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Caro aluno
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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclu-
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siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado.
O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
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O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de
forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo
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complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
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A seguir, apresentamos cada seção:
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INCIDÊNCIA DO TEMA VIVENCIANDO
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NAS PRINCIPAIS PROVAS
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Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
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vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos
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principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras.
o território nacional. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
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vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
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entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato
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em seu dia a dia.
TEORIA
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Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção
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tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
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pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 20
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e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
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que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
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MULTiMÍDiA
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fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os
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de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
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critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
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entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
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© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
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Todos os direitos reservados.
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Autores
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Alessandra Alves
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Vinicius Gruppo Hilário
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Diretor-geral
Herlan Fellini
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Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista
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Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
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iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
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Editoração eletrônica
Felipe Lopes Santos
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Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
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ISBN: 978-65-88825-90-7
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Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com
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a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum
texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional,
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2021
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CEP: 04043-300
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www.hexag.com.br
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contato@hexag.com.br
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SUMÁRIO
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O Enem tradicionalmente cobra conhecimentos Questões sobre Geografia física são predominan-
sobre questões ambientais e biomas brasileiros. Dê tes. Atente-se aos aspectos geológicos, relevo,
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atenção aos processos de ocupação e exploração hidrografia, clima, vegetação e solos de cada
de cada região. região brasileira.
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As questões que mais caem são sobre Não tem Geografia na prova da Unifesp. A prova costuma cobrar conhecimentos sobre
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Geografia do Brasil. A prova pode relacionar Geografia física das regiões do Brasil. Dê
questões econômicas com aspectos geomorfo- atenção às regiões Norte e Centro-Oeste.
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Aborda questões sobre o desenvolvimento Análises das características morfoclimáticas Aborda conhecimentos sobre Geografia física Costuma cobrar questões sobre ocupação e
econômico e as desigualdades regionais do regionais. Atente-se também aos processos de regional. Atente-se aos aspectos do relevo, desenvolvimento regional relacionado aos
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UFMG
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O tema mais comum é relacionado às ques- Questões que exigem interpretação de texto. Não tem Geografia na prova da FCM-MG.
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Atente-se aos aspectos da Geografia econô- Cobra Geografia de forma bem ampla dentro Atente-se a problemas ambientais das regiões
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mica, como industrialização, urbanização e do campo de Estudos Sociais. Não costuma do Brasil.
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setores da economia das regiões brasileiras. apresentar questões específicas sobre regiões
brasileiras.
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GEOGRAFIA 1
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Não há como aceitar a ideia simplista de que determinados
AULAS 45 E 46
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espaços ecológicos devam corresponder a espaços econô-
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micos, numa sobreposição plena e totalmente ajustável.
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É utópico supor que o potencial dos recursos naturais de
uma área possa ser avaliado em termos de uma sociedade
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homogênea na sua estrutura de classes e de padrões de
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consumo. Somente as comunidades indígenas têm a possi-
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bilidade de utilização direta dos recursos oferecidos por um
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REGIÃO NORTE: AMAZÔNIA espaço geoecológico determinado.
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(AZIZ AB’SABER)
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A floresta precisa ter valor em pé.
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(BERTHA BECKER)
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COMPETÊNCIA: 6 1. Amazônia
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É comum referir-se à Região Norte como região amazônica.
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HABILIDADES: 26 e 29 No entanto, para planejar e promover o desenvolvimento,
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a região amazônica é dividida em Amazônia Legal, Amazô-
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nia Internacional e ainda como Região Norte.
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Amazônia Legal e Amazônia Internacional
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A Amazônia Legal, também chamada de Amazônia bra- A Amazônia Internacional engloba nove países: Brasil,
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sileira, foi instituída pela lei nº 1.806/1953, durante o go- Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana
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verno Vargas. A partir de então, os estados do Mato Gros- Francesa (departamento ultramarino da França) e Suriname.
Isso equivale a aproximadamente 7 milhões de km2 da Amé-
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so, Tocantins (na época, Goiás) e metade do Maranhão
(até o meridiano de 44º) foram incorporados à região, não rica do Sul – mais de 60% dessa área estão no Brasil. Sua
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necessariamente nessa ocasião, mas a legislação permitiu extensão corresponde à região ocupada pela floresta Ama-
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que, posteriormente, isso fosse feito. Com a definição, o zônica, além de áreas de transição para o cerrado e para
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governo pretendia levar desenvolvimento à região. caatinga, no sul do Maranhão e Tocantins, além de campos,
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terra firme, alagados, cidades, metrópoles, vilas, pequenas
Os critérios para incorporação à Amazônia Legal são
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comunidades e muitos idiomas.
as características naturais, como bacia hidrográfica, o
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clima equatorial, as comunidades tradicionais (indí- A Região Norte, por sua vez, a maior macrorregião do
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genas, seringueiros, ribeirinhos) e a própria floresta. Brasil, é onde está localizada grande parte da Amazônia
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Além das questões naturais, existem as questões polí- brasileira. Possui 3.869.639,9 km2, ou seja, mais de 45%
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ticas... E fazer parte da Amazônia Legal é ter acesso a do território brasileiro e compreende os estados do Ama-
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recursos. A instituição da definição geográfica e políti- zonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Tocantins.
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ca da Amazônia Legal também possibilitou a desmis- Esse macrodomínio se destaca pela extraordinária conti-
tificação de ideias, como a de que a Amazônia é uma nuidade de suas florestas, pela grandeza de sua rede hi-
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grande planície, uma vez que possui grandes planaltos drográfica e pelas sutis variações de seus ecossistemas em
e extensas depressões. nível regional e de altitude.
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1.1. Aspectos físicos 20
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Relevo
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Depressões
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Depressão da Amazônia
ocidental
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Depressão marginal
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norte-amazônica
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do Araguaia
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Planaltos residuais
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norte-amazônicos
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Planaltos da Amazônia
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Planaltos e chapadas da
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bacia do Parnaíba
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Planícies
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rio Amazonas
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rio Araguaia
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Planície e pantanal do
rio Guaporé
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Planície e tabuleiros
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litorâneos
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Predomina nessa região um relevo com altitudes modestas de até 200 metros. Essas terras baixas acompanham os vales dos
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rios da bacia Amazônica, formando as extensas planícies. As terras mais elevadas encontram-se principalmente no norte dos
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estados de Roraima e do Amazonas, onde se localiza o ponto mais alto do Brasil, o pico da Neblina, com 2,9 mil metros de
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altitude, na serra do Imeri, fronteira com a Venezuela (região do planalto das Guianas). Mais ao sul da região, existe uma es-
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trutura complexa de relevo, composta de chapadas e planaltos residuais, principalmente nos estados de Rondônia e do Pará.
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1.1.1. Hidrografia
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O mundo das águas na Amazônia é o resultado direto da excepcional pluviosidade que atinge a região. O grande rio, ele
próprio, nasce em plena cordilheira dos Andes, através de três braços, onde existem precipitações nivais e degelo de primavera,
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a mais de quatro mil metros de altitude. Fora esse setor andino restrito e localizado, o corpo principal da bacia hidrográfica
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depende de um regime hidrológico totalmente pluvial.
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Bacia hidrográfica do rio Amazonas
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MAPA ELABORADO NO BANCO DE INFORMAÇÕES E MAPAS DOS TRANSPORTES DE SECRETARIA EXECUTIVA DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
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A bacia Amazônica é navegável da foz até Nauta, no Peru, zônica (e sua evapotranspiração) e o clima equatorial,
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numa extensão de mais de 4 mil quilômetros. Como os com chuvas em quase todos os dias do ano. Essa é uma
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rios facilitam o transporte e a comunicação, o maior po- das características mais famosas pela qual a Amazônia
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voamento da região concentra-se nas planícies do rio é conhecida – sua bacia hidrográfica e sua infinidade
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indígenas da região.
Ele entra no território brasileiro com o nome de rio Soli-
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A hidrografia é a característica mais marcante da re- mões e, finalmente, em Manaus, após a junção com o rio
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gião, que apresenta a maior bacia hidrográfica da Terra, Negro. Assim que suas águas se misturam, ele recebe o
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cobrindo mais de 7 milhões de km2, banhando, além nome de Amazonas e como tal segue até a sua foz no
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de terras brasileiras (4 milhões apenas no Brasil), terras oceano Atlântico. Sua foz é classificada como mista, por
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na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Essa apresentar uma foz em estuário e em delta, o único com
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imensa rede depende de dois fatores: a Floresta Ama- essa característica no mundo.
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A quantidade de água liberada pelo Amazonas para o
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oceano Atlântico é enorme, cerca de até 300 mil m3 por Rio Nhamundá: um dos principais afluentes do
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segundo na estação chuvosa. O rio empurra uma pluma rio Trombetas, é responsável por dividir os estados
do Amazonas e do Pará. Possui um leito arenoso e
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grande de água doce no oceano. A pluma tem cerca de
400 km de comprimento e entre 100 e 200 km de largura. águas azul-escuras. Com sua nascente na serra do
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Jatapu, ele percorre mais de 300 km até chegar ao
A água doce, sendo mais leve, substitui o oceano salgado,
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Amazonas. Sendo bastante utilizado para ativida-
diluindo a salinidade e alterando a cor da superfície do oce-
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des esportivas, como a prática da pesca, é nele que
ano por muitos quilômetros. Vários navios, durante séculos, se encontra o tucunaré, um dos peixes mais famo-
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relataram água doce perto da Amazônia, ainda que bem sos e que atrai os pescadores por causa do seu esti-
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longe da vista da terra, o que, de outra forma, parecia ser lo de briga (eles atacam qualquer objeto que veem).
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o oceano aberto.
Rio Tapajós: percorre a extensão de 795 km, ini-
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cialmente, sendo formado pelos rios Arinos e Jurue-
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Alguns dos principais afluentes do Brasil na. Ao chegar ao seu afluente Capitão Teles Pires,
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recebe o nome de Tapajós. É um dos principais
Rio Negro: é o maior afluente da margem esquer-
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afluentes do Amazonas e, quando deságua neste,
da do rio Amazonas, o mais extenso rio de água não se mistura com as águas claras do rio, por cau-
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negra do mundo e o segundo maior em volume sa de sua composição. As águas desse rio possuem
de água – atrás somente do Amazonas, o qual
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uma característica importante: são cristalinas e, as-
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ajuda a formar. Tem sua origem entre as bacias sim como outros rios, o Tapajós também tem sido
do rio Orinoco e Amazônica, e também conecta-se
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alvo da pesca esportiva, com peixes como o jáu, a
com o Orinoco através do canal de Casiquiare. Na piranha e o tucunaré. Há empresas que até dispo-
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Colômbia, onde tem a sua nascente, é chamado de 70nibilizam barcos com rádio, TV, vídeo, cozinheiros e
rio Guainia. Seus principais afluentes são os rios guias para os turistas e visitantes do local. O rio ba-
Branco e Vaupés, que disputam ser o começo do
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região leste dos Andes, na Colômbia. Após passar Rio Xingu: na margem direita do Amazonas, com
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por Manaus, une-se ao rio Solimões e, a partir dessa 1.979 km de extensão, o rio Xingu atravessa o Mato
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união, passa a se chamar rio Amazonas. Grosso até chegar na Amazônia. Tendo uma bacia que
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O rio Negro é navegável por 720 quilômetros acima cobre uma área de 531 mil km2, faz parte dela 35 mu-
de sua foz e pode chegar a ter um mínimo de 1 metro nicípios e cerca de 25 mil indígenas que vivem ao lon-
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de água em tempo de seca, mas há muitos bancos go desse rio. Destacado por cachoeiras que possuem
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de areia e outras dificuldades menores. Na estação mais de 50 metros de altura, ele é constantemente
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das chuvas, transborda, inundando as regiões ribei- ameaçado pelo desmatamento no Brasil. É em seu
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rinhas em distâncias que vão de 32 km até 640 km. curso que a usina de Belo Monte foi construída, pró-
xima ao município de Altamira, no sudoeste do Pará.
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Negro se encontra com o rio Solimões, que possui e a enchente, respectivamente. Mais de mil km de
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uma cor clara, ele fica bicolor. seu curso são navegáveis durante a cheia (janeiro e
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Rio Solimões: sua nascente se encontra no Peru navegação se restringe a 136 milhas de sua foz.
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tra em território brasileiro. . Ao chegar em Manaus Rio Juruá: com 3.240 km, é o mais notável
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e passar por todos os seus afluentes, ele atinge o afluente do Amazonas, nascido da junção dos
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1.1.2. Clima
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cabeceira de Santo Antônio, na divisa com os es-
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tados do Amazonas e do Mato Grosso. O principal
braço do Madeira deságua no Amazonas, com
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cerca de 50 km a montante da cidade de Itacoa-
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tiara. Em suas águas barrentas, carrega restos de
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árvores, terras caídas, balsedos (ilhotas flutuantes
formadas por emaranhado de plantas) e matupás
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(capim aquático), principalmente na enchente, o
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que inspira muito cuidado, pois por ele trafegam
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centenas de embarcações. Durante as estiagens,
emergem bancos de areia, que mudam de direção
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nas cheias, e baixios, que obrigam os navegantes
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a reduzir a velocidade das embarcações. Nesse rio,
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próximo à cidade de Porto Velho, ficam as usinas
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hidrelétricas de Santo Antônio e de Jiral.
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Rio Purus: com águas barrentas iguais a do So-
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limões e variando de cor conforme a época da
enchente ou vazante, esse rio nasce com o nome CLIMOGRAMA DA REGIÃO NORTE, MUNICÍPIO DE UAUPÉS, AM
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de Pucani a uma altitude de 500 m, na serra de CLIMA EQUATORIAL (2.892 MM)
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Contamana, que o separa da bacia do rio Ucayalli. O clima da região amazônica é equatorial úmido, carac-
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Seus principais formadores são os riachos Curiuja
e Cujar. É um rio bem extenso, considerando que
teriza-se por elevadas médias de temperatura e de preci-
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possui cerca de 3.325 km de extensão. pitação durante todo o ano, e a sua amplitude térmica é
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bastante estável.
Rio Içá ou Putumayo: afluente do Amazonas,
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O Içá possui 1.645 km de extensão, nasce nos Apesar de a região amazônica abrigar manchas de ve-
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entre a Colômbia e o Peru, percorre terras colom- e no Amapá, além de vegetação litorânea no Pará e no
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bianas e, com 310 km aproximadamente, aden- Amapá, a maior parte de sua cobertura vegetal é forma-
tra o território brasileiro no estado do Amazonas, da pela Floresta Amazônica, também conhecida como
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a cachoeira Acutumã. Não se deve confundir esse - Saga da Amazônia – Geraldo Azevedo
rio com o rio Paru do Oeste, que nasce próximo
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O fato de possuir terras nos dois lados da linha do equa- Como as demais formações vegetais do Brasil, a Floresta
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dor reflete diretamente na marcha dos períodos de maior Amazônica vem sofrendo significativas intervenções huma-
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precipitação no espaço total da região amazônica, pois, en- nas predatórias, como as queimadas e os desmatamentos
decorrentes da ação de madeireiros, da implantação de fa-
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quanto a porção sul é dominada por chuvas de verão austral
(de janeiro a março), a porção norte recebe chuvas mais in- zendas de gado e de agricultura e de empresas de mineração.
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tensas durante o verão boreal (de maio a julho). Entre esses De modo geral, são encontrados na Floresta Amazônica
dois períodos extremos, existem transações progressivas, dois ecossistemas principais: as matas de terra firme e as
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sendo que, na maior parte da calha central, chove também matas de inundação, como vimos anteriormente nas aulas
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nos meses de março a maio. de domínios morfoclimáticos.
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Perfil do rio Amazonas, com suas respectivas vegetações
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No governo militar, a Amazônia foi marcada por uma série presentes na região. Essas medidas ratificaram a idealiza-
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de políticas voltadas para promover a ocupação e o desen- ção de que a Amazônia necessitava, a qualquer custo, ser
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volvimento da Região Norte, considerada, até então, um desbravada, povoada e protegida de possíveis interesses
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grandioso vazio demográfico. Esse vasto “espaço vazio” estrangeiros voltados à internacionalização da região e,
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existente na Amazônia e seus recursos naturais surgiam ao mesmo tempo, visava a inserir na região a lógica de
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para os representantes militares como forma de soluciona- livre-mercado, à medida que se financiavam os projetos
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rem os problemas de ordens econômica, social e geopolí- infraestruturais básicos necessários para ocupação e con-
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tica. A Amazônia se tornava envolvida pelo projeto militar sequente expansão da fronteira agrícola, facilitando, ao
de desenvolvimento e ocupação.
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território amazônico é considerado, por muitos pesqui- talações das primeiras indústrias privadas, resultantes dos
projetos de integração e fomentadas por meio da liberação
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ordem eram “integrar para não entregar” e “homens sem As políticas de ocupação implantadas, em geral, tinham
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terra para terra sem homens”, definidas como estratégias como objetivo atrair colonos para a região amazônica, visan-
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militares que aliaram a ideia de desenvolver e ocupar a do a fortalecer um ciclo de povoamento regional por meio de
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região a uma estratégia de segurança nacional. A definição estímulo à migração de pequenos produtores e agricultores
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de “desordenada” surgiu à medida que houve ausência de oriundos do sul e sudeste do país. Essas políticas assegu-
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planejamento adequado para o processo, e a de “predató- raram o povoamento da região, como forma de resguardar
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ria” se entende pela falta de gerência do Estado brasileiro, a soberania nacional, assim como do território amazônico.
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Assim, foi possível utilizar a região para manobras políticas A partir de 1970, devido a facilidades de locomoção e dis-
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– em um contexto que favorecia a política agrária brasileira ponibilidade de terras e de financiamentos advindos do
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–, pois surgia como válvula de escape para as pressões ocor- governo federal, começam a ser observados crescentes
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ridas nas regiões Nordeste e Sul, influenciadas, principalmen- fluxos migratórios e de colonização das margens dessas
te, pelos constantes e intensificados conflitos agrários. grandes rodovias. A partir de então se observa uma nova
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estruturação no modo de ocupação da região, em que
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O desenvolvimento da Amazônia brasileira envolve dois pe-
as cidades começam a surgir de frente para as estradas
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ríodos: o primeiro corresponde ao regime militar, quando
e as rodovias, apresentando extraordinário crescimento,
foram implantadas várias estratégias de desenvolvimento
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impulsionado pelos surtos de desenvolvimento advindos
com objetivo de se obterem vantagens econômicas e ganhos
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da exploração dos recursos naturais , facilidade de acesso
imediatos, o que resultou em consideráveis impactos socio-
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e disponibilidade de terras.
ambientais nas áreas rurais e urbanas da Amazônia; já para
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o segundo período, pós-constituinte, são observados maior
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desempenho e responsabilidade do governo federal, com a
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As agrovilas
formulação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento
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O modelo dos militares para ocupação da Amazônia
sustentável da Amazônia. No primeiro período, o governo fe-
previa a construção de agrovilas, que eram núcleos
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deral buscou formular e introduzir um conjunto de políticas de residenciais e, ao mesmo tempo, lotes de terra para
integração da Amazônia, com base no decreto-lei nº 1.106,
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produção. Faziam parte do plano de colonização, onde
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de junho de 1970, criando o Plano de Integração Nacional brasileiros de várias regiões pudessem lá se esta-
(PIN) e os Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento belecer com suas famílias e, sobretudo, povoar aquele
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(ENIDs), justificados com caráter de urgência e pelo relevante território praticamente isolado do resto do país. Para
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garantir razoáveis condições de vida aos novos ha-
interesse público de promover a maior integração à economia
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bitantes, o projeto previa a construção de estrutura
nacional das regiões compreendidas nas áreas de atuação da urbana usando a madeira das árvores derrubadas nos
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Sudam. Os programas foram estabelecidos por meio do Pro- lotes de plantação. Assim, dotaram-se as agrovilas de
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grama Avança Brasil e favoreceram a formação de novas fren- residências, escolas, rodoviária, instalações comerci-
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tes de expansão do povoamento rumo ao interior da região. ais, centro de lazer, posto médico, etc.
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fato justificado devido aos principais meios de locomoção ocupação pioneira de uma vasta área de floresta a ser
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disponíveis na região dependerem dos rios e igarapés, seja colonizada, mas também e principalmente a possibi-
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ABERTURA DA TRANSAMAZÔNICA
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mas também para a metalurgia, agricultura, reflorestamen-
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Para atrair colonos para a Amazônia, uma grande to e pecuária, que foi considerado por muitos como um dos
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campanha publicitária foi lançada em rádio, televisão pilares do programa de desenvolvimento e integração da
e jornal. A notícia do assentamento de colonos na região. Na visão do governo federal, devido a sua magni-
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Transamazônica circulou entre os sem-terra através da tude, com o projeto ressurgiu o potencial econômico e um
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mídia e do contato pessoal. Candidatos viajaram até novo ciclo de povoamento da região.
MY
as cidades onde a seleção estava acontecendo, e líde-
Pensar em políticas públicas para a região amazônica requer
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res de Igrejas protestantes usaram seus púlpitos para
dar conhecimento aos membros da sua congregação uma análise contextual em termos da dinâmica territorial e
20
das oportunidades de se “buscar a terra prometida”; sociopolítica envolvida no processo de desenvolvimento da
70
cartas dos pioneiros encorajaram seus familiares a se região. Nesse sentido, é importante enfatizar que, apesar de
58
inscreverem no processo seletivo de colonos.
seu registro verde no imaginário global, a região amazôni-
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Órgãos do governo, entre eles o Incra e o Banco do ca vem se tornando progressivamente, nas últimas décadas,
85
Brasil, se encarregavam da administração e do finan- palco de inúmeros conflitos envolvendo uma gama bastante
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ciamento de plantações, mas o plano não colheu os diferenciada de atores, tais como instituições governamen-
resultados esperados. Alguns colonos ficaram por
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tais, ONGs, populações indígenas, pequenos agricultores,
lá; a maioria, porém, não se adaptou às condições
pescadores artesanais, quilombolas, grupos extrativistas,
AN
de vida na selva e deixou a região. Em contraste
com a bem-sucedida colonização privada do norte grandes latifundiários, madeireiros, garimpeiros, entre outros.
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do Paraná, o empreendimento estatal no território Tais conflitos expressam não apenas uma luta material pelo
MY
amazônico apresentou problemas de concepção, uso dos recursos naturais da região, mas também disputas
0A
de implantação e de gerenciamento. Mais que isso, simbólicas em torno da significação desses recursos e de
aproximou-se de um modelo utópico, idealizando não
20
diversos elementos da natureza para cada um dos grupos
apenas o ambiente físico, mas também o homem vin-
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envolvidos. O processo de integração regional, promovido a
culado a ele.
58
a pressão da população sobre a floresta, principalmente espaço tanto no plano concreto como no plano simbólico,
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nas regiões de Rondônia e de Mato Grosso, em torno do tendo sido, em alguns casos, a origem de conflitos entre dife-
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eixo Cuiabá-Rio Branco e em Tocantins, Maranhão e Pará, rentes usos e interesses sobre o território.
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rodoviária Belém-Brasília.
0A
vação dos níveis de ocupação das terras no estado do Mato multimídia: livro
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baseadas no favorecimento de novas infraestruturas para gião. Bertha Becker é uma referência internacional em Ge-
o desenvolvimento econômico, principalmente do agrone-
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gócio em grande escala, e outras focadas nos interesses zônia, que considerava estratégica para o país. Sua obra
2
das populações locais e na sustentabilidade socioambien- propõe um novo modelo de desenvolvimento sustentável
70
tal. Além dessa influência gerada por parte dos projetos para a região: “Produzir para preservar.” Assim, chama a
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rodoviários de ligação da região às demais regiões do País, atenção para a necessidade do desenvolvimento social,
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e os núcleos urbanos, com forte pressão sobre o meio
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ambiente. Tal macrozoneamento também conforma
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grandes espaços entre os eixos, domínio de terras indí-
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genas, unidades de conservação e populações extrati-
vistas e ribeirinhas isoladas.
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multimídia: site
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www.mma.gov.br
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1.3. Aspectos populacionais
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A Amazônia legal possui uma extensão de 5,2 milhões
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de km2, correspondente a cerca de 61% do território na-
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cional, e abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas,
Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte
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CASAS AO LONGO DO RIO JUTAÍ, AFLUENTE DO RIO AMAZONAS
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do Maranhão, a oeste do meridiano 44º. Em que pese POPULAÇÃO RIBEIRINHA (2013)
sua grande extensão territorial, o efetivo demográfico da
0A
região é de 21 milhões de habitantes, ou seja, 12,4% da Grande arco de povoamento: o adensamento de
população nacional, o que lhe confere a menor densida- 20
estradas no leste do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato
70
de demográfica do Brasil (4,14 hab/km2). Grosso e Rondônia, compõe um grande arco de po-
58
nhados de fluxos e refluxos de população, resultado de sua Franca de Manaus e de alguns projetos de mineração.
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frágil base econômica de natureza extrativista. A partir de A ocupação da região amazônica se fez em surtos de-
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1970, contudo, com a implementação na Amazônia de vassadores ligados à valorização momentânea de pro-
um conjunto de políticas de desenvolvimento, imprimiu-se
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uma nova configuração ao seu processo de ocupação eco- períodos de estagnação. A esse padrão associam-se
0A
e, sob o influxo da nova circulação, a Amazônia urbani- não conseguindo estabelecer uma base econômica e
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zou-se e industrializou-se, embora com sérios problemas populacional estável, capaz de assegurar a soberania
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sociais e ambientais. A várzea e a terra firme, elementos sobre a área. O controle do território foi mantido por
estratégias de intervenção em locais estratégicos, de
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ecidos, permanecem como pano de fundo. posse gradativa da terra (uti possidetis) e da criação
de unidades administrativas diretamente vinculadas
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Padrão linear: na Amazônia, a integração terrestre e se triplicou, evoluindo de aproximadamente 7,3 milhões para
58
fluvial do território tendeu a formar eixos de transpor- 21 milhões de habitantes, em decorrência das elevadas taxas
72
te e infraestrutura ao longo e em torno dos quais se anuais de crescimento experimentadas, sempre superior à
85
concentram investimentos públicos e privados. Esses média brasileira, que se mostra declinante ao longo das três
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eixos acabam definindo um macrozoneamento da re- últimas décadas – 4,38% a.a. (1970-1980), 3,30% (1980-
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gião e neles concentram-se a população, os migrantes 1991) e 2,26% (1991-2000). Essa tendência manifesta-se
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em quase todas as unidades federadas, à exceção do Amapá, que registrou taxas crescentes e elevadas de incremento populacio-
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nal, atingindo 5,71% a.a. (1991-2000), como resultado de fluxos migratórios em direção ao estado.
TO
A distribuição da população entre os estados mantém o seu perfil concentrador, embora mais atenuado. Cerca de 70% do
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total de habitantes estão em apenas três estados: Pará (29,41%), Maranhão (26,84%) e Amazonas (13,36%). Ressalte-se,
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todavia, que o Maranhão vem declinando sua participação relativa, uma vez que passou de 41,60 (1970) para 26,84%
MY
(2001), que mostra sua característica de estado de saída de migrantes. Em oposição, Rondônia, Mato Grosso e Amapá,
0A
embora ainda detenham reduzida participação no contingente populacional total, ampliaram-na de forma significativa,
despontando, dessa forma, como novas áreas de atração populacional.
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* POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS COM MAIS DE 20 MIL HABITANTES. OS DEMAIS MUNICÍPIOS NÃO ESTÃO REPRESENTADOS.
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A composição da população por sexo mantém certo equilíbrio entre o número de homens e mulheres, já que eles represen-
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A faixa etária da população amazônica é essencialmente caracterizada pelos jovens. O contingente dos menores de 20 anos
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de idade representa 51% do efetivo total, o que suscita a necessidade de fortalecimento de políticas públicas sociais dire-
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cionadas para esse segmento populacional, principalmente na área educacional e de formação profissional. Outro aspecto a
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destacar do crescimento demográfico refere-se ao componente migração, cujo papel foi relevante na conformação do atual
perfil demográfico da região, sobretudo nos anos 1970. Apesar da indisponibilidade de dados mais recentes que permitam
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uma avaliação mais precisa do movimento migratório para a Amazônia, é opinião majoritária que a migração inter-regional
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Existem diferenças na história e nas formas de ocupação das distintas porções da Amazônia Legal. Parte dos movimentos no
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século XX envolvendo o Mato Grosso, Maranhão e Tocantins é mais antiga que a ocupação dos demais estados. Há também
2
diferenças significativas entre os estados do Norte. Antes da década de 1970, já havia um pequeno fluxo migratório para
70
o sul do Pará, norte de Goiás (atual Tocantins), Rondônia e Acre, num processo de “colonização espontânea” que buscava
58
“terras virgens”, na verdade já ocupadas por indígenas e posseiros. Na década de 1970, a colonização intensiva ocorreu
72
inicialmente em áreas cortadas pela rodovia Transamazônica, no Pará. Diante dos problemas ali enfrentados, o governo
85
passou a conceder incentivos para a incorporação de terras por grandes empreendimentos agropecuários (ocupação em
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larga escala). De modo geral, sob o regime militar, novos fluxos migratórios se dirigiram para as margens dos novos eixos
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Pirâmide etária do Brasil por estados (2010)
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É importante sublinhar as direções dos fluxos migratórios que balizam o povoamento atual e indicam a direção futura. O
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Mato Grosso e o Pará foram os estados que mais atraíram migrantes entre 1991 e 1996. Contudo, esse padrão tradicional
58
A emergência de novas áreas de atração no extremo norte, isto é, no Amapá, na porção que faz fronteira com o Pará e a
Guiana, e em Roraima, na fronteira com a Venezuela e no eixo da BR-174.
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O delineamento de novos corredores de povoamento. A partir de Mato Grosso, um segue a estrada Cuiabá-Santarém
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(BR-153) e outro penetra pelo estado do Amazonas, em direção a Manaus e à BR-174. No Pará, a migração para a calha
do Amazonas tende a se ligar ao norte, com forte migração para o Amapá.
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A grande redução da migração para Rondônia que, revertendo sua condição de receptor, hoje pode ser considerado um
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Embora com ritmo reduzido e de caráter sobretudo intrarregional, a migração continua a ser fator espontâneo e induzido de ocu-
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pação pioneira do território e de abertura de matas, delineando novos corredores de povoamento que unem o sul da Amazônia a
58
Roraima e Amapá, onde se reproduz o ciclo do uso da terra, característico da região nas últimas décadas.
72
O binômio mobilidade/urbanização da população é um dos mais dolorosos aspectos do processo de ocupação regional, uma
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vez que as cidades não tiveram condições de recursos e de tempo para absorver os migrantes. Como resultado, a Amazônia
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é uma floresta urbanizada, em que seu processo de formação de núcleos urbanos representa um dos maiores problemas
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de então, esse padrão foi rompido, com a exceção dos
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estados do Amazonas, Roraima e Amapá.
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A Amazônia é, assim, a única região do País onde cresce
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a população que vive em cidades com menos de 100 mil
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habitantes, sendo expressivo o crescimento de cidades pe-
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quenas entre 20 e 50 mil habitantes.
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multimídia: livro
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Quanto às cidades, tiveram um papel logístico
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essencial no processo de ocupação. A Amazônia
Amazonia - Geopolítica na Virada do
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tornou-se uma floresta urbanizada, com 61% da
III Milenio - Bertha K. Becker
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população, em 1996, vivendo em núcleos urbanos,
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Esse livro oferece a estudantes, professores, pesquisa- apresentando ritmo de crescimento superior ao
dores, especialistas em gestão e políticas públicas – e
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das demais regiões do País, a partir de 1970, e
a todos os interessados no tema – uma compreensão uma desconcentração urbana, à medida que
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da dinâmica regional amazônica a partir da análise das cresceu a população não mais apenas nas capi-
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formas conflituosas de sua apropriação por diferentes tais estaduais, mas nas cidades de menos de 100
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autores. Essa compreensão é pontuada pelo conceito mil habitantes. É verdade que as cidades se tor-
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de fronteira, desenvolvido pela autora em obras ante- naram um dos maiores problemas ambientais da
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riores, enquanto espaço não plenamente estruturado e, Amazônia, dadas a velocidade da imigração e a
por isso mesmo, potencialmente gerador de realidades
20
carência de serviços, mas são também importante
novas; um espaço cuja especificidade é a sua virtuali-
70
mercado regional.
dade histórica. A esse conceito somam-se perspectivas (BERTHA BECKER, 1997)
58
Uma das características mais marcantes do recente apesar de continuarem crescendo em termos absolutos,
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processo de ocupação demográfica do espaço regio- não são mais as principais concentradoras da população
0A
nal amazônico diz respeito à urbanização, que vem se urbana, que hoje passa a viver, crescentemente, em cidades
fazendo em ritmo intenso e acelerado, introduzindo médias e pequenas fora das grandes aglomerações.
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sempre foi concentrado nas capitais estaduais. A partir VISTA AÉREA DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO, CAPITAL DO ACRE (2014)
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População da Amazônia Legal (2007)*
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* POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS COM MAIS DE 20 MIL HABITANTES. OS DEMAIS MUNICÍPIOS NÃO ESTÃO REPRESENTADOS.
ESTIMATIVAS: IBGE (2007). ELABORAÇÃO: DOUGLAS SATHLER. PROJEÇÃO: LAT. × Long. SAD69.
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FONTE: CONTAGEM (2007).
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O acelerado e descentralizado processo de urbanização Rondônia e Mato Grosso, é significativa a agropecuária,
0A
regional não é sinônimo de uma urbanização autônoma, com enormes fazendas de criação de gado de corte e plan-
revelando muito mais uma “emancipação dependente”. 20
tação de soja. Em Rondônia, nos últimos anos, também
70
Com efeito, as cidades e municípios dependem da trans- vem ganhando destaque a plantação de café.
58
de transporte interestadual, intermunicipal e de comuni- e a serra do Navio, no Amapá, rica em manganês. A extra-
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que expressam o pacto entre o poder local e as instâncias de conclusão, busca atender a carência de energia do Ama-
20
superiores da ordem federativa. zonas, especialmente da capital, onde está o maior polo
70
públicos e privados.
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impactos ambientais e
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A economia na Amazônia baseou-se no extrativismo de concluiu em 1999 a linha Tramoeste, que leva a energia de
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produtos como látex, açaí, madeira e castanha. No Pará, Tucuruí, no rio Tocantins, ao oeste paraense. No Amazonas,
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como a planície da bacia Amazônica inviabiliza a construção Em 1910, metade da borracha consumida no mundo saía
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de hidrelétricas, o estado investe no gás natural. da Amazônia. A procura por seringueiras nativas levou
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muitas pessoas, desde o final do século XIX, a se embre-
Um exemplo disso é a instalação do gasoduto Urucu-Co-
nharem na mata e atingirem a região que é hoje o estado
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ari-Manaus, construído pela Petrobras, que liga o Polo
do Acre – na época, o território pertencia à Bolívia.
Arara, localizado na região petrolífera de Urucu (município
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de Coari, Amazonas) à refinaria Isaac Sabbá, em Manaus,
0A
num trajeto de 663,2 km, que abastece sete municípios.
Sua construção foi parte do Programa de Aceleração do
20
Crescimento (PAC) e recebeu R$ 2,49 bilhões de financia-
70
mento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
58
e Social (BNDES). Sua vazão é de 4,1 milhões de m3 diários
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e está em operações desde 2009.
85
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O programa federal de eletrificação rural – Luz no Campo
– atende os estados de Rondônia, Acre, Roraima, Pará e
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Tocantins. A chegada da energia elétrica permitiu a me-
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canização da agricultura. No rio Madeira, em Rondônia,
MIGRANTES NORDESTINOS NO FINAL DO SÉCULO XIX
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estão sendo construídas duas grandes usinas hidrelétri-
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cas que, além de atender a região, levará energia para o O extrativismo do látex e da castanha-do-pará (fim do sé-
0A
Sudeste do País. culo XIX e início do século XX) foi o motor do processo de
20
produção e organização do espaço regional, estimulando:
1.4.1. Redes de informação e tecnologia
70
a atração de migrantes brasileiros de outras regiões e de imi-
58
O Sipam/Sivam – Proteção e Vigilância da Amazônia – é grantes estrangeiros (espanhóis, portugueses, franceses, etc.);
72
trole da Amazônia, baseado em tecnologia moderna, sob a construção dos portos de Belém e de Manaus;
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o qual jaz uma estratégia contra a intervenção territorial a incorporação do Acre ao território brasileiro e a funda-
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externa, com relação ao tráfico de drogas e ao meio am- ção das cidades de Xapuri e Brasileia pelos seringueiros;
biente. Iniciativa nacional, com um custo total de US$ 1,4
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bilhão e necessitando de tecnologia avançada, o projeto a expansão da rede urbana e a modernização dos es-
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se fez graças às facilidades de financiamento externos, paços urbanos, principalmente de Manaus e de Belém;
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nanciamento do projeto Sivam que os EUA conseguiram a atração de capitais estrangeiros por meio da instala-
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participar, de alguma forma, da War on Drugs (guerra às ção de bancos, empresas de comércio e companhias de
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drogas) no Brasil. E a Amazônia entra, no século XXI, sob o navegação inglesas, francesas e estadunidenses.
85
comando de um sofisticado sistema de informação. Alguns Além desses impulsos à produção de espaços geográfi-
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grande número de migrantes – principalmente da região iniciativas públicas e privadas, e os loteamentos foram
Nordeste, em razão da seca prolongada no sertão nordes- vendidos a longo prazo ou doados aos interessados em
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madeiras e do látex para a fabricação da borracha. Com a perda de mercado, a Região Norte deixou de rece-
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a borracha transformou-se num produto de grande valor e de 1930 e, principalmente, 1960, por meio de políticas de
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ARCO DO DESMATAMENTO OU FRONTEIRA AGRÍCOLA
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1.4.3. A mineração e o avanço da agropecuária: os problemas ambientais decorrentes
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Os projetos de mineração 20
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A mineração apresentava-se como alternativa viável para o desenvolvimento da Amazônia, com destaque ao Projeto
72
Minério de Ferro Carajás, gerido pela CVRD – Companhia Vale do Rio Doce – e localizado no município de Marabá,
85
sudeste do Pará. Outro projeto de grande porte, localizado também no Pará, foi o Projeto Trombetas, que consistia
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na mineração e exportação de bauxita metalúrgica. Analisando-se os documentos da época, percebia-se uma grande
preocupação com o desenvolvimento, sem levar em conta os custos sociais e ambientais. Pretendia-se com os projetos
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produtos agrícolas.
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A partir do Projeto Ferro Carajás (mina, ferrovia e porto), foi concebido todo um programa de aproveitamento integra-
do de recursos minerais, agrícolas e florestais. Denominado Projeto Grande Carajás, que visava dar suporte a investi-
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mentos do setor privado na região, tinha o objetivo de atender a projetos agrícolas e industriais que se instalassem
20
O Projeto Trombetas teve, em 1979, o início de sua operação de mineração e de exportação de bauxita metalúrgica,
72
primeira etapa na produção do alumínio primário, pela Mineração Rio do Norte (MRN), no município de Oriximiná,
85
às margens do rio Trombetas. No início da operação, a madeira não considerada de lei era utilizada na secagem
do minério. Atualmente, os resíduos da biomassa, removidos para facilitar a mineração, são aproveitados para o
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reflorestamento.
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A partir do final da década de 1950 e até a década de 1990, a serra do Navio foi a principal mina de manganês do Brasil,
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com uma produção acumulada de mais de 30 milhões de toneladas. Em 1968, havia a preocupação com o crescimento
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da pauta de exportação, mas também com a ocupação do espaço. Buscava-se sair da economia baseada na indústria
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extrativa vegetal e em modestas atividades agropecuárias para novas formas agropastoris e a industrialização dos pro-
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dutos naturais. A exaustão dessa mina foi compensada com a definição de novas reservas no sul do Pará, em especial a
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A casseterita é o principal mineral de minério de estanho. Foi encontrada pela primeira vez na região em 1952, no antigo
58
território de Rondônia, mas sua exploração econômica só se iniciou em 1959, através da garimpagem. Tratava-se de uma ati-
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vidade sazonal, em que se trabalhava na estação seca nos aluviões, e, quando chovia, os garimpeiros iam para as cidades ou
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retornavam às áreas agrícolas de origem. Na década de 1980, houve uma gradual substituição da garimpagem pela produção
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mecanizada, controlada por grandes grupos privados, como o Grupo Paranapanema, que implantou e opera a mina de Pitinga,
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Amazônia em chamas
escasso. Os principais distritos de produção do ouro
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(serra Pelada).
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A exploração mineral colaborou para o desmatamento e não considerou os impactos socioeconômicos decorrentes
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dessa atividade. Verificou-se o surgimento de cidades sem uma infraestrutura adequada, além da exploração de jovens
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O caso da Renca
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A Reserva Mineral de Cobre e seus Associados (Renca) foi criada em 1984, no fim da ditadura militar, com o objetivo
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de fazer pesquisa mineral nessa região. Tem 47 mil km2 de área, equivalente ao estado do Espírito Santo. A ideia era ex-
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plorar o potencial dos recursos minerais da região. Apesar de estar localizada no limite dos estados do Pará e do Amapá,
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em plena Floresta Amazônica, não havia preocupação do governo da época em preservar a Amazônia.
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Quando foi criada, a pesquisa mineral na Renca seria feita exclusivamente pelo Estado. Com o decreto do governo
00
de Michel Temer, as atividades de pesquisa e mineração foram abertas ao setor privado. A ideia do governo foi atrair
2
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O primeiro decreto extinguindo a Renca foi publicado em 22 de agosto de 2017. Tinha apenas quatro artigos e não
72
deixava clara a extensão que a atividade mineradora do setor privado teria dentro da Renca. Porém, devido à má
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repercussão da decisão, o governo decidiu editar novo decreto, esclarecendo como seria feita a pesquisa mineral na
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antiga Renca.
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Ambientalistas argumentam que a decisão por decreto não permitiu a discussão com a sociedade. Um projeto de lei,
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por exemplo, exige a realização de audiências públicas no Congresso para o debate. Estima-se que de 15% a 30% da
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área foram liberados ao setor privado para pesquisa mineral. O restante é ocupado por unidades de conservação – são
nove no total, sendo sete de proteção ambiental e duas terras indígenas.
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O novo decreto reforça outras normas já existentes e deixa claro que não será autorizada pesquisa mineral nem será
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concedida lavra ou qualquer outro tipo de direito de exploração minerária nas unidades de conservação, exceto se
previsto no plano de manejo dessas unidades. Das sete unidades de proteção ambiental que têm sobreposição com a
20
Renca, três (Estação Ecológica do Jari, Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Reserva Biológica de Maicuru)
70
são de proteção integral, ou seja, a mineração não é permitida.
58
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Há quatro áreas de uso sustentável, isto é, a mineração será permitida se prevista no plano de manejo. Em duas delas
85
(Reserva Extrativista do rio Cajari e Floresta Estadual do Amapá), já foi tomada a decisão de não liberar a atividade. O
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plano de manejo da Floresta Estadual do Paru libera a atividade mineradora em algumas de suas áreas. Já a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do rio Irataputu não tem plano de manejo ainda. Por enquanto, a mineração é proibida
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lá, e só será autorizada se o plano de manejo assim prever futuramente.
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Há duas terras indígenas cortadas pela Renca: Waiãpi, no Amapá, e Rio Paru D’Este, no Pará. Segundo a Funai, a terra
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indígena Waiãpi é de uso exclusivo do povo waiãpy, com população de 874 pessoas (dados do Censo de 2010). Já a
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terra indígena Rio Paru D’Este é de uso exclusivo dos povos apalaí e wayana, com população de 244 pessoas (dados
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de 2010). A extinção da Renca não muda em nada o status dessas áreas. Há, no entanto, projeto de lei que tramita no
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congresso para permitir a atividade mineradora em terras indígenas, dentro ou fora da Renca.
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O avanço do agronegócio 1990, para cerca de 20 milhões, em 2005, porém sofreu uma
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pressão “conexão hambúrguer” é bastante apropria- ponto de vista econômico, e que, por isso mesmo, des-
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da para descrever o rápido aumento das exportações perta interesse geral. Entretanto, é importante que não
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de carne das Américas do Sul e Central para atender se confunda questão econômica como um peso absoluto
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a cadeias de lanchonetes estadunidenses, levando ao em detrimento dos aspectos sociais e ambientais, pois é
desflorestamento. Na década de 1980, o Brasil expor-
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tão significativo:
crescimento a partir do início da década de 1990, com
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do o acesso da carne brasileira a diversos mercados; e desmatadas acaba convertida para pastagens. Diversos
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Associado a esses aspectos, pode-se incluir ainda o impul- estende do sul do Pará até o Acre, passando pelo nor-
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so proporcionado pela Lei Kandir, ao isentar da tributação te dos estados do Tocantins, Mato Grosso e Rondônia
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de ICMS os produtos primários destinados à exportação e e que se constitui na região onde a fronteira agrícola
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a redução do IPI para máquinas agrícolas. avança em direção à Floresta Amazônica) é a mais ativa
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Quanto à produção na Amazônia Legal, a produção de soja fronteira no mundo, em termos de perda total de flores-
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arrasto”. Tal efeito consiste, basicamente, na atração
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de outras atividades/investimentos para a região, em
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virtude da infraestrutura implantada, as quais, muitas
vezes, geram impactos ambientais negativos. Dentre
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essas outras atividades, costumam estar incluídas, por
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exemplo, a pecuária e a extração madeireira, ambas
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potencialmente danosas à biodiversidade.
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O problema dessa situação recai na falta de um me-
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canismo legal, pelo qual o governo possa estabelecer
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compromissos irrevogáveis para que não sejam cons-
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truídos projetos específicos que sejam reconhecida-
Historicamente, o padrão dominante de conversão da flo-
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mente danosos.
resta foi de exploração de madeira em pequena escala
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ou agricultura de subsistência, seguido pela consolidação Pode-se citar, como exemplo, o caso de Santarém,
no Pará, para o qual se destacam como infraestru-
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por pecuária extensiva ou abandono para floresta secun-
dária. Recentemente, porém, o Brasil vem se tornando tura de transporte a hidrovia Teles Pires-Tapajós, a
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um líder na produção mundial de grãos, especialmente rodovia Cuiabá-Santarém e o porto de Santarém.
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a soja. A grande questão que surge – a qual terá impor- A hidrovia Teles Pires-Tapajós destinava-se fundamen-
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tantes consequências para os serviços ecológicos e para talmente ao transporte de soja. Porém, ela foi suspensa,
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a dinâmica de desmatamentos futuros – é se essa expan- em 1997, em decorrência de falhas no seu estudo de
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são de campos agricultáveis contribui diretamente para o impactos ambientais, especificamente no que concernia
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desflorestamento ou ocorre somente pela intensificação a impactos relacionados às tribos indígenas existentes
na área. A pavimentação da rodovia Santarém-Cuiabá,
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Por meio da combinação de observações de campo com minado ”Avança Brasil”, também tinha como principal
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dados de satélite, estudos examinaram o destino dos gran- motivação o escoamento da soja. A pressão política
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des desflorestamentos, durante o período de 2001-2004, pela pavimentação daquela rodovia era liderada por
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a fim de prover evidências das contribuições relativas de Blairo Maggi, do Grupo Maggi, o qual estava financian-
agricultura e pasto para a redução de floresta no período. do a plantação de soja na região e a construção do ter-
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Segundo os resultados obtidos, em todos os anos a média minal portuário de Santarém. Além desse “efeito arras-
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de áreas abertas para agricultura era mais que o dobro da to”, cerca da metade da área potencial para expansão
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média para pastagens. A evolução da soja apresentava, da soja no Brasil (50 milhões de hectares) é considera-
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ainda, relação de dependência com o preço mundial da- da vegetação secundária, que, muitas vezes, já cumpre
quele grão em cada período. Assim, as pastagens continu- de 80% a 85% do papel de uma floresta madura, ou
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avam sendo o uso predominante de áreas desflorestadas, seja, já poderia ser considerada praticamente regenera-
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mas os resultados indicavam uma tendência de aumento da. Dessa forma, desmatar essas áreas novamente teria
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do desflorestamento destinado à agricultura. Para os auto- impacto similar ao desmatamento de uma vegetação
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A construção de barragens
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Os possíveis impactos da soja não se limitam àque- gastos e o tempo destinados a essas construções
não melhoraram as condições socioeconômicas
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a tal cultura. Graças ao peso político que possui, a das populações e estimularam conflitos entre po-
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sojicultura promove a implantação de obras de in- vos locais e trabalhadores braçais. Surgiram ques-
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fraestrutura na região em que avança, especialmente tões relativas à apropriação de terra e impactos
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as relacionadas a transporte, tais como rodovias, fer- na flora e na fauna amazônicas. O Movimento dos
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rovias, portos, etc. A implantação desses projetos de Atingidos por Barragens (MAB) foi criado nesse
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mais adiante.
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e é palco de conflitos entre os que pretendem lucrar com
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A construção de rodovias, sem que fossem mensu- a derrubada da floresta e os que buscam um desenvolvi-
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rados os impactos ambientais, sejam eles naturais, mento sustentável em prol da floresta.
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sociais, ecológicos ou fundiários, devasta as áreas
Outro problema decorrente daquelas ações governamen-
marginais e não promove uma ocupação ordenada,
tais foi a expulsão da população pobre do campo para as
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planejada, que atenda às necessidades das popu-
cidades, em busca de melhores condições de vida. Em al-
lações residentes. Além disso, esses projetos descon-
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gumas cidades, esse fenômeno promoveu um acelerado e
sideraram a proteção dos mananciais, elementos cen-
desorganizado crescimento urbano. A cidade de Manaus,
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trais na Amazônia.
por exemplo, é a capital brasileira com a maior proporção
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de moradores em habitações precárias.
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Uma séria questão que afeta o meio rural em toda a
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Esses projetos foram criticados em vários fóruns mundiais e
região relaciona-se à posse da terra. Historicamente, a
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por diversos estudiosos da Amazônia, do Brasil e de outros
questão fundiária constitui-se em tema recorrente na
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países. As críticas pressionaram as autoridades a promo-
região, geradora de disputas que, com frequência, resul- ver mudanças políticas relacionadas ao desenvolvimento
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tam em violência e assassinatos. De acordo com estudos, da Amazônia e são constantemente divulgadas nas mídias
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até meados da década de 1960, a quase totalidade das nacional e internacional. As pressões exercidas por am-
terras da Amazônia era constituída por terras públicas
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bientalistas do mundo inteiro são responsáveis, hoje, por
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e sem titulação como propriedade privada. Essas terras transformações tanto discursivas (ideias, pensamentos, te-
eram ocupadas por pequenos posseiros, que nelas ha-
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orias) quanto práticas (ações governamentais).
viam constituído seu trabalho efetivo (como extrativistas
na coleta de frutos, raízes, óleos, resinas e sementes das 20
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matas ou como pequenos agricultores). Os naturais da 2. Movimentos sociais na
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simples especulação futura, passando pelo significativo au- da região. Assim, há na Amazônia – como também em ou-
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mento populacional ocasionado pela atração de migrantes. tras regiões e em todas as atividades humanas – a neces-
sidade de aplicação do desenvolvimento ecologicamente
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forma seletiva, atingiu outras áreas, além das permitidas sem causar a degradação ambiental. Atualmente, além de
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Além disso, esses programas estimularam conflitos entre o bacuri, a pupunha e o açaí, utilizados na indústria de
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A região amazônica é constituída atualmente por uma di- Desde os anos 1970, seringueiros e castanheiros opõem-
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versidade social muito mais complexa que anteriormente, -se à forma como a Amazônia vem sendo ocupada. Com o
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avanço da colonização na região, eles vêm sendo expulsos Entre esses grupos, destacam-se populações indígenas,
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das áreas onde praticavam o extrativismo vegetal. Em face caboclos, seringueiros, castanheiros, açaizeiros, ribeirinhos,
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disso, decidiram se organizar e pressionar o governo fe- pescadores, populações remanescentes de quilombos, ca-
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deral para a criação de reservas extrativistas. Estas devem tadeiras de coco de babaçu, pessoas atingidas por barra-
ser entendidas como unidades de conservação da natureza gens e assentadas.
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(UC), legalmente instituídas pelo poder público para a utili-
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A organização social desses povos teve início no período
zação por populações extrativistas tradicionais.
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de abertura política ocorrida na década de 1980, após 20
Nelas, além de os recursos da floresta serem explorados de anos de ditadura. No caso da Amazônia, houve introdução
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forma sustentável, praticam-se a agricultura de subsistên- de projetos de controle territorial baseados em um modelo
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cia e a criação de animais de pequeno porte, assegurando de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente
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os meios de vida das populações tradicionais. São ainda sustentável. Esses grupos expressam identidades próprias,
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garantia de proteção contra a invasão dessas terras, con- originados em diferentes situações: problemas sociais ou
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tra o desmatamento e a destruição de ecossistemas. Na étnicos, no caso dos índios e dos negros; relações com a
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criação das reservas extrativistas, destacou-se a atuação do natureza, no caso dos extrativistas; movimentos político-
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seringueiro e líder sindical Chico Mendes, que lutou por -sociais, no caso dos atingidos por barragens, em assenta-
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essa causa e foi assassinado, em 1988, pois se opunha à mentos de trabalhadores rurais, etc.
criação das reservas contrárias aos seus interesses.
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Esses movimentos representam uma nova perspectiva para
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A primeira reserva extrativista foi criada pelo poder público, em as pessoas que viviam de favores das classes dominantes
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7 de março de 1990, após a morte de Chico Mendes. Locali- e que veem na organização social uma possibilidade de
za-se no município de Xapuri, no estado do Acre, onde vivia o superar as dificuldades e as condições estabelecidas. Nem
líder seringueiro. Posteriormente, foram criadas outras reservas 20
por isso deixaram de enfrentar diversos desafios, como a
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extrativistas na região Norte e em diferentes regiões do Brasil. visão tradicional e conservadora das classes dominantes
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ros em 1988. Um ano antes, viajou aos Estados Unidos, Destaca-se também que esses grupos atingiram visibilida-
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onde, a convite de membros da ONU, discursou contra o de nacional e internacional, o que vem lhes dando força
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desmatamento e em defesa dos direitos dos seringueiros. para continuar a luta. Têm recebido apoio pessoal e institu-
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Ao contrário do que se costuma difundir, a Amazônia é uma cional de diversos intelectuais e pesquisadores, que, junto a
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região que apresenta enorme diversidade de grupos sociais esses grupos, têm proposto o desenvolvimento sustentável
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com culturas específicas. Em face dos problemas ocasionados da região. Na atualidade, com a internet e outros meios de
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pelo tipo de desenvolvimento que se estabeleceu na região, comunicação, esses grupos podem fazer denúncias, mos-
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as populações locais organizaram-se em busca de conquistas trar suas realizações e comunicar-se com o mundo sem a
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sociais. Esses povos formam hoje grupos atuantes, que lutam intermediação da classe dominante.
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pelas questões ambientais, culturais e socioeconômicas. Os seringueiros, por exemplo, organizaram-se e conse-
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apesar da delimitação de suas terras e de algumas conquis- guerra, da escravidão, da ideologia religiosa e das doenças,
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tas, ainda há vários conflitos decorrentes da invasão das provocou na Amazônia uma das maiores catástrofes demo-
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terras indígenas, da construção de barragens e estradas, da gráficas da história da humanidade, além de um etnocídio
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instauração de rede de eletricidade, da exploração da madei- sem precedentes. A participação da Igreja no processo, que
ra e mineral, entre outras atividades. teve nos jesuítas sua atuação mais marcante, presa à coroa
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Os quilombolas são outro grupo de destaque na Amazô- portuguesa pelo regime do padroado e movida pela missão
de converter os índios ao cristianismo, foi incapaz de perce-
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nia por sua atuação na luta ambiental e pela conquista de
identidade. Nela, há cerca de 360 comunidades remanes- ber o valor das culturas e, portanto, o projeto histórico desses
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centes de quilombolas. São áreas que tiveram diferentes povos. Mesmo assim, muitos missionários foram persegui-
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funções ao longo da história, entre outras: efetivamente dos, presos e expulsos porque denunciaram a violência e a
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territórios de liberdades, ou quilombos, no período escravo- injustiça praticadas contra os índios. Segundo o antropólogo
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crata; plantations abandonadas; terras doadas a escraviza- Moreira Neto, os índios passaram de maioria para minoria na
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dos que prestaram serviços na guerra do Paraguai. Amazônia entre 1750 e 1850.
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Em virtude da diversidade de grupos e da busca de sua Muitos dos povos indígenas sobreviventes, que se refu-
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identidade, verifica-se no chamado “vazio demográfico” giaram nas terras firmes dos altos dos rios, foram poste-
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da Amazônia uma realidade complexa constituída de múl- riormente alcançados pelo extrativismo da borracha, para
o qual foram trazidas levas de nordestinos que, mantidos
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tiplos sujeitos portadores de diferentes formas de viver e de
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pensar o mundo. na condição de semiescravizados pelo sistema de avia-
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mento, viram-se obrigados a invadir territórios indígenas
Estudos recentes revelam que a Amazônia não poderá mais
pela força. Milhares de índios e nordestinos morreram
ser vista como uma região na qual se estabelecem, de “fora
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para sustentar a opulência da elite da borracha. Os mas-
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para dentro”, projetos desarticulados ao modo de vida da
sacres contra os povos indígenas voltariam a se repetir, já
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A Amazônia indígena, com sua natureza exuberante e, ao nia, que começaram a rasgar a floresta com a abertura
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mesmo tempo, frágil, acolheu uma grande diversidade de de estradas como a Transamazônica, a Belém-Brasília, a
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povos, ao longo da história, no interior de suas matas e na Perimetral Norte e as BR-364 e BR-174. Povos como os
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beira dos rios. Depois da Conquista, em 1500, esses povos waimiri atroari, yanomami, arara, parakanã, cinta larga e
passaram a ser chamados, genericamente, de indígenas. nambikwara, entre muitos outros, foram duramente atin-
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A perspectiva histórica desses povos foi interrompida de for- gidos, inclusive por expedições de extermínio com partici-
pação do poder público.
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TRIBO WAIMIRI ATROARI EM TERRA INDÍGENA LOCALIZADA ENTRE O AMAZONAS E RORAIMA. FOTO: RICARDO OLIVEIRA.
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A década de 1970 marcou um novo capítulo na luta e tiveram seus espaços territoriais reduzidos a ínfimas por-
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resistência indígenas. Os povos indígenas, apoiados so- ções e ambientalmente degradados.
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bretudo pela Igreja, por meio do Conselho Indigenista
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Missionário (Cimi), começaram a encontrar-se e a discutir 2.2. Demarcação e garantia
seus problemas em grandes assembleias indígenas. Ocu-
das terras indígenas
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pando espaços nos meios de comunicação, denunciaram
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o projeto oficial de extermínio de uma ditadura militar que As terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indíge-
0A
propunha o fim dos índios até o ano de 1998. Os povos nas foram reconhecidas pela Constituição Federal de 1988
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indígenas conseguiram que a Constituição Federal de 1988 como sendo de posse permanente desses povos, com
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assegurasse seus direitos históricos à terra e o reconheci- direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais nelas
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mento de suas organizações sociais. Constituíram variadas existentes. Constitucionalmente, esse é um direito inalie-
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formas de articulação e organização para fazer avançar nável, indisponível e imprescritível. Segundo os dados do
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concretamente as conquistas legais. Cimi, são conhecidas 841 terras indígenas no Brasil, en-
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contrando-se na seguinte situação jurídica em termos de
A região amazônica concentra 59,43% dos índios
demarcação:
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brasileiros que vivem em terras indígenas e apenas
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16,09% dos indígenas que vivem nas cidades, distri-
buídos pelos estados que compõem a região, da se- Brasil Amazônia
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o o
N. de N. de
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guinte forma: Situação % %
terras terras
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População Registradas 311 36,98 231 46,30
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Unidade Nas terras Nas Homologadas 58 6,90 42 8,41
Total
Federativa indígenas cidades
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Declaradas 41 4,88 27 5,41
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2. Roraima (RR) 22.331 5.797 28.128 A identificar 132 15,70 100 20,04
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3. Mato Grosso (MT) 21.848 7.348 29.196 Sem providências 229 27,23 5 1,00
4. Pará (PA) 25.962 11.718 37.681
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Reservadas /
34 4,04 78 15,64
5. Maranhão (MA) 19.535 8.036 27.571 dominiadas
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6. Acre (AC) 6.911 1.098 8.009 Total 841 100 499 100
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Total 208.522 61.689 270.211 Das terras indígenas que ainda não tiveram o procedi-
mento demarcatório concluído na Amazônia, uma, em
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diferenciadas. Tendo percebido essa realidade há vários ricó e taurepang. O governo estadual, para obstruir a de-
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anos, o Cimi, juntamente com as Igrejas locais, começou marcação, criou o município de Uiramutã, em 1997, quatro
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a constituir equipes em Manaus, Boa Vista e São Paulo, as anos depois da conclusão da identificação da terra como
indígena, pela Funai. O município foi criado a partir de uma
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construindo caminhos que respondam a esses novos de- antiga currutela ilegal de garimpo, encostada a uma malo-
ca; e fica, portanto, no interior da terra indígena.
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de acordo com os dados do IBGE, vivam 60% dos índios O Projeto Calha Norte, que vem desrespeitando os direitos
2
residentes no interior e apenas 16% dos que se encontram indígenas desde a sua criação, percebendo que o município
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nos centros urbanos. Considerando que, em extensão, mais poderia favorecer aos seus objetivos de atrair mais gente
58
de 98% das terras indígenas estão localizadas na Amazô- para a fronteira, construiu um quartel naquele município, no
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nia, podemos afirmar que existe uma relação direta entre a ano 2000. A portaria do ministro da Justiça, publicada no
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migração e a quantidade de terra e o nível de preservação Diário Oficial, no final de 1998, declarou os limites da terra
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dos recursos naturais nelas existentes. A migração indígena indígena, mas o impasse político continuou existindo. Fer-
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para as cidades é bem maior nas regiões em que os índios nando Henrique Cardoso protelou por três anos a assinatura
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do decreto de homologação e, nesse ínterim, os setores anti-indígenas contestaram judicialmente a demarcação de Raposa
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Serra do Sol em área contínua. Por meio de uma Ação Popular – que teve entre seus signatários o senador Mozarildo Cavalcanti
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(PPS-RR) – solicitaram que a homologação fosse de forma descontínua, excluindo-se o município de Uiramutã, os imóveis titu-
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lados antes da Constituição de 1934 e as plantações de arroz que se instalaram dentro da terra indígena.
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Região Norte: situação jurídica das terras indígenas
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Terras Indígenas
Intituladas
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Declaradas
Reservas Indígenas
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Homologadas
Delimitadas
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Amazonia
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No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, havia o compromisso de demarcar e garantir as terras indígenas. Entretanto, mante-
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ve-se a mesma indefinição em relação à Raposa Serra do Sol, promovendo em torno do decreto de homologação, que é um
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mero ato administrativo, um espaço de disputa inócuo e desgastante. Sob a justificativa da governabilidade, o governo Lula
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investiu na ampliação de alianças – nesse contexto, o governador de Roraima, Flamarion Portela, filiou-se ao Partido dos
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Trabalhadores (PT), e a bancada de Roraima no Congresso, declaradamente contrária à homologação contínua de Raposa,
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Em paralelo às questões políticas, corriam as disputas judiciais: no final de dezembro de 2004, mais uma vez os entraves
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jurídicos para a homologação em área contínua estavam solucionados, e mais uma vez o governo federal deixou passar a
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possibilidade de homologar Raposa Serra do Sol. Em janeiro de 2005, uma decisão não definitiva do STF voltou a suspender
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a Portaria 820, do Ministério da Justiça. A indefinição e o confortável jogo de troca de responsabilidades entre o Executivo e
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o Judiciário, que atendia aos interesses anti-indígenas da elite de Roraima, gerou um quadro permanente de violência entre
2
índios e não índios. No início de 2004, foram sequestrados três missionários e, em novembro do mesmo ano, os fazendeiros
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atearam fogo a três comunidades indígenas de Raposa (aldeias Jawari, Homologação e Brilho do Sol) e ao retiro São José.
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Os indígenas dos povos que vivem em Raposa Serra do Sol, organizados em torno do Conselho Indígena de Roraima (CIR),
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continuaram buscando caminhos para a definição de suas terras. Em março de 2004, CIR e a Rainforest Foundation, dos
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EUA, denunciaram o Estado brasileiro à Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação aos direitos indígenas.
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Solicitaram à OEA que recomendasse ao governo brasileiro a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol em área
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Em 6 de dezembro de 2004, após os episódios de violência, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos recomen-
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dou ao governo do Brasil quatro medidas:
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1. Proteger a vida e a integridade pessoal dos povos indígenas ingaricó, macuxi, patamona, taurepang e wapichana, respei-
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tando sua identidade cultural e sua especial relação com o território ancestral.
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2. Assegurar que os beneficiários possam continuar a habitar suas comunidades, sem nenhum tipo de agressão, coação ou ameaça.
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3. Abster-se de restringir ilegalmente o direito de livre circulação dos membros dos povos indígenas ingaricó, macuxi, pata-
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mona, taurepang e wapichana.
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4. Investigar séria e exaustivamente os fatos que motivaram o pedido de medidas cautelares.
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Uma década depois de o povo macuxi vencer uma batalha judicial marcada pela violência para expulsar plantadores de arroz
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da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, o controle dos indígenas sobre terras de ancestrais voltou a ser ameaçado por
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políticas do governo do presidente Jair Bolsonaro.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
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A região que abrange a Amazônia Legal, em função da sua extensão, de sua enorme natureza fitogeográfica, geo-
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morfológica, da grandeza de sua rede hidrográfica, que também é resultado direto da excepcional pluviosidade que
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atinge essa área, da biodiversidade animal existente, das comunidades tradicionais, mostra como o conhecimento
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científico, nas suas mais variadas áreas, é essencial para entender a Amazônia e, para isso, é de vital importância in-
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tegrar pesquisas interdisciplinares e transdisciplinares (na Antropologia, na Biologia, na História) para complementar
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 26
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Identificar, em fontes diversas, o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com
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a paisagem.
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HABILIDADE 29
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Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as
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mudanças provocadas pelas ações humanas.
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Na última década e pela primeira vez na história humana, a população mundial se tornou predominantemente
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urbana. Essa ocupação humana interagiu com o meio físico, gerando inúmeros problemas ambientais. Dessa forma,
é importante conhecermos o meio físico, seus elementos e processos associados, de forma a subsidiar e orientar as
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decisões voltadas ao planejamento urbano e ambiental e às intervenções humanas (obras civis, sistema viário, lote-
amentos, etc.). A ocupação que desconsidera as particularidades dos terrenos favorece a ocorrência de problemas
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ambientais que, por sua vez, podem ameaçar ocupações humanas e gerar áreas de risco e até acidentes ambientais.
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Os recursos naturais são componentes, materiais ou não, da paisagem geográfica, mas que ainda não tenham
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sofrido importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese seja independente da humani-
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dade, mas aos quais tenham sido atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e culturais. Portanto, só
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podem ser compreendidos a partir da relação homem-natureza. A necessidade de posturas firmes e estratégicas
com o fim de diminuir os riscos ambientais no complexo equilíbrio que envolve os interesses econômicos e sociais
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impõe estudos, conhecimentos e conscientização da sociedade, norteados pelo estabelecimento de ações públicas
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eficazes e ativas na solução da problemática sobre o meio ambiente. Trata-se de uma concepção de complexidade
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ambiental que ultrapassa a complexidade da natureza ou recursos naturais, representando as dimensões da vida
humana e natural. Essa noção de complexidade permite a percepção do ser humano como parte integrante do
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meio ambiente no qual está inserido, possibilitando pensar a diminuição dos riscos ambientais. A relação do ho-
mem com a natureza, no decorrer do tempo, tem mostrado risco ao meio ambiente, concorrendo para o início das
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ações de políticas que incluem o desenvolvimento sustentável. Os novos conhecimentos na área da ciência e da
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tecnologia têm levado o homem a explorar a natureza com fins comerciais, arriscando a sua própria sobrevivência.
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Ao mesmo tempo que a postura antropocêntrica e o desenvolvimento industrial levam a uma exploração dos re-
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cursos naturais, a conscientização da finitude desses recursos conduz a uma noção paradoxal de desenvolvimento
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sustentável, que significa o desenvolvimento (com a extração dos recursos naturais), mas desde que se salvaguar-
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MODELO 1
AN
(Enem) Nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam
a sua materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo, dos processos econômicos e sociais em curso.
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ADAPTADO DE: SANTOS, M.; SILVEIRA, M.L. O BRASIL: TERRITÓRIO E SOCIEDADE DO SÉCULO XXI. RIO DE JANEIRO: RECORD, 2004.
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A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de alterações significativas no território, ocasionando im-
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pactos sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e com maior intensidade, na Amazônia legal, com a:
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ANÁLISE EXPOSITIVA
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Como mencionado corretamente na alternativa C, a partir da década de 2000 com a denominação de “nova
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fronteira energética”, a Amazônia tem recebido maciços investimentos destinados à construção de hidrelétricas,
como Belo Monte, no rio Xingu, Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, e Marabá, no rio Tocantins. Estão incorre-
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tas as outras alternativas por não estarem sendo realizadas ou não impactarem a região.
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RESPOSTA Alternativa C
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DIAGRAMA DE IDEIAS
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RELEVO
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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
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PREDOMÍNIO
E IMPACTOS AMBIENTAIS
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DE PLANÍCES
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CLIMA POLÍTICAS DE
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- BAIXA AMPLITUDE
TÉRMICA
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CRESCIMENTO
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ASPECTOS POPULACIONAL
NATURAIS
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HIDROGRAFIA
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- IGARAPÉS (CAMINHO
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DA CANOA)
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- USINAS HIDRELÉTRICAS
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VEGETAÇÃO
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- DENSA
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- LATIFOLIADA
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- PERENE
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Esses estudos têm repensado a concepção de que o Nor-
AULAS 47 E 48
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deste constitui uma região árida, onde as pessoas e os
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animais morrem de sede e fome ou migram por causa da
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seca. Embora não esteja totalmente incorreta, também não
é uma verdade absoluta, uma vez que a região apresenta
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uma diversidade natural, social e econômica. Observe-se
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que as pessoas não vivenciam a seca da mesma forma,
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mesmo as que habitam a região semiárida.
REGIÃO NORDESTE
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Existem áreas onde a seca de fato ocorre em alguns pe-
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ríodos do ano, como na região semiárida, e outras que
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não apresentam essa característica, como a zona da mata.
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Mesmo no sertão, é possível encontrar partes com clima
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mais úmido e vegetação diferente da caatinga, como ocor-
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COMPETÊNCIA: 6 re no Cariri cearense.
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HABILIDADE: 27
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1. Região Nordeste 20
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Quando se fala em Nordeste, vem imediatamente à lem- seca para conseguir investimentos governamentais, graças
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brança a imagem de uma região de extrema miséria, sujeita ao discurso em defesa da população carente, quando, na
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a secas periódicas que dizimam os rebanhos e frustram as verdade, são elas as mais beneficiadas.
0A
lavouras, provocando o êxodo e a morte por fome e sede. Os mais pobres, especialmente os pequenos proprietários,
20
Ou então a truculência dos "coronéis" proprietários de ter- de fato enfrentaram o problema da seca, embora inves-
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ras, mandando matar ou surrar os trabalhadores e tentando timentos bem aplicados pudessem solucioná-la. A grande
58
impedir que eles se organizem em ligas camponesas ou sin- questão da migração da população nordestina para outras
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dicatos. O Nordeste tem tentado transformar em movimento regiões brasileiras está relacionada à concentração de ter-
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romântico de homens injustiçados que lutavam contra o des- ras, e não exclusivamente à seca.
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(GARCIA, CARLOS. O QUE É NORDESTE BRASILEIRO. O fenômeno da migração nordestina é uma consequência
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SÃO PAULO: BRASILIENSE, 1985, P. 7). das condições sociais, políticas e econômicas que incidem
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exercem seu poder fundamentando as relações com seus concentração de renda e pobreza. Mostra-se apenas a vi-
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subalternos pelas trocas de favores. Entretanto, atualmente são da beleza natural, lugares bastante ensolarados o ano
TO
essas atitudes passaram a ser denunciadas e contestadas inteiro, praias, hotéis confortáveis – patrimônio arquitetô-
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pelos movimentos sociais. Além disso, as relações de traba- nico valioso, como você pode observar na imagem anterior
lho baseadas na legalidade, com a carteira de trabalho as- expostas no folheto turístico.
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sinada e a garantia dos direitos trabalhistas, têm se tornado
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Toda essa construção deve ser analisada criticamente, pois
difundidas e dominantes. Esse problema não é exclusivo da
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traz com ela preconceitos e estereótipos e oculta o posicio-
região nordestina, mesmo em São Paulo também podemos
namento da classe dominante, que vem se beneficiando
20
observar a modalidade do trabalho escravo.
dessas concepções por muitos anos. A realidade nordestina
70
No entanto, ainda se observam na região, assim como em apresenta contradições comuns à constituição de qualquer
58
todo o País, empregadores que conseguem burlar as leis espaço geográfico.
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constitucionais e trabalhistas, além da fiscalização, lançan-
85
do mão de relações de trabalho semiescravas. Para reduzir
NY
esse problema, é preciso conscientizar a população sobre
TO
essa questão – o governo e as organizações não governa-
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mentais têm veiculado campanhas publicitárias esclarece-
doras a respeito da importância das garantias dos direitos
N
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trabalhistas. Trata-se de uma estratégia de conscientização
e incentivo para que a população denuncie qualquer arbi-
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trariedade contra os direitos de exercício da cidadania da
multimídia: vídeo
qual o trabalho, regido pelas leis trabalhistas, faz parte. 20 FONTE: YOUTUBE
70
Guerra de Canudos
Existem ainda outras visões sobre essa região difundidas
58
na mídia, em revistas de viagens ou em panfletos turísticos, Em 1893, Antônio Conselheiro (José Wilker) e seus se-
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como a valorização das suas belezas naturais, das praias guidores começam a tornar um simples movimento em
85
ensolaradas, dos sabores da culinária e das qualidades do algo grande demais para a República, que acabara de ser
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1.1. Diversidade
20
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gem pela atividade turística. Essa construção estereotipada lo XIX, e com o mercado interno desses mesmos produtos,
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do Nordeste oculta os problemas sociais decorrentes da entre 1930 e 1950, quando a região perdeu espaço para
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outros estados, particularmente São Paulo, que se tornou do Maranhão, com os benefícios de um projeto side-
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grande produtor de algodão e, posteriormente, de açúcar. rúrgico; do Rio Grande do Norte, com o petróleo; de
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Importante assinalar, conforme mostram Celso Furtado Sergipe, com petróleo, gás natural e sais de potássio
AN
– em sua obra Formação Econômica do Brasil – e outros (investimentos da Petrobras e da Cia. Vale do Rio Doce).
estudiosos, que o sistema da monocultura açucareira sem- Em 2020, a população da região era de 59 milhões de
N
habitantes, superada apenas pela região Sudeste, com
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pre se ajustou às crises mantendo inalterada sua estrutura
87 milhões.
0A
e, em geral, com financiamento público transformado em
dívidas adiadas ou perdoadas. Ademais, desde que o mer- Devido às características hidrográficas, à variação alti-
20
cado de trabalho regional passou do regime de trabalho métrica do relevo e à variedade de climas, solos e tipos
70
escravo para o de trabalho assalariado, a estrutura fundiá- de vegetação, a região apresenta diversas paisagens
58
ria, a dominância oligárquica e o atraso cultural contribu- naturais, desde o litoral oriental úmido, passando pelo
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íram para que predominassem baixos níveis salariais, de clima seco com vegetação de caatinga com alguns pon-
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modo que o ajuste do sistema às crises de mercado tinha tos de cerrado, até o encontro com a Floresta Amazôni-
NY
na compressão de custos salariais outra importante base ca, sob influência do clima equatorial úmido, no oeste
TO
de apoio para a manutenção de sua estrutura. do Maranhão.
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Tais fatores, que faziam com que a rentabilidade do sistema Contrastes sociais e econômicos afetam, como em todo
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fosse mantida ou não fosse tão erodida em momentos de cri- o País, a sociedade da região, não porque o território do
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se comercial, explicam por que, mesmo quando tinha a domi- Nordeste seja pobre em recursos naturais, mas porque, his-
0A
nância do mercado do açúcar, o Nordeste foi incapaz de criar toricamente, ali foi construída pelas elites uma sociedade
qualquer outra alternativa de exploração econômica de vulto. marcada por desigualdades sociais.
Praticamente, restringiu-se à atividade da monocultura açu- 20
70
No litoral, bairros modernos e elegantes de algumas
careira por longo período, até que a industrialização se ace-
58
básica do Nordeste: a de região do atraso, dos piores indica- 1.2. Sub-regiões do Nordeste
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gionais do que por uma estratégia nacional. São os casos sub-regiões naturais: zona da mata, agreste, sertão e
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1.2.1. Zona da Mata
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Aspectos físicos
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A Zona da Mata compreende uma faixa litorânea de até 200 km de largura que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da
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Bahia. É a sub-região mais urbanizada e populosa. Nela ocorre o clima tropical litorâneo úmido. A temperatura média anual
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oscila entre 24 °C e 26 °C, e a precipitação total anual é superior a 1.200 mm – em algumas áreas, esse número supera os
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2.000 mm. As chuvas concentram-se no período entre abril e julho.
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CHUVAS OROGRÁFICAS NA REGIÃO NORDESTE BRASILEIRA
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É importante lembrar de que as chuvas nesse período do ano (outono/inverno) contrariam a maioria dos climas do
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Brasil, que possuem chuvas no período do verão. Isso acontece por causa da atuação da massa polar atlântica (fria) que,
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quando consegue chegar ao litoral nordestino, choca-se com a massa equatorial atlântica, que possui características
NY
Essas características climáticas são influenciadas pelas massas de ar úmidas provenientes do oceano Atlântico, principal-
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mente aquela a barlavento do planalto da Borborema e da serra Geral, no sul da Bahia, onde ocorrem chuvas orográficas.
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O relevo da Zona da Mata é formado principalmente por planícies, onde se localizam praias e tabuleiros litorâneos.
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Essa sub-região foi ocupada no passado pela Mata Atlântica, o que explica o nome zona da mata. No decorrer dos mais
TO
de cinco séculos de ocupação humana nessa sub-região, a mata Atlântica foi amplamente desmatada em quase toda a
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sua extensão.
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No Nordeste, o desmatamento iniciou-se no século XVI, com a chegada dos colonizadores portugueses, que passaram a
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explorar o pau-brasil. Mas foi com a expansão da cultura da cana e da fabricação de açúcar, atividades responsáveis pela
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organização inicial do espaço dessa sub-região, que seu desmatamento foi ainda mais acelerado.
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Região Nordeste - Físico
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A cultura do tabaco no Recôncavo Baiano – desde o século XVI –, a criação de gado, a utilização da lenha nos lares e nas
caldeiras dos engenhos para fabricação de açúcar e o processo de urbanização contribuíram por séculos para o seu desma-
A
A mata Atlântica no Nordeste, sobretudo na região acima do rio São Francisco, já dá sinais claros de seu colapso. O porte
70
das árvores vem diminuindo, assim como a variedade de animais e de plantas. O empobrecimento da biodiversidade
58
reduz a capacidade da floresta prestar os chamados serviços ambientais, entre eles a preservação das fontes de água e
72
o sequestro de carbono. O problema é resultado direto da perda de cobertura vegetal. Do pouco que restou, 90% ficam
85
em pequenos retalhos isolados com menos de 100 hectares, impedindo as interações entre plantas e animais necessárias
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para a sobrevivência do ecossistema. Além disso, as terras nas quais ainda há florestas pertencem, na sua grande maioria,
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a propriedades particulares.
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em termos de fauna – há regiões em que o avistamento de
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mamíferos de porte é praticamente zero –, que é uma das
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principais responsáveis pela dispersão de florestas.
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A perda de massa florestal e a fragmentação dos remanes-
centes estão ocorrendo ao mesmo tempo em que a mata
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sofre outros tipos de perturbação provocadas pelo homem,
0A
como o corte de madeira, o fogo e a caça. A resposta dos
ecossistemas costuma ser rápida. As reações vão ocorrendo
20
em cascata, levando à extinção de plantas e animais. Costu-
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rar os pequenos retalhos de mata para tecer uma área flores-
58
tal maior é o caminho apontado por especialistas para tentar
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reverter o processo de empobrecimento da mata Atlântica.
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O que estamos observando na mata Atlântica do Nor-
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deste é um fenômeno de empobrecimento da floresta
TO
que pode se tornar um padrão em outros remanescen-
tes de mata. Isso é resultado de um processo histórico
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de anos de pressão e convívio com plantações, sobre-
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tudo de cana-de-açúcar. Muitas vezes, essas ilhas de
MY
floresta ficam nas áreas mais inacessíveis, com geo-
0A
grafia acidentada, como os topos de morros. Outro
problema que agrava a fragilidade da mata é a forma
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dos remanescentes. As manchas verdes são muito ir-
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centes de florestas.
N
5,6 mil hectares de mata por ano. Isso é muito mais do que a
multimídia: vídeo
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Aspectos populacionais
58
Esse processo é conhecido como sucessão retrogressiva, A zona da mata é a sub-região mais populosa do Nordeste.
72
como se fosse uma volta no tempo evolutivo da floresta. Nela situam-se seis capitais de estados: Salvador (BA), Ara-
85
Em vez das plantas de menor porte darem lugar às maio- caju (SE), Maceió (AL), Recife (PE), João Pessoa (PB) e Natal
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res, ocorre justamente o contrário: a floresta perde porte e (RN). Dentre elas, segundo o IBGE, duas são consideradas
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verificamos uma cascata de extinção. Ela também fica vazia metrópoles: Salvador e Recife.
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Elas exercem ampla influência no espaço nordestino, uma
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vez que oferecem serviços diversificados – comerciais, por-
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tuários, médico-hospitalares, educacionais, culturais, turís-
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ticos entre outros – para atender habitantes do agreste
e do sertão. As capitais dos demais estados são capitais
N
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regionais importantes, mas suas áreas de influência são
menores que as das metrópoles. multimídia: vídeo
0A
O crescimento desordenado nas últimas décadas trouxe
20
FONTE: YOUTUBE
demasiados problemas para Salvador e Recife comparáveis
70
O Auto da Compadecida
aos enfrentados pelas duas maiores capitais do Sudeste
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As aventuras dos nordestinos João Grilo (Matheus Na-
72
(São Paulo e Rio de Janeiro). As regiões metropolitanas
tchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó
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de Natal, João Pessoa e Maceió são importantes centros
(Selton Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam
urbanos dessa zona geográfica. As regiões metropolitanas
NY
pelo pão de cada dia e atravessam vários episódios enga-
de João Pessoa e Aracaju foram as que mais cresceram na
TO
nando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão
sub-região, segundo o último censo – a primeira, na zona
da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição
AN
da mata setentrional, e a segunda, na zona da mata
da Nossa Senhora (Fernanda Montenegro). Adaptação da
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centro-meridional.
obra de Ariano Suassuna.
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Aspectos econômicos
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No início da colonização, a zona da mata não era domina-
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RECIFE É A CONCENTRAÇÃO URBANA MAIS POPULOSA DA ZONA DA MATA. Como os solos dos tabuleiros são menos úmidos e mais
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população, tornando-se a quarta maior dessa zona a pecuária localizavam-se na faixa úmida do litoral, onde
70
fazendas de gado.
ro maior aglomerado urbano da zona da mata, após
72
as regiões metropolitanas do Recife e de Salvador. De Porém, a produção de cana crescia à medida que aumenta-
85
acordo com o último censo, Natal cresceu muito no vam as exportações de açúcar para a Europa. As sesmarias
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meio da última década, mas desacelerou seu cresci- se dividiam entre os herdeiros dos primeiros proprietários.
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mento com o estouro da bolha imobiliária e a crise Cada um deles criava novos engenhos, que necessitavam
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e setor turístico. Ao mesmo tempo, capitais da zona da época colonial. A escravidão deu lugar ao trabalho assalaria-
mata de porte similar, que não dependiam tanto do
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capital externo quanto Natal no seu setor imobiliário por usinas de açúcar e álcool, mas a cana-de-açúcar perma-
2
e turístico, seguiram padrões divergentes. Enquanto neceu como produto principal da faixa litorânea do Nordeste.
70
Nordeste setentrional e oriental e a segunda chegar Zona da Mata Açucareira: estende-se do Rio Gran-
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cada vez mais próximo do seu primeiro milhão de ha- de do Norte às proximidades do município de Salvador,
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monocultores de cana-de-açúcar, usinas produtoras de do setor de serviços. Encontram-se lá indústrias dos ramos
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açúcar e álcool, pelos centros industriais de Natal, João químico, metalomecânico, madeireiro, têxtil, farmacêutico,
TO
Pessoa, Maceió e Aracaju e pela diversificada área indus- eletroeletrônico, de artefatos plásticos, borracha, fertilizan-
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trial na região metropolitana do Recife, a partir dos anos tes, bebidas, móveis, automóveis, entre outros.
1960.
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Zona do Cacau: situa-se no sul da Bahia, nos municí-
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pios de Itabuna e Ilhéus, cujas economias giram em tor-
no do comércio e da exportação de cacau. Atualmente,
20
a produção encontra-se em recuperação, após a praga
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“vassoura-de-bruxa” ter destruído muitas plantações.
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Zona do Recôncavo Baiano: compreende vários muni-
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cípios no entorno de Salvador. Além de ser uma tradicional
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e importante área produtora de tabaco, apresenta um polo
POLO INDUSTRIAL DE CAMAÇARI (BA)
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industrial importante. Desde a descoberta de petróleo, em
1939, no Recôncavo Baiano, e da construção da refinaria O complexo industrial portuário de Suape, na região me-
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de petróleo em Mataripe, município de Francisco do Con- tropolitana do Recife, abriga empresas como o Estaleiro
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de, a economia começou a ser dinamizada. Na década de Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério Sul) e a central
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1970, com a implantação do polo petroquímico de Cama- de logística da General Motors. A Fiat lançou em Suape, no
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çari, o crescimento econômico foi acelerado. Esse polo es- final de 2010, a pedra fundamental de sua nova fábrica, a
20
timulou a instalação de outras indústrias na região metro- terceira da marca na América Latina. Já a pedra fundamen-
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politana de Salvador e o desenvolvimento do comércio e tal da Refinaria Abreu e Lima foi lançada em 2005.
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NORDESTE.
NA DIVERSIDADE INDUSTRIAL NA REGIÃO LITORÂNEA DO
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Além disso, a produção de frutas vem adquirindo im- Em decorrência de sua localização, o agreste apresen-
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portância na zona da mata. Há várias frutas nativas do ta diversas paisagens. Nos trechos mais úmidos, restam
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Nordeste – caju, cajá, mangaba e pitanga, por exemplo fragmentos da mata tropical, desmatada para a prática da
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– que servem para fazer deliciosos sucos e doces. Ou- agricultura e da pecuária. Nas áreas mais secas, a caatinga,
tras frutas, provenientes das áreas tropicais do Oriente – transformada pela ação humana, domina a paisagem.
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como a graviola, a jaca e a manga – adaptaram-se muito
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bem aos solos e climas nordestinos, destacando que a Brejos de altitude, brejos interioranos ou florestas de
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estabilidade da temperatura (que em geral varia entre 25 serra são denominações dadas para áreas situadas no
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°C e 30 °C) na região é um aspecto positivo e importante. perímetro das secas, no interior da região Nordeste do
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Brasil. São marcadas por um clima tropical úmido ou
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subúmido fresco, e até mesmo subtropical de tempe-
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raturas amenas. Devido à elevada altitude, criam todas
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as condições necessárias ao desenvolvimento de uma
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flora que reúne tanto características da mata Atlântica
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(floresta ombrófila densa) quanto da caatinga (savana
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estépica), contrastando com as áreas circundantes, que
multimídia: música possuem condições climáticas mais secas. Os brejos
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FONTE: YOUTUBE de altitude são encontrados em áreas do planalto da
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Asa Branca – de Luiz Gonzaga Borborema, chapada do Araripe, depressão Sertaneja
0A
Meridional, serra da Ibiapaba e maciço de Baturité. O
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relevo acidentado cria uma barreira natural às massas
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1.2.2. Agreste de ar, que, através do sistema de chuvas orográficas,
58
de sudeste, que não precipitou na zona da mata. As áreas VEGETAÇÃO VERDE EM ÁREA ÚMIDA DO AGRESTE NORDESTINO,
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são úmidas semelhantes às da zona da mata, ilhadas por NA CIDADE DE SÃO CAETANO (PE)
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°C. Garanhuns é um verdadeiro oásis no meio da paisagem Por causa da densidade demográfica e da estrutura fundiária
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semiárida do agreste, rompendo com a ideia geral de que o com tendência ao minifúndio, o agreste constitui uma área em
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Nordeste interior possui apenas clima quente e seco. que a pressão sobre a terra é bastante forte (pediplanação).
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como trabalhadores temporários nas usinas da zona da
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Para lembrar mata. Os que permanecem nos minifúndios cuidam da
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escassa produção.
Superfície de erosão ou de aplanamento é a superfície
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levemente ondulada que corta indiscriminadamente Os centros urbanos do agreste apresentam certo desen-
as estruturas geológicas subjacentes como resultado volvimento industrial, resultado do processo de desconcen-
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de um longo período de erosão. Há tipos diferentes de
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tração dessa atividade em curso no Brasil, bem como se
superfícies, dependendo do seu ambiente:
0A
destacam na atividade comercial e em vários setores de
peneplanação (climas temperados úmidos); prestação de serviços.
20
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etchplanação (climas tropicais úmidos);
58
pediplanação (climas semiáridos).
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Aspectos populacionais
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Entre os séculos XVI e XVIII, a criação de gado, as missões
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jesuítas e de outras congregações religiosas, junto com a agri-
cultura e a mineração, foram responsáveis pela fundação de
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vilas que, ao longo do tempo, transformaram-se em cidades,
MY
como Campina Grande (PB), Caruaru e Garanhuns (PE), Feira
0A
de Santana e Vitória da Conquista (BA). Nelas, que atraem mi- FÁBRICA DA PIRELLI, NO MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA (BA)
grantes de vários municípios, notadamente do sertão, a vida 20
O agreste é a única sub-região nordestina que não se-
70
comercial é bastante ativa e o setor de serviços é mais desen-
dia nenhuma capital, porém, abriga polos importantes,
58
Desde o período da economia colonial, o agreste assumiu, cas nordestinas, superada apenas pela zona da mata.
TO
zona da mata.
da zona da mata açucareira.
20
1.2.3. Sertão
cultura – milho, arroz, feijão, mandioca, algodão, café, fru-
58
tas tropicais e agave. Continua sendo também uma zona O sabiá no sertão quando canta me comove
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de criação de gado bovino para abastecer de leite e deriva- Passa três meses cantando e sem cantar passa nove
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dos as cidades da zona da mata e outros mercados. porque tem a obrigação de só cantar quando chove.
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Aspectos físicos
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Durante a safra da cana-de-açúcar, muitos trabalhado- dade demográfica. Compreende as áreas dominadas pelo
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res do agreste deixam seus minifúndios e se empregam clima tropical semiárido (quente e seco), apresentando
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temperaturas médias elevadas, entre 25 ºC e 30 °C (ul-
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trapassando os 42 ºC nos dias mais quentes, somente no Polígono das secas
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Raso da Catarina, na Bahia, e no centro-sul do Piauí) e
Com o propósito de facilitar ações para combater
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duas estações bem definidas: uma chuvosa e outra seca.
as secas e amenizar os seus efeitos sobre a popu-
As chuvas concentram-se em apenas três ou quatro meses
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lação sertaneja, o governo federal delimitou, em
do ano, e a pluviosidade no sertão atinge a média de 750
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1951, o chamado polígono das secas. Inicialmente,
mm anuais, sendo que, em algumas áreas, chove menos de
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o polígono abrangia cerca de 950 mil km2, esten-
500 mm ao ano.
dendo-se pelas áreas de clima semiárido. Entretan-
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Há áreas onde a semiaridez é mais acentuada, com nove to, após a ocorrência de grandes secas, a área do
70
a onze meses de seca. É esse o caso de parte do sertão da polígono foi ampliada, alcançando parte do estado
58
Paraíba, onde se localiza Cabaceiras, município brasileiro
72
de Minas Gerais, também atingido pelas estiagens.
com menor índice de pluviosidade por ano (278 mm).
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Além da escassas, as chuvas são irregulares e mal distribu-
ídas no decorrer do ano.
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multimídia: música
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Niño e La Niña.
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do Araripe.
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em unidades de conservação federais, o que permite clas- 702 km de extensão; Médio São Francisco – de Pirapora
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sificar a caatinga como um dos ecossistemas brasileiros à cidade baiana de Remanso, com 1,2 mil km de exten-
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menos protegidos e mais ameaçados. são; Submédio São Francisco – de Remanso à outra cidade
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baiana de Paulo Afonso, com 440 km de extensão; e Baixo
O relevo apresenta diversas altitudes – chapadas e depres-
São Francisco – de Paulo Afonso à desembocadura, com
sões –, com destaque para as depressões Sertaneja e do São
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214 km de extensão.
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Francisco, por onde corre o importante rio São Francisco, o
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grande rio permanente ou perene que atravessa o sertão. No rio São Francisco, a navegação é exercida pela Franave,
empresa cuja frota está adequada às condições de nave-
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O rio São Francisco gabilidade do rio.
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58
Nasce na serra da Canastra – a uma altitude de aproxima- Os índices pluviométricos da bacia do rio São Francisco
72
damente 1.200 m –, no município de São Roque das Minas variam de acordo com o local. A média oscila entre 350
85
(MG), num lugar chamado de chapadão da Zagaia. Depois mm, no semiárido do Nordeste, a 1,9 mil mm, na serra
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de percorrer 2,7 mil km e atravessar o estado da Bahia – da Canastra.
separado pelo rio do estado de Pernambuco –, desemboca
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O estado de degradação em que o rio se encontra é re-
no oceano Atlântico, entre os estados de Alagoas e Sergipe. flexo da maneira como o País administra seus recursos
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O rio São Francisco recebe água de 168 afluentes, dentre naturais: com descaso e irresponsabilidade. O Velho
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os quais os principais são os rios Paraopeba, das Velhas, Chico vem sendo poluído pela ação de mineradoras,
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Abaeté, Jequitaí, Paracatu, Urucuia, Verde Grande, Carinha- por agrotóxicos e pela região metropolitana da cida-
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nha, Corrente e Grande. de de Belo Horizonte, que polui o rio das Velhas, um
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dos seus maiores afluentes. As queimadas e os des-
O Velho Chico, como é conhecido popularmente, é um rio
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matamentos contribuem para o assoreamento do São
de grande importância econômica, social e cultural para os
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Transposição do rio São Francisco
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A intenção de modificar o problema estrutural do semiárido, por meio da transposição do rio São Francisco, não é nova.
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Dom João VI e, posteriormente, Dom Pedro II já destacavam essa alternativa como solução do dilema da região. Porém,
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somente no ano de 2004, durante o governo Lula, o projeto veio ser realmente implementado. O objetivo é ligar o rio São
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Francisco às bacias da região Norte. Esse intento será feito a partir de dois eixos:
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1. Eixo Norte: teria 420 km de extensão;
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2. Eixo Leste: 220 km de extensão.
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Nestes dois eixos, os Estados envolvidos são Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. A justificativa, segundo o
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governo, se dá através dos seguintes pontos:
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Aumento da oferta e da garantia hídrica (principalmente para as áreas urbanas).
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Geração de empregos.
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Dinamização da economia regional.
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Diminuição da mortalidade e incentivo à qualidade de vida.
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Em algumas regiões, o problema que a topografia poderia proporcionar, seria resolvido por meio da construção de
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bombas que levariam água até as partes mais elevadas, como veremos no esquema a seguir:
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Porém, os problemas do projeto são bastante amplos, seja analisando pela óptica econômica, social ou mesmo ambiental.
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Uma crítica muito apontada se deve ao modo como o projeto tem sido conduzido. A falta da discussão profunda nas
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mais diversas esferas sociais é amplamente questionada, como coloca o geógrafo Antonio Carlos Robert de Moraes:
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“Há muito tempo, não há no Brasil uma obra dessa magnitude, como foi a Transamazônica, por exemplo. Elas têm um
potencial muito grande de transformação, por isso deveriam ser mais discutidas com a sociedade”.
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O lobby das empreiteiras possui grande influência na concepção e implementação desses projetos, além, é claro, do
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O destino dos empregados, logo após o término da obra, também tem sido objeto de crítica, já que milhares de traba-
lhadores são deslocados para grandes empreendimentos como esses, para servir de mão de obra barata, muitas vezes
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Um episódio polêmico que ocorreu, logo nos primeiros anos de execução do projeto, foi a greve de fome feita pelo bispo
58
O bispo argumentava que a construção prejudicaria muito mais as pessoas que dependem do rio. Principalmente as po-
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pulações ribeirinhas e pescadores, que sofreriam com a diminuição da vazão (podendo ocasionar assoreamento), e com
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a impossibilidade da navegação em alguns trechos. Outro ponto se refere à questão de alternativas – segundo o bispo, o
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incentivo a cisternas, poços ou açudes seriam soluções mais cabíveis, gerariam resultados mais efetivos e com menor custo.
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Por fim, a parte mais baixa da bacia pode ter problemas relacionados ao abastecimento de energia, já que nesse trecho
temos as usinas de Paulo Afonso, Xingó e Itaparica.
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Aspectos econômicos
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Desde o período da economia colonial, desenvolveu-se no sertão a criação de gado bovino vindo do agreste. Em
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consequência dessa pecuária, várias cidades foram se desenvolvendo ao longo do tempo. A expansão da criação
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de gado para o interior do Nordeste deu-se a partir de Olinda e Recife, em Pernambuco, e de Salvador, na Bahia.
72
Os principais produtos cultivados no sertão são: milho, arroz, feijão, mandioca, algodão e frutas. A fruticultura desenvolveu-se
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com sucesso no sertão, graças à utilização de técnicas de irrigação implantadas a partir de 1980. Duas áreas destacam-se: o
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vale do rio Açu, no Rio Grande do Norte, e o vale submédio do rio São Francisco, onde estão dois grandes centros urbanos,
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maus políticos que se aproveitam do problema para fazer
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benfeitorias em suas propriedades. Esse tipo de prática rece-
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be o nome de “indústria da seca”.
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1.2.4. Meio-Norte
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O Meio-Norte é uma sub-região do Nordeste que está re-
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lacionada com a região político-administrativa do Norte.
CULTIVO DE UVA IRRIGADA NO VALE SUBMÉDIO Este espaço constitui a maior parte do Maranhão e grande
20
DO RIO SÃO FRANCISCO, EM PETROLINA (PE)
porção do Piauí (oeste do território).
70
Nos vales do submédio do São Francisco e do rio Açu são
58
cultivados frutos como uva, manga, melão, abacaxi e ma-
72
mão, que são vendidos para o mercado interno e externo.
Aspectos físicos
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As áreas irrigadas permitem até quatro safras anuais, de-
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Relevo e hidrografia
pendendo do que se cultiva.
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As terras do Meio-Norte são predominantemente baixas, entre
Essas áreas irrigadas, entretanto, não são insuficientes para
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0 e 200 metros. Apenas na porção mais ao sul, elas apresen-
atender a todos os agricultores da região. Desse modo,
tam altitudes mais elevadas, entre 200 e 500 metros. Em pe-
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convivem no vale submédio do rio São Francisco uma
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quenos trechos, em altitudes entre 500 e 800 metros, nascem
agricultura agroexportadora em escala internacional, com
vários rios que formam a rica rede hidrográfica do Meio-Norte.
0A
forte tendência à concentração fundiária, e outra baseada
em minifúndios, que não dispõe de sistemas de irrigação e Destaca-se, nessa sub-região, o rio Parnaíba, com extensão
cujas famílias proprietárias constituem a mão de obra as- 20
de 1,4 mil quilômetros. No alto e em parte do curso médio,
70
salariada para a primeira. é um rio típico de planalto, com várias corredeiras. Nele
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para vários mercados internos e externos. BARRAGEM E USINA DE BOA ESPERANÇA (PI)
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Questões sociais
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FONTE: YOUTUBE
para os municípios mais afetados pela falta de chuva para
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VIVENCIANDO
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Um bom passeio para entender um pouco da cultura nordestina é a festa do Bumba meu boi, uma das mais tradi-
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cionais festas de rua de São Paulo, que ocorre no Morro do Querosene (bairro próximo ao Instituto Butantã). Há
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mais de 20 anos, o evento reúne pessoas de diversas regiões da cidade. A comunidade maranhense da região soube
70
manter acesa uma das mais belas tradições populares brasileiras, com toadas lindas e aquele indescritível ritmo das
58
matracas. São três festas por ano, no sábado de Aleluia comemora-se o nascimento do Boi, que é batizado no mês de
72
junho e morre no fim do ano, perto do dia de Finados. E renasce no ano seguinte. Além da cerimônia de nascimento,
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durante a festa também se apresentam grupos de maracatu, boizinho-mirim, caboclinhos, cantadores e cirandeiros.
Uma ótima opção para quem gosta de cultura popular.
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Clima
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Vegetação
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fecção de produtos como óleo, graxas, lubrificantes, cestos, O processo de povoamento da região do meio-norte está
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1. Fundação da cidade de São Luís, em 1612, pelos fran- Aspectos econômicos
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ceses, que pretendiam fixar-se ali, mas foram expulsos por
Até aproximadamente 1960, a economia do meio-norte
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tropas formadas por soldados e colonos portugueses e lu-
assentava-se na criação de gado, cultura do algodão, ex-
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so-brasileiros; após a expulsão, os colonos iniciaram o pro-
tração do babaçu, produção de açúcar, extração da cera da
cesso de cultivo de cana-de-açúcar no entorno de São Luís.
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carnaúba e plantio de arroz. Era, portanto, uma economia
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2. O povoamento do Piauí, que se iniciou do interior para com base na agropecuária.
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o litoral – vaqueiros vindos dos currais do rio São Francis-
A partir dos anos 1970, iniciou-se na região um proces-
co entraram em terras com pastagens naturais, que hoje
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so de modernização econômica. Investimentos foram
correspondem ao Piauí.
70
realizados na agropecuária, principalmente por fazen-
58
3. Fundação de povoados com as expedições de apresamento deiros vindos da região Sul, e no extrativismo mineral
72
de indígenas, com o objetivo de transformá-los em mão de obra e vegetal. O Maranhão passou a ser o escoadouro das
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escrava nos engenhos de açúcar, em Pernambuco e São Luís. riquezas minerais da serra do Carajás, no estado do
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4. Aldeamentos indígenas organizados pelos padres jesuítas ou Pará. Para tanto, foi construída a estrada de ferro dos
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de outras congregações, que deram origem a várias cidades. Carajás, ligando as jazidas minerais ao porto de Itaqui,
no Maranhão.
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As duas capitais do meio-norte são Teresina e São Luís. Em
2010, as suas populações eram de, respectivamente, 814 mil
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e 1,0 milhão de habitantes. O município de Alcântara desta-
ca-se como centro de lançamento de foguetes espaciais.
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multimídia: livro
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O autor, geógrafo com vasta obra na área de ciências brasileiro, que ele vem observando e estudando como
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humanas, traz uma avaliação do movimento de 1964 geógrafo de profissão que é, em paciente e exaustivo
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a partir de um cuidadoso levantamento documental e trabalho de campo, que se complementa de larga in-
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Ferrovia Norte–Sul
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Espera-se que outro grande impulso para a economia do
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meio-norte seja dado com a conclusão da construção da
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ferrovia Norte-Sul. Essa ferrovia faz entroncamento com
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a estrada de ferro Carajás (EFC), em Açailândia (MA), e
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permite o acesso ao porto de Itaqui, em São Luís (MA).
multimídia: site
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De Açailândia, ela segue em direção a Araguaína (TO).
Em sua extensão total, a ferrovia ligará o município de
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Panorama (SP) a Belém (PA), em um percurso total de
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www.ibge.gov.br/home/
3,1 mil quilômetros.
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A produção agropecuária do sul do Maranhão, Piauí e Tocantins – soja, carne, etc. –, atualmente com dificuldade de escoa-
mento, deverá ser dinamizada com mais facilidade de acesso ao porto de Itaqui, que, por sua localização, facilita a exporta-
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ção para Europa, Estados Unidos e canal do Panamá, por onde pode chegar à Ásia.
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Extensão: 855 km
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Estudos interdisciplinares revelam que 59% da vegetação original do bioma da caatinga já sofreu algum tipo de mo-
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dificação por atividades humanas. Imagens de satélite e visitas de campo serviram de base para que autores das mais
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diversas áreas do conhecimento produzissem pesquisas e mapeassem a degradação desse bioma em áreas com mais de
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40 hectares em todos os estados nos quais o bioma está presente. Para os cientistas, a constatação da grande depredação
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evidencia a necessidade de medidas urgentes para a preservação da caatinga, que hoje só tem 1% de sua área inclusa
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em unidades de conservação. Isso mostra a necessidade de se manter estudos nas áreas da botânica, da geografia huma-
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na, da biologia, da história, entre outras, para que esse bioma seja mais conhecido e, consequentemente, mais protegido.
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 27
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Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos
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históricos e/ou geográficos.
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A pecuária extensiva foi responsável, ainda durante o século XVII, pelo início da interiorização da ocupação no
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Nordeste. Afastado da zona da mata para não comprometer a lavoura de cana, o rebanho bovino seguiu pelo
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agreste – faixa transitória entre as áreas úmidas e as porções de clima seco – até alcançar o sertão. A pecuária
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extensiva nordestina realizada no agreste e no sertão chegou a atrair até mesmo migrantes paulistas para a região
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Nordeste. A figura do sertanejo, vaqueiro acostumado às condições extremas impostas pela seca, existe até os dias
atuais em diversas cidades nordestinas. A partir do século XIX, o Nordeste passou a assumir um papel de dispersor
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de população. Historicamente, a região possui alto índice de saída de migrantes, em função da carência de infraes-
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trutura e de projetos de desenvolvimento que incluam as camadas mais populares, situação agravada pelas secas
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sazonais e pela grande concentração fundiária.
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MODELO 1
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(Enem) SOBRADINHO
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ADAPTADO DE: SÁ E GUARABYRA. PIRÃO DE PEIXE COM PIMENTA. SOM LIVRE, 1977.
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O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco. Uma consequência
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ANÁLISE EXPOSITIVA
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Esse exercício mostra, de maneira lúdica, com um trecho da linda música de Sá e Guarabyra, a grande pro-
blemática do sertanejo que, além de vítima da seca que assola a região, também se vê forçado a migrar
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O trecho da música se refere à construção da hidrelétrica de Sobradinho, no sertão nordestino. Hidrelétricas são obras
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com variados graus de impacto sobre o meio ambiente físico e socioeconômico. No caso da música, a construção da
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hidrelétrica afeta a população ribeirinha do rio São Francisco próxima à barragem que deve ser retirada em um mo-
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vimento de migração forçada para outra localidade. Apesar de a empresa construtora arcar com todas as despesas
58
de deslocamento e reassentamento em uma nova cidade construída para esse fim, haverá sempre a perda de identi-
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dade de comunidades, muitas vezes centenárias, em relação a seus lugares de origem, referência cultural e histórica.
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RESPOSTA Alternativa A
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DIAGRAMA DE IDEIAS
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REGIÃO LITORÂNEA
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ZONA DA
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INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
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ÁREA DE TRANSIÇÃO ENTRE
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ZONA DA MATA E CAATINGA
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AS SUB-REGIÕES
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CLIMA SEMIÁRIDO
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SERTÃO
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TRANSPOSIÇÃO DO RIO
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FERROVIA NORTE-SUL
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A metrópole é uma forma histórica de organização
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do espaço geográfico. Um tipo específico de habitat
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humano. A forma pela qual expressa o maior nível
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de adensamento populacional existente na superfície
terrestre. Trata-se de uma massa contínua de ocupa-
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ção humana e de edificações contíguas, sem parale-
lo no globo. Uma grande aglomeração de pessoas e
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de espaços socialmente construídos, de magnitude
REGIÃO SUDESTE
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ímpar na história. O fato metropolitano é, portanto,
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temporal e espacialmente singular, expressando uma
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particularidade do mundo contemporâneo.
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(ANTONIO CARLOS ROBERT DE MORAES)
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COMPETÊNCIA: 4 1. Região Sudeste
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HABILIDADE: 18 1.1. Aspectos físicos
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A Região Sudeste é caracterizada fisicamente pela existên-
cia de montanhas antigas e arredondadas pela erosão, os
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chamados mares de morros, notados nos quatro estados. No pico dessas montanhas, existem cortes inclinados mais altos
20
que geram formações como as serras da Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. O Sudeste possui a maior média de altitude
70
do Brasil, tendo como ponto mais alto o pico da Bandeira, terceiro maior do Brasil, com 2.892 metros, localizado entre Minas
58
O clima dessa região é bastante diversificado no que diz respeito à temperatura, em função de três fatores princi-
pais: a posição latitudinal, a topografia acidentada e a influência dos sistemas de circulação perturbada. Corres-
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ponde a uma faixa de transição entre climas quentes das baixas latitudes e os climas mesotérmicos das latitudes
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médias, mas suas características mais fortes são de clima tropical. O norte de Minas Gerais possui clima semiárido
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e faz parte do polígono das secas. Nas áreas mais elevadas do planalto Atlântico, ocorre o clima tropical de altitude,
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A variedade de tipos de clima permite deduzir que, primitivamente, existiu uma variedade de tipos de vegetação, hoje em
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A floresta tropical constitui a formação dominante, mas seu aspecto varia muito. Ela é rica e exuberante nas encostas vol-
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tadas para o oceano (mata Atlântica), onde a umidade é maior, favorecendo o aparecimento de árvores mais altas, muitos
58
cipós, epífitas e inúmeras palmáceas; encontra-se quase totalmente devastada, exceto nas encostas mais íngremes. No
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interior do continente, essa floresta apresenta-se menos densa, pois ocorre em áreas de clima mais seco; aparece somente
em manchas, pois já está quase inteiramente devastada.
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Em algumas áreas do interior, há ocorrência de matas ciliares, que se desenvolvem ao longo das margens dos rios
em locais mais úmidos. Nas áreas tipicamente tropicais do Sudeste, onde predominam solos impermeáveis, ganha
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destaque a formação conhecida como cerrado, constituída de pequenas árvores, arbustos de galhos retorcidos e
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vegetação rasteira. A região apresenta pequenos trechos cobertos de caatinga, no norte de Minas Gerais. As áreas
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mais altas das serras e planaltos do leste e sudeste, ao sul, de clima mais suave, são ocupadas por uma ou outra
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espécie do que foi um dia a floresta subtropical ou mata de araucárias. Em extensões também reduzidas do pla-
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nalto aparecem trechos de formações campestres: os campos limpos, ao sul do estado de São Paulo, e os campos
2
70
serranos, ao sul de minas Gerais. Ao longo do litoral, faz-se presente a vegetação típica das praias, conhecida por
58
vegetação litorânea.
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A região apresenta vários rios importantes, como o Tietê, Paraíba do Sul, Paraná, Piracicaba e Doce. A região também
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apresenta a nascente do rio São Francisco, na serra da Canastra, em Minas Gerais. Os rios da região são utilizados
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para navegação, mas, principalmente, para a produção de energia elétrica através de usinas hidrelétricas, como a usina
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de Furnas.
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Podemos identificar quatro grandes divisões no relevo do Sudeste
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• Planícies e terras baixas costeiras: apresentam larguras variáveis, ora aparecendo na forma de grandes bai-
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xadas, ora estreitando-se e favorecendo a formação de costas altas, onde a serra do Mar entra em contato direto
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com o oceano Atlântico. São comuns, ao longo da planície, muitas praias e algumas restingas, que formam lagoas
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costeiras e grandes baías.
0A
• Planaltos e serras do Atlântico leste e sudeste: conhecidos como planalto Atlântico ou planalto Oriental,
20
é a parte mais acidentada do planalto Brasileiro, caracterizando-se, na região Sudeste, pelo grande núme-
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ro de “serras” (escarpas de planalto). Aparece como verdadeira muralha constituída por rochas cristalinas
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muito antigas ou como um verdadeiro “mar de morros” em áreas mais erodidas. A escarpa desse planalto
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voltada para o Atlântico constitui a serra do Mar, que no sul recebe o nome de serra de Paranapiacaba.
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Logo adiante, no oeste, encontramos o vale do rio Paraíba do Sul, que separa a serra do Mar da serra da
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Mantiqueira. Mais para o norte, as elevações afastam-se do litoral, dando origem à serra do Espinhaço. Ao
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norte de São Paulo e a oeste de Minas Gerais, encontra-se a serra da Canastra. A noroeste da região, atrás
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da serra do Espinhaço, encontram-se as chapadas sedimentares, já na transição para a região Centro-Oeste,
destacando-se o Espigão Mestre, vasta extensão aplainada constituída por rochas antigas e intensamente
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trabalhadas pela erosão. Entre ele e a serra do Espinhaço encontra-se a depressão Sanfranciscana, área de
terras baixas cortada por um grande rio, o São Francisco.
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• Planalto Meridional: de estrutura sedimentar, ocupa todo o centro-oeste de São Paulo e o oeste de Minas Gerais.
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É formado por dois blocos: o planalto Arenito-basáltico e a depressão Periférica. O planalto Arenito-basáltico apre-
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senta alternância de rochas pouco resistentes, como o arenito (sedimentar), e outras muito duras, como o basalto
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(vulcânica), o que favorece o aparecimento das chamadas cuestas, acidentes do relevo que se mostram íngremes
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e abruptos em uma vertente e, na direção oposta, descem em suave declive. Essas cuestas são conhecidas popu-
larmente pelo nome de serras, como a serra de Botucatu.
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• Depressão Periférica: zona de contato baixa e plana que se assemelha a uma canoa, entre as serras e
planaltos do leste e sudeste (de estrutura cristalina) e o planalto Arenito-basáltico (de estrutura sedimentar).
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1.2. Ocupação e povoamento Após ultrapassar a barreira da serra do Mar, o padre Ma-
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nuel da Nóbrega, chefe das primeiras missões jesuíticas no
São Vicente, no litoral do estado de São Paulo, foi o primeiro
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Brasil, acompanhado por José de Anchieta e outros padres,
núcleo de povoamento permanente instalado pelos portugue- ergueu, em janeiro de 1554, um barracão para a cateque-
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ses no Brasil colônia. Foi fundado, em 1532, por Martin Afonso se dos indígenas, que recebeu o nome de Colégio de São
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de Souza, comandante da primeira expedição colonizadora Paulo. Localizado no planalto de Piratininga, entre os rios
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enviada por Portugal. Lá, foram introduzidas a cultura da cana- Tamanduateí e Anhangabaú, afluentes do rio Tietê, o co-
0A
-de-açúcar, a criação de animais e a agricultura de subsistência. légio deu origem à cidade de São Paulo. O povoamento,
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que antes se restringia ao litoral, instalou-se no planalto e
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permitiu o avanço para o interior do território.
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VISTA DE SÃO PAULO EM TORNO DO PÁTIO DO COLÉGIO.
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multimídia: livro
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São Sebastião do Rio de Janeiro Sinfonia da Metrópole, dos diretores húngaros Adalber-
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O documentário aborda o surgimento da cidade do Rio de to Kemeny e Rudolf Lustig, que retrata o rápido processo
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Janeiro e suas transformações ao longo dos anos. O filme de modernização e transformação do novo centro finan-
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ceiro do Brasil.
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tretanto, foi nesse período que São Paulo tornou-se centro ir-
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A região das Minas Gerais tornou-se a principal área eco-
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nômica do Brasil colônia, no final do século XVII e parte
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Gurupá do XVIII. Para ficar mais próximo daquela região, o centro
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Fortaleza político administrativo da colônia foi transferido, em 1763,
Meridiano de Tordesilhas
de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro. A atividade
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Recife
mineradora nas Minas Gerais deu origem a várias vilas
que se transformaram em cidades. É o caso de São João
0A
Vila Bela
Cuiabá Salvador
del-Rei, Vila Rica (atual Ouro Preto), Sabará, Ribeirão do
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Vila Boa
Carmo (atual Mariana), Diamantina e outras.
70
Por volta da segunda metade do século XVIII, teve início a
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Captura de índios
São Paulo
decadência da mineração em virtude, entre outros fatores,
85
Mineração Domingos Jorge Velho do esgotamento dos aluviões auríferos.
Sertanismo de contrato
Fernão Dias e Borba Gato
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Região de Palmares
Bartolomeu Bueno Com isso, a economia mineira regrediu a um nível de au-
Missões Raposo Tavares
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Raposo Tavaes e Fernão Dias tossubsistência, como acontecera com a atividade cana-
BANDEIRAS DOS SÉCULOS XVII E XVIII vieira no Nordeste. O espaço geográfico até então constru-
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ído tornou-se uma área de expulsão da população: famílias
Com a descoberta de ouro e pedras preciosas nas Minas
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migraram em busca de solos mais férteis para a prática
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Gerais, no final do século XVII, ocorreu intensa migração
de pessoas do Nordeste, de São Paulo e até mesmo de da agricultura, e muitos se dirigiram para áreas dos atuais
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Portugal para a área de mineração. estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.
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ZONA DE MINERAÇÃO, NAS MINAS GERAIS, E SEU ABASTECIMENTO, DURANTE O SÉCULO XVIII
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Com o declínio da atividade mineradora, a coroa portuguesa buscou um produto que pudesse garantir seus ganhos na colô-
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nia. O produto encontrado foi o café, planta de origem africana introduzida no Pará, em 1727, pelo sargento-mor Francisco
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de Melo Palheta, com mudas trazidas da Guiana Francesa.
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Na primeira metade do século XVIII, o café passou a ser cultivado no Maranhão e, por volta de 1770, na Bahia. Entretanto,
foi no Rio de Janeiro, inicialmente, que a cafeicultura instalou-se com sucesso. A cafeicultura, porém, não trouxe os resultados
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esperados pelo governo português. As exportações dos grãos de café começaram a crescer somente a partir de 1816 e, pou-
co tempo depois, em 1822, o Brasil conquistou sua independência política de Portugal. Foi um belga, conhecido pelo nome
0A
de Moke, quem formou o primeiro cafezal nas imediações da cidade do Rio de Janeiro. Tal foi o sucesso da experiência, que
20
seu exemplo passou a ser seguido por várias pessoas.
70
Desse modo, as imediações da cidade do Rio de Janeiro tornaram-se o centro irradiador da cafeicultura, a partir do século
58
XVIII. De lá, a cultura do café expandiu-se, em períodos diferentes, para o Vale do Paraíba, em direção a São Paulo e, depois,
72
para o chamado Oeste Paulista, para a zona da mata mineira, para terras do Espírito Santo e, posteriormente, para o Triân-
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gulo Mineiro e outras regiões do Brasil, como é o caso do norte do Pará e de Mato Grosso.
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Expansão da cafeicultura
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A expansão da cafeicultura do Rio de Janeiro em direção a o caso, por exemplo, de Adamantina, Lins, Araçatuba, Bauru,
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São Paulo pelo Vale do Paraíba recuperou sua economia, que Lucélia, Tupã, São José do Rio Preto, Votuporanga e Penápolis,
70
conhecera certo crescimento na fase áurea da mineração das todas em São Paulo.
58
tinguetá, em São Paulo – essas e outras cidades da região vez que propiciaram o transporte de matérias-primas para as
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permaneceram até 1880 como grandes produtoras de café. indústrias e a produção industrial para o interior. As ferrovias
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Por outro lado, o avanço da cafeicultura provocou imensos cumpriram esse papel até, aproximadamente, os anos 1950,
quando se iniciou o desenvolvimento das rodovias.
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destinadas a receber a produção cafeeira e outros produtos. É ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE PENÁPOLIS (SP)
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ES), petroquímica (RJ, SP e MG), navais (RJ) petrolífera (RJ
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e ES). Na agricultura, os principais produtos cultivados são:
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cana-de-açúcar, café, algodão, milho, mandioca, arroz, feijão
e frutas (principalmente laranja). Na pecuária, o maior re-
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banho é o de bovinos, sendo Minas Gerais o principal cria-
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dor – equinos e suínos também são encontrados. Também
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há prática do extrativismo mineral, cujos principais minérios
multimídia: música
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explorados são ferro, manganês, ouro e pedras preciosas; as
20
FONTE: YOUTUBE maiores jazidas estão em Minas Gerais.
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Trem das onze – Adoniran Barbosa
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No final da década de 1970, em plena fase de crescimen-
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1.2.1. A cafeicultura e a imigração to da região metropolitana de São Paulo, iniciou-se forte
expansão da atividade industrial para além da referida
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Em 1850, com a assinatura da Lei Eusébio de Queirós, que região. Na década seguinte, grandes empresas se mul-
TO
proibia o tráfico de escravizados para o Brasil, o problema tilocalizaram, reduzindo custos através de redes de sub-
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da falta de mão de obra para a cafeicultura em expansão contratação (toyotismo) e enfraquecimento sindical. Essa
agravou-se. O escravizados tornou-se mais caro. Esses fatos, desconcentração industrial inicial se deu, principalmente,
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somados ao movimento abolicionista, levaram os grandes
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num raio de aproximadamente 150 km da capital, atingin-
plantadores de café a pensarem na conveniência e no bara- do as principais “regiões” já tradicionalmente mais indus-
0A
teamento de empregarem trabalhadores livres. trializadas do estado de São Paulo: Sorocaba, Campinas,
Considerando que o número de brasileiros livres no es- 20
Baixada Santista e Vale do Paraíba. A despeito da proximi-
70
paço da cafeicultura era insuficiente para o trabalho nas dade entre a região metropolitana de São Paulo e a região
58
fazendas, ao lado de outros fatores, a solução encontra- do Vale do Ribeira (região administrativa de Registro),
72
da pelos fazendeiros da época foi buscar mão de obra essa área, das menos desenvolvidas do estado, não par-
85
fora do Brasil. Imigrantes de várias nacionalidades vieram ticipou desse processo de expansão industrial. Segundo
NY
para São Paulo: espanhóis, portugueses, italianos – que Milton Santos, a “inércia dinâmica” do espaço paulista se
TO
vieram em maior número. Como trabalhadores na cultura expressa com clareza diante do movimento de expansão
cafeeira, contribuíram significativamente para a ocupa- industrial: áreas mais distantes e mais ricas, como Ribeirão
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ção do território e a produção dos espaços geográficos. Preto, vão atrair investimentos públicos necessários à re-
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A economia da Região Sudeste é muito forte e diversificada, (petroquímica e siderurgia) fez do município o ter-
2
sendo considerada a maior do País, e ganhou esse reconhe- ceiro do estado, atrás da capital e de São Bernardo
70
cimento desde o período conhecido como “café com leite“, do Campo), em valor de produção industrial (1980).
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dos mais importantes ramos industriais da região são: au- eixo Rio-SP, a tecnificação de seu território permitiu que ali
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se implantassem inúmeras empresas transnacionais,tendo
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apresentado os maiores índices de crescimento industrial
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entre os anos 1970 e 1980. No Vale do Paraíba, formou-se
o segundo polo mais importante da indústria automotiva
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do País, atrás apenas da Grande São Paulo. Dada a situa-
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ção urbana previamente mais desenvolvida de Campinas,
0A
foi sua região a que apresentou maior crescimento absolu-
20
to, transformando-se, em 1980, no segundo polo industrial
70
do País em valor de produção, após a região metropolita-
58
na de São Paulo. A notável difusão industrial pelo interior
72
paulista, conjugada a um avanço tecnológico na agricultu- O Sudeste é o maior produtor de cana-de-açúcar. O estado de
85
ra, permitiu índices médios de qualidade de vida urbana São Paulo lidera a produção brasileira desse produto, a de açú-
bastante elevados. A macrometrópole ocupava, na década
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car e a de etanol. No interior, os canaviais e as grandes usinas
de 1980, a parcela mais contínua e concentrada desse
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de açúcar ficam próximos de Ribeirão Preto, Piracicaba e Bauru.
processo de dispersão da indústria metropolitana, grosso
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modo envolvendo as regiões administrativas de Sorocaba, A produção de etanol permitiu ao Brasil desenvolver no-
Campinas, São José dos Campos e Baixada Santista, além, vas tecnologias agrícolas e industriais. O País ocupa a li-
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evidentemente, da Grande São Paulo, seu foco inicial. derança mundial nesse setor. A modernização agrícola do
Sudeste apresenta outra face. A mão de obra empregada
0A
O Sudeste também é responsável por cerca de 55% do PIB na colheita da laranja e na de cana-de-açúcar é tempo-
nacional e, por isso, é conhecido como a “locomotiva eco- 20
rária, frequentemente realizada por boias-frias, originários
70
nômica do Brasil”. No ano de 2010, a região produziu 2,1 da região Nordeste. O corte manual da cana-de-açúcar
58
trilhões de reais em riquezas, segundo dados das Contas exige um enorme esforço físico. O trabalhador, submetido
72
Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a condições desgastantes, é pouco remunerado. Nessas
85
(IBGE), sendo apenas o estado de São Paulo responsável por condições, explicadas por um modelo de exclusão social,
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1,2 trilhão dessa produção, o equivalente a 33,1% do PIB o corte de cana manual é uma questão que começa a ser
TO
nacional. Em 2014, o PIB da região chegou a 3,2 trilhões, enfrentada pelos governos.
AN
Desenvolvimento Rural) de Araraquara, Barretos, Catanduva, Geografias de São Paulo - Ana Fani Alessandri
00
Fernandópolis, General Salgado, Jaboticabal, Limeira, Mogi Carlos e Ariovaldo Umbelino de Oliveira
2
Mirim, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São José do Rio
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de São Paulo.
e por ainda ser pouco suscetível às novas doenças.
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Área e produção de cana-de-açúcar por Escritório de Desenvolvimento Rural (2012)
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6.458.895 - 13.646.499
13.646.500 - 21.632.394
21.632.395 - 33.698.075
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Na região metropolitana de São Paulo, ainda que se reforçasse uma posição de comando – principal praça financeira e
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locus das sedes de grandes empresas –, os níveis médios de qualidade de vida se deterioram. Na macrometrópole, ao con-
TO
trário da situação anterior da metrópole industrial, a “periferia” – área de produção – detinha melhores níveis de vida que
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o “centro inicial” – área de comando. Esse indicador já apontava para a formação de uma nova realidade urbana, além da
mera expansão da metrópole industrial paulistana.
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1.5. Pecuária
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Além da pecuária bovina de corte predominantemente extensiva praticada sobretudo no norte de Minas Gerais, o Sudeste
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mantém várias bacias leiteiras – áreas de pecuária intensiva destinadas à produção de leite e derivados. Dotado de tecnolo-
TO
gias adiantadas de produção e de seleção de raças leiteiras, o setor é expressivo no Vale do Paraíba, no sul de Minas Gerais,
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no Triângulo Mineiro e no leste do estado de São Paulo.
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1.6. Recursos minerais
0A
Na estrutura geológica da região Sudeste, encontram-se vários recursos minerais: urânio, níquel, estanho, chumbo, calcário,
20
cromo, diamante, fósforo, com destaque para o petróleo e os minérios de ferro e manganês.
70
O estado do Rio de Janeiro lidera a produção regional e nacional de petróleo, respondendo por cerca de 80% da produção
58
nacional. O petróleo é extraído da plataforma continental, na denominada bacia de Campos. Em 2007, um fato novo e
72
promissor para o Brasil foi a conclusão da Petrobras de que o campo de petróleo de Tupi, localizado na bacia de Santos (SP),
85
possuía viabilidade econômica de exploração. A chamada camada de pré-sal, a mais de 6,0 mil metros abaixo do nível do
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mar, é um grande jazigo petrolífero e de gás natural. Segundo especialistas no setor, o Brasil poderá tornar-se um importante
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exportador de petróleo com sua exploração.
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As principais jazidas de ferro e manganês do Sudeste estão no Quadrilátero Ferrífero ou Central. Sua exploração destina-se a
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abastecer as usinas instaladas no Sudeste – Usiminas, CSN, Cosipa e outras –, que fabricam aço para atender às indústrias e
AN
à construção civil. Opera também na região a Vale, empresa mineradora e exportadora de minério de ferro. O transporte do
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Quadrilátero Ferrífero ao porto de Tubarão (ES) é feito pela estrada de ferro Vitória-Minas.
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 18
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Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.
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58
A indústria brasileira tem passado por um forte processo de modernização e desconcentração espacial nos últimos
72
anos. A guerra fiscal entre as várias unidades da Federação, os salários mais baixos nas regiões menos desenvolvi-
85
das, a proximidade de fontes de matérias-primas, o nível da infraestrutura local e o desenvolvimento do Mercosul
NY
têm provocado o deslocamento da indústria em direção a diferentes regiões. Alguns estados e regiões têm se
TO
destacado, beneficiando-se do processo de descentralização industrial. Com os avanços tecnológicos nos meios de
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transporte e comunicações, a aglomeração industrial e a proximidade entre indústria e mercado consumidor não
são assim tão necessárias. Por isso, muitas empresas resolveram migrar para regiões interioranas e cidades médias,
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longe dos problemas relacionados às grandes cidades, tendo como consequência o crescimento das cidades mé-
dias, principalmente em São Paulo.
0A
MODELO 1 20
70
(Enem) O fenômeno da mobilidade populacional vem, desde as últimas décadas do século XX, apresentando
58
transformações significativas no seu comportamento, não só no Brasil como também em outras partes do mun-
72
do. Esses novos processos se materializam, entre outros aspectos, na dimensão interna, pelo redirecionamento
85
dos fluxos migratórios para as cidades médias, em detrimento dos grandes centros urbanos; pelos desloca-
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mentos de curta duração e a distâncias menores; pelos movimentos pendulares, que passam a assumir maior
TO
relevância nas estratégias de sobrevivência, não mais restritos aos grandes aglomerados urbanos.
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A redefinição dos fluxos migratórios internos no Brasil, no período apontado no texto, tem como causa a inten-
sificação do processo de:
0A
ANÁLISE EXPOSITIVA
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ção, resultado, dentre outros fatores, da desconcentração industrial a partir da década de 1990.
O exercício proposto pelo Enem fala do processo de desconcentração industrial. Existem, naturalmente,
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uma maior democratização em investimentos públicos. Por outro lado, perde-se muito emprego e ge-
2
ram-se muitas desvantagens econômicas nas áreas em que se registra a chamada “fuga de indústrias”.
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RESPOSTA Alternativa D
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DIAGRAMA DE IDEIAS
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ASPECTOS NATURAIS
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VEGETAÇÃO:
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RELEVO CLIMA TROPICAL
MATA ATLÂNTICA
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• PLANALTOS E SERRAS DO
IMPACTOS
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ATLÂNTICO LESTE-SUDESTE
AMBIENTAIS
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• PLANALTOS E CHAPADAS
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DA BACIA DO PANAMÁ
• DEPRESSÃO PERIFÉRICA CICLOS PROCESSOS DE PROCESSOS DE
ECONÔMICOS 20
INDUSTRIALIZAÇÃO URBANIZAÇÃO
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• PLANÍCIES COSTEIRAS
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AULAS 51 E 52
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multimídia: livro
REGIÕES CENTRO-
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-OESTE E SUL
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A História Natural da Região Centro-Oeste Brasileira
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nos ‘Diálogos Geográficos, Chronológicos, Políticos e
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Naturaes’ de Joseph Barboza de Sáa (Século XVIII)
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COMPETÊNCIA: 4
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1. Centro-Oeste: a vizinha de
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HABILIDADE: 19
todas as regiões do Brasil
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A Região Centro-Oeste é uma das cinco regiões do Brasil
0A
definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
20
(IBGE) em 1969. É formada por três estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mais o Distrito Federal, onde se
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localiza Brasília, a capital do País e a cidade mais populosa da região.
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Apesar de ser iminente a necessidade da realização, retomada e revisão das pesquisas arqueológicas em grande parte do
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Centro-Oeste à luz de novos problemas e novas perspectivas teórico-metodológicas, é possível dizer que o povoamento hu-
58
mano da região teve início com o estabelecimento de grupos caçadores coletores em fins do Pleistoceno e início do Holoceno,
72
por volta de 12.000 a 10.000 anos atrás. Nesse momento, a região apresentava uma situação ambiental diferente da atual.
85
Desde o início do Holoceno até uns 1.000 anos a.C., período em que muitas áreas tornaram-se ecologicamente semelhan-
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tes em relação à sua atual configuração ambiental, grupos caçadores coletores, portadores de tecnologias distintas e siste
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zona central do Brasil e em uma faixa tropical continental,
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mas socioculturais complexos, ocuparam pratica- haja vista que essa região posiciona-se acima do trópico de
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mente todo o Centro-Oeste. No milênio anterior ao Capricórnio, que chega a cortar uma faixa do extremo sul
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início da Era Cristã, alguns desses grupos gradativa- do Mato Grosso do Sul.
mente desenvolveram ou adotaram técnicas de cul-
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O relevo do Centro-Oeste é dividido em três principais áre-
MY
tivo, geralmente associadas à produção de recipien-
as ou sub-regiões: o Planalto Central, o Planalto Meridional
tes cerâmicos. Em verdade, o Centro-Oeste parece
0A
e a Planície do Pantanal, conforme podemos observar no
ter sido uma região de confluência para onde várias
mapa a seguir:
20
sociedades indígenas, sobretudo as agricultoras e
70
ceramistas, se deslocaram por motivos variados.
58
Assim, quando os europeus pisaram pela primeira
72
vez na América do Sul, parte considerável do Cen-
85
tro-Oeste brasileiro apresentava-se com um extra-
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ordinário mosaico cultural. Porém, grande parte das
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sociedades indígenas que ali viviam foram comple-
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tamente exterminadas ou assimiladas por povos de
além-mar e seus sucessores ibero-americanos. Mas,
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ao contrário do que muitos imaginam, a conquista
das sociedades indígenas no Centro-Oeste, a exem-
0A
plo das que atualmente vivem em Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, ainda continua a passos largos 20
70
como parte de um processo de barbárie contínuo e,
58
Com uma área de 1.612.000 km2, o Centro-Oeste é MAPA DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO RELEVO DO CENTRO-OESTE BRASILEIRO
TO
a segunda maior Região do Brasil em superfície terri- O Planalto Central, como demonstra o mapa, localiza-se
AN
torial, superada apenas pela região Norte. Entretanto, na maior parte do Centro-Oeste, mas também se estende
N
possui a segunda menor densidade populacional. Por por outras regiões, principalmente para o estado de Minas
MY
essa razão, apresenta algumas concentrações urbanas Gerais. Esse tipo de relevo possui altitudes que variam de
0A
e grandes vazios demográficos. Sua posição central é 600 m a 1.000 m em média, com predomínio de rochas
a única que permite ligação de fronteira com todas as cristalinas e algumas sedimentares, além dos latossolos. Há
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mônio da humanidade.
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um passado geológico.
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é um dos principais fatores responsáveis pela biodi-
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versidade da região: “Por se tratar de uma zona de
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transição entre sistemas terrestres e aquáticos, o
pantanal pode ser classificado como um grande ecó-
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tono, que é uma região de alta produtividade e alta
diversidade ecológica” (FRANCISCHINI, 1996). A dre-
0A
nagem das terras baixas é feita por córregos, corixos,
20
vazantes e baías, o que também explica as variações
70
do nível e duração das cheias nas diversas sub-regiões
58
da planície pantaneira, as quais geralmente ocorrem
72
durante o primeiro semestre.
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PLANÍCIE INUNDÁVEL DO PANTANAL BRASILEIRO No norte do Mato Grosso, no entanto, registra-se o clima
TO
O clima da região Centro-Oeste é caracterizado pela equatorial úmido, muito pela influência do bioma da Ama-
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predominância do tipo tropical úmido na maior parte zônia, que é típico da Região Norte e alarga-se para essa
faixa do Centro-Oeste. O índice de precipitação nessa área
N
dessa região, ocupando uma larga extensão de Goiás
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e do Mato Grosso. Nesse clima, há duas estações bem é mais acentuado, com um ambiente mais úmido: quente
a maior parte do ano e com baixas amplitudes térmicas.
0A
definidas ao longo do ano: um inverno seco e um verão
muito quente e chuvoso. As temperaturas atingem uma A vegetação do Centro-Oeste mais abundante, ao me-
média de 22 ºC, com mínimas muito variáveis e máximas 20
nos em seu aspecto original, é o cerrado, um tipo de
70
de mais de 40 ºC. Em função do tempo seco na maior savana da América do Sul. Esse bioma, inicialmente, era
58
parte do ano, a amplitude térmica é acentuada, ou seja, o segundo maior do território brasileiro, atrás somente
72
durante o dia, há uma grande diferença entre a menor e da Floresta Amazônica, mas, atualmente, boa parte de
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multimídia: música
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FONTE: YOUTUBE
72
O pantanal
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vosa, de outubro a abril. Possuem um relevo de bai- Outro importante domínio natural do Centro-Oeste é a
58
xíssima declividade que, associado à distribuição de Floresta Amazônica, no norte do Mato Grosso, na mesma
72
chuvas periódicas na bacia do alto Paraguai, explica faixa de ocupação do clima equatorial úmido. Nessa área,
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o fenômeno das cheias anuais. Essa sazonalidade existem muitas reservas conservadas, mas também muitas
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marcante, também chamada de pulso de inundação, disputas em uma das faixas de fronteira agrícola do Brasil
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Além disso, o pantanal, cuja área de inundação já foi men- No deslocamento pelo território, os bandeirantes faziam
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cionada, também é uma importante área natural dessa pousos ou paradas de descanso. Quando encontravam ouro
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região, com uma grande diversidade em fauna e flora, ou pedras preciosas, fixavam-se no lugar dando início a um
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constituindo-se como um dos mais importantes domínios arraial. Muitos desses arraiais deram origem a cidades e vilas.
naturais da humanidade. Corumbá e Cáceres, no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
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ambas nas margens do rio Paraguai, têm suas origens ligadas
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A hidrografia da região Centro-Oeste é bastante rica, com a
a postos ou fortificações implantadas por luso-brasileiros.
0A
presença de uma considerável quantidade de grandes rios,
destacando-se o Tocantins, o Araguaia e o Paraná, entre
20
inúmeros outros. As três bacias hidrográficas são: a Ama-
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zônica, no Mato Grosso, com destaque para o rio Xingu; a
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Tocantins-Araguaia, dominada pelos dois rios citados; e a
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bacia Platina, com a presença dos rios Paraguai e Paraná.
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VISTA DA CIDADE DE CUIABÁ (1910)
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1.2.1. Marechal Rondon e o Centro-Oeste
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IMAGEM AÉREA DA DRENAGEM DO RIO ARAGUAIA ciou um importante trabalho de conhecimento dos sertões
mato-grossense e amazônico. Seus trabalhos de campo,
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1.2. A mineração e o relevo, entre outros aspectos naturais, foram muito impor-
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surgimento das cidades tantes para a elaboração das primeiras cartas geográficas
do estado do Mato Grosso.
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atual Centro-Oeste ocorreram nos séculos XVI, XVII e Sob seu comando, foi construída, em 1890, uma linha tele-
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XVIII e foram representadas por aldeamentos indígenas gráfica entre Cuiabá e a região do rio Araguaia; posterior-
organizados por missões religiosas e bandeirismo, que
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geralmente relacionadas com garimpo, mineração, etc. MARECHAL RONDON CONVERSANDO COM ÍNDIOS ARITIS.
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1.2.2. Estrada de ferro Noroeste do Brasil
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Em 1914, foi inaugurada a estrada de ferro Noroeste do Brasil – também chamada de ferrovia Novo Oeste e, atualmente, ALL
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–, que foi um marco importante para a articulação da região Centro-Oeste, particularmente entre os estados do Mato Grosso
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e São Paulo (em 1914, havia tão somente o estado do Mato Grosso, que foi desmembrado em Mato Grosso do Sul em 1977).
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A ferrovia permitiu a integração dos espaços geográficos do Centro-Oeste com outras áreas e estimulou as migrações, prin-
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cipalmente de paulistas, para o Mato Grosso do Sul, onde fundaram fazendas e abriram novas fronteiras agrícolas.
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1.2.5. Novas fronteiras agrícolas 1.3. Aspectos econômicos
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Mesmo antes dos anos 1940, havia fazendas de gado no
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oeste paulista. Com a expansão da pecuária, muitos fa- 1.3.1. Agropecuária
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zendeiros ultrapassaram o rio Paraná e entraram no Mato Os dados de população e do PIB são indicativos de que o
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Grosso, enquanto outros partiram em direção à porção sul Centro-Oeste encontra-se em plena expansão econômica,
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do estado de Goiás, onde implantaram fazendas de gado crescimento esse que, nos últimos anos, deve-se, sobretu-
0A
no cerrado. do, ao setor agropecuário. A região tem o maior rebanho
20
Apoiados em estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de do País, com mais de 70 milhões de cabeças de gado bo-
70
Pesquisa – empresa pública fundada, em 1975, com o vino, o que corresponde a mais de um terço do total na-
58
objetivo de produzir tecnologia de apoio à agropecuária cional. Representa quase a metade da soja produzida no
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brasileira) e na calagem do solo, na década de 1960, houve Brasil – o Mato Grosso contribui com cerca de 28% da
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um grande fluxo migratório de paulistas, gaúchos, catari- produção nacional.
NY
nenses e paranaenses em direção a áreas de agricultura e
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pecuária moderna no Centro-Oeste.
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1.2.6. Construção de Brasília
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Desde o início do governo do presidente Juscelino Kubits-
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chek (1956-1961) até a inauguração de Brasília (1960),
milhares de brasileiros, principalmente nordestinos, muda-
ram-se para Goiás para trabalhar nas obras da nova capi- 20
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consequências desfavoráveis.
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VISTA AÉREA DAS OBRAS DE CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA (1958) dentre os quais se destacam:
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Concentração de terras nas mãos de poucos proprietá- 1.3.3. A dinâmica econômica da região
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rios – pequenos agricultores e pecuaristas ou resistem
No período de 1960-1980, o rápido crescimento da eco-
TO
às pressões dos grandes proprietários ou acabam ven-
nomia do Centro-Oeste deu-se baseado na atividade agro-
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dendo suas propriedades, comprometendo a agricultu-
pecuária, e a expansão desta se fez, sobretudo, pela am-
ra familiar regional.
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pla incorporação de terras ao processo produtivo. A partir
MY
Intensa migração campo-cidade provocada pela mecani- da década de 1980, o oeste brasileiro tem assentado o
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zação intensiva da agricultura comercial de exportação e crescimento de sua economia e da atividade agropecuária
pela baixa demanda de mão de obra da pecuária. essencialmente em um excepcional aumento da produtivi-
20
dade de suas culturas agrícolas.
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Agravamento dos problemas urbanos – habitações pre-
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cárias, violência, falta de saneamento básico, entre outros. Sem dúvida, a grande responsável por essa verdadeira
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revolução no campo foi a Empresa Brasileira de Pesquisa
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Agropecuária (Embrapa), fundada em 1973, com o desen-
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volvimento de sementes de soja, milho, feijão e algodão
– adaptadas ao solo do cerrado – resistentes, de elevada
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produtividade, fornecidas a baixo custo aos produtores.
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Paralelamente, houve a ampliação das áreas irrigadas e
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o desenvolvimento de tecnologias de correção e manejo
do solo, de rotação de culturas, de controle de pragas e
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de adubação. Apesar de o maior progresso realizado pela
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Embrapa ter sido registrado na pesquisa de grãos, deve-se
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registrar que a pesquisa na área da pecuária, especialmen-
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hídricos no Centro-Oeste, a gigantesca demanda e o con- pela concentração das atividades modernas e dinâmicas,
siderável desperdício de água pela agricultura comercial tanto do ponto de vista econômico quanto geográfico.
0A
de exportação têm provocado conflitos entre agricultores, Apenas em sua última fase, já consolidado um capitalismo
20
em razão do esgotamento e da poluição de mananciais maduro, é que vai ocorrer uma difusão da modernização
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– um sistema de irrigação ou pivô central, por exemplo, desses capitais à tecnologia e às formas de organização.
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consome, em média, um litro de água por segundo por O progresso da biotecnologia e a possibilidade de criar e
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hectare irrigado e desperdiça mais de 50% dessa água. adaptar sementes permitiram, no espaço de duas gera-
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SISTEMA DE IRRIGAÇÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL ca em torno de 40% das famílias rurais e cerca de 330 mil
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assalariados dependentes exclusiva ou majoritariamente A partir dos anos 1980, quando o País vivenciou um inten-
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da renda proveniente da agricultura. Não obstante às dis- so processo de desconcentração industrial, com o desloca-
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torções geradas no quadro social, a expressiva expansão mento dessas atividades das áreas metropolitanas de São
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da atividade agropecuária representou uma mudança no Paulo e Rio de Janeiro em direção aos estados da região
panorama econômico regional. Um dos segmentos que Sul, ao centro-sul de Minas Gerais e ao interior de São Pau-
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se beneficiou dessa situação foi a indústria de alimentos. lo, o Centro-Oeste e Brasília mais uma vez se viram exclu-
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Os maiores destaques ficam com as indústrias de esmaga- ídos. Do mesmo modo, não houve nenhum grande inves-
0A
mento e processamento de soja, de ração animal, frigorí- timento industrial estatal na região, como a Zona Franca
20
fica (incluindo, além da carne bovina, a suína e de frango) de Manaus e o Projeto Grande Carajás, na Região Norte; o
70
e a de laticínios. polo petroquímico de Camaçari e o complexo de Suape, no
58
Nordeste; e o polo petroquímico de Triunfo e a refinaria de
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1.3.4. Industrialização Araucária, na Região Sul. Não é fortuito, portanto, o redu-
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zido grau de industrialização regional.
Apesar do avanço ocorrido nas duas últimas décadas, o
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Centro-Oeste permanece com um baixíssimo grau de in-
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dustrialização de sua economia, situando-se no último pos-
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to entre as cinco macrorregiões do País, tendo respondido,
em 2014, por cerca de 4,9% da produção industrial do
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Brasil, porcentagem muito inferior à participação da região
no PIB nacional (10%). De todo modo, ela vem crescendo,
0A
pois essa participação era de apenas 1,8% (1990), 1,1% multimídia: site
(1980) e 0,8% (1970). Para efeito de comparação, Santa 20
70
Catarina, com população equivalente a um terço da exis-
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Certamente, o baixo grau de industrialização da região está Predominam os ramos frigorífico, têxtil, de beneficiamento
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relacionado à inegável vocação do Centro-Oeste para a ati- de produtos agrícolas, de calçados, de artefatos de madeira e
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vidade agropecuária e à formação muito recente de sua eco- de cimento. O perfil da industrialização em Goiás foi alterado
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nomia. Talvez, o fator decisivo tenha sido o fato de o Estado nos últimos anos graças ao desenvolvimento das indústrias
brasileiro, na fase mais importante do desenvolvimento in- farmacêutica, metalúrgica e de autopeças, e à instalação de
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dustrial, quando teve papel ativo na definição da localização uma montadora de veículos automotores em Anápolis.
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foi que, entre todas as superintendências de desenvolvi- INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, EM ANÁPOLIS, GO (2014)
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ser criada, a que dispôs de menor estrutura e suporte por Entre as áreas que abrigam os principais recursos minerais
do Centro-Oeste, merecem destaque os municípios goianos
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município de Cristalina.
Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), na
85
Região Sul, o Centro-Oeste ficou privado de tal instrumen- No Mato Grosso do Sul, próximo à cidade de Corumbá, no
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to de fundamental importância para a promoção do desen- Maciço do Urucum, há grandes jazidas de minério de fer-
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volvimento econômico, particularmente o industrial. ro e minério de manganês, mas que pouco produzem em
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razão da distância dos centros consumidores no Sudeste
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– indústrias siderúrgicas – e da grande produção do Qua-
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drilátero Ferrífero. Parte dos minérios de ferro e manganês
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dali extraídos é utilizada por uma pequena siderúrgica, em
Corumbá, e parte é exportada via rio Paraguai.
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Canto alegretense – Gaúcho da Fronteira
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Essas paisagens culturais encontradas na Região Sul não
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lhe tiram a unidade e a originalidade conferidas por certos
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elementos naturais e humanos, tais como a ocorrência do
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clima subtropical, a mata com araucárias e a presença de
MACIÇO DO URUCUM
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uma população de origem europeia, que representa forte
Ainda chamam a atenção os garimpos de ouro e diamante contingente do quadro demográfico.
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na Baixada Cuiabana (pantanal) e nas nascentes dos rios Sem dúvida, é o clima subtropical o principal elemento a
Paraguai e São Lourenço. Além da remoção de barrancos
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conferir ao sul do Brasil a sua originalidade. Esse elemento
e do assoreamento causados por essa atividade, o uso do natural influiu nos processos de povoamento, nas formas
mercúrio na garimpagem do ouro tem contaminado as 20
de ocupação e nos tipos de cultivo aí encontrados. De certa
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águas dos rios e os peixes. forma, foi também um elemento que facilitou a instalação
58
Já na Amazônia mato-grossense, o extrativismo vegetal é de imigrantes europeus que, como colonos, se radicaram em
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uma atividade tradicional. Além da madeira, extrai-se o lá- diferentes áreas dos três estados meridionais. Esses colonos
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tex das seringueiras, nos vales dos rios Juruena e Arinos. No desenvolveram atividades agrárias que contrastam com as
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Mato Grosso do Sul, o extrativismo vegetal tem por base a das demais áreas do País. A mentalidade do colono, seu
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erva-mate e a raiz da ipecacuanha ou poaia – que fornece espírito empresarial, seus costumes, influíram em diferentes
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uma substância utilizada na indústria farmacêutica. setores econômicos e sociais, fazendo de certos trechos da
Região Sul áreas bem originais dentro do conjunto nacional.
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sobretudo do Sudeste.
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Dentre as cinco grandes regiões brasileiras, a Região Sul, é se apresentar bastante ameno, contrastando com as
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isto é, o bloco formado pelos estados do Paraná, Santa outras regiões do País, onde dominam climas quentes.
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Catarina e Rio Grande do Sul, é a que apresenta menor A posição da região ao sul do trópico de Capricórnio,
2
superfície, com 538.135 km2, perfazendo apenas 6,8% do combinada com a configuração e o relevo sul-america-
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território nacional. Não obstante, é uma das áreas mais po- no, facilitam a maior penetração das massas polares,
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voadas e desenvolvidas do País, com 16 milhões de habi- principais responsáveis pelas características climáticas
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tantes. Ao mesmo tempo, apresenta dentro de seus limites, regionais, no que se refere às temperaturas e na distri-
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paisagens culturais diversificadas que são a resultante de buição das chuvas. No inverno, o choque das massas
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diferentes condições naturais e da evolução histórico-eco- polares com as massas tropicais ocasiona perturbações
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nômica por que passou a região. frontais com instabilidade do tempo, penetração dos
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ventos frios, pluviosidade abundante, quedas bruscas Podemos identificar na Região Sul espaços homogêneos
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de temperatura, ocorrência frequente de geadas e, que refletem a combinação de diferentes fatores naturais,
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esporadicamente, a ocorrência de nevascas. No verão, humanos e econômicos. Entre os elementos do quadro
natural, a vegetação desempenhou papel mais destacado.
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a região sofre a ação das massas tropicais e da mas-
sa equatorial continental, que avançam para o sul em A dicotomia campo-mata originou diferentes formas de
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decorrência da menor penetração das massas polares. ocupação, elaborando-se uma estrutura agrária peculiar a
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Então, as temperaturas se elevam e podem ocorrer tro- cada uma das áreas. A análise desses espaços homogêne-
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voadas e aguaceiros. os permite-nos comprovar essa assertiva.
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2.1. Aspectos naturais
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O relevo da Região Sul é quase que totalmente constituído por planaltos e depressões, além de uma pequena área
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correspondente à planície da Lagoa dos Patos, no extremo sul. Os planaltos sul-rio-grandense, da bacia do Paraná e
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do Atlântico, ocupam uma vasta área e, entre eles, posiciona-se a depressão interplanáltica da borda leste da bacia
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do Paraná.
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Conhecida por ser a região mais fria do País graças aos efeitos da latitude (a região posiciona-se abaixo do trópico de Ca-
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pricórnio), o clima predominante é o subtropical, exceto no norte do Paraná, onde o clima é o tropical. As estações são bem
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definidas e as chuvas atingem todo o território, de forma bem distribuída ao longo do ano, exceto nas faixas mais ao norte
da região, onde as chuvas concentram-se no verão.
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As limitações em termos de tamanho de área territorial não impedem a diversidade sobre os tipos de vegetação no sul do
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Brasil. A região conta com as araucárias e o pampa, além de alguns resquícios da Mata Atlântica. É na mata de araucária,
00
que já foi quase toda devastada, que se encontram algumas árvores típicas da região, como o pinheiro-do-paraná e a erva-
2
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Durante todo o século XVI, Portugal deu pouca importância às terras que hoje correspondem à região Sul. Várias expe-
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dições de outros países visitaram-na em busca, principalmente, de pau-brasil, sem, contudo, estabelecer núcleos perma-
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nentes de povoamento.
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O povoamento europeu do Sul teve início no século XVII,
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em virtude da implantação de reduções jesuíticas por pa-
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dres espanhóis.
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Também chamadas missões, essas reduções foram siste-
maticamente invadidas por bandeirantes paulistas, que se
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dedicavam ao apresamento de indígenas com o objetivo
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de escravizá-los. Mesmo assim, contribuíram para a forma-
ção de cidades como Santo Ângelo, São Borja, São Luís
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FONTE: YOUTUBE
Gonzaga, São Miguel das Missões e São Nicolau.
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Anahy de las Misiones
58
As bandeiras partiam de São Vicente (SP) e da Vila de São O filme conta a saga de uma mulher e seus dois filhos
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Paulo, em busca de ouro e do apresamento de indígenas. que percorrem o estado do Rio Grande do Sul, duran-
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Encontraram o metal precioso onde hoje ficam as cidades te a Revolução farroupilha (1835-1845). A história de
de Paranaguá, no litoral, e de Curitiba, no primeiro planal-
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uma mãe coragem que possui como único objetivo
to, ambas no Paraná.
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manter sua família unida a qualquer custo, e que para
sobreviver perambulam pelos campos gaúchos entre os
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revolucionários farroupilhas e os legalistas caramurus,
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recolhendo os despojos dos combates. Em sua longa
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jornada pela sobrevivência, Anahy passa por episódios
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lendários e históricos da Guerra dos Farrapos.
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O filme foi gravado em mais de 20 locações espalhadas
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pelo estado do Rio grande do Sul, sendo algumas das
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e Caçapava do Sul.
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RUÍNAS PARAGUAIAS DE TRINIDAD GUARDAM A FACHADA DO COLÉGIO, Bagé, o que estimulou a instalação de charqueadas na-
A NAVE CENTRAL E OS RESTOS DA IGREJA. quela região.
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da de ilhéus açorianos. Em 1742, casais vindos dos Açores nas e espanhóis, esses grupos deram origem ao gaúcho, a
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fundaram a Vila do Porto dos Casais, hoje Porto Alegre, e fi- quem se deve muito a manutenção das fronteiras do Brasil
58
xaram-se no vale de vários rios: Gravataí, Sinos e Jacuí, onde com o Uruguai e a Argentina.
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o objetivo foi aproveitar o rebanho bravio, disperso na Para escoar o charque e o couro para os mercados com-
58
área em razão da destruição das missões. Posteriormente, pradores, entre eles a região das Minas, os tropeiros des-
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em decorrência do crescimento populacional da região locavam-se por grandes distâncias, do sul para o norte,
85
da mineração, o fornecimento de gado por meio da caça transportando as mercadorias em lombos de mulas e
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tornou-se insuficiente. Era o começo da formação de es- burros. Ao longo do trajeto, paravam para descansar, per-
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Alguns pousos dos tropeiros e caminhos de gado de- 2.3.1. Agricultura
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ram origem a cidades como São Joaquim, Mafra, Porto
De modo geral, a região Sul apresenta uma agricultura
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União, em Santa Catarina; Osório, São Gabriel, Vacaria
moderna. Destaca-se como grande produtora de grãos:
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e Viamão, no Rio Grande do Sul; Castro e Lapa, no
soja, milho, arroz, feijão e trigo. Sobressai-se também pela
Paraná. O relevo mais plano das depressões facilitou os
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produção de aveia, centeio e cevada, graças às caracte-
deslocamentos de sul a norte dos tropeiros, chegando a ter
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rísticas favoráveis do clima subtropical. Destaca-se, ainda,
a duração de três meses.
0A
pela cultura do sorgo, da uva, da erva-mate e do tabaco,
no Rio Grande do Sul; da maçã, em Santa Catarina; e da
20
mandioca e do café, no Paraná.
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Diferentemente de outras regiões brasileiras, na região Sul,
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a atividade agrícola assenta-se nas pequenas propriedades
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de base familiar – herança do processo de colonização.
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As exceções são os latifúndios nos campos da campanha
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gaúcha, no norte do Paraná, nas proximidades das cidades
de Londrina, em Maringá, e nos municípios de Guarapuava
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FONTE: YOUTUBE
e Lages, em Santa Catarina.
O Quatrilho
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A história se passa no ano de 1910, numa comuni- Tanto a pequena como a grande propriedade estão inter-
ligadas à agroindústria alimentícia, que produz vinho, café
0A
dade rural na serra do Rio Grande do Sul, habitada
por dois casais muito amigos, que se unem sob o teto solúvel, farinha de trigo, soja, milho, entre outros produtos.
de uma mesma casa, unindo forças para enfrentar as 20
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dificuldades da vida, até que a esposa de um casal
58
outro casal.
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de espaços no Sul
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de oferecer empréstimos para a compra de instrumentos produtor de café no Brasil. A cafeicultura impulsionou o
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agrícolas, animais de transporte, entre outras facilidades. desenvolvimento dessa sub-região, onde estão as cidades
2
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de Maringá e Londrina.
58
2.3. Economia Entretanto, por volta dos anos 1960, a cafeicultura co-
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senta um PIB mais expressivo – matéria a ser estudada no mercado internacional fizeram com que muitos plan-
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pela cultura do algodão, pela pecuária, pela cultura da ca-
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na-de-açúcar e, principalmente, pela soja.
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Como o café era cultivado e colhido sem o uso de máquinas
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e a soja tinha uma cultura mecanizada, essa substituição
provocou uma crise social, representada pelo desemprego
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e migração de famílias do campo para as cidades. Algumas
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pessoas empregaram-se na construção civil, no comércio e
em outros serviços, mas muitas se estabeleceram nas peri-
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ferias de cidades e tornaram-se boias-frias, dedicando-se ao TRABALHADORES BOIAS-FRIAS NO CORTE DA CANA-
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DE-AÇÚCAR, NO NORTE DO PARANÁ
corte de cana no estado de São Paulo e no norte do Paraná.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
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A região pode definir-se como uma área homogênea que pode resultar de diversos fatores, como regiões de forma-
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ção natural (geológicas, botânicas, climáticas, etc.), que são o resultado das ação de vários agentes causadores do
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intemperismo, e regiões humanizadas (agrícolas, industriais, culturais, demográficas, históricas, etc.), que resultam
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da atividade do homem. Estudar a formação de cada região sob a ótica da história e das ciências sociais é de vital
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2.3.3. Pecuária
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cios, abastecidos pela lã da pecuária ovina. TOSQUIA DE OVELHA, MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL, RS (2014)
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2.3.4. Extrativismo mineral 2.3.5. Atividade industrial
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Na depressão periférica da borda leste da bacia do Paraná, Dois fatos marcaram a industrialização da região Sul: a
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há uma faixa de terra que se convencionou chamar de cin- imigração estrangeira e a organização de uma economia
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turão carbonífero do sul do Brasil. voltada para abastecer, de início, o mercado regional.
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O carvão mineral extraído de Santa Catarina destina-se Muitos imigrantes que se dirigiram para o Sul, principal-
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principalmente ao mercado nacional e abastece as side- mente japoneses, italianos, alemães, poloneses e ucra-
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rúrgicas dos estados de São Paulo e Minas Gerais e do nianos, já eram conhecedores técnicos de fabricação de
20
município de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. produtos de vários ramos industriais – vinho, tecidos, por-
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celanas, cristais, máquinas, vestuário, móveis, carroças, pro-
O cinturão carbonífero no sul do Brasil
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dutos alimentícios, entre outros.
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A partir dos anos 1960, com a integração rodoviária das
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sub-regiões do Sul, e destas com o Sudeste e outras re-
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giões do Brasil, as indústrias do Sul que antes se limita-
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vam a atender o mercado regional passaram também a
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vender seus produtos para todo o País e para o exterior.
A atividade industrial da região Sul cresceu de forma con-
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siderável, tornando-a a segunda região mais industriali-
zada do Brasil.
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Com o processo de desconcentração industrial em curso,
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empresas de grande porte vêm se instalando na região Sul.
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Entre elas, merecem destaque as indústrias automobilísti-
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Mercosul, em 1991.
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siderúrgicas.
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 19
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Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropria-
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ção dos espaços rural e urbano.
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Ao longo do século XX, com o advento de novas tecnologias, as transformações no campo e na cidade foram
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inevitáveis, principalmente em regiões de importantes biomas brasileiros, como no caso do cerrado e do pantanal.
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O avanço da agricultura moderna gerou a necessidade de pesquisa e desenvolvimento, criando-se, então, impor-
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tantes centros direcionados para a produção intensa com auxílio de produtos químicos e novas tecnologias. Em
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contrapartida, esse mesmo avanço da agricultura moderna gerou a redução na plantação de alimentos essenciais
para o consumo da população brasileira, expansão dos impactos ambientais e sociais, crescimento do êxodo rural,
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resultando na ocupação desordenada dos centros urbanos.
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MODELO 1
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(Enem) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já
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que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos
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do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.
72
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associado
a essa ocupação foi o avanço da:
TO
ANÁLISE EXPOSITIVA
58
A região Centro-Oeste constituiu-se em área de expansão da fronteira agropecuária, com rápido crescimento
72
a partir dos anos 1980 em diante. Suas cidades, em geral, são novas e se valeram do “boom” do agronegócio,
85
O exercício do Enem pede um conhecimento prévio do aluno acerca do processo econômico associado à ocu-
N
TO
pação do cerrado. O texto do prof. Milton Santos ajuda a elucidar a questão quando fala das novas tecnologias
AN
num espaço quase “virgem” de infraestrutura, referindo-se, principalmente, à formação de novas cidades que
cresceram em função do agronegócio. Além disso, pede para que o aluno relacione essa ocupação do ponto de
N
vista ambiental, pois tal ocupação contribuiu em grande parte para a degradação do bioma cerrado.
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RESPOSTA Alternativa C
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INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
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O Enem costuma cobrar questões sobre demo- Aborda conteúdo sobre fluxos migratórios
grafia do Brasil. Além disso, dê atenção especial à nacionais e internacionais. Atente-se às questões
TO
questão dos refugiados em nível global. sobre refugiados.
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Aborda questões sobre migração a partir da Não tem Geografia na prova da Unifesp. O conteúdo de migrações internacionais
58
Costuma cobrar conhecimentos gerais sobre Leitura de gráficos e conhecimentos sobre Cobra frequentemente os fluxos migratórios Atenção às questões sobre crise migratória.
migrações internacionais. Atente-se à questão a dinâmica demográfica mundial. Questões nacionais. Atente-se à questão dos refugiados.
0A
UFMG
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N Y
População é um dos temas que mais costuma Conhecimentos sobre a questão dos Não tem Geografia na prova da FCM-MG.
TO
É uma prova conceitual que costuma cobrar Cobra Geografia de forma bem ampla dentro Atente-se à questão dos refugiados no Brasil
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a situação, por meio das pestes, epidemias e mesmo as
AULAS 45 E 46
NY
guerras, que reduzem a população.
TO
Dessa maneira, do ponto de vista de Malthus, o crescimento
AN
demográfico seria muito maior do que o crescimento da pro-
dução de alimentos. Assim, ao final de apenas dois séculos,
N
MY
o crescimento da população teria sido 28 vezes maior que
0A
o crescimento da produção de alimentos, havendo, então,
POPULAÇÃO: TEORIAS escassez de gêneros alimentícios, não satisfazendo a todos
20
DEMOGRÁFICAS os habitantes da Terra e ocasionando uma situação catastró-
70
fica, em que a humanidade morreria de inanição.
58
72
Thomas Malthus sugeriu, como solução para tal catástrofe,
85
o que ele chamou de “sujeição moral”, isto é, a população
em geral deveria adotar uma postura de abstinência nas
NY
COMPETÊNCIA: 2 relações sexuais, objetivando reduzir as taxas de natalida-
TO
de, o que provocaria equilíbrio entre o crescimento demo-
AN
HABILIDADE: 8 gráfico e a produção de alimentos.
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1. Teorias demográficas 20
70
58
mundo. Para explicar, de forma sistemática, essas dinâmi- No período em que Malthus elaborou seu livro, sua teo-
cas, existem as teorias demográficas. ria teve grande aceitação. Entretanto, nos dias atuais, suas
20
terras, formado em Cambridge, na Inglaterra. nos países ricos e, consequentemente, a desigual distribui-
N
quanto a produção total de gêneros alimentícios aumenta inovações no campo. As técnicas de produção aumentaram
58
em ritmo bem mais lento, comparada a uma progressão a produtividade e, dessa forma, a produção final de alimen-
72
aritmética que geraria uma sequência numérica do tipo: 1, tos também foi incrementada.
85
4, 7, 10, 13, 16... A tese de Malthus foi contestada por ignorar a estrutura
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Para Malthus, quando a desproporção chega a extremos, a social da economia e as possibilidades criadas pela tecno-
TO
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Por esse motivo, muitos passaram a temer que as previ-
NY
sões de Malthus pudessem, de certo modo, concretizar-se
TO
com um eventual caos proporcionado pelo crescimento
AN
vertiginoso da população mundial. Em razão disso, mui-
tos passaram a defender a utilização de métodos contra-
N
ceptivos, afirmando que o nível de desenvolvimento das
MY
nações estaria relacionado ao crescimento das taxas de
0A
fecundidade.
20
Portanto, a teoria neomalthusiana propunha o resga-
70
te dos ideais de Malthus com o diferencial de que o
58
Estado deveria estabelecer medidas de controle do
72
crescimento da população, principalmente pela disse-
85
minação de métodos anticoncepcionais. Para os neo-
NY
malthusianos, o desenvolvimento da qualidade de vida
TO
1.2. Teoria neomalthusiana e da economia de um país ou região perpassa neces-
AN
sariamente pelo controle da população. Eles apontam
A teoria neomalthusiana ou neomalthusianismo defen- que as causas da miséria da população mais pobre
N
de o controle do crescimento populacional para conter
MY
estão, entre outros fatores, associadas com o elevado
o avanço da miséria nos países subdesenvolvidos. É número de filhos por família.
0A
uma teoria demográfica desenvolvida a partir da refor-
Apesar de essa perspectiva ser, atualmente, muito con-
20
mulação das ideias de Malthus. Essa perspectiva, em
testada pela Geografia, pela Sociologia e por estudos
70
linhas gerais, preconiza a difusão de medidas gover-
demográficos, ela foi (e ainda é) muito presente em po-
58
subdesenvolvidos ou periféricos.
tivos são distribuídos gratuitamente ou a preços muito
NY
PRODUTOS CONTRACEPTIVOS
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dos contraceptivos.
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2
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por CHARGE SOBRE O CRESCIMENTO POPULACIONAL
70
a população mundial começou a aumentar de maneira ver- Uma parte considerável do movimento ambientalista, por
72
tiginosa. Essa taxa de crescimento se manteve ativa, prin- exemplo, é essencialmente neomalthusiana. O movimento
85
cipalmente nos países subdesenvolvidos, onde a população do Dia da Sobrecarga da Terra, liderado pelo WWF, e os
NY
passou a contar gradativamente com melhorias sanitárias Limites do Planeta, do Stockholm Resilience Centre, são
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Dia da Sobrecarga da Terra
TO
O conceito Sobrecarga da Terra (Overshoot Day, em
AN
inglês) foi originalmente desenvolvido pelo instituto
N
independente britânico de pesquisas New Economics
MY
Foundation, uma organização parceira da Global Footprint
0A
Network. De acordo com os cálculos da Global Footprint
Network, nossa demanda por recursos ecológicos re- AS IDEIAS DE KARL MARX EMBASARAM A TEORIA REFORMISTA
20
nováveis e os serviços que eles fornecem é, atualmente,
70
De acordo com a teoria reformista, se não houvesse pobreza,
equivalente a mais do que 1,5 planetas Terra. Os dados
58
as pessoas teriam acesso à educação, saúde, higiene, etc., o
nos mostram que estamos no caminho de atingir uma
72
que regularia naturalmente o crescimento populacional. Por-
demanda de recursos equivalente a dois planetas, bem
85
tanto, é exatamente a falta dessas condições que acarreta o
antes da metade do século XXI. crescimento desenfreado da população.
NY
Desde 2001, o Dia da Sobrecarga da Terra vem sendo
TO
Nesse caso, é necessário explicar a origem da pobreza. Os
antecipado, em média, três dias a cada ano. A metodo- reformistas atribuem sua origem à má divisão de renda na
AN
logia está em constante evolução e as projeções conti- sociedade, ocasionada, sobretudo, pela exploração a que os
N
nuarão a mudar. Entretanto, todos os modelos científicos países desenvolvidos submetem os países subdesenvolvidos.
MY
demonstram um padrão consistente: avançamos para Assim, a má distribuição de renda geraria a pobreza, que, por
0A
além do nosso “orçamento“ desde a década de 1970. sua vez, geraria a superpopulação.
20
Outra crítica dos estudiosos reformistas aos malthusianos diz
70
respeito ao crescimento da produção. Para Malthus, ela cres-
58
As ideias básicas dessa teoria são todas contrárias às revolução industrial e a consequente revolução tecnológica,
NY
de Malthus. Sua principal afirmação nega o princípio tanto a agricultura quanto a indústria aumentaram sua ca-
malthusiano, segundo o qual a superpopulação é a cau- pacidade produtiva, resolvendo, dessa forma, o problema da
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sa da pobreza. Para os reformistas, é a pobreza que gera produção. Isso significa que temos tecnologia suficiente para
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caso, a tendência é que se chegue a um ponto em que
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haverá tantas pessoas no mundo que o meio ambiente não
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será capaz de suprir a necessidade de todos.
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Outra premissa do ecomalthusianismo é a de que a maior
quantidade de habitantes na Terra também gera mais im-
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pactos ambientais, podendo prejudicar o clima, os solos e
multimídia: vídeo
0A
os recursos renováveis, de modo geral. Até mesmo a ideia
de sustentabilidade ficaria em xeque, uma vez que a sua
20
FONTE: YOUTUBE
definição trabalha com a ideia de garantir a natureza e os
70
Inferno (2016)
recursos naturais para as gerações futuras.
58
Inferno se passa quase todo em Florença, cidade italia-
72
na de Dante Alighieri. Dan Brown estabelece uma inte-
85
ressante analogia entre a obra que consagrou o poeta
NY
italiano – que, nas palavras de Brown, “definiu o que os
TO
católicos entendem como o ‘inferno bíblico‘” – e o futu-
ro do planeta Terra, ante o aumento exponencial da po-
AN
pulação humana. Para um dos personagens da trama, a
N
população humana age como um vírus, multiplicando-
MY
-se e consumindo recursos até a inviabilidade da vida.
0A
20
A QUESTÃO DO ECOMALTHUSIANISMO É: SERÁ QUE
O MUNDO SUPORTA TANTA GENTE?
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1.4. Ecomalthusianismo
58
72
ao ecomalthusianismo
A
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O ECOMALTHUSIANISMO RELACIONA O EXCESSO Malthus foi amplamente criticado por não considerar as
2
A teoria ecomalthusiana opera com a mesma linha de um aumento nos recursos disponíveis para as sociedades
72
raciocínio que a teoria malthusiana. Para ela, o número em geral. No entanto, boa parte de seus pensamentos foi
85
crescente de pessoas na Terra demanda uma maior utiliza- remodelada em teorias demográficas, tais como o neomal-
NY
ção de recursos naturais e, consequentemente, uma maior thusianismo e o próprio ecomalthusianismo, que também
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exploração dos elementos disponíveis na natureza. Nesse são criticados a partir do mesmo princípio.
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De acordo com as premissas da transição demográfica, por Independentemente do fato de a teoria ecomalthusiana
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exemplo, o crescimento populacional desordenado não é estar correta ou incorreta, uma coisa precisa ser conside-
TO
a principal preocupação populacional dos tempos atuais, rada: precisamos repensar a forma com que consumimos e
mas sim o envelhecimento médio dos habitantes, com a
AN
utilizamos os recursos da natureza, bem como os modelos
redução das taxas de natalidade e também das taxas de de preservação, a fim de garantir um desenvolvimento sus-
N
mortalidade, com o consequente aumento da expectativa tentável que assegure uma melhor qualidade de vida para
MY
de vida. Portanto, creditar um problema ambiental ao ex- a posteridade.
0A
cesso populacional, conforme essa linha de raciocínio, seria
20
um erro.
70
Outros críticos ao ecomalthusianismo apontam o aumento
58
do consumo da população, além dos maiores impactos ge-
72
rados pela produção crescente de lixo e de poluentes em
85
geral. Os Estados Unidos, por exemplo, segundo algumas or-
NY
ganizações ambientais, são responsáveis por mais de 15%
TO
do consumo mundial, apesar de ter somente 6% da popula- multimídia: música
ção total. Com isso, estima-se que seriam necessários vários
AN
FONTE: YOUTUBE
planetas Terra para suportar essa demanda, caso todos os
N
- Paratodos – Chico Buarque
países resolvessem seguir o mesmo padrão.
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VIVENCIANDO
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Fazer uma análise comparativa sobre as políticas natalistas de alguns países da Ásia, Europa e América do Sul.
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 8
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Analisar a ação dos Estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfren-
70
tamento de problemas de ordem econômico-social.
58
72
Os estudiosos de todos os tempos têm se dedicado ao problema da população e seus reflexos, principalmente
85
na economia e no meio ambiente. Sabe-se que as populações vivem de acordo com as condições daquele
NY
ambiente em termos de alimentação, vestimentas, habitações e muitos outros elementos sociais e ambientais
TO
que a comunidade precisa. Essas questões têm deixado as autoridades e estudiosos vinculados aos problemas
AN
populacionais, numa ligação direta com a produção de alimentos e infraestrutura para esta população que
cresce continuamente. A delimitação de um tamanho ótimo de população constitui uma das questões dos
N
cientistas que trabalham nesse campo, bem como dos governantes das nações do mundo, visto que um estudo
MY
pormenorizado de todas as regiões terá que ser levado em conta, porque muitas variáveis implicam no fenôme-
0A
no populacional. A questão populacional é coisa séria e precisa de muito debate e discussão, considerando que
20
se reconhece a existência de bolsões de miséria e fome nos países subdesenvolvidos, e as políticas públicas,
70
muitas vezes, não têm conseguido resolver o problema. É importante enfatizar que, para resolver tal problema,
58
deve-se considerar uma política que integre questões de educação, emprego, cultura, saúde, etc.
72
85
MODELO 1
NY
(Enem) Em material para análise de determinado marketing político, lê-se a seguinte conclusão:
TO
A explosão demográfica que ocorreu a partir dos anos 50, especialmente no Terceiro Mundo, suscitou teorias
AN
ou políticas demográficas divergentes. Uma primeira teoria, dos neomalthusianos, defende que o crescimento
demográfico dificulta o desenvolvimento econômico, já que provoca uma diminuição na renda nacional per
N
MY
capita e desvia os investimentos do Estado para setores menos produtivos. Diante disso, o país deveria de-
0A
senvolver uma rígida política de controle de natalidade. Uma segunda, a teoria reformista, argumenta que o
problema não esta na renda per capita e sim na distribuição irregular da renda, que não permite o acesso à
20
educação e saúde. Diante disso o país deve promover a igualdade econômica e a justiça social.
70
58
Qual dos slogans a seguir poderia ser utilizado para defender o ponto de vista dos reformistas?
72
ANÁLISE EXPOSITIVA
MY
A teoria reformista diverge das teorias malthusianas, pois os reformistas atribuem aos países ricos ou de-
A
senvolvidos a responsabilidade pela intensa exploração imposta aos países pobres ou subdesenvolvidos,
00
seria consequência dessas reformas. Segundo a teoria reformista, a fome e o crescimento populacional
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RESPOSTA Alternativa B
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DIAGRAMA DE IDEIAS
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TEORIAS
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DEMOGRÁFICAS
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MALTHUSIANA NEOMALTHUSIANA REFORMISTA
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• SÉCULO XVII • ALTA NATALIDADE CAUSA POBREZA • ALTA NATALIDADE É CONSEQUÊNCIA
AN
• PRODUÇÃO DE ALIMENTOS CRESCE • CONTROLE DE NATALIDADE DA POBREZA
N
EM PROGRESSÃO ARITMÉTICA • DISSEMINAÇÃO DE ANTICONCEPCIONAIS • POLÍTICAS DE REDISTRIBUIÇÃO
MY
• POPULAÇÃO CRESCE EM • PLANEJAMENTO FAMILIAR DE RENDA
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA • POLÍTICA DO FILHO ÚNICO • INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO,
0A
• SUJEIÇÃO MORAL ESPORTE, LAZER E SAÚDE
• CELIBATO 20 • GERAÇÃO DE EMPREGO
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• CASAMENTOS TARDIOS
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PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO EM 2015
AULAS 47 E 48
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País População aproximada
AN
1.º China 1.401.586.609 hab.
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2.º Índia 1.282.390.303 hab.
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3.º EUA 325.127.634 hab.
POPULAÇÃO: CONCEITOS E
20
4.º Indonésia 255.708.785 hab.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
70
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5.º Brasil 203.657.210 hab.
72
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NY
COMPETÊNCIA: 2
1.2. Densidade demográfica
TO
A densidade demográfica é um conceito populacional re-
AN
HABILIDADE: 8 ferente à média do número de pessoas residentes por
unidade de área em uma dada localidade e é geralmen-
N
MY
te medida na relação habitante por quilômetro quadrado
(hab./km2). No Brasil, o estudo da densidade demográfica, em
0A
termos gerais e também regionais, nos permite facilmente ob-
1. Conceitos demográficos 20
servar a má distribuição da população pelo território nacional.
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PARA ENTENDER AS DINÂMICAS POPULACIONAIS De acordo com dados oficias do IBGE, o número de habi-
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A Demografia ou Geografia da População é a área da ciên- tantes do Brasil é de 208.758.530. A área territorial oficial
Y
cia geográfica que se preocupa em estudar as dinâmicas e do país é de 8.515.767,049 km². Dessa forma, se calcular-
N
conhecimento.
MY
1,4 bilhão de habitantes, ou seja, de cada 5 habitantes do tes por quilômetro quadrado, ou seja, o país é pouco povoado.
85
planeta Terra, 1 é chinês (cerca de 20% dos 7 bilhões de No entanto, se considerarmos os valores demográficos
NY
habitantes do planeta). Podemos, portanto, afirmar que a regionais, essa relação se altera significativamente, pois,
TO
China é o país mais populoso do mundo. como já afirmamos, a população brasileira se encontra
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mal distribuída, uma vez que há regiões com elevadís- 2.o Sul = 48,58 hab/km²
NY
sima concentração de pessoas e outras com verdadei-
3.o Nordeste = 34,15 hab/km²
TO
ros “vazios demográficos”. A cidade de São Paulo, por
exemplo, apresenta mais de 7,3 mil hab/km², ao passo 4.o Centro-Oeste = 8,75 hab/km²
AN
que várias cidades na Região Norte apresentam índices 5.o Norte = 4,12 hab/km²
N
menores que 10 hab/km².
MY
Se considerarmos a divisão dos estados brasileiros, a lide-
Em virtude da história econômica do Brasil, as maiores
0A
rança fica com o Distrito Federal (444,7 hab/km²), tanto por
taxas de densidade demográfica se encontram na região causa da capital Brasília quanto pelas grandes aglomera-
20
Sudeste, seguida pelo Sul e pelo Nordeste. Confira os da- ções urbanas que se formaram após a rápida urbanização
70
dos regionais (quando a densidade demográfica nacional de seu entorno. Em seguida, temos o Rio de Janeiro (365,2
58
ainda era de 22,4 hab/km2):
72
hab/km²), São Paulo (166,2 hab/km²), Alagoas (112,3 hab/
85
1.o Sudeste = 86,92 hab/km² km²) e Sergipe (94,3 hab/km²).
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Densidade demográfica nas grandes regiões - 1872/2010
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Portanto, considerando a análise dos dados, é possível também observar que, espacialmente, o Brasil possui uma concentra-
ção populacional em toda a faixa litorânea do território nacional. Isso, de certa forma, é um reflexo do povoamento histórico
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do país e demonstra que as políticas de “marcha para o Oeste”, adotadas no século XX, foram insuficientes para promover
uma total interiorização da população.
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1.3. Superpovoamento ou Entre as principais causas da mortalidade infantil estão a
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falta de assistência e de instrução às gestantes, a ausência
superpopulação
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de acompanhamento médico, a deficiência na assistência
AN
Qual a diferença entre local populoso, local densamente hospitalar, a desnutrição, o deficit nos serviços de sanea-
povoado e local superpovoado? mento, entre outros. A ausência de saneamento provoca a
N
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Um local densamente povoado é um local com muitos ha- contaminação da água e dos alimentos, podendo desen-
0A
bitantes por km2; enquanto um local populoso é um local cadear doenças como hepatite A, malária, febre amarela,
cólera e diarreia.
20
com uma população muito grande em termos absolutos.
70
Um local superpovoado é caracterizado por não ter recur- Conforme dados do Fundo de População das Nações Uni-
58
sos suficientes para abastecer toda a sua população. das (Fnuap), a taxa de mortalidade infantil mundial é de 45
72
O Brasil é populoso; porém, não é densamente povoado. óbitos a cada mil crianças nascidas vivas. Estes dados estão
85
Bangladesh não é um país populoso, mas superpovoado. em constante declínio, visto que, há 20 anos, o número de
NY
O Japão é populoso e densamente povoado, mas não é mortes de crianças com menos de um ano era de 65 a cada
TO
superpovoado. mil crianças nascidas vivas.
AN
Contudo, é importante destacar que essa redução não
N
1.4. Taxa de mortalidade infantil ocorre da mesma forma em todos os países. Nas nações
MY
economicamente desenvolvidas, a taxa de mortalidade in-
0A
A taxa de mortalidade infantil expressa o número de fantil é muito baixa, chega a registrar médias inferiores a
crianças de um determinado local que morrem antes de
20
três mortes para cada mil nascidos, como Japão, Islândia,
completar um ano de vida a cada mil nascidas vivas. Esse
70
Finlândia, Suécia, Noruega e Cingapura. No Brasil, essa
dado é um indicador da qualidade dos serviços de saúde,
58
volvimento do milênio.
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MAPA DA TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS, EM DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIDOS
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1.5. Taxa de fecundidade Unidas (Fnuap), a taxa de fecundidade é de 2,52 filhos por
AN
mulher. Esse resultado confirma uma tendência mundial de
A taxa de fecundidade consiste em uma estimativa do número redução no número de filhos.
N
médio de filhos que uma mulher tem ao longo da vida. Esse
MY
indicador expressa a condição reprodutiva média das mulheres A queda da taxa de fecundidade nos últimos anos é conse-
0A
(de 15 a 49 anos) de um determinado local, sendo um dado quência de vários fatores, tais como projetos de educação
20
importantíssimo para a análise da dinâmica demográfica. sexual, planejamento familiar, utilização de métodos con-
70
traceptivos, participação da mulher no mercado de traba-
58
A TAXA DE FECUNDIDADE ESTÁ EM CONSTANTE DECLÍNIO. resultados de fecundidade: Europa (1,52), Canadá e Esta-
dos Unidos da América (2,02), América Latina (2,17), Ásia
0A
Conforme dados do relatório sobre a situação da popula- (2,3), Oceania (2,42) e África (4,45). No Brasil, a taxa de
20
ção mundial de 2010, do Fundo de População das Nações fecundidade é de 1,94 filho por mulher.
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Mulheres brasileiras têm mais filhos que as chilenas e menos que as argentinas
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de demografia, como a taxa de natalidade, a taxa de
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mortalidade e o saldo migratório.
TO
AN
1.6.1. Taxa de natalidade
N
É a relação matemática entre o número de nascimentos
MY
em um ano e o total de habitantes de um determinado
multimídia: vídeo
0A
local. Essa relação é expressa para cada mil habitantes (‰)
20
FONTE: YOUTUBE e não inclui aqueles que já nascem mortos (natimortos).
70
Inferno (2016) Confira o exemplo:
58
”Inferno” se passa quase todo em Florença, cidade ita-
72
Em uma cidade, cuja população é de 20 mil pessoas, houve
liana de Dante Alighieri. Dan Brown estabelece uma in-
85
um registro de 155 nascidos vivos durante um ano. Qual é
teressante analogia entre a obra que consagrou o poeta
NY
italiano – que, nas palavras de Brown, “definiu o que os a taxa de natalidade?
TO
católicos entendem como o ‘inferno bíblico‘” – e o futu-
nascimentos anuais: 155 – população total: 20.000
ro do planeta Terra, ante o aumento exponencial da po-
AN
pulação humana. Para um dos personagens da trama, a nascimentos x 1.000
taxa de natalidade (Tn) = _________________
N
população humana age como um vírus, multiplicando- número de habitantes
MY
-se e consumindo recursos até a inviabilidade da vida.
0A
155 x 1.000
Tn = __________ Tn = 7,75%
20.000
20
Na cidade em questão, para cada mil pessoas, nasceram
70
1.6. Crescimento populacional 7,75 crianças.
58
ou demográfico
72
85
multimídia: livro
0A
20
cimento absoluto.
FONTE: YOUTUBE
NY
Para melhor compreender esses dois importantes ter- Idade – Tim Maia
TO
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AM
70
58
72
85
1.6.2. Taxa de mortalidade Milhões de habitantes
NY
7000
TO
de um ano para cada mil habitantes. O cálculo é muito 5000
AN
semelhante ao da taxa de natalidade. Observe: 4000
N
3000
Na mesma cidade do exemplo anterior, o número de fale-
MY
cimentos em um ano foi de 75 pessoas. Então, a taxa de 2000
0A
mortalidade é: 1000
20
Anos
0
75 × 1000
taxa de mortalidade (Tm) = _________
1000
1200
1400
1600
1700
1800
1900
1910
1920
1930
1940
70
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2005
20.000
58
Tm = 3,75%
1.7. Expectativa de vida ou esperança de vida
72
85
Nessa cidade, morreram 3,75 pessoas para cada mil habitantes.
NY
1.6.3. Saldo migratório
TO
AN
É o resultado do número de imigrantes (pessoas que che-
gam) menos o número de migrantes (pessoas que saem).
N
MY
Considerando a sequência dos exemplos anteriores, na
0A
referida cidade houve uma saída de 500 pessoas e uma
20
entrada de 1.650 pessoas. 70
saldo migratório (Sm) = migrantes – imigrantes A EXPECTATIVA DE VIDA DAS MULHERES É SUPERIOR À DOS HOMENS.
58
72
O crescimento vegetativo, também chamado de crescimen- volvimento Humano (IDH) de um determinado lugar.
to natural, representa a diferença entre a taxa de natalida-
N
número de nascimentos menos o número de falecimentos, to, alimentação, índice de violência, poluição, serviços de
somado ao saldo migratório, dividido pela população total,
20
Com base na cidade mencionada, vamos calcular o cresci- lhoria das condições de vida da população. Os avanços
72
mento populacional vegetativo e absoluto: nesses dados estão sendo obtidos desde 1950. Em 2010,
85
crescimento vegetativo = Tn – Tm
N
CV = 4% e as nações subdesenvolvidas.
População mundial com 60 anos e + entre 1950 e 2100
N
MY
30 3,5
nascimentos – mortes + saldo migratório x 100
crescimento = ___________________________________
População de 60 anos e + (em bilhões)
2,5
00
20
2,0
155 – 75 + 1.150 × 100
2
CA = ___________________ 15
70
20.000 1,5
58
10
1,0
72
CA = 6,15% 5 0,5
85
0 0,0
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
2020
2030
2040
2050
2060
2070
2080
2090
2100
foi de 4‰ (quatro por mil) e o crescimento absoluto foi de Número absoluto de idosos Idosos 60 anos e + (%)
TO
6,15% durante o período de um ano. World Population Prospects: The 2012 Revision, http://esa.un.org/unpd/wpp/index. htm
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72
85
Outra discrepância nos dados da expectativa de vida se re- Migração definitiva: migração ou mudança defini-
NY
fere aos sexos: as mulheres, na maioria dos países, vivem tiva de moradia.
TO
mais que os homens. Alguns possíveis fatores responsáveis
Desmetropolização: processo contrário, em que a
AN
por esse fenômeno são:
população migra em massa para cidades menores, so-
N
a mortalidade infantil superior entre bebês do sexo bretudo para as cidades médias.
MY
masculino;
0A
mais cuidados das mulheres com a saúde; e
20
os trabalhos mais perigosos exercido pelos homens.
70
58
Atualmente, a expectativa de vida da população brasilei-
72
ra é de 75,8 anos, da qual as mulheres vivem, em média,
85
79,4 anos e os homens, 72,2 anos. Confira os países que multimídia: vídeo
NY
apresentam as maiores e as menores expectativas de vida
FONTE: YOUTUBE
TO
do planeta.
Quanto tempo o tempo tem
AN
Países com maiores expectativas de vida: Documentário nacional, dirigido por Adriana Dutra e Wal-
N
1. Japão: 86,3 anos ter Carvalho (2016), trata da história de nossa percepção
MY
2. Mônaco: 85 anos acerca do transcorrer do tempo.
0A
3. França: 84,5 anos O roteiro também abrange questões como as mudanças
4. Espanha: 84,3 anos 20
nas fases da vida, o aumento da expectativa de vida, a
70
5. Suíça: 84,2 anos revisão das idades esperadas para se dedicar aos estu-
58
2. Lesoto: 43,9 anos lação do campo para as cidades, fenômeno que costuma
20
8. Angola: 47 anos
AN
Migração pendular: realizada diariamente pela po- RURAL DE GRANDES PROPRIEDADES NO BRASIL.
85
Migração sazonal: ocorrida durante um determina- tuma gerar efeitos no processo de produção do espaço
TO
do período, como a viagem a trabalho. pode ser visualizado quando analisamos a conjuntura do
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êxodo rural no Brasil. Sua ocorrência foi a grande res- Entre os efeitos do êxodo rural no Brasil, podemos destacar.
NY
ponsável pela aceleração do processo de urbanização em
Aceleração da urbanização bastante concentrada nas
TO
curso no país, que aconteceu mais por valores repulsivos
grandes metrópoles do país, sobretudo na Região Su-
AN
do que atrativos, isto é, mais pela saída de pessoas do
campo do que pelo grau de atratividade social e financei- deste, ao longo do século XX. Essa concentração ocor-
N
ra das cidades brasileiras. reu, principalmente, porque o êxodo rural foi acompa-
MY
nhado de um deslocamento em direção aos polos de
0A
O êxodo rural no Brasil ocorreu, de forma mais intensa, nas maiores atratividades econômicas e com mais acentu-
décadas de 1960 e 1980, manteve patamares relativamen- ada industrialização.
20
te elevados nas décadas seguintes e perdeu força total na
70
entrada dos anos 2000. Segundo estudos publicados pela Expansão desmedida das periferias urbanas, com a for-
58
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o mação de habitações irregulares e o crescimento das
72
êxodo rural, naquelas duas primeiras décadas, contribuiu favelas, em várias metrópoles do país.
85
com quase 20% de toda a urbanização do país, passando
NY
para 3,5% entre os anos 2000 e 2010.
TO
De acordo com o censo demográfico de 2010 divulgado
AN
pelo IBGE, o êxodo rural está, de fato, desacelerado nos
N
tempos atuais. Em comparação com o censo anterior
MY
(2000), quando a taxa de migração campo-cidade por
0A
ano era de 1,31%, a última amostra registrou queda para
0,65%. Esses números consideraram as porcentagens em
relação a toda a população brasileira. 20
70
58
era de 26,42% e, na década de 1970, era de 30,02%. Por- do rural, acompanhado do crescimento das cidades, pro-
AN
tanto, nota-se, claramente, a tendência de desaceleração, ao piciou o aumento do setor terciário e também do campo
de atuação informal, que gerou acentuada precarização
N
pequeno crescimento no número de habitantes do campo. das condições de vida dos trabalhadores. Além disso, com
um maior exército de trabalhadores de reserva nas cida-
0A
Cada vez menos pessoas se mudam para São Paulo e Rio e muitas
70
saem das capitais para o interior Formação de vazios demográficos no campo. Nas re-
58
Anos 70 Anos 90
mente nulas em várias áreas.
N
se mudaram trocaram de
para cidades cidade, mas
grandes foram apenas 6% foram
Concentração da produção do campo, à medida que a
N
Fonte: Nepo-Unicamp
menor disponibilidade de terras proporciona maior mo-
bilidade da população rural de média e baixa rendas.
A
do governo para garantir que as pessoas encontrem me- Fatores atrativos oferecidos pelas cidades – mais empre-
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lhores condições de vida no campo, embora esses investi- gos nos setores secundário e terciário, graças ao rápido,
TO
mentos não sejam considerados tão expressivos. porém tardio, processo de industrialização vivido pelo país.
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Fase 1: elevadas taxas de natalidade compensadas
2. Transição demográfica
NY
por altas taxas de mortalidade.
TO
A transição demográfica é um conceito que descreve a di-
nâmica do crescimento populacional decorrente dos avan- Fase 2: decréscimo nas taxas de natalidade e
AN
ços da medicina, da urbanização, bem como o desenvolvi- mortalidade.
N
mento de novas tecnologias, entre outros fatores.
MY
Fase 3: declínio nas taxas de natalidade.
A teoria nasce dos estudos iniciados pelo demógrafo esta-
0A
Fase 4: os índices de natalidade e mortalidade se
dunidense Warren Thompson. Ele observou as mudanças (ou
20
estabilizam.
transição) que tinham experimentado nos últimos 200 anos
70
as sociedades industrializadas do seu tempo com respeito
58
às taxas de natalidade e de mortalidade. De acordo com es-
72
sas observações, expôs a teoria da transição demográfica,
85
segundo a qual uma sociedade pré-industrial passa, demo-
NY
graficamente falando, por quatro fases ou estágios antes de
TO
derivar numa sociedade plenamente pós-industrial.
AN
multimídia: site
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www.ibge.gov.br/home/
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A demografia é uma área do conhecimento das ciências sociais e significa, literalmente, “estudo do povo”. De fato,
Y
ela tem seu interesse voltado às populações (humanas ou não) e sua dinâmica. Também chamada de “Geografia
N
TO
da População”, por se relacionar estreitamente com a Geografia, a demografia se baseia em dados quantitativos,
especialmente os estatísticos, de modo a analisar, organizar e fornecer informações sobre os mais variados aspectos
AN
Na prática, os dados demográficos permitem um mapeamento das dimensões e estruturas sociais, bem como a dis-
tribuição humana pelos territórios do planeta, incluindo ainda informações socioculturais, econômicas, étnicas, dentre
A
outras, acerca das características da sociedade como um todo ou de um grupo específico. Por ser um recurso valioso
00
2
em cada nação, as populações são alvo do planejamento sistemático (em maior ou menor grau em cada nação) para
70
definir políticas públicas para todas as áreas de influência governamental (economia, educação, segurança, cultura,
58
saúde, etc.). Portanto, o conhecimento da dinâmica populacional é crucial; de modo geral, é utilizado para determinar
72
políticas para o estímulo (ou que dificultem) do crescimento populacional. Contudo, essas informações estão sendo
85
cada vez mais utilizadas de modo transversal e interdisciplinar, com o objetivo de aprimorar as intervenções do Esta-
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 8
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Analisar a ação dos Estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfren-
70
tamento de problemas de ordem econômico-social.
58
72
Entender a configuração de uma população é algo necessário em virtude de diversos aspectos. Por isso, ao realizar
85
estudos sobre esse tema, é preciso considerar os conceitos demográficos, que são informações temáticas que
NY
servem para observar as carências em determinados segmentos sociais. A interação entre tendências básicas que
TO
determinam a natureza da dinâmica demográfica pode gerar tanto necessidades específicas e desafios para as
políticas públicas como oportunidades que precisam ser aproveitadas para o desenvolvimento do país.
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MODELO 1
MY
(Enem) O processo registrado no gráfico gerou a seguinte consequência demográfica:
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ANÁLISE EXPOSITIVA
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A diminuição da taxa de fecundidade está atrelada a diversos fatores, como a inserção da mulher no mercado de
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trabalho nas últimas décadas. A partir disso, há o decréscimo da taxa de natalidade, fazendo com que ela se aproxime
N
TO
das taxas de mortalidade, reduzindo, assim, o crescimento vegetativo (diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de
mortalidade). A questão aborda o crescimento demográfico brasileiro. Seguindo uma tendência mundial, sobretudo dos
AN
países urbanizados, a taxa de fecundidade no Brasil está em constante declínio. De acordo com dados divulgados pelo
N
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país registra uma média de 1,94 filho por mulher. Entre os fatores
MY
que contribuem para a queda da fecundidade, está a urbanização, o trabalho feminino e os métodos contraceptivos. A
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RESPOSTA Alternativa B
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DIAGRAMA DE IDEIAS
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CONCEITOS
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DEMOGRÁFICOS
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POPULAÇÃO ABSOLUTA
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POPULAÇÃO RELATIVA CRESCIMENTO VEGETATIVO
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SUPERPOVOAMENTO TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
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• 1.ª FASE: TN E TM ALTAS
• 2.ª FASE: QUEDA NA TM
N
TAXA DE NATALIDADE
MY
• 3.ª FASE: QUEDA NA TN
• 4.ª FASE: TN E TM BAIXAS E ESTÁVEIS
0A
TAXA DE MORTALIDADE
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IMIGRANTES - MIGRANTES
TAXA DE FECUNDIDADE
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SALDO MIGRATÓRIO
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MIGRAÇÃO ÊXODO
EXPECTATIVA DE VIDA
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MIGRAÇÃO SAZONAL
PENDULAR RURAL
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AULAS 49 E 50 1. Pirâmide etária
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POPULAÇÃO BRASILEIRA
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EXEMPLO DE PIRÂMIDE ETÁRIA
COMPETÊNCIAS: 2e4
TO
Pirâmide etária é um gráfico organizado para classificar a
AN
HABILIDADES: 6 e 16 população de uma determinada localidade por faixas de
idade e por sexo. Esse gráfico é formado por barras super-
N
MY
postas que se concentram em torno de um eixo. As barras
inferiores representam a população mais jovem e as supe-
0A
riores, a população mais velha. Do lado direito do eixo, sempre se quantifica a população feminina e, do lado esquerdo, a
população masculina (ver figura acima). 20
70
58
As pirâmides populacionais são importantes para a elaboração de planejamentos públicos, a médio e a longo prazos. Por
72
exemplo, se a estrutura etária da população apontar que há uma grande quantidade de jovens com elevados índices de
85
natalidade, alerta-se para a necessidade de implementação de políticas que atendam à inclusão das faixas etárias no futuro,
com projetos que visem à ampliação e à melhoria de creches e escolas, como medidas possíveis.
NY
TO
Outra importância da observação e análise das pirâmides etárias é conhecer a evolução da população, avaliando as taxas de
natalidade em comparação à população adulta e aferir a necessidade ou não de uma política de controle de natalidade no país.
AN
Observe o gráfico demonstrativo abaixo da pirâmide etária brasileira, de acordo com o censo de 2010.
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Além disso, existe a possibilidade de se realizarem projeções etárias, utilizando também o formato de pirâmides, para se
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calcular qual será o formato da população, para prever a quantidade de jovens e a população economicamente ativa de um
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Existem quatro tipos principais de pirâmide populacional, classificados de acordo com a idade predominante da população.
NY
Pirâmide jovem: tem sempre uma base mais ampla, em virtude dos altos índices de natalidade, e um topo muito es-
TO
treito, em virtude da alta mortalidade e da baixa natalidade em tempos anteriores. Esse tipo de pirâmide é mais frequente
AN
em países subdesenvolvidos.
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Pirâmide adulta: tem uma base também ampla, com taxa de natalidade menor, no entanto, em face da população
infantil e jovem.
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20
Pirâmide envelhecida: tem população adulta predominante e base bem reduzida; a quantidade de idosos é signifi-
70
cativamente maior em comparação às demais pirâmides. Esse tipo de pirâmide é mais comum em países desenvolvidos.
58
Pirâmide rejuvenescida: apresenta um relativo aumento do número de jovens em relação a um período anterior,
72
em razão do aumento da fecundidade, frequente em países desenvolvidos que estimulam a natalidade.
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PROJEÇÕES ETÁRIAS
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A pirâmide etária da população brasileira indica o perfil demográfico do país, que, atualmente, é caracterizado como adulto.
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A estrutura etária da população brasileira representa a média de idade no país a partir da quantidade de pessoas jovens (até
2
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19 anos), adultas (de 20 a 59 anos) e idosas (a partir de 60 anos de idade). A pirâmide etária nada mais é do que o gráfico
58
que expressa os dados referentes a essa quantificação, de modo a permitir a melhor análise dessa questão.
72
A pirâmide etária da população brasileira vem se transformando ao longo dos anos, o que indica uma mudança no perfil
85
demográfico em relação ao crescimento demográfico nacional. Anteriormente, quando as taxas de natalidade eram mais
NY
elevadas, a base da pirâmide era mais ampla e o topo, mais estreito, o que caracterizava o país como predominantemente
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EVOLUÇÃO DA PIRÂMIDE ETÁRIA BRASILEIRA
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Essa mudança do perfil populacional brasileiro se deve à 20
70
redução da natalidade ao longo do tempo, o que se soma
58
tiva de vida no Brasil saltou de 54,6 para 73,6 anos no multimídia: vídeo
AN
Envelhescência
MY
processo de envelhecimento populacional, ou seja, aumen- Dirigido por Gabriel Martinez e com argumento de Rugge-
0A
to da média de idade da população. No entanto, a médio e ro Fiandanese, o longa metragem Envelhescência relata a
longo prazos, isso poderá ser bastante problemático, uma história de seis pessoas que vivem a vida de maneira plena
20
países europeus.
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1.2. População economicamente ativa (PEA)
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Sob o ponto de vista demográfico e econômico, há uma série de termos utilizados para mensurar e estabelecer estatísticas
20
sobre as características socioeconômicas e espaciais de um país ou território. Um dos mais importantes é o conceito de
70
população economicamente ativa.
58
72
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define a PEA como a mão de obra com a qual o setor produtivo pode
85
contar, número de habitantes em idade e condições físicas para exercer algum ofício no mercado de trabalho.
NY
De acordo com essa conceituação, a PEA compreende o que o IBGE classifica como população ocupada e população desocu-
TO
pada. A ocupada é a que possui algum ofício remunerado ou não, em um período de referência, por conta própria ou como
empregador. População desocupada é aquela que, apesar de apta, não está trabalhando.
AN
Numa definição mais simples, PEA é a população empregada ou em condições de trabalhar que realiza algum esforço para
N
MY
isso. Consequentemente, a população não economicamente ativa (PIA) é classificada como a que não possui idade, interesse
ou condição de exercer algum ofício.
0A
A classificação da idade para o enquadramento na PEA varia de país para país. Em alguns, compreende-se a população entre
20
10 e 60 anos. No Brasil, a idade mínima é 15 anos. Portanto, além de econômico, trata-se também de um conceito demográfico.
70
58
Em países subdesenvolvidos ou em boa parte dos emergentes, a pirâmide etária indica, com frequência, uma população predo-
72
minantemente jovem, em face das elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Neles, a PEA se apresenta em grande quantidade,
85
que vai resultar em mão de obra farta e barata, o que atrai muitas empresas. Em alguns países emergentes e na maioria dos de-
Y
senvolvidos (da Europa, sobretudo), há um envelhecimento populacional que resulta das baixas taxas de natalidade e de mortali-
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dade e da alta expectativa de vida. Com isso, proporcionalmente, a PEA é muito baixa, o que pode comprometer suas economias.
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O Brasil vem assistindo a uma gradativa redução de sua PEA, graças a essas mesmas mudanças demográficas. Recentemen-
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te, deixamos de ser considerados “jovem” e passamos a ser “adulto”, graças ao processo de envelhecimento populacional:
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elevação da média de idade da população.
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1.3. População economicamente ativa do Brasil
N
MY
Subdesenvolvido ou desenvolvido, todo país tem sua população economicamente ativa. No caso específico do Brasil, a PEA
0A
soma, aproximadamente, 55 milhões de pessoas, índice muito baixo, uma vez que o restante da população não é economi-
20
camente ativo. Em diversos países desenvolvidos, o índice da PEA é aproximadamente superior a 75%.
70
No Brasil, a PEA entre os homens é representada por 58% e entre as mulheres, 42%.
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O Brasil de hoje vem atravessando muitas mudanças nos diversos setores da economia. A partir da década de 1940, quando
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teve início, tardiamente, o processo de industrialização, houve um acelerado crescimento urbano provocado pela mecanização do
campo. Isso ocasionou a perda de postos de trabalho nesse setor e promoveu um enorme fluxo de trabalhadores para os centros
N
MY
urbanos, um fenômeno conhecido como êxodo rural. Todo esse fluxo desencadeou uma diminuição de trabalhadores inseridos
no setor primário.
0A
O setor secundário, por outro lado, teve um grande crescimento, em razão dos fatores mencionados, crescimento que perdu-
20
rou até os anos 1980, quando houve uma queda proveniente das crises econômicas por que passou o país naquele período,
70
bem como pela modernização desse setor, que levou à perda de muitos postos de trabalho.
58
72
O setor terciário brasileiro é o que mais cresce recentemente. Isso ocorre por causa da urbanização do país e das necessida-
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des das grandes cidades que impulsionam o mercado de prestação de serviços. Esse setor tem oferecido muitas oportunida-
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2. As etnias no Brasil
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CRIANÇAS INDÍGENAS BRINCANDO NO AMAZONAS
O BRASIL TEM DIFERENTES COMPOSIÇÕES ÉTNICAS.
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Dificilmente existe uma nação como o Brasil, com tão com- Brancos: a grande maioria da população branca tem
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plexa e variada composição étnica da sua população. Nos- origem europeia (ou são descendentes). No período
AN
sa formação populacional advém de, basicamente, cinco colonial, vieram para o Brasil espanhóis, holandeses,
distintas fontes migratórias: franceses, italianos e eslavos. A Região Sul abriga gran-
N
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de parte dos brancos da população brasileira, pois es-
nativos que já se encontravam no território antes da ses imigrantes ocuparam tal área.
0A
chegada dos portugueses. Esses povos (indígenas)
20
eram descendentes de homens que chegaram às Amé- 70
ricas pelo estreito de Bering;
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as riquezas da colônia;
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mil na Região Norte e 100 mil na Região Centro-Oeste. CRIANÇAS BRINCAM EM PARQUE DE SALVADOR, BA
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Atualmente, a maioria da população indígena no Brasil se concentra na Região Norte. As tribos ticuna e guarani são as mais
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numerosas.
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Não se sabe com exatidão o número de indígenas que habitavam o Brasil antes da chegada dos colonizadores (1500);
porém, estima-se que houvesse entre 4 e 5 milhões deles em terras brasileiras. Esse número foi drasticamente reduzido em
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consequência dos massacres realizados pelos colonizadores e, posteriormente, pelos conflitos com fazendeiros e garimpeiros
20
Conforme dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), existem, atualmente, 460 mil índios residindo em aldeias no Brasil,
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que correspondem a 0,25% da população brasileira. São mais de 107 milhões de hectares (12% do território brasileiro) di-
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vididos em 656 diferentes áreas indígenas. No entanto, a população indígena no Brasil é maior, uma vez que esses números
não incluem os índios que residem em locais fora de aldeias, número estimado em 100 mil.
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População indígena, por situação do domicílio, segundo a localização do domicílio – Brasil, 2010
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Localização do domicílio
Total Urbana Rural
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Atualmente, são mais de 225 etnias ou sociedades indígenas no Brasil, com 180 línguas e dialetos distintos. Esses
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grupos estão espalhados em praticamente todo o território nacional, mais concentrados na Região Norte, em especial
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no estado do Amazonas – 17% do total. Algumas tribos (aproximadamente 55) são isoladas sem muitas informações
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sobre elas.
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Guajajara 14 mil
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Xavante 12 mil
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Ianomâmi 12 mil
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Pataxó 9 mil
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Potiguara 7 mil
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As tribos indígenas mais populosas do Brasil, ticuna e gua-
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rani, somam juntas 30 mil integrantes ou mais. Por todo
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o contexto histórico de massacres à população nativa do
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Brasil, é essencial a realização de políticas públicas dire-
85
cionadas à proteção do índio, evitando invasões às suas
terras por parte de fazendeiros, garimpeiros, madeireiros,
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A Funai, órgão responsável pela proteção e realização de posseiros, entre outros, que pretendem realizar a explora-
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pesquisas sobre essa população, divulgou as tribos com o ção econômica das suas áreas. Outro fator é a construção
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maior número de integrantes: de hidrelétricas, que, em alguns casos, obriga a população
indígena a se retirar de suas terras por causa do alagamen-
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Ticuna 35 mil
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to das represas.
Guarani 30 mil
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O fim do preconceito contra as comunidades indígenas
Caingangue 25 mil
precisa ser defendido, bem como a preservação das suas
20
tradições culturais e religiosas, cujas interferências devem
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Macuxi 20 mil
ser punidas. O dia 19 de abril comemora o Dia Nacional
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Terrena 16 mil
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do Índio.
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2.2. População negra Em 2007, um caso polêmico chamou a atenção da mídia bra-
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sileira: dois irmãos gêmeos idênticos concorreram ao vestibu-
O antropólogo Darcy Ribeiro considerava o contingente ne-
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lar da Universidade de Brasília (UnB) sob o sistema de cotas.
gro e mestiço “o mais brasileiro dos componentes do nosso
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Na universidade havia uma banca que, após analisar as fotos
povo“, uma vez que, desafricanizado pela escravidão e não dos candidatos, definia quem era negro e quem não era. Após
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sendo indígena nem branco reinol, só restava a ele assumir terem suas fotos analisadas pela banca, um dos gêmeos foi
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uma identidade plenamente brasileira. Isso não quer dizer considerado negro, e o outro não. O sociólogo Demétrio Mag-
0A
que negros e mestiços tenham se integrado à sociedade
noli considera perigoso a instauração de “tribunais raciais“
brasileira sem serem estigmatizados. Muito pelo contrário,
20
no Brasil, o que aproximaria o país das nações racialistas e
muitos brasileiros desenvolveram vergonha das suas origens
70
paranoicas do século passado. Em 1933, a Alemanha nazista
negras, seja pelo fato de que descender de escravizados re-
58
definiu como judeu aquele que tinha ao menos um quarto de
mete a um passado de humilhações e sofrimentos que deve-
72
“sangue judaico“ (equivalente a um avô). Em 1935, o próprio
ria ser esquecido ou pelos estereótipos negativos que foram
85
Hitler alteraria a regra, e passou-se a considerar como judeu
construídos em torno da negritude, associando-a a mazelas
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somente quem tinha mais de dois terços de “sangue judaico“,
sociais como a pobreza e a criminalidade.
sendo alemães os “meio-judeus“ (ou seja, com apenas dois
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Portanto, assumir-se negro no Brasil sempre foi muito difí- avós judeus). Nos Estados Unidos, sob as leis de Jim Crow, era
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cil, por todo o conteúdo ideológico antinegro que historica- considerada negra qualquer pessoa com uma gota de sangue
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mente se desenvolveu no país, onde ainda hoje impera a africano (one-drop rule), mesmo que não aparentasse sê-la.
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ideologia do branqueamento e um padrão branco-europeu Na África do Sul do Apartheid, quando havia dúvida sobre a
0A
estético e cultural. Desse modo, no Brasil, apenas as pessoas negritude da pessoa, era feito o “teste do pente“: se o pente
de pele preta retinta são consideradas negras, sendo que o
20
enroscasse no cabelo, a pessoa era negra, e se o pente desli-
mestiço já é pardo e, portanto, meio-branco e, se tiver a pele
70
zasse até o chão, era branca.
um pouco mais clara, passa a ser visto como branco.
58
temente branca, se declara negra e se candidata a uma vaga ções de vida da população negra, tanto do ponto de vista
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com base em cotas raciais, a sua decisão deve ser respeitada. socioeconômico como ideológico. Dentre as quais: a lei nº
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10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da História 2.3. Sistema de cotas
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da África e da cultura afro-brasileira nas escolas; a lei nº
Além da Lei de Cotas, os estudantes de origem indígena po-
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12.288/2010, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial;
a lei nº 12.519/2011, que instituiu o Dia Nacional de Zumbi dem agora ter acesso ao Ensino Superior mediante vestibula-
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e da Consciência Negra; a lei nº 12.711/2012, que tornou res próprios que algumas universidades passaram a realizar.
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obrigatória a reserva de cotas raciais no Ensino Superior;
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e a lei nº 12.990/2014, que também tornou obrigatória a
0A
reserva de cotas para negros nos concursos públicos.
20
O preconceito racial no Brasil é o que alguns autores
70
chamam de preconceito “de marca”, ou seja, que re-
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cai sobre o fenótipo do indivíduo (tipo de cabelo, traços
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e cor da pele). Ele não recai diretamente sobre a an-
85
TURMA DE INDÍGENAS DA UEMS
cestralidade, pois, no Brasil, as classificações raciais se
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baseiam mais na aparência física da pessoa do que na São inegáveis os avanços de inclusão social e as con-
quistas no âmbito das políticas de ações afirmativas nos
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ancestralidade. É um racismo que aparece como expres-
são de foro íntimo, mais apropriado ao recesso do lar. A últimos anos, destacadamente no campo do acesso à
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escravidão foi abolida, houve a universalização das leis, educação superior por parte de segmentos sociais historica-
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mas o padrão tradicional de acomodação racial não foi mente excluídos, como os povos indígenas. No entanto, so-
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alterado, e sim apenas camuflado. Apesar da tão fala- mente em 2012 foi criada uma lei, a chamada Lei de Cotas
0A
da “miscigenação brasileira”, um sistema enraizado de (nº 12.711), que obriga as instituições de ensino superior fe-
derais a reservarem um número determinado de vagas para
20
hierarquização social com base em critérios como classe
índios que estudaram na rede pública. Mediante essa lei, tam-
70
social, educação formal, origem familiar e na raça conti-
bém são beneficiados negros e pardos de escolas públicas.
58
mo racial foi perdendo força e o conceito biológico de O número de vagas reservadas para índios, negros e pardos
85
raça foi se desmontando, o “preconceito de cor” fazia deve ser proporcional à quantidade de pessoas de uma certa
as vezes da raça. etnia que reside no estado onde está situado o campus da
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O racismo no Brasil está nas diferenças no acesso à universidade. Um estado cujo índice da população é de maio-
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educação e ao lazer, na distribuição desigual de rendas, ria indígena terá mais vagas destinadas a esse grupo étnico.
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marcas da discriminação que fugiam à alçada oficial, Segundo dados de 2010 do censo do IBGE, a população
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mas que eram evidentes no cotidiano. A desconstrução brasileira soma 190.755.799 pessoas, das quais 817,9 mil
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do mito da democracia racial circunscreveu o tema ra- são indígenas, representando 305 diferentes etnias.
0A
sociedade.
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têm 80% de chance a mais de serem incriminados que os Negros e pardos que concorrem no sistema de cotas pre-
brancos. O Brasil vive uma dicotomia ao exaltar a miscige- cisam apresentar uma autodeclaração de etnia. Mas esse
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nação racial e cultural e, ao mesmo tempo, perceber-se um não é o caso em se tratando de índios. Para concorrer
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recomendação assinada pelo cacique da comunidade à grandes feitos políticos e militares. Essa forma de estudar a
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qual pertence o candidato, constando a respectiva etnia, História relegou um lugar secundário, senão inexistente, à
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e/ou a assinatura do representante da Funai. Caso o can- história das mulheres no tempo.
didato resida em área urbana, deve ser apresentada uma
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As explicações podem estar relacionadas ao fato de que a
carta de recomendação da Funai e um questionário so-
preponderância e dominação masculina foram instituídas, ao
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cioeducacional preenchido.
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menos nas sociedades ocidentais, desde os primórdios da
Além da Lei de Cotas, existem vestibulares exclusivos para in- civilização grega. Essa situação levou a uma dupla situação:
0A
dígenas, como no Paraná. O vestibular para povos indígenas os homens conduziam predominantemente as ações políti-
20
é unificado para a Universidade Federal do Paraná (UFPR) cas e militares, cujos feitos eram narrados por historiadores
70
e para as estaduais de Maringá (UEM), de Londrina (UEL), também do sexo masculino. Consequência: subalternidade
58
de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do das mulheres nos domínios políticos e militares públicos, sem
72
Centro-Oeste (Unicentro), do Paraná (Unespar) e do Norte que tenha sido objeto de estudo historiográfico – se bem
85
do Paraná (UENP). Esse processo seletivo acontece uma vez que no âmbito doméstico, a situação seja um pouco distinta.
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por ano. As universidades se unem e disponibilizam as vagas,
A partir do momento em que o capitalismo tornou-se a
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de acordo com o quadro de vagas existentes.
forma de organização econômica e social hegemônica no
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Mesmo não sendo obrigatório, outras instituições, como mundo, em fins do século XIX e início do XX, essa situação
a Universidade Federal de Brasília (UnB), do Amazonas mudou. Primeiramente, porque acabou com o patriarcado
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(UFAM), do Pará (UFPA), de Roraima (UFRR) e de São Carlos característico dos modos de produção pré-capitalista. O
(UFSCar), também mantêm vestibular específico para índios, patriarcado que consiste na organização da força de tra-
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assumindo cada uma delas a responsabilidade pelos exames. balho centrada na estrutura familiar doméstica está em
20
processo de dissolução, com o assalariamento individual
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da força de trabalho no capitalismo, e deslocou o centro
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2.4. As mulheres na história tavam relegadas há séculos através de uma árdua luta.
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Um dos objetivos da história é estudar a ação dos seres As lutas pelo direito ao voto, ao salário e laboral iguais
humanos ao longo do tempo. Várias formas de se escrever foram se desenvolvendo durante o século XX, encontrando
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a história foram desenvolvidas. Até o final do século XIX, o auge com o movimento feminista na década de 1960. A
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predominava o estudo de grandes personalidades e de partir de lutas cotidianas, às vezes silenciosas, a situação foi
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aos poucos mudando. Na segunda década do século XXI, Contudo, foi deflagrada uma revisão de valores responsável
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muitas diferenças entre homens e mulheres no âmbito das pela transformação dos papéis ocupados por homens e mu-
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relações sociais permanecem. Entretanto, várias conquistas lheres na sociedade. Já durante a Segunda Guerra, a maciça
foram alcançadas, principalmente no que diz respeito às
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inserção das mulheres no mercado de trabalho estabeleceu
relações trabalhistas, políticas, empresariais e de liberdade um novo campo de possibilidades para quem era vista como
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sexual. Na esfera doméstica, as mudanças ocorrem num a “rainha do lar”. A partir desse processo de relativa emanci-
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ritmo mais lento. A violência doméstica ainda é uma reali- pação, muitas delas reivindicaram novos campos de conquista.
0A
dade constante na vida cotidiana de milhões de mulheres.
Quando alcançamos a década de 1960, o advento da pílula
20
No Brasil, essa realidade vem sendo combatida com a Lei
anticoncepcional permitiu uma libertação dos comportamentos
70
Maria da Penha, promulgada em 2006.
sexuais antes restritos à monogamia e às relações matrimoniais.
58
Paralelamente, o meio intelectual também passou a se voltar
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para essa questão com a difusão de livros, cujas autoras interes-
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savam-se pela desconstrução do papel da mulher na sociedade.
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Entre essas obras são fundamentais O segundo sexo, de Simone
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de Beauvoir, e A mística do feminino, de Betty Friedan.
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A historiografia acompanha também essas mudanças sociais,
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A década de 1960 significou um ponto de grandes infle- natureza governamental passaram a sensibilizar parcelas
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e da eletrônica causavam a configuração de uma época der força. A causa deixou de ser uma meta a ser alcan-
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aparentemente cingida pelo signo da modernidade. çada, depois que os próprios representantes do Estado
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reconheceram a legitimidade de tais reivindicações. Contudo, essa faceta da história contemporânea ainda se desdo-
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brou em uma mudança de comportamento que rompeu com os paradigmas tradicionais da família e do comporta-
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mento masculino. O movimento feminista ainda luta por transformações, muitas delas importantes para o cotidiano
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das mulheres.
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O termo IDH foi criado para avaliar o nível de desenvolvimento humano dos países, ou seja, o modo como vivem as pessoas
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nas diversas nações do mundo. Esse método foi criado por Mahbud Ul Hag, um economista de origem paquistanesa.
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A abordagem desenvolvida por tal método oferece um maior número de elementos em relação à realida-
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de humana e não somente àqueles que se referem aos aspectos econômicos. O estudo ou análise de um IDH
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tornou-se, hoje, um importante instrumento para identificar as evoluções e desenvolvimentos dos países, uma vez que se
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verifica a renda per capita.
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Se houver interesse em calcular o IDH de um país, é preciso estar atento a três aspectos básicos de uma população: expec-
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tativa de vida, nível de escolaridade e renda nacional bruta (RNB) per capita.
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A expectativa de vida diz respeito à média de anos que um indivíduo vive em um determinado país, Estado, município
20
etc. Isso mostra se a população possui uma boa qualidade de vida.
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O nível educacional de um determinado lugar é obtido pela média de anos de estudo da população adulta e expec-
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tativa de vida escolar ou tempo que uma criança ficará matriculada na escola.
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Quanto à distribuição de renda, é avaliado especialmente o poder de paridade de compra ou o nível de consumo da
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população e a renda média do país, a renda per capita.
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Esses itens são indispensáveis para o cálculo do IDH. Eles apresentam características que evidenciam positiva ou negativa-
mente a realidade de um determinado lugar. A média final do IDH era obtida através do seguinte cálculo: somavam-se os
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itens analisados e dividia-se o resultado por três. No entanto, a partir de 2010, um novo método passou a ser utilizado: a
média geométrica, que consiste na multiplicação dos itens e, posteriormente, no cálculo da raiz cúbica do resultado.
0A
20
Existem diversos níveis de IDH, que variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). De acor-
70
do com eles, os países estão divididos em grupos com IDH baixo (25% dos países), médio (25%), alto (25%) e muito alto (25%).
58
Conforme relatório divulgado em 2010 pela ONU, o IDH mais elevado do mundo pertence à Noruega, com desenvolvimento
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humano de 0,938. Por outro lado, Zimbábue possui o pior IDH: 0,140.
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Conforme dados divulgados em 2010 pela ONU, o Brasil apresenta IDH de 0,699, ocupando a 73ª posição no ranking mun-
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dial, valor considerado alto. A cada ano, o país tem conseguido elevar o seu IDH. Fatores como aumento da expectativa de
58
vida da população brasileira e taxa de alfabetização são os principais responsáveis por esse progresso.
72
Porém, o Brasil é um país que apresenta inúmeros problemas socioeconômicos, como desigualdade social, em virtude da grande
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desigualdade da distribuição de renda. As disparidades sociais no território brasileiro estão presentes em escala regional, estadu-
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al e municipal – onde são mais perceptíveis os contrastes socioeconômicos entre os bairros de uma mesma cidade.
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A análise do ranking do IDH dos Estados brasileiros mostra as profundas diferenças existentes no país.
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Observação
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Em novembro de 2010, a ONU, utilizando os novos
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critérios de cálculo, divulgou uma lista de IDH dos paí-
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ses. No entanto, esse novo método (média geométrica)
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ainda não foi utilizado para os Estados brasileiros. Em
multimídia: site
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razão disso, o ranking nacional segue o modelo e os da-
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dos divulgados pelo Programa das Nações Unidas para
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o Desenvolvimento (Pnud) de 2008. www.ibge.gov.br/home/
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Portanto, faz-se necessária a realização de políticas públicas para reduzir as desigualdades sociais no território brasileiro. Os
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Estados da região Nordeste, em sua totalidade, ocupam as posições inferiores do ranking, enquanto que os do Centro-Sul
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
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As pirâmides populacionais são importantes no sentido de elaborarem um planejamento público a médio e longo prazo.
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Por exemplo, se a estrutura etária da população apontar que há uma grande quantidade de jovens, com elevados índices
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de natalidade, alerta-se para a necessidade de implantação de políticas que atendam à inclusão das faixas etárias no
70
futuro, com medidas que visem, como possibilidade, à ampliação e melhoria de creches e escolas. Outra importância da
58
observação e análise das pirâmides etárias é conhecer a evolução da população, avaliando as taxas de natalidade em
72
comparação à população adulta, aferindo sobre a existência de uma política de controle de natalidade no país ou se ela
85
precisa ser adotada. Além disso, existe a possibilidade de se realizar projeções etárias utilizando também o formato de
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pirâmides, para se calcular qual vai ser o formato da população, podendo realizar previsões a respeito da quantidade de
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jovens e da população economicamente ativa de um período em comparação à população idosa e infantil.
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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HABILIDADE 6
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Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
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HABILIDADE 16
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Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
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As mudanças demográficas vivenciadas pela população brasileira nas últimas décadas, em especial o envelheci-
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mento populacional e o aumento da expectativa de vida, representam um desafio para o equilíbrio financeiro do
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sistema previdenciário brasileiro. Diante dessa conjuntura, o governo analisa propostas para alteração nas regras
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previdenciárias, a fim de tentar diminuir o suposto deficit e aumentar a arrecadação. A igualdade nas regras de
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concessão dos benefícios para homens e mulheres é uma das propostas do governo, que vem sendo discutida sob
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a justificativa de que a expectativa de vida da mulher é maior que a dos homens. Entretanto, no contexto brasileiro,
o bônus de 5 anos no tempo de contribuição e na idade de aposentadoria foi sugerido pela Carta das Mulheres de
20
1987 e consolidado na Constituição de 1988, como uma forma de reconhecer o papel social da mulher, que não é
70
considerado: o trabalho dedicado aos afazeres domésticos e o cuidado com a família; um trabalho não remunerado
58
e invisível perante a sociedade e o Estado, além das diferenças de salários entre os sexos no mercado de trabalho.
72
Muitos estudos comprovaram que as mulheres trabalham em média 358 horas a mais que os homens por ano
85
e, se essa diferença fosse considerada, em 30 anos as mulheres teriam tempo de contribuição equivalente a 34,3
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anos de contribuição dos homens. Além disso, ao analisar as diferenças entre os sexos por outras características,
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como escolaridade, renda, trabalho formal e informal, arranjos familiares, etnia e faixa etária, verificou-se também
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MODELO 1
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(ENEM)
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TEXTO I
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Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar
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para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado;
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um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francês ou de dança.
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COMENTÁRIO DO PADRE LOPES DA GAMA ACERCA DOS COSTUMES FEMININOS (1839) APUD SILVA, T.V.Z.
MULHERES, CULTURA E LITERATURA BRASILEIRA. IPOTASI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS. JUIZ DE FORA, V. 2. N. 2, 1998.
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TEXTO II
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As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo
seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas.
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ANÁLISE EXPOSITIVA
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A classificação da mulher tem sido norteada pelo gênero e pelas ópticas biológicas e sociais, determinantes para a
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desigualdade de gênero, que traz em seu bojo uma relação assimétrica sob a égide de um discurso que se pauta na
valorização de um sexo sobre o outro. A questão trabalha aspectos sobre cidadania, e a desigualdade de gênero somada
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à ordem patriarcal vigente no século XIX, são alguns dos ingredientes que, unidos ao sentimento de culpa inculcado
historicamente na psique das mulheres, contribuem para a perpetuação das relações desiguais de poder que acabam por
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acarretar em violência. Ambos os textos descrevem o universo feminino no século XIX. Nesse período, a vida das mulheres
20
era marcada pela submissão, apoiada pela concepção patriarcal da família. Enquanto o texto I faz uma representação
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idealizada do universo feminino, o segundo texto mostra uma mulher presa e privada da sociedade.
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RESPOSTA Alternativa A
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DIAGRAMA DE IDEIAS
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IDENTIDADE DE
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UM POVO
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CULTURAL
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ÉTNICA NACIONAL
(saberes coletivos)
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CABOCLO NEGROS
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SERTANEJO ÍNDIOS
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CAIPIRA BRANCOS
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CRIOULO
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DESIGUALDADE
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SULINO
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TERRAS INDÍGENAS
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IDH
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TERRAS QUILOMBOLAS
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Multidimensional (IPM) to Humano ajustado à de Gênero (IDG) Humano por Município (IDHM)
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Desigualdade (IDHD)
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AULAS 51 E 52
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MIGRAÇÃO - 1970-1990
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FLUXOS MIGRATÓRIOS
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NACIONAIS E
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INTERNACIONAIS
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MIGRAÇÃO NA DÉCADA DE 1990
1. Migrações no Brasil 20
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MIGRAÇÃO - 1950-1970
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bancários), além da mecanização das atividades agrícolas
2. Emigração brasileira
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que provocam a substituição da mão de obra.
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A região Sudeste que, historicamente, recebeu o maior nú-
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mero de migrantes, tem apresentado declínio na migração,
consequência da estagnação econômica e do aumento do
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desemprego na região. Nesse sentido, ocorreu uma mu-
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dança no cenário nacional dos fluxos migratórios, sendo a
região Centro-Oeste o principal destino.
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As políticas públicas de ocupação e desenvolvimento eco-
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nômico da porção oeste do território brasileiro intensifica-
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ram a migração para o Centro-Oeste.
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FRONTEIRA ENTRE ESTADOS UNIDOS E MÉXICO
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Entre as décadas de 1980 e 1990, milhões de brasileiros dei-
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xaram o Brasil, movidos pelas sucessivas crises econômicas
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multimídia: música
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de Domicílios (Pnad).
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tralização da atividade industrial no país, antes concentra- No Paraguai, existem os ”brasiguaios”, que são brasileiros
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da na região Sudeste e em regiões metropolitanas. que exercem atividades agrícolas no país, principalmente
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na produção de soja. Geralmente, esses produtores detêm ver no país precisam primeiro vencer as dificuldades para
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um bom nível de vida. Nos últimos tempos, muitos brasi- chegar lá, o que não é fácil, uma vez que os vistos são
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leiros foram em busca de novas terras na Bolívia para o bastante restritos, por isso muitos brasileiros optam pela
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desenvolvimento da cultura da soja; atualmente, vivem em travessia da fronteira do México, arriscando-se em uma
território boliviano pelo menos mil famílias brasileiras. Os viagem clandestina que oferece muitos riscos, como ser
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Estados Unidos, principalmente nos anos 1990, receberam
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pego pelo serviço de migração estadunidense, ser preso e
um grande número de brasileiros, os quais se dedicam a depois deportado, além de sofrer nas mãos de “coyotes”
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atividades que requerem pouca qualificação e que os pró- (pessoas que facilitam a entrada de imigrantes) e enfrentar
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prios estadunidenses se negam a executar; tarefas como os perigos do deserto. Além de todos os riscos, essa viagem
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lavar pratos, limpezas de residências, construção de casas, é bastante cara.
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entre muitas outras, nesse caso são tarefas realizadas por
As cidades dos EUA que mais atraem os brasileiros são
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brasileiros e imigrantes de outras origens.
Nova Iorque, Boston e Miami. Antes desse fluxo de
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brasileiros para os Estados Unidos, o lugar que mais
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recebia pessoas vindas do Brasil era o Japão, principal-
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mente nos anos 1980. Essa preferência ocorreu a par-
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tir do momento em que o governo japonês liberou a
entrada no país de descendentes japoneses diretos. No
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entanto, não se tratou de uma atitude despretensiosa,
pois, na verdade, o que realmente o governo pretendia
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era adquirir mão de obra com baixa qualificação, por-
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tanto, com baixo custo, para desenvolver atividades na
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indústria, em sua maioria. Apesar das elevadas horas de
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multimídia: livro
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Essa situação é o resultado de vários fatores, entre os EX-DEKASSEGUI QUE VIVIA NO JAPÃO E VOLTOU AO
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imigrantes nos países de acolhimento. Para lidar com 2.1. Fluxos populacionais e
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gratórios, mas também promover a integração social Os fluxos populacionais entre países são denominados de
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dos imigrantes. O objetivo desse trabalho é examinar migrações internacionais, que podem ocorrer por atração
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conceito de cidadania.
e Japão; por repulsão são migrações em que as pessoas
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O ”sonho americano” ainda existe, pois o fluxo migratório deixam seu país devido a problemas políticos, persegui-
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para os EUA continua intenso. As pessoas que decidem vi- ções, guerras, etc.
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De Nadie
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Documentário sobre a saga de refugiados da América
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Central que tentam entrar nos Estados Unidos através da
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fronteira com o México. Em busca de uma vida melhor,
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arriscam o pouco dinheiro que lhes resta, sua dignidade,
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sua saúde e sua vida.
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A maioria das migrações internacionais ocorre pela busca de
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trabalho e as principais correntes migratórias são de latino-a- Outra modalidade de migração internacional é a de flu-
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mericanos, africanos e asiáticos em direção aos EUA, Europa xo de refugiados, indivíduos que sofrem perseguições de
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e Japão. Grande parte dos trabalhadores migrantes enviam ordem política, religiosa ou étnica. Na década de 1970,
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dinheiro para sua terra natal, revelando algumas estimativas havia cerca de 2,5 milhões de refugiados; hoje, esse núme-
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de que eles movimentam anualmente cerca de 58 bilhões ro chega aos 25 milhões, decorrentes de acontecimentos
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de dólares. O Brasil, por exemplo, recebe anualmente cerca geopolíticos como o fim do socialismo, a diminuição de
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de 2,8 bilhões de dólares enviados por brasileiros que vivem ajudas financeiras e humanitárias e, principalmente, pela
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O movimento de saída do país é chamado de emigração; o São, ainda, considerados migrantes refugiados cerca de 25
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de entrada de estrangeiro é denominado imigração. Hoje, milhões de pessoas, que foram obrigadas a deixar seus lares
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existem cerca de 2 milhões de brasileiros vivendo no exte- devido a problemas ambientais, como desmatamento, deser-
rior, de forma clandestina. tificação, erosão dos solos e desastres químicos e nucleares.
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As origens dos refugiados são as mais variadas, mas geralmente possuem algumas características comuns, como origem de
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países subdesenvolvidos, onde a renda per capita média está abaixo de 500 dólares e há alto índice de analfabetismo, governos
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ditatoriais que violam os direitos humanos de determinada parcela da população, na forma de perseguições políticas e torturas,
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extermínio étnico e discriminações religiosas e culturais.
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Por fim, existe um fluxo, agora sem agravante, que é o turístico, que são motivados pela busca de lazer, cultura e religião.
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Esse processo motiva a comercialização de viagens em grande escala a custos mais reduzidos (pacotes de viagens), mas é
privilégio de uma restrita parcela da população mundial.
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Os principais países que atraem turistas são Alemanha, Japão e EUA; o volume do faturamento decorrente dessa atividade é de
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aproximadamente 4,5 trilhões de dólares, gerando cerca de 200 milhões de empregos em todo o mundo.
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AGENTES DA GUARDA COSTEIRA ITALIANA AJUDAM IMIGRANTES AFRICANOS RECÉM-CHEGADOS DA LÍBIA EM UMA EMBARCAÇÃO PRECÁRIA.
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Conforme relatório de desenvolvimento humano de 2009, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvol-
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vimento (Pnud), aproximadamente 195 milhões de pessoas moram fora de seus países de origem, o equivalente a 3% da
população mundial, sendo que cerca de 60% desses imigrantes residem em países ricos e industrializados. No entanto,
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em decorrência da estagnação econômica oriunda de alguns países desenvolvidos, estima-se que, em 2010, 60% das
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Os principais destinos da migração internacional são os países industrializados, entre eles: Estados Unidos, Canadá, Japão,
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Austrália e as nações da União Europeia. Os Estados Unidos possuem o maior número de imigrantes internacionais – dos
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A migração internacional promove uma série de problemas socioeconômicos. Apesar das medidas tomadas pela
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maioria dos países desenvolvidos no sentido de restringir a entrada de imigrantes, o tráfico destes tem se intensificado
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bastante. No entanto, esses mesmos países adotam ações seletivas, permitindo a entrada de profissionais qualificados
e provocando a “fuga de cérebros” dos países em desenvolvimento, ou seja, pessoas com aptidões técnicas e dotadas
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de conhecimentos são bem-vindas.
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Outra consequência é o fortalecimento da discriminação atribuída aos imigrantes internacionais, processo denominado “xenofobia”.
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VIVENCIANDO
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REFUGIADOS HAITIANOS EM SÃO PAULO
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a documentação necessária para realizar seus sonhos. As migrações geram vários encontros de povos de dife-
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Para piorar, passa a sofrer risco de deportação. É nes- rentes culturas, raças, credos e religiões, que, no geral, é
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se contexto que ele conhece e se envolve com Alice, algo positivo. O Brasil, por exemplo, é um país rico em
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mulher que trabalha em uma instituição de apoio a diversidade cultural e étnica. Entretanto, quando os na-
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imigrantes indocumentados e há anos luta contra a tivos passam a não aceitar os imigrantes, há um grave
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ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, na Ale-
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manha, os nazistas assassinaram aproximadamente 6
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milhões de judeus. Isso porque acreditavam que os ju-
deus eram uma raça inferior e manchavam o nome da
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Alemanha de Hitler, e, logo, deveriam ser exterminados.
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A xenofobia ocorre frequentemente nos países mais ricos
e desenvolvidos, principalmente na Europa. Os nativos
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acreditam que os imigrantes são responsáveis pelo desem-
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prego, criminalidade e todos os problemas sociais do país.
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Na Europa, alguns grupos xenófobos são conhecidos entre
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nós, como os skinheads, na Inglaterra, e os neonazistas, na
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Alemanha. Outros grupos não são tão conhecidos, como O BLOC IDENTITAIRE (FRANÇA) ESTÁ ENTRE OS GRUPOS
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ULTRADIREITISTAS QUE DIFUNDEM IDEIAS XENOFÓBICAS.
os Bloc Identitaire (França), Casa Pound (Itália) e English
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Defence League (Reino Unido). No caso do Brasil, tem-se o exemplo das discriminações sofri-
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das pelos nordestinos no Sudeste brasileiro. Geralmente, são
Pode ocorrer também dentro de um mesmo país, como
atribuídos estereótipos de forma pejorativa, tais como “cabe-
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acontece no Brasil e nos Estados Unidos, por terem dimen-
ça chata”, “baianos”, “paraíbas”, entre outros. Essas pessoas
sões territoriais enormes. Nos Estados Unidos, há uma dis-
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preconceituosas são, no mínimo, desinformadas a respeito da
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criminação histórica contra negros. O seriado de TV “Todo
constituição do território, da história e da economia brasileira.
mundo odeia o Chris“ (originalmente, Everybody hates
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Chris, do canal de televisão The CW Television Network, A xenofobia, portanto, se trata do racismo, do preconceito
dos EUA), transmitido no Brasil, demonstra, de forma cô- 20
cultural, da discriminação racial, econômica e social ao es-
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mica e sarcástica, como o negro é visto e tratado nos EUA. trangeiro ou a determinadas populações do próprio país.
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É um programa humorístico baseado na infância e parte O encontro de diversos povos, religiões, sotaques, classes
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da adolescência do humorista Chris Rock, que vale conferir econômicas e sociais é positivo, pois contribui para a rique-
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O fenômeno migratório contemporâneo, por sua intensidade e diversificação, torna-se cada vez mais complexo, prin-
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cipalmente no que se refere às causas que o originam. Entre elas destacam-se as transformações ocasionadas pela
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economia globalizada, com as quais levam à exclusão crescente dos povos, países e regiões e sua luta pela sobrevi-
vência; a mudança demográfica em curso nos países de primeira industrialização; o aumento das desigualdades entre
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Norte e Sul no mundo; a existência de barreiras protecionistas que não permitem aos países emergentes colocarem os
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próprios produtos em condições competitivas nos mercados; a proliferação dos conflitos e das guerras; o terrorismo; os
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movimentos marcados por questões étnico-religiosas; a urbanização acelerada; a busca de novas condições de vida nos
países centrais, por trabalhadores da África, Ásia e América Latina; questões ligadas ao narcotráfico, à violência e ao
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crime organizado; os movimentos vinculados às safras agrícolas, aos grandes projetos da construção civil e aos serviços
em geral; as catástrofes naturais e situações ambientais. Em todas as épocas, as migrações levantaram desafios para
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os países, para as sociedades locais ou regionais e para a comunidade internacional. Mas, em cada contexto histórico,
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esses desafios se configuraram de forma quantitativa e qualitativamente diferenciada, inclusive para diversas áreas que
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ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
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Analisar a ação dos Estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfren-
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tamento de problemas de ordem econômico-social.
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O atual fluxo migratório é um processo lento e contínuo, vinculado ao aprofundamento das desigualdades eco-
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nômicas entre os países e à mudança das formas de produção trazida pela globalização econômica, além de
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outros fatores pontuais específicos, principalmente os conflitos armados, a perseguição étnica ou religiosa e as
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catástrofes naturais. Os trabalhadores deslocam-se em busca de emprego e vida digna. No entanto, os países
desenvolvidos adotam políticas migratórias cada vez mais restritivas. Já os países em desenvolvimento, em geral,
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não adotam políticas restritivas de ingresso em seus territórios, mas não encorajam a regularização migratória e o
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acesso a direitos. Assim, o direito de migrar é o parente pobre dos direitos humanos. A Convenção da Organização
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das Nações Unidas sobre os direitos dos trabalhadores migrantes e de suas famílias, de 1990, teve a adesão de
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cerca de 40 Estados, enquanto a maior parte dos tratados internacionais de direitos humanos é subscrita por bem
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mais de uma centena de Estados. O não reconhecimento do direito de migrar parece ser uma grande contradição
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do ideário da globalização econômica que elenca, entre suas propaladas vantagens, uma inédita liberdade de
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circulação de pessoas, possibilitada pelo avanço extraordinário do setor de transporte. Contudo, não se trata de
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uma contradição, mas sim de uma característica: a liberdade de circulação, que de fato encontra pleno respaldo
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na contemporaneidade, é vinculada apenas ao turismo e aos negócios, ou de pessoas com renda suficiente para
o seu livre estabelecimento em outro país. Assim, para que a globalização funcione, é preciso que os fluxos dessas
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pessoas sejam encorajados. Aos Estados é reservada, porém, a prerrogativa de interrompê-los a qualquer momen-
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MODELO 1
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O relatório anual (2002) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela
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transformações na origem dos fluxos migratórios. Observa-se aumento das migrações de chineses, filipinos,
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russos e ucranianos com destino aos países membros da OCDE. Também foi registrado aumento de fluxos
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No mapa seguinte, estão destacados, com a cor preta, os países que mais receberam esses fluxos migratórios em 2002.
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a) ameaça de terrorismo em países pertencentes à OCDE;
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b) política dos países mais ricos de incentivo à imigração;
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c) perseguição religiosa em países muçulmanos;
d) repressão política em países do leste europeu;
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e) busca de oportunidades de emprego.
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ANÁLISE EXPOSITIVA
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A humanidade passou por vários ciclos migratórios ao longo da história. Os fatores são muito variados, mas
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existe uma causa básica em praticamente todos eles: o deslocamento em busca de melhores condições de vida.
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RESPOSTA Alternativa E
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Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
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H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
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H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
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H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
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H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
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Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de
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poder.
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H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
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H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômi-
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co-social.
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H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
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Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade
H10
histórico-geográfica.
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Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferen-
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tes grupos, conflitos e movimentos sociais. 70
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
58
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
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Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca
H14
das instituições sociais, políticas e econômicas.
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H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
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Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do
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H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.
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H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
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H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
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Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia,
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H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
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H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
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Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e
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geográficos.
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H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
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H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
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H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
2
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
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H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
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