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geografia
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ISBN 978-85-10-08443-7
1a edição
São Paulo, 2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Boligian, Levon
Conexões & vivências : geografia, 7 : ensino fundamental :
anos finais / Levon Boligian, Andressa Alves. -- 1. ed. --
São Paulo : Editora do Brasil, 2022. -- (Conexões & vivências
geografia)
ISBN 978-85-10-08445-1 (aluno)
ISBN 978-85-10-08443-7 (professor)
22-110799 CDD-372.891
1a edição, 2022
PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS...................................................................V
Orientação teórico-metodológica........................................................................................V
Conceitos básicos da Geografia......................................................................................... VII
Representações gráficas e cartográficas........................................................................ VIII
Proposta didático-pedagógica..............................................................................................X
O PERFIL DO PROFESSOR................................................................................................. XI
A heterogeneidade e o trabalho com grupos grandes................................................... XII
O trabalho interdisciplinar................................................................................................ XV
estudantes pensem na coletividade, desenvolvam coleção, tanto nos enunciados do Livro do Estudante
atitudes empáticas e cooperativas, reflitam sobre quanto nas sugestões ilustradas do Manual do Pro-
temas contemporâneos – às vezes, polêmicos – que fessor, poderão potencializar ainda mais o trabalho já
sam reconhecer e respeitar a diversidade e promover Assim, buscamos trazer neste manual os pressupos-
Estudar Geografia é uma oportunidade para dimento dos fenômenos naturais e de sua distribuição
compreender o mundo em que se vive, na medi- espacial, é realizado ao longo da coleção dentro de uma
da em que esse componente curricular aborda visão sistêmica entre as dinâmicas sociais e naturais.
as ações humanas construídas nas distintas Objetiva-se, dessa forma, que os estudantes enten-
sociedades das diversas regiões do planeta. Ao dam que o espaço geográfico e as paisagens terrestres
mesmo tempo, a educação geográfica contribui são produtos das relações de interação e interdepen-
para a formação do conceito de identidade, ex- dência entre os elementos naturais da biosfera (formas
presso de diferentes formas: na compreensão de relevo, rios, florestas, oceanos, climas e outros) e da
perceptiva da paisagem que ganha significado, interferência humana sobre esses elementos e, conse-
dos indivíduos e da coletividade; nas relações Ainda nessa perspectiva metodológica, a coleção
com os lugares vividos; nos costumes que res- apresenta o estudo dos fatos sociais e dos fenômenos
gatam nossa memória social; na identidade cul- naturais, com base em diferentes escalas geográficas
tural; e na consciência de que somos sujeitos de análise, ou seja, os conteúdos buscam articular,
da história, distintos uns dos outros e, por isso, sempre que possível, as escalas local, regional, nacional,
convictos de nossas diferenças. [...] continental e global. Isso possibilita que os estudantes
generalizem e compreendam de forma mais clara os
acontecimentos cotidianos, comparando realidades
Assim, a organização dos conteúdos nesta cole-
próximas e distantes daquela que vivenciam. De acor-
ção leva em consideração que o espaço é o principal
do com a BNCC (BRASIL, 2018a, p. 361):
objeto de estudo da Geografia, entendido aqui como
espaço geográfico, produto das ações da sociedade
sobre a natureza e das relações entre as pessoas, [...] é preciso superar a aprendizagem com base
intermediada pelo trabalho, pelas técnicas e tecno- apenas na descrição de informações e fatos do
logias ao longo do tempo histórico. Em consonância dia a dia, cujo significado restringe-se apenas ao
com a BNCC (BRASIL, 2018a, p. 361), a coleção enten- contexto imediato da vida dos sujeitos.
de também que: A ultrapassagem dessa condição meramente
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO descritiva exige o domínio de conceitos e gene-
DA EDITORA DO BRASIL ralizações. Estes permitem novas formas de ver
O conceito de espaço é inseparável do con-
o mundo e de compreender, de maneira ampla
ceito de tempo e ambos precisam ser pensa-
e crítica, as múltiplas relações que conformam
dos articuladamente como um processo. Assim
a realidade, de acordo com o aprendizado do
como para a História, o tempo é para a Geo-
conhecimento da ciência geográfica.
grafia uma construção social, que se associa à
memória e às identidades sociais dos sujeitos.
Do mesmo modo, os tempos da natureza não Dessa forma, em muitas situações nesta coleção, o
podem ser ignorados, pois marcam a memó- espaço imediato serve como ponto de partida para aná-
ria da Terra e as transformações naturais que lise, comparação e generalização dos fatos geográficos.
explicam as atuais condições do meio físico Contudo, entende-se ainda que as diferentes mídias a
natural. Assim, pensar a temporalidade das que os estudantes têm acesso atualmente os colocam
ações humanas e das sociedades por meio da em contato, mesmo que virtualmente, com realidades
tante e desafiador processo na aprendizagem Assim, a coleção também se propõe a fazer o caminho
VII
CONCEITO CONCEPÇÃO NORTEADORA ELEMENTOS DE APROFUNDAMENTO
Contém elementos impostos pelo homem por meio
de seu trabalho, de sua cultura e de sua emoção. Nela
se desenvolve a vida social e, dessa forma, ela pode
Unidade visível do arranjo espacial, ser identificada informalmente apenas, mediante a
Paisagem
alcançado por nossa visão. percepção, mas também pode ser identificada e analisada
de maneira formal, de modo seletivo e organizado; e é
neste último sentido que a paisagem se compõe como um
elemento conceitual de interesse da Geografia.
Guarda em si mesmo as noções de densidade
técnica, comunicacional, informacional e normativa.
Porção do espaço apropriável para a Guarda em si a dimensão da vida, como tempo
Lugar vida, que é vivido, reconhecido e cria passado e presente. É nele que ocorrem as relações
identidade. de consenso, conflito, dominação e resistência. É nele
que se dá a recuperação da vida. É o espaço com o
qual o indivíduo se identifica mais diretamente.
Porção do espaço definida pelas relações
A delimitação do território é a delimitação das
de poder, passando assim da delimitação
relações de poder, domínio e apropriação nele
natural e econômica para a de divisa social.
instaladas. É, portanto, uma porção concreta. O
O grupo que se apropria de um território
território pode, assim, transcender uma unidade
ou se organiza sobre ele cria relação
Território política, e o mesmo acontecendo com o processo
de territorialidade, que se constitui em
de territorialidade, sendo que este não se traduz
outro importante conceito da Geografia.
por uma simples expressão cartográfica, mas se
Ela se define como a relação entre os
manifesta sob as relações variadas, desde as mais
agentes sociais políticos e econômicos,
simples até as mais complexas.
interferindo na gestão do espaço.
Distinguem-se dois tipos ou duas visões Para a escala cartográfica, é essencial estabelecer os
básicas: a escala cartográfica e a escala valores numéricos entre o fato representado e a dimensão
geográfica. A primeira delas é, a priori, uma real do fato ocorrente. No entanto, essa relação pode
relação matemática que implica uma relação pressupor a escolha de um grau de detalhamento que
numérica entre a realidade concreta e a implique a inclusão de fatos mais ou menos visíveis,
realidade representada cartograficamente. dentro de um processo seletivo que considere graus de
Escala No caso da escala geográfica, trata- importância para o processo de representação.
-se de uma visão relativa a elementos No caso da escala geográfica, o que comanda a seleção
componentes do espaço geográfico, dos fatos é a ordem de importância dos mesmos no
tomada a partir de um direcionamento contexto do tema que está sendo trabalhado. Há,
do olhar científico: uma escala de análise nesse caso, uma seleção efetiva dos fatos a partir dos
que procura responder os problemas diversos níveis de análise, que já se tentou agrupar em
referentes à distribuição dos fenômenos. unidades de grandeza, o que pode ser discutível.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O fato gerador é o processo de globalização,
DA EDITORA DO BRASIL
que corresponde a uma etapa do processo
de implementação de novas tecnologias, A globalização é basicamente assegurada pela
que acabaram por criar a intercomunicação implementação de novas tecnologias de comunicação
Globalização, entre os lugares em tempo simultâneo. e informação, isto é, de novas redes técnicas que
técnicas e redes Para sua ocorrência, torna-se fundamental a permitem a circulação de ideias, mensagens, pessoas
apreensão das técnicas pelo ser humano e a e mercadorias, num ritmo acelerado, criando a
expressão das redes, que não se restringem interconexão dos lugares em tempo simultâneo.
à comunicação, mas englobem todos os
sistemas de conexão entre os lugares.
Geografia devem sempre lançar mão da linguagem Nesta coleção, são apresentadas várias situações de
cartográfica como base para a compreensão do espaço ensino que se baseiam no uso de recursos imagéticos,
geográfico. como gráficos, perfis topográficos e blocos-diagramas,
VIII
assim como mapas em diferentes escalas e projeções contexto dos conteúdos ao longo dos capítulos e das uni-
cartográficas, possibilitando que o professor dê continui- dades, sempre respeitando a faixa etária. Isso é feito por
dade ao processo de alfabetização cartográfica em sala meio da seção Mundo dos mapas, nos Cadernos de Temas
de aula. Dessa forma, busca-se contemplar as habilidades Complementares e nas atividades finais dos capítulos.
propostas pela unidade temática Formas de represen- O quadro a seguir apresenta a progressão dos con-
tação e pensamento espacial da BNCC para os anos ceitos, noções e temas cartográficos abordados em cada
de Ensino Fundamental, a saber (BRASIL, 2018a, p. 363): um dos volumes da coleção.
ximadamente 12 eDA
15EDITORA
anos. DeDO BRASIL
acordo com o item 1. É essencialmente um pesquisador, ou seja, um re-
VI do artigo 13 da Lei de Diretrizes de Base da Edu- construtor do conhecimento, que tem por objetivo
cação (LDB), n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, é
o “auxiliar o estudante a aprender”. Para isso, profes-
atribuição do docente “colaborar com as atividades sor e estudantes devem juntos aprender, pensar e
de articulação da escola com as famílias e demais aprender a aprender.
integrantes da comunidade”. 2. Precisa ser formulador de sua proposta; ou seja,
Isso aponta para o fato de que, além de aspectos com base nos documentos norteadores e no projeto
pedagógicos, como a elaboração e a constante ade- da escola, deve saber elaborar com autonomia.
quação do projeto político-pedagógico da unidade
3. Deve saber fazer da sua prática a reconstrução do
escolar, é fundamental que o professor, ainda que
conhecimento e saber teorizar. Não basta conhecer
seja um especialista de área, também se envolva nas
a teoria; é imprescindível saber o que fazer com ela
demandas de outros profissionais da escola, como no
e, quando necessário, confrontá-la.
caso de setores que buscam soluções para as questões
de ordem psicológica, psicopedagógica, de gestão e 4. Precisa compor-se com a atualização permanente,
também social, como forma de garantir a aprendiza- pois o mundo é movimento, descobertas acontecem
gem dos educandos e maior integração entre escola a todo tempo, e é impossível alguém aprender tudo.
XI
5. Deve dedicar-se à instrumentação eletrônica, pois Quando o professor trabalha com metodologias ati-
o mundo tecnológico e digital cada vez mais fun- vas, a construção do conhecimento, pelos estudantes,
de-se com o real, abrindo novas possibilidades e permite o desenvolvimento de diversas competências,
demandando novas competências. entre elas:
6. Carece tornar-se interdisciplinar, pois cada vez ■■ saber buscar e investigar informações com cri-
mais se percebe a fragilidade dos limites entre as ticidade (critérios de seleção e priorização), a fim
áreas do conhecimento, que se fundem e com- de atingir determinado objetivo, a partir da for-
plementam-se para a compreensão dos mesmos mulação de perguntas ou de desafios dados pelos
fenômenos. O mundo é uno, não compartimentado educadores;
em disciplinas. ■■ compreender a informação, analisando-a em dife-
7. Define-se pela via da aprendizagem, não da aula rentes níveis de complexidade, contextualizando-a
ou do ensino. O olhar para os estudantes, suas e associando-a a outros conhecimentos;
especificidades e necessidades é fundamental e ■■ interagir, negociar e comunicar-se com o grupo,
a razão de ser da atividade docente. O professor em diferentes contextos e momentos;
torna-se, então, mediador da aprendizagem.
■■ conviver e agir com inteligência emocional, iden-
tificando e desenvolvendo atitudes positivas para a
A heterogeneidade e o trabalho aprendizagem colaborativa;
com grupos grandes ■■ ter autogestão afetiva, reconhecendo atitudes
Trabalhar com grandes grupos é, certamente, um interpessoais facilitadoras e dificultadoras para a
dos maiores desafios enfrentados pelo professor no qualidade da aprendizagem, lidando com o erro e
exercício diário da prática docente. Pensar em caminhos as frustrações e sendo flexível;
que lhe possibilitem superar esse desafio leva-nos no-
■■ tomar decisão individualmente e em grupo, ava-
vamente a pensar na descentralização de seu papel no
liando os pontos positivos e negativos envolvidos;
processo de ensino e aprendizagem, como abordado
anteriormente. ■■ desenvolver a capacidade de liderança;
Essa descentralização pode ser obtida por meio da ■■ resolver problemas, executando um projeto ou
adoção de estratégias de ensino que coloquem os estu- uma ação e propondo soluções (BRASIL, 2018c,
dantes no centro da aprendizagem, como protagonistas grifos do documento).
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
do processo de construção do conhecimento (BRASIL, As metodologias ativas fazem parte do grupo de
DA EDITORA DO BRASIL
2018a), tendo o professor como mediador desse proces- técnicas Inquiry-Based Learning (IBL) e têm como um
so. Para isso, entendemos que se faz necessário aos estu- de seus grandes precursores o psiquiatra norte-ame-
dantes desenvolver sua autonomia e interagir com seus ricano William Glasser (1925-2013). Segundo Glasser,
pares em diferentes momentos e de diversas maneiras. aprendemos
Essa interação entre pares também faz com que os ■■ 10% quando lemos;
próprios estudantes sejam mediadores do conhecimen-
■■ 20% quando ouvimos;
to e, portanto, promotores de aprendizagens para si e
para seus colegas. ■■ 30% quando vemos;
Nessa direção, as metodologias ativas surgem ■■ 50% quando vemos e ouvimos;
como um possível caminho para proporcionar aos es-
■■ 70% quando discutimos com os outros;
tudantes meios de conseguir exercer o protagonismo
e a autonomia em sua aprendizagem.
■■ 80% quando fazemos e
Moran (2017, p. 24) explica que as metodologias ati- ■■ 95% quando ensinamos os outros.
vas “são estratégias de ensino centradas na participação Essas informações foram apresentadas por Glasser
efetiva dos estudantes na construção do processo de em forma de gráfico, dando origem à conhecida “pirâ-
aprendizagem, de forma flexível, interligada, híbrida”. mide de aprendizagem” (DINIZ, 2021).
XII
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Ensinar os outros
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Observando a “pirâmide de aprendizagem”, pode-
mos facilmente concluir que, quanto mais interagimos útil para coletar dados sobre a aprendizagem
com o outro e ampliamos o uso de nossas habilidades dos alunos. Essa estratégia é outro modelo de
comunicativas, mais podemos aprender, o que nos leva
ensino híbrido.
3. Laboratório rotacional: segue dinâmica se-
a concluir também que existe uma profunda relação
melhante à da rotação, mas envolve outros espaços
entre as metodologias ativas de ensino e a pirâmide de
da escola. Aqui são formados dois grupos, sendo
aprendizagem desenvolvida por Glasser.
que um ficará no espaço com o professor (que não
Entre as principais metodologias ativas, destacamos
precisa ser a sala de aula) e o outro irá utilizar um
as seguintes (SANTOS, 2021, p. [1]): recurso digital em outro local, como o laborató-
rio de informática, a biblioteca ou outro espaço
MATERIAL
1. Sala de DE DIVULGAÇÃO
aula invertida: nessa prática, o que cumpra a função. Novamente, as ferramentas
professor inicialmente propõe
DA EDITORA DO aos alunos reali-
BRASIL digitais podem auxiliar a coleta de dados sobre a
zar uma tarefa específica ou pesquisar sobre de- aprendizagem, possibilitando a personalização do
terminado conteúdo antes de uma aula. Assim, ensino. Assim como as anteriores, trata-se de um
durante a aula, o docente utiliza o que foi feito modelo de ensino híbrido.
pelos alunos e, se necessário, complementa com 4. Aprendizagem baseada em projetos:
mais explicações, momentos tira-dúvidas e com possui várias definições, sendo um conceito bem
atividades e debates sobre o tema. Essa estratégia amplo que busca ensinar os conceitos curriculares
é um dos modelos de ensino híbrido. aos alunos integrando várias disciplinas. É ideal
2. Rotação por estações: consiste em orga- que os projetos se baseiem em situações-problema
nizar a sala de aula em pequenos grupos, nas reais do contexto escolar e dos alunos, buscando
chamadas estações, e, em cada uma delas, reali- uma solução em forma de produto, o que vai en-
za-se uma tarefa diferente, embora todas estejam volver hipóteses, investigação, construção de um
conectadas a um mesmo tema. A ideia é que plano para a solução e muito trabalho coletivo e
os alunos façam um circuito por essas estações, colaborativo. Ao final, os estudantes podem com-
passando por todas as atividades. O uso de um partilhar as soluções construídas com a turma
recurso digital em uma das estações pode ser toda, sendo mediados pelo professor.
XIII
5. Aprendizagem baseada em problemas: correspondentes à educação básica – à sua ca-
como o nome indica, utiliza problemas para a pacidade de satisfazer as necessidades educati-
construção dos conceitos desejados pelo professor. vas e de formação de todos os alunos, ou seja,
É interessante que os problemas sejam baseados à sua capacidade de diversificar e de ajustar a
na realidade dos alunos, que podem resolvê-los ação educativa às características individuais e à
de diversas formas – ou seja, são abertos, e as ampla gama de capacidades, interesses e moti-
respostas não podem ser obtidas por resoluções vações demonstrados por alunos e alunas diante
simples, como a mera aplicação de uma fórmula. da aprendizagem escolar. (COLL, 2003, p. 2).
O processo de resolução dos problemas, inclusive,
pode ser mais importante do que a própria solu-
Para tanto, é fundamental a mobilização de estra-
ção, já que o docente pode analisar a compreensão
tégias diferenciadas para atender os estudantes, uma
dos alunos pelo modo como o resolveram. O tra-
vez que os indivíduos não aprendem da mesma forma,
balho em grupo ganha força com essa abordagem.
nem desenvolvem habilidades no mesmo intervalo de
tempo. É preciso propor atividades que se constituam
Embora as metodologias ativas sejam comumente como desafios alcançáveis a cada estudante e, ainda,
associadas ao uso de tecnologias digitais, sabemos que pensar e utilizar estratégias para que permitam a su-
estas, sozinhas, não têm o poder de promover a aprendi- peração de obstáculos e avanço nas aprendizagens.
zagem dos estudantes. O que, de fato, fará diferença no Para que possamos criar estratégias interessantes para
processo de ensino e aprendizagem será o planejamento atender a essas demandas, é necessário um permanente
das aulas pelo professor, tendo como foco a participação acompanhamento. As avaliações contínuas para identi-
ativa dos estudantes nas atividades a ser realizadas. ficar o que os estudantes já desenvolvem com autonomia
ou, ainda, o mapeamento das possíveis dificuldades e
A neurodiversidade caminhos percorridos para resolver uma determinada
A BNCC preconiza a formação integral de todos situação são algumas das importantes estratégias a ser
os estudantes, o que pode ser compreendido como o utilizadas pelo grupo de professores e atores da escola.
desenvolvimento de diversas capacidades (cognitivas Durante o percurso de aprendizagem, considerar al-
e emocionais). Como cada indivíduo é único, tais capa- terações no planejamento se faz tão necessário quanto o
cidades também se tornam particulares e individuais. acompanhamento, pois não basta saber as conquistas e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Diante dessa reflexão, não podemos abandonar a ideia dificuldades, é preciso acolhê-las e criar estratégias para
DA EDITORA DO BRASIL
da diversidade presente em cada sala de aula e escola. permitir o crescimento de cada estudante. Geralmente é
A heterogeneidade, inerente à condição humana, preciso propor diferentes estratégias, envolvendo a turma
apresenta-se na neurodiversidade (transtorno do es- em atividades diversificadas, de forma a contribuir para
pectro autista, transtorno de déficit de atenção e hipe- que cada um se desenvolva em toda a sua potencialidade.
ratividade, altas habilidades e superdotação, dislexia, Aliar as metodologias ativas à proposta de varieda-
entre outras), na deficiência (visual, física, intelectual, des de agrupamentos em sala de aula (ora o trabalho
auditiva, psicossocial ou múltiplas) e em tantas outras individual, ora em pequenos grupos, ora em grupos
diferenças que garantem a unicidade de cada indivíduo. maiores) pode ser uma possibilidade interessante para
Coll (2003) afirma que, para atender à diversidade, a dinamizar e personalizar as práticas pedagógicas às
escola deve identificar os diversos fatores que interferem necessidades dos estudantes.
na aprendizagem, que podem ser de natureza cognitiva, A diferença, então, deixa de ser considerada como
emocional, afetiva e social. De acordo com o autor: obstáculo, mas como inerente à condição humana e,
logo, fundamental ao processo de ensino e aprendi-
A qualidade de um sistema educativo está zagem. Essa educação contribui para a formação de
estreitamente relacionada – sobretudo nos níveis cidadãos cientes da diversidade, aptos ao exercício
da empatia e da cooperação.
XIV
O trabalho interdisciplinar Fazer essa análise ajuda-nos a entender que a rea-
lidade não é segmentada, ou seja, na vida, os conheci-
Outro aspecto fundamental da perspectiva didá-
mentos das mais diferentes áreas interpenetram-se e
tico-pedagógica adotada pela coleção diz respeito à
inter-relacionam-se; existem de forma integrada.
abordagem dos conteúdos de maneira integrada
E na escola? Como o professor pode superar a pos-
e interdisciplinar. Isso possibilita ao estudante com-
sível visão fragmentada de sua área de conhecimento,
preender que o conhecimento geográfico faz parte de
com enfoque meramente disciplinar?
um todo, que são os saberes científicos. Dessa forma,
Uma das possibilidades é trabalhar com projetos
a seção Conexões e os temas do Caderno de Temas
interdisciplinares, sejam aqueles envolvendo profes-
Complementares propõem o pensar interdisciplinar;
sores de duas ou mais disciplinas, sejam aqueles de-
por exemplo, com História, ao tratarem da evolução
senvolvidos com os estudantes por um único professor,
tecnológica e das transformações no modo de produção
uma vez que este pode ter uma visão interdisciplinar de
e nas formas de trabalho ao longo do tempo; com Mate-
seu ensino e promovê-la em suas aulas. Por que não?
mática, ao abordarem noções espaciais e cartográficas,
Interdisciplinaridade, na verdade, é uma atitude.
principalmente no que diz respeito às escalas cartográ-
A integração deve ocorrer entre os saberes, e não
ficas; com Ciências, ao explicarem como os fenômenos
necessariamente entre os professores, embora saiba-
naturais alteram as paisagens do planeta. De acordo
mos que a realização de projetos interdisciplinares por
com a BNCC (BRASIL, 2018a, p. 359):
dois ou mais docentes traz uma série de benefícios a
todos os envolvidos, como engajamento da comunidade
Para fazer a leitura do mundo em que vivem, escolar, fortalecimento de vínculos, ampliação da capa-
com base nas aprendizagens em Geografia, os cidade de trabalhar em equipe, criação de ambientes
estudantes precisam ser estimulados a pensar mais colaborativos, entre outros.
espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geo- Outra ideia equivocada que comumente encontra-
gráfico. O pensamento espacial está associado mos nas escolas é a de que projetos interdisciplinares
ao desenvolvimento intelectual que integra co- precisam ser longos, por vezes até exaustivos. Na ver-
nhecimentos não somente da Geografia mas dade, a duração de um projeto interdisciplinar deverá
também de outras áreas (como Matemática, ser condizente com a abrangência da temática desen-
Ciência, Arte e Literatura). Essa interação visa volvida, que, vale lembrar, precisa estar em consonância
à resolução de problemas que envolvem mudan- com situações-problema reais vividas pelos estudantes.
MATERIAL
ças de escala, orientaçãoDEeDIVULGAÇÃO
direção de objetos
localizados naDAsuperfície
EDITORAterrestre,
DO BRASILefeitos de
distância, relações hierárquicas, tendências à A Base Nacional Comum
centralização e à dispersão, efeitos da proxi-
midade e vizinhança etc. Curricular (BNCC)
A BNCC apresenta um conjunto de aprendizagens
Embora os documentos curriculares oficiais e os essenciais que todos os estudantes devem desenvolver
livros desta e da maioria das coleções estejam organi- ao longo da Educação Básica, de modo que tenham
zados disciplinarmente, isto é, por componente curri- assegurados seus direitos de aprendizagem e desen-
cular, as discussões sobre interdisciplinaridade estão volvimento, conforme estabelecido no Plano Nacional
presentes há muito tempo entre os professores e os de Educação (PNE).
pesquisadores interessados no tema. Ao longo desse período, as aprendizagens es-
Sabemos que a organização curricular por disciplina senciais definidas no documento devem contribuir
viabiliza o processo de ensino e aprendizagem, mas para assegurar aos estudantes o desenvolvimento
não devemos perder de vista que o conhecimento não de dez competências gerais, que consolidam, no
se limita a uma ou a outra área. Na vida, os conteúdos âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e
estão integrados. desenvolvimento.
XV
A BNCC define competência como
de aprendizagem – e promover uma educação
voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e
[...] a mobilização de conhecimentos (con-
desenvolvimento pleno, nas suas singularidades
ceitos e procedimentos), habilidades (práti-
e diversidades. (BRASIL, 2018a, p. 14).
cas, cognitivas e socioemocionais), atitudes
e valores para resolver demandas complexas
da vida cotidiana, do pleno exercício da ci- Para que as aprendizagens essenciais definidas
dadania e do mundo do trabalho. (BRASIL, para cada etapa da Educação Básica se materializem,
2018a, p. 8). faz-se necessário que as proposições da BNCC sejam
adequadas à realidade local. Nesse sentido, algumas
Vale comentar que, entre os marcos legais que ações precisam ser tomadas pela comunidade esco-
XVI
■■ criar e disponibilizar materiais de orientação das experiências dos alunos, considerando
para os professores, bem como manter pro- suas especificidades”. (BRASIL, 2018a, p. 28,
cessos permanentes de formação docente que grifos do documento).
possibilitem contínuo aperfeiçoamento dos
processos de ensino e aprendizagem;
■■ manter processos contínuos de aprendizagem Pensamento computacional
sobre gestão pedagógica e curricular para os Uma das demandas advindas das transformações
demais educadores, no âmbito das escolas e dos nas sociedades e na educação é o desenvolvimento do
sistemas de ensino (BRASIL, 2018a, p. 16-17). pensamento computacional – citado por alguns au-
tores como tão importante quanto o desenvolvimento
de outras linguagens, como a língua materna.
O desenvolvimento de competências De acordo com Wing (2006), pioneira na definição
e habilidades do termo, o pensamento computacional diz respeito
A BNCC oferece-nos um bom aporte para o enten- a habilidades e conhecimentos inerentes à ciência da
dimento do que são competências e habilidades, computação, mas que não devem se restringir aos pro-
com base na observação de como o documento está fissionais dessa área. Para a autora,
estruturado.
No caso do Ensino Fundamental, essa etapa está
Pensamento computacional envolve resolu-
organizada em cinco áreas do conhecimento. Cada uma
ção de problemas, desenvolvimento de sistemas
delas estabelece suas competências específicas de
e compreensão do comportamento humano ba-
área, “cujo desenvolvimento deve ser promovido ao
seando-se nos conceitos fundamentais à ciência
longo dos nove anos. Essas competências explicitam
da computação. Pensamento computacional in-
como as dez competências gerais se expressam nes-
clui uma gama de ferramentas mentais que re-
sas áreas” (BRASIL, 2018a, p. 28, grifo nosso). Também
fletem a abrangência da ciência da computação.
são definidas as competências específicas do compo-
(WING, 2006, p. 33, tradução nossa).
nente curricular, que deverão ser desenvolvidas pelos
estudantes ao longo dos nove anos que constituem essa
etapa de escolarização. Por fim, para que se garanta Para alguns professores, a falta de computadores
MATERIAL
o desenvolvimento DE DIVULGAÇÃO
dessas competências específicas, nas escolas ou de acesso à internet pode representar
objetos de conhecimento – aqui entendidos como con- tacional dos estudantes; entretanto é possível realizar as
teúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, são atividades com os recursos didático-pedagógicos dispo-
organizados em unidades temáticas” (BRASIL, 2018a, níveis, usando a lógica do pensamento computacional.
Vale destacar que as competências específicas do a lógica de resolução e análise de problemas do que de
Fábio Nienow
Trabalho
Educação Financeira
Ciência e Tecnologia
Educação Fiscal
TEMAS
CONTEMPORÂNEOS
MULTICULTURALISMO
TRANSVERSAIS
Diversidade Cultural SAÚDE
Educação para valorização BNCC Saúde
do multiculturalismo nas
matrizes históricas e Educação Alimentar
culturais brasileiras e Nutricional
CIDADANIA E CIVISMO
Vida Familiar e Social
Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Temas
Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto
Direitos da Criança e do Adolescente histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC,
Processo de envelhecimento, respeito 2019. p. 7. Disponível em: http://basenacionalcomum.
e valorização do idoso mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_
temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 16 maio 2022.
A abordagem desses temas contemporâneos deve política. Espera-se também que eles possam ampliar os
se dar, preferencialmente, de forma transversal e conhecimentos disciplinares de modo mais articulado.
integradora, uma vez que não pertencem a uma Nessa etapa, é imprescindível olhar para as vivências
área do conhecimento em particular, mas perpassam e as necessidades dos estudantes em seus mais varia-
todas elas. dos contextos, incluindo conhecimentos disciplinares e
Na BNCC, essas temáticas são contempladas em
temas contemporâneos.
habilidades dos componentes curriculares, cabendo às
Nosso objetivo é também o desenvolvimento dos es-
escolas tratá-las de forma contextualizada, de acordo
tudantes, tendo em vista a continuação dos estudos no
MATERIAL
com a realidade DE DIVULGAÇÃO
de sua comunidade escolar.
Ensino Médio, contribuindo, assim, positivamente para
DA EDITORA
Como podemos ver, esses DO BRASIL
temas são amplos e per-
a construção de sua trajetória e seu projeto de vida.
mitem a articulação de conhecimentos e habilidades
Nesta coleção, você encontrará, no Manual do Pro-
de diversas disciplinas, na tentativa de superar a frag-
fessor em U, vários boxes com foco nos Temas Contem-
mentação do conhecimento, favorecendo sua aplicação
no cotidiano. porâneos Transversais (TCTs). Eles indicam propostas
Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, tais temas de atividades que abarcam esses temas, relacionan-
podem ser apresentados com mais profundidade, pois do-os com a diversidade da realidade dos estudantes,
se espera que os estudantes já tenham entrado em con- contribuindo para o exercício da cidadania, democracia
tato com inúmeras questões de ordem social, cultural e e projeto de vida.
9 ano
o Ciência e Tecnologia Educação para o Consumo
XVIII
Culturas juvenis Segundo Prado (2012, p. 68), podemos entender
cultura juvenil como a maneira com que “os jovens
Conforme mencionamos anteriormente, a BNCC
se manifestam no grupo, por meio da construção de
tem como um de seus fundamentos pedagógicos o
vários estilos e formas de vida”. O autor ressalta que a
compromisso com a educação integral, entendida
cultura juvenil muda conforme a época e o local onde
como a “construção intencional de processos educa-
a pessoa vive.
tivos que promovam aprendizagens sintonizadas com
Martins e Carrano (2011, p. 48), citando Reguillo
as necessidades, as possibilidades e os interesses dos
Cruz, explicam que as culturas juvenis resultam de um
estudantes e, também, com os desafios da sociedade
conjunto de “práticas arraigadas no âmbito local que se
contemporânea”, o que “supõe considerar as diferentes
infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e alimentam incessantemente de elementos da cultura
seu potencial de criar novas formas de existir” (BRASIL, globalizada”. Desse modo, estão “baseadas no consumo
2018a, p. 14, grifo nosso). de bens materiais e simbólicos que permitem observar
Como vemos, cultura juvenil é um tema que está as ligações entre o local e o global e as maneiras que
presente no documento, por isso é importante enten- as culturas se inter-relacionam e interagem naquele
dermos como se manifesta entre os estudantes dos espaço” (p. 48).
Anos Finais do Ensino Fundamental. Não há como pensarmos na cultura globalizada,
A entrada nessa etapa de escolarização corres- mencionada pelos autores, sem associá-la ao avanço
ponde ao período de transição dos estudantes, da tecnológico e às profundas transformações por ele
infância para a adolescência, momento marcado por provocadas na sociedade atual, sendo uma delas a in-
profundas transformações, não apenas orgânicas, serção das pessoas na cultura digital, não apenas como
mas também psicossociais. Como aponta o Parecer consumidoras, mas também como produtoras de infor-
CNE/CEB no 11/2010 (BRASIL, 2010), nesse período mações e conhecimentos.
também se modificam as relações sociais e os laços Com nossos estudantes dos Anos Finais do Ensino
afetivos e se ampliam as possibilidades intelectuais, Fundamental não é diferente; afinal, mais que muitos
resultando na capacidade de raciocinar de forma mais adultos, estão absolutamente imersos nessa “nova” cul-
abstrata. Os estudantes desenvolvem a capacidade de tura. Como aponta a BNCC, os adolescentes
descentração, isto é, de ver os fatos sob a perspectiva
do outro, “importante na construção da autonomia
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO [...] têm se engajado cada vez mais como
e na aquisição de valores morais e éticos” (BRASIL,
protagonistas da cultura digital, envol-
2010, p. 9). DA EDITORA DO BRASIL
vendo-se diretamente em novas formas
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educa-
de interação multimidiática e multimodal
ção Básica (BRASIL, 2013, p. 110, grifo nosso) destacam
e de atuação social em rede, que se reali-
que, entre os estudantes dos Anos Finais do Ensino
zam de modo cada vez mais ágil. Por sua
Fundamental, frequentemente observa-se uma
vez, essa cultura também apresenta forte
apelo emocional e induz ao imediatismo
[...] forte adesão aos padrões de comporta- de respostas e à efemeridade das informa-
mento dos jovens da mesma idade, o que é ções, privilegiando análises superficiais e o
evidenciado pela forma de se vestir e também uso de imagens e formas de expressão mais
pela linguagem utilizada por eles. Isso requer sintéticas, diferentes dos modos de dizer e
dos educadores maior disposição para en- argumentar característicos da vida escolar.
tender e dialogar com as formas próprias de Todo esse quadro impõe à escola desafios
expressão das culturas juvenis, cujos traços ao cumprimento do seu papel em relação
são mais visíveis, sobretudo, nas áreas urba- à formação das novas gerações. (BRASIL,
nas mais densamente povoadas. 2018a, p. 61).
XIX
Diante dessa realidade, a escola se depara com al- que acontece naturalmente com todas as pessoas. Para
guns desafios na formação de seus estudantes, entre muitas, isso demanda aprendizagem; é preciso apren-
eles (BRASIL, 2018a): der a se organizar e a selecionar as ações que levarão à
concretização de seus planos, que, em última instância,
■■ estimular a reflexão e a análise aprofundada, con-
são reflexos de seus sonhos, seus desejos e interesses.
tribuindo para o desenvolvimento, nos estudantes,
E essa aprendizagem não acontece da noite para o dia,
de uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à
mas de forma gradual e contínua.
multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais;
Tanto é assim que, entre as dez competências gerais
■■ compreender e incorporar as novas linguagens e apresentadas pela BNCC, as quais deverão ser desenvol-
seus modos de funcionamento, descobrindo possi- vidas pelos estudantes ao longo da Educação Básica (Edu-
bilidades de comunicação com eles; cação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), está a
■■ educá-los para usos mais democráticos das tecno- competência geral 6, que faz referência ao projeto de vida.
logias e para uma participação mais consciente na Assim, entre os maiores desafios que se apresen-
cultura digital. tam à escola esteja, talvez, o de conseguir conectar o
Podemos citar, ainda, o desafio enfrentado pela es- currículo escolar aos projetos de vida dos estudantes,
cola de tornar o mais harmônica e próxima possível sejam eles relacionados ao estudo, sejam ao trabalho.
h) No respeito e fomento ao direito de todas as projetos de vida. Com essa formação, podem desenvol-
confiança), porMATERIAL
exemplo, seDE “aprender a estudar” (APRENDER..., 2017, p. [1]), comenta que:
DIVULGAÇÃO
tornam mais essenciais. Tam-
bém não podemos deixar de lado o cuidado com cada
DA EDITORA DO BRASIL
adulto da escola, que, assim como os estudantes, pre- A escola, em geral, naturaliza alguns saberes,
cisam cuidar de suas competências socioemocionais. como se determinados conteúdos não precisas-
sem ser ensinados, ou que pudessem ser apren-
Práticas de pesquisa didos sem um modelo, sem apoio ou referência.
Sabemos que, até pouco tempo atrás, as “pesquisas” Tratamos assim os procedimentos e técnicas de
realizadas pelos estudantes, a pedido dos professores, estudos como se fossem um dom natural.
resumiam-se a simples cópias de informações obtidas
de livros e enciclopédias, prática que, com o advento O ato de pesquisar, portanto, não é “natural”, e sim
da tecnologia, foi substituída pelos comandos “copiar” algo que precisa ser aprendido, sendo a escola lócus pri-
e “colar”, feitos no teclado do computador. vilegiado para essa aprendizagem. Nessa perspectiva,
Nesse sentido, cabe uma reflexão: encontrar infor- os professores precisam criar situações de aprendiza-
mações sobre determinado assunto, seja em suportes gem que possibilitem aos estudantes o desenvolvimen-
físicos, seja em digitais, e reproduzi-las consiste, de fato, to de algumas habilidades, entre elas:
no ato de pesquisar? ■■ localizar, selecionar e compartilhar informações;
Lüdke e André (1986) afirmam que esse tipo de ati- ■■ ler, compreender e interpretar textos com maior
vidade não representa, verdadeiramente, o conceito grau de complexidade;
XXII
■■ consultar, de forma crítica, fontes de informação processo como um todo, seria incorrer em uma visão
diferentes e confiáveis; reducionista do processo de ensino e aprendizagem.
■■ formar e defender opiniões; Uma boa estratégia complementar à avaliação do
■■ argumentar de forma respeitosa; professor seria a realização da autoavaliação pelos es-
tudantes. Assim, eles poderiam autoavaliar-se em cada
■■ sintetizar;
etapa do processo de pesquisa,
■■ expor oralmente o que aprendeu apoiando-se em
diferentes recursos;
■■ generalizar conhecimentos; [...] identificando suas dificuldades, os de-
■■ produzir gêneros acadêmicos. (BRASIL, 2018b).
safios do ato de pesquisar e, principalmente,
seus avanços. Com essa estratégia de avaliação,
Se o desenvolvimento dessas e de outras habilidades
é possível observar, por exemplo, que um estu-
necessárias ao ato de pesquisar constituir-se em ponto
dante se saiu muito bem na seleção de material,
de atenção dos professores de diferentes disciplinas,
porém não teve o mesmo êxito ao apresentar
certamente o processo de ensino e aprendizagem ga-
oralmente seus resultados; ou que teve sucesso
nhará outras dimensões, pois proporcionará aos estu-
na apresentação dos resultados, mas selecio-
dantes que aprendam e se desenvolvam em diferentes
nou fontes não confiáveis. Nesse contexto, a
áreas do conhecimento, de forma ativa e autônoma.
avaliação final consideraria todas as etapas da
Ao propor aos estudantes a realização de uma pesqui-
produção da pesquisa, sem focar apenas um
sa, é fundamental que o professor compartilhe com eles
quesito. (BRASIL, 2018b, p. [1]).
[...] por que a pesquisa será feita, que relação Destacamos que o ensino sistemático da pesquisa
ela terá com o que estão aprendendo ou apren- desde os primeiros anos de escolaridade contribui para
derão e qual será o tempo estipulado para sua que os estudantes não cheguem ao final da Educação
realização, entre outras informações que ajudem Básica sem desenvolver essa habilidade, que, certamen-
a contextualizar e problematizar a temática a te, será fundamental para o sucesso de seus estudos
ser investigada. Esse compartilhamento tem por na universidade.
objetivo criar nos estudantes expectativas que os
ajudem a atribuir significado e sentido ao ato de
pesquisar. (BRASIL, 2018b, p. [1]). Avaliação
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Outro ponto importante é a elaboração coletiva do
A verificação da aprendizagem por parte do estudante
talvez seja uma das situações pedagógicas mais complexas
roteiro, que deverá explicitar as etapas da pesquisa,
enfrentadas pelo docente em seu fazer em sala de aula.
De acordo com Moretto (2010, p. 52):
[...] desde o levantamento inicial das informações,
a seleção de diversas fontes, a leitura de todo o ma-
Avaliar a aprendizagem é uma situação com-
terial selecionado, a utilização dos procedimentos
plexa a desafiar o professor em sua tarefa de
de estudo para aprofundamento das leituras e
acompanhar a construção do conhecimento de
os registros das aprendizagens construídas, até a
seus alunos. Esse desafio se revela maior à medida
apresentação dos resultados obtidos, garantindo
que o conhecimento construído pelo sujeito que
que existam ao longo desse processo, sobretudo,
aprende é um elemento intangível, imponderável
momentos de compartilhamento do que se apren-
e incomensurável e, como tal, não pode ser atin-
deu. (BRASIL, 2018b, p. [1]).
gido diretamente. Para alcançá-lo é preciso obter
elementos (palavras, sinais, símbolos) que serão
Nessa perspectiva, o professor deverá atentar-se à interpretados pelo professor como indicadores de
forma como irá avaliar o trabalho realizado pelos es- uma possível construção do conhecimento.
tudantes, pois considerar apenas o resultado, e não o
XXIII
Para o êxito dessa tarefa, o docente deve entender
que os estudantes aprendem de formas diferentes, e [...] Testes únicos, provas finais, notas irrecor-
que a eficiência da sua prática pedagógica está na ma- ríveis são situações que exemplificam a com-
neira pela qual conduz e medeia o desenvolvimento das preensão equivocada do uso do teste e da medida
atividades de ensino e aprendizagem (HADJI, 2001, p. 9). conivente a uma definição de avaliação como
A perspectiva de avaliação nesta coleção é a forma- julgamento de resultados. [...].
tiva, em que o docente verifica de forma contínua a
aprendizagem de noções, conceitos e habilidades pelos Nesse sentido, esta coleção propõe dar todo apoio
estudantes. Dessa maneira, são propostos, ao longo dos para que o professor de Geografia caminhe em direção a
capítulos e das unidades dos volumes, diversos momen- uma prática que avalie não somente a apreensão de con-
tos em que o professor pode promover a regulação do ceitos e noções, mas também a formação do estudante
processo de aprendizagem por meio de questionamentos de maneira integral, como cidadão do Brasil e do mundo.
feitos no início de unidades e capítulos, como forma de
sondar o domínio de determinados conteúdos; roteiros A avaliação contínua
de análise de imagens ao longo dos capítulos, verificando
A avaliação contínua, também chamada formativa
a apreensão de procedimentos e atitudes; e exercícios no
(ZABALA, 1998), pode ter diferentes funções, de acordo
final de cada capítulo, além das atividades práticas indica-
com o momento de sua realização.
das no Caderno de Temas Complementares.
Quando feita no início de uma etapa de trabalho,
Nesse sentido, busca-se ir além da aplicação das cha-
para levantar os conhecimentos prévios dos estudantes,
madas provas ou exames do tipo teste, aplicadas mensal
exerce a função diagnóstica. As informações obtidas
ou bimestralmente, no qual o objetivo, em geral, restrin-
permitem ao professor planejar o trabalho e orientar
ge-se apenas a verificar a capacidade de memorização
sua atuação. Também possibilitam ao estudante reco-
dos conteúdos trabalhados no período. É importante que
nhecer o que já sabe e preparar-se para a construção
o docente respeite os diferentes processos de aprendi-
de novos conhecimentos.
zagem dos estudantes, entendendo cada turma como
Quando ocorre durante um processo, com a inten-
um grupo heterogêneo. Para isso, deve lançar mão de
ção de acompanhar as aprendizagens em relação aos
outros tipos de instrumento de avaliação; por exemplo:
objetos de conhecimento e às habilidades, tem a função
■■ observação e registro da participação dos estudan- reguladora. As informações obtidas contribuem para
MATERIAL
tes em aula, DE DIVULGAÇÃO
assim como a aplicação de atividades
que o professor faça ajustes no planejamento e para que
DAdiversas
que envolvam EDITORAformas
DO BRASIL
de expressão oral,
o estudante acompanhe o processo de aprendizagem.
escrita, pictórica, gráfica, numérica, artística e cor-
Quando realizada ao final de uma etapa ou de um
poral, para obter dados do desenvolvimento deles;
período de aprendizagem, exerce a função integrado-
■■ análise das produções dos estudantes, buscando ra e possibilita localizar o desenvolvimento do estudan-
compreender o raciocínio utilizado por eles para re- te em relação aos objetivos estabelecidos inicialmente
solver problemas, responder a questões ou mesmo e validar as estratégias adotadas. O estudante pode
fazer registros ou produzir um texto; avaliar sua aprendizagem e perceber os pontos fortes
■■ autoavaliação, para que os estudantes valorizem as pró- e frágeis de seu desempenho.
prias conquistas de aprendizagem, o que os torna mais É importante lembrar que cabe ao professor orientar e
atentos, autocríticos e conscientes de suas dificuldades. estimular a atitude crítica do estudante em relação à pró-
Acredita-se que, desse modo, o professor avançará pria aprendizagem. Levá-lo a identificar suas dificuldades
na direção de uma concepção de avaliação que privile- e a reconhecer suas competências e potencialidades, ao
gia a formação integral do indivíduo e não apenas sua fazer a autoavaliação, possibilita-lhe sentir-se confiante
classificação por notas, o que, em geral, verifica-se por e cada vez mais responsável pelo próprio desempenho.
meio da aplicação inadequada de provas, como bem Vale destacar também a importância de o professor re-
alerta Hoffmann (2005, p. 52): gistrar sistematicamente os procedimentos empregados
XXIV
na avaliação. Recursos como relatórios e fichas cumu- Avaliação por rubrica
lativas, entre outros, podem ser incorporados à prática
Avaliar pode consistir em uma das tarefas mais com-
diária e são úteis para a composição de notas, conceitos
plexas do processo de ensino e aprendizagem, prin-
ou pareceres sobre a aprendizagem dos estudantes.
cipalmente porque exige do professor a tomada de
Sugerimos que, com base no planejamento, o pro-
decisões e o estabelecimento de critérios de correção
fessor destaque quais são os objetos de conhecimento
nem sempre claros para ele. Que objetos de conheci-
e as habilidades considerados prioritários para a conti-
mento e habilidades, de fato, devem ser avaliados? O
nuidade dos estudos, enfatizando-os em suas práticas
que é fundamental que os estudantes saibam? Como
avaliativas e nos registros realizados.
avaliar de forma isenta, ou seja, o menos subjetiva pos-
sível? Como mensurar a aprendizagem dos estudantes?
DAE
Planejamento
Como fazê-los entender a nota, o conceito ou o pare-
cer que foi atribuído pelo professor? Essas e outras
Avaliação diagnóstica
perguntas evidenciam a complexidade da avaliação da
aprendizagem.
Eventuais ajustes Algo que pode contribuir significativamente para
no planejamento
essa tarefa são as rubricas, pois um dos principais
objetivos desse instrumento é tornar os critérios de
Avaliação de processo
avaliação mais objetivos e explícitos, tanto para os edu-
cadores quanto para os estudantes.
Avaliação final do ciclo Segundo Biagiotti (2005, p. 2):
Atividades
individuais ser feita pelos próprios estudantes, ou por outros,
• Práticas orais e escritas
• Pesquisas como professores, outros alunos, supervisores de
Atividades
• Relatórios em duplas
trabalho ou revisores externos. Rubricas podem ser
• Autoavaliação usadas para prover feedback formativo dos alunos,
• Observação Atividades para dar notas ou avaliar programas.
em grupos
• Portfólio
• Seminários e outros De acordo com o autor, para que as rubricas se tor-
Atividades
coletivas nem, realmente, uma boa ferramenta para avaliar o
desempenho dos estudantes nas tarefas, elas devem
Partindo da observação de cada atividade realizada,
ter algumas características, entre as quais destacamos:
de cada questionamento ou intervenção, de cada rea-
ção de interesse ou desatenção, individual ou em grupo,
■■ Facilidade: tornar fácil avaliar trabalhos complexos.
o professor poderá avaliar quais são as dificuldades dos ■■ Objetividade: avaliar de forma objetiva, acabando
estudantes, em que eles se destacam, quais são seus com aquela aura de subjetividade que comumente
estilos de aprendizagem, entre outros aspectos. se imprime à avaliação.
XXV
■■ Granularidade: possuir a granularidade adequada, Ao corrigir as atividades, independentemente do
isto é, níveis adequados de minúcia. resultado final, é de extrema importância que o profes-
■■ Transparência: tornar o processo de avaliação sor observe o percurso realizado durante a execução
transparente a ponto de permitir ao estudante con- da atividade, mesmo que o estudante não chegue ao
trolar seu aprendizado. resultado correto. Dessa forma, poderá considerar as
Ao se elaborar uma rubrica, dois itens são primor- estratégias por ele utilizadas para fazer interferências
diais: os critérios de avaliação e as graduações ou que o levem a refazer o percurso, buscando chegar ao
níveis de desempenho – por exemplo, “Atende total- resultado esperado.
mente”, “Atende parcialmente” e “Não atende” (aos cri- Diferentes estratégias podem ser utilizadas para
térios estabelecidos) ou “Excelente”, “Bom”, “Regular” e favorecer a aprendizagem, entre elas: manipulação de
“Insuficiente” – com as devidas pontuações. materiais concretos; registros no caderno; comparações
É importante destacar que a forma como o professor entre fenômenos; experimentações; uso de simulado-
elabora os instrumentos de avaliação, independente- res ou de softwares de Geometria dinâmica; elabora-
mente de quais sejam eles, pode impactar diretamente ção de glossário que possa ser consultado e revisitado
o desempenho dos estudantes. Por essa razão, é funda- sempre que necessário.
mental atentar-se para alguns cuidados, como:
■■ escolher um instrumento que seja compatível com Uso de tecnologia em sala
o conteúdo que se deseja avaliar; de aula
■■ delimitar adequadamente o conteúdo a ser avaliado, Nos dias atuais, o uso de diferentes tecnologias em
identificando quais aprendizagens são essenciais; sala de aula pode proporcionar experiências de ensino
■■ formular com clareza enunciados, consignas e alter- e aprendizagem enriquecedoras. Dessa forma, inclua
nativas empregados nos instrumentos; em seu planejamento didático-pedagógico diferentes
atividades de ensino, que envolvam, por exemplo, o
■■ considerar, na elaboração do instrumento, o tempo
uso de equipamentos de informática, de programas
necessário para o estudante realizar a atividade;
e aplicativos, assim como de telefones celulares dos
valorar as questões, atentando-se para o grau de
estudantes. Para tanto, certifique-se de que a coorde-
■■
DINÂMICA
maior em relação aos conceitos de lugar, paisagem, HIDROSFÉRICA
7o ano
Propõe o estudo do espaço geográfico brasileiro.
Nesta unidade, você vai estudar:
terras imersas;
vida” ou, ainda, “Água é força vital”.
■ o ciclo hidrológico ou ciclo da água;
Certamente você já percebeu o quanto a água é
dades humanas;
higiene pessoal ou para preparar os alimentos que
as características das águas oceânicas;
consumimos. Além dos seres humanos, os animais
■
mentos do mar;
1. Agora imagine: Como seria nosso planeta se não ■ os problemas de poluição das águas
existisse água?
continentais e oceânicas.
2. Você já passou por alguma situação em que
tenha faltado água para seu consumo? Como foi
XXVIII
Traz imagens significativas para o estudo do conteúdo estudante a refletir sobre o que está sendo estudado
dos capítulos seguintes, que podem ser utilizadas como em Geografia e em outras disciplinas, estabelecendo
recursos motivadores. Apresenta ainda questionamen- analogias entre esses temas.
tos que auxiliam no trabalho de sondagem do conheci-
GLOSSÁRIO
mento prévio e de reflexão dos estudantes. Há, ainda,
um resumo do que será estudado, recurso importante Apresenta o significado de palavras que são funda-
para o planejamento do trabalho em sala de aula. mentais para a compreensão do texto ou de um con-
ceito de base trabalhado na página.
BOXE QUESTIONAMENTOS
Muitas imagens do livro são acompanhadas de
questionamentos que auxiliam no estudo de gráficos,
mapas, ilustrações ou fotografias. As questões facili- Desenvolve noções e conceitos ligados ao trabalho
tam a sequência de identificação, análise, interpretação, cartográfico. São abordados conhecimentos próprios da
analogia ou síntese, podendo servir como elemento de linguagem cartográfica, porém dentro do contexto do
avaliação ou proposta de trabalho complementar. conteúdo abordado na sequência dos capítulos. Está ba-
seada no estudo gradativo e contínuo de conteúdos car-
tográficos no decorrer de todos os volumes da coleção.
Seção que propõe conteúdos que instigam os estu-
dantes a compreender os temas abordados. São textos
e imagens que trazem informações importantes para a
Ao final de cada capítulo, apresenta-se uma série
compreensão e o aprofundamento do conteúdo, muitas
de atividades estruturadas em blocos que contemplam
vezes como forma de complementar o trabalho propos-
to na sequência das páginas. questões diretas de verificação do conteúdo estudado
e outras, elaboradas com base em recursos imagéticos
ou em gêneros textuais diversificados e que podem ser
com comentários que englobam objetivos, orientações propostas de reflexão. Nesse quadro estão indicadas as
questões iniciais de sondagem do conhecimento prévio
gerais e específicas, sugestões de trabalho e de avalia-
do estudante. São propostas que podem ser tanto inves-
ção e, ainda, atividades e recursos complementares.
tigativas quanto interativas entre professor e estudante,
Conheça, a seguir, sua estrutura.
ou mesmo entre os estudantes. Essa seção é uma exce-
lente oportunidade para fazer uma avaliação diagnóstica.
Introdução
Nessa seção introduz-se o que será estudado na Orientações – Questionamentos
unidade e como desenvolver o conteúdo.
São apresentadas as orientações específicas de
como conduzir os questionamentos que acompanham
Objetivos das unidades grande parte das imagens das páginas, como mapas,
No início de cada unidade são indicados os objeti- gráficos ou mesmo fotografias. Nesse quadro, também
vos a ser alcançados no final do estudo do conteúdo. são indicados os subsídios para responder aos questio-
Cada item indica o trabalho com determinado conteúdo namentos ou interpretar as imagens.
dentro dos capítulos que compõem a unidade temática.
Os objetivos servirão como pré-requisitos no enten- Orientações e sugestões
dimento de estudos posteriores, ou seja, em muitos Nessa seção, há indicações e sugestões de como abor-
casos serão a base do trabalho, com conceitos e temas dar o conteúdo em sala de aula. São orientações gerais de
específicos dos estudos geográficos dos anos seguintes. abordagem das imagens, indicação dos objetivos específi-
cos em determinados itens ou especificamente das seções
Justificativa que compõem o livro. Além disso, há citações de textos
Relaciona os objetivos às habilidades que se preten- que auxiliarão em seu trabalho, dando subsídios impor-
Na BNCC – Geral
BNCC na Unidade
As indicações dos conteúdos da BNCC trabalhados
Boxe indicando quais são as habilidades e compe-
estão identificadas nessa seção: competências gerais da
tências contempladas na unidade.
Educação Básica, das Ciências Humanas e de Geografia.
É possível verificar de que forma o conteúdo está sendo
Objetivos dos capítulos explorado e como ele contempla cada competência.
No início de cada capítulo, são apresentados os obje-
tivos específicos que buscam contemplar o aprendizado Na BNCC – Geografia
do estudante em uma escala mais detalhada de enten- As indicações do trabalho com as habilidades espe-
dimento. É fundamental que no final de cada um deles cíficas de Geografia são contempladas nessa seção de
haja uma avaliação a respeito de quais objetivos foram modo amplo, por meio de exemplificações de como o
alcançados e, com base nisso, sejam encaminhadas as conteúdo nas páginas ou em um capítulo desenvolve
propostas de trabalho complementar. cada habilidade.
XXX
Para aprofundar específicos. Podem ser encaminhadas no momento que
você achar mais pertinente.
Nessa seção são apresentadas sugestões de livros, fil-
mes, vídeos, sites, textos ou outros recursos complemen-
tares. São indicações importantes que visam subsidiar seu
Soluções das atividades
trabalho com o estudante em sala de aula, possibilitando Nessa seção, sempre no final dos capítulos, são apre-
maior embasamento teórico ou mesmo de conhecimen- sentadas as respostas das atividades e algumas orien-
tos gerais sobre o conteúdo trabalhado na página. tações específicas para o trabalho e o encaminhamento
nos diferentes blocos de atividades. Elas servirão de
Proposta avaliativa subsídio para a avaliação e a mediação dos trabalhos
finais com o conteúdo estudado.
São apresentadas sugestões de trabalhos avaliativos
e de diagnóstico para ser feitos com os estudantes. São
propostas que complementam as questões e seções Sobre avaliação
em destaque nas páginas de atividades do Livro do Es- Nessa seção, sempre no final da unidade, são apre-
tudante e que podem ser encaminhadas no momento sentados subsídios para detectar possíveis defasagens
que você considerar mais conveniente. de aprendizagem e estratégias para resolvê-las.
Sugestões de cronograma
Apresentamos as possibilidades de planejamento do curso ao longo de um ano, por meio dos cronogramas
a seguir.
6º ano
1o bimestre Unidades 1 e 2
MATERIAL
Planejamento bimestralDE DIVULGAÇÃO
2o bimestre Unidades 3 e 4
3 bimestre
o
Unidade 5
DA EDITORA DO BRASIL
4 bimestre
o
Unidade 6 e Temas Complementares
1o trimestre Unidades 1, 2 e 3
Planejamento trimestral 2o trimestre Unidades 4 e 5
3 trimestre
o
Unidade 6 e Temas Complementares
1o semestre Unidades 1, 2 e 3
Planejamento semestral
2o semestre Unidades 4, 5, 6 e Temas Complementares
7º ano
1o bimestre Unidades 1 e 2
2o bimestre Unidade 3
Planejamento bimestral
3 bimestre
o
Unidades 4 e 5
4o bimestre Unidades 6, 7 e Temas Complementares
1o trimestre Unidades 1, 2 e 3
Planejamento trimestral 2 trimestre
o
Unidades 4 e 5
3 trimestre
o
Unidades 6, 7 e Temas Complementares
XXXI
1o semestre Unidades 1, 2, 3 e 4
Planejamento semestral
2o semestre Unidades 5, 6, 7 e Temas Complementares
8º ano
1o bimestre Unidades 1 e 2
2 bimestre
o
Unidade 3
Planejamento bimestral
3o bimestre Unidade 4
4 bimestre
o
Unidade 5 e Temas Complementares
1o trimestre Unidades 1 e 2
Planejamento trimestral 2 trimestre
o
Unidade 3
3 trimestre
o
Unidades 4, 5 e Temas Complementares
1o semestre Unidades 1, 2 e 3
Planejamento semestral
2 semestre
o
Unidades 4, 5 e Temas Complementares
9º ano
1o bimestre Unidades 1 e 2
2 bimestre
o
Unidade 3
Planejamento bimestral
3 bimestre
o
Unidade 4
4o bimestre Unidade 5 e Temas Complementares
1o trimestre Unidades 1 e 2
Planejamento trimestral 2o trimestre Unidade 3
3 trimestre
o
Unidades 4, 5 e Temas Complementares
1o semestre Unidades 1, 2 e 3
Planejamento semestral
2o semestre Unidades 4, 5 e Temas Complementares
Quadros de competências
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO e habilidades da BNCC
DA EDITORA DO BRASIL
COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital
1 para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão,
2 a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de
3
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
4
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
5 e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
6 possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
XXXII
COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de
vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
7
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos
outros e do planeta.
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo se na diversidade humana e
8
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito
9 ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando
10
decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
XXXIII
HABILIDADES DA BNCC PARA O 6º ANO
Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes
(EF06GE01)
tempos.
Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos
(EF06GE02)
originários.
Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo
(EF06GE03)
atmosférico e os padrões climáticos.
Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural,
(EF06GE04) reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua
localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.
(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do
(EF06GE06)
desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.
(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.
(EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.
Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à
(EF06GE09)
representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.
Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etc.) e de
(EF06GE10) apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como
suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.
Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes
(EF06GE11)
físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.
Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no
(EF06GE12)
mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.
Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de
(EF06GE13)
calor etc.).
XXXIV
HABILIDADES DA BNCC PARA O 8º ANO
Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em
(EF08GE01) diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados
à distribuição da população humana pelos continentes.
Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a
(EF08GE02)
escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.
Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população
(EF08GE03)
(perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).
Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como
(EF08GE04)
fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.
Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões
(EF08GE05) na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas
múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.
Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos
(EF08GE06)
contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da
(EF08GE07)
América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.
Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência
(EF08GE08)
estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.
Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas
(EF08GE09) e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade,
(EF08GE10)
comparando com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.
Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de
(EF08GE11)
organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.
Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano
(EF08GE12)
(Mercosul, OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).
Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e
(EF08GE13)
na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.
Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a
(EF08GE14)
partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.
Analisar a importância dos principais recursos hídricos da America Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio
(EF08GE15) da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir
os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.
Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas
(EF08GE16)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.
XXXV
HABILIDADES DA BNCC PARA O 9º ANO
Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta,
(EF09GE01) notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos
e lugares.
Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da
(EF09GE02) população em relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.
Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania,
(EF09GE04) valorizando identidades e interculturalidades regionais.
Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural),
(EF09GE05) comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização.
Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas
(EF09GE06) potências europeias.
Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos
(EF09GE09) populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e
pressões sobre seus ambientes físico-naturais.
Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na
(EF09GE10) Europa, na Ásia e na Oceania.
Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais
(EF09GE18) e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes
países.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
abase/#fundamental. Acesso em: 2 jun. 2022.
Ciências Humanas: 5 e 7
presentação ■■ Linguagem dos mapas. Ciência e Tecnologia
Competências Específicas de
dos lugares e Diferentes tipos de mapa. Geografia: 4 e 5
■■
transição.
Habilidades: EF06GE03, EF06GE05 Diversidade Cultural
e EF06GE13
■■ Importância da previsão do tempo.
■■ Grandes conjuntos climáticos da Terra. Competências Gerais: 1, 3, 7 e 8
Competências Específicas de
15 ■■ Fatores que caracterizam os climas.
Ciências Humanas: 2, 4, 5 e 7 Educação Ambiental
Climas da ■■ Fatores naturais que interferem nas
Competências Específicas de
Terra: ritmos mudanças climáticas.
Geografia: 1 e 2 Saúde
e mudanças Como os seres humanos podem Habilidades: EF06GE01, EF06GE05
■■
TEMAS COMPLEMENTARES
Tema 1:
Trabalhando
Competências Gerais: 2, 5, 9 e 10
com escalas
Competências Específicas de
Ciências Humanas: 5, 6 e 7
■■ Escala cartográfica.
Competências Específicas de Educação Ambiental
Tema 2: ■■ Ilhas de calor.
Geografia: 1, 4 e 5
Ilhas verdes,
Habilidades: EF06GE07, EF06GE08
lugares
e EF06GE13
melhores para
viver
XXXVIII
Volume 7
UNIDADE 1 – BRASIL, TERRITÓRIO E PAISAGENS
Competências e Habilidades Temas Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais (TCTs)
■■ Extensão territorial do Brasil.
■■ Localização geográfica de nosso país.
Diferenças entre limite e fronteira. Competências Gerais: 1, 4 e 10
1 ■■
Competências Específicas de
Brasil: gigante ■■ O que é mar territorial.
Ciências Humanas: 2, 3, 5, 6 e 7
territorial Tipos de clima que atuam em nosso Educação Ambiental
Competências Específicas de
■■
Ciência e Tecnologia
XXXIX
■■ Principais aspectos socioeconômicos Competências Gerais: 1, 3 e 9
7 das sub-regiões nordestinas. Competências Específicas de
Educação Ambiental
Nordeste: ■■ Índice de Desenvolvimento Humano Ciências Humanas: 1, 2, 4 e 6
sub-regiões Municipal (IDHM). Competências Específicas de
Trabalho
e desenvolvi ■■ Desigualdades socioeconômicas no Geografia: 1 e 2
mento eco Nordeste. Habilidades: EF07GE02, EF07GE03,
Ciência e Tecnologia
nômico ■■ Principais fatores de crescimento EF07GE06, EF07GE07, EF07GE08,
econômico nordestino. EF07GE09, EF07GE11 e EF07GE12
Amazônia.
Trabalho
■■ Modernização do espaço rural. Competências Gerais: 5 e 9
11 Ciência e Tecnologia
Agropecuária,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
■■ Processos de urbanização e de Competências Específicas de
metropolização do Sudeste. Ciências Humanas: 1, 2, 3 e 5
urbanização e DA EDITORA DO BRASIL
Principais impactos sociais e Competências Específicas de
Educação Ambiental
problemas so-
■■
13 Competência Geral: 10
Clima ■■ Características do espaço natural sulino. Competências Específicas de
subtropical ■■ Transformações na paisagem da Região Ciências Humanas: 3 e 6 Educação Ambiental
e biomas Sul provocadas pela ação humana. Habilidades: EF07GE09, EF07GE10,
sulinos EF07GE11 e EF07GE12
XL
UNIDADE 7 – REGIÃO CENTRO-OESTE
■■ Formas de ocupação e povoamento
da Região Centro-Oeste. Competência Geral: 7
14 Competências Específicas de
■■ Transformação espacial provocada
Ciências Humanas: 2, 5 e 7
Centro-Oeste: pelo desenvolvimento das atividades
Competência Específica de
povoamento, econômicas na região. Ciência e Tecnologia
Geografia: 1
urbanização e ■■ Crescimento das cidades do
Habilidades: EF07GE02, EF07GE06,
agronegócio Centro-Oeste.
EF07GE07, EF07GE08, EF07GE09,
■■ Importância de Brasília como EF07GE10 e EF07GE11
metrópole regional e nacional.
Competências Gerais: 3, 4 e 7
■■ Principais características físico-naturais
15 Competências Específicas de
da região. Educação Ambiental
Ciências Humanas: 2 e 6
Centro-Oeste: ■■ Impactos ambientais da urbanização e
Competências Específicas de
biomas das atividades econômicas nos biomas Educação em Direitos
Geografia: 2, 4 e 5
ameaçados Cerrado, Floresta Amazônica Humanos
Habilidades: EF07GE03, EF07GE06,
e Pantanal.
EF07GE08, EF07GE09 e EF07GE11
TEMAS COMPLEMENTARES
Tema 1:
Patrimônio Competências Gerais: 2 e 5 Diversidade Cultural
cultural: ■■ O que é patrimônio cultural? Competências Específicas de
conhecer e ■■ Patrimônio material e imaterial. Ciências Humanas: 2 e 6 Educação para valorização
preservar ■■ Cultura afro-brasileira. Competências Específicas de do multiculturalismo
Tema 2: ■■ Africanidades. Geografia: 6 e 7 nas matrizes históricas e
Nosso Brasil Habilidade: EF07GE02 culturais brasileiras
africano
VOLUME 8
UNIDADE 1 – POPULAÇÃO E FLUXOS MIGRATÓRIOS NA ATUALIDADE
Competências e Habilidades Temas Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais (TCTs)
■■ Ritmo de crescimento da população Competência Geral: 2 Saúde
Competências Específicas de
1 MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mundial.
Ciências Humanas: 5 e 7 Vida Familiar e Social
Processo de envelhecimento da
DA EDITORA DO BRASIL
■■
População Competência Específica de
população.
mundial Geografia: 7 Processo de
■■ Distribuição espacial da população.
Habilidades: EF08GE01, EF08GE03 envelhecimento, respeito e
■■ Conceitos de populoso e povoado. e EF08GE19 valorização do idoso
Trabalho
Competência Geral: 7
2 ■■ Migrações de trabalhadores e Competência Específica de
Fluxos Educação em Direitos
refugiados. Geografia: 7
migratórios Humanos
■■ Fluxos turísticos internacionais. Habilidades: EF08GE02, EF08GE03,
mundiais
EF08GE04 e EF08GE19
Diversidade Cultural
XLI
4
Competência Geral: 2
Comércio Crescimento do comércio mundial.
■■
Competência Específica de Ciência e Tecnologia
mundial ■■ Integração econômica entre os países. Ciências Humanas: 2
e blocos Educação Financeira
Blocos econômicos regionais. Habilidades: EF08GE06, EF08GE07,
econômicos
■■
9 MATERIAL DEnaturais
Aspectos
■■ DIVULGAÇÃO
e culturais das Competências Específicas de Diversidade Cultural
América diferentes regiões latino-americanas. Ciências Humanas: 1, 4 e 6
Latina: DA Diversidade
EDITORA DO
■■
BRASIL
étnico-cultural.
Competências Específicas de Educação para valorização
cultura, Geografia: 4 e 6 do multiculturalismo
■■ Clima e vegetação.
natureza e Habilidades: EF08GE15, EF08GE19 nas matrizes históricas e
regionalização
■■ Relevo e hidrografia. e EF08GE23 culturais brasileiras
internos e
EF08GE08, EF08GE11, EF08GE12,
projetos de
EF08GE18 e EF08GE19
integração
XLII
Competências Gerais: 2, 5 e 7
Competências Específicas de
12 Ciências Humanas: 1 e 7
■■ Importância ambiental e científica
As regiões Competência Específica de Educação Ambiental
das regiões polares do planeta.
polares Geografia: 5
Habilidades: EF08GE18, EF08GE19
e EF08GE21
UNIDADE 5 – ÁFRICA
Diversidade Cultural
Educação para
13 valorização do
Aspectos naturais e culturais da África. Competência Geral: 9
Continente ■■
multiculturalismo nas
Competências Específicas de
africano: ■■ Diversidade cultural. matrizes históricas e
Geografia: 1, 3 e 4
natureza e Regionalização. culturais brasileiras
Habilidade: EF08GE19
■■
cultura
Educação Ambiental
Ciência e Tecnologia
14 Competências Gerais: 7 e 9
Raízes do ■■ Origens do subdesenvolvimento Competências Específicas de
subdesen- africano. Ciências Humanas: 1 e 2
volvimento ■■ Processo de descolonização. Habilidades: EF08GE05, EF08GE19
africano e EF08GE20
■■ Organização do espaço geográfico do Competência Geral: 7 Educação Ambiental
continente. Competências Específicas de
15 Saúde
Ciências Humanas: 6 e 7
Espaço ■■ Produção agrícola.
Competências Específicas de Educação Alimentar e
geográfico ■■ Fome.
Geografia: 3, 5 e 6 Nutricional
africano Minérios e recursos energéticos Habilidades: EF08GE13, EF08GE18,
■■
TEMAS COMPLEMENTARES
Tema 1:
Tecnologias
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Competências Gerais: 5, 6, 8 e 9
inovadoras e DA EDITORA DO BRASIL Competência Específica de
o futuro do ■■ Inovações tecnológicas. Ciências Humanas: 7
trabalho ■■ Trabalho. Competência Específica de
Produção de mapas. Geografia: 4
Tema 2:
■■
VOLUME 9
UNIDADE 1 – ESPAÇOS DA GLOBALIZAÇÃO
Competências e Habilidades Temas Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais (TCTs)
Competência Geral: 6
Competência Específica de
1 ■■ Relações entre ciência, técnica e Ciências Humanas: 2 Ciência e Tecnologia
Espaço
tecnologia. Competência Específica de
geográfico e Trabalho
■■ Etapas da Revolução Industrial. Geografia: 2
tecnologia
Habilidades: EF09GE01, EF09GE02,
EF09GE05, EF09GE11 e EF09GE14
XLIII
Expansão das multinacionais no mundo. Competência Geral: 8 Trabalho
2 ■■
Competências Específicas de
Dinâmica dos ■■ Como acontece o fluxo de pessoas,
Ciências Humanas: 2 e 7 Ciência e Tecnologia
espaços da mercadorias, informações e capitais.
Habilidades: EF09GE02,
globalização O que são cidades globais e megacidades. Vida Familiar e Social
EF09GE11, EF09GE14 e EF09GE15
■■
UNIDADE 3 – EUROPA
Competências Gerais: 1 e 6
Competência Específica de
5 ■■ Aspectos naturais do continente Ciências Humanas: 7
Quadro europeu. Competências Específicas de Ciência e Tecnologia
natural da ■■ Problemas de poluição ambiental e as Geografia: 2 e 4 Educação Ambiental
Europa propostas de solução. Habilidades: EF09GE07,
EF09GE09, EF09GE15, EF09GE16
e EF09GE17
Diversidade Cultural
■■ Desigualdades socioeconômicas e a
Competências Específicas de Processo de
6 distribuição da população.
Ciências Humanas: 5 e 6 envelhecimento, respeito e
Europa: ■■ Movimentos nacionalistas e valorização do idoso
Habilidades: EF09GE04,
população, separatistas.
EF09GE08, EF09GE09, EF09GE14 Trabalho
política e cultura ■■ Estrutura etária da população.
e EF09GE15
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
■■ O que é imigração e xenofobia. Educação em Direitos
DA EDITORA DO BRASIL Humanos
7 Competências Específicas de
Espaço Ciências Humanas: 3 e 7 Educação Ambiental
■■ Atividades econômicas, vias de
geográfico Habilidades: EF09GE08, EF09GE09,
transporte e espaços urbano e agrário. Trabalho
europeu EF09GE10, EF09GE11, EF09GE12,
EF09GE14 e EF09GE15
Habilidades: EF09GE05,
8 ■■ Como se formou o bloco econômico
EF09GE08, EF09GE09, EF09GE14
União Europeia europeu.
e EF09GE15
Habilidades: EF09GE04,
9 ■■ Espaço geográfico russo e sua EF09GE06, EF09GE07, EF09GE08,
Educação Ambiental
Rússia influência geopolítica. EF09GE09, EF09GE12, EF09GE14
e EF09GE18
UNIDADE 4 – ÁSIA
Competências Específicas de
10 ■■ Aspectos naturais do continente asiático. Geografia: 1 e 2 Diversidade Cultural
Ásia: natureza e ■■ Clima e vegetação. Habilidades: EF09GE04,
regionalização ■■ Relevo e hidrografia. EF09GE06, EF09GE07, EF09GE14, Educação Ambiental
EF09GE15 e EF09GE16
XLIV
Competência Específica de
Ciências Humanas: 5
■■ Disputas territoriais e religiosas no Competência Específica de
11 Diversidade Cultural
Oriente Médio. Geografia: 4
Oriente
■■ A questão da água e da exploração do Habilidades: EF09GE01, Educação para o Consumo
Médio
petróleo no Oriente Médio. EF09GE02, EF09GE04, EF09GE06,
EF09GE08, EF09GE09, EF09GE14,
EF09GE15, EF09GE17 e EF09GE18
Competência Geral: 1
12 ■■ Importância da rizicultura no Sudeste Habilidades: EF09GE01,
Sudeste Asiático. EF09GE04, EF09GE08, EF09GE09, Trabalho
Asiático ■■ Tigres Asiáticos. EF09GE11, EF09GE14, EF09GE15
e EF09GE17
13 ■■ Emergência da China como grande
potência econômica e militar mundial. Educação Ambiental
China: Habilidades: EF09GE05,
potência
■■ População chinesa. EF09GE09, EF09GE11, EF09GE12, Saúde
emergente ■■ Produção de alimentos. EF09GE15, EF09GE17 eEF09GE18
Ciência e Tecnologia
mundial ■■ Problemas ambientais.
Diversidade Cultural
14 ■■ Demografia, as disputas étnico- Educação em Direitos
Habilidades: EF09GE01, Humanos
Índia: gigante religiosas e o ritmo do crescimento
EF09GE04, EF09GE08 e EF09GE09
em ascensão econômico indiano. Vida Familiar e Social
Saúde
TEMAS COMPLEMENTARES
Tema 1: Competências Gerais: 2 e 5
Cidades ■■ Inovação tecnológica. Competências Específicas de
Inteligentes ■■ Internet das Coisas. Ciências Humanas: 1, 2, 3, 6 e 7 Ciência e Tecnologia
Competências Específicas de
■■ Infraestrutura e qualidade de vida. Educação em Direitos
Geografia: 1, 2, 3, 4, 5 e 6
■■ Direitos Humanos. Humanos
Tema 2: Habilidades: EF09GE01,
Minorias
■■ Minorias étnicas. EF09GE02, EF09GE03, EF09GE08, Diversidade Cultural
no mundo ■■ Imigrantes e povos nativos. EF09GE09, EF09GE14, EF09GE15,
globalizado EF09GE17 e EF09GE18
XLV
Referências comentadas
ALMEIDA, Rosângela D. de (org.). Cartografia escolar. e federal. São essas diretrizes que estabelecem a Base
São Paulo: Contexto, 2007. Nacional Comum Curricular (BNCC).
Essa coletânea de artigos sobre o ensino de
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
Cartografia se converteu em bibliografia de referência
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Infográfico que apresenta a definição de
na escola. Base Nacional Comum Curricular, Brasília, DF,
“pensamento computacional” e as quatro etapas
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para a organização dessa estratégia: decomposição,
gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
reconhecimento de padrões, abstração e algoritmos.
aprofundamentos/192-metodologia-de-pesquisa-na-
APRENDER não é um dom natural. Revista escola. Acesso em: 18 maio 2022.
Educação, [São Paulo], 2017. Disponível em: https:// Essa publicação discorre sobre alguns dos múltiplos
revistaeducacao.com.br/2017/05/19/aprender-nao-e aspectos envolvidos no planejamento de ações
-um-dom-natural/. Acesso em: 18 maio 2022. pedagógicas que utilizam metodologia de pesquisa na
A entrevistada aborda a naturalização de alguns saberes Educação Básica.
e a responsabilidade da escola e da universidade no
BRASIL. Ministério da Educação. O uso de metodologias
ensino de procedimentos e técnicas de estudo.
ativas colaborativas e a formação de competências.
BIAGIOTTI, L. C. M. Conhecendo e aplicando rubricas Base Nacional Comum Curricular, Brasília, DF, 2018c.
em avaliações. São Paulo: ABED, 2005. Disponível Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.
em: http://www.abed.org.br/congresso2005/por/ br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
pdf/007tcf5.pdf. Acesso em: 18 maio 2022. aprofundamentos/202-o-uso-de-metodologias-ativas-
Artigo que apresenta a rubrica como um potente colaborativas-e-a-formacao-de-competencias-2?highli
instrumento de avaliação. Discute as aplicações desse ght=WyJtZXRvZG9sb2dpYXMiLCJhdGl2YXMiLCJtZXRvZ-
MATERIAL
instrumento, os DE DIVULGAÇÃO
procedimentos para sua elaboração G9sb2dpYXMgYXRpdmFzIl0=. Acesso em: 18 maio 2022.
e as vantagens e desvantagens de sua utilização. Essa publicação discorre sobre o uso de metodologias
DA EDITORA DO BRASIL ativas colaborativas, como jogos de tabuleiro e/ou
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer no 11,
games, e sua importância para o desenvolvimento
de 7 de julho de 2010. Diretrizes Curriculares
de competências e a aprendizagem significativa dos
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove)
estudantes.
anos. Brasília, DF: MEC, 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ BRASIL. Ministério da Educação. PCN + Ensino
docman&view=download&alias=6324-pceb011- Médio: orientações educacionais complementares
10&category_slug=agosto-2010-pdf&Itemid=30192. aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências
Acesso em: 18 maio 2022. Humanas e suas Tecnologias. Brasília, DF: MEC, 2002.
Parecer do sociólogo, educador e pesquisador Cesar Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
Callegari sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais pdf/CienciasHumanas.pdf. Acesso em: 18 maio 2022.
para o Ensino Fundamental de nove anos. Documento que complementa os Parâmetros
Curriculares do Ensino Médio e serviu de orientação
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
curricular nacional antes da promulgação da BNCC.
Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da
Educação Básica. Brasília, DF: MEC, 2013. CARLOS, Ana F. A. A Geografia em sala de aula. São
Publicação que reúne as diretrizes curriculares Paulo: Contexto, 1999.
nacionais para a Educação Básica, que buscam prover Coletânea de artigos que abordam os desafios do
os sistemas educativos, nas esferas municipal, estadual ensino de Geografia na atualidade.
XLVI
CARLOS, Ana F. A. (org.). Novos caminhos da FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes
Geografia. São Paulo: Contexto, 1999. necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo:
Coletânea de textos de especialistas que se tornou Paz e Terra, 2002.
referência, nas últimas duas décadas, no meio O livro enfoca a questão da formação docente e da
acadêmico e escolar. Vislumbram-se os rumos de reflexão sobre a prática educativo-progressiva em
diferentes áreas da Geografia. favor da autonomia dos estudantes.
CASTELLAR, Sonia (org.). Educação geográfica: teorias GONÇALVES, Amanda Regina. Os espaços-tempos
e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2001. cotidianos na geografia escolar: do currículo oficial e do
Coletânea de artigos sobre metodologia do currículo praticado. 2006. Tese (Doutorado em Geografia)
ensino de Geografia de grande relevância para o – Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2006.
professor, constituindo-se em instrumento para o Tese que discute os principais conceitos da ciência
aperfeiçoamento de sua prática em sala de aula. geográfica na perspectiva da Geografia escolar.
CASTRO, Iná Elias de (org.). Geografia: conceitos e HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre:
temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. Artmed, 2001.
Proporciona uma abordagem contemporânea Publicação que traz o debate a respeito dos
dos conceitos fundamentais da Geografia, partindo dos fundamentos da avaliação e de sua aplicação no
clássicos e propondo novas reflexões quando necessário. âmbito escolar.
CASTROGIOVANNI, Antônio (org.). Ensino de HOFFMANN, Jussara. Avaliação – Mito e desafio:
Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. uma perspectiva construtivista. 35. ed. Porto Alegre:
Porto Alegre: Mediação, 2000. Mediação, 2005.
Reúne diversas sugestões de práticas para a sala de Nesse livro, a avaliação é abordada sob a perspectiva
aula voltadas ao ensino de Geografia. construtivista, na qual o estudante é visto como
COLL, Cesar. Atenção à diversidade e qualidade do construtor de suas verdades e valorizado por suas
ensino. Revista Educação Especial, Santa Maria, manifestações e interesses.
n. 22, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsm. IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
br/educacaoespecial/issue/view/253. Acesso em: Atlas escolar produzido pelo Instituto Brasileiro de
18 maio 2022. Geografia e Estatística, com grande acervo de mapas
Nesse artigo, Cesar Coll destaca a relevância da com dados do Brasil e do mundo.
atenção à diversidade em sala de aula para o
desenvolvimento e desempenho dos estudantes. KIMURA, Shoko. Geografia no Ensino Básico –
Questões e respostas. São Paulo: Contexto, 2010.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DEMO, Pedro. Professor/Conhecimento . Brasília, DF: Reúne sugestões de atividades criativas que auxiliam
UNB, 2001. Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/
DA EDITORA DO BRASIL no cotidiano do professor que ensina Geografia.
wp-content/uploads/2018/11/Demo-2001.-Professor-
Conhecimento.pdf. Acesso em: 18 maio 2022. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação:
Série de reflexões que podem contribuir para uma boa abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
formação do profissional da Educação, destacando sua (Coleção Temas Básicos de Educação e Ensino).
relação com a pesquisa e a busca pelo conhecimento. O livro discorre sobre a evolução da pesquisa
educacional, apresentando abordagens qualitativas
DINIZ, Y. Entenda o que são e como trabalhar as (pesquisa etnográfica e estudo de caso), bem como
metodologias ativas. Imaginie Educação, [s. l.], 2021.
alguns métodos de coleta de dados (observação,
Disponível em: https://educacao.imaginie.com.br/
entrevista e análise documental).
metodologias-ativas/. Acesso em: 21 abr. 2022.
Publicação que explica o que são “metodologias MARCONDES, Beatriz; MENEZES, Gilda; TOSHIMITSU,
ativas”, apresentando alguns exemplos de sua Thaís. Como usar outras linguagens na sala de aula.
aplicação em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2000.
Obra que visa apoiar o docente para o trabalho com
FONTANA, Roseli A. C. Mediação pedagógica em sala
textos de circulação social, estimulando o hábito da
de aula. Campinas: Autores Associados, 1996.
leitura nos estudantes.
Obra que trata da importância do trabalho do
docente como mediador, contendo estratégias para a MARTINS, C. H. dos S.; CARRANO, P. C. R. A escola
sala de aula. diante das culturas juvenis: reconhecer para dialogar.
XLVII
Revista Educação, Santa Maria, v. 36, n. 1, p. 43-56, Nesse livro, os professores da Universidade Estadual
jan./abr. 2011. Disponível em: https://periodicos. de Maringá trazem suas experiências nas disciplinas
ufsm.br/reveducacao/article/view/2910/1664. Acesso de prática de ensino e de estágio supervisionado,
em: 18 maio 2022. buscando uma nova perspectiva entre teoria e prática
Artigo que apresenta e discute os processos sociais em sala de aula.
e culturais que produzem as chamadas “culturas
juvenis”, enfatizando a necessidade de a escola PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à
reconhecer esses processos. regulação das aprendizagens – Entre duas lógicas.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
MEIER, Marcos; GARCIA, Sandra. Mediação da Obra de fundamental importância no debate
aprendizagem: contribuições de Feuerstein e de contemporâneo a respeito das diferentes formas de
Vygotsky. Curitiba: Edição do autor, 2011. avaliação.
Publicação que apresenta os fundamentos do
processo de mediação da aprendizagem na PRADO, A. R. do. Cultura juvenil. Encontros
perspectiva dos trabalhos de Feuerstein e Vygotsky. Teológicos, Florianópolis, n. 63, ano 27, n. 3, p. 67-80,
2012. Disponível em: https://facasc.emnuvens.com.
MORAN, J. Metodologias ativas e modelos híbridos br/ret/article/viewFile/177/168. Acesso em:
na educação. In: YAEGASHI, S. et al. (org). Novas 18 maio 2022.
tecnologias digitais: reflexões sobre mediação, Artigo que apresenta e discute as características mais
aprendizagem e desenvolvimento. Curitiba:
significativas da cultura juvenil urbana.
CRV, 2017. p. 23-35.
Nesse capítulo do livro, o autor discorre sobre SANTOS, V. O que são metodologias ativas e como
como os modelos híbridos e as metodologias elas favorecem o protagonismo dos alunos. Nova
ativas contribuem para envolver os estudantes no Escola, [São Paulo], 8 set. 2021. Disponível em:
processo de ensino e aprendizagem, tornando-o mais https://novaescola.org.br/conteudo/20630/especial
interessante e significativo. -metodologias-ativas-o-que-sao-as-metodologias
-ativas-e-como-funcionam-na-pratica. Acesso em:
MOREIRA, Marco Antonio; MASINI, Elsie F. S.
18 maio 2022.
Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel.
Publicação que aborda as metodologias ativas como
São Paulo: Centauro, 2001.
estratégias que colocam os estudantes no centro
Tema central das proposições do psicólogo
do processo de ensino e aprendizagem, oferecendo
estadunidense David Ausubel, a aprendizagem
algumas reflexões para repensar o papel do
significativa é revisitada e debatida por especialistas
estudante e do professor nesse processo.
brasileiros.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO WING, J. M. Computational thinking. Communications
MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a
DA EDITORA DO BRASIL
educação para o desenvolvimento de competências. of the ACM, [s. l.], v. 49, n. 3, p. 33- 35, 2006.
Petrópolis: Vozes, 2010. O termo “pensamento computacional” é apresentado
Aborda estratégias de planejamento para e discutido nesse artigo em inglês, bem como sua
os docentes, destacando a importância dos relevância para a formação dos educandos.
conhecimentos prévios dos estudantes para o ato de ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar.
planejar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
NAÇÕES UNIDAS. Declaração e Programa de Ação O livro aborda a prática educativa sob diversos
sobre uma Cultura de Paz. Brasília, DF: Unesco, 1999. enfoques, como: as variáveis que configuram a
Disponível em: http://www.comitepaz.org.br/dec_ prática educativa; a função social do ensino; a
prog_1.htm. Acesso em: 18 maio 2022. aprendizagem dos conteúdos segundo sua tipologia
Publicação que apresenta as resoluções aprovadas (conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e
pelas Nações Unidas, em Assembleia Geral realizada atitudinais); o processo avaliativo, entre outros.
no dia 6 de outubro de 1999, para que se promova e
ZABALA, A. (org.). Como trabalhar os conteúdos
se fortaleça uma cultura de paz em todo o mundo.
procedimentais em aula. Porto Alegre: Artmed, 1999.
PASSINI, Elza Yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Obra que propõe diversas atividades práticas, para
Sandra T. (orgs.). Prática de ensino de Geografia e diferentes disciplinas escolares, que podem ser
estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. replicadas pelo docente em sala de aula.
XLVIII
7
LEVON BOLIGIAN
■■ Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual
de Londrina (UEL)
■■ Doutor em Ensino de Geografia pela Universidade
Estadual Paulista (Unesp)
■■ Professor do Instituto Federal Catarinense (IFC)
ENSINO
ANDRESSA ALVES FUNDAMENTAL
■■ Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade
ANOS FINAIS
Estadual de Londrina (UEL) COMPONENTE
■■ Mestre em Geografia pela Universidade Estadual CURRICULAR
Paulista (Unesp) GEOGRAFIA
■■ Arte-educadora licenciada em Artes Visuais pela
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
■■ Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
1a edição
São Paulo, 2022
1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Boligian, Levon
Conexões & vivências : geografia, 7 : ensino fundamental :
anos finais / Levon Boligian, Andressa Alves. -- 1. ed. --
São Paulo : Editora do Brasil, 2022. -- (Conexões & vivências
geografia)
ISBN 978-85-10-08445-1 (aluno)
ISBN 978-85-10-08443-7 (professor)
22-110799 CDD-372.891
1a edição, 2022
2
Globalização, sustentabilidade, fronteiras, migrações,
conflitos internacionais, tecnologias, problemas ambientais,
explosão demográfica... são termos que estão diariamente
nas mídias, seja nas notícias dos jornais, seja nas redes
sociais ou mesmo em filmes e documentários.
Tais ideias estão relacionadas aos estudos da Geografia,
ciência que busca compreender como esses fatos,
processos e fenômenos são organizados espacialmente
pela sociedade.
Esta coleção convida você a fazer uma viagem por esses e
outros temas e conceitos da ciência geográfica, como forma
de desvendar a atual realidade que o cerca.
Com as demais matérias escolares, os conteúdos de
Geografia irão prepará-lo para ser um cidadão consciente
e capaz de interferir, mesmo que com pequenas ações,
nos rumos da comunidade onde vive, de nosso país e, até
mesmo, do mundo.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
E aí, preparado? Então, bons estudos para você e sua turma!
3
ABERTURA DE
3 REGIÃO NORDESTE
Nesta unidade, você vai estudar:
■ as principais características ambientais da Região
UNIDADE
Nas páginas
Nordeste;
■ as sub-regiões nordestinas;
■ o fenômeno das secas;
de abertura
■ os movimentos emigratórios a partir do Nordeste;
■ os principais aspectos socioeconômicos das
QUESTIONAMENTOS 1
sub-regiões nordestinas;
da unidade
■ o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM);
■ as desigualdades socioeconômicas no Nordeste;
questionamentos questionamentos
propostos, você poderá que irão motivá-
refletir a respeito do que -lo a estudar os
já sabe sobre o tema conteúdos que
ou, ainda, propor aos serão abordados.
colegas a troca de ideias O povoamento efetivo do território brasileiro teve início no Nordeste, no século XVI. A indicação
dos conteúdos
A ocupação dessa região ocorreu do litoral para o interior, e é na porção costeira
relacionadas ao assunto. que se situa a maioria das capitais nordestinas, como a cidade de Fortaleza,
representada na imagem. As praias do litoral nordestino, como a de Mucuripe,
mostrada na abertura desta unidade, são famosas por sua beleza no mundo inteiro.
UNIDADE 2
UNIDADE 2
Em algumas páginas, Queda do ritmo de crescimento natural
Zenobillis/Alamy/Fotoarena
pequeno glossário com
Onde vivem os brasileiros?
Os satélites artificiais de monitoramento que
estão em órbita da Terra, além de produzir ima-
unidades, a seção
a definição de palavras gens diurnas, registram também, diariamente,
diversas imagens noturnas de nossa superfície.
Uma parte delas mostra os focos de luz produ-
Mundo dos
importantes para o mapas apresenta
zidos pela iluminação dos centros urbanos, dos
planejamento
povoados e vilarejos rurais, o que nos permite
visualizar as áreas do planeta com maior e menor
está sendo estudado. Agora compare a imagem acima com o mapa da distribuição da popula-
Focos de luz e energia
elétricas no território
brasileiro em período
atividades que
ção brasileira. Note que, diferentemente do mapa da página 46, que repre-
promovem o
noturno. Imagem feita por
satélite, 2018.
senta a distribuição demográfica por meio de áreas coloridas, esse mapa
utiliza pontos que equivalem a um certo número de habitantes.
Evolução da taxa de fecundidade no Brasil – 1960-2020
Distribuição da população brasileira (2017)
entendimento das
QUESTIONAMENTOS 2
Brasil: distribuição da população – 2017
0°
Equador
RR AP
linguagens gráfica
Os questionamentos que
1. Há semelhanças na distribuição dos
e cartográfica,
AM PA focos de luz da imagem de satélite e
MA CE
RN na distribuição dos pontos por gru
PI PB
pos de habitantes do mapa ao lado?
acompanham as imagens
PE
ferramentas
AC
AL
RO TO
SE 2. A quanto equivale, em número de
BA
MT habitantes, cada ponto vermelho
do mapa?
facilitam a interpretação
DF
que possibilitam
GO
OCEANO
MG
ATLÂNTICO 3. Compare as informações da ima
MS ES
gem de satélite e do mapa ao lado
OCEANO
com o mapa da rede urbana brasi
uma melhor
N
Trópico de Capricórnio
PR
leira da página 51. O que é possível
O L concluir?
SC
além de estimular o
RS S
compreensão dos
0 386 772 km
10 000 habitantes
1 : 38 600 000
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 111.
desenvolvimento de
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 111.
fatos e fenômenos
57 65
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Energia que move a economia brasileira Ameaças ao Parque Indígena do Xingu
DA EDITORAFIQUE
DO BRASIL
O Parque Indígena do Xingu (PIX) foi demarcado em 1961, com o objetivo de garantir a sobrevivência
e a preservação da língua e cultura de 16 diferentes povos indígenas. Contudo, a área do parque, com
cerca de 26 mil km2 (aproximadamente o tamanho do estado de Alagoas), não tem sido respeitada pelos
fazendeiros donos das propriedades no entorno. O texto a seguir fala da reação dos líderes indígenas às
ameaças que rondam o PIX. Leia-o com atenção.
Na seção Fique
Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, que chegou e agora está ameaçando as nossas ter-
entregaram um documento ao ministro do Meio ras e a nossa forma de viver”, afirmou o cacique.
Ambiente [...] em que manifestam preocupação [...]
ligado! são
com a expansão do agronegócio nas áreas limí- Além do desmatamento nas cabeceiras dos
trofes da reserva. rios, os índios relatam a construção de pequenas
De acordo com informação publicada no site centrais hidrelétricas (PCHs) para gerar energia.
abordadas
do ministério, os índios alertaram para ameaças “As PCHs represam a água e impedem a livre pas-
ZOOM
aos principais rios que cortam o parque, que têm sagem dos peixes, interferindo na reprodução e
as suas nascentes fora dos limites da área prote- manutenção das espécies”, assinala o documento.
informações gida, em terras que estariam sendo desmatadas Os índios observam, ainda, que “os rios já não
relevantes para a etnias indígenas “estão sendo desrespeitadas com muitos peixes se reproduzem anualmente”.
poderá observar um
as notícias que saem na mídia”, anunciando revi- INDÍGENAS denunciam ameaças ao meio ambiente no Xingu.
compreensão ou o
são de terras indígenas. “Vocês, como governo, Canal Rural, São Paulo, 16 mar. 2017. Disponível em: https://www.
canalrural.com.br/noticias/indigenas-denunciam-ameacas-meio
precisam nos proteger. Não fomos nós que nos -ambiente-xingu-66542/. Acesso em: 11 fev. 2022.
Parque
Parque Indígena
Indígena do do Xingu (MT)
Xingu
Selma Caparroz
54° O
um ponto de vista
PA
Xingu
do Xingu
sendo trabalhado.
Marcelândia
ssauá-Miçu
ani
M
nto
Cláudia R io MT TO
u
Rio S
uiá-M
Rio Xi
as
i
iç u
12° S
io A rr a
Santa Carmem R No PIX, vivem dezenas de povos, como os kamaiurás,
os matipus e os trumais, que lutam para preservar
BR-158
Vera
Querência
costumes, tradições e território. Na fotografia, indígenas
C urisevo
de análise mais
n uro
Ribeirão
Rio Ro
e
d Cascalheira Norte (MT), 2019.
t
Rio
GO
eS
etem r o
en e
Canarana
N
b
lu
Cu
detalhada ou mais
Parque Indígena do Xingu Fonte: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Campanha Y Ikatu Xingu
Rio
Centros locais O L completa 10 anos este mês. [São Paulo]: ISA, 27 out. 2014. Disponível
Estrada 0 102 204 km em: https://site-antigo.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-xingu/
Rio
Limites estaduais campanha-y-ikatu-xingu-completa-10-anos-este-mes. Acesso em:
1 : 10 200 000 S
11 fev. 2022.
Fonte: IBGE. Atlas geografico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.
4
UNIDADE 7
CONEXÕES COM LÍNGUA PORTUGUESA
CONEXÕES
Leia com atenção este cartaz.
NA PRÁTICA
Matemática e
em Defesa do Cerrado,
promovida desde
compreensão do
2016 por organizações
e movimentos sociais
que lutam pela
Ciências, mas
preservação desse
bioma.
conceito ou
que têm grande
O cartaz traz dados e informações que mostram o quanto o bioma Cerrado é importante para o nosso
país e, ao mesmo tempo, denuncia sua degradação por atividades humanas.
• Junte-se com três colegas. Tomando como base o “cartaz-denúncia” acima, criem, juntos, outros dois
do conteúdo
afinidade com
cartazes com o mesmo propósito, um para o bioma Pantanal e outro para a Floresta Amazônica.
• Busquem as informações necessárias para a elaboração do cartaz no texto deste capítulo e, caso
julguem necessário, em outras fontes na internet.
estudado.
os estudos
1. • Montem os cartazes em formato digital utilizando programa de produção de slides, ou no formato fí-
2. sico, em folhas de cartolina. Caprichem no layout (arranjo dos elementos visuais e textuais) do cartaz,
assim como as pessoas que criaram a campanha em defesa do Cerrado fizeram.
geográficos.
3. • Após toda a turma concluir o trabalho, publiquem os cartazes nas redes digitais, caso tenham sido
elaborados nesse formato. Se foram confeccionados em papel, devem ser fixados em um local onde
possam ser vistos por toda a comunidade escolar.
78 197
UNIDADE 5
ATIVIDADES Elaboro textos
11. Elabore um pequeno texto, com cinco ou seis linhas, explicando de que maneira se caracterizou o
processo de modernização das atividades agropecuárias no Sudeste. Para isso, empregue ao menos
Nas páginas de
cinco termos do quadro abaixo.
Reviso o capítulo
INDÚSTRIAS NOVAS TECNOLOGIAS TRATORES CAMPO RAÇÕES
1.
Atividades há
COLHEITADEIRAS PRODUTIVIDADE PROPRIEDADES RURAIS
Analiso charges
diferentes seções,
2. 12. Veja a charge a seguir.
3. a) Que trecho do diálogo entre os personagens indica que a Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais
devastado pelas atividades humanas?
em que são
Os migrantes nordestinos foram importantes para o desenvolvimento do Sudeste. b) O que os personagens da char-
Lute
ge querem dizer com a frase: “E
4. 0% de bom senso na cabeça dos
humanos...”?
propostas questões 5.
6.
c) Por que a Mata Atlântica é conside-
rada o bioma de maior biodiversi-
dade do mundo? De que maneira
7.
do conteúdo
LUTE. Minas lidera ranking de devastação da mata
estudado e temas 9.
AQUI TEM GEOGRAFIA
recursos complementares
complementares ao Leia
apresentados na seção Aqui
Editora Terra Virgem
que foi abordado Livro comemorativo dos 20 anos da ONG SOS Mata Atlântica, relata as lutas e
conquistas dessa importante organização para o meio ambiente de nosso país. tem Geografia. São indicações
no capítulo, sempre a)
de recursos interessantes
com recursos para que você amplie ainda
www.feiradesaocristovao.org.br
Acesse
Feira de São Cristóvão
diferenciados para
Acesso em: 4 mar. 2022.
Visite o site da maior feira de produtos típicos e de apresentações
culturais nordestinas fora do Nordeste, localizada no bairro de São
Geografia e perceba como
auxiliar seus estudos.
Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro.
TEMAS COMPLEMENTARES
CADERNO DE TEMAS
ficos, de museus, entre outros objetos ou bens que
Patrimônio cultural: conhecer e preservar sejam palpáveis, são considerados patrimônio
cultural material.
COMPLEMENTARES
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Em cada volume desta coleção, A gruta do Lago Azul em Bonito (MS) é considerada um
patrimônio material brasileiro. Fotografia de 2019.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
como danças, músicas, festas, rituais religiosos e
de Temas Complementares.
até o modo de preparo de um alimento – são consi-
A festa religiosa do Círio de Nossa Senhora de derados patrimônio cultural imaterial, pois não
Nazaré, em Belém (PA), é considerada um patrimônio
imaterial de nosso país. Fotografia de 2019. são palpáveis e estão relacionados ao modo de
DA EDITORA DO BRASIL
No Brasil, para evitar a destruição de um patrimônio cultural, é necessário que ele seja tombado, ou
seja, registrado como tal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), um órgão
habilidades e procedimentos
nhamento especializado de pesquisadores ou de fiscalização. O A origem da expressão
“tombamento” é portuguesa. Durante
objetivo dessa restrição é mantê-lo preservado para as futuras o século XIV, os livros de registros dos
gerações. patrimônios e os arquivos reais da
em sociedade.
Após ser pesquisado e avaliado pelo Iphan ou pelos órgãos o ato de proteger e preservar pela lei
estaduais ou municipais, o tombamento é dado àqueles bens um patrimônio cultural.
200 201
5
UNIDADE 1 – BRASIL, TERRITÓRIO UNIDADE 2 – POPULAÇÃO
E PAISAGENS .......................................... 10 BRASILEIRA............................................. 38
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 3
Brasil: gigante territorial de Origens e distribuição da
múltiplas paisagens ........................ 12 população brasileira ....................... 40
Extensão territorial, limites e Origens do povo brasileiro .......................40
fronteiras do Brasil ....................................12 ZOOM: A diáspora africana ....................... 41
FIQUE LIGADO! Mar territorial e Movimentos imigratórios.................................... 42
Zona Econômica Exclusiva .......................... 13 Movimentos imigratórios na
Climas do Brasil .........................................14 atualidade ............................................................. 44
Biomas brasileiros .....................................16 ZOOM: Bolivianos no Brasil ....................... 45
FIQUE LIGADO! Os domínios Distribuição espacial da
morfoclimáticos.......................................... 18 população brasileira..................................46
Degradação dos grandes biomas brasileiros .....19 População rural e urbana brasileira .................. 48
Unidades de Conservação no Brasil .................. 20 Migrações internas no Brasil ...................49
ZOOM ........................................................ 21 Metrópoles e cidades de porte médio ............. 50
ATIVIDADES .............................................. 22 FIQUE LIGADO! Problemas urbanos
das metrópoles brasileiras .......................... 50
CAPÍTULO 2 Rede urbana brasileira ........................................ 51
Formação do território brasileiro . 24 ATIVIDADES .............................................. 52
Primeiros habitantes das
terras brasileiras........................................24 CAPÍTULO 4
Território brasileiro no século XVI ...........26 Crescimento e estrutura etária
da população brasileira.................. 54
FIQUE LIGADO! Brasil, não! Ibirapitanga ......26
MUNDO DOS MAPAS: O Brasil nos Crescimento populacional
primeiros mapas do Novo Mundo............... 27 brasileiro .....................................................54
Por que havia altas taxas de
Território brasileiro no século XVII ..........28
mortalidade? ............................................................55
CONEXÕES COM HISTÓRIA: Ginga, Explosão demográfica brasileira ........................ 56
a rainha guerreira ...................................... 29
Queda do ritmo de crescimento
Território brasileiro no século XVIII.........30 natural ................................................................... 57
Território brasileiro no século XIX ...........31 Estrutura da população por
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Território brasileiro no século XX ............32 idade e sexo................................................58
Século XXI: marcas de nossa
DA EDITORA DO BRASIL
formação territorial...................................34
Mudanças na forma da pirâmide ...................... 58
FIQUE LIGADO! O envelhecimento
Um território, cinco grandes regiões ......35 da população brasileira.............................. 59
ATIVIDADES .............................................. 36 ATIVIDADES .............................................. 60
AQUI TEM GEOGRAFIA ............................ 37 AQUI TEM GEOGRAFIA ............................ 61
6
CAPÍTULO 5 ATIVIDADES .............................................. 84
Estrutura socioeconômica da AQUI TEM GEOGRAFIA ............................ 84
população brasileira ....................... 62
CAPÍTULO 7
Setores de atividades econômicas ..........62
Nordeste: sub‑regiões e
Principais setores da economia ......................... 63
desenvolvimento econômico ........ 86
ZOOM: Existe um setor quaternário
da economia? ............................................. 63 Zona da Mata e Agreste ............................86
Zona da Mata e Agreste: aspectos econômicos .....88
FIQUE LIGADO! Energia que move
a economia brasileira ................................. 64 Meio-Norte .................................................89
MUNDO DOS MAPAS: Imagens de satélite Economia do Meio-Norte .................................... 90
noturnas – Onde vivem os brasileiros? ........ 65 ZOOM: As mulheres quebradeiras de coco ....91
O que é população economicamente Desigualdades sociais e crescimento
ativa? ...........................................................66 econômico nordestino ..............................92
PEA e o setor terciário da economia ................. 66 Frentes do crescimento nordestino:
FIQUE LIGADO! A era do e-commerce...... 67 indústria e geração de energia........................... 94
7
CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 11
Região Norte: última fronteira Agropecuária, urbanização
econômica...................................... 114 e problemas socioambientais
no Sudeste ..................................... 138
Norte: integração pelas rodovias ..........115
Avanço das atividades florestais Complexo agroindustrial do Sudeste ....138
e agropecuárias.................................................. 116 Produtos agropecuários de destaque
FIQUE LIGADO! Agrovilas: um projeto no Sudeste ......................................................... 140
que não prosperou ................................... 116 FIQUE LIGADO! Agricultura 4.0 ............... 140
ZOOM: Rodovias, colonização agrícola Produção da cana-de-açúcar ............................ 142
e desmatamento em Rondônia ................. 117 As transformações no campo
Implantação das atividades mineradoras e a urbanização do Sudeste ...................142
e industriais ....................................................... 118 ZOOM: Órfãos da cana ............................ 143
Urbanização da Região Norte ................119 Rápido processo de urbanização .................... 144
Impactos na Amazônia e na biosfera .......120 Problemas das metrópoles do Sudeste .......... 146
CONEXÕES COM CIÊNCIAS: Amazônia: Impactos das atividades
pulmão do mundo? .................................. 121 agroindustriais e da urbanização
Comunidades tradicionais da nos biomas ...............................................147
Amazônia ..................................................122 Mata Atlântica: maior biodiversidade
Saberes tradicionais em risco ......................... 123 do mundo ........................................................... 147
ATIVIDADES ............................................ 124 Florestas, manguezais e restingas ................... 148
AQUI TEM GEOGRAFIA .......................... 125 ZOOM: Mata Atlântica, quilombos e
preservação ambiental ............................. 149
ATIVIDADES ............................................ 150
UNIDADE 5 – REGIÃO SUDESTE ...... 126
AQUI TEM GEOGRAFIA .......................... 151
CAPÍTULO 10
Sudeste: centro econômico UNIDADE 6 – REGIÃO SUL .............. 152
nacional.......................................... 128
Concentração industrial no Sudeste .....129 CAPÍTULO 12
ZOOM: A área do Quadrilátero Ferrífero......130 Sul: ocupação, economia
e urbanização ................................ 154
Parque industrial diversificado ....................... 130
Mão de obra e mercado consumidor .............. 131 Ocupação e fluxos migratórios ..............155
Infraestrutura de transportes e de geração Imigração e centros urbanos sulistas.............. 156
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
de energia ........................................................... 132
Centros tecnológicos ......................................... 134
Deslocamentos internos e emigração............. 157
Agropecuária sulista................................158
DA EDITORA DO OBRASIL
ZOOM: nosso “Vale do Silício” ............... 134 Agricultura familiar ........................................... 158
MUNDO DOS MAPAS: Quantidade e Agricultura comercial moderna ...................... 159
qualidade nas legendas dos mapas .......... 135 FIQUE LIGADO! O que são commodities
ATIVIDADES ............................................ 136 agrícolas? ................................................. 159
8
Impactos socioambientais no Produção agropecuária na atualidade.....178
espaço rural..............................................160 CONEXÕES COM CIÊNCIAS: O que são
Impactos causados por hidrelétricas .............. 161 os produtos agrícolas transgênicos? ......... 179
Urbanização e indústria .........................162 Crescimento das cidades ........................180
Densa rede de cidades ...................................... 163 Importantes centros regionais e nacionais .... 180
ZOOM: Porto Alegre e os problemas de Brasília e a integração nacional .............182
uma grande metrópole ............................. 163 A malha rodoviária consolida a integração .... 183
ATIVIDADES ............................................ 164 ATIVIDADES ............................................ 184
CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 15
Clima subtropical e biomas Centro‑Oeste: biomas
sulinos ............................................ 166 ameaçados ..................................... 186
Particularidades do clima da Cerrado .....................................................187
Região Sul .................................................166 Soja e ocupação do Cerrado ............................ 188
Biomas sulinos .........................................168 Soja e danos socioambientais ......................... 189
Mata de Araucárias ........................................... 168 Floresta Amazônica ................................190
Mata Atlântica e Vegetação Litorânea ............ 169 Impactos socioambientais da
franja amazônica ............................................... 190
FIQUE LIGADO! Conservar a Mata
Atlântica sulista ........................................ 169 ZOOM: Ameaças ao Parque Indígena
do Xingu ................................................... 192
Pampas ............................................................... 170
Pantanal ...................................................193
ZOOM: Deserto? Não, é arenização! ......... 170
Pecuária e o meio ambiente pantaneiro ....... 194
MUNDO DOS MAPAS: Simbologia
FIQUE LIGADO! Turismo como alternativa
cartográfica .............................................. 171
sustentável para o Pantanal ..................... 195
ATIVIDADES ............................................ 172
MUNDO DOS MAPAS: Identificação
AQUI TEM GEOGRAFIA .......................... 173 da temática das representações ............... 196
NA PRÁTICA: Cartaz-denúncia ................ 197
UNIDADE 7 – REGIÃO ATIVIDADES ............................................ 198
CENTRO‑OESTE..................................... 174 AQUI TEM GEOGRAFIA .......................... 198
CAPÍTULO 14 TEMAS COMPLEMENTARES ................. 199
Centro‑Oeste: povoamento, TEMA 1 – Patrimônio cultural:
urbanização e agronegócio .......... 176 conhecer e preservar ................................ 200
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO TEMA 2 – Nosso Brasil africano ............... 204
Marcha para o Oeste ...............................177
DA EDITORA
Colonização e cidades planejadas DO BRASIL
................... 177 REFERÊNCIAS COMENTADAS .............. 208
9
1
Introdução
Inicie a aula pedindo aos estudan-
tes que descrevam as paisagens que
BRASIL, TERRITÓRIO
eles mais gostam em sua cidade. Dei-
xe que falem livremente e anote na
E PAISAGENS
lousa os comentários. A seguir, expli-
que o que será estudado na unidade
e, se achar pertinente, mobilize parte
da habilidade EF07GE11 analisando
o mapa da página 14 e descrevendo
os tipos de clima existentes no Brasil,
com suas dinâmicas físico-naturais e
como esses climas se inter-relacio-
nam com a biodiversidade nacional
(mapa da página 16). Por fim, ressalte
que estudaremos os biomas brasilei-
ros, conhecendo suas características
e problemas, e conheceremos, ainda,
especificidades da formação da socie-
dade brasileira, trabalhando habilida-
des tais como EF07GE01 e EF07GE03.
Objetivos da unidade
• Identificar e localizar o Brasil em
suportes cartográficos.
• Diferenciar limite de fronteira.
• Definir mar territorial e Zona Eco-
nômica Exclusiva (ZEE).
• Conhecer as principais caracterís-
ticas físico-naturais do território
brasileiro, principalmente climas
e biomas.
• Reconhecer o conceito de Unida- Nosso país é conhecido no mundo todo por suas belas
des de Conservação (UCs) e sua paisagens e pela grandeza de seu território. Na fotografia
importância socioambiental. de abertura desta unidade, vemos uma pessoa apreciando
• Compreender o processo histórico a paisagem da Chapada Diamantina, no estado da Bahia,
de ocupação e formação do terri- no ano de 2021.
tório brasileiro.
1. Quando você fecha os olhos e pensa no Brasil, que
Justificativa imagens lhe vêm à mente?
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Os objetivos desta unidade servem 2. São imagens de quais lugares? Esses locais estão no
para que os estudantes ampliem sua DA EDITORA DO BRASIL campo ou na cidade? São próximos ou distantes de
capacidade de leitura e interpretação onde você mora?
cartográfica, diferenciando conceitos,
3. Converse com os colegas sobre o que eles pensaram e
tais como limite e fronteira. Ao mes-
a respeito do que vocês sentem quando falam do Brasil.
mo tempo, as propostas apresentadas
justificam-se pela necessidade dos es-
tudantes desse nível de ensino sabe-
rem as principais características climá- 10
ticas e de biodiversidade do território
nacional, bem como tomar conhe-
cimento da necessidade de criação
de Unidades de Conservação para a Orientações – Questionamentos
preservação ambiental. Por fim, esses ½½ Respostas
objetivos são importantes para que
o estudante compreenda melhor as 1. Resposta pessoal. É provável que os estudantes mencio-
características de formação da nossa nem apenas paisagens de seu cotidiano e aquelas que
sociedade e do nosso território. aparecem comumente nos meios de comunicação. Tente
diversificar essas referências com outros exemplos.
2. Resposta pessoal. É provável que os estudantes façam re-
ferência a paisagens que já viram pessoalmente e a outras
presentes nos meios de comunicação.
3. Resposta pessoal. Faça uma mediação da conversa, de modo
que todos os estudantes tenham oportunidade de falar.
10
Avaliação
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Ciências Humanas
7. O estudante se utilizará de lin-
guagem iconográfica para in-
ferir, por meio desta dupla de
páginas, elementos presentes
nas paisagens brasileiras.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
11
BNCC na Unidade
Competências gerais: 1, 4, 7, 9 e 10.
Competências específicas de Ciências Humanas:
2, 3, 5, 6 e 7.
Competências específicas de Geografia: 3, 4 e 6.
Habilidades: EF07GE01, EF07GE02, EF07GE03,
EF07GE05, EF07GE06, EF07GE07, EF07GE08,
EF07GE09, EF07GE11 e EF07GE12.
11
1
Objetivos do capítulo
• Diferenciar limite de fronteira e Brasil: gigante territorial
mar territorial de Zona Econômica
Exclusiva (ZEE).
de múltiplas paisagens
• Caracterizar os aspectos físico-na-
turais do território brasileiro, com
foco nos climas e biomas.
• Analisar o processo de degradação Nesta unidade, você aprenderá que esse lugar que chamamos Brasil cons-
ambiental no Brasil. titui um imenso território com inúmeras paisagens naturais e culturais. Conhe-
• Entender a importância das Unida- cerá também como a sociedade brasileira se formou e como foi organizado
des de Conservação (UCs). o território nacional ao longo dos séculos até a atualidade. Então, prepare-se,
nossa viagem está só começando. Vamos lá!
Orientações
e sugestões
Trabalhe o mapa da página com os
Extensão territorial, limites e
estudantes localizando e identifican- fronteiras do Brasil
do os países destacados. Caso eles
tenham dificuldade em compreender Observe as informações do mapa-múndi a seguir.
as diferenças entre as projeções car-
Mundo: países mais extensos – 2018
tográficas, apresente-lhes os mapas- 0°
Selma Caparroz
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
-múndi feitos com outras projeções Círculo Polar Ártico
RÚSSIA
cartográficas, como a de Mercator. Ex- CANADÁ
9 984 670 km² 17 098 242 km²
Meridiano de Greenwich
faz parte de um país, que é respon- Trópico de Capricórnio
N
12
12
UNIDADE 1
O Brasil está localizado na parte centro-oriental da América do Sul e ocupa Para aprofundar
aproximadamente 48% da área desse continente. A extensa faixa litorânea de Para reforçar a diferenciação entre
nosso país tem 7 367 km de extensão e a fronteira terrestre é ainda maior, limite e fronteira, é possível mostrar
15 719 km, que faz limites com dez países sul-americanos. aos estudantes o mapa da faixa de
É sobre esse imenso território que o Estado brasileiro exerce soberania, ou fronteira do IBGE.
seja, autoridade e controle irrestrito sobre os elementos naturais e culturais si- • IBGE divulga [...]. Agência de
tuados em seus limites, não somente as terras emersas, mas tudo o que existe
notícias IBGE, Rio de Janeiro,
em sua faixa de mar territorial, em seu espaço aéreo e no subsolo.
27 mar. 2019. Disponível em:
https://agenciadenoticias.
i b g e. g o v. b r / a g e n c i a - s a l a
Brasil: extensão dos limites territoriais
Limite e fronteira: Qual é -de-imprensa/2013-agencia-de
50º O
a diferença? -noticias/releases/24071-ibge
GUIANA Cabo Orange
-divulga-a-relacao-dos-municipios
VENEZUELA
Muitas vezes nos deparamos com textos
Selma Caparroz
Ponto mais setentrional
ou pessoas que empregam as palavras limite COLÔMBIA
SURINAME Guiana
Francesa -na-faixa-de-fronteira. Acesso em:
RR
e fronteira como sinônimos. Para a Geografia (FRA)
Equador AP
0º 2 abr. 2022.
nascen
há uma diferença importante no emprego EQUADOR
desses termos: AM PA
te do Ri
MA
■■ Limite é a linha imaginária definida em PI
CE
RN
nascente do Rio Moa
Ponta do Seixas PB
comum acordo entre dois ou mais países
o Ailã
4 326,6 km
Ponto mais ocidental Ponto mais oriental
PE
PERU AC AL
fronteiriços. Atualmente, a definição dessa RO
TO
SE
OCEANO
linha imaginária é feita por aparelhos de
4 378,4 km
BA
MT
ATLÂNTICO
geolocalização, como o GPS, utilizando GO
DF
BOLÍVIA
partes dos terrenos e elementos naturais, OCEANO MG
como serras, rios e lagos. O limite PACÍFICO MS ES
Capricórnio PR
N
um país sobre o próprio território. Trópico de CHILE
SC
■■ Fronteira é uma faixa ou zona de ARGENTINA O L
RS
território que bordeia o limite do país. A 12 milhas (mar territorial)
200 milhas URUGUAI
fronteira do Brasil tem 150 km de largura (Zona Econômica Exclusiva–ZEE)
S
0 768 1 536 km
em toda a extensão terrestre e, em alguns 7367 km (linha da costa) Ponto mais meridional
15719 km (limites terrestres) Arroio Chuí
estados, ela é bastante povoada. 1 : 76 800 000
Fontes: IBGE. Atlas escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em: https://
atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_pontos_extremos_e_
fronteiras.pdf; IBGE. Atlas geográfico das zonas costeiras e oceânicas do Brasil. Rio de
Janeiro: IBGE, 2011. p. 30. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/
livros/liv55263.pdf. Acessos em: 13 abr. 2022.
Stefan Ember/Alamy/Fotoarena
13
Na BNCC – Geral
Competência específica de Ciências Humanas
7. Ao analisar os mapas, o estudante poderá desenvolver o raciocínio espaçotemporal relacionado à locali-
zação e à distância.
Competência específica de Geografia
3. O conteúdo da dupla de páginas possibilita a aplicação do raciocínio geográfico por meio do desenvolvimento
das noções de distribuição, extensão, localização e ordem.
Raciocínio geográfico
Analogia: Por meio da comparação da linha-limite entre o Brasil e os outros países e a faixa de fronteira bra-
sileira, o estudante poderá compreender a diferenciação entre os dois conceitos.
Diferenciação: O estudante deverá compreender os conceitos de mar territorial e Zona Econômica Exclusiva
para diferenciá-los e entender a importância de cada um para o território brasileiro. 13
Pré-requisitos
pedagógicos Climas do Brasil
Nesse momento, é importante re- Como a maior parte do território brasileiro está localizada na zona tropical
tomar os conteúdos trabalhados no ou intertropical do planeta, em nosso país predominam os climas quentes, de-
6o ano sobre a relação dos movimen- Meridional: que está vido aos altos níveis de insolação durante o ano todo.
tos da Terra com a circulação geral da situado ou localizado
ao sul; o mesmo que Além da posição geográfica, as massas de ar equatoriais e tropicais tam-
atmosfera (EF06GE03). austral. bém atuam proporcionando duas estações bem definidas durante o ano: uma
Relembre com os estudantes a defi- Precipitação ou seca e outra chuvosa, ambas com médias de temperatura elevadas. Devemos
nição de climograma apresentado no pluviosidade:
quantidade de chuvas lembrar que na porção meridional do país há o domínio do clima subtropical
6o ano, basicamente como sendo um
em um lugar ou região ou temperado, em que o inverno apresenta temperaturas médias mais baixas
gráfico com linhas e colunas que apre- durante determinado
do que em outras partes do Brasil, principalmente em decorrência da intensa
sentam informações sobre a tempera- período; o mesmo que
precipitação. influência das frentes frias polares.
tura e a pluviosidade de determinado
lugar no decorrer dos meses do ano. Analise atentamente o mapa, as
Orientações
e sugestões Brasília
OCEANO
Inicie a aula retomando os assuntos OCEANO
ATLÂNTICO
Divida a turma em duplas ou trios. Outro estudante deverá contornar com a caneta a área que
7
Cada grupo de estudantes deverá ter foi iluminada pela lanterna. Na outra folha, a experiência deve
6
uma lanterna (pode ser a do celular), ser repetida, porém a lanterna agora ficará perpendicular à
5
duas folhas de cartolina branca e uma folha e deverá estar na mesma altura utilizada no primeiro
caneta ou canetinha. Instrua um es-
4
terna e projetar sua luz sobre o centro área iluminada pela lanterna inclinada é maior. Explique-lhes
2
da folha em uma superfície plana, de que a fonte de luz era a mesma (a lanterna), mas que, depen-
1
modo perpendicular à área iluminada dendo do ângulo de inclinação, a energia se espalha mais ou
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Departamento de
(eles deverão medir com uma régua menos sobre a superfície. Observe as ilustrações a seguir, que Engenharia Sanitária e Ambiental. Curso de especialização em educação para
a altura usada nessa projeção de luz; mostram como posicionar a lanterna. a prevenção e redução de riscos climáticos. Florianópolis: UFSC, 2014.
14
UNIDADE 1
Orientações -
Juazeiro (BA)
Questionamentos
Zeni Santos
Precipitação Temperatura
Clima semiárido: caracteriza-se pelo (mm) (ºC) ½½ Resposta
domínio das massas de ar equatorial Atlântico 105 35
Norte (mEan) e tropical atlântica (mTa), com 90 30
1. Resposta pessoal.
temperatura média anual de 27 ºC e precipitação
75 25
escassa (cerca de 750 mm), distribuída
irregularmente durante o ano. 60 20 Orientações
45 15 e sugestões
10
30
Explique aos estudantes que mas-
15 5
sas de ar são porções de atmosfera
Fonte: JUAZEIRO Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. 0 0
Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. com características específicas devido
Meses
bahia/juazeiro-31939/. Acesso em: 4 mar. 2022.
Fonte: JUAZEIRO Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/
às diferentes exposições ao Sol a que
Brasília (DF)
america-do-sul/brasil/bahia/juazeiro-31939/. Acesso em: 3 mar. 2021.
elas são submetidas em cada zona
térmica do planeta. Mostre-lhes, por
Zeni Santos
Precipitação Temperatura Clima tropical típico: caracteriza-se pelo exemplo, que a massa de ar polar tem
(mm) (ºC)
domínio das massas de ar tropical atlântica (mTa), tropical
300 30
continental (mTc) e equatorial continental (mEc). Apresenta origem próximo à Antártida, região
250 25 elevado nível de pluviosidade (com cerca de 1 500 mm que recebe incidência de raios solares
200 20 anuais), temperatura média de 24 ºC e duas estações do
ano bem definidas: uma seca (de maio a setembro) e outra
muito inclinada. Já as massas equato-
150 15
10
chuvosa (de outubro a abril). riais se formam na zona tropical do
100
50 5
globo, região com maior incidência
0 0 de raios solares e, consequentemente,
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Fonte: BRASÍLIA Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. Disponível em:
Meses
https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/distrito-federal/brasilia-852/. mais quente.
Acesso em: 4 mar. 2022.
Fonte: BRASÍLIA Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/
america-do-sul/brasil/distrito-federal/brasilia-852/. Acesso em: 3 mar. 2021.
Zeni Santos
Competência geral
Precipitação Temperatura
150 26,5
3. O conteúdo da dupla de pági-
100 26
nas possibilita a aplicação do ra-
1. Com base no mapa dos tipos de clima
50 25,5 do Brasil, nos climogramas e nos textos
ciocínio geográfico por meio do
0 25 anteriores, responda: Quais são as desenvolvimento das noções de
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
Meses
características do clima no estado em que você distribuição, extensão e localiza-
Fonte:Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Disponível em: Acesso em: 23 fev. 2021.
vive? Que massas de ar atuam em sua região? ção.
Fonte: BRASIL. Instituto Nacional de Meteorologia. Brasília, DF: INMET, [201-?].
Disponível em: https://portal.inmet.gov.br/. Acesso em: 4 mar. 2022. 4. A comparação entre os mapas
e os climogramas permite ao
15 estudante desenvolver o pen-
samento espacial por meio da
linguagem cartográfica.
Na BNCC – Geografia Raciocínio geográfico
Conexão: O estudante deve-
EF07GE11
rá compreender a conexão entre
A dupla de páginas propõe a caracterização da di-
a atuação das massas de ar e a
nâmica climática brasileira para posterior compreen-
existência dos climas no territó-
são da biodiversidade em território nacional.
rio brasileiro.
15
Orientações
Peça aos estudantes que compa- Biomas brasileiros
rem a extensão dos grandes biomas
A extensão territorial e a posição geográfica do Brasil, assim como a atuação
brasileiros e os tipos de clima que
de climas quentes e subtropicais, proporcionam a existência de grande diversi-
atuam em nosso país utilizando o
dade de biomas em nosso país.
mapa desta página e da página 14.
Mas o que são biomas? No vo-
Pré-requisitos Grandes biomas brasileiros lume do 6o ano, estudamos que
pedagógicos
Selma Caparroz
50° O
biomas são grandes ecossistemas
terrestres que têm ampla extensão
Os estudantes deverão relembrar a
interdependência entre relevo, clima, 0°
Equador geográfica e mantêm certo nível de
solo e vegetação estudadas no 6o ano homogeneidade nas características
para compreender a dispersão origi- Manaus físico-naturais, sobretudo no que se
nal dos biomas no Brasil (EF06GE05). refere à fauna e à flora.
Referencie, com maior ênfase, as rela- De maneira geral, são identifi-
ções entre clima e vegetação, solici- Juazeiro
cados seis grandes biomas no terri-
tando, sempre que necessário, que os tório brasileiro: Amazônia, Caatinga,
estudantes retornem para consultar Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e
o mapa da página 14, assim como as Brasília Pantanal. A seguir, você conhecerá
OCEANO
descrições dos tipos de clima atuan- ATLÂNTICO características naturais básicas de
tes no Brasil, correlacionando suas cada um desses patrimônios ambien-
áreas de atuação às de extensão dos OCEANO
Vitória
tais, e no estudo das regiões brasi-
PACÍFICO
tipos de bioma brasileiro. Destaque, Trópico de Capricórni
o leiras, mais adiante, conhecerá mais
entre as características climáticas, o Amazônia
N
detalhadamente cada um deles.
comportamento dos níveis de pre- Caatinga O L
Geografia
3. O conteúdo da dupla de pági- Amazônia: o relevo desse bioma é formado Marcos Amend/Pulsar Imagens
16
UNIDADE 1
Caatinga: o relevo desse bioma é formado por Pré-requisitos
17
17
Orientações – Pampa: região de relevo suave, ondulado, com colinas
Selma Caparroz
50° O
denominado como domínio das
RR
araucárias. No Rio Grande do Sul, Alguns pesquisadores adotam crité-
0°
Equador
AP
o bioma do Pampa pode ser com- rios diferentes para delimitar a extensão
parado ao domínio das pradarias. das paisagens naturais de um lugar ou AM
Manaus
Cerrado SP RJ
Resposta pessoal. Depois do com- Assim, Ab’Sáber utilizou o conceito de
Caatinga
N
Trópico de Cap
ricórnio
PR
partilhamento das hipóteses, co- domínios naturais ou domínios mor-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O L
Mares de Morros
mente com os estudantes que não foclimáticos para indicar seis grandes Araucárias RS
SC
Porto S
DA EDITORA DO BRASIL
há uma linha exata para o início de domínios naturais no território brasileiro:
Pradarias, Araucárias, Mares de Morros,
Pradarias
Faixa de transição
Alegre
0 576 1 152 km
18
18
UNIDADE 1
Degradação dos grandes biomas brasileiros Orientações –
Questionamentos
Boa parte dos grandes biomas brasileiros encontra-se alterada ou com-
pletamente devastada pelo desenvolvimento das atividades econômicas ½½ Respostas
e pelo crescimento das cidades em nosso país. Acompanhe, por meio da 1. Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado.
sequência de mapas a seguir, o processo de alteração desses biomas em 2. Devido às atividades econômicas e
60 anos, aproximadamente. ao crescimento das cidades.
3. Resposta pessoal. Oriente na discus-
Degradação dos grandes são, de modo que todos os estudan-
biomas brasileiros – 1950-2004 tes possam expressar suas ideias.
DF
Brasília
Na BNCC – Geral
GO
OCEANO
Competência geral
50° O MG
ES
1997-2004 Áreas degradadas pelas
MS
ATLÂNTICO
0°
Equador
RR AP atividades humanas SP RJ
N
Trópico de Capr
1. Por meio da compreensão da
Florestas (Mata icórnio
Atlântica e Amazônica) PR
O L
devastação dos biomas, o estu-
Cerrado
AM
PA MA CE
RN Caatinga RS
SC
S
dante poderá refletir acerca do
PI
PE
PB
Pampa 0 678 1356 km assunto para propor soluções
AC
RO
MT
TO BA SE
AL Pantanal 1 : 67 800 000
éticas e sustentáveis para a reso-
lução de problemas ambientais.
DF
GO
Brasília
Competências específicas
OCEANO
Áreas degradadas pelas
MS
MG
ES
ATLÂNTICO de Ciências Humanas
atividades humanas
Florestas (Mata
SP RJ N
Trópico de Capricórnio
2. Ao comparar os mapas sobre
Atlântica e Amazônica) PR
O L a evolução da devastação am-
Cerrado Fonte dos mapas: IBGE. Atlas nacional do
Caatinga RS
SC
S Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. biental no Brasil, o estudante
Pampa 0 678 1356 km Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv47603_cap4_pt9.pdf.
será capaz de analisar o mundo
Pantanal 1 : 67 800 000
para se posicionar sobre proble-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Acesso em: 4 mar. 2022.
mas contemporâneos.
1. De acordo com a análiseDA EDITORA DO BRASIL
dos mapas, quais biomas brasileiros mais sofreram
3. A análise dos mapas presen-
alterações no período indicado? tes na página permite ao es-
2. Por que isso ocorreu ou vem ocorrendo? tudante compreender as in-
3. Converse com os colegas a respeito de medidas que poderiam ser estabelecidas tervenções dos seres humanos
para minimizar o processo de devastação desses biomas. Escreva no caderno as na natureza.
principais ideias que surgirem entre vocês.
Competências específicas
de Geografia
3. O conteúdo da dupla de pági-
19
nas possibilita a aplicação do
raciocínio geográfico por meio
do desenvolvimento das no-
Foco nos TCTs ções de analogia, conexão, dis-
tribuição, extensão, localização
Educação Ambiental
e ordem.
O conteúdo sobre as características físico-ambientais
6. O conteúdo exposto nes-
e o processo de apropriação dos biomas brasileiros mos-
tas páginas permite ao estu-
trado neste capítulo é sintetizado com a apresentação
dante construir argumentos
da sequência de mapas e a proposta de questionamen-
que visem defender pontos
tos para análise e reflexão, o que possibilita o desenvol-
de vista que promovam a
vimento do pensamento crítico a respeito das condições
sustentabilidade.
ambientais de nosso país.
19
Orientações Unidades de Conservação no Brasil
e sugestões
Com a turma organizada em du- Nos últimos anos, a sociedade brasileira conseguiu estabelecer, por meio de
plas, um integrante deverá abrir o leis, maneiras de proteger o patrimônio natural e cultural nacional. Assim, para
livro no mapa das Unidades de Con- preservar parte dos grandes biomas, foram criadas as chamadas Unidades de
servação desta página e o outro no Conservação (UCs).
mapa das áreas antropizadas na pá- As UCs são áreas do Território Nacional com características naturais rele-
gina anterior. Instigue-os a comparar vantes, cujos ecossistemas necessitam de proteção e conservação, já que as
os dois mapas buscando descobrir áreas em seu entorno se encontram altamente degradadas pela ação humana.
se há ou não Unidades de Conserva- O estabelecimento das UCs pode ser feito pelos governos federal, estadual
ção em áreas antropizadas. Depois, e municipal. No plano federal, as Unidades de Conservação são divididas de
questione-os sobre a importância acordo com sua função em dois grandes grupos:
dessas regiões protegidas em áreas ■■ Unidades de Proteção Integral – Estação Ecológica, Reserva Biológica,
que não possuem florestas originais.
Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre;
Oriente na discussão, de modo que
os estudantes entendam que essas
■■ Unidades de Uso Sustentável – Área de Proteção Ambiental, Área de Re-
unidades servem para proteger e levante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva
conservar espécies da fauna e da de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do
flora desses ecossistemas. Patrimônio Natural.
Conheça, por meio do mapa a seguir, a distribuição de algumas das princi-
Foco nos TCTs pais UCs do Brasil, assim como a função de cada uma delas.
Educação Ambiental
A tomada de consciência a res- Unidades de Conservação Federais no Brasil
Selma Caparroz
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 108, 109 e 110.
20
20
UNIDADE 1
Orientações -
Questionamentos
½½ Respostas
Leia o texto com atenção.
Ao trabalhar a proposta de ativi-
Há [cerca de] 100 anos, as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, recebiam a dade da seção Zoom, convide o pro-
visita de Santos Dumont. A passagem do aclamado aviador pela região foi fundamental para a criação do fessor de Ciências para realizá-la de
Parque Nacional do Iguaçu, principal cartão-postal da região e responsável por atrair mais de 1,5 milhão forma interdisciplinar.
de pessoas por ano à cidade. [...] O aviador ficou na então Vila Iguassu de 24 a 27 de abril de 1916. […] 1. Oriente os estudantes na identifica-
Impressionado com o que tinha visto e inconformado por se tratar de uma propriedade privada, Dumont ção dos órgãos em nível municipal
convenceu-se de que deveria fazer algo. “Posso dizer-lhe que esta maravilha não pode continuar a perten- ou estadual que podem fornecer as
cer a um particular. [...].” No dia 8 de maio foi recebido por Afonso Camargo, a quem sugeriu a desapro- informações listadas.
priação da área e a criação de um parque. Poucos meses depois a área passou a pertencer à União. 2. Auxilie na pesquisa iconográfica,
E, no dia 19 de janeiro de 1939, um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas criava junto às de acordo com as informações co-
Cataratas de Santa Maria o Parque Nacional do Iguaçu, com os seus atuais 185 mil hectares do lado brasi- letadas na atividade 1.
leiro. Além das cataratas, o parque abriga o maior remanescente de floresta atlântica da região Sul do Brasil. 3. Incentive os grupos a serem criativos
WURMEISTER, Fabiula. Passagem de Santos Dumont pelas Cataratas do Iguaçu faz 100 anos. G1, [s. l.], 10 jun. 2016. Disponível em: na elaboração dos painéis.
http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2016/06/passagem-de-santos-dumont-pelas-cataratas-do-iguacu-faz-100-anos.html.
Acesso em: 4 mar. 2022.
Fabiana Tavares/Shutterstock.com
Parque Nacional
Parque Nacionaldo
doIguaçu
Iguaçu(PR)
(PR)
Santa
Tereza do
BRASIL Oeste
Rio São
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PARAGUAI o Ver
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elo
São Miguel
Rio B
do Iguaçu
o
Rio G
ja m
Serranópolis
Rio Ben
do Iguaçu
25° 30’ S
Foz do Iguaçu
u
aç N
Igu
Estátua de Santos Dumont. Parque Nacional Rio
O L
do Iguaçu, Foz do Iguaçu (PR), 2016.
ARGENTINA S
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
vivem ou em municípios próximos. Procu-
2. Procure também fotografias da UC que mos-
re as seguintes informações:
• a localização da UC;
DA EDITORA DO BRASILtrem sua infraestrutura, bem como espécies da
fauna e da flora do local.
• em que ano foi criada;
3. Façam, juntos, um painel com o mapa de loca-
• qual é o tipo de UC e sua respectiva função; lização da UC, as fotografias do local e as infor-
• como está sendo administrada e qual é sua im- mações levantadas por vocês. Exponham-no
portância para a conservação dos biomas locais. para toda a comunidade escolar.
21
21
Soluções das
atividades
1. Podemos assim considerá-lo devido
à grande extensão de seu território,
com cerca de 8,5 milhões de km2,
Reviso o capítulo
dimensões aproximadas às do con-
tinente europeu, com exceção da 1. Por que podemos dizer que o Brasil é um país de dimensões continentais?
Rússia, por exemplo.
2. O que é mar territorial? E Zona Econômica Exclusiva?
2. Mar territorial é a área do Oceano
Atlântico que banha o território bra- 3. Caracterize a posição geográfica do território brasileiro.
sileiro e que está sob o controle ofi-
cial do país. Essa área corresponde a 4. Com base no que aprendeu no capítulo, responda:
uma faixa que se estende da linha a) Por que o Brasil é considerado um “país tropical”?
da costa até 12 milhas náuticas (22 b) Que tipos de clima predominam em nosso país? Por quê?
quilômetros). Já a Zona Econômica c) Destaque duas características ligadas aos biomas brasileiros que comprovem que o Brasil tem uma
Exclusiva (ZEE) é uma faixa que o riqueza natural única em todo o planeta.
Brasil tem o direito de explorar e a
5. Diferencie bioma e domínio morfoclimático.
responsabilidade de preservar am-
bientalmente. Ela se estende do lito- 6. O que são as Unidades de Conservação? Como elas podem ser agrupadas?
ral brasileiro até 200 milhas náuticas
(370 quilômetros). Elaboro pesquisas
3. O Brasil está totalmente localizado 7. Leia o texto, analise as imagens e, em seguida, faça o que se pede.
no Hemisfério Ocidental do planeta,
e cerca de 93% do território encon- A tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru
tra-se ao sul da Linha do Equador.
Pasión Viajes/Flickr.com
1. Divida a turma em seis grupos e
Letícia
Colômbia Tabatinga
sorteie os seis biomas brasileiros.
Brasil
Solicite que cada grupo pesquise
duas Unidades de Conservação no
Rio Solimões
bioma que foi sorteado para sua
Rio Amazonas equipe. Uma delas deve ser de
Proteção Integral e a outra, de Uso
Rio Maranõn (Peru)
Sustentável. Eles deverão pesquisar
fotografias das UCs, a área total prote-
gida, a esfera administrativa, o ano de
Imagem de satélite, de 2021, mostrando a tríplice fronteira
entre Brasil, Colômbia e Peru. Tabatinga (AM), 2016.
criação, o objetivo da reserva e outras
informações que julgar relevantes.
a) Que países compõem a tríplice fronteira mencionada no texto? Onde ela se localiza no território Em uma data previamente combina-
brasileiro? da, traga um mapa do Brasil com a di-
b) De que maneira as imagens mostram os limites estabelecidos entre os três países mencionados? visão dos biomas em um papel gran-
Que elementos naturais e culturais são utilizados para estabelecer tais limites? de para que os estudantes possam
c) Há outra tríplice fronteira no Brasil. Pesquise sua localização, os países que a compõem e os ele-
montar em conjunto um infográfico.
mentos naturais e culturais que são utilizados para estabelecer os limites entre o Brasil e os países Assim, eles deverão puxar setas dos
vizinhos. biomas e escrever em volta do mapa
as informações pesquisadas. É pos-
Analiso imagens e gráficos sível complementar o infográfico
com informações sobre cada bioma,
8. Analise as informações do climograma abaixo.
como tipo de vegetação e clima
predominante.
Fabio Colombini
Petrolina (PE)
1
Na BNCC – Geral
Zeni Santos
Precipitação Temperatura
(mm) (ºC)
Competência geral
140 35
120 30
10. P or meio da montagem em
100 25
conjunto do infográfico da
80 20
proposta avaliativa, o estudan-
60 15
te deverá exercitar a autonomia
na pesquisa das informações,
40 10
o respeito às opiniões do pró-
20 5
Mata Atlântica. Parque Estadual Carlos Botelho. ximo e a flexibilidade para es-
0 0
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. São Miguel Arcanjo (SP), 2021. colher o que for melhor para o
Meses resultado do trabalho.
Competência específica de
Fonte: PETROLINA Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/
Fonte:america-do-sul/brasil/pernambuco/petrolina-31938/.
PETROLINA Clima (Brasil). In: Acesso CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?].
Delfim Martins/Pulsar Imagens
23
23
2
Objetivos do capítulo
• Analisar a expansão da economia e Formação do território
da população no território brasileiro.
• Identificar a existência de popula-
brasileiro
ções indígenas originárias no Brasil.
• Compreender o papel do desen-
volvimento de diferentes ativida-
des econômicas no processo de No capítulo anterior, aprendemos que a dimensão territorial do Brasil é
formação do território brasileiro. bastante vasta, o que possibilita a existência de uma imensa diversidade de
• Reconhecer as permanências dos paisagens. Podemos pensar, então, na seguinte questão: Como e por que o
processos históricos nas paisagens território brasileiro alcançou as dimensões atuais? É o que vamos investigar
do país. neste capítulo.
Orientações
e sugestões Primeiros habitantes das terras
Recomenda-se que o conteúdo brasileiras
deste capítulo, se possível, seja de-
senvolvido em conjunto com o pro- Observe a fotografia.
fessor de História. As terras encontradas pelos navegadores por-
24
24
UNIDADE 1
Pré-requisitos
Brasil: principais grupos indígenas – século XVI
pedagógicos
Selma Caparroz
50º O
A análise do mapa requer que os
estudantes relembrem diferenças ét-
Equador
nico-raciais e étnico-culturais no terri-
0º
tório brasileiro, estudadas ao longo do
5o ano (EF05GE02).
Orientações e
sugestões
Ao trabalhar o mapa dos princi-
pais grupos indígenas, ressalte que
a fronteira nacional e os limites esta
duais existem apenas para melhor
Tupi-guarani
Jê
OCEANO localização dos povos no território,
ATLÂNTICO
Aruak mas que no século XVI essas demar-
Caribe cações ainda não existiam. Ressalte
Kariri
Trópico de Capricórnio
também a diversidade de povos indí
Pano
Tukano N genas presente em todo o território
Charrua nacional, não se restringindo apenas
O L
OCEANO
Outros grupos à Região Norte.
Atual limite do S
PACÍFICO
território brasileiro
0 384 768 km
Atual divisão brasileira
político-administrativa 1 : 38 400 000 Légua: medida
de distância
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. Atlas histórico e geográfico equivalente
brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1967. a 6 600 m.
Selma Caparroz
Pode-se dizer que a formação histórica
do território brasileiro se iniciou no
século XVI, com o desembarque de Equador
0°
navegadores portugueses no litoral oriental
da América do Sul. A princípio, esses
exploradores vieram tomar posse das
terras partilhadas com os espanhóis por
meio do chamado Tratado de Tordesilhas,
documento assinado pelas duas potências
econômicas da época, Portugal e Espanha,
em 1494.
O Tratado de Tordesilhas estabelecia
uma linha imaginária a cerca de 370 léguas
a oeste das ilhas de Cabo Verde, na África,
dividindo as terras a serem exploradas OCEANO
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
por Portugal (a leste da linha do tratado)
e pela Espanha (a oeste). Como mostra o OCEANO
ATLÂNTICO
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; Limite do Tratado de Tordesilhas S
CARVALHO, Carlos D. Atlas histórico e geográfico Domínio português
0 447 894 km
brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: MEC: Fename, 1967. Domínio espanhol
1 : 44 700 000
25
25
Na BNCC – Geografia
EF07GE06
Organização do território brasileiro – séc. XVI Território brasileiro
no século XVI
Selma Caparroz
No momento em que o estu-
dante analisa o mapa da devasta- 0°
Equador
em fatos e dados e defender Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. Especiaria: folhas, sementes, frutos ou cascas
pontos de vista que promovam Atlas histórico e geográfico brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1967.
de plantas usados, em geral, como condimento
a consciência socioambiental. e aromatizante para fins culinários.
Raciocínio geográfico
Conexão: Ao compreender
que o processo de ocupação do
Vitor Marigo/Tyba
território brasileiro está ligado à Brasil, não! Ibirapitanga
devastação dos biomas, o estu- O pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) é uma espécie
dante poderá traçar conexões en-
endêmica [...] da Floresta Atlântica.
tre os dois fatos.
[...] Na Europa, desde o século XII, já era conhecida uma
madeira tintorial retirada da espécie Caesalpinia sappan L.,
comumente chamada de bakham (árabe), shappan (malaiala),
patanga (sânscrito), bresil ou bersil, que era levada do Oriente
(Tailândia, Ilhas Molucas e Japão) para a Europa, onde era
fonte de corante vermelho para tecidos. Com a descoberta da
espécie brasileira do mesmo gênero, C. echinata, que também
possuía madeira vermelha, justamente o significado de seu
nome indígena ibirapitanga, também passou a ser chamada
de bresil, brasil ou pau-brasil.
É possível que sua exploração e importância econômica te-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO nham ocasionado a mudança do nome, no início do século XVI,
DA EDITORA DO BRASIL do novo território do domínio português ultramarino, que ti-
nha sido batizado de Terra de Santa Cruz e passou a ser conhe-
cido por Brasil, Terra do Brasil e Costa do Brasil. [...] Tronco raspado de um exemplar
de C. echinata, o pau-brasil, mostra
ROCHA, Yuri T. Distribuição geográfica e época de florescimento do pau-brasil [...]. a madeira vermelha que atraiu os
Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, v. 2, p. 23-24, 2010. Disponível em: primeiros exploradores portugueses.
www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47239/50975. Acesso em: 4 mar. 2022. Rio de Janeiro (RJ), 2020.
26
26
UNIDADE 1
Orientações –
Questionamentos
½½ Respostas
1. É importante que o estudante per-
O Brasil nos primeiros mapas do Novo Mundo ceba que, se houvesse uma rosa
Observe com atenção o mapa histórico que segue.
dos ventos, o norte estaria apon-
tando para a direita. Isso pode ser
percebido ao reconhecer a Ilha de
27
27
Orientações
e sugestões Território brasileiro no século XVII
Trabalhe o conteúdo da página, de
Mesmo com a exploração do pau-brasil, o povoamento e a colonização das
modo que os estudantes compreen-
terras portuguesas na América do Sul ocorreriam somente a partir da segunda
dam a relação entre a expansão das
atividades econômicas e a expansão metade do século XVI. Esse processo de ocupação se deu com o surgimento
do território brasileiro. Peça-lhes que de lavouras de cana-de-açúcar, desenvolvidas de acordo com o sistema de
comparem o mapa presente nesta plantation, e dos engenhos para a fabricação de rapadura. Essa atividade eco-
página com o mapa da página 26. nômica foi inicialmente desenvolvida no litoral paulista e depois, com mais su-
Pergunte a eles: O que mudou? Onde Massapê: é um solo cesso, na costa nordestina, onde predomina o solo de massapê.
mais aumentou a ocupação? Chame a extremamente fértil,
Nesse período, a Coroa portuguesa, visando à obtenção de maiores van-
atenção para as setas que mostram o que favorece a prática
da agricultura. Suas tagens econômicas, substituiu o trabalho forçado de indígenas pelo de africa-
sentido da exploração, evidenciando cores são escuras,
nos escravizados. Assim, entre o final do século XVI e a primeira metade do
que elas partem do litoral e seguem pois é formado por
argilas resultantes da século XVII, milhares de africanos foram trazidos à força ao Brasil para traba-
para o interior do território. Outro pon-
decomposição de rochas
to a ser mencionado é que muitas das lhar, sobretudo na atividade canavieira (veja as localizações no mapa abaixo).
graníticas e calcárias,
setas seguem os traçados dos rios, abundantes no litoral Nessa época, passaram também a ser exploradas as chamadas drogas do
oriental nordestino.
pois era uma forma de orientação e de sertão, produtos nativos da Floresta Amazônica, como o cacau, a baunilha e
Sistema de plantation:
sempre ter recursos (água e alimento) tipo de sistema agrícola, o urucum, usados como condimentos. Muitos desses produtos apresentavam
durante as viagens exploratórias para criado no Período propriedades terapêuticas e por isso eram chamados de drogas. Geralmente,
o interior. Colonial, em que grandes
extensões de terra a colheita era feita nas margens dos principais rios e igarapés da Amazônia.
Evidencie o papel dos escravizados foram ocupadas por
Também surgiram nesse período os primeiros núcleos urbanos e as fazen-
no processo de desenvolvimento da monoculturas tropicais
cultivadas por mão de das com população fixa. A Vila de São Salvador, atualmente capital do esta-
economia da época. Comente com os
obra escravizada, cuja
estudantes que os escravizados não do da Bahia, foi escolhida para ser a sede do governo português na colônia.
produção era exportada
eram considerados pessoas, mas mer- para as metrópoles. Observe o mapa.
cadorias. Eles eram vendidos e com-
prados por fazendeiros para executar Organização do território brasileiro – séc. XVII
trabalhos forçados nas lavouras sem
Selma Caparroz
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ATLÂNTICO
de diferentes partes da África vie- PACÍFICO Vitória
DA EDITORA DO BRASIL
Trópico de Capricórnio
Área não conhecida pelos Santos Rio de Janeiro
brasileiro. colonizadores Curitiba
São Vicente
Paranaguá N
Exploração do pau-brasil
Exploração de cana-de-açúcar O L
Pecuária
Exploração das drogas do sertão S
Sentido da ocupação 0 465 930 km
Domínio espanhol 1 : 46 500 000
Fonte: ISTOÉ BRASIL 500 ANOS. São Paulo: Editora Três, 2003. p. 21.
28
28
UNIDADE 1
Na BNCC – Geografia
As sesmarias
Carlos Caminha
tência contra os exploradores europeus. Des- análise da expansão das ativida-
taca-se nesse movimento de luta pela liberda- des econômicas.
de a figura de uma mulher, a poderosa rainha
Ngola Nzinga Mbandi. Foco nos TCTs
Nzinga nasceu em 1582, filha do soberano
Educação em Direitos
do reino de Ndongo, região da atual Angola. Humanos
Quando assumiu o trono no lugar de seu pai, A história da rainha africana
Nzinga passou a combater o tráfico de escravi- Ginga, que mobilizou seu povo
zados, evitando que milhares de pessoas fossem levadas à força contra o explorador europeu, é
da África para as plantações de cana-de-açúcar na América. um exemplo que se destaca, en-
tre outros, de povos africanos que
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A rainha do povo Mbundo guerreou incansavelmente contra os portugueses, que a per-
seguiram durante quase 40 anos. Sua grande habilidade como guerreira e estrategista militar a lutaram incessantemente contra
DAserEDITORA
livrou, por várias vezes, de presa pelasDO BRASIL
forças lusitanas. Nzinga morreu aos 80 anos sem nunca a escravização e pelo direito à li-
berdade.
ter sido capturada.
Em virtude de seus feitos, era chamada de “rainha imortal”, e sua fama chegou aos quilombos
em terras brasileiras. Aqui passou a ser venerada como “Ginga, a rainha guerreira”, símbolo de luta
contra a escravidão e pela liberdade, e sua história foi contada em poemas, livros e letras de música.
29
29
Orientações
e sugestões Território brasileiro no século XVIII
Evidencie a diversificação da eco- Os séculos XVII e XVIII foram marcados pelo início
30
Para aprofundar
Sobre os significados e as origens da palavra sertão, leia o Para você aprofundar seus conhecimentos acerca do ra-
seguinte artigo: cismo estrutural, sugerimos a leitura do livro:
• ANTONIO FILHO, Fadel David. Sobre a palavra “sertão”: ori- • ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Jandaíra,
gens, significados e usos no Brasil (do ponto de vista da 2019. (Coleção Feminismos Plurais).
ciência geográfica). Ciência Geográfica, Bauru, v. XV, n. 1,
p. 84-87, jan./dez. 2011. Disponível em: https://www.
agbbauru.org.br/publicacoes/revista/anoXV_1/AGB_
dez2011_artigos_versao_internet/AGB_dez2011_11.pdf.
Acesso em: 2 abr. 2022.
30
UNIDADE 1
Atividades
Território brasileiro no século XIX complementares
Durante o século XIX, destacou-se o desenvolvimento da ati- 1. Organize os estudantes em duplas
Selma Caparroz
50° O
integração do território brasileiro. patia, promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos.
0° Equador
a
s
zo n
ma
Ri o A Belém São Luís
Manaus
Fortaleza
Natal
O Brasil e o barão do Paraíba
Recife
Rio Branco Maceió
Aracaju
A forma atual do território brasileiro
Salvador
se deve, em grande parte, ao trabalho
diplomático conduzido por José Maria Área conhecida e
pouco povoada
Cuiabá
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
PACÍFICO
Exploração
e das negociações realizados por Paranhos Vitória
Cana-de-açúcar
em seu trabalho no Ministério das Relações Niterói
DA EDITORA DO BRASIL
Mineração Trópico de Capricórnio
Exteriores do Brasil, foi assegurada ao Rio de
São Paulo Janeiro N
Pecuária
governo, no final da primeira década do Borracha
Curitiba
31
31
Pré-requisitos
pedagógicos Território brasileiro no século XX
Os estudantes deverão relembrar A partir do início do século XX, as fronteiras nacionais estavam definidas
as conexões e as hierarquias entre as
e começava a se implantar, em determinadas áreas, o processo de tecni-
cidades, conteúdo trabalhado ao lon-
ficação do território, ou seja, de prolongamento das estradas de ferro, da
go do 5o ano (EF05GE09).
rede de distribuição de energia elétrica, telegrafia, telefonia, entre outras.
Orientações Contudo, a organização espacial interna do país ainda se configurava como
e sugestões um grande “arquipélago”, com as principais regiões econômicas coexistindo
Ao falar sobre a organização in- de maneira desarticulada, voltadas basicamente para o abastecimento do
terna no início do século XX, ressalte mercado externo. O intercâmbio entre essas regiões e entre os estados que
que um dos principais motivos para as compunham era muito restrito, em decorrência dos pesados impostos
a desarticulação entre as áreas eco- alfandegários internos e da precária infraestrutura das vias de transporte
nômicas era a falta de uma rede de que vigoravam na época.
transportes eficaz. Havia poucas rodo- Veja o mapa a seguir.
vias e ferrovias para o escoamento dos
produtos para o restante do Brasil, e a Organização dodo
Organização território brasileiro
território (início
brasileiro do do
– início séc. XX)
séc. XX
maior parte dessas vias tinha como
Alessandro Passos da Costa
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Fonte:
Fonte: THÉRY, Hervé;
THÉRY, MELLO,
Hervé; Neli Aparecida
MELLO, de. Atlas dode.
Neli Aparecida Brasil: disparidades
Atlas do Brasil:e dinâmicas do território.
disparidades 2. ed. Sãodo
e dinâmicas Paulo: Edusp, 2010.
território. p. 61.
3. ed. São Paulo: Edusp, 2018. p. 61.
32
Para aprofundar
Para evidenciar a expansão das redes de transporte no sé- Como forma de complementação dos conteúdos traba-
culo XX, mostre aos estudantes os mapas comparativos das lhados até o momento, sugira aos estudantes que consultem
redes ferroviária e rodoviária, disponíveis no link: o site do Atlas Histórico do Brasil.
• IBGE. Evolução das redes ferroviária e rodoviária. Rio de • ATLAS HISTÓRICO DO BRASIL. [Rio de Janeiro]: FGV
Janeiro: IBGE, [201-?]. Disponível em: https://atlasesco- CPDOC, c2016. Disponível em: https://atlas.fgv.br/. Acesso
lar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_evolu- em: 2 abr. 2022.
cao_das_redes_ferroviaria_e_rodoviaria.pdf. Acesso em:
2 abr. 2022.
32
UNIDADE 1
Determinadas ações do governo federal, como a extinção dos impostos in- Na BNCC – Geografia
terestaduais e os altos investimentos em obras de infraestrutura (rodovias fe- EF07GE02
derais, usinas hidrelétricas, portos etc.), possibilitaram o desenvolvimento da A dupla de páginas conclui o
atividade industrial no país, facilitando a circulação de pessoas, informações e conteúdo acerca da expansão
mercadorias. Todas as regiões econômica e territorial do Brasil,
econômicas passaram, então, a Organização do território brasileiro – final do séc. XX permitindo ao estudante uma
compreensão geral desses fluxos
Selma Caparroz
50º O
se articular em torno do centro
no território.
industrial que se erguia no Sudes- Boa
Vista AP EF07GE07
te. Estudaremos esses processos Equador RR Macapá
Rod. Cuiabá-Santarém
Conheça, por meio do mapa MA Teresina CE
PA RN Natal da rede de transportes no país.
ao lado e das fotografias a seguir, PB João Pessoa
-Brasília
AC
PI PE Recife EF07GE08
algumas ações governamentais Rio Porto AL Maceió
São apresentados ao estudan-
Rod. Belém
Branco Velho Palmas SE
que, sobretudo a partir dos anos RO TO BA Aracaju
MT Salvador
te alguns aspectos importantes
1950, proporcionariam a integra- GO para o desenvolvimento industrial
Área com atividade agropecuária DF
ção efetiva do Território Nacional modernizada Cuiabá Goiânia
Brasília MG
brasileiro.
Belo OCEANO
Área com predomínio de atividade
e uma melhor distribuição popu- agropecuária tradicional Campo
Horizonte ATLÂNTICO
Grande MS ES
Área de floresta com predomínio de
lacional, diminuindo a pressão atividades extrativas vegetais Vitória Na BNCC – Geral
SP
demográfica na região costeira Principais regiões urbanoindustriais
RJ
Principais eixos de circulação de Rio de Janeiro Trópico
de Capr
Raciocínio geográfico
do país, o que mudaria a organi- pessoas, mercadorias e informações PR São Paulo icórnio
Distribuição: Por meio da aná-
N
Centro com indústria expressiva Curitiba
zação do território brasileiro. Centro predominantemente comercial SC
Capital do país
Florianópolis O L
lise dos mapas presentes nesta
OCEANO RS
Tendência de expansão do
PACÍFICO
crescimento demográfico Porto Alegre S dupla de páginas e da compara-
Fontes: IBGE. Anuário estatístico do Brasil 1996.
Rio de Janeiro: IBGE, 1997; IBGE. Anuário estatístico Tendência de expansão das
0 415 830 km
ção da evolução das redes viárias
áreas modernizadas 1 : 41 500 000
do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. brasileiras, o estudante compreen-
derá melhor como se deu a dis-
tribuição das atividades econô-
Folhapress
DA EDITORA DO BRASIL
Emater/Agência Senado
33
33
Orientações
e sugestões Século XXI: marcas de nossa
Para trazer o assunto das marcas formação territorial
históricas para a realidade dos estu-
dantes, solicite a eles que tragam fo- Observe as paisagens a seguir.
tografias de vestígios que remetam
ao processo de ocupação da cidade
34
34
UNIDADE 1
Para aprofundar
Um território, cinco grandes O artigo do geógrafo Rogério
regiões Haesbaert elucida questões acerca
dos processos e critérios de regionali-
Para compreender melhor a diversidade territorial brasileira, sua organiza- zação do Brasil. Ele pode ser utilizado
ção socioespacial e as características da população de nosso país, o governo para mostrar aos estudantes os mapas
brasileiro criou, em 1934, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística dos diferentes tipos de regionalização.
(IBGE). Na década de 1940, esse órgão foi responsável por organizar o território • HAESBAERT, Rogério. Regiona-
nacional, para fins de estudos, em cinco grandes regiões, a saber: Norte, Nor- lizações brasileiras: antigos lega-
deste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. dos e novos desafios. Confins, [s. l.],
O mapa a seguir destaca algumas características marcantes de cada uma n. 44, 2020. Disponível em: http://
dessas grandes regiões, as quais vamos conhecer de maneira aprofundada nas
journals.openedition.org/con-
cinco últimas unidades deste livro.
fins/26401. Acesso em: 2 abr. 2022.
Na BNCC – Geral
Brasil: grandes regiões – IBGE
Raciocínio geográfico
Selma Caparroz
50° O
Sudeste Extensão: Por meio da análise
É a região mais
populosa do país, do mapa das regiões brasileiras,
RR AP
reunindo cerca o estudante será capaz de com-
Equador de 42% do total
Norte
0° A maior região do país (3 853 669,7 km²) é
da população preender a extensão de cada uma.
caracterizada pela presença da Floresta
brasileira. É
Amazônica e pela baixa densidade
também(cerca
populacional a de 4,5 hab.km²).
região mais
industrializada, com
Centro-Oeste
AM PA CE Região caracterizada pela forte presença das
boa parte de suas
MA
RN fronteiras agropecuárias, que ocupam áreas
atividades agrícolas
cada vez maiores do Cerrado com atividades
PB empregando
extensivas e modernas.
PI tecnologia
PE
AC moderna.
Sul
AL A menor das regiões brasileiras destaca-se
TO SE Sulpresença de atividades agrícolas
pela
RO
A menor
modernas das
e por regiões
abrigar o segundo maior
MT BA parque industrial destaca-
do país.
brasileiras
-se pela presença de
Nordeste
DF atividades
Nessa agrícolas
região está o segundo maior
modernas
contingente e por do país e dela
populacional
GO abrigar o segundo
partiram importantes fluxos migratórios
nacionais.
maior parqueVem crescendo economicamente
MG OCEANO nas últimas décadas, processo impulsionado
industrial do país.
MS
ATLÂNTICO pelo aumento da atividade industrial e do
OCEANO ES Centro-Oeste
turismo.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Sul S
0 346 692 km
Centro-Oeste Fonte: IBGE. Atlas geográfico
1 : 34 600 000 escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
Norte
A maior região do país (3 853 669,7 km2) é caracterizada pela presença da Floresta
Amazônica e pela baixa densidade populacional (cerca de 4,5 hab./km2).
Nordeste
Nessa região está o segundo maior contingente populacional do país e dela partiram
importantes fluxos migratórios nacionais. Vem crescendo economicamente nas últimas
décadas, processo impulsionado pelo aumento da atividade industrial e do turismo.
35
Sobre avaliação
½½ Diagnóstico e estratégia 25, 28, 30, 31 e 33. A seguir, divida a turma em oito grupos
Para ampliar os estudos sobre o espaço geográfico, ge- e oriente cada grupo na leitura e interpretação de um dos
ralmente usamos a linguagem cartográfica como uma im- mapas, produzindo um pequeno texto explicativo sobre a
portante aliada. Às vezes, alguns estudantes apresentam temática representada. Então, forme uma roda de conversa
dificuldades de leitura e interpretação de mapas temáticos. para compartilhar as análises e faça as complementações
Nesse sentido, sugerimos, para trabalhar essa competên- necessárias, procurando sanar as dúvidas que os estudantes
cia, que você selecione os mapas das páginas 14, 16, 20, apresentarem.
35
Soluções
das atividades
1. Centenas de povos indígenas viviam
nas terras onde hoje é o Brasil, antes
da chegada dos exploradores euro-
Reviso o capítulo
peus. Calcula-se uma população de
três a cinco milhões de indígenas. 1. Quem eram os primeiros habitantes das terras 7. Qual foi o papel do barão do Rio Branco no es-
2. O Tratado de Tordesilhas estabelecia brasileiras? tabelecimento dos atuais limites do território
uma linha imaginária a cerca de 370 brasileiro?
2. O que estabelecia o Tratado de Tordesilhas?
léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde,
8. Por que o território brasileiro se configurava
na África, dividindo as terras a serem 3. Para que serviam as feitorias? Onde se localizavam? como um “arquipélago” econômico no início do
exploradas por Portugal (a leste da século XX?
4. O que eram as drogas do sertão?
linha do tratado) e pela Espanha (a
oeste). Essa linha imaginária ia do sul 5. Enumere as principais características de uma 9. Cite algumas ações governamentais que promo-
do atual estado de Santa Catarina até sesmaria. veram a integração efetiva do território brasileiro
na segunda metade de século XX.
a Ilha de Marajó, nas terras que hoje
6. Explique a importância do Tratado de Madri para
compõem o estado do Pará. a Coroa portuguesa. 10. Quais são as cinco grandes regiões brasileiras?
3. As feitorias serviam para que os portu- Que órgão governamental foi responsável por
gueses pudessem armazenar as mer- estabelecer essa regionalização?
cadorias extraídas da floresta, em geral,
especiarias e o pau-brasil. Foram ins- Organizo ideias
taladas em determinados pontos do
litoral pertencente à Coroa portuguesa. 11. Em nossos estudos, é muito importante aprendermos a organizar os conhecimentos adquiridos. Nesta
atividade, você organizará as principais ideias relacionadas ao processo histórico de formação territorial
4. Eram produtos nativos da Floresta
brasileiro. Para isso, transcreva o diagrama abaixo no caderno completando as lacunas com informações
Amazônica, como o cacau, a bauni-
que caracterizam cada século, de acordo com os tópicos indicados no modelo. Veja.
lha e o urucum, usados como condi-
mentos. Muitos deles apresentavam
DAE
propriedades terapêuticas, por isso
eram chamados de drogas.
Organização do território brasileiro
5. Eram imensas propriedades rurais,
que podiam alcançar milhares de
quilômetros quadrados de exten-
são, localizadas ao longo da costa Século XVI Século XVII Século XVIII Século XIX Século XX
e que foram doadas a nobres por-
tugueses que se dispuseram a des-
bravar o Novo Mundo produzindo
cana-de-açúcar ou outras culturas Atividade de
destaque
tropicais para exportação. Extração de
especiarias e
6. O Tratado de Madri levou a Espanha pau-brasil
a reconhecer, em 1750, a posse de- MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Área ocupada
Litoral
finitiva das terras já ocupadas pela
Coroa portuguesa em terras brasilei-DA EDITORA DO BRASIL Mão de obra
predominante
Indígena
ras. Esse tratado acabou substituindo escravizada
o Tratado de Tordesilhas. Infraestrutura
Feitorias no
7. Por meio de acordos diplomáticos, litoral
o barão do Rio Branco assegurou a
posse de mais de 500 mil km2 de ter-
ras. Foram resolvidas várias questões
36
fronteiriças com Argentina, Bolívia,
Colômbia, Peru e Suriname.
8. Ele assim se configurava devido à
sua organização espacial interna, 9. As ações governamentais foram: transferência da capital pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
em que as principais regiões eco- do país para a Região Centro-Oeste, criando um Distrito (IBGE).
nômicas coexistiam de maneira de- Federal e inaugurando, em 1960, a cidade de Brasília; 11. Século XVII/Atividade de destaque: cana-de-açúcar
sarticulada, voltadas basicamente abertura de extensas rodovias no interior do país, como a e drogas do sertão/Área ocupada: litoral e algumas
para o abastecimento do mercado Cuiabá-Santarém, a Belém-Brasília e a Transamazônica; es- áreas ribeirinhas/Mão de obra predominante: africa-
externo. O intercâmbio entre essas tímulo à expansão das fronteiras econômicas ou agrícolas na escravizada/Infraestrutura: primeiras vilas no litoral,
regiões e entre os estados que as em direção às grandes áreas, ainda pouco povoadas, do capital da colônia (Salvador) e sesmarias. Século XVIII/
compunham era muito restrito em Cerrado e da Floresta Amazônica, incentivando a implan- Atividade de destaque: cana-de-açúcar, pecuária e
decorrência dos pesados impostos tação de grandes projetos de colonização agrícola e de mineração/Área ocupada: litoral, áreas ribeirinhas e
alfandegários internos e da modesta mineração nas regiões Centro-Oeste e Norte. sertões/Mão de obra predominante: africana escravi-
infraestrutura das vias de transporte 10. As cinco regiões brasileiras são: Norte, Nordeste, zada/Infraestrutura: capital da colônia transferida para
que vigoravam na época. Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Elas foram instituídas o Rio de Janeiro, primeiros caminhos para o interior
36
UNIDADE 1
Elaboro pesquisas Proposta avaliativa
1. Solicite aos estudantes que cons-
12. Leia as informações da tabela a seguir. truam uma linha do tempo da ex-
pansão da economia e da popu-
BRASIL – DIFERENTES MEDIÇÕES DO TERRITÓRIO BRASILEIRO,
EM KM2 (1889-2020) lação no território brasileiro. Eles
deverão inserir as principais caracte-
Ano Área oficial do território brasileiro (em km2)
rísticas de cada período, além de ou-
1889 8 337 218 tros aspectos que julgar relevantes.
1922 8 511 189
Lembre-os de que, em uma linha
do tempo, as distâncias entre os pe-
1946 8 516 037
ríodos precisam ser proporcionais
1952 8 513 844 ao período que passou. Além disso,
1980 8 511 965
eles podem complementá-la com
fotografias e mapas encontrados
1993 8 547 403,5 durante a pesquisa.
2000 8 514 215,3
Na BNCC – Geografia
Fonte: IBGE. Áreas territoriais. In: IBGE.
2001 8 514 876,599 Rio de Janeiro, [2020]. Disponível em: EF07GE05
https://www.ibge.gov.br/geociencias/
2013 8 515 767,049 organizacao-do-territorio/estrutura Por meio da construção da li-
-territorial/15761-areas-dos-municipios.
2020 8 510 345,538 html?t=saiba-mais-edicao&c=1. nha do tempo, com a organização
Acesso em: 4 mar. 2022. das informações fornecidas ao lon-
go do capítulo, o estudante será
Com outros colegas de turma, faça uma pesquisa para descobrir os motivos que levaram o território
brasileiro a, em determinados momentos, ganhar área e, em outros, perdê-la. Procure saber se os mo-
capaz de analisar alterações ocor-
tivos estão relacionados a acordos fronteiriços ou técnicas e tecnologias utilizadas nas medições e na ridas entre o mercantilismo e o
organização dos dados. Busque dados mais atualizados consultando: https://www.ibge.gov.br/geocien- advento do capitalismo industrial.
cias/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial/15761-areas-dos-municipios.html?t=saiba-mais-edi-
cao&c=1 (acesso em: 4 mar. 2022). Na BNCC – Geral
Competência geral
4. O estudante irá sistematizar
os processos de expansão da
AQUI TEM GEOGRAFIA
economia e da população no
território brasileiro utilizando o
Leia recurso da linha do tempo.
Editora Atual
Editora Atual
Editora Atual
37
2
Introdução
Na Unidade 2, estudaremos a po-
pulação brasileira. Inicie as discus-
sões pedindo aos estudantes que
POPULAÇÃO BRASILEIRA
descrevam quais características eles
percebem em relação à população
da região onde residem. Peça, tam-
bém, que falem sobre os processos
migratórios para o respectivo esta-
do. Se há migrantes na família, que
vieram de outros lugares ou partiram
para outros lugares, e quais as causas
dessas mudanças. Por fim, pergunte
a eles como é a estrutura etária da
própria família (quantas pessoas são
mais velhas, quantas estão na idade
ativa, quantos jovens e crianças etc.).
Deixem que falem livremente e anote
na lousa as descrições, para posterior
retomada. A partir do que for rela-
tado, apresente alguns tópicos que
serão estudados na unidade, como a
formação da população brasileira, os
processos migratórios no passado e
no presente, a distribuição da popu-
lação no espaço e por faixa etária etc.,
procurando articular o que eles des-
creveram com o que será estudado.
Se achar pertinente, mobilize parte
da habilidade EF07GE04 analisando O Brasil é um país com população
o mapa da página 43 e discutindo numerosa e que apresenta uma
como a imigração se distribui em um significativa diversidade étnico-cultural
momento histórico nacional, para in- entre as regiões de seu território.
troduzir os conteúdos da unidade.
1. Você sabe quantos habitantes o Brasil
Objetivos da unidade tem atualmente?
no Brasil;
vos em toda nossa formação social
■■ o processo emigratório de brasileiros. e cultural.
Orientações
Prostock-studio/Shutterstock.com e sugestões
Inicie a aula perguntando aos es-
tudantes sobre o que a imagem da
abertura da unidade pode estar re-
presentando. Questione-os sobre as
características das pessoas e por que
eles acham que esta imagem foi uti-
lizada para o conteúdo que trata da
população brasileira. Após a conversa,
solicite aos estudantes que respon-
dam às questões do boxe da página
38 e verifiquem o conteúdo que será
estudado na unidade.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
39
BNCC na Unidade
Competências gerais: 2, 5, 6, 7, 8 e 9.
Competências específicas de Ciências Humanas:
1, 2, 5, 6 e 7.
Competências específicas de Geografia: 2, 3, 5 e 6.
Habilidades: EF07GE02, EF07GE04, EF07GE06,
EF07GE08, EF07GE09 e EF07GE10.
39
3
Objetivos do capítulo
• Identificar a composição étnica da Origens e distribuição
população brasileira.
• Conhecer os processos migratórios
da população brasileira
ao longo da história do Brasil.
• Diferenciar imigrante de emigrante.
• Definir êxodo rural.
As imagens a seguir mostram pessoas de diferentes origens étnico-culturais
• Reconhecer a distribuição popula-
que viveram em nosso país no início do século passado. A origem étnico-cultu-
cional no território brasileiro.
ral de um grupo se refere ao passado comum de seus ancestrais, assim como
• Calcular a densidade demográfica.
a língua, a religião e as tradições culturais semelhantes, que lhes concede uma
• Entender a hierarquia das cidades
identidade própria. Observe-as com atenção.
no contexto do país.
Coleção particular
Acervo Iconographia
Pré-requisitos
pedagógicos
Os estudantes devem relembrar as
diferenças étnico-raciais e étnico-cul-
turais estudadas ao longo do 5º ano
(EF05GE02).
Orientações –
Questionamentos
Vendedora na Bahia, Criança indígena, no estado Homem branco, entre Família de imigrantes
½½ Respostas sem data. do Mato Grosso, 1896. 1884 e 1886, sem local. japoneses no estado de
São Paulo, início do século XX.
1. Resposta pessoal. Auxilie os estu-
dantes a identificar os traços étni- 1. Você consegue identificar a origem étnico-cultural de cada pessoa retratada?
co-culturais das pessoas mostradas. 2. Elas representam, de alguma forma, sua origem étnico-cultural?
3. Converse com os colegas sobre a diversidade de origens do povo brasileiro.
2. Resposta pessoal. Encaminhe a dis-
cussão, de modo que os estudantes
percebam traços que se assemelhem
aos das pessoas das fotos. Origens do povo brasileiro
3. Resposta pessoal. Você pode trazer
para a sala de aula fotografias de pes- Como aprendemos no Capítulo 2, a formação histórica do território brasi-
soas de outras etnias que também leiro reuniu diferentes grupos humanos. Vimos que, nos primeiros séculos de
fazem parte da população brasilei- ocupação, os principais grupos envolvidos foram:
ra, a fim de aumentar o escopo de ■■ os povos indígenas, como os tupi, jê, aruaque, charrua, entre outros, que
comparação dos estudantes.
originalmente habitavam as terras brasileiras;
■■ os portugueses, que vieram se apropriar das riquezas das terras indígenas;
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO ■■ os povos africanos, como os nagô, jejê, hauçá, benguela, entre outros, tra-
zidos para trabalhar como mão de obra escravizada nas atividades econô-
DA EDITORA DO BRASIL micas coloniais.
O encontro entre povos indígenas, europeus (a princípio, basicamente por-
tugueses) e africanos não ocorreu de forma harmoniosa. A interferência da so-
ciedade europeia na cultura indígena dizimou grupos inteiros que haviam se
constituído milhares de anos antes. O contato com os povos trazidos à força da
África foi também marcado por violência.
40
40
UNIDADE 2
A partir da segunda metade do século XIX, povos de outras origens pas- Para aprofundar
saram a fazer parte da composição da população brasileira. Eram, sobretudo, Acerca da formação da população
europeus (espanhóis, italianos, alemães, eslavos etc.) e asiáticos (árabes e japo- brasileira, sugerimos a leitura do li-
neses), povos que, como veremos nas próximas páginas, fugiam de guerras e vro O povo brasileiro.
da pobreza que assolava seus países de origem, aportando no Brasil em busca • RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a
de melhores condições de vida. formação e o sentido do Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Ao trabalhar o boxe Zoom, apre-
sente aos estudantes o texto:
• MARQUES, Lorena de Lima.
Diáspora africana, você sabe o que
A diáspora africana
é? In: BRASIL. Fundação Cultural
Estudos recentes avaliam que aproximadamente 13 milhões de africanos foram escravizados e trazidos Palmares. Brasília, DF: Fundação
para o continente americano, entre os séculos XVI e XIX. Contudo, estima-se que cerca de três milhões Cultural Palmares, 20 fev. 2019.
morreram durante a travessia do Oceano Atlântico.
Disponível em: http://www.
O processo de escravização foi iniciado pelos portugueses, que, sobretudo por meio de suas feitorias
ao longo da costa ocidental da África, subjugaram diferentes povos que tinham costumes e tradições dis-
palmares.gov.br/?p=53464. Acesso
tintos. Alguns estudiosos dividem esses povos em dois grandes grupos: oeste-africanos e bantos. Atual- em: 2 abr. 2022.
mente, levantamentos do IBGE indicam que cerca de 50% da população brasileira descende de grupos
Na BNCC – Geografia
étnicos africanos.
EF07GE02
Com o estudo das migrações
Brasil:
Brasil: regiões
regiões dede origem
origem e destino
e destino dos africanos
dos africanos escravizados
escravizados – 1526-1810 (1526-1810)
forçadas de povos africanos escra-
0°
DAE
Povos oeste-africanos vizados, o estudante interpreta a
Povos bantos influência dos fluxos populacionais
Atual limite do território brasileiro na formação do território brasileiro.
Localidade
EF07GE04
Trópico
Trópico de Câncer
de Câncer Compreender as três primei-
Cabo ras etnias que habitaram nosso
Verde território dá embasamento ao
OCEANO Bissau estudante para analisar a distri-
ATLÂNTICO ÁFRICA buição territorial da população
Lagos brasileira, considerando a diver-
Equador
sidade étnico-cultural.
0°
EF07GE09
Luanda O estudante é instigado a ana-
Recife
BRASIL lisar os padrões cartográficos em
Salvador
Benguela
um mapa temático de fluxos po-
pulacionais.
Rio de Moçambique
Janeiro Trópico de Capricórnio
Na BNCC – Geral
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Competência geral
Meridiano de Greenwich
Zeni Santos
600
e sugestões 1884-1893
Arquivo/Imigração Alemã – SC
A Guilherme Gaensly/Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro B
grante ou emigrante. Pergunte, por
exemplo: Qual é o conceito adequado
para indicar um estudante que veio
de outro estado estudar na turma de-
les? E na escola de origem desse mes-
mo estudante que veio estudar na es-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cola, ele seria considerado emigrante
ou imigrante? Na primeira situação, oDA EDITORA DO BRASIL
estudante seria um imigrante; já na
segunda, emigrante. Crie diversas si-
tuações até perceber que todos se Boa parte dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil no início do século XX passou a trabalhar nas fazendas
apropriaram dos conceitos e das dife- de lavoura de café, sobretudo no interior dos estados do Sudeste. Na fotografia A, imigrantes italianos, no estado
de São Paulo, no ano de 1902. Por outro lado, os imigrantes que se dirigiram ao Sul do país se estabeleceram,
renças entre eles. principalmente, em núcleos coloniais e receberam pequenas parcelas de terra para o desenvolvimento de
atividades agrícolas. Na fotografia B, imigrantes alemães, no estado de Santa Catarina, no final do século XIX.
42
42
UNIDADE 2
Após a década de 1930, as restrições impostas pelo governo brasileiro ate- Atividades
nuaram os fluxos imigratórios. Com isso, a entrada de estrangeiros somente complementares
voltou a ser fator demográfico de destaque recentemente, como veremos mais 1. Peça aos estudantes que pesqui-
adiante. Observe no mapa abaixo as áreas onde se fixaram os principais contin- sem informações sobre os grupos
gentes de imigrantes no Brasil, nos séculos XIX e XX. de imigrantes no estado onde mo-
ram. Eles devem buscar dados so-
Brasil: principais localidades com grupos de imigrantes – 1884-1933
bre o período de maior imigração,
os grupos mais expressivos, traços
Selma Caparroz
50° O
culturais desses povos que foram
Boa
assimilados pela população local,
Vista AP entre outras informações que julgar
RR Macapá
0°
Equador relevantes. Ao final da pesquisa,
Belém eles devem preparar um relatório
São Luís
Manaus sobre a imigração no estado com
Fortaleza
AM CE textos informativos, fotografias,
PA MA
Teresina RN Natal gráficos, mapas e qualquer outro
João
PI PB Pessoa suporte de dados que encontra-
PE Recife
AC Porto
rem. Diga-lhes que, além da in-
Palmas
Rio AL Maceió
Branco
Velho
SE ternet, as pesquisas podem ser
Aracaju
RO TO feitas em bibliotecas públicas ou
MT BA Salvador
DF
nos acervos dos jornais locais.
Cuiabá Brasília
GO
Na BNCC – Geografia
30 0
0
OCEANO
19 193
97
18 870
-1
-
1
Goiânia MG
70
Origem ATLÂNTICO
é
At
Belo EF07GE04
MS Horizonte
Italiana ES Ao conhecer os povos que imi-
Campo
Grande Vitória
Espanhola graram para o Brasil, o estudante
RJ Rio de Janeiro
Alemã SP compreende melhor a distribuição
PR Trópico de
Capricórn territorial da população brasileira,
Japonesa São Paulo io
Holandesa
Curitiba N considerando a diversidade étni-
SC Florianópolis co-cultural.
Suíça
RS O L
Mista
Porto Alegre Na BNCC – Geral
Açoriana S
0 342 684 km
Competência geral
Limites políticos atuais
1 : 34 200 000 6. Entender a diversidade de po-
Fonte: ISTOÉ BRASIL 500 ANOS. São Paulo: Três, 2003. p. 80.
vos que formaram o Brasil auxi-
lia o estudante a valorizar a plu-
ralidade cultural de nosso país.
Emigrante e imigrante: qual é a diferença?
Os movimentos migratórios ou migrações são deslocamentos da população
de um lugar para residir em outro.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Há dois tipos de movimentos migratórios: o movimento de saída do local
DA EDITORA DO BRASIL
de origem para fixar-se em outra localidade ou país, denominado emigração;
e o movimento de entrada no local de destino para fixar-se, denominado
imigração. Dessa forma, denomina-se emigrante a pessoa que se muda para
outra localidade ou país; essa mesma pessoa ao chegar ao local ou país de
destino é considerada imigrante. Como já foi dito, as pessoas migram, de
maneira geral, para buscar melhores condições de vida e de trabalho no lugar
de destino.
43
Para aprofundar
Se possível, apresente o documentário Legado italiano,
disponível na plataforma de streaming Netflix, que relata a
contribuição social, cultural, econômica e demográfica dos
imigrantes italianos para a sociedade brasileira.
Mostre aos estudantes o acervo digital do Museu da Imi-
gração, no qual eles podem acessar documentos, fotografias
e mapas históricos sobre o assunto.
• MUSEU DA IMIGRAÇÃO. São Paulo: Inci, [2011]. Disponí-
vel em: http://www.inci.org.br/acervodigital/index.php.
Acesso em: 2 abr. 2022.
43
Pré-requisitos Movimentos imigratórios na atualidade
pedagógicos
Os estudantes devem relembrar Leia as notícias a seguir.
os conteúdos acerca dos processos
migratórios e suas contribuições IMIGRANTES NOVA ONDA DE HAITIANOS
para a formação da sociedade brasi-
VENEZUELANOS ESTÃO CHEGA AO BRASIL PELA
leira, estudados ao longo do 4º ano
EM 23% DOS MUNICÍPIOS GUIANA E ENGROSSA ÊXODO DE
(EF04GE02).
BRASILEIROS ESTRANGEIROS EM RORAIMA
Orientações MANTOVANI, Flávia. Imigrantes venezuelanos estão COSTA, Emily. Nova onda de haitianos chega ao Brasil pela Guiana e
e sugestões em 23% dos municípios brasileiros. Folha de S.Paulo, engrossa êxodo de estrangeiros em Roraima. G1, Rio de Janeiro, 16 dez. 2019.
São Paulo, 28 set. 2020. Disponível em: https://www1. Disponível em: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2019/12/16/nova
Inicie a discussão perguntando aos folha.uol.com.br/mundo/2020/09/imigrantes -onda-de-haitianos-chega-ao-brasil-pela-guiana-e-engrossa-exodo-de
estudantes se eles já viram notícias so- -venezuelanos-estao-em-23-dos-municipios-brasileiros. -estrangeiros-em-roraima.ghtml. Acesso em: 9 fev. 2022.
shtml. Acesso em: 9 fev. 2022.
bre imigrantes haitianos e venezuela-
nos no Brasil. Em caso positivo, inicie
uma roda de conversa sobre os moti- Como você leu no título das reportagens acima, nos últimos anos, o fluxo de
vos da imigração desses povos. Depois, imigrantes estrangeiros para o Brasil passou a ser bastante significativo.
pergunte-lhes se sabem o significado De acordo com dados do governo federal, em 2020, havia aproximada-
da palavra refúgio, ouça suas falas e mente dois milhões de estrangeiros residindo em território nacional. A maioria
explique-lhes que corresponde a um deles vive em grandes centros urbanos das regiões Sudeste e Sul, como São
“lugar que oferece proteção”. Dessa for- Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, e em várias outras capitais.
ma, é possível introduzir o conceito de
Muitos migram para fugir da pobreza e do desemprego de seus países de
refugiado: é a pessoa que sai de seu
origem, como os bolivianos, angolanos e senegaleses. Outros buscam refúgio
lugar de origem em busca de um lo-
das consequências de desastres naturais, como os haitianos, ou ainda de con-
cal seguro, no qual encontre proteção.
flitos armados, como os sírios e palestinos.
Após essa breve introdução, faça a lei-
Há também uma parcela significativa de imigrantes que entrou no país para
tura mediada do texto, tendo como
trabalhar nas filiais de grandes empresas, sobretudo multinacionais, transfe-
foco os motivos que fazem essas pes-
soas virem para o Brasil. ridos das matrizes ou das filiais localizadas em países desenvolvidos ou emer-
Auxilie-os na interpretação do mapa, gentes, como Estados Unidos, Japão e China, ou de alguma nação europeia.
mostre que as setas mais grossas sig-
Brasil: origem dos principais fluxos imigratórios – 2018
nificam maior número de imigrantes,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
0°
DA EDITORA DO BRASIL
BRASIL
rísticas do trabalho dos escravizados Fonte: CAVALCANTI, L;
BOLÍVIA
ÍNDICO
OLIVEIRA, T; MACÊDO, M;
africanos no Brasil entre os séculos XVI PEREDA, L. Resumo Executivo:
P
Trópico de CapricórnioARA
G
Meridiano de Greenwich
UA
e XIX são semelhantes ao modo de imigração e refúgio no Brasil.
Brasília, DF: OBMigra, 2019. OCEANO
I
URUGUAI
trabalho dos bolivianos na atualidade. Disponível em: https:// PACÍFICO
ARGENTINA
portaldeimigracao.mj.gov.br/ N Menos de 20 mil
Espera-se que mencionem que os dois images/publicacoes-obmigra/ De 20 a 50 mil
O L
RESUMO%20EXECUTIVO%20
grupos não têm direitos trabalhistas, _%202019.pdf. Acesso em:
0 1 773 3 546 km
Mais de 50 mil
1 : 177 300 000 S
são privados de escolher como viver 9 fev. 2022. 0°
44
UNIDADE 2
Observe no mapa da página anterior a origem dos Brasil: principais nacionalidades
Orientações –
principais fluxos imigratórios para o Brasil e, no gráfico de imigrantes – 2018 Questionamentos
Alex Argozino
ao lado, os principais grupos de imigrantes atualmente
½½ Respostas
estabelecidos em nosso país.
venezuelanos
1. Eles acreditam que o Brasil é um
haitianos
39% 14,7% país com muitas oportunidades.
2. Análogo à escravidão.
3. Resposta pessoal. Diga aos estudan-
Principais tes que a escravidão foi abolida no
nacionalidades colombianos Brasil em 1888; por isso, atualmente,
de imigrantes 7,7%
no Brasil é chamado de trabalho análogo, ou
(2018)
seja, parecido, com a escravidão.
Na BNCC – Geografia
Fonte: CAVALCANTI, L; OLIVEIRA, T; MACÊDO, M; PEREDA, L. bolivianos
6,8%
EF07GE02
Resumo Executivo: imigração e refúgio no Brasil. Brasília, DF: uruguaios
OBMigra, 2019. Disponível em: https://portaldeimigracao.mj.gov. 6,7% Por meio da compreensão da
br/images/publicacoes-obmigra/RESUMO%20EXECUTIVO%20
_%202019.pdf. Acesso em: 9 fev. 2022. situação dos refugiados e dos imi-
grantes, o estudante analisa a in-
fluência dos fluxos populacionais
na formação territorial do Brasil.
Na BNCC – Geral
Bolivianos no Brasil
Yuri Alexandre/Shutterstock.com
Competência geral
Leia o texto com atenção.
9. Ao reconhecer as dificulda-
[...] As condições socioeconômicas estão na base do fenôme-
des dos povos imigrantes na
no migratório boliviano. No imaginário da maioria dos bolivia-
atualidade brasileira, o estu-
nos, o Brasil é um país de oportunidades, com uma população dante exercita a empatia e se
hospitaleira. Uma parte dos bolivianos que vieram para o Brasil prepara para promover o res-
em busca de melhores condições de vida foi aliciada por trafi- peito ao outro e aos direitos
cantes de pessoas que prometeram uma vida excelente e um sa- humanos, com acolhimento e
lário de mil dólares por mês para trabalhar em São Paulo. Na valorização da diversidade de
realidade, os salários são muito mais baixos, e muitos bolivianos Festa da comunidade boliviana indivíduos e de grupos sociais.
em São Paulo (SP), 2019.
são explorados nas oficinas de costura. Competência específica de
O boliviano Walter trabalhou um ano em situação análoga à escravidão: ‘‘eu trabalhava das 7 h até 1 h, Ciências Humanas
2 h da manhã. Tinha só um dia de folga, mas não saía de casa. O dono não deixava sair. Ninguém saía. 6. Conhecer os motivos pelos
Estávamos trancados mesmo’’. A maioria dos imigrantes bolivianos que vão para o Brasil se estabelecem quais os refugiados chegam
em São Paulo, devido às oportunidades de trabalho no setor têxtil e da possibilidade de se reunirem com ao Brasil ajuda o estudante a
construir argumentos e deba-
parentes já moradores da cidade. [Isso corre, porque os] migrantes tendem a passar pelo mesmo trajeto,
ter ideias que defendam os di-
visto que já têm informações [...] e contatos no lugar de destino. [...] reitos humanos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
LENDERS, Sebastian. Bolivianos, haitianos e venezuelanos – três casos de imigração no Brasil. Heinrich Böll Stiftung, Rio de Janeiro,
14 abr. 2019. Disponível em: https://br.boell.org/pt-br/2019/04/15/bolivianos-haitianos-e-venezuelanos-tres-casos-de-imigracao-no-brasil.
DA EDITORA DO BRASIL Acesso em: 9 fev. 2022.
1. Por que os bolivianos têm procurado o Brasil para se estabelecer?
2. Qual é o tipo de trabalho no qual muitos deles estão empregados?
3. Você sabe o que significa trabalhar em uma “situação análoga à escravidão”? Pesquise informações a
respeito dessa condição e traga para a sala de aula.
45
45
Orientações
e sugestões Distribuição espacial da
Auxilie os estudantes a interpretar população brasileira
o mapa de densidade demográfica;
as cores mais escuras correspondem Observe o mapa com atenção.
às maiores densidades, enquanto as
mais claras, às menores. Pergunte- Brasil: distribuição da população – 2010
-lhes onde há mais população con-
Selma Caparroz
50° O
centrada. Espera-se que reconheçam
Boa Vista
que na porção do litoral há maior AMAPÁ
RORAIMA
concentração de pessoas. 0°
Equador Macapá
ficativamente maior ou menor que a atual distribuição 1,1 a 10,0 RIO GRANDE
DO SUL O L
espacial da Porto Alegre
a sala de aula) e peça que repitam o 10,1 a 25,0
população 25,1 a 100,0
procedimento: calcular a área do local mostrada no mapa. Mais de 100,0 0
S
373 746 km
e descobrir a densidade demográfica. 1 : 37 300 000
Após os cálculos nos dois ambientes, Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 112.
pergunte onde a densidade demo-
gráfica é maior. Espera-se que respon- O mapa desta página mostra que a maior parte da população brasileira está
dam que é no ambiente menor. Faça concentrada na porção leste do país. Como vimos, foi justamente essa parte
perguntas sobre as diferenças espa- do território brasileiro a primeira a ser ocupada pelos portugueses a partir do
ciais dessas densidades demográficas.
século XVI.
O objetivo é levá-los a reconhecer
Nessa faixa territorial, estão localizadas as aglomerações urbanas mais popu-
que no ambiente de menor densi-
losas do Brasil, as regiões metropolitanas de São Paulo (com cerca de 22 milhões
dade as pessoas ficam mais espa-
lhadas, enquanto no local onde háMATERIAL DE DIVULGAÇÃO de habitantes) e do Rio de Janeiro (com aproximadamente 13 milhões de habi-
tantes), as metrópoles de Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba, entre outras.
maior densidade há concentração de
pessoas. Comente que nas cidades
DA EDITORA DO BRASIL O mapa mostra também que as maiores densidades demográficas (acima
com maior densidade costuma haver de 100 hab/km2) encontram-se justamente nas áreas onde estão localizadas
grandes edifícios, porque comportam essas grandes cidades, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, historicamente de
maior número de pessoas. Já naque- ocupação e povoamento mais antigo. Juntas, elas reúnem cerca de 85% da po-
las em que a densidade é menor, não pulação do país, distribuída em uma área que representa aproximadamente
há necessidade de prédios, e a maio- 36% do território nacional.
ria das construções são casas.
46
Orientações – Questionamentos
½½ Resposta
1. Durante o Período Colonial, as áreas mais exploradas pelos
portugueses eram litorâneas. Assim, a densidade demo-
gráfica mais acentuada ainda é nessa região.
46
UNIDADE 2
A parte oeste do Brasil apresenta-se bem menos povoada, em geral com Na BNCC – Geografia
densidades demográficas iguais ou inferiores a 10 hab/km , já que se caracte- 2
EF07GE04
riza como uma área de povoamento mais recente. Ela compreende as regiões O estudo das densidades de-
Norte e Centro-Oeste, que, juntas, reúnem cerca de 15% da população brasi- mográficas brasileiras introduz
leira, distribuída em uma superfície que representa aproximadamente dois para o estudante o tema da dis-
terços do território nacional. É nessa porção do país que se estendem dois de tribuição territorial da popula-
nossos maiores biomas: a Amazônia e o Cerrado. No entanto, nessa parte do
ção brasileira.
Brasil há também importantes áreas com alta densidade demográfica, sobretu-
do no entorno das capitais estaduais, como Manaus, Cuiabá, Goiânia e no Dis- Na BNCC – Geral
trito Federal. Reveja o mapa da página anterior e identifique essas localizações. Competência geral
7. O questionamento proposto
junto ao mapa leva o estudan-
te a construir argumentos, com
O que é densidade demográfica?
base nos dados fornecidos, acer-
A densidade demográfica nos ajuda a conhecer e comparar o povoamento de um território, seja de um ca do processo de ocupação do
município, um estado, seja de um país. Ela indica o número médio de habitantes por unidade de superfície, em
geral, em km2. Para obter a densidade demográfica de um território, devemos dividir a área de sua superfície território brasileiro.
pelo total de habitantes, ou seja, por sua população absoluta. Veja, como exemplo, o cálculo da densidade Competências específicas
demográfica dos municípios de Osasco (SP) e Altamira (PA). de Geografia
Densidade demográfica de Osasco (SP) 3. As noções trabalhadas na dupla
de páginas possibilitam o de-
População absoluta (em 2020) 699 944 habitantes
= = 10 768 habitantes/km2
senvolvimento da autonomia
Área do município 65 km2 e aplicação do raciocínio geo-
gráfico na análise da ocupação
Densidade demográfica de Altamira (PA)
do espaço geográfico brasileiro,
População absoluta (em 2020) 115 969 habitantes aplicando os princípios de dis-
= = 0,73 habitante/km2 tribuição, extensão, diferencia-
Área do município 159 533 km2 ção, localização e ordem.
5. Por meio da atividade prática
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
47
47
Pré-requisitos População rural e urbana brasileira
pedagógicos
Os estudantes devem relembrar No mapa da página 46, vimos que as maiores densidades demográficas bra-
as inter-relações entre campo e ci- sileiras estão nas capitais, no Distrito Federal, em grandes cidades do interior
dade estudadas ao longo do 5º ano ou no entorno delas. Além do processo de ocupação territorial, isso também
(EF05GE04). É importante também ocorre porque, atualmente, a maioria da população vive em áreas urbanas,
que reconheçam as diferenças entre sobretudo em grandes cidades. Porém, nem sempre foi assim. Observe com
os trabalhos exercidos no campo e atenção o gráfico a seguir.
na cidade estudadas ao longo do 4º
ano (EF04GE07).
Brasil:
Brasil:população urbana
população e rural
urbana – 1940-2020
e rural – 1940-2020
Orientações
Zeni SantWos
90
e sugestões
80
Inicie a aula com a interpretação
do gráfico da evolução das popula- 70
População (em %)
estudantes a perceber que atualmen- 50
População urbana
te as diferenças entre a população do População rural
40
campo e da cidade são muito maiores
30
do que as da década de 1940. Peça
que leiam o texto comparando-o 20
48
Orientações – Questionamentos
½½ Respostas
1. Em 1940, 30% da população vivia nas cidades, enquanto
70% residia no espaço rural.
2. Foi em 1965. Espera-se que os estudantes associem o pro-
cesso de industrialização ao crescimento das cidades.
48
UNIDADE 2
Na BNCC – Geografia
Migrações internas no Brasil EF07GE02
Além dos deslocamentos de trabalhadores rurais em direção aos centros A análise das migrações inter-
nas é relevante para a compreen-
urbanos, ocorreram também, durante o século XX, importantes movimentos
são das influências dos fluxos
migratórios entre regiões e estados brasileiros. econômicos e populacionais na
É possível apontar como principais polos de repulsão populacional, ou seja, formação do território brasileiro.
que perdem habitantes, as regiões Nordeste, Sul e Sudeste; e como principais EF07GE08
polos de atração populacional, isto é, que recebem habitantes, as regiões Su- O estudante entende o papel
deste, Centro-Oeste e Norte. Observe o mapa seguinte, que representa os prin- primordial do processo de indus-
cipais movimentos migratórios internos ocorridos no Brasil entre os polos de trialização e inovação tecnológica
atração e repulsão a partir da década de 1950.
para a expansão das malhas urba-
nas em nosso país.
EF07GE09
Brasil: fluxos migratórios – 1950-2010
50° O
O mapa desta página leva o es-
Selma Caparroz
tudante a exercitar a interpretação
OCEANO
ATLÂNTICO de mapas temáticos de fluxos.
RR AP
0°
Equador EF07GE10
2
Com o estudo desta página,
o estudante interpreta o gráfico
AM PA CE de linhas que mostra a evolução
MA RN
PI PB das populações rural e urbana
5
PE brasileira.
AC AL
RO 3 SE
MT TO
BA Na BNCC – Geral
DF Competência específica de
4 GO
1 Ciências Humanas
MG 5. Por meio da análise do mapa de
ES 5
OCEANO MS
SP fluxos, o estudante é capaz de
PACÍFICO RJ
compreender eventos simultâ-
Capricórnio
Trópico de PR neos no mesmo espaço – no
SC
N caso, o território brasileiro –, em
O L
tempos diferentes.
RS
Competências específicas
S
de Geografia
Sentido da migração 0 419 838 km
49
Pré-requisitos Metrópoles e cidades de porte médio
pedagógicos
É importante retomar conteúdos A urbanização brasileira se caracterizou pelo crescimento exacerbado dos
acerca das conexões e hierarquias maiores centros urbanos, que atualmente correspondem às capitais estaduais
e/ou aos centros industriais, comerciais
entre diferentes cidades usando ma- Brasil: centros urbanos com mais
Centros de urbanos brasileiros com
500 mil habitantes mais de 500 mil habitantes (2020)
– 2020 e de serviços de maior expressão, como
pas temáticos e representações grá-
50° O São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
TO
Houve também forte incremento po-
RO AL
Orientações MT
BA SE pulacional das cidades de porte médio
e sugestões DF
OCEANO
(centros urbanos entre 100 mil e 500 mil
habitantes), cujo número mais do que
Peça aos estudantes que compa- GO
MG ATLÂNTICO
MS ES dobrou em todas as regiões do país.
rem o mapa da distribuição dos cen-
Em razão do grande fluxo de mi-
tros urbanos com o de distribuição OCEANO SP
PACÍFICO RJ Trópico de Capricórnio grantes e do rápido incremento popu-
da população da página 46. Pergunte PR
lacional, as áreas urbanas das metrópo-
o que concluem dessa comparação. Cidades com:
SC
les e de muitas cidades de porte médio
Espera-se que percebam que os cen- Mais de 1 milhão RS
cresceram de forma desordenada. Em
tros urbanos coincidem com as áreas 0 468 936 km
500 000 a 1 milhão muitos casos, uniram-se às áreas de ci-
de maior densidade demográfica. Ex- 1 : 46 800 000
dades próximas (em um processo cha-
plique, então, que uma característica Fonte:
Fonte: IBGE divulga
IBGE estimativa
divulga da população
estimativa da dos municípios dos
população para 2020. Agência de
municípios Notícias
para IBGE,
2020. Rio de Janeiro,
Agência 27 ago. 2020.
de Notícias
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/28668-ibge-
IBGE, Rio de Janeiro, 27 ago. 2020. Disponível Acesso
divulga-estimativa-da-populacao-dos-municipios-para-2020. em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/
em: 20 jan. 2021. mado conurbação), criando grandes
das cidades é a maior concentração agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/28668-ibge-divulga-estimativa-
da-populacao-dos-municipios-para-2020. Acesso em: 9 fev. 2022. aglomerações urbanas.
de pessoas, se comparada com o am-
biente rural.
A análise da rede urbana brasilei-
ra é complexa. Reserve um tempo
maior para a devida interpretação e Problemas urbanos das metrópoles brasileiras
compreensão das informações do
O processo de urbanização brasileiro foi fortemente marcado pelo incremento populacional das me-
mapa. Esse assunto será retomado no trópoles, cidades com mais de um milhão de habitantes, caracterizadas por grande concentração de
Capítulo 11. atividades comerciais, industriais e infraestrutura diversificada de serviços públicos e privados nas áreas
de saúde, educação e lazer. Em muitos casos, esses centros urbanos têm se destacado regional e nacio-
nalmente como sedes de grandes órgãos e empresas estatais e privadas, de centros de pesquisa, ensino
e cultura, além de poderes públicos.
O rápido crescimento, sobretudo em decorrência do grande fluxo de migrantes, provocou mudanças
significativas nas paisagens das metrópoles brasileiras: rios foram canalizados, fundo de vales e encostas de
morros foram ocupados e aumentaram os problemas relacionados à poluição das águas e do ar. Além disso,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO surgiram diversos problemas relacionados à
Miguel Noronha/Futura Press
50
50
UNIDADE 2
Rede urbana brasileira Para aprofundar
Ao comentar o processo de conur-
De acordo com o que estudamos, o vertiginoso processo de urbanização bação, apresente imagens de saté-
do Brasil originou, em poucas décadas, metrópoles, cidades médias e milhares lite de áreas com essa configuração
de pequenas cidades. Todos esses centros urbanos espalhados pelo país pas- espacial, como nas cidades de São
saram a ordenar os fluxos de pessoas, mercadorias, informações e capitais no Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre,
interior do território brasileiro, configurando uma complexa rede geográfica de Belo Horizonte, entre outras. As
cidades que denominamos rede urbana. imagens podem ser obtidas gra-
Conforme estudos do IBGE, em 2020, havia no Brasil 190 cidades principais, tuitamente por meio do programa
que estruturam essa grande rede urbana. Juntas, elas reúnem quase 60% da Google Earth e estão disponíveis para
população do país (cerca de 114 milhões de pessoas), ainda que representem download.
apenas 3% dos municípios brasileiros. • GOOGLE EARTH. [S. l.]: Google,
Algumas características urbanas são consideradas para estabelecer uma [2005]. Disponível em: https://www.
hierarquia entre as cidades: o nível de centralização de decisões políticas e em- google.com/earth/. Acesso em:
presariais, a diversificação das atividades econômicas e a área de influência na- 2 abr. 2022.
cional ou regional. Com base nessas características, veja a seguir como o IBGE
estrutura atualmente a hierarquia da rede urbana brasileira.
Na BNCC – Geografia
EF07GE02
Brasil: rede urbana – 2018 Ao estudar os tipos de cidades,
o estudante entende melhor a in-
Alessandro Passos da Costa
VENEZUELA 50° O
SURINAME Guiana
Francesa Metrópoles nacionais: Rio de fluência dos fluxos populacionais
(FRA)
COLÔMBIA Boa
Boa GUIANA Janeiro e Brasília. Essas cidades
Vista
Vista AP estão abaixo apenas da grande e econômicos na formação do ter-
RR
0°
Equador Macapá
Macapá metrópole nacional. O Rio de ritório brasileiro.
Janeiro exerce forte influência
Manaus Belém SãoLuís
São Luís econômica e cultural. Já Brasília EF07GE09
Belém
Manaus
Fortaleza exerce importante influência A complexidade do mapa da
Fortaleza
AM administrativa e de gestão
PA MA
Teresina
CE Natal pública nacional. rede urbana do Brasil desenvol-
Teresina RN Natal
João
João Metrópoles: encontram-se em ve no estudante a capacidade de
PI PB Pessoa
Pessoa
AC Rio Branco Porto
PE Recife um terceiro nível da hierarquia análise de mapas temáticos.
PortoVelho Palmas
Palmas Recife urbana nacional. São cidades
Rio AL Maceió
Branco Velho Maceió
cuja população varia de 1,6
RO TO Aracaju
BA
Aracaju
SE a 5,1 milhões de habitantes; Na BNCC – Geral
PERU MT têm economia diversificada e
BOLÍVIA Cuiabá Brasília
DF
Salvador
Salvador abrigam a sede de importantes Raciocínio geográfico
Cuiabá
Hierarquia dos Centros Urbanos empresas e órgãos públicos.
Brasília
OCEANO Sua influência, contudo, é menor
Extensão: Por meio da análise
Grande Metrópole Nacional GO Goiânia MG
Goiânia
Metrópole Nacional
Belo
Belo
ATLÂNTICO que a das metrópoles nacionais. do mapa da rede urbana brasi-
Campo
MS Horizonte
Metrópole
Grande Horizonte ES Capitais regionais: cidades que leira, o estudante compreende a
Campo
Grande
Vitória abrigam entre 250 mil e 955 mil extensão da influência das metró-
Capital Regional A Vitória
CHILE SP RJ habitantes e exercem forte
Capital Regional B
PARAGUAI Rio de Janeiro
Trópico de Ca influência regional. Reúnem poles no território nacional.
pricórnio
PR São Paulo Rio de Janeiro estrutura diversificada de Ordem: O estudo do mapa te-
Capital Regional C São Paulo N
OCEANO Curitiba Curitiba comércio, serviços e indústrias. mático da rede urbana brasileira
Centro Sub-Regional A
PACÍFICO SC O L Centros sub-regionais: centros
Capital estadual
Centro Sub-Regional B
Florianópolis
urbanos que abrigam entre
leva o estudante a entender a or-
ARGENTINA
Capital federal dem de importância dos centros
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
RS Porto Alegre
Centro de Zona A S 71 mil e 195 mil habitantes e
Limite estadual exercem forte influência sobre
Centro de Zona B
Porto Alegre 0 380 760 km urbanos no território brasileiro.
Limite internacional
DA EDITORA DO BRASIL
URUGUAI 1 : 38 000 000
os municípios em seu entorno.
Centros de zona: são
Grande metrópole nacional: representada pela cidade de São Paulo, que está no ápice pequenas cidades, em geral,
da hierarquia e conecta a rede urbana do país à rede de metrópoles mundiais. Exerce forte com 60 mil habitantes ou
influência econômica sobre todo o território nacional e concentra a maioria das sedes de menos, com influência restrita
grandes empresas nacionais e estrangeiras. à área imediata (essa categoria
não está incluída neste mapa).
Fonte: IBGE. Regiões de influência das cidades: 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em: https://biblioteca.
ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101728. Acesso em: 9 fev. 2022.
51
51
Soluções das
atividades
1. No Período Colonial, havia três
grupos principais: indígenas, afri-
canos e europeus portugueses.
Reviso o capítulo
Posteriormente, vieram outros gru-
pos europeus – como alemães, ita- 1. Quais foram os principais grupos humanos 6. Com base no mapa e no texto da página 46, des-
lianos, espanhóis etc. – e asiáticos. que, historicamente, compuseram a população creva a atual distribuição da população brasileira
Recentemente, há grupos refugia- brasileira? pelo território nacional.
dos de haitianos e venezuelanos,
2. Em relação aos povos africanos, responda: 7. Sobre os principais fluxos migratórios internos
além de imigrantes bolivianos.
a) Em que condições vieram para nosso país? ocorridos no Brasil durante o século XX, responda:
2. a) Vieram na condição de escravizados.
b) Eram todos de um mesmo local ou região da a) O que é êxodo rural? Por que esse tipo de mi-
b) Não, havia os povos do oeste África? Explique. gração ocorreu no Brasil? O que ocasionou?
africano e os povos bantos. b) Quais foram os principais polos de repulsão e
3. Alemães, espanhóis, italianos, japo- 3. Cite os grupos de imigrantes mais numerosos que de atração populacional?
aportaram no Brasil entre 1884 e 1933.
neses, portugueses, sírios e turcos.
8. Diferencie metrópoles de cidades de porte médio.
4. Resposta pessoal. Espera-se que os 4. Elabore, no caderno, um esquema para explicar a
estudantes mencionem que emi- diferença entre emigração/emigrante e imigração/ 9. Com base no conteúdo da página 51, classifique
grantes são aquelas pessoas que imigrante. a sede do município onde você mora de acordo
saem de seu local de origem, en- com a hierarquia da rede urbana brasileira. Em
5. Quais os principais grupos de imigrantes que têm seguida, justifique sua resposta.
quanto imigrantes são as que che- se estabelecido atualmente no Brasil?
gam ao local de destino.
5. Chineses, italianos, espanhóis, por- Realizo cálculos
tugueses e latino-americanos.
6. A maior parte da população brasi- 10. Utilizando os dados da tabela abaixo, faça o que se pede.
leira se encontra nas áreas próximas
ao litoral, enquanto no interior há NÚMERO DE HABITANTES E ÁREA DE LOCALIDADES BRASILEIRAS (2020)
menos concentração de pessoas.
7. a) É o processo da saída de pessoas Município População absoluta Área do município em km2
do campo em direção às cidades,
em busca de melhor qualidade Bagé (RS) 116 794 habitantes 4 090 km2
de vida devido à mecanização do
meio rural, ocasionando o proces- Águas de São Pedro (SP) 2 707 habitantes 4 km2
so de urbanização.
Lábrea (AM) 37 701 habitantes 68 263 km2
b) Polos de repulsão: regiões
Nordeste, Sul e Sudeste. Polos Fonte: IBGE CIDADES. Rio de Janeiro: IBGE, c2021. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 9 fev. 2022.
de atração: Sudeste, Centro-Oeste
e Norte. a) Calcule a densidade demográfica das respectivas localidades.
8. Cidades de médio porte têm entre MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
b) Leia o texto a seguir e, com base no resultado de seus cálculos, identifique as localidades que podem ser
100 mil e 500 mil habitantes, en- classificadas em populosas, povoadas ou que se enquadram em ambas as categorias.
quanto nas metrópoles a população
DA EDITORA DO BRASIL
é acima de 500 mil. Dizemos que determinada localidade (município, região, estado ou país) é populosa quando
9. Resposta pessoal. Encaminhe a aná- apresenta elevada população absoluta (total de habitantes) em relação a outras localidades. Por outro
lado, quando uma localidade possui elevada densidade demográfica, dizemos que ela é bastante povoada.
lise do mapa, de modo que os estu- Algumas localidades podem reunir ambas as características, ou seja, podem ser, ao mesmo tempo,
dantes compreendam a hierarquia populosas e bastante povoadas.
entre as cidades.
10. a) Bagé (RS): 29,66 hab./km². Águas
52
de São Pedro (SP): 676,75 hab./
km². Lábrea (AM): 0,55 hab./km².
b) Comparativamente, Bagé (RS)
é considerada populosa e po- 12. a) Antes de migrar, Benedito trabalhava na lavoura de
voada. Águas de São Pedro (SP) cana-de-açúcar, como servente ou fazendo bicos. Na
é bastante povoada, mas não é cidade, ele trabalha na construção civil.
populosa. Lábrea (AM) é popu- b) A modernização do campo.
c) Resposta pessoal. Você pode propor aos estudantes
losa, mas não é povoada.
uma pesquisa sobre esse assunto no município ou no
11. F atores de repulsão: pobreza,
estado onde moram.
desemprego, desastres naturais
e conflitos armados. Fatores de
atração: oportunidade de emprego
e melhor qualidade de vida.
52
UNIDADE 2
Organizo ideias Proposta avaliativa
11. Em nossos estudos, é muito importante aprender a organizar os conhecimentos adquiridos. Com base 1. Peça aos estudantes que construam
nas informações dos textos das páginas 44 e 45, você organizará, em forma de diagrama, os fatores um mapa temático da densidade
que têm levado os imigrantes estrangeiros a deixar seus países de origem (fatores de repulsão) e os demográfica dos locais próximos
fatores que os atraem para o Brasil (fatores de atração). Transcreva o modelo do diagrama no caderno de onde moram. Traga para a sala
e complete as lacunas com as informações solicitadas. de aula dados do município onde
a escola se localiza e outros próxi-
mos a ele. O ideal é investigar, pelo
DAE
Fatores de menos, dez municípios. Anote na
repulsão lousa, em uma tabela, as informa-
Imigrantes ções da quantidade de habitantes
estrangeiros no e a extensão territorial de cada um.
Brasil na atualidade
Com o auxílio de uma calculadora,
Fatores de os estudantes devem encontrar a
atração densidade demográfica de cada
município; depois irão listá-los em
ordem crescente. Em seguida, de-
Interpreto textos vem agrupar os valores próximos e
estabelecer, pelo menos, três faixas
12. Leia o relato seguinte, em forma de poema, escrito por um migrante brasileiro que deixou o campo de densidade demográfica para co-
para viver em um grande centro urbano. lorir o mapa. Nesse momento, en-
Meu nome é Benedito. tregue a cada estudante um mapa
Sou do interior. mudo dos municípios próximos à
Moro na capital. escola. Eles devem determinar as
No interior o trabalho era pouco, cores tomando como base o mapa
As cercas eram muitas, do livro. Lembre-os de que esse tipo
A seca era grande. de mapa tende a apresentar cores
semelhantes com intensidades di-
Às vezes, trabalhava na cana.
ferentes, como do mais claro para o
Ilustrações: Carlos
Caminha
Às vezes, trabalhava de servente.
mais escuro, ou cores que se com-
Às vezes, fazia bico brocando mato. Eu não tinha terra. plementam, como amarelo, laranja
Vim para a capital. e vermelho.
Aqui trabalho na construção civil. Para coletar informações dos mu-
Levanto edifícios, nicípios, acesse o portal IBGE Cidades.
Levanto casas, • IBGE CIDADES. [Rio de Janeiro]:
Levanto pontes e cavo galerias. IBGE, c2017. Disponível em: https://
A minha mão faz a cidade maior. cidades.ibge.gov.br/. Acesso em:
Sonho construir uma boa casa. 21 mar. 2021.
A casa da minha família. [...] O mapa mudo pode ser encontra-
do no site do IBGE, na opção “Mapas
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
SEZYSTHA, Arivaldo J.; PESSOA, Verônica. Migrantes da construção civil em João Pessoa. Travessia, São Paulo, ano XIV, n. 40, p. 38,
maio/ago. 2001. Disponível em: https://revistatravessia.com.br/travessia/issue/view/82/n.%2040%20%282001%29. Acesso em: 29 abr. 2022. Mudos Municipais”.
DA do
a) Em que trabalhava o autor EDITORA DOdeBRASIL
poema antes migrar para a cidade? Na cidade, que tipo de emprego
• IBGE. IBGE Educa: jovens. Mapas.
conseguiu?
[Rio de Janeiro]: IBGE. c2021. Dis-
ponível em: https://educa.ibge.
b) De acordo com o que você estudou neste capítulo, quais seriam os prováveis motivos que levaram
Benedito a deixar o campo?
gov.br/jovens/jovens-mapas.html.
Acesso em: 2 abr. 2022.
c) Você acha que ainda hoje muitas pessoas continuam migrando do campo para as cidades? Converse
com os colegas sobre isso.
53
53
4
Objetivos do capítulo
• Conhecer conceitos e definições Crescimento e estrutura
de natalidade, mortalidade, fecun-
didade, crescimento vegetativo e
etária da população brasileira
explosão demográfica.
• Identificar os fatores que influen-
ciam as mudanças na estrutura
etária da população. Observe o gráfico.
• Compreender as dinâmicas po-
pulacionais brasileiras nos séculos Países mais populosos do mundo – 2022
Países mais populosos do mundo – 2022
Zeni Santos
XX e XXI.
• Interpretar pirâmides etárias
China 1 480 631 784
brasileiras.
Índia 1 406 631 784
Orientações
e sugestões Estados Unidos
da América 334 805 269
Auxilie os estudantes a enten-
der o gráfico das populações mun- Indonésia 279 134 505
diais; mostre-lhes a diferença en-
Paquistão 229 488 994
tre o número de habitantes da
China, da Índia e do Brasil. Outra Brasil 215 353 593
forma de dar ideia da discrepância
do número de pessoas na Índia, 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
o segundo colocado, é mencio-
Número de habitantes
nar que a soma das populações
dos Estados Unidos, da Indonésia, do Fontes: FAOSTAT: annual population. In: FAO. Roma, c2021. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/OA. Acesso em: 26 fev. 2021.
Fonte: FAOSTAT: annual population. In: FAO. Roma, c2021. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/OA. Acesso em: 9 fev. 2022.
Paquistão e do Brasil é menor do que
a população indiana.
Os dados acima mostram que, em 2022, o Brasil se destacava no cenário de-
Enfatize as diferenças entre os con-
mográfico mundial como a 6a nação mais populosa do mundo, com aproxima-
ceitos trabalhados na página (cresci-
damente 215 milhões de habitantes. Mas como chegamos a essa posição, com
mento vegetativo, taxa de natalidade
um número tão expressivo de pessoas? É o que você verá nos próximos tópicos.
e taxa de mortalidade). É importan-
te que os estudantes se apropriem
desses significados, pois são funda- Crescimento populacional brasileiro
mentos para a compreensão de con-
teúdos no restante do Ensino Funda- Até o início do século XX, a população absoluta brasileira era relativamente
mental e em todo o Ensino Médio. pequena se comparada a boa parte dos países do mundo. Isso ocorria devido ao
O gráfico do crescimento natu- baixo índice de crescimento natural ou vegetativo dos habitantes. Esse índice
ral da população brasileira pode ge- é calculado ao subtrair o número de nascimentos (taxa de natalidade) do núme-
rar algumas dúvidas quanto à área
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
colorida. Diga-lhes que essa região
ro de mortes (taxa de mortalidade) em cada grupo de cem ou mil habitantes.
Os índices de crescimento natural ou vegetativo apresentavam-se bai-
DA EDITORA DO BRASIL
do gráfico corresponde ao índice de xos: ao mesmo tempo que nasciam muitas crianças, ou seja, havia alta taxa
crescimento da população. Nas par-
de natalidade, as taxas de mortalidade também eram altas; morriam mui-
tes mais largas há maior crescimento,
tas pessoas em todas as faixas de idade (recém-nascidos, crianças, jovens,
enquanto nas áreas mais estreitas o
adultos e idosos).
crescimento é menor.
Contudo, essa realidade começou a mudar a partir da década de 1920, como
mostra o gráfico da página a seguir.
54
54
UNIDADE 2
Brasil: crescimento natural da população
Orientações –
Questionamentos
Zeni Santos
50 Natalidade
45 Mortalidade Linha laranja: indica a evolução das ½½ Respostas
Crescimento natural taxas de natalidade.
40 1. O maior crescimento foi em 1960,
35
Taxas (em ‰)
e havia grande resistência da população em aderir às leitura do texto a seguir, que discorre
campanhas de vacinação. Além disso, os sistemas de sobre a importância das descober-
água encanada e de esgoto das cidades serviam apenas tas e e dos trabalhos realizados por
a uma pequena parcela das residências. Dessa forma, esse cientista para a saúde pública
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
era comum a disseminação de epidemias, como febre brasileira.
• ROCHA, Gabriela. Oswaldo Cruz:
amarela, varíola, tuberculose e coqueluche.
Essa realidade somente DA EDITORA
começou DOcomBRASIL
a mudar as o sanitarista que mudou o Brasil.
ações de combate às doenças e melhorias nas condições UNA-SUS, Brasília, DF, 5 ago. 2015.
sanitárias no campo e nas cidades. Nesse sentido, foram Disponível em: https://www.unasus.
fundamentais as campanhas de vacinação comandadas
gov.br/noticia/oswaldo-cruz-o
-sanitarista-que-mudou-o-brasil.
pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917), no
Moradias da Favela Morro do Acesso em: 7 abr. 2022.
início do século XX. Pinto, Rio de Janeiro (RJ), 1912.
55
Santos
brasileira
Santos
250
ZeniZeni
entendem da expressão explosão A partir das décadas de 1930 e 1940, o com-
200
demográfica. Espera-se que men- portamento demográfico da população brasi-
cionem que explosão é uma ma- 150
leira mudou: o ritmo de crescimento tornou-se
nifestação violenta e ruidosa que mais acelerado. Observe esse comportamento
ocorre de repente, enquanto de- 100 no gráfico ao lado.
mográfica se refere à população. Nesse período, o governo federal passou
Dessa forma, auxilie-os a construir o 50 a combater a disseminação de epidemias co-
conceito de explosão demográfica locando em prática vários projetos na área da
como o crescimento acelerado da 0 saúde, como ampliação da infraestrutura de sa-
população em curto período.
1900
1920
1940
1950
1960
1970
1980
1991
1996
2000
2010
2015
2020
neamento urbano (água encanada, tratamento
Explique o conteúdo relacionando Anos de esgoto, coleta de lixo etc.). Além disso, im-
o desenvolvimento tecnológico, o in- Fonte: ANUÁRIO Estatístico do Brasil 2014. In: IBGE, Rio de Janeiro, 2015. plantou melhorias nos serviços de assistência
vestimento em políticas públicas de Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/
aeb_2014.pdf. Acesso em: 9 fev. 2022. médica e hospitalar e de distribuição de me-
saúde e a diminuição da mortalidade.
dicamentos, que, gradativamente, foram estendidos para parcelas cada vez
Diga-lhes que essas ações também
maiores da população.
influenciaram a média de anos que as
Essas ações resultaram em drástica diminuição das taxas de mortalidade
pessoas vivem no Brasil, aumentando
e, consequentemente, em aumento no índice de crescimento natural brasi-
a expectativa de vida.
Caso julgue pertinente, prepare leiro, já que as taxas de natalidade ainda permaneciam em patamares altos
Acervo UH/Folhapress
e desvantagens, com um momento
para sanar dúvidas e desconstruir es-
tereótipos que possam ter.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
56
56
UNIDADE 2
Queda do ritmo de crescimento natural Para aprofundar
Os estudantes podem consultar o
O comportamento demográfico caracterizado por alto índice de crescimen- site do IBGE, que contém dados cole-
to natural perdurou no Brasil até a década de 1970, quando as taxas de natali- tados nos últimos censos.
dade começaram a declinar (reveja o gráfico da página 55). • IBGE. Censo Demográfico. O que
Entre as principais causas da diminuição no número de nascimentos estão é. [Rio de Janeiro]: IBGE, [2021].
os processos de urbanização e de industrialização do país, sobretudo da região Disponível em: https://www.
Sudeste, como estudaremos no Capítulo 10. As fábricas passaram a atrair a mão ibge.gov.br/estatisticas/sociais/
de obra feminina para o mercado de trabalho e a oferecer muitas vagas para populacao/25089-censo-1991-6.
mulheres, contratando-as por um salário médio menor que o pago aos homens. Método contraceptivo: html?=&t=o-que-e. Acesso em:
procedimento para
A redução do tempo de convivência familiar em razão da permanência no evitar gravidez
2 abr. 2022.
trabalho, além dos altos custos com alimentação, saúde, lazer e educação nas indesejada, como pílulas
anticoncepcionais e Na BNCC – Geografia
áreas urbanas, levou as mulheres a optar por menos filhos. Colaboraram tam- preservativos, entre
bém para esse comportamento demográfico os programas de planejamento outros.
EF07GE02
familiar desenvolvidos pelo governo federal por meio do Ministério da Saúde Planejamento familiar: O conceito de explosão demo-
e a difusão de métodos contraceptivos, como preservativos e pílulas anticon-
conjunto de ações que gráfica auxilia o estudante a poste-
ajudam o casal a planejar
riormente analisar as influências dos
cepcionais. Assim, o que se verifica nas últimas décadas é a queda gradual da quantos filhos deseja ter.
fluxos populacionais na formação
taxa de natalidade.
territorial do Brasil.
Na BNCC – Geral
Redução na taxa de fecundidade da mulher brasileira
Competência específica de
A taxa de fecundidade compreende o número médio de filhos que as mulheres de um município, estado Ciências Humanas
ou país podem ter durante a idade fértil, ou seja, ao longo de seu período reprodutivo, que, em geral, é dos
15 aos 49 anos. Veja como essa taxa caiu entre 1960 e 2020. 1. Ao buscar informações sobre
a própria estrutura familiar, o
Evolução da taxa de fecundidade no Brasil – 1960-2020 estudante compreende a si e
ao outro como identidades di-
Alex Argozino
ferentes, de forma a exercitar o
respeito à diferença.
Competência específica de
Geografia
5. A atividade proposta auxilia o
estudante a desenvolver e utili-
Em 1960, era de Em 1980, era de Em 2000, era de Em 2020, era de 1,76 zar processos, práticas e proce-
6 filhos por mulher. 4,4 filhos por mulher. 2,4 filhos por mulher. filho por mulher.
dimentos de investigação para
Fontes: IBGE. Censo demográfico 2000: fecundidade e mortalidade infantil, resultados preliminares da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2002; IBGE. ANUÁRIO
estatístico do Brasil 2019. In: IBGE. Rio de Janeiro, [201-]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_2019.pdf.
compreender o mundo social.
Acesso em: 9 fev. 2022.
57
57
Orientações
e sugestões Estrutura da população por
Faça a leitura mediada das pirâmi- idade e sexo
des. Primeiramente, os estudantes
devem identificar que são gráficos O ritmo de crescimento demográfico brasileiro das últimas décadas influen-
com barras nos dois lados; geralmen- ciou diretamente na estrutura etária da população.
te, o lado direito corresponde às mu- A estrutura etária refere-se à classificação dos habitantes de um município,
lheres, e o esquerdo, aos homens. estado ou país de acordo com a faixa etária e o sexo. De forma geral, a popula-
No eixo horizontal, há a quantidade ção é analisada em três faixas etárias: crianças e jovens (de 0 a 19 anos), adultos
de habitantes em milhões, e no eixo (de 20 a 59 anos) e idosos (a partir dos 60 anos).
vertical são dispostas as faixas etárias. Essa análise é feita pela leitura da pirâmide etária, um gráfico de barras
Explique-lhes que cada barra re- duplo que mostra a distribuição das faixas etárias divididas em dois grupos: um
presenta a quantidade de habitantes para a população masculina e outro para a população feminina.
de determinado sexo em cada faixa
Compare as pirâmides etárias brasileiras dos anos 1980 e 2020.
etária. Para que compreendam me-
lhor a leitura das barras, faça pergun-
Brasil: pirâmides etárias – 1980 e 2020
tas acerca das informações que elas
Questionamentos 0
0a4 a população
de crianças e
0
0a4
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 jovens. 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
População
½½ Resposta População
Em milhões de habitantes
Em milhões de habitantes
1. De modo geral, os fatores que in- Fontes: IBGE. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1998; IBGE. Censo 2010: sinopse dos resultados. Rio de Janeiro: IBGE, [201-]. Disponível em:
fluenciam nessa mudança são a di- www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice; ANUÁRIO estatístico do Brasil 2014. In: IBGE, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://biblioteca.ibge.
gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_2014.pdf. Acessos em: 9 fev. 2022.
minuição das taxas de fecundidade
e o aumento da expectativa de vida.
Converse com os estudantes sobre
1. Analisando os dois Mudanças na forma da pirâmide
gráficos, você deve ter
as causas desses fatores na popula- percebido que a estrutura De acordo com especialistas, o estreitamento da base da pirâmide
ção brasileira. etária da população
brasileira mudou bastante etária brasileira de 2020 em relação a 1980, ou seja, a diminuição na
de 1980 para 2020, não é
Para aprofundar MATERIAL DE DIVULGAÇÃO mesmo? Mas por que isso
proporção de crianças e jovens, está ligada às quedas nas taxas de
fecundidade entre as mulheres brasileiras e, consequentemente, às taxas
vem ocorrendo? Converse
Cidades. Projete-a na lousa e pergun- ter influenciado essa Já o alargamento do centro do gráfico e de seu topo, ou seja, o
transformação. aumento da proporção de adultos e de idosos, indica, principalmen-
te aos estudantes se há mais seme-
lhanças ou diferenças em relação à te, melhoria nas condições socioeconômicas de uma parcela da popu-
pirâmide brasileira. lação, o que levou a um importante aumento na expectativa de vida
• IBGE CIDADES. [Rio de Janeiro]: dos brasileiros.
IBGE, c2017. Disponível em: https://
58
cidades.ibge.gov.br/. Acesso em:
2 abr. 2022.
58
UNIDADE 2
A expectativa de vida ou esperança de vida ao nascer refere-se ao nú- Na BNCC – Geografia
mero médio de anos que uma pessoa poderá viver, considerando as condições EF07GE04
socioeconômicas mundiais como um todo, ou mesmo as do país. No caso do Ao comparar as pirâmides etá-
Brasil, podemos dizer que o aumento da expectativa de vida foi significativo nas rias brasileiras, o estudante analisa
últimas décadas. Para se ter ideia, na década de 1960, a expectativa de vida do a distribuição territorial da popu-
brasileiro era de 52 anos; já em 2020, chegou a 76 anos. lação considerando sexo e idade.
EF07GE10
O conteúdo proposto introduz
a leitura e a interpretação de pirâ-
mides etárias.
O envelhecimento da população brasileira
Na BNCC – Geral
Leia o texto a seguir com atenção.
Competência específica de
Em 2030, o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças, aponta o Instituto Geografia
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente esse número representa 14,03% da popu- 2. O conteúdo trabalhado nesta
lação, o que equivale a 29,3 milhões de pessoas. A pirâmide etária brasileira vem sofrendo alterações dupla de páginas leva o estudan-
ao longo dos anos e já estamos presenciando a inversão dessa pirâmide etária e a mudança no perfil te a estabelecer relações entre as
demográfico de nosso País. mudanças nas condições socioe-
A pirâmide com uma base composta por crianças e adolescentes e um topo de idosos significava a conômicas das pessoas no Brasil
e a alteração da estrutura etária
predominância jovem. Nos dias atuais, vivemos uma fase de transição e modificação dessa realidade.
da população.
Em 1980 éramos classificados como um país jovem e atualmente somos caracterizados como um país
adulto em transição para nos tornarmos um país idoso até o ano de 2050.
Esse é um fenômeno mundial ocasionado pela queda nas taxas de natalidade e mortalidade. Mas o
que isso significa? Que o número de nascimentos está reduzindo e a expectativa de vida aumentando
em decorrência dos avanços tecnológicos na medicina.
Com os avanços na área da saúde e bem-estar, conseguimos entender cada vez mais como fun-
ciona o organismo humano e como prevenir, tratar, retardar e curar uma série de doenças e males
em geral, o que antes não era possível. [...]
CAVEIÃO, Cristiano; PRESTES, Fabiana da Silva. Até 2050, Brasil deve se tornar um país idoso. Diário do Comércio,
Belo Horizonte, 4 mar. 2020. Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/exclusivo/ate-2050-
brasil-deve-se-tornar-um-pais-idoso. Acesso em: 9 fev. 2022.
Aline V/Sutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Idosos se exercitando.
Pato Branco (PR), 2019.
59
59
Soluções das
atividades
1. O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) é responsável pelos
censos demográficos, feitos a cada
Reviso o capítulo
10 anos.
2. Havia elevadas taxas de natalidade 1. Qual é o órgão governamental responsável pelo Censo demográfico? Os censos são realizados, geral-
e de mortalidade na época. mente, a cada quantos anos?
3. O governo federal começou a pro-
2. Por que o crescimento natural ou vegetativo brasileiro era estável até 1920?
mover ações de combate a doenças
e de melhorias nas condições sani- 3. Que fatores desencadearam o período de aceleração do crescimento natural no Brasil? Como esse pe-
tárias nos espaços rural e urbano. ríodo ficou conhecido?
O período ficou conhecido como
4. O que ocasionou a queda no crescimento natural brasileiro a partir da década de 1970?
explosão demográfica.
4. Os processos de urbanização e de 5. Por que a população brasileira está envelhecendo? Como é possível verificar esse fenômeno na pirâmide
industrialização promoveram a in- etária do país?
serção da mulher no mercado de
6. Quem foi Oswaldo Cruz? E qual foi a importância de seu trabalho para o bem-estar da população brasileira?
trabalho, diminuindo seu tempo
nas atividades domésticas. Além 7. Explique o que é:
disso, o governo federal proporcio-
a) taxa de fecundidade; b) estrutura etária; c) expectativa de vida.
nou programas de planejamento
familiar e métodos contraceptivos Analiso gráficos e promovo debates
para redução da natalidade.
5. Houve diminuição nas taxas de na- 8. Observe a pirâmide etária da população brasileira prevista para o ano de 2050.
talidade e de mortalidade associada a) Compare essa pirâmide com as pirâmides apresentadas na página 58. Identifique as principais dife-
ao aumento da expectativa de vi- renças na estrutura etária e entre os sexos.
da. Esse envelhecimento pode ser b) O que é possível verificar em relação à proporção de jovens no total da população brasileira em
percebido pelo aumento do topo 2050? E no caso dos adultos?
das pirâmides etárias. c) Converse com os colegas a Brasil: pirâmide etária – 2050
respeito da realidade da po-
6. Oswaldo Cruz foi um médico sani-
Zeni Santos
pulação idosa no lugar onde
tarista que implantou, no início do
vocês vivem. Iniciem a dis- Idade
século XX, medidas sanitárias no cussão buscando responder
100
Homens
(em anos)
Mulheres
Idosos 85 a 89
de doenças. Junto a essas ações, ele • Os idosos têm participa- Adultos 80 a 84
80
promoveu campanhas de vacinação. do de forma ativa da vida
Jovens 75 a 79
70 a 74
DA EDITORA DO BRASIL
dos habitantes de um território de sam trabalhar para sobre-
viver? Em que condições?
30
25 a 29
20 a 24
acordo com a faixa etária e o sexo. 20
15 a 19
60
UNIDADE 2
Interpreto símbolos e produzo textos Proposta avaliativa
1. Os estudantes devem construir a pirâ-
9. Durante o período da pandemia do novo coronavírus no Brasil, em 2020, o Conselho Indígena de Roraima mide etária das pessoas que moram
preparou uma cartilha explicativa sobre como as pessoas deveriam se prevenir para não contrair o vírus. em sua casa. Siga o passo a passo.
Observe a cartilha abaixo, produzida na língua do povo yekuana, que vive naquele estado brasileiro.
• Peça aos estudantes que anotem
em uma folha a faixa etária e o
61
61
5
Objetivos do capítulo
• Caracterizar os setores da economia. Estrutura socioeconômica
• Entender a importância da produ-
ção de energia elétrica nas ativida-
da população brasileira
des econômicas brasileiras.
• Diferenciar PEA de PEI.
• Compreender a relação entre con-
Observe as imagens a seguir.
centração da renda e as desigual-
dades sociais do Brasil.
Orientações
e sugestões
Introduza o conteúdo perguntan-
do aos estudantes o que as pessoas
das fotografias estão fazendo. Depois,
questione-os sobre as áreas de atua-
ção dessas pessoas, onde elas estão
trabalhando.
Para explicar os setores da eco- Colheita de cenoura. Indústria de vestuário. Santa Cruz do Banca de doces em feira livre na Praça
Brazlândia (DF), 2021. Capibaribe (PE), 2020. Pedro II. Poços de Caldas (MG), 2020.
nomia, peça que analisem minucio-
samente o infográfico da página 63;
1. Em que tipo de atividade cada trabalhador acima exerce sua função?
pergunte de que setor da economia
2. Você sabe dizer em que setor da economia cada atividade se enquadra?
cada trabalhador faz parte. Depois,
3. Por que o trabalho exercido pelas pessoas é importante para a sociedade?
conversem sobre os setores da eco- Converse com os colegas sobre isso.
nomia em que seus familiares traba-
lham para aproximar o conteúdo da
vivência deles.
Para conhecer mais amplamente a dinâmica demográfica de um país, é pre-
Orientações – ciso responder às seguintes questões: De que maneira a população adulta está
62
62
UNIDADE 2
Principais setores da economia Atividades
complementares
Na economia de um país, as atividades são agrupadas em três setores dife-
1. Peça aos estudantes que pesqui-
rentes. Observe o esquema a seguir.
sem as atividades econômicas
mais importantes no estado on-
Os três setores da economia de moram. Depois, eles devem
classificá-las quanto ao setor da
Danilo Bandeira
Representação
simplificada em
cores-fantasia economia em que se encaixam. De
e tamanhos
sem escala.
posse dessas informações, devem
elaborar um mapa mental dessas
Setor primário
Reúne as atividades voltadas à
atividades inspirados no infográfico
produção de matérias-primas,
como agricultura, pecuária e
da página. O mapa mental pode
atividade extrativista conter textos explicativos, fotogra-
(mineral, animal ou
vegetal). fias, desenhos e outros elementos
que eles julgarem importantes.
Essa atividade traz para a realidade
dos estudantes o conteúdo traba-
lhado no livro, além de auxiliá-los a
Setores da
sistematizar o conhecimento para
economia posterior consulta. Utilize, como
base de suas explicações a respeito
da elaboração do mapa mental, o
Setor terciário
Abrange as atividades ligadas
Setor secundário
Engloba as atividades de
texto da Universidade Católica de
ao comércio de produtos transformação das matérias- Pelotas, que orienta passo a passo
primários ou industrializados -primas e de geração de
e à prestação de energia, como usinas de a sua construção:
serviços públicos ou eletricidade, indústria e
privados. construção civil. • UCPEL. Como fazer um mapa men-
tal? [...]. Pelotas: UCPel, 3 jul. 2020.
Disponível em: https://ead.ucpel.
edu.br/blog/como-fazer-mapa
-mental. Acesso em: 2 abr. 2022.
economia?
Para alguns especialistas, certas atividades
econômicas se enquadram em um novo setor: o
quaternário. Devido ao elevado nível tecnológico
aplicado no desenvolvimento dessas atividades, esse
setor também é chamado de terciário superior.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Nele se enquadram atividades que envolvem a
DA EDITORA DO BRASIL
pesquisa científica e o desenvolvimento de novas
tecnologias, produtos ou serviços, por meio da
aplicação das descobertas atuais. São exemplos as
atividades ligadas à área de nanorrobótica, informá
tica, telecomunicações, aeroespacial, produção de Laboratório de pesquisa em processo de digitalização das
conteúdos digitais e de mídias sociais. exsicatas, no Herbário da Embrapa. Brasília (DF), 2018.
63
63
Orientações
e sugestões
Ao trabalhar este conteúdo, leve os
estudantes a perceber o quanto são de- Energia que move a economia brasileira
pendentes da energia elétrica. Para isso,
Depois de estudar os setores da economia de nosso país, você pode estar curioso para saber de onde
pergunte a eles como estão utilizando
vem a energia para movimentar todas essas atividades: as máquinas nas indústrias, os meios de transporte
a eletricidade no momento, ouça suas
ou a iluminação de nossas casas e das vias públicas das cidades.
respostas e complemente-as, caso ne- O infográfico a seguir busca responder a essa questão. Leia com atenção.
cessário. Depois, diga que pensem em
que situações usam energia elétrica no
Caminhos da eletricidade
Representação
dia a dia, desde o momento em que simplificada em
cores-fantasia
Danilo Bandeira
acordam até a hora em que vão dormir. e tamanhos
sem escala.
Após essa contextualização, promova
uma reflexão acerca da importância da A maior parte da energia elétrica é
Centralizada
produzida em grandes usinas. Há
Geração
energia elétrica não só na vida pessoal eólica biomassa nuclear fontes renováveis e não renováveis,
mas na produção de mercadorias, no estas últimas responsáveis pela
maior parte das emissões de gases
fornecimento de água potável, cultivo de efeito estufa.
de alimentos, entre outros usos.
hidrelétrica solar combustíveis
Ao observar imagens de satélite fósseis
noturnas, o professor Milton Santos
identificou que os pontos com maior
luminosidade correspondem àque- A energia vinda das usinas longe dos
les mais desenvolvidos economica- centros consumidores percorre
Transporte
Atividades
complementares
1. Promova uma atividade interdiscipli- Os consumidores também podem gerar
sua própria energia. Isso ajuda a aumentar
nar com o professor de Ciências, na a eficiência do sistema pela proximidade
Distribuída
64
UNIDADE 2
Pré-requisitos
pedagógicos
Os estudantes devem retomar co-
nhecimentos acerca da análise de
imagens de satélites de centros urba-
Imagens de satélite noturnas –
Zenobillis/Alamy/Fotoarena
nos, abordados ao longo do 5º ano
Onde vivem os brasileiros? (EF05GE08).
Os satélites artificiais de monitoramento que
Orientações –
estão em órbita da Terra, além de produzir ima-
gens diurnas, registram também, diariamente,
Questionamentos
diversas imagens noturnas de nossa superfície. ½½ Respostas
Uma parte delas mostra os focos de luz produ-
1. Sim. Nas áreas com maior quanti-
zidos pela iluminação dos centros urbanos, dos dade de pessoas há pontos de luz
povoados e vilarejos rurais, o que nos permite mais fortes.
visualizar as áreas do planeta com maior e menor
2. Cada ponto vermelho equivale a
nível de povoamento. Observe a imagem de saté- dez mil habitantes.
lite noturna do território brasileiro.
3. Os pontos mais luminosos são aque-
les nos quais há as metrópoles na-
cionais ou regionais. É bem visível
Focos de luz e energia uma grande mancha luminosa no
Agora compare a imagem acima com o mapa da distribuição da popula- elétricas no território
brasileiro em período
eixo Rio-São Paulo, território da me-
ção brasileira. Note que, diferentemente do mapa da página 46, que repre- noturno. Imagem feita por galópole brasileira.
satélite, 2018.
senta a distribuição demográfica por meio de áreas coloridas, esse mapa
utiliza pontos que equivalem a um certo número de habitantes. Na BNCC – Geral
Raciocínio geográfico
Distribuição da população brasileira (2017) Diferenciação: A análise da
Brasil: distribuição da população – 2017 imagem noturna de satélite do
50° O
Brasil ajuda o estudante a diferen-
Alessandro Passos da Costa
RR
ciar as áreas mais desenvolvidas
AP
0°
Equador economicamente daquelas me-
nos desenvolvidas, isto é, os terri-
1. Há semelhanças na distribuição dos
focos de luz da imagem de satélite e
tórios luminosos dos opacos.
AM PA MA CE
RN na distribuição dos pontos por gru
PI
PE
PB
pos de habitantes do mapa ao lado?
AC
AL
RO TO
SE 2. A quanto equivale, em número de
BA
MT habitantes, cada ponto vermelho
DF do mapa?
GO
OCEANO
3. Compare as informações da ima
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
MG
ATLÂNTICO
MS ES
gem de satélite e do mapa ao lado
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Cap
ricórnio
DA EDITORA DO BRASIL SP
RJ
N
com o mapa da rede urbana brasi
leira da página 51. O que é possível
PR
O L concluir?
SC
RS S
0 386 772 km
10 000 habitantes
1 : 38 600 000
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 111.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 111.
65
Para aprofundar
Aprofunde seus conhecimentos acerca dos territórios lu- Caso julgue pertinente, apresente aos estudantes uma
minosos e opacos com a leitura deste artigo. montagem de imagens de satélite feita pela Nasa, que
• ETGES, Virginia E.; CARISSIMI, Eduardo. Territórios lumi- mostra a Terra à noite, evidenciando todos os seus pon-
nosos e territórios opacos: uma análise à luz das con- tos luminosos.
tribuições de Milton Santos. CONFERÊNCIA DO DESEN- • NASA. Earth observatory. Earth at night: flat maps. In:
VOLVIMENTO, 2., 2011, Brasília, DF. Anais [...]. Brasília, EARTH OBSERVATORY. [Washington, DC]: Nasa, 12 abr.
DF: Ipea, 2011. Disponível em: https://www.ipea.gov. 2017. Disponível em: https://earthobservatory.nasa.gov/
br/code2011/chamada2011/pdf/area7/area7-artigo37. features/NightLights/page3.php. Acesso em: 2 abr. 2022.
pdf. Acesso em: 2 abr. 2022.
65
Orientações
e sugestões O que é população economicamente
Após a leitura do texto, para fixação ativa?
do conteúdo, pergunte aos estudantes
se eles se encaixam na População Eco- Quando consideramos a forma que a população de um município, estado
nomicamente Ativa (PEA). Peça que ou país está engajada nas atividades econômicas, é possível classificá-la em
justifiquem as respostas com base nas dois grupos diferentes: a população economicamente ativa (PEA) e a população
informações do livro. Depois, ques- economicamente inativa (PEI).
tione-os sobre a importância da PEA A PEA é a parcela dos habitantes que exerce ou pode exercer uma atividade
para um país. Espera-se que reconhe- remunerada. Ela é composta de dois grupos: os habitantes que estão ocupados
çam que essa é a parcela da popu- em alguma atividade remunerada (pessoas que têm emprego ou trabalho); e os
lação que mais gera riquezas para o habitantes que estão aptos ao trabalho, porém se encontram desocupados ou
país por meio de seu trabalho laboral. desempregados (pessoas que estão à procura de emprego).
Caso julgue pertinente, explique
Já a PEI corresponde aos habitantes que já não trabalham mais, como os apo-
como funciona o sistema de previ-
sentados, ou que dependem economicamente da PEA, crianças, por exemplo.
dência pública. No Brasil, uma parte
O gráfico a seguir mostra a distribuição da população ocupada da PEA brasi-
do salário ou da renda mensal de to-
leira nos setores de atividades econômicas.
dos os trabalhadores formais é des-
tinada a pagar tributos do governo, Brasil: população ocupada por setores
1. Em que setor da Brasil: populaçãode atividades
ocupada econômicas
por setores (2010) econômicas – 2015
de atividades
e um dos impostos pagos vai para o economia a maior
Zeni Santos
Instituto Nacional do Seguro Social parte da população setor primário
(INSS). Um dos objetivos dessa au- ocupada brasileira
estava empregada, setor terciário
tarquia do governo federal é pagar de acordo com o 14% setor secundário
diversos benefícios aos quais os tra- Censo demográfico
22%
de 2010? 64%
balhadores formais têm direito, como
2. Converse com
auxílio-doença e aposentadoria. Os os colegas e o
recursos desses benefícios são pro- professor sobre os
venientes dos impostos pagos pela prováveis motivos
de a população
População Economicamente Ativa. ocupada estar
Assim, quanto maior a PEA do Brasil, distribuída dessa
mais recursos o INSS terá. forma no Brasil. Fonte: BRASIL. Ministério da
Fonte: ESTATÍSTICAS Economia.
de gênero. Retrato
In: IBGE. Rio dedas desigualdades
Janeiro, de gênero
[201-]. Disponível e raça. Brasília, DF: Ipea,
em: https://www.ibge.gov.br/apps/snig/v1/
[20--]. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/retrato/indicadores_mercado_trabalho.html.
index.html?loc=431720,0&cat=-1,-2,114,128&ind=4741. Acesso em: 18 fev. 2021..
Acesso em: 4 mar. 2022.
Orientações –
Questionamentos PEA e o setor terciário da economia
½½ Respostas O processo de urbanização brasileiro, caracterizado pelo crescimento popula-
cional nas metrópoles e nas cidades médias e pelo aumento do número de cida-
1. No setor terciário.
des, fez do setor terciário um dos principais segmentos da atividade econômica,
2. Resposta pessoal. Espera-se que os
responsável atualmente pela maior parte da geração de riquezas em nosso país.
estudantes mencionem a intensa
O setor terciário absorveu uma porcentagem significativa da PEA dispensa-
urbanização do país, que tem como
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
principais polos concentradores de
da dos setores primário e secundário devido à modernização dessas atividades
econômicas. A expansão do terciário resulta também do aumento na demanda
população os centros urbanos; na
economia desses centros há gran-
DA EDITORA DO BRASIL da população urbana por bens e serviços cada vez mais especializados.
de expressividade do setor terciário. Nas metrópoles e nas cidades de porte médio, o comércio e os serviços torna-
ram-se mais diversificados e sofisticados, com a instalação de redes bancárias, es-
tabelecimentos de ensino, empresas de telefonia, linhas de transporte, assistência
médico-hospitalar, lazer etc., além de redes de distribuição de mercadorias, como
hipermercados, lojas de departamentos e centros comerciais ou shopping centers.
66
66
UNIDADE 2
Atividades
complementares
1. Acerca da seção Fique ligado!, pe-
ça à turma que forme equipes. Cada
grupo deve entrevistar duas pessoas
(que podem ser familiares ou não):
uma que tenha e uma que não tenha
o hábito de fazer compras por via
eletrônica. Eles devem tentar des-
cobrir os motivos que levam uma
Ellagrin/Shutterstock.com
sação comercial (compra e venda) feita através da internet com o de seminários expositivos.
auxílio de um equipamento eletrônico. Loja virtual, loja on-line,
comércio eletrônico ou e-commerce nada mais é que um site onde
permite vender pela internet produtos ou serviços.
O cliente acessa a loja por meio de um dispositivo eletrônico
(computador, notebook, smartphone, tablet, entre outros), em qualquer
lugar e a qualquer hora do dia, escolhe o produto, realiza o pagamento via
cartão de crédito, boleto ou depósito bancário e recebe, em um prazo determinado, o produto em casa.
O e-commerce surgiu nos Estados Unidos em 1994, quando a [rede de restaurantes] Pizza Hut
registrou seu primeiro pedido on-line. No Brasil, o e-commerce surgiu em 2000. [...]
Para ter sucesso, uma loja virtual precisa oferecer aos seus clientes as principais funcionalidades que
garantam uma navegabilidade agradável, uma compra 100% segura e a garantia de que ele retorne à loja
mais vezes. [...]
O QUE é e-commerce? Climba Commerce, Braço do Norte, c2009-2019. Disponível em:
https://www.climba.com.br/blog/o-que-e-e-commerce-loja-virtual/. Acesso em: 9 fev. 2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DongIpix/Shutterstock.com
DA EDITORA DO BRASIL
67
68
UNIDADE 2
Pré-requisitos
Movimentos emigratórios de pedagógicos
brasileiros Para entender os movimentos
emigratórios, os estudantes devem
Desde a década de 1980, milhares de brasileiros têm deixado o país para relembrar os processos migratórios e
trabalhar no exterior em busca de novas oportunidades, devido ao aprofun- suas contribuições para a formação
damento das desigualdades sociais, ao aumento do desemprego e às crises da sociedade brasileira, estudados ao
econômicas pelas quais o Brasil tem passado. longo do 4º ano (EF04GE02).
Esses fatores levaram muitas pessoas a emigrar em direção aos países ricos
do Hemisfério Norte, sobretudo para Estados Unidos, Japão, Canadá e vários
países da União Europeia, como Portugal, Espanha e Inglaterra.
Além disso, grande quantidade de
Daniela Maria/Fotoarena
trabalhadores rurais tem buscado novas
oportunidades de trabalho em países
limítrofes do território nacional, como
Uruguai, Venezuela e, sobretudo, Paraguai.
Calcula-se que, da década de 1990
até 2021, cerca de três milhões de bra-
sileiros tenham deixado o país. Observe
o planisfério e o quadro a seguir, que
mostram as principais comunidades de
brasileiros no mundo.
Selma Caparroz
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO 10 PAÍSES NO
Círculo Polar Ártico MUNDO COM MAIS
ÁSIA
BRASILEIROS
EUROPA
1750
300983
525
227 864
1. Estados
AMÉRICA DO NORTE 1 775 000
1 941 950 Unidos
Trópico de Câncer 2. Portugal 276 000
ORIENTE MÉDIO
OCEANO 3. Paraguai 240 000
Meridiano de Greenwich
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
AMÉRICA DO SUL
589 737
ÍNDICO
OCEANIA 5. Japão 211 138
Trópico de Capricórnio O L 63 273
6. Itália 161 000
DA EDITORA DO BRASIL S 7. Espanha 156 439
0 3 006 6012 km 8. Alemanha 144 120
1 : 300 600 000
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 9. Canadá 121 950
10. França 81 400
Fonte: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Comunidade brasileira no exterior: estimativas referentes ao ano de 2020. Brasília, DF: Itamaraty, 2021.
Disponível em: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/portal-consular/artigos-variados/comunidade-brasileira-no-exterior-2013-estatisticas-2020.
Acesso em: 4 mar. 2022.
69
69
Soluções das
atividades
1. Economia é tudo aquilo que é fa-
bricado e consumido internamen-
te em um país, incluindo o que é
Reviso o capítulo
comercializado com outros países,
seja por meio das exportações, seja 1. O que é economia?
pelas importações.
2. Quais são os três setores da economia? Cite exemplos de atividades econômicas que se desenvolvem
2. O setor primário corresponde à pro-
em cada um deles.
dução de matérias-primas ou ali-
mentos, como agricultura, pecuária, 3. Existe um setor quaternário da economia? Explique.
mineração etc. O setor secundário
4. Em relação à produção de energia elétrica no Brasil, responda:
corresponde à transformação de ma-
a) Quais são os tipos de usinas produtoras?
térias-primas ou produção de ener-
gia, como indústrias, hidrelétricas etc. b) Como a energia é transportada e distribuída para os centros consumidores?
Já o setor terciário corresponde ao c) Quais são os tipos de centros consumidores?
comércio e à prestação de serviços, d) Os centros consumidores também podem produzir energia elétrica? De que forma?
como lojas, consultórios médicos,
5. Defina:
instituições públicas etc.
a) PEA;
3. Em virtude do desenvolvimento
b) PEI.
tecnológico, alguns especialistas
afirmam que há o setor quaternário, 6. Você ou alguém de sua família já comprou em e-commerce? Em que setor da economia se enquadra essa
que engloba a pesquisa científica e atividade? Por quê?
o desenvolvimento de novas tec- 7. Por que podemos afirmar que o Brasil é um país com profundas desigualdades sociais?
nologias, produtos e serviços.
4. a) Hidrelétricas, eólicas, solares, bio- 8. O que tem levado brasileiros a emigrar para o exterior? Para onde a maioria dos emigrantes tem se
massa, combustíveis fósseis e direcionado?
nuclear. Analiso imagens
b) A energia é transportada por
meio de linhas de transmissão 9. Observe cada fotografia com atenção e, em seguida, faça o que se pede.
e de distribuição.
70
UNIDADE 2
No caderno, relacione as fotografias que ilustram melhor cada um dos seguintes conceitos: Proposta avaliativa
• PEA ocupada; • PEA desocupada; • PEI. 1. Peça aos estudantes que formem
duplas ou trios e entrevistem, sob
Crie uma legenda para cada imagem explicando os motivos de a fotografia ilustrar o conceito que você
a supervisão de um adulto respon-
atribuiu a ela.
sável, algum emigrante brasileiro.
Interpreto gráficos Para isso, eles devem elaborar um
roteiro de perguntas no qual bus-
10. Leia com atenção os dados do gráfico a seguir. quem entender os motivos que le-
varam essa pessoa a emigrar, quais
Renda mensal média das famílias brasileiras – 2019 as vantagens de estar fora do país e
Danilo Bandeira
1% - Acima de R$ 28.658 do que ela mais sente falta do Brasil.
Renda mensal Caso tenham dificuldade, auxilie-os
média das famílias 4% - R$ 10.314 a R$ 28.658
a encontrar pessoas que emigraram.
20%
brasileiras R$ 2.330 a 5% - R$ 5.430 a R$ 10.313 Para a realização das entrevistas,
R$ 5.429 podem ser usados aplicativos de
mensagens instantâneas, e-mails, vi-
deoconferência ou quaisquer outras
30%
R$ 1.057 a R$ 2.329 plataformas que os estudantes pre-
70% ferirem. Como resultado, peça que
das famílias escrevam uma reportagem sobre a
ganham até pessoa entrevistada. Se possível, in-
R$ 2.329 Fonte: IBGE. PNAD contínua:
40% rendimento de todas as tegre esta atividade com o professor
Renda familiar de até R$ 1.056 fontes-2019. Brasília, DF:
de Língua Portuguesa.
IBGE, c2020. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv101709_
informativo.pdf. Acesso em: Na BNCC – Geografia
13 maio 2022.
EF07GE02
a) Quantas vezes mais o 1% das famílias com maior renda ganha em relação aos 40% das famílias com Por meio da Proposta avalia-
menor renda? tiva, o estudante entende melhor
b) Explique, com base nos dados apresentados e no que você estudou neste capítulo, de que maneira os fluxos populacionais emigrató-
o gráfico ilustra a desigualdade socioeconômica que existe no Brasil. rios do Brasil.
71
3
Introdução
Na Unidade 3, estudaremos a Re-
gião Nordeste, com toda sua diver-
sidade. Inicie a aula com a seguinte
REGIÃO NORDESTE
pergunta: Quando ouvem falar nessa
região, o que vem à cabeça de vocês?
Como podemos descrevê-la? Deixe-
-os falar livremente e anote na lousa
as descrições. A seguir, apresente-lhes
o que será estudado nos dois capítu-
los, destacando a importância de co-
nhecermos bem as características das
quatro sub-regiões nordestinas com
seus problemas e, também, suas po-
tencialidades sociais, culturais e eco-
nômicas. Se achar pertinente, faça a
leitura do mapa da página 76 expli-
cando algumas diferenças existentes
nessa grande região e por que ela é
dividida em outras sub-regiões.
Objetivos da unidade
• Identificar as principais caracterís-
ticas físicas e socioeconômicas do
Nordeste brasileiro.
• Conhecer as sub-regiões nordestinas.
• Caracterizar o fenômeno das secas.
• Conceituar o Índice de Desenvolvi-
mento Humano Municipal (IDHM).
• Entender as desigualdades sociais
no Nordeste e os atuais fatores de
crescimento econômico.
Justificativa
Os objetivos propostos para esta O povoamento efetivo do território brasileiro teve início no Nordeste, no século XVI.
unidade justificam-se pela necessi- A ocupação dessa região ocorreu do litoral para o interior, e é na porção costeira
dade de os estudantes, ao final dos que se situa a maioria das capitais nordestinas, como a cidade de Fortaleza,
estudos, saberem descrever e diferen- representada na imagem. As praias do litoral nordestino, como a de Mucuripe,
ciar as regiões existentes no Nordeste, mostrada na abertura desta unidade, são famosas por sua beleza no mundo inteiro.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
destacando os aspectos físicos, sociais 1. Você conhece outras características naturais da Região Nordeste? Quais?
e econômicos desses espaços geográ-
DA EDITORA DO BRASIL
ficos. Objetiva-se, ainda, que enten- 2. Qual é a importância histórica e econômica da Região Nordeste para o Brasil?
dam as causas e as consequências da 3. Boa parte da população nordestina sofre com graves problemas de ordem
seca nessa região do Brasil, refletindo socioeconômica e ambiental. Você sabe que problemas são esses? Converse
sobre as desigualdades sociais, espe- com os colegas e o professor sobre isso.
cialmente no Sertão nordestino. Além
disso, eles devem ampliar o conheci-
mento sobre o IDHM e conhecer os
fatores que contribuíram para o cres- 72
cimento econômico no Nordeste, em
anos mais recentes.
Orientações de com praia. Depois, questione-os se a área apresentadaprévio dos estudantes, apresente, se for possível, uma
e sugestões na fotografia é ocupada majoritariamente por moradias sequência de fotografias de diferentes paisagens das
Inicie a aula com a análise da fo- de alta ou baixa renda, orientando a discussão de modo sub-regiões nordestinas (Zona da Mata, Sertão, Agreste
tografia de abertura. Faça perguntas que os estudantes relacionem os grandes prédios na orla e Meio-Norte). Se achar pertinente, acrescente também
que ajudem os estudantes a inter- à valorização econômica daquele espaço. Após essa bre- imagens de outros lugares do Brasil. À medida que for
pretar corretamente a imagem e a ve introdução, realize os questionamentos propostos na apresentando as imagens, peça a eles que descrevam o
entender o que vai ser trabalhado abertura. que observam e justifiquem se são imagens dessa região
nesta unidade. Pergunte-lhes pri- ou não. Anote na lousa as contribuições. A seguir, reto-
meiramente o que a imagem mos- Avaliação diagnóstica me as imagens uma por uma, indicando de quais regiões
tra; espera-se que respondam que Na unidade, estudaremos as principais características são, e destaque quais as principais características de cada
ela mostra uma praia, ou uma cida- da Região Nordeste. Visando acessar o conhecimento sub-região do Nordeste.
72
Para aprofundar
Phaelnogueira/iStockphoto.com
Nesta unidade, você vai estudar: Para trabalhar com mais proprie-
■■ as principais características ambientais da Região dade os conteúdos sobre a Região
Nordeste; Nordeste, sugerimos as seguintes lei-
■■ as sub-regiões nordestinas; turas:
■■ o fenômeno das secas;
• GARCIA, Carlos. O que é Nordeste
brasileiro. São Paulo: Brasiliense,
os movimentos emigratórios a partir do Nordeste;
1984. (Coleção Primeiros Passos).
■■
BNCC na Unidade
Competências Gerais: 1, 3
e 9.
Competências específicas de
Ciências Humanas: 1, 2, 3, 4,
5, 6 e 7.
Competências específicas de
Geografia: 1, 2, 3 e 5.
Habilidades: EF07GE01,
EF07GE02, EF07GE03,
EF07GE04, EF07GE06,
EF07GE07, EF07GE08,
EF07GE09, EF07GE11 e
EF07GE12.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
73
Orientações – Questionamentos
½½ Respostas
1. Resposta pessoal. Oriente os estudantes na conversa de
modo a corrigir possíveis falas que propaguem estereóti-
pos ou preconceitos com a Região Nordeste.
2. Conforme estudado na Unidade 1, a Região Nordeste foi a
primeira a ser ocupada pelos colonizadores portugueses
no século XVI.
3. Resposta pessoal. Comente com os estudantes que há
desigualdades sociais existentes no território nordestino,
além de secas periódicas, típicas do clima semiárido.
73
6
Objetivos do capítulo
• Compreender as características na- Território nordestino
turais do Nordeste.
• Identificar a distribuição populacio-
e sub-região do Sertão
nal no Nordeste.
• Conhecer as sub-regiões do Nordeste.
• Compreender os aspectos sociais, Neste e no próximo capítulo vamos nos aprofundar nos estudos dessa
ambientais e econômicos especí- importante região brasileira. Entenderemos o porquê de suas diferentes pai-
ficos do Sertão nordestino. sagens, das características relacionadas à distribuição da sua população e co-
nheceremos, em detalhes, os principais aspectos das sub-regiões, a começar
Orientações pelo Sertão. Então, vamos lá!
e sugestões
Explique aos estudantes que as di-
visões bem delimitadas, apresentadas Região
Região Nordeste:
Nordeste: político
político
Por dentro da Região Nordeste
Selma Caparroz
40º O
nos mapas de vegetação e clima, são
feitas apenas para facilitar o aprendi- A Região Nordeste do Brasil abriga
São Luís
Parnaíba aproximadamente 58 milhões de
zado. Na realidade, não há linhas que PA habitantes, distribuídos em nove estados:
Fortaleza
determinem onde começa ou termi- MA
CE Arq. de
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande
na um clima ou vegetação; há áreas Imperatriz
Teresina Quixadá Mossoró Fernando
de Noronha do Norte e Sergipe. Juntas, essas
RN Natal
nas quais coexistem características Juazeiro unidades da federação ocupam uma
PI do Norte
comuns a dois ou mais biomas. Balsas Campina PB João Pessoa
Grande
área de aproximadamente 1,5 milhão
de km², o que gera uma densidade
Explore o mapa e as informações São Raimundo PE
Caruaru
Recife
demográfica média relativamente alta,
Nonato
do boxe Por dentro da Região Nor- TO Petrolina
Arapiraca AL
em comparação com a média de outras
Juazeiro
deste. Se possível, inclua em suas ex- 10° S Maceió regiões brasileiras: 39 habitantes por km².
SE Confira a localização dos estados, das
plicações os dados fornecidos pelo Irecê
Feira de
Aracaju
capitais e dos principais centros urbanos
quadro no rodapé desta página. Barreiras
BA
Santana OCEANO
ATLÂNTICO nordestinos no mapa ao lado.
Oriente os estudantes na análise Salvador
Vitória da
dos mapas de clima e vegetação, de GO Conquista
N
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO grandes metrópoles, com densidades demográficas acima dos 200 habitantes
por km² até áreas rurais e reservas naturais com menos de 1 habitante por km².
DA EDITORA DO BRASIL Nas próximas páginas, vamos entender as causas dessa diversidade de pai-
sagens e dos contrastes geográficos existentes no território nordestino.
Diversidade natural
Em relação aos aspectos naturais, os contrastes observados no Nordeste refe-
rem-se, sobretudo, às características dos tipos de clima e de vegetação da região.
74
74
UNIDADE 3
Na Região Nordeste predominam quase todos os tipos climáticos brasileiros, Orientações –
à exceção do clima subtropical. O clima tropical úmido é encontrado na faixa Questionamentos
litorânea oriental; o semiárido e o tropical típico na zona interiorana central; e o
½½ Respostas
equatorial na porção ocidental do estado do Maranhão.
1. Caatinga.
Essa diversidade climática é acompanhada por uma variedade de formas de
vegetação, a qual apresenta áreas dominadas por florestas tropicais (Amazônia
2. Tropical típico e semiárido.
e Mata Atlântica), pela Caatinga, pelo Cerrado e por uma formação de transição 3. Floresta Amazônica: equatorial.
denominada Mata dos Cocais. Observe os mapas a seguir. Mata Atlântica: tropical úmido e
tropical típico. Caatinga: semiárido.
Cerrado: semiárido e tropical típico.
Região Nordeste: clima
Campos: tropical típico. Vegetação
Selma Caparroz
40º O
litorânea: tropical úmido, semiárido
São Luís
Parnaíba Arq. de e tropical típico.
Fernando
Fortaleza de Noronha
MA CE Na BNCC – Geografia
Imperatriz Teresina
Quixadá Mossoró
RN Natal EF07GE09
Juazeiro
PI
Balsas
do Norte
PB Campina
Grande João Pessoa
A dupla de páginas apresenta
São Raimundo PE Recife dois mapas temáticos que permi-
Nonato Caruaru
Petrolina
AL
tirão ao estudante exercitar a inter-
Arapiraca
10° S Juazeiro
Maceió pretação e comparação de informa-
SE
Irecê Aracaju ções especializadas.
Feira de
OCEANO
Barreiras BA Santana ATLÂNTICO EF07GE11
Salvador Os mapas nesta página intro-
Vitória da
Conquista duzem as características físico-
Itabuna N -naturais, bem como a distribui-
Equatorial
O L
Tropical típico
Fonte: IBGE. Atlas
ção da biodiversidade na Região
Tropical úmido
0 240 480 km
Semiárido geográfico escolar. Nordeste.
1 : 24 000 000 S 8. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 96.
Na BNCC – Geral
Região Nordeste: vegetação
Competência específica de
Selma Caparroz
40º O
1. Qual tipo de formação Geografia
vegetal predomina nas
São Luís
Parnaíba
Arq. de áreas de clima semiárido? 2. A resolução dos questiona-
MA
Fortaleza Fernando
de Noronha
2. A Mata dos Cocais se mentos sobre os mapas auxi-
desenvolve nas áreas em lia o estudante no estabeleci-
Teresina
Imperatriz Quixadá Mossoró que prevalecem quais
CE RN Natal tipos climáticos?
mento de conexões entre os
Juazeiro
PI do Norte PB Campina 3. Com os colegas, relacione diferentes aspectos físicos da
Balsas João Pessoa
São Raimundo
Grande a extensão geográfica Região Nordeste.
PE Recife
das diferentes formações
Nonato
Petrolina
Caruaru N Raciocínio geográfico
AL vegetais aos tipos de clima
Juazeiro
10° S Arapiraca
Maceió O L do Nordeste. Conexão: Por meio da inter-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Irecê
Feira de
SE
Aracaju S
pretação dos mapas, o estudan-
OCEANO
te será capaz de reconhecer as
DA EDITORA DO BRASIL
Barreiras BA Santana ATLÂNTICO
conexões existentes entre clima
Salvador
Vitória da
Floresta Amazônica
Mata Atlântica
e vegetação.
Conquista
Mata dos Cocais
Itabuna Caatinga
Cerrado
Campos Fonte: GIRARDI, Gisele;
0 240 480 km Vegetação litorânea
(mangue, restinga, jundu)
ROSA, Jussara V. Atlas
1 : 24 000 000 geográfico do estudante.
São Paulo: FTD, 2016. p. 64.
75
75
Orientações População e sub-regiões
e sugestões Região Nordeste: densidade demográfica
do Nordeste
Selma Caparroz
40º O
Retome o conteúdo do processo
de formação do Brasil, trabalhado No que se refere ao aspecto humano,
Parnaíba
São Luís Arq. de
na Unidade 1 deste livro, de modo a Fortaleza Fernando há na Região Nordeste um forte contraste
de Noronha
mostrar aos estudantes que as maio- MA CE em relação à distribuição populacional. Ela
Teresina
res densidades populacionais corres- Imperatriz Quixadá
Mossoró é caracterizada pela concentração de ha-
RN Natal
pondem às primeiras áreas ocupa- PI Juazeiro bitantes em algumas áreas extremamente
do Norte Campina PB
das no processo colonizador. Balsas Grande João Pessoa
urbanizadas do litoral, sobretudo no en-
Caso os estudantes tenham difi- São Raimundo
Nonato Petrolina
PE Caruaru
Recife
torno das capitais, enquanto áreas do inte-
culdade na leitura do mapa de den- 10° S
Juazeiro Arapiraca ALMaceió rior, como as sub-regiões do Meio-Norte e
sidade, lembre-os de que as tonali- SE do Sertão, encontram-se pouco povoadas.
Irecê Aracaju
dades mais escuras correspondem Barreiras
Feira de OCEANO Observe o mapa ao lado.
BA Santana ATLÂNTICO
aos maiores índices, enquanto as to- Com base nesses contrastes popu-
Salvador
nalidades mais claras representam lacionais e também na diversidade dos
Vitória da
as áreas que têm menores índices N Conquista
Itabuna
Habitantes por km²
aspectos ambientais, o Nordeste pode
Menos de 1,0
populacionais. O L
1,1 a 10,0 ser dividido em quatro sub-regiões
Ao trabalhar o mapa das sub-re- 10,1 a 25,0
S
25,1 a 100,0 distintas: a Zona da Mata, o Agreste, o
giões do Nordeste, comente com os 0 227 454 km
Mais de 100,0 Meio-Norte e o Sertão. Observe o mapa
estudantes que elas não são rígidas, 1 : 22 700 000
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 112. a seguir e leia os textos que seguem.
apenas correspondem a áreas com
características em comum. Portanto,
poderá haver locais dentro de cada Meio-Norte: Agreste: é a
Sub-regiões do Nordeste
região mais estreita zona de
região que apresentam alguns aspec-
Selma Caparroz
40º O
ocidental do transição entre a
tos distintos de seu entorno. Nordeste, com Zona da Mata e
Nesse momento, solicite a eles domínio da Mata São Luís
Parnaíba o Sertão, porém
Arq. de
dos Cocais, zona Fernando é densamente
que comparem os dois mapas e de transição MA
Fortaleza de Noronha
povoada, com
CE
identifiquem qual sub-região tem entre o Cerrado,
Imperatriz
Teresina
Quixadá Mossoró
importante
as maiores densidades demográfi- a Caatinga RN Natal
atividade
e a Floresta Juazeiro agropecuária.
cas. Depois, peça-lhes que consul- Amazônica. Balsas
PI do Norte Campina PB João Pessoa
Grande
tem os mapas de clima e vegetação São Raimundo Recife
PE
do Nordeste, na página 75, para ca- Nonato
Petrolina Caruaru
Arapiraca AL
racterizarem ambientalmente a sub- 10° S Juazeiro Maceió
SE
-região que tem a maior densidade Irecê Aracaju
Feira de
demográfica. Os estudantes deverão Barreiras
BA Santana
OCEANO
ATLÂNTICO
Zona da Mata:
estende-se na
identificar a sub-região da Zona da Salvador
área litorânea,
Sertão: é a
Mata, que está submetida ao clima mais extensa Vitória da
Conquista N desde o Rio
tropical úmido, tendo como predo- das sub-regiões, Itabuna Grande do
porém a menos O L Norte até o sul
minância a vegetação litorânea e a povoada. É
Meio-Norte
da Bahia. É a
Sertão
Mata Atlântica. Esse exercício pode S
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ser feito oralmente, apenas para os
a região de
predomínio da
Agreste
Zona da Mata
0 227
1 : 22 700 000
454 km
sub-região mais
populosa e
com os maiores
estudantes estabelecerem relações DA EDITORA DO BRASIL Caatinga e do
clima semiárido. Fontes: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
2013. p. 78; THÉRRY, Hervé; MELLO-THÉRRY, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e
níveis de chuva.
entre os mapas apresentados, infe- dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005.
rindo informações por meio de suas
A seguir, vamos conhecer as principais características da sub-região do
análises e comparações.
Sertão e, consequentemente, tentar compreender melhor os contrastes inter-
A primeira sub-região a ser traba-
lhada é o Sertão. Antes de iniciar a nos do Nordeste. O estudo específico das demais sub-regiões será desenvol-
leitura do texto na página, pergunte vido no próximo capítulo.
aos estudantes quais palavras, sen- 76
timentos e ideias eles associam ao
Sertão. Anote-as no quadro e dis-
cuta-as, de modo a desmistificar al-
gumas ideias de senso comum que Pergunte se eles sabiam que em períodos chuvosos a Na BNCC – Geral
possam aparecer. Depois, faça uma Caatinga fica verde ou se achavam que o clima era seco o Competência específica de Geografia
leitura conjunta do texto com a tur- ano inteiro. Nesse momento, você pode convidar o profes-
3. O conteúdo do texto e dos mapas da página propicia a
ma, tirando possíveis dúvidas. sor de Ciências para fazer uma explanação interdisciplinar aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupa-
Depois da leitura do texto, incenti- sobre o processo adaptativo da vegetação desse bioma. ção do território e da produção do espaço geográfico
ve os estudantes a comparar as duas Comente com os estudantes que, no período chuvoso, nordestino, aplicando os princípios da analogia, distri-
imagens da Caatinga na página 77. essa mudança pode ser notada em poucos dias. buição, extensão, localização e ordem.
76
UNIDADE 3
Para aprofundar
Sertão nordestino Muitos estudantes podem ter
dificuldade em interpretar os nú-
O Sertão é a mais extensa das sub-regiões nordestinas, compreendendo
meros da precipitação média anual.
aproximadamente 60% do território. Essa imensa área é dominada pelos re-
Como é um dado que vai ser traba-
levos de planaltos e de depressões, entremeados por serras e chapadas, com
lhado ao longo de todo o ano, eles
altitudes médias de cerca de 500 metros.
precisam compreender a forma de
Nessa sub-região predomina o clima semiárido, que se caracteriza por tem-
medição das chuvas. Para isso, apre-
peraturas elevadas (entre 24 °C e 28 °C) e duas estações bem definidas durante sente-lhes o vídeo a seguir.
o ano: uma seca e outra chuvosa. As chuvas concentram-se em três ou quatro • EXPLICANDO o tempo – saiba
meses, com uma pluviosidade média de 750 mm anuais. Porém, em algumas como se mede a chuva. [S. l.: s. n.],
áreas sertanejas, pode chover menos de 500 mm ao ano. Essa característica cli- 2015. 1 vídeo (ca. 4 min). Publi-
mática influencia diretamente na disponibilidade de recursos hídricos na sub-re- cado pelo canal Climatempo
gião, com a existência de alguns rios permanentes e muitos outros temporários, Meteorologia. Disponível em:
ou seja, cursos de água que secam parcial ou totalmente durante as estiagens. https://www.youtube.com/
Em interação com essas características climáticas e hídricas, desenvolve-se watch?v=gZSCrirZ5c4&ab_
no Sertão o bioma da Caatinga. Nesse ambiente, há o predomínio de uma vege- channel=ClimatempoMeteorologia.
tação formada por arbustos lenhosos de porte variado e plantas espinhosas, a Acesso em: 13 jun. 2022.
exemplo dos cactos, como o mandacaru e o xique-xique. As fotografias a seguir
mostram paisagens da Caatinga em dois momentos durante o ano: na estação
chuvosa e na estação seca.
Fotos: Delfim Martins/Pulsar Imagens
A B
77
77
Orientações
e sugestões CONEXÕES COM LÍNGUA PORTUGUESA
Ao trabalhar a seção Conexões
com Língua Portuguesa, convide o
A xilogravura, o cordel e a paisagem sertaneja
professor de Língua Portuguesa para
explicar aos estudantes o gênero cor- Formão: instrumento A xilogravura é uma antiga técnica artesanal de reprodução de imagens
de uso manual, e textos em que o artesão utiliza uma peça entalhada em madeira como ma-
del e suas especificidades, e o profes- com ponta afiada,
triz. O entalhe é feito à mão com um formão ou outro instrumento cortante.
sor de Arte para evidenciar as carac- utilizado para
entalhar ou esculpir A matriz entalhada recebe a tinta, com a qual é impresso, em várias cópias, o
terísticas da xilogravura.
madeira. texto ou a imagem no papel.
Comente com os estudantes que as Desde o século XIX, a xilogravura tem sido utilizada no interior do Nordeste
secas no Sertão são comuns devido à para a reprodução de poemas, contos populares e imagens que ilustram esse
baixa pluviometria dessa sub-região. tipo de texto, o chamado cordel. Tanto nas xilogravuras quanto na literatura
Porém, com a derrubada da vegeta- de cordel, os artistas nordestinos retratam, entre outras coisas, o dia a dia da
ção original e a degradação ambiental população sertaneja, as festividades, as lendas e as paisagens dessa sub-re-
existente na Caatinga, elas têm se in- gião. Em 2018, a literatura de cordel em xilogravura foi reconhecida como Pa-
tensificado nas últimas décadas. trimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Auxilie os estudantes na interpre- Artístico Nacional (Iphan).
Veja como o Sertão é retratado na visão de um xilogravurista e de um
tação e análise dos esquemas nesta
cordelista por meio dos exemplos a seguir.
dupla de páginas, de modo que eles
compreendam as diferenças entre a Meu sertão
circulação atmosférica em anos do fe-
nômeno El Niño e em anos sem ele. Meu sertão quando tá seco
Comente com os estudantes que o É triste de fazer dó
.com
nome “El Niño” foi dado pelas socieda- Seca água nos açudes
terstock
2. Resposta pessoal. É provável que 3. Busque mais informações sobre xilogravura e literatura de cordel. Conhe-
ça outros artistas que fazem esse tipo de trabalho. Troque ideias com os
os estudantes mencionem a não
colegas para realizar a pesquisa.
utilização da norma-padrão da lín-
gua portuguesa.
3. Resposta pessoal. Oriente os estudan- 78
tes na pesquisa, de modo a ampliar o
conhecimento deles sobre o assunto.
78
UNIDADE 3
Fenômeno das secas Atividades
complementares
Existem ocasiões em que o período de estiagem, ou seja, sem chuvas, pro-
1. Solicite aos estudantes que pes-
longa-se por mais de um ano, dando origem ao chamado fenômeno das secas.
quisem as causas complementa-
Essa ocorrência natural está presente na vida das populações do interior da
res ao fenômeno El Niño, que dão
Região Nordeste há séculos. origem às secas no Nordeste brasi-
Os primeiros registros de estiagens extremas datam do século XVI. Com inter- leiro. Espera-se que busquem infor-
valos irregulares, longos períodos sem chuva (de até três anos contínuos) atin- mações tanto a respeito de causas
gem, sobretudo, a sub-região do Sertão. Essa situação decorre das mudanças naturais, como o clima semiárido
sazonais na circulação geral dos ventos atmosféricos por conta, principalmente, que afeta a região, quanto de causas
da atuação do fenômeno chamado El Niño. Veja como isso ocorre por meio dos antrópicas, como o desmatamento
esquemas a seguir. da vegetação nativa que intensifica
os períodos de seca. O resultado das
pesquisas pode ser entregue por
El Niño e secas no Sertão
meio de um trabalho escrito.
O El Niño é o fenômeno de aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico,
na costa da América do Sul. Em uma situação normal, ou seja, em anos sem
Para aprofundar
Representação
simplificada em
El Niño, a circulação dos ventos atmosféricos ocorre como mostra o Esquema 1. cores-fantasia
Já em anos de El Niño, há uma mudança nos padrões de circulação dos ventos e tamanhos
sem escala.
Como forma de ilustração do fenô-
na região que estamos analisando, ocorrendo o que é mostrado pelo Esquema 2. meno El Niño, apresente aos estudan-
tes o vídeo a seguir.
Esquema 1 — Circulação de ventos no Pacífico — Situação normal • ENTENDA o que é El Niño. [S. l.:
Ilustrações: Alex Argozino
180º
1. O ar quente se eleva na s. n.], 2019. 1 vídeo (ca. 4 min).
ÁSIA região da Indonésia. Publicado pelo canal Nexo Jornal.
2. O ar ascendente (de Disponível em: https://youtu.be/_
baixo para cima)
AMÉRICA favorece a formação de SaNsxrkieI. Acesso em: 2 abr. 2022..
nuvens e de chuva.
0º
Equador 3. O fluxo de ar desce sobre
INDONÉSIA o Peru.
PERU
4. O ar subsidente (de
cima para baixo) inibe
a formação de nuvens
OCEANIA nessa área.
DA EDITORA DO BRASIL
0º
Equador impedindo a chegada de
INDONÉSIA
ventos úmidos do Oceano
BRASIL Atlântico e da Amazônia,
provocando os períodos
AUSTRÁLIA de seca.
OCEANIA
Fonte dos esquemas: PEGORIM, Josélia. Como o El Niño agrava a seca no Nordeste? Climatempo, São Paulo, 27 nov. 2015. Disponível em:
https://www.climatempo.com.br/noticia/2015/11/06/como-o-el-nino-agrava-a-seca-no-nordeste-9975. Acesso em: 9 fev. 2022.
79
Na BNCC – Geral
Competência geral
3. Por meio do estudo das xilogravuras e dos cordéis, o estudante será instigado a conhecer e valorizar as diversas manifes-
tações artísticas existentes no Nordeste.
Competências específicas de Ciências Humanas
1. Ao ser apresentado ao cordel do Patativa do Assaré, o estudante se depara com uma manifestação artística que não
segue a norma-padrão da língua portuguesa. Assim, ele será capaz de compreender a si e ao outro como diferentes
e valorizar essas diferenças.
3. A leitura do poema na página incentiva o estudante a valorizar as diversas manifestações artísticas presentes no Brasil.
5. O estudo do El Niño permite ao estudante compreender a influência de um fenômeno ocorrido no Oceano Pacífico
e os seus desdobramentos no Sertão nordestino.
79
Orientações Secas, perda da terra e migrações
e sugestões
Converse com os estudantes sobre Durante o século XX, o Sertão foi a sub-região de origem de intensos fluxos
os impactos das secas para as popu- migratórios. Além das fortes secas ocorridas, foram causas das migrações o pro-
lações sertanejas. Comente que, além cesso de perda da terra por milhares de camponeses e o empobrecimento da
da falta de água para beber, há a difi- população. Tais fatores foram determinantes no desencadeamento de grandes
culdade de plantação e de criação de ondas emigratórias, que acabaram se destacando historicamente na dinâmica
animais para alimentar a família. Apro- populacional brasileira, como visto no Capítulo 4.
veite o momento para apresentar-lhes Muitos brasileiros saíram do Nordeste,
80
UNIDADE 3
Para aprofundar
Economia sertaneja Para maior aprofundamento sobre
a produção agrícola no semiárido,
A economia do Sertão nordestino baseia-se na agropecuária, atividade que
sugere-se a leitura do livro Agricultura
sofre diretamente com os impactos das condições climáticas, sobretudo na
familiar dependente de chuva no
época das estiagens.
semiárido, de Tadeu Vinhas Voltolini
A pecuária bovina é a principal
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
81
81
Pré-requisitos
pedagógicos
Os estudantes utilizarão conheci-
mentos adquiridos ao longo do 6º A questão da água e a transposição do Rio São Francisco
ano acerca das características de um
A baixa pluviosidade e a ocorrência de estiagens no Sertão comprometem o desenvolvimento das ati-
mapa e das diferentes formas de re-
vidades agropecuárias, prejudicando principalmente os pequenos proprietários, que constituem a maioria
presentação da superfície terrestre:
dos produtores rurais.
mapa, croqui e planta. Com poucos recursos para investir em suas propriedades, os agricultores geralmente cultivam apenas
lavouras de subsistência (feijão, mandioca, milho e alguns legumes), além de desenvolverem uma pequena
Orientações criação de gado bovino e caprino, na forma extensiva. Em geral, essas atividades proporcionam renda mui-
e sugestões to baixa, insuficiente para suprir as necessidades básicas das famílias camponesas, que, em grande parte,
Esta dupla de páginas comple- vivem em condições precárias.
menta os impactos da seca para as No Brasil, há tecnologia suficiente para explorar recursos hídricos na forma de sistemas de irrigação
populações do Sertão nordestino. (para lavouras e pastagens), bem como para implantar redes de abastecimento de água potável para a
população. Esse é o caso, por exemplo, do Projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.
Então, continue trabalhando os as-
A construção pelo governo federal de um sistema de transposição de águas no Sertão do Nordeste visa via-
suntos relacionando-os com a seca
bilizar o desenvolvimento socioeconômico dessa sub-região, captando a água do Rio São Francisco para abas-
existente nessa sub-região. Comen- tecer açudes estratégicos nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Por meio desses
te que as desigualdades sociais exis- açudes e de uma rede de adutoras (canais ou tubulações), a água deverá abastecer propriedades rurais e pe-
tentes impedem que muitas pessoas quenas, médias e grandes cidades desses estados, atendendo
tenham acesso à água, embora haja um total de aproximadamente 12 milhões de habitantes. Transposição do Rio São Francisco
tecnologia para irrigação. Como for- O Rio São Francisco é o mais extenso rio perene da Região
Selma Caparroz
Rio receptor
Área de influência indireta
ma de exemplificação do potencial do Nordeste e o que apresenta maior volume de água. A obra de Área de influência direta
Área diretamente afetada
Sertão nordestino na produção Chico Ferre
ira/Pu
transposição é composta de dois pontos ar i b
e
CEARÁ
u
lsar
g
Ja
Ima
de captação nesse curso de água, de RIO GRANDE
Rio
agrícola, mencione aos estudantes
i
od
gen
Ap
s
Rio
DO NORTE
onde partem os dois eixos ou ca-
çu
que nas cidades de Petrolina (PE) e
s-A
ha
OCEANO
an
nais de transporte: o eixo norte e
Pir
ATLÂNTICO
Rio
Juazeiro (BA) há um grande cultivo de PIAUÍ PARAÍBA
o eixo leste. Por meio de esta- N Pa
raíb
a
O L
em climas mais frios e úmidos. dutos e degraus será feito o
8° S 280 km
EIXO LESTE
217 km
Auxilie os estudantes na leitura do abastecimento da população. oF
c
ran isco
PERNAMBUCO S
ã
infográfico da seção Fique ligado!, Observe no mapa e no esque-
Rio
BAHIA ALAGOAS
0 140 280 km
1 : 1 400 000
apresentando as partes de cada tre- ma como funciona o projeto. 38° O
Luca Navarro
canal suspenso usado para conduzir degraus são sempre do local mais
água de um local para outro. alto para o mais baixo.
Fontes: FOOD AND AGRICULTURE [...]. [Roma]: ONU, c2021. Disponível em: http://www.fao.org/home/en/; United Nations. World Population Prospects,
2015. In: DESA. [S. l.]: UN, [201-?]. Disponível em: http://esa.un.org/. Acesso em: 11 fev. 2022.
82
82
UNIDADE 3
Orientações
e sugestões
Ao trabalhar a seção Mundo dos
mapas, comente com os estudan-
tes que os drones tiram fotografias da
Pontos de vista da paisagem e produção de mapas e croquis superfície terrestre em uma altitude
mais baixa que os satélites. Enquanto
Já estudamos que um mapa é a representação de uma paisagem sob um ponto de vista muito parti-
os drones estão dentro da atmosfera
cular: o vertical. Também vimos que, atualmente, várias são as tecnologias utilizadas para obter imagens
terrestre, os satélites estão no espaço,
da paisagem terrestre, como as imagens de satélites artificiais, de aviões e de drones. na órbita da Terra. Assim, quanto mais
As imagens a seguir foram obtidas com equipamentos diferentes: a imagem A foi obtida por um longe estiver o sensor de captação da
drone; já a imagem B foi gerada pelo satélite de monitoramento. Ambas mostram uma mesma localida- imagem, maior é a área que ele pode-
de do município de Petrolina, no interior de Pernambuco, em plena sub-região do Sertão. Entretanto, há rá fotografar de uma única vez.
uma clara distinção entre uma área com plantação abastecida por equipamentos de irrigação e outra
onde predomina a vegetação de caatinga. Observe: Para aprofundar
Promova a elaboração de um cro-
Imagem A – Ponto de vista oblíquo qui e de um mapa simples utilizando,
respectivamente, as imagens A e B.
83
83
Soluções das
atividades
1. O Nordeste tem nove estados:
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Reviso o capítulo
Alagoas, Sergipe e Bahia.
2. Foram utilizados como critérios a 1. Quantos são os estados que compõem a Região Nordeste? Nomeie cada um deles.
diversidade de aspectos ambientais
2. Quais são os critérios utilizados para a divisão do espaço geográfico nordestino em quatro sub-regiões?
e os contrastes da distribuição da Qual é o nome de cada uma delas?
população.
3. a) A sub-região com as menores 3. Compare as informações dos mapas das páginas 75 e 76 e responda às questões a seguir.
densidades demográficas é a a) Qual é a sub-região com as densidades demográficas mais baixas do Nordeste?
Meio-Norte. b) E qual sub-região tem as maiores densidades?
b) A que tem as maiores densidades c) Quais são os tipos de vegetação predominantes em cada uma das sub-regiões?
é a Zona da Mata. 4. Liste as principais características do clima e da vegetação no bioma da Caatinga.
c) Meio-Norte: Mata dos Cocais e
Cerrado. 5. Cite os motivos das grandes ondas emigratórias do Sertão do Nordeste para outras regiões do país
durante o século XX.
Sertão: Cerrado e Caatinga.
Agreste: Mata Atlântica. 6. Sobre a economia do Sertão, responda às questões a seguir.
Zona da Mata: Mata Atlântica e a) Quais são as principais atividades econômicas desenvolvidas?
vegetação litorânea. b) De que maneira o clima predominante nessa sub-região afeta as atividades agropecuárias? Explique.
4. Está submetido a temperaturas
elevadas, com duas estações de-
finidas: chuvosa e seca. Com plu- AQUI TEM GEOGRAFIA
viometria média anual de 750 mm,
a vegetação é adaptada à baixa
Editora Armazém da Cultura
Leia:
umidade, apresentando arbustos
lenhosos de portes variados e plan- O beabá do Sertão na voz de Gonzagão
tas espinhosas. de Arlene Holanda e Arievaldo Viana (Armazém da Cultura)
5. As intensas secas no Sertão provo- Por meio da linguagem de cordel, o livro convida o leitor a
um passeio pela paisagem e pelos costumes do Sertão, retra-
caram grandes ondas migratórias.
tados nas canções de Luiz Gonzaga.
Além disso, o empobrecimento da
população e a perda da terra por
milhares de camponeses também
influenciaram a saída de sertanejos.
Editora Moderna
84
UNIDADE 3
Interpreto textos Proposta avaliativa
1. Proponha aos estudantes que pro-
7. Leia a seguir trechos de um poema do cordelista maranhense Assis Coimbra. duzam uma xilogravura com paisa-
gens do Sertão nordestino. Como
Tudo se torna um tomento forma de adaptação da técnica, em
Se não chove no sertão, vez de utilizar madeira entalhada, é
Secam açudes, riachos possível fazer a atividade com isopor.
Fazendo rachar o chão. Solicite uma pesquisa de fotografias
A lavoura não floresce, que mostrem paisagens do Sertão
Daniel Almeida
E o nordestino padece, nordestino. Podem ser fotografias
Por falta de água e pão. de áreas urbanas ou rurais, eviden-
ciando o modo de vida da popu-
[...]
lação. Elas servirão de inspiração
Parece que é mesmo intriga
para os estudantes na criação de
Da chuva com meu sertão,
suas obras. Ajude-os a analisar as
Chove no sul e sudeste
imagens escolhidas, a fim de não
Aqui só ronca o trovão. refletirem estereótipos socialmente
A chuva sai pro oeste, reproduzidos, e sim a realidade das
Não caindo no nordeste paisagens ou daquela população.
Nem água de cerração. Depois, eles deverão desenhar em
uma folha de papel um esboço do
que querem retratar, para facilitar as
possíveis modificações e correções
que julgarem necessárias. Com o
esboço acabado, eles deverão re-
produzir a paisagem retratada na
bandeja de isopor, forçando o lápis
ou a caneta para criar um alto-rele-
vo. Após a conclusão do desenho
na bandeja, os estudantes deverão
COIMBRA, Assis. Tempo de seca no Sertão. Narradores de cordel, [s. l.], 20 abr. 2011.
pintar o isopor com as cores que
Disponível em: http://narradoresdecordel.blogspot.com.br/2011/04/tudo-se-torna desejarem, depositando bastante
-um-tomento-se-nao-chove.html. Acesso em: 11 fev. 2022. tinta. Quando acabarem a pintura,
eles deverão prensar a bandeja em
uma folha de papel branco para
Com base em seus conhecimentos e nos trechos do poema de cordel apresentado acima, faça o que
se pede a seguir.
passar a tinta do isopor para a folha.
Ao final da atividade, proponha uma
a) Quais são os transtornos causados pela falta de chuva no Sertão?
exposição das xilogravuras criadas
b) Quais são as principais causas do fenômeno das secas no Nordeste?
pelos estudantes, na qual eles apre-
c) Explique o significado destes versos: “Chove no sul e sudeste / Aqui só ronca o trovão. / A chuva sentarão suas criações explicando as
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
sai pro oeste, / Não caindo no nordeste / Nem água de cerração”.
cores utilizadas e as formas feitas.
DA EDITORA DO BRASIL
d) Cite algumas ações tomadas pelos governos estadual e federal para diminuir os efeitos do clima
semiárido e do fenômeno das secas na vida da população sertaneja.
Essa atividade pode ser feita em
conjunto com o professor de Arte.
8. Junto com outros colegas, façam uma pesquisa a respeito de como era a paisagem da sub-região do
Sertão há cerca de 20 mil anos, quando o clima se apresentava mais úmido do que na atualidade. Para
isso, consultem o site da Fundação Museu do Homem Americano, no qual encontrarão informações a
respeito dos sítios arqueológicos e das pinturas rupestres existentes no Parque Nacional da Pedra Furada,
no Piauí. Disponível em: http://fumdham.org.br/fumdham/. Acesso em: 11 fev. 2022.
85
85
7
Objetivos do capítulo
• Identificar as características físico- Nordeste: sub-regiões e
-ambientais das sub-regiões nor-
destinas: Zona da Mata, Agreste e
desenvolvimento econômico
Meio-Norte.
• Analisar a estrutura econômica des-
sas sub-regiões nordestinas.
• Compreender o IDHM aplicado ao No capítulo anterior, conhecemos as principais características naturais e po-
contexto do Nordeste brasileiro. pulacionais do Nordeste e nos detivemos no estudo da mais extensa de suas
• Entender a importância da região sub-regiões: o Sertão. A seguir, vamos analisar as principais características
denominada Matopiba para o ambientais e socioeconômicas das demais sub-regiões nordestinas: a Zona da
Nordeste. Mata, o Agreste e o Meio-Norte. Este será o ponto de partida para compreen-
• Valorizar a contribuição de povos dermos que, embora seja uma região com graves problemas sociais, nos últi-
tradicionais brasileiros, como as mos anos o Nordeste tem apresentado uma forte tendência de crescimento
quebradeiras de coco de babaçu. econômico e de melhoria da qualidade de vida da população.
• Reconhecer o potencial turístico
do Nordeste.
Zona da Mata e Agreste
Orientações A sub-região da Zona da Mata ocupa a parte leste do Nordeste, área domi-
e sugestões nada pelo clima tropical úmido (quente e chuvoso). A pluviosidade é elevada
Comente com os estudantes que (1 800 mm a 2 000 mm anuais), com temperaturas médias anuais altas, varian-
neste capítulo eles estudarão as ou- do entre 24 °C e 26 °C.
tras três sub-regiões do Nordeste,
Esse ambiente quente e úmido favoreceu o desenvolvimento da floresta tro-
iniciando com a Zona da Mata e o
pical, também denominada Mata Atlântica, vegetação exuberante e com grande
Agreste. Assim, retome o conteúdo
diversidade de espécies de fauna e flora. Originalmente, a floresta ocupava gran-
trabalhado na Unidade 1, no qual foi
de parte dessa sub-região, que, por isso, passou a ser chamada de Zona da Mata.
apresentado o processo de ocupa-
Contudo, desde a ocupação pelos europeus, há mais de cinco séculos, exten-
ção do território brasileiro, sendo a
Zona da Mata a primeira área a ser sas áreas de florestas foram derrubadas, dando lugar a plantações, sobretudo
colonizada. de cana-de-açúcar e cacau, e a dezenas de cidades. Além disso, atualmente as
Compare os dados apresentados queimadas e os desmatamentos ilegais contribuem para a devastação do que
no climograma de Porto Seguro (BA) restou dessa floresta.
ao texto apresentado na abertura do
capítulo, a fim de que os estudantes
Parque Nacional e Histórico
assimilem melhor as características do Monte Pascoal Climograma de Porto Seguro (BA)
dessa sub-região.
Zeni Santos
No litoral sul da Bahia, no município de Porto
Quando mencionar a diminuição Seguro, localiza-se o Parque Nacional e Histórico
Precipitação Temperatura
da umidade no interior do território do Monte Pascoal. Além de abrigar terras
(mm) (ºC)
210 35
nordestino, comente a influência do indígenas e ser importante área de preservação
de Mata Atlântica, o parque tem relevância 180 30
Planalto da Borborema no clima da
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
região. Diga-lhes que esse planalto histórica: segundo registros do escrivão da
esquadra de Pedro Álvares Cabral, esse trecho
150 25
manecendo no litoral. 30 5
0 0
Fonte: PORTO Seguro Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
[20--?]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/ Meses
brasil/bahia/porto-seguro-6090/. Acesso em: 11 fev. 2022. Fonte: CLIMATE-DATA. Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/bahia/porto-seguro-6090/.
Acesso em: 24 fev. 2021.
86
86
UNIDADE 3
Na BNCC – Geografia
Na BNCC – Geral
Partindo do litoral em direção ao interior da Região Nordeste, o clima vai
Competência específica de
se tornando mais seco. Essa mudança climática dá origem a uma faixa de Geografia
transição denominada Agreste, sub-região que se estende entre a Zona da 2. A dupla de páginas permite ao
Mata e o Sertão. Dessa forma, o Agreste apresenta características naturais estudante estabelecer conexões
tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois em seus trechos mais úmidos entre relevo, clima e vegetação.
desenvolve-se a Floresta Tropical, enquanto nas áreas mais secas predomina
a caatinga, vegetação típica sertaneja.
Zeni Santos
Entre as principais particularidades da sub-região do Precipitação Temperatura
(mm) (ºC)
Agreste, temos o Planalto da Borborema. Essa forma
120 30
de relevo estende-se por cerca de 400 km, entre Rio
Grande do Norte e Alagoas, passando por Pernambuco 100 25
e Paraíba. Com uma altitude média de 500 metros, na 80 20
Borborema há serras que podem ultrapassar os mil
60 15
metros, servindo como barreiras aos ventos úmidos
vindos do Oceano Atlântico. Em anos de El Niño, 40 10
esse fato pode tornar o fenômeno das secas ainda 20 5
mais intenso no Sertão nordestino. No Planalto da 0 0
Borborema também se localizam importantes centros jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
urbanos do Agreste, como Campina Grande (PB), Meses
Caruaru (PE) e Arapiraca (AL). Fonte: CLIMATE-DATA. Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/paraiba/campina-grande-
Fonte:4449/#climate-graph.
CAMPINA Grande Acesso em: 24Clima
fev. 2021. (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.],
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL Morro do Cruzeiro na
Serra de São Bento (RN),
uma das serras que
compõe o Planalto da
Borborema, 2018.
87
87
Pré-requisitos Zona da Mata e Agreste: aspectos econômicos
pedagógicos
Para compreender o conteúdo tra- Atualmente, a Zona da Mata é a sub-região economicamente mais impor-
balhado nesta dupla de páginas, os tante do Nordeste. Nela, concentram-se diferentes segmentos da atividade
estudantes deverão relembrar as in- fabril, como indústrias têxteis e alimentícias, agroindústrias (sobretudo usinas
ter-relações entre campo e cidade de açúcar e álcool), indústrias extrativas minerais, petroquímicas e, mais re-
estudadas ao longo do 4º e 5º anos centemente, automobilísticas.
(EF04GE04 e EF05GE04). As indústrias extrativas são responsá-
88
Zeni Santos
vai se tornando cada vez mais úmido devido à Precipitação Temperatura entre abril e julho.
aproximação com a Amazônia. Assim, a caatinga cede (mm) (ºC)
350
3. Resposta pessoal. Oriente os estu-
lugar, gradativamente, a outros tipos de vegetação: 35
primeiro ao cerrado, depois à Mata dos Cocais – uma 300 30 dantes para que destaquem e justi-
vegetação de transição que recobre extensa área do 250 25 fiquem as características escolhidas.
Meio-Norte – e, por fim, à Floresta Amazônica, na porção
200 20
oeste do Maranhão.
150 15
100 10
50 5
0 0
Fonte: BACABAL Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/
Meses
maranhao/bacabal-31928/#climate-graph. Acesso em: 11 fev. 2022.
Fonte: CLIMATE-DATA. Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/maranhao/bacabal-31928/
#climate-graph. Acesso em: 24 fev. 2021.
Lucas Carvalho/GEO Imagens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Analise as imagens e os climogramas dos boxes das páginas 86 e 87. Depois,
DA EDITORA DO BRASIL
compare as informações com as do boxe acima e responda às questões a seguir.
1. Em qual sub-região há uma quantidade de chuvas mais bem distribuída durante
o ano?
2. Em cada sub-região, em qual época do ano ocorrem os meses mais secos? E
quais são os meses mais chuvosos?
3. Quais características das formações vegetais mais lhe chamaram a atenção?
Destaque algumas delas.
89
Atividades complementares
Como complementação aos questionamentos propostos, 2. Com base nos estudos da Climatologia feitos no 6o ano,
faça aos estudantes as perguntas a seguir. qual a explicação para essa configuração?
1. O que se pode concluir em relação à temperatura das três Espera-se que os estudantes mencionem que as três sub-
sub-regiões? -regiões estão próximas à Linha do Equador, ou seja, re-
Não há grandes diferenças nas médias térmicas mensais de cebem grande insolação ao longo de todo o ano, dife-
cada sub-região. Além disso, ao comparar os três climogra- rentemente das regiões mais distantes dessa zona, que
mas, também não são observadas grandes discrepâncias apresentam maiores variações térmicas anuais.
térmicas entre as sub-regiões estudadas.
89
Orientações Economia do Meio-Norte
e sugestões
Relembre aos estudantes o concei- As atividades econômicas predominantes no Meio-Norte são ligadas ao
to de atividades extrativistas, que campo. A atividade extrativa vegetal é praticada em grande parte dessa região,
são aquelas que extraem da natureza sobretudo na Mata dos Cocais, onde são exploradas duas espécies de palmei-
produtos que possam ser utilizados ras: o babaçu e a carnaúba. Com base em técnicas de exploração tradicionais,
pelo ser humano. Como atividade essa coleta constitui a principal fonte de renda para muitos trabalhadores (leia
extrativista animal, podem ser men- a seção Zoom a seguir). Na região da Mata dos Cocais, também é comum a
cionadas a caça e a pesca; vegetal, a criação extensiva de gado bovino.
extração do látex e a coleta de coco Nas margens dos principais rios do Meio-Norte, onde os solos são mais
de babaçu; e mineral, o garimpo do úmidos, desenvolvem-se grandes plantações de arroz de várzea, no Piauí e no
ouro e a mineração de diversos tipos Maranhão, sendo este último estado um dos maiores produtores do país. Nas
de rocha. áreas mais secas, são cultivadas lavouras de mandioca, milho e algodão.
Nesse momento, não é necessá-
rio aprofundar o conceito Matopiba,
Atividades
complementares
1. Solicite aos estudantes que façam
uma pesquisa sobre o babaçu e
a carnaúba. Eles deverão buscar
informações sobre a importância
econômica de cada um, além de
mencionar os principais usos co-
merciais no Brasil. Este trabalho deve
ser feito individualmente e ter como
resultado um texto explanando as
descobertas. Plantação de arroz
em várzea em Ribeiro
Gonçalves (PI), 2017.
Além dessas lavouras, há cerca de três décadas a cultura de soja vem sendo
praticada em diversos municípios localizados no Meio-Norte, sobretudo nas
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO áreas de Cerrado, como no sul do Maranhão e em parte do Piauí e no sertão
baiano. Essa região foi recentemente denominada pela sigla Matopiba, como
DA EDITORA DO BRASIL veremos mais adiante.
A criação do Complexo Portuário e Industrial de São Luís, no Maranhão, que
congrega os portos do Itaqui e da Madeira, também tem colaborado para im-
pulsionar o crescimento dessa sub-região nordestina. Esses portos são funda-
mentais para as exportações agrícolas e o embarque de minério de ferro, cobre
e manganês extraídos da Serra dos Carajás, no Pará.
90
90
UNIDADE 3
Para aprofundar
Na BNCC – Geografia
Complexo portuário do
EF07GE03
Porto Marítimo do Itaqui. Ao conhecer os modos de
São Luís (MA), 2019.
vida das quebradeiras de coco de
babaçu, o estudante será capaz
de selecionar argumentos que
reconheçam as territorialidades
desses povos.
As mulheres quebradeiras de coco EF07GE06
Do babaçu, nada se perde. Da palha, cestos. Das folhas, o teto das casas. Da casca, carvão. Do caule, O conteúdo trabalhado dá em-
basamento para que o estudante
adubo. Das amêndoas, óleo, sabão e leite de coco. Do mesocarpo, uma farinha altamente nutritiva.
discuta como a produção, a cir-
“A gente diz que a palmeira é nossa mãe”, resume Francisca Nascimento, coordenadora-geral do Mo- culação e o consumo de merca-
vimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu. O tempo que o cacho com os cocos leva dorias provocam impactos am-
para cair é de exatos 9 meses. E é quando caem que entram em ação as quebradeiras de coco babaçu, bientais.
grupo de cerca de 300 mil mulheres espalhadas em comunidades camponesas do Maranhão, Piauí,
Tocantins e Pará, em uma área de convergência entre o Cerrado, a Caatinga e a Floresta Amazônica, Na BNCC – Geral
especialmente rica em babaçuais. Há gerações, essa tem sido a rotina dessas trabalhadoras: passar o dia Competência geral
coletando os cocos e quebrando-os ao meio para extrair, sobretudo, suas amêndoas, da qual se produz 1. Ao conhecer o trabalho das
um dos óleos mais versáteis da natureza. quebradeiras de coco de ba-
BARTABURU, Xavier. Quebradeiras de coco babaçu. Repórter Brasil, [s. l.], 27 jan. 2018. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/ baçu, os estudantes poderão
comunidadestradicionais/quebradeiras-de-coco-babacu/. Acesso em: 11 fev. 2022.
utilizar os conhecimentos ad-
quiridos de modo a valorizar a
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
91
91
Pré-requisitos
pedagógicos Desigualdades sociais e crescimento
Para a melhor compreensão do econômico nordestino
conteúdo trabalhado, os estudantes
deverão comparar mapas temáticos, Leia os títulos das reportagens a seguir.
resgatando conhecimentos adquiridos
ao longo do 4º ano (EF04GE10).
CRESCIMENTO ECONÔMICO NORDESTE DEVE CRESCER
Orientações ACIMA DA MÉDIA NO NORDESTE MAIS QUE O PIB BRASILEIRO
e sugestões VIRA ALVO DE INVESTIDORES EM 2020
Inicie a aula lendo as manchetes FALCÃO, Marina. Nordeste deve crescer mais que o PIB
CRESCIMENTO econômico acima da média no Nordeste vira
do topo da página e perguntando alvo de investidores. Terra, [s. l.], 16 jan. 2016. Disponível em:
brasileiro em 2020. Valor Econômico, São Paulo, 3 mar. 2020.
aos estudantes se elas correspondem https://www.terra.com.br/noticias/dino/crescimentoeconomico
Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/03/03/
nordeste-deve-crescer-mais-que-o-pib-brasileiro-em-2020.ghtml.
à visão que eles têm das condições -acima-da-media-no-nordeste-vira-alvo-de-investidores,b8cb4424
Acesso em: 11 fev. 2022.
78460d5420de10f982af6136mu7lwh51.html.
econômicas do Nordeste. Nesse mo- Acesso em: 11 fev. 2022.
mento, faça uma mediação, de modo
que possíveis estereótipos sejam des-
contruídos por meio da reflexão críti-
ca dos estudantes. Ainda que o Nordeste apresente alguns dos índices de qualidade de vida
Após a leitura do texto, explique a mais baixos do país, sobretudo nas áreas rurais, verifica-se nos últimos anos
eles que o Índice de Desenvolvimento um ritmo de crescimento da economia mais intenso nessa região do que nas
Humano (IDH) é utilizado no mundo demais, como apontam as notícias acima.
todo para mensurar a qualidade de Isso tem se refletido na melhoria de alguns indicadores socioeconômicos
vida dos países, sendo o IDHM uma importantes, como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
adaptação desse índice para uma es- O IDHM é um indicador que avalia com maior fidelidade as condições em que
cala mais aproximada: os municípios. vivem os habitantes de um município. Para calcular o IDHM são utilizados os
Ajude os estudantes a ler e com- seguintes índices em relação à população do município:
parar os mapas, identificando as áreas ■■ a expectativa de vida, ou seja, o número de anos que os habitantes po-
que tiveram ou não mudanças. Os
derão viver, levando-se em consideração as taxas de mortalidade locais;
questionamentos propostos nesta pá-
gina podem ser resolvidos em duplas.
■■ o nível de escolaridade, que se refere ao número médio de anos de
estudo da população adulta;
■■ a renda média dos trabalhadores, que possibilita determinado nível de
consumo de bens e serviços.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud) considera as seguintes faixas
intermediárias desse indicador:
DA EDITORA DO BRASIL
DAE
0 0,499 0,500 0,599 0,600 0,699 0,700 0,799 0,800 1
92
Atividades complementares
Complemente os questionamentos da página perguntan-
do aos estudantes:
1. Quais ações os governos municipais podem tomar para
aumentar o IDHM?
Espera-se que os estudantes respondam que os governos
municipais devem realizar programas que promovam
maior acesso à escolarização, ampliação dos empregos
e dos salários dos trabalhadores, além de proporcionar
melhores condições de vida aos idosos.
92
UNIDADE 3
Observe nos mapas a seguir como foi a evolução do IDHM dos municípios da Orientações –
Região Nordeste nas últimas décadas. Questionamentos
½½ Respostas
Mudanças no IDHM nordestino 1. É possível dizer que o IDHM tor-
nou-se mais alto na maioria dos
Região Nordeste: IDHM – 2000 municípios nordestinos.
1. Por meio da análise dos mapas
Selma Caparroz
40º O
2. O aumento dos índices de expecta-
desta página, o que é possível
dizer a respeito da evolução do
tiva de vida, nível de escolaridade e
IDHM no Nordeste? de renda média dos trabalhadores
desses municípios.
MA CE 2. O que pode ter ocasionado a
melhoria do IDHM da região no 3. No Sertão e no Meio-Norte.
RN
período?
PI PB 3. Em qual ou quais sub-regiões Na BNCC – Geografia
PE
concentra-se a maioria dos mu- EF07GE09
nicípios que ainda apresentam Para compreender o IDHM, o
10° S AL IDHM baixo? estudante deverá comparar e ana-
SE
lisar mapas temáticos da Região
BA
OCEANO
ATLÂNTICO
Nordeste sobre o assunto.
Na BNCC – Geral
Competência específica de
N
O L Ciências Humanas
Médio (0,600% a 0,699%)
S
Baixo (0,500% a 0,599%) 6. Ao estudar as desigualdades
0 212 424 km Fonte: ATLAS Brasil. Ranking 2000, [s. l.], [2020].
1 : 21 200 000
Muito baixo (0,000% a 0,499%) Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/ sociais existentes no Nordes-
ranking. Acesso em: 7 mar. 2022.
te, o estudante será capaz de
Região Nordeste: IDHM – 2013
construir argumentos e defen-
der ideias que promovam os
Selma Caparroz
40º O
direitos humanos.
Raciocínio geográfico
Diferenciação: Comparando
MA CE os mapas de IDHM, o estudante
compreenderá como um mesmo
RN
fenômeno se expressa de formas
PI PB distintas no território nordestino.
PE
10° S AL
SE
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
OCEANO
BA ATLÂNTICO
N
DA EDITORA DO BRASIL
O L
Alto (0,700% a 0,799%)
Médio (0,600% a 0,699%) Fonte: PNUD BRASIL. Ranking IDHM Municípios
S
Baixo (0,500% a 0,599%) 2010. Brasília, DF: PNUD, c2022. Disponível em:
0 212 424 km https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/
Muito baixo (0,000% a 0,499%) idh0/rankings/idhm-municipios-2010.html.
1 : 21 200 000
Acesso em: 11 fev. 2022.
93
93
Pré-requisitos Frentes do crescimento nordestino: indústria
pedagógicos e geração de energia
Os estudantes deverão resgatar
conhecimentos adquiridos ao longo É possível afirmar que a melhoria do IDHM em boa parte do Nordeste se deve
do 5º ano acerca dos tipos de ener- às significativas modificações ocorridas nos últimos anos em sua economia. De
gia utilizados na produção industrial maneira geral, nas primeiras décadas do século XXI, a região destacava-se no
e agrícola (EF05GE07). panorama financeiro nacional, apresentando crescimento econômico acima
da média brasileira. Sua população tinha alto potencial de consumo, apesar da
Orientações forte concentração de renda. Por isso, o Nordeste tem sido chamado por alguns
e sugestões especialistas de “China brasileira”, em uma comparação às atuais características
Ao falar da forte concentração de socioeconômicas da potência econômica asiática.
renda, pergunte aos estudantes o que Durante a década de 2010, foram feitos grandes investimentos em diversos
eles entendem desse conceito e qual é
setores da economia nordestina. No setor industrial, além do crescimento
seu impacto na economia de um ter-
das próprias empresas, muitas fábricas de outras partes do país, sobretudo
ritório. Caso eles tenham dificuldade
do Sul-Sudeste, estão mudando para a região ou abrindo filiais no Nordeste.
de compreender o conceito e seus im-
Estão sendo atraídas indústrias dos mais diversos setores, como alimentício,
pactos, exemplifique utilizando o valor
calçadista, de vestuário e até mesmo automobilístico e de informática. Essas
correspondente a R$ 2,00 por estudan-
te na sala. Por exemplo, em uma sala empresas são estimuladas, principalmente, pelo menor custo da mão de obra
com 30 estudantes, diga-lhes que o PIB e pelos benefícios que vários governos estaduais estão concedendo, como a
da sala é R$ 60,00, ou seja, a soma de redução e até mesmo a isenção de impostos. Outro estímulo para a instalação
todo o dinheiro entre os habitantes da de empresas é a posição geográfica do Nordeste em relação a alguns merca-
turma corresponde a R$ 60,00. Quando dos de exportação.
há distribuição de renda, cada estu-
Sérgio Bernardo/JC
Imagem/Folhapress
dante deverá ficar com R$ 2,00 ou um
valor aproximado a esse (alguns tendo
R$ 2,50 e outros R$ 1,50, por exemplo, Fábrica de camisas esportivas.
a depender do trabalho exercido por Fortaleza (CE), 2018.
cada um). Quando há a concentração
Jarbas Oliveira/Folhapress
de renda, mesmo todos trabalhando
muito para ganhar seu dinheiro, haverá
alguns poucos que terão R$ 20,00, ou-
tros terão os R$ 2,00 previstos na dis-
tribuição igualitária da renda, muitos
terão apenas R$ 0,50 e outros tantos
não terão nada. Como resultado, pou-
cos estudantes terão dinheiro de sobra
para comprar o lanche, alguns terão
o suficiente para se alimentar, muitos
terão de ficar alguns dias sem com- A fábrica de uma grande montadora
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
prar o lanche para juntar o dinheiro, e de automóveis foi implantada em
2015, em Goiana (PE), Zona da Mata
outros tantos só conseguirão o lanche
DA EDITORA DO BRASIL
se alguém lhes der. Ao final da explica-
pernambucana, para se beneficiar da
proximidade do
Porto de Suape, por onde abastece o
ção, saliente que há outros fatores que mercado brasileiro
e exporta com menores custos.
influenciam na distribuição de renda,
e que nem todo mundo trabalha pro-
porcionalmente para o recebimento
de uma grande quantia de dinheiro,
evidenciando as desigualdades sociais
existentes. 94
94
UNIDADE 3
Na BNCC – Geografia
EF07GE02
A dupla de páginas permite
Crescimento movido pelo vento ao estudante compreender com
maior profundidade as caracte-
rísticas econômicas do Nordeste,
USINAS EÓLICAS RECEBEM AVAL DA ANEEL PARA ENTRAR EM analisando as influências dos flu-
OPERAÇÃO NOS ESTADOS DA BAHIA, CEARÁ E PIAUÍ, FIRMANDO O xos econômicos para a formação
NORDESTE LÍDER EM ENERGIA RENOVÁVEL territorial.
EF07GE08
MARINHO, Flavia. Click Petróleo e Gás, [s. l.], 12 abr. 2021. Disponível em: https://clickpetroleoegas.com.br/usinas-eolicas
-no-nordeste-ganham-aval-da-aneel-e-entram-em-operacao-nos-estados-da-bahia-ceara-e-piaui/. Acesso em: 11 fev. 2022. O estudo da importância da
energia eólica para as indústrias
nordestinas permite ao estudante
estabelecer relações entre os pro-
Boa parte dos incentivos proporcionados pelo governo federal para auxiliar na alavancagem da econo- cessos de industrialização e ino-
mia nordestina é feita pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Esse órgão vação tecnológica com as trans-
governamental tem criado e implantado vários projetos para a introdução de indústrias, a construção de formações socioeconômicas do
infraestrutura viária (estradas, portos e aeroportos) e a concessão de incentivos financeiros, como a isenção
território brasileiro.
de impostos para empresas que pretendam investir na produção industrial e na agropecuária nordestinas.
Além disso, nos últimos anos, a Sudene, em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
Na BNCC – Geral
tem incentivado o aumento da geração de energia elétrica limpa nos estados do Nordeste por meio, so-
bretudo, da instalação de usinas eólicas. Atualmente, a maior parte da eletricidade consumida nessa região Competência geral
provém dos chamados aerogeradores movidos pelos ventos. Observe o infográfico a seguir. 9. Ao compreender como funcio-
na a desigualdade de renda, o
estudante poderá exercitar a
Usinas eólicas no Nordeste
empatia e promover soluções
Alex Argozino
A localização geográfica Região Nordeste que defendam os direitos hu-
do Nordeste é o
principal fator para manos.
os investimentos na ventos alísios
Competência específica de
produção de energia
eólica, já que a região Linha do Ciências Humanas
recebe os chamados Equador
1. O estudo das desigualdades so-
ventos alísios,
provenientes do ciais no Brasil e suas causas aju-
Oceano Atlântico, Os ventos alísios são fortes, dam o estudante a perceber a si
que sopram constantes e não mudam de direção,
constantemente o que possibilita uma eficiente produção e ao outro como diferentes.
durante o ano. de energia pelos aerogeradores.
Foco nos TCTs
De cada 10 parques eólicos (usinas de geração de energia pelo vento) Ciência e Tecnologia
existentes no Brasil, 8 estão localizados no Nordeste.
O conteúdo da seção Fique
ligado! destaca como, por meio
de investimentos e incentivos es-
Atualmente, a energia Nos horários do dia em tatais e privados, é possível apli-
MATERIAL
a cerca de
DE DIVULGAÇÃO
eólica já corresponde que os ventos sopram
com mais intensidade, os car tecnologia de ponta na gera-
10%
DA EDITORA
de toda a DO BRASIL
parques eólicos chegam
a fornecer mais de
ção de energia limpa e renovável,
energia elétrica como é o caso das usinas eólicas
consumida no 80% da energia
em funcionamento na Região
Brasil. consumida nessa região.
Nordeste.
Fonte: NEOENERGIA. Energia eólica: ventos do Nordeste. Rio de Janeiro: Neoenergia, c2022. Disponível em: https://www.neoenergia.com/pt-br/
te-interessa/meio-ambiente/Paginas/energia-eolica-ventos-do-nordeste.aspx#:~:text=RECORDES%20DE%20PRODU%C3%87%C3%83O,na%20
regi%C3%A3o%20vieram%20dos%20ventos. Acesso em: 22 abr. 2022.
95
Para aprofundar
Caso deseje apresentar aos estudantes o potencial eólico
do Nordeste, o site Global Wind Atlas tem um mapa dinâ-
mico apresentando os ventos de todo o mundo (disponível
em: https://globalwindatlas.info/; acesso em: 2 abr. 2022).
95
Orientações Potencial turístico do Nordeste
e sugestões
Inicie o assunto perguntando aos Outro setor que demonstra grande potencial de desenvolvimento na região
estudantes o que eles compreendem é o turismo, que cresceu consideravelmente nos últimos anos e apresenta pers-
como turismo. Segundo suas visões pectivas promissoras para a economia nordestina.
de mundo, o que caracteriza uma ati- A grande quantidade de cidades
Para aprofundar
fotografia, resort em Tamandaré (PE), 2020.
Caso deseje se aprofundar sobre o Além das belezas naturais, a cultura nordestina atrai muitos turistas, tanto
conceito de turismo, indicamos a lei- brasileiros como estrangeiros. Em cada estado há danças, canções e ritmos pró-
tura do livro a seguir. prios, hábitos seculares preservados, artesanatos e comidas tradicionais, entre
• PAN, Alexandre. O que é turismo. São outros aspectos, que fascinam visitantes de várias partes do Brasil e do mundo.
Paulo: Brasiliense, 2017. (Coleção As Festas Juninas em Campina Grande (PB) e em Caruaru (PE), por exemplo,
Primeiros Passos).
são as mais populares do país, e o Carnaval é o evento que mais atrai turistas,
principalmente para Salvador (BA),
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
96
Atividades complementares
1. Como forma de aprofundar os conhecimentos dos es- ções turísticas disponíveis na localidade. Depois, com as
tudantes sobre a importância da atividade turística no informações coletadas e as fotografias encontradas, eles
Nordeste, proponha-lhes a confecção de um fôlder turís- deverão montar em uma folha A4 um fôlder turístico. Para
tico. Explique-lhes que muitas cidades e muitos estados exemplificar, traga para a sala de aula alguns fôlderes do
criam conteúdos publicitários a fim de incentivar o turismo município ou do estado em que os estudantes moram.
local. Assim, os estudantes deverão escolher uma cidade Essa atividade pode ser feita em conjunto com os profes-
ou um estado da Região Nordeste para pesquisar as atra- sores de Língua Portuguesa e de Arte.
96
UNIDADE 3
Matopiba: nova fronteira agrícola Orientações
e sugestões
No espaço rural nordestino, merece destaque o crescimento agrícola ocor- Ao trabalhar o Matopiba, ano-
rido em áreas do Sertão. A introdução de projetos de irrigação viabilizou o te na lousa os números apresen-
avanço de uma moderna agricultura fruticultora para exportação, proporcio- tados na seção Zoom e pergunte
nando a obtenção de elevados índices de produtividade. Atualmente, estão aos estudantes se eles compreen-
sendo colhidas grandes safras, sobretudo de cebola, tomate, frutas tropicais dem esses dados. Para isso, traga
(maracujá, manga, melão) e uva. para a sala de aula comparações
Além disso, na última década, extensas áreas, como o oeste da Bahia e entre a quantidade de municípios
o sul do Maranhão e do Piauí, junto com o norte do Tocantins, estão sendo no estado ou na região em que os
ocupadas por plantações de soja, algodão e milho, mediante a correção dos estudantes vivem e a quantidade
solos do Cerrado. É a região agrícola chamada pelo Ministério da Agricultura de municípios desse estado que se
de Matopiba, sigla que utiliza as sílabas iniciais de cada um dos estados onde aproxima de 73 milhões de hecta-
está localizada. res, entre outras.
Sobre avaliação
½½ Diagnóstico e
estratégia
Números do Matopiba Mapado
Mapa doMATOPIBA
Matopiba O estudo sobre o El Niño e suas
Salvador
ATLÂNTICO
Destaque as principais consequên-
N
cias desses processos sobre o territó-
O L Matopiba
rio nordestino.
Limites estaduais
S
Capital de estado
0 215 430 km
Cidades importantes Para finalizar
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 1 : 21 500 000
Fonte: EMBRAPA. Sobre o Matopiba. Brasília, DF: Embrapa, [20--?]. Disponível em:
Ao final dos estudos desta unida-
DA EDITORA DO BRASIL https://www.embrapa.br/tema-matopiba/sobre-o-tema. Acesso em: 11 fev. 2022. de, é importante que os estudantes:
consolidem seus conhecimentos so-
bre as sub-regiões do Nordeste, com
suas especificidades geoambientais;
Plantações circulares devido à técnica de irrigação descrevam as principais características
chamada pivôs centrais. Jaborandi (BA), 2020.
dos movimentos migratórios intrarre-
gional e para outros lugares do país,
em uma perspectiva histórica; saibam
97
discutir sobre as principais causas e
consequências das desigualdades
que ocorrem nesse espaço geográ-
Na BNCC – Geografia Na BNCC – Geral fico e apontem os principais pontos
EF07GE02 Competência específica de Ciências de crescimento econômico vivencia-
Ao estudar as atividades econômicas da região, o es- Humanas dos na região nos últimos anos. Por
tudante poderá analisar as influências desses fluxos na 2. Por meio do estudo desta dupla de páginas, o estu- fim, eles devem saber relacionar o fe-
formação territorial do Nordeste. dante será capaz de analisar o mundo social, consi- nômeno das secas com suas causas
derando suas variações de significado no tempo e no físicas e sociais.
espaço, para intervir em situações do cotidiano.
97
Soluções das
atividades
1. Porque é nela que se concentram a
maior parte das atividades econô-
micas e da população nordestina.
Reviso o capítulo
2. Campina Grande (PB), Caruaru e
Garanhuns (PE), Arapiraca (AL) e 1. Por que a Zona da Mata é considerada a sub-região economicamente mais importante do Nordeste?
Feira de Santana (BA). 2. Cite três cidades consideradas polos comerciais e de serviços no Agreste.
3. O extrativismo do coco de babaçu
3. Qual é a importância da Mata de Cocais para comunidades tradicionais, como no caso das mulheres
é uma atividade econômica im-
quebradeiras de coco?
portante para o Meio-Norte, prin-
cipalmente para as mulheres des- 4. Como se comportou o IDHM da Região Nordeste nas últimas décadas? Por que isso tem ocorrido?
sas comunidades que há gerações 5. Qual é a atual importância da produção de energia eólica para a Região Nordeste e para o Brasil?
trabalham na coleta e na quebra
do coco de babaçu. 6. Por que a Região Nordeste é chamada por economistas de “China brasileira”?
4. De maneira geral, houve um au- 7. A que se refere a sigla Matopiba? Cite suas principais características.
mento no IDHM do Nordeste, devi-
do, principalmente, ao crescimento 8. Enumere os principais fatores que têm estimulado o crescimento econômico do Nordeste.
econômico da região.
Analiso mapas
5. Atualmente, a maior parte da ener-
gia do Nordeste é proveniente das 9. Observe no mapa a seguir a distribuição da rede de transportes na Região Nordeste.
usinas eólicas. Além disso, ela é uma Analise a distribuição dos tipos de transporte (rodoviário, ferroviário e hidroviário) comparando as
energia de baixo impacto ambiental, informações do mapa abaixo com as do mapa das sub-regiões do Nordeste na página 76 e responda
sendo mais ambientalmente ade- às questões a seguir.
quada que outras formas de pro- a) Em qual sub-região a Região Nordeste: rede de transportes
dução energética.
Selma Caparroz
40º O
rede de transportes
6. Devido ao grande crescimento eco- é mais densa? Ela é
nômico que a região está sofrendo, mais bem servida por
com a atração de indústrias dos mais qual ou quais tipos de
transporte? E o que MA
CE
variados segmentos.
explica, em termos his-
7. Matopiba corresponde às sílabas rim
ea
tóricos e econômicos, RN
M
Rio
iniciais dos estados de Maranhão, essa característica? PI
PB
Tocantins, Piauí e Bahia. É uma re- b) Qual ou quais sub-re- rna
íba
Pa
gião com forte crescimento do setor giões são mais mal PE
Rio
Estradas pavimentadas
na Zona da Mata, com grande
Fran
N Estradas em pavimentação
densidade de rodovias, ferro- Sã
o OCEANO
Estradas sem pavimentação
O L ATLÂNTICO
Rio
99
SERTÃO – principais características naturais: clima semiá- São João pela colheita. Além disso, atualmente, elas
rido, com elevadas temperaturas e baixa pluviosidade; possuem grande importância econômica, atraindo
vegetação adaptada à escassez hídrica, com arbustos e diversos turistas.
plantas espinhosos. Atividades econômicas de destaque: b) Resposta pessoal. Não há um consenso; por essa razão,
latifúndios e agricultura de subsistência, criação de gado e o estudante deverá justificar sua escolha utilizando
cultivo irrigado de diversos gêneros agrícolas; além disso, argumentos colhidos em suas pesquisas.
nas áreas mais úmidas, os brejos, há a plantação de milho, c) Como essas festas atraem muitos turistas devido à
feijão, arroz e mandioca. tradição nordestina, a renda proveniente do turismo
11. Se achar pertinente, essa atividade pode ser feita em nas festas de São João é muito importante economi-
duplas ou em grupos. camente para o Nordeste.
a) As festas de São João têm origem cultural e reme-
tem ao momento em que os sertanejos agradeciam a
99
4
Introdução
Inicie as discussões sobre a Região
Norte perguntando aos estudantes se
é possível diferenciar o termo “Região
REGIÃO NORTE
Norte” de “Amazônia” para caracteri-
zar esse espaço geográfico. Pergun-
te, também, o que eles conhecem
sobre essa área do território brasilei-
ro. Anote as contribuições na lousa.
A seguir, mobilize parte da habilidade
EF07GE09 analisando os mapas da
página 103 e procurando diferen-
ciar o que é Região Norte e o que é
Amazônia, em termos territoriais.
Explique aos estudantes o que será
estudado nesta unidade, retoman-
do, sempre que possível, os aspectos
da região listados por eles na proble-
matização inicial. Destaque que é ne-
cessário aprofundar o conhecimento
sobre a biodiversidade da região, os
Hilario Junio/iStockphoto.com
Objetivos da unidade
• Diferenciar Região Norte de
Amazônia.
• Caracterizar o espaço natural da
Amazônia.
• Compreender a importância da Diferentemente das demais regiões brasileiras, o transporte no Norte é
biodiversidade amazônica. basicamente hidroviário. Os rios, ribeirões e igarapés são as principais vias
• Entender os processos de ocupação de comunicação na maioria dos estados dessa região. Por esses cursos de
e povoamento da Região Norte. água circulam pessoas e cargas, ligando lugares distantes em meio ao imenso
• Conhecer as principais atividades bioma da Amazônia e do Cerrado.
econômicas da Região Norte.
1. Qual é a importância dos cursos de água e dos biomas existentes na Região Norte
• Analisar os principais impactos am-
para o Brasil e o mundo?
bientais e sociais na Amazônia.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
2. Quais são os principais problemas socioeconômicos enfrentados pela população
Justificativa DA EDITORA DO BRASILnessa região brasileira?
Nesta unidade são propostos di-
3. Como a natureza dessa região está sendo tratada pela sociedade? Converse
ferentes objetivos de aprendizagem,
com os colegas e o professor sobre esses e outros aspectos que você e os
que se fazem necessários pois os
estudantes devem saber diferenciar colegas conheçam da Região Norte do país.
conceitos como o de “Região Norte”
de “Amazônia”, já que, territorialmen-
te, são distintos. Além disso, é funda- 100
mental que eles conheçam as prin-
cipais características naturais, sociais,
econômicas e culturais desse vasto
território. Por fim, com os objetivos Orientações – Questionamentos
listados, os estudantes devem acessar
½½ Respostas
um conhecimento mais aprofundado
sobre a biodiversidade existente nessa 1. A Floresta Amazônica regula o clima do Brasil e de outros
região e, ao mesmo tempo, refletir so- países sul-americanos.
bre os impactos sociais e ecológicos 2. É provável que os estudantes mencionem a pobreza. Nesse
nessa área, no decorrer de sua história momento, tente expandir a discussão para outros proble-
de ocupação e exploração. mas, como falta de infraestrutura de saneamento básico,
transportes, comunicação etc.
3. Espera-se que os estudantes mencionem o grande desmata-
mento a que a área está sendo submetida. Incentive-os a refletir
sobre como os impactos ambientais afetam a população local.
100
Orientações
Nesta unidade, você vai estudar: e sugestões
■■ o que é a Região Norte e o que é a Amazônia; Inicie a aula sondando os conheci-
■■ os principais aspectos naturais do bioma amazônico; mentos prévios dos estudantes sobre
■■ a importância da biodiversidade da Amazônia; a Região Norte. Para isso, pergunte-
■■ o processo de ocupação e povoamento da Região Norte; -lhes quais são as características am-
■■ as atividades econômicas e a organização do espaço na bientais e sociais que eles conhecem
Região Norte; da região. Ouça as respostas e oriente
■■ os principais impactos socioambientais na natureza e
a discussão de modo a esclarecer pos-
conhecer os povos da Amazônia. síveis dúvidas que venham a surgir
nesse momento.
Acerca da fotografia de abertura,
pergunte-lhes qual é o principal meio
de transporte que eles usam no dia
a dia para se locomover. É provável
que a maior parte das respostas, prin-
cipalmente dos estudantes que não
moram na Região Norte, envolva auto-
móveis, ônibus e vans escolares. Então,
pergunte-lhes quais as vantagens de
utilizar embarcações no lugar de veí-
culos automotores. Espera-se que eles
mencionem a diminuição da emissão
de gases poluentes e o fato de o meio
ambiente estar mais conservado do
que em áreas nas quais os cursos hídri-
cos são modificados pela urbanização.
Avaliação
diagnóstica
Nesta unidade estudaremos a Re-
gião Norte. Para acessar o conheci-
mento prévio dos estudantes sobre
características físicas da região, que
estudaremos no Capítulo 8, peça
que tracem a diferença entre flores-
ta de terra firme, mata de várzea e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO mata de igapó. Pergunte, também,
por que há essas diferenciações na
DA EDITORA DO BRASIL vegetação da Amazônia e se existem
outros tipos de vegetação no lugar.
Anote na lousa as contribuições de-
les. Depois, leia com eles os textos e
Cametá (PA), 2018.
as imagens das páginas 104 e 105,
fazendo as correções e complemen-
101
tações sobre as definições que eles
deram sobre essas formações vege-
tacionais e suas diferenciações. A se-
guir, leia com eles o mapa da página
Na BNCC – Geral BNCC na Unidade 106, acrescentando os outros tipos
Competência específica de Ciências Competências gerais: 1, 2, 5 e 7. de vegetação que existem na Região
Humanas Competências específicas de Ciências Humanas: Norte. Por fim, ressalte que nesse
4. Ao analisar a imagem de abertura, o estudante poderá 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. capítulo serão estudados outros as-
expressar suas crenças, suas dúvidas e seus sentimen- Competências específicas de Geografia: 1, 2, 4 pectos físicos da região, tais como o
tos acerca do modo de vida do outro, promovendo o e 6. clima, o relevo e a hidrografia.
acolhimento e a valorização da diversidade de indiví-
Habilidades: EF07GE02, EF07GE03, EF07GE06,
duos e de grupos sociais.
EF07GE07, EF07GE08, EF07GE09, EF07GE10 e
EF07GE11.
101
8
Objetivos do capítulo
• Diferenciar os conceitos de Floresta Amazônia: um bioma complexo
Amazônica, Região Norte e bioma
amazônico.
• Entender a diferença entre Leia o título das reportagens a seguir.
Amazônia Legal e Amazônia
Internacional.
• Compreender a Floresta Amazônica SEM A FLORESTA AMAZÔNICA, AGRONEGÓCIO
como um espaço natural não homo- E GERAÇÃO DE ENERGIA ENTRAM EM COLAPSO
gêneo com grande biodiversidade. NO BRASIL
• Entender a importância dos altos HANBURY, Shanna. Sem a Floresta Amazônica, agronegócio e geração de energia entram em colapso
índices pluviométricos para a ma- no Brasil. EcoDebate, Rio de Janeiro, 26 abr. 2020. Disponível em: https://www.ecodebate.com.
nutenção da Floresta Amazônica. br/2020/04/29/sem-a-floresta-amazonica-agronegocio-e-geracao-de-energia-entram-em-colapso-no
-brasil/. Acesso em: 11 fev. 2022.
• Conceituar os fenômenos das
chuvas de convecção e dos rios
voadores.
• Estabelecer as inter-relações entre
INSTITUTO DE PESQUISA AMBIENTAL DA AMAZÔNIA
clima, vegetação, hidrografia e re-
levo na Região Norte. ALERTA PARA RISCO MAIOR DE QUEIMADAS EM 2020
GRILLI, Mariana. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia alerta para risco maior de queimadas
Orientações em 2020. Globo rural, Rio de Janeiro, 30 abr. 2020. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/
e sugestões
Noticias/Sustentabilidade/noticia/2020/04/instituto-de-pesquisa-ambiental-da-amazonia-alerta-para
-risco-maior-de-queimadas-em-2020.html. Acesso em: 11 fev. 2022.
Inicie a aula lendo as manchetes
no topo da página e depois pergun-
te aos estudantes quais informações
eles podem extrair delas. Espera-se
BRASILEIROS IDENTIFICAM 13 REGIÕES DISTINTAS
que, ao lerem a manchete sobre o
agronegócio, eles mencionem a im- DA FLORA AMAZÔNICA
portância da Floresta Amazônica para BRASILEIROS identificam 13 regiões distintas da flora amazônica. Galileu, São Paulo, 14 maio 2020.
o meio ambiente e para a economia Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2020/05/brasileiros
-identificam-13-regioes-distintas-da-flora-amazonica.html. Acesso em: 11 fev. 2022.
local. Eles também podem comentar
a intensa degradação do meio am-
biente amazônico ao lerem sobre as
As reportagens acima tratam de assuntos que indicam algumas preocu-
queimadas. Por fim, espera-se que
pações atuais da sociedade em relação à proteção do bioma amazônico. Boa
percebam que a Floresta Amazônica
não é homogênea, havendo vários parte da extensão desse importante bioma terrestre encontra-se na Região
ecossistemas dentro desse grande Norte do Brasil.
complexo. A Amazônia, como também pode ser chamado o bioma amazônico, com-
Saliente as diferenças entre os preende a floresta equatorial amazônica e áreas menores de campos e cerra-
conceitos de Amazônia Internacio-MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
nal, Amazônia Legal e Região Norte.
dos, formações vegetais que extrapolam os limites dos sete estados da Região
Norte, compondo a chamada Amazônia Legal, que se estende também pelo
A Amazônia Internacional corres- DA EDITORA DO BRASIL Maranhão e pelo Mato Grosso.
ponde a toda a área da América do Ao todo, o bioma amazônico ocupa aproximadamente 7,5 milhões de
Sul em que a Floresta Amazônica km², estendendo-se também por parte do território de oito países vizinhos
ocorre, abrangendo nove países, in- ou próximos ao Brasil. É a área da chamada Amazônia Internacional,
cluindo o Brasil. A Amazônia Legal é
onde cerca de 4,5 milhões de km² estão em território brasileiro. Observe o
a área da Floresta Amazônica que
mapa a seguir.
está dentro do território brasileiro,
compreendendo estados da Região 102
Norte e parte das regiões Nordeste e
Centro-Oeste. Já a Região Norte é
formada por sete estados brasileiros:
Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Foco nos TCTs
Amapá, Pará e Tocantins. Educação Ambiental
Explore o mapa e as informações A leitura e a reflexão por parte do estudante a respei-
do boxe Por dentro da Região to das reportagens dessa página permite a discussão
Norte. Se possível, inclua em suas em sala de aula a respeito da relevância ambiental e, ao
explicações os dados fornecidos pela mesmo tempo, da fragilidade natural do bioma amazô-
tabela da página ao lado. nico, fato que, consequentemente, gera a necessidade do
engajamento da sociedade brasileira e mundial em prol
de sua conservação.
102
UNIDADE 4
Orientações –
Amazônia Legal e Internacional
60º O
Questionamentos
Selma Caparroz
½½ Respostas
Capital de estado
Cidades importantes A Região Norte do
Limites estaduais país compreende sete
sico-ambientais da Região Norte.
Limites internacionais Boa Vista
Unidades da Federação:
RORAIMA
AMAPÁ Amapá, Roraima, Acre, Na BNCC – Geral
Equador
Macapá Rondônia, Tocantins,
OCEANO
0°
São Gabriel ATLÂNTICO Amazonas e Pará. Competência específica de
da Cachoeira Juntos, esses estados Ciências Humanas
Belém totalizam uma área
Manaus
Parintins Santarém
de aproximadamente 6. O estudo dos dados demográ-
Tefé Itacotiara Altamira
3,9 milhões de km², o ficos da Região Norte dá em-
Tabatinga PARÁ
AMAZONAS que torna o Norte a mais basamento para o estudante
Marabá MA
extensa das grandes
construir argumentos e defen-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Araguaína
Conceição
regiões brasileiras. Nesse
espaço geográfico, vivem der ideias que promovam os
ACRE DA EDITORA DO BRASIL
Porto Velho
do Araguaia
PI
cerca de 16 milhões
de habitantes. É a
direitos humanos.
Rio mais baixa densidade Competência específica de
Ji-Paraná
N
Branco Palmas
Gurupi demográfica do Brasil: Geografia
Cacoal MT em torno de 4 habitantes
O L
RONDÔNIA TOCANTINS BA
por km². Confira a
2. A análise proposta pela leitu-
0 270 540 km
localização dos estados ra das manchetes permite ao
S 1 : 27 000 000 GO
da região. estudante estabelecer cone-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 90. xões entre diferentes temas da
Geografia, tendo como recorte
103
espacial a Região Norte.
Raciocínio geográfico
Extensão: Por meio da análise
Unidade Área territorial População estimada Densidade demográfica do mapa da página, o estudante
federativa (km²) (2021) (hab./km²) poderá entender a extensão da
Floresta Amazônica no Brasil e na
Acre 164 173,431 906 879 5,52 América do Sul.
Amapá 142 470,762 877 613 6,15
Amazonas 1 559 167,878 4 269 995 2,73
Pará 1 245 870,700 8 777 124 7,04
Rondônia 237 765,347 1 815 278 7,63
Roraima 223 644,530 652 713 2,91 Fonte: IBGE. Cidades e estados. Rio de Janeiro: IBGE,
c.2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
Tocantins 277 423,627 1 607 363 5,79
cidades-e-estados/. Acesso em: 2 abr. 2022.
103
Pré-requisitos
pedagógicos Conjuntos florestais da Amazônia
Para interpretar os perfis vegeta- Observe a imagem a seguir.
cionais dispostos nessas páginas e
realizar a Atividade complementar,
Orientações
e sugestões
Proponha primeiramente uma aná-
lise da imagem no topo da página.
Solicite aos estudantes que a des-
crevam detalhadamente e, por meio
dessa análise, façam inferências de
Fotografia aérea da
características da Amazônia (de ve- Floresta Amazônica, Muitas vezes, quando falamos na Amazônia, logo vem à mente a imagem de
getação, fauna, flora e hidrografia). em Manaus (AM), 2020.
uma imensa floresta verde, com extensão a “perder de vista”. De fato, a Floresta
Espera-se que eles mencionem a for-
Amazônica é a principal formação vegetal do bioma amazônico. Sua vegetação
mação florestal densa, concluindo
é composta de grandes árvores, cujas copas proporcionam certo aspecto ho-
que o bioma é caracterizado por uma
mogêneo à paisagem da região, como bem mostra a fotografia acima.
composição arbórea espessa, ou seja,
Entretanto, é importante entender que esse bioma tem características de re-
uma floresta bem fechada. Além dis-
levo, solos, cursos de água, clima e de espécies de fauna e flora que dão origem
so, eles poderão comentar a respeito
a quatro tipos principais de conjuntos florestais diferentes: as matas de igapó,
da quantidade de nuvens, comple-
as matas de várzea, a floresta de terra firme e a floresta semiúmida. Conheça
mentando que o bioma deve estar
submetido a um clima muito úmido. esses conjuntos florestais no esquema a seguir.
Depois desse momento inicial, faça a
leitura do texto. Conjuntos florestais do bioma amazônico
Auxilie os estudantes a interpre-
tar o infográfico dos conjuntos flo-
Floresta semiúmida: vegetação
restais amazônicos. Faça a leitura em de transição entre a floresta de
conjunto com a turma, respondendo terra firme e as áreas de campos
dúvidas e orientando a interpretação e cerrados. Suas árvores são mais
baixas que as de terra firme, com
das ilustrações e dos textos. Esse con- até 15 metros de altura, cujas folhas
teúdo pode ser transmitido por meio caem no período das secas.
de um trabalho interdisciplinar com o
professor de Ciências.
O mesmo tipo de auxílio deve
ocorrer em relação ao infográficoMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
sobre os níveis da floresta, dentro
da seção Conexões com Ciências.
DA EDITORA DO BRASIL
Aproveite para destacar a importân-
cia de cada nível como hábitat de
Representação
espécies de animais que vivem nes- simplificada em Floresta de terra firme: ocupa a maior parte do bioma amazônico, desenvolvendo-se nas terras
cores-fantasia mais elevadas, que não são atingidas pelas cheias e vazantes dos rios da região. É onde crescem as
se bioma. e tamanhos árvores mais altas da Amazônia, cujas copas podem atingir até 60 metros de altura.
sem escala.
Uacari-branco: espécie de ma-
caco que vive em bando e habita o
104
dossel de algumas áreas da Floresta
Amazônica. Eles nunca são encon-
trados no chão. Quando precisam de
alimento, descem para os galhos do de rios e igarapés. Assim, ao se sentir ameaçada por algum
sub-bosque para comer frutos, se- predador, foge para dentro da água.
mentes, folhas e brotos. Harpia: também chamada de gavião‑real, é a maior águia
Anta amazônica: mamífero que da América do Sul. Costuma fazer seu ninho nas copas das ár-
vive principalmente nas matas de vár- vores do sub-bosque, onde cuida dos filhotes até eles apren-
zea, pois, como é uma ótima nada- derem a voar. É também nessa área da floresta que a ave de
dora, prefere estar sempre próxima rapina caça boa parte de suas presas.
104
UNIDADE 4
Atividades
CONEXÕES COM CIÊNCIAS complementares
1. Divida a turma em grupos para que
Os níveis da floresta sejam construídas maquetes dos
conjuntos florestais da Amazônia.
Uma característica muito importante das áreas florestais da Amazônia é a diferenciação da vegetação no
Essa atividade é importante para
que se refere à altura das árvores e demais plantas. Isso ocorre devido à competição entre as espécies na busca
da luz solar. Dessa forma, identificam-se três níveis diferentes no interior dessas formações vegetais: o dossel, observar se os estudantes enten-
o sub-bosque e o nível inferior. Diferentes espécies de plantas e animais vivem quase que exclusivamente em deram os conceitos apresentados,
cada um desses níveis florestais. Veja os exemplos no esquema ilustrativo abaixo. além de avaliar a interpretação deles
dos perfis vegetacionais mostrados
nos infográficos. As bases das ma-
Níveis da floresta Representação
simplificada em quetes podem ser feitas de isopor
cores-fantasia
Dossel: porção mais alta da
Luca Navarro
e tamanhos
sem escala. floresta, composta de copas e modeladas com argila. Depois,
das maiores árvores. Nas os estudantes poderão construir a
florestas de terras firmes,
o dossel é tão fechado que vegetação com palitos de churrasco
limita a entrada de luz solar no
interior da floresta.
e de dente e papel crepom.
Fonte: CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: uma introdução à Geografia física. Porto Alegre: Bookman, 2012. p. 656.
Luca Navarro
p. 101. cap. 4/parte 1. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.
Mata de várzea: vegetação de transição entre a br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=264669.
floresta de terra firme e a mata de igapó. Desenvolve- Acesso em: 7 mar. 2022.
-se nas áreas atingidas pelas cheias periódicas dos
rios da Amazônia, já que se encontram em terrenos
pouco elevados. Por isso, árvores e demais espécies
de plantas são adaptadas para ficar alguns meses
embaixo da água.
105
105
Pré-requisitos
pedagógicos Campos e cerrados amazônicos
Retome com os estudantes o con- Além das áreas florestais, há dois tipos de formações vegetais que se desta-
teúdo acerca das inter-relações entre cam na área de domínio do bioma amazônico: os campos e os cerrados.
os elementos da natureza estudados
Os campos amazônicos, também chamados de
reótipos que consideram a Floresta bém para o centro do Mato Grosso. Além de gramíneas,
Amazônica homogênea. Dessa forma, nos cerrados há muitos arbustos de médio porte dis-
trabalhe o conteúdo de modo a evi- tribuídos de forma esparsa pela paisagem. Conheça a
denciar essas distinções, mostrando a distribuição das principais formações vegetais da Ama-
eles que não há apenas “uma” Floresta zônia no mapa abaixo.
Amazônica coesa e igual, mas uma Na fotografia, nota-
-se o predomínio da
infinidade de formações vegetais que vegetação rasteira, Formações vegetais da Amazônia
integram esse complexo bioma. típica dos campos.
na, saliente que o bioma tem uma ele- Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara V. Atlas geográfico do estudante.
São Paulo: FTD, 2016. p. 64.
vada umidade. Além disso, muitos rios
amazônicos nascem na Cordilheira dos
Andes e há um grande aquífero no
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Inter-relações entre elementos
subsolo da Amazônia, o que faz com
DA EDITORA DO BRASIL
que os rios sejam perenes mesmo nos naturais na Amazônia
meses de estiagem.
A existência de diferentes paisagens naturais, com formações florestais,
cerrados e campos, deve-se a uma complexa inter-relação entre os elemen-
tos da natureza, sobretudo entre clima, relevo, hidrografia, solos, fauna e
flora locais. Nas próximas páginas, vamos verificar como isso ocorre na
região amazônica.
106
106
UNIDADE 4
Inter-relações de clima, vegetação e hidrografia Atividades
complementares
Vimos nos estudos sobre as características climáticas do Brasil, no Capítulo 1, Explore os dados fornecidos pelo
que o tipo de clima predominante na Região Norte é o equatorial. Contudo, para mapa e pelos climogramas fazendo
entender melhor as dinâmicas naturais da Amazônia brasileira, é necessário de- à turma os questionamentos a seguir.
talhar os aspectos dos climas que atuam nessa região. Analise com atenção o 1. Quais são as diferenças na distribui-
mapa abaixo, bem como as informações dos climogramas que o seguem. ção das chuvas e no comportamen-
Climograma de
to das temperaturas, durante o ano,
Tipos de clima da Amazônia Boa Vista (RR) entre as três cidades destacadas?
Em Boa Vista (RR), os meses mais
Selma Caparroz
Zeni Santos
50° O
Equador
Macapá 250 27,5
27
menores temperaturas. Em Manaus
0° 200
S
São
150 26,5 (AM), os meses mais chuvosos e
Manaus
Belém Luís
100
50
26
25,5
menos quentes são janeiro, feve-
0
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
25
reiro, março, abril e maio. Em Porto
AMAZONAS P A R Á
Meses
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Disponível em: https://portal.inmet.gov.br/. Acesso em: 23 fev. 2021. Velho (RO), os meses mais chuvo-
MARANHÃO Climograma de sos são dezembro, janeiro, feverei-
Manaus (AM) ro, março e abril, enquanto os me-
Zeni Santos
ACRE Rio
Porto PIAUÍ
Precipitação Temperatura ses menos quentes e com menores
Branco (mm) (ºC)
Velho
Palmas
350 28,5 índices pluviométricos são maio,
300 28
0 305 610 km
RONDÔNIA
MATO GROSSO
TOCANTINS 250 27,5 junho, julho e agosto.
BAHIA 200 27
1 : 30500 000
150 26,5 2. As características de temperatura
Quente (média > 18º C em todos os meses do ano)
DF
100 26
25,5
e pluviosidade dessas localidades
Fonte: Solicitar aos autores.
Superúmido sem seca/subseca Cuiabá Brasília MINAS
50
Zeni Santos
Precipitação Temperatura
perceber que, de maneira geral, predominam na Amazônia os climas quentes, (mm)
350
(ºC)
disso, Boa Vista (RR) apresenta
ou seja, com altas temperaturas médias (em torno de 25 °C), e bastante 26,5
Há, contudo, algumas diferenças entre esses tipos climáticos que devem ser 200 25,6 de chuvas; Manaus (AM), apesar
consideradas: na porção oeste ou ocidental da região, por exemplo, existe uma
150
100
25,3
25
de apresentar no meio do ano um
distribuição mais regular de chuvas entre os meses; já em sua porção central e 50 24,7 período menor de chuvas, não se
oriental, há uma estação mais seca e outra mais chuvosa durante o ano. 0 24,4
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
caracteriza como tendo seca; e
Deve-se destacar também que existe uma diferença nos períodos do ano Meses
em Porto Velho (RO), por sua vez, a estação chuvosa vai de outubro a março,
gov.br/. Acesso em: 11 fev. 2022. de chuvas.
e a seca, de abril a setembro. Portanto, é a alternância entre estações secas e
chuvosas que influencia diretamente as épocas de cheias e de vazantes dos
rios da região. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Ainda que se observem diferenças climáticas na Amazônia, um aspecto im-
portante é que a abundância de chuvas e as altas temperaturas em toda a re-
gião criam condições favoráveis para o desenvolvimento de formações vegetais
exuberantes, com inúmeras espécies vegetais, assim como uma gigantesca di-
versidade de espécies animais.
107
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Ciências Humanas
7. O conteúdo permite ao estudante comparar duas lin-
guagens imagéticas – gráficos e mapa –, de modo a
fazer inferências acerca das características físico-am-
bientais da região.
Raciocínio geográfico
Diferenciação: O mapa auxilia o estudante a com-
preender que no clima equatorial também há diferen-
ciações no espaço.
107
Pré-requisitos
pedagógicos
Para o estudo das chuvas de con-
vecção e dos rios voadores, faz- As “chuvas de Chuvas de convecção
Representação
simplificada em
-se necessária a retomada de con- cores-fantasia
hora certa” e os
Luis Moura
e tamanhos
ceitos acerca do ciclo hidrológi- sem escala.
boa parte da região: as chama- 2 A umidade fornecida para o ar atmosférico pelas plantas e cursos de água fica
em suspensão e ganha altitude, formando imensas nuvens, chamadas cúmulos-
das chuvas de convecção ou -nimbos.
de “hora certa”. Veja, por meio 3 Ao entardecer, as temperaturas diminuem, provocando a condensação do vapor
do esquema ao lado, como o de água das nuvens. Essa umidade cai, ou seja, precipita-se em forma de fortes
chuvas, voltando novamente a alimentar o bioma amazônico.
fenômeno ocorre.
108
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Ciências Humanas
5. O estudo acerca dos rios voadores estimula o estudan-
te a entender como os eventos ocorridos no espaço
amazônico se relacionam com o restante do Brasil.
108
UNIDADE 4
Inter-relações dos solos, rios e vegetação Orientações
e sugestões
Além do clima, há aspectos dos solos e da hidrografia da Amazônia que tam- Quando mencionar a serrapilhei-
bém influenciam as características da floresta. De acordo com estudos realiza- ra, saliente a importância dela para
dos por especialistas, cerca de 90% dos solos da região amazônica são predo- a nutrição da floresta. Comente com
minantemente arenosos e pobres em nutrientes. No entanto, sobre esse solo Húmus ou humo: é os estudantes que, de maneira geral,
existe uma camada de matéria orgânica, composta de fezes de animais, folhas, a matéria orgânica
os solos da Amazônia são pobres em
depositada sobre o solo,
frutos, galhos e troncos em decomposição, entre outros. É dessa camada rica composta de restos nutrientes; assim, as árvores utilizam
em húmus, denominada serrapilheira (ou serapilheira), que praticamente to- de plantas e animais a matéria orgânica da serrapilheira
em decomposição
das as plantas da Floresta Amazônica extraem os nutrientes necessários para e excretados pelas
para conseguir sobreviver. Depois da
sua sobrevivência. minhocas. explicação, converse com eles sobre
De maneira geral, os solos mais férteis da Amazônia encontram-se nas ma- a importância da serrapilheira para
tas de igapó e de várzea. Essas áreas recebem, sobretudo na época das cheias, a manutenção da vida na Amazônia,
uma grande quantidade de sedimentos e de matéria orgânica trazida pelos cur- salientando que, quando a Floresta
sos de água e que se deposita sobre os solos. Assim, rios e igarapés têm um Amazônica é desmatada, dificilmen-
papel fundamental na manutenção da vida no bioma amazônico.
te haverá recuperação daquela área,
As águas dos rios alcançam largas faixas de terras nas matas de igapó, já
pois o solo é pouco fértil e não have-
rá árvores e animais para compor a
que na Bacia Amazônica predomina o relevo relativamente plano. Com mais
serrapilheira, formando um ciclo de
de sete mil cursos de água principais, a bacia hidrográfica amazônica é a maior
destruição do meio ambiente.
do mundo. No leito de seus rios e outros corpos de água corre cerca de 20%
de toda a água doce superficial existente na Terra. No centro da bacia, está
Na BNCC – Geografia
o Amazonas, o maior rio em extensão e em volume de água do planeta, com
EF07GE11
aproximadamente sete mil quilômetros de extensão.
Na maior parte da bacia hidrográfica amazônica, em razão do relevo pre-
O estudante compreenderá as
dinâmicas e as inter-relações entre
dominantemente plano, os rios são caudalosos e repletos de meandros. Esses
solos, rios e vegetação da Floresta
cursos de água são as principais vias de comunicação e, consequentemente, o
Amazônica.
transporte hidroviário é o principal meio de deslocamento da população e de
mercadorias na região.
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Fabio Colombini
Geografia
1. O conteúdo disposto nessa du-
pla de páginas dá embasamen-
to para o estudante entender
as relações estabelecidas entre
ser humano e natureza.
Raciocínio geográfico
Conexão: Ao compreender as
inter-relações entre os elementos
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO naturais da Floresta Amazônica, o
estudante exercitará o estabeleci-
DA EDITORA DO BRASIL mento de conexões entre fenô-
Cassandra Cury/Pulsar Imagens
menos geográficos.
109
109
Pré-requisitos
pedagógicos
A seção Mundo dos mapas exige
dos estudantes conhecimentos sobre
perfis topográficos adquiridos ao lon-
go do 6o ano (EF06GE09). Representações do relevo Região Norte: relevo
da Região Norte
Selma Caparroz
50°O
A
Orientações – Como vimos, a rede hidrográfica
Boa Vista OCEANO
Trom be t a s
co
Equador Macapá
Bran
½½ Respostas do, composta de dezenas de milhares 0°
N N e gro
Ja p urá
de cursos de água. De maneira geral, Amaz o n a s Belém
1. a)
P lanaltos residuais norte- O L
Manaus
os rios principais nascem a oeste, na So
-amazônicos. li m õ es
ós
Xingu
S
Cordilheira dos Andes; ao norte, nos AM
j
pa
ari
b) Planaltos residuais sul-amazônicos.
Ta
av PA MA
a
planaltos norte-amazônicos; e ao sul, eir
J
J uru á ad
2. Roraima, Amazonas e Pará. M
uaia
s
P uru
nos planaltos sul-amazônicos e cen-
Arag
3. Sim, cruza o Rio Amazonas. Corre Porto B
s
AC
Tocantin
tral do Brasil. Ao analisar essa carac- Rio Branco
Velho
sobre o relevo de planície. Palmas
Juruena
Teles Pires
Planalto, serra e chapada
terística físico-natural especificamen- RO DepressãoMT
TO
4. Há o predomínio do relevo de
Gu
po
ré
a
te na Região Norte do país, verifica-se 0 Planície333 666 km BA
depressões.
que os rios fluem sobre áreas de pla- Planalto, serra e chapada 1 : 33 300 000 GO
Depressão
naltos, depressões e planícies, como é Planície
Fonte: ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia
do Brasil. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 53.
possível observar no mapa ao lado.
Note o traçado da reta A-B no mapa acima, no sentido sudeste-noroeste aproximadamente. Por meio
dele, é possível criar um perfil da Região Norte do Brasil que permite visualizar melhor uma das formas
de relevo dessa parte do território brasileiro. Veja.
0 0
A B
Terrenos cristalinos Terrenos sedimentares
Fonte: ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia do Brasil. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 53.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1. Relacione a forma do relevo e o nome do acidente geográfico em que:
a) se inicia o perfil, no ponto A do segmento de reta;
DA EDITORA DO BRASIL
b) termina o perfil, no ponto B do segmento de reta.
3. O segmento de reta cruza o Rio Amazonas? Sobre qual forma de relevo ele corre nessa parte da reta?
4. Agora, analisando o mapa do relevo e da hidrografia, responda: Que forma de relevo predomina entre
os estados da Região Norte?
110
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Ciências Humanas
7. Por meio das linguagens cartográfica e gráfica (perfil
topográfico), o estudante poderá desenvolver o racio-
cínio espaçotemporal relacionado à localização, distân-
cia, direção e conexão.
110
UNIDADE 4
Para aprofundar
Biodiversidade da Amazônia Para contextualizar o conceito de
biodiversidade, apresente aos estu-
Na BNCC – Geografia
Besouro-hércules. Caracaraí (RR), Tracajá. Manaus (AM), 2020. Ariranha, também conhecida EF07GE11
2016. como lontra-gigante.
Mato Grosso, 2020. O estudo do conceito de bio-
diversidade é primordial para
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
111
111
Soluções das
atividades
1. Região Norte é o conjunto dos se-
guintes estados brasileiros: Acre,
Amazonas, Roraima, Rondônia,
Amapá, Pará e Tocantins. A Reviso o capítulo
Amazônia é o bioma que compor-
ta a floresta amazônica e também 1. Diferencie: Região Norte, Amazônia e Floresta 6. Explique o que são:
outras formações vegetais, como Amazônica. a) chuvas de hora certa;
campos e cerrados, extrapolando
2. Que estados compõem a Região Norte do Bra- b) rios voadores.
os limites da Região Norte. Já a
Floresta Amazônica é uma forma- sil? Qual é o mais extenso deles?
7. Qual é a importância da serrapilheira para a ma-
ção vegetal que comporta vários nutenção da Floresta Amazônica?
3. Pode-se afirmar que a Floresta Amazônica é uma
conjuntos florestais.
formação vegetal homogênea? Explique.
2. A Região Norte é formada por: Acre, 8. Cite as principais formas de relevo da Região Norte
Amazonas, Roraima, Rondônia, 4. Além das formações florestais, que outros tipos de do Brasil.
Amapá, Pará e Tocantins. O estado vegetação compõem o bioma amazônico?
9. Alguns cientistas afirmam que, na Amazônia, existe
mais extenso e de menor densidade
5. Por que existem épocas de cheias e de vazantes nos uma “megabiodiversidade”. Como você explicaria
demográfica é o Amazonas.
rios da Amazônia? essa afirmação?
3. Não, pois ela é formada por quatro
conjuntos florestais: floresta semiú-
mida, floresta de terra firme, mata Analiso imagens
de várzea e mata de igapó.
10. A imagem a seguir é um esquema ilustrativo de parte da Floresta Amazônica. Com base nos conceitos
4. Os campos e os cerrados amazônicos. que aprendeu neste capítulo, identifique cada elemento enumerado na ilustração e escreva, no caderno,
5. Pela alternância entre estações uma pequena explicação sobre ele.
secas e chuvosas, que influencia Representação
diretamente nas épocas de cheia simplificada em
Luca Navarro
cores-fantasia
e de vazante dos rios da região. e tamanhos
sem escala.
6. a) As chuvas de hora certa são preci-
pitações de convecção que ocor- 1
rem diariamente em algumas
áreas da Região Norte.
b) Os rios voadores são massas
de umidade formadas sobre
a Floresta Amazônica que são
desviadas pela Cordilheira dos
2
Andes e acabam precipitando-se
na Região Sudeste do Brasil.
7. Os solos amazônicos não são férteis;
assim, a serrapilheira é de grande
importância para a manutenção
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
das plantas da Floresta Amazônica.
3
8. Planaltos, depressões e planícies.DA EDITORA DO BRASIL
9. Na Amazônia, há uma grande diver-
sidade de espécies de seres vivos
conhecidas pelos cientistas, as quais
totalizam mais de 150 mil. Contudo,
acredita-se que esse número deve Fonte: MAPA suplemento: Amazônia, vigorosa e frágil. National Geographic Portugal, Lisboa, 11 nov. 2015. Disponível em: https://
ser muito maior, pois ainda há es- nationalgeographic.pt/natureza/grandes-reportagens/562-amazonia-mapa-lado-b. Acesso em: 29 abr. 2022.
112
UNIDADE 4
Interpreto textos e promovo debates e campanhas Proposta avaliativa
1. Solicite aos estudantes que escrevam
11. Leia o texto a seguir. um texto respondendo à seguinte
Ilustrações: Carlos
Caminha
pergunta: Na sua opinião, a gran-
Xerimbabo de umidade no bioma amazônico
Xerimbabo – palavra engraçada, não é? Pois é assim que os índios chamam os ani- é por causa da floresta ou há uma
densa floresta em virtude da ocor-
mais de estimação: xerimbabo. Pode ser um papagaio, um cachorro, um sagui etc.
rência de muitas chuvas? Explique
Toda criança gosta de ter o seu xerimbabo. Um gato ou um cachorro faz companhia
sua resposta.
nas brincadeiras e fica um amigo fiel do dono. [...]
Não há uma resposta correta, pois
Já criar passarinho na gaiola é diferente. Pegar um passarinho no mato e prender numa os dois elementos são interdepen-
gaiola é uma malvadeza muito grande, é até um crime. A polícia persegue os pegadores de dentes, ou seja, um não existiria sem
passarinho. o outro. Porém, é esperado que os
Os únicos passarinhos que podem ser criados em gaiolas são os canários-belgas e os estudantes construam argumentos
periquitos australianos. Estes, de tanto viverem em cativeiro, não podem mais cuidar da trabalhando a inter-relação entre os
vida por conta própria, não sabem procurar comida, nem mesmo sabem fazer o ninho. climas e a vegetação no bioma. Além
Mas pegar uma graúna, um bicudo ou qualquer outro passarinho e trancafiar numa disso, eles deverão apresentar no
texto uma argumentação coerente
gaiola é a mesma coisa que pegar uma pessoa inocente e trancar na cadeia.
embasada nos conteúdos trabalha-
Outras pessoas gostam de criar macaquinhos, papagaios, tucanos, tem gente até que
dos ao longo do capítulo e/ou de
cria cobra. Os índios podem fazer isso, porque também vivem no mato e não pesquisas complementares.
prendem o xerimbabo. Só acostumam o bichinho a andar na companhia deles.
Mas quem vive na cidade não deve criar bicho do mato. É muito incômo- Na BNCC – Geografia
do para a família conviver com um animal silvestre. E, pior de tudo, é uma cruelda- EF07GE11
de enorme com o pobre bicho. Os conteúdos trabalhados nas
Pode haver coisa mais triste do que um macaquinho de corrente na cintura, atividades e na Proposta avaliati-
preso numa casa de cidade? Dá vontade até de chorar, só de olhar para ele. va permitem ao estudante carac-
QUEIRÓS, Raquel de. Xerimbabo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010. p. 5-7.
terizar as dinâmicas físico-ambien-
tais da Floresta Amazônica.
a) O que significa xerimbabo?
b) Você tem um xerimbabo? E seus colegas de turma?
Na BNCC – Geral
c) Qual é a opinião da autora sobre pessoas que vivem na cidade e possuem animais silvestres de esti-
Competência específica de
mação? E você e os colegas, concordam com ela? Ciências Humanas
d) Por que ela diz que os indígenas podem ter xerimbabos do mato? 6. A Proposta avaliativa incenti-
e) Leia com os colegas o texto abaixo e faça o que se pede. va o estudante a construir argu-
mentos por meio de uma aná-
lise da realidade estudada ao
Todos os anos as autoridades policiais brasileiras apreendem milhares de animais silvestres, longo do capítulo.
que são retirados ilegalmente de nossos biomas, sobretudo da Amazônia. Contudo, outra parte
significativa acaba sendo contrabandeada e enviada principalmente para a Europa e os Estados Raciocínio geográfico
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Unidos. Esses animais (como aves, cobras, macacos e peixes ornamentais) são, na maioria das
vezes, transformados em bichos de estimação ou vão fazer parte de coleções particulares. Muitos
Conexão: Espera-se que o es-
tudante, com a Proposta ava-
DA EDITORA DO BRASIL
deles não sobrevivem à longa viagem, já que são transportados de forma inadequada, sem receber
os cuidados necessários. liativa, compreenda as relações
de interdependência entre clima
e vegetação.
Reflita sobre essas informações e troque ideias com os colegas. Coletivamente ou em pequenos grupos,
criem uma campanha nas redes sociais denunciando esse grave problema ambiental brasileiro. Bus-
quem também conscientizar as pessoas sobre a importância de não ter animais silvestres como bichos
de estimação, já que isso estimula o comércio ilegal em nosso país.
113
113
9
Objetivos do capítulo
• Diferenciar os projetos de integra- Região Norte: última
ção nacional, focando as ações to-
madas na Região Norte.
fronteira econômica
• Analisar o papel das atividades
econômicas agropecuárias, mine-
radoras e industriais na degradação
da Amazônia. Leia o texto, o slogan e a imagem do car-
SUDAM/MINTER/Governo Federal
• Entender o processo de urbaniza- taz ao lado com atenção.
ção e seus impactos socioambien- Até os anos 1950, a circulação de pessoas
tais na Região Norte. e de mercadorias na Região Norte era feita,
• Reconhecer as consequências do integralmente, por meio de sua ampla rede
desmatamento da Amazônia para hidrográfica. Com a instalação do governo
as populações. militar no Brasil (1964-1985), foi colocado em
• Identificar a importância das comu- prática um plano de incorporação efetiva que
nidades tradicionais na diversidade pretendia transformar a Amazônia em uma
sociocultural da Região Norte. região economicamente produtiva integrada
• Refletir acerca das consequências ao restante do país. Para tanto, foi estabeleci-
da biopirataria no Brasil. do o chamado Plano de Integração Nacional
(PIN), que visava, entre outros pontos:
Orientações à construção de rodovias que interligas-
e sugestões
■■
DA EDITORA DO BRASIL
nortista em favor do desenvolvi- e o estabelecimento de empresas na Região Norte.
mento econômico.
2. Empresa: Banco da Amazônia; ór- 1. Converse com os colegas e o professor a respeito da mensagem transmitida
gão do governo: Sudam; rodovia: pelo texto presente nesta publicidade.
2. Com a ajuda do professor, identifique os nomes de empresas, órgãos do
Transamazônica.
governo e de uma rodovia e anote-os no caderno.
114
Arquivo/Estadão Conteúdo/AE
nos anos 1950), exemplos dos chamados
eixos de integração no sentido sul-norte. Orientações –
O governo também projetou vias Questionamentos
de penetração no sentido leste-oeste,
½½ Respostas
como as rodovias Transamazônica e
Perimetral Norte, que percorreriam, respectivamente, as margens direita e es- Construção da rodovia 1. Cuiabá-Porto Velho, liga a Região
Marechal Rondon no
querda do Rio Amazonas. Contudo, destas últimas, somente a Transamazônica trecho que liga Cuiabá (MT)
Norte à Região Centro-Oeste;
foi parcialmente concluída, ligando o Maranhão ao estado do Amazonas. a Porto Velho (RO), 1978. Cuiabá-Santarém, liga a Região
Analise as informações do mapa a seguir e da fotografia acima. Norte à Região Centro-Oeste;
Belém-Brasília, liga a Região
Norte ao Centro-Oeste e Sudeste;
Região Norte: eixos de integração – 2017 Transamazônica, liga a Região Norte
Selma Caparroz
50° O N
à Região Nordeste.
O L
2. Se necessário, auxilie os estudantes
Boa Vista
RR OCEANO
a identificar a rodovia Cuiabá-Porto
AP
ATLÂNTICO S Velho no mapa.
Tro
o
Branc
BR
Equador
mbetas
0°
174
Macapá
São Gabriel N egro
Ja
da Cachoeira Belém
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PA
li m õ es ós
BR
230
150
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BR
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Marabá MA
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163
a
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226
Humaitá M sam PA
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Araguaia
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Xingu
agua
es B
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BR
uiabá
230
alhã
Tocan
Ar
AC
C
Porto Velho
Mag
BR
Rio Branco BR 153
364
Palmas
Juruena
Ji-Paraná
General
Teles Pires
RO Cuiab Gurupi TO
Gu
po é á-P
a
DA EDITORA DO BRASIL
Trecho rodoviário sem pavimentação Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 141.
115
Na BNCC – Geografia
EF07GE02
Compreender os motivos pelos quais se incentivou a ocupação da Região Norte e como esse processo ocorreu per-
mite ao estudante analisar os fluxos econômicos na formação territorial da região.
EF07GE07
O estudante é instigado a analisar a influência e o papel das redes de transporte na ocupação da Região Norte.
EF07GE08
A introdução da Zona Franca de Manaus dá embasamento para que o estudante estabeleça relações entre a indus-
trialização e a modificação do espaço geográfico.
115
Pré-requisitos Avanço das atividades florestais e agropecuárias
pedagógicos
Os estudantes deverão relembrar A fim de promover o desenvolvimento das atividades florestais e agro-
os conhecimentos adquiridos ao lon- pecuárias na região amazônica, além da Sudam, o governo federal criou o
go do 5º ano para a leitura, compara- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para estabe-
ção e análise de imagens de satélite lecer as diferentes modalidades de ocupação. A maioria delas iniciou-se na
(EF05GE08). década de 1970, sendo implantadas próximas aos grandes eixos rodoviários
que rasgavam a floresta. As três principais modalidades de ocupação são:
Orientações Assentar: no sentido ■■ agrovilas, núcleos urbano-rurais criados para assentar famílias de migran-
e sugestões do texto desta página,
tes, sobretudo nordestinos, nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia.
refere-se a acomodar
Inicie a aula escrevendo na lousa: os agricultores em Cada família recebia uma casa e uma pequena área de terra onde plantava
Instituto Nacional de Colonização e propriedades rurais. produtos de subsistência (milho, mandioca, feijão etc.);
Reforma Agrária. Depois, explique ■■ propriedades médias rurais, áreas de terras vendidas para empresas de co-
essa denominação aos estudantes,
lonização que visavam, prioritariamente, atrair migrantes sulistas, como paulis-
analisando cada palavra que compõe
tas, paranaenses, gaúchos e catarinenses. As principais áreas de implantação
o nome do Incra. Espera-se que, ao
se localizavam nos estados de Rondônia, Tocantins e no norte de Mato Grosso;
lerem a palavra colonização, eles se
lembrem do Período Colonial. Per- ■■ grandes propriedades empresariais, imensas extensões de terras públi-
gunte-lhes quais sentimentos e ideias cas vendidas a baixíssimos preços para empresas nacionais e estrangeiras,
ela traz à mente deles. que buscavam desenvolver atividades ligadas principalmente à extração de
Caso os estudantes não saibam o madeira nativa e de reflorestamento e à pecuária extensiva.
que é reforma agrária, explique-lhes
que a Constituição Federal de 1988 afir-
ma que toda propriedade (rural ou ur-
bana) deve atender sua função social,
ou seja, produzir algum bem (material Agrovilas: um projeto que não prosperou
ou não) para a sociedade em que ela se
Entre os objetivos do Plano de Integração
116
UNIDADE 4
Na BNCC – Geografia
EF07GE06
O conteúdo trabalhado dá em-
Rodovias, basamento para que o estudan-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Na imagem de 2001, observa-se
tanto o vasto desmatamento da
área como também o avanço das 0 16 32 km
117
117
Pré-requisitos Implantação das atividades mineradoras e
pedagógicos industriais
Para compreender as diferencia-
ções entre cidades de pequeno, mé- Na década de 1970, foram descobertas na Região Norte importantes jazidas
dio e grande porte, os estudantes minerais de ferro, cobre, manganês, ouro, cassiterita, entre outros. Com isso, a
deverão relembrar os conteúdos tra- Sudam estimulou a implantação de projetos de extração em escala industrial,
balhados ao longo do 5o ano sobre a como o Projeto Grande Carajás, na Serra dos Carajás, no Pará. Esse projeto
hierarquia das cidades (EF05GE09). envolveu a construção da infraestrutura necessária para a exploração da maior
jazida de minério de ferro do mundo: rodovias de acesso, alojamentos de ope-
Orientações rários, hidrelétrica para o fornecimento de energia e ferrovia para o escoamen-
e sugestões to da produção.
Comente com os estudantes a in- Além da extração, a Sudam
Michael Dantas/AFP
China e o Japão.
Outra ação de destaque da
Sudam foi a criação do Polo In-
dustrial de Manaus (PIM), área
fabril localizada na periferia da
capital amazonense. Em pleno
“coração” da Floresta Amazônica,
foram instaladas dezenas de em-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO presas nacionais e multinacio-
nais que produzem desde artigos
DA EDITORA DO BRASIL eletroeletrônicos e motocicletas
até insumos químicos. No ano de
2020, o PIM reunia cerca de 500
empresas e gerava aproximada-
mente meio milhão de empregos
Vista aérea do Polo Industrial de Manaus (AM), 2020. diretos e indiretos.
118
118
UNIDADE 4
Orientações
Urbanização da Região Norte e sugestões
O Norte é a região geográfica bra-
Explore os dados das taxas de ur-
Região Norte: distribuição da população banização da Região Norte, eviden-
sileira com as menores densidades 50° O
N
ciando o ritmo acelerado em que se
demográficas. Entretanto, cabe res-
O L Boa Vista deu esse processo, algo acima da mé-
saltar que, nas últimas décadas, tem RR Ja
AP dia nacional, o que contribuiu gran-
Selma Caparroz
Tro
S
ocorrido um acelerado crescimento
ri
o
Macapá
Branc
mbetas
0° Equador
São Gabriel N egro
demente para o inchaço das cidades
de sua população: enquanto a média da Cachoeira
Ja p urá Santarém Amazona
s Belém médias e grandes da região. Relacio-
de crescimento populacional brasilei- Parintins
S Manaus
Tefé o l i m õ e s Itacotiara Altamira ne as causas da migração campo-
ro foi, no início da década de 2020, Tabatinga
PA
-cidade, diretamente ligadas ao modo
AM s
ari
de 0,8% ao ano, o índice do Norte foi
jó
av Marabá MA
de ocupação da Região Norte, e os
pa
a
eir
Ta
J
J uruá ad
de aproximadamente 1,6% ao ano, o P urus
M Araguaína
impactos sociais decorrentes do forte
Xingu
Conceição
ns
do Araguaia
maior entre as regiões brasileiras.
aia
processo de urbanização e de cresci-
Tocanti
AC PI
agu
Porto Velho
Outro recorde de crescimento da
Ar
Rio
mento exacerbado das cidades.
Juruena
Branco Ji-Paraná Palmas
Teles Pires
RO Cacoal Gurupi
região está relacionado à taxa de urba-
Gu
po MT TO
ré
a
nização, que saltou de 35%, no final da
0 323
1 : 32 300 000
646 km Habitantes por kmBA
Menos
2
de 1,0
Na BNCC – Geografia
GO
década de 1960, para os atuais 77%. 1,1 apor
Habitantes 10,0km2 EF07GE08
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 112. 10,1 a de
Menos 25,01,0
Contudo, diferentemente do que vem 25,1 a 100,0 Nessa dupla de páginas, o es-
1,1 a 10,0
ocorrendo com as demais regiões geográficas – em que há concentração da Mais
10,1 de 100,0
a 25,0 tudante é instigado a estabelecer
25,1 a 100,0
população em cidades de médio e grande porte (com população entre 100 mil Mais de 100,0
relações entre o fornecimento de
e 1 milhão de habitantes ou mais) –, na Região Norte as taxas de urbanização matérias-primas e o desenvolvi-
são maiores nas cidades pequenas, com até 50 mil habitantes. As exceções são mento de um polo industrial na
alguns centros urbanos regionais, na maioria capitais de estado, como Porto Região Norte.
Velho, em Rondônia (cerca de 500 mil habitantes), e Palmas, no Tocantins (cerca
de 300 mil habitantes). Existem ainda as duas grandes metrópoles da Amazô- Na BNCC – Geral
nia, Belém (Pará) e Manaus (Amazonas), cidades que abrigam, respectivamente, Competência geral
1,5 milhão e 2 milhões de habitantes aproximadamente. 7. Os estudos acerca do Projeto
Grande Carajás e do Polo In-
dustrial de Manaus estimulam
Problemas urbanos da Região Norte o estudante a criar argumen-
O rápido crescimento da população urbana na Região Norte deve-se, em grande parte, aos seguintes fatores: tações com base em dados e
■■ fracasso dos projetos voltados ao assentamento de agricultores em pequenas propriedades rurais; informações confiáveis, que
■■ desapropriação de extensas áreas de terras do governo federal para a implantação de grandes projetos e respeitem os direitos humanos
obras de infraestrutura, como estradas e hidrelétricas;
■■ expansão das grandes fazendas, da grilagem de terras e
e promovam a consciência so-
Eduardo Knapp/Folhapress
119
119
Orientações
e sugestões Impactos na Amazônia e na biosfera
Inicie a aula com uma conversa Nas últimas décadas, o processo de ocupação da Região Norte, e mais
mediada entre os estudantes so- amplamente da Amazônia, foi baseado na implantação de diversos projetos
bre as causas e consequências do
econômicos que visavam à exploração de recursos naturais e à colonização
desmatamento na Amazônia. Nes-
de terras. Esse processo tem provocado, desde então, o desmatamento ou
se momento, é importante que
desflorestamento de extensas áreas para a extração de madeira da floresta
eles retomem conceitos e conteú-
nativa e a formação de pastos para a criação de gado bovino e o estabeleci-
dos trabalhados no capítulo ante-
mento de lavouras, sobretudo de soja.
rior, além de criar hipóteses sobre
as possíveis consequências desses O desflorestamento e a introdução de áreas de pastos e de plantações têm
impactos. Caso julgue necessário, re- impactado diretamente nas atividades extrativas tradicionais no interior, por
tome os conteúdos sobre as inter-re- exemplo, dos territórios indígenas, bem como nos seringais e castanhais, já que
lações dos componentes físicos da destroem os ecossistemas da região. Além disso, o avanço das grandes proprie-
Amazônia apresentados na página dades com atividades agropecuárias e madeireiras sobre áreas indígenas e o
109, de modo que os estudantes te- Grilagem de terra: processo de grilagem de terras têm desestruturado as formas de subsistência
nham maior propriedade ao estudar processo que consiste e a cultura de centenas de comunidades tradicionais da Amazônia. Tal fato pro-
na expansão da
os impactos ambientais na região. propriedade rural por vocou, nas últimas décadas, um intenso movimento migratório para os centros
Prossiga a aula fazendo uma leitu- meio da falsificação urbanos da Região Norte, como veremos ainda neste capítulo.
ra em conjunto do conteúdo dessa dos documentos que
comprovam a aquisição
O esquema a seguir mostra as principais etapas em que, geralmente, ocorre
dupla de páginas, focando o infográ- de áreas vizinhas. o processo de ocupação do bioma amazônico.
fico do processo de desmatamento
da Amazônia e esclarecendo possí-
veis dúvidas. Processo de ocupação do bioma amazônico
Ao trabalhar o conteúdo acerca do Representação
simplificada em
arco do desflorestamento, lembre os cores-fantasia
e tamanhos
estudantes dos rios voadores, princi- Tempo 1 – Fazendeiros e madeireiros
sem escala.
retiram da floresta apenas as árvores
pais agentes causadores de precipita- ditas “nobres”, ou seja, aquelas cuja
ções na Região Sudeste. Pergunte-lhes madeira tem alto valor comercial, como o
Tempo 2 – Em pouco tempo, o
mogno, o cedro ou o jacarandá. Pequenos
quais são as possíveis consequências proprietários também desmatam a solo usado para o cultivo perde
sua fertilidade, já que a camada de
caso os rios voadores deixem de exis- floresta, retirando árvores e ateando fogo
húmus e serrapilheira é destruída
a fim de abrir área para o plantio.
tir. Espera-se que eles respondam que pelas queimadas e retirada pelas Tempo 3 – Com a valorização da
chuvas diárias. Fazendeiros compram soja no mercado internacional,
deverá haver uma grande seca na ou “grilam” essas áreas, plantando fazendeiros agricultores
Região Sudeste, afetando milhões de pasto para a criação de gado bovino. compram as áreas de pastagem
dos pecuaristas, introduzindo a
pessoas. Nesse momento, mostre a cultura da soja sobre as antigas
eles um mapa dos desertos quentes áreas de floresta e “empurrando”
madeireiros, posseiros e pecuaristas
do mundo, evidenciando a faixa de para novas áreas, que podem ser
latitude na qual a Região Sudeste se terras indígenas ou do governo,
como parques e reservas naturais.
localiza. Comente que outros locais
do mundo com a mesma latitude do
Sudeste brasileiro apresentam am- MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
bientes desérticos, e apenas no DA EDITORA DO BRASIL
Lu
sMi
Brasil essa área é úmida, principalmen-
ou
ra
te devido à presença dos rios voadores.
Se possível, fazendo a leitu-
ra dirigida do texto citado na seção
Conexões, desconstrua, em conjunto
com o professor de Ciências, a ideia
de que a Amazônia é o “pulmão do
120
mundo”, explicando que essa função
de retirar o gás carbônico e fornecer
oxigênio renovado para a atmosfe-
ra é realizada sobretudo pelas algas Foco nos TCTs
marinhas. Por outro lado, destaque a Educação Ambiental
importância da floresta e dos demais
O conteúdo da dupla de páginas oportuniza o apro-
biomas agregados na regulação do cli- fundamento da compreensão, por parte do estudante, a
ma nas escalas local, regional e global. respeito do processo de apropriação do bioma amazô-
Se possível, apresente para a turma o nico pelas atividades econômicas, sobretudo da marcha
vídeo Como a Amazônia regula o cli- das atividades agrícolas, assim como dos impactos am-
ma do planeta (disponível em: https:// bientais oriundos dessa dinâmica.
www.youtube.com/watch?v=n6lgU-
KycLso&t=10s; acesso em: 2 abr. 2022).
120
UNIDADE 4
Para aprofundar
O arco de desflorestamento da Amazônia Mostre aos estudantes os mapas
Como estudado até aqui, a expansão das áreas de pastagem, plantações e de áreas urbanas nas últimas “Retração da vegetação nativa”, pu-
décadas tem intensificado o ritmo de desmatamento da Floresta Amazônica. blicados pelo IBGE, para que eles ve-
Vários estudos produzidos a partir da rifiquem a intensidade com que a
década de 2000, com base em levantamentos O arco de desflorestamento da Amazônia
de campo e por sensoriamento remoto,
vegetação original da Amazônia foi
60º O
ou seja, com o uso de imagens aéreas de VENEZUELA
Guiana
degradada ao longo do tempo (dispo-
satélites de monitoramento, têm ajudado SURINAME Francesa nível em: https://atlasescolar.ibge.gov.
COLÔMBIA (FRA)
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais GUIANA
(Inpe) a mapear a progressão da área Roraima Amapá OCEANO br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_
ATLÂNTICO
desmatada não somente na Região Norte, retracao_veg_nativa.pdf; acesso em:
Selma Caparroz
Equador
0º
mas em toda a Amazônia. Essas ações
2 abr. 2022.
têm auxiliado na tomada de medidas
que visem diminuir o ritmo de derrubada Amazonas
da floresta. Apesar disso, o processo de
PERU Pará
Na BNCC – Geografia
desflorestamento ainda é muito alto: Maranhão
no período compreendido entre 2010 e EF07GE02
2020, foram desmatados em média cerca Piauí O estudante é instigado a re-
de 7,5 mil km² de floresta por ano, área Acre
aproximadamente uma vez e meia o N
lacionar os fluxos econômicos da
Mato
tamanho do Distrito Federal. Rondônia Grosso Tocantins
Bahia
Região Norte aos impactos am-
A maioria dos desmatamentos está na
O L
bientais na Amazônia.
faixa de terra que vai do nordeste do Pará até BOLÍVIA Goiás
o Acre, passando pelo noroeste do Maranhão
S
DF
EF07GE06
Área de desflorestamento
e do Tocantins, e pelo norte do Mato Amazônia Legal 0 375 750 km
Por meio da análise dos im-
Grosso (veja a seção Mundo dos mapas na Áreas antropizadas Mato Grosso
pactos ambientais na Amazônia,
página 196 do Capítulo 15) e por Rondônia do Sul 1 : 37500 000
(como vimos na página 117). Essa área é Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 103; o estudante será capaz de discutir
denominada de arco de desflorestamento THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do
território. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2018. p. 109.
como a produção e circulação de
da Amazônia. Veja o mapa ao lado. mercadorias podem impactar o
meio ambiente.
121
Atividades complementares
1. Solicite aos estudantes uma pesquisa sobre os principais
impactos ambientais de alguma atividade econômica.
Eles podem ser divididos em grupos, que ficarão com te-
mas distintos. Após as pesquisas, os resultados deverão ser
apresentados ao restante da turma em forma de seminá-
rios. Caso julgue pertinente, selecione algumas atividades
econômicas para a distribuição entre os grupos; assim, não
haverá o risco de repetições. Seguem algumas sugestões:
mineração, energia hidrelétrica, energia eólica, agricultura
em larga escala, indústria etc.
121
Pré-requisitos
pedagógicos Comunidades tradicionais da
Os estudantes deverão relembrar Amazônia
os conteúdos trabalhados ao lon-
go do 5º ano acerca das diferenças Além dos povos indígenas originários, a Região Norte recebeu, entre a se-
étnico-raciais e étnico-culturais en- gunda metade do século XIX e início do século XX, intensos fluxos migratórios
tre grupos de diferentes territórios Agricultura de de camponeses provenientes, sobretudo, da Região Nordeste.
(EF05GE02). roçado: modalidade
Assim, há mais de um século, convivem em meio ao bioma amazônico co-
de produção agrícola
em que se utilizam munidades indígenas, de ribeirinhos e de quilombolas, que trabalham, por
Orientações ferramentas e técnicas exemplo, como seringueiros, castanheiros e açaizeiros. Esses habitantes
e sugestões rudimentares de
desenvolvem, além do extrativismo vegetal, a caça, a pesca e uma pequena
plantio e colheita,
Saliente a importância das comu- como arados manuais, agricultura de roçado, gerando recursos para milhares de famílias, com um
nidades tradicionais para a sociedade foices e enxadas, além
baixo impacto no meio ambiente regional.
da queimada para a
brasileira. Elas são responsáveis pela limpeza do terreno. Outro grupo que se constituiu com a chegada de trabalhadores nordesti-
preservação e manutenção da flo- nos foram os posseiros, agricultores que se instalaram em terras sem uso do
resta, além de denunciar ações que
governo federal ou mesmo em fazendas improdutivas, desenvolvendo uma
infringem as leis ambientais. Essas
agricultura de subsistência, ou seja, produzindo basicamente alimentos para
comunidades são constantemente
suas famílias. Calcula-se que existam atualmente milhares de famílias de pos-
ameaçadas por garimpeiros e madei-
seiros em toda a Região Norte e na Amazônia de maneira geral, vivendo e pro-
reiros, entre outros grupos, sofrendo
duzindo sem ter a propriedade da terra. Observe as imagens que seguem.
constantes ataques. Para exemplifi-
car essas ameaças, traga para a sala
Região Norte: atividades agrícolas e extrativistas
de aula notícias recentes de conflitos 50º O
Selma Caparroz
Jari
Trom be t a s
co Macapá à pecuária extensiva
Agricultura em modernização
0º Equador ATLÂNTICO
Bran
associada
Agriculturaàem
pecuária extensiva
Atividades
modernização
N e gro associada à pecuária extensiva
Ja p urá Belém
complementares Manaus
Amaz o n a s Produtos extrativos
Produtos extrativos
Açaí
So
li m õ es Açaí
1. Solicite uma pesquisa sobre a vida ós
Castanha-do-pará
AM Castanha-do-pará
Cupuaçu
de Chico Mendes e da irmã Dorothy
j
pa
ari PA
Ta
av a
MA Cupuaçu
Copaíba
Stang. Os estudantes deverão pes- eir
J
J uruá ad Copaíba
Látex de seringueira
M
Xingu
uaia
s
quisar quais foram suas ações em P uru Látex de seringueira
Madeira
Arag
Madeira
prol da preservação da Amazônia Porto Goma
s
AC PI
Tocantin
Velho Goma
Guaraná Fonte: IBGE.
e da proteção das comunidades Rio Branco Palmas
Juruena
Teles Pires
po Piaçava fundamental
ré
a
escrito individual. DA EDITORA DO BRASIL de Ingapijó. Mocajuba (PA), 2020. Jorge Teixeira (RO), 2019. Jorge Teixeira (RO), 2019.
Cadu De Castro/Pulsar Imagens
122
UNIDADE 4
Saberes tradicionais em risco Orientações –
Questionamentos
Como resultado do processo de ocupação do Norte e da Amazônia, é pos-
sível afirmar que existe na região uma grande diversidade sociocultural. Nela ½½ Respostas
convivem cerca de 180 povos indígenas, totalizando aproximadamente 250 mil 1. Resposta pessoal. Oriente a conversa
pessoas, 357 comunidades quilombolas e milhares de comunidades de serin- de modo que os estudantes possam
gueiros, ribeirinhos, castanheiros, açaizeiros, babaçueiros etc. Todos esses po- expressar seus sentimentos e suas
vos e comunidades detêm um amplo conhecimento dos fenômenos naturais e ideias acerca do assunto.
da biodiversidade existente nesse bioma. 2. Resposta pessoal. Entre as ações
Contudo, os projetos econômicos de ocupação vêm ameaçando o domínio mencionadas pelos estudantes, po-
dessas comunidades sobre esses saberes. Isso ocorre porque, além de suas terras dem ser citadas: maior rigor na fisca-
serem ameaçadas por madeireiros, garimpeiros e fazendeiros, esses povos têm lização, aumento das penas para os
sido vítimas de outra forma de fraude: o roubo de seus conhecimentos práticos infratores, sanções a empresas que
a respeito da fauna e da flora amazônicas por universidades e empresas, sobre- utilizam produtos provenientes da
tudo aquelas dos ramos químico e farmacêutico. Essa prática é conhecida como
biopirataria etc.
biopirataria. Veja como ela acontece por meio do esquema ilustrativo a seguir.
Na BNCC – Geografia
EF07GE03
Na BNCC – Geral
Competência geral
1. Conhecer a importância das
Passo 3 – As amostras de comunidades tradicionais e os
espécies do bioma são vendidas impactos da biopirataria incen-
para laboratórios ou centros
de pesquisa. Nesses locais,
tiva o estudante a valorizar os
Passo 2 – Em seguida, coletam técnicos e cientistas, com conhecimentos historicamen-
espécies da fauna e flora e base nos saberes dos povos te construídos sobre o mun-
as levam, clandestinamente, tradicionais, desenvolvem,
Passo 1 – Os criminosos se infiltram nas para outras regiões do Brasil
do, para entender a realidade
por exemplo, medicamentos,
comunidades, disfarçados de turistas, ou exterior. O material sai resinas e fibras, patenteando e colaborar para a construção
religiosos ou estudiosos, obtendo disfarçado nas bagagens dos a “descoberta”, ou seja, as de uma sociedade justa e de-
informações sobre as propriedades criminosos ou mesmo por substâncias oriundas das
orgânicas e terapêuticas de meio de correspondências.
mocrática.
plantas e dos animais, e
determinadas plantas, fungos e animais obtendo grandes lucros com Competência específica de
que vivem nos ecossistemas locais. a venda desses produtos no Ciências Humanas
mercado internacional.
1. O estudo das comunidades tra-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Estima-se que a biopirataria gera anualmente centenas de milhões de dólares dicionais da Região Norte auxi-
DA EDITORA DO BRASIL
para as empresas detentoras das patentes. Sem direito aos lucros gerados
por essas patentes, as comunidades tradicionais são expropriadas de seus
lia o estudante a compreender
conhecimentos e recursos naturais. a si e ao outro como identida-
1. Converse com os colegas e o professor sobre a situação em que a biopirataria des diferentes, de forma a exer-
coloca as comunidades tradicionais da Amazônia. citar o respeito à diferença em
2. Agora avalie: O que poderia ser feito para evitar essa situação? Troque ideias uma sociedade plural e promo-
com os colegas e liste no caderno as possibilidades que a turma indicou. ver os direitos humanos.
123
123
Soluções das
atividades
1. Construção de rodovias interligando
a Região Norte ao restante do país,
implantação de projetos de colo-
nização agrícola e criação de polos Reviso o capítulo
de desenvolvimento industrial e de 1. Liste as principais iniciativas do governo federal, na segunda metade do século XX, para promover a
extração mineral em meio à floresta. ocupação e a integração da Região Norte ao território nacional.
2. As principais modalidades foram: 2. Quais foram as principais modalidades de ocupação do campo implantadas pelo Incra na Região Norte?
agrovilas, propriedades médias ru-
3. Caracterize o Polo Industrial de Manaus.
rais e grandes propriedades rurais
empresariais. 4. Por que, nas últimas décadas, vem ocorrendo um rápido processo de urbanização da Região Norte?
3. Corresponde a uma área industrial 5. Explique, em poucas palavras, como ocorre o desflorestamento da Amazônia na atualidade.
na periferia de Manaus (AM), na qual 6. O que é o arco de desflorestamento da Amazônia? Com base no que você estudou neste capítulo, expli-
houve a instalação de dezenas de que por que ele existe.
empresas nacionais e multinacio-
7. Quais são as principais ameaças aos conhecimentos tradicionais das comunidades nativas da Amazônia?
nais para produzir as mais variadas
mercadorias, desde eletrônicos até
insumos químicos. Elaboro pesquisas
4. Em razão do fracasso dos projetos 8. No território brasileiro, as terras indígenas com as maiores extensões situam-se na Região Norte. O mapa
voltados para o assentamento de agri- e o texto que seguem abordam a situação dessas terras e as ameaças que esses povos vêm sofrendo
cultores em pequenas propriedades na atualidade. Leia-os com atenção.
rurais, da desapropriação de extensas As terras tradicional- Áreas indígenas na região Norte
áreas de terras para a implantação de mente ocupadas pelos
Selma Caparroz
50º O
projetos e obras de infraestrutura e da povos indígenas foram re-
N
Justificativa
Para os estudos desta unidade, são
propostos quatro objetivos princi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
pais, que buscam levar os estudantes
a compreender como ocorreram os
processos industriais na Região Su-DA EDITORA DO BRASIL
deste, identificando suas causas e con-
sequências nos planos social, econô-
mico e ambiental. Ao mesmo tempo,
é importante que consolidem seus
conhecimentos sobre as caracterís-
ticas da urbanização e metropoliza-
ção dessa região, considerada a mais 126
dinâmica do nosso território. Por fim,
é importante que os estudantes co-
nheçam como ocorreu a moderniza- Orientações – Questionamentos
ção do campo no Sudeste e, também,
como a grande infraestrutura energé- ½½ Respostas
tica e de transportes foi implantada 1. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
nos quatro estados da região. 2. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
3. Resposta pessoal. Oriente a conversa de modo que os
estudantes expressem ideias e conhecimentos acerca do
assunto.
126
Orientações
Kite_Air_Picture/iStockphoto.com
Nesta unidade, você vai estudar: e sugestões
■■ os fatores do crescimento industrial É provável que muitos estudantes
do Sudeste; já conheçam as principais caracterís-
■■ a implantação da infraestrutura de ticas da Região Sudeste que, além de
transportes e geração de energia; fazer parte dos conteúdos dos anos
■■ a criação e a importância dos polos
finais do Fundamental I, aparecem
tecnológicos; com frequência na mídia nacional.
Dessa forma, inicie a aula sondan-
■■ a modernização do espaço rural;
do os conhecimentos prévios deles
■■ os processos de urbanização e de acerca dessa região, sanando possí-
metropolização do Sudeste; veis dúvidas.
■■ os principais impactos sociais e am- Levante hipóteses que justifiquem
bientais causados pelo crescimen- a escolha da fotografia da abertura
to econômico e pela urbanização como representação do Sudeste. Es-
da região. pera-se que eles mencionem a ampla
rede de transportes da região (obser-
vada em mapas de capítulos anterio-
res) e sua importância na produção e
distribuição de mercadorias industria-
lizadas para o restante do país.
Avaliação
diagnóstica
No Capítulo 8, estudaremos a
agropecuária, a urbanização e os pro-
blemas socioambientais derivados
dessas práticas sociais e econômicas.
Assim, para conhecer o que os estu-
dantes sabem sobre essas temáticas,
peça que descrevam as principais
características da agricultura, da pe-
cuária e da urbanização em um dos
estados da Região Sudeste. A seguir,
peça que apontem ao menos cinco
impactos socioambientais que po-
dem estar relacionados a essas prá-
ticas. Anote todas as contribuições
na lousa. Depois, explore com eles a
imagem da página 146, discutindo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO alguns dos problemas socioambien-
DA EDITORA DO BRASIL tais representados. Por fim, comente
com eles o que será trabalhado no
capítulo de maneira mais detalhada.
127
127
10
Objetivos do capítulo
• Conhecer as características econô- Sudeste: centro econômico
micas e demográficas do Sudeste.
• Entender o processo de industriali-
nacional
zação do Sudeste.
• Relacionar a disponibilidade de mão
de obra e mercado consumidor com Como você já estudou, o Produto Interno Bruto (PIB) equivale à soma das
a industrialização do Sudeste. riquezas geradas pelas atividades econômicas em um município, estado, país
• Compreender a importância da ou região durante o período de um ano. O gráfico abaixo mostra a participa-
infraestrutura de transportes e de ção proporcional de cada uma das grandes regiões brasileiras no total do PIB
energia para o estabelecimento de nacional em 2020. Observe.
indústrias no Sudeste.
• Conhecer os tecnopolos e sua rele- Participação das grandes regiões brasileiras no PIB nacional – 2020*
vância para a economia do Sudeste.
Zeni Santos
Região Norte Região Nordeste
• Identificar a distribuição espacial Região Sudeste
das indústrias no Brasil tendo como
foco a análise do Sudeste. Região
Centro-Oeste
Orientações –
Questionamentos 6%
14%
½½ Respostas 53% 10%
Sonia Vaz
45°O
MT
A Região Sudeste é a mais do deste capítulo permite ao es-
populosa do Brasil, com cerca BA
tudante compreender as origens
de 90 milhões de habitantes
em 2021, distribuídos em históricas do dinamismo econô-
quatro estados: Espírito DF mico da Região Sudeste, assim
Santo, Minas Gerais, Rio de Montes Claros como a importância da força de
Janeiro e São Paulo. Juntas,
essas unidades da Federação GO trabalho empregada em seus di-
ocupam uma área de MINAS
Teófilo Otoni ferentes setores de atividades eco-
aproximadamente 925 mil km². GERAIS
Governador
nômicas.
Isso torna o Sudeste a região Uberlândia Valadares
ESPÍRITO
mais povoada do país, com uma SANTO
densidade demográfica média 20° S
Uberaba Belo Horizonte
Linhares
Na BNCC – Geografia
de 86 habitantes por km².
Confira a localização dos MS
Vitória EF07GE02
Ribeirão Preto Cachoeiro de Itapemirim
estados e dos principais O conteúdo trabalhado dá em-
Juiz de Fora
centros urbanos do Sudeste Presidente
no mapa.
Prudente Poços
de Caldas
Campos
basamento para que o estudante
SÃO PAULO RIO DE JANEIRO
Campinas Volta Redonda
N
compreenda os fluxos econômi-
Rio de Janeiro
Trópico de Capricórnio Sorocaba São Paulo cos e populacionais relacionados
PR
O L
à Região Sudeste.
Santos OCEANO
S EF07GE10
Fonte: IBGE. Atlas Capital de estado ATLÂNTICO
geográfico escolar. 8. ed. Cidades importantes 0 124 248 km O estudante é apresentado ao
Rio de Janeiro: IBGE, Limites estaduais
2018. p. 90.
1 : 12 400 000
sectograma do PIB brasileiro de
2017 por grandes regiões.
Na BNCC – Geral
Concentração industrial no Sudeste Competência específica de
Ciências Humanas
Entre as atividades econômicas que geram grande parte
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
dústrias de base, como mineradoras, siderúrgicas e petroquímicas.
Assim, desenvolveram-se importantes siderúrgicas nessa região, como a
DA EDITORA DO BRASIL
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no estado do Rio de Janeiro; a Acesita e
a Belgo-Mineira, em Minas Gerais; e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa),
em São Paulo. Também foram fundadas a Petrobras, com sede no Rio de Ja-
neiro, com a função de procurar, extrair e refinar petróleo e gás natural, e a
Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale), em Minas Gerais, até hoje uma das
maiores empresas de extração de minério de ferro do mundo.
129
129
Orientações
e sugestões
Caso julgue necessário, inicie o es-
tudo do tópico sobre o parque indus- A área do Quadrilátero Ferrífero
trial diversificado presente no Sudeste
O desenvolvimento da indústria de base no Sudeste, sobretudo dos parques siderúrgico e metalúrgico,
explanando aos estudantes as dife-
apoiou-se na presença de jazidas minerais, como as de ferro, manganês e bauxita, matérias-primas essen-
renças entre os tipos de indústria. Para
ciais para a fabricação de ligas metálicas. Destacam-se importantes jazidas localizadas na parte central do
tanto, projete ou transcreva na lousa estado de Minas Gerais, área denominada de Quadrilátero Ferrífero (veja o mapa a seguir).
o quadro explicativo no rodapé desta Durante o último século, milhares de toneladas de minérios têm sido extraídas das jazidas dessa
dupla de páginas. área, tanto para servir de matéria-prima às indústrias nacionais como para a exportação para outros
Podemos classificar as atividades países do mundo.
industriais de acordo com a função
DAE
43º 37’ O
que cada segmento fabril desempe-
nha na economia de uma sociedade. Quadrilátero Ferrífero (MG) Sabará
Belo Horizonte
Explique que os três tipos são 44° O N
N
nério de ferro extraído da natureza é SP
NT O
IC O
Mariana
AT EA N
Capital do
transformado em aço. As indústrias
OC
O L
LÂ
estado RJ Congonhas 0 14 28 km
Ouro
de bens intermediários são respon- Limite do
quadrilátero 0 245
220 490
440 km
S Branco 1 : 1 400 000
outras indústrias, como as máquinas Fonte: AZEVEDO, Úrsula Ruchkys et al. Geoparques Rodovia Ouro
do Brasil: propostas. Rio de Janeiro: CPRM, 2012. v. 1. Ferrovia Manganês
necessárias para processos industriais. p. 186. Disponível em: http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/
Bauxita
handle/doc/1209?show=full. Acesso em: 11 fev. 2022.
Por fim, as indústrias de bens de con-
sumo são aquelas que produzem mer-
cadorias diretamente para o mercado
consumidor, ou seja, para as lojas nas Parque industrial diversificado
quais as pessoas compram. A partir das décadas de 1950 e 1960, houve a diversificação do parque in-
Acerca da seção Zoom, comente dustrial do Sudeste, com a instalação de indústrias de bens intermediários
com os estudantes que o minério de
e de consumo, como fábricas de tratores, caminhões e automóveis, eletrodo-
ferro é de suma importância para o
mésticos e alimentos.
processo industrial, já que ele é utili-
zado tanto nos maquinários das fá-
Folhapress
130
130
UNIDADE 5
Mão de obra e mercado consumidor Pré-requisitos
pedagógicos
Além dos investimentos dos governos federal e estaduais, Os estudantes deverão relembrar
Arquivo/Estadão Conteúdo/AE
nas indústrias precisa ser consumida
pelas pessoas; caso contrário, haverá
Atacado: tipo de estoque desses produtos, o que dimi-
comércio que vende nuirá seu valor de mercado.
produtos em geral para
revenda em grandes
quantidades, e, por isso, Na BNCC – Geografia
com preços mais baixos. EF07GE02
Varejo: tipo de
comércio que vende
Compreender a importância da
produtos diretamente mão de obra e do mercado con-
ao consumidor, em sumidor para o processo de in-
unidades ou pequenas
quantidades.
dustrialização ajuda o estudante
a analisar as influências dos fluxos
econômicos e populacionais na
formação territorial do Sudeste.
EF07GE04
O conteúdo traz, de forma in-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO trodutória, a importância dos imi-
DA EDITORA DO BRASIL grantes para a industrialização do
Sudeste.
EF07GE08
Entender a história da indus-
Vista interna de loja
de departamentos
trialização do Sudeste é base para
durante inauguração. estabelecer relações entre os pro-
São Paulo (SP), 1957. cessos de industrialização e inova-
ção tecnológica.
131
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Tipo de indústria Características gerais Exemplos Ciências Humanas
De bens de consumo duráveis 2. O estudante é instigado a anali-
sar o meio técnico-científico-in-
• Eletrodomésticos: geladeiras, televisores
etc formacional considerando suas
Fabricação de bens que são consumidos • Automobilística: carros e motocicletas. variações no tempo.
pela população em geral. • Moveleira: móveis comerciais e
Está dividida em: residenciais.
Indústria de bens de consumo
• indústria de bens de consumo duráveis;
• indústria de bens de consumo não De bens de consumo não duráveis
duráveis. • Têxtil: vestuário, tecidos etc.
• Alimentícia: doces, laticínios e bebidas.
• Cosmética: cremes dentais, sabonetes e
xampus.
131
Orientações Infraestrutura de transportes e de geração de energia
e sugestões
Ao trabalhar os tipos de energia Outros dois aspectos fundamentais para o desenvolvimento industrial da Região
elétrica produzida no Brasil, comente Sudeste foram os altos investimentos dos governos na construção de infraestrutura
cada uma das fontes. Algumas podem de transportes e de energia elétrica. Enquanto a infraestrutura dos transportes faci-
ser de conhecimento dos estudantes, litou a circulação de matérias-primas e dos produtos manufaturados, a de geração
como a eólica, a hidrelétrica, a nuclear; de energia elétrica foi essencial para movimentar as máquinas industriais e para
mas eles podem não ter tido contato que a população pudesse utilizar eletrodomésticos, eletroeletrônicos, entre outros.
com outras, como a biomassa, o gás No caso dos transportes, a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Christyam de Lima/Shutterstock.com
Navio atracado do Porto de Vitória (ES), 2019. Aviões no Aeroporto Internacional de Confins (MG), 2018.
132
132
UNIDADE 5
No caso da ampliação da infraestrutura de geração de energia, além de Atividades
termoelétricas, a partir da década de 1960 houve a priorização da construção complementares
de usinas hidrelétricas, como forma de aproveitar o potencial natural existen- 1. A energia gerada no Brasil é, em sua
te na região. O território da maior parte dos estados do Sudeste é composto maior parte, de fontes renováveis ou
de planaltos, com a presença de muitos vales e rios caudalosos, o que propi- não renováveis? Explique.
cia a construção de barragens para a geração de energia hidráulica, também A maior parte da energia elétrica
chamada de hidroeletricidade. brasileira é proveniente de fontes
A construção de usinas hidrelétricas em grande escala tornou o Sudeste a renováveis. Analisando o gráfico,
região que mais produz energia elétrica no Brasil. Observe os gráficos a seguir. percebe-se que cerca de 80% da
Gráfico 1 – Principais fontes da energia energia elétrica brasileira é de fon-
elétrica no
Gráfico 1: Principais Brasil
fontes de (2017)
tes renováveis, sendo 66% hidráu-
energia elétrica no Brasil – 2020 lica, 8% de biomassa e 6% eólica.
133
Orientações – Questionamentos
½½ Respostas
1. Hidráulica: 66%; gás natural: 10%; derivados de petróleo:
2%; de carvão: 3%; nuclear: 3%; biomassa: 8%; eólica:
6%; outras: 2%.
2. Além do Sudeste, destaca-se também o Sul.
133
Pré-requisitos Centros tecnológicos
134
134
UNIDADE 5
Orientações
e sugestões
Na seção Mundo dos mapas, co-
Mapa 1: Número de estabelecimentos mente com os estudantes que há di-
industriais
Mapa 1 - Número no Brasil – 2016
de estabelecimentos industriais no Brasil (2016) versas formas de apresentar as mes-
Quantidade e qualidade 50° O
VENEZUELA
SURINAME Guiana
Francesa
COLÔMBIA Boa GUIANA
(FRA) N ras com o maior número de
Vista AP
estabelecimentos industriais? ½½ Respostas
Equador
RR 5
11
O L
1. As regiões Sudeste e Sul.
9
0°
Macapá
Belém
2. Identifique a região brasileira
10
3
1 2
9
3 3
9 São Luís
S
2. As regiões Sudeste e Sul reúnem a
11
2 1 11 7
AC 3 5 11 4
7
13 Recife
predominantes?
1
Na BNCC – Geografia
1
PERU 5
13 7
11
9
3
5 Salvador
BOLÍVIA 5 5 DF3 5 2
3 11
5 13 Indústrias segundo categorias de uso
Cuiabá Brasília
EF07GE09
5 13
OCEANO
11 1 3
7 5
13 2 2 1 5 BENS DE CAPITAL
GO 11 13
MG
2
7
1
2
10
4
5 2 2 Química A seção Mundo dos mapas
Grande 11 5
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
2
DA EDITORA DO BRASIL
7 3
PARAGUAI 3 4 8 11
5 Produtos de minerais não metálicos
RJ
2
PACÍFICO
3 11 13 6
Trópico de Cap
gráficos e suas funções na repre-
1 1 9 7
12 13
13 5 8
7 12 ricórnio
11
PR 9
1
7
2
6 5
10
5
11
13
Rio de Janeiro
São Paulo
BENS DE CONSUMO DURÁVEIS
13
13
11
3
3 13
10
7
5
1
Curitiba 6 Material elétrico e de comunicações
7 Material de transporte (aeroespacial, automobilístico, naval)
sentação espacial de fenômenos
SC geográficos no Brasil.
4
7 2 8
11 13
11 1
10
8 Mobiliário
ARGENTINA 3
13
9 1
5
Florianópolis
13
7 4 2
BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS
11 5
1
0 385 770 km 9 Papel, papelão, editorial e gráfica
RS
8
Porto Alegre
Na BNCC – Geral
6
11
1 : 38 500 000 10 Perfumaria, sabões e velas
5
URUGUAI 11 Produtos alimentares e bebidas
12 Produtos farmacêuticos e veterinários
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda.Leda.
Atlas Atlas
geográfico Saraiva.Saraiva.
4. ed. São 13 Têxtil, vestuário e calçados Competência específica de
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, geográfico 4.Paulo:
ed. SãoSaraiva,
Paulo:2013. p. 52. 2013. p. 52.
Saraiva,
Geografia
Capital estadual 135 3. A proposta de trabalho carto-
Capital federal gráfico da seção Mundo dos
Limite estadual
Limite internacional
mapas dá sequência ao de-
senvolvimento da autonomia
Na BNCC – Geral e da aplicação do raciocínio
Competência geral geográfico, proporcionando a
5. O estudante deverá compreender a importância das tecnologias nas diversas práticas sociais, com ênfase nos pro- análise da ocupação humana
cessos de industrialização. e da produção do espaço geo-
gráfico brasileiro, sobretudo
Competência específica de Ciências Humanas
no que tange ao processo de
5. A análise dos mapas possibilita ao estudante comparar fenômenos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço. industrialização do país, apli-
Raciocínio geográfico cando os princípios de analo-
Diferenciação: A comparação proposta na seção Mundo dos mapas possibilita ao estudante compreender as gia, conexão, distribuição, ex-
diferentes expressões do mesmo fenômeno no espaço geográfico. tensão, localização e ordem.
135
Soluções das
atividades
1. Durante o século XX, o governo
federal e os governos estaduais
do Sudeste contribuíram criando
Reviso o capítulo
indústrias de base e incentivando
o estabelecimento de indústrias de 1. De que maneira os governos estaduais e federal 4. Qual foi a importância da mão de obra imigrante
bens intermediários e de bens de contribuíram para a concentração da atividade para o desenvolvimento da atividade industrial no
consumo, incentivando a vinda de industrial brasileira no Sudeste? Sudeste?
mão de obra imigrante e criando
2. Utilize os mapas da página 135 e descreva a dis- 5. Por que o governo federal priorizou a constru-
infraestrutura de transportes e de tribuição espacial das indústrias entre os estados
geração de energia. ção de rodovias e de hidrelétricas na Região
do Sudeste.
Sudeste?
2. No Mapa 1, grande parte dos estabe-
3. Sobre a indústria extrativa mineral no Sudeste,
lecimentos industriais concentram- 6. Sobre a consolidação do parque industrial do
responda:
-se, da maior para a menor escala, Sudeste, responda:
a) O que é o Quadrilátero Ferrífero? Onde se
respectivamente em São Paulo, no a) O que são tecnopolos?
localiza?
Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no
b) Quais são os principais minérios explorados b) Qual é a importância deles no processo de
Espírito Santo. No Mapa 2, a maior desconcentração industrial do Sudeste?
nessa área?
diversidade de tipos de indústria
c) Qual é a importância dessa área para outras c) Por que a região de Campinas (SP) é chamada
encontra-se, da maior para a menor
atividades industriais do Sudeste? de Vale do Silício brasileiro?
diversidade, respectivamente em
São Paulo, no Rio de Janeiro, em Organizo ideias
Minas Gerais e no Espírito Santo.
3. a) É uma área localizada na parte 7. Em nossos estudos, é muito importante que aprendamos a organizar os conhecimentos adquiridos. Por
isso, nesta atividade, você organizará as principais ideias relacionadas ao processo de concentração in-
central do estado de Minas Gerais
dustrial no Sudeste. Para isso, monte no caderno um diagrama como o do modelo abaixo, completando
que reúne importantes jazidas as lacunas com as informações necessárias.
minerais.
b) Ferro, ouro, manganês e bauxita.
DAE
proximidade de fontes
c) Ela é uma importante fornece- de matérias-primas minerais
dora de matérias-primas mine-
rais, sobretudo para siderúrgicas,
metalúrgicas e outras indústrias Principais fatores que colaboraram para
de base. a concentração industrial no Sudeste
4. Os imigrantes estrangeiros foram
uma importante mão de obra para
ampliação da
a indústria do Sudeste, sobretudo infraestrutura
numerosa
mão de obra
porque uma parte deles já tinha de transportes
experiência no trabalho fabril em
seus países de origem.
5. O governo priorizou a construção
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Estabeleço relações
e a ampliação de rodovias, pois DA EDITORA DO 8.BRASIL
Pesquise na internet a tela Operários, da artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973). Pintada em 1933,
importantes indústrias mecânicas, essa obra revela algumas das principais mudanças de ordem econômica e demográfica pelas quais o
de peças automotivas, de pneus e Brasil, mas principalmente a Região Sudeste, estava passando na primeira metade do século XX.
montadoras de veículos instalaram- Reveja os elementos pintados pela artista na tela, como o rosto dos personagens e sua disposição em
-se no Sudeste. Já a construção de primeiro plano e a paisagem urbana em segundo plano. Agora responda: De que maneira eles retratam
alguns dos conteúdos que você aprendeu neste capítulo a respeito do Sudeste? Troque ideias com os
hidrelétricas foi prioridade como
colegas sobre as relações que cada um de vocês estabeleceu.
forma de aproveitar o potencial hi-
dráulico da região, proporcionado 136
pela presença de relevo de planalto
e de rios caudalosos.
6. a) São centros de pesquisa focados c) Ela recebe esse apelido por concentrar muitos centros de estrangeiro nessa população; destacar os edifícios e as
na produção de alta tecnologia pesquisa e várias empresas do segmento tecnológico. chaminés das indústrias em último plano, indicando a
que foram implantados no entor- relevância do processo de industrialização dessa região
7. Criação de indústrias de base, ampliação de infraestrutura
no de importantes universidades
de geração de energia elétrica, amplo mercado consumi- brasileira no contexto em que vivia a artista.
e instituições públicas e privadas.
dor e criação de centros de tecnologia. 9. a) Na Região Sudeste.
b) A implantação deles em cidades
do interior dos estados da região 8. Entre as relações que o estudante pode estabelecer te- b) Em primeiro lugar, na Região Sudeste, que é seguida
fez com que muitas indústrias se mos: identificar que a aglomeração de pessoas, que se pelas regiões Sul e Centro-Oeste.
deslocassem dos grandes cen- intensifica da esquerda para a direita, relaciona-se com o c) Para a instalação de indústrias, é necessário haver ampla
tros industriais, sobretudo de São aumento da população brasileira – do Sudeste, sobretu- rede de transporte para o escoamento da produção e
Paulo e do Rio de Janeiro, para do – no período; identificar a diversidade étnica presente expressivo fornecimento de energia elétrica para o fun-
esses municípios. nos rostos, um indicador da participação do imigrante cionamento das fábricas.
136
UNIDADE 5
Analiso mapas Proposta avaliativa
Brasil: rede de rodovias – 2017
1. Comente com os estudantes que
Manaus Fortaleza
transporte, as poucas áreas disponí-
AM PA MA
Teresina
CE
RN Natal
veis para investimentos, os salários
PI PB
João
Pessoa
mais elevados etc.
AC Rio Branco TO PE Recife
Porto
AL Maceió
Na BNCC – Geografia
Velho
RO Palmas Aracaju
BA SE
MT
Salvador EF07GE02
DF
Cuiabá Goiânia Brasília
OCEANO A proposta avaliativa prevê que
GO MG
Belo
ATLÂNTICO o estudante analise os fatores de
MS ES
Campo
Horizonte
atração e repulsão de estabeleci-
Grande SP Vitória
OCEANO RJ mentos industriais, auxiliando na
PACÍFICO Rio de Janeiro Trópic
PR São Paulo
o de Capricó
rnio compreensão dos fluxos econômi-
Capital estadual
SC
Curitiba cos e populacionais na formação
Capital federal
do território brasileiro.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Florianópolis
Limite estadual
Limite internacional RS Porto Alegre Fonte: IBGE. Atlas
DA EDITORA DO BRASIL
0 459 918 km
geográfico escolar. 8.
Usina hidrelétrica principal
1 : 45 900 000 ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 139.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 139.
a) Onde está localizada, de forma mais densa e concentrada, a malha rodoviária de nosso país?
b) Em quais regiões brasileiras se encontra a maior parte das usinas hidrelétricas?
c) De acordo com o que estudamos, qual foi a importância do processo de industrialização para que o
Sudeste apresentasse a atual rede de transportes e de geração de energia elétrica?
137
137
11
Objetivos do capítulo
• Caracterizar a agroindústria no Agropecuária, urbanização
Sudeste.
• Identificar os principais produtos
e problemas socioambientais
agrícolas do Sudeste. no Sudeste
• Relacionar as transformações no
campo com o processo de urbani-
zação no Sudeste.
Observe a imagem a seguir.
• Entender o conceito de megalópo-
le e de área de influência urbana. O evento anunciado no
138
UNIDADE 5
Extensas áreas de plantação desses pro- Na BNCC – Geografia
DF
MG OCEANO
GO ATLÂNTICO
MS
ES
SP
Óleos vegetais RJ
Trópico de
(soja, milho, algodão) Capricórn
PR io
Açúcar e álcool
Cacau
Café
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Pecuária e derivados
Aves e derivados
DA EDITORA DO BRASIL
SC
N
Fumo RS O L
Arroz
Madeira S
Papel
Frutas (doce, polpa e suco) 0 329 658 km
Flores 1 : 32 900 000
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 53.
139
139
Orientações Produtos agropecuários de destaque no Sudeste
e sugestões
Ao realizar a leitura do texto, retor- Nas últimas décadas, boa
Marcos Issa/Argosfoto
ne ao mapa da página 139, de modo parte das atividades agropecuá-
que os estudantes identifiquem a lo- rias desenvolvidas no Sudeste
calização das produções agroindus- passou por um amplo processo
triais mencionadas no texto. Comen- de modernização, apresentan-
te com eles que a produção agrícola do atualmente elevado grau de
no Sudeste não está isolada no es- emprego de tecnologia. Entre
paço, ou seja, além do cultivo dos aquelas que mais se destacam
produtos, há uma grande rede de estão as atividades agrícolas que
empresas responsáveis pelo bene- envolvem as lavouras de cana-
ficiamento e pela comercialização -de-açúcar, laranja, café, além da
desses itens. Essa rede é conhecida pecuária de corte e leiteira.
como setor agroindustrial. A produção de laranja tem
Acerca da agricultura 4.0, relem- muita relevância econômica para
bre a eles as consequências da mo- essa região e estabelece uma
dernização agrícola para as famílias
grande articulação com a indús-
de pequenos agricultores. Depois,
tria na produção de sucos.
inicie uma roda de conversa na qual
No que se refere à pecuária,
os estudantes deverão mencionar as
observamos o predomínio da pe-
consequências dessa modernização Os principais cuária melhorada ou intensiva em grande parte do território dos estados
e elaborar hipóteses que possibilitem consumidores de suco
aos pequenos agricultores não serem de laranja industrializado do Sudeste. Destaca-se a criação de bovinos destinada à produção leiteira, que
brasileiro são a União
tão impactados. Lembre-os de que Europeia, os Estados
fornece matéria-prima para as principais agroindústrias de laticínios do país.
Unidos, a China e o
o desenvolvimento da agricultura é Japão. Somente no
importante para o país, pois ela é a segundo semestre de
2021, o Brasil faturou
principal atividade exportadora; con- mais de um bilhão de
tudo, deve ocorrer de forma que não dólares com a exportação
de suco de laranja,
prejudique os pequenos agricultores. e a colheita rendeu Agricultura 4.0
aproximadamente
263 milhões de caixas do Além de importantes instituições de pesquisa, no Sudeste também estão
Foco nos TCTs produto. Na fotografia,
observamos o interior
sediadas grandes empresas, algumas delas multinacionais que desenvolvem
Ciência e Tecnologia de uma indústria de suco equipamentos e técnicas de cultivo e de criação com a mais alta tecnologia.
O conteúdo da seção Fique de laranja. Araraquara Isso vem influenciando diretamente a forma de produzir no campo, dando
(SP), 2016.
ligado! oportuniza o desenvol- origem àquilo que especialistas chamam de “agricultura 4.0”. É uma nova eta-
vimento de um debate em sala pa da produção agrícola que agrega recursos tecnológicos avançados como
de aula a respeito do impactos na GPS, imagens de satélite, drones e computadores, todos conectados em tem-
produção agrícola das tecnologias po real. Veja o esquema.
de georreferenciamento, informá-
4
tica, meteorologia e até mesmo
biotecnologia, por meio da cha-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mada Agricultura 4.0. DA EDITORA DO BRASIL
140
140
UNIDADE 5
O café é outro produto agrícola de destaque Na BNCC – Geografia
Na BNCC – Geral
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
Competência geral
9. Por meio de uma roda de con-
versa sobre a agricultura 4.0, o
estudante exercitará a empa-
tia e a resolução de conflitos,
A agroindústria de laticínios é muito promovendo os preceitos dos
desenvolvida no Sudeste. Em Minas direitos humanos.
Gerais, por exemplo, destaca-se a
produção industrial de queijos, que Competência específica de
atualmente fornece cerca de 25% Ciências Humanas
de toda a produção nacional.
Na fotografia, observamos uma 3. O conhecimento acerca dos
etapa da produção de queijo. principais produtos cultivados
Alagoa (MG), 2020.
no Sudeste possibilita ao es-
tudante identificar, comparar
e explicar a intervenção do ser
Torrefação de café. Carmo humano na natureza.
de Minas (MG), 2020.
Competência específica de
Geografia
6. O conteúdo trabalhado nesta
dupla de páginas dá embasa-
mento para que o estudante
1 Drones fotografam a plantação ajudando os técnicos a identificar pragas na lavoura. construa argumentos para de-
2 Sensoresinstaladosemtratoresecolheitadeiraspermitemmelhorarodesempenhodasmáquinasagrícolasnoplantioouna fender ideias que promovam a
colheita, aumentando a produtividade.
consciência socioambiental.
3 GPSesoftwares instalados em computadores
Alex Argozino
DA EDITORA DO BRASIL Revista Fapesp, São Paulo, ed. 287, jan. 2020.
Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/
inovacao-no-campo/. Acesso em: 11 fev. 2022.
2
Representação
simplificada em
cores-fantasia
e tamanhos
sem escala.
141
141
Pré-requisitos Produção da cana-de-açúcar
pedagógicos
Safra: termo De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil
Os estudantes deverão relembrar que se refere ao
as interações existentes entre cidade período de colheita
é atualmente o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Na safra entre
e campo estudadas ao longo do 5º de determinada 2018 e 2019, foram colhidos 625 milhões de toneladas desse produto agrícola
cultura agrícola e ao
ano (EF05GE04). Também deverão volume esperado
no país. A liderança dessa produção fica com a Região Sudeste, com cerca de
retomar os conteúdos relacionados de produção. 405 milhões de toneladas.
aos processos migratórios e suas con- Em nosso país, as safras da cana-de-açúcar são divididas em dois momen-
tribuições para a formação da socie- tos. Entre abril e novembro, há um excelente período de safra nos estados da
dade brasileira, estudados ao longo porção centro-sul. Já de setembro a março, essa
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO ■■ ocasionou, por um lado, a perda da terra por boa parte dos agricultores
familiares devido às dívidas bancárias e à baixa produtividade de suas
DA EDITORA DO BRASIL pequenas propriedades, e, por outro lado, o aumento da área ocupada
por grandes fazendas;
■■ provocou a dispensa de um número expressivo de trabalhadores,
cuja força de trabalho foi substituída, em sua maioria, por máquinas,
implementos agrícolas e outras tecnologias empregadas nas grandes
propriedades rurais.
142
142
UNIDADE 5
Dessa forma, principalmente entre as décadas de 1970 e 1990, centenas de Orientações
milhares de pequenos proprietários e de trabalhadores rurais, sem alternativa e sugestões
de sobrevivência, abandonaram o campo e migraram, sobretudo para os médios Utilize a seção Zoom como exem-
e grandes centros urbanos da região, em um intenso processo de êxodo rural. plo da vida de trabalhadores em la-
vouras de cana-de-açúcar. Diga que
o trabalho manual nessas fazendas
Orientações –
Casas abandonadas Questionamentos
em vila de colonos
em Três Pontas
(MG), 2018.
½½ Respostas
1. Ele saía do Vale do Jequitinhonha
(MG) em direção ao interior de
São Paulo.
2. As dores no corpo.
Órfãos da cana 3. Foi introduzida a mecanização da
lavoura.
Seu sonho era ter uma vida melhor. Para isso, deixava sua família por até nove meses por ano e
viajava mil quilômetros até o “Eldorado”. Hoje, 34 anos depois da primeira viagem, acumula dores no Na BNCC – Geografia
corpo e não consegue mais trabalhar. Ainda que conseguisse, não encontraria as vagas de antigamente.
EF07GE02
Aos 47 anos, Natalino Lopes Moreira é um exemplo dos migrantes do Vale do Jequitinhonha (MG)
Compreender a migração sa-
e de estados do Nordeste que tentavam ganhar a vida [trabalhando] em lavouras de cana-de-açúcar do
zonal incentivada pela cana-de-
interior de São Paulo, especialmente na região de Ribeirão Preto, uma das mais ricas do país.
-açúcar possibilita ao estudante
Eram milhares. Mas, com o aumento vertiginoso da mecanização das lavouras, foram praticamente analisar tanto os fluxos econômi-
expulsos dos canaviais. Além de Natalino, uma legião de Geraldos, Raimundos e Josés viu suas vidas cos quanto os populacionais no
tomarem outros rumos por causa das máquinas. processo de formação territorial
Não foram derrotados só pela tecnologia, mas perderam espaço também devido a um acordo que do Brasil.
restringiu a queima da palha da cana, responsável por fumaça, fuligem e gases tóxicos, e obrigou as
Na BNCC – Geral
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
usinas a se mecanizarem cada vez mais.
TOLEDO, Marcelo; SILVA, Joel. Órfãos da cana. Folha de S.Paulo, São Paulo, 31 ago. 2018. Disponível em: http://temas.folha.uol.com.br/ Competência geral
DA EDITORA DO BRASIL
orfaos-da-cana/orfaos-da-cana/fim-da-queima-expulsa-trabalhadores-dos-canaviais-e-trava-migracao-para-sp.shtml. Acesso em: 11 fev. 2022.
9. Conhecer a história de um tra-
1. Por que Natalino é considerado um migrante? De onde ele migrava e para onde ia todos os anos? Por quê? balhador de lavouras de cana-
2. O que levou Natalino a parar de migrar para o interior do estado de São Paulo? -de-açúcar auxilia o estudante
3. Que mudanças ocorreram na produção de cana-de-açúcar que provocaram transformações na vida de
a exercitar a empatia e promo-
milhões de trabalhadores do campo? ver discursos que respeitem os
direitos humanos.
Raciocínio geográfico
143 Conexão: Estabelecer cone-
xões entre o campo e a cidade
possibilita ao estudante enten-
der as inter-relações entre esses
dois espaços.
143
Pré-requisitos Evolução da população urbana e da população
Região Sudeste: evolução da população Rápido processo de
pedagógicos ruralrural
urbana e da população do Sudeste (1940 – 2020)
– 1940-2020
urbanização
Zeni Santos
O conteúdo trabalhado aprofunda
100
os conhecimentos adquiridos pelos es- Além do êxodo rural, a mi-
90 gração de pessoas de outras
tudantes sobre hierarquia urbana, abor-
dada ao longo do 5º ano (EF05GE09). 80 regiões brasileiras, principal-
70 mente de estados do Nordeste,
Em porcentagem (%)
Orientações 60 e as altas taxas de natalidade al-
e sugestões cançadas no final do século XX
50
Destaque que a maioria das pessoas desencadearam um intenso
40
que sai do campo em direção à cidade, processo de urbanização do
pelo processo denominado êxodo ru- 30
Sudeste, ou seja, de aumento
ral, ocupa as áreas periféricas dos cen- 20 da proporção de pessoas vi-
tros urbanos. Isso ocorre em razão da 10 vendo em cidades. Veja o grá-
falta de condições financeiras, obrigan-
0 fico ao lado.
do-as a se submeterem a empregos 1940 1950 19601970 1980 1991 2000 2010 2020
Atualmente, além de ser a
mal remunerados. Anos
População Urbana População Rural região mais populosa do país,
Caso os estudantes não se lem-
com cerca de 90 milhões de
brem do conceito de conurbação, Fonte:
Fonte: IBGE.IBGE. Censo demográfico:
Censo demográfico: O que
o é.que
[S. l.]:
é.IBGE,
Rio [2020?]. Disponível
de Janeiro: em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/
IBGE, c2021. Disponível em:
comente que ele é usado para definir 25089-censo-1991-6.html?=&t=o-que-e. Acesso em: 22 fev. 2021.
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/25089-censo-1991-6.html?=&t=o-que-e. habitantes (em 2020), o que
Acesso em: 11 fev. 2022.
a situação em que as malhas urbanas corresponde a 43% do total
de duas cidades se unem. Assim, não da população brasileira, o Sudeste conta com aproximadamente 95% de
há espaços rurais entre as cidades e, seus habitantes vivendo em cidades, boa parte delas de médio e grande
como resultado, não é possível iden- porte, como é o caso das metrópoles paulistana, carioca e belo-horizontina.
tificar os limites entre os municípios Além disso, a Região Sudeste abriga a maior conurbação urbana do país, a
em imagens de satélite. Para exem- chamada megalópole brasileira, também denominada pelo IBGE de Complexo
plificar a conurbação, apresente em Metropolitano do Sudeste. Dele também fazem parte as cidades localizadas
sala de aula uma imagem de satéli- na região do Vale do Rio Paraíba do Sul, como São José dos Campos (SP), Tauba-
te, que pode ser obtida por meio do té (SP), Volta Redonda (RJ) e Resende (RJ), e as regiões metropolitanas da Baixa-
programa Google Earth, que mostre a da Santista e de Campinas, ambas localizadas no estado de São Paulo. No total,
megalópole brasileira.
viviam nessa área, em 2020, aproximadamente 48 milhões de pessoas, ou cerca
Auxilie-os a interpretar o gráfico de
de 23% do total da população brasileira.
barras, mostrando-lhes que a soma
das duas barras do mesmo ano cor- Rodovia Presidente Dutra, no
responde a 100% da população. As- Região Sudeste: Complexo Metropolitano – 2019 município de Guarulhos (SP), 2020.
sim, eles poderão perceber que, con-
45° O
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Lorena
SP Pa r aíb Gonçalo
Rio Guaratinguetá Nova Iguaçu
Campinas
Itaguaí Niterói
São José Taubaté Rio de
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 144.
144
144
UNIDADE 5
Para aprofundar
Área de influência das cidades no Brasil e no Sudeste Uma forma de mostrar aos estu-
O mapa a seguir mostra a rede urbana brasileira, com destaque para o Sudeste. dantes a extensão da megalópole
brasileira é apresentar-lhes a imagem
Áreas de influência das cidades – 2018
de satélite dessa área feita pela Nasa
Rede urbana do Brasil e áreas de influência (2018) à noite disponível no link a seguir. Di-
ga-lhes que os pontos brancos corres-
As capitais estaduais da Região Sudeste podem ser classificadas da seguinte maneira: São
Na BNCC – Geral
1
Paulo é a “grande metrópole nacional”, pois exerce influência em cidades além da Região Competência específica de
Sudeste, com destaque para parte dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Ciências Humanas
2 MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O Rio de Janeiro é uma “metrópole nacional”, com um poder de influência um pouco menor
do que São Paulo, destacando-se parte de Minas Gerais e o estado do Espírito Santo. 5. Com a análise do mapa de re-
3 DA EDITORA DO BRASIL
São Paulo e Rio de Janeiro são as duas metrópoles mais importantes do Brasil e os centros
de decisão em âmbito nacional, uma vez que concentram as principais sedes de empresas
des, o estudante é instigado
a comparar a ocorrência dos
e bancos, universidades e centros de pesquisa, redes de telecomunicações de massa etc.
Belo Horizonte e Campinas são consideradas “metrópoles regionais”, com influência no mesmos fenômenos em es-
4
interior de Minas Gerais e Espírito Santo e no interior paulista, respectivamente. paços diferentes, no caso da
Vitória, capital do Espírito Santo, é considerada uma “capital regional”, com uma influência
5
mais restrita aos municípios do próprio estado.
influência das cidades, e em
tempos distintos, no caso da
proporção da população rural
no Sudeste.
145 Raciocínio geográfico
Ordem: Por meio da análise do
mapa de redes, o estudante pode-
Orientações e sugestões les sobre outras áreas. Para melhor compreensão das linhas, rá compreender o ordenamento
Devido à complexidade dos mapas de área de influên- exemplifique citando as áreas de influência de Fortaleza das cidades brasileiras analisando
(CE), as quais estão bem delimitadas e sem muitos “ruídos” suas redes de influência.
cia das cidades e rede urbana, proponha uma análise por
partes. Assim, peça aos estudantes que foquem primeira- no mapa. Mostre-lhes que a capital cearense exerce forte
mente na identificação das grandes metrópoles; depois, das influência em três estados: Ceará, Piauí e Maranhão. Repita
metrópoles; e assim sucessivamente. Explique-lhes que as essa análise usando como base outras áreas de influência
linhas correspondem às regiões de influência das metrópo- até que os estudantes compreendam a leitura do mapa.
145
Orientações Problemas das metrópoles do Sudeste
e sugestões
Inicie a aula propondo a análise da Assim como em outras regiões brasileiras, o rápido crescimento das capitais
infografia, solicitando, previamente, e cidades de porte médio do Sudeste ocasionou uma série de problemas liga-
que os estudantes a analisem sem a dos à infraestrutura urbana, como a falta de saneamento básico e de moradia,
leitura do texto, como um exercício o aumento do preço dos imóveis, o colapso do sistema de transportes e a po-
de compreensão prévia do conteúdo luição de rios e córregos e do ar atmosférico.
a ser trabalhado. Deixe que falem li- Além disso, ainda que o crescimento da atividade industrial e principalmen-
vremente e, em seguida, proponha a te do comércio e dos serviços tenha ampliado os postos de trabalho, a oferta
Na imagem principal
leitura do texto da página. vemos a comunidade de de emprego não cresceu na mesma proporção que a população urbana. Dessa
Já para a página 147, proponha Paraisópolis em São Paulo
(SP), 2019; na imagem 1, forma, houve um processo de empobrecimento dos trabalhadores, o que au-
a comparação das duas fotografias trânsito na avenina Radial
mentou as desigualdades sociais e a segregação do espaço urbano, sobretudo
apresentadas na página. Pergunte Leste em São Paulo (SP),
aos estudantes quais foram os ele- 2018; na imagem 2, despejo no interior das grandes cidades.
de esgoto no Rio Pinheiros
mentos que mais lhes chamaram a em São Paulo (SP), 2020; na A imagem abaixo utiliza uma área da cidade de São Paulo como modelo
imagem 3, um lixão a céu
atenção nas imagens. Destaque que aberto em Teófilo Otoni
para pontuar alguns dos principais problemas enfrentados pela população
o Cerrado é comumente desmata- (MG), 2019; e, na imagem das metrópoles do Sudeste: problemas de trânsito, lixo urbano, poluição hí-
4, um protesto pelo fim da
do para dar espaço ao agronegócio, violência no Rio de Janeiro drica e violência. Identifique-os.
como pode ser visto na fotografia. Já (RJ), 2017.
as áreas de Mata Atlântica, histori-
camente degradadas ao longo dos
Tales Azzi/Pulsar Imagens
1
séculos, atualmente estão sendo ocu-
Alf Ribeiro/
Shutterstock.com
2
padas por centros urbanos.
Ronaldo Silva/
Futura Press
en /
4
ag ira
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3
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
146
Atividades complementares
1. Divida a turma em quatro grupos e distribua entre eles dia previamente marcado, leve para a sala de aula um
as capitais dos estados do Sudeste. Cada equipe deverá grande mapa da Região Sudeste, com a identificação de
pesquisar manchetes de revistas e jornais que eviden- suas capitais estaduais, para que os estudantes construam
ciem os principais problemas socioambientais nessas juntos um infográfico dos principais problemas urbanos
cidades. Selecionadas as manchetes, eles deverão clas- encontrados. Ao final, peça-lhes um relatório individual
sificá-las por grandes temas, como enchentes, violência, que destaque as semelhanças e as diferenças entre as
deslizamentos, poluição, desigualdade social etc. Num cidades no que diz respeito a esses aspectos.
146
UNIDADE 5
Para aprofundar
Impactos das atividades A fim de evidenciar o desmatamen-
agroindustriais e da urbanização to da Mata Atlântica para a ocupação
urbana, projete a imagem de um bair-
nos biomas ro do município de Bertioga (SP). Evi-
dencie a floresta nativa no entorno e
Observe as fotografias.
os impactos que essa construção pode
acarretar sobre o meio ambiente local
Na BNCC – Geografia
EF07GE06
Ao longo da unidade, foi apre-
sentado o processo de urbaniza-
ção do Sudeste intrinsecamente
associado à industrialização. Nes-
se momento, são estudados os
impactos socioambientais desse
crescimento urbano.
Na BNCC – Geral
Competência geral
5. A proposta de comparação de
imagens de satélite possibilita
Vista aérea de remanescente de Cerrado em meio Remanescente de Mata Atlântica sendo “invadida” pelo que o estudante utilize infor-
à pastagem. Vargem Bonita (MG), 2021. processo de urbanização em Niterói (RJ), 2019. mações provenientes de recur-
sos tecnológicos para construir
O processo de crescimento e expansão das atividades agropecuárias e in- argumentos e debater ideias
dustriais, aliado ao intenso ritmo de urbanização, têm causado profundos im- que promovam a consciência
pactos nos biomas do Sudeste, como é possível perceber pelas imagens acima. socioambiental.
Entre os biomas que se estendem pela região, há a Caatinga, sobretudo no Competências específicas
norte de Minas Gerais, o Cerrado, principalmente no interior dos estados de de Geografia
São Paulo e Minas Gerais, e a Mata Atlântica, atualmente em trechos preser- 4. Por meio das imagens de satéli-
vados apenas na porção leste dos estados do Sudeste. te, o estudante poderá analisar
o processo de degradação am-
Mata Atlântica: maior biodiversidade do mundo biental da Mata Atlântica.
6. O estudo dos problemas ur-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Dentre os biomas da Região Sudeste, certamente o mais impactado pelas
banos existentes no Sudeste
atividades humanas é o da Mata Atlântica. Isso porque, já no início do século
DA EDITORA DO BRASIL
XIX, sua vegetação passou a ser derrubada em grande escala para a expansão
possibilita ao estudante cons-
truir argumentos para defender
das lavouras de café e, mais tarde, durante o século XX, para o avanço das la- ideias que promovam a cons-
vouras de cana-de-açúcar, laranja e soja. ciência socioambiental.
Além disso, nas últimas décadas, nos domínios desse bioma houve uma “ex-
plosão” do crescimento de boa parte das cidades do Sudeste, com destaque
para os centros urbanos: Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Santos.
147
147
Pré-requisitos Florestas, manguezais e restingas
pedagógicos
A interpretação do perfil em 3-D A maior parte da área remanescente do bioma de Mata Atlântica do Brasil está
faz com que os estudantes necessi- localizada no Sudeste. Atualmente, ela se encontra protegida em parques e em
tem de conhecimentos adquiridos ao outras áreas de preservação, sobretudo na região da Serra do Mar e do litoral.
longo do 6º ano (EF06GE09). Nessa região, a área de Mata Atlântica pode ser dividida em três biomas: a
floresta atlântica, nas porções de serras e vales; os manguezais, nas áreas
Para aprofundar alagadas pelas cheias e vazantes das marés nas áreas de planícies litorâneas;
Caso os estudantes não saibam e as restingas, que se desenvolvem nos trechos de areia seca das praias e das
quem são os quilombolas, apresen-
dunas. Cada bioma apresenta sua complexidade de fauna e flora, como pode-
te-lhes o texto a seguir.
mos observar por meio dos exemplos do esquema abaixo.
• GASPAR, Lúcia. Quilombolas. Funda-
ção Joaquim Nabuco, Recife, 22 jul.
2011. Disponível em: http://basilio. Mata Atlântica: florestas, manguezais e restingas Representação
simplificada em
fundaj.gov.br/pesquisaescolar/ cores-fantasia
e tamanhos
index.php?option=com_content& sem escala.
view=article&id=857:quilombolas&
catid=51:letra-q. Acesso em:
2 abr. 2022.
Luca Navarro
Floresta atlântica
Manguezal
Restinga
148
148
UNIDADE 5
Orientações
e sugestões
Durante a leitura do texto da seção
Mata Atlântica, quilombos e preservação ambiental Zoom, evidencie a importância das
comunidades tradicionais na proteção
Os quilombolas habitam e manejam a floresta atlântica no Vale do Ribeira há mais de 300 anos. da Mata Atlântica na Região Sudeste.
Não por acaso o Vale do Ribeira é o maior remanescente de Mata Atlântica contínuo: dos 7% que Comente que os quilombolas não são
restaram do bioma de Mata Atlântica em território nacional, 21% estão localizados [nessa região]. as únicas comunidades tradicionais
Ou seja, as maiores áreas de Mata Atlântica no estado de São Paulo estão nos municípios do Vale no Sudeste; há também os caiçaras, os
[...], onde vivem populações tradicionais e existem áreas protegidas, como os territórios quilombolas. geraiseiros e os apanhadores de flores
Seria esse cenário apenas uma casualidade, uma coincidência? Ou teriam essas comunidades desem- sempre-vivas, entre outros.
penhado um papel fundamental na conservação da floresta?
A partir da ocupação histórica da região nos últimos séculos, as condições da geografia de relevo aciden- Orientações –
tado com áreas desfavoráveis à agricultura de larga escala e o baixo desenvolvimento de infraestrutura como Questionamentos
estradas, por exemplo, podem-se entender as circunstâncias que fizeram com que as comunidades sobrevi-
vessem até hoje da agricultura tradicional. As técnicas de plantio de baixo impacto, aliadas à baixa densidade ½½ Respostas
populacional da região e à permanência dos quilombolas no território, impedindo a entrada de explorado- 1. No Vale do Ribeira.
res, são fatores que se somam e contribuem para que a vegetação esteja preservada no Vale do Ribeira. 2. Suas atividades têm baixo impac-
Ao longo de sua existência, para sobreviver no Vale, os quilombolas praticaram uma agricultura itineran- to ambiental, há baixa densidade
te, herdada dos povos indígenas que habitaram a mesma região, chamada por eles de roça de coivara e que demográfica e sua presença no
tem outros nomes em outras regiões tropicais. É a forma de agricultura milenar de povos e comunidades território dificulta a chegada de
tradicionais. [...] Hoje essa mesma agricultura, que concilia produção com conservação, alimenta os qui- exploradores. Além disso, o local
lombolas e outras famílias que recebem a comida produzida por meio dos programas institucionais como o é caracterizado por um relevo aci-
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). [...] dentado, com áreas desfavoráveis
PASINATO, Raquel. Por que o sistema agrícola tradicional quilombola do Vale do Ribeira é patrimônio cultural brasileiro? ((o)) eco, [s. l.], à agricultura de larga escala e com
30 set. 2018. Disponível em: https://oeco.org.br/analises/por-que-o-sistema-agricola-tradicional-quilombola-do-vale-do-ribeira infraestrutura precária.
-e-patrimonio-cultural-brasileiro/. Acesso em:11 fev. 2022.
3. Resposta pessoal. Oriente os estu-
Localização e extensão da Mata Atlântica dantes na pesquisa, de modo que
Localização eno
extensão
Vale dodeRibeira
Mata Atlântica
(SP) no Vale do Ribeira em SP consultem sites com informações
Alessandro Passos da Costa
O L
24° S
Foco nos TCTs
OCEANO S
Educação para valorização
ATLÂNTICO 0 63 126 km do multiculturalismo
1 : 6 300 000 nas matrizes históricas e
Remanescentes de Mata Atlântica culturais brasileiras
PR Manchas urbanas A seção Zoom destaca a im-
Quilombo Ivaporunduva
47° O portância da conservação do
Fonte: SOS Mata Atlântica. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – Relatório Técnico 2019 (Período 2017-2018).
Fonte: SOS Mata Atlântica. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. Acesso – Relatório Homem carregando penca de modo de vida e da cultura dos
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Disponível em: https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2019/10/Atlas-mata-atlanticaDIGITAL.pdf em: 5 abr. 2021.
Técnico 2019 (Período 2017-2018). São Paulo: SOSMA, 2019. Disponível em: https://www.sosma. bananas em plantação no Quilombo
org.br/wp-content/uploads/2019/10/Atlas-mata-atlanticaDIGITAL.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022. quilombolas, populações que es-
Ivaporunduva. Eldorado (SP), 2016.
DA EDITORA DO BRASIL
1. Onde está localizada a maior parte da área remanescente do bioma de Mata Atlântica em território
tão nas origens da cultura do povo
brasileiro, com destaque para as
brasileiro? comunidades da região do Vale
2. De que maneira as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira (SP) têm contribuído para a preser- do Rio Ribeira do Iguape, no sul
vação de áreas de Mata Atlântica? Que outros fatores também contribuíram para isso? do estado de São Paulo, para a
3. Com os colegas, pesquisem juntos na internet os programas institucionais PAA e Pnae. proteção dos remanescentes de
Mata Atlântica da Região Sudeste
do Brasil.
149
149
Soluções das
atividades
1. a) Café, cana-de-açúcar, laranja, leite,
carne e ovos.
b) Café para a indústria de torrefação; Reviso o capítulo
cana-de-açúcar para as usinas de
álcool combustível; laranja para 1. Sobre a atividade agropecuária no Sudeste, responda:
a indústria de suco concentrado; a) Quais são os principais gêneros agropecuários produzidos?
leite para a indústria de laticínios; b) Esses gêneros são matéria-prima para quais tipos de agroindústria?
carne para frigoríficos; ovos para
2. O que é a chamada “agricultura 4.0”?
a indústria de alimentos.
2. É o nome dado à atual fase das ati- 3. Explique a frase:
vidades agropecuárias nos locais em
Os migrantes nordestinos foram importantes para o desenvolvimento do Sudeste.
que há a integração e a conexão em
tempo real entre as várias tecnolo- 4. Quais foram as transformações causadas no espaço rural do Sudeste pela modernização das atividades
gias empregadas na produção, como agropecuárias?
entre as máquinas e os equipamen-
5. De que maneira a modernização das atividades agrícolas acelerou o processo de urbanização do Sudeste?
tos de rastreamento por satélite.
3. Os migrantes nordestinos foram im- 6. Caracterize a área de influência:
portantes como mão de obra para a) da grande metrópole nacional; c) de uma metrópole regional;
trabalhar nas lavouras, no campo, b) de uma metrópole nacional; d) de uma capital regional.
na indústria e em outras atividades
7. O que é o Complexo Metropolitano do Sudeste? Como também pode ser chamado?
nas cidades.
4. As principais transformações foram: 8. Sobre os biomas do Sudeste, faça o que se pede a seguir.
a perda da terra pelos agricultores a) Cite os principais biomas encontrados nessa região.
familiares, o aumento da área ocu- b) Qual deles abriga a maior biodiversidade?
pada por grandes fazendas e a dis- c) De que maneira esse bioma vem sendo impactado pela ação humana?
pensa de trabalhadores, que foram
substituídos pelas novas tecnologias. 9. Cite os principais problemas urbanos das grandes cidades do Sudeste. Esses problemas também são
verificados no lugar em que você vive? Escreva sobre isso no caderno.
5. A modernização das atividades agrí-
colas provocou um intenso êxodo Analiso imagens
rural, levando milhares de trabalha-
10. Observe com atenção a imagem abaixo.
dores a buscar melhores condições
de vida e de trabalho nas cidades. A fotografia mostra uma área de loteamento
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Lute
ge querem dizer com a frase: “E Na BNCC – Geografia
0% de bom senso na cabeça dos EF07GE04
humanos...”? Com a proposta avaliativa, o
c) Por que a Mata Atlântica é conside- estudante é instigado a analisar
rada o bioma de maior biodiversi- a distribuição das comunidades
dade do mundo? De que maneira tradicionais no Sudeste e valorizar
esse bioma pode ser dividido? seus modos de vida.
Na BNCC – Geral
LUTE. Minas lidera ranking de devastação da mata
atlântica. Hoje em dia, Belo Horizonte, Competência específica de
28 maio 2019. Disponível em: https://cms.hojeemdia. Ciências Humanas
com.br/preview/www/2.602/2.618/2.672/1.366314/1.7
16995. Acesso em: 25 abr. 2022. 1. A proposta avaliativa possibili-
ta ao estudante conhecer um
AQUI TEM GEOGRAFIA pouco mais das comunidades
tradicionais do Sudeste, permi-
tindo o exercício do respeito à
Leia
Editora Terra Virgem
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Acesse
gião Sudeste, com as suas especifi-
Feira de São Cristóvão
DA EDITORA
Disponível DO BRASIL
em: https://www.feiradesaocristovao.org.br/.
cidades; saber descrever como ocor-
reram os processos de urbanização,
Acesso em: 4 mar. 2022. metropolização e modernização do
Visite o site da maior feira de produtos típicos e de apresentações campo, nos quatro estados da região,
culturais nordestinas fora do Nordeste, localizada no bairro de São apontando as contradições da pro-
Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro.
dução do espaço geográfico; e, por
fim, devem refletir sobre os princi-
pais impactos sociais e ecológicos –
151
positivos e negativos – derivados da
organização do espaço geográfico,
desenvolvendo a capacidade de pro-
Sobre avaliação por soluções para os principais pro-
blemas enfrentados pela sociedade
½½ Diagnóstico e estratégia mações no espaço geográfico dessa região, e o outro deverá nessa região.
Ao estudarmos a urbanização, a produção industrial e pesquisar os impactos sociais positivos. Depois, faça uma roda
agropecuária nas regiões brasileiras, geralmente damos mui- de conversa para apresentar os resultados das pesquisas. Or-
to destaque aos impactos ecológicos negativos desses pro- ganize uma tabela na lousa e anote, como forma de sistema-
cessos, podendo haver lacunas sobre os impactos positivos tização, o que os grupos apresentarem de impactos sociais
e, também, sobre os impactos sociais negativos. Assim, ao negativos e impactos positivos, como forma de complemen-
discutir as transformações no campo e nas cidades da Região tação do que foi discutido junto com o conteúdo do livro. Esta
Sudeste, sugerimos dividir a turma em dois grupos para a rea- atividade auxilia no trabalho com a habilidade EF07GE06, pois
lização de uma breve pesquisa. Um grupo ficará responsável permite discutir como a produção do espaço pode resultar
por pesquisar os impactos sociais negativos dessas transfor- em diferentes tipos de impactos socioambientais.
151
6
Introdução
Inicie as discussões perguntando
aos estudantes o que eles sabem so-
bre a ocupação da Região Sul e seus
REGIÃO SUL
processos de produção econômica.
Deixe que eles respondam e anote na
lousa as descrições. Em seguida, ex-
plore com eles a figura do monumen-
to ao tropeiro, da página 155, e leia o
texto que explica os processos iniciais
de ocupação dessa parte do território
brasileiro, procurando mobilizar parte
da habilidade EF07GE02, analisando a
influência de diferentes fluxos na for-
mação social e econômica do Brasil.
Posteriormente, sinalize o que será
estudado na unidade, destacando os
tópicos a ser trabalhados no Capítulo
12. Comente que o Capítulo 13 será
abordado mais adiante, iniciando
com uma atividade diagnóstica.
Objetivos da unidade
• Entender o processo de ocupação
da Região Sul, relacionando-o aos
movimentos migratórios.
• Conhecer as principais atividades
econômicas da Região Sul.
• Caracterizar o ambiente natural da
Região Sul.
• Analisar as transformações na pai-
sagem da Região Sul causadas pela
ação humana.
Justificativa
Os objetivos listados para esta uni-
dade se justificam uma vez que os
estudantes, nos estudos sobre a Re-
gião Sul, devem compreender que as
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
formas de ocupação dessa área estão
relacionadas aos processos migrató-
DA EDITORA DO BRASIL
Atosan/Shutterstock.com
Orientações
e sugestões
Inicie a leitura da imagem pergun- Avaliação diagnóstica
tando aos estudantes se eles conhe- O Capítulo 13 é destinado aos estudos dos biomas su- biomas. Destaque que, no inverno, em virtude da ação da
cem o local retratado na abertura. linos e seus climas. Para conhecer o que os estudantes sa- Massa Polar Atlântica (mPa), uma massa muito fria que atua
Depois, pergunte-lhes se conhecem bem sobre esses tópicos, peça que respondam às seguintes sobre a região, pode ocorrer geadas e neve nas áreas mais
locais semelhantes ao mostrado, a fim questões: Quais tipos climáticos existem na Região Sul? Por altas. Por fim, descreva o que será estudado neste capítulo.
de que possam fazer comparações. que em algumas áreas da Região Sul pode nevar? Quais são Se achar pertinente, explore o mapa da página 168 para des-
Questione-os sobre a importância das os biomas sulinos? Deixe que eles respondam e anote todas crever algumas características dos biomas, mobilizando parte
Cataratas do Iguaçu para o restante as contribuições na lousa. A seguir, explique-lhes algumas da habilidade EF07GE11.
do Brasil. particularidades da região, no que se refere aos climas e aos
152
Orientações –
Questionamentos
½½ Respostas
Na imagem destas páginas, vemos as cataratas do Rio Iguaçu, na
divisa entre o Brasil e a Argentina. A beleza dessa paisagem natural, 1. Resposta pessoal. Oriente a conversa
localizada na Região Sul, é conhecida no mundo todo e foi classificada de modo que todos os estudantes
como Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela Unesco, em 1986. possam compartilhar suas experiên-
cias.
1. Além das cataratas do Rio Iguaçu, você saberia citar outros elementos
2. Resposta pessoal. Caso os estudantes
da paisagem natural ou cultural da Região Sul? Quais?
não sejam da Região Sul, é provável
2. Você sabe quais são as principais cidades e as atividades econômicas que mencionem apenas as capitais
que mais se destacam nessa região do Brasil? e alguns locais turísticos. Comente
que eles conhecerão muitas outras
3. Descubra se a turma conhece outras características dessa região e,
cidades ao longo dos estudos desta
juntos, conversem com o professor sobre elas.
unidade.
3. Resposta pessoal. É provável que
eles mencionem o clima mais frio
do que o do restante do país e algu-
mas características culturais, como
o hábito de tomar chimarrão.
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Geografia
1. A análise da imagem de abertu-
ra possibilita ao estudante esta-
belecer relações entre socieda-
de e natureza.
Cataratas do Iguaçu.
Foz do Iguaçu (PR), 2019.
■■
DO BRASIL
características do espaço natural sulino;
■■ as transformações na paisagem da Região Sul provocadas
pela ação humana.
153
BNCC na Unidade
Competências gerais: 1, 4, 7 e 10.
Competências específicas de Ciências Humanas:
2, 3 e 6.
Competência específica de Geografia: 1.
Habilidades: EF07GE02, EF07GE04, EF07GE06,
EF07GE08, EF07GE09, EF07GE10, EF07GE11 e
EF07GE12.
153
12
Objetivos do capítulo
• Compreender o processo de ocu- Sul: ocupação,
pação da Região Sul.
• Entender a importância dos imigran-
economia e urbanização
tes para a formação da Região Sul.
• Diferenciar agricultura familiar de
agricultura moderna comercial. Observe a imagem abaixo.
Selma Caparroz
SP
Orientações
MS
A Região Sul é formada Maringá
Trópico de Capricórnio Londrina
e sugestões pelos estados do Rio
Grande do Sul, Santa PARANÁ
Promova uma leitura em conjunto Catarina e Paraná, reunindo Cascavel
aproximadamente
da imagem apresentada na página. Foz do Iguaçu Ponta Grossa
Curitiba
30 milhões de habitantes
Peça aos estudantes que citem ca- 1. Quais aspectos
em uma área com cerca Joinville
econômicos e
racterísticas da cidade com base na sociais da Região
de 576 mil km2. Verifique Chapecó SANTA CATARINA Itajaí
as informações do
análise da paisagem. Sul você conhece?
mapa ao lado. Além de
Erechim Lages
Florianópolis
28° S
Explore o mapa e as informações 2. Com base no que populosa, a Região Sul RIO GRANDE
do boxe Por dentro da Região Sul. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Se possível, inclua em suas explica-
já estudou, que
problemas sociais
pode ser considerada, em
comparação com as demais
Uruguaiana
DO SUL Caxias do Sul
Porto Alegre
Criciúma
154
154
UNIDADE 6
Orientações
Ocupação e fluxos migratórios e sugestões
Originalmente, as terras que hoje formam a Região Sul eram ocupadas por
Ao trabalhar o processo de ocupa-
povos indígenas, como os charruas, os kaingangs e os guaranis, sendo estes
ção e os fluxos migratórios da Região
Sul, retome os mapas do território bra-
últimos considerados os primeiros agricultores dessa porção do continente.
sileiro apresentados no Capítulo 2. Peça
Parte dessas terras foi, séculos atrás, controla-
Carlos Quadros/Fotoarena
aos estudantes que analisem atenta-
da pela Espanha. Com a assinatura do Tratado
mente cada mapa, com foco na área
de Madri, em 1750, os limites fronteiriços en-
que atualmente corresponde à Região
tre as áreas pertencentes à Coroa espanhola
Sul brasileira.
e à Coroa portuguesa foram, então, redefini- Saliente as relações econômicas
dos. Assim, o Sul passou a ser governado pelos entre o desenvolvimento das áreas
portugueses, que, objetivando ocupar e domi- mineradoras da Região Sul. Mostre-
nar todo o território, estimularam a imigração -lhes que, no Período Colonial, o Sul
para essas áreas (reveja o texto e o mapa da teve como principal atividade o for-
página 30, do capítulo 2). necimento de alimentos, sobretu-
Assim, em meados do século XVIII, houve do carne, aos mineradores de Minas
a primeira política migratória no país, já que Gerais. Comente também que a car-
Portugal incentivou sobretudo a vinda de famí- ne tinha que ser salgada e seca ao sol
lias paulistas e de casais açorianos (portugue- para poder durar pelos longos perío-
ses do Arquipélago dos Açores) para ocupar a zona litorânea da região. Para Pescadores dos de viagem, lembrando-os de que
descendentes de
tanto, a Coroa cedia terras, dinheiro, moradia, ferramentas e animais para ser açorianos retiram rede
naquele momento não havia energia
usados no trabalho da lavoura. com peixes do mar. elétrica nem caminhões refrigerados
Garopaba (SC), 2019.
Ainda no século XVIII, a mineração em Minas Gerais ajudou no cresci-
para fazer tal transporte. A forma que
mento das terras que hoje formam a Região Sul, já que algumas de suas Charque: carne bovina
os tropeiros encontraram para vender
cortada em peças, carne fresca era levar o boi vivo das
áreas se especializaram na pecuária para abastecer as áreas mineiras pro-
salgada e seca ao sol fazendas sulinas para Minas Gerais.
dutoras de ouro e diamantes, que careciam de gêneros alimentícios para a como forma de mantê-la
própria para o consumo
Contudo, eram viagens longas, que
subsistência da população. Assim, nas estâncias (fazendas) do Rio Grande
por um período resultavam na morte e no emagreci-
do Sul, criava-se gado para a produção de charque, que era vendido para prolongado. mento de muitos animais, tornando
a população mineira, a qual crescia a cada ano. Esse produto era transpor- Tropeiro: condutor
mais cara a condução de carne fresca
tado por tropas de mulas que levavam a carga ao lombo. Como a distância de tropas de mulas
e cavalos que, entre as regiões.
era grande, estabeleceram-se pousos para os tropeiros ao longo do tra- durante o Período
jeto. Muitos desses locais se transformaram, posteriormente, em cidades Colonial, transportava Para aprofundar
mercadorias entre as
importantes dessa região brasileira, como Erechim (RS), Lages (SC) e Ponta diferentes regiões do A fim de complementar o estudo
Grossa (PR). Brasil. acerca dos tropeiros, apresente à turma
a reportagem “Legado construído
no lombo do cavalo”, publicada
Arnaldo Alves/AEN-PR
155
Orientações Imigração e centros urbanos sulistas
e sugestões
Utilize a imagem da página para Até a segunda metade do século XIX, a ocupação da Região Sul estava basi-
estimular os estudantes a analisar a camente limitada às áreas litorânea e de planalto próximas à costa. Essa rea-
arquitetura de uma cidade da Região lidade mudou com a chegada de grandes levas de imigrantes europeus. Eram
Sul. Pergunte se eles conhecem essa famílias de várias nacionalidades, sobretudo alemãs, italianas, polonesas, ucra-
forma de construir, se sabem qual nianas e espanholas, que se instalaram principalmente em colônias, ou seja, lo-
povo a originou, se já viram em al- Policultura: atividade calidades compostas de pequenas e médias propriedades rurais, cuja produção
gum lugar outras construções com que envolve o cultivo agrícola era baseada, sobretudo, na policultura e na criação de aves e de gado
de diversos tipos de
esse estilo. Comente que os povos culturas agrícolas leiteiro. Algumas dessas colônias de imigrantes deram origem a importantes
imigrantes imprimiram suas culturas em uma única centros urbanos da atualidade, como as cidades de Novo Hamburgo e Caxias
propriedade rural.
em diversos aspectos da Região Sul, do Sul (RS) e Blumenau e Joinville (SC).
desde a arquitetura até a alimentação, Mais tarde, já no início do século XX, com a expansão das plantações
as músicas, as formas de se vestir etc. de café, houve uma nova “onda migratória” do interior de São Paulo em
Destaque o impacto da moderniza- direção ao norte do Paraná. Além dos imigrantes paulistas, essa área re-
ção rural na vida das pessoas que vi- cebeu mineiros, nordestinos, descendentes de europeus e muitos japo-
vem no campo. Comente que muitas neses. Com esse processo de
Gerson Sobreira/Terrastock
em quais anos houve mais imigração outras cidades do
Sul do país, é comum
em cada um deles, entre outros aspec- encontrarmos edificações
tos que julgar relevantes. com traços da arquitetura
alemã, 2019.
Apresente o mapa da emigração
gaúcha para o restante do Brasil, evi-
denciando os principais estados que
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
receberam esses migrantes. Destaque
DA EDITORA DO BRASIL
a concentração dos emigrantes no in-
terior do país, principalmente nas re-
giões Sul, Norte e Centro-Oeste.
Festa da colônia
japonesa em Londrina
(PR), 2019.
156
156
UNIDADE 6
Deslocamentos internos e emigração Atividades
complementares
A partir de 1950, a modernização conservadora da agricultura, ou seja, o
1. Solicite aos estudantes uma pes-
processo baseado na expansão do latifúndio, da monocultura e da mecanização
quisa sobre os Centros de Tradição
do campo, provocou um grande deslocamento populacional dentro da própria FCMS
- Fundação de Cultura de M
ato G
ross Gaúcha (CTGs), enfatizando quais
Região Sul. Muitas famílias, sobretudo gaúchas, migraram em busca de ter- od
oS
ul
são os objetivos, atividades exer-
ras mais baratas no oeste de Santa Catarina e no sudoeste e oeste do cidas, exemplos de estados onde
Paraná, fazendo com que a atividade madeireira e a agricultura se podem ser encontrados, qual sua
destacassem nessas áreas, o que provocou o desenvolvimento importância para os emigrantes
de núcleos urbanos, como Chapecó (SC) e Cascavel (PR). gaúchos, entre outros aspectos que
Contudo, a abertura dessas novas áreas de ocupação não julgar relevantes. Eles deverão entre-
foi suficiente para a fixação da população, o que provocou gar um trabalho escrito com todas
ondas de emigração, ou seja, a saída de sulistas para ou- as informações solicitadas.
tras regiões brasileiras. Assim, entre as décadas de 1960 e
1990, grande quantidade de catarinenses, gaúchos e para- Para aprofundar
naenses deslocaram-se em busca de novas terras, princi- Caso julgue pertinente, apresente
palmente no interior de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, à turma a reportagem “Caminhos da
Goiás e Rondônia, chegando a fixarem-se também em países reportagem: fazer a América, o sonho
vizinhos, como o Paraguai e a Bolívia. Destacam-se nesse mo-
dos imigrantes do Sul” (28 min), vei-
culada pela TV Brasil. Nela, são apre-
vimento emigratório os deslocamentos provenientes do norte
sentados os traços culturais dos povos
do Paraná e do Rio Grande do Sul, talvez o mais expressivo de
imigrantes na Região Sul (disponível
todos. Segundo o IBGE, no ano de 2010, aproximadamente 2 mi-
em: https://youtu.be/5gG-K1NhG1w;
lhões de gaúchos e paranaenses viviam fora de seu estado de origem.
acesso em: 2 abr. 2022).
O mapa a seguir mostra o caso da emigração gaúcha para outros estados
brasileiros e países vizinhos. Observe. Apresentação de dança
tradicional gaúcha
pelos descendentes
Diáspora
Diáspora gaúcha
gaúcha que residem em Campo
Grande (MS), 2019.
Alessandro Passos da Costa
50° O
RR AP
Equador
0°
AM MA
CE
PA RN
PI PB
PE
AC
AL
TO
RO SE
BA
MT
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ATLÂNTICO
Principais áreas habitadas
MG
por migrantes gaúchos MS ES
e década de chegada
Décadas
dos principais grupos
DA EDITORA DO BRASIL SP RJ
Trópico de Cap
ricórnio
PR N
1930
1940 SC O L
1950
1960 RS
S
1970 0 444 888 km Fonte: HAESBAERT, Rogério. Des-territorialização
1980 e 1990 e identidade gaúcha no Nordeste. Rio de Janeiro:
1 : 44 400 000
Eduff, 1997. p. 23.
Fonte: HAESBAERT, Rogério. Des-territorialização e identidade gaúcha no Nordeste. Rio de Janeiro: Eduff, 1997. p. 23.
157
Na BNCC – Geral
Competência geral
1. Ao compreender que as culturas dos imigrantes tam-
bém são assimiladas pela população local, o estudante
será capaz de valorizar esses conhecimentos historica-
mente construídos.
Raciocínio geográfico
Distribuição: Por meio da análise dos mapas, o estu-
dante poderá entender a distribuição dos processos de
imigração e emigração existentes na Região Sul.
157
Pré-requisitos
pedagógicos Agropecuária sulista
Os estudantes deverão relembrar Como já vimos neste capítulo, o processo de ocupação da Região Sul esteve
as transformações das paisagens de- ligado ao desenvolvimento de atividades agropecuárias, baseadas sobretudo
vido ao desenvolvimento da agroin-
na mão de obra familiar, com exceção da pecuária extensiva em grandes pro-
dústria, estudadas ao longo do 6º ano
priedades rurais no Rio Grande do Sul. Contudo, durante a segunda metade
(EF06GE06).
do século XX, essa realidade começou a mudar com a expansão da chamada
Orientações agropecuária comercial. Vamos entender como se desenvolvem na atualidade
dução rural familiar e moderna, soli- Parceria entre processo de modernização de boa parte das pro-
cite-lhes que comparem as imagens
priedades familiares nessa região, com a introdu-
presentes nessa dupla de páginas.
ção do chamado sistema integrado de produção.
Estimule a análise com perguntas
Esse sistema consiste na parceria entre os peque-
como: Onde há mais pessoas tra-
nos e médios proprietários rurais e as chamadas
balhando?; Onde há mais recursos Produtor integrado Indústria
agroindústrias, como frigoríficos, laticínios, vi-
tecnológicos?; Qual das duas produ-
Pequeno produtor é Fornece pintos de um nícolas e outros tipos de indústrias alimentícias.
ções ocupa um espaço maior?, entre responsável pela dia*, ração, vacinas,
outros questionamentos que julgar construção do aviário e controle veterinário e Estas cedem insumos agrícolas, como sementes,
relevantes. por criar os frangos. tem o abatedouro. filhotes de aves e assistência técnica (agrônomos
e veterinários) aos agricultores familiares, os quais
Esse é o coração da produção de frango
Atividades no Brasil, que gera mais de 3,6 milhões se comprometem em comercializar sua produção
complementares de empregos diretos e indiretos. exclusivamente com essas empresas. Veja o es-
1. Solicite aos estudantes que façam * Pinto de um dia: galináceo recém-nascido após período em uma incubadora. quema ao lado.
uma pesquisa e aprofundem a com-
Jaelson Lucas/AEN-PR
Odairson Antonello/Shutterstock.com
preensão das formas de agricultura A B
familiar e comercial. Entre outros
aspectos, oriente-os na busca de in-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
formações sobre os impactos sociais
e ambientais de cada modalidade
no campo e nas cidades. DA EDITORA DO BRASIL
Como forma de aproximar o con-
teúdo de sua realidade, peça-lhes
que também tragam dados sobre
a agricultura familiar e moderna no Além de abastecer o mercado interno brasileiro, a produção de frangos e de suínos no sistema integrado no Paraná e em
estado onde moram, como volume Santa Catarina destina-se à exportação para diferentes países. Na fotografia A, granja de aves em Guarapuava (PR), 2019.
Na fotografia B, criação de suínos. Braço do Norte (SC), 2018.
da produção, tipos de culturas e cria-
ções, quantidade de mão de obra 158
empregada etc. O trabalho pode ser
feito em duplas e entregue de forma
escrita ou como infográfico.
Foco nos TCTs
Trabalho
O conteúdo dessa dupla de páginas oportuniza o
aprofundamento da compreensão, por parte do estu-
dante, do funcionamento da dinâmica econômica regio-
nal e brasileira, sobretudo no que concerne às atividades
agropecuárias. Destaca-se ainda, a importância dos tipos
de mão de obra empregados nessas atividades agrícolas,
observando a relevância da força de trabalho adotada em
cada uma das modalidades existentes.
158
UNIDADE 6
Na BNCC – Geografia
Agricultura comercial moderna
EF07GE06
Como vimos, o espaço rural da Região Sul passou por profundas transfor-
O conteúdo dessa dupla de
mações a partir da década de 1970. Ao lado da modernização de parte das pe- páginas introduz ao estudan-
quenas e médias propriedades rurais, houve também um intenso processo de te conceitos importantes para a
concentração de terras (aumento do número de grandes propriedades rurais), compreensão dos impactos da
de mecanização das lavouras e do cultivo de produtos voltados à exportação, as produção agrícola no Brasil.
chamadas commodities (leia a seção Fique ligado!, nesta página).
Dessa forma, a área de produção do trigo, do milho, do café e principalmen- Na BNCC – Geral
te da soja foi ampliada na região, resultando, nas décadas seguintes, na expul- Competência geral
são de muitos trabalhadores rurais, obrigados a se deslocar para os centros 7. O estudo das diferenças entre
urbanos próximos – e outras regiões distantes, como vimos na página 157. a agricultura familiar e a mo-
Atualmente, a agricultura comercial moderna é praticada em grandes derna auxilia o estudante a
propriedades e com alta tecnologia (uso de sementes selecionadas, tratores, construir argumentos e deba-
colheitadeiras etc.). Destacam-se a produção de soja, cana-de-açúcar, algodão ter ideias que defendam os di-
e trigo no estado do Paraná; arroz, soja e trigo no Rio Grande do Sul; e arroz e reitos humanos e a consciência
socioambiental.
soja em Santa Catarina.
Segundo o IBGE, em 2020 o Paraná colheu sozinho, por meio dessa moda- Cultivo de trigo na
cidade de Salto do
lidade, aproximadamente 20 milhões de Jacuí (RS), 2018.
toneladas de soja em grãos e 35 milhões de
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
159
159
Pré-requisitos
pedagógicos Impactos socioambientais
Os estudantes deverão relem- no espaço rural
brar os impactos relacionados ao
uso do solo estudados ao longo do É possível afirmar que o processo de modernização das atividades agrícolas
6º ano (EF06GE10). Para compreen- aumentou a produtividade das lavouras e das criações, gerando riquezas mo-
der melhor a função dos trabalha- netárias para a Região Sul e para o Brasil. Por outro lado, é importante enten-
dores volantes, eles também de- dermos que a agricultura e a pecuária comercial moderna também têm causa-
verão relembrar as mudanças dos do graves impactos ecológicos e sociais, que derivam de suas práticas.
tipos de trabalho na agropecuá- Entre esses impactos estão: a contaminação do solo e da água decorrente
ria estudados ao longo do 5º ano do uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos, o aumento do desmatamento
(EF05GE05). Por fim, eles deve- das vegetações nativas e, consequentemente, a diminuição da biodiversidade e
rão relembrar os tipos de ener- o aumento da erosão e da perda de fertilidade natural dos solos, como estuda-
gia utilizados na produção agrícola
remos melhor no próximo capítulo.
(EF05GE07), também estudados no
5º ano.
Trabalhador rural
volante: pessoa que
trabalha sem carteira
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO assinada, recebe
pelo dia de trabalho
Do ponto de vista social, verificam-se alguns impactos negativos, como a
concentração de terras e a expulsão de milhares de famílias camponesas. Na
DA EDITORA DO BRASIL e é transportada
diariamente do lugar maioria das vezes, estas acabam tendo de atuar como trabalhadores rurais
onde mora para a volantes ou migrar para as áreas urbanas da região ou para outras partes do
propriedade rural onde
será executada a tarefa país em busca de melhores condições de vida. Além disso, nas últimas décadas
(plantio ou colheita). Em cresceu grandemente a dependência do produtor rural em relação às grandes
determinadas regiões
do Brasil também é
empresas do setor, que exercem controle sobre a distribuição de sementes e
chamado de boia-fria. de outros itens da produção agropecuária.
160
160
UNIDADE 6
Impactos causados por hidrelétricas Atividades
complementares
Além da concentração de terras, outro fato que tem expulsado centenas
1. Divida a turma em grupos e atribua
de famílias sulistas de suas propriedades rurais é a construção de barragens de Indenização: valor
que uma pessoa
a cada um deles um impacto am-
usinas hidrelétricas, pois elas inundam centenas de quilômetros quadrados de
ou empresa recebe biental proveniente da atividade
terras a fim de formar seus lagos artificiais. Calcula-se que, nas últimas décadas, em reparação ou agrícola como tema de pesquisa;
milhares de famílias tiveram de deixar suas terras em razão da construção de compensação por
algum prejuízo que
o trabalho deve explorar as causas
hidrelétricas no Sul do Brasil, e boa parte delas, até hoje, não recebeu a devida ocorreu a ela. e consequências desses impactos
indenização pela perda das propriedades. para as sociedades humanas. Os re-
Mas por que existem tantas hidrelétricas cons- sultados podem ser compartilhados
Região Sul: físico
truídas e ainda em construção nessa parte do país? com o restante da turma por meio
Sonia Vaz
Rio Pa
ná ranapa
ra nema
MS Pa
O relevo da Região Sul é composto de extensas de apresentação oral. Esta atividade
Rio
Londrina Trópico de Capricórnio
áreas de planaltos, com terrenos acidentados e Maringá SP
pode ser feita em conjunto com o
muitas serras (veja o mapa ao lado). Essa caracte- professor de Ciências.
L
NA
PARANÁ
rística proporciona elevado potencial para a explo-
IO
L
Foco nos TCTs
RA
Ponta Grossa Curitiba
ID
Rio Iguaçu
ração de energia hidrelétrica, sobretudo, por meio
SERRA GE
Baía de
ER
Paranaguá
Educação em Direitos
M
da construção de barragens em rios de planalto, Joinville
SANTA CATARINA Humanos
que cortam os vales bem encaixados à região.
TO
27° S Rio
Uru Blumenau
gua
A discussão desenvolvida pelo
AL
i
É o que ocorre nos vales tanto dos rios Paraná e São José Ilha de
AN
i
ru
gua Florianópolis
Santa Catarina
conteúdo dessa página destaca
Iguaçu, no Paraná, como nos rios Uruguai e Pelo- U
PL
io
R
Caxias do Sul
os impactos não somente de or-
tas, na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa
dem ambiental mas também so-
Catarina. Calcula-se que o Sul gere aproximada- RIO GRANDE
Jacuí
Canoas Usina
cial causados pelas inundações
DO SULRio Porto Alegre
hidrelétrica
Altitude
principal
mente 25% de toda a energia elétrica consumida (em metros) dos lagos de barragens de hi-
Altitude
tos
no Brasil. Por outro lado, os lagos formados pelas 1800 drelétricas na Região Sul do Brasil,
Pa
(em metros)
os
N 1200
ad
barragens dessas hidrelétricas cobriram milhares 1800800
o que oportuniza a discussão com
go
Pelotas
1200
La
O L
OCEANO 500
de hectares de terras produtivas. ATLÂNTICO
800200
500
a turma a respeito dos direitos das
100
famílias camponesas impacta-
S
Lagoa Mirim 200
100 0
Joka Madruga/Futura Press
0 142 284 km
0
Usina hidrelétrica principal das a ter acesso às indenizações
1 : 14 200 000 52° O
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Manifestação de trabalhadores rurais atingidos por Barragem da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, no Rio
barragem no município de Curitiba (PR), 2017. Uruguai. Águas de Chapecó (SC), 2018.
161
161
Pré-requisitos
pedagógicos Urbanização e indústria
Os estudantes deverão relembrar
Como foi estudado, a origem de várias cidades da Região Sul está relacio-
as características das paisagens trans-
nada aos fluxos migratórios e ao desenvolvimento de atividades econômicas
formadas por meio do processo de
ligadas à agropecuária. Até os anos 1970, o processo de urbanização sulista foi
industrialização, estudadas ao longo
do 6º ano (EF06GE06). Eles também bastante vagaroso, com exceção das capitais Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).
deverão retomar assuntos estudados De maneira geral, enquanto o Sudeste apresentava, naquela década, uma urba-
no 5º ano, tais como as mudanças nização mais acelerada, já com taxas acima de 70%, no Sul elas encontravam-se
sociais, econômicas e ambientais pro- em torno de 40%.
vocadas pelo crescimento dos centros Na década de 1990, a taxa de urbanização dessa região chegou a 74% e, em
urbanos (EF05GE03) e as hierarquias 2010, atingiu 85%. Esse salto no processo de urbanização sulista é decorrente
entre diferentes cidades (EF05GE09).
do intenso êxodo rural ocorrido no período, quando milhares de famílias que
e à habitação. 99
11 22
Cascavel
Cascavel
1111 PARANÁ
PARANÁ
Curitiba
FozFoz
do do Iguaçu
Iguaçu Ponta
Ponta
Ponta
Ponta Grossa Curitiba
Grossa
Grossa
Grossa
1313 33 1010 55
Joinville11
Joinville
Joinville
Joinville capital
decapital
Bensde
13 13
Chapecó 11 3 13
3 13 77 Itajaí
Bens
Metalurgia ee siderurgia
siderurgia
27° S27° S
Chapecó 11 SANTA CATARINA Itajaí
13
Metalurgia
SANTA CATARINA Blumenau4 13
Blumenau
2 6 4 Química
Química
7
1111 Erechim
Lages
7Erechim 2 Lages São 6São José
José
1010 Florianópolis
Florianópolis Bens intermediários
Bens intermediários
1111 1 1 9 9 1
1 55
Madeira
Madeira
RIO GRANDE Caxias do Sul Mecânica
3 3 13 DODO
RIO GRANDE Caxias
Caxias
dodo
SulSul Criciúma Mecânica
DA EDITORA DO BRASIL
Santa Maria Porto Alegre ATLÂNTICO Bens de consumo duráveis
11 6 11 Porto 5
Alegre Bens de consumo duráveis
6 5 Material elétrico e de comunicações
Material elétrico e de comunicações
Material de transporte
6 Material de transporte
(aeroespacial, automobilístico, naval)
N
Pelotas 6 (aeroespacial, automobilístico, naval)
N
11
Pelotas
Pelotas
O L 11
Pelotas Bens de consumo não duráveis
Bens de consumo não duráveis
O L Papel, papelão, editorial e gráfica
5 Papel, papelão, editorial e gráfica
S
S
5 Perfumaria, sabão e vela
Perfumaria, sabão e vela
0 135 270 km Produtos alimentícios e bebidas
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. 0 142 284 km Produtos alimentícios e bebidas
1 : 13 500 000 Têxtil, vestuário e calçados
Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. 52° O
1 : 14 200 000 Têxtil, vestuário e calçados
São Paulo: Saraiva, 2013. p. 52. 52° O
162
162
UNIDADE 6
Na BNCC – Geografia
Densa rede de cidades
EF07GE08
Porto Alegre e Curitiba são as principais metrópoles do Sul e exercem grande
O estudo das modificações no
influência sobre outros centros urbanos. Ao analisarmos a rede urbana da re-
espaço rural e da consequente ur-
gião, verificamos que Curitiba, por exemplo, influencia cidades como Londrina, banização da Região Sul possibili-
Ponta Grossa e Cascavel, no Paraná. Porém, essa ação ultrapassa os limites do ta ao estudante estabelecer rela-
estado, atingindo Florianópolis, Blumenau e Chapecó, em Santa Catarina. Por ções entre a inovação tecnológica
sua vez, Porto Alegre influencia todas as cidades do Rio Grande do Sul. Além das e as transformações socioeconô-
duas metrópoles regionais, outras cidades se destacam na rede urbana sulista. micas do território.
Reveja o mapa da página 145. EF07GE10
A atividade complementar pro-
Vinicius Bacarin/Shutterstock.com põe a construção de um gráfico
Na BNCC – Geral
Competência geral
4. Por meio da linguagem carto-
gráfica, o estudante será capaz
de partilhar informações acerca
do processo de industrialização
Londrina (PR) é a segunda cidade mais Blumenau (SC), que foi formada por meio Canoas (RS), por sua vez, é a quarta
da Região Sul.
populosa do Paraná e se desenvolveu da colonização europeia, é outra cidade cidade gaúcha em número de Competência específica de
com base no agronegócio. Atualmente que se destaca no cenário regional. habitantes, apresentando elevado
é um importante centro comercial e Terceira mais populosa de Santa Catarina, nível de industrialização, sobretudo
Ciências Humanas
prestador de serviços, destacando-se é conhecida nacionalmente pelo nos setores de veículos e implementos 2. Por meio da compreensão dos
também em alguns ramos industriais, desenvolvimento das atividades industriais agrícolas, eletrodomésticos e
como o da química, o de alimentos/ têxteis e do turismo. Nela ocorre a petroquímico. Na fotografia, linha de problemas enfrentados pelos
bebidas e o têxtil/vestuário. Fotografia Oktoberfest (Festa de Outubro), a mais produção de fábrica de tratores em centros urbanos da Região Sul,
de 2017. tradicional festa de origem alemã no 2017.
Brasil. Fotografia de 2018.
os estudantes terão embasa-
mento para analisar o meio téc-
nico-científico-informacional.
no meio da grama alta. O pedestre perde a hora se depender dos relógios de rua. A tomada de consciência pelo
E todos, independentemente do meio de transporte, correm risco ao percorrer estudante da situação da popu-
ruas escuras à noite. Problemas em serviços tidos como básicos são alvo de mui- lação de rua nas grandes cidades
tas reclamações de moradores de Porto Alegre, dando um aspecto de abandono brasileiras é de fundamental im-
à capital gaúcha. [...] MATERIAL DE DIVULGAÇÃO portância para a discussão sobre
os direitos constitucionais garan-
[Além desses problemas,] a população de rua em Porto Alegre aumentou
DA EDITORA DO BRASIL
75% em oito anos – se em 2008 eram 1 203 pessoas, em 2016 subiu para 2 115.
tidos a todo cidadão brasileiro à
habitação e a uma vida digna.
Embora não haja levantamento atualizado, em 2016 e 2017, “sem dúvida”, houve
um acréscimo de pessoas nessa situação. [...] Pessoa em situação
SETE questões [...]. Diário Gaúcho, [s. l.], 15 fev. 2018. Disponível em: http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/ de vulnerabilidade
noticia/2018/02/sete-questoes-que-porto-alegre-precisa-resolver-em-2018-10164607.html. Acesso em: 11 fev. 2022. no centro de Porto
Alegre (RS), 2021.
163
90%
na página sobre a urbanização da Região Sul para cons- 80%
60%
em conjunto com o professor de Matemática.
50%
O gráfico resultante deverá se assemelhar ao que está 40%
ao lado. 30%
20%
10%
Fonte: IBGE. Atlas do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro:
0%
IBGE, 2013. p. 73. Disponível em: https://biblioteca.ibge. 1970 1990 2010
gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes& Anos
id=264529. Acesso em: 2 abr. 2022.
163
Soluções das
atividades
1. Povos indígenas, como os charruas,
os kaingangs e os guaranis.
2. a) Paulistas e portugueses.
Reviso o capítulo
b) Imigrantes europeus de várias na-
cionalidades, sobretudo alemães, 1. Quais povos originalmente habitavam a Região Sul 5. Em que consiste o chamado sistema integrado de
italianos, poloneses, ucranianos antes da ocupação pelos colonizadores europeus? produção? Em quais tipos de propriedade esse
e espanhóis. sistema é adotado na Região Sul?
2. Sobre a vinda de imigrantes para o Sul do Brasil,
c) Ocorreu no século XIX, no norte responda:
do Paraná. 6. Qual é a característica da prática da agricultura
a) Quais foram os primeiros imigrantes a ocupar
comercial no Sul na atualidade?
3. Os tropeiros levavam tropas de mu- a região em meados do século XVIII?
las e cavalos da Região Sul para o b) Quais foram os principais grupos de imigran- 7. O que são commodities agrícolas?
restante do Brasil. No caminho, eles tes a se fixar na região a partir de meados do
estabeleciam lugares para descansar, século XIX? 8. Qual é a relação entre as características do relevo
os quais posteriormente se transfor- c) Onde se estabeleceram os imigrantes japo- e da hidrografia da Região Sul e a existência de
maram em cidades. neses na região? Quando isso ocorreu? muitos agricultores desabrigados por barragens
4. Devido à mecanização do campo. hidrelétricas?
3. Explique a importância dos tropeiros na ocupação
5. O sistema integrado de produção do interior sulista. 9. Analise o mapa da página 162 e destaque os
consiste em uma parceria entre os pe-
4. Por que ocorreu uma forte onda emigratória da principais tipos de indústria em cada estado da
quenos e médios proprietários rurais
Região Sul entre as décadas de 1960 e 1990? Região Sul.
e as agroindústrias. Ele é aplicado nas
pequenas propriedades familiares.
Associo textos e imagens
6. Caracteriza-se por grandes proprie-
dades, que utilizam elevada tecno- 10. Observe com atenção as imagens a seguir.
logia em cultivos monocultores. Dirceu Portugal/Fotoarena
Daniel Castellano/SMCS
7. São produtos rurais que alcançam um A B C
elevado valor de comercialização no
mercado internacional de alimentos.
8. A Região Sul compreende muitos
planaltos e elevada pluviometria,
o que favorece a atuação de usinas
hidrelétricas, para cuja instalação
é necessário alagar grandes áreas,
desabrigando diversos moradores. Aplicação de fungicida em plantação Central Hidrelétrica Bela Vista, entre os Ocupação irregular em área de proteção
9. No Paraná, destacam-se as indústrias de milho safrinha, em Campo Mourão municípios de Verê e São João (PR), 2020. ambiental no bairro Caximba, Curitiba
(PR), 2020. (PR), 2018.
têxtil, de vestuário e calçados e de
madeira; em Santa Catarina, têxtil, Agora, no caderno, relacione cada fotografia com o impacto socioambiental e sua causa, descritos nos
de vestuário e calçados e de meta- MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
lurgia e siderurgia; no Rio Grande do
quadros abaixo.
Na BNCC – Geral
MA
Competência geral
AM
PA
CE
RN
4. Por meio da análise das foto-
PB grafias da atividade 12, o es-
AC
PI PE tudante será capaz de utilizar a
SE
AL linguagem não verbal para inferir
RO TO
características do espaço.
BA
MT
DF
GO
OCEANO
MATERIAL
OCEANO
PACÍFICO DE DIVULGAÇÃO MS
SP
MG
ES ATLÂNTICO
DA EDITORA DO BRASIL
Representação PR
RJ
Trópico de Cap
ricórnio
da dimensão da N
Fonte: PINUS é o principal gênero área plantada
que proporciona inúmeros fins com SC O L
valor agregado. Celulose Online, [s. l.], Eucalipto
9 set. 2016. Disponível em: https:// RS
www.celuloseonline.com.br/pinus-e- Pínus S
o-principal-genero-que-proporciona- Outros
0 384 768 km
inumeros-fins-com-valor-agregado/. 1 : 38 400 000
Acesso em: 11 fev. 2022.
Fonte: PINUS é o principal gênero que proporciona inúmeros fins com valor agregado. Celulose Online, [s. l.], 9 set. 2016.
Disponível em: https://www.celuloseonline.com.br/pinus-e-o-principal-genero-que-proporciona-inumeros-fins-com-valor-agregado/.
Acesso em: 16 fev. 2021. 165
165
13
Objetivos do capítulo
• Identificar os principais aspectos Clima subtropical
dos climas da Região Sul.
• Caracterizar os biomas Mata de e biomas sulinos
Araucárias, Mata Atlântica e Pampas.
• Analisar os principais impactos
ambientais encontrados nos bio- A imagem a seguir retrata uma paisagem rural no município de Campo Alegre,
mas da Região Sul. no estado de Santa Catarina. Nela observam-se pinheiros remanescentes de
• Reconhecer as principais atividades
Mata de Araucária. Esse é um dos biomas mais alterados do país, em razão da
econômicas praticadas nos biomas
do Sul. derrubada de pinheiros pela atividade madeireira ao longo de várias décadas.
• Compreender a importância das No capítulo anterior estudamos os processos de
Hardt_E/iStockphoto.com
Unidades de Conservação (UCs) ocupação e povoamento, bem como o desenvolvi-
para a proteção dos biomas do Sul. mento das atividades agrícolas e industriais, além dos
aspectos ligados à urbanização, que causam impactos
Pré-requisitos sociais e ambientais.
pedagógicos Neste capítulo vamos estudar como esses proces-
Os estudantes deverão relembrar sos de ocupação do espaço geográfico têm gerado
a relação entre os movimentos da
impactos, especificamente, nos biomas da Região Sul.
Terra, zonas térmicas e tipos de cli-
Para tanto, em primeiro lugar, precisamos conhecer as
ma estudados ao longo do 6o ano
(EF06GE03). particularidades dos tipos de clima que atuam nessa
porção do país.
Orientações Mata de Araucária no
DA EDITORA DO BRASIL
média de precipitação e de que a li-
nha representa a temperatura média; N Tropical típico
Subtropical ou
cada uma dessas informações é dada O L
Pelotas
temperado
mês a mês em um ano. Eles também S
Capital de estado
Cidades importantes
deverão estabelecer relações entre as
0 137 274 km Limites estaduais
informações mostradas no mapa e os 1 : 13 700 000 Limites internacionais
climogramas apresentados na página. 52° O
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 96.
Caso seja necessário, retome o mapa
de massas de ar brasileiras apresenta- 166
do no Capítulo 1 (página 14).
Na BNCC – Geografia
EF07GE09
O mapa temático presente nessa página possibilita ao estudante identificar padrões espaciais no território brasileiro.
EF07GE10
Por meio da comparação e da interpretação de climogramas, o estudante poderá fazer inferências acerca das carac-
terísticas climáticas da Região Sul.
EF07GE11
O estudante é apresentado às características físico-ambientais do Sul e à sua distribuição no território da região.
166
UNIDADE 6
A análise atenta do mapa da página anterior revela que o clima tropical típi- Orientações –
co atua somente na parte norte do estado do Paraná. No restante do Sul, que Questionamentos
é a maior parte, atua o clima subtropical, caracterizado por boa distribuição de
½½ Respostas
chuvas durante o ano e por médias térmicas anuais inferiores às das demais
1. Ao longo de todo o ano há grande
regiões brasileiras.
ocorrência de chuvas em todas as
Sobretudo no inverno, as tem-
Raphael Zulianello/iShoot/Folhapress
cidades. Chame a atenção dos es-
peraturas são bem baixas em
tudantes para a diferença entre as
comparação com outros lugares
escalas no eixo da precipitação em
do Brasil. Isso ocorre em razão da
cada um dos gráficos.
influência da massa polar atlântica
2. De modo geral, os meses mais frios
(mPa), uma massa fria que ocasiona
estão entre maio e agosto, e os mais
geadas e até neve nas áreas de pla-
quentes, entre novembro e fevereiro.
nalto com maiores altitudes. Essa
massa de ar é responsável tam-
bém pela geração de minuano, um
vento frio que adentra a Região Sul
no outono e no inverno, atuando
predominantemente no Rio Grande
do Sul. Durante o verão, as tempe-
raturas aumentam, já que há a pre-
dominância de atuação da massa
tropical atlântica (mTa) e da massa
Área rural de Urupema (SC), com sua paisagem modificada em razão da neve, 2021.
tropical continental (mTc).
125 25 200 25
100 20 160 20
75 15 120 15
50 10 80 10
25 5 40 5
0
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
0 0
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
0
DA EDITORA DO BRASIL
Meses
Fonte: PORTO Alegre Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/
Fonte: PORTO Alegre Clima (Brasil). In: Acesso
america-do-sul/brasil/rio-grande-do-sul/porto-alegre-3845/. CLIMATE-DATA.ORG.
em: 8 fev. 2021. [S. l.], [20--?]. Fonte: CASCAVEL
Meses
Fonte: CASCAVEL Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG. [S. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/
Clima (Brasil). In: CLIMATE-DATA.ORG.
america-do-sul/brasil/parana/cascavel-5965/#climate-graph. Acesso em: 8 fev. 2021. [S. l.], [20--?].
Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/rio- Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/parana/
grande-do-sul/porto-alegre-3845/. Acesso em: 11 fev. 2022. cascavel-5965/#climate-graph. Acesso em: 11 fev. 2022.
167
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Ciências Humanas
6. Ao comparar os mapas de climas e de vegetações,
o estudante é instigado a compreender fenômenos
distintos que ocorrem simultaneamente no mesmo
espaço.
Raciocínio geográfico
Conexão: A análise dos mapas auxilia-o a perceber
que os fenômenos geográficos estão interconectados –
no caso, os climas e a ocorrência de vegetação.
167
Orientações
e sugestões Biomas sulinos
Auxilie os estudantes na compara- As características climáticas e suas inter-relações com outros aspectos natu-
ção dos mapas da Mata de Araucárias. rais, como o relevo e a hidrografia, criam as condições necessárias à existência
Peça a eles que mencionem qual es-
dos seguintes biomas na Região Sul: a Mata de Araucárias, a Mata
tado apresenta maior quantidade de Região Sul: biomas principais
Atlântica, a Vegetação Litorânea e os Pampas ou Campos
Sonia Vaz
vegetação remanescente. Espera-se MS
Londrina Sulinos. Observe a distribuição espacial desses biomas
que percebam que Santa Catarina Trópico de Capricórnio
Maringá SP
pela região no mapa ao lado. Em seguida, vamos conhe-
apresenta a maior ocorrência de Mata
PARANÁ cer as características de cada um deles.
de Araucárias na atualidade. Pergunte:
Ponta Grossa Curitiba
Qual foi o estado que teve as maio-
res perdas? Espera-se que respondam Joinville
Mata de Araucárias
SANTA CATARINA
que foi o Paraná. 27° S
Blumenau A Mata de Araucárias, também denominada Mata de
Relembre-os de que a Mata São José
Florianópolis Pinhais, ocorre em conjunto com áreas do bioma da Mata
Atlântica, também estudada na Caxias do Sul Atlântica. Essa formação vegetal desenvolve-se, princi-
Região Sudeste, foi extremamente de- ATLÂNTICO
OCEANO
palmente, nas regiões de planaltos de maiores altitudes
RIO GRANDE Canoas
vastada ao longo dos séculos. Caso DO SUL Porto Alegre (como na fotografia da página 166), onde as temperaturas
seja necessário, retome os conteúdos N são mais baixas, desde o sul do estado de São Paulo, até o
sobre o assunto estudados na Unida- O L Pelotas
Mata Atlântica norte do Rio Grande do Sul. Entre as espécies predominan-
de 5. Retome os conteúdos trabalha- S
Mata de Araucárias
tes destaca-se a Araucaria angustifolia, um pinheiro (conífe-
dos no Capítulo 1, página 20, acerca Campos Sulinos
0 158 316 km Vegetação Litorânea ra) com folhas pontiagudas. São árvores de grande porte,
dos tipos de Unidades de Conser 1 : 15 800 000
(mangue, restinga, jundu)
52° O
que podem chegar a mais de 30 metros de altura. Entre-
vação (UCs) existentes no Brasil. Soli- Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA,
Jussara V. Atlas geográfico do tanto, na mata, verifica-se a presença de outras espécies, como o cedro, a canela,
cite a eles que identifiquem a área da estudante. São Paulo: FTD,
jacarandá e a guabiroba. A Mata de Araucárias foi intensamente degradada des-
Região Sul que possui maior quan- 2016. p. 64.
de a ocupação inicial da Região Sul, tanto pelo desmatamento para a implantação
tidade de UCs, conforme o mapa da
de projetos agropecuários – como o plantio de erva-mate e a criação de gado
página. Espera-se que mencionem
que é o litoral. Depois, pergunte quais – quanto pela exploração da madeira para a produção de móveis, por exemplo.
são os principais tipos de UCs da Re-
gião Sul e solicite que os comparem De acordo com pesquisas feitas no Paraná,
com os tipos presentes no estado calcula- se que resta no estado menos de 1% da área Região Sul: vegetação
original da Mata de Araucárias, em lugares com menor remanescente de araucárias
onde moram: Há muitas semelhan-
possibilidade de exploração agrícola, em razão da baixa
Sonia Vaz
ças? Ou há mais diferenças? Proponha fertilidade do solo. Compare as extensões de Mata de MS Londrina Trópico de Capricórnio
uma roda de conversa sobre o assun- Araucárias originais (no mapa no topo da página) com Maringá SP
Joinville
SANTA CATARINA
27° S
Corte ilegal de Blumenau
araucárias no São José Florianópolis
município de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO São Mateus
do Sul (PR),
Caxias do Sul
OCEANO
DA EDITORA DO BRASIL
RIO GRANDE Canoas ATLÂNTICO
2018. DO SUL
Porto Alegre
N
Área remanescente
O L
Pelotas com predomínio de
Fonte: CALDINI, Mata de Araucárias
Vera; ÍSOLA, Leda. S Capital de estado
Atlas geográfico Cidades importantes
0 170 340 km
Saraiva. 4. ed. Limites estaduais
São Paulo: Saraiva, 1 : 17 000 000
52° O Limites internacionais
2013. p. 40.
168
168
UNIDADE 6
Na BNCC – Geografia
Mata Atlântica e Vegetação Litorânea Ocupação de encostas em áreas íngremes na
Serra do Mar. Atualmente, áreas de Mata Atlântica
ainda têm sido derrubadas para a implantação EF07GE09
Na Região Sul, bem como em outros locais do territó- de projetos agrícolas e pecuários, urbanização e O estudante é estimulado a in-
rio brasileiro, a Mata Atlântica predomina nas áreas de industrialização, resultando na ocupação de áreas
de remanescentes por condomínios, loteamentos terpretar, por meio da compara-
clima mais quente e com maior frequência de chuvas. etc. Blumenau (SC), 2019. ção entre mapas, o processo de
Esse bioma tem aspecto muito exuberante degradação ambiental da Mata de
169
169
Orientações Pampas
e sugestões
Solicite aos estudantes que com- O bioma de Pampas, também chamado de Campos Sulinos, ocupa quase a
parem a fotografia dos Pampas apre- metade do território do estado do Rio Grande do Sul, além de partes do ter-
sentada na página com as fotografias ritório dos países vizinhos Uruguai e Argentina. É um bioma
Arenização
Arenizaçãodo
no Rio Grande
GrandedodoSul
Sul
Na BNCC – Geral 56°O
Maçambará Fonte:
Competência específica de Itaqui
Unistalda
SUERTEGARAY,
Santiago
Ciências Humanas D. M. A. et al.
Projeto arenização
3. A atividade complementar Manuel
Viana São
no Rio Grande
do Sul, Brasil:
proposta auxilia o estudante Francisco
1 : 3 300 000
66 km
htm. Acesso em:
Manoel Viana (RS), 2020. 11 fev. 2022.
Educação Ambiental Fonte: SUERTEGARAY, D. M. A. et al. Projeto arenização no Rio Grande do Sul, Brasil: gênese,
dinâmica e espacialização. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Barcelona, n. 287,
A seção Zoom traz informações 26 mar. 2001. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/b3w-287.htm. Acesso em: 5 fev. 2020.
O L
S
URUGUAI 0 123 246 km
1 : 12 300 000
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Poluição da água e do ar por atividades industriais
50° O
DA EDITORA
Risco de contaminação por derramamento DOe derivados
de petróleo BRASIL
Risco de contaminação do solo e da água pelas atividades de mineração e garimpo
Contaminação da água e do solo por agrotóxicos
Processos de desertificação ou arenização
Uso intensivo de água para irrigação
Maior risco à erosão dos solos Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas
geográfico. São Paulo: FTD, 2016. p. 80.
Fontes: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 80; CALDINI, V.; ISOLA, L.
Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo. 2013. p. 71.
171
171
Soluções das
atividades
1. A região tem mais propensão à ativi-
dade agrícola de gêneros adaptados
a temperaturas mais baixas, como
Reviso o capítulo
a maçã.
2. Atividades agrícolas, urbanização e 1. De que maneira o clima subtropical influencia na produção agrícola da Região Sul?
industrialização.
2. Cite três atividades ou ações humanas que têm contribuído para a devastação do bioma de Mata Atlântica.
3. Arenização é o processo de degra-
dação de solos arenosos, formando 3. Explique o fenômeno da arenização. Por que ela ocorre? E em qual parte da Região Sul?
areais, muito comum no bioma dos
4. Quais são as áreas de ocorrência do bioma Mata de Araucárias e por que ele recebe esse nome?
Pampas. Ela ocorre com a retirada da
vegetação natural e a consequente 5. Liste as principais Unidades de Conservação (UCs) mencionadas no capítulo. Em seguida, explique, com
ação das chuvas, as quais carregam base no que aprendeu neste capítulo e no Capítulo 1, por que elas são importantes para a conservação
seus sedimentos para áreas mais dos biomas sulistas.
baixas do relevo.
Interpreto charges
4. O nome tem origem na princi-
pal espécie existente no bioma, a 6. Leia a charge a seguir.
Araucária Angustifolia. Ela ocorre em
áreas do bioma da Mata Atlântica,
nas regiões de planaltos de maiores
altitudes, onde as temperaturas são
mais baixas.
5. As Unidades de Conservação de Uso
Sustentável possibilitam a existência
de atividades econômicas, desde que
172
UNIDADE 6
Analiso climogramas Proposta avaliativa
1. Divida os estudantes em seis grupos
7. Observe os dados apresentados nos climogramas a seguir. e solicite a cada um que pesquise
uma Unidade de Conservação na
Climograma 1: Palmas (TO) Climograma 2: Curitiba (PR)
Região Sul, sendo dois grupos para
173
7
Introdução
Inicie a aula perguntando aos
estudantes as seguintes ques-
REGIÃO
tões: Quais estados fazem parte da
Região Centro-Oeste? Economica-
CENTRO-OESTE
mente, como essa região se orga-
niza? Você saberia descrever quais
são os principais produtos encon-
trados na região? Deixe que os estu-
dantes falem livremente e anote as
descrições na lousa. A seguir, explo-
re com eles o mapa da página 176,
apresentando os estados da região e al-
gumas das principais cidades. Posterior-
mente, analise o gráfico da página 178,
destacando o potencial agrícola do
Centro-Oeste. Comente que o agro-
negócio é muito desenvolvido nessa
parte do território brasileiro, tanto de
forma intensiva quanto extensiva, e
que a criação de bovinos, suínos e
frangos também é bastante expres-
siva. Por fim, ressalte o que será es-
tudado nesta unidade, destacando o
que é mais produzido na atualidade e
alguns dos principais impactos para a
economia, a sociedade e a natureza.
Objetivos da unidade
• Identificar as principais características
geográficas da Região Centro-Oeste.
• Entender as formas de ocupação
e povoamento do Centro-Oeste.
• Analisar as transformações espa-
ciais no Centro-Oeste ocasionadas
pelas atividades econômicas e pela
urbanização. Na fotografia desta abertura, você vê uma área do Cerrado, um dos três importantes
• Reconhecer a importância da cons- biomas localizados na Região Centro-Oeste. Caracterizado por uma riquíssima
trução de Brasília. biodiversidade, o Cerrado encontra-se extremamente ameaçado por atividades
• Compreender os impactos am- humanas. Na fotografia, é possível ver a plataforma metálica para observação da
bientais nos biomas Pantanal,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO paisagem da Chapada dos Guimarães, no complexo turístico Morro dos Ventos.
Cerrado e Amazônia. DA EDITORA DO BRASIL
1. Além do Cerrado, mostrado na fotografia, quais são os outros dois biomas que
se estendem pela Região Centro-Oeste?
Justificativa
Os objetivos listados para esta uni- 2. Que tipos de atividade você acredita que estão ameaçando a biodiversidade
dade visam propiciar que os estudan- do Cerrado? Troque ideias com os colegas e o professor.
tes ampliem seus conhecimentos
sobre a Região Centro-Oeste, descre-
vendo as formas de ocupação do ter- 174
ritório, e ao mesmo tempo, discutindo
as principais transformações socioes-
paciais ocorridas historicamente, em
razão das várias atividades econômi- preensão dos impactos socioambientais que ocorrem em Avaliação diagnóstica
cas desenvolvidas, especialmente a biomas tais como o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia, que Nesta unidade, no Capítulo 14, estudaremos a urbaniza-
agropecuária. Tais objetivos são jus- estão inseridos nessa área. ção da Região Centro-Oeste. Para verificar o conhecimento
tificados, ainda, pela necessidade dos prévio dos estudantes, pergunte se eles sabem qual é a
estudantes saberem reconhecer as Orientações e sugestões principal cidade dessa região e por que ela foi construída.
formas de urbanização dessa região, Inicie a aula solicitando a análise da paisagem de abertura. Explique que a principal cidade é Brasília, que foi construí-
em especial analisar a importância lo- Pergunte aos estudantes se eles conhecem o bioma apresen- da, entre outros objetivos, para promover a integração do
cal, regional e nacional da construção tado e se sabem as principais características dele. Ouça atenta- Centro-Sul com as regiões Centro-Oeste e Norte do país, por
da nossa capital, Brasília. Por fim, um mente as respostas, de modo a traçar os conhecimentos pré- meio de várias estradas. Depois, pergunte como esse espa-
dos objetivos visa estimular a com- vios da turma acerca do assunto a ser trabalhado na unidade. ço urbano é organizado e quais são os principais problemas
174
Na BNCC – Geografia
Nesta unidade, você vai estudar: EF07GE11
BNCC na Unidade
Competências gerais: 3, 4
e 7.
Competências específicas
de Ciências Humanas: 2, 5,
6 e 7.
Competências específicas de
Geografia: 1, 2, 4 e 5.
Habilidades: EF07GE02,
EF07GE03, EF07GE06,
EF07GE07, EF07GE08,
EF07GE09, EF07GE10 e
EF07GE11.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
175
socioambientais dessa área urbana. Espera-se que eles res- Orientações – Questionamentos
pondam que a área é organizada em um “plano piloto”, onde
ficam os prédios administrativos, as residências oficiais, as ½½ Respostas
embaixadas, as asas Norte e Sul, entre outras edificações, e 1. Amazônia e Pantanal.
as “cidades-satélite”, onde está a maioria da população tra- 2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencio-
balhadora e pobre de Brasília. Eles podem sinalizar os pro- nem, pelo menos, o agronegócio como principal motivo
blemas socioambientais, a violência urbana, a poluição das da degradação desse bioma.
águas, a favelização, a extinção de espécies de fauna e flora,
a falta de saneamento básico para os mais pobres, entre ou-
tros problemas.
175
14
Objetivos do capítulo
• Entender o processo de interioriza- Centro-Oeste: povoamento,
ção do Brasil por meio da ocupa-
ção da Região Centro-Oeste.
urbanização e agronegócio
• Reconhecer a importância da cons-
trução de Brasília para a interliga-
ção das regiões do país. A fotografia mostra a plantação de uma monocultura que é bastante difun-
• Caracterizar as atividades agropecuá- dida nos estados da Região Centro-Oeste: a soja. A produção dessa commodity
rias no espaço rural do Centro-Oeste. agrícola é um fator importante para o desenvolvimento econômico do país, ain-
• Refletir acerca dos organismos da que cause diversos impactos ambientais.
Gerson Sobreira/Terrastock
geneticamente modificados, os O Brasil é o segundo maior produtor de soja
transgênicos. do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
• Conhecer as características do Destacam-se, em nível nacional, justamente
processo de urbanização do Cen- os três estados da Região Centro-Oeste: Mato
tro-Oeste. Grosso, principal produtor brasileiro, Goiás e
Mato Grosso do Sul, seguidos do Paraná e do
Pré-requisitos Rio Grande do Sul, na Região Sul.
pedagógicos
A interpretação da fotografia e a
Vista aérea de plantação
resolução dos questionamentos exige de soja em Bom Jesus
que os estudantes relembrem as mu- do Araguaia (MT), 2018.
danças dos tipos de trabalho na agri-
cultura devido ao desenvolvimento Região Centro-Oeste: político
Selma Caparroz
tecnológico, estudadas ao longo do Observe novamente a
50° O
e sugestões
Faça uma leitura mediada da ima- Cuiabá DISTRITO
FEDERAL
gem desta página. Pergunte aos estu- Cáceres
Brasília
dantes qual tipo de cultura está sendo Rondonópolis GOIÁS Anápolis
1 : 16 100 000
322 km DO SUL
Três
respondam que as monoculturas en- DA EDITORA DO BRASIL e Mato Grosso do Sul e pelo
Distrito Federal, somando uma Capital de país
Campo
Grande
Lagoas
Capital de estado
fraquecem o solo e que os agrotóxi- área de aproximadamente
Cidades importantes
SP
cos o poluem. 1 600 000 km2, com uma Limites estaduais Dourados
população de mais de Limites internacionais PR
Explore o mapa e as informações 16 milhões de pessoas em
Trópico de Capricórnio
do boxe Por dentro da Região 2021. Observe as informações
do mapa ao lado.
Centro-Oeste. Se possível, inclua em Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 90
Orientações –
Questionamentos
Unidade Área territorial População estimada Densidade demográfica
federativa (km²) (2022) (hab./km²)
½½ Resposta
Distrito Federal 5 760,784 3 094 325 537,13
1. Resposta pessoal. Espera-se que os
Goiás 340 242,856 7 206 589 21,18
estudantes indiquem que está sen-
Mato Grosso 903 207,047 3 567 234 3,94
do aplicada alta ou elevada tecno-
Mato Grosso do Sul 357 147,995 2 839 188 7,94
logia, com o uso de uma aeronave
para pulverizar defensivos sobre a Fonte: IBGE. Cidades e estados. Rio de Janeiro: IBGE, [202-]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/. Acesso em: 2 abr. 2022.
plantação.
176
UNIDADE 7
Orientações
Marcha para o Oeste e sugestões
Já no século XVIII, estabeleceram-se os primeiros povoados e as vilas na
Ao trabalhar o processo de povoa-
Região Centro-Oeste, principalmente em razão da atividade mineradora, im-
Casa de Cora Coralina, mento da região, retome o mapa dos
no centro histórico da
cidade de Goiás, também principais grupos indígenas brasilei-
pulsionada pelos bandeirantes paulistas, como foi o caso da cidade de Goiás
conhecida como Goiás ros, no Capítulo 2, promovendo sua
Velho (GO), mostrada na fotografia ao lado. Velho (GO), 2018.
interpretação por meio da leitura do
Mas foi somente a partir do século XX que se desenvolveu
Du Zuppani/Pulsar Imagens
texto desta página. É igualmente im-
um grande processo de ocupação da região, promovido pelo go-
portante retomar os mapas, também
verno federal, nos anos 1940: a Marcha para o Oeste, um pro-
presentes no Capítulo 2, que tratam
grama governamental para ocupação das regiões Centro‑Oeste do processo de formação do territó-
e Norte do país, por meio da criação de colônias de povoamento rio brasileiro ao longo dos séculos, a
e do desenvolvimento da produção agrícola e pecuária. Esse fim de que os estudantes entendam
programa oferecia terras na região com valores baixos e crédito a tardia ocupação do Centro-Oeste.
bancário facilitado, para estimular a migração voluntária de tra- Volte ao mapa de densidade po-
balhadores e o desenvolvimento da agricultura familiar. pulacional brasileira e explique aos
Assim, várias colônias se formaram nos estados de Mato estudantes o motivo da Marcha para
Grosso e Goiás, ora por incentivos federais, ora estaduais e mu- o Oeste. Mostre-lhes que, mesmo na
nicipais, e até mesmo por incentivos particulares. Intensos flu- atualidade, o oeste brasileiro ainda se-
HBPSB
xos migratórios ocorreram na região, sobretudo de nordestinos. gue com as menores ocupações po-
Durante a década de 1950, outro fator atraiu grande quan- pulacionais. Lembre-os do processo
tidade de trabalhadores para essa região brasileira, como vere- de ocupação do território brasileiro,
mos mais adiante: a construção da nova capital do país, Brasília. iniciado pelo litoral nordestino com a
produção de gêneros agrícolas – so-
Colonização e cidades planejadas bretudo a cana-de-açúcar –, e que de-
pois migrou para o litoral do Sudeste
A partir da década de 1960, o processo de ocupação do
devido à exploração das minas.
Centro-Oeste ganhou novos contornos, em uma articulação da
urbanização com a colonização agrícola. Assim, os projetos de Na BNCC – Geografia
colonização oficiais e particulares passaram a criar “cidades pla-
EF07GE02
nejadas” no interior do Mato Grosso e em áreas da chamada
A Marcha para o Oeste é funda-
Amazônia Legal. A formação de novas colônias agrícolas obje- Habitações temporárias de mental na construção do espaço
tivava diminuir os conflitos agrários que ocorriam em diferentes partes do país. novos colonos em área de
brasileiro da Região Centro-Oeste.
assentamento rural próximo
Destacou-se também nesse período a participação dos sulistas no processo à Colônia Agrícola Nacional Conhecendo-a, o estudante será
de ocupação da região, uma vez que muitos migrantes eram do Paraná e do Rio de Goiás na década de 1950. capaz de analisar os fluxos econô-
Grande do Sul. A ocupação reorganizou a região econômica e politicamente – micos e populacionais do territó-
um exemplo foi a criação do estado do Mato Grosso do Sul, em 1977 – e atraiu rio brasileiro.
novas ondas migratórias nas
Na BNCC – Geral
Ariane Silva/FotoeMidia
décadas seguintes.
Competência específica de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Ciências Humanas
DA EDITORA DO BRASIL 2. Entender a Marcha para o Oes-
te e suas consequências para a
formação territorial brasileira é
Naviraí (MS) é um exemplo de de suma importância para ana-
cidade planejada que atraiu grande lisar o mundo social e o meio
contingente de imigrantes sulistas
para o Centro-Oeste nas décadas técnico-científico-informacio-
de 1970 e 1980. Fotografia de 2018. nal do Brasil.
177
Para aprofundar
Caso os estudantes tenham curiosidade de conhecer a
estrutura de uma cidade planejada, peça a eles que acessem
a planta da cidade de Naviraí (MS) (disponível em: https://
goo.gl/maps/REWsqVjeA3hbdyEQA; acesso em: 2 abr. 2022).
Mostre-lhes as linhas retas das ruas e o formato geométrico
da planta.
177
Orientações
e sugestões Produção agropecuária na atualidade
Auxilie os estudantes a analisar e Observe os gráficos a seguir.
interpretar os gráficos. Solicite que, pri-
meiramente, atentem ao sectograma,
Participação dos estados e das 5 regiões na produção
reconhecendo as principais regiões de cereais, leguminosas e oleaginosas – 2019
produtoras de cereais, leguminosas e
Zeni Santos
oleaginosas. Depois, peça que obser- Norte
vem o gráfico de colunas, identifican- 30 3,9%
27,0
Nordeste
do as regiões de cada estado. Caso 8,2%
25
tenham dificuldade para entender Sudeste
Centro-Oeste 9,5%
os conceitos trabalhados no gráfico, 20 44,9%
Participação %
15,9
Sul
explique-lhes que o Centro-Oeste é
14,7
15 33,5%
grande produtor de milho (cereal),
soja (oleaginosa) e feijão (legumino-
9,6
10
8,0
sa). Se julgar necessário, convide o
5,7
3,8
professor de Ciências para falar das 5
3,4
2,8
2,1
2,0
1,9
1,1
0,8
0,3
0,3
0,2
0,1
0,1
0,1
diferenças entre esses tipos de planta.
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0
Sempre que preciso, retome o con-
T
PR
RS
GO
S
G
BA
SC
A
PI
TO
PA
RO
DF
CE
SE
RR
PB
AL
AC
AP
ES
RN
AM
SP
PE
RJ
M
M
M
M
ceito de commodity, trabalhado na
seção Fique ligado! da página 159.
Fonte: EM março, IBGE prevê alta de 1,6% na safra de grãos de 2019. Agência IBGE de Notícias, Rio de Janeiro, 11 abr.
Comente que muitos dos alimen- 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/
releases/24196‑em‑marco‑ibge‑preve‑alta‑de‑1‑6‑na‑safra‑de‑graos‑de‑2019. Acesso em: 11 fev. 2022.
tos consumidos no dia a dia foram
geneticamente modificados, o que
alterou significativamente sua apa- 1. Em 2019, qual foi a participação dos estados da Região Centro-Oeste no total da
rência ao longo do tempo. Exemplifi- produção nacional de grãos?
que falando da melancia, da banana, 2. Qual é a posição individual de cada um dos estados dessa região em relação aos
demais estados brasileiros?
do pêssego, da berinjela, da cenoura,
entre tantos outros alimentos.
178
178
UNIDADE 7
Grande parte da colheita de cana-de-açúcar é destinada Orientações –
Arionauro
geneticamente modificados (OGM) são seres vivos que rece- Humanos
beram genes das células de outros organismos para modificar
O debate a respeito do cultivo
algumas de suas características naturais.
Nas últimas décadas, os genes de várias plantas de grande va-
de plantas e animais transgênicos
lor econômico, como soja e milho, foram alterados pela introdu-
e sua introdução na alimentação
ção de material genético de outras espécies vegetais, ou mesmo humana oportuniza o desenvolvi-
de animais, fungos ou bactérias. A ideia é tornar essas plantas mento do espírito crítico por par-
mais resistentes à falta de água ou às pragas que as atacam du- te dos estudantes a respeito do
rante o crescimento, por exemplo. conceito de soberania alimentar
A criação e o uso de produtos agrícolas transgênicos têm (o direito a ter ciência e liberdade
desencadeado muitas discussões na sociedade, porque vários de escolha sobre o que está levan-
especialistas afirmam que ainda não foram feitos estudos sufi- do para sua mesa como alimento)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cientes e conclusivos mostrando que a introdução desses orga- ARIONAURO. Soja transgênica. In: e o reconhecimento das mudan-
nismos na natureza e para o uso humano seja segura. ças que os avanços científicos e
DA EDITORA DO BRASIL
ARIONAURO CARTUNS. Disponível em: http://
www.arionaurocartuns.com.br/2016/08/charge-soja
1. Observe a charge ao lado e responda: De que maneira o car- tecnológicos podem acarretar nos
-transgenica.html. Acesso em: 11 fev. 2022.
tunista satiriza o uso de soja transgênica pelos agricultores? hábitos e costumes da população
2. Em sua opinião, o consumo de organismos transgênicos pode ocasionar problemas à saúde humana em geral.
ou ao meio ambiente? Pesquise na internet informações sobre os OGM e traga diferentes pontos de
vista a respeito do assunto para a sala de aula.
179
179
Pré-requisitos
pedagógicos Crescimento das cidades
Os estudantes deverão relembrar Vimos que os primeiros núcleos urbanos da Região Centro-Oeste surgiram
que há distintas interações entre so- a partir do século XVIII, com o desenvolvimento das atividades de mineração de
ciedade e natureza de acordo com metais preciosos. Posteriormente, já em meados do século XX, com o desenvol-
a distribuição dos componentes físi-
vimento de programas governamentais e de empresas particulares, a formação
co-ambientais, assunto estudado ao
de cidades intensificou-se na região.
longo do 6o ano (EF06GE11).
Naquele período, dois fatores foram fundamentais para acelerar a urbani-
Orientações zação: a construção de Brasília e, principalmente, o processo de modernização
Zeni Santos
100 Associado a esses fatores, o crescimento
com atenção. Solicite, pelo menos,
90
dois tipos de leitura. Primeiramente, das atividades industriais ligadas ao be-
80
Em % da população total
eles deverão comparar os números neficiamento de produtos agrícolas, dos
70
linha a linha para ter uma noção do serviços e do comércio potencializou a
60
aumento da urbanização nas regiões 50
urbanização do Centro-Oeste.
e no Brasil ao longo do tempo. De- 40 Se na década de 1940 essa era a re-
pois, deverão repetir a leitura, porém, 30 gião menos urbanizada do país (21,52%),
coluna a coluna, a fim de comparar 20 o cenário se modificou nas décadas se-
as diferentes regiões em cada perío- 10 guintes. De acordo com o IBGE, em 2020,
do apresentado. 0
a taxa de urbanização chegou a aproxi-
Auxilie a análise do mapa do boxe 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010
Anos
madamente 90% e o Centro‑Oeste pas-
Centro-Oeste: região de migrantes, Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil sou a ser a segunda região mais urba-
da página 181, destacando os altos nizada do Brasil (veja o gráfico ao lado).
Fonte: Fonte: SÉRIES
IBGE. Séries históricas
históricas e estatísticas:
e estatísticas: taxataxa de urbanização. In: IBGE. Rio de Janeiro,
de urbanização.
percentuais de migrantes na com- Rio de [2010]. Disponível
Janeiro: em: Disponível
IBGE, [2010]. https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=
em:
posição da população residente em https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=2&vcodigo=POP122&t=taxa
2&vcodigo=POP122&t=taxa-urbanizacao. Acesso em: 22 fev. 2021.
-urbanizacao. Acesso em: 11 fev. 2022. Importantes centros
boa parte dos municípios do Centro- regionais e nacionais
Oeste, com destaque para o estado
do Mato Grosso. Além de Brasília (DF), as capitais esta-
180
80
60
Fonte: IBGE. Estatísticas Históricas do Brasil:
40 Séries Econômicas Demográficas e Sociais de
20 1550 a 1988. 2. ed. rev. atual. IBGE: Rio de
Janeiro, 1990. p. 36. (Séries Estatísticas
0
retrospectivas, v. 3); IBGE. Sinopse do Censo
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010
Demográfico 2010. [Rio de Janeiro]: IBGE,
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil [2010]. Disponível em: https://censo2010.
ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8.
Acesso em: 13 jun. 2022.
180
UNIDADE 7
Em Mato Grosso do Sul, destacam-se municípios como Dourados, com a se- Na BNCC – Geografia
gunda maior população do estado, com economia bastante diversificada e bom EF07GE02
desenvolvimento nas áreas de educação e turismo; e Corumbá, que faz divisa O estudo das taxas de urbani-
com Bolívia e Paraguai e tem o quarto maior PIB do estado. zação e das atividades econômi-
Em Goiás, destacam-se os municípios de Catalão, Anápolis, Itumbiara, Rio cas possibilita que o estudante
Verde e Jataí, entre outros. Em Catalão, a agropecuária tem grande peso eco- compreenda a influência dos flu-
nômico, com destaque para a produção de soja, milho, arroz, trigo e café, além
xos populacionais e econômicos
na construção territorial do Cen-
de atividades de extração mineral, como as minas de argila, fosfato, nióbio, ti-
tro-Oeste.
tânio etc. Jataí se destaca por ser o maior produtor de grãos e leite do estado
EF07GE08
de Goiás e por dispor de um importante distrito agroindustrial, que comporta
A análise das taxas de urbani-
diferentes empresas.
zação propicia que o estudante
compreenda as influências so-
cioespaciais das inovações tecno-
Centro-Oeste: região de migrantes
lógicas e da industrialização.
Nos últimos anos, o crescimento populacional médio da Região Centro-Oeste é o maior do Brasil, notadamente
marcado pela presença de migrantes. Segundo o IBGE, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio EF07GE10
Contínua (Pnad) de 2018, a participação média dos migrantes na população total do Centro‑Oeste ultrapassava 34%, com A Atividade complementar
destaque para Mato Grosso, que apresentava um índice de 38%.
propõe ao estudante exercitar a
O mapa abaixo mostra a proporção de habitantes nascidos fora do município na Região Centro-Oeste (migrantes).
Observe-o com atenção.
construção de gráficos de colu-
1. Localize as principais áreas com os maiores percentuais de migrantes entre os municípios na Região Centro-Oeste.
nas com mais de uma variável,
Em quais estados estão essas áreas? utilizando dados organizados
em tabelas.
Habitantes nascidos MS
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
fora do município (%)
De 2,84 a 11,25 Campo Grande
DA EDITORA DO BRASIL
N
De 11,26 a 20,06
SP
De 20,07 a 29,81 O L
De 29,82 a 44,18
Trópico de Capricórnio S
De 44,19 a 63,35
0 185 370 km
De 63,36 a 88,52 PARAGUAI PR
ARGENTINA 1 : 18 500 000
Fonte:
Fonte: THÉRY, Hervé;
THÉRY, MELLO-THÉRY,
Hervé; Neli A. de. Atlas
MELLO-THÉRY, Neli do
A.Brasil: disparidades
de. Atlas e dinâmicas
do Brasil: do território.
disparidades 3. ed. São Paulo:
e dinâmicas Edusp, 2018. p. 135.
do território.
3. ed. São Paulo: Edusp, 2018. p. 135.
181
Orientações – Questionamentos
½½ Resposta
1. Mato Grosso.
181
Pré-requisitos
pedagógicos Brasília e a integração nacional
É importante que os estudantes A necessidade de integração do território nacional preocupava a sociedade
relembrem as transformações dos e os governantes do Brasil há muito tempo e já havia sido abordada na Consti-
meios de transporte, a fim de que
tuição de 1891. Uma das medidas pensadas para promover essa integração era
compreendam a importância da
a mudança da capital federal do litoral para o interior.
construção de rodovias para o Bra-
Porém, somente na década de 1950 esse projeto passou a ser concretizado,
sil, assunto estudado ao longo do
com a construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. As
5o ano (EF05GE06). Também é rele-
obras se iniciaram em 1957, com o estabelecimento da área do Distrito Fede-
vante retomar assuntos relacionados
às contribuições dos processos migra- ral (DF). A nova capital foi inaugurada em 1960.
tórios para a formação do país, con- As obras de construção da capital federal estimularam um grande fluxo mi-
teúdo abordado ao longo do 4o ano gratório, inicialmente marcado por trabalhadores da construção civil, que se
(EF04GE02). deslocavam de diversos lugares do país, especialmente do Nordeste, para tra-
balhar nas obras do Plano Piloto (onde se localizam os prédios administrativos,
Orientações as residências oficiais, as embaixadas, as asas Norte e Sul, entre outras edifica-
e sugestões ções do governo federal). Os migrantes que se deslocaram para o Planalto Cen-
Introduza o assunto da construção tral eram chamados de candangos. Estima-se que durante os quatro anos de
de Brasília perguntando qual é a im- construção da capital federal, aproximadamente 60 mil pessoas fizeram esse
portância dessa cidade para o país. movimento migratório.
Espera-se que os estudantes men- Posteriormente, a migração se intensificou, uma vez que, nos anos seguin-
cionem que, por ser capital federal, tes à inauguração, diversas atividades começaram a ser desenvolvidas em Bra-
a cidade reúne a esfera federal dos sília e no seu entorno, impulsionadas, entre outros fatores, pela chegada de
poderes Legislativo, Executivo e Judi- funcionários públicos e outras pessoas para trabalhar no comércio e nos servi-
ciário. Comente também que foi uma ços urbanos. Isso acelerou o projeto de criação das cidades-satélite, as quais,
cidade importante para a interligação conforme o projeto inicial, deveriam ser construídas para abrigar a maior parte
do litoral brasileiro com o interior. So-
dos trabalhadores.
licite que observem atentamente o
Nas últimas décadas, algumas cidades-satélite tornaram-se tão populosas
mapa das rodovias para que perce-
quanto Brasília, como Taguatinga e Ceilândia. Além disso, a aglomeração urba-
bam os destinos daquelas que pas-
na transformou o Distrito Federal em uma importante metrópole, com influên-
sam por Brasília.
cia em praticamente todo o território nacional.
Para despertar a curiosidade e o
engajamento deles, pergunte: Brasília
Brastock/Shutterstock.com
182
182
UNIDADE 7
Na BNCC – Geografia
O Plano Piloto e seu entorno EF07GE02
Atualmente, Brasília e as cidades-satélite A construção de Brasília tem
Pedro Ladeira/Folhapress
reúnem uma população de cerca de 3,3 milhões importância na análise do estu-
de habitantes, com grande parcela de migrantes
(reveja o mapa da página 181). Segundo o dante no que tange ao estudo das
IBGE (2017), a população de Brasília apresenta influências dos fluxos econômicos
boa expectativa de vida ao nascer, baixa taxa de e sociais no processo de formação
mortalidade infantil, elevado IDH e baixas taxas
de analfabetismo, em comparação com outras
do território brasileiro.
capitais e cidades brasileiras. EF07GE07
Entretanto, há diversos problemas derivados Uma das características da inte-
da urbanização acelerada, como aumento da
favelização e dos índices de violência urbana, riorização da ocupação brasileira
sistema de transporte ineficiente e insuficiente por meio da construção de Brasília
para atender à demanda da sociedade e é a expansão das redes de trans-
carência de infraestrutura de serviços de saúde,
saneamento etc., especialmente nas cidades-
porte para regiões mais afastadas
Favela do Sol Nascente, localizada a 40 quilômetros de Brasília (DF),
-satélite, onde vive a maior parte dos trabalhadores. apresenta diversas precariedades. Ceilândia (DF), 2020. do litoral.
Na BNCC – Geral
A malha rodoviária Competência específica de
Região
Rodovias Centro-Oeste:
que rodovias
ligam o Centro-Oeste com outras partes do Brasil Ciências Humanas
consolida a integração
RÉM
meio do processo de constru-
ANTA
ram grande reconfiguração na Região Centro-
CU
IA
BA
BÁ
BÁ-S
-P
ção de Brasília.
OR
TO
‑Oeste, que, a partir dos anos 1960, passou a
TO
CUIA
VE
RO MT
BELÉM- BRASÍLIA
LH
O
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Após a construção de Brasília, a partir dos
A expansão da malha rodoviária era uma
anos 1970, já nos governos militares, finalizou-se
DA EDITORA
a construção de rodovias federais DO BRASIL
para estimu-
prioridade nas políticas de desenvolvimento e de
integração nacional. Como vimos, a articulação
lar o povoamento do Centro-Oeste e do Norte, das diferentes regiões envolvia o incremento da
produção agropecuária no interior e seu escoamento
com destaque para as que ligam Belém (PA) a para o litoral, visando tanto ao abastecimento da
Brasília (DF); Cuiabá (MT) a Santarém (PA) e Porto população quanto à exportação. Por essa razão, a
construção de rodovias foi uma das principais ações
Velho (RO); e Brasília (DF) a Fortaleza (CE), como governamentais desde a Marcha para o Oeste.
mostra o mapa ao lado.
183
183
Soluções das
atividades
1. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul e Distrito Federal.
2. Foi um programa governamental Reviso o capítulo
lançado em meados do século XX
para ocupação das regiões Centro- 1. Quais unidades da Federação compõem a Região 6. Com base nos dados do mapa da página 181 e
-Oeste e Norte do país, com a criação Centro-Oeste? no que você aprendeu neste capítulo, explique
de colônias de povoamento. os principais motivos do elevado percentual de
2. O que foi a Marcha para o Oeste? migrantes na Região Centro-Oeste.
3. A construção da nova capital do país,
Brasília. Na maioria, os migrantes 3. Quais foram os principais fatores de atração de 7. Sobre Brasília e o Distrito Federal, explique o que
eram trabalhadores do Nordeste. migrantes para o Centro-Oeste a partir da década são:
de 1940? De onde veio a maioria dos migrantes?
4. No Centro-Oeste são utilizadas tecno- a) o Plano Piloto e as cidades-satélite;
logias avançadas na produção agríco- 4. Cite três características que demonstrem como b) os candangos.
la; a região é responsável por 44,9% da a Região Centro-Oeste se destaca na produção
agrícola e pecuária nacional. 8. Com base no texto da página 182, explique: Como
produção nacional de leguminosas, e
a construção de Brasília articulou as diferentes
o estado com maior destaque nessa 5. O que são produtos transgênicos? regiões do território brasileiro?
produção é Mato Grosso.
5. São aqueles originados de seres vivos Analiso gráficos
que receberam genes das células de
outros organismos, as quais modifi- 9. Veja as informações do gráfico de Região Centro-Oeste: frota de
caram alguma de suas características colunas. Região
tratores Centro-Oeste:
– 1970, frota de tratores -
1975 e 1980
Região
1970, Centro-Oeste:
1975 e 1980 frota de tratores -
Tarcísio Garbellini
naturais. a) O que descobrimos, de acordo 1970, 1975 e 1980
6. O mapa mostra elevados percen- com os dados representados 70 000
no gráfico, sobre a utilização de 70 000
tuais de migrantes em boa parte 62 133
tratores na Região Centro-Oeste, 60 000 62 133
dos municípios das UFs do Centro- 60 000
tratores
entre os anos de 1970, 1975 e
-Oeste. Isso se deve ao plano de ocu-
tratores
1980? 50 000
pação da região, com a construção 50 000
b) Por que a frota de máquinas
de Brasília, e ao desenvolvimento 40 000
dede
agrícolas aumentou na Região 40 000
Número
de novas atividades, que geraram Centro-Oeste nesse período? 29 032
Número 30 000
29 032
oportunidades de trabalho. 30 000
c) Qual é a relação entre o aumento
7. a) O Plano Piloto é a área da cidade da frota de máquinas agrícolas e 20 000
20 000
de Brasília onde se localizam os o processo de urbanização nessa 9 598
10 000 9 598
prédios administrativos, as resi- grande região brasileira? 10 000
dências oficiais, as embaixadas, 0
Fonte: AMATO NETO, J. A indústria de máquinas 0 1970 1975 1980
as asas Norte e Sul, entre outras agrícolas no Brasil: origens e evolução. In: Revista de 1970 1975 1980
edificações do governo federal. Administração de Empresas, São Paulo, v. 25, Ano
n. 3, set. 1985. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ Ano
Já as cidades-satélite, que estão rae/a/w6cmxVRdNvfdRZFjchxJkMf/?lang=pt#.
Acesso em: 26 abr. 2022.
localizadas no entorno de Brasília,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
têm como objetivo inicial abrigar
DA EDITORA DO Exploro
as camadas populares que traba- BRASIL textos, imagens e a imaginação
lham na capital federal.
b) São trabalhadores da construção 10. O texto a seguir foi extraído da transcrição de um programa de rádio em que a apresentadora entre-
civil, principalmente nordestinos, vistou o alagoano Claudionor Santos, que chegou em Brasília para ajudar na obra em julho de 1957,
com quase 18 anos de idade. Seu primeiro emprego foi de locutor. As falas da apresentadora estão
que migraram para Brasília duran-
assinaladas pela letra A e as do entrevistado, pela letra E.
te o período da sua construção.
Leia o texto e analise as imagens com atenção.
8. A partir de Brasília, foi construída
uma rede de rodovias federais que 184
interliga todas as regiões do país.
9. a) Houve grande expansão na utiliza-
ção de tratores no Centro-Oeste. obrigada a migrar para os centros urbanos da região,
b) Devido aos incentivos governa- aumentando as taxas de urbanização.
mentais de ocupação da Região 10. R esposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam,
Centro-Oeste, com o fornecimen-
pela leitura do texto, que os trabalhadores tinham jornadas
to de terras agrícolas e incentivos
bancários. exaustivas, com poucos momentos de lazer. Já ao ana-
lisar as imagens, eles devem mencionar que a situação
c) O crescimento do uso de máqui-
nas, processo de modernização dos trabalhadores não era boa naquele momento, pois
das lavouras, dispensou grande as moradias eram precárias, o transporte para o trabalho
parte da mão de obra utilizada oferecia perigo e a alimentação era pouco nutritiva e
no campo, que acabou sendo realizada em espaços (refeitórios) pequenos.
184
UNIDADE 7
E “As companhias construtoras chegavam com aquelas relações enormes... E a gente falava mais ou me- Proposta avaliativa
nos assim: ‘o serviço de alto-falante A Voz de Brasília anuncia a necessidade de pedreiro, carpinteiro e ser- 1. Solicite aos estudantes um relatório
vente para trabalhar na obra do Congresso Nacional’. Minha filha, chovia de gente!” [...] sobre as atividades agropecuárias na
A O pioneiro lembra o ritmo frenético nas obras. Região Centro-Oeste. Eles deverão
E “Trabalhei feito louco, dia e noite, porque a obra não parava. O Congresso Nacional foi construído em baixar o conjunto de mapas intitu-
três anos. Imagine! É uma epopeia! Uma loucura!” lado “Agroindústria 2016”, publicado
A E nesse ritmo louco tinha tempo para diversão, Claudionor? pelo IBGE. Depois, deverão analisar
E “Único lazer que nós tínhamos era o futebol. No acampamento, nós fizemos um campinho de futebol
cada um dos mapas para redigir
um texto no qual será descrita a
naquela terra vermelha e jogávamos entre as construtoras [...]!”
distribuição dos produtos apresen-
AZEVEDO, Isabela. Na trilha da história: pioneiro relembra primeiros anos da construção de Brasília. Rádio Agência Nacional, Brasília, DF,
13 abr. 2017. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/acervo/educacao/audio/2017-04/
tados. Esta atividade visa avaliar a
na-trilha-da-historia-pioneiro-relembra-primeiros-anos-da-construcao-de/. Acesso em: 11 fev. 2022. habilidade de transformação de
informações imagéticas em tex-
Mário Fontenelle/Arquivo Público do DF
Na BNCC – Geografia
EF07GE09
Ao realizar a Proposta avalia-
tiva, o estudante deve interpretar
um conjunto de mapas temáticos
acerca da agroindústria na Região
Centro-Oeste.
Caminhão com candangos. Brasília (DF), 1958. Construção do prédio do Congresso Nacional. Brasília (DF), 1958.
Na BNCC – Geral
Arquivo Público do DF
3
Competência específica de
Ciências Humanas
5. A Proposta avaliativa visa
principalmente estimular o
estudante a analisar eventos
simultâneos que ocorrem no
mesmo espaço, no caso, a Re-
gião Centro-Oeste.
Raciocínio geográfico
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Distribuição: Na Proposta
avaliativa, o estudante deve in-
DA EDITORA DO BRASIL terpretar a distribuição das ativi-
dades agropecuárias na Região
Candangos na fila Centro-Oeste.
para pegar comida.
Brasília (DF), sem data.
Inspire-se no texto e nas imagens, analise o contexto e elabore uma redação sobre as condições de vida
dos candangos nos anos da construção da nova capital federal.
185
185
15
Objetivos do capítulo
• Identificar os aspectos físico-na- Centro-Oeste:
turais e a distribuição dos biomas
Cerrado, Amazônia e Pantanal no
biomas ameaçados
Centro-Oeste.
• Relacionar as atividades econômi-
cas do Centro-Oeste aos impactos A imagem abaixo retrata um dos diversos ambientes do bioma Pantanal.
ambientais em seus biomas.
Orientações
e sugestões
Trabalhe o mapa dos biomas com
os estudantes explorando a extensão
e a localização de cada um deles. Sa-
liente que o Pantanal ocorre apenas
na Região Centro-Oeste, nos estados
de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Evidencie a Amazônia, bioma muito
Turistas fazem flutuação com snorkel no Rio da Prata, no município de Bonito (MS), 2019.
relacionado à Região Norte, mas pou-
co mencionado quando se trabalha o
1. Além do Pantanal, quais serão os biomas que estudaremos neste capítulo? Você
Centro-Oeste. conhece as características de alguns deles? Quais?
Assim como foi estudado na 2. Por que o turismo é importante para a economia de vários municípios
Floresta Amazônica (Unidade 4), o brasileiros? Converse com os colegas e o professor.
Cerrado também apresenta distintos
ecossistemas, evidenciados no info-
gráfico da página ao lado. Leia-o com Nos últimos anos, por causa de belezas naturais como a mostrada acima,
os estudantes, a fim de ressaltar as as atividades de turismo aumentaram enormemente na Região Centro-Oeste.
diferenças entre esses ecossistemas e Nesse contexto, destaca-se o município de Bonito, no
Região Centro-Oeste: biomas principais
sanar possíveis dúvidas. estado do Mato Grosso do Sul, que conta com vários
Alessandro Passos da Costa
50º O
MA
AM rios, cachoeiras, cavernas e fauna e flora exuberantes,
Orientações – PA
que atraem muitos visitantes para a região.
Questionamentos Alta Floresta Neste capítulo, conheceremos as características de
Sinop destaque do quadro natural da Região Centro-Oeste
½½ Respostas RO
TO
BA
no que se refere a seus principais biomas: Cerrado,
1. Resposta pessoal. Espera-se que MT
Floresta Amazônica e Pantanal. Ao mesmo tempo, es-
os estudantes mencionem que os tudaremos como nossa sociedade tem se apropriado
DF
outros biomas são o Cerrado e a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Cáceres
Brasília
Cuiabá da natureza nesses biomas e os impactos ambientais
Amazônia. Rondonópolis GO Anápolis
Goiânia decorrentes dessa apropriação. Você pode observar
DA EDITORA DO BRASIL
2. Resposta pessoal. Ressalte a impor- BOLÍVIA Rio Verde
Itumbiara
MG a distribuição original deles pelos estados do Centro-
tância do turismo para a economia Corumbá
MS 0 245 490 km -Oeste analisando o mapa ao lado.
do Brasil em geral. N Três
Lagoas 1 : 24 500 000
O L Campo Grande
Amazônia
SP
S Cerrado Fonte: IBGE. Mapa de biomas do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.
PARAGUAI Dourados
io
Pantanal Disponível em: https://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/
Trópico de Capricórn
PR Mata Atlântica estudos_ambientais/biomas/mapas/biomas_5000mil.pdf.
Acesso em: 11 fev. 2022.
186
186
UNIDADE 7
Na BNCC – Geografia
Cerrado EF07GE11
O Cerrado é o segundo maior bioma em extensão do Brasil. Ele predomina Esta dupla de páginas introduz
em todo o Centro-Oeste e caracteriza-se por vegetações de gramíneas e de as características físico-naturais do
arbustos, os quais, em geral, não ultrapassam a altura de 20 metros. Os espé-
bioma Cerrado no Centro-Oeste.
cimes dessa vegetação arbustiva são mais afastados entre si e seus galhos são
Na BNCC – Geral
retorcidos, com casca grossa. As raízes das plantas são profundas, pois, nos
períodos de seca, torna-se necessário captar água em maiores profundidades Competência específica de
Geografia
para hidratação. Além dessas características gerais, as formações vegetais de
cerrado podem ser diferenciadas conforme o perfil esquemático abaixo.
4. Por meio da leitura do mapa de
Representação
simplificada em biomas do Centro-Oeste e do
cores-fantasia
e tamanhos
infográfico sobre os ecossiste-
Diferentes formações de vegetação no Cerrado sem escala. mas do Cerrado, o estudante
CAMPO CAMPO poderá desenvolver o pensa-
SUJO LIMPO mento espacial.
(com (sem
arbustos) arbustos)
Luca Navarro
FLORESTAS SAVANAS CAMPOS
MATA CILIAR MATA DE GALERIA MATA SECA CERRADÃO CERRADO “SENTIDO RESTRITO”
(às margens de (no entorno de pequenos (longe da água) (árvores maiores (árvores esparsas, de caule retorcido;
rios maiores) cursos de água) e mais eretas) 3 tipos: denso, típico e ralo)
Fonte: EMBRAPA. Bioma Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, [20--?]. Disponível em: https://www.embrapa.br/cerrados/colecao-entomologica/bioma-cerrado.
Acesso em: 11 fev. 2022.
187
187
Pré-requisitos Soja e ocupação do Cerrado
pedagógicos
Os estudantes deverão relembrar Introduzida no Brasil pelos imigrantes japoneses no início do século XX, a
as consequências do desenvolvi- produção de soja tornou-se relevante somente a partir da década de 1970, com
mento tecnológico para a agricul- o processo de modernização agrícola do país.
tura, estudadas ao longo do 5º ano Grande parte da Região Centro-Oeste, principalmente as áreas de Cerrado,
(EF05GE05). É importante salientar tornou-se preferencial para a expansão do plantio desse grão. Isso porque,
também as distintas interações entre ainda que os solos necessitem de correção – como foi
Zeni Santos
produtores de soja Outros SAFRA*
em grãos na safra China PAÍS DIFERENÇA %
Brasil 2017/2018 2018/2019
de 2018/2019? 4,03%
13,95% BRASIL 119,50 120,50 0,84
2. Que posição o
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Brasil e os Estados
Unidos ocuparam
33,52%
15,86%
Argentina
ESTADOS UNIDOS
ARGENTINA
119,52
37,00
117,30
57,00
–1,86
54,05
DA EDITORA DO BRASIL
em cada safra
mostrada na 32,63%
CHINA 14,20 14,50 2,11
OUTROS 46,49 50,16 7,91
tabela?
Estados Unidos TOTAL 336,70 359,46 6,76
* Os dados das safras de 2017/2018 e 2018/2019 Nota: Brasil, EUA e Argentina são responsáveis por mais de 80%
são em milhões de toneladas. da produção mundial.
Fonte: CONAB. Perspectivas para a agropecuária: safra 2018/2019. Brasília, DF: Conab, 2018. v. 6, p. 36.
Disponível em: https://www.conab.gov.br/images/arquivos/outros/Perspectivas-para-a-agropecuaria-2018-19.pdf.
Acesso em: 11 fev. 2022.
188
Orientações – Questionamentos
½½ Respostas
1. Brasil, Estados Unidos, Argentina e China.
2. O Brasil, em 2018/2019, ocupou a 1a colocação e, em
2017/2018, ficou em 2o lugar. Já os Estados Unidos, em
2018/2019, estavam em 2o lugar, enquanto em 2017/2018
ficaram em 1o.
188
UNIDADE 7
Soja e danos socioambientais
Para aprofundar
Como forma de promover a re-
O avanço da soja sobre o bioma Cerrado tem resultado em diversos impac- flexão dos estudantes acerca dos
tos socioambientais. Isso porque, para tornar a área agricultável, são utilizadas problemas ambientais e sociais do
técnicas altamente agressivas ao meio ambiente. A sequência de imagens a se- Cerrado, apresente-lhes o trabalho do
guir mostra como geralmente ocorre o processo de ocupação de áreas nativas quadrinista e geógrafo Alves (disponí-
de Cerrado pelos agricultores e pecuaristas. vel em: https://www.instagram.com/
cerrado.em.quadrinhos.oficial/; acesso
em: 29 abr. 2022). Por meio de quadri-
Mayke Toscano/Gcom-MT
Na BNCC – Geografia
EF07GE03
189
189
Pré-requisitos
pedagógicos Floresta Amazônica
Os estudantes deverão anali- Já estudamos na Unidade 4 que parte da Região Centro-Oeste é recoberta
sar as transformações ocorridas em pelo bioma amazônico, especialmente o norte e o noroeste do estado do Mato
uma cidade por meio da compa-
Grosso. São, aproximadamente, 500 mil km2 de densa floresta, com árvores
ração de duas fotografias, conteú-
de mais de 50 metros de altura e grande diversidade ecológica. Nessa porção
do trabalhado ao longo do 5o ano
do território, encontram-se o Parque Nacional do Xingu e o Parque Estadual
(EF05GE08). Além disso, deverão re-
do Cristalino.
lembrar as formas e funções das ci-
A área ocupada por projetos de colonização e com atividades agrope-
dades, analisando as mudanças
sociais, econômicas e ambientais cuárias e madeireiras nessa parte do Centro-Oeste ficou conhecida pelo nome
provocadas por seu crescimento, as- de franja amazônica. Esse processo de ocupação tornou-se mais intenso nas
sunto trabalhado ao longo do 5o ano décadas de 1960 e 1970, assim como ocorreu em outros espaços geográficos
(EF05GE03). do Centro-Oeste e do Norte do Brasil. Os governos federal, estaduais e muni-
cipais foram os principais articuladores dessa expansão, em associação com
Orientações empresas de colonização privadas.
e sugestões
Proponha a análise das imagens
para a região.
Converse com os estudantes sobre
os impactos sociais decorrentes das
áreas de desmatamento. Explique-
-lhes que, além das perdas ambientais
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
e econômicas, a saúde da população é Impactos socioambientais da franja amazônica
afetada pela degradação do meio am-DA EDITORA DO BRASIL Até o início do século XX houve uma ocupação “espontânea” dessa franja
biente: o uso de agrotóxicos contami-
da floresta, realizada por pequenos agricultores que se deslocavam especial-
na os solos e as águas, o desmatamen-
to ajuda a proliferar doenças restritas mente do Nordeste do Brasil. Como vimos, posteriormente, empresas privadas
àquela região, a biopirataria resulta em promoveram projetos de colonização estimulando a ocupação e o desenvolvi-
medicamentos mais caros etc. mento agropecuário em vários municípios. Assim, as ocupações do norte do
Mato Grosso foram marcadas pelas seguintes características:
190
190
UNIDADE 7
■■ elevado desmatamento e queimadas para a implantação de culturas, Para aprofundar
como as de café, com intenso uso de agrotóxicos; Para evidenciar o caráter planeja-
■■ plantio de lavouras introduzidas pelos primeiros colonos, como de arroz,
do da cidade de Sinop (MT), leve os
estudantes ao laboratório de infor-
feijão e milho, substituídas, em vários municípios, pela pastagem para
mática para que vejam a planta e a
criação de gado bovino (corte e leite);
imagem de satélite do centro urbano
■■ desenvolvimento de exploração mineral e de madeira (extração de ma- (disponíveis em: https://www.google.
deira em toras, em grande escala e, muitas vezes, de forma irregular, em com/maps?q=sinop&rlz=1C1CHWL_
áreas indígenas); pt-BRBR929BR929&um=1&ie=UTF-8;
■■ expansão da fronteira da soja, com grandes desmatamentos e poluição acesso em: 2 abr. 2022).
do solo e das águas.
Atualmente, ainda se observam nessa franja do bioma atividades de extra- Na BNCC – Geografia
tivismo vegetal, pequenas lavouras familiares, práticas de pecuária extensiva EF07GE06
e intensiva, além do avanço da agricultura comercial, com vários impactos O estudante é instigado a co-
ambientais, como os já citados. Observam-se, também, o avanço de algu- nhecer os impactos ambientais
mas doenças tropicais, como a malária, resultantes do desmatamento e da provocados pelas atividades eco-
ocupação desordenada da região; grande destruição da floresta; e contamina-
nômicas na franja amazônica.
ção de ecossistemas aquáticos causada pelo uso dos agrotóxicos e de mercúrio
Na BNCC – Geral
nos garimpos. Além dos danos ambientais, todos esses problemas atingem di-
retamente as populações indígenas que vivem na região, como mostra o texto Competência geral
da seção a seguir. 4. A análise das imagens possi-
bilita que o estudante com-
preenda o processo de degra-
Marcos Amend/Pulsar Imagens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Extração de madeira no norte
do Mato Grosso, no município
de Alta Floresta, 2019.
DA EDITORA DO BRASIL
Florian Plaucheur/AFP
191
191
Pré-requisitos
pedagógicos
Os estudantes deverão relembrar
a importância de reconhecer a legiti-
midade da demarcação de territórios Ameaças ao Parque Indígena do Xingu
étnico-culturais existentes no Brasil, O Parque Indígena do Xingu (PIX) foi demarcado em 1961, com o objetivo de garantir a sobrevivência
assunto estudado ao longo do 4o e a preservação da língua e cultura de 16 diferentes povos indígenas. Contudo, a área do parque, com
ano (EF04GE06). Para a realização da cerca de 26 mil km2 (aproximadamente o tamanho do estado de Alagoas), não tem sido respeitada pelos
Atividade complementar, deverão fazendeiros donos das propriedades no entorno. O texto a seguir fala da reação dos líderes indígenas às
retomar temas relacionados às dife- ameaças que rondam o PIX. Leia-o com atenção.
rentes formas de uso do solo, estuda-
dos ao longo do 6o ano (EF06GE10). Indígenas denunciam ameaças ao meio ambiente no Xingu
Orientações Líderes das principais etnias que vivem no aproximamos de vocês, e sim o homem branco
Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, que chegou e agora está ameaçando as nossas ter-
e sugestões
entregaram um documento ao ministro do Meio ras e a nossa forma de viver”, afirmou o cacique.
Converse com os estudantes sobre
a importância da delimitação das ter- Ambiente [...] em que manifestam preocupação [...]
ras indígenas para a preservação dos com a expansão do agronegócio nas áreas limí- Além do desmatamento nas cabeceiras dos
povos e de suas culturas. Saliente que trofes da reserva. rios, os índios relatam a construção de pequenas
essa demarcação é feita por meio de De acordo com informação publicada no site centrais hidrelétricas (PCHs) para gerar energia.
uma equipe multidisciplinar cuja res- do ministério, os índios alertaram para ameaças “As PCHs represam a água e impedem a livre pas-
ponsabilidade é identificar a área de
aos principais rios que cortam o parque, que têm sagem dos peixes, interferindo na reprodução e
abrangência daqueles povos. Con-
tudo, devido à integração dos ecos- as suas nascentes fora dos limites da área prote- manutenção das espécies”, assinala o documento.
sistemas, os impactos ambientais no gida, em terras que estariam sendo desmatadas Os índios observam, ainda, que “os rios já não
entorno dessas áreas protegidas tam- para o plantio de soja. [...] estão com tanta água como antigamente e já não
bém afetam os indígenas. Por exem- O chefe Kuiussi Mehinako afirmou que as estão mais enchendo as lagoas naturais onde
plo, caso um leito de rio seja contami- etnias indígenas “estão sendo desrespeitadas com muitos peixes se reproduzem anualmente”.
nado por agrotóxicos, as águas e os as notícias que saem na mídia”, anunciando revi- INDÍGENAS denunciam ameaças ao meio ambiente no Xingu.
peixes consumidos por esses povos Canal Rural, São Paulo, 16 mar. 2017. Disponível em: https://www.
são de terras indígenas. “Vocês, como governo,
também podem estar contaminados, canalrural.com.br/noticias/indigenas-denunciam-ameacas-meio
prejudicando a saúde de toda uma precisam nos proteger. Não fomos nós que nos -ambiente-xingu-66542/. Acesso em: 11 fev. 2022.
comunidade.
PA
diversidade de espécies e paisagens. Xingu
Ri o
São José
Coma n dant e F o
de Ciências. do Xingu
Marcelândia
ssauá-Miçu
Para aprofundar M
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Cláudia R io MT TO
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Rio S
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uiá-M
Rio Xi
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12° S rr a
Rio A
Vera
Indígena do Xingu no portal Povos Querência
costumes, tradições e território. Na fotografia, indígenas
DA EDITORA DO BRASIL
C urisevo
n uro
Ribeirão
Rio Ro
e
d Cascalheira Norte (MT), 2019.
t
Rio
GO
https://pib.socioambiental.org/pt/
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Canarana
N
Povo:Xingu; acesso em: 2 abr. 2022).
b
lu
Cu
192
UNIDADE 7
Na BNCC – Geografia
Pantanal EF07GE03
O Pantanal é um bioma que se estende, em território brasileiro, pelos es- O conteúdo trabalhado propi-
tados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Nos países vizinhos, ele tam- cia que o estudante elabore ar-
bém ocupa parte da Bolívia e do Paraguai, totalizando uma área com cerca de
gumentos que defendam a terri-
torialidade dos povos indígenas
250 mil km2, sendo considerado, pela Organização das Nações Unidas (ONU),
do Xingu.
Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. Nele encontramos vá-
rias áreas indígenas homologadas (com a demarcação administrativa ratificada
Na BNCC – Geral
por decreto presidencial) e algumas delimitadas e declaradas (já identificadas
Competência geral
e com os limites estabelecidos e demarcados pelo Ministério da Justiça) ou em
estudo (áreas em fase de levantamento para identificação e delimitação).
7. O conteúdo dá embasamento
para que o estudante elabore
Predomina no bioma Pantanal o clima tropical, com elevados índices pluvio-
argumentos e defenda ideias
métricos, especialmente no verão. Nesse bioma, há grande ocorrência de gra-
que promovam os direitos
míneas, arbustos e árvores de porte médio. Também há elevada biodiversidade, humanos e a consciência so-
com muitas espécies de fauna e flora da Mata Atlântica, da Floresta Amazônica cioambiental.
e do Cerrado. Calcula-se que existam mais de mil espécies catalogadas nessa Competência específica de
área, entre peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Há ainda uma riqueza de Geografia
plantas muito grande, e várias delas têm excelente poder medicinal. 2. O estudante será capaz de es-
O relevo da região é extremamente plano – ela é conhecida como planície do tabelecer inter-relações entre
Pantanal – e sua altitude varia de 100 a 200 metros. A quase totalidade dos rios a degradação ambiental em
que banham esse bioma são afluentes do Rio Paraguai que, devido à planura outras áreas fora do Xingu e os
do relevo, são bastante afetados pelo fenômeno das cheias (meses de verão) e impactos ambientais sentidos
das vazantes (meses de inverno) que ocorre durante o ano. pelos povos dessas terras.
Raciocínio geográfico
Extensão: A análise do mapa
Danita Delimont/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Ferreira do Amaral/Alamy/Fotoarena
193
Atividades complementares
1. Comente com os estudantes que há formas de produção
agropecuária que causam menos impactos ao meio am-
biente, as quais são mais adequadas para diminuir a degra-
dação ambiental no Brasil. Solicite-lhes uma pesquisa em
grupos acerca de uma das técnicas agrícolas sustentáveis.
Cada grupo deve adotar uma técnica diferente para, ao
final das pesquisas, toda a turma elaborar um infográfico
sobre agropecuária sustentável. Entre outras técnicas, os
grupos podem pesquisar: rotação de culturas, plantio di-
reto, agricultura orgânica, sistemas agroflorestais etc.
193
Pré-requisitos Pecuária e o meio ambiente pantaneiro
pedagógicos
Em decorrência da presença de imensos campos com pastagens e da gran-
Os estudantes deverão reconhecer
e comparar atributos da qualidade am- de disponibilidade de água, a pecuária avançou muito na região pantaneira
biental e algumas formas de poluição nas últimas décadas. Além desses recursos naturais, diversos pecuaristas, pro-
dos cursos de água, assunto explorado curando aumentar a produtividade, têm retirado a vegetação nativa e plantado
ao longo do 5o ano (EF05GE10). pastagens para alimentação dos rebanhos. Esse processo é feito com aplicação
de diversos insumos, para a correção e fertilização dos solos, que contaminam
Orientações tanto os solos quanto as águas do Pantanal. Ao mesmo tempo, a expansão das
e sugestões áreas de pastagens aumentou o assoreamento dos rios do bioma.
Ao trabalhar o conteúdo, mos- Essa prática da pecuária tem contribuído também para diminuir a exploração
tre aos estudantes como os impac- econômica de outra potencialidade regional: o turismo. A região do Pantanal
tos ambientais acarretam problemas Rebanho bovino em apresenta inúmeras belezas naturais, porém a expansão da atividade pecuária
para outras áreas da sociedade, no fazenda no Pantanal. reduziu as áreas naturais da região, transformando-as em grandes pastagens.
Poconé (MT), 2020.
caso, o turismo. Além da degradação
Orientações –
Questionamentos
½½ Resposta
1. Um dos principais problemas am-
bientais verificados no Pantanal é a
caça aos jacarés, cujo couro é utiliza- Impactos vão além da pecuária bovina
do na fabricação de sapatos e bolsas. Outras atividades também têm grande participação nos impactos ambientais desse bioma: o garimpo de
ouro, responsável pelo derrame de produtos químicos tóxicos, como o mercúrio, nas águas dos rios; a caça
predatória, que abate ou comercializa aves, mamíferos e répteis; e a pesca ilegal de diferentes espécies de
peixes da região. Sobre essa questão, leia a charge a seguir.
Gió
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
GIÓ. Dilo, o jacaré do pantanal que ainda não virou couro. In: TIRINHAS DO GIÓ. [S. l.], 22 jan. 2008. Disponível em:
https://tirinhasdogio.blogspot.com/2008/01/tirinhas-tirinhas-tirinhas.html. Acesso em: 11 fev. 2022.
1. Que problema ambiental é explorado por Dilo (o jacaré) em seu diálogo com a garça?
194
Atividades complementares
1. Após trabalhar a tirinha acerca da caça de animais não sabem desenhar, diga-lhes que os traços podem
no Pantanal, solicite aos estudantes que façam uma ser simples, assim como no quadrinho apresentado
pesquisa mais aprofundada sobre os problemas am- no livro, enfatizando que os critérios de avaliação da
bientais desse bioma. De posse das informações, eles atividade serão a criatividade, a aplicação correta dos
deverão criar uma tirinha ou um quadrinho humorístico conceitos e o entendimento desse gênero textual. Se
criticando um ou mais problemas encontrados. Caso possível, encaminhe esta atividade em parceria com
alguns deles apresentem resistência, afirmando que os professores de Língua Portuguesa e Arte.
194
UNIDADE 7
Para aprofundar
O portal MapBiomas Brasil (dispo-
nível em: https://plataforma.brasil.
mapbiomas.org/; acesso em: 2 abr.
Turismo como alternativa sustentável para o Pantanal
2022) traz um mapa interativo da de-
A preocupação com o avanço do desmatamento e uso da área do Pantanal para criação de gado gradação ambiental no Brasil com da-
e agricultura foram discutidos durante um seminário realizado na Assembleia Legislativa de Mato dos atualizados. Além disso, sobre as
Grosso (ALMT), em Cuiabá. áreas antropizadas, é possível inserir
Um mapeamento divulgado pelo Instituto Socioambiental da Bacia do Alto Paraguai SOS Pantanal diversas camadas para enriquecer a
mostra que 15% do território do Pantanal é ocupado atualmente por pastagem. Os dados mostram análise, como terras indígenas, bio-
também que pouco mais de 84% da área do Pantanal está preservada. mas, divisão estadual, Unidades de
No evento, foram discutidos o turismo na região, possíveis parcerias e iniciativas para a proteção Conservação etc.
do Pantanal. Ambientalistas e palestrantes mostraram exemplos de regiões semelhantes ao Pantanal,
como Everglades, nos Estados Unidos, e Okavango, em Botswana, na África. [...]
Na BNCC – Geografia
O Pantanal é considerado um Complexo de Ecossistemas, pois trata-se de uma região de encontro EF07GE06
entre Cerrado, Chaco, Amazônia, Mata Atlântica e Bosque Seco Chiquitano. Existem no Pantanal O estudante será capaz de dis-
pelo menos 3 500 espécies de plantas, 550 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e cutir em que medida a produção
260 espécies de peixes de água doce, sendo que algumas delas em risco de extinção. pecuária impacta o meio ambiente
e a economia do Pantanal.
SOARES, Denise. ONG aponta desmatamento no Pantanal para pecuária e agricultura. G1, Rio de Janeiro, 10 maio 2017.
Disponível em: https://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/ong-aponta-desmatamento-no-pantanal-para-pecuaria-e-agricultura.ghtml.
Acesso em: 11 fev. 2022. Na BNCC – Geral
Competência geral
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
195
195
Orientações
e sugestões
Nas atividades, você pode organizar
a turma em duplas. Oriente os estu-
dantes para que, primeiramente, leiam
os mapas separadamente, interpretem Identificação da temática das representações
as legendas e identifiquem a qual es- Analise atentamente as informações representadas nos mapas a seguir e nas legendas.
tado do país se referem. Depois, eles
deverão comparar as informações dos Mapa
Mapa A - Adesmatamento do bioma Cerrado (MT) - 2019
mapas, identificando as áreas de maior 1. Onde estão concentradas geografica-
Questionamentos
MS 1 : 19 400 000
Baixa
Fonte: CARACTERÍSTICAS do desmatamento no Cerrado mato-grossense em 2019. In: ICV. Cuiabá, 2019. Disponível em:
Fonte: CARACTERÍSTICAS do desmatamento no Cerrado mato-grossense em c2020.
https://www.icv.org.br/drop/wp-content/uploads/2020/02/v2_Caracter%C3%ADsticas-do-Desmatamento-no-Cerrado-
ICV, Cuiabá, 2019. Disponível
Mato-Grossense-em-2019.pdf. Acessoem: https://www.icv.org.br/publicacao/caracteristicas
em: 10 jan. 2021.
½½ Respostas -do-desmatamento-no-cerrado-mato-grossense-em-2019/. Acesso em: 11 fev. 2022.
196
UNIDADE 7
Na BNCC – Geral
Competência geral
3. A elaboração do cartaz propos-
Cartaz-denúncia ta na seção Na prática possibi-
lita que o estudante expresse
Leia com atenção este cartaz.
artisticamente seus pensamen-
tos e suas ideias, valorizando
198
BNCC nos Temas
TEMAS COMPLEMENTARES Complementares
Competências gerais: 2 e 5.
Competências específicas de
Ciências Humanas: 2 e 6.
Competências específicas de
Geografia: 6 e 7.
Habilidade da BNCC:
EF07GE02.
Caro estudante,
O Caderno de Temas Complementares foi elaborado com o objetivo de possibi-
litar que você desenvolva habilidades e amplie conhecimentos que são próprios
da ciência geográfica. Aqui são desenvolvidas temáticas que aprofundam as dis-
cussões e o entendimento de conceitos e noções trabalhados no decorrer dos
capítulos deste volume de 7o ano. Além disso, propõem-se atividades práticas
que você executará com o uso de diferentes tecnologias, podendo ser desen-
volvidas individualmente ou em grupo, dentro ou fora da sala de aula.
Então, aproveite a oportunidade para se aprofundar nos estudos de Geografia!
Os autores.
João Prudente/
Pulsar Imagens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Santuário Nossa Senhora da Conceição, e ao fundo,
Igreja de Santa Efigênia. Ouro Preto (MG), 2021.
199
199
Objetivos
da atividade TEMA 1
• Refletir sobre a noção de patrimô-
nio cultural. Patrimônio cultural: conhecer e preservar
• Compreender os conceitos de patri- Você sabe o que é patrimônio cultural? Conhece a diferença entre patrimônio material e patrimônio ima-
mônio cultural material e imaterial. terial? Sabe o que pode ser considerado um patrimônio?
• Produzir um inventário do patri- Segundo a Constituição Federal Brasileira, patrimônios culturais são bens que têm grande importância
mônio local. para a manutenção da identidade cultural e da história de nosso povo. Leia, a seguir, o trecho da Carta Magna
que discorre sobre esse ponto.
Orientações Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
e sugestões individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
Peça aos estudantes que leiam aten- grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
tamente o texto. Em seguida, verifique
I - as formas de expressão;
se compreenderam o conteúdo fazen-
II - os modos de criar, fazer e viver;
do os questionamentos a seguir.
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
• O que é patrimônio?
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
• Qual é a importância de preservar
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
o patrimônio cultural?
ecológico e científico.
• De que maneira um bem é reco-
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016].
nhecido como patrimônio cultural? Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 11 fev. 2022.
Após esse primeiro momento, in- Agora, observe alguns exemplos de patrimônios culturais brasileiros.
centive a análise atenta das fotogra-
fias da página e pergunte quais des-
weber santana/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Morro do Corcovado, destaque na paisagem Casarões coloniais no centro histórico de São Luís (MA), 2019.
da cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2019.
Você pode identificar quais desses exemplos são patrimônios materiais e quais são imateriais? Converse
com os colegas e com o professor sobre esse assunto.
200
200
Obras de arte, construções e paisagens urbanas Para aprofundar
TEMAS COMPLEMENTARES
ou rurais, documentos históricos, acervos fotográ- O tombo no Livro dos saberes está
ficos, de museus, entre outros objetos ou bens que registrado assim: “Modo artesanal de
sejam palpáveis, são considerados patrimônio fazer queijo de Minas”. Pelo que ex-
cultural material. plica o Iphan, o tombo inclui todos
os tipos de queijo produzidos artesa-
nalmente na região serrana de Minas
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Na BNCC – Geral
Competência específica de
Geografia
6. Ao debater o reconhecimento do
patrimônio cultural e sua diversi-
dade, a proposta leva o estudante
Ruínas da Igreja de São Miguel, tombada em 1983, Samba de Roda do Recôncavo Baiano, tombado em 2004, a construir argumentos com base
em São Miguel das Missões (RS), 2019. em Vera Cruz (BA), 2019. em informações geográficas, de-
batendo e defendendo ideias e
Um bem tombado não pode ser alterado sem o acompa- Tombo pontos de vista que respeitem
nhamento especializado de pesquisadores ou de fiscalização. O A origem da expressão e promovam a consciência so-
“tombamento” é portuguesa. Durante
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
objetivo dessa restrição é mantê-lo preservado para as futuras o século XIV, os livros de registros dos cioambiental e o respeito à bio-
gerações. patrimônios e os arquivos reais da diversidade e ao outro, sem pre-
DA EDITORA DO BRASIL
No Brasil, em âmbito nacional, qualquer pessoa ou empresa
Coroa portuguesa ficavam guardados conceitos de qualquer natureza.
em uma das torres do Castelo de
pode solicitar o tombamento de um bem ao Iphan. O tombamento Lisboa, chamada de Torre do Tombo.
também pode ser feito em âmbito estadual ou municipal. Daí vem a palavra “tombamento”, em
português, que basicamente significa
Após ser pesquisado e avaliado pelo Iphan ou pelos órgãos o ato de proteger e preservar pela lei
estaduais ou municipais, o tombamento é dado àqueles bens um patrimônio cultural.
201
201
Orientações Inventário do patrimônio local
e sugestões
Você sabe se, no município onde mora, existe algum patrimônio tombado ou um bem que poderia se
Os estudantes precisam de apoio
tornar um patrimônio?
bem próximo do professor ao longo
A proposta aqui é que você e os colegas façam um inventário de patrimônios culturais de seu município
da execução da atividade, a fim de
que poderiam ser tombados. Um inventário é uma relação detalhada de bens materiais ou imateriais, ou
manter o foco e alcançar os objeti-
seja, uma lista dos bens com informações sobre cada um, como endereço ou localização, data de construção
vos esperados. Após a aplicação das
entrevistas, reúna-se com eles para ou criação, do que é constituído, como ocorre etc.
orientá-los acerca da compilação dos Para esta atividade, além do professor de Geografia, peça auxílio aos professores de História, Língua
dados. Primeiramente, as duplas ou os Portuguesa e Arte e siga os próximos passos.
trios devem anotar todas as ocorrên- 1. Reúna-se com dois ou três colegas e forme um grupo.
cias e as quantidades mencionadas 2. Conversem sobre paisagens, edificações, documentos históricos, comidas típicas, danças, festas anuais e
ao longo das entrevistas. Depois, dois músicas, entre outros bens materiais e imateriais existentes onde vocês moram e que contenham algum
estudantes serão responsáveis por valor ou importância cultural para a identidade do município, do estado ou do país.
compilar os resultados de todos os 3. Façam anotações e elaborem uma lista dos bens mencionados por vocês durante a conversa.
grupos e transformá-los em informa- 4. Elaborem um questionário para ser aplicado na comunidade escolar (estudantes, professores e funcioná-
ção consistente. Ao final, os três bens rios). Se considerarem necessário, vocês podem também aplicá-lo na comunidade do entorno da escola ou
mais mencionados devem ser eleitos no bairro em que moram.
para a solicitação de tombamento. 5. Durante a elaboração do questionário, verifiquem se nas perguntas há informações suficientes para possi-
Para encerrar a atividade, peça a cada bilitar aos entrevistados respostas completas, com explicações, descrições ou exemplos.
estudante que escreva um texto jus- 6. Nesse momento, mantenham o foco no objetivo principal: inventariar os bens materiais e imateriais do
tificando a importância desses três município que poderiam ser tombados como patrimônio. Por isso, no início, escrevam um pequeno texto
bens como patrimônio material ou explicativo sobre esse assunto para esclarecer a proposta do questionário ao entrevistado.
imaterial da sociedade. 7. Incluam os bens listados por vocês na conversa inicial e questionem os entrevistados sobre a importância
cultural de cada um para o município e para a população.
Para aprofundar
Com a finalidade de dar mais em-
jannoon028/Shutterstock.com
basamento ao levantamento dos es-
tudantes, apresente-lhes as perguntas
e respostas sobre o assunto disponí-
veis no site do Iphan.
• PERGUNTAS frequentes. In:
IPHAN. Brasília, DF, c2014. Dis-
ponível em: http://portal.iphan.
gov.br/perguntasFrequentes?ca
tegoria=9. Acesso em: 2 abr. 2022.
No filme a seguir, ao se deparar
com a notícia de que o vilarejo de
Javé desaparecerá por causa da cons-
trução de uma usina hidrelétrica, a
comunidade adota uma ousada es- MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
tratégia: decide preparar um docu- DA EDITORA DO BRASIL
mento contando todos os grandes
acontecimentos heroicos de sua his-
tória, para que a cidade possa escapar
da destruição.
• NARRADORES de Javé. Direção:
Eliane Caffé. Brasil: Bananeira Filmes: Pessoa preenchendo questionário. Imagem sem local e data.
202
8. Lembrem-se de incluir uma questão sobre a existência de algum outro bem cultural que não tenha sido Proposta avaliativa
TEMAS COMPLEMENTARES
mencionado. Observe o modelo de questionário a seguir. 1. Os estudantes podem escolher um
Modelo de questionário dos três bens mais mencionados ao
longo das entrevistas para escrever,
em grupos, propostas com a fina-
lidade de que esse bem cultural,
Danilo Bandeira
Inventário de bens culturais
O objetivo deste questionário é verificar a presença espaço ou prática do cotidiano seja
de bens culturais materiais e imateriais do município reconhecido como patrimônio, des-
de que possam ser tombados como
patrimônio. Para isso, vamos esclarecer alguns pontos: crevendo e justificando a escolha.
o que é patrimônio cultural material, patrimônio
cultural imaterial e tombamento.
A proposta deve ser redigida como
se fosse uma carta para o restante
Agora responda.
da turma. Ao final, as cartas devem
a) Nome (opcional): ser reunidas para a elaboração do
b) Idade:
c) Profissão: Inventário do Patrimônio Cultural
d) Você conhece o [NOME DE UM LUGAR LISTADO PELO GRUPO
PREVIAMENTE]? da turma.
Sim. Não.
Se sim, qual é sua opinião sobre a importância cultural
desse lugar? Na BNCC – Geral
e) O que você sabe a respeito dos [DOCUMENTOS Competências gerais
HISTÓRICOS LISTADOS PELO GRUPO PREVIAMENTE]? Comente sua
importância cultural para o município, estado ou país. 2. A proposta de leitura e de ativi-
dade prática desse tema possi-
f) Em sua opinião, qual é a importância cultural da
[MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA LISTADA PELO GRUPO PREVIAMENTE]? bilita ao estudante exercitar sua
curiosidade intelectual, resolver
g) Qual ou quais outros bens materiais ou imateriais de
nosso município são importantes para a representação problemas e criar soluções com
da cultura de nosso povo? Explique por quê. base no conhecimento de dife-
rentes áreas.
5. A proposta possibilita o uso de
tecnologias digitais da infor-
9. Determinem uma quantidade mínima de questionários a ser aplicados. Ao atingir a quantidade planejada, mação e da comunicação de
encerrem essa etapa e analisem os dados obtidos. forma crítica, para que o estu-
10. Contabilizem as respostas mais comuns e analisem qual ou quais bens materiais ou imateriais do município dante dissemine informações
poderiam ser tombados como patrimônio. e resolva problemas da comu-
11. Verifiquem também se esses bens são importantes para o município, o estado ou o país, para que possam nidade onde vive.
direcionar o pedido de tombamento ao órgão competente. Competência específica de
Ciências Humanas
12. Os municípios e estados têm órgãos ou instituições próprias para registrar e verificar a importância cultural
de um bem. Para solicitar o tombo ao órgão nacional, vocês devem encaminhar uma solicitação formal à 2. O estudante é levado a analisar
superintendência do Iphan no estado em que está localizado o bem. Para obter o endereço de correspon- o mundo social e cultural com
dência, consulte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/708/ (acesso em: 11 fev. 2022). base nos conhecimentos das
13. Divulguem o trabalho em Ciências Humanas, considerar
suas variações de significado no
www.portal.iphan.gov.br
203
203
Objetivos
da atividade TEMA 2
• Valorizar e conhecer a história e a cul-
tura afro-brasileiras. Nosso Brasil africano
• Reconhecer a importância do res- Você já sabe a importância dos povos africanos na formação de nosso país, mas conhece a história dos
peito à diversidade étnica. descendentes desses povos?
• Refletir sobre o legado cultural dos Embora tenham sido forçados ao trabalho escravo ou nascido e vivido sob a condição de escravizados,
afrodescendentes para a cultura os africanos e seus descendentes resistiram à situação e conquistaram a liberdade. Além disso, perpetua-
brasileira. ram costumes e crenças para as demais gerações, deixando sua marca na história do povo brasileiro.
O texto a seguir discorre sobre um importante legado dos povos africanos para a história de nosso país.
Pré-requisitos
Leia-o com atenção.
pedagógicos
É importante que os estudantes
identifiquem as diferenças étnico-ra-
ciais e étnico-culturais do Brasil, as- O lugar da mãe-África não é na lembrança. É aqui, agarrada no seu
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL MARQUES, Francisco. Ilê aiê: um diário imaginário.
São Paulo: Formato, 2009. p. 12-13.
Os quilombos mencionados no texto eram comunidades formadas por africanos e seus descendentes que
fugiam das fazendas, deixando a condição de escravizados. Nessas comunidades, a terra era compartilhada, e
todos podiam trabalhar livremente nela. Os quilombos ficavam escondidos nas matas ou em locais de difícil
acesso para que não fossem encontrados com facilidade.
204
204
Zumbi e Dandara dos Palmares são os nomes mais conhecidos quando se fala em resistência à escravidão Para aprofundar
TEMAS COMPLEMENTARES
no Brasil. Zumbi nasceu livre, na capitania de Pernambuco, em 1655, mas, com aproximadamente 6 anos, foi Apresente aos estudantes “Erê: o
capturado e escravizado. Quando jovem, fugiu para o Quilombo dos Palmares e destacou-se como líder guerreiro.
Lá, casou-se com Dandara, que se tornara, ainda muito cedo, uma guerreira, participando de várias lutas e jogo dos orixás”. Usando um baralho
batalhas contra os europeus em defesa de Palmares. com cartas de orixás, os jogadores
Palmares, localizado no atual estado de Alagoas, foi um dos maiores quilombos de que se tem registro. Nele, ganham pontos para acumular axé e
Zumbi e Dandara se tornaram líderes de cerca de 30 mil quilombolas, resistindo a ataques portugueses e
holandeses. Contudo, em 1694 o quilombo foi destruído e, no dia 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto.
cumprir objetivos. As cartas do jogo
são disponibilizadas gratuitamente;
é possível imprimi-las e utilizá-las em
sala de aula como forma de apresen-
Tanto nos quilombos quanto nas fazendas como escravizados, os po-
Rafael Trafaniuc/Shutterstock.com
Na BNCC – Geral
Competência geral
2. A proposta de leitura e de ativi-
dade prática desse tema possi-
bilita ao estudante exercitar sua
curiosidade intelectual, resolver
problemas e criar soluções com
base no conhecimento de dife-
rentes áreas.
Competência específica de
Ciências Humanas
6. A atividade possibilita ao estu-
dante construir argumentos com
base nos conhecimentos das
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Ciências Humanas para nego-
ciar e defender ideias e opiniões
DA EDITORA DO BRASIL que respeitem e promovam os
Atabaque, um instrumento de percussão. A feijoada é um prato tradicional na culinária
Imagem sem local e data. brasileira. Imagem sem local e data. direitos humanos e a consciência
socioambiental.
Conhecer e valorizar a história e a rica cultura afro-brasileira é tão importante que esse assunto se
tornou obrigatório nas escolas de todo o país desde 2003, com a Lei no 10.639/2003, que também estabe-
leceu, no calendário escolar, 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra.
205
205
Orientações Blog de africanidades
e sugestões
A fim de ressaltar a importância e as influências da cultura afro-brasileira em nosso país e em países da
Antes da atividade, é interessante
África, vamos criar um blog. Para isso, além do professor de Geografia, convide os professores de História e
convidar lideranças negras da região
de Arte para participar da atividade e auxiliá-lo nos aspectos ligados às disciplinas deles.
para fazer uma explanação acerca de
sua cultura. Assim, os estudantes po-
1. Primeiro, reúna-se com dois ou três colegas e escolham, juntos, um
Danita Delimont/Alamy/Fotoarena
Uma garota negra quer ser paqui- cultural que escolheram ainda
ta. Pode não parecer um dilema mui- faz parte do costume ou das tra-
to grande, mas todas as paquitas são dições de algum país africano na
brancas. Por isso, a menina – apesar de atualidade.
se vestir e se portar como paquita –
não consegue se reconhecer como
parte desse universo. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• VISTA a minha pele. Direção: Joel DA EDITORA DO BRASIL
Araújo. Brasil: MEC, 2014. 1 vídeo
(15 min).
O curta traz uma inversão da rea-
lidade das relações raciais brasileiras, Mulheres angolanas
mostrando os negros como a classe dançando. Benguela,
Angola, 2012.
dominante e os brancos com um his-
tórico de escravização. 206
206
4. É importante lembrar que, no decorrer da história da escravidão, muitos brasileiros afrodescendentes Proposta avaliativa
TEMAS COMPLEMENTARES
retornaram ao país de origem de seus antepassados. Alguns deles se estabeleceram no Togo, no Benim e 1. Proponha aos estudantes pesquisar
na Nigéria e são chamados de “agudás”, como explica o texto a seguir. notícias sobre homens e mulheres
negras que atualmente desenvol-
Ser agudá atualmente no Benim é compartilhar uma memória comum relativa a um conjunto de vem projetos que causam impac-
realizações e a uma maneira de ser à “brasileira”. tos positivos no lugar onde vivem.
GURAN, Milton. A saga dos agudás – a identidade brasileira na África Ocidental. In: COLÓQUIO DE FOTOGRAFIA DA BAHIA, III., 2019, Depois, eles devem elaborar um
Salvador. Anais [...]. Salvador: UFBA, 2019. Disponível em: http://www.coloquiodefotografia.ufba.br/a-saga-dos-agudas-a-identidade-brasileira
cartaz informativo apresentando a
-na-africa-ocidental/. Acesso em: 11 fev. 2022.
pessoa escolhida, o projeto dela e
a importância de sua iniciativa.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
5. Sabendo disso, pesquisem a influência brasileira, nos países africanos mencionados, referente ao aspecto
cultural abordado por vocês.
6. Organizem as informações pesquisadas em um blog de uma rede social.
7. Ilustrem o blog com fotografias, mapas e textos jornalísticos que vocês pesquisaram. Para cada postagem,
escrevam um texto explicativo.
8. Por fim, visitem os blogs criados pelos outros grupos. Leiam as postagens deles e comentem o trabalho que
fizeram.
207
207
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Brasil: paisagens de exceção – LESSA, Ricardo. Amazônia: as raízes da destruição.
o litoral e o Pantanal Mato-Grossense: patrimônios São Paulo: Atual, 1991.
básicos. Cotia: Ateliê Editorial, 2017. Os livros da coleção História Viva pretendem despertar
O livro aborda duas paisagens brasileiras ricas em a consciência de que o indivíduo só exerce plenamente
biodiversidade e beleza natural: o Pantanal Mato- sua cidadania se compreender o mundo em que vive.
-Grossense e a região litorânea. MORAES, Antonio C. R. Bases da formação territorial
ANDRADE, Manuel C. de; ANDRADE, Sandra Maria C. do Brasil: o território colonial brasileiro no “longo”
de. A Federação brasileira: uma análise geopolítica e século XVI. São Paulo: Hucitec, 2000.
geossocial. São Paulo: Contexto, 2003.
Trabalho que mostra a Geografia como uma modali-
Os autores tratam de questões que não são frequen-
dade de abordagem histórica, dedicada à análise dos
temente discutidas, como a organização do Brasil em
processos sociais de formação dos territórios, e à visão
uma única Federação de estados e territórios.
da Geografia humana como uma história territorial.
BECKER, B. K.; EGLER, C. A. G. Brasil: uma nova po-
REBOUÇAS, Aldo da C. et al. (org.). Águas doces no
tência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro:
Brasil: capital ecológico, uso e conservação. São Paulo:
Bertrand Brasil, 1993.
Escrituras, 2006.
A obra tem a proposta de expor uma visão do Brasil
O objetivo desse trabalho é estimular a migração do
como parte integrante e diferenciada de um conjunto
Brasil-problema para o Brasil-potencial. Para tanto, o
maior: a economia do mundo capitalista.
que mais falta não é água, mas determinado padrão
CARLOS, Ana Fani A. A cidade. São Paulo: Contexto, 1999. cultural que agregue ética e melhore a eficiência do
Essa obra aborda a paisagem e o uso do solo urbano desempenho político dos governos, da sociedade em
do ponto de vista histórico e como campo de lutas. geral, das empresas públicas e privadas, promotoras
CARLOS, Ana Fani A.; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. do desenvolvimento em geral, e da gestão dos recur-
Geografias das metrópoles. São Paulo: Contexto, 2006. sos hídricos em particular.
O conjunto de artigos traz reflexões sobre a cultura, ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. São
a história, a natureza, os processos econômicos, as Paulo: Edusp, 2019.
texturas e estruturações socioespaciais da cidade de Coletânea de textos de diferentes geógrafos, referên-
São Paulo e de outras metrópoles mundiais, como cias em suas áreas de pesquisa, que compõe um rico
Buenos Aires e Barcelona. mosaico sobre o Brasil e sua geografia.
CUNHA, Sandra B. da; GUERRA, Antonio J. T. (org.).
SANDRONI, Paulo. Novo dicionário de Economia. São
Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand
Paulo: Best Seller, 2005.
Brasil, 1998.
Obra que reúne mais de 7 mil verbetes sobre a his-
Os autores abordaram as características do qua-
tória da Economia, das finanças e da administração
dro físico brasileiro, levando em conta as recentes
no Brasil e no mundo.
mudanças na paisagem ocorridas devido à atuação
antrópica, incluindo os impactos ambientais decor- SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo:
rentes da intervenção humana. Edusp, 2005.
Milton Santos analisa nessa obra as características
GRAZIANO, Xico; NAVARRO, Zander. Novo mundo rural:
do crescimento urbano no Brasil, tendo os processos
a antiga questão agrária e os caminhos futuros da agro-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
pecuária no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, 2015.
sociais, econômicos e territoriais como os instrumen-
tos centrais de análise.
DA EDITORA DO BRASIL
O livro analisa o processo de modernização do cam-
po, vinculando-o a suas origens mais pálidas, a anti- SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: ter-
ga Lei de Terras (1850) e a Abolição da Escravatura ritório e sociedade no início do século XXI. Rio de
(1888), e também às mais robustas, representadas Janeiro: Record, 2021.
pela instituição do sistema nacional de crédito rural O livro mostra como deixamos a ideia de uma nação
(décadas de 1960 e 1970), a criação da Embrapa brasileira a cargo do mercado global.
(1973) e a estabilidade econômica conquistada nos THÉRY, Hervé; MELLO-THÉRY, Neli Aparecida de. Atlas
anos 1990. do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São
IBGE. Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Paulo: Edusp, 2018.
O Censo demográfico é a mais complexa operação Esse livro-atlas é composto de uma sofisticada carto-
estatística realizada por um país, quando são inves- grafia temática, formando uma original e bem-sucedi-
tigadas as características de toda a população e dos da proposta de síntese sobre as diferentes dinâmicas
domicílios do Território Nacional. espaciais no Brasil.
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MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
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MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
ISBN 978-85-10-08443-7