Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GEOGRAFIA
0
05
08
Ç ÃO
LE
02
O
ÇÃ
CO
IA
GEOGRAFIA
AL
1
AV
DA
O
10
À
ET
A
ID
GO
BJ
ET
BM
O
DI
40
SU
•
CÓ
24
O
SÃ
20
ER
•V
LD
P2
ÃO
PN
AÇ
LG
VU
70
DI
E
LD
IA
ER
00
AT
M
Axé Silva
Jurandyr Ross
ISBN 978-85-10-09342-2 Ensino Fundamental – Anos Finais
Componente curricular: Geografia
Jurandyr Ross
• Livre-Docente em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Professor titular na Universidade de São Paulo (USP)
ENSINO
• Consultor do Ministério do Meio Ambiente (1992-2002)
FUNDAMENTAL
• Vencedor do Prêmio Jabuti pela Associação Brasileira do Livro (1997) ANOS FINAIS
• Autor da Classificação do Relevo Brasileiro (1985)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO COMPONENTE CURRICULAR
MANUAL DO
PROFESSOR
1a edição
São Paulo, 2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Silva, Axé (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Amplitude : geografia, 9 : ensino fundamental :
Silva,finais
anos Axé / Axé Silva, Jurandyr Ross. -- 1. ed. --
Amplitude
São Paulo : geografia,
: Editora do Brasil,9 :2022.
ensino--fundamental
(Amplitude :
anos finais / Axé Silva, Jurandyr Ross. -- 1. ed. --
geografia)
São Paulo : Editora do Brasil, 2022. -- (Amplitude
geografia)
ISBN 978-85-10-09344-6 (aluno)
ISBN 978-85-10-09342-2 (professor)
ISBN 978-85-10-09344-6 (aluno)
1. Geografia
ISBN (Ensino fundamental)
978-85-10-09342-2 I. Ross,
(professor)
Jurandyr. II. Título. III. Série.
1. Geografia (Ensino fundamental) I. Ross,
22-113347
Jurandyr. II. Título. III. Série. CDD-372.891
1. Geografia :Índices
Ensino para
fundamental
catálogo372.891
sistemático:
Cibele Maria :Dias
1. Geografia - Bibliotecária
Ensino fundamental - CRB-8/9427
372.891
Cibele do
© Editora Maria Dias
Brasil - Bibliotecária
S.A., 2022 - CRB-8/9427
Todos os direitos reservados
© Editora do Brasil S.A., 2022
Todos os direitos
Direção-geral: reservados
Vicente Tortamano Avanso Concepção, desenvolvimento e produção:
Triolet Editorial & Publicações
Direção-geral:
Diretoria Vicente
editorial: Tortamano
Felipe Avanso
Ramos Poletti Concepção,
Diretoria desenvolvimento
executiva: e produção:
Angélica Pizzutto Pozzani
Gerência editorial de conteúdo didático: Erika Caldin Triolet Editorial
Gerência & Publicações
editorial: Priscila Cruz
Diretoria editorial
editorial:de
Felipe RamosePoletti Diretoria executiva: Angélica
Gerência produção design: Ulisses Pires Coordenação editorial: TaynáPizzutto
de PaulaPozzani
Gerência editorial de conteúdo
Dea Melodidático: Erika Caldin Gerência
Supervisão de design: Edição deeditorial: Priscila
texto: André LuizCruz
Botelho Fonseca, Alício Roberto Egydio
Gerência editorial
Supervisão de arte: deAbdonildo
produçãoJosée design:
de Lima Ulisses Pires
Santos Coordenação
Leva, Amanda editorial:
Lejanoski,Tayná
Amandade Paula
Magalhães
Supervisão de
Supervisão de revisão:
design: Dea Melo
Elaine Silva Edição de texto: André Luiz Botelho
Supervisão de
de iconografia:
arte: Abdonildo Assistente editorial: Isabella Thebas Fonseca, Alício Roberto Egydio
Supervisão LéoJosé de Lima Santos
Burgos Leva, Amanda Lejanoski,
Supervisão de
de digital:
revisão:Priscila
Elaine Silva Preparação e revisão de Amanda Magalhães
texto: Janaina Felix (coord.), Ana Cristina
Supervisão Hernandez Assistente editorial: Isabella Thebas
Supervisão de
de controle
iconografia: Léo Burgoseditoriais: Roseli Said Garcia, Arnaldo Arruda, Brenda Morais, Bruna Paixão, Caroline Bigaiski,
Supervisão de processos Preparação e revisão
Supervisão de
de direitos
digital: Priscila Hernandez Célia Carvalho, Danielade texto:
Pita, ElaniJanaina
Souza,Felix
Érika(coord.), Ana Cristina
Finati, Flávia Gonçalves,
Supervisão autorais: Marilisa Bertolone Mendes Garcia,Cunha,
Arnaldo Arruda, Brenda Morais, Bruna Paixão,
Supervisão de controle de processos editoriais: Roseli Said Gloria Helaine Albuquerque, Janaína Silva, LaraCaroline Bigaiski,
Milani, Luciana
Célia Carvalho,
Moreira, LucieneDaniela Pita, Elani
Lima, Luciene Souza,
Perez, ÉrikaTomaz,
Malvina Finati, Flávia
MárciaGonçalves,
Leme,
Supervisão de direitos autorais: Marilisa del
Supervisão editorial: Agueda C. Guijarro Bertolone
Pozo Mendes
Gloria Cunha,
Márcia Nunes,Helaine
Mari RitaAlbuquerque, Janaína
Camarini, Maria Silva,
Luiza Lara Mariana
Simões, Milani, Luciana
Góis,
Leitura crítica: Júlio Fonseca
Supervisão editorial: Moreira,dos
Luciene Lima, Luciene Perez, Malvina Tomaz, MárciaCordeiro,
Leme,
Projeto gráfico: APIS Agueda
design eC. Guijarro
Talita Limadel Pozo Míriam Santos, Nayra Simões, Nelson Camargo, Patricia
LeituraEstúdio
crítica:Siamo
Júlio Fonseca Márcia Nunes, Mari Rita Camarini, Maria Luiza Simões,
Renata Tavares, Roseli Simões, Sandra Fernandes, Simone Garcia, Mariana Góis,
Capa:
Projeto gráfico:
Imagem de capa:APIS design e Talita Lima
123ArtistImages/iStockphoto.com e imaginima/ Míriam Passos,
Thiago dos Santos, Nayra
Vinicius Simões, Nelson Camargo, Patricia Cordeiro,
Oliveira
Capa: Estúdio Siamo
iStockphoto.com Renata Tavares,
Coordenação deRoseli
arte eSimões,
produção:Sandra
AnaFernandes, Simone
Onofri, Wilson Garcia,
Santos
Imagem de capa:de123ArtistImages/iStockphoto.com
Licenciamentos textos: Cinthya Utiyama, JennifereXavier
imaginima/
e Thiago Passos,
Edição de arte: Vinicius
Fabio KatoOliveira
iStockphoto.com
Renata Garbellini Coordenação
Ilustrações: de arte
Adilson e produção:
Secco, AlessandroAnaPassos
Onofri,da Wilson
Costa,Santos
Allmaps,
Licenciamentos
Controle de textos:
de processos CinthyaBruna
editoriais: Utiyama, Jennifer
Alves, Xavier
Julia do e
Nascimento, Edição deViana,
Cristiane arte: Condutta,
Fabio KatoDAE, Débora Ferreira, Fabio Abreu, Jairo
Renata Garbellini Ilustrações: AdilsonMario
Secco,Yoshida,
Alessandro
Rita Poliane, Terezinha de Fátima Oliveira e Valéria Alves Souza, Luis Moura, PaulaPassos
Haydee daRadi,
Costa, Allmaps,
Paulo César
Controle de processos editoriais: Bruna Alves, Julia do Nascimento, CristianeSonia
Viana, Condutta, DAE, Débora Ferreira, Fabio William
Abreu, Jairo
Pereira, Vaz, Studio Caparroz, Tarcísio Garbellini, Mur
Rita Poliane, Terezinha de Fátima Oliveira e Valéria Alves Souza, Luis Moura, Mario Yoshida, Paula Haydee Radi, Paulo César
Iconografia: Amanda Felicio, Daniela Chahin Barauna,
Pereira, Sonia Vaz, Studio
RosaCaparroz, Tarcísio Garbellini, William Mur
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Enio Lopes e Pamela
Iconografia: Amanda Felicio, Daniela Chahin Barauna,
Enio Lopes e Pamela Rosa
DA EDITORA DO BRASIL
1a edição, 2022
1a edição, 2022
Colega professor,
Esta coleção tem como objetivo contribuir com o seu trabalho e auxiliá-lo em
sala de aula.
Sabemos que a Geografia assume importante missão no quadro das áreas
do conhecimento que compõem o currículo escolar, pois é, principalmente, por
meio do estudo geográfico que os estudantes percebem e conhecem melhor o
mundo em que vivem, com sua complexidade, dinâmica e diversidade.
Entendemos que essa missão se torna efetiva por meio de um trabalho
constante de despertar o espírito crítico e questionador do estudante, tornando-o
cada vez mais criativo, participativo e consciente.
Contando com isso, a coleção traz conteúdos atualizados, uma rica
iconografia e cartografia, bem como uma diversidade de seções com distintas
finalidades e situações coerentes com cada faixa etária dos estudantes. O
trabalho de preparação e elaboração da coleção fundamentou-se nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e na Base
MATERIAL
Nacional ComumDE DIVULGAÇÃO
Curricular (BNCC).
DA EDITORA
Para que osDOestudantes
BRASIL desenvolvam a capacidade de interpretar,
compreender e representar o espaço geográfico em que vivem, adotamos
a proposta de trabalhar os assuntos articulados com o cotidiano vivido por
eles, sempre com a preocupação de contribuir para a construção da cidadania
e o convívio social republicano. Esta coleção lhe proporciona uma adequada
organização e estruturação dos conteúdos geográficos a serem desenvolvidos
no ano letivo, com amplas e diversificadas condições para a efetivação de um
processo de ensino-aprendizagem ajustado à sua realidade escolar e aos desafios
da atualidade.
Bom ano!
Os autores
O ensino de Geografia: teorias e práticas .......................................................................................................................... V
Proposta teórico-metodológica ................................................................................................................................................................... V
Conceitos geográficos, usos didáticos e dialogicidades .......................................................................................... VIII
Raciocínio geográfico e consciência espacial .......................................................................................................................... X
O papel do professor ..................................................................................................................................................................................... XIV
Proposta didático-pedagógica ............................................................................................................................................................... XIV
Atividades de observação e aula de campo ........................................................................................................................ XVI
Olhar cartográfico ...................................................................................................................................................................................... XVIII
Ser cidadão .......................................................................................................................................................................................................... XIX
O trabalho interdisciplinar .................................................................................................................................................................. XXI
Subsídios para o trabalho em conjunto ........................................................................................................................................ XXII
O uso de diferentes linguagens .......................................................................................................................................................... XXIII
Educação como meio de transformação .................................................................................................................. XXIV
Articulação entre competências, habilidades, atitudes e valores ..................................................................... XXIV
Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) ....................................................................................................................... XXV
O trabalho com os Temas Contemporâneos Transversais nos volumes da coleção ................. XXVI
Pensamento computacional ................................................................................................................................................................. XXVII
Culturas juvenis ................................................................................................................................................................................................ XXVII
Projeto de vida ................................................................................................................................................................................................. XXVIII
Como trabalhar com grupos grandes e diversos ........................................................................................................... XXVIII
Saúde mental e cultura de paz ............................................................................................................................................................ XXXI
Bullying .............................................................................................................................................................................................................. XXXII
Saúde mental na escola .................................................................................................................................................................... XXXII
O desafio da avaliação ....................................................................................................................................................................... XXXII
Avaliação diagnóstica ........................................................................................................................................................................ XXXIV
Avaliação formativa ............................................................................................................................................................................. XXXIV
Avaliação somativa
MATERIAL ............................................................................................................................................................................... XXXV
DE DIVULGAÇÃO
Estratégias para superação de eventuais defasagens .................................................................................... XXXVII
DA EDITORA DO BRASIL
Práticas de pesquisa ......................................................................................................................................................................... XXXVII
Conheça o livro ............................................................................................................................................................................................ XXXIX
Livro do Estudante ....................................................................................................................................................................................... XXXIX
As seções de cada unidade ......................................................................................................................................................... XXXIX
Manual do Professor ......................................................................................................................................................................................... XLII
Como usar esta obra .................................................................................................................................................................................. XLIII
Organização dos volumes ................................................................................................................................................................ XLIV
Correspondência com a Base Nacional Comum Curricular .................................................................................... XLIV
IV
O ensino de Geografia: teorias e práticas
Proposta O conhecimento curricular da Geografia pos-
sibilita desvendar lógicas e criar visões de mundo
teórico-metodológica mais amplas, expondo assim a trajetória humana no
A escola é um lugar de conhecimento, tanto cien- planeta e a própria dinâmica da Terra no Universo. Tal
tífico quanto ligado à informação e à sabedoria. Esses conhecimento precisa de vias metodológicas e teó-
conhecimentos, em suas diferentes variantes, geram ricas para serem apreendidas, por meio de estudos
organizações e transformações no espaço. Essas es- e reflexões acerca dos processos que envolvem as
pacialidades impulsionam e autenticam a necessidade sociedades humanas e a exploração e conservação
dos componentes curriculares escolares, entre os quais da natureza.
a Geografia. São os encontros e os diálogos dessas
A Geografia como disciplina escolar,
características e ações – Geografias, portanto – que
oferece sua contribuição para que alunos
sustentam esta coleção.
e professores enriqueçam suas represen-
A Geografia se constitui em uma importante fer-
tações sociais e seu conhecimento sobre
ramenta de reflexão, visão e ação sobre o mundo no
as múltiplas dimensões da realidade
qual vivemos, com base em pesquisas e reflexões que
social, natural e histórica, entendendo
se ancoram tanto na construção científica como na melhor o mundo em seu processo inin-
sistematização vinculada a escolhas, direcionamen- terrupto de transformação, o momento
tos curriculares e criatividade na organização de uma atual da chamada mundialização da eco-
obra didática. nomia. […]
Essa, portanto, é uma das características prin- Na formação de professores e alunos,
cipais que perfazem a criação desta coleção: o en- é essencial o domínio da leitura do espa-
contro. De fato, vários deles. Percorreremos, nas ço por meio de observação espontânea e
linhas a seguir, vários encontros e diálogos da ciência dirigida, das entrevistas, da produção de
geográfica. registros e da pesquisa em variadas fontes,
Nesta coleção, o primeiro encontro a ser destacado nas realidades locais concretas do bairro
é entre o conhecimento sistematizado, que nos chega ou de cidades. Tais procedimentos cons-
por entre estas páginas, e o mundo vivido por todos que tituem pontos de partida e chegada, nos
frequentam a escola: estudantes,
MATERIAL professores e demais
DE DIVULGAÇÃO quais se constroem os parâmetros reais
funcionários e participantes da comunidade escolar. para a compreensão de espaços locais e
DA EDITORA DO BRASIL
Os responsáveis pelos estudantes e a comunidade do de regiões bem distintas.
entorno também podem contribuir para essa reflexão PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria
Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo:
e para a promoção desse diálogo entre o espaço vivido Cortez Editora, 2012. p. 38.
e o espaço concebido.
Além disso, temos, na Geografia e em suas vá- Por esses descaminhos, é cada vez mais caro para
rias possibilidades, instrumentos capazes de elu- a profissão educativa conjecturar a função que temos,
cidar as ligações entre os mais distantes lugares e qual papel exercemos na vida social e as decorrên-
aqueles que nos são tão próximos e comuns. Este cias do que realizamos para os estudantes. Torna-
é mais um encontro proveitoso. Tais instrumentos -se imprescindível termos consciência do acréscimo
são apropriados para levarmos crianças e jovens a social que este ou aquele conhecimento possibilita;
percorrer o mundo real e o mundo imaginado. Os perguntamo-nos qual é a função subjetiva para cada
diversos encontros e diálogos são ferramentas de uma das pessoas que os estudam e também o caráter
conhecimento e de reconhecimento, vindos de nós objetivo que revela o alcance social; qual é o papel
mesmos como civilização e das várias sociedades que dos conceitos sistematizados construídos em sala de
circulam próximas e distantes de nós, e contribuem aula. A partir daí, novamente nos perguntamos qual é
também no desvelamento e na apropriação intelec- o papel das habilidades para o pensamento crítico dos
tualizada do mundo. estudantes, qual é o papel desse conhecimento para
V
a autonomia e a emancipação do educando e como formas: na compreensão perceptiva da
os conceitos, as noções e as reflexões construídas paisagem, que ganha significado à medi-
tanto em sala de aula como fora dela podem contribuir da que, ao observá-la, nota-se a vivência
para melhorar o mundo em que vivemos. São essas dos indivíduos e da coletividade; nas rela-
questões que nutrem nossa prática. ções com os lugares vividos; nos costumes
Fica evidente, portanto, a importância da discus- que resgatam a nossa memória social; na
são teórica e metodológica do ensino, pois, com base identidade cultural; e na consciência de
nesses questionamentos, podemos sobrepor as con- que somos sujeitos da história, distintos
uns dos outros e, por isso, convictos das
tradições próprias da ciência geográfica e refletir sobre
nossas diferenças.
o mundo constituído como espaço geográfico. Assim,
[...]
delineamos que o processo de ensino e aprendizagem
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
desse componente curricular deve ser problematizado Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 359.
e refletido em todo o seu andamento durante a edu- Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
cação básica. Acesso em: 15 jun. 2022.
O ensino da Geografia possibilita reflexões
sobre o mundo contemporâneo e permite a toma- Sabemos, no entanto, que há dificuldades para
da de decisões mais autônomas dos estudantes e que a Geografia em prol de uma formação cultural e
cidadã chegue com maior ênfase às escolas. Sobre
da comunidade na qual ele está inserido. Isso é o
isso, Kaercher (2015) alega que a dúvida deve ser um
que pesquisadores do campo do ensino, tanto da
dos princípios metodológicos constantes, pois mesmo
Geografia quanto de outras ciências, almejam e o
uma proposta curricular que prescreva um tom críti-
que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de-
co não garante a criticidade inerente a esse modo da
fende. Educadores podem, com base no currículo
Geografia.
disciplinar de Geografia, ajudar os estudantes a se
tornarem pessoas críticas, criativas e intelectualmen- [...] Devemos ensinar mais nossos
te preocupadas. alunos (e a nós mesmos) a duvidarem do
Preconiza-se um ensino de Geografia que incen- que se ouve e lê, inclusive nos livros e na
tive a inquietude e apresente reflexões ancoradas na televisão, para que o aluno perceba que
multiplicidade, na diversidade e na solidariedade, cal- não estamos, quando damos aula, ensi-
cadas em ações transformadoras e na prática demo- nando doutrinas, verdades, mas sim que
crática. Nessa perspectiva, o ensino de Geografia deve estamos construindo um conhecimento
estar fortemente ligado à compreensão do mundo; novo a partir do que já temos (a fala do
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
uma compreensão que abranja as mais diferentes es- professor, do aluno, o livro texto, os meios
calas, em seus DA EDITORA
encontros DO BRASIL e que tam-
e contradições, de comunicação etc.). Para tal, a dúvi-
bém instrumentalize os estudantes para que possam da deve ser um princípio metodológico
ser autores de transformações sociais. A educação constante. Nós professores, precisamos
geográfica pode e deve despertar nos estudantes a aprender a conviver com a insegurança
da dúvida. [...]
curiosidade e o anseio pelo conhecimento do mundo,
KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a geografia crítica?
originar e impulsionar aspirações de qualidade so- Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem de
cial, atividades criativas e respeito ao meio ambiente. Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia N.; OLIVEIRA, Ariovaldo
Umbelino (org.). Geografia em perspectiva. São Paulo:
Sendo assim, Contexto, 2015. p. 222.
Categoria Descrição
Definição: habilidade de lembrar informações e conteúdos previamente abordados, como fatos, datas,
palavras, teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios, procedimentos etc. A habilidade pode
envolver lembrar uma significativa quantidade de informação ou fatos específicos. O objetivo principal
desta categoria é trazer à consciência esses conhecimentos.
Subcategorias: 1.1 Conhecimento específico: Conhecimento de terminologia; Conhecimento de
tendências e sequências; 1.2 Conhecimento de formas e significados relacionados às especificidades
1. Conhecimento do conteúdo: Conhecimento de convenção; Conhecimento de tendência e sequência; Conhecimento de
classificação e categoria; Conhecimento de critério; Conhecimento de metodologia; e 1.3 Conhecimento
universal e abstração relacionado a um determinado campo de conhecimento: Conhecimento de princípios
e generalizações; Conhecimento de teorias e estruturas.
Verbos: enumerar, definir, descrever, identificar, denominar, listar, nomear, combinar, realçar, apontar,
relembrar, recordar, relacionar, reproduzir, solucionar, declarar, distinguir, rotular, memorizar, ordenar e
reconhecer.
Definição: habilidade de compreender e dar significado ao conteúdo. Essa habilidade pode ser
demonstrada por meio da tradução do conteúdo compreendido para uma nova forma (oral, escrita,
diagramas etc.) ou contexto. Nessa categoria, encontra-se a capacidade de entender a informação ou fato,
de captar seu significado e de utilizá-la em contextos diferentes.
2. Compreensão
Subcategorias: 2.1 Translação; 2.2 Interpretação; e 2.3 Extrapolação.
Verbos: alterar, construir, converter, decodificar, defender, definir, descrever, distinguir, discriminar,
estimar, explicar, generalizar, dar exemplos, ilustrar, inferir, reformular, prever, reescrever, resolver, resumir,
classificar, discutir, identificar, interpretar, reconhecer, redefinir, selecionar, situar e traduzir.
Definição: habilidade de usar informações, métodos e conteúdos aprendidos em novas situações concretas.
Isso pode incluir aplicações de regras, métodos, modelos, conceitos, princípios, leis e teorias.
3. Aplicação Verbos: aplicar, alterar, programar, demonstrar, desenvolver, descobrir, dramatizar, empregar, ilustrar,
interpretar, manipular, modificar, operacionalizar, organizar, prever, preparar, produzir, relatar, resolver,
transferir, usar, construir, esboçar, escolher, escrever, operar e praticar.
Definição: habilidade de julgar o valor do material (proposta, pesquisa, projeto) para um propósito específico.
O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser externos (relevância) ou internos
(organização) e podem ser fornecidos ou conjuntamente identificados. Julgar o valor do conhecimento.
Subcategorias: 6.1 Avaliação em termos de evidências internas; e 6.2 Julgamento em termos de critérios
6. Avaliação
externos.
Verbos: avaliar, averiguar, escolher, comparar, concluir, contrastar, criticar, decidir, defender, discriminar, explicar,
interpretar, justificar, relatar, resolver, resumir, apoiar, validar, escrever um review sobre, detectar, estimar, julgar e
selecionar.
Fonte: FERRAZ; Ana Paula do C. M.; BELHOT, Renato V. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição
de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, São Carlos, v. 17, n. 2. p. 426, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.
VII
O uso de qualquer proposta metodológica tem, de entre os campos de conhecimento, possibilitando aos
forma implícita, uma concepção de valor que se atribui estudantes uma visão integrada dos componentes cur-
ao ensino. Por meio dela, desenvolve-se ideias e ações riculares. A falta de conexão entre o conhecimento es-
em relação aos processos de ensinar e aprender, va- colar e o dia a dia torna o conteúdo aprendido na escola
lorizando os caminhos formativos que os estudantes muitas vezes pouco significativo para eles.
seguem ao longo da escolarização. O desenvolvimento Essas dificuldades poderão ser rompidas com a
educacional e o uso de determinada aprendizagem têm prática do trabalho interdisciplinar, que integra o co-
por finalidade alcançar certos objetivos em diferentes nhecimento das crianças e dos adolescentes aos temas
escalas (curto, médio e longo prazos). a serem apresentados na escola e busca condições ex-
É possível perceber que, relacionados às categorias pressivas ao considerar o conhecimento de várias áreas
do domínio cognitivo, os verbos procuram dar suporte sobre duas probabilidades: 1) integrando os compo-
ao planejamento acadêmico (objetivo, estratégia e ava- nentes curriculares por meio das atividades em comum;
liação) referente a cada uma das categorias do domínio e 2) propondo a dialogicidade constante, considerando
cognitivo. Esses verbos de ação procuram descrever que o conhecimento é movimento e pode ser construído
os processos cognitivos desejados para explicitar aos nas atividades escolares.
estudantes o que eles deverão ser capazes de realizar O espaço, como conceito, que também pode ser
de acordo com aquele conhecimento. Espera-se que o chamado de espaço geográfico, é central para vários
professor reforce o uso dos verbos em sala de aula e estudos da Geografia. Milton Santos propõe que o es-
utilize os verbos apresentados nos livros para traçar paço seja definido como um conjunto indissociável de
estratégias, escolher conteúdos e aplicar instrumen- sistemas de objetos e de ações, em uma visão bastante
tos de avaliação eficazes e efetivos. No conteúdo do diferente do espaço como palco de ações (SANTOS,
Manual do Professor em U são apresentadas orienta- 2009, p. 21). O espaço é a ação – não faz apenas parte,
ções específicas que, apoiadas nessa estratégia, au- mas é determinante – social e espacial ao mesmo tempo.
xiliam os estudantes a desenvolver as habilidades de No decorrer do século XX, uma visão superada na
analisar, argumentar e inferir. Geografia apresentava o espaço como receptáculo das
ações da natureza e da vida social. Era, assim, consi-
Conceitos geográficos, usos derado apenas “palco” dos acontecimentos, não sendo
sequer movimento. Hoje, entende-se a importância
didáticos e dialogicidades
de considerar o espaço um entrelaçamento do espaço
Cabe expor também os conceitos de análise e a físico e da sociedade, indo muito além de uma mera
atuação que eles têm para movimentar o ensino da relação, com um vínculo tecido por vários processos.
Geografia, tendo em vista a finalidade de conectarmos Esses processos são importantes e devem estar sem-
MATERIAL DEeDIVULGAÇÃO
os caminhos metodológicos teóricos abordados nesta pre presentes nas preocupações dos educadores, pois
coleção: espaço,DAterritório,
EDITORApaisagem,
DO BRASILregião e lugar. evocam, por exemplo, a necessidade do entendimento
Além dos encontros arrolados anteriormente e dessa de globalização, mundialização, redes, sociedade urba-
provocação sobre a necessária convivência com a dúvi- no-industrial etc.
da como um dos princípios metodológicos, explicitare- Para entendermos a geograficidade dos fenôme-
mos a seguir cada um desses conceitos e sua respectiva nos que ocorrem à nossa volta e no mundo como um
importância para o ensino-aprendizagem de Geografia. todo, e tão importante quanto o conceito de espaço,
Esses conceitos são distribuídos pela coleção e temos o conceito de território. Na Geografia, o território
atravessam as unidades apresentadas em cada um explicita uma relação que permeia a questão política em
dos quatro volumes dos Anos Finais do Ensino Funda- relação ao planeta, enquanto na Biologia, por exemplo,
mental. O papel do professor será basilar para o ensino pode abarcar como alguns animais delimitam sua área
e a aprendizagem desses conceitos e das categorias de vivência. Como explica Lisboa (2007, p. 28),
de análise.
Além disso, há grandes desafios no campo do en- A compreensão do termo território
sino-aprendizagem na atualidade no que diz respeito não se restringe a sua situação de conceito
à prática pedagógica e ao fazer escolar. Esses desafios geográfico, mas também faz parte do uso
caminham juntos e compõem a suscitação interdisci- corrente de outras ciências, em que é ado-
plinar e os diversos “usos” dos conceitos. O primeiro tado com significados diferentes. Alguns
desafio é reverter o isolamento e as desarticulações termos têm importantes associações com
VIII
o conceito de território. O mais importante (1769-1859) e Carl Ritter (1779-1859), que conside-
deles é o poder, já que os territórios são ravam a paisagem um conjunto de formas presentes
formados fundamentalmente a partir de em determinado trecho da superfície terrestre. Segundo
relações de poder de determinado agente. eles, por meio do olhar era possível conceber uma geo-
As fronteiras territoriais também são es- grafia que, em essência, seria o arcabouço de informa-
senciais, uma vez que delimitam a área al- ções e conhecimentos organizados com a intenção de
cançada por essas relações de poder, sendo compreender a relação entre o ser humano e a nature-
as mais conhecidas, as fronteiras nacionais za. De acordo com esses estudiosos, uma forma de se
e outras delimitações políticas como, por alcançar esse propósito era ampliar os conhecimentos
exemplo, subdivisões estaduais internas. dos aspectos físico-naturais das paisagens. O estudo
Da mesma forma que ocorre com vários da paisagem, do ponto de vista acadêmico, passou a
dos demais conceitos, podemos identificar ser reconhecido como a porção do espaço, com amplas
territórios em níveis escalares diferentes dimensões visíveis e características físicas e culturais
como, por exemplo, em escala mundial, particulares, individuais.
nacional, regional, local. Na década de 1970 surgem concepções a respeito
[...] da paisagem cultural, cuja concepção essencial envolve
LISBOA, Severina Sarah. A importância dos conceitos de a ideia de que a paisagem existe em razão da sociedade
Geografia para a aprendizagem de conteúdos geográficos escolares. que a produziu, tendo a cidade como grande destaque,
Ponto de Vista, Viçosa, v. 4, p. 23-35, 2007. Disponível em:
https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/9746/5374. pois nela concretizam-se os valores e as ações concre-
Acesso em: 20 jul. 2022. tas de uma sociedade e de seu tempo.
Sendo assim, para quem ensina Geografia, é im- Atualmente, ela ganha outros sentidos; a audição
é um dos que mais vêm somar nesse panorama de
portante tratar o território como um conceito, uma vez
ampliação das possibilidades explicativas desse con-
que isso possibilita que vários fatos possam ser vistos
ceito. É conhecida nas políticas públicas escolares a
pelo viés geográfico. Territorialidade e territorialização
terminologia paisagem sonora, que realça as possibili-
são dois conceitos amarrados a essa categoria.
dades de análise por meio de outros sentidos humanos,
Cabe realçar que, para abrangermos e elucidar-
surgindo assim outras percepções em relação a esse
mos o conhecimento sobre o Brasil, necessitamos conceito analítico.
ponderar que temos uma territorialidade advinda A paisagem exprime as heranças que representam
tanto da ciência – os planos e projetos decorrentes as sucessivas relações entre o ser humano e a natureza
da regionalização brasileira pelo Instituto Brasileiro de em diferentes sociedades, revelando um momento do
Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo – quanto processo de construção do espaço. Segundo Helena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
da sabedoria dos povos indígenas, camponeses, ri- Copetti Callai (2008):
DA EDITORA
beirinhos, quilombolas, caiçarasDO BRASIL
e vários grupos tra-
dicionais que compõem a população do nosso país. A paisagem revela a realidade do espaço
em um determinado momento do processo.
Esse encontro de várias sabedorias precisa alcançar
O espaço é construído ao longo do tempo
as atividades do componente curricular Geografia no
de vida das pessoas, considerando a forma
trabalho cotidiano com os estudantes.
como vivem, o tipo de relação que existe
Um distinto instrumento importante para essa
entre elas e que estabelecem com a natureza.
elucidação é o conceito de paisagem. A paisagem é o
Dessa forma, o lugar mostra, através
que é possível de ser abrangido espacialmente pelos
da paisagem, a história da população que
sentidos. A paisagem é detentora de um caráter histó-
ali vive, os recursos naturais de que dispõe
rico em suas distintas materialidades presentes. É pela e a forma como se utiliza de tais recursos.
paisagem, apreendida com base em seus categóricos A paisagem é o resultado do processo
objetivos e subjetivos, que empiricamente vivemos um de construção do espaço. […]
primeiro nível de identificação com o lugar. Esta paisagem precisa ser apreendida
Durante muito tempo, a paisagem esteve extre- para além do que é visível, observável. Esta
mamente ligada ao sentido humano da visão. É pos- apreensão é a busca das explicações do que
sível identificar esse aspecto nas considerações feitas está por detrás da paisagem, a busca dos
pelos geógrafos alemães Alexander von Humboldt significados do que aparece. As paisagens
IX
são, portanto, interessantes para se poder Além disso, o lugar também se associa
compreender a realidade. […] ao sentimento de pertencer a determinado
CALLAI, Helena C. A paisagem. In: CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos espaço, de identificação pessoal com uma
(org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto
dada área. Cada localidade possui caracte-
Alegre: Mediação, 2008. p. 98-100.
rísticas próprias que, em conjunto, confe-
No século XIX apareceu na Geografia moderna rem ao lugar uma identidade própria e cada
o conceito de região, que foi se constituindo lenta- indivíduo que convive com o lugar com ele
mente e foi atribuído como um espaço de identidade. se identifica. Dessa forma, o lugar garante a
As regiões, que se constituíam graças à solidariedade manutenção interna da situação de singu-
entre os povos e seus territórios, formavam identida- laridade. As parcelas do espaço geográfico
des consistentes ao longo do tempo e traçavam limites com a[s] qual[is] cada indivíduo se relacio-
espaciais coesos. Em cada ocasião histórica, altera-se na e interage compõe[m] o seu lugar. Cada
o que se concordou chamar de região. pessoa terá um lugar diferente da outra, na
medida em que ambas possuem vida e co-
[…] a ideia é compreender a noção de tidiano diferentes. O lugar possui também
região a partir do espaço, haja vista que íntima relação com os aspectos culturais
a região é uma porção do espaço delimi- que marcam cada sociedade.
tada a partir do agrupamento de aspectos, […]
em certa medida, homogêneos, seja por um LISBOA, Severina Sarah. A importância dos conceitos de Geografia
critério físico-natural ou socioeconômico, para a aprendizagem de conteúdos geográficos escolares.
Ponto de Vista, Viçosa, v. 4, p. 23-35, 2007.
dentre outros. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/9746/5374.
[…] a região é uma categoria analítica Acesso em: 20 jul. 2022.
Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos
Conexão
próximos ou distantes.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima),
Diferenciação DA EDITORA DOnaBRASIL
resultando diferença entre áreas.
Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um
Localização sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou
por interações espaciais).
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 360. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
A consciência espacial, um dos frutos do proces- na “informação”, que confunde “conhecimento” com
so de ensino-aprendizagem de Geografia, necessita “repassar informações”, exigirá dos estudantes memo-
estar diretamente arrolada à prática da cidadania, na rização. Memorizar é uma das capacidades humanas
construção de uma sociedade mais justa e democráti- que devem ser incentivadas na escolarização, no en-
ca. Ensinar Geografia é muito mais que oferecer uma tanto, não deve ser a única maneira de encaminhar o
lista de informações. O ensino-aprendizagem calcado ensino-aprendizagem. Deve-se associar os conceitos
XI
historicamente construídos pela ciência geográfica: es- E assim se posicionará de forma crítica
paço, território, paisagem, região e lugar, que auxiliam diante dos acontecimentos ocorridos na
os estudantes a compreender a espacialidade dos fe- paisagem. A discussão sobre o ensino de
nômenos complexos que acontecem no mundo. Geografia passa pela avaliação do conteúdo
Sobre o ensino de cidadania, Márcio Balbino e pela construção de conceitos e noções
Cavalcante (2006) afirma que: a partir do espaço de vivência da criança,
pois é desde o momento em que nascemos
O ato de ensinar Geografia nos coloca
que construímos a noção de espaço. […]
diante de duas discussões importantes: a
As crianças percebem que a cidade tem
primeira refere-se à relação ensino e apren-
certa complexidade na sua estrutura: é di-
dizagem enquanto tal, e a segunda diz res-
nâmica, possui velocidade e reestrutura-se
peito à própria Geografia, fonte e objeto de
em função das necessidades dos seres hu-
uma gama muito particular de discussões,
manos. Percebem também um espaço de
principalmente no que se refere a seus
contradições, de transformações e de con-
pressupostos teórico-metodológicos.
flitos, mas também é um espaço ao mesmo
No ensino de Geografia deve-se conside-
tempo desorganizado e poético.
rar a realidade no seu conjunto: o espaço é di-
Para ensinar Geografia com essas con-
nâmico e sofre alterações em função da ação
cepções, precisamos avaliar os conteúdos
do homem, e este é um sujeito que faz parte
desenvolvidos nas escolas, e isto significa
do processo histórico. Portanto, o aluno deve
refletir também sobre os currículos míni-
ser orientado no sentido de perceber-se como
mos no Ensino Fundamental e Médio.
elemento ativo do seu processo histórico.
Finalmente, apesar da individualidade
A nossa ação enquanto educadores, está
que a ciência geográfica traz na discussão
relacionada com os nossos objetivos peda-
sobre espaço, devemos ter presente a im-
gógicos e educacionais. Se quisermos uma
portância de colocá-la na perspectiva de
educação que contribua para o desenvolvi-
uma discussão interdisciplinar.
mento da criança, devemos atuar no proces- CAVALCANTE, Márcio Balbino. A construção do conhecimento no ensino da
so de ensino e aprendizagem, na perspectiva Geografia. Jornal dos amigos, Belo Horizonte, 24 jun. 2006. Disponível em:
https://www.jornaldosamigos.com.br/educacao.htm. Acesso em: 15 jun. 2022.
da construção do conhecimento, refletindo
sobre a realidade vivida pelo aluno, respei- Para ensinar e aprender a espacialização, é neces-
tando e considerando a sua história de vida sário considerar três aspectos: localização, represen-
e contribuindo para que o aluno entenda seu tação e escala. Os fenômenos espaciais são passíveis
MATERIAL
papel DE DIVULGAÇÃO
na sociedade: o de cidadão. de localização, pois acontecem em algum lugar: a praça
DA EDITORA
Esta DO BRASILna direção da
reflexão aponta-nos do bairro, a rua, o campo de futebol, o clube, a própria
articulação entre conteúdo específico e o casa onde habitamos. Há, no entanto, uma linguagem,
processo de ensino e aprendizagem, isto é, a como nos estudos de temporalidades, que, de acordo
concepção que temos de Geografia deve estar com as convenções, define como devemos encontrar
relacionada com a concepção de Educação. a localização. Podemos partir de um endereço pos-
E como isso deve ser feito? Podemos tal e até de um cruzamento entre linhas imaginárias
pensar que a contribuição da Geografia para que indiquem a localização por meio dos paralelos e
a formação do aluno está na compreensão meridianos, para saber onde estamos de acordo com
que ele terá da realidade. Ao estudar o espa- a longitude e a latitude. Podemos ainda encontrar a
ço geográfico, por exemplo, o aluno refletirá localização tendo como referência nosso corpo, as
sobre a análise da dinâmica social, a dinâmi- unidades político-administrativas (município, estado,
ca da natureza e a relação que existe entre os país), as convenções (paralelos e meridianos, nomes
seres humanos e a natureza. A compreensão de ruas, bairros etc.) e um instrumento que congrega
da realidade está vinculada à forma como a muito disso citado anteriormente: os mapas.
aprendizagem está acontecendo. Tanto categorias quanto conceitos são ferramentas
Assim o aluno analisará a interferência do intelecto humano indispensáveis a qualquer teoria.
humana no espaço como fruto do trabalho Podemos alegar que conceitos expressam a existência
na organização espacial através do tempo. e as categorias suscitam as essências, o “estar” e o
XII
“ser” do fenômeno. São diferenças, mas que invocam Assim, é pouco sensato falarmos de valores,
proximidades, uma vez que categorias e conceitos são analisando-os com base no discurso cientí-
dialógicos, interdependentes. Categorias e conceitos fico, já que, desde então, com a transição do
geram vários e importantes encontros e diálogos entre velho positivismo iludido ao neopositivismo,
teoria e epistemologia, paradigmas e métodos, enfim, a ciência tem se construído eliminando va-
entre Filosofia e Ciência. lores; deve ser wertfreiheit, value-free. A ciên-
As seis categorias que mencionamos a seguir (e cia pouco sabe o que devemos ou não fazer,
estão presentes na obra) apresentam e acionam escla- o sentido último da nossa existência, o que
recimentos e dão chaves para que os estudantes pos- amar ou odiar, o que é bonito ou repugnante.
sam entender e explicar o mundo: sociedade, natureza, Disso certamente se encarrega a sabedoria.
trabalho, cultura e tempo-espaço. Essas categorias Uma forma de saber que, superior à ciência
de análise são fundamentais para facilitar e promover a e, obviamente, à informação, me ensina a
relação entre conhecimentos em seus diferentes modos viver e me mostra, entre tudo o eu que posso
e aspectos. Portanto, para reforçar o papel dos concei- fazer, aquilo que merece ser feito. O Dicioná-
tos de análise e das categorias, temos de subscrever rio da Real Academia Espanhola (DRAE) de-
o conhecimento humano em três grandes chaves: 1) o fine a sabedoria como “o nível mais alto do
conhecimento como ciência; 2) somente como infor- conhecimento” e como “conduta prudente
mação; e 3) como sabedoria por meio de práticas e na vida”; seu antônimo seria a loucura. Uma
pensamentos populares, uma das características da definição-padrão me diria que é o bom uso
formação socioterritorial brasileira. do conhecimento. De modo que, sem sabe-
Para reforçarmos o entendimento sobre as dife- doria, a ciência não passa de um arquivo ou
renças e proximidades entre sabedoria, informação e um amontoado de instrumentos que eu não
conhecimento científico, cabe lermos um excerto do saberia como utilizar.
texto de Espinosa (2010): Informação, conhecimento e sabedoria
respondem assim a três perguntas muito
[…] informação, conhecimento e sa- diferentes: O que há? O eu que posso fazer?
bedoria são três modos ou maneiras do O que eu devo fazer?
“saber” ou do “conhecer” com alcance e […]
desenvolvimento muito diferentes. A infor- ESPINOSA, Emilio Lamo de. La sociedad del conocimiento: información,
mação nos fornece dados, bits, nos diz o que ciencia, sabiduría. Madri: Real Academia de Ciencias Morales y Políticas,
2010. p. 66-67. Tradução nossa.
é, como é; pode ser digitalizada, arquivada
e transmitida. Hoje a encontramos na web, Conceitos e categorias compõem, assim, impor-
MATERIAL
basta acessar um DEbomDIVULGAÇÃO
site de buscas […] tantes características da linguagem científica e apre-
para obterDA EDITORA
todas DO BRASILdo mundo,
as informações sentam as dimensões de análise dos elementos que
quase todos os livros clássicos e moder- perfazem as preocupações da Geografia. Uma prática
nos, todas as músicas, todos os dados que pedagógica e didática adequada, por sua vez, associada
desejemos. Basta ter uma conexão com a ao entendimento tanto do papel quanto da capacidade
internet para acessar bases gigantescas de de explicação dos fenômenos que carrega consigo, fa-
informação. vorece o bom ensino da Geografia em cada um dos
O conhecimento é outra coisa, é um Anos Finais do Ensino Fundamental.
saber que, com base em muitos dados – e Esse é o encanto e o desafio de se fazer, aprender e
combinando indução com dedução –, me educar geograficamente. Torna-se vital o papel do pro-
diz não o que é, mas sim o que eu posso fessor na criação dos caminhos para alcançar esses ob-
fazer. A ciência é assim, o núcleo duro do jetivos, compreendendo que a criação desses caminhos
conhecimento, um depósito […] de teorias possibilita ao estudante ser responsável e protagonista
ou modelos de partes do mundo que me dessa construção. A partir da interação entre professor
ensina como fazer isto ou aquilo. Contu- e estudantes, nasce uma Geografia ativa, viabilizando
do, o conhecimento científico tem seus li- fundamentos sólidos para a compreensão do espaço
mites. A ciência é um saber instrumental geográfico, que, uma vez consolidados, permanecerão e
que me mostra o que eu posso fazer, mas serão fundamentais para o desenvolvimento intelectual
de nenhum modo o que eu devo fazer. […] no Ensino Médio.
XIII
O papel do professor
Proposta Nas orientações, presentes no decorrer de cada volume,
são trabalhados diferentes modos de apresentação e
didático-pedagógica ordenação dos conteúdos.
A finalidade da Geografia como componente curri- A definição de competências presente na BNCC
cular escolar é formar cidadãos conscientes do espaço e se torna imperativa para conduzir procedimentos e en-
dos fenômenos que eles vivenciam; é definir na prática caminhar conceitos das ciências humanas e de outras
o espaço ocupado por nós e pelas coisas de acordo ciências, assim como articular sabedorias, valores e
com a teoria e a reflexão sobre o vivido, o concebido e atitudes na vivência escolar e social:
o percebido. É apreender que vivemos no espaço e que Na BNCC, competência é definida como
tudo que existe ou existiu ocupa ou ocupou um lugar no a mobilização de conhecimentos (concei-
espaço. Além disso, é possível fazer também projeções tos e procedimentos), habilidades (práticas,
sobre o que virá a ser a ocupação dos espaços pelas cognitivas e socioemocionais), atitudes e
sociedades. valores para resolver demandas complexas
O papel do professor é cooperar com o estabele- da vida cotidiana, do pleno exercício da ci-
cimento da Geografia como uma ciência que estuda, dadania e do mundo do trabalho.
analisa e procura explicar (conhecer) o espaço produ- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
zido pelas sociedades humanas. Somando-se a isso, Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 8. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
Morán (2015) explica que: BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.
O papel do professor é mais o de cura-
dor e de orientador. Curador, que escolhe A BNCC apresenta as unidades temáticas que
o que é relevante entre tanta informação substanciam os objetos de conhecimento, que, por
disponível e ajuda a que os alunos encon- sua vez, corroboram as características do ensino e da
trem sentido no mosaico de materiais e ati- aprendizagem da Geografia. Assim, “O que ensinar?”
vidades disponíveis. Curador, no sentido está sempre conectado a “Por que ensinar?”. Os objetos
também de cuidador: ele cuida de cada um, de conhecimento da BNCC são estabelecidos de acor-
dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta do com as unidades temáticas: O sujeito e seu lugar
e inspira. Orienta a classe, os grupos e a no mundo, Conexões e escalas, Mundo do trabalho,
cada aluno. Ele tem que ser competente in- Formas de representação e pensamento espacial e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
telectualmente, afetivamente e gerencial- Natureza, ambientes e qualidade de vida.
mente DA(gestor
EDITORA DO BRASIL múltiplas
de aprendizagens O desenvolvimento desses conteúdos reverbera de
e complexas). [...] maneira interessante em planos de aula e projetos didá-
MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: ticos a serem elaborados e acionados. Será promovido,
SOUZA, Carlos Alberto de; MORALES, Ofelia Elisa Torres (org.). Mídias
assim, o caminho que leva o estudante da curiosidade
Contemporâneas: convergências midiáticas, educação e cidadania:
aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. p. 24. (Mídias espontânea para o fazer científico, e esse deslocamento
Contemporâneas, 2). Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp será imprescindível no papel a ser desempenhado por
-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022.
essa mediação do professor de Geografia nas escolas
Como componente curricular, a Geografia permite brasileiras.
aos estudantes compreender essa ciência por meio Os temas que perpassam a coleção estão direta-
de uma ou várias inquietações. É preciso construir um mente relacionados com as práticas sociais da maio-
caminho didático-pedagógico com eles, no que se ria dos estudantes e de suas famílias, como trabalho,
refere ao ensino-aprendizagem da Geografia, que vá saúde, natureza, meio ambiente, cidadania, participa-
da curiosidade espontânea para a curiosidade epis- ção social e pluralidade cultural. O trabalho proposto
temológica. Um educador precisa, antes de tudo, ter busca, em diferentes momentos, incentivar o prota-
claro esse caminho e ter expandido seu repertório para gonismo social e a participação ativa dos estudantes
que isso ocorra. Com a mediação do livro didático e como cidadãos.
de muitos outros instrumentos, ele pode utilizar seu Esta coleção apresenta os conteúdos concei-
cabedal teórico e metodológico a favor desses passos. tuais, procedimentais e atitudinais, principalmente nas
XIV
atividades propostas aos estudantes. A seguir, uma pensem em termos de cidadania global. Os volu-
breve explicação sobre a importância de cada uma mes desta coleção apresentam várias linguagens
das características desses conteúdos e suas ligações que contribuem para que os estudantes perce-
com a obra, de acordo com Zabala (1996, p. 153-196): bam e valorizem a experiência atual que têm na
• Conteúdos conceituais: por meio deles, os es- escola. Isso motiva, por sua vez, os trabalhos
tudantes conhecem fatos, conceitos e princípios em grupo, em que eles têm de criar e enfrentar
que permitem organizar a realidade. Ao aprender desafios juntos.
conceitos, clássicos e/ou novos, noções e catego- Ensinar e aprender Geografia na educação bási-
rias já apontadas anteriormente, eles conseguem ca também implica o ensino da língua oral e escrita.
atribuir significado ao que aprendem. Vários con- A compreensão atual, alinhada às práticas de letra-
ceitos e conhecimentos vinculados ao campo da mento, é de que a aprendizagem da escrita alfabética
ciência geográfica estão contemplados e são ga- deve ocorrer com a produção e a leitura de textos. A
rantidos no conteúdo desta obra, uma vez que os formação de leitores autônomos está sujeita, a princí-
assuntos abordados nos capítulos anteriores são pio, à decifração do texto escrito. Entretanto, embora
sempre retomados. Essa recordação amarra o que a alfabetização seja a base para situações continuadas
foi estudado e aguça o advir. É um bom expediente de aprendizagem formal e informal, a apropriação da
de relação com conceitos e categorias da ciência língua escrita pelo estudante integra um processo mais
geográfica. amplo de convívio com textos que circulam em diversas
situações de comunicação. Há textos jornalísticos, infor-
• Conteúdos procedimentais: relacionam-se a mativos, científicos e literários, entre outros, e cada um
técnicas, métodos e habilidades que permitem dispõe de uma especificidade rica em possibilidades.
realizar ações com determinada finalidade, como A competência de leitura e de escrita envolve a com-
observar, representar, medir e aplicar um algorit- preensão do texto escrito como um sistema simbóli-
mo. Esses fazeres devem ser impulsionados para co que permite atribuir significado à realidade. É um
atingir uma meta. Nas seções do Livro do Estu- caminho de ida e volta para o qual a Geografia pode
dante é possível verificar que as sistematizações contribuir, uma vez que a realidade analisada de acordo
e reflexões indicadas ao final de cada capítulo com a ocupação do espaço e a própria constituição da
evidenciam o papel dos “procedimentos”, uma espacialidade ajudam a tornar a leitura mais presente,
vez que utilizam muitos gráficos e tabelas para com base em boas aulas.
ilustrar temas e fatos. Os exercícios iniciais da Assim como nunca se termina o aprender a ler, a
seção Atividades reverberam bem o conteúdo tarefa com leitura e escrita não é incumbência especí-
procedimental, além de todas as ações com car- fica do componente curricular Língua Portuguesa. A
tografia, queMATERIAL
acabam porDE DIVULGAÇÃO
alinhavar as caracterís- Geografia colabora e ainda acrescenta duas leituras
DA EDITORA DO BRASIL
ticas desse conteúdo. decorrentes de suas especificidades enquanto ciência:
• Conteúdos atitudinais: dizem respeito a valores, leitura do mundo e leitura cartográfica.
normas e atitudes, como a cooperação, a ética, o É importante ter clareza de que todos os compo-
diálogo e a tomada de decisões. São trabalhados nentes curriculares, cada um com sua especificidade,
principalmente por meio de atividades nas quais podem e devem contribuir para o aprimoramento da
os estudantes possam refletir sobre o significado competência leitora e da fluência oral dos estudantes.
da experiência e do que vivem no cotidiano da Considerando, sobretudo, o contexto pós-pandêmico,
escola, posicionando-se de acordo com o que é importante promover com maior ênfase as ativida-
aprendem. O valor da diversidade de pontos de des que visem ao desenvolvimento da capacidade de
vista, por exemplo, pode ser mais bem aprecia- leitura dos estudantes, oportunizando a correção de
do quando decorre da vivência. As condutas do eventuais defasagens que possam ter ocorrido nesse
professor também manifestam, de modo implíci- período, consolidando os conhecimentos adquiridos
to ou explícito, atitudes e valores. Uma questão e preparando os estudantes para o melhor desenvol-
de valor intrínseco ao ensino-aprendizagem da vimento e aproveitamento durante o Ensino Médio.
Geografia é que os conteúdos possibilitem o en- Assim, é possível ampliar a diversidade de textos e
tendimento da importância das reflexões para criar situações em que eles também possam interagir
uma tomada de consciência sobre a escala da com fotografias, diagramas, mapas, tabelas, quadros
interferência humana no planeta, ou seja, que e gráficos.
XV
A Geografia traz outras possibilidades de leitura, Atividades de observação e
além do texto escrito; a leitura da paisagem após uma
seção de observação é um bom exemplo disso. Clas-
aula de campo
sificar os dados observados e depois analisá-los pode Um dos instrumentos metodológicos bastante sig-
gerar debates ou ainda desafios com possibilidades au- nificativos no processo de ensino-aprendizagem do
diovisuais. Esta coleção apresenta diversas propostas componente Geografia é o trabalho de campo e suas
de uso de audiovisuais que devem ser utilizados à luz diversas nomenclaturas: saída a campo, pesquisa de
do que a parte escrita apresenta, gerando assim uma campo, estudo do meio, saída técnica. Essa ferramenta
simbiose necessária para que a utilização e o aprendi- é de grande interesse para o ensino das mais diversas
zado transcorram da melhor maneira possível. ciências em todos os níveis escolares, mas ninguém a
O professor deve propiciar aos estudantes o reverencia mais do que a Geografia.
acesso a diferentes gêneros do discurso que fazem Uma das ideias que a BNCC apresenta é a de
parte de seu cotidiano. Nesta coleção, sugere-se o uso que os estudantes ampliam seu raciocínio espacial
de diferentes suportes em sala de aula, como livros, aprendendo a observar o espaço por onde passam e
revistas, jornais, cartazes, vídeos e, muitas vezes, a vivem, captando informações diversas e aprendendo
internet. Não é somente na escola que eles têm con- a compilar esses dados, classificá-los ou organizá-los
tato com esses suportes, mas ela constitui um espaço para produção textual, o que acarretará um trabalho
privilegiado para a cidadania participativa, essencial que envolve análise e sistematização. Reafirmamos
para as práticas sociais que envolvem a leitura espa- assim as operações do pensamento científico que
cial. Considerando a presença e a importância que a precisam ser desenvolvidas em todo o processo de
internet ocupa no cotidiano dos estudantes e visando escolarização; é necessário que eles aprendam a ob-
a um convívio social republicano também no ambiente servar, coligir dados e depois compará-los, classificá-
digital, é importante trabalhar noções de cidadania di- -los, estabelecer generalizações e inferir explicações.
gital no decorrer das aulas, tendo em vista que Esses são procedimentos ligados a conteúdos que
devem ser apreciados e incorporados por meio da lei-
[...] cidadania digital é o conjunto de tura desta coleção e do trabalho de campo ou mesmo
normas que devemos seguir para utilizar- por atividades dentro da escola (mas fora da sala de
mos a internet com consciência, responsa- aula) e no entorno dela.
bilidade, ética e segurança. Como cidadãos Os materiais que dão suporte às aulas, como fo-
digitais, temos direitos – como o direito à tografias, imagens e ilustrações diversas, mapas, au-
privacidade, à segurança dos nossos dados, diovisuais, canções etc., também devem compor os
à autoria das criações que divulgamos. Da processos e as atividades de ensino-aprendizagem fora
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mesma forma, temos deveres: o dever de da sala de aula. Esses procedimentos fazem parte do
agir deDAforma
EDITORA DO BRASIL
educada com as outras pes- conhecimento científico que deve ser ensinado no am-
soas, de não expô-las ao ridículo ou ao biente escolar.
ataque de outros internautas, de respeitar Repetimos que é preciso mensurar a complexidade
seus direitos autorais, de não compartilhar dos exercícios ou trabalhos a serem realizados, pois
notícias falsas, entre outros. cada turma exige uma complexidade maior ou menor,
O QUE é cidadania digital. Plenarinho: o jeito criança de e essa avaliação quem faz é o educador. No entanto,
ser cidadão, Brasília, DF, 7 ago. 2020. Disponível em:
https://plenarinho.leg.br/index.php/2020/08/o-que-e-cidadania-digital/.
convém ter claro que os procedimentos sejam prove-
Acesso em: 1 jul. 2022. dores de diálogos entre os conhecimentos humanos
em suas várias vertentes e perspectivas. A importân-
Além do professor, que é o principal mediador da
cia do trabalho de campo como método de pesquisa
atividade em sala de aula, é importante tornar presente
e sua conexão com as atividades didáticas nas aulas
no processo de ensino e aprendizagem toda a comuni-
de Geografia estão ligadas e referenciadas pelo docu-
dade escolar, por meio das atividades diversas apresen-
mento da BNCC:
tadas ao longo dos quatro volumes da coleção. O papel
dos demais profissionais da escola na interação com os Esse processo de aprendizado abre
estudantes é primordial para a formação dos educandos, caminhos para práticas de estudo provo-
pois, cada um a sua maneira, participa do processo de cadoras e desafiadoras, em situações que
ensino-aprendizagem de todo o corpo discente. estimulem a curiosidade, a reflexão e o
XVI
protagonismo. Pautadas na observação, nas Mas qual é o percurso do trabalho de campo? Em
experiências diretas, no desenvolvimento todas as turmas faremos e teremos os mesmos resul-
de variadas formas de expressão, registro e tados com essa ferramenta?
problematização, essas práticas envolvem, Para que o trabalho de campo tenha um resultado
especialmente, o trabalho de campo. interessante e significativo na vida dos estudantes, é
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, preciso que se realize um bom planejamento. O primeiro
DF: MEC, 2018. p. 369. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.
br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
passo é definir o local e quais os objetivos esperados
Acesso em: 15 jun. 2022. ao se utilizar essa ferramenta. O que ela amplia e o
que provocará de diálogo com os estudos realizados
Assim, daremos mais sentido ao processo de en-
em sala de aula?
sino e aprendizagem se a experiência proposta estiver
É importante a verificação de levantamento de
a serviço da ampliação da capacidade de observação
dados e elementos significativos por meio da con-
ordenada, crítica e questionadora do mundo, permitindo
sulta a órgãos específicos, a depender da temática
que os educandos sejam capazes, durante o percurso,
que será abordada, além do levantamento prévio de
de pronunciar discursos orais e escritos sobre o que
menções bibliográficas ligadas ao estudo em deman-
foi vivido.
da e daquelas voltadas para a prática do trabalho
Nesse sentido de problematização do mundo que
de campo. A teoria de como realizar um bom trabalho de
se vive e de uma proposta de intervenção social (com
campo é bem ampla. Algumas etapas importantes para
grau diferenciado para cada ano escolar) com vistas
a realização dessa atividade são:
ao desenvolvimento do espírito crítico dos estudantes
e da sua participação consciente, reflexiva e ativa na • Antes: o que precede o trabalho de campo é sua
nossa sociedade e pelo que entendemos por cidadania, organização detalhada. É preciso levantar dados e
a Geografia poderá, com viés interdisciplinar, ocupar informações sobre o local a ser visitado, conversar
um importante papel e contribuir – tal qual as outras e preparar os estudantes para a visita, informando
ciências e componentes curriculares – para que os es- possíveis regras a serem obedecidas. É importan-
tudantes saibam refletir sobre o espaço e, com base te ir ao local antes das turmas para traçar rotas
nisso, ampliar seus saberes. e verificar como será feita a locomoção. É muito
O trabalho de campo compõe parte do que po- importante não se esquecer de pedir autorização
demos considerar como experimento científico. É uma aos responsáveis com antecedência.
atividade concretizada por pesquisadores, seja na na- • A saída a campo: dividir e equacionar os mo-
tureza, seja no local onde o fenômeno estudado ocorre. mentos de fala e explicações. As instruções
Reúne a coleta e o registro de dados e de informações devem ser dadas antes e no começo da atividade
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
relativas ao estudo. em campo. É preciso incentivar a observação e
A observação DA dosEDITORA
objetos DO
queBRASIL
devam ser ana- a participação.
lisados pelo viés geográfico se efetiva com base em
• O que vem depois: mais do que simplesmente os
estudos empíricos in loco, favorecendo assim, em um
estudantes realizarem um relatório sobre a saída,
caminho de mão dupla, o ensino-aprendizagem de
é preciso proporcionar que eles reflitam sobre ela
Geografia. O trabalho de campo é uma ferramenta que
e amarrem o vivido com o que estudam em sala. A
permite verificar, confirmar ou limitar os dados e as
avaliação, além de ser pelo viés do relatório escri-
informações, além de prover de novas perspectivas a
to, será importante se for realizada com base em
pesquisa e o estudo.
É importante ter em mente que a atividade prática autoavaliação e, por isso, de modo oral.
potencializa os caminhos educacionais, viabilizando ao É evidente que essas três etapas são modificadas
estudante reflexões profundas e permanentes que se am- conforme o local a ser visitado e a relação que estabe-
plificam para além dos limites físicos da sala de aula e da lecem com todo o planejamento de ensino-aprendiza-
comunidade escolar. Atividades de observação e aula de gem, mas a modificação ocorre de maneira interna em
campo possibilitam o desenvolvimento das capacidades cada etapa, pois essas três fases devem ser considera-
motoras, afetivas, interpessoais e de todo um conjunto de das e incorporadas ao planejamento dessa ferramenta
interações sociais. Assim, o aprender não se reduz a uma de ensino.
única forma de transmissão, mas se apropria de outros A fim de avançarmos para além do trabalho de
espaços para atingir os objetivos pedagógicos. campo e entendermos sua função no ensino, cabe
XVII
lembrar que essa prática é bastante antiga na Geografia Esta coleção traz uma diversidade grande de
e hoje podemos considerá-la um instrumento clássico e mapas, em diferentes escalas cartográficas. O cuidado
importante para o envolvimento com a ciência geográ- com os trabalhos de leitura e interpretação, acompa-
fica e seu papel na escolarização das novas gerações. nhado de sugestões de elaboração de representações
pelos estudantes, é essencial para a progressão das
aprendizagens. Desse modo, uma sugestão de primeiro
Olhar cartográfico
passo é propor ao estudante que localize os elementos
Os mapas integram o campo das representações estruturais dos mapas: título, legenda, escala carto-
visuais. São imagens, assim como as outras de ou- gráfica, projeção cartográfica, toponímia, coordenadas
tros tipos presentes, mas têm suas especificidades. geográficas, fonte de pesquisa, instituição, data e pu-
Ao contrário de fotografias e obras de arte, em que a blicação em que o mapa foi veiculado.
observação pode gerar múltiplas interpretações, a lin- O passo seguinte é identificar os recursos carto-
guagem cartográfica vem se aperfeiçoando ao longo do gráficos empregados na representação: os eventos
tempo para ser uma linguagem universal, com mapas e fenômenos podem ser implantados em pontos, li-
para ver e que podem ser compreendidos por todos, nhas ou áreas, a depender de sua natureza e modos
independentemente da nacionalidade. Para isso, conta de ocorrência. Por exemplo: cores e linhas contínuas
com símbolos, cores e sinais gráficos aplicados sobre ou pontilhadas para representar rodovias e ferrovias
uma base espacial específica. (modo linear); ou cores e hachuras para campos de
Além disso, a leitura de mapas é diferente da leitura cultivo (modo zonal ou por área). Desse modo, o mapa
de textos. O texto escrito geralmente é lido do começo é uma representação objetiva, que não comporta am-
até o fim, em sequência temporal, já a leitura de mapas biguidades – uma estrada deve ser entendida como
não é sequencial nem temporal: não há um ponto em uma estrada.
que começa ou termina a leitura; assim, não há uma A legenda identifica o significado de cores, sím-
sequência preestabelecida. Os mapas apresentam o bolos e sinais gráficos. Ela decodifica esses elementos
conjunto de informações de forma instantânea, daí a e auxilia na apreensão visual do mapa pelo estudante.
ideia de “mapas para ver”. Para que isso ocorra de forma consequente, é im-
portante considerar a existência de variáveis visuais:
Os mapas não só trazem informações
cores e formas (para diferenças e hierarquias), ta-
geográficas, mas também atuam como do-
manho (para grandezas e proporções), valor (para
cumentos, tratados, acordos, contratos,
intensidades de um fenômeno, caso dos tons de cor)
códigos e leis e isto deve ficar muito claro
e outras.
para os alunos desde as séries do Ensino
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO A educação cartográfica abrange um universo
Fundamental. Verificamos que os mapas
complexo, no qual o fazer pedagógico requer cuidado,
DA EDITORA
têm sido DO BRASIL
muito valiosos no meio social
atenção e dedicação, pois esse é um importante instru-
por disponibilizar a informação espacial
mento na construção do conhecimento e representação
necessária a diversas aplicações: milita-
do espaço geográfico. Para criar mais vínculos na rela-
res, precipitações e temperaturas, tipos de
ção professor-estudante, ao se trabalhar o arcabouço
solos, índices de natalidade e mortalidade, complexo da Cartografia, o educador pode dar vazão
movimentos populacionais, cadastrais. Ou ao lúdico e, sobretudo, à própria criatividade, potencia-
seja, no mapa o mundo cabe em nossas lizando esse importante elemento em cada educando,
mãos. Eles podem representar, portanto, ampliando o efetivo papel da Cartografia na prática
a espacialização das mais diversas infor- pedagógica da educação básica.
mações, constituindo-se num poderoso Desse modo, como assinala Marcello Martinelli
instrumento de comunicação e revelação (2014), os mapas podem mostrar muito mais que a
de interesses. simples localização de um lugar, caminho ou área. Ou
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; SILVA, Paulo Roberto seja, eles podem fazer mais que responder a questões
Florêncio de Abreu e. A dialógica entre a Cartografia no
ensino básico e o sistema de informação geográfica nos como “Onde fica?” ou “Em tal lugar, o que há?”. Nas
pleitos territoriais. In: CASTROGIOVANNI, A. C. et al. (org.). palavras do autor:
Movimentos para ensinar Geografia – oscilações. Porto Alegre:
Editora Letra1, 2016. p. 145-146. Disponível em:
https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2016/10/Movimentos
Hoje, [os mapas] precisam respon-
-para-ensinar-Geografia.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022. der também a outras questões, como
XVIII
“o quê?”, “por quê?”, “em que ordem?”, Além dos diversos mapas, gráficos e tabelas en-
“quanto?”, “quando?”, “em que velocida- contrados ao longo de todo o conteúdo teórico e nas
de?”, “por quem?”, “com que finalidade?” atividades, a seção Olhar cartográfico se propõe a
e “para quem?”. possibilitar a aprendizagem de conteúdos conceituais
Eles podem dizer muito sobre cada e procedimentais relacionados à linguagem expressa
lugar, caminho ou área. Entra-se, assim, em plantas, croquis, maquetes e mapas, permitin-
no domínio dos mapas temáticos. do a interpretação dessas diferentes linguagens e
A fim de explorar o tema nas aborda- sua elaboração.
gens qualitativa, ordenada e quantitativa, Cabe, no início do 6o ano, retomar as noções
nas manifestações em ponto, linha e área, espaciais aprendidas durante os Anos Iniciais do
deve-se explorar variações visuais com pro- Ensino Fundamental, para, então, acompanhar a evo-
priedades perceptivas compatíveis. lução da compreensão e o uso formal da Geografia,
A abordagem qualitativa responde à respeitando a faixa etária e a capacidade cognitiva
questão “o quê?”, caracterizando relações dos estudantes.
de diversidade entre os conteúdos dos lu- A localização é considerada um dos princípios do
gares, caminhos ou áreas. A abordagem raciocínio geográfico que estimula a percepção espacial
ordenada responde à questão “em que
para compreender os aspectos fundamentais da rea-
lidade. Considerando essa perspectiva, nos mapas há
ordem?”, caracterizando relações de ordem
localizadores, que constituem um importante recurso
entre os conteúdos dos lugares, caminhos
didático, pois indicam a localização de alguns luga-
e áreas. A abordagem quantitativa, por sua
res retratados ao longo da obra. Esses localizadores
vez, responde à questão “quanto?”, carac-
possibilitam comparações e identificações de aspectos
terizando relações de proporcionalidade
culturais, sociais ou naturais.
entre os conteúdos dos lugares, caminhos
ou áreas.
[...] Ser cidadão
MARTINELLI, Marcello. Mapas, gráficos e redes: elabore você mesmo. É papel da Geografia e das demais áreas do co-
São Paulo: Oficina de Textos, 2014. p. 23.
nhecimento desenvolver hábitos e saberes que tenham
Outros recursos gráficos são igualmente importan- significado para a vida social. Esse conceito está inti-
tes para representar elementos e relações presentes mamente ligado às aprendizagens de valores e atitudes
no espaço geográfico. Os gráficos também são modos e aos elementos centrais dos Temas Contemporâneos
de representar informações utilizando recursos como Transversais, que serão apresentados com maiores de-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
símbolos e variáveis visuais, de acordo com os aspec- talhes a seguir, na página XXV. As proposições para
DA EDITORA
tos a serem destacados DO BRASILAs tabelas,
de um fenômeno. estudos da Ética, por exemplo, devem levar em conta
por sua vez, permitem verificar a evolução de um dado a justiça social, o respeito mútuo, o diálogo e a soli-
fenômeno no tempo e no espaço e fazer correlações e dariedade. São elementos que servem de referência
comparações. para examinar questões sociais emergentes, aliados a
Para a leitura de ambos, é essencial ler o título para princípios e fundamentos contemplados em diversos
responder às perguntas “O quê?”, “Onde?” e “Quando?”, documentos oficiais.
e buscar, por meio da leitura dos dados, as correlações Desse modo, os conhecimentos geográficos
entre as variáveis representadas. É fundamental que se contribuem para a formação cidadã do estudante
observem as fontes, para identificar as séries estatísti- ao reunir elementos que induzam a reflexões sobre
cas que serviram de base para a sua elaboração, bem questões de identidade local e nacional, incluindo
como o órgão de pesquisa responsável. o papel e a responsabilidade de governantes e da
Os esquemas gráficos também são úteis para dis- sociedade na gestão pública. Muitos estudos recen-
por e organizar informações segundo uma dada ordem, tes apontam, nesse sentido, o papel das “cidades
possibilitando a correlação entre fatores ou ideias/con- educadoras” na apreensão de formas de produ-
ceitos/processos. Podem ser utilizados, por exemplo, ção do espaço e mobilização social pelo estudante
organogramas criados pelos próprios estudantes para (MOUTINHO, 2013, p. 5).
sistematizar conceitos e informações ao final de cada Da mesma maneira, os estudos geográficos
unidade da coleção. também criam oportunidades para o estudante
XIX
compreender e avaliar origens e repercussões das fomentar essas atitudes. Se houver algum estudante
desigualdades sociais, identificar e buscar soluções ou funcionário da escola ou membro da comunidade
para agravos ambientais ou desenvolver projetos co- escolar portador de alguma deficiência, com cuidado
letivos de combate ao racismo, preconceito e discri- e respeito, incentive atitudes positivas, inclusivas e
minação (sejam de origem étnico-racial, cultural, de empáticas no trato direto com a pessoa e na maneira
nível de renda, gênero, religião, orientação sexual, de se referir a ela.
entre outros). O ensino de Geografia deve ser necessariamente
No âmbito escolar, significa também reconhecer ético, sem se esquecer do compromisso que há, esta-
a importância da prática democrática e criar espaços belecido pela BNCC, com as pessoas com deficiência
para que ela ocorra, além de desenvolver posturas e (PCD), inclusive na maneira de preparar e ministrar as
compromissos de colaboração, respeito e solidariedade. aulas, como destacado, a seguir.
Isso deve ser contemplado em atividades em sala de
De forma particular, um planejamento
aula e nos materiais didáticos.
com foco na equidade também exige um
Atendendo a essas premissas, recomendamos
claro compromisso de reverter a situação
sua atenção às proposições das seções de trabalho
de exclusão histórica que marginaliza
das unidades e dos capítulos da coleção, em especial
grupos [...]. Igualmente, requer o com-
à vinheta Ser cidadão, que tem o papel de instigar
promisso com os alunos com deficiência,
reflexões e pesquisas sobre a importância de ações e reconhecendo a necessidade de práticas
valores humanos para o convívio em sociedade. Elas pedagógicas inclusivas e de diferenciação
trazem textos, imagens ou documentos que convidam curricular, conforme estabelecido na Lei
o estudante a se posicionar sobre aspectos como: a Brasileira de Inclusão da Pessoa com De-
valorização de povos indígenas e afrodescendentes ficiência (Lei no 13.146/2015).
na formação cultural/territorial brasileira; o papel e a BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
importância das mulheres na sociedade; a defesa do Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 15-16. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
meio ambiente e dos direitos humanos; e a preser- BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
vação do patrimônio cultural e dos espaços públicos, Acesso em: 15 jun. 2022.
entre outros.
O ato de se ensinar Geografia potencializa a for-
Educar é buscar e desenvolver possibilidades
mação da cidadania pela prática de construção, re-
para que todos, sem exceção, tenham acesso à in- construção e pela ressignificação de habilidades,
formação e ao conhecimento. Construir práticas edu- conhecimentos, valores e criatividade, que ampliam
cacionais em que todos sejam efetivamente incluídos a capacidade de crianças e jovens compreenderem o
MATERIAL
requer do docente DE DIVULGAÇÃO
uma atitude proativa voltada para mundo em que vivem e atuam como seres sociais. A
a versatilidade DA EDITORA DO BRASILNesse intuito,
e inovação pedagógica. escola é o ambiente ideal para esse desenvolvimento,
faz-se necessário organizar um ambiente positivo pois em essência trata-se de um local aberto e vivo de
em sala de aula para propagar, a todos, o entendi- valores educacionais e culturais.
mento geográfico. O exercício da cidadania na sociedade atual, por
O professor, preparado e engajado na Educação sua vez, requer uma concepção, uma experiência, uma
Inclusiva, aspecto fundamental da formação cidadã, prática – comportamentos, hábitos, ações concretas
tem o papel de organizar situações de aprendizagem do espaço geográfico onde o estudante vive. Nesse
adequadas às diferentes condições, estabelecendo sentido, o local onde se está torna-se tema vital a ser
caminhos para o desenvolvimento educacional de trabalhado no Ensino Fundamental, em um projeto de
todos. Um ponto de partida possível e necessário é formação da cidadania. Por meio da compreensão do
compreender as experiências vividas pelos estudantes local, entendendo suas complexidades, há a possibili-
para depois enfatizar as habilidades e competências dade efetiva de que cada estudante estabeleça cone-
propostas na obra. xões reais com o espaço global. Vale ressaltar que a
A promoção de atitudes cidadãs deve ser cons- própria experiência cotidiana dos educandos também é
tante e partir, inclusive, do dia a dia e das relações ingrediente fundamental para a formação desses novos
em sala de aula. Por isso, é importante aproveitar cidadãos. Em suma, o saber cotidiano e o conhecimento
todas as oportunidades seja no Livro do Estudante, científico unidos atribuem diversos significados para o
seja nos acontecimentos do cotidiano da turma para exercício da cidadania.
XX
O trabalho interdisciplinar
Embora os documentos curriculares oficiais e os Assim, como buscamos o desenvolvimento inte-
livros desta e da maioria das coleções estejam organi- gral dos estudantes e pautamos nossas ações com o
zados disciplinarmente, isto é, por componente curri- objetivo de desenvolver competências para a com-
cular, as discussões sobre interdisciplinaridade estão preensão e atuação no mundo, é preciso pensar as
presentes há muito tempo entre os professores, ges- ações pedagógicas de forma interdisciplinar. A pes-
tores e coordenadores escolares e os pesquisadores quisadora desse tema, Ivani Fazenda destaca que:
interessados pelo tema.
Na interdisciplinaridade escolar, a
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apon-
perspectiva é educativa. Assim, os saberes
ta que as aprendizagens essenciais definidas para
escolares procedem de uma estruturação
cada etapa da Educação Básica só se materializarão
diferente dos pertencentes aos saberes
mediante o conjunto de decisões que irão adequar as
constitutivos das ciências.
proposições da BNCC à realidade local, entre elas
Na interdisciplinaridade escolar, as
[…] decidir sobre formas de organi- noções, finalidades habilidades e técnicas
zação interdisciplinar dos componentes visam favorecer sobretudo o processo de
curriculares e fortalecer a competência pe- aprendizagem, respeitando os saberes dos
dagógica das equipes escolares para adotar alunos e sua integração.
estratégias mais dinâmicas, interativas e FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade-transdisciplinaridade: visões culturais
e epistemológicas. In: FAZENDA, I. (org.). O que é interdisciplinaridade? São
colaborativas em relação à gestão do ensino
Paulo: Cortez, 2008. p. 21.
e da aprendizagem.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum O trabalho interdisciplinar diz respeito a deter-
Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 16. Disponível em:
minada forma de organização dos temas-conteúdo
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. na escola. Desse modo, como salienta Antoni Zabala
Acesso em: 15 jun. 2022.
(1998, p. 143-144), é preciso ter clareza dos arranjos
Considerando-se a complexidade do mundo e a possíveis ou existentes na escola atual. Para possibilitar
diversidade existente não apenas no ambiente escolar tais formas de organização interdisciplinar, é preciso
mas também no processo de aprender, a ideia de se- compreender a concepção de interdisciplinaridade
parar os componentes curriculares e fragmentar o co- e diferenciá-la de outras concepções que carregam o
nhecimento, fazendo com que seja abordado de forma mesmo radical (“disciplina”):
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
unidimensional e limitada, tem se mostrado insuficiente.
DA (2001):
EDITORA DO BRASIL a) Multidisciplinar: organização tradicional de con-
De acordo com Demo
teúdos apresentados pelas disciplinas escolares,
[…] As áreas das ciências comunicam- sem a explicitação de conexões ou relações entre
-se pouco e resistem, muitas vezes, a comu- elas; cada professor, independentemente do que
nicar-se. Mesmo dentro espaços comuns a esteja ocorrendo com seu colega na sala de aula
comunicação é, frequentemente, pequena ao lado, segue seu programa de ensino.
ou inexistente. Em nome das autonomias b) Interdisciplinar: interação entre duas ou mais
criam-se feudos, que, como todos estão disciplinas, desde a simples comunicação de
cansados de saber, só prejudicam a ino-
ideias ou realização de atividades conjuntas
vação. Ainda assim, a discussão avança,
até a integração ou fusão propriamente dita de
porque, colocando a realidade como con-
metodologias e conceitos, cujos entendimen-
dutora da ciência (não o contrário), aquela
tos podem ser “negociados” entre estudantes e
é naturalmente interdisciplinar, dinâmica,
professores, considerando os fundamentos de
fugidia. Não cabe em nenhuma teoria. Pode
cada área.
ser vista de mil maneiras, todas parciais.
DEMO, Pedro. Professor/Conhecimento. Brasília, DF: UnB, c) Transdisciplinar: é o grau máximo de rela-
2001. p. 1. Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/wp-content/
ções entre as disciplinas, que supõe uma in-
uploads/2018/11/Demo-2001.-Professor-Conhecimento.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022. tegração global entre elas em um sistema de
XXI
ensino-aprendizagem. Significa buscar com- de construção de conhecimentos que convocam a par-
preender realidades sem parcelamento ou frag- ticipação das áreas afins.
mentação de conhecimentos, tal como ocorre, em É desejável também que o professor crie janelas
certa medida, na Educação Infantil e nos Anos de oportunidades de acordo com as características e
Iniciais do Ensino Fundamental. interesses de cada turma e da escola. Isso significa
No Brasil, a perspectiva interdisciplinar, aliada à sintonia com fenômenos e acontecimentos da realida-
contextualização, ganhou corpo com o estabelecimen- de local e de outras escalas, que podem ser converti-
to da Base Nacional Comum Curricular. A contextua- dos em objetos de estudo e em novas oportunidades
lização deve ser entendida como o vínculo entre os de aprendizagem.
conhecimentos, sua origem e aplicação, considerando, Acreditamos que a construção dos significados
portanto, seu uso no cotidiano, em variadas situações feita pelos estudantes será resultado das conexões que
sociais. Estudar os conceitos geográficos pressupõe ele estabelecer entre a Geografia e os demais compo-
contar com uma ampla base de conhecimentos que nentes curriculares, entre a Geografia e seu cotidiano
não se restringem àqueles produzidos no corpo teórico e entre os próprios objetos de estudo da Geografia.
e metodológico apenas da Geografia. Muitas são as
interfaces com outras ciências, e alguns conteúdos
Subsídios para o trabalho
requerem um tratamento que vai além das áreas de
conhecimento. em conjunto
É importante considerar que o planejamento e a Sabemos que a organização do currículo por
execução de projetos coletivos de aprendizagem, nos componente curricular viabiliza o processo de ensino-
quais é possível articular a interdisciplinaridade e a -aprendizagem, mas não devemos perder de vista que
contextualização, supõem a efetiva participação dos o conhecimento não se limita a uma ou a outra área.
estudantes nos rumos do trabalho. Por exemplo, in- Na vida, os conteúdos estão integrados. Exemplo disso
terferindo na escolha de temas e objetos de estudo, está na imagem que vemos a seguir.
no que é necessário pesquisar, no estabelecimento de
Ceri Breeze/Alamy/Fotoarena
cronogramas e produtos parciais ou finais; avaliando;
entre outros elementos. Além disso, supõem reorga-
nizar tempos e espaços na escola e buscar materiais e
equipamentos que possibilitem a realização dos pro-
jetos em vista.
Diante dessa perspectiva,
MATERIAL você e os estudantes
DE DIVULGAÇÃO
encontrarão, em todos os volumes desta coleção,
DA EDITORA DO BRASIL
propostas que englobam a mobilização simultânea
de habilidades desenvolvidas em diferentes unida-
des temáticas da Geografia e áreas do conhecimento,
objetivando o pensamento relacional e complexo tão
necessário à busca de soluções sustentáveis, demo-
cráticas, justas e inclusivas. Procure, na medida do
possível, considerar o trabalho conjunto com colegas
especialistas em outras áreas, auxiliando os estudantes
no estabelecimento dessas relações.
Está prevista uma série de ações integradas entre
as áreas, identificadas por meio de chamadas frequen-
tes a você nas unidades e pelo convite ao trabalho
conjunto com Língua Portuguesa, Arte, Matemática,
Ciências ou História. Cabe também especial atenção às
propostas da subseção Desafio, dentro das Atividades,
e das seções Diálogo com..., Em foco e Ciência, tecno-
logia e sociedade, que trazem conteúdos ou propostas Construção de edifício em Londres, Reino Unido, 2021.
XXII
Que componentes curriculares ou áreas do conhe- consonância com situações-problema reais vividas
cimento estão presentes na imagem da página anterior? pelos estudantes.
Embora não haja “placas” que nos indiquem isso, Nesta coleção, as atividades são indicadas de
sabemos que, de forma integrada, estão presentes co- acordo com os componentes curriculares definidos
nhecimentos sobre: pela BNCC; no entanto, algumas propostas possibili-
• cálculos, unidades de medida, números, formas tam um trabalho inter, multi ou transdisciplinar, com
geométricas (Matemática); base nas ampliações que você venha a organizar.
• força, gravidade, resistência (Física); Em algumas atividades específicas, há indicações
da possibilidade de trabalho interdisciplinar, a fim
• compostos, materiais (Química);
de auxiliá-lo em seu planejamento e na articulação
• segurança no trabalho (Direito); de saberes.
• comunicação oral e escrita, elaboração e leitura de
projetos (Língua Portuguesa);
O uso de diferentes
• condições de trabalho e de empregabilidade
(Sociologia);
linguagens
O ambiente escolar é um espaço de
• impacto ambiental (Ciências);
amplas possibilidades, onde o processo
• formas de relevo, propriedades do solo (Geogra-
de ensino-aprendizagem é multidimensio-
fia)… entre tantos outros.
nal, assim como a Geografia o é. Por meio
Fazer essa análise ajuda-nos a entender que da prática docente, a interdisciplinarida-
a realidade não é segmentada, ou seja, na vida, os de possibilita o diálogo entre os diferen-
conhecimentos das mais diferentes áreas interpe- tes conhecimentos na educação básica,
netram-se e inter-relacionam-se; existem de forma por meio de propostas lúdicas e criativas,
integrada. proporcionando a apreensão da aprendi-
E na escola? Como você pode superar a possível zagem com significado e significância de
visão fragmentada de sua área de conhecimento, com forma especial.
enfoque meramente disciplinar? Sob a denominação de recursos didá-
Uma das possibilidades é o trabalho com pro- ticos, inscrevem-se vários tipos de mate-
jetos interdisciplinares, sejam aqueles envolvendo riais e linguagens, como literatura, música,
professores de duas ou mais disciplinas, sejam aque- poema, fotografia, filme, videoclipe, jogos
les desenvolvidos com os estudantes
MATERIAL por um único
DE DIVULGAÇÃO dramáticos. […]
professor, uma vez que este pode ter uma visão in-
DA EDITORA DO BRASIL
terdisciplinar de seu ensino e promovê-la em suas
Cada uma dessas linguagens possui
seus códigos e seus artifícios de repre-
aulas. Por que não? sentação, que precisam ser conhecidos
Interdisciplinaridade, na verdade, é uma atitude. por professores e alunos para maior com-
A integração deve ocorrer entre os saberes, assim preensão daquelas a ser trabalhadas com
como entre os professores; é notório que a realiza- conteúdos geográficos.
ção de projetos interdisciplinares por dois ou mais PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria
docentes traz uma série de benefícios a todos os en- Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo:
Cortez Editora, 2012. p. 216.
volvidos, como engajamento da comunidade escolar,
fortalecimento de vínculos, ampliação da capacidade O uso de manifestações artísticas, como música,
de trabalhar em equipe, criação de ambientes colabo- poesia e artes plásticas, propicia ao estudante o apri-
rativos, entre outros. moramento em relação ao seu senso crítico e a com-
Outra ideia equivocada que comumente encon- preensão dos diversos conceitos e interações possíveis
tramos nas escolas é a de que projetos interdiscipli- no ramo do conhecimento geográfico, auxiliando-os
nares precisam ser longos, por vezes até exaustivos. a entender a realidade que os cerca, bem como esta-
Na verdade, a duração de um projeto interdisciplinar belecer conexões com as relações contemporâneas,
deverá ser condizente com a abrangência da temáti- aumentando a capacidade de informação e conheci-
ca desenvolvida, que, vale lembrar, precisa estar em mento de forma mais versátil.
XXIII
No planejamento de aula, o professor deve bus- a mensagem transmitida pela linguagem
musical.
car formas criativas e estimuladoras de desafiar as
[…]
estruturas conceituais dos estudantes. Utilizar di-
A utilização da música como recurso
versas linguagens possibilita a aprendizagem pela
em sala de aula objetiva promover uma
problematização, pois os problemas têm a função de
maior interação entre os alunos e o co-
gerar conflitos cognitivos, provocando a necessidade
nhecimento, despertando também maior
de empreender uma busca pessoal. Com situações interesse pelas aulas, e pelo aprendizado,
simples de dúvidas, expostas em sala de aula, você a partir de atividades atrativas, prazerosas
promove o desafio. A curiosidade e a investigação que promovam o conhecimento. […]
são motivadas por meio de textos que utilizam di- SCHROEDER, Hélio. A música como linguagem no ensino do espaço
ferentes linguagens e propostas de trabalho. Leia o geográfico urbano. Dia a Dia Educação, Curitiba, 2009. p. 8. Disponível
em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_
que diz Hélio Schroeder (2009) sobre a utilização da teses/2011/geografia/musica_geografia.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
linguagem musical:
A literatura também exerce um papel importante
A música, enquanto linguagem imbuí- na construção do conhecimento geográfico. Hoje, há
da de sentimentos e representatividade da uma quantidade enorme de títulos, com enredos di-
vida e de diferentes concepções desta, é um versos. Neles, é possível encontrar territórios, lugares,
elemento de comunicação que perpassa paisagens, formas de ser e de viver que ampliam os
diferentes circunstâncias e fatos sociais, conhecimentos em relação a si e ao mundo. A literatu-
permitindo assim “aliar” os conteúdos das ra potencializa a construção de uma compreensão do
disciplinas, neste caso da Geografia, com indivíduo e do coletivo.
atitudes e valores
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 8. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
Os objetivos da aprendizagem ao longo da
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
educação básica foram organizados na BNCC em
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.
competências DA EDITORA
gerais, DO BRASILespecíficas e
competências Para que essas competências gerais, que transpas-
habilidades.
sam as áreas do conhecimento, sejam desenvolvidas,
Ao trazer o conceito de competência, a BNCC ali-
cada uma das áreas contribui com as competências
nha-se às discussões promovidas ao longo das últimas
específicas. Para nossa área, temos as competências es-
décadas e com o foco adotado pela Organização para
pecíficas de Ciências Humanas e as competências
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
específicas de Geografia.
responsável pelo Programa Internacional de Avaliação
Mas como garantir o desenvolvimento das com-
de Estudantes (PISA), além da Organização das Nações
petências específicas? A BNCC propõe a cada área do
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
conhecimento um conjunto de habilidades – sempre
Esse conceito está relacionado ao que os estu-
iniciadas por um verbo evidenciando a ação do estu-
dantes devem saber e o que devem saber fazer, o que
dante na aprendizagem (aprendizagem ativa). Essas
inclui a constituição e a mobilização de conhecimentos,
habilidades relacionam-se aos objetos do conheci-
habilidades, atitudes e valores.
mento, que podem ser entendidos como conteúdos,
Na BNCC, competência é definida como conceitos e processos. Essas habilidades “expressam
a mobilização de conhecimentos (concei- as aprendizagens essenciais que devem ser assegu-
tos e procedimentos), habilidades (práticas, radas aos alunos nos diferentes contextos escolares.”
cognitivas e socioemocionais), atitudes e (BRASIL, 2018, p. 29).
XXIV
Ou seja, as habilidades expressam o “saber fazer” re- aos estudantes o maior e melhor entendimento da
lacionado aos objetos do conhecimento da Geografia, que realidade, de um país e de um mundo cada vez mais
contribuem para o desenvolvimento das competências informacional e globalizado.
específicas que, por sua vez, são fundamentais ao desen-
volvimento das competências gerais. Em outras palavras,
é a habilidade trabalhando em função da competência.
Temas Contemporâneos
Conhecer essa organização é fundamental para Transversais (TCTs)
o planejamento e a ação docente, pois torna clara a
Além do grande avanço tecnológico e o impacto
concepção de que os objetos de estudo não têm um fim
deste na educação – que não pode ser ignorado pelos
em si mesmo, mas são parte de uma grande teia que
currículos escolares –, outros temas contemporâneos
tem como objetivo a formação integral dos estudantes.
transversais precisam ser considerados no ensino
O ato de educar é um processo complexo e envol-
dessa nova geração de estudantes.
vente. Seu desenvolvimento efetivo está inserido em
A BNCC destaca que:
um tempo e lugar e, como prática, envolve e constrói
valores sociais, culturais, políticos e econômicos, que […] cabe aos sistemas e redes de ensino,
permeiam as relações às quais todos estão sujeitos em assim como às escolas, em suas respecti-
uma sociedade. vas esferas de autonomia e competência,
A educação, vista como fator de desenvolvimento incorporar aos currículos e às propostas pe-
econômico e social de um país, potencializa transforma- dagógicas a abordagem de temas contempo-
ções, cria pontes de informação e conhecimento com os râneos que afetam a vida humana em escala
avanços científicos e tecnológicos, formando indivíduos local, regional e global, preferencialmente de
dinâmicos, que poderão dar vazão à sua criatividade,
forma transversal e integradora. […]
sensíveis às questões mais agudas da sociedade da qual
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
fazem parte, capazes de trabalhar coletivamente e que Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 19. Disponível em: http://
estejam munidos de competências e habilidades para basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_
site.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
viver em um mundo que está em constante mudança.
Cabe à educação a trajetória de desenvolver-se São sugeridos 15 temas, presentes em seis macro
como uma prática dinâmica e reflexiva, viabilizando áreas, como indicado no esquema a seguir.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mnistério da Educação
DA EDITORA DO BRASIL
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: proposta de práticas de implementação. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 7.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
XXV
Na BNCC, essas temáticas são contempladas nas cada um dos volumes desta coleção. Há mais de dois
habilidades dos componentes curriculares, cabendo às TCTs trabalhados em cada ano, porém, escolhemos
escolas, de acordo com suas especificidades, tratá-las dois deles para explicitar o trabalho desenvolvido nos
de forma contextualizada. respectivos livros.
É preciso enfatizar que esses temas contempo-
râneos transversais, além de possibilitarem a for- TCTs no 6o ano
mação integrada do estudante, ajudam a garantir a No 6o ano, escolhemos os temas Educação Finan-
interdisciplinaridade no currículo escolar. O objetivo ceira e Educação para o Consumo por serem aborda-
é que os estudantes percebam que a preocupação dos de forma destacada no volume. Na Unidade 2, ao
do educador não se limita a uma visão estreita de abordar os temas extrativismo, produção de energia,
sua área, mas ele se utiliza dela para valorizar a per- agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços,
sonalidade de cada estudante, destacando temas esses TCTs são abordados de forma a ampliar o re-
importantes para seu cotidiano, e que o ambiente pertório dos estudantes acerca das relações e trocas
escolar represente um lugar de debates e construção dentro de uma sociedade, com destaque para siste-
dos conhecimentos. mas financeiros. Além disso, são trabalhadas noções
Nesta coleção, você encontrará no Livro do Estu- de responsabilidade em relação ao consumo, próprio e
em sociedade, possibilitando discussões do ponto de
dante o selo , que indica conteúdos que contem- vista econômico e sociocultural.
XXIX
a solução, e muito trabalho coletivo possibilidades das aprendizagens discen-
e colaborativo. Ao final, os estudan- tes e docentes. Tal intencionalidade requer
tes podem compartilhar as soluções um planejamento consistente do professor,
construídas com a turma toda, sendo uma sala de aula concebida como uma co-
mediados pelo professor. munidade de aprendizagem e uma ava-
5. Aprendizagem baseada em pro- liação processual e contínua do progresso
blemas: como o nome indica, utili- dos alunos, bem como dos vários fatores
za problemas para a construção dos intervenientes no processo como: a prática
conceitos desejados pelo professor. É do professor, o material e a metodologia
interessante que os problemas sejam utilizados, dentre outros.
baseados na realidade dos alunos, que BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria
de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
podem resolvê-los de diversas formas Certa: organização do trabalho pedagógico. Brasília, DF; MEC, SEB, 2014.
– ou seja, são abertos e as respostas p. 5. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/obeducpacto/files/2019/08/
Unidade-1-4.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
não podem ser obtidas por resolu-
ções simples como a mera aplicação Conforme mencionado anteriormente, a BNCC
de uma fórmula. O processo de reso- preconiza a formação integral de todos os estudantes,
lução dos problemas, inclusive, pode o que pode ser compreendido como o desenvolvimento
ser mais importante do que a própria de inúmeras capacidades (cognitivas e emocionais) e,
solução, já que o docente pode ana- como cada indivíduo é único, tais capacidades também
lisar a compreensão dos alunos pelo se tornam particulares e individuais. Diante dessa re-
modo como o resolveram. O traba- flexão, não podemos abandonar a ideia da diversidade
lho em grupo ganha força com essa presente em cada sala de aula e escola.
abordagem. A heterogeneidade, inerente à condição humana,
SANTOS, Victor. O que são metodologias ativas e como elas favorecem o
apresenta-se na neurodiversidade (transtorno do es-
protagonismo dos alunos. Nova Escola, São Paulo, 8 set. 2021. Disponível
em: https://novaescola.org.br/conteudo/20630/especial-metodologias pectro autista, transtorno de déficit de atenção e hipe-
-ativas-o-que-sao-as-metodologias-ativas-e-como-funcionam-na-pratica.
Acesso em: 15 jun. 2022.
ratividade, altas habilidades e superdotação, dislexia,
entre outras), na deficiência (visual, física, intelectual,
Reforçamos a possibilidade de utilizar essas estra- auditiva, psicossocial ou múltiplas) e em tantas outras
tégias como subsídio para a organização e o desenvol- diferenças que garantem a unicidade de cada indivíduo.
vimento de ações interdisciplinares na escola. Coll (2003) afirma que, para atender à diversidade, a
Embora as metodologias ativas sejam comumente escola deve identificar os diversos fatores que interferem
associadas ao uso de tecnologias
MATERIAL digitais, sabemos
DE DIVULGAÇÃO na aprendizagem, que podem ser de natureza cognitiva,
que estas, sozinhas, não têm o poder de promover a emocional, afetiva, social. De acordo com o autor:
DA EDITORA DO BRASIL
aprendizagem dos estudantes. O que, de fato, fará di-
ferença no processo de ensino-aprendizagem e será o A qualidade de um sistema educativo
planejamento das aulas, tendo como foco a participação está estreitamente relacionada – sobretu-
ativa dos estudantes nas atividades a serem realizadas. do nos níveis correspondentes à educação
Não é mais possível acreditar que a sala de aula é o básica – à sua capacidade de satisfazer as
único lugar de aprendizagem, mas pode-se considerar necessidades educativas e de formação de
que ela é um lugar privilegiado, pois em sua complexida- todos os alunos, ou seja, à sua capacidade
de constitui-se quase como uma comunidade, uma so- de diversificar e de ajustar a ação educati-
ciedade, na qual os membros compartilham suas vidas. va às características individuais e à ampla
O trecho a seguir oferece uma reflexão sobre esse gama de capacidades, interesses e moti-
espaço formativo. vações demonstrados por alunos e alunas
diante da aprendizagem escolar.
[A sala de aula ] deve ser vista como
COLL, César. Atenção à diversidade e qualidade do ensino. Revista
um ambiente de aprendizagem pautado Educação Especial, Santa Maria, n. 22, p. 7-17, 2003. p. 2. Disponível em:
no diálogo, nas interações, na comunica- https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5001.
Acesso em: 15 jun. 2022.
ção de ideias, na mediação do professor e,
principalmente, na intencionalidade peda- Para tanto, é fundamental a mobilização de es-
gógica para ensinar de forma a ampliar as tratégias diferenciadas para atender aos estudantes,
XXX
uma vez que os indivíduos não aprendem da mesma estabelecendo-se como lugar de diálogo e compar-
forma, nem desenvolvem habilidades no mesmo in- tilhamento, com práticas para a paz refletidas nas
tervalo de tempo. É preciso propor atividades que ações, nas regras para a utilização dos espaços, no
se constituam como desafios alcançáveis a cada fazer pedagógico.
estudante e, ainda, pensar e utilizar estratégias que Na Assembleia Geral de 6 de outubro de 1999, as
permitam a superação de obstáculos e o avanço nas Nações Unidas definiram a cultura de paz como
aprendizagens. [...] um conjunto de valores, atitudes,
Para que possamos criar estratégias interessantes tradições, comportamentos e estilos de
para atender a essas demandas, é necessário um per- vida baseados:
manente acompanhamento. As avaliações contínuas
a) No respeito à vida, no fim da violência
para identificar o que os estudantes já desenvolvem
e na promoção e prática da não violên-
com autonomia ou, ainda, o mapeamento das possíveis
cia por meio da educação, do diálogo e
dificuldades e dos caminhos percorridos para resolver
da cooperação;
determinada situação, são algumas das importantes
estratégias a serem utilizadas pelo grupo de profes- b) No pleno respeito aos princípios de
sores e demais profissionais da escola. soberania, integridade territorial e in-
Durante o percurso de aprendizagem, considerar dependência política dos Estados e de
alterações no planejamento se faz tão necessário não ingerência nos assuntos que são,
essencialmente, de jurisdição interna
quanto o acompanhamento, pois não basta saber
dos Estados, em conformidade com a
as conquistas e as dificuldades, é preciso acolhê-las
Carta das Nações Unidas e o direito
e criar estratégias para permitir o crescimento de
internacional;
todos os estudantes. Geralmente é preciso propor
diferentes estratégias, envolvendo a turma em ati- c) No pleno respeito e na promoção de
vidades diversificadas, a fim de contribuir para que todos os direitos humanos e liberdades
cada um se desenvolva em toda a sua potencialidade fundamentais;
e que a cooperação entre os estudantes promova d) No compromisso com a solução pací-
uma evolução equilibrada, adequada às caracterís- fica dos conflitos;
ticas de cada um. e) Nos esforços para satisfazer as neces-
A diferença, então, deixa de ser considerada um sidades de desenvolvimento e prote-
obstáculo, mas inerente à condição humana e, logo, ção do meio ambiente para as gerações
fundamental ao processo de ensino e aprendizagem. presente e futuras;
MATERIAL
Essa educação contribui paraDE DIVULGAÇÃO
a formação de cidadãos f) No respeito e promoção do direito ao
cientes da diversidade, aptos ao exercício da empatia
DA EDITORA DO BRASIL desenvolvimento;
e da cooperação.
g) No respeito e fomento à igualdade de
direitos e oportunidades de mulheres
Saúde mental e cultura e homens;
XXXI
Respeito à vida, não violência, diálogo e coope- Uma das principais estratégias que contribuem
ração, entre outros valores e atitudes presentes nessa para a diminuição de situações de bullying é manter
definição, podem e devem ser trabalhados na escola, aberto canais de diálogo e comunicação entre os es-
com o objetivo de promover uma cultura de paz que tudantes e a equipe escolar, para que os casos sejam
possa ser levada para outros contextos de vida dos informados por qualquer estudante, promover deba-
estudantes, como a família e a sociedade. Incentivar, tes e conversas frequentemente com os estudantes,
na escola, um ambiente de respeito às diferenças, por informando e alertando sobre o tema e, na medida do
exemplo, é um bom caminho para essa promoção, visto possível, oferecer apoio aos estudantes que sofrerem
que a escola, assim como a realidade social que a cerca, esse tipo de ataque.
caracteriza-se pela diversidade humana, seja ela racial,
de gênero, regional, política ou religiosa.
Para a escola conseguir estabelecer a cultura de
Saúde mental na escola
paz dentro e fora de seus muros, é fundamental que Infelizmente, observa-se atualmente um aumen-
os estudantes sejam incentivados a assumir o prota- to nos relatos de crianças e jovens acerca da gran-
gonismo dessa ação e que toda a comunidade escolar de dificuldade em reconhecer e lidar com as próprias
seja envolvida nesse trabalho. emoções e sentimentos, apresentando sintomas de
Estratégias que oportunizem aos estudantes ler, de- ansiedade, depressão, estresse e outras dificuldades
bater e refletir sobre o tema da cultura de paz certamente envolvendo aspectos socioemocionais, muitas destas
contribuirão para que sejam promotores (na escola e na relativas às formas de sentir, pensar e agir em relação
comunidade) de práticas alinhadas a esse objetivo. a si e aos outros. Torna-se, portanto, imprescindível a
atenção da escola a essa realidade; ações que permitam
Bullying o desenvolvimento de competências que abarquem
a autogestão (foco, responsabilidade, organização,
No ambiente escolar, em seus diferentes espaços,
persistência, autoestima) e a amabilidade (empatia,
mecanismos para a intimidação sistemática, conheci-
dos como bullying, podem acontecer cotidianamente respeito e confiança), por exemplo, se tornam essen-
e provocam danos em âmbitos pessoal, coletivo e de ciais e urgentes. Também não podemos deixar de lado
gestão de escola. Atitudes de bullying são contrárias a atenção com cada adulto da escola que, assim como
aos princípios éticos, solidários e democráticos, o que os estudantes, precisam cuidar de suas competências
o coloca como inadmissível no espaço escolar. socioemocionais.
Essencialmente violento e contrário à paz, é funda- É importante destacar que o atendimento relativo
mental promover debates e reflexões junto aos estu- à saúde mental deve envolver os profissionais e os ser-
dantes, a fim MATERIAL
de garantir DE
umDIVULGAÇÃO
espaço seguro e propício viços da saúde capacitados para tanto; nesse contex-
para a educação. to, a escola e sua equipe compõem a rede de atenção
DAAoEDITORA
considerarmos os diferentes perfis
DO BRASIL
de estudantes com características complexas, como que deve acompanhar e intervir nesses casos. Sendo
vimos anteriormente, é essencial que a prevenção e a assim, é fundamental que existam canais de comuni-
identificação de atitudes como o bullying sejam perma- cação entre a escola, serviços de saúde e assistência
nentes e envolvam toda a comunidade escolar e familiar. social na comunidade.
O desafio da avaliação
No sistema educacional brasileiro, no que diz res- internacional sobre o desempenho dos estudantes ao
peito a sua abrangência, a avaliação acontece de modo término da escolaridade básica obrigatória.
interno e formativo – aplicado pela própria instituição Qual será o melhor momento para avaliar o traba-
escolar – e externo e em larga escala, como o Sistema lho de ensino-aprendizagem e, assim, o próprio traba-
de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que permite lho? Esses processos avaliativos demonstrarão como
a realização de um diagnóstico da educação básica as crianças e os adolescentes estão aprendendo?
brasileira, e o Programa Internacional de Avaliação de Avaliar é sempre um procedimento intricado, que
Estudantes (Pisa), que propicia um estudo comparativo abarca distintos fatores e vários sujeitos. Cada etapa da
XXXII
educação básica tem suas especificidades no processo • contextualizar conceitos e conteúdos, incentivando
avaliativo, e nos Anos Finais temos disparidades entre o estudante a aplicar o conhecimento em situações
um ano escolar e outro. diversas – desde a comparação entre diferentes
Os estudantes iniciam essa etapa escolar ainda paisagens com base em critérios geográficos até
crianças e a deixam quando adolescentes, indo então a análise e interpretação de uma reportagem ou
para o Ensino Médio, a fase final da educação básica. notícia, na leitura de gráficos ou mapas –, evitando
Independentemente do momento letivo, a avaliação conclusões que remetam a juízos de valor depre-
pode e deve ter caráter processual. Ela pode ir além ciativos ou discriminatórios.
da simples verificação dos conteúdos e ser vista como O insucesso nas avaliações desperta insegurança e
um momento de crítica e autocrítica em que docentes ansiedade em muitos estudantes e pode ser apontado
e estudantes tenham possibilidades de conjecturar como um dos fatores que contribuem para o deba-
melhorias sobre o processo de ensino-aprendizagem. te sobre a importância da avaliação em suas diver-
Outro aspecto é que os objetivos e os critérios a sas facetas. Cabe ao professor planejar estratégias de
serem considerados precisam ser debatidos com os avaliação que lhes permitam que se engajem e apon-
estudantes. Mais à frente, na seção Como usar esta tem caminhos para o avanço do processo de ensino e
obra deste manual, incluímos andamentos e atividades aprendizagem.
que podem servir para construir processos avaliativos. É essencial o cuidado com o processo de avalia-
As várias seções do livro didático podem contribuir ção sem desconsiderar os objetivos e as expectativas
para isso também. Trata-se de propostas concisas que de cada unidade temática da BNCC, assim como suas
podem auxiliar o educador no processo de avaliação, habilidades e competências. Além disso, é importante
que deve ser amplo e ocorrer no dia a dia. que se caracterize o processo de avaliação como um
Indicamos, a seguir, orientações que nos parecem momento de aprendizagem dos estudantes e dos edu-
eficazes para o processo de planejamento, elaboração cadores. É sempre admirável que os estudantes sejam
e correção dos instrumentos de avaliação:
coautores nesse processo, a fim de evidenciar uma ação
• planejar as atividades a fim de permitir ao estu- de autoavaliação.
dante estabelecer comparações e correlações entre É por meio da avaliação que educadores obtêm
o conteúdo aprendido e a realidade local, e não elementos sobre o desenvolvimento dos estudantes e
apenas reforçar a memorização de nomes, datas, podem diagnosticar problemas e dificuldades, limites
conceitos ou dados; e possibilidades em sua aprendizagem e, com base
• ao identificar que os objetivos de aprendiza- nisso, repensar sua ação docente sobre as direções
gem não foram plenamente atingidos, planejar pedagógicas a serem adotadas. A avaliação deve, por
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
situações para que os estudantes retomem e isso, fornecer informações relevantes e essenciais sobre
DA EDITORA
reelaborem respostas. DO BRASILo diálogo
É importante os distintos momentos das aprendizagens dos estu-
com o estudante, pedindo que explique por que dantes, no sentido de auxiliar o professor a organizar
respondeu de determinada maneira, como re- o processo de ensino e aprendizagem.
lacionou as informações que utilizou na avalia- O professor deve diversificar os instrumentos de
ção com os conceitos trabalhados em sala de avaliação e analisar, além do domínio dos conteúdos
aula, para identificar a falha no processo de conceituais, os conteúdos procedimentais e atitudinais
ensino-aprendizagem; e considerar e avaliar de que modo as habilidades da
• certificar-se de que o enunciado e as instruções BNCC para os respectivos anos do Ensino Fundamental
das atividades ou questões estão claros para os estão sendo alcançadas, como são utilizadas e como
estudantes, assim como a contextualização, e se interagem nas atividades e vivências das aulas.
o tempo é suficiente para a realização de todos os Outro aspecto fundamental está relacionado à aná-
passos do trabalho; lise sobre o erro cometido na realização das atividades.
• evitar que o estudante transcreva ou copie res- Trata-se de um momento importante para a apren-
postas idênticas aos textos do livro ou de outros dizagem, pois possibilita um redimensionamento das
recursos didáticos, estimulando-o a desenvolver ações educativas. Pode-se criar situações nas quais os
o próprio discurso e expor o ponto de vista em estudantes reflitam sobre o próprio erro, evitando dar-
relação ao que aprendeu; -se conta dele somente depois de uma nota ou menção
XXXIII
atribuída. Isso exige refletirmos sobre vários tipos de Desenvolvida ao longo de todo o processo de
ferramentas avaliativas. ensino e aprendizagem, essa forma de avaliação tem
De acordo com os estudos de Bloom et al. (1993), como principal finalidade orientar o processo de en-
destacam-se três tipos de avaliação: diagnóstica, for- sino para melhorar a aprendizagem dos estudantes.
mativa e somativa. Realizada de maneira contínua, ao longo das aulas,
viabiliza o monitoramento contínuo do progresso al-
Avaliação diagnóstica cançado pelos estudantes, bem como das lacunas
Identifica conteúdos que sejam de domínio dos de aprendizagem que precisam ser preenchidas. No
estudantes, bem como os limites e as possibilidades contexto da avaliação formativa, tanto professores
perante o envolvimento anterior à avaliação. Tem por quanto estudantes participam ativamente de todo o
objetivo examinar se os estudantes já detêm o conhe- percurso pedagógico desenvolvido (CENTRO..., [20--];
cimento necessário para a continuidade do programa FERNANDES, 2009; WILIAM, 2019).
e se adquiriram determinadas habilidades que foram A avaliação frequente dos estudantes, quando
indicadas para serem alcançadas no período, orientan- praticada com o intuito de identificar as necessidades
do o planejamento do professor. e dificuldades que eles apresentam, oferecer devoluti-
Realizada no início do processo, a avaliação diag- vas pedagógicas que os ajudem a evoluir e promover
nóstica tem como principal finalidade determinar a mudanças no ensino, vem sendo considerada uma das
situação de cada estudante no começo de um ciclo formas mais efetivas para alcançar melhores resultados
escolar (ano ou semestre, por exemplo). Essa avalia- da aprendizagem. E como o professor pode realizar a
ção dá ao professor a oportunidade de verificar os avaliação formativa em sua prática de sala de aula?
conhecimentos de sua turma e, com base nessas in- Com base nos objetivos pedagógicos, que indicam o
formações, priorizar aprendizagens e fazer adaptações que todos devem aprender, o professor faz o planeja-
em seu planejamento, de acordo com as necessidades mento de tarefas que possibilitam o acesso ao que os
do grupo (CENTRO..., [20--]). Nas páginas iniciais de estudantes compreenderam, bem como as dificuldades
cada Livro do Estudante, há atividades para a avalia- apresentadas por eles.
ção diagnóstica. Ao propor essas tarefas, sugerimos Ao longo do percurso, o professor promove a
que o professor interprete o significado dos objetivos
atuação dos estudantes nas discussões e na avalia-
pedagógicos relacionados às atividades para que os
ção das aprendizagens. Além disso, fornece devo-
estudantes entendam o que está sendo avaliado. Com
lutivas pedagógicas para orientar os estudantes em
base nos objetivos, será possível interpretar os resul-
relação ao que devem fazer para alcançar melhor
tados e identificar o que eles já sabem e o que ainda
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
precisam aprender.
desempenho nas etapas futuras. Nesse trajeto, o
professor avalia continuamente sua forma de tra-
DA EDITORA
Recomendamos, ainda, DO
queBRASIL
o professor faça um
balho e, sempre que necessário, ajusta suas formas
registro dos resultados dos estudantes para acompa-
de intervenção (CENTRO..., [20--]; WILIAM, 2019).
nhar a evolução de cada um ao longo do ano.
Dessa forma, para que o professor possa desenvol-
ver uma prática de avaliação formativa, é preciso,
Avaliação formativa inicialmente, que compreenda os objetivos pedagó-
É utilizada em situações nas quais o que foi pro- gicos propostos para o ano. Um objetivo estabelece
posto não atingiu a finalidade e é preciso entender o um objeto de conhecimento e uma operação mental
que deu errado e onde está a falha; e isso sugere pon- que vai ser acionada pelo estudante ao lidar com
derar tanto sobre o desempenho do que foi estudado esse conhecimento. Ao indicarem o que o estudante
como a maneira com que foi vivenciado e o papel dos deve alcançar, os objetivos norteiam o planejamento
envolvidos. Essa avaliação exige o uso de diferentes do ensino e orientam os processos de avaliação da
táticas de análise e de registro do que ocorre nas vivên- aprendizagem (CENTRO..., [20--]; WILIAM, 2019).
cias, seja em sala de aula, seja em outros espaços de Nos livros, são apresentados objetivos pedagógi-
aprendizagem. É ela que permite examinar os pontos cos com linguagem mais próxima à do estudante, de
de melhoria diante dos objetivos propostos, assim como acordo com o ano de escolarização. Esses objetivos
as brechas existentes, orientando o educador a fazer os podem ser usados em diferentes momentos, segun-
alinhamentos necessários no que foi planejado. do fins variados, como exemplificaremos a seguir. Na
XXXIV
introdução de um capítulo, podem ser discutidos com de apoio entre os estudantes e entre eles e o profes-
os estudantes para orientar o processo e informá-los sor. Para que todos possam atuar ativamente nesse
sobre o que se espera que aprendam. Outras vezes, contexto, é essencial que sejam adotadas estratégias
entretanto, devem ser explorados quando o trabalho diversificadas, como o intercâmbio de ideias em du-
já está em andamento, para que as estratégias de en- plas ou em pequenos grupos antes do debate coletivo,
sino não sejam comprometidas. Nos momentos de por exemplo (FERNANDES, 2009; WILIAM, 2019).
autoavaliação e avaliação pelos pares, os objetivos Lembre-se de que essas discussões são momentos
indicam aspectos que necessitam ser avaliados. Outro privilegiados para que você verifique os conhecimen-
elemento que deve estar presente na prática da ava- tos atuais dos estudantes e com os aspectos que eles
liação formativa são as devolutivas pedagógicas, ca- desconhecem ou que compreenderam incorretamente.
racterizadas a seguir (CENTRO..., [20--]; FERNANDES, Ao analisar as respostas dos estudantes, é possível
2009; WILIAM, 2019): conhecer o que eles pensam e dar devolutivas peda-
• têm a função de fornecer indicações claras para gógicas imediatas.
o estudante, a fim de aprimorar seu aprendizado; Além disso, as estratégias sugeridas podem ser
ajustadas e/ou planejadas, de acordo com as necessi-
• podem ser feitas por meio de comentários, oral-
dades reais observadas na classe. Sugerimos que as
mente ou por escrito, visando aos objetivos
orientações do manual auxiliem em suas intervenções
estabelecidos;
nesses momentos. Se, por um lado, a avaliação forma-
• precisam focar o trabalho realizado pelo estudan- tiva traz desafios ao professor, por outro lado é capaz
te, dando informações sobre o que foi realizado de trazer mudanças para a sala de aula, dar um novo
adequadamente por ele e o que ainda precisa ser significado à prática pedagógica e criar uma cultura na
melhorado; qual todos passam a colaborar com a aprendizagem. A
• devem conter orientações para que o estudante troca de experiências entre os profissionais da escola
saiba como poderá alcançar os objetivos que ainda pode contribuir de modo significativo para essa práti-
não conquistou, de modo que aquele que recebe a ca. Compartilhar ideias e estratégias experimentadas
devolutiva saiba o que deverá fazer; pode oferecer suporte para que uns aprendam com os
outros. Ações que envolvem a avaliação devem sempre
• necessitam ser seguidas por oportunidades de
favorecer a aprendizagem.
resposta, nas quais os estudantes possam rever
o trabalho realizado e mostrar o que foi feito para
aperfeiçoá-lo. Avaliação somativa
A autoavaliação pode ser considerada essencial É feita no final do processo de aprendizagem por
MATERIAL
para a aprendizagem DEforma,
e, dessa DIVULGAÇÃO
deve estar pre- meio da análise do que foi aprendido. Consiste na iden-
sente no processo DA de EDITORA
avaliaçãoDO BRASIL Ao refle-
formativa. tificação dos níveis de aproveitamento preestabeleci-
tir sobre sua aprendizagem, o estudante aumenta a dos, geralmente tendo em vista a promoção de cada
percepção sobre si mesmo e passa a assumir mais estudante. Trata-se da atribuição final da nota, menção
a responsabilidade sobre seu desenvolvimento. Por ou conceito que, em geral, ocorre como síntese de todo
outro lado, pode desenvolver habilidades metacog- o processo avaliado no período escolar (mês, bimestre
nitivas fundamentais para a aprendizagem contínua, ou trimestre). Assim, além do levantamento dos pontos
indispensável no mundo em que vivemos. Em comple- falhos da avaliação diagnóstica e da avaliação forma-
mentação, o estudante deve colaborar com a apren- tiva, a avaliação somativa transforma-se novamente
dizagem dos colegas quando participa de práticas de numa avaliação diagnóstica, apontando novas inter-
avaliação entre seus pares. (WILIAM, 2019). Com base venções necessárias pelo professor.
nessas considerações, as atividades de autoavaliação Os livros desta coleção estimulam o uso das tec-
propostas no material podem ser ampliadas, sempre nologias, incentivando os professores a incluí-las nas
que possível. aulas e fora da sala de aula. É preciso situar sempre a
Outro aspecto essencial para a efetiva realização analogia entre o local e o global e encorajar os estu-
da avaliação formativa refere-se à interação contínua dantes a se interessar pela gênese dos conhecimen-
que deve existir na sala de aula. Para que todos se sin- tos científicos e perceber que eles são construtores
tam confiantes para comunicar e explorar as próprias do conhecimento na medida em que trabalham com
ideias, ouvir e avaliar os outros, deve haver um clima atributos da ciência.
XXXV
Realizada ao final de um período letivo, a avalia- é possível indicar ao estudante como fazer para
ção somativa tem como principal objetivo fornecer um melhorar uma resposta.
resumo dos resultados alcançados pelos estudantes • Ao final de uma sequência didática, pedir aos es-
naquele período, para que se conheça o nível de domí- tudantes que preparem questões relacionadas a
nio que alcançaram em relação aos objetivos pedagó- tópicos do conteúdo que estudaram. Eles também
gicos estabelecidos para o ciclo de ensino (CENTRO..., devem elaborar o que seria uma boa resposta para
[20--]; FERNANDES, 2009; WILIAM, 2019). Com base essas atividades.
nessa definição, no final de cada livro são apresenta-
das atividades que se destinam a esse tipo de avalia- • Depois da realização de uma prova, propor a revi-
ção. Essas atividades foram elaboradas com base em são das atividades em duplas e dar oportunidade
objetivos pedagógicos considerados essenciais para para que essas dúvidas sejam comparadas para
o ano, para uma síntese representativa do que foi al- determinar quais foram as mais difíceis. Juntos, os
cançado pelo estudante, ao final do período. Em nossa estudantes devem buscar soluções para aquelas
tradição escolar, as avaliações somativas geralmente que não conseguiram resolver. Além disso, podem
trazem resultados expressos por notas e/ou conceitos, ser oferecidas novas oportunidades em sala de
que não devem ser usados para comparação entre os aula para que eles trabalhem novamente com as
estudantes, a fim de evitar a competição entre eles e respostas dadas.
o comprometimento de aprendizagens futuras. • Muitas vezes, os estudantes apresentam respostas
A avaliação somativa pode servir também para parcialmente corretas ou incompletas. Trabalhan-
certificação, ou seja, para garantir (ou não) a promo- do em pequenos grupos, eles devem ser orienta-
ção dos estudantes para o próximo ciclo de estudo. dos a estabelecer critérios que indiquem aquilo
Nesse caso, cumpre uma função social, pois assegura que precisa ser aprimorado em suas tarefas ou
que os estudantes sejam capazes de responder a o que eles podem fazer para desenvolver melhor
determinadas exigências. É importante ressaltar que uma resposta dada. Em seguida, eles devem ter a
não deve existir, em sala de aula, uma valorização oportunidade de refazer as atividades com base
excessiva desse tipo de avaliação e de seus resulta- nesses critérios.
dos. Dessa forma, pode-se evitar tensões e ansieda- Todas essas possibilidades requerem que os estu-
de, que comprometem o desempenho do estudante dantes participem ativamente dos processos de ensino,
e distorcem a função da educação (FERNANDES, aprendizagem e avaliação. Os professores, por sua vez,
2009). Para contribuir com a prática dos professo- devem planejar e organizar as tarefas, bem como uti-
res, que devem utilizar atividades de verificação da lizar as informações obtidas no processo, para que as
aprendizagem a favor da
MATERIAL DEavaliação
DIVULGAÇÃOformativa, sele- diversas propostas de avaliação levem os estudantes a
cionamos alguns exemplos de estudos desenvolvidos aprender mais e melhor. Lembrando que é preciso con-
DA EDITORA DO BRASIL
na área (BLACK et al., 2018; FERNANDES, 2009; siderar, sempre, em que ponto eles estão (ou o que eles
WILIAM, 2019): sabem), e não apenas onde deveriam estar (ou o que
• Antes da realização de alguns trabalhos, orientar deveriam saber). Apoiados nos conceitos aqui apresen-
os estudantes a refletir, em duplas ou em peque- tados, esperamos que os diferentes tipos de atividades,
nos grupos, sobre os tópicos que serão avalia- estratégias e questionamentos apresentados nos livros
dos. Eles devem rever atividades no material para da coleção sejam aplicados na realização da avaliação
identificar aqueles pontos que consideram que de sala de aula de modo a favorecer a aprendizagem.
aprenderam bem. Em seguida, devem propor per- Ao final dos capítulos, é importante realizar uma
guntas para os colegas sobre os tópicos em que sinopse geral dos tópicos estudados, recobrando con-
precisam de alguma ajuda. Em grupo, essas ques- ceitos apreendidos e vivências realizadas. Estimule-os a
tões devem ser respondidas. Se houver casos em fazer uma avaliação entre o que sabiam e o que surgiu
que ninguém saiba a resposta, o professor deve de novo, no que pensavam antes e o que despontou
trabalhar com o grupo para auxiliar os estudantes como surpresa e novidade.
em relação às dúvidas. Contraponha o que foi aprendido nos textos de-
• Ao corrigir atividades de provas, fazer comentá- rivados do conhecimento como informação (mídias
rios deixando claro para cada estudante por que impressas, por exemplo, ou textos da internet) e aqui-
uma resposta está correta ou incorreta; além disso, lo com que tiveram contato por meio de pesquisas.
XXXVI
Recupere também o que foi aprendido com o saber Você também pode orientar os estudantes quan-
trazido pelas vivências em sala de aula e também aquilo to à elaboração de estratégias para verificação dos
relacionado com diferentes linguagens, como músi- erros. Para alguns, por exemplo, pode ser eficiente
cas, poemas ou obras de arte. Com isso, os estudantes revisitar os enunciados das atividades que não foram
podem fazer um dossiê que possibilite um registro da concluídas adequadamente ou observar se a dificul-
memória do que foi apreendido e, assim, da produção dade ocorreu no momento da execução ou ainda se
do conhecimento gerado ao longo do curso.
o equívoco aconteceu no registro da resposta. O erro
O principal é que consigam inserir no cotidiano
deve ser analisado como oportunidade para entender
escolar um processo avaliativo que interrompa a lógi-
o que não foi compreendido ou executado adequada-
ca da avaliação como punição, atitude classificatória
e seletiva e/ou excludente, deslocando assim a “nota” mente e servir de estímulo para se pensar em outras
como ação principal no período da aprendizagem e possibilidades de resolução de atividades, questio-
transformando o ato avaliativo numa manifestação de namentos etc.
acompanhamento, intermediação, diálogo e influência Ao corrigir as atividades, independentemente do
mútua entre o ensino e as múltiplas aprendizagens. resultado, é de extrema importância que o professor
observe o percurso realizado durante a execução da
Estratégias para superação de atividade, mesmo que o estudante não chegue ao re-
sultado correto. Dessa forma, poderá considerar as
eventuais defasagens
estratégias por ele utilizadas para fazer interferências
Para superar eventuais defasagens, você deve ob-
que o levem a refazer o percurso, buscando chegar ao
servar a participação dos estudantes e refletir sobre
resultado esperado.
possíveis estratégias que possam ser empregadas para
favorecer a aprendizagem, como: orientar a organiza- Diferentes estratégias podem ser utilizadas para
ção do horário de estudo do estudante em casa; indicar favorecer a aprendizagem, entre elas: manipulação de
leituras e vídeos relacionados aos objetos de conheci- materiais concretos; registros no caderno; comparações
mento que necessitam ser aprendidos; orientar quanto entre fenômenos; experimentações; uso de simulado-
à postura no momento dos estudos, para que dediquem res ou de softwares; elaboração de glossário para ser
atenção ao que estão realizando. consultado e revisitado sempre que necessário.
Práticas de
MATERIAL pesquisa
DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Sabemos que, até pouco tempo, as “pesquisas” [...] é preciso promover o confronto entre
realizadas pelos estudantes, a pedido dos professores, os dados, as evidências, as informações cole-
resumiam-se a simples cópias de informações obtidas tadas sobre determinado assunto e o conheci-
em livros e enciclopédias, prática que, com o advento mento teórico acumulado a respeito dele. Em
da tecnologia, foi substituída pelos comandos “copiar” geral, isso se faz a partir do estudo de um pro-
e “colar”, feitos no teclado do computador. blema, que ao mesmo tempo desperta o in-
Nesse sentido, cabe uma reflexão: encontrar infor- teresse do pesquisador e limita sua atividade
mações sobre determinado assunto, seja em suportes de pesquisa a uma determinada porção do
físicos ou digitais, e reproduzi-las consiste, de fato, no saber, a qual ele se compromete a construir
ato de pesquisar? naquele momento. [...] Esse conhecimento é,
Lüdke e André (1986) afirmam que esse tipo de portanto, fruto da curiosidade, da inquietação,
da inteligência e da atividade investigativa
atividade não representa, verdadeiramente, o conceito
dos indivíduos, a partir e em continuação do
de pesquisa, mas sim uma atividade de consulta que,
que já foi elaborado e sistematizado pelos que
embora importante para a aprendizagem dos estudan-
trabalharam o assunto anteriormente [...].
tes, não esgota o sentido do termo.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens
Segundo as autoras, para a realização de uma qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. p. 1-2.
pesquisa, (Temas básicos de educação e ensino)
XXXVII
E assim, ano após ano, os estudantes seguem que nunca. Se não sabe pesquisar, não
coletando e reproduzindo informações, sem, efeti- sabe questionar. Não sabendo questionar,
vamente, realizar pesquisas. Uma das razões para não sabe ultrapassar os impasses inevitá-
que isso aconteça seja, talvez, o fato de que preci- veis que toda profissão encontra em sua
sem aprender a pesquisar, o que, muitas vezes, não prática. Assim, o mais importante hoje na
acontece na escola. pesquisa não é o manejo de instrumentos
A prática de pesquisa está intimamente relaciona- metodológicos, mas o manejo dos desafios
da às proposições e aos princípios aqui apresentados inovadores e por vezes surpreendentes da
e que nortearam a elaboração deste material. Ela se vida. Saber pensar é ótimo para o mercado,
torna, portanto, atividade permanente e sistemática. mas é ainda mais essencial para a vida. [...]
Temos como grande objetivo fazer com que essa prática DEMO, P. Professor/Conhecimento. Brasília, DF: UnB, 2001. p. 10.
se torne inerente aos processos não apenas escolares, Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/11/Demo
-2001.-Professor-Conhecimento.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
mas também na vida de cada estudante. Da mesma
forma, a pesquisa é inerente à profissão docente, pois:
É preciso, portanto, promover e incentivar a pesquisa
A pesquisa pode tornar o sujeito-pro- para que os estudantes aprendam a aprender e, assim,
fessor capaz de refletir sobre sua prática se formem para o mundo do trabalho e, principalmente,
profissional e de buscar formas (conhe- para a vida. Nesse sentido, trazemos nesta coleção di-
cimentos, habilidades, atitudes, relações) ferentes propostas de intervenção – culturais, sociais e
que o ajudem a aperfeiçoar cada vez mais para a sustentabilidade – que demandarão das turmas
seu trabalho docente, de modo que possa habilidades concernentes a ela, como a investigação, a
participar efetivamente do processo de busca por soluções e o estabelecimento de conclusões.
emancipação das pessoas. Ao utilizar as Desenvolver processos de ensino-aprendizagem
ferramentas que lhe possibilitem uma lei- com pesquisas que enfatizem o cotidiano e as mani-
tura crítica da prática docente e a identi- festações culturais contribuirá para a construção de
ficação de caminhos para a superação de conceitos e significados no exercício da leitura e in-
suas dificuldades, o professor se sentirá terpretação do espaço geográfico. O ato de ensinar
menos dependente do poder sociopolítico Geografia deve contemplar múltiplas ações, sobretudo
e econômico e mais livre para tomar suas atividades práticas, como dinâmicas de grupo, ativi-
próprias decisões. dades cartográficas, aulas de campo, pesquisas, entre
ANDRÉ, M. Ensinar a pesquisar... Como e para quê? In: SILVA, A. M. M. et outras, em uma perspectiva que priorize o estudante
al. (org.). Educação formal e não formal, processos formativos e saberes
como sujeito e objeto daquilo que se estuda.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
pedagógicos: desafios para a inclusão social. Recife: ENDIPE, 2006. p. 223.
A coleção reúne, nos quatro volumes, diversas ati-
DA EDITORA
Ou seja, a prática DO BRASIL
da pesquisa confere ao profes- vidades que estimulam os estudantes a desenvolver as
sor as competências necessárias ao planejamento, à habilidades associadas à pesquisa, como:
análise de sua prática e ao replanejamento, para que • revisão bibliográfica (Estado da Arte);
possa ser autônomo em suas escolhas e decisões de
• análise documental (sensibilização para análise
ordem pedagógica.
de discurso);
Como dissemos anteriormente, a prática de pes-
quisa também é um objetivo da formação discente – • construção e uso de questionários;
hoje, a escola forma estudantes para um mundo que • estudo de recepção (de obras de arte e de produtos
demandará dos profissionais conhecimentos, possi- da indústria cultural);
velmente, até agora desconhecidos. Para que crianças • observação, tomada de nota e construção de relatórios;
e jovens possam hoje construir sua aprendizagem e • entrevistas;
continuar a construi-la conforme as demandas futuras,
• análise de mídias sociais (análise das métricas das
é preciso que desenvolvam habilidades e competências
mídias e sensibilização para análise de discurso
relacionadas à pesquisa. Demo (2001) afirma que:
multimodal).
[...] Os conteúdos se consomem no Você encontra essas práticas nas atividades do
tempo, enquanto a habilidade de saber Livro do Estudante, nas orientações e nas atividades
pensar necessita manter-se viva, mais complementares do Manual do Professor em U.
XXXVIII
Conheça o livro
Em seu conjunto, esta obra é composta do Livro do em quatro capítulos cada um. Ao longo do livro há textos
Estudante, Manual do Professor e Manual do Professor teóricos, fotografias, ilustrações, mapas, infográficos e ati-
em U. São materiais que se complementam, cujos con- vidades organizadas em seções fixas e variáveis que ofe-
teúdos se articulam em torno das propostas teórico- recem diversas possibilidades para o estudante identificar,
-metodológicas já explicitadas anteriormente. A obra comparar, contextualizar, refletir, argumentar, interpretar
é uma valiosa ferramenta de apoio para concretizar um e analisar os conceitos e conteúdos propostos na coleção.
trabalho pedagógico comprometido com a qualidade
da educação ofertada a todos os estudantes.
As seções de cada unidade
Ao longo das unidades, as seções descritas a se-
Livro do Estudante guir mobilizam saberes e ações que contribuem para o
A coleção é composta de quatro volumes, subdivi- estudante avançar no domínio das habilidades e com-
didos em oito unidades, que, por sua vez, são divididos petências cognitivas e socioemocionais.
Abertura de unidade
A abertura da unidade traz
Paisagens e uma imagem relacionada ao as-
lugares sunto a ser estudado. O objetivo é
despertar o interesse do estudante
pelo conteúdo e servir tanto para o
Você deve estar acostumado a observar lugares e paisa-
gens nos caminhos que percorre e também em revistas, na
televisão e na internet. Aqui mesmo, ao lado deste texto, há
a fotografia de um lugar. Observe-a:
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Salvador (BA), 2019.
10 11
em estudo
mentos, você poderia dizer, por exemplo, que certas cidades são barulhentas e experiência e
reflexão sobre a própria evolução Ao ver muitos carros transitando pelas ruas, pode-se concluir que os sons
gerados por motores e buzinas, bem como o cheiro da fumaça dos veículos,
também fazem parte dessa paisagem, além dos toques de aparelhos celulares,
Igreja de Nossa Senhora da
Candelária. Rio de Janeiro
(RJ), 2018.
do conhecimento.
do vaivém de pessoas, do cheiro das árvores, do som das conversas e dos sinos
das igrejas.
A fotografia é um instrumento para começar a avaliar, compreender e inter-
pretar uma paisagem. Essa tarefa requer observação, exploração, raciocínio e
descrição de tudo o que se vê. Outro aspecto importante para fazer essa análise
é que a mesma paisagem pode ser sentida e percebida de forma diferente pelas
Propriedade rural no município de Itambé do Mato Dentro Vista aérea do cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima pessoas. Cada leitura é pessoal, ou seja, envolve valores, experiências, senti-
(MG), 2021. e Juscelino Kubitschek. São Paulo (SP), 2019. mentos, entre outros fatores.
12 13
XXXIX
Um pouco mais sobre Glossário
A década de 1990 foi marcada pela aceleração do processo de globalização da economia, o que
Sonia Vaz
0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
intensificou o fluxo internacional de comércio e de capitais. Círculo Polar Ártico
A globalização também envolve o aumento do fluxo de pessoas, ideias, informações, culturas, modos
de vida etc., e não apenas a interligação de atividades produtivas e a circulação e o consumo de merca- E U R O PA ÁSIA
dorias. Analise o mapa abaixo e debata esse tema com os colegas para responder às questões a seguir
no caderno.
Trópico de Câncer
OCEANO
Mapa-múndi: acesso à internet – 2018 AMÉRICA ÁFRICA
PACÍFICO
Allmaps
Equador
0°
0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO PACÍFICO
OCEANO OCEANO
Círculo Polar Ártico
N ATLÂNTICO ÍNDICO OCEANIA
Trópico de Capricórnio
O L
Meridiano de Greenwich
S
0 2 016 4 032 km Divisão do mundo
Trópico de Câncer por critério
1 : 201 600 000 socioeconômico
OCEANO OCEANO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Norte
OCEANO Círculo Polar Antártico
PACÍFICO ATLÂNTICO PACÍFICO Sul
Equador
0° A N TÁ RT I CA Faça no caderno
Usuários da internet
(% da população)
OCEANO
ÍNDICO
Fonte: GIRARDI Gisele; ROSA, Jussara V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 175.
Atividades
Meridiano de Greenwich
0-10 Trópico de Capricórnio Observe o mapa e o perfil topográfico a seguir e responda às questões.
10-30 Essa é a forma com que a Organização das Nações Unidas (ONU) regionalizou
N
1 O continente europeu pode ser dividido em regiões com base em suas principais feições de relevo. Quais
30-50 o mundo por muitos anos, levando em conta os indicadores sociais e econômicos. Europa: físico
50-75 são essas regiões? Localize-as no espaço europeu.
75-98,2
O L
É interessante observar no mapa que essa regionalização não utiliza o meio
Mario Yoshida
30°O 30°O 15° O 15° O 0° 0° 15°L 15°L 30°L 30°L 45°L 45°L 60°L 60°L
Sem dados natural como critério para agrupar os países, ou seja, não corresponde aos dois Círcul Cír
o Po culo Po
OCEANO GLACIAL
OCEANO ÁRTICO
GLACIAL ÁRTICO Mar deMar de 2 Quais formas de relevo predominam no território europeu? Cite três exemplos.
M
S
Censura na internet OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
de
lar
de
lar BarentsBarents
ON
ON
Círculo Polar Antártico
hemisférios terrestres, Norte e Sul. Uma parte dos chamados países do Sul está Árt
ico Ártico
Meridiano
h
Meridiano
h
Maior concentração de
nwic
nwic
0 2525 5050 km
TE
TE
3 Caracterize os planaltos do continente europeu quanto à sua origem e formação.
cabos de fibra óptica localizada acima da Linha do Equador, assim como alguns países do Norte – por
Gree
Gree
S
R. Torre
S
R. Torre
1:252500 000 Vista aérea do distrito de I. Islândia
I. Islândia
Mar BraMnacro Branco a a
UR
UR
gd gd
exemplo, Austrália e Nova Zelândia – estão no Hemisfério Sul.
he he
OS
Drummoyne, no subúrbio 60° de60°
OS
4 O relevo é um importante fator geográfico para a ocupação humana. Relacione as principais feições de
Vic Vic
AV
AV
R.
AI
R.
AI
N N
IN
Sydney. Austrália, 2020.
IN
Fonte: SIMIELLI, Maria Elena R. Geoatlas. 35. ed. São Paulo: Ática, 2019. p. 33.
S
ND
ND
Lago Lago
relevo às formas de uso e apropriação do ser humano no continente.
CA
CA
Onega Onega
a
John Carnemolla/Alamy/Fotoarena
a
S ES
S ES
Glittertind
Glittertind
khon
khon
2 472 m2 472 m Lago Lago
OCEANO
OCEANO
PE
PE
Su
Su
ndia Ladoga
ndia Ladoga
AL
AL
Para refletir
R.
Por que a ordem multipolar está atrelada à globalização? ATLÂNTICO
R.
1 ATLÂNTICO da Finlâda Finlâ PlaníciePlanície
Sarmática
Sarmática a a
Golfo Golfo R. Volg R. Volg
ico
ico
Mar Bált
Mar Bált
Ilha Ilha Golfo Golfo PlanaltoPlanalto
de de
Mar do
Mar do de Riga de R. Riga
Dvin R. Dvin Valdai Valdai
2 De que forma você percebe a globalização em seu dia a dia? da da Bacia de Moscou
Bacia de Moscou
Grã- Grã-NorteNorte
Mar-Bretanha
a a
PlanaltoPlanalto 1 Leia o trecho a seguir, escrito pelo alpinista brasileiro Waldemar Niclevicz (1966-), e responda às questões.
Ilha da Ilha da Mar-Bretanha PlanaltoPlanalto
do Volga
Central Central do Volga
N N da da
IrlandaIrlanda
IrlandaIrlanda
R. Volga
R. Volga
3 Como a internet contribui para a globalização?
Russo Russo
sa
R. Tâmi R. Tâmi
sa lonesa lonesa
no-Po no-Po
ie Germa Germa R
. VístulRa. VístuR.
la PripatR. Pripat A escalada
O L Planíc Planície
R. Oder
O L
R. Oder
C C
R. Ren
R. R.
4 Qual é o continente com menores índices de usuários de internet? Na sua opinião, quais são as causas Canal da Mancha R. D R. D Altitude (em metros)
Altitude (em metros) O Elbrus, com 5.642 m de altitude, é a maior montanha da Europa. Está situado no sul da Rús-
R. Elb
Canal da Mancha
Ren
GerlachovskyGerlachovsky n n
R. Do
Elb
R. Do
2 655 m2 655 Rm. Din R. D
nie
Se
oa
nie
S SSe R. R.
a
na na iesteriniester
sia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser
per
desse baixo índice?
per
45°N 45° e e Glockner Glockner
R. D R. D
anúbio anúbio AcimaAcima
de 4 000
de 4 000
N R. Loir R. Loir r r
CÁ
CÁ
Monte Monte 3 797 m3 797 m Ma ov Ma ovElbrus Elbrus
B B PlaníciePlanície 3 000 a3 000
4 000a 4 000 indicado como a maior montanha da Europa, título dado pela maioria ao Mont Blanc (ponto cul-
RP
RP
BrancoBranco da da Az Az5 633 m5 633 m
4no807 m4no807 m E S E S
AT
AT
MaciçoMaciço Península
Central Central A L P L P
HungriaHungria Península CÁUC CÁUC 3 000a 3 000
2 000 a2 000
OS
OS
5 Qual continente apresenta maior quantidade de países com censura na internet? Na sua opinião, quais R. A
ASO ASO
minante dos Alpes Europeus, com 4.807 m).
R. Róda
R. Róda
Pó R. Pó da Crimeia
da Crimeia
FrancêsFrancês 1500 a1500
2000a 2000
AL úbio úbio Mar Negro Mar Negro
MDINÁ PEDINÁALPE R. Dan R. Dan
consequências essa censura pode causar?
PIR
R. Douro ENE PIRENE M
ar ar S [...]
R. Douro US US AP APAd AdRICO RICOS Estr. deEstr. de 1000 a1000
1500a 1500
Aneto Aneto EN ENriá riá S S BósforoBósforo
R. Tejo R. Tejo
PENÍNSULA 3 404 m3 404 I.mCórsega
PENÍNSULA I. Córsega IN
Vulcão Vulcão OS
INtic
OS o
tic
o BÁLCÃSBÁLCÃS 600 a 600
1000a 1000 O Elbrus é um vulcão extinto, e como todo vulcão tem suas encostas suaves, devido ao derra-
IBÉRICAIBÉRICA VesúvioVesúvio Olimpo Olimpo 400 a 400
600 a 600
A A I. Sardenha 1 277 m1 277 m
I. Sardenha
2 917 m2 917 m
PINDO PINDO Mar MarÁSIAÁSIA
mamento da lava. Não oferece dificuldades técnicas, comparado aos seus vizinhos do Cáucaso.
48 49 Is. Baleares
Is. Baleares Mar Mar Mar Mar
Egeu Egeu
200 a 200
400 a 400
Estr. deEstr.
Gibraltar
de Gibraltar
TirrenoTirreno Jônico
JônicoParnasoParnaso 100 a 100
200 a 200 Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800 m (ainda
Vulcão Vulcão
I. SicíliaI. Sicília Etna Etna 2 457 m2 457 m
3 357 m3 357 m
I. RodesI. Rodes 50 a 100
50 a 100 que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção).
0 0 406 406 812 km 812 km Mar Mediterrâneo I. Creta I. Creta
Mar Mediterrâneo 0 a 500 a 50 É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço e, perto
ÁFRICA
ÁFRICA
PicosPicos
1 : 40 6001 000
: 40 600 000 dos refúgios, lixo de toda a espécie, principalmente grande quantidade de latas. Para se chegar
C1GE8_U2_040_075_LE_CPE.indd 48-49 05/07/2022 23:19:22
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 42. até o cume basta um par de bastões de esqui, botas duplas e grampões. Mas é preciso estar bem
Europa: aclimatado, pois são 5.642 m. A partida para o cume pode ser feita do local onde existia o Refúgio
Europa:perfil
perfiltopográfico
topográfico
Priut II, a 4.100 m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.
Danúbio
Don
Volga
Douro
Ródano
Dnieper
Garonne
Dniester
(em metros) Escala horizontal
OCEANO ATLÂNTICO
Acima de 2 000 1:36 000 000 A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser
De 500 a 2 000 Escala vertical
De 200 a 500 1: 220 000
contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais
Alpes De 0 a 200 Exagero vertical alto da Europa.
Menos de 0 164 vezes
Maciço NICLEVICZ, Waldemar. Elbrus. Disponível em: www.niclevicz.com.br/elbrus. Acesso em: 7 abr. 2022.
Central
Pirineus Francês Cárpatos
Planície Planalto a) Diferencie os dois montes citados no texto quanto à localização e ao conjunto de montanhas em que
Depressão
estão situados.
Danúbio
Don
Volga
Douro
Ródano
Dnieper
Garonne
Dniester
(em metros) Escala horizontal
OCEANO ATLÂNTICO
Acima de 2 000 1:36 000 000
De 500 a 2 000 Escala vertical
Explique.
De 200 a 500 1: 220 000
3 Localize no mapa e pesquise em fontes confiáveis quais são as principais formas de ocupação e uso do
na região em que estão localizados.
solo das áreas de planície da Europa?
120 121
buindo com o incentivo à pesquisa diversificada. É acom- C1GE9_U4_108_139_LE_CPE.indd 120-121 09/07/2022 00:31:53
História Sociodiversidade no
A cultura da mandioca pelos apurinã
território brasileiro
As transformações realizadas pelos povos originários mantiveram pai-
A mandioca tem uma grande
Delfim Martins/Pulsar Imagens
sagens com significativa presença da fauna e da flora local. Mesmo nos dias
importância cultural na base ali-
atuais, podemos afirmar que as modificações na paisagem realizadas pelos
mentar para o povo apurinã. No
povos indígenas são muito menos transformadoras que as ocorridas nas cida-
interior da comunidade, cada
des, por exemplo, onde as paisagens tornam-se urbanas.
família tem a sua roça.
Segundo estimativas históricas, o espaço que um dia se transformou no
Ciência, tecnologia e
Como são distantes da aldeia,
Brasil tinha, em 1500, uma população indígena de oito milhões de habitantes,
em certos períodos, as famílias
divididos em mais de mil povos. Você saberia dizer qual é o
chegam a transferir sua morada
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
sociedade
cia na estação seca, quando os
e variação de recursos naturais, como florestas e animais, fala-
homens apurinã preparam o ter-
mos que ele possui uma fantástica biodiversidade. Partindo
reno da roça, fazem a limpeza e
desse mesmo raciocínio, pensemos: se o país possui vários
queimam, conforme o sistema de
povos e sociedades, onde cada um deles possui características
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
coivara.
próprias, dizemos que há uma enorme sociodiversidade.
O plantio é uma atividade que
Mas como os indígenas que vivem atualmente no Brasil
envolve toda a família: enquanto
realizam a mesma forma de cultivo de seus antepassados? Os
o homem abre as covas para,
conhecimentos adquiridos pelos indígenas são transmitidos
junto com um filho, irem enter-
oralmente aos mais jovens, e assim o conhecimento se pro-
rando a maniva (caule da man- Crianças indígenas da etnia pareci, na Aldeia
Indígena da etnia kalapalo da Aldeia Aiha, colhendo roça de mandioca. paga pelas gerações. A esse tipo de prática dá-se o nome de Wazare, saindo de moradia. Município de Campo
DA EDITORA DO BRASIL
dioca que serve de muda), a mãe Município de Querência (MT), 2018.
patrimônio cultural imaterial. Novo do Parecis (MT), 2021.
vai cobrindo as covas com terra.
Quando as raízes estão crescidas, são arrancadas da terra pelos homens, que já separam as
manivas para o próximo plantio. São eles que levam a produção de mandioca para a aldeia, onde
fica a Casa de Farinha, local onde é fabricada.
As mulheres descascam e lavam as raízes da mandioca para os homens ralarem. População indígena
Como a quantidade a ser produzida é, em geral, grande, utilizam uma pequena máquina Desafios – A senhora citou
Segundo dados do último Censo brasileiro, feito em 2010, o Brasil tem cerca de 900 mil indígenas em
Não basta preservar
Amazônia: Unidades de Conservação e terras indígenas – 2020
rústica, chamada caititu (em alusão talvez aos catetos, porcos silvestres que atacam roças de os assentamentos na região.
seu território. Grande parte deles vive nos estados do Amazonas, do Mato Grosso do Sul e da Bahia,
Allmaps
50º O
a floresta
mandioca). Eles têm se mostrado inefi-
em áreas rurais denominadas Terras Indígenas (TIs).
É também o homem quem espreme a massa no tipiti, um cilindro trançado de cipó, cuja cientes, com altas taxas de eva-
Legalmente, todos eles têm o direito de manter a própria cultura, distinta da cultura dos que não são
extremidade superior é amarrada ao alto de uma estrutura de troncos finos. Um travessão preso
indígenas. O artigo 231 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, diz que são reco- A geógrafa Bertha Becker, falecida em 2013, foi uma incansá-
são. O que está acontecendo? OCEANO
à extremidade inferior vai puxando, de modo a retirar da massa todo o seu líquido. vel pesquisadora da ocupação e da devastação da Floresta Ama- Becker – O modelo tradi- Equador ATLÂNTICO
nhecidos aos indígenas sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, além do direito
0º
Num grande forno abastecido a lenha, a farinha é esparramada no tacho de cobre onde, com zônica. Com vasta experiência de campo e estudo, defendia a ideia cional de assentamento rural,
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo ao governo federal demarcá-las, protegê-las
o auxílio de uma pá, os homens a torram. Os apurinã consomem a mandioca na forma de fari- de conservação com inclusão social para a região, valorizando sua aquele em que cada família
e fazer respeitar todos os seus bens.
Fabio Rossi/Agência O Globo
biodiversidade e pluralidade cultural. Leia o trecho desta importante ganha um pedaço de terra para
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
A farinha associada ao peixe é a base da dieta apurinã, que é complementada por frutas sil- entrevista, feita em 2007. trabalhar isoladamente, não
Estatística (IBGE), existem 274 línguas faladas pelas 305 etnias
vestres como piquiá, bacuri, cacau bravo, buriti, abacaba, açaí e patuá. […] funciona na Amazônia. É obso-
indígenas existentes no Brasil. Porém, cerca de 190 dessas lín-
A cultura da mandioca pelos apurinã. Funai – Museu do Índio. Disponível em:
A solução para evitar a degradação da Floresta Amazônica leto e não atende nem às neces-
http://antigo.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa-escolar/54-a-cultura-da-mandioca-pelos-apurina. Acesso em: 29 mar. 2022. guas estão em risco de desaparecer. sidades ambientais nem ao
Atualmente, os maiores grupos indígenas no Brasil são os será o emprego sustentável da produção natural. Geógrafa Bertha Becker (1930-2013).
povo da região. É uma atitude
povos tikuna, guarani kaiowá e kaingang. A Amazônia abriga 20% de toda a água doce do planeta, Rio de Janeiro (RJ), 2010. N
1 Após a leitura, crie um mapa mental de como o povo apurinã cultiva suas culturas agrícolas. perversa pegar um monte de
ocupa 5% da área do globo terrestre, guarda 30% das flores- L
gente vulnerável, despreparada, Unidades de Conservação O
2 Faça uma pesquisa e saiba como são as frutas silvestres citadas no final do texto que você acabou 1 Por que várias línguas indígenas correm risco de desaparecer? tas tropicais ainda vivas, mas é habitada por apenas 3,5 milésimos da população mundial. […] O 0 330 660 km
e mandar para uma região sem Terras indígenas
S
de ler. futuro é explorar o que ela pode oferecer enquanto está viva, em pé. […] 1 :33 000 000
2 Quais medidas podem ser adotadas para que isso não ocor- Indígenas guarani, da Aldeia Rio Silveira, estradas, sem infraestrutura,
fazendo artesanato com fibras de taquara. Desafios – A senhora cita em suas palestras e livros que o dilema da Amazônia é a conservação Fontes: ICMBIO. Unidades de Conservação Federais, RPPN, Centros de Pesquisa e Coordenações
3 Identifique as funções das mulheres e dos homens na tribo dos apurinãs. ra? Converse com os colegas a respeito disso. sem informação, sem nada. Regionais. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/servicos/geoprocessamento/
Bertioga (SP), 2021. com inclusão social. No que ele difere do conceito preservacionista dos anos 90?
[…] Imagine que estão plane- mapa-tematico-e-dados-geoestatisticos-das-unidades-de-conservacao-federais/copy_of_mapa_
Becker – É uma diferença conceitual, mas bastante importante. Preservação é diferente de con- jados hoje 177 assentamentos oficial_08_2021_150.pdf; FUNAI. Terras indígenas – situação fundiária. 2020. Disponível em:
http://mapas2.funai.gov.br/portal_mapas/pdf/brasil_indigena_11_2021.pdf. Acessos em: 2 mar. 2022.
servação. Preservar é não tocar, é deixar como está. Conservação é utilizar sem destruir. E eu pre- ao longo de uma só estrada,
26 27
firo a conservação com inclusão, acredito piamente no uso não destrutivo do patrimônio natural a Cuiabá-Santarém. São milhares de pessoas, sendo impossível dar estrada, luz, assistência técnica,
de modo a gerar trabalho e renda sem deteriorá-lo. estrutura de comercialização para todo mundo. Os assentados ficarão lá alguns meses e depois irão
Desafios – E depois de tanta experiência na academia e em consultorias, a senhora acredita que embora, e quem ficará com as terras, como acontece há décadas, serão os grandes agricultores.
C1GE6_U1_010_039_LE.indd 26-27
é possível, operacionalmente, atingir o objetivo da conservação com inclusão?
11/07/2022 13:59:44 Desafios – E como resolver esse impasse?
Becker – Acredito. É possível, mas é difícil. São muitos os obstáculos, especialmente a questão Becker – Eu tenho uma proposta polêmica, mas que, na minha cabeça, depois de tudo o que
fundiária, que no Brasil é estrutural e está ligada ao poder. As elites, historicamente, querem ter eu já vi, faz todo o sentido. Proponho que sejam implementadas grandes fazendas de colonos,
terras, e não estamos falando só do momento presente. Querem terras não somente para a produ- num esquema cooperativo. Elas precisam ser enormes, nas proporções amazônicas, para possibi-
ção organizada, mas porque significa poder, status, reserva de valor para o futuro. [...] litar produção em escala. Em vez de colocar cada assentado num pedaço pequeno, em que ele só
Desafios – Além da questão histórica da terra, quais outros fatores dificultam a conservação poderá utilizar 20% da área, conforme a legislação ambiental, será melhor partir para unidades
com inclusão? maiores, exploradas cooperativamente. Numa grande propriedade, usar 20% da área permitirá
Becker – Sou adepta da tese de que a Floresta Amazônica só vai ser conservada quando lhe uma grande produção, muitas vezes maior do que se fossem utilizados os pedacinhos de cada
for atribuído um valor tal que a torne competitiva, com o valor que ela pode ser capaz de gerar assentamento individual. Além disso, esse modelo facilita a organização de infraestrutura, ao
enquanto está em pé. Seus produtos precisam assumir preços de commodities. criar um pequeno polo populacional com luz, esgoto, escola e apoio técnico. […] A escolha das
[...] áreas deve ser precedida de um estudo de mercado, estabelecendo o que deverá ser produzido,
118 119
XL
Ser cidadão
Recurso natural:
elemento encontrado
Sociedade, natureza e trabalho Lugar Pode até não ser o melhor
Faça no caderno
Hugo Araújo
a sociedade se apropria dos recursos naturais e os transforma com a inten- como “Esse caminho não vai dar em lugar nenhum!”
humano.
ção de atender às suas necessidades. No decorrer da história, técnicas foram ou “Coloque esse objeto no seu devido lugar!”. São DESVIO TECTÔNICO DE CANAIS
566 KM
O MOVIMENTO RELATIVO ENTRE AS BORDAS DA FALHA Largura máxima 100 km
história. É a parte do espaço terrestre de menor da falha
As bordas de uma falha não das placas. Quando forças Placa Juan de Fuca
dimensão, aquela que tem significado para nós e Representação artística de
costumam formar linhas nem tectônicas comprimem a casca
Cristiane Viana
é a distância em que se
com a qual nos identificamos. menina correndo em seu ângulos
lugar. retos, já que mudam de horizontalmente, uma ruptura
direção ao longo da superfície fará com que uma porção do moveram as bordas opostas da
Lugar é pessoal e cultural, com o qual as pessoas criam vínculos afetivos falha uma em relação à outra,
e têm um ângulo de inclinação território se levante por cima da
e estabelecem emoções e afinidades diversas. A ilustração acima mostra uma vertical chamado mergulhante. outra borda. ao longo de sua história. PLACA DO PACÍFICO PLACA
Rodgers Creek NORTE-AMERICANA
jovem que mantém uma relação de afeto com o bairro onde mora, apesar dos Por outro lado, os tipos de Uma distensão, ao contrário, fará
Infraestrutura: falhas tectônicas dependem com que uma das bordas da falha Falha de Santo André
Concord-Green
problemas que ele tem. E para você? Como é a sua relação com os seus lugares? conjunto de de como foram produzidas desça pela inclinação de mergulho Valley
Os lugares são formados por vários elementos e são diferentes entre si. Cada sistemas públicos e do deslocamento relativo e fique sob a outra borda.
140 ANOS
que propiciam o Mte. Diablo
um tem sua história e características específicas, que estão relacionadas à vivên- funcionamento OAKLAND Greenville
cia das pessoas, à cultura da sociedade e às formas de apropriação do espaço. e o bem-estar SÃO FRANCISCO É o intervalo médio entre
Compreender o lugar em que vivemos nos leva a conhecer nossa história e da sociedade. as maiores rupturas que se
Exemplos: rede de produziram ao longo da falha.
a perceber o que nele acontece. No mesmo município, por exemplo, há diferen- esgoto, sistema de Hayward Pode variar entre 20 e 300 anos.
tes lugares, dos quais cada pessoa “conta uma história”. Em uma mesma cidade, transportes, rodovias,
distribuição de bloco
1
alguns lugares podem ser mais arborizados que outros, com mais ou menos superior
energia elétrica etc. FALHA NORMAL San Gregorio
Trabalhador em corte de árvore. Carregamento de madeira em área permitida de desflorestamento. Itacotiara infraestrutura. Veja os exemplos nas fotografias a seguir.
(AM), 2019.
É gerada pela
Tronçais, França, 1931. tensão horizontal. bloco Calaveras Santo Dorsal do
inferior André Pacífico Oriental
O movimento é
É considerada a terceira maior bacia hidrográ- a) Que fenômeno natural a fotografia retrata?
Daniel SLIM/AFP
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
econômica para os Estados
Unidos. Saint Louis, Estados
Vertente do Pacífico Canadá e Estados Unidos
75° O
L. Huron
L. Michigan
N
L. Ontário
45° N
EUA 1 000
S
500
OCEANO 0 397 794 km
200
ATLÂNTICO 1: 39 700 000
0
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 36.
Desafio
1 Em grupo e com o auxílio de um atlas ou de um site de mapas virtuais, escolham um país localizado no
Barragem da hidrelétrica Glen
continente americano. Pesquisem os tipos de relevo presentes nesse país e façam um cartaz com ima-
Localizada no fim de cada capítulo, a seção ofere- apreendidas e para que se possa dar prosseguimento
ce atividades com diferentes graus de complexidade ao ensino.
para verificação de aprendizagem do conteúdo abor-
dado. Ela apresenta três diferentes tipos de atividade:
atividades de sistematização, que buscam avaliar a
apreensão dos conteúdos (conceitual); atividades com
o título Para refletir, que avaliam a capacidade do
estudante de aplicar o conhecimento aprendido por Para incentivar o estudante a aprofundar o co-
meio da análise e da argumentação (procedimental); e nhecimento, complementando assim o aprendizado,
atividades com o título Desafio, que podem envolver a seção oferece sugestões de livros, sites e filmes.
a elaboração de técnicas, experimentos, seminários e Desse modo, ele ainda poderá enriquecer o repertório
pesquisas, geralmente em grupos (atitudinal). e satisfazer a curiosidade e o espírito investigativo.
XLI
Manual do Professor O manual conta com orientações e encaminha-
mentos ao longo de toda a coleção, além de suges-
O Manual do Professor impresso apresenta uma tões de atividades complementares e ampliação de
estrutura que possibilita ao docente visualizar a repro- conteúdo. Todo esse apoio foi pensado para estar
dução do Livro do Estudante em tamanho reduzido na sempre disponível ao professor, página a página,
parte central das páginas espelhadas e, nas laterais e no momento da aula. Veja a seguir como ele foi
na parte inferior, o conteúdo específico para o professor. organizado:
Paisagens e
ao longo do tempo histórico.
• Entender o conceito de lugar. eles citarem. Para melhor visualização,
• Destacar as paisagens formadas e as informações podem ser organiza-
das e sistematizadas em um quadro
lugares
transformadas pela interação dos
povos originários com a natureza. na lousa.
• Diferenciar os espaços rural e urbano. ½ Respostas
• Relacionar as mudanças ocorridas 1. Elementos naturais: praia com areia,
na interação humana com a natu- costão rochoso, água do mar e vege-
reza pelo processo de urbanização. tação. Elementos humanos: edifícios,
Você deve estar acostumado a observar lugares e paisa- rua, automóveis, postes etc.
Introdução gens nos caminhos que percorre e também em revistas, na
2. Resposta pessoal. Em sua compara-
Paisagens e lugares são o ponto a televisão e na internet. Aqui mesmo, ao lado deste texto, há
ção, o estudante pode citar o mar, a
partir do qual se estuda e aprende geo- a fotografia de um lugar. Observe-a:
praia, a areia, os edifícios, a rua, os
grafia. As paisagens são muito diversas automóveis, entre outros elementos
no tempo e no espaço, porque nelas que compõem a paisagem.
estão associados os aspectos da natu- 1. Na imagem, existem elementos naturais e outros
criados pelas pessoas. Identifique alguns desses
reza e da sociedade. Em função disto, Foco na BNCC
elementos.
embora as paisagens possam parecer Competência geral 2
algo que só está relacionado com a na- 2. Compare o local retratado na fotografia com o local
onde você mora. Eles são parecidos ou diferentes? Competência específica de
tureza (paisagens naturais), elas tam-
O que eles têm de parecido e o que eles têm Geografia 3
bém têm relação com as ocupações
de diferente? Habilidade EF06GE01
humanas (paisagens humanizadas ou
culturais), pois dependendo da cultura As questões trabalham a
de cada povo ou grupo social a paisa- reflexão, a análise crítica e
a aplicação do raciocínio
gem se deslumbra de modo distinto.
geográfico fundamentado
Essa variedade de interações possibilita nas habilidades de fazer
a comparação de modificações nas pai- analogias, conexões e
sagens nos lugares de vivência, a análi- diferenciações das paisagens
se das modificações das paisagens por nos lugares de vivência dos
diferentes sociedades e a explicação
Cassiohabib/Shutterstock.com
estudantes, evidenciando seu
das mudanças na interação humana protagonismo no processo de
com a natureza (de acordo com as ensino-aprendizagem.
habilidades EF06GE01, EF06GE02 e
EF06GE07).
Nesta unidade você vai estudar: Foco nos TCTs
• paisagens; Nesta unidade, serão trabalha-
Justificativa • mudanças ocorridas nas paisagens; dos os seguintes temas contem-
Como esta é a unidade inicial do • transformação das paisagens pelos povos originários;
porâneos transversais:
ciclo de estudos de Geografia no En- Vista aérea da praia Porto da Barra,
• interação humana com a natureza nos espaços urbano e rural.
• Educação Ambiental;
Salvador (BA), 2019.
sino Fundamental – Anos Finais, nela • Educação para o Consumo;
é feita a retomada de conteúdos de- • Diversidade Cultural;
10 11
senvolvidos no Ensino Fundamental • Educação para valorização do
– Anos Iniciais, como os conceitos de multiculturalismo nas matrizes
paisagem e de lugar, agora trabalha- históricas e culturais brasileiras.
dos de forma mais aprofundada. Para Levantamento de conhecimentos entre esses conceitos. Questione-os se já vivenciaram mudanças
reforçar o embasamento dos estudos em alguma paisagem do município onde vivem, por meio das BNCC na unidade
geográficos, esses conceitos são abor- prévios perguntas: “Vocês já viram a construção de um novo prédio?”; “E O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
dados para analisar a interação entre Faça um levantamento do conhecimento prévio dos estu- a derrubada de um estabelecimento de comércio para dar lugar o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de atitu-
sociedade e natureza, estimulando dantes sobre os conceitos de paisagem e de lugar. Registre na a outro?”; “Já viram um loteamento rural antes e após a colheita?”. habilidades a seguir. des e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar funda-
um olhar crítico do estudante voltado lousa as primeiras observações dos estudantes. Neste momento, Peça-lhes que comentem se as mudanças que presenciaram são Competências gerais 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9 e 10 mentais para o fortalecimento de respeito, solidariedade,
aos fenômenos geográficos em dife- não é preciso que eles cheguem a conclusões ou definições, já positivas, negativas ou apenas cíclicas, respeitando a diversidade organização, participação, cooperação, protagonismo e
Competências específicas de Ciências Humanas
rentes tempos e espaços. que o objetivo é verificar se entendem que existem diferenças de seus pontos de vista. reflexão nos estudantes. Essas atitudes e valores devem se
1, 2, 3, 5 e 7
relacionar às regras, aos espaços e aos materiais escolares,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4,
ao convívio entre professores, funcionários e estudantes e
5, 6 e 7
no desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Habilidades EF06GE01, EF06GE02 e EF06GE07
10 11
XLIII
Organização dos volumes
Correspondência com a gerais, tanto cognitivas quanto socioemocionais, que
incluem a valorização da diversidade dos indivíduos,
Base Nacional Comum o exercício da curiosidade intelectual e o uso das tec-
Curricular nologias digitais de comunicação, entre outras temá-
ticas importantes para o desenvolvimento integral do
A seleção de conteúdos para cada volume da co-
estudante. Além delas, estão distribuídas pela coleção
leção tomou como diretriz as unidades temáticas, os
as competências específicas de Ciências Humanas e
objetos de conhecimento, as habilidades e as compe-
relativas ao ensino-aprendizagem de Geografia.
tências reunidas na BNCC para o componente curricular
Os quatro volumes da coleção e suas respectivas
Geografia no Ensino Fundamental – Anos Finais, confor-
unidades foram organizadas de forma a garantir pro-
me detalhado no Quadro de Conteúdos mais à frente.
gressão das aprendizagens, como preconizado pela
A política educacional brasileira tem uma base
BNCC. Para tanto, é evolutivo o grau de aprofunda-
alicerçada em competências e diretrizes comuns, mas
mento dos conteúdos, a complexidade e o encadea-
possibilita a aplicação de currículos diversos, que serão
mento de informações, a linguagem empregada e os
decididos e implementados em cada sistema de ensino
procedimentos, as atividades e os encaminhamentos
e em cada estabelecimento escolar de acordo com suas
características específicas. A organização da estrutura propostos.
desta obra considerou o encadeamento dos conteúdos As habilidades, que orientam as práticas, o tra-
geográficos, apresentando suas conexões no decorrer balho cognitivo e o desenvolvimento socioemocional,
das unidades e dos capítulos dos quatro volumes. estão contempladas nos capítulos levando-se em conta
O livro didático aparece, portanto, como um entre as conexões entre elas e delas com os conteúdos abor-
os diversos recursos do ensino-aprendizagem, servin- dados, para prevalecer a intencionalidade pedagógica
do como ferramenta de auxílio ao professor. Além das no tratamento dessas habilidades em cada capítulo e
atividades e dos conteúdos propostos nos materiais unidade. Dessa maneira, o Manual do Professor em U
desta coleção, muitos outros podem ser trabalhados traz, de forma clara e visível, as indicações de todas as
para atender às especificidades locais e às diferentes competências gerais e específicas desenvolvidas em
correntes pedagógicas que caracterizam as distintas cada unidade da obra, bem como comentários acerca
realidades escolares. de como as temáticas de cada capítulo se articulam
A BNCC determina que, ao longo da educação bási- com conhecimentos estabelecidos pela BNCC tratados
MATERIAL
ca, os estudantes DE DIVULGAÇÃO
devem desenvolver dez competências anterior ou posteriormente.
DA EDITORA DO BRASIL
Sugestões de cronograma
Apresentamos as possibilidades de planejamento do curso por meio dos cronogramas a seguir.
1o bimestre Unidades 1 e 2
2o bimestre Unidades 3 e 4
Planejamento bimestral
3o bimestre Unidades 5 e 6
4 bimestre
o
Unidades 7 e 8
1o trimestre Unidades 1 a 3
3 trimestre
o
Unidades 7 e 8
1o semestre Unidades 1 a 4
Planejamento semestral
2o semestre Unidades 5 a 8
XLIV
Quadro de conteúdos e relação com a BNCC
6o ano
Temas
Competências e habilidades
Capítulos Conteúdos Contemporâneos
BNCC
Transversais (TCTs)
Competências
2 • Espaço geográfico. Gerais: 2, 3, 4 e 7
• Educação ambiental.
Mudanças na • Modificações na paisagem. Específicas de Ciências Humanas: 2,
• Educação para o
paisagem e o • Sociedade, natureza e trabalho. 3, 5 e 7
consumo.
lugar • Lugar. Específicas de Geografia: 1, 2, 4, 6 e 7
Habilidade: EF06GE01
• Diversidade cultural.
Competências
• Interação entre sociedade e • Educação para
3 Gerais: 1, 2, 3, 6 e 7
natureza. valorização do
Paisagem e Específicas de Ciências Humanas: 1 e 3
• Sociodiversidade no território multiculturalismo nas
sociedade Específicas de Geografia: 1, 2, 3 e 6
brasileiro. matrizes históricas e
Habilidade: EF06GE02
culturais brasileiras.
Competências
4 • Aldeia, município, cidade. Gerais: 1, 4, 6, 7 e 10
Transformações Específicas de Ciências Humanas: 2 e 5
• O espaço rural.
das paisagens Específicas de Geografia: 1, 2, 3, 4, 5
rurais e urbanas • O espaço urbano. e6
Habilidade: EF06GE07
• Recursos naturais.
• Os povos da floresta e o
extrativismo. Competências
1 • Trabalho.
Gerais: 4 e 6
Extrativismo • Extrativismo vegetal.
Específica de Ciências Humanas: 4 • Educação financeira.
e produção de • Extrativismo animal.
Específicas de Geografia: 1, 2, 4 e 6 • Educação fiscal.
energia
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Extrativismo mineral. Habilidades: EF06GE02 e EF06GE11
• Recursos naturais e produção de
DA EDITORA DO BRASIL
energia.
Unidade 2 • Espaço e sociedade
• Transformação da matéria-prima.
• Indústria: origem e Competências
4 desenvolvimento. Gerais: 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10
• Educação ambiental.
Indústria, Específicas de Ciências Humanas: 2 e 5
• Tipos de indústria. • Educação para o
comércio e Específicas de Geografia: 1, 2, 4, 6 e 7
• Indústria: mudanças sociais, consumo.
serviços Habilidades: EF06GE06, EF06GE07 e
espaciais e ambientais. EF06GE11
• Comércio e serviços.
XLV
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• Localização no espaço.
• Direções cardeais, colaterais e
3 subcolaterais. Competências
Orientação e • Norte geográfico e norte Geral: 1
localização no espaço magnético. Específica de Ciências Humanas: 7
terrestre • Coordenadas geográficas: Habilidade: EF06GE03
paralelos e meridianos.
• Latitudes e longitudes.
Competências
• Diferentes representações Gerais: 2, 4 e 5
4
cartográficas: cartas, croquis, Específicas de Ciências
Representações • Ciência e tecnologia.
globo terrestre, mapas e plantas. Humanas: 2 e 7
cartográficas da Terra
• Tipos de mapa. Específicas de Geografia: 4 e 5
Habilidade: EF06GE08
cônica e azimutal.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cartográficas
• Anamorfose.
Específica de Geografia: 4
Habilidade: EF06GE01
DA EDITORA DO BRASIL
Competências
• Elementos dos mapas: título, Gerais: 1, 4 e 5
2
orientação, escala cartográfica, Específica de Ciências Humanas: 7
Elementos do mapa
fonte e legenda. Específicas de Geografia: 3 e 4
Habilidade: EF06GE11
Competências
• Entendendo a escala. Geral: 4
3
• Escala gráfica e escala numérica. Específica de Ciências Humanas: 7
Medindo distâncias
• Cálculo de escala. Específica de Geografia: 4
Habilidade: EF06GE08
• As representações cartográficas:
símbolos e abordagens. Competências
4 • Como interpretar um mapa. Gerais: 4, 5 e 6
Convenções Específica de Ciências Humanas: 2
• Mapas táteis.
cartográficas Específicas de Geografia: 3 e 4
• Mapas digitais. Habilidade: EF06GE11
• Como é feito um mapa.
XLVI
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• As esferas terrestres.
• Da litosfera ao interior da Terra. Competências
1 • A idade da Terra. Geral: 1
Litosfera e • Formação de fósseis. Específica de Ciências Humanas: 5
superfície terrestre • O tempo geológico. Específica de Geografia: 5
• Deriva continental. Habilidade: EF06GE05
• Tectônica de placas.
• O que é relevo?
Competências
• Principais formas de relevo:
Geral: 4
montanhas, planaltos, planícies,
3 Específica de Ciências Humanas: 7
depressões.
O relevo terrestre Específica de Geografia: 4
• O relevo do Brasil.
Habilidades: EF06GE05 e
• Formas de representação do relevo: EF06GE09
perfil topográfico e mapa físico.
Competências
• Água na superfície terrestre. Gerais: 1, 2, 3, 4 e 6
Específica de Ciências Humanas: 4
1 • Ciclo da água.
Específicas de Geografia: 1, 4,
A água no planeta • A água nos ambientes rural e urbano.
5e6
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Inundações e enchentes. Habilidades: EF06GE04 e
EF06GE09
DA EDITORA DO BRASIL
• Os movimentos do mar. Competências
• Origem e partes de um rio.
Unidade 6 • Hidrosfera
2 Gerais: 1 e 2
Águas marinhas e • Bacia hidrográfica. Específica de Ciências Humanas: 4
continentais • Águas subterrâneas. Específicas de Geografia: 1, 2 e 6
• Lagos. Habilidade: EF06GE04
Competências
Gerais: 2 e 4
• Bacias hidrográficas do Brasil. Específicas de Ciências Humanas:
3
• A importância das bacias hidrográficas. 3e7
Bacias hidrográficas
• Bacias hidrográficas mundiais. Específicas de Geografia: 4, 6 e 7
Habilidades: EF06GE04,
EF06GE11 e EF06GE12
XLVII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
1 • Camadas da atmosfera. Geral: 2
Atmosfera, • Tempo e clima. Específica de Ciências Humanas: 5
tempo e clima • Previsão do tempo. Específica de Geografia: 5
Habilidade: EF06GE03
Elementos do
• Pressão atmosférica. Habilidades: EF06GE03 e
clima
• Ventos. EF06GE05
• A circulação geral da atmosfera.
• Zonas climáticas.
• Os climas quentes: equatorial, tropical e
desértico. Competências
Gerais: 1, 2 e 8
4 • Os climas temperados e frios: temperado
Específicas de Ciências Humanas:
Climas e continental, temperado oceânico, frio,
3e5
problemas mediterrâneo e polar.
Específicas de Geografia: 2, 5 e 6
ambientais • Problemas ambientais atmosféricos: efeito Habilidades: EF06GE03 e
estufa e aquecimento global, inversão EF06GE13
térmica, ilha de calor, chuva ácida.
• Umidade relativa do ar.
Competências
1 Gerais: 2, 7 e 10
As formações Específicas de Ciências Humanas:
• Biodiversidade.
vegetais e os 3e6
• Ação humana na natureza.
diferentes Específicas de Geografia: 1, 6 e 7
biomas Habilidades: EF06GE06 e
EF06GE07
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Unidade 8 • As formações vegetais
• Preservação da biodiversidade.
• Impactos ambientais nas regiões tropicais. Competências
Gerais: 1, 5, 6 e 9
• Amazônia Legal.
4 Específicas de Ciências Humanas:
Impactos • Impactos ambientais nas regiões 2, 3, 6 e 7
temperadas e frias. • Ciência e tecnologia.
ambientais nos Específicas de Geografia: 1, 2,
biomas • A importância da Cartografia e dos 4e5
Sistemas de Informações Geográficas Habilidades: EF06GE06 e
(SIGs) na identificação do desmatamento EF06GE07
de florestas.
XLVIII
7o ano
Temas
Competências e habilidades Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais
(TCTs)
• Domínios fitoclimáticos:
Competências
Amazônico, Cerrado, Floresta
Geral: 2
3 Tropical Atlântica, Caatinga,
Específica de Ciências Humanas: 3
Paisagens naturais Florestas Subtropicais, Campos • Educação ambiental.
Específica de Geografia: 6
do Brasil Naturais Subtropicais.
Habilidades: EF07GE09, EF07GE11 e
• Sistema Nacional de Unidades
EF07GE12
de Conservação.
• Os indígenas.
Competências
• Negros e afrodescendentes.
Gerais: 6 e 9
1 • Os imigrantes europeus e
Específicas de Ciências Humanas: 1,
Formação e cultura asiáticos.
6e7
da população • O impacto da pandemia de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
covid-19 na imigração e refúgio
Específica de Geografia: 1
Habilidades: EF07GE04 e EF07GE09
DA EDITORA DO BRASIL
no Brasil.
Unidade 2 • Sociedade brasileira
• Diversidade cultural.
Competências
• Territorialidade das populações • Educação para
Geral: 6
2 tradicionais. valorização do
Específicas de Ciências Humanas: 1 e 4
Povos tradicionais • Comunidades tradicionais pelo multiculturalismo nas
Específica de Geografia: 1
Brasil. matrizes históricas e
Habilidades: EF07GE03 e EF07GE04
culturais brasileiras.
XLIX
Temas
Competências e habilidades Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais
(TCTs)
• Surgimento e evolução
do capitalismo.
• Capitalismo comercial. Competências
Geral: 1
1 • Capitalismo industrial. • Trabalho.
Específicas de Ciências Humanas: 2
Sistema econômico • Capitalismo monopolista • Educação para o
e7
capitalista ou financeiro. consumo.
Específica de Geografia: 5
• A tecnologia e as Habilidades: EF07GE05 e EF07GE06
mudanças no espaço
geográfico.
• Industrialização e
Unidade 3 • Economia do Brasil
globalização.
Competências
• Distribuição das riquezas:
Geral: 7
desigualdade entre
2 Específicas de Ciências Humanas: 2 • Educação para o
países e desemprego.
Economia e natureza e3 consumo.
• Produção, consumo e
Específica de Geografia: 2
meio ambiente.
Habilidade: EF07GE06
• A globalização e o
mercado brasileiro.
• Dinâmicas do espaço
geográfico. Competências
3
• Ferrovias, hidrovias e Geral: 7
Redes de transporte e
rodovias. Específica de Geografia: 7
comunicação
• Integração modal. Habilidades: EF07GE07 e EF07GE09
• Redes de comunicação.
• A produção agropecuária
e extrativista.
Competências
4 • Processo de
Geral: 1
Agropecuária e industrialização do Brasil.
Específica de Geografia: 5
industrialização • A segunda revolução Habilidade: EF07GE08
industrial e os novos
métodos de produção.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Conhecendo a Região
DA1EDITORA DO BRASIL
Norte do Brasil. Competências
Específicas de Ciências Humanas: 3,
Localização e produção do • Ocupação da Região
4e5
espaço Norte.
Habilidade: EF07GE09
• Povoamento recente.
Unidade 4 • Região Norte
• Domínio fitoclimático
Competências
Amazônico: relevo,
Geral: 2
2 hidrografia, clima e
Específica de Ciências Humanas: 6
Dinâmica natural vegetação.
Específica de Geografia: 6
• Desmatamento na
Habilidades: EF07GE11 e EF07GE12
Amazônia.
• Principais atividades
4
econômicas: extrativismo, Habilidades: EF07GE02 e EF07GE06
Produção econômica
agropecuária e indústria.
L
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• População da Região
Centro-Oeste. Competências • Educação para
Gerais: 2, 3 e 6 valorização do
• Urbanização e indicadores
3 Específica de Ciências Humanas: 1 multiculturalismo nas
sociais.
Sociedade Habilidades: EF07GE02, matrizes históricas e
• Qualidade de vida da culturais brasileiras.
EF07GE04, EF07GE09 e
população.
EF07GE10 • Diversidade cultural.
• Cultura.
• Principais atividades
econômicas. Competências
4 Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
• Extrativismo mineral e
Produção econômica Habilidades: EF07GE06,
vegetal.
EF07GE08 e EF07GE10
• Agropecuária e indústria.
Competências
• Constituição do território: Gerais: 1, 5, 9 e 10
1
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Localização e produção do
ocupação e povoamento. Específicas de Ciências Humanas:
3e5
• As sub-regiões do
DA EDITORA DO BRASIL
espaço
Nordeste. Específicas de Geografia: 3, 4 e 5
Habilidade: EF07GE09
Unidade 6 • Região Nordeste
Competências
• Diferentes domínios:
2 Geral: 4
relevo, clima e vegetação.
Dinâmica natural Específica de Geografia: 6
• Os rios.
Habilidade: EF07GE11
LI
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
• Conhecendo a Região Sudeste do Geral: 1
1 Brasil. Específicas de Ciências Humanas:
Localização e
• Ocupação e povoamento. 3, 5 e 7
produção do
• Expansão econômica e territorial do Específicas de Geografia: 3 e 4
espaço
café. Habilidades: EF07GE02 e
EF07GE09
Unidade 7 • Região Sudeste
Competências
• Domínios fitoclimáticos.
2 Gerais: 5, 7 e 9
• Relevo, hidrografia, clima e
Dinâmica natural Específica de Geografia: 7
vegetação.
Habilidade: EF07GE11
Competências
• Principais atividades econômicas: Geral: 8
4
indústria, agropecuária, serviços e Específica de Ciências Humanas: 6
Produção
comércio. Específicas de Geografia: 1, 2 e 6
econômica
• Poluição atmosférica. Habilidades: EF07GE06 e
EF07GE08
Competências
1 • Conhecendo a Região Sul do Brasil. Geral: 1
Localização e • Ocupação e povoamento. Específicas de Ciências Humanas:
produção do • Primeiras ocupações. 3e5
espaço • A importância dos imigrantes. Específica de Geografia: 3
Habilidade: EF07GE09
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
• Domínios fitoclimáticos de Floresta
Tropical Atlântica, Floresta Subtropical, Competências
2
Campos Limpos e Campos Naturais Gerais: 5 e 10
Unidade 8 • Região Sul
Dinâmica natural
Subtropicais. Habilidade: EF07GE11
• Relevo, hidrografia, clima e vegetação.
Competências
4 Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
• Principais atividades econômicas:
Produção Habilidades: EF07GE02,
agropecuária, extrativismo e indústria.
econômica EF07GE06, EF07GE08, EF07GE11
e EF07GE12
LII
8o ano
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
Gerais: 1, 2 e 6
1 • Deslocamento humano no Paleolítico. Específica de Ciências
As primeiras • A saída da África. Humanas: 7
migrações • Seres humanos nas Américas. Específicas de Geografia: 1 e 3
Habilidades: EF08GE01,
Unidade 1 • Os seres humanos no mundo
EF08GE02 e EF08GE18
Competências
• Os imigrantes no Brasil e seus direitos. Geral: 3
3 Específica de Ciências
• Migrante e refugiado.
As migrações e o Humanas: 1
• Migrações e paisagens.
espaço brasileiro Específica de Geografia: 4
• Migrações internas. Habilidades: EF08GE01 e
EF08GE02
• A ordem bipolar.
Competências
Unidade 2 • Organizações e regionalizações do espaço mundial
Competências
• As organizações mundiais. Gerais: 2, 4, 5, 7, 8 e 9
2 Específica de Ciências
• Importância das instituições • Saúde.
Instituições Humanas: 6
internacionais. • Vida familiar e social.
mundiais Específica de Geografia: 3
• Instituições em crise. Habilidades: EF08GE06,
EF08GE07 e EF08GE08
LIII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• O continente americano.
• Regionalizações da América: físico-
Competências
-geográfica e histórico-cultural.
1 Gerais: 1, 4, 9 e 10
• Tentativas de integração entre
Regionalização e Específica de Geografia: 6
as nações americanas: blocos
integração Habilidades: EF08GE05 e
econômicos e organizações
EF08GE12
internacionais.
• Eurocentrismo.
Unidade 3 • América e Antártica
Competências
Gerais: 1, 2 e 7
3 • Diversidade de climas.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
Clima e vegetação • Formações vegetais.
Habilidades: EF08GE11, EF08GE22
e EF08GE23
Competências
• Composição e distribuição da Gerais: 1, 6, 7, 9 e 10
1
população dos Estados Unidos e Específicas de Geografia: 1, 3, 4,
População e
do Canadá. 5e6
sociedade
• Indicadores sociais e econômicos. Habilidades: EF08GE03, EF08GE07,
EF08GE13 e EF08GE20
MATERIAL DE•DIVULGAÇÃO
Economia dos Estados Unidos.
Unidade 4 • América Anglo-Saxônica
DA EDITORA• DO BRASIL
Relações comerciais entre Brasil e Competências
Estados Unidos. Gerais: 1, 4 e 7
2
• Indústria e agricultura. Específica de Geografia: 6
Economia
• Belts agropecuários. Habilidades: EF08GE07, EF08GE09,
• Economia do Canadá. EF08GE12 e EF08GE14
• Nafta e USMCA.
• As relações internacionais.
• O imperialismo. Competências
Geral: 1
• Relações entre Estados Unidos e
Específicas de Ciências Humanas:
3 Brasil.
6e7
Política externa • Potência militar estadunidense.
Específica de Geografia: 6
• Guerra ao Terror. Habilidades: EF08GE07 e
• Relações tensas entre Estados EF08GE08
Unidos e Rússia.
LIV
Temas
Competências e
Capítulos Conteúdos Contemporâneos
habilidades BNCC
Transversais (TCTs)
Competências
• Distribuição da população. Gerais: 1 e 4
3
• Aspectos demográficos. Específicas de Geografia: 1, 3 e 5
Aspectos
• Migração. Habilidades: EF08GE03,
populacionais
• Os latinos nos Estados Unidos. EF08GE04, EF08GE11 e
EF08GE13
• Conflitos históricos.
• A luta indígena.
• Os movimentos no campo. Competências
4
• Fronteiras e áreas de risco. Geral: 1
Conflitos e
• Estados Unidos: migrantes Específicas de Geografia: 1 e 3
movimentos sociais
menores e adolescentes. Habilidade: EF08GE10
• Povos indígenas na América
Latina.
• Exploração de recursos naturais.
• Agricultura e pecuária.
Competências
• Recursos minerais.
Gerais: 2, 4 e 7
• Fontes de energia.
1 Específica de Ciências Humanas:
Recursos naturais e • Projetos de cooperação energética 3 • Ciência e tecnologia.
economia entre os países do Mercosul. Específicas de Geografia: 3, 5 e 6
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Energias alternativas: tecnologia Habilidades: EF08GE22 e
Unidade 6 • América Latina: economia
Competências
Gerais: 2 e 7
3 • Países platinos: Argentina, Específicas de Geografia: 5 e 6
América Platina Uruguai e Paraguai. Habilidades: EF08GE13,
EF08GE20, EF08GE22 e
EF08GE24
Competências
Gerais: 2, 5 e 7
4 • Panorama econômico do México,
Específicas de Geografia: 1, 6 e 7
México, América da América Central (Cuba e
Habilidades: EF08GE13,
Central, Guianas e Guianas) e do Brasil.
EF08GE14, EF08GE16,
Brasil • Canal do Panamá
EF08GE20, EF08GE22 e
EF08GE24
LV
Temas
Competências e
Capítulos Conteúdos Contemporâneos
habilidades BNCC
Transversais (TCTs)
• Educação em Direitos
• A divisão da África. Competências
Humanos.
1 • Regionalizações do continente Geral: 4
• Educação para valorização
Localização e africano. Específicas de Geografia: 1 e 4
do multiculturalismo nas
regionalização • África: na história do Brasil e Habilidades: EF08GE05 e
matrizes históricas e
do mundo. EF08GE18
culturais brasileiras.
Unidade 7 • África: aspectos físicos
• Relevo africano.
• Rift Valley. Competências
Gerais: 2, 4 e 7
2 • Hidrografia africana: bacias
Específica de Ciências Humanas: 7
Relevo e hidrografia hidrográficas.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 4
• A barragem do Assuã. Habilidade: EF08GE20
• Lagos africanos.
MATERIAL DE•DIVULGAÇÃO
Diversidade étnica. Competências
Gerais: 1, 2, 7 e 9 • Diversidade cultural.
DA
2 EDITORA DO BRASIL
• Norte da África.
• África Subaariana.
Específica de Ciências Humanas: 7 • Educação para valorização
Sociedades Específicas de Geografia: 1, 3 e 5 do multiculturalismo nas
africanas • Problemas e desafios no Habilidades: EF08GE03, matrizes históricas e
continente africano. EF08GE08, EF08GE13, EF08GE19 culturais brasileiras.
• Proteção social. e EF08GE20
Competências
• Novos paradigmas. Gerais: 1, 2, 5, 6 e 7
3 • Agropecuária. Específicas de Geografia: 1, 3 e 5
Economia africana • Mineração. Habilidades: EF08GE05,
• Indústria. EF08GE08, EF08GE18 e
EF08GE20
• Conflitos e guerras.
• Conflitos na Nigéria, Ruanda e
Sudão do Sul. Competências
4 • Produção cultural nigeriana. Gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 7 e 9
Conflitos no • Primavera árabe. Específica de Ciências Humanas: 6
continente • O apartheid na África do Sul. Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 5
• Guerra civil e reconhecimento: Habilidade: EF08GE05
o papel feminino na
reconstrução de Ruanda.
LVI
9o ano
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
Gerais: 1 e 4
Unidade 2 • Produção, tecnologia e meio ambiente
1 MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Processo de urbanização.
• Industrialização e evolução agrícola.
Específica de Ciências Humanas: 3
• Trabalho.
• Ciência e tecnologia.
DA EDITORA DO BRASIL
Urbanização
• Urbanização e desemprego.
Específicas de Geografia: 1 e 7
Habilidades: EF09GE11 e • Educação ambiental.
EF09GE12
• Transformações no trabalho.
• Evolução tecnológica e trabalho. Competências
3 Gerais: 1, 4, 6 e 7
• Consolidação das Leis do Trabalho.
Industrialização e Específica de Ciências Humanas: 2
• Potências industriais.
trabalho Específicas de Geografia: 1, 2 e 3
• Desigualdades estruturais. Habilidade: EF09GE11
• O trabalho na 4a Revolução Industrial.
4 • Cadeia produtiva.
Competência
Recursos naturais • Matriz energética mundial.
Geral: 10
e fontes de • Combustíveis fósseis.
Habilidade: EF09GE18
energia • Fontes renováveis e alternativas.
LVII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• Regionalização do espaço
mundial. Competências
1
Gerais: 1 e 4
Regionalização • Cultura greco-romana.
Específicas de Geografia: 3 e 4
mundial: Ocidente e
Unidade 3 • Europa: colonização e influência mundial
• As grandes navegações.
Habilidades: EF09GE01, EF09GE06
Oriente • O imperialismo europeu e o e EF09GE08
Oriente.
• A geopolítica e a influência
europeia. Competências
• Línguas indígenas no Brasil. Gerais: 1, 4, 9 e 10
2 Específica de Ciências Humanas: 1
• Colonialismo, neocolonialismo e
Hegemonia europeia Específicas de Geografia: 1, 3 e 4
poder.
Habilidades: EF09GE01, EF09GE06
• A Europa e os conflitos atuais. e EF09GE08
• Conceito de raça.
• A queda do socialismo.
• Conflitos no Cáucaso. Competências
4 Gerais: 1, 2, 4 e 5
• Conflitos na Crimeia.
Fim da URSS Específicas de Geografia: 3, 4 e 5
• Iugoslávia. Habilidade: EF09GE08
• O valor da Ucrânia.
DA EDITORA DO BRASIL
Unidade 4 • Europa: aspectos físicos
Competências
• Tipos de clima e de vegetação da
Geral: 2
4 Europa.
Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 7 • Educação ambiental.
Clima e vegetação • Devastação e preservação das
Habilidades: EF09GE16 e
florestas.
EF09GE17
LVIII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• Multiculturalismo. Competências
• Distribuição, estrutura e dinâmica Gerais: 1, 2, 3, 4, 7, 9 e 10
1 populacional. Específicas de Ciências Humanas:
População e 1e4
• Minorias étnicas.
sociedade Específicas de Geografia: 1, 2, 3 e 7
• A imigração no continente. Habilidades: EF09GE03, EF09GE04
Unidade 5 • Europa: sociedade e economia
Competências
Gerais: 4, 5 e 6
• O espaço econômico europeu:
3 Específica de Ciências Humanas: 3
indústria, agropecuária e mineração.
Economia Específicas de Geografia: 1, 3 e 4
• Impactos ambientais.
Habilidades: EF09GE09 e
EF09GE10
Competências
1 • Limites geográficos e
Gerais: 1 e 4
Localização e caracterização geral.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 3
regionalizações • A regionalização da Ásia.
Habilidade: EF09GE17
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Unidade 6 • Ásia: aspectos físicos
Competências
Gerais: 1 e 2
2 • Cadeias montanhosas.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 3
Relevo • Planícies e planaltos.
Habilidades: EF09GE16 e
EF09GE17
Competências
Gerais: 1, 2, 4, 5, 7 e 10
3 • Principais rios. Específicas de Ciências Humanas:
Hidrografia • Mares e lagos. 3e7
Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 7
Habilidade: EF09GE17
Competências
• Principais tipos de clima. Geral: 1
4
• Formações vegetais. Específica de Ciências Humanas: 3
Clima e vegetação
• Questões ambientais. Específicas de Geografia: 2 e 3
Habilidade: EF09GE16
LIX
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
• China. Gerais: 2, 5, 6 e 7
• Índia. Específicas de Ciências Humanas:
3 • Japão. 2e3
Economia • Tigres Asiáticos. Específicas de Geografia: 1, 2, 3, 4,
• Desenvolvimento indiano na 6e7
globalização. Habilidades: EF09GE09 e
EF09GE10
Competências
1 Geral: 1
• Localização e divisão política.
Localização e Específica de Ciências Humanas: 5
• A dominação europeia.
ocupação Específicas de Geografia: 1 e 3
Habilidade: EF09GE17
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL Competências
Geral: 7
2 • Principais aspectos físicos da Oceania.
Específicas de Geografia: 4 e 6
Unidade 8 • Oceania
Competências
• Ocupação do território australiano. Gerais: 1, 3, 4, 6, 8 e 9
3
• Origem étnica da população. Específicas de Geografia: 3 e 7
Sociedade
• Perfil demográfico. Habilidades: EF09GE03, EF09GE04,
EF09GE08 e EF09GE09
Competências
Gerais: 1 e 7
• Principais atividades econômicas. Específica de Ciências Humanas: 2
4
• Apec. Específicas de Geografia: 1, 2, 3,
Economia
• Problemas ambientais. 4e5
Habilidades: EF09GE09, EF09GE10
e EF09GE17
LX
Referências comentadas
Referências bibliográficas
ANDRÉ, Marli. Ensinar a pesquisar... Como e para quê? In: SILVA, A. M. M. et al. (org.). Educação formal e não
formal, processos formativos e saberes pedagógicos: desafios para a inclusão social. Recife: ENDIPE, 2006.
Texto acerca da formação do professor-pesquisador e sobre o papel didático da pesquisa em sua formação,
considerando que a pesquisa tem a função de proporcionar o desenvolvimento de sujeitos-educadores autônomos,
livres e emancipados.
BLACK, Paul; WILIAM, Dylan. Classroom assessment and pedagogy. Assessment in Education: principles, policy
& practice, United Kingdom, v. 25, p. 551-575, 2018.
Nesse artigo, os autores revisam um trabalho feito 20 anos antes tratando do tema da avaliação formativa em sala de
aula e reforçam a necessidade de aprofundar as pesquisas e os estudos sobre o tema.
BLOOM, Benjamin S.; HASTINGS, Thomas.; MADAUS, George. Manual de avaliação formativa e somativa do
aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira, 1993.
Manual onde é possível refletir sobre uma proposta de avaliação formativa a serviço da aprendizagem dos estudantes
no enfoque histórico-cultural.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 18 maio 2022.
Documento fundamental para a organização dos currículos da educação básica no país, a BNCC é um dos principais
estruturantes desta coleção.
CALLAI, Helena C. A paisagem. In: CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos (org.). Ensino de Geografia: práticas e
textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2008. p. 98-100.
Texto com práticas para o ensino em Geografia que valorizam as referências cotidianas dos estudantes e constroem
uma concepção ativa, real e significativa da ciência geográfica e de suas múltiplas espacialidades.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; SILVA, Paulo Roberto Florêncio de Abreu e. A dialógica entre a Cartografia
no ensino básico e o sistema de informação geográfica nos pleitos territoriais. In: CASTROGIOVANNI, A. C. et al.
(org.). Movimentos para ensinar Geografia – oscilações. Porto Alegre: Editora Letra1, 2016. Disponível em: https://
nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2016/10/Movimentos-para-ensinar-Geografia.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022.
Artigo no qual os autores propõem uma discussão acerca do uso da cartografia e das ferramentas cartográficas pelos
estudantes, a fim de fazer com que compreendam as disputas territoriais e os mecanismos de poder nos espaços geográficos.
CAVALCANTE, Márcio Balbino. A construção do conhecimento no ensino da Geografia. Jornal dos amigos, Belo
Horizonte, 24 jun. 2006. Disponível em: https://www.jornaldosamigos.com.br/educacao.htm. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que enfatizaMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
o ensino-aprendizagem voltado para o fazer geográfico, como elemento fundamental para
DA EDITORA DO BRASIL em pluralidade no contexto da sociedade contemporânea.
compreender o indivíduo como ser social, vivendo
CENTRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO. Juiz de Fora: UFJF, [20--] Disponível em: http://
portalavaliacao.caedufjf.net. Acesso em: 4 ago. 2022.
O CAEd é um espaço virtual que reúne material produzido por diversos especialistas em Educação, tratando de temas
como avaliação, formação, gestão e pesquisa no ambiente escolar.
COLL, César. Atenção à diversidade e qualidade do ensino. Revista Educação Especial, Santa Maria, n. 22, 2003.
Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5001. Acesso em: 15 jun. 2022.
Conferência na qual o autor reflete sobre a função social da escola e como é possível enfrentar desafios e atender à
diversidade com qualidade, por meio do ajuste pedagógico que contemple as demandas individuais dos estudantes e
suas diferenças e das políticas públicas que devem não apenas garantir o acesso mas também a permanência.
DEMO, Pedro. Professor/Conhecimento. Brasília, DF: UnB, 2001. Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/wp
-content/uploads/2018/11/Demo-2001.-Professor-Conhecimento.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Ensaio em que o autor analisa o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem e sua natureza, destacando
a prática de pesquisa, a interdisciplinaridade e o manejo das virtudes metodológicas como caminhos para a
reconstrução de um conhecimento que seja questionador.
ESPINOSA, Emilio Lamo de. La sociedad del conocimiento: información, ciencia, sabiduría. Madri: Real Academia
de Ciencias Morales y Políticas, 2010. p. 66-67.
Estudo sobre os caminhos seguidos pela sociedade no contexto da Globalização e da Nova Ordem Mundial, surgido
após o período da Guerra Fria.
LXI
FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade-transdisciplinaridade: visões culturais e epistemológicas. In: FAZENDA, I.
(org.). O que é interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008.
Texto no qual a autora analisa epistemologicamente o exercício da interdisciplinaridade e transversalidade no ensino e
nas práticas didáticas ao longo da história.
FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
Obra de destaque nos estudos pedagógicos que investiga a importância da avaliação para transformar a qualidade da
educação e, consequentemente, colaborar para a inclusão e a participação social dos estudantes.
FERRAZ, Ana Paula do C. M.; BELHOT, Renato V. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das
adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, São Carlos, v. 17, n. 2.
p. 421-431, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que destaca a aquisição do conhecimento, da competência, das habilidades e das ações no processo de
ensino-aprendizagem.
KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a geografia crítica? Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem
de geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia N.; OLIVEIRA, Ariovaldo U. (org.). Geografia em perspectiva. São Paulo:
Contexto, 2015.
Reflexão sobre os entraves do ensino geográfico no ensino brasileiro e análise do papel da Geografia na sociedade
brasileira, caracterizada por enormes desigualdades sociais.
LISBOA, Severina Sarah. A importância dos conceitos de Geografia para a aprendizagem de conteúdos
geográficos escolares. Ponto de Vista, Viçosa, v. 4, 2007. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/
view/9746/5374. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que salienta a importância de se trabalhar os principais conceitos geográficos tornando-os instrumentos para
uma efetiva aprendizagem sobre o espaço e a sociedade.
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
(Temas básicos de educação e ensino)
Estudo que oferece ferramentas para a interpretação das questões educacionais, auxiliando a compreensão dos
fenômenos relacionados à escola.
MARTINELLI, Marcello. Mapas, gráficos e redes: elabore você mesmo. São Paulo: Oficina de Textos, 2014.
Nessa publicação, as diferentes formas de representação gráfica são valorizadas de maneira prática, mostrando que
mapas, gráficos e redes são importantes instrumentos de informação e conhecimento.
MARTINS, Rosa Elisabete Militz Wypyczynski. O uso da literatura infantil no ensino de Geografia nos anos iniciais.
Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 27, p. 64-79, 2015. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
geouerj/article/view/11909. Acesso em: 7 jul. 2022.
Artigo que propõe a discussão do uso da literatura infantil como estratégia para o desenvolvimento de diferentes
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
atividades pedagógicas a fim de ensinar Geografia no Ensino Fundamental.
DA EDITORA DO BRASIL
MORÁN, José. Metodologias ativas e modelos híbridos na educação. In: YAEGASHI, Solange F. R. et al. (org.). Novas
tecnologias digitais: reflexões sobre mediação, aprendizagem e desenvolvimento. Curitiba: CRV, 2017, p. 23-35.
Nesse estudo, é possível compreender como as metodologias ativas e o uso dos recursos digitais potencializam o
protagonismo dos estudantes na construção do processo de aprendizagem.
MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, Carlos Alberto de; MORALES, Ofelia
Elisa Torres (org.). Mídias Contemporâneas: convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações
jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. (Mídias Contemporâneas, 2). Disponível em: https://edisciplinas.usp.
br/pluginfile.php/4941832/mod_resource/content/1/Artigo-Moran.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022.
Artigo no qual o autor reforça o uso de metodologias ativas em sala de aula visando ao maior envolvimento do
estudante nas práticas pedagógicas, para acompanhar as mudanças estruturais na sociedade.
MOUTINHO, Zaira A. As pesquisas sobre ensino nas principais revistas de geografia do Brasil nos últimos 10
anos. GEOUSP: Espaço e Tempo, São Paulo, n. 25, p. 160-173, 2013. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/
geousp/article/view/75445. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que discute as principais linhas de pesquisa sobre o ensino de Geografia no Brasil publicadas durante uma
década. A publicação também sugere novos pontos para uma agenda de pesquisas para os próximos anos.
O QUE é cidadania digital. Plenarinho: o jeito criança de ser cidadão, Brasília, DF, 7 ago. 2020. Disponível em:
https://plenarinho.leg.br/index.php/2020/08/o-que-e-cidadania-digital/. Acesso em: 1 jul. 2022.
Texto presente na página institucional da Câmara dos Deputados voltada ao público infantil, onde se aborda os preceitos
básicos e fundamentais para exercer a cidadania digital nos ambientes virtuais de forma ética, responsável e segura.
LXII
O USO de metodologias ativas colaborativas e a formação de competências. Base Nacional Comum Curricular,
Brasília, DF, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de
-praticas/aprofundamentos. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que valoriza o protagonismo dos estudantes em busca de se construir, por meio de situações-problema, o
conhecimento geográfico.
PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko I.; CACETE, Núria H. Para aprender e ensinar Geografia. 3. ed. São
Paulo: Cortez Editora, 2012.
Livro que procura demonstrar como o estudo geográfico pode ser feito de maneira dinâmica e conectada com recursos
técnicos, bem como com outras ciências e campos de conhecimento.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: Técnica e tempo – Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2009.
Obra na qual o autor discorre sobre o principal objeto de estudo da Geografia: o espaço, considerando este como um
conjunto indissociável de objetos e ações.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2005.
Nesse livro, o autor discorre sobre o lugar, considerando que ele é “globalmente vivo” e que, por meio do lugar no qual
estamos, é possível compreender as relações do mundo (a totalidade).
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica. São Paulo: Hucitec;
Edusp, 1978.
Obra que se tornou importante referência nos novos caminhos que a Geografia passou nas últimas décadas do século XX.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2001.
Nessa obra, os autores analisam como o território brasileiro foi se moldando pelas ações sociais, políticas e econômicas
e como ele se insere no contexto da globalização.
SANTOS, Victor. O que são metodologias ativas e como elas favorecem o protagonismo dos alunos. Nova Escola,
São Paulo, 8 set. 2021. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/20630/especial-metodologias-ativas
-o-que-sao-as-metodologias-ativas-e-como-funcionam-na-pratica. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que destaca o papel do estudante como protagonista na construção do próprio conhecimento e
desenvolvimento escolar.
SCHROEDER, Hélio. A música como linguagem no ensino do espaço geográfico urbano. Dia a Dia Educação,
Curitiba, 2009. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2011/
geografia/musica_geografia.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo no qual o autor analisa como a arte musical potencializa a melhor compreensão e o entendimento do espaço
geográfico urbano.MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
SILVA, Julio César F.DA da.EDITORA DOanalíticas
Categorias BRASIL da Geografia: caminhos para leitura do espaço geográfico. Diálogos,
[s.l.], n. 14, p. 249, ago./set. 2015. Disponível em: https://docplayer.com.br/22735615-Palavras-chaveespaco
-paisagem-lugar-territorio-regiao.html. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que ressalta a importância das categorias analíticas da Geografia, para a melhor compreensão do espaço
geográfico.
TEDRE, Matti; DENNING, Peter J. The long quest for computional thinking. In: KOLI CALLING, 16., 2016, Finland.
Anais [...]. Finland: Koli Calling.
Artigo que trata três pontos centrais no tema do pensamento computacional na educação: evolução do uso e da forma de
pensar a computação na escola, pesquisas relacionadas com a ciência da computação e a “digitalização” da sociedade.
THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-
aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 39, p. 545-598, set./dez.2008. Disponível
em: www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n39/10.pdf. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que valoriza a importância de as ciências manterem constante diálogo e interação para potencializar o processo
de ensino-aprendizagem.
WILIAM, Dylan. A avaliação formativa do desempenho do ensino. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 25, p. [1-23], e24275,
2019. Universidade de Brasília. Disponível em: www.redalyc.org/journal/1935/193567256041/193567256041.pdf.
Acesso em: 4 ago. 2022.
Artigo que aborda o papel da formação docente no desempenho de estudantes e na qualidade do ensino, destacando
o impacto do bom desempenho escolar para a sociedade e para os indivíduos.
LXIII
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Nesta obra, o autor propõe ações educativas que potencializem o processo de aprendizagem dos estudantes.
ZABALA, Antoni. Os enfoques didáticos. In: COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática,
1996. p. 153-196.
Análise acerca da prática dos conceitos construtivistas em sala de aula e como eles podem transformar o estudante, o
professor e o ambiente escolar.
Leituras complementares
AROCENA, Rodrigo; SUTZ, Judith. Políticas de inovação para um novo desenvolvimento na América Latina.
Tradução: Sabine Righetti. ComCiência, [s. l.], n. 57, ago. 2004. Disponível em: http://www.comciencia.br/
reportagens/2004/08/15.shtml. Acesso em: 8 jul. 2022.
Ensaio sobre algumas tendência e possibilidades voltadas ao desenvolvimento integral, inclusivo e sustentável dos
países latino-americanos.
D’ADESKY, Jacques. Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismos e antirracismos no Brasil. Rio de Janeiro:
Pallas, 2009.
Nesse texto, o autor propõe a existência de diversos países em um só, enfatizando, por meio de ampla pesquisa, a
origem do racismo, sua propagação e permanência na sociedade.
FELICISSIMO, Rodrigo Passos. Paisagem sonora do espaço migrante: a mobilidade e a percepção do processo
migratório entre o sertão do Moro da Garça (MG) e a Metrópole de São Paulo (SP). 2006. Dissertação (Mestrado
em Música) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
Estudo sobre as relações entre som e paisagem geográfica e sua interação e influências com o meio antrópico.
KATO, Danilo Seithi; KAWASAKI, Clarice Sumi. As concepções de contextualização do ensino em documentos
curriculares oficiais e de professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 35-50, 2011.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/zD3FMD88P9qxpdxQMrHRh9w/?lang=pt. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que apresenta diferentes concepções de contextualização no ensino, contribuindo para a organização do
trabalho docente.
MARTINELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia temática. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
Publicação que destaca o papel do mapa, não como mero coadjuvante, mas como um veículo capaz de revelar o
conteúdo da informação, promovendo a compreensão, possibilitando a busca do conhecimento consciente e crítico.
MORAES, Antonio Carlos Robert (org.); FERNANDES, Florestan (coord.). Ratzel: Geografia. São Paulo: Ática,
1980. p. 108-150. (Grandes Cientista Sociais no 59)
Reunião de textos escritos pelo geógrafo alemão Friederich Ratzel (1844-1904), estudioso considerado o principal
pensador do chamado “determinismo geográfico”.
MATERIAL
OLIVEIRA, Lívia DEmetodológico
de. Estudo DIVULGAÇÃOe cognitivo do mapa. In: ALMEIDA, Rosângela Doin de (org.).
DA .EDITORA
Cartografia escolar DOContexto,
São Paulo: BRASIL 2010.
Artigo sobre o papel da Cartografia na construção do conhecimento geográfico no contexto da educação brasileira.
PERNIGOTTI, Joyce et al. O portfólio pode muito mais do que uma prova. Pátio, Porto Alegre, ano 4, n. 12, fev. 2000.
Artigo que destaca o papel do portfólio como registro da trajetória de aprendizagem dos estudantes e mostra que os
processos de construção de conhecimento podem ser mais importantes que os resultados quantitativos de uma avaliação.
PRETI, Dino. Mas, afinal, como falam (ou deveriam falar) as pessoas cultas? In: PRETI, Dino. Estudos de língua oral
e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. p. 13-20.
Nessa publicação, o autor mostra os caminhos dinâmicos que a linguagem oral tem e os conflitos existentes entre a
oralidade e a escrita formal.
QUEIROZ, Thiago Augusto Nogueira de. Espaço geográfico, território usado e lugar: ensaio sobre o pensamento
de Milton Santos. Para Onde!?, Porto Alegre, n. 8, p. 154-161, ago./dez. 2014.
Nesse estudo, o autor faz uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos do geógrafo brasileiro Milton Santos.
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Ensino de Geografia e a formação do geógrafo-educador. Terra Livre, São
Paulo, n. 11-12, p. 177-188, 1996.
Artigo no qual o autor analisa a importância do papel que o professor de Geografia tem como educador, para a
construção dos estudantes como seres sociais.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2001.
Nessa obra, o autor analisa problemas crônicos existentes na sociedade, apontando possíveis caminhos para a
mudança dessa situação.
LXIV
9
Axé Silva
• Professor de Geografia de Ensino Fundamental e Médio
• Bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Articulista e coordenador de publicações especializadas em
Geografia e Ensino
• Criador e apresentador de canal de vídeo em plataforma digital sobre
Geografia e Atualidades
Jurandyr Ross
• Livre-Docente em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Professor titular na Universidade de São Paulo (USP)
ENSINO
• Consultor do Ministério do Meio Ambiente (1992-2002)
FUNDAMENTAL
• Vencedor do Prêmio Jabuti pela Associação Brasileira do Livro (1997) ANOS FINAIS
• Autor da Classificação do Relevo Brasileiro (1985)
COMPONENTE CURRICULAR
GEOGRAFIA
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
1a edição
São Paulo, 2022
1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Silva, Axé
Amplitude : geografia, 9 : ensino fundamental :
anos finais / Axé Silva, Jurandyr Ross. -- 1. ed. --
São Paulo : Editora do Brasil, 2022. -- (Amplitude
geografia)
22-113347 CDD-372.891
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
1a edição, 2022
2
Apresentação
Prezado estudante, prezada estudante,
Um abraço,
Os autores
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
3
Abertura de unidade
1
Apresenta uma ou mais
Abertura de capítulo
No entanto, trata-se de Chinatown, um bairro localizado em
Nova York, nos Estados Unidos, que abriga um dos maiores
grupos de imigrantes chineses no Hemisfério Ocidental.
2
Nesta unidade, você vai estudar:
• globalização econômica e suas desigualdades;
• mundialização do capitalismo e expansão das multinacionais; Segurança e Fome e desnutrição
insegurança
Apesar do desenvolvimento tecnológico e do crescim
• importância da identidade e da diversidade culturais; agrícola mundial, a subnutrição, a fome e a desnutrição, em
• blocos econômicos; Faça no caderno
alimentar
Chinatown, bairro da cidade de Nova York.
Faça no caderno
• importância e desafios das organizações internacionais. do aproximadamente 11% da população mundial em 2017
Estados Unidos, 2021.
abaixo a evolução da porcentagem da população que sofre
conteúdos complementares
de terra e com pouca mecanização, é destinada ao abastecimento familiar e da
As relações de trabalho tradicionais – de emprego de um trabalhador por uma empresa – 9 De que forma a industrialização desse continente vem sendo fomentada nos últimos anos?
comunidade em que está inserida. A tabela mostra a prevalência de desnutrição, em porcentagem, no mundo
estão ruindo. Cada vez mais, o trabalhador será um prestador autôno- entre 2015 e 2020.
Como vimos no capítulo anterior, a urbanização contribuiu para impulsio-
mo de serviços a empresas ou pessoas. [...] Iníquo: que revela Para refletir Fonte: THE WORLD is at a critical juncture. FAO, [S. l.].
nar a modernização do campo e a expansão das terras cultivadas serviu para
lourencolf/Shutterstock.com
Brasília, DF, 1o mar. 2018. Disponível em: https://www2.cbpf.br/pt-br/cbpf-news/artigo-traz-analise-das-relacoes-de
ção preocupante.
de textos de terceiros.
-trabalho-na-4-revolucao-industrial-2. Acesso em: 28 mar. 2022. você for fazer vestibular?
A fome é uma questão que esteve bastante presente
Andriy Popov/Alamy/Fotoarena
2 A imagem ao lado mostra a capa do livro da Constituição Mexicana, da humanidade. Não foram raras as vezes em que ondas
Para entender onde começa e onde termina o Oriente, Moraes explica que é preciso analisar Médio”, o objetivo é localizar as terras
Atividades
onde está o mundo islâmico. De oeste a leste, estende-se desde o Senegal, no oeste da África, que, para os viajantes da Europa, seriam
até às Filipinas, nos limites do Oceano Pacífico. De norte a sul, vai desde o Cazaquistão, na Ásia as avistadas quando alguém fosse em
Central, até a área entre a Tanzânia, na África, e a Indonésia, no Oceano Índico. Não que todos os
países dentro dessa enorme área sejam muçulmanos, mas sim de culturas e religiões diferentes
direção ao nascer do Sol (oriens). Ob-
serve o mapa ao lado, datado de 1457. Propõe atividades
Seção que apresenta
das do Ocidente, que é judaico-cristão. Por exemplo, Austrália e Nova Zelândia, lá do outro lado, No centro, é possível ver o Oriente
são do Ocidente.
Fonte: ONDE começa e onde termina o Ocidente? Superinteressante, 21 dez. 2016.
Médio e, no canto direito, o Oriente.
A Austrália não está retratada, pois de levantamento de
atividades dos
Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/onde-comeca-e-onde-termina-o-ocidente/. Acesso em: 10 abr. 2022.
não integra parte da história antiga dos
europeus; chineses, indianos, árabes e
japoneses são os principais povos que eles conhecimentos prévios.
cktravels.com/Shutterstock.com
Inanc Ceylan/Anadolu Agency/Getty Images
conteúdos trabalhados
se acostumaram a chamar de orientais. Paolo Toscanelli. Mapa do mundo, c. 1457. Ilustração.
a) Observe o planisfério da página 78. Tendo a capital Brasília como ponto de referência, onde se lo-
calizaria o “nosso” Oriente Médio?
b) Ao ler uma notícia sobre um conflito no Oriente Médio, você a associaria ao “nosso” Oriente Médio,
mencionado no item anterior? O que é possível concluir com essa observação? a cada capítulo.
Glossário
Mapa-múndi
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Allmaps
30°O 30°O 15° O 15° O 0° 0° 15°L 15°L 30°L 30°L 45°L 45°L 60°L 60°L
também 2021. Qual cidade parece pertencer ao Oriente e qual parece pertencer ao Ocidente? Na verdade, ambas estão localizadas
OCEANO GLACIAL ÁRTICO 2 Quais formas de relevo predominam no território europeu? Cite três exemplos.
Círcu Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO
lo Po culo Po
ta? Por quê? Registre sua resposta, em seguida converse
Mar deMar de
M
lar
o de
lar BarentsBarents
ON
ON
Ártic Ártic
compreensão do conteúdo.
h
TE
TE
Gree
S
R. Torre
S
R. Torre
I. Islândia
I. Islândia
Mar BraMnacro Branco a a
Atividade em grupo
UR
gd gd
Fonte: Planejativo. Disponível em: https://app.planejativo. he he
OS
OS
4 O relevo é um importante fator geográfico para a ocupação humana. Relacione as principais feições de
160 Vic Vic
0 8 000 600°Nkm60°N
AV
AV
R.
AI
R.
AI
com/q/1120/geografia-1/projecoes-cartograficas.
entre Oriente e Ocidente. Analisem também os estereótipos e preconceitos dessas
IN
IN
S
ND
ND
CA
visões generalistas. Depois, discutam o assunto com os demais colegas da turma. Onega Onega
a
a
S ES
S ES
Glittertind
Glittertind
khon
khon
PE
Su
Su
ndia Ladoga
ndia Ladoga
AL
AL
Para refletir
R.
ATLÂNTICO
R.
ico
Mar Bált
Mar Bált
R. Volga
Russo Russo
sa
R. Tâmi R. Tâmi
sa olonesaolone sa
R. VístulRa. VístuR.
ano-P ano-P
ie Germ Germ la PripatR. Pripat A escalada
O L Planíc Planície
R. Oder
O L
R. Oder
C C
R. Re
R. R.
Canal da Mancha
ReElb
GerlachovskyGerlachovsky n n
C1GE9_U3_076_107_LE_CPE.indd 82-83 09/07/2022 00:31:01 R. R. Do Do
no
noa
Se
nie
S Se S R. R.
a
na na iesteriniester
sia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser
per
per
CÁ
RP
AT
MaciçoMaciço Península
Central Central A L P L P
HungriaHungria Península CÁUC CÁUC 3 000a 3 000
2000 a2000
OS
OS
ASO ASO
R. A minante dos Alpes Europeus, com 4.807 m).
R. Róda
R. Róda
Pó R. Pó da Crimeia
da Crimeia
a interdisciplinaridade e o
Is. Baleares
Is. Baleares Mar Mar PINDO PINDO 200 a 200
400 a 400
Mar Mar
Egeu Egeu
Estr. deEstr.
Gibraltar
de Gibraltar
TirrenoTirreno Jônico
JônicoParnasoParnaso 100 a 100
200 a 200 Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800 m (ainda
Vulcão Vulcão
I. SicíliaI. Sicília Etna Etna 2 457 m2 457 m
3 357 m3 357 m
I. RodesI. Rodes 50 a 100
50 a 100 que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção).
0 0 406 406 812 km 812 km Mar Mediterrâneo I. Creta I. Creta
Mar Mediterrâneo 0 a 500 a 50 É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço e, perto
ÁFRICA
ÁFRICA
componentes curriculares.
Priut II, a 4.100 m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.
Paula Haydee Radi
Don
Volga
Douro
Ródano
Dnieper
Garonne
Dniester
Acima de 2 000 1:36 000 000 A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser
De 500 a 2 000 Escala vertical
De 200 a 500 1: 220 000
contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais
Exagero vertical
mapas e outros
Alpes De 0 a 200
164 vezes
alto da Europa.
Menos de 0
Maciço NICLEVICZ, Waldemar. Elbrus. Disponível em: www.niclevicz.com.br/elbrus. Acesso em: 7 abr. 2022.
Central
Pirineus Francês Cárpatos
a) Diferencie os dois montes citados no texto quanto à localização e ao conjunto de montanhas em que
recursos visuais,
Planície Planalto Depressão
da Hungria Central Russo Caspiana estão situados.
Europa: perfil topográfico A B C
b) Aponte as semelhanças entre eles, considerando a estrutura geológica e o relevo.
Altitude
como fotografias e
c) Com base no depoimento do alpinista, pode-se afirmar que esse local está ameaçado pelo turismo?
Danúbio
Don
Volga
Douro
Ródano
Dnieper
Garonne
Dniester
atividades específicas
Planície Planalto
1 Pesquise em fontes confiáveis e descubra três vulcões em atividade na Europa. Obtenha informações
da atualidade relacionados ao
Depressão
da Hungria Central Russo
2 Analise o perfil Caspiana
topográfico e caracterize as formas do relevo europeu. sobre a última vez que entraram em atividade, o país em que estão e os possíveis impactos que causaram
A B C
3 Localize no mapa e pesquise em fontes confiáveis quais são as principais formas de ocupação e uso do
na região em que estão localizados.
120 121
4
Ciência, tecnologia e sociedade
ção Mundial do Comércio (OMC) Os desafios das organizações
uma prática que remonta à Antiguidade. Depois de um grande
os XV e XVI, época das Grandes Navegações, o capital acumu-
internacionais Tem a finalidade de criar espaço para
manifestação de opiniões e de desenvolvimento
consolidação dos primeiros Estados modernos. Foi somente Apesar de ter sido criada com o objetivo de facilitar o comércio mundial, a
contudo, com o desenvolvimento das revoluções industriais, OMC é questionada por diversos líderes e organizações por não garantir trocas
e mercadorias aumentou significativamente, fomentando o comerciais e econômicas igualitárias entre os países. Muitos criticam o fato de
protecionismo diz respeito a um conjunto provoquem filas de bicicletas nas regiões fronteiriças.
de medidas que protegem a indústria ou No mundo inteiro, cada vez mais pessoas optam pela bicicleta para se locomover em ruas e avenidas. Não somente os europeus deverão usar o circuito como rota de viagem ou cotidiana, seguramente
o comércio interno, dificulta as importa- Recentemente foi desenvolvido um projeto para possibilitar viagens de bicicleta em percursos mais longos, haverá outros usuários, como os turistas oriundos de todas as partes do planeta. Por isso, também serão
ções e a concorrência externa. entre cidades mais distantes e até entre países. necessárias ações de amparo a esses turistas. O mapeamento de consulados e embaixadas de diversos
Essas barreiras ficam evidentes nos O projeto, chamado EuroVelo, foi desenvolvido e financiado pelo órgão de turismo sustentável da União países é um exemplo de ação que pode ajudar os ciclistas, caso necessitem de algum apoio dos respec-
subsídios concedidos pelos governos, Europeia (UE) e pretende entregar, até 2020, uma gigantesca ciclovia, com 70 mil quilômetros de extensão, tivos países ou enfrentem problemas legais enquanto percorrem as ciclovias.
principalmente para o setor agrícola. formada por 14 rotas que interligarão 43 países, integrantes ou não da UE. O projeto é voltado principal- Podemos imaginar que a efetivação do projeto EuroVelo mudará a realidade dos locais pelos quais a ci-
mente àqueles que desejam viajar de bicicleta, mas não deixa de lado a população dos locais em que a clovia passará, indo muito além do desenvolvimento sustentável e da melhora da qualidade de vida. O trân-
Esses subsídios beneficiam os agriculto-
ciclovia passará, porque as pessoas poderão usar a estrutura nas atividades do dia a dia. sito de pessoas, a movimentação de dinheiro, a necessidade de alteração do espaço e o fato de as ciclovias
res, que passam a produzir por um preço
As rotas são identificadas por números de 1 a 14 e, muitas vezes, recebem também um segundo nome, envolverem países que não são membros da UE são fatores que alterarão a realidade geográfica da região.
baixo e podem lançar no mercado pro-
associado com a história dos lugares por onde atravessam. A mais famosa é a EuroVelo 13, com 10 mil
dutos mais em conta. Como resultado, a
quilômetros, também conhecida por Cortina de Ferro, uma menção à Guerra Fria, período do século XX no
Bibiana Castagna/Shutterstock.com
maioria dos países que exportam bens Conferência da Organização
qual o continente estava dividido entre Europa Oriental e Europa Ocidental.
primários, em especial produtos agríco- Mundial do Comércio. Buenos
Aires, Argentina, 2017.
las, não consegue vendê-los para nações
Depositphotos/Imageplus
desenvolvidas, o que constitui uma con-
corrência desleal. Ser cidadão
asileiro acionou a OMC diversas vezes, em especial para recla-
concedidos pelos Estados Unidos aos produtores locais de Sociedade civil organizada
m dos subsídios concedidos pela União Europeia aos países- Em todo o mundo, diversas organizações humanitárias e não governamentais
o para a produção de açúcar. Em ambas as ações, a organi- (ONGs), também chamadas Terceiro Setor, atuam de forma bastante significativa
de causa ao Brasil, por entender que esses subsídios eram e positiva nos mais variados setores da sociedade, como na preservação do meio
ambiente e na manutenção da saúde.
am as regras internacionais de comércio e, como consequên-
o país. 1. Reúna-se com alguns colegas e pesquisem em fontes confiáveis exemplos,
objetivos e atuações das ONGs de sua cidade ou região. Em seguida, discutam a
C, outras organizações internacionais e instituições financei-
importância dessas organizações na construção de um mundo melhor, mais justo
todas muito importantes para a regularização econômica e e saudável. Apresentem os resultados da discussão para os demais colegas.
nações.
35
Ciclistas em prática de atividade de lazer em trecho da EuroVelo 13. Moravia, República Tcheca, 2018.
Além de fomentar uma prática de viagem alternativa, o projeto gera discussão sobre sustentabilidade,
saúde, desenvolvimento, criação de empregos e circulação de pessoas.
09/07/2022 00:32:57
Ao defender o uso de bicicletas em lugar de veículos automotores impulsionados por derivados de pe-
tróleo, o projeto colabora para a manutenção das reservas desse recurso natural, o que diminui a emissão de
gases poluidores do ar e intensificadores do efeito estufa; além disso, colabora com a saúde da população,
incentivando-a a ser menos sedentária.
Outra decorrência é o fortalecimento do nicho de consumo ligado ao ciclismo. Os ciclistas precisam de
Ser cidadão
equipamentos e serviços especiais para suas bicicletas e para eles mesmos durante as jornadas. Por isso, Estacionamento de bicicletas próximo à praça Amager. Copenhague, Dinamarca, 2021.
está prevista a criação de uma estrutura completa para atender esse público, como oficinas, lojas para alu-
guel de bicicletas, acomodação, áreas de descanso e até mesmo transporte alternativo nas regiões muito
1 Responda às questões sobre o texto.
íngremes ou de difícil acesso. A criação desse nicho de mercado certamente movimentará a economia, in-
a) Você acredita que o projeto EuroVelo realmente aumentará a procura por um tipo de turismo alter-
de apresentar
de e de ajudar a preservar o meio ambiente, as ciclovias podem alterar, e muito, a circulação de cidadãos, que um projeto como o EuroVelo pode ajudar na integração entre partes diferentes da cidade ou do
europeus e não europeus, integrantes ou não da União Europeia. bairro em que mora?
manifestação de opiniões
170 171
e de desenvolver
Faça no caderno
habilidades essenciais Fontes: MORTOS em terremoto no Nepal passam de 7 mil. BBC News Brasil, 3 maio 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2015/05/150503_nepal_montanhas_lk; VICHESSI, Beatriz. Como analisar fenômenos naturais como os terremotos. Nova Escola, 1º abr.
2010. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2311/como-analisar-fenomenos-naturais-como-os-terremotos; OS TERREMOTOS mais
para a cidadania.
graves no Japão na última década. G1, 7 dez. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/12/os-terremotos-mais-graves-no
-japao-na-ultima-decada.html. Acessos em: 13 abr. 2022.
Cristiane Viana
“Catástrofes naturais” não existem, 10 + Desconhecido. Provavelmente racharia o planeta.
pois eventos naturais não podem
ser considerados catástrofes. 9.1 – 10
Destruição em milhares de quilômetros.
Índia e Paquistão – 2005 China – 2008
1 por década
As catástrofes são sempre sociais. Mortos – 86 mil / Feridos – 100 mil Mortos – 85 mil / Feridos – 358 mil
Terremoto muito forte. Causa destruição total Ocorrido na província de Sichuan, no
Em foco
na comunidade atingida e em regiões próximas.
Com o epicentro na região do Himalaia,
8.1 – 9.0 centro da China, o terremoto foi sentido
o terremoto atingiu esses dois países.
Escala Richter 1 por ano
Brigas políticas agravaram a situação, pois no país todo. Mais de 80% das casas
foram destruídas. Além disso, toneladas de
Grande destruição em um raio de até 180 km. dificultaram o auxílio humanitário das regiões
6.1 – 7.0
A Escala Richter, idealizada pelo 120 por ano devastadas, que, por estarem em lugares de produtos químicos foram desenterradas,
somando-se a material radioativo que estava
sismólogo estadunidense Charles F. Causa danos em edificações. Pode ocasionar
difícil acesso na montanha, com o inverno
estocado em silos que se romperam. Esse
chegando, precisavam de toda ajuda possível.
Richter (1900-1986), mede a energia acidentes no solo.
não ser a única nem a melhor forma 4.1 – 5.0 Poucas chances de danos graves.
de medição, é a mais popular. 6 200 por ano
das falhas geológicas, geralmente provocadas por Propenso a incidentes desse tipo, mesmo
pequenos deslocamentos entre as placas tectônicas. com pesquisas constantes na área e um
aviso prévio, o Japão foi assolado por
terremotos e tsunamis durante os meses
A crosta terrestre é formada por grandes blocos de março e abril de 2011. Eles causaram
falha normal destruição de mais de um milhão
rochosos, chamados de placas tectônicas ou
de casas e sérios estragos na usina
litosféricas, que se movimentam sobre o manto. Nepal – 2015 nuclear de Fukushima, o que provocou
falha inversa
Quando duas placas colidem e ficam uma sobre a imensuráveis danos ao meio ambiente.
Faça no caderno
falha transcorrente outra, o acúmulo de pressão e atrito entre elas gera Mortos – 7 mil / Feridos – 14 mil
a) O crescimento econômico de um país é ga- a) Quais são os fatores naturais relacionados a essa escassez?
Tsunamis de outros países.
a) Em qual região se encontra a maior concen- Indonésia – 2004
rantia de igualdade social? Justifique. Quando um terremoto atinge o fundo do oceano, ele causa tremores em seu leito, que propagam as ondas sísmicas na
tração humana? Identifique algumas razões b) Quais implicações políticas essa escassez tem gerado? Mortos – 226 mil / Feridos – 125 mil
água, produzindo ondas gigantes e de grande intensidade. Conforme elas se aproximam da praia, quebram, perdem
que contribuíram para a ocorrência desse b) Essa desigualdade apontada no texto tam- c) Como os governos da região
velocidade e setêm tentado
tornam reverterEssas
gigantescas. a escassez?
ondas gigantes são chamadas de tsunamis. Em 2004, ocorreu o maior tsunami registrado
fato. bém pode ser verificada no Brasil? Comente. 1 Os terremotos são eventos naturais; no entanto, não dei- nos últimos tempos, que causou a maior
devastação em solo. Um terremoto de
10 Faça o que se pede. xam de ser catástrofes sociais. Cite exemplos de possíveis
Ilustrações: Luis Moura
pobreza, com menos de um dólar por dia, Cinco civis indianos foram mortos e pelo 11 Qual é a aspiração do povo curdo? Onde seus componentes vivem na atualidade?
apesar dos vários anos de crescimento cons- menos 25 ficaram feridos nesta segunda-feira 206 207
tante que transformou a China na segunda 12 Observe a sequência de mapas a seguir e discorra sobre as modificações pelas quais passaram esses
em confrontos ao longo de um trecho da dis-
economia mundial. territórios no período representado.
putada fronteira da Índia com o Paquistão na
De acordo com a definição do governo região da Caxemira, o maior número de víti-
Evolução dos territórios de Israel e Palestina – 1947-2011
chinês, a pobreza se caracteriza por um mas desde que a Índia cancelou uma rodada C1GE9_U6_176_209_LE_CPE.indd 206-207 09/07/2022 00:34:42
Sonia Vaz/Studio Caparroz
Cisjordânia
Tel Aviv Tel Aviv
à imprensa o encarregado de desenvolvi- perto de uma quarta em 2001. ESTADO
Ramallah Ramallah
mento, Zheng Wenkai. Além disso, há enfrentamentos esporádi- PALESTINO
Jerusalém Jerusalém
O Banco Mundial considera, por sua vez, cos ao longo da fronteira de fato, conhecida Jerusalém Belém Belém
za
Para encerrar
que o limite da pobreza está em 1,25 dólar por como Linha de Controle.
de
CISJORDÂNIA CISJORDÂNIA
ixa
GAZA GAZA
Fa
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ses estão na pobreza, se levarem em conta os cinco-civis-indianos-morrem-na-fronteira-com-paquistao/. ESTADO O L ISRAEL ISRAEL JORDÂNIA
DE ISRAEL JORDÂNIA
“critérios internacionais”, comentou Zheng. Acesso em: 23 maio 2022.
N N
S
“A maioria desses chineses vive em zonas
DA EDITORA DO BRASIL
Israel depois da partilha da
30°N Palestina (ONU, 1947)
Na China, o país mais povoado do mundo, 0 40 80 km
Terras palestinas
0 40 80 km
Zona Internacional
Terras ocupadas
o PIB por habitante era de apenas 6.767 dóla- 5 Cite dois fatores responsáveis pelo desenvolvi- Limites da Palestina 1 : 4 000 000 por Israel 1 : 4 000 000
e situações-problemas
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 103.
interno bruto dos Estados Unidos, segundo
6 Quais são as regiões ou os países considerados
um jornal oficial chinês, o Global Times.
Tigres Asiáticos? Qual foi o modelo adotado por
O crescimento econômico chinês – que
desenvolvendo os
Passaporte para a China, de Lygia Fagundes Telles (Companhia das Letras). Este livro de crônicas é também um diário
Pequim, 1% das famílias controla um terço destacam por serem motivos de disputa por água. de bordo que mostra um olhar panorâmico da paisagem, dos costumes e da população chinesa na década de 1960.
da riqueza do país. Que países estão envolvidos em cada disputa?
244 245
conceitos abordados.
C1GE9_U7_210_245_LE_CPE.indd 244-245 09/07/2022 00:43:46
Ícones
Orienta a realização
Este selo indica o de atividade na
trabalho sobre um Tema moradia do estudante.
Indica materiais de terceiros
Atividade em dupla
Orienta a realização
breve comentário sobre cada Orienta a realização de
de atividade
um dos conteúdos indicados. atividade em grupo.
no caderno.
5
UNIDADE 1 Globalização .................................................................................................... 10
CAPÍTULO 1 – Globalização e Atividades ................................................................................. 26
mundialização .................................................................... 12
CAPÍTULO 3 – Blocos econômicos ......... 27
O mundo multipolar ....................................................................... 12
Globalização econômica............................................................. 13 Menos tarifas, mais competitividade ............................. 27
Modalidades de blocos econômicos ............................... 28
Mundialização do capitalismo e a expansão
das multinacionais ........................................................................14 Blocos econômicos: um breve panorama..................29
Olhar cartográfico ................................................................................16 Consumo, mobilidade e intercâmbio ............................. 30
Globalização e desigualdades.............................................17 Atividades ...................................................... 31
Um pouco mais sobre – Pandemia acentua déficit
educacional e exige ações do poder público ..................18 CAPÍTULO 4 – Organizações
Diálogo com Arte – Pela internet 2 ........................................19 internacionais..................................................................... 32
Atividades ..................................................... 20 A criação das organizações internacionais ............. 32
A ONU e a cultura de desenvolvimento .....................33
CAPÍTULO 2 – Multiplicidade cultural ....... 21 Um pouco mais sobre – Relatório do IPCC prova “o
fracasso da liderança global sobre o clima” ....................33
Um mundo, muitas culturas ................................................... 21
Organização Mundial do Comércio (OMC) ..............34
Diversidade cultural: patrimônio da
humanidade ........................................................................................22 Os desafios das organizações internacionais ....... 35
Minorias .................................................................................................22 Ser cidadão – Sociedade civil organizada .........................35
Um pouco mais sobre – Você sabia que existem Um pouco mais sobre – Ministério Público do
pessoas sem nacionalidade? São os apátridas.............24 Trabalho abre nova frente contra apps de transporte
Globalização e diversidade cultural ................................ 24 por vínculo de emprego ...................................................................36
Etnocídio .................................................................................................... 25 Atividades ......................................................37
Um pouco mais sobre – Você sabe o que é o Em foco – Grupos globais ..............................................................38
Kwanzaa? ....................................................................................................25 Para encerrar ............................................................................................40
6
UNIDADE 3 Europa: colonização e influência mundial ......................76
CAPÍTULO 1 - Regionalização mundial: CAPÍTULO 3 – Transformações no
Ocidente e Oriente ........................................................ 78 território europeu ......................................................... 90
Duas metades do mundo .......................................................... 78 Primeira Guerra Mundial............................................................ 90
A cultura greco-romana ............................................................. 79 Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria ...................... 91
As Grandes Navegações..........................................................80 Leste Europeu: do Pós-Guerra à atualidade ...........93
O imperialismo europeu e o Oriente .............................80 Um pouco mais sobre – A derrubada do Muro de
Um pouco mais sobre – O mundo em três Berlim..............................................................................................................93
continentes.................................................................................................81 Olhar cartográfico ...............................................................................94
Diálogo com História – Onde começa e onde Atividades ................................................................................ 95
termina o Ocidente? ............................................................................82
CAPÍTULO 4 - Fim da URSS ................................ 96
Atividades ..................................................... 83
A queda do socialismo................................................................. 96
CAPÍTULO 2 - Hegemonia europeia ... 84 Conflitos no Cáucaso..................................................................98
Conflitos na Crimeia ....................................................................99
A geopolítica e a influência europeia ............................ 84
Um pouco mais sobre – De onde vem a ideia de
Um pouco mais sobre – Línguas indígenas no Brasil ..85 que a Ucrânia pertence à Rússia.......................................... 100
Colonialismo, neocolonialismo e poder ....................... 86 Iugoslávia.......................................................................................... 101
A Europa e os conflitos atuais ............................................86 Um pouco mais sobre – Uma longa transição: vinte
Diálogo com História – EUA conclui saída do anos de transformações na Rússia..................................... 102
Afeganistão e encerra sua mais longa guerra .............87 Atividades .............................................................................. 103
Um pouco mais sobre – O conceito de raça ....................88 Em foco – O valor da Ucrânia .................................................. 104
Atividades ..................................................... 89 Para encerrar ........................................................................................ 106
DA EDITORA DO BRASIL
Atividades .................................................... 115 Fatores climáticos.......................................................................... 128
Tipos climáticos e tipos de vegetação....................... 130
CAPÍTULO 2 – Relevo ................................................. 116
Desmatamento e preservação .......................................... 133
Estrutura e formas do relevo .............................................. 116
Um pouco mais sobre – Consumo em países ricos
Um pouco mais sobre – Vulcão Etna ............................... 117
acelera desmatamento no Terceiro Mundo ................ 133
Um pouco mais sobre – Terremoto atinge região
central da Itália e provoca pânico ........................................ 118 Olhar cartográfico ............................................................................ 134
O relevo e as formas de uso da terra ........................ 119 Atividades .............................................................................. 135
Olhar cartográfico ............................................................................ 120 Em foco – Questões ambientais na Europa ................ 136
Atividades ................................................................................ 121 Para encerrar ........................................................................................ 138
7
UNIDADE 5 Europa: sociedade e economia ................................................. 140
CAPÍTULO 1 - População e CAPÍTULO 3 – Economia ..................................... 156
sociedade ................................................................................ 142 O espaço econômico europeu ........................................... 156
Multiculturalismo............................................................................ 142 Indústria............................................................................................. 157
Distribuição, estrutura e dinâmica Agropecuária e mineração ................................................. 159
populacional ........................................................................................ 143 Impactos ambientais................................................................... 161
Minorias étnicas............................................................................... 146 Olhar cartográfico ............................................................................ 161
Um pouco mais sobre – Espanha envia de volta ao
Marrocos 2,7 mil dos 6 mil migrantes que Atividades .............................................................................. 162
entraram em Ceuta .......................................................................... 146
CAPÍTULO 4 – Blocos econômicos
A imigração no continente.................................................... 147
Ser cidadão – Acolhimento de refugiados .................... 147
europeus ................................................................................... 163
Refugiados, uma questão atual ....................................... 148 União Europeia e Comunidade dos
Diálogo com Arte – Poesia imigrante ............................... 148 Estados Independentes............................................................ 163
Formação da União Europeia .......................................... 164
Atividades ................................................... 149
A economia da União Europeia ..................................... 166
CAPÍTULO 2 - Conflitos e Um pouco mais sobre – Quem é a troika por trás do
movimentos separatistas ............................150 resgate da Grécia?............................................................................ 166
O que motiva os movimentos separatistas?........ 150 A União Europeia no século XXI ................................... 167
Separatismo na Espanha ........................................................ 151 Formação da Comunidade de Estados
Independentes.............................................................................. 168
País Basco........................................................................................ 151
Catalunha ......................................................................................... 152 Atividades .............................................................................. 169
Reino Unido: a questão irlandesa e a Escócia ... 153 Ciência, tecnologia e sociedade – Europa de pedal:
Um pouco mais sobre – Diabos vermelhos: uma turismo, economia e integração regional ..................... 170
mania nacional ................................................................................... 154 Em foco – Euro .................................................................................... 172
Atividades ................................................... 155 Para encerrar ........................................................................................ 174
8
UNIDADE 7 Ásia: sociedade e economia ........................................................ 210
CAPÍTULO 1 - População e Olhar cartográfico ............................................................................ 227
sociedade ................................................................................. 212 Índia ............................................................................................................ 228
Ocupação humana ........................................................................ 212 Japão .......................................................................................................... 229
China: população, cultura e sociedade .................... 213 Tigres Asiáticos ............................................................................... 230
Diálogo com História – China fixa oficialmente a Atividades .............................................................................. 231
idade de sua civilização: 5800 anos .................................. 214 Ciência, tecnologia e sociedade – Tecnologia e
Índia: população, cultura e sociedade ...................... 217 desenvolvimento controverso: a Índia na onda da
Um pouco mais sobre – Uma sociedade em castas... 218 globalização........................................................................................... 232
Japão: população, cultura e sociedade .................... 219
CAPÍTULO 4 - Oriente Médio .......................234
Diálogo com Arte – Japão: uma cultura de valorização
Entre a Europa e o Oriente ................................................... 234
do idoso .................................................................................................... 220
Economia................................................................................................ 235
Atividades ............................................................................... 221 Petróleo e água............................................................................ 235
Guerras e conflitos regionais.............................................. 236
CAPÍTULO 2 - Conflitos e
O conflito árabe-israelense ............................................... 236
movimentos separatistas ............................222 Guerra Irã-Iraque ....................................................................... 238
Conflitos na Ásia ............................................................................ 222 Guerra do Golfo........................................................................... 238
Tibete ................................................................................................... 222 Guerra do Afeganistão.......................................................... 238
Taiwan ................................................................................................. 223 Guerra do Iraque ........................................................................ 239
Caxemira ........................................................................................... 224 Conflito na Síria .......................................................................... 239
Um pouco mais sobre – Independência da Índia ... 224 Um pouco mais sobre – O povo curdo: em busca
de autonomia........................................................................................ 240
Atividades ............................................................................. 225
Atividades ................................................... 241
CAPÍTULO 3 – Economia .................................... 226 Em foco – Imigrantes/Emigrantes........................................ 242
China .......................................................................................................... 226 Para encerrar ........................................................................................ 244
9
Objetivos da unidade
• Compreender a configuração da
Nova Ordem Mundial após o fim
da Guerra Fria.
• Identificar as características do pro-
cesso de globalização.
• Compreender as consequências
econômicas e sociais do processo
de globalização.
• Entender a multiplicidade de culturas
como patrimônio da humanidade.
• Identificar e valorizar as influências
de algumas minorias na formação
da cultura brasileira.
• Relacionar a globalização à diversi-
dade cultural.
• Entender o conceito de bloco
econômico.
• Identificar as diferentes modalida-
des dos blocos econômicos.
• Compreender o processo histórico
do surgimento das organizações
internacionais.
• Identificar os principais objetivos
da ONU e os níveis de atuação de
seus órgãos especializados.
• Contextualizar os principais de-
safios atuais das organizações
internacionais.
Introdução
Nesta primeira unidade, o estudo
é focado na mundialização do capita-
lismo e no processo de globalização
e suas consequências. Os estudantes
têm a oportunidade de conhecer a
multiplicidade cultural e sua impor-
tância no mundo contemporâneo, co-
nhecendo minorias e a relação entre
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
globalização e diversidade cultural.
Abordam-se também os blocos eco- DA EDITORA DO BRASIL
nômicos, suas principais características
e sua atuação na vida da população,
bem como o contexto histórico da
criação das organizações internacio-
nais, seus principais objetivos e seus Chinatown, bairro da cidade de Nova York.
Estados Unidos, 2021.
desafios.
Justificativa 10
A compreensão do conceito de
globalização e de seus impactos nas
a notar a influência da globalização nesses elementos.
escalas local e global é importante Levantamento de conhecimentos É provável que sejam listadas músicas e grupos internacio-
para a apreensão da realidade, uma
prévios nais (estadunidenses, londrinos e/ou coreanos); filmes e
vez que esse processo atinge a todos,
Para realizar uma sondagem dos conhecimentos pré- séries reproduzidos via streaming; moda ditada em desfiles
em diversos níveis. Diante da revo-
vios dos estudantes, inicie a aula fazendo um levantamento internacionais etc. Há elementos nacionais, como a cultura
lução na comunicação, nas relações
de elementos das culturas juvenis dos quais eles gostem. hip-hop, que têm origem estrangeira. Questione-os: Os ele-
de trabalho e nas novas tecnologias,
Quais são as músicas (estilo musical e grupos) que eles mentos culturais brasileiros têm o mesmo impacto em ou-
torna-se imprescindível o desenvolvi-
mais ouvem? A quais filmes, séries e canais de vídeo on- tros países que os elementos culturais estrangeiros têm no
mento do trabalho com novas ideias
-line eles mais assistem? Que estilos de dança e de ves- Brasil? Por que vocês imaginam que isso acontece? Esse um
e interpretações, constituindo o estu-
timenta eles preferem? A cada item listado, incentive-os bom momento para discutir hegemonia cultural.
dante como sujeito ativo da história.
10
Emily Marie Wilson/Shutterstock.com
Orientações
Com os estudantes, observe a
imagem e descreva os principais ele-
mentos encontrados. Incentive-os a
relacionar a paisagem da imagem às
paisagens que observam com mais
frequência no dia a dia. Apontem,
juntos, as semelhanças e as diferenças
entre elas. Para melhor visualização,
Globalização
as informações podem ser organiza-
das e sistematizadas em um quadro
na lousa.
As perguntas que dizem res-
peito à observação e à interpreta-
ção da imagem relacionam-se aos
conhecimentos prévios dos estu-
dantes e à sua reflexão sobre as ca-
racterísticas de seu lugar de vivência,
Quando observamos essa fotografia, supomos que ela retra-
evidenciando seu protagonismo no
ta uma cidade chinesa ou algum outro país do leste asiático.
processo de ensino-aprendizagem.
No entanto, trata-se de Chinatown, um bairro localizado em
Nova York, nos Estados Unidos, que abriga um dos maiores ½½ Respostas
grupos de imigrantes chineses no Hemisfério Ocidental.
1. Resposta pessoal. Incentive os estu-
dantes a pensar sobre as paisagens
1. Na cidade onde você mora, é possível ver marcas
de seus lugares de vivência, as quais
da globalização na paisagem, como acontece em
têm características relacionadas a
Chinatown?
elementos de estados, regiões ou
2. De que outras formas podemos observar a
países diversos.
globalização em nosso cotidiano?
2. Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes façam referência a ele-
mentos de seu cotidiano, como a
procedência das mercadorias consu-
midas, o intercâmbio de informações
e os elementos do campo artístico e
cultural, como a origem dos filmes
vistos, das músicas ouvidas, entre
outros exemplos.
11
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da
o desenvolvimento das competências e das BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento
habilidades a seguir. de atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência
Competências gerais 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9 escolar fundamentais para o fortalecimento do respei-
Competências específicas de Ciências Humanas to, solidariedade, organização, participação, cooperação,
2e4 protagonismo e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e
esses valores devem se relacionar às regras, aos espaços
Competências específicas de Geografia 1, 3, 5 e 6
e aos materiais escolares, no convívio entre professores,
Habilidades EF09GE02, EF09GE03, EF09GE05, funcionários e estudantes e no desenvolvimento das ati-
EF09GE14 e EF09GE15 vidades pedagógicas.
11
1
Objetivos do capítulo
Globalização e
• Compreender a configuração da
Nova Ordem Mundial após o fim
da Guerra Fria.
• Identificar as características do
processo de globalização econô- mundialização
mica decorrente da mundialização
do capitalismo e da expansão das
multinacionais.
• Relacionar a evolução tecnológica
com o processo de globalização. Neste capítulo, você vai estudar a mundialização do capitalismo, o processo de globali-
• Compreender as consequências zação e suas consequências.
econômicas e sociais do processo
de globalização.
O mundo multipolar
Pré-requisitos Novas relações políticas e econômicas passaram a organizar o espaço mun-
pedagógicos dial a partir da década de 1990. Após o declínio do socialismo e o fim da Guerra
O mundo multipolar, a globaliza- Fria, instaurou-se uma nova ordem mundial, denominada ordem multipolar.
ção econômica, a mundialização do Potências e lideranças, como Estados Unidos, Japão e países da Europa ociden-
capitalismo e as desigualdades são co- tal, passaram a se impor pelo poderio econômico-financeiro, e não mais pela
nhecimentos previamente trabalhados força militar.
no Ensino Fundamental (EF07GE05, A configuração geopolítica iniciada nesse período, e que se estende até hoje,
EF07GE06, EF08GE05, EF08GE07, tem sido caracterizada pela globalização e afeta sobretudo a economia. No cená-
rio global, houve expansão do mercado capitalista mundial, com amplo processo
EF08GE09), que se relacionam com
de abertura das economias, superação de fronteiras nacionais e desenvolvimento
os assuntos abordados neste capítulo.
Comércio do comércio multilateral, além da constituição de alianças econômicas regionais
O resgate dessas habilidades pode ser multilateral: relação por meio de blocos econômicos. Algumas nações também despontaram no pano-
de grande importância para o início da comercial entre mais
rama econômico mundial, como China, Brasil, Índia, entre outras.
de dois países; o
discussão sobre a globalização. comércio entre dois Esse processo foi marcado por avanços tecnológicos, alto nível de produ-
países denomina-se tividade, disponibilidade de capital, aumento da competitividade e qualificação
Orientações bilateral.
da mão de obra.
Ressalte que, para alguns estudio-
sos, a globalização não é um fenôme- Embora o termo globalização seja usado, em geral, para se referir à interligação
no exclusivamente contemporâneo. de atividades produtivas e à circulação e ao consumo de mercadorias, ele abrange
Segundo eles, o período das Grandes também o fluxo de pessoas, capitais, ideias, informações, cultura etc., que ocorre em
Navegações, nos séculos XV e XVI, todo o planeta.
DA EDITORA DO BRASIL
mundialização, como alguns estudio-
Cadu Rolim/Fotoarena
sos se referem a esse fenômeno.
12
12
Orientações
Globalização econômica Verifique se os estudantes relacio-
Com o desenvolvimento do capitalismo industrial e financeiro, houve neces- nam a Revolução Técnico-Científico-
sidade de nova circulação de matérias-primas e mercadorias, de especialização -Informacional com a incorporação
da mão de obra e de ampliação do mercado consumidor. O crescimento das da pesquisa, do conhecimento tecno-
grandes empresas levou à formação de gigantescos complexos industriais – as lógico (biotecnologia, nanotecnologia
multinacionais e transnacionais –, que se espalharam pelo mundo. etc.) e das tecnologias de informação
A globalização econômica, caracterizada pela crescente abertura econô- e de automação à produção industrial.
mica e comercial entre os países e pela adoção do chamado Estado mínimo
(menor participação do Estado na economia), está atrelada às ideias neoliberais Neoliberal: referente
ao conjunto de
Atividades
implementadas entre o fim da década de 1970 e o início dos anos 1980 na
Inglaterra e nos Estados Unidos.
ideias associadas complementares
ao liberalismo
Todos esses fatores, acrescidos das atribuições promovidas pela Revolu- econômico, que 1. Solicite aos estudantes que verifi-
defende a livre- quem as etiquetas de suas roupas,
ção Técnico-Científico-Informacional, alteraram de forma mais intensa e com
-concorrência, a
grande rapidez o panorama produtivo mundial. pouca participação do de seus calçados e de outros objetos
Com a modernização dos meios de comunicação e dos sistemas de trans- Estado na economia, que tenham consigo, para identifica-
a iniciativa privada,
porte, houve também aumento crescente do comércio internacional, com o entre outros fatores. rem o país de origem desses itens.
incremento de importações e exportações de produtos e mercadorias. Escreva na lousa os nomes dos paí-
As últimas décadas do século XX caracterizaram-se pela expansão capita- ses identificados nessas etiquetas,
lista no mundo e pela aceleração do processo de globalização da economia, o que de modo que eles percebam que
intensificou o fluxo internacional de comércio e de capitais que se mantém até hoje.
muitos dos produtos que utilizamos
foram produzidos em outros países.
Cavan Images/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
13
Foco na BNCC
Competência geral 5 tecnologias digitais de forma reflexiva. Ao trabalhar
Competência específica de Ciências Humanas 2 os temas propostos, os estudantes também
utilizam conhecimentos geográficos para entender
Competências específicas de Geografia 1 e 5 a interação entre a sociedade e a natureza, além de
O conteúdo que trata dos temas da globalização utilizar práticas de investigação para compreender
econômica e da expansão das multinacionais o meio técnico-científico e informacional.
possibilita aos estudantes compreender o uso das
13
Orientações
Retome com os estudantes a lógica
Mundialização do capitalismo e
estabelecida pela Divisão Internacio- expansão das multinacionais
nal do Trabalho (DIT) clássica, segundo A mundialização do capitalismo e a economia globalizada levaram a uma
a qual aos países subdesenvolvidos nova distribuição espacial das indústrias e provocaram grandes mudanças na
cabiam a exportação de produtos pri- organização produtiva dos países. Isso foi possível por causa da expansão das
mários para os países desenvolvidos multinacionais, empresas que têm matriz em um país e desenvolvem atividades
e a importação de produtos indus- em diversas outras nações por meio de filiais.
trializados provenientes das nações A partir de meados do século XX, a fabricação de mercadorias passou
mais ricas. Essa retomada poderá ser a ser feita em diferentes países, de acordo com as vantagens que cada um
realizada de maneira interdisciplinar oferecia. Isso causou uma significativa expansão de capitais, provenientes das
com História. nações mais ricas e industrializadas (como Estados Unidos, Japão e países
da Europa ocidental), para as mais pobres, que ofereciam vantagens lucrati-
Instrua os estudantes a observar
vas, como mão de obra barata, oferta de matérias-primas e recursos naturais,
a tabela “As maiores empresas, país
Carga tributária: menor carga tributária etc.
de origem e suas receitas – 2021”. Na cobrança de impostos A interferência das grandes corporações na economia dos países também
sequência, explique que, atualmente, feita pelo Estado.
contribuiu para mudanças nos padrões de consumo e em outros hábitos da
as empresas com maiores valores no população.
mercado mundial estão nos Estados Atualmente, as multinacionais são responsáveis pelo vertiginoso cresci-
Unidos e na China. Se possível, apre- mento do comércio em âmbito mundial. Algumas dessas empresas chegam a
sente o PIB de alguns países aos es- ter um faturamento maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) de um único
tudantes e peça-lhes que comparem país. Observe a tabela a seguir.
os valores de mercado das empresas
mostradas na tabela com o PIB de al- As maiores empresas, país de origem e suas receitas – 2021
guns países. Disponível em: https://
hdr.undp.org/data-center/country Posição da empresa Valor da receita (em
Origem
-insights#/ranks (página em inglês). no ranking milhões de dólares)
Acesso em: 9 jun. 2022.
1a Estados Unidos 559,1
2a China 386,6
4a China 283,9
5 a
China 283,7
6 a
Estados Unidos 274,5
9a Japão 256,7
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A tabela mostra o ranking das
maiores empresas multinacionais 10 a
Alemanha 253,9
DA EDITORA DO BRASIL e suas receitas em 2021.
Fonte: GLOBAL 500. Fortune, 2021. Disponível em: https://fortune.com/fortune500/2021/search/.
Acesso em: 28 mar. 2022.
14
Foco na BNCC
Competência geral 1 interpretações (globalização e mundialização),
Competência específica de Geografia 6 valorizando e utilizando conhecimentos
historicamente construídos sobre o mundo físico,
Habilidades EF09GE02 e EF09GE05 social e cultural, para entender e explicar a realidade,
O conteúdo desta página permite aos estudantes usando argumentos com base em informações
analisar a atuação das corporações internacionais geográficas e debatendo e defendendo ideias
na vida da população em relação ao consumo e à e pontos de vista que respeitem e promovam a
cultura. Permite também analisar fatos e situações consciência socioambiental e o respeito ao outro,
para compreender a integração mundial (econômica, sem preconceitos de qualquer natureza.
política e cultural), comparando as diferentes
14
A partir de 1960, a NDIT possibilitou o aparecimento de uma nova catego-
ria de países, os Novos Países Industrializados, que receberam investimentos
estrangeiros para promover a industrialização. Brasil, México, Coreia do Sul e
Singapura são alguns exemplos.
humphery/Shutterstock.com
Trabalhadores montam aparelhos de ar-condicionado que serão exportados para a Europa. Jiujiang,
China, 2020.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
15
15
Faça no caderno
Orientações
Auxilie os estudantes na leitura do
mapa. Explique à turma que esse é Observe o mapa a seguir e responda às questões.
um mapa de fluxos e que a grandeza
do volume de exportações e impor- Planisfério: comércio global e regional – 2015
tações pode ser verificada de acordo
Allmaps
com a espessura das setas.
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Meridiano de Greenwich
3. Atividade livre de pesquisa. As res- O L
mente, levar à adoção de polí- c) De que forma a relação comercial entre Brasil e China influencia o mercado interno brasileiro?
ticas agressivas de aumento de d) É possível afirmar que a ascensão da China no cenário econômico global afeta a relação que os Es-
tributação de produtos impor- tados Unidos têm com outros países? Por quê?
tados, nos Estados Unidos, para
produtos de origem chinesa.
16
Foco na BNCC
Competências gerais 2 e 4 sobre diversidade, diferenças e desigualdades, no
Competência específica de Geografia 3 intuito de desenvolver a autonomia e o senso crítico
para a compreensão e a aplicação do raciocínio
Habilidades EF09GE05, EF09GE14 e EF09GE15 geográfico na análise da ocupação humana e da
O conteúdo desta página permite aos estudantes produção do espaço. Além disso, exercitarão a
analisar fatos e situações para compreender a curiosidade intelectual e a abordagem própria
integração mundial (econômica, política e cultural). das ciências por meio da investigação, da reflexão
Para isso, eles trabalharão a comparação de diferentes e da análise crítica. A análise do mapa também
interpretações (globalização e mundialização) e a possibilita aos estudantes comparar e classificar
leitura de mapas temáticos e esquemáticos, para diferentes regiões do mundo com base em
analisar, sintetizar e apresentar dados e informações informações econômicas.
16
Foco na BNCC
Globalização e desigualdades
Competência específica de
Embora caminhe paralelamente à expansão do mercado mundial, a Geografia 6
globalização afeta o mundo de modo desigual. Algumas regiões estão muito
A discussão sobre
mais integradas do que outras a esse processo, o que acentua as diferenças
globalização e desigualdades
entre as economias dos países. Com isso, intensificaram-se as tensões entre os
possibilita construir
interesses dos países desenvolvidos e os chamados “emergentes”.
argumentos com base nas
Muitos países de economia primária que se industrializaram nas últimas Ciências Humanas e voltados
décadas ainda apresentam diferenças em relação às nações mais ricas. Nos ao bem comum e
países menos desenvolvidos, com a escala globalizada de produção, apenas à construção de uma
uma minoria da população é privilegiada, enquanto a maior parte não usufrui sociedade justa.
dos bens e das riquezas produzidos.
Embora a globalização tenha integrado o mundo e encurtado distâncias,
criando a denominada “aldeia global”, o que fez as pessoas se aproximarem
cada vez mais, os benefícios não chegam a todos os indivíduos. Apenas uma Automação:
pequena parte da população tem acesso a tudo o que a internet oferece. sistema pelo qual
Para muitos estudiosos, a globalização e o desenvolvimento tecnológico os mecanismos
tecnológicos
não estão atendendo às aspirações das pessoas por uma vida melhor, sobre- controlam o próprio
tudo no campo profissional. Atribui-se à automação nas empresas a causa funcionamento, com
cada vez menos
desse cenário, cujos efeitos já são sentidos em muitas áreas industriais e de
interferência humana.
serviços, nas quais as máquinas substituem o trabalho humano.
Karim Sahib/AFP
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Produtos são descartados em
caçambas e consequentemente
servem de alimento para
pessoas em situação de
vulnerabilidade social. São Paulo
(SP), 2020.
17
17
Orientações Faça no caderno
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Após a leitura atenta do texto, responda às perguntas a seguir.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Segundo o texto, uma parte das crianças e dos adolescentes teve certo comprometimento em seus
estudos durante o período mais grave da pandemia. O que isso acarretará na economia brasileira?
2 Do ponto de vista socioeconômico, o que poderá acontecer com esses jovens que sofreram compro-
metimento educacional?
18
18
Faça no caderno
Orientações
Arte A canção faz referência à inserção
da tecnologia da informação no coti-
Pela internet 2 diano das pessoas. Esta atividade pos-
Gilberto Gil, cantor e compositor baiano, compôs uma música com o objetivo de que ela fosse a pri- sibilita o trabalho interdisciplinar com
meira transmitida em tempo real pela internet no Brasil. A canção “Pela internet” foi lançada via streaming Língua Portuguesa e Arte.
em 1996.
½ Respostas
Em 2018, mais de vinte anos depois, Gil lançou “Pela internet 2”, enfatizando as mudanças tecnoló-
gicas ocorridas desde o lançamento da primeira canção. Veja um trecho dessa música a seguir. Diálogo com Arte
Pela internet 2 1. Criptomoedas, bitcoins e loja digi-
tal são elementos característicos
[...]
o desejo agora é garimpar
da Revolução Técnico-Científico-
Nas terras das serras peladas virtuais -Informacional. O trecho da canção
As criptomoedas, bitcoins e tais evidencia as mudanças comporta-
mentais, de trabalho e na relação do
Novas economias, novos capitais ser humano com a comunicação, o
Se é música o desejo a se considerar tempo e o espaço, que alteraram as
É só clicar que a loja digital já tem formas de apreensão e comparti-
[…] lhamento do conhecimento e são
GIL, Gilberto. Pela internet 2. Disponível em: decorrentes do uso do computador
https://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/pela-internet-2.html.
Acesso em: 28 mar. 2022. e da internet.
2. As moedas virtuais, assim como as
radoma/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 Identifique na letra daDA EDITORA
canção DOcaracterísticos
elementos BRASIL da Revolução Técnico-Científico-Informa-
cional. Aponte algumas consequências dessa revolução na vida das pessoas e em sua relação com o
conhecimento, o tempo e o espaço.
2 Faça uma pesquisa em fontes confiáveis sobre o que são e como funcionam as
moedas virtuais e de que modo elas impactam o mercado financeiro.
19
19
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½½ Respostas
1 Descreva aspectos de seu cotidiano em que você pode perceber a globalização.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes apontem aspectos co- 2 Cite fatores que contribuíram para o desenvolvimento do processo contemporâneo de globalização
muns a pessoas de diversos países, econômica.
como o modo de se vestir; os mode-
3 Leia a frase a seguir e dê exemplos da expressão em destaque.
los de beleza; os diversos produtos
industrializados e comercializados;
A década de 1990 foi marcada pela aceleração do processo de globalização da economia, o que intensificou o
as redes de comunicação; os even-
fluxo internacional de comércio e de capitais, facilitado pelas inovações tecnológicas.
tos culturais, artísticos e esportivos;
entre outros.
4 Que alterações as empresas multinacionais promovem no espaço geográfico e na economia dos países?
2. O desenvolvimento do capitalismo
industrial e financeiro, a necessi- 5 Com base na imagem ao lado, res-
soualexandrerocha/Shutterstock.com
dade de novos fluxos e rotas de ponda às questões.
circulação de matérias-primas e a) Qual é a importante característi-
mercadorias, a especialização da ca da globalização representada
mão de obra, a expansão do mer- na imagem? Justifique.
cado consumidor, o fortalecimento b) Na globalização, para intensifi-
de ideias neoliberais, o surgimento car o fluxo de mercadorias e de
de novas tecnologias e o desenvol- negócios, os Estados nacionais
vimento dos meios de transporte. também passam por mudanças.
3. Resposta pessoal. Os estudantes Cite uma delas.
podem citar o desenvolvimento da Navio de transporte de
informática, das telecomunicações e contêineres. Itajaí (SC), 2020.
da internet, entre outras inovações.
6 A partir da metade do século XX ocorreram mudanças na distribuição da produção mundial. Muitos países
4. Essas empresas têm sede (matriz) em
que, até então, só exportavam produtos primários passaram também a exportar produtos industrializados
um país e filiais espalhadas por di- e bens de consumo. Qual é o nome dessa reorganização econômica mundial?
versos outros países. Elas promovem
alterações na distribuição espacial Para refletir
Dim Tik/Shutterstock.com
das indústrias pelo mundo, transfe-
Ajude!
Aju
Ajud
ud
dee!!
e
rência de capitais provenientes de 1 A globalização trouxe benefícios
países mais desenvolvidos para os à economia de muitos países, mas
menos desenvolvidos, mudanças no também gerou desigualdades mun-
padrão de consumo e nos hábitos diais em vários setores e modifica-
das populações dos países, cresci- ções na estrutura produtiva.
mento do comércio mundial etc. • Observe a ilus-
Atividade em grupo
20
2
Objetivos do capítulo
Multiplicidade
• Entender o conceito de multicul-
turalismo.
• Entender a multiplicidade de
sentação.
O Diwali é chamado Festival das
Luzes e celebrado uma vez ao ano na
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Índia e pelas populações indianas que
DA EDITORA DO BRASIL vivem em outras regiões do mundo.
Nele, as pessoas usam roupas novas,
O Diwali celebra a destruição
compartilham doces típicos e lançam
de Narakasura por Sri Krishna,
entidades da tradição religiosa fogos de artifício para celebrar a des-
hindu. O festival simboliza a truição de Narakasura por Sri Krishna.
vitória do bem sobre o mal em
cada ser humano. Mumbai, O festival simboliza, basicamente, a
Índia, 2019. destruição das forças do mal, e as lu-
zes ou lâmpadas típicas do festival
21
representam a vitória do bem sobre o
mal em cada ser humano.
21
Orientações Um bom exemplo vem da gastronomia. Em toda grande cidade são encon-
Explique aos estudantes que mui- trados restaurantes com pratos das mais variadas nacionalidades: japoneses,
tos aspectos culturais brasileiros têm italianos, mexicanos, portugueses, ou com sabores e tradições comuns a mais
formação híbrida, ou seja, provêm da de uma cultura. As culturas acabam influenciando umas às outras.
mistura de culturas. A umbanda é um Muitas vezes, é difícil saber a origem de um prato típico, bem como de
exemplo que pode ser abordado: nela um costume, de um idioma ou de um vestuário. Isso se deve, atualmente, à
há elementos de religiões do conti- influência cada vez mais presente da facilidade de deslocamento e do acesso à
nente africano e do catolicismo. informação, propiciados pela evolução dos meios de transporte e comunicação.
Informe os estudantes que em
21 de maio é comemorado o Dia Diversidade cultural: patrimônio da
Mundial da Diversidade Cultural para humanidade
o Diálogo e o Desenvolvimento. O ob-
A cultura e sua diversidade são tão importantes para as comunidades huma-
jetivo dessa data é celebrar a riqueza
nas que, em 2001, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
das culturas do mundo e chamar a
a Cultura (Unesco) elaborou a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural,
atenção para a necessidade do diálo-
com o objetivo de reafirmar a preocupação dos países-membros com a preserva-
go intercultural para alcançar a paz e o ção e o respeito universal à diversidade cultural dos povos e das nações.
desenvolvimento sustentável. Essa declaração estabelece que a diversidade cultural é um patrimônio da
Pluralidade: a própria humanidade, manifestando-se na originalidade e na pluralidade de identidades
multiplicidade de
culturas, que implica a características de grupos e sociedades.
convivência baseada Com a diversificação cada vez maior da sociedade, é indispensável garantir
no respeito e na
uma interação harmoniosa com as pessoas, os grupos e suas identidades cul-
tolerância entre várias
formas de pensar e turais, pois ela é uma das fontes do desenvolvimento humano e um meio para
de se expressar. uma existência afetiva, moral, intelectual e espiritual satisfatória.
O respeito à diversidade cultural, portanto, é parte indissociável dos direi-
tos humanos e deve assegurar a livre expressão, o pluralismo de ideias e a
igualdade de participação política e de acesso ao conhecimento científico, tec-
nológico e artístico.
Minorias
Quando tratamos de grupos sociais, “minoria” não significa quantidade
menor de indivíduos. Muitas vezes, é de uma maioria que estamos falando. Os
afrodescendentes, por exemplo, são considerados uma minoria, embora formem
mais da metade da população brasileira.
Quando se diz que um grupo é minoritário, isso se refere
aos direitos que lhe são negligenciados, tornando-o, por
Cassandra Cury/Pulsar Imagens
22
Foco na BNCC
Competência geral 3 princípio do respeito às diferenças, e de valorizar
Competência específica de Ciências Humanas 4 e fruir as diversas manifestações artísticas e
culturais, das locais às mundiais, com base em
Competência específica de Geografia 6 informações geográficas que permitam debater e
Habilidade EF09GE03 defender ideias e pontos de vista que respeitem
O conteúdo destas páginas permite aos estudantes e promovam a consciência socioambiental e o
identificar diferentes manifestações culturais de respeito ao outro (incluindo suas identidades,
minorias étnicas, como forma de compreender a culturas e potencialidades), sem preconceitos de
multiplicidade cultural na escala mundial e o qualquer natureza.
22
Os quilombolas formam outra minoria. São grupos Orientações
Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando Para aprofundar
suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes Se possível, explore com os estu-
títulos respectivos. dantes o conteúdo digital do Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação
Os costumes e modos de vida nas comunidades remanescentes de quilom- da Sociobiodiversidade Associada a
bos foram fortemente influenciados pela cultura negra, indígena e cristã, com Povos e Comunidades Tradicionais
festividades, cantos e evocações próprios. (CNPT), do ICMBio (Instituto Chico
Existem também minorias formadas por povos nômades, como os ciganos, Mendes de Conservação e Biodiver-
os banjaras (ciganos da Índia), os beduínos e tuaregues (Oriente Médio e Norte sidade). Disponível em: www.icmbio.
da África), os fulânis (da costa atlântica do Senegal à densa selva centro-afri-
gov.br/cnpt/. Acessem também a pá-
cana), os bosquímanos (sul da África), os aborígenes australianos e parte dos
gina da Fundação Nacional do Índio
mongóis (Mongólia).
(Funai). Disponível em: www.funai.
Algumas minorias são definidas pela religião que seguem. É o caso da
gov.br/. Acessos em: 9 jun. 2022.
comunidade amish, um grupo cristão derivado do protestantismo alemão e suíço
que vive no Canadá e nos Estados Unidos. Os amish são conhecidos por seus Comunidade amish em O filme Nomadland, de Chloé Zhao
campo de colheita de feno. (108 min), retrata a vida de mulheres
costumes conservadores e por manter distância da sociedade moderna, não New Holland, Estados
fazendo uso de energia elétrica, aparelhos eletrônicos ou automóveis. Segundo Unidos, 2017. estadunidenses que vivem em trailers,
eles, essas modernidades os afastariam do verdadeiro propósito cristão de reti- como nômades contemporâneas.
dão e de humildade.
Delmas Lehman/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
23
Atividades complementares
1. Solicite aos estudantes que pesquisem alguns dos moti- 2. Solicite aos estudantes que citem algumas ações legais que
vos de conflitos entre indígenas e fazendeiros, como os podem ser tomadas pelos órgãos oficiais para a proteção
da região mencionada no texto. Em seguida, peça que das populações indígenas brasileiras.
apresentem o resultado à turma. Demarcação e fiscalização de terras indígenas, cadastra-
Questões referentes à terra que envolvem reservas indíge mento dos grupos nativos e proteção dos grupos isolados
nas não demarcadas, instalação de posseiros não indí ainda existentes. Por meio dessas ações, há a possibilidade
genas e o processo de grilagem incentivado pelos gover- de preservar e respeitar a cultura dos povos indígenas.
nos em meados do século XX.
23
Orientações
Comente com os estudantes que
somente com a nova Lei de Migração
Brasileira, no 13.445, que entrou em Você sabia que existem pessoas sem nacionalidade?
vigor em 2017, foi reconhecida a con- São os apátridas
dição de apátrida no país.
Um novo relatório do Acnur, a Agência da ONU para Refugiados, alerta que a discriminação,
Explique-lhes que os rohingyas
a exclusão social e a perseguição fazem parte da realidade de muitas das minorias apátridas
são um grupo étnico minoritário que
pelo mundo, e pede uma ação imediata para assegurar a igualdade do direito à nacionalidade
professa o islamismo e vem sendo
de todas as pessoas.
perseguido em vários lugares do [...] Mais de 75% das populações conhecidas de apátridas pertencem a grupos minoritários,
mundo, principalmente em Mianmar. diz o relatório. Ao serem deixados de lado, sua marginalização prolongada pode gerar ressenti-
mento, aumentar o medo e, em casos mais extremos, levar a instabilidade, insegurança e des-
locamento. [...]
Globalização e
diversidade cultural
Apesar de não ter surgido com a globalização, o multiculturalismo e a diver-
sidade cultural se acentuaram com ela. As migrações em busca de oportuni-
dades levaram para outros países culturas diferentes, que lá foram absorvidas
total ou parcialmente.
Os haitianos e os venezuelanos são dois exemplos de migrantes, que,
fugindo da crise política e econômica em seu país, optaram por entrar em terri-
tórios estrangeiros, incluindo o Brasil, em busca de oportunidades.
Para alguns, no entanto, a globalização moderna põe em risco a preserva-
ção de sua identidade e da diversidade cultural. Atrelada ao capitalismo, que
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO visa principalmente ao lucro, essa diversidade vem sendo alvo, muitas vezes,
de apropriação cultural, que desvirtua o sentido original da cultura local,
Apropriação cultural:
DA EDITORA DO BRASIL
adoção de elementos podendo levar ao seu desaparecimento e até à sua completa assimilação por
específicos de uma outra sociedade.
cultura por outra, em
geral dominante.
A história registra vários casos de nações que invadiram territórios e con-
tinentes e impuseram seus costumes e modos de vida, muitas vezes por meio
de violência, como no caso da colonização de alguns países da América Latina
pelos conquistadores espanhóis, que resultou no quase desaparecimento das
culturas inca, maia e asteca.
24
24
Orientações
Etnocídio Explique aos estudantes que o
Quando uma cultura é destruída por outra, ocorre o que se denomina etnocídio está relacionado com
etnocídio. Os membros da cultura dominada são forçados a deixar suas tradi- o genocídio, ou seja, com a destruição
ções e a aceitar a dos invasores. Muitas vezes, seus costumes e modos de vida total ou parcial de um povo, e que esse
são vistos como inferiores pelos dominadores, e assim sua prática aos poucos conceito é muito discutido por movi-
é desestimulada. mentos da população negra brasileira.
Em geral, o idioma é o primeiro a ser anulado, principalmente quando o povo
dominado faz uso de transmissão oral, ou seja, não conta com um sistema de escrita. ½ Respostas
A perda do idioma de um povo significa o esquecimento gradativo de sua história.
Um pouco mais sobre
1. Espera-se que os estudantes en-
Paul Maeyaert/Bridgeman Images/Fotoarena
Faça no caderno
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ções, danças típicas, tambores africanos, leituras de histórias e Estados Unidos, 2017.
poemas e uma refeição tradicional. Em cada uma das sete noites, a família se reúne ao redor das luzes
DA EDITORA DO BRASIL
do castiçal típico da celebração, o kinara, com velas de cores diferentes e diante do qual se discutem os
princípios do Kwanzaa, que visam reforçar a união e o compromisso da comunidade afrodescendente. A
grande festa é a de 1o de janeiro, com muita comida e celebração.
25
Foco na BNCC
Competências gerais 6 e 9
Competência específica de Geografia 6
A realização da atividade da seção Um pouco
mais sobre permite aos estudantes valorizar a
diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos que incentivam
a cidadania, a autonomia e a consciência
crítica, além de exercitar o diálogo, a empatia
e o respeito ao outro, aos direitos humanos e à
diversidade de grupos sociais.
25
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½½ Respostas
1 O que é multiplicidade cultural? É possível afirmar que o Brasil é um país multicultural? Justifique.
1. É a diversidade de culturas que re-
presentam costumes, organizações 2 Quais são as causas da grande diversidade cultural da maioria dos países atualmente?
familiares, linguagens, tradições, en-
tre outras práticas e manifestações, 3 Sobre a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, responda:
envolvendo determinado grupo de a) O que esse documento estabelece?
seres humanos que habitam o mes- b) Relacione a diversificação da sociedade com o desenvolvimento humano.
mo território. Espera-se que os es-
c) Por que é tão importante respeitar a diversidade cultural dos povos?
tudantes afirmem que o Brasil é um
país multicultural, por exemplo, por 4 Defina o termo minoria. A que se refere?
causa da colonização e da imigração
5 Como a globalização intensificou a diversidade cultural dos países?
de diversos povos que contribuíram
para sua formação. 6 Que riscos a globalização traz para a diversidade cultural?
2. A globalização não é a causa direta
7 Defina o que é etnocídio e por que ele significa a aniquilação de toda uma cultura.
dessa grande diversidade cultural,
mas a acentuou em muitos países Para refletir
depois que eles se constituíram
como Estados com fronteiras e or- 1 No dia 20 de novembro é celebrado, no Brasil, o Dia da Consciência Negra. O objetivo é fazer uma re-
ganização política interna. Os atuais flexão sobre a importância do povo e da cultura africanos, assim como sobre o impacto que tiveram no
meios de transporte e de telecomu- desenvolvimento da identidade cultural brasileira. Observe a charge a seguir e responda: Que crítica
nicação de alta velocidade também está expressa?
contribuem para o aumento da di-
Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou a multiplicidade cultural e sua importância no mundo
contemporâneo, assim como o conceito de minorias e a relação entre globalização e
Os blocos econômicos, o con-
diversidade cultural. Neste capítulo, você vai estudar os blocos econômicos, suas princi- texto de globalização e a integra-
pais características e sua atuação na vida da população. ção entre países são conhecimentos
previamente trabalhados no Ensino
Fundamental (EF07GE05, EF07GE06,
Keanu/Shutterstock.com
Menos tarifas, mais
EF08GE06, EF08GE09, EF08GE12),
que se relacionam com os assuntos
competitividade abordados no capítulo. O resgate des-
Bandeira da Argentina.
sas habilidades pode ser de grande
Provavelmente, você já ouviu falar de importantes grupos de países, como importância para o início da discussão
Daboost/Shutterstock.com
o Mercado Comum do Sul (Mercosul), do qual o Brasil faz parte, ou a União
sobre os blocos econômicos.
Europeia (UE). Essa organização dos países em blocos econômicos é uma das
características da nova ordem mundial e do processo de globalização.
Bloco econômico é uma associação de países que têm por objetivo esta-
belecer relações comerciais privilegiadas de exportações e importações entre
Bandeira do Brasil.
si, integrando suas economias. Um bloco possui um acordo intergovernamental
Wasan Ritthawon/
Shutterstock.com
que reduz ou elimina barreiras ao comércio entre os Estados participantes.
Muitas vezes, o bloco se torna uma organização intergovernamental para
melhor articular as ações entre os países signatários. Os blocos surgem ou se
consolidam em busca de uma inserção mais competitiva na arena comercial
global. Em grande parte, acabam definidos por uma tendência regional e podem
Bandeira do Paraguai.
ser classificados segundo seu nível de integração econômica.
Daboost/Shutterstock.com
A partir da última década do século XX, multiplicaram-se os acordos e os
blocos regionais. De início, essa integração tinha como objetivo desenvolver a
economia dessas nações no cenário global, estimulando as trocas e a produção,
o que ampliou as relações entre os países-membros do bloco e entre outros
povos do mundo. Com a redução ou até a eliminação das taxas alfandegárias
Bandeira do Uruguai.
nas trocas comerciais, a circulação de mercadorias foi facilitada e se tornou mais
patrice6000/
Shutterstock.com
rápida e eficiente.
Riccardo Pareggiani/POOL/AFP
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL Bandeira da Venezuela.
Taxa alfandegária:
tributo cobrado
pelo governo de um
Cúpula da União país sobre produtos
Europeia em importados e
Bruxelas, Bélgica, exportados.
2020.
27
Orientações
Inicie a abordagem do conteúdo deste capítulo pergun- A reflexão sobre esses assuntos proporciona maior pro-
tando aos estudantes quais blocos econômicos eles conhe- tagonismo aos estudantes no processo de ensino-apren-
cem, o que compreendem por esse conceito e de quais dizagem.
blocos o Brasil faz parte. Com base nas falas deles, estabele- Ressalte que, além do Mercosul, o Brasil faz parte dos gru-
ça uma breve conversa sobre o Mercosul, lembrando-os de pos econômicos Agrupamento Brasil-Rússia-Índia-China-
algumas vantagens que os cidadãos dos países desse bloco -África do Sul (Brics); G-20; G-15; Cúpula Ibero-Americana;
têm como a dispensa de visto para a entrada e a saída de Aliança de Civilizações; Cúpula América Latina, Caribe e
seus cidadãos nos países-membros do bloco. União Europeia (ALC-UE); entre outros.
27
Orientações O surgimento de um bloco é reflexo da competição econômica entre os
Faça um breve exercício de leitu- países que estão em constante busca de crescimento. Com a possibilidade de
ra do mapa com os estudantes, de expansão e de integração de interesses mútuos, cada vez mais os blocos estão
modo que eles identifiquem alguns sendo criados e se estabelecendo. Observe no mapa a seguir a fragmentação
dos principais blocos econômicos de atual do espaço geográfico mundial em grandes blocos regionais.
cada continente.
Mapa-múndi: organizações econômicas – 2018
Informe-os de que os blocos eco-
Allmaps
0°
nômicos, como os conhecemos hoje, Círculo Polar Ártico
existem desde a segunda metade UE – União Europeia
do século XX. O primeiro bloco eco-
Mercosul – Mercado
nômico teve origem na Europa, em Comum do Sul
1957, e se chamava Comunidade Comunidade Andina Trópico de Câncer
Meridiano de Greenwich
que a presença de blocos econômicos Austral
OCEANO L
ECO – Organização de O
ao redor do globo aumentou muito. Cooperação Econômica
PACÍFICO
1 : 300000 000
Modalidades de blocos
econômicos
Os blocos econômicos apresentam modelos diferentes de organização, de
acordo com o nível de integração, os objetivos e os interesses:
• Zona de preferência tarifária: é o primeiro nível de integração econômica
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO na formação de um bloco; consiste no estabelecimento de níveis tarifários
DA EDITORA DO BRASIL preferenciais para um conjunto de países, que se beneficiam de melhores
tarifas em suas transações comerciais.
• Zona de livre-comércio: é o segundo nível de integração, pelo qual se
desenvolve um modelo simplificado com o objetivo de reduzir ou eliminar
tarifas de importação e exportação para facilitar a circulação de merca-
dorias entre os países-membros. Exemplo: Tratado Norte-Americano de
Livre-Comércio (Nafta).
28
Foco na BNCC
Competência geral 1 historicamente construídos sobre o mundo social e
Competência específica de Geografia 6 cultural. Também lhes permite entender e explicar
a realidade e construir argumentos com base em
Habilidade EF09GE05 informações geográficas, assim como debater e
O conteúdo desta página permite aos estudantes defender ideias e pontos de vista que respeitem
analisar fatos e situações para compreender a e promovam a consciência socioambiental e o
integração mundial (econômica, política e cultural), respeito, sem preconceitos de qualquer natureza.
valorizando e utilizando conhecimentos
28
• União aduaneira: seu objetivo é eliminar as restrições alfandegárias e fixar Orientações
uma Tarifa Externa Comum (TEC), um imposto de importação cobrado Explique aos estudantes que os
sobre produtos oriundos de países que não pertencem ao bloco. Os países- países não precisam, necessaria-
-membros não podem participar de outros tratados econômicos. Exemplo: mente, passar por todos os mode-
Mercado Comum do Sul (Mercosul). los de blocos econômicos, como se
• Mercado comum: visa criar um mercado regional forte para que as empre- estes fossem estágios evolutivos.
sas dos países-membros possam concorrer globalmente. Além de reduzir ou A União Europeia, por exemplo,
eliminar as taxas de importação e exportação, estabelece a livre-circulação teve início como Mercado Comum
de mercadorias, capitais, serviços e pessoas entre as fronteiras políticas Europeu e depois passou a ser tam-
dos países-membros. Exemplo: União Europeia (UE). bém uma união econômica e mone-
• União econômica e monetária: é um mercado comum acrescido de uma tária. O Mercosul já surgiu como uma
moeda única. Exemplo: a zona do euro, em que 19 países da União Europeia união aduaneira, modelo que perma-
extinguiram sua moeda nacional e adotaram o euro, com um Banco Central nece até hoje.
supranacional que controla o sistema financeiro dos países-membros. Comente com os estudantes que
alguns estudiosos questionam a efi-
Blocos econômicos: um breve panorama cácia do Mercosul, alegando que pou-
cos avanços foram conquistados para
União Europeia (UE) a economia de seus países-membros.
Além disso, eventuais crises internas,
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, países da Europa ocidental uni-
como as que ocorreram na Argenti-
NEiDD/Shutterstock.com
ram-se com objetivos econômicos. A União Europeia (nome oficializado em
na e no Brasil, atrapalham as relações
1992) foi o primeiro bloco econômico a se formar e alcançar maior grau de inte-
gração econômica entre os países-membros. A UE é um mercado comum, com
comerciais entre os países do bloco.
livre-circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas entre as fronteiras Contudo, acredita-se que, se as pro-
políticas dos países-membros. Atualmente, é formada por 27 países, 19 deles postas originais do Mercosul forem
Bandeira da União Europeia.
pertencentes à zona do euro. efetivamente implementadas, como
a livre circulação de bens e serviços
Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a eliminação de direitos alfandegá-
rios, no futuro poderá haver melhorias
Mercosul
O Mercosul foi criado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
nas economias dos países-membros
Atualmente, a Venezuela, que também faz parte do bloco, está suspensa em
desse bloco.
razão de instabilidades políticas vividas no país; e a Bolívia está em processo
Comente também sobre o re-
de adesão. Como membros associados estão Chile, Equador, Guiana, Peru e
Suriname. Em 1995, o bloco adotou a Tarifa Externa Comum, passando de zona
cém-criado Tratado de Associação
de livre-comércio para união aduaneira, com capacidade para regulamentar o Transpacífico (TPP). O acordo, a prin-
comércio do bloco com países de fora. Bandeira do Mercosul. cípio visto como um dos mais impor-
tantes do mundo, tinha por objetivos:
Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio diminuir as barreiras comerciais entre
os países-membros; cancelar tarifas
(Nafta)
comerciais entre eles; estabelecer re-
Os países que participavam desse acordo eram Estados Unidos, Canadá
gras sobre a propriedade intelectual
e México. Uma grande quantidade de produtos circulava livremente entre eles,
entre esses países; estabelecer pa-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
sem cobrança de impostos. No Nafta não era permitida a livre-circulação de
drões e normas trabalhistas en-
pessoas e foi extinto em 2018.
DA EDITORA DO BRASIL tre eles etc. A saída dos Estados
Unidos do acordo, em 2017, dimi-
Acordo Estados Unidos-México-Canadá
nuiu a importância do bloco e modi-
(USMCA) ficou algumas de suas ideias iniciais.
O acordo entrou em vigor em 2020 e substituiu o antigo bloco do Nafta. Seu Atualmente, o TPP é composto de
principal objetivo é integrar economicamente os países-membros, protegendo a 11 países – Austrália, Brunei, Canadá,
indústria norte-americana, e liberando o mercado do Canadá e do México. Chile, Japão, Malásia, México, Nova
29
Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã.
Atividades complementares
Solicite aos estudantes que se organizem em grupos e rea- foi vantajosa porque devolveu ao país a autonomia sobre
lizem uma pesquisa – em páginas confiáveis de notícias na as regras de circulação de pessoas, mercadorias e mesmo
internet ou em livros, jornais e revistas impressos – sobre as medidas econômicas específicas ao país. Importante desta-
razões e as possíveis consequências da desarticulação entre car que o Reino Unido nunca adotou o euro como moeda.
o Reino Unido e a União Europeia. Auxilie-os na atividade de
pesquisa conforme necessário. Cada grupo deverá respon- 2. Pode-se afirmar que a saída do Reino Unido da União
der, ao final da atividade de pesquisa, às seguintes questões: Europeia faz parte de um movimento antiglobalização?
1. Quais foram as razões apresentadas pelo Reino Unido para Resposta pessoal. Sim, faz parte de um movimento anti-
sua saída da União Europeia? globalização ao devolver aos países maior soberania sobre
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifi- decisões internas e acarretar menor influência de blocos
quem que, para o Reino Unido, a saída da União Europeia regionais, como a União Europeia.
29
Orientações
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec)
Comente com os estudantes que, na
Com países de três continentes (América, Ásia e Oceania), esse bloco tem
América do Sul, somente as Guianas, o
grande força econômica mundial pela pujança dos países que o compõem:
Suriname e as Ilhas Britânicas, no sul
Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Rússia, Austrália, entre outros.
do continente, exigem passaporte de
viajantes brasileiros. Comunidade para o Desenvolvimento da África
Apresente-lhes um mapa políti-
Austral (SADC)
co da Europa. Peça-lhes que identifi-
quem a Inglaterra, a Grã-Bretanha e o Zona de livre-comércio criada em 1992, esse bloco é formado por 15 paí-
ses africanos e visa, entre outros objetivos, fortalecer as economias, diminuir a
Reino Unido, explicando a diferença
pobreza da população e melhorar as condições de vida nos países-membros.
entre eles: a Inglaterra é o país cuja
capital é a cidade de Londres e onde Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
se localizam o Parlamento britânico
Criado em 1991 por algumas repúblicas que formavam a antiga União das
e o Palácio de Buckingham, residên-
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), esse bloco tem o objetivo de forta-
cia oficial da rainha Elizabeth II; a Grã-
lecer a economia e as relações comerciais entre os países-membros. É uma
-Bretanha é a maior ilha britânica e organização econômica e política, sem governo central.
abrange a Inglaterra, o País de Gales e
Escócia; o Reino Unido compreende
os três países da Grã-Bretanha mais a Consumo, mobilidade
Irlanda do Norte. e intercâmbio
Um dos aspectos mais notáveis relacionados aos blocos econômicos é a
capacidade de integração entre os membros. O maior exemplo disso é a União
Europeia, que passou de bloco econômico para unidade política e administrativa
Referendo: votação do bloco europeu, de modo que os países do continente precisassem ajustar
do eleitorado para suas políticas internas para nela ingressar.
aprovação ou rejeição
de medidas propostas Com as reduções de taxas e a maior integração econômica, o incremento
ou aprovadas por um na produção e o barateamento dos produtos e bens, o mercado europeu viu
órgão legislativo. crescer o consumo interno. Com o aumento do consumo, elevou-se a demanda
por novos produtos, fazendo crescer a oferta de empregos e a circulação de
pessoas qualificadas para as vagas.
A mobilidade é facilitada pelo passaporte europeu, que eliminou a burocra-
Um dos prédios da Cidade cia entre um país e outro. Assim, as pessoas podem entrar e sair desses países
Universitária Pavillion, local de
recebimento de estudantes
sem documentação obrigatória.
universitários de outros No entanto, uma integração maior de um bloco nem sempre é bem-vista. A
países do Mercosul. Córdoba, perda da pluralidade e da diversidade cultural, por exemplo, é temida por alguns
Argentina, 2018.
setores das sociedades. Pequenos produtores locais de certas regiões podem
Diego Grandi/Shutterstock.com
30
30
Cidadãos dos países-membros do Mercosul podem circular livremente Orientações
entre as fronteiras sem uso de passaporte ou visto, segundo uma das diretrizes
½ Respostas
do acordo. Além de pessoas, mercadorias e capitais têm livre fluxo entre as
nações que compõem o conselho do Mercosul. 1. Um bloco econômico pode ser de-
Faça no caderno finido como a associação de países
com o objetivo de estabelecer rela-
Atividades ções comerciais privilegiadas entre si.
2. A zona de livre-comércio procu-
1 Defina o que é bloco econômico.
ra reduzir ou eliminar as tarifas de
2 No contexto da globalização, uma tendência crescente é a formação de blocos econômicos que apre- importação e exportação entre os
sentam diferentes níveis de integração. Um desses níveis é a zona de livre-comércio. Caracterize-a. países-membros do bloco econô-
mico para facilitar maior circulação
3 Que vantagens e desvantagens podem ser citadas em relação aos blocos econômicos?
de mercadorias.
4 Quais são as principais modalidades dos blocos econômicos? 3. Entre as vantagens, podem ser men-
cionadas a comercialização de pro-
5 Atualmente, por quais países o Mercosul é formado? Que benefícios esse bloco propicia aos cidadãos
dutos mais baratos para os mercados
desses países?
dos países do bloco econômico; a
6 Em 1o de janeiro de 1994, criou-se uma das maiores zonas de livre-comércio do mundo, entre Estados redução ou eliminação de tarifas de
Unidos, Canadá e México, que agora reúne mais de 450 milhões de pessoas e produz cerca de 17 trilhões importação entre eles; maior mobi-
de dólares em bens e serviços. O comércio entre os países desse bloco vem aumentando desde que o lidade dos cidadãos entre os países
acordo entrou em vigor. A que bloco esse trecho se refere? do bloco; e redução das taxas alfan-
7 Dos blocos econômicos estudados, qual tem maior poder econômico mundial e maior grau de integração
degárias e dos custos de produção
econômica entre os países-membros? Justifique sua resposta. entre eles. Entre as desvantagens,
podem-se citar o favorecimento do
Para refletir país dominante do bloco, além de
certa perda de soberania.
1 Analise a charge a seguir. A qual movimento recente de um bloco econômico ela se refere? O que está 4. Zona de preferência tarifária; zona
sendo criticado? Discuta com os colegas. de livre-comércio; união aduaneira;
mercado comum; e união econômica
Stuart Carlson © 2016 Stuart Carlson / Dist. by Andrews McMeel Syndication
e monetária.
5. O Mercosul é formado atualmen-
te por Brasil, Paraguai, Uruguai e
Argentina. A Venezuela encontra-
-se temporariamente suspensa do
Mercosul, e a Bolívia está em pro-
cesso de adesão ao bloco. Um dos
benefícios é o programa de mobili-
dade, para garantir que estudantes
dos países-membros do Mercosul
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO tenham maior facilidade para con-
seguir bolsas de estudo, visando
DA EDITORA DO BRASIL fomentar o ensino e a pesquisa e
incentivar o estudo da língua portu-
guesa e da língua espanhola. Além
disso, mercadorias, capitais e cida-
Fonte: Andrews McMeel Syndication. Disponível em: http://syndication.andrewsmcmeel.com/. dãos dos países desse bloco podem
Acesso em 23 jun. 2022.
circular livremente entre as fronteiras
– no caso, sem a necessidade de uso
31 de passaporte ou visto.
6. Ao Nafta.
7. A União Europeia, por ser um bloco
com muitos países-membros (entre
Para refletir
eles, muitas das maiores economias
1. A charge mostra um homem tipicamente inglês saltando mundiais), e no qual há livre e in-
sem paraquedas de um avião, em alusão ao Brexit, ou seja, tensa circulação de pessoas e uma
à saída do Reino Unido da União Europeia. Pode-se deduzir moeda única, o euro, utilizada por
que podem ocorrer prejuízos aos cidadãos, às mercadorias 19 países.
e aos bens de origem britânica, que não terão mais livre
circulação na União Europeia.
31
4
Objetivos do capítulo
Organizações
• Compreender o processo histórico
de surgimento das organizações
internacionais.
• Identificar os principais objetivos
da ONU e os níveis de atuação de internacionais
seus órgãos especializados.
• Reconhecer os principais objetivos
e o modo de atuação da OMC.
• Contextualizar os principais
desafios atuais das organizações No capítulo anterior, você estudou os blocos econômicos, suas características e algu-
internacionais. mas formas de atuação deles na vida da população. Neste capítulo, você vai estudar o
contexto histórico da criação das organizações internacionais, seus principais objetivos
e desafios.
Pré-requisitos
pedagógicos
As organizações internacionais,
seu surgimento e sua importância A criação das organizações
são conhecimentos previamente internacionais
trabalhados no Ensino Fundamental
A partir de meados do século XX, as relações econômicas entre os países se
(EF08GE05, EF08GE06, EF08GE12),
intensificaram, em grande parte pela influência e consolidação da globalização
que se relacionam com os assun-
moderna.
tos abordados no capítulo. O resga-
Ao analisarmos o contexto humanístico, cultural, geopolítico e econômico
te dessas habilidades pode ser de do planeta, percebemos que várias organizações internacionais passaram a
grande importância para o início da se destacar desde então. A maioria dessas organizações surgiu no contexto
discussão sobre as organizações em que o mundo se recuperava dos danos e traumas causados pela Segunda
internacionais. Guerra Mundial. Foi o momento em que a Guerra Fria se acirrou e a globalização
moderna começou a se estruturar, ainda de forma incipiente.
Orientações Essas organizações tornaram-se importantes e muitas vezes decisivas no
Pergunte aos estudantes quais or- cenário internacional, uma vez que ordenaram e estabeleceram as relações e
ganizações internacionais eles co- a influência política e econômica entre os países, criando regulações, normas
nhecem. Comente que algumas das e acordos entre blocos e nações na tentativa de atender a objetivos diversos.
principais organizações internacionais Em um mundo no qual a democracia ainda era
Bettmann Archive/Getty Images
são: Organização das Nações Unidas embrionária em muitos países, sobretudo naqueles que
(ONU); Organização dos Estados Ame- estavam se desvencilhando de seus colonizadores, era
fundamental que organismos internacionais começas-
ricanos (OEA); Organização Mundial do
sem a despontar para mediar o jogo político, econômico
Comércio (OMC); Organização para a
e cultural e reafirmar os direitos humanos em um con-
Cooperação e o Desenvolvimento Eco-
texto dominado pelo poderio bélico, pela busca inces-
nômico (OCDE); Organização Mundial sante do lucro e pela guerra ideológica.
da Saúde (OMS); Organização Interna- Foi nesse panorama que, em 1945, surgiu a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cional do Trabalho (OIT); Fundo Mone- Organização das Nações Unidas (ONU), uma segunda
DA EDITORA DO BRASIL
tário Internacional (FMI); e Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
tentativa de organizar um foro de diálogo permanente
e universal para todas as nações depois do fracasso da
Liga das Nações. Criada em 1919, ao fim da Primeira
Guerra Mundial, a Liga tinha como objetivo principal evi-
tar novas guerras e promover a paz.
Líderes dos Estados em reunião para a criação da Organização das Nações
Unidas (ONU) em São Francisco, Estados Unidos, 1945.
32
32
Orientações
A ONU e a cultura de desenvolvimento
Uma das principais missões da ONU é garantir o fomento e a diversidade ½ Respostas
cultural, já que viver em determinada cultura e celebrá-la é um dos direitos mais
Um pouco mais sobre
básicos de uma pessoa.
Entretanto, a polarização vista nos últimos anos representa um obstáculo para 1. Resposta pessoal. Espera-se que os
as previsões iniciais de que no século XXI pudesse haver maior integração entre estudantes concluam que o desen-
países e nações e respeito às diferenças. Há também uma tendência à uniformi- volvimento sustentável e as ques-
dade e ao aniquilamento de culturas, o que significa, em última instância, apagar a tões ambientais são temas muito
memória de muitos povos, empobrecendo o repertório da história humana. importantes para a garantia do de-
Na contramão desse contexto, a ONU busca fomen- senvolvimento econômico e social
Mahmud Hams/AFP
tar o que se denomina cultura de desenvolvimento, das gerações futuras, e que a ONU,
ressaltando os valores da educação, da comunicação por meio da atuação de organismos
social e das identidades culturais por meio da cida- especializados, tem grande relevân-
dania democrática, do desenvolvimento humano, da cia no incentivo, na fiscalização e
recuperação e do desenvolvimento das identidades no auxílio em relação às questões
nacionais diante do movimento de uniformidade cultu-
ambientais e aos países do globo.
ral. Acima de tudo, investe no aprendizado da cultura
da paz, que preconiza a convivência pacífica entre
diferentes culturas.
Para atuar nas diversas frentes a que se propõe, a
ONU dispõe de vários organismos especializados.
Faça no caderno
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
gurança alimentar. Para evitar mais perdas de vida e de biodiversidade, é essencial acelerar
ações de adaptação à mudança climática e cortar, rapidamente, as emissões de gases de
efeito estufa.
[...]
DA EDITORA DO BRASIL
RELATÓRIO do IPCC prova “o fracasso da liderança global sobre o clima”. ONU News, 28 fev. 2022. Disponível em:
https://news.un.org/pt/story/2022/02/1781142. Acesso em: 28 mar. 2022.
33
33
Orientações
O conteúdo desta página poderá
Organização Mundial do Comércio (OMC)
ser trabalhado de maneira interdis- O comércio é uma prática que remonta à Antiguidade. Depois de um grande
ciplinar com História. Retome com impulso nos séculos XV e XVI, época das Grandes Navegações, o capital acumu-
os estudantes o contexto do início do lado possibilitou a consolidação dos primeiros Estados modernos. Foi somente
após o século XIX, contudo, com o desenvolvimento das revoluções industriais,
século XX até o período posterior à
que a produção de mercadorias aumentou significativamente, fomentando o
Segunda Guerra Mundial.
comércio internacional.
Foco na BNCC Ao longo do século XX, a velocidade com que as nações passaram a impor-
tar e exportar produtos e mercadorias criou a necessidade de um organismo
Competência geral 1 regulador do comércio internacional. Assim, em 1947, na cidade de Genebra, na
Competência específica de Suíça, foi criado o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (em inglês,
Geografia 6 General Agreement on Tariffs and Trade – Gatt). Em 1995, esse órgão passou
Habilidade EF09GE05 a se chamar Organização Mundial do Comércio (OMC) e atualmente é um dos
O conteúdo desta página mais importantes órgãos mundiais.
permite aos estudantes Uma das principais ações da OMC é promover reuniões entre os países
analisar fatos e situações para para estabelecer acordos comerciais no âmbito mundial. Essas reuniões são
compreender a integração chamadas rodadas, com destaque para a Rodada de Doha (Catar), que se ini-
mundial (econômica, política ciou em 2001 e continua até hoje.
e cultural), valorizando e
utilizando conhecimentos A que visam as rodadas
historicamente construídos
Geralmente, o principal assunto de uma rodada é a questão das barreiras
sobre o mundo social e
comerciais, ou protecionismo, prática adotada por muitos países que prejudica
cultural. Também lhes
principalmente a economia dos países pouco desenvolvidos e emergentes. O
permite entender e explicar
a realidade e construir protecionismo diz respeito a um conjunto
dpa/picture alliance/Getty Images
34
Atividades complementares
Organize a turma em pequenos grupos e instrua os estu- 1. Quais são os principais motivos que levam o Brasil a entrar
dantes a pesquisar, em páginas confiáveis da internet, notícias com ações na OMC?
sobre as ações do governo brasileiro movidas na OMC. Reto- 2. Quais são as principais razões para que os países concedam
me com a turma os principais itens exportados pelo Brasil e, subsídios aos produtores locais?
na sequência, promova uma roda de conversa explorando as 3. Explique como práticas protecionistas podem ajudar um
razões e as consequências do protecionismo de alguns paí- país e, ao mesmo tempo, prejudicar outro.
ses em relação aos produtos exportados pelo Brasil. Por fim,
solicite aos estudantes que respondam às seguintes questões:
34
Orientações
Os desafios das organizações Explique aos estudantes que tam-
internacionais bém existem organizações internacio-
nais que atuam no setor da imprensa,
Apesar de ter sido criada com o objetivo de facilitar o comércio mundial, a como a Associação Internacional de
OMC é questionada por diversos líderes e organizações por não garantir trocas Radiodifusão (AIR), a Associação Mun-
comerciais e econômicas igualitárias entre os países. Muitos criticam o fato de
dial de Jornais e Editores de Notícias
que algumas práticas da OMC favorecem os países desenvolvidos, coibindo
(WAN-IFRA), a Federação Mundial da
de maneira desigual as ações protecionistas de outros, legitimam barreiras
Imprensa Periódica (FIPP), o Comitê
alfandegárias e taxam nações em desenvolvimento que tentam fazer o mesmo.
A consequência disso é que apenas alguns setores da sociedade conseguem se
Mundial de Liberdade de Imprensa
beneficiar dos acordos comerciais, o que contribui para a estagnação econômica (WPFC), o Comitê para a Proteção dos
dos países envolvidos. Jornalistas (CPJ), o Instituto Interna-
Muitos estudiosos defendem que as relações comerciais e econômicas cional da Imprensa (IPI), a União de
fomentadas pela OMC deveriam favorecer a melhoria dos padrões de vida e o Imprensa do Commonwealth (CPU
crescimento estável e amplo da renda, assegurar emprego às pessoas e expan- Media Trust), entre outras.
dir a produção e o comércio de bens e serviços.
½ Respostas
Desenvolvimento e crescimento econômico, por sua vez, não são sinônimos.
Para que as condições de vida de uma população melhorem, a economia não deve Ser cidadão
apenas crescer, mas também desenvolver o bem-estar social e garantir que os
1. Resposta pessoal. Apresente aos
cidadãos tenham condições tanto de consumir quanto de viver bem, com acesso
a trabalho, moradia, saúde, educação e alimentação balanceada. Em uma visão
estudantes, como sugestão de pes-
mais ampla, esse é um desafio para qualquer organização internacional. quisa, páginas de ONGs ambientais
e relacionadas às áreas sociais e de
saúde que atuam no município ou
Juan Mabromata/AFP
Conferência da Organização
Mundial do Comércio. Buenos
Aires, Argentina, 2017.
Ser cidadão
35
35
Orientações Atualmente, o desenvolvimento tecnológico, encabeçado pelas potências
mundiais, traz à tona questões da inteligência artificial, que, com o passar do
½ Respostas
tempo, é incorporada ao mercado de trabalho a ponto de muitas vezes substituir
Um pouco mais sobre a mão de obra humana. Diante disso, o mundo do trabalho parece ser uma área
que precisará de atenção das organizações internacionais nos próximos anos.
1. Entre outras mudanças, espera-se Membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de ONGs que
que os estudantes identifiquem atuam em questões relacionadas ao assunto já se preocupam com o que vem sendo
maior agilidade no processo de chamado de desemprego tecnológico, ou seja, a exclusão
DA EDITORA DO BRASIL
1 Em grupo, pesquisem em fontes confiáveis as mudanças ocasionadas pelos aplicativos
Atividade em grupo
no mundo do trabalho.
2 Após levantarem dados e opiniões acerca do assunto, discutam com o restante da turma sobre o uso
da tecnologia e as novas relações trabalhistas.
36
36
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Em que contexto surgiram as organizações internacionais? 1. Em meados do século XX, o mun-
do se recuperava dos danos e dos
2 Em relação à Organização das Nações Unidas (ONU), o que é a cultura de desenvolvimento?
traumas provocados pela Segunda
3 Cite algumas das principais funções da Organização Mundial do Comércio (OMC). Guerra Mundial, e as relações eco-
nômicas entre os países se intensi-
4 Explique como o protecionismo prejudica a economia de alguns países.
ficavam.
5 De que maneira a ONU tenta estimular o desenvolvimento humano no mundo? 2. Essa cultura consiste em propostas
de ação que buscam ressaltar os va-
6 Explique o que é o desemprego tecnológico, qual é sua causa e como as organizações internacionais
lores da educação, da comunicação
podem interferir nessa questão.
social e das identidades culturais por
Para refletir meio da cidadania democrática, do
desenvolvimento humano, da recu-
1 Ao assinarem o Protocolo de Kyoto em 1997, vários países se comprometeram a reduzir a emissão de peração e do desenvolvimento das
gases de efeito estufa, principalmente o CO2. Com base na observação do mapa a seguir e, se necessário, identidades nacionais.
com a realização de uma pesquisa em fontes confiáveis, responda às questões.
3. Umas das principais funções da OMC
Mapa-múndi: emissão de dióxido de carbono em milhões de toneladas – 2021
é estabelecer acordos comerciais
mundiais, as chamadas “rodadas”.
Allmaps
0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
A OMC também deve fiscalizar o
Círculo Polar Ártico cumprimento das regras comerciais
básicas entre países.
Europa 4. O protecionismo, ou barreira co-
4946 MtCO2
América do Norte Ásia mercial, dificulta as importações e
5606 MtCO2 17756 MtCO2
Trópico de Câncer
a concorrência externa. Ele prejudi-
Oriente Médio
2568 MtCO2
ca principalmente os países menos
OCEANO América Central OCEANO
PACÍFICO 169 MtCO2 PACÍFICO desenvolvidos, que não têm produ-
Equador
0° tos que poderiam concorrer com
África
OCEANO 1326 MtCO2 OCEANO aqueles que estão salvaguardados
ATLÂNTICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio América do Sul por ações protecionistas.
994 MtCO2 Oceania
N
438 MtCO2 5. A ONU tem diversas agências e or-
Milhões de toneladas
de carbono (MtCO2) ganismos especializados que visam
O L
17 756 MtCO2 contribuir para a prosperidade, a
2 568 Mt CO2
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
S conscientização e o desenvolvimen-
Círculo Polar Antártico
169 MtCO2 0 2 400 4 800 km to dos países.
1 : 240 000 000
6. Desemprego tecnológico é a ex-
clusão dos trabalhadores que, por
Fonte: GLOBAL carbon atlas. Emissões de combustíveis fósseis. Disponível em: www.globalcarbonatlas.org/en/CO2-emissions. Acesso em: 28 mar. 2022.
diversas razões, não conseguem
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a) Que problemas ambientais o excesso de CO2 causa ao planeta? se adaptar às novas exigências do
mercado de trabalho. É causado pelo
DA EDITORA
b) O que provoca a emissão excessiva deDO
CO BRASIL
na atmosfera? 2 desenvolvimento tecnológico, que
c) Quais regiões são as maiores emissoras de CO2 no mundo? substitui muitas atividades humanas.
d) Qual é a posição dos Estados Unidos em relação ao Protocolo de Kyoto? Cabe às organizações internacionais
e) Relacione o desenvolvimento dos países do Hemisfério Norte com o setor industrial e a emissão de criar mecanismos que possibilitem
CO2 na atmosfera. ao ser humano continuar como pro-
tagonista da história.
37
Para refletir
1. a) Segundo estudos, o CO2 contribui para o aumento da d) Em 2017, o então presidente dos Estados Unidos, Donald
temperatura média da atmosfera. Trump, decidiu que esse país não faria mais parte do
b) Esse gás é emitido, em grande quantidade, sobretudo Protocolo de Kyoto.
pela queima de combustíveis fósseis, pelo desmata- e) O desenvolvimento econômico dos países do Hemisfério
mento e pelas queimadas realizadas em áreas florestais Norte está relacionado ao alto teor de poluentes, em
pelo mundo. razão da grande concentração da atividade industrial
c) A
s regiões que mais emitem CO2 são a América do e do elevado número de automóveis em circulação
Norte, a Europa e a Ásia. nessas nações.
37
Faça no caderno
Orientações
Explique aos estudantes que o
Grupos globais
Brics foi fundado somente por quatro
países: Brasil, Rússia, Índia e China. A
África do Sul aderiu posteriormente
ao grupo. Não é de hoje que os diferentes países se relacionam econômica e politicamente. Pelo menos desde o
O principal objetivo do Brics é século XIII, na Europa, as sociedades vêm estabelecendo relações de dependência mútua. No entanto, foi
financiar a ampliação de infraes- no século XX, após as duas grandes guerras mundiais, com a expansão do comércio, das tecnologias e da
trutura dos países emergentes e circulação financeira, que se pôde falar em globalização. Nesse processo, alguns agrupamentos de países
subdesenvolvidos. se formaram. Vamos conhecer melhor dois deles.
Carolyn Kaster/POOL/AFP
Os sete países mais industrializados do mundo O grupo é informal, e
formam o Grupo dos 7, ou G-7: Estados Unidos, não uma organização
internacional que tenha
Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e
base em um tratado, como
Japão. O primeiro encontro entre eles ocorreu em
os blocos econômicos
1975, na França, em meio à crise mundial do petróleo.
(União Europeia, Mercosul)
Desde então, os chefes de Estado desses países se ou a ONU. Por isso, não
reúnem anualmente. Na pauta não são discutidas há garantias de que suas
apenas questões econômicas, mas também questões decisões serão cumpridas.
estratégicas de cunho social, político e até mesmo
ambiental. Apesar de estar entre as nações mais ricas Líderes do G-7
do mundo, a China fica de fora do grupo por não ser participam de
considerada um país democrático. cerimônia de plantio
de árvores em Ise,
Mapa-múndi: países do G-7 e países emergentes – 2021 Japão, 2016.
0°
Equador
Juntos, esses
OCEANO INDONÉSIA
OCEANO PACÍFICO TANZÂNIA
OCEANO países constituem
BRASIL ATLÂNTICO
BOLÍVIA ÍNDICO N um verdadeiro
Meridiano de Greenwich
ZIMBÁBUE
Trópico de Capricórnio
PARAGUAI gigante mundial:
30°S ÁFRICA O L
Países do G-7
CHILE URUGUAI
ARGENTINA
DO SUL somam
Países emergentes aproximadamente
60%
S
0 2 361 4 722 km
60°S
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 1 : 236 100 000
da população
120°O 60°O 0° 60°L 120°L mundial;
Fonte: WORLDATLAS. Países do G7. Disponível em: https://www.worldatlas.com/articles/group-of-seven-g7-countries.html.
Acesso em: 29 mar. 2022. são responsáveis
por mais de
Os países emergentes
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Outro fórum informal para a reunião de chefes de Estado foi
composto em 2003: o G-20, sob influência do Brasil. A principal
A formação do G-20 impactou
diretamente a vida dos brasileiros.
26%
das exportações de
DA EDITORA DO preocupação
BRASIL desse grupo é discutir as diferenças persistentes
entre os países ricos e pobres. Os países emergentes criticam,
O crescimento econômico dos últimos
anos teve como um dos pilares
produtos agrícolas;
70%
sobretudo, o fato de os países desenvolvidos protegerem seus
mercados por meio de subsídios, impedindo que os países agrícolas e a estratégia de firmar
exportadores de produtos agrícolas consigam competir no parcerias com países de fora do eixo
Estados Unidos-Europa – os países da população
mercado mundial. O G-20 é formado por 19 países e o bloco
com economia em desenvolvimento do rural do mundo
econômico da União Europeia. O principal objetivo é discutir a
Hemisfério Sul, por exemplo. está neles.
situação do comércio de produtos agrícolas.
38
38
Orientações
Sonia Vaz
0° Equador
de Bancos Centrais de 19 OCEANO PACÍFICO
OCEANO INDONÉSIA
2. Os países emergentes somam,
ATLÂNTICO OCEANO
países industrializados e BRASIL
ÍNDICO
juntos, aproximadamente 60%
Meridiano de Greenwich
em desenvolvimento, mais Trópico de Capricórnio N
1 DA EDITORA
Dos grupos apresentados, em quais o DO BRASIL
China 1 427,6 14 722,8
Brasil está presente? Em sua opinião,
qual é o papel do país nesses grupos?
África do Sul 57,7 302,1
2 Quais características dos países emer-
gentes lhes atribuem grande impor-
Fonte: IBGE Países. Países. Disponível em: https://paises.ibge.gov.br/#/pt.
tância nas decisões internacionais? Acesso em: 28 mar. 2022.
39
39
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 Apresente os fatores que impulsionaram a globalização a partir da década de 1990.
Para encerrar 2 Qual foi o papel das empresas multinacionais na expansão do capitalismo mundial e na Divisão
Internacional do Trabalho?
1. A configuração de uma nova ordem
mundial; a internacionalização do 3 Observe o mapa a seguir e identifique os blocos econômicos destacados.
capitalismo; a abertura comercial
dos países; o desenvolvimento de Mapa-múndi: principais blocos econômicos – 2018
Allmaps
novas tecnologias de transporte, 0°
Meridiano de Greenwich
OCEANO
O L
exportar bens manufaturados. PACÍFICO
Carolyn Jenkins/Alamy/Fotoarena
pelo governo, passou a ser perseguido após 8. Klaus Schwab se refere aos impactos
um protesto violento de militantes. Esse pro- que as novas tecnologias digitais
testo, entretanto, gerou consequências para e de automação estão tendo no
todo o grupo, impulsionando um intenso fluxo mundo do trabalho. As promessas
de imigração para o país vizinho, Bangladesh. seriam os aspectos benéficos des-
[...] sa revolução, como a melhoria nos
MIANMAR – Limpeza étnica e êxodo rohingya. Observatório de Crises processos de produção. Já o perigo
Internacionais, 27 set. 2021. Disponível em: https://sites.ufpe.br/
oci/2021/09/27/mianmar-limpeza-etnica-e-exodo-rohingya/. Acesso em: é o que está sendo chamado de
28 mar. 2022. “desemprego tecnológico”, ou seja,
Faça uma pesquisa em fontes confiáveis sobre a massa de desempregados que
os motivos, as implicações e as consequências surgirá da automação da indústria
Etiqueta de produto
da perseguição à etnia rohingya em Mianmar, industrializado.
nas próximas décadas.
sobretudo desde 2017, quando a situação se 9. Fluxo de mercadorias: importação
Sonia Bonet/Shutterstock.com
Leia
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Integração regional: uma introdução, de Paulo Roberto de Almeida (Saraiva). O livro aborda os processos que
culminaram na formação de blocos econômicos e discute a importância do multilateralismo e o papel da OMC
nesse contexto. DA EDITORA DO BRASIL
Assista
Os catadores e eu, de Agnès Varda. O documentário mostra uma visão humana da vida dos catadores de frutas,
que, após a colheita, recolhem tudo aquilo que ficou no chão e vendem ou doam aos famintos. Com base em
um célebre quadro de Jean-François Millet, As respigadoras, veja um olhar sobre a persistência na sociedade
contemporânea dos catadores, que vivem da recuperação de coisas que os outros rejeitam (82 min).
41
Avaliação de resultados
Retome os objetivos da unidade descritos na página 10
deste manual e baseie-se neles para a elaboração de uma
avaliação. É importante certificar-se de que as competências
gerais e as competências e habilidades específicas de Geo-
grafia indicadas sejam contempladas na avaliação.
41
Objetivos da unidade
Introdução
Após o estudo sobre a globaliza-
ção e seus impactos, o conteúdo des-
ta unidade aborda a relação entre a
mecanização do campo, a urbaniza-
ção, o aumento do desemprego e o
crescimento dos bairros periféricos. O
estudante vai compreender a impor-
tância da agropecuária e a relação en-
tre a fome e a distribuição de renda,
além de estudar o processo de indus-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
trialização e as transformações que
ocorreram no trabalho decorrentes
DA EDITORA DO BRASIL
desse processo. Por fim, abordam-se
a importância das fontes energéticas
e dos recursos naturais para as indús-
trias e o impacto dessa exploração na
sustentabilidade do planeta. Polo industrial da cidade
de Cubatão (SP), 2021.
Justificativa
42
Com base na discussão a respeito
do desenvolvimento das técnicas, o
estudante pode aprimorar sua com-
preensão sobre o atual estágio de Levantamento de conhecimentos prévios
desenvolvimento do capitalismo e as • o desenvolvimento tecnológico e de design desse
Para realizar uma sondagem dos conhecimentos prévios
contradições e injustiças presentes no aparelho geralmente é realizado nos Estados Unidos;
dos estudantes, você pode realizar um levantamento como
mundo contemporâneo. Ele também • parte da matéria-prima, como processadores, tela e ba-
o que ocorreu na Unidade 1, mas dessa vez com foco na
pode investigar a importância das fon- teria, utiliza componentes minerais, como o tântalo,
cadeia de produção globalizada. Peça aos estudantes que
tes de energia para a manutenção dos o tungstênio e o estanho, extraídos, por exemplo, na
olhem as etiquetas das roupas que estão usando e que não
níveis de produção industrial atuais e República Democrática do Congo;
façam parte do uniforme escolar. Eles também podem olhar • a produção dessas peças, porém, é realizada em fábricas
as pressões exercidas sobre o meio am-
o material escolar ou os acessórios. Oriente-os a observar se na Coreia do Sul, em Singapura e na Alemanha;
biente, entendendo esses elementos
nas etiquetas há a identificação dos locais de fabricação dos • o processo de montagem desses componentes integra-
como parte de um mesmo processo.
objetos e se são feitos em diferentes países. Explique a eles dos costuma ocorrer na China;
que a fabricação de um smartphone, por exemplo, costuma • os smartphones, então, são distribuídos, para diversos paí-
envolver diversos países: ses, onde ocorrerão as vendas.
42
Orientações
As perguntas que dizem respeito à
observação e à interpretação da ima-
gem relacionam-se ao conhecimento
prévio dos estudantes e à sua reflexão
sobre as características de seu lugar
de vivência, evidenciando seu pro-
tagonismo no processo de ensino-
-aprendizagem.
Produção,
Com os estudantes, observe a ima-
gem e descreva os principais elementos
encontrados. Incentive-os a relacio-
e meio
mais frequência no dia a dia. Apon-
tem, juntos, as semelhanças e as
diferenças entre elas. Para melhor
ambiente
visualização, as informações podem
ser organizadas e sistematizadas em
um quadro na lousa.
½½ Respostas
1. Resposta pessoal. Explique que as
Uma das características da globalização é o deslocamento transnacionais são empresas que
dos setores de produção para espaços geográficos onde há têm a sede em um país e filiais em
maior chance de obter lucros. Aliados a esse processo estão
outros. Caso julgue necessário, faça
as inovações tecnológicas, o desenvolvimento do transporte
uma breve pesquisa e informe o
e das telecomunicações e a automatização.
estudante sobre a presença dessas
empresas no próprio município ou
1. Em seu município existem empresas transnacionais?
nos municípios vizinhos.
Se sim, qual é o país de origem? O que elas
produzem? 2. São inúmeras formas de impacto
ao meio ambiente, caso a cadeia
2. Quais são os impactos ambientais que uma cadeia
produtiva pode causar no ambiente?
produtiva não esteja operando de
acordo com as normas estabelecidas
pelos órgãos de licenciamento am-
biental. Alguns exemplos são: polui-
ção atmosférica, representada pela
fumaça emanada pelas chaminés
das indústrias; poluição do solo, caso
Nesta unidade você vai estudar: as fábricas não tenham um sistema
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• industrialização e evolução agrícola; correto de coleta e manejo de seu
DA EDITORA DO• BRASIL
urbanização e desemprego; lixo; poluição das águas em caso de
• distribuição de renda e desigualdades estruturais; despejo de substâncias tóxicas em
• combate à fome; córregos, rios e mananciais.
• transformações no trabalho;
• evolução tecnológica e potências industriais; Foco nos TCTs
• matriz energética mundial. Nesta unidade, serão trabalha-
dos os seguintes temas contem-
43
porâneos transversais:
• Trabalho;
• Ciência e tecnologia;
• Educação ambiental.
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da
o desenvolvimento das competências e das BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento
habilidades a seguir. de atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência
Competências gerais 1, 4, 6, 7 e 10 escolar fundamentais para o fortalecimento do respeito,
Competências específicas de Ciências Humanas solidariedade, organização, participação, cooperação, pro-
2e3 tagonismo e reflexão nos estudantes. Essas atitudes e esses
valores devem estar relacionados às regras, aos espaços e
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4,
aos materiais escolares, no convívio entre professores, fun-
5e7
cionários e estudantes e no desenvolvimento das ativida-
Habilidades EF09GE11, EF09GE12, EF09GE13 e des pedagógicas.
EF09GE18
43
Objetivos do capítulo
• Compreender o processo históri-
co de urbanização no contexto de
desenvolvimento do capitalismo.
• Entender os processos de indus- Urbanização
trialização e evolução agrícola e a
relação entre eles.
• Compreender a relação entre pro-
cesso de urbanização e desemprego.
Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou o contexto histórico da criação das organizações
internacionais e os principais desafios que elas enfrentam na atualidade. Neste capítulo,
pedagógicos você vai estudar a relação entre a mecanização do campo, a urbanização, o aumento do
O processo de urbanização e in- desemprego e o crescimento dos bairros periféricos.
dustrialização, a evolução das técni-
cas agrícolas, os recursos naturais e as
fontes de energia são conhecimentos
previamente trabalhados no Ensino Urbano e rural
Fundamental (EF04GE07, EF05GE04, O termo urbano, do latim urbanus, remete ao conceito de cidade.
EF05GE05, EF05GE07, EF05GE10, Seu oposto, rural, remete a campo. As cidades têm características bem
EF05GE11, EF06GE11, EF06GE12, diferentes do campo: em geral, têm maior densidade populacional, maior ofer-
EF07GE06, EF08GE16), que se relacio- ta de serviços e infraestrutura mais desenvolvida, com presença de hospitais,
nam com os assuntos abordados no instituições de ensino, vias públicas, redes de transporte, opções de lazer, áreas
capítulo. O resgate dessas habilidades industriais, comerciais e residenciais. Já o campo é predominantemente domina-
pode ser de grande importância para do por atividades agropecuárias, e em certos espaços há áreas de preservação
o início da discussão sobre o tema ambiental. Em comparação aos espaços urbanos, os rurais registram baixa
“Urbanização”. concentração de pessoas. Em algumas localidades, há menor oferta de serviços
essenciais e infraestrutura com certa limitação.
O campo sofreu intensas transformações nos últimos 50 anos. Observa-
Orientações
-se no espaço rural o aumento de atividades tanto agropecuárias quanto não
O conteúdo desta página pode ser agrícolas, como processamento, distribuição e comércio de produtos agrope-
Vista de arranha-céus em
trabalhado de maneira interdiscipli- Nova York. Estados Unidos, cuários; mecanização da produção; certa preocupação com a biodiversidade
nar com História. Retome o proces- 2021. e sua valorização; desenvolvimento do setor terciário; e
so de formação e desenvolvimento
Francisco Blanco/Shutterstock.com
44
DAE
100
cativamente acelerado e transformou completamente o gráfico “Brasil: população urbana e
84 85
a configuração do país. Fatores como a Proclamação 81 rural – 1960-2015”. O conteúdo desta
80 75
da República, o fim da escravidão e o desenvolvimen- 68 página pode ser trabalhado de ma-
to industrial – este impulsionado especialmente pelo neira interdisciplinar com História.
café – pressionaram e aceleraram a urbanização de 60
55 Ressalte para os estudantes que, com
56
cidades brasileiras. a promulgação da Lei do Ventre Livre,
%
44
A partir dos anos 1970, com a modernização da 45
40 em 1871, a população escravizada do
agricultura e a expansão das atividades industriais no 32
25
Rio de Janeiro se concentrou na ca-
Brasil, a população das cidades superou a do campo
20
19 pital, ocupando, por falta de oportu-
e o país se tornou, de fato, urbano. Observe no gráfi- 16 15
nidades de emprego e de acesso a
co ao lado a evolução da população urbana brasileira
entre 1960 e 2015.
melhores moradias, casas em terre-
0
Recife, São Paulo e Rio de Janeiro foram algumas
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2015
ano
nos divididos entre muitas pessoas,
das primeiras cidades a receber saneamento básico e População rural População urbana
chamadas cortiços. Posteriormente,
aparelhos de infraestrutura urbana. Na cidade de São Fonte: IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. [S. l.]: IBGE,
com as reformas urbanas, inspiradas
Paulo, por exemplo, foi demolida grande parte do an- 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index. pelas reformas realizadas em cidades
php?dados=9&uf=00; POPULAÇÃO rural e urbana. IBGE Educa,
tigo centro, cujo projeto paisagístico lembrava o das [S. l.], c2022. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca europeias, como Paris, e motivadas
ruas de Paris. Entre as décadas de 1950 e 1970, a -o-brasil/populacao/18313-populacao-rural-e-urbana.html. por teorias higienistas, a população
Acessos em: 28 mar. 2022.
cidade foi reurbanizada por meio da verticalização das mais pobre das cidades foi forçada a
O gráfico mostra a evolução
construções e da abertura de grandes vias, além do das populações urbana e rural se deslocar das regiões centrais para
alargamento da Avenida Rio Branco e da Avenida São João. no Brasil entre 1960 e 2015. as áreas periféricas.
O processo de urbanização no Brasil, principalmente começando na década
de 1950 e se estendendo pelas décadas seguintes, está vinculado à expansão e
à modernização das atividades industriais – sobretudo nas cidades das regiões
Sudeste e Sul – e à modernização da agricultura. Em virtude dessas moderni-
zações e do crescimento econômico acentuado, houve expressivo êxodo rural
e intensa migração interna entre regiões, com destaque para o fluxo da Região
Nordeste para o Sudeste. Além disso, ocorreram mudanças na paisagem natural
dessas cidades, entre as quais pode-se destacar a redução de áreas florestais, a
retificação dos rios e o aumento da poluição atmosférica e hídrica.
Domicio Pinheiro/Estadão Conteúdo/AE
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Viaduto do Chá.
São Paulo (SP), 1957.
45
45
Orientações Por causa de movimentos como esses, populações se deslocaram forçada-
mente dos centros para as periferias, assim como do espaço rural para o urbano,
Um pouco mais sobre
o que dificultou o acesso a melhores oportunidades e criou condições precárias
Promova a leitura do texto da se- de moradia em quase todas as grandes cidades brasileiras. Todo esse quadro
ção com os estudantes. Destaque a contribuiu para o aumento da exclusão social urbana e da pobreza e ampliou
solução da ocupação do hotel como a violência.
forma de abrigar moradores em si- Mesmo que o Brasil hoje não seja totalmente urbano, a maior parte da po-
tuação de fragilidade econômica e pulação vive nas cidades. A urbanização acelerada também ocorreu em outros
social. Por fim, destaque que a mo- países do continente americano, em especial naqueles cujo processo de coloni-
radia dos ocupantes do hotel não é zação foi semelhante ao brasileiro.
garantida, pois ocorrem constantes
solicitações de devolução de posse
aos proprietários.
½ Respostas Ocupação ‘Hotel Cambridge’ vira filme e moradores
1. O início da discussão pode ocorrer sonham com fim do preconceito e com casa própria
por meio do questionamento em [...] Construído no final da década de [19]50, o prédio hospedou artistas internacionais [...]. Em
relação aos motivos pelos quais as 2004, após falir, acabou abandonado. Com dívidas de IPTU, e após uma batalha jurídica com os pro-
pessoas se transferem do campo prietários, foi desapropriado pela Prefeitura em 2010 para ser transformado em moradia popular.
para a cidade, processo conhecido “Quando entrei e vi isso aqui fiquei maravilhada. Era tudo limpinho, organizado”, recorda a
como urbanização. Outro questiona- paraguaia [Sônia Bogato].
mento possível é por quais motivos O deslumbramento é consequência não apenas do que coletivamente o movimento con-
ocorre o deslocamento de pessoas seguiu fazer em um prédio com décadas de abandono e lixo. É também a espiral do problema
dos bairros centrais para as periferias. habitacional no país.
A suíte inaugurou uma nova etapa na vida dos cinco imigrantes, três anos após a chegada
no Brasil. Com residência fixa, o marido de Sônia conseguiu emprego de carteira assinada – tra-
balha em uma fábrica passando roupas. E as crianças, vaga em escolas públicas próximas ao
bairro.
Sem os custos de um aluguel – os moradores pagam
46
46
Orientações
Industrialização e evolução agrícola Comente que o processo de mo-
Ao mesmo tempo que as cidades atraíam a população rural com novas dernização da agricultura possibilitou
oportunidades, o campo a expulsava. Isso se deve principalmente ao fato de o surgimento do complexo agroindus-
que, a partir dos anos 1950, a agricultura passou por uma intensa moderniza- trial no Brasil. Esse complexo consiste
ção, acompanhando a industrialização e a urbanização do Brasil.
em articulações entre os setores agrí-
A industrialização contribuiu para a diversificação das atividades econômi-
cola e industrial, que ocorrem com o
cas e para o aumento do poder de compra nas cidades, o que fez a demanda por
fornecimento de máquinas e insumos
bens de consumo em geral crescer. Tais fatores favoreceram o desenvolvimen-
to e a modernização da agricultura para acompanhar a expansão dos centros
para a agricultura, que, por sua vez,
urbanos. As culturas de soja, trigo, milho e algodão foram as que mais se des- produz para a agroindústria, na qual é
tacaram nesse período. transformada a matéria-prima.
Três fatores foram essenciais para a modernização do campo brasileiro:
• crédito subsidiado para compra de maquinário, fertilizantes e defensivos
agrícolas;
• crescimento das terras cultivadas entre 1950 e 1990;
• investimento em pesquisa e inovação no campo com a criação, em 1973,
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Arquivo/Estadão Conteúdo/AE
Trator preparando a
terra para o plantio de
arroz. Joinville (SC),
1965.
47
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade
Competência específica de Ciências Humanas 3 de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima. O uso dos
conhecimentos geográficos para construir argumentos e defender
Competências específicas de Geografia 1 e 7 ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência
Habilidades EF09GE11 e EF09GE12 socioambiental, além do incentivo ao pensamento coletivo com
O conteúdo desta página permite relacionar as mudanças técnicas e respeito, autonomia e responsabilidade, fundamentado em princípios
científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, são competências
no trabalho e suas consequências no Brasil; relacionar o processo de trabalhadas na abordagem do conteúdo desta página. A sequência de
urbanização às transformações da produção agropecuária e à expansão do conteúdos iniciada aqui permite, ainda, identificar, comparar e explicar
desemprego estrutural; e analisar a importância da produção agropecuária na a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade.
47
Orientações
Problemas urbanos
DAE
demia depois de 2019.4 [quar-
e o outro traz os valores, em porcen- to trimestre] provoca uma
28
24
mestre disponível.”
DA EDITORA DO BRASIL 23
21,9
22
21,1 21,4
Fonte: NERI, Marcelo. Juventudes, educação e trabalho:
impactos da pandemia nos nem-nem. FGV Social, Rio 21
21,1
de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.cps.fgv.
20
br/cps/bd/docs/TEXTO-Pandemia 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
-Jovens-Nem-Nem_Sumario-Marcelo_Neri_FGV
4-º trimestre do ano
_Social.pdf. Acesso em: 28 mar. 2022.
48
48
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 Quais fatores impulsionaram a industrialização 3 Relacione a modernização do campo ao pro- 1. Fatores como a Proclamação da
e a urbanização no Brasil? cesso de urbanização. República, o fim da escravidão e o
2 Relacione o êxodo rural à expansão das perife- 4 A industrialização absorveu todos os traba- desenvolvimento da indústria do café.
rias nas grandes cidades. lhadores em busca de emprego? Justifique sua 2. Muitas pessoas saíram do campo
resposta. e foram para as cidades em busca
de melhores condições de vida e
emprego. Contudo, as cidades não
Para refletir tinham condições de absorver to-
do esse contingente, o que forçou
1 Leia o texto a seguir.
grande parte dela a ir morar nas
O que é desemprego periferias, com pouca ou nenhuma
O desemprego, de forma simplificada, se refere às pessoas com idade para trabalhar (acima de infraestrutura.
14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, 3. O processo de industrialização
para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. contribuiu para o crescimento da
Veja alguns exemplos de pessoas que, embora não possuam um emprego, não podem ser con- população urbana, fato que gerou
sideradas desempregadas: demanda por bens alimentícios,
• um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos; produzidos no campo, que se mo-
• uma dona de casa que não trabalha fora; dernizou e expandiu com a meca-
• uma empreendedora que possui seu próprio negócio.
nização.
De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 4. Não, porque, além de o contingente
Contínua – Pnad Contínua, o estudante e a dona de casa são pessoas que estão fora da força de de pessoas ser maior que o número
trabalho; já a empreendedora é considerada ocupada. de vagas, muitas empresas procu-
A Pnad Contínua é a nossa pesquisa que mostra quantos desempregados há no Brasil. Nela, o ravam pessoas capacitadas para o
que é conhecido popularmente como “desemprego” aparece no conceito de “desocupação”. Confi- trabalho industrial, exigência não
ra no gráfico a seguir os dados de ocupação, desocupação e outras divisões do mercado de trabalho compatível com os indivíduos re-
no Brasil, de acordo com os últimos resultados da Pnad Contínua: cém-chegados do campo.
População brasileira, de acordo com as divisões Para refletir
do mercado de trabalho – 4o trimestre 2021
1. Espera-se que o estudante identi-
DAE
49
49
Objetivos do capítulo
• Identificar a importância da produ-
ção agropecuária.
Segurança e
• Relacionar os problemas da fome e
da desnutrição com a desigualda- insegurança
de social e a distribuição de renda.
• Identificar as principais medidas de
combate à fome e à desnutrição
alimentar
adotadas ao longo do tempo.
Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou a relação entre a urbanização e a expansão do de-
semprego. Neste capítulo, você vai estudar a importância da agropecuária e a relação
pedagógicos entre a fome e a distribuição de renda.
A agropecuária e as desigualda-
des sociais e de renda são assuntos
previamente trabalhados no Ensino Importância da produção
agropecuária
Fundamental (EF04GE07, EF05GE04,
EF05GE05, EF07GE06, EF08GE16),
que se relacionam com os assuntos As atividades relacionadas ao setor agropecuário são responsáveis pelo
abordados no capítulo. O resgate abastecimento interno de produtos alimentícios e de matérias-primas, assim
dessas habilidades pode ser de gran- como pela sua exportação. Portanto, além de gerar lucro e empregos, elas são
de importância para o início da dis- as responsáveis por garantir a alimentação da população em larga escala. A
cussão sobre o tema “Segurança e produção agrícola de subsistência, geralmente realizada em pequenas porções
insegurança alimentar”. de terra e com pouca mecanização, é destinada ao abastecimento familiar e da
comunidade em que está inserida.
Como vimos no capítulo anterior, a urbanização contribuiu para impulsio-
nar a modernização do campo e a expansão das terras cultivadas serviu para
suprir as populações dos novos centros urbanos. Tecnologias foram implan-
tadas para criar cultivos, novos equipamentos foram empregados no plantio
e na colheita e fertilizantes e pesticidas foram desenvolvidos para aumentar a
produtividade agropecuária.
lourencolf/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Colheita de algodão
feita por maquinário em De acordo com a Perspectiva Agrícola, relatório elaborado pela Organi-
Correntina (BA), 2019.
zação para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Orga-
nização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em
inglês), para os anos de 2018 a 2027, a produção agrícola está crescendo de
maneira constante e deve continuar se expandindo nos próximos dez anos.
50
Foco na BNCC
Habilidade EF09GE13
O conteúdo desta página permite aos estudantes
analisar a importância da produção agropecuária
na sociedade urbano-industrial, ante o problema
da desigualdade mundial de acesso aos recursos
alimentares e à matéria-prima.
50
Orientações
Fome e desnutrição Com o intuito de aprofundar os
Apesar do desenvolvimento tecnológico e do crescimento da produção conceitos de fome, subnutrição e
Subnutrição: estado
agrícola mundial, a subnutrição, a fome e a desnutrição, em declínio constante de incapacidade de desnutrição, o conteúdo desta pá-
por mais de uma década, voltaram a crescer, de modo geral, em 2016, atingin- obter alimentos que gina pode ser trabalhado de maneira
garantam os níveis
do aproximadamente 11% da população mundial em 2017. Observe na tabela mínimos de energia interdisciplinar com Ciências.
abaixo a evolução da porcentagem da população que sofre com a desnutrição. para a manutenção É importante que os estudantes
de uma vida saudável. compreendam que a desnutrição é
Prevalência de desnutrição (%) – 2015-2020 Fome: o mesmo que um grande catalisador da mortalida-
subnutrição crônica, de infantil no mundo. Além disso, no
ou seja, quando o
2015 2016 2017 2018 2019 2020 estado de subnutrição Brasil, a desnutrição infantil atinge com
perdura por mais de maior incidência a região do semiári-
Mundo 8,3 8,3 8,1 8,3 8,4 9,9 um ano. do. Solicite a eles que reflitam sobre
Desnutrição: essas informações e formulem hipóte-
África 16,9 17,5 17,1 17,8 18,0 21,0 condição de absorção
deficiente de
ses sobre as possíveis razões da maior
Ásia 8,3 8,0 7,8 7,8 7,9 9,0 nutrientes gerada por desnutrição na região do semiárido
repetidas doenças do Brasil. A reflexão e a formulação de
América Latina infecciosas.
5,8 6,8 6,6 6,8 7,1 9,1
hipóteses proporcionam maior prota-
e Caribe gonismo aos estudantes no processo
Oceania 6,1 6,2 6,3 6,2 6,2 6,2 de ensino-aprendizagem.
51
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 7 conhecimentos historicamente construídos
Competência específica de Ciências Humanas 2 sobre o mundo físico e social; o estabelecimento
de conexões entre diferentes temas; o
Competências específicas de Geografia 1, 2 e 3 desenvolvimento da autonomia e do senso
Habilidade EF09GE13 crítico em relação à produção do espaço e ao
O conteúdo desta página permite aos estudantes exercício de argumentação com base em fatos
analisar a importância da produção agropecuária que respeitem e promovam os direitos humanos;
na sociedade urbano-industrial, ante o problema e o consumo responsável. A discussão permite,
da desigualdade mundial de acesso aos recursos ainda, o posicionamento dos estudantes diante de
alimentares e à matéria-prima. As competências problemas do mundo contemporâneo com base
trabalhadas no conteúdo são a utilização dos nos conhecimentos das Ciências Humanas.
51
Orientações No começo dos anos 1980, Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de
Destaque para os estudantes que, Economia, chamou a atenção para populações que sofrem com a fome em
em detrimento da “revolução verde”, a países que não convivem com problemas de abastecimento. Com isso, uma
ONU recomendou a prática da agroe- nova perspectiva foi colocada em questão – a relação entre a fome e problemas
cologia. Ressalte que a agroecologia, sociais, como a pobreza e a concentração de renda. Dessa forma, tirou-se o
ao contrário da produtividade inten- foco de aspectos técnicos e houve um debate internacional sobre as políticas
siva, une o conhecimento de agricul- públicas a serem tomadas para solucionar a questão.
tores locais e cientistas. Na sequên- Nas últimas décadas, foram traçadas duas metas com o objetivo de com-
bater a fome. Em 1996, o World Food Summit (Fórum Mundial da Alimentação)
cia, proponha aos estudantes uma
estabeleceu o objetivo de até 2025 reduzir pela metade o número de pessoas
breve discussão sobre a importância
desnutridas. O outro objetivo da ONU faz parte das chamadas Metas do Milê-
dos conhecimentos de agricultores
nio e também propõe reduzir pela metade o número de pessoas com fome no
locais, sobretudo os de comunidades
mundo. Desde a criação das Metas do Milênio, com exceção de parte do con-
e povos tradicionais, para o desen- tinente asiático, as demais regiões do planeta conseguiram, em certa medida,
volvimento sustentável da agrope- reduzir a porcentagem de suas populações que é afetada pela fome. No entanto,
cuária. A reflexão sobre esse assunto grandes contrastes ainda são observados.
proporciona maior protagonismo aos O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 2 propõe acabar com
estudantes no processo de ensino- a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agri-
-aprendizagem. cultura sustentável. A ONU procura incentivar os países a, até 2030, acabar
com essa preocupante situação de insegurança alimentar que afeta milhões
½ Respostas
de pessoas para garantir que todos – em particular os indivíduos pobres e em
Um pouco mais sobre situações vulneráveis, incluindo crianças e idosos – tenham acesso a alimentos
seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano.
1. Espera-se que o estudante conclua
que o desenvolvimento de tecno-
logias e da mecanização da produ-
DA EDITORA DO BRASIL
agrária. Os pequenos produtores que tiveram dificuldade para se adaptar à nova realidade do campo não
conseguiram competir no mercado com as grandes empresas agrícolas. Muitos se endividaram ou perde-
ram suas propriedades, o que contribuiu para o êxodo rural e, consequentemente, como já foi estudado, a
periferização urbana e a marginalização socioeconômica.
52
Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 5
A realização da atividade proposta na seção
Um pouco mais sobre possibilita aos estudantes
desenvolver procedimentos de investigação
para compreender o mundo natural, social,
econômico e político e o meio técnico-científico
e informacional, bem como avaliar ações e
propor perguntas e soluções para questões
que requerem conhecimentos científicos
de Geografia.
52
Orientações
Fome e distribuição de renda Comente com os estudantes
Os problemas relacionados à fome, à desnutrição e à subnutrição atingem as que em 2017, segundo o Instituto
regiões menos desenvolvidas e as populações mais pobres dos grandes centros, Brasileiro de Geografia e Estatística
já que são questões relacionadas a desigualdades econômicas e sociais, nas mais (IBGE), 10% da população brasileira
diferentes escalas – da global à regional.
detinha 43,3% da renda do país. Peça-
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente
-lhes que reflitam sobre a relação da
11% das crianças com menos de 5 anos de todo o mundo se encontram abaixo
desigualdade de distribuição de ren-
do peso ideal. Essa situação é reflexo do que ocorre com as mães. Ainda segundo
a OMS, em torno de 60% da população mundial que sofre com a fome é mulher.
da no Brasil com a fome, a desnutri-
Resulta desse quadro o fato de que cerca de metade das mulheres grávidas de ção e a subnutrição.
países em desenvolvimento tem anemia. ½½ Respostas
Segundo a ONU, o aumento recente da fome e da desnutrição está associado,
também, ao desperdício de alimentos, principalmente após o consumo e devido Olhar cartográfico
à perda parcial da produção. Os conflitos, as guerras e as questões associadas à 1. a) Podem ser citados, entre ou-
variabilidade climática, em especial por causa de fenômenos climáticos extremos, tros países: Coreia do Norte,
também justificariam o aumento recente dos índices. Pode-se considerar que os
Paquistão, Afeganistão, Mongólia,
problemas de fome crônica que persistem no mundo, sobretudo na Ásia e na África,
Haiti, Libéria, Chade, República
não são decorrentes da falta de alimentos no planeta, mas, sim, da baixa renda.
Centro-Africana, Etiópia, Namíbia,
Zimbábue, Zâmbia, Madagascar,
Tanzânia.
Faça no caderno
Allmaps
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO nas regiões que apresentam
Círculo Polar Ártico
os piores índices econômicos
e sociais são os mesmos que
apresentam os maiores índices
de subnutrição.
Trópico de Câncer
Baixo N
mante e extremamente alarmante.
Moderado
Sério
O L A maior parte dos países que apre-
Grave
S
sentam taxas de fome em estágio
Extremamente grave OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO sério, alarmante e extremamente
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Círculo Polar Antártico
Não incluído ou sem dados 0 2 400 4 800 km
53
Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 4
A realização das atividades propostas na seção
Olhar cartográfico possibilita aos estudantes
desenvolver o pensamento espacial, fazendo
uso da linguagem cartográfica, e exercitar
a resolução de problemas que envolvem
informações geográficas.
53
Atividades
complementares Políticas de combate à fome
1. Retome assuntos já discutidos ante- Até pouco tempo atrás, a maioria das políticas de
Luis Tato/FAO/AFP
riormente, como a agroecologia, o combate à fome tinha caráter emergencial e com o ob-
jetivo principal de incentivar o aumento da produção de
uso de fertilizantes, a relação entre
alimentos. Acreditava-se na seguinte lógica: para aca-
a desigualdade social e a fome, e
bar com a desnutrição, é preciso produzir mais. Após
outros que considerar pertinentes.
as metas traçadas não terem sido alcançadas de modo
Organize a turma em pequenos gru-
satisfatório, chegou-se à conclusão de que era preciso
pos e, na sequência, peça-lhes que criar ações permanentes e estruturais. Dois pontos fo-
reflitam sobre esses assuntos e for- ram eleitos como fundamentais no combate à fome.
mulem possíveis respostas para o O primeiro ponto é a pobreza. Se as pessoas não
problema da fome, da subnutrição têm condições para comprar ou ter acesso às estruturas
e da desnutrição. Cada grupo deverá necessárias ao cultivo, não há como a comida chegar
apresentar ao restante da turma um até elas. Dessa forma, conclui-se que, tanto nos países
breve texto estabelecendo relações ricos quanto nos pobres, os economicamente excluí-
entre esse problema e os assuntos dos não têm acesso regular a recursos alimentares e
trabalhados no capítulo, além de matérias-primas.
Cooperativa agrícola apoiada
possíveis propostas que poderiam O segundo ponto que deve ser levado em consideração são as particula-
pela FAO. Moyale, Quênia,
ajudar a solucionar o problema. 2021. ridades de cada foco de atuação, ou seja, deve-se atentar para as diferentes
territorialidades. As pessoas que vivem em cidades, por exemplo, não têm as
mesmas demandas (necessárias ou não) que as pessoas que vivem no campo.
No caso das pessoas que vivem nas cidades, o problema pode estar no preço
dos produtos alimentares e na renda familiar. Para as populações rurais, outras
dificuldades aparecem, como o acesso mais dinâmico aos meios de transporte
que levam os alimentos até os centros de comércio e as restrições de crédito.
Como se pode perceber, as ações de combate à fome devem ser diferentes em
cada situação, de acordo com as realidades de cada país, região ou lugar.
Segundo a FAO, entidade que lidera esforços para a erradicação da fome e
o combate à pobreza, será necessária uma série de medidas integradas. O apoio
e o comprometimento dos governos nacionais são de suma importância para
o sucesso das ações dos programas. A
FAO ainda avaliou que o Brasil saiu do
Brasil: taxa de insegurança alimentar – 2004-2020
mapa da fome em 2014. O resultado
DAE
80 77,1
foi alcançado com a ação coordenada
69,6 entre diversas esferas do âmbito so-
70 64,8
63,3 cial e programas de combate à fome e
60 de transferência de renda às famílias.
Contudo, apesar de o Brasil figurar com
50 44,8
baixo índice de insegurança alimentar
40
34,7
no mapa global da fome de 2021, cons-
%
Segurança alimentar Insegurança alimentar moderada Fonte: OLHE para a fome: o desafio é de todas e todos
nós. Olhe para a fome, [S. l.], [202-]. Disponível em:
Insegurança alimentar Insegurança alimentar grave
http://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 28 mar. 2022.
54
54
Veja que no infográfico a seguir, do ponto de vista regional, observa-se a Orientações
seguinte distribuição da fome pelo Brasil. Faça uma leitura mediada com
os estudantes da página, retendo
Brasil: a fome por moradias e regiões - 2020
primeiramente na análise do info-
Adilson Secco
gráfico “Brasil: a fome por moradias
e regiões – 2020”. Mostre a grande
diferença dos índices de fome das
regiões Norte e Nordeste em contraste
Região Norte
RR
Região Nordeste com as regiões Centro-Oeste, Sul e
18,1% 13,8%
AP
Sudeste. Levante perguntas como:
por que a Região Norte apresenta o
AM PA
MA CE maior índice? E a Região Nordeste,
RN
PI PB
por que está em segundo? Retome
PE
AC
TO
AL os conhecimentos prévios dos
RO SE
BA
estudantes acerca dos estudos das
MT
DF
regiões do país. Caso seja oportuno,
GO
proponha uma breve pesquisa sobre
MS
MG
ES
a incidência da fome no território
SP RJ Fonte: OLHE para a fome: o desafio brasileiro. Aborde também o infográ
é de todas e todos nós. Olhe para a
PR fome, [S. l.], [202-]. Disponível em: fico de modo a complementar a
6,9% 6,0% discussão, já que ele traz dados
http://olheparaafome.com.br/.
SC Acesso em: 28 mar. 2022.
Região Centro-Oeste RS Região Sul e Sudeste
referentes às classes de gênero e
O número indica a porcentagem raça que mais padecem com a fome:
das moradias em cada região
em que há pessoas passando mulheres negras.
por situação de insegurança
alimentar grave.
Adilson Secco
percentual foi de 7,5%. O mapa humano da
A fome se fez presente
em 14,7% dos lares em que a fome 14,7%
pessoa de referência não tinha no Brasil dos lares chefiados por
escolaridade ou tinha Ensino a fome nos lares brasileiros
pessoa com baixa
Fundamental incompleto. Com escolaridade estavam
enfrentando a fome
Ensino Fundamental comple-
to ou Ensino Médio incompleto,
esse índice caiu para 10,7%. E, MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
finalmente, em lares chefiados
DA EDITORA DO BRASIL
por pessoas com Ensino Médio
completo em diante, despencou dos lares chefiados
11,1%
para 4,7%. por mulheres estavam
10,7%
enfrentando a fome
55
Para aprofundar
No artigo “Fome no Brasil: a comida na mesa continua
incerta”, de Gabriele Carvalho de Freitas, Luiz Alves Araújo
Neto e Cristiane d’Avila, publicado no blog do Observatório
História e Saúde, mantido pela Fiocruz, é discutido o
agravamento da fome no Brasil entre as décadas de 2010
e 2020 e suas relações com a pandemia de covid-19.
Disponível em: http://ohs.coc.fiocruz.br/posts_ohs/fome-no
-brasil-a-comida-na-mesa-continua-incerta/. Acesso em: 9
jun. 2022.
55
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas
1. Espera-se que o estudante conclua 1 “O mundo produz comida suficiente para alimentar todas as pessoas, mas ainda assim 805 milhões de
que os problemas da fome, da des- pessoas passam fome.” Explique a afirmação e descreva algumas medidas que deveriam ser adotadas
nutrição e da subnutrição não estão para diminuir a fome no mundo.
relacionados à quantidade de comi-
2 Muitos países da África são produtores de alimentos. Mesmo assim, a fome é um problema que afeta
da produzida, e sim à distribuição
milhões de pessoas nesse continente. Por quê?
desses alimentos, uma vez que boa
parte da produção de larga escala 3 Qual foi a evolução do entendimento de que a fome era um problema econômico social?
é destinada aos grandes mercados
4 Quais foram os esforços nas últimas décadas para combater a fome?
consumidores. O combate à miséria,
a implementação de programas que 5 De que forma o desperdício de alimentos está associado ao problema da fome?
possibilitem o aumento da renda das
6 De que forma o Brasil saiu do mapa da fome?
famílias e a prevenção do desperdí-
cio de alimentos podem ser medidas 7 De que forma o Brasil retornou ao mapa da fome segundo dados divulgados em 2022?
citadas pelos estudantes.
2. Entre os fatores que potencializam Para refletir
essa grave situação de insegurança
alimentar no continente africano, 1 Leia o texto.
está o problema da baixa renda, que O problema da fome não é de falta de comida. É de distribuição de riqueza
impede ou dificulta a aquisição de
[...] O mundo está acordando para o fato de que é necessário mais apoio para a produção agro-
alimentos pelas populações mais
pecuária como instrumento de combate à fome. O que não significa apenas garantir mais pro-
pobres, somado à má distribuição dos dutividade através de tecnologia (que, se por um lado, gera mais alimentos, por outro cria uma
alimentos. Além disso, muitos países dependência econômica onde antes não havia – como o caso dos transgênicos). Ou amenizar a
têm as melhores terras destinadas ao guerra de subsídios. Mas também discutir que tipo de modelo será capaz de garantir a segurança
cultivo de atividades monocultoras alimentar para bilhões de pessoas no desenrolar deste século.
voltadas para a exportação. De acordo com a FAO, a agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, o aumento
3. Esse entendimento é bastante na produção de alimentos terá que ser da ordem de 70% para suprir uma população de 9 bilhões de
recente. Até aproximadamente pessoas em 2050. Quem vai produzir essa comida extra? Segundo as Nações Unidas, os pequenos
200 anos atrás, a morte pela fome produtores e suas famílias (que representam cerca de 2,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo)
era tratada como algo natural. Essa têm um papel fundamental, atuando com menos impacto trabalhista, social e ambiental e sus-
interpretação foi sendo superada ao tentando eles próprios que são os primeiros a passarem fome. Há muita gente querendo plantar
longo dos últimos séculos. no Brasil e em outros países, principalmente na África, onde a questão da fome tem contornos
dramáticos. Só lhes falta terra, recursos, escoamento, capacitação, tecnologia. [...]
4. A ONU propõe as seguintes ações
Fonte: SAKAMOTO, Leonardo. UOL, [S. l.], 18 dez. 2014. Disponível em: https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/12/18/
para combater a fome no mundo: o-problema-da-fome-nao-e-de-falta-de-comida-e-de-distribuicao-de-riqueza/. Acesso em: 28 mar. 2022.
• ajudar pequenos agricultores a
produzir mais com menos; a) Qual é a relação entre a falta de acesso à terra e a fome?
• fornecer alimentos em crises
humanitárias;
• combater a desnutrição com me- MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Atividade em grupo
Industrialização
• Identificar as principais transforma-
ções nas relações de trabalho de-
correntes da industrialização.
akg-images/Album/Fotoarena
O processo conhecido como Revolução Industrial, que você estudou
Pré-requisitos
nos anos anteriores, transformou o mundo e as relações de trabalho. pedagógicos
A expansão do uso das máquinas marcou uma nova fase para o sistema O processo de industrialização, as
capitalista de produção – o capitalismo industrial. Após a consolidação transformações ocorridas no trabalho
da produção industrial, a lógica artesanal deu lugar à produção em série e sua relação com a evolução tecnoló-
(linhas de produção), com etapas e divisão do trabalho (especialização) gica são conhecimentos previamente
marcadas pela fragmentação e pelo ritmo acelerado. trabalhados no Ensino Fundamental
Os responsáveis pelos meios de produção progressivamente tor-
(EF04GE07, EF04GE08, EF05GE05,
naram-se empresários, passando a acumular capital com base nos
EF06GE06, EF06GE07, EF08GE13,
lucros obtidos com os produtos gerados e com o trabalho dos seus
EF08GE14), que se relacionam com
funcionários, pagos por jornada de serviço. A divisão do trabalho asso-
os assuntos abordados no capítulo. O
ciada à mecanização industrial acelerou intensamente a economia, as
dinâmicas sociais e suas relações no contexto capital versus trabalho.
resgate dessas habilidades pode ser
Assim, a Revolução Industrial se estruturou na produção de bens de de grande importância para o início
Gravura francesa do século XIX
consumo (objetos e equipamentos) por meio da tecnologia (máquinas que mostra o trabalho manual de
da discussão sobre o tema “Industria-
substituindo artesãos), da linha de produção denominada fordismo, da encadernação de livros. [Sem autor]. lização e trabalho”.
Ofícios e ofícios: encadernadores. Le
especialização do operário (operador das máquinas), do capital inicial Reliure, França, século XIX. Litografia
investido e do lucro resultante desse processo. colorida, monograma. Orientações
Na atualidade, o desenvolvimento tecnológico aplicado à produção O conteúdo desta página pode ser
Everett Collection/Shutterstock.com
industrial exige elevado nível de preparo e especialização dos trabalha- trabalhado de maneira interdisciplinar
dores, que cada vez mais deixam de ser operadores de máquinas para com História. Inicie a aula retoman-
se tornar controladores das máquinas, estas agora robotizadas. A esse do os conhecimentos dos estudantes
processo se convencionou chamar automação industrial. quanto às transformações ocorridas
no trabalho ao longo da história. Na
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Toru Hanai/Reuters/Fotoarena
57
Orientações
O conteúdo desta página pode ser
Evolução tecnológica e trabalho
trabalhado de maneira interdisciplinar Em meados do século XVIII, em virtude dos investimentos oriundos da eta-
com História. Explore as transforma- pa conhecida como capitalismo comercial, novas técnicas de produção foram
ções que as alterações das relações de criadas ou aprimoradas. Além disso, por meio de pesquisas, novas tecnologias
trabalho provocaram na cidade, abor- e novos maquinários foram desenvolvidos com o objetivo de aumentar e dina-
dando os problemas socioambientais mizar a produção de objetos ou mercadorias.
decorrentes dessas mudanças. Com esses investimentos, aumentou-se a produtividade industrial. Porém,
Ressalte que muitos empregos os benefícios e direitos dos trabalhadores e da população em geral não acom-
hoje requerem alguma especialização panharam esse crescimento. A substituição da manufatura pela maquinofatura
em tecnologia, tornando o trabalho Maquinofatura: possibilitou um acelerado processo de desenvolvimento industrial e econômico,
produção de o que levou ao enriquecimento dos donos dos meios de produção. Com isso, a
manual obsoleto. Se possível, ilustre mercadorias por
meio de máquinas no esse emergente grupo urbano foi transferido o poder decisório, antes nas mãos
essa questão com fotografias de uma
contexto industrial. dos grandes proprietários rurais. Esse processo também gerou grandes contras-
montadora de automóveis do início
tes socioeconômicos entre as diferentes classes sociais. São decorrentes desse
do século XX e de uma atual, em que
sistema a concentração da população em cidades, o forte êxodo rural, a precarie-
há pouquíssimas pessoas na linha de
dade da vida operária, a baixa remuneração de grande parte dos serviços pres-
montagem, já automatizada.
tados, o desemprego crônico, as moradias precárias e a considerável dificuldade
de acesso da população de menor renda aos serviços públicos, entre os quais
pode-se citar educação, saúde, mobilidade, lazer e segurança.
Na fase inicial da Revolução
58
Foco na BNCC
Competências gerais 1, 4, 6 e 7 a interação sociedade/natureza, estabelecendo
Competências específicas de Geografia 1, 2 e 3 conexões entre diferentes temas do conhecimento
para desenvolver autonomia e senso crítico, bem
Habilidade EF09GE11 como aplicar o raciocínio geográfico na análise
O conteúdo desta página e da seguinte permite da ocupação humana e na produção do espaço,
aos estudantes relacionar as mudanças técnicas valorizando e utilizando os conhecimentos
e científicas decorrentes do processo de historicamente construídos. Possibilita ainda aos
industrialização com as transformações no trabalho estudantes argumentar e defender, com base
ocorridas em diferentes regiões do mundo e suas em fatos, ideias e pontos de vista que respeitem
consequências no Brasil. Permite-lhes também e promovam os direitos humanos, a consciência
utilizar conhecimentos geográficos para entender socioambiental e o consumo responsável.
58
Atualmente, vivemos a Quarta Revolução Industrial, também chamada Orientações
Revolução Técnico-Científico-Informacional. Setores como microeletrônica, Comente que uma das inovações
biotecnologia, telecomunicações, robótica, nanotecnologia, inteligência artificial na relação entre tecnologia e trabalho
e informática ganharam e tendem a ganhar cada vez mais destaque. A evolu- é a substituição da presença física da
ção dos meios de comunicação e os computadores – principalmente da rede pessoa pelo trabalho remoto. Isso se
mundial de computadores – propiciaram um grande salto na produção e comer- tornou possível graças ao avanço tec-
cialização de mercadorias. A atividade industrial, em certos casos, substituiu o nológico das redes de comunicação.
trabalho manual pelo mecânico e pela automação, exigindo trabalhadores cada Saliente que a empresa economiza
vez mais qualificados e especializados.
gastos com a rotina diária de seus fun-
Continuamos a passar por um momento de intensas mudanças na produção
cionários e que os trabalhadores têm
industrial e na sociedade. O avanço científico e tecnológico, bem como nas tele-
maior conforto para a realização de
comunicações e nos transportes, contribuiu para a expansão das multinacionais,
suas tarefas. Por outro lado, o traba-
que têm um poder que ultrapassa os limites de países e continentes.
lho remoto, também conhecido como
home office, muitas vezes está inserido
Eduardo Knapp/Folhapress
Maquinário robótico
trabalha em inspeção de
controle de qualidade de
fábrica de desodorantes.
Aguaí (SP), 2018.
59
59
Orientações
Faça uma leitura mediada da pá- Potências industriais
gina com a turma, e verifique o co- Atualmente, a China está à frente em termos
humphery/Shutterstock.com
nhecimento prévio dos estudantes de desenvolvimento do setor industrial. O país
acerca do tema “Potências industriais”. passou por reformas econômicas, como a abertu-
Caso seja oportuno, retome o papel ra para o capital externo e algumas mudanças na
cada vez mais importante dos países forma de produção, e vem apresentando elevado
chamados Tigres asiáticos no cená- crescimento econômico nos últimos anos.
rio global, como um dos principais No país, muitos contrastes internos convivem.
desenvolvedores de produtos com Do ponto de vista econômico, a pobreza extrema
tecnologia altamente desenvolvida. em regiões interioranas ainda persiste, paralela
ao desenvolvimento intenso e à produção indus-
Esse fato se opõe à posição de lide-
trial expressiva na porção leste do país. Do ponto
rança dos Estados Unidos frente ao
de vista político, oficialmente o regime existente
mercado de produtos tecnológicos
é o de Estado-Partido, característico das nações
de ponta, ameaçando a liderança es- socialistas do século 20. Contudo, a China é a
tadunidense nesse tipo de indústria. 2a maior economia do mundo, com projeções de
Informe aos estudantes que o se tornar a nação mais rica do planeta até meados
Japão é um dos líderes mundiais em do século 21.
produção e utilização de robótica, Trabalhadoras produzem O Japão é sinônimo de liderança tecnológica
bem como um dos três maiores equipamentos eletrônicos e industrial. Destaca-se por suas fábricas robotizadas e pioneirismo no que se
em Jiujiang. China, 2021.
produtores de automóveis, setor que refere a avanços em telecomunicações. Após ter sido derrotado na Segunda
faz grande utilização desse tipo de Guerra Mundial, o país se reconstruiu com recursos financeiros externos, e in-
tecnologia. vestiu grande parte deles na educação pública, aliada à pesquisa científica.
No final dos anos 1970, o país reorganizou seus parques industriais. Muitas
fábricas foram abertas na região do Sudeste Asiático, mesmo que suas sedes
tenham permanecido no Japão. O país lidera as cadeias de inovação e tecnolo-
gia, e seus produtos são sinônimo de inovação e modernidade.
A maior potência mundial, os Estados
SnapASkyline/Shutterstock.com
Unidos, é responsável por grande parcela do
fluxo produtivo global. Embora hoje seja sede
de algumas das maiores empresas do mundo,
sua industrialização teve início tardio, a partir do
período correspondente à Segunda Revolução
Industrial.
Na atualidade, as empresas estadunidenses
constantemente buscam regiões e até países
que ofereçam benefícios para a implantação de
parques industriais. Em virtude da saída dessas
empresas de alguns locais, nos quais tinham re-
levância para a economia local, pode-se ocorrer o
desemprego em massa.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO A região conhecida como Vale do Silício,
DA EDITORA DO BRASIL localizada no sudoeste dos Estados Unidos,
começou a receber muitas empresas e indús-
Região do Vale do Silício, trias em busca de mão de obra mais barata e fácil acesso a matérias-primas.
na cidade de Cupertino,
Califórnia. Estados Unidos,
Em razão da demanda por trabalhadores qualificado, motivada pela Revolução
2021. Técnico-Científico-Informacional (Terceira Revolução Industrial), muitas univer-
sidades e institutos de pesquisa também surgiram na região, e alguns traba-
lham em conjunto com as empresas.
60
60
Orientações
Desigualdades estruturais Retome os conhecimentos prévios
Apesar dos avanços e da modernização de indústrias de bens de consumo, dos estudantes sobre a África. Na se-
é preciso ressaltar que as transformações ocorrem de maneiras diversas e com quência, ressalte que esse continente
velocidades diferentes pelo mundo. Não são todos os lugares que se beneficiam está em processo de industrialização.
de parques industriais de alta tecnologia, pois faltam mão de obra qualificada, Em 2015, a Comissão da União
infraestrutura adequada e investimentos. Africana, a Comissão das Nações Uni-
Tal diferença acentua desigualdades e relações de dependência econômica das para a África e a Organização das
e política entre países e blocos econômicos. Enquanto temos polos de produção Nações Unidas para o Desenvolvi-
tecnológica intensa, há também países inteiros que sequer acompanharam a mento Industrial organizaram um
evolução de processos industriais, como é o caso de alguns países da África e documento chamado “Operacionali-
da Ásia.
zação da Agenda 2030 para a indus-
O continente africano ainda é a região menos industrializada do mundo.
trialização da África”, no qual ficou es-
Segundo relatórios da União Africana (UA) e da Comissão Econômica da ONU
tipulado que investir na formação e
para África (CEA), enquanto na região norte da África houve um leve crescimen-
to do produto interno bruto (PIB) nos últimos anos, nos países que compõem a
na educação de mulheres e jovens
região conhecida como África Subsaariana constatou-se um recuo recente de é indispensável para atingir a indus-
quase 4% no PIB. trialização sustentável. Peça aos es-
tudantes que reflitam sobre essa di-
Lim Huey Teng/Reuters/Fotoarena
61
61
Orientações
Faça no caderno
Videoconferência,
sem informação de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO local, 2021.
DA EDITORA DO BRASIL
1 No que consiste a Quarta Revolução Industrial?
3 Identifique quais mudanças foram geradas pela Quarta Revolução Industrial nas relações trabalhistas
em alguns países.
62
62
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 De que maneira o processo de industrialização transformou o mundo e as relações de trabalho? 1. A industrialização trouxe novas
formas de produzir mercadorias,
2 Justifique a afirmação: a Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Técnico-Científica) mudou a forma
como a produção é concebida.
modificou as relações de trabalho,
possibilitou o surgimento de traba-
3 Quais foram as principais mudanças trazidas pela Revolução Industrial? lhadores assalariados e permitiu que
os donos de fábricas acumulassem
4 Explique de que modo, com o advento da Revolução Industrial, o aumento da produtividade industrial
capital.
não foi acompanhado pelos benefícios dos trabalhadores.
2. A Terceira Revolução Industrial surgiu
5 Caracterize a Terceira Revolução Industrial. em um contexto de busca por ino-
vação e criações proporcionadas por
6 Caracterize as principais potências industriais da atualidade.
novos equipamentos e tecnologias.
7 As transformações econômicas, industriais e tecnológicas avançam de modo igual no mundo todo? 3. A expansão do uso de máquinas, a
Explique sua resposta. produção em série, a divisão do tra-
balho, marcada pela fragmentação
8 Qual é o continente menos industrializado do mundo? Explique esse fato.
e pelo ritmo acelerado, entre outras.
9 De que forma a industrialização desse continente vem sendo fomentada nos últimos anos? 4. A Revolução Industrial, ao mesmo
tempo que enriqueceu parte da po-
Para refletir pulação, gerou grandes contrastes
socioeconômicos. São decorrentes
1 Segundo alguns estudiosos, ainda não há consenso em relação ao número de empregos que serão
desse sistema a concentração da po-
destruídos pela tecnologia. Alguns dimensionam em 5 milhões as substituições de seres humanos
pulação em cidades, o forte êxodo
por máquinas nos próximos cinco anos, outros afirmam que 30% das vagas serão tomadas por robôs.
rural e a precariedade da vida operária.
O que você pensa a respeito disso? Já pensou que sua futura profissão talvez nem exista ainda? Ou já
considerou a possibilidade de que o ofício que você pensa em seguir talvez não exista mais quando 5. Setores como a microeletrônica, a
você for fazer vestibular? biotecnologia, as telecomunicações,
a robótica e a informática ganha-
2 A imagem ao lado mostra a capa do livro da Constituição Mexicana, ram destaque na Terceira Revolução
Recursos naturais
• Compreender o conceito de cadeia
produtiva e suas etapas.
• Identificar as principais caracterís-
ticas da matriz energética mundial.
• Classificar as fontes de energia em e fontes de energia
renováveis e não renováveis.
• Identificar os impactos ambien-
tais gerados pelo uso das fontes
de energia.
No capítulo anterior, você estudou a relação entre o processo de industrialização e as
Pré-requisitos transformações no trabalho. Neste capítulo, você vai estudar a importância das fontes
energéticas e dos recursos naturais para as indústrias e para a sustentabilidade do planeta.
pedagógicos
Os recursos naturais e as fontes de
energia renováveis, assim como seus Cadeia produtiva
respectivos impactos socioambien-
Grande parte dos produtos que temos à disposição para consumo é produzida
tais, são conhecimentos previamente
em cadeias industriais por meio da transformação dos recursos naturais. A forma
trabalhados no Ensino Fundamental
que usamos esses recursos e cuidamos deles é essencial para a continuidade da
(EF03GE09, EF04GE08, EF07GE06, produção industrial e o acesso a tais bens.
EF08GE15, EF08GE22), que se rela- As cadeias industriais – ou cadeias produtivas – resultam da divisão do tra-
cionam com os assuntos abordados balho e de acentuada interdependência entre agentes econômicos. É um conjunto
no capítulo. O resgate dessas habili- complexo de etapas, nas quais as matérias-primas passam por transformações
dades pode ser de grande importân- em diversos estágios técnicos integrados, que, por sua vez, são realizados por di-
cia para o início da discussão sobre o ferentes unidades, até se tornarem produtos acabados, que serão distribuídos e
tema “Recursos naturais e fontes de vendidos para consumo.
energia”. Para que determinado produto esteja pronto para consumo, vários recursos
são necessários. A cadeia começa com a exploração da matéria-prima em seu local
de ocorrência. A matéria-prima pode ser de origem mineral, vegetal, agrícola ou de
Orientações criação. Dependendo do produto, são necessários inúmeros tipos de material para
Utilize as imagens desta página produzi-lo, oriundos de diversas localidades.
para explicar aos estudantes que o Após processado industrialmente, o bem precisa ser distribuído por redes de
ferro é extraído de uma rocha feita transporte, com o auxílio da rede de logística, até chegar ao consumidor final. A
de um mineral de ferro e oxigênio, a cadeia produtiva termina quando o bem é consumido ou usado e descartado. Ao
hematita. Minerais explorados para longo desse processo, na fabricação de um único produto pode haver a participação
uso econômico recebem o nome de dezenas de países e milhares de pessoas, no contexto da divisão internacional
de minérios. A hematita é o miné- do trabalho e da economia global.
1. Exploração do minério Para que uma cadeia produtiva funcione como vimos, a disponibilidade de re-
rio de ferro. A bauxita é o minério de de ferro. Poltava, Ucrânia, cursos naturais é essencial, seja como matéria-prima para ser transformada, seja
alumínio. As áreas do subsolo com 2017.
como fonte de energia.
grande quantidade de minério são 2. Fundição do minério de
ferro em siderúrgica. Um dos desafios da atualidade é agir de modo sustentável para garantir o con-
as jazidas. Na mineração, o minério Donetsk, Ucrânia, 2017. sumo mais eficiente de energia e de recursos e assegurar tanto o menor impacto
é retirado do subsolo, formando-seMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
3. Panelas de aço sendo possível ao meio ambiente quanto a oferta desses recursos para gerações futuras.
comercializadas.
a mina, que pode ser a céu aberto,
DA EDITORA DO BRASIL
Vincent Mundy/Bloomberg/Getty Images
Kravchenko Alexander/TASS
via ZUMA Press/Fotoarena
Aleksei Popov/Alamy/Fotoarena
subterrânea ou mista. O conjunto de 1 2 3
operações para o aproveitamento
do minério é a lavra, que pode ser
rudimentar, como nos garimpos, ou
realizada mecanicamente em gran-
de escala, como nas minerações.
Dos minérios metálicos se extraem
64
os metais, como o ferro. Há minérios
não metálicos, como o granito, e mi-
nérios energéticos, como o carvão e
o petróleo, que liberam energia na Foco na BNCC
combustão.
Habilidade EF09GE18
O conteúdo desta página possibilita ao estudante
identificar as etapas de uma cadeia produtiva
e relacionar seu funcionamento com o uso das
diferentes fontes de energia.
64
Orientações
Matriz energética mundial Oriente os estudantes na leitura
Energia pode ser definida como a capacidade de produzir movimento. Ela do mapa. Ressalte que a Venezuela
pode ser transferida ou transformada, sendo um elemento fundamental não só possui a maior reserva de petróleo
para a vida como também para a produção industrial e para o desenvolvimento do mundo, com aproximadamente
da sociedade moderna. 300 bilhões de barris. Das receitas de
Como você já estudou, a sociedade usa diversos recursos para obter ener- exportação do país, quase 90% são
gia. Atualmente, os combustíveis fósseis são a principal fonte energética no provenientes do petróleo.
mundo. Juntos, petróleo, carvão mineral e gás natural respondem por cerca de
80% da matriz energética do planeta. Para aprofundar
Explore com a turma a página so-
Combustíveis fósseis bre matriz energética e elétrica da
O petróleo é responsável por cerca de um terço da energia que movimenta Empresa de Pesquisa Energética,
Pascal Pochard-Casabianca/AFP
o mundo. Matéria-prima fundamental para a vida moderna e componente bá- trabalhando as definições de alguns
sico de milhares de produtos, ele fornece derivados como gasolina, querosene, conceitos. Diferencie os tipos de ener-
óleo diesel, gás de cozinha, lubrificantes, parafinas, asfalto, ceras e plásticos. gia e suas características. Ressalte que
Essa fonte energética impulsiona a economia mundial, mas é também res- o carvão, o gás natural e o petróleo li-
ponsável por problemas ambientais. deram a porcentagem de fontes não
O primeiro problema é a possibilidade de contaminação de águas marítimas renováveis de energia. Mostre o grá-
quando a exploração é feita no fundo oceânico ou nos portos, onde ocorre o trans- fico de comparação do consumo de
bordo de navios petroleiros. O derramamento e/ou o vazamento de petróleo nas energia proveniente de fontes reno-
águas oceânicas destroem organismos aquáticos, e a morte de vegetais marinhos váveis e não renováveis no Brasil e no
diminui a oferta de oxigênio na atmosfera, elemento fundamental para a vida.
mundo, ressaltando que quase meta-
O segundo problema se refere à poluição provocada pela queima dos deriva- Trabalho de contenção após de da energia brasileira é renovável.
dos de petróleo, principalmente gasolina e óleo diesel. Ao entrarem em combustão, derramamento de petróleo
nas proximidades da costa da Disponível em: http://www.epe.gov.
esses produtos lançam gases de efeito estufa na atmosfera. Observe no mapa a
seguir os principais países produtores de petróleo.
Ilha de Córsega, 2018. br/pt/abcdenergia/matriz-energetica
-e-eletrica. Acesso em: 9 jun. 2022.
Planisfério: maiores produtores mundiais de petróleo – 2020
Allmaps
0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
Noruega Rússia
2.001 10667
Canadá
5135
Cazaquistão
1 811
EUA
16476 China
Iraque: 4114 Irã: 3084 3901
Kuwait: 2686
Trópico de Câncer
México Emirados
1910 Árabes Unidos OCEANO
OCEANO
3657
PACÍFICO Nigéria: 1 798 PACÍFICO
Catar: 1809
Equador
0°
Arábia Saudita
11039
OCEANO OCEANO
Brasil
3026 ATLÂNTICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Meridiano de Greenwich
L
Abaixo de 5 000
De 5 000 a 10 000
S
De 10 000 a 15 000 Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Acima de 15 000 0 2 400 4 800 km
Fonte : MAIORES produtores mundiais de petróleo em 2020. Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em:
https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/snapshots/maiores-produtores-mundiais-de-petroleo-em-2020/. Acesso em: 6 abr. 2022.
65
Foco na BNCC
Habilidade EF09GE18
O conteúdo da página 65 à 69 possibilita aos
estudantes identificar as principais consequências
do uso das diferentes fontes de energia.
65
Orientações Outro combustível fóssil é o carvão mineral, uma
dpa Picture-Alliance/AFP
Comente com os estudantes que, rocha sedimentar orgânica encontrada em bacias sedi-
no Brasil, a maior parte da produção mentares. As maiores jazidas carboníferas estão situa-
de carvão mineral é destinada às usi- das na zona temperada do planeta, principalmente no
nas termelétricas, que consomem Hemisfério Norte.
cerca de 85% da produção, e que a O carvão mineral é muito utilizado na produção de
maior concentração de jazida de car- eletricidade. As usinas geradoras desse tipo de ener-
vão está concentrada na Região Sul. As gia, chamadas termelétricas, funcionam com algum
tipo de combustível fóssil, como petróleo, gás natural
principais jazidas estão no Rio Grande
ou carvão mineral. Como esse último recurso é mais
do Sul, na Bahia, em São Paulo, em
barato e abundante, é a fonte que muitos países ado-
Minas Gerais e em Santa Catarina.
tam para obter energia elétrica.
Destaque que o gás natural é
Esse recurso energético foi muito explorado du-
considerado o mais limpo entre os rante a Primeira Revolução Industrial para o aqueci-
combustíveis de origem fóssil. Ele Mina de carvão Garzweiler. mento das caldeiras nas indústrias, como as siderúrgicas, que produziam ligas
é encontrado, assim como o petró- Alemanha, 2022.
metálicas, principalmente aço. Na atualidade, os maiores produtores de carvão
leo, em jazidas ou depósitos sub- mineral são China, Indonésia, Austrália, Índia, Estados Unidos, Rússia e África
terrâneos, pois os dois passam pelo do Sul.
mesmo processo de transformação: A queima de carvão em indústrias e termelétricas causa graves impac-
a formação de matéria orgânica du- Material particulado: tos socioambientais por causa da emissão de material particulado e de gases
partículas muito finas
rante milhares de anos. poluentes, entre os quais se destacam o gás carbônico, o dióxido de enxofre e
de material líquido
ou sólido que ficam os óxidos de nitrogênio. Além de prejudiciais à saúde humana, esses gases são
suspensas no ar. os principais responsáveis pela formação da chamada chuva ácida, que provoca
a acidificação do solo e da água e, consequentemente, alterações na biodiver-
sidade e outros impactos negativos, como a corrosão de estruturas metálicas.
66
Atividades complementares
1. Proponha uma pesquisa aos estudantes sobre o cresci- • Onde estão as principais termelétricas do Brasil?
mento do uso de energia proveniente das termelétricas, • O que motivou o crescimento e a busca por esse tipo de
ultimamente vivenciado pelo Brasil. Oriente-os a coletarem energia?
as informações em sites confiáveis, de preferência institu- • Quais são as principais implicações que esse tipo de usina
cionais, evitando assim qualquer tipo de compreensão traz para o país e para a população?
equivocada sobre o tema. Para guiar e organizar a pes- Caso seja pertinente, levante mais questões sobre o assun-
quisa, divida a turma em duplas. Depois, proponha que to. Depois, peça para que as duplas exponham o resultado
responsam as seguintes perguntas: das pesquisas, e levante uma discussão acerca dos resulta-
dos, opiniões e percepções dos estudantes.
66
Orientações
Fontes renováveis e alternativas Faça uma leitura mediada da pá-
Expandir as cadeias industriais e produtivas requer expansão da infraestru- gina com os estudantes e eviden-
tura energética. No Brasil, por exemplo, grande parte da produção de energia cie o potencial do Brasil acerca das
é oriunda da força da água obtida nas hidrelétricas. Ainda assim, em razão da energias renováveis, principalmente
demanda, é preciso importar parte da energia.
das hidrelétricas. Ressalte que, mes-
A maior usina do país, situada na divisa de Brasil e Paraguai, é a Itaipu
mo renovável, esse tipo de energia
Binacional, e ambos os países compartilham sua produção energética. Mesmo
traz uma série de consequências para
com grande potencial hidráulico, o Brasil precisa ativar temporariamente usinas
termelétricas para suprir necessidades de energia.
a fauna e flora, ocasionando em um
A energia hidrelétrica é renovável, mas a construção de usinas geradoras permanente desequilíbrio ambiental
desse tipo de energia acarreta alterações ambientais, como desvio do curso e social. Instigue os estudantes, nesse
natural dos rios, inundação de áreas extensas de terras, matas ciliares e flores- momento, a opinarem sobre o assun-
tas e alterações no regime fluvial, além de impactar a fauna e as populações to, e pergunte se esse tipo de energia
que habitam regiões próximas ao local de construção das barragens e usinas. é a melhor alternativa a ser implanta-
da no Brasil.
Lalo de Almeida/Folhapress
67
67
Orientações A energia solar é virtualmente ines-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
68
68
Os principais consumidores de energia eólica são China, Estados Unidos, Orientações
Alemanha, Espanha e Índia. No Brasil há um grande potencial de energia eólica Faça uma leitura mediada da pági-
no litoral sul do Rio Grande do Sul e no litoral do Nordeste, com destaque para na com a turma, e se atenha, primei-
os estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Maranhão. Veja o infográfico ramente, ao gráfico “Brasil: geração
a seguir: distribuída de energia solar fotovol-
taica por classe de consumo – 2022”.
Brasil: geração distribuída de energia solar fotovoltaica por classe de consumo – 2022 Mostre que a classe que mais se be-
neficia com o uso da energia solar é a
DAE
1,1% 0,1%
0,3% 0,03% residencial, já que esse tipo de ener-
0,01%
2,0% 0,01% gia possui maior aderência, e maior
7,7%
potência instalada. Mencione tam-
7,6%
bém o baixo uso de energia solar pela
Legenda
13,6% Residencial
classe do serviço público e da ilumi-
13,1%
Comercial e serviços nação pública.
Potência
Número de Rural
instalada total:
sistemas total:
816 961
8 884,5 MW Industrial Para aprofundar
Poder público
Serviço público O site da Associação Brasileira de
44,4%
77,0%
33,1%
Iluminação pública Energia Eólica (ABEEólica), mantido
pela iniciativa privada, agrega infor-
mações, com frequente atualização,
sobre a expansão do setor de ener-
Fonte: PANORAMA da solar fotovoltaica no Brasil e no mundo.
Os dados anteriores mostram
gia eólica no Brasil. Disponível em:
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), [São Paulo], 2022. Disponível em:
https://www.absolar.org.br/mercado/infografico/. Acesso em: 28 mar. 2022.
o uso da energia eólica em https://abeeolica.org.br/. Acesso em:
diversos setores, com forte 9 jun. 2022.
tendência de crescimento nos
A energia maremotriz ou das marés tem ganhado recente destaque. Nela, próximos anos.
aproveita-se a variação das marés para a construção de barragens próximas
ao mar com diques que captam a água durante a alta da maré. Essa água é
armazenada e depois liberada na maré baixa e passa por uma turbina, que gera
energia elétrica. Também já há tecnologia para gerar energia elétrica pela mo-
vimentação das ondas do mar. Os maiores produtores atualmente são Japão, Turbina maremotriz no
França, Coreia do Sul, Inglaterra e Estados Unidos. arquipélago de Órcades.
Escócia, 2021.
Jane Barlow/POOL/AFP
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
69
Atividades complementares
1. Proponha aos alunos, como atividade para casa, pesquisar
a respeito da energia maremotriz. Pergunte também se no
Brasil existe alguma estação destinada a gerar esse tipo de
energia. Peça para que escrevam um pequeno texto com
as principais informações coletadas.
69
Orientações
Faça no caderno
½ Respostas
Expansão de usinas eólicas no país
1 De acordo com o trecho acima e com o conhecimento adquirido sobre o assunto, responda: Por que a
expansão da energia eólica no Brasil e das demais fontes de energia renováveis é importante?
70
70
Faça no caderno
DAE
como desvio dos cursos naturais
contrapartida o aumento do consumo e a con- 35 33,1 dos rios; inundação de extensas
tínua incorporação de novas fontes de ener-
áreas de terras, matas ciliares e
gia. Observe o gráfico ao lado e responda às 30
27,0 florestas; alterações no regime
questões. 24,2
25 fluvial; e impactos nas popula-
a) Qual é a fonte de energia mais utilizada no ções que vivem próximas ao lo-
20
mundo atualmente? cal de construção das barragens
b) Das fontes de energia disponíveis para a 15 e usinas.
produção mundial, qual é a quantidade de e) É virtualmente inesgotável. Nas
10
fontes de energia renováveis? 6,0 usinas heliotérmicas, a energia
5,0 4,3
5 solar movimenta turbinas, que
c) Em sua opinião, o que precisa ser feito
para reduzir a dependência de fontes não 0 geram energia.
Petróleo Carvão Gás Hidrelétrica Combustíveis Nuclear
renováveis de energia? e derivados natural renováveis f) É a transformação da energia
Fonte: STATISTICAL Review of World Energy 2021 | 70th edition. BP,
do vento em uma energia útil,
[S. l.], 2020. Disponível em: https://www.bp.com/en/global/corporate/energy captada por hélices ligadas a
-economics/webcast-and-on-demand.html#tab_2020.
Acesso em: 28 mar. 2022. geradores. Mesmo não emitin-
do poluentes, as usinas eólicas
1
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Reúna-se com dois colegas e pesquisem em fontes confiáveis os perigos e os incon-
Atividade em dupla
não são totalmente isentas de
causar impactos ambientais.
DA EDITORA DO BRASIL
venientes ambientais das usinas nucleares. Para que a pesquisa seja abrangente, con-
siderem os dois acidentes mais conhecidos da história recente: o de Chernobyl, em 1986, Para refletir
e o de Fukushima, de 2011. Sigam a orientação do professor para que os dois temas sejam distribuídos 1. a) Petróleo e seus derivados.
igualmente. No final, apresentem a pesquisa às demais duplas e elaborem uma apresentação multimídia b) 13,9% (9,8 + 2,5 + 1,6)
com algum aspecto que julgarem significativo.
c) R esposta pessoal. Espera-se que
o estudante responda que a so-
ciedade tem de mudar sua vi-
71 são acerca da produção e optar
por fontes de energia renová-
veis.
Desafio
Orientações
1. Reforce para os estudantes que, em-
½ Respostas 3. Espera-se que o estudante compreenda a relação entre a bora seja pouco poluente, a energia
1. É o conjunto de etapas integradas, realizadas por diferentes produção industrial e sua dependência energética. Quanto nuclear tem o problema de apre-
unidades, nas quais as matérias-primas passam por trans- mais produtiva, competitiva e especializada for uma indústria, sentar risco de acidentes, que cos-
formações em diversos processos até que se obtenha o mais energia ela demandará para se manter funcionando. tumam causar grandes prejuízos
produto final. 4. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante responda que humanos, materiais e ambientais.
2. Resposta pessoal. É importante verificar se o estudante apostaria em energias limpas, como a solar ou a eólica, que
representou as etapas de extração da matéria-prima, sua são mais baratas que a nuclear, a termelétrica e a hidrelétri-
transformação em bem de consumo, o transporte desse ca, além de mais fáceis de instalar.
bem até os locais de comércio, seu uso e, finalmente, seu 5. Energia é a capacidade de produzir movimento. Ela pode ser
descarte. transferida ou transformada. Trata-se de um elemento funda-
71
Faça no caderno
Orientações
Comente com os estudantes que,
apesar de a energia solar ser inesgo-
tável, sua transformação em energia A energia que
vem do deserto
elétrica é cara. A obtenção dessa ener-
gia se dá por meio da captação de luz
solar por placas fotovoltaicas, que ain-
Em 1986, o físico alemão Gerhard Knies calculou que os desertos da Terra recebem mais energia do Sol do
da não são muito acessíveis no Brasil e que o total consumido pela humanidade em um ano. Nos últimos anos estão crescendo os investimentos
em outros lugares do mundo. em desenvolvimento tecnológico de geração de energia elétrica proveniente da captação da energia solar.
Os desertos no norte da África são regiões privilegiadas para a instalação dessas usinas, porque são pouco
habitados e neles há forte incidência de luz solar. Além, é claro, da proximidade com a Europa, que pretende
beneficiar-se dessas fontes de energia e tem investido muito no desenvolvimento dessa tecnologia. Veja a seguir
como funciona uma usina termossolar.
torre central
espelhos
parabólicos
turbina
gerador
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
direcionados para
uma torre central.
Por isso, a energia que
a torre recebe pode
chegar a 500 °C. Por
causa do armazenamento,
de água. Nesse contato,
é produzido vapor, que
DA EDITORA DO BRASIL
Assim, a luz solar
recebida pelos
ser até mil vezes maior
que a energia que
a torre é capaz de gerar
energia também no
movimenta turbinas
conectadas a geradores de
painéis é refletida recebemos na Terra. período noturno. energia elétrica.
para a torre.
Fontes: ARAIA, Eduardo. A energia que vem do deserto: o Saara começou a gerar eletricidade. Brasil 247, [S. l.], 26 mar. 2020. Disponível em: www.brasil247.
com/pt/247/revista_oasis/134596/A-energia-que-vem-do-deserto-O-Saara-come%C3%A7ou-a-gerar-eletricidade.htm; FERNANDES, Carlos Arthur de Oliveira;
GUARONGHI, Vinícius Mendes. Energia solar. Faculdade de Engenharia Mecânica, Campinas, [20-?]. Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp. Disponível em:
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/esolar/esolar.html; BARBOSA, Vanessa. 10 das maiores usinas de energia solar concentrada do mundo. Exame, [S. l.],
13 set. 2016. Disponível em: https://exame.com/tecnologia/10-das-maiores-usinas-de-energia-solar-concentrada-do-mundo/. Acessos em: 28 mar. 2022.
72
Foco na BNCC
Competência geral 10
A leitura, a interpretação e a realização das
atividades da seção Em foco possibilitam ao
estudante agir pessoal e coletivamente, com
autonomia e responsabilidade, tomando decisões
com base em princípios éticos, inclusivos
e sustentáveis.
72
Apesar do enorme potencial de
algumas regiões da Terra para Orientações
a produção de energia solar,
Fabio Abreu
ENERGIA SOLAR PELO MUNDO
ainda há muito o que avançar ½ Respostas
Os projetos para captação de energia solar no norte da África estão em andamento,
no desenvolvimento desse tipo
porém já existem grandes usinas produzindo muita energia pelo mundo.
de tecnologia. Conheça um
Em foco
Califórnia, EUA Andaluzia, Espanha
pouco melhor as vantagens e 1. A geração de energia elétrica obti-
Jim West/Alamy/Fotoarena
aerial-photos.com/
Alamy/Fotoarena
A usina de Topaz é a Primeira do mundo a desvantagens desse sistema. da dos raios solares é considerada
maior usina solar do armazenar energia, seu
limpa porque não lança poluentes
mundo, com mais de 9 sistema produz energia VANTAGENS
milhões de painéis. Sua mesmo à noite ou com baixa Renovável (principalmente dióxido de carbo-
construção custou mais incidência solar. no) na atmosfera, diferentemente
Enquanto houver luz
de US$ 2 bi.
solar incidindo sobre a da geração de energia que resul-
Strasskirchen,
Armin Weigel/picture-alliance/
Cesar Diniz/
Pulsar Imagens
Imageplus
Terra, haverá essa fonte. ta da queima de combustíveis fos-
Alemanha
Ocupando uma área seis, por exemplo, nas termelétricas.
de 270 campos Energia limpa
de futebol, tem A energia solar ajuda a A energia solar é considerada reno-
Tubarão, Brasil capacidade para substituir, aos poucos, vável porque o Sol é fonte inesgotá-
Maior usina de energia termossolar suprir mais de 15 mil outras fontes mais poluidoras, vel de energia. Exemplos de outras
do Brasil, é capaz de abastecer casas. A Alemanha
em especial as que dependem de fontes de energia renováveis: água,
até 2,5 mil residências por ano. É a é a maior produtora
desse tipo de energia. combustíveis fósseis. Na Europa,
quarta usina solar instalada no país. que gera energia hidráulica; vento,
algumas usinas já contribuíram
para a redução de mais de
responsável pela energia eólica; e
35 mil toneladas por ano na marés, que resultam em energia
emissão de dióxido de carbono maremotriz.
na atmosfera. 2. Porque esse tipo de geração de
energia depende da intensidade
Produção residencial
Essa fonte de energia e da incidência dos raios solares.
pode chegar a regiões Portanto, as regiões mais afastadas
que outras formas de geração da porção intertropical do planeta
de energia não conseguem, por geralmente são menos apropriadas
exemplo, às áreas rurais.
para a utilização da energia solar.
DESVANTAGENS
Alto custo
O custo de
desenvolvimento dessa
tecnologia ainda é muito alto,
tanto no Brasil quanto no mundo.
Insuficiência
Devido ao alto custo,
A torre é apenas uma das a tecnologia avançou
formas possíveis de usina para pouco, e os equipamentos que
Em seguida, a energia elétrica transformação da energia solar podem ser instalados atualmente
produzida a partir da energia solar é em energia elétrica. Há também em residências não as tornam
transmitida pelos cabos de eletricidade soluções individuais, como os autossuficientes com relação ao
aos consumidores (residências, MATERIAL DE DIVULGAÇÃO painéis fotovoltaicos instalados nos consumo de energia.
hospitais, indústrias, entre outros). telhados das casas.
DA EDITORA DO BRASIL Latitudes
Lugares da Terra
1 Por que a energia elétrica obtida da luz solar é considerada limpa e re- mais próximos dos
novável? Que outras fontes renováveis de energia existem atualmente? polos terrestres recebem menor
incidência solar durante o inverno,
2 Por que a produção em grande escala de energia elétrica gerada pela como o sul da Argentina ou
luz solar é eficiente somente em algumas regiões do planeta? a Finlândia.
73
73
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 Quais fatores contribuíram para o processo de urbanização do Brasil?
2 Explique a relação entre a industrialização e a modernização do campo.
Para encerrar
1. A Proclamação da República, o fim 3 Como a Revolução Técnico-Científico-Informacional afetou a produção e o trabalho?
da escravidão e o desenvolvimento 4 Os processos de inovação e modernização da produção industrial não ocorreram de maneira uniforme.
industrial, principalmente impulsio- Explique essa afirmação e dê exemplos.
nado pelo capital dos produtores de 5 Explique a relação entre a expansão das cadeias industriais e produtivas e a necessidade de investir em
café, contribuíram para o processo novas fontes energéticas.
de urbanização no Brasil.
6 O que é matriz energética? Pesquise em fontes confiáveis e descubra qual é a composição da matriz
2. A industrialização contribuiu para
energética brasileira. Elabore uma análise comparativa entre a matriz energética brasileira e a matriz
o aumento do poder de compra energética mundial.
nas cidades, o que fez crescer a de-
manda por produtos alimentícios. 7 Leia o texto a seguir.
Em decorrência disso, foi necessário Políticas de geração de emprego e renda + auxílio emergencial =
modernizar a agricultura e aumentar combate efetivo à fome na pandemia
a produção agropecuária para acom-
Um dado se destaca: a insegurança alimentar moderada e grave desaparece por completo em
panhar o crescimento dos centros
domicílios com renda familiar mensal acima de um salário mínimo per capita: 0,0%.
urbanos. No que se refere à situação de trabalho da pessoa de referência dos domicílios, a ocorrência da
3. A modernização das técnicas de fome foi quatro vezes superior entre aquelas com trabalho informal e seis vezes superior quando
produção agrícola não foi uniforme a pessoa estava desempregada.
nem beneficiou todas as pessoas [...]
que viviam da terra. O uso de tec- Em tempos de covid-19, no entanto, os desafios são maiores. O sucesso da garantia do direito
nologias no campo requer trabalha- humano à alimentação adequada, alcançado até 2013, foi progressivamente revertido a partir de
dores capacitados e disponibilidade 2014, e ganhou impulso negativo maior com o início da pandemia da covid-19.
de recursos financeiros. Isso fez com Famílias que solicitaram e receberam parcelas do auxílio conviviam com alta proporção de
que milhares de trabalhadores mi- insegurança alimentar moderada ou grave (28%), o que enfatiza a grande vulnerabilidade desse
grassem para as cidades em busca grupo. Sem uma resposta adequada dos governos em forma de políticas públicas, a fome vai per-
de outros tipos de emprego. sistir – e aumentar.
A escalada da fome durante a pandemia não é de responsabilidade de um vírus, mas de esco-
4. Não são todos os lugares que se be-
lhas políticas de negação e da ausência de medidas efetivas de proteção social.
neficiam de parques industriais de
Fonte: OLHE para a fome: o desafio é todas e todos nós. Olhe para a fome, [S. l.], [202-].
alta tecnologia. Em alguns países, a Disponível em: http://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 28 mar. 2022.
falta de mão de obra qualificada, de Atividade em grupo
infraestrutura adequada e de inves- Depois de se informar com o texto, reúna-se com um colega e pesquisem em fontes
timentos são alguns dos fatores que confiáveis como estão os planos de combate à fome mencionados no Capítulo 2. O que
justificam esse fato. Enquanto exis- vem sendo feito para diminuir esse problema? Após a pesquisa, escrevam um relatório
tem polos de produção tecnológica que apresente uma solução para o problema, do ponto de vista da dupla.
intensa, como o Japão e os Estados
8 Leia a tirinha a seguir, dos personagens Calvin e Haroldo, do cartunista Bill Watterson.
Unidos, há também países inteiros
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Calvin Hobbes, Bill Watterson © 1986 Watterson
/ Dist. by Andrews McMeel Syndication
74
Avaliação de
As três primeiras falas do personagem Calvin representam o senso comum diante do problema da fome. resultados
Ao mesmo tempo, abordam uma forma de se conscientizar a respeito do problema: informar-se sobre Retome os objetivos da unidade
ele. Já a última fala representa um choque de realidade. De fato, somente quem vivencia o problema é descritos na página 42 deste manual
que sabe o que significa passar fome. e baseie-se neles para a elaboração
de uma avaliação. É importante cer-
Atividade em dupla
• Com base na tirinha de Calvin e Haroldo, reúna-se com mais um colega para pesquisar
em fontes confiáveis os programas de combate à fome no Brasil. Procurem levantar tificar-se de que as competências ge-
dados sobre o que vem sendo feito para amenizar esse grave problema que ainda rais e as competências e habilidades
persiste no mundo. específicas de Geografia indicadas se-
jam contempladas na avaliação.
9 Explique por que o petróleo, o carvão mineral e a energia nuclear, apesar de serem importantes para as
sociedades contemporâneas, são uma fonte de problemas ambientais.
Sobre a avaliação
10 Observe as paisagens das fotografias e faça o que se pede.
½½ Acompanhamento da
aprendizagem
75
9. O petróleo é uma fonte de problema ambiental por 10. a) A paisagem da esquerda mostra um espaço natural
causa da queima de seus derivados, principalmente sem a interferência humana. A da direita mostra o
a gasolina e o óleo diesel. Quando a gasolina e o óleo die- mesmo espaço transformado pela ação humana.
sel entram em combustão, gases de efeito estufa são lan- b) Energia hidráulica, que se transformará em elétrica.
çados na atmosfera. A queima de carvão em indústrias e c) Um fator positivo é a geração de energia, importante
termelétricas causa graves impactos socioambientais, em para o desenvolvimento econômico; um fator negati-
virtude da emissão de material particulado e de gases vo é o impacto ambiental provocado por obras como
poluentes na atmosfera. O principal problema das usinas a mostrada na imagem à direita.
nucleares são os riscos associados a acidentes com material
radiativo.
75
Objetivos da unidade
• Distinguir a divisão clássica do
mundo entre Ocidente e Oriente.
• Compreender sob o ponto de vis-
ta histórico as consequências das
grandes navegações e as forma-
ções dos impérios europeus no
Martin Waldseemüller/loc.gov
continente asiático e na Oceania.
• Identificar os principais aspectos da
influência econômica e política das
potências europeias no mundo.
• Identificar as principais transforma-
ções que ocorreram no território
europeu em decorrência das guer-
ras mundiais.
• Identificar as principais transforma-
ções ocorridas no território euro-
peu em decorrência da Guerra Fria.
• Compreender o processo histórico
do fim da URSS.
• Reconhecer os principais conflitos
que ocorreram em países do Les-
te Europeu e da ex-URSS após sua
dissolução.
Introdução
Consolidado o estudo dos aspectos
econômicos globais, o conteúdo ago-
ra volta-se para o continente europeu.
É abordada a relação entre o sistema
colonial implantado pelas potências
europeias e a divisão do mundo em
Ocidente e Oriente e, consequente-
mente, as formas de influência das
potências europeias sobre os demais
países do mundo. O estudante pode-
rá compreender as principais mudan-
ças ocorridas no território europeu Martin Waldseemüller.
em sua história recente, inclusive os Cosmografia Universal, 1507.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
conflitos e as transformações territo-
riais relacionadas ao fim da URSS.
DA EDITORA DO BRASIL
Justificativa
A análise sobre a geopolítica euro-
peia no início das Grandes Navegações
é fundamental, já que desdobramen-
tos do período são essenciais para
compreender a conformação do
76
mundo contemporâneo. No mesmo
sentido, a discussão sobre o período
pós-Segunda Guerra Mundial fornece
importante subsídio para os estudos
Levantamento de conhecimentos prévios
da Geografia da Europa e, em certa
Faça um levantamento do conhecimento prévio dos es-
medida, da Geografia mundial.
tudantes sobre os conceitos de Ocidente e Oriente. Registre
as primeiras observações. Nesse momento, não é preciso
chegar a nenhuma conclusão. Peça a eles que observem a
imagem e descrevam os principais elementos encontrados.
Incentive-os a compará-la com os mapas que eles estão
habituados a trabalhar, e apontem, juntos, as principais se-
melhanças e diferenças entre eles. Para melhor visualização,
as informações podem ser organizadas e sistematizadas em
um quadro na lousa.
76
3
Orientações
As perguntas sobre observação
e interpretação da imagem relacio-
nam-se ao conhecimento prévio do
estudante e à reflexão sobre as ca-
racterísticas de seu lugar de vivência,
e evidenciam seu protagonismo no
processo ensino-aprendizagem.
Europa:
½ Respostas
1. Europa. Espera-se que o estudante
chegue à conclusão de que, pe-
colonização
lo fato de os europeus terem sido
pioneiros no desenvolvimento das
e influência
navegações e técnicas cartográficas,
seu continente foi considerado o
mais importante e representado
mundial
no centro dos mapas.
2. Podem ser citados o tamanho, o
formato e a proporção dos conti-
nentes, entre outros elementos.
3. Resposta pessoal. Se sim, incen-
tive-os a lembrar onde, ou quais
A primeira imagem a retratar o mundo como o conhecemos representações.
hoje é do cartógrafo alemão Martin Waldseemüller (1475-
-1522). Dividindo a terra em Oriente e Ocidente, ela foi feita
em abril de 1507, 15 anos após a chegada dos europeus ao
continente americano. Observe-a ao lado.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Nesta unidade, você vai estudar:
DA EDITORA DO• BRASIL
a regionalização mundial no Ocidente e no Oriente;
• a geopolítica e a influência europeia;
• o colonialismo, o neocolonialismo e o poder;
• os conflitos atuais na Europa;
• as alterações na geografia do continente europeu do
pós-guerra à atualidade.
77
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia o O trabalho com as competências e habilidades da
desenvolvimento das competências e habilidades BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de
a seguir. atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência es-
Competências gerais 1, 2, 4, 5, 9 e 10 colar fundamentais para o fortalecimento do respeito, da
Competências específicas de Ciências Humanas solidariedade, da organização, da participação, da coope-
1e5 ração, do protagonismo e da reflexão dos estudantes. Essas
atitudes e valores devem estar relacionadas às regras, aos
Competências específicas de Geografia 1, 3, 4 e 5
espaços e materiais escolares, ao convívio entre professo-
Habilidades EF09GE01, EF09GE06 e EF09GE08 res, funcionários e estudantes e ao desenvolvimento das
atividades pedagógicas.
77
Objetivos do capítulo
• Distinguir a divisão clássica do
mundo entre Ocidente e Oriente.
Regionalização
• Compreender os aspectos geográ-
ficos, políticos e culturais dessa di- mundial: Ocidente
e Oriente
visão.
• Caracterizar a herança da civiliza-
ção greco-romana nas mais distin-
tas áreas do saber.
• Compreender sob o ponto de vis-
ta histórico as consequências das No capítulo anterior, você estudou a importância das fontes energéticas e dos recursos
grandes navegações e as forma- naturais para as indústrias e a sustentabilidade do planeta. Neste capítulo, você vai es-
tudar a relação entre o sistema colonial implantado pelas potências europeias e a divisão
ções dos impérios europeus no
do mundo em Ocidente e Oriente.
continente asiático e na Oceania.
Mario Yoshida
0°
como o Oriente, é uma construção Círculo Polar Ártico
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Hemisfério Ocidental
histórica baseada na distinção em Hemisfério Oriental
OCEANO OCEANO
PACÍFICO PACÍFICO
de vista chinês chamado de Ásia
Ocidental. De um ponto de vista
DA EDITORA DO BRASIL 0° Equador
BRASIL OCEANO
Meridiano de Greenwich
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio N
religioso, a divisão ocorreu entre
OCEANO
Ocidente como judaico-cristão e ATLÂNTICO O L
Fonte: IBGE.
Oriente como muçulmano, budis- Atlas geográfico S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ta e hindu. Saliente que esses dois escolar. 8. ed. Rio Círculo Polar Antártico
0 3 432 6 864 km
de Janeiro: IBGE,
polos não são diretamente opostos, 2018. p. 34. 1 : 343 200 000
Foco na BNCC
Habilidade EF09GE06
O conteúdo da página associa o critério de divisão
do mundo em Ocidente e Oriente com o sistema
colonial implantado pelas potências europeias.
78
Orientações
A cultura greco-romana O conteúdo desta página pode ser
A cultura greco-romana é fundamentada em valores,
StoriesFromAnywhere/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Teatro de Herodion. Atenas, Grécia, 2021. O teatro grego é uma das grandes influências greco-romanas na cultura ocidental.
79
79
Orientações
O conteúdo desta página pode ser
As Grandes Navegações
trabalhado de maneira interdisciplinar Durante a Idade Média, a concepção europeia de mundo passou a ser influen-
com História. Ressalte que, mesmo ciada pela perspectiva religiosa, determinada pelo cristianismo. Naquela época, os
com suas quatro viagens pelo “Novo europeus sabiam da existência de apenas três continentes: Europa, Ásia e África.
A partir do século XIII, o renascimento do comércio no continente ampliou
Mundo”, Cristóvão Colombo morreu
o fluxo de pessoas e mercadorias, favorecendo o contato com novos territórios
acreditando que tinha chegado às
e novos conhecimentos. A delimitação entre Ocidente e Oriente, como forma de
Índias Orientais. Utilize um mapa-
regionalização do espaço geográfico, mantinha-se, mas as trocas e as interin-
-múndi e diferencie com os estudan- fluências eram inevitáveis.
tes as Índias Ocidentais das Orientais. As Grandes Navegações, ocorridas entre os séculos XV e XVI, foram re-
Destaque que Américo Vespúcio sultado da ampliação das rotas comerciais pelos oceanos e culminaram na che-
foi o primeiro a demonstrar que as gada dos europeus à América, denominada “Novo Mundo”, segundo a visão
Índias Ocidentais não representavam eurocêntrica. A partir de então, a Europa tornou-se o centro difusor da ciência
regiões do Leste da Ásia, como acre- e da cultura que dominou parte do mundo durante muito tempo. Observe no
ditava Cristóvão Colombo, e sim outro mapa as rotas de navegação dos países europeus pelo mundo.
continente. Dessa forma, o continente
passou a ser chamado de América, Viagens de expansão europeias – século XVI
que é a versão feminina do seu pri-
Sonia Vaz
Expedições OCEANO GLACIAL ÁRTICO
meiro nome. Espanholas Spitsbergen
Portuguesas
GROENLÂNDIA
Inglesas Ter Nova
Atividades
rad
eB Zembla
Francesas aff
in Islândia Archangel
Holandesas
complementares Meridiano de Tordesilhas INGLATERRA
PAÍSES BAIXOS
Meridiano de Greenwich
O L Cabo da
Ri Boa Esperança
od
estudantes que reflitam sobre o sig- S Ilha Grande
aP
rat
de Chiloé a
nificado da palavra descoberta e OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 2 504 5 008 km
San Julián
80
Observe, no mapa a seguir, a dominação colonial na Ásia e na Oceania no Orientações
início do século XX. Graças às diversas riquezas e mercadorias desejadas por Comente que ainda existem for-
grande parte do mundo, os territórios indiano e chinês eram os mais cobiçados, mas de domínio europeu, como o
principalmente pelos países europeus. neoimperialismo. Destaque o confli-
to entre Israel e Palestina nos séculos
Ásia e Oceania: impérios coloniais – início do século XX
XX e XXI, que se desenvolveram sob a
Tarcísio Garbellini
100°L
influência britânica, francesa e norte-
ÁSIA
-americana.
RÚSSIA
EUROPA
CHINA Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4
COREIA
JAPÃO Competências específicas de
PÉRSIA
OCEANO
PACÍFICO
Geografia 3 e 4
KUWAIT
Trópico de Câncer ÍNDIA
FORMOSA
Habilidades EF09GE01,
ARÁBIA
(P.) Oka Hong Kong (G.B.) EF09GE06 e EF09GE08
IND
(P.) Damão Macau (P.)
Yanaon (F.) Is. Marianas
O conteúdo desta página
OCHINA
SIÃO
ÁFRICA (P.) Goa Is. Andarman
Pondichéry (F.) FILIPINAS
(F.) Mahá
Karikal (F.)
Guam
(EUA)
Is. Marshall permite aos estudantes
Nicobar analisar criticamente de que
Is. Maldivas Is. Carolinas
0°
Equador Terra do Imperador
Nauru forma a hegemonia europeia
Bornéu
Nova
Guilherme
Is. foi exercida em várias regiões
Arq. de Chagos Gilbert
Java
Guiné
I. Oceano do planeta, notadamente
OCEANO Timor
Possessões alemãs
ATLÂNTICO OCEANO
Is. Salomão em situações de conflito,
Possessões inglesas Novas
Possessões holandesas MADAGASCAR
ÍNDICO Hébridas intervenções militares e/
(F. e G.B.)
Possessões francesas
Trópico de Capricórnio
ou influência cultural em
Possessões norte-americanas OCEANIA diferentes tempos e lugares.
Possessões japonesas AUSTRÁLIA Nova
Área de influência da:
N
Caledônia Permite também associar o
Grã-Bretanha O L critério de divisão do mundo
França
Rússia em Ocidente e Oriente com o
S
P. - Portugal NOVA sistema colonial implantado
F. - França 0 1 158 2 316 km ZELÂNDIA
G.B. - Grã-Bretanha 1 : 115 800 000
pelas potências europeias
e analisar transformações
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2011. p. 28.
territoriais, considerando o
movimento de fronteiras,
81
81
Orientações
Faça uma leitura mediada do tex- História
to com os estudantes, e os auxilie na
Onde começa e onde termina o Ocidente?
interpretação e nas possíveis dúvidas
conceituais ao longo da atividade. [...] Geograficamente, o Meridiano de Greenwich [...] divide o mundo em Oriente (também
chamado de Leste) e Ocidente (Oeste).
½ Respostas Mas quando falamos Oriente, assim, com mais pompa, ecos, negritos e itálicos, não estamos
nos referindo apenas à divisão geográfica, mas também a religião, valores e cultura. O Marcos
Diálogo com História Antonio de Moraes, professor de Geografia e autor do livro Oriente Médio, dá uma provocadinha
1. O trecho traça uma perspectiva do em quem faz uma leitura deveras geográfica dessa divisão. Vai vendo: a prova que essa é apenas
ponto de vista histórico e leva em uma separação longitudinal é que 90% da Europa está a leste de Greenwich, o que, geografica-
consideração aspectos culturais, mente, faz dela parte do Oriente. Tudo que fica para lá de Greenwich, na região de Londres, seria
principalmente o religioso, e a pre- Oriente. França, Itália, Alemanha etc. Analisando fatores como a cultura dos países, – qualé, Itá-
missa de que Oriente e Ocidente lia é do Oriente? – chega-se à rápida conclusão que eles fazem parte do Ocidente.
são concepções intelectuais cons- [...]
truídas, geralmente, por povos ou Para entender onde começa e onde termina o Oriente, Moraes explica que é preciso analisar
onde está o mundo islâmico. De oeste a leste, estende-se desde o Senegal, no oeste da África,
nações que exercem algum tipo de
até às Filipinas, nos limites do Oceano Pacífico. De norte a sul, vai desde o Cazaquistão, na Ásia
domínio ou hegemonia em relação
Central, até a área entre a Tanzânia, na África, e a Indonésia, no Oceano Índico. Não que todos os
a outros. Chame a atenção para a
países dentro dessa enorme área sejam muçulmanos, mas sim de culturas e religiões diferentes
existência de estereótipos criados
das do Ocidente, que é judaico-cristão. Por exemplo, Austrália e Nova Zelândia, lá do outro lado,
para as populações dos países classi- são do Ocidente.
ficados como orientais e ocidentais. Fonte: ONDE começa e onde termina o Ocidente? Superinteressante, 21 dez. 2016.
Incentive a reflexão sobre o quanto Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/onde-comeca-e-onde-termina-o-ocidente/. Acesso em: 10 abr. 2022.
cktravels.com/Shutterstock.com
Inanc Ceylan/Anadolu Agency/Getty Images
Foco na BNCC
Habilidade EF09GE06
A interpretação do texto e
a atividade proposta pela
seção Diálogo com História
associam o critério de divisão
do mundo em Ocidente
e Oriente com o sistema
colonial implantado pelas
potências europeias.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A fotografia da esquerda mostra a cidade de Acra, em Gana, 2021. Já a fotografia da direita mostra Londres, no Reino Unido,
DA EDITORA DO BRASIL
também 2021. Qual cidade parece pertencer ao Oriente e qual parece pertencer ao Ocidente? Na verdade, ambas estão localizadas
exatamente sob o Meridiano de Greenwich.
Atividade em grupo
82
82
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 De acordo com os referenciais cartográficos, como é possível regionalizar o mundo entre Ocidente e 1. O referencial cartográfico para es-
Oriente?
sa regionalização é o Meridiano de
2 Quais elementos da cultura greco-romana influenciaram a cultura ocidental? Greenwich, que divide o mundo em
hemisférios Ocidental e Oriental.
3 Explique a frase: “O Ocidente e o Oriente são ideias construídas e, portanto, uma relação de poder”.
2. A filosofia, o pensamento racional
4 Explique o sentido da palavra “Oriente” do ponto de vista histórico. e a democracia dos gregos; as con-
cepções de direito e de justiça dos
5 Caracterize a colonização da Ásia e da Oceania no século XIX. Quais eram os objetivos dessa empreitada?
romanos.
Para refletir 3. Ocidente e Oriente são ideias cons-
truídas e revelam uma relação de
1 Quando se usa a expressão “Oriente poder e de dominação, uma vez que
Allmaps
no século XIX, foi fundamental para
a divisão entre Oriente e Ocidente.
Ao longo de nossos estudos, é possível encontrar re- Esses continentes foram colonizados
presentações cartográficas, dados estatísticos e infor- pelos países europeus no contexto
mações quantitativas que nos levam a compreender a do desenvolvimento do capitalismo
origem de um fenômeno, interpretar processos históri- em sua fase industrial (a partir da
cos e sociais e até mesmo identificar aspectos ideológi- segunda metade do século XVIII),
cos. Observe a representação a seguir.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO na busca por novas áreas de explo-
1 Na sua opinião, a projeção cartográfica acima está corre- ração e ampliação de seu sistema
DA EDITORA DO BRASIL
ta? Por quê? Registre sua resposta, em seguida converse produtivo.
com os colegas e ouça o ponto de vista deles.
Fonte: Planejativo. Disponível em: https://app.planejativo.
0 8 000 1 600 km
com/q/1120/geografia-1/projecoes-cartograficas.
Acesso em: 30 abr. 2022. 1 : 800 000 000
83
83
2
Objetivos do capítulo
Hegemonia
• Identificar os principais aspectos da
influência econômica e política das
potências europeias no mundo.
• Compreender o processo histórico
de colonização e neocolonização europeia
europeia.
• Entender o processo histórico da
criação do conceito de raça.
Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou a relação entre o sistema colonial implantado pelas
potências europeias e a divisão entre Ocidente e Oriente. Neste capítulo, você vai estu-
pedagógicos dar algumas das formas de influência das potências europeias sobre os demais países
A influência política e econômica do mundo e entendê-las do ponto de vista histórico.
europeia, assim como os processos
de colonização e neocolonização,
são conhecimentos previamente A geopolítica e a
trabalhados no Ensino Fundamental
(EF07GE05, EF07GE06, EF08GE05, influência europeia
EF08GE06, EF08GE20) que se relacio- A atuação dos principais países europeus na geopolítica é elemento central
nam com os assuntos trabalhados no para a compreensão de grande parte dos conflitos e tensões do mundo con-
capítulo. O resgate dessas habilidades temporâneo. O colonialismo e o neocolonialismo, que marcaram a expansão
pode ser de grande importância para territorial e o domínio das potências da Europa sobre a América, a Ásia, a África
o início da discussão sobre o tema da e a Oceania, ainda estão presentes nos aspectos culturais, históricos, sociais,
hegemonia europeia. geográficos e políticos dos continentes.
O Brasil, que foi colônia de Portugal por mais de 300 anos, mantém em
suas paisagens, tradições, seus costumes e sua cultura uma série de elementos
Orientações de origem portuguesa.
Comente que a arquitetura colonial O mais importante deles, sem dúvida alguma, é a língua portuguesa. Ape-
brasileira tem traços arquitetônicos sar de não ser a única falada em nosso território, é a língua oficial do país. A
renascentistas, barrocos, neoclássicos religião católica, profundamente arraigada em Portugal, é outra influência lusa
e rococó. Informe que a Organização no Brasil, um dos países com o maior número de católicos. Manifestações popu-
das Nações Unidas para a Educação, a lares, como as festas juninas, o Carnaval, a Cavalhada, o Bumba Meu Boi, entre
Ciência e a Cultura (Unesco) declarou outras, são de origem portuguesa.
alguns conjuntos e monumentos bra- Portugal foi responsável pela introdução dos grandes movimentos artísticos
europeus no Brasil, como o Renascimento e o Neoclassicismo, que influenciaram
sileiros como Patrimônio Mundial. Na Arquitetura colonial em de maneira decisiva a literatura, a arquitetura e as artes em geral do nosso país.
lista estão incluídos: a cidade histórica Salvador (BA), 2020.
Joa Souza/Shutterstock.com
de Ouro Preto, localizada em Minas
Gerais; o centro histórico de Olinda,
Pernambuco; o centro histórico de
Salvador, Bahia; o Parque Nacional
Serra da Capivara, em São Raimundo MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Nonato, Piauí; o centro histórico da
cidade de Diamantina, Minas Gerais;
DA EDITORA DO BRASIL
o sítio arqueológico Cais do Valongo,
no Rio de Janeiro, entre outros.
84
84
Foco na BNCC
Competência específica de
Ciências Humanas 1
Línguas indígenas no Brasil A discussão aqui proposta
Apesar de estar presente em todo o território brasileiro, com pequenas variações de sotaque e re- possibilita exercitar o
gionalismos próprios dos locais onde é falado, o português que falamos não é a única língua do país. respeito à diferença em uma
Estima-se que existam 154 línguas indígenas no Brasil. No entanto, elas podem desaparecer caso o sociedade plural e promover
número de falantes diminua. Essa possibilidade existe, já que os indígenas mais jovens têm abandonado os direitos humanos.
o aprendizado da língua, que é tradicionalmente transmitida de geração em geração, dos pais para seus
filhos, dentro da comunidade.
Existem ainda dezenas de línguas cooficiais em certos municípios brasileiros. O processo de reco-
nhecimento de línguas cooficiais teve início em 2002 na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no estado do
Amazonas, com as línguas Tukano, Nheengatu e Baniwa. Até 2021 eram 21 línguas cooficiais espalhadas
de norte a sul do Brasil, convivendo pacífica e harmoniosamente com o português brasileiro. Para consul-
tar a lista de línguas cooficiais do Brasil, acesse a página do Instituto de Investigação e Desenvolvimento
em Política Linguística (Ipol), disponível em: http://ipol.org.br/lista-de-linguas-cooficiais-em-municipios-
-brasileiros/. Acesso em: 10 abr. 2022.
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
As escolas indígenas promovem a língua materna por meio da inclusão no conteúdo curricular. Escola municipal indígena em
Santarém (PA), 2017.
85
85
Orientações
Utilize o mapa desta página para Colonialismo,
retomar conhecimentos prévios dos
estudantes sobre o colonialismo e o
neocolonialismo e poder
neocolonialismo. Dos séculos XVI ao XIX, o continente americano foi a área de expansão
territorial das grandes potências europeias. Os impérios português e espanhol
dominaram grande parte do continente, junto
às potências francesa, britânica e holandesa.
América: Domínios coloniais europeus – século XVI a XIX
Observe o mapa ao lado.
80° O
Durante a Revolução Industrial, gran-
Mario Yoshida
80° O
Cí
Cí
lo
rc
des impérios neocolonialistas
lo
surgiram na
rc
u
Po
u
lar Po
Árt lar
Á
Europa, e a Ásia e a Áfricarticopassaram a ser
ico
86
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial
Competências específicas de Geografia 1, 3 e 4 implantado pelas potências europeias e analisar
transformações territoriais, considerando o
Habilidades EF09GE01, EF09GE06 e EF09GE08 movimento de fronteiras, tensões, conflitos e
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na
analisar criticamente de que forma a hegemonia Oceania. Além de valorizar os conhecimentos
europeia foi exercida em várias regiões do historicamente construídos sobre o mundo
planeta, notadamente em situações de conflito, social e cultural, desenvolver o senso crítico
intervenções militares e/ou influência cultural para a compreensão e aplicação do raciocínio
em diferentes tempos e lugares. Permite também geográfico e a ocupação do espaço, para expressar
associar o critério de divisão do mundo em informações em linguagem cartográfica.
86
A Guerra do Afeganistão, em 2001, e a inva- Orientações
2 Explique o protagonismo europeu nas ações geopolíticas globais observado nessa notícia.
87
Foco na BNCC
Competências gerais 9 e 10
A interpretação do texto e as atividades da seção
Diálogo com História exercitam o diálogo, a
resolução de conflitos, a ação coletiva, a tomada de
decisões com base em princípios éticos, inclusivos,
solidários, além de promover o respeito ao outro,
aos direitos humanos e à diversidade.
87
Orientações
Faça no caderno
½ Respostas
O conceito de raça
Um pouco mais sobre
Segundo o antropólogo brasileiro-congolês Kabenguele Munanga, o conceito de raça é, antes de
1. O texto afirma que, apesar de os es- tudo, uma construção política e ideológica.
tudos sobre o tema terem mostrado De acordo com seus estudos, o francês François Bernier empregou, em 1684, o termo “raça” para
que, ao longo dos séculos, todos os classificar a diversidade humana em grupos fisicamente diferentes.
povos e culturas são iguais, levan- Com a colonização europeia na América, na África e na Ásia e com o contato com diferentes povos,
do em consideração seus estágios o termo passou a ser aplicado como menção à distinção dos europeus e, no século XVIII, os filósofos ilu-
técnicos, os europeus utilizaram a ministas utilizaram o conceito de raça para nomear os povos “descobertos”, dividindo a espécie humana
ideia de diferenciação de raça para em três raças, conforme a cor da pele (raça branca, negra e amarela).
legitimar a dominação sobre outros No século XIX, outros critérios foram acrescentados, como a forma do nariz, dos lábios e do queixo,
povos, como uma construção polí- o formato do crânio, o ângulo facial etc. Já no século XX, com o desenvolvimento da Antropologia (ciência
tica e ideológica. social surgida no século XIX), o conceito de raça foi perdendo a base que justificava as teses racistas. O
2. De acordo com o texto e com as advento dos métodos funcionalistas, por exemplo, provou, por meio de estudos de campo feitos pelos
pais-fundadores da Antropologia, que não há culturas inferiores ou superiores, como pensavam os euro-
pesquisas de Kabenguele Munanga,
peus, apenas particularidades culturais.
é possível perceber que o conceito
Segundo essa tese, toda cultura exerce as mesmas funções, ainda que estejam em estágios tecno-
de raça serviu para hierarquizar os
lógicos diferentes. Assim, a cultura da sociedade europeia capitalista e industrial do século XIX, conside-
povos dominados e colonizados rada (pelos próprios europeus) o estágio mais avançado da civilização, cumpria as mesmas funções que
pelos europeus, durante os séculos a cultura de uma sociedade isolada no interior da Austrália ou da África.
XVII e XIX. Portanto, essa ideia de As teses antropológicas, no entanto, não foram suficientes para que os europeus recuassem em seu
raça serviu ideologicamente como objetivo de explorar os povos que eles não deixaram de considerar “primitivos” e “inferiores”. O impulso
justificativa para dominação política pela busca de lucro, de novas matérias-primas e de mão de obra barata, além de novas terras por se
e ideológica dos territórios ocupados conquistar, prevaleceu diante do estudo científico feito por cientistas sociais, a maioria deles oriunda dos
pelas nações europeias. próprios países colonizadores.
Conclui-se, portanto, que o conceito de raça foi uma construção baseada em pressupostos ideológi-
Atividades cos, vinculados ao colonialismo europeu, e que serviu para estabelecer relações de poder, dominação e
complementares exploração sobre os povos conquistados.
88
Foco na BNCC
Competências gerais 9 e 10
A interpretação do texto e as atividades da seção
Um pouco mais sobre exercitam o diálogo, a
resolução de conflitos, a ação coletiva, a tomada de
decisões com base em princípios éticos, inclusivos,
solidários, além de promover o respeito ao outro,
aos direitos humanos e à diversidade.
88
Orientações
Faça no caderno
½ Respostas
1 De acordo com o que estudamos até aqui, apresente elementos que indiquem a força da influência 1. A influência europeia nos demais
europeia nos demais países do mundo. países está relacionada diretamen-
te à colonização da América, África
2 Durante décadas, muitas das atuais nações africanas foram colônias de países europeus. Explique a
e Ásia entre os séculos XVI e XX.
relação entre o colonialismo e o poder das potências europeias.
Essa influência pode ser percebida
3 Cite uma das formas da atuação europeia no cenário geopolítico global. pela arquitetura, pela cultura, pelos
idiomas e pelo cenário geopolítico
Para refletir atual, com a atuação militar direta,
apoiada pela ONU.
1 Leia o texto e analise os mapas a seguir. 2. A colonização foi marcada pela do-
As fronteiras entre os países são construções históricas, mas, no caso da África, os limites foram esta- minação europeia sobre outros ter-
belecidos de forma aleatória, impositiva, sem respeitar as diversas nações ali existentes. ritórios, pelo exercício do poder eco-
nômico e político, que ainda marca
os países colonizados. As relações
África: fronteiras étnicas – 2003 África: político – 2011
econômicas desiguais e a influência
Mario Yoshida
Mario Yoshida
EUROPA EUROPA
cultural e política das nações euro-
Mar Mediterrâneo Mar Mediterrâneo
ÁSIA peias sobre os territórios colonizados
Trópico de Câncer Trópico de Câncer
são alguns dos exemplos da forma
Ma
de dominação colonial.
Ma
rV
rV
20˚N 20˚N
erm
erm
ÁSIA
elh
ÁSIA
3. O estudante poderá citar o Conselho
elh
o
o
de Segurança da ONU como exem-
plo da manutenção da influência
Meridiano de Greenwich
OCEANO
OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO
França e Reino Unido são membros
N N
permanentes do principal órgão de
O L O L influência e intervenção nos demais
20˚S
Trópico de
20˚S
Trópico de
países do globo.
S S
Capricórnio Capricórnio
0 1 182 2 364 km 0 1 182 2 364 km
Para refletir
118 200 000 118 200 000
20˚O 0˚ 20˚L 40˚L 20˚O 0˚ 20˚L 40˚L 1. Espera-se que o estudante conclua
Fonte: GLASNER, Martin Ira. Political geography. Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz.
Hoboken: Wiley, 2003. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 16.
que sim. Ao comparar os mapas, é
possível perceber que os limites ter-
• É possível dizer que parte dos problemas vividos na atualidade por diversos países africanos é ritoriais atuais dos países são muito
decorrente do processo de colonização europeu? Por quê? diferentes dos limites dos territórios
das diversas etnias que viviam no
Atividade em grupo
continente antes da colonização
europeia. A imposição das frontei-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO ras pelos europeus gerou conflitos
1 DA EDITORA
Em grupo, façam uma pesquisa DOconfiáveis
em fontes BRASILe descubram o que significa “etnia”. É possível étnicos, religiosos e políticos no con-
tinente africano, além da dependên-
utilizar esse termo como sinônimo de raça?
cia econômica em relação aos países
2 Independência política gera independência econômica? Por quê? Consulte a opinião dos colegas sobre europeus.
esse assunto.
89
Orientações
½ Respostas 2. Incentive os estudantes a pensar sobre o assunto. Espera-
se que concluam que, historicamente, muitos países co-
Desafio
lonizados com métodos exploratórios, mesmo após a
1. Espera-se que o estudante conclua que raça se refere ao independência, continuam dependentes das potências
âmbito biológico, levando em consideração aspectos co- econômicas. Predomina a lógica de exportação de maté-
mo a cor da pele, o tipo de cabelo, o formato do crânio e rias-primas e de produtos manufaturados de baixo custo,
da face e a ancestralidade genética. Já o termo etnia re- e a importação de produtos de alto custo.
fere-se ao âmbito cultural, com base em aspectos como
a língua, a religião, as tradições e a filiação tribal. Assim, os
dois termos não podem ser considerados sinônimos.
89
3
Objetivos do capítulo
Transformações no
• Identificar as principais transforma-
ções que ocorreram no território
europeu em decorrência das guer-
ras mundiais.
• Contextualizar historicamente a território europeu
Guerra Fria e os interesses dos paí-
ses envolvidos no conflito.
• Identificar as principais transforma-
ções ocorridas no território euro-
peu em decorrência da Guerra Fria. No capítulo anterior, você estudou algumas das formas de influência das potências eu-
ropeias. Neste capítulo, você vai estudar as principais transformações ocorridas no ter-
Pré-requisitos ritório europeu em sua história recente.
pedagógicos
Primeira Guerra
O desenvolvimento do capitalismo, Europa: político – início da Primeira Guerra Mundial
os conflitos e as transformações terri- Débora Ferreira
30°O Círc
ulo P 0°
Mundial
olar
Green no de
toriais são conhecimentos previamen- Ártic
o
wich
ISLÂNDIA
(DIN)
ia
Merid
te trabalhados no Ensino Fundamen- 60°
N
tal (EF07GE05, EF08GE05, EF08GE06, Durante séculos, o continente europeu foi palco
NORUEGA
de conflitos, processos de unificação, guerras e des-
EF08GE08) que se relacionam com os OCEANO
SUÉCIA
ATLÂNTICO Mar do IMPÉRIO RUSSO
N
membramentos, fatos que contribuíram para que,
assuntos trabalhados no capítulo. O GRÃ-
Norte Mar
IRLANDA -BRETANHA
DINAMARCA Báltico nos últimos dois séculos, os limites e as fronteiras
resgate dessas habilidades pode ser O L
REINO UNIDO
PAÍSES BAIXOS de muitos países fossem modificados.
de grande importância para o início BÉLGICA IMPÉRIO ALEMÃO S
Desde a segunda metade do século XIX, na-
da discussão sobre o tema das trans-
LUXEMBURGO
45°N
IMPÉRIO
AUSTRO-HÚNGARO ções europeias como França, Alemanha, Inglaterra,
formações no território europeu. FRANÇA SUÍÇA
ROMÊNIA Mar Negro Rússia e Itália, e outras fora do continente europeu
SÉRVIA
– como Estados Unidos e Japão –, tinham projetos
AL
MONTENEGRO BULGÁRIA
Orientações
TUG
ESPANHA ITÁLIA
imperialistas e procuravam expandir seus domínios
ALBÂNIA IMPÉRIO OTOMANO
POR
GRÉCIA
O conteúdo desta página poderá 0 622 1 244 km
MALTA Mar Mediterrâneo
CHIPRE territoriais e estabelecer zonas de influência sobre
(Ocupado pelo Reino Unido
ÁFRICA
ser trabalhado de maneira interdisci- 1 : 62 200 000 (RUN) 30°L durante a guerra)
determinadas regiões.
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do
plinar com História. Retome os co- Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 106.
nhecimentos sobre a Primeira Guerra cada uma dessas lideranças formou alianças com
Mundial e destaque os impactos pro- Europa: político – após a Primeira Guerra Mundial
outros países para adquirir força política e militar. Os
vocados pelo Tratado de Versalhes na Círcu
países Aliados – França e Inglaterra, com a participa-
Sonia Vaz
30°O lo Po 0°
lar Á
ção dos Estados Unidos a partir de 1917 – derrota-
Green no de
Alemanha. rtico
wich
ISLÂNDIA
ram as Potências Centrais, lideradas pela Alemanha
ia
60°
N
e seus associados, como Áustria e Turquia.
Império Otomano, os territórios da SUÉCIA FINLÂNDIA
NORUEGA Após o fim da guerra, alguns tratados assinados
Síria e do Líbano passaram ao contro-
contribuíram para a reorganização dos limites do
OCEANO
ATLÂNTICO ESTÔNIA
le da França, e o Reino Unido passou Mar do
Norte
Mar
LETÔNIA UNIÃO DAS REPÚBLICAS continente europeu. O mais famoso deles, o Tratado
Báltico
a dominar a região dos atuais Iraque, IRLANDA GRÃ- DINAMARCA LITUÂNIA SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
de Versalhes, determinou a perda de parte do terri-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
-BRETANHA PRÚSSIA (parte europeia)
FRANÇA
TCHECO
SLOVÁQ
ÁUSTRIA HUNGRIA
UIA
gado a ceder territórios e a reorganizar sua economia
tendo em conta o futuro ressarcimento aos países
SUÍÇA N
ROMÊNIA
que ainda persistem na contempo- IUGOSLÁVIA
Mar Negro vencedores. Observe e compare os mapas ao lado.
raneidade. PORTUGAL
ESPANHA ITÁLIA
BULGÁRIA
TURQUIA
O L
90
Orientações
Segunda Guerra Mundial Comente que o contexto da Guerra
e Guerra Fria Fria também afetou os países da
América Latina. Um exemplo foi a as-
Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, duas potências censão dos governos militares apoia-
passaram a polarizar a geopolítica mundial – a União das Repúblicas Socialistas dos pelos Estados Unidos, como na
Soviéticas (URSS) e os Estados Unidos. Embora tenham sido aliadas durante o
Guatemala, em 1954; no Brasil, em
conflito mundial, ambas lutaram pela liderança e expansão dos respectivos sis-
1964; no Chile, em 1973; assim como
temas econômicos: os Estados Unidos, no comando do capitalismo, e a URSS,
a ascensão dos movimentos e par-
do socialismo.
Defendendo ou impondo sua hegemonia, esses países determinaram uma
tidos comunistas ligados à ex-URSS.
rivalidade entre Leste e Oeste, principalmente na Europa, que ficou dividida em Ressalte que “Cortina de ferro” foi
dois blocos: o capitalista, formado por países da Europa Ocidental ou Oeste uma expressão para designar o do-
Europeu, e o socialista, composto dos países da Europa Oriental ou Leste mínio da União Soviética sobre os
Europeu. Essa rivalidade levou o primeiro-ministro inglês Winston Churchill países do Leste Europeu. A expressão
a afirmar, em 1946, que a Europa estava dividida por uma “cortina de ferro”, surgiu do discurso do ex-primeiro-
constatando que o capitalismo e o socialismo separavam o continente em dois -ministro britânico Winston Churchill,
lados: o ocidental e o oriental. em 5 de março de 1946, que afirmou
Essa divisão, baseada no sistema socioeconômico e político adotado pelos que uma “cortina de ferro desceu so-
países, perdurou por mais de quatro décadas – 1945 a 1990 – e ficou conhe- bre a Europa”.
cida como Guerra Fria. Observe o mapa a seguir e compare-o com os mapas
da página anterior, prestando atenção nos contornos indicativos dos limites
dos países.
A Guerra Fria criou uma divisão político-ideológica do mundo e duas alian-
ças militares. De um lado, estavam os países aliados aos Estados Unidos, que
criaram, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), com sede
em Bruxelas, na Bélgica. Faziam parte da Otan: Estados Unidos, Canadá e 14 paí-
ses europeus – Reino Unido, França, República Federal da Alemanha (Alemanha
Ocidental), Itália, Países Baixos,
Europa: Guerra Fria – 1945-1990
Bélgica, Luxemburgo, Noruega,
Círc
Islândia, Dinamarca, Espanha,
Sonia Vaz
ulo 0°
Pola
Gree no de
r Ár
h
tico
Portugal, Grécia e Turquia.
nwic
dia
ISLÂNDIA
Meri
60
O objetivo inicial dessa °N
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Países capitalistas
Países socialistas
Cortina de Ferro
45°N O L
LUXEMBURGO
OCIDENTAL
HECOSL
OVÁQUI
A
Mar Negro
IUGOSLÁVIA
ITÁLIA BULGÁRIA
PORTUGAL TURQUIA
ESPANHA ÁSIA
(parte
ALBÂNIA
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas europeia)
91
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 Permite valorizar os conhecimentos historicamente
Competências específicas de Geografia 3 e 4 construídos sobre o mundo social e cultural,
desenvolver o senso crítico para a compreensão e
Habilidade EF09GE08 aplicação do raciocínio geográfico e a ocupação do
O conteúdo desta página possibilita aos espaço, além de utilizar a linguagem cartográfica
estudantes analisar as transformações territoriais, para expressar informações.
considerando o movimento de fronteiras, tensões,
conflitos e múltiplas regionalidades na Europa.
91
Orientações No mesmo ano, a Alemanha, país derrotado na Segunda Guerra Mundial,
Oriente a leitura do mapa da foi dividida em dois países: a República Democrática Alemã, chamada de
Alemanha dividida. Se possível, apre- Alemanha Oriental, de regime socialista; e a República Federal Alemã, chamada
sente imagens previamente sele- de Alemanha Ocidental, que mantinha o regime capitalista.
cionadas relacionadas ao Muro de Em 1955, o bloco socialista criou o Pacto de Varsóvia, uma entidade da
Berlim, tanto de sua construção como qual faziam parte União Soviética, República Democrática Alemã (Alemanha
de sua queda. Oriental), Hungria, Polônia, Tchecoslováquia, Romênia e Bulgária. Tanto a Otan
quanto o Pacto de Varsóvia consideravam qualquer agressão ao território de
Foco na BNCC um de seus países-membros uma agressão ao território de todos. O Pacto de
Varsóvia era um instrumento de defesa da União Soviética contra os governos
Competências gerais 1 e 4
opositores ao regime socialista. Com o tempo, passou também a ser usado para
Competências específicas de conter as atitudes contrárias ao socialismo nos territórios sob sua influência.
Geografia 3 e 4 Em 1961, por decisão do governo
Alemanha: ocupação após a
Habilidade EF09GE08 Segunda Guerra Mundial – 1949
da URSS e da Alemanha Oriental, foi
O conteúdo desta página construído o Muro de Berlim, que divi-
Studio Caparroz
permite aos estudantes
NORUEGA
diu a cidade, localizada na Alemanha
N
analisar transformações SUÉCIA Oriental, em duas partes, efetivando a
territoriais, considerando o O L
UNIÃO SOVIÉTICA
separação física entre Berlim Ocidental
movimento de fronteiras, DINAMARCA
Mar S
(capitalista) e Berlim Oriental (socialista).
tensões, conflitos e Báltico Observe o mapa ao lado.
Zona
múltiplas regionalidades Mar do
Norte
francesa
BERLIM Com o fim da Guerra Fria (final da
na Europa. Permite Lübeck
Hamburgo
Zona britânica MORIENTAL
BERLIM uro década de 1980) e, consequentemente,
valorizar os conhecimentos OCIDENTAL
de
Bremen Zona das ameaças à soberania estaduniden-
Be
Berlim POLÔNIA americana Zona
rl i
historicamente construídos Hannover
m
PAÍSES
BAIXOS
soviética
se e capitalista, redefiniu-se o papel da
sobre o mundo social e Dortmund
ALEMANHA
Leipzig Otan, que passou a ser a base política
Dresden
cultural, desenvolver o senso BÉLGICA Colônia
Bonn Erfurt
de segurança de toda a Europa, deci-
crítico para a compreensão 50° N
FRANÇA
LUXEMBURGO
Nurenberg TCHECOSLOVÁQUIA
0 180 360 km
dindo ações relacionadas ao combate
1 : 18 000 000
e aplicação do raciocínio Frankfurt ao terrorismo. Antigos rivais passaram
Zona britânica
geográfico e a ocupação do Friburgo Munique
Zona soviética
a fazer parte da organização: República
ÁUSTRIA
espaço, além de utilizar a HUNGRIA Zona francesa
Zona americana Tcheca, Hungria, Polônia, Bulgária,
SUÍÇA LIECHTENSTEIN
linguagem cartográfica para 10° L
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
92
92
Orientações
Leste Europeu: do Pós-Guerra
à atualidade Um pouco mais sobre
Leia o texto com os estudantes.
A crise do socialismo soviético, no final da
JORMA PUUSA/LEHTIKUVA/AFP
Destaque a mudança de “função” do
década de 1980, repercutiu em todo o Leste Eu-
muro. Antes dividia Berlim em dois
ropeu. Com a desintegração da União Soviética,
iniciada com a independência dos países bálti-
mundos: o capitalista e o socialista.
cos (Estônia, Letônia e Lituânia), novas nações Agora é a maior galeria de grafite do
buscaram sua independência – culminando no mundo. Explique aos estudantes que
fim da URSS, em 1991. As mudanças políticas observar a derrubada do muro de
que brotaram no continente derrubaram a fron- Berlim só mostra o fim do processo
teira que dividia a Europa entre capitalismo e que eliminou o bloco de países socia-
socialismo. listas na Europa. Destaque que a raiz
Assim, o mapa da Europa passou por pro- da existência de países socialistas e
fundas modificações, provocadas por fatos que capitalistas europeus só é possível de
vão desde a reunificação da Alemanha, como compreender mediante a análise da
visto anteriormente, até um grande número de evolução geopolítica mundial ao lon-
fragmentações, como as que ocorreram na Iu- go do séculos XX com a ocorrência de
goslávia e na Tchecoslováquia. Lech Walesa discursa eventos como a Revolução Russa de
O desmembramento da Tchecoslováquia entre República Tcheca e Eslo- em manifestação
grevista. Gdansk,
1917, a Segunda Guerra Mundial
váquia foi pacífico; porém, no da Iugoslávia, que culminou na formação de seis
Polônia, 1980. de 1939-1945 e a Guerra Fria.
novos países, houve violentos conflitos durante anos (você estudará mais esse
assunto no Capítulo 4).
Em outros países, como a Polônia, as transformações tiveram um caráter
de relativa estabilidade. Já na Romênia, por exemplo, os antigos governantes
foram executados.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Parte da parede
original do Muro de
Berlim agora é a maior
galeria de grafite
do mundo. Berlim,
Alemanha, 2018.
93
93
Orientações A Polônia foi o primeiro país do Leste Europeu a ter um governo de maio-
Oriente os estudantes na leitura dos ria não socialista, formado por meio da mobilização do Sindicato Solidarieda-
mapas da seção Olhar cartográfico. de, que acelerou as reformas políticas e econômicas. Simultaneamente, outros
países do Leste Europeu também se democratizaram, como a Hungria, a Bul-
½½ Respostas
gária e a Romênia.
Olhar cartográfico As desigualdades sociais e econômicas entre as duas Europas (Ocidental
e Oriental) vieram à tona a partir de 1990, quando os países do Leste Euro-
1. O primeiro mapa refere-se ao perío-
peu se reorganizaram, política e economicamente, de acordo com o modo de
do da Guerra Fria; e o segundo, ao
produção capitalista.
período atual.
Esses países tinham, em determinados aspectos, um desempenho muito
2. Mais de quatro décadas. diferente dos países da Europa Ocidental, como menor crescimento econômico
3. Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, e defasagem tecnológica.
Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Por outro lado, apresentavam bons indicadores sociais, como escolariza-
Azerbaijão e Rússia. ção elevada e baixas taxas de mortalidade das populações adulta e infantil.
Atualmente, essa divisão entre capitalismo e socialismo está superada e,
embora a diferença econômica entre os países ainda exista, o continente cami-
nha para a maior integração já vista no cenário mundial.
Faça no caderno
Observe os mapas a seguir, que destacam o Leste Europeu, e faça o que se pede.
Debora Ferreira
Círc Círc
ulo ulo
h
h
Pola Pola
enwic
enwic
r Ár r Ár
tico tico
e Gre
e Gre
1 - ESLOVÊNIA
2 - CROÁCIA
iano d
iano d
3 - BÓSNIA E HERZEGOVINA
4 - MONTENEGRO
Merid
Merid
5 - KOSOVO
áltico
6 - MACEDÔNIA
áltico
ESTÔNIA
RÚSSIA
LETÔNIA
Mar B
(parte europeia)
Mar B
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO S
Mar Mediterrâneo
ÁFRICA
0 720
1:72000000
1 440 km
S
Mar Mediterrâneo
ÁFRICA
0 720
1:72000000
1 440 km
DA EDITORA DO BRASIL Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico geral e do Brasil. São Paulo:
Scipione, 2011. p. 149.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 43.
94
4 O que era o Pacto de Varsóvia e que papel ele desempenhava no cenário da Guerra Fria? Desafio
1. a) Em julho de 2022, data da ela-
5 Com que objetivo foi construído o Muro de Berlim? boração desse livro, os países
que faziam parte da Otan eram:
6 Que diferenças sociais e econômicas vieram à tona no primeiro momento após o fim dos regimes
comunistas na Europa, no final dos anos 1980?
Albânia, Alemanha, Bélgica,
Bulgária, Canadá, República
Para refletir Tcheca, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha,
1 A Europa é um continente que, desde o início do século XX, foi palco de guerras e conflitos que mudaram
Estados Unidos, Estônia, França,
o desenho de suas fronteiras. Partindo dessa afirmação, responda as questões abaixo:
Grécia, Hungria, Islândia, Itália,
a) Que “trabalho” a Europa deu aos cartógrafos a partir da década de 1990? Letônia, Lituânia, Luxemburgo,
b) Cite algumas mudanças políticas que ocorreram na Europa a partir da década de 1990. M a ce d ô n i a d o N o r te,
Montenegro, Noruega, Países
2 Leia o discurso que o político britânico Winston Churchill fez, em 1946, na cidade de Fulton, no Missouri (EUA). Baixos, Polônia, Portugal, Reino
De Stettin, no Báltico, até Trieste, no Adriático, uma Cortina de Ferro desceu sobre o continente. Unido, Romênia e Turquia.
Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e do Leste Europeu.
b) Em julho de 2022, data da ela-
Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sofia; todas essas cidades famosas
e as populações ao seu redor estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas,
boração desse livro, a Otan não
de uma forma ou de outra, não apenas à influência soviética, mas a um controle forte e, em alguns
estava envolvida em nenhum
casos, crescente por parte de Moscou [...]. conflito militar.
Se a população das nações de língua inglesa se unir à dos Estados Unidos, com tudo que essa c) O objetivo inicial dessa organi-
cooperação implica no ar, no mar, em todo o globo, na ciência, na indústria e na força moral, não zação era a proteção contra a
haverá agitação ou equilíbrio precário do poder que pareça tentador à ambição e à aventura. Pelo ameaça soviética e baseava-se
contrário, haverá uma incrível garantia de segurança. [...] no princípio de solidariedade
Fonte: JAMES, Robert Rhodes. Winston S. Churchill: his complete speeches – 1897-1963. New York; London: mútua entre seus membros.
Chelsea House Publishers, 1974. p. 7285-7293, v. VII. Tradução livre.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 Pesquise em fontes e emDA EDITORA
sites DOinternet
confiáveis na BRASIL e registre em seu caderno:
a) Quais países fazem parte atualmente da Otan?
b) Essa organização está envolvida em algum conflito atualmente? Se sim, onde é esse conflito?
c) Além do combate ao terrorismo, quais são as outras funções da Otan?
95
96
96
Embora as propostas ti- Foco na BNCC
Igor Mikhalev/Sputnik/AFP
vessem o objetivo de recupe- Competências gerais 1 e 4
rar a economia, elas não foram
Competências específicas de
aceitas imediatamente pela Geografia 3 e 4
população, em vista das difi-
culdades sociais e econômicas
Habilidade EF09GE08
que enfrentava. O conteúdo desta página
Em 1991, ocorreu uma ten- permite aos estudantes
tativa fracassada de golpe de analisar transformações
Estado por parte do setor con- territoriais, considerando o
servador do Partido Comunista movimento de fronteiras,
e das Forças Armadas, que se
tensões, conflitos e
opunham à liberação político-
múltiplas regionalidades
na Europa. Permite
-econômica implementada. O
valorizar os conhecimentos
episódio ficou conhecido como
historicamente construídos
Golpe de Agosto. Simulta-
sobre o mundo social e
neamente, as repúblicas que
cultural, desenvolver o senso
compunham a União Soviética crítico para a compreensão
reivindicavam maior autonomia. e aplicação do raciocínio
Esses acontecimentos, so- geográfico e a ocupação do
mados ao ato simbólico da der- espaço, além de utilizar a
rubada do Muro de Berlim e à linguagem cartográfica para
Manifestantes em tanques
pressão internacional exercida pelos países de economia capitalista, fortale- expressar informações.
de guerra numa tentativa de
cidos após a Guerra Fria, aceleraram o fim da União Soviética, iniciada com a golpe contra o presidente
independência da Lituânia, da Letônia e da Estônia, em 1991. Gradualmente, o Mikhail Gorbatchov. Moscou,
Rússia, 1991.
território soviético se fragmentou e deu origem a novos países.
As repúblicas recém-independentes que antes constituíam a União Sovié-
tica, com exceção das bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia), formaram, com a
Rússia, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Observe no mapa
a seguir os países formados após o fim da URSS.
30ºO
ulo Polar Árt
0º
EUROPA 150ºL
ESTÔNIA
LETÔNIA
LITUÂNIA
BELARUS
UCRÂNIA
ºN
DA EDITORA DO BRASIL
MOLDÁVIA
Ma
rN N
eg
ro CAZAQUISTÃO
GEÓRGIA Mar de O L
Aral
30ºL ARMÊNIA AZERBAIJÃO
UZBEQUISTÃO
Mar S
Cáspio QUIRGUISTÃO ÁSIA Fonte: VICENTINO, Cláudio.
30º 0 769 1 538 km
N Atlas histórico geral e do Brasil.
TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO
1 : 76 900 000
São Paulo: Scipione, 2011.
60ºL 90ºL 120ºL p. 149.
97
97
Orientações
Conflitos no Cáucaso
45° L
A exemplo da Chechênia, o
RÚSSIA
Daguestão e a Inguchétia também
reivindicam a independência da
Chechênia
Rússia e aspiram formar repúblicas
Inguchétia islâmicas. A Rússia mantém for-
Abecásia
Ossétia te controle militar nessas áreas, a
do Norte
fim de conter a ação dos rebeldes
Ossétia Daguestão
MAR do Sul separatistas.
NEGRO MAR Observe no mapa ao lado a
GEÓRGIA CÁSPIO
região do Cáucaso e os países en-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO volvidos em conflitos separatistas.
O L 40° N
Regiões separatistas
Limites internacionais S
AZERBAIJÃO
Limites pretendidos após 0 83 166 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
independência
IRÃ 1 : 8300 000 escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 47.
98
98
Orientações
Conflitos na Crimeia Destaque que, de acordo com o
Sputnik/AFP
Atualmente, uma das questões senso ucraniano de 2001, aproxi-
geopolíticas mais relevantes que envol- madamente 60% da população da
vem a Rússia é o conflito com a Ucrânia Crimeia é de etnia russa e 24% é de
pela posse da Península da Crimeia.
ucranianos. Solicite aos estudantes
A região já pertenceu à Rússia e foi
que reflitam sobre esse dado e o re-
anexada pela Ucrânia, em 1954, como
lacionem com a anexação desse ter-
presente do então líder soviético Nikita
Khrushchov, que era de origem ucrania-
ritório pela Rússia. Essa reflexão pro-
na. Diferentemente do resto da Ucrânia, porcionará maior protagonismo no
a maioria da população da Crimeia é de processo ensino-aprendizagem.
origem russa. O referendo realizado na Crimeia
A história desse conflito come- suscitou muitas polêmicas. A Assem-
çou em novembro de 2013, quando bleia Geral da ONU, por exemplo, de-
o então presidente da Ucrânia, Viktor cidiu em 2014 não validar seu resul-
Yanukovych, desistiu de assinar um acor- tado. Na ocasião, o Brasil se absteve
do de livre-comércio com a União Euro- na votação.
peia, dando prioridade a acordos com a
Rússia. Isso gerou protestos populares,
repressão militar violenta do governo
e o afastamento do presidente (no ano
seguinte) pelo Parlamento do país. Ao
convocar novas eleições, as tensões se-
Policiais e manifestantes na
paratistas do leste do país, de maioria russa, tornaram-se mais acirradas. praça Maidan Nezalezhnosti.
Na Crimeia, o Parlamento local foi tomado por um comando pró-Rússia, Kiev, Ucrânia, 2014.
que nomeou um novo premiê e aprovou a independência e posterior anexação
à Rússia. O governo foi considerado ilegítimo pela Ucrânia, que pediu às forças
internacionais que não o reconhecessem.
Com as tensões, o Parlamento russo aprovou o envio de tropas à Crimeia.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais posicionaram-se a favor da
Ucrânia, impondo sanções e exigindo que a Rússia retirasse imediatamente seu
contingente militar da região.
Mesmo com oposição da ONU, foi realizado um referendo popular na
Crimeia, que, com 96% dos votos, decidiu pela separação da Ucrânia e anexa-
ção à Rússia. Atualmente, a Rússia administra a península, e a Ucrânia continua Veículos militares russos
a afirmar seu direito sobre a Crimeia. em deslocamento em solo
ucraniano. Crimeia, Ucrânia,
Stringer/Reuters/Fotoarena 2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
99
99
Orientações Crimeia: localização - 2017 Observe, no mapa ao lado, a
Relembre os estudantes que a localização da Crimeia e dos países
Mario Yoshida
Ucrânia, no passado, foi uma das re- RÚSSIA envolvidos no conflito.
BELARUS
públicas que era parte da União das A questão central desse conflito
Repúblicas Socialistas Soviéticas é o desejo da Rússia de retomar sua
(URSS) até a proclamação da inde- Kiev influência na Europa, evitando o avan-
pendência do país em 1991, com a POLÔNIA
ço do Ocidente até zonas próximas
dissolução da URSS. Explique que de suas fronteiras. Isso porque, com o
50° N UCRÂNIA fim da Guerra Fria e a desintegração
desde 2014, com a anexação da Pe-
da União Soviética, a Rússia perdeu
nínsula da Crimeia pela Rússia, a re-
grande parte de seu poder de influên-
gião vive sob tensão militar. Mais re-
MOLDÁVIA cia mundial. A Crimeia é uma região
centemente, em fevereiro de 2022,
de grande importância estratégica:
iniciou-se um conflito entre Rússia e ROMÊNIA tem acesso ao Mar Negro (único porto
N
Ucrânia que já causou danos aos dois de águas quentes da Rússia, que leva
Crimeia
países, com inúmeras mortes de am- Rússia Simferopol
O L
ao Mediterrâneo) e um dos solos mais
bos os lados. Ucrânia S férteis do mundo.
Capital de país Mar Negro
½½ Resposta Principal cidade
0 130 260 km
100
Orientações
Iugoslávia Oriente a leitura do mapa so-
Nas últimas décadas, os países da Europa Oriental protagonizaram o maior bre os conflitos que ocorreram no
número de conflitos do continente. Essa situação explica-se pelo fato de a território iugoslavo. Se conside-
região se caracterizar, há muito tempo, por divergências étnicas e religiosas e rar pertinente, destaque a extre-
por ter estado durante décadas sob a influência do socialismo soviético. Vamos
ma violência dos crimes de guer-
entender o caso da ex-Iugoslávia, localizada na Península dos Bálcãs.
ra que ocorreram ao longo desses
O território da antiga Iugoslávia reunia povos de diferentes nacionalidades
conflitos. O Tribunal Penal Interna-
(croatas, sérvios, bósnios, eslovenos, entre outros) em seis repúblicas: Sérvia,
Croácia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Macedônia.
cional para a ex-Iugoslávia (TPIJ)
No final da década de 1980, com a crise do socialismo soviético, os mo-
foi um tribunal das Nações Unidas
vimentos separatistas e nacionalistas ganharam espaço. Em 1991, ocorreu a que lidou com crimes de guerra que
independência de três repúblicas da Iugoslávia: Macedônia, Croácia e Eslovênia. ocorreram durante os conflitos dos
Em 1992, a luta pela independência da Bósnia e Herzegovina tomou um Bálcãs nos anos 1990.
rumo bastante violento. A não aceitação do separatismo pela Sérvia (a maior e Ressalte que, durante a Guerra do
mais militarizada das repúblicas) e a presença de milhares de sérvios na Bósnia Kosovo, a Organização do Tratado do
provocaram uma guerra civil com intensa “limpeza étnica”, principalmente de Atlântico Norte (Otan) realizou uma
grupos armados sérvios contra bósnios. Tropas de coalizão internacional, lide- intervenção militar na Iugoslávia com
radas pela ONU, puseram fim ao conflito. a justificativa de que a operação bus-
Em 1998, iniciou-se na região a Guerra do Kosovo. O Kosovo, com popula- cava deter os abusos de direitos hu-
ção majoritariamente albanesa, era uma das províncias da Sérvia. manos no Kosovo. Foi a primeira vez
Em razão do movimento armado de separação, liderado pelo Exército de que a organização usou a força militar
Libertação do Kosovo (ELK), o governo contra-atacou os separatistas, alegando sem a aprovação do Conselho de Se-
defender a integridade da Sérvia, e milhares de albaneses foram expulsos
gurança das Nações Unidas. Os bom-
de Kosovo.
bardeios levaram à criação da Missão
Observe, no mapa a seguir, os países originados da ex-Iugoslávia.
de Administração Interina das Nações
Unidas no Kosovo (UNMIK).
Países originários da ex-Iugoslávia
Sonia Vaz
15°L 20°L
ÁUSTRIA
HUNGRIA
ESLOVÊNIA
CROÁCIA
ROMÊNIA
45°N
BÓSNIA E
HERZEGOVINA SÉRVIA
N
O L
0
S
60 120 km
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO MONTENEGRO
KOSOVO* BULGÁRIA
1 : 6 000 000
DA EDITORA DO BRASIL
Mar Adriático
ITÁLIA
MACEDÔNIA
GRÉCIA
*Nota: Em 17 de fevereiro de 2008, a província do Kosovo declarou unilateramente ALBÂNIA
sua independência da Sérvia. Esta situação ainda está em processo de reconhecimento.
Fonte: WINKLER, Julio Cezar. Atlas do estudante da era digital. 2. ed. Curitiba: Positivo, 2013. p. 54.
101
101
Orientações Em 2003, a Iugoslávia
Daniel Mihailescu/AFP
Informe que o Kosovo só é re- foi oficialmente extinta e
conhecido por 111 dos 193 países- passou a se chamar Sérvia
-membros da ONU. O Brasil é um dos e Montenegro. Em 2006,
países que não o reconhecem como sem conflitos, Montenegro
independente. tornou-se independente,
formando um novo país.
½ Respostas Já em 2008 foi a vez do
Kosovo declarar-se inde-
Um pouco mais sobre
pendente, embora não te-
1. a) Baixa produtividade da agricul- nha sido reconhecido como
tura em relação à indústria e ao Estado por muitas nações.
comércio exterior (preços e de-
pendência da tecnologia dos
países industrializados).
Kosovares celebram a
b) P lano de integração econômi- independência de seu país.
ca de ajuda mútua criado pela Pristina, Kosovo, 2008.
DA EDITORA DO BRASIL Fonte: ALVES, André Gustavo de Miranda P. (org.). Uma longa transição: vinte anos de transformações na Rússia. Ipea, Brasília, 2011. p. 15-16.
Disponível em: www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro_russia.pdf. Acesso em: 11 abr. 2022.
102
Foco na BNCC
Competências gerais 2 e 5
Competência específica de Geografia 5
A interpretação do texto e a atividade
proposta na seção Um pouco mais sobre
exercitam a curiosidade intelectual e a prática
de procedimentos de investigação por parte
do estudante, além de incentivar o uso de
tecnologias digitais de informação de forma
crítica e responsável para pesquisa e produção
de conhecimento.
102
Orientações
Faça no caderno
½ Respostas
1 Cite as causas que levaram ao fim do bloco socialista e da URSS. 1. O baixo crescimento econômico e
industrial do país (que resultou em
2 Que fatores estão envolvidos na recusa do governo russo em aceitar a independência da Chechênia?
uma grave crise produtiva), as medi-
3 Quais fatores explicam o processo de desintegração da Iugoslávia? Quais países se formaram ao longo das econômicas e políticas adotadas
desse processo? no governo de Mikhail Gorbatchov
(perestroika e glasnost) e os movi-
4 “A década de 1990 representou a inserção da Rússia na economia de mercado”. Explique essa afirmação.
mentos em favor da abertura política
5 Ao defender a Crimeia, o interesse da Rússia é apenas humanitário? Justifique sua resposta. e da democratização.
2. O governo russo não tem interes-
Para refletir se em aceitar a independência da
Chechênia, porque isso pode abrir
1 Observe a imagem a seguir. Explique que mudanças esse fato, ocorrido em 1991, trouxe para a União um precedente para que outras re-
Soviética e o bloco socialista.
giões, sobretudo as do sul do país,
também reivindiquem suas inde-
103
Faça no caderno
Orientações
Destaque que o Tribunal Consti-
O valor da Ucrânia
tucional da Rússia considerou legal
a assinatura que anexa a Crimeia ao
território russo. Vladimir Putin decla-
rou que “a Crimeia sempre foi parte
da Rússia nos corações e mentes das Ucrânia atual Ucrânia: distribuição dos protestos
pessoas”.
O país é dividido em dois
Mario Yoshida
Destaque também que o Escritório lados: o Ocidental, mais 1918 1991
do Alto Comissário das Nações Unidas 1924
jovem, que se considera RÚSSIA
para os Direitos Humanos (ACNUDH) ucraniano e busca apoio BELARUS
2014 JUL.
apresentou 20 recomendações para da União Europeia; e o 2013
a promoção dos direitos humanos Oriental, mais tradicional,
que se considera russo, fala
na Crimeia após sua anexação pela 2004
a língua russa e busca apoio
Rússia. da Rússia.
Kiev Séc. XVIII
POLÔNIA 1991
XVIII
50° N
Como a crise começou
2004
O motivo principal foram as
ondas de protestos contra
2013
o então presidente do país, MOLDÁVIA
Viktor Yanukovych, por
não assinar o acordo com a MAR.
União Europeia, mas há uma ROMÊNIA
2014
série de outras razões. A N
sucateamento dos serviços Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.; O que se sabe
sociais, pobreza, corrupção sobre a nova frente no conflito na Ucrânia. BBC Brasil. Disponível em: www.bbc.co.uk/portuguese/
noticias/2014/08/140827_russia_ucrania_invasao_pai; Raízes do conflito. Estadão. Disponível em:
e desemprego.
www.estadao.com.br/infograficos/raizes-do-conflito,internacional,169940. Acessos em: 10 abr. 2022.
A crise do gás
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O fornecimento de
2006 Estatal russa
1994 gás é interrompido.
A dívida bate A Rússia corta o
ameaça cortar
novamente o envio
DA EDITORA DO BRASIL
A Rússia reduz
o fornecimento
US$ 640 milhões. fornecimento de
gás para a região.
de gás caso a
Ucrânia não pague
de gás. Dívida 2001 A Ucrânia desvia a dívida de
ucraniana chega a gás que iria para US$ 1,3 bilhão.
US$ 600 milhões. a Europa.
2007
104
104
Orientações
Cristiane Viana
½ Respostas
História da Ucrânia
Grande produção Em foco
Séc. XVIII – Ucrânia se torna parte do Império Russo. industrial, especialmente
1918 – Ucrânia conquista independência da Rússia. de aço. 1. Vários fatores contribuíram para
Oitava maior reserva de alimentar a crise econômica na
1924 – Ucrânia se une à URSS.
carvão mineral do mundo. Ucrânia, como sua elevada dívida
1991 – Com o fim da URSS, a Ucrânia consegue sua segunda
independência. Primeira em extração de
externa, sucateamento dos servi-
titânio. ços sociais, pobreza, corrupção e
2004 – Ocorre a Revolução Laranja. Viktor Yushchenko ganha
as eleições presidenciais, mas com ajuda do presidente da desemprego.
Grande produção agrícola.
época, ele começa um levante popular que ocasiona uma 2. O lado ocidental ucraniano deseja
segunda eleição. Yushchenko é envenenado, mas não morre 600 000 km2 de território,
fazer acordos com a União Europeia
e ganha a eleição. sendo maior que qualquer
país europeu. como tentativa para sair da crise. O
2013 – Viktor Yanukovych, presidente da Ucrânia, recusa
acordo de aproximação com a UE em favor da Rússia. A lado oriental, de população russa,
Geograficamente, é um
decisão leva o povo às ruas, invadindo prédios do governo. dos maiores pontos de pretende continuar ligado à política
Parte da população se une ao governo e o confronto começa. econômica da Rússia.
acesso para a Ásia e a
2014 – Em fevereiro, Yanukovych é deposto e um membro da Europa, e por seu território
oposição, Oleksander Turchynov, assume a presidência, criando passa uma grande
um governo contrário à Rússia. A Rússia e seus apoiadores quantidade de gasodutos
declaram golpe de Estado e os confrontos retornam. que abastecem boa parte
Em março, a região da Crimeia realiza um referendo e, com da Europa.
96% dos votos, decide se anexar à Rússia, sendo apoiada pelo
presidente russo, Vladimir Putin. A Ucrânia e os países do
Ocidente não reconhecem a anexação. Isso estimula o leste
do país a organizar movimentos separatistas. 1 Cite os fatores que contri-
Diversos países do mundo começam a intervir. A Rússia envia buíram para agravar a crise
tropas para a Crimeia. Os EUA e a União Europeia protestam econômica na Ucrânia nos
contra a invasão. A China entra com apoio à Rússia. últimos anos.
Em julho, com novo presidente eleito, a Ucrânia assina o
Tratado de Livre-Comércio com a União Europeia e faz grandes 2 O que justifica a divergência
modificações na política do país. de interesses econômicos
2018 – Em maio, o presidente russo Vladimir Putin inaugura entre os lados ocidental e
a Ponte da Crimeia, que liga a Crimeia ao sul da Rússia. oriental do país?
2022 – Em fevereiro tem início um conflito entre Rússia e Ucrânia.
105
105
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 O que é imperialismo? Quais países eram imperialistas entre os séculos XVIII e XIX?
Para encerrar 2 Atualmente, existe algum país imperialista? Se sim, qual? Quais foram as razões que você identificou
para considerá-lo imperialista?
1. É o domínio de uma nação sobre ou-
tra. Reino Unido, França, Alemanha, 3 Faça uma legenda para o mapa a seguir e escreva as características gerais dos países europeus no
Inglaterra, Espanha, Bélgica, Itália, período representado.
Portugal.
Europa: político – após a Segunda Guerra Mundial
2. Resposta pessoal. Espera-se que o
Sonia Vaz
30ºO 30ºL 60ºL
estudante consiga, com base nos Círc
ulo
Pola
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
ich
rtic
o
w
Green
resposta. ISLÂNDIA
no de
60°
3. Legenda: laranja: Europa Ocidental;
N
ia
Merid
FINLÂNDIA
verde: Europa Oriental. Resposta es- NORUEGA
SUÉCIA
perada para as características gerais OCEANO
áltico
ATLÂNTICO Mar do URSS
das nações: países socialistas ado-
Mar B
Norte União das Repúblicas
DINAMARCA Socialistas Soviéticas
tavam a economia socialista (cor REP.
IRLANDA REINO RDA
(parte europeia)
UNIDO PAÍSES
verde); países capitalistas, a econo- BAIXOS RFA (Rep.
(Rep. Dem. POLÔNIA
BÉLGICA Fed. Alemã)
mia de mercado (cor laranja). LUX. da TCHE
COSLOV N M
45°N Alemanha) ÁQUIA ar
4. A unificação da Alemanha; a desin- FRANÇA SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA
O L
Cá
sp
io
tegração da URSS e o surgimento ROMÊNIA
Mar Negro
IUGOSLÁVIA
de vários Estados independentes; BULGÁRIA S
AL
TUG
ESPANHA ITÁLIA TURQUIA
a divisão da Tchecoslováquia em POR
ALBÂNIA (parte europeia)
ÁSIA
rios Estados. Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 32.
106
Orientações
6 Explique a etimologia e o sentido geográfico das palavras “Oriente” e “Ocidente”. ½½ Respostas
107
Objetivos da unidade
WS PHOTO/Shutterstock.com
• Localizar e caracterizar a Eurásia.
• Distinguir os limites da Europa e
da Ásia.
• Identificar e caracterizar as regiona-
lizações europeias.
• Caracterizar o relevo europeu, suas
particularidades e formas de uso
do solo.
• Caracterizar a hidrografia do conti-
nente europeu e a importância dos
principais rios.
• Caracterizar e relacionar climas e
vegetações na Europa.
• Identificar e caracterizar impactos
ambientais na Europa.
Introdução
Seguindo os estudos sobre o conti-
nente europeu, essa unidade trabalha
os aspectos físicos do território. São
apresentadas a divisão continental da
Eurásia, as relações históricas entre
os continentes e as múltiplas regio-
nalizações do território. O estudante
conhecerá as principais caraterísticas
do relevo europeu, seus principais rios
e lagos e a importância deles para o
continente. São explicadas também
as características climáticas e os ti-
pos de vegetação, assim como a ação
humana no espaço geográfico e a
transformação das paisagens desse
continente.
Justificativa
O conjunto de objetivos previstos
para essa unidade promove a articu-
lação entre aspectos naturais e a vida
das sociedades europeias nos dias MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
atuais, tornando-se subsídio funda-
mental para compreensão da Geo-
DA EDITORA DO BRASIL
grafia da Europa.
108
108
Orientações
Apresente aos estudantes um
mapa político da Europa, você pode
utilizar o mapa da página 113. Expli-
que que a Europa é composta de 50
países – entre eles estão a Rússia e a
Turquia, que pertencem a dois conti-
nentes: Europa e Ásia. Ressalte que a
Europa possui área de aproximada-
Europa:
mente 10 000 000 km² e que grande
parte do território é ocupado por par-
te da Rússia, o maior país do mundo.
aspectos ½½ Respostas
1. Respostas pessoais.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DONesta
BRASIL
unidade, você vai estudar:
• a divisão continental da Eurásia;
• as múltiplas regionalizações;
• as formas de relevo da Europa;
• os principais rios e lagos do continente;
• os tipos de clima e de vegetação.
109
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da
o desenvolvimento das competências e das BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento
habilidades a seguir: de atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência
Competências gerais 1, 2, 4, 5 e 6 escolar fundamentais para o fortalecimento do respeito,
Competências específicas de Ciências Humanas 3 e 7 da solidariedade, da organização, da participação, da coo-
peração, do protagonismo e da reflexão dos estudantes.
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4 e 7
Essas atitudes e valores devem estar relacionadas às regras,
Habilidades EF09GE07, EF09GE16 e EF09GE17 aos espaços e materiais escolares, ao convívio entre pro-
fessores, funcionários e estudantes e ao desenvolvimento
das atividades pedagógicas.
109
1
Objetivos do capítulo
Eurásia e
• Identificar a Eurásia.
• Compreender as relações históri-
cas entre os continentes europeu
e asiático.
• Identificar e caracterizar as regio- regionalizações
nalizações do continente europeu.
Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os conflitos e as transformações territoriais relaciona-
O continente europeu e as regio- das ao fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Neste capítulo, você
nalizações são conhecimentos pre- estudará a divisão continental da Eurásia, as relações históricas entre os continentes e
viamente trabalhados no Ensino Fun- as múltiplas regionalizações do território.
damental (EF07GE05, EF07GE09,
EF08GE05, EF08GE06) que se rela-
cionam com os assuntos vistos no ca- Grande massa de terra
pítulo. O resgate dessas habilidades
A definição mais aceita para o conceito de continente remete à dimensão
pode ser de grande importância para
de grandes massas de terras emersas cercadas por oceanos. Com base nisso,
o início da discussão sobre o tema
temos a América (dividida entre Norte e Sul por um istmo – a América Central),
“Eurásia e regionalizações”.
a África, a Oceania, a Antártica e a Eurásia. Mas o que seria a Eurásia?
Ao observarmos o contínuo geográfico formado pela Europa e pela Ásia,
Orientações Península: extensão podemos identificar que os continentes compõem um só grande bloco, conhe-
de terra de forma
Oriente os estudantes na leitura do mais ou menos cido como Eurásia. Dessa forma, o território que nomeamos como Europa pode
mapa da Eurásia. Apresente imagens alongada e cercada ser entendido como uma península, cercada ao sul pelo Mar Mediterrâneo, a
e mapas previamente selecionados de água por todos os
lados, com exceção
oeste pelo Oceano Atlântico e ao norte pelo Oceano Glacial Ártico. A leste, os
dos Montes Urais, uma cordilheira do ponto de contato Montes Urais e, a sudeste, as montanhas do Cáucaso e o Mar Negro separam a
de montanhas localizada na Rússia com o continente. Europa da Ásia. Observe a localização da Eurásia e dos elementos destacados
que divide os dois continentes: Ásia no texto no mapa abaixo.
e Europa. Mostre-lhes também a Eurásia
Cordilheira do Cáucaso, que fica no 0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
extremo sudeste da Europa e forma a
divisa com a Ásia.
Sonia Vaz
Círculo Polar Ártico
Se possível, apresente aos estudan-
Monte
tes a regionalização Eurafrásia, que é s
Urais
Mar Mediterrâneo
OCEANO
DA EDITORA DO BRASIL ÁFRICA
PACÍFICO
Equador
0°
N OCEANO
OCEANO ÍNDICO
ATLÂNTICO
O L
Fonte: IBGE. Atlas geográfico 0 1 245 2 490 km
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: 1 : 124 500 000
IBGE, 2018. p. 33-34. S OCEANIA
110
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 conexões entre diferentes temas do conhecimento
Competências específicas de Geografia 2 e 4 geográfico, desenvolver o pensamento espacial,
fazendo uso das linguagens cartográficas, valorizar
Habilidade EF09GE07 e utilizar os conhecimentos historicamente
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes construídos sobre o mundo físico, social e cultural
analisar os componentes físico-naturais da Eurásia para entender a realidade, exercitar a curiosidade
e os determinantes histórico-geográficos de sua intelectual e recorrer a abordagens próprias das
divisão em Europa e Ásia. Permite estabelecer ciências, como a reflexão e a análise crítica.
110
Orientações
Europa e Ásia: uma
MPI/Getty Images
Explique aos estudantes que a an-
relação histórica tiga Rota da Seda era um conjunto
de rotas que interligavam a Europa e
A relação entre Europa e Ásia pode ser vista por meio da for- a Ásia. Essas rotas foram se renovando
mação de impérios, disputas territoriais e rotas comerciais ao longo conforme os meios de transporte se
da história.
desenvolviam e evoluíam.
Entre os séculos III a.C. e XIX d.C., grandes impérios estabelece-
ram conexões territoriais entre Europa e Ásia, como o Macedônico, o Diálogo com História
Romano, o Mongol, o Otomano e o Russo, além do neocolonialismo
das potências europeias do século XIX. ½ Respostas
O expansionismo árabe nos séculos VI e VII em direção à Europa 1. A Rota da Seda foi inaugurada pela
e as cruzadas europeias em direção à Ásia entre os séculos XI e XIII A ilustração representa a jornada de Marco
Polo pela Rota da Seda. Marco Polo foi um
dinastia Han, da China em 130 a.C.
também foram movimentos fundamentais para essas aproximações. mercador, embaixador e explorador veneziano A rota foi fechada pelo Império
A Rota da Seda, que inaugurou o comércio entre Oriente e Europa, que, embora não tenha sido o primeiro Otomano, em 1453, quando es-
antes mesmo da formação do Império Romano, e o Renascimento europeu a chegar à China, foi o primeiro a
descrever detalhadamente suas experiências. te boicotou o comércio com o
comercial do século XIII ao XV constituíram importantes fluxos de troca Seu livro inspirou Cristóvão Colombo e muitos Ocidente.
de mercadorias entre os continentes. outros viajantes. Autoria atribuída a Abraham
e Jafuda Cresques Maiorca, ca.1375. 2. Resposta pessoal. Os estudantes
Faça no caderno
podem mencionar, por exemplo, a
História importância de diferentes aspectos
culturais para o fortalecimento de la-
A Rota da Seda ços entre os povos, o intercâmbio de
A Rota da Seda foi uma antiga rede de vias comerciais, formalmente estabelecida durante a tecnologias e de práticas cotidianas
dinastia Han na China, que ligou as regiões do mundo antigo por meio do comércio entre 130 a.C. advindos de diferentes aprendizados
e 1453 d.C. Como a Rota da Seda não era uma única estrada que saía do leste em direção ao ao longo do tempo, o respeito à
oeste, o termo ‘Rotas da Seda’ tem sido cada vez mais preferido pelos historiadores […]. diversidade, entre outros aspectos,
O explorador europeu Marco Polo (1254-1324) viajou por estas rotas e as descreveu em pro- para a formação de uma sociedade
fundidade em seus famosos trabalhos, mas não consta que tenha sido ele quem as nomeou. democrática.
Ambos os termos para esta rede de estradas foram cunhados pelo geógrafo e viajante alemão
Ferdinand von Richthofen, em 1877 […].
A rede foi utilizada regularmente de 130 a.C., quando os Han abriram oficialmente o comér-
cio com o Ocidente, a 1453, quando o Império Otomano boicotou o comércio com o Ocidente e
fechou as rotas. Naquela altura, os europeus haviam se habituado a usufruir dos bens que pro-
vinham do Oriente, e quando a Rota da Seda foi fechada, os mercadores precisaram encontrar
novas rotas comerciais para atenderem à demanda por estes bens.
O encerramento da Rota da Seda deu início à Era das Descobertas (1453-1660), que seria
caracterizada pelos exploradores europeus lançando-se ao mar e mapeando novas rotas maríti-
mas, para substituírem o comércio terrestre. A Era das Descobertas teria impacto sobre culturas
por todo o mundo, na medida em que expedições europeias arrogaram para si muitas terras
descobertas, […] e influenciaram outros povos por meio da introdução da cultura e religião oci-
dentais, ao passo em que foram, ao mesmo tempo, também influenciadas por eles. A Rota da
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Seda – de sua abertura ao seu encerramento – teve tamanho impacto no desenvolvimento da
DA EDITORA DO BRASIL
civilização mundial, que é difícil imaginar o mundo moderno sem ela. […]
MARK, Joshua J. Rota da Seda. World History Encyclopedia, 1o maio 2018. Tradução: Bernardo R. Carvalho.
Disponível em: https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-466/rota-da-seda/. Acesso em: 7 abr. 2022.
111
111
Orientações
Faça no caderno
Soft power:
habilidade de um
½ Respostas Estado de exercer
A Nova Rota da Seda chinesa influência indireta
Um pouco mais sobre sobre outros Estados
A Nova Rota da Seda constitui, desde seu lançamento, em 2013, um ou organismos.
1. A China pretende construir uma tema formidável. Parece cada vez mais claro que os objetivos da China Subjacente: implícito.
rede de infraestruturas de ferrovias, obedecem à uma cuidadosa tentativa de mitigar problemas estrutu-
estradas, oleodutos e cabos de fibras rais da sua sociedade.
ópticas que conectará os mercados A ideia subjacente a uma coo- China: contratos de construção no exterior
do país e da Europa. peração “ganha-ganha” projeta em milhões de US$ – 2013-jun. 2021
2. O estudante pode citar que as pos- soft power, mas também dispo-
DAE
síveis vantagens estão ligadas à am- nibiliza oportunidades para paí- 90 000
pliação das trocas comerciais, ao ses signatários ou não da Belt and
80 000
Road [Cinturão e Rota da Seda]. A
desenvolvimento técnico de infraes- 70 000
extensa rede de canais de finan-
truturas e à possibilidade de inter- 60 000
ciamento serve a diferentes pro-
câmbio produtivo e tecnológico ao pósitos, entre eles pavimentar o 50 000
longo dos eixos de conexão. caminho para uma maior presença 40 000
um conjunto de fatores, entre Fonte: MENDONÇA, M. A. A. de; LOPES FILHO, C. R. da F. U.; OLIVEIRA, J. K. B. da
eles a reavaliação de práticas de S. A Nova Rota da Seda e a projeção econômica internacional da China: redes de
financiamento, fluxos de Investimento Externo Direto (IED) e contratos de construção.
empréstimo, a redução nas reser- Brasília: Ipea, 2021. p. 36. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/
vas internacionais e os efeitos da PDFs/pubpreliminar/211207_pub_preliminar_nt_dinte_a_nova_rota_da_seda.pdf.
Acesso em: 7 abr. 2022.
pandemia [de] Covid-19. [...]
Os setores de energia e transporte representam a maior parte dos financiamentos e investimen-
tos. Nos próximos anos, é esperada uma recuperação nos aportes chineses, embora em bases menos
volumosas e mais orientada para projetos menores e financeira e ambientalmente mais sustentáveis.
Argumenta-se que a BRI [Belt Road Initiative, ou Nova Rota da Seda], enquanto plataforma de
projeção econômica internacional voltada ao longo prazo, ainda está construindo as condições
políticas, econômicas e institucionais para impulsionar os fluxos de IED [Investimento Externo
Direto], embora os países fora da iniciativa ainda concentrem a maior parte dos fluxos de IED.
Por outro lado, a maior resiliência dos países signatários da iniciativa à queda verificada a
partir de 2018, combinado com maiores restrições ao IED chinês nos mercados desenvolvidos,
sugere um maior direcionamento desses investimentos aos países em desenvolvimento, mais
carentes em recursos, especialmente para infraestrutura.
O panorama relacionado aos contratos de construção ajuda a compreender a dinâmica da Nova
Rota da Seda, e sua vocação para infraestrutura [...]. Este constitui um alicerce de um ecossistema
assentado em interações econômicas mais robustas e com forte presença de investimentos diretos.
Pode-se esperar, por fim, reconfigurações da iniciativa [...] com contornos ainda indefinidos e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO possivelmente influenciados pelas disputas geopolíticas entre China e Estados Unidos.
DA EDITORA DO BRASIL MENDONÇA, M. A. A. de; LOPES FILHO, C. R. da F. U.; OLIVEIRA, J. K. B. da S. A Nova Rota da Seda e a projeção econômica internacional da China:
redes de financiamento, fluxos de Investimento Externo Direto (IED) e contratos de construção. Brasília: Ipea, 2021. p. 50-51. Disponível em: https://
www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/pubpreliminar/211207_pub_preliminar_nt_dinte_a_nova_rota_da_seda.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022.
112
Foco na BNCC
Competências gerais 5 e 6
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes compreender, utilizar e criar
tecnologias digitais de comunicação e informação,
de forma significativa, ética e reflexiva. A
atividade busca valorizar a diversidade de saberes
e vivências, proporcionar conhecimentos e
experiências próprios do mundo do trabalho
e propiciar escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao projeto de vida de cada um, com
liberdade, autonomia e responsabilidade.
112
Orientações
Regionalizações da Europa Oriente os estudantes na leitura
Embora a Eurásia seja uma continuidade geográfica que ao longo da história do mapa desta página. Faça um bre-
passou por períodos de intercâmbio, a grande diversidade de processos histó- ve exercício para que identifiquem a
ricos, políticos e sociais e as distintas culturas da Europa e da Ásia fazem com diferença de tamanho entre alguns
que os continentes sejam entendidos e estudados em separado. países. Se possível, apresente também
Hoje composta de 50 países, a Europa é um continente relativamente um mapa do Brasil na mesma escala
pequeno. Observe-os no mapa a seguir e note que, em geral, são territó- para que comparem o tamanho dos
rios pouco extensos. O maior deles é a Rússia, apesar de somente sua parte países europeus com o de alguns es-
ocidental estar na Europa; e o menor é o Vaticano, com apenas 0,44 km2. tados brasileiros.
Por séculos, processos de unificação, guerras, desmembramentos e outros
fatores levaram à constituição dos atuais limites políticos dos países que com-
Atividades
põem a Europa. É importante frisar que, nos dois últimos séculos, poucos países
europeus não tiveram seus limites e complementares
fronteiras modificados. Essa mobili- Europa: político – 2018 1. Organize a turma em grupos e
dade se deve à grande diversidade 0° 30° L retome o conceito de região com
Sonia Vaz
Cír
cul
oP
cultural, política e econômica que o la
r Ár os estudantes. Proponha uma bre-
ich
tico
w
marcou a história do continente. ve discussão e verifique o enten-
Green
ISLÂNDIA
ic o
algumas das mais novas e das mais Norte LETÔNIA (parte europeia)
N
a pensar em regionalizações his-
á lt
DINAMARCA r B LITUÂNIA
REP. M a RÚSSIA
antigas nações do mundo, além do IRLANDA
REINO
UNIDO
PAÍSES BAIXOS
BELARUS O L tóricas, políticas, econômicas – os
maior conjunto de países desenvol- OCEANO ALEMANHA POLÔNIA
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.
sobre a regionalização recebida.
Combine com os estudantes quais
serão as informações mínimas que
cada material deverá conter, como
mapa, países envolvidos, motivos
Halford J. Mackinder da regionalização, aspectos físi-
Dentre os teóricos da geopolítica, destaca-se o geógrafo inglês Halford J. Mackinder (1861-1947), cos, sociais e econômicos, entre
que ficou famoso no início do século XX ao apresentar o trabalho O pivô geográfico da história. Em suas outros que considerar pertinentes.
teses geopolíticas, Mackinder rejeitava a ideia tradicional da existência de quatro oceanos e seis continen- Ao final, cada grupo deverá fazer
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
tes. Para ele, na verdade só havia um grande oceano, cujas águas recobriam três quartos da totalidade uma breve apresentação sobre a
do globo, e outro um quarto emerso era denominado por ele de World Island (Ilha Mundial). Assim, sua regionalização pesquisada para o
DA EDITORA DO BRASIL
atenção estava voltada para a imensa massa de terra euroasiática, que, em sua definição, era o coração restante da turma.
continental (ou Terra Central), argumentando que a Europa havia sido formada historicamente ao reagir
às ameaças provenientes da Ásia.
Com base nesses estudos, ele construiu uma das mais famosas teses de estratégia geopolítica:
“Quem controla a Europa Oriental domina a Terra Central; quem controla a Terra Central domina a Ilha
Mundial; e quem controla a Ilha Mundial domina o mundo”.
113
113
Orientações A composição do continente europeu possibilita que ele seja regionalizado
Retome os conceitos de Ocidente e de múltiplas formas, considerando fatores distintos.
Oriente e auxilie os estudantes a inter- O período da Guerra Fria determinou a divisão do continente em dois gran-
pretar os mapas desta página. des blocos: a Europa Ocidental e a Europa Oriental. Observe o mapa abaixo.
Ressalte que, do ponto de vista Por sua vez, a localização geográfica dos países possibilita dividir o con-
espacial e econômico, o continente tinente em pelo menos quatro
europeu pode ser dividido nas se- Europa: Ocidental e Oriental – 2018 regiões: Europa Nórdica ou do
guintes regiões: Europa Ocidental, Norte, Europa Ocidental e Cen-
Débora Ferreira
30°O 0° 30°L 60ºL
Círc
ulo tral, Europa Oriental ou do Leste
Europa Setentrional, Europa Centro- Pola
ich
r Ár
30°O tico 0° 30°L 60ºL
e Europa Mediterrânea ou do Sul.
enw
-Oriental e Europa Meridional. A Círc ISLÂNDIA
u lo P
e Gre
60° olar
Merid enwich
N Árti
Europa Ocidental compreende os co
iano d
ISLÂNDIA
Gre
60°
países banhados pelo Atlântico, N FINLÂNDIA
no de
NORUEGA
tais como França, Reino Unido e OCEANO SUÉCIA
ia
1 - Eslovênia
Merid
FINLÂNDIA
ATLÂNTICO ESTÔNIA
áltico
República da Irlanda; os que se li- OCEANO
NORUEGA
Mar do
SUÉCIA LETÔNIA
RÚSSIA 2 - Croácia
Norte (parte europeia) 1 - Eslovênia
3 - Bósnia e Herzegovina
Mar B
gam ao Atlântico por meio do Mar ATLÂNTICO DINAMARCA ESTÔNIA
áltico
REP. LITUÂNIA 2 - Croácia
N Mar do RÚSSIA RÚSSIA 4 - Montenegro
IRLANDA
do Norte (Países Baixos, Alemanha e REINONorte LETÔNIA BELARUS (parte europeia) ÁSIA 3 - Bósnia e Herzegovina
Mar B
UNIDO PAÍSES BAIXOS 5 - Kosovo
O N REP.L DINAMARCA LITUÂNIA
Bélgica); e os que não têm saída para IRLANDA REINO BÉLGICA ALEMANHA RÚSSIA
POLÔNIA
BELARUS ÁSIA
4 - Montenegro
6 - Macedônia
UNIDOLUXEMBURGO REP. UCRÂNIA 5 - Kosovo
7 - Vaticano
o mar, mas são vistos como ociden- O 45°N SL PAÍSES BAIXOS
ALEMANHA
TCHECA
POLÔNIA ESLOVÁQUIA Mar 6 - Macedônia
8 - Andorra
BÉLGICA MOLDÁVIA Cáspio
tais: Áustria, Suíça e Luxemburgo. Já S
FRANÇA SUÍÇA
LUXEMBURGO
11 ÁUSTRIA
REP.
TCHECA1 2
HUNGRIA UCRÂNIA 7 - Vaticano
9 - Mônaco
ESLOVÁQUIA ROMÊNIA
45°N GEÓRGIA AZERBAIJÃO
Mar
a Europa Setentrional é a região que FRANÇA
8
11
SUÍÇA 9 ÁUSTRIA 10 HUNGRIA 3 SÉRVIA MOLDÁVIA Mar Negro Cáspio
ARMÊNIA
8 - Andorra
10 - San Marino
PORTUGAL BULGÁRIA 9 - Mônaco
11 - Liechtenstein
abrange Noruega, Suécia, Dinamarca ESPANHA ITÁLIA
1 2
7
4 ROMÊNIA
5
6 TURQUIA
GEÓRGIA AZERBAIJÃO
10 - San Marino
3 SÉRVIA Mar Negro ARMÊNIA Europa Ocidental
e ainda Estônia, Letônia e Lituânia, PORTUGAL
ESPANHA
8 9
ITÁLIA
10 ALBÂNIA
BULGÁRIA
4 5 GRÉCIA
(parte europeia)
11 - Liechtenstein
Europa Oriental
incorporados depois da década de Mar Mediterrâneo 7
ALBÂNIA
6 TURQUIA
(parte europeia) 0 480 960 km Europa Ocidental
mada pelos antigos países socialistas Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43;
ÁFRICA
GIRARDI, Gisele;
1 : 48 000 000
MALTAgeográfico do estudante
ROSA, Jussara Vaz. Atlas . São Paulo: FTD, 2011. p. 135.
CHIPRE
do Leste: Romênia, Bulgária, Albânia,
Sérvia, Montenegro, Kosovo, Eslovênia,
Europa: regionalização físico-geográfica – 2018
Croácia, Bósnia e Herzegovina e
Contudo, a consolida-
Mario Yoshida
Cír
Macedônia do Norte. Por fim, a cu
h
lo
enwic
Po
Cír
cu la rÁ ção e o fortalecimento do
h
Po o
e Gre
lar
Árt
ISLÂNDIA
ico principal bloco econômico
sul do continente em que quase to-
e Gre
iano d
ISLÂNDIA
do mundo, a União Europeia,
iano d
OCEANO
Mediterrâneo: Portugal, Espanha, ATLÂNTICO
SUÉCIA FINLÂNDIA
rência de análise ao estu-
OCEANO
Itália, Grécia. ATLÂNTICO
SUÉCIA
NORUEGA FINLÂNDIA
darmos o continente.
NORUEGA
ESTÔNIA
RÚSSIA
Mar do ESTÔNIA (parte europeia)
Norte LETÔNIA RÚSSIA
Mar do Mar
IA (parte europeia)
50° IRLANDA REINO
Norte DINAMARCA LETÔNLITUÂNIA
Báltico
N UNIDO Mar RÚSSIA ÁSIA
50° N
IRLANDA REINO DINAMARCA Báltico LITUÂNIA
N BELARUS
UNIDO PAÍSES BAIXOS RÚSSIA ÁSIA
N
PAÍSES BAIXOSALEMANHA POLÔNIABELARUS
O L BÉLGICA
POLÔNIA UCRÂNIA
ALEMANHA
O L REP. TCHECA LUXEMBURGO
BÉLGICA
ESLOVÁQUIA Mar
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
S REP. TCHECA LUXEMBURGO UCRÂNIA
MOLDÁVIA
ÁUSTRIA Cáspio
SUÍÇA ESLOVÁQUIA
HUNGRIA Mar
S FRANÇA MOLDÁVIA
ÁUSTRIA ESLOVÊNIA ROMÊNIA Cáspio
SUÍÇA ITÁLIA HUNGRIA
CROÁCIA Europa Mediterrânea
DA EDITORA DO BRASIL
FRANÇA Mar Negro
ESLOVÊNIABÓSNIA E ROMÊNIA
SÉRVIA
PORTUGAL CROÁCIA
HERZEGÓVINA ouMediterrânea
do Sul
ANDORRA ITÁLIA BULGÁRIA Mar Negro Europa
PORTUGAL BÓSNIA E SÉRVIA KOSOVO
MONTENEGRO
HERZEGÓVINA ou doEuropa
Sul Ocidental
ANDORRA
ESPANHA MACEDÔNIA TURQUIA
BULGÁRIA
MONTENEGRO KOSOVO e Central
ESPANHA
ALBÂNIA
MACEDÔNIA TURQUIA Europa Ocidental
ALBÂNIA GRÉCIA e Central
Europa Oriental
Mar Mediterrâneo
GRÉCIA
ou do Leste
Europa Oriental
Mar Mediterrâneo
ou doEuropa
Leste Nórdica
0 480 960 km
ÁFRICA ouNórdica
Europa do Norte
0 4801 : 48 000 000
960 km
0° ÁFRICA ou do Norte
1 : 48 000 000
0° Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.
114
114
Faça no caderno
Débora Ferreira
30°O ulo 0° 60°L
Pola
r Ár impérios Alemão e Austro-Húngaro
Green o de
tico
wich
ISLÂNDIA
a partir da delimitação das fronteiras
ian
(DIN)
Merid
60°
N de diversos países.
NORUEGA
Desafio
OCEANO
SUÉCIA 1. A ligação natural entre o Oceano
ATLÂNTICO Mar do
Norte
IMPÉRIO RUSSO
Atlântico e o Mar Mediterrâneo –
IRLANDA
GRÃ-
-BRETANHA DINAMARCA
Mar
Báltico N que separa o continente africano do
REINO UNIDO O L
europeu – é o Estreito de Gibraltar.
PAÍSES BAIXOS
BÉLGICA
IMPÉRIO ALEMÃO Tem grande importância econômi-
45°N
LUXEMBURGO
S
ca por ser uma das rotas marítimas
IMPÉRIO
AUSTRO-HÚNGARO comerciais mais movimentadas do
FRANÇA SUÍÇA
ROMÊNIA
mundo.
Mar Negro
SÉRVIA
ITÁLIA MONTENEGRO BULGÁRIA
AL
TUG
ESPANHA
ALBÂNIA IMPÉRIO OTOMANO
POR
GRÉCIA
0 464 928 km
CHIPRE
MALTA Mar Mediterrâneo
(Ocupado pelo Reino
1 : 46 400 000 ÁFRICA (RUN) 30°L Unido durante a guerra)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Desafio
1 Pesquise em fontes confiáveis o nome da ligação marítima natural entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano
Atlântico e sua importância econômica para o continente europeu.
115
Orientações
½½ Respostas 3. a) A leste, os Montes Urais e, a sudeste, as montanhas do
1. Espera-se que o estudante conclua que a Eurásia é a es- Cáucaso e o Mar Negro separam a Europa da Ásia.
trutura física unitária em que se desenvolveram relações b) O Mar Mediterrâneo separa a Europa da África.
históricas, como os fluxos de mercadorias e as disputas 4. Grandes impérios formaram-se ao longo da história conec-
territoriais entre a Europa e a Ásia. tando territorialmente os dois continentes. Além dos impé-
2. Quanto à latitude, a Europa está inteiramente posicionada rios, as rotas comerciais foram fundamentais para todo esse
no hemisfério norte. Em relação à longitude, a maior parte intercâmbio. Atualmente, o crescimento econômico chinês
do continente está no hemisfério oriental, e uma menor tem impulsionado a formação de um novo intercâmbio glo-
porção está no hemisfério ocidental. bal entre Ásia e Europa.
115
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as características das
estruturas e formas do relevo eu-
ropeu.
• Distinguir as principais formas planál- Relevo
ticas e suas localizações na Europa.
• Analisar a relação entre o relevo e
as formas de uso dos solos.
Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou o bloco continental da Eurásia, a relação histórica
pedagógicos
entre a Ásia e a Europa e algumas formas de regionalização do continente. Neste capí-
As formações de relevo, suas ca- tulo, você estudará as principais caraterísticas do relevo europeu.
racterísticas e sua relação com possí-
veis usos do solo são conhecimentos
previamente trabalhados no Ensino
Fundamental (EF04GE11, EF06GE05, Estrutura e formas do relevo
EF06GE10) que se relacionam com os O relevo do continente europeu constitui-se de três principais feições
assuntos vistos no capítulo. O resgate geológicas e morfológicas: os maciços antigos do norte e nordeste, as planícies
dessas habilidades pode ser de gran- e terras baixas centrais e as cadeias montanhosas recentes do sul e sudeste.
de importância para o início da dis- Há predominância de extensas planícies e terras baixas, as quais ocupam apro-
cussão sobre o tema “Relevo europeu”. ximadamente dois terços do território, com altitudes médias inferiores a 200
metros. A maioria da população ocupa esses relevos, onde também estão as
Orientações principais concentrações urbanas, industriais e agrárias do continente. Observe
no mapa a seguir a estrutura e as principais formas do relevo europeu.
Utilize o mapa desta página para
retomar com os estudantes os concei-
Europa: estrutura e formas do relevo
tos relacionados a relevo. Ressalte que
Alessandro Passos da Costa
Cír 0° 40° L
a Europa é o continente que apresen- cu
lo P
ola OCEANO
MO
r Ár
ta a menor altitude média e que, do tico
N
GLACIAL ÁRTICO
TE
S
MACIÇO Mar
ponto de vista geomorfológico, pode
ch
Branco
UR
ESCANDINAVO
wi
AI
ga
S
de Green
rue
VOS
DINA
tnia
da
r
e Europa Meridional. Destaque que Ma
PLANÍCIE
Bó
o
AN
Meridian
SARMÁTICA
de
C
ES
OCEANO
ES
P
ATLÂNTICO AL
nente, tem formação recente e apre-
senta longas cadeias montanhosas PLANALTO
DE N
PLANALTO
o
DO
Bá
VOLGA
Bética até o Cáucaso. É onde está lo- Mar do PLANALTO O L
M
a
T ES
M CENTRAL Cadeias de
Norte
. P ENINO
Í CI M
AN UCRAACIÇO escudos antigos
PL NIA
Canal da Mancha M
T NO Mar
BO ES. Cáspio Planícies e/ou terras
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mar
MACIÇO ÊM DA de
AT
RENANO IA CÁRP OS Azov baixas em bacias
sedimentares
DA EDITORA DO BRASIL
CÁUCASO
S Relevo em terras
Baía de MACIÇO ALPE M a r Ne g r o vulcânicas
Biscaia CENTRAL LP
FRANCÊS
A
ES
MTES. CANTÁ M DI N
BRICO
S PIREN ar ÁR BÁLCÃS
EUS Ad ICO
AP
riá S
EN
NO
S tico
I
40° N
MESETA
ar
DO
ESPANHOLA ÍSOLA, Leda. Atlas
Eg
eu
A 0 385 770 km
ÉTIC geográfico Saraiva. 4. ed.
CO RD. B Mar
1 : 38 500 000 São Paulo: Saraiva, 2013.
Mediterrâneo
p. 115.
116
116
Ao norte e a nordeste da Europa encontram-se áreas de maciços cristalinos Orientações
Relevo tabular:
muito antigos, formados na Era Paleozoica, os quais deram origem às montanhas. corresponde a áreas Retome com os estudantes as dis-
Estas, por sua vez, sofreram, ao longo de milhões de anos, intensos processos do relevo com feições tintas formações de relevos: planaltos,
semelhantes a
erosivos e tectônicos. Esses fenômenos originaram áreas cobertas por sedimen- mesas, de formação planícies, depressões e montanhas.
tos, formando os planaltos de elevações arredondadas. Muitos planaltos têm tam- sedimentar. As Com base no mapa da página an-
bém forma de relevo tabular, recebendo, na Espanha, a denominação de meseta. superfícies são
elevadas, mais ou terior, nas fotografias desta página e,
As principais formas planálticas da Europa são: os Alpes Escandinavos, na menos aplainadas, se possível, em outras previamente
Península Escandinava, na Noruega e na Suécia; os Montes Peninos, na Ingla- em razão das
selecionadas, ilustre para os estudan-
terra; a Meseta Espanhola, no centro da Espanha; o Maciço Central Francês, no deposições e erosões
ao longo de milhões tes as formas de relevo que compõem
centro-sul da França; o Maciço da Boêmia, na República Tcheca; o Planalto de de anos. o continente europeu. Se considerar
Valdai e o Planalto Central Russo, na Rússia.
pertinente, proponha um breve exer-
Dominando o centro e o leste do continente, de
cício com eles e utilize um mapa para
Tatiana Dyuvbanova/iStockphoto.com
origem fluvial e glacial, destacam-se as planícies e
as terras baixas sedimentares. A Planície Germano- que identifiquem a localização dos
-Polonesa estende-se entre a Alemanha e a Polônia; lugares apresentados.
a Planície Húngara localiza-se na Hungria; a Planície
do Rio Pó, na Itália; a Planície Russa (ou Sarmática), Para aprofundar
na Rússia; a Bacia do Tâmisa, no sul da Ilha da Grã- A reportagem “Vulcão Etna
-Bretanha; e a Bacia do Sena, no norte da França. registra erupção com emissão de
Nas áreas centrais, sul e sudeste do continente cinzas e lava da cratera sudeste”
europeu se encontram os terrenos de formações Formas planálticas. Noruega, 2018. retrata uma recente erupção do
geológicas mais recentes. São os dobramentos vulcão Etna. Disponível em: https://
Alexei Danichev/Sputnik/AFP
modernos da Era Cenozoica, formados por cadeias noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/
de montanhas muito altas. Devido à formação efe/2021/09/21/vulcao-etna-registra
recente, esses terrenos estão sujeitos às instabili-
-erupcao-com-emissao-de-cinzas-e
dades tectônicas, neles podendo ocorrer terremotos
-lava-da-cratera-sudeste.htm. Acesso
e vulcanismos. São exemplos de cadeias de monta-
em: 9 jun. 2022.
nhas: os Alpes, que se estendem do sul da França ao
leste da Áustria; os Montes Apeninos, na Península
Itálica; os Pireneus, entre a França e a Espanha; os
Cárpatos, ao redor da Planície Húngara; o Cáucaso,
O Monte Elbrus, com mais de 5 600 m de altitude, localizado na
entre o Mar Negro e o Mar Cáspio; e os Bálcãs, na Cordilheira do Cáucaso, é o ponto de maior altitude da Europa.
Península Balcânica. Fotografia de 2021.
Vulcão Etna
Anadolu Agency/AFP
117
117
Orientações No relevo europeu há também terrenos muito baixos, com altitudes negati-
Construa na lousa um esquema vas, formados pelas depressões absolutas (abaixo do nível do mar). Eles loca-
representativo das depressões abso- lizam-se junto ao Mar Cáspio – Depressão Caspiana (entre Europa e Ásia) – e
lutas. Se possível, apresente fotogra- Diques na foz do Rio Reno, na Holanda (Países Baixos).
construídos para controlar o
fias previamente selecionadas para Para ocupar os terrenos abaixo do nível do mar, a Holanda fez obras de
avanço da água do mar em
ilustrar algumas dessas formações e área de depressão absoluta. engenharia hidráulica, a fim de obter espaço para a atividade agrícola. Ao ater-
o tipo de engenharia para conter a Províncias de Holanda do Sul rar partes da costa e construir diques de contenção para evitar a invasão da
e Zelândia, Países Baixos,
invasão da água do mar. 2018.
água do mar, o país ganhou mais espaço. Essas áreas são chamadas pôlderes.
Ressalte que nos Países Baixos, lo-
da Itália.
2. a) Porque está na convergência Terremoto atinge região central da Itália e provoca pânico
entre duas placas tectônicas: a Uma nova sequência de terremotos atingiu algumas regiões no centro da Itália na madru-
Euroasiática e a Africana. gada deste domingo (1), na mesma área devastada por tremores em 2016 e 2017. Até o momento,
b) Desalojamento de pessoas, des- não há informações sobre vítimas ou danos. No entanto, o tremor de terra provocou pânico
truição da agricultura, perda de entre os moradores do centro do país.
monumentos históricos, mor- De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), o primeiro sismo
tes por soterramento, perda do ocorreu às 2h02 (horário local) com magnitude de 4.1 graus na escala Richter. Seu hipocentro
acesso à água potável, entre ou- foi registrado a 8km de profundidade e o epicentro a 4km da cidade de Norcia, 13km de Arquata
tros. del Tronto, e 14km de Accumoli. O terremoto deste domingo foi seguido por duas réplicas de
c) Do ponto de vista geológico, magnitude 3,2 e 2 na escala Richter e precedido por outros quatro abalos de 2,8 e 2 graus, com
epicentro próximo a Trevi, em Perugia. Os tremores de magnitude 4.1 e 3.2, em particular, tam-
os terremotos são vistos como
bém foram sentidos em Rieti e nas províncias de Ascoli Piceno, Macerata e Ancona. Em 2016, a
agentes construtivos da crosta
mesma região foi devastada por uma sequência sísmica, iniciada no dia 24 de agosto. Na época,
terrestre, pois a energia liberada
os fenômenos provocaram a morte de 333 pessoas e 23 bilhões de euros em danos.
pelo fenômeno cria formas na su- UOL. Terremoto atinge região central da Itália e provoca pânico. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2019/09/01/
perfície. Muitos podem acreditar terremoto-atinge-regiao-central-da-italia-e-provoca-panico.htm. Acesso em: 9 jun. 2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
que os terremotos são agentes
destrutivos, mas, segundo os
geólogos, não são os terremo-
DA EDITORA DO BRASIL
1 Onde e quando ocorreu o terremoto relatado no trecho da notícia?
118
118
Orientações
O relevo e as formas de uso da terra Retome com os estudantes o mapa
A predominância de planícies sedimentares de origem fluvial favoreceu o da página 116 e auxilie-os a localizar
deslocamento humano pelos eixos de seus rios, bem como a ocupação por ativi- os lugares representados nas fotogra-
dades agrárias e industriais modernas. Nessas regiões encontramos as áreas de fias, para compreender a relação entre
maior dinamismo econômico, as principais hidrovias do continente e as maiores
as formas de relevo retratadas e sua
concentrações populacionais.
representação cartográfica. Pergunte
a eles: “As cidades representadas nas
mehdi33300/Shutterstock.com
Michael Mulkens/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Criação de ovelhas próximo ao montes Pireneus. França, 2021. Porto em Monte Carlo, Mônaco, 2019.
119
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 e o espírito de investigação e de resolução de
Competências específicas de Geografia 1 e 3 problemas, desenvolver autonomia e senso crítico
para compreensão e aplicação do raciocínio
Habilidade EF09GE17 geográfico na análise da ocupação humana e
O conteúdo desta página possibilita aos da produção do espaço, valorizar e utilizar os
estudantes compreender as características conhecimentos historicamente construídos sobre
físico-naturais e a forma de ocupação e de usos o mundo físico, social e cultural para entender
da terra em diferentes regiões da Europa, utilizar a realidade, exercitar a curiosidade intelectual e
os conhecimentos geográficos para entender a recorrer a abordagens próprias das ciências, como
interação sociedade/natureza, exercitar o interesse a reflexão e a análise crítica.
119
Orientações
½½ Respostas Observe o mapa e o perfil topográfico a seguir e responda às questões.
Mario Yoshida
1. No corte, partindo do Oceano Círc
30°O
C
30°O 15° O 15° O
OCEANO GLACIAL
OCEANO ÁRTICO
GLACIAL ÁRTICO
0° 0° 15°L 15°L 30°L 30°L 45°L 45°L 60°L 60°L
M
Atlântico em direção ao leste, en- Pola Po
Gree no de
nwic e
r Á lar Á BarentsBarents
ON
ON
d
rtic r
o tico
iano
h
h
nwic
contramos: planaltos (Pireneus) e
TE
TE
ia
Merid
Merid
Gree
S
R. Torr
S
R. Torr
I. Islândia
I. Islândia
Mar BraMnacro Branco a a
Maciço Central Francês, cordilhei- gd gd
UR
UR
he he
OS
OS
Vic Vic
e
60° 60° R. R.
AV
AV
AI
AI
N N
ras (Alpes), planícies (Planície da
DIN
DIN
S
Lago Lago
AN
AN
Onega Onega
Hungria), cadeia de montanhas
SC
SC
na
na
Glittertind
Glittertind
SE
SE
kho
kho
2 472 m2 472 m Lago Lago
OCEANO
OCEANO
PE
PE
Su
Su
(Cárpatos) e planaltos (Planalto LadogaLadoga
AL
lândia lândia
AL
R.
ATLÂNTICO da Fin da Fin
R.
ATLÂNTICO Golfo Golfo
PlaníciePlanície
Sarmática olga
Sarmática lga
R. V R. Vo
ltico
ltico
Central Russo). Golfo Golfo PlanaltoPlanalto
de de
á
Ilha Ilha
á
Mar do Mar do de Riga de R. Riga
Mar B
Mar B
da da Dvin R. Dvin Valdai Valdai Bacia de Moscou
Bacia de Moscou
2. Predominam as planícies com alti- Grã- Grã-NorteNorte
Mar-Bretanha
a a
PlanaltoPlanalto
Ilha da Ilha da Mar-Bretanha PlanaltoPlanalto
do Volga
Central Central do Volga
tudes até 200 metros. N N da
IrlandaIrlanda
da
IrlandaIrlanda
R. Volga
R. Volga
sa Russo Russo
is a is a ne
lo o-Polone sa
R. Tâm R. Tâm m an o-Po m an R . V í s t ulRa. V í s t uR.
la PripatR. Pripat
ie Ger
3. São as áreas mais densamente po- Planíc Planície
Ger
R. OdRer. E
O L
R. Oder
O L
CR C
R. R
R. RR. E
Canal da Mancha
Canal da Mancha R. D .D Altitude (em metros)
Altitude (em metros)
voadas. Às margens dos rios estão Gerlachovsky Do
n
Do
n
eno
Gerlachovsky
enlboa
R. R.
R. R.
lba
2 655 m2 655 Rm. Din R. D
nie
Se
nie
S S Se
na na iesteriniester
per
per
R AcimaAcima
de 4000de 4000
instaladas importantes indústrias e 45°N 45°
N R . L oire R. Loire Glockner
. R
GlocknerDanúbioDanúbio.
a r a r
CÁ
CÁ
Monte Monte 3 797 m3 797 m M zov M oElbrus
v Elbrus
B B PlaníciePlanície Az5 633 m5 633 m 3000 a3000
4000a 4000
RP
RP
BrancoBranco da da A
concentra-se grande parte da ativi- 4no807 m4no807 m E S E S
AT
AT
MaciçoMaciço Península
Central Central A L P L P
HungriaHungria Península CÁU CÁU 3 000a 3 000
2000 a2000
OS
OS
CASO CASO
A
R. Róda
R. Róda
R. Pó R. Pó da Crimeia
da Crimeia
dade agropecuária. PIR
FrancêsFrancês
ENE PIRENE M
ar
A
MDIN LPEDIN ALP R. Dan R. Dan
ar Á S Á ES
úbio úbio Mar Negro Mar Negro 1500 a1500
2000a 2000
R. DouroR. Douro US US AP APAd ARdIC RI Estr. deEstr. de 1000 a1000
1500a 1500
EN ENriá riáOS CO BósforoBósforo
Aneto Aneto S
R. Tejo R. Tejo IN INtic tic 600 a 600
1000a 1000
Atividades
PENÍNSULAPENÍNSULA3 404 m 3 404 I.
m Córsega I. Córsega OS OSo o BÁLCÃSBÁLCÃS
Vulcão Vulcão
IBÉRICAIBÉRICA VesúvioVesúvio Olimpo Olimpo 400 a 400
600 a 600
1 277 m1 277 m 2 917 m2 917 m
A A I. SardenhaI. Sardenha Mar MarÁSIAÁSIA
complementares
Is. Baleares
Is. Baleares Mar Mar PINDO PINDO 200 a 200
400 a 400
Mar Mar
TirrenoTirreno Jônico Egeu Egeu
Estr. deEstr.
Gibraltar
de Gibraltar JônicoParnasoParnaso 100 a 100
200 a 200
Vulcão Vulcão
I. SicíliaI. Sicília Etna Etna 2 457 m2 457 m
1. Essa atividade poderá ser feita 3 357 m3 357 m
I. RodesI. Rodes 50 a 100
50 a 100
0 0 406 406 812 km 812 km I. Creta I. Creta 0 a 500 a 50
de maneira interdisciplinar com ÁFRICA
ÁFRICA
Mar Mediterrâneo
Mar Mediterrâneo
PicosPicos
1 : 40 6001 000
: 40 600 000
História. Destaque para os estu-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 42.
dantes a importância histórica do
Mar Mediterrâneo. Cite povos que Europa:
Europa:perfil
perfiltopográfico
topográfico
Volga
Don
Douro
Dnieper
Ródano
Garonne
Dniester
(em metros) Escala horizontal
OCEANO ATLÂNTICO
Volga
Don
Douro
Dnieper
Ródano
Garonne
Dniester
-lhes os povos que a dominaram ao 3 Localize no mapa e pesquise em fontes confiáveis quais são as principais formas de ocupação e uso do
longo da história. Depois, organize solo das áreas de planície da Europa?
a turma em grupos e solicite que
cada um escolha um império, um 120
intervalo temporal ou outro recor-
te que considerar pertinente para
elaborar um cartaz informativo que
retrate o Mediterrâneo nesse perío- Foco na BNCC
do – as disputas que o envolviam, Competência específica de Ciências Humanas 7
as formas de uso e sua importância A utilização das linguagens cartográfica e gráfica
econômica, assim como o império nesta página contribui com o desenvolvimento
ou povos que o dominavam ou o do raciocínio espaço-temporal.
disputavam. Ao final, cada grupo
deverá apresentar ao restante da
turma o cartaz produzido.
120
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 O continente europeu pode ser dividido em regiões com base em suas principais feições de relevo. Quais
1. A Europa pode ser regionalizada
são essas regiões? Localize-as no espaço europeu.
em três grandes áreas, do ponto
2 Quais formas de relevo predominam no território europeu? Cite três exemplos. de vista de suas feições geológicas
e geomorfológicas: maciços antigos
3 Caracterize os planaltos do continente europeu quanto à sua origem e formação.
(ao norte do continente), planícies
4 O relevo é um importante fator geográfico para a ocupação humana. Relacione as principais feições de sedimentares (na porção central) e
relevo às formas de uso e apropriação do ser humano no continente. cadeias recentes (situadas na porção
sul da Europa).
Para refletir 2. Predominam as planícies. Exemplos:
Planície Sarmática, Planície do Pó e
1 Leia o trecho a seguir, escrito pelo alpinista brasileiro Waldemar Niclevicz (1966-), e responda às questões.
Planície Húngara.
A escalada 3. Encontram-se áreas de maciços cris-
O Elbrus, com 5.642 m de altitude, é a maior montanha da Europa. Está situado no sul da Rús- talinos muito antigos, formados na
sia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser Era Paleozoica, que sofreram inten-
indicado como a maior montanha da Europa, título dado pela maioria ao Mont Blanc (ponto cul- sos processos erosivos e tectônicos
minante dos Alpes Europeus, com 4.807 m). ao longo de milhões de anos sendo,
[...] por fim, cobertas por sedimentos.
O Elbrus é um vulcão extinto, e como todo vulcão tem suas encostas suaves, devido ao derra- Apresentam elevações arredonda-
mamento da lava. Não oferece dificuldades técnicas, comparado aos seus vizinhos do Cáucaso. das, que não ultrapassam 2 500 m.
Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800 m (ainda 4. Resposta pessoal. Espera-se que o
que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção). estudante construa uma relação
É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço e, perto direta entre as atividades agrícolas
dos refúgios, lixo de toda a espécie, principalmente grande quantidade de latas. Para se chegar
modernas e mecanizadas e as áreas
até o cume basta um par de bastões de esqui, botas duplas e grampões. Mas é preciso estar bem
de planícies, além de relacionar as
aclimatado, pois são 5.642 m. A partida para o cume pode ser feita do local onde existia o Refúgio
regiões montanhosas às atividades
Priut II, a 4.100 m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.
[...]
agrícolas mais tradicionais. Espera-se
A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser
também que o estudante retome as
contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais leituras do capítulo e apresente ele-
alto da Europa. mentos relativos à maior e à menor
NICLEVICZ, Waldemar. Elbrus. Disponível em: www.niclevicz.com.br/elbrus. Acesso em: 7 abr. 2022. densidade demográfica ao comparar
as áreas de planalto e planície com
a) Diferencie os dois montes citados no texto quanto à localização e ao conjunto de montanhas em que as regiões montanhosas.
estão situados.
Para refletir
b) Aponte as semelhanças entre eles, considerando a estrutura geológica e o relevo.
1. a) Mont Blanc (Monte Branco), nos
c) Com base no depoimento do alpinista, pode-se afirmar que esse local está ameaçado pelo turismo?
Alpes, entre Itália e França (ponto
Explique.
mais alto da Europa Ocidental),
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO e Monte Elbrus, no Cáucaso, na
Desafio DA EDITORA DO BRASIL Rússia.
b) Ambos são dobramentos mo-
1 Pesquise em fontes confiáveis e descubra três vulcões em atividade na Europa. Obtenha informações dernos da Era Cenozoica, for-
sobre a última vez que entraram em atividade, o país em que estão e os possíveis impactos que causaram mados por cadeias de monta-
na região em que estão localizados. nhas muito elevadas.
c) Segundo Waldemar, o Elbrus foi
a montanha em que ele mais
viu lixo até hoje – muitas fer-
121
ragens abandonadas, cabos de
aço e, perto dos refúgios, lixo
de toda espécie, principalmente
grande quantidade de latas.
Desafio
1. Resposta pessoal.
121
3
Objetivos do capítulo
• Identificar e caracterizar os princi-
pais rios e lagos da Europa.
• Analisar a importância dos princi-
pais rios europeus. Hidrografia
• Compreender a importância do
transporte fluvial e marítimo para
o continente.
Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou as principais caraterísticas do relevo europeu. Neste
pedagógicos
capítulo, você estudará os principais rios e lagos da Europa e a importância deles para
A hidrografia, as formas de uso o continente.
dos corpos-d’água e sua importân-
cia são conhecimentos previamente
Rios principais
trabalhados no Ensino Fundamental
(EF04GE11, EF05GE10, EF06GE04,
EF06GE06, EF06GE10, EF06GE12) que Os rios da Europa são, em geral, de pequena
Rick Neves/Shutterstock.com
se relacionam com os assuntos vistos extensão, embora bem distribuídos e abundantes
no capítulo. O resgate dessas habilida- no território. São também muito utilizados para a
des pode ser de grande importância navegação, com intenso escoamento de produtos,
para o início da discussão sobre o tema visto que vários deles atravessam extensas planícies,
“Hidrografia da Europa”. no centro e no norte do continente.
Assim como ocorre em outros continentes, a
qualidade da água dos rios e as reservas de água da
Orientações
Europa estão bastante comprometidas. A poluição, o
Faça a leitura mediada do conteúdo uso excessivo e o desperdício de água são problemas
desta página. Utilize o mapa da pági- enfrentados por vários países.
na seguinte e solicite aos estudantes As vias fluviais destacam-se pela grande quanti-
que localizem nele os lugares retra- dade de canais que interligam os vários rios do con-
tados nas fotografias. Na sequência, Embarcação navegando em trecho do Rio Reno. Colônia, tinente. Esses canais possibilitam a navegação do sul ao
Alemanha, 2019.
peça-lhes que observem as imagens norte da Europa, do Mar Negro ao Mar do Norte.
e identifiquem as formas de uso dos Isso se tornou possível devido aos canais artificiais construídos para inter-
rios. Estimule-os a refletir sobre ou- ligar os Rios Reno e Danúbio. Nas áreas planálticas, os rios também são utiliza-
tras possíveis formas de utilizar os rios, Usina hidrelétrica no Rio Volga. dos para a geração de energia hidrelétrica.
Volgogrado, Rússia, 2018.
além das que aparecem nas fotogra-
Gaika102/iStockphoto.com
fias, para retomar conhecimentos pré-
vios. Inicie um breve debate com a
seguinte questão: “Há diferenças en-
tre as formas de utilização dos rios na
Europa e no Brasil?”. Conduza a dis-
cussão de modo que os estudantes MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
compreendam que o Brasil aproveita
menos suas hidrovias devido a diver-
DA EDITORA DO BRASIL
sos fatores, e ressalte que o proces-
so de desenvolvimento dos meios de
transporte no continente europeu e
no Brasil são diferentes. Destaque que
a utilização dos rios como forma de
transporte é comum em algumas re-
122
giões do país, enquanto em outras é
bastante incomum. A reflexão e a par-
ticipação na discussão proporcionam
maior protagonismo dos estudantes
Foco na BNCC
no processo ensino-aprendizagem.
Competência específica de Ciências Humanas 3
O conteúdo iniciado aqui possibilita aos
estudantes identificar, comparar e explicar a
intervenção do ser humano na natureza e na
sociedade.
122
Europa: hidrografia Orientações
Os principais centros 30°O
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
0° 30°L 60ºL Peça aos estudantes que localizem
Círc Mar de
dispersores de água do conti-
ulo
Pola
rÁ
Barents no mapa os rios Reno e Danúbio,
rtic
ich
nente são os Alpes, o Planalto
o
além dos demais citados nos textos
R. Torr
Green
Mar Branc
de Valdai, os Pireneus e os
a
deste capítulo. Também é possível
o
gd
Sonia Vaz
R. Dv he
yc
no de
e
60° in
do N a R. V
Alpes Escandinavos. Observe
N
orte utilizar o mapa físico da Europa da
ia
ia
Botn
Lago
na
Merid
Onega R.
no mapa ao lado a distribuição página 120.
kho
Be
de
Lago lay
Su
o
a
Golf
e a localização dos principais Ladoga lga
R.
o
OCEANO R. V
oic
R. Dv
Bált
Mar do ina
Norte
complementares
Mar
R. Volga
isa
R. Tâm
Centro dispersor: R. Vístul R. Pripyat
1. Apresente aos estudantes o docu-
R. E
R.
Od
a
R.
R. R
lb
local de onde partem er
Do
n
mentário Os rios e a vida – Reno.
a
Canal da Mancha
R. R.
Dn
eno
R . D in
os rios. Se
iepe
na R. D a iester
45°N R. Loire núbio r
Mazov
Ao final, proponha uma breve dis-
r
Mar
A Cáspio
Baia de Biscaia
ano cussão sobre a importância dos rios.
R. R ó d
R. Pó bio
R. Danú Mar Negro
M Solicite, então, que se organizem
R. Tibre
R. Douro ar Estr. de
R.
Ad R. Maritsa N
em grupos e pesquisem, em casa,
E
riá Bósforo
br
R. Tejo tic
o
Mar
Mar Mar
ÁSIA O L
a importância histórica do Rio Reno,
Tirreno
Estr. de Gibraltar
Jônico Egeu
S considerando as mudanças climáti-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico 0 459 918 km cas. Oriente-os para que cada grupo
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, ÁFRICA Mar Mediterrâneo
2018. p. 43. 1 : 45 900 000 construa uma apresentação multi-
mídia informativa, com uma linha do
Conheça a seguir os principais rios europeus e a importância deles no tempo sobre o Rio Reno, fotografias
espaço geográfico do continente. que mostrem as mudanças ao longo
• Rio Reno: é considerado o mais importante rio europeu, principalmente por- dos anos e eventos históricos rela-
que em seu vale foi construído o maior complexo industrial do continente. cionados ao rio.
Com nascente nos Alpes Suíços, no Lago de Constança, o Reno separa a
França da Alemanha, onde atravessa importantes centros industriais, como
o Vale do Rio Ruhr, passando pelos Países Baixos, para desaguar no Mar do
Norte, junto a Roterdã, um dos maiores portos do mundo em movimento
de carga. Integrado a outras hidrovias, serve de via de escoamento para a
produção de cereais, carvão mineral e produtos industrializados da Europa
Ocidental, sendo o maior corredor hidroviário europeu. Rio Reno em trecho na cidade
de Estrasburgo, França, 2021.
ncphoto/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
123
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 e o espírito de investigação e de resolução de
Competências específicas de Geografia 1 e 3 problemas, desenvolver autonomia e senso crítico
para compreensão e aplicação do raciocínio
Habilidade EF09GE17 geográfico na análise da ocupação humana e
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes da produção do espaço, valorizar e utilizar os
compreender as características físico-naturais conhecimentos historicamente construídos sobre
em diferentes regiões da Europa, utilizar os o mundo físico, social e cultural para entender
conhecimentos geográficos para entender a a realidade, exercitar a curiosidade intelectual e
interação sociedade/natureza, exercitar o interesse recorrer a abordagens próprias das ciências, como
a reflexão e a análise crítica.
123
Orientações • Rio Danúbio: é considerado o rio da integração internacional na Europa,
Explique aos estudantes a impor- pois atravessa dez países (Alemanha, Áustria, Hungria, Eslováquia, Croácia,
tância histórica do Rio Ródano. Desde Sérvia, Romênia, Bulgária, Moldávia e Ucrânia) e liga as regiões ocidental e
a História Antiga, o rio era uma rota oriental do continente. Em alguns países, ele passa apenas em uma parte;
para o comércio e para a propagação em outros, cruza toda a extensão territorial, servindo de limite político para
de cultura e costumes entre os povos alguns deles. Nas margens do Rio Danúbio estão quatro capitais europeias:
europeus e mediterrânicos. Viena (Áustria), Budapeste (Hungria), Bratislava (Eslováquia) e Belgrado
Destaque o Rio Pó, com 652 km (Sérvia). Nasce na Floresta Negra, na Alemanha, e deságua no Mar Negro,
Rio Danúbio em trecho na na fronteira entre a Romênia e a Ucrânia. Ao longo do rio desenvolveram-se
de extensão, localizado no norte da
cidade de Viena, capital da áreas industriais e centros urbanos.
Itália, entre os Alpes, ao norte, e os Áustria, 2019.
Apeninos, ao sul. Explique à turma • Rio Volga: é o mais extenso rio do
• Rio Pó: com extensão de cerca de 652 km, esse rio está localizado no norte
da Itália e deságua no Mar Adriático; em seu vale formou-se a mais impor-
Rio Pó em Turim, no norte da tante área industrial e agropecuária do país.
Itália, 2019.
Andrey Khrobostov/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
124
124
Orientações
Outros rios e lagos do continente Ressalte que o transporte hidroviá-
Outros rios importantes do continente rio é bastante utilizado para cargas
Os rios e o transporte
Estudos da União Europeia sobre as
Aerovista Luchtfotografie/Shutterstock.com
125
Atividades complementares
1. Oriente a organização da turma em cinco grupos e peça qual foi o rio escolhido, onde se localiza seus afluentes
que cada um escolha um dos rios estudados neste capítu- e sua nascente, o tipo de relevo que o rio atravessa pre-
lo. São eles os rios: Reno, Danúbio, Volga, Ródano e Pó. Se dominantemente, quais as principais cidades localizadas
achar interessante, forme mais grupos e considere atribuir em suas margens, as principais atividades econômicas
a eles os rios Sena, Tâmisa, Tibre e Tejo. Assim que atri- desenvolvidas em seu entorno, sua importância para a
buídos os grupos, os estudantes deverão pesquisar sobre região em que está. Os estudantes também devem se
as principais características do rio escolhido. Eles devem preocupar com os problemas ambientais relacionadas
produzir seminários para apresentar aos outros grupos com cada rio, se houver.
125
Orientações
Ressalte que uma pesquisa divul-
gada pelos Anais da Academia Nor- Como é possível recuperar um rio poluído?
te-Americana de Ciências (PNAS,
Bastam três ações: coletar, afastar e tratar os esgotos antes de lançá-los no rio. A receita é
sigla em inglês) detectou que apro-
simples, mas a maioria dos países não consegue aplicá-la. Um relatório da Comissão Mundial
ximadamente metade dos rios euro- de Águas, entidade internacional ligada à ONU, aponta que, entre os 500 maiores rios do mundo,
peus está ameaçada por poluentes mais da metade enfrenta sérios problemas de poluição. No Brasil, o triste exemplo é o Tietê,
químicos, como pesticidas e outras seguramente um dos rios mais poluídos do planeta. Quando passa pela região metropolitana
substâncias industriais. de São Paulo, ele recebe quase 400 toneladas de esgoto por dia e é considerado morto: só sobre-
Explique aos estudantes que, vivem no seu leito organismos que não precisam de oxigênio, como certos tipos de bactérias e
apesar de ter sido despoluído, o Rio fungos. A principal causa da poluição é o esgoto doméstico. “Quase 5 milhões de pessoas ainda
Tâmisa está constantemente sujeito têm seus detritos lançados diretamente no rio”, afirma o engenheiro Lineu José Bassoi, da Com-
a transbordamento. Em função dis- panhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente
so, foi construída uma barreira contra do governo de São Paulo.
inundações (formada por dez grandes Quando se sonha com a despoluição do Tietê, é inevitável lembrar do Tâmisa, na Inglaterra.
placas separadas por cais de concre- A história do rio mais sujo da Europa no século XIX começou a mudar na década de 60, quando
to), projetada para evitar que ondas um sistema de estações de tratamento removeu quase 100% dos esgotos lançados no rio, que
gigantescas inundem Londres. No fi- hoje tem peixes vivendo em toda a sua extensão. O caso paulista é mais complicado. Primeiro
nal dos anos 1980, o Rio Reno tam- porque o Tâmisa recebia menos esgoto e tem vazão maior que o Tietê, diluindo melhor a sujeira.
Segundo porque os encanamentos brasileiros utilizam o sistema de separador absoluto: a água
bém passou por um intenso processo
da chuva recolhida pelos bueiros corre em uma tubulação (galeria pluvial) e o esgoto em outra.
de despoluição, visto que nele eram
Na Inglaterra, os dois sistemas se misturam e seguem juntos para a estação de tratamento. “No
depositados dejetos das zonas indus-
Brasil, só o esgoto é filtrado. A galeria pluvial, que vai direto para o rio, possui um número imenso
triais e de empresas químicas.
de ligações de esgoto clandestinas”, diz o engenheiro Antonio Marsiglia Netto, da Companhia
½ Respostas de Saneamento Básico do
Daniel Lange/iStockphoto.com
Estado de São Paulo (Sabesp).
Um pouco mais sobre Uma das soluções para
1. a) O lançamento de esgotos do- controlar essa sujeira seria
mésticos diretamente no leito instalar estações de trata-
dos rios. mento dentro do próprio
rio. Outra ação essencial é
b) À Inglaterra.
aumentar a quantidade de
c) Porque, embora fosse o rio mais
esgoto tratado, que hoje está
sujo da Europa, foi despoluído
em 64% na região metropo-
graças à implantação de um sis- litana de São Paulo – tare-
tema de tratamento de esgoto. fas que levarão pelo menos
d) Resposta pessoal. mais 20 anos.
RATIER, Rodrigo. Como é possível recuperar
um rio poluído? Superinteressante, 4 jul. 2018.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo
-estranho/como-e-possivel-recuperar-um-rio
-poluido. Acesso em: 8 abr. 2022. Rio Tâmisa em trecho na cidade de Londres, Reino Unido, 2017.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 De acordo com a leitura do texto, responda às questões.
DA EDITORA DO BRASIL
a) Qual é o principal problema dos rios abordado no texto?
b) A que país pertence o rio europeu citado no texto?
c) Por que o Rio Tâmisa pode ser um exemplo para os rios brasileiros?
d) Qual é a situação dos rios mais próximos de sua cidade ou região? Há problemas como os relatados
no texto? Comente.
126
126
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Associe o relevo do continente europeu à navegabilidade de seus rios.
1. As planícies do centro-norte da
2 Explique por que se atribui ao Danúbio o título de rio da integração internacional da Europa. Europa favorecem a navegabilida-
de de muitos rios da região, por onde
3 Observe a fotografia do Rio Reno e responda às questões. são escoados produtos até os portos
do continente.
MarioGuti/iStockphoto.com
Frank Lammel/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Lixo nas margens do Rio Sena. Paris, França, 2018. Rio Sena. Paris, França, 2019.
127
Foco na BNCC
Competência geral 4
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes utilizar diferentes linguagens
para expressar-se e partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos, com produção de sentidos que levem
ao entendimento mútuo.
127
4
Objetivos do capítulo
• Identificar e caracterizar os princi-
pais fatores climáticos europeus.
• Identificar e caracterizar os princi-
pais tipos de vegetação da Europa. Clima e vegetação
• Compreender as causas e os im-
pactos do desmatamento.
Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os principais rios e lagos da Europa e a importância
Os tipos de clima e de formações deles para o continente. Neste capítulo, você estudará as características climáticas e os
vegetais são conhecimentos previa- tipos de vegetação, assim como a ação humana no espaço geográfico e a transformação
mente trabalhados no Ensino Funda- das paisagens desse continente.
mental (EF04GE11, EF06GE05) que se
relacionam com os assuntos vistos no
capítulo. O resgate dessas habilidades
pode ser de grande importância para Fatores climáticos
o início da discussão sobre o tema
“Clima e vegetação da Europa”. Como você já sabe, as formações vegetais se desenvolvem de acordo com
os tipos de clima, relevo e solo do local. A influência do clima é a de maior relevân-
cia, com uma relação entre a formação vegetal e a região climática característica.
Orientações
Como quase toda a extensão da Europa está localizada na zona temperada
Solicite aos estudantes que loca- do norte, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, no continente euro-
lizem a Europa na Zona Temperada peu predominam os climas temperados e frios.
com base no mapa-múndi “Fim da Os principais fatores climáticos que atuam na formação das paisagens
URSS e suas consequências”. naturais da Europa e, consequentemente, na determinação dos tipos climáticos
Retome o conceito de fatores cli- do continente estão descritos a seguir.
máticos, elementos que interferem
no clima de determinada região. Res-
Mapa-múndi: zonas climáticas
salte que diferentes fatores climáticos
Sonia Vaz
podem interagir e influenciar na tem- OCEANO
0°
GLACIAL ÁRTICO
peratura, umidade, deslocamento de Círculo
Círculo Polar Ártico
Polar Ártico
Trópico de Capricórnio
O L
DA EDITORA DO BRASIL S
0 2051 4102 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 58.
128
128
• Latitude: devido à sua posição geográfica, que varia entre 34° e 75° de Orientações
latitude norte, predomina na Europa o clima temperado. Oriente os estudantes na leitura do
• Proximidade do mar: a sinuosidade do litoral recortado possibilita a influên- mapa de correntes marítimas.
cia marítima no clima. Nas áreas próximas aos oceanos e mares, influencia- Destaque que a latitude em que se
dos pela maritimidade, há invernos menos rigorosos em comparação com localiza o continente europeu (34oN
as regiões distantes do litoral, como as do Leste Europeu, influenciadas pela – 75oN) está dentro da região de cli-
continentalidade. Nas áreas próximas aos oceanos, a temperatura aquece e ma temperado, e que geralmente as
resfria mais lentamente do que nas áreas continentais. temperaturas são menores no norte e
• Correntes marítimas: a prin- maiores no sul do continente.
Europa: correntes marítimas
cipal corrente que atua na Retome com eles o conteúdo re-
Mario Yoshida
140° O 120° O 100° O 80° O 60° O 40° O 20° O 0°
Europa, no norte do Oceano lativo ao relevo europeu e destaque
Meridiano de Greenwich
Atlântico, é derivada da Cor- a predominância de baixas altitudes.
rente do Golfo, com origem no Círculo Polar Ártico Ressalte que a influência da altitude
Golfo do México e, portanto, N na temperatura: nos locais mais altos,
C. do Labrador
dia
quente. Aquecendo a água e 60° N ro enl
ân
ica as temperaturas são mais baixas. Lem-
O L C. da G nt
as massas de ar, essa corrente tlâ
bre-os das cadeias de montanhas eu-
A
rte
atua no noroeste do continente, S
ropeias, onde o clima é bastante frio.
No
C.
amenizando os rigores da tem- Destaque que as massas de ar
peratura e elevando a umidade quente do continente são provenien-
40° N
dessa região. Isso impede que
as
o
Golf
tes do Deserto do Saara, que influen-
C a n á ri
do
C.
as águas dos portos congelem, OCEANO
ciam sobretudo a área mediterrânea,
da s
ATLÂNTICO
tornando os invernos menos Correntes marítimas
0 930 1860 km
e geralmente tornam o verão muito
C.
rigorosos. Veja essa e outras Correntes frias 1 : 93 000 000
na Europa no mapa ao lado. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 58.
de ar frio são oriundas da massa polar
vinda do Ártico, que atua principal-
• Ventos: os ventos polares atuam no norte e no centro do continente, deter-
mente no norte do continente. Em
minando temperaturas mais baixas. Ao atingirem as planícies da região
geral, essas massas de ar geram tem-
central, as massas de ar frio originárias do norte (ártica oceânica e ártica
peraturas muito baixas e nevascas.
continental) provocam quedas na temperatura da região. Já os ventos pro-
venientes do Deserto do Saara (África) influenciam as áreas mediterrâneas,
tornando-as mais secas. As elevadas montanhas no sul do continente difi-
cultam que esses ventos cheguem ao interior.
chwang/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
129
129
Orientações
Oriente os estudantes na leitura Tipos climáticos e tipos de vegetação
dos mapas desta página. Peça-lhes Encontramos na Europa vários tipos de clima, que formam diferentes pai-
que os relacionem aos conhecimen- sagens naturais. Observe nos mapas a seguir a variação climática e os tipos de
tos prévios sobre clima e vegetação. vegetação original do continente. A intensa ação humana ao longo da história
A compreensão dos diferentes tipos da ocupação europeia para ampliar espaços agrícolas, urbanos, industriais e de
de vegetação que se desenvolvem pecuária, intensificada na segunda metade do século XX, provocou a redução
na Europa pode ser trabalhada em dessas formações vegetais.
conjunto com os conhecimentos do Ao mesmo tempo, porém, regiões tradicionais de agricultura e pastoreio em
professor de Ciências, de forma que áreas montanhosas no sul da Europa foram abandonadas, e a vegetação natural
se possa explorar a relação entre os se autorregenerou como vegetação arbustiva secundária.
tipos biológicos de flora adaptados Europa: clima
aos ambientes frios e com menor dis- 60°L
Sonia Vaz
30°O 0° 30°L
Círc I. Kolguiev
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
ponibilidade de umidade. No centro ulo
Pola
rÁ
C. Norte Mar de
Barents
h
rtic
enwic
o
do continente, predomina a florestas
de Gre
I. Islândia
co
60° Mar Bran
de latitude média ombrófila e mista, N
iano
caracterizada por árvores latifoliadas
Merid
I. Faeroe
o
ltic
Mar do
r Bá
Mais ao norte, encontra-se mais co- Norte
Ma
ÁSIA
mumente as árvores acicufoliadas,
com folhas em forma de agulha, e Canal da Mancha
Tipos de clima
perenes. Essa vegetação se desenvol- 45°N
Mar
Cáspio Semiárido
ve em áreas de baixas temperaturas e Mar Negro
Mediterrâneo
Temperado
N
resistem à presença da neve. A tundra M
ar
Ad
riá
Estr. de
Bósforo Frio
I. Córsega
Polar
se encontra ainda mais ao norte das Fonte: IBGE. Is. B
alea
res
I. Sardenha
tic
o
Mar ÁSIA
O L
Frio de montanha
Mar
florestas de coníferas, pois o clima frio Atlas geográfico
Estr. de Gibraltar
Mar Mediterrâneo Tirreno
Mar
Jônico
Egeu
Correntes marítimas
S
escolar. 8. ed. Rio I. Cícladas
e seco sofre uma condição chamada de Janeiro: IBGE,
I. Sicília
I. Malta
I. Rodes 0 600 1 220 km Correntes quentes
ÁFRICA I. Creta Correntes frias
permafrost – o congelamento da água 2018. p. 58. 1 : 60 000 000
ATLÂNTICO
iano d
Merid
Mar do Mar
Norte Báltico
ÁSIA
DA EDITORA DO BRASIL
Mar
Cáspio
Mar Negro
Tipos de vegetação
Fonte: GIRARDI,
N ÁSIA Floresta temperada
Gisele; ROSA,
Jussara Vaz. Atlas Taiga
geográfico do O L Estepes
estudante. São ÁFRICA 0 600 1 200 km Vegetação mediterrânea
Paulo: FTD, 2016. Mar Mediterrâneo Tundra
S 0° 1 : 60 000 000
p. 164.
130
130
No norte da Escandinávia (região da Europa que abrange Atividades
santirf/iStockphoto.com
Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia) e da Rússia, além da complementares
Islândia – as maiores latitudes do continente –, predomina o
1. Para melhor caracterização dos tipos
clima polar. Esse tipo climático caracteriza-se por temperatu-
de clima e vegetação da Europa,
ras muito baixas, com invernos longos.
utilize fotografias e outros recursos
Nas áreas de clima polar desenvolve-se a tundra. Essa
vegetação se caracteriza por ser uma cobertura vegetal ras-
visuais, se possível. Proponha uma
teira – composta de musgos, liquens, ervas e arbustos –, que atividade de reconhecimento das
se desenvolve no curto período de degelo. características apresentadas. Para
Ao sul da área de clima polar tem-se o clima frio, que isso, você pode utilizar fotografias de
abrange parte da Noruega, da Suécia, da Finlândia e de alguns distintas regiões da Terra. Trabalhe as
países do Leste Europeu, como Belarus, Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia e Tundra próxima ao Lago imagens e explique as características
Heillstuguvatnet, Noruega,
Rússia. As médias térmicas mais elevadas podem atingir 20 °C, sendo, nos 2018.
predominantes e os tipos específi-
meses mais frios, inferiores a 0 °C. A floresta boreal, composta principalmente cos de clima. Solicite aos estudantes
de coníferas (pinheiros), desenvolve-se nas áreas de clima frio. que reflitam sobre cada clima e o
relacionem com o tipo de vege-
RJH_AERIAL/Alamy/Fotoarena
se comparado ao tipo continental, além de verões ame- nos extremos norte e sul da Terra.
nos e chuvas bem distribuídas durante o ano. Tem menor Apresenta as mais baixas tempe-
amplitude térmica e é influenciado pela Corrente do Golfo,
raturas do planeta. No verão, com
temperaturas.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
que favorece a umidade e contribui para amenizar as
o degelo, aparece a tundra.
DA EDITORA DO BRASIL
Nas áreas de clima temperado desenvolve-se a floresta
• Clima temperado – florestas tem-
peradas e estepes ou pradarias.
temperada, caducifólia (perde suas folhas durante o outono
e o inverno). Essa floresta foi praticamente toda devastada O clima temperado abrange pre-
devido à urbanização, à ocupação agropecuária e à explora- dominantemente o Norte. Nes-
ção da madeira. A vegetação varia desde enormes árvores até sas áreas, as quatro estações são
pequenos arbustos. A fauna também é muito diversificada, Floresta temperada.
bem demarcadas.
com ursos, felinos, aves, esquilos, entre outros animais. Mullerthal, Luxemburgo, 2021. • Clima mediterrâneo – a vegeta-
ção mediterrânea apresenta ve-
131
rões secos e quentes e invernos
brandos e úmidos. A vegetação
predominante é arbustiva, como
as oliveiras.
131
Orientações O clima mediterrâneo ocorre no sul do continente, abrangendo áreas do
Promova a leitura do conteúdo território de Portugal, França, Itália, Grécia e Espanha. Recebe influências das
desta página e explique aos estudan- massas de ar oriundas do Deserto do Saara, no norte da África, motivo pelo qual
tes que a porção mais ao sul do con- os verões são quentes e secos e os invernos são amenos e chuvosos.
tinente europeu corresponde à área Esse clima, aliado ao recorte litorâneo, favorece a atividade turística na
de influência de massas de ar quente, região do Mar Mediterrâneo, atraindo turistas do continente e de outros lugares
que é proveniente das latitudes mais do mundo em busca de sol, calor e praias. A vegetação mediterrânea é cons-
baixas do planeta. A proximidade tituída pelo garrigue, formado por arbustos e vegetação rasteira, e do maqui,
vegetação densa e espessa de árvores e arbustos.
com o Oceano Atlântico e o Mar
Mediterrâneo influenciam na maior
Tchernozion: solo
típico de regiões de Nas áreas próximas ao Mar Negro e ao Mar Cáspio ocorre o clima semiárido,
clima temperado e com baixo índice de chuvas, verões com médias térmicas de 22 °C e invernos
com abundância de com médias em torno de 1 °C. A vegetação predominante são as estepes,
matéria orgânica,
o que lhe confere caracterizadas por gramíneas esparsas, árvores baixas e arbustos dispersos.
uma cor escura. Na Ucrânia, as áreas de estepe são dominadas por um solo fértil, chamado
Considerado um tchernozion, muito aproveitado para o cultivo do trigo.
dos solos mais
férteis do mundo, O clima frio de montanha ocorre nas áreas de maior altitude do conti-
sua denominação nente, como nos Alpes e nos Cárpatos. A maioria das montanhas europeias,
é decorrente dos por serem muito altas, conserva neve em seus picos. A vegetação, de florestas
termos russos
tcherno (negrume, e gramíneas, varia de acordo com a altitude.
negro) e zion (terra).
engineervoshkin/iStockphoto.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
132
Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 7
Habilidade EF09GE16
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes identificar e comparar diferentes
domínios morfoclimáticos da Europa, para o
desenvolvimento de ações pessoais e coletivas
com respeito e autonomia sobre questões
socioambientais, com base em princípios éticos
e sustentáveis.
132
Orientações
Desmatamento e preservação Explique aos estudantes que, na
O crescimento da sociedade europeia, com base na urbanização, no desen- década de 1960, foi criada a Política
volvimento técnico e produtivo da indústria e no avanço da produção agrope- Agrícola Comum da União Europeia
cuária, transformou as paisagens naturais do continente. As regiões de planície (PAC) cujo objetivo é assegurar o
e terras baixas favoreceram a ocupação do território com mecanização e moder- abastecimento alimentício e garantir
nização das atividades agrárias e urbanas, o que promove a devastação da rendimento aos agricultores do con-
vegetação natural. tinente. A PAC exerce grande impac-
Preocupados com a devastação, Percentual de florestas destinadas exclusivamente to no processo de desmatamento na
vários países europeus estão criando à preservação da biodiversidade – 2020
Europa.
leis cada vez mais rígidas para prote-
Adilson Secco
ger o pouco que restou das coberturas 31% 27% 25% 16% 11% 6%
vegetais naturais. Apenas pequena Foco nos TCTs
parte das florestas do mundo são inte- Educação ambiental
gralmente protegidas por lei. Apesar O conteúdo desta página possi-
de a grande maioria ser propriedade bilita o desenvolvimento do tema
pública, poucas estão interditadas ao contemporâneo transversal Edu-
uso de seus recursos. cação ambiental. As transforma-
América África Ásia Oceania Américas Europa ções das paisagens no continen-
Representação do percentual de florestas do Sul do Norte
destinadas à preservação da biodiversidade.
e Central te europeu ocorrem há centenas
Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS de anos, com intensa degradação
(FAO). Global Forest Resources Assessment 2020: key findings. p. 7. Disponível em: ambiental. Como potência eco-
https://www.fao.org/3/ca8753en/ca8753en.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022.
nômica, a Europa tem grande res-
ponsabilidade na preservação e
resolução de diversos impactos
ambientais causados por sua in-
tensa industrialização.
Consumo em países ricos acelera desmatamento no Terceiro Mundo
Hábitos de consumir produtos como café, chocolate e carne na Europa contribuem para o
desmatamento. A crescente demanda, […] por produtos agrícolas e florestais ajuda a destruir
vastas áreas de floresta e prejudicam o combate ao aquecimento global.
"É fácil criticar os agricultores nos países onde o desmatamento ocorre. Mas tudo o que eles
fazem é reagir à demanda no mercado global. Compramos a soja como ração para nossos ani-
mais de criação e óleo de palma como ingrediente para nossos alimentos", explica Daniel Moran,
pesquisador da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega […].
Enquanto as áreas cobertas por florestas se expandem nos países industrializados, o desma-
tamento continua a se acelerar nos países em desenvolvimento. […]
“Desde os anos 1990, grandes corporações e proprietários de terras desempenham um papel
predominante na destruição das florestas em todo o mundo”, afirma David Kaimowitz, chefe do
Mecanismo para Florestas e Produtores Agrícolas, uma iniciativa da Organização das Nações Uni-
das para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), que fornece assistência às organi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
zações de produtores florestais e agrícolas. Uma proporção crescente do desmatamento depende
DA EDITORA DO BRASIL
de um pequeno número de commodities, incluindo óleo de palma, soja e carne bovina […].
Os dados foram confirmados por um recente estudo publicado na revista científica Nature,
segundo o qual o consumo alimentar e hábitos de consumidores nos países industrializados
também ajudam a acelerar o desmatamento.
[…]
JORIO, Luigi. Consumo em países ricos acelera desmatamento no Terceiro Mundo. SWI swissinfo.ch, 9 jun. 2021. Disponível em:
https://www.swissinfo.ch/por/consumo-em-pa%C3%ADses-ricos-acelera-desmatamento-no-terceiro-mundo/46676876. Acesso em: 7 abr. 2022.
133
133
Orientações
½ Respostas O mapa a seguir mostra as principais regiões europeias que sofreram alterações em sua vegetação
nativa. Interprete-o e responda às questões.
Olhar cartográfico
1. A maior intervenção humana ocor- Europa: vegetação devastada - 2014
reu na Floresta Temperada em razão
Mario Yoshida
da urbanização, do avanço da agro- Círc
u lo P
pecuária e da extração de madeira. olar
Á rtico
h
nwic
coibir o desmatamento, além das
Gree
campanhas de conscientização.
de
iano
3. Resposta pessoal. O estudante pode
Merid
responder que, entre outras causas,
o desenvolvimento de atividades Mar do
N
Norte 50°
econômicas como a pecuária e a Mar
Báltico
agricultura, bem como a fundação
de cidades e a consequente expan-
são de espaços urbanos.
4. Resposta pessoal. O poder público OCEANO
ATLÂNTICO
pode definir áreas de preservação e Mar
Cáspio
conservação de vegetação natural.
O uso consciente dessas áreas é Mar Negro
uma necessidade para evitar novas
devastações em solo europeu.
N
O L
Mar Mediterrâneo
0 318 636 km
1 : 31 800 000
0°
Fontes: CHARLIER, Jacques (dir.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2008. p. 45; GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz.
Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 164.
1 Que vegetação sofreu a maior intervenção humana? Qual é a utilidade econômica dessa vegetação?
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
2 Que vegetações sofreram menor impacto da atividade humana? Em sua opinião, por que essas vegeta-
ções sofreram menos intervenção?
3 Em sua opinião, por que o ser humano causa intervenção nas áreas de vegetação?
4 O que pode ser feito para evitar que novas devastações ocorram na Europa?
134
134
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Quais são os tipos climáticos que configuram a diversidade de climas da Europa?
1. Os climas europeus são: polar, me-
2 O clima mediterrâneo tem características que o diferenciam dos demais climas da Europa. Quais são diterrâneo, temperado (continental
essas características e por que elas favorecem o turismo no continente? e oceânico), frio, frio de montanha
e semiárido.
3 Explique a interferência da Corrente do Golfo no clima do noroeste da Europa.
2. O clima mediterrâneo ocorre no sul
4 Quais fatores climáticos possibilitam diferenciar o clima temperado oceânico do temperado do continente, em áreas da França,
continental? Itália, Grécia, Espanha e de Portugal.
Por receber influências das massas
5 Atualmente existem diversas medidas políticas na Europa que visam proteger seus ambientes naturais.
de ar oriundas do Deserto do Saara,
Por que essas medidas foram criadas e qual é a importância delas?
no norte da África, apresenta verões
Para refletir quentes e secos e invernos amenos
e chuvosos, o que impulsiona as
1 Leia o trecho de reportagem a seguir. Depois, discuta com os colegas as causas dos fenômenos climá- atividades turísticas na região em
ticos apresentados e as mudanças que provocam nas sociedades europeias. busca de sol, calor e praias.
3. Por ser quente, a Corrente do Golfo,
Estamos preparados para as alterações climáticas?
com origem no México, aquece as
O ano de 2014 será recordado em todo o continente pelos seus fenômenos meteorológicos águas, ameniza os rigores climáticos
extremos. Em maio, um ciclone de baixa pressão atingiu o sudeste da Europa, causando grandes e leva umidade para o noroeste da
inundações e 2.000 deslizamentos de terras na zona dos Bálcãs. Depois, no início de junho, o
Europa.
norte da Europa foi atingido por várias chuvas torrenciais e, em julho, o continente já estava a
braços com outro problema: o calor. A Europa Oriental e o Reino Unido foram assolados por uma
4. Os fatores climáticos que permi-
onda de calor. tem diferenciar os climas temperado
Tanto os fenômenos meteorológicos extremos como as alterações graduais do clima – caso oceânico e temperado continental
da subida do nível do mar e do aquecimento dos oceanos – irão continuar. De fato, prevê-se que são a maritimidade e a continenta-
eles se tornem mais frequentes e intensos no futuro. Mesmo que todos os países reduzissem hoje lidade. A maior proximidade com o
radicalmente as suas emissões de gases com efeito de estufa, a quantidade já emitida para a mar torna o clima temperado oceâ-
atmosfera continuaria a provocar um efeito de aquecimento no clima. Para além de reduzirem nico mais ameno que o clima tem-
substancialmente essas emissões, é necessário que os países da Europa e do resto do mundo ado- perado continental, que apresenta
tem políticas e medidas de adaptação às alterações climáticas. maior amplitude térmica e tempe-
[...] raturas mais rigorosas.
Fonte: ESTAMOS preparados para as alterações climáticas? Agência Europeia do Ambiente, 11 maio 2021.
Disponível em: www.eea.europa.eu/pt/sinais-da-aea/sinais-2015/artigos/estamos-preparados-para-as-alteracoes-climaticas.
5. O grande crescimento da sociedade
Acesso em: 7 abr. 2022. europeia baseado no desenvolvi-
mento técnico e produtivo da in-
dústria e no avanço da produção
agropecuária degradou os ambien-
Desafio tes naturais do continente, além de
Atividade em grupo devastar importantes áreas de ve-
1 Forme uma equipe com mais três colegas e, juntos, elaborem um material a ser exposto na
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
forma de livreto, painel ou multimídia sobre os ambientes naturais da Europa. Pesquisem
getação natural. Atualmente, vários
países europeus, preocupados com
DA EDITORA DO BRASIL
em fontes confiáveis imagens em livros, sites e revistas e busquem novas informações
a respeito do relevo, da hidrografia, do clima, da vegetação e da fauna do continente. Organizem as
a devastação dessas áreas florestais,
aprovaram leis cada vez mais rígidas
pesquisas na forma de um material com mapas, fotografias e textos. É importante apresentar as formas
para proteger o pouco que restou
de apropriação e transformação do ser humano sobre esses ambientes, como agricultura, pecuária,
indústria, transportes etc., e os impactos ambientais decorrentes dessas ações.
desses ambientes, com o objetivo
de garantir a preservação da biodi-
versidade e oferecer maior proteção
às florestas remanescentes.
135
Orientações
½ Respostas Desafio
Para refletir 1. Oriente os estudantes na elaboração do painel, livreto ou
multimídia e sugira fontes de pesquisa para auxiliá-los.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifi-
quem que esse texto apresenta como causa dos extremos
climáticos da Europa a excessiva emissão de gases de efeito
estufa na atmosfera, provenientes de atividades humanas,
e conclui que, além da necessidade de reduzir as emissões,
é preciso adaptar-se às modificações climáticas.
135
Faça no caderno
Orientações
O infográfico da seção Em foco
possibilita o aprofundamento dos QUESTÕES AMBIENTAIS NA
EUROPA
problemas ambientais mais comuns
no continente europeu. Promova a Os impactos do
leitura das informações contidas na ser humano
página 137 e auxilie os estudantes na natureza
com as dúvidas a respeito das cau-
William Mur
sas e das consequências que envolve 0º
30°L
cada tipo de poluição citado.
nwich
e Gree
60°
N
iano d
FINLÂNDIA
NORUEGA
Merid
SUÉCIA
ESTÔNIA
Mar do
RÚSSIA
áltico
Norte
LETÔNIA (parte europeia)
Mar B
REINO
LITUÂNIA
REP. UNIDO DINAMARCA
RÚSSIA
IRLANDA
BELARUS
POLÔNIA
PAÍSES
BAIXOS ALEMANHA
BÉLGICA
OCEANO REP. UCRÂNIA
ATLÂNTICO LUXEMBURGO TCHECA Mar
FRANÇA Cáspio
45°N
ESLOVÁQUIA
4 MOLDÁVIA
ÁUSTRIA
SUÍÇA HUNGRIA
ESLOVÊNIA ROMÊNIA AZERBAIJÃO
GEÓRGIA
CROÁCIA
BÓSNIA E SÉRVIA Mar Negro
2 ARMÊNIA
3
1 HERZEGOVINA
PORTUGAL BULGÁRIA
ITÁLIA MONTENEGRO KOSOVO
ESPANHA 5 MACEDÔNIA TURQUIA
ALBÂNIA
(parte europeia)
ÁSIA
GRÉCIA
O L
1 - ANDORRA CHIPRE
MALTA
2 - MÔNACO S
Mar Mediterrâneo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
3 - SAN MARINO
4 - LIECHTENSTEIN
DA EDITORA DO BRASIL5 - VATICANO
ÁFRICA
0 283
1 : 28 300 000
566 km
Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43; BONALUME NETO, Ricardo. Satélite europeu flagra rotas da
poluição de navios. Folha de S. Paulo, 25 maio 2009. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2505200901.htm; AUMENTA
emissão de gases do efeito estufa na Europa. EcoViagem, 2 jul. 2003. Disponível em: http://ecoviagem.com.br/noticias/ambiente/aumenta-
emissao-de-gases-do-efeito-estufa-na-europa-2757.asp; SOBRE a biodiversidade. Agência Europeia do Ambiente, 31 ago. 2016. Disponível em:
www.eea.europa.eu/pt/themes/biodiversity/about-biodiversity. Acessos em: 7 abr. 2022.
136
Foco na BNCC
Competência geral 2 causas de problemas ambientais decorrentes
Competências específicas de Geografia 1, 3, 4 e 7 da ocupação humana e da produção do espaço
em diferentes pontos da Europa. Para isso,
Habilidade EF09GE17 são utilizadas a linguagem cartográfica e os
O conteúdo da seção Em foco estimula a conhecimentos geográficos que possibilitam
curiosidade intelectual a partir da abordagem compreender os diferentes elementos da interação
própria da ciência geográfica para investigar as entre a sociedade e a natureza.
136
Orientações
½ Respostas
Em foco
1. A Europa é assolada por vários pro-
EFEITO ESTUFA PERDA DE BIODIVERSIDADE blemas ambientais, como acidifica-
Os níveis de CO2 na atmosfera já estão 50% Desde a Revolução Industrial, a atividade
maiores do que os níveis pré-industriais. humana vem moldando a biodiversidade ção e poluição dos rios. A acidifica-
Isso está ajudando a causar problemas como cada vez mais ostensivamente, por meio de ção, consequência da chuva ácida,
degradação do solo, elevação do nível do mar profundas e rápidas mudanças na utilização causa impacto na vida aquática e
e alterações na hidrologia e nos ecossistemas. dos solos, na intensificação da agricultura, na
urbanização e no abandono de terras, o que,
pode alterar o ritmo da atividade
Estima-se que até 2030 haverá uma duplicação
nas concentrações de CO2, com um aumento de por sua vez, resultou no desaparecimento de pesqueira do continente. A polui-
temperatura esperado entre 1,5 °C e 4 °C. muitas práticas que ajudavam a preservar a ção dos rios pode comprometer a
riqueza das paisagens. Acredita-se que a má
captação e distribuição de água, o
gestão dos recursos naturais esteja pondo em
risco mais de 70% de todo o ecossistema, o que afeta diretamente as pessoas.
que pode afetar atividades como a extração 2. Para solucionar o problema de aci-
de madeira e a pesca, mas também causar
danos irreparáveis ao equilíbrio natural
dificação, é possível implementar
do continente. sistemas de controle de poluição
ACIDIFICAÇÃO nos países, além de restringir ou
Águas doces vêm passando por forte acidificação, eliminar a emissão de poluentes no
em especial na Escandinávia, causando grande
setor industrial. Quanto à poluição
devastação na vida aquática. Florestas
temperadas vêm sofrendo danos nas regiões da dos rios, é preciso conscientizar a
Alemanha, Polônia, República Tcheca e Eslováquia, sociedade da importância de dar
com eventuais incidências de chuva ácida. destino correto ao lixo doméstico
As principais fontes causadoras de emissões INCÊNDIOS FLORESTAIS
químicas acidificantes na Europa são derivadas da em vez de lançá-lo diretamente na
São mais comuns no sul da Europa. Chega a
geração de energia, em especial por queima, e da haver, em média, 60 mil focos de incêndio por
natureza. Outro ponto importante é
agricultura, com o uso de agrotóxicos e similares. ano, que contribuem para a piora da qualidade assegurar que os municípios tenham
do ar. Portugal e Espanha são os países eficientes sistemas de tratamento de
mais atingidos pelas queimadas, que afetam
fortemente a Itália e a Grécia.
água, de esgoto e de coleta de lixo.
POLUIDORES INVISÍVEIS
Há um aumento do índice de poluição causado
por navios, especialmente os de carga.
Estima-se que embarcações emitam entre 18%
e 30% de todo óxido de nitrogênio e 9% dos GESTÃO DE ÁGUA DOCE
óxidos de enxofre, gerando 4% das emissões A intervenção humana vem poluindo as
responsáveis pelo aquecimento global. No reservas de água doce, ao passo que o aumento
Hemisfério Norte ocorrem 85% das emissões, populacional tem ampliado a demanda –
70% delas a menos de 400 km da terra, de 100 km³/ano em 1950 para 700 km³/ano em
ocasionando, com poluição do ar e resíduos na 2000. Existe também grande perda no sistema
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
água, problemas ambientais não só ao oceano,
mas também às cidades costeiras.
de distribuição de água, chegando a pelo menos
25% na França, Espanha e Inglaterra.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Apresente dois problemas ambientais verificados na Europa e explique de que modo eles afetam
a qualidade de vida da população.
2 Que ações podem ser adotadas para evitar ou amenizar os problemas descritos anteriormente?
137
137
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 No mapa a seguir, identifique e registre no caderno os limites da Europa de acordo com a numeração.
Jairo Souza
Cír
ccuu
1
lloo
Montes Urais. 3 – Mar Cáspio. 4 – PPoo
lalar
rÁ
Ártrict
ich
ioco
Oceano Atlântico. 5 – Montanhas
Greenw
ÁSIA
2
do Cáucaso. 6 – Mar Negro. 7 – Mar
no de
Mediterrâneo.
ia
Merid
2. Contínuo geográfico formado por
4
um grande bloco composto pela
Europa e pela Ásia.
3. Nas áreas de relevo de maior altitu-
de, há menor densidade demográ-
fica e são desenvolvidas atividades
econômicas de pecuária e cultivo 45º N
3
de frutas. Nas áreas de planícies, há 5
maior densidade demográfica e são 6
N
desenvolvidas atividades agrárias e
ÁSIA
industriais. O dinamismo econômico O L
Avaliação de
Assista
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO resultados
O Tâmisa, de Mark Nelson. Parte de uma série chamada Os rios, o documentário segue o curso do Rio Tâmisa, Retome os objetivos da unidade
Henrique VII (26 min).
DA EDITORA DO BRASIL
na Inglaterra, apresentando, além das principais características e curiosidades, sua história desde a época do rei
descritos na página 108 deste ma-
nual e baseie-se neles para a elabo-
Leia ração de uma avaliação. É importante
Atlas National Geographic: Europa (Editora Abril). Dividida em três volumes, a coleção apresenta a geografia certificar-se de que as competências
física e humana do continente em mapas, tabelas, gráficos e fotografias. Você pode conferir informações sobre a
gerais e as competências específicas
vegetação, o clima, a organização política, a economia e a população dos países europeus.
e habilidades de Geografia indicadas
sejam contempladas na avaliação.
139
13. a) Os dejetos das zonas industriais e de empresas quí- 15. a) A corrente que banha a costa atlântica do continente,
micas. de Portugal até a Noruega, exerce papel moderador
b) Com o esforço conjunto da iniciativa privada e dos das temperaturas nas faixas de terra próximo à costa
governos dos países banhados pelo Reno. (ainda não reconhecido por todos os países). Ameniza
14. a) Pireneus. o inverno no noroeste da Europa e provoca aumento
b) Cáucaso. das médias térmicas.
c) Planície Sarmática, Planície Húngara e Planície Germano- b) Altitude: quanto maior a altitude, menor a temperatu-
-Polonesa. ra; maritimidade: a proximidade com o litoral também
afeta a temperatura das cidades devido à localização
d) Pó, Sena, Ródano, Reno, entre outros.
ao nível do mar.
139
Objetivos da unidade
valentinrussanov/iStockphoto.com
• Identificar o multiculturalismo na
sociedade europeia.
• Identificar e caracterizar os prin
cipais aspectos demográficos
europeus.
• Entender e analisar os movimentos
migratórios na Europa.
• Identificar as principais motivações
dos movimentos separatistas da
Europa.
• Analisar a organização do espaço
econômico europeu.
• Identificar as características da
indústria europeia e os impactos
ambientais causados por ela.
• Identificar as características da
agropecuária e da mineração na
Europa e os impactos ambientais
causados por ambas.
• Compreender o processo de formação
da União Europeia e da Comunidade
dos Estados Independentes.
• Compreender as práticas e os ob
jetivos dos principais blocos eco
nômicos do continente.
Introdução
Fechando os estudos sobre a Euro
pa, esta unidade aborda os aspectos
sociais e econômicos do continente.
São apresentados aspectos gerais da
população europeia: sua diversidade
étnica, disposição, dinâmica e estrutu
ra, além das minorias e os movimen
tos migratórios. O estudante conhece
rá alguns dos principais movimentos
separatistas em curso atualmente na
Europa Ocidental e vai aprender a or
ganização do espaço econômico euMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
ropeu, as principais características da
produção industrial, da agropecuária
e da mineração e seus impactos. Por
fim, aborda-se o processo de formação
da Comunidade dos Estados Indepen
dentes, da União Europeia e as caracte Casal em trajes típicos do Carnaval
veneziano. Veneza, Itália, 2015.
rísticas econômicas mais importantes.
Justificativa 140
140
Orientações
Com os estudantes, observe a
imagem e descreva os principais
elementos encontrados. Incentive-
-os a relacionar a paisagem da ima-
gem com as paisagens observadas
por eles com mais frequência no dia
a dia. Apontem, juntos, as semelhan-
ças e as diferenças. Para melhor vi-
Europa:
sualização, as informações podem ser
organizadas e sistematizadas em um
quadro na lousa. As perguntas que
economia
ao conhecimento prévio do estudan-
te e à reflexão sobre as características
do lugar em que vive, evidenciando
o seu protagonismo no processo en-
sino-aprendizagem.
141
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati-
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar
Competências gerais 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie-
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
1, 3, 4 e 5 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionados às regras, aos espaços e aos materiais es-
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4 e 7
colares, ao convívio entre professores, funcionários e estu-
Habilidades EF09GE02, EF09GE03, EF09GE04, dantes e ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
EF09GE08, EF09GE09 e EF09GE10
141
1
Objetivos do capítulo
População
• Identificar o multiculturalismo na
sociedade europeia.
• Identificar e caracterizar os prin
cipais aspectos demográficos eu
ropeus. e sociedade
• Entender e analisar os movimentos
migratórios na Europa.
Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou as características climáticas e os tipos de vegeta-
pedagógicos
ção da Europa, assim como a ação humana no espaço geográfico. Neste capítulo, você
Os aspectos demográficos e mo aprenderá aspectos gerais da população europeia: sua diversidade étnica, disposição,
vimentos migratórios são conheci dinâmica e estrutura.
mentos previamente trabalhados
no Ensino Fundamental (EF05GE03,
Leanne Vorrias/Shutterstock.com
EF07GE02, EF07GE06, EF07GE10) que
se relacionam com os assuntos do ca Multiculturalismo
pítulo. O resgate dessas habilidades Com cerca de 747 milhões de habitantes, a população da
pode ser de grande importância para Europa corresponde a aproximadamente 10% da população mun-
iniciar a discussão sobre o tema “Po dial, segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais
pulação e sociedade europeia”. da ONU, em 2020. Em seu pequeno território, o continente abri-
ga uma enorme diversidade de grupos étnicos, como os latinos
Orientações (portugueses, franceses, italianos), os anglo-saxões (alemães,
Solicite aos estudantes que obser ingleses, noruegueses, suecos), os eslavos (russos, ucranianos,
Dança grega típica. Mykonos,
vem as imagens da página e identifi poloneses) e os celtas (irlandeses, escoceses, galeses).
Grécia, 2018.
quem diferentes elementos de cada Existem também grupos étnicos minoritários que ocupam o
território europeu, com grande importância na formação da so-
CanY71/iStockphoto.com
cultura, evidenciando o multicultura
ciedade local, como os bascos, os catalães, os ciganos, os lapões,
lismo do continente.
entre outros. Essa variedade proporciona à Europa, por um lado, o
Pergunte se as 24 línguas conside
multiculturalismo e, por outro, os conflitos étnicos. A identidade
radas oficiais no continente europeu étnico-cultural e sua preservação são uma forte característica dos
são as únicas faladas no continente. países europeus.
Em seguida, proponha que reflitam
sobre as razões de haver, na União A marca dessa diversidade étnica pode ser percebida pela
multiplicidade de idiomas falados no continente. A União Europeia
Europeia, tantas línguas oficiais e con Tradicional secagem de peixes. reconhece 24 línguas como oficiais no bloco e, por isso, emite
verse retomando o processo histórico Nazaré, Portugal, 2018.
documentos em todas elas, respeitando assim essa variedade.
de formação da sociedade europeia.
Sergi Boixader/Alamy/Fotoarena
Essa atividade poderá ser trabalha
Grupo de dança cigana durante festival
da de maneira interdisciplinar com Valls Decennial. Tarragona, Espanha, 2022.
História.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
142
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 4
O conteúdo deste capítulo estimula a turma
a promover a valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.
142
Orientações
Distribuição, estrutura e Incentive os estudantes a observar
dinâmica populacional a relação entre o tamanho do terri
tório e a quantidade total de habi
Depois da Ásia, a Europa é o continente mais densamente povoado do tantes para justificar a alta densidade
mundo, com 71 hab./km². Nele, 74% da população reside em áreas urbanas, demográfica de países como Mônaco,
conforme dados de 2018. Em 2020, segundo a ONU, os países europeus mais
Países Baixos e Bélgica.
populosos eram: Rússia, com 145,9 milhões de pessoas; Alemanha, 83,7 mi-
Oriente-os com a leitura e a inter
lhões; Reino Unido, 67,8 milhões; França, 65,2 milhões; e Itália, 60,4 milhões.
pretação do mapa de densidade de
A distribuição populacional da Europa é desigual e irregular. As maiores
concentrações ocorrem no centro e no oeste, e as menores, no norte e no leste
mográfica na Europa, localizado na
do continente. As áreas mais povoadas são aquelas em que o desenvolvimento página seguinte. Se possível, também
industrial é superior, muitas delas nos vales dos rios – como o Rio Pó, na Itália, apresente a eles o mapa de densi
e o Reno, na Alemanha – e nas férteis planícies centrais. Já as áreas menos dade demográfica no mundo, do
povoadas são aquelas muito frias, próximas ao Círculo Polar Ártico, e as regiões Atlas do IBGE (disponível em: https://
montanhosas. Segundo a ONU, em 2020, os países europeus com maior densi- atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/
dade demográfica eram: Mônaco (19 mil hab./km²), Países Baixos (417 hab./km2) mapas_mundo/mundo_nivel_de_
e Bélgica (379 hab./km2). densidade_demografica.pdf; acesso
em: 9 jun. 2022), e faça uma análise
manfredxy/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
143
143
Orientações Observe as áreas mais povoadas e menos povoadas do continente no
Faça uma roda de conversa com mapa a seguir. Retome os mapas de clima e relevo estudados anteriormente
os estudantes. Incentive-os a pensar e relacione-os com a distribuição populacional do continente. O que pode-se
nos fatores que levam à diminuição concluir dessa análise comparativa entre os mapas?
do índice de natalidade, como, por
exemplo, a expansão urbano-indus Europa: densidade demográfica – 2015
trial (que alterou o modo de vida das
Allmaps
0°
h
nwic
O L
Gree
S
de
diano
0 346 692 km Helsinque
Oslo
Meri
1 : 34 600 000 Estocolmo
Mar do Moscou
o
lti c
Norte
Bá
50° Dublin Copenhague r
N Ma
Minsk
Londres Amsterdã Varsóvia
OCEANO Berlim
ATLÂNTICO Bruxelas
Kiev
Luxemburgo
Praga
Paris
Bratislava
Viena
Chisinau
Berna Budapeste
Densidade de habitantes Liubliana
(por km2) Zagreb Bucareste
Menos de 1 Belgrado Mar Negro
Sarajevo
De 1 a 10 Lisboa Madri
Podgorica Sófia
De 10 a 25 Roma Skope Istambul
De 25 a 50 Tirana
De 50 a 100
De 100 a 200 Atenas
Mais de 200
Valeta
Cidade principal Mar Mediterrâneo
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016.
144
Foco na BNCC
Competência geral 4
Competências específicas de Geografia 1 e 2
Habilidade EF09GE09
O conteúdo da página possibilita a análise dos
aspectos populacionais de países e grupos de
países europeus. O tema incentiva o trabalho com
a linguagem gráfica e matemática, além do uso
dos conhecimentos geográficos para entender
a interação entre a sociedade e a natureza e
estabelecer conexões entre diferentes temas.
144
Muitos fatores são responsáveis pelo declínio da natalidade nos países europeus. Orientações
A expansão urbano-industrial (que alterou o modo de vida das pessoas) e os padrões Auxilie os estudantes na leitura e
de consumo, o elevado custo para a criação dos filhos, a participação cada vez maior na interpretação das pirâmides etá
da mulher no mercado de trabalho e os casamentos tardios são alguns deles. rias. Espera-se que percebam que a
Essas características demográficas possibilitam que a estrutura etária dos base mais estreita retrata o menor
países seja composta majoritariamente de população adulta e idosa. O número número de crianças e jovens e o
reduzido de jovens na população está ligado à baixa taxa de natalidade. meio/topo mais largo representa um
Observe a estrutura etária da França e da Ucrânia nas pirâmides etárias a seguir. grande número de adultos e idosos
Ucrânia: pirâmide etária – 2020 França: pirâmide etária – 2021 na configuração das populações eu
ropeias. No futuro, em alguns países
DAE
DAE
Idades Idades
100+ 100+ europeus poderá ocorrer o fenôme
95-99 95-99
Homens 90-94 Mulheres Homens 90-94 Mulheres no da “pirâmide etária invertida”, em
85-89 85-89
80-84 80-84 que o número de idosos será maior
75-79 75-79
70-74 70-74 que o de jovens, agravando a situação
65-69 65-69
60-64 60-64 demográfica do continente. Retome
55-59 55-59
50-54 50-54 com os estudantes as três dimensões
45-49 45-49
40-44 40-44 que compõem o IDH: saúde, educa
35-39 35-39
30-34 30-34 ção e renda. Se possível, acesse a pá
25-29 25-29
20-24 20-24 gina do IBGE Países para explorar o
15-19 15-19
10-14 10-14
5-9
IDH de alguns outros países. Dispo
5-9
0-4 0-4 nível em: https://paises.ibge.gov.br.
5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5
População (%) População (%)
Acesso em: 9 jun. 2022.
Fonte: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100 – Fonte: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100 –
Ukraine 2020. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em: https:// France 2021. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em: https://
www.populationpyramid.net/ukraine/2020/. Acesso em: 9 abr. 2022. www.populationpyramid.net/france/2021/. Acesso em: 9 abr. 2022.
145
Foco na BNCC
Competências gerais 1, 3 e 9 mundial, defendendo o princípio do respeito às
Competência específica de Geografia 7 diferenças e relacionando os modos de vida desses
povos com as diversas paisagens. O tema valoriza
Habilidades EF09GE03 e EF09GE04 os conhecimentos historicamente construídos
O conteúdo da página que diz respeito às minorias sobre o mundo social e cultural, a diversidade
étnicas da Europa possibilita a identificação de várias de grupos e os respectivos saberes, identidade e
manifestações culturais de minorias como forma de cultura, além de contribuir para a construção de
compreender a multiplicidade cultural em escala uma sociedade democrática e inclusiva.
145
Orientações
Minorias étnicas
½ Respostas
Ao nos referirmos às minorias étnicas, estamos fa-
Pavel Lvov/Sputnik/AFP
Um pouco mais sobre lando de povos de determinado país que partilham de
valores e costumes comuns e próprios, mas que não com-
1. Resposta pessoal. Oriente os estu
põem a maioria populacional em seu território. Assim, na
dantes na utilização do atlas geo
Europa, continente marcadamente multicultural, esses
gráfico para localizar Ceuta. Com os
povos ganham vital importância na construção das múl-
desenhos feitos, demonstre como tiplas identidades.
a posição do território e sua con As lutas e as reivindicações dessas minorias buscam
dição de ‘enclave’ o tornaram um a preservação de sua tradição e cultura, as quais são, em
polo de atração de pessoas em grande medida, fruto da própria relação que historicamen-
deslocamento. te estabeleceram com seus territórios e paisagens. Esse é
2. Cerca de 6 mil imigrantes chegaram o caso do povo sami (ou lapões) do norte da Europa, prin-
Criadora alimenta renas
a Ceuta. Aproximadamente 1 500 em uma comunidade sami. cipalmente da Península Escandinava, cujas principais atividades são a caça,
são menores de idade. Murmansk, Rússia, 2018. a pesca, a agricultura e a criação de renas.
3. Geralmente os imigrantes se deslo Os ciganos compõem o maior grupo de povos considerados minoria étnica
no continente. Atualmente, estima-se que 10 milhões de ciganos vivam na Eu-
cam para outros países ou território
ropa, sendo 6 milhões no interior do bloco da União Europeia (UE). Hoje, esse
com o objetivo de buscar melhores
grupo tem conseguido maior projeção e conquista de direitos; contudo, ainda
condições de vida e oportunidades
convive com o racismo, a discriminação e a exclusão social.
de trabalho. Faça no caderno
4 Em sua opinião, qual deveria ser a ação do governo espanhol em relação aos imigrantes ilegais que
chegam ao território de Ceuta? Por quê?
146
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 1
A discussão a respeitos das minorias étnicas
possibilita compreender a si e ao outro como
identidades diferentes, de forma a exercitar o
respeito à diferença em uma sociedade plural e
promover os direitos humanos.
146
Orientações
A imigração no continente Ressalte que, devido ao intenso
Atualmente, grande parte das taxas de crescimento populacional na Europa fluxo migratório de africanos e asiá
resulta da chegada de imigrantes ao continente. Os maiores fluxos migratórios ticos para a Europa, em 2015 a União
para os países europeus provêm de nações da África, da Ásia e da América Europeia adotou, em caráter de ur
Latina. Além disso, há migração intensa entre países do próprio continente, por gência, um pacote de medidas para
exemplo, europeus da porção oriental que migram para a Europa Ocidental. amenizar a crise imigratória. Em reu
O crescimento econômico alcançado pelos países europeus na segunda metade niões dos países-membros do blo
do século XX tornou o continente um grande polo de atração de migrantes. Com o co, foram decididas as seguintes
fim do socialismo, a partir de 1990, a corrente migratória para o continente aumen- medidas: obrigatoriedade de cadas
tou consideravelmente. As populações do Leste Europeu partiram, sobretudo, em tramento dos imigrantes; punição aos
direção à Alemanha, à França e à Itália, em busca de melhores condições de vida.
traficantes de pessoas; repasse de re
Assim, a imigração causou, nos países da Europa Ocidental, um acréscimo
cursos financeiros aos países para que
da população. Para evitar conflitos com a população local, os governos de mui-
criem frentes de empregos e ajudem
tos países ocidentais tomaram atitudes como fechar as fronteiras – reforçando
o controle na entrada de estrangeiros – e estabelecer cotas de imigração. A
o retorno das pessoas aos países de
Cota de imigração:
partir de 2004, com a incorporação de vários países do Leste Europeu à União limite estipulado para
origem.
Europeia, surgiu outro fator de restrição à imigração, em razão da imigração permissão de entrada
de imigrantes. ½ Respostas
ilegal para as nações da UE.
Entretanto, a redução da população economicamente ativa europeia (ho- Ser cidadão
mens e mulheres de 15 a 65 anos) tem incentivado a inserção de mão de obra 1. Resposta pessoal. Espera-se que
imigrante no mercado de trabalho. os estudantes concluam que essas
A xenofobia, determinada pela aversão aos imigrantes, está se ampliando,
ações políticas, na maioria das vezes,
o que aprofunda a segregação dessas comunidades e provoca atitudes violen-
não respeitam os princípios básicos
tas, tanto de grupos extremistas, contrários à imigração, como das comunidades Milhares de pessoas se
dos direitos humanos, pois negam
de imigrantes. reuniram para a Marcha
Outro fator que contribui para a restrição à imigração é a crise econômica contra o Racismo, abrigo às populações em risco de
manifestação nacional contra vida e necessitadas de apoio, in
enfrentada por alguns países do bloco nos últimos anos, os quais alegam não o aumento de ataques
ter estrutura para receber imigrantes. relacionados à imigração. dependentemente de sua origem,
Londres, Reino Unido, 2018. condição política, social e étnico
-religiosa.
John Gomez/Shutterstock.com
1 Com base nos direitos humanos, discuta com os colegas a importância do acolhimento de refugiados.
147
Foco na BNCC
Competências gerais 2, 7, 9 e 10 de países europeus. O tema exercita a autonomia
Competências específicas de Geografia 3 e 7 e o senso crítico para a aplicação do raciocínio
geográfico, a curiosidade intelectual, incluindo a
Habilidade EF09GE09 reflexão, a resolução de problemas, a defesa de
O conteúdo da página e a atividade proposta ideias e a tomada de decisão com base nos direitos
pela seção Ser cidadão possibilitam a análise dos humanos, na empatia e no respeito ao outro e em
aspectos populacionais de países e grupos princípios democráticos e inclusivos.
147
Orientações
Promova a leitura do poema da se Refugiados, uma questão atual
ção Diálogo com Arte e faça uma Hoje em dia, a questão migratória é umas das principais pautas políticas,
roda de conversa com os estudantes sociais e econômicas da Europa. Segundo o Alto Comissariado das Nações
para que comentem suas interpreta Refugiados vindos da Ucrânia Unidas para Refugiados (Acnur), em 2017, mais de 170 mil pessoas entre
ções e debatam sobre o conteúdo. atravessam a fronteira em migrantes e refugiados entraram no continente europeu pela Espanha, Itália
direção à cidade de Medyka. e Grécia. No entanto, acredita-se que, nesse mesmo período, mais de 3 100
Procure estabelecer relações entre Polônia, 2022.
passagens do poema e os temas es pessoas perderam a vida no mar em rotas rumo à Europa.
Arte
Poesia imigrante
A arte reflete as principais questões de seu tempo. Tem sido assim desde as primeiras manifestações
artísticas do ser humano, nas paredes das cavernas. O problema dos refugiados no mundo contemporâ-
neo, uma das questões mais prementes de nossa época, também é retratado nos diversos gêneros da arte.
Leia o trecho de um poema do poeta angolano Moisés Tiago António, refugiado no Brasil.
Sou imigrante
[...]
Não tenho terra
Tudo é terra
Não importa se aqui ou lá!
Quem dera que não houvessem fronteiras!
Quem dera que não houvessem leis
Leis essas que nos prendem, Separam,
Hostilizam, injuriam e abalam!
[...]
Porque a terra é nossa, de todos nós
Feito por Deus e entregue à todos os homens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Não importa se aqui ou lá!
DA EDITORA DO BRASIL Fonte: ANTÓNIO, Moisés Tiago. MigraMundo, [s. l.], 4 fev. 2017.
Disponível em: https://migramundo.com/sou-imigrante-poema-de-moises-antonio/. Acesso em: 9 abr. 2022.
Faça no caderno
148
Foco na BNCC
Competências gerais 2, 7, 9 e 10 países europeus. O tema exercita a autonomia
Competências específicas de Geografia 3 e 7 e o senso crítico para a aplicação do raciocínio
geográfico, a curiosidade intelectual, incluindo a
Habilidade EF09GE09 reflexão, a resolução de problemas, a defesa de
O conteúdo da página e a realização da atividade ideias e a tomada de decisão com base nos direitos
da seção Diálogo com Arte possibilitam a análise humanos, na empatia e no respeito ao outro e em
dos aspectos populacionais de países e grupos de princípios democráticos e inclusivos.
148
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 Por que a Europa pode ser considerada um continente multicultural?
1. Por abrigar uma grande diversidade
2 Descreva como está distribuída e onde está concentrada a população no continente europeu. de grupos étnicos, como os latinos
(portugueses, franceses, italianos
3 Observe as pirâmides etárias de Portugal, nos anos de 1991 e 2021. Com base nos gráficos, responda
etc.), germanos (alemães, ingleses,
às questões a seguir.
noruegueses, suecos etc.), eslavos
(russos, ucranianos, poloneses etc.),
Portugal: pirâmide etária – 1991 Portugal: pirâmide etária – 2021 celtas (irlandeses, escoceses, galeses
DAE
etc.) e os grupos étnicos minoritá
DAE
100+
Idades
100+
Homens
95-99
90-94 Mulheres 95-99 rios, cuja importância é grande na
Homens 90-94 Mulheres
85-89
80-84
85-89 formação da sociedade europeia,
80-84
75-79
70-74 75-79 como os bascos, catalães, ciganos,
70-74
65-69
60-64 65-69 lapões etc.
60-64
55-59
50-54 55-59
50-54
2. Está distribuída de forma desigual
45-49
40-44 45-49
40-44
e irregular. As áreas mais povoadas
35-39
30-34 35-39 são as de maior desenvolvimento
25-29 30-34
20-24 25-29 industrial, muitas delas nos vales
15-19 20-24
10-14 15-19 dos rios – como o Rio Pó, na Itália,
5-9 10-14
0-4 5-9 e o Reno, na Alemanha – e nas fér
0-4
430 344 258 172 86 0 0 86 172 258 344 430 teis planícies centrais. As áreas me
Faixa 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5
Milhares de pessoas Milhares de pessoas
etária População (%) nos povoadas são as de clima frio,
Fonte: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100 – Portugal Fontes: POPULATION by Age – Portugal. United States Census próximas ao Círculo Polar Ártico, e
2021. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em: https://www.census. Bureau, 2022. Disponível em: https://www.populationpyramid.net/
gov/data-tools/demo/idb/#/pop?COUNTRY_YEAR=1991&COUNTRY_YR_ portugal/2021/; POPULATION Pyramids of the World from 1950 to as regiões montanhosas.
ANIM=1991&FIPS_SINGLE=PO&FIPS=PO&popPages=PYRAMID&POP_ 2100 – Portugal 2021. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em:
YEARS=2022&menu=popViz. https://www.populationpyramid.net/portugal/2021/. Acessos em:
3. a) A pirâmide etária de 1991 apre
Acesso em: 9 abr. 2022. 9 abr. 2022. senta a base larga, contudo, com
uma tendência à diminuição. Já
a) Descreva como estão representados a base e o topo das duas pirâmides e explique o que eles o topo aparece mais afunilado.
indicam. Esse formato indica uma eleva
b) Observe conjuntamente as pirâmides etárias e apresente os fatores que explicam a mudança do da natalidade, que, entretanto,
perfil demográfico do país. já apontava uma tendência de
diminuição, e uma população
4 Nos últimos anos, qual é a procedência (países de origem) dos principais fluxos migratórios ocorridos ainda não tão envelhecida. A
no continente europeu? pirâmide etária de 2018 apre
5 Por que existem movimentos contrários à imigração para o continente europeu? senta a base mais estreita e o
topo aparece bem mais largo.
Para refletir Esse formato indica uma eleva
da redução de natalidade e uma
1 O Brasil também está envolvido na questão dos migrantes. Há alguns anos, milhares de haitianos che- população mais envelhecida.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
garam ao país, deixando para trás uma nação em ruínas depois do terremoto de 2010 e de uma crise
b) A expansão urbano-industrial
DA EDITORA DO BRASIL
econômica que já dura décadas. Mais recentemente, venezuelanos entraram em território brasileiro
pelo estado de Roraima, fugindo da grave recessão econômica e dos problemas políticos que assolam
(que alterou o modo de vida
das pessoas) e os padrões de
a Venezuela. Que postura você acha que deve ser assumida diante desses e de outros migrantes que
consumo; o elevado custo da
chegam ao Brasil? Justifique sua resposta considerando que o Brasil é um país formado por migrantes
de várias nacionalidades.
criação dos filhos; a participação
cada vez maior da mulher no
mercado de trabalho; os casa
mentos tardios; além de outros
149 fatores, cada vez mais associados
ao modo de vida contemporâ
neo tanto no campo como na
cidade. Por outro lado, a me
Orientações lhoria da qualidade de vida da
população, caracterizada por
½ Respostas Para refletir melhores condições médico
4. Majoritariamente de nações em desenvolvimento da África, 1. Resposta pessoal. Aproveite para conscientizar os estudantes -sanitárias e acesso a recursos
da Ásia e da América Latina. A migração é intensa também da necessidade de uma postura baseada em solidariedade, e investimentos em saúde, foi
entre alguns países do próprio continente, principalmente compaixão e empatia para com os povos que precisam fundamental para o aumento
do Leste Europeu. de ajuda humanitária internacional, em uma crise que da expectativa de vida.
5. Por motivos xenófobos, preocupação com o surgimento acomete principalmente os indivíduos mais vulneráveis.
de conflitos gerados pela diversidade de nacionalidades Reforce a ideia de que os migrantes ou refugiados não
(situação rejeitada pelos nativos), além do custo do siste são necessariamente um problema; eles podem ser uma
ma público de assistência social e das crises econômicas solução, como visto no caso da Europa, que precisa de mão
enfrentadas por alguns países europeus nessa década. de obra mais jovem no mercado de trabalho.
149
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as principais motivações
dos movimentos separatistas da
Conflitos e
Europa.
• Estudar o contexto dos movimen movimentos
tos separatistas da Espanha.
• Compreender as questões territo
riais e políticas do Reino Unido, em
separatistas
especial o caso da Irlanda do Norte
e da Escócia.
• Entender a questão separatista da No capítulo anterior, você estudou aspectos gerais da população europeia: sua diversi-
Bélgica. dade étnica, dinâmica e estrutura. As minorias que vivem na Europa e os movimentos
migratórios também foram abordados. Neste capítulo, você aprenderá alguns dos prin-
cipais movimentos separatistas em curso atualmente na Europa Ocidental.
Pré-requisitos
pedagógicos
Os aspectos culturais e territoriais O que motiva os movimentos
de cada povo, associados aos con
flitos e movimentos sociais, são co separatistas?
nhecimentos já trabalhados no Ensino Na Europa, como em várias partes do mundo, existem povos que nutrem
Fundamental (EF04GE01, EF05GE02, o sentimento nacionalista, que os move a conquistar a independência política
EF07GE02, EF08GE05, EF08GE10) que e territorial do Estado ao qual estão subjugados. Muitos deles são reprimidos,
se relacionam com os assuntos explo controlados e dominados pelo Estado e, em alguns casos, movimentos separa-
rados no capítulo. O resgate desses tistas são formados. Muitos desses movimentos acabam recorrendo à violência
conhecimentos pode ser de grande para conquistar seus objetivos.
importância para iniciar a discussão Como você estudou na Unidade 3, os países da Europa Oriental foram
sobre o tema “Conflitos e movimentos palco de muitos conflitos, principalmente em razão do controle soviético e de
separatistas da Europa”. divergências envolvendo questões étnicas e religiosas. No entanto, a porção
ocidental da Europa também enfrenta problemas internos e movimentos sepa-
Orientações ratistas, embora em menor número.
Vejamos as características principais de alguns conflitos e de algumas
Retome os conhecimentos dos es
regiões da Europa em que minorias étnicas e nacionais ou outros grupos bus-
tudantes sobre conflitos e movimen Manifestantes pró-Rússia caram ou buscam a soberania ou a independência de diferentes formas e por
tos sociais de modo geral. Então, so em protesto na praça do
diversas razões (religiosas, étnicas, territoriais, nacionalistas, etc.).
licite que reflitam sobre quais seriam Palácio. São Petersburgo,
Rússia, 2022.
as possíveis reivindicações dos movi Ivan Petrov/AP Photo/Imageplus
150
150
Orientações
Separatismo na Espanha Oriente os estudantes na leitura do
A Espanha é um país muito diversificado. Esse aspecto pode ser constatado mapa da Espanha e solicite que iden-
na luta de alguns grupos pela separação e por maior autonomia. No mapa a seguir, tifiquem os territórios da Catalunha,
pode-se verificar a diversidade étnica do país pelos diferentes idiomas. Essa carac- do País Basco, da Andaluzia e da
terística, em alguns casos, inflama grupos nacionalistas em prol do separatismo. Galícia, principalmente.
Ressalte que, com tantos idiomas
Espanha: idiomas – 2018 diferentes em um mesmo país, a
Espanha é um caso particular. A lín-
Mario Yoshida
OCEANO
gua do País Basco, por exemplo, é de
ATLÂNTICO matriz completamente diferente da
FRANÇA
língua espanhola, que vem do latim.
Astúrias Cantábria País A euskera em nada se assemelha nem
Basco
Galícia
Navarra
ANDORRA com o espanhol, nem com o francês.
La
Rioja 2% 7%
Castela Catalunha Basco Galego
e Leão Aragão
17%
Catalão
Madri es
r
40° N lea 74%
Ba Espanhol/
Valência s
Castelhano
ha
PORTUGAL Castela –
Estremadura
Il
La Mancha
o
âne
err
Múrcia dit Espanhol/castelhano
Andaluzia r Me
Ma Basco
Galego
Catalão
N
Ceuta
Melilha O L Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43; STANCKI,
S Rodolfo. Crise espanhola reaviva o separatismo.
Ilhas Canárias ÁFRICA
Gazeta do Povo, Curitiba, 27 out. 2012.
0 105 210 km Disponível em: https://www.gazetadopovo.
com.br/mundo/crise-espanhola-reaviva-o
1: 10500 000
-separatismo-2759cg259c1y4oizoclfo9qoe/.
5° O
Acesso em: 9 abr. 2022.
País Basco A cidade de Bilbao, considerada o centro da cultura basca, está localizada no
norte da Espanha e é a mais importante da região. Fotografia de 2018.
O povo basco reivindica a indepen-
saiko3p/iStockphoto.com
151
Foco na BNCC
Competência geral 9 valorizando a diversidade de indivíduos e de
Competência específica de Ciências Humanas 5 grupos sociais, seus saberes, identidade e cultura
Competência específica de Geografia 7 sem preconceitos de qualquer natureza, para agir
pessoal e coletivamente com respeito, autonomia
Habilidade EF09GE08 e responsabilidade, propondo ações sobre
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes questões socioambientais, com base em princípios
analisar transformações territoriais, considerando éticos, democráticos e solidários. As questões
o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e pertinentes aos processos separatistas favorecem
múltiplas regionalidades da Europa, e exercitar a a comparação de eventos ocorridos em tempos
empatia, a resolução de conflitos e a cooperação, diferentes no mesmo espaço.
151
Orientações Na ditadura de Francisco Franco, na Espanha, que durou de 1939 a 1975, a
Informe aos estudantes que a lín língua basca foi proibida. Em 1959, foi fundado o grupo Euskadi Ta Askatasuna
gua basca foi proibida durante o go (ETA – “Pátria Basca e Liberdade”), movimento cuja finalidade é manter a língua,
verno de Francisco Franco (entre 1939 os costumes e as tradições culturais bascas na região. A partir de 1966, o ETA
e 1976). Destaque que o Estado espa iniciou manifestações violentas para alcançar seus objetivos.
nhol sempre foi contra as separações Apenas em 2011 integrantes do ETA anunciaram
por diversos motivos e que uma me País Basco – 2022 o cessar-fogo. Desde então, eles vêm obtendo maior
dida autoritária como esta de Franco êxito nas negociações com o governo espanhol pela
Débora Ferreira
Green o de
Cír
wich
cul
só fomentou o ódio e a segregação oP
independência da região.
ian
olar
Á r tic
Merid
o
na Espanha. 60°
N
Destaque que o cenário da
Catalunha é diferente daquele do País OCEANO 2ºO
ATLÂNTICO 44ºN
Basco e que ambos os movimentos OCEANO ATLÂNTICO FRANÇA
afloraram devido a cortes (gerados Bilbao Labourd
Baixa
pela crise) no serviço básico governa Biscaia
Guipúzcoa
Navarra
Soule
mental. A Catalunha, entretanto, é o 45°N
FRANÇA Alava
Navarra
polo econômico do país e um centro
N
financeiro que move boa parte da ESPANHA ESPANHA
economia espanhola. O IDH catalão O L
N País Basco espanhol
País Basco francês
é superior ao do resto do país. É ne S Mar
O L
Limites das províncias bascas
Mediterrâneo
cessário ressaltar ainda que a cultura 30°N 0 720 1 440 km 0 64 128 km Limites internacionais
Limites da região basca
da Catalunha é muito diferente da 1 : 72 000 000 S 1 : 6 400 000
Cidade principal
0° 15°L 30°L
cultura de Castilla e de Madri, sede Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço
do governo. mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 90.
Catalunha
Localizada no nordeste da Espanha, a Catalunha – anexada pelo país há
300 anos – é uma comunidade autônoma que, desde a década de 1970, está
Vista aérea parcial de
Barcelona, com igreja da
passando por um forte renascimento cultural. O idioma catalão vem ganhando
Sagrada Família em primeiro maior impulso, e a cidade de Barcelona, capital da Catalunha, passou a ser con-
plano. Espanha, 2019. siderada um dos mais importantes centros culturais da Europa.
BearFotos/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
152
152
Com o fortalecimento financeiro e a grande influência na economia nacional, Orientações
essa região tem buscado autonomia com bastante relevância, embora o governo Promova a leitura desta página so
federal tenha conseguido impedir campanhas e referendos sobre o assunto. bre a questão irlandesa e a Escócia
Os cortes em serviços básicos determinados pelo governo para conter os em relação ao Reino Unido. Comente
efeitos da crise econômica enfrentada pelo país nos últimos anos fizeram aflorar com os estudantes que os políticos e
o sentimento de independência tanto na Catalunha quanto no País Basco.
a sociedade escocesa de forma ge
Em 2014 foi realizada uma votação não oficial, espécie de consulta informal,
ral, derrotados no referendo, exigem
em que a separação foi aprovada por 80% dos eleitores. Em 2017, um novo refe-
rendo foi realizado, dessa vez com um resultado de 90% a favor. O governo da Es-
que a promessa do Reino Unido de
panha não reconheceu a consulta por não concordar com a soberania da Catalunha. dar maior autonomia ao Parlamen
to escocês seja cumprida. Assim, o
Parlamento terá maior liberdade para
Reino Unido: a questão irlandesa tomar decisões sobre impostos, saúde
e a Escócia e habitação que envolvam a popula
Para entender as questões que envolvem o Reino Unido, observe antes ção escocesa.
os mapas a seguir, que representam as unidades políticas das Ilhas Britânicas. A efetivação do Brexit (movimen
to em que houve o desligamento
Inglaterra – 2018 Grã-Bretanha – 2018 Reino Unido – 2018 do Reino Unido da União Europeia)
provoca abalos na política da Irlanda
Mario Yoshida
Mario Yoshida
Mario Yoshida
OCEANO OCEANO
OCEANO
ATLÂNTICO ATLÂNTICO ATLÂNTICO do Norte. Uma consulta à população
55°N 55°N
55°N do país sobre a medida mostra que
ESCÓCIA ESCÓCIA
a maioria optou por permanecer no
wich
wich
wich
de G diano
de G diano
de G diano
IRLANDA
reen
reen
reen
Meri
Meri
Meri
DO NORTE
ro-ministro do Reino Unido nesse pe
N N
INGLATERRA
N
INGLATERRA Mar do
ríodo defende tanto o Brexit, quanto a
INGLATERRA Mar do Mar do
O L Norte O L Norte O L
Norte
unidade do Reino Unido. Explique aos
S
PAÍS DE
GALES
S
PAÍS DE
GALES estudantes que a situação da Irlanda
S
do Norte possui dois fatores agravan
0 197 394 km 0 197 394 km 0 197 394 km
tes: um político e outro geográfico.
1 : 19 700 000 1 : 19 700 000 1 : 19 700 000
0° 0° 0°
Para explicar a situação à turma,
Fonte: IBGE.
Atlas geográfico escolar. peça que eles observem a condição
Como você pôde observar, a Irlanda do Norte (Ulster) integra o Reino Uni- 8. ed. Rio de Janeiro:
geográfica da Irlanda do Norte, que
do. Por esse motivo, as decisões políticas (como a escolha de lideranças locais) IBGE, 2018. p. 43.
153
153
Orientações Faça no caderno
Bélgica:
Bélgica: questão
questão separatista – 2022
separatista
Tarcísio Garbellini
Antuérpia
FLANDRES ALEMANHA
Bruxelas
Liège
VALÔNIA
FRANÇA
50º N
LUXEMBURGO
Zona bilíngue de Bruxelas
Língua francesa
Língua holandesa
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Seleção de futebol belga na Copa do Mundo de 2018.
0 40 80 km
Língua alemã São Petersburgo, Rússia.
1 : 4 000 000
1 De acordo com os trechos do texto acima, quais razões justificam a intenção de separação da região
de Flandres, na Bélgica?
2 Segundo o texto, qual é a relação entre a seleção de futebol belga e a questão separatista?
154
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 6 regionalidades na Europa, assim como a reflexão
Competências específicas de Geografia 1 e 4 sobre as características de países europeus
em seus aspectos populacionais e políticos.
Habilidades EF09GE08 e EF09GE09 O tema valoriza os conhecimentos historicamente
A interpretação do texto e a realização da construídos sobre o mundo social e cultural e
atividade da seção Um pouco mais sobre o desenvolvimento do pensamento espacial,
possibilitam a análise de transformações territoriais, utilizando-se de linguagem cartográfica
considerando tensões, conflitos e múltiplas e iconográfica.
154
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 O que leva uma nação a querer se desmembrar de um Estado? 1. A principal motivação é o desejo
de independência, por haver, en
2 Onde se localiza o País Basco e qual é a intenção política desse grupo étnico?
tre a nação e o poder central do
3 Que idioma é falado no País Basco e qual é a cidade mais importante dessa região? Estado ao qual ela está subjugada,
divergências étnicas, religiosas, ter
4 Quais eram os objetivos do grupo ETA – “Pátria Basca e Liberdade” – e que métodos utilizava para ritoriais, de natureza econômica e
alcançá-los?
política, ou a combinação de todos
5 Onde se localiza a Catalunha e que língua é falada nessa comunidade? esses fatores.
2. Localiza-se no norte da Espanha
6 Que fator tem feito aflorar o sentimento de independência tanto na Catalunha como no País Basco nos e em mais uma porção sudoeste
últimos anos?
do território francês. Reivindica
7 Qual é a situação política da Irlanda do Norte e da República da Irlanda em relação ao Reino Unido? a independência e a autonomia
política.
8 O que almejam os católicos e os protestantes da Irlanda do Norte? 3. No País Basco fala-se uma língua
9 Quais eram os objetivos e os métodos iniciais do Exército Republicano Irlandês, o IRA? De que modo própria, a língua basca, ou euskera.
atua hoje? A cidade mais importante da re
gião é Bilbao.
10 Qual é o contexto das tentativas de independência da Escócia em relação ao Reino Unido? 4. Manter a língua, os costumes e
as tradições culturais bascas em
Para refletir sua região. No início, usou mé
todos violentos em suas ações;
1 Muitos povos de mesma origem étnica desejam formar um Estado soberano. Querem ter garantidos sua a partir de 2011, após anunciar o
soberania, genealogia, crenças, cultura e idioma, além do direito de escolher seu governo sem imposições. cessar-fogo, tem dialogado com
Converse com os colegas sobre as questões a seguir.
o governo espanhol.
a) O que vocês pensam tanto a respeito da intolerância étnica quanto da religiosa existentes no mundo? 5. Localizada no nordeste da Espanha;
b) Vocês conhecem situações de intolerância no Brasil ou mesmo na região onde moram? nela se fala o catalão. A cidade mais
c) O que pode ser feito para combater esse comportamento e promover o respeito às diferentes etnias importante é Barcelona, em razão
e religiões em seu meio social? de sua importância econômica e
Atividade em grupo
cultural.
6. O principal fator são os cortes em
serviços básicos, determinados
pelo governo para conter os efei
1 Reúna-se com mais três colegas e, juntos, pesquisem em revistas, jornais e em sites confiáveis na internet tos da crise econômica enfrentada
informações e dados recentes relacionados aos conflitos e aos movimentos com tendência separatista pela Espanha nos últimos anos.
que ocorrem em países europeus.
7. A Irlanda do Norte integra o Reino
Elaborem uma apresentação digital com as causas dos conflitos e as principais informações obtidas, lo- Unido, ou seja, suas decisões po
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
calizando a área de ocorrência em um mapa. Cada grupo pode ficar encarregado de um dos movimentos.
líticas são geradas em Londres; já
a República da Irlanda é indepen
DA EDITORA DO BRASIL
2 A banda irlandesa U2 lançou, em 1983, a canção “Sunday Bloody Sunday”. A letra descreve o horror
sentido por um observador do chamado “conflito na Irlanda do Norte”, com destaque para o Domingo dente do Reino Unido desde 1922.
Sangrento, em Derry, em que as tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes por direitos civis. 8. Os católicos lutam há cerca de
Em grupos, ouçam a canção e analisem a letra e sua tradução. Pesquisem o que foi o Domingo Sangrento 30 anos pela unificação com a
e exponham o que aprenderam aos demais colegas. República da Irlanda, opondo-se
aos protestantes, que são a maioria
e querem permanecer subordina
dos ao Reino Unido.
155
9. Praticando atos terroristas contra
alvos ingleses, esse grupo buscava
fazer pressão pela independência
Orientações Desafio da Irlanda do Norte e sua poste
1. Os estudantes podem pesquisar alguns dos mais de rior unificação com a República
½ Respostas da Irlanda; depois de 1990, aban
30 movimentos separatistas. Além dos estudados, há
Para refletir os seguintes: Galiza, na Espanha; Córsega, na França; donou a luta armada e passou a
Sardenha, na Itália, entre outros. empregar meios políticos para
1. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes posi alcançar seus objetivos.
cionem-se levando em consideração os preceitos dos 2. A atividade pode ser feita de modo interdisciplinar com a
disciplina de Inglês. Espera-se que o estudante conclua que 10. Em 2014, o desejo de autonomia
direitos humanos e do respeito à diversidade de pen
a letra da música retrata a perspectiva do narrador em relação política e devolução de poderes
samento e crenças.
ao resultado do conflito extremamente violento travado entre ao Parlamento escocês levou os
b) Resposta pessoal.
os manifestantes da Irlanda do Norte, que lutavam contra a escoceses a um referendo; a tese
c) Resposta pessoal.
repressão, e o governo inglês, que procurava acabar com o da independência foi rejeitada por
movimento de independência liderado pelos católicos. mais da metade da população.
155
3
Objetivos do capítulo
• Analisar a organização do espaço
econômico europeu.
• Identificar as características da
indústria europeia e os impactos Economia
ambientais causados por ela.
• Identificar as características da
agropecuária e da mineração na
Europa e os impactos ambientais
causados por ambas.
No capítulo anterior, você estudou alguns dos principais movimentos separatistas em
Pré-requisitos curso atualmente na Europa Ocidental. Neste capítulo, você vai aprender a organização
do espaço econômico europeu, as principais características da produção industrial, da
pedagógicos agropecuária e da mineração e seus impactos.
Os aspectos econômicos, a agro
pecuária, a industrialização, a mine
ração e os problemas socioambien O espaço econômico europeu
tais são conhecimentos previamente
Europa: organização do espaço político-econômico – 2010 Foi na Europa que se iniciou
trabalhados no Ensino Fundamental
o processo industrial, com o uso
Tarcísio Garbellini
0º
(EF03GE09, EF05GE05, EF06GE06, de Centro:
máquinas e a concentração de
espaço de
EF07GE06, EF08GE20) que se rela trabalhadores
economia dinâmica em fábricas. Com o
h
nwic
cionam com os assuntos explorados Periferia muito
advento da Primeira Revolução In-
Gree
integrada ao centro
no capítulo. O resgate dessas habilida
o de
dustrial, iniciada na metade do sé-
Periferia dinamizada
por deslocalizações
dian
des pode ser de grande importância culo XVIII, na Inglaterra, a Europa
e investimentos
Meri
Periferia de
para iniciar a discussão sobre o tema Helsinque
foi dinamismo
o continentelocalizado pioneiro na mo-
Bergen
“Economia europeia”. Oslo
Estocolmo dernização
Periferia em vias
de integração
industrial.
Mar Esse
Periferia intenso desenvolvimen-
aguardando
integração
ic o
do Norte
to motivado pela indústria alterou
Orientações
á lt
50º Dublin
rB
N Copenhague
Ma profundamente o espaço europeu.
Oriente os estudantes a ler e a in Amsterdã Bremen Hamburgo
A tecnologia e a modernização
LONDRES
terpretar atentamente o mapa, auxi Roterdã
Antuérpia
Berlim Varsóvia Metrópole mundial
das atividades produtivas dinami-
OCEANO Düsseldorf
liando-os nas questões que possam 0º ATLÂNTICO
Le Havre Bruxelas
Colônia Frankfurt zaram a economia
Metrópole europeia do continente e
surgir. Destaque a ideia de centro e PARIS Zurique
Centro: espaço de
Munique
Praga
impulsionaram
Metrópole nacional o surgimento das
economia dinâmica
nwic
Lyon Budapeste
PeriferiaTurim
muito Milão
do continente europeu. doPrincipal
mundo. eixo de
Gree
Gênova Florença
Periferia dinamizada
Lisboa Marselha Fluxo de investimento
por deslocalizaçõesRoma
dian
Madri
e investimentos mosPortoidentificar
movimentado distintos estágios
Meri
Barcelona
Periferia de
Sevilha dinamismo localizado
Nápoles
Istambul de desenvolvimento e de produção
Bergen Helsinque N
Oslo
Estocolmo Periferia em vias
Mar Mediterrâneo
de integração
na Europa. O mapa ao lado mostra
Mar
O L Periferia aguardando
Atenas
a organização do espaço econô-
0 420 840 km
integração
mico europeu. Observe a existên-
ic o
do Norte
á lt
N 0º Copenhague
Ma cia de uma hierarquia, organizada
LONDRES
Amsterdã Bremen Hamburgo MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Centro: espaço de pelo conjunto de países com maior ou menor importância na eco-
h
DA EDITORA DO BRASIL
Berlim
Roterdã
nomia europeia. Observe também a formação de espaços centrais,
nwic
Varsóvia
Antuérpia Periferia muito
OCEANO
Gree
Düsseldorf
ATLÂNTICO
Le Havre Bruxelas
Colônia Frankfurt
integrada ao centro
Metrópole europeia influenciados por Alemanha, França, Reino Unido e Itália, e espaços
o de
Periferia dinamizada
Praga por deslocalizações periféricos, como o Leste Europeu e a região dos Bálcãs. Atente-se,
dian
N Ma Istambul
Mar Mediterrâneo
Amsterdã Bremen Hamburgo 156
LONDRES
O L Atenas
Roterdã Berlim Metrópole mundial
0
Antuérpia 420 840 Varsóvia
km
OCEANO Le Havre SBruxelas Düsseldorf
1 : 42 000 000 Metrópole europeia
LÂNTICO Colônia Frankfurt
Praga
PARIS Munique Metrópole nacional
Foco na BNCC
Zurique
Viena Outras cidades
Lyon Turim Budapeste
Milão Principal eixo de
Toulouse Trieste Competência específica
circulação e trocas de Ciências Humanas 3
Gênova Florença Mar Negro
Madri
Marselha
Roma A discussão queFluxoaqui se inicia possibilitará aos
de investimento
Porto movimentado
Barcelona
Nápoles
estudantes identificar, comparar e explicar a
Sevilha
intervenção do ser humano na natureza e na
Istambul
Mar Mediterrâneo
L Atenas
sociedade.
0 420 840 km
1 : 42 000 000
156
Orientações
Indústria Volte à página 156 e observe o
Diversos fatores beneficiaram o surgimento da atividade industrial na Inglaterra, mapa com os estudantes. Atente para
como o acúmulo de capital desde as primeiras fases do capitalismo, a oferta de mão a localização das principais cidades
de obra com a migração do campo para a cidade, a disponibilidade de carvão mineral que compõem o centro dinâmico da
e a facilidade de transporte em seus rios de planície. Depois, a expansão industrial
economia europeia. Se possível, mos
atingiu a Alemanha, a França, a Bélgica e os Países Baixos, entre outros países.
tre imagens dessas cidades.
Além desses fatores, no século XX, parte do continente foi beneficiada com
O conteúdo desta página pode ser
os elevados investimentos estadunidenses do Plano Marshall, o que possibilitou a
reconstrução da infraestrutura dos países destruídos na Segunda Guerra Mundial.
trabalhado com o auxílio do professor
A consolidação da União Europeia (UE) também foi fundamental para o crescimen- de História, para relacionar as carac
to econômico do continente, proporcionando a integração econômica das nações. terísticas do desenvolvimento indus
trial europeu com os processos de in
Os países europeus, sobretudo os integrantes da UE, têm um parque industrial dustrialização ocorridos ao longo dos
muito diversificado, com avançada tecnologia. Na Alemanha, França, Itália e séculos XVIII, XIX e XX.
no Reino Unido, que pertencem ao G-7, a indústria participa efetivamente da
economia, alcançando destaque mundial.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
157
Foco na BNCC
Habilidade EF09GE10
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes analisar os impactos do processo de
industrialização na produção e na circulação de
produtos e culturas na Europa.
157
Orientações O desenvolvimento industrial dos países do leste da
Retome com os estudantes os con Europa que pertencem à União Europeia – como Estônia,
ceitos de setor primário, secundário Letônia, Lituânia e Eslováquia – é inferior à média. Rússia,
e terciário. Depois, peça que reflitam República Tcheca e Polônia são os países dessa região
sobre quais são os setores econô que mais se destacam na atividade industrial.
micos principais no centro dinâmi Nesse cenário, os países da Europa Oriental têm
co do espaço econômico europeu e crescimento econômico menor, o que se reflete nos indi-
comparem-nos com as característi cadores sociais, apresentando mais problemas quando
Gualberto Becerra/Shutterstock.com
comparados com a parte ocidental do continente.
cas da economia brasileira. A refle
O desenvolvimento da atividade industrial na Europa
xão proporciona maior protagonismo
também está proporcionando o crescimento do setor
dos estudantes no processo ensino
terciário, dinamizando os serviços e o comércio. Esse se-
-aprendizagem.
tor é responsável pela maior oferta de empregos e por
uma considerável produção econômica do continente.
Vista do Museu do Louvre. Atualmente, esse setor também é o que mais colabora com o crescimento
Paris, França, 2019.
do PIB europeu. Seu desenvolvimento é explicado pela alta tecnologia e pela
automação das empresas, que diminui a mão de obra, contribuindo para a mi-
gração dos trabalhadores para o setor de serviços. Além disso, a demanda por
serviços nas áreas de cultura, turismo, propaganda e publicidade também tem
favorecido a concentração de trabalhadores nesse setor.
A tabela a seguir indica as maiores economias do mundo com base nos
valores do Produto Interno Bruto (PIB). Observe como os países que compõem
o centro dinâmico do espaço econômico europeu figuram entre as nações mais
ricas do planeta.
China (2 ) o
14 722 730,00
Japão (3 ) o
5 057 758,96
Alemanha (4 ) o
3 846 413,93
França (7 ) o
2 630 317,73
Itália (8 )
o
1 888 709,44
Canadá (9 ) o
1 645 432,41
Por sua vez, a riqueza dos principais países do Leste Europeu equivale a
cerca de 25% de tudo que é produzido pelas quatro potências continentais.
158
Foco na BNCC
Competências gerais 4 e 6
Competência específica de Geografia 1
Habilidade EF09GE10
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes
analisar os impactos do processo de industrialização
na produção e na circulação de produtos e
culturas na Europa. O tema exercita a aplicação de
conhecimentos geográficos para entender a relação
entre a sociedade e a natureza e a linguagem gráfica
e analisar as relações do mundo do trabalho.
158
Orientações
Agropecuária e mineração Retome com os estudantes os tipos
O setor agropecuário europeu é caracterizado pelas pequenas e médias de solos, relacionando o tchernoziom
propriedades, pelo uso intensivo de tecnologia, com elevada mecanização e com a produção agrícola do Leste
modernização das atividades produtivas. Europeu.
Se possível, selecione previamen
A distribuição das atividades agrícolas é fortemente influenciada pelas con- te alguns países do Leste Europeu e
dições naturais do continente, principalmente pela variedade de solos e climas. levante dados sobre seus principais
As áreas de climas polar e frio são muito limitadoras na Europa. No entanto, a cultivos. Apresente também dados
silvicultura, que consiste no plantio de árvores para a indústria da madeira, é sobre os principais produtos de cada
uma das principais atividades agrícolas dos países de clima frio.
país, relacionando-os com o mapa da
Nas áreas de clima temperado, a agricultura é voltada, principalmente, para
organização do espaço do continente
a produção de batata, beterraba e cereais, como o trigo, com destaque para o
europeu da página 156.
Reino Unido, a Alemanha, a Rússia e a Ucrânia. A ocorrência de relevos planos
com solos tchernozion nas estepes ucranianas e russas é um dos fatores que
mais favorecem o uso agrícola do espaço.
No sul do continente, onde predomina o clima mediterrâneo, o que mais
se cultivam são frutas (sobretudo uvas) e oliveiras, com destaque para França,
Portugal, Espanha, Itália e Grécia.
Já as principais características das atividades pecuárias são a moderniza-
ção e a produção intensiva. Além de bovinos, a pecuária europeia também se
dedica à criação de suínos, ovinos e caprinos.
amnat30/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Uma característica importante da política agrícola da Europa é o incentivo
dos governos de muitos países aos agricultores, subsidiando o setor por meio
cultivo de azeitonas. Avis,
Portugal, 2021.
DA EDITORA DO BRASIL
de empréstimos a juros baixos e pagamento em longo prazo.
Internamente, essa prática vem recebendo críticas na União Europeia (UE)
por seu alto custo, que onera as finanças dos países e do próprio bloco. No ce-
nário internacional, o bloco também recebe críticas da Organização Mundial do
Comércio (OMC), pois o protecionismo agrícola bloqueia a entrada de produtos
estrangeiros na Europa. Os países emergentes e menos desenvolvidos do sul,
cuja base de exportação está na agricultura, são os mais prejudicados.
159
159
Orientações No continente europeu, a mineração tem papel relevante no desenvol-
Observe o mapa com os estudan vimento industrial. O petróleo, o gás e o carvão são utilizados como fontes
tes e chame a atenção deles para a de energia, enquanto o ferro e o manganês são usados na obtenção do aço.
localização dos principais recursos Embora existam grandes reservas minerais de combustíveis fósseis no
energéticos e das áreas industriais. O subsolo europeu, fator que contribuiu para seu grande desenvolvimento
objetivo é que percebam que os paí industrial ao longo da história, atualmente os países-membros da UE preci-
sam importar grande parte do petróleo e do gás consumido pela população.
dzika_mrowka/iStockphoto.com
ses ou as regiões com oferta de recur
sos naturais como o carvão mineral e O ferro e o carvão são encontrados principalmente no Vale do Ruhr
(Alemanha), na Rússia e na Ucrânia, já o petróleo é extraído, principalmente,
o petróleo destacam-se pela presença
do Mar do Norte e do Mar Cáspio.
de indústrias.
Observe no mapa a seguir a localização das principais produções
agrícola e pecuária do continente europeu, assim como as áreas mais
Mina de carvão em atividade. importantes de exploração dos recursos energéticos.
Belchatow, Polônia, 2018.
Jairo Souza
0o
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
h
nwic
Gree
de
diano
ÁSIA
Meri
Perm
São Petersburgo
Nizhny
Novgorod
OCEANO
ATLÂNTICO
Budapeste
Bovino
Centro econômico-
-financeiro importante
Alta tecnologia Batata Oliva Turismo
Floresta Automobilística Beterraba Caprino Ecológico,
Tabaco
Área com limitações Eletrônica Chá litorâneo, serrano,
Trigo Ovino
para uso agrícola Naval histórico
Cítricos Uva
Área Industrial Indústria tradicional Suíno Recursos energéticos
Madeira
Pesca de alto rendimento (alimentícia, têxtil, Petróleo
de base e bebidas) Carvão
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 113.
160
160
Orientações
Impactos ambientais
Faça no caderno
Mario Yoshida
com o Vale do Reno.
Glasgow
2 De que forma as informa- Copenhague Mar
ções do mapa evidenciam 50°
N
Manchester
Mar do
Norte
Báltico
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Corredor Comercial Marítimo
Megalópole europeia
Porto
Marselha Gênova
Florença
Rio D a n
úb
io
Mar
S
Meridian
161
Foco na BNCC
Competências gerais 4 e 5 processo de industrialização na produção e na
Competências específicas de Geografia 3 e 4 circulação de produtos no continente. O tema
ajuda a desenvolver o pensamento espacial
Habilidades EF09GE09 e EF09GE10 e interpretar as tecnologias de informação e
O conteúdo da página e as atividades da seção comunicação, além de desenvolver o raciocínio
Olhar cartográfico possibilitam analisar as geográfico na análise da ocupação humana e
desigualdades sociais e econômicas e as pressões da produção do espaço envolvendo princípios
sobre a natureza resultantes das atividades de analogia, conexão, distribuição, extensão,
econômicas na Europa, além dos impactos do localização e ordem.
161
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas
1. O acúmulo de capital desde as pri- 1 Que fatores históricos contribuíram para o surgimento da indústria no continente europeu e, principal-
meiras fases do capitalismo, a oferta mente, na Inglaterra?
de mão de obra com a migração
2 Descreva as principais características do setor industrial europeu atualmente.
do campo para a cidade, a dispo-
nibilidade de carvão mineral e a 3 Observe o mapa da página 156 – “Europa: organização do espaço político-econômico – 2010” – e a
facilidade de transporte nos rios tabela da página 158 – “Produto interno bruto – 2020”. Em seguida, identifique e contextualize as regiões
de planície. centrais e as regiões periféricas do continente.
2. A Europa tem um parque industrial
diversificado, com avançada tecno- 4 Como se explica o desenvolvimento do setor terciário na Europa?
logia, com destaque para Alemanha,
5 De que maneira os espaços naturais influenciam na produção agrícola europeia?
França, Itália e Reino Unido. A região
mais industrializada é a Renânia, no
Para refletir
oeste da Alemanha, na fronteira
com a França. 1 Observe as imagens e relacione-as aos principais problemas ambientais do continente europeu.
3. A região é caracterizada como o
centro dinâmico e compreende o
Serkant Hekimci/Shutterstock.com
123RF/Easypix Brasil
eixo formado por Alemanha, França, A B
Itália e Reino Unido. Esses países
também representam as maiores
economias do mundo. Já os espaços
periféricos têm um dinamismo eco-
nômico menor ou localizado, con-
centrado principalmente nos países
do Leste Europeu e dos Bálcãs. Suas
economias não figuram entre as
principais do mundo.
4. Explica-se pelo processo de au-
tomação das empresas, que des-
locou parte da mão de obra para
o setor dos serviços. Além disso, Indústria metalúrgica em Magnitogorsk. Rússia, 2020. Área de floresta desmatada. Taunus, Alemanha, 2021.
a demanda por serviços nas áreas
de cultura, turismo, propaganda e 2 A grande diversidade de paisagens e culturas atrai turistas do mundo todo para a Europa. Escreva um
publicidade também contribuem pequeno texto sobre a importância dessa atividade para a economia dos países europeus.
para a concentração de trabalha-
dores nesse setor.
5. As características naturais, como o
clima, as formas de relevo e o solo,
1 No continente europeu, há diferenças entre o setor industrial da Europa Ocidental e o da Europa Oriental.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
influenciam na produção agrícola. Copie o modelo de quadro abaixo, pesquise em fontes confiáveis informações referentes às indústrias
Exemplos: nas áreas ao norte, de
clima frio, a silvicultura é uma DA EDITORA DO BRASIL
dessas duas porções do continente e complete-o no caderno.
162
4
Objetivos do capítulo
Blocos econômicos
• Identificar os principais blocos eco
nômicos europeus.
• Compreender o processo de for
Orientações
Para inciar o capítulo, promova a
leitura desta página e explique aos
estudantes sobre a importância da
Comunidade dos Estados Indepen
dentes. Ressalte que a CEI e sua or
ganização tem como um de seus
principais objetivos manter os laços
e relações de cooperação entre os
novos países que se tornaram inde
pendentes da União Soviética, porém
ainda com forte influência da Rússia.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
163
163
Orientações
Atividades
Formação da União Europeia
Enfraquecidos em razão da Segunda Guerra Mundial, alguns países do
complementares continente europeu passaram a se reunir em organizações econômicas para
1. Organize os estudantes em seis reconstruir e fortalecer as respectivas economias. A primeira organização criada
grupos e distribua, a cada um, um foi a Benelux, em 1944, com o objetivo de ampliar as relações comerciais entre
dos objetivos da União Europeia, os países-membros – Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo –, reduzindo e até
conforme indicado no texto de teo- eliminando as tarifas alfandegárias em suas trocas comerciais.
ria da página. Depois, instrua-os a Em 1951, esses três países, acrescidos de Itália, França e Alemanha Ociden-
pesquisar em páginas confiáveis tal, assinaram o Tratado de Paris e criaram a Comunidade Econômica do Carvão e
da internet informações sobre o do Aço (Ceca), que estabelecia a livre circulação do carvão, do ferro e do aço entre
bloco econômico especificamen- os países-membros. Esse agrupamento ficou conhecido como Europa dos Seis.
te relacionadas aos objetivos lista- Com o sucesso do Benelux e da Ceca, assinou-se o Tratado de Roma, em
1957, que criou o Mercado Comum Europeu (MCE) ou Comunidade Econômica
dos. Os estudantes deverão elaborar
Europeia (CEE). Esse acordo promoveu o aprofundamento da integração euro-
uma apresentação multimídia in-
peia por meio de trocas comerciais entre os países-membros, tendo em vista a
formando o objetivo em questão
expansão econômica.
e ressaltando se foi completa ou Em 1973, o MCE foi acrescido do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca,
parcialmente cumprido pelo bloco formando a Europa dos Nove. Com a entrada da Grécia, em 1981, e da Espanha
econômico. Oriente-os na produção e de Portugal, em 1986, o bloco passou a ser conhecido como Europa dos Doze.
dos materiais que, posteriormente, Em 1992, o Tratado de Maastricht (Países Baixos) definiu uma nova es-
deverão ser apresentados ao restan- tratégia no bloco, que, em 1993, passou a se chamar União Europeia. Esse
te da turma. tratado promovia uma união econômica e monetária entre os países-membros
e estabelecia os primeiros passos para a criação da moeda única, o euro. Assim,
consolidou-se a livre circulação de mercadorias, serviços e capitais.
Em 1995, passou a vigorar também a livre circulação de pessoas dentro do
bloco. No mesmo ano, Suécia, Finlândia e Áustria ingressaram nele, configuran-
do-se a Europa dos Quinze.
Com a livre circulação de pessoas entre os países-membros, surgiu a figura
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO do cidadão europeu. Assim, a população dos países signatários do tratado po-
deria morar e trabalhar em qualquer uma dessas nações, além de poder votar e
DA EDITORA DO BRASIL candidatar-se ao Parlamento Europeu.
Em 2004, a UE começou a se expandir para o Leste Europeu, integrando ao
bloco países que durante décadas adotaram o socialismo e eram considerados
economias mais frágeis no cenário europeu. Ingressaram na união países do
antigo bloco soviético, os três países bálticos e dois países insulares mediterrâ-
neos. Em 2007, Bulgária e Romênia integraram-se ao bloco e, em 2013, a Croá-
cia foi o último país a ingressar nele, somando atualmente 27 países (2022).
164
Foco na BNCC
Habilidade EF09GE02
O conteúdo desta página e da seguinte
possibilita aos estudantes analisar a atuação das
corporações internacionais e das organizações
econômicas mundiais na vida da população em
relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.
164
Observe no mapa a seguir os países que compõem a União Europeia, Orientações
de acordo com seu ano de ingresso, e aqueles que pleiteiam uma vaga Explique aos estudantes que a
no bloco. União Europeia se assenta nos prin-
cípios do Estado de Direito. Isso sig-
União Europeia: evolução dos países-membros – 1992-2020 nifica que suas iniciativas se fun-
damentam em tratados aprovados
Allmaps
Cír 0°
cul
o Pol
ar Á
rtico
voluntariamente e democraticamente
ISLÂNDIA
pelos países membros. Sua Comissão
Ano de adesão
1992 propõe legislação com base nes-
1995
2004
ses domínios. É possível conferir to-
2007
FINLÂNDIA
dos os tratados no site institucional
2013
Adesão na UE
SUÉCIA
RÚSSIA
da União Europeia (disponível em:
(parte europeia)
em negociação NORUEGA
https://european-union.europa.
Potenciais países
candidatos ao eu/principles-countries-history/
ingresso na UE ESTÔNIA
Países não
Mar do
Norte
principles-and-values/founding
integrantes
DINAMARCA
LETÔNIA
-agreements_pt. Acesso em: 9 jun.
o
IRLANDA ál
tic
LITUÂNIA
REINO
Ma
rB 2022).
UNIDO ÁSIA
BELARUS
Para aprofundar
PAÍSES BAIXOS
POLÔNIA
BÉLGICA ALEMANHA
A série documental Europa 30,
OCEANO LUXEMBURGO
REP. TCHECA UCRÂNIA
ATLÂNTICO LIECHTENSTEIN
ESLOVÁQUIA produzida pela emissora portuguesa
MOLDOVA
FRANÇA
SUÍÇA
ÁUSTRIA
HUNGRIA
Mar
Cáspio
RTP, debate, ao longo de 5 episódios,
40° ITÁLIA
ESLOVÊNIA ROMÊNIA os primeiros 30 anos (1986-2016) do
N CROÁCIA SÉRVIA GEÓRGIA
BÓSNIA- Mar Negro AZERBAIJÃO ingresso de Portugal à Comunidade
-HERZEGOVINA ARMÊNIA
PORTUGAL ESPANHA
MONTENEGRO
KOSOVO
BULGÁRIA Econômica Europeia (e, mais tarde,
REP. DA MACEDÔNIA TURQUIA N
União Europeia). Disponível em:
ALBÂNIA DO NORTE
M a r M e d O L https://www.rtp.pt/programa/tv/
i t GRÉCIA
e
r p34023. Acesso em: 9 jun. 2022.
r S
â
n
e
ÁFRICA o 0 315 630 km
MALTA CHIPRE
1 : 31 500 000
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016 (com atualização dos autores).
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Permitir aos cidadãos que circulem e fixem residência livremente em qual-
quer um dos países-membros.
• DA EDITORA
Padronizar políticas trabalhistas, DO BRASIL
de defesa, de combate ao crime e de
migração.
• Adotar um sistema único de defesa e estabelecer normas de proteção
ambiental.
• Adotar uma moeda única, o euro, para fortalecer a integração dos países-
-membros e diminuir a hegemonia da moeda estadunidense.
165
165
Orientações
É importante destacar os impactos
A economia da União Europeia
provocados pela grande recessão de Com a criação da União Europeia, surgiu uma moeda única – o euro –, que
Quique Garcia/AFP
2008. Comente os principais motivos começou a circular em 2002, extinguindo diversas moedas nacionais dos paí-
e as consequências da crise no conti- ses que aderiram a ela. Reino Unido (quando foi membro), Dinamarca e Suécia
nente europeu. Ressalte que ela não decidiram não adotar a moeda.
afetou todos os países da mesma ma- Os países que adotaram o euro formaram uma união econômica e
neira e que não se restringiu à Europa, monetária no mercado comum da União Europeia, conhecida como zona do
mas teve impactos socioeconômicos euro. Atualmente, 19 países adotam a moeda única: Alemanha, Áustria, Bélgica,
em todo o mundo. Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia,
Entre as principais causas da cri- Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
se na União Europeia, destacam-se Pessoas em manifestação Em 2016, o PIB do bloco dos países da zona do euro ficou atrás apenas da
pacífica contra as medidas
o endividamento público elevado de austeridade econômica da riqueza gerada pelos então 28 países de toda a União Europeia e dos Estados
e a falta de coordenação política da União Europeia e da Unidos, maior economia global. Essas nações, portanto, formam a grande força
chamada troika. Barcelona,
União para resolver essas questões de Espanha, 2013. econômica do continente. A partir de 2009, no entanto, esses países foram
endividamento das nações do bloco. atingidos pela crise econômica mundial.
Os efeitos dessa crise foram sentidos A elevada dívida pública, as desigualdades internas entre as economias
Dívida pública:
com a fuga de capitais de investido- dívida do governo do bloco e as altas taxas de inflação são alguns dos fatores da crise econômica
res, a escassez de crédito, o aumento com entidades e nos países do bloco. As nações mais atingidas foram Portugal, Irlanda, Itália,
com a sociedade.
do desemprego e do descontenta- O governo toma Grécia e Espanha, as quais passaram a ser mencionadas de forma depreciati-
mento da população com as medidas dinheiro emprestado va, por diversos meios de comunicação, como PIIGS, em alusão ao termo “pig”
de corte de gastos adotados pelos para financiar parte
de seus gastos, (“porco”, em inglês). Esses países têm recebido auxílio financeiro do Banco
países da União Europeia. Além disso, não cobertos com Central Europeu, da União Europeia e do FMI com o intuito de combater a crise
houve a diminuição dos índices de a arrecadação de
impostos. e o desemprego. Em contrapartida, medidas como cortes de gastos, reformas
confiabilidade econômica, que são nas leis trabalhistas e privatizações são implementadas.
atribuídos por instituições do merca-
do financeiro de países desenvolvi-
dos, houve a queda ou o baixo cres-
cimento do PIB dos países da União
Europeia e a crise também atingiu,
indiretamente, os países que man- Quem é a troika por trás do resgate da Grécia?
tém relações comerciais com a União A troika é um jargão econômico utilizado para se referir às três instituições internacionais que estão
Europeia – inclusive o Brasil. emprestando dinheiro à Grécia.
[...]
São Comissão Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu
(BCE).
A CE representa a União Europeia e os 19 países da zona do euro. A CE é o braço executivo
da União Europeia e faz o trabalho diário de implementação das políticas do bloco e de gasto de
seus fundos, mas responde aos Estados-membros da UE. A Alemanha é a maior economia da UE
e vista como quem tem a palavra final sobre o resgate grego.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO O FMI foi criado no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para regular a economia in-
DA EDITORA DO BRASIL ternacional. [...] A instituição tem estritas metas a serem cumpridas em troca do resgate grego,
mas, como é apenas um dos credores, seu poder é limitado.
Já o BCE, criado para, entre outras coisas, estabelecer a meta de inflação do bloco da moeda
única, começou a comprar títulos da dívida grega em 2010 fazendo com que as taxas de emprés-
timo caíssem. [...]
Fonte: QUEM é a troika por trás do resgate da Grécia? Diário da Manhã, Goiânia, 6 jul. 2015. Disponível em:
https://www.dm.com.br/economia/2015/07/quem-e-a-troika-por-tras-do-resgate-da-grecia/. Acesso em: 25 jun. 2022.
166
166
Orientações
A União Europeia no século XXI Solicite aos estudantes que reflitam
Os novos rumos da União Europeia deverão fo- Desemprego na zona do euro – jan./2022
sobre os principais motivos da saída
car as principais questões que têm atingido o bloco
DAE
15
do Reino Unido da União Europeia e
nos últimos anos. O desemprego, a desigualdade relacionem-na com o aumento dos
13,3
econômica entre os novos e os antigos membros, as 12,7
12
movimentos nacionalistas em todo o
questões demográficas, a atuação de grupos terro-
mundo. Organize uma roda de con
ristas, a xenofobia e as grandes correntes migratórias
8,8 versa com eles sobre o tema; a refle
de refugiados para o continente são alguns dos 9
principais desafios.
xão proporciona maior protagonismo
Média de desemprego
Observe no gráfico ao lado o índice de desem- dos estudantes no processo ensino
6 da zona do euro – 6,8%
prego em alguns países da zona do euro em 2022. -aprendizagem.
Por causa dessas tensões internas, questiona-se 2,8 3,1
3
2,2
a eficiência do bloco em manter o projeto de integra-
ção dos países europeus. Movimentos nacionalistas
0
estão emergindo e buscando o distanciamento e até República Polônia Alemanha Itália Espanha Grécia
Tcheca
mesmo a saída da União Europeia, caso do Brexit.
Reunião dos termos em inglês “Britain” (Grã- Fonte: STATISTICAL publication.
-Bretanha) e “exit” (saída), o Brexit refere-se à saída do Reino Unido do bloco Eurostat – Your key to European
statistics, [s. l.], 2017. Disponível
europeu aprovada pela população em referendo realizado em junho de 2016. em: https://ec.europa.eu/eurostat/
Esse processo é inédito e inaugura um momento histórico para o bloco. web/lfs/publications/results.
Acesso em: 10 abr. 2022.
As consequências do Brexit foram imediatas, embora a saída do Reino Unido
O gráfico mostra o índice de
tenha ocorrido somente após um período de quatro anos, em 31 de janeiro desemprego na zona do euro
de 2020. em janeiro de 2022.
Daniel LEAL/AFP
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Apoiadores do Brexit agitam bandeiras na Praça do Parlamento. Londres, Reino Unido, 2020.
167
Atividades complementares
1. A pandemia de Covid-19 desencadeia uma grande emer os estudantes a pesquisar em sites confiáveis algumas
gência de saúde pública em todo o mundo e afetou di medidas tomadas pelos países membros e como essas
retamente o desenvolvimento econômico dos países. medidas auxiliaram na contenção da crise sanitária e
A União Europeia e seus países membros trabalharam econômica que a pandemia causou. Depois, organize
de forma coordenada para apoiar os sistemas de saúde, um debate com a turma para levantar os pontos consi
conter a propagação do vírus em suas cidades e frontei derados positivos dessas ações promovidas pelos países
ras e para garantir vacinas para os seus cidadãos. Oriente da União Europeia.
167
Orientações
Retome com os estudantes o
Formação da Comunidade de Estados
conflito na Crimeia, trabalhado an- Independentes
teriormente. Ressalte que, de acor- Com a extinção da União
do com a Agência Internacional de Comunidade dos Estados Independentes (CEI) – 2010 Soviética, em 1991, e a indepen-
Energia, a Rússia detém as maiores dência das repúblicas que compu-
Sonia Vaz
Círc
180º
60ºN
30ºO
nham esse país, os governos da
75ºN
reservas de gás natural do mundo e
ulo Polar Ár
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
tem petróleo em abundância. A União ATLÂNTICO Rússia, da Ucrânia e de Belarus
Europeia consome 70% do petróleo estruturaram um bloco político e
ico t
e 65% do gás exportado pela Rússia. 0º OCEANO econômico para organizar e in-
Como a maior parte do gás chega à PACÍFICO tegrar a economia dos países
150ºL
N
BELARUS RÚSSIA
planificadas (socialismo) para eco-
45º
cimento do continente. Reflita com a
UCRÂNIA nomias de mercado (capitalismo).
turma sobre a dependência da União MOLDÁVIA
Assim, foi criada a Comuni-
Europeia do gás natural da Rússia e Ma
rN N dade dos Estados Independentes
eg
dos países que compõem a Comu- ro CAZAQUISTÃO
(CEI), que passou a contar com
Mar de
nidade dos Estados Independentes, Aral
O L
11 países, todos oriundos da ex-
30ºL
ARMÊNIA AZERBAIJÃO
a CEI. Mar
Cáspio
UZBEQUISTÃO
QUIRGUISTÃO
S
-União Soviética. Além dos países
0 713 1 426 km
TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO 1 : 71 300 000 originários do bloco, a comuni-
60ºL 90ºL 120ºL
dade é composta de Moldávia,
Fontes: IBGE. Atlas geográfico Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão,
escolar: Ensino Fundamental
do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro: Quirguistão, Turcomenistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. A cidade de Minsk, em
IBGE, 2010. p. 119; ABOUT Belarus, foi escolhida como sede do bloco.
commonwealth of independent
states. Commonwealth of Na criação do bloco, ficou acordado que esses países desenvolveriam uma
Independent States. cooperação econômica, política e militar sob a liderança da Rússia. Todos os
Disponível em: http://www.
cisstat.com/eng/cis.htm. países do bloco se tornaram, automaticamente, membros das Nações Unidas.
Acesso em: 10 abr. 2022. Os países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) se mantiveram afastados da
comunidade por não concordarem com a liderança da Rússia e por terem inte-
resse de ingressar no bloco da União Europeia, o que de fato ocorreu em 2004.
168
168
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 O que foi o Benelux e qual era o seu objetivo? 1. Foi a primeira organização eco
2 Leia o trecho abaixo e faça o que se pede.
nômica do continente europeu.
[...] Seu objetivo era ampliar as rela
A maneira encontrada para superar essas rivalidades foi criar um sistema que tornasse os paí- ções comerciais entre os países
ses interdependentes. Esse sistema deveria ser forte e, sobretudo, unir Alemanha e França, rivais -membros – Bélgica, Países Baixos
históricos e duas grandes potências econômicas. [...] e Luxemburgo – reduzindo e até
O primeiro passo oficial foi o documento de 1950, chamado Plano Schuman, apresentado pelo eliminando as tarifas alfandegárias
então ministro de Relações Exteriores da França, Robert Schuman, e desenhado com a ajuda do em suas trocas comerciais.
conselheiro político francês Jean Monnet. 2. De acordo com o texto, a criação
O plano foi o passo mais importante para a assinatura do Tratado de Paris, em 1951, que deu do bloco econômico foi importan
origem à Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), composta por França, Bélgica, Luxem- te para garantir a paz entre os ter
burgo, Holanda, Itália e Alemanha Ocidental. [...]
ritórios, visto que unia potências
Fonte: INDOLI, Rafael. União Europeia: o maior projeto de integração regional em seus piores momentos. Nexo Jornal, São Paulo, 3 mar. 2017.
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/03/03/Uni%C3%A3o-Europeia-o-maior-projeto-de-integra%C3%A7%C3%A3o historicamente rivais. Além disso,
-regional-em-seus-piores-momentos. Acesso em: 10 abr. 2022. foi fundamental para o apoio e o de
senvolvimento econômico do bloco
• O texto refere-se a uma das etapas da história de formação da União Europeia, a criação da Ceca.
que se tornaria a União Europeia.
Com base nele, explique a importância da formação desse bloco.
3. Ele promoveu a união econômica
3 O que o Tratado de Maastricht trouxe de novo para o Mercado Comum Europeu? e monetária do continente. Nesse
tratado, consolidou-se a livre cir
4 O que é a zona do euro? Quais são os países integrantes?
culação de mercadorias, serviços
5 O que é a CEI e qual é o principal objetivo de sua fundação? e capitais, além de ser instituída a
livre circulação de pessoas.
Para refletir 4. A zona do euro refere-se ao con
junto de países da União Europeia
1 Observe os dados dos gráficos a seguir e discorra sobre as questões econômicas e sociais dos países
que adotaram o euro como moe
da União Europeia.
da. Desde 2015, 19 países ado
Poder de compra dos países União Europeia: desemprego por idade e geral – 2010-2022 tam a moeda única: Alemanha,
da União Europeia – 2017 Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia,
DAE
30
Eslovênia, Espanha, Estônia,
DAE
Suíça
25,4 25,0 Finlândia, França, Grécia, Irlanda,
192
25 Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo,
22,3 22,9
23,4
Luxemburgo 136 22,2
21,2 Malta, Países Baixos e Portugal.
20 19,3 18,4 5. É o bloco político e econômico for
17,3
Áustria mado pela Rússia e pelos países que
%
119 16,0
15
15,4
formavam a URSS. Seu objetivo é
Alemanha 107
10,6 11,7 11,4 10,7
14,0 organizar e integrar a economia dos
10,1 10,0
Romênia MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 241 10
9,7
8,8 7,8
7,1 6,8 7,5
países da região.
5
6,2
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
0 50 100 150 200 250
População jovem de 15-25 anos População geral
Fonte: PURCHASING power parities (PPPs), price level indices Fonte: UNEMPLOYMENT by sex and age – monthly data. Eurostat, [s. l.], 2022.
and real expenditures for ESA 2010 aggregates. Eurostat, [s. l.], Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/UNE_RT_M__
2022. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/ custom_2359993/default/line?lang=en. Acesso em: 10 abr. 2022.
view/prc_ppp_ind/default/bar?lang=en. Acesso em: 10 abr. 2022.
169
Orientações
½ Respostas fico, é possível concluir que, mesmo com uma economia
forte, o bloco tem dificuldades de proporcionar qualidade
Para refletir
de vida e poder de compra equilibrados a todos os seus
1. Os dados se referem às grandes desigualdades internas habitantes. Por meio do segundo gráfico, é possível con
do bloco e aos principais problemas econômicos e sociais cluir que as populações mais jovens de alguns países são
do continente, como o índice elevado de desemprego em as mais afetadas pelo atual momento econômico.
alguns países. Por meio da interpretação do primeiro grá
169
Faça no caderno
Orientações
O conteúdo desta página poderá
ser trabalhado de maneira interdis Europa de pedal: turismo, economia
e integração regional
ciplinar com Ciências. Faça, com os
estudantes, uma leitura mediada do
texto. Então, pergunte a eles qual é a No mundo inteiro, cada vez mais pessoas optam pela bicicleta para se locomover em ruas e avenidas.
situação da mobilidade no Brasil, reto Recentemente foi desenvolvido um projeto para possibilitar viagens de bicicleta em percursos mais longos,
mando conhecimentos sobre a rede entre cidades mais distantes e até entre países.
de transporte do país. Na sequência, O projeto, chamado EuroVelo, foi desenvolvido e financiado pelo órgão de turismo sustentável da União
peça que reflitam sobre a situação da Europeia (UE) e pretende entregar, até 2020, uma gigantesca ciclovia, com 70 mil quilômetros de extensão,
mobilidade nas grandes cidades bra formada por 14 rotas que interligarão 43 países, integrantes ou não da UE. O projeto é voltado principal-
sileiras. Se possível, mostre fotografias mente àqueles que desejam viajar de bicicleta, mas não deixa de lado a população dos locais em que a
ciclovia passará, porque as pessoas poderão usar a estrutura nas atividades do dia a dia.
para ilustrar essas questões. Peça que
As rotas são identificadas por números de 1 a 14 e, muitas vezes, recebem também um segundo nome,
reflitam sobre as diferenças identifica
associado com a história dos lugares por onde atravessam. A mais famosa é a EuroVelo 13, com 10 mil
das por eles. Faça uma roda de con
quilômetros, também conhecida por Cortina de Ferro, uma menção à Guerra Fria, período do século XX no
versa em torno da seguinte questão: qual o continente estava dividido entre Europa Oriental e Europa Ocidental.
“Quais as vantagens e desvantagens
do uso da bicicleta como meio de
Depositphotos/Imageplus
transporte?”.
Ciclistas em prática de atividade de lazer em trecho da EuroVelo 13. Moravia, República Tcheca, 2018.
Além de fomentar uma prática de viagem alternativa, o projeto gera discussão sobre sustentabilidade,
saúde, desenvolvimento, criação de empregos e circulação de pessoas.
Ao defender o uso de bicicletas em lugar de veículos automotores impulsionados por derivados de pe-
tróleo, o projeto colabora para a manutenção das reservas desse recurso natural, o que diminui a emissão de
gases poluidores do ar e intensificadores do efeito estufa; além disso, colabora com a saúde da população,
incentivando-a a ser menos sedentária.
Outra decorrência é o fortalecimento do nicho de consumo ligado ao ciclismo. Os ciclistas precisam de
equipamentos e serviços especiais para suas bicicletas e para eles mesmos durante as jornadas. Por isso,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃOestá prevista a criação de uma estrutura completa para atender esse público, como oficinas, lojas para alu-
DA EDITORA DO BRASIL guel de bicicletas, acomodação, áreas de descanso e até mesmo transporte alternativo nas regiões muito
íngremes ou de difícil acesso. A criação desse nicho de mercado certamente movimentará a economia, in-
terferirá ainda mais no espaço geográfico ao redor das rotas e criará atividades trabalhistas em uma Europa
que vive forte crise de desemprego.
Além de ser um atrativo turístico – uma inovação nos locais por onde passarão –, das benesses à saú-
de e de ajudar a preservar o meio ambiente, as ciclovias podem alterar, e muito, a circulação de cidadãos,
europeus e não europeus, integrantes ou não da União Europeia.
170
Foco na BNCC
Competências gerais 8 e 10
Competência específica de Geografia 7
A interpretação do texto e a realização das
atividades da seção Ciência, tecnologia e
sociedade possibilitam ao estudante: conhecer a
si mesmo; apreciar-se; cuidar de sua saúde física
e emocional; agir pessoal e coletivamente com
autonomia e responsabilidade; tomar decisões
com base em princípios inclusivos, solidários,
democráticos e sustentáveis.
170
Orientações
A operação da imensa ciclovia aumentará a circulação de pessoas pelas fronteiras, somando-se ao ½ Respostas
tráfego aéreo e rodoviário do continente, o que possivelmente exigirá algum mecanismo para diminuir a
burocracia atual, exigida na passagem de um país para outro, a fim de evitar que as regras de migração Ciência, tecnologia e
provoquem filas de bicicletas nas regiões fronteiriças. sociedade
Não somente os europeus deverão usar o circuito como rota de viagem ou cotidiana, seguramente 1. a) Espera-se que o estudante pon
haverá outros usuários, como os turistas oriundos de todas as partes do planeta. Por isso, também serão dere a respeito das informações
necessárias ações de amparo a esses turistas. O mapeamento de consulados e embaixadas de diversos do texto, refletindo, com base
países é um exemplo de ação que pode ajudar os ciclistas, caso necessitem de algum apoio dos respec-
em sua realidade social, sobre a
tivos países ou enfrentem problemas legais enquanto percorrem as ciclovias.
real possibilidade de o projeto
Podemos imaginar que a efetivação do projeto EuroVelo mudará a realidade dos locais pelos quais a ci-
EuroVelo se efetivar. As vanta
clovia passará, indo muito além do desenvolvimento sustentável e da melhora da qualidade de vida. O trân-
sito de pessoas, a movimentação de dinheiro, a necessidade de alteração do espaço e o fato de as ciclovias
gens de um projeto como es
envolverem países que não são membros da UE são fatores que alterarão a realidade geográfica da região. se são evidentes: melhoria da
qualidade de vida, uma opção
a mais de transporte, benefícios
Bibiana Castagna/Shutterstock.com
171
171
Faça no caderno
Orientações
Comente com os estudantes que o ZONA DO EURO
euro foi criado para fortalecer a econo- 0°
Euro
Meridiano de Greenwich
mia dos países que adotaram a moe- Em 1 de janeiro de
o N
Cristiane Viana
gunda moeda mais importante, atrás da palavra Europa.
PORTUGAL
ESPANHA
GRÉCIA
CHIPRE
apenas do dólar. MALTA
Países da União Europeia que adotaram
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. o euro como moeda única.
Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, Países da União Europeia que não
2016 (com atualização dos autores). adotam o euro como moeda única.
As moedas. Uma face foi desenhada As notas. São sete, desenhadas por Robert Kalina. Seus
por Luc Luycx e leva o mapa da União desenhos estão relacionados com os movimentos históri-
Europeia. A outra face mostra desenhos cos que formam o patrimônio arquitetônico europeu.
próprios de cada Estado.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
VALORES 1 E 2 EUROS VALOR 100 EUROS VALOR 200 EUROS
172
172
Orientações
A maior e a menor
Cristiane Viana
A nota de 500 euros é a de maior valor, e a ½ Respostas
moeda de 1 centavo, a de menor valor.
Em foco
DE 8r9o0s
CERCA
verso reverso contra a luz
s de eu
1. Espera-se que os estudantes respon
bilhõe emitidos até dam que a adoção do euro como
foram 2011 moeda única para alguns países da
julho de
Registro perfeito União Europeia foi um importante
Ao colocarmos a nota Bandeira
contra a luz, vemos o da União
Sigla do Banco passo para a integração regional e
Central Europeu
registro perfeito devido à Europeia para o incentivo das trocas comer
transparência e à coincidência
do verso com o reverso. ciais dentro do bloco.
2. Espera-se que os estudantes respon
dam que esse crescimento ocorreu
VALOR 500 EUROS por causa da valorização adquirida
COR VIOLETA pelo euro ao longo do tempo, pelo
PERÍODO MODERNISTA destaque econômico dos países
adotantes dele e por sua consoli
Fontes: EURO vira de fato dação no mercado internacional.
a moeda única da Europa.
DESENHO. União Europeia,
[s. l.], 2007. Disponível em:
https://europa.eu/european
-union/about-eu/euro/design
-euro_pt; O QUE é a zona do Holograma
euro? Comissão Europeia, Ao se inclinar a
[s. l.], 2007. Disponível em: Desenho nota, vemos uma
https://ec.europa.eu/info/ arquitetônico imagem com o de-
business-economy-euro/ Marco de segurança senho arquitetônico
euro-area/what-euro Caracteres
Ao olhar a nota con- escolhido.
-area_pt; BANCO CENTRAL gregos
tra a luz, vemos uma
EUROPEU. Como surgiu linha escura.
o euro – A nossa moeda: Caracteres
Breve história das notas e latinos
moedas de Euro. Frankfurt: O dorso de cada moeda representa algum marco
Banco Central Europeu, Marca-d'água Impressão importante na cultura, história ou política do país
2007. Disponível em: http:// Ao olhar a nota As notas são ao qual pertence.
www.ecb.europa.eu/pub/ contra a luz, impressas em
pdf/other/euro_became_our_ podemos ver papel feito
moneypt.pdf?79baceeae uma imagem e a à base de fibras
5309cf40705c8aa3d68d65e. cifra que indica de algodão.
Acessos em: 10 abr. 2022. seu valor.
1 centavo 1 centavo
(face comum) (face espanhola)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1,2
1,1
1
DA EDITORA DO BRASIL
0,90
Mínimo histórico
0,80
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
1 Explique a importância da adoção de uma moeda única para países da União Europeia.
173
173
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 Por que se pode afirmar que a Europa é um continente multicultural?
Para encerrar 2 Cite três objetivos da União Europeia.
1. Porque em seu território convive 3 Quais são as duas regiões separatistas na Espanha? Em que região do país estão localizadas?
grande diversidade de grupos ét-
4 Leia o trecho do texto e responda às questões a seguir.
nicos, como os latinos, os anglo-
-saxões, os eslavos e os celtas, Além da Escócia, outras regiões europeias cultivam tendências
além de grupos étnicos minoritá- separatistas
rios, como os bascos, os catalães,
os ciganos e os lapões. [...] Catalunha: Em nenhuma outra região europeia o “vírus” escocês pela independência pode-
rá ser mais contagioso do que na Catalunha. Durante a ditadura do general Francisco Franco na
2. Desenvolver os aspectos sociais dos
países-membros, permitir que os Espanha, de 1936 a 1975, o idioma catalão chegou a ser proibido. Atualmente, a região possui alto
cidadãos circulem e se fixem livre- grau de autonomia cultural e política, além de seu próprio parlamento regional.
mente em qualquer um dos países- Mas, para muitos catalães, isso ainda não é suficiente. Eles querem ter seu próprio Estado, prin-
-membros e manter uma moeda cipalmente por razões econômicas. O argumento é que a rica Catalunha estaria sendo sugada pelo
única para os países. Estado espanhol.
3. São o País Basco, no norte do país e Desde o início da crise econômica, o número de apoiadores da independência catalã aumen-
no sudeste da França, e a Catalunha, tou significativamente. O governo regional em Barcelona almeja a realização de um referendo [...]
no nordeste da Espanha. Madri não está disposta a aceitar, o que torna o confronto inevitável.
[...]
4. a) Desejam maior autonomia políti-
ALÉM da Escócia, outras regiões europeias cultivam tendências separatistas. Carta Capital, São Paulo, 18 set. 2014. Disponível em: https://www.
ca e soberania para ter o próprio cartacapital.com.br/mundo/alem-da-escocia-outras-regioes-europeias-cultivam-tendencias-separatistas-6424/. Acesso em: 10 abr. 2022.
governo.
b) O governo espanhol tem reali- a) Por que os catalães querem a independência? Que benefícios viriam dessa separação?
zado cortes em serviços básicos b) Por que, na visão dos catalães, a “Catalunha estaria sendo sugada pelo Estado espanhol”?
para conter a crise no país, pre-
c) O que leva o governo espanhol a desaprovar essa iniciativa do povo catalão?
judicando assim a Catalunha.
c) O governo espanhol não aceita 5 Por que é grande o contingente de imigrantes na Europa Ocidental?
a reivindicação dos catalães, por- 6 Que fatores justificam o crescimento do setor terciário na Europa?
que, se o fizesse, teria de ceder
também ao movimento separa- 7 Leia o texto e faça o que se pede a seguir.
tista basco. Além disso, perderia Desenvolvimento regional na região do Ruhr: do distrito de carvão
grande parte da arrecadação
a região de prestação de serviços
fiscal e econômica.
5. Por um lado, devido à necessidade O desenvolvimento industrial na Região do [Rio] Ruhr teve início com a presença de carvão no
de mão de obra e, por outro, pela vale do Ruhr. [...]
busca de melhores condições de As jazidas de carvão do Ruhr formavam uma base natural para a consolidação da maior região
vida e trabalho por pessoas prove- de indústria mineira e metalúrgica da Europa. Carvão, ferro e aço, locomotivas, estradas de ferro, in-
nientes de outros continentes e do dústria química e de energia constituíam o pilar econômico da indústria mineira e metalúrgica [...].
interior do próprio continente. As mudanças estruturais econômicas e sociais na região do Ruhr deram origem a novos ramos
6. O crescimento do setor terciário econômicos no setor produtivo como, por exemplo, a tecnologia de informação e comunicação,
explica-se pela automação das em-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
presas, cuja mão de obra é dispen-
trazendo o desenvolvimento. [...].
Seis Universidades e nove Universidades Integradas [...], Institutos de Pesquisa e Centros de
sada e obrigada a migrar para o
setor de serviços. Além disso, o
DA EDITORA DO BRASIL Tecnologia tornam a região do Ruhr a mais densa área de formação e pesquisa da Europa.
ANHUF, Dieter. Desenvolvimento regional na região do Ruhr: do distrito de carvão a região de prestação de serviços. GeoTextos, [s. l.], v. 3, n. 1 e 2,
aumento da demanda por serviços p. 67-87, 2007. Disponível em: http://portalseer.ufba.br/index.php/geotextos/article/view/3046/2159. Acesso em: 10 abr. 2022.
como cultura, turismo, propaganda
a) A que país e região o texto se refere?
e publicidade também contribuiu
para a concentração de trabalha- b) Qual é a importância dessa região para a Europa?
dores nesse setor. c) Relacione a riqueza mineral com a capacidade industrial da região.
7. a) Faz referência à Alemanha, a re-
gião da Renânia onde está loca- 174
lizada a megalópole Reno-Ruhr.
b) Compreende o maior parque in-
dustrial do continente europeu.
Corresponde a um dos polos Sobre a avaliação
industriais mais importantes do
mundo. ½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
c) Essa região conta com ricas ja- De forma geral, verifique se os estudantes consegui- Para retomar conhecimentos relativos à população e à
zidas de minério de ferro e de ram fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as sociedade europeia, trabalhe o conteúdo das páginas 143,
carvão mineral, que propiciaram como diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas 144, 145, 147 e 148 e as atividades da página 149. Em re-
o desenvolvimento de uma im-
no início da unidade (EF09GE02, EF09GE03, EF09GE04, lação aos conflitos e aos movimentos separatistas, explore
portante atividade extrativa e
EF09GE08, EF09GE09 e EF09GE10) foram desenvolvidas os mapas das páginas 151, 152 e 153 e as atividades da
indústria pesada (siderurgia e
metalurgia). de maneira satisfatória. As atividades propostas na unidade página 155.
podem auxiliar os estudantes na preparação para exames
de larga escala.
174
Orientações
8 Quais países do continente europeu foram mais intensamente atingidos pela crise iniciada no final ½ Respostas
da década de 2000? Que medidas foram adotadas pela UE para auxiliá-los?
Para encerrar
9 Mencione os principais problemas enfrentados pelos países da União Europeia na atualidade.
8. Os países mais atingidos pela cri
10 Como a Rússia controla a Comunidade dos Estados Independentes? se foram Portugal, Irlanda, Itália,
Grécia e Espanha. A UE adotou
11 Interprete a ilustração abaixo e escreva um breve comentário sobre ela. algumas medidas de auxílio, como
o empréstimo de bilhões de euros
Paul Fleet/Shutterstock.com
para a economia desses países.
9. Os principais problemas são: infla
ção, desemprego, desigualdade
econômica entre os novos e an
tigos membros da UE, xenofobia,
questões previdenciárias e atuação
de grupos terroristas e separatistas.
12 Observe o mapa a seguir.
10. E mbora os países-membros te
Este é um mapa dinâmico, pois representa o fluxo populacional que ocorre no espaço geográfico.
nham moeda própria, é o rublo
Para interpretá-lo, é necessário identificar os pontos de partida e de chegada do que está em movimento.
– a moeda russa – que circula em
De acordo com essas informações, o que é possível concluir?
todos eles como padrão para as
União Europeia: imigração – 2010 transações comerciais da comu
nidade. A liderança econômica
Sonia Vaz
30° O 0° 30° L
Cír
cu
h
lo P
da Rússia sobre os demais países
enwic
olar
Ártic
o
da CEI deve-se, em grande parte, à
e Gre
iano d
60°
N concentração de reservas minerais
Merid
NORUEGA
FINLÂNDIA em seu território, especialmente
OCEANO
SUÉCIA
de petróleo, gás natural e carvão
áltico
Norte
REINO DINAMARCA
IRLANDA
UNIDO
PAÍSES
BAIXOS
RÚSSIA
11. A charge é composta do símbolo
BÉLGICA
POLÔNIA
População ativa imigrante do euro dentro de uma boia sal
45°
N
FRANÇA
LUXEMBURGO ALEMANHA REP.
TCHECA
UCRÂNIA 3 700 000
1 500 000
va-vidas, em meio a uma tempes
SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA 500 000 tade no oceano, e relaciona-se aos
ROMÊNIA Mar Negro
ITÁLIA BÓSNIA- SÉRVIA
-HERZEGOVINA BULGÁRIA
N Imigrantes processos recentes de incertezas
PORTUGAL ESPANHA % da população ativa
ALBÂNIA O L
Menos de 5,0 sobre a União Europeia. A instabi
De 5,0 a 12,0
GRÉCIA TURQUIA
De 21,0 a 62,0
lidade do bloco deriva de elevadas
0 600
S
1 200 km País de emigração Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas dívidas públicas, de desigualda
TUNÍSIA Mar Mediterrâneo geográfico: espaço mundial. 3. ed.
MARROCOS ARGÉLIA 1 : 60 000 000
Fluxo imigrante
São Paulo: Moderna, 2010. p. 91. de econômica entre os países do
bloco, de altas taxas de inflação e
desemprego, de grandes correntes
Assista
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO migratórias e da xenofobia e da
saída da Grã-Bretanha da União
cobertura jornalística da Guerra de Kosovo, na ex-Iugoslávia.
DA EDITORA DO BRASIL
Guerra não! Direção: Marcelo de Paula. Brasil, 2014. (108 min) O documentário é o resultado de meses de
Europeia (Brexit).
12. Que França, Alemanha e Reino
Leia
Unido são os principais destinos
União Europeia, de André Martin e Ivan Jaf. São Paulo: Ática, 2007. Narra a história de João, um adolescente que,
de imigrantes na Europa, prove
na companhia do tio-avô, faz muitas descobertas sobre a nova União Europeia. São abordados temas como os
antecedentes, o surgimento e o futuro do bloco econômico. nientes, sobretudo, da África e do
Leste Europeu.
175
175
Objetivos da unidade
• Identificar os limites da Ásia.
• Identificar e caracterizar as diferen-
tes regiões da Ásia.
• Identificar as características das
principais formas do relevo do con-
tinente asiático.
• Identificar e caracterizar os princi-
pais rios e lagos da Ásia.
• Entender o que motiva os confli-
tos pela posse da água no Oriente
Médio.
• Analisar a diversidade de climas e
de tipos de vegetação no conti-
nente asiático.
• Relacionar os diferentes climas às
respectivas formações vegetais no
continente asiático.
• Identificar os principais impactos
ambientais no continente asiático.
Introdução
Esta unidade dá início aos estudos
sobre a Ásia, com foco nos aspectos
físicos. O estudante conhecerá a locali-
zação, os limites e as fronteiras do conti-
nente asiático, assim como as principais
características do relevo. Apresentam-
-se, também, os principais rios, mares
e lagos do continente, sua importância
econômica, os desastres ambientais e
os conflitos relacionados aos recursos
hídricos. Por fim, ocorre a explicação
dos fatores determinantes dos climas
da Ásia, a variedade climática e vege-
tal do continente e a ação humana
nas paisagens.
Justificativa
O conjunto de objetivos previs-
tos para essa unidade promove a ar-
ticulação entre aspectos naturais e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a vida das sociedades asiáticas nos DA EDITORA DO BRASIL
dias atuais, tornando-se subsídio
fundamental para compreensão da
Geografia da Ásia.
176
176
6
Orientações
chanchai duangdoosan/Shutterstock.com
A pergunta que diz respeito à ob-
servação e à interpretação da imagem
se relaciona ao conhecimento pré-
vio do estudante e à reflexão sobre
as características do lugar onde vive,
evidenciando seu protagonismo no
processo ensino-aprendizagem.
Ásia:
½ Respostas
1. Resposta pessoal. Espera-se que o
estudante conclua que a preserva-
aspectos
ção de locais considerados sagrados
é importante para a manutenção de
valores culturais e simbólicos de uma
físicos
sociedade, que estão relacionados
à tradição e aos costumes de um
povo.
2. Atividade livre. Espera-se que os
estudantes representem os princi-
pais elementos da fotografia, como:
Desde a Antiguidade, montanhas são consideradas símbo-
Monte Fuji e seu pico nevado, campo
los de morada dos deuses, onde os seres humanos ficam
florido e o trem de alta velocidade.
mais próximos do divino. O Monte Fuji, no Japão, expressa
bem essa ideia: é reverenciado por mestres da pintura,
poetas e músicos. Tamanha devoção levou a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) a declará-lo Patrimônio Mundial da Humanidade,
em 2013.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DONesta
BRASIL
unidade, você vai estudar:
• os limites geográficos e a regionalização da Ásia;
• o relevo asiático;
• os principais rios, mares e lagos;
• os tipos de clima;
• as formações vegetais e as questões ambientais.
177
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati-
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar
Competências gerais 1, 2, 4, 5, 7 e 10 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie-
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
3e7 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionados às regras, aos espaços e aos materiais es-
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4
colares, ao convívio entre professores, funcionários e estu-
e7
dantes e ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Habilidades EF09GE16 e EF09GE17
177
Objetivos do capítulo
Localização e
• Localizar o continente asiático no
planeta.
• Identificar os limites da Ásia.
• Identificar e caracterizar as diferen-
tes regiões da Ásia. regionalizações
Pré-requisitos
pedagógicos
Os continentes e as regionaliza-
No capítulo anterior, você estudou o processo de formação da Comunidade dos Estados
ções mundiais são conhecimentos Independentes (CEI) e da União Europeia (UE), bem como as principais características
previamente trabalhados no Ensino econômicas do continente europeu. Neste capítulo, você estudará a localização, os limi-
Fundamental (EF07GE09, EF08GE05, tes e as fronteiras da Ásia.
EF08GE06) que se relacionam com
os assuntos abordados no capítulo. O
Localização e países
resgate dessas habilidades pode ser
de grande importância para o início
da discussão sobre o tema “Localiza- componentes
ção e regionalizações”.
A Ásia é o continente de maior extensão territorial do mundo, com
44,9 milhões de quilômetros quadrados, ocupando quase 30% das terras emer-
Orientações
sas do planeta.
Ao observar o mapa, solicite aos O continente está localizado no Hemisfério Oriental da Terra, a leste do
estudantes que identifiquem os limi- Meridiano de Greenwich, e é cortado pelo Círculo Polar Ártico ao norte, pelo
tes do continente asiático. A Ásia limi- Trópico de Câncer ao centro e pela Linha do Equador ao sul.
ta-se ao norte com o Oceano Glacial Observe no mapa a seguir a localização da Ásia e os países que a compõem.
Ártico; ao sul, com o Oceano Índico; a
leste, com o Oceano Pacífico; a oeste,
Ásia: político – 2018
com a Europa e o Mar Mediterrâneo;
Jairo Souza
80 oL
e a sudoeste, com a África e o Mar OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Vermelho.
Círculo Polar Ártico
M
on
tes
Ur RÚSSIA
ais
(parte asiática)
Mar de
EUROPA Okhotsk
CAZAQUISTÃO MONGÓLIA
45 oN
Mar Mar
Negro Cáspio UZBEQUISTÃO QUIRGUISTÃO Mar do
COREIA DO NORTE Leste
TURQUIA TURCOMENISTÃO
TADJIQUISTÃO (Mar do
Mar CHIPRE SÍRIA CHINA COREIA DO SUL Japão) JAPÃO
Mediterrâneo LÍBANO IRÃ
IRAQUE AFEGANISTÃO
ISRAEL
EGITO JORDÂNIA KUWAIT PAQUISTÃO
(parte asiática) ARÁBIA SAUDITA NEPAL BUTÃO
Mar VIETNÃ
r Ve
IÊMEN
CAMBOJA
O L
SRI LANKA
OCEANO BRUNEI
ÍNDICO MALÁSIA
SINGAPURA Equador
S 0o
0 980 1 960 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
INDONÉSIA
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1 : 98 000 000
2018. p. 47. TIMOR-LESTE
178
178
Orientações
Limites geográficos e Informe aos estudantes que o
caracterização geral Estreito de Bering liga os oceanos
Pacífico e Ártico, entre a Rússia e os
A Ásia limita-se ao norte com o Oceano Glacial Ártico; ao sul, com o Oceano Estados Unidos. Relembre-os das teo-
Índico; a leste, com o Oceano Pacífico; a oeste, com a Europa e o Mar Mediterrâneo; rias da migração dos seres humanos
e a sudoeste, com a África e o Mar Vermelho. Continentes: área distribuída (%) em direção ao continente americano.
Como você já sabe, a Ásia e a Europa formam um mesmo bloco
DAE
Europa
continental, a Eurásia, separado pelos Montes Urais, pelo Mar Cáspio, 6,9 % ½ Respostas
pelo Mar Negro e pelo Mar Mediterrâneo. O continente asiático está Oceania
Canal de Suez
O canal de Suez situado no Egito […] teve sua inauguração em 1896 […], tornando possível o encur-
tamento da distância marítima entre Europa e as terras ao redor dos oceanos Índico e Leste do Pacífico,
que até então, somente era realizada contornando o continente africano. Tornando-se mais navegável
desde o século XX, com a ampliação de suas dimensões que proporcionam acesso de embarcações
gigantes, interligando a Europa aos mercados de matéria prima asiática, o canal de Suez expressa sig-
nificativa importância histórica e geopolítica, constituindo um eixo estratégico do comércio mundial.
Localizado na província de Suez, a oeste da península do Sinai, o canal interliga o […] mar Ver-
melho com o [mar] mediterrâneo. […] O sentido norte faz o transporte de petróleo bruto e deriva-
dos, carvão, metais brutos e metais fabricados, madeira, óleos vegetais e cereais. Via sul, o tráfico
consiste em cimento, fertilizantes, metais fabricados, cereais e galões de óleo vazios. Durante
2020, um total de 18.829 navios, representando 1.17 bilhões de toneladas, transitaram pelo canal
de Suez. […] Mais de 80% do comércio global por volume é executado via marítima e o custo de
interrupções somam bilhões de dólares aos custos da cadeia comercial. Especialistas anteveem
uma concorrência ao Canal de Suez pelos esforços da Rússia em desenvolver uma rota pelo Ártico.
[…]
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
SANTOS, Kethelyn et al. A importância econômica do Canal de Suez e uma breve história do engajamento egípcio. Observatório de Política Externa
e da Inserção Internacional do Brasil, 10 abr. 2021. Disponível em: https://opeb.org/2021/04/09/a-importancia-economica-do-canal-de-suez-e
-uma-breve-historia-do-engajamento-egipcio/. Acesso em: 11 abr. 2022.
DA EDITORA DO BRASIL Atividade em grupo
1 Em 2021, um navio encalhou no Canal de Suez. Forme grupo com três colegas e, juntos,
pesquisem em fontes confiáveis quais foram os impactos desse acidente no fluxo de
mercadorias e na economia global, especialmente para o Brasil. Depois, elaborem uma
apresentação multimídia com gráficos, mapas, fotografias e outros elementos com as principais infor-
mações pesquisadas e compartilhem com a turma o que descobriram.
179
179
Orientações
Ressalte que aproximadamente
Regionalização
20% da população mundial se en- Devido à sua grande diversidade natural e complexidade de grupos étni-
contra na região chamada Extremo cos e culturas, a Ásia pode ser regionalizada, de acordo com a localização de
Oriente, cuja densidade demográfica cada país, em seis regiões: Extremo Oriente, Sudeste Asiático, Ásia Meridional,
Oriente Médio, Ásia Central e Ásia Setentrional. Observe o mapa a seguir.
é superior à média mundial.
Comente com os estudantes a Ásia: regiões
existência da Associação de Nações
Mario Yoshida
80 o L
do Sudeste Asiático (Ansea/Asean). OCEANO GLACIAL ÁRTICO
regionais. EUROPA
Cazaquistão Mongólia
45 o N
Uzbequistão
M
Mar Negro
ar
Quirguistão
Coreia do Norte
Cá
Turcomenistão
spio
Turquia Tadjiquistão
China Coreia do Sul Japão
Síria
Mar Mediterâneo Líbano Afeganistão
Iraque Irã
Israel
Ásia Setentrional Egito Jordânia Kuwait Paquistão Nepal
Ásia Central (parte asiática) Barein Butão
Trópico de Câncer Catar Bangladesh
Oriente Médio Arábia Emirados Taiwan
Ma
Saudita Árabes Unidos Mianmar Vietnã
r Ve
Índia OCEANO
Ásia Meridional Laos
rm
ÁFRICA Omã PACÍFICO
elh
Sudeste Asiático Tailândia
o
Iêmen
Extremo Oriente Camboja Filipinas
N
Sri Lanka
O L Brunei
Malásia
OCEANO Singapura
S ÍNDICO
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. 0 1 059 2 118 km Indonésia
Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Timor-Leste
1 : 105 900 000
Paulo: Saraiva, 2013. p. 130.
Extremo Oriente
Localizada no leste do continente, essa região é banhada pelo Oceano
Pacífico, abrangendo China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Taiwan e
Mongólia. Destaca-se em razão da numerosa população absoluta da China
e de seu crescimento econômico nas últimas décadas. Conta ainda com a forte
economia do Japão, país integrante do G-7, mas sofre com as divergências
diplomáticas entre as duas Coreias (do Sul e do Norte), que tiveram origem na
Guerra Fria.
sayan uranan/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
180
Foco na BNCC
Competência geral 1 regiões da Ásia. O tema valoriza a utilização dos
Competências específicas de Geografia 1 e 3 conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e dos conhecimentos
Habilidade EF09GE17 geográficos para entender a interação entre a
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes sociedade e a natureza e o processo de ocupação
explicar as características físico-naturais e a forma humana e produção do espaço.
de ocupação e usos da terra em diferentes
180
Orientações
Sudeste Asiático
Destaque aos estudantes que a Ásia
Formada por Singapura, Tailândia, Vietnã, Camboja, Malásia, Laos, Mianmar,
Meridional também é conhecida como
Filipinas, Brunei, Indonésia e Timor-Leste, essa região é dividida em duas par- Monções: ventos
periódicos do Oceano
Sul da Ásia ou Sul Asiático e que essa
tes: a continental ou peninsular (Península da Indochina) e a insular (ilhas).
Índico que vão do região tem um dos piores indicadores
Localizada em sua maior parte entre o Trópico de Câncer e a Linha do
mar em direção ao sociais – alfabetização, expectativa de
Equador, com temperaturas médias elevadas durante o ano, é a região tropi- continente no verão
cal do continente, que apresenta as monções. Nela, destaca-se o país-cidade e do continente em vida, renda per capita, mortalidade in-
direção ao mar no fantil – da Ásia e do mundo. Se possí-
Singapura, em razão de seu elevado padrão de vida. Nos demais países, predo- inverno.
mina a população rural, com grandes problemas sociais. vel, verifique os indicadores sociais na
página do IBGE Países, retomando, se
Em Campos/Shutterstock.com
Singapura é um país-cidade
que se destaca no Sudeste
Asiático em razão de seu
desenvolvimento econômico,
principalmente por se tratar
de um centro financeiro
internacional. Singapura, 2019.
Ásia Meridional
Índia, Paquistão e Bangladesh são alguns dos países dessa região,
conhecida também como subcontinente indiano e caracterizada por elevada
população absoluta e grande desigualdade social.
A Índia se destaca por sua grande população – em torno de 1,3 bilhão de
habitantes (dados de 2021 do Banco Mundial) – e seu setor industrial, em amplo
desenvolvimento. Ainda que apresente índices sociais preocupantes, vem
ganhando lugar de destaque na economia mundial como um país emergente
e promissor.
arun sambhu mishra/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
181
181
Orientações
Oriente Médio
Haidar Hamdani/AFP
Destaque aos estudantes que na
Com baixos índices de pluviosidade, as áreas
Ásia Setentrional as temperaturas po-
desérticas predominam nessa região, que é a mais seca
dem chegar a 50 graus Celsius negati-
da Ásia e uma das mais ricas em petróleo do mundo.
vos e que grande parte dos cursos de
Nela se encontram países como Arábia Saudita, Iraque,
água permanecem congelados du- Israel e Irã.
rante o inverno. A etnia árabe e a religião islâmica predominam
na região, conhecida também pelos intensos conflitos
entre israelenses e palestinos.
Ásia Central
evgenykz/Shutterstock.com
É formada por países localizados a leste do
Mar Cáspio, integrantes da antiga União Soviética:
Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão
e Tadjiquistão. São países com economia baseada na
agricultura e nos negócios relacionados ao petróleo
(extração ou rota de oleodutos).
Ásia Setentrional
Corresponde às terras localizadas na parte asiática da Rússia, região do
país conhecida como Sibéria. Nela predominam temperaturas baixas e clima
polar, com os invernos mais longos e rigorosos de todo o continente.
A região tem muitas reservas de petróleo e gás natural, e a agricultura desem-
penha importante papel, facilitada pelo relevo plano e pelo solo tchernozion.
Lyudmila Shabanova/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
182
182
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
Lago Baikal: o maior e mais profundo lago do mundo Um pouco mais sobre
O Lago Baikal é o maior lago de água doce do mundo (por volume) e o mais profundo. Com
1. O Lago Baikal localiza-se no sul do
formato de meia lua, está na zona sul da Sibéria, na Rússia. Em 1996, foi declarado Patrimônio
território russo, na Ásia Setentrional.
Mundial pela Unesco.
Além disso, é também "o mais antigo, sendo lar de aproximadamente 1.700 a 1.800 espécies
2. O lago é uma das mais importantes
endêmicas de plantas e animais, detém 20 por cento de toda a água doce do mundo, e é consi- fontes de água doce do mundo e,
derado um dos lagos mais claros e limpos do mundo", disse Jennifer Castner, do programa da segundo o texto, vem sofrendo com
Rússia do Ambiente do Pacífico. o problema ambiental da poluição
Durante o Verão, quando está cheio de gelo derretido das montanhas siberianas, é possível de suas águas.
enxergar cerca de 39 m (130 pés) de profundidade. A impressionante transparência do lago é
resultado da pureza do gelo derretido, de plânctons que se alimentam de detritos flutuantes, e
da falta de sais minerais nas águas.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Lago Baikal. Sibéria, Rússia, 2019.
1 Onde se localiza o Lago Baikal? Em qual região do continente asiático ele está?
183
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 regiões da Ásia. O tema valoriza a utilização dos
Competências específicas de Geografia 1, 2 e 3 conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e dos conhecimentos
Habilidade EF09GE17 geográficos para entender a interação entre a
A interpretação do texto e a realização das atividades sociedade e a natureza, o processo de ocupação
da seção Um pouco mais sobre possibilitam que os humana e produção do espaço, além de
estudantes entendam as características físico-naturais proporcionar o entendimento das formas de uso
e a forma de ocupação e usos da terra em diferentes dos recursos da natureza ao longo da história.
183
Orientações
Faça no caderno
184
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as características das
principais formas de relevo do con-
Pré-requisitos
pedagógicos
As formações do relevo, suas prin-
cipais características e o uso do solo
são conhecimentos previamente
No capítulo anterior, você estudou a localização, os limites e as fronteiras da Ásia, seus
trabalhados no Ensino Fundamental
países e as regiões mais importantes. Neste capítulo, você estudará as principais carac-
(EF04GE11, EF06GE05, EF06GE10)
terísticas do relevo asiático.
que se relacionam com os assuntos
abordados no capítulo. O resgate des-
sas habilidades pode ser de grande
Formas do relevo importância para o início da discussão
Entre as diferentes formações ao longo da vasta extensão territorial da sobre o tema “Relevo asiático”.
Ásia, destacam-se as cadeias montanhosas, no oeste e centro do continente;
as planícies, no norte e sul; e os planaltos, principalmente localizados na Orientações
área central. Promova a leitura coletiva do texto
Observe o mapa a seguir e, com base na interpretação das altitudes do desta página e, em seguida, analise o
terreno, busque identificar as formas de relevo citadas e sua distribuição. mapa sobre o relevo asiático. Aprovei-
te o momento para relembrar alguns
Ásia: relevo conceitos que possam ser importan-
o o
tes para a compreensão e correta in-
Sonia Vaz
0 15 L 30 L
o
Mar da Sibéria Oriental
Mar de Laptev
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Pen. de
Mar de Chukchi terpretação do mapa bem como para
Taimir Sibéria
Planície Aliznjaja
Montes Verkhoianski Kolyma
Círculo Polar Ártico
sanar eventuais dúvidas que os estu-
Tunguska Planalto Central Aldan Montes Kolyma
da Sibéria
dantes possam manifestar durante
s
Siberiano
rai
a
Len
o
Angara 60 N
sU
Pen. a análise.
nte
Mar de Kamchatka
se
Mo
is
Montes Iablonovy
n
Ye
Okhotsk
Irtysh Montes Saian
EUROPA ur
Depressão Caspiana Am
Montes Altai Planalto da
Mongólia
Mar Aral
Mar Negro Deserto de Gobi
Mar Cáspio Tian Shan
Am
Deserto de
Planalto da Cáucaso
uD
Kulun (amarelo)
a
Ya zul
de Thar Planície do (A
Gan
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Gates
Ocidentais
Gates
Orientais Mar da
China
Acima de 4 800
3 000-4 800
DA EDITORA DO BRASIL
1 800-3 000
ÁFRICA Meridional
N 1 200-1 800
600-1 200
o Equador O L Equador
0 300-600 0º
OCEANO 150-300
S
ÍNDICO
0 850 1 700 km 0-150
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 46.
185
185
Orientações
Esclareça aos estudantes que
Cadeias montanhosas
o Círculo de Fogo do Pacífico tam- Há muitas montanhas no continente asiático, como o Cáucaso e os Mon-
bém é conhecido por Anel de Fogo tes Urais, na divisa com o continente europeu, e o Himalaia, ao sul. Em grande
do Pacífico ou simplesmente Anel de parte, as montanhas são parcialmente cobertas
Ali. Fahmi/Shutterstock.com
de neve, que alimentam os rios asiáticos com o
Fogo.
degelo nas elevadas altitudes.
Se for conveniente, apresente ima-
A maioria das montanhas do continente cor-
gens aéreas ou de satélites da região
responde a dobramentos modernos e formações
do Himalaia, favorecendo a com- geologicamente recentes, resultantes do encontro
preensão dos estudantes a respeito de placas tectônicas na Era Cenozoica, o mesmo
das características da região. fenômeno que formou as cadeias montanhosas
do centro, sul e sudeste da Europa.
Boa parte do continente asiático se encontra
no que se convencionou chamar de Círculo de
Fogo do Pacífico, a região da superfície terrestre
mais instável geologicamente, condicionada aos
movimentos das placas tectônicas, com tremores
de terra constantes e inúmeros vulcões ativos.
Localizada na região de
contato das placas Indo-
australiana e Euroasiática, Himalaia
a Indonésia está sujeita a
Os picos mais elevados da Terra estão na Cordilheira do Himalaia, com des-
ocorrência de terremotos de
grandes proporções. Mamuju, taque para o Everest (na fronteira da China com o Nepal), com 8 848 metros, e o
Indonésia, 2021. Kanchenjunga (na fronteira do Nepal com a Índia), com 8 586 metros de altitude.
Esses picos são atração turística e recebem montanhistas de todo o mundo,
que se deslocam para a região a fim de escalá-los. Países como o Nepal e a
China, por exemplo, cobram pedágio de até 10 mil dólares da pessoa que deseja
chegar ao cume do Everest.
Para viabilizar o plantio em relevo montanhoso, a população da região
adota técnicas agrícolas como o terraceamento, que consiste na construção de
degraus no terreno inclinado para plantio.
O principal cultivo no terraceamento é o arroz, alimento básico da maioria
da população asiática.
Daniel Prudek/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
O Monte Everest, no Himalaia, é o ponto culminante do planeta. Cultivo de arroz em terreno terraceado em Bahundanda.
Nepal, 2021. Nepal, 2018.
186
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 utilização dos conhecimentos historicamente
Competências específicas de Geografia 1 e 3 construídos sobre o mundo físico, social, cultural e
dos conhecimentos geográficos para entender a
Habilidade EF09GE17 interação entre a sociedade e a natureza, o processo
O conteúdo da página possibilita que os de ocupação humana e produção do espaço, além de
estudantes entendam as características físico- proporcionar o entendimento das formas de uso dos
-naturais, a forma de ocupação e usos da terra recursos da natureza ao longo da história.
em diferentes regiões da Ásia. O tema valoriza a
186
Orientações
Observe o mapa da seção Olhar
cartográfico com os estudantes e
Primeiro brasileiro a escalar o Everest certifique-se de que eles conseguem
O primeiro brasileiro a chegar ao pico da mon- relacionar a concentração e a distri-
Marcel Rabelo/Alamy/Fotoarena
tanha mais alta da Ásia e do mundo, o Everest, foi buição de vulcões com as zonas de
o paranaense Waldemar Niclevicz (1966-), em 1995. encontro das placas tectônicas.
Em 2000, ele escalou a segunda maior montanha do
mundo, o K2, também na Cordilheira do Himalaia. ½ Respostas
Desde 1950, mais de 4 mil pessoas conseguiram
chegar ao cume da montanha, que pode apresentar
Olhar cartográfico
temperatura de até 70 °C negativos. 1. Pelo fato de parte de suas terras
estarem localizadas no Círculo de
Vista ao fundo, no centro da fotografia, Fogo do Pacífico, onde ocorrem
do Monte K2, a segunda montanha tremores resultantes do choque
mais alta do mundo com 8 614 metros.
Paquistão, 2019. de placas tectônicas, o que pro-
voca instabilidade geológica no
continente.
2. Essas atividades ocorrem, princi-
Faça no caderno
palmente, nas zonas de contato de
placas tectônicas, no sul, no sudeste
e no extremo leste do continente.
Allmaps
0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
Katmai
Vesúvio
Fujiyama
Etna Santorini
Trópico de Câncer
Mauna Loa
Kilauea Popocatepetl Mt. Pelée Pinatudo OCEANO
PACÍFICO
Equador
0°
Krakatoa
OCEANO OCEANO OCEANO
PACÍFICO ATLÂNTICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
N
Ojos del Salado
Meridiano de Greenwich
O L
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Atividade sísmica muito intensa
Atividade sísmica intensa
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
S
Círculo
Círculo PolarAntártico
Polar Antártico
Fonte: FERREIRA, Graça Maria L. Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 19.
2 Em que regiões do continente asiático são mais comuns as atividades vulcânicas e sísmicas?
187
187
Orientações Faça no caderno
A subida até o topo do Monte Everest, o pico mais alto do planeta, está congestionada. […] uma
foto que mostra uma fila de cerca de 300 alpinistas chegando ao cume da montanha viralizou.
A imagem […] mostra o “congestionamento” de alpinistas em fila única que causou um
atraso de cerca de três horas no processo de subida e descida do Everest.
[…]
Além de terem de aguardar a fila a mais de 8.800 metros de altura, os alpinistas que enca-
ram os congestionamentos no Everest correm risco de morrer por causa da espera. Isso porque,
quanto mais tempo passam na altitude, maior a probabilidade de congelamento e de esgota-
mento do oxigênio.
[…] o americano Donald Cash, de 54 anos, morreu após desmaiar no Everest, segundo a
Pioneer Adventures, uma organização sediada em Katmandu que lidera expedições no pico [...].
[...] O indiano Nihal Bagwan atingiu o topo do Everest pela manhã, mas morreu na descida.
“Ele ficou bloqueado no engarrafamento durante mais de 12 horas e estava esgotado. Os guias
sherpa o trouxeram ao campo 4 e morreu no local”, afirmou Keshav Paudel, da agência Peak
Promotion [...].
Operadores disseram que a superlotação é resultado de um número recorde de licenças emi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO tidas pelo Nepal em uma época muito procurada por alpinistas por causa do bom tempo.
[…] As condições climáticas que mudam frequentemente fazem com que muitas vezes haja
DA EDITORA DO BRASIL apenas uma pequena janela de tempo para escalar. Por isso, […] mais grupos do que o habitual
escolheram avançar, em vez de esperar e correr o risco do clima rigoroso.
ESCALADA no Everest tem “congestionamento” e morte de cinco alpinistas. UOL, 24 maio 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/
internacional/ultimas-noticias/2019/05/24/congestionamento-de-alpinistas-no-topo-do-everest-causa-mortes.htm. Acesso em: 12 abr. 2022.
188
188
Orientações
Planícies Destaque que o Planalto do Pamir
As planícies, que também marcam o relevo da Ásia, foram formadas por está situado na Ásia Central, onde
processos de sedimentação relativamente recentes. Nelas se concentra a maior também estão localizadas as maiores
parte da população asiática e são realizadas atividades econômicas em grande montanhas do mundo.
escala, como a agropecuária.
Utilize mapas e imagens previa-
No continente, antigas civilizações desenvolveram-se
Planaltos
Os planaltos da Ásia são divididos entre os de altitudes elevadas e os de
altitudes mais baixas.
Entre os mais elevados estão o Planalto do Tibete (ao norte da Cordilheira
do Himalaia) e o Planalto do Pamir (nas fronteiras do Tadjiquistão, Afeganistão
e China). Esses planaltos são de formação geológica mais recente, pouco des-
gastados pela erosão dos ventos e das chuvas.
Os de menor altitude, mais antigos e desgastados pela erosão, são o Pla-
nalto da Arábia (Arábia Saudita), o Planalto do Decã (Índia), o Planalto Siberiano Planalto Taşeli, localizado
(Rússia), o Planalto da Anatólia (Turquia) e o Planalto do Irã (Irã). na região sul da Turquia.
Fotografia de 2017.
Taseli Plateu, lake ant flowers/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
189
Foco na BNCC
Competência geral 1
Competências específicas de Geografia 2 e 3
Habilidade EF09GE16
O conteúdo da página possibilita ao estudante
identificar e comparar os diferentes domínios
morfoclimáticos da Europa e da Ásia. O tema
valoriza a realização de conexões entre diferentes
temas do conhecimento geográfico, envolvendo
os princípios da analogia, conexão, diferenciação
e localização.
189
Orientações Faça no caderno
Oleg Golovnev/Shutterstock.com
rais presentes nas águas do
Mar Morto contribui para a
melhoria e até mesmo cura de
determinadas doenças der-
matológicas devido aos seus
benefícios medicinais.
O Mar Morto vem sofrendo,
nos últimos anos, uma grada-
tiva diminuição de seu volume
de água, cuja causa principal
está relacionada à exploração
do Jordão pelas indústrias de
fertilizantes.
[...]
CURIOSIDADES sobre o Mar Morto. Pensamento
Verde, 17 abr. 2014. Disponível em: www.
pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/
curiosidades-sobre-o-mar-morto.
Acesso em: 12 abr. 2022. Mulheres flutuando nas águas do Mar Morto. Israel, 2017.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 Com base na leitura do texto, faça o que se pede.
DA EDITORA DO BRASIL
a) O Mar Morto compreende uma forma de relevo que se destaca no Oriente Médio, no sudoeste do
continente asiático. Com o auxílio de um mapa-múndi, identifique que forma de relevo é essa e
pesquise em fontes confiáveis suas características.
b) O texto apresenta uma causa natural e uma causa humana para a diminuição do volume de água
do Mar Morto. Que causas são essas?
190
190
Orientações
Faça no caderno
Atividades
½ Respostas
1 Explique o que é o Círculo de Fogo do Pacífico e aponte sua área de abrangência no continente asiático. 1. O Círculo de Fogo do Pacífico é a
região da superfície terrestre mais
2 Pesquise em fontes confiáveis e responda: Qual é a importância econômica das atividades vulcânicas
para alguns países da Ásia?
instável geologicamente, condicio-
nada aos movimentos das placas
3 Quais são as planícies asiáticas e onde estão localizadas? tectônicas, com tremores de terra
constantes e inúmeros vulcões. No
4 Cite alguns dos principais planaltos do continente asiático.
continente asiático, abrange as por-
Para refletir ções sul, leste e sudeste.
2. O magma proveniente dos vulcões
1 Observe as fotografias a seguir. fertiliza o solo, com a deposição de
cinzas, o que beneficia a atividade
zakaz86/Shutterstock.com
191
3
Objetivos do capítulo
• Compreender os fatores que expli-
cam a grande quantidade de cor-
pos d’água na Ásia.
• Identificar e caracterizar os princi- Hidrografia
pais rios e lagos da Ásia.
• Entender o que motiva os confli-
tos pela posse da água no Oriente
Médio.
Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou as principais características do relevo asiático. Neste
capítulo, você estudará os principais rios, mares e lagos do continente, sua importância
pedagógicos econômica, os desastres ambientais e os conflitos relacionados aos recursos hídricos.
Os aspectos hidrográficos, usos
dos corpos d’água e sua importân-
Recursos hídricos
cia são conhecimentos previamente
trabalhados no Ensino Fundamental
(EF04GE11, EF05GE10, EF06GE04, Em geral, o território asiático é rico em recursos hídricos. Comparativa-
EF06GE06, EF06GE10, EF06GE12) que mente aos demais continentes, a Ásia conta com o segundo maior volume
se relacionam com os assuntos abor- de água doce do planeta. Isso se explica, em parte, por sua grande extensão
dados no capítulo. O resgate dessas territorial, pela presença de climas úmidos e pelo grande abastecimento de água
habilidades pode ser de grande im- proveniente do derretimento de gelo das montanhas.
portância para o início da discussão No entanto, é importante lembrar que todo o volume de água doce do con-
sobre o tema “Hidrografia da Ásia”. tinente precisa abastecer mais de 60% da população mundial, e a distribuição
do recurso não é uniforme. Existem áreas com grande escassez de água na Ásia,
O Rio Yang-tsé-kiang é o
como as extensas regiões desérticas do Oriente Médio (Deserto da Arábia e
Orientações mais extenso da Ásia,
com cerca de 6 300 km Deserto do Irã) e da China (Deserto de Gobi). Em outros casos, como na Planície
Aproveite o trabalho com a temá- de extensão. Wuhan, da Sibéria, os rios congelam no inverno.
tica da hidrografia asiática no início China, 2019.
deste capítulo e retome com os estu-
sleepingpanda/Shutterstock.com
dantes a importância da água para os
diversos setores da economia, bem
como para o bem estar da população.
Ressalte que a disponibilidade des-
se recurso é essencial para a sobrevi-
vência de todos os seres vivos e, por
isso, deve ser preservado por todas
as pessoas, por exemplo, evitando o
desperdício no dia a dia. Dessa forma,
se promove a educação ambiental
em sala de aula.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
192
192
Um estudo desenvolvido pelo World Volume de água doce no mundo – 2015 Orientações
Resources Institute aponta que, entre os dez Instrua os estudantes na leitura e
DAE
2%
países com as menores cotas de água por interpretação do gráfico e do mapa
habitante, oito estão na Ásia (Kuwait, Emira- da página.
15%
dos Árabes, Catar, Arábia Saudita, Jordânia, 28% América
Se possível, selecione previamen-
Barein, Iêmen e Israel). África
te e apresente aos estudantes ima-
9%
Observe, no gráfico a seguir, a proporção Europa
gens dos diversos rios apresentados
de volume de água doce por continente. Oceania
no mapa.
Ásia
28%
Muitos rios asiáticos têm importância histórica, pois foi às suas margens que se
formaram as grandes civilizações, entre os anos 3 000 e 1 000 a.C.
105º L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Rio Lena
Ri
Rio
Ri
oI r
EUROPA
rty
sh mu
R io
A
OCEANO
Mar de Aral PACÍFICO
io
Mar Negro
Cásp
im (Ama
Tar
-ho
relo)
Rio
Mar
R
ng
R i o Eu
Hu a
io Ti g
Rio
Rio r
fr a
t es
e
Jordão
Rio
Ri kiang ( Az u l)
o Bramap utra sé-
Y
g-t
an
do
In
G ol f o Gange
Ri
o Pé
o
Ri
Rio G
Mar da odav
ari o
Ver
Ri
Arábia
melh
Me
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
kong
o
Equador
0º O L
OCEANO S
ÍNDICO 0 887 1 774km
OCEANIA 1 : 88 700 000
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 46.
193
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 3
O tema dos rios na Ásia possibilita aos estudantes
identificar, comparar e explicar a intervenção do
ser humano na natureza e na sociedade.
193
Orientações Agora, conheça as características dos
Sabah ARAR/AFP
Retome os conhecimentos prévios principais rios do continente.
dos estudantes sobre a Mesopotâmia • Rios Tigre e Eufrates: banham a Planície
e ressalte a importância da região, da Mesopotâmia e deságuam no Golfo
delimitada pelos rios Tigre e Eufrates, Pérsico. Propiciam a fertilidade do solo
onde floresceram importantes civili- em uma região em que predomina o
zações antigas, como os sumérios e clima desértico, característica que tor-
os babilônicos. nou a ocupação da região de confluência
Destaque o tamanho do Rio desses rios local de estabelecimento de
Mekong, um dos maiores rios do mun- povos e civilizações desde a Antiguidade.
do, localizado no Sudeste Asiático. O controle das águas desses rios é uma
Destaque que o Rio Bramaputra é questão conflituosa entre a Síria, a Turquia
um dos poucos rios do mundo em e o Iraque.
que ocorre o fenômeno do macaréu,
o choque das águas do rio com as
ondas durante o início da maré en- Rio Eufrates. Ramadi,
Iraque, 2021.
chente. Ressalte que esse fenôme-
no acontece, no Brasil, na foz do Rio • Rios Indo e Ganges: o Indo drena a Índia
194
194
• Rio Bramaputra: nasce no Himalaia, Orientações
Anuwar Hazarika/Reuters/Fotoarena
banha o sul do continente, atravessa Explique aos estudantes a impor-
Índia e Bangladesh e deságua no Rio tância do Rio Jordão, muito utilizado
Ganges (a confluência dos dois rios na agricultura.
forma um grande delta na Baía de
Bengala). Suas margens têm elevada
concentração populacional, um dos
fatores que implicam maior exposição
dos solos aos processos erosivos. A
região do delta é sujeita tanto a cons-
tantes inundações, causadas pelo
transbordamento dos rios, quanto a
ciclones nas áreas da costa.
• Rios Yang-tsé-kiang (Azul) e Huang-he
Rio Bramaputra. Assam, Índia, 2018.
(Amarelo): localizados na China, seus
vales têm grande produção agrícola
ZUMA Press, Inc./Alamy/Fotoarena
195
Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 em diferentes regiões da Ásia. O tema valoriza
Competências específicas de Geografia 1 e 3 a utilização dos conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico, social, cultural
Habilidade EF09GE17 e dos conhecimentos geográficos para entender a
O conteúdo da página possibilita que os interação entre a sociedade e a natureza, o processo
estudantes entendam as características físico- de ocupação humana e produção do espaço, além
naturais e a forma de ocupação e usos da terra de proporcionar o entendimento das formas de uso.
195
Orientações
Mares e lagos
Exploração de petróleo no
Mar Cáspio. Rússia, 2018.
Alexander Ingerman/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
dpa/picture alliance/Getty Images
DA EDITORA DO BRASIL
196
Foco na BNCC
Competências gerais 1, 2 e 5 a utilização dos conhecimentos historicamente
Competências específicas de Geografia 1 e 3 construídos sobre o mundo físico, social, cultural
e dos conhecimentos geográficos para entender a
Habilidade EF09GE17 interação entre a sociedade e a natureza, o processo
O conteúdo da página possibilita que os de ocupação humana e produção do espaço, além
estudantes entendam as características físico- de possibilitar o entendimento das formas de uso
naturais e a forma de ocupação e usos da terra em e incentivar a utilização de tecnologias digitais de
diferentes regiões da Ásia. O tema valoriza informação e comunicação de maneira reflexiva.
196
Confira a seguir essa redução do volume de água do Mar de Aral na sequên- Atividades
cia de imagens obtidas por meio de satélites. complementares
1. Ressalte o processo de desapareci-
O Mar de Aral era alimentado pelas águas dos rios Amu Daria e Sir Daria.
No entanto, a partir da década de 1980, o governo da antiga União Soviética
passou a retirar água em grande quantidade desses rios para irrigar o cultivo de
algodão na região. Com menor quantidade de água para alimentá-lo, o Mar de
Aral foi, aos poucos, secando.
Além do desastre ambiental, a indústria pesqueira que sustentava a eco-
nomia local foi prejudicada, pois o pouco de água que sobrou no mar recebeu
grande quantidade de pesticidas e elevada concentração de sal. Como con-
sequência do declínio do nível de água do Mar de Aral, a poluição também
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
contaminou os lençóis de águas subterrâneas. DA EDITORA DO BRASIL
Atualmente, o governo do Uzbequistão, em parceria com a comunidade
internacional, tenta reverter a situação. No entanto, a exploração de petróleo em
seu leito seco já teve início, o que parece impedir grandes avanços na tentativa
de recuperar o mar.
O desaparecimento do Mar de Aral é considerado um dos maiores desas-
tres ambientais da história da humanidade.
197
197
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas No Oriente Médio, a disputa pela água é causa de grandes conflitos. Observe o mapa a seguir e res-
ponda às questões.
Olhar cartográfico
1. Cisjordânia, na qual tanto Israel Cisjordânia: disputa pela água - 2013
como a Palestina dependem dessa
Mario Yoshida
água e a disputam. Haifa
Mar da Galileia
(Lago Tiberiades)
(Lago Tiberíades)
2. Rio Jordão. Alimenta o Mar Morto.
3. Trata-se do Oriente Médio, região Nazaré
Aquífero do
Nordeste
de clima desértico, com escassez
de chuvas e, consequentemente, Mar
baixa quantidade de rios. Meditterrâneo Lenin
Rio Jordão
Desafio Netanya
Hebron Mar
Gaza
Morto
N
FAIXA DE
O L GAZA
S
Be’er Sheva’
Divisor de águas
Direção do fluxo da água
0 17 34 km Capital de país
1 : 1 700 000
Cidades principais
35°L
Fonte: PHILLIPSON, Olly. Atlas geográfico mundial. 2. ed. São Paulo: Fundamento Educacional, 2014. p. 93.
1 Na região representada no mapa ocorrem conflitos territoriais desde 1948. Tais conflitos envolvem
também o direito sobre a água proveniente dos aquíferos da região. Que região é essa?
198
Foco na BNCC
Competência geral 4
Competência específica de Ciências Humanas 7
Competência específica de Geografia 4
A utilização da linguagem cartográfica neste
contexto propicia o desenvolvimento do
raciocínio espaço-temporal.
A leitura, a interpretação do mapa e a realização
das atividades da seção Olhar cartográfico
possibilitam o desenvolvimento do pensamento
espacial por meio do uso da linguagem cartográfica.
198
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Quais são os principais fatores que determinam a grande quantidade de rios no continente asiático?
1. A vastidão do continente, os climas
2 Onde estão localizados os rios Indo e Ganges? Como é a qualidade das águas desses rios? úmidos e o grande abastecimento
de água proveniente do derretimen-
3 Por que se afirma que no século XXI haverá guerras por água, especialmente na região do Oriente Médio? to de gelo das montanhas.
4 Qual é a importância da Usina Hidrelétrica de Três Gargantas para a China? Em que rio ela foi construída? 2. O Rio Indo percorre a Índia e o
Paquistão; o Rio Ganges passa pela
5 Qual é a principal importância econômica do Mar Cáspio?
Índia e por Bangladesh. Esses rios
estão extremamente poluídos.
Para refletir
3. Há poucos rios no Oriente Médio
1 Leia o trecho da notícia a seguir e comente as causas do desaparecimento do Mar de Aral. em razão do clima árido da região.
Quarenta anos atrás, o mar de Aral ficava repleto de barcos e pescadores – mas agora ele pra- A pouca disponibilidade de água
ticamente desapareceu. Ele começou a secar com a construção de represas e canais, a partir dos pode levar os países a conflitos ar-
anos 1960, que impediram dois rios de abastecê-lo de água. Em 2000, o Mar de Aral do Norte já mados pela posse e pelo controle
estava separado do Sul. Em 2014, o lado leste do mar já estava completamente seco. desses poucos rios. Isso já ocorre
FOTOS de satélite da Nasa registram drásticas mudanças ambientais no mundo. BBC News Brasil, 11 abr. 2015. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150410_galeria_nasa_mudancas_climaticas_pai. Acesso em: 13 abr. 2022.
em relação ao Rio Jordão e aos rios
Tigre e Eufrates, por exemplo.
2 Observe as informações presentes no Oriente Médio: questão da água – 2013 4. A Usina Hidrelétrica de Três
mapa ao lado e registre as três que mais Mar Negro Gargantas localiza-se no Rio
Sonia Vaz
Ancara
chamaram sua atenção sobre a questão da Yang-tsé-kiang. É a maior do mun-
Mar
água no Oriente Médio. TURQUIA Ti L. de
Cáspio
do e foi construída com o objetivo
g Urmia
de gerar energia para o consumo
re
E uf
ra t Teerã
e
LÍBANO SÍRIA da numerosa população chinesa e
s
Mar Beirute
Mediterrâneo Damasco Bagdá
Aquífero fóssil
ISRAEL para o setor industrial do país.
Capital de país Jerusalém Amã IRAQUE IRÃ
Usina de País que controla Cairo
JORDÂNIA 5. Exploração de petróleo e gás natural.
a vazão do Tigre KUWAIT Capital de país
dessalinização 1 285
e Eufrates Golfo Usina de
Para refletir
Nilo
N
OCEANO de dessalinização
das águas do mar
ÍNDICO
Salinização do solo
cia a aspectos como: países que
Sana
IÊMEN
O L pela irrigação
praticam a dessalinização da água
Tensão ligada aos
S recursos hídricos do mar, áreas de tensão, países que
Capacidade de
Fonte: FERREIRA, Graça Maria L. Atlas geográfico:
0 350 700 km dessalinização da
água (mil m³/dia)
controlam a vazão dos maiores rios
espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2019. p. 102. 45° L 1: 35 000 000
etc. O importante é que ele perceba
199
4
Objetivos do capítulo
• Analisar a diversidade de climas e
de tipos de vegetação pelo conti-
nente asiático.
• Relacionar os diferentes climas Clima e vegetação
a suas respectivas formações
vegetais.
• Identificar os principais impactos
ambientais no continente asiático.
Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou os principais rios, mares e lagos do continente asiá-
tico, a importância econômica, os desastres ambientais e os conflitos relacionados aos
pedagógicos recursos hídricos. Neste capítulo, você estudará fatores determinantes dos climas da
Os tipos de clima e de formação Ásia, a variedade climática e vegetal do continente e a ação humana nas paisagens.
vegetal são conhecimentos previa-
mente trabalhados no Ensino Funda-
60°L 120°L
baixas temperaturas durante o ano todo,
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Mar Negro
Mar
OCEANO o solo é predominantemente congelado.
PACÍFICO Clima OCEANO
Quando a camadaClimade gelo derrete nos
Cáspio Mar Negro
Círculo Polar Ártico Mar
Mar Cáspio PACÍFICO
Equatorial
60°N
Mediterrâneo
30°N
Mar dias de verão, forma-se a tundra, vege-
Equatorial
Mediterrâneo Tropical
30°N tação rasteira, composta basicamente de
Tropical
Trópico de Câncer Subtropical
Trópico de Câncer musgos e liquens.
Temperado
Subtropical
200
Em grande parte do norte da Ásia, ao sul da região ártica, predomina o clima Orientações
frio. Nessa região se desenvolve a taiga, floresta composta de árvores de grande Explique aos estudantes que a
porte, com ramos curtos e folhas pequenas, cuja principal espécie é o pinheiro. taiga é caracterizada por folhas em for-
mato de agulha (aciculifoliadas). Des-
Ásia: vegetação original
taque também que a copa, em forma
Mario Yoshida
60°L 120°L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO de cone, impede a iluminação solar de
chegar ao solo, dificultando o cresci-
Círculo Polar Ártico
mento de outras espécies vegetais.
60°N 60°L 120°L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Retome as características do clima
mediterrâneo, que tem verões quen-
Círculo Polar Ártico tes e secos e invernos frios e úmidos.
Principais tipos de vegetação Suas formações vegetais são caracte-
60°N Mar Negro Floresta temperada
Mar
Cáspio Taiga
rizadas por plantas do tipo xerófilas.
Mar Estepes Essa cobertura vegetal é formada por
Mediterrâneo
30°N
Vegetação mediterrânea
Principais tipos de vegetação
maquis e garrigue. Os maquis são ar-
Tundra
Mar Negro
Mar
OCEANO
PACÍFICO
Floresta temperada
Deserto quente bustos densos e fechados. As prin-
Trópico de Câncer
Taiga
Cáspio
Deserto frio
Estepes
cipais espécies são: timo, alfazema,
Mar Vegetação montanhosa
Mediterrâneo Vegetação mediterrânea
Floresta tropical úmida
carrasco e alecrim.
30°N Tundra
OCEANO
PACÍFICO Deserto quente
Trópico de Câncer
Deserto frio
N Vegetação montanhosa
Equador
0° Floresta tropical úmida
O L
OCEANO
ÍNDICO
S Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA,
0 N
1178 2356 km Jussara Vaz. Atlas geográfico
Equador do estudante. São Paulo: FTD,
0° 1 : 117 800 000
O L 2016. p. 164.
OCEANO
ÍNDICO
Nas áreas de clima temperado e subtropical, encontram-se as
Ilya Naymushin/Reuters/Fotoarena
201
Foco na BNCC
Competência geral 1
Competências específicas de Geografia 2 e 3
Habilidade EF09GE16
O conteúdo da página possibilita ao estudante
identificar e comparar os diferentes domínios
morfoclimáticos da Europa e da Ásia. O tema
valoriza a realização de conexões entre diferentes
temas do conhecimento geográfico, envolvendo
os princípios da analogia, conexão, diferenciação
e localização.
201
Orientações
FG Trade/iStockphoto.com
Instrua os estudantes na leitura e
interpretação dos mapas. É importan-
te que eles entendam a diferença das
características dos ventos de mon-
ções nas diferentes estações do ano.
60°L 120°L
60°L
Sonia Vaz
120°L
ÁSIA ÁSIA
30°N 30°N
Trópico de Câncer Trópico de Câncer
OCEANO OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO
OCEANIA OCEANIA
Trópico de Capricórnio Trópico de Capricórnio
30°S 30°S
N N
Alta pressão Alta pressão
O L Baixa pressão O L Baixa pressão
0 2 100 4 200 km
0 2 100 4 200 km
Massas de ar Massas de ar
1 : 210 000 000 S seco 1 : 210 000 000 S
úmido
60°S 60°S
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2013. p. 171. Paulo: Saraiva, 2013. p. 171.
202
202
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
Chuvas de monção devem atingir a Índia mais cedo do que o habitual,
Um pouco mais sobre
diz governo
1. a) Ao fenômeno climático das mon-
[...]
ções, que estão diretamente re-
Quase metade das terras agrícolas da Índia não tem irrigação e depende das chuvas anuais
de junho a setembro para cultivar arroz, milho, cana-de-açúcar, algodão e soja.
lacionados aos períodos mais
[...] secos e chuvosos das regiões
JADHAV, Rajendra. Chuvas de monção devem atingir a Índia mais cedo do que o habitual, diz governo. Forbes, 13 maio 2022. Disponível em: sul e sudeste da Ásia.
https://forbes.com.br/negocios/2022/05/chuvas-de-moncao-devem-atingir-a-india-mais-cedo-do-que-o-habitual-diz-governo/.
Acesso em: 20 jun. 2022.
b) Durante o verão, os ventos
úmidos oriundos do Oceano
Com base na interpretação do texto, responda:
Índico levam umidade da chuva
1
à Índia, fato que é de funda-
a) A qual fenômeno climático o texto faz referência? Onde ele ocorre?
mental importância para muitos
b) Qual é a importância desse fenômeno para a economia de parte da Índia? agricultores locais que não con-
seguem irrigar artificialmente
suas plantações.
Questões ambientais
Países como China e Indonésia estão entre os de maior biodiversidade no
mundo. São chamados megadiversos, devido ao grande número de espécies
de plantas e animais endêmicos. No entanto, ao longo das últimas décadas, o Endêmico: peculiar
de uma região.
desmatamento tem modificado a paisagem natural asiática. Como em outros
continentes, a vegetação original tem sido retirada para dar lugar à criação de
animais e ao cultivo. O aumento populacional acelerado no continente a partir
da segunda metade do século XX não deixa de ser um fator determinante na
ocupação das áreas de vegetação nativa, com a expansão urbana.
As florestas tropicais foram bastante devastadas pela ação antrópica. Com
a grande demanda de madeiras nobres pelos países desenvolvidos, as florestas
da Malásia e da Indonésia estão próximas da exaustão. No caso desta última,
matas são retiradas para o cultivo da palmeira de dendê. O biodiesel gerado
abastece grandes economias da Europa, como a Alemanha. Floresta tropical devastada.
Sigapon, Malásia, 2019.
hain.tarmann/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
203
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 3
A discussão sobre as questões ambientais na
Ásia permite identificar, comparar e explicar
a intervenção do ser humano na natureza e
na sociedade.
203
Orientações No norte do continente, a taiga também vem sendo agredida pela ação
Comente com os estudantes que humana. Muitas árvores são extraídas para alimentar principalmente as indús-
a Rússia fez seu primeiro teste nu- trias de papel e celulose.
clear em 1953, a Índia em 1998 e o Além da devastação de vegetação nativa, o continente asiático sofre outras
Paquistão em 1972. Retome os co- formas de degradação ambiental, como a poluição do ar e a deterioração dos
nhecimentos prévios deles sobre o rios e mares.
tema e promova uma roda de con- A construção da Usina Hidrelétrica de Três Gargantas também causou
versa a respeito dos riscos dos tes- grande impacto ambiental, pois uma vasta área florestal da China foi inundada.
tes nucleares aos seres humanos e ao
ZDL/Shutterstock.com
meio ambiente.
204
204
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Copie o quadro a seguir e complete-o com as características das paisagens asiáticas correspondentes
1. Extremo norte – clima: polar –
às áreas indicadas.
vegetação: tundra. Norte, ao sul
da região ártica – clima: frio –
LOCALIZAÇÃO CLIMA VEGETAÇÃO
vegetação: taiga. Japão e litoral
Extremo norte leste da China – clima: temperado
Norte, ao sul da região ártica – vegetação: floresta temperada.
2. No verão, os ventos partem do
Japão e litoral leste da China
Oceano Índico (alta pressão) carre-
gados de umidade e seguem em di-
2 Observe a fotografia a seguir e relacione a situação retratada com o clima do sul e sudeste asiáticos.
reção ao sul e sudeste da Ásia (baixa
O que explica o excesso de chuva na região?
pressão). Isso causa grandes quan-
tidades de chuvas prolongadas no
AJP/Shutterstock.com
205
Faça no caderno
Orientações
Retome com os estudantes os prin-
cipais motivos que explicam o baixo
número de eventos sísmicos signifi-
cativos no território brasileiro.
Se julgar interessante, retome o
mapa da página 187 e localize as
“Catástrofes naturais” não existem, 10 + Desconhecido. Provavelmente racharia o planeta.
regiões que se destacam pelo núme- pois eventos naturais não podem
ro de atividades vulcânicas e abalos ser considerados catástrofes. Destruição em milhares de quilômetros.
9.1 – 10 1 por década
sísmicos. As catástrofes são sempre sociais.
Terremoto muito forte. Causa destruição total
8.1 – 9.0 na comunidade atingida e em regiões próximas.
Tsunamis
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Quando um terremoto atinge o fundo do oceano, ele causa tremores em seu leito, que propagam as ondas sísmicas na
água, produzindo ondas gigantes e de grande intensidade. Conforme elas se aproximam da praia, quebram, perdem
DA EDITORA DO velocidade
BRASILe se tornam gigantescas. Essas ondas gigantes são chamadas de tsunamis.
Ilustrações: Luis Moura
206
206
Orientações
Consideramos importante a dis-
Fontes: MORTOS em terremoto no Nepal passam de 7 mil. BBC News Brasil, 3 maio 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2015/05/150503_nepal_montanhas_lk; VICHESSI, Beatriz. Como analisar fenômenos naturais como os terremotos. Nova Escola, 1º abr. tinção entre catástrofes e desastres
2010. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2311/como-analisar-fenomenos-naturais-como-os-terremotos; OS TERREMOTOS mais naturais.
graves no Japão na última década. G1, 7 dez. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/12/os-terremotos-mais-graves-no
-japao-na-ultima-decada.html. Acessos em: 13 abr. 2022. As catástrofes sempre são sociais,
podem ser provocadas pela ocor-
rência de desastres naturais como
Cristiane Viana
os terremotos, tsunamis, inundações,
Índia e Paquistão – 2005 China – 2008 deslizamentos de terra, avalanches,
Mortos – 86 mil / Feridos – 100 mil Mortos – 85 mil / Feridos – 358 mil ciclones e furacões, sempre envolven-
Ocorrido na província de Sichuan, no
Com o epicentro na região do Himalaia,
centro da China, o terremoto foi sentido
do perdas humanas e materiais. Já
o terremoto atingiu esses dois países.
Brigas políticas agravaram a situação, pois no país todo. Mais de 80% das casas os desastres naturais não obrigatoria-
foram destruídas. Além disso, toneladas de
dificultaram o auxílio humanitário das regiões
produtos químicos foram desenterradas,
mente afetam de forma catastrófica
devastadas, que, por estarem em lugares de
difícil acesso na montanha, com o inverno somando-se a material radioativo que estava vidas e materiais.
chegando, precisavam de toda ajuda possível. estocado em silos que se romperam. Esse
material acabou sendo carregado para os
Estima-se que 3,5 milhões de pessoas tenham
lagos pelas chuvas.
½ Respostas
ficado desabrigadas.
Em foco
1. Destroem edificações, provocam
9 avalanches, deslizamentos de ter-
ra e mortes, afetam os sistemas de
8 vários setores, causam desastres
7.8 químicos etc.
7.8 2. Localizam-se no Círculo de Fogo do
Japão – 2011
Mortos – 20 mil / Feridos – 80 mil Pacífico, região de choque de placas
Propenso a incidentes desse tipo, mesmo tectônicas.
com pesquisas constantes na área e um
aviso prévio, o Japão foi assolado por
terremotos e tsunamis durante os meses
de março e abril de 2011. Eles causaram
destruição de mais de um milhão
de casas e sérios estragos na usina
Nepal – 2015 nuclear de Fukushima, o que provocou
imensuráveis danos ao meio ambiente.
Mortos – 7 mil / Feridos – 14 mil
Indonésia – 2004
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Mortos – 226 mil / Feridos – 125 mil
207
207
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 Caracterize o continente asiático quanto à área e à população em comparação aos demais continentes.
Para encerrar 2 Leia o trecho e analise a ilustração a seguir. Depois, responda às questões.
a) A que tipo de movimento tectônico corresponde a formação do Himalaia? Como ela ocorreu?
b) A que tipo de estrutura geológica essa formação se refere? Como essa estrutura se caracteriza?
3 Qual forma de relevo acolhe a maior concentração populacional e onde predomina a atividade agrícola
da Ásia? Cite exemplos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
4 O que explica o fato de o continente asiático ter um grande número de rios?
DA EDITORA DO BRASIL
5 Por que o Oriente Médio é palco de conflitos por recursos hídricos?
208
Sobre a avaliação
½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para retomar conhecimentos relativos à Ásia e suas regiona-
fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as como lizações, resgate com os estudantes o conteúdo dos mapas das
diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas no início páginas 178 e 180 e as atividades da página 184. Em relação
da unidade (EF09GE16 e EF09GE17) foram desenvolvidas ao relevo asiático, retome o conteúdo do mapa da página 185,
de maneira satisfatória. As atividades propostas na unidade os exercícios da seção Olhar cartográfico na página 187 e as
podem auxiliar os estudantes na preparação para exames atividades da página 191. Quanto à hidrografia do continente,
de larga escala. retome o conteúdo utilizando o mapa da página 193, as ativi-
dades da seção Olhar cartográfico da página 198 e as ativida-
des da página 199. Quanto ao clima e vegetação do continente
208
Orientações
9 Com base no mapa a seguir, faça o que se pede. ½½ Respostas
Para encerrar
Jairo Souza
EUROPA
ÁSIA
6. Climas polar, frio, frio de montanha,
OCEANO
subtropical, temperado, mediterrâ-
PACÍFICO neo, desértico, semiárido, tropical
ÁFRICA e equatorial.
Equador
0º
7. Floresta temperada, taiga, estepes,
OCEANO
OCEANO ÍNDICO vegetação mediterrânea, tundra,
Meridiano de Greenwich
ATLÂNTICO
deserto quente, deserto frio, ve-
OCEANIA
getação montanhosa, floresta tro-
0 2 175 4 350 km Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. pical.
Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São
0º
1 : 217 500 000
Paulo: Saraiva, 2013. p. 171. 8. Desmatamento, poluição do ar,
deterioração dos rios e mares, pre-
a) Qual é o nome da região destacada no mapa?
sença de esgotos a céu aberto, acú-
b) Explique como funciona o mecanismo de alternância de estação seca e chuvosa nessa região. mulo de lixo comum e lixo atômico,
derramamento de petróleo, entre
10 Elabore uma lista com os problemas que os terremotos acarretam para os países e para as pessoas.
outros.
11 Descreva a importância econômica e religiosa do Rio Nova Délhi (Índia) 9. a) Sul e Sudeste da Ásia ou Ásia
Ganges para a sociedade indiana. de Monções.
Avaliação de resultados
Retome os objetivos da unidade descritos na página 176
deste manual e baseie-se neles para a elaboração de uma
avaliação. É importante certificar-se de que as competências
gerais e as competências e habilidades específicas de Geo-
grafia indicadas sejam contempladas na avaliação.
209
Objetivos da unidade
Introdução
Encerrando os estudos sobre a
Ásia, esta unidade aborda os aspec-
tos sociais e econômicos do conti-
nente. São abordadas as principais ca-
racterísticas demográficas e culturais
da Ásia, principalmente da China, da
Índia e do Japão. O estudante poderá
estudar os conflitos e os movimentos
separatistas no Tibete, em Taiwan e
na Caxemira, além das principais ca-
raterísticas econômicas da China, da
Índia, do Japão e dos Tigres Asiáticos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Por fim, são apresentados os aspec-
tos econômicos de alguns países do
Oriente Médio, a importância do pe-
DA EDITORA DO BRASIL
tróleo e da água e os principais confli-
tos e implicações na geopolítica atual
Apresentação de
da região. grupo de pop sul-
-coreano. Seul, Coreia
Justificativa do Sul, 2022.
210
7
Orientações
Após observar e descrever as ima-
gens, certifique-se de que ficou cla-
ra para os estudantes a diferença en-
tre as manifestações culturais. Uma
é tradicional e remete aos hábitos e
tradições antigos do país. A outra é
atual e faz uso de recursos modernos,
trata-se do estilo musical nascido na
Ásia:
Coreia do Sul conhecido como K-pop.
½ Respostas
sociedade e
1. Espera-se que o estudante conclua
que uma das manifestações culturais
economia
resgata costumes antigos e tradi-
cionais da Coreia do Sul, enquanto
outra diz respeito a um fenômeno
atual, o K-pop.
2. Resposta pessoal. Incentive os estu-
dantes a refletirem sobre a possível
existência de algum bairro fundado
A cultura da Ásia é o agregado da herança de muitas naciona-
lidades, sociedades, religiões e grupos étnicos. Pelos aspectos
ou habitado por povos asiáticos no
sociais e culturais, fica evidente que a Ásia é um continen- município em que vivem. Chame
te distinto: nesse sentido, houve pouca unidade ou história a atenção para elementos como
comum entre as muitas culturas e povos desse continente. a culinária, a música, os desenhos
animados ou histórias em quadri-
1. As fotografias evidenciam dois aspectos de nhos, que eventualmente podem
contraste na cultura sul-coreana. Quais são eles? fazer parte do dia a dia deles.
2. O que você conhece sobre a cultura dos países
Foco na BNCC
asiáticos? Acredita que ela seja percebida em seu
dia a dia? Competências gerais 2, 3 e 4
Competência específica de
Geografia 6
Habilidade EF09GE04
A utilização de
imagens que retratam
manifestações culturais
com elementos tradicionais
e contemporâneos da
Coreia do Sul possibilita aos
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO estudantes se apropriarem
DA EDITORA DO BRASIL
Nesta unidade, você vai estudar: de diferentes linguagens para
refletirem sobre a diversidade
• população e ocupação da Ásia;
sociocultural do continente
• aspectos sociais, culturais e demográficos dos países asiáticos;
asiático, identificarem em
• conflitos e movimentos separatistas no continente;
seus cotidianos aspectos da
• aspectos econômicos das principais potências; cultura asiática e analisarem
• guerras e conflitos regionais. as interculturalidades
regionais com base em ideias
211
geográficas e para prezar pelo
respeito ao outro.
211
1
Objetivos do capítulo
População e
• Compreender a ocupação humana
do continente asiático.
• Identificar as principais caracterís-
ticas dos aspectos socioculturais
e demográficos da China, da Índia sociedade
e do Japão.
Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os fatores determinantes dos climas da Ásia, a varie-
Os aspectos demográficos e socio-
dade climática e vegetal do continente e a ação humana nas paisagens. Neste capítulo,
culturais são conhecimentos previa- você vai estudar as principais características demográficas e culturais da Ásia, principal-
mente trabalhados no Ensino Fun- mente da China, da Índia e do Japão.
damental (EF05GE03, EF07GE06,
EF07GE10, EF08GE01, EF08GE03) que
se relacionam com os assuntos traba-
Ocupação humana
90º L
Arábia e de Gobi, assim como a Cordi- as montanhosas e as geladas (Sibéria).
lheira do Himalaia e a Sibéria. Chame Círculo Polar Ártico
Os países mais populosos são China,
a atenção para o fato de que as áreas Índia, Indonésia, Paquistão, Bangladesh
mais populosas estão associadas às e Japão. Esses países guardam suas
planícies litorâneas e fluviais, como particularidades culturais e são muito
a costa chinesa, as ilhas japonesas e diferentes entre si, apesar de estarem no
as grandes cidades indianas. Solicite mesmo continente.
aos estudantes que reflitam sobre os Vamos conhecer um pouco melhor a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
fatores naturais que facilitam ou difi-
Trópico de Câncer
população e a cultura da China, da Índia
e do Japão, alguns dos principais países
cultam a ocupação de um território
pelos seres humanos.
DA EDITORA DO BRASIL
Habitantes por km²
OCEANO
asiáticos.
Menos de 1 N
PACÍFICO
De 1 a 10
De 10 a 25 O L
OCEANO
De 25 a 50 Equador ÍNDICO 0º
S
De 50 a 100
De 100 a 200 0 1430 2 860 km
Mais de 200 Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas
1 : 143 000 000
geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.
212
212
Orientações
China: população, cultura e sociedade Oriente os estudantes sobre a leitura
A China, país mais populoso do mundo, com aproximadamente 1,4 bilhão e interpretação do mapa, retomando
de habitantes (dados de 2020 da ONU), apresenta grande diversidade étnica. os conhecimentos sobre densidade
Turcos, mongóis, tibetanos, chineses, chuangs e coreanos são os principais gru- demográfica.
pos étnicos que compõem o país.
Se possível, acesse com eles
a página do IBGE sobre a China e,
Imaginechina/AP Images/Imageplus
juntos, verifiquem os principais
dados que se referem a indicadores
sociais, econômicos, entre outros
aspectos. Aproveite para retomar
conhecimentos prévios deles sobre
esses dados. Disponível em: https://
paises.ibge.gov.br/#/mapa/china.
Acesso em: 9 jun. 2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
213
Foco na BNCC
Competência geral 1 O objetivo é valorizar e utilizar os conhecimentos
Competência específica de Geografia 3 historicamente construídos para desenvolver
autonomia e senso crítico na compreensão e
Habilidade EF09GE09 aplicação do raciocínio geográfico na análise
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes da ocupação humana e produção do espaço,
analisar características de países e grupos de incentivando o aprendizado e colaborando para a
países asiáticos em seus aspectos populacionais, construção de uma sociedade justa, democrática
urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas e inclusiva.
desigualdades sociais e econômicas.
213
Orientações A porção oeste tem baixa densidade demográfica, pois é uma área de
Destaque que na China há mui- desertos, montanhas e poucos rios, fatores que dificultam a ocupação humana,
tas cidades com mais de 5 milhões a fixação de grandes contingentes populacionais e o desenvolvimento de ativi-
de habitantes, o que na maioria dos dades agrícolas.
países é um fenômeno raro. Embora Segundo a ONU, em 2020 a densidade demográfica na China era de
a China venha figurando como uma 153,3 hab./km². Observe a distribuição da população chinesa pelo território no
das principais potências econômi- mapa a seguir.
cas nos últimos anos, ainda existem Ao longo da história, a expansão chinesa ocorreu sobretudo no espaço
rural. A fixação das populações nas margens dos rios contribuiu grandemente
indicadores sociais que expõem um
para o desenvolvimento da agricultura no país.
grande contraste, como parte da po-
pulação sem acesso à rede sanitária e China: densidade demográfica – 2016
parte em quadro de subnutrição.
Allmaps
120º L
Faça a leitura do texto da seção
Diálogo com História e, em segui-
da, debata com os estudantes sobre
a influência da civilização chinesa nas
relações mundiais ao longo da histó-
ria. Esse debate pode ser feito com a
presença do professor de História. 40° N
214
214
Somente nas últimas décadas a China vem se urbanizando, devido a seu Orientações
acelerado desenvolvimento industrial. Em 2012, o governo noticiou que a popu- Promova a leitura da página e ex-
lação urbana havia ultrapassado a rural, perfazendo 51% da população abso- plique aos estudantes a respeito das
luta. Em 2018, esse percentual passou a ser de quase 59% (dados da ONU), políticas públicas chinesas para a con-
consequência da constante migração camponesa para as cidades em busca de tenção do crescimento demográfico.
emprego, principalmente no setor da construção civil, crescente no país. Retome os conceitos de taxa de na-
talidade e de fecundidade e auxilie
Bloomberg/Getty Images
a turma em relação às suas dúvidas.
Se possível, promova a análise da
pirâmide etária da China (disponível
em: https://www.populationpyramid.
net/pt/rep%C3%BAblica-popular-da
-china/2019/; acesso em: 9 jun. 2022),
chamando a atenção dos estudantes
para o formato de sua base, cada vez
mais estreita, e converse com eles so-
bre as consequências da transição de-
mográfica para a população chinesa.
Para aprofundar
A reportagem “A China quer mais
filhos. E as mulheres?” publicada pelo
portal de notícias El País discute a
permissão para aumento no número
de filhos, por parte do governo
chinês, sob o ponto de vista das
Xangai, China, 2022. mulheres chinesas. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/internacional/
A China, assim como a maioria dos países asiáticos, é muito desigual nos 2021-06-07/a-china-quer-mais-filhos
aspectos socioeconômicos. Apesar de o crescimento econômico das últimas -e-as-mulheres.html. Acesso em:
décadas ter gerado riqueza e bem-estar para uma parcela da população, a 9 jun. 2022.
miséria e a pobreza ainda atingem grande parte dos chineses.
Para controlar o rápido aumento populacional, em 1979 o governo chinês
adotou a “política do filho único”. Segundo essa política, era permitido aos casais
terem apenas um filho, exceto os moradores do espaço rural ou os pertencentes
a determinadas etnias, que podiam ter até dois filhos. Os casais com mais de um
filho eram punidos pelo governo, principalmente com multas. Os que respeita-
vam a norma recebiam auxílio oficial para a criação do filho.
As baixas taxas de natalidade causaram preocupação no governo em rela-
ção ao futuro econômico chinês. A diminuição da mão de obra e o envelheci-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mento da população poderiam ameaçar a estratégia chinesa de fortalecimento e
crescimento industrial, colocando em risco o projeto do país de ser uma grande
potência econômica. DA EDITORA DO BRASIL
Em 2016, já com o objetivo de aumentar a taxa de natalidade da população,
o governo alterou a lei para permitir até duas crianças por casal.
Em 2021, foi aprovada uma nova lei que formaliza uma nova política de plane-
jamento familiar. De acordo com essa lei, as famílias ficam autorizadas a terem até
três filhos. O governo chinês, com essa medida, espera o crescimento da população
de forma a rejuvenescer a força de trabalho e reduzir os custos com mão de obra.
215
215
Orientações Atualmente, a China ainda convive com a acusação de cercear a democra-
Promova a leitura desta página cia e a liberdade de imprensa, pelo fato de os chineses não poderem eleger seus
com a turma e explique para eles os governantes e as notícias serem monitoradas previamente pelo governo.
acontecimentos que culminaram no
VCG/Getty Images
evento chamado “Massacre na Praça
da Paz Celestial”, em 1989. O protes-
to, realizado em junho daquele ano,
foi encerrado pela ação violenta dos
militares, que cercaram com tanques
a praça, atropelaram os manifestantes
e atiraram com armas de fogo. Não se
sabe o número exato de vítimas. Até
os dias atuais, a censura imposta so-
bre os meios editoriais e digitais não
permite com que a data seja citada,
nem lembrada. A ampla rede de al-
goritmos atua em busca de qualquer
referência sobre o assunto na internet,
mesmo que não seja direta, e as apa-
ga. O conteúdo desta página pode ser
trabalhado com o auxílio do professor
de História. Área residencial nobre em
Beijing (Pequim), China, 2021.
VCG/Getty Images
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
216
216
Orientações
Índia: população, Índia: densidade demográfica – 2016
Explique aos estudantes que o Rio
Allmaps
cultura e sociedade
90º L
Ganges é sagrado para os hindus. Eles
A Índia é o segundo país mais AFEGANISTÃO acreditam que suas águas descem di-
populoso do mundo. Em 2021, sua CHINA retamente dos céus por obra constante
população aproximada era de 1,3 bilhão do deus Brahma, criador do Universo.
de habitantes (dados do IBGE). Segundo PAQUISTÃO Por isso, o rio teria a capacidade de
Délhi
estimativas, se as atuais taxas de cres- NEPAL purificá-los de todos os pecados.
BUTÃO
cimento do país se mantiverem, sua Nova Délhi
Oriente os estudantes sobre a lei-
população total será a maior do mundo Trópico de Câncer tura do mapa desta página. Enfatize a
por volta de 2030, superando a chinesa. densidade demográfica indiana, vis-
O governo indiano tentou controlar to que estamos tratando de um dos
MIANMAR
o aumento da população implantando a
Mumbai ÍNDIA países mais povoados e populosos
política do filho único, como na China,
do mundo. Ressalte os aspectos físi-
mas não obteve êxito. A população não
cos do país e solicite que reflitam so-
adota o planejamento familiar por causa
de princípios da religião hinduísta, que
Habitantes por km² bre a relação entre esses aspectos e a
proíbe essa prática.
Menos de 1 Madras concentração da população ao sul do
De 1 a 10
O hinduísmo é uma das religiões De 10 a 25 Bengalore território. Os estudantes devem iden-
N
mais antigas do mundo – sua origem
De 25 a 50 10º N tificar que a ocupação no norte é me-
De 50 a 100
data do século XV a.C. Também é cha- De 100 a 200 SRI LANKA O L nor devido à Cordilheira do Himalaia.
mado de bramanismo, devido à crença Mais de 200
S
número de seguidores dessa religião. Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante.
São Paulo: FTD, 2016. p. 180.
O Rio Ganges e a cidade de Benares
(Varanasi) são sagrados para os hindus.
Além de populosa, a Índia é um dos países com maior densidade demo-
gráfica do planeta. Em 2020, segundo a ONU, o índice era de 464,1 hab./km².
A população está concentrada principalmente no sul e nas planícies dos rios
Indo, Ganges (Planície Indo-Gangética) e Bramaputra. As cidades mais populo-
sas são Délhi, Mumbai, Bangalore, Nova Délhi e Madras (Chennai).
Observe no mapa acima a concentração populacional na Índia e a localiza- Pessoas em ritual religioso
no Rio Ganges. Patna, Índia,
ção das principais cidades.
2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
217
217
Orientações Muitas cidades indianas se destacam pelo alto número de habitantes e por
Chame a atenção dos estudantes problemas relacionados à ausência de saneamento básico, além da falta de
para as fotografias desta página e moradias. A situação é mais grave nos grandes centros urbanos, como Mumbai.
peça que reflitam sobre as desigual- Uma significativa parcela da população indiana vive na miséria e é subnutrida.
dades socioespaciais e econômicas A população indiana apresenta grande diversidade étnica, religiosa e cul-
do país. Explique para eles sobre a tural, com 18 línguas regionais e mais de 1 500 dialetos. Essa variedade de
baixa mobilidade social do país para, culturas, atrelada a interesses por territórios, contribuiu para o surgimento de
em seguida, fazer a leitura do texto da vários conflitos. Além de divergências internas, há sérios atritos que envolvem
Bangladesh, Paquistão e o território da Caxemira.
seção Um pouco mais sobre.
O sistema de castas, apesar de proi-
Milind Ketkar/Alamy/Fotoarena
Para aprofundar
O jurista Bhimrao Ramji Ambe-
dkar é considerado o reformador
social do país, tendo feito a campa-
nha contra a discriminação aos dalits.
A Constituição dos anos 1950 proibiu
o sistema de castas, criou um siste-
ma de quotas de acesso a empregos
Área residencial nobre em Mumbai, Índia, 2020. Habitações precárias em Mumbai, Índia, 2022.
públicos e instituições de educação
para as castas mais baixas, e foi eleito
presidente da Índia entre 1997 e 2002,
o único dalit até hoje que chegou ao
cargo político mais elevado do país.
Saiba mais em: Uma sociedade em castas
• SANTOS, Cláudia Marques. Castas: Uma característica marcante da sociedade indiana é o sistema de castas, enraizado na cultura e
apesar de proibidas continuam na tradição do país. Nesse sistema, os grupos de pessoas se diferenciam socialmente pelo nascimento,
a moldar a sociedade indiana. mantendo um padrão de vida conforme a condição financeira da casta a que pertencem.
DN Life, 12 nov. 2019. Disponí- Além do poder aquisitivo, a cor da pele e a suposta pureza das castas também são fatores que as
diferenciam.
vel em: https://life.dn.pt/castas
Na sociedade indiana, as castas mais altas têm mais direitos e privilégios, além de status. As pessoas
-apesar-de-proibidas-continuam
que pertencem às castas consideradas inferiores – a maioria da população – são trabalhadores braçais
-a-moldar-a-sociedade-indiana/
e vivem em péssimas condições.
historias/354094/. Acesso em: 9
As pessoas que não pertencem a
jun. 2022. nenhuma dessas castas são chama-
COREIA
40°N
1. Leia o trecho a seguir e faça o que
DO
NORTE se pede.
Por que a China está
reprimindo artistas do
Niigata
Sendai hip-hop
Em efervescência desde 2017, es-
Mar do Japão /
Mar do Leste Nagano
pecialmente após o sucesso do rea-
COREIA Toyama
DO
lity musical “Rap of China”, o hip-hop
Kanazawa
SUL Megalópole inicial tem sido alvo do aparato de censura do
Hachioji Tóquio
Sagamihara
Funabashi
Expansão da megalópole governo chinês. Recentemente, foram
Kawasaki
Yokohama Chiba
Área muito urbanizada aplicadas sanções a músicos por mau
Kyoto Nagoya Pôlderes e aterros industriais comportamento e veiculação de con-
Kobe
Okayama Osaka Shizuoka Aeroporto internacional
Hiroshima teúdo em desacordo com os valores
Higashiosaka Hamamatsu Shinkansen (trem de grande
Kitakyushu Sakai velocidade) do Partido Comunista.
Fukuoka Pontes e viadutos principais CAPELHUCHNIK, Laura. Por que
Tecnopolos a China está reprimindo artistas do
Eixo de dinamismo e hip-hop. Nexo, [s. l.], 26 jan. 2018.
Nagasaki expansão metropolitana
Kumamoto Disponível em: https://www.nexojornal.
Aglomerações urbanas
com.br/expresso/2018/01/26/Por-que
(mil habitantes) -a-China-est%C3%A1-reprimindo
OCEANO de 350 a 499
de 500 a 2 000
-artistas-do-hip-hop. Acesso em:
PACÍFICO
mais de 2 000 9 jun. 2022.
N Cidade mundial
1 : 11 000 000
220 km de 200 a 300
100 Resposta pessoal. Espera-se que o
DA EDITORA DO BRASIL
130°L 140°L
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2010. p. 106. estudante conclua que as práticas
de censura e controle de informa-
A situação econômica e social favorável proporcionou uma boa qualidade ção, que são constantes na China,
de vida à população japonesa, tornando a expectativa de vida no país uma das visam reprimir manifestações con-
maiores do mundo – 85 anos (dados de 2020 da ONU). O envelhecimento da trárias às práticas econômicas e po-
população, no entanto, exige do governo maiores cuidados com as pessoas líticas do governo chinês.
idosas e mais verbas para o sistema previdenciário. b) Cite práticas políticas da China que
219
são alvo de críticas internacionais.
Espera-se que o estudante amplie
as informações contidas no texto
do capítulo citando, além da ausên-
cia da participação popular nas de-
cisões políticas e do cerceamento
da liberdade de imprensa, a falta de
liberdade de expressão e de pensa-
mento, a discriminação em relação
aos movimentos contrários ao go-
verno etc.
219
Orientações Com baixos índices de nascimento, há falta de mão de obra no Japão. Para
Decasségui: palavra resolver essa deficiência, o governo tem incentivado a imigração de trabalha-
½ Respostas
que significa dores de vários lugares do mundo, os chamados decasséguis, para ocupar fun-
“aquele que trabalha ções que a mão de obra qualificada japonesa não executa: garçons, lavadores
Diálogo com Arte fora”; trabalhador.
Descendente de de carros, pedreiros, eletricistas, camareiros de hotéis, entre outras.
1. a) O idoso é tratado com respeito japoneses ou não que Muitos brasileiros descendentes de japoneses trabalham no país nessas
e atenção; a sociedade é grata emigra para o Japão condições. O Japão é um dos países com o maior número de brasileiros, seguido
a ele pelas contribuições feitas em busca de trabalho.
por Estados Unidos e Paraguai.
ao longo de sua vida.
b) É tradição dessa sociedade
Atividades
complementares
Mercado com produtos
Solicite aos estudantes que se or- brasileiros em Hamamatsu,
ganizem em grupos. Proponha a eles Japão, 2008.
220
220
Faça no caderno
Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Associe a distribuição da população asiática às características físicas do território. 1. As áreas com maior concentração de
2 Por que a política do filho único, nos moldes chineses, não deu certo na Índia? pessoas são as planícies irrigadas e
drenadas pelos grandes rios. As áreas
3 Que problemas relacionados à qualidade de vida a população da Índia enfrenta? de baixa densidade demográfica são
as regiões desérticas, as montanho-
4 Explique como é a distribuição da população japonesa, levando em consideração as características físicas
sas e aquelas em que predomina o
do território.
clima frio.
5 O aumento da expectativa de vida e o baixo índice de natalidade trouxeram, paradoxalmente, um pro- 2. Uma das principais razões é que a
blema para o Japão. Que problema é esse e que medidas têm sido aplicadas para a sua solução? população indiana não aceitou
a política por causa de princípios
Para refletir da religião hinduísta, que não está
em conformidade com o planeja-
1 Leia o texto abaixo e responda à questão. Índia: pirâmide etária – 2020
mento familiar.
DAE
Ao menos 250 milhões de pessoas no Idades
100+
3. Há problemas relacionados à falta
mundo todo ainda enfrentam formas de dis-
Homens
95-99
90-94 Mulheres de saneamento básico e de moradia,
criminação e violência baseadas em sistemas 85-89
80-84
principalmente nos grandes centros
de casta ou em estruturas sociais similares, 75-79
urbanos, como Mumbai. Significativa
nas quais um determinado status é herdado 70-74
65-69 parcela da população indiana vive
durante o nascimento. 60-64
55-59 na miséria e apresenta subnutrição.
Segundo a relatora independente da 50-54
DAE
alerta relatora da ONU. ONUBR, 30 mar. 2016. Disponível em: https://brasil. Idades baixos índices de natalidade, há falta
un.org/pt-br/72612-sistemas-de-castas-violam-direitos-de-250-milhoes-de 100+
Para refletir
45-49
e, com base nas informações obtidas por meio de 40-44
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a) Por que a pirâmide etária da Índia apresenta
30-34
25-29
1. Nesse sistema de castas, os grupos
20-24
são diferenciados socialmente desde
DA EDITORA DO BRASIL
uma base mais larga do que a pirâmide etária
15-19
10-14
5-9
o nascimento, mantendo um pa-
do Japão? 0-4
drão de vida conforme a condição
5M 4M 3M 2M 1M 0 0 1M 2M 3M 4M 5M
b) O que explica a diferença entre os topos das Número de pessoas
financeira da casta a que pertencem.
pirâmides etárias do Japão e da Índia? Oficialmente, o sistema de castas es-
Fonte: United States Census Bureau. Disponível em: https://www.census.
gov/data-tools/demo/idb/#/country?COUNTRY_YEAR=2022&COUNTRY_ tá extinto na Índia, porém, na prática,
YR_ANIM=2020&FIPS_SINGLE=JA. Acesso em: 23 maio 2022. ele ainda permanece influenciando
a organização da sociedade indiana.
221
2. a) A pirâmide etária da Índia revela
alta taxa de natalidade e baixa
expectativa de vida. No país há
poucos investimentos em saúde
e educação. A pirâmide do Japão
revela baixa taxa de natalidade e
alta expectativa de vida. O país
investe mais recursos nas áreas
de saúde e educação.
b) No Japão, há maior expecta-
tiva de vida devido à melhor
qualidade de vida dos idosos.
Na Índia, a expectativa de vida
é menor, por isso há um menor
número de idosos no país, pro-
porcionalmente.
221
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as características dos
principais conflitos e movimentos
Conflitos e
separatistas do continente asiático.
movimentos
Pré-requisitos
pedagógicos separatistas
Os conflitos e movimentos sociais
são conhecimentos previamente tra-
balhados no Ensino Fundamental
No capítulo anterior, você estudou as principais características demográficas e culturais
(EF04GE01, EF05GE02, EF07GE02,
da Ásia. Neste capítulo, você vai estudar os conflitos e os movimentos separatistas no
EF08GE05, EF08GE10) que se relacio-
Tibete, em Taiwan e na Caxemira.
nam com os assuntos trabalhados no
capítulo. O resgate dessas habilidades
pode ser de grande importância para
o início da discussão sobre o tema Conflitos na Ásia
“Conflitos e movimentos separatistas Como você estudou na Unidade 5, são vários os fatores que levam uma
asiáticos”. nação ao desejo de independência. Entre os mais relevantes estão as diferenças
culturais e a falta de identificação com o Estado ao qual se está atrelado.
Orientações Alguns grupos étnicos da Ásia não habitam território próprio nem con-
Retome com os estudantes os co- tam com território autônomo. São obrigados a viver sob as leis e a organização
nhecimentos prévios sobre conflitos política de outros países. Esses povos têm origem e formação étnica e cultural
e movimentos sociais, lembrando-os próprias, sendo muitas vezes proibidos de expressar sua cultura.
do que foi estudado sobre os movi- Vamos conhecer um pouco melhor os casos do Tibete, de Taiwan e da Caxemira.
mentos separatistas na Europa, no
Capítulo 2 da Unidade 5. Tibete
O Tibete, província localizada ao norte da Cordilheira do Himalaia, no oeste
da China, era um país soberano até 1950. Ao anexar o território tibetano, o
governo da China, liderado por Mao-Tsé-Tung, que já o considerava uma área
estratégica, incentivou a migração chinesa para a região. A China ampliou,
então, suas fronteiras, aproximando-se da Índia. A região é rica em urânio,
matéria-prima essencial para o funcionamento de usinas nucleares.
222
222
Desde então, os tibetanos se tornaram prisioneiros na própria terra e um Orientações
povo sem pátria. O tibetano não é chinês, não fala a língua chinesa e não aceita Explique aos estudantes que, atual-
o domínio chinês. mente, o Dalai Lama não reivindica a
Em 1951 foi firmado o Acordo dos 17 Pontos, pelo qual China e Tibete independência do Tibete, e sim que
se comprometiam a encontrar uma solução democrática para o conflito. Con- este se torne de fato uma área autô-
tudo, a China seguia pressionando os membros do governo tibetano. Então, o noma da China, com o direito de se
Dalai-lama e outros integrantes do governo tibetano migraram para a Índia e governar com leis próprias, preser-
solicitaram asilo político. var sua cultura e sua escolha religio-
Desde a década de 1960, o Tibete é sa. Destaque que a China, por mais
China: diversidade étnica – 2013
considerado uma região autônoma, mas que tenha firmado o Acordo dos 17
Sonia Vaz
a autonomia ainda é questionada pela Pontos visando a uma solução demo-
China, que não abre mão do controle do 50°N
crática para o conflito, foi justamente
território. Uma das razões são as já men-
quem começou a ocupação de forma
cionadas riquezas minerais do subsolo
não democrática e que tem domínio
do Tibete. Coreanos
Turcos Mongóis Mar do e poderio econômico e político sobre
A China é muito criticada, princi- Japão 40°N
(Mar do Leste) a região tibetana.
palmente entre os países ocidentais, Mar
Instrua os estudantes a localizar
por manter o Tibete como província. Amarelo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Manifestantes protestam
contra acordos assinados
entre China e Taiwan. Taipé,
Taiwan, 2014.
223
Foco na BNCC
Competências gerais 7 e 9 exercício da empatia, da resolução de conflitos
Habilidades EF09GE03 e EF09GE08 e da cooperação – valorizando a diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes identidades e culturas, sem preconceito
identificar diferentes manifestações culturais de de qualquer natureza –, agindo pessoal e
minorias étnicas como forma de compreender a coletivamente com respeito, autonomia e
multiplicidade cultural e analisar transformações responsabilidade, e propondo ações sobre
territoriais, considerando o movimento de questões socioambientais com base em princípios
fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas éticos, democráticos e solidários.
regionalidades na Ásia. Ainda, estimula o
223
Orientações
Faça a leitura do texto com os es-
Caxemira
tudantes e os auxilie com todas as A Índia e o Paquistão são países com um passado colonial comum, já que ambos
dúvidas. Depois, explique a eles que foram dominados pela Inglaterra. O histórico de rivalidades, desentendimentos e
o conflito pelo controle do território guerras que os caracterizam hoje é também motivado pelas diferenças religiosas.
A formação do território indiano provocou conflitos entre os adeptos do
da Caxemira culminou nas guerras
hinduísmo e os do islamismo. Da época da independência até hoje, o pro-
indo-paquistanesas ao longo das dé-
blema persiste entre a Índia (hindu) e o Paquistão (islâmico). Uma área na Índia
cadas de 1940 à 1970. A China passou
que concentra muita tensão e onde há conflitos permanentes é a Província da
a reivindicar o território posteriormen- Caxemira, no norte do país. Embora esteja situada na Índia de maioria hindu,
te porque o considera parte da região a Caxemira tem população islâmica, motivo pelo qual parte de sua população
autônoma do Tibete. A maior parte deseja separar-se da Índia e se integrar ao Paquistão. Observe o mapa ao lado.
da população é muçulmana, mas a A Caxemira abriga a nascente de quatro
maior parte do território é ocupado Caxemira
dos cinco rios do Paquistão; por isso, é uma
pela população hindu, situação que
Sonia Vaz
TURCOMENISTÃO
CA
XEM região em que o controle da água é bastante
contribui para a atmosfera conflitante. AFEGANISTÃO IRA
CHINA
disputado. Na província, há conflitos arma-
Em seguida, faça a leitura da seção 30°N
dos entre grupos extremistas e o exército
PAQUISTÃO
Um pouco mais sobre e os ajude a IRÃ
NEPAL
BUTÃO Sob administração
indiano, que reprime qualquer manifestação
responder a questão. chinesa e
reivindicada de independência. Esses grupos já promove-
BANGLADESH pela Índia
Trópico de Câncer ÍNDIA MIANMAR CHINA ram vários atentados terroristas contra alvos
½ Respostas 20°N
Mar
Sob controle
do Paquistão hindus, no campo e nas grandes cidades.
Arábico
OCEANO N A Índia e o Paquistão têm bombas nuclea-
Um pouco mais sobre ÍNDICO
O L Baía de
Sob controle da Índia res, consequência da inimizade histórica e das
1. Adotou-se a política da não vio- Bengala
relações políticas tensas. Ambos os países
PAQUISTÃO
lência. Espera-se que o estudante 10°N
0
S
418 836 km
ÍNDIA
Limite da região
da Caxemira
30°N
são muito criticados no meio internacional por
valorize a importância do diálogo 1 : 41 800 000
SRI LANKA gastarem importantes recursos em armamen-
70°L 80°L 90°L
e da diplomacia na resolução dos Fontes: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo:
tos e investirem pouco na área social, como
conflitos atuais. Saraiva, 2013. p. 145; IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, saúde, educação, saneamento básico etc.
2016. p. 47.
Faça no caderno
Independência da Índia
No século XIX, a Índia foi ocupada pela Inglaterra e tornou-se oficialmente sua colônia. Em 1876,
transformou-se em vice-reinado britânico. No início do século XX, surgiram grupos e movimentos pró-
-independência, cujo maior líder foi Mohandas Karamchand Gandhi, que ficou conhecido como Mahatma
Gandhi (mahatma, em sânscrito, significa “grande alma”).
Gandhi liderou o movimento pela libertação da Índia adotando a política da não violência. Proibidos
de extrair sal do próprio território, os indianos passaram a usar a tática da desobediência, parando de
produzir e de fornecer produtos para a Inglaterra, ao mesmo tempo que deixavam de comprar artigos
industrializados da metrópole.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Em 1947, a Inglaterra reconheceu a independência da Índia. O país ficou dividido em dois Estados:
um com maioria de população hinduísta (Índia) e outro com maioria islâmica (Paquistão). Este último
DA EDITORA DO BRASIL estava separado em Paquistão Oriental (atual Bangladesh) e Paquistão Ocidental, atual Paquistão. Na
década de 1960, Bangladesh tornou-se independente do Paquistão.
1 Com base no texto, responda: Que tipo de estratégia de luta foi adotada no processo de independência
da Índia? Você acredita na eficácia dessa estratégia para resolver problemas diplomáticos no mundo
atual? Comente.
224
Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 7
o exercício da empatia, da resolução de conflitos
Habilidades EF09GE03 e EF09GE08 e da cooperação – valorizando a diversidade
O conteúdo desta página possibilita aos de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
estudantes identificar diferentes manifestações identidades e culturas, sem preconceito
culturais de minorias étnicas como forma de de qualquer natureza –, agindo pessoal e
compreender a multiplicidade cultural e analisar coletivamente com respeito, autonomia e
transformações territoriais, considerando o responsabilidade, e propondo ações sobre
movimento de fronteiras, tensões, conflitos e questões socioambientais com base em princípios
múltiplas regionalidades na Ásia. Ainda, estimula éticos, democráticos e solidários.
224
Faça no caderno
225
Orientações
½ Respostas 3. Após o malogro do Acordo dos 17 Pontos, pelo qual as
1. Entre os mais relevantes estão as diferenças culturais e a duas nações se comprometiam a encontrar uma solução
falta de identificação com o Estado ao qual está atrelada. democrática para o conflito, mas que não foi honrado pe-
2. A origem está nas mudanças na conjuntura do poder na la China, o Dalai Lama e integrantes do governo tibetano
China, que, em 1911, passou a ser uma República e, em migraram para a Índia e solicitaram asilo político. Assim,
1949, adotou o regime comunista, passando a subjugar a desde a década de 1960, o Tibete é considerado uma re-
cultura tibetana e a ameaçar a autonomia de seu território. gião autônoma, mas essa autonomia ainda é questionada
Desde então, eles se mantêm em atrito. pela China, que não abre mão do controle do território.
225
3
Objetivos do capítulo
• Entender as principais caraterísticas
econômicas da China, da Índia, do
Japão e dos Tigres Asiáticos.
• Identificar o crescimento econômi- Economia
co e a atual situação de protago-
nismo da China no cenário global.
Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os conflitos e os movimentos separatistas no Tibete,
Os aspectos econômicos, a agro-
Taiwan e na Caxemira. Neste capítulo, você vai estudar as principais caraterísticas eco-
pecuária, a industrialização, a infor- nômicas da China, da Índia, do Japão e dos Tigres Asiáticos.
matização, automação e robotização
e problemas socioambientais são
conhecimentos previamente tra-
balhados no Ensino Fundamental
Taxa de crescimento do PIB em
alguns países do G20 – 2021
China
(EF03GE09, EF05GE05, EF06GE06, Dos países recentemente industrializados, cha-
DAE
12
EF07GE06, EF08GE20) que se rela- 11,0 mados de emergentes, a China é um dos mais impo-
cionam com os assuntos trabalhados 10 nentes, pois sua economia registra crescimento acima
no capítulo. O resgate dessas habili- 8,1 8,2 da média mundial. Atualmente, o país integra o G20
8
dades pode ser de grande importân- e o Brics.
cia para o início da discussão sobre o 6 5,7 Entre os fatores que contribuíram para o cres-
5,2
tema “Economia asiática”. 4,6 cimento econômico chinês estão a produção com
4 tecnologia relativamente baixa e a farta mão de obra
Orientações 2 1,7 barata (no país encontra-se a maior população eco-
nomicamente ativa do mundo).
Oriente os estudantes sobre a 0 Observe no gráfico ao lado o destaque mundial
leitura e interpretação do gráfico. Se Brasil Japão Zona do Estados China Índia Turquia
da China e da Índia entre alguns países do G20 em
Euro Unidos
possível, acesse com eles o endereço relação ao crescimento do Produto Interno Bruto
Fonte: Austin e Poder 360. Disponível em: https://static.poder360.com.br/
eletrônico indicado e verifique outras 2022/03/austin-rating-ranking-4mar2022.pdf. Acesso em: 23 maio 2022. (PIB) em 2021. Note que, embora o PIB dos Estados
informações sobre os aspectos Unidos seja o maior do mundo, o da China e o da Índia
Gráfico que demonstra a taxa de crescimento do Produto Interno
econômicos da China. Disponível em: Bruto de alguns países do G20 em 2021. crescem em ritmo mais acelerado.
https://paises.ibge.gov.br/#/dados/ Esse exponencial crescimento se deve também à abertura eco-
VCG/Getty Images
china. Acesso em: 9 jun. 2022. nômica adotada pelo país nas últimas décadas. Em 1949, a China tor-
Pondere que os países do G20 com nou-se um país socialista, regido por uma economia planificada. Desde
elevado crescimento do PIB são aque- a década de 1980, no entanto, passou a adotar gradativamente, em
les que acolhem empresas estrangei- muitos setores, as regras da economia de mercado.
ras que investem em indústrias para Tradicionalmente a China caracterizou-se pelo predomínio da
se beneficiarem da mão de obra de atividade agrícola. Durante o século XX, a necessidade de produzir
baixo custo. Assim, explica-se, em alimentos para sua numerosa população obrigou o governo chinês a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
parte, os resultados de China e Índia, incentivar o cultivo no país. O resultado foi o grande desenvolvimento
do setor, tanto que sua produção abastece 20% da população mundial
por exemplo.
DA EDITORA DO BRASIL atualmente e emprega grande parcela da mão de obra chinesa.
Apesar do predomínio do uso de técnicas tradicionais, em áreas
específicas, a agricultura é altamente mecanizada, sobretudo nas terras
mais valorizadas às margens dos rios e no cultivo de hortaliças e frutas
próximo dos centros urbanos.
A China é o maior produtor de arroz do mundo, mas também se des-
Colheita de algodão. Xinjiang, China, 2021. taca na produção de chás, trigo, milho, cana-de-açúcar, cevada e seda.
226
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 3
O conteúdo que aqui se inicia permite identificar,
comparar e explicar a intervenção do ser humano
na natureza e na sociedade.
226
O principal responsável pelo crescimento econômico da China, no entanto, Orientações
é o setor industrial, fortalecido pela grande riqueza mineral no subsolo chinês, Explique aos estudantes sobre as
de onde se extraem minerais como o estanho, o zinco e o ferro, além de com- Zonas Econômicas Especiais (ZEEs)
bustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral) para o setor energético. da China. Após o crescimento indus-
Você já deve ter visto a expressão made in China em vários produtos que trial, ocorrido ao longo do século XX
circulam pelo Brasil. Isso se deve ao grande desenvolvimento do setor industrial e regulado pelo Estado, as ZEEs foram
da China, sobretudo a partir da década de 1980, quando o governo fez reformas criadas para direcionar a atividade
econômicas e estabeleceu as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), criadas para produtiva e para atrair investimentos
permitir a entrada no país do capital privado de empresas estrangeiras, prática
estrangeiros. Desde a década de 1960
que, durante décadas, foi proibida pelo governo chinês.
a China se encontrava em uma crise e
Uma importante estratégia para o crescimento da atividade industrial da
demandava o fortalecimento do volu-
China foi implementar a política de criação de empresas industriais chinesas em
me de exportações, sendo essas áreas
parceria com grandes empresas europeias e americanas em regime de econo-
mia mista, sendo 51% estatal do governo chinês e 49% da empresa estrangeira
a alternativa criada para resolver essa
consorciada. Nesse arranjo, as empresas estrangeiras entram com a tecnologia situação. Além disso, as ZEEs devem
e o capital financeiro e os chineses entram com o trabalho. As ZEEs, que são ser levadas em consideração por con-
espaços territoriais delimitados pelo Estado chinês para receber essas empre- ta de seu fator empregatício, já que
sas, foram fixadas na faixa litorânea do país, região densamente povoada e com a instalação de fábricas e indústrias
diversos portos, o que facilita a entrada e a saída de produtos. Beijing (Pequim), estrangeiras necessitava de grande
Xangai, Wenzhou, Fuzhou, Xiamen, Hong Kong e Macau estão entre as princi- quantidade de mão de obra qualifi-
pais cidades que se beneficiaram pela criação das ZEEs. cada e não qualificada.
Em 2001, com a abertura da economia chinesa para o mundo, o país foi Inicialmente, os principais setores
admitido na Organização Mundial do Comércio (OMC), reafirmando o desejo de eram o da indústria têxtil, de alimen-
seguir as regras capitalistas no mercado internacional. tos, de brinquedos e de produtos des-
cartáveis. Posteriormente, ganharam
Faça no caderno
destaque as indústrias dos ramos au-
tomobilístico, de equipamento eletrô-
nicos e de tecnologia avançada.
China: povoamento e desenvolvimento –2012 Atualmente, a China é um dos paí-
1 Qual porção do país apresenta ses mais modernos do mundo no que
Mario Yoshida
intensa atividade econômica? RÚSSIA se refere ao uso de tecnologia.
Que atividades econômicas se
MANCHÚRIA Hegang ½ Respostas
destacam nessa região?
Jiamusi
China “vazia”
CAZAQUISTÃO
Urumqi
MONGÓLIA Harbin
Olhar cartográfico
Baixa densidade de população; limitações para
uso agrícola: desertos, altas altitudes; atividade
QUIRGUISTÃO
Shenyang 1. O maior desenvolvimento econômi-
rural predominante: pecuária COREIA
China intermediária
DESERTO
TAKLA Yinchuan DESERTO
Beijing
(Pequim)
DO NORTE co na China ocorre na parte litorânea
MAKAN
Alta densidade de população rural; atividade
econômica dominante: agricultura
Golmo GOBI Taiyuan
Tianjin Mar COREIA
e na região da Manchúria, com in-
DO SUL
China litorânea e Manchúria
DESERTO
QAIDAM
DESERTO Xian
Zengzhou
Amarelo
tensa industrialização e investimento
ORDOS
Alta densidade de população total; urbanização
intensa, industrialização intensa; investimentos
estrangeiro.
estrangeiros importantes ÍNDIA PLANALTO
MONTANHAS Wuhan Xangai Dudong
TIBETE
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
HIMALAIA
Produção
NEPAL
Chongqing
OCEANO
Minerais, metais, petróleo
DA EDITORA DO BRASIL Tróp BUTÃO PACÍFICO
ico d
e Cânce
Industriais r
N
BANGLADESH Guangzhou TAIWAN
90% da população do país
vive a leste desta linha HONG KONG
Capital de país O L MIANMAR
Macau
VIETNÃ
Cidade
S LAOS I. Hainan
0 436 872 km
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico TAILÂNDIA
1 : 43 600 000
Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 144. 105° L
227
Foco na BNCC
Competências específicas de Geografia 1 e 2 tanto no predomínio de técnicas tradicionais
Habilidades EF09GE09 e EF09GE10 quanto na mais recente intensificação da
mecanização da produção em margens de rios
O panorama das técnicas e dos graus de e áreas próximas de centros urbanos, destaca-
capital e mão de obra aplicados nas atividades se o uso de diferentes objetos técnicos para
produtivas que tiveram grande importância para utilização de recursos da natureza pelos seres
a configuração atual do território chinês articula humanos. Tal abordagem manifesta-se também no
conhecimentos geográficos focados na interação tratamento do tema da industrialização chinesa e
entre a sociedade e a natureza. Tendo em vista que das consequentes transformações nos ambientes
a atividade agrícola é historicamente baseada físico-naturais.
227
Orientações Nos últimos anos, a China tem se apresentado como um
Danish Ismail/Reuters/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
228
Foco na BNCC
Competência geral 6 o pensamento espacial, para que possam
Competência específica de Geografia 4 argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis; defender pontos de vista
Habilidade EF09GE10 e decisões que respeitem e promovam os direitos
O conteúdo desta página possibilita aos humanos, a consciência socioambiental e o
estudantes analisar os impactos do processo consumo responsável, com posicionamento ético
de industrialização na produção e circulação de em relação ao cuidado de si mesmos, dos outros e
produtos e culturas na Ásia, desenvolvendo do planeta.
228
A indústria nuclear tem grande peso na economia e na produção de ener- Orientações
gia do país. Além de gerar eletricidade, foi usada também para desenvolver a Informe aos estudantes que a in-
bomba atômica, medida estratégica em razão do constante litígio com o Paquis- dústria cinematográfica da Índia é a
tão, país com o qual disputa a região da Caxemira. maior do mundo no que se refere à
A Índia também se destaca no setor de informática (indústria de ponta), Indústria de venda de ingressos, consequência do
produzindo e exportando softwares. Esse setor exige mão de obra qualificada, ponta: atividade grande número de pessoas que as-
o que tem levado o governo indiano a investir em educação e pesquisa. O prin- industrial avançada
tecnologicamente, sistem aos filmes semanalmente. Até
cipal polo de informática está em Bangalore. na qual a pesquisa a década de 1970, os filmes indianos
Outro setor importante é a indústria cinematográfica. A Índia é o país que exerce papel
fundamental e eram apenas de entretenimento. A
mais produz filmes durante o ano, superando os Estados Unidos. Essa atividade
que exige grandes partir da década de 1980, passaram
gera muitos empregos diretos e indiretos no país. investimentos a abordar questões sociais, e, depois
Assim como a China, a Índia é integrante do G20 e do Brics, sendo con- para funcionar.
São exemplos as dos anos 1990, o cinema do país se
siderada um país de economia emergente. O crescimento econômico vigoroso
indústrias dos rendeu à publicidade, com filmes de
gerou uma poderosa e ascendente classe média, mas não resolveu os graves setores farmacêutico,
problemas sociais, que atingem milhões de pessoas. Persistem taxas elevadas de informática, ação e ficção. Bollywood é o principal
aeroespacial e de centro da indústria cinematográfica
de desemprego, de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixa expectativa
telecomunicações.
de vida, desnutrição e precário saneamento básico nas cidades. da Índia.
Destaque que o Japão já figurava
como um dos protagonistas na eco-
Japão nomia mundial na década de 1970,
A base econômica do Japão – integrante do G7, grupo dos países mais ricos exportando tecnologia para os países
e industrializados do mundo – é a indústria. do Ocidente.
Após a Segunda Guerra Mundial, o governo japonês priorizou os investi-
mentos em recursos humanos, com melhoria do sistema de educação, quali-
ficação da mão de obra técnica, valorização do setor de pesquisa científica e
implantação de tecnologia de ponta.
Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento econômico do Japão
foi a ajuda financeira dos Estados Unidos no pós-guerra. Na década de 1970,
o país passou a oferecer produtos consumidos no mercado ocidental: compu-
tadores, calculadoras, filmadoras portáteis, câmeras digitais, televisores e car-
ros. Desde então, as empresas japonesas transformaram-se em transnacionais, Linha de produção totalmente
conhecidas e atuantes em todo o planeta. robotizada. Tochigi, Japão, 2021.
A informatização e a robotiza-
Yuri Kageyama/AP Photo/Imageplus
229
229
Orientações A atividade agrícola no Japão se restringe a pequenas propriedades nas
Os navios pesqueiros japoneses planícies litorâneas e encostas montanhosas, onde se desenvolve a técnica do
são conhecidos em todo o mundo plantio em terraços. Com pouco espaço para o cultivo, o país se caracteriza
pela alta tecnologia, com sensores como importador de produtos agrícolas. Essa atividade corresponde a uma par-
ligados a satélites que detectam o cela muito pequena da renda gerada no país.
O produto mais cultivado no Japão é o arroz, base alimentar da população,
lugar exato dos cardumes, além de
que ocupa pouco menos da metade da área cultivável, com destaque também
usarem modelos avançados de GPS.
para trigo, soja, chá e legumes.
Pergunte aos estudantes o que Outra atividade de peso é a pesca, beneficiada pelo fato de o país ser um
eles já ouviram falar sobre os Tigres arquipélago, cercado pelo mar. Além dessa condição geográfica, é favorecido
Asiáticos. por duas correntes marítimas ricas em plâncton (matéria orgânica): a corrente
Ressalte que Taiwan é oficialmente fria (oyashivo) e a corrente quente (kuroshivo).
uma província da China e não é um
Tigres Asiáticos
país reconhecido pela Organização
Tigres
Sonia Vaz
das Nações Unidas (ONU). Contudo,
o governo taiwanês não reconhece
a autoridade de Pequim e pleiteia a
COREIA DO Mar do Japão
NORTE (Mar do Leste)
Seul
Asiáticos
independência. Desde 1949, Taiwan COREIA JAPÃO A partir da década de 1970,
DO SUL
separou-se da China durante a revo- algumas regiões da Ásia passaram
CHINA
lução que implantou o socialismo no a ser chamadas de Tigres Asiáticos:
30°N
Taiwan, Singapura, Coreia do Sul
país.
ÍNDIA Mar da China e Hong Kong. O termo “tigre” foi o
Oriental
apelido cunhado pelos economistas
Taipé
TAIWAN
Trópico de Câncer
à época, em razão do crescimento
MIANMAR Hong Kong econômico acelerado desses países,
LAOS
OCEANO em alusão à rapidez, à força e à astú-
Mar PACÍFICO
Mar da China das
N
cia que caracterizam esse animal.
TAILÂNDIA Meridional Filipinas
O L Observe no mapa ao lado a
VIETNÃ
CAMBOJA localização dos Tigres Asiáticos.
Golfo
FILIPINAS S
A alavanca do desenvolvimento
de
Sião
econômico dos Tigres Asiáticos foi
BRUNEI
o setor industrial. O impulso econô-
Tigres Asiáticos
mico, nas décadas de 1970-1980,
M A L Á S I A
foi dado pela produção para expor-
SINGAPURA 0 420 840 km
Equador
0° tar e, assim, gerar rendimentos.
I N D O N É S I A
120°L
1 : 42 000 000 A base do modelo estratégico
Fonte: IBGE. Atlas geográfico utilizado pelos Tigres Asiáticos era
escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: a isenção fiscal para as multinacionais, atraindo grandes empresas para seus
IBGE, 2016. p. 47.
domínios. Assim, não temeram abrir seus mercados ao capital estrangeiro na
segunda metade do século XX.
Essa política propiciou a oportunidade para que Estados Unidos e Japão
aplicassem grandes somas de dinheiro nessa região, no período da Guerra Fria,
em que o socialismo estava se expandindo. O retorno dos investimentos era
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO garantido, principalmente pelo fato de a mão de obra ser mais barata.
Comparados com a média dos países da Ásia, os Tigres têm bons indica-
DA EDITORA DO BRASIL dores socioeconômicos: índices de analfabetismo baixos ou quase nulos, PIB
elevado e expectativa de vida satisfatória.
No início da década de 1990, outros países da Ásia, como Tailândia, Malá-
sia e Indonésia, passaram a seguir o mesmo modelo de crescimento dos Tigres,
ou seja, deram isenção de impostos para atrair investimentos externos, empre-
garam mão de obra de baixo custo e produziram para exportação. Esses países
passaram a ser chamados de Novos Tigres Asiáticos.
230
Foco na BNCC
Competência geral 6 Ásia, desenvolvendo o pensamento espacial, para
Competência específica de Geografia 4 que possam argumentar com base em fatos, dados
e informações confiáveis; defender pontos de vista
Habilidade EF09GE10 e decisões que respeitem e promovam os direitos
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes humanos, a consciência socioambiental e o consumo
analisar os impactos do processo de industrialização responsável, com posicionamento ético em relação ao
na produção e circulação de produtos e culturas na cuidado de si mesmos, dos outros e do planeta.
230
6. Porque a maioria da população eco-
Faça no caderno
Orientações
Promova a leitura do conteúdo da
seção Ciência, tecnologia e socie- Tecnologia e desenvolvimento controverso:
a Índia na onda da globalização
dade com a turma. Depois, promova
um debate para levantar os principais
aspectos destacados no texto. Espera- Independentemente dos problemas sociais complexos com os quais convive, a Índia vem ganhando
-se que os estudantes contraponham espaço no cenário internacional e recebe a classificação de emergente porque tem apresentado taxas de
o elevado desenvolvimento econô- crescimento econômico impressionantes durante as últimas décadas.
mico com a situação da desigualda- Nos anos 1990, quando a globalização passou a ser mais amplamente discutida, o “meio técnico-
de social na Índia. Deve-se ter como -científico-informacional” – estudado pelo geógrafo brasileiro Milton Santos – apareceu como uma faceta
norteador da discussão a teoria do materializada dos novos processos sociais e produtivos que passaram a ser definidos pela ampla influência
geógrafo Milton Santos sobre a for- da tecnologia de informação e pela alteração tecnicizada do espaço geográfico.
O contexto social da época compreendia um momento de transformações importantes, já que a cha-
mação do “meio técnico-científico-
mada revolução técnico-científica imprimia suas marcas em um mundo cada vez mais globalizado, conec-
-informacional”.
tado e que se transformava por meio de relações outrora inimagináveis. Já havia algum tempo que o capital
de investimento de uma empresa poderia circular mais livremente por países estrangeiros e, nessa época,
Para aprofundar alguns tratados internacionais, como o Consenso de Washington, prometiam levar o desenvolvimento a paí-
Há duas obras do geógrafo Milton ses pobres, desde que esses países facilitassem a entrada e o lucro de empresas transnacionais, baixando
Santos para compreender com pro- os preços dos impostos, da mão de obra e da matéria-prima.
fundidade o debate proposto nes- A Índia vivia seu período pós-colonial, e o domínio da Coroa Britânica havia deixado uma herança difícil
ta seção. Em Técnica, espaço, tempo, de contornar. O país enfrentava problemas alimentares e de carência industrial. Sua saída em busca do desen-
o autor apresenta ensaios de mé- volvimento foi a mesma tomada pelo Brasil e por outros países pobres: a adoção de programas neoliberais de
todo voltados às compreensão das política e economia – um plano arriscado que envolvia a depreciação dos trabalhadores locais, a não garantia
dinâmicas da sociedade e do terri- da entrada do capital de impostos no país e o envio de uma remessa de lucros ao estrangeiro, ao mesmo
tório que vivia o mundo na década tempo que trazia a promessa de uma chance de desenvolvimento por meio do investimento em tecnologias,
de 1990: os espaços da globalização físicas e virtuais, que modernizariam as relações de trabalho e as possibilidades do espaço geográfico local.
e suas contradições no campo e na Os investimentos internacionais adentraram a Índia levando uma ampla estrutura de informação, alte-
cidade. Já em Por uma outra globali- rando a paisagem conforme suas necessidades, construindo edifícios, centros de energia, fomentando a for-
mação de profissionais para seus postos de trabalho e inserindo o país na ampla rede mundial globalizada.
zação, o autor propõe que é necessá-
Foi essa inserção que possibilitou que uma empresa, por exemplo, estadunidense utilizasse matérias-
rio uma nova interpretação do mun-
-primas brasileiras e senegalesas, construísse sua fábrica na Indonésia, implantasse seu sistema de atendi-
do contemporâneo com uma análise
mento aos clientes na Índia e comercializasse seus produtos em todos os países do mundo.
multidisciplinar, com condições de
destacar a ideologia da produção da
Hindustan Times/Getty Images
232
Foco na BNCC
Competências gerais 2, 5 e 7 de comunicação e informação, de formação de
Competência específica de Ciências Humanas 2 profissionais de excelência, de abertura econômica
e de desigualdades sociais na Índia trabalha,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 6 e 7 com base nos conhecimentos das Ciências
Habilidade EF09GE09 Humanas, o raciocínio geográfico e reflexivo
A articulação entre o meio técnico-científico sobre a centralidade das tecnologias digitais
e informacional – como dimensão espacial da para o território indiano no atual período. Tais
globalização – e os processos associados de conteúdos compõem um conjunto de noções,
desenvolvimento das tecnologias ideias e conceitos que fundamentam o raciocínio
geográfico sobre a realidade.
232
Orientações
Um dos pontos do crescimento indiano, inclusive, está associado à grande quantidade de empresas de ½ Respostas
atendimento ao cliente, conhecidas como telemarketing, no país. Uma de suas línguas oficiais é o inglês, e
algumas das tecnologias de informação que foram amplamente implantadas na Índia foram as de telefonia e Ciência, tecnologia e
internet. Com a mão de obra comparativamente de custo mais baixo do que a europeia ou a estadunidense, sociedade
o país acabou atraindo uma série de empresas especializadas no atendimento remoto. 1. Resposta pessoal. Espera-se que o
Apesar de os planos de desenvolvimento associados à globalização terem deixado a desejar na maioria estudante associe a descoberta e a
dos países nos quais foram implantados, o governo indiano viu, na chegada da tecnologia da informação, ampla aplicação de novas tecno-
uma grande chance de capacitar e desenvolver a mão de obra e as empresas nacionais, observando a
logias (“revolução tecnológica”) à
tendência de crescimento desses ramos nas décadas de 1980 e 1990. Foram implementadas importan-
materialização dessas tecnologias no
tes políticas públicas de valorização da educação básica, técnica e universitária, e a consequência desses
espaço geográfico e à possibilidade
investimentos foi a formação de profissionais de excelência. Atualmente, a Índia enfrenta um problema
relacionado à “exportação de cérebros”, ou seja, de profissionais altamente capacitados, que a deixam para
de efetivação da globalização por
trabalhar em outros países, onde são mais valorizados. meio desses processos, associando,
Hoje, o país é mundialmente reconhecido como um polo da tecnologia da informação e da educação. afinal, o reposicionamento da Índia
Entretanto, o desenvolvimento trazido pela globalização tem um aspecto controverso e quase perverso, no panorama mundial à sua inserção
como defendia o geógrafo Milton Santos, porque é desigual e não objetiva necessariamente a melhoria no mercado global.
social. O acesso às estruturas técnicas e educativas desenvolvidas no país não é democrático, e a maior 2. Resposta pessoal. Espera-se que o
parte da população indiana sofre com a desigualdade social e a miséria. As benesses trazidas pelo desen- estudante aborde o fato de que a
volvimento não são bem distribuídas; beneficiam as empresas com bons resultados financeiros, bem como globalização, apesar de garantir me-
os setores da sociedade que pertencem às classes sociais mais bem formadas e preparadas, o que torna o lhores indicadores de competição
desenvolvimento social muito mais lento e desigual se comparado ao desenvolvimento econômico. para a Índia no cenário global, não
foi capaz de transformar os ganhos
Neeraj Chaturvedi/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mulheres trabalhando em empresa de telemarketing. Katni, Índia, 2020.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Relacione o processo conhecido como “revolução tecnológica” à formação do “meio técnico-científico-
-informacional” e às recentes modificações observadas na posição da Índia no panorama econômico
global.
233
233
4
Objetivos do capítulo
• Analisar os aspectos econômicos
de alguns países do Oriente Médio.
• Entender a importância do petróleo
e da água para os países da região. Oriente Médio
• Estudar os principais conflitos, suas
origens, motivações e implicações
na geopolítica atual da região.
Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou as principais caraterísticas econômicas de alguns
pedagógicos
países asiáticos. Neste capítulo, você vai estudar os aspectos econômicos de alguns
Os aspectos econômicos, a agro- países do Oriente Médio, a importância do petróleo e da água e os principais conflitos e
pecuária, a industrialização e confli- implicações na geopolítica atual da região.
tos são conhecimentos previamente
trabalhados no Ensino Fundamental
TURQUIA QUIRGUISTÃO
(parte europeia) Ankara ARMÊNIA AZERBAIJÃO UZBEQUISTÃO
e pelo Golfo de Omã, e a leste pelo 40°N
TURQUIA
Mar
Cáspio TURCOMENISTÃO de pessoas (dados do World
Mar Vermelho. Considere os aspec- (parte asiática)
Population Review , 2022).
tos culturais, econômicos e políticos Mar LÍBANO
SÍRIA
Teerã
Cabul
PAQUISTÃO
Grande parte dessa popula-
Bagdá
citados no texto para discutir com os Mediterrâneo Beirute
Tel Aviv
Damasco AFEGANISTÃO
ção é árabe. Mas há também
Amã IRAQUE
IRÃ
estudantes a respeito da relação entre ISRAEL JORDÂNIA turcos, iranianos e israelen-
30°N KUWAIT
essas características e os fatores geo- Cidade do
KuwaitG
ses. O Oriente é o berço de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
olf
gráficos mencionados. BAREIN
oP
Manama CATAR rsic
é três grandes religiões, e a
OMÃ
o
Doha
maioria dos seus habitan-
DA EDITORA DO BRASIL
Trópico de Câncer ARÁBIA Golfo de Omã
Riad Abu Dhabi
SAUDITA
tes segue o islamismo (tam-
Ma
ÁFRICA ÍNDIA
rm
20°N
OMÃ
elh
O L
OCEANO muçulmana). O cristianismo
o
ÍNDICO
Capital de país Sana IÊMEN
S também tem seguidores,
0 482 964 km
Limites internacionais principalmente no Líbano, no
Golfo de Áden 1 : 48 200 000
30°L 40°L 50°L 60°L 70°L Egito e na Síria. Já o judaísmo
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 49. predomina em Israel.
234
234
Orientações
Economia Destaque para os estudantes que
Israel é o único país do Oriente Médio classificado como Israel, apesar de ser um país classifica-
Ahmed Jadallah/Reuters/Fotoarena
a região do Oriente Médio é responsável pela produção de cerca compõem.
de 65% dele. A região detém a maior reserva mundial desse O mundo já passou por duas cri-
recurso natural (cerca de 48%). Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait ses do petróleo, também conhecidas
e Emirados Árabes Unidos possuem as maiores reservas na região. como “choques internacionais do pe-
Atualmente, seis países do Oriente Médio – Arábia Saudita,
tróleo”. O primeiro choque ocorreu
Emirados Árabes Unidos, Catar, Irã, Iraque e Kuwait – pertencem
em 1973, quando os países-mem-
à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo
bros da Opep, que controlavam a
formado por 12 países que controlam o volume de produção e o
preço do barril de petróleo. Os países produtores do Oriente Médio,
maior parte da produção mundial,
segundo dados publicados pelo governo brasileiro em 2020, res- reduziu temporariamente a extra-
pondem por cerca de 30% da produção mundial e por aproximada- ção e o fornecimento. Ameaçaram
mente 50% das reservas medidas em todo o mundo. paralisar as vendas de petróleo aos
Direta ou indiretamente, o petróleo foi motivo de vários confli- Refinaria de petróleo. Ras Tanura, Arábia Estados Unidos e a alguns países eu-
Saudita, 2018.
tos armados no Oriente Médio. ropeus por causa do apoio político
Se, por um lado, há abundância nas reservas petrolíferas, por outro, existe que estes deram a Israel no conflito
escassez de água. A região, na qual predominam os climas árido e semiárido, é com os demais países árabes da re-
caracterizada pela baixa pluviosidade durante o ano e por poucos rios, somando gião. O segundo choque ocorreu em
apenas 1% das reservas de água doce do planeta. 1979, quando o preço do barril che-
Portanto, a disputa pelas áreas de bacias hidrográficas e aquíferos subter- gou a US$ 45, por causa da Guerra
râneos é motivo de muitos conflitos. A maioria dos países precisa importar água Irã-Iraque, que comprometeu a pro-
potável, além de investir pesadamente no processo de dessalinização da água. dução e a exportação do produto no
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Israel é o país que mais investe nessa tecnologia. mercado internacional.
DA EDITORA DO BRASIL
O volume de produção e o preço do barril de petróleo.
Os preços do barril (equivalente a
59 litros) passam por grandes oscila-
O preço do barril, que contém 59 litros, passa por grandes oscilações de tempos em tempos em função das ções de tempos em tempos em fun-
crises políticas da região e da maior ou da menor oferta do produto ao mercado internacional. Um barril de petróleo ção das crises políticas na região e da
bruto pode variar de 40 dólares a mais de 120 dólares, o que gera grande incerteza na economia global. As
maior ou menor oferta do produto ao
oscilações, com elevações bruscas do preço do barril, desestabilizam a economia e o ambiente político nos países
dependentes das importações. mercado internacional. Um barril de
petróleo bruto pode variar muito de
235
preço, o que gera grandes distúrbios
na economia global. Essas oscilações,
com elevações bruscas do preço do
barril, desestabilizam a economia e a
política dos países dependentes das
importações.
235
Orientações
É importante que os estudantes Guerras e conflitos regionais
compreendam que um dos grandes Não é raro lermos ou ouvirmos notícias de tensões ocorridas no Oriente
causadores das guerras contempo- Médio. Grande parte desses conflitos envolvem:
râneas no Oriente Médio é a busca • questões religiosas – há três religiões monoteístas predominantes na
por petróleo. Esses conflitos muitas região: o cristianismo, o islamismo e o judaísmo;
vezes contam com o envolvimento
• disputas por petróleo – é o recurso mais importante da região;
de países de potência econômica e
militar, como os Estados Unidos, por • disputas por território – relativas a ocupações, invasões e anexações de
exemplo. territórios;
• escassez de água – a região é predominantemente desértica;
• retaliações internacionais por causa de atentados terroristas.
Movimento sionista:
movimento político
que defendeu o O conflito árabe-israelense
direito de o povo No Oriente Médio, um dos conflitos mais antigos e duradouros que o mundo
judeu ter um Estado.
O termo sionismo tem presenciado acontece entre judeus e palestinos.
é derivado de Sião, Os judeus habitaram a região da Palestina por mais de 4 mil anos. Con-
denominação bíblica
tudo, tiveram de abandoná-la no século I a.C., em razão da invasão pelo Império
para se referir a
Jerusalém. Romano, espalhando-se por diversas partes do mundo, processo chamado de
diáspora. A partir de então, os povos árabes passaram a ocupar a região.
No início do século XX, os britânicos entraram em guerra contra o Império
Turco-Otomano, que dominava esse território. Ao
Palestina: a partilha da ONU – 1947
mesmo tempo, ocorria uma onda de imigração judaica
Sonia Vaz
35°L
para a região, os primeiros movimentos sionistas.
LÍBANO
No final da Primeira Guerra Mundial (1914-
-1918), os britânicos passaram a ter soberania sobre
Lago de Tiberíades
os territórios que hoje compreendem Israel, Iraque,
SÍRIA
Jordânia e regiões autônomas palestinas. Na ocasião,
Mar Mediterrâneo
o Reino Unido permitiu que os judeus se estabele-
Cisjordânia cessem apenas em áreas localizadas a oeste do Rio
Rio Jordão
TRANSJORDÂNIA
Fa
236
Foco na BNCC
Competência geral 6 múltiplas regionalidades na Ásia, para que possam
Competência específica de Geografia 4 argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, além de defender pontos de vista e
Habilidade EF09GE08 decisões que respeitem e promovam os direitos
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes humanos, a consciência socioambiental e o consumo
analisar transformações territoriais, considerando o responsável, com posicionamento ético em relação ao
movimento de fronteiras, tensões, conflitos e cuidado de si mesmos, dos outros e do planeta.
236
Em 1964, foi criada a Organi- Orientações
35°L 35° L
1967 2011 a importância desse recurso é
ciações para criação de um futuro LÍBANO
SÍRIA
LÍBANO
m
Em 2004, Jerusalém
uma proposta israelense Gaza
EGITO
O L
JORDÂNIA Terras
palestinas
30° N 30° N Terras
DÂNIA JORDÂNIA Terras S
O L palestinas EGITO S ocupadas
EGITO por Israel
30° N 30° N Terras
ocupadas 0 40 80 km 0 40 80 km
S
por Israel 1 : 4 000 000 1 : 4 000 000
m 0 40 80 km
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial.
1 : 4 000 000 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 103.
237
Foco na BNCC
Competência geral 7 argumentar com base em fatos, dados e informações
Habilidade EF09GE08 confiáveis, além de defender pontos de vista e
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes decisões que respeitem e promovam os direitos
analisar transformações territoriais, considerando humanos, a consciência socioambiental e o consumo
o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e responsável, com posicionamento ético em relação ao
múltiplas regionalidades na Ásia, para que possam cuidado de si mesmos, dos outros e do planeta.
237
Orientações Em 2006, o Hamas venceu as eleições par-
Guerra Irã-Iraque
Essa guerra ocorreu entre 1980 e 1988, provocada pelo controle da zona
de fronteira entre esses países. O Iraque invadiu o canal de Chat-el-Arab, região
de estuário dos rios Tigre e Eufrates. Outras causas também podem ter contri-
buído para essa invasão, como o anseio do Iraque em readquirir terras perdidas
para o Irã em 1975, a evolução do islamismo xiita em território iraquiano e a
questão do separatismo curdo. O Iraque saiu com maiores vantagens políti-
co-militares dessa guerra, mas com grande dívida externa por ter contraído
empréstimos para financiar o confronto.
Guerra do Golfo
Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait para controlar as jazidas de petróleo
desse país e o transporte desse recurso pelo Golfo Pérsico. Essa invasão foi
considerada ilegal pela ONU e pela comunidade internacional. O Iraque sofreu
sanções internacionais e foi obrigado a se retirar do Kuwait após sofrer bom-
Fuzileiros navais dos EUA em bardeios dos países aliados, liderados pelos Estados Unidos.
Candaar, Afeganistão, 2001.
Guerra do Afeganistão
Dave Martin/AP POOL/AFP
238
238
A ocupação militar estadunidense no Afeganistão e no Iraque em 2003 foi Orientações
consequência da Doutrina Bush. Essa doutrina justificou a política externa esta- Comente com os estudantes que
dunidense no período em que o presidente George W. Bush esteve no poder os ataques estadunidenses em terri-
(2001-2009), tendo como princípio o direito de o país tratar como terroristas as tório iraquiano ocorreram sem o con-
nações que abrigam grupos terroristas ou lhes dão apoio. sentimento da ONU.
Após a leitura sobre o conflito na
Guerra do Iraque Síria, pergunte aos estudantes se eles
conhecem refugiados sírios no Brasil.
A Guerra do Iraque eclodiu em 2003, quando os Estados
dpa Picture-Alliance/AFP
Unidos, apoiados pelo governo britânico, invadiram esse país.
Em seguida, retome o conceito de re-
Os EUA acusavam o governo do Iraque de apoiar o terrorismo e fugiado, diferenciando-o do conceito
ter armas químicas de destruição em massa. A invasão ocorreu de migrante.
sem a permissão da ONU.
Os Estados Unidos derrubaram o governo do então dita- Atividades
dor Saddam Hussein e assumiram o controle do país. Saddam complementares
Hussein foi condenado à morte por ter autorizado, em 1982,
1. Organize a turma em seis grupos
o assassinato de 186 xiitas durante seu governo no povoado
e atribua a cada um, um dos con-
de Dujail. No período da guerra, muitos poços de petróleo
foram destruídos e o Iraque foi impedido de vender petróleo
flitos apresentados neste capítulo:
por imposição da ONU. Apenas em 2011 as tropas americanas a Questão Palestina. a Guerra Irã-
Comboio do exército americano se desloca pelo
começaram a se retirar do país. deserto. Al-Sharkat, Iraque, 2003. -Iraque, a Guerra do Golfo, a Guerra
do Afeganistão, a Guerra do Iraque e
o conflito na Síria. Cada grupo deve
Conflito na Síria sintetizar as informações e apresentar
Em 2011 teve início um conflito na Síria, originado nas revoluções da em seminários os principais eventos
Sunita: partidário das
Primavera Árabe, nome dado ao período em que a população de algumas convicções religiosas de cada conflito, o período ocorrido,
nações árabes se revoltou contra os governos de seus países, há anos no poder. e políticas do sunismo os países envolvidos e as principais
Os protestos na Síria foram contidos violentamente pelo governo de Bashar – ramificação do
islamismo cujo nome consequências para a população local.
al-Assad e resultaram numa guerra civil. Bashar al-Assad representa uma etnia tem origem na Suna,
minoritária e de elite na Síria, a alauíta (setor do xiismo), enquanto a maioria da livro sagrado em que
população (sunita) não se vê representada pelo governo. estão compilados
os grandes feitos e
Após um acordo entre Estados Unidos e Rússia, o governo de Bashar exemplos do profeta
al-Assad, para evitar a intervenção internacional, comprometeu-se a assinar Maomé. Para os
sunitas, a hierarquia
um tratado e permitir que o arsenal químico sírio fosse destruído. O governo
de poder cabe aos
sírio foi acusado de ter usado armas químicas contra seus opositores em 2013. líderes religiosos,
Enquanto os rebeldes afirmavam tentar acabar com a ditadura e implantar que são diretamente
escolhidos pela
a democracia, o governo alegava defender o país de terroristas. população islâmica.
Com mais de 140 mil mortos
(entre eles 5 mil crianças e 7 mil mulhe-
Ali Jarekji/Reuters/Fotoarena
239
239
Orientações Em 2015, os opositores da Síria passaram a receber apoio do Estado
Explore com os estudantes a ideia Islâmico, que ocupou áreas do país na intenção de derrubar o governo e instalar
de “nação sem Estado”. Retome co- seu projeto de califado. No mesmo ano, o EI assumiu a autoria de atentados ter-
nhecimentos prévios sobre o tema, roristas em Paris, que mataram aproximadamente 130 pessoas. Em decorrência
verificando a compreensão dos con- disso, o governo sírio recebeu apoio logístico da Rússia, da França e dos Estados
ceitos de nação, povo, Estado, territó- Unidos, principalmente na forma de ataques aéreos, bombardeando alvos no
rio, soberania, entre outros que consi- país controlados pelo EI.
derar pertinentes. Na sequência, peça
que reflitam a respeito de como pode Faça no caderno
40°L 50°L
CHIPRE s o Teerã
e
Kirkuk
Ti g
LÍBANO SÍRIA N
r
Mar
e
Beirute
Mediterrâneo Damasco Bagdá IRÃ O L
Tel Aviv
Amã IRAQUE
S
1 Com base na leitura do texto acima, discuta com os colegas o anseio do povo curdo
e de outras minorias nacionais e étnicas.
240
240
Faça no caderno
1
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Pesquise em fontes confiáveis informações e notícias recentes sobre a Questão Palestina.
Atividade em grupo
posicionamentos múltiplos sobre
a temática. A atividade possibilita
DA EDITORA DO BRASIL
Traga o material para a sala de aula e compare-o com o dos colegas. Em seguida, elaborem desenvolver com os estudantes três
juntos um jornal em forma de mural. Caso o conteúdo do material seja muito complexo e etapas de trabalho: 1 – leitura do
longo, resuma as ideias essenciais. Depois, junte-se a alguns colegas e formem um grupo para discutir texto e decomposição de seus ele-
as informações encontradas e estabelecer relações com o conteúdo estudado neste capítulo. Ao final, mentos; 2 – análise do documento;
redija as conclusões do grupo no caderno. 3 – opinião sobre o documento.
Essa atividade poderá ser realizada
de maneira interdisciplinar com
Língua Portuguesa.
241
Orientações
½½ Respostas 3. Nos últimos anos, Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã e
1. Foi nessa região que surgiram as primeiras civilizações. A Bahrein ganharam projeção internacional por apresen-
região constitui-se como o berço do judaísmo, do cristia- tarem desenvolvimento econômico acima da média, se
nismo e do islamismo e também é muito importante no comparado ao dos demais países da região. Os maiores
cenário econômico mundial, principalmente por causa de recursos desses países são as grandes reservas de petró-
leo e o grande potencial energético.
suas reservas de petróleo.
4. Os países do Oriente Médio, juntos, têm a maior reserva
2. Justifica-se pelo setor industrial expressivo, pela agricultura
mundial de petróleo; no entanto, convivem com a escassez
moderna e pela presença de centros de pesquisas tecno-
de água, em razão dos climas árido e semiárido, caracte-
lógicas. rizados pela baixa pluviosidade durante o ano.
241
Faça no caderno
Orientações
O conteúdo desta seção poderá ser
explorado de maneira interdisciplinar O fenômeno da migração é definido pelo deslocamento espacial de pessoas
com História. em busca de melhores condições de vida. Os fatores que motivam a migração
Retome com os estudantes con- podem ser diversos: guerras, conflitos religiosos ou étnicos, desastres
naturais, situação de desemprego, pobreza, entre outros.
ceitos relacionados à migração, como
imigração, emigração, refugiados, exi-
lados, fluxo de pessoas, entre outros
Imigrantes
que considerar pertinentes. A atividade econômica mais comum
desenvolvida pelos imigrantes árabes era
Faça uma leitura mediada e coleti- o comércio. Conhecidos como mascates ou
va do texto, auxiliando os estudantes caixeiros viajantes, compravam produtos em
na interpretação do conteúdo. centros mais dinâmicos para revendê-los
em cidades interioranas. No início, vendiam
Vincenzo Pastore/
Acervo Instituto
Moreira Salles
miudezas como bijuterias, mas com o tempo
passaram para os tecidos, lençóis e confecções.
Alguns mascates alcançaram bons resultados.
Em um primeiro momento conseguiam
50° O
contratar ajudantes e comprar carroça,
RR
posteriormente se estabelecendo em casa
João Sal/Folhapress
AM PA
MA CE
RN
PI PB
AC PE
RO TO AL
O geógrafo brasileiro Aziz BA
SE
MT
Ab’Saber (1924-2012),
DF
em fotografia de 2016, em OCEANO
São Paulo (SP). Autor de GO ATLÂNTICO
importantes teorias sobre o
OCEANO MG Desembarque de
Brasil e sempre engajado
PACÍFICO
na MS ES imigrantes no porto
construção de uma relação não SP de Santos (SP), 1907.
o RJ
devastadora do homem com a Trópico de Capricórni São Paulo Rio de Janeiro
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Acervo Museu da
Imigração/Arquivo Público
do Estado de São Paulo
Arquivo/Agência
O Globo
da Alfândega, José Maurício e Buenos Aires.
urbano de metrópoles como
Rua comercial no centro do
São Paulo e Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro (RJ), 1956.
242
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 7
O conteúdo do infográfico utiliza a linguagem
cartográfica para promover o desenvolvimento
do raciocínio espaço-temporal.
242
Orientações
Ao mesmo tempo que pode significar uma alternativa, a migração impõe uma série de desafios aos ½ Respostas
migrantes, como a adaptação a culturas diferentes daquela com a qual se identificam e a reinserção no
mercado de trabalho. Uma das etnias que migraram em maior número para o Brasil é a árabe. Saindo Em foco
de países do Oriente Médio, com destaque para a Síria e o Líbano, aqui puderam contribuir para o
desenvolvimento de novas práticas sociais, em diversos sentidos, desde as atividades econômicas – 1. O significativo número de árabes
como o comércio – até os hábitos alimentares. que embarcaram rumo ao Brasil no
início do século XX se justificou pelos
conflitos religiosos e pela estrutura
Emigrantes
O maior fluxo de árabes que embarcaram para o
Brasil ocorreu nas primeiras décadas do século XX socioeconômica da Síria e do Líbano.
(de 1900 a 1930). As causas da emigração de 2. A atividade econômica predomi-
quase 100 mil pessoas vindas do Oriente Médio
para o território brasileiro estão relacionadas aos nante foi o comércio: de mascates
conflitos religiosos e à estrutura socioeconômica a proprietários de lojas.
dos países de origem.
Condutta
N
Ma SÍRIA
r Me Trípoli
O L
diterrâneo
Beirute
LÍBANO
S
0 440 880 km
1 : 44 000 000
Fontes: TRUZZI, Oswaldo. Sírios e libaneses. Narrativas de história e cultura.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Entrevista com o professor Aziz
Nacib Ab´Saber. Geosul, n° 14 – Ano VII – 2° semestre de 1992. Disponível
em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/download/12809/11992.
Acesso em: 22 abr. 2022.
Roger-Viollet/AFP
243
243
Faça no caderno
Orientações
Faça as atividades a seguir e reveja o que você Por outro lado, 25% das famílias chinesas
½½ Respostas
aprendeu. mais pobres têm apenas 1% da riqueza chinesa.
Para encerrar AFP. 82 milhões de chineses vivem na pobreza. Exame, 15 out. 2014.
1 Volte ao mapa de densidade demográfica da Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/82-milhoes-de
1. a) A população chinesa concentra- -chineses-vivem-na-pobreza. Acesso em: 22 abr. 2022.
China na página 214 e responda:
-se na porção sudeste do terri- a) O crescimento econômico de um país é ga-
tório, em função das diversas a) Em qual região se encontra a maior concen-
rantia de igualdade social? Justifique.
atividades urbano-industriais e tração humana? Identifique algumas razões
que contribuíram para a ocorrência desse b) Essa desigualdade apontada no texto tam-
da presença de relevo menos
fato. bém pode ser verificada no Brasil? Comente.
acidentado dessa região.
b) A menor concentração ocor- b) Em qual região há a menor concentração hu- 3 Apresente os setores industriais de destaque na
re nas porções sul e norte da mana? Por quê? Índia.
China, devido às grandes mon- 2 Leia o texto a seguir e responda às questões. 4 Leia o trecho de notícia a seguir e faça o que se
tanhas e desertos, respectiva- Mais de 82 milhões de chineses vivem na pede.
mente. pobreza, com menos de um dólar por dia, Cinco civis indianos foram mortos e pelo
2. a) O crescimento econômico não apesar dos vários anos de crescimento cons- menos 25 ficaram feridos nesta segunda-feira
é garantia de igualdade social. tante que transformou a China na segunda em confrontos ao longo de um trecho da dis-
Depende da distribuição e con- economia mundial. putada fronteira da Índia com o Paquistão na
centração da renda no país. A De acordo com a definição do governo região da Caxemira, o maior número de víti-
China é um exemplo, pois eco- chinês, a pobreza se caracteriza por um mas desde que a Índia cancelou uma rodada
nomicamente o país vem cres- rendimento anual inferior aos 2.300 iuanes de negociações de paz no mês passado.
cendo, no entanto, não eliminou (US$ 375, 295 euros), o que corresponde a A região himalaia da Caxemira tem sido
a desigualdade social. menos de um dólar por dia. um ponto de discórdia entre Índia e Paquis-
b) Na realidade brasileira também No final do ano passado, 82 milhões de tão desde que os dois países se tornaram
encontramos desigualdade so- chineses – em uma população total de 1,36 independentes da Grã-Bretanha em 1947.
bilhão – viviam sob este limite, afirmou Eles já travaram três guerras e chegaram
cial. Como há concentração de
à imprensa o encarregado de desenvolvi- perto de uma quarta em 2001.
renda, muitos vivem com pou-
mento, Zheng Wenkai. Além disso, há enfrentamentos esporádi-
co dinheiro.
O Banco Mundial considera, por sua vez, cos ao longo da fronteira de fato, conhecida
3. Destacam-se as indústrias farmacêu- como Linha de Controle.
que o limite da pobreza está em 1,25 dólar por
tica, automobilística, aeroespacial, dia: isso quer dizer que 200 milhões de chine- BUKHARI, Fayaz. Cinco civis indianos morrem na fronteira com Paquistão.
cinematográfica, de diamantes, de ses estão na pobreza, se levarem em conta os
Exame, 6 out. 2014. Disponível em: http://exame.abril.com.br/mundo/
cinco-civis-indianos-morrem-na-fronteira-com-paquistao/.
minas e energia, de informática. “critérios internacionais”, comentou Zheng. Acesso em: 23 maio 2022.
4. a) A população da Caxemira é “A maioria desses chineses vive em zonas a) Aponte fatores que explicam a discórdia entre
islâmica, mas essa região es- de risco de terremotos ou com infraestrutu- Índia e Paquistão na região da Caxemira.
tá situada na Índia, de maioria ras muito precárias, o que complica os esfor-
b) Por que essa disputa é uma ameaça à segu-
hindu. Sua população deseja ços para tirá-los da pobreza”, assegurou.
rança local e mundial?
se separar da Índia e se integrar Na China, o país mais povoado do mundo,
ao Paquistão, porém, o gover- o PIB por habitante era de apenas 6.767 dóla- 5 Cite dois fatores responsáveis pelo desenvolvi-
no indiano não admite perder res no ano passado, ou seja, 13% do produto mento econômico do Japão.
a Caxemira para o Paquistão e MATERIAL DE DIVULGAÇÃO interno bruto dos Estados Unidos, segundo
6 Quais são as regiões ou os países considerados
mantém a província sob seu
comando.
DA EDITORA DO BRASIL um jornal oficial chinês, o Global Times.
O crescimento econômico chinês – que
Tigres Asiáticos? Qual foi o modelo adotado por
eles para alcançar um crescimento econômico
b) Porque os dois países têm chegou a 10% anuais, e agora está em torno
significativo?
bombas nucleares. dos 7,5% – não impediu as desigualdades.
Segundo um estudo da Universidade de 7 Cite as bacias hidrográficas do Oriente Médio que se
5. Maciços investimentos em educa-
Pequim, 1% das famílias controla um terço destacam por serem motivos de disputa por água.
ção e pesquisa e ajuda financeira
da riqueza do país. Que países estão envolvidos em cada disputa?
dos Estados Unidos.
6. Taiwan, Hong Kong, Coreia do 244
Sul, Singapura, Tailândia, Malásia
e Indonésia. O modelo estratégico
utilizado por esses países foi baseado
em isenção fiscal para as multina- Sobre a avaliação
cionais, atraindo grandes empresas
para seus domínios. ½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
7. Bacia do Rio Jordão (Israel, Síria, De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para retomar conhecimentos relativos à população e à so-
Jordânia e Palestina) e bacias dos rios fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as como ciedade asiática, retorne com os estudantes ao conteúdo do
Tigre e Eufrates (Síria, Iraque e Turquia). diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas no início mapa da página 212 e às atividades da página 221. Em re-
da unidade (EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08, EF09GE09 lação aos conflitos e movimentos separatistas, retome o con-
e EF09GE10) foram desenvolvidas de maneira satisfatória. teúdo dos mapas das páginas 223 e 224 e as atividades da
As atividades propostas na unidade podem auxiliar os es- página 225. Quanto aos aspectos econômicos desse con-
tudantes na preparação para exames de larga escala. tinente, retome o conteúdo do gráfico da página 226 e as
244
Orientações
8 Qual é a maior riqueza mineral do Oriente Médio? Qual é a importância econômica dela para a região e ½½ Respostas
para o restante do mundo?
Para encerrar
9 A escassez de água no Oriente Médio é um importante aspecto para o qual os governos da região têm
voltado sua atenção. Sobre isso, responda às questões a seguir. 8. Petróleo. Isso faz da região um es-
a) Quais são os fatores naturais relacionados a essa escassez?
paço estratégico e de interesse in-
ternacional, visto que o petróleo é a
b) Quais implicações políticas essa escassez tem gerado?
principal fonte de energia utilizada
c) Como os governos da região têm tentado reverter a escassez? no mundo.
10 Faça o que se pede. 9. a) A baixa pluviosidade e a pouca
a) O conflito Israel-Palestina iniciou-se na década de 1940 e até a atualidade continuam ocorrendo presença de rios, características
ataques militares e represálias. Que função o muro erguido pelo Estado de Israel em alguns trechos dos climas árido e semiárido.
da área de fronteira com os territórios palestinos assume em relação a esse cenário de conflito? b) Devido à escassez, há disputas
b) Relacione as características do terreno da região com a opção pela construção do muro. entre os países pelas áreas de
bacias hidrográficas e aquíferos
11 Qual é a aspiração do povo curdo? Onde seus componentes vivem na atualidade?
subterrâneos.
12 Observe a sequência de mapas a seguir e discorra sobre as modificações pelas quais passaram esses c) A dessalinização da água do
territórios no período representado. mar e a importação de água
potável são algumas medidas
Evolução dos territórios de Israel e Palestina – 1947-2011
tomadas pelos governos da re-
Cisjordânia
Tel Aviv Tel Aviv
ESTADO
PALESTINO
Ramallah Ramallah rios ocupados, além de reforçar
Jerusalém Jerusalém
a ideia de não pertencimento e
Jerusalém Belém Belém
de exclusão dos palestinos dos
za
CISJORDÂNIA CISJORDÂNIA
territórios do Estado de Israel.
ixa
GAZA GAZA
Fa
245
Objetivos da unidade
Saeed KHAN/AFP
• Compreender o processo de ocu-
pação da Oceania.
• Identificar as principais característi-
cas do relevo da Oceania.
• Relacionar os tipos de clima aos ti-
pos de vegetação da Oceania.
• Conhecer os principais problemas
ambientais da Oceania.
• Estudar os aspectos demográficos da
Oceania, de modo geral, com desta-
que para Austrália e Nova Zelândia.
• Entender a atual situação dos abo-
rígenes e dos maoris na Austrália e
Nova Zelândia, respectivamente.
• Conhecer as principais característi-
cas da economia da Oceania, prin-
cipalmente da Austrália e da Nova
Zelândia.
• Reconhecer a participação dos paí-
ses da Oceania no bloco econômi-
co da Apec.
Introdução
A última unidade do volume traba-
lha os aspectos da Oceania. São apre-
sentadas a localização da Oceania
e os principais traços do domínio
europeu no continente. O estudan-
te conhecerá as principais caracte-
rísticas naturais da Oceania: relevo,
clima e vegetação, e também as ca-
racterísticas populacionais e sociais,
principalmente da Austrália e da
Nova Zelândia. São trazidas também
as características econômicas mais
marcantes da Oceania, sobretudo da
Austrália e da Nova Zelândia.
246
8
Orientações
As perguntas referentes à obser-
vação e à interpretação da imagem
relacionam-se ao conhecimento pré-
vio do estudante e à reflexão sobre as
características do lugar em que vive,
evidenciando o seu protagonismo no
processo de ensino-aprendizagem.
A Oceania possui uma série de carac-
Oceania
terísticas que não são evidenciadas
de forma recorrente pelos grandes
veículos de informação, e pouco se
divulga a respeito dos seus aspectos
econômicos, históricos e culturais.
Aproveite o conteúdo dessa unidade
Os Mares do Sul pertencem ao maior oceano da Terra, o para trabalhar com os estudantes as
Pacífico. A expressão “Mares do Sul” é também um sinô- particularidades dos países, as fron-
nimo de Oceania: um continente formado por milhares de teiras ultramarinas e os povos origi-
ilhas rodeadas de águas azul-celeste, que abriga socieda-
nários, além do histórico colonial do
des tradicionais aborígenes e grandes cidades alinhadas ao
continente.
Ocidente. Observe a fotografia e responda:
½ Respostas
1. O que você conhece desse continente? 1. Resposta pessoal. Incentive os estu-
2. Que característica natural e social é evidenciada dantes a refletir sobre o que conhe-
na fotografia? cem da Oceania. Provavelmente, já
ouviram falar de alguma caracte-
rística natural, econômica, cultural,
ou mesmo alguma curiosidade de
algum país do continente. Exemplos
que podem ser citados: os desertos
da Austrália; as paisagens paradisía-
cas da Nova Zelândia e das diversas
ilhas; a fauna muito rica e diversa
do continente; os altos índices de
desenvolvimento humano da
Austrália e da Nova Zelândia; os
povos tradicionais do continente,
como os maoris e os aborígenes etc.
2. A característica natural eviden-
Nesta unidade, você vai estudar: ciada é uma paisagem árida, com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• a localização e divisão política do continente; vegetação arbustiva. Já o aspecto so-
DA EDITORA DO• BRASIL
a dominação europeia; cial é a retratação de um aborígene,
• aspectos físicos: relevo, hidrografia, clima e vegetação; que representa os povos originários
• ocupação do território e origem étnica da população; do continente.
• perfil demográfico;
• principais atividades econômicas;
• meio ambiente.
247
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati-
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar
Competências gerais 1, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie-
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
2e5 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionadas às regras, espaços e materiais escolares,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4,
ao convívio entre professores, funcionários e estudantes e
5, 6 e 7
ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Habilidades EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08,
EF09GE09, EF09GE10, EF09GE16 e EF09GE17
247
1
Objetivos do capítulo
Localização
• Localizar a Oceania e seus respec-
tivos países.
• Compreender o processo de ocu-
pação e dominação do continente.
e ocupação
Pré-requisitos
pedagógicos
A localização dos continentes e o
processo de dominação e colonização
No capítulo anterior, você estudou os aspectos econômicos de alguns países do
europeia são conhecimentos previa-
Oriente Médio e os principais conflitos. Neste capítulo, você estudará a localização
mente trabalhados no Ensino Fun- da Oceania e as principais características do domínio europeu no continente.
damental – Anos Finais (EF07GE02,
EF07GE06, EF08GE01, EF08GE05) que
se relacionam com os assuntos ex-
plorados no capítulo. O resgate desse Características gerais
conhecimento pode ser de grande A Oceania é o menor dos continentes do globo, com uma área de aproxi-
importância para iniciar a discussão madamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à extensão
sobre o tema “Localização e ocupação do território brasileiro. O continente ocupa apenas 5,8% das terras emersas da
da Oceania”. superfície terrestre. Também é o continente menos populoso, com cerca de 42,6
milhões de habitantes (dados de 2020 da ONU) e uma densidade demográfica de
Orientações 5 hab./km2.
Ressalte que a Oceania compreen- A Oceania é formada por 14 países. Os que mais se destacam pela exten-
de a Austrália e as ilhas adjacentes são territorial e pela dinâmica econômica são Austrália e Nova Zelândia, mas o
do Oceano Pacífico. Em seguida, para território também compreende as ilhas do Pacífico adjacentes.
dar uma noção aos estudantes da O inglês é o idioma mais falado no continente, e há países em que se fala
densidade demográfica da Oceania, francês, além dos dialetos nativos. Observe no mapa a seguir a localização
compare o número de habitantes da Oceania.
As ilhas da Oceania estão divididas em:
da Oceania com o de outros países
e de estados brasileiros. Ressalte que • Polinésia (“muitas ilhas”) – é o maior grupo de ilhas, entre elas os arquipé-
a população do estado de São Paulo, lagos de Taiti, Samoa e Tonga;
por exemplo, é maior que a de todo o • Melanésia (“ilhas negras”, como eram chamadas pelos exploradores em
continente da Oceania. referência à cor da pele dos habitantes nativos) – esse conjunto agrupa ilhas
próximas à Austrália. São elas: Papua Nova Guiné, Bismark, Salomão, Novas
Mapa-múndi: Oceania - 2017 Hébridas (atual Vanuatu), Nova
Caledônia, Fiji e Santa Cruz;
Sonia Vaz
N ÍNDICO
Trópico de Capricórnio OCEANIA
30°S
O L
0 3 114 6 228 km
S 1 : 311400 000
60°S
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ANTÁRTICA
Oceania 120°O 60°O 60°L 120°L Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 36.
248
248
Observe a seguir o mapa político da Oceania. Orientações
Ressalte que, como na América
Oceania: político - 2017 e em outras partes do globo, há di-
Sonia Vaz
20°N
120°L 140°L 160°L 180° 160°O
Ilhas Havaí
140°O
versos povos nativos que habitam as
Ilhas Mariana
do Norte
(EUA)
ilhas. Faça uma leitura mediada da pá-
Aganã (EUA)
FILIPINAS Guam (EUA) MI gina com os estudantes, e evidencie o
C R ILHAS MARSHALL
O O C E A N O PA C Í F I C O mapa que mostra os países, as ilhas e
Koror ESTADOS N
FEDERADOS É Uliga
as fronteiras dos países pertencentes
PALAU DA MICRONÉSIA Palikir S
à Oceania. Neste momento é impor-
IA
Equador Bairiki
0° Yaren
P tante explicar à turma que as frontei-
INDONÉSIA M NAURU
KIRIBATI
PAPUA E L ILHAS ras dos países abarcam grandes áreas
NOVA GUINÉ A
O
TIMOR-LESTE SALOMÃO TUVALU Ilhas Tokelau
N oceânicas.
L
Honiara Fongafale (NZ)
É
IN
Port Moresby S Ilhas Wallis SAMOA Samoa
I e Futuna OC. Americana POLINÉSIA Ao abordar o conteúdo da seção
VANUATU
É
Apia (EUA) Papeete FRANCESA
(FR)
Um pouco mais sobre a respeito da
A
Porto NIUE ILHAS COOK
S
Nova
Caledônia Vila Suva TONGA Alofi
a Polinésia Francesa, evidencie aos es-
I A
20°S
(FR) FIJI Avarua
Trópico de Capricórnio Numea Nukualofa
Ilhas Pitcairn
(RU) tudantes que o território ainda está
AUSTRÁLIA
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 53.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
249
Foco na BNCC
Competência geral 1 da Oceania. O tema valoriza a utilização dos
Competências específicas de Geografia 1 e 3 conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e dos conhecimentos
Habilidade EF09GE17 geográficos para entender a interação entre a
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes sociedade e a natureza e o processo de ocupação
explicar as características físico-naturais e a forma humana e produção do espaço.
de ocupação e usos da terra em diferentes regiões
249
Orientações
Retome com os estudantes a ques- A dominação europeia
tão do “descobrimento” da América e Embora a costa da Austrália e algumas ilhas da Oceania
ressalte que a Oceania não foi “desco- já fossem conhecidas dos europeus no século XVI, foi no final
berta” também. Destaque que a do- do século XVIII que eles iniciaram a colonização do continente.
minação europeia ocorreu de diversas As expedições científicas à Oceania, financiadas pelo
maneiras ao longo da colonização. Reino Unido, garantiram aos britânicos a posse da Austrália e,
Reforce a importância do continen- em seguida, da Nova Zelândia e de outras ilhas. O continente
te para o desenvolvimento científico, passou a atrair as potências europeias, que estavam perdendo
principalmente em relação à botânica suas colônias em outras regiões.
No século XIX, Reino Unido, França e Alemanha instala-
akg-images/Album/Fotoarena
e ao estudo de minerais.
ram bases navais e comerciais na Oceania. Interessados na po-
Comente também que, com o des-
sição estratégica desse continente, os Estados Unidos, entre
trutivo processo de colonização, os
o final do século XIX e o início do século XX, estabeleceram
povos aborígenes da Austrália que
bases militares na região e se apossaram de algumas ilhas.
não foram dizimados, migraram para A presença dos colonizadores, especialmente britânicos,
Meno Haas. James Cook,
o centro do país, formado pelo gran- navegador inglês, 1803. levou praticamente ao extermínio da população nativa da Austrália e da Nova
de deserto da Austrália, conhecido Gravura colorida.
Zelândia e alterou sua organização social e econômica. Os aborígenes austra-
como Outback. lianos foram massacrados ou escravizados, e os maoris da Nova Zelândia viram
Caso seja oportuno, ressalte à tur- sua população ser reduzida em virtude da dominação europeia.
ma que o primeiro europeu a chegar Até hoje, muitas ilhas da Oceania permanecem sob o domínio de antigas
no continente foi o português Fernão potências coloniais ou são administradas pela Austrália e pela Nova Zelândia;
de Magalhães, mas que o navegante poucas são independentes. Há também territórios que não pertencem aos paí-
não teve conhecimento do seu feito ses da Oceania: o Havaí, por exemplo, que faz parte dos Estados Unidos, e a Ilha
em vida, já que faleceu no mesmo de Páscoa, que pertence ao Chile.
ano, no território que hoje é conhe- Atualmente, há diferenças marcantes entre os países que compõem a
cido como as Filipinas. A sua inten- Oceania. Austrália e Nova Zelândia são classificadas como nações desenvolvi-
ção era descobrir um novo caminho, das, enquanto os demais têm economias frágeis e dependem de ajuda externa.
mais rápido e econômico, à Índia, mas A economia das ilhas do Pacífico é organizada com base na pesca e na agricul-
Tradicional bonde tura de subsistência; em algumas delas ocorre a monocultura de exportação,
acabou tendo a rota desviada ao atra- em Wellington, capital
principalmente de coco, além de serviços de turismo.
car nas ilhas Marianas. Anos mais tar- da Nova Zelândia, 2020.
Stefan Mokrzecki/Shutterstock.com
de, o território seria explorado pela
Inglaterra, pelos Países Baixos e pela
Espanha.
Foco na BNCC
Competência específica de
Ciências Humanas 5
O tema desta página permite
aos estudantes comparar
eventos ocorridos em tempos
diferentes no mesmo espaço. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
250
Atividades complementares
1. Divida a turma em grupos com até cinco integrantes e • Se possível, evidenciar as consequências no meio natu-
instrua-os a pesquisarem em sites, livros e revistas confiá- ral e social da colonização;
veis, sobre a colonização do continente da Oceania. Para • Data da emancipação do país colonizado;
organizar a pesquisa, solicite que cada grupo escolha um • Atuais e principais atividades econômicas do país.
país independente, e depois, que coletem informações • Com as informações coletadas, oriente os grupos a apre-
para responder aos seguintes tópicos: sentarem o resultado da pesquisa em um breve semi-
• Qual o país responsável pela colonização? nário, com cartazes e/ou qualquer outro material que
• Qual a data da colonização? possa auxiliá-los na exposição.
• Como a exploração do território foi praticada?
250
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 Cite algumas características gerais da Oceania. 1. Formada por 14 países, a Oceania é o
menor dos continentes do globo e o
2 Sobre as ilhas da Oceania, responda às questões:
menos populoso. Os países que mais
a) Que nome recebem os três arquipélagos da Oceania?
se destacam pela extensão territo-
b) Qual deles é composto de um maior número de ilhas? rial e pela dinâmica econômica são
Austrália e Nova Zelândia. O inglês é
3 De forma geral, como se deu o processo de colonização dos países da Oceania?
o idioma mais falado no continente,
4 Por que é possível afirmar que o processo de colonização na Oceania alterou profundamente a organi- onde também há países em que se
zação social encontrada? fala francês, além de dialetos nativos.
2. a) Polinésia, Melanésia e Micronésia.
Para refletir b) A Polinésia é composta de um
1 Compare as fotografias a seguir e discorra, de maneira breve e geral, sobre as condições econômicas e sociais
número maior de ilhas, entre
da Oceania. elas estão os arquipélagos de
Taiti, Samoa e Tonga.
3. A dominação europeia começou no
trabantos/Shutterstock.com
século XVIII. Expedições financiadas
pelo Reino Unido garantiram a ele a
posse da Austrália e, em seguida, da
Nova Zelândia e de outras ilhas. O
continente passou a atrair as potên-
cias europeias, que estavam perden-
do suas colônias em outras regiões.
Ao longo dos séculos XIX e XX, Reino
Unido, França, Alemanha e Estados
Unidos instalaram bases navais e
comerciais nas ilhas da Oceania.
Até hoje, muitas ilhas do continente
Vista aérea de área litorânea de Wellington, Nova Zelândia, 2020. permanecem sob o domínio de anti-
gas potências coloniais. Há também
territórios que não pertencem aos
DOZIER Marc/hemis.fr/Alamy/ Fotoarena
países da Oceania, como o Havaí,
que é um estado estadunidense.
4. Porque uma das práticas adotadas
foi o extermínio e a escravização da
população nativa, com destaque
para os aborígenes australianos e os
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO maoris neozelandeses. A exploração
das paisagens naturais também é
DA EDITORA DO BRASIL um fator de grande influência na
destituição social do continente.
Para refletir
1. Observando-se as imagens, é possí-
Vista aérea de área em Port Moresby, capital da Papua Nova Guiné, 2018. vel concluir que há diferenças mar-
cantes entre os países que com-
põem a Oceania. Austrália e Nova
251
Zelândia são classificadas como
nações desenvolvidas, enquanto
outras, como Papua-Nova Guiné,
têm economia frágil e problemas
sociais.
251
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as principais característi-
cas do relevo da Oceania.
• Relacionar os tipos de clima com os
tipos de vegetação do continente Aspectos físicos
australiano.
• Conhecer os principais problemas
ambientais da Oceania.
Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou a localização da Oceania e as principais caracterís-
pedagógicos
ticas do domínio europeu no continente. Neste capítulo, você estudará as principais
As formas do relevo e suas carac- características naturais da Oceania: relevo, clima e vegetação.
terísticas, o uso do solo, a hidrografia
e sua importância, assim como os ti-
pos de clima e de formação vegetal, Relevo
são conhecimentos trabalhados no
O relevo do continente caracteriza-se por altitudes pouco elevadas. A Austrália
Ensino Fundamental (EF05GE10, ocupa a maior área do continente e seu relevo é composto predominantemente de
EF06GE04, EF06GE05, EF06GE06, três grandes unidades, descritas a seguir.
EF06GE10, EF06GE12) que se relacio-
• Planalto ocidental – localizado na faixa costeira oeste, tem origem muito
nam com os assuntos explorados no antiga; a altitude dos morros e serras raramente ultrapassa 600 metros.
capítulo. O resgate dessas habilidades O pico mais alto, o Monte Bruce, atinge 1 235 metros.
pode ser de grande importância para
• Depressões e planícies centrais – estende-se de norte a sul pelo centro do con-
iniciar a discussão sobre o tema “As- tinente, sendo formada, ao norte, pela Grande Bacia Artesiana, onde se encontra
pectos físicos da Oceania”. o Lago Eyre, e, ao sul, pela planície dos rios Darling e Murray, de solos férteis.
• Cordilheira australiana – constituída de estruturas geológicas antigas, está
Orientações localizada no leste e acompanha a faixa costeira, estendendo-se por quase
Solicite aos estudantes que obser- três mil quilômetros de norte a sul. O ponto culminante é o Monte Kosciusko,
vem o mapa físico da Oceania e que com 2 230 metros de altitude. A cordilheira funciona como uma barreira
identifiquem as formas de relevo des- natural às massas de ar úmidas provenientes do Pacífico.
critas na página. Retome o conheci- Oceania: físico Observe o mapa a seguir.
mento deles sobre o assunto relacio-
Sonia Vaz
Is. Marshall
nando as vantagens e desvantagens Is. Palau Is. Senyavin
I. Teraina
das formas de relevo para a ocupação I. Tabuaeran
I. Kiritimati
M
humana de um território, e pergunte 0°
Equador
E Is. Gilbert
P
I. Nova Guiné L A
M
O
I. Almirantado N
L
à turma de que forma o continente
I C
Arquipélago É
S
I N
Bismark I A
R
É
O
S
Is. Salomão I. Flint
N
Mar de Arafura
I A
É
Is. Samoa
TERRA DE
ARNHEM
Faça uma leitura guiada da página, Mar de Timor Mar dos Corais Is. Novas I. Bora Bora Is. Tuamotu
CO
Is. Tahiti
sempre elencando os itens citados às
ILH
Is. Tonga
EIR
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Is. Lealdade
AA
1 235 m PLANÍCIES E
TR
GRANDE DESERTO
OCEANO (em metros)
VITÓRIA g
CADEIA lin Acima de 4800
que possa surgir. DARLING
ar
PACÍFICO
Rio D
252
252
Orientações
Explique aos estudantes a impor-
tância da Grande Barreira de Corais
para a manutenção da vida marinha e
para a atmosfera. Esse assunto poderá
ser trabalhado de maneira interdisci-
plinar com Ciências.
Destaque também que, diferente-
mente da Austrália, na Nova Zelândia
há montanhas com altitudes significa-
tivas. Retome o conhecimento deles
Cavan Images/Alamy/Fotoarena
sobre a formação de cadeias mon-
Vista aérea de parte da Grande Barreira de Coral. Queensland, Austrália, 2021. tanhosas e peça a eles que reflitam
sobre a localização do país em relação
A costa leste da Austrália, banhada pelo Oceano Pacífico, é acompanhada às placas tectônicas.
por um extenso alinhamento constituído de ilhas de corais (recifes) por cerca de Coral: animal O conteúdo da seção Um pouco
2 300 quilômetros, com 600 ilhas e 300 atóis. Essa barreira foi declarada Patri- marinho, invertebrado mais sobre aborda o Uluru, importan-
mônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1981. Tem aproximadamente e com esqueleto te constituição rochosa para os aborí-
calcário, que forma
360 espécies de corais, 1 500 espécies de peixes e 2 900 recifes. recifes e atóis. genes australianos, que acabou se tor-
A Nova Zelândia se destaca pelas feições geomorfológicas, que vão desde nando um atrativo turístico por suas
fiordes a sudoeste a praias tropicais ao norte e extensas cadeias de montanhas, particularidades: é o segundo maior
como os Alpes Neozelandeses. No país há, na Ilha Sul, 18 picos com mais de três monólito do mundo e abriga sítios ar-
mil metros de altura. O mais alto é o Aoraki, ou Monte Cook, com 3 754 metros
queológicos importantes. Em 2019, o
de altitude. Ocorrem terremotos e vulcanismo na região pelo fato de o país estar
governo australiano estabeleceu por
localizado em zona de convergência de placas tectônicas, no chamado Círculo
meio de lei a proibição da escalada do
de Fogo do Pacífico. A leste da Ilha Sul encontra-se a planície de Canterbury,
principal região agrícola.
monte. Por ser um importante fator
Quanto à hidrografia, a Oceania tem poucos e pequenos rios. Na Austrália,
cultural para os aborígenes Anangu,
os dois principais são o Murray e seu afluente Darling, favoráveis à navegação que está na cultura desse povo há mi-
por atravessarem relevo de planície. No norte da Nova Zelândia, destaca-se o lhares de anos, e por vir sofrendo ero-
Rio Waikato. sões mais acentuadas devido às ativi-
dades turísticas, subir até o seu cume é
terminantemente proibido.
Benny Marty/Shutterstock.com
O lugar, ademais, é considerado
sagrado. O povo Anangu realiza até
Uluru os dias de hoje rituais e vincula ao
Na Austrália, uma das maiores atra- monólito diversas características de
ções turísticas é o chamado Uluru, também suas crenças.
conhecido por Ayers Rock ou “A Rocha”,
enorme formação rochosa sagrada para
os povos aborígenes. Com 318 metros de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
altitude e oito quilômetros de circunferên-
cia, sua coloração muda ao longo do dia e
DA EDITORA DO BRASIL
do ano. O fenômeno está relacionado à sua
composição: arenito impregnado de mi-
nerais (cristais de quartzo), o que provoca
um brilho vermelho ao amanhecer e ao pôr
do sol. Uluru. Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, Austrália, 2019.
253
Atividades complementares
1. Solicite aos estudantes que se organizem em duplas. Então, localização do patrimônio; quando foi decretado Patrimônio
instrua-os a pesquisar em livros ou em páginas confiáveis Natural da Humanidade; o estado de conservação; e outras
da internet os Patrimônios Naturais da Humanidade de que considerar pertinentes. Cada dupla deverá apresentar
acordo com a Unesco e que selecionem um deles. Peça o cartaz de maneira breve ao restante da turma e fixá-lo
que procurem mais informações e elaborem um pequeno em local adequado posteriormente; assim, será formada
cartaz com esses dados. Combine com eles as informações uma exposição de patrimônios naturais da humanidade.
básicas que deverão constar do cartaz, como: o mapa da
253
Orientações Faça no caderno
2. Espera-se que os estudantes pon- 150° L 180° 150° O 120° O 90° O 60° O 30° O 0° 30° L 60° L 90° L
PLACA PLACA
SUL-AMERICANA INDO-AUSTRALIANA
Trópico de Capricórnio PLACA
PLACA DE NAZCA
30° S INDO-AUSTRALIANA
NOVA
ZELÂNDIA
60° S
Círculo Polar Antártico
PLACA ANTÁRTICA
N
Limite entre placas
0 2 050 4 100 km
O L Área de afastamento de placas
Área de encontro de placas 1 : 205 000 000
S
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar: ensino fundamental do 6o ao 9o ano. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. p. 103.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Observe o mapa acima. O que explica a ocorrência de diversos terremotos em áreas próximas à
Nova Zelândia?
2 Quais são os riscos para a população da Oceania de viver tão próxima ao chamado Círculo ou Anel
de Fogo?
254
Para aprofundar
As ilhas da Oceania experienciam uma série de fenôme-
nos sísmicos devido à alta atividade das placas tectônicas
do Círculo de Fogo do Pacífico. O país Tonga, em janeiro de
2022, enfrentou a maior erupção vulcânica relatada há tem-
pos. Para saber mais sobre o acontecimento, acesse a notícia
Erupção de vulcão em Tonga em janeiro foi a mais intensa
em 140 anos, disponível em: https://www.cnnbrasil.com.
br/internacional/erupcao-de-vulcao-em-tonga-em-janeiro
-foi-a-mais-intensa-em-140-anos/. Acesso em: 4 jun. 2022.
254
Orientações
Clima e vegetação Instrua os estudantes na leitura e
O fato de a Oceania apresentar terras nas zonas tropical e temperada do interpretação dos mapas desta página.
planeta, além da influência das formas do relevo, justifica a ocorrência de climas Ressalte que o clima equatorial
e de tipos de vegetação bem variados. quente e úmido da Melanésia e da
Observe os mapas a seguir. Micronésia se assemelha ao clima
amazônico, assim como a abundân-
Oceania: clima
cia pluvial e a vegetação florestal den-
Studio Caparroz
Equador
0° sa e tropical.
A fauna e a flora da Oceania é con-
siderada por muitos estudiosos como
exótica e singular, já que possui uma
série de animais e plantas que só exis-
Climas
Trópico de Capricórnio
Equatorial tem em seus territórios. O fato é de-
DESERTO
DE GIBSON GRANDE DESERTO
Tropical corrente do isolamento acentuado da
Desértico
VITÓRIA OCEANO
N Semiárido Austrália dos demais países, em curso
PACÍFICO
Mediterrâneo desde a separação das faixas de terra
O L Temperado
Áreas desérticas
da Gondwana. É importante ressaltar
S Desertos da Austrália aos estudantes que, para as Ciências
OCEANO 0 945 1 890 km
ÍNDICO 1 : 94 500 000
Naturais, o isolamento de determina-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: dos ecossistemas resulta em caracte-
135° L IBGE, 2018. p. 58. rísticas únicas no desenvolvimento de
Oceania: vegetação
vegetações e dos animais endêmicos.
Studio Caparroz
Equador
0°
Trópico de Capricórnio
Floresta temperada
e subtropical
OCEANO Vegetação mediterrânea
N
PACÍFICO Estepes
O L
Vegetação de deserto
Savanas
S Floresta tropical
OCEANO 0 945 1 890 km e equatorial
ÍNDICO 1 : 94 500 000 Fonte: IBGE. Atlas geográfico
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
135° L
IBGE, 2018. p. 61.
255
Foco na BNCC
Competência geral 7 identificar e comparar os domínios morfoclimáticos
Competências específicas de Geografia 4 e 6 da Oceania com os demais continentes. Possibilita,
ainda, desenvolver o pensamento espacial, o uso
Habilidades EF09GE04 e EF09GE16 da linguagem cartográfica, a argumentação com
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes base em fatos, dados e informações confiáveis e a
relacionar paisagens diferentes aos diversos modos defesa de ideias e pontos de vista que respeitem
de vida dos povos da Oceania, valorizando, assim, e promovam a consciência socioambiental e o
identidades e interculturalidades regionais, e respeito à biodiversidade.
255
Orientações No norte e no nordeste da Austrália, o
Se possível, apresente aos estudan- clima é tropical, quente e úmido, com predomí-
tes imagens da Oceania, previamente nio de florestas tropicais e savanas. No centro
selecionadas, para ilustrar a diversidade do país, em 70% do território, prevalecem os
de climas e de formações vegetais do climas semiárido e desértico, que se explicam
continente. pela existência de massas de ar secas e de alta
Ressalte a influência das formas pressão sobre grande parte do continente, com
montanhosas de relevo na formação e fluxos de ar descendentes, característicos das
zonas de alta pressão que acompanham os
manutenção dos desertos australianos.
David Wall/Alamy/Fotoarena
trópicos de Capricórnio e de Câncer ao redor
do planeta.
Para aprofundar O relevo elevado, próximo ao litoral, tam-
A série documental Segredos da bém dificulta a chegada de massas de ar úmi-
Austrália Selvagem, de 2016, retrata a das vindas do leste, ou seja, do Pacífico. Essa
Lago Ruataniwha em Mackenzie Country, Nova Zelândia, 2018.
fauna e a flora da Austrália, ressaltando condição faz com que o país seja um dos mais
a cada episódio seus diferentes biomas secos do planeta, com índices pluviométricos
e espécies endêmicas do território. inferiores a 500 mm anuais, uma das médias
mais baixas do mundo, o que gera desertos no
interior da Austrália – entre os vários deser-
tos do país, os maiores são o de Gibson e o de
Vitória.
Ao redor das savanas, entre as áreas de
clima tropical e desértico, o clima semiárido fa-
vorece o aparecimento de estepes: vegetação
123RF/Easypix Brasil
rasteira e herbácea.
No sudeste da Austrália e na ilha da
Tasmânia, o clima é temperado, com a for-
Canguru-cinza, um dos mação de florestas subtropical e temperada. No sudoeste, há uma extensa
animais-símbolo da Austrália,
no Deserto de Pinnacles,
floresta de eucaliptos, árvore originária da Austrália, onde existem mais de
próximo a Cervantes, 600 espécies. Essas variedades foram transplantadas para outras partes do
Austrália, 2020. mundo, sobretudo para a produção de madeira.
Na região sul australiana, o clima é mediterrâneo e a vegetação é composta
Canguru nas Planícies basicamente de arbustos denominados garrigues e maquis, espécies típicas
Bamurru. Point Stuart, desse clima.
Austrália, 2018.
Georg Berg/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
256
256
Faça no caderno
Orientações
Solicite aos estudantes que com-
Observe o mapa a seguir.
parem o mapa desta página com o
Oceania: problemas ambientais – 2014
mapa de vegetação da Oceania na
página 255. Instrua-os na leitura e
Mario Yoshida
Equador
0°
interpretação dos mapas, assim como
na comparação entre eles.
PAPUA
NOVA GUINÉ
½ Respostas
Olhar cartográfico
Darwin 1. Desertificação, desmatamento,
poluição marinha, poluição dos rios,
Derby Tennant
Caims Mar dos ar poluído e testes nucleares.
Fli Corais
Creek nd
er
s 2. A desertificação ocorre nas bordas
As Danpier Mount Isa
hbu tin
a dos desertos, e o desmatamento,
Geo
n Alice
na região de florestas tropicais.
rgin
Alb Springs er
am
Co
a
a
AUSTRÁLIA 3. Rios Ashburton, Gascoyne, Alberga,
Brisbane
g OCEANO Georgina, Flinders, Diamantina,
Kalgoorlie- in
-Boulder Port D arl PACÍFICO Cooper e Darling.
Perth Augusta
Broken Hill
Newcastle 4. A avaliação do ar é negativa, consi-
Murray Sydney
Adelaide Go
ulb Camberra
dera-se o ar de má qualidade.
ur
N Melbourne
n Mar da Tasmânia 5. As áreas desérticas não oferecem
OCEANO condições básicas para a construção
O L
ÍNDICO
NOVA de grandes cidades, nem para possi-
Tasmânia ZELÂNDIA
S bilitar infraestruturas que viabilizem
0 415 830 km
ocupações.
1 : 41 500 000
6. Sim. A poluição marinha se dá justa-
140° L
mente pela ocorrência de despejos
Cobertura vegetal Problemas ambientais
de lixo, esgoto, ou de qualquer tipo
Deserto Desertificação Rios poluídos Principais cidades
de dejeto industrial. Como os gran-
Floresta Desmatamento Má qualidade do ar
Área sem problema Poluição marinha intensa Local de testes nucleares
des polos urbanos são geradores
ambiental relevante desse tipo de dejeto, a ligação entre
Rios não poluídos
a poluição e a localização dessas ci-
Fonte: PHILLIPSON, Olly. Atlas geográfico mundial. 2. ed. Curitiba: Fundamento Educacional, 2014. p. 113. dades é a explicação para a relação
entre causa e efeito.
1 Que problemas ambientais se destacam na Oceania?
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
3 Quais rios do continente são os mais poluídos?
4 DA EDITORA
Como está avaliada a qualidade do ar em DO BRASIL
Sydney, na Austrália?
5 O deserto é a área que apresenta menos ocorrências de principais cidades. Por quê?
6 É possível estabelecer uma relação entre a localização das principais cidades da Oceania e a poluição
marinha intensa? Por quê?
257
257
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1. O relevo do continente caracteriza-se 1 Caracterize, de forma geral, o relevo da Oceania.
pelas altitudes pouco elevadas. Na
2 O que explica o elevado número de atividades sísmicas em alguns países da Oceania, como a Nova
Austrália, país que ocupa a maior Zelândia?
área do continente, existem as se-
guintes formas de relevo: planalto 3 Explique por que a barreira de corais da Austrália foi considerada Patrimônio Natural da Humanidade.
ocidental, planícies e depressões
4 Explique a existência de desertos na região central da Austrália. Cite exemplos.
centrais e a Cordilheira Australiana.
A Nova Zelândia é composta de Para refletir
feições geomorfológicas que vão
de fiordes, a sudoeste, passando 1 Leia o trecho e veja a fotografia a seguir. Depois, responda às questões.
por praias tropicais, ao norte, até Situadas lado a lado dentro do mar, na beira da areia e à vista dos observadores que passeiam
extensas cadeias de montanhas, por uma bela estrada costeira, as pedras dos Doze Apóstolos (Twelve Apostles) são uma das grandes
como os Alpes Neozelandeses. atrações do estado de Victoria, na Austrália.
2. O fato de a Nova Zelândia e outras Escavadas pela erosão natural durante milhões de anos, essas formações calcárias de 45 metros
ilhas estarem próximas à zona de de altura pertencem à área do Parque Nacional de Port Campbell, perto da cidade de Melbourne.
contato de duas placas tectônicas [...]
– Placa do Pacífico e Placa Indo- Apesar do nome, não são 12 as pedras que formam o conjunto, mas oito (antigamente eram
-Australiana –, zona sujeita a aba- nove, mas uma se foi com a erosão). O nome foi dado em 1920 com fins turísticos.
los sísmicos. PEDRAS dos 12 Apóstolos são atração em estrada paradisíaca na Austrália. G1, São Paulo, 1 abr. 2015.
Disponível em: http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2015/04/pedras-dos-12-apostolos-sao
3. Porque se estende por aproximada- -atracao-em-estrada-paradisiaca-na-australia.html. Acesso em: 22 mar. 2022.
mente 2.300 quilômetros, abrangen-
Helge Borchers/Alamy/Fotoarena
do 600 ilhas e 300 atóis, com 360
espécies de corais, 1.500 espécies
de peixes e 2.900 recifes.
4. O relevo de parte do litoral, cons-
tituído de terrenos mais elevados,
impede a entrada de massas de ar
úmidas, provocando a formação
de desertos no interior. Exemplos:
desertos de Gibson e de Vitória.
Para refletir
1. a) E rosão hídrica ocasionada pelo
movimento das ondas do mar
e oscilação do nível das marés.
b) Agentes exógenos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Rochas conhecidas como 12 Apóstolos. Parque Nacional de Port Campbell, Austrália, 2019.
258
258
3
Objetivos do capítulo
• Estudar os aspectos demográficos da
Oceania, de modo geral, com desta-
259
259
Orientações
Se possível, acesse e explore com Austrália
os estudantes a página do IBGE
Países para obter mais dados, indi- Sociedade
cadores socioeconômicos e informa- A Austrália tem o maior território da Oceania, com aproximadamente 86%
ções sobre a Austrália. Disponível em: das terras do continente, por isso é chamada de país-continente. Está localiza-
https://paises.ibge.gov.br. Acesso em: da entre os oceanos Índico
9 jun. 2022. Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné: e Pacífico.
densidade demográfica – 2015 Em 2020, a população
Atividades total da Austrália era de
Allmaps
aproximadamente 25 mi-
complementares
lhões de habitantes (dados
1. Proponha aos estudantes uma ativi- do IBGE). O país tem bai-
dade interdisciplinar com História. xa densidade demográfi-
Solicite que se organizem em grupos ca, apenas 3,3 hab./km2. A
e selecionem um país da Oceania maior parte da população é
Habitantes por km²
para pesquisar. Instrua-os em pes- urbana (86%),
Menos de 1 concentrada
quisar em livros e/ou páginas con- Trópico de Capricórnio principalmente
De 1 a 10 no sudeste
fiáveis da internet a história e o pro- do paísDe 10ea ao
25 longo da costa
De 25 a 50
cesso de ocupação de cada país. (dados de 2020 da ONU),
OCEANO
O grupo deverá elaborar um material PACÍFICO onde se destacam as cida-
multimídia do processo, destacando des de Melbourne, Sydney
os povos nativos do país escolhi- e a capital, Camberra. No
N
do. Combine com eles as informa- interior, encontram-se
ções básicas que deverão constar
O L
grandes áreas desabita-
no material, como: mapa do país, S
das devido à existência de
informações demográficas, línguas 0 586 1 172 km imensos desertos. Observe
1:58600 000 o mapa ao lado.
e aspectos culturais locais, e outras 140º L
A população da Aus-
que considerar pertinentes. Ao final, Habitantes por km²
trália é predominantemente
cada grupo deverá apresentar ao Menos de 1
De 1 a 10 de origem europeia (95%, a maioria de ascendência britânica); já os aborígenes
restante da turma as informações Trópico de Capricórnio
De 10 a 25 representam apenas1% do total. Eles têm uma expectativa de vida 17 anos
coletadas e um breve histórico do De 25 a 50
inferior à de um branco e se tornaram uma classe discriminada e marginalizada.
processo de ocupação do país. OCEANO
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, O país tem grande contingente de imigrantes em virtude das políticas de
PACÍFICO
Jussara Vaz. Atlas geográfico do
estudante. São Paulo: FTD, 2016.
imigração que foram muito estimuladas pelo governo no passado. Hoje, esse
p. 180. acesso é mais restrito. Em 2019, a Austrália tinha o oitavo maior IDH do mundo
e elevada expectativa de vida: 84 anos (dados da ONU).
Ocupação do território
172 km
Em 1770, o explorador e cartógrafo inglês James Cook (1728-1779) de-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
140º L
sembarcou na costa leste australiana. Em 1788, determinados pontos do terri-
tório transformaram-se em colônias penais da Inglaterra, a exemplo de Sydney,
Colônia penal:
DA EDITORA DO BRASIL
assentamento para onde foram instalados presídios para os condenados das Ilhas Britânicas.
prisioneiros em local Muitos imigrantes ingleses passaram a colonizar o país, cuja independên-
remoto, para separá-
-los da população em cia ocorreu em 1900. Os laços políticos com a Inglaterra foram preservados
geral – muitas vezes e, em 1901, a Austrália integrou-se à Comunidade Britânica, subordinada ao
uma ilha distante ou chefe de Estado do Reino Unido. Em 1999, houve um plebiscito no país que
um território colonial.
confirmou a manutenção da condição de monarquia constitucional sob domínio
da Coroa britânica.
260
Foco na BNCC
Competência geral 1 deles, valorizando e utilizando os conhecimentos
Competência específica de Geografia 3 historicamente construídos para desenvolver
autonomia e senso crítico na compreensão e
Habilidade EF09GE09 aplicação do raciocínio geográfico ao analisar
O conteúdo desta página permite aos estudantes a ocupação humana e a produção do espaço,
conhecer aspectos populacionais, urbanos, colaborando para a construção de uma sociedade
políticos e econômicos de países da Oceania e justa, democrática e inclusiva.
discutir as desigualdades sociais e econômicas
260
A chegada dos europeus à Austrália mudou muito a história dos povos na- Orientações
tivos da região. No início da colonização, estima-se que havia naquele território Incentive os estudantes a refletir
entre 300 mil e 1 milhão de aborígenes, divididos em agrupamentos diversos, sobre as semelhanças entre o proces-
que falavam mais de 200 línguas. Seus ancestrais já viviam no local havia mais so de colonização da Oceania e o dos
de 40 mil anos, e hoje estão reduzidos a uma população de cerca de 200 mil, países americanos. Destaque a vio-
que ainda enfrenta preconceito e exclusão da sociedade australiana. lência desses processos em relação à
A importância cultural e histórica da rica cultura aborígene foi reconhecida população nativa. Peça que pensem
apenas recentemente. Em 1967, eles foram considerados cidadãos australianos sobre a situação atual dos indígenas
e, em 1976, foi-lhes concedida a propriedade das reservas onde viviam. Esses
do Brasil e também como imaginam
povos ainda são a minoria mais pobre da Austrália.
que seja a situação dos nativos da
Oceania, em especial os da Austrália.
História
½½ Respostas
Austrália pede desculpa a aborígenes
Diálogo com História
A Austrália pediu perdão aos aborígenes pelo sofri-
1. Conduza o debate para o tema da
mento causado no passado. O primeiro-ministro aus-
cidadania, a importância do reco-
traliano, Kevin Rudd, apresentou [...] numa sessão
nhecimento dos direitos humanos
parlamentar, e pela primeira vez na história do
e o fim da exploração humana.
1 Com base na leitura do trecho acima, discuta com os colegas sobre a importância do reconhecimento
do governo australiano para a população aborígene da Austrália.
261
Foco na BNCC
Competências gerais 3, 4 e 6 subordinadas à colonização britânica ao mesmo
Competência específica de Geografia 7 tempo que mostra um quadro diversificado de
características econômicas, sociais e culturais.
Habilidades EF09GE03 e EF09GE08 Assim, articulam-se diferentes linguagens, saberes e
A gênese do processo de ocupação da Austrália vivências culturais, destacando-se princípios éticos
ressalta os impactos sociais negativos nas de respeito às diferenças diante de transformações
populações nativas (aborígenes australianos) territoriais derivadas de tensões e conflitos.
261
Orientações
Destaque os índices socioeconômi- Nova Zelândia
cos e demográficos da Nova Zelândia. Nova Zelândia: político - 2015 A Nova Zelândia lo-
Se possível, acesse e explore com os caliza-se no sudoeste do
Sonia Vaz
165°L 170°L 175°L
estudantes a página do IBGE Países 35°S Kaitaia Oceano Pacífico e é com-
e compare esses índices com os de posta basicamente de duas
Dargaville
países do mesmo continente e de grandes ilhas, a do Norte
outros. Disponível em: https://paises. Auckland e a do Sul, separadas pelo
ibge.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2022. Tauranga Estreito de Cook, rodea-
Explique aos estudantes que as Mar
Rotorua
Gisborne
das por mais de 600 ilhas
Ilha do Norte
crianças retratadas na fotografia não
da
New Plymouth menores. Observe o mapa
Ta s m â n i a
ao lado.
estão fazendo “caretas” para a câmera Wanganui Napier
40°S O longo período de
fotográfica, as expressões faciais delas
isolamento das ilhas levou
são parte das danças tradicionais dos Nelson
Wellington a uma grande diversidade
maoris e têm a função de demonstrar Ilha do Sul
de fauna, flora e paisagens,
o orgulho, a força e a unidade des- Greymouth
Kaikoura OCEANO
além da rica cultura maori.
PA C Í F I C O
se povo. Independente do Reino
Christchurch
Unido desde 1947, mas ain-
Timaru
Cromwell N da formalmente subordina-
45°S Oamaru
Kingston da à Coroa britânica, a maior
O L
Invercargill Dunedin
parte da população é de des-
Capital de país
S cendentes de europeus, com
Oban
Principais cidades
0 120 240 km
uma minoria maori e de ou-
1 : 12 000 000
tros povos da Oceania.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico A Nova Zelândia é um
escolar: ensino fundamental do
6o ao 9o ano. 2. ed. Rio de Janeiro:
país desenvolvido (14o maior IDH em 2019), com altos índices de qualidade de
IBGE, 2015. p. 99. vida, saúde, educação e economia. Os setores de serviços, industrial e de turismo
predominam nas atividades econômicas das ilhas.
Em 2020, a população total da Nova Zelândia era de aproximadamente
4,8 milhões de habitantes (dados da ONU). A densidade demográfica é de
18,3 hab./km2. A maior parte da população é urbana (86%) e está concentrada
nas cidades de Auckland, Christchurch, Wellington e Hamilton.
Entre os países desenvolvidos e industrializados, a Nova Zelândia é um dos
mais jovens, com uma taxa média de natalidade de dois filhos por casal.
No país, aproximadamente 25% da população é imigrante e mais da me-
tade vive na região de Auckland. A maioria dos imigrantes é britânica; outros
vieram da Austrália, China, Índia, África do Sul, Fiji e Samoa.
A então primeira-ministra
neozelandesa Jacinda Ardern,
visitando escola primária em
Waitangi, Nova Zelândia, 2018.
262
Foco na BNCC
Competência geral 1 deles, valorizando e utilizando os conhecimentos
Competência específica de Geografia 3 historicamente construídos para desenvolver
autonomia e senso crítico na compreensão e
Habilidade EF09GE09 aplicação do raciocínio geográfico ao analisar
O conteúdo desta página permite aos estudantes a ocupação humana e a produção do espaço,
conhecer aspectos populacionais, urbanos, colaborando para a construção de uma sociedade
políticos e econômicos de países da Oceania, e justa, democrática e inclusiva.
discutir as desigualdades sociais e econômicas
262
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 Atualmente, a população aborígene apresenta os menores indicadores sociais da Austrália. Por quê? 1. Porque, historicamente, o povo
aborígene foi exterminado e excluí-
2 Caracterize a Austrália no que se refere à qualidade de vida de seus habitantes.
do da sociedade australiana, fato que
3 Levando em consideração as características físicas da Austrália, comente sobre a distribuição da popu- se reflete na condição econômica e
lação pelo continente. social de seus atuais representantes.
4 Quais aspectos da sociedade neozelandesa podem ser destacados? 2. A Austrália é um país desenvolvi-
do, que ostenta um elevado índice
Para refletir de IDH e altas taxas de alfabetiza-
ção, expectativa de vida e renda per
1 Leia o trecho a seguir. capita.
Conheça o significado do ‘haka’, a dança tribal maori que virou símbolo 3. O país tem baixa densidade demo-
dos All Blacks. gráfica: a maior parte da população
está concentrada no sudeste e ao
A equipe de rúgbi neozelandesa há mais de 100 anos realiza a dança no começo longo da costa, onde predominam
de suas partidas os climas temperado e tropical e
[...] se localizam as principais cidades:
Haka é o nome genérico pelo qual é conhecida toda a dança dos maoris [...]. Os All Blacks (e mui- Melbourne, Sydney e Camberra. No
tas outras equipes neozelandesas) a utilizam em suas partidas para mostrar sua força e unidade. interior, encontram-se grandes áreas
A seleção é considerada um exemplo de integração racial e cultural, que contribui à unidade de desabitadas devido ao predomínio
neozelandeses de diferentes origens, simbolizado na haka.
dos climas desértico e semiárido e
Das tribos maoris aos Originals All Blacks aos extensos desertos.
O Ka Mate, o haka que os All Blacks praticam há mais de um século, foi criada em 1820 pelo chefe 4. A Nova Zelândia caracteriza-se por
maori Te Rauparaha. Como explica o site dos All Blacks dedicado à história dessa dança, a canção ser um país desenvolvido, com altos
comemora a vida sobre a morte, escrita após Te Rauparaha conseguir escapar de uma tribo rival. índices de qualidade de vida, saúde
CANTÓ, Pablo. Conheça o significado do ‘haka’, a dança tribal maori que virou símbolo dos All Blacks. El País, [s. l.], 20 out. 2017.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/19/cultura/1508405168_363160.html. Acesso em: 22 mar. 2022.
e educação. A maior parte da popu-
lação é urbana e está concentrada
nas cidades de Auckland, Wellington
PA Images/Getty Images
e Hamilton.
Para refletir
1. a) R eserve um momento para os
estudantes debaterem a impor-
tância da preservação da cultura
dos povos nativos na Oceania.
All Blacks em performance Aproveite para comentar com
do haka antes de partida
de rugby, principal esporte eles essa mesma importância
neozelandês, no estádio em relação aos povos indígenas
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Aviva, durante o torneio
Autumn International 2021.
no Brasil.
DA EDITORA DO BRASIL Dublin, Irlanda, 2021. b) A resposta deve contemplar a
diversidade de condições de
a) Debata com os colegas a importância histórico-humanitária da manutenção das culturas tradicionais vida da população australiana.
na Oceania e nos demais continentes. A intenção é justamente explo-
b) Justifique a importância das lendas no imaginário cultural desses povos para explicar o mundo que rar as contradições.
os cerca.
263
Foco na BNCC
Competências gerais 3, 4, 6, 8 e 9 anos pela equipe neozelandesa de rúgbi, reforça-
Competência específica de Geografia 7 se a importância de práticas culturais e saberes
diversificados baseados em princípios éticos
Habilidades EF09GE03 e EF09GE04 e no respeito às diferenças. O debate entre os
O texto e os exercícios propostos na seção Para estudantes propicia que o raciocínio geográfico
refletir sintetizam elementos importantes dos embasado esteja vinculado à valorização de
conteúdos trabalhados no capítulo. Ao explicar os identidades e interculturalidades regionais.
significados da dança tribal maori, reproduzida há
263
4
Objetivos do capítulo
• Conhecer as principais característi-
cas da economia da Oceania, prin-
cipalmente da Austrália e da Nova
Zelândia. Economia
• Reconhecer a participação dos paí-
ses da Oceania no bloco econômi-
co da Apec.
• Compreender a importância do turis-
mo para a economia do continente.
No capítulo anterior, você estudou as principais características populacionais e
Pré-requisitos sociais da Oceania, principalmente da Austrália e da Nova Zelândia. Neste capítulo, você
estudará as características econômicas mais marcantes da Oceania, sobretudo da Aus-
pedagógicos trália e da Nova Zelândia.
Os aspectos econômicos, as carac-
terísticas gerais da atividade agrope-
cuária, do processo de industrializa-
ção e da exploração mineral, além
Austrália
dos problemas socioambientais, são A economia da Oceania está bastante atrelada ao sucesso econômico de
conhecimentos previamente tra- Austrália e Nova Zelândia, bem como ao turismo nas ilhas dos arquipélagos ao
balhados no Ensino Fundamental redor. Por serem as nações mais desenvolvidas do continente, atraem os maio-
res volumes de investimentos, exportações e importações.
(EF03GE09, EF05GE05, EF06GE06,
A Austrália é o país dominante e um dos mais desenvolvidos do mundo,
EF07GE06, EF08GE20) que se rela-
com baixos níveis de pobreza e elevada renda per capita.
cionam com os assuntos explorados
Uma atividade econômica de destaque é a mineração. O subsolo australia-
no capítulo. O resgate deles pode ser no tem grandes reservas de bauxita (minério de alumínio), urânio, zinco, ferro,
de grande importância para iniciar diamante, ouro, níquel e carvão mineral. O grande volume de exportações mi-
a discussão sobre o tema “Economia nerais possibilita o alto desenvolvimento industrial do país.
da Oceania”. Os setores industriais
Austrália e Nova Zelândia: economia - 2018 mais importantes são o side-
rúrgico e o metalúrgico, e os
Allmaps
PAPUA
I ND O NÉ S I A NOVA GUINÉ
TIMOR LESTE
Mar de Arafura ILHAS principais centros industriais
SALOMÃO
Mar de Timor
estão localizados no sudeste
Darwin Gra
Golfo de n
australiano, especificamente
de
Carpentária
em Sydney e em Melbourne.
bar
RESERVAS
rei
ABORÍGENES VANUATU
OCEANO
ra
a lí
ne PACÍFICO
r
GRANDE DESERTO
I. Nova Caledônia país provém do petróleo e do
DE AREIA Trópico de Capricórnio carvão mineral.
DESERTO DE Cidade com mais de
GIBSON 1000000 de habitantes A agricultura da Austrália
GRANDE DESERTO Brisbane Produção principal
Bauxita é bastante desenvolvida,
DE VITÓRIA
OCEANO Da
rlin
g Carvão mineral
Chumbo e zinco
moderna e mecanizada, com
ÍNDICO
maior produtividade no sul
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Rio
Grande Baía
Perth Australiana
Ferro
Adelaide Sidnei Urânio
CANBERRA do país. As culturas que se
DA EDITORA DO BRASIL Região industrial
OCEANO
ÍNDICO Melbourne Auckland
destacam são as do trigo, da
Agricultura de cana-de-açúcar aveia, da cevada, da cana-
Cultura de trigo NOVA
Criação intensiva de bovinos (leite) N
TASMÂNIA
Hobart
ZELÂNDIA -de-açúcar e do algodão,
Criação extensiva de bovinos
O L
WELLINGTON
Christchurch
cultivados em grandes pro-
Criação extensiva de ovinos
Floresta 0 485 970 km priedades. Observe o mapa
Áreas não cultivadas S
140º L
1 : 48 500 000 ao lado.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 109.
264
Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 2
O tópico em discussão permite aos estudantes
analisar o mundo social, cultural e digital e o meio
técnico-científico-informacional com base nos
conhecimentos das Ciências Humanas.
264
Considerada um dos maiores criadores de ovinos do Orientações
Sonia Vaz
120°O 60°O 0° 60°L 120°L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
RÚSSIA
60°N
CANADÁ
30°S
AUSTRÁLIA
N
CHILE
O L NOVA ZELÂNDIA
60°S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO S
Círculo Polar Antártico
0 2 095 4 190 km
Países integrantes da Apec
1 : 209 000 000
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A agropecuária é um setor muito desenvolvido e moderno na economia
DA EDITORA
da Nova Zelândia. Está vinculada DOespecialmente
às indústrias, BRASIL à alimentícia e à
têxtil, responsáveis por grande parte das exportações de carne, lã, leite e pele.
A tecnologia empregada na pecuária leiteira intensiva neozelandesa e sua pro-
dutividade fazem dela uma das mais avançadas do mundo.
Como a Austrália, o país conta com uma relevante criação extensiva de
ovinos. Na agricultura, as principais áreas de cultivo estão localizadas na Ilha
do Sul, onde sobressaem as plantações de trigo, cevada, aveia, milho e batata.
265
Foco na BNCC
Competência geral 7 e a natureza por meio de objetos técnicos
Competências específicas de Geografia 2, 3, e 5 específicos. Nota-se, por exemplo, que o meio
técnico-científico – informacional se concentra
Habilidades EF09GE09 e EF09GE17 apenas nos pontos em que há mais atividades
Os conteúdos relativos ao desenvolvimento das agrícolas, industriais ou de serviços com alto teor
atividades econômicas nos territórios australiano e de técnica, ciência e informação aplicada em seus
neozelandês revelam particularidades derivadas de processos.
diferentes formas de interação entre a sociedade
265
Orientações O setor siderúrgico e o de metalurgia, nas
Chris Putnam/Alamy/Fotoarena
ilhas do norte e do sul, respectivamente, são
½ Respostas
os destaques da atividade industrial da Nova
Um pouco mais sobre Zelândia. Embora o país não tenha um subsolo
rico em minerais, apresenta expressivas reser-
1. O ciclo do El Niño provocou o au- vas de recursos energéticos: carvão mineral, pe-
mento das temperaturas e mu- tróleo e gás natural. Na Nova Zelândia há grande
danças climáticas em boa parte da disponibilidade de energia geotérmica. Isso se
Oceania, que sofreu grande impacto deve à intensa atividade tectônica, que gera ca-
na produção de comida e na redu- lor subterrâneo.
ção da oferta de água potável. Os O turismo é um dos setores fundamentais
problemas ambientais resultam das da economia. Milhares de visitantes de todo o
atividades econômicas em geral, mundo são atraídos pelo ecoturismo que o país
da pesca predatória, do turismo e Vista aérea de vinhedo em Victoria, Austrália, 2021.
proporciona, desde caminhadas contemplativas
de fenômenos climáticos como o em meio a paisagens naturais até a prática de
El Niño. esportes radicais.
eye35 stock/Alamy/Fotoarena
A grande maioria da população das ilhas do
Atividades Pacífico trabalha na área de serviços (turismo,
educação e setor financeiro). Os grandes mer-
complementares cados receptores da Oceania são Japão, China,
1. Solicite aos estudantes que se orga- Coreia do Sul e Estados Unidos.
nizem em grupos. Cada grupo de- Os negócios da maioria das ilhas depen-
verá selecionar um país da Oceania. dem de relações comerciais com Austrália,
Explique que farão uma pesquisa Nova Zelândia e Estados Unidos, já que muitas
e elaborarão uma apresentação delas não produzem o suficiente para o mer-
multimídia, sugira a gravação de cado interno, devido à escassez de recursos.
um vídeo, que simule uma peça A indústria da pesca e o turismo têm bastante
publicitária de uma campanha tu- importância econômica entre os países insula-
res da Oceania.
rística do país escolhido. Instrua-os
a pesquisar, em livros e em páginas Grupo se preparando para pular de bungee jumping em
confiáveis da internet, informações ponte localizada sobre o desfiladeiro de Kawarau, próximo a
sobre o país escolhido e imagens Queenstown, Nova Zelândia, 2018.
1 De acordo com o texto, como o fenômeno El Niño impacta as pessoas e o meio ambiente da Oceania?
266
Foco na BNCC
Competência geral 1 sociais e econômicas e as pressões sobre
Competências específicas de Geografia 2 e 3 o ambiente físico-natural deles. O tema
possibilita analisar os impactos do processo de
Habilidades EF09GE09, EF09GE10 e EF09GE17 industrialização na produção e circulação de
O conteúdo desta página permite aos estudantes produtos e culturas da Oceania e discorre sobre as
analisar os aspectos populacionais, urbanos, características físico-naturais e usos da terra em
políticos e econômicos de países e grupos de diferentes regiões do continente.
países da Oceania, e discutir as desigualdades
266
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
1 Explique por que a agropecuária é um importante setor de atividade econômica da Nova Zelândia. 1. A agropecuária, desenvolvida e mo-
derna, está vinculada às indústrias,
2 Observe o mapa e depois faça o que se pede.
principalmente à alimentícia e à
têxtil, responsáveis por grande parte
Mapa-múndi: países integrantes da Apec – 2017
das exportações de carne, lã, leite e
Mario Yoshida
120°O 60°O 0° 60°L 120°L
pele.
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
60°N
Círculo Polar Ártico
2. a) Apec.
b) Presença de países como
Austrália, Estados Unidos, Canadá
30°N
e Japão. Criar uma área de li-
Trópico de Câncer
vre comércio a ser efetivada até
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
2020. Em função da epidemia
0° Equador de covid-19 o prazo foi prorro-
OCEANO OCEANO gada, ainda sem data definida.
PACÍFICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio 3. Apec significa Cooperação Econômica
Meridiano de Greenwich
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Além de assinar o juramento, os visitantes deverão assistir, ainda dentro do avião, a um vídeo
educativo sobre a importância do turismo ecologicamente responsável [...].
DA EDITORA DO BRASIL
MARTINS, Victória. Oceania: Palau agora exige juramento de proteção ao meio ambiente. Viagem e Turismo, [s. l.], 10 jan. 2018.
Disponível em: https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/oceania-palau-agora-exige-juramento-de-protecao-ao-meio-ambiente/.
Acesso em: 11 maio 2022.
a) Você acredita que medidas de proteção ambiental como essa sejam efetivas? Por quê?
b) Que outras medidas você considera que possam alertar os turistas de regiões afetadas por impactos
ambientais para a conscientização de um turismo ecologicamente sustentável?
267
267
Faça no caderno
Orientações
Fuso horário
O conteúdo da seção Em foco via-
biliza a retomada dos conhecimentos
prévios dos estudantes acerca dos fusos
horários e das suas dinâmicas. Pergunte
à turma sobre o que sabem a respeito A adoção do sistema de fusos horários, estabelecido por um acordo internacional
dos meridianos, dos fusos horários, das
em 1912, permitiu unificar os critérios para determinar a hora em cada região.
linhas internacionais de mudança, e so-
bre por que essa ferramenta de medi-
ção do tempo é importante.
O QUE É E O QUE MARCA
A superfície da Terra é dividida em 24 fusos de 15° de longitude cada um.
Os fusos estão concentrados nos meridianos de longitude 0°, 15°, 30° etc., Leste ou Oeste.
Em cada fuso, todos os lugares adotam a mesma hora.
NORTE
LINHA INTERNACIONAL DE
MUDANÇA DE DATA
Localizada a 180° de
Greenwich (aprox.)
MERIDIANO
É utilizado para
determinar a longitude de
OESTE LESTE um lugar.
FUSO HORÁRIO 0
Adilson Secco
SUL
Referências: BRASIL. Lei nº 12.876, de 30 de outubro de 2013. Brasília, DF: Presidência da República, [2013]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12876.htm. Acesso em: 11 maio 2022; GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante.
São Paulo: FTD, 2016; HM Nautical Almanac Office (HMNAO). WORLD Time Zone Map. HM Nautical Almanac Office, [s. l.], 13 dez. 2021.. Disponível
em: http://astro.ukho.gov.uk/nao/miscellanea/WMTZ/. Acesso em: 11 maio 2022; IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
268
Foco na BNCC
Competência geral 1
Competências específicas de Geografia 1, 4 e 5
O infográfico apresenta o assunto articulando
diversas linguagens para que os estudantes
compreendam e empreguem o conhecimento
geográfico relativo à dimensão histórica da
adoção do sistema de fusos horários.
268
Orientações
½ Respostas
FUSOS HORÁRIOS NO MUNDO Em foco
Os países extensos em longitude, como Canadá, Estados Unidos, Brasil e Rússia, utilizam vários fusos
horários nos respectivos territórios. 1. Espera-se que o estudante responda
Os menos extensos adotam um único fuso. que o fuso 0 é importante porque,
No verão, alguns países costumam adiantar a hora, é o chamado horário de verão. com base nele, são calculados os
horários do mundo todo.
Mapa-múndi: fuso horário civil – 2018
2. Espera-se que o estudante associe
Sonia Vaz
-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12 que um território muito extenso
90°N
adota diferentes fusos, porque eles
Reykjavik
Círculo Polar Ártico são calculados de acordo com a
60°N
Is. Aleutas
Londres Berlim
Moscou
Astana
longitude. Dessa forma, se o país é
Vancouver Paris
Ottawa Bucareste muito extenso longitudinalmente,
Washington Nova York Madri Beijing
Seul Tóquio
Los Angeles Is. Madeira
Argel
Trípole
Cairo
Teerã (Pequim)
30°N
como é o caso da Rússia, dos Estados
Nova
Trópico de Câncer Is. Canárias Riad Délhi Hong Kong Unidos, da China, do Canadá e do
Is. Havaí Cidade do
México Cabo Verde Dacar Niamei Manila Brasil, é necessário adotar mais de
Equador Bogotá
Georgetown Adis Abeba
0°
um fuso horário.
Is. Galápagos Nairóbi
Is. Maldivas
Luanda Jacarta
Lima
Brasília Is. Fiji
Meridiano de Greenwich (GMT)
Trópico de Capricórnio
Is. Tonga Maputo
Is. Pitcaim
30°S
Buenos Cidade Sydney
Aires do Cabo Melbourne
Ilhas Malvinas
N
60°S
Círculo Polar Antártico
O L
90°S
S 180° 120°O 60°O 0° 60°L 120°L 180°
0 2 145 4 290 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 35.
Adilson Secco
erguida cinco
minutos antes
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO do sinal da hora.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Com base no que você aprendeu, qual é a impor-
tância do fuso 0 para os fusos horários no mundo?
269
269
Faça no caderno
Orientações
½½ Respostas 1 Com base no mapa da Austrália a seguir, responda aos itens da questão.
Studio Caparroz
com formações mais elevadas.
b) Ela impede a entrada de mas-
sas úmidas, provocando a for- OCEANO
mação de desertos. PACÍFICO
5. Exploração dos recursos naturais; c) Que tipos climáticos e de vegetação são encontrados nas localidades identificadas pelas letras A e
os aborígenes perderam o direito B, respectivamente?
sobre sua terra e seus recursos.
2 Elabore um argumento crítico referente ao comportamento dos colonizadores europeus em relação aos
6. Austrália. aborígenes australianos.
3 Compare os mapas “Oceania: clima” (página 255) e “Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné: den-
sidade demográfica” (página 260). Responda: Que relação pode ser estabelecida entre os dois mapas?
8 Compare o interesse dos europeus pela Oceania nos seguintes períodos históricos: séculos XVIII e XX.
Registre suas conclusões.
270
Sobre a avaliação
½½ Acompanhamento de aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para retomar os conhecimentos relativos à localização e
responder às questões da seção Para encerrar. Utilize-as à ocupação da Oceania, revise o conteúdo com base nos
como diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas mapas das páginas 248 e 249, nas informações da pági-
no início da unidade (EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08, na 250 e nas atividades da página 251. Em relação aos
EF09GE09, EF09GE10, EF09GE16 e EF09GE17) foram desen- aspectos físicos, explore o assunto por meio dos mapas das
volvidas de maneira satisfatória. As atividades propostas na páginas 252, 254 e 255, e das atividades da página 258.
unidade podem auxiliar os estudantes na preparação para Quanto aos aspectos sociais e demográficos, trabalhe-os re-
exames de larga escala. tornando à página 259, aos mapas das páginas 260 e 262
e às atividades da página 263. A economia da Oceania pode
270
Orientações
9 Justifique a afirmação: “Algumas ilhas ou arquipélagos da Oceania pertencem a países como Nova ½½ Respostas
Zelândia, França, Austrália e Estados Unidos”.
Para encerrar
10 Observe a fotografia abaixo e relacione a prática desse esporte ao relevo da Nova Zelândia.
7. Melanésia, Polinésia e Micronésia,
localizadas no Oceano Pacífico.
mauritius images GmbH/Alamy/Fotoarena
Assista
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Os homens do quinto mundo, de José Manuel Novoa. Espanha, 2000. Guiado por um ancião que luta para
preservar a cultura aborígene, o documentário apresenta as diferentes tribos que habitavam o quinto continente
DA EDITORA DO BRASIL
antes da chegada dos colonizadores e que hoje vivem sob a denominação de “aborígenes australianos”. Além
dos rituais espirituais, do significado da pintura e da música, o filme mostra como as reservas, as tradições e os
costumes dessa cultura se encontram à beira da extinção (52 min).
Encantadora de baleias. de Nick Caro. Nova Zelândia, 2003. Nesse filme, um grupo de maoris, o povo ancestral
da Nova Zelândia, precisa deixar de lado sua tradição patriarcal para dar continuidade aos ritos milenares, à rica
cultura e ao povo minguante em meio a uma sociedade globalizada (101 min).
271
Avaliação de resultados
Retome os objetivos da unidade descritos na página 246
deste manual e baseie-se neles para elaborar uma avaliação.
É importante certificar-se de que as competências gerais e as
competências e habilidades específicas de Geografia indica-
das sejam contempladas na avaliação.
271
Referências
272
272
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
ISBN 978-85-10-09342-2