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PMDF

noções de direito penal i


Características e Fontes
do Direito Penal

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO PENAL I
Características e Fontes do Direito Penal
Prof. Douglas Vargas

SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................3
Características do Direito Penal.....................................................................4
Fontes do Direito Penal.................................................................................5
Pena – Cumprida no Estrangeiro.................................................................. 12
Eficácia da Sentença Estrangeira................................................................. 15
Contagem de Prazos no Direito Penal........................................................... 18
Frações da Pena........................................................................................ 20
Legislação Especial (Art. 12)....................................................................... 21
Conflito Aparente de Normas Penais............................................................. 22
Princípio da Especialidade........................................................................... 23
Princípio da Subsidiariedade........................................................................ 24
Princípio da Consunção............................................................................... 26
Princípio da Alternatividade......................................................................... 29
Agravação pelo Resultado........................................................................... 30
Resumo.................................................................................................... 32
Questões de Concurso................................................................................ 38
Gabarito................................................................................................... 52
Gabarito Comentado.................................................................................. 53

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Características e Fontes do Direito Penal
Prof. Douglas Vargas

DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS


Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017).

Introdução

Fala, aluno(a)!

Hoje vamos tratar de alguns tópicos complementares bastante simples do Di-

reito Penal. Entretanto, seu uso na elaboração de questões é frequente, portanto,

mantenha o foco, por mais fáceis que os temas pareçam ser.

Iremos abordar os seguintes tópicos:

Como sempre... Vamos nessa!

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Características do Direito Penal

Em primeiro lugar, vamos discutir as chamadas características do Direito Penal.

Como ciência que é, existem diversas peculiaridades que regem o Direito Penal,

e é importante que possamos conhecer cada uma delas antes de falar das chama-

das fontes do Direito Penal.

Vejamos:

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Fontes do Direito Penal

Eu sempre começo minhas aulas sobre as fontes do Direito Penal com uma

curiosidade:

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 Obs.: se você abrir o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – o Código

Penal Brasileiro – e tentar localizar a palavra crime, vai encontrar 297

ocorrências.

 Isso mesmo, a palavra crime aparece 297 vezes no Código Penal (eu contei).

 No entanto, em nenhuma dessas ocorrências o legislador definiu o

conceito analítico de crime.

É fato que a definição de crime não foi realizada de forma expressa no Código

Penal. A Lei de Introdução ao Código Penal até nos apresenta um conceito simplifi-

cado de crime, mas não aprofunda o assunto. Não trata das nuances e de seus ele-

mentos – o que acaba gerando inúmeras dúvidas quanto à interpretação do tema.

Sendo assim, onde podemos encontrar informações que nos permitam

entender melhor o crime? A resposta é simples: em outras fontes!

Nem tudo pode ser esclarecido apenas lendo o conteúdo da lei, pois ela não tem

a capacidade de esclarecer absolutamente todos os assuntos. Mas, felizmente, não

é só da lei que é possível extrair conhecimentos relacionados ao Direito Penal.

O conjunto de locais de onde podemos extrair fundamentos relacionados ao Di-

reito Penal chamamos de fontes do direito penal.

Basicamente, são quatro:

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As fontes estão divididas em imediatas e mediatas. A única fonte formal imediata

do Direito Penal é a LEI, e começaremos justamente falando sobre ela!

Lei

A lei é o mais básico dos itens. Aqui temos três categorias importantes:

Sob certo prisma, a lei pode ser considerada a fonte mais poderosa do Direito

Penal, afinal de contas, somente a lei em sentido estrito pode ser utilizada

para criar crimes.

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Costumes

Os costumes são uma fonte informal do Direito. São regras sociais resultantes

de uma prática reiterada, generalizada e prolongada, que acaba influenciando o

comportamento das pessoas.

São chamadas pela doutrina de normas não escritas, mas que têm o poder de

influir na interpretação da lei. Mas, calma, que não é tão complicado como parece!

Veja o artigo abaixo, por exemplo:

Injúria
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.

É necessário analisar os costumes da nossa sociedade para definir com exatidão

o que significam a dignidade e o decoro.

O que ofende e o que não ofende o cidadão brasileiro?

Responder à questão acima é mais complexo do que parece: algo que poderia

ser considerado aceitável em uma determinada época, pode ser considerado ofen-

sivo em outra. Nessa hora, é necessária a utilização dos costumes para interpretar

corretamente a lei.

Quando se viaja para outros países, acaba se tornando bastante óbvia a ques-

tão dos costumes: algo que é comum perante a cultura brasileira (como sentar nos

degraus da escada para descansar) é passível de uma bela repreensão em alguns

países da Europa. E por aí vai!

Mas voltando à questão puramente PENAL, quanto aos costumes, é essencial

lembrar que, por força do princípio da legalidade, costumes não podem ser

utilizados para criar crimes.

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Jurisprudência

Outra fonte do Direito Penal é a Jurisprudência. Sei que alguns de vocês já estão

familiarizados com esse conceito, mas não faz mal revisá-lo e apresentá-lo formal-

mente aos alunos mais novos.

Chamamos de Jurisprudência o conjunto das decisões sobre interpreta-

ções das leis feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição e que

pode ser utilizado na fundamentação de outras decisões.

Veja bem, milhares de ações chegam aos tribunais todos os dias. Muitas delas

são iguais ou muito parecidas! Dessa forma, quando um tribunal toma muitas deci-

sões sobre o mesmo assunto e no mesmo sentido, vão se formar as jurisprudências

– que será o entendimento daquele tribunal em um determinado sentido,

servindo de base para decisões futuras que poderão ser tomadas mais ra-

pidamente.

Por exemplo, observe o seguinte artigo do Código Penal:

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibili-
dade de resistência.
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma.

Durante muito tempo, houve uma dúvida sobre o roubo praticado com simula-

cro de arma de fogo (arma de brinquedo): deveria o simulacro causar o aumento

de pena citado no § 2º?

Como inúmeros casos questionando esse fato chegavam para análise de nossos

tribunais, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acabou por decidir que a arma de

brinquedo, a arma descarregada e a arma sem possibilidade de disparo são efi-

cazes para ameaçar a vítima, mas não servem para justificar o aumento de

pena. Segue um trecho de uma decisão, para ficar mais claro:

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A jurisprudência desta Corte entende que a utilização de arma de fogo desmuniciada,


como forma de intimidar a vítima do delito de roubo, caracteriza o emprego de violên-
cia, porém não permite o reconhecimento da majorante de pena, já que esta
vincula-se ao potencial lesivo do instrumento, dada sua ineficácia para realização
de disparos.
(STJ, 5ª Turma, HC 317337, 09/08/2016)

Pronto! Quando a mesma situação surgir em casos futuros, a existência da ju-

risprudência servirá como base para a fundamentação das decisões, facilitando e

agilizando a prestação jurisdicional!

O conceito de jurisprudência é muito importante. Como candidatos, devemos

conhecer várias jurisprudências, pois elas são objeto de prova cada vez mais recor-

rente. É fundamental acompanhar suas atualizações e ficar de olho nas mudanças

de posicionamento que possam ocorrer nos tribunais superiores, que são um dos

alvos favoritos das bancas na elaboração de questões.

Nessa esteira de raciocínio, um hábito importante é acompanhar os infor-

mativos do STJ e do STF, nos quais os tribunais apresentam um resumo das

decisões mais importantes que foram tomadas durante a semana, e que simples-

mente despencam em provas de concursos.

Nós, professores, sempre procuramos incluir o máximo de jurisprudência em

nossas aulas, mas é muito importante que você adquira esse hábito de ler os infor-

mativos mais recentes. Confie no seu professor!

Pronto. Entendemos mais um ponto-chave sobre as fontes do Direito Penal. Va-

mos para a última delas: a doutrina.

Doutrina

A doutrina é o produto do conhecimento dos pensadores e estudiosos do

Direito.

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Como toda ciência, o Direito tem seus estudiosos. As obras desses estudiosos,

mestres, doutores, que muitas vezes ocupam cargos importantes na Administração

Pública (não raro são Juízes, Promotores, Ministros), são uma fonte muito utilizada

de conhecimento.

A doutrina não é uma fonte tão conhecida para os estudantes de outras áreas,

visto que é o estudante de Direito que acaba naturalmente mais familiarizado com

essa fonte de conhecimento. Entretanto, ela é essencial para todos os candidatos,

haja vista que nem todo concurso exige bacharelado em Direito – e, mesmo assim,

os examinadores irão fazer uso da doutrina para elaborar questões.

É por meio da doutrina que temos acesso a conceitos essenciais, como o con-

ceito analítico de crime, exemplo utilizado na contextualização do início deste capí-

tulo. Outras informações fundamentais, como teorias de aplicação da norma penal

e análises aprofundadas sobre os princípios também só podem ser encontradas na

doutrina.

A meu ver, a doutrina é a fonte mais complexa do Direito Penal, do ponto de

vista dos concursos públicos. Isso porque temos muitos doutrinadores e as bancas

não costumam ser claras quanto aos autores que costumam adotar. Entretanto, em

nosso curso, quando existem divergências doutrinárias, tentamos sempre trabalhar

com as posições majoritárias, que são as que trazem uma segurança maior na hora

da prova!

Excelente. Já estamos experts nas fontes do Direito Penal. Vamos para o próxi-

mo tópico da aula de hoje: as penas cumpridas no estrangeiro.

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Pena – Cumprida no Estrangeiro

Ao estudar os tópicos territorialidade e extraterritorialidade da lei penal brasi-

leira, entendemos como identificar o lugar e o tempo do crime. Entretanto, esse

conhecimento é limitado, e não permite responder à seguinte pergunta: o que

acontece quando um brasileiro é condenado e cumpre pena no exterior? O

que fazer quando ele voltar para casa?

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Para responder a essa pergunta, primeiramente vejamos o que estabelece o

Código Penal:

Pena – cumprida no estrangeiro


Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Segundo o Código Penal, a pena cumprida no estrangeiro tem dois efeitos:

Nosso primeiro passo deve ser entender a razão de ser desse artigo. Um dos

princípios que regem o Direito Penal é o do non bis in idem, que veda que a pessoa

seja punida duas vezes pelo mesmo crime.

Seguindo esse raciocínio, o Estado precisa tratar de uma solução para as penas

impostas em países estrangeiros. Isso porque não importa onde a pessoa cumpra

a pena por um crime, essa pena deve ser considerada caso o autor esteja respon-

dendo a outro processo pelo mesmo fato.

Caso não houvesse essa previsão legal, seria possível que o indivíduo cum-

prisse pena em um país estrangeiro, retornasse ao seu país de origem e cum-

prisse pena novamente, o que seria injusto e uma clara violação ao princípio citado.

“Mas, professor, como isso funciona na prática?”

Em primeiro lugar, é preciso entender o que o legislador quer dizer com pena

diversa e pena idêntica. Para a maioria dos doutrinadores, o legislador não está

falando do quantum (quantidade) da pena, e, sim, do tipo de pena cominada. Ou

seja:

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Como nos ensina Guilherme de Souza Nucci, um dos maiores estudiosos do

Direito Penal de nosso país, no primeiro caso, o Juiz irá realizar a compensação

direta entre as duas penas (que são da mesma natureza).

Já no segundo caso (das penas diversas), não há como fazer uma compensa-

ção direta, mas a pena imposta no estrangeiro irá implicar na atenuação da pena

imposta no Brasil.

Procedimento no caso de penas idênticas (mesmo tipo)

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Procedimento no caso de penas diversas (tipos diferentes)

Ótimo. O básico sobre esse assunto nós já entendemos. O próximo passo é

tratar da chamada eficácia da sentença estrangeira no Brasil, tópico que está dire-

tamente relacionado à questão das penas impostas no exterior. Vamos em frente!

Eficácia da Sentença Estrangeira

Como acabamos de estudar, a pena cumprida no estrangeiro pode ser compu-

tada ou mesmo utilizada para atenuar uma pena imposta no Brasil. Entre-

tanto, antes que possamos falar nesse tipo de procedimento, precisamos entender

como funciona a eficácia da sentença Estrangeira no Brasil.

Este tópico é um pouco mais complicado, pois há grande influência sobre a

questão da soberania nacional.

Ao estudar Direito Constitucional, uma das primeiras coisas que aprendemos é

que o Brasil é uma nação soberana – não conhece superior na ordem externa,

nem igual na ordem interna.

Por força dessa soberania, a sentença estrangeira obviamente não obriga o

Brasil a nada!

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Então, por que é que o Brasil deveria decidir acatar o que está escrito

em uma sentença emitida por outro país?

A resposta pode ser obtida nos ensinamentos de Alberto Silva Franco:

Para combater com maior eficiência, dentro de suas fronteiras, a prática de fatos crimi-
nosos, o Estado se vale, por exceção, de atos de soberania de outros Estados, aos quais
atribui certos e determinados efeitos. Para tanto, homologa a sentença penal estrangei-
ra, de modo a torná-la um verdadeiro título executivo nacional.

Ou seja, o Brasil, de forma soberana, decide aplicar atos de soberania de ou-

tros países de forma excepcional, pois lhe interessa combater fatos crimino-

sos dentro de suas fronteiras.

Entretanto, como qualquer ato excepcional, a decisão de aplicar uma sentença

estrangeira dentro de nosso território está submetida a algumas condições:

Eficácia de sentença estrangeira


Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie
as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II – Sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja au-
toridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro
da Justiça.

Aqui não há muito segredo. As provas são elaboradas de uma forma bem direta,

cobrando basicamente a letra da lei. Isso porque, geralmente, a própria doutrina

não se aprofunda muito sobre o assunto.

Mas, para facilitar ainda mais, vamos fazer a leitura do art. 9º de uma forma

esquematizada:

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Observações

Sobre este assunto é essencial observar dois detalhes que costumam ser cobra-

dos em prova: a Súmula n. 420 do STF e o art. 515 do Código de Processo

Civil.

Súmula n. 420 do STF


Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os
artigos previstos neste Título:
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

A súmula é, via de regra, abordada em sua integralidade, ou seja, para homolo-

gação de sentença estrangeira, há de se ter prova de que tal sentença já transitou

em julgado.

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Já quanto ao art. 515 do CPC, sua relevância está em sua relação à Emenda

Constitucional n. 45/2004, que alterou o art. 105 da Constituição Federal:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas ro-
gatórias;

O tema abordado no art. 515 do CPC e no art. 105 da Constituição Federal é

recorrente em provas, e o examinador sempre o aborda da mesma maneira: subs-

tituindo o STJ pelo STF no enunciado da questão.

Isso acontece porque até 2004 competia ao STF a homologação de sen-

tenças estrangeiras. No entanto, após a Emenda Constitucional n. 45/2004, tal

competência foi transferida para o STJ. Por isso, muita atenção!

Contagem de Prazos no Direito Penal

Caro(a) aluno(a), precisamos agora tratar de um tópico distinto dos anteriores,

e que DESPENCA em provas de concursos: a contagem de prazos no Direito Penal.

Na verdade, esse assunto é bastante simples, mas, como realmente é muito

cobrado em provas, precisamos dominá-lo de maneira clara e absoluta!

Em primeiro lugar, tome nota: o prazo penal é contado de uma forma diferente

do prazo processual penal – e o examinador costuma trocar um pelo outro, para

induzir você em erro!

Vamos comparar o que dispõem os Códigos Penal e de Processo Penal:

Código PENAL
Contagem de prazo
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calendário comum.

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Código de PROCESSO PENAL


Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não
se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

A principal diferença entre ambos os tipos de contagem de prazo, portanto,

é a seguinte:

Normalmente o examinador aborda o assunto de forma direta, apenas para ve-

rificar se o candidato sabe que no prazo penal é contado o dia do começo, e que no

prazo processual penal não.

Entretanto, existem aqui duas “pegadinhas” muito populares. Vejamos:

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Vejamos breve trecho sobre este julgado:

A legislação penal sufragou o calendário gregoriano para o cômputo do prazo. O período


do dia começa a zero hora e se completa as 24 horas. Inclui-se o dia do começo. A idade
é mencionada por ano. Não se leva em conta a hora do nascimento. O dia do começo,
normativamente, independe do instante da ocorrência do nascimento. Termina às 24
horas. Assim, a pessoa nascida ao meio-dia completa o primeiro dia de vida à
meia-noite.
(STJ, REsp. 16849/SP).

Ou seja, à meia-noite do dia do aniversário, computa-se a passagem de idade.

Não importa se a pessoa nasceu em horário posterior!

Frações da Pena

Outro tópico relacionado à contagem de prazos trata das chamadas frações da

pena. Vejamos o que dispõe o art. 11 do CP:

Frações não computáveis da pena


Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

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Esse artigo deve ser lido de uma forma um pouco menos literal do que parece.

Na verdade, o que o legislador quis dizer é o seguinte: não se pode condenar

uma pessoa a uma pena de 6 meses e duas horas, por exemplo.

Isso porque, nas penas privativas de liberdade, desprezam-se as frações de dia

(ou seja, as horas).

Apesar disso, a previsão do artigo 11 não pode ser utilizada em prejuízo do

réu!

Com isso, como nos ensina Rogério Greco, se um indivíduo for encaminhado a

uma penitenciária às 23h do primeiro dia de cumprimento da sua pena, não impor-

ta se, naquele dia, ele ficou apenas 1h preso. Será computado um dia inteiro no

cumprimento de sua pena!

Legislação Especial (Art. 12)

Já sobre um tópico distinto e bastante sucinto, devemos tratar do artigo 12 do

Código Penal:

Legislação especial (Incluída pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)


Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei es-
pecial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11/07/1984)

Em outras palavras, as regras da lei especial prevalecerão perante as regras

gerais previstas do Código Penal. Entretanto, naquilo que a lei especial se omitir,

aplicam-se as regras gerais do Código Penal subsidiariamente.

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O examinador tem o hábito de inverter essa premissa, afirmando que as re-

gras das leis especiais são aplicadas de forma subsidiária ao Código Penal, o que

não é verdade. Basta ficar atento(a) a essa inversão, que você não terá problemas!

Conflito Aparente de Normas Penais

Para finalizar a aula de hoje, devemos tratar de outro tópico complementar que

é CAMPEÃO em questões elaboradas: os conflitos aparentes de normas penais.

Segundo Rogério Greco, o conflito aparente de normas penais é aquele que

ocorre quando duas normas aparentam incidir sobre o mesmo fato.

Ele é dito aparente pois, na verdade, não existe conflito algum – efetiva-

mente não existe um conflito ao se aplicar a norma ao caso concreto.

O que o doutrinador quer ensinar, na verdade, é que nos casos em que aparen-

temente temos duas normas sobre o mesmo fato, existem princípios que nos

permitem resolver a dúvida apresentada, permitindo que se identifique

qual a norma que deve ser aplicada – evitando-se, assim, o chamado bis in

idem.

Esses princípios, capazes de solucionar os conflitos aparentes de normas pe-

nais, estão listados a seguir:

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Princípio da Especialidade

O princípio da especialidade, utilizado para sanar conflitos aparentes de normas

penais, rege o seguinte:

Ou seja, estaremos diante de dois tipos penais, um específico e um genérico,

ambos aparentemente adequados para o caso concreto. Entretanto, pela regra

da especialidade, prevalecerá o tipo penal específico!

No entanto, muito cuidado! Tipo penal específico não é somente aquele previsto

em lei penal especial. Existem tipos penais específicos previstos no texto do pró-

prio Código Penal. O que o faz específico é o fato de sua descrição conter todos os

elementos do tipo penal genérico somados a termos que o especializam.

Fique tranquilo(a)! Esse assunto parece muito abstrato, mas, com um exemplo,

torna-se muito fácil de entender. Vejamos:

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Perceba como ambas as condutas aparentemente estão em conflito. Os dois

artigos (tanto o art. 121 quanto o art. 123) apresentam a conduta matar alguém

(afinal de contas, matar o próprio filho também é matar alguém).

Entretanto, no caso de uma mãe que mate o próprio filho (sob a influência do

estado puerperal, durante o parto ou logo após), mesmo que tenha efetivamente

matado alguém (o próprio filho) e que sua conduta se amolde aparentemente

tanto ao art. 121 quanto ao art. 123 do CP, deve ser aplicada a norma prevista so-

bre o infanticídio, por força do princípio da especialidade!

Princípio da Subsidiariedade

O princípio da subsidiariedade é um pouco mais complexo. Aqui, temos uma

norma subsidiária e uma norma primária, e só se aplica a norma subsidiária caso

a norma primária não possa ser aplicada.

Em termos mais simples: temos uma norma menos grave (subsidiária), que

descreve um crime autônomo, e uma norma mais grave (primária), que descreve

uma segunda conduta e que prevalecerá sobre aquela.

Mais uma vez, vejamos um exemplo para facilitar:

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Percebeu como é simples? Só se aplicará a norma do delito de AMEAÇA se não

estiverem presentes os outros elementos do constrangimento ilegal (por exemplo).

Havendo todos os pressupostos de seu texto, o tipo penal primário (constrangi-

mento ilegal) prevalecerá, e o tipo penal subsidiário (ameaça) não será aplicado!

É interessante comentar que o exemplo utilizado acima consiste na chamada

subsidiariedade tácita, pois temos elementares de um tipo (ameaça) contidas

nas elementares de outro tipo penal (constrangimento ilegal).

É possível ainda a chamada subsidiariedade expressa, na qual o próprio

diploma legal estabelece que se aplicará a lei mais branda apenas se o fato não

constituir um outro crime mais grave. Veja um exemplo:

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Perigo para a vida ou saúde de outrem


Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Existe uma diferença sutil entre a subsidiariedade e a especialidade: no caso

da subsidiariedade, não temos uma relação de gênero e espécie. Perceba que

homicídio e infanticídio são dois delitos que apresentam claramente essa relação,

enquanto que não se pode dizer o mesmo da ameaça e do constrangimento ilegal,

por exemplo.

Infanticídio, portanto, é uma espécie de homicídio. Enquanto o cons-

trangimento ilegal não é uma espécie de ameaça!

É interessante comentar que vários doutrinadores entendem que o princípio

da subsidiariedade não tem muita utilidade – pois os conflitos por ele resolvidos

também poderiam ser sanados pela simples aplicação do princípio da especialida-

de (mesmo existindo essa pequena diferença entre ambos).

Para nós, no entanto, é importante conhecê-los, já que o examinador não se

preocupa muito com a utilidade do conteúdo – ele quer mesmo é saber se você o

conhece!

Princípio da Consunção

O princípio da consunção está diretamente relacionado com a absorção de um

delito por outro. Ou seja, existe uma relação de fins e meios (um delito é o meio

para que se chegue ao outro) ou mesmo de necessidade (um crime é uma fase

para o outro, sendo necessária sua execução para que se pratique o segundo tipo

penal).

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Chamamos o crime que absorve de crime consuntivo (é a conduta mais grave),

e chamamos o crime absorvido de crime consunto (trata-se da conduta menos

grave).

 Obs.: é POSSÍVEL que um crime menos grave absorva um crime mais grave, mas

essa é uma rara exceção. Via de regra, é o crime mais grave que absorverá

o menos grave.

A consunção é um pouco mais complexa do que as duas espécies anteriores,

pois pode ocorrer de quatro formas:

• Crime-meio e crime-fim: essa é a hipótese mais simples. Nela o agente

pratica um crime-meio apenas para que possa atingir outra finalidade.

Um exemplo trazido por Greco é o do indivíduo que localiza um cheque em bran-

co na rua.

Para que consiga praticar o estelionato utilizando essa folha de cheques (crime-

-fim), deve o agente primeiro praticar um crime de falso (preenchendo e assinando

falsamente a folha), que será o crime-meio.

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• Crime progressivo: essa hipótese é caracterizada por uma violação cres-

cente do bem jurídico, embora o agente já tivesse a intenção desde o início

de alcançar o resultado mais gravoso da conduta. Temos o chamado crime de

passagem obrigatória.

Um exemplo básico desse tipo de consunção está no crime de homicídio: para

matar alguém, necessariamente o agente irá perpetrar lesões corporais na

vítima, sendo este delito considerado como o crime de passagem.

• Progressão criminosa: a terceira hipótese é bastante parecida com a ante-

rior, diferenciando-se apenas pela mudança de ideia do agente durante

a execução da conduta (ou seja, o agente substitui seu dolo inicial). Ele

começa com a intenção de praticar um delito, e depois acaba se convencendo

a praticar outro!

É o que ocorre no caso de um agente que inicialmente quer apenas lesionar a

vítima, mas, que após começar a agredi-la, decide matá-la.

Veja que aqui houve uma mudança no dolo do agente, ao contrário do crime

progressivo, no qual o agente desejava o resultado final desde o começo!

• Fato posterior não punível: em alguns casos, ocorrerá a consunção, pois

ocorreu um crime posterior que causou lesão ao mesmo bem jurídico, que já

havia anteriormente sido atacado, e à mesma vítima. Essa última hipótese

fica bem mais clara com um exemplo:

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Agente que furta um bem e depois decide destruí-lo (crime de dano). Respon-

derá apenas pelo furto, e o fato posterior (o crime de dano) será conside-

rado como não punível.

Princípio da Alternatividade

Para encerrar, temos o chamado princípio da alternatividade, que, por sua vez, é

bastante simples. Aqui temos um tipo penal chamado de misto alternativo (cuja

conduta possui várias formas, ou seja, vários verbos).

Nesses casos, mesmo que o agente pratique vários dos núcleos em um mesmo

contexto, responderá por apenas um crime!

Exemplo clássico é o art. 33 da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas):

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, ex-
por à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto-
rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Por força do princípio da alternatividade, mesmo que um indivíduo chegue a

produzir, trazer consigo e vender drogas, em um mesmo contexto fático, não

responderá por três delitos, e, sim, por um único delito de tráfico (muito embora

tenha executado três dos núcleos do artigo 33).

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Agravação pelo Resultado

Agravação pelo resultado


Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o
houver causado ao menos culposamente.

Embora esse tópico esteja mais conectado com o assunto de dolo e culpa, fare-

mos, na aula de hoje, um breve comentário, em caráter complementar e bastante

direcionado para resolução de questões.

O Código Penal preconiza, no art. 19 (acima transcrito), que o autor de um de-

lito só pode ser punido pelo resultado que agrava especialmente a pena se

o houver causado ao menos culposamente.

Ora, sabemos que a conduta delituosa pode ser dolosa (o agente irá agir com

a intenção de obter o resultado ou assumindo o risco de produzi-lo) ou culposa (o

agente viola seu dever de cuidado e age de forma imprudente, negligente ou com

imperícia).

Nesse sentido, o legislador formulou o art. 19 do CP de modo a evitar a res-

ponsabilidade penal objetiva na causa de resultados que agravem a pena. Como

suas sanções são muito severas, em Direito Penal não basta comprovar que houve

DANO a algum bem jurídico, é necessário comprovar o dolo ou a culpa!

Vejamos um exemplo para simplificar: indivíduo inicia uma conduta para causar

lesões corporais contra um desafeto. No entanto, este último acaba vindo a óbito.

Na situação descrita, em tese, temos o delito de lesões corporais qualifica-

das pela morte, crime preterdoloso (no qual há dolo quanto ao primeiro resultado

– as lesões corporais – e culpa no resultado consequente – a morte da vítima).

Entretanto, tal punição só será possível se ficar comprovado que o autor das

lesões corporais agiu com culpa quanto à morte da vítima. Se não houve

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dolo ou culpa no resultado consequente (a morte), tal resultado não será aplicável

como agravante da pena, por expressa previsão do art. 19 do CP!

Veja que, se não fosse o art. 19 do CP, o indivíduo responderia pelo delito de le-

sões corporais qualificadas pela morte, independentemente de sua intenção (dolo)

ou violação ao seu dever de cuidado (culpa). Bastaria que a vítima das lesões vies-

se a óbito – o que seria clara responsabilização objetiva (inadmissível em Direito

Penal).

Por esse motivo, tal previsão legal é tão importante!

E fim de papo! Vamos revisar!

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RESUMO

Características do Direito Penal

• O Direito Penal é garantista, subsidiário, fragmentário, instrumental, sancio-

nador, valorativo, normativo e objeto cultural.

Fontes do Direito Penal

Lei

• Somente a lei em sentido estrito pode ser utilizada para criar crimes.

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Costumes

• São uma fonte informal do Direito.

• São regras sociais resultantes de uma prática reiterada, generalizada e pro-

longada, que acaba influenciando no comportamento das pessoas.

Jurisprudência

• Conjunto das decisões sobre interpretações das leis feitas pelos tribunais de

uma determinada jurisdição e que pode ser utilizado na fundamentação de

outras decisões.

• Lembre-se de acompanhar os informativos do STJ e do STF!

Doutrina

• A doutrina é o produto do conhecimento dos pensadores e estudiosos do Di-

reito.

Pena – Cumprida no Estrangeiro

• A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo

crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

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Eficácia da Sentença Estrangeira

• A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie

as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:

–– obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos

civis;

–– sujeitá-lo à medida de segurança.

• Súmula n. 420 do STF:

–– Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito

em julgado.

• CPC, Art. 515: São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de

acordo com os artigos previstos neste Título:

–– VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

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• Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

–– A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às

cartas rogatórias.

Contagem de Prazos no Direito Penal

• Art. 10 – O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias,

os meses e os anos pelo calendário comum.

• Alguns prazos processuais têm natureza híbrida. Nesse caso, serão contados

como prazos penais.

• Segundo o STJ, a idade é mencionada por ANO. Nesse sentido, a passagem

de idade se dá à meia-noite, independentemente do horário do nascimento

do indivíduo!

Frações da Pena

• Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,

as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

• Não se pode condenar uma pessoa a uma pena de 6 meses e duas horas, por

exemplo.

• A previsão do artigo 11 não pode ser utilizada em prejuízo do réu!

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Legislação Especial (Art. 12)

• As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei espe-

cial, se esta não dispuser de modo diverso.

• As regras da lei especial prevalecerão perante as regras gerais previstas do

Código Penal.

–– Entretanto, naquilo que a lei especial se omitir, aplicam-se as regras gerais

do Código Penal subsidiariamente.

Conflito Aparente de Normas Penais

• É aquele que ocorre quando duas normas aparentam incidir sobre o mesmo

fato.

–– Existem princípios que nos permitem resolver a dúvida apresentada, per-

mitindo que se identifique qual a norma que deve ser aplicada:

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Agravação pelo Resultado

• Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o

houver causado ao menos culposamente.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (PC-SP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Com relação às fontes do Direito Penal,

é correto dizer que as fontes formais são classificadas em

a) materiais e de cognição.

b) imediata e substancial

c) mediata e de produção.

d) mediata e imediata

e) exclusivamente de cognição.

2. (MPE-MS/MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Em que consiste o conflito aparente

de normas?

a) Conflito aparente de normas é a situação que ocorre quando ao mesmo fato

parecem ser aplicáveis duas ou mais normas, formando um conflito aparente entre

elas.

b) O conflito aparente de normas consiste na aplicação de duas regras distintas

para fatos delituosos diversos.

c) O conflito aparente de normas consiste em se aplicar uma só norma para fatos

distintos.

d) O conflito aparente de normas consiste na aplicação de regras semelhantes no

caso de concurso de delitos.

e) O conflito aparente de normas consiste na aplicação simultânea de penas para

delitos diferentes.

3. (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Os princípios que resolvem o conflito

aparente de normas são:

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a) especialidade, legalidade, intranscendência e alternatividade.

b) especialidade, legalidade, consunção e alternatividade.

c) especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.

d) legalidade, intranscendência, consunção e alternatividade.

e) legalidade, consunção, subsidiariedade e alternatividade.

4. (FCC/TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO) Constituem princípios que se destinam a solu-

cionar o conflito aparente de normas:

a) proporcionalidade e especialidade.

b) excepcionalidade e proporcionalidade.

c) especialidade e fragmentariedade.

d) subsidiariedade e especialidade.

e) excepcionalidade e subsidiariedade.

5. (FCC/DPE-MT/DEFENSOR PÚBLICO) O crime de furto, com arrombamento em

casa habitada, absorve os delitos de dano e invasão de domicílio. Nesse caso, o

conflito aparente de normas foi solucionado pelo princípio da

a) legalidade.

b) consunção.

c) especialidade.

d) subsidiariedade.

e) alternatividade.

6. (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO) “Um fato definido por uma norma incri-

minadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou execução de outro

crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, come-

tida com a mesma finalidade prática atinente àquele crime”.

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No conflito aparente de normas, esta afirmação explica o princípio da

a) especialidade.

b) subsidiariedade.

c) alternatividade.

d) consunção.

7. (FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Para solucionar questão relacio-

nada a conflito aparente de normas, o intérprete pode valer-se, dentre outros, do

princípio da

a) especialidade.

b) fragmentariedade.

c) anterioridade.

d) irretroatividade.

e) taxatividade.

8. (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Pedro sub-

traiu bem móvel pertencente à Administração pública, valendo-se da facilidade

propiciada pela condição de funcionário público. Pedro responderá pelo crime de

peculato e não pelo delito de furto em decorrência do princípio da

a) subsidiariedade.

b) consunção.

c) especialidade.

d) progressão criminosa.

e) alternatividade.

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9. (FCC/TRT 6ª REGIÃO-PE/JUIZ DO TRABALHO) No tocante à aplicação da lei pe-

nal, correto afirmar que:

a) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.

b) a lei penal excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante a

sua vigência, se decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias

que a determinaram.

c) se considera praticado o crime no momento do resultado.

d) as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei espe-

cial, ainda que esta disponha de modo diverso.

e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos

anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em jul-

gado.

10. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Henrique, não aceitando o fim do relacio-

namento, decide matar Paola, sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a

saída da vítima do trabalho e, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo

estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segu-

rança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao

crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com

base no princípio da:

a) especialidade;

b) subsidiariedade expressa;

c) alternatividade;

d) subsidiariedade tácita;

e) consunção.

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11. (FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS) Em tema de aplicação da lei pe-


nal, é INCORRETO afirmar:
a) Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o dia do
começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real.
b) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
c) O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da ante-
rioridade.
d) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gra-
vosa.
e) As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas.

12. (EJEF/TJ-MG/JUIZ) Estabelece o caput do art. 9º do CP que: “A sentença es-


trangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conse-
quências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à reparação
do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II – sujeitá-lo a medida de seguran-
ça”. Será competente para homologar tal sentença o:
a) Supremo Tribunal Federal;
b) Superior Tribunal de Justiça;
c) Juiz da execução da pena;
d) Presidente do Tribunal de Justiça do Estado em que a sentença deverá ser exe-
cutada.

13. (VUNESP/TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO) É correto afirmar que a pena cumprida


no estrangeiro
a) não é nela computada, quando de natureza idêntica.

b) não produz qualquer efeito, para os fins de atenuação ou de agravação de penas

no Brasil pelo mesmo crime.

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c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza idên-

tica.

d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza diversa.

e) é nela computada, quando de natureza diversa.

14. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/ANALISTA LE-

GISLATIVO – ADVOGADO) De acordo com o art. 8º do CP, a pena cumprida no es-

trangeiro atenua a pena imposta no Brasil, quando diversas, ou nela é computada,

quando idênticas, desde que as penas digam respeito

a) ao mesmo crime.

b) a crimes da mesma espécie.

c) a condenações não transitadas em julgado.

d) a crimes que não sejam classificados como atentatórios à dignidade da pessoa

humana.

e) a crimes que não estejam inseridos no rol daqueles que, por convenção ou tra-

tado internacional, o Brasil tenha se obrigado a combater.

15. (FCC/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Luiz foi condenado à pena de 1 (um)

ano de reclusão em outro país por crime cometido no Brasil. Após ter cumprido in-

tegralmente a pena, retornou ao território nacional e foi preso para cumprir pena

de 2 (dois) anos de reclusão que lhe fora imposta, pelo mesmo fato, pela Justiça

Criminal brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no estrangeiro

a) será somada à pena imposta no Brasil e o resultado dividido por dois, apuran-

do-se o saldo a cumprir.

b) não será descontada da pena imposta no Brasil, por se tratarem de condena-

ções impostas em diferentes países.

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c) será considerada atenuante da pena imposta no Brasil, podendo o sentenciado

cumpri-la em regime menos rigoroso.

d) será descontada da pena imposta no Brasil e responderá o sentenciado pelo

saldo a cumprir.

e) isentará o autor do delito de cumprir qualquer pena no Brasil, por já tê-la cum-

prido no estrangeiro.

16. (CESPE/TJ-AL/AUXILIAR JUDICIÁRIO) Determinado cidadão brasileiro praticou

delito de genocídio na Argentina, tendo matado membros de um grupo étnico da-

quele país, onde foi condenado definitivamente à pena máxima de oito anos de

reclusão, segundo a legislação argentina. Após ter cumprido integralmente a pena,

esse cidadão retornou a Maceió, cidade onde sempre estabeleceu domicílio.

A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta em relação à extrater-

ritorialidade da lei penal, à pena cumprida no estrangeiro e à eficácia da sentença

estrangeira.

a) A hipótese revela situação de extraterritorialidade da lei penal brasileira, que

seria aplicada apenas se o brasileiro não tivesse sido condenado na Argentina.

b) Se tivesse sido absolvido pela justiça argentina, o brasileiro não deveria ser

submetido à aplicação da lei penal brasileira, sob pena de violação do princípio da

anterioridade.

c) Nesse caso, o brasileiro poderá ser condenado novamente pela justiça do Bra-

sil e, se a pena aplicada no Brasil for superior àquela cumprida na Argentina, será

atenuada.

d) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie

as mesmas consequências, não pode ser homologada no Brasil para fins de repa-

ração civil.

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e) Por se tratar de delito de genocídio, a utilização da lei penal argentina afasta a

aplicação da lei penal brasileira, que só seria aplicada caso as vítimas fossem bra-

sileiras.

17. (FCC/MPE-MA/ANALISTA MINISTERIAL – DIREITO) No que concerne à aplica-

ção da lei penal, é correto afirmar:

a) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo

delito, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

b) Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu o resultado.

c) Ao crime cometido no Brasil por estrangeiro aplica- se sempre a lei do país de

sua nacionalidade.

d) No cálculo do cumprimento de pena privativa de liberdade, não se inclui o dia

do começo, computando-se o do vencimento.

e) A lei posterior que reduzir a pena imposta a determinado delito, não se aplica

aos fatos anteriores já decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

18. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO) Assinale a alternativa

correta.

a) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos

anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em jul-

gado.

b) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo

crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

c) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência

e somente no período de sua duração.

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d) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes con-

tra a Administração Pública, por quem está a seu serviço, sendo o agente punido

segundo a lei brasileira somente se condenado no estrangeiro.

e) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie

as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil, para obrigar o conde-

nado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis, prescindindo de

pedido da parte interessada.

19. (FCC/MPE-SE/ANALISTA – DIREITO) Segundo o Art. 12, as regras gerais do

Código Penal aplicam-se às incriminações constantes de leis especiais, se estas não

dispuserem de modo diverso. Consagra-se, com isso, a ideia de

a) alternatividade imprópria.

b) subsidiariedade.

c) consunção.

d) alternatividade própria.

e) especialidade.

20. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO) Na consideração de que o crime de falso

se exaure no estelionato, responsabilizando-se o agente apenas por este crime, o

princípio aplicado para o aparente conflito de normas é o da

a) subsidiariedade

b) consunção.

c) especialidade.

d) alternatividade.

e) instrumentalidade.

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21. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) A absorção do crime-meio pelo crime-fim

configura aplicação do princípio da

a) sucessividade.

b) alternatividade.

c) consunção.

d) especialidade.

e) subsidiariedade.

22. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ) O agente que mata alguém, por imprudência, negligên-

cia ou imperícia, na direção de veículo automotor, comete o crime previsto no art.

302, da Lei n. 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e não o crime previsto

no art. 121, § 3º, do Código Penal. Assinale, dentre os princípios adiante mencio-

nados, em qual deles está fundamentada tal afirmativa.

a) Princípio da consunção.

b) Princípio da alternatividade.

c) Princípio da especialidade.

d) Princípio da legalidade.

23. (IBFC/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA II) O crime de infanticídio, descrito

no artigo 123 do Código Penal, tem núcleo idêntico ao do crime de homicídio, pre-

visto no artigo 121, caput, do mesmo código, qual seja: “matar alguém”. Todavia, o

artigo 123 exige, para sua consumação, a presença, no caso concreto de elementos

diferenciadores, por exemplo, a autora ser genitora da vítima e influência do estado

puerperal, o que faz com que prevaleça sobre o tipo penal, genérico, do artigo 121.”

O enunciado refere-se ao:

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a) Princípio da Especialidade.

b) Princípio da Alternatividade.

c) Princípio da Consunção.

d) Princípio da Subsidiariedade.

e) Princípio da Reserva Legal.

24. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO DE POLÍCIA) Ocorre conflito aparente de normas

penais quando ao mesmo fato parecem ser aplicáveis duas ou mais normas (ou

tipos). A solução do conflito aparente de normas dá-se pelo emprego de alguns

princípios (ou critérios), os quais, ao tempo em que afastam a incidência de certas

normas, indicam aquela que deverá regulamentar o caso concreto. Os princípios

que solucionam o conflito aparente de normas, segundo a doutrina penal são: o da

especialidade, o da subsidiariedade, o da consunção e o da alternatividade.

Acerca do princípio da especialidade, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

a) O princípio da especialidade determina que o tipo penal especial prevalece sobre

o tipo penal de caráter geral afastando, desta forma, o bis in idem, pois a conduta

do agente só é enquadrada na norma incriminadora especial, embora também es-

tivesse descrita na geral.

b) Para se saber qual norma é geral e qual é especial é preciso analisar o fato

concreto praticado, não bastando que se comparem abstratamente as descrições

contidas nos tipos penais.

c) A comparação entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, nem

da mais completa para a menos completa. A norma especial pode descrever tanto

um crime mais leve quanto um mais grave.

d) O princípio da especialidade é o único previsto expressamente no Código Penal.

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25. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O crime de dano (CP, art. 163), norma menos grave,

funciona como elemento do crime de furto qualificado pelo rompimento de obstá-

culo à subtração da coisa (CP, art. 155, § 4º, inciso I).

Nesta hipótese, o crime de dano é excluído pela norma mais grave, em função do

princípio da

a) especialidade.

b) consunção.

c) subsidiariedade tácita ou implícita.

d) subsidiariedade expressa ou explícita.

26. (FCC/MPE-SE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Para a solução de ques-

tões relacionadas a conflito aparente de normas, cabível a adoção do princípio da

a) subsidiariedade.

b) fragmentariedade.

c) anterioridade.

d) tipicidade.

e) culpabilidade.

27. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Para subtrair um automóvel, “X”, de

forma violenta, danificou a sua porta. Nesse caso, “X” deverá responder

a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a porta.

b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade.

c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção.

d) pelos crimes de furto e de dano.

e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade.

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28. (FCC/TRE-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Se o cálculo

da pena de reclusão resultar em 2 anos, 6 meses, 2 dias e 10 horas, o juiz deverá

a) desprezar a fração de 10 horas.

b) incluir a fração de 10 horas.

c) arredondar para 3 dias.

d) desprezar a fração de 2 dias e 10 horas.

e) arredondar para 2 anos e 7 meses.

29. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO) Assinale a alternativa

correta.

a) O prazo penal tem contagem diversa da dos prazos processuais e o dia do co-

meço inclui-se no cômputo do prazo, ainda que se trate de fração de dia.

b) As regras gerais do Código Penal sempre terão aplicação aos fatos incriminados

por lei especial.

c) Nas penas privativas de liberdade desprezam-se as frações de dias, o mesmo

não ocorrendo nas penas restritivas de direitos.

d) A lei penal não contém dispositivo a respeito da prorrogação dos prazos penais

e, assim, podem ser prorrogáveis.

e) Os prazos prescricionais e decadenciais são prazos de direito processual e não

material.

30. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A conta-

gem de prazo em matéria penal dá-se do seguinte modo:

a) o dia do começo e o último excluem-se do cômputo do prazo; contam-se os

dias, os meses e os anos pelo calendário forense.

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b) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário forense.

c) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário comum.

d) o dia do começo exclui-se do cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário forense.

e) o dia do começo exclui-se do cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário comum.

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GABARITO
1. d 25. c

2. a 26. a

3. c 27. c

4. d 28. a

5. b 29. a

6. d 30. c

7. a

8. c

9. a

10. e

11. a

12. b

13. d

14. a

15. d

16. c

17. a

18. b

19. e

20. b

21. c

22. c

23. a

24. b

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GABARITO COMENTADO

1. (PC-SP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Com relação às fontes do Direito Penal,

é correto dizer que as fontes formais são classificadas em

a) materiais e de cognição.

b) imediata e substancial

c) mediata e de produção.

d) mediata e imediata

e) exclusivamente de cognição.

Letra d.

Conforme estudamos, as fontes do Direito Penal estão divididas em fontes imedia-

tas e mediatas, sendo que a lei é a única fonte formal imediata do Direito Penal!

2. (MPE-MS/MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Em que consiste o conflito aparente

de normas?

a) Conflito aparente de normas é a situação que ocorre quando ao mesmo fato pare-

cem ser aplicáveis duas ou mais normas, formando um conflito aparente entre elas.

b) O conflito aparente de normas consiste na aplicação de duas regras distintas

para fatos delituosos diversos.

c) O conflito aparente de normas consiste em se aplicar uma só norma para fatos

distintos.

d) O conflito aparente de normas consiste na aplicação de regras semelhantes no

caso de concurso de delitos.

e) O conflito aparente de normas consiste na aplicação simultânea de penas para

delitos diferentes.

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Letra a.

Em algumas situações, em um olhar inicial, acaba parecendo que duas normas

penais se aplicam a um mesmo caso. Entretanto, existem princípios que permitem

solucionar essa dualidade das normas, motivo pelo qual dizemos que há apenas um

conflito aparente de normas penais.

3. (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Os princípios que resolvem o conflito

aparente de normas são:

a) especialidade, legalidade, intranscendência e alternatividade.

b) especialidade, legalidade, consunção e alternatividade.

c) especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.

d) legalidade, intranscendência, consunção e alternatividade.

e) legalidade, consunção, subsidiariedade e alternatividade.

Letra c.

Questão fácil, fácil. Os princípios utilizados para solucionar o conflito aparente de

normas penais, conforme estudamos, são os princípios da especialidade, subsidia-

riedade, consunção e alternatividade.

4. (FCC/TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO) Constituem princípios que se destinam a solu-

cionar o conflito aparente de normas:

a) proporcionalidade e especialidade.

b) excepcionalidade e proporcionalidade.

c) especialidade e fragmentariedade.

d) subsidiariedade e especialidade.

e) excepcionalidade e subsidiariedade.

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Letra d.

Questão ainda mais fácil que a anterior, visto que o examinador se limitou a apenas

dois dos quatro princípios utilizados para solucionar o conflito aparente de normas

penais: a subsidiariedade e especialidade.

Por incrível que pareça, uma questão como essa tem mais de 18% de erros

em bases de dados on-line (mais de 3200 respostas erradas)!

Veja como até mesmo uma revisão superficial de um tema pode fazer a diferença

na sua colocação!

5. (FCC/DPE-MT/DEFENSOR PÚBLICO) O crime de furto, com arrombamento em

casa habitada, absorve os delitos de dano e invasão de domicílio. Nesse caso, o

conflito aparente de normas foi solucionado pelo princípio da

a) legalidade.

b) consunção.

c) especialidade.

d) subsidiariedade.

e) alternatividade.

Letra b.

Excelente questão. No caso apresentado pelo examinador, o arrombamento da casa

e a invasão de domicílio são crimes-meio (são um meio para a obtenção do resulta-

do desejado pelo agente: o furto). Dessa forma, estamos diante da absorção dos

crimes-meio pelo crime-fim, com a aplicação do chamado princípio da consunção!

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6. (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO) “Um fato definido por uma norma incri-


minadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou execução de outro
crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, come-
tida com a mesma finalidade prática atinente àquele crime”.
No conflito aparente de normas, esta afirmação explica o princípio da
a) especialidade.
b) subsidiariedade.
c) alternatividade.
d) consunção.

Letra d.
Na mesma esteira da questão anterior, o examinador apresenta o conceito da ab-
sorção do crime-meio pelo crime-fim, que nada mais é do que a essência do prin-
cípio da consunção!

7. (FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Para solucionar questão relacio-


nada a conflito aparente de normas, o intérprete pode valer-se, dentre outros, do
princípio da
a) especialidade.
b) fragmentariedade.
c) anterioridade.
d) irretroatividade.
e) taxatividade.

Letra a.
Questão simples. Acho que o examinador só incluiu essa para que os candidatos

não zerassem a prova de Juiz. Como você já sabe, um dos princípios aplicáveis para

solucionar o conflito aparente de normas é o da ESPECIALIDADE.

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8. (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Pedro sub-

traiu bem móvel pertencente à Administração pública, valendo-se da facilidade

propiciada pela condição de funcionário público. Pedro responderá pelo crime de

peculato e não pelo delito de furto em decorrência do princípio da

a) subsidiariedade.

b) consunção.

c) especialidade.

d) progressão criminosa.

e) alternatividade.

Letra c.

Ora, nesse caso estamos diante da possibilidade de aplicação de duas normas, uma

mais específica (peculato-furto) e outra genérica (furto), de modo que deve preva-

lecer a norma específica, por força do princípio da especialidade.

9. (FCC/TRT 6ª REGIÃO-PE/JUIZ DO TRABALHO) No tocante à aplicação da lei pe-

nal, correto afirmar que:


a) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.

b) a lei penal excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante a

sua vigência, se decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias

que a determinaram.

c) se considera praticado o crime no momento do resultado.

d) as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei espe-

cial, ainda que esta disponha de modo diverso.

e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos

anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em jul-

gado.

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Letra a.

Outra questão tranquila, basta você se lembrar que, nos prazos penais, o dia do

começo inclui-se no computo do prazo. Já imaginou o indivíduo ser detido,

chegar à penitenciária às 23h30min, e aquele dia preso não ser computado em sua

sentença? Seria inadmissível!

10. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Henrique, não aceitando o fim do relacio-

namento, decide matar Paola, sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a

saída da vítima do trabalho e, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo

estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segu-

rança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao

crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com

base no princípio da:

a) especialidade;

b) subsidiariedade expressa;

c) alternatividade;

d) subsidiariedade tácita;

e) consunção.

Letra e.

Mais uma vez: o crime-meio (lesões corporais) só foi praticado de modo que se

chegasse ao resultado almejado pelo agente (o homicídio). Por esse motivo, temos

a aplicação do princípio da CONSUNÇÃO.

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11. (FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS) Em tema de aplicação da lei pe-

nal, é INCORRETO afirmar:

a) Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o dia do

começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real.

b) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no

todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

c) O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da ante-

rioridade.

d) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gra-

vosa.

e) As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas.

Letra a.

Lembre-se que estamos buscando a assertiva incorreta. E como já observamos an-

teriormente, o dia do começo deve, sim, ser incluído no computo de prazos penais,

motivo pelo qual a letra a está incorreta.

12. (EJEF/TJ-MG/JUIZ) Estabelece o caput do art. 9º do CP que: “A sentença es-

trangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conse-

quências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à reparação

do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II – sujeitá-lo a medida de seguran-

ça”. Será competente para homologar tal sentença o:

a) Supremo Tribunal Federal;

b) Superior Tribunal de Justiça;

c) Juiz da execução da pena;

d) Presidente do Tribunal de Justiça do Estado em que a sentença deverá ser exe-

cutada.

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Letra b.

Conforme estudamos, a competência para homologar sentença estrangeira é do

STJ!

13. (VUNESP/TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO) É correto afirmar que a pena cumprida

no estrangeiro

a) não é nela computada, quando de natureza idêntica.

b) não produz qualquer efeito, para os fins de atenuação ou de agravação de penas

no Brasil pelo mesmo crime.

c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza idên-

tica.

d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza diversa.

e) é nela computada, quando de natureza diversa.

Letra d.

Outra questão bem simples. Basta que nos lembremos do teor do art. 8º do CP:

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mes-
mo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

14. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/ANALISTA LE-

GISLATIVO – ADVOGADO) De acordo com o art. 8º do CP, a pena cumprida no es-

trangeiro atenua a pena imposta no Brasil, quando diversas, ou nela é computada,

quando idênticas, desde que as penas digam respeito

a) ao mesmo crime.

b) a crimes da mesma espécie.

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c) a condenações não transitadas em julgado.


d) a crimes que não sejam classificados como atentatórios à dignidade da pessoa
humana.
e) a crimes que não estejam inseridos no rol daqueles que, por convenção ou tra-
tado internacional, o Brasil tenha se obrigado a combater.

Letra a.
É claro que o art. 8º do CP, quanto à atenuação da pena imposta no Brasil (ou
quanto ao cômputo, se forem penas idênticas), só pode ser aplicado se o fato apu-
rado for o mesmo crime.
Se são crimes diferentes, não há que se falar na aplicação do art. 8º, visto que não
haveria risco de o autor responder duas vezes pelo mesmo delito.

15. (FCC/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Luiz foi condenado à pena de 1 (um)


ano de reclusão em outro país por crime cometido no Brasil. Após ter cumprido in-
tegralmente a pena, retornou ao território nacional e foi preso para cumprir pena
de 2 (dois) anos de reclusão que lhe fora imposta, pelo mesmo fato, pela Justiça
Criminal brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no estrangeiro
a) será somada à pena imposta no Brasil e o resultado dividido por dois, apuran-
do-se o saldo a cumprir.
b) não será descontada da pena imposta no Brasil, por se tratarem de condena-
ções impostas em diferentes países.
c) será considerada atenuante da pena imposta no Brasil, podendo o sentenciado
cumpri-la em regime menos rigoroso.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e responderá o sentenciado pelo
saldo a cumprir.
e) isentará o autor do delito de cumprir qualquer pena no Brasil, por já tê-la cum-
prido no estrangeiro.

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Letra d.

Questão simples. As penas são IDÊNTICAS (duas penas do tipo privação de li-

berdade). Dessa forma, devemos computar (descontar o período já cumprido) e o

sentenciado deve responder pelo saldo que restar.

E parabéns ao examinador pela criatividade no item a, dizendo que a pena será

somada e o resultado dividido por dois. Imaginação simplesmente fantástica!

16. (CESPE/TJ-AL/AUXILIAR JUDICIÁRIO) Determinado cidadão brasileiro praticou

delito de genocídio na Argentina, tendo matado membros de um grupo étnico da-

quele país, onde foi condenado definitivamente à pena máxima de oito anos de

reclusão, segundo a legislação argentina. Após ter cumprido integralmente a pena,

esse cidadão retornou a Maceió, cidade onde sempre estabeleceu domicílio.

A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta em relação à extrater-

ritorialidade da lei penal, à pena cumprida no estrangeiro e à eficácia da sentença

estrangeira.

a) A hipótese revela situação de extraterritorialidade da lei penal brasileira, que

seria aplicada apenas se o brasileiro não tivesse sido condenado na Argentina.

b) Se tivesse sido absolvido pela justiça argentina, o brasileiro não deveria ser

submetido à aplicação da lei penal brasileira, sob pena de violação do princípio da

anterioridade.

c) Nesse caso, o brasileiro poderá ser condenado novamente pela justiça do Brasil

e, se a pena aplicada no Brasil for superior àquela cumprida na Argentina, será ate-

nuada.

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d) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie

as mesmas consequências, não pode ser homologada no Brasil para fins de repa-

ração civil.

e) Por se tratar de delito de genocídio, a utilização da lei penal argentina afasta a

aplicação da lei penal brasileira, que só seria aplicada caso as vítimas fossem bra-

sileiras.

Letra c.

Questão bem elaborada. O art. 7º do CP (que não foi objeto de estudo da aula de

hoje) prevê que o delito praticado (genocídio) é punível no Brasil, ainda que o bra-

sileiro tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro.

Dessa forma, ao retornar ao Brasil, pode o brasileiro ser novamente condenado

pela justiça de nosso país, mas terá o direito de ter sua pena atenuada se ela for

superior àquela cumprida na argentina, por força do art. 8º do CP.

17. (FCC/MPE-MA/ANALISTA MINISTERIAL – DIREITO) No que concerne à aplica-

ção da lei penal, é correto afirmar:

a) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo

delito, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

b) Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu o resultado.

c) Ao crime cometido no Brasil por estrangeiro aplica- se sempre a lei do país de

sua nacionalidade.

d) No cálculo do cumprimento de pena privativa de liberdade, não se inclui o dia

do começo, computando-se o do vencimento.

e) A lei posterior que reduzir a pena imposta a determinado delito, não se aplica

aos fatos anteriores já decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

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Letra a.

O examinador copiou e colou o teor do art. 8º do CP. Não pode perder uma questão

como essa!

18. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO) Assinale a alternativa

correta.

a) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos

anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em jul-

gado.

b) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo

crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

c) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência

e somente no período de sua duração.

d) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes con-

tra a Administração Pública, por quem está a seu serviço, sendo o agente punido

segundo a lei brasileira somente se condenado no estrangeiro.

e) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie

as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil, para obrigar o conde-

nado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis, prescindindo de

pedido da parte interessada.

Letra b.

Adivinha só? Outra banca, outro examinador, outro certame e a mesma prática: o

examinador simplesmente utilizou a literalidade do art. 8º como resposta para a

questão. Simples demais.

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19. (FCC/MPE-SE/ANALISTA – DIREITO) Segundo o Art. 12, as regras gerais do

Código Penal aplicam-se às incriminações constantes de leis especiais, se estas não

dispuserem de modo diverso. Consagra-se, com isso, a ideia de

a) alternatividade imprópria.

b) subsidiariedade.

c) consunção.

d) alternatividade própria.

e) especialidade.

Letra e.

Quando há a previsão de normas de leis especiais em prevalência sobre as normas

gerais do Código Penal, estamos diante da aplicação do princípio da ESPECIALIDA-

DE. Questão simples!

20. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO) Na consideração de que o crime de falso

se exaure no estelionato, responsabilizando-se o agente apenas por este crime, o

princípio aplicado para o aparente conflito de normas é o da

a) subsidiariedade

b) consunção.

c) especialidade.

d) alternatividade.

e) instrumentalidade.

Letra b.

Lembre-se: sempre que um crime foi meio de execução para que outro crime seja

praticado, estaremos diante da aplicação do princípio da CONSUNÇÃO, que, como

você já deve ter percebido, despenca em provas de concursos!

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21. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) A absorção do crime-meio pelo crime-fim

configura aplicação do princípio da

a) sucessividade.

b) alternatividade.

c) consunção.

d) especialidade.

e) subsidiariedade.

Letra c.

Essa foi só para confirmar que eu não estou mentindo: princípio da consunção DE

NOVO!

22. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ) O agente que mata alguém, por imprudência, negligên-

cia ou imperícia, na direção de veículo automotor, comete o crime previsto no art.

302, da Lei n. 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e não o crime previsto

no art. 121, § 3º, do Código Penal. Assinale, dentre os princípios adiante mencio-

nados, em qual deles está fundamentada tal afirmativa.

a) Princípio da consunção.

b) Princípio da alternatividade.

c) Princípio da especialidade.

d) Princípio da legalidade.

Letra c.

O código de trânsito brasileiro (CTB), uma norma especial, mais específica, preva-

leceu sobre uma norma geral (o Código Penal). Quando um delito espécie prevalece

sobre um delito genérico, temos a aplicação do princípio da ESPECIALIDADE. Mas

essa eu tenho certeza de que você já sabia!

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23. (IBFC/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA II) O crime de infanticídio, descrito

no artigo 123 do Código Penal, tem núcleo idêntico ao do crime de homicídio, pre-

visto no artigo 121, caput, do mesmo código, qual seja: “matar alguém”. Todavia, o

artigo 123 exige, para sua consumação, a presença, no caso concreto de elementos

diferenciadores, por exemplo, a autora ser genitora da vítima e influência do estado

puerperal, o que faz com que prevaleça sobre o tipo penal, genérico, do artigo 121.”

O enunciado refere-se ao:

a) Princípio da Especialidade.

b) Princípio da Alternatividade.

c) Princípio da Consunção.

d) Princípio da Subsidiariedade.

e) Princípio da Reserva Legal.

Letra a.

Essa o examinador utilizou até o mesmo exemplo que o seu professor!

O infanticídio é praticamente uma espécie de homicídio (haja vista que matar um

bebê também é matar alguém). Quando o agente pratica um delito e existe essa

relação de gênero-espécie entre dois tipos penais, estamos diante da aplicação do

princípio da especialidade!

24. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO DE POLÍCIA) Ocorre conflito aparente de normas

penais quando ao mesmo fato parecem ser aplicáveis duas ou mais normas (ou

tipos). A solução do conflito aparente de normas dá-se pelo emprego de alguns

princípios (ou critérios), os quais, ao tempo em que afastam a incidência de certas

normas, indicam aquela que deverá regulamentar o caso concreto. Os princípios

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que solucionam o conflito aparente de normas, segundo a doutrina penal são: o da

especialidade, o da subsidiariedade, o da consunção e o da alternatividade.

Acerca do princípio da especialidade, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

a) O princípio da especialidade determina que o tipo penal especial prevalece sobre

o tipo penal de caráter geral afastando, desta forma, o bis in idem, pois a conduta

do agente só é enquadrada na norma incriminadora especial, embora também es-

tivesse descrita na geral.

b) Para se saber qual norma é geral e qual é especial é preciso analisar o fato

concreto praticado, não bastando que se comparem abstratamente as descrições

contidas nos tipos penais.

c) A comparação entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, nem

da mais completa para a menos completa. A norma especial pode descrever tanto

um crime mais leve quanto um mais grave.

d) O princípio da especialidade é o único previsto expressamente no Código Penal.

Letra b.

Embora comparar o caso concreto com a norma facilite a determinação de qual

tipo penal se configurou, a mera comparação dos tipos penais e de suas des-

crições é suficiente para que você perceba se uma norma é geral e se a

outra é especial.

Basta analisar os delitos de homicídio e de infanticídio que percebemos isso: não

é necessária uma situação real para que possamos perceber que ambos os tipos

penais guardam uma relação de gênero e espécie!

Por esse motivo, a assertiva B é a incorreta, como solicitou o examinador.

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25. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O crime de dano (CP, art. 163), norma menos grave,

funciona como elemento do crime de furto qualificado pelo rompimento de obstá-

culo à subtração da coisa (CP, art. 155, § 4º, inciso I).

Nesta hipótese, o crime de dano é excluído pela norma mais grave, em função do

princípio da

a) especialidade.

b) consunção.

c) subsidiariedade tácita ou implícita.

d) subsidiariedade expressa ou explícita.

Letra c.

Quando tivermos um delito primário e um delito subsidiário, estaremos diante do

princípio da subsidiariedade. Veja que o dano é um pressuposto do furto qualificado

(uma elementar), motivo pelo qual o furto qualificado é uma norma primária, e o

dano, uma norma subsidiária.

Lembre-se, ainda, que tal princípio pode ser tácito ou expresso. Quando o legis-

lador escreve “se o fato não constitui crime mais grave”, estaremos diante da sub-

sidiariedade expressa – o que não é o caso do delito de dano – motivo pelo qual o

que encontramos aqui é o fenômeno da subsidiariedade tática ou implícita!

26. (FCC/MPE-SE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Para a solução de ques-

tões relacionadas a conflito aparente de normas, cabível a adoção do princípio da

a) subsidiariedade.

b) fragmentariedade.

c) anterioridade.

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d) tipicidade.

e) culpabilidade.

Letra a.

Questão fácil demais. Um dos quatro princípios utilizados para solucionar o conflito

aparente de normas penais é o da subsidiariedade.

27. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Para subtrair um automóvel, “X”, de

forma violenta, danificou a sua porta. Nesse caso, “X” deverá responder

a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a porta.

b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade.

c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção.

d) pelos crimes de furto e de dano.

e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade.

Letra c.

Questão bem elaborada, pois pode confundir o aluno, que acaba ficando em dúvida

entre os princípios da subsidiariedade e da consunção.

Mas basta pensar assim: o dano na porta foi um crime-meio para a realização do

crime-fim (o furto). Dessa forma, será absorvido por este último, pelo princípio da

CONSUNÇÃO!

28. (FCC/TRE-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Se o cálculo

da pena de reclusão resultar em 2 anos, 6 meses, 2 dias e 10 horas, o juiz deverá

a) desprezar a fração de 10 horas.

b) incluir a fração de 10 horas.

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c) arredondar para 3 dias.

d) desprezar a fração de 2 dias e 10 horas.

e) arredondar para 2 anos e 7 meses.

Letra a.

Questão excelente. Segundo o art. 11 do CP, desprezam-se as frações de DIA, ou

seja, AS HORAS!

Dessa forma, o juiz deverá desprezar a fração de 10 horas da pena de reclusão!

29. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO) Assinale a alternativa

correta.

a) O prazo penal tem contagem diversa da dos prazos processuais e o dia do co-

meço inclui-se no cômputo do prazo, ainda que se trate de fração de dia.

b) As regras gerais do Código Penal sempre terão aplicação aos fatos incriminados

por lei especial.

c) Nas penas privativas de liberdade desprezam-se as frações de dias, o mesmo

não ocorrendo nas penas restritivas de direitos.

d) A lei penal não contém dispositivo a respeito da prorrogação dos prazos penais

e, assim, podem ser prorrogáveis.

e) Os prazos prescricionais e decadenciais são prazos de direito processual e não

material.

Letra a.

Como estudamos, o prazo PENAL se difere do PROCESSUAL PENAL, pois nele se

inclui o DIA DO COMEÇO ao computo do prazo.

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Além disso, observamos que as frações de dia se desprezam no computo do prazo,

entretanto, tal regra (art. 11) nunca se aplica EM PREJUÍZO DO ACUSADO – motivo

pelo qual a assertiva A está correta!

Basta se lembrar do caso do indivíduo que foi preso às 23h30min. Aquela fração

de 30 minutos, excepcionalmente, será computada como um dia, de modo que se

conte o dia do começo!

30. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A conta-

gem de prazo em matéria penal dá-se do seguinte modo:

a) o dia do começo e o último excluem-se do cômputo do prazo; contam-se os

dias, os meses e os anos pelo calendário forense.

b) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário forense.

c) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário comum.

d) o dia do começo exclui-se do cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário forense.

e) o dia do começo exclui-se do cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e

os anos pelo calendário comum.

Letra c.

O examinador quis apenas cobrar a literalidade do art. 10 CP: “o dia do começo

inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calen-

dário comum”.

Novamente, meus parabéns pela criatividade demonstrada pela banca. Calendário

“forense” foi simplesmente sensacional!

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