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NOÇÕES DE

CRIMINALÍSTICA
Vestígios de Interesse Forense e suas
Classificações

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações

Sumário
Leonardo Guedes

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações............................................................ 5
1. Introdução ao Tema..................................................................................................................... 5
2. Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações........................................................ 5
2.1. Classificação.............................................................................................................................. 7
3. Indícios..........................................................................................................................................13
3.1. Conceito......................................................................................................................................13
4. Evidências................................................................................................................................... 14
5. Cadeia de Custódia.................................................................................................................... 14
5.1. Conceito e Definições..............................................................................................................15
6. Documentos Criminalísticos.................................................................................................... 17
6.1. Conceitos dos Termos Gerais.. ............................................................................................... 17
6.2. Tipos de Documentos Criminalísticos............................................................................... 18
Resumo............................................................................................................................................. 26
Mapas Mentais............................................................................................................................... 29
Exercícios......................................................................................................................................... 33
Gabarito.............................................................................................................................................51
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 52
Referências.......................................................................................................................................91

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Leonardo Guedes

Apresentação
Olá, estimado(a) aluno(a)!
Como está? Tudo certo? Vamos continuar nossa missão? Antes de iniciar nosso terceiro
livro digital, contarei uma breve história que vivi na carreira policial, ombreado com grandes
profissionais, destacando como a prova pericial, os vestígios e a cadeia de custódia se rela-
cionam com as provas documentais e testemunhais, para tanto não serão revelados nomes
ou detalhes do caso.
Vou ser bastante breve, para que você se concentre no que de fato, interessa!
Durante uma investigação criminal de um homicídio, o qual o inquérito policial e todo
processo criminal já foram concluídos, nossa equipe levantou indícios de autoria que recaiam
sobre dois indivíduos, os quais foram interrogados na época. Um deles havia sido preso em
flagrante com uma arma de calibre compatível aos dos projéteis encontrados no cadáver, no
entanto, as investigações indicavam que esse suspeito não tinha qualquer motivo para as-
sassinar a vítima.
O outro suspeito relacionado, tinha motivos para matar aquela pessoa e testemunhas
disseram que no dia do crime ele estava junto à vítima.
E agora como continuar a investigação e obter provas da materialidade e autoria do crime?
Nesse caso específico, iniciamos verificando se a arma apreendida era a mesma que foi
utilizada no crime, e aí... BINGO!!!! O Instituto de Criminalística, no caso, a Seção de Balística
Forense, forneceu resultados que demonstraram que a arma utilizada era de fato a arma do
crime. OK!!!
Já podemos prender o suspeito número 01???
Com certeza não!!! Pois é aí que mora o perigo!!!
Somente essa prova pericial não seria capaz de apontar a autoria desse caso, precisáva-
mos dizer o motivo pelo qual o indivíduo 01, mataria aquela vítima, tínhamos ainda que colo-
cá-lo na cena do crime, fatos esses que não se mostraram presentes.
Para o suspeito número 02, além das testemunhas, a análise de um vídeo coletado pelos
Peritos Criminais no local do homicídio, provaram que o suspeito 02 estava com a vítima no
momento do crime.
E agora como fechar esse quebra-cabeças?
Foi assim...
Fechamos essa investigação através das provas subjetivas somadas às provas materiais,
em resumo: a) o suspeito número 01, confessou que comprou a arma utilizada no crime do
suspeito 02, no dia posterior ao crime; b) foi demonstrado que a vítima teve um caso amoroso
com a esposa do suspeito 02; c) o suspeito 02 confessou para esposa infiel que matara seu
amante; c) dados de localização do telefone da vítima e do suspeito demonstram que na hora
do fato estavam juntos; d) após acareação dos suspeitos 01 e 02, o autor (suspeito 02) con-

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fessou o crime e terminou seu interrogatório dizendo: “Quem mexe com mulher de bandido, o
destino é certo!!!”
Esse tipo de crime com certeza fará parte do dia a dia dos senhores e das senhoras, quan-
do, depois de aprovados, assumirem seus cargos.
Depois dessa historinha relaxante, continuemos nossos estudos e lembrem-se:

A coragem que eu tenho para continuar lutando é a certeza que nunca perdi uma batalha, sem ter
me entregado totalmente pela vitória.
Matheus Sallun

Leonardo Guedes
Instagram: @leo_guedes_scientia_lex

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Leonardo Guedes

VESTÍGIOS DE INTERESSE FORENSE E


SUAS CLASSIFICAÇÕES
1. Introdução ao Tema
Nas palavras do Professor de Criminalística Dr. Alberi Espíndola, temos a seguinte reflexão:

A perícia oficial é base para uma investigação policial moderna e isenta de qualquer subterfúgio que
desrespeite as garantias individuais do cidadão. Os direitos humanos somente serão rigorosamente
observados no âmbito das polícias, se tivermos os Institutos de Criminalística e de Medicina Legal,
funcionando em estruturas autônomas, devidamente equipados e com efetivos adequados, para
trabalharem em estreita parceria com os policiais, subsidiando-os com as ferramentas científicas
da investigação.

Também, é a perícia oficial que fornecerá as provas mais consistentes para o processo
criminal, criando as condições necessárias para que o magistrado possa aplicar corretamente
a justiça. Critica-se muito a Justiça pela sua ineficiência e morosidade, porém, nós que integra-
mos esse sistema, sabemos que parte da sua alardeada ineficiência é oriunda da não prioriza-
ção em investimentos para os Institutos de Perícia, o que acaba refletindo em processos sem
provas periciais suficientes para subsidiar a convicção do magistrado sobre os fatos relatados
naquela peça processual.
Assim, cabe, a todos nós da sociedade, travarmos uma cruzada pelo desenvolvimento da
criminalística no Brasil.
Muito se fala a respeito do laudo pericial e várias outras peças formais, que estão muito
próximas como expressão técnica de algum tipo de exame que seja realizado, visando escla-
recer um fato ocorrido ou determinada dúvida de natureza específica.
Nesse universo de peças técnicas, teríamos o laudo pericial – oficial ou não, o parecer
técnico – com fins de atendimento à Justiça ou não, e o relatório técnico. Além das dúvidas
existentes quanto à titulação dessas peças técnicas, maior é a confusão sobre o conteúdo de
cada uma delas.
Nesse contexto, a fim de sistematizar o conteúdo cobrado do edital normativo da sua prova
objetiva, vamos analisar cada uma dessas peças técnicas, enfocando suas peculiaridades, ob-
jetivos, aplicações e conteúdos que entendemos ser necessário observar nas suas respectivas
produções.
Pronto(a) para iniciar o aprendizado?

2. Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações


Nos exames periciais em locais de crimes a matéria prima de todo o levantamento é sem-
pre o vestígio. Ele é a fonte de onde se extraem todas as informações e, consequentemente,

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é através dele que o perito realiza suas interpretações baseadas em metodologia científica.
Ao longo do tempo, diversos autores se manifestaram sobre a definição do que é um vestígio.
No início era perceptível a identificação clara com a natureza exclusivamente material destes
elementos (ROSA,2015).
Para Anuschat (1933), vestígios:

(...) constituem tudo que possa ser percebido como matéria, corpo, objeto, etc., que tenha ou possa
ter ligação com o crime ou com o criminoso e que sirva a elucidação do crime e determinação da
autoria.

Zbinden (1957), que se manifesta da seguinte forma: “Vestígios são as modificações físi-
cas ou psíquicas, provocadas por conduta humana, de ação ou omissão, que permitem tirar
conclusões quanto ao acontecimento que os causou, ou seja, o ato criminoso”.
De acordo com os dicionários da língua portuguesa o termo “vestígio” e o termo “material”
possuem os seguintes significados:
• Vestígio:
− no sentido literal: sinal que homem ou animal deixa no lugar onde passa; rastro, pe-
gada ou pista;
− no sentido figurado: indício, pista, sinal.
• Material: “que pertence ou se refere à matéria”.

Assim, conforme preceitua Mallmith (2007), à junção destes vocábulos deveria corres-
ponder uma equivalente adição de seus significados, fornecendo-nos uma precisa noção do
sentido da locução “vestígio material”. Contudo, não é o que ocorre, eis que a exata dimen-
são significativa de “vestígio material”, no âmbito técnico-científico, extrapola sobremaneira
a acepção advinda da simples união dos sentidos destas palavras.
No aspecto técnico-científico, os vestígios materiais constituem-se em qualquer corpo, ob-
jeto, marca ou sinal que implique em uma sequência de procedimentos para a sua produção
ou para a sua disposição em determinada configuração, forma ou estado.
Costa Filho (2012), por sua vez, considera como vestígio, qualquer alteração material no
ambiente ou na pessoa, que tenha ou que possa ter relação com o fato delituoso ou com a
autoria, vindo a servir para elucidação ou determinação de sua autoria.
Note, que os vestígios estão presente na maioria dos locais do crime, pois é simplesmente
qualquer marca, objeto ou sinal sensível que possa ter relação com o fato investigado.
Ressalta-se que, apesar de conceitos similares, corpo de delito e vestígio são institutos di-
ferentes: em um local de homicídio por exemplo, o cadáver é um corpo de delito, e as marcas no
chão ou uma barra de metal nas proximidades são preliminarmente considerados como vestígios.
Observe que a barra de metal, pode não ter nenhuma relação com o fato criminoso, assim como
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as pegadas. Já o cadáver é elemento essencial da ocorrência, afinal, é ele que motiva a investiga-
ção. Assim, por eliminação preliminar de nível de importância, podemos diferenciar os conceitos.

Vestígio, em conceito latu sensu, pode ser definido por qualquer elemento na cena do crime
que esteja fora da normalidade.

Nos termos do art. 158-A, § 3º, presente na nova redação do Código de Processo Penal,
“VESTÍGIO” é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.
São exemplos de vestígios: marcas de compressão ou impacto em portas arrombadas,
alimpaduras de calçado, uma impressão, uma marca pneumática, manchas de fluido bio-
lógico, sangue, pelos, fibras, poeiras, armas, munição, substâncias entorpecentes, medica-
mentos etc.

2.1. Classificação
Os vestígios podem ser classificados de diversas formas, há na literatura, inúmeros critérios
para sistematizá-los. Em provas de concurso público a classificação quanto à produção e rela-
ção ao fato são as mais cobradas, portanto vamos dar destaque a esse tipo de classificação.

2.1.1. Quanto a sua relação com o fato

• VESTÍGIOS VERDADEIROS: São, a princípio, todos os vestígios encontrados em uma


cena de crime, até que se prove o contrário. Em outras palavras são os vestígios pro-
duzidos diretamente pelas ações dos atores relacionados com o crime. ATENÇÃO: mu-
dando o referencial, os ilusórios e os forjados podem ser verdadeiros.
• VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: São aqueles que não tem relação com o referencial inicialmen-
te estabelecido, são os vestígios observados no local do crime os quais não são re-
lacionados às ações dos atores envolvidos no fato delituoso, desde que a produção
desses vestígios não tenha sido de maneira intencional. EXEMPLO: uma lata de cerveja
que já se encontrava no local onde um corpo foi encontrado; um cartucho de munição
deflagrado antigo que já estava presente no local onde foi encontrado um cadáver com
perfurações no corpo.

É quase sempre muito difícil para o perito diferenciar vestígios verdadeiros, ilusórios e forjados,
no início dos trabalhos. Por isso, nenhum detalhe pode ser desprezado; tudo deve ser investi-
gado e analisado cuidadosamente, não se deve seguir uma pista só.

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• VESTÍGIOS FORJADOS: São aqueles produzidos por interesse do criminoso ou de qual-


quer pessoa na tentativa de desviar as conclusões que poderiam ser extraídas do local.
Trata-se de vestígios produzidos com interesse em alterar a configuração original dos
vestígios do local de crime, por razões diversas como atrapalhar e prejudicar a investiga-
ção criminal. EXEMPLO: inserção intencional de uma arma de fogo na mão de um crimi-
noso para simular uma justificativa para um homicídio decorrente da ação de resistência
à abordagem policial.

Nesse contexto o Código Penal, nos termos do Art. 347 prevê o delito de fraude processual:

Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lu-
gar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não inicia-
do, as penas aplicam-se em dobro.

O Código de Processo Penal regulamenta expressamente no §2º do art. 158-C que é ve-
dada a entrada em locais isolados, bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de
crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude proces-
sual a sua realização.

2.1.2. Quanto a relação dos vestígios com o autor

• VESTÍGIOS ABSOLUTOS: aqueles que permitem que se estabeleça relação absoluta,


direta com o seu autor ou com vítima, como, por exemplo, impressão digital e material
genético contido em vestígios biológicos. Nesse caso, quem deixou impressão digital
ou sangue no local, deixou uma parte identificável de si mesmo.
• VESTÍGIOS RELATIVOS: aqueles que não guardam relação absoluta, identificável de
pronto com o seu autor. Essa relação é revelada por meio da identificação da classe a
que pertence.

O sangue contendo material genético identificável por meio de DNA é um vestígio absoluto;
entretanto se não puder ser obtido o DNA, mas apenas a tipagem sanguínea (A, B, AB ou O), o
vestígio será relativo, pois direcionará a busca do autor a uma classe de indivíduos portadores
daquele tipo sanguíneo.

2.1.3. Quanto à percepção

• VESTÍGIOS LATENTES (NÃO OBSERVÁVEIS/ NÃO PERCEPTÍVEIS): Correspondem


àqueles que necessitam de algum auxílio para a sua observação, seja um reagente ou
algum recurso tecnológico, uma vez que não são perceptíveis a olho nu.

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• VESTÍGIOS OSTENSIVOS/PERCEPTÍVEIS: são aqueles que são observáveis sem uti-


lização de equipamentos ou técnicas forenses de revelação, é perceptível aos olhos E
outros sentidos humanos.

Outras classificações estão relacionadas:

2.1.4. Quanto à origem dos vestígios

• Vestígios humanos
• Vestígios não humanos

2.1.5. Quanto ao tempo

• Vestígios transitórios: que desaparecem rapidamente do local de crime e precisam ser


levantados com brevidade pelo perito.
• Vestígios permanentes são os que permanecem no local de crime por um longo período.

2.1.6. Com relação à dimensão dos vestígios

• Macrovestígios: de tamanho suficiente para ser observado a olho nu, e os microscópicos.


• Microvestígios: que são aqueles vestígios em que há necessidade de utilização de ins-
trumentos como microscópios para serem detectados).

Na obra “Locais De Crime: Dos Vestígios à Dinâmica Criminosa” organizada por VELHO e
colaboradores (2018), os vestígios foram divididos em grupos.
• VESTÍGIOS BIOLÓGICOS: Vestígios de natureza biológica são todos aqueles derivados
de organismos vivos. Podem ser evidentes e claramente associados a ação delituosa
como o sangue na arma do crime ou tão sutis como as células epiteliais em uma taça
de vinho.

Todo material de origem biológica contém DNA. Todos os tecidos biológicos na sua ori-
gem apresentam DNA, por consequência os materiais biológicos (proveniente dos organis-
mos) potencialmente apresentam DNA, em menor ou maior quantidade. Os fluídos biológicos
usualmente apresentam boas quantidades de DNA e são frequentemente encontrados na cena
de crime. Como exemplos podemos citar sangue, saliva, sêmen e secreção vaginal. Outros
fluídos como suor, muco e urina também podem apresentar DNA, só que geralmente em baixa
quantidade.
Fios cabelo e pelos podem apresentar DNA em quantidades significativas no bulbo (raiz),
porém fios que caem naturalmente ou fios cortados não possuem bulbo e apresentam pouco

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DNA nuclear ou apenas DNA mitocondrial em baixa quantidade. Unhas, fezes, vômito e célu-
las descamativas também podem apresentar DNA.
A coleta de vestígios biológicos em locais de crime para a identificação genética é uma
das mais poderosas armas da Criminalística nos dias de hoje. Praticamente todos os mate-
riais biológicos encontrados em um local de crime conterão DNA, seja ele autossômico ou mi-
tocondrial com potencial para a identificação, seja do criminoso, da vítima, do desaparecido
ou outras pessoas de interesse da investigação.

Figura 1. Fonte vestígio biológico (saliva) recolhido em local de crime.

• VESTÍGIOS ENTOMOLÓGICOS: A Entomologia Forense é o estudo dos insetos e outros


artrópodes associados a diversas questões criminais que serve à perícia como uma
ferramenta auxiliar na investigação criminal. Os principais grupos de insetos de inte-
resse forense são moscas (Diptera) e besouros (Coleoptera). O conhecimento acerca da
ecologia, biologia e distribuição dos insetos têm contribuído para a solução de crimes
informando quando, onde, por quem e como esses teriam ocorrido. A estimativa do
intervalo pós-morte (IPM) é a contribuição mais relevante nas investigações criminais.

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Figura 2. Grande concentração de larvas em uma carcaça. Fonte: https://universoracionalista.org/entomologia-


-forense.

• VESTÍGIOS MORFOLÓGICOS: Os vestígios morfológicos, são aqueles que se destacam


na cena do crime por suas características de impressão ou relevo, visíveis ou latente.
São exemplos: impressões digitais, pegadas, marcas de ferramentas, marcas de mor-
dida, impressão labial etc.

Figura 3. Impressão tridimensional de um solado de calçado.

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• VESTÍGIOS QUÍMICOS: Alguns locais de crime possuem o vestígio químico como foco
central da ação pericial. Como exemplo desses locais pode-se citar aqueles de adultera-
ção e comercialização irregular de combustíveis (álcool e gasolina); locais de produção,
distribuição e venda de medicamentos falsificados; locais de armazenamento e proces-
samento de produtos químicos relacionados direta ou indiretamente à síntese, refino ou
diluição de drogas ilícitas. Os vestígios químicos podem representar um risco em poten-
cial tanto para a integridade física do perito como para terceiros e para o meio ambiente.

Figura 4. Vestígios químicos. Laboratório Clandestino para produção de drogas.

• VESTÍGIOS FÍSICOS: O conceito de vestígios físicos se insere e se relaciona com ves-


tígios de outras naturezas, uma vez que existe uma vastidão de objetos e diferentes
formas com que podem ser usados em locais de crime, tornando esses vestígios inti-
mamente associados com outros. Assim, vestígios físicos podem ser suportes de ves-
tígios biológicos como uma faca contendo sangue da vítima na lâmina e possivelmente
DNA de contato do agressor no cabo; projéteis de arma de fogo que geram marcas de
impacto, estudadas no âmbito da balística; diferentes tipos de objetos usados como
armas, que provocam uma variedade de lesões; fragmentos de vidro e seu padrão de
formação, e assim sucessivamente.

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Figura 5. Vestígios Físicos. Ferramenta utilizada para danificar(arrombamento) o cadeado.

• MICROVESTÍGIOS: Define-se como vestígios diminutos preservados em local de crime


que, ao serem reconhecidos e analisados, podem tornar-se indícios de uma prática
delituosa. Exemplos: pólen, sementes, cabelos, pelos, microfósseis, fibras, tintas, mi-
nerais.

3. Indícios
3.1. Conceito
Nos termos do artigo 239 do Código de Processo Penal:

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,
autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis:

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Conforme Capez (2016):

Indício: é toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, pelo
método indutivo, obtém-se a conclusão sobre um outro fato. A indução parte do particular e chega
ao geral. Assim, nos indícios, a partir de um fato conhecido, deflui-se a existência do que se preten-
de provar. Indício é o sinal demonstrativo do crime: signum demonstrativum delicti.

4. Evidências
Embora o Código De Processo Penal não contemple o conceito de evidência, alguns au-
tores tratam como evidência aquele vestígio que, depois de submetido às análises, permite
estabelecer uma relação com o crime em estudo. Evidência é uma verdade clara e manifesta
por si mesma que não pode ser negada, refutada ou contestada. É o que todos veem ou po-
dem ver e verificar (MELO, 2017).
Enquanto vestígios representam a informação objetiva ou material de um local de crime, o
indício, segundo o Código de Processo Penal, corresponde a uma circunstância conhecida e
provada relacionada ao fato e que autorize a concluir pela existência de outras circunstâncias.
Em outras palavras, apesar de relacionados, tais conceitos podem também gerar equívo-
cos interpretativos. Enquanto o vestígio abrange, a evidência restringe e o indício circunstân-
cia (SILVEIRA & PEREIRA, 2020).

O PULO DO GATO
Toda evidência é um indício, porém o contrário nem sempre é verdadeiro, pois os indícios
englobam os elementos objetivos de prova e outros de ordem subjetiva. Toda evidência é um
indício, mas nem todo indício será uma evidência.

5. Cadeia de Custódia
A cadeia de custódia pode ser definida como o conjunto de procedimentos documentados
que registram a origem, identificação, coleta, custódia, controle, transferência, análise e even-
tual descarte de evidências. Ela é utilizada para manter e documentar a história cronológica
do vestígio, permitindo sua rastreabilidade.
O conceito de preservação da cadeia de custódia no processo penal, diz respeito à garan-
tia de integridade e, por consequência, credibilidade e prestabilidade da prova, mas, também,
ao exercício do contraditório pelas partes que devem ter acesso a una prova certamente ínte-
gra, sem esquecer o Juiz, que é o destinatário da prova.
A partir do momento em que uma prova é coletada ou uma evidência é apreendida ela deve
ser custodiada (guardada) e todo esse caminho deve ser documentado exatamente para que

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não haja nenhuma dúvida quanto à lisura e legalidade da prova. A cadeia de custódia permite
ao perito garantir provar a integridade do processo ao qual amostra foi submetida.

5.1. Conceito e Definições


A cadeia de custódia da prova é garantia documental da cronologia dos fatos investiga-
dos pelo Estado, sobretudo aqueles voltados aos vestígios.
Rogério Sanches (2020), assim define:

É, em suma, a sistematização de procedimentos que objetivam a preservação do valor probató-


rio da prova pericial caracterizada, mais precisamente, da sua autenticidade. Cuida dos métodos
científicos atuais de manejo da marca vinculada a uma conduta supostamente ilícita. Assegura
a preservação dos vestígios desde o contato primário até o descarte dos elementos coletados,
garantindo-se a sua qualidade através da documentação cronológica dos atos executados em
observância às normas técnicas previstas nas etapas da chamada cadeia de custódia.

Nesse sentido, Renato Brasileiro (2017) conceitua:

A cadeia de custódia das provas funciona como a documentação formal de um procedimento desti-
nado a manter e documentar a história cronológica de uma evidência, evitando-se, assim, eventuais
interferências internas e externas capazes de colocar em dúvida o resultado da atividade probatória.

Cumpre destacar que, a ideia de cadeia de custódia é aplicável a todo e qualquer elemento
probatório. Nessa esteira, podemos definir a Cadeia de Custódia como o processo de docu-
mentar a história cronológica da evidência. Esse processo visa a garantir o rastreamento das
evidências utilizadas em processos judiciais, registrar quem teve acesso ou realizou o manu-
seio desta evidência.
No que diz respeito à preservação das informações coletadas, a cadeia de custódia possi-
bilita documentar a cronologia das evidências, quem foram os responsáveis por seu manuseio,
garantir a inviolabilidade do material, lacrar as evidências, restringir acesso, tudo isso visando
à perda da confiança do elemento (com)probatório, seja em qual área for.
A “Cadeia de Custódia” passou a ter regulamentação legal após o advento do Pacote An-
ticrime. Vejamos os artigos relacionados no Código de Processo Penal:

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimen-
tos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção
da prova pericial fica responsável por sua preservação.

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§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção
da prova pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o am-
biente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por foto g rafias, filmagens ou
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável
pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas ca-
racterísticas e natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de for-
ma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizo u a coleta e o acondicionamento;
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequa-
das (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas
características originais, bem como o controle de sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado
com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natu-
reza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vincula-
ção ao número do laudo correspondente;
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,
quando pertinente, mediante autorização judicial.
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará
o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realiza-
ção de exames complementares.
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como
descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por
detalhar a forma do seu cumprimento.
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais
de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude proces-
sual a sua realização.
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do ma-
terial.

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§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma
a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contami-
nação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre
seu conteúdo.
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por
pessoa autorizada.
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de ves-
tígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações
referentes ao novo lacre utilizado.
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à
guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de
perícia oficial de natureza criminal.
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência,
recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a dis-
tribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não
interfiram nas características do vestígio.
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-
-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e de-
verão ser registradas a data e a hora do acesso.
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas,
consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da
ação.
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, de-
vendo nela permanecer.
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar de-
terminado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito
do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia
oficial de natureza criminal.

6. Documentos Criminalísticos
6.1. Conceitos dos Termos Gerais
Antes de listarmos os principais documentos criminalísticos presentes na doutrina, faz-se
necessário a conceituação de alguns termos gerais que serão utilizados para definição e con-
ceito de cada uma dessas peças que serão estudadas no presente livro digital, são eles:
• Laudo: Escrito em que um perito ou um árbitro emite seu parecer e responde a todos os
quesitos que lhe foram propostos pelo juiz e pelas partes interessadas. Parecer do lou-
vado ou árbitro; peça escrita, fundamentada, em que os peritos expõem as observações
e estudos que fizeram e consignam as conclusões da perícia.
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• Perícia: Qualidade de perito. Destreza, habilidade, proficiência. Exame de caráter técni-


co e especializado.
• Pericial: Relativo à perícia. Qualidade de perito; habilidade, destreza, exame ou vistoria
de caráter técnico e especializado.
• Perito: Experiente, hábil, prático, sabedor, versado. Aquele que é prático ou sabedor
em determinados assuntos. Aquele que é judicialmente nomeado para exame ou vis-
toria. Experimentado; sabedor; hábil; douto; prático. Aquele que é prático ou sabedor;
aquele que está habilitado para fazer perícias. O nomeado judicialmente para exame
ou vistoria.
• Parecer: Opinião. Opinião técnica sobre determinado assunto.
• Relatório: Descrição minuciosa de fatos de administração pública ou de sociedade. Pa-
recer ou exposição dos fundamentos de um voto ou apreciação. Exposição prévia dos
fundamentos de um decreto, decisão etc. Exposição de todos os fatos de uma adminis-
tração ou de uma sociedade.
• Técnico: Próprio de uma arte ou ramo específico de atividade. Aquele que é perito numa
atividade. Próprio de uma arte ou ciência; O que é perito numa arte ou ciência.
• Técnica: Conhecimento prático. Conjunto dos métodos e pormenores práticos essen-
ciais a execução perfeita de uma arte ou profissão. A parte material ou o conjunto de
processos de uma arte; prática.
• Assistente: Que assiste, observando ou colaborando. Pessoa presente a um ato ou ce-
rimônia. Pessoa que dá assistência.

6.2. Tipos de Documentos Criminalísticos


6.2.1. Laudo Pericial

O laudo pericial é uma peça técnica formal que apresenta o resultado de uma perícia. Nele
deve ser relatado tudo o que fora objeto dos exames levado a efeito pelos peritos. Ou seja, é
um documento técnico-formal que exprime o resultado do trabalho do perito.
Dentre as várias peças técnicas, podemos dizer que o laudo pericial é o documento mais
completo, em razão da sua origem que é um exame de natureza pericial, feito por peritos. Aqui
vale ressaltar que, sob o enfoque técnico-jurídico, um exame pericial pressupõe um trabalho
de natureza eminentemente técnico-científico e da maior abrangência possível. É, portanto, um
trabalho (exame pericial) levado a efeito por especialistas (peritos) naquilo que estão a realizar,
cuja obrigação é dar a maior abrangência possível ao exame.
Sabemos que um exame pericial deve se pautar pela mais completa constatação do fato,
análise e interpretação e, como resultado final, a opinião de natureza técnico-científica sobre
os fatos examinados. Os peritos não devem se restringir ao que lhes foi perguntado ou

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requisitado, mas estarem sempre atentos para outros fatos que possam surgir no transcorrer
de um exame.
Assim, a partir desse amplo e completo exame (a perícia), a peça técnica capaz de exprimir
o universo dessa perícia é o Laudo Pericial. O laudo pericial é, portanto, o resultado final de um
completo e detalhado trabalho técnico-científico, levado a efeito por peritos, cujo objetivo é o
de subsidiar a Justiça em assuntos que ensejaram dúvidas no processo. Dentro desse objeti-
vo, temos aqueles laudos destinados à Justiça Criminal e os que se destinam à Justiça Cível
(Espíndola,2008).

O laudo pericial é uma peça técnica formal que apresenta o resultado de uma perícia. Nele
deve ser relatado tudo o que fora objeto dos exames levado a efeito pelos peritos.

6.2.2. Laudo Pericial Criminal (Laudo Oficial)

O laudo pericial com destino à Justiça Criminal tem como suporte uma série de formalida-
des e de regulamentos emanados, principalmente, do Código de Processo Penal, que o diferen-
cia em vários aspectos daqueles destinados à Justiça Cível.
A principal característica do laudo pericial criminal é que todas as partes integrantes do
processo dele se utilizam, pois é uma peça técnica-pericial única, determinada a partir do arti-
go 159 do CPP (Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos
oficiais.). Só há a figura do perito oficial para fazer a perícia, cujo laudo poderá ser utilizado
desde a fase de investigação policial até o processo, neste, tanto pelo magistrado, promotor ou
partes representadas pelo advogado.
Como vemos, qualquer necessidade de perícia no âmbito da Justiça Criminal, deve ser
feita por peritos oficiais, que são aqueles profissionais de nível superior ingressos no serviço
público (Institutos de Criminalística ou Institutos de Medicina Legal) mediante concurso públi-
co, com a função específica de fazer perícias.
Em razão de ser uma prestação jurisdicional emanada do Estado, reveste-se da oficialida-
de e publicidade, sendo o Laudo Oficial do inquérito policial e do processo criminal. Assim, te-
remos laudo oficial oriundo das perícias realizadas por peritos legistas e por peritos criminais,
que são os chamados peritos oficiais.
Por ser uma obrigação do Estado prestar os serviços de perícia na esfera da justiça cri-
minal, os peritos oficiais devem ser funcionários públicos com a função específica de fazer
perícia, não havendo qualquer remuneração direta aos peritos signatários do laudo pericial. Os
peritos receberão seus vencimentos normais como funcionários que são, jamais poderão ser
remunerados diretamente por cada laudo emitido com pagamento oriundo das partes envolvi-
das no processo.

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A perícia no âmbito da Justiça Criminal, deve ser feita por peritos oficiais. Por ser uma obriga-
ção do Estado prestar os serviços de perícia na esfera da justiça criminal, os peritos oficiais
devem ser funcionários públicos com a função específica de fazer perícia, não havendo qual-
quer remuneração direta aos peritos signatários do laudo pericial.

Relembre:

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e
ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690,
de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames
e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo comple-
mentar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz
ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será dis-
ponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializa-
do, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assis-
tente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

6.2.3. Laudo Pericial Cível

O laudo pericial cível tem destinação mais restrita, pois visa esclarecer dúvidas levanta-
das pelo magistrado que esteja apreciando um processo.

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O exame pericial cível poderá envolver o trabalho autônomo de três profissionais (peri-
tos) para atuarem sobre um mesmo fato, sendo um nomeado pelo juiz e os outros dois pelas
partes envolvidas no processo. Assim, o magistrado encontrando alguma dúvida de natureza
técnico-científica poderá nomear um profissional de nível superior para fazer o respectivo exa-
me pericial.
Esse exame pericial realizado pelo chamado “perito do juízo” deve seguir – do ponto de
vista técnico-científico – os mesmos critérios adotados pelos peritos oficiais na realização das
perícias criminais. Esse perito do juízo deverá analisar todo o fato requerido, além de buscar
qualquer outra informação ou circunstância a ele relacionado que possa ser importante para
subsidiar o magistrado. Deve examinar com todo o cuidado e abrangência aquele objeto da
perícia, a fim de trazer para os autos um trabalho completo e que contemple todas as informa-
ções possíveis de serem extraídas daquele evento.
A perícia realizada na esfera da justiça cível não é obrigação do Estado. Desse modo, se o
magistrado entender necessário o auxílio especializado, ele nomeará um profissional de nível
superior e, cujo pagamento, será feito inicialmente pelo autor da ação judicial cível.
É, portanto, uma relação direta entre o magistrado e o perito nomeado, em que o pagamen-
to deverá ser feito pelo autor da ação.

O fato de o perito do juízo receber a sua remuneração com dinheiro originário do autor da ação,
em nada o vincula àquela parte, pois ele o recebe dentro da formalidade do processo, não havendo
qualquer relação do perito com o autor da ação.

Dentro das normas previstas no Código de Processo Civil, as partes envolvidas no processo
cível poderão nomear assistentes técnicos para atuarem no acompanhamento do exame que
o perito do juízo esteja realizando.

Os profissionais para realizarem essas atividades, perito do juízo e os assistentes técni-


cos, como já salientamos, devem possuir diploma de curso superior e estarem devidamente
inscritos no respectivo conselho regional de fiscalização da profissão, fato esse que deve ser
comprovado no processo por intermédio de apresentação da documentação própria.
Evidente que, tanto o magistrado quanto as partes, deverão procurar profissionais que,
além das exigências já mencionadas, tenham formação e especialização adequadas ao tipo
de exame que se faça necessário naquele processo.
Dentro dessa necessidade, há sempre uma procura por profissionais que sejam peritos ofi-
ciais, considerando a sua grande experiência na realização de perícias em geral. Evidentemen-
te, essas nomeações são de caráter particular entre o magistrado ou as partes com o perito,

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não envolvendo a sua repartição de trabalho (IMLs ou ICs). O próprio Código de Processo Civil
orienta o magistrado para dar preferência na nomeação do perito do juízo, dentre os peritos
oficiais, seguindo-se, após a conclusão do trabalho, o respectivo pagamento pelos serviços
prestados.

 Obs.: É comum os magistrados encaminharem expediente aos Institutos de Criminalística


e de Medicina Legal, solicitando a nomeação de peritos oficiais para atuarem em pro-
cessos cíveis. Este procedimento está – inclusive – previsto no artigo 434 do Código
de Processo Civil (.... O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material
sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento); todavia, o máximo que os diretores
daqueles Órgãos poderão fazer, é indicar um de seus peritos para que o juiz proceda a
nomeação e seja desenvolvida a respectiva perícia, transação particular entre o magis-
trado e o perito, mediante a nomeação direta, não podendo haver a interferência dos
respectivos Institutos.

Quanto a peritos oficiais trabalharem como assistentes técnicos para as partes, no pro-
cesso cível, nada obsta essa participação desde que nenhum dispositivo legal da sua relação
funcional com o seu Órgão Público especificamente o proíba, ou algum impedimento de na-
tureza ética, que venha a conflitar com a sua condição de Perito Oficial.
Considerando que o trabalho do perito do juízo deve ser abrangente, os assistentes técni-
cos farão o trabalho de acompanhamento e verificarão se todos os dados e informações que
possam ser favoráveis ao seu cliente estão contemplados no laudo pericial cível.
Se entenderem que foi contemplado, expedirão um relatório para ser anexado ao proces-
so, informando quanto a sua concordância com o conteúdo do laudo pericial cível ou poderão
– diretamente – assinar junto com o perito do juízo aquele laudo.
Porém, se qualquer deles não concordar com os termos do laudo pericial cível, deverão
fazer um parecer técnico onde evidenciarão a sua discordância técnica sobre as conclusões
a que chegou o perito do juízo. Por se tratar de relatório ou parecer técnicos, vamos discutir
essa situação com mais detalhes no item próprio desse trabalho.

6.2.4. Parecer Técnico

Esse documento denominado de parecer técnico tem uma infinidade de aplicações e seu
conteúdo é relativamente genérico, podendo abordar desde a análise de fatos concretos até
situações hipotéticas que venham a servir de parâmetro para outras análises e/ou conclusões.
O parecer técnico diferencia-se do laudo pericial em razão de ser um documento conse-
quente de uma análise sobre determinado fato específico, contendo a respectiva emissão de
uma opinião técnica sobre aquele caso estudado.

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Cavalcanti (2005) conceitua parecer técnico como:

É a resposta a uma consulta feita por interessado sobre fatos referentes a uma questão a ser escla-
recida. Pode tratar-se de um exame propriamente dito ou de uma opinião a respeito do valor científi-
co de um trabalho anteriormente produzido, quer seja por peritos oficiais, ou não; assim sendo, é um
documento particular que independe de qualquer compromisso legal e que é aceito ou faz fé, pelo
renome, competência e qualidade morais de quem o subscreve.

Portanto, o parecer técnico sempre deverá ter um objetivo específico a se dedicar, excluin-
do-se da análise quaisquer outros elementos que não venham a corroborar e respaldar o obje-
tivo de tal análise.
Assim, em se tratando de um parecer técnico emitido por assistente técnico que não con-
cordou com o laudo do perito do juízo, ele irá analisar e emitir a sua opinião sobre os fatos que
possam respaldar os argumentos do seu cliente (a parte que o nomeou no processo); se foi
requisitado por uma empresa privada, deverá se dedicar a buscar elementos técnicos que cor-
roborem a tese do seu cliente, todos, é claro, dentro dos rigores da ética e da busca da verdade
apontada a partir dessa análise técnico-científica.

 Obs.: Outro aspecto caracterizador do parecer técnico é a sua requisição e respectivo des-
tinatário. Ele só ocorrerá porque alguém (justiça, órgãos públicos, empresas privadas,
pessoas) necessita de esclarecimento sobre determinado assunto que não detenha
conhecimento ou competência legal para realizá-lo. E, obviamente, terá sempre um
destinatário específico que, geralmente, é quem o requisitou.

Ainda dentro dessa vasta incursão do parecer técnico, ele também se aplica como docu-
mento a ser emitido por peritos oficiais no exercício de suas funções públicas (ICs e IMLs)
quando se tratar de alguma requisição de autoridades, onde não se trate especificamente
da realização de uma perícia nos moldes tradicionais, determinados pelo artigo 158 do Có-
digo de Processo Penal (Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.), mas de
alguma análise de situação real ou hipotética a partir de depoimentos nos autos para saber
da coerência técnica do que é alegado, ou qualquer outra situação no inquérito policial ou
processo criminal que necessitem do conhecimento técnico-especializado do perito oficial.

6.2.5. Relatório Técnico

Relatório técnico será o resultado de algum exame ou ação específica que tenha sido rea-
lizado por alguma pessoa que detenha conhecimento técnico-especializado e prático. Assim,
o objeto que originou um relatório técnico será algum exame parcial ou análise sobre determinada

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situação específica, cujo resultado – evidenciado por intermédio do relatório técnico – servirá
para complementar um estudo maior sobre um fato questionado.

Diferencia-se o relatório técnico do parecer técnico, em virtude de este conter a análise e opi-
nião sobre o objeto do exame, enquanto o relatório técnico é apenas um relato da ação (do
exame) desenvolvida, com o respectivo resultado, se for o caso.

Na perícia oficial é muito rotineiro esse documento, em função dos exames complementa-
res que os peritos criminais, p.ex., requisitam de outros peritos em setores distintos dos Insti-
tutos de Criminalística, a fim de obterem informações técnico-especializadas sobre partes do
todo que estão analisando em uma perícia.
Outra situação aplicável no âmbito da perícia é no processo cível, quando os assistentes
técnicos vierem a concordar com o resultado da perícia realizada pelo perito do juízo. Além de
poderem assinar junto o próprio laudo daquele perito, terão a possibilidade (e julgamos a mais
recomendável) de emitir um relatório sobre o acompanhamento dos trabalhos periciais e sua
respectiva concordância com os resultados ali evidenciados.
Os profissionais que atuam nessas tarefas, são os mais variados possíveis, pois sua for-
mação dependerá do tipo de conhecimento ou prática necessária. Poderão estar envolvidos
profissionais de nível superior se o trabalho for atividade exclusiva de alguma dessas profis-
sões ou qualquer outra pessoa especialista em determinado assunto.
Também nessas atividades que geram os relatórios técnicos, os peritos oficiais são muito
requisitados, diretamente ou por intermédio de suas entidades de classe, em razão da vasta
experiência que possuem. Sobre as restrições para desenvolverem esse tipo de trabalho, são
as mesmas verificadas para o caso dos pareceres técnicos.

6.2.6. Outros documentos técnicos e aplicações

Uma grande utilização da expressão “laudo” é feita na área da medicina, onde é comum
vermos para qualquer exame que um médico realize, ao emitir um documento relatando essa
tarefa, intitula-o de “laudo médico”.
Nesse aspecto, para evidenciar o exagero do uso dessa expressão, basta reportarmo-nos
ao significado do vocábulo “laudo” no dicionário:

Laudo – Escrito em que um perito ou um árbitro emite seu parecer e responde a todos os quesitos
que lhe foram propostos pelo juiz e pelas partes interessadas.

Assim, é possível constatar que “laudo médico” só se aplicaria quando ele estivesse atu-
ando como perito em algum tipo de exame. Sobre isso, existem várias situações em que o

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médico atuará como perito, cujo trabalho não se destina à Justiça (se for para a Justiça, seria
o “laudo pericial criminal oficial” ou “laudo pericial cível”), mas a outros Órgãos Públicos, como
a previdência social, os acidentes de trabalho, nos concursos públicos e tantos outros.
A partir dessa delimitação, podemos dizer que nas situações em que o médico venha a re-
alizar qualquer exame para um paciente seu (se fosse perícia, o objeto do exame seria o “peri-
ciando”), ao emitir documentos técnicos com fins diversos, não cabe utilizar a expressão lau-
do médico, mas sim parecer ou relatório técnico, dependendo da complexidade de cada caso.
Mas não é só na área da medicina que encontramos essa utilização exagerada da expres-
são “laudo” em documentos que relatam exames efetuados. Até em oficinas mecânicas de
automóveis são utilizados para apresentar o resultado de um exame das condições do veícu-
lo. No máximo, para um caso desses, seria utilizar o documento intitulado relatório técnico,
uma vez que o conteúdo daquele trabalho não se enquadra na complexidade de um laudo.

• Laudo pericial é o documento técnico mais completo, contendo o resultado da consta-


tação, registro, análise, interpretação, conclusão e opinião sobre um objeto periciado,
onde a Justiça é a destinatária final desse documento.
• O parecer técnico é o documento que exprime o resultado de um trabalho de análise,
seguida de uma opinião sobre um evento específico que esteja sendo examinado. Os
destinatários desse documento (de acordo com o requisitante inicial) poderão ser a
Justiça, outros órgãos públicos, entidades ou empresas privadas e pessoas em geral.
É, portanto, uma produção técnica intelectual independente, destinada a opinar sobre
determinado fato ou assunto.
• Relatório técnico é um documento que apresenta o resultado de um exame de uma
particularidade, que servirá para integrar o conjunto de um exame maior e para auxiliar
na interpretação de outros fatos. É um relato da ação técnica, específica, desenvolvida.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
Leonardo Guedes

RESUMO
• Os vestígios podem ser classificados de diversas formas, há na literatura, inúmeros
critérios para sistematizá-los. Em provas de concurso público a classificação quanto à
produção e relação ao fato são as mais cobradas, portanto vamos dar destaque a esse
tipo de classificação.
− Vestígios classificados quanto a sua relação com o fato:
◦ VESTÍGIOS VERDADEIROS: São, a princípio, todos os vestígios encontrados em
uma cena de crime, até que se prove o contrário. Em outras palavras são os ves-
tígios produzidos diretamente pelas ações dos atores relacionados com o crime.
◦ VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: São aqueles que não tem relação com o referencial ini-
cialmente estabelecido, são os vestígios observados no local do crime os quais
não são relacionados às ações dos atores envolvidos no fato delituoso, desde que
a produção desses vestígios não tenha sido de maneira intencional.
◦ VESTÍGIOS FORJADOS: São aqueles produzidos por interesse do criminoso ou de
qualquer pessoa na tentativa de desviar as conclusões que poderiam ser extraídas
do local. Trata-se de vestígios produzidos com interesse em alterar a configura-
ção original dos vestígios do local de crime, por razões diversas como atrapalhar
e prejudicar a investigação criminal.
• Neste livro digital, também vimos que: Na obra “Locais De Crime: Dos Vestígios à Di-
nâmica Criminosa” organizada por VELHO e colaboradores (2018), os vestígios foram
divididos em grupos.
− VESTÍGIOS BIOLÓGICOS: Vestígios de natureza biológica são todos aqueles deri-
vados de organismos vivos. Podem ser evidentes e claramente associados a ação
delituosa como o sangue na arma do crime ou tão sutis como as células epiteliais
em uma taça de vinho.
− VESTÍGIOS ENTOMOLÓGICOS: A Entomologia Forense é o estudo dos insetos e ou-
tros artrópodes associados a diversas questões criminais que serve à perícia como
uma ferramenta auxiliar na investigação criminal
− VESTÍGIOS MORFOLÓGICOS: Os vestígios morfológicos, são aqueles que se desta-
cam na cena do crime por suas características de impressão ou relevo, visíveis ou
latente.
− VESTÍGIOS QUÍMICOS: Como exemplo de locais onde se localiza vestígios químicos
em sua essência, pode-se citar aqueles de adulteração e comercialização irregular
de combustíveis (álcool e gasolina); locais de produção, distribuição e venda de me-
dicamentos falsificados; locais de armazenamento e processamento de produtos
químicos relacionados direta ou indiretamente à síntese, refino ou diluição de drogas
ilícitas.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
Leonardo Guedes

− VESTÍGIOS FÍSICOS: O conceito de vestígios físicos se insere e se relaciona com


vestígios de outras naturezas, uma vez que existe uma vastidão de objetos e diferen-
tes formas com que podem ser usados em locais de crime, tornando esses vestígios
intimamente associados com outros.
− MICROVESTÍGIOS: Define-se como vestígios diminutos preservados em local de cri-
me que, ao serem reconhecidos e analisados, podem tornar-se indícios de uma práti-
ca delituosa.
• Não deixe de recordar: Toda evidência é um indício, porém o contrário nem sempre é ver-
dadeiro, pois os indícios englobam os elementos objetivos de prova e outros de ordem
subjetiva. Toda evidência é um indício, mas nem todo indício será uma evidência.
• Em relação a cadeia de custódia grave que: pode ser definida como o conjunto de pro-
cedimentos documentados que registram a origem, identificação, coleta, custódia,
controle, transferência, análise e eventual descarte de evidências. Ela é utilizada para
manter e documentar a história cronológica do vestígio, permitindo sua rastreabilidade.
• Tenha em mente as etapas da cadeia de custódia:
− reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a
produção da prova pericial;
− isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar
o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
− fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou
no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por foto
g rafias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial
produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
− coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando
suas características e natureza;
− acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embala-
do de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e
biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem reali-
zo u a coleta e o acondicionamento;
− transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as con-
dições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a
garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de
sua posse;
− recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser docu-
mentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e uni-
dade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou
o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
assinatura e identificação de quem o recebeu;

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− processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a me-


todologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de
se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por
perito;
− armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do ma-
terial a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou
transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;
− descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação
vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.
• Em relação aos documentos criminalísticos temos que:
− Laudo pericial é o documento técnico mais completo, contendo o resultado da cons-
tatação, registro, análise, interpretação, conclusão e opinião sobre um objeto pericia-
do, onde a Justiça é a destinatária final desse documento.
− O parecer técnico é o documento que exprime o resultado de um trabalho de análise,
seguida de uma opinião sobre um evento específico que esteja sendo examinado. Os
destinatários desse documento (de acordo com o requisitante inicial) poderão ser a
Justiça, outros órgãos públicos, entidades ou empresas privadas e pessoas em geral.
É, portanto, uma produção técnica intelectual independente, destinada a opinar sobre
determinado fato ou assunto.
− Relatório técnico é um documento que apresenta o resultado de um exame de uma
particularidade, que servirá para integrar o conjunto de um exame maior e para auxi-
liar na interpretação de outros fatos. É um relato da ação técnica, específica, desen-
volvida.

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MAPAS MENTAIS

Evidência é uma verdade clara e mani- Para Anuschat (1933), vestígios: “(...) cons-
festa por si mesma que não pode ser tituem tudo que possa ser percebido como
negada, refutada ou contestada. É o que matéria, corpo, objeto, etc., que tenha ou
todos veem ou podem ver e verificar. possa ter ligação com o crime ou com o
criminoso e que sirva a elucidação do
Toda evidência é um indício, porém o con- crime e determinação da autoria”.
trário nem sempre é verdadeiro, pois os
indícios englobam os elementos objetivos Zbinden (1957) , que se manifesta da
de prova e outros de ordem subjetiva. seguinte forma: “Vestígios são as modi-
Toda evidência é um indício, mas nem ficações físicas ou psíquicas, provocadas
todo indício será uma evidência. por conduta humana, de ação ou omissão,
EVIDÊNCIA que permitem tirar conclusões quanto ao
acontecimento que os causou, ou seja, o
VESTÍGIOS ato criminoso”.

CONCEITOS Costa Filho (2010) considera como ves-


tígio, qualquer alteração material no
ambiente ou na pessoa, que tenha ou que
possa ter relação com o fato delituoso ou
Art. 239. Considera-se indício a circuns-
com a autoria, vindo a servir para elucida-
tância conhecida e provada, que, tendo
ção ou determinação de sua autoria.
relação com o fato, autorize, por indução,
concluir-se a existência de outra ou outras Nos termos do art. 158A, §3º, presente
circunstâncias. na nova redação do Código de Processo
INDÍCIOS
Penal, “VESTÍGIO” é todo objeto ou mate-
Indício: é toda circunstância conhecida e
rial bruto, visível ou latente, constatado
provada, a partir da qual, mediante racio-
ou recolhido, que se relaciona à infração
cínio lógico, pelo método indutivo, obtém-
penal.
-se a conclusão sobre um outro fato. A
indução parte do particular e chega ao
geral. Assim, nos indícios, a partir de um
fato conhecido, deflui-se a existência do
que se pretende provar. Indício é o sinal
demonstrativo do crime: signum demons-
trativum delicti.

Figura 1. Mapa Mental. Conceitos importantes: Vestígios, Evidências e Indícios.

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VESTÍGIOS VERDADEIROS: São, a princípio, todos
os vestígios encontrados em uma cena de crime,
até que se prove o contrário.

MACROVESTÍGIOS: de tamanho sufi- VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: São aqueles que não tem
ciente para ser observado a olho nu, e os relação com o referencial inicialmente estabe-
microscópicos; lecido, são os vestígios observados no local do
crime os quais não são relacionados às ações dos
MICROVESTÍGIOS: que são aqueles vestí- QUANTO À atores envolvidos no fato delituoso, desde que
gios em que há necessidade de utilização COM RELAÇÃO a produção desses vestígios não tenha sido de
de instrumentos como microscópios para SUA RELAÇÃO maneira intencional.
serem detectados);
À DIMENSÃO
COM O FATO
DOS VESTÍGIOS VESTÍGIOS FORJADOS: São aqueles produzidos por
interesse do criminoso ou de qualquer pessoa na
tentativa de desviar as conclusões que poderiam
ser extraídas do local. Trata-se de vestígios pro-
VESTÍGIOS TRANSITÓRIOS: que desapa- duzidos com interesse em alterar a configuração
recem rapidamente do local de crime e original dos vestígios do local de crime, por razões
precisam ser levantados com brevidade diversas como atrapalhar e prejudicar a investiga-
pelo perito. ção criminal.
VESTÍGIOS PERMANENTES: são os que QUANTO
permanecem no local de crime por um AO TEMPO
QUANTO À VESTÍGIOS HUMANOS
longo período.
CLASSIFICAÇÃO DE
ORIGEM DOS VESTÍGIOS NÃO HUMANOS
VESTÍGIOS VESTÍGIOS
VESTÍGIOS LATENTES (NÃO OBSERVÁ-
VEIS/ NÃO PERCEPTÍVEIS): Correspondem
àqueles que necessitam de algum auxílio
VESTÍGIOS ABSOLUTOS: aqueles que permitem
para a sua observação, seja um reagente
que se estabeleça relação absoluta, direta com
ou algum recurso tecnológico, uma vez
o seu autor ou com vítima, como, por exemplo,
que não são perceptíveis a olho nu.
impressão digital e material genético contido em
VESTÍGIOS OSTENSIVOS/PERCEPTÍVEIS: vestígios biológicos. Nesse caso, quem deixou
são aqueles que são observáveis sem
QUANTO À impressão digital ou sangue no local, deixou uma
utilização de equipamentos ou técnicas PERCEPÇÃO parte identificável de si mesmo.
forenses de revelação, é perceptível aos
QUANTO À RELAÇÃO VESTÍGIOS RELATIVOS: aqueles que não guardam
olhos E outros sentidos humanos.
relação absoluta, identificável de pronto com o
DOS VESTÍGIOS COM O seu autor. Essa relação é revelada por meio da
AUTOR identificação da classe a que pertence.

Figura 2. Mapa Mental. Classificação dos Vestígios.

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Microvestígios: Define-se como vestígios diminu-
tos preservados em local de crime que, ao serem
Vestígios Biológicos: Vestígios de natureza bioló-
reconhecidos e analisados, podem tornar-se indí-
gica são todos aqueles derivados de organismos
cios de uma prática delituosa.
vivos.

Vestígios Físicos: O conceito de vestígios físicos Vestígios Entomológicos: A Entomologia Forense


se insere e se relaciona com vestígios de outras é o estudo dos insetos e outros artrópodes asso-
naturezas, uma vez que existe uma vastidão de ciados a diversas questões criminais que serve à
objetos e diferentes formas com que podem ser CLASSIFICAÇÃO DE perícia como uma ferramenta auxiliar na investi-
usados em locais de crime, tornando esses vestí- gação criminal.
gios intimamente associados com outros. VESTÍGIOS

Vestígios Químicos: Alguns locais de crime possuem o vestí-


gio químico como foco central da ação pericial. Como exemplo
desses locais pode-se citar aqueles de adulteração e comer-
cialização irregular de combustíveis (álcool e gasolina); locais
de produção, distribuição e venda de medicamentos falsifica- Vestígios Morfológicos: Os vestígios morfológicos,
dos; locais de armazenamento e processamento de produ- são aqueles que se destacam na cena do crime por
tos químicos relacionados direta ou indiretamente à síntese, suas características de impressão ou relevo, visí-
refino ou diluição de drogas ilícitas. veis ou latente.

Figura 3. Mapa Mental. Classificação de Vestígios II

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é o documento técnico mais completo, contendo o resultado


da constatação, registro, análise, interpretação, conclusão e
Laudo opinião sobre um objeto periciado, onde a Justiça é a destina-
tária final desse documento.
pericial

é o documento que exprime o resultado de um trabalho de aná-


lise, seguida de uma opinião sobre um evento específico que
esteja sendo examinado. Os destinatários desse documento (de
acordo com o requisitante inicial) poderão ser a Justiça, outros
DOCUMENTOS órgãos públicos, entidades ou empresas privadas e pessoas em
Parecer geral. É, portanto, uma produção técnica intelectual indepen-
CRIMINALÍSTICOS dente, destinada a opinar sobre determinado fato ou assunto.
técnico

é um documento que apresenta o resultado de um exame de uma


particularidade, que servirá para integrar o conjunto de um exame
Relatório maior e para auxiliar na interpretação de outros fatos. É um relato
da ação técnica, específica, desenvolvida.
técnico
Figura 4. Mapa Mental. Documentos Criminalísticos

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EXERCÍCIOS
001. (CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA – CURSO DE INSTRUÇÃO/2020) Maria, de
vinte e seis anos de idade, saiu da faculdade onde estudava por volta das 23 h e, sozinha, di-
rigiu-se a pé rumo a sua residência. No trajeto, foi abordada por trás, tomou um golpe “mata
leão” de seu algoz, que exalava forte hálito etílico, e, em seguida, foi arrastada para um ma-
tagal ermo. A vítima tentou se libertar, arranhando os braços do autor. Ao chegar ao matagal,
ainda se mantendo por trás da vítima, o autor mandou que ela cobrisse o rosto com o próprio
vestido. Ele abaixou a calcinha dela e manteve, com violência, coito anal e vaginal, até ejacu-
lar. Após a violência, o criminoso determinou que a vítima se mantivesse deitada, com o rosto
voltado para o chão, e que contasse até cem, quando, então, poderia sair correndo. A vítima
cumpriu a ordem e, após a contagem, levantou-se. Verificou a presença de uma garrafa de
cachaça quase vazia no local e percebeu que sangrava e que sua região genital, coxas e cal-
cinha estavam molhadas de esperma. Ela avistou de longe uma casa e correu até lá, pedindo
ajuda. Na residência, a moradora prestou-lhe socorro, permitindo que Maria tomasse banho,
e lhe emprestou roupas limpas para vestir. Em seguida, Maria dirigiu-se à delegacia de polícia,
levando consigo, em um saco plástico, a garrafa de cachaça encontrada no local e as suas
vestes sujas.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Como a vítima tomou banho, a autoridade policial deverá encaminhá-la apenas para exame
de corpo de delito – lesões corporais.

002. (CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA – CURSO DE INSTRUÇÃO/2020) Com rela-


ção à investigação em local de crime, julgue o item que se segue.
Vestígio coletado em local de crime será qualificado como uma evidência após a competente
análise pericial e a constatação de sua relação com o fato delituoso.

003. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2019) Vestígio é


o elemento que, de forma clara ou latente, configura o corpo de delito, a existência de um cri-
me. De acordo com o exposto na apostila quanto aos vestígios, assinale a alternativa correta.
a) Corpo de delito é definido como o conjunto de métodos, técnicas, instrumentos e doutrina
empregado para analisar e interpretar vestígios materiais relacionados à ocorrência de deter-
minado fato delituoso.
b) Exame de corpo de delito direto é aquele em que o perito examina diretamente o vestígio
(por exemplo: exame do cadáver). Exame de corpo de delito indireto, por sua vez, é aquele em
que o exame é feito em registros de vestígios realizados por outros profissionais (por exem-
plo: exame em uma carta com teor suicida, que é localizada em uma cena de crime).

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c) Os vestígios podem ser classificados em verdadeiros, ilusórios e forjados, de acordo com


a relação que guardam com o fato delituoso e (ou) com a forma em que são introduzidos na
cena de crime.
d) Vestígio visível ou latente é aquele que pode ser visualizado sem a utilização de nenhuma
técnica, luz forense ou produto químico.
e) De acordo com o princípio da troca, todo contato deixa uma marca. Essa marca, quando
constatada em um local de crime, recebe o nome de vestígio. Quando, por exemplo, um agen-
te público acrescenta involuntariamente um elemento ao local de crime, tem-se um vestí-
gio forjado.

004. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2019) Quanto


aos vestígios, indícios e corpo de delito, assinale a alternativa correta.
a) Exame de Corpo de Delito Indireto é aquele realizado diretamente nos vestígios, ou seja,
são os exames efetuados pelos(as) peritos(as) criminais na presença dos vestígios. Por outro
lado, Exame de Corpo de Delito Direto é aquele exame realizado com base em fotografias, na
descrição e análise de outros em relação aos vestígios, sendo efetuado pela análise de ele-
mentos existente nos autos e dos que resultaram de diligências, na hipótese de estes já terem
desaparecido ou não se encontrarem disponíveis ou não localizáveis para análise, tal como
uma avaliação econômica de determinado bem, que foi produto de furto, caso esse bem não
seja localizado.
b) Os vestígios podem ser classificados como Verdadeiros (em princípio, todos os vestígios
encontrados numa cena de crime, até que se prove o contrário), Ilusórios (aqueles que não
têm relação com o referencial, tal como uma ponta de cigarro que já se encontrasse num local
onde um corpo foi encontrado, compondo o cenário) ou Forjados (aqueles vestígios produ-
zidos por interesse do criminoso, muitas vezes na tentativa de desviar as conclusões que se
poderia extrair do local).
c) O artigo 239 do Código de Processo Penal pátrio define indício como sendo a circunstância
desconhecida e ainda não provada que, tendo relação com o fato, autorize, por dedução, con-
cluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
d) Anuschat (1993) destaca que os vestígios verdadeiros são representados por uma minoria
de coisas no local de crime e que nem sempre eles têm ou podem ter ligação com o crime ou
criminoso. Dessa forma, apesar da incansável busca e exames que os (as) peritos(as) crimi-
nais realizam no tocante aos vestígios verdadeiros, quase nunca eles servem à elucidação do
crime e à determinação da autoria.
e) A importância dos vestígios lato sensu reside na própria finalidade, que é a capacidade
de demonstrar a materialidade dos fatos e consequentemente identificar a autoria criminal,
podendo, assim, ser diferenciados em determinantes e não determinantes. Os vestígios não
determinantes guardam uma relação inquestionável com o objeto ou com a pessoa que os

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produziu, permitindo relacionar com precisão o envolvimento do objeto ou da pessoa com o


crime. Por exemplo, o exame genético (DNA) feito em sangue suspeito de ser de uma vítima
coletado da roupa de um acusado.

005. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2019) A respeito


dos vestígios em locais de crime, é correto afirmar que:
a) as impressões de aceleração produzidas com os pneumáticos em processo giratório em
forte aceleração não reproduzem os desenhos das bandas de rodagem e, portanto, não de-
vem ser consideradas vestígios.
b) geralmente as marcas deixadas pelo uso de ferramentas em locais de crime são latentes.
c) o processo de transporte de uma pegada positiva latente sobre uma folha de revista é dife-
rente do transporte de uma impressão digital.
d) o processo de transporte de uma pegada negativa pode ser feito por meio de modelagem.
e) as impressões latentes apresentam dificuldade para a respectiva análise digital.

006. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) Qualquer


elemento material que possa ter relações com a infração penal ou com o fato sob análise,
cuja condição e posição no local investigado são resultantes da conduta humana, por ação
ou omissão, corresponde a um vestígio.
BRASIL. Ministério da Justiça. Diretoria Técnico-Científica. Glossário de Ciências Forenses.
Brasil. Brasília-DF, 2016.
Com base na explicação apresentada, é correto afirmar que vestígios:
a) verdadeiros ou associativos são aqueles que foram dispostos pelo autor para induzir o
perito criminal a descrever uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
b) ilusórios ou não associativos são aqueles que, de forma intencional, são colocados na cena
de crime para induzir uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
c) associativos ou verdadeiros são aqueles encontrados na cena de crime, mas que, porém,
não têm relação com o fato que se investiga.
d) ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam nenhu-
ma relação com o fato investigado.
e) forjados são aqueles que mantêm relação de causa e efeito com o ato criminoso e (ou) com
a dinâmica deste ou guardam, ainda, uma relação de identidade com a(s) vítima(s) e (ou) com
o(s) autor(es).

007. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) Com rela-


ção a um exame pericial de ocorrência de dano, assinale a alternativa que descreve um vestí-
gio que, por si só, determina a natureza intencional da ação.
a) Espelho do retrovisor externo esquerdo quebrado.
b) Risco único horizontal e contínuo na lateral direita do veículo.
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c) Para-brisa trincado associado com uma marca de impacto na área central.


d) Múltiplos riscos sinuosos e transversais em toda a extensão do capô do veículo.
e) Marca de impacto com desprendimento da camada de tinta na tampa do porta-malas.

008. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) Ao exame


de um veículo no IC, o perito criminal fez as seguintes anotações:
I – perfuração de 1,5 cm de diâmetro junto ao cilindro da fechadura da porta do motorista, o
que permitiu o acesso ao mecanismo interno da fechadura e, por consequência, a sua abertura
II – ausência de equipamento de som, marcas de compressão nas bordas do compartimento
da instalação do aparelho no painel e fiação cortada e com segmento de fita isolante;
III – encosto do banco posterior rebatido e pneu sobressalente (estepe) ausente.
Considerando que esses elementos estão relacionados a uma ocorrência de natureza crimi-
nal, assinale a alternativa correta.
a) São vestígios compatíveis com a ocorrência de furto, mediante o arrombamento da porta e
a subtração do aparelho de som e do estepe.
b) Não são considerados vestígios, apenas avarias.
c) Não são suficientes para uma conclusão, mesmo considerando-se a natureza do evento.
d) São vestígios típicos de ocorrência de dano.
e) São vestígios que podem ser considerados como decorrentes de acidente, não havendo,
portanto, conclusão de natureza criminal.

009. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) João, a


esposa e os filhos foram abordados na porta de casa, por três indivíduos armados, e foram
obrigados a entrar na residência, onde foram amarrados com materiais encontrados no lo-
cal. Durante o tempo em que permaneceram no local, os criminosos acessaram todos os
cômodos. Na cozinha, comeram e beberam e, nos quartos e nas salas, vasculharam os mó-
veis, subtraindo diversos objetos (joias, eletrodomésticos, computadores). Os objetos foram
colocados no veículo da família, que foi utilizado para os criminosos se evadirem do local.
Entretanto, a 200 metros da casa, o veículo – que dispunha de sistema bloqueador – parou e
foi abandonado pelos ocupantes.
Assinale a alternativa que descreve vestígios produzidos durante a ação do crime e que cor-
roboram o relato apresentado.
a) Marcas de compressão e avarias nas portas da residência, desalinho de objetos na casa e
arrombamento da porta do carro.
b) Presença de fios e tiras de tecidos com nós e laçadas, móveis com portas abertas, desali-
nho de objetos e pratos e copos usados.
c) Marcas de arrombamento da porta de entrada, móveis abertos, desalinho de objetos e mar-
cas de arrasto de objetos.

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d) Desalinho de objetos, pegadas e marcas de arrasto no piso, móveis com portas abertas e
ligação direta do veículo.
e) Manchas de sangue e pegadas no piso, móveis com portas abertas e vidro quebrado
no veículo.

010. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Considerando um local de crime, os termos


vestígio ou evidência ou indício são mais adequadamente exemplificados na alternativa:
a) Os técnicos periciais analisam evidências no local de crime, elaborando laudo que as ma-
terializam em indícios.
b) A marca da planta do pé na parede, indicando uma escalada é uma evidência.
c) Uma impressão datiloscópica é um indício e o trabalho pericial a transforma em vestígio.
d) A impressão papilar é um vestígio e após a revelação pericial e documentação se transfor-
ma em evidência.

011. (FUNDATEC/IGP-RS/TÉCNICO EM PERÍCIAS/2017) São exemplos de vestígios e evidên-


cias biológicas de interesse pericial:
a) Sangue e projéteis de arma de fogo.
b) Fios de cabelo e fibras de tecido.
c) Vestes e sêmen.
d) Material fetal e saliva.
e) Ossos e resíduos de chumbo.

012. (INSTITUTO AOCP/ITEP-RN/AGENTE TÉCNICO FORENSE/2018) Considerando o vestígio


no contexto do exame de local de crime, assinale a alternativa correta.
a) O vestígio forjado é aquele que não está relacionado à conduta criminosa, sendo produzido
de maneira não intencional.
b) Os elementos irreais, vistos por um perito em síndrome de Burnout, são denominados ves-
tígios ilusórios.
c) O vestígio verdadeiro é o elemento material cujo autor teve a intenção de produzir com o
intuito de dificultar a investigação que leve até ele.
d) Indício, vestígio e evidência são termos sinônimos no âmbito pericial da criminalística.
e) O vestígio, como material bruto constatado ou recolhido em local de crime, pode ser chamado
de evidência quando suas análises apontam técnica e cientificamente sua relação com o crime.

013. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Qual alternativa indica uma situação em que


NÃO haveria a necessidade de exame de local de crime?
a) Uma morte no interior de uma instalação penitenciária pública, causada pelos pró-
prios detentos.
b) Um local de morte violenta que não foi adequadamente preservado pela autoridade policial.

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c) Quando uma criança é dada como desaparecida pela família.


d) Uma plantação de maconha no interior da mata.

014. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Sobre o contexto geral do trabalho pericial


é CORRETO afirmar:
a) Vidros, metais, graxas, vômito e tecido são considerados substâncias não biológicas.
b) Sangue, saliva, esperma, fibras, fezes e urina são considerados substâncias biológicas.
c) Mancha é indício que se apresenta sob a forma de crosta aderida a uma superfície (suporte).
d) Várias são as impressões humanas constatadas no local, dentre elas as digitais, palmares,
plantares, ferruginosas e dentárias.

015. (PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Nos casos de crimes contra o patrimônio, com rela-
ção aos vestígios encontrados, é CORRETO afirmar:
a) Nunca apresentarão marcas de sangues nesses tipos de crimes.
b) Manchas de esperma são comuns nesses tipos de crime.
c) Cabelos e pelos não são encontrados nesses tipos de crimes, pois são materiais biológicos
encontrados nos crimes contra vida.
d) As manchas de urina, a exemplo das manchas de fezes são comumente verificadas nos
locais de crime contra o patrimônio.

016. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O estudo dos vestígios em um local de cri-


me tem como objetivo, EXCETO:
a) estabelecer a dinâmica do evento.
b) trabalhar para a identificação da vítima.
c) reconstruir a cena do fato em apuração.
d) demonstrar subjetivamente a existência do fato delituoso.

017. (CESPE/INMETRO/ÁREA FORENSE/2010) Assinale a opção correta a respeito da coleta


de evidências.
a) No manuseio de uma prova, em regra, a embalagem deve ser lacrada, sem a necessidade
de que seja etiquetada.
b) Toda prova deve ser registrada, em virtude de ser o primeiro elo da corrente da prova.
c) Em regra, não é conveniente que se reserve material examinado para servir como contraprova.
d) As manchas de sangue geralmente são encontradas em local de crime contra a pessoa,
sendo, em regra, desnecessário fotografá-las antes de serem recolhidas.
e) Em geral, a corrente da prova é desnecessária.

018. (IESES/IGP-SC/PERITO CRIMINAL/2017/ADAPTADA) Joel, após matar seu desafeto na


sala de estar de sua casa, com uma faca, antes de sair, joga uma guimba (bituca) de cigarro

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com marcas de batom no local, a fim de tentar direcionar o trabalho pericial para um suspeito
inverídico (no caso, uma mulher). Esse tipo de vestígio é classificado como:
a) Vestígio falsificado.
b) Vestígio impróprio.
c) Vestígio acidental.
d) Vestígio falso.
e) Vestígio Forjado.

019. (FUNIVERSA/SEGPLAN-GO/PERITO CRIMINAL/2015) Quanto à maneira como os vestí-


gios são percebidos (percepção dos vestígios) na cena do crime, assinale a alternativa correta.
a) Podem ser classificados como vestígios latentes, materiais, de forma, de impressão, de
situação e relativos.
b) Os vestígios relativos são aqueles que só podem ser percebidos após serem revelados,
como, por exemplo, a impressão digital em um vidro de um carro ou a imagem contida em um
filme fotográfico.
c) Vestígios que podem ser percebidos diretamente e ainda guardam uma relação direta com
o fato em análise são classificados como absolutos.
d) Vestígios de impressão podem ser reproduzidos, de forma quase idêntica, pelo instrumento
que o produziu, tendo como exemplo as impressões de pneus ou de calçados e das estrias e
microestrias nas superfícies de projetis de arma de fogo.
e) Classificam-se como vestígios de situação aqueles de geração espontânea, como o forma-
to deixado por uma mancha de sangue quando cai de determinada altura, ou ainda quando o
corpo está em movimento.

020. (FDRH/IGP-RS/PERITO QUÍMICO FORENSE – QUÍMICA/2008) Denomina-se indício o


vestígio material (objeto, marca, mancha, impressão etc.),.......................... e ...............................
.............. que, por ter relação com o fato que se desconhece, nos leva a provar ou a presumir a
existência de tal fato. Assinale a alternativa cujas palavras preenchem corretamente as lacu-
nas da frase acima.
a) observado – recolhido
b) descoberto – apreendido
c) latente – fotografado
d) procurado – visualizado
e) estudado – provado

021. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Quanto ao referencial de produção, classifi-


cam-se os vestígios, EXCETO como:
a) Ilusório.
b) Forjado.

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c) Alternativo.
d) Verdadeiro.

022. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O Perito Criminal obtém os vestígios e as


evidências físicas, EXCETO:
a) da vítima.
b) da oitiva das testemunhas.
c) do suspeito e seu ambiente.
d) da cena do crime propriamente dita.

023. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) É correto o que se afirma em:


a) São vestígios voláteis: gasolina, bactérias e thinner.
b) Vestígios duradouros são, dentre outros, ossos, álcool e minerais.
c) No local de crime, vestígio é a alteração do ambiente relacionada com a ação criminosa,
excetuando-se seus atores.
d) As investigações criminais se relacionam com pessoas ou com coisas, mas somente as
pessoas cometem crimes e o fazem, invariavelmente, através de instrumentos.

024. (CESPE/STF/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2008) Com base no CPP, julgue


os itens a seguir, relativos a provas.
Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto. Não sendo possível sua realização em decorrência de os vestígios terem desapare-
cido, a prova testemunhal ou a confissão poderão suprir-lhe a falta.

025. (CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA – CURSO DE INSTRUÇÃO/2020) Com rela-


ção à investigação em local de crime, julgue o item que se segue.
A forma de execução de um homicídio pode ser definida a partir da observação da posição
do cadáver no local do crime, dos vestígios biológicos e de eventuais elementos balísticos
arrecadados.

026. (CEBRASPE/PETROBRAS/2004) João, auxiliar de segurança, ao vistoriar as instalações


do edifício sede da empresa em que trabalha, ouve disparos de arma de fogo e, ao chegar no
saguão, depara-se com Roberto, de arma em punho, acabando de tomar a carteira de Manoel,
vice-presidente da empresa, caído após ter sido atingido por três disparos. Roberto, ao perce-
ber a presença de João, empreende fuga, sendo imediatamente perseguido, vindo a dispensar
a arma, alguns documentos e um lenço sujo de sangue. Sem lograr êxito, João isola o local n.º
1 – onde se encontravam a arma, os documentos e o lenço –, tendo outro auxiliar de seguran-
ça permanecido no local. Ao retornar ao edifício sede e perceber que Manoel havia acabado
de morrer, vítima de latrocínio, João isolou o saguão – local n.º 2 –, só permitindo o acesso do

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presidente da empresa, para que verificasse se havia sido levado algum documento confiden-
cial da empresa. O presidente recolhe alguns papéis que estavam debaixo do corpo da vítima.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir:
As provas documentais e materiais são constituídas pelos elementos e instrumentos do cri-
me e pelos diversos vestígios que se encontram no local.

027. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 4/2018) Acerca dos procedimentos da


análise forense digital e cadeia de custódia, julgue o item a seguir.
Em análise forense digital, o início da cadeia de custódia ocorre a partir da duplicação pericial
do vestígio previamente adquirido.

028. (INÉDITA/2021) Acerca do assunto Cadeia de Custódia e sua importância, marque a op-
ção correta:
a) É o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar os vestígios
desde a sua coleta até seu descarte. Abrange o tempo no qual a amostra está sendo manu-
seada. O perito coletor do vestígio será sempre o único responsável pela amostra, fato que
somente os seus dados ficarão cadastrados na identificação da amostra.
b) A Cadeia de Custódia é utilizada para manter e documentar a história cronológica do vestí-
gio, permitindo a rastreabilidade da amostra desde o preparo do recipiente coletor, da coleta,
do transporte, do recebimento, do acondicionamento e da análise. Isso servirá para garantir a
integridade do vestígio e promove a credibilidade e robustez à prova pericial.
c) As etapas principais da Cadeia de Custódia segundo a Portaria n. 82 da SENASP são: reco-
nhecimento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte, recebimento, processamento, ar-
mazenamento, descarte. Sobre o último, o descarte poderá ser realizado a qualquer momento
a depender somente do chefe da seção da Central de Vestígios.
d) A Cadeia de Custódia ainda é muita falha dentro da Polícias Civis, visto que não há uma
regulamentação ou seção específica para a guarda e armazenamento de vestígios nas insti-
tuições em geral.
e) A Cadeia de Custódia somente será utilizada em caso de vestígios biológicos decorrentes
do exame de local de crime em situações de Morte Violenta.

029. (INÉDITA/2021) De acordo com os Aspectos Gerais e Conceitos de Interesse da Crimina-


lística, responda o item incorreto.
a) Vestígio verdadeiros: São, a princípio, todos os vestígios encontrados numa sena de crime,
até que se prove o contrário. Mudando o referencial, também os ilusórios e os forjados pas-
sam a ser verdadeiros.
b) Corpo de Delito: Conjunto de elementos materiais que constituem o delito, enquanto podem
ser observados pela inspeção ocular, exteriorizando-se pelos vestígios deixados.

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c) Vestígios Ilusórios: São aqueles que não têm relação com o referencial. Uma ponta de ci-
garro que já se encontrasse em um local onde o corpo foi encontrado, compondo o cenário, é
um exemplo.
d) Indício: Vestígio que, mesmo depois de submetido às análises, não permite estabelecer
uma relação com o crime em estudo.
e) Vestígios Forjados: São aqueles vestígios produzidos por interesse do criminoso, muitas
vezes na tentativa de desviar as conclusões que se poderia extrair do local.

030. (INÉDITA/2021) De acordo com os conceitos de Criminalística julgue os itens:


A definição para exame de corpo de delito é a materialidade do crime.

031. (INÉDITA/2021) De acordo com teoria dos vestígios:


Os vestígios podem ser materiais e imateriais, sendo que os vestígios materiais verdadeiros
são aqueles que guardam relação direta com o ato delituoso.

032. De acordo com teoria dos vestígios:


Vestígios ilusórios são os elementos que são introduzidos conscientemente e intencionalmente
por uma pessoa na cena do crime com o intuito de induzir a erro aquele que analisará a cena.

033. (IBFC/EBSERH/2020) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame


de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Sobre o
exame de corpo de delito, assinale a alternativa incorreta.
a) Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva violência doméstica e familiar contra mulher.
b) O exame de corpo de delito deverá ser feito a partir do encaminhamento do Delegado res-
ponsável pelo caso em data marcada pelo hospital.
c) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
d) Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade provi-
denciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos,
que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
e) No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo,
porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
deprecante.

034. (IADES/PC-DF/2019) Quanto aos vestígios, indícios e corpo de delito, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Exame de Corpo de Delito Indireto é aquele realizado diretamente nos vestígios, ou seja,
são os exames efetuados pelos(as) peritos(as) criminais na presença dos vestígios. Por outro

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lado, Exame de Corpo de Delito Direto é aquele exame realizado com base em fotografias, na
descrição e análise de outros em relação aos vestígios, sendo efetuado pela análise de ele-
mentos existente nos autos e dos que resultaram de diligências, na hipótese de estes já terem
desaparecido ou não se encontrarem disponíveis ou não localizáveis para análise, tal como
uma avaliação econômica de determinado bem, que foi produto de furto, caso esse bem não
seja localizado.
b) Os vestígios podem ser classificados como Verdadeiros (em princípio, todos os vestígios
encontrados numa cena de crime, até que se prove o contrário), Ilusórios (aqueles que não
têm relação com o referencial, tal como uma ponta de cigarro que já se encontrasse num local
onde um corpo foi encontrado, compondo o cenário) ou Forjados (aqueles vestígios produ-
zidos por interesse do criminoso, muitas vezes na tentativa de desviar as conclusões que se
poderia extrair do local).
c) O artigo 239 do Código de Processo Penal pátrio define indício como sendo a circunstância
desconhecida e ainda não provada que, tendo relação com o fato, autorize, por dedução, con-
cluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
d) Anuschat (1993) destaca que os vestígios verdadeiros são representados por uma minoria
de coisas no local de crime e que nem sempre eles têm ou podem ter ligação com o crime ou
criminoso. Dessa forma, apesar da incansável busca e exames que os (as) peritos(as) crimi-
nais realizam no tocante aos vestígios verdadeiros, quase nunca eles servem à elucidação do
crime e à determinação da autoria.
e) A importância dos vestígios lato sensu reside na própria finalidade, que é a capacidade
de demonstrar a materialidade dos fatos e consequentemente identificar a autoria criminal,
podendo, assim, ser diferenciados em determinantes e não determinantes. Os vestígios não
determinantes guardam uma relação inquestionável com o objeto ou com a pessoa que os
produziu, permitindo relacionar com precisão o envolvimento do objeto ou da pessoa com o
crime. Por exemplo, o exame genético (DNA) feito em sangue suspeito de ser de uma vítima
coletado da roupa de um acusado.

035. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL/2019) Em relação ao Local de Crime, aos ditames ins-


critos no Código de Processo Penal brasileiro e à prova material, assinale a alternativa correta.
a) O Código de Processo Penal, no artigo 6º, estabelece que, logo que tiver conhecimento da
infração penal, qualquer policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se
altere o estado das coisas, até a chegada da autoridade policial. Esta deverá apreender, de
imediato, os objetos que tiverem relação com o fato, repassando aos (às) peritos(as) crimi-
nais somente o que tiver interesse pericial evidente.
b) O exame de local de crime é de responsabilidade da autoridade policial e dos respectivos
agentes, cabendo ao perito criminal auxiliar na preservação do local.

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c) Os peritos registrarão, no Laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no rela-


tório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
d) Segundo Zbindert, a prova material se manifesta na coleta e análise dos vestígios, bem
como do que é ou pode ser transformado em sensorialmente perceptível e que serve à elu-
cidação do fato que está sendo investigado. Por esse motivo, há a hierarquia de provas no
Sistema Processual Penal pátrio, sendo que o Laudo de Perícia Criminal – por ser uma peça
técnico-cientíca – encontra-se no ápice. O juiz, visando a estabelecer a própria convicção,
está adstrito ao constante no Laudo. Dessa forma, na Lei, observa-se que a prova material
assume um relevo destacado em relação as demais (por exemplo, testemunhal, confissão),
ganhando uma consistência definitiva e irrefutável nos tribunais.
e) Dos diversos conceitos de Local de Crime, infere-se que, por ser um local, se constitui
tão somente da região onde o fato foi constatado (por exemplo, local em que foi encontrado
um cadáver; ponto da via pública em que um veículo assumiu a posição de repouso; local
onde uma mancha de sangue foi produzida etc.), não existindo local de crime mediato, ape-
nas imediato.

036. (CESPE/INMETRO/ÁREA FORENSE/2010) Assinale a opção correta acerca da prova ma-


terial e dos vestígios.
a) Os trabalhos da polícia no local do crime recebem o nome de reprodução simulada dos fa-
tos, que pode ser conceituada como a transposição para o inquérito do resultado dos exames
técnicos realizados no local do delito, determinando a materialidade e apontando a autoria.
b) As provas técnicas, ou materiais, constituem o que se denomina corpo de delito, isto é, o
conjunto de elementos sensíveis do fato criminoso.
c) Vestígios imateriais são aqueles passíveis de registro pelos sentidos humanos.
d) A prova material não tem existência real, não podendo ser tocada, olhada, medida, pesada.
e) A partir dos exames a que são submetidas as manchas de sangue, pode-se esclarecer se é
realmente sangue; se a mancha é de sangue humano ou de animal; se humano, qual o grupo
sanguíneo e qual o fator RH, mas não se pode determinar qual a identidade genotípica.

037. (IESES/IGP-SC/AUXILIAR PERICIAL/2014) É o conjunto de vestígios deixados pelo cri-


minoso; em essência, o próprio fato criminal, sobre cuja análise é realizada a perícia criminal,
a fim de determinar fatores como autoria, temporalidade, extensão de danos. A afirmação
acima se refere a:
a) Prova testemunhal.
b) Laudo pericial.
c) Parecer Técnico.
d) Corpo de delito.

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038. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O estudo dos vestígios em um local de cri-


me tem como objetivo, EXCETO:
a) estabelecer a dinâmica do evento.
b) trabalhar para a identificação da vítima.
c) reconstruir a cena do fato em apuração.
d) demonstrar subjetivamente a existência do fato delituoso.

039. (INÉDITA/2021) Assinale o item correto:


a) O corpo de delito é o rastro da prática delituosa, deixado por alguém.
b) Os vestígios materiais são aqueles que não ficam registrados e perdem-se assim que finda
a conduta delituosa.
c) O corpo de delito pode ser classificado como direto e indireto. Sendo o Direto aquele rea-
lizado, em regra, por peritos oficiais e o Indireto aquele que surge por outros meios de prova,
como o testemunho.
d) Vestígios materiais são aqueles que não guardam relação alguma com o que se de-
seja provar.

040. (CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL/2021) Com relação ao


direito penal e ao direito processual penal, julgue o item que se segue.
Armazenamento consiste no procedimento de embalar, de forma individualizada, cada vestí-
gio coletado, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para análise
posterior.

041. (CEBRASPE/TJ-BA/JUIZ LEIGO/2019) No curso da audiência no juizado especial, o juiz


poderá requerer a inquirição de técnicos de sua confiança para esclarecimentos de fatos.
Nessa situação hipotética, é permitido às partes apresentar
a) parecer técnico.
b) prova emprestada.
c) prova pericial.
d) prova indiciária.
e) prova testemunhal referida.

042. (CEBRASPE/PC-MA/ODONTOLEGISTA/2018) Fazem parte dos procedimentos relacio-


nados à cadeia de custódia de vestígios:
a) mistura, inspeção, identificação e incineração de vestígios.
b) coleta, acondicionamento, identificação e destinação de vestígios.
c) coleta, inspeção e destruição de vestígios.
d) inspeção, acondicionamento, mistura e destinação de vestígios.
e) acondicionamento, identificação e destruição de vestígios.

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043. (CEBRASPE/PC-MA/2018) Na noite de 12/6/1994, Nicole Brown Simpson e Ronald Gold-


man foram encontrados mortos na casa de Nicole, em Brentwood, Los Angeles, Califórnia. As
investigações apontaram Orenthal James (O. J.) Simpson, ídolo do futebol americano, como
principal suspeito. Na estratégia da defesa, destacam-se alegações centradas na manipula-
ção incorreta e na contaminação de vestígios, que introduziram um grau de dúvida razoável
com relação à autoria do crime. Após 372 dias de julgamento, O. J. Simpson foi declara-
do inocente.
Internet: < http://pt.wikipedia.org>.

As expressões “manipulação incorreta” e “contaminação de vestígios”, citadas no texto, tem


relação com o conceito de:
a) custódia de preso.
b) encadeamento lógico.
c) logística de deslocamento.
d) reação em cadeia.
e) cadeia de custódia.

044. (CEBRASPE/PC-MA/ODONTOLEGISTA/2018) Com relação à cadeia de custódia de ves-


tígios, julgue os seguintes itens.
I – Cadeia de custódia é a sucessão de eventos seguros, confiáveis e rastreáveis que determi-
na o caminho percorrido pelo vestígio, desde sua coleta até sua destinação final.
II – A cadeia de custódia não deve tomar tempo dos peritos, visto que sua importância para a
persecução penal vem diminuindo ao longo dos anos.
III – O cuidado com os vestígios, desde sua origem até sua destinação final, é um dos elemen-
tos garantidores das informações deles extraídas.
IV – O principal objetivo da cadeia de custódia é garantir a segurança e a idoneidade do vestígio.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

045. (FCC/IAPEN-AP/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) O exame de corpo de delito:


a) é indispensável quando a infração deixar vestígios, podendo ser suprido pela confissão
do acusado.
b) será realizado por dois peritos oficiais, sem necessidade de diploma do curso superior.
c) poderá ser suprido por prova testemunhal quando desaparecerem os vestígios e não for
possível sua realização.

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d) será realizado, na falta de perito oficial, por 3 pessoas idôneas, sendo dispensadas de pres-
tar compromisso de desempenho do encargo.
e) não poderá ser realizado das 22:00 horas da noite às 06:00 horas da manhã.

046. (IESES/IGP-SC/AUXILIAR PERICIAL/2014) No tocante ao exame de corpo de delito é IN-


CORRETO afirmar:
a) Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao quere-
lante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
b) Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.
c) Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 3 (três) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habi-
litação técnica relacionada com a natureza do exame. d) O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.

047. (CESPE/INMETRO/ÁREA FORENSE/2010) Assinale a opção correta acerca da prova ma-


terial e dos vestígios.
a) Os trabalhos da polícia no local do crime recebem o nome de reprodução simulada dos fa-
tos, que pode ser conceituada como a transposição para o inquérito do resultado dos exames
técnicos realizados no local do delito, determinando a materialidade e apontando a autoria.
b) As provas técnicas, ou materiais, constituem o que se denomina corpo de delito, isto é, o
conjunto de elementos sensíveis do fato criminoso.
c) Vestígios imateriais são aqueles passíveis de registro pelos sentidos humanos.
d) A prova material não tem existência real, não podendo ser tocada, olhada, medida, pesada.
e) A partir dos exames a que são submetidas as manchas de sangue, pode-se esclarecer se é
realmente sangue; se a mancha é de sangue humano ou de animal; se humano, qual o grupo
sanguíneo e qual o fator RH, mas não se pode determinar qual a identidade genotípica.

048. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Nos casos de crimes contra o patrimônio,


com relação à avaliação prevista nas normas legais, é CORRETO afirmar:
a) Somente objetos em perfeitas condições de manutenção, uso e funcionamento serão ava-
liados diretamente.
b) Somente serão solicitadas ao Perito Criminal avaliações de objetos que permitam seu des-
locamento à presença do expert, para que o trabalho se desenvolva a contento.
c) A avaliação indireta é solicitada quando o Perito possui apenas informações acerca do ob-
jeto em questão, fornecidas pela vítima, independentemente de constarem ou não dos autos.
d) Quando acionado para proceder a uma avaliação direta, o Perito estará se deparando com
o objeto in natura, podendo contar com sua perspicácia, sua acuidade técnica e seus órgãos
de sentido para desenvolver seu trabalho.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
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049. (IESES/IGP-SC/AUXILIAR PERICIAL/2014) É o conjunto de vestígios deixados pelo cri-


minoso; em essência, o próprio fato criminal, sobre cuja análise é realizada a perícia criminal,
a fim de determinar fatores como autoria, temporalidade, extensão de danos. A afirmação
acima se refere a:
a) Prova testemunhal.
b) Laudo pericial.
c) Parecer Técnico.
d) Corpo de delito.

050. (FUNIVERSA/SEGPLAN-GO/PERITO CRIMINAL/2015) Processos são um conjunto de


providências que devem ser tomadas para se verificar e sanar uma lesão de direito. No cur-
so dos processos, os fatos devem ser esclarecidos sem quaisquer dúvidas, de modo que os
juízes possam proferir sentenças justas. Os fatos alegados em um processo precisam ser
demonstrados, e essa demonstração depende de sua natureza. Quando tais fatos não deixam
vestígios materiais e se desvanecem no mesmo instante em que ocorrem, ou logo após, a sua
comprovação em juízo só pode ser feita pela prova testemunhal. E o relato pode, por diversas
razões, não corresponder fielmente à realidade. Mas, se resultam vestígios duradouros dos
fatos ocorridos, com a possibilidade de serem detectados pelos nossos sentidos, o seu exa-
me e registro devem ser feitos obrigatoriamente. E por pessoas tecnicamente capacitadas
para fazê-lo (Hygino de C. Hercules. Perícia e Peritos. Documentos Médico-Legais. Medicina
Legal – Texto e Atlas. São Paulo: Editora Atheneu, 2005, p. 13.).
Com relação aos conceitos de perícia e de perito, bem como à normatização estabelecida no
CPP, assinale a alternativa correta.
a) Quando uma infração deixa vestígios, é necessário o exame de corpo de delito, ou seja, a
comprovação dos vestígios materiais por ela deixados torna-se indispensável; a prova tes-
temunhal não pode ser considerada uma alternativa aos vestígios não periciados ou àqueles
que se perderam com o decorrer do tempo.
b) Perito é um auxiliar da justiça, devidamente compromissado, estranho às partes, portador de
conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos para atuar no processo.
c) A confissão do acusado pode suprir o exame de corpo de delito nos crimes que deixam
vestígios.
d) Chama-se de corpo de delito direto o realizado pelos peritos sobre os vestígios de infração
existentes, e de corpo de delito indireto quando, não existindo esses vestígios materiais, a pro-
va é suprida pela confissão do acusado. e) O exame de corpo de delito pode ser solicitado di-
retamente ao órgão responsável pela perícia pelo advogado procurador da parte interessada.

051. (FUNDATEC/IGP-RS/PERITO MÉDICO LEGISTA/2017) O Laudo Pericial deverá ser entre-


gue em um prazo de:

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a) 30 dias, impreterivelmente.
b) 10 dias, prorrogável por mais 10 por requerimento do Delegado.
c) 10 dias, prorrogável por requerimento do Juiz.
d) 30 dias, prorrogável por requerimento do Perito.
e) 10 dias, prorrogável por requerimento do Perito.

052. (FUNIVERSA/SPTC-GO/MÉDICO LEGISTA/2015) Considerando os conceitos de perícia e


de perito, bem como a normatização estabelecida no CPP, assinale a alternativa correta.
a) A detecção de vestígios do crime nas coisas não é exame de corpo de delito.
b) O exame de corpo de delito só poderá ser feito por via direta.
c) A autópsia será feita pelo menos 6 horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidên-
cia dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declara-
rão no auto.
d) O exame de corpo de delito, em questões médico-legais, só poderá ser feito nas dependên-
cias dos Institutos de Medicina Legal ou dos hospitais públicos durante o correr do dia solar.
e) Exame de corpo de delito é a procura de vestígios do crime no corpo humano.

053. (FUNDATEC/IGP-RS/PERITO MÉDICO LEGISTA/2017) O Artigo 164 do Código de Proces-


so Penal versa sobre as fotografias obrigatórias para locais de crimes com cadáveres. Sobre
esse assunto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados. b) Na
medida do possível, todas as lesões externas observadas durante o exame perinecroscópico
do cadáver deverão ser fotografadas.
c) A fotografia é um importante recurso visual que em muito auxilia o Perito Criminal em seu
trabalho e aos demais usuários do Laudo.
d) O registro fotográfico de todas as tatuagens e cicatrizes é obrigatório, mesmo em vítimas
identificadas.
e) Devem ser fotografados, na medida do possível, todos os vestígios deixados no lo-
cal do crime.

054. (ACAFE/PC-SC/AGENTE DE POLÍCIA/2014) Considerando as disposições do Código de


Processo Penal relativas à prova, assinale a alternativa correta.
a) Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se
lhes verificar a propriedade.
b) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-
-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício,
ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
c) Proceder-se-á, necessariamente e em qualquer hipótese, a avaliação de coisas destruídas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.

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d) O juiz que não possuir conhecimento específico quanto ao objeto da perícia ficará adstrito
ao laudo elaborado pelo perito oficial.
e) O juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes quando não for ne-
cessária ao esclarecimento da verdade, inclusive no caso de exame de corpo de delito.

055. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O estudo dos vestígios em um local de cri-


me tem como objetivo, EXCETO:
a) estabelecer a dinâmica do evento.
b) trabalhar para a identificação da vítima.
c) reconstruir a cena do fato em apuração.
d) demonstrar subjetivamente a existência do fato delituoso.

056. (INÉDITA/2021) Assinale o item correto:


a) O corpo de delito é o rastro da prática delituosa, deixado por alguém.
b) Os vestígios materiais são aqueles que não ficam registrados e perdem-se assim que finda
a conduta delituosa.
c) O corpo de delito pode ser classificado como direto e indireto. Sendo o Direto aquele rea-
lizado, em regra, por peritos oficiais e o Indireto aquele que surge por outros meios de prova,
como o testemunho.
d) Vestígios materiais são aqueles que não guardam relação alguma com o que se de-
seja provar.

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GABARITO
1. E 37. d
2. C 38. d
3. c 39. c
4. b 40. E
5. d 41. a
6. d 42. b
7. d 43. e
8. a 44. d
9. b 45. c
10. d 46. c
11. d 47. b
12. e 48. d
13. c 49. d
14. d 50. b
15. d 51. e
16. d 52. c
17. b 53. d
18. e 54. b
19. c 55. d
20. e 56. c
21. c
22. b
23. d
24. E
25. C
26. C
27. E
28. b
29. d
30. E
31. C
32. E
33. b
34. b
35. c
36. b

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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA – CURSO DE INSTRUÇÃO/2020) Maria, de
vinte e seis anos de idade, saiu da faculdade onde estudava por volta das 23 h e, sozinha, di-
rigiu-se a pé rumo a sua residência. No trajeto, foi abordada por trás, tomou um golpe “mata
leão” de seu algoz, que exalava forte hálito etílico, e, em seguida, foi arrastada para um ma-
tagal ermo. A vítima tentou se libertar, arranhando os braços do autor. Ao chegar ao matagal,
ainda se mantendo por trás da vítima, o autor mandou que ela cobrisse o rosto com o próprio
vestido. Ele abaixou a calcinha dela e manteve, com violência, coito anal e vaginal, até ejacu-
lar. Após a violência, o criminoso determinou que a vítima se mantivesse deitada, com o rosto
voltado para o chão, e que contasse até cem, quando, então, poderia sair correndo. A vítima
cumpriu a ordem e, após a contagem, levantou-se. Verificou a presença de uma garrafa de
cachaça quase vazia no local e percebeu que sangrava e que sua região genital, coxas e cal-
cinha estavam molhadas de esperma. Ela avistou de longe uma casa e correu até lá, pedindo
ajuda. Na residência, a moradora prestou-lhe socorro, permitindo que Maria tomasse banho,
e lhe emprestou roupas limpas para vestir. Em seguida, Maria dirigiu-se à delegacia de polícia,
levando consigo, em um saco plástico, a garrafa de cachaça encontrada no local e as suas
vestes sujas.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Como a vítima tomou banho, a autoridade policial deverá encaminhá-la apenas para exame
de corpo de delito – lesões corporais.

O advérbio “apenas” por si só invalidaria o item, ele não combina com questões de concurso.
No entanto, o que o examinador pretendia avaliar é se o candidato percebe que mesmo que
a vítima tenha tomado banho, os vestígios materiais (quais sejam: vestígios biológicos), tem
grandes chances de estarem presentes nas vestes e na garrafa que deverá ser encaminhada
para o Instituto de Criminalística. A garrafa é suporte para DNA de contato, saliva e impres-
sões papiloscópicas, por exemplo. Nas vestes, tem-se a possibilidade da presença de sêmen
e/ou sangue do agressor.
No IML, a vítima será examinada e além de constatar as lesões, os legistas realizam exames
relacionados a sexologia forense que permitirão materializar a existência de violência sexual,
além de possibilitar a coleta de material biológico do autor no corpo da vítima, nas suas cavi-
dades e embaixo das unhas.
Errado.

002. (CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA – CURSO DE INSTRUÇÃO/2020) Com rela-


ção à investigação em local de crime, julgue o item que se segue.

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Vestígio coletado em local de crime será qualificado como uma evidência após a competente
análise pericial e a constatação de sua relação com o fato delituoso.

Embora o Código De Processo Penal não contemple o conceito de evidência, alguns autores
tratam como evidência aquele vestígio que, depois de submetido às análises, permite estabe-
lecer uma relação com o crime em estudo. Evidência é uma verdade clara e manifesta por si
mesma que não pode ser negada, refutada ou contestada. É o que todos veem ou podem ver
e verificar.

Toda evidência é um indício, porém o contrário nem sempre é verdadeiro, pois os indícios
englobam os elementos objetivos de prova e outros de ordem subjetiva. Toda evidência é um
indício, mas nem todo indício será uma evidência.
Certo.

003. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2019) Vestígio é


o elemento que, de forma clara ou latente, configura o corpo de delito, a existência de um cri-
me. De acordo com o exposto na apostila quanto aos vestígios, assinale a alternativa correta.
a) Corpo de delito é definido como o conjunto de métodos, técnicas, instrumentos e doutrina
empregado para analisar e interpretar vestígios materiais relacionados à ocorrência de deter-
minado fato delituoso.
b) Exame de corpo de delito direto é aquele em que o perito examina diretamente o vestígio
(por exemplo: exame do cadáver). Exame de corpo de delito indireto, por sua vez, é aquele em
que o exame é feito em registros de vestígios realizados por outros profissionais (por exem-
plo: exame em uma carta com teor suicida, que é localizada em uma cena de crime).
c) Os vestígios podem ser classificados em verdadeiros, ilusórios e forjados, de acordo com
a relação que guardam com o fato delituoso e (ou) com a forma em que são introduzidos na
cena de crime.
d) Vestígio visível ou latente é aquele que pode ser visualizado sem a utilização de nenhuma
técnica, luz forense ou produto químico.
e) De acordo com o princípio da troca, todo contato deixa uma marca. Essa marca, quando
constatada em um local de crime, recebe o nome de vestígio. Quando, por exemplo, um agen-
te público acrescenta involuntariamente um elemento ao local de crime, tem-se um vestí-
gio forjado.

a) Errada. Corpo de delito é a materialidade do crime.


b) Errada. O exame em uma carta com teor suicida, que é localizada em uma cena de crime
trata-se de um exame de corpo de delito DIRETO.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
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c) Certa. Classificação quanto a sua relação com o fato:


• VESTÍGIOS VERDADEIROS: São, a princípio, todos os vestígios encontrados em uma
cena de crime, até que se prove o contrário. Em outras palavras são os vestígios pro-
duzidos diretamente pelas ações dos atores relacionados com o crime. ATENÇÃO: mu-
dando o referencial, os ilusórios e os forjados podem ser verdadeiros.

VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: São aqueles que não tem relação com o referencial inicialmente esta-
belecido, são os vestígios observados no local do crime os quais não são relacionados às
ações dos atores envolvidos no fato delituoso, desde que a produção desses vestígios não
tenha sido de maneira intencional. EXEMPLO: uma lata de cerveja que já se encontrava no
local onde um corpo foi encontrado; um cartucho de munição deflagrado antigo que já estava
presente no local onde foi encontrado um cadáver com perfurações no corpo.

É quase sempre muito difícil para o perito diferenciar vestígios verdadeiros, ilusórios e forjados,
no início dos trabalhos. Por isso, nenhum detalhe pode ser desprezado; tudo deve ser investi-
gado e analisado cuidadosamente, não se deve seguir uma pista só.

• VESTÍGIOS FORJADOS: São aqueles produzidos por interesse do criminoso ou de qual-


quer pessoa na tentativa de desviar as conclusões que poderiam ser extraídas do local.
Trata-se de vestígios produzidos com interesse em alterar a configuração original dos
vestígios do local de crime, por razões diversas como atrapalhar e prejudicar a inves-
tigação criminal. EXEMPLO: inserção intencional de uma arma de fogo na mão de um
criminoso para simular uma justificativa para um homicídio decorrente da ação de re-
sistência à abordagem policial.

d) Errada. “Visível” e “latente” são conceitos distintos e antagônicos.


e) Errada. Vestígios Forjados: o agente altera o estado das coisas intencionalmente e não
involuntariamente.
Letra c.

004. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2019) Quanto


aos vestígios, indícios e corpo de delito, assinale a alternativa correta.
a) Exame de Corpo de Delito Indireto é aquele realizado diretamente nos vestígios, ou seja,
são os exames efetuados pelos(as) peritos(as) criminais na presença dos vestígios. Por outro
lado, Exame de Corpo de Delito Direto é aquele exame realizado com base em fotografias, na
descrição e análise de outros em relação aos vestígios, sendo efetuado pela análise de ele-
mentos existente nos autos e dos que resultaram de diligências, na hipótese de estes já terem
desaparecido ou não se encontrarem disponíveis ou não localizáveis para análise, tal como

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uma avaliação econômica de determinado bem, que foi produto de furto, caso esse bem não
seja localizado.
b) Os vestígios podem ser classificados como Verdadeiros (em princípio, todos os vestígios
encontrados numa cena de crime, até que se prove o contrário), Ilusórios (aqueles que não
têm relação com o referencial, tal como uma ponta de cigarro que já se encontrasse num local
onde um corpo foi encontrado, compondo o cenário) ou Forjados (aqueles vestígios produ-
zidos por interesse do criminoso, muitas vezes na tentativa de desviar as conclusões que se
poderia extrair do local).
c) O artigo 239 do Código de Processo Penal pátrio define indício como sendo a circunstância
desconhecida e ainda não provada que, tendo relação com o fato, autorize, por dedução, con-
cluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
d) Anuschat (1993) destaca que os vestígios verdadeiros são representados por uma minoria
de coisas no local de crime e que nem sempre eles têm ou podem ter ligação com o crime ou
criminoso. Dessa forma, apesar da incansável busca e exames que os (as) peritos(as) crimi-
nais realizam no tocante aos vestígios verdadeiros, quase nunca eles servem à elucidação do
crime e à determinação da autoria.
e) A importância dos vestígios lato sensu reside na própria finalidade, que é a capacidade
de demonstrar a materialidade dos fatos e consequentemente identificar a autoria criminal,
podendo, assim, ser diferenciados em determinantes e não determinantes. Os vestígios não
determinantes guardam uma relação inquestionável com o objeto ou com a pessoa que os
produziu, permitindo relacionar com precisão o envolvimento do objeto ou da pessoa com o
crime. Por exemplo, o exame genético (DNA) feito em sangue suspeito de ser de uma vítima
coletado da roupa de um acusado.

a) Errada. Pegadinha clássica de examinadores para teste de atenção. Item extremamente


simples com objetivo de verificar concentração e não o conteúdo em si. Os conceitos de dire-
to e indireto foram invertidos na questão.
b) Certa. Os vestígios classificam-se em verdadeiros, ilusórios e forjados: Vestígio Verdadeiro:
é uma depuração total dos elementos encontrados no local do crime sendo verdadeiros so-
mente os que foram produzidos diretamente pelos autores da infração e, ainda, provenientes
dos produtos diretos das ações da prática do delito.
• Vestígio Ilusório: é todo elemento encontrado no local do crime que não esteja relacio-
nado às ações dos atores da infração e desde que a sua produção não tenha ocorrido
de maneira intencional. A produção de vestígio ilusório nos locais de crime é muito
grande, tendo em vista a problemática da falta de isolamento e preservação de local.
Este é o maior fator da sua produção, pois contribuem para isso desde os populares
que transitam pela área de produção dos vestígios, até os próprios policiais pela sua
falta de conhecimento das técnicas de preservação.
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• Vestígio Forjado: Por vestígio forjado entendemos todo elemento encontrado no local
do crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo, com o objetivo de modificar o con-
junto dos elementos originais produzidos pelos atores da infração. Um vestígio forjado
poderá ser produzido por qualquer pessoa que tenha interesse em modificar a cena de
um crime, por razões as mais diversas. No entanto, neste rol de pessoas, vamos encon-
trar alguns grupos mais incidentes.

c) Errada. Leitura do artigo 239. “Considera-se indício a circunstância conhecida e provada,


que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou ou-
tras circunstâncias.”
d) Errada. Vestígio Verdadeiro: é uma depuração total dos elementos encontrados no local
do crime sendo verdadeiros somente os que foram produzidos diretamente pelos autores da
infração e, ainda, provenientes dos produtos diretos das ações da prática do delito.
e) Errada. O texto trata da definição de vestígio determinante que é aquele, que por si só, já
é conclusivo para aquele evento. O DNA da vítima na camisa do suspeito é determinante
para concluir que a camisa teve contato com o sangue da vítima e é passível de determinar
a autora através de comparações genéticas com amostras de referência ou bancos de perfis
genéticos.
Letra b.

005. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2019) A respeito


dos vestígios em locais de crime, é correto afirmar que:
a) as impressões de aceleração produzidas com os pneumáticos em processo giratório em
forte aceleração não reproduzem os desenhos das bandas de rodagem e, portanto, não de-
vem ser consideradas vestígios.
b) geralmente as marcas deixadas pelo uso de ferramentas em locais de crime são latentes.
c) o processo de transporte de uma pegada positiva latente sobre uma folha de revista é dife-
rente do transporte de uma impressão digital.
d) o processo de transporte de uma pegada negativa pode ser feito por meio de modelagem.
e) as impressões latentes apresentam dificuldade para a respectiva análise digital.

a) Errada. as impressões de aceleração produzidas com os pneumáticos são consideradas


vestígios morfológicos.
b) Errada. As marcas deixadas por marcas de ferramentas em locais de crime contra o pa-
trimônio, por exemplo, geralmente são visíveis a olho nu, portanto são patentes, ostensivas
ou visíveis.
c) Errada. As pegadas positivas são aquelas que revelam o desenho do pé (ou do calçado)
por via de uma substância que atua como tinta (corante). Assim, o pé ou calçado com essa

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substância tingidora atuam como uma impressão que deixa a sua marca pelo solo pisado.
Podem dividir-se visíveis ou latentes. Podem ser transportadas com uma impressão digital
na mesma folha, por exemplo.
d) Certa. Com a utilização de materiais líquidos ou pastosos, que se solidificam rapidamente,
a técnica de modelagem permite reproduzir com excelente fidelidade as marcas comumente
deixadas nas cenas de crimes.
e) Errada. As impressões latentes podem ser reveladas por diferentes técnicas e geralmente
são de fácil análise após reveladas.
Letra d.

006. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) Qualquer


elemento material que possa ter relações com a infração penal ou com o fato sob análise,
cuja condição e posição no local investigado são resultantes da conduta humana, por ação
ou omissão, corresponde a um vestígio.
BRASIL. Ministério da Justiça. Diretoria Técnico-Científica. Glossário de Ciências Forenses.
Brasil. Brasília-DF, 2016.
Com base na explicação apresentada, é correto afirmar que vestígios:
a) verdadeiros ou associativos são aqueles que foram dispostos pelo autor para induzir o
perito criminal a descrever uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
b) ilusórios ou não associativos são aqueles que, de forma intencional, são colocados na cena
de crime para induzir uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
c) associativos ou verdadeiros são aqueles encontrados na cena de crime, mas que, porém,
não têm relação com o fato que se investiga.
d) ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam nenhu-
ma relação com o fato investigado.
e) forjados são aqueles que mantêm relação de causa e efeito com o ato criminoso e (ou) com
a dinâmica deste ou guardam, ainda, uma relação de identidade com a(s) vítima(s) e (ou) com
o(s) autor(es).

a) Errada. Trata-se da definição de vestígios forjados.


b) Errada. Trata-se da definição de vestígios forjados.
c) Errada. Trata-se da definição de vestígios ilusórios.
d) Certa. Ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam
nenhuma relação com o fato investigado.
e) Errada. Trata-se da definição de vestígios verdadeiros.
Letra d.

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007. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) Com rela-


ção a um exame pericial de ocorrência de dano, assinale a alternativa que descreve um vestí-
gio que, por si só, determina a natureza intencional da ação.
a) Espelho do retrovisor externo esquerdo quebrado.
b) Risco único horizontal e contínuo na lateral direita do veículo.
c) Para-brisa trincado associado com uma marca de impacto na área central.
d) Múltiplos riscos sinuosos e transversais em toda a extensão do capô do veículo.
e) Marca de impacto com desprendimento da camada de tinta na tampa do porta-malas.

Todos os vestígios materiais listados na lista, são compatíveis com ocorrência de dano, en-
tretanto note que apenas o item D, traz uma opção de vestígio que, por si só, determina uma
ação evidentemente intencional, uma ação humana. Os demais vestígios poderiam ser en-
contrados, por exemplo, em um local de acidente de trânsito.
Letra d.

008. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) Ao exame


de um veículo no IC, o perito criminal fez as seguintes anotações:
I – perfuração de 1,5 cm de diâmetro junto ao cilindro da fechadura da porta do motorista, o
que permitiu o acesso ao mecanismo interno da fechadura e, por consequência, a sua abertura
II – ausência de equipamento de som, marcas de compressão nas bordas do compartimento
da instalação do aparelho no painel e fiação cortada e com segmento de fita isolante;
III – encosto do banco posterior rebatido e pneu sobressalente (estepe) ausente.
Considerando que esses elementos estão relacionados a uma ocorrência de natureza crimi-
nal, assinale a alternativa correta.
a) São vestígios compatíveis com a ocorrência de furto, mediante o arrombamento da porta e
a subtração do aparelho de som e do estepe.
b) Não são considerados vestígios, apenas avarias.
c) Não são suficientes para uma conclusão, mesmo considerando-se a natureza do evento.
d) São vestígios típicos de ocorrência de dano.
e) São vestígios que podem ser considerados como decorrentes de acidente, não havendo,
portanto, conclusão de natureza criminal.

Considerando as anotações feitas pelo perito criminal é possível inferir pelo conjunto de
vestígios materiais, que os achados periciais são compatíveis com uma ocorrência de furto
qualificado.
Vejamos.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
Leonardo Guedes

No item I temos a descrição de uma avaria que aponta a presença de sinais característicos
de arrombamento da fechadura da porta, que permitiria o acesso de pessoas no interior do
veículo retirada dos itens narrados. A ausência de peças obrigatórias (estepe) do veículo, o
desalinho do banco posterior; a existência de cabos pendentes; e a ausência do equipamento
de som, denotam à uma possibilidade de subtração de bens do interior do veículo, portanto o
gabarito é item “a”.
Letra a.

009. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL – VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM/2017) João, a


esposa e os filhos foram abordados na porta de casa, por três indivíduos armados, e foram
obrigados a entrar na residência, onde foram amarrados com materiais encontrados no lo-
cal. Durante o tempo em que permaneceram no local, os criminosos acessaram todos os
cômodos. Na cozinha, comeram e beberam e, nos quartos e nas salas, vasculharam os mó-
veis, subtraindo diversos objetos (joias, eletrodomésticos, computadores). Os objetos foram
colocados no veículo da família, que foi utilizado para os criminosos se evadirem do local.
Entretanto, a 200 metros da casa, o veículo – que dispunha de sistema bloqueador – parou e
foi abandonado pelos ocupantes.
Assinale a alternativa que descreve vestígios produzidos durante a ação do crime e que cor-
roboram o relato apresentado.
a) Marcas de compressão e avarias nas portas da residência, desalinho de objetos na casa e
arrombamento da porta do carro.
b) Presença de fios e tiras de tecidos com nós e laçadas, móveis com portas abertas, desali-
nho de objetos e pratos e copos usados.
c) Marcas de arrombamento da porta de entrada, móveis abertos, desalinho de objetos e mar-
cas de arrasto de objetos.
d) Desalinho de objetos, pegadas e marcas de arrasto no piso, móveis com portas abertas e
ligação direta do veículo.
e) Manchas de sangue e pegadas no piso, móveis com portas abertas e vidro quebrado
no veículo.

Para solucionar essa questão é importante ter conhecimento dos principais vestígios encon-
trados em locais de crime contra o patrimônio, são eles:
• impressões digitais;
• objetos e ferramentas deixados pelo autor;
• móveis e objetos em desalinho;
• imagens de vídeos de sistemas de segurança e monitoramento;
• vidros quebrados;
• ferramentas e suas marcas de arrombamento (marcas de compressão e fricção);

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• vestígios biológicos (copos e talheres usados pelo autor, sangue de ferimento durante
a ação etc.);
• vestígios físicos;
• marcas de escaladas;
• pegadas e marcas de pneus;
• marcas de objetos furtados.

Na questão temos algumas informações que auxiliam a compatibilizar os vestígios às obser-


vações do local de crime, assim temos:
• foram amarrados com materiais encontrados no local = presença de fios e tiras de te-
cidos com nós e laçadas;
• comeram e beberam = pratos e copos usados;
• vasculharam os móveis = móveis com portas abertas e desalinho de objetos.
Letra b.

010. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Considerando um local de crime, os termos


vestígio ou evidência ou indício são mais adequadamente exemplificados na alternativa:
a) Os técnicos periciais analisam evidências no local de crime, elaborando laudo que as ma-
terializam em indícios.
b) A marca da planta do pé na parede, indicando uma escalada é uma evidência.
c) Uma impressão datiloscópica é um indício e o trabalho pericial a transforma em vestígio.
d) A impressão papilar é um vestígio e após a revelação pericial e documentação se transfor-
ma em evidência.

Observe que, enquanto vestígios representam a informação objetiva ou material de um local


de crime, o indício, segundo o Código de Processo Penal, corresponde a uma circunstância
conhecida e provada relacionada ao fato e que autorize a concluir pela existência de outras
circunstâncias.
Em outras palavras, apesar de relacionados, tais conceitos podem também gerar equívocos
interpretativos. Enquanto o vestígio abrange, a evidência restringe e o indício circunstância.

O PULO DO GATO
Toda evidência é um indício, porém o contrário nem sempre é verdadeiro, pois os indícios
englobam os elementos objetivos de prova e outros de ordem subjetiva. Toda evidência é um
indício, mas nem todo indício será uma evidência.
Nesse sentido única assertiva que segue a ordem Vestígios > Evidência > Indício é a letra “d”.
Letra d.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
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011. (FUNDATEC/IGP-RS/TÉCNICO EM PERÍCIAS/2017) São exemplos de vestígios e evidên-


cias biológicas de interesse pericial:
a) Sangue e projéteis de arma de fogo.
b) Fios de cabelo e fibras de tecido.
c) Vestes e sêmen.
d) Material fetal e saliva.
e) Ossos e resíduos de chumbo.

O gabarito é a letra “d”, mas é importante ressaltar que apesar dos vestígios abaixo citados
não se enquadrarem na categoria “biológicos” eles podem ser SUPORTES para esses ves-
tígios. Exemplo: Uma faca (vestígio físico) pode ser suporte para uma mancha de sangue
(vestígios biológicos).
a) Errada. Sangue (biológico) e projéteis de arma de fogo (vestígio físico).
b) Errada. Fios de cabelo (biológico) e fibras de tecido (microvestígios físicos).
c) Errada. Vestes (Vestígios) e sêmen (biológico).
d) Certa. Material fetal e saliva (vestígios biológicos.
e) Errada. Ossos (biológico) e resíduos de chumbo (vestígio químico).
Letra d.

012. (INSTITUTO AOCP/ITEP-RN/AGENTE TÉCNICO FORENSE/2018) Considerando o vestígio


no contexto do exame de local de crime, assinale a alternativa correta.
a) O vestígio forjado é aquele que não está relacionado à conduta criminosa, sendo produzido
de maneira não intencional.
b) Os elementos irreais, vistos por um perito em síndrome de Burnout, são denominados ves-
tígios ilusórios.
c) O vestígio verdadeiro é o elemento material cujo autor teve a intenção de produzir com o
intuito de dificultar a investigação que leve até ele.
d) Indício, vestígio e evidência são termos sinônimos no âmbito pericial da criminalística.
e) O vestígio, como material bruto constatado ou recolhido em local de crime, pode ser cha-
mado de evidência quando suas análises apontam técnica e cientificamente sua relação
com o crime.

a) Errada. Vestígio Forjado: Por vestígio forjado entendemos todo elemento encontrado no
local do crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo, com o objetivo de modificar o conjun-
to dos elementos originais produzidos pelos atores da infração. Um vestígio forjado poderá
ser produzido por qualquer pessoa que tenha interesse em modificar a cena de um crime, por
razões as mais diversas.

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b) Errada. A síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico. Não há que se falar em classifica-


ção de vestígios materiais.
c) Errada. Definição é de Vestígio Forjado.
d) Errada. Toda evidência é um indício, porém o contrário nem sempre é verdadeiro, pois os in-
dícios englobam os elementos objetivos de prova e outros de ordem subjetiva. Toda evidência
é um indício, mas nem todo indício será uma evidência.
e) Certa.
Letra e.

013. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Qual alternativa indica uma situação em que


NÃO haveria a necessidade de exame de local de crime?
a) Uma morte no interior de uma instalação penitenciária pública, causada pelos pró-
prios detentos.
b) Um local de morte violenta que não foi adequadamente preservado pela autoridade policial.
c) Quando uma criança é dada como desaparecida pela família.
d) Uma plantação de maconha no interior da mata.

Dentre as alternativas, a única que não se há uma visualização imediata da presença de


vestígios materiais extrínsecos é a opção C. As demais opções atendem ao comando do
art. 158, CPP.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Letra c.

014. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Sobre o contexto geral do trabalho pericial


é CORRETO afirmar:
a) Vidros, metais, graxas, vômito e tecido são considerados substâncias não biológicas.
b) Sangue, saliva, esperma, fibras, fezes e urina são considerados substâncias biológicas.
c) Mancha é indício que se apresenta sob a forma de crosta aderida a uma superfície (suporte).
d) Várias são as impressões humanas constatadas no local, dentre elas as digitais, palmares,
plantares, ferruginosas e dentárias.

a) Errada. Vômito e tecido (conjunto de células) são vestígios biológicos. Considerando tecido
como: tecido sintético ou vestes; ainda sim, estaria errado o item.
b) Errada. Mas, passível de anulação, se considerar o termo “fibra” no sentido de fibras sinté-
ticas, invalida o item; se considerar como fibras biológicas o item está correto.
c) Errada. Para ser indício precisa estabelecer uma relação com o fato.

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Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,
autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

d) Certa.
Letra d.

015. (PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Nos casos de crimes contra o patrimônio, com rela-
ção aos vestígios encontrados, é CORRETO afirmar:
a) Nunca apresentarão marcas de sangues nesses tipos de crimes.
b) Manchas de esperma são comuns nesses tipos de crime.
c) Cabelos e pelos não são encontrados nesses tipos de crimes, pois são materiais biológicos
encontrados nos crimes contra vida.
d) As manchas de urina, a exemplo das manchas de fezes são comumente verificadas nos
locais de crime contra o patrimônio.

Para solucionar essa questão é importante ter conhecimento dos principais vestígios encon-
trados em locais de crime contra o patrimônio, são eles:
• impressões digitais;
• objetos e ferramentas deixados pelo autor;
• móveis e objetos em desalinho;
• imagens de vídeos de sistemas de segurança e monitoramento;
• vidros quebrados;
• ferramentas e suas marcas de arrombamento (marcas de compressão e fricção);
• vestígios biológicos (copos e talheres usados pelo autor, sangue de ferimento durante
a ação, urina ou fezes no banheiro da vítima etc.);
• vestígios físicos;
• marcas de escaladas;
• pegadas e marcas de pneus;
• marcas de objetos furtados.
Letra d.

016. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O estudo dos vestígios em um local de cri-


me tem como objetivo, EXCETO:
a) estabelecer a dinâmica do evento.
b) trabalhar para a identificação da vítima.
c) reconstruir a cena do fato em apuração.
d) demonstrar subjetivamente a existência do fato delituoso.

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Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
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Apesar de existir na Criminalística Pós-Moderna estudiosos que trabalham com análise de


vestígios imateriais em cenas de crime; para demonstrar a existência de um fato delituoso e
sua materialidade, os peritos criminais baseiam-se em metodologias científicas e demons-
tram de maneira OBJETIVA a existência do fato ora investigado. Em um exame de local de cri-
me, basicamente seis perguntas devem ser respondidas pelos peritos que processam a cena:
o que aconteceu, como aconteceu, quando, onde, qual o meio empregado e quem é o autor.
Letra d.

017. (CESPE/INMETRO/ÁREA FORENSE/2010) Assinale a opção correta a respeito da coleta


de evidências.
a) No manuseio de uma prova, em regra, a embalagem deve ser lacrada, sem a necessidade
de que seja etiquetada.
b) Toda prova deve ser registrada, em virtude de ser o primeiro elo da corrente da prova.
c) Em regra, não é conveniente que se reserve material examinado para servir como contraprova.
d) As manchas de sangue geralmente são encontradas em local de crime contra a pessoa,
sendo, em regra, desnecessário fotografá-las antes de serem recolhidas.
e) Em geral, a corrente da prova é desnecessária.

A cadeia de custódia é utilizada para manter documentar a história cronológica do vestígio,


permitindo a rastreabilidade está mostra desde o preparo do recipiente coletor, da coleta, do
transporte, do recebimento, do acondicionamento, e da análise.
A partir do momento em que uma prova é coletada ou uma evidência é apreendida ela deve
ser custodiada (guardada) e todo esse caminho deve ser documentado exatamente para que
não haja nenhuma dúvida quanto à lisura e legalidade da prova. A cadeia de custódia permite
ao perito garantir provar a integridade do processo ao qual amostra foi submetida.
Letra b.

018. (IESES/IGP-SC/PERITO CRIMINAL/2017/ADAPTADA) Joel, após matar seu desafeto na


sala de estar de sua casa, com uma faca, antes de sair, joga uma guimba (bituca) de cigarro
com marcas de batom no local, a fim de tentar direcionar o trabalho pericial para um suspeito
inverídico (no caso, uma mulher). Esse tipo de vestígio é classificado como:
a) Vestígio falsificado.
b) Vestígio impróprio.
c) Vestígio acidental.
d) Vestígio falso.
e) Vestígio Forjado.

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Vestígio Forjado: por vestígio forjado entendemos todo elemento encontrado no local do cri-
me, cujo autor teve a intenção de produzi-lo, com o objetivo de modificar o conjunto dos
elementos originais produzidos pelos atores da infração. Um vestígio forjado poderá ser pro-
duzido por qualquer pessoa que tenha interesse em modificar a cena de um crime, por razões
as mais diversas.
As questões envolvendo classificação de vestígios são recorrentes, fiquem atentos!
Letra e.

019. (FUNIVERSA/SEGPLAN-GO/PERITO CRIMINAL/2015) Quanto à maneira como os vestí-


gios são percebidos (percepção dos vestígios) na cena do crime, assinale a alternativa correta.
a) Podem ser classificados como vestígios latentes, materiais, de forma, de impressão, de
situação e relativos.
b) Os vestígios relativos são aqueles que só podem ser percebidos após serem revelados,
como, por exemplo, a impressão digital em um vidro de um carro ou a imagem contida em um
filme fotográfico.
c) Vestígios que podem ser percebidos diretamente e ainda guardam uma relação direta com
o fato em análise são classificados como absolutos.
d) Vestígios de impressão podem ser reproduzidos, de forma quase idêntica, pelo instrumento
que o produziu, tendo como exemplo as impressões de pneus ou de calçados e das estrias e
microestrias nas superfícies de projetis de arma de fogo.
e) Classificam-se como vestígios de situação aqueles de geração espontânea, como o forma-
to deixado por uma mancha de sangue quando cai de determinada altura, ou ainda quando o
corpo está em movimento.

Para solucionar essa questão vale uma breve revisão de algumas classificações de vestígios
na doutrina de Criminalística.
1) QUANTO À PERCEPÇÃO:
• VESTÍGIOS LATENTES (NÃO OBSERVÁVEIS/ NÃO PERCEPTÍVEIS): Correspondem àque-
les que necessitam de algum auxílio para a sua observação, seja um reagente ou algum
recurso tecnológico, uma vez que não são perceptíveis a olho nu.
• VESTÍGIOS OSTENSIVOS/PERCEPTÍVEIS: são aqueles que são observáveis sem utili-
zação de equipamentos ou técnicas forenses de revelação, é perceptível aos olhos E
outros sentidos humanos.

2) QUANTO À RELAÇÃO DOS VESTÍGIOS COM O AUTOR:

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• VESTÍGIOS ABSOLUTOS: aqueles que permitem que se estabeleça relação absoluta,


direta com o seu autor ou com vítima, como, por exemplo, impressão digital e material
genético contido em vestígios biológicos. Nesse caso, quem deixou impressão digital
ou sangue no local, deixou uma parte identificável de si mesmo.
• VESTÍGIOS RELATIVOS: aqueles que não guardam relação absoluta, identificável de
pronto com o seu autor. Essa relação é revelada por meio da identificação da classe a
que pertence.

Assim dentre as proposições apresentadas o gabarito da questão é a letra C, única em con-


formidade com a teoria dos vestígios.
Letra c.

020. (FDRH/IGP-RS/PERITO QUÍMICO FORENSE – QUÍMICA/2008) Denomina-se indício o


vestígio material (objeto, marca, mancha, impressão etc.),.......................... e ...............................
.............. que, por ter relação com o fato que se desconhece, nos leva a provar ou a presumir a
existência de tal fato. Assinale a alternativa cujas palavras preenchem corretamente as lacu-
nas da frase acima.
a) observado – recolhido
b) descoberto – apreendido
c) latente – fotografado
d) procurado – visualizado
e) estudado – provado

Nos termos do art. 239:

Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize,
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Letra e.

021. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Quanto ao referencial de produção, classifi-


cam-se os vestígios, EXCETO como:
a) Ilusório.
b) Forjado.
c) Alternativo.
d) Verdadeiro.

Questão fácil, mas aproveite para revisar as classificações.


Classificação quanto a sua relação com o fato:

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• VESTÍGIOS VERDADEIROS: São, a princípio, todos os vestígios encontrados em uma


cena de crime, até que se prove o contrário.
• VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: São aqueles que não tem relação com o referencial inicialmente
estabelecido, são os vestígios observados no local do crime os quais não são relacio-
nados às ações dos atores envolvidos no fato delituoso, desde que a produção desses
vestígios não tenha sido de maneira intencional.
• VESTÍGIOS FORJADOS: São aqueles produzidos por interesse do criminoso ou de qual-
quer pessoa na tentativa de desviar as conclusões que poderiam ser extraídas do local.
Trata-se de vestígios produzidos com interesse em alterar a configuração original dos
vestígios do local de crime, por razões diversas como atrapalhar e prejudicar a investi-
gação criminal.
Letra c.

022. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O Perito Criminal obtém os vestígios e as


evidências físicas, EXCETO:
a) da vítima.
b) da oitiva das testemunhas.
c) do suspeito e seu ambiente.
d) da cena do crime propriamente dita.

Para solucionar essa questão, basta entender que a oitiva será tratada como prova testemu-
nhal. A prova testemunhal e a prova pericial são exemplos de instrumentos que podem ser
usados no ordenamento brasileiro.
Aos peritos cabe às análises dos vestígios materiais encontrados no local, sejam pertencen-
tes à vítima, ao suspeito e do próprio ambiente.
Letra b.

023. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) É correto o que se afirma em:


a) São vestígios voláteis: gasolina, bactérias e thinner.
b) Vestígios duradouros são, dentre outros, ossos, álcool e minerais.
c) No local de crime, vestígio é a alteração do ambiente relacionada com a ação criminosa,
excetuando-se seus atores.
d) As investigações criminais se relacionam com pessoas ou com coisas, mas somente as
pessoas cometem crimes e o fazem, invariavelmente, através de instrumentos.

Aqui o examinador quer confundir o candidato a respeito das definições de uma classificação
dos vestígios com relação ao tempo, induz a pensar na palavra “voláteis” como um vestígio
transitório e duradouros como um conceito de “permanentes”.

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QUANTO AO TEMPO:
• vestígios transitórios: que desaparecem rapidamente do local de crime e precisam ser
levantados com brevidade pelo perito;
• vestígios permanentes: são os que permanecem no local de crime por um longo perí-
odo.
Letra d.

024. (CESPE/STF/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2008) Com base no CPP, julgue


os itens a seguir, relativos a provas.
Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto. Não sendo possível sua realização em decorrência de os vestígios terem desapare-
cido, a prova testemunhal ou a confissão poderão suprir-lhe a falta.

Nos termos dos arts. 158 e 167 do CPP.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Errado.

025. (CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA – CURSO DE INSTRUÇÃO/2020) Com rela-


ção à investigação em local de crime, julgue o item que se segue.
A forma de execução de um homicídio pode ser definida a partir da observação da posição
do cadáver no local do crime, dos vestígios biológicos e de eventuais elementos balísticos
arrecadados.

Os vestígios contam a história do crime. A posição do cadáver pode trazer informações da


forma como ocorreu a morte, em que posição a vítima estava antes da morte, se foi um caso
de execução, se houve movimento de defesa, entre outras hipóteses. Tudo isso somado as
características das lesões e dos achados balísticos, permitirá ao perito esclarecer as circuns-
tâncias e contar o que ocorreu naquela cena de crime.
Certo.

026. (CEBRASPE/PETROBRAS/2004) João, auxiliar de segurança, ao vistoriar as instalações


do edifício sede da empresa em que trabalha, ouve disparos de arma de fogo e, ao chegar no
saguão, depara-se com Roberto, de arma em punho, acabando de tomar a carteira de Manoel,
vice-presidente da empresa, caído após ter sido atingido por três disparos. Roberto, ao perce-

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ber a presença de João, empreende fuga, sendo imediatamente perseguido, vindo a dispensar
a arma, alguns documentos e um lenço sujo de sangue. Sem lograr êxito, João isola o local n.º
1 – onde se encontravam a arma, os documentos e o lenço –, tendo outro auxiliar de seguran-
ça permanecido no local. Ao retornar ao edifício sede e perceber que Manoel havia acabado
de morrer, vítima de latrocínio, João isolou o saguão – local n.º 2 –, só permitindo o acesso do
presidente da empresa, para que verificasse se havia sido levado algum documento confiden-
cial da empresa. O presidente recolhe alguns papéis que estavam debaixo do corpo da vítima.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir:
As provas documentais e materiais são constituídas pelos elementos e instrumentos do cri-
me e pelos diversos vestígios que se encontram no local.

Os vestígios contam a história do crime. A posição do cadáver pode trazer informações da


forma como ocorreu a morte, em que posição a vítima estava antes da morte, se foi um caso
de execução, se houve movimento de defesa, entre outras hipóteses. Tudo isso somado as
características das lesões e dos achados balísticos, permitirá ao perito esclarecer as circuns-
tâncias e contar o que ocorreu naquela cena de crime.
Certo.

027. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 4/2018) Acerca dos procedimentos da


análise forense digital e cadeia de custódia, julgue o item a seguir.
Em análise forense digital, o início da cadeia de custódia ocorre a partir da duplicação pericial
do vestígio previamente adquirido.

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de cri-
mes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimen-
tos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
Errado.

028. (INÉDITA/2021) Acerca do assunto Cadeia de Custódia e sua importância, marque a op-
ção correta:
a) É o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar os vestígios
desde a sua coleta até seu descarte. Abrange o tempo no qual a amostra está sendo manu-
seada. O perito coletor do vestígio será sempre o único responsável pela amostra, fato que
somente os seus dados ficarão cadastrados na identificação da amostra.

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b) A Cadeia de Custódia é utilizada para manter e documentar a história cronológica do vestí-


gio, permitindo a rastreabilidade da amostra desde o preparo do recipiente coletor, da coleta,
do transporte, do recebimento, do acondicionamento e da análise. Isso servirá para garantir a
integridade do vestígio e promove a credibilidade e robustez à prova pericial.
c) As etapas principais da Cadeia de Custódia segundo a Portaria n. 82 da SENASP são: reco-
nhecimento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte, recebimento, processamento, ar-
mazenamento, descarte. Sobre o último, o descarte poderá ser realizado a qualquer momento
a depender somente do chefe da seção da Central de Vestígios.
d) A Cadeia de Custódia ainda é muita falha dentro da Polícias Civis, visto que não há uma
regulamentação ou seção específica para a guarda e armazenamento de vestígios nas insti-
tuições em geral.
e) A Cadeia de Custódia somente será utilizada em caso de vestígios biológicos decorrentes
do exame de local de crime em situações de Morte Violenta.

Recorreremos as definições de cadeia de custódia e nesse contexto o item correto é o item b.

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de cri-
mes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimen-
tos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção
da prova pericial fica responsável por sua preservação.
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção
da prova pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o am-
biente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável
pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas ca-
racterísticas e natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de for-
ma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizo u a coleta e o acondicionamento;

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VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições ade-
quadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de
suas características originais, bem como o controle de sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado
com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natu-
reza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vincula-
ção ao número do laudo correspondente;
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,
quando pertinente, mediante autorização judicial.
Letra b.

029. (INÉDITA/2021) De acordo com os Aspectos Gerais e Conceitos de Interesse da Crimina-


lística, responda o item incorreto.
a) Vestígio verdadeiros: São, a princípio, todos os vestígios encontrados numa sena de crime,
até que se prove o contrário. Mudando o referencial, também os ilusórios e os forjados pas-
sam a ser verdadeiros.
b) Corpo de Delito: Conjunto de elementos materiais que constituem o delito, enquanto podem
ser observados pela inspeção ocular, exteriorizando-se pelos vestígios deixados.
c) Vestígios Ilusórios: São aqueles que não têm relação com o referencial. Uma ponta de ci-
garro que já se encontrasse em um local onde o corpo foi encontrado, compondo o cenário, é
um exemplo.
d) Indício: Vestígio que, mesmo depois de submetido às análises, não permite estabelecer
uma relação com o crime em estudo.
e) Vestígios Forjados: São aqueles vestígios produzidos por interesse do criminoso, muitas
vezes na tentativa de desviar as conclusões que se poderia extrair do local.

O gabarito da questão é a letra d. A definição de indício está incorreta. Temos nos termos
do art. 239:

Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize,
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Letra d.

030. (INÉDITA/2021) De acordo com os conceitos de Criminalística julgue os itens:


A definição para exame de corpo de delito é a materialidade do crime.

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Não confundir “exame de corpo de delito” com “corpo de delito” que se trata, exatamente, da
materialidade do crime.
Errado.

031. (INÉDITA/2021) De acordo com teoria dos vestígios:


Os vestígios podem ser materiais e imateriais, sendo que os vestígios materiais verdadeiros
são aqueles que guardam relação direta com o ato delituoso.

O item é verdadeiro. VESTÍGIOS VERDADEIROS: São, a princípio, todos os vestígios encontra-


dos em uma cena de crime, até que se prove o contrário. Em outras palavras são os vestígios
produzidos diretamente pelas ações dos atores relacionados com o crime.

Mudando o referencial, os ilusórios e os forjados podem ser verdadeiros.


Certo.

032. De acordo com teoria dos vestígios:


Vestígios ilusórios são os elementos que são introduzidos conscientemente e intencionalmen-
te por uma pessoa na cena do crime com o intuito de induzir a erro aquele que analisará a cena.

O item é falso. Se for intencional, estaremos diante de um VESTÍGIO FORJADO.


Errado.

033. (IBFC/EBSERH/2020) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame


de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Sobre o
exame de corpo de delito, assinale a alternativa incorreta.
a) Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva violência doméstica e familiar contra mulher.
b) O exame de corpo de delito deverá ser feito a partir do encaminhamento do Delegado res-
ponsável pelo caso em data marcada pelo hospital.
c) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
d) Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade provi-
denciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos,
que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

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e) No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo,
porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
deprecante.

Questão atual e em um bom nível, lembre-se do acordado na INTRODUÇÃO AO TEMA desse


livro digital, faça uma revisão do artigo 6 e dos artigos 158 a 184 do CPP.
a) Certa. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado e dar-se-á prioridade à reali-
zação do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva violência doméstica
e familiar contra mulher (art. 158 do CPP, parágrafo único, inciso I).
b) Errada. O exame será solicitado logo que o Delegado tiver conhecimento e não em data
marcada pelo hospital.

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;

c) Certa. Leitura do art. 159 do CPP.


d) Certa. Leitura do art. 169 do CPP.
e) Certa. Leitura do art. 177 do CPP.

No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém,
no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Letra b.

034. (IADES/PC-DF/2019) Quanto aos vestígios, indícios e corpo de delito, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Exame de Corpo de Delito Indireto é aquele realizado diretamente nos vestígios, ou seja,
são os exames efetuados pelos(as) peritos(as) criminais na presença dos vestígios. Por outro
lado, Exame de Corpo de Delito Direto é aquele exame realizado com base em fotografias, na
descrição e análise de outros em relação aos vestígios, sendo efetuado pela análise de ele-
mentos existente nos autos e dos que resultaram de diligências, na hipótese de estes já terem
desaparecido ou não se encontrarem disponíveis ou não localizáveis para análise, tal como
uma avaliação econômica de determinado bem, que foi produto de furto, caso esse bem não
seja localizado.
b) Os vestígios podem ser classificados como Verdadeiros (em princípio, todos os vestígios
encontrados numa cena de crime, até que se prove o contrário), Ilusórios (aqueles que não
têm relação com o referencial, tal como uma ponta de cigarro que já se encontrasse num local
onde um corpo foi encontrado, compondo o cenário) ou Forjados (aqueles vestígios produ-

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zidos por interesse do criminoso, muitas vezes na tentativa de desviar as conclusões que se
poderia extrair do local).
c) O artigo 239 do Código de Processo Penal pátrio define indício como sendo a circunstância
desconhecida e ainda não provada que, tendo relação com o fato, autorize, por dedução, con-
cluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
d) Anuschat (1993) destaca que os vestígios verdadeiros são representados por uma minoria
de coisas no local de crime e que nem sempre eles têm ou podem ter ligação com o crime ou
criminoso. Dessa forma, apesar da incansável busca e exames que os (as) peritos(as) crimi-
nais realizam no tocante aos vestígios verdadeiros, quase nunca eles servem à elucidação do
crime e à determinação da autoria.
e) A importância dos vestígios lato sensu reside na própria finalidade, que é a capacidade
de demonstrar a materialidade dos fatos e consequentemente identificar a autoria criminal,
podendo, assim, ser diferenciados em determinantes e não determinantes. Os vestígios não
determinantes guardam uma relação inquestionável com o objeto ou com a pessoa que os
produziu, permitindo relacionar com precisão o envolvimento do objeto ou da pessoa com o
crime. Por exemplo, o exame genético (DNA) feito em sangue suspeito de ser de uma vítima
coletado da roupa de um acusado.

a) Errada. Pegadinha clássica de examinadores para teste de atenção. Item extremamente


simples com objetivo de verificar concentração e não o conteúdo em si.
b) Certa. Conteúdo das próximas aulas. Mas já entenda:
Os vestígios classificam-se em verdadeiros, ilusórios e forjados:
• Vestígio Verdadeiro: é uma depuração total dos elementos encontrados no local do
crime sendo verdadeiros somente os que foram produzidos diretamente pelos autores
da infração e, ainda, provenientes dos produtos diretos das ações da prática do delito.
• Vestígio Ilusório: é todo elemento encontrado no local do crime que não esteja relacio-
nado às ações dos atores da infração e desde que a sua produção não tenha ocorrido
de maneira intencional. A produção de vestígio ilusório nos locais de crime é muito
grande, tendo em vista a problemática da falta de isolamento e preservação de local.
Este é o maior fator da sua produção, pois contribuem para isso desde os populares
que transitam pela área de produção dos vestígios, até os próprios policiais pela sua
falta de conhecimento das técnicas de preservação.
• Vestígio Forjado: Por vestígio forjado entendemos todo elemento encontrado no local
do crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo, com o objetivo de modificar o con-
junto dos elementos originais produzidos pelos atores da infração. Um vestígio forjado
poderá ser produzido por qualquer pessoa que tenha interesse em modificar a cena de
um crime, por razões as mais diversas. No entanto, neste rol de pessoas, vamos encon-
trar alguns grupos mais incidentes. Fonte: ESPINDULA, Alberi. Idoneidade do vestígio.
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Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 29 janeiro 2021. Disponível em: https://conteudojuri-


dico.com.br/consulta/Artigos/15126/idoneidade-do-vestigio. Acesso em: 29 janeiro
2021.

c) Errada. Leitura do artigo 239. “Considera-se indício a circunstância conhecida e provada,


que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou ou-
tras circunstâncias.”
d) Errada. Vestígio Verdadeiro: é uma depuração total dos elementos encontrados no local
do crime sendo verdadeiros somente os que foram produzidos diretamente pelos autores da
infração e, ainda, provenientes dos produtos diretos das ações da prática do delito.
e) Errada. O texto trata da definição de vestígio determinante que é aquele, que por si só, já é
conclusivo para aquele evento. O DNA da vítima na camisa do suspeito é determinante para
concluir que a camisa teve contato com o sangue da vítima.
Letra b.

035. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL/2019) Em relação ao Local de Crime, aos ditames ins-


critos no Código de Processo Penal brasileiro e à prova material, assinale a alternativa correta.
a) O Código de Processo Penal, no artigo 6º, estabelece que, logo que tiver conhecimento da
infração penal, qualquer policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se
altere o estado das coisas, até a chegada da autoridade policial. Esta deverá apreender, de
imediato, os objetos que tiverem relação com o fato, repassando aos (às) peritos(as) crimi-
nais somente o que tiver interesse pericial evidente.
b) O exame de local de crime é de responsabilidade da autoridade policial e dos respectivos
agentes, cabendo ao perito criminal auxiliar na preservação do local.
c) Os peritos registrarão, no Laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no rela-
tório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
d) Segundo Zbindert, a prova material se manifesta na coleta e análise dos vestígios, bem
como do que é ou pode ser transformado em sensorialmente perceptível e que serve à elu-
cidação do fato que está sendo investigado. Por esse motivo, há a hierarquia de provas no
Sistema Processual Penal pátrio, sendo que o Laudo de Perícia Criminal – por ser uma peça
técnico-cientíca – encontra-se no ápice. O juiz, visando a estabelecer a própria convicção,
está adstrito ao constante no Laudo. Dessa forma, na Lei, observa-se que a prova material
assume um relevo destacado em relação as demais (por exemplo, testemunhal, confissão),
ganhando uma consistência definitiva e irrefutável nos tribunais.
e) Dos diversos conceitos de Local de Crime, infere-se que, por ser um local, se constitui
tão somente da região onde o fato foi constatado (por exemplo, local em que foi encontrado
um cadáver; ponto da via pública em que um veículo assumiu a posição de repouso; local
onde uma mancha de sangue foi produzida etc.), não existindo local de crime mediato, ape-
nas imediato.

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a) Errada. Erro: “qualquer policial”. Leitura do CPP: Art. 6. Logo que tiver conhecimento da
prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para
que não se altere o estado das coisas.
b) Errada. O exame de local de crime é atribuição da perícia criminal.
c) Certa. Leitura do art. 169 do CPP.
d) Errada. Leitura do art. 182 do CPP. “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo
ou rejeitá-lo, no todo ou em parte”. Não há hierarquia de provas no Sistema Processual Penal
brasileiro.
e) Errada. Os locais de crime quanto ao ÂMBITO DA PERÍCIA/LOCALIZAÇAO:
• IMEDIATOS: local onde, efetivamente, ocorreu o fato delituoso, tendo a exigência de
realizar-se um exame pericial acurado;
• MEDIATOS: é o mediano, entre o local imediato e a área apartada (sem interrupção);
• RELACIONADO/DISTANTE: é o local relacionado, que embora não seja o local onde de-
veras ocorreu o fato, com este se vincula de alguma forma, sem ligação geográfica
direta com o local imediato/mediato, e que possa conter algum vestígio relacionado,
como por exemplo, local de ocultação de cadáver, local onde os criminosos planejaram
o crime, dentre outros.
Letra c.

036. (CESPE/INMETRO/ÁREA FORENSE/2010) Assinale a opção correta acerca da prova ma-


terial e dos vestígios.
a) Os trabalhos da polícia no local do crime recebem o nome de reprodução simulada dos fa-
tos, que pode ser conceituada como a transposição para o inquérito do resultado dos exames
técnicos realizados no local do delito, determinando a materialidade e apontando a autoria.
b) As provas técnicas, ou materiais, constituem o que se denomina corpo de delito, isto é, o
conjunto de elementos sensíveis do fato criminoso.
c) Vestígios imateriais são aqueles passíveis de registro pelos sentidos humanos.
d) A prova material não tem existência real, não podendo ser tocada, olhada, medida, pesada.
e) A partir dos exames a que são submetidas as manchas de sangue, pode-se esclarecer se é
realmente sangue; se a mancha é de sangue humano ou de animal; se humano, qual o grupo
sanguíneo e qual o fator RH, mas não se pode determinar qual a identidade genotípica.

Lembrem-se: Corpo de delito é a materialidade do crime. Pode ser classificado como direto
ou indireto:
• Direto: é aquele que emerge de forma direta, a partir de exames realizados, em regra,
por peritos oficiais.
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EXEMPLOS:
− o cadáver presente em uma cena de crime;
− a droga encontrada em um laboratório clandestino;
− uma porta arrombada em local de furto em residência;
− chave micha utilizada para furtar um veículo.
• Indireto: é aquele que surge por outros meios de prova.

EXEMPLO:
− Testemunha afirmando que viu uma pessoa desferir vários tiros na cabeça da outra,
e que depois da empreitada criminosa, ocultou o cadáver, lançando-o em um rio,
onde o corpo desapareceu.

Nesse sentido, o item B figura como único correto. Provas técnicas, ou materiais, constituem
o que se denomina corpo de delito.
Letra b.

037. (IESES/IGP-SC/AUXILIAR PERICIAL/2014) É o conjunto de vestígios deixados pelo cri-


minoso; em essência, o próprio fato criminal, sobre cuja análise é realizada a perícia criminal,
a fim de determinar fatores como autoria, temporalidade, extensão de danos. A afirmação
acima se refere a:
a) Prova testemunhal.
b) Laudo pericial.
c) Parecer Técnico.
d) Corpo de delito.

A definição da questão refere-se ao item D.


Letra d.

038. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O estudo dos vestígios em um local de cri-


me tem como objetivo, EXCETO:
a) estabelecer a dinâmica do evento.
b) trabalhar para a identificação da vítima.
c) reconstruir a cena do fato em apuração.
d) demonstrar subjetivamente a existência do fato delituoso.

Considerando as proposições declinadas pelo examinador a única que não se enquadra nos
objetivos da Criminalística (estudos dos vestígios materiais de forma objetiva e não subjetiva)

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é a alternativa D, pois a análise dos peritos criminais objetiva o reconhecimento e interpre-


tação dos indícios materiais extrínsecos a cena do crime. Ou seja, analisa aqueles vestígios
que foram retirados da cena de crime, que podem ser conteúdos biológicos, material como
um objeto, por exemplo. O perito, através da criminalística, interpreta todos esses vestígios e
diz o impacto que tem naquela cena, e interpretar os elementos que conduzam a identificação
do agente.
Letra d.

039. (INÉDITA/2021) Assinale o item correto:


a) O corpo de delito é o rastro da prática delituosa, deixado por alguém.
b) Os vestígios materiais são aqueles que não ficam registrados e perdem-se assim que finda
a conduta delituosa.
c) O corpo de delito pode ser classificado como direto e indireto. Sendo o Direto aquele rea-
lizado, em regra, por peritos oficiais e o Indireto aquele que surge por outros meios de prova,
como o testemunho.
d) Vestígios materiais são aqueles que não guardam relação alguma com o que se de-
seja provar.

a) Errada. Corpo de delito é a materialidade do crime.


b) Errada. Os vestígios materiais ficam registrados. Princípio básico de ciência forense: “Todo
contato deixa uma marca”, que ficou conhecido como o princípio de Troca de Locard.
c) Certa.
d) Errada. Os vestígios materiais encontrados no local podem ou não guardar relação com
fato. Em locais não preservados é cum a existência de vestígios ilusórios.
Letra c.

040. (CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL/2021) Com relação ao


direito penal e ao direito processual penal, julgue o item que se segue.
Armazenamento consiste no procedimento de embalar, de forma individualizada, cada vestí-
gio coletado, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para análise
posterior.

Conforme o art. 158-B, inciso, V, do CPP:

V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de for-
ma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
Errado.

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041. (CEBRASPE/TJ-BA/JUIZ LEIGO/2019) No curso da audiência no juizado especial, o juiz


poderá requerer a inquirição de técnicos de sua confiança para esclarecimentos de fatos.
Nessa situação hipotética, é permitido às partes apresentar
a) parecer técnico.
b) prova emprestada.
c) prova pericial.
d) prova indiciária.
e) prova testemunhal referida.

A alternativa correta é a letra A. Lembre-se o parecer técnico é o documento que exprime o


resultado de um trabalho de análise, seguida de uma opinião sobre um evento específico que
esteja sendo examinado. Os destinatários desse documento (de acordo com o requisitan-
te inicial) poderão ser a Justiça, outros órgãos públicos, entidades ou empresas privadas e
pessoas em geral. É, portanto, uma produção técnica intelectual independente, destinada a
opinar sobre determinado fato ou assunto.
Essa situação é prevista na Lei n. 9.099, de 1995:

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida
às partes a apresentação de parecer técnico.
Letra a.

042. (CEBRASPE/PC-MA/ODONTOLEGISTA/2018) Fazem parte dos procedimentos relacio-


nados à cadeia de custódia de vestígios:
a) mistura, inspeção, identificação e incineração de vestígios.
b) coleta, acondicionamento, identificação e destinação de vestígios.
c) coleta, inspeção e destruição de vestígios.
d) inspeção, acondicionamento, mistura e destinação de vestígios.
e) acondicionamento, identificação e destruição de vestígios.

A alternativa correta é a letra “b”, conforme o CPP:

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
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da prova pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o am-
biente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou

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croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável
pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas ca-
racterísticas e natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de for-
ma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizo u a coleta e o acondicionamento;
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições ade-
quadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de
suas características originais, bem como o controle de sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado
com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natu-
reza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vincula-
ção ao número do laudo correspondente;
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,
quando pertinente, mediante autorização judicial.
Letra b.

043. (CEBRASPE/PC-MA/2018) Na noite de 12/6/1994, Nicole Brown Simpson e Ronald Gold-


man foram encontrados mortos na casa de Nicole, em Brentwood, Los Angeles, Califórnia. As
investigações apontaram Orenthal James (O. J.) Simpson, ídolo do futebol americano, como
principal suspeito. Na estratégia da defesa, destacam-se alegações centradas na manipula-
ção incorreta e na contaminação de vestígios, que introduziram um grau de dúvida razoável
com relação à autoria do crime. Após 372 dias de julgamento, O. J. Simpson foi declara-
do inocente.
Internet: < http://pt.wikipedia.org>.

As expressões “manipulação incorreta” e “contaminação de vestígios”, citadas no texto, tem


relação com o conceito de:
a) custódia de preso.
b) encadeamento lógico.
c) logística de deslocamento.
d) reação em cadeia.
e) cadeia de custódia.
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O gabarito é letra E, s expressões “manipulação incorreta” e “contaminação de vestígios”, ci-


tadas no texto, tem relação com o conceito de cadeia de custódia.

Conforme preceitua ao art. 158-A do CPP:

Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e


documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para
rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

Rogério Sanches (2020), assim define:

É, em suma, a sistematização de procedimentos que objetivam a preservação do valor probató-


rio da prova pericial caracterizada, mais precisamente, da sua autenticidade. Cuida dos métodos
científicos atuais de manejo da marca vinculada a uma conduta supostamente ilícita. Assegura
a preservação dos vestígios desde o contato primário até o descarte dos elementos coletados,
garantindo-se a sua qualidade através da documentação cronológica dos atos executados em
observância às normas técnicas previstas nas etapas da chamada cadeia de custódia.

Nesse sentido, Renato Brasileiro (2017) conceitua:

A cadeia de custódia das provas funciona como a documentação formal de um procedimento des-
tinado a manter e documentar a história cronológica de uma evidência, evitando-se, assim, even-
tuais interferências internas e externas capazes de colocar em dúvida o resultado da atividade
probatória.
Letra e.

044. (CEBRASPE/PC-MA/ODONTOLEGISTA/2018) Com relação à cadeia de custódia de ves-


tígios, julgue os seguintes itens.
I – Cadeia de custódia é a sucessão de eventos seguros, confiáveis e rastreáveis que determi-
na o caminho percorrido pelo vestígio, desde sua coleta até sua destinação final.
II – A cadeia de custódia não deve tomar tempo dos peritos, visto que sua importância para a
persecução penal vem diminuindo ao longo dos anos.
III – O cuidado com os vestígios, desde sua origem até sua destinação final, é um dos elemen-
tos garantidores das informações deles extraídas.
IV – O principal objetivo da cadeia de custódia é garantir a segurança e a idoneidade do vestígio.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.

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c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

Os itens I, III e IV estão corretos e apenas o item II está errado, ao contrário do que ele afirma
a Lei n. 13.964, de 24 de dezembro de 2019, trouxe profundas mudanças na persecução pe-
nal, alterando artigos, sistemáticas, inovando e atualizando diversos ordenamentos jurídicos
e conseguiu assim dirimir diversas dúvidas interpretativas sobre os vestígios. Estabeleceu
critérios que permitem verificar aspectos em que, a partir do estabelecimento de um cadeia
de custódia, é possível de garantir a existência do contraditório e da ampla defesa durante
todo processo criminal e sob o ponto de vista do mecanismo, a cadeia de custódia estabe-
lece o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
Portanto a cadeia de custódia DEVE tomar tempo que for necessário dos peritos, visto que
sua importância para a persecução penal vem AUMENTANDO ao longo dos anos.
Letra d.

045. (FCC/IAPEN-AP/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) O exame de corpo de delito:


a) é indispensável quando a infração deixar vestígios, podendo ser suprido pela confissão
do acusado.
b) será realizado por dois peritos oficiais, sem necessidade de diploma do curso superior.
c) poderá ser suprido por prova testemunhal quando desaparecerem os vestígios e não for
possível sua realização.
d) será realizado, na falta de perito oficial, por 3 pessoas idôneas, sendo dispensadas de pres-
tar compromisso de desempenho do encargo.
e) não poderá ser realizado das 22:00 horas da noite às 06:00 horas da manhã.

a) Errada.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

b) Errada.

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador
de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008).

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c) Certa.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

d) Errada. O exame será realizado por duas pessoas idôneas.


e) Errada.

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Letra c.

046. (IESES/IGP-SC/AUXILIAR PERICIAL/2014) No tocante ao exame de corpo de delito é IN-


CORRETO afirmar:
a) Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao quere-
lante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
b) Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.
c) Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 3 (três) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habi-
litação técnica relacionada com a natureza do exame. d) O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.

a) Certa. Nos termos do art. 159 do CPP, § 3º.

§ 3º Serão facultados ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante


e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

b) Certa. Nos termos art. 159 do CPP, § 2º:

§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem fielmente desempenhar o encargo.

c) Errada. Art. 159 do CPP, § 1º:

§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de ensino superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame.

d) Certa.
Letra c.

047. (CESPE/INMETRO/ÁREA FORENSE/2010) Assinale a opção correta acerca da prova ma-


terial e dos vestígios.

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a) Os trabalhos da polícia no local do crime recebem o nome de reprodução simulada dos fa-
tos, que pode ser conceituada como a transposição para o inquérito do resultado dos exames
técnicos realizados no local do delito, determinando a materialidade e apontando a autoria.
b) As provas técnicas, ou materiais, constituem o que se denomina corpo de delito, isto é, o
conjunto de elementos sensíveis do fato criminoso.
c) Vestígios imateriais são aqueles passíveis de registro pelos sentidos humanos.
d) A prova material não tem existência real, não podendo ser tocada, olhada, medida, pesada.
e) A partir dos exames a que são submetidas as manchas de sangue, pode-se esclarecer se é
realmente sangue; se a mancha é de sangue humano ou de animal; se humano, qual o grupo
sanguíneo e qual o fator RH, mas não se pode determinar qual a identidade genotípica.

Lembrem-se: Corpo de delito é a materialidade do crime. Pode ser classificado como direto
ou indireto:
• Direto: é aquele que emerge de forma direta, a partir de exames realizados, em regra,
por peritos oficiais.

EXEMPLOS:
− o cadáver presente em uma cena de crime;
− a droga encontrada em um laboratório clandestino;
− uma porta arrombada em local de furto em residência;
− chave micha utilizada para furtar um veículo.
• Indireto: é aquele que surge por outros meios de prova.

EXEMPLO:
− Testemunha afirmando que viu uma pessoa desferir vários tiros na cabeça da outra,
e que depois da empreitada criminosa, ocultou o cadáver, lançando-o em um rio,
onde o corpo desapareceu.

Nesse sentido, o item B figura como único correto. Provas técnicas, ou materiais, constituem
o que se denomina corpo de delito.
Letra b.

048. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) Nos casos de crimes contra o patrimônio,


com relação à avaliação prevista nas normas legais, é CORRETO afirmar:
a) Somente objetos em perfeitas condições de manutenção, uso e funcionamento serão ava-
liados diretamente.
b) Somente serão solicitadas ao Perito Criminal avaliações de objetos que permitam seu des-
locamento à presença do expert, para que o trabalho se desenvolva a contento.

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c) A avaliação indireta é solicitada quando o Perito possui apenas informações acerca do ob-
jeto em questão, fornecidas pela vítima, independentemente de constarem ou não dos autos.
d) Quando acionado para proceder a uma avaliação direta, o Perito estará se deparando com
o objeto in natura, podendo contar com sua perspicácia, sua acuidade técnica e seus órgãos
de sentido para desenvolver seu trabalho.

Para solucionar essa questão revise novamente os conceitos de Corpo de delito e suas clas-
sificações.
a) Errada. Qualquer objeto e em qualquer condição é passível de exame direto.
b) Errada. Pode ser feito exame de corpo de delito INDIRETO.
c) Errada. Exame De Corpo De Delito Indireto: quando o objeto são registros de vestígios ma-
teriais realizado por outros profissionais, o exame de delito é realizado de forma indireta. Tra-
ta-se de exame feito por peritos com base no relato de testemunhas ou com base na análise
de documentos.
d) Certa. Execução do Exame de Corpo Delito Direto.
Letra d.

049. (IESES/IGP-SC/AUXILIAR PERICIAL/2014) É o conjunto de vestígios deixados pelo cri-


minoso; em essência, o próprio fato criminal, sobre cuja análise é realizada a perícia criminal,
a fim de determinar fatores como autoria, temporalidade, extensão de danos. A afirmação
acima se refere a:
a) Prova testemunhal.
b) Laudo pericial.
c) Parecer Técnico.
d) Corpo de delito.

A definição da questão refere-se ao item D.


Letra d.

050. (FUNIVERSA/SEGPLAN-GO/PERITO CRIMINAL/2015) Processos são um conjunto de


providências que devem ser tomadas para se verificar e sanar uma lesão de direito. No cur-
so dos processos, os fatos devem ser esclarecidos sem quaisquer dúvidas, de modo que os
juízes possam proferir sentenças justas. Os fatos alegados em um processo precisam ser
demonstrados, e essa demonstração depende de sua natureza. Quando tais fatos não deixam
vestígios materiais e se desvanecem no mesmo instante em que ocorrem, ou logo após, a sua
comprovação em juízo só pode ser feita pela prova testemunhal. E o relato pode, por diversas
razões, não corresponder fielmente à realidade. Mas, se resultam vestígios duradouros dos

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fatos ocorridos, com a possibilidade de serem detectados pelos nossos sentidos, o seu exa-
me e registro devem ser feitos obrigatoriamente. E por pessoas tecnicamente capacitadas
para fazê-lo (Hygino de C. Hercules. Perícia e Peritos. Documentos Médico-Legais. Medicina
Legal – Texto e Atlas. São Paulo: Editora Atheneu, 2005, p. 13.).
Com relação aos conceitos de perícia e de perito, bem como à normatização estabelecida no
CPP, assinale a alternativa correta.
a) Quando uma infração deixa vestígios, é necessário o exame de corpo de delito, ou seja, a
comprovação dos vestígios materiais por ela deixados torna-se indispensável; a prova tes-
temunhal não pode ser considerada uma alternativa aos vestígios não periciados ou àqueles
que se perderam com o decorrer do tempo.
b) Perito é um auxiliar da justiça, devidamente compromissado, estranho às partes, portador de
conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos para atuar no processo.
c) A confissão do acusado pode suprir o exame de corpo de delito nos crimes que deixam
vestígios.
d) Chama-se de corpo de delito direto o realizado pelos peritos sobre os vestígios de infração
existentes, e de corpo de delito indireto quando, não existindo esses vestígios materiais, a pro-
va é suprida pela confissão do acusado. e) O exame de corpo de delito pode ser solicitado di-
retamente ao órgão responsável pela perícia pelo advogado procurador da parte interessada.

a) Errada. Nos termos do art. 167.

Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

b) Certa. Esse conceito apresentado por Fernando Capez, entretanto atente-se ao seguinte
dispositivo.

Art. 279. Não poderão ser peritos:


I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos incisos I e IV do art. 69 do
Código Penal;
II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da
perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.

c) Errada. Nos termos do art. 158:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indire-
to, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

d) Errada. Nos termos do art. 167:


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Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Letra b.

051. (FUNDATEC/IGP-RS/PERITO MÉDICO LEGISTA/2017) O Laudo Pericial deverá ser entre-


gue em um prazo de:
a) 30 dias, impreterivelmente.
b) 10 dias, prorrogável por mais 10 por requerimento do Delegado.
c) 10 dias, prorrogável por requerimento do Juiz.
d) 30 dias, prorrogável por requerimento do Perito.
e) 10 dias, prorrogável por requerimento do Perito.

Nos termos do art. 160:

Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Letra e.

052. (FUNIVERSA/SPTC-GO/MÉDICO LEGISTA/2015) Considerando os conceitos de perícia e


de perito, bem como a normatização estabelecida no CPP, assinale a alternativa correta.
a) A detecção de vestígios do crime nas coisas não é exame de corpo de delito.
b) O exame de corpo de delito só poderá ser feito por via direta.
c) A autópsia será feita pelo menos 6 horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidên-
cia dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declara-
rão no auto.
d) O exame de corpo de delito, em questões médico-legais, só poderá ser feito nas dependên-
cias dos Institutos de Medicina Legal ou dos hospitais públicos durante o correr do dia solar.
e) Exame de corpo de delito é a procura de vestígios do crime no corpo humano.

a) Errada. Corpo de Delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pelo fato criminoso,
compreende coisas e pessoas.
b) Errada. Existe a modalidade indireta.
c) Certa.

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão
no auto.

d) Errada. Qualquer dia e hora; nos termos art. 161 do CPP.


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e) Errada. Corpo de Delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pelo fato criminoso,
compreende coisas e pessoas. Peritos Criminais Oficiais – Vestígios extrínsecos ao corpo
humano; Medicina Legal – Intrínsecos.
Letra c.

053. (FUNDATEC/IGP-RS/PERITO MÉDICO LEGISTA/2017) O Artigo 164 do Código de Proces-


so Penal versa sobre as fotografias obrigatórias para locais de crimes com cadáveres. Sobre
esse assunto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados. b) Na
medida do possível, todas as lesões externas observadas durante o exame perinecroscópico
do cadáver deverão ser fotografadas.
c) A fotografia é um importante recurso visual que em muito auxilia o Perito Criminal em seu
trabalho e aos demais usuários do Laudo.
d) O registro fotográfico de todas as tatuagens e cicatrizes é obrigatório, mesmo em vítimas
identificadas.
e) Devem ser fotografados, na medida do possível, todos os vestígios deixados no lo-
cal do crime.

A questão que apresenta incompatibilidade com redação do artigo trata-se da opção D, nos
termos do art. 164.:

Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Redação
dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994).

Ressalta-se que se a vítima é identificada por outros meios, as fotografias das tatuagens re-
presentam outra finalidade que não a identificação, entretanto não são obrigatórias e serão
feitas na medida do possível.
Letra d.

054. (ACAFE/PC-SC/AGENTE DE POLÍCIA/2014) Considerando as disposições do Código de


Processo Penal relativas à prova, assinale a alternativa correta.
a) Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se
lhes verificar a propriedade.
b) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-
-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício,
ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
c) Proceder-se-á, necessariamente e em qualquer hipótese, a avaliação de coisas destruídas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.
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d) O juiz que não possuir conhecimento específico quanto ao objeto da perícia ficará adstrito
ao laudo elaborado pelo perito oficial.
e) O juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes quando não for ne-
cessária ao esclarecimento da verdade, inclusive no caso de exame de corpo de delito.

a) Errada. Nos termos art. 175 do CPP:

Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se lhes
verificar a natureza e a eficiência.

b) Certa: Redação do art. 168 do CPP:

Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requeri-
mento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.

c) Errada. Será quando necessário. Vide art. 172 do CPP:

Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que consti-


tuam produto do crime.

d) Errada. Nos termos do art. 182 do CPP:

O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

e) Errada. Conforme preceitua o Art. 184 do CPP: Salvo o caso de exame de corpo de delito, o
juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessá-
ria ao esclarecimento da verdade.
Letra b.

055. (FUMARC/PC-MG/PERITO CRIMINAL/2013) O estudo dos vestígios em um local de cri-


me tem como objetivo, EXCETO:
a) estabelecer a dinâmica do evento.
b) trabalhar para a identificação da vítima.
c) reconstruir a cena do fato em apuração.
d) demonstrar subjetivamente a existência do fato delituoso.

Considerando as proposições declinadas pelo examinador a única que não se enquadra nos
objetivos da Criminalística (estudos dos vestígios materiais de forma objetiva e não subjetiva)

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é a alternativa D, pois a análise dos peritos criminais objetiva o reconhecimento e interpre-


tação dos indícios materiais extrínsecos a cena do crime. Ou seja, analisa aqueles vestígios
que foram retirados da cena de crime, que podem ser conteúdos biológicos, material como
um objeto, por exemplo. O perito, através da criminalística, interpreta todos esses vestígios e
diz o impacto que tem naquela cena, e interpretar os elementos que conduzam a identificação
do agente.
Letra d.

056. (INÉDITA/2021) Assinale o item correto:


a) O corpo de delito é o rastro da prática delituosa, deixado por alguém.
b) Os vestígios materiais são aqueles que não ficam registrados e perdem-se assim que finda
a conduta delituosa.
c) O corpo de delito pode ser classificado como direto e indireto. Sendo o Direto aquele rea-
lizado, em regra, por peritos oficiais e o Indireto aquele que surge por outros meios de prova,
como o testemunho.
d) Vestígios materiais são aqueles que não guardam relação alguma com o que se de-
seja provar.

a) Errada. Corpo de delito é a materialidade do crime.


b) Errada. Os vestígios materiais ficam registrados. Princípio básico de ciência forense: “Todo
contato deixa uma marca”, que ficou conhecido como o princípio de Troca de Locard.
c) Certa.
d) Errada. Os vestígios materiais encontrados no local podem ou não guardar relação com
fato. Em locais não preservados é comum a existência de vestígios ilusórios.
Letra c.

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REFERÊNCIAS

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BITTAR, Neusa Maria Esteves. Medicina Legal e Noções de Criminalística. 6. ed. Salvador:
JusPodivm, 2017. v. 1. 384p.

CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

CAVALCANTI, A. Criminalística básica. 3. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1995.

COSTA FILHO, Paulo Ênio Garcia da. Medicina Legal e Criminalística. Brasília: Vestcon, 2012.

CUNHA, Rogério Sanches. Pacote anticrime: Lei 13.964/2019 – comentários às alterações no


CP, CPP e LEP. Salvador: JusPodivm, 2020.

ESPINDULA, Alberi. Laudo pericial e outros documentos técnicos. Brasília: Conteúdo Jurídico,
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LIMA, Renato Brasileiro de. Código de Processo Penal comentado, 2. ed. rev. e atual. Salvador:
JusPodivm, 2017.

MELO, Raimundo Cleverland Alves de & ANTÔNIO, Rodolfo. História Geral da Criminalística.
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de Crime: uma Evidência Subutilizada no Arcabouço Pericial Brasileiro. Revista Brasileira de
Criminalística, 4(3), 15-27. doi:https://doi.org/10.15260/rbc.v4i3.93

SILVEIRA, Andreia; PEREIRA, Adilson. Isolamento e Preservação de Local de Crime – Proce-


dimento Substancial à Integridade do trabalho Pericial. Revista Brasileira de Criminalística,
2020.

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NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
Vestígios de Interesse Forense e suas Classificações
Leonardo Guedes

VELHO, Antônio Velho; COSTA, Karina Alves; DAMASCENO, Clayton Tadeu Mota (coords). Lo-
cais de Crime. 4. ed, Campinas: Millennium, 2018.

ZBINDEN, Karl. Criminalística. Investigação criminal. Lisboa, 1957.

Leonardo Guedes
Especialista em Gestão de Segurança Pública pela Universidade de Brasília (2014), Especialista em
Investigação Criminal pela Universidade Católica de Brasília (2009), possui graduação em Ciências
Biológicas pela Universidade de Brasília (2006) e mestrado em Biologia Molecular pela Universidade
de Brasília (2009). Tem experiência em Investigação Criminal de Homicídios e Crimes Violentos, Perícia
Criminal e Operações Policiais. Atuou como Professor de Investigação Criminal na Escola Superior de
Polícia Civil do Distrito Federal e ministra palestras sobre o Panorama Nacional de Homicídios para Força
Nacional. Tem experiência na área Criminalística, Perícias Externas, Locais de Crime, Genética Humana,
Imunologia Molecular e Biotecnologia. Aprovado em diversos concursos da área policial, sendo no último
o 6º lugar no concurso de Perito Criminal do Distrito Federal 2016 – Área Biologia.

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