Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IS
MAN
N
MO
RE
IR
A
MA
ZU
RK
IE
VI
CZ
07
52989
75
257
89
32
KL
IS
MA
NN
MO
RE
IR
A
52989
MA
ZU
RK
IE
VI
CZ
07
75
25
78
SEMANA 01 93
2K
LIS
MA
NN
MO
RE
IRA
MA
Z UR
KI
EV
IC
Z
07
KL
IS
MAN
N
MO
RE
IR
A
MA
ZU
RK
IE
VI
CZ
52989
07
75
257
89
32
KL
IS
MA
NN
MO
RE
IR
A
52989
MA
ZU
RK
IE
VI
CZ
07
75
25
78
93
2K
LIS
MA
NN
MO
RE
IRA
MA
Z UR
KI
EV
IC
Z
07
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
Sumário
RA
META 1 .............................................................................................................................................................. 7
I
RE
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS (PARTE I) ............................................................................... 7
MO
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL ..................................... 7
NN
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS ......................................................................................................... 11
MA
2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal ..................................................................................................... 12
LIS
2.2 Seletividade - Criminalização Primária e Secundária (Zaffaroni) ............................................................................ 12
2K
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO ..............................................................................
52989 13
93
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI)............................................................................................................... 14
78
25
4.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 14
75
4.2. Garantias primárias e secundárias ........................................................................................................................ 14
07
4.3 Máximas do garantismo ......................................................................................................................................... 14
CZ
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO ....................................................................................................................... 15
VI
5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) ..................................................................................... 16
IE
RK
META 2 ............................................................................................................................................................ 25
MO
META 3 ............................................................................................................................................................ 46
A
IR
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
1.1 Concepções do Conceito de Constituição .............................................................................................................. 47
RA
2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ......................................................................................................... 53
I
RE
3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................. 58
MO
4. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO ........................ 60
NN
4.1. Constitucionalismo ................................................................................................................................................ 60
MA
4.2 Neoconstitucionalismo ........................................................................................................................................... 62
LIS
4.3 O papel da Constituição em um Estado Democrático de Direito ........................................................................... 63
2K
5. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .................................................................................... 65
93
META 4 ............................................................................................................................................................
52989
69
78
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA CONSTITUCIONAL (PARTE II).................................................................. 69
25
75
6. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .................................................................................... 69
07
6.1. Hermenêutica x Interpretação Jurídica ................................................................................................................. 69
CZ
6.2 Interpretação Jurídica x Interpretação Constitucional ........................................................................................... 69
VI
6.3 Correntes Norte-Americanas.................................................................................................................................. 70
IE
6.4 Métodos de interpretação ..................................................................................................................................... 70
RK
7.1 Espécies de Poder Constituinte Originário (também denominado inicial, inaugural, genuíno ou de 1.º grau) .... 79
RE
7.2 Poder Constituinte Derivado (instituído, constituído, secundário, de segundo grau, remanescente) .................. 83
MA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
3. INFLUÊNCIAS DO DIREITO ESTRANGEIRO .................................................................................................. 102
I RA
4. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................................ 102
RE
MO
5. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................................ 104
5.1 Administração Pública Extroversa e Introversa .................................................................................................... 105
NN
6. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 106
MA
LIS
7. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................................................................... 108
2K
8. SISTEMAS DE CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA ....................................................................... 109
93
9. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ........................................................................................................ 109
78
9.1 Princípios x Regras ................................................................................................................................................ 110
25
9.2 Princípios Explícitos do Direito Administrativo .................................................................................................... 111
75
10. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 112
07
CZ
10.1 Legalidade (Juridicidade) .................................................................................................................................... 112
10.2 Princípio Da Impessoalidade .............................................................................................................................. 114
VI
10.3 Princípio da Moralidade ..................................................................................................................................... 115
IE
10.4 Princípio da Publicidade ..................................................................................................................................... 118
RK
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
RA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01
I
RE
META DIA ASSUNTO
MO
1 SEG DIREITO PENAL: Noções Iniciais e Princípios (Parte I)
NN
2 TER DIREITO PENAL: Noções Iniciais e Princípios (Parte II)
MA
3 QUA DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria Constitucional (Parte I)
LIS
4 QUI DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria Constitucional (Parte II)
2K
5 SEX DIREITO ADMINISTRATIVO: Noções Iniciais e Princípios
REVISÃO SEMANAL
93
6 SÁB
78
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA (Anexo)
25
75
07
ATENÇÃO
CZ
Gostou do nosso material? VI
IE
RK
ZU
Equipe DD
MO
NN
MA
Prezado(a) aluno(a),
IS
KL
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
32
52989
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
IR
RE
MO
N
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
META 1
RAI
RE
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS (PARTE I)
MO
NN
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
MA
CF/88
LIS
⦁ Art. 5º, II
2K
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII
⦁ Art. 5º, XXXIX
93
78
⦁ Art. 5º, §3º
25
⦁ art. 7º, X
75
⦁ Art. 22, I e §único
07
⦁ art. 227, § 4º
CZ
CP VI
IE
RK
⦁ Art. 1º
ZU
⦁ Art. 59
⦁ Art. 71
MA
52989
A
IR
⦁
KL
⦁
89
⦁ Art. 1º, CP
2
75
07
A) CONCEITO
IE
Conjunto de normas que objetiva definir os crimes, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça
RK
de imposição de pena ou medida de segurança, e a criar normas de aplicação geral. Segundo Cleber Masson
ZU
Importa salientar que “sanção penal” é gênero, do qual são espécies 52989
as penas e as medidas de
IR
segurança.
RE
MO
N
7
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
#DICA DD: Diz-se que a pena é a 1ª via do direito penal, a medida de segurança é a 2ª e a reparação do dano
RA
é a 3ª.
I
RE
MO
Ainda sobre o conceito de direito penal:
● Aspecto Formal: o direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos comportamentos
NN
MA
humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções as lhe serem aplicadas.
● Aspecto Material: o Direito Penal se refere a comportamentos considerados altamente reprováveis
LIS
ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e
2K
progresso da sociedade.
93
● Aspecto Sociológico: o direito penal é mais um instrumento do controle social de comportamentos
78
25
desviados, visando a assegurar a necessária disciplina social.
75
07
B) CARACTERÍSTICAS
CZ
De acordo com Cleber Masson (2017, p. 5), o Direito Penal é uma ciência cultural, normativa,
VI
valorativa, finalista, de natureza predominantemente sancionatória, e fragmentária. Esquematizando:
IE
⦁ I – Ciência: suas regras estão contidas em normas e princípios que, por sua vez, formam a dogmática
RK
jurídico-penal;
ZU
⦁ II – Cultural: o Direito Penal é uma ciência do “dever ser”, ao contrário das ciências naturais, que
MA
52989
RE
⦁ IV – Valorativa: sua aplicação não está pautada em regras matemáticas de certo ou errado, mas sim
MO
em uma escala de valores que são sopesados a partir de critérios e princípios próprios do Direito
Penal. Dessa forma, esse ramo do direito valoriza hierarquicamente as suas normas;
NN
⦁ V – Finalista: o objetivo do direito penal é a proteção de bens jurídicos fundamentais, o que torna a
MA
jurídicos, mas acrescenta proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outros ramos do
32
Direito. No entanto, é possível que ele seja também constitutivo, quando protege interesses não
89
⦁ VII – Fragmentária: o Direito Penal não tutela todos os valores ou interesses, mas somente os mais
2
75
O legislador seleciona os bens jurídicos a serem defendidos pelo Direito Penal. No entanto, NÃO se
IE
RK
pode falar em discricionariedade ampla e irrestrita, pois os bens jurídicos mais importantes são tratados na
ZU
8
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
Na atualidade, a doutrina divide a missão do direito penal em duas, quais sejam:
IRA
RE
a) Missão mediata:
MO
● Instrumento de Controle Social ou de preservação da paz pública (Papel intimidador);
NN
● Limitação ao poder de punir estatal ou Função de Garantia – garantia dos cidadãos contra o arbítrio
MA
estatal, vez que só podem ser punidos por atos previstos como infração penal e por pena também
LIS
determinada em lei.
✔ Para Franz Von Liszt “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”.
2K
93
Obs.: Se, de um lado, o Estado controla o cidadão, impondo-lhe limites para a vida em sociedade, de outro
78
25
lado, é necessário também limitar o seu próprio poder de controle, evitando a punição abusiva (fugindo da
75
hipertrofia da punição).
07
CZ
b) Missão imediata:
VI
Aqui, é necessário lembrar do funcionalismo penal, que trará as duas correntes de mais destaque
IE
acerca do tema (muita atenção):
RK
da sociedade, não deve incidir o direito penal, mas outros ramos do direito;
RE
⋅ Para Roxin, o Direito Penal não veio para trazer valores éticos, morais;
MO
norma;
32
⋅ Ele discorda de Roxin por entender que, quando o indivíduo é punido pela infração penal
89
57
a função do direito penal. Sua função seria a de demonstrar que a norma continua vigorando
75
⋅ Assim, “o bem não deve ser representado como um objeto físico ou algo do gênero, e sim,
CZ
como norma, como expectativa garantida”. (Direito Penal e Funcionalismo, 2005, p.33-34);
VI
IE
⋅ E, ainda, entende ele que quem deliberada e reiteradamente viola a lei penal, de forma grave
RK
e duradoura, deve ser tratado como “não-cidadão”, como inimigo da sociedade, por não
ZU
cumprir sua função no corpo social, não fazendo jus às garantias previstas pela norma a qual
MA
delinquente inimigo, seria aplicado o Direito Penal do Inimigo (tópico específico mais à
RE
frente).
MO
N
9
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
RA
APROFUNDANDO: vamos a uma tabelinha com mais características das duas vertentes do
I
RE
funcionalismo para fixar as diferenças?
MO
NN
FUNCIONALISMO PENAL
MA
● Finalidade do Direito Penal: proteção de bens
LIS
jurídicos indispensáveis. Não veio para trazer
2K
valores éticos, morais;
93
● Moderado: o direito penal tem limites impostos
78
FUNCIONALISMO pelo próprio direito penal e demais ramos do
25
75
TELEOLÓGICO direito;
07
(Características: Moderado, ● Dualista: convive em harmonia com os demais
CZ
dualista, de política criminal ramos do Direito. Reconhece o sistema jurídico em
ou racional teleológico) geral; VI
IE
ROXIN ● De política criminal: aplica a lei de acordo com os
RK
ele se insere;
MA
● Racional
52989
teleológico: movido pela razão e em busca
A
de sua finalidade.
IR
RE
(Características: mesmo;
32
penal) e se autoproduz;
VI
IE
aplicáveis genericamente, inclusive às leis penais especiais. É composto pelas normas da Parte Geral
RE
MO
N
10
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
do Código Penal e, excepcionalmente, algumas normas de amplo conteúdo previstas na Parte
RA
Especial, como os conceitos de domicílio (art. 150, §§4º e 5º) e funcionário público (art. 327);
I
RE
2. Direito Penal Complementar (Secundário): corresponde à legislação penal extravagante;
MO
NN
3. Direito Penal Comum: é o conjunto de normas penais aplicável indistintamente a todas as pessoas,
MA
como o Código Penal;
4. Direito Penal Especial: é o conjunto de normas penais aplicável apenas a pessoas determinadas que
LIS
preencham certas condições legais. São exemplos o Código Penal Militar e o Decreto-lei nº 201/1967
2K
(crimes de responsabilidade dos prefeitos);
93
78
5. Direito Penal Geral: é o conjunto de normas penais aplicáveis em todo o território nacional. Essas
25
75
normas são produzidas privativamente pela União (art. 22, I, da CF);
07
6. Direito Penal Local: é o conjunto de normas penais aplicáveis somente a determinada parte do
CZ
território nacional. A existência dessas normas somente é possível se houver autorização da União
VI
por lei complementar para que os Estados legislem sobre questões específicas de Direito Penal (art.
IE
52989
22, parágrafo único, da CF);
RK
ZU
8. Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (ius puniendi), que pertence exclusivamente ao Estado
52989
A
9. Direito Penal Substantivo: é o direito penal material, propriamente dito. É o que consta no Código
MO
Penal;
NN
10. Direito Penal Adjetivo: também chamado de “formal” (grave as nomenclaturas), é o direito
MA
processual penal.
IS
KL
O estudo do crime, do criminoso e da sanção penal é o objeto de várias ciências, tendo sido chamadas
57
por José Cerezo Mir de “enciclopédia de ciências penais”. A doutrina não é uníssona acerca de quantas ou
2
75
quais exatamente seriam elas, mas, para o nosso estudo, as mais importantes são a dogmática, a criminologia
07
e a política criminal.
CZ
VI
I – DOGMÁTICA PENAL: tem por objetivo interpretar de forma sistemática o direito penal, entendendo o
IE
RK
Obs.: Dogmática ≠ Dogmatismo: Dogmatismo é a aceitação cega de verdades tidas como absolutas e
MA
imutáveis (deve ser desprezado). Se opõe à ideia de ciência, que admite flexibilização, na qual estaria
A
IR
enquadrada a dogmática.
RE
MO
N
11
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
II – CRIMINOLOGIA: A criminologia, de acordo com Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina, é uma ciência
RA
empírica (estuda o que “é”, ao contrário do direito penal, que estuda o que “deve ser” – caracterizando-se
I
RE
como uma ciência valorativa e normativa) e interdisciplinar (observa diversos fatores: econômicos, políticos,
MO
sociais, religiosos etc.), a qual estuda o crime, a vítima, o criminoso e o controle social. Suas constatações se
NN
dão a partir da observação daquilo que acontece na realidade social, na experiência.
MA
III – POLÍTICA CRIMINAL: trabalha com estratégias e mecanismos de controle social da criminalidade, para
LIS
que os bens jurídicos relevantes sejam protegidos. Possui a característica de vanguarda, pois orienta a criação
2K
e a reforma das leis, a partir de uma análise crítica acerca destas estarem ou não cumprindo os fins a que se
93
propõem, considerando dados obtidos por outros ramos (como a criminologia).
78
Funciona como “filtro” entre a letra fria da lei e a realidade social. Revela as leis que “pegam” e as que não.
25
75
07
2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal
CZ
VI
O ponto mais cobrado desse tópico é, sem dúvidas, a diferença entre direito penal, criminologia e
IE
política criminal. Esquematizando:
RK
ZU
controle social.
contravenção.
NN
“Ao menos em boa medida, o sistema penal seleciona pessoas ou ações, como
VI
também criminaliza certas pessoas segundo sua classe e posição social. [...] Há
IE
RK
uma clara demonstração de que não somos todos igualmente 52989 ‘vulneráveis’ ao
ZU
12
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
PIERANGELI, 2011, p. 73).” (Guarda relação com o movimento do labeling
RA
approach/ teoria da reação social / da rotulação social / do etiquetamento social –
I
RE
tema que deve ser estudado de modo mais aprofundado na matéria de
MO
criminologia).
NN
MA
Nesse contexto, o processo de criminalização pode ser dividido em dois:
a) Criminalização primária: É a elaboração e sanção das leis penais, introduzindo formalmente no
LIS
ordenamento jurídico a tipificação de determinadas condutas.
2K
b) Criminalização secundária: É a ação punitiva que recai sobre pessoas concretas. Quando recai sobre
93
o indivíduo a persecução penal após ser a ele atribuída a prática de um ato primariamente
78
criminalizado. É praticada pela Polícia e Poder Judiciário.
25
75
07
* ATENÇÃO: Além do momento da elaboração e aplicação da norma, a seletividade também vai se mostrar
CZ
presente no momento da execução da pena.
VI
IE
- #DICA DD: Você sabe o que é Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo? Referem-se aos sistemas
RK
penais paralelos e subterrâneos. De acordo com Zaffaroni, “sistema penal é o conjunto das agências que
ZU
52989
A
Direito Penal Paralelo: Como o sistema penal formal do Estado não obtêm êxito em grande parte da
IR
aplicação e exercício do poder punitivo, outras agências apropriam-se desse espaço e o exercem de modo
RE
paralelo ao estado (criando sistemas penais paralelos). Ex.:médico que aprisiona doentes mentais;
MO
Direito Penal Subterrâneo: ocorre quando as instituições oficiais atuam com poder punitivo ilegal,
MA
52989
acarretando abuso de poder. Ex.: institucionalização de pena de morte (execução sem processo),
IS
desaparecimentos, torturas, extradições mediante sequestro, grupos especiais de inteligência que atuam
KL
Direito Penal do Fato – Adotado pelo Ordenamento Penal Brasileiro – consiste que o direito penal
07
deve punir condutas, ou seja, fatos, praticados pelos indivíduos que sejam lesivas a bens jurídicos de
CZ
terceiros. Pune-se o fato. A base para esse princípio está no Estado de Direito.
VI
Está atrelado ao Princípio da exteriorização ou materialização do fato, pelo qual o Estado só pode
IE
RK
incriminar condutas humanas voluntárias (fatos). Assim, ninguém pode ser castigado por seus pensamentos,
desejos ou meras cogitações ou estilo de vida.
ZU
O princípio da exteriorização serviu para o legislador acabar com as infrações penais que
MA
desconsideravam esse mandamento. Ex: Mendicância (art. 60 L.C.P. – abolido), tal infração adotava o direito
A
IR
penal do autor.
RE
Por sua vez, o direito Penal do autor consiste na punição do indivíduo baseada em seus
MO
pensamentos, desejos e estilo de vida, condições pessoais, do modo de ser, grau de culpabilidade
N
13
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
(reprovabilidade), antecedentes do autor, está interligado ao Direito Penal do Inimigo. Aqui teríamos uma
RA
inobservância do princípio da exteriorização do fato.
I
RE
MO
Obs.: Coculpabilidade e coculpabilidade às avessas (Zaffaroni)
NN
COCULPABILIDADE é corresponsabilidade do Estado no cometimento de determinados delitos, praticados
MA
por cidadãos que possuem menor âmbito de autodeterminação diante das circunstâncias do caso concreto,
principalmente no que se refere a condições sociais e econômicas do agente, o que enseja menor reprovação
LIS
social. Segundo o princípio da coculpabilidade, o Estado-juiz haveria de considerar como atenuante as
2K
condições socioeconômicas do réu no momento na aplicação da pena. Veja que o artigo 66 do Código Penal
93
autoriza ao Juiz esse postulado, através da, chamada pela doutrina, atenuante inominada.
78
A outra face da teoria da coculpabilidade pode ser identificada como a COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS, por
25
75
meio da qual defende-se a possibilidade de reprovação penal mais severa no tocante aos crimes praticados
07
por pessoas dotadas de elevado poder econômico, e que abusam desta vantagem para a execução de delitos,
CZ
em regra, prevalecendo-se das facilidades proporcionadas pelo livre trânsito nos centros de controle político
e econômico. VI
IE
RK
4.1 Conceito
52989
A
IR
é, aquele conjunto de vínculos e de regras racionais imposto a todos os poderes na tutela dos direitos de
MO
52989
4.2. Garantias primárias e secundárias
IS
KL
secundárias:
89
● Garantias primárias – limites e vínculos normativos: Consistem nas proibições e obrigações, formais
57
primárias, diz respeito à anulabilidade dos atos inválidos e a responsabilidade pelos atos ilícitos.
CZ
- Ex.: a CF prevê como garantia primária que não haverá pena de banimento. O legislador não a
VI
observa e comina tal pena a determinado crime. Neste caso, será utilizado o controle de
IE
RK
constitucionalidade, previsto na própria constituição como garantia secundária, julgando o ato nulo.
ZU
MA
* ATENÇÃO: Para o garantismo de Ferrajoli, o juiz não é um mero aplicador da lei, um mero executor da
vontade do legislador ordinário. Ele é, antes de tudo, o guardião de direitos fundamentais.
A
IR
RE
14
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
● Nulla poena sine crimine: somente será possível a aplicação de pena quando houver, efetivamente, a
RA
prática de determinada infração penal;
I
RE
● Nullum crimen sine lege: a infração penal deverá sempre estar expressamente prevista na lei penal;
MO
● Nulla lex (poenalis) sine necessitate: a lei penal somente poderá proibir ou impor determinados
NN
comportamentos, sob a ameaça de sanção, se houver absoluta necessidade de proteger determinados
MA
bens, tidos como fundamentais ao nosso convívio em sociedade, (direito penal mínimo);
●
LIS
Nulla necessitas sine injuria: as condutas tipificadas na lei penal devem, obrigatoriamente, ultrapassar
2K
a sua pessoa, isto é, não poderão se restringir à sua esfera pessoa, à sua intimidade, ou ao seu
particular modo de ser, somente havendo possibilidade de proibição de comportamentos quando
93
78
estes vierem a atingir bens de terceiros;
25
● Nulla injuria sine actione: as condutas tipificadas só podem ser exteriorizadas mediante a ação do
75
agente, ou omissão, quando previsto em lei;
07
●
52989
Nulla actio sine culpa: somente as ações culpáveis podem ser reprovadas;
CZ
● Nulla culpa sine judicio: é necessário adoção de um sistema nitidamente acusatório, com a presença
VI
de um juiz imparcial e competente para o julgamento da causa;
IE
RK
● Nullum judicium sine accusatione: o juiz que julga não pode ser responsável pela acusação;
ZU
● Nulla accusatio sine probatione: fica a cargo do acusador todo o ônus probatório, que não poderá ser
MA
Nulla probatio sine defensione: deve ser assegurada ao acusado a ampla defesa, com todos os
IR
O Direito penal deve se prestar a garantir não somente os direitos e garantias dos acusados, mas todos os
MA
direitos e deveres previstos na Constituição. Em que pese não se possa tolerar violações arbitrárias e
IS
desproporcionais aos direitos daquele sob o qual recai o jus puniendi estatal, não se pode também deixar de
KL
proteger outros bens que também são juridicamente relevantes para a sociedade. Tudo isso deve passar pelo
32
crivo da proporcionalidade.
89
a) Garantismo negativo: visa limitar a função punitiva do Estado, que deve ser aplicada estritamente aos
2
75
b) Garantismo positivo: busca evitar a impunidade e garantir que os bens jurídicos relevantes à sociedade
CZ
Quando apenas o garantismo negativo é observado, surge o chamado “garantismo hiperbólico monocular”
RK
(grave este nome). Hiperbólico: por ser aplicado de modo desproporcional e exagerado. Monocular: por
ZU
15
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
a) Conceito: Aquele que viola o sistema deve ser considerado e tratado como inimigo. O
RA
delinquente, autor de determinados crimes, não é ou não deve ser considerado como cidadão, mas como
I
RE
um “cancro societário”, que deve ser extirpado (Munhoz Conde). Jakobs fomenta o Direito Penal do inimigo
MO
para o terrorista, traficante de drogas, de armas e de seres humanos e para os membros de organizações
NN
criminosas transnacionais (vide lei n. 12.850/2013).
MA
b) Características do direito penal do inimigo:
LIS
● Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios: O legislador é impaciente, não
2K
aguarda o início da execução para punir o agente);
93
● É um direito penal prospectivo e não retrospectivo, na medida em que se pune o inimigo pelo que
78
25
ele poderá fazer, em razão do perigo que representa;
75
● O inimigo não é visto como um sujeito de direitos, pois perdeu seu status de cidadão;
07
● Pune-se o inimigo pela sua periculosidade e não pela sua culpabilidade, como é no direito penal
CZ
comum;
● Criação de tipos de mera conduta; VI
IE
●
RK
Previsão de crimes de perigo abstrato: normalmente, pode haver crimes de perigo abstrato, mas
ZU
● Inobservância dos Princípios da Ofensividade: relação com a criação de crimes de perigo abstrato)
MO
Surgimento das chamadas “leis de luta ou de combate”: Exemplo - Lei n. 8.072/90 e Lei n.
KL
12.850/2013. Alguns doutrinadores sustentam que tais leis têm predicados de direito penal do
32
inimigo;
89
do inimigo;
2
75
07
*ATENÇÃO: O Direito Penal do inimigo também é conhecido como a “terceira velocidade do Direito Penal”.
CZ
Isto porque se aplica a pena de prisão e também por ser extremamente célere, já que suprime direitos e
VI
garantias.
IE
RK
ZU
Segundo, Cleber Masson (2017, p. 111) a teoria das velocidades do direito penal “parte do
A
IR
pressuposto de que o Direito Penal, no interior de sua unidade substancial, contém dois grandes blocos,
RE
distintos, de ilícitos: o primeiro das infrações penais às quais são cominadas penas de prisão (direito penal
MO
N
16
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
nuclear), e o segundo, daqueles que se vinculam aos gêneros diversos de sanções penais (direito penal
RA
periférico)”.
I
RE
● Primeira velocidade: Direito Penal “da prisão”, aplicando-se penas privativas de liberdade como
MO
resposta aos crimes praticados, com a rígida observância das garantias constitucionais e processuais.
NN
Aplicada a delitos graves.
●
MA
Segunda velocidade: Direito penal reparador. São aplicadas aqui penas alternativas à prisão, como
LIS
restritivas de direitos ou pecuniárias, de forma mais rápida, sendo admissível, para tanto, uma
flexibilização proporcional dos princípios e regras processuais. Aplicável a delitos de menor
2K
gravidade.
93
● Terceira velocidade: Novamente temos aqui a prisão por excelência. Contudo, difere-se da primeira
78
25
por permitir a flexibilização e até a supressão de determinadas garantias. Aplicada aos delitos de
75
maior gravidade. Remete ao direto penal do inimigo, já explicado acima.
07
● Quarta velocidade: Neopunitivismo. Ligada ao direito internacional. É o processamento e
CZ
julgamento pelo TPI de chefes de Estado que violarem tratados e convenções internacionais de tutela
VI
de Direitos Humanos e praticarem crimes de lesa-humanidade, de modo que, por esta razão, se
IE
tornarão réus perante o referido tribunal e terão, dentro do contexto, suas garantias penais e
RK
● Quinta velocidade: hodiernamente, já se fala em Direito Penal de 5ª (quinta) velocidade, que trata
MA
de uma sociedade com maior assiduidade do 52989controle policial, o Estado com a presença maciça de
A
IR
policiais na rua, no cenário onde o Direito Penal tem o escopo de responsabilizar os autores, diante
RE
(in)compreensíveis. #PERTINÊNCIATEMÁTICA
NN
52989
IS
a) Fonte Material: Diz respeito à criação do Direito Penal. Via de regra, é a União, art.22, I, da CF/88, pois
32
“compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
89
57
*Atenção: O artigo 22, parágrafo único, CF/88, prevê que “Lei Complementar poderá autorizar os Estados a
07
legislar sobre questões específicas relacionadas neste artigo”, o que permite entender que abarca, inclusive,
CZ
o Direito Penal. Então podemos ter uma lei complementar autorizando o estado a legislar sobre questões
VI
IE
específicas de direito penal. É chamada DELEGAÇÃO EM PRETO – pois essa lei complementar não pode
RK
sobre direito penal. Até 2001 não existia regra expressa na CF/88 vedando a edição de medida provisória
RE
MO
N
17
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
sobre matéria penal. Tanto que o próprio STF, antes dessa EC 32, apreciou o RE 254.818/PR – 2000,
RA
especificando que MP não poderia versar sobre direito penal, exceto se favorável ao réu.
I
RE
Esse julgado (2000), anterior à EC 32/2001, que estabeleceu ser possível a edição de medida
MO
provisória quando favorável ao réu, subsistiria após a EC 32/01, considerando que, com essa EC, passou-se a
NN
vedar, de forma abstrata, a edição de medida provisória sobre matéria penal?
MA
R.: A doutrina e a jurisprudência são pacíficas no sentido de que é possível a edição de medida
provisória versando sobre direito penal quando favorável ao réu, de modo que o entendimento exarado no
LIS
bojo do RE 254.818 subsistiria após a edição da EC 32/01.
2K
93
Segundo explica o autor Cleber Masson, "É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a
78
Direito Penal (CF, art. 62, § 1.º, I, alínea b), seja ela prejudicial ou mesmo favorável ao réu. Nada obstante, o
25
75
Supremo Tribunal Federal historicamente firmou jurisprudência no sentido de que as medidas provisórias
07
podem ser utilizadas na esfera penal, desde que benéficas ao agente". (MASSON, Cleber. Direito Penal.
CZ
Parte Geral. Volume 1. 13ª edição. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019, p. 97).
VI
IE
b) Fonte Formal: Diz respeito à aplicação do Direito Penal. Esse ponto varia um pouco de doutrinador para
RK
doutrinador.
ZU
MA
Imediata: Imediata:
IR
● ●
RE
●
KL
Mediatas: Mediatas:
● ●
VI
Costumes Doutrina
IE
administrativos.
MA
Fonte informal:
A
●
IR
Costumes
RE
MO
N
18
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
i. Lei - É o único instrumento normativo capaz de criar infração penal e cominar sanção penal (única
RA
fonte formal imediata incriminadora).
I
RE
ii. Constituição Federal – Não cria infração penal e não comina sanção penal (nem pena, nem medida
MO
de segurança). Contudo, a Constituição Federal fixa alguns patamares abaixo dos quais a intervenção
NN
penal não se pode reduzir. São os chamados “mandados constitucionais de criminalização”
MA
(patamares mínimos). Exemplos de mandados constitucionais de criminalização: Art. 5º, XLI, CF, Art.
5º, XLII, CF, e Art.5º, XLIII, CF.
LIS
2K
☞ Pergunta de Concurso: Existe mandado constitucional de criminalização implícito ou tácito?
93
R: De acordo com a maioria, existem mandados constitucionais de criminalização implícitos, com a
78
finalidade de evitar a intervenção insuficiente do Estado (imperativo de tutela). Por exemplo, a Constituição,
25
75
ao garantir o direito à vida, está, implicitamente, determinando a criminalização do homicídio (se todos
07
têm direito à vida, não se pode permitir que o homicídio não seja crime).
CZ
iii. Tratados Internacionais de Direitos Humanos (TIDH) VI
IE
Como é sabido, os TIDH entram no ordenamento interno podendo ostentar 02 status:
RK
⦁ Se o TIDH for recepcionado com quórum comum, terá status infraconstitucional, porém supralegal.
MA
52989
A
ATENÇÃO: Os tratados internacionais podem ser classificados como fonte do direito penal apenas quando
IR
RE
incorporados ao direito interno. Se versar sobre direitos humanos e for aprovado seguindo o rito de
MO
emendas constitucionais, terá força normativa de emendas constitucionais (art. 5º, §3°, CF). Caso não siga
tal rito, terá força de norma supralegal.
NN
52989
Contudo, antes do advento das Leis 12.694/12 e 12.850/13 (que definiram, sucessivamente, organização
MA
criminosa dado pela Convenção de Palermo, trancando a ação penal que havia dado origem à impetração,
KL
em face da atipicidade da conduta. HC nº 96.007/SP, rel. min. Marco Aurélio, 1ª Turma, j. 12/06/2012.
32
No REsp 1.798.903/RJ (j. 25/09/2019), o STJ decidiu que o Estatuto de Roma, que conceitua os crimes contra
89
a humanidade, não tem efeitos penais no Brasil, onde impera o pressuposto da lei penal em sentido estrito
57
iv. Jurisprudência
CZ
Não cria crime; não comina pena. Mas, na prática, às vezes, a jurisprudência cria o direito penal.
VI
Ademais, revela Direito Penal podendo inclusive ter caráter vinculante. Um exemplo disso é o caso do crime
IE
RK
continuado, em que a jurisprudência define o que são condições de tempo e lugar para fim de definição da
ZU
continuidade delitiva. A condição de tempo é de 30 dias de intervalo entre as infrações; a condição de lugar
MA
19
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
a. Princípios - Não criam crime nem cominam pena. Mas vários são os julgados absolvendo ou
RA
reduzindo pena com base em princípios. Ex.: Princípio da Insignificância – causa de atipicidade
I
RE
material.
MO
52989
b. Atos administrativos - Fonte formal imediata quando complementam norma penal em branco. Ex.:
NN
Lei de drogas é complementada por uma Portaria da ANVISA.
MA
c. Doutrina: Para alguns autores, a doutrina não é fonte do direito penal por não ter força cogente, ou
seja, não ser revestida de obrigatoriedade.
LIS
d. Costumes
2K
● Costume é a repetição de um comportamento (elemento objetivo) em face da crença na sua
93
obrigatoriedade (elemento subjetivo).
78
≠ de hábito, que consiste na mera repetição de comportamento (elemento
25
75
objetivo), mas sem a crença na sua obrigatoriedade.
07
● Costume não cria crime, não comina pena, só a Lei pode criar crimes e cominar penas, em razão do
CZ
princípio da legalidade (veda-se o costume incriminador).
VI
IE
Princípio da Legalidade x Costumes:
RK
A lex scripta, uma das funções de garantia do princípio da legalidade proíbe que se utilize dos costumes
ZU
como fonte incriminadora do direito penal (impossibilidade de utilizar costumes para incriminar condutas
MA
De acordo com Nilo Batista e Zaffaroni, os costumes têm uma função integrativa ou integradora. Trata-se
MO
de uma função interpretativa/hermenêutica. Por exemplo: Art. 233, CPP – crime de ato obsceno. Quem vai
determinar o sentido de ato obsceno? Vai ser determinado pelo sentido compartilhado pela sociedade, de
NN
forma reiterada. É um conceito normativo porque exige um juízo de valor, e esse juízo de valor é um juízo
MA
temperado e contextualizado de acordo com a prática social da comunidade. Portanto, a função integrativa
IS
dos costumes atua de forma muito mais efetiva nos elementos normativos do tipo (que exigem valoração).
KL
32
● Espécies de costumes:
89
ii. Costume contra legem (costume negativo): é chamado de DESUETUDO. É aquele que
07
contraria uma lei, mas não a revoga. Ex.: Venda de CDs piratas.
CZ
iii. Costume praeter legem (costume integrativo): é aquele usado para suprir as lacunas da lei.
VI
É válido, mas só pode ser usado no campo das normas penais não incriminadoras e apenas
IE
RK
considerada crime.
MA
#DICA DD: Existe costume abolicionista? PREVALECE que não existe costume abolicionista. Enquanto não
A
IR
revogada por outra lei, a norma tem plena eficácia. É a que prevalece e está de acordo com a lei de introdução
RE
às normas do direito brasileiro. Ex.: Jogo do bicho continua tipificado como contravenção penal, sendo
MO
20
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
* ATENÇÃO: Para aqueles que não adotam a tese do costume abolicionista, é possível o uso do costume
I
RE
segundo a lei (costume interpretativo), que vai servir para aclarar o significado de uma palavra, de um texto.
MO
NN
7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
MA
Princípios são os valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção do sistema jurídico.
LIS
No caso dos princípios penais, eles vão orientar a atuação do legislador na elaboração da legislação penal e
2K
do operador do direito em sua aplicação. A função dos princípios é limitar o poder de punir do Estado. Isso
93
porque, o Estado, por natureza, é arbitrário, pois invade a esfera de liberdade do indivíduo.
78
25
75
7.1 Princípios Relacionados com a Missão Fundamental do Direito Penal
07
CZ
7.1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos
VI
O Direito Penal deve servir apenas e tão somente para proteger bens jurídicos relevantes (Roxin).
IE
Ademais, nenhuma criminalização é legítima se não busca evitar a lesão ou o perigo de lesão a um bem
RK
juridicamente determinado. Impede que o Estado utilize o Direito Penal para a proteção de bens ilegítimos.
ZU
Assim, não pode incriminar pensamentos ou intenções, questões morais, éticas, ideológicas,
MA
religiosas ou finalidades políticas. Para a teoria constitucional do Direito Penal, aliás, a referida eleição de
52989
A
bens jurídicos deve refletir os valores constitucionais, a exemplo do homicídio, que tutela o direito
IR
fundamental à vida.
RE
Dessa forma, o princípio da proteção aos bens jurídicos defende que o direito penal deve servir
MO
apenas para proteger bens jurídicos relevantes, bens jurídicos indispensáveis ao convívio em sociedade.
NN
R.: Trata-se de um tema extremamente controvertido, de modo que vamos tentar simplificá-lo de
IS
Para Luiz Regis Prado, bem jurídico é um ente material ou imaterial, haurido do contexto social, de
32
do homem em sociedade.
57
Por sua vez, Luis Greco e Roxin se filiam ao mesmo conceito, mas usam expressões diferentes.
2
75
● 52989
Roxin – bem jurídico será a relação real da pessoa com um valor concreto, reconhecido pela
07
comunidade.
CZ
● Luís Greco – bem jurídico são dados fundamentais para a realização pessoal dos indivíduos ou para
VI
Nesse sentido, para conceituar bem jurídico, é imprescindível levar 2 pontos em consideração:
ZU
1) Fundamento do bem jurídico: o conceito de bem jurídico tem que ter como ponto central,
MA
como fundamento, a importância do bem àquela pessoa. Tem que ser um bem de
importância vital, fundamental, de modo que a existência dessa pessoa ou seu bem-estar
A
IR
2) Titularidade do bem jurídico: É importante saber quem é o titular desse bem jurídico. Para
MO
21
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
Obs. Espiritualização, desmaterialização ou liquefação dos bens jurídicos: é a inclusão no direito penal de
I
RE
proteção a interesses metaindividuais e não apenas relativos ao ser humano. Por esta razão, a lei penal
MO
passou a prever mais crimes de perigo nos últimos tempos, destinados a proteger bens metaindividuais. Ex.:
NN
crimes ambientais (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Geral. 14ª Ed. São Paulo: Método,
MA
2020, p. 52).
LIS
7.1.2 Princípio da Intervenção Mínima
2K
93
No art. 8º da Declaração dos direitos do homem e do cidadão (1789), tem-se a imposição de que o
78
direito penal deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias. Isso, de certa forma, traz a ideia
25
75
originária do princípio da intervenção mínima, pois o Direito Penal só deve intervir quando for estrita e
07
evidentemente necessária.
CZ
Em outras palavras: O direito penal em um Estado Democrático de Direito atua como última
VI
ratio/ultima razão/ultima saída. O direito penal é o último grau de proteção jurídica.
IE
Obs.: Trata-se de um princípio um implícito na CF/88, que pode ser retirado, principalmente, do
RK
Nessa linha, temos que a intervenção mínima deve ser observada tanto pelo legislador, no momento
de selecionar as condutas que passaram a ser tuteladas pelo Direito Penal, como também, deve ser
NN
posto que não é suficiente que tenha lei prevendo aquela conduta como criminosa, é necessário
32
ainda que a intervenção penal cominada pela lei seja efetivamente necessária.
89
57
7.1.2.1 Fragmentariedade
CZ
VI
O direito penal é fragmentário pois é visto como um sistema descontínuo de ilicitudes. Ou seja: o
IE
RK
direito penal não pode e nem tem como criminalizar todas a condutas existentes, mesmo que sejam ilícitos
ZU
Nesse contexto, a fragmentariedade prevê que somente devem ser tutelados pelo direito penal os
casos de relevante lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos fundamentais para a manutenção e o progresso
A
IR
22
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
O princípio da fragmentariedade deve ser utilizado no plano ABSTRATO, para o fim de permitir a criação de
RA
tipos penais somente quando os demais ramos do Direito tiverem falhado na tarefa de proteção de um bem
I
RE
jurídico. Refere-se, assim, à atividade legislativa.
MO
NN
#DICA DD: Em que consiste a fragmentariedade às avessas? Ocorre nas situações em que o direito penal
MA
perde o interesse em uma determinada conduta, inicialmente tida por criminosa, por entendê-la
desnecessária, com a evolução da sociedade e modificação de seus valores, ocorrendo a abolitio criminis,
LIS
sem prejuízo de sua tutela pelos demais ramos do direito. É um juízo negativo, o crime existia e deixa de
2K
existir. Ex.: Adultério, que era crime tipificado no art. 240 do CP e deixou de ser em 2005, quando a Lei nº
93
11.106 revogou o tipo penal.
78
25
75
7.1.2.2 Subsidiariedade
07
A subsidiariedade é corolário da intervenção mínima e está ligada à autonomia do Direito Penal.
CZ
Somente após se constatar que outros meios de solução social dos conflitos não são aptos a dirimi-los, é que
VI
serão utilizados modelos coercitivos de que dispõe o Direito Penal.
IE
Assim, a intervenção penal fica condicionada ao fracasso dos demais ramos do direito, funcionando
RK
Direciona-se ao aplicador do direito, no PLANO CONCRETO, devendo ser aplicado apenas quando
MA
todos os demais ramos se revelarem impotentes. O crime já existe, mas precisamos saber se a aplicação da
52989
A
Aprofundando...
MO
Conflito aparente de normas: Segundo Rogério Greco, o conflito aparente de normas penais é aquele
NN
que ocorre quando duas normas aparentam incidir sobre o mesmo fato. Ele é dito aparente, pois na verdade
MA
não existe conflito algum – efetivamente, não existe um conflito ao se aplicar a norma ao caso concreto.
IS
a) Subsidiariedade - Temos uma norma subsidiária e uma norma primária, e só se aplica a norma
32
subsidiária caso a norma primária não possa ser aplicada, ou seja, uma norma menos grave
89
(subsidiária), que descreve um crime autônomo, e uma norma mais grave (primária), que descreve
57
por outro. Ou seja, existe uma relação de fins e meios (um delito é o meio para que se chegue ao
outro) ou mesmo de necessidade (um crime é uma fase para o outro, sendo necessária sua execução
ZU
d) Alternatividade - Temos o chamado princípio da alternatividade, que, por sua vez, é bastante
A
IR
simples. Aqui temos um tipo penal chamado de misto alternativo (cuja conduta possui várias formas,
RE
ou seja, vários verbos). Nesses casos, mesmo que o agente pratique vários dos núcleos em um
MO
23
MAN
IS
KL
KL
IS
MAN
N
MO
RE
IR
A
MA
ZU
SEMANA 01/42
RK
IE
DELEGADO FEDERAL
VI
CZ
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
07
75
257
89
32
KL
IS
MA
NN
MO
RE
IR
24
A
52989
MA
ZU
RK
IE
VI
CZ
07
52989
75
25
78
93
2K
LIS
MA
NN
MO
RE
I RA
MA
Z UR
KI
EV
IC
Z
07
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
META 2
IRA
RE
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS (PARTE II)
MO
NN
7.1.3 Princípio da Insignificância ou da Bagatela
MA
a) Introdução, Origem e Conceito
LIS
2K
Inicialmente, cumpre destacar que o referido princípio não encontra previsão na legislação, mas
93
pacificamente admitido pela Jurisprudência do STF e do STJ.
78
Segundo Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado): “Em outras palavras, o Direito Penal não
25
75
deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico legalmente tutelado. Na década
07
de 70 do século passado, foi incorporado ao Direito Penal pelos estudos de Claus Roxin”.
CZ
Ressalta-se que o princípio da Insignificância decorre da fragmentariedade, de modo que o Direito
VI
Penal só vai intervir nos casos de relevante lesão, quando for indispensável para a proteção de determinado
IE
bem jurídico, e quando não houver como proteger o bem jurídico como os outros ramos do direito.
RK
Nesse sentido, o princípio da insignificância traduz a ideia de que não há crime quando a conduta
ZU
praticada pelo agente é insignificante, não é capaz de ofender ou colocar em perigo o bem jurídico tutelado
MA
52989
b) Finalidade
RE
O STF expressamente reconhece como finalidade desse princípio a “interpretação restritiva da lei
MO
penal”, ou seja, o princípio da insignificância deve diminuir a intervenção penal, no sentido de ignorar as
NN
condutas irrisórias que não se revelam capazes de ofender o bem jurídico tutelado pelo tipo penal.
MA
IS
c) Natureza Jurídica: Causa de Exclusão da tipicidade (atipicidade) material. Isto é: torna o fato atípico
KL
TRADUZINDO:
57
Tipicidade formal: juízo de adequação do fato à norma (analisa se o fato praticado na vida real, se amolda,
07
se encaixa ao modelo de crime descrito na lei penal). Ex.: Sujeito subtrai um iogurte de um hipermercado.
CZ
Como subtraiu coisa alheia móvel, o fato se adequa ao tipo penal de furto.
VI
No exemplo acima, em que pese tenha havido a tipicidade formal, o ato praticado não foi capaz de causar
ZU
lesão relevante ao bem protegido, vez que o valor de um iogurte não faria a menor diferença no patrimônio
MA
Mas atenção: NÃO É SÓ O VALOR que deve ser analisado para que seja reconhecida a insignificância
RE
da conduta! Existem outros requisitos que devem ser observados, conforme jurisprudência consolidada da
MO
Suprema Corte.
N
25
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Ademais, valor insignificante e pequeno valor não são sinônimos. Por vezes, em casos de furto, por
RA
exemplo, a questão apresenta um bem de um valor baixo, mas não irrisório/insignificante, que servirá apenas
I
RE
para caracterizar a causa de diminuição de pena do furto privilegiado, mas não excluirá a tipicidade material,
MO
seja pelo fato de o valor ser pequeno, mas não irrisório, seja por não preencher algum outro requisito.
NN
Sobre os valores, não há nenhuma tese fixa sobre. É necessário analisar o contexto. Porém,
MA
analisando as decisões proferidas, o STF tem aceitado como insignificantes normalmente valores que giram
em torno de 10% do salário-mínimo, com variações para mais e para menos (é só uma ideia). Já como
LIS
pequeno valor, para o privilégio, admite-se o valor de até 1 salário-mínimo integral (raciocínio aplicável aos
2K
demais delitos que admitem o privilégio).
93
78
É inviável a aplicação do princípio da insignificância ao furto praticado quando,
25
75
para além do valor52989
da res furtiva exceder o limite de 10% do valor do salário-
07
mínimo vigente à época dos fatos, o acusado é multirreincidente, ostentando
CZ
diversas condenações anteriores por crimes contra o patrimônio.Processo sob
VI
segredo de justiça. Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, por unanimidade,
IE
julgado em 14/11/2022, DJe 22/11/2022.
RK
ZU
52989
A
A restituição imediata e integral do bem furtado não constitui, por si só, motivo
IR
Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em
MO
ou de habitualidade delitiva comprovada. Vale ressaltar, no entanto, que há julgados em que afirmam que
MA
a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à
A
IR
26
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Ao criminoso habitual, tanto o STF como o STJ, costumam negar a aplicação. Vale ressaltar, no
RA
entanto, que há julgados em que afirmam que é aplicável o referido princípio se, analisando as
I
RE
peculiaridades do caso concreto, entender que a medida é socialmente recomendável.
MO
Vale o conhecimento da jurisprudência em Teses do STJ (ed. 47):
NN
MA
Tese 7: O princípio da insignificância deve ser afastado nos casos em que o réu
faz do crime o seu MEIO DE VIDA, ainda que a coisa furtada seja de pequeno
LIS
valor.
2K
93
Ainda, na edição nº 219 - Jurisprudência em teses (STJ):
78
25
75
Tese 2: A reiteração delitiva, a reincidência e os antecedentes, em regra, afastam a aplicação do princípio da
07
insignificância, por ausência de reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente.
CZ
Tese 3: É possível aplicar, excepcionalmente, o princípio da insignificância, inclusive nas hipóteses de
VI
reiteração delitiva, reincidência ou antecedentes, se as peculiaridades do caso concreto evidenciarem
IE
inexpressividade da lesão jurídica provocada e reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento do
RK
52989
agente.
ZU
MA
NÃO.
IR
Barroso, no qual, o Plenário do STF decidiu, por maioria de votos, que a "aplicação
07
só, que se reconheça a insignificância penal da conduta à luz dos elementos do caso
MA
concreto, mas pode ser um dos elementos que justificam a tipicidade material da
A
IR
27
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
RA
A multirreincidência específica, via de regra, afasta a aplicação do princípio da
I
RE
insignificância no crime de furto. Entretanto, em casos excepcionais, nos quais é
MO
reduzidíssimo o grau de reprovabilidade da conduta, tem esta Corte Superior
NN
admitido a incidência do referido princípio, ainda que existentes outras
MA
condenações. (AgRg no AREsp 1899839/MG, Rel. Ministro OLINDO MENEZES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), Rel. p/ Acórdão Ministra
LIS
LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 19/04/2022, DJe 19/05/2022)
2K
93
É possível a aplicação ao réu reincidente quando o crime
52989
anterior tutelava bem jurídico distinto patrimônio,
78
é o que o STF chamou de TEORIA DA REITERAÇÃO NÃO CUMULATIVA DE CONDUTAS DE GÊNEROS
25
75
DISTINTOS (*termo de prova).
07
CZ
Entendendo a fonte da expressão acima que foi utilizada no seguinte julgado do STF:
VI
IE
TURMA HABEAS CORPUS 114.723, MINAS GERAIS
RK
SUBTRAÍDOS. INEXPRESSIVIDADE
52989
DA LESÃO. CONTUMÁCIA DE INFRAÇÕES
A
Ressalta-se ainda que, em 2018 e 2019, os Tribunais Superiores tinham encontrado uma espécie de
32
Isso porque, no caso concreto, o juiz via que, pelo critério objetivo, o réu faria jus à insignificância,
57
2
mas que os critérios subjetivos não estariam preenchidos, em razão da reincidência. Então, considerando a
75
proporcionalidade, o STF criou um “meio termo”: ao invés de absolver por atipicidade material da conduta,
07
aplicou outros institutos mais benéficos, como a substituição da pena privativa de liberdade por pena
CZ
Justificativas
ZU
de tipicidade, deve ser analisado o FATO e não os atributos do agente, sob pena de se utilizar o direito penal
do autor. O fato não poderia ser típico para uma pessoa e atípico para outra. Ou é típico ou não é. O momento
A
IR
28
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Contra a aplicação da insignificância ao reincidente/habitual: Se o agente é infrator contumaz, com
RA
personalidade voltada a práticas delitivas, fazer uso da insignificância seria incentivá-lo ao contínuo
I
RE
descumprimento da norma, fazendo do crime um meio de vida. O valor de um bem, isoladamente, até
MO
poderia ser insignificante, mas o “todo” não seria e isso caracterizaria reprovabilidade e ofensividade. O
NN
intuito do princípio não é legitimar esse tipo de conduta, mas afastar do campo de incidência do direito penal,
MA
desvios mínimos e isolados.
LIS
b) INSIGNIFICÂNCIA x FURTO QUALIFICADO
2K
STF/STJ: Via de regra, entendem não ser possível a aplicação do princípio da insignificância no furto
93
qualificado, pois falta o requisito do reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. No entanto, o
78
Plenário do STF analisou a questão e entendeu que não há como fixar tese sobre isso, que também deve ser
25
75
analisado caso a caso (STF-HC 123108/MG).
07
CZ
c) INSIGNIFICÂNCIA x BENS JURÍDICOS DIFUSOS/COLETIVOS VI
IE
Em regra, se o bem jurídico é difuso ou coletivo, os tribunais superiores vêm entendendo pela NÃO
RK
▪
MO
Tráfico de drogas – não aplicação do princípio, por se tratar de crime de perigo abstrato (perigo
presumido, de acordo com a jurisprudência do STJ), sendo irrelevante a quantidade de droga
NN
·
57
·
07
▪ Crime de moeda falsa: Inaplicabilidade do princípio, AINDA QUE SEJA 1 ÚNICA NOTA DE PEQUENO
ZU
VALOR, uma vez que se trata de crime contra a fé pública, havendo o interesse do Estado e da
MA
coletividade em não ter a fé pública abalada por aquela falsificação. Considerando que se trata de
A
um bem jurídico coletivo difuso “fé pública”, não se leva em consideração somente o aspecto
IR
material/patrimonial do bem falsificado, mas sim um bem coletivo. Essa argumentação se aplica aos
RE
29
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Obs. EXCEPCIONALMENTE, admite-se o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública
RA
(USO DE ATESTADO FALSO) em casos que o dolo do réu revela, de plano, "a mínima ofensividade da
I
RE
conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de
MO
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada", a demonstrar
NN
a atipicidade material da conduta e afastar a incidência do Direito Penal, sendo suficientes as sanções
MA
previstas na Lei trabalhista (STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1816993/B1, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 16/11/2021).
LIS
2K
▪ Crimes ambientais: Em regra, nos crimes com bem jurídico difuso/coletivo, não se aplica o princípio
93
da insignificância, pois a lesividade/exposição a perigo transcende o aspecto individual. No entanto,
78
nos crimes ambientais, essa regra é invertida, uma vez que os tribunais superiores adotam como
25
75
regra a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância em crimes ambientais, devendo
07
ser analisadas as circunstâncias específicas no caso concreto para verificar a atipicidade da conduta
CZ
52989
em exame/verificar se aquela conduta não gerou efetivamente um perigo ao meio ambiente (Info
816). VI
IE
RK
dominante, não se pode aplicar o princípio da insignificância ao crime de pesca ilegal (STF, 1ª
MA
Obs.: apesar de a redação utilizada no informativo original ter sido bem incisiva (“O princípio da bagatela
MO
não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98”), existem julgados
tanto do STF como do STJ aplicando, excepcionalmente, o princípio da insignificância para o delito de pesca
NN
ilegal. Deve-se ficar atenta(o) para como isso será cobrado no enunciado da prova. Fonte: dizer o Direito
MA
IS
Veja as hipóteses em que a própria jurisprudência flexibiliza a exceção da pesca ilegal, como, por
KL
exemplo:
32
89
●
57
O STJ (Info 602 – 6ª Turma. RESP 1409051 – 2017) afirmou, de forma excepcional, pela aplicação do
2
princípio da insignificância no caso de pesca ilegal, na hipótese em que o indivíduo pescou 1 único
75
peixe e devolveu esse peixe vivo ao rio, não havendo um prejuízo efetivo ao meio ambiente.
07
● Se a pessoa é flagrada sem nenhum peixe efetivamente pescado, mas portando consigo
CZ
pontual/casuística, temos discussão nos tribunais superiores, pois há 2 julgados da mesma turma em
RK
sentidos opostos:
ZU
30
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Em regra, o princípio da insignificância se aplica aos crimes tributários federais e de descaminho
RA
[também é um crime tributário] quando o crédito tributário não ultrapassar o limite de 20.000 reais, a teor
I
RE
do disposto no art. 20 da Lei 10.522/02 com as atualizações efetivadas pelas portarias nº 75 e 130 do
MO
Ministério da Fazenda.
NN
MA
Observações importantes:
LIS
52989
1) O valor máximo para aplicar o princípio da insignificância é de 20 mil reais (STF e STJ).
2K
Explicação para adotar o valor de 20 mil reais: (Fonte: Dizer o Direito)
93
⋅ Esse valor foi fixado pela jurisprudência tendo como base a Portaria MF nº 75, de 29/03/2012, na
78
qual o Ministro da Fazenda determinou, em seu art. 1º, inciso II, “o não ajuizamento de execuções
25
75
fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$
07
20.000,00 (vinte mil reais).”
CZ
⋅ Em outros termos, essa Portaria determina que, até o valor de 20 mil reais, os débitos inscritos como
Dívida Ativa da União não serão executados. VI
IE
⋅ Com base nisso, a jurisprudência construiu o seguinte raciocínio: ora, não há sentido lógico permitir
RK
que alguém seja processado criminalmente pela falta de recolhimento de um tributo que nem sequer
ZU
será cobrado no âmbito administrativo-tributário. Se a própria “vítima” não irá cobrar o valor, não
MA
⋅ Vale lembrar que o direito penal é a última ratio. Se a Administração Pública entende que, em razão
IR
do valor, não vale a pena movimentar a máquina judiciária para cobrar a quantia, com maior razão
RE
também não se deve iniciar uma ação penal para punir o agente.
MO
NN
2) O valor de 20 mil reais para aplicação do princípio da insignificância será somente aos crimes
MA
tributários FEDERAIS!!! Não se aplica o parâmetro dos tributos federais aos crimes tributários estaduais,
IS
devendo ser observada a lei estadual vigente em razão da autonomia do ente federativo (STJ. 5ª Turma.
KL
Tese 5: Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito
2
75
tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20
07
da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da
CZ
Fazenda (Tese revisada sob o rito do art. 1.046 do CPC/2015 - TEMA 157).
VI
Tese 6: É possível aplicar o parâmetro estabelecido no Tema n. 157/STJ, para fins de incidência do princípio
IE
RK
da insignificância no patamar estabelecido pela União aos tributos dos demais entes federados, quando
ZU
Não se aplica, em regra, porque o objeto sobre o qual recai a conduta proibida no crime de
RE
contrabando é “mercadoria proibida”, e não a mera sonegação. Assim, o bem jurídico tutelado não é apenas
MO
a questão financeira do ente estatal, mas também a saúde pública/incolumidade pública, uma vez que o
N
31
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
estado, por motivos de saúde pública/incolumidade pública, proíbe a importação ou exportação de
RA
determinada mercadoria. (Crime pluriofensivo):
I
RE
MO
Em regra, é inaplicável o princípio da insignificância ao crime de contrabando, uma
NN
vez que o bem juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do
MA
imposto elidido, alcançando também o interesse estatal de impedir a entrada e a
comercialização de produtos proibidos em território nacional. Trata-se, assim, de
LIS
um delito pluriofensivo. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1744739/RS, Rel. Min. Joel
2K
Ilan Paciornik, julgado em 02/10/2018
93
78
ATENÇÃO! Existem exceções:
25
75
· O princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando a quantidade
07
apreendida não ultrapassar 1.000 (mil) maços, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja
CZ
pela necessidade de se dar efetividade à repressão a o contrabando de vulto, excetuada a hipótese de
VI
reiteração da conduta, circunstância apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da
IE
ação.STJ. REsp 1.977.652-SP, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Rel. para acórdão Ministro Sebastião Reis
RK
Junior, Terceira Seção, por maioria, julgado em 13/9/2023, DJe 19/9/2023 Tema 1143. (Info 787)
ZU
quantidade e para uso pessoal, o tribunal admite a insignificância: Jurisprudências em teses (STJ) ed. 221
52989
A
casos de importação não autorizada de pequena quantidade de medicamento para consumo próprio.
RE
● STF - Antes não admitia, mas possui decisões recentes admitindo, como por exemplo, em caso de
07
peculato.
CZ
pública.
ZU
MA
Porém, STF e STJ admitem nos crimes contra a Administração Pública praticados por particulares, a
52989
exemplo do descaminho, que, apesar de ser um crime tributário, topograficamente, estão inseridos no título
A
IR
ATENÇÃO:
N
32
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Informativo 742 - Admite-se, excepcionalmente, a aplicação do princípio da
RA
insignificância a crime praticado em prejuízo da administração pública quando for
I
RE
ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado. RHC 153.480-SP, Rel. Min. Laurita Vaz,
MO
Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022, DJe 31/05/2022. Logo, em
NN
determinadas hipóteses, nas quais for ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado -
MA
como na espécie -, admite-se afastar a aplicação do entendimento sedimentado na
Súmula n. 599/STJ, pois "a subsidiariedade do direito penal não permite tornar o
LIS
processo criminal instrumento de repressão moral, de condutas típicas que não
2K
produzam efetivo dano".
93
78
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS:
25
75
1. STF/STJ: para aplicação do princípio da insignificância, considera-se a capacidade econômica da
07
vítima (STJ-Resp. 1.224.795).
CZ
2. STF/STJ: admitem a aplicação a atos infracionais.
VI
2. STF: O princípio da insignificância pode ser reconhecido mesmo após o trânsito em julgado da
IE
sentença condenatória (STF-HC 95570).
RK
3. “Flanelinha” e exercício da profissão sem registro competente: STF admite a aplicação (Info. 699).
ZU
4. STF/STJ NÃO admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública, mais
MA
5. STF/STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em situação de violência
IR
RE
338153/RS). Obs.: É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição
MA
7. Crimes contra a vida, lesões corporais, crimes praticados com violência ou grave ameaça à pessoa,
KL
8. Porte de drogas para uso (art. 28 da LD) – Majoritariamente, o STF e o STJ não aplicam a
89
insignificância, nem mesmo em se tratando de quantidades ínfimas, pelo fato de ser crime de
57
2
perigo presumido e o bem tutelado ser a saúde pública. No entanto, há julgado isolado do STF
75
permitindo a aplicação.
07
9. Violação de direito autoral – não se aplica. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1380149/RS.
CZ
AGORA: tanto o STF como o STJ afirmam que é inaplicável o princípio da insignificância ao crime de
ZU
crimes de apropriação
52989
indébita previdenciária e de sonegação de contribuição
RE
33
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
protegem a própria subsistência da Previdência Social, de modo que é elevado o
RA
grau de reprovabilidade da conduta do agente que atenta contra este bem
I
RE
jurídico supraindividual. O bem jurídico tutelado pelo delito de apropriação
MO
indébita previdenciária é a subsistência financeira da Previdência Social. Logo,
NN
não há como afirmar-se que a reprovabilidade da conduta atribuída ao paciente
MA
é de grau reduzido, considerando que esta conduta causa prejuízo à arrecadação
já deficitária da Previdência Social, configurando nítida lesão a bem jurídico
LIS
supraindividual. O reconhecimento da atipicidade material nesses casos
2K
implicaria ignorar esse preocupante quadro. STF. 1ª Turma. HC 102550, Rel. Min.
93
Luiz Fux, julgado em 20/09/2011. STF. 2ª Turma. RHC 132706 AgR, Rel. Min.
78
52989
Gilmar Mendes, julgado em 21/06/2016. STJ. 3ª Seção. AgRg na RvCr 4.881/RJ,
25
75
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/05/2019.
07
11. Crimes ambientais:
CZ
STJ: É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais, devendo ser analisadas as
VI
circunstâncias específicas do caso concreto para se verificar a atipicidade da conduta em exame (STJ AgRg
IE
no AREsp 654.321/SC).
RK
STF: Já negou em situação de pesca ilegal, a um indivíduo flagrado junto a outras três pessoas, POR TRÊS
ZU
VEZES CONSECUTIVAS, em embarcação motorizada, praticando pesca em local proibido e com redes de
MA
- Já negou em caso de realização de pesca de 7kg de camarão em período de defeso com o uso de método
IR
RE
ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98 (pesca ilegal).
NN
- No entanto, existem julgados tanto do STF como do STJ aplicando, excepcionalmente, o princípio da
MA
12. É possível aplicar o princípio da insignificância para a conduta de manter rádio clandestina?
KL
Súmula 606-STJ: não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina de
89
sinal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no artigo 183 da lei
57
9.472/97.
2
75
sinal de internet, por configurar o delito previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/97, que é crime formal, e,
VI
como tal, prescinde de comprovação de prejuízo para sua consumação. STF. 1ª Turma. HC 124795 AgR,
IE
RK
internet tipificado no art. 183 da Lei nº 9.472/97 desde que (i) a conduta seja minimamente ofensiva
do agente, (ii) não haja risco social da ação, (iii) seja reduzido grau de reprovabilidade do
A
IR
comportamento e (iv) inexpressiva a lesão jurídica. A expressividade da lesão jurídica deve ser
RE
verificada in concreto à luz do alcance do alcance dos aparelhos consignado em laudo da autoridade
MO
regulatória.Ausente laudo que ateste a expressividade concreta da lesão e havendo indícios de sua
N
34
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
inexpressividade, deve incidir o princípio da insignificância, a autorizar a concessão da ordem. STF. 2ª
RA
Turma. HC 161483 AgR, Rel. Edson Fachin, julgado em 07/12/2020. STF. 2ª Turma. HC 165577 AgR, Rel.
I
RE
Min. Gilmar Mendes, Rel. p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/09/2021.
MO
13. STJ – Info 672/2020: Não se admite a incidência do princípio da insignificância na prática de
NN
estelionato qualificado por médico que, no desempenho de cargo público, registra o ponto e se retira
MA
do hospital.
Cinge-se a controvérsia a saber acerca da possibilidade do trancamento de ação
LIS
penal pelo reconhecimento de crime bagatelar no caso de médico que, no
2K
desempenho de seu cargo público, teria registrado seu ponto e se retirado do
93
local, sem cumprir sua carga horária. A jurisprudência desta Corte Superior de
78
Justiça não tem admitido, nos casos de prática de estelionato qualificado, a
25
75
incidência do princípio da insignificância, inspirado na fragmentariedade do
07
Direito Penal, em razão do prejuízo aos cofres públicos, por identificar maior
CZ
reprovabilidade da conduta delitiva. Destarte, incabível o pedido de trancamento
VI
da ação penal, sob o fundamento de inexistência de prejuízo expressivo para a
IE
vítima, porquanto, em se tratando de hospital universitário, os pagamentos aos
RK
Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 12/05/2020,
MA
DJe 25/05/2020.
52989
A
14. Juris em teses ed. 219: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais
IR
52989
RE
15. Juris em teses ed. 219: Os delitos de porte ou posse de munição, de uso permitido ou restrito, são
crimes de mera conduta e de perigo abstrato, em que se presume a potencialidade lesiva e, por isso, em
NN
16. Juris em teses ed. 219: É possível aplicar o princípio da insignificância aos delitos de porte ou posse de
IS
munição de uso permitido ou restrito, desde que a quantidade apreendida seja pequena e esteja
KL
17. Juris em teses ed. 219: Não é possível aplicar o princípio da insignificância aos delitos de porte ou
57
posse de munição, de uso permitido ou restrito, ainda que em pequena quantidade e desacompanhada
2
75
Para o STJ NÃO! Apenas o juiz pode. HC 154.949/MG. Assim, a autoridade policial estaria obrigada a
ZU
No entanto, parte da doutrina, a exemplo de Cleber Masson, posiciona-se contra tal entendimento,
pelo fato de tratar a insignificância de afastamento da tipicidade do fato. E ora, se o fato não é típico para
A
IR
delegado não só poderia, como DEVERIA analisar a presença dos elementos que traduzem a insignificância,
N
35
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
vez que não seria razoável ratificar a prisão de quem subtraiu um pão de queijo de uma padaria, por exemplo,
RA
sob pena de inobservância de vários princípios, como lesividade, proporcionalidade, subsidiariedade,
I
RE
intervenção mínima.
MO
NN
A solução para que você, caro aluno, resolva a questão, é analisar a forma como isso está sendo
MA
questionado.
LIS
Para finalizar o estudo deste princípio, precisamos ainda fazer uma última diferenciação: BAGATELA
2K
PRÓPRIA X BAGATELA IMPRÓPRIA, o que faremos com a ajuda do Dizer o Direito.
93
78
25
INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA
75
= PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA = PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO
07
CZ
A situação nasce penalmente relevante. O fato é
A situação já nasce atípica. VI
típico do ponto vista formal e material.
IE
O fato é atípico por atipicidade material. Em virtude de circunstâncias envolvendo o fato e o
RK
desnecessária.
MA
52989
A
IR
O agente não deveria nem mesmo ser processado deve ser iniciada) e somente após a análise das
MO
Não tem previsão legal no direito brasileiro. Está previsto no art. 59 do CP, conforme a doutrina.
KL
32
Enquanto para a infração bagatelar própria já nasce irrelevante por se tratar de conduta
89
57
materialmente atípica, “a infração bagatelar imprópria é aquela que nasce relevante para o Direito penal,
2
mas depois se verifica que a aplicação de qualquer pena no caso concreto apresenta-se totalmente
75
desnecessária” (GOMES, Luiz Flávio; Antonio Garcia-Pablos de Molina. Direito Penal Vol. 2, São Paulo: RT,
07
2009, p.305)”.
CZ
Segundo LFG, este instituto possui fundamento legal no direito brasileiro (porém, de forma implícita
VI
IE
e “genérica” – termos nossos). Trata-se do art. 59 do CP que prevê que o juiz deverá aplicar a pena “conforme
RK
Dessa forma, se a pena não for mais necessária, ela não deverá ser imposta (princípio da
MA
36
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. POSSE ILEGAL
RA
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. CRIME SEM
I
RE
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. DELITO COMETIDO HÁ MAIS DE 12 ANOS.
MO
INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA BAGATELA IMPRÓPRIA. REQUISITOS
NN
PREENCHIDOS. DESNECESSIDADE DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO
MA
PROBATÓRIO. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Entendo as instâncias ordinárias ser
LIS
desnecessária a punição do acusado, porque presentes os requisitos para a
2K
aplicação do princípio da bagatela imprópria, para se concluir de forma diversa,
93
seria imprescindível o reexame do conjunto probatório dos autos, o que não é
78
52989
25
75
desprovido.
07
CZ
SIMPLIFICANDO: VI
IE
- Princípio da insignificância ou da bagatela própria – O fato já nasce atípico, por atipicidade material.
RK
- Natureza jurídica bagatela própria: Causa Supralegal de extinção de tipicidade material, devendo ser
ZU
52989
A
- Princípio da insignificância imprópria: pressupõe uma análise do que ocorreu após a prática do crime até
IR
RE
o momento do julgamento. Exemplo: o réu se casou, teve filhos, tem uma empresa com mais de 50
MO
funcionários. Nesses casos o juiz reconhece a existência do crime, mas conclui que a pena não é necessária.
Aqui não há causa supralegal de exclusão de tipicidade, há causa supralegal de extinção de punibilidade. O
NN
Estado reconhece o crime, mas conclui pela desnecessidade da punição, ela não é mais vantajosa para a
MA
sociedade.
IS
jamais no plano abstrato. Atente-se também para a necessidade de se observar que a bagatela imprópria
32
tem como pressuposto inafastável a não incidência do princípio da insignificância (próprio). Afinal, se o fato
89
não era merecedor da tutela penal em decorrência da sua atipicidade, descabe enveredar pela discussão
57
- Natureza jurídica bagatela imprópria: Causa supralegal de extinção de punibilidade. O estado reconhece o
07
crime, mas conclui pela desnecessidade da pena, a punição não é vantajosa para a sociedade.
CZ
VI
Não pode haver crime sem que haja conteúdo ofensivo a bens jurídicos. A doutrina mais
especializada aponta uma fundamentação implícita ao princípio da lesividade na ideia de dignidade da
A
IR
pessoa humana, no sentido de que não se pode instrumentalizar ou objetificar o homem. Então, quando o
RE
Estado criminaliza condutas sem que haja ofensa ou ao menos perigo de ofensa a um bem jurídico tutelado,
MO
N
37
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
está colocando o homem (que está recebendo aquela reprimenda) como instrumento para a consecução de
RA
outra finalidade que não a proteção do próprio homem (ex.: um controle social que não é legítimo).
I
RE
Nesse contexto, para que ocorra o delito, é imprescindível a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem
MO
jurídico tutelado.
NN
MA
Crime de dano:
52989
exige efetiva lesão ao bem jurídico. (Ex.: homicídio, exige a lesão morte).
Crime de perigo: contenta-se com o risco de lesão ao bem jurídico. (Ex. abandono de incapaz/omissão de
LIS
socorro).
2K
a. crime de perigo concreto - o risco de lesão deve ser demonstrado.
93
b. perigo abstrato: o risco de lesão é absolutamente presumido por lei.
78
Há doutrina entendendo que o crime de perigo abstrato é inconstitucional, pois o perigo não pode ser
25
75
presumido, mas comprovado. Presumir-se prévia e abstratamente o perigo, significa, em última análise, que
07
o perigo não existe. Para os adeptos dessa corrente, os crimes de perigo abstrato violariam o princípio da
CZ
lesividade. Essa tese, no entanto, hoje não prevalece no STF. No HC 104.410, o Supremo decidiu que a
VI
criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento inconstitucional, mas
IE
proteção eficiente do Estado.
RK
Ex.: Embriaguez ao volante – STF decidiu que o ébrio não precisa dirigir de forma anormal para configurar o
ZU
52989
A
Nesse sentido, considerando que o princípio da ofensividade exige que, do fato praticado, ocorra
IR
RE
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, é certo concluir que o direito penal não deve se ocupar de
MO
questões éticas, morais, religiosas, políticas, filosóficas. Assim, em razão do princípio da lesividade, PROÍBE-
SE:
NN
⋅ A criminalização de meros estados existenciais (criminalização da pessoa pelo que ela é – ex:
KL
Aprofundando...
257
O princípio da lesividade está diretamente ligado à ideia de bem jurídico, com a chamada teoria do bem
75
jurídico. Na vertente do funcionalismo teleológico e racional (Roxin), a teoria do BJ ganha um destaque muito
07
grande em toda a sistemática penal como uma forma de limitar o poder de punir do estado, ou seja, como
CZ
1) Proibição de incriminar uma atitude interna – motivo pelo qual não se pune a cogitação (fase interna do
ZU
iter criminis);
MA
2) Proibição de incriminar condutas que não excedam o âmbito do autor – motivo pelo qual não se pune a
autolesão;
A
IR
3) Proibição de incriminar simples estados ou condições existenciais - tendo em vista que nosso ordenamento
RE
38
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
4) Proibição de incriminar condutas desviadas que não afetam qualquer bem jurídico - motivo pelo qual não
RA
se pune o crime impossível e, em regra, os atos preparatórios.
I
RE
MO
7.2.2 Princípio da Alteridade
NN
MA
Subprincípio do princípio da lesividade. Dispõe que a conduta deve necessariamente atingir, ou
ameaçar atingir, bem jurídico de terceiro para ser criminalizada. Deve transcender a esfera do próprio
LIS
agente. Por isso, o direito penal não pune a autolesão. Ex.: o artigo 28 da Lei 11.343/06 NÃO tipifica o USO
2K
de drogas porque apenas afetaria o usuário. Tipifica o porte ou similares (guardar, ter em depósito,
93
transportar etc.).
78
25
75
7.2.3 Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato
07
CZ
O Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, fatos, atos lesivos. Ninguém pode ser
VI
castigado por seus pensamentos, desejos ou meras cogitações ou estilo de vida. Esse princípio busca impedir
IE
o direito penal do autor. Decorrência do princípio da lesividade.
RK
ZU
52989 52989
A
Encontra previsão no art. 5º, XXXIX da CF/88 e no art. 1º do CP: “Não há crime sem lei anterior que
IR
RE
o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Assim, a lei em sentido estrito tem o monopólio na criação
MO
de crimes e cominação de penas – que só serão aplicados a condutas posteriores à sua vigência, não podendo
haver criação de crimes e penas por costumes ou analogias, tampouco tipificação de condutas genéricas.
NN
Ademais, a lei precisa ser anterior, escrita, estrita, certa (taxativa) e necessária.
MA
o Legalidade formal: corresponde à obediência aos trâmites procedimentais previstos pela CF para
32
que determinado diploma legal possa vir a fazer parte do ordenamento jurídico.
89
o Legalidade material: pressupõe não apenas a observância das formas e procedimentos impostos
57
pela Constituição Federal, mas também, e principalmente, o seu conteúdo, respeitando-se as suas
2
75
proibições e imposições para a garantia dos direitos fundamentais por ela previstos.
07
CZ
A doutrina trabalha com uma dupla face do princípio da legalidade. Ora legitimando o Estado, ora
VI
cominar penas. Aqui trabalha-se com o plano da legalidade no sentido de legitimar o Estado a exercer
seu direito de punir através da criminalização de conduta e cominação de penas.
A
IR
Quando se fala em legalidade na função constitutiva, abrange a legalidade não só na pena cominada,
RE
39
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● Princípio da legalidade direcionado ao aplicador do direito – quando o juiz veda que se aplique um
RA
regime de cumprimento de pena mais severo do que o previsto pelo legislador, por exemplo;
I
RE
● Princípio da legalidade direcionado à Administração Penitenciária - Os órgãos não podem executar
MO
pena diversa daquela prevista em lei e aplicada pelo juiz.
NN
MA
Enunciado da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ
LIS
Enunciado 13: O princípio da legalidade impõe que se observe, quando da soma
das penas, o cálculo diferenciado para fins de progressão de regime.
2K
93
2) Funções de garantia (face de garantia) – busca limitar o poder de punir do estado trazendo garantias
78
25
mínimas ao cidadão perante o estado. Exclui penas ilegais, por exemplo. Nesse ponto, o princípio da
75
legalidade se desdobra em 4 máximas:
07
I. Lex scripta: A lex scripta proíbe que se utilize dos costumes como fonte incriminadora do direito
CZ
penal;
II. VI
Lex stricta: proibição do emprego da analogia in malan partem;
IE
III. Lex Praevia: Representa o princípio da anterioridade penal: veda a criminalização ex post facto;
RK
IV. Lex certa (aspecto material do princípio da legalidade): A lex certa materializa a proibição de o
ZU
legislador formular tipos penais genéricos, vazios, vagos etc. (Princípio da taxatividade).
MA
52989
A
Segundo o52989
autor Masson, o princípio da reserva legal possui dois fundamentos, quais sejam:
IR
RE
- Fundamento jurídico: é a taxatividade, certeza ou determinação, pois implica, por parte do legislador, a
MO
determinação precisa, ainda que mínima, do conteúdo do tipo penal e da sanção penal a ser aplicada, bem
como da parte do juiz, na máxima vinculação ao mandamento legal. Como desdobramento lógico da
NN
- Fundamento político: é a proteção do ser humano em face do arbítrio do Estado no exercício do seu poder
IS
punitivo. Enquadra-se, destarte, entre os direitos fundamentais de 1° geração (ou dimensão). (MASSON,
KL
2017, p. 25).
32
89
* ATENÇÃO: os princípios da reserva legal (estrita legalidade) e o da legalidade são considerados como
57
2
sinônimos por parte da doutrina, enquanto outra corrente defende que se diferenciam nos seguintes
75
aspectos:
07
CZ
Art. 5°, XXXIX, CF, “não há crime sem lei Art. 5, II, CF, “ninguém será obrigado a fazer
RK
anterior que o defina, nem pena sem prévia ou deixar de fazer alguma coisa senão em
ZU
Exige lei em sentido estrito (no caso do Exige lei em sentido amplo (abrange qualquer
IR
direito penal, lei ordinária) - a lei deve ser espécie normativa, ou seja, lei delegada,
RE
40
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
previsto na CF e deve tratar de matéria
RA
constitucionalmente reservada à lei
I
RE
MO
7.2.4.1 Mandados de Criminalização e Reserva Legal
NN
Em que pese a criação de crimes e cominação de penas seja exclusiva da lei em sentido estrito, a
MA
Constituição Federal estabelece mandados explícitos e implícitos de criminalização, ou seja, situações em
que é obrigatória a intervenção do legislador penal.
LIS
Conforme já afirmado pelo STF, “A Constituição de 1988 contém significativo elenco de normas que,
2K
em princípio, não outorgam direitos, mas que, antes, determinam a criminalização de condutas (CF, art. 5º,
93
XLI, XLII, XLIII, XLIV; art. 7º, X; art. 227, § 4º)” (HC 102.087/MG).
78
Podem ser de duas espécies:
25
75
07
MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO EXPRESSOS MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO
CZ
IMPLÍCITOS/TÁCITOS
A ordem está explícita no texto constitucional. VI
A ordem está implícita no texto constitucional. É
IE
retirada da do “espírito” do texto da CF, de sua
RK
interpretação sistemática.
ZU
Ex.: Art. 5º, XLII: “a prática do racismo constitui Ex: combate à corrupção no poder público.
MA
52989
#DICA DD: O que seria mandado de criminalização por omissão? Consiste na hipótese do art. 5º, XLIII da CF,
KL
que determina que a omissão, nos casos de crimes hediondos e equiparados, deve ser punida.
32
89
57
ser expressos, quando essa “ordem” está presente em tratados de direitos humanos ratificados pelo Brasil,
75
Exteriorizado nos mesmos dispositivos que se pode extrair o princípio da reserva legal.
ZU
De acordo com o princípio da anterioridade, a lei penal apenas se aplica a fatos praticados após a sua
MA
entrada em vigor.
A
Daí, por consequência lógica, deriva a sua irretroatividade, não se aplicando a fatos pretéritos, nem
IR
41
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Nesse sentido, temos o art. 5º XL da CF, dispondo que “a lei penal não retroagirá, salvo para
RA
beneficiar o réu”.
I
RE
MO
7.2.6 Princípio da Vedação ao Bis In Idem
NN
MA
Tem previsão no art. 8º, 4 do Pacto de São José da Costa Rica, incorporado ao nosso ordenamento
jurídico pelo Dec. 678/1992.
LIS
Proíbe que o agente seja punido duas vezes pelo mesmo fato, inclusive sopesando a mesma situação
2K
ou circunstância para agravar a pena em mais de um momento da dosimetria. Como exemplo, temos a
93
Súmula 241 do STJ que proíbe o uso de uma única reincidência como circunstância judicial desfavorável e
78
como agravante, pois haveria violação a este princípio.
25
75
07
7.2.7 Princípio da Adequação Social
CZ
VI
Idealizado por Hans Welzel, este princípio traz a ideia de que as condutas tidas por socialmente
IE
adequadas não poderiam constituir delitos, pois o tipo penal implica em uma seleção de comportamentos
RK
reprováveis cuja sociedade realiza um desvalor da ação e do resultado. Dessa forma, não caberia a
ZU
1. Se o fato está de acordo com a norma, mas não está de acordo com o interesse social, a conduta
IR
2. Também deve ser direcionado ao legislador. Isso porque, se a conduta está de acordo com a
MO
sociedade, o legislador não pode criminalizar esta conduta, orientando o parlamentar a como
NN
da conduta, não seria crime uma vez que a conduta não é socialmente reprovável/é socialmente
57
adequada. De acordo com Toledo, "a adequação social exclui desde logo a conduta em exame
2
75
isto é, materialmente
52989 atípicos". O autor cita o exemplo de lesões corporais causadas por um
CZ
ilicitude (no plano da ilicitude material). O problema é que hoje não se divide mais ilicitude
material e ilicitude formal. Então a tipicidade material da conduta acaba antecipando algumas
ZU
forma tranquila e dominante no sentido de que a adequação social deve sofrer uma aplicação
RE
42
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● 1ª vertente – voltada ao legislador (função seletiva) – vertente meramente
RA
orientadora, pois busca orientar o legislador para que esse não selecione condutas
I
RE
socialmente adequadas para serem criminalizadas.
MO
52989
NN
regra geral de hermenêutica/ princípio geral de interpretação. Assim, em havendo várias
MA
interpretações possíveis, pela adequação social, exclui a incidência do tipo penal das
LIS
hipóteses que são socialmente adequadas.
2K
Há forte crítica na doutrina acerca deste princípio, pelo fato de adotar um critério impreciso, inseguro
93
e relativo. Importante saber que, segundo o STJ, o princípio da adequação social não afasta a tipicidade da
78
25
conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas, como se verifica do enunciado da Súmula 502 do STJ: Súmula
75
502 - "Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2°,
07
do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas".
CZ
7.3 Princípios Relacionados com o Agente do Fato VI
IE
RK
não pode ultrapassar a pessoa do autor do crime, motivo pelo qual se proíbe o castigo penal pelo fato de
IR
RE
outrem. Somente o condenado é que terá de se submeter à sanção que lhe foi aplicada pelo Estado.
MO
herança.
MA
Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, o agente somente pode ser
CZ
responsabilizado se o fato tiver sido querido, assumido ou previsto. Não há responsabilidade penal sem dolo
VI
IE
ou culpa.
RK
ZU
● 1ª Embriaguez voluntária - Crítica: A teoria da actio libera in causa que permite a punição do agente
MA
completamente embriagado, não sendo a embriaguez acidental, exige não somente uma análise
pretérita da imputabilidade, mas também da consciência e vontade do agente. Exige
A
IR
responsabilidade subjetiva.
RE
MO
N
43
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
● 2ª Rixa qualificada. *qualificado pela lesão grave e morte. Independentemente de quem tenha
RA
causado a lesão ou morte, todos responderão pela rixa qualificada. Crítica: só responde pelo
I
RE
resultado agravador, isto é, o crime de lesão, quem atuou com dolo, evitando-se responsabilidade
MO
penal objetiva.
NN
MA
7.3.3 Princípio da Culpabilidade
LIS
Só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz), com potencial
2K
consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do comportamento), quando dele exigível
93
conduta diversa (podendo agir de outra forma).
78
25
75
7.3.4 Princípio da Proporcionalidade
07
CZ
Exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou
VI
posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que alguém pode ser privado (gravidade da pena). Toda vez
IE
que, nessa relação, houver um desequilíbrio acentuado, haverá desproporção. Ou seja, a pena deve ser
RK
O presente princípio apresenta uma dupla face, pois de um lado proíbe o excesso (garantismo
MA
negativo), enquanto de outro lado não admite a proteção insuficiente (garantismo positivo).
52989
A
da pena. Segundo tal princípio, a sanção penal deve ser vantajosa para o corpo social, e trazer mais vantagens
do que desvantagens (proporcionalidade em sentido estrito); além disso, deve ser adequada e necessária à
MO
Princípio da humanidade ou princípio da humanidade das penas, nada mais é do que o princípio da
KL
dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional. Este princípio é transportado para o Direito Penal, e
32
Assim, a CF prevê, em seu art. 5º, XLVII, que não haverá penas de morte (salvo em caso de guerra
57
cruéis (art. 5º, inc. XLVII, alíneas ‘a’ e ‘e’, respectivamente), além de assegurar às pessoas presas o respeito à
VI
integridade física e moral (art. 5º, inc. XLIX). Tais preceitos constitucionais expressam o princípio penal da
IE
RK
HUMANIDADE
ZU
MA
O princípio da confiança, abordado por parte da doutrina, surgiu na Espanha, com aplicação inicial
RE
aos crimes de trânsito. Segundo este princípio, quem atua observando as regras de trânsito, possui o direito
MO
acreditar que as demais pessoas irão agir também de acordo com as normas. Assim, quando aquele que
N
44
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
continua avançando no sinal verde e acaba colidindo com outro veículo que avançou no sinal vermelho, agiu
RA
amparado pelo princípio da confiança, não tendo culpa, já que dirigia na expectativa de que os demais
I
RE
respeitariam as regras de sinalização.
MO
Atualmente é aplicado no Brasil para os crimes em geral.
NN
MA
Princípio da fraternidade 52989
LIS
Com base nesse princípio, o STJ já determinou a progressão de pena (STJ HC 562.452) julgado em
2K
23/04/2020: O princípio da Fraternidade foi usado como fundamentação para decidir pelo cômputo da pena
93
de maneira mais benéfica ao condenado que é mantido preso em local degradante. Pelo princípio da
78
fraternidade, foi considerado computar pena em dobro para os presos que estão em situação degradante.
25
75
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 136.961/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 15/06/2021.
07
Esse cômputo da pena em dobro se aplica para todo e qualquer crime? NÃO. O cômputo em dobro foi vedado
CZ
para os seguintes crimes: a) crimes contra a vida; b) crimes contra a integridade física; c) crimes sexuais.
VI
“O Estado deverá arbitrar os meios para que, no prazo de seis meses a contar da presente decisão, se
IE
compute em dobro cada dia de privação de liberdade cumprido no IPPSC, para todas as pessoas ali alojadas,
RK
que não sejam acusadas de crimes contra a vida ou a integridade física, ou de crimes sexuais, ou não
ZU
tenham sido por eles condenadas, nos termos dos Considerandos 115 a 130 da presente resolução”. STJ.
MA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
NN
MA
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo;
KL
45
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
META 3
RA
I
RE
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA CONSTITUCIONAL (PARTE I)
MO
NN
TODOS OS ARTIGOS
MA
⦁ Art. 3º do ADCT
LIS
⦁ Arts. 1º a 4º da CF/88 → saber na ponta da língua. Despenca em prova;
2K
⦁ Art. 34, CF/88
⦁ Art. 60, CF/88 → saber na ponta da língua. Despenca em prova;
93
78
⦁ Arts. 136 e 137, CF/88
25
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
75
07
⦁ Art. 34, inc. VII, CF/88
CZ
⦁ Art. 60, CF/88 (muito importante!)
VI
IE
RK
1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
ZU
MA
Conforme Bernardo Gonçalves, “estabelecer o conceito de Constituição é, sem dúvida, uma tarefa
52989
A
árdua, pois, conforme iremos observar, o termo é multifacetado, não havendo uma linearidade e
IR
Existem várias concepções ou acepções a serem tomadas para definir o termo “Constituição”. Alguns
MO
autores preferem a ideia da expressão tipologia dos conceitos de Constituição em várias acepções. Embora
NN
e deveres do cidadão.
57
(MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 8ª Ed. Editora Atlas, 2000, p. 34) e
2
75
(HOLTHER. Leo Van. Direito Constitucional. 4ª Ed. Jus Podivm. 2008, p. 34).
07
CZ
DICA: para não esquecer o conceito, lembrem-se dos objetivos das constituições,
VI
52989
escrito; declaração, nessa carta escrita, de um conjunto de direitos fundamentais e do respectivo modo de
MA
garantia; organização do poder político segundo esquemas tendentes a torná-lo um poder limitado e
A
IR
moderado" (Gomes Canotilho, ob. cit., p. 52 e texto de José Miguel Garcia Medina).
RE
MO
N
46
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
J. J. Canotilho formulou o chamado conceito ideal de constituição. Este conceito ideal identifica-se
RA
52989
I
RE
caracterizadores e distintivos os seguintes:
MO
NN
(a) a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente
MA
concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação dos cidadãos nos
atos do poder legislativo através dos parlamentos);
LIS
(b) a constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica contra os
2K
abusos dos poderes estaduais;
93
(c) a constituição deve ser escrita (documento escrito). (CANOTILHO. José Joaquim Gomes. Direito
78
Constitucional. 6ª Edição Revista. Livraria Almedina. Coimbra, 1993, páginas 62 e 63).
25
75
07
1.1 Concepções do Conceito de Constituição
CZ
VI
Este é um tema bastante recorrente nas provas de Delegado de Polícia Federal, então bastante
IE
atenção às concepções de Constituição e seus respectivos autores.
RK
ZU
MA
Não há conceito único que defina o que é a Constituição. Por isso, cada doutrinador toma por base
52989
A
a) Concepção SocioLógica (Ferdinand Lassale, em seu livro ¿Qué es una Constitución?): uma Constituição
MO
só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder,
NN
do contrário seria uma simples “folha de papel”. Portanto, a Constituição, segundo Lassale, seria a somatória
MA
b) Concepção PolíTica (Carl SchimiTt): A Constituição seria a decisão política fundamental, emanada do
32
titular do poder constituinte, enquanto a lei constitucional representaria os demais dispositivos que estão
89
inseridos no texto constitucional e que não contém matéria de decisão política fundamental. Faz a distinção
57
entre Constituição (decisão política fundamental) e lei constitucional (lei formalmente constitucional).
2
75
Conforme Pedro Lenza, “pode-se afirmar, portanto, em complemento, que, na visão de Carl Schmitt, em
07
razão de ser a Constituição produto de certa decisão política, ela seria, nesse sentido, a decisão política do
CZ
c) Concepção Jurídica (Hans Kelsen): A Constituição é norma pura, dever-ser, dissociada de qualquer
fundamento sociológico, político ou filosófico (Constituição no mundo do dever-ser, e não no mundo do ser,
ZU
caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais). Kelsen dá dois sentidos
MA
à palavra Constituição:
A
IR
por dar sustentação ao sistema posto, e é o fundamento de validade de todas as outras leis.
MO
N
47
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO - é a Constituição positiva, conjunto de normas que regulam a criação
RA
de outras normas, da qual todas as outras normas infraconstitucionais extraem seu fundamento de
I
RE
validade. Logo, a Constituição é a lei máxima do direito positivo e encontra-se no topo da pirâmide
MO
normativa.
NN
Esquematizando:
MA
PLANO LÓGICO-JURÍDICO:
■ norma fundamental hipotética
LIS
■ plano52989
do suposto
2K
■ fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva
93
78
PLANO JURÍDICO-POSITIVO
25
■ norma posta, positivada
75
07
■ norma positivada suprema
CZ
VI
d) Concepção Culturalista (Meirelles Teixeira e José Afonso da Silva): A Constituição é produto de um FATO
IE
CULTURAL, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir.
RK
ZU
e) Constituição aberta: Para que possa permanecer dentro de seu tempo e, assim, evitar o risco de
MA
CESPE/CEBRASPE – 2021 – Delegado de Polícia Federal: Acerca dos sentidos e das concepções
MO
que se segue. Sob a ótica da constituição política, um Estado pode ter uma constituição material
MA
sem que tenha uma constituição escrita que descreva a sua organização de poder. Item correto.
IS
No conceito político desenvolvido por Carl Schmitt, a Constituição é uma decisão política fundamental, um
KL
conjunto de opções políticas de um Estado. Em sua obra, o jurista afirmou que o fundamento da Constituição
32
não está em uma norma jurídica precedente e nem em si mesma, mas na vontade política que a antecede.
89
Dessa feita, a decisão política tem existência autônoma e não se subordina à Lei organizadora do Estado.
57
2
75
CESPE/CEBRASPE – 2021 – Delegado de Polícia Federal: A exigência de poderes políticos limitados após a
07
manifestação do poder constituinte originário fundamenta tanto o sentido lógico-jurídico quanto o sentido
CZ
Sentido lógico-jurídico: a Constituição é a norma hipotética fundamental (não real, mas sim imaginada,
pressuposta) que serve como fundamento lógico transcendental da validade da Constituição em sentido
ZU
jurídico-positivo. Esta norma não possui um enunciado explícito, consistindo apenas numa ordem, dirigida a
MA
todos, de obediência à Constituição positiva. É como se a norma fundamental hipotética dissesse o seguinte:
A
IR
48
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Sentido jurídico-positivo: a Constituição é a norma positiva suprema, que serve para regular a criação de
RA
todas as outras. É documento solene, cujo texto só pode ser alterado mediante procedimento especial. No
I
RE
Brasil, esta Constituição é, atualmente, a de 1988 (CF/88).
MO
NN
CESPE/CEBRASPE – 2018 – Delegado de Polícia Federal: A possibilidade de um direito positivo supraestatal
MA
limitar o Poder Legislativo foi uma invenção do constitucionalismo do século XVIII, inspirado pela tese de
Montesquieu de que apenas poderes moderados eram compatíveis com a liberdade. Mas como seria possível
LIS
restringir o poder soberano, tendo a sua autoridade sido entendida ao longo da modernidade justamente
2K
como um poder que não encontrava limites no direito positivo? Uma soberania limitada parecia uma
93
contradição e, de fato, a exigência de poderes políticos limitados implicou redefinir o próprio conceito de
78
soberania, que sofreu uma deflação.
25
75
Alexandre Costa. O poder constituinte e o paradoxo da soberania limitada. In: Teoria & Sociedade. n.º 19,
07
2011, p. 201 (com adaptações).
CZ
Considerando o texto precedente, julgue o item a seguir, a respeito de Constituição, classificações das
Constituições e poder constituinte. VI
IE
A ideia apresentada no texto reflete a Constituição como decisão política fundamental do soberano, o que
RK
A ideia apresentada no texto reflete a Constituição como decisão política fundamental do soberano, o que
MA
texto, implica a divisão da titularidade do poder constituinte entre o povo e a assembleia constituinte que o
MO
Partindo da premissa de que o povo sempre será titular do Poder Constituinte Originário, sendo a Assembleia
MA
Consituinte a mera representação popular, a titularidade não será dividida ou compartilhada. Será sempre
IS
exclusiva do povo.
KL
52989
32
CESPE/CEBRASPE – 2013 – Delegado de Polícia Federal: No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos
89
Segundo o sentido sociológico de Ferdinand Lassale, segundo a qual uma Constituição só seria legítima se
2
75
representasse o efetivo pode social, refletindo as forças sociais que constituem o poder, caso contrário, não
07
a) Constituição Jusnaturalista: Constituição concebida à luz dos princípios do direito natural, principalmente
MA
b) Constituição Positivista: Constituição é o conjunto de normas emanadas do poder do Estado. Para os seus
RE
defensores, basta recorrer ao Direito Constitucional posto pela ação do homem para sabermos o conceito
MO
49
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
metanormativos (fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos.
RA
52989
I
RE
infraestrutura econômica. É o caso da constituição-balanço, que, conforme a doutrina soviética, prescreve e
MO
registra a organização política estabelecida, ou seja, os estágios das relações de poder. A cada passo da
NN
evolução socialista, existiria uma nova constituição para auscultar as necessidades sociais.
MA
OBS.: Constituição-balanço é o inverso da constituição-garantia ou constituição-quadro. Esta última é aquela
que almeja garantir a liberdade limitando o poder.
LIS
d) Constituição Institucionalista: Constituição é a expressão das ideias fortes e duradouras, dos fins políticos,
2K
com vistas a cumprir programas de ordem social.
93
e) Constituição Estruturalista: Constituição é o resultado das estruturas sociais, servindo para equilibrar as
78
relações políticas e o processo de transformação da sociedade. Assim, a constituição não seria apenas certo
25
75
número de preceitos cristalizados em artigos e parágrafos, e sim uma unidade estrutural, um conjunto
07
orgânico e sistemático de caráter normativo sob inspiração de um pensamento diretor.
CZ
f) Constituição Biomédica/biológica (bioconstituição): É a constituição que consagra normas assecuratórias
VI
da identidade genética do ser humano, visando reger o processo de criação, desenvolvimento e utilização de
IE
novas tecnologias científicas. Visa assegurar a dignidade humana, salvaguardando biodireitos e biobens.
RK
OBS.: A quarta revisão constitucional da Carta portuguesa de 1976, realizada em 1997, consagrou o sentido
ZU
biomédico de constituição.
MA
https://youtu.be/03f0hXZ3R_U
MO
NN
MA
IS
KL
32
89
257
75
07
g) Constituição Compromissória: É a constituição que reflete a pluralidade das forças políticas e sociais.
CZ
Típica da sociedade plural e complexa em que vivemos, ela é fruto de conflitos profundos. O procedimento
VI
h) Constituição Suave: É aquela que não contém exageros. Ao exprimir o pluralismo social, político e
MA
econômico da sociedade, não consagra preceitos impossíveis de realização prática. A constituição suave não
A
IR
i) Constituição em Branco: É a constituição que não consagra limitações explícitas ao poder de reforma
N
50
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
constitucional. O processo de sua mudança subordina-se à discricionariedade dos órgãos revisores, que, por
RA
si próprios, ficam encarregados de estabelecer as regras para a propositura de emendas ou revisões
I
RE
constitucionais.
MO
j) Constituição Plástica (Raul Machado Horta): É aquela que apresenta uma mobilidade, projetando a sua
NN
forçam normativa na realidade social, política, econômica e cultural do Estado. Qualifica-se de plástica
MA
porquanto revela uma maleabilidade. Maleabilidade porque permite a adequação de suas normas às
situações concretas do cotidiano. Tanto as cartas rígidas como as flexíveis podem ser plásticas. O que
LIS
caracteriza a plasticidade é a adaptação das normas constitucionais às oscilações da opinião pública.
2K
Normalmente, as constituições plásticas consagram preceitos de eficácia limitada, porque deixam a cargo do
93
legislador ordinário a complexa tarefa de preenchimento das normas constitucionais.
78
As constituições plásticas pretendem fazer coincidir o “dever ser” de seus preceitos com a realidade social.
25
75
Nesse particular, interligam-se ao fenômeno da mutação constitucional.
07
Obs.: A Constituição brasileira de 1988 é rígida e plástica. Já a Carta da Inglaterra é flexível e plástica.
CZ
k) Constituição Empresarial: É o conjunto de normas cujo conteúdo estabelece a organização jurídica de uma
VI
dada comunidade, num período histórico determinado. É uma espécie de constituição programática. Quando
IE
os franceses, holandeses e portugueses estiveram no Brasil-colônia, chegaram a vigorar constituições
RK
l) Constituição Oral: É aquela em que o chefe supremo de um povo proclama, de viva voz, o conjunto de
MA
normas que deverão reger a vida em sociedade. Exemplifica-a a Carta da Islândia do século IX, quando os
52989
A
m) Constituição Instrumental: É aquela em que suas normas equivalem a leis processuais. Seu objetivo é
definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públicos.
MO
Obs.: Grande parte dos constitucionalistas contemporâneos não aceitam essa ideia de constituição.
NN
n) Constituição como Estatuto do Poder: Constituição que equivale a um mecanismo para legitimar o poder
MA
soberano, segundo certa ideia de direito, prevalecente no seio da sociedade. O texto constitucional,
IS
enquanto estatuto do poder, seria o pressuposto lógico do próprio Estado de Direito, servindo para balizar a
KL
conduta de governantes, verdadeiros prepostos da sociedade política, e a conduta dos governados, os quais
32
devem se submeter ao poder de direito, juridicizado e racionalizado por meio de normas constitucionais.
89
57
a) Constituição Dirigente (J. J. Gomes Canotilho): Constituição que pretende dirigir a ação governamental
CZ
do Estado. Propõe que se adote um programa de conformação da sociedade, no sentido de estabelecer uma
VI
direção política permanente. Significa que o texto constitucional seria uma lei material, para preordenar
IE
RK
constituição dirigente diverge daquela visão tradicional de constituição, que a concebe como lei processual
ou instrumento de governo, definidora de competências e reguladora de processos.
MA
52989
No sentido dirigente, a constituição é o “estatuto jurídico do político”, o plano global normativo de todo o
A
IR
Estado e de toda a sociedade, que estabelece programas, definindo fins de ação futura.
RE
OBS.: A constituição brasileira de 1988 e a portuguesa de 1976 são exemplos de constituições dirigentes.
MO
b) Constituição como instrumento de realização da atividade estatal: O texto maior é uma ordenação global
N
51
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
do Estado e da sociedade, ao mesmo tempo que é um projeto de determinação de sua identidade. As
RA
constituições são ordens fundamentais que contêm, no âmbito da historicidade que as subjaz, programas de
I
RE
ação que as identificam com ordenamentos político-sociais tendentes a um processo de realização concreto.
MO
Esse pensamento nutre forte semelhança com a tese da constituição dirigente, pois propõe o
NN
estabelecimento de metas para dirigir a atividade estatal.
MA
c) Constituições subconstitucionais (subconstituições): Conjunto de normas que, mesmo elevadas
formalmente ao patamar constitucional, não o são materialmente, pois que limitadas nos seus objetivos.
LIS
Demonstram preocupações momentâneas, interesses esporádicos, próprios do tempo em que foram
2K
elaboradas. Em geral, as subconstituições não servem para o futuro, pois já nascem divorciadas do sentido
93
de estabilidade e perpetuidade que deve encampar o ato de feitura dos documentos supremos que
78
pretendem ser duradouros. Revelam uma espécie de constituição de necessidade, algo contrário àqueles
25
75
documentos normativos que consagram um poder geral em branco, responsável pela adaptação dos
07
problemas concretos ao “dever ser” das prescrições supremas do Estado, sem a necessidade de se
CZ
explicitarem as autorizações constitucionais.
VI
As subconstituições decorrem da praxe de incluir uma gama infindável de matérias nas constituições
IE
(totalitarismo constitucional), a ponto de se falar em constituição econômica, constituição social etc.
RK
d) Constituição como documento regulador do sistema político (Niklas Luhmann): A Carta Magna é um
ZU
instrumento funcional que serve para reduzir a complexidade do sistema político. Nesse contexto, propicia
MA
a reflexão da funcionalidade do Direito, abandonando o exame isolado da relação de hierarquia das normas
52989
A
constitucionais. Conforme Luhmann, urge banir a mera visão negativa da análise dos problemas
IR
RE
constitucionais. Não basta perquirir o vínculo 52989 de conformidade ou desconformidade das leis e atos
normativos com a constituição. É imperioso que se busque a lógica do sistema político. As constituições não
MO
maior, visto que estão inseridas no campo da contingência de auto fixação do sistema político.
MA
e) Constituição como processo público (Peter Haberle): Compreende o texto constitucional como
IS
documento de uma sociedade pluralista e aberta, como obra de vários partícipes, como uma ordem jurídica
KL
fundamental do Estado e da sociedade. Para essa corrente, as constituições não são atos voluntarísticos do
32
poder constituinte, porque dizem respeito à evolução social da comunidade. Assim, o texto constitucional é
89
f) Constituição como meio de resolução de conflitos: É uma constituição processual. Essa constituição não
2
75
é um meio de resolver problemas, e sim um simples instrumento pelo qual podemos eliminar conflitos. Isso
07
porque as constituições consagram processos de decisão que não podem ser impostos, pois servem de
CZ
parâmetro de resolução de casos concretos perante circunstâncias particulares, a fim de possibilitar soluções
VI
ótimas.
IE
RK
com vistas à racionalização e garantia do status quo, consistindo num mecanismo formal de garantia,
despojado de qualquer conteúdo social, material ou econômico. Objetiva, apenas, manter o coeficiente de
MA
h) Constituição.com (crowdsourcing): É aquela cujo projeto conta com a opinião maciça dos usuários da
RE
internet, que, por meio de sites de relacionamento, externam seus pensamentos a respeito dos temas a
MO
serem constitucionalizados.
N
52
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
52989
Obs.: Foi a Islândia que, pioneiramente, fez no ano de 2011 uma “constituição.com”.
RAI
RE
CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA (Marcelo Neves)
MO
NN
O doutrinador Marcelo Neves entende que a ideia de legislação ou de constituição simbólicas advém da
MA
hipertrofia da função simbólica da atividade legiferante e do seu produto, a lei, em detrimento da função
jurídico-instrumental, ou seja, é valorizar mais uma construção legislativa sem efetividade do que dar
LIS
possibilidade de a legislação se tornar efetiva.
2K
O simbolismo se verifica por três mecanismos:
93
● A Constituição serve tão-somente para confirmar valores sociais: legislador assume uma posição
78
em relação a determinado conflito social. Se posiciona de um lado, dando uma vitória legislativa
25
75
para um determinado grupo social, em detrimento da eficácia normativa da lei;
07
● A Constituição apenas demonstra a capacidade de ação do Estado (legislação álibi): busca-se
CZ
aparente solução para problemas da sociedade, ainda que mascare a realidade. Só cria a imagem
VI
de um Estado que responde rapidamente aos anseios sociais. Introduz um sentimento de bem-estar
IE
na sociedade.
RK
52989
A
IR
RE
● Outorgada, não democrática ou imposta: impostas pelo detentor do poder de forma unilateral
MA
(adverte-se que as os diplomas que dão início a uma ordem constitucional de maneira arbitrária e
IS
Obs. No Brasil, as Constituições outorgadas foram as de 1824 (Império), 1937 (inspirada em modelo
32
fascista, extremamente autoritária — Getúlio Vargas), 1967 (ditadura militar), sendo que alguns
89
impreciso).
2
75
(NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. São Paulo: Editora Método, 2009, 3ª ed. p. 108). Em
IE
RK
vontade do detentor do poder. Veja que a participação popular, nesses casos, não é democrática,
MA
Conforme Pedro Lenza, qual a diferença entre “Constituição” e “Carta”? De modo geral,
MO
Constituição é o nomen juris que se dá à Lei Fundamental promulgada, democrática ou popular, que teve a
N
53
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
52989
sua origem em uma Assembleia Nacional Constituinte. Já Carta é o nome reservado para aquela Constituição
RA
outorgada, imposta de maneira unilateral pelo agente revolucionário mediante ato arbitrário e ilegítimo.
I
RE
MO
b) Quanto à forma:
NN
● Escritas ou instrumental: é a Constituição sistematizada por procedimento formal;
MA
● Não escritas ou consuetudinária: resultante das práticas costumeiras.
LIS
Como o tema foi cobrado (CESPE/2022/PC-RJ/Delegado de Polícia):
2K
O triunfo do liberalismo, movimento econômico, político e filosófico surgido durante o século XVIII, inspirado
93
no Iluminismo, levou a uma significativa alteração nas feições do modelo estatal absolutista até então em
78
vigor. Em especial no campo econômico, passou-se a difundir a não intervenção do Estado (laissez-faire),
25
75
além de, na seara política, considerá-la como necessária, devendo o poder ser repartido e limitado com o
07
objetivo de evitar quaisquer abusos em seu exercício. A respeito das diversas fases na evolução do
CZ
constitucionalismo, assinale a opção correta.
VI
d) A Revolução Francesa pode ser considerada uma referência para o surgimento das constituições escritas,
IE
ao ter defendido, de maneira expressa, que o Estado estivesse formalizado em um documento escrito que
RK
c) Quanto à mutabilidade/alterabilidade/estabilidade/consistência:
52989
A
● Flexíveis ou Plásticas: a Constituição é alterada pelo mesmo processo utilizado para as leis ou até
MO
mais simples;
NN
● Semirrígida: é a Constituição que exige que apenas uma parte do seu texto seja alterado por processo
IS
legislativo diferenciado e mais dificultoso. Quanto ao restante do texto, é possível a alteração pelo
KL
procedimento ordinário;
32
A classificação mais comum das constituições que leva em conta o grau de dificuldade de seu
CZ
processo de reforma diferencia as constituições em rígidas, semirrígidas e flexíveis. As primeiras são aquelas
VI
cuja reforma exige um procedimento especial, mais rigoroso do que o aplicável às leis ordinárias. As flexíveis
IE
RK
são pouco comuns e caracterizam-se por poderem ser alteradas pelos mesmos procedimentos empregados
para as leis ordinárias. As semirrígidas têm natureza híbrida, com uma parte rígida e outra flexível, segundo
ZU
o que se explicou. BARCELLOS, Ana Paula de. Curso de direito constitucional. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,
MA
d) Quanto ao conteúdo:
MO
N
54
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● Formais: constituição é tudo aquilo que está inserido no texto elaborado pelo Poder Constituinte,
RA
por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene do que o processo
I
RE
de formação das demais leis que compõem o ordenamento jurídico. Dessa forma, como não importa
MO
o conteúdo da norma, será constitucional tudo que constar do texto da Constituição, mesmo que
NN
não se trate de assunto relevante para o Estado e a sociedade;
MA
Conforme Lenza, “Formal, por seu turno, será aquela Constituição que elege como critério o processo
de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, qualquer regra nela contida terá o caráter de
LIS
constitucional. A brasileira de 1988 é formal!”
2K
93
● Materiais: leva em consideração o conteúdo da norma para defini-la como constitucional, que será
78
toda aquela que define e trata das regras estruturais da sociedade e de seus alicerces fundamentais.
25
75
Assim, podem existir normas constitucionais em textos esparsos, fora da Constituição. Ou seja, o
07
núcleo ideológico constitutivo do Estado e da Sociedade.
CZ
De acordo com Lenza,
VI
Materialmente constitucional será aquele texto que contiver as normas
IE
fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e
RK
do Brasil, de 1824, que, em seu art. 178, prescrevia ser constitucional somente o
MA
que dissesse respeito aos limites e atribuições respectivos dos poderes políticos e
52989
A
aos direitos políticos e individuais dos cidadãos; tudo o que não fosse constitucional
IR
poderia ser alterado, sem as formalidades referidas (nos arts. 173 a 177), pelas
RE
legislaturas ordinárias.
MO
NN
Toda constituição escrita é formal? NÃO, porque a constituição formal vai muito além de ser escrita,
MA
constituição escrita (textos constitucionais) que não seja formal (não goza de processo legislativo especial
KL
52989
f) Quanto à ideologia:
VI
‘compromissos constitucionais’.
MO
N
55
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
g) Quanto à eficácia (Karl Lowenstein) – Classificação ontológica/essência, pois analisa o MODO DE SER das
RA
Constituições, conforme adequação à realidade social e política (o critério utilizado é a forma de
I
RE
correspondência recíproca entre a norma da constituição e o poder político do Estado -processo de poder).
MO
● Normativas (máxima eficácia, regulando todos os aspectos da vida social): são aquelas em que o
NN
poder estatal está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder
MA
subordinam-se às determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental. Se adequa à
realidade, eis que pretende e consegue guiar o processo político. O texto se alinha com a realidade
LIS
política;
2K
● Nominalistas: visa limitar a atuação dos detentores do poder econômico, político e social, mas essa
93
limitação NÃO se efetiva. Não corresponde à realidade, já que, apesar de pretender regular o
78
processo político, NÃO consegue fazê-lo. Não conseguem ser implementadas pois em descompasso
25
75
com a realidade política;
07
● Semânticas (existe só no papel, não sendo adequada à realidade social): a Constituição serve de
CZ
manutenção do poder pela classe dominante, mas NÃO objetiva alterar coisa alguma. Não tem por
VI
fim regular a vida política do Estado, busca somente formalizar e manter o poder político vigente.
IE
RK
Segundo Pinto Ferreira, “as Constituições normativas são aquelas em que o processo de poder está
ZU
de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se às determinações
MA
limitação e controle de dominação política, sem ressonância na sistemática de processo real de poder, e com
IR
realidade política, servindo como mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas, sem
MO
limitação do seu conteúdo”. Isso quer dizer que da normativa à semântica percebemos uma gradação de
NN
democracia e Estado Democrático de Direito para autoritarismo. Enquanto nas Constituições normativas a
MA
pretendida limitação ao poder se implementa na prática, havendo, assim, correspondência com a realidade,
IS
nas nominalistas busca-se essa concretização, porém, sem sucesso, não se conseguindo uma verdadeira
KL
normatização do processo real do poder. Nas semânticas, por sua vez, nem sequer se tem essa pretensão,
32
buscando-se conferir legitimidade meramente formal aos detentores do poder, em seu próprio benefício
89
h) Quanto à extensão:
07
52989
RK
programáticas (ou dirigentes), conforme a margem de opções políticas que deixam ao alvedrio dos Poderes
RE
56
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
As constituições-garantia, tendem a concentrar a sua atenção normativa nos aspectos de estrutura
RA
do poder, cercando as atividades políticas das condições necessárias para o seu correto desempenho.
I
RE
Aparentemente, não fazem opções de política social ou econômica.
MO
As constituições dirigentes não se bastam com dispor sobre o estatuto do poder. Elas também
NN
traçam metas, programas de ação e objetivos para as atividades do Estado nos domínios social, cultural e
MA
econômico.
De toda sorte, associa-se a constituição-garantia a uma concepção liberal da política, enquanto a
LIS
constituição programática remete-se ao ideário do Estado social de direito.
2K
A Constituição brasileira de 1988 tem induvidosa propensão dirigente.
93
78
52989
25
75
ser considerada uma constituição-garantia, pois regulamenta, de forma analítica, os assuntos
07
mais relevantes à formação, à destinação e ao funcionamento do Estado. Item errado.
CZ
Constituição garantia é a que tem o propósito de limitar uma ação do Estado em face dos
VI
indivíduos e de restringir, por meio de sua força normativa, a ação de poderes atuantes no Estado. São
IE
constituições sintéticas, materiais, preocupadas em organizar apenas a estrutura básica do Estado e a
RK
restringir a sua atuação em face dos direitos do povo – daí o nome garantia (garantia da liberdade individual).
ZU
Por outro lado, a Constituição dirigente (programática) define fins e programas de ação futura, manifestando
MA
preocupação com a evolução política do Estado. Não se restringe só à organização presente do Estado, mas
52989
A
também se preocupa com um ideal futuro, a fim de condicionar os órgãos estatais à satisfação de tais
IR
A ideia de constituição dirigente representa a concepção de que a constituição de um país deve ser
MA
Em suma: A Constituição garantia busca garantir a liberdade, limitando o poder; a balanço reflete
32
CLASSIFICAÇÃO DA CF
2
75
Forma Escrita
CZ
Conteúdo Formal
IE
RK
Dogmática Eclética
RE
MO
N
57
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE
I
RE
De acordo com o professor Lenza, a brasileira de 1988, em um primeiro momento, como aponta Pinto
MO
Ferreira, seria reduzida, codificada ou unitária. Contudo, especialmente diante da ideia de “bloco de
NN
constitucionalidade”, parece caminharmos (de maneira muito tímida, ainda) para um critério que se
MA
aproxima de Constituição esparsa (legal ou escrita não formal — escrita e que se apresenta fragmentada em
vários textos), especialmente diante da regra contida no art. 5.º, § 3.º, que admite a constitucionalização dos
LIS
tratados ou convenções internacionais de direitos humanos que forem incorporados com o quórum e
2K
procedimento das emendas constitucionais.
93
Ainda, existem vários artigos de emendas constitucionais que não foram introduzidos no “corpo” da
78
Constituição e, permanecendo como artigo autônomo das emendas, sem dúvida, têm natureza
25
75
constitucional e, portanto, eventual lei que contrarie artigo de emenda constitucional poderá ser declarada
07
inconstitucional, servindo a emenda como paradigma de confronto. Outro exemplo interessante é a EC n.
CZ
91/2016, que, sem introduzir qualquer artigo, seja no corpo ou mesmo no ADCT, alterou regra sobre perda
VI
do mandato eletivo por infidelidade partidária, estabelecendo a possibilidade, excepcional e em período
IE
determinado, de desfiliação, sem prejuízo do mandato.
RK
Cabe alertar, contudo, que apesar dessa percepção, de modo geral, as provas de concursos vêm definindo a
ZU
52989
A
j) Outras terminologias:
IR
Novelino tal concepção é “utilizada metaforicamente para designar a constituição que serve apenas como
MO
legislador pode atuar, preenchendo-a conforme a oportunidade política. À jurisdição constitucional caberia
MA
apenas controlar ‘se’ (não ‘como’) o legislador atuou dentro da moldura estabelecida”.
IS
As Constituições fixas foram exemplos de constituições em branco. Constituições fixas são aquelas
KL
que não estabelecem, expressamente, o procedimento para sua reforma. Logo, somente podem ser
32
alteradas por um poder de competência igual àquele que as criou, isto é, poder constituinte originário. Ex.:
89
Conforme observa Canotilho, entre as novas avançadas sugestões da moderna teoria da Constituição
2
75
está a denominada por Zagrebelsky Constituição dúctil ou maleável, suave (Costituzione mite), “para
07
pluralismo social, político e econômico. Neste sentido, a uma Constituição caberá a tarefa básica de assegurar
VI
apenas as condições possibilitadoras de uma vida em comum, mas já não lhe pertence realizar diretamente
IE
RK
um projeto predeterminado dessa vida comunitária. As Constituições concebem-se, pois, como plataformas
de partida para a realização de políticas constitucionais diferenciadas que utilizem em termos inventivos os
ZU
3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
RE
MO
N
58
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
Conforme classificação elaborada por José Afonso da Silva, as normas constitucionais podem ser
RA
diferenciadas em elementos, considerando-se estrutura normativa e conteúdo:
I
RE
● Elementos orgânicos: regulamentam a estrutura do Estado e do Poder;
MO
● Elementos limitativos: limitam a atuação do poder estatal, a exemplo dos direitos e garantias
NN
fundamentais;
MA
● Elementos socioideológicos: identificam a ideologia adotada pelo constituinte;
● Elementos de estabilização constitucional: asseguram a vigência das normas constitucionais em
LIS
situação de conflito, garantem a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas;
2K
● Elementos formais de aplicabilidade: estabelecem regras de aplicação da Constituição. Ex:
93
Preâmbulo, ADCT.
78
25
75
Temos como exemplos, na CR/88:
07
São as normas que regulam a a) Título III (Da organização do Estado);
CZ
ELEMENTOS ORGÂNICOS estrutura do Estado e do Poder. b) Título IV (Da organização dos Poderes
VI
e do Sistema de Governo)
IE
c) Capítulos II e III do Título V (Das Forças
RK
nacionalidade e direitos
NN
Poderes Públicos.
KL
Democráticas especificamente no
N
59
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Capítulo I do Título V (Estado de sítio e
RA
Estado de defesa);
I
RE
d) Ação Direta de Inconstitucionalidade
MO
do art. 102, I, a.
NN
São as normas que estabelecem Temos como exemplos, na CR/88:
MA
ELEMENTOS FORMAIS DE as regras de aplicação das a) preâmbulo;
APLICABILIDADE Constituições. b) disposições constitucionais
LIS
transitórias, entre outras, além do§ 1° do
2K
art. 5° de nossa atual Constituição;
93
c) art. 5.º, § 1.º, quando estabelece que
78
as normas definidoras dos direitos e
25
75
garantias fundamentais têm aplicação
07
imediata.
CZ
VI
4. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO
IE
RK
4.1. Constitucionalismo
ZU
MA
52989
que todo Estado deve possuir uma Constituição. A ideia é GARANTIR DIREITOS para LIMITAR O PODER
IR
RE
dos direitos econômicos, sociais e culturais”. SILVA, José Afonso da. Curso de
32
CESPE/CEBRASPE – 2021 – Delegado de Polícia Federal: Quanto ao objeto das constituições, são
2
75
A questão abordou justamente o conceito trazido pela doutrina de José Afonso da Silva.
VI
IE
RK
ZU
MA
FASES:
A
IR
a) CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: é o da Antiguidade Clássica, com a ideia de garantir direitos para limitar
RE
60
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● Hebreus: estabelecimento no estado teocrático de limitações ao poder político através da
RA
legitimidade dos profetas para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites
I
RE
bíblicos.
MO
● Idade Média: Carta Magna de 1215 – estabelece a proteção a direitos individuais.
NN
MA
b) CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO (LIBERAL): século XVIII
● Surge a 1ª geração de direitos fundamentais (liberdade): direitos civis e políticos. Exigem abstenção
LIS
do Estado.
2K
● Separação de Poderes.
93
● CF rígida e supremacia da CF.
78
● O Poder Judiciário é o principal encarregado de garantir a supremacia da CF Surgem as primeiras
25
75
Constituições escritas.
07
CZ
Quadro europeu: o reconhecimento do valor jurídico das Constituições tardou na Europa. Os
VI
movimentos liberais (século XVIII) enfatizam o princípio da supremacia da lei e do parlamento. A Constituição
IE
NÃO era norma vinculante, embora esse entendimento já começasse a ser desenvolvido nos EUA.
RK
O Judiciário NÃO pode controlar a legitimidade Para acentuar a supremacia do Poder Constituinte,
MO
constitucional das leis, limitando-se a ser a “boca da adotou-se procedimento mais dificultoso e solene
lei” (Supremacia do parlamento) de mudança da Constituição.
NN
c) CONSTITUCIONALISMO MODERNO (SOCIAL): após o fim da 1ª Guerra Mundial até o início da segunda.
57
● Exigem atuação positiva do Estado (Estado Social, intervencionista, prestador de serviço público).
2
75
● Crise do liberalismo diante das demandas sociais que abalaram o século XIX. O abstencionismo
07
mas não meramente formal e sim a IGUALDADE MATERIAL (direitos sociais, econômicos e culturais).
IE
RK
Possuem um caráter positivo: exigem uma prestação do Estado. Surgem garantias institucionais.
ZU
61
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
●Alguns o chamam de neoconstitucionalismo. Outros diferenciam:
RA
∘ No constitucionalismo contemporâneo, a hierarquia entre Constituição e lei é apenas formal:
I
RE
o foco é a limitação do poder estatal.
MO
∘ No neoconstitucionalismo, a hierarquia é de grau e axiológica (tem que observar espírito e
NN
valores da CF): o foco é a concretização dos direitos fundamentais.
MA
Caracteriza-se pelas Constituições garantistas, que tem como pilar a defesa dos direitos
fundamentais.
LIS
Período marcado pelas CONSTITUIÇÕES DIRIGENTES, que prescrevem programas a serem
2K
implementados pelos Estados, normalmente por meio de normas programáticas.
93
78
4.2 Neoconstitucionalismo
25
75
07
A doutrina passa a desenvolver, a partir do pós-2ª Guerra Mundial, uma nova perspectiva em relação
CZ
ao constitucionalismo, denominada neoconstitucionalismo, ou, segundo alguns, constitucionalismo pós-
VI
moderno, ou, ainda, pós-positivismo. Busca-se, dentro dessa nova realidade, não mais apenas atrelar o
IE
constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, buscar a eficácia da Constituição.
RK
1) Marco histórico: a formação do Estado constitucional de direito, cuja consolidação se deu ao longo
89
3) Marco teórico: o conjunto de mudanças que incluem a força normativa da Constituição, a expansão
CZ
constitucional.
IE
RK
CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO:
ZU
52989
● PÓS-POSITIVISMO: o positivismo tinha permitido barbáries com base na lei. Veio, então, o pós-
A
IR
positivismo (o direito deve ter um conteúdo moral, vai além da legalidade estrita. Não basta apenas
RE
62
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● NORMATIVIDADE DA CONSTITUIÇÃO: a Constituição Federal era documento político. Com o
RA
neoconstitucionalismo, passa a ser documento JURÍDICO, com força vinculante;
I
RE
● FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: as normas constitucionais têm aplicabilidade direta (conforme
MO
sua densidade jurídica), os direitos irradiam da CF;
NN
● CENTRALIDADE DA CONSTITUIÇÃO: a CF é o epicentro do ordenamento jurídico. Tem supremacia formal
MA
e material. Consequências:
o Constitucionalização do direito: normas de outros ramos do direito estão na Constituição Federal
LIS
e há releitura dos institutos previstos na legislação infraconstitucional à luz da Constituição;
2K
o Filtragem constitucional: há interpretação da lei à luz da Constituição Federal. Segundo a
93
interpretação conforme a CF, passa a lei no filtro da CF para extrair seu sentido constitucional.
78
Para Luís Roberto Barroso, toda interpretação jurídica é uma interpretação constitucional. Nas
25
75
palavras do professor Marcelo Novelino: “na interpretação conforme, exclui-se uma
07
interpretação do dispositivo que seja possível, mas que, se empregada, violaria a Constituição.
CZ
Seria, no caso, um tipo de situação constitucional imperfeita (ADI 2415)”.
● VI
REMATERIALIZAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES: surgem Constituições prolixas, com extenso rol de direitos
IE
fundamentais;
RK
52989
● MAIOR ABERTURA NA INTERPRETAÇÃO: os princípios deixam de ser meras diretrizes e passam a ser
ZU
espécies de norma;
MA
ativismo judicial, postura mais ativa do Judiciário na implementação dos direitos. O Judiciário passa a
IR
antemão quais as metas ou valores substantivos a serem perseguidos por aquela sociedade. Para esta
57
concepção, uma vez assegurado um procedimento democrático, caberá à própria sociedade compreender
2
75
seus problemas e encontrar soluções, por meio de processos comunicacionais. De fato, para a “teoria do agir
07
comunicativo” de Habermas, o direito deve ser construído a partir desta interação intersubjetiva entre os
CZ
cidadãos na esfera pública, de modo que a legitimidade das normas repousaria no “princípio do discurso”,
VI
Defende que a Constituição deve consagrar metas e valores a serem perseguidos por aquela
MA
sociedade, traduzindo-se em uma Constituição dirigente, na expressão de Canotilho. Tal vertente critica,
A
IR
ainda, a concepção liberal do Estado de Direito pregada pelo constitucionalismo clássico, que defendia que
RE
a Constituição deveria se restringir à previsão de normas limitadoras do poder político. Tais normas
MO
correspondem aos chamados “direitos fundamentais de primeira geração ou dimensão”, tais como os
N
63
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
direitos civis e políticos, que tinham como fundamento impor ao Estado um dever negativo, de abstenção e
RA
não intervenção na esfera particular.
I
RE
O mencionado viés liberal guarda estreita relação com a filosofia jus positivista, que encontrou seu
MO
auge nos pensamentos de Hans Kelsen e a sua obra “Teoria Pura do Direito”. Para ele, a ciência do Direito
NN
deve ser pura, isto é, abdicar de reflexões metajurídicas, tais como as relativas à ética, à moral e à justiça,
MA
de modo que o objeto de estudo deve se limitar às normas estatais. A análise da validade de uma norma não
passaria, portanto, pela aferição de sua justiça ou aderência social, mas pela constatação da legitimidade de
LIS
seu processo criador e da sua conformidade com as normas hierarquicamente superiores. Isto porque o
2K
ordenamento seguiria um escalonamento na forma de uma pirâmide, no topo da qual estariam as normas
93
constitucionais e, acima delas, uma norma fundamental hipotética, pressuposta. Seria um sistema fechado
78
de normas, portanto, e com pretensão à completude. Nesta configuração reducionista do fenômeno jurídico,
25
75
o juiz deveria se limitar a realizar um procedimento formal de subsunção do fato à norma, colocando-se em
07
posição de neutralidade axiológica. Ou seja, exerceria o papel de “boca da lei”, conforme expressão de
CZ
Montesquieu.
VI
A História cuidou de mostrar as falhas conceituais do juspositivismo. Fenômenos como o nazismo e
IE
o apartheid, desenrolados sob o manto da estrita legalidade, evidenciaram que a pretensa neutralidade do
RK
52989
discurso jurídico e seu divórcio de reflexões éticas criaram ambiente fértil para a barbárie, a injustiça e a
ZU
intolerância.
MA
necessidade de trazer as discussões sobre ética, moral e justiça para o interior da ciência jurídica. A este
IR
formam o assim denominado neoconstitucionalismo. Para esta concepção, a Constituição, longe de apenas
MO
limitar o poder político, deve ter como foco a concretização de direitos fundamentais (efeito expansivo dos
NN
direitos fundamentais). Não basta prevê-los, como meras aspirações. Deve-se ultrapassar a retórica, pois a
MA
Portanto, para esta concepção, as normas se dividem entre regras e princípios, pois estes não são
KL
● Regras: são as normas com conteúdo menos abstrato, que já estabelecem, de antemão, soluções
57
pré-definidas para cada situação. Sua aplicação se dá, portanto, pelo juízo de “tudo ou nada”
2
75
(expressão de Ronald Dworkin): em um caso concreto, ou serão satisfeitas ou não serão. Por isso,
07
● Princípios: são os vetores axiológicos que fundamentam o ordenamento jurídico, tendo, por isso,
VI
caráter nomogenético. Têm certa abstração e alta carga axiológica, não precisando estar
IE
RK
positivados para terem força normativa, vinculativa. É por meio deles que a ética e a moral ingressam
no ordenamento. Alexy os reputa “mandados de otimização”, porque, em caso de conflito entre
ZU
eles, cada um deverá ser satisfeito no maior grau possível, pela técnica da
MA
Superando a antiga visão do discurso jurídico como uma racionalidade neutra, objetiva, imparcial,
MO
asséptica, visão esta que apenas se presta à conformação ao status quo e à manutenção das desigualdades,
N
64
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
cabe ao juiz promover uma interpretação prospectiva da norma, que olhe para o futuro, e dela extrair seu
RA
potencial transformador. Uma interpretação, portanto, que concretize os valores consagrados pelo texto
I
RE
constitucional, para que não sejam “promessas constitucionais inconsequentes” (feliz expressão do Ministro
MO
do STF Celso de Mello), normas meramente programáticas, retóricas.
NN
Faz-se necessário, portanto, desenvolver uma compreensão crítica do direito e da realidade,
MA
desconstruindo a pretensa neutralidade do discurso jurídico, para reconstruí-lo como ferramenta de
emancipação.
LIS
Dessa forma, o Judiciário atenderá à sua missão constitucional de concretização de seus vetores
2K
axiológicos e exercerá papel ativo na construção de uma sociedade tal qual prometida pelo Texto Maior:
93
fraterna, justa, igualitária. Enfim, uma sociedade que realize a finalidade por excelência de um Estado de
78
Direito: a dignidade da pessoa humana.
25
75
Nesse contexto, em que o Poder Judiciário passa a ser coparticipante do processo constitucional,
07
questiona-se acerca da legitimidade do chamado “ativismo judicial” na consecução de políticas públicas,
CZ
já que os membros do Poder Judiciário não são eleitos pela vontade da maioria.
VI
Para ser legítimo, o ativismo judicial deve ser excepcional (observar a separação de poderes) e
IE
condicionado (observar o dever de argumentação). A partir dos requisitos para legitimidade do ativismo
RK
judicial, é possível que o advogado público erija tese em sentido contrário, defendendo que a atuação
ZU
52989
3) ser casuística; ou
RE
Consignadas tais limitações, vê-se, portanto, que o ativismo judicial não pode descambar para o
NN
Segundo Daniel Sarmento, “no Brasil, uma crítica que tem sido feita à recepção do
KL
neoconstitucionalismo – eu mesmo a fiz em vários textos, bem como outros autores, como Humberto Ávila
32
e Marcelo Neves – é a de que ele tem dado ensejo ao excessivo arbítrio judicial, através do que chamo de
89
Segundo o Doutrinador José Afonso da Silva, as normas Constitucionais podem possuir eficácia plena,
VI
contida ou limitada:
IE
RK
● Normas Constitucionais de eficácia Plena: são as que não necessitam de complementação para que
ZU
● Normas Constitucionais de eficácia contida (ou prospectiva): são as que também possuem
A
IR
aplicabilidade imediata e integral, por não necessitarem de complementação, no entanto podem ter
RE
sua abrangência reduzida por norma infraconstitucional. São autoaplicáveis, mas se inserem na
MO
N
65
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
discricionariedade do legislador. Exemplos: os artigos: 5º, incisos XIII (sobre a regulamentação de
RA
profissões) e VIII (escusa de consciência):
I
RE
MO
Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
NN
as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
MA
Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
LIS
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
2K
93
● Normas Constitucionais de eficácia Limitada: são as que necessitam de integração por norma
78
infraconstitucional para que possam produzir efeitos jurídicos.
25
75
São normas que têm aplicabilidade apenas indireta ou mediata, pois dependem de complementação
07
infraconstitucional para possuírem aplicabilidade direta.
CZ
No entanto, mesmo sem sua regulamentação, tais normas produzem, mesmo que de forma mínima,
efeitos jurídicos, como o de vincular o legislador. VI
IE
José Afonso da Silva entende que há dois tipos de normas limitadas:
RK
cargo de lei ordinária ou complementar. Exemplos: art. 18, §2º da CF e art. 25, §3º da CF.
52989
A
IR
aplicabilidade imediata, mas possuem carga eficacial, ante o princípio da força normativa
MA
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
MO
66
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção
RA
e recuperação.
I
RE
MO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
NN
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
MA
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
LIS
2K
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais,
93
como direito de cada um, observados:
78
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua
25
75
organização e funcionamento;
07
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto
CZ
educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
VI
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;
IE
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
RK
ZU
O Art. 37, inciso I da CRFB/88 dispõe que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
IS
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
KL
O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que o art. 37, inc. I, da Constituição tem eficácia
32
Nesse sentido: “O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que o artigo 37, I, da
57
Constituição do Brasil consubstancia, relativamente ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, preceito
2
75
constitucional dotado de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos, sendo
07
assim, não auto-aplicável.” (RE 544.655-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJE 10.10.2008)
CZ
Obs.: Não confunda com a situação do brasileiro, para o qual a norma é de eficácia contida (art. 5º, inciso
VI
XIII, da CRFB/88 - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
IE
RK
ATENÇÃO - CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ: a autora incluiu mais uma espécie na classificação
MA
acima apontada, afirmando a existência de normas constitucionais de eficácia absoluta ou super eficazes,
A
IR
que são as cláusulas pétreas, ou seja, aquelas normas que não podem ser retiradas nem mesmo por emenda
RE
constitucional.
MO
N
67
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Cláusulas pétreas são normas constitucionais com proteção adicional além das demais normas de
RA
uma constituição rígida. Caracterizam-se por imutabilidade ou semi-imutabilidade. No caso brasileiro, as
I
RE
cláusulas pétreas não são imutáveis, mas não podem ser objeto de emenda constitucional que tenda a aboli-
MO
las, como dispõe o art. 60 da Constituição, ou seja, seu núcleo essencial precisa ser preservado. Para ser
NN
classificada como rígida, uma constituição não precisa de cláusulas pétreas, pois basta que tenha processo
MA
especial de reforma para ser considerada dessa espécie. As cláusulas pétreas são uma opção adicional que o
constituinte originário adota na proteção de certos tópicos constitucionais. BARCELLOS, Ana Paula de. Curso
LIS
de direito constitucional. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022. Livro eletrônico, p. 35 e s., item 1.3
2K
[Constituição e classificações].
93
78
25
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
52989
A
IR
RE
MO
NN
MA
IS
KL
32
89
57
2
75
52989
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
IR
RE
MO
N
68
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
META 4
IRA
RE
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA CONSTITUCIONAL (PARTE II)
MO
NN
6. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
MA
6.1. Hermenêutica x Interpretação Jurídica
LIS
2K
Hermenêutica: é o domínio da ciência jurídica que se ocupa em formular e sistematizar os princípios
93
que subsidiarão a interpretação;
78
Interpretação: atividade prática que se dispõe a determinar o sentido e alcance dos enunciados
25
75
normativos. Cumpre à interpretação construir a norma. Envolve duas atividades:
07
o Desvendar/ construir o sentido do enunciado normativo;
CZ
o Concretizar o enunciado.
VI
É importante compreender a hermenêutica constitucional porque, segundo o autor Pedro Lenza,
IE
As Constituições devem ser interpretadas, função essa atribuída ao exegeta, que
RK
infraconstitucional.
RE
constitucionais, razão pela qual se serve de princípios próprios que lhe conferem especificidade e autonomia,
2
75
normas legais.
MA
52989
As normas constitucionais são ainda:
A
69
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
6.3 Correntes Norte-Americanas
RA
I
RE
a) Corrente interpretativista: nega qualquer possibilidade de o juiz, na interpretação constitucional,
MO
criar Direito, indo além do que o texto lhe permitir. O juiz deve apenas captar e declarar o sentido dos
NN
preceitos expressos no texto constitucional, sem se valer de valores substantivos, sob pena de se substituir
MA
as decisões políticas pelas judiciais.
b) Corrente não-interpretativista: defende um ativismo judicial na interpretação da Constituição,
LIS
52989
proclamando a possibilidade, e até a necessidade, de os juízes invocarem e aplicarem valores substantivos,
2K
como justiça, igualdade e liberdade. Assim, o juiz torna-se coparticipante do processo de criação do Direito,
93
completando o trabalho do legislador, ao fazer valorações para conceitos jurídicos indeterminados e realizar
78
escolhas entre as soluções possíveis e adequadas.
25
75
07
6.4 Métodos de interpretação
CZ
VI
Canotilho: leciona que a questão do “método justo” em direito constitucional é um dos problemas
IE
mais controvertidos. Por isso, para ele, NÃO há apenas um método de interpretação constitucional,
RK
podendo-se afirmar que, atualmente, a interpretação das normas constitucionais obtém-se a partir de um
ZU
52989
A
Parte da consideração de que a Constituição é uma lei, de modo que a interpretação da Constituição
MO
não deixa de ser uma interpretação da lei. => TESE DA IDENTIDADE DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL E
NN
INTERPRETAÇÃO LEGAL.
MA
Com isso, para a interpretação da Constituição, deve o intérprete utilizar os elementos tradicionais
IS
● Elemento gramatical: também chamado de literal ou semântico, a análise se realiza de modo textual
32
e literal;
89
● Elemento histórico: análise o projeto de lei, a sua justificativa, exposição de motivos, pareceres,
57
● Elemento genético: busca investigar as origens dos conceitos utilizados pelo legislador;
VI
● Elemento evolutivo: segue a linha da mutação constitucional. Nesse método, o papel do intérprete
A
IR
resume-se a descobrir o verdadeiro significado da norma, o seu sentido e, assim, atribui-se grande
RE
70
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
A doutrina, de modo geral, NÃO repele a interpretação de tal método jurídico. No entanto, por outro
RA
lado, a CF traz situações mais complexas cuja interpretação não se realiza com o emprego do método
I
RE
tradicional. O método jurídico, portanto, é insuficiente e não satisfaz, por si só, a interpretação
MO
constitucional.
NN
MA
b) Método Tópico-problemático [THEODOR VIEHWEG]
LIS
Theodor Viehweg – “Tópica e Jurisprudência”. Para o autor, a tópica seria uma técnica de pensar o
2K
problema, ou seja, uma técnica mental que se orienta para a solução do problema. O método segue as
93
seguintes premissas: 52989
78
● Caráter Prático da interpretação: toda a interpretação se destina a solucionar problemas práticos e
25
75
concretos;
07
● Caráter Aberto, fragmentário ou indeterminado das normas constitucionais, em razão de sua
CZ
estrutura normativo-material;
VI
● Preferência pela discussão do problema em razão da abertura das normas constitucionais que não
IE
permitem qualquer subsunção a partir delas próprias.
RK
vários partícipes ou intérpretes para se adaptar a norma constitucional ao problema concreto para, só ao
MA
Parte-se do problema para a norma. Para este método, deve a interpretação partir da discussão do
IR
problema concreto que se pretende resolver para, só ao final, se identificar a norma adequada. Parte-se
RE
do problema (caso concreto) para a norma, fazendo caminho inverso dos métodos tradicionais, que
MO
buscam a solução do caso a partir da norma. Canotilho critica esse método, ao fundamento de que a
NN
interpretação NÃO deve partir do problema para a norma, mas desta para os problemas.
MA
IS
#DICADD: Para não esquecer o nome do criador do método na hora da prova, relacionar as iniciais: Theodor
KL
– Tópico.
32
89
Constituição, circunstância que permite ao intérprete determinar o próprio conteúdo material da norma.
VI
Afasta-se do método tópico-problemático porque a interpretação, para ele, está limitada e se inicia
IE
RK
pelo texto, superando o problema da abertura e indeterminação dos enunciados normativos através da pré-
compreensão do intérprete.
ZU
Parte da ideia de que a leitura do texto, em geral, e da Constituição, deve se iniciar pela pré-
MA
compreensão do seu sentido através de uma atividade criativa do intérprete. Ao contrário do método tópico-
A
IR
problemático, que pressupõe o primado do problema sobre a norma, o método concretista admite o primado
RE
da norma constitucional sobre o problema. Essa pré-compreensão faz com que o intérprete, na primeira
MO
leitura do texto, extraia dele um determinado conteúdo, que deve ser comparado com a realidade existente.
N
71
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Desse confronto, resulta a reformulação, pelo intérprete, de sua própria pré-compreensão, no intuito
RA
de harmonizar os conceitos por ele preconcebidos àquilo que deflui do texto constitucional, com base na
I
RE
observação da realidade social. Essa reformulação e consequente releitura do texto, cotejando cada novo
MO
conteúdo obtido com a realidade, deve repetir-se sucessivamente, até que se chegue à solução mais
NN
harmoniosa para o problema. Impõe-se, assim, um "movimento de ir e vir", do subjetivo para o objetivo - e,
MA
deste, de volta para aquele -, denominado "círculo hermenêutico” (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino).
LIS
#DICADD: É possível, igualmente, relacionar as iniciais para não esquecer: Hesse – Hermenêutico.
2K
93
78
MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO MÉTODO CONCRETIZADOR
25
75
Parte do PROBLEMA para a NORMA. A Parte na NORMA para o CASO/PROBLEMA.
07
interpretação é feita partindo-se do
CZ
CASO/PROBLEMA.
VI
IE
RK
uma ordem de valores e como elemento do processo de integração. Deve o intérprete levar em consideração
52989
A
IR
Idealizado por Rudolf Smend, este método dispõe que a interpretação constitucional deve levar em
MO
consideração a compreensão da Constituição como uma ordem de valores e como elemento do processo de
integração. Assim, a interpretação deve aprofundar-se na pesquisa do conteúdo axiológico subjacente ao
NN
texto, pois só o recurso à ordem de valores obriga a uma captação espiritual desse conteúdo axiológico último
MA
da Constituição.
IS
KL
Parte da premissa
52989 de que existe uma relação necessária entre o texto e a realidade. Foi idealizado
2
por Friederich Müller, que afirma que o texto é apenas a ponta do iceberg, não compreendendo a norma
75
apenas o texto, mas também um pedaço da realidade social. É um método também concretista,
07
diferenciando-se dele, porém, na medida em que a norma a ser concretizada não está inteiramente no texto,
CZ
As normas podem revelar-se sob a forma de princípios, regras ou postulados normativos. Normas e
princípios NÃO guardam hierarquia entre si, especialmente diante do princípio da unidade da Constituição.
A
IR
RE
MO
N
72
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Segundo Canotilho, os princípios são fundamento das regras, ou seja, são normas que estão na base
RA
ou constituem a ratio de regras jurídicas, desempenhando, por isso, uma função normogenética
I
RE
fundamentante.
MO
NN
REGRAS PRINCÍPIOS
MA
Grau de abstração reduzido. Grau de abstração elevado.
Suscetíveis de aplicação direta. Carecem de mediações concretizadoras.
LIS
Podem ser normas vinculativas com conteúdo São standards juridicamente vinculantes radicados
2K
meramente funcional. nas exigências de justiça ou na ideia de direito.
93
Relatos descritivos de condutas a partir dos quais, A previsão dos relatos dá-se de maneira mais
78
25
mediante subsunção, chega-se à conclusão. abstrata, sem se determinar a conduta correta, já
75
que cada caso concreto deverá ser analisado para
07
que o intérprete dê o exato peso entre os princípios
CZ
em choque.
São mandamentos ou mandados de definição: são VI
São mandados de otimização (Alexy): devem ser
IE
sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas (tudo ou realizados na maior medida do possível. Podem ser
RK
possibilidades jurídicas.
MA
Uma das regras em conflito OU será afastada pelo A colisão resolve-se pela
52989
ponderação ou
A
inválida.
MO
positivismo, houve o deslocamento da Constituição para todos os demais ramos do direito, dando origem a
IS
uma FILTRAGEM CONSTITUCIONAL. Os postulados são denominados pela maioria da doutrina como
KL
princípios, mas não têm a mesma função dos princípios. São normas de segundo grau utilizadas para se
32
a) UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO: a Constituição é una e indivisível. Por isso, deve ser interpretada como um
CZ
todo, de modo a evitar conflitos, contradições e antagonismos entre suas normas. Em decorrência, não há
VI
total de um em relação ao outro, faz uma redução proporcional (sem supressão), para harmonizá-los. Há
RE
uma ponderação de interesses, já que não há diferença de hierarquia ou de valor entre os bens
MO
N
73
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
constitucionais. E só NO CASO CONCRETO é que podemos dizer qual prevalece, já que não há hierarquia
RA
entre normas constitucionais (unidade da Constituição).
I
RE
MO
Caiu em prova Delegado RJ/2022 (CESPE/CEBRASPE)! O estudo dos princípios que regem a interpretação
NN
constitucional, em especial os da razoabilidade e da proporcionalidade, estabelece que as normas da
MA
Constituição Federal de 1988 devem ser analisadas e aplicadas de modo a permitir que os meios utilizados
estejam adequados aos fins pretendidos, devendo o intérprete buscar conceder aos bens jurídicos tutelados
LIS
uma aplicação justa. Considerando isso, assinale a opção correta: Em razão do que preceitua o princípio da
2K
concordância prática, pode-se dizer que, na ocorrência de conflito entre bens jurídicos garantidos por normas
93
constitucionais, o intérprete deve priorizar a decisão que melhor os harmonize, de forma a conceder a cada
78
um dos direitos a maior amplitude possível, sem que um deles acabe por impor a supressão do outro.
25
75
52989
07
Em suma, o princípio da concordância prática objetiva, diante da hipótese de colisão entre direitos
CZ
fundamentais, impedir o sacrifício total de um em relação ao outro, estabelecendo limites à restrição imposta
VI
ao direito fundamental subjugado, por meio, por exemplo, da proteção do núcleo essencial.
IE
RK
c) EFEITO INTEGRADOR: o intérprete deve preferir a interpretação que gera mais paz social, reforço da
ZU
constitucional, diz respeito ao fato de que na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se
52989
A
primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade
IR
política. Nesse sentido, extrai-se da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal exemplos notórios desses
RE
tipos de integração.
MO
Um dos exemplos de integração política é a definição pelo Pretório Excelso da competência comum dos
NN
entes federativos para estabelecer ações de combate à pandemia da COVID-19 (2020). Noutro giro, cita-se,
MA
com exemplo de integração social a deliberação a respeito do casamento homoafetivo e sua compatibilidade
IS
d) MÁXIMA EFETIVIDADE: deve preferir a interpretação que dê mais eficácia e aplicabilidade aos direitos
89
fundamentais.
57
2
75
e) FORÇA NORMATIVA: na aplicação da Constituição, deve ser dada preferência às soluções concretizadoras
07
de suas normas que as tornem mais eficazes e permanentes. A principal função desse princípio tem sido para
CZ
afastar interpretações divergentes. Segundo o STF, quando se tem interpretações divergentes sobre a
VI
OBS: o da Força Normativa serve para todas as normas constitucionais; já o da Máxima Efetividade,
serve especificamente para os direitos fundamentais.
ZU
MA
f) JUSTEZA OU CONFORMIDADE FUNCIONAL: tem por finalidade impedir que os órgãos encarregados da
A
IR
prescreve o referido princípio que, ao intérprete, é defeso modificar a repartição de funções fixadas pela
N
74
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
própria Constituição Federal. Assim, revelam-se incompatíveis, de acordo com essa diretriz interpretativa, as
RA
propostas de mutação constitucional promovidas pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que, com esse
I
RE
fenômeno, há verdadeira alteração da norma constitucional sem que haja qualquer modificação no seu texto
MO
o que, de certa forma, acaba por usurpar a competência legislativa do Congresso Nacional.
NN
MA
g) PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE OU CONVENIÊNCIA DAS LIBERDADES PÚBLICAS: não existem direitos
absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos ou em interesses coletivos também consagrados
LIS
na Constituição. De acordo com Bobbio, teriam caráter absoluto o direito a não ser torturado e o direito a
2K
não ser escravizado.
93
78
h) INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO: no caso de normas plurissignificativas (vários
25
75
significados), deve-se preferir aquela que mais se aproxime da Constituição. Aqui não há declaração de
07
inconstitucionalidade. Pelo contrário, busca-se preservar a constitucionalidade da norma de modo a evitar
CZ
que ela seja expurgada do Ordenamento Jurídico.
VI
Nas palavras do professor Marcelo Novelino: “na interpretação conforme, exclui-se uma
IE
interpretação do dispositivo que seja possível, mas que, se empregada, violaria a Constituição. Seria, no caso,
RK
inconstitucional);
✔ A interpretação escolhida obriga todos a segui-la (pois afasta todas as demais incompatíveis);
MO
e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional, daí surgirem várias
32
Constituição;
CZ
75
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
■ rejeição ou não aplicação de normas inconstitucionais: uma vez realizada a
RA
interpretação da norma, pelos vários métodos, se o juiz chegar a um resultado
I
RE
contrário à Constituição, em realidade, deverá declarar a inconstitucionalidade da
MO
norma, proibindo a sua correção contra a Constituição;
NN
■ intérprete não pode atuar como legislador positivo: não se aceita a
MA
interpretação conforme a Constituição quando, pelo processo de hermenêutica, se
obtiver uma regra nova e distinta daquela objetivada pelo legislador e com ela
LIS
contraditória, em seu sentido literal ou objetivo. Deve-se, portanto, afastar
2K
qualquer interpretação em contradição com os objetivos pretendidos pelo
93
legislador.
78
A Lei nº 9.868/1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de
25
75
inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal,
07
dispõe expressamente sobre a interpretação conforme. Veja:
CZ
Art. 28, parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de
VI
inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a
IE
declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia
RK
vacinação contra a Covid-19. O STF julgou parcialmente procedente ADI, para conferir interpretação
MO
conforme à Constituição ao art. 3º, III, “d”, da Lei nº 13.979/2020 - ADI 6586.
✔ Interpretação conforme e a competência comum dos entes federativos para estabelecer ações de
NN
rol de autoridades sujeitas à fiscalização pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de
KL
emprego, salário, jornada de trabalho e honorários que se aplicam aos advogados de empresas
2
52989
princípios específicos, que compõem a denominada metodologia constitucional, para que a Constituição
ZU
Federal de 1988 seja interpretada. Um dos referidos princípios prevê que, sempre que possível, deve o
MA
intérprete buscar a interpretação menos óbvia do enunciado normativo, fixando-a como norma, de modo a
A
76
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Caiu em prova Delegado RJ/2022 (CESPE/CEBRASPE)! Em recente julgamento nos autos da ADPF n 132, o
RA
Supremo Tribunal Federal, diante da possibilidade de duas ou mais interpretações razoáveis sobre o art.
I
RE
52989
1.723 do Código Civil, que trata sobre a união estável entre homem e mulher, reconheceu a união
MO
homoafetiva como família. Nesse caso, é correto afirmar que a técnica de interpretação utilizada foi:
NN
interpretação conforme.
MA
Fundamentação: Como visto, a interpretação conforme a Constituição é aplicável diante de normas que
LIS
possuam mais de um significado, como no caso do termo “família”. Nesse contexto, o STF adotou a
2K
interpretação que mais se aproximava da Constituição, ou seja, aquela que reconhece a união homoafetiva
93
como família.
78
25
75
i) PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE: significa justiça, bom senso, moderação. É para evitar
07
interpretações absurdas, podendo ser dividida em três subprincípios:
CZ
● Adequação: os meios usados têm que ser aptos a atingir os fins. Aptidão entre meio e fim.
VI
● Necessidade: o meio deve ser o menos gravoso possível. Jellinek: não se pode abater pardais com
IE
canhões.
RK
● Proporcionalidade em sentido estrito: ponderação entre o custo e o benefício da medida. Para ser
ZU
52989
A
O movimento doutrinário chamado de moderna hermenêutica constitucional diz que toda a tarefa
MO
de interpretação da CF deve estar voltada para um único objetivo: concretizar os direitos fundamentais.
NN
inconstitucionalidade da norma, porém NÃO a tira do ordenamento jurídico, com a justificativa de que a sua
32
ausência geraria mais danos do que a presença da lei inconstitucional. É possível, também, que se opere a
89
suspensão de aplicação da lei e dos processos em curso até que o legislador, dentro de prazo razoável, venha
57
não declarar a inconstitucionalidade da norma sem antes fazer um apelo vinculado a "diretivas" para obter
VI
do legislador uma atividade subsequente que torne a regra inconstitucional harmônica com a Carta Maior.
IE
RK
Incumbe-se ao legislador a difícil tarefa de regular determinada matéria, de acordo com o que preceitua a
própria Constituição".
ZU
A técnica possui relevância no caso da ação de inconstitucionalidade por omissão, em que o Tribunal
MA
77
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
c) Interpretação conforme a Constituição: o Órgão Jurisdicional declara qual das possíveis interpretações se
RA
mostra compatível com a Lei Maior. É princípio que se situa no âmbito do controle de constitucionalidade, e
I
RE
não simples regra de interpretação.
MO
No caso de normas plurissignificativas (vários significados), deve-se preferir aquela que mais se
NN
aproxime da Constituição. Aqui, não há declaração de inconstitucionalidade. Pelo contrário, busca-se
MA
preservar a constitucionalidade da norma de modo a evitar que ela seja expurgada do Ordenamento Jurídico.
Nas palavras do professor Marcelo Novelino: “na interpretação conforme, exclui-se uma interpretação do
LIS
dispositivo que seja possível, mas que, se empregada, violaria a Constituição. Seria, no caso, um tipo de
2K
situação constitucional imperfeita (ADI 2415)”.
93
São, portanto, consequências da interpretação conforme:
78
● O dispositivo permanece válido no sistema normativo;
25
75
● Não há declaração de nulidade da norma (pois, se houvesse, deveria ser declarada
07
inconstitucional);
CZ
● A interpretação escolhida obriga todos a segui-la (pois, afasta todas as demais incompatíveis);
● Faz surgir uma situação constitucional IMPERFEITA. VI
IE
RK
“H”)
MO
É imprescindível que haja mais de uma interpretação Expressa exclusão, por inconstitucionalidade, de
possível determinada hipótese de aplicação sem alteração do
NN
(André Ramos Tavares: “O Tribunal NÃO declara que texto legal. É mais incisiva do que a interpretação
MA
7. PODER CONSTITUINTE
CZ
VI
Segundo Canotilho, o Poder Constituinte se revela como uma questão de “poder”, “força” ou
IE
RK
“autoridade” política que, em uma situação concreta, pode criar, garantir ou eliminar uma Constituição
ZU
entendida como lei fundamental da comunidade política. A doutrina aponta a existência de três poderes
MA
78
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
poder criador de uma nova constituição daqueles instituídos para alterar o seu
RA
texto (Poder Constituinte Derivado) ou elaborar as constituições dos Estados-
I
RE
membros da federação (Poder Constituinte Decorrente). O Poder Constituinte
MO
Originário pode ser definido, portanto, como um poder político, supremo e
52989
NN
originário, responsável por estabelecer a constituição de um Estado. (NOVELINO,
MA
2017, p. 71).
LIS
O Poder Constituinte Originário instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a
2K
ordem jurídica precedente e possui como características:
93
● Inicial: inaugura toda a normatividade jurídica;
78
● Autônomo: não convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia;
25
75
● Incondicionado (juridicamente): não se sujeita a nenhuma outra norma jurídica;
07
● Ilimitado;
CZ
● Latente: é atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento;
VI
● Poder de fato e poder político, podendo, assim, ser caracterizado como uma energia ou força social,
IE
tendo natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a nova ordem jurídica começa com
RK
Canotilho observa que o poder constituinte “... é estruturado e obedece a padrões e modelos de
MA
conduta espirituais, culturais, éticos e sociais radicados na consciência jurídica geral da comunidade e, nesta
52989
A
medida, considerados como ‘vontade do povo’”. Fala, ainda, na necessidade de observância de princípios de
IR
caso de vinculação jurídica, chegando a doutrina a propor uma juridicização e evolução do poder
NN
constituinte)
MA
IS
7.1 Espécies de Poder Constituinte Originário (também denominado inicial, inaugural, genuíno ou de 1.º
KL
grau)
32
89
suas normas ocorre a partir da tradição de uma determinada sociedade, como ocorre com as
VI
culturais, entre outros. É dizer, é realizada uma reinterpretação da norma constitucional, sem
MA
alteração formal.
A
IR
RE
79
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
a) Poder Constituinte Histórico (ou fundacional) : responsável pelo surgimento da primeira
RA
constituição de um Estado (exemplo: constituição brasileira de 1824);
I
RE
b) Poder Constituinte Revolucionário: elabora as constituições posteriores a partir de uma revolução
MO
(constituição brasileira de 1937) ou de uma transição constitucional (constituição brasileira de 1988).
NN
MA
HIATO CONSTITUCIONAL (Ivo Dantas)
LIS
O hiato constitucional, também chamado pelo autor de revolução, verifica-se quando há um choque (ou
2K
“divórcio”) entre o conteúdo da Constituição política (uma das formas do direito legislado) e a realidade
93
social ou sociedade.
78
Conforme o autor Pedro Lenza, tomando por base essa ideia, qual seja, que o hiato constitucional caracteriza
25
75
verdadeira lacuna, intervalo, interrupção de continuidade, entendemos que vários fenômenos poderão ser
07
verificados, destacando-se:
CZ
■ convocação da Assembleia Nacional Constituinte e elaboração de nova Constituição;
■ mutação constitucional; VI
IE
■ reforma constitucional;
RK
■ hiato autoritário.
ZU
A partir da quebra do processo constitucional, vale dizer, diante da não correspondência entre o texto
MA
posto e a realidade social, poderá surgir espaço para o denominado “momento constituinte” democrático
52989
A
e, assim, diante da manifestação do poder constituinte originário, a elaboração de novo documento que
IR
RE
elegendo os valores a serem consagrados e a ideia de direito que irá prevalecer. É o ato de criação
IS
normativo”;
32
b) Poder Constituinte Formal: formaliza no plano normativo as escolhas políticas do Poder Constituinte
89
Material.
257
75
Obs.: “O Poder Constituinte Material precede o Formal em dois aspectos: (I) logicamente, porque 'a ideia de
07
direito precede a regra de direito; o valor comanda a norma; a opção política fundamental, a forma que elege
CZ
para agir sobre os fatos; a legitimidade, a legalidade'; e (II) historicamente, pois o triunfo de certa ideia de
VI
direito ou nascimento de certo regime ocorre antes de sua formalização” (NOVELINO, 2017, p. 72).
IE
RK
52989
ZU
a) Positivistas (Carl Schmitt): o Poder Constituinte é anterior e se encontra acima de toda e qualquer norma
MO
jurídica, devendo ser considerado um poder político (extrajurídico ou de fato) resultante da força social
N
80
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
responsável por sua criação. Em razão de sua natureza essencialmente revolucionária, o Poder constituinte
RA
estaria liberado de valores referentes à sua legitimidade. Por ter o seu sentido na existência política, o
I
RE
sujeito do Poder Constituinte poderia fixar livremente o modo e a forma da existência estatal a ser
MO
consagrada52989
na constituição, sem ter que se justificar em uma norma ética ou jurídica.
NN
Características essenciais sob a óptica positivista: I- inicial, por não existir nenhum outro antes ou acima
MA
dele; II- autônomo, por caber apenas ao seu titular a escolha do conteúdo a ser consagrado na constituição;
e III- incondicionado, por não estar submetido a nenhuma regra de forma ou de conteúdo.
LIS
2K
b) Jusnaturalistas (Abade Sieyès): o Poder Constituinte é um poder jurídico (ou de direito). Os defensores
93
da existência de um direito eterno, universal e imutável, preexistente e superior ao direito positivado,
78
sustentam que o Poder Constituinte, apesar de não encontrar limites no direito positivo anterior, estaria
25
75
subordinado aos princípios do direito natural.
07
Características essenciais sob a óptica jusnaturalista: I- incondicionado juridicamente pelo direito positivo,
CZ
mas submetido aos princípios do direito natural; II- permanente, por não se exaurir com a conclusão de sua
VI
obra; e III- inalienável, devido à impossibilidade de transferência, pela nação, desta titularidade.
IE
RK
A visão positivista de que o Poder Constituinte Originário tem plena liberdade para
52989
A
I- Limites Transcendentes: são aqueles que, advindos de imperativos do direito natural, de valores éticos ou
KL
de uma consciência jurídica coletiva, impõem-se à vontade do Estado, demarcando sua esfera de
32
intervenção. Nesse sentido, parte da doutrina sustenta o dever de manutenção, imposto ao Poder
89
Constituinte Originário pelo princípio da proibição de retrocesso, dos direitos fundamentais objeto de
57
II- Limites Imanentes: estão relacionados à configuração do Estado à luz do Poder Constituinte material ou
CZ
à própria identidade do Estado de que cada constituição representa apenas um momento da marcha
VI
III- Limites Heterônomos: são provenientes da conjugação com outros ordenamentos jurídicos como, por
MA
exemplo, as obrigações impostas ao Estado por normas de direito internacional. A globalização e a crescente
preocupação com os direitos humanos são fenômenos que têm contribuído para relativizar a soberania do
A
IR
Poder Constituinte. Sob essa perspectiva, seria vedado às futuras constituições brasileiras consagrar a pena
RE
de morte para além dos casos de guerra externa, antes o disposto na Convenção Americana sobre Direitos
MO
Humanos, que veda o restabelecimento da pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
N
81
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
7.1.2 Titularidade do Poder Constituinte Originário
I
RE
MO
Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 73), para a doutrina majoritária, a titularidade do poder
NN
constituinte reside sempre na soberania do povo. Essa posição deve ser defendida nas provas.
MA
Obs.: Em sua obra clássica “O que é o Terceiro Estado?”, Joseph Sieyès sustentava que o Terceiro Estado
LIS
seria a nação, titular do poder constituinte.
2K
93
7.1.3 Legitimidade
78
25
75
Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 75), a análise da legitimidade do Poder Constituinte Originário
07
pode ser feita sob dois prismas distintos:
CZ
VI
I- Subjetivo: a legitimidade está relacionada à titularidade e ao exercício do poder. Para ser considerado
IE
legítimo, o Poder Constituinte deve ser exercido por representantes do povo eleitos especificamente para
RK
II- Objetivo: o Poder Constituinte deve consagrar na constituição um conteúdo valorativo em conformidade
52989
A
com determinadas limitações materiais e/ou correspondente aos anseios de seu titular. Nesse contexto,
IR
Canotilho afirma que o critério da legitimidade do Poder Constituinte não é a mera posse do poder, mas a
RE
conformidade do ato constituinte com a ideia de justiça e com os valores radicados na comunidade em um
MO
determinado momento histórico. A consagração de uma justa ordenação dos interesses e forças sociais das
NN
Ademais, Canotilho afirma que “poder constituinte significa, assim, poder constituinte do povo”, e
IS
que deve ser concebido “como uma ‘grandeza pluralística’ (Peter Häberle), ou seja, como uma pluralidade
KL
de forças culturais, sociais e políticas tais como partidos, grupos, igrejas, associações, personalidades,
32
Art. 1.º da CF/88: “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
07
É aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica
precedente. O objetivo fundamental 52989 do poder constituinte originário, portanto, é criar um novo Estado,
ZU
poder constituinte é a expressão da vontade política da nação, não pode ser entendido sem a referência aos
A
IR
valores éticos, religiosos, culturais que informam essa mesma nação e que motivam as suas ações.
RE
MO
N
82
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
7.2 Poder Constituinte Derivado (instituído, constituído, secundário, de segundo grau, remanescente)
RA
I
RE
Pode ser poder constituinte decorrente inicial (“instituidor” ou “institucionalizador”): responsável
MO
pela elaboração da Constituição estadual; e poder constituinte decorrente de revisão estadual (“poder
NN
decorrente de segundo grau”): tem a finalidade de modificar o texto da Constituição estadual,
MA
implementando as reformas necessárias e justificadas e nos limites colocados na própria constituição
estadual (nesse sentido, por derivar de um poder que já derivou de outro, caracteriza-se como de segundo
LIS
grau) e na federal. 52989
2K
Decorre do poder constituinte originário e da constituição e possui como características:
93
● Subordinado hierarquicamente em plano inferior, ou seja, está abaixo do Poder Constituinte
78
Originário. Conforme o professor Pedro Lenza, em relação à capacidade de auto-organização,
25
75
prevista no art. 25, caput, da CF/88, foi categórico o poder constituinte originário ao definir que “os
07
Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
CZ
desta Constituição”. Esta última parte do texto demonstra, claramente, o caráter de derivação e
vinculação do poder decorrente em relação ao originário VI
IE
● Condicionado ou limitado: só pode ser exercitado nos casos previstos pelo Poder Constituinte
RK
Originário.
ZU
MA
7.2.1 Reformador
MA
IS
Tem o poder ou competência para modificar a Constituição por meio de um procedimento específico,
KL
estabelecido pelo Poder Constituinte Originário. Ao contrário deste, que é um poder político, o Poder
32
Constituinte Derivado Reformador tem natureza jurídica, pois deve obedecer às limitações impostas pelo
89
Originário.
57
Em princípio, o Poder Constituinte de Reforma NÃO pode criar cláusulas pétreas: somente o Poder
2
75
Constituinte Originário pode fazê-las. No entanto, pode ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criados
07
83
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
c) Materiais: excluem determinadas matérias do Poder Constituinte derivado reformador. Os limites podem
RA
ser EXPRESSOS ou IMPLÍCITOS;
I
RE
● Expressos: são as cláusulas de intangibilidade ou cláusulas pétreas do art. 60, § 4º da CF. Tutela-se
MO
a proposta tendente a ABOLIR. Impede-se que haja a DELIBERAÇÃO da emenda. O STF entende
NN
possível a impetração de MS por parlamentar (controle de constitucionalidade preventivo judicial);
MA
52989
LIS
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
2K
I - a forma federativa de Estado;
93
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
78
III - a separação dos Poderes;
25
75
IV - os direitos e garantias individuais.
07
CZ
● Implícitos: limitações que decorrem do núcleo de identidade da CF. Tudo aquilo que formar o núcleo
VI
de identidade da CF é limitação implícita ao poder de reforma, é intangível.
IE
RK
d) Formais:
MA
● Subjetivos: Iniciativa para a propositura de uma proposta de emenda constitucional (art. 60, I, II e III
IS
da CF):
KL
32
Federal;
2
75
II - do Presidente da República;
07
● Objetivos:
ZU
84
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
RA
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
I
RE
votos dos respectivos membros.
MO
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
NN
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
MA
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
LIS
2K
ATENÇÃO: O DIREITO ADQUIRIDO é oponível à Constituição quando o preceito constitucional for
93
fruto do Poder Constituinte derivado reformador, já que o direito adquirido é cláusula pétrea, insuscetível
78
de qualquer proposta de emenda para aboli-lo. Quanto ao poder constituinte originário, NÃO se pode
25
75
invocar direito adquirido.
07
CZ
É admitido o controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder
constituinte originário? VI
IE
Em virtude do princípio da unidade normativa e do caráter rígido da Constituição brasileira, admite-
RK
se no Brasil o controle de constitucionalidade apenas das normas constitucionais que foram inseridas na
ZU
O STF não admite a tese das normas constitucionais inconstitucionais, ou seja, de normas
52989
A
com duas ou mais normas aparentemente contraditórias, deverá compatibilizá-las, de modo que ambas
RE
continuem vigentes. Isso porque o princípio da unidade da Constituição afasta a tese de hierarquia entre os
MO
dispositivos da Constituição.
NN
MA
52989
Cuidado! A CRFB/88 não prevê limitações temporais ao poder constituinte derivado reformador e, embora
57
haja doutrina que sustente que a revisão constitucional prevista no art. 3º da ADCT (norma de eficácia
2
75
exaurida, uma vez que a revisão ocorreu em 1993) seja um exemplo de limitação temporal, a banca
07
CESPE/CEBRASPE filia-se ao entendimento de que não existe limitação temporal ao poder constituinte
CZ
derivado.
VI
IE
RK
Assim como o reformador, também é jurídico e limitado pelo originário. Possui o objetivo de
MA
estabelecida pelo originário. Tal capacidade consta artigo 25 da CF/88, o qual dita que:
RE
MO
N
85
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
RA
adotarem, observados os princípios desta Constituição
I
RE
52989
MO
A doutrina aponta que os princípios que devem ser seguidos pelos Estados-membros são:
NN
MA
a) Princípios sensíveis: essência da organização constitucional da Federação brasileira - art. 34, VII da CF - se
violados ensejam intervenção federal;
LIS
☠ Foi objeto da prova oral do concurso de Delegado de Polícia de Minas
2K
Gerais em 2018.
93
78
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
25
75
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: PRINCÍPIOS
07
CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS
CZ
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana; VI
IE
c) autonomia municipal;
RK
b) Princípios constitucionais estabelecidos: regras previstas para outros entes que, por consequência, veda
a atuação do Estado naquela matéria e;
NN
MA
c) Princípios constitucionais extensíveis: normas organizatórias da União aplicadas aos estados pelo
IS
princípio da simetria, e podem ser expressos ou implícitos. Ex.: sistema eleitoral, imunidades e impedimentos
KL
dos Deputados.
32
89
● 1ª Corrente: há quem compreenda que as leis orgânicas são efetivo exercício do poder constituinte
2
75
derivado decorrente.
07
● 2ª Corrente (MAJORITÁRIA): inexiste tal poder no âmbito dos municípios, pois estes submetem-se
CZ
Constituição Estadual. Entende-se que o poder derivado decorrente somente existe em face do
IE
RK
segundo grau, ou seja, quando extrai seu fundamento de validade da própria constituição. Isso
ZU
porque o poder constituinte decorrente, conferido aos Estados-membros e ao Distrito Federal, não
MA
de acordo com o art. 18, § 2.º, integram a União, não se falando em autonomia federativa, e,
RE
86
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
7.2.3 Poder Constituinte Derivado Revisor
RA
I
RE
Também é condicionado e limitado às regras do originário. Tal manifestação ocorreu cinco anos após
MO
a promulgação da atual Constituição, por determinação do artigo 3º do ADCT.
NN
MA
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
LIS
Congresso Nacional, em sessão unicameral.
2K
93
Sobre o tema, confira a Dica da Professora Thaianne:
78
25
75
https://youtu.be/fPDIdkxJYzE
07
52989
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
52989
A
IR
RE
MO
mudança da Constituição.
KL
Se por um lado a modificação introduzida pelo Poder Constituinte Derivado Reformador é formal,
32
por intermédio de emenda constitucional, a modificação realizada pelo Poder Constituinte Difuso se
89
instrumentaliza de modo informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, que modifica a
57
Constituição sem alterar o seu texto. Pelo Poder Constituinte Difuso, a interpretação do texto constitucional
2
75
é alterada.
07
mesmo após o agente público haver deixado o cargo ou função, tendo inclusive
A
IR
87
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
somente vigoraria enquanto o agente estivesse na titularidade do cargo ou no
RA
exercício da função. Nesse exemplo, como se constata singelamente, atribuiu-se ao
I
RE
mesmo dispositivo – o art. 102, I, b, da Constituição – sentidos diametralmente
MO
opostos ao longo do tempo, sem qualquer alteração de seu texto. A interpretação
NN
do sentido e alcance do foro privilegiado voltou a sofrer nova mutação. A prática
MA
tem demonstrado que o Supremo Tribunal Federal, como corte suprema, não é um
tribunal vocacionado para o processamento de ações penais originárias. De fato, a
LIS
inadequação da Corte para atuar como jurisdição penal de 1o grau, associada ao
2K
relevante volume de processos em curso, tem resultado em uma demora excessiva
93
na tramitação desses feitos, na prescrição das ações e, portanto, em impunidade,
78
comprometendo a imagem do Tribunal. O julgamento de ações dessa natureza
25
75
afasta a Corte, ainda, da sua missão primordial de guarda da Constituição e do
07
equacionamento das grandes questões nacionais. Por isso mesmo, em julgamento
CZ
encerrado em 3 maio 2018, o Tribunal decidiu restringir o foro por prerrogativa
VI
de função apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
IE
limitadamente a atos relacionados às funções desempenhadas por seus
RK
ações penais não seja mais alterada, após o final da instrução processual, em
MA
razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o que ocupava”.
52989
A
IR
RE
52989
75
dinâmico e de prospecção das normas jurídicas, por meio de processos informais. Informais no sentido de
07
não serem previstos dentre aquelas mudanças formalmente estabelecidas no texto constitucional.
CZ
Por fim, ressalta-se que a mutação e a nova interpretação não poderão afrontar os princípios
VI
Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 92), a ruptura das tradicionais premissas de organização dos
A
IR
Estados deu origem à ideia de existência de um Poder Constituinte pautado na cidadania universal, no
RE
88
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Trata-se de um poder destinado a elaborar uma constituição supranacional, apta a vincular os
RA
Estados ajustados sob o seu comando e fundamentada na vontade do povo-cidadão universal, seu verdadeiro
I
RE
titular. Este poder é considerado constituinte por ter a força de criar uma ordem jurídica de cunho
MO
constitucional, na medida em que reorganiza a estrutura de cada um dos Estados que aderem ao direito
NN
comunitário e submete as constituições nacionais ao seu poder supremo.
MA
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O SUPREMO
LIS
Poder constituinte estadual. Autonomia (ADCT, art. 11). Restrições jurisprudenciais inaplicáveis ao caso. É da
2K
jurisprudência assente do Supremo Tribunal que afronta o princípio fundamental da separação e
93
independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de matéria, sem caráter essencialmente
78
constitucional – assim, por exemplo, a relativa à fixação de vencimentos ou à concessão de vantagens
25
75
específicas a servidores públicos –, que caracterize fraude à iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis
07
ordinárias a respeito: precedentes. A jurisprudência restritiva dos poderes da assembleia constituinte do
CZ
Estado-membro não alcança matérias às quais, delas cuidando, a Constituição da República emprestou
VI
alçada constitucional. Anistia de infrações disciplinares de servidores estaduais: competência do Estado-
IE
membro respectivo. Só quando se cuidar de anistia de crimes – que se caracteriza como abolitio criminis de
RK
federal privativa para legislar sobre direito penal; ao contrário, conferir à União – e somente a ela – o poder
MA
de anistiar infrações administrativas de servidores locais constituiria exceção radical e inexplicável ao dogma
52989
A
fundamental do princípio federativo – qual seja, a autonomia administrativa de Estados e Municípios – que
IR
RE
dos Estados a anistia (ou o cancelamento) de infrações disciplinares de seus respectivos servidores, podendo
NN
concedê-la a assembleia constituinte local, mormente quando circunscrita – a exemplo da concedida pela
MA
52989
[ADI 104, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 4-6-2007, P, DJ de 24-8-2007.]
KL
O poder constituinte outorgado aos Estados-membros sofre as limitações jurídicas impostas pela
32
adotarem (CF, art. 25), submetendo-se, no entanto, quanto ao exercício dessa prerrogativa institucional
57
(essencialmente limitada em sua extensão), aos condicionamentos normativos impostos pela CF, pois é nessa
2
75
que reside o núcleo de emanação (e de restrição) que informa e dá substância ao poder constituinte
07
decorrente que a Lei Fundamental da República confere a essas unidades regionais da Federação.
CZ
O poder constituinte dos Estados-membros está limitado pelos princípios da Constituição da República, que
ZU
lhes assegura autonomia com condicionantes, entre as quais se tem o respeito à organização autônoma dos
MA
Municípios, também assegurada constitucionalmente. O art. 30, I, da Constituição da República outorga aos
Municípios a atribuição de legislar sobre assuntos de interesse local. A vocação sucessória dos cargos de
A
IR
prefeito e vice-prefeito põe-se no âmbito da autonomia política local, em caso de dupla vacância. Ao
RE
disciplinar matéria, cuja competência é exclusiva dos Municípios, o art. 75, § 2º, da Constituição de Goiás
MO
89
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
limitando a sua autonomia política assegurada pela Constituição brasileira.
RA
[ADI 3.549, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-9-2007, P, DJ de 31-10-2007.]
I
RE
Art. 90, § 3º, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Disponibilidade remunerada dos servidores
MO
públicos. (...) A imposição do prazo de um ano para aproveitamento do servidor em disponibilidade ofende
NN
materialmente a Carta Federal, pois consiste em obrigação criada pelo Poder Legislativo que não decorre
MA
direta ou indiretamente dos pressupostos essenciais à aplicação do instituto da disponibilidade definidos na
Constituição da República (art. 41, § 3º), e, principalmente, porque não condiz com o postulado da
LIS
independência dos Poderes instituídos, ainda que em sede do primeiro exercício do poder constituinte
2K
decorrente. O art. 41, § 3º, da CF, na sua redação originária, era silente em relação ao quantum da
93
remuneração que seria devida ao servidor posto em disponibilidade. Esse vácuo normativo até então
78
existente autorizava os Estados a legislar sobre a matéria, assegurando a integralidade remuneratória aos
25
75
seus servidores. Contudo, a modificação trazida pela EC 19/1998 suplantou a previsão contida na Carta
07
estadual, pois passou a determinar, expressamente, que a remuneração do servidor em disponibilidade seria
CZ
proporcional ao tempo de serviço.
VI
[ADI 239, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 30-10-2014.]
IE
A eficácia das regras jurídicas produzidas
52989 pelo poder constituinte (redundantemente chamado de
RK
"originário") não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja formal, porque
ZU
provém do exercício de um poder de fato ou suprapositivo. Já as normas produzidas pelo poder reformador,
MA
[ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de 19-5-2011.]
MO
As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas
constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a Constituição as prevê
NN
apenas como limites ao poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituição elaborada pelo
MA
poder constituinte originário, e não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder
IS
constituinte originário com relação às outras que não sejam consideradas como cláusulas pétreas, e,
KL
As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas
57
apenas como limites ao poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituição elaborada pelo
07
poder constituinte originário, e não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder
CZ
constituinte originário com relação às outras que não sejam consideradas como cláusulas pétreas, e,
VI
O poder constituinte derivado não é ilimitado, visto que se submete ao processo consignado no art. 60, §§
MA
2º e 3º, da CF, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e temporais dos §§ 1º, 4º e 5º do aludido
artigo. A anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa, representa uma das garantias
A
IR
[RE 587.008, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-2-2011, P, DJE de 6-5-2011, Tema 107.]
MO
N
90
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
Z UR
SEMANA 01/42
MA
52989
RA
Art. 85 da Constituição do Estado de Rondônia, que elevou para treze o número de desembargadores do
I
RE
Tribunal de Justiça. Ofensa manifesta ao princípio da iniciativa privativa, para o assunto, do Tribunal de
MO
Justiça, consagrada no art. 96, II, b, da CF, de observância imperiosa pelo poder constituinte derivado
NN
estadual, como previsto no art. 11 do ADCT/1988.
MA
[ADI 142, rel. min. Ilmar Galvão, j. 19-6-1996, P, DJ de 6-9-1996.]
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 3.279/1999 do Estado do Rio de Janeiro, que dispõe sobre o
LIS
cancelamento de multas de trânsito anotadas em rodovias estaduais em certo período relativas a
2K
determinada espécie de veículo. Inconstitucionalidade formal. (...) O cancelamento de toda e qualquer
93
infração é anistia, não podendo ser confundido com o poder administrativo de anular penalidades
78
irregularmente impostas, o qual pressupõe exame individualizado. Somente a própria União pode anistiar ou
25
75
perdoar as multas aplicadas pelos órgãos responsáveis, restando patente a invasão da competência privativa
07
da União no caso em questão. [ADI 2.137, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-4-2013, P, DJE de 9-5-2013.]
CZ
A providência imposta pela lei estadual é inadequada porque a simples presença de um empacotador em
VI
supermercados não é uma medida que aumente a proteção dos direitos do consumidor, mas sim uma mera
IE
conveniência em benefício dos eventuais clientes. Trata-se também de medida desnecessária, pois a
RK
finalidade poderia ser facilmente substituída por um processo mecânico. Por fim, as sanções impostas
MA
8. CONSTITUIÇÕES NO BRASIL
MA
IS
Denominada Constituição Política do Império do Brasil, foi outorgada em 25 de março de 1824. Sob
89
forte influência da Constituição francesa de 1814, foi a constituição que durou mais tempo.
57
Características relevantes:
2
75
Constituição semirrígida.
07
Contava com importante rol de Direitos Civis e Políticos – apesar de a escravidão ter sido
CZ
IE
Tutela da liberdade de locomoção (art. 179, VI, VIII e IX) e vedação da prisão arbitrária.
RK
Unitarismo e absolutismo.
Governo monárquico, hereditário e representativo.
A
IR
RE
MO
N
91
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Poder moderador - o art. 10 da Constituição do Império de 1824 estabelecia que “os Poderes
RA
Políticos reconhecidos pela Constituição do Império do Brasil são quatro: o Poder Legislativo,
I
RE
o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial”.
MO
Obs.1: De acordo com o Professor Pedro Lenza: O Imperador, que exercia o Poder
NN
Moderador, no âmbito do Legislativo, nomeava os Senadores, convocava a Assembleia Geral
MA
extraordinariamente, sancionava e vetava proposições do Legislativo, dissolvia a Câmara dos
Deputados, convocando imediatamente outra, que a substituía. No âmbito do Executivo,
LIS
nomeava e exonerava livremente os Ministros de Estado. E, por fim, no âmbito do Judiciário,
2K
suspendia os Magistrados.
93
Obs.2: função executiva era exercida pelo Imperador (Chefe do Executivo), através dos
78
Ministros de Estado. Contudo, em 1841 foi instituído o parlamentarismo monárquico
25
75
(reinado de Dom Pedro II).
07
Eleições para o Legislativo eram feitas de forma indireta.
CZ
Sufrágio: pautado nas condições econômico-financeiras dos titulares (tanto para votar
quanto para ser votado). VI
IE
Órgão de cúpula do Judiciário: Supremo Tribunal de Justiça.
RK
ZU
52989
A
1787, consistiu na primeira Constituição da REPÚBLICA do Brasil e vigorou até 1930 – tendo sido reformada
MO
em 1926.
Características relevantes:
NN
Constituição rígida.
MA
Aboliu as penas de banimento e de morte (com ressalva das disposições da lei militar em
89
tempo de guerra).
57
2
secessão.
RK
52989
EXTINÇÃO do Poder Moderador e adoção da teoria tripartida de Montesquieu.
ZU
Poder Legislativo exercido pelo CN, com sanção do PR, composto por duas Casas (fixa-se o
MA
bicameralismo federativo).
A
Poder Executivo: exercido pelo PR, eleito através de sufrágio direto, para mandato de 4 anos,
IR
92
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Obs.: o Professor Pedro Lenza alerta que “nos termos do art. 1.º das Disposições Transitórias
RA
da Constituição de 1891, muito embora a previsão e conquista das eleições diretas, que a
I
RE
primeira eleição da República foi indireta, pelo Congresso52989
Nacional, elegendo-se o Presidente
MO
Marechal Deodoro da Fonseca e o Vice-Presidente dos Estados Unidos do Brasil Marechal
NN
Floriano Peixoto”.
MA
Ministros de Estado eram nomeados e exonerados de forma livre (“ad nutum”).
Poder Judiciário: órgão máximo denominado Supremo Tribunal Federal.
LIS
A reforma ocorrida em 1926 centralizou o poder e restringiu a autonomia dos Estados.
2K
93
• GOVERNO PROVISÓRIO
78
25
Atenção! O fim da denominada “República Velha” se dá com a Revolução de 1930, onde foi instituído
75
o Governo Provisório (exercido até a promulgação do texto de 1934) – com Getúlio Vargas no poder.
07
Tal governo foi instituído pelo Decreto 19.398 de 11 de novembro de 1930, sendo pertinente
CZ
destacar o seguinte:
VI
IE
Art. 1º O Governo Provisório exercerá discricionariamente, em toda sua plenitude,
RK
reorganização constitucional52989
do país;
A
Além disso, houve a dissolução do CN, das Assembleias Legislativas dos Estados,
MA
Câmaras/Assembleias Municipais e demais órgãos legislativos ou deliberativos “existentes nos Estados, nos
IS
municípios, no Distrito Federal ou Território do Acre, e dissolvidos os que ainda o não tenham sido de fato”
KL
(art. 2º).
32
Destaca-se ainda a nomeação de um Interventor federal para cada Estado, com controle também
89
sobre os Municípios. Os atos do Governo Provisório eram materializados através de decretos expedidos pelo
57
Por outro lado, durante o Governo Provisório foi decretado o Código Eleitoral (e instituída a Justiça
07
Eleitoral), onde adotou-se o voto feminino e o sufrágio universal, direto e secreto (previstos em Decreto,
CZ
Características relevantes:
MO
Constituição rígida.
N
93
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Mantidas a República, a federação, a tripartição de poderes, o presidencialismo e o regime
RA
representativo.
I
RE
Forma republicana federativa fixada como cláusula pétrea.
MO
Constitucionalização do voto feminino e do voto secreto.
NN
Prestigiou a legislação trabalhista e a representação classista.
MA
Passou a prever o mandado de segurança e a ação popular.
LIS
A Constituição ganhou novos títulos como, por exemplo, a ordem econômica e social; família;
educação e cultura; e segurança nacional.
2K
Passou-se a admitir o casamento religioso com efeitos civil e facultou-se o ensino religioso
93
nas escolas públicas.
78
25
Previsão de “Deus” no preâmbulo (apesar da inexistência de religião oficial).
75
Rompimento do bicameralismo rígido/paritário, estabelecendo-se um bicameralismo
07
desigual (ou unicameralismo imperfeito) uma vez que o Senado atuava como mero
CZ
colaborador da Câmara dos Deputados.
VI
O professor Pedro Lenza destaca a influência do facismo na Constituição de 1934,
IE
RK
IR
O Presidente da República exercia o Poder Executivo, com auxílio dos Ministros de Estado.
RE
República.
Órgãos do Poder Judiciário: Corte Suprema; Juízes e Tribunais federais; Juízes e Tribunais
NN
52989
IS
Marcada por ideais autoritários e fascistas, instalou a ditadura no país (Estado Novo), apelidada de
89
57
“Polaca”.
2
Características relevantes:
75
07
VI
Extinção da Justiça Eleitoral e dissolução dos partidos políticos (pelo Decreto-lei 37, de
IE
02.12.1937).
RK
Consolidação das Leis do Trabalho e direitos sociais (ex.: salário mínimo). Apesar disso, a
A
República como forma de governo, e a forma de Estado é federal, mantida a divisão política
RE
e territorial.
MO
N
94
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
O país segue sendo laico, contudo, deixa de ser invocada a “proteção de Deus” na
RA
Constituição (preâmbulo).
I
RE
Mantida, em tese, a tripartição de poderes. Contudo, houve o esvaziamento dos poderes
MO
Legislativo e Judiciário.
NN
O Senado Federal deixou de existir, sendo o Parlamento Nacional composto pela Câmara
MA
dos Deputados e pelo Conselho Federal.
LIS
Conforme menciona o Professor Pedro Lenza:
2K
“Cabe alertar, no entanto, que, segundo o art. 178, foram dissolvidos a Câmara dos
93
Deputados, o Senado Federal, as Assembleias Legislativas dos Estados e as Câmaras
78
25
Municipais, marcando-se eleições futuras para o novo Parlamento. Enquanto não
75
se reunisse o Parlamento nacional, o Presidente da República tinha o poder de
07
expedir decretos-leis sobre todas as matérias da competência legislativa da União.
CZ
Na prática, o Legislativo nunca chegou a se instalar”.
VI
IE
Presidente da República era a autoridade suprema do Estado.
RK
Órgãos do Poder Judiciário (que, repita-se, foi esvaziado): Supremo Tribunal Federal; Juízes
ZU
IR
Admitida a pena de morte para crimes políticos e homicídio “cometido por motivo fútil e
RE
Getúlio Vargas foi expulso do poder (deposto pelas Forças Armadas), pelos Generais Gaspar Dutra e
2
Góis Monteiro. Entre 29.10.1945 e 31.01.1946 o exercício do Poder Executivo ficou a cargo do Ministro
75
Presidente do STF, José Linhares. Após, e mediante eleição (voto direto), o General Gaspar Dutra assumiu a
07
Presidência da República.
CZ
se “nas ideias liberais da Constituição de 1891 e nas ideias sociais da de 1934. Na ordem econômica, procurou
RK
Características relevantes:
MA
95
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Constitucionalização dos partidos políticos, vedada a organização, registro ou
RA
funcionamento quando contrariassem o regime democrático.
I
RE
Estrutura do Poder Judiciário: Supremo Tribunal Federal; Tribunal Federal de Recursos; Juízes
MO
e Tribunais militares; Juízes e Tribunais eleitorais; Juízes e Tribunais do trabalho.
NN
Restabelecidos o mandado de segurança e a ação popular.
MA
Consagrado o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
LIS
Vedação às penas de morte (salvo previsão na legislação militar, em tempo de guerra),
banimento, confisco e a pena de caráter perpétuo.
2K
Reconhecido o direito de greve.
93
Parlamentarismo foi aprovado pelo CN em 02.09.1961 mas, após referendo realizado em
78
25
06.01.1963 retornou-se ao presidencialismo.
75
07
• GOLPE MILITAR DE 1964
CZ
O movimento militar de 1964 derrubou Jango da Presidência da República. Com isso, conforme
VI
leciona a doutrina, a Constituição de 1946 foi suplantada pelo Golpe Militar uma vez que existia formalmente,
IE
mas o país era governado pelos Atos Institucionais e Complementares.
RK
Obs.1: O AI 1 teve como auto Francisco Campos (que também elaborou a Constituição de 1937).
ZU
Obs.2: O CN foi fechado no ano de 1966 e reaberto para aprovação da Constituição de 1967 (AI 4/66).
MA
52989
A
IR
“(...) preferimos dizer que o texto de 1967 foi outorgado unilateralmente (apesar
IS
implantado”.
32
89
Características relevantes:
57
2
Alta concentração de poder no âmbito federal, com esvaziamento dos Estados e Municípios.
75
Forma de governo republicana e forma de Estado federativa. Crítica: “o que se percebeu foi
CZ
Mantida a tripartição dos Poderes (em tese) mas as competências estavam concentradas no
MA
A
96
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Presidente da República legislava através de decretos-leis, podendo ser editados em
RA
situações de urgência ou interesse público relevante – desde que não resultassem em
I
RE
aumento de despesa sobre segurança nacional ou finanças públicas.
MO
Obs.: os decretos-lei, uma vez publicados, deveriam ser aprovados em 60 dias pelo CN (não
NN
sendo possível a emenda do texto). Contudo, se não fosse apreciado no prazo mencionado,
MA
haveria aprovação por decurso de prazo.
Composição do Poder Judiciário:
LIS
- Poder Judiciário da União: Supremo Tribunal Federal; Tribunal Federal de Recursos e
2K
Juízes Federais; Tribunais e Juízes Militares; Tribunais 52989
e Juízes Eleitorais; Tribunais e Juízes
93
do Trabalho.
78
- Havia previsão de Justiça Estadual.
25
75
Possibilidade de suspensão de direitos políticos por 10 anos.
07
Possibilidade de perda da propriedade para fins de reforma agrária, mediante pagamento
CZ
de indenização com títulos da dívida pública.
VI
IE
➔ O AI-5, de 13.12.1968 perdurou até 17.10.1978 (revogado pela EC n. 11). Quando o AI-5 foi
RK
baixado (por Costa e Silva), o CN foi fechado e assim ficou por mais de 10 meses.
ZU
MA
Foi baixada por Militares e é considerada a manifestação de um novo poder constituinte originário,
MO
uma vez que “constitucionalizada a utilização dos Atos Institucionais”, mantendo todos em vigor. Além disso,
o mandato do PR foi aumentado para 5 anos e foi mantida a eleição indireta.
NN
MA
INÍCIO DA REDEMOCRATIZAÇÃO
IS
KL
• Apenas com o pacote de junho de 1978 o AI-5 foi totalmente revogado e suspensas as
32
medidas que, com base em tais disposições, cassaram direitos políticos. Além disso, passou-
89
•
2
Lei da Anistia – Lei 6.683/1979 – concedeu anistia para aqueles que, entre 02.09.1961 e
75
15.08.1979 cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que
07
tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta,
CZ
Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento
IE
RK
bipartidarismo).
• Primeiro governo civil após o movimento militar de 1964: em 1985 Tancredo Neves foi
A
IR
eleito (por voto indireto) ao cargo de Presidente da República. No entanto, veio a falecer
RE
antes de sua posse, de modo que o Vice-Presidente José Sarney assumiu a Presidência
MO
(15.03.1985 a 15.03.1990).
N
97
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
8.8 Constituição de 1988
I
RE
MO
Apelidada “Constituição Cidadã”, em virtude da participação popular notória durante a sua
NN
elaboração, foi promulgada em 5 de outubro de 1988.
MA
Características relevantes:
Constituição rígida
LIS
Ampliação do pluripartidarismo.
2K
Erradicação da censura à imprensa.
93
Consolidação do sindicalismo e grandes centrais (CUT e CGT). Além disso, houve ampliação
78
25
dos direitos dos trabalhadores.
75
Manutenção da república constitucional e do sistema presidencialista de governo (via
07
plebiscito do art. 2º ADCT).
CZ
Fortemente influenciada pela Constituição portuguesa de 1976.
VI
Forma de Estado: Federação, com ampliação da autonomia administrativa e financeira dos
IE
entes.
RK
52989
Adoção da teoria tripartida de Montesquieu e da técnica dos freios e contrapesos
MA
IR
Estados-Membros e do DF).
MO
Territórios.
32
Obs.: a CF/88 criou o STJ com o fim de uniformizar e interpretar lei federal em todo o país,
89
57
07
Controle das omissões legislativas pela primeira vez: MI no controle difuso e ADI por omissão
no controle concentrado.
CZ
VI
Introduziu-se a ADPF.
IE
Referência Bibliográficas:
RE
MO
N
98
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
RA
Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
I
RE
Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
MO
NN
MA
LIS
2K
52989
93
78
25
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
52989
A
IR
RE
MO
NN
MA
IS
KL
32
89
57
2
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
IR
RE
MO
N
99
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
META 5
RAI
RE
DIREITO ADMINISTRATIVO: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS
MO
NN
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
MA
CRFB/88
LIS
⦁ Art. 5º, X, XXXIII e LX
2K
⦁ Art. 5º, LV
93
⦁ Art. 37, caput e §1º
78
⦁ Art. 37, VII
25
⦁ Art. 93, IX
75
⦁ Art. 41
07
⦁ Art. 169, §3º
CZ
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS VI
IE
RK
52989
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!
MO
⦁ Art. 5º, LV e LX
⦁
MA
14133/21)
⦁
32
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão
07
de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma
CZ
subsidiária, aos Estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.
VI
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
IE
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
RK
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ZU
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer
MA
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante
A
100
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
RA
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
I
RE
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
MO
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
NN
MA
1. ORIGEM, NATUREZA JURÍDICA E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
LIS
52989
O Direito Administrativo compõe o ramo do Direito Público, pois tem como características e
2K
princípios marcantes a supremacia do interesse público (relações jurídicas verticalizadas), a
93
indisponibilidade do interesse público e a legalidade.
78
Segundo a autora Maria Sylvia Zanella di Pietro, o Direito Administrativo nasceu no fim do século
25
75
XVIII e início do século XIX, não significando que inexistia, anteriormente, normas administrativas, uma vez
07
que, onde quer que exista o Estado, há órgãos encarregados do exercício de funções administrativas.
CZ
Rafael Carvalho aponta que o nascimento do Direito Administrativo se relaciona diretamente à
VI
consagração dos ideais da Revolução Francesa de 1789 e ao surgimento do Estado de Direito. A partir dos
IE
ideais liberais revolucionários da burguesia (separação de poderes, princípio da legalidade e Declaração dos
RK
Direitos do Homem e do Cidadão), o poder estatal é limitado e o Direito Administrativo é concebido como
ZU
ramo especial do Direito, ao lado do Direito Privado, regulador das relações envolvendo o Estado e o exercício
MA
Nesse sentido, o Estado é pessoa jurídica de direito público, ainda quando atue na seara do direito
IR
RE
privado. Logo, o Estado pode atuar tanto no direito público quanto no direito privado, no entanto, sempre
MO
● Administração Patrimonialista: Não havia diferença entre os interesses pessoais dos agentes
07
Foram criados rígidos controles sobre a atuação dos agentes públicos. Formou-se a burocracia, em
IE
RK
que os agentes públicos devem obedecer aos procedimentos determinados, à rígida hierarquia e à
ZU
separação de funções.
MA
principais:
RE
101
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
∘ Serviço orientado para o cidadão;
RA
∘ Utilização de indicadores de desempenho.
I
RE
MO
Administração Pública Dialógica: Segundo Ronny Charles, Administração pública dialógica é uma tendência
NN
identificada em algumas atividades administrativas, notadamente na prestação de serviços públicos e
52989
MA
contratações de grandes empreendimentos, que consiste na abertura de diálogo com os administrados,
permitindo que eles colaborem para o aperfeiçoamento ou a legitimação da atividade administrativa.
LIS
2K
3. INFLUÊNCIAS DO DIREITO ESTRANGEIRO
93
78
25
Como é um tema que, às vezes cai em prova e ajuda a resolver determinadas questões, é importante
75
abrir um tópico rápido acerca das influências do direito estrangeiro no direito administrativo brasileiro.
07
CZ
● Direito alemão - o direito administrativo brasileiro herdou a inspiração para aplicação do princípio da
VI
segurança jurídica, especialmente sob o aspecto subjetivo da proteção à confiança.
IE
RK
● Direito francês - herdou o conceito de serviço público, a teoria dos atos administrativos com o atributo
ZU
● Direito italiano - recebeu o conceito de mérito, o de autarquia e entidade paraestatal (dois vocábulos
NN
criados no direito italiano). Os autores italianos (ao lado dos alemães) também contribuíram para a
MA
● Direito inglês (sistema da common law) - o direito administrativo brasileiro herdou o princípio da
32
processo legal, inclusive, mais recentemente, em sua feição substantiva, e que praticamente se
57
2
confunde com o princípio da razoabilidade. No fim do século XX, também herdou do sistema common
75
4. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO
VI
IE
RK
O direito administrativo é ramo jurídico, e como tal, se dedica ao estudo das regras e normas, sendo
ZU
caracterizada como ciência normativa e impositiva, que define os limites dentro dos quais a gestão pública
MA
pode ser executada. Várias foram as correntes/teorias que buscaram definir o direito administrativo. Nessa
linha, vejamos as principais delas:
A
IR
RE
MO
N
102
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
a) Corrente Legalista/Exegética/Empírica: O direito administrativo seria o conjunto da legislação
RA
administrativa existente no país. Limitava-se a fazer compilação de leis que tratassem da função
I
RE
administrativa e desconsiderava doutrina e jurisprudência.
MO
NN
Crítica: A grande crítica do critério legalista foi desconsiderar a carga normativa dos princípios. Dessa forma,
MA
só era valorado o que estivesse em lei.
LIS
b) Critério do Poder Executivo/Italiano/Subjetivista: O Direito Administrativo seria um complexo de leis
2K
disciplinadoras da atuação do poder executivo. Assim, o objeto do direito administrativo seria toda
93
atuação do Poder Executivo.
78
25
75
Crítica: O Direito Administrativo não se resume à disciplina do Poder Executivo, afinal, todos os Poderes
07
administram, embora, para alguns, isso constitua missão atípica. E mais: no Poder Executivo, nem tudo é
CZ
objeto do Direito Administrativo, a exemplo das funções de governo, regidas pelo Direito Constitucional.
VI
IE
RK
c) Critério das Relações Jurídicas: O Direito Administrativo é a disciplina das relações jurídicas entre a
Administração e o particular. Assim, todas as relações entre o Estado e o administrado seriam função
ZU
administrativa.
MA
52989
A
IR
Crítica: Outros ramos do direito, de igual modo, regulam a relação jurídica entre particular e Estado, por
RE
exemplo, os contratos privados pactuados que são regidos pelo direito civil.
MO
52989
NN
d) Critério do Serviço Público (França): O Direito Administrativo teria por objetivo a disciplina jurídica dos
serviços públicos. Ou seja, a função administrativa seria a instituição, organização e prestação do serviço
MA
Crítica: O referido conceito é bastante restrito, porque, na atualidade, a ideia de prestação de serviço público
07
vem sofrendo restrições, de modo que a administração pública não se limita tão somente à execução dessa
CZ
prestação. O Estado faz muitas atividades além da mera prestação do serviço público, sendo este último
VI
apenas uma das facetas. Por exemplo, atua na exploração de atividade econômica na busca do interesse
IE
público.
RK
ZU
e) Critério Teleológico ou Finalístico: O Direito Administrativo é sistema de princípios jurídicos que regula
MA
as atividades do Estado para o cumprimento dos seus fins. Assim, o Direito Administrativo deve ser
A
103
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Crítica: Essa posição apresenta-se como a mais correta, porém não consegue abranger integralmente o
RA
conceito da matéria, de forma que não é adotada de forma majoritária.
I
RE
MO
f) Critério Negativista: Esse critério surgiu da dificuldade de identificar o objeto do Direito Administrativo.
NN
Assim, o Direito Administrativo seria conceituado por exclusão, abrangendo tudo que não era função
MA
legislativa e jurisdicional.
LIS
2K
Crítica: Não é adequado definir algo pelo que ele não é. Embora não tenha um erro grosseiro, este critério
não pode ser usado como forma de conceituação do direito administrativo
93
78
25
g) Critério Funcional: O Direito Administrativo é ramo jurídico que estuda e analisa a disciplina da função
75
administrativa, esteja ela sendo exercida pelo Executivo, Legislativo, Judiciário ou por delegação estatal.
07
CZ
Segundo Hely Lopes Meirelles, o direito administrativo pode ser definido como conjunto harmônico
VI
de princípios que regem os órgãos, os agentes e a atividade pública para realização dos fins desejados pelo
IE
RK
Desse modo, ao se falar que a atuação é direta, quer-se dizer que ela atua de ofício, não dependendo
MA
DIRETA.
RE
● Concreta: Diferente da legislativa, que é geral e abstrata (não atinge pessoas específicas), a função
MO
52989
5. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO
KL
32
A expressão Administração Pública pode ser analisada sob seu aspecto formal/subjetivo/orgânico ou
89
57
exercício da função administrativa. Importa apenas quem realiza a atividade, sendo irrelevante qual
CZ
interesse público.
A
IR
RE
MO
N
104
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● A Administração Pública, em sentido amplo, objetivamente considerada, compreende a função
RA
política + função administrativa. Já em sentido estrito, envolve tão somente a função administrativa
I
RE
propriamente dita.
MO
NN
Como o tema foi cobrado
MA
(CESPE/2011/PC-ES/Delegado de Polícia): Em sentido material ou objetivo, a administração pública
compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encarregadas, por determinação legal, do exercício da
LIS
função administrativa do Estado. Item errado.
2K
93
(CESPE/2018/PC-PE/Delegado de Polícia): Considerando os princípios e fundamentos teóricos do direito
78
administrativo, assinale a opção correta.
25
75
A. As empresas públicas e as sociedades de economia mista, se constituídas como pessoa jurídica 52989
de direito
07
privado, não integram a administração indireta.
CZ
B. Desconcentração é a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para outra, ao passo
VI
que descentralização é a distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da
IE
sua organização hierárquica.
RK
C. Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o que não estiver
ZU
E. No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, o ingresso de ação judicial
MO
no Poder Judiciário para questionar ato do poder público é condicionado ao prévio exaurimento da instância
administrativa.
NN
MA
➢
89
Resumindo...
CZ
105
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
O autor Diogo de Figueiredo Moreira Neto diferencia esses termos da seguinte forma:
RA
I- Administração Introversa: corresponde à atividade-meio da Administração. É instrumental, atende
I
RE
ao interesse público secundário e não atinge diretamente os cidadãos. Logo, envolve as relações entre a
MO
Administração e seus agentes. Também é atribuída a todos os órgãos administrativos;
NN
II- Administração Extroversa: corresponde à atividade-fim da Administração. É finalística, atende ao
MA
interesse público primário e atinge diretamente os cidadãos. Logo, envolve as relações entre a Administração
e os particulares. É atribuída apenas aos entes políticos. Exemplo: poder de polícia.
LIS
52989
2K
6. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
93
78
A doutrina costuma apontar a existência de cinco fontes principais deste ramo do Direito, quais
25
75
sejam: a lei, a jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais e os costumes.
07
CZ
▪ LEI – Fonte Primária – qualquer espécie normativa (lei em sentido amplo);
· A lei é a fonte primária do direito administrativo, pois inova no ordenamento jurídico. A
VI
IE
atuação administrativa tem que ser pautada pela lei, pois só existe a atuação do
RK
modo a abarcar não só a lei em sentido estrito, mas também as normas constitucionais, os
52989
A
consolidação da jurisprudência.
MA
▪ DOUTRINA – Fonte Secundária – forma o sistema teórico de princípio aplicável ao Direito Positivo.
57
razão/sentido.
VI
IE
RK
▪ PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO – estão na base da disciplina (alicerce). Ex..: Ninguém pode causar
dano a outrem. É vedado o enriquecimento ilícito. Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza.
ZU
MA
▪ COSTUMES – Práticas reiteradas da autoridade administrativa. Lembre-se que o costume não cria e
A
IR
· Elementos do costume:
MO
106
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
- Elemento subjetivo: convicção de sua obrigatoriedade.
RA
· Espécies de costumes:
I
RE
- Secundum legem: previstos ou admitidos pela lei;
MO
- Praeter legem: preenchem as lacunas normativas, possuindo caráter subsidiário;
52989
NN
MA
Obs.: Para o autor Rafael Carvalho, “ressalvado o costume contra legem, o costume é fonte
LIS
autônoma do Direito Administrativo. A releitura do princípio da legalidade, com a superação do positivismo,
2K
a textura aberta de algumas normas jurídicas e a necessidade de consideração da realidade social na
93
aplicação do Direito demonstram que os costumes devem ser considerados como fontes do Direito
78
Administrativo”, pg. 25.
25
75
07
COSTUME SOCIAL COSTUME ADMINISTRATIVO
CZ
De acordo com o autor Matheus Carvalho, “os Na dicção do autor Matheus Carvalho: “o costume
costumes sociais se apresentam como um VI
administrativo é caracterizado como prática
IE
conjunto de regras não escritas, que são, reiteradamente observada pelos agentes
RK
obrigatórias. Ainda considera-se fonte admitida em casos de lacuna normativa e funciona como
52989
A
vista a deficiência legislativa na matéria”. gerar direitos para os administrados, em razão dos
princípios da lealdade, boa-fé, moralidade
MO
A força vinculante do precedente administrativo decorre da segurança jurídica, e pode ser afastada
57
pela Administração em duas situações em que se pode aplicar a TEORIA DO PROSPECTIVE OVERRULING:
2
75
administrativo.
VI
retiram a sua força vinculante dos princípios da legítima confiança, segurança jurídica e boa-fé.
MA
Importante mencionar, quanto aos precedentes administrativos, o disposto no art. 30 da LINDB, com
a redação dada pela Lei 13.655/2018:
A
IR
RE
MO
N
107
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica
RA
na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
I
RE
administrativas e respostas a consultas.
MO
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter
NN
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.
MA
Resumindo...
LIS
FONTE PRIMÁRIA 1) Lei - em sentido material/amplo: qualquer espécie normativa
2K
1) Jurisprudência
93
FONTES 2) Doutrina
78
SECUNDÁRIAS 3) Costumes - secundum legem e praeter legem
25
75
4) Princípios Gerais do Direito
07
CZ
1) Constituição
FONTES FORMAIS 2) Lei VI
IE
3) Regulamento e outros atos normativos da Administração
RK
Pública
ZU
sejam:
KL
32
(1) Desigualdade entre a administração e o particular (desigualdade jurídica) - Toda vez que se
89
interpreta uma norma do direito administrativo, deve-se recordar que existe uma desigualdade
57
2
jurídica, visto que a Administração atua com supremacia em face ao particular (princípio da
75
(2) Presunção de legitimidade dos atos praticados pela Administração - Os atos praticados pela
CZ
Obs.: A analogia NÃO pode ser utilizada para fundamentar a aplicação de sanções ou gravames aos
MO
108
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
* Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto, a analogia não é permitida no Direito Administrativo, em razão do
RA
princípio da legalidade. Admitir a analogia seria permitir que a Administração impusesse uma obrigação não
I
RE
prescrita em lei.
MO
* Para Alexandre Santos de Aragão, é possível a utilização da analogia no Direito Administrativo quando a
NN
aplicação da regra com base na analogia for suficiente para regular determinado caso concreto e ao mesmo
MA
tempo atender às finalidades da Constituição. No entanto, a analogia com base em outra disciplina jurídica
não é possível, tendo em vista o princípio da legalidade.
LIS
2K
8. SISTEMAS DE CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
93
78
a) Sistema Francês (contencioso administrativo)
25
75
● Dualidade de jurisdição;
07
● Proíbe o conhecimento, pelo Poder Judiciário, de atos ilícitos praticados pela Administração, ficando
CZ
os atos sujeitos à jurisdição especial do contencioso administrativo.
VI
IE
b) Sistema Inglês (jurisdição única)
RK
● Sistema adotado pelo Brasil (princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, art. 5º, XXXV, da
MA
52989
MO
9. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
NN
É o conjunto de regras e princípios que regem a Administração Pública. O autor Celso Antônio
MA
Bandeira de Mello defende a existência de verdadeiras “PEDRAS DE TOQUE” no Direito Administrativo, quais
IS
sejam:
KL
32
disposição do administrador.
07
CZ
Caiu em prova Delegado MS/2017! De acordo com o texto a seguir o direito público tem como objetivo
VI
[...] em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse individual,
ZU
têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar coletivo. Além disso, pode-se dizer
MA
que o direito público somente começou a se desenvolver quando, depois de superados o primado do Direito
Civil (que durou muitos séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive
A
IR
a do Direito, substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do individualismo) pelo
RE
princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público e que vincula a Administração em todas
MO
109
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Dl PIETRO, Maria Sylvia Zaretla. Direito Administrativo. 30.ed. Sao Paulo: Atlas, 2017, p 96.
RA
Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são: a supremacia do interesse público
I
RE
sobre o interesse privado e a indisponibilidade do interesse público (item considerado correto).
MO
NN
MA
Vamos aprofundar um pouco?
LIS
Conforme o doutrinador Rafael Carvalho, o fenômeno da constitucionalização do ordenamento jurídico
abalou alguns dos mais tradicionais dogmas do Direito Administrativo, a saber a redefinição da ideia de
2K
supremacia do interesse público sobre o privado e a ascensão do princípio da ponderação de direitos
93
fundamentais. A partir dessa distinção, a doutrina tradicional sempre apontou para a superioridade do
78
25
interesse público primário (e não do secundário) sobre o interesse privado. Atualmente, no entanto, com a
75
relativização da dicotomia público x privado, a democratização da defesa do interesse público e a
07
complexidade (heterogeneidade) da sociedade atual, entre outros fatores, vem ganhando força a ideia de
CZ
“desconstrução” do princípio da supremacia do interesse público em abstrato. Portanto, não existe um
VI
interesse público único, estático e abstrato, mas sim finalidades públicas normativamente elencadas que não
IE
estão necessariamente em confronto com os interesses privados, razão pela qual seria mais adequado falar
RK
o que reforça a ideia de que a atuação estatal deve sempre estar apoiada em finalidades públicas, não
MA
supremacia do interesse público, mas, sim, pela ponderação e máxima realização dos interesses envolvidos.
IR
RE
MO
segurança, bem comum do grupo social etc.), perseguido pelo exercício das atividades-fim do Poder Público,
MA
enquanto o interesse público secundário corresponde ao interesse individual do próprio Estado, estando
IS
· Possuem grau de abstração maior do que as regras, pois admitem uma série indefinida de
CZ
aplicações.
VI
gradativa.
MA
· Categorias:
MO
N
110
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
✔ Princípios fundamentais: Representam decisões políticas estruturais do Estado,
RA
servindo de matriz para todas as demais normas constitucionais.
I
RE
✔ Princípios gerais: Em regra, são importantes especificações dos princípios
MO
fundamentais, possuindo menor grau de abstração e irradiando-se sobre todo
NN
ordenamento jurídico. Ex.: Princípio da isonomia e da legalidade.
MA
✔ Princípios setoriais ou especiais: Aplicam-se a determinado tema, capítulo ou título
LIS
da Constituição. Ex: L.I.M.P.E – Art. 37 CF (princípios explícitos da Constituição/88).
b) Regras:
2K
· Direcionam-se a situações determinadas.
93
· O conflito de regras é resolvido na dimensão da validade (“tudo ou nada”), ou seja, a regra é
78
25
válida ou inválida, a partir dos critérios de especialidade, hierarquia e cronológico (Dworkin).
75
· Em alguns casos, o conflito entre regras pode ser resolvido pela dimensão do peso e, não
07
necessariamente, pelo critério de validade. Ex: vedação à concessão de liminar contra a
CZ
Fazenda que esgote o objeto do litígio.
VI
IE
RK
A. podem ser aplicados diretamente pelo gestor público, mas não em sentido contrário à lei (contra
MA
B. podem justificar decisões administrativas sem a intermediação da lei, tal como aconteceu com
RE
a interpretação feita pelo Conselho Nacional de Justiça acerca de nepotismo. (Item considerado
MO
correto).
C. são enumerados taxativamente no caput do art. 37 da CF, que define seus limites e possibilidades.
NN
D. não se limitam à lista do art. 37 da CF, embora impliquem, ontologicamente, comandos genéricos
MA
administrativo.
32
89
57
*Atenção! O nepotismo traduz-se em prática vedada no âmbito da Administração Pública, por violar
2
Judiciário na Súmula Vinculante nº. 13 não se fundou em previsão legal, haja vista que, à época,
07
Obs: Atualmente, é possível dizer que há vedação legal expressa quanto à prática do nepotismo –
VI
52989
IE
111
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● Legalidade
RA
● Impessoalidade
I
RE
● Moralidade
MO
● Publicidade
NN
● Eficiência
MA
Obs.: Além dos princípios expressos pelo Direito Administrativo, existem princípios implícitos extraídos pela
LIS
interpretação sistemática e reconhecidos pela jurisprudência e doutrina.
2K
93
PRINCÍPIOS EXPRESSOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
78
● Legalidade ● Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade
25
75
● Impessoalidade ● Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o
07
● Moralidade Privado (Princípio da Finalidade Pública)
CZ
● Publicidade ● Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade
● Eficiência ● VI
Princípio Da Continuidade Do Serviço Público
IE
● Princípio da Motivação
RK
Pelo princípio da legalidade, a atuação da administração pública subordina-se à lei, de modo que o
IS
agente público somente poderá fazer o que proclama a lei. Assim, não havendo previsão legal, está proibida
KL
a atuação do ente público e qualquer conduta praticada de forma arbitrária por ele.
32
Ressalta-se que a legalidade no âmbito do direito administrativo não se confunde com a legalidade
89
privada em que é permitido fazer tudo que não é proibido (autonomia privada). Ex.: O princípio da legalidade
57
veda à administração a prática de atos inominados, embora estes sejam permitidos aos particulares.
2
75
07
52989
A atuação da administração pública subordina- Vigora a autonomia privada. Por isso, o particular
VI
se à lei, de modo que o agente público somente pode fazer tudo aquilo que a lei não proibir. Só deve
IE
RK
poderá fazer o que proclama a lei. deixar de fazer se estiver expressamente proibido
ZU
em lei.
MA
Note a flagrante diferença entre os regimes jurídicos de direito público e direito privado, uma vez
A
IR
que, neste último, é possível realizar tudo o que a lei não proíbe, ao passo que, no primeiro, o administrador
RE
112
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
(1) Supremacia da lei: A lei prevalece e tem preferência sobre os atos da Administração.
RA
· Relaciona-se com a doutrina da NEGATIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO NEGATIVA), segundo a
I
RE
qual a lei representa uma limitação à vontade do Administrador.
MO
(2) Reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado necessariamente pela
52989
NN
legislação.
· Relaciona-se com a POSITIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO POSITIVA), que condiciona a validade
MA
da atuação dos agentes públicos à prévia autorização legal.
LIS
Atualmente, prevalece a ideia da vinculação positiva da Administração à lei, ou seja, a atuação do
2K
administrador depende de prévia habilitação legal para ser legítima.
93
78
Caiu em prova Delegado RJ/2022 (CESPE/CEBRASPE)! Os princípios constitucionais do direito administrativo
25
75
não se limitam à lista do art. 37 da CF, embora impliquem, ontologicamente, comandos genéricos incapazes
07
de vincular positivamente a ação administrativa (item considerado incorreto).
CZ
Considerações importantes: VI
IE
● A legalidade deve ser reinterpretada a partir da constitucionalização do Direito Administrativo.
RK
● Por ser submissa ao princípio da legalidade, a Administração não pode levar a termo interpretação
ZU
extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim não o prever de modo expresso.
MA
Direito.
NN
III) Legitimidade: É o ato que observa não só as formalidades prescritas ou não defesas em lei, mas se há
89
adequação aos princípios da boa administração, dentro de padrões razoáveis e morais, e aos princípios
257
constitucionalmente reconhecidos.
75
IV) Economicidade: Foco no binômio custo/ benefício em face do meio utilizado para satisfação social, junto
07
que norteia a atuação da Administração Pública. Determina que, ao atuar, a Administração não obedeça
MA
apenas à legalidade, mas também à legitimidade e ao princípio democrático, ou seja, que atue de modo a
atender os anseios da população. É, então, inegavelmente, um dever jurídico autônomo dos agentes do
A
IR
Poder Público para, ao perfazerem suas escolhas discricionárias, observarem as demandas da sociedade.
RE
MO
N
113
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Há exceções ao princípio da legalidade administrativa?
RA
Segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo (Curso de Direito Administrativo, 26ª Ed., pág. 105
I
RE
e 126-136), é possível apontar três restrições excepcionais ao princípio da legalidade:
MO
a) Estado de defesa;
NN
b) Estado de sítio e
MA
c) Medida provisória.
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua atuação,
LIS
o que revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade.
2K
93
Caiu em prova Delegado RJ/2022 (CESPE/CEBRASPE)! Os princípios constitucionais do direito administrativo
78
podem justificar decisões administrativas sem a intermediação da lei, tal como aconteceu com a
25
75
interpretação feita pelo Conselho Nacional de Justiça acerca de nepotismo (item considerado correto).
07
CZ
10.2 Princípio Da Impessoalidade
VI
IE
Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da administração pública deve ser imparcial, não visando
RK
beneficiar ou prejudicar pessoa determinada, tendo em vista que a sua atuação está voltada à busca do
ZU
52989
A
Obs.: Para52989
o professor Hely Lopes Meirelles (doutrina minoritária), o princípio da impessoalidade nada mais
IR
RE
é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para
MO
atingir o objetivo indicado expressa ou virtualmente pela norma de direito, de forma impessoal. Cuidado!
Em que pese não ser a doutrina que prevalece atualmente, visto que a doutrina moderna entende que os
NN
princípios da impessoalidade e da finalidade não se confundem (são autônomos), tal questão já foi cobrada
MA
para prova de Delegado de Polícia, motivo pelo qual devemos ficar atentos.
IS
KL
Ex.: realização de concurso público é uma forma de observar o princípio da igualdade ou isonomia e
07
o princípio republicano*.
CZ
VI
IE
ordem constitucional jurídica vigente, o princípio republicano, que, no âmbito do concurso público, consagra
ZU
a igualdade de acesso aos cargos e empregos públicos a todos os brasileiros natos e naturalizados, bem como
MA
ii. Proibição de promoção pessoal: Vedação do exercício da máquina pública para atingir interesses
RE
particulares. Veja o art. 37, §1º da CF/88 (Atenção! Esse artigo despenca em prova!):
MO
N
114
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
I
RE
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
MO
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
NN
pessoal de autoridades ou serviços públicos”.
MA
Sobre o tema, destaca-se a jurisprudência do STF:
LIS
2K
O § 1º do art. 37 da CF/88 não admite flexibilização por norma infraconstitucional
93
ou regulamentar. Está em desconformidade com a Constituição Federal a previsão
78
contida na Lei Orgânica do Distrito Federal que autoriza que cada Poder defina, por
25
75
norma interna, as hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra ou
07
serviço públicos não constituirá promoção pessoal. Essa delegação conferida viola
CZ
o § 1º do art. 37 da CF/88, que não admite flexibilização por norma
VI
infraconstitucional ou regulamentar. É de se conferir interpretação conforme a
IE
Constituição ao § 6º do art. 22 da Lei Orgânica do Distrito Federal para que a
RK
entidade. STF. Plenário.52989 ADI 6522/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
IR
Obs.: Segundo Odete Medauar, os princípios da impessoalidade, moralidade e publicidade têm ligação
NN
profunda. Mais que isso, há uma instrumentalização recíproca. Dessa forma, a impessoalidade é considerada
MA
um meio para atuações dentro da moralidade, enquanto a publicidade vai dificultar medidas contrárias à
IS
e da publicidade.
32
89
lealdade, boa administração, correção de atitudes. É diferente da moralidade comum (certo e errado do
CZ
convívio social) por ser mais rígida, exigindo a correção de atitudes e a boa administração. Trata-se, portanto,
VI
Nessa esteira, segundo o professor Matheus Carvalho (Manual de D. Administrativo, 2014), “trata-se
de princípio que exige a honestidade, legalidade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa,
ZU
ou seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado”.
MA
A
IR
R.: De acordo com o STF, o nepotismo é vedado em qualquer dos Poderes da República por força dos
MO
115
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
previsão expressa em diploma legislativo. Assim, o nepotismo não exige a edição de uma lei formal proibindo
RA
a sua prática, uma vez que tal vedação decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da
I
RE
CF/88 (STF Rcl 6.702/PR-MC-Ag).
MO
No entanto, o STF tem afastado a aplicação da SV 13 (que veda o nepotismo) a cargos públicos de
NN
natureza política. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido
MA
a permanência de parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática
não configura nepotismo. Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo, mesmo em se tratando de cargo
LIS
político, em 2 casos:
2K
1) Caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de
93
qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min.
78
Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018.
25
75
2) Em casos de fraude à lei.
07
CZ
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em
VI
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
IE
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
RK
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios,
52989
A
R: Cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
KL
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou
32
assessoramento.
89
57
2
52989
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
116
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor
RA
público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia
I
RE
52989
MO
com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção. STF. 2ª Turma. Rcl
NN
18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado
MA
em 23/2/2016 (Info 815).
LIS
Não pode ser nomeado para o quê?
2K
R.: Para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração
93
Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
78
municípios.
25
75
07
Vamos relembrar...
CZ
CARGO EM COMISSÃO CARGO EM CONFIANÇA ou FUNÇÃO DE
VI
CONFIANÇA
IE
Cargo baseado na confiança, de livre Cargo também baseado na confiança,
RK
é de carreira.
NN
MA
A parte final da súmula proíbe o nepotismo no ajuste mediante designações recíprocas. Não pode
CZ
na mesma pessoa jurídica, mas também não pode trocar de parentes, não pode nepotismo cruzado. A União
VI
117
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
RA
17/9/2019. (Info 952)
I
RE
A Lei nº 14.230/2021, que alterou a Lei 8.429/92, passou a prever expressamente que a prática do
MO
nepotismo configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
NN
pública:
MA
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
LIS
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
2K
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das
93
seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
78
(...)
25
75
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
07
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
CZ
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
VI
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
IE
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da
RK
52989
A
guardando relação com o princípio democrático, ao possibilitar o controle social sobre os atos públicos. Em
NN
outras palavras: a atuação da Administração pública deve ser sempre o mais transparente possível.
MA
Ressalta-se, ainda, que a publicidade também representa condição de eficácia dos atos
IS
administrativos, de modo que estes só começam a produzir efeitos a partir de sua publicidade. Assim,
KL
enquanto o ato não é publicado, o particular não toma conhecimento deste, e sem tomar ciência, não pode
32
praticar e/ou observá-lo. Daí porque se fala que a publicidade é um pressuposto de eficácia.
89
57
art. 5º da CF/88:
VI
● Art. 5º, X (são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas). O
IE
RK
administrador não pode, com fundamento na publicidade, violar tais valores, sob pena de indenizar
os lesados.
ZU
52989
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
MA
violação;
RE
MO
118
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
RA
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
I
RE
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
MO
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
NN
MA
● Art. 5º, LX (processos que correm em sigilo). Em processos tanto judiciais quanto administrativos.
Ex. Em processo administrativo no âmbito do CRM sobre erro médico, só há publicação quando se
LIS
tem o resultado.
2K
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa
93
da intimidade ou o interesse social o exigirem;
78
25
75
Frise-se que a Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à informação) prevê a possibilidade de restrição ao
07
fornecimento de informações, se imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado.
CZ
Com fundamento no princípio da publicidade, o STF decidiu ser legítima a possibilidade de divulgação
de vencimentos dos servidores públicos com relação nominal. Veja:VI
IE
RK
STF (Info 782): É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela
ZU
interesse público que não viola a intimidade e a segurança deles, uma vez que esses
RE
pública promoverá a publicidade das arbitragens da qual seja parte, nos termos da
IS
O autor Mazza52989
afirma que a publicidade dos atos administrativos tem a finalidade de: exteriorizar a
89
vontade da Administração Pública, divulgando seu conteúdo para conhecimento público; presumir o
57
conhecimento do ato pelos interessados; tornar exigível o conteúdo do ato; desencadear a produção de
2
75
efeitos do ato administrativo; dar início ao prazo para interposição de recursos; indicar a fluência dos prazos
07
É nulo — por violar o princípio da publicidade, bem como por restringir o direito
à informação — ato público que estabelece, genericamente e sem
ZU
restrito. STF. ADPF 872/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual
RE
119
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Caiu em prova Delegado RJ/2022 (CESPE/CEBRASPE)! Determinada empresa de mídia solicita que o governo
RA
do Estado do Rio de Janeiro forneça informações relacionadas a mortes registradas pela polícia em boletins
I
RE
de ocorrência. No entanto, o governador do RJ se recusa a compartilhar as informações. Além disso, a
MO
companhia de jornal informa que irá cobrir determinada manifestação a ser realizada em prol de maior
NN
transparência e publicidade na administração pública. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção
MA
correta. Resposta: Não cabe à administração pública analisar o uso que se pretende dar à informação de
natureza pública; a censura prévia inviabiliza até mesmo a apuração jornalística. Assim sendo, a recusa do
LIS
governador não se justifica. Fundamento: STJ. 2ª Turma. REsp 1.852.629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
2K
em 06/10/2020 (Info 682).
93
78
25
Veja como o tema já foi exigido no concurso de Delegado da Polícia Federal:
75
07
CESPE/CEBRASPE – 2004 - Delegado de Polícia Federal: No que se refere a fontes e princípios
CZ
do direito administrativo, julgue os itens seguintes.
VI
A veiculação do ato praticado pela administração pública na Voz do Brasil, programa de âmbito nacional,
IE
dedicado a divulgar fatos e ações ocorridos ou praticados no âmbito dos três poderes da União, é suficiente
RK
elemento formativo do ato. A publicação que produz efeitos jurídicos e atende ao princípio da publicidade é
RE
aquela feita no órgão oficial da Administração, e não a divulgação pela imprensa particular, pela televisão ou
MO
pelo rádio, ainda que em horário oficial. Esta não é capaz de conferir eficácia ao ato. Mesmo a divulgação na
“Voz do Brasil” não atende ao referido princípio, sendo apenas mais um meio de dar ampla publicidade aos
NN
O princípio da eficiência foi inserido pela EC 19/98 para substituir a Administração Pública burocrática
89
57
pela gerencial, tendo em vista a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no
2
ordenamento jurídico.
75
Nesse sentido, o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
07
presteza, perfeição e rendimento funcional. Sua aplicação orienta e serve de fundamento para a construção
CZ
A eficiência ganhou roupagem de direito expresso, mas ela já era exigida como princípio implícito e
RK
já existia de forma expressa no art. 6º da Lei 8987/95, que trata de serviço público. Esse art. 6º traz o conceito
ZU
52989
ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
RE
120
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
§1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
RA
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
I
RE
modicidade das tarifas.
MO
NN
A concretização dos resultados deve ser realizada por:
MA
(1) Planejamento: plano de ação, orçamento e prioridades;
(2) Execução: medidas concretas para satisfação dos resultados;
LIS
(3) Controle: órgãos controladores não devem se restringir à legalidade formal na análise da juridicidade
2K
da ação administrativa, devendo levar em conta os demais princípios e alcance dos resultados.
93
Obs: trata-se de norma de aplicabilidade imediata.
78
25
75
Exemplos de aplicação determinando a observância da aplicação da eficiência: O art. 41 da CF
07
demonstra a exigência da eficiência na atividade administrativa, ao exigir avaliação especial de desempenho,
CZ
assim como a avalição periódica, que depende de regulamentação por lei, pendente ainda.
- avaliação especial de desempenho (art. 41, §4º): “como condição para aquisição da estabilidade, é
VI
IE
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para esse fim”.
RK
- avaliação periódica de desempenho (art. 41, III, da CF): “mediante procedimento de avaliação
ZU
A concretização dos resultados, na medida do possível, deve ser realizada por meio de processo
RE
indicada na Lei 14.129/2021 que dispõe princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o
MA
52989
aumento da eficiência pública.
IS
KL
Lei nº 14.129/21: dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o aumento da eficiência da
32
e da participação do cidadão.
57
2
75
Trata-se de legislação federal aplicável às administrações direta e indireta das três esferas da
07
federação, bem como os três poderes, incluindo Tribunal de Contas e Ministério Público. Não se aplica a
CZ
empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, que não prestem serviço
VI
público.
IE
RK
da cláusula do devido processo legal, a qual deixou de lado seu caráter apenas procedimental (procedural
N
121
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
due process of law – garantias processuais do contraditório, ampla defesa etc.) para incluir seu caráter
RA
substantivo (substantive due process of law – proteção das liberdades e direitos dos indivíduos contra abusos
I
RE
do Estado).
MO
A razoabilidade é a coerência, lógica, congruência, equilíbrio, tendo sempre por base o padrão do
NN
homem médio. O administrador tem que agir com bom senso, com equilíbrio. Ela proíbe os excessos, mas
MA
também veda a proteção deficiente.
Para os administrativistas, o princípio da proporcionalidade está embutido no princípio da
LIS
razoabilidade, pois prevalece a tese de fungibilidade dos princípios.
2K
93
Obs.: Não se esqueça que estamos diante de um princípio implícito, muito embora, em âmbito federal,
78
constem do art. 2º da Lei 9.784/99 (regula o processo administrativo federal).
25
75
07
A proporcionalidade subdivide-se em 03 subprincípios:
CZ
i. Adequação ou idoneidade: o ato estatal deverá contribuir para a realização do resultado pretendido.
ii. VI
Necessidade ou exigibilidade: caso existam duas medidas adequadas para alcançar o fim perseguido,
IE
o Poder Público deve adotar a medida menos gravosa aos direitos fundamentais (ex. invalidade da
RK
iii. Proporcionalidade em sentido estrito: é a ponderação, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
MA
atuação estatal e o benefício por ela produzido, razão pela qual a restrição ao direito fundamental
52989
A
deve ser justificada pela importância do princípio ou direito que se quer efetivar.
IR
RE
MO
ATENÇÃO!
O princípio da proporcionalidade é, ainda, um limite à discricionariedade do legislador, que, muitas vezes,
NN
ultrapassa uma linha tênue e se torna arbitrariedade (a qual é vedada no ordenamento jurídico brasileiro).
MA
Assim, mesmo que se trate de um ato administrativo discricionário, se tal ato não obedecer ao princípio da
IS
proporcionalidade/razoabilidade, será possível a interferência do Poder Judiciário sem que isso acarrete
KL
violação à Separação de Poderes. Isso porque tais princípios, embora implícitos, são princípios
32
52989
constitucionais que decorrem do devido processo legal. Nesse caso, o Poder Judiciário realiza o controle de
89
legalidade em sentido amplo, isto é, o controle do ato em relação a leis infraconstitucionais e à própria CF.
57
Por esse motivo, a doutrina trata desses princípios como limitadores da liberdade e discricionariedade do
2
75
administrador.
07
CZ
11.2 Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado (Princípio da Finalidade Pública)
VI
IE
RK
ii. Interesse público secundário: É o interesse do próprio Estado, enquanto sujeito de direitos e
RE
obrigações, ligando-se à noção de interesse do erário. É o interesse do Estado com si próprio, como
MO
122
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
RA
Assim, pelo princípio, há uma primazia de soluções e decisões que atendam ao interesse coletivo, em
I
RE
detrimento do interesse de um único indivíduo ou grupo seleto de indivíduos.
MO
Parcela da doutrina sustenta a desconstrução do referido princípio pelos seguintes fundamentos: a)
NN
a CF, em diversas passagens, protege a esfera individual (art. 1º, III), não sendo lícito afirmar que o interesse
MA
público irá sempre prevalecer sobre o privado; b) “interesse público” é conceito indeterminado e abstrato;
c) o interesse público é indissociável do interesse privado, sendo ambos consagrados pela CF e incluídos nas
LIS
finalidades do Estado; d) incompatibilidade da supremacia do interesse público com postulados normativos
2K
como o da proporcionalidade e o da concordância prática; e) não há um confronto dicotômico entre interesse
93
público e privado. A ponderação deve, portanto, ser sempre efetuada em concreto.
78
25
75
11.3 Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade
07
CZ
Pelo princípio da autotutela, também denominado de sindicabilidade, a administração pública tem a
VI
prerrogativa de rever os seus próprios atos independentemente de provocação, seja para revogá-los ou para
IE
anulá-los. Este controle pode ser de legalidade ou de mérito. Quando ilegal, o ato será anulado; quando
RK
Ressalta-se que o princípio da autotutela não afasta a possibilidade de controle de legalidade pelo
MA
Art. 53 da Lei 9.784/99: A Administração deve anular seus próprios atos, quando
MA
oportunidade, respeitados
52989
os direitos adquiridos.
KL
32
Súmula 346 STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus
89
próprios atos.
57
2
75
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
07
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
CZ
123
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Caiu em prova Delegado RO/2022 (CESPE/CEBRASPE)! A administração pode anular seus próprios atos
RA
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
I
RE
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
MO
a apreciação judicial. O princípio da administração pública apresentado anteriormente, referente à Súmula
NN
n.º 473 do Supremo Tribunal Federal (STF), é o da: autotutela (resposta correta).
MA
LIS
Cuidado (1): Não confundir autotutela com autoexecutoriedade!
2K
● Autotutela: Designa o poder-dever de corrigir ilegalidades e de garantir o interesse público dos atos
93
editados pela própria Administração;
78
25
● Autoexecutoriedade: Prerrogativa de imposição da vontade administrativa, independentemente de
75
recurso ao Poder Judiciário.
07
CZ
Cuidado (2): Não confundir autotutela com tutela!
VI
● Autotutela: o princípio da autotutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos,
IE
podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de
RK
● Tutela: pelo princípio da tutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela
MA
A Administração Pública deve observar algum requisito quando for anular atos ilegais?
O STF possui entendimento no sentido de que, a despeito deste poder-dever de anular os atos ilegais,
NN
instauração de processo administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa (Informativo
IS
763 do STF).
KL
32
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem
89
administrativo. STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
IE
RK
em 10/12/2013 (Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
ZU
Além disso, o art. 54 da lei 9.784/99 estipula que o direito da Administração de 52989
anular os atos
A
IR
administrativos de que decorram efeitos favoráveis aos destinatários decai em 5 anos, contados da data em
RE
124
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que
RA
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
I
RE
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
MO
NN
Trata-se, portanto, de um prazo para o exercício da autotutela. Ressalta-se que, em princípio, a Lei
MA
nº 9.784/99 deveria regular apenas e unicamente o processo administrativo no âmbito da Administração
Federal direta e indireta. O processo administrativo na esfera dos Estados e dos Municípios deve ser tratado
LIS
por meio de legislação a ser editada por cada um desses entes, em virtude da autonomia legislativa que
2K
gozam para regular a matéria em seus territórios.
93
No entanto, o STJ entende que, se o Estado ou o Município não possuir em sua legislação previsão
78
de prazo decadencial para a anulação dos atos administrativos, deve-se aplicar, por analogia integrativa, o
25
75
art. 54 da Lei nº 9.784/99. Essa conclusão é baseada nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
07
O entendimento acima resultou na edição da Súmula 633 do STJ. Vejamos:
CZ
VI
Súmula 633 STJ: A Lei 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo
IE
decadencial para revisão de atos administrativos no âmbito da administração
RK
pública federal, pode ser aplicada de forma subsidiária aos Estados e Municípios se
ZU
52989
A
Há, contudo, julgados que mitigam esse prazo decadencial de 5 anos, a exemplo:
IR
RE
Ex: 2003, João, ex-militar da Aeronáutica, recebeu anistia política, concedida por
07
fazendo alguns questionamentos sobre a forma indevida pela qual estavam sendo
VI
concedidas anistias políticas, dentre elas a que foi outorgada a João. Em 2011, o
IE
RK
52989
política. Mesmo tendo-se passado mais de 5 anos, a anulação do ato foi possível,
A
IR
seja por força da parte final do art. 54 da Lei nº 9.784/99, seja porque o prazo
RE
decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado
MO
125
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Dias Toffoli, julgado em 16/10/2019 (repercussão geral – Tema 839) (Info 956). É
RA
possível a anulação do ato de anistia pela Administração Pública, evidenciada a
I
RE
violação direta do art. 8º do ADCT, mesmo quando decorrido o prazo decadencial
MO
contido na Lei nº 9.784/99. STJ. 1ª Seção. MS 19070-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes
NN
Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 12/02/2020 (Info 668).
MA
Ademais, o prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado
LIS
afronta diretamente a Constituição Federal. Veja:
2K
93
Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a
78
vacância do cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso
25
75
público (art. 236, § 3º). O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se
07
aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal. O
CZ
art. 236, § 3º, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes
VI
da edição da Lei 8.935/1994, ela já tinha plena eficácia e o concurso público era
IE
obrigatório como condição para o ingresso na atividade notarial e de registro. STF.
RK
Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/4/2014 (Info 741).
ZU
MA
Além disso, o STF decidiu que, em regra, o prazo decadencial para que a Administração anule atos
52989
A
administrativos inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da
IR
isonomia, ou seja:
RE
MO
52989
Pública estadual. STF. Plenário. ADI 6019/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
IS
Por fim, em decisão na qual se evidencie não acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a
89
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
57
Administração.
2
75
07
ATENÇÃO! Em 13/12/2023 o STJ aprovou o enunciado da súmula 665, que disciplina a extensão do
CZ
controle judicial, restringindo a análise da legalidade e impedindo a incidência sobre o mérito administrativo:
VI
IE
RK
126
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
11.4 Princípio Da Continuidade Do Serviço Público
IRA
RE
A atuação administrativa, buscando atender da melhor forma o interesse público, preconiza que a
MO
atividade do Estado deve ser prestada de forma contínua, ou seja, sem interrupções, motivo pelo qual o
NN
princípio da continuidade veda a interrupção na prestação dos serviços públicos.
MA
Está expressamente previsto no art. 6º, § 1º, da Lei n. 8.987/95 (Lei de Serviços Públicos), e seu
fundamento reside no fato de a prestação de serviços públicos ser um dever constitucionalmente
LIS
estabelecido (art. 175 da CF/88), localizando-se, portanto, acima da vontade da Administração Pública, que
2K
não tem escolha entre realizar ou não a prestação.
93
78
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado
25
75
ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
07
pertinentes e no respectivo contrato.
CZ
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
VI
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
IE
modicidade das tarifas.
RK
ZU
CF, Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
MA
públicos.
IR
RE
Entretanto, o art. 6º, § 3º, da Lei n. 8.987/95, de acordo com o entendimento doutrinário majoritário
MO
e da jurisprudência do STJ, autoriza o corte no fornecimento do serviço em caso de emergência ou, após
NN
b) inadimplemento do usuário.
KL
32
Obs.: O aviso prévio dado através de comunicado em rádio de amplo alcance satisfaz as condições de aviso
MA
52989
prévio, haja vista se tratar de um dos meios mais populares e o de maior alcance público, motivo pelo qual
A
IR
há de se reconhecer a validade e eficácia do ato administrativo. Veja a jurisprudência do STJ nesse sentido:
RE
MO
N
127
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja, sem
RA
interrupções (princípio da continuidade do serviço público). Excepcionalmente,
I
RE
será possível a interrupção do serviço público nas seguintes hipóteses previstas
MO
no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95: a) Em caso de emergência (mesmo sem aviso
NN
prévio); b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que
MA
o usuário seja previamente avisado; c) Por causa de inadimplemento do usuário,
desde que ele seja previamente avisado. Se a concessionária de energia elétrica
LIS
divulga, por meio de aviso nas emissoras de rádio do Município, que haverá, daqui
2K
a alguns dias, a interrupção do fornecimento de energia elétrica por algumas horas
93
em virtude de razões de ordem técnica, este aviso atende a exigência da Lei nº
78
8.987/95? SIM. A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia
25
75
elétrica por meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a
07
exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª
CZ
Turma. REsp 1270339-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info
598). VI
IE
RK
Obs.: A interrupção por inadimplemento do usuário não pode paralisar serviços essenciais, como, por
ZU
exemplo, corte de energia elétrica do hospital público/iluminação pública. Nos chamados “serviços
MA
Nesse sentido, vale destacar que, o STJ entendeu que é possível o corte de energia elétrica por
RE
52989
IR
a. O direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
RE
específica (art. 37, VII, da CF). Lembre-se que o policial civil não pode fazer greve!
MO
N
128
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Policias civis são proibidos de fazer greve. O exercício do direito de greve, sob
RA
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
I
RE
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. STF.
MO
Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre
NN
de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
MA
Explicação via Dizer o Direito (muito importante para fundamentar em uma prova discursiva!)
LIS
2K
Direito de greve é incompatível com a carreira policial
93
Não é possível compatibilizar que o braço armado do Estado faça greve porque isso
78
colocaria em risco a segurança pública, a ordem e a paz social. Os integrantes das
25
75
carreiras policiais possuem o dever de fazer intervenções e prisões em flagrante,
07
sendo isso inconciliável com o exercício da greve. Como já afirmado, não há
CZ
possibilidade de nenhum outro órgão da iniciativa privada suprir a atividade
52989
VI
policial. Se esta entra em greve, não há como sua função ser substituída.
IE
Vale ressaltar que a atividade policial, além de ser importantíssima por si só, se for
RK
Judiciário.
MA
52989
A
A greve não é um direito absoluto e, neste caso, deverá ser feito um balanceamento
RE
greve X continuidade do serviço público. A greve dos policiais é proibida não por
89
mas sim por conta do direito de toda a sociedade à garantia da segurança pública,
2
75
interromper a execução do contrato após atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da
IE
RK
nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por despesas
de obras, serviços ou fornecimentos (art. 137, §2º, IV, da Lei n. 14.133/2021);
ZU
MA
129
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar
RA
a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas
I
RE
contratuais, regulamentares e legais pertinentes.
MO
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que
NN
conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites
52989
MA
da medida
LIS
d. Ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do
2K
contrato nas hipóteses de: i) risco à prestação de serviços essenciais; ii) necessidade de acautelar
93
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do contrato.
78
(art. 104, V, da Lei n. 14.133/2021);
25
75
07
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à
CZ
Administração, em relação a eles, as prerrogativas de:
VI
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços
IE
vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de:
RK
8.987/95);
MO
NN
Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das
MA
Lei n. 8.987/95);
2
75
07
anterior.
ZU
130
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando
RA
inadimplente o usuário, desde que precedido de notificação.
I
RE
MO
É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por razões de
NN
ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que precedido de
MA
notificação.
LIS
É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o
2K
direito à saúde e à integridade física do usuário.
93
78
É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando
25
75
inadimplente pessoa jurídica de direito público, desde que precedido de notificação
07
e a interrupção não atinja as unidades prestadoras de serviços indispensáveis à
CZ
população.
VI
IE
É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando
RK
à vida e à saúde.
MA
52989
A
É ilegítimo o corte52989
no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a
IR
inadimplente.
MA
A
IR
131
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Impõe à Administração Pública o dever de indicação dos pressupostos de fato e de direito que
RA
determinaram a prática do ato (art. 2º, parágrafo único, VII, da Lei n. 9.784/99). Assim, a validade do ato
I
RE
administrativo está condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos fáticos e jurídicos
MO
justificadores da decisão adotada.
NN
MA
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
LIS
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
2K
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
93
critérios de:
78
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
25
75
07
Trata-se de um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da
CZ
Administração Pública.
52989
VI
Está previsto no art. 93, X, da CF/88 e no art. 50 da Lei 9.784/99. Apesar de haver divergência, a
IE
corrente majoritária defende que a motivação é obrigatória tanto nos atos vinculados quanto nos atos
RK
discricionários.
ZU
Motivação intempestiva (posterior) ou extemporânea (anterior) causa nulidade do ato administrativo. Ainda,
52989
A
"ad nutum") de cargos comissionados. A exoneração "ad nutum" refere-se àquela aplicável aos ocupantes
MO
No entanto, se mesmo essa motivação sendo “desnecessária”, a Administração optar por motivá-la,
MA
estará vinculada aos motivos que explicitou no ato, em decorrência da chamada: TEORIA DOS MOTIVOS
IS
DETERMINANTES. Isso porque os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato torna-se
KL
nulo.
32
89
Observações importantes:
57
● Motivação aliunde ou per relationem – É aquela indicada fora do ato, consistente em concordância com
2
75
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas. Ocorre todas as vezes que
07
a motivação de um determinado ato remete à motivação de ato anterior que embasa sua edição. Ex.:
CZ
parecer opina pela possibilidade de prática de ato de demissão de servidor; ao demitir o servidor, a
VI
autoridade não precisa repetir os fundamentos explicitados pelo parecer, bastando, na fundamentação
IE
RK
· Móvel = intenção declarada pelo agente como justificativa para a prática do ato.
MO
N
132
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
11.6 Princípio da Ampla Defesa e Contraditório
RA
I
RE
Por força do princípio do contraditório, as decisões administrativas devem ser tomadas considerando
MO
a manifestação dos interessados. Para isso, é necessário dar oportunidade para que os afetados pela decisão
NN
sejam ouvidos antes do resultado final do processo.
MA
O princípio da ampla defesa assegura aos litigantes,52989
em processo judicial ou administrativo, a
utilização dos meios de prova, dos recursos e dos instrumentos necessários para defesa de seus interesses
LIS
perante o Judiciário e a Administração.
2K
93
Art. 5º, LV, CF.: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
78
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
25
75
e recursos a ela inerentes.
07
CZ
Ao garantir o direito à ampla defesa “com os meios e recursos a ela inerentes”, o art. 5º, LV, da
VI
Constituição Federal incluiu, no bojo do dispositivo, o princípio do duplo grau, verdadeiro desdobramento da
IE
ampla defesa.
RK
Sobre os princípios do contraditório e da ampla defesa, foi editada a Súmula Vinculante 3 do STF:
ZU
MA
pensão”.
NN
MA
O cadastro restritivo não deve ser feito de forma unilateral e sem acesso à ampla
07
defesa e ao contraditório. Isso porque, muitas vezes, a inscrição pode ter, além de
CZ
convênios, mas o cadastro deve ser feito nos termos da lei, ou seja, mediante a
verificação da veracidade das irregularidades apontadas. Isso porque o cadastro
ZU
Ao final, é possível tornar o dano ao erário dívida líquida e certa, e a decisão tem
N
133
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
eficácia de título executivo extrajudicial. STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF, rel. orig.
RA
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/9/2019
I
RE
(Info 951).
MO
NN
11.7 Princípio da Segurança Jurídica e Legítima Confiança
MA
Segundo a autora Maria Di Pietro, o direito administrativo brasileiro herdou do direito alemão (já
LIS
caiu em prova) a inspiração para aplicação do princípio da segurança jurídica, especialmente sob o aspecto
2K
subjetivo da proteção à confiança.
93
78
● Segurança jurídica: abarca dois sentidos:
25
· Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico (proteção à coisa julgada, ao direito
75
07
adquirido e ao ato jurídico perfeito).
· Subjetivo: proteção à confiança das pessoas em relação às expectativas geradas por
CZ
promessas e atos estatais. É princípio autônomo. VI
IE
RK
arbitrária do Estado.
IR
RE
52989
A noção de proteção da confiança legítima aparece como uma reação à utilização abusiva de normas
MO
aplicação do princípio da legítima confiança diz respeito à impossibilidade de devolução de valores recebidos
MA
de boa-fé por servidores públicos, em virtude de errônea interpretação de lei pela Administração:
IS
KL
STJ (Info 579): Os herdeiros devem restituir os proventos que, por erro operacional
32
público após o seu falecimento. Não se analisa aqui se o herdeiro estava ou não de
57
boa-fé. O herdeiro é obrigado a devolver porque ele não tem qualquer razão
2
75
jurídica para ficar com aquele dinheiro em prejuízo da Administração Pública. Não
07
· De que a conduta do afetado é lícita na relação jurídica que mantém com a Administração;
A
134
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● Ato da administração que reconhece ou constitui uma situação jurídica individualizada, cuja
RA
durabilidade é confiável;
I
RE
● Causa idônea para provocar a confiança do afetado;
MO
● Cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obrigações no caso.
NN
MA
Quando NÃO se aplica o princípio da confiança legítima:
● Hipóteses de má-fé do administrado;
LIS
● Quando existir mera expectativa de direitos pelo interessado (ex. concessão de liminar, de caráter
2K
precário, que possa ser revista).
93
78
11.8 Princípio da Intranscendência Subjetiva das 52989
Sanções
25
75
07
O princípio da intranscendência subjetiva significa que não podem ser impostas sanções e restrições
CZ
que superem a dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as
causadoras do ato ilícito. VI
IE
Na jurisprudência do STF, encontramos dois exemplos de aplicação desse princípio em casos
RK
Existem julgados do STF afirmando que se a irregularidade no convênio foi praticada pelo gestor
IR
anterior e a gestão atual, depois que assumiu, tomou todas as medidas para ressarcir o erário e corrigir as
RE
falhas (ex: apresentou todos os documentos ao órgão fiscalizador, ajuizou ações de ressarcimento contra o
MO
antigo gestor etc.), neste caso, o ente (Estado ou Município) não poderá ser incluído nos cadastros de
NN
inadimplentes da União.
MA
Assim, segundo esta acepção, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe a
IS
aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por administrações
KL
anteriores.
32
Segundo o Min. Luiz Fux, “não se pode inviabilizar a administração de quem foi eleito
89
democraticamente e não foi responsável diretamente pelas dificuldades financeiras que acarretaram a
57
inscrição combatida”. Logo, deve-se aplicar o princípio da intranscendência subjetiva das sanções, impedindo
2
75
que a Administração atual seja punida com a restrição na celebração de novos convênios ou recebimento de
07
repasses federais. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. AC 2614/PE, AC 781/PI e AC 2946/PI, Rel. Min. Luiz Fux,
CZ
O STJ comunga também desse entendimento, exigindo sempre que a gestão sucessora tenha tomado
IE
RK
as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. Por isso, editou a súmula 615.
Vejamos:
ZU
eventualmente cometidos.
MO
N
135
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
● 2ª acepção: quando a irregularidade foi praticada por uma entidade do Estado/Município ou pelos
RA
outros Poderes que não o Executivo
I
RE
Além do caso acima explicado, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções pode ser
MO
aplicado também nas situações em que uma entidade estadual/municipal (ex: uma autarquia) descumpriu
NN
as regras do convênio e a União inscreve não apenas essa entidade, como também o próprio ente
MA
(Estado/Município) nos cadastros restritivos.
Nesse sentido: (...) O postulado da intranscendência impede que sanções e restrições de ordem
LIS
jurídica superem a dimensão estritamente pessoal do infrator. Em virtude desse princípio, as limitações
2K
jurídicas que derivam da inscrição, em cadastros públicos de inadimplentes, das autarquias, das empresas
93
governamentais ou das entidades paraestatais não podem atingir os Estados-membros, projetando, sobre
78
estes, consequências jurídicas desfavoráveis e gravosas, pois o inadimplemento obrigacional – por revelar-
25
75
se unicamente imputável aos entes menores integrantes da administração descentralizada – só a estes pode
07
afetar.
CZ
VI
52989
Os Estados-membros e o Distrito Federal, em consequência, não podem sofrer
IE
limitações em sua esfera jurídica, motivadas pelo só fato de se acharem
RK
cadastros federais (CAUC, SIAFI, CADIN, v.g.). (...) STF. Plenário. ACO 1848 AgR, Rel.
IR
Poder Executivo não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União
NN
medida em que o Governo do Estado não tem competência para intervir na esfera
89
orgânica dessa instituição autônoma. O Poder Executivo não pode ser impedido de
57
de despesa com pessoal por outros poderes e órgãos autônomos (art. 20, II, e 23, §
07
3º, da Lei de Responsabilidade Fiscal). STF. Plenário. ACO 3072, Rel. Ricardo
CZ
A União é parte legítima para figurar no polo passivo das ações em que Estado-
membro impugna inscrição em cadastros federais desabonadores e/ou de
ZU
restrição de crédito
MA
Caso concreto: O Estado do Amapá possui débitos com o INCRA e com o IBAMA,
A
IR
duas autarquias federais. Em razão desses débitos, o Estado foi inserido no SIAFI,
RE
INCRA como o IBAMA ajuizaram execução fiscal para cobrar os débitos e o Estado
N
136
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
expediu precatórios, que, no entanto, ainda estão pendentes de pagamento. O
RA
Estado do Amapá ajuizou ação cível originária contra a União pedindo a exclusão
I
RE
do Estado dos cadastros restritivos. Legitimidade da União para figurar no polo
MO
passivo A União é parte legítima para figurar no polo passivo das ações em que
NN
Estado-membro impugna inscrição em cadastros federais desabonadores e/ou de
MA
restrição de crédito, mesmo que os débitos sejam decorrentes de dívidas com
entidades federais (e não com a administração direta). Isso porque os Sistemas
LIS
SIAFI/CAUC/CADIN são organizados e mantidos pela União, conforme suas leis de
2K
regência, do que decorre a legitimidade desta para figurar no polo passivo.
93
Manutenção nos cadastros viola o princípio da razoabilidade É indevida a inscrição
78
do Estado-membro nos cadastros desabonadores em decorrência de pendências
25
75
administrativas relativas a débitos já submetidos a pagamento por precatório. Isso
07
porque a CF/88 já previu que, em caso de descumprimento do pagamento do
CZ
precatório, existe a possibilidade de intervenção federal no ente inadimplente.
VI
Logo, é incompatível com o postulado da razoabilidade onerar duplamente o
IE
Estado-membro, tanto com a possibilidade de intervenção federal quanto com a
RK
sua inscrição em cadastros desabonadores. STF. Plenário. ACO 3083, Rel. Ricardo
ZU
52989
A
Como as provas de Delegado da Polícia Federal são organizadas pela banca CESPE/CEBRASPE,
IR
RE
muito importante estar atento às jurisprudências das Cortes Superiores, pois são
MO
frequentemente exigidas em todas as fases do certame. Nas fases discursiva e oral, a banca
costuma apresentar um caso prático, baseado em alguma decisão do STJ ou STF, exigindo que o
NN
candidato conheça as decisões e seus fundamentos. Assim, seguem algumas jurisprudências, que somadas
MA
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No entanto, se a
89
instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
2
75
Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do
07
52989
STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/12/2013 (Info 732).
VI
STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info 763).
IE
RK
ZU
Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar
respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas. Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo
A
IR
de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o previsto no edital do certame. STF.
RE
Plenário. RE 632853, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/04/2015 (repercussão geral) (Info 782)
MO
N
137
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
ZUR
SEMANA 01/42
MA
Pandemia, crise econômica e limite prudencial atingido para despesas com pessoal não são motivos
RA
suficientes para se deixar de nomear o candidato aprovado dentro do número de vagas do concurso
I
RE
público
MO
Para a recusa à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público devem ficar
NN
comprovadas as situações excepcionais elencadas pelo Supremo Tribunal Federal no RE 598.099/MS, não
MA
sendo suficiente a alegação de estado das coisas - pandemia, crise econômica, limite prudencial atingido para
despesas com pessoal -, tampouco o alerta da Corte de Contas acerca do chamado limite prudencial. A recusa
LIS
à nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas deve ser a última das alternativas,
2K
somente sendo adotada quando realmente já não houver outra saída para a Administração Pública. STJ. 1ª
93
Turma. RMS 66.316-SP, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), julgado
78
em 19/10/2021 (Info 715).
25
75
07
O prazo para se questionar a preterição de nomeação de candidato em concurso público é de 5 anos,
CZ
contado da data em que o outro servidor foi nomeado no lugar do aprovado
VI
Nos casos de preterição de candidato na nomeação em concurso público, o termo inicial do prazo
IE
prescricional quinquenal recai na data em que foi nomeado outro servidor no lugar do aprovado no certame.
RK
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1.643.048-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 05/03/2020 (Info 668).
ZU
MA
O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de
52989
A
aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte de Contas
IR
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos
RE
ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma
MO
Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info 967).
MA
IS
Referências bibliográficas:
KL
32
138
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
META 6 – REVISÃO SEMANAL
RAI
RE
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS
MO
NN
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
MA
CF/88
LIS
⦁ Art. 5º, II
2K
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII
⦁ Art. 5º, XXXIX
93
78
⦁ Art. 5º, §3º
25
⦁ art. 7º, X
75
⦁ Art. 22, I e §único
07
⦁ art. 227, § 4º
CZ
CP VI
IE
RK
⦁ Art. 1º
ZU
⦁ Art. 59
⦁ Art. 71
MA
52989
52989
A
IR
⦁
KL
⦁
89
⦁ Art. 1º, CP
2
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
IR
RE
MO
N
139
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA CONSTITUCIONAL
RAI
RE
52989
TODOS OS ARTIGOS
MO
⦁ Art. 3º do ADCT
NN
⦁ Arts. 1º a 4º da CF/88 → saber na ponta da língua. Despenca em prova;
MA
⦁ Art. 34, CF/88
LIS
⦁ Art. 60, CF/88 → saber na ponta da língua. Despenca em prova;
2K
⦁ Arts. 136 e 137, CF/88
93
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
78
25
⦁ Art. 34, inc. VII, CF/88
75
⦁ Art. 60, CF/88 (muito importante!)
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
52989
A
IR
RE
MO
NN
MA
IS
KL
32
89
57
2
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
IR
RE
MO
N
140
MAN
IS
KL
07
Z
IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
EV
KI
DELEGADO FEDERAL
UR
Z
SEMANA 01/42
MA
DIREITO ADMINISTRATIVO: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS
RA
I
RE
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
MO
CRFB/88
NN
⦁ Art. 5º, X, XXXIII e LX
MA
⦁ Art. 5º, LV
LIS
⦁ Art. 37, caput e §1º
2K
⦁ Art. 37, VII
93
⦁ Art. 93, IX
78
⦁ Art. 41
25
⦁ Art. 169, §3º
75
07
52989
CZ
⦁ Art. 11, IV, Lei 8429/92
⦁ Art. 6º, 32 e 37 da lei 8987/95 VI
IE
RK
⦁ Art. 5º, LV e LX
RE
⦁ Art. 2º, caput da Lei 9784/99 (análise comparativa com o art. 37, caput, da CF/88 e art. 5º da Lei
NN
14133/21)
⦁
MA
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão
89
de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma
57
subsidiária, aos Estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.
2
75
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
07
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
CZ
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
VI
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer
IE
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante
RK
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
MA
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
A
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
MO
N
141
MAN
IS
KL