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DIREITOS REAIS
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S
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POSSE
AL
Conceitua-se possuidor aquele que se encontra em uma situação de fato, aparentando
NC
GO
ser o proprietário. Nos termos do artigo 1196, do CC: Considera-se possuidor todo aquele
A
que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
ND
RA
Observa-se que a posse não se encontra elencada no rol do artigo 1225, do CC que
MI
reconhece os direitos reais, entretanto a situação fática em questão tem seu amparo lega e
O
AV
seu reconhecimento na história da sociedade. Prova disso são as teorias sobre a posse:
T
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*Subjetiva (Friedrich Carl von Savigny): Nesta teoria a posse caracteriza-se pela conjuração
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do corpus (detenção física da coisa) e do animus (elemento subjetivo, intenção de exercer
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sobre a coisa um poder no interesse próprio).
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*Objetiva (Rudolf Von Ihering): Nesta teoria se considera o animus já incluído no corpus, que
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significa conduta de dono. A posse então é a exteriorização do domínio conforme o artigo
S
VE
1196 CC.
AL
NC
GO
A
ND
Se imaginarmos uma hierarquia, a Propriedade estaria acima da Posse, que, por sua
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vez, estaria acima da Detenção. O artigo 1.198 do Código Civil trata da detenção, a saber:
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Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro,
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Importante ressalvar alguns elementos deste artigo, para que se possa compreender
ES
• Relação de dependência para com outro: conforme indica o artigo 1.198, para se
N
GO
caracterizar como detentor da posse, é preciso que essa pessoa tenha uma relação de
A
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nome do possuidor. O detentor, em momento algum, retira a posse do possuidor, mas apenas
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S
a detém temporariamente.
VE
AL
• Em cumprimento de ordens ou instruções suas: aqui fica clara a subordinação, bem como
NC
o entendimento de que a detenção da posse de determinado bem é temporária e em
GO
cumprimento de instruções do possuidor.
A
ND
Ilustram como exemplos de detenção empregados, que, por determinação de seus
RA
empregadores, detêm a posse de determinado bem, temporariamente, para que possam
MI
O
executar determinada tarefa, como motoristas que se utilizam de veículos de seus
AV
empregadores para cumprir suas funções.
T
US
5G
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É possível, entretanto, que a detenção seja convertida em posse. Isto pode ser
S
percebido ao se combinar o artigo 1.198 do CC com o artigo 1.204, também do CC. Ou seja,
VE
AL
se a relação de subordinação for rompida, a detenção será convertida em posse, desde que
NC
seja possível aplicar alguns direitos do possuidor ou do proprietário, com base nas seguintes
O
classificações:
V
TA
US
*Posse Direta e Indireta: A Posse Direta (ou Posse Imediata) é exercida por quem tenha o
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bem materialmente, exercendo um poder direto sobre ele. Exemplo: imóvel alugado, em que
2
o locatário tem a posse direta sobre o imóvel. Já, a Posse Indireta (ou Posse Mediata) é
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exercida por meio de outrem, havendo apenas o exercício de direito (no mesmo exemplo da
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locação de um imóvel, enquanto o locatário tem a posse direta, o locador detém a posse
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indireta do bem).
ES
LV
O Código Civil, em seu artigo 1197, diz a respeito da Posse Direta e Indireta: A posse
CA
direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito
N
GO
pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
A
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conflito de interesses, a posse direta tem preferência em relação à indireta. Por exemplo, no
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S
caso de um usufruto, o proprietário não pode pedir a posse do bem do usufrutuário.
VE
AL
*Posse Justa e Injusta: A Posse Justa é aquela que não possui vícios, ou conforme a lei: “É
NC
justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária” em atenção ao artigo 1200, CC.
GO
Apesar de direta ao ponto, a definição legal nos força a analisar cada uma das condições
A
ND
apresentadas para que tenhamos uma real compreensão da Posse Justa e Injusta, baseado
RA
nos vícios a seguir:
MI
• violenta: a posse violenta é aquela que tenha sido adquirida por meio do uso indevido da
O
AV
força, que pode ser via agressão física, ameaça ou por qualquer uso ilícito de força, como
T
US
remover alguém de dentro de um veículo, arrombamento de fechaduras etc. Assim, para que
5G
seja justa, a posse deve ser mansa e pacífica;
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• clandestina: o que caracteriza a Posse Clandestina é o ocultamento do proprietário. Ainda
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que terceiros percebam a posse clandestina, enquanto essa for ocultada do proprietário (em
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outras palavras, daquele que tem o direito de se opor a essa posse), ela permanecerá
S
VE
clandestina. Ainda que seja mansa, a posse clandestina não é considerada justa;
AL
• precária: aqui não é necessário que haja violência empregada na apropriação do bem, mas
NC
GO
sim o abuso de confiança ou de direito. Também conhecida como Esbulho Pacífico, a Posse
A
forma ostensiva. Um exemplo de posse precária é o locador de um veículo que não o retorna
RA
MI
Dessa forma, a posse é considerada justa quando não for Violenta, Clandestina ou
5G
Precária. Em outras palavras, não pode haver dúvida quanto à posse, que deve ser clara e
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Um importante ponto a ser compreendido, que pode parecer contra censo, a princípio,
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é que tanto a posse justa quanto a injusta garantem ao possuidor direito de valer-se de ações
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ES
possessórias. Este direito é evidente no caso do possuidor justo, porém o injusto, também,
LV
os eventuais vícios de sua posse. Adicionalmente, o possuidor que possua um título que dê
A
ND
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Código Civil e deve ser compreendida da seguinte maneira:
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S
• Posse de Boa-Fé: é aquela que o possuidor ignora eventuais vícios ou possua título justo
VE
AL
que dê fundamento à sua posse e ofereça presunção da boa-fé de sua posse.
NC
• Posse de Má-Fé: ocorre quando, mesmo ciente de vícios em sua posse, o possuidor tem a
GO
intenção de exercer seu domínio sobre ela. Aqui não há a possibilidade de título justo que
A
ND
possa oferecer a presunção de boa-fé.
RA
MI
A posse de boa-fé não perde esse caráter, salvo se comprovado que o possuidor tem
O
AV
ciência de que possui o bem indevidamente, ou caso as circunstâncias façam presumir isto,
T
conforme art. 1.202 do Código Civil.
US
5G
*Posse Nova ou Posse Velha: essa classificação se refere ao tempo, e é importantíssima
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para questões processuais referentes às ações possessórias. A classificação é
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extremamente simples, a Posse Nova é aquela que conta com até um ano, enquanto a Posse
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Velha é a que conta com um ano e um dia ou mais. 43
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*Posse Com ou Sem Justo Título: inicialmente cabe ressaltar que título, aqui, tem o
US
sentido de dar causa, é o elemento criador da relação jurídica. Com isso, podemos
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• Posse com título: quando há um negócio jurídico que transfira a posse, representado por
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• Posse sem título: aqui não há, pelo menos aparentemente, uma causa representativa, um
ES
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negócio jurídico, que transmita a posse. Ocorre quando há a posse sem um negócio jurídico
CA
prévio que justifique sua existência. Exemplo: Alguém encontra um tesouro enterrado.
N
GO
*Posse Singular e Composse: um único bem pode ser possuído por uma pessoa ou mais,
A
ND
simultaneamente.
O
AV
ST
GU
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Um exemplo de composse é a herança, em que mais de uma pessoa se torna
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possuidor de determinado bem. A composse é tratada pelo CC no artigo 1.199: Se duas ou
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S
mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos
VE
possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. A composse pode
AL
NC
ser classificada como:
GO
• Pro Indiviso: ocorre quando o compossuidores possuem apenas uma parte ideal do bem
A
ND
apenas;
RA
• Pro Diviso: quando há uma divisão de fato, mas não de direito do bem, que faz com que
MI
O
cada uma das pessoas que o possui conjuntamente possua uma parte certa.
AV
T
Por óbvio é necessário, para que haja a Composse, um bem indivisível e a pluralidade
US
5G
de possuidores em um mesmo período temporal. A título de comparação, podemos dizer que
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a Composse equivale, no caso da posse, ao que o Condomínio representa para a
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propriedade.
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A composse tem um interessante efeito processual, no que diz respeito à defesa do
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interesse dos compossuidores. Qualquer um deles pode buscar, por meio de ações
S
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AQUISIÇÃO DA POSSE
GO
A
ND
A posse é adquirida desde o momento em que a pessoa tem o pleno exercício dos poderes
RA
inerentes a propriedade. Dessa forma, a posse pode ser adquirida pela própria pessoa que a
MI
pretende ou seu representante, por terceiro sem mandato, dependendo este de ratificação.
OV
Os atos de mera permissão ou tolerância não induzem a posse. Bem como, não autorizam a
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a clandestinidade.
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*Perda da Posse: A perda da posse é verificada quando o possuidor, ainda contrário à sua
ES
a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de
N
manter-se ou restituir-se na posse, por sua força própria, desde que realize logo. Porém, os
MI
O
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GU
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atos de defesa ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção ou
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restituição da posse.
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EFEITOS DA POSSE:
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GO
* Posse de boa-fé: aquele que exercer a posse de boa-fé perceberá os seguintes efeitos:
A
BENFEITORIAS:
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Necessárias Indenização/ retenção
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Úteis Indenização /Retenção
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Voluptuárias Retenção
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FRUTOS
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Enquanto durar a boa-fé Frutos percebidos
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Cessando a boa-fé Devem ser restituídos os frutos pendentes e
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colhidos por antecipação
S
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custeio
NC
GO
PERDA E DETERIORAÇÃO
A
ND
* Posse de má-fé: aquele que conhece do vício ou do obstáculo que impede a aquisição da
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BENFEITORIAS:
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FRUTOS
CA
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GO
Responde por todos os frutos percebidos E por aqueles que por sua culpa não tenham
A
sido percebidos
ND
RA
custeio
O
AV
ST
GU
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PERDA E DETERIORAÇÃO
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S
Possuidor de má-fé Responde pela perda e deterioração, ainda
VE
que acidentais, salvo se comprovar que de
AL
NC
igual modo teriam acontecido.
GO
A
DIREITOS REAIS
ND
RA
Em nosso sistema, os direitos reais constituem um número fechado sendo somente a
MI
lei capaz de constituir direito real, em contrapartida aos direitos obrigacionais ou pessoais os
O
quais dependem exclusivamente da iniciativa ou da vontade das partes. São características
AV
T
dos Direitos Reais:
US
5G
(a) legalidade (pois decorrem de lei, em rol taxativo);
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(b) absolutos (porque oponíveis erga omnes);
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(c) sequela (pois o titular tem direito sobre a coisa onde quer que ela se encontre);
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(d) preferência (os credores reais exercem preferência em relação aos demais).
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S
VE
Atualmente, o artigo 1.225, Código Civil é composto por treze incisos, sendo
AL
O direito de propriedade possui uma noção jurídica complexa e dinâmica, que flutua
RA
legislador pátrio o direito de propriedade é o poder jurídico concedido pela lei a algum para
OV
usar, gozar, dispor de um determinado bem e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o
TA
livre utilizar da forma que bem entender, pois deve cumprir a sua função social de acordo com
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6
para o proprietário. Porém, a propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais
ES
desapropriação e do confisco art. 5º, XXXIV da CF e art. 1228, §3o e 42 do CC; bem como o
A
ND
Em termos de propriedade imóvel, esta pode ser adquirida das seguintes formas:
MI
O
AV
ST
GU
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14
USUCAPIÃO: A aquisição por usucapião está regulada nos artigos 1.238 a 1.244 Código
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Civil, nos artigos 1.238 a 1.244 e se aplica nas situações em que alguém tem a posse de um
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S
bem imóvel, sem oposição e por um determinado período, o que lhe garante a prescrição
VE
aquisitiva.
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A
ND
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ND
RA
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5G
artificiais), e tem como atributos a aderência e definitividade, ou seja, o que se acedeu causa
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não precisa de registro, posto já haver registro da propriedade acedida, podendo ocorrer nas
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ES
seguintes formas:
LV
* Ilhas: estas só se tornam propriedades privadas quando nascem em rios não navegáveis e
N CA
que não sejam delimitadores de fronteiras internas de território político. Para se descobrir
GO
quem será o proprietário da ilha, traça-se uma linha média entre as margens do rio; a porção
A
ND
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que surja terra enxuta à superfície. Não é cabível indenização de qualquer natureza a algum
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S
proprietário cuja terra foi lenta e paulatinamente levada pelas águas, causando a aluvião em
VE
outra propriedade
AL
NC
*Avulsão: é o deslocamento abrupto e violento, por força natural, de poção de terra, que se
GO
destaca de um terreno e se junta a outro. O dono do terreno que perdeu a porção de terra
A
ND
pode pedir indenização do proprietário do terreno que a recebeu e, se o receptor não quiser
RA
indenizar, deve permitir que o que perdeu a terra a tome de volta.
MI
O
*Álveo Abandonado: Ocorre quando um rio abandona o seu leito com a seca e promove a
AV
emersão de uma nova porção de terra enxuta, que pertencerá aos proprietários das antigas
T
US
margens (chamados lindeiros), no limite da linha média, entre as margens do antigo rio.
5G
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*Acessão artificial: são aquelas que derivam do comportamento ativo do homem seja na
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construção ou plantação. Fato é, que em princípio qualquer construção/plantação
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presume-se feita pelo dono do terreno, ou a seu mando; essa é a presunção relativa
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(chamada também de juris tantum, que admite prova em contrário).
S
VE
Se estava de boa-fé e a acessão tiver valor inferior ao terreno, perde tudo, mas é indenizado.
A
ND
ACESSÃO INVERSA
2
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A
seja transferida. No caso de imóveis com valor igual ou menor a trinta salários-mínimos, a
ND
escritura pública não é exigida, sendo o contrato celebrado por meio de instrumento particular,
RA
MI
que deverá, igualmente, ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis, para garantir a
O
transferência da propriedade para o adquirente.
AV
T
US
PERDA DA PROPRIEDADE
5G
A perda da propriedade pode ocorrer nas seguintes formas:
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*Alienação: é transferir a propriedade da coisa, ato de disposição. Pode ser gratuita ou
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onerosa. Só existe alienação em negócios jurídicos bilaterais, sendo que alienação de imóveis
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que ultrapassem trinta salários-mínimos, há necessidade de ter a escritura pública como
S
VE
instrumento hábil.
AL
NC
*Abandono: é despojar-se do corpus e animus, ou seja, largar a coisa com vontade de não
GO
mais tê-la para si; é necessário que a coisa não seja entregue a alguém, senão teremos uma
A
alienação. Difere-se da renúncia por não ser um ato expresso. O abandono é presumido,
ND
segundo a lei, quando o proprietário não mais utiliza o bem e torna-se inadimplente nos
RA
MI
impostos reais.
OV
*Renúncia: é capaz de gerar uma perda de propriedade, a que se refere o art. 1.275, II do
TA
Código Civil, devendo ser realizada por escritura pública ou termo nos autos.
US
5G
único momento, ou pode perder-se após deterioração, caso em que a coisa se perderá aos
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14
poucos.
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No que tange a aquisição da propriedade móvel pode ser adquirida por: usucapião;
N
GO
Por fim, tem-se que a propriedade é perdida nas hipóteses do art. 1275 do CC: pela alienação;
ND
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43
S
Dispõe o artigo 1369 do CC que o proprietário pode conceder a outrem o direito de
VE
construir ou plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública
AL
NC
registrada no RI.
GO
Surge, então, o direito real de superfície, o qual é instituído por negócio gratuito ou
A
ND
oneroso, e sendo oneroso, o superficiário (que terá o domínio útil do bem) pagará ao
RA
proprietário um solarium, que é a remuneração pelo uso do solo (tal pagamento poderá ser
MI
em parcela única ou em várias parcelas) em uma profundidade que lhe mostre útil, daí o nome
O
AV
“superfície”.
T
US
A instituição requer um contrato de superfície e seu posterior registro, com prazo
5G
determinado, sendo que o superficiário se responsabilizará por todas as obrigações, como os
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68
impostos relativos ao imóvel, por exemplo.
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O superficiário tem direito de preferência na aquisição do imóvel, caso o proprietário
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resolva aliená-la. Se o direito de preferência do superficiário não for respeitado, temos uma
S
VE
solução; no Enunciado 510 da JDC: "Ao superficiário que não foi previamente notificado pelo
AL
proprietário para exercer o direito de preferência previsto no art. 1.373 do CCB é assegurado
NC
o direito de, no prazo de seis meses, contado do registro da alienação, adjudicar para si o
GO
É o direito real que permite a um imóvel servir-se de outro imóvel, como determina o
US
artigo 1378, do CC. Envolve dois prédios, um prédio dominante, que se serve de outro prédio,
5G
Uma vez que é direito real, jamais se presume; e, por mais utilidade que um prédio
43
proporcione a outro, se não houve registro, servidão não é. Afinal, tolerância à utilização
ES
A servidão pode ser positiva ou negativa; pode ser ainda contínua ou descontínua; e
N
GO
ainda pode ser aparente ou não aparente. A constituição da servidão se dá por negócio
A
Uma servidão pode ser usucapida, desde que seja contínua e aparente, e terá os
MI
77
43
É o poder de usar bem alheio e aproveitar-se dos frutos dele, sendo que o usufruto
S
VE
voluntário é originado de um negócio jurídico, inter vivos ou por testamento. Já, o usufruto
AL
legal, tratado no Artigo 1689 do Código, e afeto ao direito de família, não precisa de registro;
NC
sua publicidade e seus demais atributos já se encontram na própria lei. Por fim, o usufruto
GO
judicial está previsto no Artigo 867/869 do Código de Processo Civil, e permite aos credores
A
ND
usufruir o bem do devedor para com isso pagar a dívida.
RA
O prazo máximo de usufruto para pessoa natural é a vida do usufrutuário e, quando
MI
O
instituído para Pessoa Jurídica como usufrutuária, 30 anos. O usufrutuário possui direito de
AV
posse física da coisa, além de poder usá-la, aproveitar-se de seus frutos e administrá-la, como
T
US
assevera o artigo 1394, do CC.
5G
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68
14
77
43
S
VE
Artigos 826 a 838 do CPC) que garanta a restituição in integro do bem, e arcar com os tributos
A
atinentes ao bem.
ND
RA
renúncia deste ao direito real, culpa do usufrutuário por ato que atente contra o próprio direito
OV
O uso permite a fruição das necessidades básicas do usuário, o qual pode consumir
14
77
pode ser objeto de usucapião. Não pode ser usuária a Pessoa Jurídica; somente pessoas
CA
naturais. Ainda, o Uso se extingue pela morte do usuário, renúncia deste ao bem, término
N
GO
do prazo do uso, perecimento do bem, ocorrência de culpa grave do usuário e não uso do
A
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43
Esse é o menor dos direitos reais de uso, pois se revela tão somente como poder
S
VE
temporário de morar, com sua família, em uma unidade residencial, gratuitamente, conforme
AL
o artigo 1414, do CC. O exemplo mais comum é o direito real de habitação que garante ao
NC
cônjuge sobrevivente a habitação no imóvel em que residia; tal direito deve ser estendido ao
GO
companheiro.
A
ND
O DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR DO IMÓVEL (1.225, VII do CC)
RA
MI
É negócio jurídico cujo objeto é a obrigação de celebração de um contrato definitivo, o
O
AV
qual devidamente registrado gera direito real à aquisição da coisa; mas, se não for registrado,
T
gera apenas direito obrigacional, como demonstra o artigo 1.417, do CC. Nos termos da lei,
US
5G
para o exercício deste direito real não pode haver pactuado o direito de arrependimento no
82
contrato.
68
14
PENHOR (1.225, VIII do CC)
77
43
É o direito real que confere garantia de uma obrigação principal mediante a entrega de
S
coisa móvel ao credor, sendo partes o credor e devedor pignoratício, nos termos do artigo
VE
AL
1431, do CC.
NC
GO
Documentos, ao passo que alguns penhores especiais são registrados no Registro de Imóveis
RA
MI
Caso não haja o cumprimento da obrigação principal, o credor pignoratício pode vender
O
a coisa (se o contrato permitir), pagando-se com o valor obtido na venda e devolvendo o
V
TA
excedente ao devedor. Mas tal venda não é obrigatória; em verdade, apresenta-se como uma
US
opção ao credor pignoratício, que pode manejar, querendo execução judicial, nos termos do
5G
Quanto ao objeto, no caso da hipoteca geral, pode ser objeto desta qualquer bem
ES
imóvel (incluindo linhas férreas, jazidas, minas e demais recursos minerais, potenciais de
LV
caso da hipoteca especial, podem ser objetos navios e aeronaves., como demonstra o artigo
N
GO
1473, do CC
A
ND
ao bem, mas pode haver vencimento antecipado da dívida se houver tal venda se assim as
MI
partes o convencionarem. A hipoteca possui graus e por tal motivo é possível a ocorrência de
O
AV
ST
GU
82
68
14
várias hipotecas sobre o mesmo bem, sendo elas escalonadas em uma ordem de preferência
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que seguirá a ordem do registro delas; teremos assim a hipoteca de primeiro grau, de segundo
43
S
grau, e assim por diante.
VE
AL
A hipoteca pode ser prorrogada por qualquer período, desde que o seu prazo total não
NC
extrapole trinta anos; para além desse prazo, só com novo título e registro, mas a lei garante
GO
a manutenção da ordem de preferência dessa hipoteca prorrogada.
A
ND
ANTICRESE (1.225, X do CC)
RA
MI
Os sujeitos da anticrese são o credor e o devedor anticrético. O credor anticrético tem
O
direito a reter em seu poder um bem do devedor anticrético, podendo “pagar-se” com os frutos
AV
T
do bem; tem prazo máximo de quinze anos. Pode recair em bens móveis ou imóveis, por
US
5G
força da leitura do parágrafo segundo do artigo 1.506 do Código, e não existe
82
incompatibilidade entre anticrese de imóvel e hipoteca, podendo haver ocorrência dos dois
68
direitos reais simultaneamente sobre o mesmo bem.
14
77
O credor anticrético deve prestar contas anuais ao devedor dos frutos (utilidades,
43
rendimentos) retirados da coisa; caso o devedor entenda que a administração esteja ruim,
S
VE
pode, com ordem judicial, converter a anticrese em arrendamento, com valor fixado pelo juiz.
AL
NC
O credor anticrético pode fruir direta ou indiretamente da coisa, visto que pode alugar
GO
o bem a terceiro. Mas responderá o credor ao devedor pelas deteriorações que ele o ou
A
ND
terceiro causem no bem, assim como pelos frutos que deixou de receber por culpa sua.
RA
Pode o credor fazer valer sua preferência no caso de aquisição do bem, por qualquer
MI
O
outro credor, com direito real registrado após a constituição da anticrese, mas não cabe ao
V
TA
para garantir que as cidades sejam convenientemente ocupadas, dando “função social” a tais
43
áreas; instrumentos foram previstos para isso, como plano diretor, IPTU progressivo,
ES
LV
usucapião urbano e direito real de moradia, como consta no Artigo 182 da Carta Maior.
CA
Assim, a concessão de uso especial para fins de moradia foi regulamentada pela MP
N
GO
2.220, de 4 de setembro de 2001. E pode ser vista como um favor legal concedido àquele
A
que, “até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem
ND
RA
oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área
MI
urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família (...) desde que não seja proprietário
O
AV
ST
GU
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14
É transmissível por ato intervivos ou por causa mortis. Extingue-se pelo desvio de
77
finalidade (o concessionário dá ao imóvel destinação diversa da moradia para si ou para sua
43
S
família), pela aquisição, pelo concessionário, de propriedade ou pela concessão de uso de
VE
outro imóvel urbano ou rural.
AL
NC
LAJE (1.225, XIII do CC)
GO
O direito real de laje é instituto sui generis, com requisitos e efeitos próprios, que não
A
ND
se confundem com o direito de superfície (e nem com a amplitude da propriedade plena.,
RA
uma vez que o legislador procurou regularizar e solucionar situação de fato que aflige
MI
O
milhares de famílias no país, em especial as de baixa renda: o proprietário de determinado
AV
imóvel aliena a terceiros o direito de construir sobre a laje de sua edificação, e de se tornar
T
US
o adquirente dono da nova construção erigida, independente daquela original, que se
5G
encontra abaixo, nos termos do artigo 1510 A – E..
82
68
Portanto, o direito real de laje como nova modalidade de propriedade, na qual o titular
14
77
adquirente torna-se proprietário de unidade autônoma consistente de construção erigida
43
sobre acessão alheia, sem implicar situação de condomínio tradicional ou edilício. De
S
VE
outro lado, embora o titular do direito real de laje tenha a propriedade plena sobre a
AL
construção que ergueu sobre a acessão alheia, a instituição não implica atribuição de fração
NC
limitada à construção, mas sem implicar situação de condomínio, quer tradicional, quer
A
ND
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
V
TA
fruir; direito de reivindicar; direito de usar; direito de dispor. Assim, a propriedade plena e
5G
resolutiva ou a termo, fala-se que a propriedade é resolúvel, como por exemplo o contrato de
43
alienação fiduciária a um direito real em coisa própria temporária, conforme expressa o artigo
ES
LV
para o alienatário, que é o credor da obrigação. Esse alienatário tem a propriedade fiduciária
A
ND
da coisa, mas não tem a posse física desta, que permanece com o alienante.
RA
mora. Caso este não salde a obrigação, pode o credor buscar a posse física da coisa, por
O
AV
ST
GU
82
68
14
meio de “Busca e Apreensão”. Deve, então, vender a coisa, utilizando o produto da venda
77
para receber seu crédito com todos os acessórios e entregando ao devedor o que sobejar ao
43
S
débito.
VE
AL
A alienação fiduciária de coisas móveis é regulada pela Lei nº 4.728/65, com redação
NC
dada pelo DL nº 911/69 e a de imóveis, pela lei 9.514/97.
GO
A
ND
RA
VAMOS PRATICAR?
MI
O
AV
1) XVI OAB POSSE/BENFEITORIA- Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a
T
posse da Fazenda Vila Feliz. A vítima do esbulho, Cassandra, ajuizou ação de reintegração
US
5G
de posse em face de Mélvio após um ano e meio, o que impediu a concessão de medida
82
liminar em seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar o telhado
68
da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos desde a referida
14
77
obra, a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, na ocas telhado colocado por
43
Mélvio já se encontrava severamente danificado. Diante de sua derrota, Mélvio argumentou
S
VE
que faria jus ao direito de retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o
AL
A) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é de má-fé e as
GO
benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser indenizadas, porque não mais existiam
A
ND
B) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo
MI
C) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias, mas
TA
US
D) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo
2
88
2) XXV OAB Jonas trabalha como caseiro da casa de praia da família Magalhães, exercendo
43
ainda a função de cuidador da matriarca Lena, já com 95 anos. Dez dias após o falecimento
ES
LV
de Lena, Jonas tem seu contrato de trabalho extinto pelos herdeiros. Contudo, ele permanece
CA
morando na casa, apesar de não manter qualquer outra relação jurídica com os herdeiros,
N
GO
que também já não frequentam mais o imóvel e permanecem incomunicáveis. Jonas decidiu,
A
por sua própria conta, fazer diversas modificações na casa: alterou a pintura, cobriu a
ND
garagem (que passou a alugar para vizinhos) e ampliou a churrasqueira. Ele passou a dormir
RA
MI
na suíte principal, assumiu as despesas de água, luz, gás e telefone, e apresentou-se, perante
O
AV
ST
GU
82
68
14
a comunidade, como “o novo proprietário do imóvel”. Doze anos após o falecimento de Lena,
77
seu filho Adauto decide retomar o imóvel, mas Jonas se recusa a devolvê-lo. A partir da
43
S
hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
VE
A) Jonas não pode usucapir o bem, eis que é possuidor de má-fé.
AL
NC
B) Adauto não tem direito à ação possessória, eis que o imóvel estava abandonado.
GO
C) Jonas não pode ser considerado possuidor, eis que é o caseiro do imóvel.
A
D) Na hipótese indicada, a má-fé de Jonas não é um empecilho à usucapião.
ND
RA
MI
3) XXIV –OAB- Laurentino constituiu servidão de vista no registro competente, em favor de
O
Januário, assumindo o compromisso de não realizar qualquer ato ou construção que
AV
T
embarace a paisagem de que Januário desfruta em sua janela. Após o falecimento de
US
Laurentino, seu filho Lucrécio decide construir mais dois pavimentos na casa para ali passar
5G
a habitar com sua esposa. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
82
68
A) Januário não pode ajuizar uma ação possessória, eis que a servidão é não aparente.
14
B) Diante do falecimento de Laurentino, a servidão que havia sido instituída automaticamente
77
se extinguiu.
43
S
VE
C) A servidão de vista pode ser considerada aparente quando houver algum tipo de aviso
AL
D) Januário pode ajuizar uma ação possessória, provando a existência da servidão com base
GO
no título.
A
ND
RA
MI
Gabarito comentado
O
da ação.
77
43
77
aquela abstrata, em regra não tem posse, porém como o
43
S
enunciado informa que houve registro a servidão mesmo que
VE
abstrata tem posse, e assim, é possível a propositura da ação
AL
NC
possessória em caso de esbulho ou turbação.
GO
A
ND
RA
DIREITO DE VIZINHANÇA
MI
O
AV
Os direitos de vizinhança são proibições, ordens e poderes definidos no capítulo V,
T
arts.1277 a 1313) do Código Civil e visam regular a convivência.
US
5G
Vizinhos são todos os que possam sofrer consequências de atos propagados em
82
prédios próximos, sendo mais comum a aplicação em prédios limítrofes, em que existe a
68
proximidade, geralmente lado a lado, de dois imóveis, casas, sobrados, apartamento etc. Isso
14
77
acontece porque, muitas vezes, a convivência entre vizinhos faz com que o direito de um
43
dependa das atitudes do outro.
S
VE
AL
NC
GO
A
formal do prédio), praticados por seus vizinhos. Isso é feito considerando diversos fatores:
77
localização;
43
ES
Uso nocivo da propriedade se dá por ato ilegal (exemplo: jogar lixo nas calçadas), ou
RA
ato abusivo (há um direito reconhecido, mas é exercido em excesso, por exemplo, exalar
MI
O
AV
ST
GU
82
68
14
muita fumaça do imóvel). Aos vizinhos é dado até o direito de usar força própria e imediata
77
para defenderem suas propriedades contra tais atos.
43
S
VE
AL
NC
GO
A
ND
RA
A legislação possibilita exigir a demolição ou reparação de construções que tenham
MI
risco de ruína. Igualmente, permite o pedido de garantia para arcar com possíveis danos,
O
AV
caso um dos vizinhos faça uma obra com riscos de causar dados ao outro.
T
US
5G
ÁRVORES LIMÍTROFES (ART. 1282, CC)
82
68
As árvores que têm seu tronco sobre linhas divisórias pertencem a ambos os
14
77
proprietários; não importa quem a plantou. Ainda, o proprietário pode cortar as raízes de
43
árvore do vizinho que invada sua propriedade. E todo fruto que cair da árvore pertencerá ao
S
VE
que estão justamente na fronteira entre terrenos. Aqui, os deveres são simples:
GO
A passagem forçada evita que um terreno fique sem acesso às vias públicas,
5G
77
caminho mais fácil possível no terreno do vizinho. O pedido é feito ao juiz de direito, que
43
S
definirá uma indenização pelo prejuízo causado pela mudança na propriedade.
VE
AL
NC
GO
A
ND
RA
PASSAGEM FORÇADA SERVIDÃO DE PASSAGEM
MI
Direito de Vizinhança Direito Real
Obrigatória Facultativa
O
AV
Indenização Obrigatória Obrigação Facultativa
T
Imóvel sem saída Há outras opções
US
Não precisa de Registro É precisa registro
5G
82
PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES (ART. 1286, CC)
68
14
Tais artigos garantem o acesso a serviços de utilidade pública, como abastecimento
77
43
de água, coleta de esgoto, energia elétrica, internet etc. O procedimento é similar à passagem
S
forçada, com uma indenização pelo prejuízo causado a ser paga ao dono do terreno.
VE
AL
Além disso, o proprietário afetado pode exigir obras que preservem a segurança dos
NC
O Código Civil se preocupou, ainda, com o uso de nascentes, rios, aquedutos e outras
O
proibição de poluir as águas usadas pelo vizinho, previsto no artigo 225 da Constituição
US
Federal
5G
2
terreno;
14
77
43
proibição de desviar o curso natural das águas para impedir o acesso às propriedades
LV
CA
77
alterar ou retirar as divisórias e o rateio das despesas de manutenção. Isso porque, até prova
43
S
em contrário, a propriedade do instrumento de demarcação é compartilhada.
VE
AL
NC
GO
A
ND
RA
MI
Se a construção for de tapumes especiais necessários para impedir a passagem de pequenos
O
AV
animais ou para outro fim, o custeio será daquele quem provocou tal necessidade, como
T
US
dispõe a regra do art. 1297, §3°, do CC
5G
82
68
DIREITO DE CONSTRUIR (ART. 1.299, CC)
14
77
Encerrando o capítulo, a legislação civil traz a regulamentação das construções., a
43
S
qual autoriza reformas e acréscimos às propriedades, observando-se, também, as normas
VE
varandas a menos de 1 metro e meio da propriedade do vizinho. Na zona rural, não se deve
A
Não é dado ao vizinho construir chaminés no muro divisório, poluir água, prejudicar
RA
MI
poço alheio, ou atuar para que haja desmoronamento ou instabilidade no solo do terreno
O
O proprietário poderá dentro do prazo de ano e dia após a conclusão da obra exigir que se
ES
desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre seu prédio, como dispõe o artigo 1.302, CC.
LV
CA
N
CONDOMÍNIO GERAL
GO
A
ND
77
sua vida mais fácil e procurando fazer frente aos problemas da evolução das formas de
43
S
convivência, tem encontrado formas de sobreviver.
VE
E assim, surge a figura do condomínio como a instituição capaz de congregar a
AL
NC
convivência de várias famílias em um mesmo imóvel, com limite claro entre individualidade e
GO
solidariedade entre direitos e deveres de seus entes.
A
ND
CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO (ART.1314, CC)
RA
MI
O
É aquele que resulta da vontade dos condôminos, como exercício da autonomia
AV
T
privada. Ex.: Alguns amigos compram um imóvel para investimentos em comum.
US
O Condomínio pode ser pro diviso em que é possível determinar, no plano corpóreo e
5G
fático, qual o direito de propriedade de cada comunheiro. Há, portanto, uma fração
82
68
real atribuível a cada condomínio. Ex.: parte autônoma em um condomínio edilício.
14
77
Ainda, o Condomínio pode ser pro indiviso, o qual não é possível determinar de modo
43
corpóreo qual o direito de cada um dos condôminos que têm uma fração ideal. Ex.: parte
S
VE
da quota; pode o administrador ser condômino ou não; e, caso alguém se coloque à frente
RA
dos negócios, ostensivamente e sem oposição dos demais condôminos, representa para
MI
Se, a coisa for indivisível cabe o direito de preferência na compra dos demais
43
de indivisão da coisa e nasce dos direitos de vizinhança tal como na hipótese de paredes,
A
ND
77
será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes. Dispõe, ainda, o art.
43
S
1.330, CC que, qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que pretender a
VE
divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou
AL
NC
qualquer outra obra divisória.
GO
A
CONDOMÍNIO EDILÍCIO (ART. 1331, CC)
ND
RA
MI
O condomínio edilício refere-se exclusivamente aos imóveis onde coexistem partes
O
comuns e partes exclusivas, por exemplo: num edifício residencial, o apartamento é
AV
T
propriedade exclusiva e partes como elevadores, piscinas, portaria etc., são partes comuns.
US
Ainda, as vagas de garagem são tidas como outra porção da propriedade, vista como unidade
5G
autônoma quando possui matrícula distinta.
82
68
A instituição do condomínio se dá por ato inter vivos ou por testamento e deve ser
14
registrado no RGI, onde conste em tal registro a fração ideal de cada unidade e a
77
43
individualização das unidades (chama-se a isso “incorporação imobiliária”).
S
Convenção” é a norma geral do condomínio. Não tem natureza contratual, visto que
VE
AL
tem eficácia não relativa, mas absoluta, ou seja, até os visitantes do condomínio sujeitam-se
NC
a ela. Precisa ser registrada, para valer contrato, no RI. Se não for registrado, só vincula os
GO
visitantes. A convenção deve ser aprovada por 2/3 das frações ideais do condomínio.
RA
convenção, a qual precisa prever a existência do regimento interno, visto que esta busca
OV
O síndico pode ser comparado com o “Poder Executivo”, cabendo a este exercer a
US
5G
condomínio, sendo o órgão máximo de deliberação condominial. A assembleia geral pode ser
43
ordinária realizada anualmente e nela deve haver a prestação de contas do condomínio. Já,
ES
LV
a assembleia extraordinária pode ser convocada pelo síndico ou ¼ dos condôminos, para
CA
77
afirma o art. 1.337 do Código Civil.
43
S
Em sentido complementar, o parágrafo único, do referido artigo dispõe sobre a
VE
possibilidade de aplicação de multa ao condômino ou ao possuidor de reiterado
AL
NC
comportamento antissocial, limitada a 10 (dez) vezes o valor da contribuição das despesas
GO
condominiais, independentemente de sua previsão na Convenção ou de prévia deliberação
A
assemblear dos demais condôminos.
ND
A medida tem caráter excepcional, devendo ser utilizada com muita cautela e
RA
MI
ponderação, apenas quando presente situação de extrema gravidade no âmbito do
O
condomínio, em que haja urgência da repressão para se preservar a vida, a integridade
AV
T
física ou assegurar a convivência comum.
US
5G
82
68
14
77
43
S
VE
outro condômino. Já, para terceiros só poderá ser alienado se essa faculdade constar do ato
NC
GO
O STJ decidiu que, caso a convenção do condomínio preveja a destinação residencial das
ND
unidades, os proprietários não poderão alugar seus imóveis por meio de plataformas digitais
RA
Define-se Lote o terreno que possui com infraestrutura, sendo que o loteamento deve
6
14
ser feito por empreendedor, o qual deve entregar aos proprietários infraestrutura mínima
77
Para ocorrer o loteamento deve haver consulta o município para verificar o plano
LV
diretor. Assim haverá um requerimento formal a prefeitura com o memorial, a qual aprovará
CA
ou não há possibilidade de loteamento. Após, haverá o prazo de 180 dias para o registro de
N
GO
77
43
É o sistema em que o condômino adquire o tempo no imóvel 1358-C, do CC. pelo
S
período mínimo de sete dias anuais, sendo geralmente destinada a férias, temporada ou
VE
AL
descanso. Ou seja, é uma propriedade periódica, sendo que o mobiliário que guarnece o
NC
imóvel, diante de sua natureza acessória, também é objeto da multipropriedade do imóvel.
GO
Ainda que seja novidade no ordenamento pátrio esta forma de aquisição de
A
propriedade pelo tempo é direito real limitado, pois consta no Registro de Imóveis o período
ND
RA
a ser usufruído (fração de tempo), sendo instituído por ato inter vivos ou testamento.
MI
O multiprorietário pode ceder fração de tempo em locação ou comodato, dar em
O
garantia e não existe direito de preferência. Qualquer imóvel poderá ser “parcelado
AV
T
temporalmente”, não importando se o imóvel é rural ou urbano: considerando que o
US
5G
legislador não fez restrições nesse aspecto.
82
68
Se, porém, o imóvel for uma unidade em condomínio edilício, não basta a vontade
14
77
individual do proprietário dessa unidade. Cabe, aqui, a necessidade de previsão expressa
43
no ato de instituição do próprio condomínio edilício, a qual, apenas nesse ponto, poderá ser
S
VE
alterada mediante deliberação maioria absoluta dos condôminos por força do art. 1.358-O
AL
do CC. Por fim, o artigo 1358-R dispõe ser necessário um administrador profissional.
NC
GO
A
ganho. Assim, ao se unir formam um condomínio, cabendo a cada investidor uma Cota, sendo
US
que a CVM a responsável por disciplinar a matéria, nos termos do artigo 1368-C § 2° do CC
2 5G
88
Cada fundo tem um gestor, sendo regulado e fiscalizado pela Comissão de Valores
6
14
Imobiliários. Portanto, cada fundo possui estrutura jurídica, ou seja, um CNPJ, sob o qual há
77
pelo gestor por um período determinado, mas sempre em nome dos investidores e cuidando
N
GO
dos interesses deles. Importante dizer, que o gestor somente deverá indenizar se houver má-
A
fé ou dolo.
ND
RA
MI
O
AV
ST
GU
82
68
14
VAMOS PRATICAR?
77
43
1) XXXII OAB - Liz e seu marido Hélio adquirem uma fração de tempo em regime de
S
VE
multipropriedade imobiliária no hotel-fazenda Cidade Linda, no estado de Goiás. Pelos termos
AL
NC
do negócio, eles têm direito a ocupar uma das unidades do empreendimento durante os
GO
meses de dezembro e janeiro, em regime fixo. No ano seguinte à realização do negócio, as
A
filhas do casal, Samantha e Laura, ficam doentes exatamente em dezembro, o que os impede
ND
de viajar. Para contornar a situação, Liz oferece à sua mãe, Alda, o direito de ir para o Cidade
RA
MI
Linda no lugar deles. Ao chegar ao local, porém, Alda é barrada pela administração do hotel,
O
sob o fundamento de que somente a família proprietária poderia ocupar as instalações da
AV
T
unidade. Você, como advogado(a), deve esclarecer se o ato é legal, assinalando a opção que
US
indica sua orientação.
5G
82
68
A) O ato é legal, pois o regime de multipropriedade, ao contrário do condominial, é
14
personalíssimo.
77
43
S
D) O ato é legal, pois o multiproprietário tem apenas o direito de doar ou vender a sua fração
O
procuraram a síndica do condomínio, Leonor, a fim de solicitar que fossem deduzidas de suas
2
88
no edifício. Argumentaram que, por serem os únicos condôminos sem crianças na família,
77
43
contribuição condominial, bem como que a convenção de condomínio nada dispõe a esse
LV
caso acima.
N
GO
A
77
manutenção do parque infantil, desde que declarem, por meio de escritura pública, que não
43
S
utilizarão o parque infantil em caráter permanente.
VE
AL
NC
C) Leonor deverá dispensar tratamento isonômico a todos os condôminos, devendo as
GO
despesas de manutenção do parque infantil ser cobradas, ao final de cada mês, apenas
A
ND
RA
D) Todos os condôminos, inclusive Timóteo e Leandro, devem arcar com as despesas
MI
O
referentes à manutenção do parque infantil, tendo em vista ser seu dever contribuir para as
AV
despesas condominiais proporcionalmente à fração ideal de seu imóvel.
T
US
5G
XX OAB - Vítor, Paulo e Márcia são coproprietários, em regime de condomínio pro indiviso,
82
de uma casa, sendo cada um deles titular de parte ideal representativa de um terço (1/3) da
68
14
coisa comum. Todos usam esporadicamente a casa nos finais de semana. Certo dia, ao visitar
77
a casa, Márcia descobre um vazamento no encanamento de água. Sem perder tempo,
43
S
contrata, em nome próprio, uma sociedade empreiteira para a realização da substituição do
VE
qualquer outro condômino, uma vez que o serviço foi contratado sem a prévia aprovação da
6
14
que deverá suportar sozinha a despesa, sem direito de regresso contra os demais
CA
condôminos, uma vez que contratou a empreiteira sem o prévio consentimento dos demais
N
GO
condôminos.
A
ND
RA
MI
O
AV
ST
GU
82
68
14
Gabarito Comentado
77
43
QUESTÃO GABARITO COMENTÁRIO
S
VE
1 C Nos termos do artigo 1358-I, II do CC é direito do
AL
NC
multiproprietário ceder sua fração de tempo em
GO
comodato
A
2 D É dever do condômino contribuir com as despesas
ND
condominiais na proporção de suas frações ideais,
RA
MI
salvo disposição contrária em convenção de
O
condomínio, em atenção ao artigo 1336, I do CC.
AV
T
US
3 B Segundo as regras do artigo 1318 do CC as dívidas
5G
contraídas por um dos condôminos em proveito da
82
comunhão, e durante ela, obrigam o contratante;
68
mas terá esta ação regressiva contra os demais.
14
77
43
S
VE
AL
NC
GO
A
ND
RA
MI
O
V
TA
US
25G
88
6
14
77
43
ES
LV
CA
N
GO
A
ND
RA
MI
O
AV
ST
GU