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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
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Sumário
02
META 2 – TERÇA FEIRA ...................................................................................................................................... 9
S TA
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INQUÉRITO POLICIAL ........................................................................................ 9
CO
1. INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................................................... 10
DO
1.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 10
EN
1.1.1 Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) .................................................................................................. 11
S
RO
1.1.2 Investigação Preliminar ................................................................................................................................... 11
1.2 Conceito Tradicional de Inquérito Policial .............................................................................................................. 12
CE
1.2 Natureza Jurídica .................................................................................................................................................... 14
NI
2. CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................................................ 15
DE
3. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL .................................................................................................................. 22
AU
0L
4. PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS PELA AUTORIDADE POLICIAL............................................................. 28
47
5. INDICIAMENTO ............................................................................................................................................ 29
50
5.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 29
07
5.2 Fundamento Legal .................................................................................................................................................. 30
36
5.7 Constituição de Defensor Quando o Investigado for Integrante da Segurança Pública ou Militar ........................ 36
O
6. CRIMES EM ESPÉCIE..................................................................................................................................... 59
SE
0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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6.2. Art. 4º - Emprego em empresa privada ................................................................................................................. 61
02
6.3. Art. 5º - Acesso a estabelecimento comercial41998 ....................................................................................................... 62
TA
6.4. Art. 6º - Ingresso em instituição de ensino ........................................................................................................... 62
S
6.5. Art. 7º - Acesso ou hospedagem em hotéis e similares ........................................................................................ 62
CO
6.6. Art. 8º - Acesso a restaurantes e similares ............................................................................................................ 63
6.7. Art. 9º - Acesso a locais de diversão ou clubes sociais .......................................................................................... 63
DO
6.8. Art. 10 – Acesso a salões de cabeleireiros ou similares ........................................................................................ 63
EN
6.9. Art. 11 – Acesso a entrada ou elevador social ...................................................................................................... 64
6.10. Art. 12 – Acesso ou uso de transportes públicos ................................................................................................ 64
S
RO
6.11. Art. 13 – Acesso ao serviço público militar.......................................................................................................... 64
6.12. Art. 14 – Casamento ou convívio familiar e social ............................................................................................... 65
CE
6.13. Art. 20. ................................................................................................................................................................. 65
NI
7. JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS .............................................................................................................. 68
DE
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI ANTITERRORISMO .................................................................................... 71
AU
0L
1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO .............................................................................................................. 71
47
2. CONCEITO E ATOS DE TERRORISMO............................................................................................................ 72
50
3. BEM JURÍDICO TUTELADO ........................................................................................................................... 73
07
36
4. SUJEITOS DO CRIME..................................................................................................................................... 73
ST
41998
5. TIPO SUBJETIVO ........................................................................................................................................... 74
CO
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA....................................................................................................................... 77
O
ND
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE I (CONCEITOS GERAIS – CLASSIFICAÇÕES – INÍCIO DOS
5
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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1.2.8 Quanto ao Número de Atos Executórios ......................................................................................................... 89
02
1.2.9 Quanto à Forma pela qual a Conduta é Praticada ........................................................................................... 89
TA
1.2.10 Quanto ao Modo de Execução Admitido ....................................................................................................... 89
S
1.2.11 Quanto aos Bens Jurídicos Atingidos ............................................................................................................. 89
CO
1.2.12 Quanto À Existência Autônoma Do Crime: .................................................................................................... 89
1.2.13 Quanto À Necessidade De Corpo De Delito Para A Prova Da Existência ....................................................... 89
DO
1.2.14 Quanto ao Local de Produção do Resultado .................................................................................................. 90
EN
1.2.15 Quanto ao Vínculo com outros Crimes .......................................................................................................... 90
1.2.16 Quanto à Liberdade ou não para o Início da Persecução Penal .................................................................... 90
S
RO
1.2.17 Quanto à Violação de Valores Universais ...................................................................................................... 90
1.2.18 Quanto ao Potencial Ofensivo ....................................................................................................................... 90
CE
1.2.19 Quanto ao iter criminis .................................................................................................................................. 91
NI
1.2.20 Crimes de Impressão ..................................................................................................................................... 92
DE
1.2.21 Crimes de Colarinho Branco e Crimes de Colarinho Azul .............................................................................. 92
1.2.22 Outras Classificações ..................................................................................................................................... 92
AU
2. SUJEITOS DO CRIME..................................................................................................................................... 94
0L
3. OBJETO DO CRIME ....................................................................................................................................... 94
47
50
4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME ........................................................................................................ 95
07
4.1 Fato Típico .............................................................................................................................................................. 95
36
02
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE II (CONTINUAÇÃO DE “FATO TÍPICO” – TEORIA DO TIPO – ITER
ST
0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS POLÍTICOS ......................................................................................... 141
02
TA
1. DIREITOS POLÍTICOS .................................................................................................................................. 141
S
1.1 Direitos Políticos Positivos.................................................................................................................................... 142
CO
1.2 Direitos Eleitorais Negativos ................................................................................................................................ 144
DO
1.3 Privação de Direitos Políticos ............................................................................................................................... 147
EN
2. PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................................................................. 148
S
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS DA NACIONALIDADE ......................................................................... 153
RO
1. NACIONALIDADE ........................................................................................................................................ 153
CE
1.1 Espécies de Nacionalidade ................................................................................................................................... 153
NI
1.2 Perda da Nacionalidade........................................................................................................................................ 155
DE
1.3 Brasileiros Natos x Naturalizados ......................................................................................................................... 157
AU
DIREITO CONSTITUCIONAL: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS .......................................................................... 159
0L
1. HABEAS CORPUS ........................................................................................................................................ 160
47
50
2. MANDADO DE SEGURANÇA ...................................................................................................................... 166
07
3. MANDADO DE INJUNÇÃO .......................................................................................................................... 178
36
02
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CO
2.3. Crime continuado, Crime permanente, Sucessão de leis penais ........................................................................ 206
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DELEGADO PERNAMBUCO
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4.3 Imunidades Parlamentares .................................................................................................................................. 217
02
4.3.1 Imunidade Parlamentar Absoluta / Material / Real / Substancial ou Inviolabilidade / Indenidade .............. 217
TA
4.3.2 Imunidade Parlamentar Relativa / Formal ..................................................................................................... 218
S
CO
4.3.3 Imunidade relativa ao processo ..................................................................................................................... 218
4.3.4 Imunidade relativa à condição de testemunha ............................................................................................. 219
DO
4.3.5 Imunidades dos Parlamentares dos Estados (Deputados Estaduais) ............................................................ 220
4.3.6 Imunidades dos Parlamentares dos Municípios (Vereadores) ...................................................................... 220
EN
5. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA .................................................................................................... 221
S
RO
41998
6. CONTAGEM DO PRAZO E FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA .......................................................... 221
CE
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ................................................................................................................. 222
NI
7.1 Espécies de Interpretação .................................................................................................................................... 222
DE
7.2. Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica X Analogia .......................................................................... 223
AU
8. CONFLITO APARENTE DE NORMAS ........................................................................................................... 225
0L
DIREITO ADMINISTRATIVO: PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................ 229
47
50
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 229
07
2. PODER VINCULADO E PODER DISCRICIONÁRIO ........................................................................................ 230
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DELEGADO PERNAMBUCO
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S
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 02
CO
META DIA ASSUNTO
DO
1 SEG ANO NOVO
EN
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Inquérito Policial
S
RO
2 TER LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Racismo
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei Antiterrorismo
CE
3 QUA DIREITO PENAL: Teoria do Crime
NI
41998
DE
DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos Políticos
AU
4 QUI DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos da Nacionalidade
0L
DIREITO CONSTITUCIONAL: Remédios Constitucionais
47
DIREITO PENAL: A Lei Penal e sua Aplicação
5 SEX
50
DIREITO ADMINISTRATIVO: Poderes da Administração
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6 SÁB
02
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ATENÇÃO
O
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Equipe DD
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5 04
Prezado(a) aluno(a),
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Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
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DELEGADO PERNAMBUCO
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META 2 – TERÇA FEIRA
02
STA
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INQUÉRITO POLICIAL
CO
DO
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
S EN
CF/88
RO
⦁ Art. 5º, LIV, LV e LVI
CE
⦁ Art. 5º, LVII
NI
DE
⦁ Art. 5º, LX a LVVII
AU
⦁ Art. 5º, LXVIII e LXIX da CF/88
0L
⦁ Art. 129, VIII
47
CPP: 50
07
⦁ Art. 3-A, CPP
36
⦁
A
OUTROS 41998
DIPLOMAS LEGAIS:
02
⦁ Lei 12.830/2013
A
ST
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EN
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⦁ Art. 7º, §§10º e 11º do Estatuto da OAB
02
⦁
TA
Arts. 12, 30 e 32 da Lei de Abuso de Autoridade
S
⦁ Arts. 28 e 51 da Lei de Drogas
CO
⦁ Art. 301, CTB
DO
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
EN
⦁ Art. 5º, LX a LVVII da CF/88
S
RO
⦁ Art. 3º-B, inc.: IV, VIII, IX, X e XI, CPP
CE
⦁ Art. 5º, caput, §§2º , 4º e 5º, CPP
NI
⦁ Art. 6º, CPP
DE
⦁ Art. 10, CPP
AU
⦁ Arts. 13, 13-A e 13-B, CPP
0L
⦁ Arts. 14 e 14-A, CPP
47
⦁ Arts. 16, 17, 18 e 20 do CPP
⦁
50
Art. 28, CPP
07
36
41998
CO
Súmula Vinculante 14-STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
RO
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
CE
Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de
DE
Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
AU
41998
L
1. INQUÉRITO POLICIAL
70
504
07
1.1 Conceito
36
02
para o oferecimento da denúncia que tem como objetivo a reunião dos elementos de convicção que
CO
10
EN
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1.1.1 Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)
02
S TA
É um procedimento investigativo substitutivo do inquérito para os casos que envolverem infrações
CO
penais de menor potencial ofensivo, abarcando todas as contravenções penais e crimes cuja pena máxima
DO
não ultrapasse 02 (dois) anos.
EN
Tem previsão expressa no art. 69 da Lei 9.099/95.
S
Exceções - hipóteses em que NÃO será possível lavrar termo circunstanciado de ocorrência:
RO
1) Infrações de menor potencial ofensivo com autoria ignorada → o IP será lavrado mediante portaria,
CE
e não TCO, uma vez que não é possível que o autor do crime (desconhecido) compareça ao JECRIM.
NI
2) Crimes que demandam complexidade na investigação → o IP será lavrado mediante portaria, e não
DE
TCO, uma vez que, nesses casos, não é possível observar os princípios que regem o Juizado Penal,
AU
quais sejam: simplicidade, celeridade e informalidade.
0L
47
3) Recusa a ser encaminhado para o JECRIM → na hipótese de o indivíduo se recusar a comparecer no
JECRIM, será lavrado APF, e não TCO. 50
07
36
Exceção da exceção: Crime de porte de drogas para uso pessoal (art. 28, Lei 11.343/06) → ainda que o autor
02
se recuse a comparecer no JECRIM, será lavrado TCO, uma vez que não é possível impor um título prisional
A
ST
4) Nos crimes previstos no CTB, quando o autor não presta socorro imediato e integral à vítima →
ND
será lavrado APF, considerando uma interpretação a contrario sensu do art. 301.
SE
exclusiva da autoridade policial, visto que NÃO possui natureza investigativa, conforme entendimento do
CE
STF, podendo ser lavrado por integrantes da polícia judiciária ou da polícia administrativa (Info 1083).
NI
DE
AU
CAIU EM PROVA:
L
70
(Delegado da PCAL 2023): O termo circunstanciado pode ser realizado por bombeiro militar, desde que lei
04
estadual especifique tal atribuição e que o procedimento seja homologado pela autoridade policial. (item
5
considerado incorreto).
07
41998
36
Conforme decidido pelo STF, no bojo da ADI 5637/MG, veiculada no informativo nº 1.046: “É constitucional
02
norma estadual que prevê a possibilidade da lavratura de termos circunstanciados pela Polícia Militar e pelo
A
Corpo de Bombeiro Militar”. Neste sentido, o procedimento prescinde de homologação por autoridade
ST
O Estado, ao tomar conhecimento de uma infração penal, no uso do seu jus puniendi, dá início à
RO
persecução penal. Assim, o que até então estava somente em um plano abstrato (normas), passa a existir no
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plano concreto, através da persecução penal, que pode ser compreendida como “conjunto de atividades
02
levadas adiante pelo Estado, objetivando a aplicação da norma penal ao infrator da lei”.
STA
Nessa esteira, temos que a persecução penal é composta por uma fase preliminar investigatória e
CO
por uma fase judicial.
DO
A fase preliminar, na maior parte das vezes, é marcada pela existência do Inquérito Policial. O
EN
inquérito policial figura como principal instrumento investigatório. Contudo, NÃO se trata do único meio,
S
existindo outras formas, por exemplo, as investigações feitas pelo MP, pelas CPIs e o TCO.
RO
41998
CE
1.2 Conceito Tradicional de Inquérito Policial
NI
DE
Segundo o autor Renato Brasileiro, o inquérito policial deve ser compreendido como sendo
AU
“procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, com o objetivo
0L
47
de identificar fontes de prova e colher elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração
50
penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”.
07
36
a) Presidido pela autoridade policial: referindo-se à “pessoa” do Delegado de Polícia. Nesse sentido, a
02
Lei nº 12.830/13 – art. 2º. “As funções de polícia judiciária e a apuração das infrações penais exercidas pelo
A
ST
Ademais, o §1º estipula “Ao Delegado de Polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
O
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que
ND
tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais”.
SE
Diante dos diplomas legais acima apontados, resta claro que a autoridade policial a qual o CPP faz
RO
menção é a figura do “Delegado de Polícia”, sendo atribuição deste a presidência do Inquérito Policial.
CE
NI
● Preparação: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em
04
juízo, além disso, os elementos de informação são úteis para o MP formar sua opinio delicti e para decretar
5
07
c) Objetivo do inquérito policial: possui a finalidade de identificar fontes de prova e proceder com a
A
ST
Inicialmente, cumpre destacar que as expressões fontes de prova e elementos de informação não
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EN
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Elementos informativos Provas
TA
Colhidos na fase investigatória (IP, PIC, etc.). Em regra, produzido na fase judicial sob o crivo
S
CO
do contraditório judicial.
É a regra, porque existem situações
DO
excepcionais em que a prova seria produzida
EN
sem ser na fase judicial.
S
RO
Não é obrigatória a observância do contraditório É obrigatória a observância do contraditório e da
CE
e da ampla defesa (mesmo com o advento da Lei ampla defesa.
NI
nº 13.245/2016).
DE
AU
O juiz deve intervir apenas quando necessário, e A prova deve ser produzida na presença do juiz.
0L
desde que seja provocado nesse sentido. A presença pode ser direta ou remota.
47
Em nosso ordenamento jurídico não se admite a
atuação de ofício do magistrado na fase 50
07
investigatória, visto que ele não é dotado de
36
02
iniciativa acusatória.
A
41998
cautelares e auxiliam na formação da opinio juiz, conforme menção expressa no art. 155 →
CO
Ao longo dos anos, sempre prevaleceu nos Tribunais o entendimento de que, de modo isolado,
CE
elementos produzidos na fase investigatória não podem servir de fundamento para uma condenação, sob
NI
pena de violação da garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa. No entanto, pela letra fria
DE
da lei (art. 155, caput do CPP), tais elementos poderiam ser usados de maneira subsidiária, complementando
AU
exclusividade uma sentença condenatória, no mesmo sentido eventuais vícios constantes do IP não têm o
02
condão, em regra, de contaminar o processo. Isso porque, as informações somente serão utilizadas como
A
Logo, em regra, os vícios do inquérito policial não contaminam a ação penal subsequente. No
entanto, parte da doutrina (majoritária) afirma que, quando estivermos diante das chamadas provas ilícitas
O
ND
(ex.: acesso ao WhatsApp sem autorização judicial), haverá sim a contaminação do processo, já que tais vícios
SE
comprometem a justa causa, que é justamente o lastro probatório mínimo para dar ensejo à ação penal.
RO
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Via de regra, eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não
STA
contaminam a ação penal.
CO
Eventual nulidade na oitiva do acusado no curso da investigação preliminar não tem
DO
o condão de nulificar o recebimento da denúncia e a ação penal deflagrada, quando
EN
existam elementos autônomos que sustentam a decisão impugnada. Ademais, cabe
S
ressaltar que eventuais vícios na fase extrajudicial não contaminam o processo
RO
penal, dada a natureza meramente informativa do inquérito policial. STJ. 5ª Turma.
CE
AgRg no RHC 124.024/SP. Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/09/2020.
NI
DE
O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter informativo,
AU
cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo
0L
47
Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de
50
regra, nulidade de processo-crime. STF. 1ª Turma.HC 169.348/RS, Rel. Min. Marco
07
Aurélio, julgado em 17/12/2019.
36
02
Obs.: Declinada a competência do feito para a Justiça Estadual, não cabe à Polícia Federal prosseguir
ND
nas investigações. As circunstâncias descritas evidenciam a nulidade das investigações realizadas pela
SE
Polícia Federal a partir do declínio da competência da Justiça Federal para a Justiça Estadual. Assim,
RO
identifica-se flagrante ilegalidade na continuidade das investigações pela Polícia Federal, a despeito da
CE
decisão que declinou da competência para a Justiça estadual e determinou expressamente que o
NI
processamento do inquérito policial tivesse prosseguimento perante a Polícia Civil. STJ. HC 772.142-PE, Rel.
DE
41998
Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/3/2023, DJe 3/4/2023. (Info
AU
773).
L
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É um mero procedimento administrativo, razão pela qual - conforme visto anteriormente - os vícios
36
constantes do inquérito não têm o condão de contaminar o processo penal subsequente, salvo nos casos de
02
provas ilícitas.
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DELEGADO PERNAMBUCO
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§1º. Ao delegado de polícia, cabe a condução da investigação criminal por meio de
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inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo, a
S TA
apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
CO
DO
2. CARACTERÍSTICAS
S EN
a) Procedimento administrativo de caráter investigatório: Não existe um rito ou uma ordem
RO
determinada pela lei, razão pela qual não é possível o reconhecimento de nulidade procedimental.
CE
b) Preparatório e informativo: Busca apurar indícios de autoria e materialidade para a propositura de
NI
ação penal.
DE
c) Obrigatório: Sempre que tomar conhecimento da ocorrência de infração penal que caiba ação penal
AU
pública incondicionada deverá instaurar o inquérito.
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Pergunta-se: O Delegado de Polícia pode deixar de lavrar auto de prisão em flagrante, nas hipóteses
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Parte da doutrina afirma que NÃO. Isso porque, o delegado de polícia deve fazer um juízo apenas
02
quanto à tipicidade formal e punibilidade. Em outras palavras: a análise do delegado de polícia restringe-se
A
ST
Por outro lado, a doutrina moderna vem entendendo que SIM. Conforme esse entendimento, o
ND
delegado de polícia possui margem de atuação para o controle de excludentes cabais da tipicidade, ilicitude
SE
e culpabilidade, de modo que pode deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante quando se deparar com
RO
tais circunstâncias. Nessa hipótese, o delegado não lavra o APF, fazendo apenas o registro de ocorrência.
CE
NI
ATENÇÃO! A título de exemplo, a Polícia Civil dos Estados do Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo
DE
atuam no sentido da doutrina moderna, de modo que os delegados de polícia deixam de lavrar o APF quando
AU
e) Dispensável para a persecução penal: O inquérito é uma peça meramente informativa que tem a
02
finalidade de colher elementos de informação quanto à infração penal e sua autoria. Contudo, caso o titular
A
ST
da ação penal disponha desse substrato mínimo necessário para o oferecimento da peça acusatória, o
CO
Obs.1: Parte da doutrina entende que a dispensabilidade do inquérito policial é um dos fundamentos para a
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Obs.2: Nessa esteira, o STF já decidiu (Info 714), que é possível o oferecimento de ação penal com base em
02
provas colhidas no âmbito de inquérito civil conduzido por membro do Ministério Público.
STA
CO
f) Escrito: Vide art. 9º, CPP, segundo o qual, todas as peças do inquérito policial serão, num só processo,
DO
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade;
EN
Modernamente diz-se que é um procedimento que deve ser documentado, e não escrito.
S
Documentado porque, hoje, em muitos Estados, o inquérito policial é digital. São tomados depoimentos,
RO
declarações, interrogatórios, tudo por áudio visual.
CE
Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
NI
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
DE
AU
Percebam que o dispositivo diz que ele deve ser escrito, datilografado e rubricado. Com o inquérito
0L
47
digital não há mais necessidade desses procedimentos, pois todas peças são digitais.
Pergunta-se: Mas há previsão legal para isso? 50
07
SIM. Vejam o teor do art. 405, §1º, CPP:
36
02
Art. 405, § 1º. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,
A
ST
Percebam que a lei se valeu da expressão investigado e indiciado, denominação técnica inerente ao
RO
inquérito policial.
CE
NI
g) Sigiloso: Vide art. 20, caput, CPP - É cediço que a CF, em seu art. 93, IX garante o direito à publicidade.
DE
Contudo, o princípio da publicidade é válido na fase judicial da persecução penal, e não na fase investigatória.
AU
Nas investigações, em regra, o inquérito policial deve ser conduzido de maneira sigilosa, até mesmo para se
L
70
O artigo 20, do CPP dispõe que a autoridade assegurará, no inquérito, o sigilo necessário à elucidação
5
07
Assim, se a autoridade policial verificar que a publicidade pode causar prejuízo à elucidação dos fatos,
02
pode decretar o sigilo do inquérito. No entanto, é direito do advogado ter acesso aos autos já documentados
A
ST
A doutrina afirma que o sigilo no inquérito policial possui uma dupla função:
O
1) Utilitarista: é importante para assegurar a eficácia das investigações. Ex.: não pode divulgar a
ND
2) Garantista: é importante para preservar os direitos dos investigados. Ex.: evitar a exposição midiática
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Assim, temos:
STA
● Regra: a investigação preliminar deve tramitar de forma sigilosa, sob pena de frustrar a
CO
eficácia das medidas.
DO
● Exceção: publicidade. Ex.: Retrato Falado - chega a ser, inclusive, importante para o
EN
41998
desenvolvimento das investigações a publicidade nesta hipótese. Nesse caso, a publicidade
S
é de caráter importante para constatar outras pessoas que foram vítimas daquele criminoso.
RO
CE
Acesso do Advogado aos autos do Inquérito Policial:
NI
Pergunta-se: O advogado tem acesso aos autos do Inquérito Policial? Precisa de procuração?
DE
Precisa de autorização Judicial prévia? Qual o grau de acesso?
AU
Inicialmente, é preciso considerar que o sigilo pode ser:
0L
47
● Interno ou endógeno: não podendo ser oponível ao juiz, membro do MP e ao advogado do indiciado.
● Externo ou exógeno: se opõe a terceiros estranhos aos autos. 50
07
36
O sigilo do inquérito policial é um sigilo, em regra, externo. Ou seja: não é possível opor sigilo às
02
2) O Estatuto da OAB prevê que, em regra, o advogado não precisa de procuração para acessar os autos:
ND
Art. 7º, XIV: examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
SE
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
CE
digital; §10º. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício
NI
3) A Súmula vinculante 14 prevê que o advogado tem o direito de acessar as informações que digam
AU
respeito ao direito de defesa, desde que já documentadas nos autos, para que não haja risco ao
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inquérito policial aos familiares das vítimas, por meio de seus advogados ou
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O STF, em decisão veiculada no Info 964, entendeu que a negativa de acesso ao investigado a peças
02
que digam respeito a dados sigilosos de terceiros, que não possuem relação com seu direito de defesa, não
STA
ofende a Súmula Vinculante 14.
CO
DO
Mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que
EN
o investigado tenha acesso amplo autos, inclusive a eventual relatório de
S
inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se negue o acesso
RO
41998
CE
justiça. Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é
NI
excessivo o acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado de
DE
diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. STF. 1ª Turma.
AU
Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/12/2019 (Info 964).
0L
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50
4) O Estatuto da OAB - Lei nº 8.906/94 (redação dada pela Lei nº 13.245/16) passou a prever a
07
possibilidade de o advogado acompanhar seus clientes durante a apuração das infrações.
36
02
Obs.: Isso não altera a natureza inquisitorial do IP. Ou seja: a participação do advogado não se torna
A
ST
ATENÇÃO: Apesar de o advogado ter o direito de acessar aos autos do inquérito policial, a própria lei
SE
aponta exceções, como por exemplo, em crime nos quais seja decretado o segredo de justiça, em que não
RO
Os crimes contra a dignidade sexual tramitam em segredo de justiça (art. 234-B), sendo assim,
NI
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão
L
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Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial
A
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às diligências em andamento.
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Sobre o tema, ainda, destacamos a jurisprudência:
02
STA
Não é necessária, mesmo após a Lei 13.245/2016, a intimação prévia da defesa
CO
técnica do investigado para a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito
DO
policial.
EN
Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada
S
de depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não haverá nulidade dos atos
RO
processuais caso essa intimação não ocorra.
CE
O inquérito policial é um procedimento informativo, de natureza inquisitorial,
NI
destinado precipuamente à formação da opinio delicti do órgão acusatório.
DE
Logo, no inquérito há uma regular mitigação das garantias do contraditório e da
AU
ampla defesa.
0L
47
Esse entendimento justifica-se porque os elementos de informação colhidos no
50
inquérito não se prestam, por si sós, a fundamentar uma condenação criminal.
07
A Lei nº 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem,
36
acusatório e exige, para a sua validade, a observância dos princípios do contraditório e ampla defesa, no
RO
#DICA DD!
DE
Em provas objetivas: NÃO existe a ampla defesa e contraditório em sede de inquérito policial.
AU
Na realidade: PODE existir ampla defesa e contraditório em sede de inquérito policial, entretanto, se não
L
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existir, o inquérito continua a ser válido, ao contrário do que ocorre no processo, que passa a ser inválido.
04
Um exemplo disso é o artigo 5°, inciso LXIII da CRFB de 1988, que afirma que o indiciado terá direito ao
5
07
provocação.
CO
Contudo, há de se ter em mente que, para que a Autoridade Policial haja de ofício, depende da
O
natureza da ação penal do crime em análise. O Delegado só pode atuar de ofício em crimes cuja ação penal
ND
seja pública incondicionada, porquanto, caso seja condicionada à representação ou de iniciativa privada,
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Considerando a oficiosidade do inquérito policial, o STJ decidiu, em 2019 (Info 652) que é possível
02
deflagrar investigação criminal com base em matéria jornalística.
STA
CO
i) Oficialidade: Somente os órgãos estatais podem presidir o inquérito policial.
DO
EN
A Presidência da Investigação é Privativa da Polícia Judiciária?
S
RO
A presidência de investigação criminal NÃO é privativa da polícia judiciária, pois outras autoridades podem
CE
presidir a INVESTIGAÇÃO. Vejamos:
NI
● TJ ou PGJ: Inquérito para apurar crime praticado por juiz ou promotor;
DE
● CPI: Inquérito parlamentar;
AU
0L
● Investigação por agentes da Administração;
47
● Inquérito do CADE;
● 50
Investigação pela comissão de inquérito do BACEN: Segundo o STF, o relatório dessa comissão,
07
encaminhado ao MP, constitui justa causa para o oferecimento de ação penal.
36
● Ministério Público: Embora o tema seja polêmico, a 2ª Turma do STF já admitiu que o MP
02
investigue, sem que isso implique usurpação de função da polícia civil (HC 91661). Outrossim,
A
ST
investigações serão realizadas pelas Forças Armadas através de um inquérito policial militar. Já
SE
nos crimes militares de competência da Justiça Militar Estadual será competente a Polícia Militar
RO
ou Corpo de Bombeiros.
CE
NI
41998
ATENÇÃO: A presidência da investigação pode não ser privativa da Autoridade Policial, mas a do INQUÉRITO
DE
parâmetros legais.
5
07
Existe uma liberdade de atuação da Autoridade Policial nos limites traçados pela lei. Por exemplo, ao
36
teor dos arts. 6 e 7º do CPP, consta um rol exemplificativo de diligências que poderão ser realizadas pelo
02
Delegado de Polícia. Não há um rito procedimental rígido que deve ser observado pelo Delegado, trata-se de
A
ST
rol exemplificativo. Assim, a diligência será realizada ou não, a cargo da liberdade de atuação da autoridade.
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ATENÇÃO: A discricionariedade não é de caráter absoluto, de modo que existem diligências que são de
TA
realização obrigatória. Assim, quanto a estas, o delegado não poderia negar a sua realização, como na
S
hipótese do exame de corpo de delito, art. 158 do CPP.
CO
DO
O Delegado de Polícia só pode indeferir requerimentos quando se tratarem de diligências
EN
impertinentes e protelatórias, não podendo indeferir as relevantes, como, por exemplo, o exame de corpo
S
RO
de delito.
CE
l) Temporário: obviamente o IP tem prazo para finalizar. Doutrina moderna defende que a garantia da
NI
DE
razoável duração do processo também se aplica ao inquérito policial, evitando-se com isso inquéritos
AU
“eternos”.
0L
Ressalvados os prazos previstos em leis especiais, em regra, temos o seguinte cenário:
47
● Indiciado preso (inclusive preso provisório) - 10 dias (art. 10);
● Indiciado solto - 30 dias. 50
07
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Indiciado41998
preso Indiciado solto
CO
1
Prorrogável por até 15 dias
ND
popular
NI
DE
1
O Pacote Anticrime trouxe a possibilidade de o Juiz das Garantias prorrogar o inquérito policial na hipótese
36
02
de investigado preso – o que não era admitido pela doutrina majoritária. Assim, o juiz das garantias poderá
A
determinar a prorrogação do inquérito policial por até 15 dias, mediante representação da autoridade
ST
Art. 3º, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma
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única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda
02
assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
STA
CO
No julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, o STF conferiu interpretação conforme ao
DO
dispositivo, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de elementos
EN
concretos e da complexidade da investigação e que a inobservância do prazo previsto em lei não implica
S
na revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a avaliar os motivos
RO
que a ensejaram, nos termos da ADI 6.581.
CE
NI
m) Unidirecional: Em verdade, poucos processualistas adotam essa característica, relacionada a função
DE
da autoridade policial que seria única e exclusivamente a de apurar as infrações penais, descabendo qualquer
AU
juízo de valor, que deverá ser realizado apenas pelo representante do Ministério Público, para quem o
0L
47
inquérito é dirigido, uma vez que este é o titular privativo da ação penal (art. 129, I, CF 88). Nesse sentido, a
doutrina de Paulo Rangel: 50
07
36
policial.”
O
ND
Contudo, a doutrina moderna vem abandonando tal característica, uma vez que ela limita a atividade
SE
policial. Nesse sentido, o autor André Nicolitt sustenta que o delegado possui a função de investigar e
RO
também de realizar uma análise técnico-jurídica. Para o doutrinador, quando a autoridade policial analisa
CE
um APF, estaria verificando todos os substratos do crime (fato típico, ilícito e culpável). Somado a isso,
NI
entende que a finalidade do procedimento preliminar não deve ser vislumbrada apenas na ótica da
DE
preparação do processo penal, mas também a serviço de impedir acusações infundadas, bem como, muitas
AU
Assim, o delegado de polícia exerce uma função preparatória e garantidora de direitos fundamentais,
04
I. Portaria;
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a) De ofício pela autoridade policial, conforme art. 5º, I, CPP, por meio de notitia criminis, que se subdivide
02
em:
STA
CO
i. Notitia Criminis de Cognição Imediata (ou Espontânea): a autoridade policial toma conhecimento
DO
41998
EN
ii. Notitia Criminis de Cognição Mediata (ou Provocada): a autoridade policial toma conhecimento de
S
uma infração penal através de um expediente escrito feito por terceiro;
RO
iii. Notitia Criminis de Cognição Coercitiva: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do
CE
fato delituoso por meio da apresentação do indivíduo preso em flagrante.
NI
DE
ATENÇÃO! A delatio criminis é a comunicação da prática de crime à autoridade policial. Nesse sentido, ela
AU
pode ser:
0L
47
● Delatio Criminis Simples: É a comunicação por qualquer do povo, à autoridade policial, sobre o
50
conhecimento da existência de infração penal (art. 5º, §3º, CPP);
07
● Delatio Criminis Postulatória: É a requerimento do ofendido ou seu representante legal,
36
manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal solicitam a instauração do inquérito.
02
A
ST
conhecida “denúncia anônima”, ou seja, a comunicação do delito por alguém não identificado.
O
O STF entende que a delação apócrifa NÃO autoriza o início do inquérito, considerando a vedação ao
ND
anonimato (art. 5º, IV da CF/88) e, consequentemente, a ausência de elementos idôneos sobre a existência
SE
de infração penal. Porém, o Poder Público, uma vez provocado por delação anônima (“disque-denúncia”),
RO
pode adotar medidas informais destinadas a apurar, previamente, a possível ocorrência de eventual situação
CE
de ilicitude penal. Se constatada a infração penal, pode iniciar o inquérito, não pela mera delação apócrifa,
NI
A jurisprudência do STF foi além da instauração de inquérito policial com base em notícia anônima:
AU
L
70
“denúncia anônima” (STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado
5
07
julgado em 04/10/2012).
O
ND
Diante de uma notícia anônima, o Delegado de Polícia deve instaurar uma VPI - Verificação da
SE
Procedência da Informação (art. 5, §3º, CPP), e, procedente a informação, instaurar o devido IP.
RO
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§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
02
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la
STA
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à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
CO
instaurar inquérito.
DO
EN
Verificação da Procedência das Informações (VPI): Trata-se de um instrumento investigatório
S
simplificado para verificar a verossimilhança da notitia crimins e a viabilidade da investigação, e servir de
RO
impeditivo de instauração de inquéritos policiais infundados.
CE
Como sabemos o inquérito policial não pode ser arquivado pelo Delegado de Polícia (art. 17, CPP),
NI
então com o escopo de evitar a instauração de inquéritos sem base para a justa causa, o CPP trouxe esse
DE
instituto investigatório.
AU
A jurisprudência, igualmente, reconhece o instituto da VPI:
0L
47
50
A instauração de VPI (Verificação de Procedência das Informações) não constitui
07
constrangimento ilegal, eis que tem por escopo investigar a origem de delatio
36
103566 RJ).
A
ST
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CO
policial, mas que, a partir dela, poderia a polícia realizar diligências preliminares
SE
A simplicidade, celeridade e a informalidade são inerentes à VPI, não devendo conter expressões ou
AU
conteúdo do inquérito.
L
70
Basta uma ordem da autoridade policial para que algum policial (agente ou investigador) faça o
04
levantamento de vida pregressa do “noticiado anonimamente”, local do suposto crime e ao final da diligência
5
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investigatório.
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CAIU EM PROVA:
SE
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(Delegado da PCES 2022): Diante de notitia criminis inqualificada, antes de determinar a abertura do
02
inquérito policial, o delegado de polícia deve promover a diligência de verificação de procedência das
TA
informações, a fim de evitar delação inescrupulosa - item considerado correto.
S
CO
O Delegado de Polícia pode arquivar VPI?
DO
Há divergência na doutrina sobre o tema.
S EN
RO
Segundo o professor André Luiz Nicolitt (Nicolitt, André, 5ª ed. pág.190): “Ocorre que seja qual for o nome
CE
que se dê, estaremos sempre diante de um procedimento investigatório e, por tal razão, submetido a
NI
controle do Ministério Público, não podendo ser arquivado em sede policial.”
DE
AU
Em sentido contrário, estabelecem Adriano Souza Costa e Henrique Hoffmann (Temas Avançados de Polícia
0L
Judiciária, 3ª ed., pág. 87): “A VPI pode ser arquivada diretamente pela autoridade policial a quem cabe o
47
controle, fiscalização, apreciação e decisão da VPI, mediante despacho fundamentado, constatada a
inocorrência de fato delituoso”.
50
07
36
02
b) Requisição do juiz ou MP, do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo nas ações privadas
A
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CO
A instauração do inquérito nos casos de requisição judicial ou ministerial tem natureza jurídica de
um ato administrativo complexo.
O
ND
CF/88. Enquanto titular da ação penal pública e, portanto, destinatário final dos elementos de informação
RO
A requisição é uma exigência para a realização de algo, com fundamento da lei, não podendo ser
DE
confundida com uma ordem haja vista não haver relação de hierarquia entre MP e Polícia. Se legal, o
AU
delegado de polícia tem o dever de realizá-la em apreço ao princípio da obrigatoriedade que impõe às
L
autoridades estatais, inclusive, um dever de agir de ofício diante da notícia de infração penal.
70
04
Atenção à jurisprudência:
5
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Pergunta-se: Delegado de polícia pode recusar a requisição de instauração de IPL feita pelo MP ou
SE
juiz?
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R.: SIM. O delegado pode recusar a requisição na hipótese de manifesta ilegalidade ou
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arbitrariedade. Isso porque o delegado é agente da administração pública tendo compromisso com a
STA
legalidade. O que o delegado não pode é negar cumprimento a uma requisição de instauração porque mera
CO
discordância. (RE 205473, 1998 – STF) Ex.: requisição de instauração de IPL com base, exclusivamente, uma
DO
denúncia anônima seria um caso em que o delegado poderia recusar, de forma fundamentada, o sob o
EN
argumento da ilegalidade.
S
RO
A requisição não é causa de prevenção. Se a requisição partir do juiz, ele não se torna prevento por
CE
uma razão de principiológica, por ofensa a garantia do juiz natural. Ademais, não existe previsão legal para a
NI
DE
prevenção nessas hipóteses, como se pode extrair dos artigos 75 e 83 do CPP.
AU
0L
Pergunta-se: Qual é a autoridade coatora para eventual HC trancativo de inquérito? Se for um
47
habeas corpus trancativo de inquérito requisitado por juiz ou MP será encaminhado para onde?
R.: Há divergência. 50
07
1ª Posição majoritária / Tribunais Superiores - Como se trata de uma requisição (ordem), a autoridade
36
02
coatora é o requisitante de modo que o habeas corpus deverá ser endereçado para o TJ ou TRF
A
respectivo.
ST
eventual habeas corpus seria encaminhado à primeira instância, estando impedido o juiz, por
ND
ventura requisitante, de conhecê-lo por força do artigo 252, inciso IV do CPP, não sendo exagerado
SE
1ª Doutrina majoritária - Entende que a requisição judicial de instauração de inquérito não foi
AU
recepcionada pelo artigo 129, inciso I da CF/88, pois a instauração do inquérito se trata de atividade
L
acusatório.
04
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2ª Posição minoritária – A requisição judicial não viola a Constituição pois encerra uma valoração
5
07
A (im) possibilidade de instauração de inquérito de ofício pela autoridade judiciária e o Inq. 4.781 do STF
A
ST
Ensina Renato Brasileiro que “(...) em um sistema acusatório como o nosso, onde há nítida separação
O
das funções de investigar (e acusar), defender e julgar (CPP, art. 3º-A, incluído pela Lei n. 13.964/19), não se
ND
pode permitir que o juiz instaure ou requisite a instauração de um inquérito policial. Logo, deparando-se com
SE
informações acerca da prática de ilícito penal, incumbe ao magistrado tão somente encaminhá-las ao órgão
RO
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DELEGADO PERNAMBUCO
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Nesse contexto, vale destacar a polêmica decisão do STF no bojo do Inq. 4.781 – chamado de
02
inquérito das Fake News – em que o Min. Dias Tofoli determinou de ofício a instauração de um inquérito
STA
“para apurar a existência de notícias fraudulentas (“Fake News”), denunciações caluniosas, ameaças e
CO
infrações revestidas de animus caluniandi, difamandi e injuriandi, que estariam supostamente atingindo a
DO
honorabilidade e a segurança daquela Corte, de seus membros e familiares” (Portaria GP n. 69, de
EN
14/03/2019 – Inq. 4.781), designando, para a condução do feito, o eminente Ministro Alexandre de Moraes.
S
RO
É constitucional a Portaria GP 69/2019, por meio da qual o Presidente do STF
CE
determinou a instauração do Inquérito 4781, com o intuito de apurar a existência
NI
de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e atos
DE
que podem configurar crimes contra a honra e atingir a honorabilidade e a
AU
segurança do STF, de seus membros e familiares. (Info 982)
0L
47
41998
entendendo que as investigações contra autoridades com prerrogativa de foro perante o STF se submetem
02
que envolvem autoridades com foro privilegiado nos tribunais de segundo grau,
5
07
motivo pelo qual é necessária a supervisão das investigações pelo órgão judicial
36
c) Requisição do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo nas ações privadas e nas ações
O
Do despacho que indefere requerimento cabe recurso para o Chefe de Polícia (art. 5º, § 2º, CPP).
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d) Representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo nas ações penais públicas
02
condicionadas
S TA
Nos crimes de ação pública condicionada o IP só pode ser iniciado se houver representação.
CO
DO
4. PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS PELA AUTORIDADE POLICIAL
S EN
Rol NÃO taxativo:
RO
CE
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
NI
policial deverá:
DE
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
AU
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
0L
47
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais; 50
07
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
36
circunstâncias;
02
IV - ouvir o ofendido;
A
ST
41998
V - ouvir o indiciado, com observância,
41998 no que for aplicável, do disposto no Capítulo
CO
III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
O
e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do
L
70
dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
SE
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(1) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
STA
em situação de alegada autodefesa (SUM 522 STJ).
CO
DO
(2) NÃO é possível a condução coercitiva por parte do investigado para interrogatório. O STF
EN
declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi recepcionada pela
S
Constituição Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do investigado ou réu com o objetivo
RO
de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos. STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar
CE
Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018 (Info 906).
NI
Importante esclarecer que o julgado acima tratou apenas da condução coercitiva de investigados e
DE
réus à presença da autoridade policial ou judicial para serem interrogados. Assim, não foi analisada a
AU
condução de outras pessoas como testemunhas, ou mesmo de investigados ou réus para atos diversos do
0L
47
interrogatório, como o reconhecimento de pessoas ou coisas. Isso significa que, a princípio, essas outras
espécies de condução coercitiva continuam sendo permitidas. 50
07
Insta salientar que a Lei de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/19), em seu art. 10, tipificou a conduta
36
Segundo o art. 16, o pedido de novas diligências deve ser feito diretamente entre MP e delegado,
RO
interceptação telefônica.
NI
DE
da denúncia.
04
5
07
5. INDICIAMENTO
36
02
5.1 Conceito
A
ST
CO
De acordo com o professor Francisco Sannini “é o ato formal, de atribuição exclusiva da autoridade
O
de Polícia Judiciária, que ao longo da investigação forma o seu livre convencimento no sentido de que há
ND
● Deve ser apontado pelo delegado a autoria, materialidade e circunstâncias fáticas do fato criminoso.
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5.2 Fundamento Legal
STA
CO
Por muito tempo não havia regramento acerca do ato de indiciamento no IP. Contudo, com o advento
DO
da Lei 12.830/2013, a imputação formal do investigado foi regulamentada. [Essa lei é de leitura obrigatória
EN
para o concurso].
S
O art. 2º, §6º, trouxe expressamente os pressupostos para indiciar alguém.
RO
CE
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas
NI
pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
DE
(...)
AU
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
0L
47
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
50
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
07
36
ilícito em apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase investigatória, por meio da qual o delegado de
SE
polícia externa o seu convencimento sobre a autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida
RO
ou determinada pelo magistrado, já que tal procedimento obrigaria o presidente do inquérito à conclusão
CE
de que determinado indivíduo seria o responsável pela prática criminosa, em nítida violação ao sistema
NI
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o
04
indiciamento é ato inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária. STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel.
5
07
b) Sujeito Passivo: Via de regra, qualquer pessoa pode ser indiciada. Entretanto, algumas
A
ST
autoridades estão afastadas por lei de tal ato, como por exemplo membros do MP e membros da
CO
magistratura.
O
O art. 41, II da Lei 8625/93, diz que se houver indícios de crime praticados por membros do MP, os
ND
autos do IP policial devem ser encaminhados ao Procurador Geral de Justiça a quem competir dar andamento
SE
às investigações. No mesmo sentido é a Lei Orgânica da magistratura, em seu art. 33, parágrafo único da LC
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TA
Atenção! A lei menciona expressamente que essas autoridades não poderão ser indiciadas no curso
S
da investigação, nada falando acerca do indiciamento em Auto de Prisão em Flagrante.
CO
DO
5.4 Consequências do Indiciamento
S EN
RO
A primeira consequência é de ordem prática, visto que o nome do indiciado irá constar do banco de
dados da polícia na condição de indiciado. Significa que, caso ele seja abordado e realizada alguma consulta,
CE
o policial verificará que ele foi o alvo central de determinada investigação.
NI
DE
A segunda consequência é no aspecto jurídico, pois as medidas cautelares pessoais dependem da
AU
prova da materialidade do crime e indícios mínimos de autoria, ou seja, dos mesmos elementos do
0L
indiciamento, e naturalmente, pode ser objeto de cautelares aflitivas no curso do inquérito policial. Indica
47
ainda que provavelmente o indiciado será submetido à fase da persecução penal.
50
E, por fim, sob o prisma social o ato de indiciamento coloca uma marca na pessoa do indiciado, que
07
o desqualifica perante a sociedade, refletindo na vida profissional, familiar e social.
36
02
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A
CAIU EM PROVA:
ST
41998
CO
(Delegado da PCES 2022 – Questão Discursiva): Conceitue indiciamento e discorra sobre suas características
e seus efeitos negativos à luz da jurisprudência do STF.
O
ND
A banca CEBRASPE trouxe como padrão de resposta a respeito dos “efeitos negativos à luz da jurisprudência
SE
do STF” o seguinte:
RO
“O indiciamento traz reflexos importantes na esfera jurídica de seu sujeito passivo. Além de haver grande
CE
prejuízo ao indiciado em sua dimensão moral, pois passa a figurar como pessoa formalmente investigada no
NI
âmbito criminal, o ato gera registros no instituto de identificação, conforme expressamente previsto no art.
DE
23 do CPP: “Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao
AU
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
L
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.” Além disso, há previsão expressa
70
na Lei n.º 9.613/1998 do afastamento do servidor público indiciado por suposta prática do crime de lavagem
04
de capitais: “Art. 17-D: Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de
5
remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão
07
fundamentada, o seu retorno”. Todavia esse dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI 4911:
36
“5. Sendo o indiciamento ato dispensável para o ajuizamento de ação penal, a norma que determina o
02
afastamento automático de servidores públicos, por força da opinio delicti da autoridade policial, quebra a
A
ST
isonomia entre acusados indiciados e não indiciados, ainda que denunciados nas mesmas circunstâncias.
Ressalte-se, ainda, a possibilidade de promoção de arquivamento do inquérito policial mesmo nas hipóteses
CO
de indiciamento do investigado. 6. Ação Direta julgada procedente”. (ADI 4911, Relator(a): EDSON FACHIN,
O
ELETRÔNICO DJe-285 DIVULG 02-12-2020 PUBLIC 03-12-2020) Por fim, destaque-se que a Lei n.º
SE
10.826/2003 estabelece que “Art. 4.º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos: I – comprovação de idoneidade,
RO
com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal,
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Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que
02
poderão ser fornecidas por meios eletrônicos”, de forma que eventualmente um indiciado poderá ter a
TA
autorização negada em razão dos registros de inquérito contra si.”.
S
CO
41998
Obs.: Caso o indiciado não seja condenado ou o IP seja arquivado, o ato de indiciamento deve ser cancelado,
DO
com o escopo de assegurar a presunção de inocência e o princípio da dignidade da pessoa humana.
S EN
RO
Pergunta-se: Na hipótese de surgirem novos elementos informativos que indiquem que outra
CE
pessoa foi a autora do crime investigado, pode o delegado de polícia promover o desindiciamento?
NI
R.: SIM. Trata-se do ato de cassação ou revogação de anterior indiciamento. Em que pese haver
DE
divergência doutrinária, para as provas de delegado de polícia prevalece que sim. Os delegados de polícia
AU
são agentes da Administração Pública e possuem o poder de autotutela, estampado na Súmula 473 do STF,
0L
de modo que podem rever seus atos quando eivados de vício.
47
Nesse sentido, o desindiciamento pode ser feito, não apenas pelo Delegado, mas também pelo Poder
50
07
Judiciário, uma vez verificada a ilegalidade daquele indiciamento.
36
Em outras palavras: O indiciamento é privativo do Delegado, mas o desindiciamento pode ser feito
02
pelo próprio Delegado, mas também poderá ser feito pelo Poder Judiciário se reconhecido
A
41998
CO
Via de regra, o momento adequado para o ato de indiciamento ocorre quando a autoridade policial
RO
Não há, na lei, um momento específico para indiciar. Assim, o indiciamento pode ser feito no início
NI
do inquérito policial – nas hipóteses de flagrante delito, em que o indiciamento é automático, durante as
DE
investigações ou, ainda, ao final, dentro do relatório expedido pelo delegado de polícia.
AU
Parte da doutrina, como o professor Leonardo Marcondes, entende que o ato de indiciamento não
L
Já outra corrente, defendida por Aury Lopes Jr, que afirma que o ato de indiciamento deve ocorrer
5
logo após o ato de interrogatório. Isso porque o ato de indiciamento tem um efeito negativo e não pode ser
07
36
um ato de surpresa de tal condição, que, caso feito ao final do inquérito policial, nada poderia fazer o
02
Independentemente do momento de indiciamento, o certo é que ele NÃO pode ser realizado após o
ST
CO
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1) Indiciamento material: é um ato decisório do delegado de polícia, onde ele expõe um substrato
02
fáticos e jurídicos que justificam a imputação do crime ao investigado. Ou seja, nada mais é do que a
STA
fundamentação do ato do indiciamento. É a análise técnica-jurídica.
CO
2) Indiciamento formal: é constituído por peças essenciais para formar a convicção da autoridade
DO
para o indiciamento
41998 material. Peças como: 1) boletim de vida pregressa; b) auto de qualificação e
EN
interrogatório.
S
3) Indiciamento coercitivo: é aquele decorrente do APF, uma vez que os pressupostos do
RO
indiciamento são quase os mesmos da lavratura do auto de prisão em flagrante. Quem é preso em flagrante,
CE
inevitavelmente está indiciado. Pois, diante do flagrante, temos a prova da materialidade do crime, indícios
NI
de autoria e circunstâncias fáticas. Nesse momento não realizamos um juízo de certeza e sim de mera
DE
probabilidade.
AU
0L
47
DICA: Delegado de Polícia trabalha com indícios e não com provas, pois quem trabalha com prova é juiz e
MP. 50
07
36
02
Logo, se a decisão sobre o ato de indiciamento não pode ser tomada de forma direta pelo delegado
SE
Ainda com base nos ensinamentos dos administrativistas, o efeito preliminar do ato administrativo (efeito
70
indireto) é que a representação pelo indiciamento de alguém com foro por prerrogativa de função faz surgir
04
A representação constitui uma exposição dos fatos, seguida de uma sugestão jurídica fundamentada.
A
ST
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada.
ND
Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser
SE
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indiciadas:
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a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79);
02
b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 41,
STA
parágrafo único, da Lei nº 8.625/93).
CO
DO
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de
EN
autoridades com foro por prerrogativa de função (não há dispositivo legal que vede
S
expressamente o indiciamento). No entanto, para isso, é indispensável que a
RO
autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal competente para julgar
CE
esta autoridade. Ex.: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar crime
NI
praticado por Governador de Estado, o Delegado de Polícia constata que já existem
DE
elementos suficientes para realizar o indiciamento do investigado. Diante disso, a
AU
autoridade policial deverá requerer ao Ministro Relator do inquérito no STJ
0L
47
autorização para realizar o indiciamento do referido Governador.
50
Chamo atenção para o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o
07
indiciamento. Este ato é privativo da autoridade policial. O Ministro Relator irá
36
HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825).
A
ST
41998
CO
Aproveitando o tema acerca do foro por prerrogativa de função, vamos ver como ficam os reflexos
O
apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em
NI
razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser
DE
ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.
L
70
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no
04
(1) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos
A
41998
ST
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.
O
julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a
RO
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
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STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.
02
S TA
STF adotou uma interpretação restritiva do foro de prerrogativa de função previsto na CF para os
CO
parlamentares federais. O foro foi idealizado como instrumento destinado a garantir o livre exercício de
DO
certas funções públicas e não para acobertar pessoas ocupantes do cargo. Estendê-lo aos crimes cometidos
EN
antes da diplomação ou sem contexto funcional desnatura o instituto, transformando-o em instrumento
S
de privilégio pessoal, ferindo o princípio da igualdade. normas que estabelecem restrições ao princípio da
RO
igualdade devem ser interpretadas restritivamente.
CE
O STF fez uma redução teleológica – uma interpretação
41998
teleológica restritiva do art. 102, I, b e c da
NI
CF c/c art. 53, §1º.
DE
AU
0L
Redução teleológica ou técnica da “dissociação” consiste em reduzir o campo de aplicação de uma
47
disposição normativa a somente a uma ou a algumas das situações de fato que a interpretação literal prevê
para adequá-la à finalidade da norma. 50
07
36
02
Antes, diante da interpretação literal do foro, o STF entendia que toda a investigação de autoridade
A
com foro no STF deveria ser supervisionada pelo Ministro-relator, exigindo desde a autorização prévia para
ST
Agora, diante da redução teleológica, só subsistirá a supervisão judicial do Ministro se o crime for
O
depois da diplomação e com nexo funcional. Tratando-se de infração penal praticada antes da diplomação,
ND
ou durante o mandato, mas despida de nexo funcional, o STF não intervirá em nada, sendo a condução das
SE
investigações livre pela Polícia Civil ou Federal, sem necessidade de autorização para instauração, autorização
RO
STF
07
tem relação com as funções desempenhadas. ● Medidas cautelares são deferidas pelo
02
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Indiciamento em crime de menor potencial ofensivo:
CO
DO
Como o indiciamento acarreta diversos efeitos deletérios ao suspeito, a sua consonância deve
EN
guardar conexão com o ordenamento jurídico.
S
Como os crimes de menor potencial ofensivo devem observância aos institutos despenalizadores,
RO
não é adequado o ato do indiciamento nesses crimes, haja vista que nem pode haver processo por força da
CE
transação penal, quiçá indiciamento. Nesses crimes, a prática é o ato de um simples apontamento, como nos
NI
casos de adolescentes em prática de ato infracional.
DE
AU
5.7 Constituição de Defensor Quando o Investigado for Integrante da Segurança Pública ou Militar
0L
47
50
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art.
07
144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais,
36
41998
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado
RO
fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para
5
07
a representação do investigado.
36
02
§3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do §2º deste artigo,
A
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§4º A indicação do profissional a que se refere o §3º deste artigo deverá ser
02
precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área
TA
S
territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em
CO
que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da
DO
Administração.
S EN
§5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio
RO
dos interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo
CE
correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que esteja vinculado à
NI
época da ocorrência dos fatos investigado.
DE
AU
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares
0L
47
vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que
50
os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
07
36
A Lei 13.964/19 incorporou no Código de Processo Penal uma sistemática que já era prevista no
02
âmbito da União, que era a possibilidade da AGU realizar a defesa judicial de agentes públicos (MP872,
A
ST
pública ou militar e os fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, deverá
ND
citar o investigado (leia-se: intimar), para que o investigado constitua defensor em até 48h.
SE
Esgotado o prazo e não nomeado o defensor pelo investigado, a Autoridade Policial deverá intimar
RO
a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo
CE
Inicialmente, foram vetados os §§3º a 5º, no entanto o Congresso Nacional procedeu à derrubada
DE
atribuição recairá, preferencialmente, sobre a Defensoria Pública (art. 14-A, §3º). Na eventualidade de não
04
haver Defensor Público na área territorial onde tramita o procedimento investigatório e com atribuição para
5
07
nele atuar, deverá ser lavrada uma manifestação nesse sentido, quando, então, será possível a indicação de
36
um profissional da advocacia que não integra os quadros próprios da Administração para acompanhar e
02
realizar todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado (art. 14-A, §4º). Nesse caso, os
A
ST
custos com o patrocínio dos interesses dos investigados correrão por conta do orçamento próprio da
CO
instituição a que o servidor estivesse vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados (art. 14-A,
O
§5º).
ND
(1) O art. 14-A do CPP foi introduzido em um contexto crescente de proteção da ampla defesa no curso da
RO
investigação preliminar:
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▪ Constituição Federal;
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▪ Art. 7º, XXI do Estatuto da OAB;
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▪ Art. 15, II da Lei 13.869/19 – considera crime de abuso de autoridade prosseguir com o
CO
interrogatório de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor
DO
público, sem a presença do seu patrono → Renato Brasileiro diz que desde a entrada em
EN
vigor desse crime (25.01.2020), se o investigado optar pela presença de um defensor, não
S
mais se poderá admitir a realização de nenhum interrogatório sem a presença deste;
RO
(2) A constituição de defensor pelo servidor não é condição sine qua non para o prosseguimento das
CE
investigações. Ainda que o investigado não tenha constituído advogado e ainda que a instituição a que
NI
o agente público estava vinculado à época dos fatos não indique defensor para a sua representação, isso
DE
jamais poderá funcionar como óbice ao prosseguimento das investigações.
AU
(3) Uma vez constituído o defensor, incide os termos na Súmula Vinculante 14.
0L
47
(4) Há uma impropriedade técnica no uso do termo “citação” – sabidamente conhecido como ato de
50
comunicação processual que dá ciência ao acusado acerca da instauração de um processo criminal –
07
contra a sua pessoa, chamando-o para se defender. O ideal é substituir o termo citado por notificado,
36
notificação esta que poderá ser feita por qualquer meio de comunicação.
02
A
ST
i. Viola a cláusula constitucional isonômica, pois restringe a garantia anunciada aos agentes públicos
O
investigados por “fatos relacionados ao uso da força letal”, em evidente discriminação aos demais
ND
ii. Dificulta a investigação de fatos graves, pois a falta de nomeação de defensor pelo investigado no
RO
inc. LXXIV, da CF/88, àqueles que comprovam a insuficiência de recursos para arcar com o pagamento
AU
dos honorários atinentes à prestação de serviços de defesa técnica por advogados particulares;
L
70
estaduais, tanto como as instituições civis de segurança pública, não contam com orçamento próprio.
5
07
A solução para o problema seria a implementação de assistência jurídica a seus integrantes; e, por
36
contratação de pessoal, mediante lei, com respectiva previsão de recursos financeiros à criação de
A
ST
cargos e funções próprios para o exercício de defesa técnica ao efetivo militar e civil.
CO
O
CAIU EM PROVA:
ND
SE
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6. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
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Pacote Anticrime:
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CPP, Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
S
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
RO
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos
CE
para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
NI
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do
DE
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da
AU
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão
0L
47
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
50
07
O STF, por maioria, nas ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, atribuiu interpretação conforme ao caput do
36
art. 28 para assentar que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
02
Geral ou para a instância de revisão ministerial, quando houver, para fins de homologação, na forma da lei.
O
hipóteses.
SE
E, por unanimidade, atribuiu interpretação conforme ao §1º do art. 28 para assentar que, além da
RO
vítima ou de seu representante legal, a autoridade judicial competente também poderá submeter a matéria
CE
à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso verifique patente ilegalidade ou teratologia no
NI
ato do arquivamento.
DE
Como o CPP não trata as hipóteses de arquivamento, se aplica, por analogia, o tratamento da rejeição
AU
∘ Atipicidade Formal: juízo de adequação, que consiste em verificar se a conduta se adequa ao tipo
02
deve ser denunciado, porém com pedido de absolvição imprópria para aplicação de medida de
ND
segurança.
SE
RO
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EN
UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
Merece destaque a situação da certidão de óbito falsa. Isso porque, caso o juiz venha a extinguir a
02
punibilidade com base em certidão de óbito, posteriormente identificada como sendo falsa, de acordo com
STA
o STF, uma vez que a decisão se baseou em um ATO INEXISTENTE, não será considerada válida, podendo
CO
então o indivíduo ser processado novamente.
DO
EN
● Ausência de elementos informativos quanto à autoria e materialidade:
S
Causa da maior parte dos arquivamentos. Ocorre quando as investigações não avançam no que tange
RO
a determinação da autoria e materialidade e, por isso, o MP promove o arquivamento.
CE
NI
6.1 Arquivamento Determinado Por Juiz Incompetente
DE
AU
Alguns doutrinadores entendem que não haveria a produção de coisa julgada formal ou material.
0L
47
No entanto, prevalece nos Tribunais que a decisão dada por juízo absolutamente incompetente não
50
é inexistente, mas, no máximo, nula. Caso a nulidade não tenha sido proclamada no momento oportuno, a
07
decisão terá o condão de produzir seus efeitos válidos.
36
02
41998
CO
ANTES DA REFORMA COM A LEI 13.964/19, contra a decisão que deferia o arquivamento NÃO cabia
O
41998
recurso, salvo exceções.
ND
Exceções:
SE
a) Crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública: previsão de reexame necessário,
RO
também chamado de recurso de ofício (duplo grau obrigatório) no art. 7º da Lei 1.521/51.
CE
Não se aplica ao tráfico de drogas, mesmo sendo um crime contra a saúde, em razão da
NI
especialidade.
DE
AU
b) Contravenções do jogo do bicho e corrida de cavalos fora do hipódromo: cabe RESE, conforme
L
70
O dispositivo deve ser interpretado na forma do Art. 28, §1º do CPP, devendo o recurso ser encaminhado ao
36
c) Juiz arquiva o inquérito de ofício sem iniciativa do MP: parte da doutrina sustentava o cabimento
CO
de correição parcial.
O
ND
Com a reforma, nos parece que faltaria interesse de agir, visto que a decisão poderá ser revista pelo órgão
SE
ministerial de revisão.
RO
E
IC
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DELEGADO PERNAMBUCO
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02
d) Arquivamento nas hipóteses de atribuição originária do PGJ:
STA
CO
Lei n. 8.625/93, art. 12: “O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos
DO
os Procuradores de Justiça, competindo-lhe: (…) XI - rever, mediante requerimento
EN
de legítimo interessado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento de
S
inquérito policial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral de
RO
Justiça, nos casos de sua atribuição originária”.
CE
NI
Por fim, destaca-se a excepcionalidade reconhecida pela jurisprudência em se tratando de violência
DE
doméstica e familiar contra a mulher:
AU
41998
0L
47
A decisão que homologa o arquivamento do inquérito que apura violência
50
doméstica e familiar contra a mulher deve observar a devida diligência na
07
investigação e a observância de aspectos básicos do Protocolo para Julgamento
36
vítima, esta Corte Superior tem admitido o manejo do mandado de segurança para
CE
STJ. RMS 70.338-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade,
02
COM A REFORMA A PARTIR DA LEI 13.964/19, a atribuição para a revisão sobre o arquivamento
O
Assim, além das hipóteses de recursos que foram mantidas, a vítima ou seu representante legal
SE
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6.3 Arquivamento da Ação Penal Privada
TA
S
CO
Ocorre por pedido expresso do querelante, que será considerado renúncia e acarretará a extinção
DO
da punibilidade, ou com o transcurso do prazo decadencial de 6 meses para exercício do direito de queixa
EN
(art. 38, CPP).
S
RO
6.4 Arquivamento Implícito
CE
NI
Segundo o autor Afrânio Silva Jardim, referência no assunto: “entende-se por arquivamento implícito
DE
o fenômeno de ordem processual decorrente de o titular da ação penal deixar de incluir na denúncia algum
AU
fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação ou justificação deste procedimento.
0L
47
Este arquivamento se consuma quando o juiz não se pronuncia na forma do art. 28 com relação ao que foi
omitido na peça acusatória”. 50
07
Frisa-se que tal conceito era extraído conforme à antiga redação do art. 28 do CPP.
36
Como se pode perceber, a doutrina que defende o arquivamento implícito parte da existência de
02
duas omissões: o promotor que deixa de incluir na denúncia algum fato investigado (arquivamento implícito
A
ST
manifestação deste procedimento e o magistrado que também se omite, deixando de aplicar a regra do art.
O
28 do CPP. É dessa conjugação de omissões que surge a defesa pela admissão do arquivamento implícito. E
ND
obrigatoriedade da ação penal pública, se o MP não inclui na denúncia todos os crimes e/ou indiciados é
RO
porque reconheceu implicitamente a falta de justa causa. E se o juiz recebe a denúncia sem ressalvas é
CE
o arquivamento implícito.
DE
AU
R.: De acordo com o professor Afrânio Silva Jardim, ocorre quando o juiz deixa de se manifestar na
41998
04
forma do art. 28, em relação ao que foi omitido na denúncia, ocorrendo o arquivamento tácito.
5
07
36
a simples omissão não implica arquivamento e o pedido de arquivamento deve ser fundamentado. Todo
A
ST
arquivamento somente produz efeito se for um arquivamento explícito. Havendo omissão a respeito de um
CO
dado objetivo ou subjetivo do inquérito, deve-se presumir que as investigações, quanto a parte omissa,
O
continuam em aberto.
ND
SE
Uma grande questão é saber como deverá atuar o juiz em caso de omissão do Ministério Público, tendo em
RO
vista que o juiz não mais exerce o controle sobre o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública e a
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
sistemática do antigo art. 28 foi substituída pelo controle realizado pelo órgão ministerial de revisão. Diante
02
das mudanças, acreditamos que não mais há que se falar em arquivamento implícito no processo penal (que
TA
S
já não era aceito pelos Tribunais Superiores, de qualquer forma).
CO
DO
6.5 Arquivamento Indireto
SEN
Ocorria quando o magistrado não concordava com o pedido de declinação de atribuição formulado
RO
pelo órgão ministerial. O juiz recebe a manifestação como se fosse um pedido de arquivamento e aplica, por
CE
analogia, o art. 28 do CPP, leia-se, homologa ou não e, caso não homologue, remete os autos à PGJ.
NI
DE
AU
Diante do julgamento do mérito das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, ao nosso ver, não faz mais sentido
0L
falarmos em arquivamento indireto, visto que a providência de arquivamento passa a ser realizada
47
exclusivamente no âmbito do Ministério Público, de modo que o juiz não faz mais qualquer tipo de controle,
50
salvo na hipótese de patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento, conforme interpretação
07
conferida pela Suprema Corte ao §1º do art. 28.
36
02
A
41998
CO
∘ Coisa julgada formal: é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida. Neste processo
SE
RO
A depender do fundamento utilizado na promoção de arquivamento irá ocorrer coisa julgada formal
AU
condições da ação
A
ST
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EN
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d) Excludente de culpabilidade Coisa julgada material (exceto inimputabilidade)
TA
e) Excludente de punibilidade Coisa julgada material (exceto no caso de certidão de
S
CO
óbito falsa)
DO
f) Atipicidade do fato Coisa julgada formal e material
S EN
O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando, mesmo esgotados os prazos
RO
para a conclusão das diligências, não foram reunidos indícios mínimos de autoria
CE
ou materialidade. (Info 912).
NI
DE
AU
A decisão de arquivamento de inquérito policial lastreada na atipicidade do fato
0L
toma força de coisa julgada material, sendo manifestamente incabível a
47
reabertura do feito por meio de correição parcial (HC 173594 AgR, Relator(a):
50
ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 03/05/2021, PROCESSO ELETRÔNICO
07
DJe-087 DIVULG 06-05-2021 PUBLIC 07-05-2021).
36
41998
02
Atenção! Existe doutrina minoritária que defende que a decisão de arquivamento nunca fará coisa
A
ST
uma etapa pré-processual, não haveria de se falar em coisa julgada. Nesse sentido, André Nicolitt e Afrânio
O
Silva Jardim.
ND
Inclusive, com a nova sistemática do arquivamento em vigor, a partir da decisão proferida nos autos
SE
das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, essa posição é reforçada, na medida em que o arquivamento, em regra,
RO
passa a ser ato que ocorre apenas no âmbito do órgão ministerial. Destaca-se que, a Corte Suprema conferiu
CE
interpretação conforme ao art. 28, permitindo que o juiz poderá atuar, encaminhando o arquivamento à
NI
revisão da instância competente do órgão ministerial, caso verifique patente ilegalidade ou teratologia no
DE
AU
ato do arquivamento.
L
70
INQUÉRITO POLICIAL.
5
07
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial
A
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do encaminhará os autos para a instância de revisão
ND
inquérito ou peças de informação ao procurador- ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
SE
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar
02
TA
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no
S
estará o juiz obrigado a atender. prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
CO
submeter a matéria à revisão da instância competente do
DO
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei
EN
orgânica.
S
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em
RO
detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
CE
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada
NI
pela chefia do órgão a quem couber a sua representação
DE
judicial. (NR)
AU
0L
47
O STF, por maioria, atribuiu interpretação conforme ao caput do art. 28 para assentar que, ao se
50
manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos de mesma
07
natureza, o MP submeterá sua manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao investigado e à
36
41998
CO
possuía 2 funções:
SE
1ª: controle judicial externo do Princípio da Obrigatoriedade (que rege as ações penais públicas);
RO
Nesse sentido, o Ministério Público promove o arquivamento, cabendo ao juiz duas opções:
DE
Então, surgiam as seguintes hipóteses que poderiam ser adotadas pelo Procurador Geral:
5
07
● Oferecer denúncia;
02
Nessa última hipótese, existe divergência doutrinária se a designação do Procurador Geral vincula o
CO
41998
designação, o promotor não pode ser obrigado a subscrever como sua uma opinião delitiva com a
SE
45
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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2ª posição (clássica e majoritária): Impossibilidade de recusa. Na realidade, como a denúncia é
02
atribuição do Procurador Geral, não se trata de designação, e sim delegação, atuando o promotor
STA
como longa manus do Procurador Geral, o que é suficiente para a preservação da sua independência
CO
funcional (o promotor designado estaria apenas veiculando a opinião delitiva do Procurador Geral).
DO
EN
Ocorre que, com o Pacote Anticrime, as mudanças na sistemática do arquivamento do inquérito
S
policial foram significativas. A partir de agora, não basta para o arquivamento de investigações criminais a
RO
promoção de arquivamento feita pelo Promotor natural do feito. Passa a ser necessária, também, a
CE
confirmação (homologação) dessa decisão de arquivamento por Órgão de revisão do MP.
NI
O arquivamento, portanto, será feito em duas etapas, assegurada a cientificação do investigado e
DE
da vítima. Ademais, institui-se a possibilidade de recurso em face dessa decisão de arquivamento.
AU
Com a mudança, volta à baila a discussão sobre a natureza jurídica da decisão de arquivamento.
0L
Para Afrânio Silva Jardim1, a decisão que determina o arquivamento do inquérito policial tem
47
50
natureza de decisão judicial, porque oriunda do Poder Judiciário, em outras palavras, de decisão
07
administrativa em sentido lato.
36
Já para Fernando da Costa Tourinho Filho2, a aludida decisão tem natureza de despacho judicial de
02
Souza Nucci3:
O
ND
41998
Agora, passa a ser uma decisão de natureza administrativa e que não se submete ao crivo judicial,
DE
em respeito ao sistema acusatório, pois o arquivamento passa a ser realizado apenas no âmbito do MP.
AU
Inclusive, as mudanças trazidas pela L. 13964/19 vão ao encontro do que a doutrina já clamava, em
L
70
atividades preparatórias, para que mantenha seu espírito imune aos preconceitos
02
1
(Jardim, 2000, pp. 166-167)
SE
2
(Filho, pp. 400-401)
RO
3
(Nucci, 2019)
4
(Prado, 1999, p. 153)
E
IC
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
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ação penal, isto é, se a acusação não se apresenta como violação ilegítima da
02
dignidade do acusado. [...] Neste plano, a manutenção do controle, pelo juiz, das
TA
S
diligências realizadas no inquérito ou peças de informação, e do atendimento,
CO
pelo promotor de justiça, ao princípio da obrigatoriedade da ação penal pública,
DO
naquelas hipóteses em que, ao invés de oferecer denúncia, o membro do
EN
Ministério Público requer o arquivamento dos autos da investigação, constitui
S
inequívoca afronta ao princípio acusatório. ”
RO
CE
Abaixo, vamos reestruturar o procedimento após as alterações:
NI
Decisão de arquivamento
DE
AU
O órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial.
0L
Após, o órgão do Ministério Público encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins
47
de homologação.
50
A vítima poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à
07
revisão na instância de revisão ministerial.
36
02
policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.
ST
41998
CO
A primeira observação importante, é que a lei conferiu apenas à vítima a possibilidade de provocar
O
Entretanto, destaca-se que o STF, ao conferir interpretação conforme aos dispositivos que
SE
disciplinam o arquivamento (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305) decidiu que a autoridade judicial competente
RO
também poderá submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso verifique
CE
Outro ponto é que a lei não mais trata da hipótese em que o juiz discordar do requerimento de
AU
arquivamento, pelo simples fato de que não cabe ao Juiz de Garantias discordar ou não da opinião do
L
membro do Ministério Público. A decisão de arquivamento fica adstrita ao âmbito do Ministério Público,
70
Entretanto, destaca-se que o STF, ao conferir interpretação conforme aos dispositivos que
36
disciplinam o arquivamento (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305) decidiu que o MP submeterá sua manifestação
02
ao juiz competente.
A
ST
CO
Conforme dispõe o art. 18 do CPP, o inquérito só pode ser desarquivado se a autoridade policial tiver
SE
47
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
Cumpre destacar que a possibilidade de desarquivamento pressupõe que a decisão de arquivamento
02
tenha se pautado em hipótese que apenas formou coisa julgada formal (ex.: arquivamento por falta de lastro
STA
probatório) posto que pautada na cláusula rebus sic stantibus: mantidos os pressupostos fáticos que serviram
CO
de amparo ao arquivamento, esta decisão deve ser mantida; modificando-se o panorama probatório, nada
DO
impede o desarquivamento do inquérito policial.
SEN
ATENÇÃO: Para o delegado de polícia proceder a novas pesquisas, dando continuidade às investigações –
RO
basta que haja NOTÍCIAS de provas novas. Por outro lado, para o Ministério Público dar início a uma nova
CE
ação penal, não basta haver notícias de provas novas, é necessário que existam efetivamente PROVAS
NI
NOVAS. Esse é o entendimento cristalizado na Súmula 524 do STF:
DE
AU
Súmula 524 STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
0L
47
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas. 50
07
36
Conforme ensina o autor Renato Brasileiro, desarquivamento não é a mesma coisa que oferecer a
02
denúncia.
A
ST
R.: Há doutrinadores que entendem que é a autoridade policial. De acordo com o art. 18 do CPP,
RO
depois de arquivado o inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a
CE
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Por questões práticas, como os autos do inquérito policial
NI
ficam arquivados perante o Poder Judiciário – leia-se, juiz das garantias –, tão logo tome conhecimento da
DE
notícia de provas novas, deve a autoridade policial representar ao Ministério Público, solicitando o
AU
desarquivamento físico dos autos para que possa proceder a novas investigações.
L
70
Porém, a doutrina majoritária defende que o desarquivamento compete ao Ministério Público, titular
41998
04
da ação penal pública, e, por consequência, destinatário final das investigações policiais. Diante de notícia de
5
07
prova nova a ele encaminhada, seja pela autoridade policial, seja por terceiros, deve promover o
36
desarquivamento, solicitando à autoridade judiciária o desarquivamento físico dos autos. Caso haja
02
dificuldades no desarquivamento físico dos autos do inquérito policial, nada impede que o Ministério Público
A
ST
R.: Conforme jurisprudência e doutrina majoritária, provas novas são aquelas provas capazes de
SE
48
EN
UD
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DE
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
De acordo com a doutrina, há duas espécies de provas novas:
02
a) Prova formalmente nova: prova que já era conhecida, mas ganhou nova versão após o
S TA
arquivamento. Ex.: mudança no depoimento testemunhal.
CO
b) Prova materialmente/substancialmente nova: é a prova inédita, desconhecida, que estava oculta
DO
por ocasião do arquivamento.
S EN
Como já se pronunciou o STJ:
RO
CE
(...) três são os requisitos necessários à caracterização da prova autorizadora do
NI
desarquivamento de inquérito policial (artigo 18 do CPP): a) que seja formalmente
DE
nova, isto é, sejam apresentados novos fatos, anteriormente desconhecidos; b) que
AU
seja substancialmente nova, isto é, tenha idoneidade para alterar o juízo
0L
47
anteriormente proferido sobre a desnecessidade da persecução penal; c) seja apta
50
a produzir alteração no panorama probatório dentro do qual foi concebido e
07
acolhido o pedido de arquivamento. Preenchidos os requisitos – isto é, tida a nova
36
Atenção! O STJ tem precedente afirmando que “mudança de entendimento jurisprudencial sobre aspectos
CE
desarquivamento do inquérito policial” (STJ, Corte Especial, Apn 311/RO, Rel. Min. Humberto Gomes de
DE
Barros, j. 02/08/2006).
AU
L
70
R.: A descoberta de provas novas funciona como condição de procedibilidade para o exercício da
5
07
ação penal.
36
CAIU EM PROVA:
02
A
(Delegado da PCPB 2022): Em regra, é possível desarquivar o inquérito policial quando fundamentado na
ST
A) atipicidade do fato.
CO
Gabarito: letra B.
E
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
02
8. TRANCAMENTO (OU ENCERRAMENTO ANÔMALO) DO INQUÉRITO POLICIAL
STA
CO
O trancamento, por sua vez, é determinado pelo juiz (não há consenso) quando a mera tramitação
DO
do IP configura um constrangimento ilegal contra o paciente.
EN
Segundo o autor Renato Brasileiro, trata-se de medida de força que acarreta a extinção prematura
S
das investigações quando a mera tramitação do inquérito configurar constrangimento ilegal.
RO
O trancamento do IP é uma medida de natureza excepcional, somente sendo possível quando:
CE
a) Não houver qualquer dúvida sobre a atipicidade (formal/material) da conduta;
NI
b) Presença de causa extintiva da punibilidade;
DE
c) Ausência de justa causa.
AU
0L
47
Salienta-se que o instrumento adequado para o trancamento do IP será:
● 50
Habeas corpus – nos casos em que há risco à liberdade de locomoção; 41998
07
● Mandado de segurança – nos casos de pessoa jurídica, em que não há risco à liberdade de
36
locomoção.
02
A
ST
Súmula 693 STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
RO
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
CE
Cuida-se, o relatório, de peça elaborada pela autoridade policial (Delegado de Polícia), de conteúdo
5
07
eminentemente descritivo, onde deve ser feito um esboço das principais diligências realizadas na
36
investigação criminal.
02
A produção do relatório policial NÃO é condição sine qua non para o oferecimento da denúncia. Se
A
ST
nem mesmo o IP é indispensável para o oferecimento da ação penal, tampouco o relatório o será. Contudo,
CO
Entretanto, cabe destacar disposição legal específica no que se refere a Lei de Drogas (Lei
ND
11.343/06):
SE
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E
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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Lei 11.343/06 - Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a
02
autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I -
TA
S
relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a
CO
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância
DO
41998
ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação
EN
criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
S
do agente (…)
RO
CE
Esquematizando para as provas objetivas:
NI
▪ Regra: O relatório é peça meramente descritiva, que aborda somente as diligências realizadas.
DE
▪ Exceção: Na Lei de Drogas, o delegado deve emitir um juízo de valor sobre as circunstâncias do crime.
AU
0L
47
Ocorre que esse raciocínio é ultrapassado. Dizia-se que o delegado de polícia faz apenas um juízo de
50
tipicidade. Contudo, o direito penal adota o conceito analítico de crime. Crime é fato típico, ilícito e
07
culpável. Portanto, para que haja adequação típica em sentido lato é necessário que todos os elementos
36
os autos ao MP. Isso, portanto, não tem o condão de comprometer o sistema acusatório do processo.
RO
Doutrina majoritária: Doutrina garantista sustenta que o envio do relatório final realizado pelo
CE
delegado ao juiz ofende o sistema acusatório. O certo seria encaminhá-lo diretamente ao MP, por
NI
Embora se fale, ordinariamente, que o STF tem decisão (ADI 2886/RJ) no sentido de não admitir a
5
07
tramitação direta do inquérito policial com investigado solto entre a Polícia e o Ministério Público, na verdade
36
a decisão do STF não foi no sentido de INADMITIR A TRAMITAÇÃO DIRETA, mas sim declarar o artigo da Lei
02
Estadual (do MP/RJ) inconstitucional por contrariar previsão expressa em lei federal a qual dispõe acerca do
A
ST
envio direto dos autos ao juiz (CPP). Tanto é que o STJ já declarou a resolução/portaria do MPF, que prevê a
CO
Ressalta-se, ainda, que há ação no STF que tramita com reconhecimento de repercussão geral (está
ND
atualmente 30/08/2023 com Remessa da Petição: 95989/2023 para o gabinete do Min. Alexandre de
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É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a tramitação direta do inquérito
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policial entre a polícia e o Ministério Público. É CONSTITUCIONAL lei estadual que
TA
S
preveja a possibilidade de o MP requisitar informações quando o inquérito policial
CO
não for encerrado em 30 dias, tratando-se de indiciado solto. STF. Plenário. ADI
DO
2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, julgado em 3/4/2014 (Info 741).
EN
S
O STJ, por sua vez, tem precedente no sentido de admitir a tramitação direta entre a Polícia Federal
RO
e o MPF, por atender à garantia da razoável duração do processo, economia processual e eficiência, sem
CE
afastar a cláusula de reserva de jurisdição (Informativo 574, 5ª T. STJ).
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TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
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Lei 7.716/89 – inteira
DO
EN
● CF/88
S
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⦁ Art. 3º, IV
⦁
CE
Art. 4º, VIII
NI
⦁ Art. 5º, XLII
DE
⦁ Art. 109, V
AU
0L
● OUTROS DIPLOMAS LEGAIS
47
⦁ Art. 140, §3º, CP
⦁ Art. 310, III, CPP 50
07
36
41998
⦁ Art. I, n°1 e art. IV, “a”, Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de
CO
CAIU EM PROVA:
5 04
07
(Delegado da PCPB 2022): No que concerne às disposições estabelecidas na Lei n.º 7.716/1989 e decisões do
36
STF acerca dos crimes nela previstos, assinale a opção correta. Admite-se a substituição da pena privativa de
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É possível conceituar racismo como uma discriminação baseada em percepções sociais e diferenças
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Em virtude da aversão que tal conduta recebe do ordenamento jurídico brasileiro, a Constituição
02
achou por bem colocar, tanto como um dos objetivos fundamentais da República, como em um de seus
S TA
princípios regentes das relações internacionais, o repúdio ao terrorismo e racismo e, ainda, um mandado de
CO
criminalização indicando o tratamento que deve ser dado para os crimes de racismo (art. 5°, XLI – a lei punirá
DO
qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdade fundamentais; XLII- a prática do racismo constitui
EN
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei).
S
RO
41998
CE
O racismo deve ser criminalizado (mandado constitucional de criminalização), não podendo ser
NI
tratado como mera contravenção penal;
DE
O crime de racismo deve ser punido com pena de reclusão;
AU
O crime de racismo deve ser imprescritível;
0L
47
O crime de racismo deve ser insuscetível de liberdade provisória com fiança.
50
07
2. O BEM JURÍDICO TUTELADO PELA LEI Nº 7.716/89
36
02
de modo a punir as condutas que visem inviabilizar direitos em razão de discriminação ou preconceito de
O
Art. 1º. Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação
NI
contexto da Lei 7716/89, são concepções (pré)criadas por alguém de modo a desqualificar pessoas
02
em razão de sua raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Ex.: A julga que B é menos
A
ST
● DISCRIMINAÇÃO [L.12.288/10 – Estatuto da Igualdade Racial –, art. 1º, parágrafo único, I]: toda
O
distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional
ND
ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em
SE
econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. Portanto, a
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discriminação é uma atitude dinâmica, atitude de segregação. É a manifestação do preconceito que
02
reflete em efetiva diferenciação, sempre em razão dos motivos proibidos em lei. É o preconceito na
S TA
forma ativa.
CO
Assim, enquanto o preconceito é estático, sendo apenas um conceito pré-concebido sem um exame crítico,
DO
a discriminação é a própria materialização do preconceito.
EN
S
RO
a) Raça:
CE
● Historicamente: raça se traduz como um conceito atrelado às características físicas e biológicas,
NI
DE
como por exemplo, a conformação do crânio, tipo de cabelo, cor da pele etc., coincidentes entre os
AU
indivíduos, que serve para alocá-los em um ou outro grupo. Essa definição é antropológica-biológica
0L
ou restritiva.
47
● Hodiernamente: O Supremo decidiu que não existem várias raças, existe apenas uma raça, que é a
raça humana. 50
07
36
02
Em decorrência disso, foi necessário promover uma adequação terminológica pela jurisprudência,
A
pois, como existe apenas uma raça, é impossível praticar o crime mediante a raça (justamente porque todos
ST
41998
antissemitas, o STF adotou uma definição jurídica ampliativa do conceito de raça.
O
apresentando relativa homogeneidade cultural, linguística e nas maneiras de agir. Ex.: de grupo social que
NI
DE
d) Religião: crença em uma existência sobrenatural ou em uma existência divina que rege o universo
04
e/ou as ações humanas, do ponto de vista metafísico, com manifestação por meio de rituais ou cultos. Ex:
5
07
O entendimento majoritário na doutrina é que “ateísmo” não é religião, com isso, essa discriminação
CO
fundada na religião não está correta. Ou seja, o ateu pode ser sujeito ativo da discriminação fundada na
O
religião, mas não pode ser vítima dela. Entretanto, depois do posicionamento ampliativo do conceito de
ND
“racismo”, numa visão sociocultural, adotada pelo STF, é certo que o ateu está protegido pela Lei nº 7.716/89.
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e) Procedência nacional: exprime a discriminação e o preconceito em relação à origem nacional ou
02
regional. Logo, XENOFOBIA É RACISMO.
STA
● Formas que pode se manifestar:
CO
⋅ Contra nacionais de Estado-membro diverso, reconhecíveis pelo modo de falar, pela aparência física.
DO
Ex.: cariocas x paulistas x goianos x gaúchos x nordestinos;
EN
⋅ Contra pessoas de região diversa dentro do mesmo estado ou cidade, ainda que de mesma
S
naturalidade. Ex.: Dono de badalado restaurante na Zona Sul x cliente morador de comunidade.
RO
⋅ Em razão de nacionalidade. Ex.: brasileiro x paraguaio x argentino. Veja abaixo um caso emblemático:
CE
NI
Procedência nacional – 5ªT.STJ (RHC 19.166, DJ 20/11/2006)
DE
Caso: Voo NY para RJ > desentendimento: passageiro e 2 comissários em razão do
AU
assento. Já em solo nacional, o passageiro solicitou os nomes dos comissários, que
0L
47
não portavam crachá. Um dos comissários falou para a vítima: “Amanhã vou
50
acordar jovem, bonito, orgulhoso, rico e sendo um poderoso americano, e você vai
07
acordar como safado, depravado, repulsivo, canalha e miserável brasileiro”.
36
02
STJ: “[...] a intenção dos réus, em princípio, não era precisamente depreciar o
A
ST
podendo ser do mesmo sexo, do sexo oposto, de ambos os sexos ou ainda sem referência ao sexo ou ao
DE
gênero.
AU
L
70
O STF estendeu a aplicação da Lei nº 7.716 às condutas homofóbicas e transfóbicas. A decisão é objeto de
04
permissão de uma analogia “in malam partem” em direito penal, mas também recebe fortes elogios de
36
Conclusão: Apesar de o legislador ter previsto a punição das condutas resultantes de preconceito de
CO
raça, cor, etnia, religião e procedência nacional, o STF estendeu o conceito de raça para realizar a tutela de
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g) Identidade de gênero: identificação dos indivíduos como homem, mulher ou alguma categoria
02
diferente do masculino e feminino (não binário). É como a pessoa se vê, é a identidade cultural daquele
S TA
indivíduo, pouco importando o seu sexo biológico.
CO
DO
4. DESDOBRAMENTOS DA ADOÇÃO DO CONCEITO SOCIOCULTURAL/AMPLIADO DE RACISMO
S EN
Art. 5º, CR. (...)
RO
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
CE
pena de reclusão, nos termos da lei;
NI
DE
Para o STF é plenamente possível que a Constituição estabeleça que determinados crimes sejam
AU
imprescritíveis. Isso porque: (i) a CF prevê tal possibilidade no rol dos direitos e garantias individuais, e (ii)
0L
47
tendo em vista a tamanha a gravidade desse crime, não se pode deixar que fatos delituosos como estes
caíssem em esquecimento. Não se pode apagar da memória do povo. 50
07
Parte da doutrina defendia que a imprescritibilidade e a inafiançabilidade impostas pela CR somente
36
alcançariam o crime de racismo praticado em razão de raça, cor e, para alguns, de etnia. O STF, no julgamento
02
do HC 82.424/RS determinou que essa aplicabilidade recai sobre quaisquer das formas pelas quais o crime
A
ST
gênero).
O
Importante recordar que, além do racismo, também é imprescritível a ação de grupos armados, civis
ND
ou militares contra a ordem constitucional e estados democráticos (art.5º LXIV da CF). Segundo a maioria da
SE
● E os atos discriminatórios determinados pelas outras leis (pessoa com deficiência, idoso)?
NI
Em relação ao delito de racismo não é cabível a liberdade provisória com fiança. Se a pessoa foi presa
5
07
em flagrante, não cabe pagamento de fiança para a liberdade provisória. No entanto, prevalece o
36
entendimento de que é cabível a liberdade provisória sem fiança, cumulada ou não com as medidas
02
a) Condutas: Os verbos utilizados pelo legislador são: Obstar; Impedir; Negar; e Recusar
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OBSTAR/IMPEDIR NEGAR/RECUSAR
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Impedir é negar o acesso, proibir, obstruir. Negar é recusar-se a atender a pedido ou solicitação,
S
Obstar é criar obstáculos ou dificuldades, opor-se, ou ainda deixar de prestar serviço ou entregar bem.
CO
causar embaraço. Recusar, igualmente, consiste em deixar de fornecer
DO
serviço ou entregar bem.
EN
S
b) Elemento subjetivo: Todos os tipos penais da lei são dolosos. Ademais, todos os tipos penais
RO
possuem um especial fim de agir, consistente na discriminação de alguém em razão de raça, cor, etnia,
CE
religião, procedência nacional, além de orientação sexual e identidade de gênero, por força de orientação
NI
DE
jurisprudencial.
AU
Ausente o especial fim de agir, a conduta será atípica, como na hipótese de uma brincadeira feita
0L
entre amigos, em que não há a vontade específica de discriminar.
47
c) Bem Jurídico Tutelado: igualdade. 50
07
d) Consumação: Os delitos descritos nos arts. 3º a 14 são formais, ou seja, dispensam a ocorrência do
36
resultado naturalístico para fins de consumação. Em outras palavras: mesmo que a vítima não se sinta
02
41998
CO
e) Ação penal: Todos os crimes da lei são de ação penal pública incondicionada.
41998
O
ND
Será da Justiça Estadual nos casos dos delitos dos arts. 4º, 5º, 7º a 12 e 14, que se dão,
RO
necessariamente, no âmbito de relações privadas. Por outro lado, a competência será da Justiça Federal, por
CE
∘ No caso do art. 3º (acesso a cargo público), quando o delito ocorrer em órgão federal da
DE
∘ No caso de internacionalidade do delito (CF, art. 109, V), uma vez que se trata de crime que o Brasil
5
07
se obrigou a reprimir, nos termos do art. IV, “a”, da Convenção Internacional Sobre a Eliminação de
36
partiram as mensagens com base no art. 70 do CPP, tendo em vista que, quando o
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usuário da rede social posta a manifestação racista, ele, com esta conduta, já
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das Justiças localizadas nos locais de onde partiram as mensagens racistas. Todavia,
02
tais condutas contaram com o mesmo modus operandi, qual seja, troca e postagem
STA
de mensagens de cunho racista e discriminatório contra diversas minorias. Dessa
CO
forma, estando interligadas as condutas, constata-se a existência de conexão
DO
probatória a atrair a incidência dos arts. 76, III, e 78, II, do CPP. Será competente
EN
para julgar conjuntamente os fatos o juízo prevento, ou seja, aquele que primeiro
S
conheceu dos fatos.
RO
CE
g) Efeitos da condenação: Constituem efeitos NÃO AUTOMÁTICOS, da condenação por crimes da
NI
presente lei: Perda do cargo ou função pública, para o servidor público e a suspensão do funcionamento do
DE
estabelecimento particular por prazo não superior a três meses (art. 16).
AU
Os efeitos da Lei nº 7.716/89 não excluem a aplicação dos efeitos previstos no Código Penal, desde
0L
47
que compatíveis.
50
07
41998
OBS.1: Todos os crimes têm pena de reclusão até mesmo por mandamento constitucional (art. 5°, XLII - a
36
prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
02
lei), com a seguinte EXCEÇÃO: “Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade,
A
ST
recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas
O
OBS.2: Há quem defenda ser incabível a aplicação da suspensão condicional do processo, pois a motivação
RO
da conduta seria incompatível com o benefício. Da mesma forma, defende-se a impossibilidade de aplicação
CE
do acordo de não persecução penal, pois tal medida seria inadequada e insuficiente para a repressão e
NI
6. CRIMES EM ESPÉCIE
L
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04
CAIU EM PROVA:
5
07
36
(Delegado da PCBA 2013): Considerando o que dispõe a legislação atual acerca de discriminação, julgue o
02
Pratica crime o empregador que, por motivo de discriminação de raça ou cor, deixar de conceder
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(CORRETA)
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Novo tipo penal Injúria Racial (deslocamento do conteúdo criminoso para outro tipo penal)
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Foi alterado o antigo parágrafo 3° pela Lei n. 14.532/2023 que retira a injúria consistente na utilização
CO
41998
de elementos referente a raça, cor, etnia. Houve aplicação do princípio da continuidade normativo-
DO
típica que significa a manutenção do caráter proibido da conduta, porém com o deslocamento do conteúdo
EN
criminoso para outro tipo penal, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário. A
S
RO
intenção é que a conduta permaneça criminosa. Logo, agora é tipificado como racismo a injúria racial,
estando prevista na Lei n. 7.716/89.
CE
Considerações:
NI
DE
● Alteração no quantum da pena: antes era 1 a 3 anos previsto no Código Penal, agora a pena é de
AU
reclusão 2 a 5 anos.
0L
● Trata-se de uma novatio legis in pejus. A Lei 14.532/23 é irretroativa, não alcançando fatos pretéritos,
47
em estrita obediência ao art. 1º do CP.
50
07
Não há mais dúvida, portanto, de que essa forma de injúria deve sofrer as mesmas
36
02
penal pública!!!
ST
41998
CO
decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional. (Incluído pela Lei
SE
nº 14.532, de 2023)
RO
2023)
L
Atente-se que a pena é AUMENTADA de METADE se o crime for cometido mediante concurso de 2
70
E a injúria praticada por homotransfobia? Onde se situa nesse contexto? De acordo com autores
36
02
e delegados Bruno Gilaberte e Francisco Sanini, apesar da ausência de previsão expressa, cuida-se de
A
situação atinente ao art. 2º-A, da Lei 7.716, conclusão é inexorável, face ao decidido pelo STF na ADO 26 e
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no MI 4.733.
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No delito de “Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da
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Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos” há um elemento
STA
normativo do tipo: pessoa devidamente habilitada. O juiz vai verificar se o sujeito estava habilitado e a recusa
CO
se deu por conta da discriminação.
DO
A lei menciona apenas em cargo, não mencionando emprego ou função pública. Nesse caso temos
EN
divergência possibilitando dois entendimentos.
S
41998
RO
⋅ 1ª corrente: (Victor Eduardo Rios Gonçalves + José Paulo Baltazar Jr. e Gabriel Habib): Essa corrente
CE
entende que emprego público não está abrangido pelo art. 3º, pois seria uma analogia in malam
NI
partem. Assim, permaneceria um crime subsidiário - art. 20, na modalidade praticar;
DE
⋅ 2ª corrente: (Nucci): Essa segunda posição defende que o dispositivo abrange o emprego público,
AU
far-se-á uma interpretação extensiva, porque o espírito da lei é o mesmo.
0L
47
6.2. Art. 4º - Emprego em empresa privada 50
07
36
de serviço eventual, empreitada etc., pois exige a relação de emprego. Por “empresa privada” entende-se
O
sociedade ou individual, comercial ou civil, ainda que irregular ou de fato. Inclui profissionais liberais. Não
ND
dispensa por critérios “racistas”). O empregador negro que deixa de fornecer equipamento ao empregado
DE
branco, em razão de critérios de raça, cor, etnia, religião, etc, comete o delito.
AU
L
70
c) Art. 4º, §1º, II - um crime próprio, portanto será a pessoa que tem o poder de permitir ou não a ascensão.
5 04
07
d) Art. 4º, §1º, III - Não significa que é somente quanto ao salário, pode ser outro tipo de diferenciação.
36
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promoção da igualdade racial. Parte da doutrina sustenta que o §2º do art. 4º padece de
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O art. 4º, §2º, da Lei nº 7.716/89 prevê penas restritivas de direitos autônomas (quebrando a tradição
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de serem substitutivas das penas privativas de liberdade). Não conversibilidade em PPL (nem em caso de
STA
recalcitrância conversão em multa).
CO
DO
6.3. Art. 5º - Acesso a estabelecimento comercial
EN
S
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a
RO
servir, atender ou receber cliente ou comprador.
CE
É um tipo alternativo misto, pois há uma negativa de receber, servir. É um crime subsidiário em
NI
relação aos arts. 7º-10, pois ele não especifica quais são esses estabelecimentos.
DE
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0L
ATENÇÃO: A lei não dá preferência a grupos historicamente estigmatizados. Ela vale para todos. Logo,
47
também é crime impedir a entrada de um branco num estabelecimento por discriminação, por exemplo.
50
07
6.4. Art. 6º - Ingresso em instituição de ensino
36
02
A
grau” são aquelas instituições inseridas no sistema nacional de ensino (Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e
SE
Bases da Educação), bem como as instituições que participem do processo de formação intelectual das
RO
pessoas, tais como cursos de idiomas, cursos preparatórios para concurso, dentre outros.
CE
NI
DE
Tipo alternativo misto. Ex.: A impede o acesso de B a determinado hotel. Após a resistência inicial, A
36
Ex.: proprietário, gerente etc.) e comum (impedir hospedagem – pode ser praticado por qualquer pessoa).
CO
tipo.
ND
E residências alugadas para temporada, por exemplo, por meio do Booking ou Airbnb? NÃO, porque
RO
NÃO têm as mesmas características, mas pode se enquadrar no dispositivo subsidiário (art. 20).
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6.6. Art. 8º - Acesso a restaurantes e similares
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Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
DO
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
EN
Pena: reclusão de um a três anos.
S
RO
É um tipo alternativo misto. Ex.: A impede o acesso de B a determinado bar. Após a resistência inicial,
CE
A consente com o ingresso de B, mas recusa-lhe atendimento.
NI
Interpretação analógica [ex.: cafeteria, sorveteria]. Aplicável para serviços de “delivery”, “takeaway”
DE
e “drive thru”, pois a expressão “atendimento” tem acepção mais ampla.
AU
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6.7. Art. 9º - Acesso a locais de diversão ou clubes sociais
50
07
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos,
36
41998
CO
Obs.: clubes sociais abertos ao público são os de livre acesso de qualquer pessoa, mediante
ND
pagamento de ingresso.
SE
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Cuidado, pois esse crime não abrange os clubes mantidos por associações. [Ex: Associação Goiana do MP]
CE
ou clubes sociais privados, pois a frequência somente pode ser feita por sócios previamente selecionados
NI
(ex.: só ingressa quem for indicado por outro sócio. A seleção que pode levar em conta múltiplos critérios,
DE
mas jamais fatores de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional. (RHC 12.809/MG, Rel. Min. Hamilton
AU
OBS.1: “Face control” e “dress code”: A princípio não é crime, salvo se esse controle estiver vinculado a
5
07
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finalidades.
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6.9. Art. 11 – Acesso a entrada ou elevador social
02
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Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e
CO
elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
DO
Pena: reclusão de um a três anos.
S EN
Cuidado 1: O art. 11 não é aplicado ao fato de uma placa ser colocada elevador social com os dizeres:
RO
“empregadas domésticas, apenas no elevador de serviço”, pois não há ofensa à raça, cor, etnia, religião,
CE
procedência nacional. Isso ocorre porque
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a lei não criminaliza o preconceito de classe social ou preconceito
NI
profissional.
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Cuidado 2: “negros, apenas no elevador de serviço”. Nesse caso temos uma segregação coletiva, de
AU
modo que se aplica o art. 11 da Lei.
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Não há crime:
50
✔ Restrição de acesso às entradas sociais ou uso do elevador social, com base em outros
07
critérios [mudanças; carrinhos de compras; animais; trajes de banho];
36
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios
ND
concedido.
RO
OBS.1: No caso de Táxi? Haverá o crime? Sim, pois dada a autorização do poder público: “qualquer
DE
AU
OBS.2: Não incide esse crime quanto ao transporte privado, por exemplo Uber (nesse caso, aplica-se
70
o art. 20). Também não incide esse dispositivo quanto ao impedimento de acesso ao meio de transporte
04
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das
CO
Forças Armadas.
O
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Sujeito ativo: é um crime próprio, quem possua incumbência de admitir o ingresso de alguém ao
02
serviço militar. Pode ser tanto um funcionário subalterno, encarregado da seleção, como um alto dirigente
STA
das Forças Armadas.
CO
Esse tipo incriminador abrange as carreiras militares (polícia militar e bombeiros) estaduais?
DO
Sobre esse questionamento temos 2 correntes.
EN
⋅ 1ª corrente: Não, essa corrente se fundamenta na CF, no art. 142 dizendo que as Forças Armadas,
S
são constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, sendo que polícia militar e bombeiro
RO
não estão englobados. Sendo que para essas pessoas serão aplicados os art. 3º ou 20. Essa primeira
CE
corrente é majoritária.
NI
⋅ 2ª corrente: Sim, essa corrente se fundamenta na CF, art. 144, §6º, diz que as polícias militares e
DE
corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, portanto engloba bombeiros
AU
e a polícia militar.
0L
47
6.12. Art. 14 – Casamento ou convívio familiar e social 50
07
36
∘ Por “Meio”: entende-se como o impedimento de frequência a casa ou a imposição de condições que
ND
impeçam o casamento. Como exemplo o não consentimento em razão de o sujeito ser negro.
SE
∘ “Forma”: entende-se a ação praticada mediante violência ou ameaça, coação, fraude e, mesmo,
RO
remoção física, como no caso em que a vítima é levada por familiares a outro país, de modo a impedir
CE
∘ “Convivência social”: abrange qualquer forma de contato mais próximo, fora do âmbito familiar.
AU
Exemplo, a amizade.
L
70
04
CAIU EM PROVA:
02
41998
A
(Delegado da PCGO 2017): Uma jovem de vinte e um anos de idade, moradora da região Sudeste,
ST
inconformada com o resultado das eleições presidenciais de 2014, proferiu, em redes sociais na Internet,
CO
diversas ofensas contra nordestinos. Alertada de que estava cometendo um crime, a jovem apagou as
O
mensagens e desculpou-se, tendo afirmado estar arrependida. Suas mensagens, porém, têm sido veiculadas
ND
por um sítio eletrônico que promove discurso de ódio contra nordestinos. No que se refere à situação
SE
hipotética precedente, assinale a opção correta, com base no disposto na Lei n.º 7.716/1989, que define os
RO
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O crime praticado pela jovem não se confunde com o de injúria racial.
02
STA
Atenção! Alteração no art. 20 da Lei com acréscimo da qualificadora para crimes cometidos por
CO
intermédio de publicação em redes sociais e da rede mundial de computadores e, ainda, no contexto de
DO
atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais destinadas ao público.
SEN
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor,
RO
etnia, religião ou procedência nacional.
CE
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
NI
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
DE
AU
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada,
0L
para fins de divulgação do nazismo.
47
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
50
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos
07
meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
36
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido por intermédio dos
02
computadores ou de publicação
41998 de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº
CO
§ 2º-B Sem prejuízo da pena correspondente à violência, incorre nas mesmas penas
SE
legislativa!)
02
respectivo;
CO
mundial de computadores.
RO
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§ 4º Na hipótese do §2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado
02
da decisão, a destruição do material apreendido.
STA
CO
Alteração do parágrafo 2º 41998
DO
EN
Parágrafo 2° Parágrafo 2°
S
ANTES DA LEI DEPOIS DA LEI
RO
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é § 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo
CE
cometido por intermédio dos meios de for cometido por intermédio dos meios de
NI
comunicação social ou publicação de qualquer comunicação social, de publicação em redes
DE
AU
natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de sociais, da rede mundial de computadores ou de
0L
15/05/97) publicação de qualquer natureza: (Redação dada
47
pela Lei nº 14.532, de 2023)
50
O § 2º do art. 20 já existia antes mesmo da Lei 14.532/2023. A partir da novidade legislativa da Lei
07
14.532/2023 o que houve foi um acréscimo de elementos na qualificadora (especificamente): “de publicação
36
Para uma parcela da doutrina esse artigo 20 é inócuo, motivo pelo qual ele fere o princípio da
A
ST
Ou seja: deve ser utilizado quando a conduta não se subsumir a nenhum dos tipos penais
ND
Note que os verbos “induzir” e “incitar (instigar)” são crimes autônomos. Assim, se A induz B a
RO
impedir o acesso de alguém a ônibus público, em virtude da cor de sua pele (art. 12), A será autor do delito
CE
Art. 20- A e Art.20-B: Novas de causas de aumento em contexto ou com intuito de descontração, diversão
AU
NOVIDADE LEGISLATIVA!
04
Art. 20-A. Os crimes previstos nesta Lei terão as penas aumentadas de 1/3
5
07
Art. 20-B. Os crimes previstos nos arts. 2º-A e 20 desta Lei terão as penas
A
ST
aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando praticados por funcionário
CO
Considerações:
RO
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● Nova causa de aumento do art. 20-A dispõe: “os crimes previstos nesta lei...”. Isso quer dizer
02
que inclusive na injúria racial tal causa de aumento pode ser aplicável. Não se trata de causa
STA
de aumento específica do art. 20, mas sim de toda Lei do Crime Racial (Lei 7.716/1989).
CO
● Os crimes previstos nos arts. 2º-A (injúria racial) e 20 (racismo – tipo genérico) desta Lei terão
DO
as penas aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade (1/2), quando praticados por
EN
funcionário público, conforme definição prevista no Código Penal (ou seja, conforme o art.
S
327 do CP), no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las.
RO
CE
Atenção! Contexto ou intuito de brincadeira: Animus Jocandi está tipificado na Lei do Crime Racial
NI
DE
(Lei 7.716/1989)? SIM, inclusive com causa de aumento! Antes existia uma divergência.
AU
Art. 20-C e art. 20- D: Interpretação da lei e obrigatoriedade de advogado ou defensor público nos atos
0L
processuais cíveis e criminais para as vítimas de crimes de racismo
47
NOVIDADE LEGISLATIVA!
50
07
Art. 20-C. Na interpretação desta Lei, o juiz deve considerar como
36
02
Art. 20-D. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a vítima dos crimes
ND
41998
Por fim, a Lei nº 14.532 que modificou a lei 7.716 entra em vigor na data de sua publicação, qual
CE
seja, 11.01.2023.
NI
DE
AU
7. JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS
L
70
Em reiteradas questões de concursos policiais foi feita a cobrança de alguns casos específicos, em
04
virtude de sua relevância política e fática, de modo que é importante o entendimento dos seguintes julgados:
5
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08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância
02
que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in
STA
fine”). STF. Plenário. ADO 26/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min.
CO
Edson Fachin, julgados em 13/6/2019. (Info 944)
DO
EN
O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no auditório de
S
determinado clube e ali fez críticas e comentários negativos a respeito dos
RO
quilombolas e também de povos estrangeiros. No trecho mais questionado de sua
CE
palestra, ele afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o
NI
afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que
DE
nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado
AU
com eles. Recebem cesta básica e mais material em implementos agrícolas. Você
0L
47
vai em El Dourado Paulista, você compra arame farpado, você compra enxada, pá,
50
picareta por metade do preço vendido em outra cidade vizinha. Por que? Porque
07
eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF entendeu
36
cargo de Deputado Federal a fim de dar a sua visão geopolítica e econômica do País.
AU
imunidade parlamentar. STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
5
07
não apenas escolher qual religião irá seguir, mas também o de fazer proselitismo
CO
religioso, desse modo, ainda que sendo realizada comparação entre religiões,
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STF – A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus
02
seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade
STA
de expressão. Assim, é possível, a depender do caso concreto que um líder religioso
CO
seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, parágrafo segundo, da lei 7.716/89)
DO
por ter proferido discursos de ódio público contra outras denominações religiosas
EN
e seus seguidores (RHC 146303/RJ 6/03/2018)
S
RO
CE
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41998 50
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI ANTITERRORISMO
02
STA
1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO
CO
DO
Segundo ensina o professor Renato Brasileiro, os mandados de criminalização são normas
EN
constitucionais que criam, para o legislador infraconstitucional, a obrigação de criminalizar lesões a
S
determinados bens jurídicos. Esse dever busca reforçar o princípio da proporcionalidade, sobretudo na
RO
vertente acerca da proibição da proteção deficiente.
CE
Dentre o rol de mandados de criminalização exigidos pela Constituição Federal, encontra-se a
NI
criminalização do terrorismo como crime equiparado a hediondo. Ressalta-se, inclusive, que este foi o último
DE
mandado de criminalização a ser concretizado pelo legislador ordinário, haja vista que a Lei Antiterrorismo
AU
somente foi elaborada em 2016.
0L
47
Atualmente, o terrorismo é tratado na Lei 13.260/16, que teve a sua vigência no mesmo dia da
publicação (18/03/2016). 50
07
36
Lei n. 13.260/16: Art. 1o Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º
02
investigatórias e processuais41998
e reformulando o conceito de organização terrorista.
CO
O
CF/88. art. 5°, XLIII: a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ND
Jurídico Brasileiro?
L
70
ordenamento jurídico brasileiro, dentro da antiga Lei de segurança nacional (art. 20, da lei
02
7.170/83). Como adeptos dessa corrente temos o Professor Antônio Scarance Fernandes;
A
ST
13.260/16), não estava definido na legislação pátria (Brasil). Isso porque o art. 20 não era
ND
suficiente para definir terrorismo, sob pena de configurar violação ao princípio da taxatividade.
SE
Essa era uma corrente defendida pelo Professor Alberto Silva Franco, que estava sendo aceita,
RO
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02
2. CONCEITO E ATOS DE TERRORISMO
STA
CO
A lei n. 13.260 conceitua, para fins de tipificação penal, terrorismo como:
DO
EN
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos
S
previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de
RO
raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror
CE
social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a
NI
incolumidade pública.
DE
AU
§ 1º São atos de terrorismo:
0L
47
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos,
50
gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios
07
capazes de causar danos ou promover destruição em massa;
36
II – (VETADO);
02
41998
III - (VETADO);
A
ST
IV - sabotar o funcionamento
41998 ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a
CO
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à ameaça
L
70
ou à violência.
04
5
07
Note que os atos de terrorismo elencados no §1º, são na realidade, meios de execução da prática
36
de terrorismo. Nesse sentido, o crime de terrorismo está previsto no caput do art. 2º, enquanto o §1º
02
Há, ainda, a possibilidade de utilizar a interpretação analógica, visto que o legislador utilizou a
CO
Trata-se de tipo penal misto alternativo, pois caso o agente pratique mais de uma das condutas
ND
descritas no tipo, em qualquer dos seus incisos, responderá por um único delito.
SE
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Entretanto, como se depreende do final do artigo em análise, a cláusula de atipicidade não é absoluta, de
02
modo que o agente poderá ser responsabilizado penalmente caso incorra em outro tipo penal.
STA
CO
3. BEM JURÍDICO TUTELADO
DO
EN
O bem jurídico tutelado na lei antiterrorismo varia de acordo com a doutrina nacional ou estrangeira.
S
RO
3.1 Bem jurídico para a doutrina estrangeira
CE
NI
A doutrina estrangeira afirma que o crime de terrorismo tutela três bens jurídicos diversos, quais sejam:
DE
∘ 1º BJ – seria o mesmo bem jurídico tutelado pelo ato terrorista;
AU
∘ 2ª BJ - seria a paz pública (trabalhada em seu ponto de vista subjetivo, enquanto um estado coletivo
0L
47
de tranquilidade).
∘ 3º BJ - seria a própria democracia. 50
07
36
pública. Isso porque não se deve confundir o crime de terrorismo com os atos de terrorismo, que tratam de
O
Ademais, no projeto do novo Código Penal, o crime de terrorismo está previsto no capítulo que versa
SE
sobre “os Crimes contra a Paz Pública”, motivo pelo qual seria este o bem jurídico 41998
tutelado, na sua
RO
perspectiva subjetiva.
CE
Nas palavras do professor Renato Brasileiro (2020): “Subjetivamente, a paz pública corresponde ao
NI
sentimento coletivo de confiança na ordem jurídica. É exatamente nesse segundo sentido, ou seja, em seu
DE
aspecto subjetivo, que a lei penal brasileira visa proteger a paz pública com o crime de terrorismo.”
AU
L
70
4. SUJEITOS DO CRIME
504
07
O sujeito passivo, por sua vez, é a coletividade, tratando-se de expressão do funcionalismo radical e
02
Pergunta-se: O crime de terrorismo pode ser praticado por uma só pessoa ou a qualidade
O
terrorismo, de modo que um único agente não pode praticar o crime. Para essa corrente, uma
RO
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pessoa agindo sozinha não seria suficiente para gerar o terror social ou generalizado exigido pela
02
lei. (Minoritária)
STA
● 2ª C: Prevalece o entendimento de que a qualidade organizacional não é elementar do crime de
CO
terrorismo, de modo que pode haver o chamado terrorismo individual. Inclusive, o próprio
DO
artigo 2º da Lei 13.260/2016 prevê expressamente a possibilidade de o crime ser praticado por
EN
um só agente (crime de concurso eventual ou unissubjetivo)
S
RO
Obs.1: Alguns doutrinadores se utilizam das expressões lobo solitário (lone wolf) e rato solitário (lone
CE
rate) – trata-se de alguém que organiza e executa atos de terrorismo sozinho sem estar conectado a uma
NI
estrutura de comando.
DE
Obs.2: Como fica a tipificação dos crimes?
AU
⦁ Terrorismo praticado por 1 só agente – responde pelo art. 2º;
0L
⦁
47
Terrorismo praticado por uma organização criminosa – resposta pelo art. 2º da Lei em concurso
de crimes com a Lei 12.850/2013; 50
07
⦁ Terrorismo praticado por uma organização terrorista – responde pelo art. 3º.
36
02
41998
associação eventual).
ND
terrorismo previsto nesta lei ou em qualquer outro diploma, haverá concurso material de crimes.
RO
É pertinente lembrar que o tipo penal do artigo 3º é especial em relação aos delitos de associação
CE
criminosa (art. 288 do Código Penal), associação para o tráfico (art. 35 da lei 13.343), e de promover ou
NI
A doutrina sustenta que o termo “organização terrorista seria uma espécie do gênero “organização
AU
criminosa”. Nesse sentido, para a tipificação do crime do art. 3° é necessária a reunião de pelo menos 4
L
70
(quatro) pessoas.
04
Trata-se de crime permanente, ou seja, aquele cuja consumação, pela natureza do bem jurídico
5
07
ofendido, pode protrair -se no tempo, detendo o agente o poder de fazer cessar a prática delituosa a
36
qualquer momento. Lembre-se que, por ser um crime permanente é perfeitamente possível a prisão em
02
5. TIPO SUBJETIVO
O
ND
terrorismo). No entanto, o crime de terrorismo exige, além do dolo (elemento geral), dois elementos
RO
especiais, chamados pela doutrina de especial motivo de agir e especial fim de agir.
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Obs.: parte da doutrina considera que existe um duplo especial fim de agir, fique atento!
02
TA
S
a) Especial fim de agir: o crime de terrorismo deve ter a finalidade específica de provocar terror
CO
social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
DO
pública.
EN
b) Especial motivo de agir: para fins de tipificação do crime de terrorismo, deve restar demonstrado
S
que os atos terroristas foram praticados em razão de motivos (razões de xenofobia,
RO
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião).
CE
NI
∘ Xenofobia: é uma espécie de preconceito caracterizado pelo ódio aos estrangeiros.
DE
Conforme ensina o Professor Renato Brasileiro:
AU
0L
47
“Do grego, a expressão xenofobia é formada por dois termos: xénos (estrangeiro)
50
e phóbos (medo). Funciona, portanto, como uma espécie de preconceito
07
caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que pode
36
outros.
A
ST
borja Jiménez, "la negacion emocional o miedo ante personas ajenas, ante
O
de forma inextrincável”.
AU
L
70
promover um tratamento desigual entre pessoas que são semelhantes entre si.
5
07
quem não reconhece as diferenças culturais das diversas etnias que compõem o
ND
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A ação discriminatória consiste , assim, na negação dos princípios da igualdade e do
02
pluralismo, mediante imposição de restrições ou exigências desarrazoadas, como
STA
também pelo não reconhecimento ou aniquilação das diferenças.
CO
A discriminação torna-se perceptível no momento da exteriorização objetiva de
DO
uma conduta no mundo exterior, estando geralmente ligada a um resultado
EN
concretamente verificável ou em vias de se concretizar. Em última análise, a ação
S
discriminatória dirige-se a outra pessoa no sentido de privá-la (ou dificultar ou
RO
limitar) do acesso ou gozo de determinado bem ou direito”.
CE
NI
Há que se mencionar, ainda, que a discriminação pode ser positiva, consistindo naquela
DE
expressada pelas ações afirmativas (ex.: cotas raciais para ingresso em instituição de ensino
AU
pública); ou negativa, que consiste na concretização do preconceito.
0L
47
∘ 50
Preconceito: Significa, “uma opinião formada antecipadamente”. O preconceito, por si só,
07
não é considerado crime, de modo que apenas se torna crime quando resultar em uma
36
discriminação.
02
41998
CO
abrangente do que o último, havendo entre eles uma relação de espécie e gênero” (Renato
A
ST
Brasileiro).
CO
O
∘ Etnia: Quando se fala em etnia está-se falando de um grupo de pessoas unidos por laços
ND
culturais (vínculos intelectuais). Portanto, o conceito de etnia não comporta definição com
SE
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∘ Religião: a palavra “religião” não é utilizada para indicar um modo exclusivo de manifestação
02
da fé (como prática coletiva e organizada do ponto de vista institucional e litúrgico), servindo
S TA
também para indicar toda sorte de crenças (ainda que individuais e não sistematizadas).
CO
De acordo com a lição do Professor Renato Brasileiro:
DO
“(...) parece-nos que o termo pode ser analisado sob pelo menos quatro ângulos
EN
distintos: a) como conceito: crença, aspecto intelectual, suporte de ideias acerca da
S
humanidade e do mundo; b) como cerimônia: aspecto ritualístico, culto, liturgia,
RO
regras de contato com o sagrado; c) como organização: aspecto normativo, regras
CE
impostas aos membros eclesiásticos e aos devotos; d) como experiência: aspecto
NI
da emotividade”.
DE
AU
Obs.1: o preconceito e a discriminação têm que estar ligados a um desses elementos (raça, cor, etnia,
0L
47
religião).
50
Obs.2: Com exceção da xenofobia, todos os demais elementos constam da lei do racismo (Lei
07
7.716/89).
36
Obs.3: Segundo o professor Renato Brasileiro, a finalidade pretendida pelos atentados terroristas
02
não precisa ter necessariamente natureza política, haja vista que o legislador não traz esse elemento no tipo
A
ST
penal. 41998
CO
O
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
ND
SE
O crime de terrorismo consuma-se no exato instante em que restar consumado um dos atos
RO
É crime formal, uma vez que não se exige a alteração da realidade natural para a sua consumação.
NI
DE
metade.
O
§ lº incorre nas mesmas penas o agente que, com o propósito de praticar atos de
ND
terrorismo:
SE
77
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II - fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele de sua residência ou
02
nacionalidade.
STA
CO
Aqui temos a presença marcante de uma antecipação da tutela penal, uma vez que há punição
DO
autônoma dos atos preparatórios**, como deixa claro o caput do artigo, atos estes que, em regra, não são
EN
passíveis de punição.
S
** O que seriam atos preparatórios de terrorismo para os fins do art. 5°, caput, da Lei n. 13.260/16?
RO
R.: O ato é considerado preparatório quando fornece ao indivíduo as condições necessárias para a
CE
execução do delito planejado, no caso, o delito de terrorismo, sem que tal ato ultrapasse a mera planificação
NI
interna do fato e sem que dê início à imediata execução típica da vontade criminal (hipótese em que já
DE
configuraria a tentativa do crime de terrorismo).
AU
Nesse sentido, é possível notar que o art. 5º funciona como verdadeiro soldado de reserva em relação
0L
47
ao crime de terrorismo, que restará caracterizado quando não houver sequer o ingresso em atos de execução
50
deste delito, ficando o agente circunscrito a meros atos preparatórios de terrorismo.
07
O §1º, por sua vez, prevê condutas que são legalmente equiparadas aos atos de terrorismo:
36
02
● Recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que viajem para país distinto daquele de sua
A
ST
- Exige-se o efetivo deslocamento de um país para outro, não sendo suficiente a mera
O
intenção de viajar.
ND
- Caso a pessoa não viaje para outro país, aplica-se a causa de diminuição de pena prevista
SE
Obs.: “O simples fato de visitar sítios Web que contenham informações ou de receber comunicações que
DE
poderão ser utilizadas para o treinamento para o terrorismo - campo de treinamento virtual - não é suficiente
AU
para configurar tal delito. No entanto, daí não se pode concluir que tais formas de "autoditatismo" pela
L
70
internet em relação a práticas terroristas sejam consideradas atípicas. Isso porque, de acordo com o art. 5°,
04
§2°, da Lei n. 13.260/16, "nas hipóteses do §1 º, quando a conduta não envolver treinamento ou viagem para
5
07
país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade, a pena será a correspondente ao delito consumado,
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direitos, valores ou serviços de qualquer natureza, para o planejamento, a
02
preparação ou a execução dos crimes previstos nesta Lei:
TA
S
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.
CO
DO
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem oferecer ou receber, obtiver,
EN
guardar, mantiver em depósito, solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir
S
para a obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a finalidade de financiar,
RO
total ou parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, associação, entidade, organização
CE
criminosa que tenha como atividade principal ou secundária, mesmo em caráter
NI
eventual, a prática dos crimes previstos nesta Lei.
DE
AU
Trata-se de um tipo penal misto alternativo orientado a punir o agente que promove auxílio material
0L
47
às condutas finalisticamente ligadas aos atos de terrorismo.
∘ Art., 6º, caput – financiamento do terrorismo 50
07
∘ Art. 6º, §único – financiamento das organizações terroristas
36
02
Ao prever o financiamento como delito autônomo, a Lei objetivou punir o agente que não tem
A
ST
dinheiro ou bens para subsidiar o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes previstos na Lei
O
o terrorismo, também pratica condutas típicas inerentes ao terrorismo por ele financiado.
RO
● 1ª C – Haverá crime de financiamento ao terrorismo (art. 6°) em concurso material com o delito
NI
● 2ªC - O agente responde apenas pelo crime de financiamento ao terrorismo (art. 6°)
AU
funcionando eventual terrorismo por ele praticado como mero post factum impunível. É a
L
70
41998
posição do professor Renato Brasileiro.
04
5
07
Art. 7º Salvo quando for elementar da prática de qualquer crime previsto nesta Lei,
A
ST
Aqui temos uma causa de aumento ligada à produção de um resultado específico, que só deverá
SE
prevalecer se não houver dolo para com a produção do resultado, caso contrário, os crimes devem ser
RO
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10. CLÁUSULA DE COMPETÊNCIA JUDICIAL E ATRIBUIÇÃO POLICIAL
STA
CO
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei
DO
são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a
EN
investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu
S
processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição
RO
Federal.
CE
Parágrafo único. (VETADO).
NI
DE
A Lei prevê expressamente que caberá à Justiça Federal processar e julgar os crimes de terrorismo,
AU
bem como à Polícia Federal a respectiva investigação criminal.
0L
47
Crítica da doutrina: Considerando que a própria Constituição
41998
delimitou a competência da Justiça
50
Federal nos incisos do art. 109, não seria possível um legislador infraconstitucional ampliar o referido rol por
07
meio de lei ordinária. Nesse sentido, parte da doutrina entende que o art. 11 da Lei n. 11.340/16 é
36
quatro horas, havendo indícios suficientes de crime previsto nesta Lei, poderá
RO
infração penal.
O
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§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores
STA
para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista
CO
nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.
DO
EN
Art. 13. Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério
S
Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administração dos
RO
bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de
CE
compromisso.
NI
DE
Art. 14. A pessoa responsável pela administração dos bens:
AU
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita
0L
47
preferencialmente com o produto dos bens objeto da administração;
50
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos
07
41998
(Lavagem de Capitais). E, à semelhança do art. 12, os arts. 13 e 14 da Lei n. 13.260/16 também reproduzem
SE
autoridade solicitante.
CO
de terceiro de boa-fé.
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Para que uma decisão brasileira produza efeitos no exterior, ou vice-versa, é preciso contar com a
STA
colaboração do Estado receptor para a realização dos atos necessários ao seu cumprimento.
CO
Esse fenômeno é denominado pelo Código de Processo Penal brasileiro de "relações jurisdicionais
DO
com autoridade estrangeira" (arts. 780 a 790), mas também costuma ser denominado como assistência
EN
judiciária internacional ou cooperação jurisdicional internacional.
S
A cooperação internacional pode ser:
RO
a. Cooperação internacional ativa - quando solicitada pela autoridade brasileira para que seja
CE
efetivada em outro país.
NI
b. Cooperação internacional passiva – quando a autoridade estrangeira solicitar a prática de
DE
determinado ato no território nacional.
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META 3 – QUARTA-FEIRA
02
STA
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE I (CONCEITOS GERAIS – CLASSIFICAÇÕES – INÍCIO DOS
CO
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME)
DO
EN
TODOS OS ARTIGOS
S
⦁ Art. 1, CP
RO
⦁ Art. 13 CP
CE
⦁ Art. 14, CP
NI
⦁ Arts. 15 a 19 C
DE
⦁
AU
Art. 20, § 1º CP
⦁
0L
Art. 75, CP
⦁
47
Arts. 1º a 10 da Lei de Contravenções Penais (DL 3688/41)`
⦁ Art. 33 do Código Penal41998
Militar 50
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ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
36
⦁ Art. 1º, CP
02
⦁
A
Art. 13 CP
ST
⦁ Art. 75, CP
O
ND
Súmula 145-STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
CE
NI
DE
É cheio de teorias, divergências, decorebas, mas se for bem estudado e bem entendido, você vai
L
A nossa ideia aqui é passar as partes mais relevantes do conteúdo da forma mais didática e fluida
04
5
possível, mas caso não entendam algo – o que é absolutamente normal, não hesitem em buscar vídeos
07
36
gratuitos no Youtube, explicações em blogs jurídicos, livros, a nossa plataforma, ou o que quer que seja para
02
Combinado nosso: NÃO avancem o conteúdo sem entender qualquer parte! Uma coisa leva à outra
ST
1. CONCEITO DE CRIME
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A depender do critério adotado para a definição de crime, este conceito será diferente. Temos os
02
seguintes critérios:
S TA
I – Critério material/substancial: considera crime toda ação ou omissão humana (ou da pessoa jurídica nos
CO
crimes ambientais) que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados;
DO
II – Critério legal/formal: é o conceito dado pelo legislador. É o que a lei definiu. De acordo com o art. 1º da
EN
Lei de Introdução ao Código Penal, “considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão
S
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa”;
RO
III – Critério analítico: define crime de acordo com os elementos que compõem sua estrutura. Pode ter como
CE
base uma posição quadripartida (crime é fato típico, ilícito, culpável e punível), tripartida (crime é fato típico,
NI
ilícito e culpável) ou bipartida (crime é fato típico e ilícito). Será aprofundado mais à frente.
DE
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CONCEITO DE CRIME
47
CRITÉRIO MATERIAL Ação ou omissão humana (ou de PJ nos crimes ambientais) que
50
lesa ou expõe a perigo de lesão, bem jurídico protegido. Tem
07
como enfoque o fato ofensivo, desvalioso a bens jurídicos
36
relevante.41998
CO
41998
detenção, cumulativa ou alternativamente com pena de multa.
SE
obrigatoriamente, e finalistas);
36
No mais, infração penal é gênero, podendo ser dividida em crime (ou delito) e contravenção penal.
CO
CRIME CONTRAVENÇÃO
RO
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Quanto à pena privativa de Infração penal que a lei comina Infração penal a que a lei comina,
02
TA
liberdade pena de reclusão ou de isoladamente, pena de prisão simples
S
detenção, quer isoladamente, (cumprida sem rigor penitenciário,
CO
quer alternativamente ou nos termos do art. 6º da LCP) ou de
DO
cumulativamente com a pena de multa, ou ambas, alternativa ou
EN
multa. cumulativamente.
S
Quanto à espécie de ação Pode ser ação penal pública Ação penal pública incondicionada,
RO
penal condicionada/incondicionada nos termos do art. 17 da LCP.
CE
ou privada. 41998
NI
DE
Quanto à admissibilidade da A tentativa é punível (em regra). Não é punível a tentativa, nos termos
AU
tentativa (punibilidade) do art. 4º da LCP.
0L
Quanto à extraterritorialidade Admite-se extraterritorialidade Não se admite extraterritorialidade,
47
da lei penal brasileira (art. 7º do CP). nos termos do art. 2º da LCP.
Quanto à competência para Pode ser competência da justiça 50 Somente competência da justiça
07
processar e julgar estadual ou federal. estadual.
36
02
função.
ST
#DICA DD! A pena máxima de 40 anos foi atualizada pelo Pacote Anticrime. Trata-se de uma mudança que
piora a situação do réu (novatio legis in pejus), motivo pelo qual só se aplica aos fatos ocorridos após sua
CE
Diante dessa mudança, como fica a Súmula 715 do STF? Continua valendo? Sim. O limite de 40 anos
L
é para fins de cumprimento máximo da pena, entretanto para os benefícios penais, considera-se o total da
70
condenação.
04
5
07
36
● O Brasil adotou o sistema dualista ou binário: divide a infração penal (que é gênero) em crime
02
● As contravenções penais foram expressamente excluídas da competência da Justiça Federal (art. 109,
ST
IV, CF). O único caso em que a Justiça Federal terá competência para julgar as contravenções penais
CO
é quando o contraventor detém foro de prerrogativa de função federal, o qual será julgado pelo TRF
O
ND
respectivo.
SE
● E o artigo 28 da Lei de Drogas, que não tem nenhuma dessas penas, é o que? Há entendimento
RO
doutrinário de que não seria nem crime nem contravenção, e sim uma infração penal sui generis.
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Para o STF, no entanto, o artigo 28 é crime. De acordo com julgado da Suprema Corte, não houve
02
descriminalização da conduta pela nova lei de drogas, ocorrendo apenas a despenalização no
STA
tocante à pena privativa de liberdade (para mais detalhes consulte o material específico da Lei de
CO
Drogas).
DO
EN
1.2. Classificações dos Crimes
S
RO
1.2.1 Quanto à Qualidade do Sujeito Ativo
CE
I- Crimes comuns/gerais: podem ser praticados por qualquer pessoa;
NI
Obs.: Há também os crimes bicomuns, que podem ser cometidos por qualquer pessoa e contra qualquer
DE
pessoa. Sujeito ativo comum41998
e sujeito passivo comum – Crime bicomum. Ex.: homicídio.
AU
0L
47
II- Crimes próprios/especiais: o tipo penal exige uma condição (fática ou jurídica) especial do sujeito ativo.
50
Admitem coautoria e participação. Exemplo: peculato (somente pode ser praticado por funcionário público);
07
36
Obs.: Os crimes próprios podem ser puros e impuros. Nos crimes puros, a ausência da condição especial do
02
sujeito ativo leva à atipicidade do fato. Por sua vez, nos crimes impuros, a ausência dessa condição especial
A
ST
Obs. 2: Há também os crimes bipróprios, que exigem uma condição peculiar do sujeito passivo e do sujeito
O
III- Crimes de mão própria ou de conduta infungível: crimes que somente podem ser praticados por pessoa
RO
expressamente indicada no tipo penal, como no caso de falso testemunho. O agente deve agir pessoalmente.
CE
Segundo a doutrina majoritária, não admitem coautoria, mas somente participação (ex.: se houve o
NI
a) Crime complexo em sentido estrito: resulta da união de dois ou mais tipos penais, como o crime
02
de roubo, que deriva da fusão entre furto + ameaça ou furto + lesão corporal.
A
ST
CO
Obs.: São crimes famulativos aqueles que compõem a estrutura unitária do crime complexo.
O
ND
penalmente irrelevante, como o estupro = violência ou ameaça (conduta típica) + conjunção carnal (figura
RO
atípica).
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c) Crime ultracomplexo: resta caracterizado quando crime complexo é acrescido de outro, que serve
02
como qualificadora ou majorante daquele. Ex.: roubo majorado pelo emprego de arma de fogo = roubo
STA
(crime complexo) + porte ilegal de arma de fogo (que vai servir como causa de aumento).
CO
DO
1.2.3 Quanto à Relação entre a Conduta e o Resultado Naturalístico
EN
I – Crimes materiais/causais: o tipo penal compreende uma conduta e um resultado naturalístico
S
indispensável para a consumação.
RO
II – Crimes formais/de consumação antecipada o tipo penal contém uma conduta e um resultado
CE
naturalístico, mas esse resultado é desnecessário para a consumação.
NI
III- Crimes de mera conduta/de simples atividade: o tipo penal se limita a descrever uma conduta, sem que
DE
haja um resultado naturalístico, como no caso de ato obsceno (art. 233 do CP).
AU
0L
47
1.2.4 Quanto ao Momento de Consumação
50
I – Crimes instantâneos/de estado: a consumação ocorre em um determinado momento, sem continuidade
07
no tempo.
36
II – Crimes permanentes: a consumação se prolonga no tempo por vontade do agente (afeta na prescrição e
02
41998
CO
b) eventualmente permanentes: são crimes instantâneos, mas nos quais, no caso concreto, a
SE
situação de ilicitude pode ser prolongada, como no caso de furto de energia elétrica.
RO
CE
efeitos permanecem.
AU
IV – Crimes instantâneos de continuidade habitual - Se consumam por meio de uma única conduta que
L
70
causa um resultado instantâneo, mas que exigem, em seguida, para a configuração do tipo, a reiteração da
04
conduta de forma habitual. – Ex.: Art. 228 do CP: Favorecimento à Prostituição. Deve haver a constatação
5
07
da prostituição com habitualidade, que é elemento intrínseco da atividade. Exige prova concreta da reiterada
36
V – Crimes instantâneos de habitualidade preexistente – Se concretiza com uma única conduta, com
A
ST
resultado instantâneo, embora exija, para tanto, o desenvolvimento habitual de outro comportamento
CO
no país, no exercício de atividade comercial - se não existir anteriormente a prática habitual da atividade
ND
IV – Crimes a prazo: a consumação exige a fluência de determinado período de tempo. Ex.: apropriação de
RO
coisa achada.
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1.2.5 Quanto ao Número de Agentes
STA
I – Crimes unissubjetivos/unilaterais/de concurso eventual: podem ser praticados por um único agente,
CO
mas nada impede que sejam em concurso de pessoas;
DO
EN
II – Crimes plurissubjetivos/plurilateriais/de concurso necessário: são os que somente podem ser
S
praticados por uma pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes, imputáveis ou não,
RO
conhecidos ou desconhecidos. São subdivididos em:
CE
a) Crimes de condutas paralelas: os agentes se auxiliam, mutuamente, para a produção do resultado,
NI
buscam um fim único. Ex.: associação criminosa.
DE
b) Convergentes: condutas diferentes que se completam, ainda que uma não seja culpável. Ex.:
AU
bigamia.
0L
47
c) Divergentes: dirigidas umas contra as outras. Ex.: rixa.
50
07
1.2.6 Quanto ao Número de Vítimas
36
41998
CO
I – Crimes de dano/de lesão: a consumação somente ocorre com a efetiva lesão do bem jurídico.
ND
II – Crimes de perigo: a consumação ocorre com a mera exposição do bem jurídico a uma situação de perigo,
SE
absoluta;
DE
no caso concreto;
L
70
g) Crimes de perigo futuro: a situação de perigo derivada da conduta se projeta para o futuro.
A
ST
CO
ofensividade.
SE
2ª Corrente: O crime de perigo abstrato revela maior zelo do Estado em proteger adequadamente
RO
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1.2.8 Quanto ao Número de Atos Executórios
STA
I – Crimes unissubsistentes: o crime depende de apenas um ato de execução, capaz, por si só, de produzir a
CO
consumação. Não admitem tentativa.
DO
II – Crimes plurissubsistentes: a conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, que devem ser
EN
somados para produzir a consumação. Admitem tentativa.
S
RO
1.2.9 Quanto à Forma pela qual a Conduta é Praticada
CE
I – Crimes comissivos: são praticados mediante conduta positiva.
NI
II – Crimes omissivos: são praticados por meio de uma conduta negativa, uma inação, podendo ser:
DE
AU
a) Omissivos próprios/puros: a omissão está contida no tipo penal, de modo que41998
a descrição da
0L
47
conduta já prevê a realização do crime por meio de uma conduta negativa;
50
b) Omissivos impróprios/impuros/espúrios/comissivos por omissão: o tipo penal prevê em sua
07
descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente acarreta a produção do resultado
36
naturalístico. São os casos de dever de agir previstos no art. 13, §2º, do CP.
02
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ST
III – Crimes de conduta mista: o tipo penal é composto de duas fases distintas: uma inicial e positiva; outra
41998
CO
final e omissiva. Exemplo: crime de apropriação de coisa achada, no qual o agente encontra uma coisa
O
dias.
SE
RO
II – Crimes de forma vinculada: somente podem ser executados pelos meios indicados no tipo penal.
DE
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como a receptação.
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II – Crimes não transeuntes: deixam vestígios materiais. Nesses crimes, a ausência do exame de corpo de
02
delito leva à nulidade da ação penal, salvo quando impossível a sua realização.
TA
41998
S
CO
1.2.14 Quanto ao Local de Produção do Resultado
DO
I – Crimes à distância: a conduta e o resultado ocorrem em países diversos. O crime percorre territórios de
EN
dois Estados soberanos. Ex.: Brasil e Argentina.
S
II – Crimes plurilocais: a conduta e o resultado se desenvolvem em comarcas diversas, dentro do mesmo
RO
país. Ex.: comarcas de São Paulo, São Bernardo e Guarulhos.
CE
III – Crimes em trânsito: crime percorre territórios de mais de dois países soberanos. Somente parte da
NI
conduta ocorre em um país, sem causar lesão ou expor a situação de perigo bens jurídicos de pessoas que
DE
nele vivem, tendo país diverso como foco de produção do resultado. Ex.: Brasil, Argentina e Uruguai.
AU
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1.2.15 Quanto ao Vínculo com outros Crimes
I – Crimes independentes: não estão ligados a outros delitos; 50
07
II – Crimes conexos: são crimes que estão interligados. Essa ligação pode ser penal ou processual penal. A
36
delito. Ex.: estupro praticado após o roubo. Trata-se de criação doutrinária, sem amparo legal.
SE
RO
I – Crimes condicionados: a persecução penal depende de uma condição objetiva de procedibilidade. Essa
NI
II – Crimes incondicionados: a persecução penal pode ocorrer livremente, sem necessidade de autorização.
LAU
70
I – Crimes naturais: infringem valores éticos absolutos e universais, violando bens jurídicos indispensáveis à
5
07
II – Crimes plásticos: não ofendem valores universais, apesar de previstos em leis penais. São aqueles que,
02
em razão do momento histórico e social, passa-se a sentir a necessidade de tipificação, como, por exemplo,
A
ST
os crimes cibernéticos.
CO
III – Crimes vazios: são delitos plásticos que não protegem qualquer bem jurídico. Nem toda a doutrina
O
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II – Crimes de menor potencial ofensivo: a pena privativa de liberdade em abstrato não ultrapassa dois anos,
02
cumulada ou não com multa – segue o rito do Jecrim (Lei 9.099/95).
S TA
III – Crimes de médio potencial ofensivo: a pena mínima não ultrapassa um ano, independentemente do
CO
máximo da pena privativa de liberdade cominada. São os que cabem a suspensão condicional do processo.
DO
IV – Crimes de elevado potencial ofensivo: apresentam pena mínima superior a um ano, não sendo cabível
EN
a suspensão condicional do processo. Aplica-se na totalidade os institutos do Código Penal.
S
V – Crimes de máximo potencial ofensivo: recebem tratamento diferenciado pela Constituição Federal. São
RO
os crimes hediondos, o tráfico de drogas, a tortura, o terrorismo, o racismo e a ação de grupos armados
CE
contra a ordem constitucional.
NI
DE
1.2.19 Quanto ao iter criminis
AU
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Por iter criminis entende-se o itinerário, o caminho do crime, isto é, todas as etapas da infração penal,
50
desde o momento em que ela é uma ideia na mente do agente até sua consumação.
07
Diz-se consumado o crime quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (CP,
36
art. 14, I). O crime consumado também é chamado de crime perfeito. Diz-se tentado quando, iniciada a
02
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (CP, art. 14, II). Também é
A
ST
● Considera-se branca/incruenta quando o objeto material (pessoa ou coisa sobre a qual recai a
SE
conduta não é atingido). Não há efetiva lesão ao bem jurídico. Ex.: Quando alguém lança uma pedra
RO
contra outra porém não consegue acertá-la, que se livrou sem ter sua incolumidade física afetada.
CE
● Considera-se vermelha/cruenta quando o objeto material é atingido. Neste caso, há efetiva lesão ao
NI
bem jurídico. Ex.: Um agente com a intenção de matar começa a golpear a vítima, deixando-a ferida,
DE
mas não prova sua morte em razão das chegadas dos policiais. (Para ajudar na memorização, pense
AU
41998
Branca/incruenta Vermelha/cruenta
07
36
02
Crime falho: é sinônimo de tentativa perfeita, tentativa acabada. O sujeito praticou todos os atos da
O
ND
execução, mas não conseguiu consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
SE
Quase-crime: não há crime, o que há é um crime impossível, por ineficácia absoluta do meio ou por
RO
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Crime exaurido: é uma expressão utilizada sempre que, depois da consumação, o bem jurídico sofre
02
novo ataque ou findam-se as suas consequências. Assim, no crime de extorsão mediante sequestro (art. 159,
TA
S
CP), a privação da liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante é suficiente para a consumação do
CO
crime. Se os sequestradores receberem a vantagem indevida, exigida como condição ou preço do resgate,
DO
diz-se que o crime está exaurido.
S EN
O exaurimento não influencia na tipicidade, mas poderá servir como circunstância judicial
RO
desfavorável (art. 59, caput, CP), atuar como qualificadora (art. 329, §1º, CP) ou caracterizar causa de
CE
aumento de pena. Eventualmente, poderá configurar crime autônomo (Ex.: Após consumação do crime de
NI
DE
sequestro, o agente decide estuprar a vítima).
AU
0L
1.2.20 Crimes de Impressão
47
São aqueles que provocam determinado estado de ânimo, de
41998impressão na vítima. Subdividem-se
em: 50
07
a) crimes de inteligência: praticados mediante o engano;
36
02
41998
CO
I – Crimes de colarinho branco: são os crimes cometidos na órbita econômica, como a lavagem de dinheiro,
ND
praticado por quem, normalmente, teria condições de viver adequadamente sem o cometimento de crimes,
SE
que gozam da elevada condição financeira e do poder dela decorrente. Geram as chamadas “cifras douradas”
RO
II – Crime de rua ou crime de colarinho azul: de modo oposto aos crimes de colarinho branco, são aqueles
NI
DE
pelo fato de que essa é uma alusão aos operários norte-americanos no final do século XX, denominado e
L
“blue collars”. Quando não integram o conhecimento do Poder Público, constituem as “cifras negras” da
70
● Crime gratuito: é o crime praticado sem motivo conhecido. Não se confunde com motivo fútil, pois
02
● Crime de atentado ou empreendimento: É aquele em que a lei pune de forma idêntica o crime
ND
consumado e a forma tentada. Ou seja: não há diminuição da pena em face da tentativa. Ex.: crime
SE
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● Crime de opinião ou de palavra: cometido com excesso abusivo na manifestação do pensamento,
02
seja pela forma escrita ou verbal.
STA
● Crime multitudinário: é aquele praticado pela multidão, em tumulto. A lei não define o que seria
CO
multidão, assim, analisa-se o caso concreto. No direito canônico, exigia-se, no mínimo, 40 pessoas.
DO
● Crime internacional: aquele que o Brasil, por tratado ou convenção devidamente incorporado ao
EN
ordenamento jurídico pátrio, se obrigou a reprimir. Ex.: art. 231 do CP - tráfico de pessoas.
S
● Crime de mera suspeita, sem ação ou mera posição: o agente não realiza a conduta, mas é punido
RO
pela suspeita despertada em seu modo de agir. Sem reforço doutrinário. Não pode existir no
CE
ordenamento pátrio. Ex.: contravenção penal do art. 25 (posse de instrumento usual na prática de
NI
furto) – e, por isso, o STF a declarou não recepcionada pela Constituição.
DE
● Crime inominado: é aquele que ofende regra ética ou cultural consagrada pelo Direito Penal, embora
AU
não definido como infração penal. Não é aceito por ferir o princípio da reserva legal.
0L
47
● Crime profissional: é o crime habitual cometido com finalidade lucrativa. Ex.: art. 230 do CP
(rufianismo). 50
07
● Crime hediondo: é todo delito que se enquadra no art. 1º da Lei 8.072/1990, na forma consumada
36
● Crime de ação violenta: é o cometido mediante o emprego de violência ou grave ameaça. Ex.: roubo.
O
● Crime de ação astuciosa: é o praticado por meio de fraude, engodo. Ex.: estelionato.
ND
● Crime putativo, imaginário ou erroneamente suposto: aquele onde o agente acredita ter realmente
SE
praticado um crime, mas na verdade, houve um indiferente penal. Trata-se de um não-crime por erro
RO
41998
● Crime remetido: é o que se verifica quando o tipo penal faz referência a outro crime, que passa a
NI
cada conduta, a aplicação da repressão penal pode parecer desproporcional. No entanto, sua prática
5
07
reiterada é lesiva e pode causar sérios prejuízos. Ex.: crimes contra o meio ambiente. Se alguém for
36
encontrado pescando 1 peixe em local proibido, parece irrelevante para que seja considerado crime.
02
Todavia, se diversas pessoas começarem a pescar por lá, haverá um desequilíbrio ambiental
A
ST
significativo da região. Com isso, o delito de acumulação traz ao intérprete a necessidade de analisar
CO
o fato sob esse aspecto, impedindo a aplicação do princípio da insignificância, via de regra.
O
● Crimes parcelares: são os crimes da mesma espécie que compõem a série da continuidade delitiva,
ND
desde que preenchidos os requisitos exigidos pelo art. 71, caput, do Código Penal. Adota-se no Brasil
SE
a teoria da ficção jurídica – na qual os delitos parcelares são considerados, para fins de aplicação da
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● Crime de catálogo (LEMBRAR DE LISTA TELEFÔNICA) diz respeito aos delitos compatíveis com a
02
interceptação telefônica, disciplinada pela Lei 9.296/1996, como meio de investigação ou de
STA
produção de provas durante a instrução em juízo.
CO
● Crime obstáculo: é aquele que revela a tipificação de atos preparatórios, que, normalmente, não são
DO
punidos. A associação criminosa
41998é um exemplo porque se pune a simples reunião de agentes para o
EN
fim de cometer crimes, independentemente de tais crimes virem a ocorrer.
S
RO
2. SUJEITOS DO CRIME
CE
NI
a) Sujeito ativo: é a pessoa que pratica a infração penal. Qualquer pessoa física e capaz e com 18
DE
anos completos pode ser sujeito ativo de crime.
AU
0L
47
* ATENÇÃO: Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crimes?
50
A pessoa jurídica é um ente autônomo e distinto dos seus membros, dotado de vontade própria. Pode
07
cometer crimes ambientais e sofrer pena. A CF/88 autorizou a responsabilidade penal do ente coletivo,
36
objetiva ou não. Deve haver adaptação do juízo de culpabilidade para adequá-lo às características da pessoa
02
jurídica criminosa. O fato de a teoria tradicional do delito não se amoldar à pessoa jurídica, não significa
A
ST
responsabilização está associada à atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio
O
(dolo ou culpa).
ND
SE
da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota
CE
b) Sujeito passivo: É pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Pode figurar no
L
sujeito passivo qualquer pessoa física ou jurídica, ou mesmo ente indeterminado, a exemplo da coletividade
70
e da família.
5 04
07
3. OBJETO DO CRIME
36
02
a) objeto jurídico: é o bem ou o interesse tutelado pela norma. Exemplos: no crime de aborto é a
CO
b) objeto material: é a pessoa ou a coisa que foi atingida pela conduta criminosa. Exemplos:
ND
homicídio – a pessoa; furto – coisa subtraída. É possível que haja crime sem objeto material (ex.: falso
SE
testemunho).
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4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME
02
STA
Vimos o conceito analítico de crime, que pode variar de acordo com o sistema adotado. Aqui, no
CO
41998
entanto, vamos destrinchar esse conceito, abordando cada um dos elementos que podem compor o delito.
DO
E lembre-se: atenção máxima, sem deixar dúvidas para trás, pois é o tema mais cobrado em provas!
S EN
4.1 Fato Típico
RO
CE
Conceito: “o fato humano (ou também o fato praticado por pessoa jurídica, em relação aos crimes
NI
ambientais) que se enquadra com perfeição aos elementos descritos no tipo penal” (Masson, 2017, p. 243).
DE
Ou seja, é a ação ou omissão humana que se amolda à conduta prevista na norma como infração
AU
penal.
0L
47
- Elementos (via de regra, são 4): Conduta, Resultado, Nexo causal e Tipicidade.
50
07
4.1.1 Conduta
36
02
Como tudo no Direito, há aqui uma diversificação de sistemas/teorias, sendo que, para cada um
A
ST
A culpabilidade, terceiro elemento do crime, também varia bastante de acordo com as teorias a
ND
seguir, de modo intimamente ligado à definição de conduta, razão pela qual optamos por explicá-las
SE
integralmente aqui.
RO
CE
A) TEORIAS
NI
DE
● Conduta: movimento humano voluntário que produz alteração no mundo exterior; (conduta sem
5
07
finalidade).
36
não permite elementos normativos (que exigem juízo de valor pelo intérprete).
A
ST
Teoria do tipo avalorado ou acromático: Não há qualquer relação prévia entre o fato típico e
ND
antijuridicidade. A teoria do tipo avalorado, expõe em relação entre a tipicidade e a antijuridicidade, nas
SE
lições de Zaffaroni: “Quanto à relação entre tipicidade e antijuridicidade. A teoria conhecida como teoria do
RO
tipo avalorado ou neutro ou acromático, afirma que a tipicidade nada indica em relação à antijuridicidade.
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A finalidade do tipo penal é apenas descrever uma conduta criminosa de forma mais objetiva possível,
02
ignorando outros elementos como a ilicitude e culpabilidade. Nas palavras de Cezar Roberto Bittencourt:
STA
“O tipo na concepção de Beling, esgota-se na descrição da imagem externa de uma ação determinada”.
CO
CUIDADO: Não confunda com DOLO acromático, pois aqui se refere a relação entre fato típico a
DO
antijuridicidade. O dolo acromático é do finalismo.
S EN
ATENÇÃO! Para a teoria causalista, a ação seria o mero processo causal que a vontade desencadeia no mundo
RO
exterior. Nessa concepção, a ação humana não possui conteúdo de vontade ou finalidade. A conduta é
CE
analisada por si só, sem elemento subjetivo. Desse modo, se alguém atropela um pedestre e lhe causa lesões
NI
que o levam à morte, praticou a conduta prevista no art. 121 CP, ou seja, praticou o fato típico de homicídio.
DE
A questão da intenção ou não de matar, por exemplo, só é analisada na culpabilidade. O fato típico possui
AU
uma análise estritamente objetiva, descritiva.
0L
47
● 50 41998
Nesse sistema clássico o dolo é normativo (vontade + consciência + consciência atual da ilicitude).
07
Não basta o agente querer ou aceitar o resultado / ele reclama o conhecimento que o
36
Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir
A
ST
Caiu na prova Delegado Federal – Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo
ND
normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados
SE
psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato). (item
RO
correto).
CE
A CULPABILIDADE seria o VÍNCULO PSICOLÓGICO entre o sujeito e o fato típico e ilícito. Esse vínculo
AU
pode ser representado tanto pelo dolo como pela culpa (que eram ESPÉCIES DA CULPABILIDADE).
L
a) imputabilidade (pressuposto)
70
DOLO NORMATIVO: é aquele que traz em seu interior a consciência atual/real da ilicitude, ou seja, o agente
36
02
A IMPUTABILIDADE, por sua vez, consiste na capacidade do ser humano de entender o caráter ilícito
CO
IMPORTANTE: a imputabilidade era um PRESSUPOSTO para a culpabilidade. (não era um elemento, pois
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● Dolo e culpa aqui são espécies de culpabilidade, pois permitem avaliar o vínculo psicológico entre o
S TA
autor e a conduta – ou seja, não são analisados de pronto, na verificação do fato típico (dentro de
CO
“conduta”), mas tão somente no terceiro substrato do crime – a culpabilidade.
DO
● Problemas:
EN
a) não explica os crimes omissivos (há necessidade de “movimento”, ou seja, ação), tampouco
S
os crimes formais e de mera conduta (vez que dependia de produção de resultado naturalístico);
RO
b) só faz a análise da finalidade do agente na culpabilidade, terceiro elemento do crime,
CE
inviabilizando que esta seja analisada desde logo (assim, para esse sistema, caso alguém
NI
pratique atos criminosos durante um episódio de sonambulismo, por exemplo, estes seriam
DE
considerados fatos típicos);
AU
c) é equivocado separar a conduta da relação psíquica do agente, não analisando sua vontade.
0L
47
● Quem é clássico, é obrigatoriamente “tripartida” (falado anteriormente). Não pode ser “bipartida”,
50
já que dolo e culpa aqui só são analisados na culpabilidade, de modo que esta deverá então ser
07
considerada elemento do crime, sob pena de haver responsabilidade penal objetiva.
36
(Teoria psicológica)
O
no mundo exterior)
RO
(espécies)
DE
Nexo causal
AU
L
Tipicidade
70
04
Mezger)
36
O sistema neoclássico surgiu na Alemanha, no ano de 1907, pelos estudos de Reinhart Frank, que
02
desenvolveu a teoria da normalidade das circunstâncias concomitantes (teoria da “evitabilidade”). Por essa
A
41998
ST
teoria, só existe culpabilidade quando o agente imputável pratica o fato típico e ilícito em uma situação de
CO
aqui conduta não é ação, mas comportamento, o que abrange tanto a ação quanto a omissão.
RO
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● Dolo e culpa: Permanecem na culpabilidade, mas deixam de ser ESPÉCIES e se tornam ELEMENTOS
02
DA CULPABILIDADE.
STA
● O dolo continua sendo normativo (híbrido/colorido), pois traz em seu interior a consciência
CO
atual/real da ilicitude.
DO
● Como o modelo neoclássico é um modelo claramente valorativo, pois começa a fazer um juízo de
EN
valor nos elementos do crime, começam a surgir teorias que passam a reconhecer uma relação entre
S
o fato típico e a antijuridicidade (a absoluta autonomia entre elas cai por terra – teoria do tipo
RO
avalorado). Nesse sentido, a antijuridicidade também ganha um aspecto normativo, que é a
CE
41998
danosidade social do fato (o fato, além de ser ilícito, precisa ser danoso).
NI
DE
Surgem duas teorias principais para explicar a relação do fato típico com a ilicitude: o principal ponto
AU
em comum dessas teorias é: juntar/unir os substratos do fato típico e ilicitude em um único substrato (para
0L
47
que haja só um momento de análise).
❖ TEORIA DA RATIO ESSENDI: 50
07
De acordo com a Teoria da Ratio Essendi, o fato típico é a RAZÃO DE SER da ilicitude.
36
Crime não é fato típico, ilícito e culpável. Ele adota um conceito bipartido: o crime é um fato
02
tipicamente ilícito e culpável. Ou seja: crime é formado por fato típico e culpabilidade.
A
ST
41998
CO
Apesar de parecida com a teoria da ratio essendi, com ela não se confunde.
ND
Temos o TIPO TOTAL DO INJUSTO, em que o crime é composto pelo tipo total + culpabilidade. E
SE
esse tipo total é dotado de duas faces, uma positiva e uma negativa:
RO
(a) Face positiva – é chamada de tipicidade provisória (é o que nós conhecemos como tipicidade).
CE
(b) Face negativa – é a ausência dos elementos negativos do tipo (o que nós conhecemos como causas
NI
Conclusão: Para essa teoria, os elementos negativos do tipo não podem estar no tipo penal, uma vez
70
que a presença deles excluiria a própria tipicidade, pois compõem a face negativa do próprio tipo.
04
5
07
a) imputabilidade
O
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FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
02
TA
(Teoria psicológico-normativa)
S
Conduta (comportamento Relação de contrariedade entre o Imputabilidade
CO
humano voluntário que produz fato e o Direito (elemento)
DO
alteração no mundo exterior)
EN
Resultado naturalístico Dolo normativo (vontade +
S
consciência + consciência atual da
RO
ilicitude) ou culpa.
CE
(elementos)
NI
DE
Nexo causal Exigibilidade de conduta diversa
AU
(elemento)
0L
Tipicidade
47
50
III – Teoria Finalista (prevalece): (Hans Wetzel – 1930, livro “O novo sistema jurídico penal”). A conduta
07
também está no fato típico.
36
02
A
● O dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural: Retirou-se de sua análise o elemento normativo
ND
“potencial consciência da ilicitude” (ou seja, a consciência da ilicitude deixou de ser atual para se
RO
tornar potencial. Permanece em sua análise apenas a vontade (elemento volitivo) e a consciência
CE
(elemento cognitivo).
NI
DE
Obs.: Dolo natural também pode ser chamado de neutro, sem cor, acromático.
AU
Essa teoria diz que o fato típico é a RAZÃO DE CONHECER da ilicitude (na ratio essendi era razão de
36
Essa presunção é relativa, podendo ser afastada pela prova em contrário de causa excludente da
A
ST
psicológicos na culpabilidade (dolo e culpa), mas apenas normativos. A isto a doutrina deu o nome
SE
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1) Imputabilidade;
02
2) Potencial Consciência da ilicitude;
STA
3) Exigibilidade de Conduta diversa.
CO
DO
A “retirada” do dolo da culpabilidade
41998
fez com que esta passasse a ser restrita a elementos
EN
exclusivamente normativos: a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude (retirada do dolo,
S
que se torna natural e não mais híbrido) e a exigibilidade de conduta diversa – eis a teoria normativa
RO
pura da culpabilidade.
CE
NI
DE
IV – TEORIA FINALISTA DISSIDENTE: É a bipartite, em que a culpabilidade seria pressuposto de aplicação da
AU
pena. Logo, crime seria fato típico + ilícito, apenas.
0L
47
☞ Outras teorias que tratam da conduta / ação:
50
07
V – TEORIA SOCIAL DA AÇÃO: É tripartite, estando a conduta no fato típico. A conduta seria comportamento
36
02
Ou seja: Essa teoria explicava a ação, não com base na finalidade e nem em relações de causa e efeito
ST
personalidade.
AU
L
humano voluntário, orientada pelo princípio da intervenção mínima, causadora de relevante e intolerável
04
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Adota-se a Teoria personalista da ação: base metodológica,
5
07
influência do pensamento de Claus Roxin. Ou seja, proteção dos bens jurídicos relevantes.
36
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02
B) CARACTERÍSTICAS DA CONDUTA
TA
S
● Não há crime sem conduta (o ordenamento jurídico brasileiro não admite os crimes de mera
CO
suspeita).
DO
● Consequência prática: Foi decidido pelo Plenário do STF (RE 583.523), que o art. 25 da Lei das
EN
Contravenções Penais não foi recepcionado pela Constituição.
S
● Apenas o ser humano pode praticar condutas penalmente relevantes (salvo pessoas jurídicas
RO
em crimes ambientais.
CE
● Apenas a conduta voluntária interessa ao Direito Penal (vontade é elemento do dolo, que é
NI
elemento da conduta no finalismo).
DE
● Apenas os atos exteriorizados no mundo ingressam no conceito de conduta (a mera cogitação
AU
não é punível). Segundo Nelson Hungria, o direito penal só pode agir quando a intenção
0L
47
criminosa sai do claustro psíquico do agente e se projeta no mundo.
50
07
C) FORMAS DE CONDUTA: AÇÃO X OMISSÃO
36
02
I. Crime comissivo (ação): É movimento corporal exterior, postura positiva. O agente infringe um tipo
A
ST
41998
II. Crime omissivo: Conduta de não fazer o que poderia ser feito, postura negativa. O agente deixa de agir de
O
Obs.: Temos ainda os Crimes de conduta mista, que vimos nas classificações, que é aquele que
RO
possui uma parte inicial praticada por ação e uma parte final praticada por omissão (ex.: apropriação de
CE
omite, FAZ efetivamente alguma coisa, por produzir resultado no mundo dos fatos.
04
∘ Normativa (Adotada no CP): A omissão é determinada pela lei. Só será relevante ao direito
5
07
penal a omissão quando a lei impunha uma ação diante da inércia do agente.
36
02
Dever genérico de agir (recai sobre todos Dever específico de evitar o resultado (recai sobre
ND
crimes próprios.
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E
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Subsunção direta entre fato e norma. Omissão Subsunção indireta entre fato e norma.
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TA
descrita no próprio tipo penal. O tipo descreve uma ação, mas a inércia do agente,
S
descumprindo seu dever de agir (art. 13, §2º, CP),
CO
leva à produção do resultado naturalístico.
DO
NÃO admitem tentativa, são unissubsistentes. Admitem tentativa, são plurissubsistentes.
EN
Via de regra, são de mera conduta, mas o STF tem
S
decisão dizendo que excepcionalmente podem ser Via de regra, são crimes materiais.
RO
materiais.
CE
Ex.: salva-vidas que, podendo, deixa de impedir um
NI
Ex.: Omissão de socorro (art. 135, CP).
DE
afogamento e a pessoa morre.
AU
0L
Crimes de "olvido" (ou de esquecimento) é o nome dado aos crimes omissivos impróprios culposos, ou seja,
47
nos casos em que a omissão do garantidor ocorrer por culpa. Aproveitando o exemplo do afogamento, o
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salva-vidas não impediu aqui por estar beijando a namorada, por exemplo.
07
36
02
41998
● Caso fortuito (ação humana) e força maior (natureza) são acontecimentos imprevisíveis e
CO
inevitáveis, que escapam ao controle da vontade. Sem vontade não há conduta. Obs.: A depender
O
41998
ND
da corrente adotada, esses conceitos podem ser encontrados invertidos – caso fortuito como ação
SE
da natureza etc.
RO
com:
NI
DE
∘ Ações em curto circuito, que derivam de uma explosão emocional repentina (há conduta e
AU
crime).
L
ordenamento jurídico – há vontade. Lembrando que hábito e costume são diferentes, vez
5 04
que o hábito (dirigir falando ao celular) se faz por repetição por vontade do agente e o
07
● Coação física irresistível (vis absoluta) – O agente é fisicamente controlado pelo coator, de modo
A
que não há vontade. Exclui o dolo e, por conseguinte, a tipicidade. Ex.: Thiago aperta o dedo de Ana
ST
contra o gatilho para matar alguém. Mas atenção: aqui a coação deve ser física. Se for moral
CO
irresistível (vis compulsiva) a situação é de inexigibilidade de conduta diversa. Há vontade, vez que o
O
agente decide se obedece ou não, mas é uma vontade viciada. Exclui a culpabilidade.
ND
● Sonambulismo e hipnose: os atos são praticados em estado de inconsciência, de modo que se não
SE
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● Embriaguez letárgica
02
∘ Santiago Mir Puir e Grande parte da doutrina - hipótese de ausência da conduta.
TA
∘
S
Bittencourt - é um transtorno mental transitório que, como tal, deveria ser tratado. Dessa
CO
forma, deveria ser analisado como uma hipótese de exclusão da imputabilidade, e não como
DO
ausência de conduta.
S EN
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE II (CONTINUAÇÃO DE “FATO TÍPICO” – TEORIA DO TIPO – ITER
RO
CRIMINIS – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ E
CE
ARREPENDIMENTO POSTERIOR – CRIME IMPOSSÍVEL)
NI
DE
1. CONTINUAÇÃO DOS ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
AU
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47
Vimos anteriormente que o fato típico é composto por 4 elementos: conduta, resultado, nexo causal
e tipicidade, sendo que “conduta” já estudamos. Vamos ao restante: 50
07
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I – CONDUTA
02
41998
CO
II – RESULTADO: 41998
O
sujeito ativo.
SE
#DICA DD! Alguns autores afirmam que o tipo penal nos crimes formais é incongruente, assim chamados por
5
07
prever que o agente visa a um resultado que não é essencial para a definição dos limites entre o delito
36
consumado e o delito tentado. Ou seja, o agente deve perseguir determinado resultado, mas sua ocorrência
02
● Jurídico/Normativo: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. É a transgressão da lei penal.
O
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Nexo de causalidade é a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado material do delito.
02
Em outras palavras: É o vínculo entre conduta e resultado.
TA
S
O estudo da causalidade busca concluir se o resultado naturalístico, como um fato, decorreu da ação
CO
e se pode ser atribuído objetivamente ao sujeito passivo, motivo pelo qual só tem relevância nos crimes
DO
materiais. Nos crimes de mera conduta não há resultado naturalístico. Nos crimes formais, o resultado é
EN
irrelevante para a consumação, por se tratar de mero exaurimento do crime, nos crimes omissivos, prevalece
S
que o nexo causal é normativo, realizado por meio de uma norma que que liga o resultado a conduta do
RO
agente, aquela que prevê o dever jurídico de agir.
CE
O CP utilizou a expressão “relação de causalidade” (art. 13).
NI
DE
TEORIAS QUE BUSCAM EXPLICAR A RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO:
AU
0L
47
1) TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS / DA CAUSALIDADE SIMPLES / DA
CONDITIO SINE QUA NON: 50
07
36
Segundo essa teoria, causa é toda e qualquer ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
A
ST
Para identificar se algo foi causa, utiliza-se o método de eliminação hipotética de Thyrén. Deve o
O
41998
O processo de eliminação hipotética se baseia na conceituação de que causa é todo fato que, que se for
RO
Caso o resultado desapareça com a eliminação da conduta, esta será considerada como causa.
AU
Assim, para considerarmos que determinado fato realmente deu causa ao resultado, é preciso que
L
3 - Se, como consequência dessa supressão mental, o resultado vier a se modificar, significa que o fato
36
02
Ex.: João, intencionalmente, ateia fogo na casa de Maria com ela dentro, de modo que esta venha a
CO
óbito. Se eliminarmos a conduta de João a morte de Maria teria ocorrido? Então a conduta dele foi
O
causa.
ND
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Ex.: A tem ideia para cometer um crime. Fala com B e B o instiga. C empresta a arma sabendo que
02
era para matar D (auxílio material). A acaba matando B com as próprias mãos (sem o uso da arma de fogo
STA
emprestada).
CO
⦁ A → quer matar
DO
⦁ B → instiga para ele matar mesmo
EN
⦁ C → empresta a arma de fogo
S
RO
Na investigação da relação de causalidade, temos que eliminar hipoteticamente cada uma das
CE
condutas para saber qual delas deu causa ao resultado.
NI
DE
⦁ Se eliminar a conduta de A → D não morre
AU
⦁ Se eliminar a conduta de B → D também não morre pois, pelo contexto, a instigação foi essencial
0L
⦁
47
Se eliminar a conduta de C → D morre de qualquer forma. Sem o auxílio de C, a conduta mesmo
50
assim teria ocorrido, de modo que a conduta de C não foi causa do resultado típico. Mesmo que C
07
tenha feito conduta de emprestar a arma, essa conduta não deu causa ao resultado.
36
02
Crítica: A teoria dos antecedentes causais gera um grande inconveniente apontado pela Doutrina:
A
ST
Se formos regressando cada vez mais no tempo e eliminando condutas que geraram outras, por
O
exemplo, chegaríamos ao ponto de que se a mãe de João não tivesse dado à luz a ele, ele não teria existido
ND
e nem causado a morte de Maria. Assim, essa conduta teria sido causa, o que é bizarro. Então esse regresso
SE
deve ser feito somente até onde há relevância, analisando não só a causalidade física, como a causalidade
RO
2) TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: A Teoria da causalidade Adequada veio para limitar o nexo
DE
independentes. Ou seja: veio limitar esse regresso ao infinito promovido pela Teoria da Equivalência dos
L
70
Antecedentes Causais
04
☞ Adotada como exceção, no §1º, para concausa relativamente independente que por si só
5
07
produziu o resultado.
36
normalmente acontece como desdobramento natural de uma conduta, e excluindo os fatos inidôneos e
O
41998
improváveis.
ND
⦁ Pela Teoria dos Antecedentes Causais → se retirarmos o disparo ela não morre, logo disparo
RO
é causa do resultado.
E
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⦁ Pela Teoria da Causalidade adequada → tem que analisar a conduta e perceber quais são
02
seus desdobramentos estatísticos prováveis, e verificar se eles estão compatíveis com o
STA
resultado. Quem atira em alguém, acaba produzindo estatisticamente uma morte por
CO
infecção hospitalar no ferimento.
DO
⦁ Entretanto, se ele morre porque está em uma ambulância que bate em um carro, o disparo
EN
de arma de fogo não causa o risco estatístico de morte por acidente de ambulância. Por isso,
S
41998
a causa disparo de arma de fogo não é adequada ao resultado morte por acidente de
RO
trânsito.
CE
NI
Segundo o autor Claus Roxin, só é causa uma conduta que possui uma tendência geral a produzir o
DE
resultado típico, enquanto as condições que, por mera causalidade houverem provocado o resultado são
AU
juridicamente irrelevantes. Essa teoria elimina resultados extravagantes, como o citado acima da morte por
0L
47
acidente de trânsito. Ademais, apresenta como vantagem a eliminação do regresso ao infinito.
50
07
3) TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: Ao contrário do que o nome sugere, esta teoria não defende a
36
aplicação de responsabilidade objetiva. Trata, na verdade, de delimitar, objetivamente, como será feita a
02
equivalência dos antecedentes causais. Não substitui a citada teoria, mas a complementa, inserindo, além
O
da análise do nexo físico (relação entre a conduta e o resultado – que é o que está presente na causalidade
ND
Para que se evite o regresso infinito nesta análise, dentro da teoria da conditio sine qua non (adotada
RO
pelo CP), faz-se necessário analisar a causalidade psíquica/subjetiva, ou seja, os elementos subjetivos (dolo
CE
ou culpa do agente) – o que seria, na verdade, a imputação subjetiva do resultado. Isso seria um problema,
NI
por exemplo, para os causalistas e neokantistas, já que dolo e culpa estão apenas na culpabilidade.
DE
Já na teoria da imputação objetiva, analisa-se nexo físico + nexo normativo, que analisa
AU
neste primeiro momento, a análise dos elementos subjetivos (dolo e culpa) – que formaria a imputação
04
A IMPUTAÇÃO OBJETIVA se insere na TIPICIDADE OBJETIVA → vai verificar se vai imputar aquele
02
comportamento ou resultado (a depender da teoria adotada), antes mesmo de analisar o dolo e culpa.
A
ST
CO
Ou seja: o caminho é: praticou uma conduta → 1º deve-se verificar se há nexo pela conditio sine qua
O
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3- Analisa a tipicidade objetiva (o fato de adequa à alguma norma?)
02
4- Analisa a imputação objetiva (que está inserida na tipicidade objetiva)
STA
5- Analisa a tipicidade subjetiva (ver se há dolo ou culpa)
CO
DO
A teoria da imputação objetiva requer que a conduta do agente represente um risco proibido ao bem
EN
jurídico tutelado, risco esse que deve ter sido produtor do resultado.
S
RO
IMPUTAÇÃO OBJETIVA DE ROXIN:
CE
Considerações importantes:
NI
DE
(1) A imputação objetiva de ROXIN é imputação do RESULTADO
AU
(2) O ponto central da imputação objetiva de Roxin é a ideia do risco - TEORIA DO RISCO
0L
Ele se apropria da ideia de sociedade de risco da sociologia. E ele constata que, em sociedades
47
complexas, o risco é inerente à sociedade. Acabamos assimilando que determinadas condutas
50
de risco são fundamentais ao funcionamento da sociedade.
07
36
02
A solução encontrada pelo finalismo para evitar o regresso ao infinito gerado pela causalidade simples foi
A
delimitá-la por intermédio do dolo e da culpa (causalidade subjetiva). Já para Claus Roxin: os problemas de
ST
isso a imputação é objetiva). Em outras palavras, para a teoria da imputação objetiva a solução para a
O
ao nexo físico, a causalidade normativa, isto é, nexo normativo. Portanto a análise deve seguir as seguintes
SE
etapas: 1-teoria da equivalência dos antecedentes conjugada com a eliminação hipotética de Thyrén
RO
Atividades de risco desenvolvidas cotidianamente, ainda que possam estar relacionadas com
70
resultados lesivos ao bem jurídico, não podem acarretar responsabilidade penal, pois são riscos socialmente
5 04
→ Caso concreto citado por Roxin e Jakobs: João deseja a morte de seu tio, Pedro. Para isso, ele
A
ST
convence Pedro a andar de avião frequentemente, rezando para que o avião caia. Nesse caso,
CO
embora ele queira a morte da pessoa (ele tem o dolo, porque ele quer), ele não responde por
O
homicídio, caso o avião caia e Pedro morra, porque não há a criação ou incremento de um risco
ND
não permitido.
SE
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→ Dirigir com velocidade muito acima do permitido é um risco proibido que dá causa à imputação do
02
resultado.
TA
S
CO
(2) REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO
DO
Embora tenha criado ou aumentado um risco não permitido, se esse risco não se realizar no
EN
resultado, não haverá imputação pelo crime.
S
Ex.: Se ele atropelar alguém em razão do excesso de velocidade, haverá imputação do resultado
RO
morte. No entanto, se constatar que mesmo trafegando na velocidade permitida o atropelamento teria
CE
41998
ocorrido, significa que o risco incrementado (excesso de velocidade) não eliminou o resultado morte advindo
NI
do atropelamento, pois o acidente ocorreria da mesma maneira.
DE
AU
(3) RESULTADO DENTRO DA LINHA DE DESDOBRAMENTO CAUSAL NORMAL DA CONDUTA
0L
47
Somente haverá responsabilização penal se A CONDUTA DO INDIVÍDUO AFRONTAR A FINALIDADE
50
PROTETIVA DA NORMA. Ou seja: se o resultado estiver fora da esfera de proteção da norma, não haverá
07
imputação objetiva.
36
Assim, se, embora o indivíduo tenha criado ou aumentado um risco não permitido, e embora esse
02
risco tenha gerado um resultado, se esse resultado não violar o objeto de proteção da norma, não haverá
A
ST
Em outras palavras: não é qualquer ação/omissão do agente que será considerada causa do
O
resultado, mas tão somente as que criaram ou aumentaram um risco proibido, com realização desse risco no
ND
Ex.: A atropela negligentemente alguém e lhe causa a morte. A mãe da vítima, ao receber a notícia
RO
do acidente, começa a chorar e sofrer um ataque nervoso, vindo a falecer. O resultado morte da mãe da
CE
vítima não poderá ser imputado ao atropelador A, pois as normas de trânsito que A descumpriu buscam
NI
regulamentar o tráfego e não a saúde mental das pessoas. Ou seja: a finalidade protetiva das normas de
DE
trânsito não é tutelar a saúde da mãe das vítimas, logo não é possível imputar o resultado.
AU
óbito. Esse resultado morte pode ser imputado a quem lhe vendeu a droga? A resposta é não. O agente gerou
04
um risco proibido e praticou tráfico, porém, o resultado morte não está dentro da linha de desdobramento
5
07
Há 2 categorias que são estudadas dentro desse 3º requisito: Essas categorias estão na análise do
02
alcance do tipo penal. Isso porque, ainda que haja a criação de um risco proibido, e que esse risco se realize
A
ST
em um resultado, não haverá imputação objetiva se esse resultado não esteja dentro do âmbito de proteção
CO
da norma.
O
ND
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MESMA. No entanto, há a figura de um terceiro que INDUZ OU INSTIGA a vítima a se colocar nessa
02
situação de perigo. Nesse caso, ele seria responsabilizado pelo resultado gerado?
STA
o Regra: Terceiro não responde
CO
o Exceção: Terceiro responderá se a participação for dolosa e ele tiver mais conhecimento do
DO
que a própria vítima.
S EN
2ª. HETEROCOLOCAÇÃO EM PERIGO CONSENTIDA: Ocorre quando a pessoa se coloca em RISCO
RO
PRODUZIDO POR OUTRA PESSOA. Nesse caso, o terceiro deverá ser responsabilizado?
CE
o Regra: Terceiro responde
NI
o Exceção: Não responderá se a vítima tiver o mesmo conhecimento do risco que ele e plena
DE
autonomia para fazer cessar risco produzido.
AU
o Claus Roxin examina fatos em que o ofendido autoriza, de modo livre e consciente, a que
0L
47
alguém o coloque em situação perigosa, como ocorre no exemplo do passageiro que solicita
50
carona a um motorista visivelmente embriagado, vindo a ferir-se num acidente
07
automobilístico.
36
02
* Obs.: Em ambos a vítima se coloca no perigo, a diferença é quem gera o risco/quem tem o domínio sobre
A
ST
IMPUTAÇÃO OBJETIVA DE JAKOBS: Günther Jakobs também tem sua vertente da imputação objetiva,
ND
Considerações importantes:
RO
(2) A ideia central é a ideia de PAPÉIS SOCIAIS/EXPECTATIVAS – Em uma sociedade complexa, cada
NI
DE
41998
sociedade deposita no indivíduo como um instrumento redutor de complexidade, e que
04
Requisitos para a exclusão da imputação (se presente algum deles, não há imputação):
02
A
ST
Mesma ideia de ROXIN, mas trabalhada com a ideia de feixe de expectativas. Assim, o risco
O
permitido está dentro do feixe de expectativas esperadas pela sociedade e diz respeito aos papéis sociais
ND
que, embora perigosos por um aspecto, são necessários e aceitos pela sociedade.
SE
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Ou seja, são riscos inerentes às configurações sociais que devem ser tolerados como rico permitido.
02
Logo, se o risco é permitido, significa que o agente está se comportando de acordo com o seu papel na
STA
sociedade, e não há crime
CO
Ex.: Todos na sociedade têm um papel social. Se o indivíduo tem o papel social de ser um piloto de
DO
aeronave, ele gera um risco, mas é um risco permitido porque está dentro do feixe de expectativas do que a
EN
sociedade espera dele. A sociedade espera que haja um piloto no avião.
S
RO
(2) PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
CE
Como vivemos numa sociedade complexa, as pessoas numa mesma sociedade devem confiar umas
NI
nas outras no sentido de que cada pessoa irá cumprir o seu respectivo papel social. (“cada um cuida da sua
DE
vida, não precisa fiscalizar para saber se cada um cumpriu seu papel”).
AU
Assim, se eu atuo dentro do meu papel social, dentro do feixe de expectativas que a sociedade
0L
47
depositou para mim, não posso responder
41998 pelo comportamento criminoso se um outro indivíduo violar o seu
respectivo social. 50
07
Ex.: Num ato cirúrgico, tido como um dos mais complexos, o médico confia que a pessoa encarregada
36
de esterilizar o bisturi o tenha feito. O médico tem que cumprir seu papel social de operar. Ele não precisa
02
ficar fiscalizando para ver se o instrumentalista esterilizou os instrumentos, pois esse é o papel social do
A
ST
instrumentalista. 41998
CO
O
permitido”.
RO
CE
(3) PROIBIÇÃO DE REGRESSO (autoexplicativo – e traz a mesma ideia, só tem relevância regressar
NI
Se determinada pessoa atuar de acordo com limites de seu papel social, sua conduta, mesmo que
AU
contribuindo para o sucesso da infração penal levada a efeito pelo agente, não lhe poderá ser imputada.
L
70
Ex.: O autor compra uma peça de pão para envenená-lo e matar alguém. Mesmo que o padeiro
04
soubesse da finalidade ilícita do agente ao comprar o pão, não poderia responder pela infração penal, pois
5
07
a atividade de vender pães, seja qual for a sua utilização, consiste no papel social de padeiro. Dessa forma,
36
como o padeiro estava atuando dentro do limite do seu papel social, não lhe pode ser imputado o
02
Nesse último requisito entram hipóteses residuais que atribuiriam à vítima a violação do seu papel
ND
(ao se colocar em uma situação de risco), não podendo responsabilizar outro indivíduo, que não a própria
SE
vítima.
RO
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No exemplo dado acima sobre a morte do usuário de drogas, podemos acrescentar como
02
fundamentação para a não responsabilização do traficante por esse resultado, a autocolocação em perigo,
STA
vez que o falecido se expôs conscientemente ao risco.
CO
DO
CONCLUSÃO: Ambas as vertentes (Imputação de Roxin e de Jakobs) buscam a mesma coisa: definir
EN
objetivamente a relação de causalidade. A “diferença”, é o sentido que cada um deu à sua teoria. E aqui,
S
lembremos do que estudamos sobre o funcionalismo de cada um. Enquanto para Roxin não haverá nexo
RO
causal se não foi violado ou ameaçado aquilo que o ordenamento jurídico buscava proteger (para ele a função
CE
do DP é proteger bens jurídicos), para Jakobs não existirá o nexo causal e não será crime se o agente não
NI
DE
tiver violado seu papel na sociedade (para ele a função do DP é assegurar o império da norma). Tema
AU
bastante interessante para uma discursiva!
0L
47
Vamos de tabelinha?
50
07
41998
CO
sine qua non. pelo agente, sem o qual o resultado não teria
(nexo físico + elementos ocorrido como e quando ocorreu.
O
ND
●
CE
adequado/idôneo/eficaz/capaz de produzir o
DE
Teoria da causalidade
resultado como ele ocorreu.
AU
adequada
● Mais restrita que a primeira.
L
§1º do artigo 13 do CP
●
70
normalmente acontece.
5
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Imputação objetiva
02
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●
02
Só se aplica aos crimes materiais, pois precisa haver
TA
resultado.
S
● Lembrar que Jakobs aponta outros critérios.
CO
DO
Juris relevante: É inepta denúncia que impute a prática de homicídio na forma omissiva imprópria quando
EN
não há descrição clara e precisa de como a acusada – médica cirurgiã de sobreaviso – poderia ter impedido
S
RO
o resultado morte, sendo insuficiente a simples menção do não comparecimento da denunciada à unidade
hospitalar, quando lhe foi solicitada a presença para prestar imediato atendimento a paciente que foi a óbito.
CE
De igual modo, é também inepta a denúncia que, ao descrever a conduta da acusada como sendo dolosa, o
NI
DE
faz de forma genérica, a ponto de ser possível enquadrá-la tanto como culpa consciente quanto como dolo
AU
eventual. STJ. 6a Turma. RHC 39.627-RJ, Rel. Min. Rogerio
41998
Schietti Cruz, julgado em 8/4/2014.
0L
47
Quando se imputa a alguém CRIME COMISSIVO POR OMISSÃO (art. 13, § 2o, “b”, do CP), é necessário que
50
se demonstre o NEXO NORMATIVO (também chamado de NEXO DE EVITAÇÃO) entre a conduta omissiva
07
e o resultado normativo, porque só se tem por constituída a relação de causalidade se, baseado em
36
02
elementos empíricos, for possível concluir, com alto grau de probabilidade, que o resultado não ocorreria se
A
a ação devida fosse efetivamente realizada. Na hipótese em foco, a denúncia não descreveu com a clareza
ST
41998
necessária qual foi a conduta omitida pela denunciada que teria impedido o resultado morte, com
CO
2. CONCAUSAS
RO
O resultado, não raras vezes, é feito de pluralidade de comportamentos, associação de fatores, entre
CE
os quais a conduta do agente aparece como seu principal (mas não único) elemento desencadeante.
NI
DE
Nesse sentido, concausas consiste na pluralidade de causas concorrendo para o mesmo evento.
AU
o Dependentes: Não são capazes de produzir, por si só, o resultado. Precisam da conduta do agente e,
504
o Independentes: Capazes de produzir, por si só, o resultado, ou seja, não dependem da conduta do
36
02
▪ Concausa absolutamente independente: Ocorre quando há uma concausa capaz de produzir por si
CO
só o resultado e que NÃO se origina da conduta do agente. É totalmente desvinculada, motivo pelo
O
ND
qual ocorre a EXCLUSÃO DA IMPUTAÇÃO DAQUELE RESULTADO (deixa de ser causa, exclui o nexo e
SE
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Pode ser: Absolutamente independente preexistente: Anterior à conduta concorrente do agente. A
02
alveja B com disparo de arma de fogo, mas B morre em razão do veneno ministrado a ele anteriormente por
STA
C e não em razão do tiro.
CO
DO
⦁ O veneno é causa pré-existente – por ser anterior ao disparo de arma de fogo.
EN
⦁ Absolutamente independente – pois a vítima não bebeu o veneno em razão do disparo de
S
arma de fogo. Não há qualquer relação entre o disparo e o veneno: se retirar o disparo, ainda
RO
41998
assim, a vítima irá ingerir o veneno.
CE
⦁ Que exclui a imputação do resultado morte – Pois não foi o disparo de arma de fogo que
NI
causou a morte. Retirando o disparo de arma de fogo do processo causal, a morte ocorreria
DE
como ela ocorreu? SIM! A vítima morreria do mesmo jeito: envenenada.
AU
0L
47
Aqui, “A” responderia por tentativa de homicídio e “C” por homicídio consumado
50
07
(a) Absolutamente independente concomitante: é aquela que ocorre ao mesmo tempo que a conduta
36
02
do agente – Seguindo o exemplo anterior, ‘A’ alveja ‘B’ com disparo de arma de fogo, mas ‘B’ morre
A
em razão de traumatismo craniano por um tijolo de um prédio que ao mesmo tempo da conduta de
ST
⦁ Causas absolutamente independentes → pois um disparo não tem nada a ver com o
O
traumatismo craniano.
ND
⦁ Como o resultado foi causado pelo traumatismo, exclui-se o resultado morte de ‘A’, que
SE
(b) Absolutamente independente superveniente: ‘A’ causa efetiva é posterior à conduta do agente.
L
Ex.: ‘A’ coloca veneno na comida de ‘B’. Antes que o veneno cause a morte de ‘B’, ‘C’ entra na casa
70
⦁ O tiro é uma causa absolutamente independente → mesmo sem o envenenamento, ele teria
07
⦁ ‘A’ só responde pela tentativa de homicídio, justamente porque, por causas alheias à sua
A
vontade, ‘B’ morreu pelo disparo de tiro, e não pelo veneno como ele queria.
ST
CO
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A concausa absolutamente independente, por produzir por si só o resultado, rompe o nexo causal
02
entre o resultado e a conduta do agente, fazendo com que este responda apenas pelo crime na modalidade
S TA
TENTADA. Adotou-se aqui a regra geral do artigo 13 do CP, teoria da conditio sine qua non.
CO
DO
▪ Concausa Relativamente independentes: A causa concorrente se origina direta ou indiretamente da
EN
conduta do agente, ou seja, ambas, em conjunto, levarão ao resultado final. Assim, ao contrário das
S
absolutamente independentes, estas NÃO EXCLUEM A IMPUTAÇÃO DO RESULTADO.
RO
CE
Podem ser:
NI
DE
(a) Relativamente independente preexistente: Anterior à conduta concorrente do agente. O típico
AU
exemplo do hemofílico. ‘A’, querendo matar ‘B’ e sabendo ser ele hemofílico, desfere contra ele uma
0L
facada na perna que, sozinha, não causaria a sua morte, mas que por esta condição, a morte ocorreu.
47
A doença era anterior à facada, agindo as duas em conjunto, de modo que o agente responde pelo
crime consumado. 50
07
⦁ O fato de ele ser hemofílico, por si só, não levaria ele à morte.
36
⦁ A facada, por si só, também não o levaria à morte (por ter sido deferida em lugar não letal)
02
⦁ A hemofilia e a facada são dependentes uma da outra para ocorrer o resultado. Ou seja: é a
A
ST
41998
Causas relativamente independentes não excluem a imputação. Logo, o indivíduo que desferiu as facadas
ND
704.718-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
04
crime de lesão corporal grave. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1.882.609-MS, Rel. Min.
CO
(b) Relativamente independente concomitante: ocorre ao mesmo tempo que a conduta do agente. Ex.:
SE
‘A’, objetivando matar ‘B’, efetua disparo de arma de fogo contra a vítima, não vindo, contudo, a
RO
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atingi-la. ‘B’, em decorrência do susto causado pelo disparo, sofre um infarto e falece. A morte se
02
deu pelo conjunto das causas, de modo que ‘A’ responde pelo delito consumado;
STA
⦁ O disparo, por si só, não levaria ele à morte. Assim como o colapso cardíaco, por si só,
CO
também não o levaria à morte.
DO
⦁ O que levou à morte foi a conjunção dos dois resultados: uma causa depende da doutra.
EN
(causa efetiva= colapso e causa concorrente= disparo).
S
RO
Se uma causa depende da outra, não haverá a exclusão do resultado morte, e ‘A’ deve responder pelo
CE
homicídio.
NI
DE
AU
(c) Relativamente independente superveniente: É posterior à conduta do agente.
41998
0L
⦁ Regra: Em regra, as concausas relativamente independentes NÃO excluem a imputação.
47
⦁ Exceção: Art. 13, §1º - Eventualmente, as concausas relativamente independentes podem
50
excluir a imputação, fugindo à regra geral, quando, por si só, produzirem o resultado.
07
36
02
i. Que por si só produz o resultado: ‘A’ atira em ‘B’ e este é socorrido. Estando no hospital,
ST
responsabilidade de ‘A’? Sabemos que se não fosse o tiro, ele não estaria no hospital, é
O
verdade. Mas aqui, é a EXCEÇÃO em que o CP adotou a teoria da causalidade adequada (§1º
ND
do art. 13), mais restrita, em que há um juízo de probabilidade do que normalmente acontece
SE
(todas as demais hipóteses de concausas são analisadas com base na conditio sine qua non).
RO
Tendo em vista que o desabamento de um teto não está dentro do resultado esperado
CE
advindo de um tiro, houve o rompimento do nexo causal, de modo que o agente responde
NI
DE
apenas por tentativa. (situação imprevisível, que seja apto a produzir o resultado, exclui a
AU
Caiu na Prova Delegado PC-ES/2022 - Em relação a conceitos e previsões presentes na Parte Geral do Código
04
Penal, assinale a opção correta: Se o agente ferir alguém com uma faca no pescoço, com nítida intenção de
5
07
matar, mas a vítima for socorrida e levada ao hospital e, durante a internação, morrer em decorrência de
36
uma explosão acidental no hospital, o agente responderá por tentativa de homicídio. (item correto). Aqui
02
trata-se de um exemplo como acima mencionado, causa relativamente independente que por si só produz o
resultado.
A
ST
CO
ii. Por si só não produz o resultado: Aqui, com base no mesmo exemplo anterior, suponhamos
O
que ‘B’ morre em razão de infecção nos ferimentos decorrentes do tiro. Tendo em vista que
ND
não fosse o tiro não haveria a infecção e que esta infecção é uma possibilidade normal, que
SE
se encontra dentro das consequências esperadas de um tiro, o agente responde pelo delito
RO
consumado.
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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02
Se liga na tabela para revisar:
S TA
CO
CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES
DO
ESPÉCIE EXEMPLO RESPONSABILIZAÇÃO
EN
Preexistente Vítima hemofílica.
S
Vítima, apesar de não ter sido Não há rompimento do nexo de
RO
Concomitante atingida, se assusta e sofre um causalidade e o agente responde
CE
infarto. pelo resultado causado. Aplica-
NI
DE
Modalidade “não por si só se o art. 13, caput, do CP (teoria
AU
produz o resultado”: Morte da conditio sine qua non).
0L
por infecção hospitalar.
47
Há rompimento do nexo de
Superveniente* Modalidade “por si só produz 50 causalidade e o agente responde
07
o resultado”: Morte pelo pelo seu dolo, apenas os atos
36
02
41998
§1º, do CP.
CO
O
IV – TIPICIDADE
ND
É o elemento do fato típico presente em todo e qualquer crime. Conforme a doutrina moderna, a
SE
●
Tipicidade Formal: Juízo de subsunção do fato à norma;
CE
●
Tipicidade Material: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
NI
DE
AU
Há ainda a TIPICIDADE CONGLOBANTE, preconizada por Zaffaroni, que é formada pela tipicidade
L
material + antinormatividade.
70
41998
504
todo. Para ele, não se pode considerar ilícita uma conduta que é determinada ou fomentada pelo Estado.
36
02
Assim, para o autor, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito, que para a doutrina
A
majoritária e para o CP constituem causas excludentes de ilicitude, seriam, na verdade, causas de exclusão
ST
da tipicidade, tornando, por consequência, a conduta atípica, justamente por achar absurdo que alguém que
CO
esteja cumprindo seu dever legal ou esteja exercendo uma atividade fomentada pelo direito tenha estas
O
ND
116
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
Um exemplo é do oficial de justiça que promove penhora de bens em razão de cumprimento de mandado
02
(ele está nada menos que subtraindo coisa alheia móvel), que só ficará isento de responsabilidade na análise
STA
do segundo elemento do crime, enquanto não deveria sequer haver tipicidade penal.
CO
Já legítima defesa e estado de necessidade continuariam como excludentes de ilicitude, segundo esta teoria,
DO
vez que não são fomentadas e nem determinadas pelo Estado, mas tão somente toleradas.
EN
O STJ já adotou a tipicidade conglobante (AP 638).
S
RO
“(...) TIPICIDADE X ANTINORMATIVIDADE. TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE
CE
(...) 3. A tipicidade conglobante surge quando comprovado, no caso concreto, que
NI
DE
a conduta praticada pelo agente é considerada antinormativa, isto é, contrária à
AU
norma penal, e não imposta ou fomentada por ela, bem como ofensiva a bens de
0L
relevo para o Direito Penal (tipicidade material). Na lição de Zaffaroni e Pierangeli,
41998
47
não é possível que no ordenamento jurídico, que se entende como perfeito, uma
50
norma proíba tudo aquilo que outra imponha ou fomente. (...). Portanto, a
07
antinomia existente deverá ser solucionada pelo próprio ordenamento jurídico”
36
(GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral, 20ª ed. Niterói/RJ. Impetus,
02
O nome conglobante decorre da necessidade de que a conduta seja contrária ao ordenamento jurídico em
SE
V. ADEQUAÇÃO TÍPICA
04
5
07
(1) Subsunção direta ou adequação típica imediata: não há dependência de qualquer dispositivo
A
ST
complementar para adequar o fato à norma. Ex.: ‘A’ subtrai o celular de ‘B’. Neste caso, o fato de subtrair
CO
(2) Subsunção indireta ou adequação típica mediata: há uma conjugação do tipo penal com a NORMA DE
ND
EXTENSÃO, também denominada de norma de adequação típica mediata. No nosso Código Penal temos
SE
3 hipóteses:
RO
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
A. Norma de extensão temporal: Tentativa (art. 14, II do CP). Os tipos penais não possuem definição
02
direta de tentativa em cada um deles. Há essa norma geral que será combinada com o tipo penal não
TA
S
consumado. Ex.: ‘A’ tenta matar ‘B’. Este fato não há subsunção direta ao art. 121. Neste caso,
CO
devemos utilizar do art. 121 do CP, cumulado com o art. 14, II, do CP.
DO
B. Norma de extensão pessoal e espacial: Participação, artigo 29 do CP (esse artigo trata de todo o
EN
concurso de pessoas, mas o que tem relevância aqui é a figura do partícipe). Quem espera do lado
S
de fora da casa enquanto o comparsa subtrai a televisão da vítima, embora não tenha subtraído coisa
RO
alheia móvel, como manda o tipo, responderá pelo furto qualificado pelo concurso de pessoas em
CE
razão da norma de extensão prevista no art. 29 do CP.
NI
C. Norma de extensão da conduta: Crimes comissivos por omissão (em que há um garantidor): a
DE
conduta que só podia ser praticada por ação passa a ser praticada por omissão, quando o garante
AU
devia e podia agir para evitar o resultado. Art. 13, §2º, CP.
0L
47
3. TEORIA DO TIPO 50
07
36
O tipo penal é aquele que descreve as condutas proibidas ou permitidas pelo direito penal de modo
02
genérico e abstrato, ou seja, condutas criminosas ou as hipóteses em que a prática destas é tolerada (já vimos
A
ST
41998
✔ Indiciária da ilicitude (o fato típico é presumidamente ilícito – presunção relativa, que acarreta na
NI
DE
doloso, seu dolo deve alcançar todas as elementares do tipo. Caso ignore alguma delas, incorrerá em
70
erro de tipo, afastando o dolo, nos termos do artigo 20 do CP. Por outro lado, estando delimitado o
504
tipo penal e havendo dolo em relação a ele, não há que se falar em erro).
07
✔ Seletiva (seleciona as condutas proibidas (crimes comissivos) ou ordenadas (crimes omissivos) pelo
36
02
direito penal.
A
ST
Todos possuem núcleo e elementos, que formam o tipo fundamental. Quando há privilégios ou
SE
118
EN
UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
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Os elementos/elementares se dividem em:
02
STA
A. Objetivos/descritivos: trazem um juízo de certeza. Podem ser compreendidos por qualquer pessoa.
CO
Ex.: “coisa alheia móvel” no furto, “alguém” no homicídio etc.
DO
B. Subjetivos: Se relacionam com o animus do agente, sua especial finalidade de agir, suas intenções.
EN
Ex.: “para si ou para outrem” no furto. Não basta a subtração de coisa alheia móvel, faz-se necessário
S
o “animus rem sibi habendi”, dolo de assenhoramento definitivo.
RO
C. Normativos: Demandam um juízo de valor por parte do aplicador do direito. Ex.: “obsceno”,
CE
“indevidamente”, “cruel”, “honesto”, “pudor”, “decoro” etc. Termos não definidos, que demandam
NI
uma interpretação caso a caso.
DE
AU
3.3 Classificações do Tipo Penal
0L
47
3.3.1 Tipo Normal X Anormal 50
07
▪ Tipo normal / neutro / acromático / avalorado: é o que, além do núcleo, contém somente
36
▪
A
Tipo anormal: é aquele que, além de núcleo e elementos objetivos, contém também elementos
ST
▪ Tipo congruente (simétrico) é aquele em que há perfeita congruência entre a vontade do agente e
RO
▪ Tipo incongruente (assimétrico) é aquele em que não há congruência entre a vontade do agente e
NI
DE
o fato por ele praticado (exemplo: os crimes tentados, os crimes culposos, preterdolosos). Se ‘A’ quer
AU
matar ‘B’, mas apenas o lesiona, há uma assimetria entre os elementos objetivos e subjetivos.
L
70
▪
5
▪
36
(1) Tipo misto alternativo: mesmo com a prática de mais de um núcleo do tipo haverá crime único,
O
ND
desde que no mesmo contexto fático. (Ex.: prática de conjunção carnal e de outros atos libidinosos
SE
diversos, sob violência ou grave ameaça, no mesmo contexto fático – caracteriza crime único – STJ)
RO
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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(2) Tipo misto cumulativo: são os que a pratica de mais de um núcleo do tipo, configurando concurso
02
material de crimes (ex.: art. 244, CP – Abandono material).
STA
CO
3.3.4 Tipo Fechado (Cerrado) X Tipo Aberto
DO
▪ Tipo fechado: possui descrição minuciosa da conduta.
EN
▪ Tipo aberto: não possui uma descrição completa e deve ser complementado por um juízo de valor,
S
RO
realizado pelo aplicador da lei no caso concreto. Exemplos:
⦁ Crimes culposos
CE
⦁ Crimes omissivos impróprios
NI
DE
⦁ Quando há elemento normativo no tipo
AU
0L
* Diferença entre tipo aberto e norma penal em branco: esta última é complementada por lei ou ato
47
administrativo, enquanto o primeiro é complementado por um juízo de valor.
50
07
Trata-se dos crimes-obstáculo. São as figuras em que o legislador incrimina de forma autônoma um
A
fato que seria apenas um ato preparatório de outro crime, antecipando a tutela penal.
ST
41998
CO
A) DOLO
SE
Vontade livre e consciente, dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal
RO
incriminador.
CE
ELEMENTOS DO DOLO:
NI
DE
acerca da forma como ele próprio age e o mundo que o cerca. É o saber.
L
2) Volitivo: Vontade, é o querer do agente em relação a uma conduta por ele praticada.
70
04
●
5
41998
36
02
consciente de produzir o resultado. Logo, pela Teoria da Vontade, dolo é a vontade consciente
CO
∘
ND
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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∘ haverá dolo quando o sujeito realizar sua ação ou omissão prevendo o resultado como
02
certo ou provável (ainda que não o deseje) (Von Liszt e Frank).
TA
∘
S
Não faz distinção entre dolo eventual e culpa consciente
CO
DO
41998
3. Teoria do assentimento/ consentimento / aprovação: Teoria volitiva.
EN
∘ No dolo eventual, além de prever o resultado, conforma-se com a sua realização ou aceita a
S
sua produção. O agente, mesmo prevendo determinado resultado, decide prosseguir com a
RO
sua conduta, assumindo o risco de produzi-lo. Nesse caso, o indivíduo consente com a
CE
produção do resultado.
NI
∘ Adotada pelo CP para o dolo eventual.
DE
AU
0L
ATENÇÃO: O Brasil adotou:
47
- Teoria da vontade: Dolo direto
- Teoria do assentimento: Dolo eventual 50
07
36
02
Dolo natural X dolo normativo: Estudado no material anterior. Vamos fazer uma rápida retomada?
ST
⮚ Dolo normativo - além dos elementos objetivos ou descritivos, exige o conhecimento acerca
ND
SE
a) DOLO DIRETO – O agente, com sua conduta, prevendo determinado resultado, sai em busca de
NI
DE
danifica os freios do carro de ‘A’ durante a noite para causar um acidente e matá-lo,
5
sabendo que todo dia pela manhã ele sai de carro. Porém, os filhos sempre vão junto e o
07
36
agente sabe que a morte deles será inevitável e pratica a conduta mesmo assim, para
02
político, coloca uma bomba no jatinho dele, sabendo que sua próxima viagem será com sua
esposa, que está grávida. A morte do inimigo político seria o dolo de primeiro grau. A da
O
ND
esposa, de segundo. O aborto, de terceiro. É criticada e tida como desnecessária por parte
SE
da doutrina, vez que qualquer consequência estaria abarcada no dolo de segundo grau
RO
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DELEGADO PERNAMBUCO
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02
Atenção!! Não se pode confundir o dolo direito de segundo grau com o dolo eventual. No dolo de segundo
TA
grau as consequências secundárias são inerentes aos meios escolhidos
S
CO
b) DOLO INDIRETO: O agente, com sua conduta, não busca realizar um determinado resultado:
DO
⮚ Dolo alternativo: O agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na
EN
realização de qualquer deles, com igual intensidade a produzir um ou outro resultado.
S
⮚ Dolo eventual: Embora o agente não deseje o resultado, assume o risco de produzi-lo. Age
RO
com indiferença.
CE
NI
DE
TEORIA POSITIVA DO CONHECIMENTO: Reinhard Frank. “Seja como for, dê no que dê, eu não deixarei de
AU
agir”.
0L
47
o Dolo cumulativo: O agente pretende alcançar dois ou mais resultados típicos em sequência (progressão
criminosa);
50
07
36
o Dolo geral (erro sucessivo): Ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado por ele
02
visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. Ex.: para matar seu inimigo, alguém o golpeia
A
fortemente, de modo que a vítima desmaia, fazendo o agente pensar equivocadamente que ela faleceu;
ST
41998
CO
em seguida, com a finalidade de simular um suicídio, deixa o ofendido suspenso em uma corda amarrada
ao seu pescoço, asfixiando-o.
O
ND
o Dolo de propósito (refletido): resulta da reflexão do agente. Ocorre nos crimes premeditados.
SE
o Dolo de ímpeto (repentino): resulta de uma explosão emocional. Ocorre nos crimes passionais.
RO
CE
B) CULPA
NI
DE
41998
Como já vimos, é elemento da conduta, que compõe o fato típico.
AU
Consiste em uma conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi
L
por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era imprevisível (culpa inconsciente) e poderia ter sido evitado se
70
04
Rogério Greco diz que “a conduta, nos delitos de natureza culposa, é o ato humano voluntário
07
36
dirigido, em geral, à realização de um fim lícito, mas que, por imprudência, imperícia ou negligência, isto é,
02
por não ter o agente observado o seu dever de cuidado, dá causa a um resultado não querido, nem mesmo
A
Via de regra é tipo penal aberto, ou seja, a conduta não é descrita de modo detalhado (geralmente
CO
vem “se tal crime é culposo – pena tal”), demandando um juízo de valor pelo aplicador do direito. Mas há
O
ND
crime culposo com tipo fechado, como o art. 180, §3º do CP.
SE
RO
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DELEGADO PERNAMBUCO
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O fundamento da punibilidade de crimes culposos está no interesse público da proteção de bens
02
jurídicos indispensáveis ao indivíduo e à sociedade. O homem vive em sociedade, então é responsável pelo
STA
que causa nela.
CO
Porém, as penas são menores, vez que o desvalor da conduta é menor que nos crimes dolosos.
DO
EN
Em suma, para se saber se houve culpa ou não será sempre necessário proceder-se a um juízo de
S
valor, comparando a conduta do agente no caso concreto com aquela que uma pessoa medianamente
RO
prudente teria na mesma situação. Isso faz com que a culpa seja qualificada como um elemento normativo
CE
da conduta (necessita de um juízo prévio de valor).
NI
DE
AU
* ATENÇÃO: as hipóteses de crimes culposos devem vir expressamente previstas em lei, desse modo, a regra
0L
é o dolo, enquanto a culpa é exceção.
47
ELEMENTOS DA CULPA: 50
07
36
3) Resultado involuntário
ST
41998
4) Nexo de causalidade
CO
5) Previsibilidade Objetiva
O
ND
6) Tipicidade
SE
RO
ESPÉCIES DE CULPA:
CE
1) Culpa consciente: É a culpa com previsão. O agente prevê o resultado, mas não espera que ele ocorra.
NI
DE
2) Culpa inconsciente: O agente não prevê o resultado, mas ele era objetivamente previsível. (essa
AU
3) Culpa própria: o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo.
70
4) Culpa imprópria (culpa equiparada ou por assimilação): O agente, por erro evitável, fantasia certa
5 04
situação de fato que não existe, supondo estar acobertado por excludente de ilicitude (descriminante
07
putativa) e, em razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito. Embora a conduta seja dolosa,
36
02
41998
o agente responde por culpa, por razões de política criminal (art. 20, §1º, CP).
A
Ex.: ‘A’ vê um vulto dentro de casa e dispara, pensando ser um bandido, mas na verdade era seu
ST
genro que estava indo embora de lá de madrugada sem ele saber. Neste caso, ‘A’ matou porque quis, mas
CO
achou que estaria em legítima defesa. Por essa situação, responderá por culpa.
O
5) Culpa mediata ou indireta: é aquela em que o resultado naturalístico é produzido indiretamente a título
ND
de culpa. É importante ressaltar que, para a configuração dessa modalidade de culpa, será
SE
RO
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UD
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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imprescindível que o resultado esteja na linha de desdobramento causal da conduta, ou seja, no âmbito
02
do risco provável, e, além disso, que possa ser atribuído ao autor mediante culpa.
S TA
6) Culpa presumida (“in re ipsa”): Sendo uma forma de responsabilidade objetiva, não é admitida no Brasil,
CO
pois a culpa precisa ser provada.
DO
EN
EXCLUSÃO DA CULPA:
S
1) Caso fortuito e força maior;
RO
2) Princípio da confiança;
CE
3) Erro profissional;
NI
4) Risco tolerado;
DE
5) Risco praticado por outrem.
AU
0L
47
Existe compensação de culpas no direito penal?
50
NÃO existe no Direito Penal a compensação de culpas, mas a culpa concorrente da vítima pode
07
atenuar a do agente, sendo possível levar em consideração na dosimetria da pena, ex.: comportamento da
36
vítima é uma circunstância judicial (art. 59, CP). Ps: Se a culpa é exclusiva da vítima, o agente não responde.
02
No caso de concorrência de culpas, cada um dos agentes responde na medida de sua culpabilidade,
A
ST
que não é possível haver participação dolosa em crime culposo. Assim, qualquer causa culposa
CE
importa em violação do dever objetivo de cuidado, fazendo do agente autor e não partícipe. (Foi
NI
o 2ª Corrente (LFG): Não admite nem coautoria e nem participação nos crimes culposos, em razão da
AU
41998
o 3ª Corrente (Fernando Capez): Ambos são possíveis, sendo autor aquele que realiza o núcleo do tipo
04
e partícipe o que concorre para o crime, sem, no entanto, cometer o núcleo verbal da ação.
5
07
36
#DICA DD: Para os partidários da teoria do domínio do fato, não há como sustentar o concurso de agentes
02
no crime culposo, pois neste o agente não quer o resultado e, portanto, não há como sustentar que ele
A
ST
detenha o controle final sobre algo que ele não deseja. Por isso, adotam a posição no sentido da inviabilidade
CO
A. CRIME PRETERDOLOSO
SE
É uma espécie de crime agravado pelo resultado, constituindo de dolo no antecedente e culpa no
RO
124
EN
UD
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DE
AU
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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Elementos:
02
✔ Conduta dolosa visando a determinado resultado;
41998
STA
✔ Provocação culposa de resultado mais grave do que o desejado;
CO
✔ Nexo causal entre conduta e resultado;
DO
✔ Tipicidade.
S EN
RO
Observações importantes para fins de prova:
●
CE
O preterdoloso serve para configurar reincidência em crime doloso, vez que apenas o resultado mais
NI
grave foi praticado por culpa, havendo dolo no crime menos grave.
DE
● Todo crime preterdoloso (dolo + culpa) é um crime agravado pelo resultado, mas a recíproca não é
AU
verdadeira. Há outras formas de crimes agravados pelo resultado que não se enquadram como
0L
preterdolosos, como dolo + dolo (latrocínio – a morte pode ser dolosa ou culposa, desde que seja em
47
razão da subtração); culpa + culpa (art. 258, parte final do CP – incêndio culposo com morte culposa)
50
e culpa + dolo (lesão culposa de trânsito, qualificada por omissão de socorro dolosa – art. 303, § único
07
36
do CTB).
02
● O resultado deve ser culposo – Se o resultado mais grave advém de caso fortuito ou força maior,
A
41998
CO
4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O
ND
SE
4.1 Consumação
RO
CE
Conceito: É aquele em que foram realizados todos os elementos constantes de sua definição legal.
NI
Ex.: o crime de furto se consuma no momento em que o agente subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia
DE
móvel, ou seja, no exato instante em que o bem sai da esfera de disponibilidade da vítima que, então,
AU
precisará agora retomá-lo. nesse caso todas as elementares do tipo do furto foram inteiramente realizadas.
L
70
04
125
EN
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RETA FINAL
0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
j) habituais: com a reiteração de atos, pois cada um deles, isoladamente, é um indiferente penal. O momento
02
consumativo é incerto, pois não se sabe quando a conduta se tornou um hábito.
STA
CO
4.1.2 Iter Criminis
DO
EN
Caminho do crime. Conjuntos de fases que se sucedem cronologicamente no delito. Composto por
S
fases interna e externa. Portanto, o iter criminis constitui-se do estudo das fases de cogitação, dos atos
RO
preparatórios, dos atos executórios e da consumação, além de eventual exaurimento do crime.
CE
NI
DE
*Só haverá iter criminis nos crimes dolosos! Já que, nos crimes culposos, o resultado ilícito não é querido,
AU
ele provém da violação de um dever objetivo de cuidado.
0L
47
I. FASE INTERNA:
50
1) COGITAÇÃO: O agente apenas mentaliza, idealiza, prevê, planeja, deseja. Nessa fase o crime é
07
impunível.
36
02
Abarca:
A
⦁ Deliberação –41998
o agente faz a análise de41998
prós e contras da empreitada criminosa;
CO
ATENÇÃO! A simples ideia de crime NÃO pode ser punida, em razão do princípio da materialização,
RO
Os atos preparatórios representam o início da fase externa da ação. Isso porque o indivíduo
5 04
Obs.: Há quem entenda que compõe a fase interna, a exemplo de Rogério Sanches, mas não prevalece.
ST
CO
o Regra: Impunível, vez que o CP busca punir o crime a partir dos atos executórios, pois o bem jurídico
O
ND
o Exceção – Atos preparatórios podem gerar crimes autônomos chamados de crimes obstáculo criados
RO
pelo legislador.
E
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50
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⦁ Fabricar, fornecer, adquirir e portar explosivos;
02
⦁ Incitação ao crime;
STA
⦁ Petrechos de falsificação de moeda;
CO
⦁ Associação criminosa.
DO
EN
ENTENDA: Trata-se do fenômeno chamado antecipação da tutela penal. É o fenômeno pelo qual o legislador
S
criminaliza condutas que seriam atos preparatórios de outros crimes, mas que constituem crimes
RO
autônomos. Essa ampliação está atrelada ao próprio papel do Estado, como provedor de determinados
CE
direitos.
NI
DE
AU
2) EXECUÇÃO:
0L
Inicia a agressão ao bem jurídico, ou seja, começo da realização da conduta típica. Deve ser:
47
● Ato idôneo: Com capacidade suficiente para lesar o bem jurídico penalmente tutelado;
● Ato inequívoco: Direcionado ao ataque do bem jurídico.50
07
36
02
Da série: parece simples, mas não é. Em qual momento um ato deixa de ser preparatório e passa a ser
ST
41998
considerado como executório?
CO
O
ND
● Teoria subjetiva: O início da execução é a partir do elemento subjetivo ativo, verificando-se se foi
RO
iniciada com a fase do elemento intelectivo e volitivo do autor (plano interno do autor). Não há
CE
distinção entre o ato preparatório e o executório. Considera-se o dolo do agente, que está presente a
NI
● Teorias objetivas:
AU
41998
a) Teoria da hostilidade ao bem jurídico: o ato de execução é aquele em que o agente ataca o bem
L
jurídico (expõe o bem jurídico a perigo), enquanto o ato preparatório não altera o seu “estado de
70
04
paz”. No momento que cria um risco proibido ao bem jurídico tutelado pela normal penal, a
5
conduta do agente é considerada início dos atos de execução, e logo, punível na esfera penal.
07
36
execução como aquele em que o agente começa a praticar o verbo (o núcleo do tipo) da conduta
ST
CO
execução e, por conseguinte, do marco a partir do qual a conduta passa a ser punível. (Franz Von
SE
Liszt)
RO
E
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AU
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02
Atenção à jurisprudência que relata a teoria adotada pelos tribunais superiores.
TA
O agente que pretendia praticar roubo e foi surpreendido após romper o cadeado e destruir a fechadura da
S
porta da casa da vítima; não se pode falar em tentativa de roubo.
CO
Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de fechadura da porta da
DO
casa da vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da
EN
residência, configuram meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo
S
circunstanciado (Info 711, STJ).
RO
CE
c) Teoria objetivo-individual ou objetivo-subjetiva: Adotada excepcionalmente. Atos executórios são
NI
41998
DE
aqueles em que o agente inicia a realização do núcleo do tipo e também os atos que lhe são
AU
imediatamente anteriores, DE ACORDO COM O PLANO CONCRETO DO AGENTE. (Welzel, Zaffaroni).
0L
Ex: “A”, segurando uma faca, aguarda atrás de uma parede a passagem de “B”, seu inimigo,
47
para matá-lo na volta de seu trabalho, caminho fixo pelo qual a vítima passa, já tendo feito por
50
diversas vezes esta ameaça. Quando este se encontra a 100m de distância, “A” fica de pé e segura
07
firme a faca, aguardando em posição de ataque. Surge um policial e o aborda. Para esta teoria,
36
02
poderia haver a prisão em flagrante, em face da caracterização da tentativa de homicídio, o que não
A
d) Teoria objetivo-material: Os atos de execução são aqueles em que o agente inicia a realização do
41998
CO
núcleo do tipo e também os atos que lhe são imediatamente anteriores, NA VISÃO DO TERCEIRO
O
a partir de uma visão externa da situação (não necessariamente de uma terceira pessoa presente no
SE
f) Teoria negativa: entende não ser possível limitar, em uma regra geral, o que seriam atos
AU
preparatórios ou executórios, devendo tal definição ficar a cargo do julgador no momento da análise
L
de cada caso.
70
04
Ato de execução como aquele Atos executórios são aqueles atos de execução são aqueles
ST
tipo) da conduta criminosa também os atos que lhe são também os atos que lhe são
ND
128
EN
UD
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36
ACORDO COM O PLANO VISÃO DO TERCEIRO
02
TA
CONCRETO DO AGENTE OBSERVADOR
S
CO
3) CONSUMAÇÃO:
DO
Há a configuração ou realização pela da conduta tipificada em lei. O agente pratica a conduta
EN
prevista no tipo penal necessária para a consumação. Tipicidade formal + tipicidade material. Com
S
a consumação, o crime passa a ser punido com a sanção penal prevista no preceito secundário, de
RO
forma integral.
CE
NI
⦁ Crimes de perigo concreto = a consumação se dá com a efetiva exposição do bem jurídico a uma
DE
AU
probabilidade de dano
⦁
0L
Crimes de perigo abstrato = a consumação se dá com a mera prática da conduta definida pela
47
lei como perigosa (porte de arma).
50
07
Obs1.: Não é necessário que se alcance essa fase para que a conduta do agente seja punível, pois, como
36
02
vimos, o ingresso na fase dos atos executórios já torna a conduta penalmente relevante. Se não atingida a
A
41998
CO
Obs2.: Há crimes que preveem um resultado naturalístico cuja ocorrência não é necessária para a
O
consumação. Denomina-se delitos de consumação antecipada, ou, ainda, crimes formais. A consumação
ND
ocorre com a pratica da conduta e independe de resultado naturalístico previsto na norma penal, e se acaso
SE
Tem relevância, tecnicamente, apenas aos delitos formais, em que o resultado naturalístico é dispensável e
L
quando este ocorre, fala-se em exaurimento. É o que Zaffaroni chamou de consumação material.
70
Porém, para a doutrina majoritária, ele NÃO integra o iter criminis. No entanto, não é irrelevante. Interfere
5 04
na dosimetria da pena, seja como circunstância judicial desfavorável, ou então como qualificadora ou causa
07
de aumento de pena.
36
02
41998
A
ST
Crime tentado é aquele que, após o início da sua execução, não se consumou por circunstâncias
SE
alheias à vontade do agente. De acordo com o autor Zaffaroni, temos uma tipicidade subjetiva completa e
RO
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EN
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41998
STA
b) Conceito: É o início da execução de um crime que somente não se consuma por circunstâncias alheias à
CO
vontade do agente. Também é chamada de “crime manco, truncado”, vez que o tipo subjetivo está
DO
perfeito (vontade/voluntariedade), mas o tipo objetivo, a figura criminosa, não se realiza integralmente.
S EN
c) Natureza Jurídica: (importante!!)
RO
● Trata-se de norma de extensão temporal da figura típica causadora de adequação típica mediata
CE
ou indireta.
NI
●
DE
Sob o enfoque da PENA - trata-se de causa geral obrigatória de diminuição de pena.
AU
0L
d) Elementos:
47
● Início da execução (questão de lógica: se tentativa é justamente a execução interrompida por
50
circunstâncias alheias à vontade do agente, é imprescindível o seu início);
07
● Resultado possível (se o resultado não ocorreu por ser impossível, será crime impossível).
ST
41998
CO
● Teoria subjetiva/voluntarista/monista: o sujeito é punido por sua intenção, pois o que importa é o
CE
desvalor da ação, sendo irrelevante o desvalor do resultado, de modo que deveria suportar a mesma
NI
→ Assim, se ele tem a intenção de matar, a tentativa de homicídio deve ser punida da mesma
AU
forma que o homicídio. Ou seja: ele deve ser punido pela pena da consumação tangente à
L
sua vontade.
70
mesma pena do crime consumado, uma vez que a intenção, o animus, o dolo era de
A
consumar a conduta).
ST
●
CO
jurídico tutelado pela lei penal. Por isso, a pena de tentativa deve ser menor que a pena da
RO
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consumação e proporcional ao risco de lesão causado. Analisa o que o agente efetivamente fez,
02
com base na fase do iter criminis à qual ele chegou.
TA
S
- REGRA: A Teoria Objetiva é a teoria adotada pelo nosso CP! (Art. 14, §único, 2ª parte).
CO
- EXCEÇÃO: Essa teoria foi adotada com ressalvas, em razão da primeira parte do §único do
DO
art. 14, que é considerada pela doutrina como um resquício da Teoria Subjetiva.
S EN
Para a doutrina, o “salvo em disposição em contrário” seria a possibilidade de adotar,
RO
excepcionalmente, a teoria subjetiva. Ex.: art. 352, CP → pois a pena da tentativa é a mesma que a pena da
CE
consumação.
NI
→ A doutrina chama esses crimes de CRIMES DE ATENTADO OU MERO EMPREENDIMENTO → são
DE
os crimes que não admitem tentativa pois a própria tentativa já é a consumação desse crime. A
AU
tentativa é punida com a mesma pena da consumação.
0L
41998
→ Logo, os crimes de atentado ou de mero empreendimento são exceções à Teoria Objetiva. Por
47
50
isso, parte da doutrina (Rogério Greco) afirma que adotou a Teoria Objetiva Mitigada.
07
36
CONCLUSÃO: Em regra, a teoria adotada pelo Código Penal é a Teoria Objetiva. No entanto,
02
vontade ilícita do agente for adequada para comover a confiança na vigência do ordenamento e o
SE
RO
sentimento de segurança jurídica dos que tenham conhecimento da conduta criminosa. Essa teoria
considera que o decisivo para a tentativa não é risco ao bem jurídico, mas o injusto da ação (conduta
CE
típica e ilícita) por meio da exteriorização do dolo do agente. Essa teoria seria mais restritiva que a
NI
DE
subjetiva, por não aceitar tentativa no caso de absoluta inidoneidade (crime impossível). Para o autor
AU
Guilherme Nucci é representado pela junção da avaliação da vontade criminosa com um princípio de
L
risco ao bem jurídico protegido. Como se leva em consideração a vontade criminosa e o abalo que a
70
Obs.: Rogério Sanches e Masson tratam a teoria objetivo-subjetivo e da impressão como sinônimas,
36
02
o
ND
131
EN
UD
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DE
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02
A doutrina e a jurisprudência apontam que o critério deve ser a proximidade do agente de atingir a
TA
consumação do delito, de modo que, quanto mais próximo ele chegar, menor deve ser a fração de diminuição
S
de pena e vice-versa.
CO
DO
f) Espécies:
EN
● Tentativa branca ou incruenta: O objeto material NÃO é atingido pela conduta criminosa;
S
●
RO
Tentativa vermelha ou cruenta: O objeto é atingido;
41998
CE
Tentativa perfeita ou crime falho: O agente esgota todos os meios executórios que estavam à
NI
disposição, e mesmo assim não sobrevém a consumação por circunstâncias alheias à sua vontade.
DE
☞ Apenas é compatível com os crimes materiais, tendo em vista que nos formais e de mera
AU
conduta, esgotando-se os atos executórios, teremos crime consumado, não tentado;
0L
☞ Atenção à nomenclatura! Não confunda crime falho com crime impossível (quase-crime,
47
crime oco, tentativa inidônea e tentativa impossível).
50
●
07
Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita: O agente inicia a execução sem
36
utilizar todos os meios que tinha ao seu alcance, e o crime não se consuma por circunstâncias alheias
02
à sua vontade.
A
●
ST
à vontade do agente.
●
O
nome, pois, na verdade, não é. É o termo utilizado como gênero, do qual são espécies a desistência
SE
o Crimes culposos: são incompatíveis com a tentativa, em razão do resultado ser involuntário.
L
70
o Crimes unissubsistentes: são aqueles em que a conduta é composta por um único ato, sendo
A
ST
impossível fracionar o "iter criminis”, motivo pela qual a tentativa é inadmissível (exemplo:
CO
injúria verbal);
O
o Crimes omissivos próprios e de perigo abstrato: são unissubsistentes, razão pela qual a
ND
tentativa é inadmissível;
SE
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EN
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DE
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o Crime obstáculo: vez que a preparação já está sendo punida de forma autônoma;
02
o Crime habitual: exige reiteração de atos, motivo pelo qual a tentativa não seria cabível.
S TA
Doutrina minoritária entende que sim, ex.: falso médico aluga local e faz anúncio da futura
CO
abertura de sua clínica, antes de chegar a atender alguém.
DO
EN
☞ Quanto ao dolo eventual, é possível a punição a título de tentativa? Apesar da divergência
S
doutrinária, parte da doutrina entende ser possível, pois o CP equiparou o dolo eventual ao dolo
RO
direto. O STJ também entende compatíveis o dolo eventual e a tentativa.
CE
NI
DE
5. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
AU
0L
a) Conceito: Os dois institutos constituem aquilo que a doutrina chamou de "tentativa abandonada" ou
47
"tentativa qualificada", em que o crime não se consuma pela própria vontade do agente. – NÃO
50
CONFUNDIR com a "tentativa", propriamente dita (em que o crime não se consuma por circunstâncias
07
alheias à vontade do agente).
36
São chamados também de "ponte de ouro" - pela oportunidade que o agente tem de "corrigir o seu
02
41998
CO
▪ Desistência voluntária: O agente inicia os atos executórios, mas por vontade própria, interrompe este
O
processo, abandonando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para
ND
☞ Um terceiro pode influenciar, pedir, mas não pode ter havido coação. Exige-se, portanto, a
41998
RO
vontade livre do agente, mas não precisa ser espontânea (surgir da cabeça dele).
CE
☞ É incabível nos crimes unissubsistentes, que são realizados por apenas 1 (um) ato.
NI
DE
AU
produção do resultado. Sendo assim, é cabível somente em crimes materiais. Em regra, conduta
04
5
positiva.
07
36
02
b) Natureza jurídica: Causa de exclusão da tipicidade (doutrina majoritária). Em sentido contrário, para
A
Há debate na doutrina sobre o assunto, sendo pertinente destacar que, para a corrente que entende
CO
se tratar de causa de exclusão da tipicidade, a desistência do autor irá beneficiar o partícipe, mas a desistência
O
ND
do partícipe não irá beneficiar o autor. Para a corrente que entende se tratar de causa de extinção da
SE
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EN
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Por fim, trata-se de uma causa de exclusão tipicidade. O sujeito dá início à execução de um crime,
02
o qual não se consuma. A forma tentada, entretanto, torna-se atípica com a atitude do agente, o qual, por
TA
S
vontade própria, evita a produção do resultado.
CO
DO
c) Elementos da tentativa abandonada:
EN
a) início da execução
S
b) não consumação
RO
c) interferência da vontade do próprio agente
CE
NI
41998
d) Requisitos:
DE
o Voluntariedade – vontade livre (é diferente de espontaneidade, que não é requisito);
AU
o Eficácia - Para que se apliquem esses institutos, a conduta do agente deve ter sido eficaz para
0L
47
impedir a consumação. Se ele apenas tentou, mas não conseguiu evitar, será cabível somente
50
uma atenuante genérica (Art. 65, III, b, primeira parte, do Código Penal).
07
36
● Os motivos que levaram o agente a optar pela desistência voluntária ou arrependimento eficaz são
A
ST
irrelevantes! 41998
CO
● Incompatíveis com crimes formais e crimes de mera conduta! Isso porque, se o crime é formal ou
ND
de modo a não cumprir a elementar “impede que o resultado se produza”. Só é possível, portanto,
RO
nos crimes materiais, nos quais o resultado naturalístico é imprescindível para a consumação.
CE
NI
DE
R.: Trata-se de tema divergente, mas prevalece a corrente que o arrependimento eficaz e a
L
desistência voluntária COMUNICAM-SE ao partícipe, pois a sua conduta é ACESSÓRIA, não podendo ser
70
R.: O agente NÃO responde pela forma tentada do crime inicialmente desejado, mas apenas pelos
02
A
atos já praticados.
ST
que para a tentativa a não consumação é por circunstâncias alheias à vontade do agente (sim, falamos pela
O
Como lembra Nélson Hungria, segundo Frank, a desistência é voluntária quando o agente pode dizer:
SE
‘não quero prosseguir, embora pudesse fazê-lo’, e é involuntária quando tem de dizer: ‘não posso prosseguir,
RO
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EN
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02
Caiu na Prova Delegado PC-AL/2023! - No que diz respeito ao direito penal, julgue os itens a seguir. Nos
TA
casos de desistência voluntária e arrependimento eficaz, o agente não responde por crime tentado, mas
S
apenas pelos atos delitivos já praticados. (Item correto).
CO
DO
6. ARREPENDIMENTO POSTERIOR
S EN
Ocorre quando o responsável pelo crime praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça,
RO
voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado
CE
por sua conduta.
NI
DE
AU
a) Natureza jurídica: É causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena.
0L
47
b) Extensão do benefício: Conforme a doutrina majoritária, alcança qualquer crime que com ele seja
50
compatível, e não apenas delitos contra o patrimônio, vez que o CP não limita a eles.
07
No entanto, o STJ tem jurisprudência que os crimes praticados sejam patrimoniais ou possuam
36
efeitos patrimoniais. Já nos crimes contra a fé pública, assim como nos demais crimes não patrimoniais em
02
geral, são incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de
A
ST
c) Fundamentos:
ND
● Proteção à vítima;
SE
●
RO
d) Requisitos (cumulativos):
NI
DE
LAU
70
04
5
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A
ST
CO
O
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(1) Natureza do crime: crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa (a violência à coisa não obsta
02
o reconhecimento do instituto).
STA
CO
Cabe arrependimento posterior nos casos em que há violência imprópria? Ex.: quando se utiliza um
DO
sonífero para diminuir a capacidade de resistência da vítima.
EN
R.: Há divergência doutrinária: Parte da doutrina entende que o arrependimento posterior é uma das
S
poucas hipóteses em que o legislador se preocupa com a vítima, se preocupa com a forma de diminuir os
RO
danos causados à vítima. Assim, como esse instituto é direcionado à vítima, sempre que puder incentivar o
CE
autor a reparar o dano ou restituir a coisa, reduzindo os prejuízos da vítima, admitiria a aplicação do
NI
arrependimento posterior. No entanto, a jurisprudência é muito reticente em aplicar.
DE
AU
Cabe arrependimento posterior em caso de violência culposa?
0L
41998
47
R.: SIM! Segundo a doutrina, em caso de violência culposa, é cabível o arrependimento posterior.
50
Isso porque, nesse caso, não houve violência na conduta, mas sim no resultado. É o que se dá, por exemplo,
07
na lesão corporal culposa, crime de ação penal pública condicionada em que a reparação do dano pode,
36
41998
CO
o Voluntária
ND
o Integral.
RO
CE
reparação da pena.
36
02
A reparação do dano ou restituição da coisa deve ser feita ATÉ O RECEBIMENTO da denúncia, ainda
CO
que pague os juros ou correção monetária posteriormente. Veja a jurisprudência do STF nesse sentido.
O
ND
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dano) antes do recebimento da denúncia, mas somente pagou os valores
02
referentes aos juros e correção monetária durante a tramitação da ação penal.
S TA
Nas exatas palavras do STF: “É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez
CO
reparada parte principal do dano, até o recebimento da inicial acusatória, sendo
DO
inviável potencializar a amplitude da restituição.” STF. 1ª Turma. HC 165312/SP,
EN
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/4/2020. (Info 973)
S
RO
E se o agente restituir a coisa ou reparar o dano após o recebimento da denúncia?
CE
R.: Nesse caso, ele não será beneficiado pelo arrependimento posterior, mas é uma circunstância
NI
41998
DE
AU
(4) Voluntariedade (diferente de espontaneidade).
0L
47
Redução da pena de 1/3 a 2/3, a depender da celeridade e voluntariedade.
50
07
e) Algumas características:
36
● A reparação do dano ou restituição da coisa tem natureza objetiva, razão pela qual comunica-se aos
02
● Em algumas situações, não se aplicará pelo fato de existir norma específica mais favorável para o
O
caso de haver reparação do dano, como por exemplo, extinção da punibilidade, ex.: apropriação
ND
a) Conceito: Verifica-se da impossibilidade de ocorrer a consumação, seja pela ineficácia absoluta do meio,
AU
ou por absoluta impropriedade do objeto. Também conhecido por “tentativa inidônea, tentativa
L
●
02
Por ineficácia absoluta do meio de execução: O meio empregado ou o instrumento utilizado para a
A
execução do crime jamais levarão a consumação, pois não possui potencialidade lesiva alguma. Ex:
ST
Um palito de dente para matar um adulto é incapaz de produzir o resultado. A idoneidade deve ser
CO
Obs.: A ineficácia do meio, quando relativa, leva à tentativa e não ao crime impossível. Ex.: um palito é meio
SE
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EN
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02
●
TA
Por impropriedade absoluta do objeto: A pessoa ou coisa sobre que recai a conduta é
S
absolutamente inidônea para a produção de algum resultado lesivo, o objeto material do crime é
CO
absolutamente impróprio. Ex.: Caso de uma mulher grávida, ingere substância com efeito abortivo,
DO
mas na verdade não era gestante. Também é tentativa inidônea atirar contra alguém já morto,
EN
pensando que está viva para prática de homicídio.
S
Obs.: de acordo com o autor Fernando Capez, a impropriedade não pode ser relativa, pois nesse caso
RO
haverá tentativa. Ex.: o punguista enfia a mão no bolso errado. Houve circunstância meramente
CE
acidental que não torna impossível o crime. No caso, responde por tentativa. Por outro lado, se a
NI
DE
vítima não tivesse nada em nenhum dos seus bolsos, a impropriedade seria absoluta, inviabilizando
AU
totalmente a consumação do delito e tornando-o impossível.
0L
41998
47
Critério para aferição da idoneidade: a aferição da idoneidade deve ser feita no momento em que se realiza
a ação ou omissão delituosa: 50
07
a) se concretamente os meios ou o objeto eram inidôneos para a consecução do resultado já antes
36
o crime, este tinha possibilidade de consumar-se. Um exemplo dado pelo autor Fernando Capez, em que o
O
agente envenena a vítima, que já tinha sido envenenada antes por outra pessoa. Vindo ela, posteriormente,
ND
a falecer em decorrência do veneno anterior, não se poderá falar em crime impossível no tocante ao agente,
SE
que, assim, responderá por tentativa, pois a vítima ainda estava viva quando ele a envenenou, sendo esse
RO
objeto material idôneo para sofrer a agressão homicida. O resultado só não ocorreu em decorrência de
CE
Súmula 145, STF: “não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
AU
reprimenda do Estado”.
A
ST
CO
A atuação ao agente provocador pode impedir a caracterização do crime, quando se cria um cenário em que
O
o crime não pode ocorrer. Será uma hipótese de flagrante provocado ou de crime de ensaio. No caso há uma
ND
indução de um terceiro para a prática criminosa, e assim, provocar uma responsabilização. Teríamos nesse
SE
caso, um controle de um terceiro na situação que provocou a conduta agente, simulando por exemplo uma
RO
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TA
ATENÇÃO!!! O PACOTE ANTICRIME INSERIU, NA LEI DE DROGAS E NO ESTATUTO DO DESARMAMENTO, A
S
FIGURA DO “POLICIAL DISFARÇADO”, COM O INTUITO EXATAMENTE DE EVITAR QUE OCORRA O CRIME
CO
IMPOSSÍVEL EM RAZÃO DO FLAGRANTE PREPARADO QUANDO HOUVER INDÍCIOS PROBATÓRIOS DE
DO
CONDUTA CRIMINOSA PREEXISTENTE!
S EN
RO
Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por
existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não
CE
torna impossível a configuração do crime de furto.
NI
DE
AU
d) Teorias sobre o crime impossível:
0L
1) Subjetiva: O crime impossível deve receber a mesma punição que o crime consumado, pois o agente
47
tem uma vontade ilícita e essa vontade deve ser punida.
50
2) Sintomática: o crime impossível revela a periculosidade do agente, portanto, o agente deve suportar
07
uma medida de segurança.
36
02
3) Objetiva – essa teoria leva em conta a potencialidade da conduta para ofender o bem jurídico.
A
Quando a conduta não tem potencialidade, surge a chamada inidoneidade. A teoria objetiva se divide
ST
41998
em duas: 41998
CO
- Teoria objetiva pura: havendo inidoneidade, não importa se absoluta ou relativa, será caso
O
de crime impossível – não admite a tentativa, pois sempre que o agente não conseguir
ND
impossível, se a inidoneidade for relativa, será hipótese de tentativa. Adotada pelo CP.
CE
NI
DE
Crime impossível: O autor, com intenção de cometer o delito, NÃO consegue, pela inidoneidade do
L
● Crime putativo: O agente, embora acredite praticar fato típico, realiza um indiferente
04
5
penal. (Ex.: Agente que comete adultério e pensa ser um ilícito penal). No delito putativo por erro de
07
tipo, o sujeito quer praticar um crime, mas, devido ao desconhecimento da situação de fato, comete
36
02
Delito putativo por obra do agente provocador, crime de flagrante preparado, delito de ensaio ou
CO
experiência: A polícia ou terceiro (agente provocador) prepara uma situação, na qual induz o agente a
O
ND
cometer o delito (ex.: delegada grávida pede para o médico fazer aborto ilegal e depois que o prende em
SE
flagrante). Nessa situação o autor é protagonista de uma farsa que, desde o início, não tem a menor chance
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de dar certo. Por essa razão a jurisprudência considera a encenação do flagrante preparado uma espécie de
02
crime impossível entendendo não haver delito, ante a atipicidade do fato.
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META 4 – QUINTA-FEIRA
02
STA
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS POLÍTICOS
CO
DO
TODOS OS ARTIGOS
EN
CF/88
S
RO
⦁ Art. 14 a 17
⦁ Art. 37, §4º
CE
⦁ Art. 55, IV
NI
DE
⦁ Art. 62, §1º, “a”
AU
⦁ Art. 68, §1º, II
0L
⦁ Art. 85, III
47
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
50
07
CF/88
36
41998
⦁ Art. 14 e 15 (leitura completa! Importantíssimo!)
02
41998
CO
Súmula vinculante 18-STF: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não
ND
1. DIREITOS POLÍTICOS
CE
NI
DE
Conforme o professor Pedro Lenza, os direitos políticos nada mais são que instrumentos por meio
AU
dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem
L
● DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS: segundo José Afonso da Silva, consistem no “conjunto de normas
07
governamentais”.
A
● DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS: decorrem das normas que privam o cidadão, definitiva ou
ST
temporariamente, dos direitos políticos positivos, especialmente do direito de votar e de ser votado.
CO
O
De modo geral podemos classificar os regimes democráticos em três espécies: a) democracia direta,
ND
em que o povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem representantes; b) democracia representativa,
SE
na qual o povo, soberano, elege representantes, outorgando-lhes poderes, para que, em nome deles e para
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o povo, governem o país; e c) democracia semidireta ou participativa, um “sistema híbrido”, uma democracia
02
representativa, com peculiaridades e atributos da democracia direta (LENZA, 2022).
TA
S
CO
1.1 Direitos Políticos Positivos
DO
EN
As formas de exercício da soberania popular são o direito de sufrágio ativo (direito de votar) e passivo
S
(direito de ser votado), a iniciativa popular, a ação popular e a organização e participação em partidos
RO
políticos.
CE
NI
A) INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO DIRETA:
DE
AU
● PLEBISCITO: é consulta PRÉVIA formulada ao cidadão para que manifeste sua
0L
47
concordância/discordância em relação a um tema contido em ato administrativo ou legislativo. Além
50
disso, conforme art. 49, XV, CRFB, o CN convoca plebiscito. Exemplo: plebiscito para a escolha entre
07
a forma (república ou monarquia constitucional) e sistema de governo (presidencialismo ou
36
parlamentarismo) (1993).
02
Nacional (CF, art. 49, XV). Por fim, a competência para autorizar referendo e convocar plebiscito, de acordo
CE
com o art. 49, XV, da CF/88, é exclusiva do Congresso Nacional, materializada, como visto, por decreto
NI
legislativo.
DE
41998
AU
● INICIATIVA POPULAR: consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito
L
70
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
04
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
5
07
36
B) SUFRÁGIO: É o direito de participar votando e sendo votado em eleições. É o direito de votar e ser votado.
02
A
ST
● LIVRE: a escolha pode dar-se entre os candidatos, ou ainda anular ou votar em branco. Em
O
● DIRETO: os representantes são escolhidos diretamente pelo povo, com exceção do art. 81, § 1º da
SE
CF. O cidadão vota diretamente no candidato, sem intermediário. Excepcionalmente, porém, existe
RO
uma única hipótese de eleição indireta no Brasil, já estudada no capítulo sobre o Poder Executivo
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(art. 81, § 1.º), qual seja, quando vagarem os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República
02
nos últimos 2 anos do mandato. Nessa situação excepcional, a eleição para ambos os cargos será
STA
feita pelo Congresso Nacional, na forma da lei (LENZA, 2022);
CO
● SECRETO: Aqui vale 41998
esclarecer que é diferente do voto parlamentar já que as deliberações
DO
parlamentares devem pautar-se pelo princípio da publicidade, a traduzir dogma do regime
EN
constitucional democrático. A votação pública e ostensiva nas Casas Legislativas constitui um dos
S
instrumentos mais significativos de controle do poder estatal pela sociedade civil. (ADI 1.057-MC,
RO
Rel. Min. Celso de Mello, j. 20.04.94, DJ de 06.04.2001)
CE
● UNIVERSAL: seu exercício não está ligado a nenhuma condição discriminatória;
NI
● PERIÓDICO: característica da República, pois a Democracia exige mandatos por prazo
DE
determinado;
AU
● LIVRE;
0L
47
● PERSONALÍSSIMO: é vetada a votação por procurador;
● COM VALOR IGUAL PARA TODOS. 50
07
36
02
IMPORTANTE: O voto é obrigatório para os que têm entre 18 e 70 anos, e facultativo para aqueles que
A
emenda à Constituição tendente a abolir o voto direto, secreto, universal e periódico (art. 60, § 4.º, II).
O
Muito embora haja previsão constitucional do voto obrigatório nas hipóteses previstas na Constituição,
ND
a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea, podendo ser aprovada emenda constitucional
SE
tornando-o facultativo.
RO
CE
● Conscritos (aqueles em serviço militar obrigatório). O conceito de conscrito não é estendido somente
L
às pessoas que têm 17 e 18 anos, mas também aos médicos, dentistas, farmacêuticos, e veterinários
70
D) ELEGIBILIDADE: É a capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado. O direito de ser votado,
36
02
no entanto, só se torna absoluto se o eventual candidato preencher todas as condições de elegibilidade para
A
o cargo ao qual se candidata e, ainda, não incidir em nenhum dos impedimentos constitucionalmente
ST
previstos, quais sejam, os direitos políticos negativos: A nacionalidade brasileira; O pleno exercício dos
CO
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c) Vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
02
de paz;
S TA
d) Dezoito anos para Vereador.
CO
IMPORTANTE
DO
O domicílio eleitoral não se confunde com o domicílio civil, razão pela qual a circunstância de o eleitor
EN
residir em determinado Município não o impede de se candidatar por outra localidade onde é inscrito e
S
RO
com a qual mantém vínculos negociais, patrimoniais, profissionais, afetivos ou políticos. 41998
CE
NI
1.2 Direitos Eleitorais Negativos
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Conforme o doutrinador Pedro Lenza, ao contrário dos direitos políticos positivos, os direitos
0L
políticos negativos individualizam-se ao definirem formulações constitucionais restritivas e impeditivas das
47
atividades político partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, bem como
50
impedindo-o de eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) ou de ser eleito (capacidade eleitoral
07
36
A. INELEGIBILIDADES: É a falta de capacidade eleitoral passiva (art. 14, §§ 4.º a 8.º, CRFB). Podem ser:
ST
41998
CO
candidato for militar, bem como em virtude das situações previstas em lei complementar (art. 14, §
70
9.º).
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§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores
02
de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
TA
S
mandatos até seis meses antes do pleito.
CO
DO
Veja a questão interessante indagando se os vices podem ser candidatos à sucessão do titular
EN
reeleito, uma vez que este não pode mais ser candidato a um terceiro mandato sucessivo. O STF no
S
julgamento da RE 366.488, Rel. Carlos Velloso (04.10.2005), decidiu nos seguintes termos: “Possibilidade de
RO
reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou
CE
por sucessão. Somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular
NI
do cargo”.
DE
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IMPORTANTE
47
PREFEITO ITINERANTE ou PREFEITO PROFISSIONAL: caracteriza-se pela alteração do domicílio eleitoral
50
com finalidade de burlar a regra que tolera apenas uma reeleição. O sujeito não pode se eleger por mais de
07
36
um mandato no Município A e então muda seu domicílio eleitoral para o Município B, vizinho de A, onde
02
tentará eleger-se prefeito. O STF entendeu tal conduta incompatível com o princípio republicano, em
A
41998
CO
O art. 14, § 6.º, estabelece que, para concorrer a outros cargos, o Presidente da República, os
O
ND
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
SE
6 meses antes do pleito. Por fim, frisa-se que a desincompatibilização deve dar-se somente para a
RO
candidatura a outros cargos, diversos, diferentes. Para a reeleição, os Chefes do Executivo não precisam,
portanto, renunciar 6 meses antes do pleito. Finalmente, em relação aos vices, a mencionada regra da
CE
desincompatibilização não incide, na medida em que não são mencionados no art. 14, § 6.º, a não ser que
NI
DE
Cabe asseverar apenas que a renúncia afasta a presente inelegibilidade, ou seja, se o Chefe do
L
Executivo renunciar, é possível que sua família se candidate a qualquer cargo no território de jurisdição do
70
titular. Tal renúncia deve se dar em até seis meses antes do pleito. É a chamada
04
5
cargos.
02
família não poderá concorrer ao terceiro mandato, eis que, conforme entendimento da Justiça Eleitoral, é
ST
vedado que uma mesma família ocupe determinado cargo por três mandatos consecutivos, conforme já
CO
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Obs. Em caso de desmembramento, o STF entende que a família do titular do executivo, ente
TA
desmembrado, não pode se candidatar
41998 a cargos eletivos no novo ente criado. Ex.: Município A dá origem
S
ao Município B -> a família do Prefeito do Município A não pode concorrer a cargos eletivos no Município B.
CO
DO
● INELEGIBILIDADE REFLEXA – ART. 14, §7º: a inelegibilidade em razão do parentesco torna inelegíveis
EN
no território de jurisdição do Chefe do Poder Executivo o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou
S
RO
afins, até o segundo grau ou por adoção, salvo quando estes já forem detentores de mandato eletivo
e candidatos à reeleição.
CE
NI
DE
STF: A inelegibilidade reflexa abrange uniões homoafetivas. Também abrange o
AU
cunhado/ cunhada (RE 171061)
0L
47
Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no
50
curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da
07
Constituição Federal.
36
02
A
Em caso de morte, vale destacar que o que orientou a edição da Súmula Vinculante 18 e os
ST
conjugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da inelegibilidade reflexa prevista no § 7º do
O
art. 14 da Constituição. Portanto, não atrai a aplicação do entendimento constante da referida súmula a
ND
art. 14, §9° da CF, lei complementar pode estabelecer, ainda, outras hipóteses como no caso da LC 64/90,
5
07
alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/10), esta declarada constitucional pelo STF.
36
O objetivo é a fim de que sejam protegidos os preceitos da: probidade administrativa; moralidade
02
para o exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato; normalidade e legitimidade das
A
ST
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
CO
Veja, ainda, STF: É possível aplicar o prazo de 8 anos de inelegibilidade, introduzido pela LC 135/2010
ND
(Lei da Ficha Limpa), às condenações por abuso de poder, mesmo nos casos em que o processo já tinha
SE
transitado em julgado quando a Lei da Ficha Limpa entrou em vigor (Plenário. ARE 1180658 AgR/RN, rel. orig.
RO
Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 10/9/2019 - Info 951).
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Por fim, no tocante ao militar, art. 14, §8°, CRBF, destaca-se que o militar alistável é elegível,
02
atendidas as seguintes condições:
TA
S
I. Se contar menor de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; e
CO
II. Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
DO
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
EN
41998
S
1.3 Privação de Direitos Políticos
RO
CE
A) CASSAÇÃO: É vedada. O art. 15 da CF veda a retirada arbitrária de direitos políticos, pois a restrição dos
NI
direitos políticos será sempre provisória, ou seja, sem caráter perpétuo, e ocorrerá nos casos de suspensão
DE
e perda;
AU
0L
47
B) PERDA: Configura privação definitiva, sendo necessária atividade específica do interessado para a
reaquisição. Hipóteses: 50
07
36
1. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I): ação que tramita na
02
(art. 15, IV). Enquanto não houver edição de lei regulamentando a prestação alternativa, não há
O
3. Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de outra (art. 12, § 4º, II). A aquisição de
SE
outra nacionalidade acarretava, em regra, a perda da nacionalidade brasileira, salvo nos casos de
RO
norma estrangeira. Com a mudança promovida pela Emenda Constitucional 131/2023, o cidadão
NI
apenas perderá (não confunda perda com cancelamento!) a nacionalidade brasileira se fizer um
DE
em julgado, a reaquisição só se dará por meio de ação rescisória. Se a hipótese for a perda por recusa de
5
07
cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, a reaquisição dar-se-á quando o indivíduo, a
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Obs.1 Aplica-se no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos (RE n.
TA
601.182, tema 370 da repercussão geral, Pleno, j. 08.05.2019, DJE de 02.10.2019).
S
Obs.2 A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF, aplica-se tanto para condenados a
CO
penas privativas de liberdade como também a penas restritivas de direitos (RE 601182/MG, Rel. Min. Marco
DO
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019. -Info 939)
SEN
⮚ IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, NOS TERMOS DO ART. 37, § 4º, CF. Segundo José Afonso da Silva,
RO
“a improbidade diz respeito à prática de ato que gere prejuízo ao erário público em proveito do agente.
CE
Cuida-se de uma imoralidade administrativa qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao
NI
DE
ímprobo. O ímprobo administrativo é o devasso da Administração pública”.
AU
0L
OUTRAS HIPÓTESES:
47
➢ exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade (art. 12, § 1.º): na dicção do art. 17.3 do Decreto
50
n. 3.927/2001 (Promulga o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa
07
41998
02
direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no
A
Estado da nacionalidade”. Assim, o gozo dos direitos políticos em Portugal (por brasileiro) importará
ST
41998
na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Brasil;
CO
➢ art. 55, II e § 1.º, c/c o art. 1.º, I, “b”, da LC n. 64/90: procedimento do Deputado ou Senador
O
ND
declarado incompatível com o decoro parlamentar — inelegibilidade por 8 anos (art. 1.º, I, “b”, da
SE
LC n. 64/90.
RO
2. PARTIDOS POLÍTICOS
CE
NI
DE
Partido político pode ser conceituado, conforme o autor Pedro Lenza, como uma “... organização de
AU
pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-
L
Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil está o pluralismo político (art. 1.º, V). De
04
5
acordo com o art. 17, caput, consagra-se a liberdade de organização partidária, visto ser livre a criação, a
07
● REGISTRO CIVIL: É requerimento do registro do partido junto ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas
CO
● REGISTRO ELEITORAL: Efetivado perante o Tribunal Superior Eleitoral, e tem como finalidade o gozo
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acesso à rádio e à televisão para difusão de suas ideias e programas, conforme art. 7º, §2º, da Lei
02
9.096/95.
S TA
CO
Não existe no Brasil a candidatura avulsa, de modo que o candidato deve estar filiado a algum partido
DO
político. Candidaturas avulsas são aquelas de pessoas não filiadas a partido político. A Constituição de 1988
EN
não as admite, porque exige filiação partidária, como condição de elegibilidade (art. 14, § 3.º, inciso V).
S
RO
Caiu na prova Delegado AL/2023! Conforme a compreensão atual dos direitos políticos previstos na
CE
Constituição Federal, não se admitem candidaturas avulsas, isto é, aquelas para as quais não se exige que o
candidato seja afiliado a partido político. (ITEM CORRETO)
NI
DE
E, também, não existe no Brasil a candidatura nata, ou seja, o direito de o titular do mandato eletivo
AU
ser, obrigatoriamente, escolhido e registrado pelo partido como candidato à reeleição. O instituto da
0L
“candidatura nata” é incompatível com a Constituição Federal de 1988, tanto por violar a isonomia entre os
47
41998
postulantes a cargos eletivos como, sobretudo, por atingir a autonomia partidária (art. 5º, “caput”, e art. 17
50
07
da CF/88). STF. Plenário. ADI 2530/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 18/8/2021 (Info 1026).
36
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CO
1. LIBERDADE PARTIDÁRIA: é livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos. No
entanto, deve obedecer ao disposto na Constituição:
O
ND
● Caráter nacional;
SE
subordinação a estes;
CE
2. AUTONOMIA PARTIDÁRIA: autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento,
L
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias (art. 17, § 1º).
70
04
5
07
3. VEDAÇÃO A PARTIDOS COMO ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR (ART. 14, § 4º): é vedado ao partido político
36
ministrar instrução militar ou paramilitar bem como utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar
02
C) SISTEMAS ELEITORAIS:
O
ND
● MAJORITÁRIO: o mandato eletivo fica com o candidato ou partido político que obteve a maioria dos
SE
votos, independente dos votos do seu partido. Adotado para eleições de Presidente, Senador,
RO
Governador e Prefeito;
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● PROPORCIONAL: é obtido mediante alguns cálculos. Inicialmente, divide o número total de votos
02
válidos pelos cargos em disputa (quociente eleitoral). Em seguida, pega os votos de cada partido ou
STA
coligação e divide pelo quociente eleitoral, anteriormente obtido (quociente partidário). Os
CO
candidatos mais bem votados desse partido 41998
irão ocupar tais vagas. Adotado para eleições de
DO
Deputado Federal, Estadual e Vereador.
EN
● MISTO: mescla regras do majoritário e proporcional, com votos distritais e votos gerais. É o sistema
S
adotado na Alemanha. No Brasil, não é adotado, embora seja ponto de discussão da reforma
RO
política.
CE
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FIDELIDADE PARTIDÁRIA: Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, sair do partido político no qual
AU
foi eleito, ele perderá o cargo que ocupa? (INF 787 STF)
0L
● Sistema majoritário: não se aplica, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas
47
pelo eleitor, já que o candidato escolhido é aquele que obteve mais votos, não importando o quociente
eleitoral nem o quociente partidário. 50
07
● Sistema proporcional: O mandato parlamentar pertence ao partido político, razão pela qual, em caso
36
de mudança de partido político pelo parlamentar eleito, ele sofrerá um processo na Justiça Eleitoral que
02
poderá resultar na perda do seu mandato. O assunto está disciplinado na Resolução nº 22.610/2007 do TSE,
A
ST
04.10.2007, julgando os MS 26.602, 26.603 e 26.604, resolveu a matéria e estabeleceu que a fidelidade
ND
O tema partidos políticos foi objeto de diversas alterações por emendas constitucionais. A EC 52/06
CE
trouxe a desverticalização, de modo que as coligações partidárias não precisam ser as mesmas em âmbito
NI
DE
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Mais adiante, a EC 97/17 veiculou a vedação de celebração
L
de coligações em eleições proporcionais a partir de 2020. Por fim, vale mencionar que a EC 97/17
70
Nas palavras do autor Marcelo Novelino cuida-se da chamada cláusula de desempenho, cláusula de
36
barreira, patamar eleitoral, barreira constitucional ou cláusula de exclusão consistente em uma norma
02
impeditiva ou restritiva da atuação parlamentar de partidos políticos que não conseguiram alcançar
A
ST
Essas regras, contudo, deverão ser observadas somente a partir das eleições de 2030 (art. 3.º da
O
emenda), tendo sido estabelecidos requisitos gradativos a serem observados na forma do parágrafo único
ND
do art. 3.º da emenda. A nova janela partidária constitucional está descrita no art. 17, § 5.º, nos termos
SE
acima transcritos.
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Os Estados possuem autonomia relativa na solução normativa do problema da
02
dupla vacância da Chefia do Poder Executivo, não estando vinculados ao modelo
STA
e ao procedimento federal (art. 81, CF), mas tampouco pode desviar-se dos
CO
princípios constitucionais que norteiam a matéria, por força do art. 25 da
DO
Constituição Federal devendo observar: (i) a necessidade de registro e votação
EN
dos candidatos a Governador e Vice-Governador por meio de chapa única; (ii) a
S
observância das condições constitucionais de elegibilidade e das hipóteses de
RO
inelegibilidade previstas no art. 14 da Constituição Federal e na Lei Complementar
CE
a que se refere o § 9º do art. 14; e (iii) que a filiação partidária não pressupõe a
NI
escolha em convenção partidária nem o registro da candidatura pelo partido
DE
político; (iv) a regra da maioria, enquanto critério de averiguação do candidato
AU
vencedor, não se mostra afetada a qualquer preceito constitucional que vincule
0L
47
os Estados e o Distrito Federal. STF. ADPF 969/AL, relator Ministro Gilmar
50
Mendes, julgamento virtual finalizado em 14.8.2023. (Info 1104)
07
O STF, no julgamento dos MS 30.260 e 30.272, em 27.04.2011, por 10 x 1, entendeu
36
caso para assumirem cargos de secretarias de Estado, deverá ser ocupada pelos
A
ST
(art. 17, § 1.º), a vaga de suplência pertente a esta, e não ao partido político.
ND
SE
ADI 4.650 - STF, em 17.09.2015, por maioria e nos termos do voto do Ministro
RO
jurídicas.”
L
70
04
o período eleitoral.
02
A
ST
AÇÕES AFIRMATIVAS: De acordo com o art. 2.º da EC n. 111/2021, para fins de distribuição entre os partidos
CO
políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os
O
realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro. Essa contagem em dobro de votos somente se aplica
SE
uma única vez, ou seja, se uma candidata negra mulher receber votos, estes serão contados, nesse caso, em
RO
dobro. Na prática, apesar da regra legal que já impulsionava o número de candidatas mulheres em 30% (art.
E
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10, § 3.º, da Lei n. 9.504/97 — Lei das Eleições), busca-se, através de incentivo financeiro, estimular a maior
02
participação de candidatas mulheres e candidatos negros.
STA
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DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS DA NACIONALIDADE
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TA
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TODOS OS ARTIGOS
CO
CF/88
DO
⦁ Art. 12 (leitura completa)
EN
⦁ Art. 13 (leitura completa)
S
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ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
CE
CF/88
NI
⦁ Art. 12, I e II
DE
⦁ Art. 12, §3º, §4º
AU
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1. NACIONALIDADE
50
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36
É o vínculo político-jurídico que liga o indivíduo ao Estado, fazendo-o componente do seu povo e
02
sujeitando-o aos direitos e obrigações desta relação. O art. 20 do Pacto de São José da Costa Rica dispõe que
A
o direito à nacionalidade é direito fundamental do indivíduo. E o art. 15 da Declaração Universal dos Direitos
ST
41998
Humanos prevê que todo homem tem direito a uma nacionalidade.
CO
O
ND
● CRITÉRIO TERRITORIAL (JUS SOLI OU “DIREITO DO SOLO”): é nacional quem nasce no território do
AU
país;
L
● Brasil: Como regra, adota o critério do jus soli, embora existam hipóteses em que o critério
07
∘ É brasileiro nato o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira
A
a serviço da República Federativa do Brasil (jus sanguinis + critério funcional) (CF, art. 12, I,
ST
b).
CO
∘ Aos nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
O
ND
registrados em repartição brasileira competente (jus sanguinis + registro) (CF, art. 12, I, c,
SE
primeira parte).
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∘ Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro e que não tenham sido registrados na repartição
02
41998
brasileira competente. Nesta hipótese, caso venha a residir no Brasil, o indivíduo poderá
S TA
optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira
CO
(jus sanguinis + critério residencial + opção confirmativa) (CF, art. 12, I, c, segunda parte).
DO
∘ O ius soli, em regra, é um critério oriundo dos países de imigração. O ius sanguinis é oriundo
EN
de países de emigração, com “E”.
S
RO
B) SECUNDÁRIA: É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, a naturalização. É a que se adquire
CE
por vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela naturalização, que poderá ser requerida tanto
NI
pelos estrangeiros como pelos heimatlos (apátridas), ou seja, aqueles indivíduos que não têm pátria alguma.
DE
A Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017) define o apátrida como a “pessoa que não seja considerada como
AU
nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos
0L
47
Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto n. 4.246/2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro”
(art. 1.º, § 1.º, VI). 50
07
Obs. O estrangeiro, dependendo das regras de seu país, poderá ser enquadrado na categoria de
36
polipátrida (multinacionalidade — ex.: filhos de italiano — critério do sangue — nascidos no Brasil — critério
02
da territorialidade).
A
ST
41998
CO
∘ EXTRAORDINÁRIA (ou quinzenária): cria direito público subjetivo, sendo o ato de concessão
ND
vinculado. Previsto, no art. 12, II, “b”, da CF, exige a residência por 15 anos ininterruptos no
SE
∘ ORDINÁRIA: a sua concessão é ato discricionário. Art. 12, II, “a”, da CF/88. A regulamentação
NI
desse dispositivo se deu nos termos do art. 65 da Lei de Migração — Lei n. 13.445/2017 —,
DE
que prevê as seguintes condições: ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; ter residência
AU
Conforme o autor Pedro Lenza, o pedido de naturalização será apresentado e processado na forma
02
prevista pelo órgão competente do Poder Executivo, sendo cabível recurso em caso de denegação. A
A
ST
naturalização produzirá efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de naturalização. No prazo de até
CO
1 ano após a concessão da naturalização, deverá o naturalizado comparecer perante a Justiça Eleitoral para
O
o devido cadastramento.
ND
Obs. O art. 109, X, CF/88 estabelece ser competência dos juízes federais processar e julgar os crimes
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sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
02
opção, e à naturalização.
STA
CO
QUASE NACIONALIDADE
DO
É aplicável aos portugueses, conforme art. 12, § 1º da CF, desde que haja reciprocidade em favor dos
EN
brasileiros. O português, sem precisar passar pelo processo de naturalização, pode exercer os direitos
S
inerentes aos brasileiros naturalizados, desde que resida permanente no país. Basta ter residência por um
RO
ano ininterrupto e idoneidade moral.
CE
NI
1.2 Perda da Nacionalidade
DE
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0L
As hipóteses são enumeradas taxativamente pela CF/88 (incisos I e II do § 4.º do art. 12), não sendo
47
admitidos acréscimos ou supressões por lei infraconstitucional, até a promulgação da EC 131/2023 NÃO se
admitia a renúncia à nacionalidade brasileira. 50
07
A Emenda Constitucional 131/2023 alterou o art. 12 da Constituição Federal para suprimir a perda
36
da nacionalidade brasileira em razão da mera aquisição de outra nacionalidade, incluir a exceção para
02
41998
CO
de 2023) (art. 12, § 4.º, I): é a denominada “perda-punição”. Ocorre por processo judicial assegurado
RO
o contraditório e a ampla defesa, a ação de cancelamento de naturalização pode ser deflagrada por
CE
nacionalidade é da Justiça Federal (CF, art. 109, X). Possui efeitos ex-nunc, ou seja, havendo a perda
AU
da nacionalidade por esse motivo, somente é possível a reaquisição por ação rescisória. Desse modo,
L
70
OBS.: Cancelada a naturalização por sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo
5
07
readquiri-la? Não poderá readquiri-la, a não ser mediante ação rescisória, nunca por meio de um novo
02
processo de naturalização, sob pena de contrariedade ao texto constitucional. Lembre-se que o processo de
A
ST
cancelamento da naturalização atingirá somente o brasileiro naturalizado, e não o nato, que só poderá
CO
Segundo Alexandre de Moraes: "ressalta-se que uma vez perdida a nacionalidade somente será
SE
possível readquiri-la por meio de ação rescisória e nunca por novo procedimento de naturalização, pois
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02
● NATURALIZAÇÃO VOLUNTÁRIA: é a chamada “perda-mudança”. A aquisição de outra nacionalidade
S TA
acarretava, em regra, a perda da nacionalidade brasileira, salvo nos casos de reconhecimento de
CO
nacionalidade originária pela lei estrangeira e imposição de naturalização pela norma estrangeira.
DO
Veja a redação do texto constitucional ANTES da promulgação da EC 131/2023:
SEN
CF, Art. 12. (...)
RO
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
CE
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda
NI
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
DE
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
AU
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
0L
47
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente
50
em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para
07
o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão
36
nº 3, de 1994)
02
A
ST
confunda perda com cancelamento!) a nacionalidade brasileira se fizer um pedido expresso (§4º, II), e mesmo
O
(...)
NI
● Obs.: o STF já decidiu que o brasileiro nato que vem a perder sua nacionalidade em razão da
O
aquisição de outra pode ser extraditado. No caso, uma brasileira, que já tinha o Green card, optou
ND
por naturalizar-se americana. Entendeu o STF que a naturalização não era necessária para o regular
SE
exercício de seus direitos civis, pois o Green card já lhe autorizava a permanecer licitamente em
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território americano. Foi a partir desse julgado que se originou a PEC 6/2018, atual EC 131/23,
02
acarretando mudanças no art. 12, §4º, II, da CF.
STA
CO
1.3 Brasileiros Natos x Naturalizados
DO
EN
Embora a CF/88 vede que a lei diferencie brasileiros natos de naturalizados, existem algumas
S
exceções:
RO
CE
A. EXTRADIÇÃO: De acordo com o art. 81 da Lei n. 13.445/2017, a extradição é a medida de cooperação
NI
internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa
DE
sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso.
AU
41998
Somente o naturalizado pode ser extraditado, nas seguintes hipóteses: Prática de crime comum
0L
47
antes da naturalização e envolvimento comprovado em tráfico ilícito de entorpecentes em qualquer
momento (“na forma da lei”). 50
07
36
Federal (STF), a extradição de brasileiro naturalizado em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, mas o brasileiro nato nunca poderá ser entregue pelo Brasil a outro país. (item
O
ND
correto).
SE
RO
pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em
NI
DE
■ extradição passiva: “ocorre quando o Estado estrangeiro solicita ao Estado brasileiro a entrega de
L
pessoa que se encontre no território nacional sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins
70
● Da Carreira Diplomática;
ND
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C. CONSELHO DA REPÚBLICA: Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos
TA
S
brasileiros natos, segundo o art. 89 da CF/88.
CO
DO
D. PERDA DA CONDIÇÃO DE NACIONAL: Somente o brasileiro naturalizado (nunca o nato) pode perder a
EN
condição de nacional, em virtude da prática de atividade nociva ao interesse nacional.
S
RO
E. EMPRESA JORNALÍSTICA E DE RADIODIFUSÃO (ART. 222, CAPUT, E §2º, DA CF): O brasileiro naturalizado
CE
não pode ser proprietário e nem responsável editorial de seleção e direção da programação de empresa de
NI
41998
radiodifusão, salvo após 10 anos da naturalização.
DE
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A
ST
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DIREITO CONSTITUCIONAL: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
02
STA
TODOS OS ARTIGOS
CO
CF/88
DO
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII,
EN
⦁ Art. 5, inc. LXXVII,
S
⦁ Art. 102, inc. I, “d”, “i” e “q”
RO
⦁ Art. 102, inc. II, “a”
CE
⦁ Art. 105, inc. I, “b”, “c” e “h”
NI
⦁ Art. 105, inc. II, “a”
DE
41998
AU
Art. 108, inc. I, “c” e “d”
⦁
0L
Art. 121, §3º e §4º, inc. V
47
⦁ Art. 142, §2º
50
07
CPP
36
⦁ Art. 574, I
A
ST
⦁ Art. 612
O
CF/88
36
CPP
O
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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⦁ Art. 655 e 656
02
⦁
TA
Art. 660, §§ 1º e 4º
S
CO
LEI 9507/97 (HABEAS DATA)
DO
⦁ Art. 4º
EN
⦁ Art. 7º
S
⦁ Art. 8º, §único
RO
⦁ Art. 19
CE
NI
LEI 12.016/2009 (MANDADO DE SEGURANÇA)
DE
⦁ Art. 1º e 3º
AU
⦁
0L
Art. 6º, caput
⦁
47
Art. 7º, inc. I e §4º
⦁ Art. 8º a 10º 50
07
⦁ Arts. 14 e 20
36
⦁ Arts. 21 a 23
02
⦁ Art. 26
A
ST
41998
CO
⦁ Arts. 2º e 3º
ND
⦁ Art. 8º e 9º
SE
⦁ Arts. 11 a 13
RO
CE
indivíduo para salvaguardar os seus direitos diante de ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo Poder
DE
Público.
LAU
70
1. HABEAS CORPUS
5 04
07
a) Previsão normativa: art. 5º, LXVIII, CF/88 e arts. 647 e seguintes do CPP.
36
b) Introdução: Típico de direito de primeira geração, o HC visa a garantir o direito individual de locomoção,
02
41998
Historicamente o HC foi a primeira garantia de direitos fundamentais concedida por “João Sem Terra” -
A
ST
Magna Carta de 1215 e formalizada posteriormente pelo Habeas Corpus Act, em 1679. No direito
CO
brasileiro, surgiu pela 1ª vez na Constituição Federal de 1891, permanecendo nas demais constituições
O
subsequentes.
ND
SE
c) Características do HC:
RO
E
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
∘ O HC possui natureza dúplice: Ação de natureza penal não condenatória e remédio
02
constitucional
TA
∘
S
Possui autonomia própria
CO
∘ Pode ser impetrado sem que exista processo
DO
∘ Isento de custas
EN
∘ Não exige capacidade postulatória
S
∘ Admite concessão de pedido liminar
RO
∘ Exige violência ou coação + ilegalidade ou abuso de poder
CE
NI
d) Modalidades - O HC pode ser:
DE
● Repressivo (liberatório): Quando o indivíduo já tiver desrespeitado o seu direito de locomoção;
AU
● Preventivo (salvo-conduto): Quando há apenas ameaça ao seu direito de locomoção.
0L
47
e) Legitimidade ativa: Universal. Qualquer pessoa pode impetrar HC. 50
07
Obs.1: Exceção ao princípio da inércia jurisdicional: O Juiz de direito, o Desembargador, Ministros, Turma
36
Recursal e o Tribunal poderão conceder habeas corpus de ofício, no exercício da função jurisdicional.
02
41998
Obs.2: Não exige capacidade postulatória do impetrante, de modo que a ação pode ser formulada sem
A
ST
advogado. 41998
CO
O
Conforme ensina o professor Pedro Lenza, o autor da ação constitucional de habeas corpus recebe o nome
ND
de impetrante; o indivíduo em favor do qual se impetra, paciente (podendo ser o próprio impetrante), e a
SE
STF: A pessoa jurídica NÃO pode figurar como paciente de HC, pois jamais estará
NI
DE
Caiu na prova Delegado AL/2023! Conquanto seja mais frequente o ajuizamento de habeas corpus contra
70
ato de autoridade, admite-se sua impetração contra ato praticado por particular em respeito à previsão
04
f) Legitimidade passiva: autoridade ou mesmo um particular, desde que o constrangimento seja decorrente
36
02
da função por ele exercida (ex: agente de hospital que ilegalmente impede a saída do paciente).
A
ST
g) HC e ofensa indireta: STF- Será cabível o HC não só contra ofensa direta, mas também contra ofensa
CO
indireta, reflexa ou potencial ou direito de locomoção, a exemplo do uso do HC para atacar a quebra de
O
sigilo bancário em procedimento que possa resultar prisão => Se a quebra de sigilo for determinada por
ND
autoridade fiscal, no curso de procedimento administrativo tributário, é incabível HC, pois em processo
SE
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EN
UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
02
h) Pressupostos ou condições para a concessão de HC: Uma vez conhecido o habeas corpus somente
STA
deverá ser concedido em caso de réu preso ou na iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições
CO
(STF. 1ª Turma. AgRg no HC 200.055, Rel. Min. Roberto Barroso):
DO
(1) Violação à jurisprudência consolidada do STF;
EN
(2) Violação clara à Constituição; ou
S
(3) Teratologia na decisão impugnada, caracterizadora de absurdo jurídico.
RO
CE
i) Hipóteses em que NÃO é possível o cabimento de HC:
NI
● Impugnar decisões de plenário de qualquer das turmas do STF;
DE
● Impugnar determinação e suspensão dos direitos políticos;
AU
● Impugnar penalidade administrativa de caráter disciplinar;
0L
47
● Impugnar decisão condenatória à pena de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal
50
a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula 693 STF);
07
● Não se conhece de recurso de "habeas corpus" cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por
36
● Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do
A
ST
● Impugnar a determinação de quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal, se desta medida não
O
● Discutir o mérito das punições disciplinares militares -> STF: NÃO cabe a discussão do mérito, mas
SE
● Para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 da Lei de Drogas (STJ, Info 758);
CE
● Impugnar o mero indiciamento em inquérito policial, desde que presentes indícios de autoria de fato
36
● Impugnar omissão de relator na extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não
A
ST
constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (SÚMULA 692 STF);
41998
CO
● Impugnar decisões monocráticas proferidas por Ministro do Supremo Tribunal Federal (Info 985);
ND
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DELEGADO PERNAMBUCO
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● Não cabe HC em ação que apura improbidade administrativa;
02
● Em regra, não cabe habeas corpus contra decisão transitada em julgado (posição majoritária na
TA
S
jurisprudência – Inf. 892);
CO
● Não cabe HC para impugnar ato normativo que fixa medidas restritivas para prevenir a disseminação
DO
da covid-19;
EN
● Não cabe habeas corpus para discutir se foi correta ou não a fixação da competência e se existe
S
conexão entre os crimes (STF, Info 959);
RO
● Não cabe habeas corpus para impugnar decisão judicial que determinou a suspensão de CNH. A
CE
suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não configura ameaça ao direito de ir e vir do
NI
titular. STJ. 4ª Turma. RHC 97876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 05/06/2018 (Info
DE
631).
AU
0L
47
Compete à Terceira Seção do STJ processar e julgar habeas corpus impetrado com fundamento em
50
problemas estruturais das delegacias e do sistema prisional do Estado. Nota: Fixou-se a 3ª Seção
07
porque o pedido final é de natureza penal. (Info 644)
36
02
A
Questões importantes:
ST
41998
CO
habeas corpus, quando impetrado de forma concomitante com o recurso cabível contra o ato
ND
paciente.
NI
DE
Nas demais hipóteses, o habeas corpus não deve ser admitido e o exame das questões idênticas deve
AU
ser reservado ao recurso previsto para a hipótese, ainda que a matéria discutida resvale, por via transversa,
L
na liberdade individual.
70
04
A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que se busca
5
07
o trancamento da ação penal? Com a celebração da transação penal, o habeas corpus que estava pendente
36
02
Esquematizando:
CO
41998
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DELEGADO PERNAMBUCO
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41998
36
A aceitação do acordo de transação penal A concessão do benefício da transação penal
02
TA
NÃO impede o exame de habeas corpus para impede a impetração de habeas corpus em
S
questionar a legitimidade da persecução que se busca o trancamento da ação penal
CO
penal.
DO
EN
💣 ATENÇÃO PARA A SÚMULA 648 DO STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido
S
RO
de trancamento da ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.
CE
Atenção: Ainda em 2021, poucos meses depois do enunciado ser aprovado, o STJ proferiu a
NI
DE
seguinte decisão que pode ser encarada como se fosse uma exceção à Súmula 648:
AU
0L
Se o habeas corpus discutia a quebra na cadeia de custódia da prova da
47
materialidade, o que teria ocorrido no momento do flagrante, a superveniência da
50
sentença condenatória não faz com que esse habeas corpus perca o objeto
07
corpus que analisa tese defensiva de que teria havido quebra da cadeia de custódia
A
da prova, ocorrida ainda na fase inquisitorial e empregada como justa causa para a
ST
41998
própria ação penal. STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd.
CO
j) Competência
RO
b. O paciente for: Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, membros dos
AU
Tribunais Superiores, do TCU e chefes de missão diplomática de caráter permanente (art. 102, I, “c”);
L
c. O coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou paciente for autoridade ou funcionário cujos
70
atos estejam diretamente sujeitos à jurisdição do STF, ou se trate de crime sujeito à única instância
504
d. O HC for decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão (Nesse
36
02
a. O coator ou paciente forem os mencionados na alínea “a”: Governador dos Estados e DF/
O
Desembargadores dos TJs dos Estados e DF/ Membros do Tribunal de Contas dos Estados e DF/
ND
membros do TRF/ membros do TRE/ membros do TRT/ membros dos Conselhos ou Tribunal de
SE
Contas do Município/ membros do MPU que oficiem perante tribunais (art. 105, I, “c”);
RO
E
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EN
UD
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DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
b. O coator for tribunal sujeito à jurisdição do STJ ou for Ministro de Estado, Comandante da Marinha,
02
do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (art. 105, I, “c”);
STA
c. O HC for decidido em única ou última instância pelos TRF’s ou pelos Tribunais de Justiça dos Estados,
CO
DF ou Territórios, quando a decisão for denegatória. (Nesse caso o STJ julga em recurso ordinário) –
DO
art. 105, II, “a”.
S EN
CUIDADO! Ministros de Estado e comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica:
RO
- Quando forem pacientes – competência do STF
CE
- Quando forem autoridades coatoras – competência do STJ
NI
DE
AU
Competência dos TRFs, quando: art. 108, CF/88.
0L
a. A autoridade coatora for juiz federal (art. 108, I, “d”);
47
b. Julgam, em grau de recurso, causas decididas pelos juízes federais ou estaduais no exercício da
competência federal da área de jurisdição (art. 108, II). 50
07
41998
36
02
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição (art. 109, VII).
41998
CO
O
Obs.1: O HC impetrado contra decisão de Turma Recursal dos Juizados Especiais será julgado pelo Tribunal
ND
Obs.2: Relator pode determinar, de forma discricionária, que HC seja julgado pelo Plenário do STF (e não pela
RO
Turma)
CE
NI
DE
k) HC coletivo
LAU
O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O habeas corpus se presta a salvaguardar
70
a liberdade. Assim, se o bem jurídico ofendido é o direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo
04
determinado de pessoas, o instrumento processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual ou coletivo.
5
07
A ideia de admitir a existência de habeas corpus coletivo está de acordo com a tradição jurídica nacional de
36
conferir a maior amplitude possível ao remédio heroico (doutrina brasileira do habeas corpus). Apesar de
02
não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois dispositivos legais que,
A
ST
indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580,
CO
ambos do CPP.
O
Em 20.02.2018, a 2.ª Turma do STF, no julgamento do HC 143.641, por votação unânime, entendeu
ND
cabível a impetração coletiva de habeas corpus e, por maioria, concedeu a ordem para determinar a
SE
substituição da prisão preventiva pela domiciliar — sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas
RO
alternativas previstas no art. 319 do CPP — de todas as mulheres presas, gestantes, puérperas ou mães de
E
IC
165
EN
UD
LA
N
DE
AU
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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SEMANA 02/09
36
crianças e deficientes sob sua guarda, nos termos do art. 2.º do ECA e da Convenção sobre Direitos das
02
Pessoas com Deficiência (Decreto Legislativo n. 186/2008 e Lei n. 13.146/2015), relacionadas no processo
TA
S
pelo DEPEN e outras autoridades estaduais, enquanto perdurar tal condição, excetuados os casos de crimes
CO
praticados por elas mediante violência ou grave ameaça, contra seus descendentes ou, ainda, em situações
DO
excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o
EN
benefício (a Lei n. 13.769/2018 positivou esse entendimento ao acrescentar o art. 318-A do CPP.
S
Diante da inexistência de regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por analogia, o art.
RO
12 da Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor mandado de injunção coletivo.
CE
Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo:
NI
1) o Ministério Público;
DE
2) o partido político com representação no Congresso Nacional;
AU
3) a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
0L
47
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano;
50
4) a Defensoria Pública. STF. 2ª Turma. HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
07
20/2/2018. (Info 891)
36
02
2. MANDADO DE SEGURANÇA
A
ST
41998
CO
CRFB, Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
O
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
ND
de atos de autoridade ou a supressão dos efeitos da omissão administrativa, geradores de lesão a direito
L
70
41998
5
07
b) Natureza Jurídica: Ação judicial de natureza residual, subsidiária, civil, cabível quando o direito líquido e
A
ST
c) Cabimento: Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, sempre que, ilegalmente ou
ND
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
SE
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
RO
E
IC
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EN
UD
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AU
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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SEMANA 02/09
36
d) NÃO cabe MS:
02
● De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução => Se o MS
S TA
for impetrado contra omissão ilegal, descabe a aplicação da restrição deste inciso.
CO
41998
● Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
DO
● Decisão judicial transitada em julgado. Contudo, se a impetração do mandado de segurança for anterior
EN
ao trânsito em julgado da decisão questionada, mesmo que venha a acontecer, posteriormente, o
S
mérito do MS deverá ser julgado, não podendo ser invocado o seu não cabimento ou a perda de objeto.
RO
STJ. Corte Especial. EDcl no MS 22.157-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/03/2019 (Info
CE
650);
NI
● Contra lei em tese (Súmula 266-STF), salvo se produtora de efeitos concretos;
DE
● Contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedades de
AU
economia mista e concessionárias de serviço público, (art. 1º, §2º da Lei 12. 016/09). O STF reafirmou a
0L
47
constitucionalidade deste dispositivo (Info 1021);
● 50
O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo
07
disciplinar (Info 933);
36
● O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto
02
● Para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ).
41998
CO
O
Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada
ND
pelo contribuinte.
SE
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à
RO
compensação tributária.
CE
NI
DE
- STJ: O mandado de segurança não pode ser utilizado com o intuito de obter
A
ST
Conselho Nacional de Justiça, por não se tratar de ato que importe a substituição
ND
167
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
02
MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO JUDICIAL
TA
Para ser cabível, deve comprovar dois requisitos:
S
1) Inexistência de recurso adequado à impugnação da decisão judicial;
CO
2) Demonstração de que a decisão é teratológica, por abuso de poder ou ilegalidade.
DO
EN
d) Direito Líquido e Certo: NÃO cabe dilação probatória no MS.
S
RO
IMPORTANTE lembrar a correção feita pela doutrina em relação à terminologia empregada pela
CE
Constituição, na medida em que todo direito, se existente, já é líquido e certo. Os fatos é que deverão
NI
41998
DE
ser líquidos e certos para o cabimento do writ.
AU
0L
Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
47
mandado de segurança.
50
07
36
41998
súmula n. 7/STJ.
CO
O
ND
e) Legitimidade Ativa
SE
de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda
L
início da contagem do prazo recursal. STJ. AgInt no AREsp 1.430.628-BA, Rel. Min.
ST
Francisco Falcão, Segunda Turma, por maioria, julgado em 18/08/2022. (Inf 747)
CO
O
ND
STF (Info 848): O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica
SE
168
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
mandado de segurança contra ato do Governador que está atrasando o repasse dos
02
duodécimos devidos ao Poder Judiciário.
S TA
CO
Ministério Público do Tribunal de Contas
41998 não possui legitimidade para
DO
impetrar mandado de segurança mesmo que para defender suas prerrogativas
EN
institucionais. STF. Plenário virtual. RE 1178617 RG, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
S
julgado em 25/04/2019 (repercussão geral).
RO
CE
Ilegitimidade ativa do MP para impetrar MS questionando decisão administrativa
NI
que reconheceu a prescrição em processo administrativo. STF. 2ª Turma. MS
DE
33736/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 21/6/2016. (Info 831)
AU
0L
47
Substituição Processual (legitimação extraordinária): O titular de direito líquido e certo decorrente
50
de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito
07
originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente.
36
02
Ingresso de litisconsorte ativo: pode ocorrer até o despacho da petição inicial (art. 10, §2º, da Lei nº
A
ST
12.016/09). 41998
CO
O
impetrante pessoa natural tem o condão de extinguir o mandado de segurança, sendo incabível na via
SE
mandamental a sucessão e partes em razão da natureza personalíssima da ação. Nesse caso, ainda será
RO
f) Legitimação Passiva: É a pessoa jurídica a qual pertence a autoridade coatora, responsável pela
DE
ilegalidade ou abuso de poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
AU
do Poder Público.
L
70
● Dirigentes de pessoas jurídicas de direito privado, desde que no exercício de atribuições do Poder
36
Público.
02
autoridade delegante -> VIDE SÚMULA 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
CO
jurídica própria, distinta da entidade política à qual estão vinculadas, razão pela
SE
qual seus dirigentes têm legitimidade passiva para figurar como autoridades
RO
169
EN
UD
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DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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SEMANA 02/09
36
02
TA
TEORIA DA ENCAMPAÇÃO NO MANDADO DE SEGURANÇA
S
Quando há indicação errônea da autoridade coatora, é possível aplicar a Teoria da encampação para sanar
CO
tal vício, desde que observados alguns requisitos:
DO
a) Existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou as informações e a que ordenou a prática
EN
do ato impugnado;
S
b) Ausência de modificação de competência estabelecida na CF/88;
RO
c) Defesa do mérito do litígio nas informações prestadas.
CE
41998
NI
DE
g) Liminar em mandado de segurança:
AU
● Da decisão que concede/nega liminar – cabe agravo de instrumento
0L
● Perempção e caducidade da liminar ocorre em 2 hipóteses:
47
(1) Quando o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo
50
(2) Quando o impetrante deixa de promover atos e diligências por mais de 3 dias úteis.
07
36
02
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
O
segurança. No exercício do seu poder geral de cautela, o magistrado pode analisar se determinado caso
AU
específico exige caução, fiança ou depósito. A caução, fiança ou depósito, previstos no art. 7º, III, da Lei nº
L
12.016/2019, configuram mera faculdade, que pode ser exercida se o magistrado entender ser necessária
70
para assegurar o ressarcimento a pessoa jurídica. Não se trata, portanto, de um obstáculo ao poder geral de
04
cautela, mas uma faculdade que vai ao encontro do art. 300, § 1º, do CPC.
5
07
36
Art. 7o § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação
CO
170
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
Antigamente, entendia-se que não era possível conceder liminar em mandado de segurança para a
02
compensação de créditos tributários, entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior. No entanto,
STA
em 2021, o STF considerou inconstitucional impedir ou condicionar a concessão de medida liminar, o que
CO
caracteriza verdadeiro obstáculo à efetiva prestação jurisdicional e à defesa do direito líquido e certo do
DO
impetrante (Info 1021).mEm virtude dessa decisão do STF, fica SUPERADA a Súmula 212 do STJ: A
EN
compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar
S
ou antecipatória.
RO
CE
h) Emenda da petição inicial: A possibilidade de correção do polo passivo do mandado de segurança gera
NI
divergências doutrinárias e jurisprudenciais. Para o STJ, em regra, a indicação errônea da autoridade coatora
DE
deve acarretar a extinção do processo sem resolução de mérito, sendo vedado emendar a petição inicial.
AU
Entretanto, há decisões também do STJ que permitem a emenda da petição inicial do mandado de segurança,
0L
47
desde que seja possível a identificação da verdadeira autoridade coatora pela simples leitura da petição e da
documentação anexada. 50
07
36
coatora não implica ilegitimidade passiva nos casos em que o equívoco é facilmente
A
ST
direito público.
O
i) Apresentação de informações: Nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz
AU
ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada
L
70
com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações.
04
Natureza jurídica: segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, em razão da adoção do entendimento
5
07
de que a autoridade coatora não é propriamente ré no mandado de segurança, suas informações não têm a
36
41998
como coatora no mandado de segurança não induz à revelia, uma vez que ao
O
171
EN
UD
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DE
AU
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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SEMANA 02/09
36
No entendimento de Leonardo Carneiro da Cunha, não apresentadas as informações, não se
02
presumem verdadeiros os fatos alegados pelo impetrante. Isso porque há presunção de legitimidade em
TA
S
relação ao ato administrativo eventualmente questionado, que caberá ao impetrante afastar. Dessa forma,
CO
essa presunção não será desfeita com a simples ausência de informações.
DO
EN
j) Prazo para impetração: 120 dias, a contar, em regra, da data em que o interessado tiver conhecimento
S
oficial do ato a ser impugnado.
RO
CE
A data do último ato administrativo reputado ilegal é o termo inicial do prazo
NI
decadencial para impetração de Mandado de Segurança com objetivo de
DE
reclassificação em concurso público em virtude de anulação de questões por
AU
decisão judicial após o encerramento do prazo de validade do certame. STJ. RMS
0L
47
64.025-BA, Rel. Min. Assusete Magalhães, Segunda Turma, por unanimidade,
50
julgado em 04/10/2022, DJe 10/10/2022. (Info 752).
07
36
Obs. Ultrapassado este período, o interessado continua com o direito de questionar o ato, mas
02
um novo mandado de segurança, desde que não ultrapassado o período de 120 dias.
O
Se o ato impugnado
41998 é de trato sucessivo, o prazo de 120 dias renova-se a cada ato.
5
07
Mandado de segurança preventivo: NÃO se pode falar em prazo decadencial para a sua impetração,
36
k) Competência: A competência no MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede
CO
funcional.
O
ND
ou em razão da pessoa.
E
IC
172
EN
UD
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
02
● Competência originária do STF: MS contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
TA
S
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do
CO
próprio Supremo Tribunal Federal.
DO
● Competência recursal do STF: recurso ordinário contra decisão denegatória de mandado de segurança
EN
proferida em única instância pelos Tribunais Superiores.
S
● Competência originária do STJ: MS contra atos de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do
RO
Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal.
CE
● Competência recursal do STJ: recurso ordinário contra decisão denegatória de mandado de segurança
NI
proferida em única instância por TJ ou TRF.
DE
● Competência originária de TRF: MS contra ato do próprio tribunal ou de juiz federal.
AU
● Competência da justiça federal de 1º grau: MS contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
0L
47
competência dos tribunais federais.
● 50
Competência da justiça do trabalho: MS contra ato que envolva matéria sujeita à sua jurisdição.
07
36
contra atos
A
ST
a) do41998
Presidente da República,
CO
d) do Procurador-Geral da República e
RO
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO
L
Contra atos
70
b) de Ministro de Estado,
5
07
d) do Exército e
02
e) da Aeronáutica ou
A
ST
f) do próprio Tribunal
CO
41998
O
TJ ou TRF
RO
E
IC
173
EN
UD
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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SEMANA 02/09
36
Contra ato
02
TA
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DE a) do próprio tribunal
S
TRF: b) de juiz federal
CO
DO
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA Contra ato
EN
FEDERAL DE 1º GRAU: a) de autoridade federal, excetuados os casos de
S
competência dos tribunais federais
RO
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO Contra ato
CE
TRABALHO: a) que envolva matéria sujeita à sua jurisdição.
NI
DE
AU
l) Amicus Curiae em mandado de segurança: Amicus curiae é alguém que, mesmo sem ser parte, é chamado
0L
ou se oferece para intervir em processo relevante, em razão de sua representatividade, com o objetivo de
47
apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate que está sendo travado nos autos, fazendo com que a
50
discussão seja amplificada e o órgão julgador possa ter mais elementos para decidir de forma legítima.
07
36
02
Amicus curiae, em uma tradução literal do latim, significa “amigo da corte” ou “amigo do tribunal”.
A
41998
CO
tema polêmico.
∘ 1ª corrente: NÃO. No processo de mandado de segurança não é admitida a intervenção de terceiros
SE
RO
nem mesmo no caso de assistência simples. Se fosse admitida a intervenção do amicus curiae, isso
poderia comprometer a celeridade do mandado de segurança (STF. 1ª Turma. MS 29192/DF, rel.
CE
∘ 2ª corrente: SIM. A doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a intervenção de amicus
L
Processualistas Civis).
04
5
07
m) Reexame necessário:
36
02
A
Art. 14, §1º, da Lei n. 12.016/09: Concedida a segurança, a sentença estará sujeita
ST
STJ: As hipóteses de dispensa de remessa necessária previstas no art. 496 do CPC NÃO se aplicam ao
ND
entendimento exposto acima foi firmado em relação ao CPC/73 e em relação à Lei n. 1.533/51, que regia o
RO
E
IC
174
EN
UD
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DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
41998
MS. Contudo, segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, a doutrina majoritária considera que o
02
entendimento se manterá inalterado em face do novo CPC e da Lei n. 12.016/09.
STA
CO
n) Recursos
DO
● Agravo de instrumento: cabível da decisão que conceder ou denegar a liminar;
EN
● Apelação: Indeferimento da inicial pelo juiz, e da sentença que concede ou denega o
S
mandado.
RO
CE
Art. 14, §2º, da Lei n. 12.016/09: Estende-se à autoridade coatora o direito de
NI
recorrer.
DE
AU
0L
OBS: O MS admite desistência em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente do
47
consentimento do impetrado, desde que não tenha ocorrido o trânsito em julgado.
50
07
O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, em um caso concreto
36
02
entendeu que tudo levaria a crer que o objetivo do impetrante ao desistir seria o
CE
de evitar o fim da discussão com a constituição de coisa julgada. Com isso, ele
NI
DE
(Info 781).
04
5
07
Com o mandado de segurança coletivo, visa-se a proteção de direito líquido e certo, não amparado
A
ST
por habeas corpus ou habeas data (campo residual), contra atos ou omissões ilegais ou com abuso de poder
CO
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
RO
175
EN
UD
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AU
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
02
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
TA
S
membros ou associados;
CO
DO
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
EN
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
S
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
RO
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
CE
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
NI
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
DE
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
AU
0L
47
Pode ser impetrado:
50
07
● Partido político com representação no CN, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus
36
41998
filiados e em questões políticas, ou seja, criou uma pertinência temática. Contudo, frisa-se que parte da
O
doutrina (por todos o autor Pedro Lenza), discorda, pois burla o objetivo maior de defesa da sociedade, já
ND
que o constituinte originário não previu outra limitação à atuação dos partidos políticos a não ser a
SE
segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional na
CE
há, pelo menos, 01 ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus
L
70
membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
04
A legitimidade é extraordinária, sendo o caso de substituição processual, razão pela qual NÃO se
36
respectiva categoria.
ND
SE
176
EN
UD
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N
DE
AU
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47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
sistemática da repercussão geral, sendo insuficiente a mera regularidade registral
02
da entidade para sua atuação em sede de mandado de segurança coletivo, pois
S TA
passível de causar prejuízo aos interesses dos beneficiários supostamente
CO
defendidos (Info 1082, STF).
DO
EN
Os direitos protegidos pelo MS podem ser: Coletivos e individuais homogêneos.
S
RO
art. 21, § único da Lei de MS.
CE
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo
NI
podem ser:
DE
AU
I - COLETIVOS, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de
0L
47
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre
50
si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
07
36
Os direitos defendidos por organização sindical NÃO precisam ser o mesmo direito para todos os
ND
seus membros, podendo ser um direito de apenas parte dos membros da entidade.
SE
RO
jurídica de direito público, a liminar só poderá ser concedida após audiência do representante judicial da
DE
pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança
04
coletivo, por considerar que a disposição restringe o poder geral de cautela do magistrado.
5
07
36
∘ Há reexame necessário
O
∘ Tanto a autoridade coatora como a pessoa jurídica devem ser indicadas na petição inicial
ND
177
EN
UD
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AU
RETA FINAL
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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SEMANA 02/09
36
∘ Não cabe intervenção de terceiros no MS
02
∘ Não cabe embargos infringentes no MS
TA
∘
S
Não cabe pagamento de honorários advocatícios no MS (salvo comprovada a má-fé)
CO
∘ Não cabe ingresso de litisconsórcio ativo após o despacho da petição inicial
DO
∘ Oitiva do MP em 10 dias
EN
∘ Tem prioridade na tramitação, salvo HC.
S
RO
Súmulas importantes sobre mandado de segurança:
CE
NI
Súmula 271 – STF - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos
DE
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
AU
administrativamente ou pela via judicial própria.
0L
47
Súmula 333-STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação
50
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
07
Súmula 429-STF: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não
36
a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar
DE
3. MANDADO DE INJUNÇÃO5
36
02
habeas data, introduzido pelo Poder Constituinte Originário de 1988. A Lei nº 13.300/16 disciplina o processo
CO
41998
SE
5
Para aprofundamento, sugerimos: http://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-133002016-
RO
lei.html
E
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UD
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DE
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RETA FINAL
0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
Art. 5º, LXXI, CF/88 - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
02
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
STA
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
CO
41998
cidadania;
DO
EN
Art. 2º, Lei 13.300/2016 - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
S
total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
RO
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
CE
soberania e à cidadania.
NI
DE
Remédio à disposição de qualquer um que se sinta prejudicado pela falta de norma regulamentadora,
AU
sem a qual resulte inviabilizado o exercício dos direitos, liberdades e garantias constitucionais. => Caso de
0L
47
inércia governamental (“violação negativa do texto constitucional”).
Ensina Dirley da Cunha Jr.: 50
07
O objetivo do PCO ao criar o MI e a ADO foi introduzir mecanismos capazes de
36
objetiva da CF.
CE
NI
Assim, conclui-se:
DE
AU
(1) Trata-se de instrumento para combater a Síndrome de Inefetividade das Normas Constitucionais. Ao
L
70
lado da ADO, atacam a inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada, ante a ausência de
04
lei infraconstitucional integrativa para propiciar à norma constitucional a produção de todos os seus
5
07
efeitos.
36
02
órgãos (arts. 91, 125, § 3.º, 131...); b) normas declaratórias de princípios programáticos: veiculam programas
ND
a serem implementados pelo Estado (ex.: arts. 196, 215, 218, caput...).
SE
RO
E
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EN
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DE
AU
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
(2) Trata-se de instrumento de controle concreto/incidental das inconstitucionalidades por omissão, sendo
02
voltado, portanto, para a tutela dos direitos subjetivos, garantia individual.
TA
S
CO
(3) Pressuposto: inviabilização dos exercícios de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
DO
inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania, pela ausência da norma regulamentadora.
S EN
Vamos esquematizar?
RO
Mandado de Injunção ADO
CE
Intentado por qualquer Legitimação restrita aos
NI
DE
pessoa física ou jurídica, que entes do art. 103 CF.
AU
Legitimação se veja impossibilitada de
0L
exercer determinado direito
47
constitucional.
50
41998
- ação constitucional
41998
de violação concreta a um
CO
- ação constitucional de
ND
garantia da
SE
Constituição.
RO
difuso) concentrado)
NI
DE
AU
L
IMPORTANTE ! Dirley da Cunha Júnior observa que “o mandado de injunção foi concebido como
70
direitos subjetivos. Já a ação direta de inconstitucionalidade por omissão foi ideada como instrumento de
07
36
Constituição. Isso significa que o mandado de injunção é uma ação constitucional de garantia individual,
A
enquanto a ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma ação constitucional de garantia da
ST
Constituição”.
CO
O
ND
b) Cabimento: Partindo do texto constitucional, o art. 2.º da Lei n. 13.300/2016 estabelece que será
SE
concedido mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne
RO
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
E
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EN
UD
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DE
AU
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
à soberania e à cidadania. A omissão é total quando a inércia é absoluta, ou seja, o preceito constitucional
02
de eficácia limitada não foi disciplinado. Por sua vez, considera-se parcial a regulamentação quando forem
STA
insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
CO
DO
Exemplos:
EN
Omissão Total Omissão Parcial
S
- art. 37, VII, da CF/88, que - art. 7.º, IV, que
RO
assegura o direito de greve assegura o direito ao
CE
ao servidor público, a ser salário mínimo.
NI
DE
exercido nos termos e nos
AU
limites definidos em lei
0L
específica.
47
50
Obs.: as normas constitucionais definidoras de princípios institutivos ou organizativos de natureza
07
facultativa, por outorgarem mera faculdade ao legislador, NÃO autorizam o ajuizamento do MI.
36
02
A
c) Descabimento
ST
MI se destina a falta de
41998normas regulamentadoras na CF;
O
● Diante da falta de regulamentação dos efeitos de MP não convertida em lei pelo CN;
ND
● Se a CF outorga mera faculdade do legislador para regulamentar direito previsto em algum de seus
SE
dispositivos.
RO
CE
∘
DE
Introduzido na CF/88
∘
L
∘ Não é gratuito
5
07
∘ Exige advogado
36
∘ O indeferimento por ausência de provas não impede novo MI lastreado em novas provas
02
∘ A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabível ou
CO
manifestamente improcedente
O
∘ Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, prescreve a lei, caberá agravo, em 5 dias, para o
ND
181
EN
UD
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DE
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
** STF: É incabível a concessão de medida liminar em MI, uma vez que esse instituto
02
se destina à verificação da ocorrência, ou não, de mora da autoridade ou do Poder
STA
de que depende a elaboração da norma regulamentadora do texto constitucional.
CO
DO
e) Legitimação para o MI individual
EN
● Polo Ativo: Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, que se veja impossibilitada
S
de exercer o seu direito.
RO
● Polo Passivo: Órgãos ou autoridades públicas que têm obrigação de legislar, mas estejam omissos
CE
quanto à elaboração de norma regulamentadora, inclusive o Presidente da República, no tocante
NI
às competências exclusivas do art. 61, CF/88).
DE
AU
Obs.1: Para o conhecimento do MI, o impetrante deve comprovar a titularidade direta do direito
0L
47
constitucional em questão.
50
Obs.2: Em caso de normas de iniciativa reservada, o MI deverá ser impetrado também em face do
07
titular da referida iniciativa reservada (ex. iniciativa reservada do Presidente da República), pois é ele quem
36
41998
deverá deflagrar o processo legislativo, não podendo o CN atuar sem a sua provocação.
02
Obs.3: Para o STF, os particulares – ainda que estejam se beneficiando pela falta da norma
A
ST
ao Poder Público é imputável o dever constitucional de produção legislativa para dar efetividade aos direitos,
O
Conforme o autor Pedro Lenza, nesta hipótese da pergunta, a pessoa jurídica de direito público impetraria
CE
o MI em seu próprio nome e tendo por fundamento a falta de norma da Constituição que inviabilize, para
NI
à soberania e à cidadania. Embora exista decisão não admitindo a legitimação ativa da pessoa jurídica de
AU
direito público para a impetração do MI (MI 537/SC, DJ de 11.09.2001), o STF parece ter superado esse
L
70
e) Competência: As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na própria
36
Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição da norma
02
regulamentadora. Confira:
A
ST
CO
do(a)
ND
182
EN
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AU
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
02
• Câmara dos Deputados
TA
• Senado Federal
S
• Mesas da Câmara ou do Senado
CO
• Tribunal de Contas da União
DO
• Tribunais Superiores
EN
• Supremo Tribunal Federal.
S
órgão, entidade ou autoridade federal, excetuados os casos de
RO
STJ
competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
CE
(ART. 105, I, "H")
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
NI
DE
JUÍZES E TRIBUNAIS DA JUSTIÇA órgão,
41998 entidade ou autoridade federal nos assuntos de sua
AU
MILITAR, JUSTIÇA ELEITORAL, competência.
0L
JUSTIÇA DO TRABALHO
47
órgão, entidade ou autoridade federal, se não for assunto das
50
demais "Justiças" e desde que não seja autoridade sujeita à
07
competência do STJ.
36
Antes da edição da Lei 13.300/06, havia muita controvérsia na doutrina e jurisprudência a respeito
NI
DE
a) Corrente não concretista – a decisão em MI apenas podia declarar em mora o legislador, não
70
podendo concretizar o direito cujo gozo encontrava-se impedido em apreço a separação de poderes.
04
5
b) Corrente concretista – a decisão em MI deve ir além da declaração em mora do legislador, sob pena
36
02
ação, através da edição de norma aplicável ao caso. (Posição da doutrina majoritária e o STF desde
ST
A doutrina defende que a Lei 13.300/2016 optou por adotar uma posição concretista intermediária,
ND
isto é: ao julgar procedente o mandado de injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma
SE
RO
oportunidade ao órgão omisso para que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão
E
IC
183
EN
UD
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. Caso
02
esta determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá viabilizar o direito,
STA
liberdade ou prerrogativa.
CO
➢ Assim, como regra, pela posição concretista intermediária, individual ou coletiva, autorizando a lei a
DO
adoção da posição concretista intermediária geral.
EN
Mas não pode esquecer o § único do art. 8º! A lei dispensa a exigência de prévia fixação de prazo
S
razoável para a edição da norma regulamentadora nos casos em que ficar comprovado que o impetrado
RO
deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. Essa
CE
exceção se filia à tese concretista direta:
NI
DE
*
AU
Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução para
0L
viabilizar o direito do autor e isso deverá ocorrer imediatamente (diretamente), não
47
sendo necessária nenhuma outra providência, a não ser a publicação do dispositivo
da decisão. 50
07
36
omisso para que este possa elaborar a norma sendo necessária nenhuma outra
ND
dispositivo da decisão.
RO
CE
Por fim, o art. 9º da Lei disciplina os efeitos subjetivos da decisão que concede o mandado de injunção.
70
41998
Como regra geral, a eficácia subjetiva da decisão está limitada às partes (inter partes) e somente
5 04
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. É o que a doutrina denomina de eficácia
07
36
individual.
02
Excepcionalmente, a eficácia subjetiva da decisão poderá ser ultra partes ou erga omnes, quando for
A
184
EN
UD
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N
DE
AU
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
omissas até que o órgão omisso legal exclusivamente para aquele caso
02
TA
regulamente a situação. Ex.: Em face da submetido a juízo, com efeitos inter partes.
S
inexistência de regra regulamentando o Ex.: Quanto à aposentadoria especial do
CO
exercício do direito de greve pelos servidor que trabalha em atividade de risco,
DO
servidores públicos, o STF determinou a em face da ausência de lei regulamentadora,
EN
aplicação analógica da lei de greves da o STF tem determinado a aplicação, em cada
S
iniciativa privada com efeitos erga omnes. caso concreto, da lei geral de benefícios da
RO
previdência social.
CE
NI
Vamos esquematizar?
DE
AU
0L
CONTEÚDO DA DECISÃO EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO
47
Adoção da tese concretista intermediária Adoção da tese da eficácia individual
50
07
1. O órgão julgador determina prazo
36
razoável para que o ente em mora supra a A eficácia subjetiva da decisão está
02
41998
CO
O Judiciário deverá implementar uma solução ser ultra partes ou erga omnes, quando
5
decisão.
O
ND
g) MI coletivo
SE
Embora não haja previsão na CF, cabe o MI coletivo, nos mesmos termos do MS coletivo. Inclusive, a
RO
própria Lei 13.300/2016 regula os termos do MI coletivo a partir do artigo 12 e seguintes. No MI coletivo, os
E
IC
185
EN
UD
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AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
direitos, liberdades e prerrogativas protegidos são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade
02
indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.
STA
Dessa forma, deve ser proposto por legitimados previstos na Lei, em nome próprio, mas defendendo
CO
interesses alheios. São legitimados para impetrar MI coletivo:
DO
41998
EN
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
S
I - pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, quando a tutela requerida for especialmente
RO
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses
CE
sociais ou individuais indisponíveis;
NI
II - por PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL,
DE
para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
AU
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
0L
47
III - por ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE ou ASSOCIAÇÃO
50
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para
07
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade
36
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais
O
Federal .
SE
RO
categoria.
LAU
70
Observa-se, portanto, que a LMI (art. 12, I a IV) amplia a previsão dos legitimados ativos para a
04
segurança coletivo (art. 21 da Lei n. 12.016/2009), em relação ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
36
Obs.1: Conforme entendimento do STF, não cabe a impetração de mandado de injunção coletivo
02
para proceder à revisão geral anual dos vencimentos dos servidores públicos.
A
ST
Obs.2: A coisa julgada gerará efeitos apenas em relação aos substituídos pelo legitimado coletivo.
CO
Contudo, também é possível a concessão de efeitos erga omnes na mesma situação tratada acima, ou seja,
O
Obs.3: O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os
SE
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual
RO
186
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
02
4. HABEAS DATA
STA
CO
a) Previsão normativa: Art. 5º, LXXII e Lei 9507/97.
DO
EN
b) Hipóteses de concessão do habeas data: O HD poderá ser impetrado:
S
1) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
RO
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
CE
2) Para retificação desses dados, quando não se prefira fazer por meio sigiloso, judicial ou administrativo;
NI
3) Para anotação nos assentamentos do interessado de contestação ou explicação sobre dado
DE
verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
AU
0L
47
STJ: Só pode pedir a retificação de dados o sujeito que tem conhecimento desses
50
dados. Portanto, não cabe cumular pedidos de prestação de informações e
07
correções de dados.
36
02
de evidente direito líquido e certo. STF - HD: 90 DF, Relator: ELLEN GRACIE, Data
O
PUBLIC 01/06/2009.
SE
RO
41998
Obs.1:Possibilidade de se obter dados do contribuinte que constem dos sistemas dos órgãos
CE
Obs.2:Cuidado para não confundir o habeas data com o direito geral de informação, protegido por
DE
XXXIII - todos têm direito a receber dos LXXII - conceder-se-á habeas data:
36
02
do Estado
RO
E
IC
187
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
#Dica DD: Aqui, não são informações de interesse
02
TA
da pessoa impetrante, mas sim relativas ao
S
impetrante!
CO
DO
S EN
Protegido por mandado de segurança Protegido por habeas data
RO
CE
Obs.3: “O habeas data também não pode ser confundido com o direito à obtenção de certidões em
NI
repartições públicas. Ao pleitear certidão, o solicitante deve demonstrar que o faz para defesa de direitos e
DE
esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 5.º, XXXIV, ‘b’). No habeas data basta o simples desejo
AU
de conhecer as informações relativas à sua pessoa, independentemente da demonstração de que elas se
0L
prestarão à defesa de direitos”.
47
50
07
c) Legitimidade ativa: Pode ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, bem
36
como por pessoa jurídica e órgãos despersonalizados. Trata-se de uma ação personalíssima, que só pode ser
02
ajuizada pelo titular do direito, salvo se houver a morte do agente, hipótese em que poderá ser impetrado,
A
ST
e) Jurisdição condicionada
NI
41998
O HD é um processo de jurisdição condicionada. Isso porque, para impetrá-lo, deve ter ocorrido o
DE
f) Características gerais do HD
5
07
✔ Procedimento gratuito e não há ônus de sucumbência, mas se exige advogado para impetrar HD.
36
✔ O pedido do HC pode ser renovado caso a decisão denegatória não tenha apreciado o mérito.
CO
✔ A lei não fala em medida liminar, mas a doutrina vem entendendo pela admissibilidade.
O
188
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
g) Prazos na lei:
02
∘ Requerimento: art. 2º
TA
41998
S
· 48 h para decidir o requerimento;
CO
· 24h para comunicar a decisão ao requerente;
DO
EN
∘ Haverá omissão da autoridade quando não se manifestar: art. 8º, §único
S
· Pedido de acesso aos dados: 10 dias
RO
· Pedido de retificação de dados: 15 dias.
CE
· Pedido de complementação de dados: 15 dias.
NI
DE
∘ Após despachar a inicial: art. 9º e 12º
AU
· Juiz comunica à autoridade coatora para apresentar informações que julgue necessárias em
0L
47
10 dias
· 50
Transcorridos esses 10 dias, o juiz deverá ouvir o MP em 5 dias
07
· Juiz deve decidir em 5 dias
36
02
h) Recursos
A
ST
i) Competência:
SE
● Art. 102, I, d: STF possui competência originária para processar e julgar HD contra atos do Presidente
RO
● Art. 102, II, a: STF julga em recurso ordinário o HD decidido em única instância pelos Tribunais
NI
● Art. 105, I, b: STJ processa e julga originariamente habeas data contra ato do Ministro de Estado,
AU
● Art. 108, I, c: TRFs processam e julgam habeas data contra ato do próprio tribunal e ou dos juízes
04
federais.
5
07
● Art. 109, VIII: juízes federais processam e julgam habeas data contra ato de autoridade federal.
36
● Art. 121, §4º, V: TSE processa e julga em grau de recurso habeas data denegado pelo TRE.
02
● Art. 125, §1º: no plano estadual, a competência será definida pela Constituição Estadual.
A
ST
Caiu na prova Delegado/RO 2022! O habeas data não pode ser utilizado para obtenção de cópia de processo
CO
189
EN
UD
LA
N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
Pode-se extrair os seguintes requisitos: Deve haver lesividade aos direitos difusos específicos
02
elencados:
S TA
1. Ato lesivo ao patrimônio público;
CO
2. Ato lesivo ao patrimônio de entidade de que o Estado participe;
DO
3. Ato lesivo à moralidade administrativa;
EN
4. Ato lesivo ao meio ambiente;
S
5. Ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.
RO
CE
NÃO é destinada à defesa de interesse subjetivo individual, mas de natureza coletiva, para anular ato lesivo
NI
DE
ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural.
AU
0L
Considerações importantes:
47
∘ Pode ser utilizada de modo preventivo ou repressivo: O mandado de segurança pode ser repressivo
50
de ilegalidade ou abuso de poder já praticados, ou preventivo, quando estivermos diante de ameaça
07
a violação de direito líquido e certo do impetrante. Muitas vezes, para evitar o perecimento do objeto,
36
02
A CF isenta o autor da ação popular de custas e ônus da sucumbência, SALVO comprovada má-fé.
ST
a) Legitimidade ativa:
SE
● Exige-se capacidade postulatória: o cidadão que não tiver, deverá constituir advogado.
CE
● Súmula 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
NI
DE
● Há decisões do STJ que estendem ao MP a legitimidade ativa para a ação popular (AREsp 746.846).
AU
L
A doutrina majoritária entende que a legitimidade ativa do cidadão para propor ação popular é
36
02
extraordinária, uma vez que defende direito difuso, cujo titular é a coletividade. (NEVES, 2017, p. 307)
A
Segundo o STJ (Resp 1.242.800), a condição de eleitor não é condição de legitimidade, e o título de
ST
eleitor é utilizado apenas como prova documental da cidadania. Dessa forma, é 41998
irrelevante o domicílio
CO
eleitoral do autor, que poderá litigar contra ato praticado em local diverso de onde exerce seu direito de
O
voto.
ND
SE
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36
A CF/88 isenta o autor da ação popular de custas e ônus da sucumbência, SALVO comprovada má-
02
fé. A gratuidade beneficia o autor da ação, mas os réus, se condenados, deverão ressarcir as despesas havidas
STA
pelo autor da ação.
CO
DO
b) Legitimidade passiva: Há litisconsórcio passivo necessário entre:
EN
1) a pessoa jurídica pública ou privada,
S
2) as autoridades responsáveis pelo ato e
RO
3) os beneficiários diretos dele.
CE
NI
A Lei da Ação Popular prevê que "qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
DE
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença final
AU
de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para
0L
41998
47
contestação e produção de provas" (inciso III do art. 7º da Lei 4.717/65).
50
A autorização legal da ampliação posterior do polo passivo da ação popular, no curso do processo e
07
antes da sentença, tem o objetivo de abarcar todas as pessoas físicas e/ou jurídicas que supostamente foram
36
beneficiadas ou são responsáveis pelo ato impugnado pelo autor popular. Assim, os réus poderão exercer o
02
contraditório pleno e, por conseguinte, irão se sujeitar aos efeitos da coisa julgada material.
A
ST
ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá
O
atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante
ND
legal ou dirigente. Dessa forma, a pessoa jurídica poderá passar a atuar ao lado do autor, criando uma espécie
SE
sui generis de litisconsórcio ativo ulterior (NEVES, 2017, p. 317). Legitimação bifronte significa que a pessoa
RO
jurídica de direito público ou privado possui legitimidade para atuar em ambos os polos da demanda, de
CE
STJ (AgRg no Resp 1.333.168): O Ministério Público como fiscal da ordem jurídica
5
07
Legitimidade ativa superveniente (art. 9º da Lei n. 4.717/65): Se o autor desistir da ação ou der
CO
motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso
O
II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do
ND
d) Objeto: A sentença possui natureza cível, e se julgada improcedente, se sujeita ao duplo grau de jurisdição.
RO
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
O cabimento da ação popular NÃO exige a comprovação de efetivo dano material, pecuniário.
02
Entende o STF que a lesividade decorre da ilegalidade, e a ilegalidade do comportamento, por si só, causa
STA
dano.
CO
41998
Além da motivação dos atos lesivos, o próprio mérito do ato pode ser objeto de análise em sede de
DO
ação popular, já que a discricionariedade não permite a contrariedade ao ordenamento jurídico, tampouco
EN
o desatendimento ao interesse público específico do ato praticado (NEVES, 2017, p. 301).
S
RO
e) Competência: Definida pela origem do ato a ser anulado. Ex.: patrimônio lesado da União – competência
CE
da Justiça Federal.
NI
▪ Regra: A competência do juízo de 1º grau para processar e julgar ação popular contra ato de qualquer
DE
autoridade, inclusive presidente da república.
AU
▪ Exceção: competência originária do STF disposta no art. 102, I, “f” e “n” da CF.
0L
47
50
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal,
07
ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta
36
O juízo da Ação Popular é universal, impondo-se a reunião de todas as ações conexas, com
ND
STF: O foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança ações populares ajuizadas contra
RO
l) Contestação: Art. 7º, IV, da Lei n. 4.717/65- O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis
AU
documental, e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cumprido,
70
m) Reexame necessário inverso: Na ação popular, haverá reexame no caso de a sentença concluir pela
36
carência ou pela improcedência do pedido, mesmo que parcial (art. 19 da Lei n. 4.717/65). Dessa forma,
02
haverá o reexame ainda que a Fazenda Pública seja vitoriosa na demanda, no caso de permanecer na posição
A
ST
originária de réu.
CO
O
ND
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EN
UD
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DE
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0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
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36
a) Conceito: A ação civil pública consiste em uma garantia constitucional prevista em lei própria (lei nº
02
7.347/85), que busca proteger direitos de 3ª geração. A ACP tutela, portanto, direitos difusos e coletivos,
STA
bem como direitos individuais indisponíveis.
CO
DO
ATENÇÃO: A ACP NÃO pode substituir a ADI, embora a inconstitucionalidade possa ser questão
EN
prejudicial. Logo, a ACP é cabível apenas como meio de controle difuso.
S
RO
b) Objeto: Tem por objeto a tutela preventiva ou ressarcitória dos seguintes bens ou direitos
CE
metaindividuais:
NI
DE
● Meio-ambiente;
AU
● Consumidor;
0L
● Bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
47
● Qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
● Infração da ordem econômica; 50
07
● Ordem urbanística;
36
02
41998
CO
● Tributos;
ND
● Contribuições previdenciárias;
SE
● FGTS**;
RO
** Em relação ao FGTS, tenha cuidado com o julgado do STF: O Ministério Público possui legitimidade para
AU
9/10/2019 (repercussão geral – Tema 850) (Info 955). Em provas, tenha cuidado
02
com a redação do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 7.347/85: Art. 1º (...)
A
ST
41998
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que
CO
193
EN
UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
02
CUIDADO: Se for cobrada a mera transcrição literal deste dispositivo em uma
TA
prova objetiva, provavelmente, esta será a alternativa correta.
S
CO
c) Legitimidade Ativa
DO
EN
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
S
RO
I - o Ministério Público;
41998
II - a Defensoria Pública;
CE
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
NI
DE
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
AU
V - a associação que, concomitantemente:
0L
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
47
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e
50
social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência,
07
aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
36
02
MINISTÉRIO PÚBLICO:
CE
O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal
NI
DE
da lei. Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
AU
DEFENSORIA PÚBLICA:
5 04
organizacional.
ST
CO
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
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ENTES POLÍTICOS: Podem ajuizar ACP:
STA
● União
CO
● Estados
DO
● DF
EN
● Municípios
S
RO
No caso de ação civil pública proposta por ente político, a pertinência temática ou
CE
representatividade adequada são presumidas. Isso porque não há dúvidas de que os entes políticos
NI
possuem, dentre suas finalidades institucionais, a defesa coletiva dos consumidores. Trata-se, inclusive, de
DE
um comando constitucional:
AU
0L
47
41998
Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.
50
07
Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa
36
relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que têm como finalidades
A
ST
STJ. 3ª Turma. REsp 1509586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018
ND
(Info 626).
SE
RO
ASSOCIAÇÃO: As associações possuem legitimidade para defesa dos direitos e dos interesses coletivos ou
CE
caso, estamos diante de um regime de substituição processual, em que a autorização para a defesa do
DE
interesse coletivo em sentido amplo é estabelecida na definição dos objetivos institucionais, no próprio ato
AU
Apesar de não exigir a autorização expressa dos associados, para ajuizar ACP, as associações devem
04
2) Pertinência temática.
02
A
ST
A necessidade de a associação estar constituída há pelo menos 1 ano é flexibilizada pela própria lei,
CO
que dispensa tal requisito em caso de manifesto interesse social ou diante da relevância do bem jurídico
O
protegido.
ND
SE
RO
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
02
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou
STA
pela relevância do bem jurídico a ser protegido
CO
DO
Mesmo sem 1 ano de constituição, associação poderá ajuizar ACP para que
EN
fornecedor preste informações ao consumidor sobre produtos com glúten. Como
S
exemplo da situação descrita no § 4º do art. 5º, o STJ decidiu que: É dispensável o
RO
requisito temporal (pré-constituição há mais de um ano) para associação ajuizar
CE
ação civil pública quando o bem jurídico tutelado for a prestação de informações
NI
ao consumidor sobre a existência de glúten em alimentos. STJ. 2ª Turma. REsp
DE
1600172-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 591).
AU
0L
47
Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
50
Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. E, segundo o STJ, em caso de dissolução da
07
associação que ajuizou ação civil pública, é possível sua substituição no polo ativo por outra associação que
36
substituição no polo ativo por outra associação que possua a mesma finalidade
O
41998
pelo Ministério Público ou por algum outro colegitimado (ex: associação),
RO
coletivas. STJ. 3ª Turma. EDcl no REsp 1405697-MG, Rel. Min. Marco Aurélio
NI
Segundo o STJ, pode uma associação defender interesses transindividuais que ultrapassem os de seus
L
70
d) Legitimidade Passiva: A Lei de Ação Popular é omissa quanto à legitimidade passiva, razão pela qual o STJ
36
e) Competência
CO
O
● Critério Funcional - NÃO há prerrogativa de foro na Ação Civil Pública, razão pela qual o julgamento
ND
● Critério Material:
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
⦁ Justiça eleitoral: É competente para questões relacionadas à sufrágio e questões político-
02
partidárias;
STA
⦁ Justiça do trabalho: relação de trabalho;direito sindical;proteção ao meio ambiente do trabalho.
CO
⦁ Justiça comum: Pode ser ajuizada na Justiça Federal, se presente uma das hipóteses do art. 109,
DO
I, da CF/88.
S EN
⇨ É possível o incidente de deslocamento de competência em ACP.
RO
⇨ NÃO cabe ACP em juizados cíveis, federais e da Fazenda.
CE
NI
● Critério Territorial: Em relação às ações civis públicas cujo objeto seja de âmbito local, deve-se
DE
aplicar o art. 2º da Lei nº 7.347/85, que prevê o foro do local onde tiver ocorrido o dano:
AU
0L
47
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer
50
o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
07
36
Em relação às ações civis públicas cujo objeto seja de âmbito nacional ou regional, a lei é omissa,
02
motivo pelo qual deve-se recorrer ao art. 93, II, do CDC, com base na noção de microssistema processual (art.
A
ST
21 da LACP). 41998
CO
O
justiça local:
SE
II - no foro da Capital
41998 do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito
RO
de competência concorrente.
NI
DE
Portanto, em se tratando de ação civil pública com abrangência nacional ou regional, sua propositura
AU
deve ocorrer no foro, ou na circunscrição judiciária, de capital de Estado ou no Distrito Federal. E, uma vez
L
70
fixada essa competência, o primeiro que conhecer da matéria, entre os competentes, ficará prevento. (Info
04
1012)
5
07
Vamos esquematizar?
36
02
envolvidos
RO
E
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197
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
41998
36
f) Considerações processuais importantes:
02
STA
● ÓRGÃOS PÚBLICOS LEGITIMADOS E ASSOCIAÇÕES PRIVADAS PODEM TRANSACIONAR EM SEDE DE
CO
ACP CONFORME ART. 5º, §6º.
DO
● EFEITO SUSPENSIVO DA APELAÇÃO: Quem define que efeito terá a apelação é o próprio juiz da causa
EN
(art. 14 LACP).
S
● REEXAME NECESSÁRIO: Somente ocorre quando a ação é julgada improcedente ou extinta sem
RO
julgamento do mérito.
CE
● ABRANGÊNCIA DA SENTENÇA:
NI
DE
AU
💣 MUITA ATENÇÃO AQUI! DECISÃO SOBRE O TEMA!
0L
47
O art. 16 da Lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), com redação dada pela Lei nº 9.494/97,
estabelece o seguinte: 50
07
36
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
02
Esse artigo foi alterado pela Lei nº 9.494/97 com o objetivo de restringir a eficácia subjetiva da coisa
SE
julgada, ou seja, ele determinou que a coisa julgada na ACP deveria produzir efeitos apenas dentro
RO
Em outras palavras, o que o art. 16 quis dizer foi o seguinte: a decisão do juiz na ação civil pública
NI
não produz efeitos no Brasil todo. Ela irá produzir efeitos apenas na comarca (se for Justiça Estadual) ou na
DE
A doutrina criticou bastante essa alteração promovida no art. 16 e afirmou que a regra ali prevista
L
70
não deveria ser aplicada por ser inconstitucional, impertinente e ineficaz. Como ficou então a posição da
04
jurisprudência?
5
07
36
● STJ –“A eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO deve ficar limitada
02
ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a decisão”. STJ. Corte Especial.
A
ST
● STF –“É INCONSTITUCIONAL a delimitação dos efeitos da sentença proferida em sede de ação civil
ND
pública aos limites da competência territorial de seu órgão prolator. STF. Plenário. RE 1101937/SP,
SE
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).
RO
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
7. INQUÉRITO CIVIL
02
TA
S
É uma investigação administrativa a cargo do MP, destinada a colher elementos para eventual
CO
propositura de ACP, podendo servir de base para o oferecimento de denúncia criminal.
DO
a) Características 41998
EN
● Procedimento preparatório;
S
● Procedimento meramente administrativo;
RO
● Procedimento informativo;
CE
● Não obrigatório;
NI
● É público;
DE
● Privativo do MP;
AU
● Inquisitorial (não há contraditório).
0L
47
b) Fases do Inquérito Civil
50
I) INSTAURAÇÃO: Ocorre através de portaria, que deve indicar o objeto da investigação. A portaria pode ser
07
baixada das seguintes formas:
36
● De ofício;
02
● Por representação;
A
ST
Obs.1: O fato de o promotor ter presidido o inquérito civil NÃO gera a suspeição para o ajuizamento de ACP;
O
Obs. 2: Doutrina majoritária entende não ser possível a instauração de inquérito civil por denúncia anônima.
ND
II) INSTRUÇÃO:
SE
● Poder de intimação de qualquer pessoa para depoimento, sob pena de condução coercitiva;
CE
III) CONCLUSÃO: A LACP NÃO estipula prazo para a conclusão do inquérito civil. Ao final, o promotor tem
DE
duas opções:
AU
● Promover a ACP;
L
70
órgão superior do MP, no prazo de 3 dias, sob pena de responsabilidade penal. Os órgãos superiores
5
07
∘ Homologação do arquivamento;
02
199
EN
UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
META 5 – SEXTA-FEIRA
02
STA
DIREITO PENAL: A LEI PENAL E SUA APLICAÇÃO
CO
DO
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
S EN
A lei penal é fonte formal imediata do direito penal e detém o monopólio para a criação de infrações
RO
penais e cominação de penas.
CE
No tocante à lei penal incriminadora, ela é formada por duas partes:
NI
● Preceito primário: descrição da conduta típica (ex.: “matar alguém”);
DE
● Preceito secundário: cominação da pena em abstrato (“reclusão de 6 a 20 anos”).
AU
0L
47
O Brasil optou pelo sistema da proibição indireta, criado por Binding, segundo o qual a lei penal é
50
descritiva e não proibitiva. A lei não diz “não matar”, “não furtar”, ela apenas descreve as condutas proibidas.
07
O autor diferencia lei de norma. Veja:
36
como crime “matar alguém”, a norma que se extrai dela é “não matar”. Assim, quando o agente mata alguém,
A
ST
De acordo com a doutrina, as leis penais podem ser classificadas da seguinte maneira:
CE
NI
A) INCRIMINADORAS: Criam crimes e cominam penas. Estão na Parte Especial do Código Penal e na
DE
ilicitude. Em regra, estão previstas na Parte Geral do Código Penal (art. 23), mas algumas estão na
36
OBS.: Parte da doutrina (Rogério Greco) classifica como normas permissivas as normas que afastam
ND
a ilicitude (justificantes) e as que afastam a culpabilidade (exculpantes). Por sua vez, outra parte da
SE
doutrina (Fernando Capez, Luiz Flávio Gomes) inclui nas normas permissivas apenas aquelas que
RO
200
EN
UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
02
b.3) Interpretativas: São normas que esclarecem o conteúdo e o significado de outras normas penais.
S TA
É o caso, por exemplo, do conceito de funcionário público para fins penais, previsto no art. 327 do
CO
CP.
DO
b.4) Finais (Complementares): Delimitam o campo de validade das leis incriminadoras, como os art.
EN
2º e 5º do CP.
S
b.5) Diretivas: Estabelecem princípios, como o art. 1º do CP, que trata da reserva legal.
RO
b.6) Integrativas (de Extensão): Complementam a tipicidade no tocante ao nexo causal em crimes
CE
omissivos impróprios, à tentativa e à participação (arts. 13, §2º, 14, II e 29, caput, do CP,
NI
respectivamente).
DE
AU
c) COMPLETAS / PERFEITAS: Apresentam todos os elementos da conduta criminosa.
0L
41998
47
50
d) INCOMPLETAS / IMPERFEITAS: São normas que reservam a complementação da definição da conduta
07
criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública ou a análise do julgador. São leis penais em
36
definida como a espécie de lei penal cuja definição da conduta criminosa reclama
SE
complementação, seja por outra lei, seja por ato da Administração Pública. O seu
RO
Franz Von Liszt diz que “são corpos errantes em busca de alma”.
AU
L
70
I – Lei penal em branco EM SENTIDO LATO / HOMOGÊNEA / IMPRÓPRIA: O complemento tem a mesma
36
natureza jurídica e deriva do mesmo órgão que elaborou a lei incriminadora, ou seja, é outra lei. Ex.: art. 169,
02
§ único, I, do Código Penal, complementado pelo art. 1.264 do Código Civil. Podem ser de duas espécies:
A
ST
CO
estão no mesmo diploma legislativo. Ex.: Art. 304 do CP - Fazer uso de qualquer dos papéis
ND
estão em diplomas normativos diversos. Ex.: art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior.
02
É complementado pelo CC.
STA
CO
II – Lei penal em branco EM SENTIDO ESTRITO / HETEROGÊNEA / FRAGMENTÁRIA / PRÓPRIA: O
DO
complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto do que elaborou a norma
EN
incriminadora. Ex.: Lei de drogas e Portaria 344/98.
S
RO
III – Lei penal em branco INVERSA ou AO AVESSO: O preceito primário é completo, mas o preceito
CE
secundário (pena) depende de complementação. O complemento, nesse caso, deve ser uma lei, tendo em
NI
vista o princípio da reserva legal. Ex.: genocídio.
DE
AU
IV – Lei penal em branco DE FUNDO CONSTITUCIONAL: O complemento do preceito primário é uma norma
0L
47
constitucional. É o caso, de acordo com Cleber Masson (2017, p. 128), do crime de abandono intelectual,
50
definido no art. 246 do CP, uma vez que o conceito de “instrução primária” está previsto no art. 208, I, da CF.
07
36
complementação. Ex.: art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de destruir ou danificar florestas de
A
ST
que, dentre várias hipóteses, previu um caso em que a área de preservação permanente será assim
O
considerada após declaração de interesse social por parte do Chefe do Poder Executivo.
ND
41998
SE
a) Exclusividade: Somente a lei pode criar delitos e as penas correspondentes (art. 5º, XXXIX, da CF).
NI
b) Imperatividade: Caso seja descumprida haverá a imposição de sanção (pena ou de uma medida).
DE
d) Impessoalidade: Seus efeitos são projetados a fatos futuros, incidindo sobre qualquer pessoa que venha
L
70
a praticá-los, ressalvadas duas exceções: as leis de anistia e a abolitio criminis, as quais alcançam fatos
04
concretos.
5
07
e) Anterioridade: Somente pode ser aplicada se estava em vigor no momento da prática da infração penal,
36
Excepcionalmente, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar os fatos passados,
RO
desde que benéfica ao réu, de modo que NÃO há, no direito penal, irretroatividade maléfica ao réu.
E
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202
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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Nesse contexto, a lei benéfica poderá retroagir mesmo que já tenha havido o trânsito em julgado da
02
sentença penal condenatória.
STA
Essa sistemática se aplica a norma que tenha caráter material (direito penal) ou misto (direito penal
CO
e processual penal). Apenas as normas de natureza processual (puras) NÃO se submetem à retroatividade
DO
benéfica.
EN
Ressalta-se que NÃO se pode dizer o mesmo acerca da jurisprudência, tendo em vista que, de acordo
S
com o entendimento dos Tribunais Superiores, é possível a aplicação de novo entendimento jurisprudencial
RO
para fatos ocorridos antes da mudança. Em outras palavras: a irretroatividade maléfica da norma não se
CE
aplica aos entendimentos jurisprudenciais. STF. 1ª Turma. HC 161452 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
NI
6/3/2020. STJ. 5ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 1361814/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado
DE
em 19/05/2020.
AU
0L
47
2.1. Teorias sobre a Eficácia da Lei Penal no Tempo
50
07
● Teoria da Atividade: Considera-se praticado o crime no momento da conduta, ou seja, no momento
36
da ação ou da omissão.
02
●
A
resultado.
O
ND
praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
RO
resultado.
CE
NI
DE
Essa definição só tem relevância em relação aos delitos materiais/causais, que demandam a
AU
produção de resultado naturalístico, uma vez que, somente nestes, a consumação pode se dar em momento
L
diferente do da prática da conduta, qual seja, com a produção do resultado. Nos crimes formais e de mera
70
conduta, a consumação ocorre conjuntamente com a prática da ação ou omissão, não importando o
04
41998
Consequências da adoção da Teoria da Atividade:
02
●
A
Aplica-se a lei penal que estava em vigor no momento da conduta, salvo se a lei penal posterior for
ST
203
EN
UD
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ATENÇÃO! Quanto ao termo inicial da prescrição da pretensão punitiva, o Código Penal adota a
02
TEORIA DO RESULTADO (art. 111, I, CP): A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa
STA
a correr: I - do dia em que o crime se consumou.
CO
DO
Dica DD: Mnemônico LUTA
EN
Lugar do crime = Ubiquidade
S
Tempo do crime = Atividade
RO
CE
2.2. Abolitio Criminis
NI
DE
É a supressão da figura criminosa, abolir do ordenamento a figura de um tipo penal incriminador,
AU
aplicando-se a retroatividade benéfica. Assim, prevê o art. 2º, do CP:
0L
47
50
Art. 2º, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
07
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
36
41998
41998
CO
a) Natureza jurídica
O
ND
Causa de extinção da punibilidade. Parece ter sido a adotada pelo CP, conforme art. 107, III, CP.
SE
Prevalece na doutrina.
RO
CE
Extinção da punibilidade
NI
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
AU
L
70
Com o Estatuto do Desarmamento, foi previsto um prazo para que proprietários de arma de fogo
36
entregassem ou regularizassem o registro da arma. Durante esse prazo, não incidiu o tipo penal respectivo,
02
o crime de posse irregular de arma de fogo ficaria “suspenso” por algum tempo. Esse prazo foi chamado de
A
ST
Sobre o tema: Súmula 513 STJ: "A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao
O
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
ND
204
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36
Essa abolitio criminis temporária se aplica a fatos praticados entre 23/12/2003 a 23/10/2005 para os crimes
02
de posse de arma de uso permitido e restrito, bem como as condutas equiparadas. Porém, a partir de
STA
23/10/2005 a 31/12/2009, passou a incidir somente sobre a conduta de posse de uso permitido.
CO
DO
b) Abolitio Criminis X Princípio da continuidade normativo-típica
S EN
Na abolitio criminis há supressão da figura criminosa, pois a intenção do legislador é não mais
RO
considerar o fato criminoso. Já no princípio da continuidade normativo-típica há a migração do conteúdo
CE
criminoso para outro tipo penal incriminador, pois a intenção é manter a natureza criminosa do fato. O STF
NI
também já utilizou o termo transmudação geográfica do tipo penal.
DE
AU
0L
ABOLITIO CRIMINIS PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
47
Supressão formal e material da figura criminosa. Supressão formal do tipo.
50
07
O fato deixa de ser criminoso. A intenção do legislador é manter a natureza
36
A intenção é não mais considerar o fato criminoso Migração do conteúdo criminoso para outro tipo
41998
CO
penal incriminador.
O
Ex.: art. 240 – Adultério. Houve supressão tanto Ex.: art. 214 - Atentado violento ao pudor. O que
ND
material, quanto formal da conduta do campo de antes era este crime, agora é estupro. Não houve
SE
41998
incidência do direito penal, deixando de ser crime. abolitio.
RO
CE
1. Apropriação indébita previdenciária - Desde a lei 9.983/00, essa conduta está prevista no art. 168-
L
A do CP. Porém, antes de 2000, tínhamos o art. 95 da Lei 8.212/91. O STF entendeu que a lei
70
9.983/00, ao alterar essa figura típica de posição (da Lei 8212 para o art. 168-A), o fez com o intuito
04
de ter uma continuidade típico normativa, de modo que, a rigor, não há sucessão de leis no tempo,
5
07
2. Rapto violento era previsto no art. 219, 220, 221 e 222 no CP - Essa figura do rapto foi revogada pela
02
Lei 11.106/05. No entanto, essa mesma Lei inclui o inciso V no art. 148, §1º do CP – sequestro e
A
ST
cárcere qualificado se o crime for praticado com fins libidinosos. O STF decidiu que houve uma
CO
CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA.
O
3. Corrupção de menores prevista na Lei 2.252/54 (art. 1°) - Essa lei também foi revogada pela Lei
ND
12.015/08, incluindo no ECA o art. 224-B. STF e STJ entenderam que não houve abolitio criminis e
SE
consequente extinção da punibilidade. Pois essa conduta apenas migrou de tipo penal, havendo o
RO
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c) Abolitio Criminis x Novatio Legis in Mellius (“lex mitior”)
STA
CO
A novatio legis in mellius é a nova lei que de qualquer modo favoreça o agente (art. 2°, §único, CP):
DO
A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos
EN
por sentença condenatória transitada em julgado.
S
RO
Semelhanças entre abolitio criminis e novatio legis:
CE
● A retroatividade benéfica é automática, independente de cláusula expressa;
NI
●
DE
Pode ser aplicada de ofício pelo juiz ou, ainda, mediante provocação das partes;
●
AU
Alcança, inclusive, fatos já definitivamente julgados, visto que a coisa julgada não é oponível à
0L
retroatividade benéfica.
47
50
Juízo competente para a aplicação: Depende do momento em que se encontra a persecução penal.
07
a) Se estiver na fase do inquérito ou na ação penal de 1ª instância quem aplica é o juiz de 1ª grau.
36
02
condenação. 41998
CO
O
41998
ATENÇÃO! A lei penal benéfica possui ULTRATIVIDADE, ou seja, pode ser aplicada mesmo após a sua
CE
A título de exemplo, imagine que o agente pratica 03 furtos, nas mesmas circunstâncias de tempo,
36
02
local e modo de execução. Quando começou a cadeia criminosa, o furto era punido pela lei “A”, com pena
A
de 1 a 4 anos. No meio da cadeia criminosa, veio a lei “B”, que previa a pena de 1 a 5 anos. No crime
ST
●
ND
Crime permanente: Trata-se de crime cuja consumação é prolongada no tempo pela vontade do
agente. Ex.: extorsão mediante sequestro - a consumação já se deu com a privação da liberdade, mas
SE
RO
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EN
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Nestes dois casos, considerando que o agente deu continuidade às condutas por opção, aplica-se
STA
sempre a última lei vigente, mesmo que mais grave, conforme entendimento sumulado.
CO
DO
Súmula 711, do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
EN
crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
S
permanência.
RO
41998
CE
CRIME PERMANENTE CRIME CONTINUADO
NI
É aquele cuja consumação se prolonga no É aquele em que o agente pratica, mediante mais
DE
AU
tempo, por vontade do agente. de uma ação ou omissão, dois ou mais delitos
0L
Ex.: art. 159, CP (extorsão mediante sequestro). da mesma espécie, e pelas condições de tempo,
47
O crime se consuma no momento em que o lugar, maneira de execução e outras
50
agente priva a liberdade da vítima, mas continua semelhantes, devem os subsequentes ser
07
se consumando até a libertação do ofendido. havidos como continuação do primeiro. Trata-
36
vigor a lei menos gravosa, mas no período em Ex.: Caso o agente pratique cinco crimes, porém
A
ST
lei mais gravosa, aplica-se a última. lei menos gravosa, enquanto que o quinto é
O
se a última.
SE
RO
1ª Corrente: Não é possível, pois o juiz, assim agindo, transforma-se em legislador, criando uma terceira lei.
DE
(Nelson Hungria). Prevalece no STF e STJ. Nesse sentido, a Súmula 501, STJ: “É cabível a aplicação retroativa
AU
da lei n. 11.343/06, desde que o resultado da incidência de suas disposições, na íntegra, seja mais favorável
L
70
ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.360/76, sendo vedada a combinação de leis”.
5 04
07
benéfica. Não se trata de criação, mas combinação de leis (Luiz Flávio Gomes). Se o juiz pode aplicar o “todo”
02
de uma lei ou de outra para favorecer o agente, ele pode escolher “parte” de uma e de outra para o mesmo
A
ST
Embora prevaleça a 1ª Corrente nas Cortes Superiores, não se pode ignorar que o próprio STJ tem
ND
precedentes combinando leis. É o caso do art. 273 do CP e art. 33, Lei 11.343/06. Com alicerce no princípio
SE
da proporcionalidade o STJ entendeu pela substituição do preceito secundário do art. 273, CP pelo do art.
RO
E
IC
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36
33, Lei 11.343/06 (AgRg no REsp 1509051/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado
02
41998
STA
CO
Em contraponto, julgado mais recente do STF vedou essa aplicação, conforme se verifica no Tema 1003 (RE
DO
979962), cuja tese aprovada foi: “É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do art. 273 do Código
EN
Penal, com redação dada pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa), à hipótese prevista no
S
seu § 1º-B, I, que versa sobre a importação de medicamento sem registro no órgão de vigilância sanitária.
RO
Para esta situação específica, fica repristinado o preceito secundário do art. 273, na redação originária
CE
(reclusão, de 1 a 3 anos, e multa).” (aprovada em 24/03/2021).
NI
DE
2.4. Lei Excepcional e Temporária
AU
0L
●
47
Lei temporária: É aquela que tem prefixado no seu texto o tempo de sua vigência. Logo, possui prazo
determinado na lei. Ex.: Lei 12.663/12 (Lei da FIFA). 50
07
● Lei excepcional: É a que atende a transitórias necessidades estatais, tais como guerra, epidemias,
36
02
calamidades. Perdura por todo o tempo excepcional, que não é preestabelecido na lei. É editada em
A
função de algum evento transitório, sendo que perdura enquanto persistir o estado de emergência.
ST
41998
CO
Art. 3º, CP: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
O
Características:
CE
Ultratividade: Os fatos praticados durante sua vigência continuam sendo punidos ainda que
L
ATENÇÃO! Estas leis NÃO se sujeitam aos efeitos da abolitio criminis, salvo se lei posterior for
5
07
Segundo o STF, depende. Em se tratando de norma penal em branco homogênea (imprópria), cujo
O
Já nos casos de norma penal em branco heterogênea, cuja complementação normalmente é feita por ato
SE
administrativo, só retroagirá caso o ato não se dê em situação de excepcionalidade, ou seja, se for proferido
RO
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- Ato não visa proteger situação excepcional, ou seja, proferido em situações de normalidade: Há
02
retroatividade da lei penal benéfica, a exemplo da retirada do cloreto de etila da lista da Portaria da Anvisa
STA
que complementa a Lei de Drogas.
CO
- Ato que visa proteger situação excepcional: Não retroage. Por exemplo, portarias que fazem tabelamento
DO
de preços, para reger, por exemplo, crimes contra a ordem econômica. Nestas hipóteses, se não foi
EN
41998
obedecido o tabelamento daquela data, mas posteriormente houve a correção da tabela para um patamar
S
superior, não haverá a retroatividade da lei penal, vez que o que se buscava era tutelar aquela situação de
RO
caráter excepcional.
CE
NI
2.5. Lei Intermediária
DE
AU
Vamos exemplificar para ficar mais fácil.
0L
47
Fulano praticou um delito durante a vigência da Lei 1, que cominou para tal conduta a pena de 6 anos
50
de reclusão. Durante o processo, entra em vigor a Lei 2, modificando a respectiva pena para 3 anos. Por fim,
07
quando da sentença, já está em vigor a Lei 3, que pune a mesma conduta com 4 anos de reclusão.
36
Assim, podemos facilmente verificar que a lei mais benéfica a ele é a 2ª, certo? Porém, ela não estava
02
em vigor nem na data do fato, nem na data da sentença, sendo uma lei intermediária. E aí, será que ela pode
A
ST
Tanto a doutrina, como o STF entendem que SIM, é possível aplicar a lei intermediária, desde que
O
seja a mais benéfica entre as 3 na sua integralidade. E esta é uma lei possui duplo-efeito: retroatividade -
ND
retroage para alcançar o fato; e ultratividade - possui força para alcançar a sentença ou o julgamento.
SE
RO
Eventualmente, um fato criminoso pode atingir os interesses de dois ou mais Estados igualmente
DE
soberanos. Assim, o estudo da lei penal no espaço visa a delimitar qual é o âmbito territorial de aplicação da
AU
● Territorialidade (art. 5º, CP): Aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no
5
07
● Extraterritorialidade (art. 7º, CP): Aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos do
02
exterior. EXCEÇÃO.
A
ST
(RELATIVIZADA / TEMPERADA).
RO
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02
3.1. Princípios
STA
CO
● Princípio da Nacionalidade / Personalidade Ativa: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente,
DO
não importando o local do crime, a nacionalidade da vítima ou dos bens jurídicos lesados. Ou seja, a
EN
lei brasileira é aplicada
41998 em razão da nacionalidade do sujeito ativo - art. 7º, II, b, CP.
S
●
RO
Princípio da Nacionalidade / Personalidade Passiva: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito
passivo. Ou seja, a lei brasileira é aplicada ao crime praticado por estrangeiro contra brasileiro - art.
CE
7º, § 3º, CP.
NI
●
DE
Princípio da Defesa Real / da Proteção / Real: Aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico
AU
violado, não importando o local ou nacionalidade do agente. Ou seja, a lei brasileira é aplicada ao
0L
crime cometido fora do Brasil, que afete interesse nacional - art. 7º, I, a, b, c, CP.
47
● Princípio da Justiça Universal / Universalidade / Justiça Cosmopolita: O agente fica sujeito à lei do
50
país em que for capturado, não importa o local do crime, nem a nacionalidade do agente ou da
07
vítima. Este princípio está normalmente presente nos tratados internacionais de cooperação de
36
02
em punir qualquer crime - art. 7º, I, d e II, a, CP (obs.: em relação ao inciso I, d, existem autores que
ST
41998
dizem que se trata do princípio do domicílio, mas a doutrina majoritária entende como justiça
CO
universal).
O
●
ND
Princípio da Representação / da Bandeira / Subsidiário: A lei brasileira será aplicada aos crimes
SE
cometidos no estrangeiro em aeronaves e embarcações privadas brasileiras, desde que não sejam
RO
Território é o espaço que o país exerce sua soberania política. O território brasileiro abrange a
L
superfície terrestre (solo e subsolo), as águas interiores, o mar territorial (12 milhas marítimas a partir da
70
baixa-mar do litoral continental e insular - Lei n° 8.617/93, art. 1°) e o espaço aéreo correspondente (teoria
04
5
da soberania sobre a coluna atmosférica). No caso de território neutro, aplica-se a lei do país do agente.
07
O conceito de território nacional abrange não apenas o espaço físico, mas, também, um espaço
36
02
jurídico por ficção, equiparação ou extensão, previsto no art. 5º, § 1º, CP.
A
⋅ Se públicos ou a serviço do Brasil: considera-se território brasileiro onde quer que se encontre;
CO
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Públicas ou a serviço do governo brasileiro. Quer se encontre em território nacional ou
02
TA
estrangeiro.
S
Mercantes ou particulares brasileiras. Se estiverem em alto-mar ou no espaço aéreo
CO
correspondente.
DO
Estrangeiras. Apenas quando privadas em território nacional.
S EN
OBS.1: Princípio da reciprocidade
RO
As embarcações e aeronaves estrangeiras, de natureza pública ou a serviço do governo estrangeiro,
CE
são consideradas extensão do território estrangeiro, mesmo se estiverem em território brasileiro.
NI
DE
AU
OBS.2: Embaixada é território nacional. NÃO é extensão do território que representa. No entanto, é
0L
inviolável.
47
3.2. Extraterritorialidade 50
07
36
02
41998
ATENÇÃO! Não se aplica a lei brasileira às CONTRAVENÇÕES PENAIS praticadas no exterior (art. 2°,
ST
41998
DL 3.688/41).
CO
Caiu em prova Delegado ES/2019! João Carlos, 30 anos, brasileiro, com residência transitória na Argentina,
A
aproveitando-se da aquisição de material descartado por uma indústria gráfica falida, passou a fabricar
ST
moeda brasileira em território argentino. Para garantir a diversidade da moeda falsificada, João imprimia
CO
notas de 50 e de 100 reais. Ao entrar em território brasileiro João foi revistado por policiais que encontraram
as notas falsificadas em meio a sua bagagem. João foi acusado da prática do crime previsto no artigo 289 do
O
Código Penal.
ND
SE
● Crimes praticados contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
RO
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∘ Princípio da defesa real ou proteção.
02
●
TA
Crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
S
∘ Princípios: cosmopolita ou universalidade (genocídio), personalidade ativa (agente
CO
brasileiro), domicílio (domiciliado no Brasil).
DO
EN
A Lei de Tortura prevê mais uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada: Art. 2°, Lei
S
9.455/97: (...) o disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido no território
RO
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
CE
NI
DE
B) CONDICIONADA: Admissível nos crimes previstos no art. 7°, II, CP. É preciso respeitar as condições
AU
cumulativas previstas no Código Penal.
●
0L
Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
47
∘ Princípio da justiça universal.
● Crimes praticados por brasileiro; 50
07
∘ Princípio da personalidade / nacionalidade ativa.
36
●
02
CONDIÇÕES (CUMULATIVAS):
SE
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (PRINCÍPIO DA DUPLA TIPICIDADE)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
CE
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
NI
DE
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
AU
C) HIPERCONDICIONADA: Conforme previsão no art. 7°, §3°, CP, a lei brasileira aplica-se também ao
504
crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil - princípio da personalidade passiva -, se,
07
Parte da doutrina chama esse parágrafo de territorialidade hipercondicionada, tendo em vista que
CO
além das condições previstas para a modalidade condicionada, precisa preencher uma dessas outras duas.
O
ND
41998
COMPETÊNCIA
SE
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Via de regra, a competência para julgar o indivíduo que praticou o crime fora do território nacional,
02
mas que está sujeito à aplicação da lei brasileira, será da Justiça Estadual. Contudo, excepcionalmente, se
STA
estiver presente alguma das hipóteses do art. 109 da Constituição Federal, a competência será da Justiça
CO
Federal.
DO
Vale também a leitura do art. 88 do CPP, que determina que: No processo por crimes praticados fora
EN
do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o
S
acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
RO
Ainda, conforme o art. 8º, do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
CE
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Sobre o tema, a jurisprudência:
NI
DE
O agente não pode responder a ação penal no Brasil se já foi processado
AU
criminalmente, pelos mesmos fatos, em um Estado estrangeiro
0L
47
O art. 5º do Código Penal afirma que a lei brasileira se aplica ao crime cometido no
50
território nacional, mas ressalva aquilo que for previsto em “convenções, tratados
07
e regras de direito internacional”. A Convenção Americana de Direitos Humanos
36
forma expressa a dupla persecução penal pelos mesmos fatos. Desse modo, o art.
A
ST
a dupla persecução penal por idênticos fatos. Vale, por fim, fazer um importante
ND
impostas pela CIDH. Isso significa que, se ficar demonstrado que o Estado que
CE
Turma. HC 171118/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/11/2019 (Info 959).
36
02
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36
02
OBS.1: Lugar do delito x Locus comissi delicti
STA
Cuidado para não confundir o lugar do delito para o Código Penal (teoria da ubiquidade) com locus
CO
comissi deliciti para o código de Processo Penal (teoria do resultado):
DO
● Lugar do delito: serve para os crimes à distância (crimes que perpassam mais de um país).
EN
. Tema de direito penal (art. 6º, CP);
S
. Adota a Teoria da Ubiquidade.
RO
● Locus comissi delicti: lugar onde se consuma o crime.
CE
. Tema de direito processual penal (art. 70, CPP);
NI
DE
. Adota a Teoria do Resultado.
AU
0L
OBS.2: Crime à distância x Crime plurilocal
47
● Crime à distância (espaço máximo): percorre territórios de dois Estados soberanos. Envolve
50
conflito internacional de jurisdição que se resolve com base no art. 6º, CP (teoria da
07
ubiquidade).
36
02
41998
CO
#DICA DD: De acordo com o CP, o crime cometido dentro do território nacional a bordo de navio que apenas
O
ND
passava pelo mar territorial brasileiro aplica-se a lei nacional, porque o crime tocou o nosso território.
SE
Atualmente, aplica-se a chamada PASSAGEM INOCENTE, dispondo que quando um navio passa no território
RO
nacional somente como passagem necessária para chegar ao seu destino, não há necessidade de autorização
do Governo Brasileiro para tanto, hipótese em que NÃO se aplica a lei brasileira. A passagem inocente
CE
somente se refere a navio, segundo Rogério Sanches os aviões não desfrutam da passagem inocente (art. 3º
NI
DE
da Lei nº 8.617/93).
AU
L
4.1 Introdução
07
36
02
Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
CO
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I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
02
Constituição;
TA
S
CO
Imunidade diplomática/parlamentar x Artigo 5º, caput, e inciso I, da CF:
DO
Nesse ponto, deve-se analisar que a isonomia garantida constitucionalmente é substancial,
EN
permitindo tratar os desiguais de forma desigual, na medida de sua desigualdade. Além disso, a imunidade
S
leva em conta dados objetivos e não subjetivos do agente, haja vista que a imunidade é uma prerrogativa
RO
funcional, e não um privilégio da pessoa. Nesse sentido, é possível dizer que a lei penal se aplica a todos,
CE
nacionais ou estrangeiros, por igual, não existindo privilégios pessoais.
NI
Há, no entanto, pessoas que, em virtude de suas funções, ou em razão de regras internacionais,
DE
desfrutam de imunidades. Logo, longe de ser uma garantia pessoal, trata-se de necessária PRERROGATIVA
AU
FUNCIONAL, proteção ao cargo ou função desempenhada pelo seu titular. Por isso, a doutrina entende que
0L
47
NÃO se deve falar em “foro privilegiado”, mas sim em “foro por prerrogativa de função”.
50
07
PRIVILÉGIO PRERROGATIVA
36
É uma exceção da lei comum deduzida da É o conjunto de precauções que rodeiam a função.
02
41998
É próprio da aristocracia das ordens sociais É próprio das aristocracias das instituições
CE
iv. Funcionários das organizações internacionais, quando em serviço (ex. funcionários da ONU).
CO
O
Por força da característica da generalidade da lei penal, os agentes diplomáticos devem obediência
SE
ao preceito primário do país em que se encontram. Escapam, no entanto, da sua competência jurídica, ou
RO
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seja, da punição (preceito secundário), permanecendo sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem
02
(INTRATERRITORIALIDADE).
TA
S
Primeiramente, é importante observar que a lei penal é formada pelo preceito primário (que possui
CO
o conteúdo criminoso) e pelo preceito secundário (que traz a consequência jurídica, a sanção penal).
DO
Então, o diplomata que mata alguém comete crime sim. O que fica diferente é a consequência
EN
jurídica.
S
E se no país de origem da diplomata não houver punição? Haverá, então, um conflito de direito
RO
internacional, que, ao ser resolvido pelas imunidades, pode levar ao fato de o diplomata não ser punido.
CE
OBS.: Por disposição expressa, o agente diplomático NÃO poderá ser objeto de nenhuma forma de
NI
detenção ou prisão. Veja o art. 29 do Decreto 56.435: A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não
DE
poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá-lo-á com o devido
AU
respeito e adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou
0L
47
dignidade.
50
Note, ainda, que esta inviolabilidade a que estão sujeitos se estende à sua residência particular,
07
documentos, correspondências e bens (art. 30, Decreto 56.435).
36
O diplomata NÃO pode renunciar à sua imunidade, pois é uma prerrogativa do cargo. Contudo, o
CE
Ex. caso nos EUA em que um diplomata da Geórgia dirigindo embriagado atropelou a brasileira. O
DE
país renunciou a imunidade do diplomata e ele respondeu de acordo com uma lei americana.
AU
esta é do cargo e não da pessoa). Poderá haver renúncia por parte do Estado de origem, ficando o diplomata
04
sujeito à lei do país em que ocorreu o crime (art. 32, Dec. 56.435/65).
5
07
36
O agente consular possui imunidade somente nos delitos praticados em razão da função, NÃO
A
ST
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Possui imunidade: Possui imunidade somente nos delitos
02
TA
a) Nos crimes comuns; praticados em razão da função.
S
b) Nos crimes praticados em razão da
CO
função.
DO
EN
A embaixada é extensão do território que representa?
S
RO
Quanto à territorialidade das embaixadas, mesmo havendo divergências entre alguns doutrinadores,
decidiu o STF que as mesmas NÃO FAZEM parte do território do país que representam, tendo em vista que
CE
as sedes diplomáticas, de acordo com a Convenção de Viena, possuem apenas inviolabilidade. Então, a
NI
DE
embaixada não é extensão do território, mas é inviolável. Diante disso, para se cumprir a lei do país no
AU
interior da embaixada, deve primeiro se passar pelas regras de direito internacional, NÃO se podendo
0L
cumprir a lei do país nem mesmo se houver mandado judicial, ou flagrante delito.
47
4.3 Imunidades Parlamentares 50
07
36
41998
02
Súmula 245, STF: A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa
5
07
prerrogativa.
36
02
A
ATENÇÃO! A súmula só se aplica no caso de imunidade parlamentar relativa (NÃO se aplica para a imunidade
ST
parlamentar absoluta).
CO
O
ND
A imunidade só se aplica quando verificado o nexo causal com o exercício da função parlamentar.
SE
presumido. Fora das dependências do parlamento, o nexo deve ser comprovado. Logo, os deputados e
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senadores não são imunes somente nas dependências do parlamento. São imunes dentro e fora do
02
parlamento. Ocorre que, dentro do parlamento, o nexo causal entre a prática do delito e o exercício da
STA
função é presumido (facilitando a incidência da imunidade) e fora do parlamento, esse nexo deve ser
CO
comprovado.
DO
Não obstante, há jurisprudência do STF na qual foi afastada a incidência da imunidade por fato
EN
ocorrido na Casa Legislativa. Isso porque a 1ª Turma salientou que o fato de o parlamentar estar na Casa
S
legislativa no momento em que proferiu as declarações não afasta a possibilidade de cometimento de crimes
RO
contra a honra, nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo próprio parlamentar na Internet:
CE
NI
O Parlamento é o local por excelência para o livre mercado de ideias – não para o
DE
livre mercado de ofensas. A liberdade de expressão política dos parlamentares,
AU
ainda que vigorosa, deve se manter nos limites da civilidade. Ninguém pode se
0L
47
escudar na inviolabilidade parlamentar para, sem vinculação com a função, agredir
50
a dignidade alheia ou difundir discursos de ódio, violência e discriminação. PET
07
7174/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio,
36
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os
SE
autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que,
RO
pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela
CE
EC nº 35, de 2001)
NI
DE
O termo inicial dessa imunidade é desde a expedição do diploma e a garantia por ela prevista é a de
AU
que o parlamentar só pode ser preso em flagrante delito de crime inafiançável. Em todos os demais casos,
L
70
No caso de flagrante em crime inafiançável, a Casa Legislativa faz um juízo político da prisão. O juízo
5
07
NÃO é jurídico, mas político, ou seja, conforme a conveniência e oportunidade de se manter o parlamentar
36
preso.
02
A
ST
Art.53, CF, §3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime
ND
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
RO
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da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
02
ação. (Redação pela EC nº 35, de 2001)
TA
S
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
CO
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
DO
(Redação pela EC nº 35, de 2001)
EN
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
S
(Redação pela EC nº 35, de 2001)
RO
CE
A garantia funcional consiste no fato de a Casa Legislativa respectiva (Câmara ou Senado) poder
NI
sustar o andamento do processo, o que também suspende a prescrição.
DE
Cuidado: A imunidade NÃO impede a instauração de Inquérito Policial e nem a realização de
AU
investigação penal (STF).
0L
47
4.3.4 Imunidade relativa à condição de testemunha 50
07
36
41998
ST
Os deputados e senadores, quando arrolados, são obrigados a servir como testemunha. Eles prestam
SE
o compromisso de dizer a verdade. Contudo, NÃO estão obrigados a testemunhar sobre as informações
RO
recebidas ou prestadas em razão do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
CE
as informações.
NI
Ressalta-se que os Congressistas serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre
DE
OBS.1: O parlamentar indiciado (sujeito à investigação policial) NÃO tem a prerrogativa a que se
SE
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OBS.2: O STF, na AP 421, mitigou a prerrogativa do art.221, do CPP, pois utilizada para procrastinar
02
41998
intencionalmente o regular andamento e desfecho do processo (caso concreto: o parlamentar ficou
STA
marcando e desmarcando o horário e data da inquirição, então, o juiz designou dia e horário e determinou a
CO
inquirição no dia e horário e local por ele determinados).
DO
EN
4.3.5 Imunidades dos Parlamentares dos Estados (Deputados Estaduais)
S
RO
Art. 27, §1º, da CF: Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
CE
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
NI
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
DE
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
AU
0L
47
Os parlamentares dos Estados possuem as mesmas imunidades dos deputados federais, em razão do
princípio da simetria. Vejamos o entendimento do STF sobre o tema: 50
07
36
Isso porque tais imunidades foram expressamente estendidas aos Deputados pelo
SE
§ 1º do art. 27 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI
RO
5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados
CE
mandato e dentro da circunscrição do município. Então, essa é uma imunidade material limitada. Os
5
07
Há três correntes:
O
2ª Corrente: Há que se fazer distinção entre a natureza provisória dos alimentos e definitiva, cabendo a prisão
SE
somente para o último caso tendo em vista que, quanto aos provisórios, ainda não se exauriu a prova
RO
(Rogério Sanhes).
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41998
3ª Corrente: Cabível a prisão cível por dívida de alimentos independente da natureza observando o interesse
02
do alimentando (Novelino).
STA
CO
5. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA
DO
EN
Dispõe o art. 9º, do CP: A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie
S
as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
RO
CE
Obrigar o condenado à:
NI
●
DE
I- Reparação de danos civis; Depende de requerimento da parte interessada
AU
● Restituições;
0L
● Outros efeitos civis.
47
II - ● Sujeitar o condenado à medida Depende da existência de tratado de extradição entre o BR
de segurança.
50
e o país de origem OU requisição do MJ.
07
36
●
ST
Detração.
41998
CO
Em regra, a sentença estrangeira NÃO precisa ser homologada no Brasil para gerar efeitos, bastando
O
ND
prova legal da existência de condenação. No entanto, a sentença estrangeira necessita ser homologada no
SE
● Efeitos civis, a exemplo da reparação de danos, dependendo, ainda, de pedido da parte interessada;
CE
ATENÇÃO! A súmula 420 do STF diz o seguinte: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro
04
sem prova do trânsito em julgado”. Porém, com a entrada em vigor do CPC/2015, que trouxe previsão dos
5
07
requisitos para a homologação da sentença estrangeira, foi tacitamente revogado o art. 216-D, III, do RISTJ,
36
que exigia o trânsito em julgado. Agora, basta apenas que ela seja eficaz em seu país de origem. (Info 626
02
do STJ).
A
ST
CO
Contagem de prazo
SE
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Ao contrário dos prazos processuais, os prazos penais são improrrogáveis e, na sua contagem, o dia
S TA
de início se inclui no cálculo.
CO
DO
Frações não computáveis da pena
EN
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de
S
direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
RO
CE
41998
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
NI
DE
Interpretar é identificar a vontade da lei, definir seu conteúdo, seu significado, seu alcance.
AU
Na atividade interpretativa deve-se buscar sempre a mens legis, ou seja, a vontade da lei e não a
0L
47
mens legislatoris, que é a vontade do legislador.
É de cunho obrigatório, ainda que a lei pareça clara. 50
07
36
● Autêntica / Legislativa: Dada pela própria lei, ou seja, realizada pelo legislador, que edita uma lei
ND
mesmo que em prejuízo do réu, vez que não cria novo crime ou comina pena, apenas interpreta (só
RO
não se aplica fatos transitados em julgado). Ex.: art. 327 do CP - conceito de funcionário público.
CE
●
AU
Doutrinária / Científica: Dada pelos estudiosos, doutrinadores do direito penal. Ex.: exposição de
L
motivos do Código Penal, vez que dada pelos doutrinadores que elaboraram o projeto. (OBS.: a do
70
CPP é autêntica).
04
● Judicial / Jurisprudencial: Realizada pelos magistrados na decisão das causas que lhes são
5
07
submetidas ou fruto das decisões reiteradas dos tribunais, como regra não vinculantes. Exceção (são
36
vinculantes): sentença de caso concreto após o trânsito em julgado e súmulas vinculantes editadas
02
A
pelo STF.
ST
CO
● Teleológica: Considera à vontade ou intenção objetivada na lei, sua finalidade, utilizando-se de vários
SE
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02
Histórica: Busca a origem da lei, o fundamento de sua criação.
●
TA
Sistemática: Conjunto da legislação e dos princípios gerais de direito, sistema em que a norma está
S
inserida como um todo.
CO
● Progressiva: A lei é interpretada de acordo com o progresso da ciência que está progredindo.
DO
EN
C) QUANTO AO RESULTADO:
S
●
RO
Declarativa: A letra da lei corresponde aquilo que o legislador quis dizer.
● Extensiva: Amplia o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do texto.
CE
NI
Corrige a lei tímida, visto que ela disse menos do que gostaria.
DE
● Restritiva: Reduz o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do texto. A lei
AU
disse mais do que desejava.
0L
● Progressiva / Adaptativa / Evolutiva: Busca amoldar a lei à realidade atual, de acordo com os
47
progressos da cultura, da sociedade, da tecnologia, das ciências etc. O fundamento está no princípio
dinâmico.
50
07
36
desvinculado da Escola da Exegese, fundada em um raciocínio puramente silogista, mas valendo de uma
A
41998
CO
● Interpretação Extensiva: Existe norma para o caso concreto, mas amplia o alcance da norma,
RO
Ex.: antigo art. 157, §2º, II, CP, hoje revogado, que utilizava o termo “arma” e a interpretação era de
NI
sentido contrário no STJ, entendendo pela proibição da interpretação extensiva in malam partem.
70
504
STJ entende que em direito penal, não é permitida a interpretação extensiva para
07
36
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DELEGADO PERNAMBUCO
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●
02
Interpretação Analógica: Existe norma para o caso, mas o legislador previu uma fórmula casuística
TA
seguida de uma genérica, permitindo ao juiz encontrar outros casos similares. Também pode ser in
S
malam partem
CO
Ex.: art. 121, §2º, I, CP.
DO
“Paga, promessa de recompensa” – fórmula casuística
EN
“Ou outro motivo torpe” – fórmula genérica
S
As duas opções citadas acima, são FORMAS DE INTERPRETAÇÃO.
RO
CE
Analogia: NÃO existe norma para o caso concreto, e o juiz aplica a lei prevista para outro caso quando
NI
DE
verificada lacuna legislativa. Não é forma de interpretação, é FORMA DE INTEGRAÇÃO, de suprir
AU
lacunas. Só é possível em benefício do réu.
0L
47
Características:
∘ Não é forma de interpretação, mas de integração; 50
07
∘ Pressupõe lacuna;
36
∘ Parte-se do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo
02
pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal empregada à outra situação similar.
A
ST
41998
CO
Para finalizar o assunto, vamos a uma tabelinha excelente para revisão, elaborada pelo professor
CE
Rogério Sanches.
NI
DE
Existe norma para o caso Existe norma para o caso Não existe norma para o caso
04
concreto. 41998
concreto. concreto.
5
07
Amplia-se o alcance da palavra Utilizam-se exemplos seguidos de Cria-se uma nova norma a partir de
36
(não importa no surgimento de uma forma genérica para alcançar outra (analogia legis) ou do todo do
02
Prevalece ser possível sua É possível sua aplicação no Direito É possível sua aplicação no Direito
CO
aplicação no Direito Penal in Penal in bonam ou in malam Penal somente in bonam partem.
O
malam partem)
RO
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
Ex.: a antiga expressão “arma” no Ex.: Homicídio mediante paga ou Ex.: isenção de pena, prevista nos
02
TA
crime de roubo majorado (art. promessa de recompensa, ou por crimes contra o patrimônio, para
S
157, §2º, II, CP – hoje revogado). outro motivo torpe (art. 121, §2º, cônjuge e, analogicamente, para o
CO
I, III e IV do CP) companheiro (art. 181, I do CP).
DO
EN
8. CONFLITO APARENTE DE NORMAS
S
RO
Verifica-se quando há um só fato e, aparentemente, duas ou mais normas vigentes são aplicáveis a
CE
ele. ATENÇÃO! Trata-se de tema com alta incidência em provas.
NI
DE
AU
a) Requisitos:
●
0L
Unidade de fato (fato único);
47
● Pluralidade de normas;
● Vigência simultânea de todas elas. 50
07
36
02
Cuidado: Aqui NÃO se trata de sucessão de leis penais no tempo, mas de duas leis penais que estão em vigor
A
simultaneamente. Se NÃO estão vigentes, aí sim o assunto é o conflito de leis penais no tempo, que se
ST
b) Princípios Orientadores:
SE
●
RO
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE:
Como explica Cleber Masson, há subsidiariedade entre duas leis penais quando ambas tratam de
CE
estágios ou graus diversos de ofensa a um mesmo bem jurídico, de forma que a ofensa mais ampla e dotada
NI
DE
de maior gravidade, descrita pela lei primária, engloba a menos ampla, contida na subsidiária, ficando a
AU
A norma subsidiária só se aplica quando não houver subsunção do fato à norma mais grave, que é a
70
norma principal, devendo então ser aplicada a norma subsidiária, que segundo Hungria funciona como
04
5
“soldado de reserva”.
07
∘ Expressa: Ocorre quando o próprio tipo penal traz a fórmula “se não houver crime mais
A
grave”, como por exemplo, temos o crime de dano qualificado, previsto no art. 163, p. único,
ST
∘ Tácita: Ocorre quando o tipo penal não traz a fórmula, mas é possível perceber o caráter de
ND
grave ameaça.
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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ATENÇÃO: No contexto da incidência do princípio da subsidiariedade o delito menos grave funcionará como
S TA
CRIME DE PASSAGEM ou TIPO PENAL DE PASSAGEM.
CO
DO
Crime de Passagem ou Ubi Major Mino Cessati: O delito de menor gravidade é subsidiário diante de um
EN
delito de maior gravidade. É o crime que eu pratico quando quero praticar um crime mais grave.
S
RO
Ex.: Crime de dano é subsidiário ao crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Ora, para o
CE
indivíduo praticar o furto pelo rompimento de obstáculo, ele necessariamente tem que praticar um dano.
NI
Assim, o dano é um elemento qualificador da figura típica do furto qualificado. Pelo princípio da
DE
subsidiariedade, o indivíduo responde apenas pelo furto qualificado. Se, eventualmente faltar uma
AU
elementar para o crime de furto, há o soldado de reserva: crime de dano.
0L
47
● PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE: 50
07
A lei especial derroga a lei geral. O princípio da especialidade é de utilização obrigatória e prevalece
36
sobre os demais. Destaque-se que se exclui a aplicação da lei geral no caso concreto, mas não há revogação.
02
É a soma dos elementos da lei geral com elementos especializantes. Pode estar no mesmo diploma
A
ST
legislativo ou diversos.
41998 Ex.: homicídio e infanticídio; omissão
41998 de socorro do CP e omissão de socorro de idoso
CO
e vários outros.
O
ND
ATENÇÃO! O princípio da especialidade é o único que se aplica sempre de maneira abstrata. Ou seja: a
SE
comparação entre a norma geral e a norma especial é feita no plano abstrato. Todos os outros princípios
RO
● PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO:
DE
AU
Verifica-se quando o crime previsto por uma norma (consumida) não passa de uma fase de realização
L
do crime previsto em outra norma (consuntiva) ou é uma norma de transição para o último (crime
70
progressivo). A consunção pressupõe que esses crimes protejam o mesmo bem jurídico. Aplica-se às
04
seguintes hipóteses:
5
07
∘ Crime progressivo: Quando o agente, para alcançar um resultado ou crime mais grave,
36
precisa passar por um crime menos grave. Ex.: Para o homicídio, passa-se pela lesão corporal.
02
resultado e, depois de alcançá-lo, opta por prosseguir na prática ilícita e reinicia outra
CO
conduta, produzindo um evento mais grave. É uma nova vontade que surge na execução. O
O
∘ Fato anterior impunível (ante factum impunível): São fatos anteriores que estão na linha de
SE
anterior era obrigatório; aqui o crime anterior (meio) foi o escolhido dentre os possíveis. Ex.:
E
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
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Súmula 17, STJ: “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é
02
por este absorvido”. O agente pratica falsidade documental, visando cometer um
STA
estelionato. A falsidade foi um crime-meio para prática do estelionato, desse modo, é um
CO
ante factum impunível.
DO
∘ Fato simultâneo impunível: Também chamado de concomitante impunível, é aquele
EN
41998
praticado no mesmo momento em que é praticado o fato principal. Ex.: estupro em via
S
pública (o ato obsceno é um meio para prática do estupro).
RO
∘ Fato posterior impunível (post factum impunível): O fato posterior impunível retrata o
CE
exaurimento do crime principal praticado pelo agente, por ele não podendo ser punido. Aqui
NI
se absorve o crime praticado, após exaurido o crime querido. Ex.: falsificação de documento
DE
e uso de documento falso – quando praticados pelo mesmo agente, ele só responde pela
AU
falsificação.
0L
47
50
Hipóteses casuísticas de incidência do princípio da consunção ou absorção:
07
(1): O crime consumado (delito perfeito) absorve o crime tentado (delito imperfeito).
36
(3): Porte ilegal de arma e receptação dolosa - NÃO SE APLICA a consunção (Info 433 STJ).
A
ST
objetividade jurídica e momento consumativo diversos. Tribunais vêm afirmando que os crimes de porte
O
ilegal de arma e receptação dolosa possuem bens jurídicos distintos, vítimas distintas, momentos de
ND
Contexto fático: Indivíduo pratica um fato típico, mas não ilícito (amparado por uma excludente de
CE
ilicitude da legítima defesa). Ocorre que, o meio pelo qual ele utilizou para repelir a injusta agressão era uma
NI
arma de fogo com numeração raspada, do qual ele não tinha o devido registro.
DE
A discussão era: O delito de porte/posse de arma de fogo com numeração raspada resta absorvido
AU
pelo crime de homicídio? Se sim, como o homicídio fora praticado em legítima defesa, a excludente de
L
70
ilicitude atingiria também o crime de porte de arma de fogo com numeração raspada?
04
A jurisprudência do STJ e STF sempre tiveram a posição de que seria possível a absorção, pelo
5
07
homicídio, de eventual porte de arma, se aquela arma for usada exclusivamente para a prática do homicídio,
36
Nesse julgado específico, o STF entendeu que a consunção NÃO alcançaria a posse ilegal de arma de
A
ST
fogo com numeração raspada. Isso porque, nesse caso, o indivíduo efetivamente não teria “portado aquela
CO
arma de fogo exclusivamente para repelir a agressão”. A rigor, o indivíduo já portava a arma com a
O
numeração raspada, e então utilizou a arma para repelir a injusta agressão, de modo que a potencialidade
ND
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02
Caiu em prova Delegado RO/2022! O cotejo se dá entre fatos concretos, de modo que o mais completo, o
inteiro, prevalece sobre a fração. Não há um único fato buscando se abrigar em uma ou outra lei penal
TA
caracterizada por notas especializantes, mas uma sucessão de fatos, todos penalmente tipificados, na qual o
S
CO
mais amplo consome o menos amplo, evitando-se que este seja duplamente punido, como parte de um todo
e como crime autônomo. Cleber Masson (com adaptações). No conflito aparente de normas, o trecho
DO
apresentado explica o princípio da consunção. (item correto)
EN
S
● PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE:
RO
a) Própria: Tem aplicação nos crimes plurinucleares, ou seja, crimes de ação múltipla ou conteúdo
CE
variado, que são crimes compostos de pluralidade de verbos nucleares (ações típicas). Nesse caso, o
NI
crime permanece único, não desnatura a unidade do crime. Ex.: art. 33 da Lei de Drogas. Ex.:
DE
importar, guardar, transportar e vender a droga.
AU
b) Imprópria: Quando duas ou mais normas penais disciplinam o mesmo fato.
0L
47
50
Este último princípio não é unânime, não sendo aceito por relevante parcela da doutrina. Na
07
alternatividade própria não haveria conflito, não havendo pluralidade de normas aplicáveis, vez que a
36
conduta está no mesmo tipo penal. Na imprópria, se há duas leis tratando do mesmo fato, haveria, na
02
41998
CO
S ubsidiariedade
ND
E specialidade
SE
C onsunção
RO
A lternatividade
CE
NI
Os 3 primeiros são unânimes na doutrina e o 4º não. Então na hora de marcar, fique atento ao
DE
comando da questão.
AU
O objetivo do instituto é evitar o bis in idem e manter a unidade lógica e a coerência do sistema
L
70
penal. Pode até haver conflitos entre normas, mas o sistema é único, perfeito e apresenta ele próprio meios
04
para solucioná-los.
5
07
41998
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
02
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo;
CO
228
EN
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DIREITO ADMINISTRATIVO: PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
02
STA
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
CO
⦁ Art. 84, IV e VI, CF/88
DO
⦁ Art. 11 a 17, Lei 9784/99
EN
⦁ Art. 53 a 55, Lei 9784/99
S
RO
⦁ Art. 1°, §1° da Lei nº 9.873/99
⦁
CE
Art. 78, CTN
NI
DE
41998
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!
AU
CF/88
0L
⦁ Art. 84, IV, CF/88
47
⦁ Art. 12, 13 e 14, Lei 9784/99
⦁ Art. 78, CTN
50
07
36
02
A
1. INTRODUÇÃO
ST
41998
CO
Assim, sempre que o Estado “pode” atuar para alcançar o interesse público, ele na verdade deve. Não são
A
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EN
UD
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Legislativo e Judiciário). Os poderes do Estado não são instrumentais, são poderes
02
estruturais que realizam a atividade pública.
STA
II- Poderes da Administração (poder funcional): são as prerrogativas instrumentais
CO
conferidas aos agentes públicos para a realização do interesse público.
DO
EN
Em face disto, os poderes da administração só serão legítimos enquanto busca alcançar o interesse
S
coletivo, de modo que, se extrapolar o caráter da instrumentalidade, ocorrerá o chamado ABUSO DE PODER.
RO
Segundo o professor Matheus Carvalho, “o abuso de poder pode decorrer de condutas comissivas –
CE
quando o ato administrativo é praticado fora dos limites legalmente impostos – ou de condutas omissivas –
NI
situações nas quais o agente público deixa de exercer uma atividade imposta a ele por lei, ou seja, quando
DE
se omite no exercício de seus deveres. Em ambos os casos, o abuso de poder configura ilicitude que atinge o
AU
ato dele decorrente.” (CARVALHO, 2017, p. 120)
0L
47
O abuso de poder se subdivide em: 50
07
● Excesso de Poder: A autoridade pública atua fora dos limites de sua competência - VÍCIO DE
36
41998
COMPETÊNCIA.
02
● Desvio de Poder: O agente público visa interesses individuais OU a autoridade busca o interesse
A
ST
Assim, seja em decorrência de excesso ou desvio de finalidade, o abuso de poder ensejará a nulidade
ND
do ato administrativo.
SE
Vamos esquematizar?
RO
CE
ABUSO DE PODER
NI
DE
competência que foi atribuída ao Agente agente pratica o ato visando outra finalidade
04
Público, ou seja, a atuação deste vai além do que não aquela prevista pela lei. O agente
5
07
que lhe foi conferido busca fins diversos daquele previsto na regra
36
de competência.
02
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UD
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
Está presente quando a lei estabelece uma única solução possível diante de uma situação de fato,
02
fixando todos os requisitos e não deixando margem de apreciação subjetiva.
STA
Assim no Poder Vinculado, não há margem de escolha no caso concreto, pois todos os elementos do
CO
ato administrativo são vinculados.
DO
EN
Elementos sempre vinculados dos atos administrativos: COMPETÊNCIA, FINALIDADE e FORMA.
S
RO
2.2 Poder Discricionário
CE
NI
DE
Nesse caso, o administrador também está subordinado à lei, porém, há situações nas quais o próprio
AU
texto legal confere margem de opção/discricionariedade ao administrador, e esse tem o encargo de
0L
identificar a solução mais adequada para defender o interesse público.
47
Denota-se que existe uma margem de escolha, que deverá ocorrer dentro dos limites da lei, tendo
50
como parâmetro o mérito administrativo – a escolha será feita com base na oportunidade e conveniência.
07
Em outras palavras: essa margem de escolha conferida ao agente público é denominada de mérito
36
02
segundo conceitos de valor, haverá discricionariedade. Por exemplo, a expressão “passeata tumultuosa” é
ND
um conceito jurídico vago. Deste modo, cada administrador no caso concreto deverá observar se aquela
SE
passeata é tumultuosa. Outro exemplo que podemos citar é o poder que a Administração Pública possui de
RO
Obs.1: A redação legal ultrapassada ou insatisfatória não enseja discricionariedade, mas mera interpretação
AU
Obs.2: Diferença entre poder discricionário e poder arbitrário: “discricionariedade é liberdade de ação
04
administrativa, dentro dos limites permitidos em lei; arbítrio é ação contrária ou excedente da lei. Ato
5
07
discricionário, quando autorizado é legal e válido; ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido” (MEIRELLES,
36
2013, p. 127).
02
A
ST
Elementos dos atos administrativos que podem ser discricionários: MOTIVO e CONTEÚDO/OBJETO.
CO
O
Obs.3: A autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro considera que o elemento FORMA também pode ser
ND
41998
discricionário no caso de a lei prever mais de uma forma possível para praticar o mesmo ato. Além disso,
SE
RO
também considera que a FINALIDADE pode ser discricionária se considerada em sentido amplo
E
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231
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36
(correspondendo ao interesse público), mas nunca se considerada em sentido restrito (resultado específico
02
do ato que decorre da lei) (PIETRO, 2018, p. 294).
S TA
CO
2.3 Limites da discricionariedade e controle judicial
DO
EN
O controle feito pelo Judiciário sob os atos administrativos limitar-se-á à análise da sua legitimidade,
S
ou seja, verificar se aquele ato foi praticado dentro dos limites da lei (controle de legalidade).
RO
Assim, em relação aos atos vinculados, o Poder Judiciário poderá examinar, em todos os seus
CE
aspectos, a conformidade do ato com a lei. Por outro lado, quanto aos atos discricionários, o controle judicial
NI
somente é possível quanto aos aspectos da legalidade, de modo que não pode haver interferência no
DE
mérito administrativo. Não pode adentrar na conveniência e oportunidade, mas somente verificar se está
AU
de acordo com a lei.
0L
47
50
Mérito Administrativo: É o aspecto do ato administrativo relativo à conveniência e
07
oportunidade; só existe nos atos discricionários. Seria um aspecto do ato
36
Pública. Dessa forma, o poder Judiciário não pode examinar o mérito dos atos
A
ST
e oportunidade.
NI
DE
Obs.: No caso da discricionariedade proveniente dos conceitos jurídicos indeterminados, o limite do mérito
02
para fins de averiguação de sua legitimidade é o princípio da razoabilidade e proporcionalidade. Isto porque,
A
ST
(ilicitude/ilegitimidade). Atente-te para o fato que, no exercício do controle, o Judiciário deverá restringir-se
O
à declaração da ilegalidade daquele ato, não devendo/podendo fazer substituir-se pela Administração.
ND
SE
Teorias elaboradas para fixar limites ao exercício do poder discricionário (PIETRO, 2018, p. 300):
RO
E
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36
(1) Teoria do desvio de poder: o desvio ocorre quando a autoridade usa do poder discricionário para
02
atingir fim diferente daquele que a lei fixou. Quando isso ocorre, fica o Judiciário autorizado a
STA
decretar a nulidade do ato;
CO
(2) Teoria dos motivos determinantes: quando a Administração indica os motivos que a levaram a
DO
praticar o ato, este somente será válido se os motivos forem verdadeiros. Para apreciar esse aspecto,
EN
o Judiciário terá que examinar os motivos, ou seja, os pressupostos de fato e as provas de sua
S
ocorrência.
RO
CE
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS DISCRICIONÁRIOS:
NI
DE
(1) O Administrador está livre para agir diante de competência discricionárias, mas nos devidos parâmetros
AU
do Direito, sem prejudicar ou desrespeitar os direitos dos Administrados.
0L
(2) A discricionariedade deve ser entendida de forma ampla, a abarcar não só a ideia de mérito
47
administrativo, mas de conceitos indeterminados e a sua compreensão a partir de princípios.
50
(3) O Poder Judiciário, quando chamado a emitir controle jurisdicional sobre atos administrativos, deve
07
inicialmente verificar se os atos são discricionários ou vinculados.
36
41998
. Se vinculado – o controle se efetiva tendo por base a LEGALIDADE;
02
discricionários de forma ampla, pois são expedidos segundo juízo de discricionariedade e oportunidade do
O
administrador e se refere ao mérito administrativo. Por isso, outro poder que não o próprio que expediu o
ND
(5) É pacífico o entendimento de que o Judiciário NÃO pode apreciar o mérito dos atos administrativos;
RO
(6) Cresce na doutrina e jurisprudência o entendimento de que é possível ao Judiciário a análise dos atos
CE
discricionários para se evitar arbitrariedades, desde que NÃO seja modificado o mérito administrativo.
NI
(7) Há possibilidade de o Judiciário verificar, à luz da legalidade, a validade dos atos administrativos
DE
discricionários.
AU
L
70
3. PODERES EM ESPÉCIE
504
07
que tem o Chefe do forma como se organiza a Pública a aplicar penalidades restringir ou condicionar o
ST
CO
Poder Executivo de Administração Pública, aos servidores públicos e às exercício dos direitos
expedir decretos que, havendo agentes ou demais pessoas sujeitas à individuais em prol dos
O
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EN
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36
a outros agentes ou aquele que possui algum
02
TA
órgãos superiores. vínculo específico com a
S
Administração, seja funcional
CO
ou contratual.
DO
EN
3.1 Poder Normativo (ou Regulamentar)
S
RO
É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para editar atos administrativos gerais para a
CE
fiel execução das leis. Contudo, esse poder vai além da edição de regulamentos, pois abarca outros atos
NI
normativos, como deliberações, instruções, resoluções.
DE
AU
No exercício do poder regulamentar, o Estado não inova no Ordenamento Jurídico, criando direitos
0L
e obrigações, o que a Administração faz é expedir normas que irão assegurar a fiel execução da lei, sendo
47
esta última inferior.
50
Seu fundamento para a competência do Presidente encontra-se no art. 84, IV, da CF/88 estende-se,
07
por simetria, a Governadores e Prefeitos.
36
O Poder Normativo é uma consequência do caráter relativo do princípio da separação dos poderes
02
que, segundo a doutrina do checks and balances, permite a cada Poder o exercício de funções atípicas de
A
ST
a) Regulamentos Executivos:
RO
● O regulamento executivo é norma geral e abstrata. É geral porque não tem destinatários
CE
reguladas; é abstrata porque dispõe sobre hipóteses que, se e quando verificadas no mundo
DE
41998
b) Regulamentos Autônomos:
36
● O regulamento executivo não se presta a detalhar a lei, mas sim substituem a Lei;
02
● São considerados atos normativos primários, pois retiram sua força diretamente da Constituição e
CO
do decreto meramente regulamentar (regulamento executivo), editado para detalhar a fiel execução da lei,
RO
234
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
Para a doutrina majoritária, “os regulamentos autônomos vedados no ordenamento jurídico
02
brasileiro, a não ser pela exceção do art. 84, VI da CF”. Por outro lado, há doutrina trazendo como exemplos
STA
de regulamentos autônomos os artigos 103-B, §4º, I (CNJ) e art. 130-A, §2º, I (CNMP), ambos da Constituição
CO
41998
Federal. Por isso, fique atento ao enunciado da questão, pois ambos os entendimentos podem ser
DO
considerados corretos na prova.
EN
Ao lado dessas exceções supra, previstas expressamente na CF, Rafael Oliveira entende ser possível
S
admitir outros casos não expressos de poder normativo, a partir do princípio da juridicidade.
RO
CE
Vamos esquematizar?
NI
REGULAMENTOS EXECUTIVOS REGULAMENTOS AUTÔNOMOS
DE
AU
Explicita a lei para a sua fiel execução. Trata de questão ainda não prevista em lei.
0L
Art. 84, IV da CF. Art. 84,VI da CF – alterado com o advento da EC de 32.
47
Art. 84. Compete privativamente 50
ao Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
07
Presidente da República: IV - sancionar, República: VI - dispor, mediante decreto, sobre: a)
36
promulgar e fazer publicar as leis, bem como organização e funcionamento da administração federal,
02
expedir decretos e regulamentos para sua quando não implicar aumento de despesa nem criação
A
ST
República (CF/1988, art. 84, IV) e vulnerar políticas públicas de proteção a direitos
RO
235
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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SEMANA 02/09
36
regulamentar, que inova na ordem jurídica e fragiliza o programa normativo
02
estabelecido pela Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). ADI 6.119/DF,
TA
S
ADI 6.139/DF, ADI 6.466/DF, ADI 6.134 MC/DF, ADI 6.675 MC/DF, ADI 6.676 MC/DF,
CO
ADI 6.677 MC/DF, ADI 6.680 MC/DF, ADI 6.695 MC/DF, ADPF 581 MC/DF e ADPF
DO
586 MC/DF.
S EN
c) Regulamentos autorizados (delegados): Editados no exercício de função normativa delimitada em ato
RO
41998
legislativo.
CE
NI
É legítima — desde que observados os respectivos limites de controle externo, a
DE
precedência das disposições legais (princípio da legalidade) e as prerrogativas
AU
próprias conferidas aos órgãos do Poder Executivo — a edição de atos normativos
0L
47
por tribunais de contas estaduais com o objetivo de regulamentar
50
procedimentalmente o exercício de suas competências constitucionais. STF. ADI
07
4.872/PR, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Ministro Gilmar
36
Obs.1: Cuidado para não confundir Poder Regulamentar com Poder Regulatório!
ND
reguladoras;
NI
DE
Envolve a edição de normas gerais para fiel Engloba o exercício de atividades normativas,
AU
Atenção à jurisprudência:
02
A
236
EN
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0L
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
Nacional. STF. ADI 5.906/DF, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão
02
Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 3.3.2023.
STA
CO
Deslegalização
DO
Consiste na possibilidade do Poder Legislativo, através de lei, transferir para a Administração Pública a
EN
competência para editar normas sobre assuntos cuja complexidade e velocidade de transformação exigem
S
uma nova dinâmica normativa, que possibilita inclusive, o exercício de discricionariedade técnica. A questão
RO
deixa de ser tratada pela lei e passa a ser tratada pelo ato administrativo.
CE
Com efeito, consiste a deslegalização “na retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias, do domínio da
NI
DE
lei (domaine de la loi) passando-as ao domínio do regulamento (domaine de lordonnance)” (MOREIRA NETO,
AU
Diogo de Figueiredo. Agências reguladoras, In: Mutações do direito administrativo, Rio de Janeiro: Ed.
0L
Renovar, 2007, p. 218)
47
Considerações importantes: 50
07
● O STF admite, desde que ocorra dentro dos parâmetros estabelecidos na lei.
36
02
● A lei que promove a deslegalização deve definir os parâmetros dentro dos quais a administração
A
deve atuar.
ST
É poder de estruturação interna da atividade pública (dentro da mesma pessoa jurídica), de modo
RO
de órgãos diferentes.
NI
DE
Trata-se, portanto, de relação de subordinação administrativa entre agentes públicos, que pressupõe
AU
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo
70
Subordinação e vinculação
A
administrativa, seja entre órgãos da Administração Direta, seja no interior de determinada entidade da
ND
Administração Indireta. Portanto, a subordinação tem caráter interno, não havendo que falar em
SE
237
EN
UD
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N
DE
AU
RETA FINAL
0L
47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
SEMANA 02/09
36
Por outro lado, a relação de vinculação é encontrada entre entidades da Administração Indireta e os
02
respectivos entes federados. Entre pessoas jurídicas distintas, em razão da autonomia dessas entidades.
STA
Assim, não existe hierarquia, mas apenas os controles previstos expressamente a legislação (vinculação).
CO
Trata-se de relação externa, envolvendo pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica própria e
DO
autonomia.
EN
Em resumo: não existe hierarquia entre a Administração Direta e as entidades componentes da
S
Administração Indireta (existe controle ministerial/finalístico/tutela). O poder hierárquico também não é
RO
exercido sobre os órgãos consultivos.
CE
NI
DE
Os órgãos administrativos consultivos, embora incluídos na hierarquia administrativa para fins
AU
disciplinares, fogem à relação hierárquica.
0L
47
🡺 NÃO há hierarquia nas funções típicas jurisdicionais e legislativa.
50
07
O poder hierárquico confere uma série de prerrogativas aos agentes públicos hierarquicamente
36
● Rever atos praticados pelos subordinados para anulá-los, quando ilegais, ou revogá-los por
SE
superior, após o devido processo legal, garantindo a ampla defesa e o contraditório, deverá aplicar
AU
L
a) Delegação: A delegação de atribuições, uma das manifestações do poder hierárquico, é o ato de conferir
02
41998
ST
● O ato de delegação de competência, revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante, decorre
O
238
EN
UD
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N
DE
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RETA FINAL
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47
DELEGADO PERNAMBUCO
50
07
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36
● Nos termos propostos pela Lei nº 9.784, é vedada a delegação e avocação:
02
✔ Casos de competência exclusiva definida em lei;
STA
✔ Para decisão de recurso administrativo;
CO
✔ Para edição de atos normativos.
DO
EN
Método para gravar: CE (competência exclusiva); NO (normativos) RA (recurso) → CENORA
S
RO
CE
b) Avocação: A avocação é fenômeno inverso ao da delegação e consiste na possibilidade de o superior
NI
hierárquico trazer para si temporariamente o exercício de competências legalmente estabelecidas para
DE
órgão ou agente hierarquicamente inferior. Destacamos que, ao contrário da delegação, não cabe avocação
AU
fora da linha hierárquica, uma vez que a utilização do instituto depende de um poder de vigilância e controle
0L
somente existente nas relações hierarquizadas.
47
● O chefe chama para si, de forma temporária, a competência que seria de agente subalterno.
● A avocação é medida excepcional. 50
07
36
● A excepcionalidade da avocação nos permite concluir que ela sempre deverá ser temporária.
02
A
É importante a leitura dos artigos 11 a 17 da Lei nº 9784/99, pois muitas vezes as provas cobram a
ST
41998
literalidade dos artigos!
CO
O
ND
vínculo de natureza especial com o Estado o Poder Público. A função deste poder
70
p. 130).
36
02
A
Dessa forma, o Poder Disciplinar consiste na possibilidade de a Administração aplicar punições àqueles que
ST
possuem algum vínculo específico com a Administração, seja de natureza funcional ou contratual.
CO
O
ND
Considerações importantes:
41998
SE
● As sanções NÃO podem ser aplicadas a particulares, devendo existir um vínculo de natureza especial.
RO
E
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239
EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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36
● É um poder interno, não permanente e discricionário. Na verdade, é vinculado quanto ao dever de
02
punir e discricionário quanto à seleção da pena aplicável.
TA
S
ATENÇÃO!!! Súmula 650-STJ: A autoridade
41998 administrativa não dispõe de discricionariedade para
CO
aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando caracterizadas as hipóteses previstas no art.
DO
132 da Lei nº 8.112/90. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/09/2021.
EN
● A aplicação de qualquer uma dessas penalidades exige instauração de prévio processo administrativo
S
com garantia de contraditório e ampla defesa, sob pena de nulidade da punição.
RO
● O Poder Disciplinar pode decorrer do Poder Hierárquico, haja vista tratar-se a hierarquia de uma
CE
espécie de vinculação especial, mas também pode decorrer dos contratos celebrados pela
NI
Administração Pública, sejam regidos pelo direito público ou pelo direito privado.
DE
● É um poder interno, sancionatório, por meio do qual a administração pública pode aplicar sanção às
AU
pessoas a este vinculado.
0L
47
50
O poder disciplinar é um poder sancionatório, mas nem toda sanção configura poder disciplinar, visto que o
07
poder disciplinar decorre da existência de um vínculo especial entre o Estado e o sujeito que está sendo
36
punido, do contrário estará diante da manifestação do poder de polícia. Logo: Estado punindo pessoas
02
vinculadas a ele é manifestação do poder disciplinar, por outro lado, já o Estado punindo particulares não
A
ST
legal ou negocial.
NI
DE
● Particulares inseridos em relações jurídicas especiais com a administração, mas que não são
AU
considerados agentes públicos. Ex.: aplicação de multa contratual à empresa contratada pela
L
Administração, sanções aplicadas aos alunos de escola pública e aos usuários de biblioteca pública
70
etc.
04
5
07
STF: É impossível substituir o mérito administrativo pelo Poder Judiciário, estando o controle limitado à
36
ATENÇÃO: É lição comum na doutrina que o poder disciplinar é exercido de forma discricionária. A afirmação
CO
deve ser analisada com bastante cuidado no que concerne ao seu alcance. Caso o indivíduo sob disciplina
O
administrativa cometa infração, não restará qualquer opção ao gestor senão aplicar-lhe a penalidade
ND
legalmente prevista, ou seja, a aplicação da pena é ato vinculado. A discricionariedade, quando existente, é
SE
relativa à graduação da penalidade ou à escolha entre as sanções legalmente cabíveis, uma vez que no
RO
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direito administrativo não predomina o princípio da pena específica (que corresponde à necessidade de
02
prévia definição em lei da infração funcional e da exata sanção cabível).
STA
CO
Súmula 650 do STJ – A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade
DO
para aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando caraterizadas as
EN
hipóteses previstas no artigo 132 da Lei 8.112/1990.
S
RO
3.4 Poder de Polícia
CE
NI
DE
a) Conceito: O poder de polícia consiste na prerrogativa que tem o Estado de restringir, frenar, limitar a
AU
atuação do particular em razão do interesse público. É fruto da compatibilização do interesse público em
0L
face do privado.
47
50
Tenha em mente que o poder de polícia não é um poder interno, decorre da supremacia do interesse
07
público, não dependendo para sua manifestação de nenhum vínculo especial (ao contrário do que exige o
36
poder disciplinar).
02
41998
A
ST
Caiu em prova Delegado ES/2022! No exercício do poder de polícia, o município poderá estabelecer os
AU
horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais situados em seu território – (item considerado
L
correto).
70
04
b) Natureza dos Atos: É poder negativo, mas em alguns casos também é positivo. Ex: Exigência para o
5
07
Pode-se citar alguns exemplos que demonstram a dimensão da multiplicidade de situações em que
ST
✔ Fiscalização exercida sobre pessoas físicas ou jurídicas pelos conselhos de fiscalização profissional;
SE
RO
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✔ Interdição de um estabelecimento que viole normas sanitárias;
02
✔ Aplicação de uma multa a restaurante que infringiu normas ligadas à proteção da saúde pública;
TA
41998
S
✔ Lavratura de auto de infração contra empresa que violou normas relativas à vigilância sanitária;
CO
✔ Demolição de edifício particular que ameaçava ruir; i) Expedição de porte de arma de fogo.
DO
EN
c) Sentidos do Poder de Polícia:
S
RO
(1) Sentido amplo: compreende toda e qualquer atuação estatal restritiva à liberdade e propriedade;
(2) Sentido restrito: diretamente relacionada ao exercício da função administrativa.
CE
Pode ser:
NI
DE
● Preventiva. Ex.: quando trata de disposições genéricas e abstratas como, por exemplo, as
AU
portarias e regulamentos que se materializam nos atos que disciplinam horário para
0L
funcionamento de determinado estabelecimento, proíbem desmatar área de proteção
47
ambiental, soltar balões, entre outros.
● 50
Repressiva: ao praticar atos específicos observando sempre a obediência à lei e aos
07
● Fiscalizadora: quando previne eventuais lesões, como, por exemplo, vistoria de veículos,
ST
41998
fiscalização de pesos e medidas entre outros.
CO
O
ND
⋅ Predominantemente repressiva.
L
atos administrativos.
04
5
⋅ Exaure-se em si mesma;
07
⋅ Eminentemente preventiva.
A
ST
Vamos esquematizar?
CO
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ADMINISTRATIVA ● Exaure-se em si mesma;
02
TA
Incide sobre bens e direitos, trata de infrações ● Incide sobre bens e direitos;
S
administrativas e se manifesta na edição de ● Eminentemente preventiva.
CO
atos administrativos.
DO
EN
PODER DE POLÍCIA X PODER DAS POLÍCIAS (PODER POLICIAL)
S
(STJ, HC 830.530-SP, julgado em 27/9/2023)
RO
CE
Poder de Polícia Poder das Polícias ou Poder Policial
NI
“Conceito de direito administrativo previsto no art. “É típico dos órgãos policiais, é marcado pela
DE
78 do Código Tributário Nacional e explicado pela possibilidade de uso direto da força física para fazer
AU
doutrina como "atividade do Estado consistente em valer a autoridade estatal, o que não se verifica nas
0L
41998
limitar o exercício dos direitos individuais em demais formas de manifestação do poder de polícia,
47
50
benefício do interesse público". (PODER DE POLÍCIA que somente são legitimadas a se valer de
07
ADMINISTRATIVA). mecanismos indiretos de coerção, tais como multas
36
POLÍCIA JUDICIÁRIA).
A
ST
41998
CO
. Supremacia Geral: O exercício do poder de polícia tem por destinatários todos os particulares que se
04
5
. Supremacia Especial: Quando os administrados travam relações jurídicas específicas com o Estado.
36
02
A
* Inicialmente, entendia-se que essas relações de sujeição especial ficavam excluídas do Direito, sendo
ST
desnecessário observar o devido processo legal. A doutrina moderna entende que se aplica o princípio da
CO
legalidade a tais relações, mas de forma mais flexível, reconhecendo-se maior liberdade à atuação
O
ND
administrativa.
SE
* A distinção entre supremacia geral e especial é usada para definir poder de polícia (geral) e disciplinar
RO
(especial).
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STA
O Poder de Polícia compreende 4 ciclos:
CO
(1) Ordem de Polícia
DO
(2) Consentimento de Polícia
EN
(3) Fiscalização de Polícia
S
(4) Sanção de Polícia
RO
CE
(1) ORDEM DE POLÍCIA: é o preceito legal básico que dá validade à limitação prevista, para que não se
NI
pratique ato que lesionará o interesse público ou para que não deixe de fazer algo que evitará a lesão
DE
ao interesse público. Ex: Código de Trânsito Brasileiro que contém normas genéricas e abstratas para
AU
a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação.
0L
47
50
(2) CONSENTIMENTO DE POLÍCIA: é o ato administrativo que confere anuência ao exercício de atividade
07
ou ao uso de propriedade.
36
Pode ser:
02
▪ Licença ou autorização por operação: O ato se esgota com a sua emissão, sem estabelecer relação
SE
jurídica permanente entre particular e Estado. Ex: Licença para construir edifício;
RO
duradoura entre o particular e o Estado. Ex: Emissão da carteira corporifica a vontade o Poder
NI
Público.
DE
AU
(3) FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA: é a verificação se as ordens de polícia estão sendo cumpridas (se não
L
70
está sendo exercida uma atividade vedada ou se uma atividade consentida está sendo executada
04
dentro dos limites estabelecidos). Ex: Administração instala equipamentos eletrônicos para verificar
5
07
(4) SANÇÃO DE POLÍCIA: é a fase em que, verificada afronta à ordem de polícia, é aplicada a pena de
A
ST
Obs.: LEGISLAÇÃO (ORDEM DE POLÍCIA) e FISCALIZAÇÃO são as únicas fases que sempre existirão num ciclo
ND
de polícia; O CONSENTIMENTO nem sempre estará presente, pois há atos que, embora sem consentimento,
SE
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Limites ao poder de polícia: princípio da legalidade; princípio da proporcionalidade (necessário,
02
adequado e proporcional em sentido estrito); núcleo essencial dos direitos individuais; o limite do limite
STA
(limitação de liberdades públicas)
CO
DO
O poder de polícia pode ser delegado?
S EN
O Poder de Polícia é considerado atividade típica de Estado e, portanto, somente pode ser exercido pelas
RO
pessoas jurídicas de direito público componentes da Administração Direta ou da Administração Indireta.
CE
Nesse sentido, para o STJ e doutrina amplamente majoritária, as atividades de ordem de polícia e de
NI
DE
aplicação de sanções derivam de indiscutível poder coercitivo do Estado e, justamente por isso, NÃO
AU
poderiam ser delegadas a pessoas jurídicas de direito privado. Por outro lado, as atividades de
0L
consentimento e fiscalização (2º e 3º ciclos do Poder de Polícia) seriam compatíveis com a natureza de uma
47
sociedade de economia mista, sendo, em tese, passíveis de delegação.
50
No entanto, embora a doutrina seja praticamente uníssona no sentido de que somente os ciclos de
07
fiscalização e consentimento do Poder de Polícia podem ser delegados às pessoas jurídicas de direito privado
36
integrantes da Administração Pública, em entendimento do Plenário do STF, no bojo (RE) 633782, com
02
repercussão geral reconhecida (Tema 532), a Corte fixou a seguinte tese: “É constitucional a delegação do
A
ST
Nesse sentido, para o STF, além da fiscalização e do consentimento, no âmbito do ciclo de polícia, a
RO
● Fiscalização – Delegável;
L
escolher o melhor momento de atuação ou a sanção mais adequada. Porém, o poder de polícia
CO
também pode se manifestar por atos vinculados. Ex: Licenças para construir.
O
ND
SE
Tema relevante: discricionariedade dos atos administrativos e Doutrina Chenery → Por essa teoria, o
RO
Judiciário não pode anular um ato administrativo sob o argumento de que a AP não se valeu da melhor
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metodologia técnica. Surgiu do julgamento do caso SEC (CVM americana) x Chenery Corp. pela Suprema
02
Corte norte-americana. O fundamento para tanto é que em temas envolvendo questões técnicas e
STA
complexas, os Tribunais não possuem a qualificação necessária para concluir se os critérios adotados pela
CO
AP são corretos ou não. Somente a própria AP é que tem um corpo técnico competente para tanto. Tal
DO
doutrina foi recentemente usada pelo STJ para deferir pedido de suspensão de segurança contra decisão
EN
judicial que havia suspendido o reajuste de tarifas do transporte público (Ag. Int. na SLS 2.240/SP).
S
RO
Cuidado em uma prova discursiva!
CE
Para a doutrina tradicional, encampada por Hely Lopes Meirelles, uma das características do poder de polícia
NI
DE
é a discricionariedade. De fato, entende-se que a discricionariedade é a regra apresentada nos atos
AU
decorrentes do exercício do poder de polícia. Ou seja, a princípio, os atos de polícia são praticados pelo
0L
agente público, no exercício de competência discricionária, podendo definir a melhor atuação nos limites e
47
contornos autorizados pela lei. (Leve isso com você para a prova objetiva!)
50
No entanto, não se pode dizer que o poder de polícia é sempre discricionário, porque ele também pode se
07
manifestar por atos vinculados, como, por exemplo, as licenças para construção. Nesses casos, a lei
36
02
estabelece requisitos objetivos para a concessão da licença e, uma vez cumpridos os requisitos legais, o
A
particular terá direito subjetivo à concessão do alvará pleiteado, sem que o agente público tenha qualquer
ST
margem de escolha. Ante o exposto, contemplamos que o poder de polícia pode se manifestar tanto por atos
41998
CO
embora a discricionariedade dos atos de polícia seja a regra, em algumas situações o exercício do poder de
RO
polícia é vinculado, não deixando margem para que a autoridade responsável possa fazer qualquer tipo de
CE
respectivamente. No caso do alvará de licença, o ato é vinculado, o que significa que a licença não poderá
41998
AU
ser negada quando o requerente preencher os requisitos legais para sua obtenção. (Direito Administrativo
L
Esquematizado).
70
04
pode praticar ato de polícia para impedir prejuízo à coletividade, conferindo direito de defesa após
A
a prática do ato.
ST
CO
Obs.: Alguns atos de polícia NÃO possuem o atributo, a exemplo da multa que não é adimplida e a respectiva
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EXECUTORIEDADE X EXIGIBILIDADE
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. Executoriedade (executoriedade propriamente dita ou direta): o Administrador utiliza meios diretos de
02
TA
coerção para implementar a vontade administrativa.
S
. Exigibilidade (executoriedade indireta): meios indiretos de coerção.
CO
DO
É necessário previsão legal expressa para reconhecer a autoexecutoriedade?
EN
▪ 1ª corrente: Depende de lei ou do caráter emergencial da medida. Di Pietro, Celso Antônio, José
S
dos Santos Carvalho Filho.
RO
▪ 2ª corrente: A executoriedade é regra e só pode ser afastada por expressa vedação legal. Hely
CE
Lopes, Diogo de Figueiredo.
NI
DE
A autoexecutoriedade NÃO significa arbitrariedade, pois a atuação administrativa sempre deverá
AU
0L
observar a juridicidade (regras e princípios no ordenamento jurídico).
47
50
3. COERCIBILIDADE (OU EXIGIBILIDADE): Impõem restrições ou condições a serem cumpridas pelos
07
particulares. Há atos que são despidos de coercibilidade, a exemplo da licença solicitada pelo
36
particular.
02
A
ST
As sanções decorrentes do poder de polícia devem respeitar um prazo prescricional de 5 (cinco) anos.
ND
Verifica-se, portanto, que o ente estatal deve respeitar o prazo quinquenal de prescrição para
L
70
aplicação de sanções de polícia, tendo início a contagem do prazo com a prática do ato lesivo pelo particular
04
ou da cessação da conduta continuada que configure infração de caráter permanente, ressalvadas a situação
5
07
de o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, uma vez que, nestes casos, a
36
Se não houver lei estadual ou municipal prevendo o prazo prescricional da sanção de polícia, este
A
ST
Obs.: Qual é o prazo para aplicação de sanções administrativas pelo Tribunal de Contas da União? De acordo
ND
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EN
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DELEGADO PERNAMBUCO
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Com exceção do ressarcimento de valores pleiteados pela via judicial decorrentes
02
da ilegalidade de despesa ou da irregularidade de contas, as sanções
S TA
administrativas aplicadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) são
CO
prescritíveis, aplicando-se os prazos da Lei 9.873/1999.
DO
Em regra, as ações de ressarcimento ao erário submetem-se à prescrição, salvo
EN
aquelas fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei 8.429/1992 (vide Tema
S
897 RG). Isso inclui todas as demandas que envolvam a pretensão estatal de ser
RO
ressarcido pela prática de qualquer ato ilícito, seja de natureza civil, administrativa
CE
41998
NI
como dito, a prática de ato doloso de improbidade administrativa (excluindo-se os
DE
atos ímprobos culposos, que se submetem à regra prescricional).
AU
Nesse contexto, a jurisprudência desta Corte repele a imprescritibilidade de
0L
47
pretensões punitivas do TCU, de modo que a aplicabilidade de suas sanções
50
administrativas sofre os efeitos fulminantes da passagem de tempo, de acordo com
07
os prazos previstos em lei. No caso, é regulada integralmente pela Lei 9.873/1999,
36
Nos dizeres dos autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, a doutrina tem dividido os meios de
NI
atuação da polícia administrativa em dois grupos: Poder de Polícia Originário e Poder de Polícia Delegado.
DE
Conforme os autores:
AU
● Poder de Polícia Originário: É aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado (União, Estados,
L
70
● Poder de Polícia Delegado: É aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado, integrantes
5
07
da chamada Administração Indireta. Diz-se delegado porque esse poder é recebido pela entidade
36
Obs.: Considerações sobre a multa de trânsito (sua aplicação decorre do exercício do Poder de Polícia)
CO
● Cobrança da multa: Acaso NÃO paga no vencimento, a cobrança da multa NÃO é dotada de
SE
cobrança.
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Veja a jurisprudência sobre o tema:
STA
CO
STF/2015: As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito?
DO
SIM. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm
EN
competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor
S
multas. O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas
RO
municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição
CE
de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito). STF.
NI
Plenário.RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
DE
Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015. (Info 793)
AU
0L
47
Atente-se às jurisprudências relevantes sobre o Poder de Polícia:
50
07
36
radiodifusão. STF. Plenário. ADI 4039/DF, relatora Min. Rosa Weber, julgamento
A
ST
A guarda municipal, por não estar entre os órgãos de segurança pública previstos
ND
no art. 144 da CF, não pode exercer atribuições das polícias civis e militares; a sua
SE
e outros delitos cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata os bens,
AU
polícia civil, como se fossem verdadeiras “polícias municipais”. O papel das guardas
5
07
seus bens, serviços e instalações. STJ. 6ª Turma.REsp 1977119-SP, Rel. Min. Rogerio
02
A Lei não pode estipular um prazo para que o chefe do Poder Executivo faça a sua
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Estadual no prazo de 90 dias. Essa previsão é inconstitucional. STF. Plenário. ADI
02
4728/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2021. (Info 1037)
STA
CO
Não é possível a manutenção de quiosques e trailers instalados sobre calçadas
DO
sem a regular aprovação estatal. STJ. 2ª Turma. REsp 1846075-DF, Rel. Min.
EN
Herman Benjamin, julgado em 03/03/2020. (Info 671)
S
RO
O termo “bombeiro civil” pode ser utilizado pelos profissionais de empresas
CE
privadas atuantes no ramo. STJ. 1ª Turma. REsp 1.549.433-DF, Rel. Min. Benedito
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Gonçalves, julgado em 09/04/2019. (Info 648)
DE
AU
A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em
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que ela poderia atuar com base em seu poder de polícia. Um dos atributos do
50
poder de polícia é a autoxecutoriedade. Isso significa que a Administração Pública
07
pode, com os seus próprios meios, executar seus atos e decisões, sem precisar de
36
próprio ato, ingressar com ação judicial pedindo que o Poder Judiciário determine
A
ST
assegure a providência fática que almeja, pois nem sempre as medidas tomadas
ND
pelo Poder Público no exercício do poder de polícia são suficientes. STJ. 2ª Turma.
SE
Referências Bibliográficas:
DE
AU
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EN
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LA