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Saúde Pública 2
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MUITO MAIS QUE UM PREPARATÓRIO!


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Questões
Meningite
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Hanseníase
Tuberculose
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Saúde Pública 2
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TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 1

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TUBERCULOSE

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Nas últimas décadas, desde a reemergência da tuberculose (TB) no mundo, o ano de

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2015 tornou-se um novo marco na história dessa doença, quando a Organização Mundial da

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Saúde (OMS) propôs acabar com a TB como um problema de saúde pública.

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O recrudescimento da tuberculose em consequência da epidemia de aids e os seus

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efeitos devastadores nas pessoas vivendo com o HIV – dentre eles a alta letalidade e o aumento

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de casos de TB resistente aos medicamentos – e a concentração da TB em populações
vulneráveis socialmente, levaram à priorização no combate à doença, seja em nível global ou

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nacional.

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Pela primeira vez em décadas, surgem novidades nos campos diagnósticos e

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terapêuticos: testes rápidos moleculares, novos fármacos desenvolvidos especificamente para

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o tratamento da TB, inúmeras vacinas preventivas e terapêuticas em fase de desenvolvimento,
novos regimes encurtados sendo testados em ensaios clínicos multicêntricos, enfim, em um

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cenário sempre tão carente de novidades, começa a florescer a esperança.

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Na Assembleia Mundial da Saúde do ano de 2014, na sede da OMS em Genebra, o país

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foi o principal proponente de uma nova estratégia global de combate à doença, chamada de

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Estratégia Fim da Tuberculose (End TB Strategy). A proposta foi aprovada por unanimidade

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pelos países membros das Nações Unidas e tem como visão um mundo livre da tuberculose até

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o ano de 2035.

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A nova estratégia, além de metas extremamente ousadas, traz o enfrentamento dos
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determinantes sociais e a inovação como base de seus três pilares. A inovação está presente na
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atenção centrada nos pacientes, no estímulo crescente à pesquisa e à adoção de novas
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tecnologias e na introdução de um novo componente capaz de potencializar o efeito das demais


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medidas: a utilização da proteção social como ferramenta de apoio aos pacientes e às


comunidades afetadas. Passa-se, efetivamente, a encarar a tuberculose como um fenômeno
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multicausal que extrapola o campo biomédico.


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Agente etiológico
NU

A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que integram o complexo
Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti,
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M. pinnipedi e M. caprae.
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Transmissão
RR

O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou


laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por exalação de
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aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro. O termo “bacilífero” refere-se a pessoas com TB
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pulmonar ou laríngea que tem baciloscopia positiva no escarro. Esses casos têm maior
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capacidade de transmissão, entretanto pessoas com outros exames bacteriológicos como


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cultura e/ou Teste Rápido Molecular da Tuberculose (TRM-TB) positivos também podem
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transmitir. A TB acomete, prioritariamente, o pulmão que também é a porta de entrada da


maioria dos casos.
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A transmissão se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela
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tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea. As gotículas
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exaladas (gotículas de Pflüger) rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas


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menores (<5-10 μm de diâmetro). Essas partículas menores (núcleos de Wells), contendo um a


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dois bacilos, podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de alcançar
os alvéolos, onde podem se multiplicar e provocar a chamada primo-infecção (RIEDER; OTHERS,
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1999).
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O risco de transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar bacilos no escarro.


NU

Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após


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15 dias, ela encontra-se muito reduzida. A importância de realizar baciloscopia de escarro de


controle reside não somente na confirmação da eficácia do esquema terapêutico, mas também
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na avaliação de risco para os contatos. As medidas de controle da infecção pelo M. tuberculosis


RR

devem ser mantidas até que seja confirmada a negativação ou bacilos não viáveis à baciloscopia
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O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
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parcial não autorizada, constitui crime.


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TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 2

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do caso fonte (ver capítulo “Medidas de Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de

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Saúde”). Crianças com TB pulmonar, em geral, têm baciloscopia negativa e, por isso, pouca

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importância na cadeia de transmissão da doença.

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Risco de adoecimento

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O risco de adoecimento, isto é, a progressão para a TB ativa após infecção, depende de

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fatores endógenos, em especial da integridade do sistema imune.

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Princípios
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Pilares e componentes da Estratégia pelo Fim da Tuberculose


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Pilar 1. Prevenção e cuidado integrado e centrado no paciente


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• Diagnóstico precoce, teste de sensibilidade antimicrobiano universal, investigação sistemática


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dos contatos e das populações mais vulneráveis.


35

• Tratamento de todos os casos de tuberculose, incluindo casos de tuberculose


70

drogarresistente e apoio ao paciente.


27

• Atividades colaborativas TB-HIV e manejo de outras comorbidades.


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• Tratamento preventivo para pessoas com alto risco de adoecimento e vacina contra a
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tuberculose.
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Pilar 2. Políticas arrojadas e sistemas de apoio


• Compromisso político, alocação adequada de recursos para o cuidado e prevenção da
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tuberculose.
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• Envolvimento comunitário, das organizações da sociedade civil e dos setores público e


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privado.
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O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
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parcial não autorizada, constitui crime.


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TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 3

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• Políticas de cobertura universal em saúde, regulamentação da notificação de casos, registro

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vital, uso qualitativo e racional de medicamentos e controle da infecção.

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• Proteção social, redução da pobreza e ações relacionadas aos determinantes da tuberculose.

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Pilar 3. Intensificação da pesquisa e inovação

IO
• Descoberta, desenvolvimento e rápida absorção de novas ferramentas, intervenções e

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estratégias.

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• Pesquisa para otimizar a implantação e impacto, e promoção de inovações.

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No Brasil

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O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV considerados prioritários

RR
pela OMS para o controle da doença no mundo. Em 2015, o percentual de detecção da
tuberculose no país, segundo a OMS, foi de 87,0% (WHO, 2017). Nos últimos 10 anos, foram

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diagnosticados, em média, 71 mil casos novos da doença. Em 2017, o número de casos

A
notificados foi de 72.770 e os coeficientes de incidência variaram de 10,0 a 74,7 casos por 100

LL
mil habitantes entre as Unidades Federadas (UF) (Figura 2). No ano de 2016, foram notificados

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4.483 óbitos por TB, o que corresponde ao coeficente de mortalidade de 2,2 óbitos por 100.000

SA
habitantes. O percentual de sucesso de tratamento reportado para os casos novos com

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confirmação laboratorial foi de 74,6%, em 2016, com 10,8% de abandono de tratamento, e 4,1%

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dos registros com informação ignorada quanto ao desfecho. Dos casos de TB notificados em
2017, 77,8% foram testados para HIV, apresentando 9,5% de coinfecção. 35
70
De acordo com a OMS, o Brasil atingiu as metas dos ODM relacionados à incidência e
27

mortalidade por tuberculose, contribuindo, assim, para redução da carga da TB no mundo


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(WHO, 2015). Ainda de acordo com a OMS, o Brasil possui a maior taxa de detecção entre os
países de alta carga (WHO, 2017).
IO

O bom resultado alcançado parece estar relacionado ao crescimento econômico, a


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iniciativas governamentais para reduzir a desigualdade na saúde, ao compromisso político para


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garantir a cobertura universal do Sistema Único de Saúde (SUS) e ao aumento do financiamento


JA

para as ações destinadas ao controle da TB. No entanto, alguns desafios e ações fazem-se
necessários, como o aumento da cobertura da testagem para HIV, a melhora na adesão ao
OS

tratamento, consequentemente, a cura dos casos e expansão da oferta de tratamento de


RR

infecção latente pelo M. tuberculosis.


BA

Diagnóstico
A
LL

A tuberculose (TB) pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. A apresentação
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da TB na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde
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pública, pois é essa forma, especialmente a bacilífera, a responsável pela manutenção da cadeia
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de transmissão da doença.
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Diagnóstico Clínico
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Não raramente, a TB pode manifestar-se sob diferentes apresentações clínicas,


relacionadas com o órgão acometido. Desta forma, outros sinais e sintomas, além da tosse
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prolongada, podem ocorrer e devem ser valorizados na investigação diagnóstica


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individualizada.
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parcial não autorizada, constitui crime.


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Tuberculose pulmonar

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Os sinais, sintomas e as manifestações radiológicas dependem do tipo de apresentação

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da TB. Classicamente, as principais formas de apresentação são a forma primária, a pós-

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primária (ou secundária) e a miliar. Os sintomas clássicos, como tosse persistente seca ou

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produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, podem ocorrer em qualquer

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das três apresentações.

AR
A TB pulmonar primária normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do
indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças. As manifestações clínicas podem

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ser insidiosas, com o paciente apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e

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inapetência. Nem sempre a tosse está presente. O exame físico pode ser inexpressivo.

OS
A TB pulmonar pós-primária ou secundária pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais

RR
comum no adolescente e no adulto jovem. Tem como característica principal a tosse seca ou
produtiva. Em locais com elevadas taxas de incidência de TB, toda pessoa que procura a unidade

BA
de saúde devido à tosse prolongada (busca passiva) deve ter a TB incluída na sua investigação

A
diagnóstica.

LL
Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou mucoide,

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com ou sem sangue. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5 oC. A

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sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame físico geralmente mostra fácies de doença

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crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite

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também possam ter TB pulmonar. A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do
murmúrio vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal. 35
70
A TB miliar refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico, que pode ocorrer
27

tanto na forma primária quanto na forma secundária da TB. É uma forma grave da doença, que
06

é mais comum em pacientes imunocomprometidos, como pessoas infectadas com HIV em fase
avançada de imunossupressão.
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Diagnóstico Bacteriológico
NU

A pesquisa bacteriológica é de importância fundamental em adultos, tanto para o


diagnóstico quanto para o controle de tratamento da TB (BRASIL, 2008). Resultados
JA

bacteriológicos positivos confirmam a tuberculose ativa em pacientes com quadro clínico


OS

sugestivo de TB e em sintomáticos respiratórios identificados através da busca ativa.


RR

A seguir estão descritos os métodos bacteriológicos utilizados no país.


BA

Exame microscópico direto – baciloscopia direta


A

Por ser um método simples e seguro, deve ser realizado por todo laboratório público
LL

de saúde e pelos laboratórios privados tecnicamente habilitados. A pesquisa do bacilo álcool-


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ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é a técnica mais utilizada em nosso
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meio.
A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas fases,
70

permite detectar de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em adultos, o que é importante do
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ponto de vista epidemiológico, já que os casos com baciloscopia positiva são os maiores
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responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão. Em crianças, a sensibilidade da


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baciloscopia é bastante diminuída pela dificuldade de obtenção de uma amostra com boa
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qualidade.
IO

A baciloscopia de escarro é indicada nas seguintes condições: ƒ


AR

No sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa; ƒ


NU

Em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, independentemente do


JA

tempo de tosse;
Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação
OS

laboratorial. A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras: uma por ocasião
RR

do primeiro contato com a pessoa que tosse e outra, independentemente do resultado da


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primeira, no dia seguinte, com a coleta do material sendo feita preferencialmente ao despertar.

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Nos casos em que houver indícios clínicos e radiológicos de suspeita de TB e as duas amostras

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de diagnóstico apresentarem resultado negativo, podem ser solicitadas amostras adicionais.

27
A baciloscopia de outros materiais biológicos também está indicada na suspeição clínica

06
de TB extrapulmonar.

IO
Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o

AR
início de tratamento da TB. É importante lembrar, contudo, que outros microrganismos podem
ser evidenciados na baciloscopia direta e essa possibilidade deve ser considerada na

NU
interpretação de casos Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil

JA
individualizados. Diagnóstico de certeza bacteriológica só é obtido com a cultura (que é o

OS
padrão ouro) e/ou testes moleculares.

RR
Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB)

BA
O TRM-TB está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose pulmonar

A
e laríngea em adultos e adolescentes.

LL
O TRM-TB é um teste de amplificação de ácidos nucleicos utilizado para detecção de

BE
DNA dos bacilos do complexo M. tuberculosis e triagem de cepas resistentes à rifampicina pela

SA
técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real (WHO, 2011). O teste

0I
apresenta o resultado em aproximadamente duas horas em ambiente laboratorial, sendo

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necessária somente uma amostra de escarro.
35
A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de 90% sendo
70
superior à da baciloscopia. O teste também detecta a resistência à rifampicina, com uma
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sensibilidade de 95%.
06

O TRM-TB está indicado nas seguintes situações:


IO

Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes


AR

Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes de


NU

populações de maior vulnerabilidade;


Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já validados;
JA

Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento;


OS

Triagem de resistência à rifampicina nos casos com suspeita de falência Esquemas de


RR

Tratamento para a Tuberculose) ao tratamento da TB.


O TRM-TB deve ser realizado em crianças quando existe a possibilidade e facilidade de
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coleta de escarro. O uso rotineiro está particularmente indicado em adolescentes (≥10 anos de
A

idade), pois a maioria tem TB bacilífera e, além disso, é capaz de coletar amostras adequadas
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de escarro para exame.


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Não se recomenda dar ênfase à confirmação diagnóstica de TB pulmonar na infância,


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que geralmente é abacilifera (negativa). Além disso, crianças pequenas são incapazes de
expectorar e, portanto, os espécimes para processar o TRM-TB teriam que ser colhidos por
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lavado gástrico, escarro induzido, lavado brônquico ou outros métodos invasivos. Quando essas
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amostras forem colhidas para o TRM-TB, a cultura deve ser sempre solicitada, e a interpretação
70

dos resultados com relação à presença de Complexo Mycobacterium tuberculosis (MTB) e


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resistência à rifampicina é semelhante a interpretações em adultos.


06

Como também pode detectar bacilos mortos ou inviáveis, o TRM-TB não deve ser
utilizado para diagnóstico nos casos de retratamento (reingresso após abandono e recidivas).
IO

Nesses casos, o diagnóstico da TB deve ser feito com baciloscopia de escarro e cultura para
AR

micobactérias, seguida do teste de sensibilidade antimicrobiano (TS) para verificação de


NU

resistência aos fármacos, e o TRM-TB poderá ser utilizado apenas para triagem da resistência à
JA

rifampicina. Da mesma forma, o TRM-TB também pode ser utilizado para triagem de resistência
à rifampicina em pacientes com suspeita de falência ao esquema básico.
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O TRM-TB pode ser utilizado para diagnóstico de TB extrapulmonar, nas seguintes


RR

amostras:
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líquor, gânglios linfáticos e outros tecidos. Nesses casos, como a sensibilidade é mais

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baixa que nas amostras pulmonares, o resultado negativo não exclui tuberculose, sendo

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necessário manter a investigação. Essas amostras devem ser processadas de acordo com

27
técnicas específicas de preparo, em laboratórios que apresentem equipamentos e condições

06
adequadas de biossegurança (risco moderado de biossegurança, ou seja, medidas iguais as de

IO
laboratórios que realizam cultura).

AR
Amostras recomendadas para realização do TRM-TB:

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• Escarro;

JA
• escarro induzido;

OS
• lavado broncoalveolar;

RR
• lavado gástrico;
• líquor;

BA
• gânglios linfáticos e outros tecidos.

A
LL
Todos os exames (baciloscopia, TRM-TB ou cultura) deverão ser realizados,

BE
preferencialmente, na mesma amostra de escarro. Caso o volume seja insuficiente, deve-se

SA
coletar uma segunda amostra.

0I
Para confirmação da resistência à rifampicina por meio do TRM-TB (segundo exame),

77
deve-se realizar nova coleta. A realização de exames seriados aumenta a sensibilidade do
diagnóstico 35
70
da resistência à rifampicina. Esse procedimento é especialmente importante no Brasil,
27

dada a baixa prevalência de resistência.


06

Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade


IO

A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB.


AR

Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até
NU

30% o diagnóstico bacteriológico da doença.


JA

Os métodos para cultura de micobactérias utilizam a semeadura da amostra em meios


de cultura sólidos e líquidos. Os meios de cultura mais comumente utilizados são os sólidos à
OS

base de ovo, Löwenstein-Jensen e Ogawa-Kudoh.


RR

Operacionalização da cultura
BA

Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que seja realizada cultura para


micobactérias com teste de sensibilidade antimicrobiano (TS) nas seguintes situações:
A
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Locais COM acesso ao TRM-TB


AB

Todo caso com diagnóstico de TB por meio de TRM-TB deverá realizar cultura e TS,
IS

independentemente de apresentar ou não resistência à rifampicina;


70

Todo caso com suspeita de TB com TRM-TB negativo, com persistência do quadro
7

clínico, deverá realizar cultura e TS.


35

Casos identificados com resistência à rifampicina diagnosticado por TRM-TB devem ter
70

a cultura e o TS realizados preferencialmente por método automatizado, visando a agilizar o


27

diagnóstico.
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OBS: O TRM-TB não identifica micobactérias não tuberculosas (MNT). Em caso de


IO

suspeita de MNT, solicitar cultura e identificação de espécie no processo de investigação


AR

diagnóstica.
NU

Locais SEM acesso ao TRM-TB


JA

Nos locais onde não há a disponibilidade do TRM-TB, o diagnóstico da doença será


OS

realizado por meio da baciloscopia, ou seja, será necessária a coleta de duas amostras de
escarro, conforme já descrito.
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Além disso, a cultura deverá ser realizada independentemente do resultado da

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baciloscopia para todos os casos com suspeita de TB. A cultura é realizada em apenas uma das

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amostras coletadas.

27
A cultura e o TS poderão ser realizados em meio sólido ou líquido, de acordo com a

06
disponibilidade local.

IO
AR
Coleta, armazenamento e transporte de amostras de escarro:
Qualidade e quantidade da amostra – Uma boa amostra de escarro é a que provém da

NU
árvore brônquica, obtida após esforço de tosse. O volume ideal é de 5 ml a 10 ml.

JA
Recipiente – o escarro deve ser coletado em potes plásticos com as seguintes

OS
características: descartáveis, com boca larga (50 mm de diâmetro), transparente, com tampa

RR
de rosca, altura de 40 mm, capacidade de 35 ml a 50 ml. A identificação (nome do paciente e
data da coleta) deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa, utilizando-se, para tal,

BA
esparadrapo, fita crepe ou caneta com tinta permanente.

A
Local da coleta – as amostras devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao

LL
ar livre ou em locais que apresentem condições adequadas de biossegurança.

BE
Momento da coleta e número de amostras – o diagnóstico deve ser feito a partir de

SA
uma ou duas amostras de escarro. Quando na realização de duas amostras, a primeira deve ser

0I
coletada no momento da consulta, para aproveitar a presença do doente. Recomenda-se a

77
coleta da segunda amostra no dia seguinte, preferencialmente ao despertar. Esta geralmente é
35
de melhor qualidade, porque provém das secreções acumuladas na árvore brônquica durante
70
a noite.
27

Conservação e transporte – Idealmente, as amostras clínicas devem ser enviadas e


06

processadas no laboratório imediatamente após a coleta. As unidades de saúde deverão


receber, a qualquer hora de seu período de funcionamento, as amostras coletadas na unidade
IO

ou no domicílio e conservá-las, sob refrigeração, até no máximo 7 dias após o recebimento. Não
AR

é recomendada a conservação de amostras em temperatura ambiente por mais de 24 horas.


NU

No transporte de amostras, deve-se considerar três condições importantes:


JA

• Refrigeração;
• Proteção contra a luz solar; e
OS

• Acondicionamento adequado para que não haja risco de derramamento.


RR
BA

Procedimentos recomendados para coleta de escarro induzido – A técnica do escarro


induzido, utilizando nebulizador ultrassônico e solução salina hipertônica (5 ml de NaCl 3% a
A
LL

5%), pode ser usada em pacientes com forte suspeita de TB pulmonar que não conseguem
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coletar uma amostra adequada de material proveniente da árvore brônquica.


AB

A solução de NaCl 3% é preparada da seguinte forma: 5 ml de soro fisiológico 0,9% +


IS

0,5 ml de NaCl 20%. A indução do escarro deve sempre ser realizada em condições adequadas
70

de biossegurança e acompanhada por profissional capacitado (ver capítulo Medidas de


7

Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de Saúde).


35
70

Radiografia de tórax
27

Dentre os métodos de imagem, a radiografia do tórax é o de escolha na avaliação inicial


06

e no acompanhamento da TB pulmonar. Nela podem ser observados vários padrões


radiológicos sugestivos de atividade de doença, como cavidades, nódulos, consolidações,
IO

massas, processo intersticial (miliar), derrame pleural e alargamento de mediastino


AR

(BOMBARDA et al., 2001).


NU

A radiografia de tórax deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB
JA

pulmonar. Juntamente com as radiografias de tórax, sempre devem ser realizados exames
OS

laboratoriais (baciloscopias, cultura e/ou teste rápido molecular) na tentativa de buscar o


diagnóstico bacteriológico.
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Diagnóstico Histopatológico

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A avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia é um método

70
empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como

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doença difusa e nas formas extrapulmonares (CONDE; FITERMAN; LIMA, 2011). Assim, a

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identificação histológica de granuloma com necrose de caseificação é compatível com o

IO
diagnóstico de TB.

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NU
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Diagnóstico de HIV nas Pessoas com Tuberculose

LL
Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV.

BE
Diagnóstico da Infecção Latente pelo M. tuberculosis (ILTB)

SA
Definição de infecção latente pelo M. tuberculosis

0I
Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de

77
infectarse, dependendo do grau de exposição (proximidade, condições do ambiente e tempo
35
de convivência), da infectividade do caso índice (quantidade de bacilos eliminados, presença de
70
caverna na radiografia de tórax) e de fatores imunológicos individuais. As pessoas infectadas,
27

em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo. Essa
06

condição é conhecida como infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB). A OMS
estima que um quarto da população mundial tenha ILTB. Esses indivíduos não apresentam
IO

nenhum sintoma e não transmitem a doença, mas são reconhecidos por testes que detectam a
AR

imunidade contra o bacilo.


NU

Antes de se afirmar que um indivíduo tem ILTB, é fundamental excluir a TB ativa, por
JA

meio da anamnese, exame clínico e radiografia de tórax.


OS
RR
BA
A
E LL
AB
IS
770
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA

Diagnóstico pela prova tuberculínica


OS

A PT é indicada para:
RR

• identificar casos ILTB em adultos e crianças; e


BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 9

SA
0I
77
• auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças.

35
A prova tuberculínica reativa, isoladamente, indica apenas a presença de infecção e não

70
é suficiente para o diagnóstico da tuberculose doença.

27
06
Tuberculina e modo de conservação

IO
No Brasil, a tuberculina utilizada é o PPD-RT 23 (do alemão, Renset Tuberkulin), aplicada

AR
por via intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1ml,

NU
que contém 2 unidades de tuberculina (2UT) – e guarda equivalência biológica com 5 unidades
de tuberculina de PPD-S (do inglês, Standard), utilizada em outros países.

JA
A solução da tuberculina deve ser conservada em temperatura entre 2oC e 8oC e não

OS
deve ser exposta à luz solar direta.

RR
Leitura da Prova Tuberculínica

BA
A leitura deve ser realizada 48 a 72 horas após a aplicação (HOWARD; SOLOMON, 1988),

A
podendo ser estendida para 96 horas (WHO, 1955), caso o paciente falte à leitura na data

LL
agendada. Deve-se medir o maior diâmetro transverso da área do endurado palpável, com

BE
régua milimetrada transparente.

SA
O resultado da PT deve ser registrado em milímetros, inclusive quando não houver

0I
enduração.

77
Interpretação 35
70
A especificidade da PT é alta (97%, isto é, 3% de resultados falso-positivos),
27

principalmente se a BCG for aplicada no primeiro ano de vida, como ocorre no Brasil. Reações
06

falso-positivas (indivíduos com PT positiva e sem ILTB) podem ocorrer em indivíduos infectados
por outras micobactérias ou vacinados com a BCG, principalmente se vacinados (ou
IO

revacinados) após o primeiro ano de vida, quando a BCG produz reações maiores e mais
AR

duradouras.
NU

Resultado de 0 á 4 não reator


JA

Resultado = ou > 5 reator


OS
RR
BA
A
E LL
AB
IS
770
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 10

SA
0I
77
TRATAMENTO

35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
Escolha do Melhor Esquema de Tratamento

OS
RR
Deve atender a três grandes objetivos:
Ter atividade bactericida precoce;

BA
ser capaz de prevenir a emergência de bacilos resistentes; e

A
ter atividade esterilizante.

LL
BE
Esquemas de Tratamento para a Tuberculose

SA
O esquema de tratamento da tuberculose é padronizado, deve ser realizado de acordo

0I
com as recomendações do Ministério da Saúde e compreende duas fases: a intensiva (ou de

77
ataque), e a de manutenção.
35
No Brasil, o esquema básico para tratamento da TB em adultos e adolescentes é
70
composto por quatro fármacos na fase intensiva e dois na fase de manutenção. A apresentação
27

farmacológica dos medicamentos, atualmente em uso, para o esquema básico é de


06

comprimidos em doses fixas combinadas com a apresentação tipo 4 em 1 (RHZE) ou 2 em 1


(RH).
IO

O esquema básico em crianças (< de 10 anos de idade) é composto por três fármacos
AR

na fase intensiva (RHZ), e dois na fase de manutenção (RH), com apresentações farmacológicas
NU

individualizadas (comprimidos e/ou suspensão).


JA
OS
RR
BA
A
E LL
AB
IS
770
35
70
27
06
IO

Esquema Básico (EB)


AR

Esquema Básico para o tratamento de adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade):


2RHZE/4RH
NU

Indicações:
JA

Casos novos de tuberculose ou retratamento (recidiva e reingresso após abandono que


OS

apresentem doença ativa) em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade); todas as


RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 11

SA
0I
77
apresentações clínicas (pulmonares e extrapulmonares) (Quadro 20), exceto a forma

35
meningoencefálica e ostearticular.

70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL

Observações:
E

• Quando existir concomitância entre a forma meningoencefálica ou osteoarticular e quaisquer


AB

outras apresentações clínicas, utilizar o esquema para TB meningoencefálica ou osteoarticular.


IS

• Quando TB osteoarticular de baixa complexidade, pode-se tratar por 6 meses, a critério


70

clínico.
7

• Associar corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro semanas ou, nos casos
35

graves de TB meningoencefálica, dexametasona injetável (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), por quatro a


70

oito semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subsequentes.
27

• Para evitar sequelas, recomenda-se aos pacientes que a fisioterapia, em casos de tuberculose
06

meningoencefálica, seja iniciada o mais cedo possível


IO
AR

Esquema Básico para crianças (< 10 anos de idade): 2RHZ/4RH


NU

Indicações:
• Casos novos e de retratamento (recidiva e reingresso após abandono) que apresentem
JA

doença ativa em crianças (< 10 anos de idade), de todas as formas de tuberculose pulmonar e
OS

extrapulmonar , exceto a forma meningoencefálica e osteoarticular.


RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 12

SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
Esquema Básico para tratamento da TB meningoencefálica e osteoarticular para

BA
crianças (< 10 anos de idade): 2RHZ/10RH

A
LL
Indicações:

BE
Casos novos e de retratamento (recidiva e reingresso após abandono que apresentem
doença ativa) de crianças (< 10 anos de idade), com TB meningoencefálica ou osteoarticular.

SA
No tratamento da TB meningoencefálica, em crianças, utiliza-se o esquema básico com

0I
prolongamento da fase de manutenção para 10 meses, ou seja, o tempo total de tratamento

77
será de 12 meses (WHO, 2014).
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL

Considerações sobre o tratamento


E

Em todos os esquemas de tratamento, os medicamentos deverão ser ingeridos


AB

diariamente e de uma única vez.


IS

Considerações:
70

O tratamento das formas extrapulmonares tem a duração de seis meses, exceto as


7
35

formas meningoencefálica e osteoarticular.


70

O tratamento da TB em PVHIV tem a duração de seis meses, independentemente da


27

fase de evolução da infecção viral (ver capítulo Esquemas de Tratamento para a Tuberculose).
06

Em casos individualizados, independentemente da presença de outras morbidades,


quando a TB apresentar evolução clínica não satisfatória, o tratamento poderá ser prolongado
IO

na sua segunda fase, de quatro para sete meses.


AR

O prolongamento da fase de manutenção deve ser definido, idealmente, na referência


NU

secundária da tuberculose. Algumas indicações para a ampliação do tempo de tratamento da


segunda fase são descritas a seguir:
JA

› pacientes com baciloscopias de acompanhamento negativas, com evolução clínica


OS

e/ou radiológica insatisfatórias;


RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
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SA
0I
77
› pacientes com baciloscopia positiva (poucos bacilos) no quinto ou sexto mês de

35
tratamento, isoladamente, com boa evolução clínica e radiológica. Investigar a possibilidade de

70
TB resistente;

27
› pacientes com apresentação radiológica evidenciando múltiplas cavidades,

06
especialmente se exibem baciloscopia positiva ao final do segundo mês de tratamento.

IO
Investigar a possibilidade TB resistente.

AR
Os casos de tuberculose definidos por critérios clínicos deverão seguir as mesmas
recomendações com relação aos esquemas terapêuticos e ao tempo de tratamento.

NU
Uma vez iniciado o tratamento, ele não deve ser interrompido, salvo após uma rigorosa

JA
revisão clínica e laboratorial que determine mudança de diagnóstico (LOPES, 2006).

OS
RR
GRAVIDEZ

BA
MEDICAMENTOS SEGUROS MEDICAMENTOS QUE DEVEM

A
SER EVITADOS

LL
BE
RIFAMPICINA ESTREPTOMICINA
ISONIAZIDA POLIPEPTÍDEOS

SA
PIRAZINAMIDA ETIONAMIDAS

0I
ETAMBUTOL QUILONONAS

77
35
70
ALEITAMENTO MATERNO
27

RIFAMPICINA ETIONAMIDA
06

ISONIAZIDA ÁCIDO
PARAMINOSSALISSÍLICO(PAS)
IO
AR

PIRAZINAMIDA OFLOXACINA
ETAMBUTOL CAPREOMICINA
NU

ESTREPTOMICINA CLARITROMICINA
JA

CICLOSERINA/TERIZIDONA CLOFAZIMINA
OS
RR

Modalidades de tratamento
BA

O tratamento será realizado em regime ambulatorial, preferencialmente em regime de


tratamento diretamente observado (TDO).
A

A hospitalização é recomendada nos seguintes casos:


E LL

• TB meningoencefálica;
AB

• intolerância aos medicamentos antiTB incontrolável em ambulatório;


IS

• estado geral que não permita tratamento em ambulatório;


70

• intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB que necessitem de


7

tratamento e/ou procedimento em unidade hospitalar; e


35

• situação de vulnerabilidade social como ausência de residência fixa ou grupos com maior
70

possibilidade de abandono, especialmente se for um caso de retratamento, falência ou


27

multirresistência.
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
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SA
0I
77
REAÇÕES ADVERSAS

35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06

*Observações:
IO

• Não há necessidade de alteração da composição do esquema nas reações adversas menores.


AR

• As reações adversas menores devem ser manejadas na própria Atenção Primária.


NU

• Como parte importante da farmacovigilância, recomendamos que as reações adversas aos


medicamentos antiTB sejam notificadas à Anvisa, pelo sistema VigiMed (<http://
JA

portal.anvisa.gov.br/vigimed>), para o monitoramento da sua frequência.


OS
RR
BA
A
E LL
AB
IS
770
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
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L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 15

SA
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77
35
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27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
E LL
AB

Tratamento Diretamente Observado (TDO)


IS

O Tratamento Diretamente Observado, como principal ação de apoio e monitoramento


70

do tratamento das pessoas com TB, pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos
7

profissionais de saúde.
35

Além da construção do vínculo, o TDO inclui a observação da ingestão dos


70

medicamentos, que deve ser realizada, idealmente, em todos os dias úteis da semana. Será
27

considerado TDO se a observação da tomada ocorrer no mínimo três vezes por semana durante
06

todo tratamento (24 doses na fase intensiva e 48 doses na fase de manutenção em casos de
IO

tratamento padronizado por seis meses).


AR

O TDO deve ser realizado por profissionais de saúde ou outros profissionais capacitados
(por exemplo: profissionais da assistência social, entre outros), desde que supervisionados por
NU

profissionais de saúde.
JA

Passo a passo da realização do TDO:


OS

1. acolher o paciente;
2. avaliar a presença de efeitos adversos e/ou interações medicamentosas;
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
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SA
0I
77
3. informar os nomes dos medicamentos administrados;

35
4. entregar os medicamentos de uso oral com um copo de água e observar a tomada.

70
No caso dos injetáveis, aplicá-los de acordo com a prescrição médica;

27
5. anotar na ficha de acompanhamento da tomada diária da medicação do TDO;

06
6. perguntar se existem dúvidas e encorajar o paciente a continuar o tratamento;

IO
7. marcar o próximo encontro;

AR
8. providenciar os agendamentos necessários e certificar-se da realização dos exames
de controle.

NU
Abandono do tratamento

JA
Considera-se situação de abandono de tratamento quando o paciente deixa de

OS
comparecer à unidade de saúde por mais de 30 dias consecutivos, após a data prevista para o

RR
seu retorno.
Nos casos de tratamento diretamente observado, o prazo de 30 dias é contado a partir

BA
da última tomada do medicamento.

A
LL
Avaliação dos contatos

BE
A avaliação consiste na realização de anamnese, exame físico e exames

SA
complementares nos contatos, de acordo com a presença ou ausência de sintomas. Nesse caso,

0I
consideram-se:

77
contatos sintomáticos: crianças, adolescentes (≥ 10 anos de idade) ou adultos
35
(incluindo PVHIV) deverão realizar o exame de escarro (baciloscopia ou TRM-TB), radiografia de
70
tórax e/ou outros exames, de acordo com a sintomatologia (ver capítulo Diagnóstico);
27

ƒ contatos assintomáticos: crianças, adolescentes (≥ 10 anos de idade) e adultos


06

deverão realizar a investigação com PT e/ou radiografia de tórax e tratar ILTB, quando indicado
(ver capítulo Tratamento da ILTB);
IO

contatos assintomáticos vivendo com HIV: devem realizar o tratamento da ILTB


AR

independentemente da prova tuberculínica.


NU

Sobre testagem do HIV em contatos


JA

Recomenda-se que a todos os contatos sintomáticos ou assintomáticos seja ofertada a


OS

testagem para o HIV.


RR

Medidas de Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de Saúde


BA

Todo ambiente onde circulam pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea que
A

estão eliminando aerossóis (através de tosse, fala ou espirro), contendo o M. tuberculosis,


LL

oferece algum risco de transmissão de TB.


E
AB

Os serviços de saúde e as instituições que abrigam populações em ambientes fechados


IS

e/ou aglomerados, tais como presídios, albergues, asilos e demais instituições de longa
permanência, devem ter planos de controle de infecção que incluam atividades mínimas de
70

vigilância da TB.
7
35

A avaliação do risco de transmissão de TB nesses ambientes deve considerar os


70

pressupostos listados a seguir.


27

A transmissão da tuberculose se faz por via respiratória, pela eliminação de aerossóis


06

produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa (pulmonar ou
laríngea) e inalação de aerossóis por um indivíduo suscetível;
IO

Quanto maior a intensidade e a frequência de tosse, o tempo de permanência do


AR

paciente bacilífero entre os circunstantes (com consequente maior concentração de bacilos no


NU

ambiente) e, quanto menor a ventilação desse ambiente, maior será a probabilidade de


JA

infecção;
Pacientes com forma pulmonar cavitária, em geral, eliminam maior quantidade de
OS

bacilos para o ambiente por ocasião da tosse;


RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
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SA
0I
77
Frente à exposição ao bacilo, as pessoas com maior risco de adoecer são aquelas com

35
a imunidade comprometida, crianças menores de 5 anos, PVHIV ou outras condições específicas

70
(ver capítulo Tratamento da ILTB);

27
ƒ Em pessoas com TB sensível, o tratamento reduz rapidamente a transmissibilidade.

06
Em geral, a partir de duas semanas de tratamento o paciente deixa de ser bacilífero; e

IO
a transmissibilidade só pode ser confirmada por exame laboratorial e não pode se basear

AR
apenas no tempo de tratamento.

NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR

Medidas de proteção respiratória (ou de proteção individual)


BA

O uso de máscaras (também denominadas como respiradores) no atendimento de SR


ou pacientes com TB deve ser feito de forma criteriosa. Muitos profissionais priorizam o uso da
A
LL

máscara em detrimento das medidas administrativas e de controle ambiental que certamente


E

teriam maior impacto na sua proteção.


AB

É necessário que se estabeleçam locais para a utilização correta das máscaras, o que
IS

implica em identificação de barreiras físicas a partir de onde elas devem ser utilizadas (salas de
70

atendimento, isolamentos, entre outras). É importante esclarecer a necessidade do seu uso aos
7

pacientes e familiares, evitando constrangimentos e estigmatização.


35

Recomenda-se o uso de máscaras tipo PFF2 (padrão brasileiro e da União Europeia) ou


70

N95 (padrão dos Estados Unidos) em locais previamente identificados, para:


27

• profissionais de saúde de serviços que atendem grande quantidade de pacientes bacilíferos


06

para início de tratamento, sobretudo no atendimento de doentes com resistência


IO

medicamentosa;
AR

• profissionais de saúde ou visitantes (acompanhantes) ao entrarem em áreas de alto risco de


transmissão (quartos de isolamento respiratório, serviços de referência de SR, bacilíferos e
NU

portadores de TB com suspeita e/ou confirmação de resistência aos fármacos antiTB);


JA

• profissionais de saúde que atendam doentes referenciados bacilíferos ou potencialmente


OS

bacilíferos em serviços ambulatoriais;


RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
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SA
0I
77
• profissionais de laboratório ou aqueles que, em ambientes fechados, realizam

35
procedimentos que promovam a formação de partículas infectantes (por exemplo: escarro

70
induzido, broncoscopias, nebulizações em geral) por ocasião da manipulação dos materiais e/ou

27
realização de exames;

06
• profissionais que fazem o transporte de doentes bacilíferos ou suspeitos de TB pulmonar em

IO
ambulâncias; e

AR
• excepcionalmente, por profissionais ou agentes comunitários que realizam a visita domiciliar

NU
à pessoa com TB ou a observação da tomada dos medicamentos antiTB.
• Na utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI), é necessário levar em

JA
consideração as seguintes observações:

OS
• o uso de máscaras PFF2 ou N95 pelos profissionais de saúde tem pouca utilidade quando

RR
ocorrer somente durante a presença do paciente, uma vez que os bacilos podem permanecer
no ambiente entre 5 a 12 horas, dependendo da precariedade de sua ventilação e iluminação;

BA
• o uso de máscaras cirúrgicas é recomendado para pacientes com TB pulmonar ou SR em

A
situação de potencial risco de transmissão, por exemplo: falta de ventilação adequada em salas

LL
de espera e emergências enquanto aguarda definição do caso (atendimento, resultado de

BE
exames, internação em isolamento) ou deslocamento de pacientes do isolamento para exames

SA
ou procedimentos (nesse caso, o paciente deve ter seu atendimento priorizado também no

0I
outro setor). A máscara PFF2 não é recomendada para SR ou pacientes bacilíferos; e

77
• é necessário orientar adequadamente o profissional de saúde a respeito do uso das máscaras
35
PFF2 ou N95, uma vez que devem ser perfeitamente adaptadas ao rosto do usuário. Essa
70
adaptação pode ser testada promovendo uma inspiração profunda que deve levar à retração da
27

máscara que estiver adequadamente colocada. As máscaras podem ser reutilizadas desde que
06

estejam íntegras e secas.


IO
AR

HANSENÍASE
NU
JA

É uma doença infecciosa, crônica, que acomete principalmente a pele e os


nervos periféricos, mas também se manifesta como uma doença sistêmica comprometendo
OS

articulações, olhos, testículos, gânglios, e outros órgãos.


RR

Definição de caso
BA

A pessoa que apresenta um ou mais dos seguintes sinais cardinais e que


necessita de tratamento poliquimioterápico:
A
LL

• lesão e/ou área da pele com diminuição ou alteração de sensibilidade;


E

• acometimento de nervo periférico, com ou sem espessamento associado a alterações


AB

sensitivas
IS

e/ou motoras e/ou autonômicas; e


70

• baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico.


7
35

Agente Etiológico
70

A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que


27

é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos
06

nervos periféricos, que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar. O


IO

tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. Tem alta
AR

infectividade e baixa patogenicidade, isto é, infecta muitas pessoas no entanto, só poucas


adoecem.
NU
JA
OS
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
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parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
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SA
0I
77
Modo de transmissão

35
O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. O contágio

70
dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada, que o elimina

27
para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis.

06
A principal via de eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente de hanseníase, e

IO
a mais provável porta de entrada no organismo passível de ser infectado são as vias aéreas

AR
superiores, o trato respiratório. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é
necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada.

NU
O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo, e suas diferentes

JA
manifestações clínicas dependem dentre outros fatores, da relação parasita / hospedeiro e

OS
pode ocorrer após um longo período de incubação, de 2 a 7 anos. A hanseníase pode atingir

RR
pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, raramente ocorre em crianças.

BA
Aspectos Clínicos

A
Manifestações Clínicas

LL
As manifestações clínicas da doença estão diretamente relacionadas ao tipo de

BE
resposta ao M. leprae:

SA
• Hanseníase indeterminada – forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na

0I
maioria dos casos ou evolui para as formas polarizadas em cerca de 25% dos casos, o que pode

77
ocorrer no prazo de 3 a 5 anos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara
35
que a pele normal, com distúrbio da sensibilidade, ou áreas circunscritas de pele com aspecto
70
normal e com distúrbio de sensibilidade, podendo ser acompanhadas de alopecia e/ou
27

anidrose.
06

• Hanseníase tuberculoide – forma mais benigna e localizada que aparece em pessoas


com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou uma única), de limites bem definidos e
IO

pouco elevados, e com ausência de sensibilidade (dormência).


AR

Ocorre comprometimento simétrico de troncos nervosos, podendo causar dor,


NU

fraqueza e atrofia muscular. Próximos às lesões em placa, podem ser encontrados filetes
nervosos espessados. Nas lesões e/ou trajetos de nervos, pode haver perda total da
JA

sensibilidade térmica, tátil e dolorosa, ausência de sudorese e/ou alopecia. Pode ocorrer a
OS

forma nodular infantil, que acomete crianças de 1 a 4 anos, quando há um foco multibacilar no
RR

domicílio. A clínica é caracterizada por lesões papulosas ou nodulares, únicas ou em pequeno


número, principalmente na face.
BA

• Hanseníase dimorfa (ou borderline) – forma intermediária, resultante de uma


A

imunidade também intermediária, com características clínicas e laboratoriais que podem se


LL

aproximar do polo tuberculoide ou virchowiano. A variedade de lesões cutâneas é maior e estas


E
AB

apresentam-se como placas, nódulos eritemato-acastanhados, em grande número, com


IS

tendência à simetria. As lesões mais características dessa forma clínica são denominadas lesões
pré-foveolares ou foveolares, sobre-elevadas ou não, com áreas centrais deprimidas e aspecto
70

de pele normal, com limites internos nítidos e externos difusos. O acometimento dos nervos é
7
35

mais extenso, podendo ocorrer neurites agudas de grave prognóstico.


70

• Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa) – nesse caso, a imunidade celular é nula e


27

o bacilo se multiplica com mais facilidade, levando a uma maior gravidade, com anestesia dos
06

pés e mãos. Esse quadro favorece os traumatismos e feridas, que por sua vez podem causar
deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele
IO

(nódulos). As lesões cutâneas caracterizam-se por placas infiltradas e nódulos (hansenomas),


AR

de coloração eritemato-acastanhada ou ferruginosa, que podem se instalar também na mucosa


NU

oral. Podem ocorrer infiltração facial com madarose superciliar e ciliar, hansenomas nos
JA

pavilhões auriculares, espessamento e acentuação dos sulcos cutâneos. Pode, ainda, ocorrer
acometimento da laringe, com quadro de rouquidão, e de órgãos internos (fígado, baço,
OS

suprarrenais e testículos), bem como a hanseníase histoide, com predominância de


RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
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SA
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77
hansenomas com aspecto de queloides ou fibromas, com grande número de bacilos. Ocorre

35
comprometimento de maior número de troncos nervosos de forma simétrica.

70
27
Avaliação Dermatológica

06
A avaliação dermatológica visa identificar as lesões de pele próprias da

IO
hanseníase, pesquisando a sensibilidade nas mesmas. A alteração de sensibilidade nas lesões

AR
de pele é uma característica típica da hanseníase.
Deve ser feita uma inspeção de toda a superfície corporal, no sentido crânio-

NU
caudal, seguimento por seguimento, procurando identificar as áreas acometidas por lesões de

JA
pele.

OS
As áreas onde as lesões ocorrem com maior frequência são: face, orelhas,

RR
nádegas, braços, pernas e costas, mas elas podem ocorrer, também, na mucosa nasal.
Devem ser realizadas as seguintes pesquisas de sensibilidade nas lesões de pele:

BA
térmica, dolorosa, e tátil, que se complementam.

A
A pesquisa de sensibilidade nas lesões de pele, ou em áreas suspeitas, é um

LL
recurso muito importante no diagnóstico da hanseníase e deve ser executada com paciência e

BE
precisão.

SA
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35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
E LL
AB

Classificação operacional para fins de tratamento quimioterápico.


IS

O diagnóstico, portanto, baseia-se na identificação desses sinais e sintomas, e uma vez


70

diagnosticado, o caso de hanseníase deve ser classificado, operacionalmente, para fins de


7
35

tratamento. Esta classificação também é feita com base nos sinais e sintomas da doença:
70

• Paucibacilares (PB): casos com até 5 lesões de pele;


27

• Multibacilares (MB): casos com mais de 5 lesões de pele.


06

O diagnóstico da doença e a classificação operacional do paciente em Pauci ou em


Multibacilar é importante para que possa ser selecionado o esquema de tratamento
IO

quimioterápico adequado ao caso.


AR
NU

Avaliação
JA

Hanseníase é doença infeciosa, sistêmica, com repercussão importante nos


nervos periféricos. O processo inflamatório desses nervos (neurite) é um aspecto importante
OS

da hanseníase. Clinicamente, a neurite pode ser silenciosa, sem sinais ou sintomas, ou pode ser
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


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BE
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evidente, aguda, acompanhada de dor intensa, hipersensibilidade, edema, perda de

35
sensibilidade e paralisia dos músculos.

70
Para realizar ações de diagnóstico, tratamento, acompanhamento e alta na hanseníase

27
são importantes alguns materiais, vocês devem se lembrar principalmente:

06
• materiais para testar a sensibilidade, tais como o conjunto de monofilamentos de

IO
náilon de Semmes – Weinstein (estesiômetros), chumaços de algodão, tubos com água quente

AR
e fria, caneta esferográfica;
• fio dental fino, sem sabor, com cera;

NU
• tabela de Snellen (acuidade visual);

JA
No estágio inicial da doença, a neurite hansênica não apresenta um dano neural

OS
demonstrável, contudo, sem tratamento adequado frequentemente, a neurite torna-se crônica

RR
e evolui, passando a evidenciar o comprometimento dos nervos periféricos: a perda da
capacidade de suar (anidrose), a perda de pelos (alopecia), a perda das sensibilidades térmica,

BA
dolorosa e tátil, e a paralisia muscular.

A
LL
Os principais nervos periféricos acometidos na hanseníase são os que passam:

BE
• pela face - trigêmeo e facial, que podem causar alterações na face, nos olhos e no

SA
nariz;

0I
• pelos braços - radial, ulnar e mediano, que podem causar alterações nos braços e

77
mãos;
35
• pelas pernas - fibular comum e tibial posterior, que podem causar alterações nas
70
pernas e pés.
27

A avaliação neurológica deverá ser realizada:


06

• No inicio do tratamento;
• Mensalmente, quando possível, ou no mínimo de seis em seis meses;
IO

• Com maior freqüência durante neurites e reações, ou quando houver suspeita destas,
AR

durante ou após o tratamento;


NU

• Na apresentação de queixas;
• No ato da alta.
JA
OS

O QUE EXAMINAR?
RR

Olhos: anamnese/inspeção. Perguntar se a pessoa sente ardor, coceira, vista


embaçada, ressecamento, pálpebras pesadas, lacrimejamento ou outros sintomas. Verificar se
BA

há hiperemia, madarose, triquíase, ectrópio, lagoftalmo, catarata e opacidade corneana.


A

Teste de força muscular


LL

a) Peça ao paciente ue feche os olhos sem fazer força.


E
AB

Com a lanterna clínica, avalie se há fenda palpebral; se sim, medir com régua quantos
IS

milímetros é a abertura (fenda).


b) Utilizando o dedo mínimo, eleve a pálpebra superior; sinta a resistência (é forte,
70

diminuída ou ausente?);
7
35

c) Solte e observe a velocidade do retorno à posição inicial;


70

d) Agora, peça ao paciente para fechar os olhos com força;


27

e) Observe as rugas formadas, comparando um lado com o outro;


06

f) Observe se existe fenda e, em caso positivo, medir em milímetros;


Avaliação de sensibilidade córnea
IO

Para realizar a avaliação da sensibilidade córnea, é preciso cortar um pedaço de fio


AR

dental, maior que cinco cm; com a régua, medir cinco cm e segurar logo abaixo, no restante do
NU

pedaço.
JA

a) Posicione-se na frente do paciente e peça que ele olhe para sua testa, sem levantar
a cabeça;
OS

b) Toque a córnea em seu quadrante inferior externo, com o fio em posição


RR

perpendicular;
BA
A

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parcial não autorizada, constitui crime.


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BE
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77
c) Observe se o piscar do paciente é imediato, demorado ou ausente;

35
Acuidade visual

70
a) Posicione o paciente assentado de forma confortável em um local bem iluminado.

27
Explique a ele o exame;

06
b) A uma distância de 6 metros, fixe a tabela de Snellen à altura do olhar do paciente;

IO
c) Peça que o paciente tampe um dos olhos e realize o teste de acuidade visual;

AR
d) Faça o mesmo com o outro olho;
e) Registre a acuidade visual de cada olho.

NU
Obs.: Se não houver tabela de Snellen disponível, fazer o teste de contar dedos a 6

JA
metros de distância.

OS
Nariz: anamnese/ inspeção. Perguntar se a pessoa sente o nariz entupido, se há

RR
sangramento ou ressecamento. Verificar se há crostas, fissuras, atrofias, infiltrações, úlceras,
perfuração de septo e desabamento da pirâmide nasal.

BA
A
Membros Superiores: anamnese/inspeção. Perguntar se a pessoa sente dor,

LL
dormência, perda de força, inchaço ou outros sintomas. Verificar se há edema, garras,

BE
ressecamento, fissuras, calosidades, úlceras, reabsorções, atrofias e cicatrizes.

SA
0I
Membros Inferiores: anamnese/inspeção. Perguntar se a pessoa sente dor, dormência,

77
perda de força, inchaço e outros sintomas. Verificar se há edema, ressecamento, fissuras,
35
calosidades, úlceras, reabsorções, atrofias e cicatrizes. Observar a marcha que pode apresentar
70
características de comprometimento neural (pé caído).
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
E LL
AB
IS
70

Diagnóstico Laboratorial
7
35

• Exame baciloscópico – a baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando


70

disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos em PB
27

ou MB. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de


06

lesões. O resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico da hanseníase.


• Exame histopatológico – indicado como apoio na elucidação diagnóstica e em
IO

pesquisas.
AR

Teste de Mitsuda - Possui valor prognóstico e é recomendado para distinção dos casos
NU

neurais que não apresentam lesão cutânea, para classificação da doença. O teste é feito pela
JA

aplicação intradérmica de 0,1 ml de mitsudina na face anterior do antebraço direito, formando-


se uma pápula com cerca de 1cm de diâmetro. Sendo feita a leitura após 21 e 28 dias.
OS
RR
BA
A

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E
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77
Diagnóstico Diferencial

35
A hanseníase pode ser confundida com outras doenças de pele e com outras doenças

70
neurológicas que apresentam sinais e sintomas semelhantes aos seus. Portanto, deve ser feito

27
diagnóstico diferencial em relação a essas doenças.

06
- Diagnóstico Diferencial em relação a outras doenças Dermatológicas

IO
Existem doenças que provocam lesões de pele semelhantes às lesões características da

AR
hanseníase, e que podem ser confundidas com as mesmas.
A principal diferença entre a hanseníase e outras doenças dermatológicas é que as

NU
lesões de pele da hanseníase sempre apresentam alteração de sensibilidade. As demais

JA
doenças não apresentam essa alteração.

OS
As lesões de pele características da hanseníase são: manchas esbranquiçadas ou

RR
avermelhadas, lesões em placa, infiltrações e nódulos.

BA
As principais doenças de pele que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase, são:

A
• Pitiríase Versicolor (pano branco) - micose superficial que acomete a pele, e é

LL
causada pelo fungo Ptirosporum ovale. Sua lesão muda de cor quando exposta ao sol ou calor

BE
(versicolor). Ao exame dermatológico há descamação furfurácea (lembrando farinha fina).

SA
Sensibilidade preservada.

0I
• Eczemátide - doença comum de causa desconhecida, ainda é associada à dermatite

77
seborreica, parasitoses intestinais, falta de vitamina A, e alguns processos alérgicos (asma,
35
rinite, etc). No local da lesão, a pele fica parecida com pele de pato (pele anserina: são as
70
pápulas foliculares que acometem cada folículo piloso). Sensibilidade preservada.
27

• Tinha do corpo - micose superficial, com lesão hipocrômica ou eritematosa, de bordos


06

elevados. Pode acometer várias partes do tegumento e é pruriginosa. Sensibilidade preservada.


• Vitiligo - doença de causa desconhecida, com lesões acrômicas. Sensibilidade
IO

preservada.
AR

-
NU

Diagnóstico Diferencial em relação a outras doenças Neurológicas


Existem doenças que provocam lesões neurológicas semelhantes e que podem ser
JA

confundidas com as da hanseníase. Portanto, deve-se fazer o diagnóstico diferencial da


OS

hanseníase em relação a essas doenças.


RR

As lesões neurológicas da hanseníase podem ser confundidas, entre outras, com as


de:
BA

• síndrome do túnel do carpo;


A

• neuralgia parestésica;
LL

• neuropatia alcoólica;
E
AB

• neuropatia diabética;
IS

• lesões por esforços repetitivos (LER).


70

Tratamento
7
35

O tratamento integral de um caso de hanseníase compreende o tratamento


70

quimioterápico específico - a poliquimioterapia (PQT), seu acompanhamento, com vistas a


27

identificar e tratar as possíveis intercorrências e complicações da doença e a prevenção e o


06

tratamento das incapacidades físicas.


A PQT mata o bacilo tornando-o inviável, evita a evolução da doença, prevenindo as
IO

incapacidades e deformidades causadas por ela, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de
AR

infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Assim sendo, logo no
NU

início do tratamento, a transmissão da doença é interrompida, e, sendo realizado de forma


JA

completa e correta, garante a cura da doença.


OS
RR
BA
A

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77
-Tratamento Quimioterápico

35
A poliquimioterapia é constituída pelo conjunto dos seguintes medicamentos:

70
rifampicina, dapsona e clofazimina, com administração associada.

27
Esquema Paucibacilar (PB)

06
Neste caso é utilizada uma combinação da rifampicina e dapsona,

IO
acondicionados numa cartela, no seguinte esquema:

AR
Medicação:
• rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração

NU
supervisionada,

JA
• dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária

OS
autoadministrada;
• Duração do tratamento: 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina.

RR
• Critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses.

BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A

Esquema Multibacilar (MB)


LL

Aqui é utilizada uma combinação da rifampicina, dapsona e de clofazimina,


E
AB

acondicionados numa cartela, no seguinte esquema:


Medicação:
IS

• rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração
70

supervisionada;
7
35

• clofazimina: uma dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração
70

supervisionada e uma dose diária de 50mg auto-administrada; e


27

• dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária


06

autoadministrada;
• Duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina;
IO

• Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses.


AR
NU
JA
OS
RR
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IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
ATENÇÃO!!!!!!!!

0I
Considerando o disposto na Portaria SCTIE/MS N. 71, de 11 de dezembro de 2018³, O

77
Ministério da Saúde, em caráter normativo, a partir de 01 de julho de 2021, determina:
35
a) que a associação dos fármacos rifampicina + dapsona + clofazimina, na apresentação
70

de blísteres, para tratamento de hanseníase, passe a ser denominada “Poliquimioterapia Única


27

PQT-U”;
06

b) que as prescrições para uso da associação rifampicina + dapsona + clofazimina,


IO

passem a figurar com a denominação “Poliquimioterapia Única – PQT-U”, tanto para casos
AR

paucibacilares, quanto casos multibacilares, constando também a descriminação da


NU

classificação operacional diagnosticada e o tempo de tratamento respectivos;


c) que todos os pacientes diagnosticados com hanseníase paucibacilar que iniciem
JA

tratamento farmacológico a partir de 01 de julho de 2021, passem a ser tratados com


OS

Poliquimioterapia Única – PQT-U (associação rifampicina + dapsona + clofazimina), por seis


RR

meses;
d) que todos os pacientes diagnosticados com hanseníase paucibacilar que iniciaram
BA

tratamento farmacológico até a data de 30 de junho de 2021, sejam mantidos em tratamento


A

farmacológico com o blister PB (associação rifampicina + dapsona), por seis meses;


LL

e) que os pacientes diagnosticados com hanseníase multibacilar, a partir de 01 de julho


E
AB

de 2021, mantenham o tratamento farmacológico com Poliquimioterapia Única – PQT-U


(rifampicina + dapsona + clofazimina), por doze meses;
IS

f) que os programas estaduais e distrital de hanseníase adotem as medidas necessárias,


70

para que os municípios sob sua jurisdição sejam informados do teor da presente nota técnica,
7
35

a fim de que todas as unidades de saúde passem a adotar o novo esquema terapêutico para os
70

casos de hanseníase paucibacilar;


27

g) que as assistências farmacêuticas e almoxarifados nacional e locais adotem as


06

medidas necessárias para que as movimentações dos estoques de poliquimioterapia adotem as


denominações Poliquimioterapia Única Adulto – PQT-U adulto e Poliquimioterapia Única
IO

Infantil – PQT-U infantil”;


AR

h) que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde


NU

– Conitec, por meio da Subcomissão Técnica de Atualização da RENAME e FTN e da Subcomissão


JA

Técnica de PCDT adotem as medidas necessárias para atualizar as listas de medicamentos e


PCDT’s que façam menção ao tratamento farmacológico da hanseníase, determinando o uso
OS

das denominações Poliquimioterapia Única Adulto– PQT-U Adulto e Poliquimioterapia Única


RR

Infantil – PQT-U Infantil;


BA
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0I
77
i) que, caso ocorra sobra de blísteres PB (rifampicina + dapsona), todos os estoques

35
remanescentes deverão ter sua destinação final executada conforme legislação vigente. Para

70
isso, os Estados e o Distrito Federal, ao final de todo o processo de transição, deverão informar

27
ao Ministério da Saúde os quantitativo

06
IO
Observação:

AR
Todos os focos da doença devem ser eliminados e o bacilo também pode estar presente
em familiares (com ou sem sintomas), e que, por isso, todos devem ser examinados e

NU
acompanhados por pelo menos 5 anos.

JA
• A gravidez e o aleitamento não contra-indicam o tratamento

OS
• Os casos de recidiva são raros e geralmente ocorrem no período superior a cinco anos

RR
• A hanseníase é uma doença de notificação compulsória.
• Contato intradomiciliar: toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o

BA
doente, nos últimos 5 anos.

A
LL
Duração do tratamento e Critério de Alta

BE
Seguimento de Casos

SA
Os pacientes devem ser agendados de rotina a cada 28 dias para receberem, além das

0I
orientações e avaliações, a administração da dose supervisionada e nova cartela com os

77
medicamentos para doses autoadministradas no domicilio.
35
A duração do tratamento PQT deve obedecer aos prazos estabelecidos: de 6 doses
70
mensais supervisionadas de rifampicina tomadas em até 9 meses para os casos Paucibacilares
27

e de 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina tomadas em até 18 meses para os casos


06

Multibacilares.
O paciente que tenha completado o tratamento PQT não deverá mais ser
IO

considerada como um caso de hanseníase, mesmo que permaneça com alguma sequela da
AR

doença. Deverá, porém, continuar sendo assistida pelos profissionais da Unidade de Saúde,
NU

especialmente nos casos de intercorrências pós-alta: reações e monitoramento neural. Em caso


de reações pós-alta, o tratamento PQT não deverá ser reiniciado.
JA
OS

Efeitos colaterais dos medicamentos


RR

Efeitos colaterais da rifampicina:


• Cutâneos: rubor de face e pescoço, prurido e rash cutâneo generalizado;
BA

• Gastrointestinais: diminuição do apetite e náuseas. Ocasionalmente, podem ocorrer


A

vômitos, diarreias e dor abdominal leve;


LL

• Hepáticos: mal-estar, perda do apetite, náuseas, podendo ocorrer também icterícia.


E
AB

São descritos dois tipos de icterícias: a leve ou transitória e a grave, com danos hepáticos
IS

importantes. A medicação deve ser suspensa e o paciente encaminhado à unidade de referência


se as transaminases e/ou as bilirrubinas aumentarem mais de duas vezes o valor normal;
70

• Hematopoéticos: trombocitopenia; púrpuras ou sangramentos anormais, como


7
35

epistaxes. Poderão, também, ocorrer hemorragias gengivais e uterinas. Nestes casos, o


70

paciente deve ser encaminhado ao hospital;


27

• Anemia hemolítica: tremores, febre, náuseas, cefaleia e às vezes choque, podendo


06

também, ocorrer icterícia leve. Ocorre raramente;


• Síndrome pseudogripal: febre, calafrios, astenia, mialgias, cefaleia, dores ósseas.
IO

Pode, também, apresentar eosinofilia, nefrite intersticial, necrose tubular aguda,


AR

trombocitopenia, anemia hemolítica e choque. A síndrome ocorre raramente, e quando


NU

ocorrem se dá principalmente a partir da 2.a ou 4.a doses supervisionadas devido à


JA

hipersensibilidade por formação de anticorpos anti-rifampicina, quando o medicamento é


utilizado em dose intermitente.
OS
RR
BA
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TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 27

SA
0I
77
A coloração avermelhada da urina não deve ser confundida com hematúria. A

35
secreção pulmonar avermelhada não deve ser confundida com escarros hemoptóicos. A

70
pigmentação conjuntival não deve ser confundida com icterícia.

27
06
Efeitos colaterais da clofazimina:

IO
• Cutâneos: ressecamento da pele, que pode evoluir para ictiose, alteração na

AR
coloração da pele e suor. Nas pessoas de pele escura a cor pode se acentuar, e em pessoas
claras a pele pode ficar com uma coloração avermelhada ou adquirir um tom acinzentado,

NU
devido à impregnação e ao ressecamento. Estes efeitos ocorrem mais acentuadamente nas

JA
lesões hansênicas e regridem, muito lentamente, após a suspensão do medicamento;

OS
• Gastrointestinais: diminuição da peristalse e dor abdominal, devido ao depósito de

RR
cristais de clofazimina nas submucosas e linfonodos intestinais, resultando na inflamação da
porção terminal do intestino delgado. Estes para-efeitos poderão ser encontrados com maior

BA
frequência na utilização de doses de 300 mg/dia por períodos prolongados, superiores a 90 dias.

A
LL
Efeitos colaterais da dapsona:

BE
• Cutâneos: síndrome de Stevens-Johnson, dermatite esfoliativa ou eritrodermia;

SA
• Hepáticos: icterícias, náuseas e vômitos;

0I
• Hemolíticos: tremores, febre, náuseas, cefaléia, às vezes choque, podendo também

77
ocorrer icterícia leve, metahemoglobinemia, cianose, dispnéia, taquicardia, cefaléia, fadiga,
desmaios, náuseas, anorexia e vômitos; 35
70
• Outros efeitos colaterais raros podem ocorrer, tais como insônia e neuropatia
27

motora periférica.
06

Efeitos colaterais dos medicamentos utilizados nos estados reacionais


IO

Efeitos colaterais da talidomida:


AR

• Teratogenicidade;
NU

• Sonolência, edema unilateral de membros inferiores, constipação intestinal, secura


de mucosas e, mais raramente, linfopenia;
JA

• Neuropatia periférica, não é comum entre nós, podem ocorrer em doses acumuladas
OS

acima de 40 g, sendo mais frequente em pacientes acima de 65 anos de idade.


RR

Efeitos colaterais dos corticosteróides:


• Hipertensão arterial;
BA

• Disseminação de infestação por strongiloides stercoralis;


A

• Disseminação de tuberculose pulmonar;


LL

• Distúrbios metabólicos: redução de sódio e depleção de potássio, aumento das


E
AB

taxas de glicose no sangue, alteração no metabolismo do cálcio, levando à osteoporose e à


IS

síndrome de cushing;
• Gastrointestinais: gastrite e úlcera péptica;
70

• Outros efeitos: agravamento de infecções latentes, acne cortisônica e psicoses.


7
35
70

Estados reacionais ou reações hansênicas


27

Os estados reacionais ou reações hansênicas são reações do sistema


06

imunológico do doente ao Mycobacterium leprae. Apresentam-se através de episódios


inflamatórios agudos e subagudos. Podem acometer tanto os casos Paucibacilares como os
IO

Multibacilares.
AR

Os estados reacionais são a principal causa de lesões dos nervos e de incapacidades


NU

provocadas pela hanseníase. Portanto, é importante que o diagnóstico dos mesmos seja feito
JA

precocemente, para se dar início imediato ao tratamento, visando prevenir essas


incapacidades.
OS

O diagnóstico dos estados reacionais é realizado através do exame físico,


RR

dermatoneurológico do paciente.
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 28

SA
0I
77
A identificação dos mesmos não contra indica o início do tratamento (PQT). Se os

35
estados reacionais aparecerem durante o tratamento (PQT), este não deve ser interrompido,

70
mesmo porque o tratamento reduz significativamente a frequência e a gravidade dos mesmos.

27
Se forem observados após o tratamento (PQT), não é necessário reiniciá-lo. Deve-se ficar

06
atento para que os estados reacionais pós-alta, comuns nos esquemas de tratamento

IO
quimioterápico de curta duração, não sejam confundidos com os casos de recidiva da doença.

AR
Os estados reacionais, ou reações hansênicas podem ser de dois tipos:

NU
• Reação tipo 1, ou reação reversa;

JA
• Reação tipo 2.

OS
Reação tipo 1 ou reação reversa

RR
É quadro clínico, que se caracteriza por apresentar novas lesões dermatológicas

BA
(manchas ou placas), infiltração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, bem como dor

A
ou espessamento dos nervos (neurites).

LL
BE
Reação tipo 2

SA
É quadro clínico manifestado principalmente como Eritema Nodoso Hansênico

0I
(ENH) que se caracteriza por apresentar nódulos vermelhos e dolorosos, febre, dores

77
articulares, dor e espessamento nos nervos e mal-estar generalizado. Geralmente as lesões
antigas permanecem sem alteração. 35
70
Os principais fatores potencialmente desencadeantes dos episódios reacionais
27

são a gestação, lactação, infecções concorrentes, stress físico ou psicológico e alguns


06

medicamentos (ex: iodeto de potássio).


IO

Medidas recomendadas para tratamento da reação Tipo 1 - reação reversa


AR

• Se o doente estiver sob tratamento quimioterápico, mantenha-o sem modificação,


NU

exceto se apresentar efeitos colaterais graves.


• Prescrever corticosteroide: prednisona - 1 a 2 mg/kg/dia, conforme avaliação clínica.
JA

• Manter a dose inicial da prednisona até a regressão clínica do quadro reacional.


OS

• Reduzir a dose do medicamento em intervalos fixos e quantidade predeterminada,


RR

conforme avaliação clínica e quadro a seguir.


• Retornar à dose imediatamente anterior em caso de agravamento do quadro clínico.
BA

Devem ser tomadas algumas precauções na utilização da prednisona: Registrar o peso,


A

a pressão arterial e a taxa de glicose no sangue para controle e observação dos efeitos colaterais
LL

do medicamento; fazer o tratamento antiparasitário com medicamento específico para


E
AB

Strongiloydes stercoralis prevenindo a disseminação sistêmica desse parasita. Exemplo:


IS

Tiabendazol na dose de 50 mg/kg/dia durante 2 dias, ou 1,5 g/dose única.


Medidas recomedadas para o tratamento da reação Tipo 2 – Eritema Nodoso
70

Hansênico (ENH)
7
35

Até o momento, está proibida a utilização da talidomida em mulheres em idade


70

fértil, devido a seus conhecidos efeitos teratogênicos (má formação fetal). Essa recomendação
27

deve obedecer às normas específicas expedidas pelo Ministério da Saúde.


06

• Se o doente estiver sob tratamento quimioterápico, mantenha-o sem modificação,


IO

exceto se estiver apresentando efeitos colaterais graves.


AR

• Prescrever talidomida: de 100 a 400 mg/dia, conforme a intensidade do quadro.


NU

• Manter a dose inicial até a regressão clínica do quadro reacional.


JA

• Em casos com comprometimento neural, introduzir corticosteróides, segundo o


esquema já referido, imobilizar o segmento afetado, e programar ações de prevenção de
OS

incapacidades.
RR
BA
A

O conteúdo deste material é protegido por lei. Sua comercialização, reprodução, adaptação, modificação, distribuição total ou
LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 29

SA
0I
77
• Nos casos de reação Tipo 2 listados abaixo, deverá também ser indicado a utilização

35
da prednisona - no mesmo esquema estabelecido utilizado na reação Tipo 1.

70
- Mulheres em idade fértil

27
- Comprometimento neural

06
- Irite ou iridociclite

IO
- Orquiepididimite

AR
- Mãos e pés reacionais
- Nefrite

NU
- Eritema nodoso necrotizante

JA
- Vasculite (Fenômeno de Lúcio)

OS
As medidas a serem tomadas, também são as mesmas prescritas para a reação Tipo 1.

RR
Deve-se levar em consideração a gravidade intrínseca de cada quadro clínico e a
necessidade de outras medidas terapêuticas, como o encaminhamento para cirurgia.

BA
• Casos de cronicidade da reação Tipo 2, subintrante ou com complicações graves,

A
devem ser encaminhados para um centro de referência.

LL
BE
Vigilância epidemiológica

SA
Hanseníase é Doença de Notificação Compulsória em todo o Território Nacional.

0I
77
CRITÉRIOS PARA FINAL DO TRATAMENTO:
Critérios de alta por cura 35
70
O encerramento da PQT deve acontecer segundo os critérios de regularidade no
27

tratamento: número de doses e tempo de tratamento, de acordo com cada esquema


06

mencionado anteriormente, sempre com avaliação neurológica simplificada, avaliação do grau


de incapacidade física e orientação para os cuidados após a alta. Situações a serem observadas:
IO

• Condutas para pacientes irregulares – os que não completaram o tratamento


AR

preconizado PB (6 doses, em até 9 meses) e MB (12 doses, em até 18 meses) deverão ser
NU

avaliados quanto à necessidade de reinício ou possibilidade de aproveitamento de doses


anteriores, visando à finalização do tratamento dentro do prazo preconizado.
JA

• Condutas para indicação de outro ciclo de tratamento em pacientes MB – para o


OS

doente MB sem melhora clínica ao final das 12 doses de PQT, a indicação de um segundo ciclo
RR

de 12 doses de tratamento deverá se basear na associação de sinais de atividade da doença,


mediante exame clínico e correlação laboratorial (baciloscopia e, se indicada, histopatologia)
BA

em unidades de referência.
A

Casos MB que iniciam o tratamento com numerosas lesões ou extensas áreas de


LL

infiltração cutânea podem ter um risco maior de desenvolver reações e dano neural após
E
AB

completar as 12 doses. Esses casos poderão apresentar uma regressão mais lenta das lesões de
IS

pele. A maioria desses doentes continuará a melhorar após a conclusão do tratamento com 12
doses; é possível, no entanto, que alguns deles não demonstrem qualquer melhora e, se isso
70

acontecer, deverão ser avaliados em serviço de referência (municipal, regional, estadual ou


7
35

nacional) quanto à necessidade de 12 doses adicionais de PQT/MB.


70
27

Meningites e doença meningocócica


06

Doença Meningocócica:
O termo meningite expressa a ocorrência de um processo inflamatório das meninges,
IO

membranas que envolvem o cérebro.


AR

Agente etiológico: A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos,
NU

como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não-infecciosos (ex: traumatismo). As
JA

meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais
importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial
OS

de produzir surtos. Dentre elas, destacam-se:


RR
BA
A

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LL

parcial não autorizada, constitui crime.


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SA
0I
77
Meningites bacterianas: Os principais agentes bacterianos causadores de meningite

35
são:

70
Neisseria meningitidis (meningococo): Bactéria gram-negativa em forma de coco.

27
Possui diversos sorogrupos, de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais

06
freqüentes são os sorogrupos A, B, C, W135 e Y.

IO
Haemophilus influenzae: Bactéria gram-negativa que pode ser classificada, atualmente,

AR
em 6 sorotipos (a, b, c, d, e, f), a partir da diferença antigênica da cápsula polissacarídica. O
Haemophilus influenzae, desprovido de cápsula, se encontra nas vias respiratórias de forma

NU
saprófita, podendo causar infecções assintomáticas ou doenças não-invasivas tais como

JA
bronquite, sinusites e otites, tanto em crianças como em adultos

OS
Outros: Streptococcus pneumoniae, Mycobacterium tuberculosis,

RR
Meningites virais: São representadas principalmente pelos enterovírus. Neste grupo
estão incluídas as três cepas dos poliovírus, 28 cepas de echovírus, 23 cepas do vírus coxsackie

BA
A, 6 do vírus coxsackie B e 5 outros enterovírus

A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL

DOENÇA MENINGOCÓCICA
E

A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda. Quando se apresenta na


AB

forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a
IS

meningite meningocócica a mais frequente delas e a meningococcemia a forma mais grave.


770
35

Agente etiológico
70

A Neisseria meningitidis (meningococo) é um diplococo gram-negativo, aeróbio,


27

imóvel, pertencente à família Neisseriaceae. A composição antigênica da cápsula polissacarídica


06

permite a classificação do meningococo em 12 diferentes sorogrupos: A, B, C, E, H, I, K, L, W, X,


Y e Z. Os sorogrupos A, B, C, Y, W e X são os principais responsáveis pela ocorrência da doença
IO

invasiva e, portanto, de epidemias. Os meningococos são também classificados em sorotipos e


AR

sorossubtipos, de acordo com a composição antigênica das proteínas de membrana externa


NU

PorB e PorA, respectivamente.


JA
OS
RR
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A

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parcial não autorizada, constitui crime.


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0I
77
Reservatório

35
O homem, sendo a nasofaringe o local de colonização do microrganismo. A colonização

70
assintomática da nasofaringe pela N. meningitidis caracteriza o estado de portador que ocorre

27
frequentemente, chegando a ser maior que 10% em determinadas faixas etárias nos períodos

06
endêmicos, podendo o indivíduo albergar o meningococo por período prolongado.

IO
As taxas de incidência de portadores são maiores entre adolescentes e adultos jovens

AR
e em camadas socioeconômicas menos privilegiadas.
Modo de transmissão

NU
Contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas

JA
infectadas, assintomáticas ou doentes. A transmissão por fômites não é importante.

OS
Período de incubação

RR
Em média, de 3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias.
Período de transmissibilidade

BA
Persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, a bactéria é

A
eliminada da nasofaringe após 24 horas de antibioticoterapia adequada.

LL
BE
Suscetibilidade, vulnerabilidade e imunidade

SA
A suscetibilidade é geral, entretanto, o grupo etário de maior risco são as crianças

0I
menores de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano.

77
A doença meningocócica invasiva ocorre primariamente em pessoas suscetíveis
35
recentemente colonizadas por uma cepa patogênica. Inúmeros fatores de risco têm sido
70
associados, tais como: infecções respiratórias virais recentes (especialmente influenza),
27

aglomeração no domicílio, residir em quartéis, dormir em acampamento militar ou em


06

alojamentos de estudantes, tabagismo (passivo ou ativo), condições socioeconômicas menos


privilegiadas e contato íntimo com portadores. O risco de desenvolver doença invasiva entre
IO

contatos domiciliares de um doente é cerca de 500 a 800 vezes maior que na população geral.
AR
NU

Manifestações clínicas
A meningite é uma síndrome que se caracteriza por febre, cefaléia intensa, vômitos e
JA

sinais de irritação meníngea, acompanhadas de alterações do líquido cefalorraquidiano.


OS
RR

SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA


Sinal de Kernig – resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada
BA

em certo grau de flexão, relativamente ao tronco.


A
E LL
AB
IS
770
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS

Sinal de Brudzinski – flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao
se tentar fletir a cabeça do paciente. Crianças de até nove meses poderão não apresentar os
RR

sinais clássicos de irritação meníngea.


BA
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0I
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27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
Crianças de até nove meses poderão não apresentar os sinais clássicos de irritação
meníngea. Outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, tais como febre,

0I
irritabilidade ou agitação, choro persistente, grito meníngeo (criança grita ao ser manipulada,

77
principalmente quando se flete as pernas para trocar a fralda) e recusa alimentar,
acompanhada ou não de vômitos, convulsões e abaulamento da fontanela.
35
70
27

Doença meningocócica
06

A infecção invasiva pela N. meningitidis pode apresentar um amplo espectro clínico,


IO

que varia desde febre transitória e bacteremia oculta até formas fulminantes, com a morte do
AR

paciente em poucas horas após o início dos sintomas.


NU

A meningite e a meningococcemia são as formas clínicas mais frequentemente


observadas, podendo ocorrer isoladamente ou associadas. A denominação doença
JA

meningocócica torna-se apropriada nesse contexto, sendo adotada internacionalmente.


OS

O quadro de meningite pode se instalar em algumas horas, iniciado com intensa


RR

sintomatologia, ou mais paulatinamente, em alguns dias, acompanhado de outras


manifestações , geralmente indistinguíveis de outras meningites bacterianas. A meningite
BA

meningocócica é a forma mais frequente de doença meningocócica invasiva e associa-se, em


A

cerca de 60% dos casos, à presença de lesões cutâneas petequiais bastante características.
LL

Em lactentes com meningite, a pesquisa de sinais meníngeos é extremamente difícil e


E
AB

a rigidez de nuca nem sempre está presente. Nestas circunstâncias, deve-se realizar o exame
cuidadoso da fontanela bregmática:
IS

• abaulamento e/ou aumento de tensão da fontanela, aliados a febre, irritabilidade,


70

gemência, inapetência e vômitos.


7
35

Em lactentes jovens, sobretudo no período neonatal, a suspeita de meningite tornase


70

notadamente mais difícil, pois a sintomatologia e os dados de exame físico são os mais diversos
27

possíveis:
06

• no recém-nascido, a febre nem sempre está presente;


• observa-se, muitas vezes, hipotermia, recusa alimentar, cianose, convulsões, apatia e
IO

irritabilidade que se alternam, respiração irregular e icterícia.


AR
NU

Complicações
JA

As convulsões estão presentes em 20% das crianças com meningite meningocócica. Sua
ocorrência, assim como a presença de sinais neurológicos focais, é menos frequente que nas
OS

meningites por pneumococo ou por Haemophilus influenzae sorotipo B.


RR
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SA
0I
77
Nos casos de meningococcemia, o coma pode sobrevir em algumas horas. Associa-se a

35
elevadas taxas de letalidade, geralmente acima de 40%, sendo a grande maioria dos óbitos nas

70
primeiras 48 horas do início dos sintomas.

27
Tratamento (RECOMENDAÇÕES DE ANTIBIOTICOTERAPIA PARA DOENÇA

06
MENINGOCÓCICA)

IO
A antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível, de preferência,

AR
logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. O uso de antibiótico deve
ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa

NU
assistência.

JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06

Características epidemiológicas
No Brasil, a doença meningocócica é endêmica, com ocorrência de surtos esporádicos.
IO

O meningococo é a principal causa de meningite bacteriana no país.


AR

Acomete indivíduos de todas as faixas etárias, porém aproximadamente 40 a 50% dos


NU

casos notificados ocorrem em crianças menores de 5 anos de idade. Os maiores coeficientes de


incidência da doença são observados em lactentes, no primeiro ano de vida.
JA

Nos surtos e epidemias, observam-se mudanças nas faixas etárias afetadas, com
OS

aumento de casos entre adolescentes e adultos jovens.


RR

A letalidade da doença no Brasil situa-se em torno de 20% nos últimos anos. Na forma
mais grave, a meningococcemia, a letalidade chega a quase 50%.
BA

Desde a década de 1990, os sorogrupos circulantes mais frequentes no Brasil foram o


A

C e o B. Após um período de predomínio do sorogrupo B, observa-se, a partir de 2005, um


LL

aumento no número e na proporção de casos atribuídos ao sorogrupo C em diferentes regiões


E
AB

do país.
IS

Definição de caso
70

Suspeito
7
35

Crianças acima de 1 ano de idade e adultos com febre, cefaleia, vômitos, rigidez da nuca
70

e outros sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski), convulsões e/ou manchas vermelhas
27

no corpo.
06

Nos casos de meningococcemia, atentar para eritema/exantema, além de sinais e


sintomas inespecíficos (sugestivos de septicemia), como hipotensão, diarreia, dor abdominal,
IO

dor em membros inferiores, mialgia, rebaixamento do sensório, entre outros.


AR

Em crianças abaixo de 1 ano de idade, os sintomas clássicos acima referidos podem não
NU

ser tão evidentes. É importante considerar, para a suspeita diagnóstica, sinais de irritabilidade,
JA

como choro persistente, e verificar a existência de abaulamento de fontanela.


OS
RR
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SA
0I
77
Confirmado

35
• Todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito e cujo diagnóstico seja

70
confirmado por meio dos exames laboratoriais específicos: cultura, e/ou PCR, e/ou CIE, e/ ou

27
Látex.

06
• Ou todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito e que apresente história

IO
de vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente para N. Meningitidis por um

AR
dos exames laboratoriais específicos, mas que não tenha realizado nenhum deles.,
• Ou todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito com bacterioscopia da

NU
amostra clínica com presença de diplococo Gram-negativo.

JA
• Ou todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito com clínica sugestiva de

OS
doença meningocócica com presença de petéquias (meningococcemia).

RR
Quimioprofilaxia

BA
A quimioprofilaxia, embora não assegure efeito protetor absoluto e prolongado, tem

A
sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários. Os casos

LL
secundários são raros, e geralmente ocorrem nas primeiras 48 horas a partir do primeiro caso.

BE
O risco de doença entre os contatos próximos é maior durante os primeiros dias após o

SA
início da doença, o que requer que a quimioprofilaxia seja administrada o mais rápido possível.

0I
Está indicada para os contatos próximos de casos suspeitos de doença meningocócica.

77
Contatos próximos são os moradores do mesmo domicílio, indivíduos que
35
compartilham o mesmo dormitório (em alojamentos, quartéis, entre outros), comunicantes de
70
creches e escolas, e pessoas diretamente expostas às secreções do paciente.
27

A quimioprofilaxia também está indicada para o paciente no momento da alta ou na


06

internação no mesmo esquema preconizado para os contatos próximos, exceto se o tratamento


da doença foi realizado com ceftriaxona.
IO

Não há recomendação para os profissionais da área de saúde que atenderam o caso de


AR

doença meningocócica, exceto para aqueles que realizaram procedimentos invasivos


NU

(intubação orotraqueal, passagem de cateter nasogástrico) sem utilização de equipamento de


proteção individual adequado (EPI).
JA

O antibiótico de escolha para a quimioprofilaxia é a rifampicina, que deve ser


OS

administrada em dose adequada e simultaneamente a todos os contatos próximos,


RR

preferencialmente até 48 horas da exposição à fonte de infecção (doente), considerando o


prazo de transmissibilidade e o período de incubação da doença. Alternativamente, outros
BA

antibióticos podem ser utilizados para a quimioprofilaxia (Quadro 3). A recomendação para uso
A

preferencial e/ou restrito da rifampicina, além do tratamento da tuberculose no país, visa evitar
LL

a seleção de cepas resistentes de meningococos.


E
AB

Em relação às gestantes, esse medicamento tem sido utilizado para quimioprofilaxia,


IS

pois não há evidências de que a rifampicina possa apresentar efeitos teratogênicos. A relação
risco/benefício do uso de antibióticos pela gestante deverá ser avaliada pelo médico assistente.
770
35
70
27
06
IO
AR
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JA
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0I
77
Recomendações para o bloqueio vacinal

35
A vacinação de bloqueio está indicada nas situações em que haja a caracterização de

70
um surto de doença meningocócica (Quadro 4), para o qual seja conhecido o sorogrupo

27
responsável por meio de confirmação laboratorial específica (cultura e/ou PCR) e haja vacina

06
eficaz disponível.

IO
A vacinação somente será utilizada a partir de decisão conjunta das três esferas de

AR
gestão.

NU
JA
OS
RR
BA
A
LL
BE
SA
0I
77
35
70
27
06
IO
AR

QUESTÕES
NU

1- Entre os principais agravos apontados na Política Nacional de Atenção a População Indígena


JA

que acometem com maior frequência e severidade as comunidades indígenas encontra-se a:


OS

a) Sífilis
b) Hanseníase
RR

c) Dengue
BA

d) Tuberculose
e) Hepatite B
A
E LL

2- Sobre as características gerais da Tuberculose, analise as proposições abaixo e, em seguida,


AB

assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.


IS
70

I. Gravidez, desnutrição, neoplasias, tratamentos com corticosteróide, não interferem no


7

resultado da prova tuberculínica.


35

II. A fala, o espirro e, principalmente, a tosse de um doente de tuberculose pulmonar bacilífera


70

constitui-se meio facilitador para transmissão da doença.


27

III. O exame sorológico anti-HIV deve ser oferecido o mais cedo possível a todo indivíduo com
06

diagnóstico estabelecido de tuberculose, independentemente da confirmação bacteriológica.


IO

IV. Recomenda-se o uso de P 'fampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol, na segunda fase


AR

do tratamento, durante quatro meses seguidos, de Rifampicina e Isoniazida durante dois meses,
NU

mantendo dessa forma o regime de curta duração de 6 (seis) meses.


JA

(A) Somente I e II estão corretas.


OS

(B) Somente I e IV estão corretas.


RR

(C) Somente II e III estão corretas.


BA
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SA
0I
77
(D) Somente II e IV estão corretas.

35
(E) Somente III e IV estão corretas

70
27
06
3-Existem várias formas de tuberculose, a mais frequente e mais contagiosa é a pulmonar. Um

IO
paciente pulmonar bacilífero, se não tratado, em um ano pode infectar várias pessoas. Uma vez

AR
iniciado o tratamento, o paciente, normalmente, não transmitirá mais a doença em no máximo
quantos dias?

NU
JA
a) 10 b) 15 c) 20 d) 25 e) 30

OS
RR
4-(Baião-2011) Um paciente foi atendido em uma unidade de saúde com queixas de tosse seca
por mais de três semanas, febre moderada, perda de peso e forte dor no peito. Após a realização

BA
de exames laboratoriais e complementares, foi confirmado caso de tuberculose pleural. O

A
paciente também referiu nunca ter realizado tratamento para tuberculose. A conduta do

LL
profissional de saúde quanto ao tratamento desse cliente, conforme o ministério da saúde, seria

BE
tratar:

SA
a) 2 meses com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol, e 4 meses com Rifampicina,

0I
Isoniazida e Etambutol.

77
b) 2 meses com Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida, e 4 meses com Rifampicina e Isoniazida.
35
c) 2 meses com Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida, e 7 meses com Rifampicina e Isoniazida.
70
d) 2 meses com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol, e 4 meses com Rifampicina
27

e Isoniazida.
06

5) Em 2009 foram feitas modificações no esquema de tratamento da tuberculose. A primeira


IO

mudança instituída pelo programa nacional de controle da tuberculose (pnct) foi introduzir um
AR

quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do esquema básico. Qual
NU

é esse fármaco?
a) Etambutol
JA

b) Estreptomicina
OS

c) Levofloxacina
RR

d) Pirazinamida
e) Terizidona
BA
A

6- Galinhos-2011) Em relação à hanseníase é incorreto afirmar:


LL

a) Pacientes multibacilares devem ser tratados com no mínimo 12 doses de PQT/MB


E
AB

b) A forma Virchowiana da hanseníase tem cura


IS

c) A forma tuberculóide é multibacilar


d) A forma Dimorfa deve ser tratada com o esquema multibacilar
70

e) De acordo com o Ministério da Saúde pacientes que apresentem mais de 5 lesões devem ser
7
35

tratados com o esquema multibacilar


70
27

7-A hanseníase é uma doença causada pelo agente etiológico micobacterium leprae. O bacilo
06

causador, possui alta infectividade, baixa patogenicidade, baixa letalidade e baixa mortalidade.
O período de incubação do bacilo no organismo humano compreende:
IO

a) dois a sete anos em média. b) 15 dias a dois anos em média.


AR

c) dois anos a dez anos em média. d) sete a dez anos em média


NU
JA

8- No teste cutâneo com tuberculina para o diagnóstico de tuberculose, uma resposta cutânea
menor que 2mm significa:
OS

a)Duvidosa
RR

b)Negativa
BA
A

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LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 37

SA
0I
77
c) Positiva

35
d)Suspeita

70
e)Infeciosa

27
06
9-Uma paciente foi diagnosticada com tuberculose durante o período gestacional e precisou

IO
iniciar o esquema de tratamento. A droga que NÃO é segura para tratamento durante a

AR
gestação, pois pode causar deficiência auditiva do feto, é:
(A) rifampicina;

NU
(B) isoniazida;

JA
(C) estreptomicina;

OS
(D) pirazinamida;

RR
(E) etambutol.

BA
10- Ao orientar sua equipe sobre as indicações de precauções baseadas na forma de

A
transmissão, a enfermeira citou alguns exemplos de doenças para cada tipo de precaução. Uma

LL
doença na qual se utiliza precaução para gotículas é:

BE
(A) rubéola;

SA
(B) sarampo;

0I
(C) Meningite bacteriana;

77
(D) tuberculose;
(E) varicela. 35
70
27

11- São formas da Hanseníase:


06

A) Indeterminada, Virchowiana, tuberculóide.


B) Virchowiana, tuberculóide, diforma.
IO

C) Tricocefaliase, Virchowiana, tuberculóide.


AR

D) Indeterminada, tuberculóide, diforma.


NU

E) Indeterminada, Virchowiana, tuberculóide, diforma


JA

12) (Galinhos-2011) A hanseníase ainda é uma doença de grande destaque para a saúde pública
OS

brasileira e deve ser priorizada por todos os profissionais de saúde visando o seu controle. De
RR

acordo com o ministério da saúde, em relação á hanseníase assinale a alternativa correta:


a) Pacientes com baciloscopia negativa e que apresentam dez lesões com alteração de
BA

sensibilidade na pele devem ser tratados com o esquema paucibacilar


A

b) Pacientes com baciloscopia negativa e que apresentam duas lesões com alteração de
LL

sensibilidade na pele devem ser tratados com o esquema multibacilar


E
AB

c) Pacientes com baciloscopia positiva e que apresentam uma lesão com alteração de
IS

sensibilidade na pele devem ser tratados com o esquema paucibacilar


d) Pacientes com baciloscopia negativa que apresentam menos de dez lesões de pele com
70

alteração de sensibilidade não devem ser tratados para hanseníase


7
35

e) Pacientes com baciloscopia negativa e que apresentam seis lesões com alteração de
70

sensibilidade na pele devem ser tratados com o esquema multibacilar


27
06

13) A quimioprofilaxia indicada para os contatos íntimos de casos de doença meningocócica é:


a) A droga de escolha é a rifampicina, na dose 2.400mg, divididas em 4 tomadas, VO, de 12/12
IO

horas, para adultos. Em crianças de 1 mês até 12 anos, devem ser administrados 10mg/kg/dose
AR

em 4 tomadas, com intervalos de 12/12 horas, sendo a dose máxima de 600mg. Para recém
NU

nascidos, usar 5mg/kg/dose de 12/12 horas, em 4 tomadas


JA

b) A droga de escolha é a tetraciclina, na dose 500mg, VO, de 6/6 horas, para adultos. Em
crianças de 5 até 12 anos, devem ser administrados 5mg/kg/dose em 4 tomadas, com intervalos
OS

de 6/6 horas, sendo a dose máxima de 1000mg. Para crianças menores que 5 anos, usar 5mg/
RR

kg/dose de 6/6 horas, em 4 tomadas


BA
A

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LL

parcial não autorizada, constitui crime.


E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 38

SA
0I
77
c) A droga de escolha é a penicilina benzatina, na dose 1.200.000 U, IM, dose única, para adultos.

35
Em crianças de até 27 Kg:, injeção IM em dose única de 300.000 a 600.000 U. Para crianças acima

70
de 27Kg, dose única IM de 900.000 U

27
d) A droga de escolha é a penicilina benzatina, na dose 1.200.000 U, IM, 3 dias consecutivos,

06
para adultos. Em crianças de até 27 Kg:, injeção IM em de 300.000 a 600.000 U por 3 dias

IO
consecutivos. Para crianças acima de 27 Kg, dose única IM de 900.000 U por 3 dias consecutivos

AR
14) Graciela, 17 anos, deu entrada no Pronto Socorro. Após atendimento médico, foi internada

NU
com hipótese diagnóstica de meningite. É correto afirmar em relação a isolamento:

JA
a) Se for meningite viral, manter isolamento respiratório por 24 horas, apenas.

OS
b) Se for meningite bacteriana, manter isolamento respiratório por 24 horas, após inicio da

RR
antibioticoterapia.
c) Se for meningite bacteriana, manter isolamento respiratório durante todo período que a

BA
paciente permanecer internada.

A
d) Se for meningite bacteriana, manter isolamento respiratório por 72 horas, após inicio da

LL
antibioticoterapia.

BE
e) se for meningite viral, manter isolamento respiratório por 72 horas, apenas

SA
0I
15) Quando o pescoço do paciente é flexionado, ocorre a flexão dos joelhos e quadris; quando

77
é realizada a flexão passiva do membro inferior de uma lado, observa-se um movimento similar
35
no membro oposto. Esse teste de avaliação, segundo Brunner (2005), é chamado de:
70
a) Babinski
27

b) Kernig positivo
06

c) Brudzinski positivo
d) Romberg
IO

e) Laségue
AR
NU

16) A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública
devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária
JA

economicamente ativa. É uma droga no tratamento da hanseníase:


OS
RR

a) Estreptomicina. b) Clofazimina. c) Isoniazida. d) Etionamida.


BA

17) A hanseníase é considerada uma doença crônico degenerativa granulomatosa que tem como
A

agente etiológico o mycobacterium leprae. Apresenta-se como doença endêmica no brasil e


LL

aparece com maior frequência em países tropicais e subtropicais. A principal fonte de infecção
E
AB

da hanseníase é o homem. A prova imunobiológica que avalia o grau de resistência do organismo


IS

a infecção do mycobacterium leprae é conhecido como:


a) ELISA; b) Mantoux; c) Mitsuda; d) PPD e) VDRL.
770
35

18) O tratamento do cliente com hanseníase é eminentemente ambulatorial e a adesão às ações


70

de saúde é fundamental para sua cura. A identificação clínica possibilita a classificação


27

operacional dos quimioterápicos a serem administrados. Analise as afirmativas referente às


06

formas clínicas da hanseníase e, em seguida, assinale a alternativa correta


I. Na hanseníase virchowiana, o cliente apresenta lesões dermatológicas com a presença de
IO

placas eritematosas infiltradas, bordas mal definidas e pode ocorrer, lesões viscerais.
AR

II. Na hanseníase dimorfa, o cliente apresenta áreas de parestesias, manchas hipocrômicas,


NU

rarefação de pelos localizados e diminuição da sudorese.


JA

III. Na hanseníase tuberculóide, o cliente apresenta lesões pré-foveolares e foveolares com


alterações de sensibilidade.
OS

(A) Somente I está correta.


RR

(B) Somente II está correta.


BA
A

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E
AB
IS
L
BE
TURMA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM –SAÚDE PÚBLICA – Prof. Sandro Fernandes 39

SA
0I
77
(C) Somente III está correta.

35
(D) Somente I e III estão corretas.

70
(E) Somente II e III estão corretas.

27
06
19) Caracteriza um caso confirmado de hanseníase:

IO
(A) presença de deformidades nas articulações.

AR
(B) manchas hipocrômicas na pele.
(C) lesões de pele com hipoestesia.

NU
(D) presença de nódulos disseminados por toda a pele.

JA
(E) presença de úlceras na pele.

OS
RR
20) O teste tuberculínico é um exame auxiliar para detectar pacientes com infecção pelo Bacilo
de Koch. Em relação a este procedimento, assinale a alternativa correta.

BA
(A) A prova tuberculínica, quando reatora, indica a presença de infecção e é suficiente para o

A
diagnóstico da tuberculose, caso se tenha um exame radiológico com imagem suspeita.

LL
(B) A aplicação do teste tuberculínico é feita por via intradérmica em um ângulo de 45 graus.

BE
(C) A pessoa com reação forte (área de endurecimento de 10mm ou mais) será considerada

SA
infectada pelo micobacterium tuberculosis, independente de outros fatores que possam estar

0I
interferindo no resultado.

77
(D) A leitura da prova tuberculínica é realizada de 36 a 72 horas após a aplicação medindo-se
35
com régua milimetrada o maior diâmetro transverso da área de endurecimento palpável.
70
(E) Nos indivíduos vacinados com BCG, sobretudo entre aqueles imunizados há até dois anos, a
27

prova tuberculínica deve ser interpretada com cautela porque, em geral, apresenta reações de
06

tamanho médio podendo alcançar 10 mm ou mais


IO
AR
NU
JA
OS
RR
BA
A
E LL
AB

GABARITO:
IS

1-D 2-C 3-B 4-D 5-A 6-C 7-A 8-B 9-C 10-C
70

11-E 12-E 13-A 14-B 15-C 16-B 17-C 18-A 19-C 20-E
7
35
70
27
06
IO
AR
NU
JA
OS
RR
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parcial não autorizada, constitui crime.


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ELL
A
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R RO
S
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NU
AR
I O
06
27
7 03
57
70I
SA
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06
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