 1 a 2 minutos.
77
• 3ª FASE - Respiratória - Lentidão dos movimentos respiratórios, insuficiência ventricular, aceleração da
22

morte! 1 a 2 minutos.
LIA

• 4ª FASE - Cardíaca - Sofrimento do miocárdio, batimentos lentos dura de 3 a 5 minutos.


AG
IP

Sinais Gerais de Asfixia 42136


RT
BE

SINAIS EXTERNOS INTERNOS


• Cianose facial (cor azulada ou arroxeada da • Sangue fluido e escuro.
B
AU

face).
• Cogumelo de espuma (não confirma por si só • Equimoses viscerais, mais comuns na região subpleural
ST

afogamento). 42136 (manchas de tardieu, que existem em qualquer asfixia, não


O

são patognomônicas de afogamento).


F

• •
OL

Projeção da língua para fora Maior volume de sangue nas vísceras.


• •
OD

Equimoses na pele, com forma de petéquias, na Hemorragia, edema e enfisema pulmonar.


pele e mucosas da face, sobretudo nas pálpebras
4R

e olhos (conjuntiva ocular).



1

Manchas de hipóstase /Livores cadavéricos mais X


08

escuros e precoces.
913

Asfixias por Constrição Cervical


77
22

Enforcamento
LIA
AG

É a modalidade de asfixia em que a construção do pescoço é exercida por um laço, cuja extremidade se acha
IP

fixa um ponto dado, sendo a força atuante o peso do corpo.


RT

No enforcamento, o sulco é:
BE

• Oblíquo ascendente: (porque o peso puxa para baixo e o laço puxa para cima), uma parte marca mais do
que a outra;
B
AU

• Interrompido no nó;
ST

• Fica por cima da cartilagem tireóidea;


O

15
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA

GL
É um sulco intenso de um lado e vai apagando do outro lado;
• Tem profundidade variável (sulco deixado por laços largos é menos profundo do por laços estreitos).

PA
• Do lado que o sulco some/sulco superficial, é o lado do nó, o lado de onde ele estava pendurado. Do lado

I
RT
que o sulco é profundo, é o lado da alça.

BE
Enforcamento típico - sulco profundo na frente e superficial atrás;

B
Enforcamento atípico - sulco profundo de um lado e superficial do outro.

AU
ST
Estrangulamento
42136

FO
L
Asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular.

DO
Sulco no estrangulamento:

RO
• Situa-se topografia da laringe ou entre ela e o osso hióide (mais baixo que o sulco do
enforcamento);

14
• Possui direção horizontal;

8
30
• Profundidade regular, uniforme e pouco acentuada;

91
• Normalmente o sulco é completo, com largura semelhante à do material do laço, podendo ser
77
maior se houver deslizamento;
22

• Fundo do sulco apresenta escoriações e cor pardo-avermelhada quando o laço for áspero;

LIA

Excepcionalmente apergaminhado.
AG

Esganadura
IP

42136
RT

Forma de asfixia mecânica em que a constrição do pescoço é feita pelas mãos.


BE

Características:
B

• Local em desalinho, presença de lesões de defesa;


AU

• Presença de equimoses e escoriações no pescoço;


ST

• Estigmas Ungueais – escoriações deixadas pelas unhas do agressor teoricamente de forma semilunar,
O

apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada;


F


OL

A esganadura é a forma de constrição cervical que mais apresenta fratura dos elementos do plano visceral do
pescoço;
OD

• Fratura do osso hioide;


4R

• Presença das Marcas de Franca (Genival França), que consiste em marcas semilunares na túnica interna da
1

carótida;
08

• A face da vítima fica pálida ou cianótica, dependendo da intensidade da constrição;


13

• Petéquias na face = SINAL DE LACASSAGNE.


9
77
22

Afogamento
LIA

Asfixia por transformação do meio gasoso em meio líquido.


AG

Afogado branco x Afogado azul:


IP

• Afogado azul → se enquadram nos casos em que a vítima aspira líquido.


RT

• Morre por entrada de água nas vias respiratórias;


BE

• O afogado Azul também é chamado de: afogado verdadeiro, úmido ou real.


B

• Afogado branco → são casos em que não há aspiração de líquido.


AU

• Morre por parada cardíaca reflexa.


ST
O

16
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA

GL
O Afogado branco também é chamado de: afogado seco, por inibição ou branco de Parrot.

PA
TANATOLOGIA FORENSE

I
RT
BE
Morte: O conceito mais aceito é o de morte encefálica, adotado depois da era da transplantação dos órgãos

B
e tecidos. (cuidado para não confundir com morte cerebral, que não configura morte!)

AU
ST
MORTE ENCEFÁLICA MORTE CEREBRAL (CORTICAL)

FO
A lesão atinge outras estruturas além do cérebro. No caso, o tronco Quando lesado difusamente apenas o cérebro,
encefálico. Nunca mais haverá respiração espontânea. Os parâmetros levando ao coma persistente. As funções cardíaca e

L
DO
clínicos a serem observados para a constatação de morte encefálica são: respiratória mantêm-se, apesar do estado
• Coma aperceptivo, com ausência de atividade motora inconsciente.

RO
supraespinhal;

14
Ausência de reflexos que dependem da integridade do tronco

8
encefálico:

30
• Pupilas fixas e arreativas;

91
• Ausência de reflexo córneo palpebral; 77
• Ausência de reflexos óculo-cefálicos;
22

• Ausência de reflexo da tosse;



LIA

Apneia (ausência de respiração espontânea).


AG

SINAIS DA MORTE
IP

42136
RT

CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS


BE

Denominação Fenômenos42136

B

Ausência de função cerebral


AU

• Inconsciência

ST

Insensibilidade
• ABIÓTICOS IMEDIATOS • Imobilidade
O

• SINAIS DE INCERTEZA •
F

Relaxamento muscular
OL

• DIAGNÓSTICO DE MORTE • Músculos relaxam, permitindo eliminação de fezes


CLÍNICA
OD

• Pupilas dilatam (midríase)



4R

Corpo se amolda ao apoio


• Tórax se achata
1


08

Boca entreaberta

13

Rugas da face se atenuam (máscara da morte)



9

Parada da respiração
77

• Parada da circulação
22

• Algidez
LIA

• Rigidez
• ABIÓTICOS MEDIATOS • Hipóstase ou livor
AG

• CONSECUTIVOS/TARDIOS • Resfriamento
IP

• SINAIS DE CERTEZA • Espasmo cadavérico


RT

• Autólise
BE

• Putrefação: coloração (mancha verde), gasoso, coliquativo,


B

esqueletização
AU

• TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS • Maceração: cadáver submerso:


ST
O

17
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA

GL
Mumificação
• Saponificação

PA
• TRANSFORMATIVOS CONSERVATIVOS • Corificação

I
RT
• Calcificação

BE
Abióticos/sinais de certeza:

B
AU
ST
EVAPORAÇÃO TEGUMENTAR (DESIDRATAÇÃO CADAVÉRICA) - Com a morte, cessa o controle hídrico. Tal
perda de água, que nos seres vivos é compensada pela sua ingestão, segue, no cadáver, de modo contínuo e

FO
sem reposição.

L
DO
Depressibilidade do globo ocular – SINAL DE RIPAULT – É a deformação da pupila com a pressão do dedo diretamente
sobre o olho. (inicia entre 6h-8h de morte).

RO
Mancha negra da esclerótica ou SINAL DE SOMMER E LARCHER – é a dessecação esclerótica e ocorre de 3 a 5 horas

14
após a morte, dependendo da velocidade da evaporação. Geralmente tem forma circular ou oval. (na parte branca do

8
olho, surge depois de 3h e se generaliza em 7h).

30
91
RESFRIAMENTO CADAVÉRICO (ALGOR MORTIS) - Também chamado de algor mortis. A tendência do
77
cadáver é equilibrar sua temperatura com a do ambiente à sua volta.
22
LIA

MANCHAS DE HIPÓSTASE CUTÂNEAS (LIVOR MORTIS) - Também podem ser chamados de hipóstases
viscerais (hipo = baixo / tase = parada). Livores são manchas, alterações de coloração. São manchas
AG

arroxeadas resultantes do acúmulo do sangue no interior dos vasos sanguíneos. Isso acontece nas regiões
IP

42136
RT

de maior declive do cadáver. Apresentam-se em forma de placas e permanecem até o surgimento dos
fenômenos da putrefação. nas intoxicações por monóxido de carbono (escapamento de carros), a mancha
BE

é avermelhada, carminados ou cor de cereja.


B
AU

RIGIDEZ CADAVÉRICA (RIGOR MORTIS) - A rigidez cadavérica é um endurecimento muscular. Nela, há


ST

acidificação dos músculos e falta de oxigênio. O tempo que o cadáver permanece rígido é chamado de
FO

“período de estado”. Quando a pessoa morre, para de respirar; logo, o corpo vai ficando ácido e essa acidez
OL

começa a atacar a musculatura, que vai endurecendo. É um fenômeno químico.


OD
4R

Tafonomia (Fenômenos Transformativos)


Fenômenos Transformativos Destrutivos: São 3: Autólise, Putrefação e Maceração.
1
08
13

1. AUTÓLISE: É o processo de destruição das células. Ou seja, é o próprio corpo se destruindo, sem
9
77

interferência de bactérias, fungos etc. É o mais precoce dos fenômenos cadavéricos.


22

2. PUTREFAÇÃO: É a decomposição do corpo pela ação das bactérias saprófitas, gerando grande
quantidade de gases. No clima do Brasil, inicia-se aproximadamente 24h após a morte.
LIA

42136

FASES DA PUTREFAÇÃO - A putrefação possui 4 fases:


AG
IP

1ª - Fase da coloração/cromática - A 1ª fase da Putrefação (frase cromática) inicia-se, em geral, pelo


RT

surgimento da mancha verde abdominal, localizada na FOSSA ILÍACA DIREITA (exceto nos afogados e fetos
BE

mortos). Tempo de Surgimento: Quando essa mancha aparece, já se passaram mais de 24h da morte. Com
B

24h, em geral, observamos que a putrefação já começou; a musculatura da mandíbula já está flácida; os
AU

membros inferiores ainda estão rígidos e os livores estão fixos.


ST
O

18
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Local do Surgimento da mancha verde:
• Regra: A região abdominal, em razão da proximidade com o intestino grosso (fossa ilíaca), costuma ser a região

PA
em que a mancha verde de brouardel aparece e se alastra primeiro (principalmente pela ação das bactérias

I
RT
presentes no intestino grosso).

BE
2ª - Fase gasosa ou enfisematosa - Com o início da decomposição, vão surgindo gases do interior do corpo.
Os gases da putrefação causam o agigantamento (estufamento). Em razão do agigantamento surgem fictenas

B
AU
(bolhas) ao longo do corpo que possuem conteúdo sero-sanguinolento.

ST
3ª - Fase redutora ou coliquativa - A fase redutora ou qualiquativa é a fase da dissolução do cadáver pelas

FO
bactérias e fauna cadavérica. Assim, os tecidos amolecidos (putrilagem) se desfazem, pois o cadáver é
invadido por larvas de insetos. O estudo da evolução dessas larvas permite avaliar o tempo do crime.

L
DO
4ª - Fase da esqueletização - A fase em que os ossos estão presos apenas por alguns ligamentos. O cadáver

RO
vai perdendo os tecidos moles.

14
3. MACERAÇÃO: É o processo de transformação no qual ocorre destruição dos tecidos moles do

8
30
cadáver em corpos submersos (ação prolongada de líquidos), quando o cadáver é armazenado em meio

91
líquido, pois a pele sofre uma destruição causada pela água, que é chamada de maceração.
77
• Maceração leva em torno de 24h para se tornar evidente. A maceração pode ser:
22

• Maceração Séptica (contaminada) → com germes. Ocorre quando o cadáver está submerso em líquido
LIA

contaminado. Líquido contaminado é a água de rios, mares, piscina, banheiras etc.


• Maceração Asséptica → sem a presença de germes. Ocorre nos fetos mortos retidos no útero materno a partir
AG

do 5º mês de gestação. Obs.: Quando o feto aparece macerado mostra que o feto estava morto há mais de
IP

42136
24h dentro do útero.
RT
BE

Fenômenos Transformativos Conservadores:


B

Os fenômenos conservadores são fenômenos naturais (sem interferência humana). São 4: Mumificação,
AU

Saponificação, Corificação e Calcificação.


ST

A) MUMIFICAÇÃO: A mumificação ocorre em condições climáticas que permitem a rápida


O

desidratação, impedindo a ação de bactérias que levam à putrefação.


F
OL

B) SAPONIFICAÇÃO OU ADIPOCERA: Trata-se de fenômeno conservativo raro, que aparece nas partes
OD

moles gordurosas do cadáver, transformando os tecidos em uma substância amarelo-cinzenta,


untuosa, mole, que aparenta ser uma cera de gordura.
4R

C) CALCIFICAÇÃO: Trata-se do fenômeno transformativo conservador caracterizado pela petrificação


1
08

ou calcificação do corpo. Surge quando as partes moles se desintegram pela putrefação rápida, e o
13

esqueleto começa a assimilar grande quantidade de sais calcários, aparentando aspecto pétreo.
9

Ocorre mais frequentemente em fetos mortos e retidos na cavidade uterina (ABAIXO DO 5º MÊS DE
77
22

GESTAÇÃO!)
D) CORIFICAÇÃO: Fenômeno transformativo conservador muito raro, foi observado em cadáveres que
LIA

foram acolhidos em urnas metálicas (com zinco na composição). O cadáver submetido a tal
AG

42136
fenômeno apresenta a pele ressecada e endurecida, semelhante a couro.
IP
RT

CRONOTANATOGNOSE
BE
B
AU
ST
O

19
LF
DO
RO
4R
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REVISÃO DE VÉSPERA

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22
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GL
1. Os fenômenos cadavéricos abióticos mediatos ou consecutivos e os fenômenos cadavéricos
transformativos ajudam a estimar o tempo da morte, mas nunca permitem uma fixação precisa, em

PA
razão de todas as variáveis acima apresentadas (condições ambientais e do próprio cadáver).

I
RT
a. Resfriamento Cadavérico

BE
b. Livores

B
c. Rigidez

AU
d. Mancha verde abdominal

ST
FO
TOXICOLOGIA FORENSE

L
Classificação das Drogas

DO
PSICOLÉPTICAS PSICOANALÉPTICAS PSICODISLÉPTICAS

RO
São tranquilizantes ou calmantes e Estimulantes da atividade mental, Perturbadoras da atividade mental,
possuem ação depressora: deprimem a aumentam a vigília, causam insônia, gerando distorção da realidade

14
atividade mental, diminuem a vigília, excitam a atividade intelectual, exaltam (delírios). Modificam a qualidade da

8
reduzem a atividade intelectual, sedam a a tensão emocional. atividade cerebral (não a quantidade).

30
tensão emocional.

91
Álcool, ópio, Fenorbarbital (gar-denal), Coca, crack, oxi, anfetamina (bolinha,
77 Maconha, LSD, cogumelo (santo daime),
barbitúricos (calmantes), soníferos, cola de speed, ecstasy, cristal, rebite). meta.
22

sapateiro, morfina, heroína.


LIA
AG
IP

42136
RT
BE

42136
B
AU
ST
F O
OL
OD
14R
08
913
77
22
LIA
AG
IP
RT
BE
B
AU
ST
O

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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
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GL
DIREITO PENAL

PA
PARTE GERAL

I
RT
BE
1 Introdução ao direito penal.

B
AU
1. Conceito:

ST
Direito Penal é “o conjunto de princípios e regras destinados a combater o crime e a contravenção

FO
penal, mediante a imposição de sanção penal”.

L
Diz-se que a pena é a 1ª via do direito penal, a medida de segurança é a 2ª e a reparação do dano é a

DO
3ª.

RO
a) Em seu aspecto formal: o direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos

14
comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções as lhe

8
serem aplicadas.

30
b) Em seu aspecto material: o Direito Penal se refere a comportamentos considerados altamente

91
reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria
77
conservação e progresso da sociedade.
22

c) Em seu aspecto sociológico: o direito penal é mais um instrumento do controle social de


LIA

comportamentos desviados, visando a assegurar a necessária disciplina social.


AG
IP

2. Funções: 42136
RT

a) Missão mediata:
BE

• Instrumento de Controle Social ou de preservação da paz pública (Papel intimidador);


• Limitação ao poder de punir estatal ou Função de Garantia – garantia dos cidadãos contra o arbítrio
B
AU

42136
estatal, vez que só podem ser punidos por atos previstos como infração penal e por pena também
ST

determinada em lei.
O

b) Missão imediata:
F

• Funcionalismo teleológico (moderado) – Claus Roxin (Predomina) - A missão do Direito Penal é a


OL

proteção dos bens jurídicos mais relevantes;


OD

• Funcionalismo sistêmico (radical) – Günter Jakobs - A missão do Direito Penal é assegurar a vigência
4R

do sistema, protegendo o império da norma.


1
08

3. Escolas penais:
13
9

ESCOLA Características
77
22

Examina a pessoa do infrator como alguém que fez mau uso da sua liberdade, embora devesse
ESCOLA CLÁSSICA respeitar a lei. O criminoso é um pecador que escolheu o mal (atuação do criminoso pautada no livre
LIA

arbítrio). O crime é obra da vontade livre do delinquente. Expoentes: Carmignani, Francesco Carrara,
AG

Beccaria, Feuberbach.
Criminoso é um prisioneiro de sua própria patologia (determinismo biológico) ou de processos causais
IP

ESCOLA POSITIVISTA alheios (determinismo social). Não foi aceita a tese da Escola clássica do livre-arbítrio, mas sim a ideia
RT

do criminoso nato (determinismo biológico de Lombroso) e do determinismo social de Ferri e Garófalo.


BE

Fase antropológica: Cesare Lombroso / Fase sociológica: Enrico Ferri / Fase jurídica: Raffaele
Garofalo.
B
AU

Criminoso é um ser inferior, incapaz de guiar livremente a sua conduta, por haver debilidade em sua
vontade, de modo a merecer intervenção estatal para corrigi-la. Para a escola correcionalista, o
ST
O

21
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
ESCOLA criminoso não é um ser forte e embrutecido, como diziam os positivistas, mas sim um débil, cujo ato
CORRECIONALISTA precisa ser compreendido e cuja vontade necessita ser direcionada. A pena tem finalidade

PA
exclusivamente corretiva.

I
RT
ESCOLA Criminoso como vítima da sociedade e das estruturas42136
econômicas. A responsabilidade do crime é da
MARXISTA/ESCOLA sociedade e o delinquente é convertido em vítima, pois este é produto da estrutura econômica do

BE
CRÍTICA Estado.

B
AU
4. Princípios: A função dos princípios é limitar o poder de punir do Estado.

ST
FO
a) PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS: O Direito Penal deve servir apenas e tão

L
somente para proteger bens jurídicos relevantes (Roxin). Impede que o Estado utilize o Direito Penal para a

DO
proteção de bens ilegítimos.

RO
b) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA: O direito penal só deve ser aplicado quando a criminalização

14
de um fato é estritamente necessária à proteção de determinado bem ou interesse, não sendo

8
suficientemente tutelado por outras searas do direito. O direito penal é o último grau de proteção jurídica.

30
Em outras palavras: O direito penal em um Estado Democrático de Direito atua como ultima ratio/última

91
razão/última saída. 77
Do princípio da intervenção mínima decorrem dois outros princípios:
22

a. Fragmentariedade: A fragmentariedade prevê que somente devem ser tutelados pelo direito
LIA

penal os casos de relevante lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos fundamentais para a manutenção e
AG

o progresso do ser humano e da sociedade.


IP

42136
RT

Obs.: Fragmentariedade às avessas: Ocorre nas situações em que o direito penal perde o interesse em uma
BE

determinada conduta, inicialmente tida por criminosa, por entendê-la desnecessária, com a evolução da
B

sociedade e modificação de seus valores, ocorrendo a abolitio criminis.


AU
ST

b. Subsidiariedade: está ligada à autonomia do Direito Penal. Somente após se constatar que
O

outros meios de solução social dos conflitos não são aptos a dirimi-los, é que serão utilizados modelos
F
OL

coercitivos de que dispõe o Direito Penal. Funciona como um soldado de reserva.


OD

c) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU DA BAGATELA: O princípio da Insignificância decorre da


4R

fragmentariedade, de modo que o Direito Penal só vai intervir nos casos de relevante lesão, quando for
1
08

indispensável para a proteção de determinado bem jurídico, e quando não houver como proteger o bem
13

jurídico como os outros ramos do direito.


9

Nesse sentido, o princípio da insignificância traduz a ideia de que não há crime quando a conduta
77

praticada pelo agente é insignificante, não é capaz de ofender ou colocar em perigo o bem jurídico tutelado
22

pela norma penal.


LIA

Natureza Jurídica: Causa de Exclusão da tipicidade (atipicidade) material. Ou seja: torna o fato atípico
AG

por ausência de tipicidade material.


IP
RT

BAGATELA PRÓPRIA X BAGATELA IMPRÓPRIA:


BE

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA


= PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA = PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO
B

A situação já nasce atípica. A situação nasce penalmente relevante. O fato é típico do ponto vista formal e
AU

O fato é atípico por atipicidade material. material.


ST
O

22
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
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GL
Em virtude de circunstâncias envolvendo o fato e o seu autor, consta-se que a pena
se tornou desnecessária.

PA
O agente tem que ser processado (a ação penal deve ser iniciada) e somente após a
O agente não deveria nem mesmo ser

I
RT
análise das peculiaridades do caso concreto, o juiz poderia reconhecer a
processado já que o fato é atípico.
desnecessidade da pena.

BE
Natureza jurídica: Causa Supralegal de
Natureza jurídica: causa supralegal de extinção de punibilidade

B
extinção de tipicidade material

AU
Não tem previsão legal no direito
Está previsto no art. 59 do CP, conforme a doutrina.

ST
brasileiro.

FO
d) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE/HUMANIDADE DAS PENAS: Consiste no princípio da dignidade da

L
DO
pessoa humana do Direito Constitucional, que é transportado para o Direito Penal, e ganha uma
nomenclatura diferente: humanidade.

RO
e) PRINCÍPIO DA CONFIANÇA: Segundo este princípio, quem atua observando as regras de trânsito,

14
possui o direito acreditar que as demais pessoas irão agir também de acordo com as normas. Assim, quando

8
30
aquele que continua avançando no sinal verde e acaba colidindo com outro veículo que avançou no sinal

91
vermelho, agiu amparado pelo princípio da confiança, não tendo culpa, já que dirigia na expectativa de que
77
os demais respeitariam as regras de sinalização. Atualmente é aplicado no Brasil para os crimes em geral.
22
LIA

2 A lei penal.
AG

1. Aplicação da lei penal:


IP

42136

A lei penal é fonte formal imediata do direito penal e detém o monopólio para a criação de infrações
RT

penais e cominação de penas.


BE
B

É necessária a edição de lei em sentido formal para a tipificação do crime contra a humanidade trazida pelo Estatuto
AU

de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado. STJ, julgado em 25/09/2019 (Info 659).
ST

Nota: A definição dos crimes de lesa-humanidade, também chamados de crimes contra a humanidade, pode ser
encontrada no Estatuto de Roma, promulgado no Brasil por força do Decreto nº 4.388/2002. No Brasil, no entanto,
O

42136
ainda não há lei que tipifique os crimes contra a humanidade. Diante da ausência de lei interna tipificando os crimes
F
OL

contra a humanidade, não é possível utilizar tipo penal descrito em tratado internacional para tipificar condutas
OD

internamente, sob pena de se violar o princípio da legalidade (art. 5º, XXXIX, da CF/88). Dessa maneira, não se mostra
possível internalizar a tipificação do crime contra a humanidade trazida pelo Estatuto de Roma, mesmo se cuidando
4R

de Tratado internalizado por meio do Decreto n. 4.388, porquanto não há lei em sentido formal tipificando referida
conduta. STJ. 3ª Seção. REsp 1798903-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/09/2019 (Info 659).
1
08
13

a) Lei penal em branco:


9
77

Em sentido lato / homogênea / Imprópria Em sentido estrito / heterogênea / própria


22
LIA
AG
IP
RT
BE
B
AU
ST
O

23
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
O complemento tem a mesma natureza jurídica e deriva O complemento tem natureza jurídica diversa e emana
do mesmo órgão que elaborou a lei incriminadora, ou de órgão distinto do que elaborou a norma

PA
seja, é outra lei. Ex.: art. 169, § único, I, CP, incriminadora. Ex.: Lei de drogas e Portaria 344/98.

I
RT
complementado pelo art. 1.264 do CC. Podem ser de
duas espécies:

BE
Lei penal em branco em sentido lato HOMOVITELINA:

B
A lei incriminadora e o complemento estão no mesmo

AU
diploma legislativo. Ex.: CP – CP

ST
Lei penal em branco em sentido lato HETEROVITELINA:
A lei incriminadora e o complemento estão em

FO
diplomas normativos diversos. Ex.: CP – CC

L
DO
RO
b) Lei excepcional ou temporária: Art. 3° do CP. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o

14
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado

8
durante a sua vigência.

30
c) Tempo do crime: Art. 4° do CP. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,

91
ainda que outro seja o momento do resultado. TEORIA DA ATIVIDADE 77
Súmula 711-STF: Nos casos de crime continuado, permanente ou habitual, aplica-se a lei mais grave, se vigente antes
22

de cessada a continuidade, permanência ou habitualidade.


LIA

Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções à aplicação de lei
mais benigna.
AG
IP

42136
d) Lugar do crime: Art. 6° do CP. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
RT

omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. TEORIA DA
BE

UBIQUIDADE. Obs.: NÃO confunda com 42136art. 70 do CPP que adota a teoria do resultado em relação à
B

competência para julgamento dos crimes.


AU
ST

Dica DD: Mnemônico = LUTA


O

Lugar do crime = Ubiquidade


F

Tempo do crime = Atividade


OL

Obs.: O princípio do locus delicti comissi, depreende-se que a lei nacional alcança os crimes praticados dentro
OD

do território nacional, sejam os agentes nacionais, estrangeiros ou apátridas.


14R

e) Interpretação da lei penal:


08

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA


13

É forma de interpretação É forma de interpretação É forma de integração do direito.


9
77

Existe norma para o caso concreto. Existe norma para o caso concreto. Não existe norma para o caso concreto.
22

Amplia-se o alcance da palavra Utilizam-se exemplos seguidos de uma Cria-se uma nova norma a partir de outra
forma genérica para alcançar outras (analogia legis) ou do todo do
LIA

hipóteses. ordenamento jurídico (analogia iuris)


Prevalece ser possível sua aplicação no É possível sua aplicação no Direito É possível sua aplicação no Direito Penal
AG

Direito Penal in bonam ou in malam Penal in bonam ou in malam partem. somente in bonam partem.
IP

partem. (STJ já entendeu que não pode in


RT

malam partem)
BE

Ex.: a antiga expressão “arma” no crime de Ex.: Homicídio mediante paga ou Ex.: isenção de pena, prevista nos crimes
roubo majorado (art. 157, §2º, II, CP – hoje promessa de recompensa, ou por contra o patrimônio, para cônjuge e,
B

revogado). outro motivo torpe (art. 121, §2º, I, III analogicamente, para o companheiro (art.
AU

e IV do CP). 181, I do CP).


ST
O

24
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
2. Conflito aparente de normas:

PA
a) Requisitos: Unidade de fato (fato único); Pluralidade de normas; e Vigência simultânea de todas elas.

I
RT
b) Princípios para solucionar o conflito aparente de normas: Especialidade; Subsidiariedade;

BE
Consunção e Alternatividade.

B
c) Crime progressivo x progressão criminosa:

AU
CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA

ST
Quando o agente, para alcançar um resultado ou Há alteração do dolo. O agente pretende
crime mais grave, precisa passar por um crime inicialmente produzir um resultado e, depois de

FO
menos grave. Ex.: Para o homicídio, passa-se pela alcançá-lo, opta por prosseguir na prática ilícita e

L
lesão corporal. reinicia outra conduta, produzindo um evento mais

DO
grave. É uma nova vontade que surge na execução. O

RO
fato inicial fica absorvido só respondendo pelo
último.

814
30
3 Teoria geral do crime. 4 Teoria do tipo.

91
77
1. Consumação: É aquele em que foram realizados todos os elementos constantes de sua definição
22

legal.
LIA

A consumação nas várias espécies de crimes:


• Materiais: com a produção do resultado naturalístico;
AG

• Culposos: com a produção do resultado


42136 naturalístico;
IP

• Mera conduta: com a ação ou omissão delituosa;


RT

• Formais: com a simples atividade, independente do resultado;


BE

• Permanentes: o momento consumativo se protrai no tempo.


B
AU

2. Adequação típica: É a tipicidade formal na prática. Há duas espécies de tipicidade formal:


ST

• Subsunção direta ou adequação típica imediata: não há dependência de qualquer dispositivo


FO

complementar para adequar o fato à norma.


OL

• Subsunção indireta ou adequação típica mediata: há uma conjugação do tipo penal com a NORMA
OD

DE EXTENSÃO, também denominada de norma de adequação típica mediata. No nosso Código


4R

Penal temos 3 hipóteses:


1. Norma de extensão temporal: Tentativa (art. 14, II do CP).
1
08

2. Norma de extensão pessoal e espacial: Participação (artigo 29 do CP).


13

3. Norma de extensão da conduta: Crimes comissivos por omissão (em que há um garantidor): a
9
77

conduta que só podia ser praticada por ação passa a ser praticada por omissão, quando o garante
22

devia e podia agir para evitar o resultado. Art. 13, §2º, CP.
LIA

3. Espécies de crimes omissivos:


AG

OMISSIVOS PRÓPRIOS (PUROS) OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (ESPÚRIOS / COMISSIVOS POR OMISSÃO)


IP

Dever genérico de agir (recai sobre todos Dever específico de evitar o resultado (recai sobre as pessoas do art.
RT

indistintamente) – crimes comuns. 42136 13, §2º, CP – os “garantes”) – crimes próprios.


BE

Subsunção direta entre fato e norma. Omissão descrita Subsunção indireta entre fato e norma.
no próprio tipo penal. O tipo descreve uma ação, mas a inércia do agente, descumprindo
B

seu dever de agir (art. 13, §2º, CP), leva à produção do resultado
AU

naturalístico.
ST
O

25
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
NÃO admitem tentativa, são unissubsistentes. Admitem tentativa, são plurissubsistentes.
Via de regra, são de mera conduta, mas o STF tem

PA
decisão dizendo que excepcionalmente podem ser Via de regra, são crimes materiais.

I
RT
materiais.
Ex.: salva-vidas que, podendo, deixa de impedir um afogamento e a

BE
Ex.: Omissão de socorro (art. 135, CP).
pessoa morre.

B
AU
1. Iter Criminis: o iter criminis constitui-se do estudo das fases de cogitação, dos atos

ST
preparatórios, dos atos executórios e da consumação, além de eventual exaurimento do crime. É composto

FO
pela fase interna e externa. Obs.: Só haverá iter criminis nos crimes dolosos.

L
2. Tentativa: Art. 14, II, do CP – crime tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por

DO
circunstâncias ALHEIAS À VONTADE do agente (norma de extensão temporal) – Salvo disposição em

RO
contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3.

14
REGRA: A Teoria Objetiva é a teoria adotada pelo nosso CP! (Art. 14, §único, 2ª parte).

8
Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de fechadura da porta da casa da

30
vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da residência, configuram

91
meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo circunstanciado. STJ. 5ª Turma. AREsp
77
974254-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 21/09/2021 (Info 711).
22

42136

Delitos que NÃO admitem tentativa:


LIA

- culposo (salvo, culpa imprópria);


AG

- contravenções penais (não é punível);


- habituais;
IP

42136
RT

- unissubsistentes ;
- preterdolosos;
BE

- atentado/empreendimento;
B

- omissos próprios.
AU
ST

3. Concurso de Crimes: Há concurso de crimes quando o agente pratica uma pluralidade de crimes,
O

mediante uma ou várias condutas. Pode ocorrer entre crimes de qualquer espécie.
F

a) Espécies de Concurso de Crimes


OL

• Concurso material: art. 69, CP;


OD

• Concurso formal: art. 70, CP;


4R

• Crime continuado: art. 71, CP.


1
08

PREVISÃO LEGAL REQUISITOS SISTEMA ADOTADO


13

CONCURSO Art. 69, CP Pluralidade de condutas Cúmulo material ou cumulação


9
77

Pluralidade de crimes
MATERIAL
22

CONCURSO Art. 70, caput, CP Unidade de conduta Exasperação


Pluralidade de crimes (1/6 até 1/2)
LIA

FORMAL
CONCURSO Unidade de conduta Cúmulo material ou cumulação
AG

Art. 70, caput, CP Pluralidade de crimes


FORMAL
IP

+ Desígnios autônomos
IMPRÓPRIO
RT

CRIME Pluralidade de condutas


BE

Art. 71, caput, CP Pluralidade de crimes da mesma espécie Exasperação


CONTINUADO
B

Elo de continuidade (1/6 até 2/3)


GENÉRICO
AU

Pluralidade de condutas
ST
O

26
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
CRIME Art. 71, parágrafo único, CP Pluralidade de crimes da mesma espécie Exasperação
Elo de continuidade (1/6 até 3x)
CONTINUADO

PA
+ Crimes dolosos
ESPECÍFICO

I
RT
Vítimas diferentes
Violência ou grave ameaça

BE
B
No crime de estupro de vulnerável, é possível a aplicação da fração máxima de majoração prevista no art. 71, caput,

AU
do Código Penal, ainda que não haja a delimitação precisa do número de atos sexuais praticados, desde que o longo

ST
período de tempo e a recorrência das condutas permita concluir que houve 7 (sete) ou mais repetições. STJ.
17/10/2023. (Tema 1202) (Info 792) Obs: O julgado ainda menciona que não é possível a aplicação da continuidade

FO
delitiva entre os delitos de estupro qualificado (art. 213, § 1.º, do Código Penal) e estupro de vulnerável (art. 217-A

L
do Código Penal), pois se tratam de tipos penais que tutelam bens jurídicos diversos.

DO
RO
O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução da pena definitiva fixada
em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento do delito mais gravoso em até o triplo, nos termos

14
do art. 71, parágrafo único, in fine, do Código Penal. STJ. 19/04/2022 (Info 734).

8
A prática sucessiva de roubo e, no mesmo contexto fático, de extorsão, com subtração violenta de bens e posterior

30
constrangimento da vítima a entregar o cartão bancário e a respectiva senha, revela duas condutas distintas,

91
praticadas com desígnios autônomos,
42136 devendo-se reconhecer, portanto, o concurso material.STF. 1ª Turma. HC
77
190909.
22
LIA

➢ Crime continuado: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
AG

devem ser subsequentes ser havidos como continuação 42136 do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
IP

crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 1/3.
RT

Súmula 659-STJ: A fração de aumento em razão da prática de crime continuado deve ser fixada de acordo com o
BE

número de delitos cometidos, aplicando-se 1/6 pela prática de duas infrações, 1/5 para três, 1/4 para quatro, 1/3
B

para cinco, 1/2 para seis e 2/3 para sete ou mais infrações. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/9/2023.
AU
ST

Teoria da Ficção Jurídica (ADOTADA): Serão considerados um só delito apenas para a fixação da pena, por questões de política
criminal. É possível inferir esta informação pelo art. 119 do CP, que prevê que a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de
FO

cada um dos delitos, isoladamente.


OL
OD

4. Desistência voluntária e arrependimento eficaz - Art. 15 do CP - O agente que,


4R

voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde


1

pelos atos já praticados. – (PONTE DE OURO)


08
13

O instituto do arrependimento eficaz e desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que NÃO TENHA SIDO
9
77

CONSUMADOS. STJ. QUINTA TURMA. AgRg no AgRg no AREsp 1542424/MG, rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
22

em 22/09/2020.
LIA

5. Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
AG

pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, ATÉ O RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa, por ato
IP

voluntário do agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 – (PONTE DE PRATA)


RT
BE

Aplica-se o arrependimento posterior para o agente que fez o ressarcimento da dívida principal antes
do recebimento da denúncia, mas somente pagou depois os juros e a correção monetária. STF. 1ª
B

Turma. HC 165312/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/4/2020. (Info 973).
AU
ST
O

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4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
6. Crime impossível - Art. 17 do CP- Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. (TEORIA OBJETIVA TEMPERADA –

PA
ADOTADA PELO CP)

I
RT
Crime impossível também é chamado de QUASE-CRIME/CRIME OCO/TENTATIVA INIDÔNEA – NÃO CONFUNDIR COM CRIME

BE
FALHO!!! Crime falho é a tentativa perfeita.

B
AU
Súmula 145-STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

ST
Súmula 567 – STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
interior de estabelecimento comercial, por si só não torna impossível a configuração do crime de furto.

FO
42136

L
5 Ilicitude. 6 Teoria geral da culpabilidade.

DO
RO
1. Ilicitude: o segundo substrato do conceito analítico de crime, e consiste na relação de contrariedade

14
entre o fato típico praticado por alguém e o ordenamento jurídico. Este é o conceito conferido segundo a

8
finalismo.

30
91
a) Estado de Necessidade: 77
22
Vamos esquematizar?
TEORIA ESTADO DE NECESSIDADE EXCLUDENTE BEM PROTEGIDO BEM SACRIFICADO
LIA
AG

Justificante Exclui a ilicitude Vale Mais Vale Menos


IP

TEORIA 42136
RT

DIFERENCIADORA Exculpante Exclui a culpabilidade Vale Igual Vale Igual


BE

Vale Menos Vale Mais


B

TEORIA UNITÁRIA Justificante Exclui a ilicitude Vale Mais Vale Menos


AU

Vale Igual Vale Igual


ST
O

b) Legítima defesa – art. 25 do CP: Entende-se em legítima defesa quem, usando


F

MODERADAMENTE dos MEIOS NECESSÁRIOS, repele injusta agressão, atual OU IMINENTE, a direito seu ou
OL

de outrem. Parágrafo único: Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também
OD

legítima defesa, o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
4R

refém durante a prática de crimes.


1

Obs.: Na legítima defesa, o autor deverá conhecer os elementos objetivos de justificação (a agressão atual
08

ou o perigo atual) e ter a vontade de defesa ou de salvamento elemento subjetivo.


913
77

A tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os princípios constitucionais da dignidade da
22

pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88), da proteção à vida e da igualdade de gênero (art. 5º, da CF/88); b) deve ser
conferida interpretação conforme à Constituição ao art. 23, II e art. 25, do CP e ao art. 65 do CPP, de modo a excluir
LIA

a legítima defesa da honra do âmbito do instituto da legítima defesa; e c) a defesa, a acusação, a autoridade policial
AG

e o juízo são proibidos de utilizar, direta ou indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer
IP

argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou processual penais, bem como durante julgamento
RT

perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e do julgamento. STF. Plenário. ADPF 779, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 15/03/2021.
BE
B

c) Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito:


AU
ST
O

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4R
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REVISÃO DE VÉSPERA

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GL
ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
LEGAL

IPA
Compulsório: o agente é obrigado a Facultativo: o agente é autorizado a atuar pelo ordenamento jurídico, mas a ele

RT
cumprir o dever legal. pertence a opção entre exercer ou não o direito assegurado.

BE
B
AU
2. Culpabilidade: É o terceiro substrato do conceito analítico de crime e consiste no juízo de reprovação
indispensável para configurar infração penal.

ST
a) Elementos da culpabilidade:

FO
• Imputabilidade;

L
DO
• Exigibilidade de conduta diversa;
• Potencial consciência da ilicitude.

RO
14
b) Erro de proibição: Causa excludente da potencial consciência da ilicitude (elemento da

8
30
culpabilidade)

91
ERRO DE TIPO (art. 20, caput, do CP) ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO (art. 21 do CP)
77
22
O agente possui falsa percepção da realidade/dos fatos. O agente sabe o que faz, mas acredita ser lícito o seu
Não sabe o que faz. comportamento, enquanto, na verdade, é proibido.
LIA

Ex.: Alguém em uma reunião atrasado para outro Ex.: Holandês que faz uso de maconha no Brasil e
AG

compromisso, desatento, pega o celular de outra pessoa imagina ser permitido aqui, como lá é.
IP

que era igual ao seu e leva consigo. Em tese, subtraiu para42136


RT

si, coisa alheia móvel, mas tinha falsa percepção sobre o


elemento “coisa alheia”, pois pensava que era sua.
BE

Se o erro é INEVITÁVEL- Exclui dolo e culpa. Não há fato Se o erro é INEVITÁVEL - Exclui potencial consciência
B

típico. Exclui o CRIME. da ilicitude. Afasta a culpabilidade. Exclui a PENA.


AU
ST

Se o erro é EVITÁVEL - Exclui dolo e permite a punição Se o erro é EVITÁVEL- Diminui a pena (quantum com
O

por culpa quando previsto em lei. base na reprovabilidade).


F
OL

Obs.: ERRO SOBRE A PESSOA: Previsto no art. 20, §3º do CP:- O erro quanto à pessoa contra a qual o crime
OD

é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão
4R

as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.


1
08

Art.73, do CP “aberratio ictus” Art.74, CP “aberratio criminis”


913

Ambos são modalidades de ERRO NA EXECUÇÃO.


77
22

O agente atinge o MESMO bem jurídico visado. O agente atinge bem jurídico DIVERSO do pretendido.
42136
LIA

O resultado provocado é o MESMO que o pretendido, mas O resultado provocado (danificar patrimônio) é DIVERSO do
AG

atinge PESSOA DIVERSA. pretendido (ceifar vida).


IP

Aqui, há relação pessoa x pessoa. Aqui, há relação coisa pretendida x pessoa atingida.
RT
BE

3. Elementos da culpa:
B

-Conduta humana voluntária;


AU

-Violação de um dever de cuidado objetivo (imprudência, negligência ou imperícia);


ST
O

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4R
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77
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GL
-Resultado involuntário;
-Nexo de causalidade;

PA
-Previsibilidade Objetiva;

I
RT
-Tipicidade.

BE
B
7 Concurso de agentes: autoria e participação; conduta delituosa; resultado; relação de causalidade;

AU
imputação.

ST
FO
1. Concurso de pessoas: O concurso de pessoas consiste na reunião de mais de um agente, em

L
que todos concorrem com unidade de propósitos e de modo relevante para a prática da conduta típica. (art.

DO
29, CP).

RO
14
a) Requisitos:

8
I. PLURALIDADE DE AGENTES CULPÁVEIS: Parte da doutrina entende que, para o concurso de

30
42136

pessoas disciplinado nos arts. 29/31, todos devem ser culpáveis, pois, caso contrário, faltando

91
culpabilidade, não será caracterizado concurso de pessoas, mas sim autoria mediata.
77
II. RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS PARA A PRODUÇÃO DO RESULTADO: A conduta deve,
22

efetivamente, contribuir para a execução do crime. Caso contrário, não haverá concurso de
LIA

agentes. Ex.: João empresta arma de fogo para Rodrigo matar Bianca. No entanto, Rodrigo
AG

optar por praticar o homicídio com uma faca, então João não será partícipe do crime, em razão
IP

da ausência de relevância causal de sua42136


conduta (pois o ato de emprestar a arma de fogo em
RT

nada contribuiu para o crime). – A doutrina chama isso de participação inócua!


BE

III. VÍNCULO SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES (LIAME PSICOLÓGICO): É o nexo psicológico entre os
agentes no sentido de que todos colaboram para o mesmo resultado. Aqui surge o chamado
B
AU

princípio da convergência, também conhecido como vontades homogêneas ou


ST

homogeneidade de elementos subjetivos.


O

IV. UNIDADE DE INFRAÇÃO PENAL: Todos que concorrem para um determinado crime
F

responderão por ele, vez que, em regra, foi adotada a teoria monista mitigada, que admite
OL

exceções pluralistas. No entanto, embora haja unidade de crimes, não há unidade de penas. A
OD

pena de cada um será fixada de acordo com sua culpabilidade, seguindo individualmente os
4R

critérios da dosimetria.
1

V. EXISTÊNCIA DE FATO PUNÍVEL: O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime,


08

a qual requer, em seu limite mínimo, o início da execução. Tal circunstância constitui o princípio
913

da exterioridade. (art. 31, CP)


77
22

Participação de menor importância: Art. 29 § 1º CP- Se a participação for de menor importância, a


LIA

pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.


AG

Cooperação dolosamente distinta: § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
IP
RT

previsível o resultado mais grave.


BE

Circunstâncias incomunicáveis: Art. 30 do CP - Não se comunicam as circunstâncias e as condições


de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
B
AU
ST
O

30
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4R
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30
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GL
2. Relação de causalidade art. 13 do CP: O resultado, de que depende a existência do crime, somente
é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria

PA
ocorrido. (TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES)

I
RT
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o

BE
resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA).

B
AU
NEXO CAUSAL / RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

ST
Teoria da equivalência

FO
dos antecedentes ou
• Causa é todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado
conditio sine qua non.

L
não teria ocorrido como e quando ocorreu.

DO
(nexo físico + elementos
subjetivos)
• Método de eliminação hipotética. 42136

RO
Art. 13, “caput”, CP.

14
Causa é todo e qualquer comportamento humano adequado/idôneo/eficaz/capaz de
Teoria da causalidade

8
produzir o resultado como ele ocorreu.

30
adequada
• Mais restrita que a primeira.
§1º do artigo 13 do CP.

91
• Juízo de probabilidade/estatístico – aquilo que normalmente acontece.
77
Imputação objetiva
22

(Claus Roxin)
2. Adiciona ao nexo de causalidade a criação de um risco proibido ou o aumento de um já
Não tem previsão legal
LIA

existente, a realização desse risco no resultado, exigindo que o resultado esteja na linha de
STJ já aplicou
desdobramento causal NORMAL da conduta, ao que se dá o nome de nexo normativo.
AG

(Nexo físico +
3. Só se aplica aos crimes materiais, pois precisa haver resultado.
nexo normativo + e só
IP

42136
4. Lembrar que Jakobs aponta outros critérios.
depois elementos
RT

subjetivos)
BE
B

Crime omissivo impróprio: Dever jurídico de agir decorre de uma cláusula geral, previsto no art. 13,
AU

parágrafo segundo, do CP.


ST

Relevância da omissão: A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
O

para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:


F

✓ tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;


OL

✓ de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;


OD

✓ com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.


4R
1
08

8 Teoria geral da pena.


9 13

1. Das Penas:
77

Sanção penal é gênero, que tem como subespécies as penas e as medidas de segurança.
22
LIA

1ª via do DP 2ª via do DP 3ª via do DP


AG

Pena Medidas de segurança Reparação do dano


IP
RT

Art. 5º, CF. (...) XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
BE

Privação ou restrição da liberdade;


B
AU

a) Perda de bens;
b) Multa;
ST
O

31
LF
DO
RO
4R
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30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
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c) Prestação social alternativa;

GL
d) Suspensão ou interdição de direitos.

IPA
RT
Art. 32, CP. As penas são:

BE
a) privativas de liberdade; 42136

b) restritivas de direito;

B
c) de multa.

AU
ST
a) As penas restritivas de direito são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: Art.

FO
44, do CP:

L
- Aplicada PPL NÃO superior a quatro anos;

DO
- Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa;

RO
- Qualquer pena que seja aplicada, caso o crime seja culposo;

14
- Réu não reincidente em crime doloso;

8
- A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como

30
os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

91
• REGRA: o condenado que for reincidente em crime doloso, não fará jus à pena restritiva de direitos (art.
77
22
44, II, do CP).
• EXCEÇÃO: o juiz poderá conceder a pena restritiva de direitos ao condenado, mesmo ele sendo
LIA

reincidente, desde que cumpridos dois requisitos previstos no § 3º do art. 44:


AG

a) a medida (substituição) deve se mostrar socialmente recomendável;


IP

42136
b) a reincidência não pode ocorrer em virtude da prática do mesmo crime (não pode ser
RT

reincidente específico).
BE
B

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação.
AU
ST

b) Pena de multa: Art. 50 do CP - A multa deve ser paga dentro de 10 dias após transitada em julgado a
O

sentença. Juiz, pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.


F

A cobrança de multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado


OL

quando:
OD

- aplicada isoladamente;
4R

- aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;


1

- concedida a suspensão condicional da pena;


08

- não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao seu sustento e de sua família.
13
9
77

REGRA: Em adequação ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, o INADIMPLEMENTO da pena de multa obsta
22

a extinção da punibilidade do apenado. STJ. AgRg no REsp 1.850.903-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 28/04/2020, DJe 30/04/2020. (Info 671)
LIA
AG

EXCEÇÃO: Na hipótese de condenação concomitante a pena privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da


sanção pecuniária, pelo condenado que COMPROVAR IMPOSSIBILIDADE DE FAZÊ-LO, não obsta o reconhecimento
IP
RT

da extinção da punibilidade. STJ. 3ª Seção. REsp 1785861/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 24/11/2021
(Recurso Repetitivo – Tema 931).
BE
B

2. Reincidência: Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em
AU

julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
ST
O

32
LF
DO
RO
4R
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30
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77
22
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GL
CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO POR PRATICA NOVO É...
CRIME CRIME REINCIDENTE

PA
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE

I
RT
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

BE
B
A reincidência é uma agravante da pena Se o réu for reincidente, sofrerá diversos efeitos negativos no

AU
processo penal. Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou

ST
qualificam o crime: I — a reincidência;

FO
A multirreincidência revela maior necessidade de repressão e rigor penal, a prevalecer sobre a atenuante da

L
confissão, sendo vedada a compensação integral. Assim, em caso de multirreincidência, prevalecerá a agravante e

DO
haverá apenas a compensação parcial/proporcional (mas não integral). STJ. 5ª Turma. HC 620640, Rel. Min. Joel Ilan

RO
Paciornik, julgado em 02/02/2021.

14
Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a

8
reincidência. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/06/2019, DJe 27/06/2019.

30
91
3. Suspensão condicional da pena: 77
Requisitos:
22

A execução da PPL, não superior a 2 anos, poderá ser suspensa, desde que:
LIA

- o condenado não seja reincidente em crime doloso;


AG

- a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os


motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
IP

42136
RT

- não seja indicado ou cabível a substituição do PRD.


BE

Súmula 499 STJ – Não obsta a concessão do “sursis” condenação anterior a pena de multa.
B
AU

A execução da PPL, não superior a 4 anos, poderá ser suspensa, por 4 a 6 anos, desde que o
ST

condenado seja maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.


FO
OL

Revogação obrigatória do SURSIS Revogação facultativa do SURSIS


OD

Art. 81 do CP: (...) se, no curso do prazo, o beneficiário: § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime condenado descumpre qualquer outra condição
4R

doloso; imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime


1

II - frustra, embora solvente, a execução de pena culposo ou por contravenção, a pena privativa de
08

de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a liberdade ou restritiva de direitos.


13

reparação do dano; 42136


9
77

III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Obs: Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao
Código. invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o
22

máximo, se este não foi o fixado.


LIA
AG

4. Livramento condicional: Art. 83 do CP - O juiz poderá conceder livramento condicional ao


condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
IP
RT

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver
bons antecedentes;
BE

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;


B

III - comprovado:
AU

a) bom comportamento durante a execução da pena;


ST
O

33
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;

PA
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto.

I
RT
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

BE
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não

B
AU
for reincidente específico em crimes dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa,

ST
a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam

FO
presumir que o liberado não voltará a delinquir.

L
DO
Revogação do livramento (art. 86, CP) Revogação facultativa (art. 87, CP)

RO
Revoga-se o livramento se o liberado vem a ser O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o
condenado a pena privativa de liberdade, em liberado deixar de cumprir qualquer das

14
sentença irrecorrível: obrigações constantes da sentença, ou for

8
I - por crime cometido durante a vigência do irrecorrivelmente condenado, por crime ou

30
benefício; contravenção, a pena que não seja privativa de

91
II - por crime anterior, observado o disposto no liberdade. 77
art. 84 deste Código.
22
LIA

Obs: (Art. 88 – CP) - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando
AG

a revogação resulta de condenação42136


por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o
IP

42136

tempo em que esteve solto o condenado.


RT
BE

Súmula 441-STJ - A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.
B
AU

Súmula 617-STJ: A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de
ST

prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.


O

5. Regime de cumprimento de pena:


F
OL

• Aberto: a execução da pena ocorre em casa de albergado ou estabelecimento adequado –


OD

características: art. 36 do CP;


4R

• Semiaberto (ou semifechado): em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar –


características: art. 35 do CP;
1
08

• Fechado: em estabelecimento de segurança máxima ou média – características: art. 34 do CP.


913
77

Reclusão Detenção
22

Pena igual ou inferior a 4 Regime Aberto Regime Aberto


Regime Semiaberto (STJ) Regime Semiaberto
LIA

Regime Fechado (CP)


Pena superior a 4 mas inferior a 8 Regime Semiaberto Regime Semiaberto
AG

Regime Fechado
IP
RT

Pena superior a 8 anos Regime Fechado Regime Semiaberto


BE

Súmula 269 do STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual
B
AU

ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. Dadas as peculiaridades do caso concreto, admite-
se que ao réu primário, condenado à pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos de reclusão, seja fixado o regime inicial
ST
O

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LF
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RO
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30
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22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
aberto, ainda que negativada circunstância judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1970578-SC, Rel. Min. Olindo Menezes

GL
(Desembargador convocado do TRF1ª Região), julgado em 03/05/2022 (Info 735).

IPA
RT
Sobrevindo condenação por pena privativa de liberdade no curso da execução de pena restritiva de direitos, as
penas serão objeto de unificação, com a reconversão da pena alternativa em privativa de liberdade, ressalvada a

BE
possibilidade de cumprimento simultâneo aos apenados em regime aberto e vedada a unificação automática nos

B
casos em que a condenação substituída por pena alternativa é superveniente. STJ. 3ª Seção.REsp 1918287-MG, Rel.

AU
Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/04/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1106)

ST
(Info 736).

L FO
9. Extinção da punibilidade.

DO
RO
1. Perdão judicial: Art. 120 do CP- A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para

14
efeitos de reincidência.

8
Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo

30
qualquer efeito condenatório.

91
77
2. Prescrição: Art. 109 do CP. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
22

disposto no § 1 do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao
LIA

crime, verificando-se:
AG


IP

Vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 42136


RT

dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
✓ doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
BE

✓ oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
B

✓ quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
AU

✓ 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.


ST

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final


Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
F O

I - do dia em que o crime se consumou;


OL

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;


OD

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;


IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se
4R

tornou conhecido.
1

V - nos crimes contra a dignidade sexual ou que envolvam violência contra a criança e o adolescente, previstos
08

neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo
13

já houver sido proposta a ação penal. (Lei nº 14.344, de 2022)


9
77

Art. 115 do CP - São reduzidos de METADE os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
42136
22

menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
LIA

Obs.: No cálculo do prazo prescricional não se computa o acréscimo decorrente do concurso formal, material ou da continuidade
AG

delitiva.
IP
RT

Causas impeditivas da prescrição: Art. 116 Causas interruptivas da prescrição: Art. 117
BE
B
AU
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MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
Antes de passar em julgado a sentença final, a O curso da prescrição interrompe-se:
prescrição não corre: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

PA
I - enquanto não resolvida, em outro processo, II - pela pronúncia;

I
RT
questão de que dependa o reconhecimento da III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
existência do crime; IV - pela publicação da sentença ou acórdão

BE
II - enquanto o agente cumpre pena no condenatórios recorríveis;

B
exterior; V - pelo início ou continuação do cumprimento da

AU
III - na pendência de embargos de declaração ou pena;

ST
de recursos aos Tribunais Superiores, quando VI - pela reincidência.
inadmissíveis; e § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste

FO
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos

L
acordo de não persecução penal. relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes

DO
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a conexos, que sejam objeto do mesmo processo,

RO
sentença condenatória, a prescrição não corre durante estende-se aos demais a interrupção relativa a
o tempo em que o condenado está preso por outro qualquer deles.

14
motivo. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese

8
do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr,

30
novamente, do dia da interrupção.

91
77
22

Art. 119 do CP - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.
LIA
AG

O prazo para a prescrição da execução da pena concretamente aplicada somente começa a correr do dia em que a
IP

sentença condenatória transita em julgado para42136 ambas as partes, momento em que nasce para o Estado a
RT

pretensão executória da pena, conforme


42136 interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal ao princípio da
presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal) nas ADC 43, 44 e 54. STF. Plenário. ARE
BE

848.107/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 01/7/2023 (Repercussão Geral – Tema 788) (Info 1101)
B

É cabível a redução do prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP) se, entre a sentença condenatória e o
AU

julgamento dos embargos de declaração, o réu atinge a idade superior a 70 anos, tendo em vista que a decisão que
ST

julga os embargos integra a própria sentença condenatória.STJ. 6ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1.877.388-CE, Rel.
Min.. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 2/5/2023 (Info 773).
O

A comunicabilidade da interrupção do prazo prescricional alcança tão somente os corréus do mesmo processo. Dessa
F
OL

forma, havendo desmembramento, os feitos passam a tramitar de forma autônoma, possuindo seus próprios prazos,
inclusive em relação à prescrição. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 121.697/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
OD

19/10/2021.
4R

Súmula 220-STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva (Influi na PPE)
1
08
13

Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento
em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal (Prescrição Virtual)
9
77
22

Súmula 241–STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente,
como circunstância judicial
LIA
AG

Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atinge os
efeitos secundários, penais ou extrapenais.
IP
RT

DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL


BE
B

1 Crimes contra a pessoa.


AU
ST
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GL
CRIMES CONTRA A VIDA:
• Homicídio privilegiado: Art. 121, §1° do CP. Se o agente comete o crime impelido por motivo de

PA
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação

I
RT
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço (causa de diminuição de pena).

BE
• homicídio qualificado-privilegiado/homicídio híbrido: possível, desde que as qualificadoras sejam

B
de ordem objetiva (referentes aos meios e modo de execução – III e IV).

AU
42136

ST
• No crime de homicídio:

FO
A pena é aumentada de 1/3 até 1/2 se o crime for praticado por:

L
✓ milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança;

DO
✓ ou por grupo de extermínio.

RO

14
Homicídio qualificado:

8
✓ mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

30
✓ por motivo fútil;
91
✓ com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
77
22
ou de que possa resultar perigo comum;
✓ à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
LIA

impossível a defesa do ofendido;


AG

✓ para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.


IP

42136
✓ feminicídio: contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
RT

✓ contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição


BE

Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no


B

exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente


AU

consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.


ST

✓ com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.


O

✓ contra menor de 14 (quatorze) anos.


F
OL

A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de:


✓ I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o
OD

aumento de sua vulnerabilidade;


4R

✓ II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
1
08

companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver
13

autoridade sobre ela.


9

✓ A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
77

✓ I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;


22

✓ II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que
LIA

acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;


AG

✓ III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;


✓ IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput
IP
RT

do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.


BE

É possível haver homicídio qualificado praticado com dolo eventual?


B
AU
ST
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GL
No caso das qualificadoras do MOTIVO fútil e/ou torpe (art. No caso de qualificadoras de MEIO (art. 121, § 2º, III e IV, do
121, § 2º, I e II, do CP): CP):

IPA
SIM. Não há dúvidas quanto a isso. Trata-se da posição do STJ DIVERGÊNCIA!

RT
e do STF. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o 1ª corrente: SIM. O dolo eventual no crime de homicídio é

BE
resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de compatível com as qualificadoras objetivas previstas no art. 121,
o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo § 2º, III e IV, do Código Penal.

B
AU
do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo As referidas qualificadoras serão devidas quando constatado
que ensejou a conduta. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. que o autor delas se utilizou dolosamente como meio ou como

ST
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017. modo específico mais reprovável para agir e alcançar outro

FO
resultado, mesmo sendo previsível e tendo admitido o resultado
morte. STJ. 5ª Turma. REsp 1836556-PR, Rel. Min. Joel Ilan

L
DO
Paciornik, julgado em 15/06/2021 (Info 701).

RO
2ª corrente: NÃO. O dolo eventual não se compatibiliza com a

14
qualificadora do art. 121, § 2º, IV (traição, emboscada
dissimulação). Para que incida a qualificadora da surpresa é

8
30
indispensável que fique provado que o agente teve a vontade

91
de surpreender a vítima, impedindo ou dificultando que ela se
77
defendesse. Ora, no caso do dolo eventual, o agente não tem
22
essa intenção, considerando que não quer matar a vítima, mas
apenas assume o risco de produzir esse resultado. Como o
LIA

agente não deseja a produção do resultado, ele não direcionou


sua vontade para causar surpresa à vítima. Logo, não pode
AG

responder por essa circunstância (surpresa). STF. 2ª Turma. HC


IP

42136
111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/8/2012
RT

(Info 677).
BE

A qualificadora de natureza objetiva prevista no inciso III do § 2º


B

do art. 121 do Código Penal não se compatibiliza com a figura


AU

do dolo eventual, pois enquanto a qualificadora sugere a ideia


ST

de premeditação, em que se exige do agente um empenho


pessoal, por meio da utilização de meio hábil, como forma de
FO

garantia do sucesso da execução, tem-se que o agente que age


OL

movido pelo dolo eventual não atua de forma direcionada à


OD

obtenção de ofensa ao bem jurídico tutelado, embora, com a


sua conduta, assuma o risco de produzi-la. STJ. 6ª Turma. EDcl
4R

no REsp 1848841/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em


1

2/2/2021. STJ. 6ª Turma. REsp 1.987.786/SP, Rel. Min. Antonio


08

Saldanha Palheiro, julgado em 9/8/2022.


913
77

Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento42136 do meio cruel, na medida em


22

que o dolo do agente, direto ou indireto, não exclui a possibilidade de a prática delitiva envolver o
emprego de meio mais reprovável, como veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
LIA

insidioso ou cruel (art. 121, § 2º, III, do CP). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1573829/SC, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/04/2019. STJ. 6ª Turma. REsp 1829601-PR, Rel. Min. Nefi
AG

Cordeiro, julgado em 04/02/2020 (Info 665).


IP
RT

Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no
BE

crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. STJ. 6ª
Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018 (Info 625).
B
AU

• (art. 122 – CP) Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação:


ST
O

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GL
Nos crimes de Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação:
A pena é duplicada:

PA
- Se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;

I
RT
- Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

BE
A pena é aumentada até o dobro: se a conduta é realizada por meio de rede de computadores,

B
de rede social ou transmitida em tempo real.

AU
Aumenta-se a pena em metade: se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.

ST
FO
• (art. 129 – CP) Lesões corporais:

L
Lesão qualificada: Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos

DO
termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).

RO
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a
mulher é pública incondicionada.

814
30
CRIMES CONTRA A HONRA:

91
• Calúnia: Art. 138 do Código Penal - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
77
crime.
22

✓ Art. 138 §2, do Código Penal – É punível a calúnia contra os mortos.


LIA
AG

Exceção da verdade:
CALÚNIA DIFAMAÇÃO
IP

42136
Admite-se a prova da verdade, salvo:
RT

I - se, constituindo o fato imputado crime de A exceção da verdade somente se admite se o


BE

ação privada, o ofendido não foi condenado ofendido é funcionário público e a ofensa é
por sentença irrecorrível; relativa ao exercício de suas funções
B
AU

II - se o fato é imputado ao Presidente da


República ou chefe de governo estrangeiro;
ST

III - se do crime imputado, embora de ação


O

pública, o ofendido foi absolvido por


F

sentença irrecorrível.
OL
OD
4R

A retratação da calúnia, feita antes da sentença, acarreta a extinção da punibilidade do agente independente de
aceitação do ofendido. STJ. Corte Especial. APn 912/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 03/03/2021 (Info 687).
1
08
13

Manifestações por parte da imprensa de natureza crítica, satírica, agressiva, grosseira ou deselegante não autorizam,
por si sós, o uso do direito penal para, mesmo que de forma indireta, silenciar a atividade jornalística (Info 738 STJ -
9
77

30/05/2022).
22

É possível que se impute, de forma concomitante, a prática dos crimes de calúnia, de difamação e de injúria ao
LIA

agente que divulga, em uma única carta, dizeres aptos a configurar os referidos delitos, sobretudo no caso em que
42136
AG

os trechos utilizados para caracterizar o crime de calúnia forem diversos dos empregados para demonstrar a prática
do crime de difamação (Info 557).
IP
RT

• Injúria: art. 140 do Código Penal - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
BE

Lei n. 14.532/2023 que altera o Código Penal e a lei 7.716/89 (lei do Crime Racial), para tipificar como
B

crime de racismo a injúria racial.


AU
ST
O

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GL
Foram RETIRADOS os elementos referentes à raça, cor e etnia, que migraram para a LEI DE RACISMO
(princípio da continuidade normativo-típica)

IPA
RT
ANTES DA LEI (PREVISÃO DE INJÚRIA RACIAL DO CÓDIGO PENAL) DEPOIS DA LEI 14.532/2023 (INJÚRIA RACIAL AGORA

BE
PREVISTA NA LEI DO CRIME RACIAL).

B
42136
§ 3 o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos

AU
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou referentes a religião ou à condição de pessoa idosa ou

ST
portadora de deficiência: com deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

L FO
DO
O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais somente o autor e o destinatário têm

RO
acesso ao seu conteúdo, consuma-se no local em que a vítima tomou conhecimento do conteúdo ofensivo. STJ. 3ª
Seção. CC 184.269-PB, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/02/2022 (Info 724).

814
Nos crimes contra honra não basta criticar o indivíduo ou a sua gestão da coisa pública, é necessário o dolo específico

30
de ofender a honra alheia. STJ. 3ª Seção. HC 653.641-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/06/2021.

91
77
A ausência de previsibilidade de que a ofensa chegue ao conhecimento da vítima afasta o dolo específico do delito
22
de injúria, tornando a conduta atípica. STJ. 6ª Turma. REsp 1.765.673-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em
26/05/2020 (Info 672).
LIA
AG

Esposa tem legitimidade para propor queixa-crime pelo crime de injúria contra autor de postagem que sugere relação
extraconjugal do marido. STF. 1ª Turma. Pet 741742136
AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio,
IP

julgado em 9/10/2018 (Info 919).


RT
BE

CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL:


B
AU

Ameaça 147-CP: STJ: A contratação de serviços espirituais para provocar a morte de autoridades não
ST

configura crime de ameaça. HC 697.581-GO, DJe 15/3/2023. Obs: NÃO CONFUNDIR COM JULGADO: A extorsão
O

pode ser praticada mediante a ameaça feita pelo agente de causar um “mal espiritual” na vítima. (INFO 598
F
OL

STJ).
OD

• Crime de perseguição. Art. 147-A


4R

Crime de perseguição. Art. 147-A CP Violência psicológica contra a mulher Art. 147-B CP
1

Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por Causar dano emocional à mulher que a
08

qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou
13

psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção que vise a degradar ou a controlar suas ações,
9
77

ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua comportamentos, crenças e decisões, mediante
22

esfera de liberdade ou privacidade. Pena – reclusão, ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,


de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do
LIA

§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause
cometido: prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:
AG

I – contra criança, adolescente ou idoso; Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)


IP

II – contra mulher por razões da condição de sexo anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais
RT

feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste grave.


BE

Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais
B

pessoas ou com o emprego de arma.


AU
ST
O

40
LF
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GL
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem
prejuízo das correspondentes à violência.

PA
§ 3º Somente se procede mediante

I
RT
representação.

BE
Diferença entre o crime de perseguição (art. 147-A) e o delito de violência psicológica (art. 147-B):

B
AU
PERSEGUIÇÃO CONTRA MULHER VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
(ART. 147-A, § 1º, II) (ART. 147-B)

ST
A pena é maior, em razão da causa de aumento A pena da violência psicológica é menor que a do stalking praticado contra

FO
do § 1º, II do art. 147-A. mulher por razões da condição de sexo feminino.

L
DO
É crime de ação pública condicionada. É crime de ação pública incondicionada.

RO
Exige uma perseguição reiterada. Não exige reiteração.
Trata-se de crime habitual. Não é crime habitual.

814
Não se exige produção de resultado naturalístico. Exige
42136 a produção de resultado naturalístico (a conduta deve causar dano

30
Trata-se de crime formal. emocional à mulher).

91
Trata-se de crime material.
77
22

• Crime de redução a condição análoga à de escravo: art. 149 CP


LIA

A efetiva restrição de liberdade das vítimas é prescindível para a configuração do crime de redução a
AG

condição análoga à de escravo. STJ. 5ª Turma. REsp 1.969.868-MT, Rel. Min. Messod Azulay Neto, julgado
IP

em 12/9/2023 (Info 787). 42136


RT

Além disso, compete à Justiça Federal o processo e julgamento do delito (STF, Info 809).
BE

• Invasão de dispositivo informático: Art. 154-A do Código Penal- Invadir dispositivo informático de uso
B
AU

alheio, conectado ou não à rede de computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
ST

informações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para
obter vantagem ilícita.
F O
OL

§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
OD

computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.


4R

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta prejuízo econômico.
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou
1

industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido.
08

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.


13

§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou


9
77

transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.


22

Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:


LIA

I - Presidente da República, governadores e prefeitos;


AG

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;


III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara
IP
RT

Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou


IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
BE
B
AU
ST
O

41
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Ação penal: Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo
se o crime for cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,

PA
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.

I
RT
BE
2 Crimes contra o patrimônio.

B
AU
1. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO:

ST
• Furto: Art. 155 do Código Penal - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

L FO
PODEM SER OBJETO DE FURTO?

DO
Coisa abandonada Não. Ausência do elemento “alheia”

RO
Coisa perdida Não. Ausência de subtração, mas poderá ser apropriação de coisa achada, caso não seja devolvida
em 15 dias

14
Coisas de uso comum do Não. Exceção: caso a coisa de uso comum esteja destacada para alguma finalidade econômica

8
povo

30
Cheque em branco Sim. AgRg no HC 410.154/RS

91
77
A dívida de corrida de táxi não pode ser considerada coisa alheia móvel para fins de configuração da tipicidade dos
22

delitos patrimoniais. STJ. 6ª Turma. REsp 1.757.543-RS, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 24/09/2019
LIA

(Info 658)
AG

Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
IP

interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
42136
RT

O SINAL DE TV A CABO NÃO é considerado ENERGIA para fins de FURTO. STF, Relator (a): Min. JOAQUIM BARBOSA,
BE

Segunda Turma, julgado em 12/04/2011. No mesmo sentido o STJ: cc 173.968/sp, rel. ministra laurita vaz, terceira
B

seção, julgado em 09/12/2020, DJe 18/12/2020.


AU
ST

Momento consumativo
Contrectatio Simples contato da pessoa com a coisa
F O

Amotio (apprehensio) Inversão da posse (adotada no Brasil)


OL

Ablatio Deslocamento com a coisa


OD

Ilatio Deslocamento com a coisa para local seguro 42136


4R

• Art. 155, §1° do Código Penal - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o repouso
1
08

noturno:
13
9

1. Nos termos do § 1º do art. 155 do Código Penal, se o crime de furto é praticado durante o repouso noturno, a
77

pena será aumentada de um terço.


22

2. O repouso noturno compreende o período em que a população se recolhe para descansar, devendo o julgador
LIA

atentar-se às características do caso concreto.


3. A situação de repouso está configurada quando presente a condição de sossego/tranquilidade do período da
AG

noite, caso em que, em razão da diminuição ou precariedade de vigilância dos bens, ou, ainda, da menor capacidade
IP

de resistência da vítima, facilita-se a concretização do crime.


RT

4. São irrelevantes os fatos das vítimas estarem, ou não, dormindo no momento do crime, ou o local de sua
ocorrência, em estabelecimento comercial, via pública, residência desabitada ou em veículos, bastando que o furto
BE

ocorra, obrigatoriamente, à noite e em situação de repouso. STJ. 3ª Seção.REsp 1.979.989-RS, Rel. Min. Joel Ilan
B

Paciornik, julgado em 22/06/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1144)(Info 742).


AU
ST
O

42
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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77
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MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
O STJ tem se manifestado no sentido da incidência da majorante prevista no art. 155, § 1º, do Código Penal, mesmo

GL
na hipótese de furto de veículo estacionado em via pública. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1799317/PR, Rel. Min.

PA
Olindo Menezes (Des. Conv. do TRF 1ª Região), DJe 9/8/2021.

I
RT

BE
Furto privilegiado: Se o criminoso é PRIMÁRIO, e é de PEQUENO VALOR a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou aplicar somente a pena de multa.

B
AU
ST
Furto privilegiado-qualificado (furto híbrido) - Súmula 511, STJ: “é possível o reconhecimento do privilégio previsto
no §2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente,

FO
o pequeno valor da coisa e a qualificadora de ordem objetiva”.

L
DO
• Furto qualificado:

RO
É possível a aplicação da majorante do repouso noturno ao furto qualificado?

14
Atenção para alteração de entendimento e divergência entre os Tribunais!

8
30
STF: SIM. Para o Supremo Tribunal Federal, a mera disposição topográfica dos parágrafos no artigo não afasta a possibilidade de

91
aplicação conjunta da majorante, pois evidente ter se tratado de mera ausência de técnica legislativa. A causa de aumento do repouso
77
noturno se coaduna com o furto qualificado quando compatível com a situação fática. STF. 1ª Turma. HC 180966 AgR, Rel. Min. Luiz
22
Fux, julgado em 04/05/2020.
LIA

STJ: NÃO. A causa de aumento prevista no § 1º do art. 155 do Código Penal42136


(prática do crime de furto no período noturno) não incide
no crime de furto na sua forma qualificada (§ 4º). STJ. 3ª Seção. REsp 1.890.981-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em
AG

25/05/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1087) (Info 738).


IP

42136
RT

Súmula 442-STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
BE

Excepcionalmente, presentes nos autos elementos aptos a comprovar a escalada de forma inconteste, a prova
B
AU

pericial torna-se prescindível. AgRg no REsp 1.895.487-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe 02/05/2022.
ST
O

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo
F
OL

que cause perigo comum. (CRIME HEDIONDO! art.1 IX lei 8072/90)


OD

§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido por:
4R

✓ meio de dispositivo eletrônico ou informático;


1
08

✓ conectado ou não à rede de computadores;


13

✓ com ou sem a violação de mecanismo de segurança;


9

✓ ou a utilização de programa malicioso;


77

✓ por qualquer outro meio fraudulento análogo.


22
LIA

§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso:
AG

I – aumenta-se de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido


IP

fora do território nacional;


RT

II – aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável.


BE
B

➢ Jurisprudência em teses STJ sobre o furto:


AU

✓ Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida
ST

de perseguição ao agente, sendo PRESCINDÍVEL A POSSE MANSA E PACÍFICA OU DESVIGIADA.


O

43
LF
DO
RO
4R
81
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
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MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
✓ Não há continuidade delitiva entre roubo e furto, porquanto, ainda que possam ser considerados delitos do

GL
mesmo gênero, não são da mesma espécie.

PA
✓ O rompimento ou destruição do vidro do automóvel com a finalidade de subtrair objetos localizados em seu

I
RT
interior qualifica o furto.
✓ Todos os instrumentos utilizados como dispositivo para abrir fechadura são abrangidos pelo conceito de chave

BE
falsa, incluindo as mixas.

B
AU
• Roubo: Art. 157 do Código Penal - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante

ST
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade

FO
de resistência.

L
DO
• Teoria sobre o momento consumativo do roubo e do furto: AMOTIO (APPREHENSIO) adotada pelo

RO
Código Penal.
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou

14
grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa

8
30
roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

91
Roubo majorado:
A pena aumenta-se de 1/3 até a metade 77 A pena aumenta-se de 2/3
22
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
III - se a vítima está em serviço de transporte de de arma de fogo;
LIA

valores e o agente conhece tal circunstância. II – se há destruição ou rompimento de obstáculo


IV - se a subtração for de veículo automotor que mediante o emprego de explosivo ou de artefato
AG

venha a ser transportado para outro Estado ou para o análogo que cause perigo comum.
IP

42136
exterior;
RT

V - se o agente mantém a vítima em seu poder,


BE

restringindo sua liberdade.


VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou
B

de acessórios que, conjunta ou isoladamente,


AU

possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.


ST

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida


com emprego de arma branca.
FO
OL
OD

ROUBO PRÓPRIO ROUBO IMPRÓPRIO


4R

Violência/grave ameaça antes ou durante a subtração, Violência/grave ameaça logo após a subtração a fim de
objetivando alcançar a subtração do bem. assegurar impunidade do crime ou detenção da coisa.
1
08
13

Violência própria Violência imprópria


Mediante grave ameaça ou violência a pessoa Reduzindo à impossibilidade de resistência
9
77
22

• Se da violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
LIA

aplica-se em dobro a pena prevista no caput do artigo.


42136
O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância concreta que não justifica a elevação da
AG

pena-base. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 693887-ES, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
IP
RT

15/02/2022 (Info 727).


BE

Súmula 443-STJ: O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige
B

fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.
AU
ST
O

44
LF
DO
RO
4R
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de fechadura da porta da casa da

GL
vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da residência, configuram

PA
meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo circunstanciado. STJ. 5ª Turma. AREsp

I
RT
974.254-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 21/09/2021 (Info 711).

BE
É necessário que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante do art. 157, §

B
2º-A, I, do Código Penal? NÃO. O reconhecimento da referida causa de aumento prescinde (dispensa) da apreensão

AU
e da realização de perícia na arma desde que o seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como

ST
a palavra da vítima ou mesmo de testemunhas.STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 449102/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 09/10/2018.

L FO
• Latrocínio: Art. 157 § 3º Se da violência resulta: II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30

DO
(trinta) anos, e multa.

RO
14
Cooperação dolosamente distinta:

8
Em regra, o coautor que participa de roubo armado responde pelo latrocínio ainda que o disparo tenha sido efetuado só pelo

30
comparsa. Essa é a jurisprudência do STJ e do STF. Entretanto, se um dos agentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á

91
aplicada a pena deste. Logo, se o coautor que não atirou não queria participar do latrocínio, não responderá por esse crime mais
grave. STF. (Info 670).
77
22

Pluralidade de vítimas x UM patrimônio:


LIA

• Para o STJ: ANTES: O STJ entendia que, ocorrendo uma única subtração, porém com duas ou mais
AG

mortes, haveria concurso formal impróprio de latrocínios.


IP

42136
Atualização! (INFO 789 STJ) Houve mudança de entendimento - O STJ se adequa à jurisprudência do STF:
RT

Subtraído um só patrimônio, a pluralidade de vítimas da violência não impede o reconhecimento de


BE

crime único de latrocínio.


B

• STF e doutrina majoritária: sendo atingido um único patrimônio, haverá apenas um crime de
AU

latrocínio, independentemente do número de pessoas mortas. O número de vítimas deve ser


ST

levado em consideração na fixação da pena-base (art. 59 do CP).


F O
OL

Situação Patrimônio Subtraído Número de Vítimas Desígnios Autônomos Tipificação


OD

1
4R

Único Múltiplas Não Crime único de latrocínio (STJ/STF)


1

2 Diversos Múltiplas Não Concurso formal PRÓPRIO de latrocínios


08
13

3 Diversos Múltiplas Sim Concurso formal IMPRÓPRIO de latrocínios


9
77

Súmula 610-STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não se realize o agente a
22

subtração de bens da vítima.


LIA

A configuração da qualificadora prevista no art. 157, § 3.º, inciso I, do Código Penal (roubo qualificado pelo resultado
AG

lesão corporal de natureza grave) pode ser reconhecida ainda que não tenha sido confeccionado laudo pericial
IP

complementar (Exemplo: prova testemunhal e exame de corpo de delito da vítima). STJ. HC 554.155/SP, Rel.
RT

Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 16/03/2021, DJe 26/03/2021.


BE

É necessário42136
que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante do art. 157, §
B

2º-A, I, do Código Penal? NÃO. O reconhecimento da referida causa de aumento prescinde (dispensa) da apreensão
AU

e da realização de perícia na arma, desde que o seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como
ST
O

45
LF
DO
RO
4R
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30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
a palavra da vítima ou mesmo de testemunhas. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 449102/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro,

GL
julgado em 09/10/2018.

PA
I
RT
• Extorsão: Art. 158 do Código Penal - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e

BE
com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
ou deixar de fazer alguma coisa.

B
AU
ST
Súmula 96-STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. CRIME
FORMAL

L FO
A ameaça de causar um "mal espiritual" contra a vítima pode ser considerada como "grave ameaça" para fins de

DO
configuração do crime de extorsão? SIM. Configura o delito de extorsão (art. 158 do CP) a conduta do agente que

RO
submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou idônea a atemorizá-la e compeli-la a realizar o pagamento
de vantagem econômica indevida. STJ. 6ª Turma. REsp 1.299.021-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em

14
14/2/2017 (Info 598).

8
30
EXTORSÃO QUALIFICADA COM RESTRIÇÃO DA LIBERDADE EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO

91
(ART. 158, §3º, do Código Penal) 77 (ART. 159, do Código Penal)
A vantagem perseguida pelo agente deve ser prestada pelo A vantagem perseguida pelo agente é prestada por 3º, por
22

próprio constrangido, por aquele que teve sua liberdade pessoa diversa daquela que tem sua liberdade ambulatorial
restringida. cerceada.
LIA
AG

“O agente, dependendo da colaboração da vítima para “O agente, privando a vítima de seu direito de ambulação,
alcançar a vantagem econômica visada, priva o ofendido de condiciona sua liberdade ao pagamento de resgate a ser
IP

42136
RT

sua liberdade pelo tempo necessário até a concretização do efetivado por terceira pessoa”.
seu locupletamento.”
BE
B

Vamos esquematizar as diferenças?


AU

ROUBO com restrição da liberdade EXTORSÃO com restrição da liberdade


ST

(art. 157, §2º, V) (art. 158 ,§3º)


O

A restrição da liberdade é o meio executório para: A restrição da liberdade é o meio executório para:
F

a) facilitar a execução do delito o agente se vale da privação Conseguir constranger a vítima, obrigando-a a realizar um
OL

da liberdade da vítima para conquistar maior facilidade na comportamento que é imprescindível para a satisfação da
OD

subtração. pretensão do sujeito ativo.


b) garantir a impunidade: impedir que seu ato seja O comportamento da vítima é imprescindível/ indispensável para
4R

descoberto ou sua captura. o alcance do desiderato criminoso.


1
08

O comportamento da vítima é prescindível/ dispensável


13

para o alcance do desiderato criminoso.


9
77
22

ATENÇÃO! Hediondez após o advento do Pacote Anticrime!


LIA
AG

ANTES DA LEI 13.964/2019 DEPOIS DA LEI 13.964/2019


Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º).
IP

i.Extorsão simples com resultado morte (art. 158, §2º) é i. Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima;
RT

42136
crime hediondo. ii.Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima com
BE

ii.Qualquer extorsão que resulte lesão corporal não é ocorrência de lesão corporal;
hediondo. iii.Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima com morte.
B
AU
ST
O

46
LF
DO
RO
4R
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DELEGADO SÃO PAULO

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22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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ATENÇÃO: Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o) pela taxatividade da lei de crimes hediondos

GL
deixou de fazer parte do rol, logo, não é mais hediondo.

IPA
RT
• Crime de dano: Art. 163 do Código Penal - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

BE
Jurisprudência em teses: O delito de dano ao patrimônio público, quando praticado por preso para facilitar a fuga do

B
estabelecimento prisional, demanda a demonstração do dolo específico de causar prejuízo ao bem público (animus

AU
nocendi), sem o qual a conduta é atípica.

ST
• Apropriação indébita previdenciária. Art. 168-A CP

L FO
O crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A, § 1º, I, do Código Penal, possui natureza de

DO
delito material, que só se consuma com a constituição definitiva, na via administrativa, do crédito tributário,

RO
consoante o disposto na Súmula Vinculante n. 24 do Supremo Tribunal Federal. (Info 792 STJ).

14
Os delitos de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária, previstos,

8
30
respectivamente, nos arts. 168-A e 337-A do CP, embora sejam do mesmo gênero, são de espécies diversas; obstando
a benesse da continuidade delitiva. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1868826/CE, Rel. Min. Ribeiro Dantas,

91
julgado em 09/02/2021. 77
22

1. Estelionato: crime contra o patrimônio em que o agente se vale de fraude para enganar a vítima e obter,
LIA

para si ou para outrem, uma vantagem indevida em prejuízo alheio. Exige o binômio: VANTAGEM
AG

INDEVIDA + PREJUÍZO ALHEIO.


IP

42136
RT

Compete ao juízo estadual processar e julgar crime de estelionato contra fundo estrangeiro no qual os atos desenvolvidos
foram praticados em território nacional, ainda que diverso o domicílio de sócio lesado. STJ. 3ª Seção. AgRg no CC
BE

192.274-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 8/3/2023 (Info 775).


B
AU

No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência deve ser
ST

fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de terceiros, os serviços
custeados pela vítima. STJ. 3ª Seção.CC 185.983-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/05/2022 (Info 736).
O

Nota: CPP - § 4º Nos crimes previstos no 171 - CP, quando praticados mediante depósito, mediante emissão de
F
OL

cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante
OD

transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade
de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.
4R

O crime de estelionato praticado por meio de saque de cheque fraudado compete ao Juízo do local da agência
1
08

bancária da vítima. STJ. 3ª Seção. CC 182977-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2022 (Info 728).
913

Adulterar o sistema de medição da energia elétrica para pagar menos que o devido: estelionato (não é furto
77

42136
mediante fraude). A alteração do sistema de medição, mediante fraude, para que aponte resultado menor do que o
22

real consumo de energia elétrica configura estelionato. Ex.: as fases “A” e “B” do medidor foram isoladas por um
material transparente, que permitia a alteração do relógio fazendo com que fosse registrada menos energia do que a
LIA

consumida. STJ. 5ª Turma. AREsp 1.418.119-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 07/05/2019 (Info 648).
AG

STJ – Info 672/2020: Não se admite a incidência do princípio da insignificância na prática de estelionato qualificado
IP
RT

por médico que, no desempenho de cargo público, registra o ponto e se retira do hospital.
BE

Súmula 17-STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
B
AU

• Fraude eletrônica:
ST
O

47
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

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GL
CP, Art. 171, § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a

PA
utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos

I
RT
telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.

BE
CP, Art. 171, § 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso, aumenta-

B
se de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional.

AU
ST
CP, Art. 171, § 3º - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público
ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

L FO

DO
Estelionato contra idoso 42136
ou vulnerável:
Art. 171, § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável,

RO
considerada a RELEVÂNCIA DO RESULTADO GRAVOSO.

814
ESTELIONATO – REGRA GERAL: Ação penal pública condicionada à representação: § 5º Somente se procede mediante

30
representação, SALVO SE A VÍTIMA FOR: (exceção: A. P. INCONDICIONADA):

91
✓ I - a Administração Pública, direta ou indireta; 77
✓ II - criança ou adolescente;
22

✓ III - pessoa com deficiência mental; ou


✓ IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
LIA
AG

Súmula 554-STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não
IP

42136
obsta ao prosseguimento da ação penal.
RT
BE

➢ O estelionato previdenciário é “permanente” ou “instantâneo de efeitos permanentes”?


• Quando praticado pelo próprio beneficiário: é PERMANENTE.
B
AU

• Quando praticado por terceiro diferente do beneficiário: é INSTANTÂNEO DE EFEITOS


ST

PERMANENTES. STF. 1ª Turma. HC 102049, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/11/2011. STJ. 6ª Turma. HC
O

190071/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 02/05/2013.


F
OL

• Crime de Fraude com utilização de ativos virtuais, valores mobiliários ou ativos financeiros (LEI
OD

14.478/22) - ART.171-A CP
4R

Organizar, gerir, ofertar ou distribuir carteiras ou intermediar operações que envolvam ativos virtuais,
1

valores mobiliários ou quaisquer ativos financeiros com o fim de obter vantagem ilícita, em prejuízo
08

alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio
913

fraudulento. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.


77
22

• Receptação: Art. 180 CP - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio
LIA

ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
AG

oculte.
IP
RT

Receptação própria (art. 180, caput, 1ª parte, do Receptação imprópria (art. 180, caput, 2ª parte, do
Código Penal) Código Penal)
BE

Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em Influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
B

proveito própria ou alheio, coisa que sabe ser produto ou oculte.


AU

de crime.
ST
O

48
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Obs.: A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a
coisa.

PA
A receptação, em sua forma qualificada, demanda especial qualidade do sujeito ativo, que deve ser comerciante

I
RT
ou industrial. STJ. 5ª Turma.AgRg no AREsp 2.259.297-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/4/2023 (Info 771).

BE
(STJ) Juris em teses: O delito de receptação (art. 180 do CP), nas modalidades transportar, conduzir ou ocultar, é crime
permanente, cujo flagrante perdura enquanto o agente se mantiver na posse do bem que sabe ser produto de crime.

B
AU
Escusas absolutórias:

ST
IMUNIDADES ABSOLUTAS IMUNIDADES RELATIVAS

FO
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos Art. 182 - Somente se procede mediante
crimes previstos neste título, em prejuízo: representação, se o crime previsto neste título é

L
DO
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; cometido em prejuízo:
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

RO
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

14
8
30
Atenção! Art. 183 do Código Penal - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

91
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça
77
ou violência à pessoa;
22

II - ao estranho que participa do crime;


LIA

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
AG

3. Crimes contra a dignidade sexual.


IP

42136
RT

Diferença dos principais crimes:


BE

Estupro (art. 213) Importunação sexual (art.215-A) Assédio Sexual (art. 216-A)
B
AU

Constranger alguém, mediante Art. 215-A. Praticar contra alguém e Art. 216-A. Constranger alguém
violência ou grave ameaça, a ter sem a sua anuência ato libidinoso com o intuito de obter vantagem
ST

conjunção carnal ou a praticar ou com o objetivo de satisfazer a ou favorecimento sexual,


O

permitir que com ele se pratique própria lascívia ou a de terceiro: prevalecendo-se o agente da sua
F

outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) condição de superior hierárquico
OL

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 anos, se o ato não constitui crime ou ascendência inerentes ao
OD

(dez) anos. mais grave exercício de emprego, cargo ou


função. Pena – detenção, de 1
4R

§ 1o Se da conduta resulta lesão (um) a 2 (dois) anos.


1

corporal de natureza grave ou se a § 2o A pena é aumentada em até


08

vítima é menor de 18 (dezoito) ou um terço se a vítima é menor de 18


13

maior de 14 (catorze) anos: (dezoito) anos.


9

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12


77

42136

(doze) anos.
22
LIA

§ 2o Se da conduta resulta
morte: Pena - reclusão, de 12
AG

(doze) a 30 (trinta) anos


IP
RT
BE

Violação sexual mediante fraude (art. 215) Estupro de Vulnerável (art. 217-A)
B
AU
ST
O

49
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
libidinoso com alguém, mediante fraude ou menor de 14 (catorze) anos:

PA
outro meio que impeça ou dificulte a livre Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

I
RT
manifestação de vontade da vítima: § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência

BE
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim mental, não tem o necessário discernimento para a prática

B
de obter vantagem econômica, aplica-se também do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer

AU
multa. resistência.

ST
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos

L FO
§ 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de

DO
12 (doze) a 30 (trinta) anos.

RO
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste

14
artigo aplicam-se independentemente do consentimento da

8
vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais

30
anteriormente ao crime.

91
Vítima consciente, com capacidade de discernir, Ausência de capacidade de discernimento para a prática do
77
porém, com falsa percepção da realidade. ato.
22

Há capacidade de resistência, que pode ser Não há capacidade de resistência.


manifestada quando compreendida a fraude.
LIA

Presumidamente capaz, porém, com Presumidamente incapaz de consentir. Consentimento


AG

consentimento falho. inválido.


42136
IP

42136
RT

DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO VII


Art. 226. A pena é aumentada: Art. 234-A. Aumento de pena - Nos crimes previstos
BE

I – de quarta parte, se o crime é cometido com o neste Título a pena é aumentada:


B

concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta
AU

II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto gravidez;


ST

ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por transmite à vítima doença sexualmente transmissível
O

qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a
F
OL

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o vítima é idosa ou pessoa com deficiência.
crime é praticado: Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes
OD

Estupro coletivo definidos neste Título correrão em segredo de justiça.


4R

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais


agentes;
1
08

Estupro corretivo
13

b) para controlar o comportamento social ou


sexual da vítima.
9
77
22

Não incide a regra a continuidade delitiva específica nos crimes de estupro praticados com violência presumida. STJ.
LIA

5ª Turma. AgRg em ARESP 2.165.385/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 5/9/2023 (Info 786).A
AG

violência de que trata a continuidade delitiva especial (art. 71, parágrafo único, do CP) é a violência real.
IP
RT

Nos casos de estupro de vulnerável praticado em continuidade delitiva em que não é possível precisar o número
de infrações cometidas, tendo os crimes ocorrido durante longo período de tempo, deve-se aplicar a causa de
BE

aumento de pena no patamar máximo de 2/3. STJ. 6ª Turma.REsp 1.932.618/RJ, julgado em 8/8/2023 (Info 782).
B
AU
ST
O

50
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso

GL
com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência

PA
sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.

I
RT
A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”, para os fins do tipo do art. 213 do Código Penal.

BE
STJ. 6ª Turma. REsp 1.916.611-RJ, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), julgado

B
em 21/09/2021 (Info 711).

AU
ST
O delito previsto no art. 218-B, § 2°, inciso I, do Código Penal, na situação de exploração sexual, não exige a figura do
terceiro intermediador. A configuração do crime do art. 218-B do CP não pressupõe a existência de terceira pessoa,

FO
bastando que o agente, por meio de pagamento, convença a vítima, maior de 14 e menor de 18 anos, a praticar com

L
ele conjunção carnal ou outro ato libidinoso, de modo a satisfazer a sua própria lascívia. STJ. 3ª Seção. EREsp

DO
1530637/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021 (Info 690).

RO
O mentor intelectual dos atos libidinosos responde pelo crime de estupro de vulnerável. O estupro de vulnerável se

14
consuma com a prática de qualquer ato de libidinagem ofensivo à dignidade sexual da vítima. 42136 Para que se configure

8
ato libidinoso, não se exige contato físico entre ofensor e vítima. Assim, doutrina e jurisprudência sustentam a

30
prescindibilidade do contato físico direto do réu com a vítima, a fim de priorizar o nexo causal entre o ato praticado

91
pelo acusado, destinado à satisfação da sua lascívia, e o efetivo dano à dignidade sexual sofrido pela ofendida. STJ. 6ª
77
Turma. HC 478310, Rel. Min. Rogério Schietti, julgado em 09/02/2021 (Info 685).
22

A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se assume o papel de
LIA

garantidora. STJ. 5ª Turma. HC 603.195-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/10/2020 (Info 681).
AG

Não é possível a desclassificação da figura do estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) para o crime do art. 215-A
IP

42136
do CP (importunação sexual). Isso porque o tipo penal do art. 215-A é praticado sem violência ou grave ameaça e o
RT

delito do art. 217-A inclui a presunção absoluta de violência ou grave ameaça, por se tratar de menor de 14 anos. STJ.
BE

3ª Seção. AgRg na RvCr 4.969/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/06/2019.
B
AU

Info 631 STJ - A “exploração sexual” é considerada como elemento normativo do tipo, de modo que a conduta
consistente em manter casa para fins libidinosos, por si só, não mais caracteriza crime.
ST
O

É possível a configuração de delito de assédio sexual na relação entre professor e aluno (Resp. 1.759.135/SP, 6a
F

Turma, julgado em 01/10/2019).


OL
OD

O crime previsto no inciso I do § 2º do art. 218-B do Código Penal se consuma independentemente da manutenção
4R

de relacionamento sexual habitual entre o ofendido e o agente. Em outras palavras, é possível que haja o referido
delito ainda que tenha sido um único ato sexual. Logo, como não se exige a habitualidade para a sua consumação, é
1

possível a incidência da continuidade delitiva, com a aplicação da causa de aumento prevista no art. 71 do Código
08

Penal. STJ. 5ª Turma. HC 371.633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/03/2019 (Info 645).
913
77

A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos desnuda em
22

motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito de estupro de vulnerável. STJ. 5ª Turma.
RHC 70976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016 (Info 587).
LIA
AG

Atenção! Art. 217-A - Distinguishing


IP
RT

• É possível a distinção do entendimento firmado no Recurso Repetitivo nº 1.480.881 e da Súmula


BE

593 do STJ para reconhecer a atipicidade material do crime de estupro de vulnerável, conforme
particularidades do caso concreto.
B
AU
ST
O

51
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
O STJ, no julgamento do Tema 918 e na Súmula 593, fixou o entendimento de que o crime de estupro de
vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo

PA
irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou

I
RT
existência de relacionamento amoroso com o agente. Admite-se o distinguishing quanto ao Tema 918/STJ

BE
(REsp 1.480.881/PI), na hipótese em que a diferença de idade entre o acusado e a vítima não se mostrou tão

B
distante quanto do acórdão paradigma (o réu possuía 19 anos de idade, ao passo que a vítima contava com

AU
12 anos de idade), bem como há concordância dos pais da menor somado a vontade da vítima de conviver

ST
com o réu e o nascimento do filho do casal, o qual foi registrado pelo genitor. STJ. 6ª Turma. REsp

FO
1.977.165/MS, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF1), Rel. para acórdão Min.

L
Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/5/2023 (Info 777).

DO
RO
O STJ em outro caso, não admitiu a aplicação dessa tese, por se tratar de um relacionamento em que

14
não houve consentimentos dos pais:

8
Não cabe a distinção realizada no julgamento do REsp 1.977.165/MS - caso de dois jovens namorados, cujo

30
relacionamento tinha aquiescência dos genitores da vítima, sobrevindo um filho - na hipótese em que não há

91
consentimento da responsável legal - o que impossibilita qualquer relativização da presunção de vulnerabilidade de
77
menor de 14 anos no crime de estupro de vulnerável. O fato de a vítima ter passado a viver em união estável com o
22
réu tão somente reforça o contexto de sexualização precoce no qual se encontra inserida, sendo o seu consentimento
infantil incapaz de afastar a tipicidade da conduta, consoante expressamente dispõe o art. 217-A, §5º, do Código
LIA

42136
Penal. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1.979.739/MT, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/8/2023 (Info 787)
AG

4. Crimes contra a paz pública.


IP

42136
RT


BE

Incitação ao crime - Art. 286 do Código Penal - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena -
detenção, de 3 a 6 meses, ou multa.
B
AU

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, animosidade entre as Forças
ST

Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade.


F O

• Associação criminosa – art. 288 do Código Penal. Associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim
OL

específico de cometer crimes – Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade (1/2) se a associação é
OD

armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.


4R
1

“Associação” pressupõe estabilidade e permanência, de modo que tanto a doutrina quanto a jurisprudência entendem que estas
08

são características exigíveis para a configuração do delito.


913
77

Associação criminosa Organização criminosa


22

Mínimo de 3 pessoas Mínimo de 4 pessoas


Prática de crimes, independentemente da pena Prática de infrações (abrange, em tese contravenção
LIA

cominada penal) com penas máximas superiores a 4 anos ou,


AG

independentemente da pena, seja de caráter


transnacional
IP

Não exige divisão de tarefas exige divisão de tarefas


RT

Objetiva COMETER CRIMES Objetiva obter VANTAGEM DE QUALQUER NATUREZA


BE
B

Não há bis in idem na condenação pelo crime de associação criminosa armada e pelo roubo qualificado pelo
AU

concurso de agentes, pois os delitos são autônomos, aperfeiçoando-se o primeiro independentemente do


ST

cometimento de qualquer crime subsequente. (STJ, DJe 19/08/2019).


O

52
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
A associação criminosa não ocorre pela inclusão de um número mínimo de pessoas no polo passivo, mas sim pelo

PA
intuito do agente de tomar parte de um grupo criminoso formado por um quantitativo mínimo legal de integrantes.

I
RT
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1789273/P, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 25/08/2020.

BE
Comete o crime de constituição de milícia privada quem “Constituir, organizar, integrar, manter ou custear

B
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes

AU
42136
previstos neste Código.” (art. 288-A do CP). Somente se consuma se ficar comprovado que a milícia tinha a

ST
finalidade de praticar crimes previstos exclusivamente no Código Penal. Não há que se falar em constituição de
milícia se o grupo foi constituído com a finalidade de praticar crimes previstos na legislação extravagante (ex: tráfico

FO
de drogas). STJ. 5ª Turma. REsp 1.986.629-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 8/8/2023 (Info 788).

L
DO
5. Crimes contra a fé pública.

RO
Espécies de falsidade:

14
FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA FALSIDADE PESSOAL

8
30
91
Incide sobre a coisa. Incide sobre o conteúdo do Incide sobre a qualificação pessoal.
documento. 77
22
Por meio de contrafação, alteração ou Por meio de simulação. Por meio da atribuição de dados
supressão. falsos.
LIA
AG

✓ INSIGNIFICÂNCIA: Na visão dos Tribunais Superiores, é inaplicável o princípio da bagatela


IP

42136
(insignificância) ao crime de falsificação de moeda, ainda que ínfimo o valor de face, considerando que o
RT

alcance da norma jurídica não é evitar prejuízos patrimoniais (âmbito de proteção dos crimes contra o
BE

patrimônio), mas manter a confiança da população na higidez da moeda.


B
AU

✓ ARREPENDIMENTO POSTERIOR: O STJ decidiu que não se aplica a regra do arrependimento


ST

posterior se o agente repara o dano que causou à pessoa que recebeu a moeda falsa, pois, neste crime, a
O

relevância não está no prejuízo patrimonial, mas na fragilização da confiança que deve ser depositada no
F

sistema monetário.
OL
OD

Súmula 73 do STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura em tese, o crime de estelionato,
4R

da competência da justiça estadual.


1
08

• Falsificação de documento público: Art. 297 do Código Penal - FALSIFICAR, no todo ou em parte,
13

documento público, ou alterar documento público verdadeiro.


9
77

§2 – Para efeitos penais, equiparam-se a documento público:


22

- emanado de entidade paraestatal


- título ao portador ou transmissível por endosso
LIA

- as ações de sociedade comercial


AG

- livros mercantis
IP

- testamento particular
RT
BE

Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui artigo que não constava originalmente
B

do projeto votado pratica o crime de falsificação de documento público (art. 297, § 1º do CP). (AP 971, Relator(a):
AU

Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 28/06/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-217 DIVULG 10-10-2016
ST

PUBLIC 11-10-2016).
O

53
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
• Falsificação de documento particular: art.298 do Código Penal - Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou

PA
em parte, documento particular ou ALTERAR documento particular verdadeiro.

I
RT
Parágrafo único: Para fins do disposto no caput equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou

BE
débito.

B
AU
• Falsidade ideológica: Art. 299 do Código Penal – Omitir, em documento público ou particular,

ST
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser

FO
escrita, com o fim de (elemento subjetivo especial) prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade

L
sobre fato juridicamente relevante. Parágrafo único: se o agente é funcionário público, e comete o crime

DO
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a

RO
42136
pena de sexta parte (1/6)

814
Na falsidade ideológica (art. 299), o termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão punitiva é o

30
momento da consumação do delito (e não o momento da eventual reiteração de seus efeitos). STJ. julgado em

91
13/05/2020 (Info 672). A falsidade ideológica é crime formal e instantâneo, cujos efeitos podem se protrair no
tempo.
77
22
LIA

Lembre-se:
Falsidade MATERIAL - altera-se a FORMA do documento.
AG

Falsidade IDEOLÓGICA - altera-se42136


o CONTEÚDO do documento.
IP
RT

Esquematizando...
BE

FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA


B

Previsão: art. 297 e 298 do CP. Previsão: art. 299 do CP.


AU

Envolve a forma do documento (sua parte exterior). Envolve o conteúdo do documento (juízo
ST

inverídico).
O documento apresenta defeitos extrínsecos (rasuras, novos dizeres, Não há rasuras ou supressão de palavras.
F O

supressão de palavras) A pessoa que elabora o documento possui


OL

legitimidade para isso.


OD

É imprescindível a perícia. Em regra, não há necessidade de perícia.


4R

• Uso de documento falso: art. 304 do Código Penal - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
1
08

alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.


13

Trata-se de tipo remetido ou crime remetido, que é aquele que indica outros tipos para ser
9

integralmente compreendido. Trata-se de norma penal em branco homogênea homovitelina, já que o


77
22

complemento advém de lei penal.


LIA

Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial É TÍPICA, ainda que em situação
AG

de alegada autodefesa.
IP

• Adulteração de sinal identificador de veículo – art. 311 CP (ATENÇÃO! Alteração legislativa Lei
RT

14.562/2023) Importante leitura da lei seca!!!


BE

Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir número de chassi, monobloco, motor, placa de identificação, ou qualquer
B

sinal identificador de veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, de semirreboque ou de suas combinações,
AU

bem como de seus componentes ou equipamentos, sem autorização do órgão competente: Pena - reclusão, de três
ST

a seis anos, e multa.


O

54
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
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IA
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.

GL
§ 2º Incorrem nas mesmas penas do caput deste artigo:

PA
I – o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado,

I
RT
fornecendo indevidamente material ou informação oficial;
II – aquele que adquire, recebe, transporta, oculta, mantém em depósito, fabrica, fornece, a título oneroso ou

BE
gratuito, possui ou guarda maquinismo, aparelho, instrumento ou objeto especialmente destinado à falsificação e/ou
42136

B
adulteração de que trata o caput deste artigo; ou

AU
III – aquele que adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, mantém em depósito, desmonta, monta, remonta,

ST
vende, expõe à venda, ou de qualquer forma utiliza, em proveito próprio ou alheio, veículo automotor, elétrico,
híbrido, de reboque, semirreboque ou suas combinações ou partes, com número de chassi ou monobloco, placa de

FO
identificação ou qualquer sinal identificador veicular que devesse saber estar adulterado ou remarcado.

L
§ 3º Praticar as condutas de que tratam os incisos II ou III do § 2º deste artigo no exercício de atividade comercial ou

DO
industrial:

RO
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 4º Equipara-se a atividade comercial, para efeito do disposto no § 3º deste artigo, qualquer forma de comércio

14
irregular ou clandestino, inclusive aquele exercido em residência.

8
30
Houve uma alteração substancial do tipo penal para abarcar os outros tipos de veículos, quais sejam: elétrico, híbrido, de reboque,

91
de semirreboque ou de suas combinações, bem como de seus componentes ou equipamentos: monobloco, motor, placa de
77
identificação. Ademais, foi incluído o verbo “suprimir” e, ao final, ressaltou que deve ser “sem autorização do órgão competente”.
22
LIA

Observações importantes:
• Superação da jurisprudência! O STJ (Info 657) entendia que os veículos que não fossem automotores
AG

(como por exemplo um reboque ou semirreboque), caso tivessem seus sinais identificadores
IP

42136

adulterados, a conduta não se enquadraria no tipo penal do 311, por se tratar de uma analogia in malam
RT

partem, o que é proibido pelo Direito Penal. Logo, com a alteração legislativa, as condutas passam a ser
BE

formalmente tipificadas dentro desse tipo penal.


B

• Considerando que o Código Penal previa como crime apenas a adulteração e remarcação (não a
AU

supressão) de número de chassi, havia divergência se poderia o agente responder por esse crime. Logo,
ST

com a alteração legislativa, a conduta de suprimir de alguma forma - como a raspagem - passa a ser
O

formalmente tipificada dentro do tipo penal.


F
OL

• A colocação de fita adesiva configura o crime do art. 311 do CP.


OD
4R

6.Crimes contra a administração pública.


1
08

• Princípio da insignificância: Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é INAPLICÁVEL aos crimes


13

contra a administração pública. Obs.: O entendimento sumulado foi reafirmado na ed. 220 Jurisprudência em
9
77

teses do STJ, trazendo, contudo, exceção: é possível, excepcionalmente, afastar a incidência da Súmula n.
22

599/STJ para aplicar o princípio da insignificância aos crimes praticados contra a administração pública
quando for ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado.
LIA
AG

Crime funcional próprio Crime funcional impróprio


IP

A ausência da condição de servidor público torna o fato A ausência da condição de servidor público faz com que
RT

atípico o crime deixe de ser funcional e passe a ser incriminado


BE

por outro tipo penal incriminador.


B

Funcionário público típico ou propriamente dito: Funcionário público atípico ou por equiparação:
AU
ST
O

55
LF
DO
RO
4R
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GL
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
Art. 327, CP. Considera-se funcionário público, para os cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e

PA
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem quem trabalha para empresa prestadora de serviço

I
RT
remuneração, exerce cargo, emprego ou função contratada ou conveniada para a execução de atividade
pública. típica da Administração Pública

BE
B
AU
DICA DD: O funcionário público, no contexto dos crimes contra a administração pública, é chamado de “intraneus”. Já o particular é

ST
chamado de “extraneus”. Todos esses crimes atentam contra o normal funcionamento da Administração Pública.

FO
Cargo público X Múnus público (encargo público) – Não se confundem. Administradores judiciais da

L
DO
falência, inventariante judicial, tutores e curadores, por exemplo, que exercem múnus público, não são

RO
equiparados a funcionários públicos para fins penais. É uma “prestação de favor”, um encargo e não uma
função pública.

14
• Depositário judicial NÃO é considerado funcionário público. (Info 623, STF).

8
30
• Gestor do “Sistema S” NÃO é considerado funcionário público. (Info 742, STF)

91
São considerados “funcionários públicos” para fins penais: 77
• Diretor de organização social (Info 915, STF);
22

• Administrador de Loteria (STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ);


LIA

42136
Estagiário de órgão ou entidade públicos (STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC).
AG

• Causa de aumento de pena: Art. 327 (...) § 2º


IP

A pena será aumentada da terça parte quando os


42136
RT

autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção
BE

ou assessoramento de:
- órgão da administração direta;
B
AU

- sociedade de economia mista;


ST

- empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.


F O

A mera afirmação de que o denunciado ocupa o cargo de desembargador é insuficiente para a incidência da causa
OL

de aumento de pena prevista no art. 327, § 2º, do Código Penal. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
OD

Corte Especial, por unanimidade, julgado em 04/05/2022.


4R

A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal não pode ser aplicada aos dirigentes de autarquias
1

(ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo menciona apenas órgãos, sociedades de economia mista,
08

empresas públicas e fundações. STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info
13

950).
9
77

A circunstância de imposição hierárquica deve estar descrita e não é presumível apenas pelo exercício do cargo. É
22

incabível a causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP pelo mero exercício do cargo, sendo necessária a demonstração
LIA

de uma imposição hierárquica ou de direção. STJ. Corte Especial. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
julgado em 04/05/2022 (Info 736).
AG
IP

• Peculato: Art. 312 do Código Penal - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
RT

qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
BE

proveito próprio ou alheio.


B
AU

NOMENCLATURA CONDUTA NUCLEAR DISPOSITIVO LEGAL


ST
O

56
LF
DO
RO
4R
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GL
Apropriar-se Art. 312, caput, 1ª parte
PECULATO APROPRIAÇÃO

PA
Desviar Art. 312, caput, 2ª parte

I
RT
PECULATO DESVIO

BE
PECULATO FURTO Subtrair ou concorrer para que seja subtraído Art. 312, §1º
Concorrer culposamente Art. 312, §2º

B
PECULATO CULPOSO

AU
PECULATO MEDIANTE ERRO DE Apropriar-se após ter recebido por erro de outrem Art. 313

ST
OUTREM (PECULATO- ESTELIONATO)
- Inserir ou facilitar inserção; e alterar ou excluir dados; Art. 313-A e 313-B

FO
PECULATO ELETRÔNICO
- Modificar sistema ou programa.

L
DO
Obs.: Peculato Malversação é aquele que atinge bens particulares que estão sob a custódia da Administração

RO
Pública.

814
30
• Peculato apropriação (art. 312, caput, primeira parte, do CP) e Peculato desvio (art. 312, caput,

91
segunda parte, do CP):
77
22

STJ entendeu que pagar remuneração a funcionário fantasma não configura crime!!!42136
Não é típico o ato do servidor
que se apropria de valores que já lhe pertenceriam, em razão do cargo por ele ocupado. Assim, a conduta do servidor
LIA

poderia ter repercussões disciplinares ou mesmo no âmbito da improbidade administrativa, mas não se ajusta ao
AG

delito de peculato, porque seus vencimentos efetivamente lhe pertenciam. Se o servidor merecia perceber a
remuneração, à luz da ausência da contraprestação respectiva, é questão a ser discutida na esfera administrativo-
IP

42136
RT

sancionadora, mas não na instância penal, por falta de tipicidade. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2073825-RS, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 16/08/2022 (Info 746). Obs.2: No caso de parlamentares que se apropriam de parte da
BE

remuneração dos servidores comissionados de seu gabinete (prática conhecida como “rachadinha”), o STJ já decidiu
B

algumas vezes que configura peculato (STJ).


AU
ST

O mero proveito econômico não é suficiente para tipificar o crime de peculato-desvio, é necessário que o agente
pratique alguma conduta voltada ao desvio de verbas públicas. (STJ, 2021).
F O
OL

Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição por Governador de Estado
com o patrimônio de empresas estatais. 5ª Turma. REsp 1776680-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 11/02/2020
OD

(Info 666).
4R

O administrador que desconta valores da folha de pagamento dos servidores públicos para quitação de empréstimo
1
08

consignado e não os repassa a instituição financeira pratica peculato-desvio, sendo desnecessária a demonstração
13

de obtenção de proveito próprio ou alheio, bastando a mera vontade de realizar o núcleo do tipo. STJ. Corte Especial.
APn 814-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 06/11/2019
9
77

(Info 664).
22

Diferença de peculato desvio para o delito de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315 do CP): No peculato desvio
LIA

a destinação diversa é para atender interesses particulares. No emprego irregular, a destinação ainda será para atender interesse
AG

público, porém, diversa da prevista em lei (há possibilidade de alegação de estado de necessidade).
IP
RT

DICA DD: Peculato desvio e apropriação: Há regramento próprio para prefeito no DL 201/67.
BE

Peculato furto: não há regramento próprio, prefeito pode praticar.


B
AU
ST
O

57
LF
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RO
4R
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GL
Peculato culposo: Art. 312, §3° do Código Penal – No caso de peculato culposo, a reparação do dano,
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade, se lhe é posterior, reduz de metade a pena

PA
imposta.

I
RT
BE
REPARAÇÃO DO DANO NO CRIME DE PECULATO

B
AU
PECULATO CULPOSO PECULATO DOLOSO

ST
ANTES da sentença Extinção da punibilidade ANTES do recebimento Diminuição de pena de 1/3 a 2/3 (art. 16, CP)

FO
irrecorrível (Art. 312, §3º, 1ª parte) da denúncia – arrependimento posterior
APÓS a sentença Causa de diminuição de APÓS o recebimento da Atenuante genérica (art. 65, III, b, CP)

L
DO
irrecorrível pena – até 1/2 denúncia
(Art. 312, §3º, 2ª parte)

RO
14
• Peculato Eletrônico (arts. 313-A e 313-B, incluídos pela Lei nº 9.983/00):

8
Atenção à diferença dos crimes dos art. 313-A e 313-B:

30
91
Inserção de dados falsos em sistema de informações 77
Modificação ou alteração não autorizada de sistema
22
(art. 313-A, CP) de informações (art. 313-B, CP)
Sujeito ativo Funcionário público AUTORIZADO a realizar operações Funcionário no sentido amplo do art. 327 do CP. Não
LIA

nos sistemas informatizados da Administração. exige que seja funcionário autorizado.


AG

Conduta Pune a conduta de inserir (ou facilitar), alterar ou excluir Pune modificar ou alterar sistema ou programa.
IP

42136
dados.
RT

Objeto Dados do sistema. Sistema ou programa.


BE

material
Tipo O crime é punido a título de dolo, mais um fim especial. O delito é punido a título de dolo apenas.
B

subjetivo
AU
ST

Especial fim Obter vantagem indevida (econômica ou moral) para si Não exige fim especial.
de agir ou para outrem ou causar dano.
F O

Causa de Não há previsão. Resultando dano à Administração pública ou ao


OL

aumento administrado, a pena é aumentada de 1/3 à 1/2.


OD

• Concussão: Art. 316 do Código Penal – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
4R

que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
1
08
13

Em caso de condenação do réu por concussão, na dosimetria da pena o juiz pode (e deve) aumentar a pena-base
pelo fato de o réu ser policial. Para cometer o crime, basta ser funcionário público, mas o grau de reprovabilidade do
9
77

réu é maior, tendo em vista que se trata de policial, agente público responsável pelo combate à criminalidade. Assim,
22

não é possível nivelar a concussão de um funcionário público comum com a de um policial, de um parlamentar, de
um juiz etc. Aquele que está investido de parcela de autoridade pública — como é o caso de um juiz, um membro do
LIA

Ministério Público ou uma autoridade policial — deve ser avaliado, no desempenho da sua função, com maior rigor
AG

do que as demais pessoas não ocupantes de tais 42136


cargos. STF. 1ª Turma. HC 132990/PE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red.
p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 16/8/2016 (Info 835).
IP
RT

No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da exigência da vantagem indevida
BE

(e não no instante da entrega). Isso porque a CONCUSSÃO É CRIME FORMAL, que se consuma com a exigência da
vantagem indevida. Assim, a entrega da vantagem indevida representa mero exaurimento do crime que já se
B
AU

consumou anteriormente. STJ. 5ª Turma. HC 266460-ES, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
11/6/2015 (Info 564).
ST
O

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RO
4R
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GL
DIFERENÇA DE CONCUSSÃO PARA EXTORSÃO:

PA
CONCUSSÃO - é praticado sem violência ou grave ameaça, por funcionário público (crime próprio), podendo ser qualquer vantagem

I
42136

RT
indevida.

BE
EXTORSÃO – é praticado com violência ou grave ameaça, por qualquer pessoa (crime comum), sendo a vantagem indevida

B
econômica.

AU
ST
• Excesso de exação - A mera interpretação equivocada da norma tributária não configura o crime de

FO
excesso de exação. STJ, julgado em 05/10/2021 (Info 712).

L
DO
• Corrupção passiva x corrupção ativa:

RO
ART. 317 DO CP – CORRUPÇÃO PASSIVA ART. 333 DO CP – CORRUPÇÃO ATIVA

14
8
30
Pune o solicitar, o receber e o aceitar Pune o prometer e o oferecer, mas não pune o “dar”, que é o verbo correspondente
promessa. ao “solicitar”.

91
77
22

A consumação da corrupção passiva art. 317 será analisada de acordo com os núcleos do tipo:
LIA

Solicitar Crime formal – no momento da solicitação.


AG

Receber Crime material - precisa efetivamente receber a indevida vantagem.


Aceitar Promessa Crime formal – no momento
42136 da anuência.
IP
RT

Inf. 551, 5ª T. STJ - O reconhecimento da inépcia da denúncia em relação ao acusado de corrupção ativa (art. 333
BE

do CP) não induz, por si só, ao trancamento da ação penal em relação ao denunciado, no mesmo processo, por
B

corrupção passiva (art. 317 do CP). Prevalece o entendimento de que, via de regra, os crimes de corrupção passiva e
AU

ativa, por estarem previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes, de modo que a comprovação
de um deles não pressupõe a do outro.
ST
O

Configura o crime de corrupção ativa o oferecimento de vantagem indevida a funcionário público para determiná-
F
OL

lo a omitir ou retardar ato de ofício relacionado com o cometimento do crime de posse de drogas para uso próprio.
STJ. 5ª Turma, julgado em 03/05/2022 (Info 735).
OD
4R

Para tipificação do art. 317 do Código Penal - corrupção passiva -, deve ser demonstrada a solicitação ou
recebimento de vantagem indevida pelo agente público, não configurada quando há mero ressarcimento ou
1
08

reembolso de despesa. STJ. 5ª Turma, julgado em 14/09/2021 (Info 709).


13


9

Prevaricação: Art. 319 do Código Penal - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
77

ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
22

Corrupção passiva privilegiada (art. 317, § 2º, CP) Prevaricação (art. 319, CP)
LIA

Cede a pedido ou influência de outrem. O funcionário age espontaneamente.


AG

O funcionário não busca satisfazer interesse ou sentimento pessoal, mas sim O funcionário busca satisfazer interesse ou
busca satisfazer interesse de outrem. sentimento próprio.
IP
RT

• Desobediência: art. 330 do Código Penal- Desobedecer a ordem legal de funcionário público.
BE

O STF definiu vetores interpretativos para a tipificação do desacato (Info 992, STF): No voto do Ministro Relator, foi
B

mencionado que a interpretação do art. 331 do CP deve ser restritiva, com a fixação de quatro critérios interpretativos: i)
AU

crime deve ser praticado na presença do funcionário público; ii) não há crime se a ofensa não tiver relação com o exercício
ST

da função; iii) é necessário que o ato perturbe ou obstrua a execução das funções do funcionário público; iv) devem ser
O

59
LF
DO
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4R
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relevados, portanto, eventuais excessos na expressão da discordância, indignação ou revolta com a qualidade do serviço

GL
prestado ou com a atuação do funcionário público.

IPA
RT
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR!
Os delitos de desobediência e resistência são muito parecidos, porém não se confundem. Aquele representa uma resistência

BE
42136
passiva, que não vem acompanhada de qualquer ato que importe em vis absoluta ou vis compulsiva. Este, por sua vez, pressupõe

B
a execução de ato mediante emprego de violência ou ameaça. Conforme expressão utilizada por Nelson Hungria, na resistência

AU
há uma “desobediência belicosa”. No crime de desobediência basta que o agente descumpra ordem legal de forma pacífica,

ST
sem violência ou grave ameaça à pessoa.

FO
A desobediência à ordem legal de parada, emanada por agentes públicos em contexto de policiamento ostensivo,

L
para a prevenção e repressão de crimes, constitui conduta penalmente típica, prevista no art. 330 (desobediência)

DO
do Código Penal Brasileiro. O REsp 1.859.933-SC, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Terceira Seção, por maioria,

RO
julgado em 09/03/2022, DJe 01/04/2022. (Tema 1060)

14
Comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial de justiça na ocasião do

8
cumprimento de mandado de entrega de veículo. (Info 975, STF).

30
91
• Tráfico de influência: art. 332 do Código Penal - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
77
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público
22

no exercício da função.
LIA
AG

Mero fato de o Ministro ter pedido vista do processo sem saber que estava impedido, devolvendo na sessão seguinte
e declarando seu impedimento, não configura indício de que ele tenha praticado tráfico de influência (art. 332, caput,
IP

42136

do Código Penal). STF. 1ª Turma. Inq 4075/DF, rel orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski,
RT

julgado em 10/9/2019 (Info 951).


BE
B

• Condescendência criminosa: Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de


AU

responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
ST

competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.


F O
OL

• Descaminho: Art. 334 do Código Penal - Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou
OD

imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.


4R

A apreensão de mercadorias antes da entrada no recinto da aduana não configura o crime de descaminho. RHC
1

179.244-SC, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 6/6/2023, DJe 12/6/2023.
08

É dispensada a existência de procedimento administrativo fiscal com a posterior constituição do crédito tributário
13

para a configuração do crime de descaminho (art. 334 do CP), tendo em conta sua natureza formal. STF. 1ª Turma.
9
77

HC 121798/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2018 (Info 904).


22

Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho, ainda que inexistentes indícios
LIA

de transnacionalidade na conduta. STJ. 3ª Seção. CC 160748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
26/09/2018 (Info 635).
AG
IP

• Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o


RT

débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$20.000,00 (vinte mil reais).
BE
B

• Contrabando: Art. 334-A do Código Penal - Importar ou exportar mercadoria proibida.


AU
ST
O

60
LF
DO
RO
4R
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IA

GL
Inaplicabilidade do princípio da insignificância: É inaplicável, EM REGRA. uma vez que o bem
juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto elidido, alcançando também o

PA
interesse estatal de impedir a entrada e a comercialização de produtos proibidos em território

I
RT
nacional. Jurisprudências em teses (STJ) ed. 221 – Princípio da insignificância - 12) Não se aplica o

BE
princípio da insignificância na hipótese em que o agente introduz no território nacional

B
medicamentos não autorizados pelas autoridades competentes, diante da potencial lesividade à

AU
saúde pública.

ST
FO
Exceção: 1. É possível, excepcionalmente, aplicar o princípio da insignificância aos casos de importação não autorizada
de pequena quantidade de medicamento para consumo próprio.

L
DO
Exceção 2. O princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando a quantidade
apreendida não ultrapassar 1.000 (mil) maços, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade

RO
de se dar efetividade à repressão a o contrabando de vulto, excetuada a hipótese de reiteração da conduta,
circunstância apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da ação. STJ. 3ª Seção.REsps 1.971.993-

14
SP e 1.977.652-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/9/2023

8
30
(Recurso Repetitivo – Tema 1143) (Info 787).

91
Jurisprudência pertinente: 42136 77
22

• Configura contrabando (e não descaminho) a conduta de importar, à margem da disciplina legal, arma de pressão por ação de
gás comprimido ou por ação de mola. (Info 939, STF e 551, STJ). Jurisprudências em tese (STJ) ed. 221 – Princípio da
LIA

insignificância - Não é possível aplicar o princípio da insignificância à importação não autorizada de arma de pressão, pois
AG

configura delito de contrabando, que tutela, além do interesse econômico, a segurança e a incolumidade pública.
• Configura crime de contrabando a importação de colete à prova de balas sem prévia autorização do Comando do Exército.
IP

42136
RT

(Info 577, STJ).


BE

CONTRABANDO DESCAMINHO
B

“Importar ou exportar mercadoria proibida”. “Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
AU

entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria”.


ST

Corresponde à conduta de importar ou Corresponde à entrada ou à saída de produtos PERMITIDOS, todavia elidindo o
exportar mercadoria PROIBIDA. pagamento do imposto devido.
F O
OL

• Crimes contra a Administração da Justiça:


OD
4R

Denunciação caluniosa x comunicação falsa x autoacusação falsa


1

Denunciação caluniosa Comunicação falsa de crime ou Autoacusação falsa


08

de contravenção
13

Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito Art. 340 - Provocar a ação de Art. 341 - Acusar-se, perante
9

policial, de procedimento investigatório autoridade, comunicando-lhe a a autoridade, de crime


77

criminal, de processo judicial, de processo ocorrência de crime ou de inexistente ou praticado por


22

administrativo disciplinar, de inquérito civil ou contravenção que sabe não se ter outrem.
LIA

de ação de improbidade administrativa contra verificado.


alguém, imputando-lhe crime, infração ético-
AG

disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe


IP

inocente.
RT

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se


o agente se serve de anonimato ou de nome
BE

suposto.
B

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a


AU

imputação é de prática de contravenção.


ST
O

61
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

77
22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA

GL
Denunciação caluniosa: Art. 339 do Código Penal - Dar causa à instauração de inquérito policial, de
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de

PA
inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-

I
RT
disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente.

BE
Para a caracterização do crime de denunciação caluniosa é imprescindível que o sujeito ativo saiba que a imputação

B
do crime é objetivamente falsa ou que tenha certeza de que a vítima é inocente (STJ, DJE, 02/03/2020).

AU
ST
7. Crimes contra o Estado Democrático de Direito.

LFO
DO
CAPÍTULO I CAPÍTULO II CAPÍTULO III CAPÍTULO IV CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
Crimes Contra a Crimes contra Crimes Contra o Crimes contra o Crimes contra Disposições Comuns

RO
Soberania as Instituições Funcionamento Funcionamento a Cidadania

14
Nacional Democráticas das Instituições dos Serviços Atentado a

8
Atentado à Abolição Democráticas no Essenciais Direito de

30
Soberania (art. Violenta do Processo Eleitoral Sabotagem (art. Manifestação

91
359-I) Estado Interrupção do 359-R) (art. 359-S)
Atentado à Democrático Processo Eleitoral
77
22
Integridade de Direito (art. (art. 359-N)
Nacional (art. 359-L) Comunicação
LIA

359-J) Golpe de Enganosa em


AG

Espionagem Estado (art. Massa (art. 359-


(art. 359-K) 359-M) O)
IP

42136
Violência Política
RT

(art. 359-P)
BE

42136
B

• Crimes contra soberania nacional:


AU

Atentado à soberania: Art. 359-I do Código Penal - Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou
ST

seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo.
O

§ 1º Aumenta-se a pena de metade até o dobro, se declarada guerra em decorrência das condutas previstas
F

no caput deste artigo


OL

§ 2º Se o agente participa de operação bélica com o fim de submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio
OD

ou à soberania de outro país: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.


4R

Espionagem: Art. 359-K do Código Penal - Entregar a governo estrangeiro, a seus agentes, ou a
1
08

organização criminosa estrangeira, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, documento ou


13

informação classificados como secretos ou ultrassecretos nos termos da lei, cuja revelação possa colocar
9
77

em perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional:


22

OBS1. Incorre na mesma pena quem presta auxílio a espião, conhecendo essa circunstância, para subtraí-lo à ação da
autoridade pública.
LIA

OBS2: §2 Incorre na mesma pena quem presta auxílio a espião, conhecendo essa circunstância, para subtraí-lo à ação
AG

da autoridade pública.
IP

• Crimes contra as instituições democráticas


RT

Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência
BE

ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos
B

poderes constitucionais: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
AU

à violência.
ST
O

62
LF
DO
RO
4R
81
DELEGADO SÃO PAULO

30
91
REVISÃO DE VÉSPERA

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22
MEDICINA LEGAL E DIREITO PENAL

IA
GL
Golpe de Estado: Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo
legitimamente constituído: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, além da pena

PA
correspondente à violência.

I
RT
BE
Compete ao STF processar e julgar ação penal ajuizada contra civis e militares não detentores de foro privilegiado
quando existir evidente conexão entre as suas condutas e as apuradas no âmbito mais abrangente de

B
AU
procedimentos em trâmite na Corte que envolvam investigados com prerrogativa de foro. No contexto dos crimes
multitudinários (de multidão ou de autoria coletiva), e levando-se em consideração a responsabilidade penal

ST
subjetiva, todos os agentes respondem pelos resultados lesivos aos bens jurídicos. É possível o concurso material

FO
pela prática dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (CP/1940, art. 359-L) e de golpe de
Estado (CP/1940, art. 359-M), na medida em que são delitos autônomos e que demandam “animus” distintos do

L
DO
sujeito ativo. STF. Plenário. AP 1.060/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/9/2023 (Info 1108).

RO
• Dos crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral:

14
Violência política: Art. 359-P do Código Penal- Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de

8
30
violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu

91
sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
77
22

• Dos crimes contra o funcionamento dos serviços essenciais:


Sabotagem: Art. 359-R do Código Penal - Destruir ou inutilizar meios de comunicação ao público,
LIA

estabelecimentos, instalações ou serviços destinados à defesa nacional, com o fim de abolir o Estado
AG

Democrático de Direito.
IP

42136
RT

OBS: Disposições gerais. Art. 359-T. Não constitui crime previsto neste Título (crimes contra estado democrático de direito)
BE

a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias
B

constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política
AU

com propósitos sociais.


ST
F O
OL
OD
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LIA

42136
AG
IP
RT
BE
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