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GEOGRAFIA

GEOGRAFIA

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Axé Silva
Jurandyr Ross
ISBN 978-85-10-09342-2 Ensino Fundamental – Anos Finais
Componente curricular: Geografia

C1GE9_capa_LM_pnld_2024_DIVULGACAO.indd All Pages 06/10/22 11:17


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
9
Axé Silva
• Professor de Geografia de Ensino Fundamental e Médio
• Bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Articulista e coordenador de publicações especializadas em
Geografia e Ensino
• Criador e apresentador de canal de vídeo em plataforma digital sobre
Geografia e Atualidades

Jurandyr Ross
• Livre-Docente em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Professor titular na Universidade de São Paulo (USP)
ENSINO
• Consultor do Ministério do Meio Ambiente (1992-2002)
FUNDAMENTAL
• Vencedor do Prêmio Jabuti pela Associação Brasileira do Livro (1997) ANOS FINAIS
• Autor da Classificação do Relevo Brasileiro (1985)
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO COMPONENTE CURRICULAR

DA EDITORA DO BRASIL GEOGRAFIA

MANUAL DO
PROFESSOR

1a edição
São Paulo, 2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Silva, Axé (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Amplitude : geografia, 9 : ensino fundamental :
Silva,finais
anos Axé / Axé Silva, Jurandyr Ross. -- 1. ed. --
Amplitude
São Paulo : geografia,
: Editora do Brasil,9 :2022.
ensino--fundamental
(Amplitude :
anos finais / Axé Silva, Jurandyr Ross. -- 1. ed. --
geografia)
São Paulo : Editora do Brasil, 2022. -- (Amplitude
geografia)
ISBN 978-85-10-09344-6 (aluno)
ISBN 978-85-10-09342-2 (professor)
ISBN 978-85-10-09344-6 (aluno)
1. Geografia
ISBN (Ensino fundamental)
978-85-10-09342-2 I. Ross,
(professor)
Jurandyr. II. Título. III. Série.
1. Geografia (Ensino fundamental) I. Ross,
22-113347
Jurandyr. II. Título. III. Série. CDD-372.891

22-113347 Índices para catálogo sistemático:


CDD-372.891

1. Geografia :Índices
Ensino para
fundamental
catálogo372.891
sistemático:
Cibele Maria :Dias
1. Geografia - Bibliotecária
Ensino fundamental - CRB-8/9427
372.891

Cibele do
© Editora Maria Dias
Brasil - Bibliotecária
S.A., 2022 - CRB-8/9427
Todos os direitos reservados
© Editora do Brasil S.A., 2022
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Triolet Editorial & Publicações
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Felipe Avanso
Ramos Poletti Concepção,
Diretoria desenvolvimento
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Gerência & Publicações
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Magalhães
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Burgos Leva, Amanda Lejanoski,
Supervisão de
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Elaine Silva Preparação e revisão de Amanda Magalhães
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Célia Carvalho,
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Simões, Milani, Luciana
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Luciene Lima, Luciene Perez, Malvina Tomaz, MárciaCordeiro,
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Talita Limadel Pozo Míriam Santos, Nayra Simões, Nelson Camargo, Patricia
LeituraEstúdio
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Ilustrações: de arte
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Costa,Santos
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Alves, Xavier
Julia do e
Nascimento, Edição deViana,
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Fabio KatoDAE, Débora Ferreira, Fabio Abreu, Jairo
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Secco,Yoshida,
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Rita Poliane, Terezinha de Fátima Oliveira e Valéria Alves Souza, Luis Moura, PaulaPassos
Haydee daRadi,
Costa, Allmaps,
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Viana, Condutta, DAE, Débora Ferreira, Fabio William
Abreu, Jairo
Pereira, Vaz, Studio Caparroz, Tarcísio Garbellini, Mur
Rita Poliane, Terezinha de Fátima Oliveira e Valéria Alves Souza, Luis Moura, Mario Yoshida, Paula Haydee Radi, Paulo César
Iconografia: Amanda Felicio, Daniela Chahin Barauna,
Pereira, Sonia Vaz, Studio
RosaCaparroz, Tarcísio Garbellini, William Mur
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Enio Lopes e Pamela
Iconografia: Amanda Felicio, Daniela Chahin Barauna,
Enio Lopes e Pamela Rosa
DA EDITORA DO BRASIL

1a edição, 2022

1a edição, 2022

Rua Conselheiro Nébias, 887


São Paulo/SP – CEP 01203-001
Rua Conselheiro
Fone: Nébias, 887
+55 11 3226-0211
São Paulo/SP – CEP 01203-001
www.editoradobrasil.com.br
Fone: +55 11 3226-0211
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Carta ao professor

Colega professor,
Esta coleção tem como objetivo contribuir com o seu trabalho e auxiliá-lo em
sala de aula.
Sabemos que a Geografia assume importante missão no quadro das áreas
do conhecimento que compõem o currículo escolar, pois é, principalmente, por
meio do estudo geográfico que os estudantes percebem e conhecem melhor o
mundo em que vivem, com sua complexidade, dinâmica e diversidade.
Entendemos que essa missão se torna efetiva por meio de um trabalho
constante de despertar o espírito crítico e questionador do estudante, tornando-o
cada vez mais criativo, participativo e consciente.
Contando com isso, a coleção traz conteúdos atualizados, uma rica
iconografia e cartografia, bem como uma diversidade de seções com distintas
finalidades e situações coerentes com cada faixa etária dos estudantes. O
trabalho de preparação e elaboração da coleção fundamentou-se nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e na Base
MATERIAL
Nacional ComumDE DIVULGAÇÃO
Curricular (BNCC).
DA EDITORA
Para que osDOestudantes
BRASIL desenvolvam a capacidade de interpretar,
compreender e representar o espaço geográfico em que vivem, adotamos
a proposta de trabalhar os assuntos articulados com o cotidiano vivido por
eles, sempre com a preocupação de contribuir para a construção da cidadania
e o convívio social republicano. Esta coleção lhe proporciona uma adequada
organização e estruturação dos conteúdos geográficos a serem desenvolvidos
no ano letivo, com amplas e diversificadas condições para a efetivação de um
processo de ensino-aprendizagem ajustado à sua realidade escolar e aos desafios
da atualidade.
Bom ano!
Os autores
O ensino de Geografia: teorias e práticas .......................................................................................................................... V
Proposta teórico-metodológica ................................................................................................................................................................... V
Conceitos geográficos, usos didáticos e dialogicidades .......................................................................................... VIII
Raciocínio geográfico e consciência espacial .......................................................................................................................... X
O papel do professor ..................................................................................................................................................................................... XIV
Proposta didático-pedagógica ............................................................................................................................................................... XIV
Atividades de observação e aula de campo ........................................................................................................................ XVI
Olhar cartográfico ...................................................................................................................................................................................... XVIII
Ser cidadão .......................................................................................................................................................................................................... XIX
O trabalho interdisciplinar .................................................................................................................................................................. XXI
Subsídios para o trabalho em conjunto ........................................................................................................................................ XXII
O uso de diferentes linguagens .......................................................................................................................................................... XXIII
Educação como meio de transformação .................................................................................................................. XXIV
Articulação entre competências, habilidades, atitudes e valores ..................................................................... XXIV
Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) ....................................................................................................................... XXV
O trabalho com os Temas Contemporâneos Transversais nos volumes da coleção ................. XXVI
Pensamento computacional ................................................................................................................................................................. XXVII
Culturas juvenis ................................................................................................................................................................................................ XXVII
Projeto de vida ................................................................................................................................................................................................. XXVIII
Como trabalhar com grupos grandes e diversos ........................................................................................................... XXVIII
Saúde mental e cultura de paz ............................................................................................................................................................ XXXI
Bullying .............................................................................................................................................................................................................. XXXII
Saúde mental na escola .................................................................................................................................................................... XXXII
O desafio da avaliação ....................................................................................................................................................................... XXXII
Avaliação diagnóstica ........................................................................................................................................................................ XXXIV
Avaliação formativa ............................................................................................................................................................................. XXXIV
Avaliação somativa
MATERIAL ............................................................................................................................................................................... XXXV
DE DIVULGAÇÃO
Estratégias para superação de eventuais defasagens .................................................................................... XXXVII
DA EDITORA DO BRASIL
Práticas de pesquisa ......................................................................................................................................................................... XXXVII
Conheça o livro ............................................................................................................................................................................................ XXXIX
Livro do Estudante ....................................................................................................................................................................................... XXXIX
As seções de cada unidade ......................................................................................................................................................... XXXIX
Manual do Professor ......................................................................................................................................................................................... XLII
Como usar esta obra .................................................................................................................................................................................. XLIII
Organização dos volumes ................................................................................................................................................................ XLIV
Correspondência com a Base Nacional Comum Curricular .................................................................................... XLIV

Sugestões de cronograma ............................................................................................................................................................... XLIV

Quadro de conteúdos e relação com a BNCC ........................................................................................................ XLV


Referências comentadas ........................................................................................................................................................................ LXI
Referências bibliográficas ............................................................................................................................................................................ LXI
Leituras complementares ........................................................................................................................................................................... LXIII

IV
O ensino de Geografia: teorias e práticas
Proposta O conhecimento curricular da Geografia pos-
sibilita desvendar lógicas e criar visões de mundo
teórico-metodológica mais amplas, expondo assim a trajetória humana no
A escola é um lugar de conhecimento, tanto cien- planeta e a própria dinâmica da Terra no Universo. Tal
tífico quanto ligado à informação e à sabedoria. Esses conhecimento precisa de vias metodológicas e teó-
conhecimentos, em suas diferentes variantes, geram ricas para serem apreendidas, por meio de estudos
organizações e transformações no espaço. Essas es- e reflexões acerca dos processos que envolvem as
pacialidades impulsionam e autenticam a necessidade sociedades humanas e a exploração e conservação
dos componentes curriculares escolares, entre os quais da natureza.
a Geografia. São os encontros e os diálogos dessas
A Geografia como disciplina escolar,
características e ações – Geografias, portanto – que
oferece sua contribuição para que alunos
sustentam esta coleção.
e professores enriqueçam suas represen-
A Geografia se constitui em uma importante fer-
tações sociais e seu conhecimento sobre
ramenta de reflexão, visão e ação sobre o mundo no
as múltiplas dimensões da realidade
qual vivemos, com base em pesquisas e reflexões que
social, natural e histórica, entendendo
se ancoram tanto na construção científica como na melhor o mundo em seu processo inin-
sistematização vinculada a escolhas, direcionamen- terrupto de transformação, o momento
tos curriculares e criatividade na organização de uma atual da chamada mundialização da eco-
obra didática. nomia. […]
Essa, portanto, é uma das características prin- Na formação de professores e alunos,
cipais que perfazem a criação desta coleção: o en- é essencial o domínio da leitura do espa-
contro. De fato, vários deles. Percorreremos, nas ço por meio de observação espontânea e
linhas a seguir, vários encontros e diálogos da ciência dirigida, das entrevistas, da produção de
geográfica. registros e da pesquisa em variadas fontes,
Nesta coleção, o primeiro encontro a ser destacado nas realidades locais concretas do bairro
é entre o conhecimento sistematizado, que nos chega ou de cidades. Tais procedimentos cons-
por entre estas páginas, e o mundo vivido por todos que tituem pontos de partida e chegada, nos
frequentam a escola: estudantes,
MATERIAL professores e demais
DE DIVULGAÇÃO quais se constroem os parâmetros reais
funcionários e participantes da comunidade escolar. para a compreensão de espaços locais e
DA EDITORA DO BRASIL
Os responsáveis pelos estudantes e a comunidade do de regiões bem distintas.
entorno também podem contribuir para essa reflexão PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria
Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo:
e para a promoção desse diálogo entre o espaço vivido Cortez Editora, 2012. p. 38.
e o espaço concebido.
Além disso, temos, na Geografia e em suas vá- Por esses descaminhos, é cada vez mais caro para
rias possibilidades, instrumentos capazes de elu- a profissão educativa conjecturar a função que temos,
cidar as ligações entre os mais distantes lugares e qual papel exercemos na vida social e as decorrên-
aqueles que nos são tão próximos e comuns. Este cias do que realizamos para os estudantes. Torna-
é mais um encontro proveitoso. Tais instrumentos -se imprescindível termos consciência do acréscimo
são apropriados para levarmos crianças e jovens a social que este ou aquele conhecimento possibilita;
percorrer o mundo real e o mundo imaginado. Os perguntamo-nos qual é a função subjetiva para cada
diversos encontros e diálogos são ferramentas de uma das pessoas que os estudam e também o caráter
conhecimento e de reconhecimento, vindos de nós objetivo que revela o alcance social; qual é o papel
mesmos como civilização e das várias sociedades que dos conceitos sistematizados construídos em sala de
circulam próximas e distantes de nós, e contribuem aula. A partir daí, novamente nos perguntamos qual é
também no desvelamento e na apropriação intelec- o papel das habilidades para o pensamento crítico dos
tualizada do mundo. estudantes, qual é o papel desse conhecimento para
V
a autonomia e a emancipação do educando e como formas: na compreensão perceptiva da
os conceitos, as noções e as reflexões construídas paisagem, que ganha significado à medi-
tanto em sala de aula como fora dela podem contribuir da que, ao observá-la, nota-se a vivência
para melhorar o mundo em que vivemos. São essas dos indivíduos e da coletividade; nas rela-
questões que nutrem nossa prática. ções com os lugares vividos; nos costumes
Fica evidente, portanto, a importância da discus- que resgatam a nossa memória social; na
são teórica e metodológica do ensino, pois, com base identidade cultural; e na consciência de
nesses questionamentos, podemos sobrepor as con- que somos sujeitos da história, distintos
uns dos outros e, por isso, convictos das
tradições próprias da ciência geográfica e refletir sobre
nossas diferenças.
o mundo constituído como espaço geográfico. Assim,
[...]
delineamos que o processo de ensino e aprendizagem
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
desse componente curricular deve ser problematizado Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 359.
e refletido em todo o seu andamento durante a edu- Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
cação básica. Acesso em: 15 jun. 2022.
O ensino da Geografia possibilita reflexões
sobre o mundo contemporâneo e permite a toma- Sabemos, no entanto, que há dificuldades para
da de decisões mais autônomas dos estudantes e que a Geografia em prol de uma formação cultural e
cidadã chegue com maior ênfase às escolas. Sobre
da comunidade na qual ele está inserido. Isso é o
isso, Kaercher (2015) alega que a dúvida deve ser um
que pesquisadores do campo do ensino, tanto da
dos princípios metodológicos constantes, pois mesmo
Geografia quanto de outras ciências, almejam e o
uma proposta curricular que prescreva um tom críti-
que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de-
co não garante a criticidade inerente a esse modo da
fende. Educadores podem, com base no currículo
Geografia.
disciplinar de Geografia, ajudar os estudantes a se
tornarem pessoas críticas, criativas e intelectualmen- [...] Devemos ensinar mais nossos
te preocupadas. alunos (e a nós mesmos) a duvidarem do
Preconiza-se um ensino de Geografia que incen- que se ouve e lê, inclusive nos livros e na
tive a inquietude e apresente reflexões ancoradas na televisão, para que o aluno perceba que
multiplicidade, na diversidade e na solidariedade, cal- não estamos, quando damos aula, ensi-
cadas em ações transformadoras e na prática demo- nando doutrinas, verdades, mas sim que
crática. Nessa perspectiva, o ensino de Geografia deve estamos construindo um conhecimento
estar fortemente ligado à compreensão do mundo; novo a partir do que já temos (a fala do
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
uma compreensão que abranja as mais diferentes es- professor, do aluno, o livro texto, os meios
calas, em seus DA EDITORA
encontros DO BRASIL e que tam-
e contradições, de comunicação etc.). Para tal, a dúvi-
bém instrumentalize os estudantes para que possam da deve ser um princípio metodológico
ser autores de transformações sociais. A educação constante. Nós professores, precisamos
geográfica pode e deve despertar nos estudantes a aprender a conviver com a insegurança
da dúvida. [...]
curiosidade e o anseio pelo conhecimento do mundo,
KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a geografia crítica?
originar e impulsionar aspirações de qualidade so- Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem de
cial, atividades criativas e respeito ao meio ambiente. Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia N.; OLIVEIRA, Ariovaldo
Umbelino (org.). Geografia em perspectiva. São Paulo:
Sendo assim, Contexto, 2015. p. 222.

Estudar Geografia é uma oportunida- É primário ao professor considerar que o pro-


de para compreender o mundo em que se cesso de cognição envolve um conjunto de habili-
vive, na medida em que esse componen- dades mentais necessárias para a construção do
te curricular aborda as ações humanas conhecimento. Segundo a taxonomia proposta por
construídas nas distintas sociedades exis- Bloom et al. (1956), que orientou metodologicamen-
tentes nas diversas regiões do planeta. te esta coleção, o domínio cognitivo é estruturado
Ao mesmo tempo, a educação geográfica em níveis de complexidade crescente (do mais sim-
contribui para a formação do conceito ples para o mais complexo), conforme mostrado no
de identidade, expresso de diferentes quadro da página seguinte.
VI
Estruturação da taxonomia de Bloom no domínio cognitivo

Categoria Descrição

Definição: habilidade de lembrar informações e conteúdos previamente abordados, como fatos, datas,
palavras, teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios, procedimentos etc. A habilidade pode
envolver lembrar uma significativa quantidade de informação ou fatos específicos. O objetivo principal
desta categoria é trazer à consciência esses conhecimentos.
Subcategorias: 1.1 Conhecimento específico: Conhecimento de terminologia; Conhecimento de
tendências e sequências; 1.2 Conhecimento de formas e significados relacionados às especificidades
1. Conhecimento do conteúdo: Conhecimento de convenção; Conhecimento de tendência e sequência; Conhecimento de
classificação e categoria; Conhecimento de critério; Conhecimento de metodologia; e 1.3 Conhecimento
universal e abstração relacionado a um determinado campo de conhecimento: Conhecimento de princípios
e generalizações; Conhecimento de teorias e estruturas.
Verbos: enumerar, definir, descrever, identificar, denominar, listar, nomear, combinar, realçar, apontar,
relembrar, recordar, relacionar, reproduzir, solucionar, declarar, distinguir, rotular, memorizar, ordenar e
reconhecer.

Definição: habilidade de compreender e dar significado ao conteúdo. Essa habilidade pode ser
demonstrada por meio da tradução do conteúdo compreendido para uma nova forma (oral, escrita,
diagramas etc.) ou contexto. Nessa categoria, encontra-se a capacidade de entender a informação ou fato,
de captar seu significado e de utilizá-la em contextos diferentes.
2. Compreensão
Subcategorias: 2.1 Translação; 2.2 Interpretação; e 2.3 Extrapolação.
Verbos: alterar, construir, converter, decodificar, defender, definir, descrever, distinguir, discriminar,
estimar, explicar, generalizar, dar exemplos, ilustrar, inferir, reformular, prever, reescrever, resolver, resumir,
classificar, discutir, identificar, interpretar, reconhecer, redefinir, selecionar, situar e traduzir.

Definição: habilidade de usar informações, métodos e conteúdos aprendidos em novas situações concretas.
Isso pode incluir aplicações de regras, métodos, modelos, conceitos, princípios, leis e teorias.
3. Aplicação Verbos: aplicar, alterar, programar, demonstrar, desenvolver, descobrir, dramatizar, empregar, ilustrar,
interpretar, manipular, modificar, operacionalizar, organizar, prever, preparar, produzir, relatar, resolver,
transferir, usar, construir, esboçar, escolher, escrever, operar e praticar.

Definição: habilidade de subdividir o conteúdo em partes menores com a finalidade de entender


a estrutura final. Essa habilidade pode incluir identificação das partes, análise de relacionamento
entre as partes e reconhecimento dos princípios organizacionais envolvidos. Identificar partes e suas
inter-relações. Nesse ponto é necessário não apenas ter compreendido o conteúdo mas também a
4. Análise estrutura do objeto de estudo.
Subcategorias: Análise de elementos; Análise de relacionamentos; e Análise de princípios organizacionais.
Verbos: analisar, reduzir, classificar, comparar, contrastar, determinar, deduzir, diagramar, distinguir,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
diferenciar, identificar, ilustrar, apontar, inferir, relacionar, selecionar, separar, subdividir, calcular, discriminar,
examinar, experimentar, testar, esquematizar e questionar.
DA EDITORA DO BRASIL
Definição: habilidade de agregar e juntar partes com a finalidade de criar um novo todo. Essa habilidade
envolve a produção de uma comunicação única (tema ou discurso), um plano de operações (propostas de
pesquisas) ou um conjunto de relações abstratas (esquema para classificar informações). Combinar partes
não organizadas para formar um “todo”.
5. Síntese Subcategorias: 5.1 Produção de uma comunicação original; 5.2 Produção de um plano ou propostas de um
conjunto de operações; e 5.3 Derivação de um conjunto de relacionamentos abstratos.
Verbos: categorizar, combinar, compilar, compor, conceber, construir, criar, desenhar, elaborar, estabelecer,
explicar, formular, generalizar, inventar, modificar, organizar, originar, planejar, propor, reorganizar, relacionar,
revisar, reescrever, resumir, sistematizar, escrever, desenvolver, estruturar, montar e projetar.

Definição: habilidade de julgar o valor do material (proposta, pesquisa, projeto) para um propósito específico.
O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser externos (relevância) ou internos
(organização) e podem ser fornecidos ou conjuntamente identificados. Julgar o valor do conhecimento.
Subcategorias: 6.1 Avaliação em termos de evidências internas; e 6.2 Julgamento em termos de critérios
6. Avaliação
externos.
Verbos: avaliar, averiguar, escolher, comparar, concluir, contrastar, criticar, decidir, defender, discriminar, explicar,
interpretar, justificar, relatar, resolver, resumir, apoiar, validar, escrever um review sobre, detectar, estimar, julgar e
selecionar.

Fonte: FERRAZ; Ana Paula do C. M.; BELHOT, Renato V. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição
de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, São Carlos, v. 17, n. 2. p. 426, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.

VII
O uso de qualquer proposta metodológica tem, de entre os campos de conhecimento, possibilitando aos
forma implícita, uma concepção de valor que se atribui estudantes uma visão integrada dos componentes cur-
ao ensino. Por meio dela, desenvolve-se ideias e ações riculares. A falta de conexão entre o conhecimento es-
em relação aos processos de ensinar e aprender, va- colar e o dia a dia torna o conteúdo aprendido na escola
lorizando os caminhos formativos que os estudantes muitas vezes pouco significativo para eles.
seguem ao longo da escolarização. O desenvolvimento Essas dificuldades poderão ser rompidas com a
educacional e o uso de determinada aprendizagem têm prática do trabalho interdisciplinar, que integra o co-
por finalidade alcançar certos objetivos em diferentes nhecimento das crianças e dos adolescentes aos temas
escalas (curto, médio e longo prazos). a serem apresentados na escola e busca condições ex-
É possível perceber que, relacionados às categorias pressivas ao considerar o conhecimento de várias áreas
do domínio cognitivo, os verbos procuram dar suporte sobre duas probabilidades: 1) integrando os compo-
ao planejamento acadêmico (objetivo, estratégia e ava- nentes curriculares por meio das atividades em comum;
liação) referente a cada uma das categorias do domínio e 2) propondo a dialogicidade constante, considerando
cognitivo. Esses verbos de ação procuram descrever que o conhecimento é movimento e pode ser construído
os processos cognitivos desejados para explicitar aos nas atividades escolares.
estudantes o que eles deverão ser capazes de realizar O espaço, como conceito, que também pode ser
de acordo com aquele conhecimento. Espera-se que o chamado de espaço geográfico, é central para vários
professor reforce o uso dos verbos em sala de aula e estudos da Geografia. Milton Santos propõe que o es-
utilize os verbos apresentados nos livros para traçar paço seja definido como um conjunto indissociável de
estratégias, escolher conteúdos e aplicar instrumen- sistemas de objetos e de ações, em uma visão bastante
tos de avaliação eficazes e efetivos. No conteúdo do diferente do espaço como palco de ações (SANTOS,
Manual do Professor em U são apresentadas orienta- 2009, p. 21). O espaço é a ação – não faz apenas parte,
ções específicas que, apoiadas nessa estratégia, au- mas é determinante – social e espacial ao mesmo tempo.
xiliam os estudantes a desenvolver as habilidades de No decorrer do século XX, uma visão superada na
analisar, argumentar e inferir. Geografia apresentava o espaço como receptáculo das
ações da natureza e da vida social. Era, assim, consi-
Conceitos geográficos, usos derado apenas “palco” dos acontecimentos, não sendo
sequer movimento. Hoje, entende-se a importância
didáticos e dialogicidades
de considerar o espaço um entrelaçamento do espaço
Cabe expor também os conceitos de análise e a físico e da sociedade, indo muito além de uma mera
atuação que eles têm para movimentar o ensino da relação, com um vínculo tecido por vários processos.
Geografia, tendo em vista a finalidade de conectarmos Esses processos são importantes e devem estar sem-
MATERIAL DEeDIVULGAÇÃO
os caminhos metodológicos teóricos abordados nesta pre presentes nas preocupações dos educadores, pois
coleção: espaço,DAterritório,
EDITORApaisagem,
DO BRASILregião e lugar. evocam, por exemplo, a necessidade do entendimento
Além dos encontros arrolados anteriormente e dessa de globalização, mundialização, redes, sociedade urba-
provocação sobre a necessária convivência com a dúvi- no-industrial etc.
da como um dos princípios metodológicos, explicitare- Para entendermos a geograficidade dos fenôme-
mos a seguir cada um desses conceitos e sua respectiva nos que ocorrem à nossa volta e no mundo como um
importância para o ensino-aprendizagem de Geografia. todo, e tão importante quanto o conceito de espaço,
Esses conceitos são distribuídos pela coleção e temos o conceito de território. Na Geografia, o território
atravessam as unidades apresentadas em cada um explicita uma relação que permeia a questão política em
dos quatro volumes dos Anos Finais do Ensino Funda- relação ao planeta, enquanto na Biologia, por exemplo,
mental. O papel do professor será basilar para o ensino pode abarcar como alguns animais delimitam sua área
e a aprendizagem desses conceitos e das categorias de vivência. Como explica Lisboa (2007, p. 28),
de análise.
Além disso, há grandes desafios no campo do en- A compreensão do termo território
sino-aprendizagem na atualidade no que diz respeito não se restringe a sua situação de conceito
à prática pedagógica e ao fazer escolar. Esses desafios geográfico, mas também faz parte do uso
caminham juntos e compõem a suscitação interdisci- corrente de outras ciências, em que é ado-
plinar e os diversos “usos” dos conceitos. O primeiro tado com significados diferentes. Alguns
desafio é reverter o isolamento e as desarticulações termos têm importantes associações com

VIII
o conceito de território. O mais importante (1769-1859) e Carl Ritter (1779-1859), que conside-
deles é o poder, já que os territórios são ravam a paisagem um conjunto de formas presentes
formados fundamentalmente a partir de em determinado trecho da superfície terrestre. Segundo
relações de poder de determinado agente. eles, por meio do olhar era possível conceber uma geo-
As fronteiras territoriais também são es- grafia que, em essência, seria o arcabouço de informa-
senciais, uma vez que delimitam a área al- ções e conhecimentos organizados com a intenção de
cançada por essas relações de poder, sendo compreender a relação entre o ser humano e a nature-
as mais conhecidas, as fronteiras nacionais za. De acordo com esses estudiosos, uma forma de se
e outras delimitações políticas como, por alcançar esse propósito era ampliar os conhecimentos
exemplo, subdivisões estaduais internas. dos aspectos físico-naturais das paisagens. O estudo
Da mesma forma que ocorre com vários da paisagem, do ponto de vista acadêmico, passou a
dos demais conceitos, podemos identificar ser reconhecido como a porção do espaço, com amplas
territórios em níveis escalares diferentes dimensões visíveis e características físicas e culturais
como, por exemplo, em escala mundial, particulares, individuais.
nacional, regional, local. Na década de 1970 surgem concepções a respeito
[...] da paisagem cultural, cuja concepção essencial envolve
LISBOA, Severina Sarah. A importância dos conceitos de a ideia de que a paisagem existe em razão da sociedade
Geografia para a aprendizagem de conteúdos geográficos escolares. que a produziu, tendo a cidade como grande destaque,
Ponto de Vista, Viçosa, v. 4, p. 23-35, 2007. Disponível em:
https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/9746/5374. pois nela concretizam-se os valores e as ações concre-
Acesso em: 20 jul. 2022. tas de uma sociedade e de seu tempo.
Sendo assim, para quem ensina Geografia, é im- Atualmente, ela ganha outros sentidos; a audição
é um dos que mais vêm somar nesse panorama de
portante tratar o território como um conceito, uma vez
ampliação das possibilidades explicativas desse con-
que isso possibilita que vários fatos possam ser vistos
ceito. É conhecida nas políticas públicas escolares a
pelo viés geográfico. Territorialidade e territorialização
terminologia paisagem sonora, que realça as possibili-
são dois conceitos amarrados a essa categoria.
dades de análise por meio de outros sentidos humanos,
Cabe realçar que, para abrangermos e elucidar-
surgindo assim outras percepções em relação a esse
mos o conhecimento sobre o Brasil, necessitamos conceito analítico.
ponderar que temos uma territorialidade advinda A paisagem exprime as heranças que representam
tanto da ciência – os planos e projetos decorrentes as sucessivas relações entre o ser humano e a natureza
da regionalização brasileira pelo Instituto Brasileiro de em diferentes sociedades, revelando um momento do
Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo – quanto processo de construção do espaço. Segundo Helena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
da sabedoria dos povos indígenas, camponeses, ri- Copetti Callai (2008):
DA EDITORA
beirinhos, quilombolas, caiçarasDO BRASIL
e vários grupos tra-
dicionais que compõem a população do nosso país. A paisagem revela a realidade do espaço
em um determinado momento do processo.
Esse encontro de várias sabedorias precisa alcançar
O espaço é construído ao longo do tempo
as atividades do componente curricular Geografia no
de vida das pessoas, considerando a forma
trabalho cotidiano com os estudantes.
como vivem, o tipo de relação que existe
Um distinto instrumento importante para essa
entre elas e que estabelecem com a natureza.
elucidação é o conceito de paisagem. A paisagem é o
Dessa forma, o lugar mostra, através
que é possível de ser abrangido espacialmente pelos
da paisagem, a história da população que
sentidos. A paisagem é detentora de um caráter histó-
ali vive, os recursos naturais de que dispõe
rico em suas distintas materialidades presentes. É pela e a forma como se utiliza de tais recursos.
paisagem, apreendida com base em seus categóricos A paisagem é o resultado do processo
objetivos e subjetivos, que empiricamente vivemos um de construção do espaço. […]
primeiro nível de identificação com o lugar. Esta paisagem precisa ser apreendida
Durante muito tempo, a paisagem esteve extre- para além do que é visível, observável. Esta
mamente ligada ao sentido humano da visão. É pos- apreensão é a busca das explicações do que
sível identificar esse aspecto nas considerações feitas está por detrás da paisagem, a busca dos
pelos geógrafos alemães Alexander von Humboldt significados do que aparece. As paisagens

IX
são, portanto, interessantes para se poder Além disso, o lugar também se associa
compreender a realidade. […] ao sentimento de pertencer a determinado
CALLAI, Helena C. A paisagem. In: CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos espaço, de identificação pessoal com uma
(org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto
dada área. Cada localidade possui caracte-
Alegre: Mediação, 2008. p. 98-100.
rísticas próprias que, em conjunto, confe-
No século XIX apareceu na Geografia moderna rem ao lugar uma identidade própria e cada
o conceito de região, que foi se constituindo lenta- indivíduo que convive com o lugar com ele
mente e foi atribuído como um espaço de identidade. se identifica. Dessa forma, o lugar garante a
As regiões, que se constituíam graças à solidariedade manutenção interna da situação de singu-
entre os povos e seus territórios, formavam identida- laridade. As parcelas do espaço geográfico
des consistentes ao longo do tempo e traçavam limites com a[s] qual[is] cada indivíduo se relacio-
espaciais coesos. Em cada ocasião histórica, altera-se na e interage compõe[m] o seu lugar. Cada
o que se concordou chamar de região. pessoa terá um lugar diferente da outra, na
medida em que ambas possuem vida e co-
[…] a ideia é compreender a noção de tidiano diferentes. O lugar possui também
região a partir do espaço, haja vista que íntima relação com os aspectos culturais
a região é uma porção do espaço delimi- que marcam cada sociedade.
tada a partir do agrupamento de aspectos, […]
em certa medida, homogêneos, seja por um LISBOA, Severina Sarah. A importância dos conceitos de Geografia
critério físico-natural ou socioeconômico, para a aprendizagem de conteúdos geográficos escolares.
Ponto de Vista, Viçosa, v. 4, p. 23-35, 2007.
dentre outros. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/9746/5374.
[…] a região é uma categoria analítica Acesso em: 20 jul. 2022.

importante na Geografia, tendo em vista


Mais importante que a consciência do lugar é a
que a regionalização está vinculada a um
consciência de mundo que se tem por meio do lugar.
critério e propósito específicos, que deri-
Os lugares não dispõem de autonomia; porém, sendo
vam na delimitação de uma determinada
funcionais na totalidade espacial, influenciam no desen-
porção espacial, por meio daquilo que é di- volvimento do país. Há ainda a perspectiva de consi-
ferente e/ou semelhante; olhar para região derarmos o lugar um conceito que, para o processo de
é dar ênfase a atributo(s) do espaço em prol ensino-aprendizagem, potencializa a importância de
de uma intencionalidade. dois aspectos sobre a espacialidade: 1) a delimitação
Assim, a região é fruto da intencionali- territorial, definido pelas coordenadas geográficas e sua
dade do pesquisador, que retalha o espaço representação cartográfica, um ponto no espaço, uma
MATERIAL
a partir DE DIVULGAÇÃO
de um critério para uma finalidade localização física; e 2) os aspectos culturais, particulares
DA EDITORA
específica. […] DO BRASIL das pessoas de uma localidade.
SILVA, Julio César Félix da. Categorias analíticas da Geografia: Os lugares são os conceitos mais presentes (co-
caminhos para leitura do espaço geográfico. Diálogos, [s. l.], n. 14,
p. 248-249, ago./set. 2015. Disponível em: https://docplayer.com. tidianos) na vida dos estudantes. Educandos reali-
br/22735615-Palavras-chave-espaco-paisagem-lugar zam muitas perguntas sobre o mundo e essa é uma
-territorio-regiao.html. Acesso em: 15 jun. 2022.
capacidade sine qua non humana que pode ajudar
O conceito de lugar se define por sua densidade a apreender a realidade, permitindo transformá-la e
informacional e por sua densidade comunicacional, cuja reconstruí-la. Essa apreensão ocorre com o emprego
função o caracteriza e distingue. Essas qualidades se de uma metodologia apropriada; é preciso rigor para
interpenetram, mas não se confundem (SANTOS, 1996, possibilitar a “curiosidade epistemológica”.
p. 145).
Severina Sarah Lisboa (2007, p. 29-30) apresenta Raciocínio geográfico e
uma definição interessante para o conceito de lugar:
consciência espacial
[…] O lugar significa muito mais do Até que ponto questões clássicas da Geografia,
que simplesmente uma localização geo- tanto das que advêm da ciência como das ações vol-
gráfica; ele está relacionado aos diversos tadas à prática do ensino, corroboram para que essa
tipos de experiência e envolvimento com Geografia cidadã possa ser praticada nas escolas?
o mundo. Vamos abrir mão de posturas apenas de memorização
X
e observação das paisagens? Ou vamos dialogar com Matemática, Ciência, Arte e Literatura).
antigas e novas práticas para gerar, com base nesse Essa interação visa à resolução de proble-
diálogo, uma Geografia questionadora? Os conceitos mas que envolvem mudanças de escala,
clássicos podem contribuir para essa Geografia? orientação e direção de objetos localiza-
A BNCC apresenta e reforça novas preocupações dos na superfície terrestre, efeitos de dis-
para o ensino-aprendizagem e, na Geografia, oferece tância, relações hierárquicas, tendências
conceitos como raciocínio espacial e educação car- à centralização e à dispersão, efeitos da
tográfica; assim, os conceitos podem colaborar muito proximidade e vizinhança etc.
para que essas preocupações sejam evidenciadas, O raciocínio geográfico, uma manei-
destacadas, praticadas e, enfim, apreendidas pelos ra de exercitar o pensamento espacial,
estudantes. aplica determinados princípios [...] para
Para ler o mundo em que vivem, os estudantes compreender aspectos fundamentais da
precisam ser incentivados a pensar espacialmente, de- realidade: a localização e a distribuição dos
senvolvendo o raciocínio geográfico.
fatos e fenômenos na superfície terrestre, o
Para fazer a leitura do mundo em ordenamento territorial, as conexões exis-
que vivem, com base nas aprendizagens tentes entre componentes físico-naturais
em Geografia, os alunos precisam ser es- e as ações antrópicas.
timulados a pensar espacialmente, de- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,
DF: MEC, 2018. p. 359. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
senvolvendo o raciocínio geográfico. O images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
pensamento espacial está associado ao
desenvolvimento intelectual que integra Esse raciocínio é uma maneira de exercitar o pen-
conhecimentos não somente da Geogra- samento espacial, de acordo com alguns princípios
fia, mas também de outras áreas (como destacados no quadro a seguir.

Descrição dos princípios do raciocínio geográfico


Princípio Descrição

Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre


Analogia
fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.

Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos
Conexão
próximos ou distantes.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima),
Diferenciação DA EDITORA DOnaBRASIL
resultando diferença entre áreas.

Distribuição Exprime como os objetos se repartem pelo espaço.

Extensão Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico.

Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um
Localização sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou
por interações espaciais).

Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade. Refere-se ao modo de


Ordem
estruturação do espaço de acordo com as regras da própria sociedade que o produziu.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 360. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.

A consciência espacial, um dos frutos do proces- na “informação”, que confunde “conhecimento” com
so de ensino-aprendizagem de Geografia, necessita “repassar informações”, exigirá dos estudantes memo-
estar diretamente arrolada à prática da cidadania, na rização. Memorizar é uma das capacidades humanas
construção de uma sociedade mais justa e democráti- que devem ser incentivadas na escolarização, no en-
ca. Ensinar Geografia é muito mais que oferecer uma tanto, não deve ser a única maneira de encaminhar o
lista de informações. O ensino-aprendizagem calcado ensino-aprendizagem. Deve-se associar os conceitos

XI
historicamente construídos pela ciência geográfica: es- E assim se posicionará de forma crítica
paço, território, paisagem, região e lugar, que auxiliam diante dos acontecimentos ocorridos na
os estudantes a compreender a espacialidade dos fe- paisagem. A discussão sobre o ensino de
nômenos complexos que acontecem no mundo. Geografia passa pela avaliação do conteúdo
Sobre o ensino de cidadania, Márcio Balbino e pela construção de conceitos e noções
Cavalcante (2006) afirma que: a partir do espaço de vivência da criança,
pois é desde o momento em que nascemos
O ato de ensinar Geografia nos coloca
que construímos a noção de espaço. […]
diante de duas discussões importantes: a
As crianças percebem que a cidade tem
primeira refere-se à relação ensino e apren-
certa complexidade na sua estrutura: é di-
dizagem enquanto tal, e a segunda diz res-
nâmica, possui velocidade e reestrutura-se
peito à própria Geografia, fonte e objeto de
em função das necessidades dos seres hu-
uma gama muito particular de discussões,
manos. Percebem também um espaço de
principalmente no que se refere a seus
contradições, de transformações e de con-
pressupostos teórico-metodológicos.
flitos, mas também é um espaço ao mesmo
No ensino de Geografia deve-se conside-
tempo desorganizado e poético.
rar a realidade no seu conjunto: o espaço é di-
Para ensinar Geografia com essas con-
nâmico e sofre alterações em função da ação
cepções, precisamos avaliar os conteúdos
do homem, e este é um sujeito que faz parte
desenvolvidos nas escolas, e isto significa
do processo histórico. Portanto, o aluno deve
refletir também sobre os currículos míni-
ser orientado no sentido de perceber-se como
mos no Ensino Fundamental e Médio.
elemento ativo do seu processo histórico.
Finalmente, apesar da individualidade
A nossa ação enquanto educadores, está
que a ciência geográfica traz na discussão
relacionada com os nossos objetivos peda-
sobre espaço, devemos ter presente a im-
gógicos e educacionais. Se quisermos uma
portância de colocá-la na perspectiva de
educação que contribua para o desenvolvi-
uma discussão interdisciplinar.
mento da criança, devemos atuar no proces- CAVALCANTE, Márcio Balbino. A construção do conhecimento no ensino da
so de ensino e aprendizagem, na perspectiva Geografia. Jornal dos amigos, Belo Horizonte, 24 jun. 2006. Disponível em:
https://www.jornaldosamigos.com.br/educacao.htm. Acesso em: 15 jun. 2022.
da construção do conhecimento, refletindo
sobre a realidade vivida pelo aluno, respei- Para ensinar e aprender a espacialização, é neces-
tando e considerando a sua história de vida sário considerar três aspectos: localização, represen-
e contribuindo para que o aluno entenda seu tação e escala. Os fenômenos espaciais são passíveis
MATERIAL
papel DE DIVULGAÇÃO
na sociedade: o de cidadão. de localização, pois acontecem em algum lugar: a praça
DA EDITORA
Esta DO BRASILna direção da
reflexão aponta-nos do bairro, a rua, o campo de futebol, o clube, a própria
articulação entre conteúdo específico e o casa onde habitamos. Há, no entanto, uma linguagem,
processo de ensino e aprendizagem, isto é, a como nos estudos de temporalidades, que, de acordo
concepção que temos de Geografia deve estar com as convenções, define como devemos encontrar
relacionada com a concepção de Educação. a localização. Podemos partir de um endereço pos-
E como isso deve ser feito? Podemos tal e até de um cruzamento entre linhas imaginárias
pensar que a contribuição da Geografia para que indiquem a localização por meio dos paralelos e
a formação do aluno está na compreensão meridianos, para saber onde estamos de acordo com
que ele terá da realidade. Ao estudar o espa- a longitude e a latitude. Podemos ainda encontrar a
ço geográfico, por exemplo, o aluno refletirá localização tendo como referência nosso corpo, as
sobre a análise da dinâmica social, a dinâmi- unidades político-administrativas (município, estado,
ca da natureza e a relação que existe entre os país), as convenções (paralelos e meridianos, nomes
seres humanos e a natureza. A compreensão de ruas, bairros etc.) e um instrumento que congrega
da realidade está vinculada à forma como a muito disso citado anteriormente: os mapas.
aprendizagem está acontecendo. Tanto categorias quanto conceitos são ferramentas
Assim o aluno analisará a interferência do intelecto humano indispensáveis a qualquer teoria.
humana no espaço como fruto do trabalho Podemos alegar que conceitos expressam a existência
na organização espacial através do tempo. e as categorias suscitam as essências, o “estar” e o

XII
“ser” do fenômeno. São diferenças, mas que invocam Assim, é pouco sensato falarmos de valores,
proximidades, uma vez que categorias e conceitos são analisando-os com base no discurso cientí-
dialógicos, interdependentes. Categorias e conceitos fico, já que, desde então, com a transição do
geram vários e importantes encontros e diálogos entre velho positivismo iludido ao neopositivismo,
teoria e epistemologia, paradigmas e métodos, enfim, a ciência tem se construído eliminando va-
entre Filosofia e Ciência. lores; deve ser wertfreiheit, value-free. A ciên-
As seis categorias que mencionamos a seguir (e cia pouco sabe o que devemos ou não fazer,
estão presentes na obra) apresentam e acionam escla- o sentido último da nossa existência, o que
recimentos e dão chaves para que os estudantes pos- amar ou odiar, o que é bonito ou repugnante.
sam entender e explicar o mundo: sociedade, natureza, Disso certamente se encarrega a sabedoria.
trabalho, cultura e tempo-espaço. Essas categorias Uma forma de saber que, superior à ciência
de análise são fundamentais para facilitar e promover a e, obviamente, à informação, me ensina a
relação entre conhecimentos em seus diferentes modos viver e me mostra, entre tudo o eu que posso
e aspectos. Portanto, para reforçar o papel dos concei- fazer, aquilo que merece ser feito. O Dicioná-
tos de análise e das categorias, temos de subscrever rio da Real Academia Espanhola (DRAE) de-
o conhecimento humano em três grandes chaves: 1) o fine a sabedoria como “o nível mais alto do
conhecimento como ciência; 2) somente como infor- conhecimento” e como “conduta prudente
mação; e 3) como sabedoria por meio de práticas e na vida”; seu antônimo seria a loucura. Uma
pensamentos populares, uma das características da definição-padrão me diria que é o bom uso
formação socioterritorial brasileira. do conhecimento. De modo que, sem sabe-
Para reforçarmos o entendimento sobre as dife- doria, a ciência não passa de um arquivo ou
renças e proximidades entre sabedoria, informação e um amontoado de instrumentos que eu não
conhecimento científico, cabe lermos um excerto do saberia como utilizar.
texto de Espinosa (2010): Informação, conhecimento e sabedoria
respondem assim a três perguntas muito
[…] informação, conhecimento e sa- diferentes: O que há? O eu que posso fazer?
bedoria são três modos ou maneiras do O que eu devo fazer?
“saber” ou do “conhecer” com alcance e […]
desenvolvimento muito diferentes. A infor- ESPINOSA, Emilio Lamo de. La sociedad del conocimiento: información,
mação nos fornece dados, bits, nos diz o que ciencia, sabiduría. Madri: Real Academia de Ciencias Morales y Políticas,
2010. p. 66-67. Tradução nossa.
é, como é; pode ser digitalizada, arquivada
e transmitida. Hoje a encontramos na web, Conceitos e categorias compõem, assim, impor-
MATERIAL
basta acessar um DEbomDIVULGAÇÃO
site de buscas […] tantes características da linguagem científica e apre-
para obterDA EDITORA
todas DO BRASILdo mundo,
as informações sentam as dimensões de análise dos elementos que
quase todos os livros clássicos e moder- perfazem as preocupações da Geografia. Uma prática
nos, todas as músicas, todos os dados que pedagógica e didática adequada, por sua vez, associada
desejemos. Basta ter uma conexão com a ao entendimento tanto do papel quanto da capaci­dade
internet para acessar bases gigantescas de de explicação dos fenômenos que carrega consigo, fa-
informação. vorece o bom ensino da Geografia em cada um dos
O conhecimento é outra coisa, é um Anos Finais do Ensino Fundamental.
saber que, com base em muitos dados – e Esse é o encanto e o desafio de se fazer, aprender e
combinando indução com dedução –, me educar geograficamente. Torna-se vital o papel do pro-
diz não o que é, mas sim o que eu posso fessor na criação dos caminhos para alcançar esses ob-
fazer. A ciência é assim, o núcleo duro do jetivos, compreendendo que a criação desses caminhos
conhecimento, um depósito […] de teorias possibilita ao estudante ser responsável e protagonista
ou modelos de partes do mundo que me dessa construção. A partir da interação entre professor
ensina como fazer isto ou aquilo. Contu- e estudantes, nasce uma Geografia ativa, viabilizando
do, o conhecimento científico tem seus li- fundamentos sólidos para a compreensão do espaço
mites. A ciência é um saber instrumental geográfico, que, uma vez consolidados, permanecerão e
que me mostra o que eu posso fazer, mas serão fundamentais para o desenvolvimento intelectual
de nenhum modo o que eu devo fazer. […] no Ensino Médio.
XIII
O papel do professor
Proposta Nas orientações, presentes no decorrer de cada volume,
são trabalhados diferentes modos de apresentação e
didático-pedagógica ordenação dos conteúdos.
A finalidade da Geografia como componente curri- A definição de competências presente na BNCC
cular escolar é formar cidadãos conscientes do espaço e se torna imperativa para conduzir procedimentos e en-
dos fenômenos que eles vivenciam; é definir na prática caminhar conceitos das ciências humanas e de outras
o espaço ocupado por nós e pelas coisas de acordo ciências, assim como articular sabedorias, valores e
com a teoria e a reflexão sobre o vivido, o concebido e atitudes na vivência escolar e social:
o percebido. É apreender que vivemos no espaço e que Na BNCC, competência é definida como
tudo que existe ou existiu ocupa ou ocupou um lugar no a mobilização de conhecimentos (concei-
espaço. Além disso, é possível fazer também projeções tos e procedimentos), habilidades (práticas,
sobre o que virá a ser a ocupação dos espaços pelas cognitivas e socioemocionais), atitudes e
sociedades. valores para resolver demandas complexas
O papel do professor é cooperar com o estabele- da vida cotidiana, do pleno exercício da ci-
cimento da Geografia como uma ciência que estuda, dadania e do mundo do trabalho.
analisa e procura explicar (conhecer) o espaço produ- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
zido pelas sociedades humanas. Somando-se a isso, Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 8. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
Morán (2015) explica que: BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.
O papel do professor é mais o de cura-
dor e de orientador. Curador, que escolhe A BNCC apresenta as unidades temáticas que
o que é relevante entre tanta informação substanciam os objetos de conhecimento, que, por
disponível e ajuda a que os alunos encon- sua vez, corroboram as características do ensino e da
trem sentido no mosaico de materiais e ati- aprendizagem da Geografia. Assim, “O que ensinar?”
vidades disponíveis. Curador, no sentido está sempre conectado a “Por que ensinar?”. Os objetos
também de cuidador: ele cuida de cada um, de conhecimento da BNCC são estabelecidos de acor-
dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta do com as unidades temáticas: O sujeito e seu lugar
e inspira. Orienta a classe, os grupos e a no mundo, Conexões e escalas, Mundo do trabalho,
cada aluno. Ele tem que ser competente in- Formas de representação e pensamento espacial e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
telectualmente, afetivamente e gerencial- Natureza, ambientes e qualidade de vida.
mente DA(gestor
EDITORA DO BRASIL múltiplas
de aprendizagens O desenvolvimento desses conteúdos reverbera de
e complexas). [...] maneira interessante em planos de aula e projetos didá-
MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: ticos a serem elaborados e acionados. Será promovido,
SOUZA, Carlos Alberto de; MORALES, Ofelia Elisa Torres (org.). Mídias
assim, o caminho que leva o estudante da curiosidade
Contemporâneas: convergências midiáticas, educação e cidadania:
aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. p. 24. (Mídias espontânea para o fazer científico, e esse deslocamento
Contemporâneas, 2). Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp será imprescindível no papel a ser desempenhado por
-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022.
essa mediação do professor de Geografia nas escolas
Como componente curricular, a Geografia permite brasileiras.
aos estudantes compreender essa ciência por meio Os temas que perpassam a coleção estão direta-
de uma ou várias inquietações. É preciso construir um mente relacionados com as práticas sociais da maio-
caminho didático-pedagógico com eles, no que se ria dos estudantes e de suas famílias, como trabalho,
refere ao ensino-aprendizagem da Geografia, que vá saúde, natureza, meio ambiente, cidadania, participa-
da curiosidade espontânea para a curiosidade epis- ção social e pluralidade cultural. O trabalho proposto
temológica. Um educador precisa, antes de tudo, ter busca, em diferentes momentos, incentivar o prota-
claro esse caminho e ter expandido seu repertório para gonismo social e a participação ativa dos estudantes
que isso ocorra. Com a mediação do livro didático e como cidadãos.
de muitos outros instrumentos, ele pode utilizar seu Esta coleção apresenta os conteúdos concei-
cabedal teórico e metodológico a favor desses passos. tuais, procedimentais e atitudinais, principalmente nas
XIV
atividades propostas aos estudantes. A seguir, uma pensem em termos de cidadania global. Os volu-
breve explicação sobre a importância de cada uma mes desta coleção apresentam várias linguagens
das características desses conteúdos e suas ligações que contribuem para que os estudantes perce-
com a obra, de acordo com Zabala (1996, p. 153-196): bam e valorizem a experiência atual que têm na
• Conteúdos conceituais: por meio deles, os es- escola. Isso motiva, por sua vez, os trabalhos
tudantes conhecem fatos, conceitos e princípios em grupo, em que eles têm de criar e enfrentar
que permitem organizar a realidade. Ao aprender desafios juntos.
conceitos, clássicos e/ou novos, noções e catego- Ensinar e aprender Geografia na educação bási-
rias já apontadas anteriormente, eles conseguem ca também implica o ensino da língua oral e escrita.
atribuir significado ao que aprendem. Vários con- A compreensão atual, alinhada às práticas de letra-
ceitos e conhecimentos vinculados ao campo da mento, é de que a aprendizagem da escrita alfabética
ciência geográfica estão contemplados e são ga- deve ocorrer com a produção e a leitura de textos. A
rantidos no conteúdo desta obra, uma vez que os formação de leitores autônomos está sujeita, a princí-
assuntos abordados nos capítulos anteriores são pio, à decifração do texto escrito. Entretanto, embora
sempre retomados. Essa recordação amarra o que a alfabetização seja a base para situações continuadas
foi estudado e aguça o advir. É um bom expediente de aprendizagem formal e informal, a apropriação da
de relação com conceitos e categorias da ciência língua escrita pelo estudante integra um processo mais
geográfica. amplo de convívio com textos que circulam em diversas
situações de comunicação. Há textos jornalísticos, infor-
• Conteúdos procedimentais: relacionam-se a mativos, científicos e literários, entre outros, e cada um
técnicas, métodos e habilidades que permitem dispõe de uma especificidade rica em possibilidades.
realizar ações com determinada finalidade, como A competência de leitura e de escrita envolve a com-
observar, representar, medir e aplicar um algorit- preensão do texto escrito como um sistema simbóli-
mo. Esses fazeres devem ser impulsionados para co que permite atribuir significado à realidade. É um
atingir uma meta. Nas seções do Livro do Estu- caminho de ida e volta para o qual a Geografia pode
dante é possível verificar que as sistematizações contribuir, uma vez que a realidade analisada de acordo
e reflexões indicadas ao final de cada capítulo com a ocupação do espaço e a própria constituição da
evidenciam o papel dos “procedimentos”, uma espacialidade ajudam a tornar a leitura mais presente,
vez que utilizam muitos gráficos e tabelas para com base em boas aulas.
ilustrar temas e fatos. Os exercícios iniciais da Assim como nunca se termina o aprender a ler, a
seção Atividades reverberam bem o conteúdo tarefa com leitura e escrita não é incumbência especí-
procedimental, além de todas as ações com car- fica do componente curricular Língua Portuguesa. A
tografia, queMATERIAL
acabam porDE DIVULGAÇÃO
alinhavar as caracterís- Geografia colabora e ainda acrescenta duas leituras
DA EDITORA DO BRASIL
ticas desse conteúdo. decorrentes de suas especificidades enquanto ciência:
• Conteúdos atitudinais: dizem respeito a valores, leitura do mundo e leitura cartográfica.
normas e atitudes, como a cooperação, a ética, o É importante ter clareza de que todos os compo-
diálogo e a tomada de decisões. São trabalhados nentes curriculares, cada um com sua especificidade,
principalmente por meio de atividades nas quais podem e devem contribuir para o aprimoramento da
os estudantes possam refletir sobre o significado competência leitora e da fluência oral dos estudantes.
da experiência e do que vivem no cotidiano da Considerando, sobretudo, o contexto pós-pandêmico,
escola, posicionando-se de acordo com o que é importante promover com maior ênfase as ativida-
aprendem. O valor da diversidade de pontos de des que visem ao desenvolvimento da capacidade de
vista, por exemplo, pode ser mais bem aprecia- leitura dos estudantes, oportunizando a correção de
do quando decorre da vivência. As condutas do eventuais defasagens que possam ter ocorrido nesse
professor também manifestam, de modo implíci- período, consolidando os conhecimentos adquiridos
to ou explícito, atitudes e valores. Uma questão e preparando os estudantes para o melhor desenvol-
de valor intrínseco ao ensino-aprendizagem da vimento e aproveitamento durante o Ensino Médio.
Geografia é que os conteúdos possibilitem o en- Assim, é possível ampliar a diversidade de textos e
tendimento da importância das reflexões para criar situações em que eles também possam interagir
uma tomada de consciência sobre a escala da com fotografias, diagramas, mapas, tabelas, quadros
interferência humana no planeta, ou seja, que e gráficos.
XV
A Geografia traz outras possibilidades de leitura, Atividades de observação e
além do texto escrito; a leitura da paisagem após uma
seção de observação é um bom exemplo disso. Clas-
aula de campo
sificar os dados observados e depois analisá-los pode Um dos instrumentos metodológicos bastante sig-
gerar debates ou ainda desafios com possibilidades au- nificativos no processo de ensino-aprendizagem do
diovisuais. Esta coleção apresenta diversas propostas componente Geografia é o trabalho de campo e suas
de uso de audiovisuais que devem ser utilizados à luz diversas nomenclaturas: saída a campo, pesquisa de
do que a parte escrita apresenta, gerando assim uma campo, estudo do meio, saída técnica. Essa ferramenta
simbiose necessária para que a utilização e o aprendi- é de grande interesse para o ensino das mais diversas
zado transcorram da melhor maneira possível. ciências em todos os níveis escolares, mas ninguém a
O professor deve propiciar aos estudantes o reverencia mais do que a Geografia.
acesso a diferentes gêneros do discurso que fazem Uma das ideias que a BNCC apresenta é a de
parte de seu cotidiano. Nesta coleção, sugere-se o uso que os estudantes ampliam seu raciocínio espacial
de diferentes suportes em sala de aula, como livros, aprendendo a observar o espaço por onde passam e
revistas, jornais, cartazes, vídeos e, muitas vezes, a vivem, captando informações diversas e aprendendo
internet. Não é somente na escola que eles têm con- a compilar esses dados, classificá-los ou organizá-los
tato com esses suportes, mas ela constitui um espaço para produção textual, o que acarretará um trabalho
privilegiado para a cidadania participativa, essencial que envolve análise e sistematização. Reafirmamos
para as práticas sociais que envolvem a leitura espa- assim as operações do pensamento científico que
cial. Considerando a presença e a importância que a precisam ser desenvolvidas em todo o processo de
internet ocupa no cotidiano dos estudantes e visando escolarização; é necessário que eles aprendam a ob-
a um convívio social republicano também no ambiente servar, coligir dados e depois compará-los, classificá-
digital, é importante trabalhar noções de cidadania di- -los, estabelecer generalizações e inferir explicações.
gital no decorrer das aulas, tendo em vista que Esses são procedimentos ligados a conteúdos que
devem ser apreciados e incorporados por meio da lei-
[...] cidadania digital é o conjunto de tura desta coleção e do trabalho de campo ou mesmo
normas que devemos seguir para utilizar- por atividades dentro da escola (mas fora da sala de
mos a internet com consciência, responsa- aula) e no entorno dela.
bilidade, ética e segurança. Como cidadãos Os materiais que dão suporte às aulas, como fo-
digitais, temos direitos – como o direito à tografias, imagens e ilustrações diversas, mapas, au-
privacidade, à segurança dos nossos dados, diovisuais, canções etc., também devem compor os
à autoria das criações que divulgamos. Da processos e as atividades de ensino-aprendizagem fora
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mesma forma, temos deveres: o dever de da sala de aula. Esses procedimentos fazem parte do
agir deDAforma
EDITORA DO BRASIL
educada com as outras pes- conhecimento científico que deve ser ensinado no am-
soas, de não expô-las ao ridículo ou ao biente escolar.
ataque de outros internautas, de respeitar Repetimos que é preciso mensurar a complexidade
seus direitos autorais, de não compartilhar dos exercícios ou trabalhos a serem realizados, pois
notícias falsas, entre outros. cada turma exige uma complexidade maior ou menor,
O QUE é cidadania digital. Plenarinho: o jeito criança de e essa avaliação quem faz é o educador. No entanto,
ser cidadão, Brasília, DF, 7 ago. 2020. Disponível em:
https://plenarinho.leg.br/index.php/2020/08/o-que-e-cidadania-digital/.
convém ter claro que os procedimentos sejam prove-
Acesso em: 1 jul. 2022. dores de diálogos entre os conhecimentos humanos
em suas várias vertentes e perspectivas. A importân-
Além do professor, que é o principal mediador da
cia do trabalho de campo como método de pesquisa
atividade em sala de aula, é importante tornar presente
e sua conexão com as atividades didáticas nas aulas
no processo de ensino e aprendizagem toda a comuni-
de Geografia estão ligadas e referenciadas pelo docu-
dade escolar, por meio das atividades diversas apresen-
mento da BNCC:
tadas ao longo dos quatro volumes da coleção. O papel
dos demais profissionais da escola na interação com os Esse processo de aprendizado abre
estudantes é primordial para a formação dos educandos, caminhos para práticas de estudo provo-
pois, cada um a sua maneira, participa do processo de cadoras e desafiadoras, em situações que
ensino-aprendizagem de todo o corpo discente. estimulem a curiosidade, a reflexão e o

XVI
protagonismo. Pautadas na observação, nas Mas qual é o percurso do trabalho de campo? Em
experiências diretas, no desenvolvimento todas as turmas faremos e teremos os mesmos resul-
de variadas formas de expressão, registro e tados com essa ferramenta?
problematização, essas práticas envolvem, Para que o trabalho de campo tenha um resultado
especialmente, o trabalho de campo. interessante e significativo na vida dos estudantes, é
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, preciso que se realize um bom planejamento. O primeiro
DF: MEC, 2018. p. 369. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.
br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
passo é definir o local e quais os objetivos esperados
Acesso em: 15 jun. 2022. ao se utilizar essa ferramenta. O que ela amplia e o
que provocará de diálogo com os estudos realizados
Assim, daremos mais sentido ao processo de en-
em sala de aula?
sino e aprendizagem se a experiência proposta estiver
É importante a verificação de levantamento de
a serviço da ampliação da capacidade de observação
dados e elementos significativos por meio da con-
ordenada, crítica e questionadora do mundo, permitindo
sulta a órgãos específicos, a depender da temática
que os educandos sejam capazes, durante o percurso,
que será abordada, além do levantamento prévio de
de pronunciar discursos orais e escritos sobre o que
menções bibliográficas ligadas ao estudo em deman-
foi vivido.
da e daquelas voltadas para a prática do trabalho
Nesse sentido de problematização do mundo que
de campo. A teoria de como realizar um bom trabalho de
se vive e de uma proposta de intervenção social (com
campo é bem ampla. Algumas etapas importantes para
grau diferenciado para cada ano escolar) com vistas
a realização dessa atividade são:
ao desenvolvimento do espírito crítico dos estudantes
e da sua participação consciente, reflexiva e ativa na • Antes: o que precede o trabalho de campo é sua
nossa sociedade e pelo que entendemos por cidadania, organização detalhada. É preciso levantar dados e
a Geografia poderá, com viés interdisciplinar, ocupar informações sobre o local a ser visitado, conversar
um importante papel e contribuir – tal qual as outras e preparar os estudantes para a visita, informando
ciências e componentes curriculares – para que os es- possíveis regras a serem obedecidas. É importan-
tudantes saibam refletir sobre o espaço e, com base te ir ao local antes das turmas para traçar rotas
nisso, ampliar seus saberes. e verificar como será feita a locomoção. É muito
O trabalho de campo compõe parte do que po- importante não se esquecer de pedir autorização
demos considerar como experimento científico. É uma aos responsáveis com antecedência.
atividade concretizada por pesquisadores, seja na na- • A saída a campo: dividir e equacionar os mo-
tureza, seja no local onde o fenômeno estudado ocorre. mentos de fala e explicações. As instruções
Reúne a coleta e o registro de dados e de informações devem ser dadas antes e no começo da atividade
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
relativas ao estudo. em campo. É preciso incentivar a observação e
A observação DA dosEDITORA
objetos DO
queBRASIL
devam ser ana- a participação.
lisados pelo viés geográfico se efetiva com base em
• O que vem depois: mais do que simplesmente os
estudos empíricos in loco, favorecendo assim, em um
estudantes realizarem um relatório sobre a saída,
caminho de mão dupla, o ensino-aprendizagem de
é preciso proporcionar que eles reflitam sobre ela
Geografia. O trabalho de campo é uma ferramenta que
e amarrem o vivido com o que estudam em sala. A
permite verificar, confirmar ou limitar os dados e as
avaliação, além de ser pelo viés do relatório escri-
informações, além de prover de novas perspectivas a
to, será importante se for realizada com base em
pesquisa e o estudo.
É importante ter em mente que a atividade prática autoavaliação e, por isso, de modo oral.
potencializa os caminhos educacionais, viabilizando ao É evidente que essas três etapas são modificadas
estudante reflexões profundas e permanentes que se am- conforme o local a ser visitado e a relação que estabe-
plificam para além dos limites físicos da sala de aula e da lecem com todo o planejamento de ensino-aprendiza-
comunidade escolar. Atividades de observação e aula de gem, mas a modificação ocorre de maneira interna em
campo possibilitam o desenvolvimento das capacidades cada etapa, pois essas três fases devem ser considera-
motoras, afetivas, interpessoais e de todo um conjunto de das e incorporadas ao planejamento dessa ferramenta
interações sociais. Assim, o aprender não se reduz a uma de ensino.
única forma de transmissão, mas se apropria de outros A fim de avançarmos para além do trabalho de
espaços para atingir os objetivos pedagógicos. campo e entendermos sua função no ensino, cabe
XVII
lembrar que essa prática é bastante antiga na Geografia Esta coleção traz uma diversidade grande de
e hoje podemos considerá-la um instrumento clássico e mapas, em diferentes escalas cartográficas. O cuidado
importante para o envolvimento com a ciência geográ- com os trabalhos de leitura e interpretação, acompa-
fica e seu papel na escolarização das novas gerações. nhado de sugestões de elaboração de representações
pelos estudantes, é essencial para a progressão das
aprendizagens. Desse modo, uma sugestão de primeiro
Olhar cartográfico
passo é propor ao estudante que localize os elementos
Os mapas integram o campo das representações estruturais dos mapas: título, legenda, escala carto-
visuais. São imagens, assim como as outras de ou- gráfica, projeção cartográfica, toponímia, coordenadas
tros tipos presentes, mas têm suas especificidades. geográficas, fonte de pesquisa, instituição, data e pu-
Ao contrário de fotografias e obras de arte, em que a blicação em que o mapa foi veiculado.
observação pode gerar múltiplas interpretações, a lin- O passo seguinte é identificar os recursos carto-
guagem cartográfica vem se aperfeiçoando ao longo do gráficos empregados na representação: os eventos
tempo para ser uma linguagem universal, com mapas e fenômenos podem ser implantados em pontos, li-
para ver e que podem ser compreendidos por todos, nhas ou áreas, a depender de sua natureza e modos
independentemente da nacionalidade. Para isso, conta de ocorrência. Por exemplo: cores e linhas contínuas
com símbolos, cores e sinais gráficos aplicados sobre ou pontilhadas para representar rodovias e ferrovias
uma base espacial específica. (modo linear); ou cores e hachuras para campos de
Além disso, a leitura de mapas é diferente da leitura cultivo (modo zonal ou por área). Desse modo, o mapa
de textos. O texto escrito geralmente é lido do começo é uma representação objetiva, que não comporta am-
até o fim, em sequência temporal, já a leitura de mapas biguidades – uma estrada deve ser entendida como
não é sequencial nem temporal: não há um ponto em uma estrada.
que começa ou termina a leitura; assim, não há uma A legenda identifica o significado de cores, sím-
sequência preestabelecida. Os mapas apresentam o bolos e sinais gráficos. Ela decodifica esses elementos
conjunto de informações de forma instantânea, daí a e auxilia na apreensão visual do mapa pelo estudante.
ideia de “mapas para ver”. Para que isso ocorra de forma consequente, é im-
portante considerar a existência de variáveis visuais:
Os mapas não só trazem informações
cores e formas (para diferenças e hierarquias), ta-
geográficas, mas também atuam como do-
manho (para grandezas e proporções), valor (para
cumentos, tratados, acordos, contratos,
intensidades de um fenômeno, caso dos tons de cor)
códigos e leis e isto deve ficar muito claro
e outras.
para os alunos desde as séries do Ensino
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO A educação cartográfica abrange um universo
Fundamental. Verificamos que os mapas
complexo, no qual o fazer pedagógico requer cuidado,
DA EDITORA
têm sido DO BRASIL
muito valiosos no meio social
atenção e dedicação, pois esse é um importante instru-
por disponibilizar a informação espacial
mento na construção do conhecimento e representação
necessária a diversas aplicações: milita-
do espaço geográfico. Para criar mais vínculos na rela-
res, precipitações e temperaturas, tipos de
ção professor-estudante, ao se trabalhar o arcabouço
solos, índices de natalidade e mortalidade, complexo da Cartografia, o educador pode dar vazão
movimentos populacionais, cadastrais. Ou ao lúdico e, sobretudo, à própria criatividade, potencia-
seja, no mapa o mundo cabe em nossas lizando esse importante elemento em cada educando,
mãos. Eles podem representar, portanto, ampliando o efetivo papel da Cartografia na prática
a espacialização das mais diversas infor- pedagógica da educação básica.
mações, constituindo-se num poderoso Desse modo, como assinala Marcello Martinelli
instrumento de comunicação e revelação (2014), os mapas podem mostrar muito mais que a
de interesses. simples localização de um lugar, caminho ou área. Ou
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; SILVA, Paulo Roberto seja, eles podem fazer mais que responder a questões
Florêncio de Abreu e. A dialógica entre a Cartografia no
ensino básico e o sistema de informação geográfica nos como “Onde fica?” ou “Em tal lugar, o que há?”. Nas
pleitos territoriais. In: CASTROGIOVANNI, A. C. et al. (org.). palavras do autor:
Movimentos para ensinar Geografia – oscilações. Porto Alegre:
Editora Letra1, 2016. p. 145-146. Disponível em:
https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2016/10/Movimentos
Hoje, [os mapas] precisam respon-
-para-ensinar-Geografia.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022. der também a outras questões, como

XVIII
“o quê?”, “por quê?”, “em que ordem?”, Além dos diversos mapas, gráficos e tabelas en-
“quanto?”, “quando?”, “em que velocida- contrados ao longo de todo o conteúdo teórico e nas
de?”, “por quem?”, “com que finalidade?” atividades, a seção Olhar cartográfico se propõe a
e “para quem?”. possibilitar a aprendizagem de conteúdos conceituais
Eles podem dizer muito sobre cada e procedimentais relacionados à linguagem expressa
lugar, caminho ou área. Entra-se, assim, em plantas, croquis, maquetes e mapas, permitin-
no domínio dos mapas temáticos. do a interpretação dessas diferentes linguagens e
A fim de explorar o tema nas aborda- sua elaboração.
gens qualitativa, ordenada e quantitativa, Cabe, no início do 6o ano, retomar as noções
nas manifestações em ponto, linha e área, espaciais aprendidas durante os Anos Iniciais do
deve-se explorar variações visuais com pro- Ensino Fundamental, para, então, acompanhar a evo-
priedades perceptivas compatíveis. lução da compreensão e o uso formal da Geografia,
A abordagem qualitativa responde à respeitando a faixa etária e a capacidade cognitiva
questão “o quê?”, caracterizando relações dos estudantes.
de diversidade entre os conteúdos dos lu- A localização é considerada um dos princípios do
gares, caminhos ou áreas. A abordagem raciocínio geográfico que estimula a percepção espacial
ordenada responde à questão “em que
para compreender os aspectos fundamentais da rea-
lidade. Considerando essa perspectiva, nos mapas há
ordem?”, caracterizando relações de ordem
localizadores, que constituem um importante recurso
entre os conteúdos dos lugares, caminhos
didático, pois indicam a localização de alguns luga-
e áreas. A abordagem quantitativa, por sua
res retratados ao longo da obra. Esses localizadores
vez, responde à questão “quanto?”, carac-
possibilitam comparações e identificações de aspectos
terizando relações de proporcionalidade
culturais, sociais ou naturais.
entre os conteúdos dos lugares, caminhos
ou áreas.
[...] Ser cidadão
MARTINELLI, Marcello. Mapas, gráficos e redes: elabore você mesmo. É papel da Geografia e das demais áreas do co-
São Paulo: Oficina de Textos, 2014. p. 23.
nhecimento desenvolver hábitos e saberes que tenham
Outros recursos gráficos são igualmente importan- significado para a vida social. Esse conceito está inti-
tes para representar elementos e relações presentes mamente ligado às aprendizagens de valores e atitudes
no espaço geográfico. Os gráficos também são modos e aos elementos centrais dos Temas Contemporâneos
de representar informações utilizando recursos como Transversais, que serão apresentados com maiores de-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
símbolos e variáveis visuais, de acordo com os aspec- talhes a seguir, na página XXV. As proposições para
DA EDITORA
tos a serem destacados DO BRASILAs tabelas,
de um fenômeno. estudos da Ética, por exemplo, devem levar em conta
por sua vez, permitem verificar a evolução de um dado a justiça social, o respeito mútuo, o diálogo e a soli-
fenômeno no tempo e no espaço e fazer correlações e dariedade. São elementos que servem de referência
comparações. para examinar questões sociais emergentes, aliados a
Para a leitura de ambos, é essencial ler o título para princípios e fundamentos contemplados em diversos
responder às perguntas “O quê?”, “Onde?” e “Quando?”, documentos oficiais.
e buscar, por meio da leitura dos dados, as correlações Desse modo, os conhecimentos geográficos
entre as variáveis representadas. É fundamental que se contribuem para a formação cidadã do estudante
observem as fontes, para identificar as séries estatísti- ao reunir elementos que induzam a reflexões sobre
cas que serviram de base para a sua elaboração, bem questões de identidade local e nacional, incluindo
como o órgão de pesquisa responsável. o papel e a responsabilidade de governantes e da
Os esquemas gráficos também são úteis para dis- sociedade na gestão pública. Muitos estudos recen-
por e organizar informações segundo uma dada ordem, tes apontam, nesse sentido, o papel das “cidades
possibilitando a correlação entre fatores ou ideias/con- educadoras” na apreensão de formas de produ-
ceitos/processos. Podem ser utilizados, por exemplo, ção do espaço e mobilização social pelo estudante
organogramas criados pelos próprios estudantes para (MOUTINHO, 2013, p. 5).
sistematizar conceitos e informações ao final de cada Da mesma maneira, os estudos geográficos
unidade da coleção. também criam oportunidades para o estudante
XIX
compreender e avaliar origens e repercussões das fomentar essas atitudes. Se houver algum estudante
desigualdades sociais, identificar e buscar soluções ou funcionário da escola ou membro da comunidade
para agravos ambientais ou desenvolver projetos co- escolar portador de alguma deficiência, com cuidado
letivos de combate ao racismo, preconceito e discri- e respeito, incentive atitudes positivas, inclusivas e
minação (sejam de origem étnico-racial, cultural, de empáticas no trato direto com a pessoa e na maneira
nível de renda, gênero, religião, orientação sexual, de se referir a ela.
entre outros). O ensino de Geografia deve ser necessariamente
No âmbito escolar, significa também reconhecer ético, sem se esquecer do compromisso que há, esta-
a importância da prática democrática e criar espaços belecido pela BNCC, com as pessoas com deficiência
para que ela ocorra, além de desenvolver posturas e (PCD), inclusive na maneira de preparar e ministrar as
compromissos de colaboração, respeito e solidariedade. aulas, como destacado, a seguir.
Isso deve ser contemplado em atividades em sala de
De forma particular, um planejamento
aula e nos materiais didáticos.
com foco na equidade também exige um
Atendendo a essas premissas, recomendamos
claro compromisso de reverter a situação
sua atenção às proposições das seções de trabalho
de exclusão histórica que marginaliza
das unidades e dos capítulos da coleção, em especial
grupos [...]. Igualmente, requer o com-
à vinheta Ser cidadão, que tem o papel de instigar
promisso com os alunos com deficiência,
reflexões e pesquisas sobre a importância de ações e reconhecendo a necessidade de práticas
valores humanos para o convívio em sociedade. Elas pedagógicas inclusivas e de diferenciação
trazem textos, imagens ou documentos que convidam curricular, conforme estabelecido na Lei
o estudante a se posicionar sobre aspectos como: a Brasileira de Inclusão da Pessoa com De-
valorização de povos indígenas e afrodescendentes ficiência (Lei no 13.146/2015).
na formação cultural/territorial brasileira; o papel e a BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
importância das mulheres na sociedade; a defesa do Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 15-16. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
meio ambiente e dos direitos humanos; e a preser- BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
vação do patrimônio cultural e dos espaços públicos, Acesso em: 15 jun. 2022.

entre outros.
O ato de se ensinar Geografia potencializa a for-
Educar é buscar e desenvolver possibilidades
mação da cidadania pela prática de construção, re-
para que todos, sem exceção, tenham acesso à in- construção e pela ressignificação de habilidades,
formação e ao conhecimento. Construir práticas edu- conhecimentos, valores e criatividade, que ampliam
cacionais em que todos sejam efetivamente incluídos a capacidade de crianças e jovens compreenderem o
MATERIAL
requer do docente DE DIVULGAÇÃO
uma atitude proativa voltada para mundo em que vivem e atuam como seres sociais. A
a versatilidade DA EDITORA DO BRASILNesse intuito,
e inovação pedagógica. escola é o ambiente ideal para esse desenvolvimento,
faz-se necessário organizar um ambiente positivo pois em essência trata-se de um local aberto e vivo de
em sala de aula para propagar, a todos, o entendi- valores educacionais e culturais.
mento geográfico. O exercício da cidadania na sociedade atual, por
O professor, preparado e engajado na Educação sua vez, requer uma concepção, uma experiência, uma
Inclusiva, aspecto fundamental da formação cidadã, prática – comportamentos, hábitos, ações concretas
tem o papel de organizar situações de aprendizagem do espaço geográfico onde o estudante vive. Nesse
adequadas às diferentes condições, estabelecendo sentido, o local onde se está torna-se tema vital a ser
caminhos para o desenvolvimento educacional de trabalhado no Ensino Fundamental, em um projeto de
todos. Um ponto de partida possível e necessário é formação da cidadania. Por meio da compreensão do
compreender as experiências vividas pelos estudantes local, entendendo suas complexidades, há a possibili-
para depois enfatizar as habilidades e competências dade efetiva de que cada estudante estabeleça cone-
propostas na obra. xões reais com o espaço global. Vale ressaltar que a
A promoção de atitudes cidadãs deve ser cons- própria experiência cotidiana dos educandos também é
tante e partir, inclusive, do dia a dia e das relações ingrediente fundamental para a formação desses novos
em sala de aula. Por isso, é importante aproveitar cidadãos. Em suma, o saber cotidiano e o conhecimento
todas as oportunidades seja no Livro do Estudante, científico unidos atribuem diversos significados para o
seja nos acontecimentos do cotidiano da turma para exercício da cidadania.
XX
O trabalho interdisciplinar
Embora os documentos curriculares oficiais e os Assim, como buscamos o desenvolvimento inte-
livros desta e da maioria das coleções estejam organi- gral dos estudantes e pautamos nossas ações com o
zados disciplinarmente, isto é, por componente curri- objetivo de desenvolver competências para a com-
cular, as discussões sobre interdisciplinaridade estão preensão e atuação no mundo, é preciso pensar as
presentes há muito tempo entre os professores, ges- ações pedagógicas de forma interdisciplinar. A pes-
tores e coordenadores escolares e os pesquisadores quisadora desse tema, Ivani Fazenda destaca que:
interessados pelo tema.
Na interdisciplinaridade escolar, a
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apon-
perspectiva é educativa. Assim, os saberes
ta que as aprendizagens essenciais definidas para
escolares procedem de uma estruturação
cada etapa da Educação Básica só se materializarão
diferente dos pertencentes aos saberes
mediante o conjunto de decisões que irão adequar as
constitutivos das ciências.
proposições da BNCC à realidade local, entre elas
Na interdisciplinaridade escolar, as
[…] decidir sobre formas de organi- noções, finalidades habilidades e técnicas
zação interdisciplinar dos componentes visam favorecer sobretudo o processo de
curriculares e fortalecer a competência pe- aprendizagem, respeitando os saberes dos
dagógica das equipes escolares para adotar alunos e sua integração.
estratégias mais dinâmicas, interativas e FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade-transdisciplinaridade: visões culturais
e epistemológicas. In: FAZENDA, I. (org.). O que é interdisciplinaridade? São
colaborativas em relação à gestão do ensino
Paulo: Cortez, 2008. p. 21.
e da aprendizagem.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum O trabalho interdisciplinar diz respeito a deter-
Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 16. Disponível em:
minada forma de organização dos temas-conteúdo
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. na escola. Desse modo, como salienta Antoni Zabala
Acesso em: 15 jun. 2022.
(1998, p. 143-144), é preciso ter clareza dos arranjos
Considerando-se a complexidade do mundo e a possíveis ou existentes na escola atual. Para possibilitar
diversidade existente não apenas no ambiente escolar tais formas de organização interdisciplinar, é preciso
mas também no processo de aprender, a ideia de se- compreender a concepção de interdisciplinaridade
parar os componentes curriculares e fragmentar o co- e diferenciá-la de outras concepções que carregam o
nhecimento, fazendo com que seja abordado de forma mesmo radical (“disciplina”):
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
unidimensional e limitada, tem se mostrado insuficiente.
DA (2001):
EDITORA DO BRASIL a) Multidisciplinar: organização tradicional de con-
De acordo com Demo
teúdos apresentados pelas disciplinas escolares,
[…] As áreas das ciências comunicam- sem a explicitação de conexões ou relações entre
-se pouco e resistem, muitas vezes, a comu- elas; cada professor, independentemente do que
nicar-se. Mesmo dentro espaços comuns a esteja ocorrendo com seu colega na sala de aula
comunicação é, frequentemente, pequena ao lado, segue seu programa de ensino.
ou inexistente. Em nome das autonomias b) Interdisciplinar: interação entre duas ou mais
criam-se feudos, que, como todos estão disciplinas, desde a simples comunicação de
cansados de saber, só prejudicam a ino-
ideias ou realização de atividades conjuntas
vação. Ainda assim, a discussão avança,
até a integração ou fusão propriamente dita de
porque, colocando a realidade como con-
metodologias e conceitos, cujos entendimen-
dutora da ciência (não o contrário), aquela
tos podem ser “negociados” entre estudantes e
é naturalmente interdisciplinar, dinâmica,
professores, considerando os fundamentos de
fugidia. Não cabe em nenhuma teoria. Pode
cada área.
ser vista de mil maneiras, todas parciais.
DEMO, Pedro. Professor/Conhecimento. Brasília, DF: UnB, c) Transdisciplinar: é o grau máximo de rela-
2001. p. 1. Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/wp-content/
ções entre as disciplinas, que supõe uma in-
uploads/2018/11/Demo-2001.-Professor-Conhecimento.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022. tegração global entre elas em um sistema de
XXI
ensino-aprendizagem. Significa buscar com- de construção de conhecimentos que convocam a par-
preender realidades sem parcelamento ou frag- ticipação das áreas afins.
mentação de conhecimentos, tal como ocorre, em É desejável também que o professor crie janelas
certa medida, na Educação Infantil e nos Anos de oportunidades de acordo com as características e
Iniciais do Ensino Fundamental. interesses de cada turma e da escola. Isso significa
No Brasil, a perspectiva interdisciplinar, aliada à sintonia com fenômenos e acontecimentos da realida-
contextualização, ganhou corpo com o estabelecimen- de local e de outras escalas, que podem ser converti-
to da Base Nacional Comum Curricular. A contextua- dos em objetos de estudo e em novas oportunidades
lização deve ser entendida como o vínculo entre os de aprendizagem.
conhecimentos, sua origem e aplicação, considerando, Acreditamos que a construção dos significados
portanto, seu uso no cotidiano, em variadas situações feita pelos estudantes será resultado das conexões que
sociais. Estudar os conceitos geográficos pressupõe ele estabelecer entre a Geografia e os demais compo-
contar com uma ampla base de conhecimentos que nentes curriculares, entre a Geografia e seu cotidiano
não se restringem àqueles produzidos no corpo teórico e entre os próprios objetos de estudo da Geografia.
e metodológico apenas da Geografia. Muitas são as
interfaces com outras ciências, e alguns conteúdos
Subsídios para o trabalho
requerem um tratamento que vai além das áreas de
conhecimento. em conjunto
É importante considerar que o planejamento e a Sabemos que a organização do currículo por
execução de projetos coletivos de aprendizagem, nos componente curricular viabiliza o processo de ensino-
quais é possível articular a interdisciplinaridade e a -aprendizagem, mas não devemos perder de vista que
contextualização, supõem a efetiva participação dos o conhecimento não se limita a uma ou a outra área.
estudantes nos rumos do trabalho. Por exemplo, in- Na vida, os conteúdos estão integrados. Exemplo disso
terferindo na escolha de temas e objetos de estudo, está na imagem que vemos a seguir.
no que é necessário pesquisar, no estabelecimento de

Ceri Breeze/Alamy/Fotoarena
cronogramas e produtos parciais ou finais; avaliando;
entre outros elementos. Além disso, supõem reorga-
nizar tempos e espaços na escola e buscar materiais e
equipamentos que possibilitem a realização dos pro-
jetos em vista.
Diante dessa perspectiva,
MATERIAL você e os estudantes
DE DIVULGAÇÃO
encontrarão, em todos os volumes desta coleção,
DA EDITORA DO BRASIL
propostas que englobam a mobilização simultânea
de habilidades desenvolvidas em diferentes unida-
des temáticas da Geografia e áreas do conhecimento,
objetivando o pensamento relacional e complexo tão
necessário à busca de soluções sustentáveis, demo-
cráticas, justas e inclusivas. Procure, na medida do
possível, considerar o trabalho conjunto com colegas
especialistas em outras áreas, auxiliando os estudantes
no estabelecimento dessas relações.
Está prevista uma série de ações integradas entre
as áreas, identificadas por meio de chamadas frequen-
tes a você nas unidades e pelo convite ao trabalho
conjunto com Língua Portuguesa, Arte, Matemática,
Ciências ou História. Cabe também especial atenção às
propostas da subseção Desafio, dentro das Atividades,
e das seções Diálogo com..., Em foco e Ciência, tecno-
logia e sociedade, que trazem conteúdos ou propostas Construção de edifício em Londres, Reino Unido, 2021.

XXII
Que componentes curriculares ou áreas do conhe- consonância com situações-problema reais vividas
cimento estão presentes na imagem da página anterior? pelos estudantes.
Embora não haja “placas” que nos indiquem isso, Nesta coleção, as atividades são indicadas de
sabemos que, de forma integrada, estão presentes co- acordo com os componentes curriculares definidos
nhecimentos sobre: pela BNCC; no entanto, algumas propostas possibili-
• cálculos, unidades de medida, números, formas tam um trabalho inter, multi ou transdisciplinar, com
geométricas (Matemática); base nas ampliações que você venha a organizar.
• força, gravidade, resistência (Física); Em algumas atividades específicas, há indicações
da possibilidade de trabalho interdisciplinar, a fim
• compostos, materiais (Química);
de auxiliá-lo em seu planejamento e na articulação
• segurança no trabalho (Direito); de saberes.
• comunicação oral e escrita, elaboração e leitura de
projetos (Língua Portuguesa);
O uso de diferentes
• condições de trabalho e de empregabilidade
(Sociologia);
linguagens
O ambiente escolar é um espaço de
• impacto ambiental (Ciências);
amplas possibilidades, onde o processo
• formas de relevo, propriedades do solo (Geogra-
de ensino-aprendizagem é multidimensio-
fia)… entre tantos outros.
nal, assim como a Geografia o é. Por meio
Fazer essa análise ajuda-nos a entender que da prática docente, a interdisciplinarida-
a realidade não é segmentada, ou seja, na vida, os de possibilita o diálogo entre os diferen-
conhecimentos das mais diferentes áreas interpe- tes conhecimentos na educação básica,
netram-se e inter-relacionam-se; existem de forma por meio de propostas lúdicas e criativas,
integrada. proporcionando a apreensão da aprendi-
E na escola? Como você pode superar a possível zagem com significado e significância de
visão fragmentada de sua área de conhecimento, com forma especial.
enfoque meramente disciplinar? Sob a denominação de recursos didá-
Uma das possibilidades é o trabalho com pro- ticos, inscrevem-se vários tipos de mate-
jetos interdisciplinares, sejam aqueles envolvendo riais e linguagens, como literatura, música,
professores de duas ou mais disciplinas, sejam aque- poema, fotografia, filme, videoclipe, jogos
les desenvolvidos com os estudantes
MATERIAL por um único
DE DIVULGAÇÃO dramáticos. […]
professor, uma vez que este pode ter uma visão in-
DA EDITORA DO BRASIL
terdisciplinar de seu ensino e promovê-la em suas
Cada uma dessas linguagens possui
seus códigos e seus artifícios de repre-
aulas. Por que não? sentação, que precisam ser conhecidos
Interdisciplinaridade, na verdade, é uma atitude. por professores e alunos para maior com-
A integração deve ocorrer entre os saberes, assim preensão daquelas a ser trabalhadas com
como entre os professores; é notório que a realiza- conteúdos geográficos.
ção de projetos interdisciplinares por dois ou mais PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria
docentes traz uma série de benefícios a todos os en- Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo:
Cortez Editora, 2012. p. 216.
volvidos, como engajamento da comunidade escolar,
fortalecimento de vínculos, ampliação da capacidade O uso de manifestações artísticas, como música,
de trabalhar em equipe, criação de ambientes colabo- poesia e artes plásticas, propicia ao estudante o apri-
rativos, entre outros. moramento em relação ao seu senso crítico e a com-
Outra ideia equivocada que comumente encon- preensão dos diversos conceitos e interações possíveis
tramos nas escolas é a de que projetos interdiscipli- no ramo do conhecimento geográfico, auxiliando-os
nares precisam ser longos, por vezes até exaustivos. a entender a realidade que os cerca, bem como esta-
Na verdade, a duração de um projeto interdisciplinar belecer conexões com as relações contemporâneas,
deverá ser condizente com a abrangência da temáti- aumentando a capacidade de informação e conheci-
ca desenvolvida, que, vale lembrar, precisa estar em mento de forma mais versátil.
XXIII
No planejamento de aula, o professor deve bus- a mensagem transmitida pela linguagem
musical.
car formas criativas e estimuladoras de desafiar as
[…]
estruturas conceituais dos estudantes. Utilizar di-
A utilização da música como recurso
versas linguagens possibilita a aprendizagem pela
em sala de aula objetiva promover uma
problematização, pois os problemas têm a função de
maior interação entre os alunos e o co-
gerar conflitos cognitivos, provocando a necessidade
nhecimento, despertando também maior
de empreender uma busca pessoal. Com situações interesse pelas aulas, e pelo aprendizado,
simples de dúvidas, expostas em sala de aula, você a partir de atividades atrativas, prazerosas
promove o desafio. A curiosidade e a investigação que promovam o conhecimento. […]
são motivadas por meio de textos que utilizam di- SCHROEDER, Hélio. A música como linguagem no ensino do espaço
ferentes linguagens e propostas de trabalho. Leia o geográfico urbano. Dia a Dia Educação, Curitiba, 2009. p. 8. Disponível
em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_
que diz Hélio Schroeder (2009) sobre a utilização da teses/2011/geografia/musica_geografia.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
linguagem musical:
A literatura também exerce um papel importante
A música, enquanto linguagem imbuí- na construção do conhecimento geográfico. Hoje, há
da de sentimentos e representatividade da uma quantidade enorme de títulos, com enredos di-
vida e de diferentes concepções desta, é um versos. Neles, é possível encontrar territórios, lugares,
elemento de comunicação que perpassa paisagens, formas de ser e de viver que ampliam os
diferentes circunstâncias e fatos sociais, conhecimentos em relação a si e ao mundo. A literatu-
permitindo assim “aliar” os conteúdos das ra potencializa a construção de uma compreensão do
disciplinas, neste caso da Geografia, com indivíduo e do coletivo.

Educação como meio de transformação


valores para resolver demandas complexas
Articulação entre da vida cotidiana, do pleno exercício da ci-
competências, habilidades, dadania e do mundo do trabalho.

atitudes e valores
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 8. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
Os objetivos da aprendizagem ao longo da
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
educação básica foram organizados na BNCC em
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.

competências DA EDITORA
gerais, DO BRASILespecíficas e
competências Para que essas competências gerais, que transpas-
habilidades.
sam as áreas do conhecimento, sejam desenvolvidas,
Ao trazer o conceito de competência, a BNCC ali-
cada uma das áreas contribui com as competências
nha-se às discussões promovidas ao longo das últimas
espe­cíficas. Para nossa área, temos as competências es-
décadas e com o foco adotado pela Organização para
pecíficas de Ciências Humanas e as competências
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
específicas de Geografia.
responsável pelo Programa Internacional de Avaliação
Mas como garantir o desenvolvimento das com-
de Estudantes (PISA), além da Organização das Nações
petências específicas? A BNCC propõe a cada área do
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
conhecimento um conjunto de habilidades – sempre
Esse conceito está relacionado ao que os estu-
iniciadas por um verbo evidenciando a ação do estu-
dantes devem saber e o que devem saber fazer, o que
dante na aprendizagem (aprendizagem ativa). Essas
inclui a constituição e a mobilização de conhecimentos,
habilidades relacionam-se aos objetos do conheci-
habilidades, atitudes e valores.
mento, que podem ser entendidos como conteúdos,
Na BNCC, competência é definida como conceitos e processos. Essas habilidades “expressam
a mobilização de conhecimentos (concei- as aprendizagens essenciais que devem ser assegu-
tos e procedimentos), habilidades (práticas, radas aos alunos nos diferentes contextos escolares.”
cognitivas e socioemocionais), atitudes e (BRASIL, 2018, p. 29).

XXIV
Ou seja, as habilidades expressam o “saber fazer” re- aos estudantes o maior e melhor entendimento da
lacionado aos objetos do conhecimento da Geografia, que realidade, de um país e de um mundo cada vez mais
contribuem para o desenvolvimento das competências informacional e globalizado.
específicas que, por sua vez, são fundamentais ao desen-
volvimento das competências gerais. Em outras palavras,
é a habilidade trabalhando em função da competência.
Temas Contemporâneos
Conhecer essa organização é fundamental para Transversais (TCTs)
o planejamento e a ação docente, pois torna clara a
Além do grande avanço tecnológico e o impacto
concepção de que os objetos de estudo não têm um fim
deste na educação – que não pode ser ignorado pelos
em si mesmo, mas são parte de uma grande teia que
currículos escolares –, outros temas contemporâneos
tem como objetivo a formação integral dos estudantes.
transversais precisam ser considerados no ensino
O ato de educar é um processo complexo e envol-
dessa nova geração de estudantes.
vente. Seu desenvolvimento efetivo está inserido em
A BNCC destaca que:
um tempo e lugar e, como prática, envolve e constrói
valores sociais, culturais, políticos e econômicos, que […] cabe aos sistemas e redes de ensino,
permeiam as relações às quais todos estão sujeitos em assim como às escolas, em suas respecti-
uma sociedade. vas esferas de autonomia e competência,
A educação, vista como fator de desenvolvimento incorporar aos currículos e às propostas pe-
econômico e social de um país, potencializa transforma- dagógicas a abordagem de temas contempo-
ções, cria pontes de informação e conhecimento com os râneos que afetam a vida humana em escala
avanços científicos e tecnológicos, formando indivíduos local, regional e global, preferencialmente de
dinâmicos, que poderão dar vazão à sua criatividade,
forma transversal e integradora. […]
sensíveis às questões mais agudas da sociedade da qual
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
fazem parte, capazes de trabalhar coletivamente e que Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 19. Disponível em: http://
estejam munidos de competências e habilidades para basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_
site.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
viver em um mundo que está em constante mudança.
Cabe à educação a trajetória de desenvolver-se São sugeridos 15 temas, presentes em seis macro
como uma prática dinâmica e reflexiva, viabilizando áreas, como indicado no esquema a seguir.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mnistério da Educação
DA EDITORA DO BRASIL

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: proposta de práticas de implementação. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 7.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.

XXV
Na BNCC, essas temáticas são contempladas nas cada um dos volumes desta coleção. Há mais de dois
habilidades dos componentes curriculares, cabendo às TCTs trabalhados em cada ano, porém, escolhemos
escolas, de acordo com suas especificidades, tratá-las dois deles para explicitar o trabalho desenvolvido nos
de forma contextualizada. respectivos livros.
É preciso enfatizar que esses temas contempo-
râneos transversais, além de possibilitarem a for- TCTs no 6o ano
mação integrada do estudante, ajudam a garantir a No 6o ano, escolhemos os temas Educação Finan-
interdisciplinaridade no currículo escolar. O objetivo ceira e Educação para o Consumo por serem aborda-
é que os estudantes percebam que a preocupação dos de forma destacada no volume. Na Unidade 2, ao
do educador não se limita a uma visão estreita de abordar os temas extrativismo, produção de energia,
sua área, mas ele se utiliza dela para valorizar a per- agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços,
sonalidade de cada estudante, destacando temas esses TCTs são abordados de forma a ampliar o re-
importantes para seu cotidiano, e que o ambiente pertório dos estudantes acerca das relações e trocas
escolar represente um lugar de debates e construção dentro de uma sociedade, com destaque para siste-
dos conhecimentos. mas financeiros. Além disso, são trabalhadas noções
Nesta coleção, você encontrará no Livro do Estu- de responsabilidade em relação ao consumo, próprio e
em sociedade, possibilitando discussões do ponto de
dante o selo , que indica conteúdos que contem- vista econômico e sociocultural.

plam o assunto. No Manual do Professor é apresentado


TCTs no 7o ano
o boxe Foco nos TCTs, que aprofunda os temas abor-
dados e com propostas de atividades, relacionando-os No 7o ano, escolhemos os temas Educação para
com a diversidade da realidade dos estudantes, contri- valorização do multiculturalismo nas matrizes his-
buindo para o exercício da cidadania e da democracia, tóricas e culturais brasileiras e Diversidade Cultural
bem como para o projeto de vida. por serem abordados de forma recorrente no volu-
Os temas transversais potencializam o contato me. Nas unidades referentes a cada uma das regiões
com discussões que estão direta ou indiretamente brasileiras, esses TCTs são abordados, apresentando
presentes na realidade do estudante. Assim, é de res- aspectos populacionais, culturais, históricos, geográfi-
ponsabilidade de todos os componentes curriculares cos, a fim de que os estudantes percebam os impactos
desenvolver e estimular o trabalho com tais assuntos. desses temas bem como sua abrangência por todo o
A Geografia, enquanto ciência do presente, tem território brasileiro. Valorizar os aspectos históricos
enorme possibilidade de desenvolver tais temas, asso- e culturais nacionais é uma das maneiras de se va-
ciados ao dia aMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
dia, de tal maneira que a contribuição para lorizar todo o povo brasileiro em sua multiplicidade
DA EDITORA
a formação do cidadão, DO do
a partir BRASIL
espaço vivido, seja étnico-cultural.
mais efetiva. Isso possibilitará ao estudante conhecer,
raciocinar, concluir e agir sobre os assuntos abordados. TCTs no 8o ano
Existem diversas formas de desenvolver esse No 8o ano, escolhemos os temas Educação Am-
arcabouço de conhecimentos. Cada professor tem a biental e Ciência e Tecnologia por serem abordados de
liberdade e a criatividade de conceber caminhos para forma acentuada no volume. Ao tratar de temas como
alcançá-las em seu planejamento de aulas. Um dos a importância da Antártica e os recursos naturais na
caminhos é por meio de projetos que envolvam outros América Anglo-Saxônica, o TCT Educação Ambiental
docentes da escola. Por meio de um trabalho colabora- é trabalhado a fim de ressaltar a situação atual e a im-
tivo contínuo, há uma grande possibilidade de ampliar portância da preservação ambiental. Além disso, o tema
as competências e as habilidades de cada estudante. Ciência e Tecnologia é trabalhado ao se apresentar as
diversas fontes de energia, tendo como foco aquelas
O trabalho com os Temas presentes na América Latina, destacando o papel e a
importância dos desenvolvimentos científicos e tecnoló-
Contemporâneos Transversais gicos na busca por fontes de energia mais limpas e sus-
nos volumes da coleção tentáveis. O trabalho com esses temas propicia o debate
Apresentamos, a seguir, os Temas Contemporâ- acerca da necessidade de cuidar do meio ambiente e do
neos Transversais majoritariamente trabalhados em impacto que a ciência pode ter no dia a dia da população.
XXVI
TCTs no 9o ano diversas outras aplicações que recorrem a rotinas de
busca e seleção de informações que seriam realizadas
No 9o ano, escolhemos os temas Trabalho e Pro-
pelos seres humanos de forma muito mais demorada.
cesso de envelhecimento, respeito e valorização do
O pensamento computacional, expresso nas cen-
idoso por serem abordados de forma enfatizada no
tenas de linhas de programação de determinados al-
volume. Ao expor temas como urbanização, produção
goritmos, é considerado hoje tão importante quanto o
agropecuária, distribuição de renda, transformações
desenvolvimento de outras linguagens, como a língua
no trabalho, cadeias industriais, entre outros, o TCT
materna e a matemática.
Trabalho é abordado a fim de explicitar as inúmeras
Algumas das ferramentas mentais diretamente re-
implicações desse tema, influenciando, inclusive, nas
lacionadas ao pensamento computacional e aos algorit-
escolhas pessoais e no projeto de vida dos estudan-
tes. Além disso, ao abordar aspectos demográficos mos são: análise e solução de problemas, pensamento
das populações, com destaque para a sociedade recursivo, abstração, decomposição, análise de erros,
asiática, é viabilizada a reflexão sobre o processo planejamento e criatividade na busca por soluções.
de envelhecimento e as implicações dele, com vista Todas essas ferramentas podem ser desenvolvi-
à valorização e ao respeito aos idosos. O trabalho das na escola, nos diversos componentes curriculares.
com esses temas proporciona reflexões que servem Assim, nesta coleção, você e os estudantes encontrarão
tanto para o ambiente escolar quanto para o familiar, propostas que podem contribuir para o desenvolvimen-
bem como para a definição do projeto de vida dos to dessa forma de pensamento.
estudantes.
Culturas juvenis
Pensamento Para que a aprendizagem aconteça, promovendo o
desenvolvimento integral do estudante como previa-
computacional mente apresentado, considerando a atuação discente
Uma das demandas surgidas das transformações como norteadora do processo de ensino-aprendizagem,
nas sociedades e na educação foi o desenvolvimento bem como a relevância da contextualização para explora-
do pensamento computacional. Segundo Matti Tedre ção de problemas e situações norteadoras, é importante
e Peter J. Denning (2016), o termo “pensamento com- ressaltar a observância das culturas juvenis para que todo
putacional” foi utilizado pela primeira vez por Seymour o percurso “faça sentido”. Não é possível dissociar a vida
Papert em 1980. Resumidamente, pensamento com- “fora da escola” com a vida “dentro da escola” e, se esta
putacional refere-se a um conjunto de ideias e hábitos tentar ignorar a existência daquela, as práticas escolares
mentais que profissionais e pesquisadores da área de poderão se isolar da prática cidadã, movimento oposto ao
MATERIAL
computação exercitam DE DIVULGAÇÃO
no trabalho, criando programas, pretendido pelas políticas de educação vigentes.
DA EDITORA
aplicativos, simulações DOinformática
e tarefas de BRASIL desen- Entende-se por cultura juvenil os modos de vida,
volvidas por computadores (TEDRE; DENNING, 2016). as práticas sociais e, por que não dizer, os gostos, inte-
Algumas das características que definem o pen- resses e saberes próprios dos jovens. Como cultura, en-
samento computacional são: decomposição, reco- volve uma gama variada de estilos, linguagens, ações,
nhecimento de padrões, representação de dados, escolhas. É impossível unificá-la e depende de vários
generalização, abstração e algoritmos. Essas carac- aspectos – nem sempre relativos a territorialidades,
terísticas associadas à enorme capacidade de proces- origens ou fatores socioeconômicos.
samento dos computadores modernos possibilitam Diante dessa necessidade imperativa de diálogo
trabalhar com grandes bases de dados, que podem com as culturas juvenis, para a elaboração deste ma-
ser preexistentes ou construídas. terial, os aspectos das culturas juvenis que podem des-
Ainda como evolução da informática, a inteligên- pertar uma relação afetiva com a aprendizagem foram
cia artificial se baseia no pensamento computacional, considerados e destacados. Aliado a isso, é necessário
assim como os processos referentes ao que atualmente reforçar que sua percepção, como conhecedor de seu
se chama “aprendizagem de máquinas”. grupo de estudantes, é de extrema importância, pois
Em relação ao cotidiano, o uso do pensamento você será capaz de perceber e identificar as manifes-
computacional é fundamental para a melhoria dos tações culturais que estejam mais alinhadas às espe-
tradutores automáticos, dos corretores gramaticais cificidades de cada grupo de estudantes que estarão
automáticos, dos sistemas de busca na internet e em sob sua orientação.
XXVII
Projeto de vida Assim, entre os maiores desafios que se apresen-
tam à escola esteja, talvez, o de conseguir conectar o
Quando pensamos em projeto de vida, é muito currículo escolar aos projetos de vida dos estudantes,
comum pensarmos nos jovens e nos adultos fazendo sejam eles relacionados ao estudo ou ao trabalho.
planos para o futuro, sobretudo na esfera profissional,
Nessa direção, no Ensino Fundamen-
mas fazer planos, projetar o futuro não é algo que acon-
tal – Anos Finais, a escola pode contribuir
tece naturalmente para todas as pessoas. Para muitas,
para o delineamento do projeto de vida dos
isso demanda aprendizagem; é preciso aprender a se
estudantes, ao estabelecer uma articulação
organizar e selecionar as ações que levarão à concre-
não somente com os anseios desses jovens
tização de seus planos que, em última instância, são
em relação ao seu futuro, como também
reflexos de sonhos, desejos e interesses pessoais. E a com a continuidade dos estudos no Ensi-
escola deve desempenhar um papel de destaque como no Médio. Esse processo de reflexão sobre
promotora da elaboração e da realização dos projetos o que cada jovem quer ser no futuro, e de
de vida de seus estudantes. planejamento de ações para construir esse
Ora, é preciso que os estudantes reconheçam que futuro, pode representar mais uma possibi-
o processo de escolarização pode contribuir como per- lidade de desenvolvimento pessoal e social.
cursos formativos deles. A escola é um espaço privile- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,
DF: MEC, 2018. p. 62. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
giado para descobertas sobre o mundo, sobre a vida images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
e sobre si mesmo, pois promove o encontro, o diálogo, Acesso em: 15 jun. 2022.

o pensamento, o debate e o desenvolvimento do po-


Pensamos que o tema do Projeto de vida deve
tencial humano de criar, sentir, pensar, querer, ousar e, ser trabalhado em todos os componentes curriculares,
por que não, sonhar. sempre que possível de forma interdisciplinar; por isso,
Por esse motivo, cabe à escola olhar para cada destacamos a importância de incluí-lo como parte do
estudante em sua integralidade, compreendendo seus planejamento e do calendário escolar de forma global,
aspectos cognitivos, afetivos, intelectuais, práticos, cabendo a cada docente viabilizar as iniciativas que
políticos, singulares e coletivos, ou seja, compreender considerar pertinentes.
e explorar intencionalmente os aspectos humanos, a
unidade entre mente e corpo e, dessa compreensão,
devolver aos estudantes uma prática de ensino que
Como trabalhar com
promova de forma integral as possibilidades de desen- grupos grandes e diversos
volvimento dos MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mais diversos projetos de vida. Na rotina escolar, trabalhar com grandes grupos é,
DA EDITORA DO dez
Tanto é assim que, entre as BRASIL
competências ge- certamente, um dos maiores desafios enfrentados pelo
rais apresentadas pela BNCC, as quais deverão ser professor no exercício diário da prática docente. Pensar
desenvolvidas pelos estudantes ao longo da educação em caminhos que lhe possibilitem superar esse desafio
básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino leva-nos novamente a pensar na descentralização de
Médio), está a competência geral 6, que faz referência seu papel no processo de ensino-aprendizagem.
ao projeto de vida, conforme destacamos a seguir: Essa descentralização pode ser obtida por meio da
adoção de estratégias de ensino que coloquem os estu-
Valorizar a diversidade de saberes e vi- dantes no centro da aprendizagem, como protagonistas do
vências culturais e apropriar-se de conheci- processo de construção do conhecimento (BRASIL, 2018),
mentos e experiências que lhe possibilitem tendo o professor como mediador. Para isso, entendemos
entender as relações próprias do mundo que se faz necessário desenvolver a autonomia dos es-
do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao tudantes para que possam interagir com seus pares em
exercício da cidadania e ao seu projeto de diferentes momentos e de diversas maneiras, sempre com
vida, com liberdade, autonomia, consciên- o objetivo de colaborar com o desenvolvimento mútuo.
cia crítica e responsabilidade. Essa interação entre pares também faz com que
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, os próprios estudantes sejam mediadores do conheci-
DF: MEC, 2018. p. 9. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
mento e, portanto, promotores de aprendizagens para
Acesso em: 15 jun. 2022. si e para os demais colegas.
XXVIII
Nessa direção, as metodologias ativas funcionam alunos realizar uma tarefa específi-
como um vetor possível para proporcionar aos estudan- ca ou pesquisar sobre determinado
tes meios para que consigam exercer o protagonismo conteúdo antes de uma aula. Assim,
e a autonomia em sua aprendizagem. durante a aula, o docente utiliza o que
Moran (2017, p. 24) explica que as metodolo- foi feito pelos alunos e, se necessário,
gias ativas “são estratégias de ensino centradas na complementa com mais explicações,
participação efetiva dos estudantes na construção momentos tira-dúvidas e com ativi-
do processo de aprendizagem, de forma flexível, in- dades e debates sobre o tema. Essa
terligada, híbrida”. estratégia é um dos modelos de ensi-
Quando o professor trabalha com metodologias no híbrido.
ativas, a construção do conhecimento pelos estudantes 2. Rotação por estações: consiste em or-
permite o desenvolvimento de diversas competências, ganizar a sala de aula em pequenos
entre elas: grupos, nas chamadas estações, e, em
• saber buscar e investigar informações cada uma delas, realiza-se uma tarefa
com criticidade (critérios de seleção e diferente, embora todas estejam co-
priorização) a fim de atingir determi- nectadas a um mesmo tema. A ideia é
nado objetivo, a partir da formulação que os alunos façam um circuito por
de perguntas ou de desafios dados essas estações, passando por todas as
pelos educadores; atividades. O uso de um recurso digital
• compreender a informação, analisando- em uma das estações pode ser útil para
-a em diferentes níveis de complexida- coletar dados sobre a aprendizagem
de, contextualizando-a e associando-a dos alunos. Essa estratégia é outro mo-
a outros conhecimentos; delo de ensino híbrido.

• interagir, negociar e comunicar-se 3. Laboratório rotacional: segue dinâmi-


com o grupo, em diferentes contextos ca semelhante à da rotação, mas en-
e momentos; volve outros espaços da escola. Aqui
são formados dois grupos, sendo que
• conviver e agir com inteligência emo-
um ficará no espaço com o professor
cional, identificando e desenvolvendo
(que não precisa ser a sala de aula) e
atitudes positivas para a aprendizagem
o outro irá utilizar um recurso digital
colaborativa;
em outro local, como o laboratório
• ter MATERIAL
autogestãoDEafetiva,
DIVULGAÇÃO
reconhecendo de informática, a biblioteca ou outro
atitudes interpessoais facilitadoras
DA EDITORA DO BRASIL espaço que cumpra a função. Nova-
e dificultadoras para a qualidade da mente, as ferramentas digitais podem
aprendizagem, lidando com o erro e as auxiliar a coleta de dados sobre a
frustrações, e sendo flexível; aprendizagem, possibilitando a per-
• tomar decisão individualmente e em sonalização do ensino. Assim como
grupo, avaliando os pontos positivos e as anteriores, trata-se de um modelo
negativos envolvidos; de ensino híbrido.
• desenvolver a capacidade de liderança; 4. Aprendizagem baseada em proje-
• resolver problemas, executando um pro- tos: possui várias definições, sendo
jeto ou uma ação e propondo soluções. um conceito bem amplo que busca
O USO de metodologias ativas colaborativas e a formação de competências. ensinar os conceitos curriculares aos
Base Nacional Comum Curricular, Brasília, DF, 2019. Disponível em: alunos integrando várias disciplinas.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de
-praticas/aprofundamentos. Acesso em: 15 jun. 2022. É ideal que os projetos se baseiem
em situações-problema reais do con-
Entre as principais metodologias ativas, destaca- texto escolar e dos alunos, buscando
mos as seguintes: uma solução em forma de produto, o
1. Sala de aula invertida: nessa prática, que vai envolver hipóteses, investi-
o professor inicialmente propõe aos gação, construção de um plano para

XXIX
a solução, e muito trabalho coletivo possibilidades das aprendizagens discen-
e colaborativo. Ao final, os estudan- tes e docentes. Tal intencionalidade requer
tes podem compartilhar as soluções um planejamento consistente do professor,
construídas com a turma toda, sendo uma sala de aula concebida como uma co-
mediados pelo professor. munidade de aprendizagem e uma ava-
5. Aprendizagem baseada em pro- liação processual e contínua do progresso
blemas: como o nome indica, utili- dos alunos, bem como dos vários fatores
za problemas para a construção dos intervenientes no processo como: a prática
conceitos desejados pelo professor. É do professor, o material e a metodologia
interessante que os problemas sejam utilizados, dentre outros.
baseados na realidade dos alunos, que BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria
de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
podem resolvê-los de diversas formas Certa: organização do trabalho pedagógico. Brasília, DF; MEC, SEB, 2014.
– ou seja, são abertos e as respostas p. 5. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/obeducpacto/files/2019/08/
Unidade-1-4.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
não podem ser obtidas por resolu-
ções simples como a mera aplicação Conforme mencionado anteriormente, a BNCC
de uma fórmula. O processo de reso- preconiza a formação integral de todos os estudantes,
lução dos problemas, inclusive, pode o que pode ser compreendido como o desenvolvimento
ser mais importante do que a própria de inúmeras capacidades (cognitivas e emocionais) e,
solução, já que o docente pode ana- como cada indivíduo é único, tais capacidades também
lisar a compreensão dos alunos pelo se tornam particulares e individuais. Diante dessa re-
modo como o resolveram. O traba- flexão, não podemos abandonar a ideia da diversidade
lho em grupo ganha força com essa presente em cada sala de aula e escola.
abordagem. A heterogeneidade, inerente à condição humana,
SANTOS, Victor. O que são metodologias ativas e como elas favorecem o
apresenta-se na neurodiversidade (transtorno do es-
protagonismo dos alunos. Nova Escola, São Paulo, 8 set. 2021. Disponível
em: https://novaescola.org.br/conteudo/20630/especial-metodologias pectro autista, transtorno de déficit de atenção e hipe-
-ativas-o-que-sao-as-metodologias-ativas-e-como-funcionam-na-pratica.
Acesso em: 15 jun. 2022.
ratividade, altas habilidades e superdotação, dislexia,
entre outras), na deficiência (visual, física, intelectual,
Reforçamos a possibilidade de utilizar essas estra- auditiva, psicossocial ou múltiplas) e em tantas outras
tégias como subsídio para a organização e o desenvol- diferenças que garantem a unicidade de cada indivíduo.
vimento de ações interdisciplinares na escola. Coll (2003) afirma que, para atender à diversidade, a
Embora as metodologias ativas sejam comumente escola deve identificar os diversos fatores que interferem
associadas ao uso de tecnologias
MATERIAL digitais, sabemos
DE DIVULGAÇÃO na aprendizagem, que podem ser de natureza cognitiva,
que estas, sozinhas, não têm o poder de promover a emocional, afetiva, social. De acordo com o autor:
DA EDITORA DO BRASIL
aprendizagem dos estudantes. O que, de fato, fará di-
ferença no processo de ensino-aprendizagem e será o A qualidade de um sistema educativo
planejamento das aulas, tendo como foco a participação está estreitamente relacionada – sobretu-
ativa dos estudantes nas atividades a serem realizadas. do nos níveis correspondentes à educação
Não é mais possível acreditar que a sala de aula é o básica – à sua capacidade de satisfazer as
único lugar de aprendizagem, mas pode-se considerar necessidades educativas e de formação de
que ela é um lugar privilegiado, pois em sua complexida- todos os alunos, ou seja, à sua capacidade
de constitui-se quase como uma comunidade, uma so- de diversificar e de ajustar a ação educati-
ciedade, na qual os membros compartilham suas vidas. va às características individuais e à ampla
O trecho a seguir oferece uma reflexão sobre esse gama de capacidades, interesses e moti-
espaço formativo. vações demonstrados por alunos e alunas
diante da aprendizagem escolar.
[A sala de aula ] deve ser vista como
COLL, César. Atenção à diversidade e qualidade do ensino. Revista
um ambiente de aprendizagem pautado Educação Especial, Santa Maria, n. 22, p. 7-17, 2003. p. 2. Disponível em:
no diálogo, nas interações, na comunica- https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5001.
Acesso em: 15 jun. 2022.
ção de ideias, na mediação do professor e,
principalmente, na intencionalidade peda- Para tanto, é fundamental a mobilização de es-
gógica para ensinar de forma a ampliar as tratégias diferenciadas para atender aos estudantes,
XXX
uma vez que os indivíduos não aprendem da mesma estabelecendo-se como lugar de diálogo e compar-
forma, nem desenvolvem habilidades no mesmo in- tilhamento, com práticas para a paz refletidas nas
tervalo de tempo. É preciso propor atividades que ações, nas regras para a utilização dos espaços, no
se constituam como desafios alcançáveis a cada fazer pedagógico.
estudante e, ainda, pensar e utilizar estratégias que Na Assembleia Geral de 6 de outubro de 1999, as
permitam a superação de obstáculos e o avanço nas Nações Unidas definiram a cultura de paz como
aprendizagens. [...] um conjunto de valores, atitudes,
Para que possamos criar estratégias interessantes tradições, comportamentos e estilos de
para atender a essas demandas, é necessário um per- vida baseados:
manente acompanhamento. As avaliações contínuas
a) No respeito à vida, no fim da violência
para identificar o que os estudantes já desenvolvem
e na promoção e prática da não violên-
com autonomia ou, ainda, o mapeamento das possíveis
cia por meio da educação, do diálogo e
dificuldades e dos caminhos percorridos para resolver
da cooperação;
determinada situação, são algumas das importantes
estratégias a serem utilizadas pelo grupo de profes- b) No pleno respeito aos princípios de
sores e demais profissionais da escola. soberania, integridade territorial e in-
Durante o percurso de aprendizagem, considerar dependência política dos Estados e de
alterações no planejamento se faz tão necessário não ingerência nos assuntos que são,
essencialmente, de jurisdição interna
quanto o acompanhamento, pois não basta saber
dos Estados, em conformidade com a
as conquistas e as dificuldades, é preciso acolhê-las
Carta das Nações Unidas e o direito
e criar estratégias para permitir o crescimento de
internacional;
todos os estudantes. Geralmente é preciso propor
diferentes estratégias, envolvendo a turma em ati- c) No pleno respeito e na promoção de
vidades diversificadas, a fim de contribuir para que todos os direitos humanos e liberdades
cada um se desenvolva em toda a sua potencialidade fundamentais;
e que a cooperação entre os estudantes promova d) No compromisso com a solução pací-
uma evolução equilibrada, adequada às caracterís- fica dos conflitos;
ticas de cada um. e) Nos esforços para satisfazer as neces-
A diferença, então, deixa de ser considerada um sidades de desenvolvimento e prote-
obstáculo, mas inerente à condição humana e, logo, ção do meio ambiente para as gerações
fundamental ao processo de ensino e aprendizagem. presente e futuras;
MATERIAL
Essa educação contribui paraDE DIVULGAÇÃO
a formação de cidadãos f) No respeito e promoção do direito ao
cientes da diversidade, aptos ao exercício da empatia
DA EDITORA DO BRASIL desenvolvimento;
e da cooperação.
g) No respeito e fomento à igualdade de
direitos e oportunidades de mulheres
Saúde mental e cultura e homens;

de paz h) No respeito e fomento ao direito de


todas as pessoas à liberdade de expres-
A escola, como espaço de convivência e de for-
são, opinião e informação;
mação, cujas práticas buscam a educação integral
i) Na adesão aos princípios de liberdade,
para a vida em sociedade, precisa ser uma instituição
justiça, democracia, tolerância, soli-
que promova a cultura de paz para além da teoria,
dariedade, cooperação, pluralismo,
ou seja, que esteja verdadeiramente envolvida nessa
diversidade cultural, diálogo e enten-
missão. Para isso, é preciso criar e desenvolver coleti-
dimento em todos os níveis da socie-
vamente um projeto que envolva escolhas curriculares
dade e entre as nações;
e metodológicas, professores e demais profissionais,
familiares (pais, parentes e responsáveis) e toda a co- e animados por uma atmosfera nacional e
munidade escolar. internacional que favoreça a paz.
NAÇÕES UNIDAS. Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz.
É por meio da cultura da não violência que a escola Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz, São Paulo, 1999. Disponível
se tornará o centro para a vida cívica da comunidade, em: http://www.comitepaz.org.br/dec_prog_1.htm. Acesso em: 14 jul. 2022.

XXXI
Respeito à vida, não violência, diálogo e coope- Uma das principais estratégias que contribuem
ração, entre outros valores e atitudes presentes nessa para a diminuição de situações de bullying é manter
definição, podem e devem ser trabalhados na escola, aberto canais de diálogo e comunicação entre os es-
com o objetivo de promover uma cultura de paz que tudantes e a equipe escolar, para que os casos sejam
possa ser levada para outros contextos de vida dos informados por qualquer estudante, promover deba-
estudantes, como a família e a sociedade. Incentivar, tes e conversas frequentemente com os estudantes,
na escola, um ambiente de respeito às diferenças, por informando e alertando sobre o tema e, na medida do
exemplo, é um bom caminho para essa promoção, visto possível, oferecer apoio aos estudantes que sofrerem
que a escola, assim como a realidade social que a cerca, esse tipo de ataque.
caracteriza-se pela diversidade humana, seja ela racial,
de gênero, regional, política ou religiosa.
Para a escola conseguir estabelecer a cultura de
Saúde mental na escola
paz dentro e fora de seus muros, é fundamental que Infelizmente, observa-se atualmente um aumen-
os estudantes sejam incentivados a assumir o prota- to nos relatos de crianças e jovens acerca da gran-
gonismo dessa ação e que toda a comunidade escolar de dificuldade em reconhecer e lidar com as próprias
seja envolvida nesse trabalho. emoções e sentimentos, apresentando sintomas de
Estratégias que oportunizem aos estudantes ler, de- ansiedade, depressão, estresse e outras dificuldades
bater e refletir sobre o tema da cultura de paz certamente envolvendo aspectos socioemocionais, muitas destas
contribuirão para que sejam promotores (na escola e na relativas às formas de sentir, pensar e agir em relação
comunidade) de práticas alinhadas a esse objetivo. a si e aos outros. Torna-se, portanto, imprescindível a
atenção da escola a essa realidade; ações que permitam
Bullying o desenvolvimento de competências que abarquem
a autogestão (foco, responsabilidade, organização,
No ambiente escolar, em seus diferentes espaços,
persistência, autoestima) e a amabilidade (empatia,
mecanismos para a intimidação sistemática, conheci-
dos como bullying, podem acontecer cotidianamente respeito e confiança), por exemplo, se tornam essen-
e provocam danos em âmbitos pessoal, coletivo e de ciais e urgentes. Também não podemos deixar de lado
gestão de escola. Atitudes de bullying são contrárias a atenção com cada adulto da escola que, assim como
aos princípios éticos, solidários e democráticos, o que os estudantes, precisam cuidar de suas competências
o coloca como inadmissível no espaço escolar. socioemocionais.
Essencialmente violento e contrário à paz, é funda- É importante destacar que o atendimento relativo
mental promover debates e reflexões junto aos estu- à saúde mental deve envolver os profissionais e os ser-
dantes, a fim MATERIAL
de garantir DE
umDIVULGAÇÃO
espaço seguro e propício viços da saúde capacitados para tanto; nesse contex-
para a educação. to, a escola e sua equipe compõem a rede de atenção
DAAoEDITORA
considerarmos os diferentes perfis
DO BRASIL
de estudantes com características complexas, como que deve acompanhar e intervir nesses casos. Sendo
vimos anteriormente, é essencial que a prevenção e a assim, é fundamental que existam canais de comuni-
identificação de atitudes como o bullying sejam perma- cação entre a escola, serviços de saúde e assistência
nentes e envolvam toda a comunidade escolar e familiar. social na comunidade.

O desafio da avaliação
No sistema educacional brasileiro, no que diz res- internacional sobre o desempenho dos estudantes ao
peito a sua abrangência, a avaliação acontece de modo término da escolaridade básica obrigatória.
interno e formativo – aplicado pela própria instituição Qual será o melhor momento para avaliar o traba-
escolar – e externo e em larga escala, como o Sistema lho de ensino-aprendizagem e, assim, o próprio traba-
de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que permite lho? Esses processos avaliativos demonstrarão como
a realização de um diagnóstico da educação básica as crianças e os adolescentes estão aprendendo?
brasileira, e o Programa Internacional de Avaliação de Avaliar é sempre um procedimento intricado, que
Estudantes (Pisa), que propicia um estudo comparativo abarca distintos fatores e vários sujeitos. Cada etapa da
XXXII
educação básica tem suas especificidades no processo • contextualizar conceitos e conteúdos, incentivando
avaliativo, e nos Anos Finais temos disparidades entre o estudante a aplicar o conhecimento em situações
um ano escolar e outro. diversas – desde a comparação entre diferentes
Os estudantes iniciam essa etapa escolar ainda paisagens com base em critérios geográficos até
crianças e a deixam quando adolescentes, indo então a análise e interpretação de uma reportagem ou
para o Ensino Médio, a fase final da educação básica. notícia, na leitura de gráficos ou mapas –, evitando
Independentemente do momento letivo, a avaliação conclusões que remetam a juízos de valor depre-
pode e deve ter caráter processual. Ela pode ir além ciativos ou discriminatórios.
da simples verificação dos conteúdos e ser vista como O insucesso nas avaliações desperta insegurança e
um momento de crítica e autocrítica em que docentes ansiedade em muitos estudantes e pode ser apontado
e estudantes tenham possibilidades de conjecturar como um dos fatores que contribuem para o deba-
melhorias sobre o processo de ensino-aprendizagem. te sobre a importância da avaliação em suas diver-
Outro aspecto é que os objetivos e os critérios a sas facetas. Cabe ao professor planejar estratégias de
serem considerados precisam ser debatidos com os avaliação que lhes permitam que se engajem e apon-
estudantes. Mais à frente, na seção Como usar esta tem caminhos para o avanço do processo de ensino e
obra deste manual, incluímos andamentos e atividades aprendizagem.
que podem servir para construir processos avaliativos. É essencial o cuidado com o processo de avalia-
As várias seções do livro didático podem contribuir ção sem desconsiderar os objetivos e as expectativas
para isso também. Trata-se de propostas concisas que de cada unidade temática da BNCC, assim como suas
podem auxiliar o educador no processo de avaliação, habilidades e competências. Além disso, é importante
que deve ser amplo e ocorrer no dia a dia. que se caracterize o processo de avaliação como um
Indicamos, a seguir, orientações que nos parecem momento de aprendizagem dos estudantes e dos edu-
eficazes para o processo de planejamento, elaboração cadores. É sempre admirável que os estudantes sejam
e correção dos instrumentos de avaliação:
coautores nesse processo, a fim de evidenciar uma ação
• planejar as atividades a fim de permitir ao estu- de autoavaliação.
dante estabelecer comparações e correlações entre É por meio da avaliação que educadores obtêm
o conteúdo aprendido e a realidade local, e não elementos sobre o desenvolvimento dos estudantes e
apenas reforçar a memorização de nomes, datas, podem diagnosticar problemas e dificuldades, limites
conceitos ou dados; e possibilidades em sua aprendizagem e, com base
• ao identificar que os objetivos de aprendiza- nisso, repensar sua ação docente sobre as direções
gem não foram plenamente atingidos, planejar pedagógicas a serem adotadas. A avaliação deve, por
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
situações para que os estudantes retomem e isso, fornecer informações relevantes e essenciais sobre
DA EDITORA
reelaborem respostas. DO BRASILo diálogo
É importante os distintos momentos das aprendizagens dos estu-
com o estudante, pedindo que explique por que dantes, no sentido de auxiliar o professor a organizar
respondeu de determinada maneira, como re- o processo de ensino e aprendizagem.
lacionou as informações que utilizou na avalia- O professor deve diversificar os instrumentos de
ção com os conceitos trabalhados em sala de avaliação e analisar, além do domínio dos conteúdos
aula, para identificar a falha no processo de conceituais, os conteúdos procedimentais e atitudinais
ensino-aprendizagem; e considerar e avaliar de que modo as habilidades da
• certificar-se de que o enunciado e as instruções BNCC para os respectivos anos do Ensino Fundamental
das atividades ou questões estão claros para os estão sendo alcançadas, como são utilizadas e como
estudantes, assim como a contextualização, e se interagem nas atividades e vivências das aulas.
o tempo é suficiente para a realização de todos os Outro aspecto fundamental está relacionado à aná-
passos do trabalho; lise sobre o erro cometido na realização das atividades.
• evitar que o estudante transcreva ou copie res- Trata-se de um momento importante para a apren-
postas idênticas aos textos do livro ou de outros dizagem, pois possibilita um redimensionamento das
recursos didáticos, estimulando-o a desenvolver ações educativas. Pode-se criar situações nas quais os
o próprio discurso e expor o ponto de vista em estudantes reflitam sobre o próprio erro, evitando dar-
relação ao que aprendeu; -se conta dele somente depois de uma nota ou menção

XXXIII
atribuída. Isso exige refletirmos sobre vários tipos de Desenvolvida ao longo de todo o processo de
ferramentas avaliativas. ensino e aprendizagem, essa forma de avaliação tem
De acordo com os estudos de Bloom et al. (1993), como principal finalidade orientar o processo de en-
destacam-se três tipos de avaliação: diagnóstica, for- sino para melhorar a aprendizagem dos estudantes.
mativa e somativa. Realizada de maneira contínua, ao longo das aulas,
viabiliza o monitoramento contínuo do progresso al-
Avaliação diagnóstica cançado pelos estudantes, bem como das lacunas
Identifica conteúdos que sejam de domínio dos de aprendizagem que precisam ser preenchidas. No
estudantes, bem como os limites e as possibilidades contexto da avaliação formativa, tanto professores
perante o envolvimento anterior à avaliação. Tem por quanto estudantes participam ativamente de todo o
objetivo examinar se os estudantes já detêm o conhe- percurso pedagógico desenvolvido (CENTRO..., [20--];
cimento necessário para a continuidade do programa FERNANDES, 2009; WILIAM, 2019).
e se adquiriram determinadas habilidades que foram A avaliação frequente dos estudantes, quando
indicadas para serem alcançadas no período, orientan- praticada com o intuito de identificar as necessidades
do o planejamento do professor. e dificuldades que eles apresentam, oferecer devoluti-
Realizada no início do processo, a avaliação diag- vas pedagógicas que os ajudem a evoluir e promover
nóstica tem como principal finalidade determinar a mudanças no ensino, vem sendo considerada uma das
situação de cada estudante no começo de um ciclo formas mais efetivas para alcançar melhores resultados
escolar (ano ou semestre, por exemplo). Essa avalia- da aprendizagem. E como o professor pode realizar a
ção dá ao professor a oportunidade de verificar os avaliação formativa em sua prática de sala de aula?
conhecimentos de sua turma e, com base nessas in- Com base nos objetivos pedagógicos, que indicam o
formações, priorizar aprendizagens e fazer adaptações que todos devem aprender, o professor faz o planeja-
em seu planejamento, de acordo com as necessidades mento de tarefas que possibilitam o acesso ao que os
do grupo (CENTRO..., [20--]). Nas páginas iniciais de estudantes compreenderam, bem como as dificuldades
cada Livro do Estudante, há atividades para a avalia- apresentadas por eles.
ção diagnóstica. Ao propor essas tarefas, sugerimos Ao longo do percurso, o professor promove a
que o professor interprete o significado dos objetivos
atuação dos estudantes nas discussões e na avalia-
pedagógicos relacionados às atividades para que os
ção das aprendizagens. Além disso, fornece devo-
estudantes entendam o que está sendo avaliado. Com
lutivas pedagógicas para orientar os estudantes em
base nos objetivos, será possível interpretar os resul-
relação ao que devem fazer para alcançar melhor
tados e identificar o que eles já sabem e o que ainda
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
precisam aprender.
desempenho nas etapas futuras. Nesse trajeto, o
professor avalia continuamente sua forma de tra-
DA EDITORA
Recomendamos, ainda, DO
queBRASIL
o professor faça um
balho e, sempre que necessário, ajusta suas formas
registro dos resultados dos estudantes para acompa-
de intervenção (CENTRO..., [20--]; WILIAM, 2019).
nhar a evolução de cada um ao longo do ano.
Dessa forma, para que o professor possa desenvol-
ver uma prática de avaliação formativa, é preciso,
Avaliação formativa inicialmente, que compreenda os objetivos pedagó-
É utilizada em situações nas quais o que foi pro- gicos propostos para o ano. Um objetivo estabelece
posto não atingiu a finalidade e é preciso entender o um objeto de conhecimento e uma operação mental
que deu errado e onde está a falha; e isso sugere pon- que vai ser acionada pelo estudante ao lidar com
derar tanto sobre o desempenho do que foi estudado esse conhecimento. Ao indicarem o que o estudante
como a maneira com que foi vivenciado e o papel dos deve alcançar, os objetivos norteiam o planejamento
envolvidos. Essa avaliação exige o uso de diferentes do ensino e orientam os processos de avaliação da
táticas de análise e de registro do que ocorre nas vivên- aprendizagem (CENTRO..., [20--]; WILIAM, 2019).
cias, seja em sala de aula, seja em outros espaços de Nos livros, são apresentados objetivos pedagógi-
aprendizagem. É ela que permite examinar os pontos cos com linguagem mais próxima à do estudante, de
de melhoria diante dos objetivos propostos, assim como acordo com o ano de escolarização. Esses objetivos
as brechas existentes, orientando o educador a fazer os podem ser usados em diferentes momentos, segun-
alinhamentos necessários no que foi planejado. do fins variados, como exemplificaremos a seguir. Na
XXXIV
introdução de um capítulo, podem ser discutidos com de apoio entre os estudantes e entre eles e o profes-
os estudantes para orientar o processo e informá-los sor. Para que todos possam atuar ativamente nesse
sobre o que se espera que aprendam. Outras vezes, contexto, é essencial que sejam adotadas estratégias
entretanto, devem ser explorados quando o trabalho diversificadas, como o intercâmbio de ideias em du-
já está em andamento, para que as estratégias de en- plas ou em pequenos grupos antes do debate coletivo,
sino não sejam comprometidas. Nos momentos de por exemplo (FERNANDES, 2009; WILIAM, 2019).
autoavaliação e avaliação pelos pares, os objetivos Lembre-se de que essas discussões são momentos
indicam aspectos que necessitam ser avaliados. Outro privilegiados para que você verifique os conhecimen-
elemento que deve estar presente na prática da ava- tos atuais dos estudantes e com os aspectos que eles
liação formativa são as devolutivas pedagógicas, ca- desconhecem ou que compreenderam incorretamente.
racterizadas a seguir (CENTRO..., [20--]; FERNANDES, Ao analisar as respostas dos estudantes, é possível
2009; WILIAM, 2019): conhecer o que eles pensam e dar devolutivas peda-
• têm a função de fornecer indicações claras para gógicas imediatas.
o estudante, a fim de aprimorar seu aprendizado; Além disso, as estratégias sugeridas podem ser
ajustadas e/ou planejadas, de acordo com as necessi-
• podem ser feitas por meio de comentários, oral-
dades reais observadas na classe. Sugerimos que as
mente ou por escrito, visando aos objetivos
orientações do manual auxiliem em suas intervenções
estabelecidos;
nesses momentos. Se, por um lado, a avaliação forma-
• precisam focar o trabalho realizado pelo estudan- tiva traz desafios ao professor, por outro lado é capaz
te, dando informações sobre o que foi realizado de trazer mudanças para a sala de aula, dar um novo
adequadamente por ele e o que ainda precisa ser significado à prática pedagógica e criar uma cultura na
melhorado; qual todos passam a colaborar com a aprendizagem. A
• devem conter orientações para que o estudante troca de experiências entre os profissionais da escola
saiba como poderá alcançar os objetivos que ainda pode contribuir de modo significativo para essa práti-
não conquistou, de modo que aquele que recebe a ca. Compartilhar ideias e estratégias experimentadas
devolutiva saiba o que deverá fazer; pode oferecer suporte para que uns aprendam com os
outros. Ações que envolvem a avaliação devem sempre
• necessitam ser seguidas por oportunidades de
favorecer a aprendizagem.
resposta, nas quais os estudantes possam rever
o trabalho realizado e mostrar o que foi feito para
aperfeiçoá-lo. Avaliação somativa
A autoavaliação pode ser considerada essencial É feita no final do processo de aprendizagem por
MATERIAL
para a aprendizagem DEforma,
e, dessa DIVULGAÇÃO
deve estar pre- meio da análise do que foi aprendido. Consiste na iden-
sente no processo DA de EDITORA
avaliaçãoDO BRASIL Ao refle-
formativa. tificação dos níveis de aproveitamento preestabeleci-
tir sobre sua aprendizagem, o estudante aumenta a dos, geralmente tendo em vista a promoção de cada
percepção sobre si mesmo e passa a assumir mais estudante. Trata-se da atribuição final da nota, menção
a responsabilidade sobre seu desenvolvimento. Por ou conceito que, em geral, ocorre como síntese de todo
outro lado, pode desenvolver habilidades metacog- o processo avaliado no período escolar (mês, bimestre
nitivas fundamentais para a aprendizagem contínua, ou trimestre). Assim, além do levantamento dos pontos
indispensável no mundo em que vivemos. Em comple- falhos da avaliação diagnóstica e da avaliação forma-
mentação, o estudante deve colaborar com a apren- tiva, a avaliação somativa transforma-se novamente
dizagem dos colegas quando participa de práticas de numa avaliação diagnóstica, apontando novas inter-
avaliação entre seus pares. (WILIAM, 2019). Com base venções necessárias pelo professor.
nessas considerações, as atividades de autoavaliação Os livros desta coleção estimulam o uso das tec-
propostas no material podem ser ampliadas, sempre nologias, incentivando os professores a incluí-las nas
que possível. aulas e fora da sala de aula. É preciso situar sempre a
Outro aspecto essencial para a efetiva realização analogia entre o local e o global e encorajar os estu-
da avaliação formativa refere-se à interação contínua dantes a se interessar pela gênese dos conhecimen-
que deve existir na sala de aula. Para que todos se sin- tos científicos e perceber que eles são construtores
tam confiantes para comunicar e explorar as próprias do conhecimento na medida em que trabalham com
ideias, ouvir e avaliar os outros, deve haver um clima atributos da ciência.
XXXV
Realizada ao final de um período letivo, a avalia- é possível indicar ao estudante como fazer para
ção somativa tem como principal objetivo fornecer um melhorar uma resposta.
resumo dos resultados alcançados pelos estudantes • Ao final de uma sequência didática, pedir aos es-
naquele período, para que se conheça o nível de domí- tudantes que preparem questões relacionadas a
nio que alcançaram em relação aos objetivos pedagó- tópicos do conteúdo que estudaram. Eles também
gicos estabelecidos para o ciclo de ensino (CENTRO..., devem elaborar o que seria uma boa resposta para
[20--]; FERNANDES, 2009; WILIAM, 2019). Com base essas atividades.
nessa definição, no final de cada livro são apresenta-
das atividades que se destinam a esse tipo de avalia- • Depois da realização de uma prova, propor a revi-
ção. Essas atividades foram elaboradas com base em são das atividades em duplas e dar oportunidade
objetivos pedagógicos considerados essenciais para para que essas dúvidas sejam comparadas para
o ano, para uma síntese representativa do que foi al- determinar quais foram as mais difíceis. Juntos, os
cançado pelo estudante, ao final do período. Em nossa estudantes devem buscar soluções para aquelas
tradição escolar, as avaliações somativas geralmente que não conseguiram resolver. Além disso, podem
trazem resultados expressos por notas e/ou conceitos, ser oferecidas novas oportunidades em sala de
que não devem ser usados para comparação entre os aula para que eles trabalhem novamente com as
estudantes, a fim de evitar a competição entre eles e respostas dadas.
o comprometimento de aprendizagens futuras. • Muitas vezes, os estudantes apresentam respostas
A avaliação somativa pode servir também para parcialmente corretas ou incompletas. Trabalhan-
certificação, ou seja, para garantir (ou não) a promo- do em pequenos grupos, eles devem ser orienta-
ção dos estudantes para o próximo ciclo de estudo. dos a estabelecer critérios que indiquem aquilo
Nesse caso, cumpre uma função social, pois assegura que precisa ser aprimorado em suas tarefas ou
que os estudantes sejam capazes de responder a o que eles podem fazer para desenvolver melhor
determinadas exigências. É importante ressaltar que uma resposta dada. Em seguida, eles devem ter a
não deve existir, em sala de aula, uma valorização oportunidade de refazer as atividades com base
excessiva desse tipo de avaliação e de seus resulta- nesses critérios.
dos. Dessa forma, pode-se evitar tensões e ansieda- Todas essas possibilidades requerem que os estu-
de, que comprometem o desempenho do estudante dantes participem ativamente dos processos de ensino,
e distorcem a função da educação (FERNANDES, aprendizagem e avaliação. Os professores, por sua vez,
2009). Para contribuir com a prática dos professo- devem planejar e organizar as tarefas, bem como uti-
res, que devem utilizar atividades de verificação da lizar as informações obtidas no processo, para que as
aprendizagem a favor da
MATERIAL DEavaliação
DIVULGAÇÃOformativa, sele- diversas propostas de avaliação levem os estudantes a
cionamos alguns exemplos de estudos desenvolvidos aprender mais e melhor. Lembrando que é preciso con-
DA EDITORA DO BRASIL
na área (BLACK et al., 2018; FERNANDES, 2009; siderar, sempre, em que ponto eles estão (ou o que eles
WILIAM, 2019): sabem), e não apenas onde deveriam estar (ou o que
• Antes da realização de alguns trabalhos, orientar deveriam saber). Apoiados nos conceitos aqui apresen-
os estudantes a refletir, em duplas ou em peque- tados, esperamos que os diferentes tipos de atividades,
nos grupos, sobre os tópicos que serão avalia- estratégias e questionamentos apresentados nos livros
dos. Eles devem rever atividades no material para da coleção sejam aplicados na realização da avaliação
identificar aqueles pontos que consideram que de sala de aula de modo a favorecer a aprendizagem.
aprenderam bem. Em seguida, devem propor per- Ao final dos capítulos, é importante realizar uma
guntas para os colegas sobre os tópicos em que sinopse geral dos tópicos estudados, recobrando con-
precisam de alguma ajuda. Em grupo, essas ques- ceitos apreendidos e vivências realizadas. Estimule-os a
tões devem ser respondidas. Se houver casos em fazer uma avaliação entre o que sabiam e o que surgiu
que ninguém saiba a resposta, o professor deve de novo, no que pensavam antes e o que despontou
trabalhar com o grupo para auxiliar os estudantes como surpresa e novidade.
em relação às dúvidas. Contraponha o que foi aprendido nos textos de-
• Ao corrigir atividades de provas, fazer comentá- rivados do conhecimento como informação (mídias
rios deixando claro para cada estudante por que impressas, por exemplo, ou textos da internet) e aqui-
uma resposta está correta ou incorreta; além disso, lo com que tiveram contato por meio de pesquisas.
XXXVI
Recupere também o que foi aprendido com o saber Você também pode orientar os estudantes quan-
trazido pelas vivências em sala de aula e também aquilo to à elaboração de estratégias para verificação dos
relacionado com diferentes linguagens, como músi- erros. Para alguns, por exemplo, pode ser eficiente
cas, poemas ou obras de arte. Com isso, os estudantes revisitar os enunciados das atividades que não foram
podem fazer um dossiê que possibilite um registro da concluídas adequadamente ou observar se a dificul-
memória do que foi apreendido e, assim, da produção dade ocorreu no momento da execução ou ainda se
do conhecimento gerado ao longo do curso.
o equívoco aconteceu no registro da resposta. O erro
O principal é que consigam inserir no cotidiano
deve ser analisado como oportunidade para entender
escolar um processo avaliativo que interrompa a lógi-
o que não foi compreendido ou executado adequada-
ca da avaliação como punição, atitude classificatória
e seletiva e/ou excludente, deslocando assim a “nota” mente e servir de estímulo para se pensar em outras
como ação principal no período da aprendizagem e possibilidades de resolução de atividades, questio-
transformando o ato avaliativo numa manifestação de namentos etc.
acompanhamento, intermediação, diálogo e influência Ao corrigir as atividades, independentemente do
mútua entre o ensino e as múltiplas aprendizagens. resultado, é de extrema importância que o professor
observe o percurso realizado durante a execução da
Estratégias para superação de atividade, mesmo que o estudante não chegue ao re-
sultado correto. Dessa forma, poderá considerar as
eventuais defasagens
estratégias por ele utilizadas para fazer interferências
Para superar eventuais defasagens, você deve ob-
que o levem a refazer o percurso, buscando chegar ao
servar a participação dos estudantes e refletir sobre
resultado esperado.
possíveis estratégias que possam ser empregadas para
favorecer a aprendizagem, como: orientar a organiza- Diferentes estratégias podem ser utilizadas para
ção do horário de estudo do estudante em casa; indicar favorecer a aprendizagem, entre elas: manipulação de
leituras e vídeos relacionados aos objetos de conheci- materiais concretos; registros no caderno; comparações
mento que necessitam ser aprendidos; orientar quanto entre fenômenos; experimentações; uso de simulado-
à postura no momento dos estudos, para que dediquem res ou de softwares; elaboração de glossário para ser
atenção ao que estão realizando. consultado e revisitado sempre que necessário.

Práticas de
MATERIAL pesquisa
DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Sabemos que, até pouco tempo, as “pesquisas” [...] é preciso promover o confronto entre
realizadas pelos estudantes, a pedido dos professores, os dados, as evidências, as informações cole-
resumiam-se a simples cópias de informações obtidas tadas sobre determinado assunto e o conheci-
em livros e enciclopédias, prática que, com o advento mento teórico acumulado a respeito dele. Em
da tecnologia, foi substituída pelos comandos “copiar” geral, isso se faz a partir do estudo de um pro-
e “colar”, feitos no teclado do computador. blema, que ao mesmo tempo desperta o in-
Nesse sentido, cabe uma reflexão: encontrar infor- teresse do pesquisador e limita sua atividade
mações sobre determinado assunto, seja em suportes de pesquisa a uma determinada porção do
físicos ou digitais, e reproduzi-las consiste, de fato, no saber, a qual ele se compromete a construir
ato de pesquisar? naquele momento. [...] Esse conhecimento é,
Lüdke e André (1986) afirmam que esse tipo de portanto, fruto da curiosidade, da inquietação,
da inteligência e da atividade investigativa
atividade não representa, verdadeiramente, o conceito
dos indivíduos, a partir e em continuação do
de pesquisa, mas sim uma atividade de consulta que,
que já foi elaborado e sistematizado pelos que
embora importante para a aprendizagem dos estudan-
trabalharam o assunto anteriormente [...].
tes, não esgota o sentido do termo.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens
Segundo as autoras, para a realização de uma qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. p. 1-2.
pesquisa, (Temas básicos de educação e ensino)

XXXVII
E assim, ano após ano, os estudantes seguem que nunca. Se não sabe pesquisar, não
coletando e reproduzindo informações, sem, efeti- sabe questionar. Não sabendo questionar,
vamente, realizar pesquisas. Uma das razões para não sabe ultrapassar os impasses inevitá-
que isso aconteça seja, talvez, o fato de que preci- veis que toda profissão encontra em sua
sem aprender a pesquisar, o que, muitas vezes, não prática. Assim, o mais importante hoje na
acontece na escola. pesquisa não é o manejo de instrumentos
A prática de pesquisa está intimamente relaciona- metodológicos, mas o manejo dos desafios
da às proposições e aos princípios aqui apresentados inovadores e por vezes surpreendentes da
e que nortearam a elaboração deste material. Ela se vida. Saber pensar é ótimo para o mercado,
torna, portanto, atividade permanente e sistemática. mas é ainda mais essencial para a vida. [...]
Temos como grande objetivo fazer com que essa prática DEMO, P. Professor/Conhecimento. Brasília, DF: UnB, 2001. p. 10.
se torne inerente aos processos não apenas escolares, Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/11/Demo
-2001.-Professor-Conhecimento.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
mas também na vida de cada estudante. Da mesma
forma, a pesquisa é inerente à profissão docente, pois:
É preciso, portanto, promover e incentivar a pesquisa
A pesquisa pode tornar o sujeito-pro- para que os estudantes aprendam a aprender e, assim,
fessor capaz de refletir sobre sua prática se formem para o mundo do trabalho e, principalmente,
profissional e de buscar formas (conhe- para a vida. Nesse sentido, trazemos nesta coleção di-
cimentos, habilidades, atitudes, relações) ferentes propostas de intervenção – culturais, sociais e
que o ajudem a aperfeiçoar cada vez mais para a sustentabilidade – que demandarão das turmas
seu trabalho docente, de modo que possa habilidades concernentes a ela, como a investigação, a
participar efetivamente do processo de busca por soluções e o estabelecimento de conclusões.
emancipação das pessoas. Ao utilizar as Desenvolver processos de ensino-aprendizagem
ferramentas que lhe possibilitem uma lei- com pesquisas que enfatizem o cotidiano e as mani-
tura crítica da prática docente e a identi- festações culturais contribuirá para a construção de
ficação de caminhos para a superação de conceitos e significados no exercício da leitura e in-
suas dificuldades, o professor se sentirá terpretação do espaço geográfico. O ato de ensinar
menos dependente do poder sociopolítico Geografia deve contemplar múltiplas ações, sobretudo
e econômico e mais livre para tomar suas atividades práticas, como dinâmicas de grupo, ativi-
próprias decisões. dades cartográficas, aulas de campo, pesquisas, entre
ANDRÉ, M. Ensinar a pesquisar... Como e para quê? In: SILVA, A. M. M. et outras, em uma perspectiva que priorize o estudante
al. (org.). Educação formal e não formal, processos formativos e saberes
como sujeito e objeto daquilo que se estuda.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
pedagógicos: desafios para a inclusão social. Recife: ENDIPE, 2006. p. 223.
A coleção reúne, nos quatro volumes, diversas ati-
DA EDITORA
Ou seja, a prática DO BRASIL
da pesquisa confere ao profes- vidades que estimulam os estudantes a desenvolver as
sor as competências necessárias ao planejamento, à habilidades associadas à pesquisa, como:
análise de sua prática e ao replanejamento, para que • revisão bibliográfica (Estado da Arte);
possa ser autônomo em suas escolhas e decisões de
• análise documental (sensibilização para análise
ordem pedagógica.
de discurso);
Como dissemos anteriormente, a prática de pes-
quisa também é um objetivo da formação discente – • construção e uso de questionários;
hoje, a escola forma estudantes para um mundo que • estudo de recepção (de obras de arte e de produtos
demandará dos profissionais conhecimentos, possi- da indústria cultural);
velmente, até agora desconhecidos. Para que crianças • observação, tomada de nota e construção de relatórios;
e jovens possam hoje construir sua aprendizagem e • entrevistas;
continuar a construi-la conforme as demandas futuras,
• análise de mídias sociais (análise das métricas das
é preciso que desenvolvam habilidades e competências
mídias e sensibilização para análise de discurso
relacionadas à pesquisa. Demo (2001) afirma que:
multimodal).
[...] Os conteúdos se consomem no Você encontra essas práticas nas atividades do
tempo, enquanto a habilidade de saber Livro do Estudante, nas orientações e nas atividades
pensar necessita manter-se viva, mais complementares do Manual do Professor em U.
XXXVIII
Conheça o livro
Em seu conjunto, esta obra é composta do Livro do em quatro capítulos cada um. Ao longo do livro há textos
Estudante, Manual do Professor e Manual do Professor teóricos, fotografias, ilustrações, mapas, infográficos e ati-
em U. São materiais que se complementam, cujos con- vidades organizadas em seções fixas e variáveis que ofe-
teúdos se articulam em torno das propostas teórico- recem diversas possibilidades para o estudante identificar,
-metodológicas já explicitadas anteriormente. A obra comparar, contextualizar, refletir, argumentar, interpretar
é uma valiosa ferramenta de apoio para concretizar um e analisar os conceitos e conteúdos propostos na coleção.
trabalho pedagógico comprometido com a qualidade
da educação ofertada a todos os estudantes.
As seções de cada unidade
Ao longo das unidades, as seções descritas a se-
Livro do Estudante guir mobilizam saberes e ações que contribuem para o
A coleção é composta de quatro volumes, subdivi- estudante avançar no domínio das habilidades e com-
didos em oito unidades, que, por sua vez, são divididos petências cognitivas e socioemocionais.

Abertura de unidade
A abertura da unidade traz
Paisagens e uma imagem relacionada ao as-
lugares sunto a ser estudado. O objetivo é
despertar o interesse do estudante
pelo conteúdo e servir tanto para o
Você deve estar acostumado a observar lugares e paisa-
gens nos caminhos que percorre e também em revistas, na
televisão e na internet. Aqui mesmo, ao lado deste texto, há
a fotografia de um lugar. Observe-a:

1. Na imagem, existem elementos naturais e outros


professor iniciar a abordagem te-
mática como para avaliar o conhe-
criados pelas pessoas. Identifique alguns desses
elementos.
2. Compare o local retratado na fotografia com o local
onde você mora. Eles são parecidos ou diferentes?
O que eles têm de parecido e o que eles têm
de diferente? cimento prévio dos estudantes, o
que contribui para estruturar estra-
tégias de ensino. A fim de orientar
a interpretação dessa imagem e a
Cassiohabib/Shutterstock.com

Nesta unidade você vai estudar:


• paisagens; averiguação do conhecimento pré-
vio, os estudantes são convidados
• mudanças ocorridas nas paisagens;
• transformação das paisagens pelos povos originários;
Vista aérea da praia Porto da Barra,
• interação humana com a natureza nos espaços urbano e rural.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Salvador (BA), 2019.

10 11

a refletir e dialogar com base em


C1GE6_U1_010_039_LE.indd 10-11

DA EDITORA DO BRASIL 11/07/2022 13:55:52

algumas questões iniciais, trocan-


do experiências, podendo dividir
seus saberes e levantar hipóteses
sobre o conteúdo. No canto inferior
direito, há um boxe explicitando al-
guns tópicos que serão trabalha-
dos na unidade em questão.
Abertura de capítulo Paisagem
A paisagem também é composta do movimento de seus elementos (pes-
soas, animais, carros, aviões, entre outros), cheiro, sons, calor, frio – e até mesmo
das atividades, da história e da cultura das pessoas.
Ao recordar-se dos elementos que observa diariamente em seus desloca- Cultura: toda

em estudo
mentos, você poderia dizer, por exemplo, que certas cidades são barulhentas e experiência e

Na abertura de cada capítulo,


conhecimento
que alguns lugares poluídos têm “cheiro de fumaça”, enquanto em outros locais
adquirido e
é possível escutar o canto dos pássaros. Você poderia afirmar, também, que acumulado pelo ser
algumas áreas rurais são mais calmas e têm “cheiro de mato”, enquanto em humano. Língua,
religião, crenças,
outras regiões sofre-se diariamente com o barulho muito alto das máquinas. valores, entre outras

há sempre um boxe relembrando o


Portanto, a paisagem é mais do que podemos ver, pois é a associação de diver- referências, fazem
sos elementos: os materiais (aqueles que vemos) e os imateriais (aqueles que parte da cultura de
Neste capítulo, você vai estudar a paisagem e os tipos de paisagem: natural e um povo.
sentimos e que fazem parte de nossa cultura).
humanizada.
Agora, observe mais atenta e detalhadamente a paisagem retratada na
fotografia a seguir.

conteúdo aprendido anteriormente O que é paisagem?


R2/Tyba

Em seus deslocamentos diários, você provavelmente identifica elemen-


tos que compõem a paisagem onde mora. Se você vive em uma cidade, deve

e evidenciando o que será traba-


perceber diversos tipos de construções comerciais e residenciais, postes de
iluminação, árvores, automóveis, praças, parques, templos religiosos etc., e
poucas áreas de cultivo de alimentos e de criação de animais, por exemplo.
Se você mora no campo, também deve encontrar residências, indústrias
e estabelecimentos comerciais diversos, além de áreas de cultivo, pastos,

lhado a seguir. O objetivo é explici-


matas, rios ou estradas com ou sem asfalto. Então, o que é paisagem, afinal?
A paisagem é identificada por suas características uniformes, que vão até
onde nosso olhar alcança. Pode ser tanto uma extensa plantação como um con-
junto de prédios comerciais.

tar a integração e a progressão dos


Pensando nisso, observe as imagens a seguir, que retratam diferentes
paisagens. Identifique e compare os elementos que compõem cada uma
delas: os naturais e os humanizados (ou seja, aqueles elementos criados ou
transformados pelo ser humano). Lembre-se de que as fotografias são registros
instantâneos e nos revelam muito de uma paisagem.

conteúdos, trazendo o estudante à


Box Lab/Shutterstock.com
Luis War/Shutterstock.com

reflexão sobre a própria evolução Ao ver muitos carros transitando pelas ruas, pode-se concluir que os sons
gerados por motores e buzinas, bem como o cheiro da fumaça dos veículos,
também fazem parte dessa paisagem, além dos toques de aparelhos celulares,
Igreja de Nossa Senhora da
Candelária. Rio de Janeiro
(RJ), 2018.

do conhecimento.
do vaivém de pessoas, do cheiro das árvores, do som das conversas e dos sinos
das igrejas.
A fotografia é um instrumento para começar a avaliar, compreender e inter-
pretar uma paisagem. Essa tarefa requer observação, exploração, raciocínio e
descrição de tudo o que se vê. Outro aspecto importante para fazer essa análise
é que a mesma paisagem pode ser sentida e percebida de forma diferente pelas
Propriedade rural no município de Itambé do Mato Dentro Vista aérea do cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima pessoas. Cada leitura é pessoal, ou seja, envolve valores, experiências, senti-
(MG), 2021. e Juscelino Kubitschek. São Paulo (SP), 2019. mentos, entre outros fatores.

12 13

C1GE6_U1_010_039_LE.indd 12-13 11/07/2022 13:56:25

XXXIX
Um pouco mais sobre Glossário

Explica palavras e termos considerados importantes


para a compreensão do texto, enriquecendo o vocabu-
Regionalização Norte-Sul
lário do estudante em relação aos termos disciplinares.
Faça no caderno

A partir da década de 1990, com o fim da bipolarização mundial, outra regio-


Globalização nalização mundial, baseada em critérios socioeconômicos, passou a expressar a
A Nova Ordem Mundial trouxe consigo a globalização, que se caracteriza por ser um processo de diferença entre os países do globo: a regionalização Norte-Sul.
integração social, econômica e cultural, em especial da economia capitalista, entre diferentes regiões do Observe no mapa a seguir que, por essa regionalização, separam-se, por
planeta, por meio de sistemas de comunicação e transporte mais rápidos e eficientes. Esse processo meio de uma linha imaginária, dois grupos de países de acordo com o nível de
aumentou a integração e a cooperação econômica entre países, empresas e setores em escala mundial. desenvolvimento social e econômico: os desenvolvidos, denominados países do
Como o comércio desempenha papel vital na economia globalizada, as economias nacionais dependem Norte, e os subdesenvolvidos e em desenvolvimento, denominados países do Sul.
cada vez mais da economia global. Por causa disso, muitos países podem ser afetados por crises econô-
micas de outros, como quando ocorrem turbulências no capital financeiro global. Mapa-múndi: regionalização Norte-Sul

A década de 1990 foi marcada pela aceleração do processo de globalização da economia, o que

Sonia Vaz

OCEANO GLACIAL ÁRTICO
intensificou o fluxo internacional de comércio e de capitais. Círculo Polar Ártico
A globalização também envolve o aumento do fluxo de pessoas, ideias, informações, culturas, modos
de vida etc., e não apenas a interligação de atividades produtivas e a circulação e o consumo de merca- E U R O PA ÁSIA
dorias. Analise o mapa abaixo e debata esse tema com os colegas para responder às questões a seguir
no caderno.
Trópico de Câncer

OCEANO
Mapa-múndi: acesso à internet – 2018 AMÉRICA ÁFRICA
PACÍFICO

Allmaps
Equador


OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO PACÍFICO
OCEANO OCEANO
Círculo Polar Ártico
N ATLÂNTICO ÍNDICO OCEANIA
Trópico de Capricórnio

O L

Meridiano de Greenwich
S
0 2 016 4 032 km Divisão do mundo
Trópico de Câncer por critério
1 : 201 600 000 socioeconômico
OCEANO OCEANO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Norte
OCEANO Círculo Polar Antártico
PACÍFICO ATLÂNTICO PACÍFICO Sul
Equador
0° A N TÁ RT I CA Faça no caderno

Usuários da internet
(% da população)
OCEANO
ÍNDICO
Fonte: GIRARDI Gisele; ROSA, Jussara V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 175.
Atividades
Meridiano de Greenwich

0-10 Trópico de Capricórnio Observe o mapa e o perfil topográfico a seguir e responda às questões.
10-30 Essa é a forma com que a Organização das Nações Unidas (ONU) regionalizou
N
1 O continente europeu pode ser dividido em regiões com base em suas principais feições de relevo. Quais
30-50 o mundo por muitos anos, levando em conta os indicadores sociais e econômicos. Europa: físico
50-75 são essas regiões? Localize-as no espaço europeu.
75-98,2
O L
É interessante observar no mapa que essa regionalização não utiliza o meio

Mario Yoshida
30°O 30°O 15° O 15° O 0° 0° 15°L 15°L 30°L 30°L 45°L 45°L 60°L 60°L
Sem dados natural como critério para agrupar os países, ou seja, não corresponde aos dois Círcul Cír
o Po culo Po
OCEANO GLACIAL
OCEANO ÁRTICO
GLACIAL ÁRTICO Mar deMar de 2 Quais formas de relevo predominam no território europeu? Cite três exemplos.

M
S
Censura na internet OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

de
lar

de
lar BarentsBarents

ON

ON
Círculo Polar Antártico
hemisférios terrestres, Norte e Sul. Uma parte dos chamados países do Sul está Árt
ico Ártico

Meridiano

h
Meridiano

h
Maior concentração de

nwic

nwic
0 2525 5050 km

TE

TE
3 Caracterize os planaltos do continente europeu quanto à sua origem e formação.
cabos de fibra óptica localizada acima da Linha do Equador, assim como alguns países do Norte – por

Gree

Gree

S
R. Torre

S
R. Torre
1:252500 000 Vista aérea do distrito de I. Islândia
I. Islândia
Mar BraMnacro Branco a a

UR

UR
gd gd
exemplo, Austrália e Nova Zelândia – estão no Hemisfério Sul.
he he

OS
Drummoyne, no subúrbio 60° de60°

OS
4 O relevo é um importante fator geográfico para a ocupação humana. Relacione as principais feições de
Vic Vic

AV

AV
R.

AI
R.

AI
N N

IN
Sydney. Austrália, 2020.

IN
Fonte: SIMIELLI, Maria Elena R. Geoatlas. 35. ed. São Paulo: Ática, 2019. p. 33.

S
ND

ND
Lago Lago
relevo às formas de uso e apropriação do ser humano no continente.

CA

CA
Onega Onega

a
John Carnemolla/Alamy/Fotoarena

a
S ES

S ES
Glittertind
Glittertind

khon

khon
2 472 m2 472 m Lago Lago
OCEANO
OCEANO

PE

PE

Su

Su
ndia Ladoga
ndia Ladoga

AL

AL
Para refletir

R.
Por que a ordem multipolar está atrelada à globalização? ATLÂNTICO

R.
1 ATLÂNTICO da Finlâda Finlâ PlaníciePlanície
Sarmática
Sarmática a a
Golfo Golfo R. Volg R. Volg

ico

ico
Mar Bált

Mar Bált
Ilha Ilha Golfo Golfo PlanaltoPlanalto
de de
Mar do
Mar do de Riga de R. Riga
Dvin R. Dvin Valdai Valdai
2 De que forma você percebe a globalização em seu dia a dia? da da Bacia de Moscou
Bacia de Moscou
Grã- Grã-NorteNorte
Mar-Bretanha
a a
PlanaltoPlanalto 1 Leia o trecho a seguir, escrito pelo alpinista brasileiro Waldemar Niclevicz (1966-), e responda às questões.
Ilha da Ilha da Mar-Bretanha PlanaltoPlanalto
do Volga
Central Central do Volga
N N da da
IrlandaIrlanda
IrlandaIrlanda

R. Volga

R. Volga
3 Como a internet contribui para a globalização?
Russo Russo
sa
R. Tâmi R. Tâmi
sa lonesa lonesa
no-Po no-Po
ie Germa Germa R
. VístulRa. VístuR.
la PripatR. Pripat A escalada
O L Planíc Planície

R. Oder
O L

R. Oder
C C

R. Ren

R. R.
4 Qual é o continente com menores índices de usuários de internet? Na sua opinião, quais são as causas Canal da Mancha R. D R. D Altitude (em metros)
Altitude (em metros) O Elbrus, com 5.642 m de altitude, é a maior montanha da Europa. Está situado no sul da Rús-

R. Elb
Canal da Mancha

Ren
GerlachovskyGerlachovsky n n
R. Do

Elb
R. Do
2 655 m2 655 Rm. Din R. D

nie
Se

oa

nie
S SSe R. R.

a
na na iesteriniester
sia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser

per
desse baixo índice?

per
45°N 45° e e Glockner Glockner
R. D R. D
anúbio anúbio AcimaAcima
de 4 000
de 4 000
N R. Loir R. Loir r r


Monte Monte 3 797 m3 797 m Ma ov Ma ovElbrus Elbrus
B B PlaníciePlanície 3 000 a3 000
4 000a 4 000 indicado como a maior montanha da Europa, título dado pela maioria ao Mont Blanc (ponto cul-

RP

RP
BrancoBranco da da Az Az5 633 m5 633 m
4no807 m4no807 m E S E S

AT

AT
MaciçoMaciço Península
Central Central A L P L P
HungriaHungria Península CÁUC CÁUC 3 000a 3 000
2 000 a2 000

OS

OS
5 Qual continente apresenta maior quantidade de países com censura na internet? Na sua opinião, quais R. A
ASO ASO
minante dos Alpes Europeus, com 4.807 m).

R. Róda

R. Róda
Pó R. Pó da Crimeia
da Crimeia
FrancêsFrancês 1500 a1500
2000a 2000
AL úbio úbio Mar Negro Mar Negro
MDINÁ PEDINÁALPE R. Dan R. Dan
consequências essa censura pode causar?
PIR
R. Douro ENE PIRENE M
ar ar S [...]
R. Douro US US AP APAd AdRICO RICOS Estr. deEstr. de 1000 a1000
1500a 1500
Aneto Aneto EN ENriá riá S S BósforoBósforo
R. Tejo R. Tejo
PENÍNSULA 3 404 m3 404 I.mCórsega
PENÍNSULA I. Córsega IN
Vulcão Vulcão OS
INtic
OS o
tic
o BÁLCÃSBÁLCÃS 600 a 600
1000a 1000 O Elbrus é um vulcão extinto, e como todo vulcão tem suas encostas suaves, devido ao derra-
IBÉRICAIBÉRICA VesúvioVesúvio Olimpo Olimpo 400 a 400
600 a 600
A A I. Sardenha 1 277 m1 277 m
I. Sardenha
2 917 m2 917 m
PINDO PINDO Mar MarÁSIAÁSIA
mamento da lava. Não oferece dificuldades técnicas, comparado aos seus vizinhos do Cáucaso.
48 49 Is. Baleares
Is. Baleares Mar Mar Mar Mar
Egeu Egeu
200 a 200
400 a 400
Estr. deEstr.
Gibraltar
de Gibraltar
TirrenoTirreno Jônico
JônicoParnasoParnaso 100 a 100
200 a 200 Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800 m (ainda
Vulcão Vulcão
I. SicíliaI. Sicília Etna Etna 2 457 m2 457 m
3 357 m3 357 m
I. RodesI. Rodes 50 a 100
50 a 100 que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção).
0 0 406 406 812 km 812 km Mar Mediterrâneo I. Creta I. Creta
Mar Mediterrâneo 0 a 500 a 50 É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço e, perto
ÁFRICA
ÁFRICA
PicosPicos
1 : 40 6001 000
: 40 600 000 dos refúgios, lixo de toda a espécie, principalmente grande quantidade de latas. Para se chegar
C1GE8_U2_040_075_LE_CPE.indd 48-49 05/07/2022 23:19:22
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 42. até o cume basta um par de bastões de esqui, botas duplas e grampões. Mas é preciso estar bem
Europa: aclimatado, pois são 5.642 m. A partida para o cume pode ser feita do local onde existia o Refúgio
Europa:perfil
perfiltopográfico
topográfico
Priut II, a 4.100 m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.

Paula Haydee Radi


Altitude [...]

Danúbio

Don

Volga
Douro

Ródano

Dnieper
Garonne

Dniester
(em metros) Escala horizontal

OCEANO ATLÂNTICO
Acima de 2 000 1:36 000 000 A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser
De 500 a 2 000 Escala vertical
De 200 a 500 1: 220 000
contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais
Alpes De 0 a 200 Exagero vertical alto da Europa.
Menos de 0 164 vezes
Maciço NICLEVICZ, Waldemar. Elbrus. Disponível em: www.niclevicz.com.br/elbrus. Acesso em: 7 abr. 2022.
Central
Pirineus Francês Cárpatos
Planície Planalto a) Diferencie os dois montes citados no texto quanto à localização e ao conjunto de montanhas em que
Depressão
estão situados.

A seção aprofunda o conteúdo específico do texto


da Hungria Central Russo Caspiana
Europa: perfil topográfico A B C
b) Aponte as semelhanças entre eles, considerando a estrutura geológica e o relevo.
Altitude
c) Com base no depoimento do alpinista, pode-se afirmar que esse local está ameaçado pelo turismo?

Danúbio

Don

Volga
Douro

Ródano

Dnieper
Garonne

Dniester
(em metros) Escala horizontal

OCEANO ATLÂNTICO
Acima de 2 000 1:36 000 000
De 500 a 2 000 Escala vertical
Explique.
De 200 a 500 1: 220 000

ao qual está vinculada, oferecendo mais informações


Alpes De 0 a 200 Exagero vertical Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara
Menos de 0 164 vezes Vaz. Atlas geográfico do estudante.
Maciço
Central
São Paulo: FTD, 2011. p. 119. Desafio
Pirineus Francês Cárpatos 1 Identifique as formas e as altitudes predominantes do relevo europeu.
Planície
da Hungria
Planalto
Central Russo
Depressão 1 Pesquise em fontes confiáveis e descubra três vulcões em atividade na Europa. Obtenha informações
2 Analise o perfil Caspiana
topográfico e caracterize as formas do relevo europeu. sobre a última vez que entraram em atividade, o país em que estão e os possíveis impactos que causaram

sobre ele. Pode trazer textos de diferentes fontes, contri-


A B C

3 Localize no mapa e pesquise em fontes confiáveis quais são as principais formas de ocupação e uso do
na região em que estão localizados.
solo das áreas de planície da Europa?

120 121

buindo com o incentivo à pesquisa diversificada. É acom- C1GE9_U4_108_139_LE_CPE.indd 120-121 09/07/2022 00:31:53

panhada de atividades sobre o conteúdo trabalhado.


Trabalha a construção e a interpretação de dife-
rentes tipos de mapas, gráficos e fotografias. O obje-
tivo é desenvolver o conhecimento sobre a linguagem
cartográfica por meio de atividades, possibilitando ao
estudante que passe a compreender e utilizar adequada-
mente as diferentes formas de representação do espaço.
Faça no caderno

História Sociodiversidade no
A cultura da mandioca pelos apurinã
território brasileiro
As transformações realizadas pelos povos originários mantiveram pai-
A mandioca tem uma grande
Delfim Martins/Pulsar Imagens

sagens com significativa presença da fauna e da flora local. Mesmo nos dias
importância cultural na base ali-
atuais, podemos afirmar que as modificações na paisagem realizadas pelos
mentar para o povo apurinã. No
povos indígenas são muito menos transformadoras que as ocorridas nas cida-
interior da comunidade, cada
des, por exemplo, onde as paisagens tornam-se urbanas.
família tem a sua roça.
Segundo estimativas históricas, o espaço que um dia se transformou no

Ciência, tecnologia e
Como são distantes da aldeia,
Brasil tinha, em 1500, uma população indígena de oito milhões de habitantes,
em certos períodos, as famílias
divididos em mais de mil povos. Você saberia dizer qual é o
chegam a transferir sua morada
Mario Friedlander/Pulsar Imagens

termo que podemos dar a essa riqueza de povos em um mesmo


para lá.
território? Vamos pensar um pouco utilizando uma palavra vista
A lida com a mandioca se ini-
no início deste capítulo: quando um país possui enorme riqueza

sociedade
cia na estação seca, quando os
e variação de recursos naturais, como florestas e animais, fala-
homens apurinã preparam o ter-
mos que ele possui uma fantástica biodiversidade. Partindo
reno da roça, fazem a limpeza e
desse mesmo raciocínio, pensemos: se o país possui vários
queimam, conforme o sistema de
povos e sociedades, onde cada um deles possui características

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
coivara.
próprias, dizemos que há uma enorme sociodiversidade.
O plantio é uma atividade que
Mas como os indígenas que vivem atualmente no Brasil
envolve toda a família: enquanto
realizam a mesma forma de cultivo de seus antepassados? Os
o homem abre as covas para,
conhecimentos adquiridos pelos indígenas são transmitidos
junto com um filho, irem enter-
oralmente aos mais jovens, e assim o conhecimento se pro-
rando a maniva (caule da man- Crianças indígenas da etnia pareci, na Aldeia
Indígena da etnia kalapalo da Aldeia Aiha, colhendo roça de mandioca. paga pelas gerações. A esse tipo de prática dá-se o nome de Wazare, saindo de moradia. Município de Campo

DA EDITORA DO BRASIL
dioca que serve de muda), a mãe Município de Querência (MT), 2018.
patrimônio cultural imaterial. Novo do Parecis (MT), 2021.
vai cobrindo as covas com terra.
Quando as raízes estão crescidas, são arrancadas da terra pelos homens, que já separam as
manivas para o próximo plantio. São eles que levam a produção de mandioca para a aldeia, onde
fica a Casa de Farinha, local onde é fabricada.
As mulheres descascam e lavam as raízes da mandioca para os homens ralarem. População indígena
Como a quantidade a ser produzida é, em geral, grande, utilizam uma pequena máquina Desafios – A senhora citou
Segundo dados do último Censo brasileiro, feito em 2010, o Brasil tem cerca de 900 mil indígenas em
Não basta preservar
Amazônia: Unidades de Conservação e terras indígenas – 2020
rústica, chamada caititu (em alusão talvez aos catetos, porcos silvestres que atacam roças de os assentamentos na região.
seu território. Grande parte deles vive nos estados do Amazonas, do Mato Grosso do Sul e da Bahia,
Allmaps

50º O

a floresta
mandioca). Eles têm se mostrado inefi-
em áreas rurais denominadas Terras Indígenas (TIs).
É também o homem quem espreme a massa no tipiti, um cilindro trançado de cipó, cuja cientes, com altas taxas de eva-
Legalmente, todos eles têm o direito de manter a própria cultura, distinta da cultura dos que não são
extremidade superior é amarrada ao alto de uma estrutura de troncos finos. Um travessão preso
indígenas. O artigo 231 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, diz que são reco- A geógrafa Bertha Becker, falecida em 2013, foi uma incansá-
são. O que está acontecendo? OCEANO
à extremidade inferior vai puxando, de modo a retirar da massa todo o seu líquido. vel pesquisadora da ocupação e da devastação da Floresta Ama- Becker – O modelo tradi- Equador ATLÂNTICO
nhecidos aos indígenas sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, além do direito

Num grande forno abastecido a lenha, a farinha é esparramada no tacho de cobre onde, com zônica. Com vasta experiência de campo e estudo, defendia a ideia cional de assentamento rural,
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo ao governo federal demarcá-las, protegê-las
o auxílio de uma pá, os homens a torram. Os apurinã consomem a mandioca na forma de fari- de conservação com inclusão social para a região, valorizando sua aquele em que cada família
e fazer respeitar todos os seus bens.
Fabio Rossi/Agência O Globo

nha, beiju e caiçuma – bebida fermentada.


Cadu De Castro/Pulsar Imagens

biodiversidade e pluralidade cultural. Leia o trecho desta importante ganha um pedaço de terra para
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
A farinha associada ao peixe é a base da dieta apurinã, que é complementada por frutas sil- entrevista, feita em 2007. trabalhar isoladamente, não
Estatística (IBGE), existem 274 línguas faladas pelas 305 etnias
vestres como piquiá, bacuri, cacau bravo, buriti, abacaba, açaí e patuá. […] funciona na Amazônia. É obso-
indígenas existentes no Brasil. Porém, cerca de 190 dessas lín-
A cultura da mandioca pelos apurinã. Funai – Museu do Índio. Disponível em:
A solução para evitar a degradação da Floresta Amazônica leto e não atende nem às neces-
http://antigo.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa-escolar/54-a-cultura-da-mandioca-pelos-apurina. Acesso em: 29 mar. 2022. guas estão em risco de desaparecer. sidades ambientais nem ao
Atualmente, os maiores grupos indígenas no Brasil são os será o emprego sustentável da produção natural. Geógrafa Bertha Becker (1930-2013).
povo da região. É uma atitude
povos tikuna, guarani kaiowá e kaingang. A Amazônia abriga 20% de toda a água doce do planeta, Rio de Janeiro (RJ), 2010. N
1 Após a leitura, crie um mapa mental de como o povo apurinã cultiva suas culturas agrícolas. perversa pegar um monte de
ocupa 5% da área do globo terrestre, guarda 30% das flores- L
gente vulnerável, despreparada, Unidades de Conservação O

2 Faça uma pesquisa e saiba como são as frutas silvestres citadas no final do texto que você acabou 1 Por que várias línguas indígenas correm risco de desaparecer? tas tropicais ainda vivas, mas é habitada por apenas 3,5 milésimos da população mundial. […] O 0 330 660 km
e mandar para uma região sem Terras indígenas
S
de ler. futuro é explorar o que ela pode oferecer enquanto está viva, em pé. […] 1 :33 000 000
2 Quais medidas podem ser adotadas para que isso não ocor- Indígenas guarani, da Aldeia Rio Silveira, estradas, sem infraestrutura,
fazendo artesanato com fibras de taquara. Desafios – A senhora cita em suas palestras e livros que o dilema da Amazônia é a conservação Fontes: ICMBIO. Unidades de Conservação Federais, RPPN, Centros de Pesquisa e Coordenações
3 Identifique as funções das mulheres e dos homens na tribo dos apurinãs. ra? Converse com os colegas a respeito disso. sem informação, sem nada. Regionais. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/servicos/geoprocessamento/
Bertioga (SP), 2021. com inclusão social. No que ele difere do conceito preservacionista dos anos 90?
[…] Imagine que estão plane- mapa-tematico-e-dados-geoestatisticos-das-unidades-de-conservacao-federais/copy_of_mapa_
Becker – É uma diferença conceitual, mas bastante importante. Preservação é diferente de con- jados hoje 177 assentamentos oficial_08_2021_150.pdf; FUNAI. Terras indígenas – situação fundiária. 2020. Disponível em:
http://mapas2.funai.gov.br/portal_mapas/pdf/brasil_indigena_11_2021.pdf. Acessos em: 2 mar. 2022.
servação. Preservar é não tocar, é deixar como está. Conservação é utilizar sem destruir. E eu pre- ao longo de uma só estrada,
26 27
firo a conservação com inclusão, acredito piamente no uso não destrutivo do patrimônio natural a Cuiabá-Santarém. São milhares de pessoas, sendo impossível dar estrada, luz, assistência técnica,
de modo a gerar trabalho e renda sem deteriorá-lo. estrutura de comercialização para todo mundo. Os assentados ficarão lá alguns meses e depois irão
Desafios – E depois de tanta experiência na academia e em consultorias, a senhora acredita que embora, e quem ficará com as terras, como acontece há décadas, serão os grandes agricultores.
C1GE6_U1_010_039_LE.indd 26-27
é possível, operacionalmente, atingir o objetivo da conservação com inclusão?
11/07/2022 13:59:44 Desafios – E como resolver esse impasse?
Becker – Acredito. É possível, mas é difícil. São muitos os obstáculos, especialmente a questão Becker – Eu tenho uma proposta polêmica, mas que, na minha cabeça, depois de tudo o que
fundiária, que no Brasil é estrutural e está ligada ao poder. As elites, historicamente, querem ter eu já vi, faz todo o sentido. Proponho que sejam implementadas grandes fazendas de colonos,
terras, e não estamos falando só do momento presente. Querem terras não somente para a produ- num esquema cooperativo. Elas precisam ser enormes, nas proporções amazônicas, para possibi-
ção organizada, mas porque significa poder, status, reserva de valor para o futuro. [...] litar produção em escala. Em vez de colocar cada assentado num pedaço pequeno, em que ele só
Desafios – Além da questão histórica da terra, quais outros fatores dificultam a conservação poderá utilizar 20% da área, conforme a legislação ambiental, será melhor partir para unidades
com inclusão? maiores, exploradas cooperativamente. Numa grande propriedade, usar 20% da área permitirá
Becker – Sou adepta da tese de que a Floresta Amazônica só vai ser conservada quando lhe uma grande produção, muitas vezes maior do que se fossem utilizados os pedacinhos de cada
for atribuído um valor tal que a torne competitiva, com o valor que ela pode ser capaz de gerar assentamento individual. Além disso, esse modelo facilita a organização de infraestrutura, ao
enquanto está em pé. Seus produtos precisam assumir preços de commodities. criar um pequeno polo populacional com luz, esgoto, escola e apoio técnico. […] A escolha das
[...] áreas deve ser precedida de um estudo de mercado, estabelecendo o que deverá ser produzido,

Promove a ampliação de conteúdos referentes


Desafios – E a população está preparada para tal mudança? dependendo da existência de condições de comercialização. […] Os assentados, trabalhando coo-
Becker – A região amazônica, primeiramente, não pode ser encarada como algo único. É um cal- perativamente, poderiam ganhar algum dinheiro e o governo teria, assim, condição de dar apoio a
deirão de diferenças sociais, é grande e diversa. Mas uma coisa é comum: o nível de aspirações se uma dúzia de núcleos desse tipo, em vez de 200 assentamentos com milhares de pedaços de terra
elevou enormemente para todos os atores sociais daquela região, desde empresários, agricultores dispersos, que acabariam produzindo apenas para a subsistência. E, de quebra, a área protegida
por lei não seria difusa em pequenos pedaços de cada assentado, continuaria sendo protegida, mas

ao texto principal de maneira interdisciplinar, permi-


e governos, até ribeirinhos, índios e pequenos produtores agrícolas. […] Acabou a fase de ocupação
pura e simples. É urgente a concepção de uma política de consolidação do desenvolvimento. […] estaria interligada em apenas uma fazenda. […]
PROVEDELLO, Maysa. Bertha Becker: Não basta preservar a floresta. Desafios do Desenvolvimento, Ipea, 11. ed. ano 2, 1o jun. 2005. Disponível em:
Desafios – A senhora já afirmou que está na hora de o movimento ambientalista fazer uma www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1321:entrevistas-materias&Itemid=41. Acesso em: 2 mar. 2022.
autoavaliação e rever alguns de seus princípios básicos. Quais seriam esses pontos a serem revistos?
Becker – O movimento ambientalista foi muito importante, fundamental, eu diria. Ele foi o res- 1 Qual é a forma de utilização dos recursos naturais disponíveis na Amazônia defendida por Bertha Becker?

tindo, desse modo, que as informações presentes no


ponsável por barrar o avanço da fronteira agrícola e a depredação madeireira da região amazônica
2 De acordo com a proposta da geógrafa, como deve ser a gestão territorial e a preservação ambiental na
nos anos 90. Certamente atingiu os objetivos a que se propunha. Hoje, 30% do território amazônico Amazônia?
está protegido, o equivalente à área da Espanha. […]

118 119

texto principal sirvam de base para que os estudantes


expandam o aprendizado. Contribui, assim, para o
desenvolvimento de habilidades relacionadas à leitu- Seção de página dupla, trabalha temas interdis-
ra usando textos de diferentes gêneros focados em ciplinares e atuais, como tecnologia e meio ambiente,
conteúdos relacionados à disciplina. A leitura é acom- abordando sua pertinência na sociedade. O objetivo é
panhada de atividades de interpretação ou de reflexão associar a aplicação de estudos geográficos com áreas
sobre assuntos do tema. diversas do conhecimento.

XL
Ser cidadão

Recurso natural:
elemento encontrado
Sociedade, natureza e trabalho Lugar Pode até não ser o melhor
Faça no caderno

lugar do mundo, mas é o


na natureza que pode O ser humano modifica o espaço geográfico por meio do trabalho, ou seja, Você já deve ter ouvido ou mesmo dito frases
ser utilizado pelo ser meu lugar.

Hugo Araújo
a sociedade se apropria dos recursos naturais e os transforma com a inten- como “Esse caminho não vai dar em lugar nenhum!”
humano.
ção de atender às suas necessidades. No decorrer da história, técnicas foram ou “Coloque esse objeto no seu devido lugar!”. São DESVIO TECTÔNICO DE CANAIS

A falha de Santo André


Falha de
Trabalho: conjunto A falha corrente gera, por atrito e
desenvolvidas e aprimoradas, e novos instrumentos passaram a ser usados na muitas as vezes em que usamos a palavra lugar; rachaduras, falhas transversais, e ao
Santo André
de ações e atividades
construção do espaço geográfico. ela tem tantos sentidos que, se lhe perguntarem mesmo tempo as modifica com seu ESTADOS
humanas empregado deslocamento. Em ambas as bordas UNIDOS
na construção Observe nas fotografias a seguir dois exemplos da ação do ser humano, em em que lugar você mora, você pode responder que da falha de Santo André, encon-
ou produção de A falha de Santo André, que atravessa de norte a sul os estados da Califórnia, nos Estados Unidos, e tram-se canais que foram transfor-
elementos sociais e
momentos históricos distintos, alterando a natureza e utilizando seus recursos vive no planeta Terra e sua resposta estará certa. 3 Canal desviado 4 Canal deslocado
da Baixa Califórnia, no México, é a ruptura geológica mais instável e perigosa do subcontinente. Causa mados, apresentando relevos de
culturais diversos. para transformar e criar novas paisagens. Embora tenha muitos significados, essa pala- três formas características: o canal Como consequên- O canal parece
de terremotos devastadores, resultado da fricção entre as placas Norte-Americana e do Pacífico, Santo com deslocamento tectônico, o des- Extensão da 1 240 km
vra, para os estudos de Geografia, tem um signi- cia da ruptura, o estar quebrado
André é uma falha de abertura horizontal, típica do limite transformante entre placas tectônicas. viado e o de aproximação oblíqua.
curso se desvia. em relação ao Califórnia
ficado particular. Entende-se como lugar a parte seu eixo de falha. Extensão da 1 300 km

Marcos Amend/Pulsar Imagens


François Kollar/Bibliothèque Forney/Roger-Viollet/Imageplus

ou a porção do planeta Terra onde vivemos dia- falha


riamente e construímos nossos vínculos e nossa Falha da rainha Carlota

566 KM
O MOVIMENTO RELATIVO ENTRE AS BORDAS DA FALHA Largura máxima 100 km
história. É a parte do espaço terrestre de menor da falha
As bordas de uma falha não das placas. Quando forças Placa Juan de Fuca
dimensão, aquela que tem significado para nós e Representação artística de
costumam formar linhas nem tectônicas comprimem a casca

Cristiane Viana
é a distância em que se
com a qual nos identificamos. menina correndo em seu ângulos
lugar. retos, já que mudam de horizontalmente, uma ruptura
direção ao longo da superfície fará com que uma porção do moveram as bordas opostas da
Lugar é pessoal e cultural, com o qual as pessoas criam vínculos afetivos falha uma em relação à outra,
e têm um ângulo de inclinação território se levante por cima da
e estabelecem emoções e afinidades diversas. A ilustração acima mostra uma vertical chamado mergulhante. outra borda. ao longo de sua história. PLACA DO PACÍFICO PLACA
Rodgers Creek NORTE-AMERICANA
jovem que mantém uma relação de afeto com o bairro onde mora, apesar dos Por outro lado, os tipos de Uma distensão, ao contrário, fará
Infraestrutura: falhas tectônicas dependem com que uma das bordas da falha Falha de Santo André
Concord-Green
problemas que ele tem. E para você? Como é a sua relação com os seus lugares? conjunto de de como foram produzidas desça pela inclinação de mergulho Valley
Os lugares são formados por vários elementos e são diferentes entre si. Cada sistemas públicos e do deslocamento relativo e fique sob a outra borda.

140 ANOS
que propiciam o Mte. Diablo
um tem sua história e características específicas, que estão relacionadas à vivên- funcionamento OAKLAND Greenville
cia das pessoas, à cultura da sociedade e às formas de apropriação do espaço. e o bem-estar SÃO FRANCISCO É o intervalo médio entre
Compreender o lugar em que vivemos nos leva a conhecer nossa história e da sociedade. as maiores rupturas que se
Exemplos: rede de produziram ao longo da falha.
a perceber o que nele acontece. No mesmo município, por exemplo, há diferen- esgoto, sistema de Hayward Pode variar entre 20 e 300 anos.
tes lugares, dos quais cada pessoa “conta uma história”. Em uma mesma cidade, transportes, rodovias,
distribuição de bloco
1
alguns lugares podem ser mais arborizados que outros, com mais ou menos superior
energia elétrica etc. FALHA NORMAL San Gregorio
Trabalhador em corte de árvore. Carregamento de madeira em área permitida de desflorestamento. Itacotiara infraestrutura. Veja os exemplos nas fotografias a seguir.
(AM), 2019.
É gerada pela
Tronçais, França, 1931. tensão horizontal. bloco Calaveras Santo Dorsal do
inferior André Pacífico Oriental
O movimento é

Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

Sergio Ranalli/Pulsar Imagens


Para analisar e compreender como está organizado o espaço geográfico predominantemente
em que vivemos, além de observar, comparar e buscar diferenças entre as pai- vertical em relação
ao plano da falha, o
sagens, precisamos entender as relações humanas, de produção e de trabalho, qual tem um ângulo
teto
que se estabelecem nesse espaço geográfico. de 60º em relação
ao horizontal. ENTRE DUAS PLACAS
Produz-se quando plano OCEANO A falha de Santo André, de
o bloco do teto se de falha PACÍFICO deslocamento horizontal, forma
Ser cidadão desloca para baixo um limite de falha transformante
DIFERENTES SENTIDOS entre duas placas: a do Pacífico
em relação ao bloco
O movimento da Placa do e a Norte-Americana. Tem
do muro.
Mudanças no espaço geográfico iShoot Photography/Futura Press
Pacífico, sentido noroeste, e da complexas ramificações, com
Placa Norte-Americana, sentido uma extensão total de 1300 km.
As mudanças espaciais ocorrem com maior rapidez e intensidade sudeste, dobra e produz fissuras
bloco plano RACHADURA FATAL
de acordo com o aprimoramento tecnológico alcançado pela sociedade em toda a região. de falha
superior bloco No oeste dos Estados Unidos, a falha de Santo André é
ao longo da história. A alteração dos elementos naturais das paisagens,
principalmente nos espaços urbanos, também altera a dinâmica dos
inferior
2 QUEBRA HORIZONTAL
a coluna vertebral de um conjunto de falhas. Por meio
dos estudos realizados nessa região, comprovou-se que as
seres vivos e reorganiza o funcionamento dos lugares. Um exemplo FALHA INVERSA É produzida quando o movimento das bordas das placas estão em contato permanente, e quando a rocha sólida não pode
recente no Brasil desse tipo de transformação foram as obras realizadas teto É produzida quando uma força placas se dá ao longo da superfície terrestre, PASSADO E FUTURO suportar a tensão, rompe-se e gera um terremoto. O que se registrou em 1906
horizontal comprime o terreno. de forma paralela, na direção da fratura e Há aproximadamente 30 destruiu a cidade de São Francisco e foi considerado o pior desastre natural da
no município de Balneário Camboriú (SC). não do mergulho. Essas falhas não estão milhões de anos, a Península história da região.
Vista aérea parcial de Londrina (PR), 2018. Vista aérea parcial de Londrina e do Córrego Bom muro A fratura fará com que o teto
1. Faça uma pesquisa e descubra quais mudanças ocorreram no lugar Retiro (PR), 2019. deslize, colocando-se por cima formadas por apenas uma fratura, mas por da Califórnia encontrava-se
devido a essa intervenção. do muro. um sistema de falhas menores, oblíquas ao a oeste da costa mexicana.
eixo central e mais ou menos paralelas. Dentro de 30 milhões de 1 O que é a falha de Santo André?
2. Em sua opinião, foram alterações positivas para a cidade e para o meio- Praia Central, Balneário Camboriú (SC), Apesar das diferenças e distâncias entre os lugares, nenhum deles é isolado ou independente: todos anos é possível que seja uma
-ambiente? Debata com os colegas de acordo com suas conclusões. 2021. estão interligados, direta ou indiretamente, e vinculados a um espaço maior.
Fontes: TEIXEIRA, Wilson et al. (org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
ilha situada à frente da costa 2 Qual é o tipo de abertura e movimento entre os limites das placas
2009. p. 78-107; GUERRA, Antônio T.; GUERRA, Antônio José T. Novo dicionário geológico-geomorfológico.
ângulo de mergulho
9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. p. 265-267; SADOWSKI, Georg R. Sobre a geologia estrutural
do Canadá. tectônicas que formaram a falha de Santo André?
de cinturões de cisalhamento continentais. 1983. Tese (Livre-Docência) – Departamento de Geologia Geral
do Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1983.
20 21
134 135

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Esta seção traz atividades reflexivas e de pesquisa


sobre a importância de ações e valores humanos para Em página dupla, com visual atrativo e lingua-
o convívio em sociedade. O objetivo é contribuir para gem variada, esta seção contempla temas estudados
a formação de um cidadão crítico e ativo perante as de forma infografada, ou seja, imagens integradas a
questões sociais. textos explicativos, privilegiando a linguagem visual
e auxiliando na compreensão do assunto. Trata-se de
uma seção de alto valor pedagógico para a divulgação
da diversidade de saberes e de vivências culturais, além
de ser propícia ao desenvolvimento de valores humanos
Faça no caderno
e à formação cidadã.
Vertente do Golfo do México Atividades
A Bacia do Rio Mississippi – da qual também fazem parte os rios Missouri,
Ohio e Arkansas, seus principais afluentes – é muito importante para a econo- 1 Descreva a forma de relevo e a estrutura geológica predominantes do oeste da América.
mia dos Estados Unidos.
2 Associe a forma de relevo da costa oeste da América com a ocupação humana da região.
O Rio Mississippi foi fundamental no processo de formação territorial do país,
porque foi por onde os exploradores ingleses se deslocaram rumo ao interior. 3 Observe a fotografia ao lado e responda às questões propostas.
Sebastian Escobar/AFP

É considerada a terceira maior bacia hidrográ- a) Que fenômeno natural a fotografia retrata?
Daniel SLIM/AFP

fica do mundo, superada em área apenas pela Bacia


do Rio Amazonas, no norte da América do Sul, e b) Em que região da América esse fenômeno ocorre e quais
pela Bacia do Rio Congo, na região central da África. são suas causas?
Os rios da Bacia do Mississippi irrigam as ter- c) Além desse fenômeno, cite outro que pode ser gerado no
ras das planícies centrais dos Estados Unidos, cuja interior da litosfera nessa mesma região.
elevada produção de grãos é neles transportada
4 Descreva a forma de relevo predominante do leste da América.
para os portos do Golfo do México.
Dependendo da quantidade de chuvas na 5 Qual é o principal rio da vertente do Ártico na América e qual Villarrica, Chile, 2019.
região, podem ocorrer enchentes nos rios dessa é a sua importância?
bacia, destruindo lavouras e acarretando pre-
6 Qual é a maior bacia hidrográfica da vertente do Atlântico na América do Sul? Cite sua importância para
juízo também para as cidades próximas.
a região.
Outro rio de destaque que deságua no Golfo do
México é o Rio Grande (ou Bravo do Norte). Esse 7 Justifique a importância do Rio Mississippi para a economia dos Estados Unidos.

A seção encerra esse conjunto de seções da uni-


rio tem a função, em parte, de separar os territórios 8 O mapa a seguir se refere a qual vertente do continente americano? Que rio está em destaque no mapa?
dos Estados Unidos e do México. Qual é a importância desse rio para a economia da região?
Rio Mississippi, tem
importância histórica e

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
econômica para os Estados
Unidos. Saint Louis, Estados
Vertente do Pacífico Canadá e Estados Unidos

dade, propondo atividades com base nos conteúdos


Unidos, 2019. Os principais rios dessa vertente são os localizados na América do Norte:
Sonia Vaz

75° O

o Rio Yukon, localizado no estado estadunidense do Alasca, que é separado


do restante dos Estados Unidos pelo território do Canadá, e os rios Colorado
e Colúmbia, nos Estados Unidos, com nascentes na região das Montanhas CANADÁ

Rochosas. São rios de pequena extensão e encachoeirados, muito utilizados

DA EDITORA DO BRASIL dos quatro capítulos anteriores. É uma importante


como fonte para a energia hidrelétrica. Grandes
L. Superior
Lagos
E+/iStockphoto.com

L. Huron
L. Michigan
N
L. Ontário
45° N

ferramenta para o momento de avaliação, em que será


L. Erie O L Altitude (em metros)

EUA 1 000
S
500
OCEANO 0 397 794 km
200
ATLÂNTICO 1: 39 700 000
0

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 36.

possível perceber se os objetivos de aprendizagem


Atividade em grupo

Desafio

1 Em grupo e com o auxílio de um atlas ou de um site de mapas virtuais, escolham um país localizado no
Barragem da hidrelétrica Glen
continente americano. Pesquisem os tipos de relevo presentes nesse país e façam um cartaz com ima-

foram alcançados e quais as maiores dificuldades en-


Canyon, no Rio Colorado, cuja
capacidade total de cerca gens que retratem algumas de suas principais características. Busquem também os principais rios e o
de 1,3 megawatts produz principal uso deles: transporte de pessoas ou mercadorias, geração de energia, irrigação etc. Escolham
aproximadamente 5 bilhões
de quilowatts-hora de energia
o que acharem mais interessante para a confecção do cartaz e o apresentem ao restante da turma.
hidrelétrica anualmente.
Arizona, Estados Unidos, 2018.

contradas pelos estudantes, propiciando a elaboração


90 91

de estratégias para as habilidades sejam plenamente


C1GE8_U3_076_107_LE_CPE.indd 90-91 05/07/2022 23:27:59

Localizada no fim de cada capítulo, a seção ofere- apreendidas e para que se possa dar prosseguimento
ce atividades com diferentes graus de complexidade ao ensino.
para verificação de aprendizagem do conteúdo abor-
dado. Ela apresenta três diferentes tipos de atividade:
atividades de sistematização, que buscam avaliar a
apreensão dos conteúdos (conceitual); atividades com
o título Para refletir, que avaliam a capacidade do
estudante de aplicar o conhecimento aprendido por Para incentivar o estudante a aprofundar o co-
meio da análise e da argumentação (procedimental); e nhecimento, complementando assim o aprendizado,
atividades com o título Desafio, que podem envolver a seção oferece sugestões de livros, sites e filmes.
a elaboração de técnicas, experimentos, seminários e Desse modo, ele ainda poderá enriquecer o repertório
pesquisas, geralmente em grupos (atitudinal). e satisfazer a curiosidade e o espírito investigativo.
XLI
Manual do Professor O manual conta com orientações e encaminha-
mentos ao longo de toda a coleção, além de suges-
O Manual do Professor impresso apresenta uma tões de atividades complementares e ampliação de
estrutura que possibilita ao docente visualizar a repro- conteúdo. Todo esse apoio foi pensado para estar
dução do Livro do Estudante em tamanho reduzido na sempre disponível ao professor, página a página,
parte central das páginas espelhadas e, nas laterais e no momento da aula. Veja a seguir como ele foi
na parte inferior, o conteúdo específico para o professor. organizado:

Objetivos da unidade Orientações


• Entender o conceito de paisagem. Com os estudantes, observe a
• Identificar as diferenças entre pai- imagem e descreva seus principais
sagem natural e paisagem cultural. elementos. Incentive-os a relacionar
• Perceber que as paisagens estão a paisagem da imagem com as pai-
em constante transformação. sagens que eles observam com fre-
• Refletir sobre as transformações nas quência no dia a dia. Apontem, jun-
paisagens dos lugares de vivência tos, as semelhanças e as diferenças
entre a paisagem da imagem e as que

Paisagens e
ao longo do tempo histórico.
• Entender o conceito de lugar. eles citarem. Para melhor visualização,
• Destacar as paisagens formadas e as informações podem ser organiza-
das e sistematizadas em um quadro

lugares
transformadas pela interação dos
povos originários com a natureza. na lousa.
• Diferenciar os espaços rural e urbano. ½ Respostas
• Relacionar as mudanças ocorridas 1. Elementos naturais: praia com areia,
na interação humana com a natu- costão rochoso, água do mar e vege-
reza pelo processo de urbanização. tação. Elementos humanos: edifícios,
Você deve estar acostumado a observar lugares e paisa- rua, automóveis, postes etc.
Introdução gens nos caminhos que percorre e também em revistas, na
2. Resposta pessoal. Em sua compara-
Paisagens e lugares são o ponto a televisão e na internet. Aqui mesmo, ao lado deste texto, há
ção, o estudante pode citar o mar, a
partir do qual se estuda e aprende geo- a fotografia de um lugar. Observe-a:
praia, a areia, os edifícios, a rua, os
grafia. As paisagens são muito diversas automóveis, entre outros elementos
no tempo e no espaço, porque nelas que compõem a paisagem.
estão associados os aspectos da natu- 1. Na imagem, existem elementos naturais e outros
criados pelas pessoas. Identifique alguns desses
reza e da sociedade. Em função disto, Foco na BNCC
elementos.
embora as paisagens possam parecer Competência geral 2
algo que só está relacionado com a na- 2. Compare o local retratado na fotografia com o local
onde você mora. Eles são parecidos ou diferentes? Competência específica de
tureza (paisagens naturais), elas tam-
O que eles têm de parecido e o que eles têm Geografia 3
bém têm relação com as ocupações
de diferente? Habilidade EF06GE01
humanas (paisagens humanizadas ou
culturais), pois dependendo da cultura As questões trabalham a
de cada povo ou grupo social a paisa- reflexão, a análise crítica e
a aplicação do raciocínio
gem se deslumbra de modo distinto.
geográfico fundamentado
Essa variedade de interações possibilita nas habilidades de fazer
a comparação de modificações nas pai- analogias, conexões e
sagens nos lugares de vivência, a análi- diferenciações das paisagens
se das modificações das paisagens por nos lugares de vivência dos
diferentes sociedades e a explicação

Cassiohabib/Shutterstock.com
estudantes, evidenciando seu
das mudanças na interação humana protagonismo no processo de
com a natureza (de acordo com as ensino-aprendizagem.
habilidades EF06GE01, EF06GE02 e
EF06GE07).
Nesta unidade você vai estudar: Foco nos TCTs
• paisagens; Nesta unidade, serão trabalha-
Justificativa • mudanças ocorridas nas paisagens; dos os seguintes temas contem-
Como esta é a unidade inicial do • transformação das paisagens pelos povos originários;
porâneos transversais:
ciclo de estudos de Geografia no En- Vista aérea da praia Porto da Barra,
• interação humana com a natureza nos espaços urbano e rural.
• Educação Ambiental;
Salvador (BA), 2019.
sino Fundamental – Anos Finais, nela • Educação para o Consumo;
é feita a retomada de conteúdos de- • Diversidade Cultural;
10 11
senvolvidos no Ensino Fundamental • Educação para valorização do
– Anos Iniciais, como os conceitos de multiculturalismo nas matrizes
paisagem e de lugar, agora trabalha- históricas e culturais brasileiras.
dos de forma mais aprofundada. Para Levantamento de conhecimentos entre esses conceitos. Questione-os se já vivenciaram mudanças
reforçar o embasamento dos estudos em alguma paisagem do município onde vivem, por meio das BNCC na unidade
geográficos, esses conceitos são abor- prévios perguntas: “Vocês já viram a construção de um novo prédio?”; “E O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
dados para analisar a interação entre Faça um levantamento do conhecimento prévio dos estu- a derrubada de um estabelecimento de comércio para dar lugar o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de atitu-
sociedade e natureza, estimulando dantes sobre os conceitos de paisagem e de lugar. Registre na a outro?”; “Já viram um loteamento rural antes e após a colheita?”. habilidades a seguir. des e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar funda-
um olhar crítico do estudante voltado lousa as primeiras observações dos estudantes. Neste momento, Peça-lhes que comentem se as mudanças que presenciaram são Competências gerais 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9 e 10 mentais para o fortalecimento de respeito, solidariedade,
aos fenômenos geográficos em dife- não é preciso que eles cheguem a conclusões ou definições, já positivas, negativas ou apenas cíclicas, respeitando a diversidade organização, participação, cooperação, protagonismo e
Competências específicas de Ciências Humanas
rentes tempos e espaços. que o objetivo é verificar se entendem que existem diferenças de seus pontos de vista. reflexão nos estudantes. Essas atitudes e valores devem se
1, 2, 3, 5 e 7
relacionar às regras, aos espaços e aos materiais escolares,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4,
ao convívio entre professores, funcionários e estudantes e
5, 6 e 7
no desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Habilidades EF06GE01, EF06GE02 e EF06GE07

10 11

C1GE6_MPU6_U1_010_039_CPE.indd 10-11 27/07/2022 16:07:07

• Objetivos da unidade: apresentação dos princi- • Orientações: encaminhamentos, sugestões e respos-


MATERIAL
pais objetivos DE DIVULGAÇÃO
da unidade com base nos conteúdos tas referentes aos conteúdos e às atividades do Livro
DA EDITORA DO BRASIL
selecionados. do Estudante. Nesta seção também podem estar
• Introdução: introduz-se o que será estudado na incluídas indicações de materiais complementares
unidade e como desenvolver o conteúdo. (seção Para aprofundar) e o trabalho interdisciplinar.
• Justificativa: relaciona os objetivos às habilidades • Atividades complementares: exercícios que podem
ser encaminhados como complemento ou como
que se pretende desenvolver nos estudantes.
ampliação da abordagem ao conteúdo trabalhado.
• BNCC na unidade: indica quais são as habi-
• Foco na BNCC: estabelece a relação entre os con-
lidades e as competências contempladas na
teúdos propostos e as habilidades e competências
unidade.
previstas na Base Nacional Comum Curricular.
• Levantamento de conhecimentos prévios: apre-
• Foco nos TCTs: identificação e explicação dos
sentação dos procedimentos para mapear os co-
Temas Contemporâneos Transversais que serão
nhecimentos que os estudantes detêm antes de trabalhados na unidade.
iniciar um novo conteúdo.
• Sobre a avaliação: localizada no final da unidade,
• Objetivos do capítulo: traz os objetivos que os apresenta algumas orientações de como trabalhar
estudantes devem alcançar ao final do capítulo. as atividades metacognitivas propostas na seção
• Pré-requisitos pedagógicos: texto descritivo que Para encerrar e indica momentos da unidade que
relaciona os conhecimentos prévios e os novos, podem ser usados como acompanhamento da
explicitando a progressão do aprendizado. aprendizagem do estudante. Mostra também
XLII
estratégias para superar defasagens, para que • Avaliação de resultados: indicação, ao final da
o professor garanta a plena apreensão das habili- unidade, de como avaliar se os estudantes alcan-
dades previstas para aquele ano letivo. çaram os objetivos propostos no início da unidade.

Como usar esta obra


O objetivo do trabalho é possibilitar aos estudantes em grupo. Em seguida, faça uma discussão coletiva e
a compreensão de determinado aspecto sob o ponto encaminhe a elaboração de uma síntese.
de vista da Geografia, dialogando com diferentes lin- Cabe ao professor o papel de criar situações de
guagens que fazem parte do escopo geográfico e de aprendizagem, levando em conta a heterogeneidade
outras ciências. Em variados momentos, fazem-se do grupo-classe e as características singulares de cada
propostas que buscam uma abordagem geográfica um no processo de aprendizagem, nas vivências, nos
e uma suscitação interdisciplinar dos temas, visando interesses. Os múltiplos recursos ofertados na obra
ao conhecimento espacial, dinâmico, global e histórico o ajudam nessa tarefa. Eles foram concebidos para
da realidade. Para melhor aproveitar a vasta gama de atender às variadas demandas educacionais que se
recursos oferecida pela obra, é essencial estabelecer entrecruzam e perpassam a BNCC, tendo como fim úl-
previamente seu planejamento anual, subdividindo-o timo promover a educação integral do estudante, o que
por período letivo. representa ir além do desenvolvimento cognitivo, bem
Indicamos também criar os planos de aula e pla- como propiciar o desenvolvimento afetivo e socioemo-
nejar outras sequências didáticas de cada bimestre cional e formar indivíduos éticos, solidários, capazes de
(ou período letivo), tomando como base os recursos conviver e respeitar singularidades e diversidades, de
da obra. Para isso, antes de iniciar o trabalho em sala reconhecer a si e ao outro como sujeitos dotados de
de aula com os assuntos de cada uma das unida- direitos, que valorizem e se engajem na construção de
des nos quais o livro impresso se organiza, deve-se uma sociedade democrática, justa e inclusiva.
consultar o Manual do Professor em U. Esse é um Na BNCC, a Geografia é um componente curri-
procedimento importante para melhor explorar as cular associado à área das Ciências Humanas. No do-
potencialidades dos materiais que compõem esta cumento, não há uma menção explícita em defesa de
obra. Ele permitirá conhecer as competências gerais uma concepção ou orientação teórica da Geografia. A
e específicas trabalhadas ao longo da unidade, os BNCC destaca que, por meio dos estudos e do desen-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
objetivos de aprendizagem estabelecidos nos ca- volvimento de uma real educação geográfica, há uma
pítulos, a abordagem DA EDITORA DO BRASIL
dos assuntos e os desafios e grande oportunidade de se compreender o mundo em
as atividades propostos no Livro do Estudante, bem que se vive e formar o conceito de identidade. O estu-
como as Atividades complementares indicadas no dante terá a oportunidade, mediante o conhecimento
Manual do Professor em U. Leia cuidadosamente as prévio que possui, construído por suas vivências, e os
Orientações, por meio das quais há indicações de estudos que realizou nos anos anteriores, de criar uma
estratégias e encaminhamentos para criar situações leitura do mundo por meio do raciocínio geográfico
de aprendizagem para os estudantes, tomando co- e compreender os aspectos essenciais da realidade,
nhecimento das estratégias sugeridas para enrique- como a localização e distribuição dos fenômenos, o
cer as aulas. ordenamento territorial, as interligações existentes
Promova atividades de leitura de imagens das entre os elementos naturais e as ações antrópicas,
fontes iconográficas presentes no Livro do Estudante, sempre levando em consideração que, para incentivar
sem desconsiderar que toda imagem é historicamente e ampliar esse pensamento espacial, se faz necessária
produzida e traz marcas de seu contexto de produção. a integração de conhecimentos com outras áreas ou
Planeje atividades de leitura e interpretação de um ou componentes curriculares.
mais textos do capítulo com base, por exemplo, nas Como ciência do presente e de cunho multidimen-
questões referentes a informações explícitas e implí- sional, a Geografia tem a plena condição de proporcio-
citas ou estabeleça relações com outros contextos; nar a melhor compreensão de como cada estudante é
permita o estudo dos referidos textos em dupla ou sujeito e objeto do próprio tempo.

XLIII
Organização dos volumes
Correspondência com a gerais, tanto cognitivas quanto socioemocionais, que
incluem a valorização da diversidade dos indivíduos,
Base Nacional Comum o exercício da curiosidade intelectual e o uso das tec-
Curricular nologias digitais de comunicação, entre outras temá-
ticas importantes para o desenvolvimento integral do
A seleção de conteúdos para cada volume da co-
estudante. Além delas, estão distribuídas pela coleção
leção tomou como diretriz as unidades temáticas, os
as competências específicas de Ciências Humanas e
objetos de conhecimento, as habilidades e as compe-
relativas ao ensino-aprendizagem de Geografia.
tências reunidas na BNCC para o componente curricular
Os quatro volumes da coleção e suas respectivas
Geografia no Ensino Fundamental – Anos Finais, confor-
unidades foram organizadas de forma a garantir pro-
me detalhado no Quadro de Conteúdos mais à frente.
gressão das aprendizagens, como preconizado pela
A política educacional brasileira tem uma base
BNCC. Para tanto, é evolutivo o grau de aprofunda-
alicerçada em competências e diretrizes comuns, mas
mento dos conteúdos, a complexidade e o encadea-
possibilita a aplicação de currículos diversos, que serão
mento de informações, a linguagem empregada e os
decididos e implementados em cada sistema de ensino
procedimentos, as atividades e os encaminhamentos
e em cada estabelecimento escolar de acordo com suas
características específicas. A organização da estrutura propostos.
desta obra considerou o encadeamento dos conteúdos As habilidades, que orientam as práticas, o tra-
geográficos, apresentando suas conexões no decorrer balho cognitivo e o desenvolvimento socioemocional,
das unidades e dos capítulos dos quatro volumes. estão contempladas nos capítulos levando-se em conta
O livro didático aparece, portanto, como um entre as conexões entre elas e delas com os conteúdos abor-
os diversos recursos do ensino-aprendizagem, servin- dados, para prevalecer a intencionalidade pedagógica
do como ferramenta de auxílio ao professor. Além das no tratamento dessas habilidades em cada capítulo e
atividades e dos conteúdos propostos nos materiais unidade. Dessa maneira, o Manual do Professor em U
desta coleção, muitos outros podem ser trabalhados traz, de forma clara e visível, as indicações de todas as
para atender às especificidades locais e às diferentes competências gerais e específicas desenvolvidas em
correntes pedagógicas que caracterizam as distintas cada unidade da obra, bem como comentários acerca
realidades escolares. de como as temáticas de cada capítulo se articulam
A BNCC determina que, ao longo da educação bási- com conhecimentos estabelecidos pela BNCC tratados
MATERIAL
ca, os estudantes DE DIVULGAÇÃO
devem desenvolver dez competências anterior ou posteriormente.
DA EDITORA DO BRASIL
Sugestões de cronograma
Apresentamos as possibilidades de planejamento do curso por meio dos cronogramas a seguir.

1o bimestre Unidades 1 e 2

2o bimestre Unidades 3 e 4
Planejamento bimestral
3o bimestre Unidades 5 e 6

4 bimestre
o
Unidades 7 e 8

1o trimestre Unidades 1 a 3

Planejamento trimestral 2 trimestre


o
Unidades 4 a 6

3 trimestre
o
Unidades 7 e 8

1o semestre Unidades 1 a 4
Planejamento semestral
2o semestre Unidades 5 a 8

XLIV
Quadro de conteúdos e relação com a BNCC
6o ano
Temas
Competências e habilidades
Capítulos Conteúdos Contemporâneos
BNCC
Transversais (TCTs)

• O que é paisagem? Competências


1 Gerais: 1, 2, 3 e 9
• Análise da paisagem.
Paisagem em Específicas de Ciências Humanas: 3 e 5
• Paisagem natural e humanizada.
estudo Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 6
• As paisagens e as desigualdades. Habilidade: EF06GE07
Unidade 1 • Paisagens e lugares

Competências
2 • Espaço geográfico. Gerais: 2, 3, 4 e 7
• Educação ambiental.
Mudanças na • Modificações na paisagem. Específicas de Ciências Humanas: 2,
• Educação para o
paisagem e o • Sociedade, natureza e trabalho. 3, 5 e 7
consumo.
lugar • Lugar. Específicas de Geografia: 1, 2, 4, 6 e 7
Habilidade: EF06GE01

• Diversidade cultural.
Competências
• Interação entre sociedade e • Educação para
3 Gerais: 1, 2, 3, 6 e 7
natureza. valorização do
Paisagem e Específicas de Ciências Humanas: 1 e 3
• Sociodiversidade no território multiculturalismo nas
sociedade Específicas de Geografia: 1, 2, 3 e 6
brasileiro. matrizes históricas e
Habilidade: EF06GE02
culturais brasileiras.

Competências
4 • Aldeia, município, cidade. Gerais: 1, 4, 6, 7 e 10
Transformações Específicas de Ciências Humanas: 2 e 5
• O espaço rural.
das paisagens Específicas de Geografia: 1, 2, 3, 4, 5
rurais e urbanas • O espaço urbano. e6
Habilidade: EF06GE07

• Recursos naturais.
• Os povos da floresta e o
extrativismo. Competências
1 • Trabalho.
Gerais: 4 e 6
Extrativismo • Extrativismo vegetal.
Específica de Ciências Humanas: 4 • Educação financeira.
e produção de • Extrativismo animal.
Específicas de Geografia: 1, 2, 4 e 6 • Educação fiscal.
energia
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Extrativismo mineral. Habilidades: EF06GE02 e EF06GE11
• Recursos naturais e produção de
DA EDITORA DO BRASIL
energia.
Unidade 2 • Espaço e sociedade

• Sistemas de cultivo na agricultura.


• Importância da natureza para a Competências
agricultura. Gerais: 1 e 6
2
Específicas de Ciências Humanas: 3 e 6
Agricultura • Usos do solo.
Específicas de Geografia: 1 e 6
• Recursos hídricos e irrigação. Habilidade: EF06GE10
• Agricultura por hidroponia.

• Criação de animais: sistemas de


criação. Competências
Gerais: 1, 4 e 7
3 • Criação de insetos para fins
Específica de Ciências Humanas: 7
Pecuária econômicos.
Específicas de Geografia: 1, 2, 3, 4 e 6
• A pecuária e a transformação das Habilidades: EF06GE06 e EF06GE11
paisagens.

• Transformação da matéria-prima.
• Indústria: origem e Competências
4 desenvolvimento. Gerais: 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10
• Educação ambiental.
Indústria, Específicas de Ciências Humanas: 2 e 5
• Tipos de indústria. • Educação para o
comércio e Específicas de Geografia: 1, 2, 4, 6 e 7
• Indústria: mudanças sociais, consumo.
serviços Habilidades: EF06GE06, EF06GE07 e
espaciais e ambientais. EF06GE11
• Comércio e serviços.

XLV
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• Nosso lugar no espaço.


Competências
1 • A origem de tudo.
Gerais: 1 e 2
Terra: um planeta do • O Sistema Solar.
Específica de Geografia: 3
Universo • O planeta Terra e as condições Habilidade: EF06GE03
para o desenvolvimento da vida.
Unidade 3 • A Terra no Universo

• Movimento de rotação. Competências


Gerais: 1 e 6
2 • Movimento de translação.
Específica de Ciências Humanas: 4
A Terra em movimento • A percepção ancestral dos Específicas de Geografia: 1 e 4
movimentos da Terra. Habilidade: EF06GE03

• Localização no espaço.
• Direções cardeais, colaterais e
3 subcolaterais. Competências
Orientação e • Norte geográfico e norte Geral: 1
localização no espaço magnético. Específica de Ciências Humanas: 7
terrestre • Coordenadas geográficas: Habilidade: EF06GE03
paralelos e meridianos.
• Latitudes e longitudes.

Competências
• Diferentes representações Gerais: 2, 4 e 5
4
cartográficas: cartas, croquis, Específicas de Ciências
Representações • Ciência e tecnologia.
globo terrestre, mapas e plantas. Humanas: 2 e 7
cartográficas da Terra
• Tipos de mapa. Específicas de Geografia: 4 e 5
Habilidade: EF06GE08

• Representando os espaços. Competências


1 Gerais: 1 e 4
• Métodos de projeção: cilíndrica,
Mapas e projeções Específica de Ciências Humanas: 6
Unidade 4 • A representação do espaço geográfico

cônica e azimutal.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cartográficas
• Anamorfose.
Específica de Geografia: 4
Habilidade: EF06GE01
DA EDITORA DO BRASIL
Competências
• Elementos dos mapas: título, Gerais: 1, 4 e 5
2
orientação, escala cartográfica, Específica de Ciências Humanas: 7
Elementos do mapa
fonte e legenda. Específicas de Geografia: 3 e 4
Habilidade: EF06GE11

Competências
• Entendendo a escala. Geral: 4
3
• Escala gráfica e escala numérica. Específica de Ciências Humanas: 7
Medindo distâncias
• Cálculo de escala. Específica de Geografia: 4
Habilidade: EF06GE08

• As representações cartográficas:
símbolos e abordagens. Competências
4 • Como interpretar um mapa. Gerais: 4, 5 e 6
Convenções Específica de Ciências Humanas: 2
• Mapas táteis.
cartográficas Específicas de Geografia: 3 e 4
• Mapas digitais. Habilidade: EF06GE11
• Como é feito um mapa.

XLVI
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• As esferas terrestres.
• Da litosfera ao interior da Terra. Competências
1 • A idade da Terra. Geral: 1
Litosfera e • Formação de fósseis. Específica de Ciências Humanas: 5
superfície terrestre • O tempo geológico. Específica de Geografia: 5
• Deriva continental. Habilidade: EF06GE05
• Tectônica de placas.

• Agentes internos do relevo: Competências


tectonismo, vulcanismo e terremotos. Geral: 2
2
Unidade 5 • Litosfera

• Terremotos no Brasil. Específica de Ciências Humanas: 7


Agentes do relevo
• Agentes externos do relevo: vento, Específicas de Geografia: 2 e 4
chuva, mar, rios, gelo e ação humana. Habilidade: EF06GE05

• O que é relevo?
Competências
• Principais formas de relevo:
Geral: 4
montanhas, planaltos, planícies,
3 Específica de Ciências Humanas: 7
depressões.
O relevo terrestre Específica de Geografia: 4
• O relevo do Brasil.
Habilidades: EF06GE05 e
• Formas de representação do relevo: EF06GE09
perfil topográfico e mapa físico.

• O que é solo? Competências


• O solo e seus horizontes. Geral: 2
• Profundidade do solo. Específicas de Ciências Humanas:
4
• Tipos de solo: origem, fatores externos, 3e6
O solo
textura, composição orgânica e mineral. Específica de Geografia: 4
• Perigos para o solo. Habilidades: EF06GE05 e
• Aterros sanitários. EF06GE06

Competências
• Água na superfície terrestre. Gerais: 1, 2, 3, 4 e 6
Específica de Ciências Humanas: 4
1 • Ciclo da água.
Específicas de Geografia: 1, 4,
A água no planeta • A água nos ambientes rural e urbano.
5e6
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Inundações e enchentes. Habilidades: EF06GE04 e
EF06GE09
DA EDITORA DO BRASIL
• Os movimentos do mar. Competências
• Origem e partes de um rio.
Unidade 6 • Hidrosfera

2 Gerais: 1 e 2
Águas marinhas e • Bacia hidrográfica. Específica de Ciências Humanas: 4
continentais • Águas subterrâneas. Específicas de Geografia: 1, 2 e 6
• Lagos. Habilidade: EF06GE04

Competências
Gerais: 2 e 4
• Bacias hidrográficas do Brasil. Específicas de Ciências Humanas:
3
• A importância das bacias hidrográficas. 3e7
Bacias hidrográficas
• Bacias hidrográficas mundiais. Específicas de Geografia: 4, 6 e 7
Habilidades: EF06GE04,
EF06GE11 e EF06GE12

• Distribuição da água doce pelo mundo.


• Apropriação dos recursos hídricos. Competências
4 Gerais: 6, 7, 8 e 10
• Importância da água e do tratamento
Preservação da Específica de Ciências Humanas: 6 • Educação ambiental.
do esgoto.
água Específicas de Geografia: 6 e 7
• A poluição das águas. Habilidade: EF06GE10
• Uso consciente da água.

XLVII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

Competências
1 • Camadas da atmosfera. Geral: 2
Atmosfera, • Tempo e clima. Específica de Ciências Humanas: 5
tempo e clima • Previsão do tempo. Específica de Geografia: 5
Habilidade: EF06GE03

• Componentes das condições atmosféricas:


temperatura e umidade relativa do ar. Competência
2 • Precipitações. Geral: 2
Unidade 7 •Atmosfera

Elementos do
• Pressão atmosférica. Habilidades: EF06GE03 e
clima
• Ventos. EF06GE05
• A circulação geral da atmosfera.

3 • Fatores do clima: latitude, altitude, Competências


Fatores e continentalidade, maritimidade, cobertura Específicas de Ciências Humanas:
fenômenos vegetal, correntes marítimas e massas 5e7
climáticos de ar. Habilidade: EF06GE05

• Zonas climáticas.
• Os climas quentes: equatorial, tropical e
desértico. Competências
Gerais: 1, 2 e 8
4 • Os climas temperados e frios: temperado
Específicas de Ciências Humanas:
Climas e continental, temperado oceânico, frio,
3e5
problemas mediterrâneo e polar.
Específicas de Geografia: 2, 5 e 6
ambientais • Problemas ambientais atmosféricos: efeito Habilidades: EF06GE03 e
estufa e aquecimento global, inversão EF06GE13
térmica, ilha de calor, chuva ácida.
• Umidade relativa do ar.

Competências
1 Gerais: 2, 7 e 10
As formações Específicas de Ciências Humanas:
• Biodiversidade.
vegetais e os 3e6
• Ação humana na natureza.
diferentes Específicas de Geografia: 1, 6 e 7
biomas Habilidades: EF06GE06 e
EF06GE07
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Unidade 8 • As formações vegetais

• A vegetação no mundo. Competências


2 DA EDITORA DO BRASIL Específicas de Ciências Humanas:
• Formações florestais: florestas equatoriais
Formações 5e7
e tropicais.
vegetais nos Específicas de Geografia: 2 e 3
• Estratos florestais.
climas quentes Habilidades: EF06GE05 e
• Formações arbustivas e desérticas. EF06GE11

• Regiões temperadas e polares. Competências


3
Específicas de Ciências Humanas:
Formações • Formações florestais.
5e7
vegetais nos • Floresta boreal.
Específica de Geografia: 2
climas frios • Formações herbáceas. Habilidade: EF06GE05

• Preservação da biodiversidade.
• Impactos ambientais nas regiões tropicais. Competências
Gerais: 1, 5, 6 e 9
• Amazônia Legal.
4 Específicas de Ciências Humanas:
Impactos • Impactos ambientais nas regiões 2, 3, 6 e 7
temperadas e frias. • Ciência e tecnologia.
ambientais nos Específicas de Geografia: 1, 2,
biomas • A importância da Cartografia e dos 4e5
Sistemas de Informações Geográficas Habilidades: EF06GE06 e
(SIGs) na identificação do desmatamento EF06GE07
de florestas.

XLVIII
7o ano
Temas
Competências e habilidades Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais
(TCTs)

• Estereótipos sobre o Brasil.


1 • Território, limites e fronteiras. Competências
Brasil: uma • Diversidade de paisagens. Específicas de Ciências Humanas: 5 e 7
abordagem inicial • Os contrastes do espaço Habilidades: EF07GE01 e EF07GE11
geográfico brasileiro.
Unidade 1 • Território brasileiro

• Ocupação das terras brasileiras.


• Primeiras divisões territoriais. Competências
2
• Atividades econômicas na Geral: 7
Formação do
formação do território. Específica de Geografia: 3
território brasileiro
• Organização político- Habilidade: EF07GE02
-administrativa do Brasil.

• Domínios fitoclimáticos:
Competências
Amazônico, Cerrado, Floresta
Geral: 2
3 Tropical Atlântica, Caatinga,
Específica de Ciências Humanas: 3
Paisagens naturais Florestas Subtropicais, Campos • Educação ambiental.
Específica de Geografia: 6
do Brasil Naturais Subtropicais.
Habilidades: EF07GE09, EF07GE11 e
• Sistema Nacional de Unidades
EF07GE12
de Conservação.

• A regionalização do IBGE. Competências


4 Gerais: 1 e 10
• Os complexos regionais.
Regionalização Específica de Ciências Humanas: 5
• Região Concentrada.
brasileira Específicas de Geografia: 2 e 5
• O poder executivo. Habilidades: EF07GE09 e EF07GE10

• Os indígenas.
Competências
• Negros e afrodescendentes.
Gerais: 6 e 9
1 • Os imigrantes europeus e
Específicas de Ciências Humanas: 1,
Formação e cultura asiáticos.
6e7
da população • O impacto da pandemia de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
covid-19 na imigração e refúgio
Específica de Geografia: 1
Habilidades: EF07GE04 e EF07GE09
DA EDITORA DO BRASIL
no Brasil.
Unidade 2 • Sociedade brasileira

• Diversidade cultural.
Competências
• Territorialidade das populações • Educação para
Geral: 6
2 tradicionais. valorização do
Específicas de Ciências Humanas: 1 e 4
Povos tradicionais • Comunidades tradicionais pelo multiculturalismo nas
Específica de Geografia: 1
Brasil. matrizes históricas e
Habilidades: EF07GE03 e EF07GE04
culturais brasileiras.

• Distribuição populacional. Competências


3 • Crescimento populacional. Gerais: 6 e 7
Distribuição e • Educação em Direitos
• Conceitos demográficos. Específica de Ciências Humanas: 7
estrutura da Humanos.
• Estrutura etária da população. Específica de Geografia: 7
população
• Desigualdade de gênero. Habilidade: EF07GE04

• Indicadores do Brasil. Competências


4 • Desigualdade no Brasil. Gerais: 7 e 8
Indicadores • Índice de Desenvolvimento Específica de Ciências Humanas: 2
socioeconômicos Humano (IDH). Específica de Geografia: 7
• Índice de Gini. Habilidade: EF07GE10

XLIX
Temas
Competências e habilidades Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
BNCC Transversais
(TCTs)
• Surgimento e evolução
do capitalismo.
• Capitalismo comercial. Competências
Geral: 1
1 • Capitalismo industrial. • Trabalho.
Específicas de Ciências Humanas: 2
Sistema econômico • Capitalismo monopolista • Educação para o
e7
capitalista ou financeiro. consumo.
Específica de Geografia: 5
• A tecnologia e as Habilidades: EF07GE05 e EF07GE06
mudanças no espaço
geográfico.

• Industrialização e
Unidade 3 • Economia do Brasil

globalização.
Competências
• Distribuição das riquezas:
Geral: 7
desigualdade entre
2 Específicas de Ciências Humanas: 2 • Educação para o
países e desemprego.
Economia e natureza e3 consumo.
• Produção, consumo e
Específica de Geografia: 2
meio ambiente.
Habilidade: EF07GE06
• A globalização e o
mercado brasileiro.

• Dinâmicas do espaço
geográfico. Competências
3
• Ferrovias, hidrovias e Geral: 7
Redes de transporte e
rodovias. Específica de Geografia: 7
comunicação
• Integração modal. Habilidades: EF07GE07 e EF07GE09
• Redes de comunicação.

• A produção agropecuária
e extrativista.
Competências
4 • Processo de
Geral: 1
Agropecuária e industrialização do Brasil.
Específica de Geografia: 5
industrialização • A segunda revolução Habilidade: EF07GE08
industrial e os novos
métodos de produção.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Conhecendo a Região
DA1EDITORA DO BRASIL
Norte do Brasil. Competências
Específicas de Ciências Humanas: 3,
Localização e produção do • Ocupação da Região
4e5
espaço Norte.
Habilidade: EF07GE09
• Povoamento recente.
Unidade 4 • Região Norte

• Domínio fitoclimático
Competências
Amazônico: relevo,
Geral: 2
2 hidrografia, clima e
Específica de Ciências Humanas: 6
Dinâmica natural vegetação.
Específica de Geografia: 6
• Desmatamento na
Habilidades: EF07GE11 e EF07GE12
Amazônia.

• População da Região • Educação para


Norte. Competências valorização do
3 Geral: 3 multiculturalismo nas
• Dados da população.
Sociedade Específicas de Geografia: 3 e 7 matrizes históricas e
• Indígenas e caboclos. culturais brasileiras.
Habilidades: EF07GE04 e EF07GE09
• Aspectos culturais. • Diversidade cultural.

• Principais atividades
4
econômicas: extrativismo, Habilidades: EF07GE02 e EF07GE06
Produção econômica
agropecuária e indústria.

L
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• Povoamento e produção Competências


do espaço. Geral: 1
1
Específicas de Ciências Humanas:
Localização e produção do • Ocupação a partir do
3e5
espaço século XX.
Específica de Geografia: 3
• Novas frentes agrícolas. Habilidade: EF07GE09
Unidade 5 • Região Centro-Oeste

• Domínio fitoclimático do Competências


Cerrado. Geral: 8
2
Específica de Ciências Humanas: 6
Dinâmica natural • Relevo e hidrografia.
Habilidades: EF07GE11 e
• Clima e a vegetação. EF07GE12

• População da Região
Centro-Oeste. Competências • Educação para
Gerais: 2, 3 e 6 valorização do
• Urbanização e indicadores
3 Específica de Ciências Humanas: 1 multiculturalismo nas
sociais.
Sociedade Habilidades: EF07GE02, matrizes históricas e
• Qualidade de vida da culturais brasileiras.
EF07GE04, EF07GE09 e
população.
EF07GE10 • Diversidade cultural.
• Cultura.

• Principais atividades
econômicas. Competências
4 Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
• Extrativismo mineral e
Produção econômica Habilidades: EF07GE06,
vegetal.
EF07GE08 e EF07GE10
• Agropecuária e indústria.

Competências
• Constituição do território: Gerais: 1, 5, 9 e 10
1
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Localização e produção do
ocupação e povoamento. Específicas de Ciências Humanas:
3e5
• As sub-regiões do
DA EDITORA DO BRASIL
espaço
Nordeste. Específicas de Geografia: 3, 4 e 5
Habilidade: EF07GE09
Unidade 6 • Região Nordeste

Competências
• Diferentes domínios:
2 Geral: 4
relevo, clima e vegetação.
Dinâmica natural Específica de Geografia: 6
• Os rios.
Habilidade: EF07GE11

Competências • Educação para


• População do Nordeste. Gerais: 3 e 6 valorização do
3 • Migração e indicadores Específica de Ciências Humanas: 4 multiculturalismo nas
Sociedade socieconômicos. Habilidades: EF07GE02, matrizes históricas e
• Riqueza cultural. EF07GE04, EF07GE09 e culturais brasileiras.
EF07GE10 • Diversidade cultural.

• Principais atividades Competências


4 econômicas: agropecuária, Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
Produção econômica extrativismo, turismo, Habilidades: EF07GE06 e
indústria e tecnologia. EF07GE08

LI
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
• Conhecendo a Região Sudeste do Geral: 1
1 Brasil. Específicas de Ciências Humanas:
Localização e
• Ocupação e povoamento. 3, 5 e 7
produção do
• Expansão econômica e territorial do Específicas de Geografia: 3 e 4
espaço
café. Habilidades: EF07GE02 e
EF07GE09
Unidade 7 • Região Sudeste

Competências
• Domínios fitoclimáticos.
2 Gerais: 5, 7 e 9
• Relevo, hidrografia, clima e
Dinâmica natural Específica de Geografia: 7
vegetação.
Habilidade: EF07GE11

• A população da Região Sudeste. • Educação para


• A importância dos imigrantes. Competências
valorização do
Gerais: 2, 3 e 4
3 • Industrialização: urbanização e multiculturalismo nas
Específica de Geografia: 5
Sociedade migração. matrizes históricas e
Habilidades: EF07GE04 e
• Aspectos culturais. culturais brasileiras.
EF07GE10
• As grandes metrópoles. • Diversidade cultural.

Competências
• Principais atividades econômicas: Geral: 8
4
indústria, agropecuária, serviços e Específica de Ciências Humanas: 6
Produção
comércio. Específicas de Geografia: 1, 2 e 6
econômica
• Poluição atmosférica. Habilidades: EF07GE06 e
EF07GE08

Competências
1 • Conhecendo a Região Sul do Brasil. Geral: 1
Localização e • Ocupação e povoamento. Específicas de Ciências Humanas:
produção do • Primeiras ocupações. 3e5
espaço • A importância dos imigrantes. Específica de Geografia: 3
Habilidade: EF07GE09
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
• Domínios fitoclimáticos de Floresta
Tropical Atlântica, Floresta Subtropical, Competências
2
Campos Limpos e Campos Naturais Gerais: 5 e 10
Unidade 8 • Região Sul

Dinâmica natural
Subtropicais. Habilidade: EF07GE11
• Relevo, hidrografia, clima e vegetação.

• Vida familiar e social.


• Processo de
envelhecimento,
Competências respeito e valorização
• A população do Sul. Gerais: 3, 6 e 8 do idoso.
3
• Urbanização e regiões metropolitanas. Específica de Geografia: 5 • Educação para
Sociedade
• Aspectos culturais. Habilidades: EF07GE04, EF07GE09 valorização do
e EF07GE10 multiculturalismo nas
matrizes históricas e
culturais brasileiras.
• Diversidade cultural.

Competências
4 Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
• Principais atividades econômicas:
Produção Habilidades: EF07GE02,
agropecuária, extrativismo e indústria.
econômica EF07GE06, EF07GE08, EF07GE11
e EF07GE12

LII
8o ano
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
Competências
Gerais: 1, 2 e 6
1 • Deslocamento humano no Paleolítico. Específica de Ciências
As primeiras • A saída da África. Humanas: 7
migrações • Seres humanos nas Américas. Específicas de Geografia: 1 e 3
Habilidades: EF08GE01,
Unidade 1 • Os seres humanos no mundo

EF08GE02 e EF08GE18

• Ondas migratórias. Competências


• O período dos descobrimentos. Gerais: 1, 4, 5, 7, 8, 9 e 10
2
Específica de Ciências
As sociedades em • Séculos XIX e XX.
Humanas: 5
movimento • Conflitos e guerras. Específicas de Geografia: 2 e 5
• Crise migratória no Mediterrâneo. Habilidade: EF08GE01

Competências
• Os imigrantes no Brasil e seus direitos. Geral: 3
3 Específica de Ciências
• Migrante e refugiado.
As migrações e o Humanas: 1
• Migrações e paisagens.
espaço brasileiro Específica de Geografia: 4
• Migrações internas. Habilidades: EF08GE01 e
EF08GE02

• Crescimento populacional. Competências


4 • Crescimento vegetativo. Geral: 1
População Específica de Geografia: 5
• Fluxos populacionais. • Trabalho.
mundial: aspectos Habilidades: EF08GE01,
demográficos • Perfil etário. EF08GE03, EF08GE18 e
• Mudanças demográficas no Brasil. EF08GE19

• A ordem bipolar.
Competências
Unidade 2 • Organizações e regionalizações do espaço mundial

• A Guerra Fria. Gerais: 2 e 7


1 • Os três mundos. Específicas de Geografia: 1, 3
Regionalizações • O mundo multipolar. e4
mundiais • Globalização. Habilidades: EF08GE05,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Regionalização Norte-Sul. EF08GE06, EF08GE13 e
EF08GE14
DA EDITORA DO BRASIL
• Economias emergentes.

Competências
• As organizações mundiais. Gerais: 2, 4, 5, 7, 8 e 9
2 Específica de Ciências
• Importância das instituições • Saúde.
Instituições Humanas: 6
internacionais. • Vida familiar e social.
mundiais Específica de Geografia: 3
• Instituições em crise. Habilidades: EF08GE06,
EF08GE07 e EF08GE08

• A circulação do capital. Competências


• As transformações no espaço Geral: 1
3
geográfico. Específica de Ciências
Economia global
• O milagre asiático. Humanas: 2
• Industrializações tardias. Habilidade: EF08GE14

• Definição de potências emergentes.


• A importância econômica do Brics. Competências
Gerais: 7 e 10
4 • Aspectos naturais, agrícolas e
Específica de Ciências
Brics: as potências industriais.
Humanas: 7
emergentes • Indicadores sociais. Específica de Geografia: 5
• Particularidades dos países: África do Habilidade: EF08GE09
Sul, Índia, Rússia e China.

LIII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)
• O continente americano.
• Regionalizações da América: físico-
Competências
-geográfica e histórico-cultural.
1 Gerais: 1, 4, 9 e 10
• Tentativas de integração entre
Regionalização e Específica de Geografia: 6
as nações americanas: blocos
integração Habilidades: EF08GE05 e
econômicos e organizações
EF08GE12
internacionais.
• Eurocentrismo.
Unidade 3 • América e Antártica

• Relevo do continente americano: Competências


oeste, central e leste. Geral: 7
2
Específica de Ciências Humanas: 7
Relevo e hidrografia • Hidrografia do continente americano.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 6
• Aquífero Guarani. Habilidade: EF08GE15

Competências
Gerais: 1, 2 e 7
3 • Diversidade de climas.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 7
Clima e vegetação • Formações vegetais.
Habilidades: EF08GE11, EF08GE22
e EF08GE23

• Continente antártico. Competências


4 • A vida na Antártica. Geral: 1
Antártica e bases • Contexto geopolítico mundial da Específica de Ciências Humanas: 6 • Educação ambiental.
científicas Antártica. Específica de Geografia: 6
• Preservação da Antártica. Habilidade: EF08GE21

Competências
• Composição e distribuição da Gerais: 1, 6, 7, 9 e 10
1
população dos Estados Unidos e Específicas de Geografia: 1, 3, 4,
População e
do Canadá. 5e6
sociedade
• Indicadores sociais e econômicos. Habilidades: EF08GE03, EF08GE07,
EF08GE13 e EF08GE20
MATERIAL DE•DIVULGAÇÃO
Economia dos Estados Unidos.
Unidade 4 • América Anglo-Saxônica

DA EDITORA• DO BRASIL
Relações comerciais entre Brasil e Competências
Estados Unidos. Gerais: 1, 4 e 7
2
• Indústria e agricultura. Específica de Geografia: 6
Economia
• Belts agropecuários. Habilidades: EF08GE07, EF08GE09,
• Economia do Canadá. EF08GE12 e EF08GE14
• Nafta e USMCA.

• As relações internacionais.
• O imperialismo. Competências
Geral: 1
• Relações entre Estados Unidos e
Específicas de Ciências Humanas:
3 Brasil.
6e7
Política externa • Potência militar estadunidense.
Específica de Geografia: 6
• Guerra ao Terror. Habilidades: EF08GE07 e
• Relações tensas entre Estados EF08GE08
Unidos e Rússia.

• Ambiente e desenvolvimento Competências


4 econômico. Gerais: 2, 3, 5 e 8
Ambiente e recursos • Recursos minerais e energéticos e Específica de Ciências Humanas: 3 • Educação ambiental.
naturais impacto ambiental. Específicas de Geografia: 2 e 7
• A falha de Santo André. Habilidade: EF08GE07

LIV
Temas
Competências e
Capítulos Conteúdos Contemporâneos
habilidades BNCC
Transversais (TCTs)

Competências • Educação para


Gerais: 1 e 2 valorização do
• A ocupação do continente.
1 Específica de Ciências Humanas: multiculturalismo nas
• Maias, astecas e incas.
Os povos nativos 4 matrizes históricas e
• Grupos nativos do Brasil. Específicas de Geografia: 1 e 4 culturais brasileiras.
Habilidade: EF08GE23 • Diversidade cultural.
Unidade 5 • América Latina: sociedade

• Indicadores sociais. Competências


• Diferenças sociais e econômicas. Gerais: 1, 3, 5, 6, 7, 9 e 10
2
Específicas de Geografia: 1, 3, 4
Aspectos sociais e • Centros urbanos.
e5
econômicos • Moradia e problemas urbanos. Habilidades: EF08GE08,
• Economia e emprego. EF08GE16 e EF08GE17

Competências
• Distribuição da população. Gerais: 1 e 4
3
• Aspectos demográficos. Específicas de Geografia: 1, 3 e 5
Aspectos
• Migração. Habilidades: EF08GE03,
populacionais
• Os latinos nos Estados Unidos. EF08GE04, EF08GE11 e
EF08GE13

• Conflitos históricos.
• A luta indígena.
• Os movimentos no campo. Competências
4
• Fronteiras e áreas de risco. Geral: 1
Conflitos e
• Estados Unidos: migrantes Específicas de Geografia: 1 e 3
movimentos sociais
menores e adolescentes. Habilidade: EF08GE10
• Povos indígenas na América
Latina.
• Exploração de recursos naturais.
• Agricultura e pecuária.
Competências
• Recursos minerais.
Gerais: 2, 4 e 7
• Fontes de energia.
1 Específica de Ciências Humanas:
Recursos naturais e • Projetos de cooperação energética 3 • Ciência e tecnologia.
economia entre os países do Mercosul. Específicas de Geografia: 3, 5 e 6
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Energias alternativas: tecnologia Habilidades: EF08GE22 e
Unidade 6 • América Latina: economia

e inovação na busca por formas EF08GE24


DA EDITORA DO BRASIL
menos danosas de produção
energética.

• Países andinos: Chile, Peru, Competências


2 Equador, Colômbia, Bolívia e Gerais: 2 e 7
América Andina Venezuela. Específicas de Geografia: 5 e 6
• Migrantes venezuelanos. Habilidade: EF08GE24

Competências
Gerais: 2 e 7
3 • Países platinos: Argentina, Específicas de Geografia: 5 e 6
América Platina Uruguai e Paraguai. Habilidades: EF08GE13,
EF08GE20, EF08GE22 e
EF08GE24

Competências
Gerais: 2, 5 e 7
4 • Panorama econômico do México,
Específicas de Geografia: 1, 6 e 7
México, América da América Central (Cuba e
Habilidades: EF08GE13,
Central, Guianas e Guianas) e do Brasil.
EF08GE14, EF08GE16,
Brasil • Canal do Panamá
EF08GE20, EF08GE22 e
EF08GE24

LV
Temas
Competências e
Capítulos Conteúdos Contemporâneos
habilidades BNCC
Transversais (TCTs)

• Educação em Direitos
• A divisão da África. Competências
Humanos.
1 • Regionalizações do continente Geral: 4
• Educação para valorização
Localização e africano. Específicas de Geografia: 1 e 4
do multiculturalismo nas
regionalização • África: na história do Brasil e Habilidades: EF08GE05 e
matrizes históricas e
do mundo. EF08GE18
culturais brasileiras.
Unidade 7 • África: aspectos físicos

• Relevo africano.
• Rift Valley. Competências
Gerais: 2, 4 e 7
2 • Hidrografia africana: bacias
Específica de Ciências Humanas: 7
Relevo e hidrografia hidrográficas.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 4
• A barragem do Assuã. Habilidade: EF08GE20
• Lagos africanos.

• O clima no continente africano. Competências


3 Gerais: 2, 4, 8, 9 e 10
• Tipos de vegetação da África.
Clima e vegetação Específicas de Geografia: 1, 4, 6 e 7
• Desertificação. Habilidade: EF08GE20

• Riquezas exploradas: Competências


4 carvão mineral, extração de Gerais: 2, 4, 8 e 10
Recursos naturais e petróleo, corrida do ouro e Específica de Ciências Humanas: 3
impactos ambientais abastecimento de água. Específicas de Geografia: 1, 4, 5 e 7
• Solos da África. Habilidade: EF08GE20

1 • Comércio na África. Competências


Período Pré- • Primeiras organizações Gerais: 1, 2, 7, 9 e 10
-Colonial, africanas. Específicas de Geografia: 1, 3 e 5
colonização e • A partilha africana. Habilidades: EF08GE05 e
independência • Descolonização. EF08GE08
Unidade 8 • África: Sociedade e economia

MATERIAL DE•DIVULGAÇÃO
Diversidade étnica. Competências
Gerais: 1, 2, 7 e 9 • Diversidade cultural.
DA
2 EDITORA DO BRASIL
• Norte da África.
• África Subaariana.
Específica de Ciências Humanas: 7 • Educação para valorização
Sociedades Específicas de Geografia: 1, 3 e 5 do multiculturalismo nas
africanas • Problemas e desafios no Habilidades: EF08GE03, matrizes históricas e
continente africano. EF08GE08, EF08GE13, EF08GE19 culturais brasileiras.
• Proteção social. e EF08GE20

Competências
• Novos paradigmas. Gerais: 1, 2, 5, 6 e 7
3 • Agropecuária. Específicas de Geografia: 1, 3 e 5
Economia africana • Mineração. Habilidades: EF08GE05,
• Indústria. EF08GE08, EF08GE18 e
EF08GE20

• Conflitos e guerras.
• Conflitos na Nigéria, Ruanda e
Sudão do Sul. Competências
4 • Produção cultural nigeriana. Gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 7 e 9
Conflitos no • Primavera árabe. Específica de Ciências Humanas: 6
continente • O apartheid na África do Sul. Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 5
• Guerra civil e reconhecimento: Habilidade: EF08GE05
o papel feminino na
reconstrução de Ruanda.

LVI
9o ano
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• O mundo multipolar. Competências


Gerais: 1, 2, 4 e 5
1 • Globalização econômica.
Específica de Ciências Humanas: 2
Globalização e • Mundialização do capitalismo e
Específicas de Geografia: 1, 3, 5 e 6
mundialização expansão das multinacionais.
Habilidades: EF09GE02, EF09GE05,
• Globalização e desigualdades. EF09GE14 e EF09GE15
Unidade 1 • Globalização

• Identidade cultural. Competências


2 Gerais: 3, 6 e 9
• Minorias.
Multiplicidade Específica de Ciências Humanas: 4 • Diversidade cultural.
• Globalização e diversidade cultural.
cultural Específica de Geografia: 6
• Etnocídio. Habilidade: EF09GE03

• Modalidades de blocos econômicos. Competências


3 • Panorama sobre blocos econômicos. Geral: 1
Blocos econômicos • Consumo, mobilidade e intercâmbio de Específica de Geografia: 6
conhecimento. Habilidade: EF09GE05

• A criação das organizações


internacionais.
• A ONU e a cultura de desenvolvimento. Competências
4
• Organização Mundial do Comércio Geral: 1
Organizações
(OMC). Específica de Geografia: 6
internacionais
• Os desafios das organizações Habilidade: EF09GE05
internacionais.
• Grupos globais.

Competências
Gerais: 1 e 4
Unidade 2 • Produção, tecnologia e meio ambiente

1 MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Processo de urbanização.
• Industrialização e evolução agrícola.
Específica de Ciências Humanas: 3
• Trabalho.
• Ciência e tecnologia.
DA EDITORA DO BRASIL
Urbanização
• Urbanização e desemprego.
Específicas de Geografia: 1 e 7
Habilidades: EF09GE11 e • Educação ambiental.
EF09GE12

• A importância da produção Competências


2 agropecuária. Gerais: 1 e 7
Segurança e • Fome e desnutrição. Específica de Ciências Humanas: 2
insegurança • Revolução verde. Específicas de Geografia: 1, 2, 3,
alimentar • Distribuição de renda. 4e5
• Políticas de combate à fome. Habilidade: EF09GE13

• Transformações no trabalho.
• Evolução tecnológica e trabalho. Competências
3 Gerais: 1, 4, 6 e 7
• Consolidação das Leis do Trabalho.
Industrialização e Específica de Ciências Humanas: 2
• Potências industriais.
trabalho Específicas de Geografia: 1, 2 e 3
• Desigualdades estruturais. Habilidade: EF09GE11
• O trabalho na 4a Revolução Industrial.

4 • Cadeia produtiva.
Competência
Recursos naturais • Matriz energética mundial.
Geral: 10
e fontes de • Combustíveis fósseis.
Habilidade: EF09GE18
energia • Fontes renováveis e alternativas.

LVII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• Regionalização do espaço
mundial. Competências
1
Gerais: 1 e 4
Regionalização • Cultura greco-romana.
Específicas de Geografia: 3 e 4
mundial: Ocidente e
Unidade 3 • Europa: colonização e influência mundial

• As grandes navegações.
Habilidades: EF09GE01, EF09GE06
Oriente • O imperialismo europeu e o e EF09GE08
Oriente.

• A geopolítica e a influência
europeia. Competências
• Línguas indígenas no Brasil. Gerais: 1, 4, 9 e 10
2 Específica de Ciências Humanas: 1
• Colonialismo, neocolonialismo e
Hegemonia europeia Específicas de Geografia: 1, 3 e 4
poder.
Habilidades: EF09GE01, EF09GE06
• A Europa e os conflitos atuais. e EF09GE08
• Conceito de raça.

• Primeira Guerra Mundial.


Competências
• Segunda Guerra Mundial e Guerra
3 Gerais: 1 e 4
Fria.
Transformações no Específica de Ciências Humanas: 5
• Leste Europeu: do pós-guerra à
território europeu Específicas de Geografia: 3 e 4
atualidade.
Habilidade: EF09GE08
• A derrubada do Muro de Berlim

• A queda do socialismo.
• Conflitos no Cáucaso. Competências
4 Gerais: 1, 2, 4 e 5
• Conflitos na Crimeia.
Fim da URSS Específicas de Geografia: 3, 4 e 5
• Iugoslávia. Habilidade: EF09GE08
• O valor da Ucrânia.

• Divisão continental da Eurásia. Competências


1
• Relações históricas entre os Gerais: 1, 2, 5 e 6
Eurásia e
continentes. Específicas de Geografia: 2 e 4
regionalizações
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Múltiplas regionalizações. Habilidade: EF09GE07

DA EDITORA DO BRASIL
Unidade 4 • Europa: aspectos físicos

• Europa: estruturas geológicas e Competências


geomorfológicas. Gerais: 1 e 2
2
• Formas de relevo. Específica de Ciências Humanas: 7
Relevo
• O relevo e as formas de uso da Específicas de Geografia: 1 e 3
terra. Habilidade: EF09GE17

• Principais rios e lagos do Competências


continente. Gerais: 1, 2 e 4
3
Específica de Ciências Humanas: 3
Hidrografia • Os rios e o transporte.
Específicas de Geografia: 1 e 3
• Despoluição dos rios. Habilidade: EF09GE17

Competências
• Tipos de clima e de vegetação da
Geral: 2
4 Europa.
Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 7 • Educação ambiental.
Clima e vegetação • Devastação e preservação das
Habilidades: EF09GE16 e
florestas.
EF09GE17

LVIII
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• Multiculturalismo. Competências
• Distribuição, estrutura e dinâmica Gerais: 1, 2, 3, 4, 7, 9 e 10
1 populacional. Específicas de Ciências Humanas:
População e 1e4
• Minorias étnicas.
sociedade Específicas de Geografia: 1, 2, 3 e 7
• A imigração no continente. Habilidades: EF09GE03, EF09GE04
Unidade 5 • Europa: sociedade e economia

• Refugiados, uma questão atual. e EF09GE09

• Motivações dos movimentos Competências


2 separatistas. Gerais: 1, 6 e 9
Conflitos e • Separatismo na Espanha: País Específica de Ciências Humanas: 5
movimentos Basco e Catalunha. Específicas de Geografia: 1, 4 e 7
separatistas • Reino Unido: a questão irlandesa e Habilidades: EF09GE08 e
a Escócia. EF09GE09

Competências
Gerais: 4, 5 e 6
• O espaço econômico europeu:
3 Específica de Ciências Humanas: 3
indústria, agropecuária e mineração.
Economia Específicas de Geografia: 1, 3 e 4
• Impactos ambientais.
Habilidades: EF09GE09 e
EF09GE10

• União Europeia: formação,


cidadania europeia e economia.
• A União Europeia no século XXI. Competências
4
• Comunidade dos Estados Gerais: 8 e 10
Blocos econômicos
Independentes: formação e Específica de Geografia: 7
europeus
liderança russa. Habilidade: EF09GE02
• Turismo, economia e integração
regional.

Competências
1 • Limites geográficos e
Gerais: 1 e 4
Localização e caracterização geral.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 3
regionalizações • A regionalização da Ásia.
Habilidade: EF09GE17
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Unidade 6 • Ásia: aspectos físicos

Competências
Gerais: 1 e 2
2 • Cadeias montanhosas.
Específicas de Geografia: 1, 2 e 3
Relevo • Planícies e planaltos.
Habilidades: EF09GE16 e
EF09GE17

Competências
Gerais: 1, 2, 4, 5, 7 e 10
3 • Principais rios. Específicas de Ciências Humanas:
Hidrografia • Mares e lagos. 3e7
Específicas de Geografia: 1, 3, 4 e 7
Habilidade: EF09GE17

Competências
• Principais tipos de clima. Geral: 1
4
• Formações vegetais. Específica de Ciências Humanas: 3
Clima e vegetação
• Questões ambientais. Específicas de Geografia: 2 e 3
Habilidade: EF09GE16

LIX
Temas
Competências e Contemporâneos
Capítulos Conteúdos
habilidades BNCC Transversais
(TCTs)

• População e ocupação da Ásia. Competências


• China: população, cultura e sociedade. Gerais: 1, 7 e 8 • Processo de
1
• Índia: aspectos sociais, culturais e Específica de Ciências Humanas: 4 envelhecimento,
População e
demográficos. Específicas de Geografia: 3 e 6 respeito e valorização
sociedade
• Japão: população e aspectos Habilidades: EF09GE03, EF09GE08 do idoso.
socioculturais. e EF09GE09
Unidade 7 • Ásia: sociedade e economia

• Motivações separatistas: Tibete e Competências


2
Taiwan. Gerais: 7 e 9
Conflitos e
Específica de Geografia: 7
movimentos • Questão da Caxemira.
Habilidades: EF09GE03 e
separatistas • Independência da Índia. EF09GE08

Competências
• China. Gerais: 2, 5, 6 e 7
• Índia. Específicas de Ciências Humanas:
3 • Japão. 2e3
Economia • Tigres Asiáticos. Específicas de Geografia: 1, 2, 3, 4,
• Desenvolvimento indiano na 6e7
globalização. Habilidades: EF09GE09 e
EF09GE10

• Economia: desenvolvimento econômico,


abundância e escassez de petróleo e
água. Competências
Gerais: 6 e 7
4 • Guerras e conflitos regionais: o conflito
Específica de Ciências Humanas: 7
Oriente Médio árabe e israelense, guerra Irã-Iraque,
Específica de Geografia: 4
guerra do Golfo, guerra do Afeganistão,
Habilidade: EF09GE08
guerra do Iraque e conflito na Síria.
• O povo curdo em busca de autonomia.

Competências
1 Geral: 1
• Localização e divisão política.
Localização e Específica de Ciências Humanas: 5
• A dominação europeia.
ocupação Específicas de Geografia: 1 e 3
Habilidade: EF09GE17
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL Competências
Geral: 7
2 • Principais aspectos físicos da Oceania.
Específicas de Geografia: 4 e 6
Unidade 8 • Oceania

Aspectos físicos • Relevo, hidrografia, clima e vegetação.


Habilidades: EF09GE04 e
EF09GE16

Competências
• Ocupação do território australiano. Gerais: 1, 3, 4, 6, 8 e 9
3
• Origem étnica da população. Específicas de Geografia: 3 e 7
Sociedade
• Perfil demográfico. Habilidades: EF09GE03, EF09GE04,
EF09GE08 e EF09GE09

Competências
Gerais: 1 e 7
• Principais atividades econômicas. Específica de Ciências Humanas: 2
4
• Apec. Específicas de Geografia: 1, 2, 3,
Economia
• Problemas ambientais. 4e5
Habilidades: EF09GE09, EF09GE10
e EF09GE17

LX
Referências comentadas
Referências bibliográficas
ANDRÉ, Marli. Ensinar a pesquisar... Como e para quê? In: SILVA, A. M. M. et al. (org.). Educação formal e não
formal, processos formativos e saberes pedagógicos: desafios para a inclusão social. Recife: ENDIPE, 2006.
Texto acerca da formação do professor-pesquisador e sobre o papel didático da pesquisa em sua formação,
considerando que a pesquisa tem a função de proporcionar o desenvolvimento de sujeitos-educadores autônomos,
livres e emancipados.
BLACK, Paul; WILIAM, Dylan. Classroom assessment and pedagogy. Assessment in Education: principles, policy
& practice, United Kingdom, v. 25, p. 551-575, 2018.
Nesse artigo, os autores revisam um trabalho feito 20 anos antes tratando do tema da avaliação formativa em sala de
aula e reforçam a necessidade de aprofundar as pesquisas e os estudos sobre o tema.
BLOOM, Benjamin S.; HASTINGS, Thomas.; MADAUS, George. Manual de avaliação formativa e somativa do
aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira, 1993.
Manual onde é possível refletir sobre uma proposta de avaliação formativa a serviço da aprendizagem dos estudantes
no enfoque histórico-cultural.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 18 maio 2022.
Documento fundamental para a organização dos currículos da educação básica no país, a BNCC é um dos principais
estruturantes desta coleção.
CALLAI, Helena C. A paisagem. In: CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos (org.). Ensino de Geografia: práticas e
textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2008. p. 98-100.
Texto com práticas para o ensino em Geografia que valorizam as referências cotidianas dos estudantes e constroem
uma concepção ativa, real e significativa da ciência geográfica e de suas múltiplas espacialidades.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; SILVA, Paulo Roberto Florêncio de Abreu e. A dialógica entre a Cartografia
no ensino básico e o sistema de informação geográfica nos pleitos territoriais. In: CASTROGIOVANNI, A. C. et al.
(org.). Movimentos para ensinar Geografia – oscilações. Porto Alegre: Editora Letra1, 2016. Disponível em: https://
nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2016/10/Movimentos-para-ensinar-Geografia.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022.
Artigo no qual os autores propõem uma discussão acerca do uso da cartografia e das ferramentas cartográficas pelos
estudantes, a fim de fazer com que compreendam as disputas territoriais e os mecanismos de poder nos espaços geográficos.
CAVALCANTE, Márcio Balbino. A construção do conhecimento no ensino da Geografia. Jornal dos amigos, Belo
Horizonte, 24 jun. 2006. Disponível em: https://www.jornaldosamigos.com.br/educacao.htm. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que enfatizaMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
o ensino-aprendizagem voltado para o fazer geográfico, como elemento fundamental para
DA EDITORA DO BRASIL em pluralidade no contexto da sociedade contemporânea.
compreender o indivíduo como ser social, vivendo
CENTRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO. Juiz de Fora: UFJF, [20--] Disponível em: http://
portalavaliacao.caedufjf.net. Acesso em: 4 ago. 2022.
O CAEd é um espaço virtual que reúne material produzido por diversos especialistas em Educação, tratando de temas
como avaliação, formação, gestão e pesquisa no ambiente escolar.
COLL, César. Atenção à diversidade e qualidade do ensino. Revista Educação Especial, Santa Maria, n. 22, 2003.
Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5001. Acesso em: 15 jun. 2022.
Conferência na qual o autor reflete sobre a função social da escola e como é possível enfrentar desafios e atender à
diversidade com qualidade, por meio do ajuste pedagógico que contemple as demandas individuais dos estudantes e
suas diferenças e das políticas públicas que devem não apenas garantir o acesso mas também a permanência.
DEMO, Pedro. Professor/Conhecimento. Brasília, DF: UnB, 2001. Disponível em: http://funab.se.df.gov.br/wp
-content/uploads/2018/11/Demo-2001.-Professor-Conhecimento.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Ensaio em que o autor analisa o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem e sua natureza, destacando
a prática de pesquisa, a interdisciplinaridade e o manejo das virtudes metodológicas como caminhos para a
reconstrução de um conhecimento que seja questionador.
ESPINOSA, Emilio Lamo de. La sociedad del conocimiento: información, ciencia, sabiduría. Madri: Real Academia
de Ciencias Morales y Políticas, 2010. p. 66-67.
Estudo sobre os caminhos seguidos pela sociedade no contexto da Globalização e da Nova Ordem Mundial, surgido
após o período da Guerra Fria.

LXI
FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade-transdisciplinaridade: visões culturais e epistemológicas. In: FAZENDA, I.
(org.). O que é interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008.
Texto no qual a autora analisa epistemologicamente o exercício da interdisciplinaridade e transversalidade no ensino e
nas práticas didáticas ao longo da história.
FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
Obra de destaque nos estudos pedagógicos que investiga a importância da avaliação para transformar a qualidade da
educação e, consequentemente, colaborar para a inclusão e a participação social dos estudantes.
FERRAZ, Ana Paula do C. M.; BELHOT, Renato V. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das
adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, São Carlos, v. 17, n. 2.
p. 421-431, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que destaca a aquisição do conhecimento, da competência, das habilidades e das ações no processo de
ensino-aprendizagem.
KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a geografia crítica? Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem
de geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia N.; OLIVEIRA, Ariovaldo U. (org.). Geografia em perspectiva. São Paulo:
Contexto, 2015.
Reflexão sobre os entraves do ensino geográfico no ensino brasileiro e análise do papel da Geografia na sociedade
brasileira, caracterizada por enormes desigualdades sociais.
LISBOA, Severina Sarah. A importância dos conceitos de Geografia para a aprendizagem de conteúdos
geográficos escolares. Ponto de Vista, Viçosa, v. 4, 2007. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/
view/9746/5374. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que salienta a importância de se trabalhar os principais conceitos geográficos tornando-os instrumentos para
uma efetiva aprendizagem sobre o espaço e a sociedade.
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
(Temas básicos de educação e ensino)
Estudo que oferece ferramentas para a interpretação das questões educacionais, auxiliando a compreensão dos
fenômenos relacionados à escola.
MARTINELLI, Marcello. Mapas, gráficos e redes: elabore você mesmo. São Paulo: Oficina de Textos, 2014.
Nessa publicação, as diferentes formas de representação gráfica são valorizadas de maneira prática, mostrando que
mapas, gráficos e redes são importantes instrumentos de informação e conhecimento.
MARTINS, Rosa Elisabete Militz Wypyczynski. O uso da literatura infantil no ensino de Geografia nos anos iniciais.
Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 27, p. 64-79, 2015. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
geouerj/article/view/11909. Acesso em: 7 jul. 2022.
Artigo que propõe a discussão do uso da literatura infantil como estratégia para o desenvolvimento de diferentes
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
atividades pedagógicas a fim de ensinar Geografia no Ensino Fundamental.
DA EDITORA DO BRASIL
MORÁN, José. Metodologias ativas e modelos híbridos na educação. In: YAEGASHI, Solange F. R. et al. (org.). Novas
tecnologias digitais: reflexões sobre mediação, aprendizagem e desenvolvimento. Curitiba: CRV, 2017, p. 23-35.
Nesse estudo, é possível compreender como as metodologias ativas e o uso dos recursos digitais potencializam o
protagonismo dos estudantes na construção do processo de aprendizagem.
MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, Carlos Alberto de; MORALES, Ofelia
Elisa Torres (org.). Mídias Contemporâneas: convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações
jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. (Mídias Contemporâneas, 2). Disponível em: https://edisciplinas.usp.
br/pluginfile.php/4941832/mod_resource/content/1/Artigo-Moran.pdf. Acesso em: 1 jul. 2022.
Artigo no qual o autor reforça o uso de metodologias ativas em sala de aula visando ao maior envolvimento do
estudante nas práticas pedagógicas, para acompanhar as mudanças estruturais na sociedade.
MOUTINHO, Zaira A. As pesquisas sobre ensino nas principais revistas de geografia do Brasil nos últimos 10
anos. GEOUSP: Espaço e Tempo, São Paulo, n. 25, p. 160-173, 2013. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/
geousp/article/view/75445. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que discute as principais linhas de pesquisa sobre o ensino de Geografia no Brasil publicadas durante uma
década. A publicação também sugere novos pontos para uma agenda de pesquisas para os próximos anos.
O QUE é cidadania digital. Plenarinho: o jeito criança de ser cidadão, Brasília, DF, 7 ago. 2020. Disponível em:
https://plenarinho.leg.br/index.php/2020/08/o-que-e-cidadania-digital/. Acesso em: 1 jul. 2022.
Texto presente na página institucional da Câmara dos Deputados voltada ao público infantil, onde se aborda os preceitos
básicos e fundamentais para exercer a cidadania digital nos ambientes virtuais de forma ética, responsável e segura.
LXII
O USO de metodologias ativas colaborativas e a formação de competências. Base Nacional Comum Curricular,
Brasília, DF, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de
-praticas/aprofundamentos. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo que valoriza o protagonismo dos estudantes em busca de se construir, por meio de situações-problema, o
conhecimento geográfico.
PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko I.; CACETE, Núria H. Para aprender e ensinar Geografia. 3. ed. São
Paulo: Cortez Editora, 2012.
Livro que procura demonstrar como o estudo geográfico pode ser feito de maneira dinâmica e conectada com recursos
técnicos, bem como com outras ciências e campos de conhecimento.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: Técnica e tempo – Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2009.
Obra na qual o autor discorre sobre o principal objeto de estudo da Geografia: o espaço, considerando este como um
conjunto indissociável de objetos e ações.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2005.
Nesse livro, o autor discorre sobre o lugar, considerando que ele é “globalmente vivo” e que, por meio do lugar no qual
estamos, é possível compreender as relações do mundo (a totalidade).
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica. São Paulo: Hucitec;
Edusp, 1978.
Obra que se tornou importante referência nos novos caminhos que a Geografia passou nas últimas décadas do século XX.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2001.
Nessa obra, os autores analisam como o território brasileiro foi se moldando pelas ações sociais, políticas e econômicas
e como ele se insere no contexto da globalização.
SANTOS, Victor. O que são metodologias ativas e como elas favorecem o protagonismo dos alunos. Nova Escola,
São Paulo, 8 set. 2021. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/20630/especial-metodologias-ativas
-o-que-sao-as-metodologias-ativas-e-como-funcionam-na-pratica. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que destaca o papel do estudante como protagonista na construção do próprio conhecimento e
desenvolvimento escolar.
SCHROEDER, Hélio. A música como linguagem no ensino do espaço geográfico urbano. Dia a Dia Educação,
Curitiba, 2009. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2011/
geografia/musica_geografia.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Artigo no qual o autor analisa como a arte musical potencializa a melhor compreensão e o entendimento do espaço
geográfico urbano.MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
SILVA, Julio César F.DA da.EDITORA DOanalíticas
Categorias BRASIL da Geografia: caminhos para leitura do espaço geográfico. Diálogos,
[s.l.], n. 14, p. 249, ago./set. 2015. Disponível em: https://docplayer.com.br/22735615-Palavras-chaveespaco
-paisagem-lugar-territorio-regiao.html. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que ressalta a importância das categorias analíticas da Geografia, para a melhor compreensão do espaço
geográfico.
TEDRE, Matti; DENNING, Peter J. The long quest for computional thinking. In: KOLI CALLING, 16., 2016, Finland.
Anais [...]. Finland: Koli Calling.
Artigo que trata três pontos centrais no tema do pensamento computacional na educação: evolução do uso e da forma de
pensar a computação na escola, pesquisas relacionadas com a ciência da computação e a “digitalização” da sociedade.
THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-
aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 39, p. 545-598, set./dez.2008. Disponível
em: www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n39/10.pdf. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que valoriza a importância de as ciências manterem constante diálogo e interação para potencializar o processo
de ensino-aprendizagem.
WILIAM, Dylan. A avaliação formativa do desempenho do ensino. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 25, p. [1-23], e24275,
2019. Universidade de Brasília. Disponível em: www.redalyc.org/journal/1935/193567256041/193567256041.pdf.
Acesso em: 4 ago. 2022.
Artigo que aborda o papel da formação docente no desempenho de estudantes e na qualidade do ensino, destacando
o impacto do bom desempenho escolar para a sociedade e para os indivíduos.
LXIII
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Nesta obra, o autor propõe ações educativas que potencializem o processo de aprendizagem dos estudantes.
ZABALA, Antoni. Os enfoques didáticos. In: COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática,
1996. p. 153-196.
Análise acerca da prática dos conceitos construtivistas em sala de aula e como eles podem transformar o estudante, o
professor e o ambiente escolar.

Leituras complementares
AROCENA, Rodrigo; SUTZ, Judith. Políticas de inovação para um novo desenvolvimento na América Latina.
Tradução: Sabine Righetti. ComCiência, [s. l.], n. 57, ago. 2004. Disponível em: http://www.comciencia.br/
reportagens/2004/08/15.shtml. Acesso em: 8 jul. 2022.
Ensaio sobre algumas tendência e possibilidades voltadas ao desenvolvimento integral, inclusivo e sustentável dos
países latino-americanos.
D’ADESKY, Jacques. Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismos e antirracismos no Brasil. Rio de Janeiro:
Pallas, 2009.
Nesse texto, o autor propõe a existência de diversos países em um só, enfatizando, por meio de ampla pesquisa, a
origem do racismo, sua propagação e permanência na sociedade.
FELICISSIMO, Rodrigo Passos. Paisagem sonora do espaço migrante: a mobilidade e a percepção do processo
migratório entre o sertão do Moro da Garça (MG) e a Metrópole de São Paulo (SP). 2006. Dissertação (Mestrado
em Música) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
Estudo sobre as relações entre som e paisagem geográfica e sua interação e influências com o meio antrópico.
KATO, Danilo Seithi; KAWASAKI, Clarice Sumi. As concepções de contextualização do ensino em documentos
curriculares oficiais e de professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 35-50, 2011.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/zD3FMD88P9qxpdxQMrHRh9w/?lang=pt. Acesso em: 8 jul. 2022.
Artigo que apresenta diferentes concepções de contextualização no ensino, contribuindo para a organização do
trabalho docente.
MARTINELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia temática. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
Publicação que destaca o papel do mapa, não como mero coadjuvante, mas como um veículo capaz de revelar o
conteúdo da informação, promovendo a compreensão, possibilitando a busca do conhecimento consciente e crítico.
MORAES, Antonio Carlos Robert (org.); FERNANDES, Florestan (coord.). Ratzel: Geografia. São Paulo: Ática,
1980. p. 108-150. (Grandes Cientista Sociais no 59)
Reunião de textos escritos pelo geógrafo alemão Friederich Ratzel (1844-1904), estudioso considerado o principal
pensador do chamado “determinismo geográfico”.
MATERIAL
OLIVEIRA, Lívia DEmetodológico
de. Estudo DIVULGAÇÃOe cognitivo do mapa. In: ALMEIDA, Rosângela Doin de (org.).
DA .EDITORA
Cartografia escolar DOContexto,
São Paulo: BRASIL 2010.
Artigo sobre o papel da Cartografia na construção do conhecimento geográfico no contexto da educação brasileira.
PERNIGOTTI, Joyce et al. O portfólio pode muito mais do que uma prova. Pátio, Porto Alegre, ano 4, n. 12, fev. 2000.
Artigo que destaca o papel do portfólio como registro da trajetória de aprendizagem dos estudantes e mostra que os
processos de construção de conhecimento podem ser mais importantes que os resultados quantitativos de uma avaliação.
PRETI, Dino. Mas, afinal, como falam (ou deveriam falar) as pessoas cultas? In: PRETI, Dino. Estudos de língua oral
e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. p. 13-20.
Nessa publicação, o autor mostra os caminhos dinâmicos que a linguagem oral tem e os conflitos existentes entre a
oralidade e a escrita formal.
QUEIROZ, Thiago Augusto Nogueira de. Espaço geográfico, território usado e lugar: ensaio sobre o pensamento
de Milton Santos. Para Onde!?, Porto Alegre, n. 8, p. 154-161, ago./dez. 2014.
Nesse estudo, o autor faz uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos do geógrafo brasileiro Milton Santos.
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Ensino de Geografia e a formação do geógrafo-educador. Terra Livre, São
Paulo, n. 11-12, p. 177-188, 1996.
Artigo no qual o autor analisa a importância do papel que o professor de Geografia tem como educador, para a
construção dos estudantes como seres sociais.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2001.
Nessa obra, o autor analisa problemas crônicos existentes na sociedade, apontando possíveis caminhos para a
mudança dessa situação.
LXIV
9
Axé Silva
• Professor de Geografia de Ensino Fundamental e Médio
• Bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Articulista e coordenador de publicações especializadas em
Geografia e Ensino
• Criador e apresentador de canal de vídeo em plataforma digital sobre
Geografia e Atualidades

Jurandyr Ross
• Livre-Docente em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
• Professor titular na Universidade de São Paulo (USP)
ENSINO
• Consultor do Ministério do Meio Ambiente (1992-2002)
FUNDAMENTAL
• Vencedor do Prêmio Jabuti pela Associação Brasileira do Livro (1997) ANOS FINAIS
• Autor da Classificação do Relevo Brasileiro (1985)
COMPONENTE CURRICULAR

GEOGRAFIA

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

1a edição
São Paulo, 2022

1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Silva, Axé
Amplitude : geografia, 9 : ensino fundamental :
anos finais / Axé Silva, Jurandyr Ross. -- 1. ed. --
São Paulo : Editora do Brasil, 2022. -- (Amplitude
geografia)

ISBN 978-85-10-09344-6 (aluno)


ISBN 978-85-10-09342-2 (professor)

1. Geografia (Ensino fundamental) I. Ross,


Jurandyr. II. Título. III. Série.

22-113347 CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático:

1. Geografia : Ensino fundamental 372.891

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

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Pereira, Sonia Vaz, Studio Caparroz, Tarcísio Garbellini, William Mur
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1a edição, 2022

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2
Apresentação
Prezado estudante, prezada estudante,

A Geografia é uma ciência que faz parte de sua vida. Ela


possibilita o aperfeiçoamento da visão crítica sobre as situações
que acontecem ao nosso redor.
Pensando nisso, esta obra foi desenvolvida com o objetivo
de proporcionar uma reflexão sobre a realidade e contribuir para
a consciência dos direitos e deveres de cada um na sociedade.
Com essa proposta, buscamos incentivar o respeito às
diferenças e o combate às injustiças sociais.
Desejamos que, ao percorrer esta coleção, você entenda a
importância do espaço geográfico e amplie a compreensão de si
mesmo, percebendo que você é parte de tudo o que existe a sua volta.
Bom ano para você!

Um abraço,

Os autores

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

3
Abertura de unidade

1
Apresenta uma ou mais

Emily Marie Wilson/Shutterstock.com


imagens e um breve texto de
introdução que vão prepará-lo
para as descobertas que você
Globalização fará no decorrer do trabalho
proposto. Apresenta também
questões sobre o tema.
Quando observamos essa fotografia, supomos que ela retra-
ta uma cidade chinesa ou algum outro país do leste asiático.

Abertura de capítulo
No entanto, trata-se de Chinatown, um bairro localizado em
Nova York, nos Estados Unidos, que abriga um dos maiores
grupos de imigrantes chineses no Hemisfério Ocidental.

1. Na cidade onde você mora, é possível ver marcas


da globalização na paisagem, como acontece em
Chinatown?
É a primeira página do capítulo.
2. De que outras formas podemos observar a
globalização em nosso cotidiano?
Contém imagens e textos que
buscam favorecer conexões
ou estimular a curiosidade
sobre o tema a ser tratado.

2
Nesta unidade, você vai estudar:
• globalização econômica e suas desigualdades;
• mundialização do capitalismo e expansão das multinacionais; Segurança e Fome e desnutrição

insegurança
Apesar do desenvolvimento tecnológico e do crescim
• importância da identidade e da diversidade culturais; agrícola mundial, a subnutrição, a fome e a desnutrição, em
• blocos econômicos; Faça no caderno

por mais de uma década, voltaram a crescer, de modo gera

alimentar
Chinatown, bairro da cidade de Nova York.
Faça no caderno

• importância e desafios das organizações internacionais. do aproximadamente 11% da população mundial em 2017
Estados Unidos, 2021.
abaixo a evolução da porcentagem da população que sofre

10 O trabalho na 4a Revolução Industrial 1 De


11 que maneira o processo de industrialização transformou o mundo e as relações de trabalho?
Prevalência de desnutrição (%) – 2015-2
[...] Na virada do presente milênio, um conjunto extraordinário de inovações técnicas deu
2 Justifique a afirmação: a Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Técnico-Científica) mudou a forma
início ao que já se reconheceu como a 4a Revolução Industrial (4RI). Muitas dessas inovações, na No capítulo anterior, você estudou a relação entre a urbanização e a expansão do de- 2015 2016 2017 2018
como a produção é concebida.
verdade, têm origem mais antiga, mas só no presente século atingiram níveis de avanço capazes semprego. Neste capítulo, você vai estudar a importância da agropecuária e a relação
Quais00:27:08
foram as principaisentre
mudanças Mundo 8,3 8,3 8,1 8,3
C1GE9_U1_010_041_LE_CPE.indd 10-11 de impactar significativamente a sociedade e as expectativas sobre o futuro. 309/07/2022 a fometrazidas pela Revolução
e a distribuição Industrial?
de renda.
As referidas tecnologias e os novos produtos são nanotecnologia, novos materiais, biotecno-
logia, veículos autônomos, robótica, inteligência artificial, computação quântica, impressão 3-D 4 Explique de que modo, com o advento da Revolução Industrial, o aumento da produtividade industrial África 16,9 17,5 17,1 17,8
e internet das coisas. [...] Importância da produção
não foi acompanhado pelos benefícios dos trabalhadores.
Ásia 8,3 8,0 7,8 7,8

Um pouco mais sobre


Todas as importantes revoluções tecnológicas afetam os trabalhadores – em alguns casos, de
forma dramática. Primeiro, porque a maioria delas substitui o trabalho humano pelo trabalho de
5 Caracterize a Terceira Revolução Industrial.
agropecuária América Latina
5,8 6,8 6,6 6,8
máquinas. Algumas – as chamadas destruições criativas – destroem inteiramente certas formas 6 Caracterize as principais potências industriais da atualidade. e Caribe
As atividades relacionadas ao setor agropecuário são responsáveis pelo
estabelecidas de geração de produtos ou de realização de negócios, o que tira classes específicas
7 abastecimento
As transformações econômicas, industriais interno de
e tecnológicas produtos
avançam dealimentícios
modo igual enodemundo
matérias-primas,
todo? assim Oceania 6,1 6,2 6,3 6,2
de trabalhadores do mercado de trabalho. [...]

Essa seção trabalha


Explique sua resposta. como pela sua exportação. Portanto, além de gerar lucro e empregos, elas são
A automação massiva que tem ocorrido decorre do avanço da digitalização de quase tudo, Europa
as responsáveis por garantir a alimentação da população em larga escala. A
requer pouco produto novo e reduz drasticamente a demanda por mão de obra no setor de ser- 8 Qual é o continente menos industrializado do agrícola
mundo? de Explique esse fato. e América < 2,5 < 2,5 < 2,5 < 2,5 <
produção subsistência, geralmente realizada em pequenas porções
viços, o qual emprega mais gente na atualidade. [...] do Norte

conteúdos complementares
de terra e com pouca mecanização, é destinada ao abastecimento familiar e da
As relações de trabalho tradicionais – de emprego de um trabalhador por uma empresa – 9 De que forma a industrialização desse continente vem sendo fomentada nos últimos anos?
comunidade em que está inserida. A tabela mostra a prevalência de desnutrição, em porcentagem, no mundo
estão ruindo. Cada vez mais, o trabalhador será um prestador autôno- entre 2015 e 2020.
Como vimos no capítulo anterior, a urbanização contribuiu para impulsio-
mo de serviços a empresas ou pessoas. [...] Iníquo: que revela Para refletir Fonte: THE WORLD is at a critical juncture. FAO, [S. l.].
nar a modernização do campo e a expansão das terras cultivadas serviu para

ao tema estudado por


perversidade, injusto. https://www.fao.org/state-of-food-security-nutrition. Ac
Enfim, o avanço tecnológico [...] corre o risco de resultar num
mundo insuportavelmente iníquo e violento. [...] a evolução darwinia- 1 Segundo alguns estudiosos, ainda suprir
não háasconsenso
populações em dos novos
relação ao centros
número urbanos. Tecnologias
de empregos foram implan-
que serão
destruídos pela tecnologia. Algunstadas para criarem
dimensionam cultivos, novos
5 milhões as equipamentos foram
substituições de empregados
seres humanos no plantio Os dados da tabela mostram que em todas as regiõ
na mostrou-se capaz de gerar inteligência, mas não sabedoria, tampouco altruísmo, em relação América do Norte, registrou-se aumento das taxas de ins
e na colheita e fertilizantes e pesticidas
das vagasforam
serão desenvolvidos para aumentar a

meio da citação de trechos


a pessoas com quem não nos relacionamos. por máquinas nos próximos cinco anos, outros afirmam que 30% tomadas por robôs.
O que você pensa a respeito disso?produtividade
Já pensou queagropecuária.
sua futura profissão talvez nem exista ainda? Ou já (moderada e grave) entre 2015 e 2020. O custo dos alimen
Fonte: CHAVES, Alaor. Artigo traz análise das relações de trabalho na 4a Revolução Industrial. Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF),
considerou a possibilidade de que o ofício que você pensa em seguir talvez não exista mais quando desigual e, mais recentemente, a pandemia de covid-19 ag

lourencolf/Shutterstock.com
Brasília, DF, 1o mar. 2018. Disponível em: https://www2.cbpf.br/pt-br/cbpf-news/artigo-traz-analise-das-relacoes-de
ção preocupante.

de textos de terceiros.
-trabalho-na-4-revolucao-industrial-2. Acesso em: 28 mar. 2022. você for fazer vestibular?
A fome é uma questão que esteve bastante presente
Andriy Popov/Alamy/Fotoarena

2 A imagem ao lado mostra a capa do livro da Constituição Mexicana, da humanidade. Não foram raras as vezes em que ondas

Archivo General de la Nación


primeiro documento da história a estabelecer direitos trabalhistas, como diversas populações espalhadas pelo globo.
limitação da jornada de trabalho, regulamentação do trabalho feminino A produção agrícola, em especial a de subsistência, se
e de menores de idade, férias remuneradas, salário mínimo e proteção a eventos climáticos – como períodos de seca, excesso de c
aos direitos de gestantes e mães. Discuta com os colegas a importância outros – que impactam diretamente as pessoas que depend
desse tipo de legislação hoje em dia, especificamente no Brasil. O Reino Unido foi pioneiro na tentativa de combater a fome
ideia surgiu em meio ao processo da industrialização britâ
o pensamento era que a fome impedia o desenvolvimento
No entanto, a concepção da fome como um problema
é bastante recente. Até aproximadamente duzentos anos
Colheita de algodão fome era tratada como algo natural. Essa interpretação foi s
Videoconferência, feita por maquinário em De acordo com a Perspectiva Agrícola, relatório elaborado pela Organi- dos últimos séculos.
sem informação de Correntina (BA), 2019. Constituição
zação para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Orga- Nos anos 1960, o crescimento populacional gerou preo
Faça no caderno

local, 2021. Mexicana de 1917.


nização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em da capacidade dos países de produzir alimentos para todo
História inglês), para os anos de 2018 a 2027, a produção agrícola está crescendo de tivas encontradas para equacionar oferta e demanda foi o
1 No que consiste a Quarta Revolução Industrial? maneira constante e deve continuar se expandindo nos próximos dez anos. novas técnicas e métodos que aumentassem a produção.
Onde começa e onde termina o Ocidente? 1 De acordo com os referenciais cartográficos, como é possível regionalizar o mundo entre Ocidente e 1 Pesquise em fontes confiáveis o significado da expressão “economia de aglomeração”. Pode-se dizer
2 Em sua opinião, a implementação da Quarta Revolução Industrial traria benefícios?
[...] Geograficamente, o Meridiano de Greenwich [...] divide o mundo em Oriente (também Oriente? 50
que o mundo vive esse processo atualmente? Justifique sua resposta. Compartilhe sua opinião com os
chamado de Leste) e Ocidente (Oeste). 3 Identifique quais mudanças foram geradas pela Quarta Revolução Industrial nas relações trabalhistas colegas e aproveitem para conversar sobre o que pensam sobre o assunto.
2 Quais elementos da cultura greco-romana influenciaram a cultura ocidental?
Mas quando falamos Oriente, assim, com mais pompa, ecos, negritos e itálicos, não estamos em alguns países.
nos referindo apenas à divisão geográfica, mas também a religião, valores e cultura. O Marcos 3 Explique a frase: “O Ocidente e o Oriente são ideias construídas e, portanto, uma relação de poder”.
C1GE9_U2_042_075_LE_CPE.indd 50-51
Antonio de Moraes, professor de Geografia e autor do livro Oriente Médio, dá uma provocadinha
4 Explique o sentido da palavra “Oriente” do ponto de vista histórico. 62 63
em quem faz uma leitura deveras geográfica dessa divisão. Vai vendo: a prova que essa é apenas
uma separação longitudinal é que 90% da Europa está a leste de Greenwich, o que, geografica- 5 Caracterize a colonização da Ásia e da Oceania no século XIX. Quais eram os objetivos dessa empreitada?
mente, faz dela parte do Oriente. Tudo que fica para lá de Greenwich, na região de Londres, seria
Oriente. França, Itália, Alemanha etc. Analisando fatores como a cultura dos países, – qualé, Itá- Para refletir C1GE9_U2_042_075_LE_CPE.indd 62-63 09/07/2022 00:30:06
lia é do Oriente? – chega-se à rápida conclusão que eles fazem parte do Ocidente.
[...] 1 Quando se usa a expressão “Oriente
Paolo Toscanelli/Coleção Particular

Para entender onde começa e onde termina o Oriente, Moraes explica que é preciso analisar Médio”, o objetivo é localizar as terras

Atividades
onde está o mundo islâmico. De oeste a leste, estende-se desde o Senegal, no oeste da África, que, para os viajantes da Europa, seriam
até às Filipinas, nos limites do Oceano Pacífico. De norte a sul, vai desde o Cazaquistão, na Ásia as avistadas quando alguém fosse em
Central, até a área entre a Tanzânia, na África, e a Indonésia, no Oceano Índico. Não que todos os
países dentro dessa enorme área sejam muçulmanos, mas sim de culturas e religiões diferentes
direção ao nascer do Sol (oriens). Ob-
serve o mapa ao lado, datado de 1457. Propõe atividades
Seção que apresenta
das do Ocidente, que é judaico-cristão. Por exemplo, Austrália e Nova Zelândia, lá do outro lado, No centro, é possível ver o Oriente
são do Ocidente.
Fonte: ONDE começa e onde termina o Ocidente? Superinteressante, 21 dez. 2016.
Médio e, no canto direito, o Oriente.
A Austrália não está retratada, pois de levantamento de
atividades dos
Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/onde-comeca-e-onde-termina-o-ocidente/. Acesso em: 10 abr. 2022.
não integra parte da história antiga dos
europeus; chineses, indianos, árabes e
japoneses são os principais povos que eles conhecimentos prévios.
cktravels.com/Shutterstock.com
Inanc Ceylan/Anadolu Agency/Getty Images

conteúdos trabalhados
se acostumaram a chamar de orientais. Paolo Toscanelli. Mapa do mundo, c. 1457. Ilustração.

a) Observe o planisfério da página 78. Tendo a capital Brasília como ponto de referência, onde se lo-
calizaria o “nosso” Oriente Médio?
b) Ao ler uma notícia sobre um conflito no Oriente Médio, você a associaria ao “nosso” Oriente Médio,
mencionado no item anterior? O que é possível concluir com essa observação? a cada capítulo.
Glossário
Mapa-múndi

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Allmaps

Ao longo de nossos estudos, é possível encontrar re-


presentações cartográficas, dados estatísticos e infor- Faça no caderno

mações quantitativas que nos levam a compreender a


Atividades
origem de um fenômeno, interpretar processos históri-
Contribui para a ampliação de
DA EDITORA DO BRASIL
Observe o mapa e o perfil topográfico a seguir e responda às questões.
cos e sociais e até mesmo identificar aspectos ideológi-
cos. Observe a representação a seguir. 1 O continente europeu pode ser dividido em regiões com base em suas principais feições de relevo. Quais

vocabulário e para a completa


Europa: físico
são essas regiões? Localize-as no espaço europeu.
A fotografia da esquerda mostra a cidade de Acra, em Gana, 2021. Já a fotografia da direita mostra Londres, no Reino Unido,
1 Na sua opinião, a projeção cartográfica acima está corre-
Mario Yoshida

30°O 30°O 15° O 15° O 0° 0° 15°L 15°L 30°L 30°L 45°L 45°L 60°L 60°L
também 2021. Qual cidade parece pertencer ao Oriente e qual parece pertencer ao Ocidente? Na verdade, ambas estão localizadas
OCEANO GLACIAL ÁRTICO 2 Quais formas de relevo predominam no território europeu? Cite três exemplos.
Círcu Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO
lo Po culo Po
ta? Por quê? Registre sua resposta, em seguida converse
Mar deMar de
M

exatamente sob o Meridiano de Greenwich.


o de

lar
o de

lar BarentsBarents
ON

ON

Ártic Ártic

compreensão do conteúdo.
h

com os colegas e ouça o ponto de vista deles. o o


Meridian
nwic
Meridian
nwic

TE

TE

3 Caracterize os planaltos do continente europeu quanto à sua origem e formação.


Gree

Gree

S
R. Torre

S
R. Torre

I. Islândia
I. Islândia
Mar BraMnacro Branco a a
Atividade em grupo

1 Em grupos, analisem os fatores, principalmente culturais, que evidenciam as diferenças


UR

UR

gd gd
Fonte: Planejativo. Disponível em: https://app.planejativo. he he
OS

OS

4 O relevo é um importante fator geográfico para a ocupação humana. Relacione as principais feições de
160 Vic Vic
0 8 000 600°Nkm60°N
AV

AV

R.
AI

R.
AI

com/q/1120/geografia-1/projecoes-cartograficas.
entre Oriente e Ocidente. Analisem também os estereótipos e preconceitos dessas
IN

IN

S
ND

ND

Acesso em: 30 abr. 2022. 1 : 800 000 000 Lago Lago


relevo às formas de uso e apropriação do ser humano no continente.
CA

CA

visões generalistas. Depois, discutam o assunto com os demais colegas da turma. Onega Onega
a

a
S ES

S ES

Glittertind
Glittertind
khon

khon

2 472 m2 472 m Lago Lago


OCEANO
OCEANO
PE

PE

Su

Su

ndia Ladoga
ndia Ladoga
AL

AL

Para refletir
R.

ATLÂNTICO
R.

ATLÂNTICO da Finlâda Finlâ PlaníciePlanície


Sarmática
Sarmática a a
Golfo Golfo R. Volg R. Volg
ico

ico
Mar Bált

Mar Bált

Ilha Ilha Golfo Golfo PlanaltoPlanalto


de de
82 83 da da
Mar do
Mar do de Riga deR. Riga
Dvin R. Dvin Valdai Valdai
Bacia de Moscou
Bacia de Moscou
Grã- Grã-NorteNorte
Mar-Bretanha
a a
PlanaltoPlanalto 1 Leia o trecho a seguir, escrito pelo alpinista brasileiro Waldemar Niclevicz (1966-), e responda às questões.
Ilha da Ilha da Mar-Bretanha PlanaltoPlanalto
do Volga
Central Central do Volga
N N da da
IrlandaIrlanda
IrlandaIrlanda
R. Volga

R. Volga

Russo Russo
sa
R. Tâmi R. Tâmi
sa olonesaolone sa
R. VístulRa. VístuR.
ano-P ano-P
ie Germ Germ la PripatR. Pripat A escalada
O L Planíc Planície
R. Oder

O L
R. Oder

C C
R. Re

R. R.

Canal da Mancha R. D R. D Altitude (em metros)


Altitude (em metros) O Elbrus, com 5.642 m de altitude, é a maior montanha da Europa. Está situado no sul da Rús-
R. Elb

Canal da Mancha
ReElb

GerlachovskyGerlachovsky n n
C1GE9_U3_076_107_LE_CPE.indd 82-83 09/07/2022 00:31:01 R. R. Do Do
no

noa

2 655 m2 655 Rm. Din R. D


nie

Se
nie

S Se S R. R.
a

na na iesteriniester
sia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser
per

per

45°N 45° e e Glockner Glockner


R. D R. D
anúbio anúbio AcimaAcima
de 4000de 4000
N R. Loir R. Loir Marov Marov

Monte Monte 3 797 m3 797 m Elbrus Elbrus


B B PlaníciePlanície 3000 a3000
4000a 4000 indicado como a maior montanha da Europa, título dado pela maioria ao Mont Blanc (ponto cul-
RP

RP

BrancoBranco da da Az Az5 633 m5 633 m


4no807 m4no807 m E S E S
AT

AT

MaciçoMaciço Península
Central Central A L P L P
HungriaHungria Península CÁUC CÁUC 3 000a 3 000
2000 a2000
OS

OS

ASO ASO
R. A minante dos Alpes Europeus, com 4.807 m).
R. Róda

R. Róda

Pó R. Pó da Crimeia
da Crimeia

Tem o objetivo de promover


FrancêsFrancês 1500 a1500
2000a 2000
AL úbio úbio Mar Negro Mar Negro
PIR PIR M MDINÁ PEDINÁALPE R. Dan R. Dan
R. DouroR. Douro ENEUS ENEUS
AP
ar
APAd
ar S
AdRICO RICOS Estr. deEstr. de 1000 a1000
1500a 1500 [...]
Aneto Aneto EN ENriá riá S S BósforoBósforo
R. Tejo R. Tejo
PENÍNSULA 3 404 m3 404 I.mCórsega
PENÍNSULA I. Córsega IN
Vulcão Vulcão OS
INtic
OS o
tic
o BÁLCÃSBÁLCÃS 600 a 600
1000a 1000 O Elbrus é um vulcão extinto, e como todo vulcão tem suas encostas suaves, devido ao derra-
IBÉRICAIBÉRICA VesúvioVesúvio Olimpo Olimpo 400 a 400
600 a 600
A A I. Sardenha 1 277 m1 277 m
I. Sardenha
2 917 m2 917 m
Mar MarÁSIAÁSIA
mamento da lava. Não oferece dificuldades técnicas, comparado aos seus vizinhos do Cáucaso.

a interdisciplinaridade e o
Is. Baleares
Is. Baleares Mar Mar PINDO PINDO 200 a 200
400 a 400
Mar Mar
Egeu Egeu
Estr. deEstr.
Gibraltar
de Gibraltar
TirrenoTirreno Jônico
JônicoParnasoParnaso 100 a 100
200 a 200 Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800 m (ainda
Vulcão Vulcão
I. SicíliaI. Sicília Etna Etna 2 457 m2 457 m
3 357 m3 357 m
I. RodesI. Rodes 50 a 100
50 a 100 que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção).
0 0 406 406 812 km 812 km Mar Mediterrâneo I. Creta I. Creta
Mar Mediterrâneo 0 a 500 a 50 É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço e, perto
ÁFRICA
ÁFRICA

Olhar cartográfico diálogo com conteúdos de outros


PicosPicos
1 : 40 6001 000
: 40 600 000 dos refúgios, lixo de toda a espécie, principalmente grande quantidade de latas. Para se chegar
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 42. até o cume basta um par de bastões de esqui, botas duplas e grampões. Mas é preciso estar bem
Europa: aclimatado, pois são 5.642 m. A partida para o cume pode ser feita do local onde existia o Refúgio
Europa:perfil
perfiltopográfico
topográfico

componentes curriculares.
Priut II, a 4.100 m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.
Paula Haydee Radi

Seção que apresenta


Altitude [...]
Danúbio

Don

Volga
Douro

Ródano

Dnieper
Garonne

Dniester

(em metros) Escala horizontal


OCEANO ATLÂNTICO

Acima de 2 000 1:36 000 000 A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser
De 500 a 2 000 Escala vertical
De 200 a 500 1: 220 000
contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais
Exagero vertical

mapas e outros
Alpes De 0 a 200
164 vezes
alto da Europa.
Menos de 0
Maciço NICLEVICZ, Waldemar. Elbrus. Disponível em: www.niclevicz.com.br/elbrus. Acesso em: 7 abr. 2022.
Central
Pirineus Francês Cárpatos
a) Diferencie os dois montes citados no texto quanto à localização e ao conjunto de montanhas em que

recursos visuais,
Planície Planalto Depressão
da Hungria Central Russo Caspiana estão situados.
Europa: perfil topográfico A B C
b) Aponte as semelhanças entre eles, considerando a estrutura geológica e o relevo.
Altitude

como fotografias e
c) Com base no depoimento do alpinista, pode-se afirmar que esse local está ameaçado pelo turismo?
Danúbio

Don

Volga
Douro

Ródano

Dnieper
Garonne

Dniester

(em metros) Escala horizontal


OCEANO ATLÂNTICO

Acima de 2 000 1:36 000 000


De 500 a 2 000 Escala vertical
Explique.
De 200 a 500 1: 220 000
Alpes De 0 a 200 Exagero vertical Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara

ilustrações, para realizar Aprofunda e discute temas


Menos de 0 164 vezes Vaz. Atlas geográfico do estudante.
Maciço
Central
São Paulo: FTD, 2011. p. 119. Desafio
Pirineus Francês Cárpatos 1 Identifique as formas e as altitudes predominantes do relevo europeu.

atividades específicas
Planície Planalto
1 Pesquise em fontes confiáveis e descubra três vulcões em atividade na Europa. Obtenha informações

da atualidade relacionados ao
Depressão
da Hungria Central Russo
2 Analise o perfil Caspiana
topográfico e caracterize as formas do relevo europeu. sobre a última vez que entraram em atividade, o país em que estão e os possíveis impactos que causaram
A B C

3 Localize no mapa e pesquise em fontes confiáveis quais são as principais formas de ocupação e uso do
na região em que estão localizados.

com a cartografia. assunto abordado no capítulo.


solo das áreas de planície da Europa?

120 121

C1GE9_U4_108_139_LE_CPE.indd 120-121 09/07/2022 00:31:53

4
Ciência, tecnologia e sociedade
ção Mundial do Comércio (OMC) Os desafios das organizações
uma prática que remonta à Antiguidade. Depois de um grande
os XV e XVI, época das Grandes Navegações, o capital acumu-
internacionais Tem a finalidade de criar espaço para
manifestação de opiniões e de desenvolvimento
consolidação dos primeiros Estados modernos. Foi somente Apesar de ter sido criada com o objetivo de facilitar o comércio mundial, a
contudo, com o desenvolvimento das revoluções industriais, OMC é questionada por diversos líderes e organizações por não garantir trocas
e mercadorias aumentou significativamente, fomentando o comerciais e econômicas igualitárias entre os países. Muitos criticam o fato de

de habilidades essenciais para a cidadania,


onal. que algumas práticas da OMC favorecem os países desenvolvidos, coibindo
éculo XX, a velocidade com que as nações passaram a impor- de maneira desigual as ações protecionistas de outros, legitimam barreiras
dutos e mercadorias criou a necessidade de um organismo alfandegárias e taxam nações em desenvolvimento que tentam fazer o mesmo.

com foco em ciência e tecnologia.


rcio internacional. Assim, em 1947, na cidade de Genebra, na A consequência disso é que apenas alguns setores da sociedade conseguem se
Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (em inglês, beneficiar dos acordos comerciais, o que contribui para a estagnação econômica
nt on Tariffs and Trade – Gatt). Em 1995, esse órgão passou dos países envolvidos.
nização Mundial do Comércio (OMC) e atualmente é um dos Muitos estudiosos defendem que as relações comerciais e econômicas
órgãos mundiais. fomentadas pela OMC deveriam favorecer a melhoria dos padrões de vida e o
cipais ações da OMC é promover reuniões entre os países crescimento estável e amplo da renda, assegurar emprego às pessoas e expan-
acordos comerciais no âmbito mundial. Essas reuniões são dir a produção e o comércio de bens e serviços.
s, com destaque para a Rodada de Doha (Catar), que se ini- Desenvolvimento e crescimento econômico, por sua vez, não são sinônimos.
ntinua até hoje. Para que as condições de vida de uma população melhorem, a economia não deve
Faça no caderno

apenas crescer, mas também desenvolver o bem-estar social e garantir que os


m as rodadas cidadãos tenham condições tanto de consumir quanto de viver bem, com acesso
a trabalho, moradia, saúde, educação e alimentação balanceada. Em uma visão
Europa de pedal: turismo, economia
o principal assunto de uma rodada é a questão das barreiras A operação da imensa ciclovia aumentará a circulação de pessoas pelas fronteiras, somando-se ao
mais ampla, esse é um desafio para qualquer organização internacional.
tecionismo, prática adotada por muitos países que prejudica tráfego aéreo e rodoviário do continente, o que possivelmente exigirá algum mecanismo para diminuir a
economia dos países pouco desenvolvidos e emergentes. O e integração regional burocracia atual, exigida na passagem de um país para outro, a fim de evitar que as regras de migração
Juan Mabromata/AFP

protecionismo diz respeito a um conjunto provoquem filas de bicicletas nas regiões fronteiriças.
de medidas que protegem a indústria ou No mundo inteiro, cada vez mais pessoas optam pela bicicleta para se locomover em ruas e avenidas. Não somente os europeus deverão usar o circuito como rota de viagem ou cotidiana, seguramente
o comércio interno, dificulta as importa- Recentemente foi desenvolvido um projeto para possibilitar viagens de bicicleta em percursos mais longos, haverá outros usuários, como os turistas oriundos de todas as partes do planeta. Por isso, também serão
ções e a concorrência externa. entre cidades mais distantes e até entre países. necessárias ações de amparo a esses turistas. O mapeamento de consulados e embaixadas de diversos
Essas barreiras ficam evidentes nos O projeto, chamado EuroVelo, foi desenvolvido e financiado pelo órgão de turismo sustentável da União países é um exemplo de ação que pode ajudar os ciclistas, caso necessitem de algum apoio dos respec-
subsídios concedidos pelos governos, Europeia (UE) e pretende entregar, até 2020, uma gigantesca ciclovia, com 70 mil quilômetros de extensão, tivos países ou enfrentem problemas legais enquanto percorrem as ciclovias.
principalmente para o setor agrícola. formada por 14 rotas que interligarão 43 países, integrantes ou não da UE. O projeto é voltado principal- Podemos imaginar que a efetivação do projeto EuroVelo mudará a realidade dos locais pelos quais a ci-
mente àqueles que desejam viajar de bicicleta, mas não deixa de lado a população dos locais em que a clovia passará, indo muito além do desenvolvimento sustentável e da melhora da qualidade de vida. O trân-
Esses subsídios beneficiam os agriculto-
ciclovia passará, porque as pessoas poderão usar a estrutura nas atividades do dia a dia. sito de pessoas, a movimentação de dinheiro, a necessidade de alteração do espaço e o fato de as ciclovias
res, que passam a produzir por um preço
As rotas são identificadas por números de 1 a 14 e, muitas vezes, recebem também um segundo nome, envolverem países que não são membros da UE são fatores que alterarão a realidade geográfica da região.
baixo e podem lançar no mercado pro-
associado com a história dos lugares por onde atravessam. A mais famosa é a EuroVelo 13, com 10 mil
dutos mais em conta. Como resultado, a
quilômetros, também conhecida por Cortina de Ferro, uma menção à Guerra Fria, período do século XX no

Bibiana Castagna/Shutterstock.com
maioria dos países que exportam bens Conferência da Organização
qual o continente estava dividido entre Europa Oriental e Europa Ocidental.
primários, em especial produtos agríco- Mundial do Comércio. Buenos
Aires, Argentina, 2017.
las, não consegue vendê-los para nações

Depositphotos/Imageplus
desenvolvidas, o que constitui uma con-
corrência desleal. Ser cidadão
asileiro acionou a OMC diversas vezes, em especial para recla-
concedidos pelos Estados Unidos aos produtores locais de Sociedade civil organizada
m dos subsídios concedidos pela União Europeia aos países- Em todo o mundo, diversas organizações humanitárias e não governamentais
o para a produção de açúcar. Em ambas as ações, a organi- (ONGs), também chamadas Terceiro Setor, atuam de forma bastante significativa
de causa ao Brasil, por entender que esses subsídios eram e positiva nos mais variados setores da sociedade, como na preservação do meio
ambiente e na manutenção da saúde.
am as regras internacionais de comércio e, como consequên-
o país. 1. Reúna-se com alguns colegas e pesquisem em fontes confiáveis exemplos,
objetivos e atuações das ONGs de sua cidade ou região. Em seguida, discutam a
C, outras organizações internacionais e instituições financei-
importância dessas organizações na construção de um mundo melhor, mais justo
todas muito importantes para a regularização econômica e e saudável. Apresentem os resultados da discussão para os demais colegas.
nações.

35
Ciclistas em prática de atividade de lazer em trecho da EuroVelo 13. Moravia, República Tcheca, 2018.

Além de fomentar uma prática de viagem alternativa, o projeto gera discussão sobre sustentabilidade,
saúde, desenvolvimento, criação de empregos e circulação de pessoas.
09/07/2022 00:32:57
Ao defender o uso de bicicletas em lugar de veículos automotores impulsionados por derivados de pe-
tróleo, o projeto colabora para a manutenção das reservas desse recurso natural, o que diminui a emissão de
gases poluidores do ar e intensificadores do efeito estufa; além disso, colabora com a saúde da população,
incentivando-a a ser menos sedentária.
Outra decorrência é o fortalecimento do nicho de consumo ligado ao ciclismo. Os ciclistas precisam de

Ser cidadão
equipamentos e serviços especiais para suas bicicletas e para eles mesmos durante as jornadas. Por isso, Estacionamento de bicicletas próximo à praça Amager. Copenhague, Dinamarca, 2021.
está prevista a criação de uma estrutura completa para atender esse público, como oficinas, lojas para alu-
guel de bicicletas, acomodação, áreas de descanso e até mesmo transporte alternativo nas regiões muito
1 Responda às questões sobre o texto.
íngremes ou de difícil acesso. A criação desse nicho de mercado certamente movimentará a economia, in-
a) Você acredita que o projeto EuroVelo realmente aumentará a procura por um tipo de turismo alter-

Seção com objetivo


terferirá ainda mais no espaço geográfico ao redor das rotas e criará atividades trabalhistas em uma Europa
que vive forte crise de desemprego. nativo, por meio da bicicleta? Cite alguns prós e contras de viajar dessa maneira.
Além de ser um atrativo turístico – uma inovação nos locais por onde passarão –, das benesses à saú- b) Quais são as vias de acesso e os meios de transporte mais utilizados onde você vive? Você acredita

de apresentar
de e de ajudar a preservar o meio ambiente, as ciclovias podem alterar, e muito, a circulação de cidadãos, que um projeto como o EuroVelo pode ajudar na integração entre partes diferentes da cidade ou do
europeus e não europeus, integrantes ou não da União Europeia. bairro em que mora?

manifestação de opiniões
170 171

e de desenvolver
Faça no caderno

C1GE9_U5_140_175_LE_CPE.indd 170-171 09/07/2022 00:33:53

habilidades essenciais Fontes: MORTOS em terremoto no Nepal passam de 7 mil. BBC News Brasil, 3 maio 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2015/05/150503_nepal_montanhas_lk; VICHESSI, Beatriz. Como analisar fenômenos naturais como os terremotos. Nova Escola, 1º abr.
2010. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2311/como-analisar-fenomenos-naturais-como-os-terremotos; OS TERREMOTOS mais

para a cidadania.
graves no Japão na última década. G1, 7 dez. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/12/os-terremotos-mais-graves-no
-japao-na-ultima-decada.html. Acessos em: 13 abr. 2022.

Cristiane Viana
“Catástrofes naturais” não existem, 10 + Desconhecido. Provavelmente racharia o planeta.
pois eventos naturais não podem
ser considerados catástrofes. 9.1 – 10
Destruição em milhares de quilômetros.
Índia e Paquistão – 2005 China – 2008
1 por década
As catástrofes são sempre sociais. Mortos – 86 mil / Feridos – 100 mil Mortos – 85 mil / Feridos – 358 mil
Terremoto muito forte. Causa destruição total Ocorrido na província de Sichuan, no

Em foco
na comunidade atingida e em regiões próximas.
Com o epicentro na região do Himalaia,
8.1 – 9.0 centro da China, o terremoto foi sentido
o terremoto atingiu esses dois países.
Escala Richter 1 por ano
Brigas políticas agravaram a situação, pois no país todo. Mais de 80% das casas
foram destruídas. Além disso, toneladas de
Grande destruição em um raio de até 180 km. dificultaram o auxílio humanitário das regiões
6.1 – 7.0
A Escala Richter, idealizada pelo 120 por ano devastadas, que, por estarem em lugares de produtos químicos foram desenterradas,
somando-se a material radioativo que estava
sismólogo estadunidense Charles F. Causa danos em edificações. Pode ocasionar
difícil acesso na montanha, com o inverno
estocado em silos que se romperam. Esse
chegando, precisavam de toda ajuda possível.
Richter (1900-1986), mede a energia acidentes no solo.

Página dupla que apresenta um


5.1 – 6.0 material acabou sendo carregado para os
800 por ano Estima-se que 3,5 milhões de pessoas tenham
liberada por terremotos. Apesar de Tremor de objetos e ruído do choque entre eles.
ficado desabrigadas. lagos pelas chuvas.

não ser a única nem a melhor forma 4.1 – 5.0 Poucas chances de danos graves.
de medição, é a mais popular. 6 200 por ano

infográfico complementar aos


Quase imperceptível, mas pode causar pequenos
3.1 – 4.0 danos estruturais.
49 mil por ano 9
Não é perceptível, mas pode ser medido por equipamentos.
Causas de um terremoto Até 3.0

temas trabalhados na unidade.


9 mil por dia
8
7.8
Terremotos, ou abalos sísmicos, são tremores na 7.8
superfície terrestre. Eles podem ser causados por Japão – 2011
ocasião das atividades vulcânicas e movimentação Mortos – 20 mil / Feridos – 80 mil

das falhas geológicas, geralmente provocadas por Propenso a incidentes desse tipo, mesmo
pequenos deslocamentos entre as placas tectônicas. com pesquisas constantes na área e um
aviso prévio, o Japão foi assolado por
terremotos e tsunamis durante os meses
A crosta terrestre é formada por grandes blocos de março e abril de 2011. Eles causaram
falha normal destruição de mais de um milhão
rochosos, chamados de placas tectônicas ou
de casas e sérios estragos na usina
litosféricas, que se movimentam sobre o manto. Nepal – 2015 nuclear de Fukushima, o que provocou
falha inversa
Quando duas placas colidem e ficam uma sobre a imensuráveis danos ao meio ambiente.
Faça no caderno
falha transcorrente outra, o acúmulo de pressão e atrito entre elas gera Mortos – 7 mil / Feridos – 14 mil

fluxos de ondas sísmicas, causando terremotos. Próximo a Katmandu, o terremoto


provocou avalanches e deslizamentos
de terra nas montanhas,
O ponto de contato das placas é o Nas figuras foram utilizadas
interrompendo o acesso a diversas
Ilustrações: Luis Moura

hipocentro, local originário do terremoto. cores-fantasia. Os elementos


não estão representados partes do país. Em algumas cidades,
Faça as atividades a seguir e reveja o que você Por outro lado, 25% das famílias chinesas 8 Qual é a maior riqueza mineral do Oriente Médio? Qual éNaa superfície
importância econômica
da Terra, dela acima
exatamente para a regiãoproporcionalmente
e mais de 90% das casas foram
entre si e seu
aprendeu. mais pobres têm apenas 1% da riqueza chinesa. para o restante do mundo? dele, é o epicentro, local onde o tremor tamanho não corresponde ao destruídas, incluindo patrimônios
AFP. 82 milhões de chineses vivem na pobreza. Exame, 15 out. 2014. se manifesta e é percebido. tamanho real. históricos da humanidade. 9.1
Sistemas básicos de saúde ficaram
1 Volte ao mapa de densidade demográfica da Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/82-milhoes-de 9 A escassez de água no Oriente Médio é um importante aspecto para o qual os governos da região têm desativados, deixando o Nepal
-chineses-vivem-na-pobreza. Acesso em: 22 abr. 2022.
China na página 214 e responda: voltado sua atenção. Sobre isso, responda às questões a seguir. dependente de ajuda humanitária

a) O crescimento econômico de um país é ga- a) Quais são os fatores naturais relacionados a essa escassez?
Tsunamis de outros países.
a) Em qual região se encontra a maior concen- Indonésia – 2004
rantia de igualdade social? Justifique. Quando um terremoto atinge o fundo do oceano, ele causa tremores em seu leito, que propagam as ondas sísmicas na
tração humana? Identifique algumas razões b) Quais implicações políticas essa escassez tem gerado? Mortos – 226 mil / Feridos – 125 mil
água, produzindo ondas gigantes e de grande intensidade. Conforme elas se aproximam da praia, quebram, perdem
que contribuíram para a ocorrência desse b) Essa desigualdade apontada no texto tam- c) Como os governos da região
velocidade e setêm tentado
tornam reverterEssas
gigantescas. a escassez?
ondas gigantes são chamadas de tsunamis. Em 2004, ocorreu o maior tsunami registrado

fato. bém pode ser verificada no Brasil? Comente. 1 Os terremotos são eventos naturais; no entanto, não dei- nos últimos tempos, que causou a maior
devastação em solo. Um terremoto de
10 Faça o que se pede. xam de ser catástrofes sociais. Cite exemplos de possíveis
Ilustrações: Luis Moura

magnitude 9.1 atingiu a costa da Indonésia e


b) Em qual região há a menor concentração hu- 3 Apresente os setores industriais de destaque na a) O conflito Israel-Palestina iniciou-se na década de 1940 e até a atualidade continuam ocorrendo consequências dos terremotos para a sociedade. desencadeou um tsunami no Oceano Índico,
mana? Por quê? Índia. ataques militares e represálias. Que função o muro erguido pelo Estado de Israel em alguns trechos
levando destruição a 13 países. Estima-se
que 1,8 milhão de pessoas tenham ficado
2 Por que as regiões indicadas no mapa da Ásia são sus-
2 Leia o texto a seguir e responda às questões. da área de fronteira com os territórios palestinos assume em relação a esse cenário de conflito? desabrigadas, 469 mil edificações tenham
4 Leia o trecho de notícia a seguir e faça o que se cetíveis a terremotos? sido danificadas e o prejuízo tenha sido
Mais de 82 milhões de chineses vivem na pede. b) Relacione as características do terreno da região com a opção pela construção do muro. superior a 10 bilhões de dólares.

pobreza, com menos de um dólar por dia, Cinco civis indianos foram mortos e pelo 11 Qual é a aspiração do povo curdo? Onde seus componentes vivem na atualidade?
apesar dos vários anos de crescimento cons- menos 25 ficaram feridos nesta segunda-feira 206 207
tante que transformou a China na segunda 12 Observe a sequência de mapas a seguir e discorra sobre as modificações pelas quais passaram esses
em confrontos ao longo de um trecho da dis-
economia mundial. territórios no período representado.
putada fronteira da Índia com o Paquistão na
De acordo com a definição do governo região da Caxemira, o maior número de víti-
Evolução dos territórios de Israel e Palestina – 1947-2011
chinês, a pobreza se caracteriza por um mas desde que a Índia cancelou uma rodada C1GE9_U6_176_209_LE_CPE.indd 206-207 09/07/2022 00:34:42
Sonia Vaz/Studio Caparroz

35°L 35° L 35° L


rendimento anual inferior aos 2.300 iuanes de negociações de paz no mês passado. 1947 LÍBANO
1967 LÍBANO 2011 LÍBANO
(US$ 375, 295 euros), o que corresponde a A região himalaia da Caxemira tem sido
SÍRIA
menos de um dólar por dia. um ponto de discórdia entre Índia e Paquis- Haifa Haifa SÍRIA
Mar Mediterrâneo Lago de Tiberíades
No final do ano passado, 82 milhões de tão desde que os dois países se tornaram SÍRIA
Mar Mar
Mediterrâneo Mediterrâneo
chineses – em uma população total de 1,36 independentes da Grã-Bretanha em 1947.
bilhão – viviam sob este limite, afirmou Eles já travaram três guerras e chegaram
Rio Jordão

Cisjordânia
Tel Aviv Tel Aviv
à imprensa o encarregado de desenvolvi- perto de uma quarta em 2001. ESTADO
Ramallah Ramallah
mento, Zheng Wenkai. Além disso, há enfrentamentos esporádi- PALESTINO
Jerusalém Jerusalém

O Banco Mundial considera, por sua vez, cos ao longo da fronteira de fato, conhecida Jerusalém Belém Belém
za

TRANSJORDÂNIA Gaza Gaza


Ga

Para encerrar
que o limite da pobreza está em 1,25 dólar por como Linha de Controle.
de

CISJORDÂNIA CISJORDÂNIA
ixa

GAZA GAZA
Fa

BUKHARI, Fayaz. Cinco civis indianos morrem na fronteira com Paquistão. N


dia: isso quer dizer que 200 milhões de chine-
Exame, 6 out. 2014. Disponível em: http://exame.abril.com.br/mundo/

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ses estão na pobreza, se levarem em conta os cinco-civis-indianos-morrem-na-fronteira-com-paquistao/. ESTADO O L ISRAEL ISRAEL JORDÂNIA
DE ISRAEL JORDÂNIA
“critérios internacionais”, comentou Zheng. Acesso em: 23 maio 2022.
N N
S
“A maioria desses chineses vive em zonas

Essa seção é composta


a) Aponte fatores que explicam a discórdia entre EGITO 0 58 116 km O L O L
de risco de terremotos ou com infraestrutu- Índia e Paquistão na região da Caxemira. 1 : 5 800 000
ras muito precárias, o que complica os esfor- EGITO S EGITO S
b) Por que essa disputa é uma ameaça à segu- Território destinado 30° N 30° N
ços para tirá-los da pobreza”, assegurou. aos palestinos

por diferentes atividades


rança local e mundial?

DA EDITORA DO BRASIL
Israel depois da partilha da
30°N Palestina (ONU, 1947)
Na China, o país mais povoado do mundo, 0 40 80 km
Terras palestinas
0 40 80 km
Zona Internacional
Terras ocupadas
o PIB por habitante era de apenas 6.767 dóla- 5 Cite dois fatores responsáveis pelo desenvolvi- Limites da Palestina 1 : 4 000 000 por Israel 1 : 4 000 000

res no ano passado, ou seja, 13% do produto mento econômico do Japão.

e situações-problemas
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 103.
interno bruto dos Estados Unidos, segundo
6 Quais são as regiões ou os países considerados
um jornal oficial chinês, o Global Times.
Tigres Asiáticos? Qual foi o modelo adotado por
O crescimento econômico chinês – que

para você resolver


eles para alcançar um crescimento econômico Leia
chegou a 10% anuais, e agora está em torno
significativo? Expresso para a Índia, de Airton Ortiz (Record). O autor relata uma viagem fascinante à Índia, lugar de cultura
dos 7,5% – não impediu as desigualdades.
particular, tradições religiosas milenares e um povo diverso.
Segundo um estudo da Universidade de 7 Cite as bacias hidrográficas do Oriente Médio que se

desenvolvendo os
Passaporte para a China, de Lygia Fagundes Telles (Companhia das Letras). Este livro de crônicas é também um diário
Pequim, 1% das famílias controla um terço destacam por serem motivos de disputa por água. de bordo que mostra um olhar panorâmico da paisagem, dos costumes e da população chinesa na década de 1960.
da riqueza do país. Que países estão envolvidos em cada disputa?

244 245
conceitos abordados.
C1GE9_U7_210_245_LE_CPE.indd 244-245 09/07/2022 00:43:46

Ícones
Orienta a realização
Este selo indica o de atividade na
trabalho sobre um Tema moradia do estudante.
Indica materiais de terceiros
Atividade em dupla

Contemporâneo Transversal. Orienta a realização de


(leituras, sites, filmes e jogos)
atividade em dupla.
relacionados ao conteúdo da Faça no caderno

unidade. Traz também um


Atividade em grupo

Orienta a realização
breve comentário sobre cada Orienta a realização de
de atividade
um dos conteúdos indicados. atividade em grupo.
no caderno.

5
UNIDADE 1 Globalização .................................................................................................... 10
CAPÍTULO 1 – Globalização e Atividades ................................................................................. 26
mundialização .................................................................... 12
CAPÍTULO 3 – Blocos econômicos ......... 27
O mundo multipolar ....................................................................... 12
Globalização econômica............................................................. 13 Menos tarifas, mais competitividade ............................. 27
Modalidades de blocos econômicos ............................... 28
Mundialização do capitalismo e a expansão
das multinacionais ........................................................................14 Blocos econômicos: um breve panorama..................29
Olhar cartográfico ................................................................................16 Consumo, mobilidade e intercâmbio ............................. 30
Globalização e desigualdades.............................................17 Atividades ...................................................... 31
Um pouco mais sobre – Pandemia acentua déficit
educacional e exige ações do poder público ..................18 CAPÍTULO 4 – Organizações
Diálogo com Arte – Pela internet 2 ........................................19 internacionais..................................................................... 32
Atividades ..................................................... 20 A criação das organizações internacionais ............. 32
A ONU e a cultura de desenvolvimento .....................33
CAPÍTULO 2 – Multiplicidade cultural ....... 21 Um pouco mais sobre – Relatório do IPCC prova “o
fracasso da liderança global sobre o clima” ....................33
Um mundo, muitas culturas ................................................... 21
Organização Mundial do Comércio (OMC) ..............34
Diversidade cultural: patrimônio da
humanidade ........................................................................................22 Os desafios das organizações internacionais ....... 35
Minorias .................................................................................................22 Ser cidadão – Sociedade civil organizada .........................35
Um pouco mais sobre – Você sabia que existem Um pouco mais sobre – Ministério Público do
pessoas sem nacionalidade? São os apátridas.............24 Trabalho abre nova frente contra apps de transporte
Globalização e diversidade cultural ................................ 24 por vínculo de emprego ...................................................................36
Etnocídio .................................................................................................... 25 Atividades ......................................................37
Um pouco mais sobre – Você sabe o que é o Em foco – Grupos globais ..............................................................38
Kwanzaa? ....................................................................................................25 Para encerrar ............................................................................................40

UNIDADE 2 Produção, tecnologia e meio ambiente ............................ 42


CAPÍTULO 1 - Urbanização ................................44 Capítulo 3 - Industrialização e
Urbano e rural ...................................................................................... 44 trabalho ........................................................................................ 57
Urbanização .......................................................................................44 Transformações no trabalho .................................................. 57
Evolução tecnológica e trabalho .......................................58
Um pouco mais sobre – Ocupação ‘Hotel
Um pouco mais sobre – Consolidação das Leis do
Cambridge’ vira filme e moradores sonham com Trabalho ......................................................................................................59
fim do preconceito e com casa própria ...............................46 Potências industriais ..................................................................... 60
Industrialização e evolução agrícola..............................47 Desigualdades estruturais ....................................................... 61
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Problemas urbanos ......................................................................48 Um pouco mais sobre – O trabalho na 4a
Revolução Industrial ...........................................................................62
Diálogo com Matemática – Os "nem-nem" ............ 48
DA EDITORA DO BRASIL Atividades .................................................................................63
Atividades ..................................................... 49
CAPÍTULO 4 - Recursos naturais e
CAPÍTULO 2 - Segurança e
fontes de energia........................................................... 64
Insegurança alimentar ....................................... 50 Cadeia produtiva ............................................................................... 64
Importância da produção agropecuária ..................... 50 Matriz energética mundial........................................................ 65
Fome e desnutrição......................................................................... 51 Combustíveis fósseis ..................................................................65
Fontes renováveis e alternativas ......................................67
Um pouco mais sobre – Revolução verde .........................52
Um pouco mais sobre – Expansão de usinas eólicas
Fome e distribuição de renda ..............................................53 no país bate recorde em 2021, segundo Aneel ...........70
Olhar cartográfico ................................................................................53
Atividades ...................................................................................71
Políticas de combate à fome .................................................. 54 Em foco – A energia que vem do deserto .........................72
Atividades ..................................................... 56 Para encerrar ............................................................................................74
6

6
UNIDADE 3 Europa: colonização e influência mundial ......................76
CAPÍTULO 1 - Regionalização mundial: CAPÍTULO 3 – Transformações no
Ocidente e Oriente ........................................................ 78 território europeu ......................................................... 90
Duas metades do mundo .......................................................... 78 Primeira Guerra Mundial............................................................ 90
A cultura greco-romana ............................................................. 79 Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria ...................... 91
As Grandes Navegações..........................................................80 Leste Europeu: do Pós-Guerra à atualidade ...........93
O imperialismo europeu e o Oriente .............................80 Um pouco mais sobre – A derrubada do Muro de
Um pouco mais sobre – O mundo em três Berlim..............................................................................................................93
continentes.................................................................................................81 Olhar cartográfico ...............................................................................94
Diálogo com História – Onde começa e onde Atividades ................................................................................ 95
termina o Ocidente? ............................................................................82
CAPÍTULO 4 - Fim da URSS ................................ 96
Atividades ..................................................... 83
A queda do socialismo................................................................. 96
CAPÍTULO 2 - Hegemonia europeia ... 84 Conflitos no Cáucaso..................................................................98
Conflitos na Crimeia ....................................................................99
A geopolítica e a influência europeia ............................ 84
Um pouco mais sobre – De onde vem a ideia de
Um pouco mais sobre – Línguas indígenas no Brasil ..85 que a Ucrânia pertence à Rússia.......................................... 100
Colonialismo, neocolonialismo e poder ....................... 86 Iugoslávia.......................................................................................... 101
A Europa e os conflitos atuais ............................................86 Um pouco mais sobre – Uma longa transição: vinte
Diálogo com História – EUA conclui saída do anos de transformações na Rússia..................................... 102
Afeganistão e encerra sua mais longa guerra .............87 Atividades .............................................................................. 103
Um pouco mais sobre – O conceito de raça ....................88 Em foco – O valor da Ucrânia .................................................. 104
Atividades ..................................................... 89 Para encerrar ........................................................................................ 106

UNIDADE 4 Europa: aspectos físicos .................................................................. 108


CAPÍTULO 1 – Eurásia e CAPÍTULO 3 – Hidrografia................................. 122
regionalizações .............................................................. 110 Rios principais................................................................................... 122
Grande massa de terra ............................................................. 110 Outros rios e lagos do continente ............................... 125
Europa e Ásia: uma relação histórica ......................... 111 Os rios e o transporte................................................................ 125
Diálogo com História – A Rota da Seda ..................... 111 Um pouco mais sobre – Como é possível
Um pouco mais sobre – A Nova Rota da Seda recuperar um rio poluído? .......................................................... 126
chinesa ....................................................................................................... 112
Atividades ............................................................................... 127
Regionalizações da Europa .................................................. 113
MATERIAL DE DIVULGAÇÃOCAPÍTULO 4 – Clima e vegetação ....... 128
Um pouco mais sobre – Halford J. Mackinder ............ 113

DA EDITORA DO BRASIL
Atividades .................................................... 115 Fatores climáticos.......................................................................... 128
Tipos climáticos e tipos de vegetação....................... 130
CAPÍTULO 2 – Relevo ................................................. 116
Desmatamento e preservação .......................................... 133
Estrutura e formas do relevo .............................................. 116
Um pouco mais sobre – Consumo em países ricos
Um pouco mais sobre – Vulcão Etna ............................... 117
acelera desmatamento no Terceiro Mundo ................ 133
Um pouco mais sobre – Terremoto atinge região
central da Itália e provoca pânico ........................................ 118 Olhar cartográfico ............................................................................ 134
O relevo e as formas de uso da terra ........................ 119 Atividades .............................................................................. 135
Olhar cartográfico ............................................................................ 120 Em foco – Questões ambientais na Europa ................ 136
Atividades ................................................................................ 121 Para encerrar ........................................................................................ 138

7
UNIDADE 5 Europa: sociedade e economia ................................................. 140
CAPÍTULO 1 - População e CAPÍTULO 3 – Economia ..................................... 156
sociedade ................................................................................ 142 O espaço econômico europeu ........................................... 156
Multiculturalismo............................................................................ 142 Indústria............................................................................................. 157
Distribuição, estrutura e dinâmica Agropecuária e mineração ................................................. 159
populacional ........................................................................................ 143 Impactos ambientais................................................................... 161
Minorias étnicas............................................................................... 146 Olhar cartográfico ............................................................................ 161
Um pouco mais sobre – Espanha envia de volta ao
Marrocos 2,7 mil dos 6 mil migrantes que Atividades .............................................................................. 162
entraram em Ceuta .......................................................................... 146
CAPÍTULO 4 – Blocos econômicos
A imigração no continente.................................................... 147
Ser cidadão – Acolhimento de refugiados .................... 147
europeus ................................................................................... 163
Refugiados, uma questão atual ....................................... 148 União Europeia e Comunidade dos
Diálogo com Arte – Poesia imigrante ............................... 148 Estados Independentes............................................................ 163
Formação da União Europeia .......................................... 164
Atividades ................................................... 149
A economia da União Europeia ..................................... 166
CAPÍTULO 2 - Conflitos e Um pouco mais sobre – Quem é a troika por trás do
movimentos separatistas ............................150 resgate da Grécia?............................................................................ 166
O que motiva os movimentos separatistas?........ 150 A União Europeia no século XXI ................................... 167
Separatismo na Espanha ........................................................ 151 Formação da Comunidade de Estados
Independentes.............................................................................. 168
País Basco........................................................................................ 151
Catalunha ......................................................................................... 152 Atividades .............................................................................. 169
Reino Unido: a questão irlandesa e a Escócia ... 153 Ciência, tecnologia e sociedade – Europa de pedal:
Um pouco mais sobre – Diabos vermelhos: uma turismo, economia e integração regional ..................... 170
mania nacional ................................................................................... 154 Em foco – Euro .................................................................................... 172
Atividades ................................................... 155 Para encerrar ........................................................................................ 174

UNIDADE 6 Ásia: aspectos físicos ...........................................................................176


CAPÍTULO 1 - Localização e Um pouco mais sobre – Mar Morto ................................... 190
regionalizações ............................................................. 178 Atividades .....................................................191
Localização e países componentes .............................. 178
Limites geográficos e caracterização geral .......... 179
CAPÍTULO 3 – Hidrografia................................ 192
Um pouco mais sobre – Canal de Suez ......................... 179 Recursos hídricos........................................................................... 192
Regionalização ............................................................................. 180 Rios ........................................................................................................ 193
Mares e lagos ................................................................................ 196
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Um pouco mais sobre – Lago Baikal: o maior e
mais profundo lago do mundo ............................................. 183 Olhar cartográfico ............................................................................ 198
DA EDITORA DO BRASIL
Atividades ................................................... 184 Atividades ....................................................199

CAPÍTULO 2 - Relevo .................................................185 CAPÍTULO 4 - Clima e vegetação ...... 200


Formas do relevo ............................................................................ 185 Diversidade de climas e vegetação .............................. 200
Cadeias montanhosas............................................................ 186 Clima e formações vegetais .............................................. 200
Um pouco mais sobre – Primeiro brasileiro a Um pouco mais sobre – Chuvas de monção
escalar o Everest .............................................................................. 187 devem atingir a Índia mais cedo do que o habitual,
diz governo ............................................................................................ 203
Olhar cartográfico ............................................................................ 187
Questões ambientais .................................................................. 203
Diálogo com Ciências – Congestionamento no
Everest ...................................................................................................... 188 Atividades .................................................. 205
Planícies ............................................................................................. 189 Em foco – Terremotos .................................................................. 206
Planaltos............................................................................................ 189 Para encerrar ........................................................................................ 208

8
UNIDADE 7 Ásia: sociedade e economia ........................................................ 210
CAPÍTULO 1 - População e Olhar cartográfico ............................................................................ 227
sociedade ................................................................................. 212 Índia ............................................................................................................ 228
Ocupação humana ........................................................................ 212 Japão .......................................................................................................... 229
China: população, cultura e sociedade .................... 213 Tigres Asiáticos ............................................................................... 230
Diálogo com História – China fixa oficialmente a Atividades .............................................................................. 231
idade de sua civilização: 5800 anos .................................. 214 Ciência, tecnologia e sociedade – Tecnologia e
Índia: população, cultura e sociedade ...................... 217 desenvolvimento controverso: a Índia na onda da
Um pouco mais sobre – Uma sociedade em castas... 218 globalização........................................................................................... 232
Japão: população, cultura e sociedade .................... 219
CAPÍTULO 4 - Oriente Médio .......................234
Diálogo com Arte – Japão: uma cultura de valorização
Entre a Europa e o Oriente ................................................... 234
do idoso .................................................................................................... 220
Economia................................................................................................ 235
Atividades ............................................................................... 221 Petróleo e água............................................................................ 235
Guerras e conflitos regionais.............................................. 236
CAPÍTULO 2 - Conflitos e
O conflito árabe-israelense ............................................... 236
movimentos separatistas ............................222 Guerra Irã-Iraque ....................................................................... 238
Conflitos na Ásia ............................................................................ 222 Guerra do Golfo........................................................................... 238
Tibete ................................................................................................... 222 Guerra do Afeganistão.......................................................... 238
Taiwan ................................................................................................. 223 Guerra do Iraque ........................................................................ 239
Caxemira ........................................................................................... 224 Conflito na Síria .......................................................................... 239
Um pouco mais sobre – Independência da Índia ... 224 Um pouco mais sobre – O povo curdo: em busca
de autonomia........................................................................................ 240
Atividades ............................................................................. 225
Atividades ................................................... 241
CAPÍTULO 3 – Economia .................................... 226 Em foco – Imigrantes/Emigrantes........................................ 242
China .......................................................................................................... 226 Para encerrar ........................................................................................ 244

UNIDADE 8 Oceania ............................................................................................................. 246


CAPÍTULO 1 - Localização e CAPÍTULO 3 – Sociedade .................................. 259
ocupação ............................................................................... 248 Aspectos gerais ............................................................................... 259
Austrália.................................................................................................. 260
Características gerais................................................................. 248
Sociedade ......................................................................................... 260
Um pouco mais sobre – Polinésia Francesa ................ 249
Ocupação do território .......................................................... 260
A dominação europeia .............................................................. 250 Diálogo com História – Austrália pede desculpa
Atividades .............................................................................. 251 a aborígenes.......................................................................................... 261
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Nova Zelândia.................................................................................... 262
CAPÍTULO 2 - Aspectos físicos ................ 252 Atividades ............................................................................. 263
DA EDITORA DO BRASIL
Relevo........................................................................................................ 252 CAPÍTULO 4 - Economia .................................. 264
Um pouco mais sobre – Uluru ................................................ 253 Austrália.................................................................................................. 264
Um pouco mais sobre – Terromoto na Nova Zelândia e Ilhas do Pacífico .................................. 265
Nova Zelândia ...................................................................................... 254 Um pouco mais sobre – Oceania: problemas
ambientais ............................................................................................. 266
Clima e vegetação ......................................................................... 255
Atividades ............................................................................. 267
Olhar cartográfico ............................................................................ 257 Em foco – Fuso horário ................................................................. 268
Atividades ............................................................................ 258 Para encerrar ........................................................................................ 270

Referências .................................................................................................................................................................................................................................... 272


9

9
Objetivos da unidade
• Compreender a configuração da
Nova Ordem Mundial após o fim
da Guerra Fria.
• Identificar as características do pro-
cesso de globalização.
• Compreender as consequências
econômicas e sociais do processo
de globalização.
• Entender a multiplicidade de culturas
como patrimônio da humanidade.
• Identificar e valorizar as influências
de algumas minorias na formação
da cultura brasileira.
• Relacionar a globalização à diversi-
dade cultural.
• Entender o conceito de bloco
econômico.
• Identificar as diferentes modalida-
des dos blocos econômicos.
• Compreender o processo histórico
do surgimento das organizações
internacionais.
• Identificar os principais objetivos
da ONU e os níveis de atuação de
seus órgãos especializados.
• Contextualizar os principais de-
safios atuais das organizações
internacionais.

Introdução
Nesta primeira unidade, o estudo
é focado na mundialização do capita-
lismo e no processo de globalização
e suas consequências. Os estudantes
têm a oportunidade de conhecer a
multiplicidade cultural e sua impor-
tância no mundo contemporâneo, co-
nhecendo minorias e a relação entre
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
globalização e diversidade cultural.
Abordam-se também os blocos eco- DA EDITORA DO BRASIL
nômicos, suas principais características
e sua atuação na vida da população,
bem como o contexto histórico da
criação das organizações internacio-
nais, seus principais objetivos e seus Chinatown, bairro da cidade de Nova York.
Estados Unidos, 2021.
desafios.

Justificativa 10

A compreensão do conceito de
globalização e de seus impactos nas
a notar a influência da globalização nesses elementos.
escalas local e global é importante Levantamento de conhecimentos É provável que sejam listadas músicas e grupos internacio-
para a apreensão da realidade, uma
prévios nais (estadunidenses, londrinos e/ou coreanos); filmes e
vez que esse processo atinge a todos,
Para realizar uma sondagem dos conhecimentos pré- séries reproduzidos via streaming; moda ditada em desfiles
em diversos níveis. Diante da revo-
vios dos estudantes, inicie a aula fazendo um levantamento internacionais etc. Há elementos nacionais, como a cultura
lução na comunicação, nas relações
de elementos das culturas juvenis dos quais eles gostem. hip-hop, que têm origem estrangeira. Questione-os: Os ele-
de trabalho e nas novas tecnologias,
Quais são as músicas (estilo musical e grupos) que eles mentos culturais brasileiros têm o mesmo impacto em ou-
torna-se imprescindível o desenvolvi-
mais ouvem? A quais filmes, séries e canais de vídeo on- tros países que os elementos culturais estrangeiros têm no
mento do trabalho com novas ideias
-line eles mais assistem? Que estilos de dança e de ves- Brasil? Por que vocês imaginam que isso acontece? Esse um
e interpretações, constituindo o estu-
timenta eles preferem? A cada item listado, incentive-os bom momento para discutir hegemonia cultural.
dante como sujeito ativo da história.

10
Emily Marie Wilson/Shutterstock.com
Orientações
Com os estudantes, observe a
imagem e descreva os principais ele-
mentos encontrados. Incentive-os a
relacionar a paisagem da imagem às
paisagens que observam com mais
frequência no dia a dia. Apontem,
juntos, as semelhanças e as diferenças
entre elas. Para melhor visualização,

Globalização
as informações podem ser organiza-
das e sistematizadas em um quadro
na lousa.
As perguntas que dizem res-
peito à observação e à interpreta-
ção da imagem relacionam-se aos
conhecimentos prévios dos estu-
dantes e à sua reflexão sobre as ca-
racterísticas de seu lugar de vivência,
Quando observamos essa fotografia, supomos que ela retra-
evidenciando seu protagonismo no
ta uma cidade chinesa ou algum outro país do leste asiático.
processo de ensino-aprendizagem.
No entanto, trata-se de Chinatown, um bairro localizado em
Nova York, nos Estados Unidos, que abriga um dos maiores ½½ Respostas
grupos de imigrantes chineses no Hemisfério Ocidental.
1. Resposta pessoal. Incentive os estu-
dantes a pensar sobre as paisagens
1. Na cidade onde você mora, é possível ver marcas
de seus lugares de vivência, as quais
da globalização na paisagem, como acontece em
têm características relacionadas a
Chinatown?
elementos de estados, regiões ou
2. De que outras formas podemos observar a
países diversos.
globalização em nosso cotidiano?
2. Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes façam referência a ele-
mentos de seu cotidiano, como a
procedência das mercadorias consu-
midas, o intercâmbio de informações
e os elementos do campo artístico e
cultural, como a origem dos filmes
vistos, das músicas ouvidas, entre
outros exemplos.

Foco nos TCTs


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Nesta unidade, será trabalhado
o seguinte tema contemporâneo
DA EDITORA DONesta
BRASIL
unidade, você vai estudar: transversal:
• globalização econômica e suas desigualdades; • Diversidade cultural.
• mundialização do capitalismo e expansão das multinacionais;
• importância da identidade e da diversidade culturais;
• blocos econômicos;
• importância e desafios das organizações internacionais.

11

BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da
o desenvolvimento das competências e das BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento
habilidades a seguir. de atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência
Competências gerais 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9 escolar fundamentais para o fortalecimento do respei-
Competências específicas de Ciências Humanas to, solidariedade, organização, participação, cooperação,
2e4 protagonismo e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e
esses valores devem se relacionar às regras, aos espaços
Competências específicas de Geografia 1, 3, 5 e 6
e aos materiais escolares, no convívio entre professores,
Habilidades EF09GE02, EF09GE03, EF09GE05, funcionários e estudantes e no desenvolvimento das ati-
EF09GE14 e EF09GE15 vidades pedagógicas.

11
1
Objetivos do capítulo

Globalização e
• Compreender a configuração da
Nova Ordem Mundial após o fim
da Guerra Fria.
• Identificar as características do
processo de globalização econô- mundialização
mica decorrente da mundialização
do capitalismo e da expansão das
multinacionais.
• Relacionar a evolução tecnológica
com o processo de globalização. Neste capítulo, você vai estudar a mundialização do capitalismo, o processo de globali-
• Compreender as consequências zação e suas consequências.
econômicas e sociais do processo
de globalização.
O mundo multipolar
Pré-requisitos Novas relações políticas e econômicas passaram a organizar o espaço mun-
pedagógicos dial a partir da década de 1990. Após o declínio do socialismo e o fim da Guerra
O mundo multipolar, a globaliza- Fria, instaurou-se uma nova ordem mundial, denominada ordem multipolar.
ção econômica, a mundialização do Potências e lideranças, como Estados Unidos, Japão e países da Europa ociden-
capitalismo e as desigualdades são co- tal, passaram a se impor pelo poderio econômico-financeiro, e não mais pela
nhecimentos previamente trabalhados força militar.
no Ensino Fundamental (EF07GE05, A configuração geopolítica iniciada nesse período, e que se estende até hoje,
EF07GE06, EF08GE05, EF08GE07, tem sido caracterizada pela globalização e afeta sobretudo a economia. No cená-
rio global, houve expansão do mercado capitalista mundial, com amplo processo
EF08GE09), que se relacionam com
de abertura das economias, superação de fronteiras nacionais e desenvolvimento
os assuntos abordados neste capítulo.
Comércio do comércio multilateral, além da constituição de alianças econômicas regionais
O resgate dessas habilidades pode ser multilateral: relação por meio de blocos econômicos. Algumas nações também despontaram no pano-
de grande importância para o início da comercial entre mais
rama econômico mundial, como China, Brasil, Índia, entre outras.
de dois países; o
discussão sobre a globalização. comércio entre dois Esse processo foi marcado por avanços tecnológicos, alto nível de produ-
países denomina-se tividade, disponibilidade de capital, aumento da competitividade e qualificação
Orientações bilateral.
da mão de obra.
Ressalte que, para alguns estudio-
sos, a globalização não é um fenôme- Embora o termo globalização seja usado, em geral, para se referir à interligação
no exclusivamente contemporâneo. de atividades produtivas e à circulação e ao consumo de mercadorias, ele abrange
Segundo eles, o período das Grandes também o fluxo de pessoas, capitais, ideias, informações, cultura etc., que ocorre em
Navegações, nos séculos XV e XVI, todo o planeta.

que proporcionou a expansão co-


mercial e colonial europeia e se in- A globalização, portanto, é um processo mundial em que há uma interde-
tensificou a partir da segunda metade pendência de ordem econômica, política e cultural, que se acentuou na segunda
do século XIX, pode ser considerado metade do século XX em razão dos avanços nas áreas de telecomunicações e
o começo da globalização – ou da MATERIAL DE DIVULGAÇÃO transportes e nas tecnologias digitais da informação.

DA EDITORA DO BRASIL
mundialização, como alguns estudio-

Cadu Rolim/Fotoarena
sos se referem a esse fenômeno.

Navio cargueiro chinês no


porto da cidade de João
Pessoa (PB), 2021.

12

12
Orientações
Globalização econômica Verifique se os estudantes relacio-
Com o desenvolvimento do capitalismo industrial e financeiro, houve neces- nam a Revolução Técnico-Científico-
sidade de nova circulação de matérias-primas e mercadorias, de especialização -Informacional com a incorporação
da mão de obra e de ampliação do mercado consumidor. O crescimento das da pesquisa, do conhecimento tecno-
grandes empresas levou à formação de gigantescos complexos industriais – as lógico (biotecnologia, nanotecnologia
multinacionais e transnacionais –, que se espalharam pelo mundo. etc.) e das tecnologias de informação
A globalização econômica, caracterizada pela crescente abertura econô- e de automação à produção industrial.
mica e comercial entre os países e pela adoção do chamado Estado mínimo
(menor participação do Estado na economia), está atrelada às ideias neoliberais Neoliberal: referente
ao conjunto de
Atividades
implementadas entre o fim da década de 1970 e o início dos anos 1980 na
Inglaterra e nos Estados Unidos.
ideias associadas complementares
ao liberalismo
Todos esses fatores, acrescidos das atribuições promovidas pela Revolu- econômico, que 1. Solicite aos estudantes que verifi-
defende a livre- quem as etiquetas de suas roupas,
ção Técnico-Científico-Informacional, alteraram de forma mais intensa e com
-concorrência, a
grande rapidez o panorama produtivo mundial. pouca participação do de seus calçados e de outros objetos
Com a modernização dos meios de comunicação e dos sistemas de trans- Estado na economia, que tenham consigo, para identifica-
a iniciativa privada,
porte, houve também aumento crescente do comércio internacional, com o entre outros fatores. rem o país de origem desses itens.
incremento de importações e exportações de produtos e mercadorias. Escreva na lousa os nomes dos paí-
As últimas décadas do século XX caracterizaram-se pela expansão capita- ses identificados nessas etiquetas,
lista no mundo e pela aceleração do processo de globalização da economia, o que de modo que eles percebam que
intensificou o fluxo internacional de comércio e de capitais que se mantém até hoje.
muitos dos produtos que utilizamos
foram produzidos em outros países.
Cavan Images/Alamy/Fotoarena

Na sequência, peça-lhes que reflitam


e formulem hipóteses sobre o que
permite que haja esse intercâmbio
comercial entre países e quais são
suas vantagens e desvantagens. A
reflexão, a formulação de hipóteses
e a participação nessa discussão
proporcionam maior protagonis-
mo dos estudantes no processo de
ensino-aprendizagem.

O uso de computadores e o maior acesso à internet proporcionaram um grande salto na


comunicação, na produtividade e no desenvolvimento de novas tecnologias, permitindo o
surgimento de diferentes formas de trabalho. Na fotografia, mulher trabalha em home office.
Roanne, França, 2022.
Ceri Breeze/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

A evolução dos meios de


transporte contribui para o
fluxo internacional do comércio.
Londres, Reino Unido, 2018.

13

Foco na BNCC
Competência geral 5 tecnologias digitais de forma reflexiva. Ao trabalhar
Competência específica de Ciências Humanas 2 os temas propostos, os estudantes também
utilizam conhecimentos geográficos para entender
Competências específicas de Geografia 1 e 5 a interação entre a sociedade e a natureza, além de
O conteúdo que trata dos temas da globalização utilizar práticas de investigação para compreender
econômica e da expansão das multinacionais o meio técnico-científico e informacional.
possibilita aos estudantes compreender o uso das

13
Orientações
Retome com os estudantes a lógica
Mundialização do capitalismo e
estabelecida pela Divisão Internacio- expansão das multinacionais
nal do Trabalho (DIT) clássica, segundo A mundialização do capitalismo e a economia globalizada levaram a uma
a qual aos países subdesenvolvidos nova distribuição espacial das indústrias e provocaram grandes mudanças na
cabiam a exportação de produtos pri- organização produtiva dos países. Isso foi possível por causa da expansão das
mários para os países desenvolvidos multinacionais, empresas que têm matriz em um país e desenvolvem atividades
e a importação de produtos indus- em diversas outras nações por meio de filiais.
trializados provenientes das nações A partir de meados do século XX, a fabricação de mercadorias passou
mais ricas. Essa retomada poderá ser a ser feita em diferentes países, de acordo com as vantagens que cada um
realizada de maneira interdisciplinar oferecia. Isso causou uma significativa expansão de capitais, provenientes das
com História. nações mais ricas e industrializadas (como Estados Unidos, Japão e países
da Europa ocidental), para as mais pobres, que ofereciam vantagens lucrati-
Instrua os estudantes a observar
vas, como mão de obra barata, oferta de matérias-primas e recursos naturais,
a tabela “As maiores empresas, país
Carga tributária: menor carga tributária etc.
de origem e suas receitas – 2021”. Na cobrança de impostos A interferência das grandes corporações na economia dos países também
sequência, explique que, atualmente, feita pelo Estado.
contribuiu para mudanças nos padrões de consumo e em outros hábitos da
as empresas com maiores valores no população.
mercado mundial estão nos Estados Atualmente, as multinacionais são responsáveis pelo vertiginoso cresci-
Unidos e na China. Se possível, apre- mento do comércio em âmbito mundial. Algumas dessas empresas chegam a
sente o PIB de alguns países aos es- ter um faturamento maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) de um único
tudantes e peça-lhes que comparem país. Observe a tabela a seguir.
os valores de mercado das empresas
mostradas na tabela com o PIB de al- As maiores empresas, país de origem e suas receitas – 2021
guns países. Disponível em: https://
hdr.undp.org/data-center/country Posição da empresa Valor da receita (em
Origem
-insights#/ranks (página em inglês). no ranking milhões de dólares)
Acesso em: 9 jun. 2022.
1a Estados Unidos 559,1

2a China 386,6

3a Estados Unidos 386,0

4a China 283,9

5 a
China 283,7

6 a
Estados Unidos 274,5

7a Estados Unidos 268,7

8a Estados Unidos 257,1

9a Japão 256,7
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A tabela mostra o ranking das
maiores empresas multinacionais 10 a
Alemanha 253,9
DA EDITORA DO BRASIL e suas receitas em 2021.
Fonte: GLOBAL 500. Fortune, 2021. Disponível em: https://fortune.com/fortune500/2021/search/.
Acesso em: 28 mar. 2022.

A globalização econômica foi decisiva para o surgimento da Nova Divisão


Internacional do Trabalho (NDIT), na qual países que produziam exclusiva-
mente gêneros primários (commodities) passaram a receber indústrias e, con-
sequentemente, produzir em larga escala e exportar bens manufaturados.

14

Foco na BNCC
Competência geral 1 interpretações (globalização e mundialização),
Competência específica de Geografia 6 valorizando e utilizando conhecimentos
historicamente construídos sobre o mundo físico,
Habilidades EF09GE02 e EF09GE05 social e cultural, para entender e explicar a realidade,
O conteúdo desta página permite aos estudantes usando argumentos com base em informações
analisar a atuação das corporações internacionais geográficas e debatendo e defendendo ideias
na vida da população em relação ao consumo e à e pontos de vista que respeitem e promovam a
cultura. Permite também analisar fatos e situações consciência socioambiental e o respeito ao outro,
para compreender a integração mundial (econômica, sem preconceitos de qualquer natureza.
política e cultural), comparando as diferentes

14
A partir de 1960, a NDIT possibilitou o aparecimento de uma nova catego-
ria de países, os Novos Países Industrializados, que receberam investimentos
estrangeiros para promover a industrialização. Brasil, México, Coreia do Sul e
Singapura são alguns exemplos.
humphery/Shutterstock.com

Trabalhadores montam aparelhos de ar-condicionado que serão exportados para a Europa. Jiujiang,
China, 2020.

Novas potências econômicas e industriais emergiram no século XXI e suas


economias têm se desenvolvido em um ritmo acelerado e constante, como resul-
tado da internacionalização de suas empresas e do aporte de capital. A China, por
exemplo, abriu sua economia para os moldes capitalistas; outros países emergen-
tes, como a Índia, o Brasil e a África do Sul também se destacam nesse cenário.
A China é considerada o “dragão industrial” da atualidade e tem feito gran-
des investimentos em países da África. Além de dispenderem recursos no setor
de infraestrutura, os chineses dedicam-se à extração de minérios e buscam fon- Veículo leve sobre trilhos
(VLT) na capital Adis Abeba
tes que satisfaçam sua demanda por petróleo. Há empresas chinesas instaladas
(Etiópia), construído por
na Ásia e na Europa; as indianas se fixaram na Europa e nos Estados Unidos; e meio de parceria estabelecida
as brasileiras têm expandido seus negócios pela América Latina e pela África. pelo país africano com a
China, 2019.
Matyas Rehak/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

15

15
Faça no caderno

Orientações
Auxilie os estudantes na leitura do
mapa. Explique à turma que esse é Observe o mapa a seguir e responda às questões.
um mapa de fluxos e que a grandeza
do volume de exportações e impor- Planisfério: comércio global e regional – 2015
tações pode ser verificada de acordo

Allmaps
com a espessura das setas.
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO

½½ Respostas Círculo Polar Ártico


CEI
AMÉRICA
Olhar cartográfico DO NORTE
EUROPA

1. Sim. Quando se observam os fluxos


comerciais representados no mapa, ORIENTE
Trópico de Câncer
nota-se que a China mantém rela- MÉDIO
OCEANO
ções comerciais com países de todos OCEANO
PACÍFICO OCEANO PACÍFICO
os continentes. Equador ATLÂNTICO ÁSIA E 0°
OCEANO AUSTRÁLIA
2. Com os países da Europa Ocidental, AMÉRICA ÍNDICO
ÁFRICA
os Estados Unidos e o Japão. Trópico de Capricórnio
N
DO SUL E
CENTRAL

Meridiano de Greenwich
3. Atividade livre de pesquisa. As res- O L

postas esperadas são: S

a) Aparelhos eletrônicos, produtos 0 2 400 4 800 km

industrializados feitos de plás- 1 : 240 000 000


Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
tico, calçados, vestuário, entre
outros.
b) Minério de ferro, carne, soja, en-
tre outros. Comércio - 2015
(Em bilhões de dólares)
Fluxos comerciais – 2015
(Em bilhões de dólares)
7 000
c) A alta demanda de produtos No interior da
região econômica
Menos de 50
3500 50–200
importados pela China pode Com outras
regiões econômicas
200–400

impactar os preços dos produ- 1000 400–800


Mais de 800
tos fabricados e comercializados
no Brasil, causando o aumento
desses preços, entre outras pos-
SIMIELLI, Maria Elena R. Geoatlas. 35. ed. São Paulo: Ática, 2019. p. 32.
sibilidades.
d) Sim. A maior participação da
China na exportação e impor- 1 É possível afirmar que a China está conectada com a economia internacional no mundo globalizado?
tação no fluxo comercial mun- Explique.
dial provoca maior disputa por
commodities e produtos indus- 2 Com quais continentes ou países a China mantém os mais representativos fluxos comerciais?
trializados. Isso pode causar o
3 Faça uma pesquisa em fontes confiáveis e descubra:
aumento de preços em razão de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
maior demanda e de menor dis- a) Quais são os principais produtos exportados pela China para o Brasil?
ponibilidade de produtos para
outros mercados e, eventual-
DA EDITORA DO BRASIL
b) Quais são os principais produtos importados pela China do Brasil?

mente, levar à adoção de polí- c) De que forma a relação comercial entre Brasil e China influencia o mercado interno brasileiro?
ticas agressivas de aumento de d) É possível afirmar que a ascensão da China no cenário econômico global afeta a relação que os Es-
tributação de produtos impor- tados Unidos têm com outros países? Por quê?
tados, nos Estados Unidos, para
produtos de origem chinesa.

16

Foco na BNCC
Competências gerais 2 e 4 sobre diversidade, diferenças e desigualdades, no
Competência específica de Geografia 3 intuito de desenvolver a autonomia e o senso crítico
para a compreensão e a aplicação do raciocínio
Habilidades EF09GE05, EF09GE14 e EF09GE15 geográfico na análise da ocupação humana e da
O conteúdo desta página permite aos estudantes produção do espaço. Além disso, exercitarão a
analisar fatos e situações para compreender a curiosidade intelectual e a abordagem própria
integração mundial (econômica, política e cultural). das ciências por meio da investigação, da reflexão
Para isso, eles trabalharão a comparação de diferentes e da análise crítica. A análise do mapa também
interpretações (globalização e mundialização) e a possibilita aos estudantes comparar e classificar
leitura de mapas temáticos e esquemáticos, para diferentes regiões do mundo com base em
analisar, sintetizar e apresentar dados e informações informações econômicas.

16
Foco na BNCC
Globalização e desigualdades
Competência específica de
Embora caminhe paralelamente à expansão do mercado mundial, a Geografia 6
globalização afeta o mundo de modo desigual. Algumas regiões estão muito
A discussão sobre
mais integradas do que outras a esse processo, o que acentua as diferenças
globalização e desigualdades
entre as economias dos países. Com isso, intensificaram-se as tensões entre os
possibilita construir
interesses dos países desenvolvidos e os chamados “emergentes”.
argumentos com base nas
Muitos países de economia primária que se industrializaram nas últimas Ciências Humanas e voltados
décadas ainda apresentam diferenças em relação às nações mais ricas. Nos ao bem comum e
países menos desenvolvidos, com a escala globalizada de produção, apenas à construção de uma
uma minoria da população é privilegiada, enquanto a maior parte não usufrui sociedade justa.
dos bens e das riquezas produzidos.
Embora a globalização tenha integrado o mundo e encurtado distâncias,
criando a denominada “aldeia global”, o que fez as pessoas se aproximarem
cada vez mais, os benefícios não chegam a todos os indivíduos. Apenas uma Automação:
pequena parte da população tem acesso a tudo o que a internet oferece. sistema pelo qual
Para muitos estudiosos, a globalização e o desenvolvimento tecnológico os mecanismos
tecnológicos
não estão atendendo às aspirações das pessoas por uma vida melhor, sobre- controlam o próprio
tudo no campo profissional. Atribui-se à automação nas empresas a causa funcionamento, com
cada vez menos
desse cenário, cujos efeitos já são sentidos em muitas áreas industriais e de
interferência humana.
serviços, nas quais as máquinas substituem o trabalho humano.
Karim Sahib/AFP

Turistas visitando um restaurante


de luxo na cidade de Dubai,
Emirados Árabes Unidos, 2020.
Aloisio Mauricio/Fotoarena

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Produtos são descartados em
caçambas e consequentemente
servem de alimento para
pessoas em situação de
vulnerabilidade social. São Paulo
(SP), 2020.

17

17
Orientações Faça no caderno

Faça com a turma uma leitura me-


diada do texto da seção Um pouco
mais sobre. Na sequência, organize Pandemia acentua déficit educacional e exige ações do poder público
uma roda de conversa e discuta com Há 17 meses – fevereiro de 2020 –, o primeiro caso de infecção por coronavírus foi registrado
os estudantes como eles utilizam os no Brasil. Diante da pandemia, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a substituição das
meios de comunicação. Depois, pro- aulas presenciais pelo modelo remoto para as instituições de ensino superior e, pouco depois,
mova um breve debate sobre como para a educação básica. [...]
as comunicações aconteciam antes Quase um ano e meio após a autorização original, o Instituto Nacional de Estudos e Pes-
da internet e quais benefícios e as- quisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o primeiro levantamento com os impactos
pectos negativos a internet propor- causados pelo vírus. A pesquisa Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil, que
ciona a estudantes e adolescentes. contempla toda a educação básica, aponta que 9 em cada 10 escolas (90,1%) não retornaram às
Caso considere pertinente, comen- atividades presenciais no ano letivo de 2020. [...]
te alguns possíveis usos da internet, Ainda segundo o Inep, o Brasil registrou uma média de 279 dias de suspensão de ativida-
des presenciais durante o ano letivo de 2020, não sem consequências sérias. O estudo Perda
como ler e-books e compartilhar ima-
de Aprendizagem na Pandemia, uma parceria entre o Insper e o Instituto Unibanco, estima
gens, músicas, tirinhas, obras de arte
que, no ensino remoto, os estudantes aprendem, em média, apenas 17% do conteúdo de
e textos, isso sem contar a possibili-
matemática e 38% do de língua portuguesa, em comparação com o que ocorreria nas aulas
dade de conhecer pessoas e lugares
presenciais. [...]
de todas as partes do mundo. Logo,
a internet pode ser utilizada para os Impactos financeiros
mais diversos fins. Ao longo dos anos, pesquisadores constatam que a educação e a renda andam lado a lado.
Quanto maior o nível educacional, maiores os ganhos no mercado de trabalho. Assim, a queda
½ Respostas nos indicadores de aprendizado poderá resultar em um grande prejuízo financeiro, em um
futuro próximo, para esses estudantes e para o país.
Um pouco mais sobre
De acordo com a referência usada pelo estudo Perda de Aprendizagem na Pandemia, do
1. Isso poderá potencializar um pro- Insper, um jovem com ensino médio completo acumula uma média de R$ 430 mil ao longo de
cesso de estagnação da economia toda a vida. No cenário atual, os pesquisadores estimam que a perda de proficiência em mate-
nacional em comparação com o mática, por exemplo, acarreta na diminuição de até R$ 21 mil na remuneração futura de cada
desenvolvimento de outros países. estudante que concluir o ensino médio em 2021. Na pior das hipóteses, a queda pode chegar a
2. Poderá acontecer maior processo 10% do total que ele alcançaria durante a vida — cerca de R$ 43 mil reais. [...]
de marginalização desses jovens, Empregabilidade
que poderão ficar sujeitos a receber Existe uma relação muito forte entre a educação de qualidade e a empregabilidade, pois
baixos salários ou realizar atividades todo esse processo tem forte influência na inclusão produtiva de jovens. A evasão escolar e/
ligadas à informalidade. ou o déficit educacional causado pela pandemia cria sérios riscos para o presente e o futuro
dessa que é a maior geração de jovens da história do país. Os impactos também são sentidos
na economia, com o risco de desengajamento e o aumento da lacuna de competências, além do
impacto direto na produtividade do país e na capacidade do Estado de fazer investimentos em
políticas sociais no curto, médio e longo prazo. [...]
AGÊNCIA SENADO. Pandemia acentua déficit educacional e exige ações do poder público. 16 julho 2021. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/07/pandemia-acentua-deficit-educacional-e-exige-acoes-do-poder-publico.
Acesso em 2 jun. 2022.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Após a leitura atenta do texto, responda às perguntas a seguir.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Segundo o texto, uma parte das crianças e dos adolescentes teve certo comprometimento em seus
estudos durante o período mais grave da pandemia. O que isso acarretará na economia brasileira?

2 Do ponto de vista socioeconômico, o que poderá acontecer com esses jovens que sofreram compro-
metimento educacional?

18

18
Faça no caderno
Orientações
Arte A canção faz referência à inserção
da tecnologia da informação no coti-
Pela internet 2 diano das pessoas. Esta atividade pos-
Gilberto Gil, cantor e compositor baiano, compôs uma música com o objetivo de que ela fosse a pri- sibilita o trabalho interdisciplinar com
meira transmitida em tempo real pela internet no Brasil. A canção “Pela internet” foi lançada via streaming Língua Portuguesa e Arte.
em 1996.
½ Respostas
Em 2018, mais de vinte anos depois, Gil lançou “Pela internet 2”, enfatizando as mudanças tecnoló-
gicas ocorridas desde o lançamento da primeira canção. Veja um trecho dessa música a seguir. Diálogo com Arte
Pela internet 2 1. Criptomoedas, bitcoins e loja digi-
tal são elementos característicos
[...]
o desejo agora é garimpar
da Revolução Técnico-Científico-
Nas terras das serras peladas virtuais -Informacional. O trecho da canção
As criptomoedas, bitcoins e tais evidencia as mudanças comporta-
mentais, de trabalho e na relação do
Novas economias, novos capitais ser humano com a comunicação, o
Se é música o desejo a se considerar tempo e o espaço, que alteraram as
É só clicar que a loja digital já tem formas de apreensão e comparti-
[…] lhamento do conhecimento e são
GIL, Gilberto. Pela internet 2. Disponível em: decorrentes do uso do computador
https://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/pela-internet-2.html.
Acesso em: 28 mar. 2022. e da internet.
2. As moedas virtuais, assim como as
radoma/Shutterstock.com

moedas dos países, estão sujeitas a


variações de valor em função de osci-
lações no mercado. Diferentemente
das moedas comuns, elas não são
de um país específico. São criadas
pelo mercado privado de tecnologia
e podem ser convertidas em outras
moedas, bem como ser utilizadas em
transações comerciais específicas.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 Identifique na letra daDA EDITORA
canção DOcaracterísticos
elementos BRASIL da Revolução Técnico-Científico-Informa-
cional. Aponte algumas consequências dessa revolução na vida das pessoas e em sua relação com o
conhecimento, o tempo e o espaço.

2 Faça uma pesquisa em fontes confiáveis sobre o que são e como funcionam as
moedas virtuais e de que modo elas impactam o mercado financeiro.

19

19
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½½ Respostas
1 Descreva aspectos de seu cotidiano em que você pode perceber a globalização.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes apontem aspectos co- 2 Cite fatores que contribuíram para o desenvolvimento do processo contemporâneo de globalização
muns a pessoas de diversos países, econômica.
como o modo de se vestir; os mode-
3 Leia a frase a seguir e dê exemplos da expressão em destaque.
los de beleza; os diversos produtos
industrializados e comercializados;
A década de 1990 foi marcada pela aceleração do processo de globalização da economia, o que intensificou o
as redes de comunicação; os even-
fluxo internacional de comércio e de capitais, facilitado pelas inovações tecnológicas.
tos culturais, artísticos e esportivos;
entre outros.
4 Que alterações as empresas multinacionais promovem no espaço geográfico e na economia dos países?
2. O desenvolvimento do capitalismo
industrial e financeiro, a necessi- 5 Com base na imagem ao lado, res-

soualexandrerocha/Shutterstock.com
dade de novos fluxos e rotas de ponda às questões.
circulação de matérias-primas e a) Qual é a importante característi-
mercadorias, a especialização da ca da globalização representada
mão de obra, a expansão do mer- na imagem? Justifique.
cado consumidor, o fortalecimento b) Na globalização, para intensifi-
de ideias neoliberais, o surgimento car o fluxo de mercadorias e de
de novas tecnologias e o desenvol- negócios, os Estados nacionais
vimento dos meios de transporte. também passam por mudanças.
3. Resposta pessoal. Os estudantes Cite uma delas.
podem citar o desenvolvimento da Navio de transporte de
informática, das telecomunicações e contêineres. Itajaí (SC), 2020.
da internet, entre outras inovações.
6 A partir da metade do século XX ocorreram mudanças na distribuição da produção mundial. Muitos países
4. Essas empresas têm sede (matriz) em
que, até então, só exportavam produtos primários passaram também a exportar produtos industrializados
um país e filiais espalhadas por di- e bens de consumo. Qual é o nome dessa reorganização econômica mundial?
versos outros países. Elas promovem
alterações na distribuição espacial Para refletir

Dim Tik/Shutterstock.com
das indústrias pelo mundo, transfe-
Ajude!
Aju
Ajud
ud
dee!!
e
rência de capitais provenientes de 1 A globalização trouxe benefícios
países mais desenvolvidos para os à economia de muitos países, mas
menos desenvolvidos, mudanças no também gerou desigualdades mun-
padrão de consumo e nos hábitos diais em vários setores e modifica-
das populações dos países, cresci- ções na estrutura produtiva.
mento do comércio mundial etc. • Observe a ilus-
Atividade em grupo

5. a) A imagem retrata o desenvolvi- tração e discuta


mento dos meios de transporte com os colegas:
A que consequência da globa-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
na atualidade. Essa característica
lização a imagem faz referência
está relacionada ao aumento
da circulação de mercadorias eDA EDITORA DO BRASIL e qual é sua causa?
pessoas entre diferentes países.
Os portos, o comércio interna-
cional, a integração de econo-
mias, a sociedade de consumo
e a mundialização de marcas e
produtos também podem ser
destacados como características 20
da globalização.
b) Resposta pessoal. Espera-se
que os estudantes indiquem a
abertura comercial, com o ob- Para refletir
jetivo de favorecer as trocas en- 1. Os estudantes podem apontar que, com a globalização,
tre os países, como a principal muitas vagas de trabalho foram eliminadas em razão do
mudança dos Estados na glo- desenvolvimento tecnológico e das modificações na es-
balização. trutura produtiva. Essas mudanças foram geradas pela
6. Nova Divisão Internacional do acirrada competitividade entre as empresas e pela busca
Trabalho. constante de lucros.

20
2
Objetivos do capítulo

Multiplicidade
• Entender o conceito de multicul-
turalismo.
• Entender a multiplicidade de

cultural culturas como patrimônio da


humanidade.
• Entender o conceito de minorias.
• Identificar e valorizar as influências
de algumas minorias na formação
da cultura brasileira.
No capítulo anterior, você estudou a mundialização do capitalismo, o processo de globa- • Relacionar globalização à diversi-
lização e suas consequências. Neste capítulo, você vai estudar a multiplicidade cultural
dade cultural.
e sua importância no mundo contemporâneo.
• Compreender o conceito de
etnocídio.

Um mundo, muitas culturas Pré-requisitos


A multiplicidade cultural, ou multiculturalismo, refere-se à diversidade de pedagógicos
manifestações, pensamentos, costumes, organizações familiares, linguagens, A multiplicidade cultural e sua in-
rituais, tradições, etnias, entre outros aspectos, que caracterizam grupos que fluência na formação da cultura
habitam um mesmo território. nacional, além do processo de globali-
A cultura, por sua vez, é o conjunto de símbolos, hábitos
Leo Caldas/Pulsar Imagens

zação, são conhecimentos previamente


e capacidades espirituais, materiais, não materiais, intelec-
trabalhados no Ensino Fundamental
tuais e afetivos adquiridos pelos membros de uma sociedade
(EF04GE01, EF04GE02, EF05GE02,
e passados de geração em geração. Envolve conhecimento,
EF07GE03, EF07GE05, EF07GE06,
moral, crenças, leis, modos de vida, visões de mundo, entre
outros elementos. A cultura é uma criação humana, pois é
EF08GE05, EF08GE07), que se relacio-
próprio do ser humano atribuir sentidos a suas ações, con- nam com os assuntos abordados no
cretas ou simbólicas. capítulo. O resgate dessas habilidades
Cada cultura tem características que a diferem de pode ser de grande importância para o
outras. Esse conjunto de características, conhecido como início da discussão sobre a o tema “Mul-
identidade cultural, confere a cada indivíduo o sentimento tiplicidade cultural”.
de pertencimento a um grupo, o que se expressa por um
conjunto de modos de agir, pensar, vestir-se, alimentar- Orientações
-se, lidar com o poder, com o sagrado, entre outras coisas. Instrua os estudantes a observar as
Porém, com a globalização, são raras as culturas que conse- imagens, pedindo-lhes que identifi-
guem se manter totalmente isoladas. Festival junino em São João de Caruaru (PE), 2019. quem seus elementos. Na sequência,
explique o significado de cada repre-
Rajesh Kumar Sing/AP Photo/Imageplus

sentação.
O Diwali é chamado Festival das
Luzes e celebrado uma vez ao ano na
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Índia e pelas populações indianas que
DA EDITORA DO BRASIL vivem em outras regiões do mundo.
Nele, as pessoas usam roupas novas,
O Diwali celebra a destruição
compartilham doces típicos e lançam
de Narakasura por Sri Krishna,
entidades da tradição religiosa fogos de artifício para celebrar a des-
hindu. O festival simboliza a truição de Narakasura por Sri Krishna.
vitória do bem sobre o mal em
cada ser humano. Mumbai, O festival simboliza, basicamente, a
Índia, 2019. destruição das forças do mal, e as lu-
zes ou lâmpadas típicas do festival
21
representam a vitória do bem sobre o
mal em cada ser humano.

Foco nos TCTs


Diversidade cultural
Todo o conteúdo do capítulo ajuda a compreender
as diferentes culturas existentes no mundo e as relações
estabelecidas entre elas no contexto da globalização.
Ao entender as múltiplas manifestações, pensamentos,
costumes, organizações familiares, linguagens, rituais,
tradições e etnias que caracterizam grupos que habitam
um mesmo território, o estudante é capaz de perceber a
importância do respeito e da conservação da cultura dos
povos de diferentes origens.

21
Orientações Um bom exemplo vem da gastronomia. Em toda grande cidade são encon-
Explique aos estudantes que mui- trados restaurantes com pratos das mais variadas nacionalidades: japoneses,
tos aspectos culturais brasileiros têm italianos, mexicanos, portugueses, ou com sabores e tradições comuns a mais
formação híbrida, ou seja, provêm da de uma cultura. As culturas acabam influenciando umas às outras.
mistura de culturas. A umbanda é um Muitas vezes, é difícil saber a origem de um prato típico, bem como de
exemplo que pode ser abordado: nela um costume, de um idioma ou de um vestuário. Isso se deve, atualmente, à
há elementos de religiões do conti- influência cada vez mais presente da facilidade de deslocamento e do acesso à
nente africano e do catolicismo. informação, propiciados pela evolução dos meios de transporte e comunicação.
Informe os estudantes que em
21 de maio é comemorado o Dia Diversidade cultural: patrimônio da
Mundial da Diversidade Cultural para humanidade
o Diálogo e o Desenvolvimento. O ob-
A cultura e sua diversidade são tão importantes para as comunidades huma-
jetivo dessa data é celebrar a riqueza
nas que, em 2001, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
das culturas do mundo e chamar a
a Cultura (Unesco) elaborou a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural,
atenção para a necessidade do diálo-
com o objetivo de reafirmar a preocupação dos países-membros com a preserva-
go intercultural para alcançar a paz e o ção e o respeito universal à diversidade cultural dos povos e das nações.
desenvolvimento sustentável. Essa declaração estabelece que a diversidade cultural é um patrimônio da
Pluralidade: a própria humanidade, manifestando-se na originalidade e na pluralidade de identidades
multiplicidade de
culturas, que implica a características de grupos e sociedades.
convivência baseada Com a diversificação cada vez maior da sociedade, é indispensável garantir
no respeito e na
uma interação harmoniosa com as pessoas, os grupos e suas identidades cul-
tolerância entre várias
formas de pensar e turais, pois ela é uma das fontes do desenvolvimento humano e um meio para
de se expressar. uma existência afetiva, moral, intelectual e espiritual satisfatória.
O respeito à diversidade cultural, portanto, é parte indissociável dos direi-
tos humanos e deve assegurar a livre expressão, o pluralismo de ideias e a
igualdade de participação política e de acesso ao conhecimento científico, tec-
nológico e artístico.

Minorias
Quando tratamos de grupos sociais, “minoria” não significa quantidade
menor de indivíduos. Muitas vezes, é de uma maioria que estamos falando. Os
afrodescendentes, por exemplo, são considerados uma minoria, embora formem
mais da metade da população brasileira.
Quando se diz que um grupo é minoritário, isso se refere
aos direitos que lhe são negligenciados, tornando-o, por
Cassandra Cury/Pulsar Imagens

questões históricas, uma parcela mais vulnerável da socie-


dade. Esses grupos costumam ser discriminados pelo grupo
dominante em razão da cor da pele, gênero, religião, origem
geográfica, orientação sexual, etnia ou situação econômica –
e, em alguns casos, por mais de um desses fatores.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Outro exemplo de minoria no Brasil são os povos
indígenas. A maioria das etnias indígenas foi removida de
DA EDITORA DO BRASIL suas terras originárias, que habitaram por milhares de anos,
sendo deslocada para reservas que, muitas vezes, desvir-
tuam seus modos de vida.

Crianças indígenas da etnia kanoê, na aldeia


Ricardo Franco, com máscaras devido à pandemia
de covid-19. Guajará-Mirim (RO), 2020.

22

Foco na BNCC
Competência geral 3 princípio do respeito às diferenças, e de valorizar
Competência específica de Ciências Humanas 4 e fruir as diversas manifestações artísticas e
culturais, das locais às mundiais, com base em
Competência específica de Geografia 6 informações geográficas que permitam debater e
Habilidade EF09GE03 defender ideias e pontos de vista que respeitem
O conteúdo destas páginas permite aos estudantes e promovam a consciência socioambiental e o
identificar diferentes manifestações culturais de respeito ao outro (incluindo suas identidades,
minorias étnicas, como forma de compreender a culturas e potencialidades), sem preconceitos de
multiplicidade cultural na escala mundial e o qualquer natureza.

22
Os quilombolas formam outra minoria. São grupos Orientações

Chico Ferreira/Pulsar Imagens


étnicos que descendem dos negros trazidos à força da Retome com os estudantes o
África e escravizados no Brasil e que ocupam determi- conceito de povos e comunidades
nada porção de terra. Essa terra pode ter sido comprada tradicionais brasileiros. Peça-lhes que
pelos próprios indivíduos, doada a eles, obtida como reflitam sobre o conteúdo e propo-
troca por prestação de serviços ou ocupada como forma nha-lhes um breve debate sobre a
de resistência à escravidão. influência da cultura desses povos e
Existem comunidades remanescentes de quilombos comunidades e a importância de a
em praticamente todos os estados brasileiros. As
valorizarmos, ressaltando os conhe-
maiores concentrações estão nas regiões Nordeste e
cimentos tradicionais, principalmente
Sudeste. Conforme os dados levantados pela Funda-
quanto à forma de esses povos e co-
ção Palmares, publicados na Portaria no 34/2019, no
munidades se relacionarem com a
Brasil há 3 271 comunidades quilombolas certificadas.
Apesar da existência de um número expressivo, apenas
natureza. A reflexão e a participação
174 comunidades receberam o título de suas terras. A na discussão proporcionam maior pro-
Constituição Federal de 1988 assegura, no artigo 68, o Quilombolas durante apresentação cultural de jongo no tagonismo aos estudantes no proces-
quilombo da Boa Esperança, em Presidente Kennedy
direito dos quilombolas à terra. Segundo o texto: (ES), 2019.
so de ensino-aprendizagem.

Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando Para aprofundar
suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes Se possível, explore com os estu-
títulos respectivos. dantes o conteúdo digital do Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação
Os costumes e modos de vida nas comunidades remanescentes de quilom- da Sociobiodiversidade Associada a
bos foram fortemente influenciados pela cultura negra, indígena e cristã, com Povos e Comunidades Tradicionais
festividades, cantos e evocações próprios. (CNPT), do ICMBio (Instituto Chico
Existem também minorias formadas por povos nômades, como os ciganos, Mendes de Conservação e Biodiver-
os banjaras (ciganos da Índia), os beduínos e tuaregues (Oriente Médio e Norte sidade). Disponível em: www.icmbio.
da África), os fulânis (da costa atlântica do Senegal à densa selva centro-afri-
gov.br/cnpt/. Acessem também a pá-
cana), os bosquímanos (sul da África), os aborígenes australianos e parte dos
gina da Fundação Nacional do Índio
mongóis (Mongólia).
(Funai). Disponível em: www.funai.
Algumas minorias são definidas pela religião que seguem. É o caso da
gov.br/. Acessos em: 9 jun. 2022.
comunidade amish, um grupo cristão derivado do protestantismo alemão e suíço
que vive no Canadá e nos Estados Unidos. Os amish são conhecidos por seus Comunidade amish em O filme Nomadland, de Chloé Zhao
campo de colheita de feno. (108 min), retrata a vida de mulheres
costumes conservadores e por manter distância da sociedade moderna, não New Holland, Estados
fazendo uso de energia elétrica, aparelhos eletrônicos ou automóveis. Segundo Unidos, 2017. estadunidenses que vivem em trailers,
eles, essas modernidades os afastariam do verdadeiro propósito cristão de reti- como nômades contemporâneas.
dão e de humildade.
Delmas Lehman/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

23

Atividades complementares
1. Solicite aos estudantes que pesquisem alguns dos moti- 2. Solicite aos estudantes que citem algumas ações legais que
vos de conflitos entre indígenas e fazendeiros, como os podem ser tomadas pelos órgãos oficiais para a proteção
da região mencionada no texto. Em seguida, peça que das populações indígenas brasileiras.
apresentem o resultado à turma. Demarcação e fiscalização de terras indígenas, cadastra-
Questões referentes à terra que envolvem reservas indíge­ mento dos grupos nativos e proteção dos grupos isolados
nas não demarcadas, instalação de posseiros não indí­ ainda existentes. Por meio dessas ações, há a possibilidade
genas e o processo de grilagem incentivado pelos gover- de preservar e respeitar a cultura dos povos indígenas.
nos em meados do século XX.

23
Orientações
Comente com os estudantes que
somente com a nova Lei de Migração
Brasileira, no 13.445, que entrou em Você sabia que existem pessoas sem nacionalidade?
vigor em 2017, foi reconhecida a con- São os apátridas
dição de apátrida no país.
Um novo relatório do Acnur, a Agência da ONU para Refugiados, alerta que a discriminação,
Explique-lhes que os rohingyas
a exclusão social e a perseguição fazem parte da realidade de muitas das minorias apátridas
são um grupo étnico minoritário que
pelo mundo, e pede uma ação imediata para assegurar a igualdade do direito à nacionalidade
professa o islamismo e vem sendo
de todas as pessoas.
perseguido em vários lugares do [...] Mais de 75% das populações conhecidas de apátridas pertencem a grupos minoritários,
mundo, principalmente em Mianmar. diz o relatório. Ao serem deixados de lado, sua marginalização prolongada pode gerar ressenti-
mento, aumentar o medo e, em casos mais extremos, levar a instabilidade, insegurança e des-
locamento. [...]

Mohammad Ponir Hossain/Reuters/Fotoarena


“Pessoas apátridas estão apenas buscando os mes-
mos direitos básicos de que todos os cidadãos des-
frutam. Mas as minorias apátridas, como a rohingya,
muitas vezes sofrem de discriminação arraigada e
rejeição sistemática de seus direitos”, disse o Alto-
-Comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi.
[…]
RELATÓRIO do Acnur expõe a discriminação que permeia a vida das minorias
apátridas pelo mundo. UNHCR/Acnur Brasil. 3 nov. 2017. Disponível em: https://
www.acnur.org/portugues/2017/11/03/relatorio-do-acnur-expoe-a-discriminacao
-que-pesrmeia-a-vida-das-minorias-apatridas-pelo-mundo/. Acesso em: 28 mar.
2022.
Crianças rohingyas, a mais expressiva minoria apátrida
do mundo. Cox’s Bazar, Bangladesh, 2018.

Globalização e
diversidade cultural
Apesar de não ter surgido com a globalização, o multiculturalismo e a diver-
sidade cultural se acentuaram com ela. As migrações em busca de oportuni-
dades levaram para outros países culturas diferentes, que lá foram absorvidas
total ou parcialmente.
Os haitianos e os venezuelanos são dois exemplos de migrantes, que,
fugindo da crise política e econômica em seu país, optaram por entrar em terri-
tórios estrangeiros, incluindo o Brasil, em busca de oportunidades.
Para alguns, no entanto, a globalização moderna põe em risco a preserva-
ção de sua identidade e da diversidade cultural. Atrelada ao capitalismo, que
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO visa principalmente ao lucro, essa diversidade vem sendo alvo, muitas vezes,
de apropriação cultural, que desvirtua o sentido original da cultura local,
Apropriação cultural:
DA EDITORA DO BRASIL
adoção de elementos podendo levar ao seu desaparecimento e até à sua completa assimilação por
específicos de uma outra sociedade.
cultura por outra, em
geral dominante.
A história registra vários casos de nações que invadiram territórios e con-
tinentes e impuseram seus costumes e modos de vida, muitas vezes por meio
de violência, como no caso da colonização de alguns países da América Latina
pelos conquistadores espanhóis, que resultou no quase desaparecimento das
culturas inca, maia e asteca.

24

24
Orientações
Etnocídio Explique aos estudantes que o
Quando uma cultura é destruída por outra, ocorre o que se denomina etnocídio está relacionado com
etnocídio. Os membros da cultura dominada são forçados a deixar suas tradi- o genocídio, ou seja, com a destruição
ções e a aceitar a dos invasores. Muitas vezes, seus costumes e modos de vida total ou parcial de um povo, e que esse
são vistos como inferiores pelos dominadores, e assim sua prática aos poucos conceito é muito discutido por movi-
é desestimulada. mentos da população negra brasileira.
Em geral, o idioma é o primeiro a ser anulado, principalmente quando o povo
dominado faz uso de transmissão oral, ou seja, não conta com um sistema de escrita. ½ Respostas
A perda do idioma de um povo significa o esquecimento gradativo de sua história.
Um pouco mais sobre
1. Espera-se que os estudantes en-
Paul Maeyaert/Bridgeman Images/Fotoarena

tendam que o Kwanzaa é uma fes-


tividade cultural que visa celebrar a
cultura africana.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes associem o Kwanzaa
com o Natal e o Réveillon.

Autor desconhecido. Cena de


batalha. Óleo sobre tela, sem
data. A obra mostra o embate
entre os colonizadores espanhóis
e o Império Inca no século XVI.

Faça no caderno

Você sabe o que é o Kwanzaa?


Diante de um contexto de opressão e violência à população
Saul Loeb/AFP

negra nos Estados Unidos na década de 1960, o então presidente


de um centro de estudos negros da Universidade Estadual da
Califórnia e ativista dos direitos civis, Dr. Maulana Karenga,
criou uma celebração para unir os afro-estadunidenses com
base em costumes do continente africano. O Kwanzaa dura
sete dias, iniciando-se no dia 26 de dezembro e encerrando-se
no dia 1o de janeiro, e é festejado hoje em dia em países além
dos Estados Unidos. O nome deriva de matunda ya kwanza,
que significa “primeiros frutos”, em suaíli (língua banta da famí-
lia nigero-congolesa). Percussionistas e dançarinos performam
Cada família celebra à sua maneira, mas em geral há can- durante a celebração do Kwanzaa. Washington,

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
ções, danças típicas, tambores africanos, leituras de histórias e Estados Unidos, 2017.
poemas e uma refeição tradicional. Em cada uma das sete noites, a família se reúne ao redor das luzes
DA EDITORA DO BRASIL
do castiçal típico da celebração, o kinara, com velas de cores diferentes e diante do qual se discutem os
princípios do Kwanzaa, que visam reforçar a união e o compromisso da comunidade afrodescendente. A
grande festa é a de 1o de janeiro, com muita comida e celebração.

1 Qual é o principal objetivo do Kwanzaa?

2 No seu círculo familiar há alguma celebração semelhante ao Kwanzaa?

25

Foco na BNCC
Competências gerais 6 e 9
Competência específica de Geografia 6
A realização da atividade da seção Um pouco
mais sobre permite aos estudantes valorizar a
diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos que incentivam
a cidadania, a autonomia e a consciência
crítica, além de exercitar o diálogo, a empatia
e o respeito ao outro, aos direitos humanos e à
diversidade de grupos sociais.

25
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½½ Respostas
1 O que é multiplicidade cultural? É possível afirmar que o Brasil é um país multicultural? Justifique.
1. É a diversidade de culturas que re-
presentam costumes, organizações 2 Quais são as causas da grande diversidade cultural da maioria dos países atualmente?
familiares, linguagens, tradições, en-
tre outras práticas e manifestações, 3 Sobre a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, responda:
envolvendo determinado grupo de a) O que esse documento estabelece?
seres humanos que habitam o mes- b) Relacione a diversificação da sociedade com o desenvolvimento humano.
mo território. Espera-se que os es-
c) Por que é tão importante respeitar a diversidade cultural dos povos?
tudantes afirmem que o Brasil é um
país multicultural, por exemplo, por 4 Defina o termo minoria. A que se refere?
causa da colonização e da imigração
5 Como a globalização intensificou a diversidade cultural dos países?
de diversos povos que contribuíram
para sua formação. 6 Que riscos a globalização traz para a diversidade cultural?
2. A globalização não é a causa direta
7 Defina o que é etnocídio e por que ele significa a aniquilação de toda uma cultura.
dessa grande diversidade cultural,
mas a acentuou em muitos países Para refletir
depois que eles se constituíram
como Estados com fronteiras e or- 1 No dia 20 de novembro é celebrado, no Brasil, o Dia da Consciência Negra. O objetivo é fazer uma re-
ganização política interna. Os atuais flexão sobre a importância do povo e da cultura africanos, assim como sobre o impacto que tiveram no
meios de transporte e de telecomu- desenvolvimento da identidade cultural brasileira. Observe a charge a seguir e responda: Que crítica
nicação de alta velocidade também está expressa?
contribuem para o aumento da di-

©Angeli/Folha de S.Paulo, 20.11.2006/Fotoarena


versidade cultural.
3. a) Estabelece que a diversidade cul-
tural é um patrimônio de toda a
humanidade, que se manifesta
na originalidade e na pluralidade
de identidades que caracterizam
grupos e sociedades.
b) Uma das fontes do desenvolvi-
mento humano é a diversificação
da sociedade, expressa na varie-
dade de culturas e identidades
culturais, pois é uma das bases
para a existência moral, intelec-
tual, espiritual e afetiva dos povos.
O respeito às diferenças leva uma
sociedade a ser mais tolerante.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
c) Porque o respeito é parte dos direi-
tos humanos, que devem garantir DA EDITORA DO BRASIL
a livre expressão das identidades
culturais, a igualdade de acesso ao
conhecimento e pelos indivíduos
e sua liberdade de se expressar
Fonte: ANGELI. Feriado: Dia da Consciência Negra. Folha de S. Paulo, São Paulo, 20 nov. 2006.
artisticamente.
4. O termo minoria refere-se a um gru-
po de pessoas que não tem acesso aos 26
direitos básicos da sociedade e que
está em uma situação social mais frágil
do que outros. Os grupos minoritários 6. Apesar de integrar os povos, a globalização também pode Para refletir
costumam ser discriminados com ba- levar ao esvaziamento de uma cultura e à perda de sua 1. A charge mostra pessoas negras trabalhando em uma ati-
se na cor da pele, na religião, no país diversidade, se ela for absorvida pela cultura dominante.
de origem, na orientação sexual, na vidade mal remunerada e pouco valorizada. É uma crítica
7. O etnocídio ocorre quando uma cultura dominante destrói à atual situação econômica e social de parte da população
etnia, na situação econômica de seus
outra que julga ser inferior a ela. Geralmente, o idioma é o negra brasileira.
integrantes, entre outros aspectos.
primeiro elemento da cultura dominada a ser anulado, o
5. Principalmente pelo desenvolvimen- que pode significar o esquecimento gradativo da história
to dos meios de comunicação e dos dessa cultura, principalmente se for uma cultura oral.
transportes de alta velocidade, que
possibilitou às pessoas se comuni-
car, conectar-se e deslocar-se com
maior frequência e rapidez.
26
3
Objetivos do capítulo
• Entender o conceito de bloco
econômico.

Blocos econômicos • Identificar as vantagens e as des-


vantagens dos blocos econômicos.
• Identificar as diferentes modalidades
dos blocos econômicos.

Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou a multiplicidade cultural e sua importância no mundo
contemporâneo, assim como o conceito de minorias e a relação entre globalização e
Os blocos econômicos, o con-
diversidade cultural. Neste capítulo, você vai estudar os blocos econômicos, suas princi- texto de globalização e a integra-
pais características e sua atuação na vida da população. ção entre países são conhecimentos
previamente trabalhados no Ensino
Fundamental (EF07GE05, EF07GE06,

Keanu/Shutterstock.com
Menos tarifas, mais
EF08GE06, EF08GE09, EF08GE12),
que se relacionam com os assuntos
competitividade abordados no capítulo. O resgate des-
Bandeira da Argentina.
sas habilidades pode ser de grande
Provavelmente, você já ouviu falar de importantes grupos de países, como importância para o início da discussão

Daboost/Shutterstock.com
o Mercado Comum do Sul (Mercosul), do qual o Brasil faz parte, ou a União
sobre os blocos econômicos.
Europeia (UE). Essa organização dos países em blocos econômicos é uma das
características da nova ordem mundial e do processo de globalização.
Bloco econômico é uma associação de países que têm por objetivo esta-
belecer relações comerciais privilegiadas de exportações e importações entre
Bandeira do Brasil.
si, integrando suas economias. Um bloco possui um acordo intergovernamental

Wasan Ritthawon/
Shutterstock.com
que reduz ou elimina barreiras ao comércio entre os Estados participantes.
Muitas vezes, o bloco se torna uma organização intergovernamental para
melhor articular as ações entre os países signatários. Os blocos surgem ou se
consolidam em busca de uma inserção mais competitiva na arena comercial
global. Em grande parte, acabam definidos por uma tendência regional e podem
Bandeira do Paraguai.
ser classificados segundo seu nível de integração econômica.

Daboost/Shutterstock.com
A partir da última década do século XX, multiplicaram-se os acordos e os
blocos regionais. De início, essa integração tinha como objetivo desenvolver a
economia dessas nações no cenário global, estimulando as trocas e a produção,
o que ampliou as relações entre os países-membros do bloco e entre outros
povos do mundo. Com a redução ou até a eliminação das taxas alfandegárias
Bandeira do Uruguai.
nas trocas comerciais, a circulação de mercadorias foi facilitada e se tornou mais
patrice6000/
Shutterstock.com

rápida e eficiente.
Riccardo Pareggiani/POOL/AFP

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL Bandeira da Venezuela.

Taxa alfandegária:
tributo cobrado
pelo governo de um
Cúpula da União país sobre produtos
Europeia em importados e
Bruxelas, Bélgica, exportados.
2020.

27

Orientações
Inicie a abordagem do conteúdo deste capítulo pergun- A reflexão sobre esses assuntos proporciona maior pro-
tando aos estudantes quais blocos econômicos eles conhe- tagonismo aos estudantes no processo de ensino-apren-
cem, o que compreendem por esse conceito e de quais dizagem.
blocos o Brasil faz parte. Com base nas falas deles, estabele- Ressalte que, além do Mercosul, o Brasil faz parte dos gru-
ça uma breve conversa sobre o Mercosul, lembrando-os de pos econômicos Agrupamento Brasil-Rússia-Índia-China-
algumas vantagens que os cidadãos dos países desse bloco -África do Sul (Brics); G-20; G-15; Cúpula Ibero-Americana;
têm como a dispensa de visto para a entrada e a saída de Aliança de Civilizações; Cúpula América Latina, Caribe e
seus cidadãos nos países-membros do bloco. União Europeia (ALC-UE); entre outros.

27
Orientações O surgimento de um bloco é reflexo da competição econômica entre os
Faça um breve exercício de leitu- países que estão em constante busca de crescimento. Com a possibilidade de
ra do mapa com os estudantes, de expansão e de integração de interesses mútuos, cada vez mais os blocos estão
modo que eles identifiquem alguns sendo criados e se estabelecendo. Observe no mapa a seguir a fragmentação
dos principais blocos econômicos de atual do espaço geográfico mundial em grandes blocos regionais.
cada continente.
Mapa-múndi: organizações econômicas – 2018
Informe-os de que os blocos eco-

Allmaps

nômicos, como os conhecemos hoje, Círculo Polar Ártico
existem desde a segunda metade UE – União Europeia
do século XX. O primeiro bloco eco-
Mercosul – Mercado
nômico teve origem na Europa, em Comum do Sul
1957, e se chamava Comunidade Comunidade Andina Trópico de Câncer

Econômica Europeia, que veio a se MCCA – Mercado Comum


OCEANO
Centro-Americano PACÍFICO
tornar a União Europeia como a co- Equador

Nafta – Acordo de Livre-
nhecemos hoje. Entretanto, é depois -Comércio da América do Norte
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
da Guerra Fria, na década de 1990, SADC – Comunidade para o
Desenvolvimento da África
Trópico de Capricórnio
N

Meridiano de Greenwich
que a presença de blocos econômicos Austral
OCEANO L
ECO – Organização de O
ao redor do globo aumentou muito. Cooperação Econômica
PACÍFICO

USMCA - Acordo Estados S


Unidos-México-Canadá Círculo Polar Antártico
0 3 000 6 000 km

1 : 300000 000

Fontes: IBGE. Atlas


geográfico escolar. 8.
Um bloco econômico pode apresentar vantagens e desvantagens. Entre
ed. Rio de Janeiro: IBGE,
2018. p. 79; OFFICE of as vantagens estão produtos mais baratos para os mercados consumidores
the United States Trade
dos países-membros, redução e até eliminação de tarifas de importação, maior
Representative. United
States-Mexico-Canada mobilidade dos cidadãos entre um país e outro, diminuição das taxas alfande-
Agreement. Disponível
gárias e dos custos na produção.
em: https://ustr.gov/
trade-agreements/ Já as desvantagens incluem uma desvalorização dos produtos nacionais
free-trade-agreements/
diante dos produtos importados. Um bloco acaba favorecendo um país com
united-states-mexico
-canada-agreement. economia dominante e pode também fomentar relativa perda de soberania,
Acesso em: 5 jun. 2022.
como no caso da União Europeia, que surgiu como bloco econômico e se trans-
formou em uma organização política que lida com questões que vão além de
acordos e tratados.

Modalidades de blocos
econômicos
Os blocos econômicos apresentam modelos diferentes de organização, de
acordo com o nível de integração, os objetivos e os interesses:
• Zona de preferência tarifária: é o primeiro nível de integração econômica
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO na formação de um bloco; consiste no estabelecimento de níveis tarifários
DA EDITORA DO BRASIL preferenciais para um conjunto de países, que se beneficiam de melhores
tarifas em suas transações comerciais.
• Zona de livre-comércio: é o segundo nível de integração, pelo qual se
desenvolve um modelo simplificado com o objetivo de reduzir ou eliminar
tarifas de importação e exportação para facilitar a circulação de merca-
dorias entre os países-membros. Exemplo: Tratado Norte-Americano de
Livre-Comércio (Nafta).

28

Foco na BNCC
Competência geral 1 historicamente construídos sobre o mundo social e
Competência específica de Geografia 6 cultural. Também lhes permite entender e explicar
a realidade e construir argumentos com base em
Habilidade EF09GE05 informações geográficas, assim como debater e
O conteúdo desta página permite aos estudantes defender ideias e pontos de vista que respeitem
analisar fatos e situações para compreender a e promovam a consciência socioambiental e o
integração mundial (econômica, política e cultural), respeito, sem preconceitos de qualquer natureza.
valorizando e utilizando conhecimentos

28
• União aduaneira: seu objetivo é eliminar as restrições alfandegárias e fixar Orientações
uma Tarifa Externa Comum (TEC), um imposto de importação cobrado Explique aos estudantes que os
sobre produtos oriundos de países que não pertencem ao bloco. Os países- países não precisam, necessaria-
-membros não podem participar de outros tratados econômicos. Exemplo: mente, passar por todos os mode-
Mercado Comum do Sul (Mercosul). los de blocos econômicos, como se
• Mercado comum: visa criar um mercado regional forte para que as empre- estes fossem estágios evolutivos.
sas dos países-membros possam concorrer globalmente. Além de reduzir ou A União Europeia, por exemplo,
eliminar as taxas de importação e exportação, estabelece a livre-circulação teve início como Mercado Comum
de mercadorias, capitais, serviços e pessoas entre as fronteiras políticas Europeu e depois passou a ser tam-
dos países-membros. Exemplo: União Europeia (UE). bém uma união econômica e mone-
• União econômica e monetária: é um mercado comum acrescido de uma tária. O Mercosul já surgiu como uma
moeda única. Exemplo: a zona do euro, em que 19 países da União Europeia união aduaneira, modelo que perma-
extinguiram sua moeda nacional e adotaram o euro, com um Banco Central nece até hoje.
supranacional que controla o sistema financeiro dos países-membros. Comente com os estudantes que
alguns estudiosos questionam a efi-
Blocos econômicos: um breve panorama cácia do Mercosul, alegando que pou-
cos avanços foram conquistados para
União Europeia (UE) a economia de seus países-membros.
Além disso, eventuais crises internas,
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, países da Europa ocidental uni-
como as que ocorreram na Argenti-

NEiDD/Shutterstock.com
ram-se com objetivos econômicos. A União Europeia (nome oficializado em
na e no Brasil, atrapalham as relações
1992) foi o primeiro bloco econômico a se formar e alcançar maior grau de inte-
gração econômica entre os países-membros. A UE é um mercado comum, com
comerciais entre os países do bloco.
livre-circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas entre as fronteiras Contudo, acredita-se que, se as pro-
políticas dos países-membros. Atualmente, é formada por 27 países, 19 deles postas originais do Mercosul forem
Bandeira da União Europeia.
pertencentes à zona do euro. efetivamente implementadas, como
a livre circulação de bens e serviços
Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a eliminação de direitos alfandegá-
rios, no futuro poderá haver melhorias

Mercosul
O Mercosul foi criado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
nas economias dos países-membros
Atualmente, a Venezuela, que também faz parte do bloco, está suspensa em
desse bloco.
razão de instabilidades políticas vividas no país; e a Bolívia está em processo
Comente também sobre o re-
de adesão. Como membros associados estão Chile, Equador, Guiana, Peru e
Suriname. Em 1995, o bloco adotou a Tarifa Externa Comum, passando de zona
cém-criado Tratado de Associação
de livre-comércio para união aduaneira, com capacidade para regulamentar o Transpacífico (TPP). O acordo, a prin-
comércio do bloco com países de fora. Bandeira do Mercosul. cípio visto como um dos mais impor-
tantes do mundo, tinha por objetivos:
Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio diminuir as barreiras comerciais entre
os países-membros; cancelar tarifas
(Nafta)
comerciais entre eles; estabelecer re-
Os países que participavam desse acordo eram Estados Unidos, Canadá
gras sobre a propriedade intelectual
e México. Uma grande quantidade de produtos circulava livremente entre eles,
entre esses países; estabelecer pa-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
sem cobrança de impostos. No Nafta não era permitida a livre-circulação de
drões e normas trabalhistas en-
pessoas e foi extinto em 2018.
DA EDITORA DO BRASIL tre eles etc. A saída dos Estados
Unidos do acordo, em 2017, dimi-
Acordo Estados Unidos-México-Canadá
nuiu a importância do bloco e modi-
(USMCA) ficou algumas de suas ideias iniciais.
O acordo entrou em vigor em 2020 e substituiu o antigo bloco do Nafta. Seu Atualmente, o TPP é composto de
principal objetivo é integrar economicamente os países-membros, protegendo a 11 países – Austrália, Brunei, Canadá,
indústria norte-americana, e liberando o mercado do Canadá e do México. Chile, Japão, Malásia, México, Nova
29
Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã.

Atividades complementares
Solicite aos estudantes que se organizem em grupos e rea- foi vantajosa porque devolveu ao país a autonomia sobre
lizem uma pesquisa – em páginas confiáveis de notícias na as regras de circulação de pessoas, mercadorias e mesmo
internet ou em livros, jornais e revistas impressos – sobre as medidas econômicas específicas ao país. Importante desta-
razões e as possíveis consequências da desarticulação entre car que o Reino Unido nunca adotou o euro como moeda.
o Reino Unido e a União Europeia. Auxilie-os na atividade de
pesquisa conforme necessário. Cada grupo deverá respon- 2. Pode-se afirmar que a saída do Reino Unido da União
der, ao final da atividade de pesquisa, às seguintes questões: Europeia faz parte de um movimento antiglobalização?
1. Quais foram as razões apresentadas pelo Reino Unido para Resposta pessoal. Sim, faz parte de um movimento anti-
sua saída da União Europeia? globalização ao devolver aos países maior soberania sobre
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifi- decisões internas e acarretar menor influência de blocos
quem que, para o Reino Unido, a saída da União Europeia regionais, como a União Europeia.

29
Orientações
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec)
Comente com os estudantes que, na
Com países de três continentes (América, Ásia e Oceania), esse bloco tem
América do Sul, somente as Guianas, o
grande força econômica mundial pela pujança dos países que o compõem:
Suriname e as Ilhas Britânicas, no sul
Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Rússia, Austrália, entre outros.
do continente, exigem passaporte de
viajantes brasileiros. Comunidade para o Desenvolvimento da África
Apresente-lhes um mapa políti-
Austral (SADC)
co da Europa. Peça-lhes que identifi-
quem a Inglaterra, a Grã-Bretanha e o Zona de livre-comércio criada em 1992, esse bloco é formado por 15 paí-
ses africanos e visa, entre outros objetivos, fortalecer as economias, diminuir a
Reino Unido, explicando a diferença
pobreza da população e melhorar as condições de vida nos países-membros.
entre eles: a Inglaterra é o país cuja
capital é a cidade de Londres e onde Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
se localizam o Parlamento britânico
Criado em 1991 por algumas repúblicas que formavam a antiga União das
e o Palácio de Buckingham, residên-
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), esse bloco tem o objetivo de forta-
cia oficial da rainha Elizabeth II; a Grã-
lecer a economia e as relações comerciais entre os países-membros. É uma
-Bretanha é a maior ilha britânica e organização econômica e política, sem governo central.
abrange a Inglaterra, o País de Gales e
Escócia; o Reino Unido compreende
os três países da Grã-Bretanha mais a Consumo, mobilidade
Irlanda do Norte. e intercâmbio
Um dos aspectos mais notáveis relacionados aos blocos econômicos é a
capacidade de integração entre os membros. O maior exemplo disso é a União
Europeia, que passou de bloco econômico para unidade política e administrativa
Referendo: votação do bloco europeu, de modo que os países do continente precisassem ajustar
do eleitorado para suas políticas internas para nela ingressar.
aprovação ou rejeição
de medidas propostas Com as reduções de taxas e a maior integração econômica, o incremento
ou aprovadas por um na produção e o barateamento dos produtos e bens, o mercado europeu viu
órgão legislativo. crescer o consumo interno. Com o aumento do consumo, elevou-se a demanda
por novos produtos, fazendo crescer a oferta de empregos e a circulação de
pessoas qualificadas para as vagas.
A mobilidade é facilitada pelo passaporte europeu, que eliminou a burocra-
Um dos prédios da Cidade cia entre um país e outro. Assim, as pessoas podem entrar e sair desses países
Universitária Pavillion, local de
recebimento de estudantes
sem documentação obrigatória.
universitários de outros No entanto, uma integração maior de um bloco nem sempre é bem-vista. A
países do Mercosul. Córdoba, perda da pluralidade e da diversidade cultural, por exemplo, é temida por alguns
Argentina, 2018.
setores das sociedades. Pequenos produtores locais de certas regiões podem
Diego Grandi/Shutterstock.com

precisar de proteção contra a chegada de produtos importados mais baratos e


produzidos em massa, favorecidos pelas políticas de integração do bloco.
O caso do Brexit é o mais recente. O apelido foi cunhado para designar a
saída do Reino Unido da União Europeia, votada em um apertado referendo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO interno em 2017, que decidiu pela retirada total do Reino Unido do bloco euro-
peu. Assim, em 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido deixou de ser um Esta-
DA EDITORA DO BRASIL do-membro da União Europeia. Um período de transição foi estabelecido, cujo
término ocorreu em 31 de dezembro de 2020.
Na América do Sul, o Mercosul promove, desde 2012, um programa de
mobilidade entre os países-membros para garantir que estudantes tenham
maior facilidade para obter bolsas de estudo. A intenção é incentivar o inter-
câmbio de estudantes e profissionais entre os países e fomentar o ensino e a
pesquisa, além dos estudos do português e do espanhol.

30

30
Cidadãos dos países-membros do Mercosul podem circular livremente Orientações
entre as fronteiras sem uso de passaporte ou visto, segundo uma das diretrizes
½ Respostas
do acordo. Além de pessoas, mercadorias e capitais têm livre fluxo entre as
nações que compõem o conselho do Mercosul. 1. Um bloco econômico pode ser de-
Faça no caderno finido como a associação de países
com o objetivo de estabelecer rela-
Atividades ções comerciais privilegiadas entre si.
2. A zona de livre-comércio procu-
1 Defina o que é bloco econômico.
ra reduzir ou eliminar as tarifas de
2 No contexto da globalização, uma tendência crescente é a formação de blocos econômicos que apre- importação e exportação entre os
sentam diferentes níveis de integração. Um desses níveis é a zona de livre-comércio. Caracterize-a. países-membros do bloco econô-
mico para facilitar maior circulação
3 Que vantagens e desvantagens podem ser citadas em relação aos blocos econômicos?
de mercadorias.
4 Quais são as principais modalidades dos blocos econômicos? 3. Entre as vantagens, podem ser men-
cionadas a comercialização de pro-
5 Atualmente, por quais países o Mercosul é formado? Que benefícios esse bloco propicia aos cidadãos
dutos mais baratos para os mercados
desses países?
dos países do bloco econômico; a
6 Em 1o de janeiro de 1994, criou-se uma das maiores zonas de livre-comércio do mundo, entre Estados redução ou eliminação de tarifas de
Unidos, Canadá e México, que agora reúne mais de 450 milhões de pessoas e produz cerca de 17 trilhões importação entre eles; maior mobi-
de dólares em bens e serviços. O comércio entre os países desse bloco vem aumentando desde que o lidade dos cidadãos entre os países
acordo entrou em vigor. A que bloco esse trecho se refere? do bloco; e redução das taxas alfan-
7 Dos blocos econômicos estudados, qual tem maior poder econômico mundial e maior grau de integração
degárias e dos custos de produção
econômica entre os países-membros? Justifique sua resposta. entre eles. Entre as desvantagens,
podem-se citar o favorecimento do
Para refletir país dominante do bloco, além de
certa perda de soberania.
1 Analise a charge a seguir. A qual movimento recente de um bloco econômico ela se refere? O que está 4. Zona de preferência tarifária; zona
sendo criticado? Discuta com os colegas. de livre-comércio; união aduaneira;
mercado comum; e união econômica
Stuart Carlson © 2016 Stuart Carlson / Dist. by Andrews McMeel Syndication

e monetária.
5. O Mercosul é formado atualmen-
te por Brasil, Paraguai, Uruguai e
Argentina. A Venezuela encontra-
-se temporariamente suspensa do
Mercosul, e a Bolívia está em pro-
cesso de adesão ao bloco. Um dos
benefícios é o programa de mobili-
dade, para garantir que estudantes
dos países-membros do Mercosul
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO tenham maior facilidade para con-
seguir bolsas de estudo, visando
DA EDITORA DO BRASIL fomentar o ensino e a pesquisa e
incentivar o estudo da língua portu-
guesa e da língua espanhola. Além
disso, mercadorias, capitais e cida-
Fonte: Andrews McMeel Syndication. Disponível em: http://syndication.andrewsmcmeel.com/. dãos dos países desse bloco podem
Acesso em 23 jun. 2022.
circular livremente entre as fronteiras
– no caso, sem a necessidade de uso
31 de passaporte ou visto.
6. Ao Nafta.
7. A União Europeia, por ser um bloco
com muitos países-membros (entre
Para refletir
eles, muitas das maiores economias
1. A charge mostra um homem tipicamente inglês saltando mundiais), e no qual há livre e in-
sem paraquedas de um avião, em alusão ao Brexit, ou seja, tensa circulação de pessoas e uma
à saída do Reino Unido da União Europeia. Pode-se deduzir moeda única, o euro, utilizada por
que podem ocorrer prejuízos aos cidadãos, às mercadorias 19 países.
e aos bens de origem britânica, que não terão mais livre
circulação na União Europeia.

31
4
Objetivos do capítulo

Organizações
• Compreender o processo histórico
de surgimento das organizações
internacionais.
• Identificar os principais objetivos
da ONU e os níveis de atuação de internacionais
seus órgãos especializados.
• Reconhecer os principais objetivos
e o modo de atuação da OMC.
• Contextualizar os principais
desafios atuais das organizações No capítulo anterior, você estudou os blocos econômicos, suas características e algu-
internacionais. mas formas de atuação deles na vida da população. Neste capítulo, você vai estudar o
contexto histórico da criação das organizações internacionais, seus principais objetivos
e desafios.
Pré-requisitos
pedagógicos
As organizações internacionais,
seu surgimento e sua importância A criação das organizações
são conhecimentos previamente internacionais
trabalhados no Ensino Fundamental
A partir de meados do século XX, as relações econômicas entre os países se
(EF08GE05, EF08GE06, EF08GE12),
intensificaram, em grande parte pela influência e consolidação da globalização
que se relacionam com os assun-
moderna.
tos abordados no capítulo. O resga-
Ao analisarmos o contexto humanístico, cultural, geopolítico e econômico
te dessas habilidades pode ser de do planeta, percebemos que várias organizações internacionais passaram a
grande importância para o início da se destacar desde então. A maioria dessas organizações surgiu no contexto
discussão sobre as organizações em que o mundo se recuperava dos danos e traumas causados pela Segunda
internacionais. Guerra Mundial. Foi o momento em que a Guerra Fria se acirrou e a globalização
moderna começou a se estruturar, ainda de forma incipiente.
Orientações Essas organizações tornaram-se importantes e muitas vezes decisivas no
Pergunte aos estudantes quais or- cenário internacional, uma vez que ordenaram e estabeleceram as relações e
ganizações internacionais eles co- a influência política e econômica entre os países, criando regulações, normas
nhecem. Comente que algumas das e acordos entre blocos e nações na tentativa de atender a objetivos diversos.
principais organizações internacionais Em um mundo no qual a democracia ainda era
Bettmann Archive/Getty Images

são: Organização das Nações Unidas embrionária em muitos países, sobretudo naqueles que
(ONU); Organização dos Estados Ame- estavam se desvencilhando de seus colonizadores, era
fundamental que organismos internacionais começas-
ricanos (OEA); Organização Mundial do
sem a despontar para mediar o jogo político, econômico
Comércio (OMC); Organização para a
e cultural e reafirmar os direitos humanos em um con-
Cooperação e o Desenvolvimento Eco-
texto dominado pelo poderio bélico, pela busca inces-
nômico (OCDE); Organização Mundial sante do lucro e pela guerra ideológica.
da Saúde (OMS); Organização Interna- Foi nesse panorama que, em 1945, surgiu a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cional do Trabalho (OIT); Fundo Mone- Organização das Nações Unidas (ONU), uma segunda
DA EDITORA DO BRASIL
tário Internacional (FMI); e Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
tentativa de organizar um foro de diálogo permanente
e universal para todas as nações depois do fracasso da
Liga das Nações. Criada em 1919, ao fim da Primeira
Guerra Mundial, a Liga tinha como objetivo principal evi-
tar novas guerras e promover a paz.
Líderes dos Estados em reunião para a criação da Organização das Nações
Unidas (ONU) em São Francisco, Estados Unidos, 1945.

32

32
Orientações
A ONU e a cultura de desenvolvimento
Uma das principais missões da ONU é garantir o fomento e a diversidade ½ Respostas
cultural, já que viver em determinada cultura e celebrá-la é um dos direitos mais
Um pouco mais sobre
básicos de uma pessoa.
Entretanto, a polarização vista nos últimos anos representa um obstáculo para 1. Resposta pessoal. Espera-se que os
as previsões iniciais de que no século XXI pudesse haver maior integração entre estudantes concluam que o desen-
países e nações e respeito às diferenças. Há também uma tendência à uniformi- volvimento sustentável e as ques-
dade e ao aniquilamento de culturas, o que significa, em última instância, apagar a tões ambientais são temas muito
memória de muitos povos, empobrecendo o repertório da história humana. importantes para a garantia do de-
Na contramão desse contexto, a ONU busca fomen- senvolvimento econômico e social

Mahmud Hams/AFP
tar o que se denomina cultura de desenvolvimento, das gerações futuras, e que a ONU,
ressaltando os valores da educação, da comunicação por meio da atuação de organismos
social e das identidades culturais por meio da cida- especializados, tem grande relevân-
dania democrática, do desenvolvimento humano, da cia no incentivo, na fiscalização e
recuperação e do desenvolvimento das identidades no auxílio em relação às questões
nacionais diante do movimento de uniformidade cultu-
ambientais e aos países do globo.
ral. Acima de tudo, investe no aprendizado da cultura
da paz, que preconiza a convivência pacífica entre
diferentes culturas.
Para atuar nas diversas frentes a que se propõe, a
ONU dispõe de vários organismos especializados.

Médica palestina cuida de criança em um campo de


refugiados na Faixa de Gaza, 2018.

Faça no caderno

Relatório do IPCC prova “o fracasso da liderança global sobre o clima”


Um relatório lançado [...] pelo Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática,
IPCC, mostra que “o colapso do ecossistema, a extinção de espécies, ondas de calor fatais e
enchentes estão entre os perigos inevitáveis” que o mundo enfrentará nos próximos 20 anos
devido ao aquecimento global.
[...]
O chefe da ONU acredita que atrasos “significam mortes” e mencionou que as pessoas em
todo o mundo, incluindo ele próprio, estão “ansiosas e irritadas” e por isso o momento é de ação.
O estudo do IPCC mostra que o aumento das ondas de calor, das secas e das enchentes “já
está ultrapassando a capacidade de tolerância das plantas e dos animais”, causando mortali-
dade em massa em várias espécies de árvores e de corais.
Pessoas na África, na Ásia e na América do Sul já foram expostas à falta d’água e à inse-

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
gurança alimentar. Para evitar mais perdas de vida e de biodiversidade, é essencial acelerar
ações de adaptação à mudança climática e cortar, rapidamente, as emissões de gases de
efeito estufa.
[...]
DA EDITORA DO BRASIL
RELATÓRIO do IPCC prova “o fracasso da liderança global sobre o clima”. ONU News, 28 fev. 2022. Disponível em:
https://news.un.org/pt/story/2022/02/1781142. Acesso em: 28 mar. 2022.

1 Em sua opinião, a ONU deve atuar em questões ambientais do planeta? Explique.

33

33
Orientações
O conteúdo desta página poderá
Organização Mundial do Comércio (OMC)
ser trabalhado de maneira interdis- O comércio é uma prática que remonta à Antiguidade. Depois de um grande
ciplinar com História. Retome com impulso nos séculos XV e XVI, época das Grandes Navegações, o capital acumu-
os estudantes o contexto do início do lado possibilitou a consolidação dos primeiros Estados modernos. Foi somente
após o século XIX, contudo, com o desenvolvimento das revoluções industriais,
século XX até o período posterior à
que a produção de mercadorias aumentou significativamente, fomentando o
Segunda Guerra Mundial.
comércio internacional.
Foco na BNCC Ao longo do século XX, a velocidade com que as nações passaram a impor-
tar e exportar produtos e mercadorias criou a necessidade de um organismo
Competência geral 1 regulador do comércio internacional. Assim, em 1947, na cidade de Genebra, na
Competência específica de Suíça, foi criado o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (em inglês,
Geografia 6 General Agreement on Tariffs and Trade – Gatt). Em 1995, esse órgão passou
Habilidade EF09GE05 a se chamar Organização Mundial do Comércio (OMC) e atualmente é um dos
O conteúdo desta página mais importantes órgãos mundiais.
permite aos estudantes Uma das principais ações da OMC é promover reuniões entre os países
analisar fatos e situações para para estabelecer acordos comerciais no âmbito mundial. Essas reuniões são
compreender a integração chamadas rodadas, com destaque para a Rodada de Doha (Catar), que se ini-
mundial (econômica, política ciou em 2001 e continua até hoje.
e cultural), valorizando e
utilizando conhecimentos A que visam as rodadas
historicamente construídos
Geralmente, o principal assunto de uma rodada é a questão das barreiras
sobre o mundo social e
comerciais, ou protecionismo, prática adotada por muitos países que prejudica
cultural. Também lhes
principalmente a economia dos países pouco desenvolvidos e emergentes. O
permite entender e explicar
a realidade e construir protecionismo diz respeito a um conjunto
dpa/picture alliance/Getty Images

argumentos com base em de medidas que protegem a indústria ou


informações geográficas, o comércio interno, dificulta as importa-
além de debater e defender ções e a concorrência externa.
ideias e pontos de vista que Essas barreiras ficam evidentes nos
levem em conta e promovam subsídios concedidos pelos governos,
a consciência socioambiental principalmente para o setor agrícola.
e o respeito ao outro sem Esses subsídios beneficiam os agriculto-
preconceitos de qualquer res, que passam a produzir por um preço
natureza. baixo e podem lançar no mercado pro-
dutos mais em conta. Como resultado, a
maioria dos países que exportam bens
primários, em especial produtos agríco-
las, não consegue vendê-los para nações
Reunião da Cúpula do G-20 em Roma, Itália, 2021.
desenvolvidas, o que constitui uma con-
corrência desleal.
O governo brasileiro acionou a OMC diversas vezes, em especial para recla-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO mar dos subsídios concedidos pelos Estados Unidos aos produtores locais de
algodão e também dos subsídios concedidos pela União Europeia aos países-
DA EDITORA DO BRASIL -membros do bloco para a produção de açúcar. Em ambas as ações, a organi-
zação deu ganho de causa ao Brasil, por entender que esses subsídios eram
exagerados, violavam as regras internacionais de comércio e, como consequên-
cia, prejudicavam o país.
Além da OMC, outras organizações internacionais e instituições financei-
ras foram criadas, todas muito importantes para a regularização econômica e
comercial entre as nações.

34

Atividades complementares
Organize a turma em pequenos grupos e instrua os estu- 1. Quais são os principais motivos que levam o Brasil a entrar
dantes a pesquisar, em páginas confiáveis da internet, notícias com ações na OMC?
sobre as ações do governo brasileiro movidas na OMC. Reto- 2. Quais são as principais razões para que os países concedam
me com a turma os principais itens exportados pelo Brasil e, subsídios aos produtores locais?
na sequência, promova uma roda de conversa explorando as 3. Explique como práticas protecionistas podem ajudar um
razões e as consequências do protecionismo de alguns paí- país e, ao mesmo tempo, prejudicar outro.
ses em relação aos produtos exportados pelo Brasil. Por fim,
solicite aos estudantes que respondam às seguintes questões:

34
Orientações
Os desafios das organizações Explique aos estudantes que tam-
internacionais bém existem organizações internacio-
nais que atuam no setor da imprensa,
Apesar de ter sido criada com o objetivo de facilitar o comércio mundial, a como a Associação Internacional de
OMC é questionada por diversos líderes e organizações por não garantir trocas Radiodifusão (AIR), a Associação Mun-
comerciais e econômicas igualitárias entre os países. Muitos criticam o fato de
dial de Jornais e Editores de Notícias
que algumas práticas da OMC favorecem os países desenvolvidos, coibindo
(WAN-IFRA), a Federação Mundial da
de maneira desigual as ações protecionistas de outros, legitimam barreiras
Imprensa Periódica (FIPP), o Comitê
alfandegárias e taxam nações em desenvolvimento que tentam fazer o mesmo.
A consequência disso é que apenas alguns setores da sociedade conseguem se
Mundial de Liberdade de Imprensa
beneficiar dos acordos comerciais, o que contribui para a estagnação econômica (WPFC), o Comitê para a Proteção dos
dos países envolvidos. Jornalistas (CPJ), o Instituto Interna-
Muitos estudiosos defendem que as relações comerciais e econômicas cional da Imprensa (IPI), a União de
fomentadas pela OMC deveriam favorecer a melhoria dos padrões de vida e o Imprensa do Commonwealth (CPU
crescimento estável e amplo da renda, assegurar emprego às pessoas e expan- Media Trust), entre outras.
dir a produção e o comércio de bens e serviços.
½ Respostas
Desenvolvimento e crescimento econômico, por sua vez, não são sinônimos.
Para que as condições de vida de uma população melhorem, a economia não deve Ser cidadão
apenas crescer, mas também desenvolver o bem-estar social e garantir que os
1. Resposta pessoal. Apresente aos
cidadãos tenham condições tanto de consumir quanto de viver bem, com acesso
a trabalho, moradia, saúde, educação e alimentação balanceada. Em uma visão
estudantes, como sugestão de pes-
mais ampla, esse é um desafio para qualquer organização internacional. quisa, páginas de ONGs ambientais
e relacionadas às áreas sociais e de
saúde que atuam no município ou
Juan Mabromata/AFP

na região onde vocês vivem.

Conferência da Organização
Mundial do Comércio. Buenos
Aires, Argentina, 2017.

Ser cidadão

Sociedade civil organizada


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Em todo o mundo, diversas organizações humanitárias e não governamentais
DA EDITORA DO BRASIL
(ONGs), também chamadas Terceiro Setor, atuam de forma bastante significativa
e positiva nos mais variados setores da sociedade, como na preservação do meio
ambiente e na manutenção da saúde.
1. Reúna-se com alguns colegas e pesquisem em fontes confiáveis exemplos,
objetivos e atuações das ONGs de sua cidade ou região. Em seguida, discutam a
importância dessas organizações na construção de um mundo melhor, mais justo
e saudável. Apresentem os resultados da discussão para os demais colegas.

35

35
Orientações Atualmente, o desenvolvimento tecnológico, encabeçado pelas potências
mundiais, traz à tona questões da inteligência artificial, que, com o passar do
½ Respostas
tempo, é incorporada ao mercado de trabalho a ponto de muitas vezes substituir
Um pouco mais sobre a mão de obra humana. Diante disso, o mundo do trabalho parece ser uma área
que precisará de atenção das organizações internacionais nos próximos anos.
1. Entre outras mudanças, espera-se Membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de ONGs que
que os estudantes identifiquem atuam em questões relacionadas ao assunto já se preocupam com o que vem sendo
maior agilidade no processo de chamado de desemprego tecnológico, ou seja, a exclusão

James MacDonald/Bloomberg/Getty Images


entrega de compras, incluindo dos trabalhadores que, por diversas razões, não conseguem
refeições. Houve também uma se adaptar às novas exigências do mercado de trabalho.
demanda crescente de trabalhado- Se lançarmos um olhar para a história, veremos que
res para realizar o grande número de o mundo do século XVIII, que passou da produção manual
entregas de produtos que passaram para a mecanizada, teve ganhos e perdas. No início do
a ser feitas. século XX, assistimos às transformações do trabalho favo-
2. Discussão livre em sala de aula. Entre recidas pela microeletrônica. No fim desse mesmo século,
outros aspectos, podem-se desta- a internet revolucionou o modo analógico da eletrônica,
car maior flexibilidade na legislação dando origem à época digital.
Ainda que, indubitavelmente, as diversas formas de
trabalhista e a possibilidade de as
inteligência artificial sejam parceiras dos seres humanos, a
pessoas realizarem trabalho remo-
ameaça à desqualificação do trabalho humano e do cresci-
to, ambos propiciados pelo uso da
mento do desemprego existe. Cabe às organizações inter-
tecnologia. nacionais e às organizações trabalhistas colaborar com
Técnico controla equipamento robótico para solda. mecanismos que possibilitem ao ser humano continuar
Colúmbia Britânica, Canadá, 2018. como protagonista da história.

Ministério Público do Trabalho abre nova frente contra apps de


transporte por vínculo de emprego
[...]
O MPT quer que a Justiça reconheça a relação e que as empresas garantam direitos traba-
lhistas, securitários e previdenciários aos motoristas. Também solicita melhores condições de
saúde e segurança aos profissionais, além de indenização por dano moral coletivo.
[...]
A Amobitec, associação que reúne aplicativos de mobilidade, diz que os motoristas e entrega-
dores atuam de forma independente e sem subordinação trabalhista às plataformas.
[...]
A entidade destaca decisões anteriores do Tribunal Superior do Trabalho e do Superior Tribu-
nal de Justiça, que afirmaram que motoristas de aplicativos são profissionais autônomos, sem
vínculo de emprego com as plataformas.
CUNHA, Joana; GRAZINI, Mariana; MOTTER, Andressa. Ministério Público do Trabalho abre nova frente contra apps de transporte por vínculo de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
emprego. Folha de S. Paulo, São Paulo, 8 nov. 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2021/11/ministerio-publico-do
-trabalho-abre-nova-frente-contra-apps-de-transporte-por-vinculo-de-emprego.shtml. Acesso em: 28 mar. 2022.

DA EDITORA DO BRASIL
1 Em grupo, pesquisem em fontes confiáveis as mudanças ocasionadas pelos aplicativos
Atividade em grupo

no mundo do trabalho.

2 Após levantarem dados e opiniões acerca do assunto, discutam com o restante da turma sobre o uso
da tecnologia e as novas relações trabalhistas.

36

36
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Em que contexto surgiram as organizações internacionais? 1. Em meados do século XX, o mun-
do se recuperava dos danos e dos
2 Em relação à Organização das Nações Unidas (ONU), o que é a cultura de desenvolvimento?
traumas provocados pela Segunda
3 Cite algumas das principais funções da Organização Mundial do Comércio (OMC). Guerra Mundial, e as relações eco-
nômicas entre os países se intensi-
4 Explique como o protecionismo prejudica a economia de alguns países.
ficavam.
5 De que maneira a ONU tenta estimular o desenvolvimento humano no mundo? 2. Essa cultura consiste em propostas
de ação que buscam ressaltar os va-
6 Explique o que é o desemprego tecnológico, qual é sua causa e como as organizações internacionais
lores da educação, da comunicação
podem interferir nessa questão.
social e das identidades culturais por
Para refletir meio da cidadania democrática, do
desenvolvimento humano, da recu-
1 Ao assinarem o Protocolo de Kyoto em 1997, vários países se comprometeram a reduzir a emissão de peração e do desenvolvimento das
gases de efeito estufa, principalmente o CO2. Com base na observação do mapa a seguir e, se necessário, identidades nacionais.
com a realização de uma pesquisa em fontes confiáveis, responda às questões.
3. Umas das principais funções da OMC
Mapa-múndi: emissão de dióxido de carbono em milhões de toneladas – 2021
é estabelecer acordos comerciais
mundiais, as chamadas “rodadas”.

Allmaps

OCEANO GLACIAL ÁRTICO
A OMC também deve fiscalizar o
Círculo Polar Ártico cumprimento das regras comerciais
básicas entre países.
Europa 4. O protecionismo, ou barreira co-
4946 MtCO2
América do Norte Ásia mercial, dificulta as importações e
5606 MtCO2 17756 MtCO2
Trópico de Câncer
a concorrência externa. Ele prejudi-
Oriente Médio
2568 MtCO2
ca principalmente os países menos
OCEANO América Central OCEANO
PACÍFICO 169 MtCO2 PACÍFICO desenvolvidos, que não têm produ-
Equador
0° tos que poderiam concorrer com
África
OCEANO 1326 MtCO2 OCEANO aqueles que estão salvaguardados
ATLÂNTICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio América do Sul por ações protecionistas.
994 MtCO2 Oceania
N
438 MtCO2 5. A ONU tem diversas agências e or-
Milhões de toneladas
de carbono (MtCO2) ganismos especializados que visam
O L
17 756 MtCO2 contribuir para a prosperidade, a
2 568 Mt CO2
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
S conscientização e o desenvolvimen-
Círculo Polar Antártico
169 MtCO2 0 2 400 4 800 km to dos países.
1 : 240 000 000
6. Desemprego tecnológico é a ex-
clusão dos trabalhadores que, por
Fonte: GLOBAL carbon atlas. Emissões de combustíveis fósseis. Disponível em: www.globalcarbonatlas.org/en/CO2-emissions. Acesso em: 28 mar. 2022.
diversas razões, não conseguem
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a) Que problemas ambientais o excesso de CO2 causa ao planeta? se adaptar às novas exigências do
mercado de trabalho. É causado pelo
DA EDITORA
b) O que provoca a emissão excessiva deDO
CO BRASIL
na atmosfera? 2 desenvolvimento tecnológico, que
c) Quais regiões são as maiores emissoras de CO2 no mundo? substitui muitas atividades humanas.
d) Qual é a posição dos Estados Unidos em relação ao Protocolo de Kyoto? Cabe às organizações internacionais
e) Relacione o desenvolvimento dos países do Hemisfério Norte com o setor industrial e a emissão de criar mecanismos que possibilitem
CO2 na atmosfera. ao ser humano continuar como pro-
tagonista da história.

37

Para refletir
1. a) Segundo estudos, o CO2 contribui para o aumento da d) Em 2017, o então presidente dos Estados Unidos, Donald
temperatura média da atmosfera. Trump, decidiu que esse país não faria mais parte do
b) Esse gás é emitido, em grande quantidade, sobretudo Protocolo de Kyoto.
pela queima de combustíveis fósseis, pelo desmata- e) O desenvolvimento econômico dos países do Hemisfério
mento e pelas queimadas realizadas em áreas florestais Norte está relacionado ao alto teor de poluentes, em
pelo mundo. razão da grande concentração da atividade industrial
c) A
 s regiões que mais emitem CO2 são a América do e do elevado número de automóveis em circulação
Norte, a Europa e a Ásia. nessas nações.

37
Faça no caderno

Orientações
Explique aos estudantes que o

Grupos globais
Brics foi fundado somente por quatro
países: Brasil, Rússia, Índia e China. A
África do Sul aderiu posteriormente
ao grupo. Não é de hoje que os diferentes países se relacionam econômica e politicamente. Pelo menos desde o
O principal objetivo do Brics é século XIII, na Europa, as sociedades vêm estabelecendo relações de dependência mútua. No entanto, foi
financiar a ampliação de infraes- no século XX, após as duas grandes guerras mundiais, com a expansão do comércio, das tecnologias e da
trutura dos países emergentes e circulação financeira, que se pôde falar em globalização. Nesse processo, alguns agrupamentos de países
subdesenvolvidos. se formaram. Vamos conhecer melhor dois deles.

Os mais ricos do mundo

Carolyn Kaster/POOL/AFP
Os sete países mais industrializados do mundo O grupo é informal, e
formam o Grupo dos 7, ou G-7: Estados Unidos, não uma organização
internacional que tenha
Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e
base em um tratado, como
Japão. O primeiro encontro entre eles ocorreu em
os blocos econômicos
1975, na França, em meio à crise mundial do petróleo.
(União Europeia, Mercosul)
Desde então, os chefes de Estado desses países se ou a ONU. Por isso, não
reúnem anualmente. Na pauta não são discutidas há garantias de que suas
apenas questões econômicas, mas também questões decisões serão cumpridas.
estratégicas de cunho social, político e até mesmo
ambiental. Apesar de estar entre as nações mais ricas Líderes do G-7
do mundo, a China fica de fora do grupo por não ser participam de
considerada um país democrático. cerimônia de plantio
de árvores em Ise,
Mapa-múndi: países do G-7 e países emergentes – 2021 Japão, 2016.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico
60°N
CANADÁ REINO UNIDO ALEMANHA
REPÚBLICA TCHECA
FRANÇA HUNGRIA
ESTADOS ITÁLIA TURQUIA
UNIDOS CHINA JAPÃO
30°N PAQUISTÃO
Trópico de Câncer EGITO
CUBA
MÉXICO ÍNDIA
TAILÂNDIA OCEANO
GUATEMALA FILIPINAS
VENEZUELA NIGÉRIA PACÍFICO
Sonia Vaz


Equador
Juntos, esses
OCEANO INDONÉSIA
OCEANO PACÍFICO TANZÂNIA
OCEANO países constituem
BRASIL ATLÂNTICO
BOLÍVIA ÍNDICO N um verdadeiro
Meridiano de Greenwich

ZIMBÁBUE
Trópico de Capricórnio
PARAGUAI gigante mundial:
30°S ÁFRICA O L
Países do G-7
CHILE URUGUAI
ARGENTINA
DO SUL somam
Países emergentes aproximadamente

60%
S
0 2 361 4 722 km
60°S
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 1 : 236 100 000
da população
120°O 60°O 0° 60°L 120°L mundial;
Fonte: WORLDATLAS. Países do G7. Disponível em: https://www.worldatlas.com/articles/group-of-seven-g7-countries.html.
Acesso em: 29 mar. 2022. são responsáveis
por mais de
Os países emergentes
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Outro fórum informal para a reunião de chefes de Estado foi
composto em 2003: o G-20, sob influência do Brasil. A principal
A formação do G-20 impactou
diretamente a vida dos brasileiros.
26%
das exportações de
DA EDITORA DO preocupação
BRASIL desse grupo é discutir as diferenças persistentes
entre os países ricos e pobres. Os países emergentes criticam,
O crescimento econômico dos últimos
anos teve como um dos pilares
produtos agrícolas;

fundamentais a exportação de produtos

70%
sobretudo, o fato de os países desenvolvidos protegerem seus
mercados por meio de subsídios, impedindo que os países agrícolas e a estratégia de firmar
exportadores de produtos agrícolas consigam competir no parcerias com países de fora do eixo
Estados Unidos-Europa – os países da população
mercado mundial. O G-20 é formado por 19 países e o bloco
com economia em desenvolvimento do rural do mundo
econômico da União Europeia. O principal objetivo é discutir a
Hemisfério Sul, por exemplo. está neles.
situação do comércio de produtos agrícolas.

38

38
Orientações

No top 20 da economia mundial ½ Respostas


Mapa-múndi: países do G-20 – 2022
Em foco
Há outro grupo de 20 países OCEANO GLACIAL ÁRTICO
diferente do G-20 dos países em Círculo Polar Ártico 1. O Brasil participa dos grupos G-20 e
UNIÃO EUROPEIA RÚSSIA
desenvolvimento. Conhecido como 60°N
CANADÁ REINO UNIDO Brics. Espera-se que os estudantes
G-20 Financeiro, foi criado em ALEMANHA

1999 para tentar reverter as ESTADOS


FRANÇA
ITÁLIA TURQUIA COREIA JAPÃO
citem a importância econômica e
UNIDOS
sucessivas crises financeiras. 30°N
CHINA DO SUL
política que o Brasil passou a ter no
Trópico de Câncer ARÁBIA
O G-20 Financeiro reúne os MÉXICO SAUDITA ÍNDIA
cenário mundial, principalmente a
OCEANO
chefes de Estado, ministros
de Finanças e presidentes
PACÍFICO
partir da década de 2000.

Sonia Vaz
0° Equador
de Bancos Centrais de 19 OCEANO PACÍFICO
OCEANO INDONÉSIA
2. Os países emergentes somam,
ATLÂNTICO OCEANO
países industrializados e BRASIL
ÍNDICO
juntos, aproximadamente 60%

Meridiano de Greenwich
em desenvolvimento, mais Trópico de Capricórnio N

um representante geral da 30°S ÁFRICA


DO SUL
AUSTRÁLIA
da população mundial. Eles são
União Europeia. A principal O L ARGENTINA
responsáveis por mais de 26% das
0 2 538 5 076 km
meta do G-20 Financeiro
é garantir a estabilidade da 60°S
S 1 : 253 800 000 exportações de produtos agrícolas, e
economia mundial. Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
70% da população rural do mundo
G-20 120°O 60°O 0° 60°L 120°L vive nesses países.
Fonte: G20. Sobre o G20. Disponível em: https://g20.org/about-the-g20/#participants.
Acesso em: 31 mar. 2022.

Além de ricos, os países do Em 2017, a Alemanha


NurPhoto/Getty Images G-7 são muito influentes nas dpa picture alliance/Alamy/Fotoarena sediou o encontro dos
determinações do Banco Mundial e países do G-20.
do Fundo Monetário Internacional.
O grupo recebe muitas críticas,
principalmente pelo poder de
influenciar as economias do mundo
todo, incentivar medidas neoliberais
e não tomar atitudes concretas
contra a desigualdade social.
Cartaz do G20
Manifestantes protestam em evento.
durante evento que Hamburgo,
reuniu o G-7, em Quebec, Alemanha,
Canadá, 2018. 2017.

Brics, países promissores


Brics – 2020
A sigla Bric foi criada em 2001 para se referir aos
países que apresentavam características econômicas País População total (em PIB (em bilhões
promissoras à época: Brasil, Rússia, China e Índia. milhões de pessoas) de dólares)
Brasil: Daboost/Shutterstock.com; Rússia: J_UK/Shutterstock.com;
Índia: Marques/Shutterstock.com; China: HAMIDAH SAMUTHARANGKOON/
Shutterstock.com; África do Sul: Adobe/Easypix Brasil
Com o crescimento econômico da África do Sul, a sigla
mudou para Brics. Além de ter importância econômica, Brasil 209,4 1 444,7
esses países também são considerados potências
políticas em suas regiões. Um dos objetivos do bloco
era tornar-se um contrapeso ao poder dos Estados Rússia 145,7 1 483,5
Unidos e da Europa nas definições econômicas
mundiais – força que é discutida até hoje.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Índia 1 352,6 2 664,7

1 DA EDITORA
Dos grupos apresentados, em quais o DO BRASIL
China 1 427,6 14 722,8
Brasil está presente? Em sua opinião,
qual é o papel do país nesses grupos?
África do Sul 57,7 302,1
2 Quais características dos países emer-
gentes lhes atribuem grande impor-
Fonte: IBGE Países. Países. Disponível em: https://paises.ibge.gov.br/#/pt.
tância nas decisões internacionais? Acesso em: 28 mar. 2022.

39

39
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas 1 Apresente os fatores que impulsionaram a globalização a partir da década de 1990.

Para encerrar 2 Qual foi o papel das empresas multinacionais na expansão do capitalismo mundial e na Divisão
Internacional do Trabalho?
1. A configuração de uma nova ordem
mundial; a internacionalização do 3 Observe o mapa a seguir e identifique os blocos econômicos destacados.
capitalismo; a abertura comercial
dos países; o desenvolvimento de Mapa-múndi: principais blocos econômicos – 2018

Allmaps
novas tecnologias de transporte, 0°

comunicação e informação etc. Círculo Polar Ártico


4
2. As multinacionais são responsáveis
1
pelo vertiginoso crescimento do 3

comércio mundial e foram decisivas


Trópico de Câncer
para o surgimento da Nova Divisão
OCEANO
Internacional do Trabalho (NDIT), PACÍFICO
com a qual alguns países que pro- Equador

OCEANO OCEANO
duziam exclusivamente gêneros 2 ATLÂNTICO ÍNDICO
primários passaram a receber in- Trópico de Capricórnio
N
dústrias, produzir em larga escala e

Meridiano de Greenwich
OCEANO
O L
exportar bens manufaturados. PACÍFICO

3. 1 – Nafta; 2 – Mercosul; 3 – União S


Círculo Polar Antártico
Europeia; 4 – CEI. 0 2 760 5 520 km

1 : 276 000 000


4. O principal assunto é a questão das
barreiras comerciais (protecionismo), Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 79.

prática adotada por muitos países e


que prejudica principalmente a econo- 4 Qual é o principal assunto tratado nas rodadas promovidas pela OMC?
mia dos países pobres e emergentes. 5 Com base no que você estudou e em outras fontes de pesquisa confiáveis, elabore um quadro que mostre
5. Entre outros pontos, os estudantes os pontos positivos e negativos da globalização.
podem citar, como aspectos posi-
tivos, a integração entre os povos e 6 Leia o texto a seguir e responda às questões.
A China, superpotência em ascensão, [é] cautelosa na liberalização de sua política doméstica,
a facilidade de acesso à informação
mas adotou uma abordagem muito mais liberal em relação ao resto do mundo. Quando se trata de
e ao consumo de mercadorias. Os
livre-mercado e cooperação internacional, Xi Jinping parece ser o verdadeiro sucessor de Obama.
pontos negativos podem ser, por
Tendo posto o marxismo-leninismo em segundo plano, a China parece estar bem feliz com a
exemplo, o esvaziamento de uma ordem liberal internacional.
cultura e a perda de sua diversida- A emergente Rússia considera-se uma rival muito mais poderosa da ordem liberal global, mas,
de, quando essa cultura é absorvida embora tenha reconstituído seu poderio militar, está ideologicamente falida. Vladimir Putin certa-
pela cultura dominante. mente é popular na Rússia e entre movimentos de direita por todo o mundo, mas ainda não tem
6. a) O texto afirma que a China man- uma visão global que possa atrair espanhóis desempregados, brasileiros insatisfeitos ou estudan-
tém sob controle a linha comu-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
nista na política, mas, na econo-
tes idealistas em Cambridge.
HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. Tradução: Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 31-32.

mia, adotou práticas de mercado.DA EDITORA DO BRASIL


a) O que o texto afirma sobre a China? E sobre a Rússia?
Sobre a Rússia, o texto afirma que
esse país, embora tenha recupe­ b) Que referências indiretas são feitas à antiga ordem da Guerra Fria?
rado seu poderio militar, está c) Com base no texto, que comparações podem ser feitas entre a postura da China e a da Rússia na
ideologicamente falido. atual ordem multipolar do mundo globalizado?
b) A linha política comunista mantida d) Que aparentes contradições o texto deixa entrever?
pela China e o poderio militar russo.
c) A China parece ter se adaptado 40
melhor à ordem multipolar do
mundo globalizado que a Rússia.
d) A contradição mais aparente que
o texto deixa entrever é que o Sobre a avaliação
governo dos Estados Unidos tem ½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
tido um desempenho desastroso
De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para rever conhecimentos relativos à globalização, retome
do ponto de vista das relações
fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as como com os estudantes o conteúdo das páginas 12 e 13 e as ati-
internacionais, promovendo o
diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas no início vidades da página 20. Quanto à multiplicidade cultural, revise
protecionismo e o fechamento
da unidade (EF09GE02, EF09GE03, EF09GE05, EF09GE14, com a turma o conteúdo das páginas 21, 22 e 23 e as ativida-
de fronteiras, ao contrário do
EF09GE15) foram desenvolvidas de maneira satisfatória. des da página 26. Em relação aos blocos econômicos, retome
governo chinês, que tem sabido
As atividades propostas na unidade podem auxiliar os es- o conteúdo utilizando o mapa da página 28 e as atividades da
aproveitar as oportunidades que
tudantes na preparação para exames de larga escala. página 31. Em relação às organizações internacionais, reapresen-
a nova ordem multipolar oferece.
te o conteúdo da página 32 e revise as atividades da página 37,
auxiliando os estudantes quanto a possíveis dúvidas.
40
Orientações
7 Leia o texto a seguir. De acordo com o que você já estudou sobre ½ Respostas
as mudanças promovidas pela Revolução
Mianmar – Limpeza étnica e Técnico-Científico-Informacional – que alguns Para encerrar
êxodo rohingya estudiosos estão chamando de Quarta Revo- 7. Instrua os estudantes a consultar
Desde agosto de 2017, Mianmar enfrenta lução Industrial –, do que Schwab está falan- sites confiáveis na internet para fa-
diversos conflitos entre o exército – que é a do? Qual seria essa suposta promessa e esse zerem a pesquisa. Incentive-os a
elite mais forte do país, principalmente depois potencial perigo?
aplicar, no texto que produzirão,
do golpe de 1o de fevereiro de 2021 – e a mino-
9 Nas fotografias, identifique exemplos dos fluxos os conhecimentos aprendidos nes-
ria rohingya, povo islâmico que, antes do con-
de globalização e escreva, para cada uma, um ta unidade, como os conceitos de
flito, somava quase 1 milhão de pessoas. Esse
pequeno texto referente aos fluxos globais. multiplicidade cultural, diversidade
grupo, que já não tem seus direitos garantidos
cultural, minorias e etnocídio.
por não serem considerados como cidadãos

Carolyn Jenkins/Alamy/Fotoarena
pelo governo, passou a ser perseguido após 8. Klaus Schwab se refere aos impactos
um protesto violento de militantes. Esse pro- que as novas tecnologias digitais
testo, entretanto, gerou consequências para e de automação estão tendo no
todo o grupo, impulsionando um intenso fluxo mundo do trabalho. As promessas
de imigração para o país vizinho, Bangladesh. seriam os aspectos benéficos des-
[...] sa revolução, como a melhoria nos
MIANMAR – Limpeza étnica e êxodo rohingya. Observatório de Crises processos de produção. Já o perigo
Internacionais, 27 set. 2021. Disponível em: https://sites.ufpe.br/
oci/2021/09/27/mianmar-limpeza-etnica-e-exodo-rohingya/. Acesso em: é o que está sendo chamado de
28 mar. 2022. “desemprego tecnológico”, ou seja,
Faça uma pesquisa em fontes confiáveis sobre a massa de desempregados que
os motivos, as implicações e as consequências surgirá da automação da indústria
Etiqueta de produto
da perseguição à etnia rohingya em Mianmar, industrializado.
nas próximas décadas.
sobretudo desde 2017, quando a situação se 9. Fluxo de mercadorias: importação
Sonia Bonet/Shutterstock.com

agravou. Comente, em seu texto, as questões de e exportação de mercadorias. Fluxo


diversidade e multiplicidade cultural e etnocídio. de pessoas: turismo.
8 Em janeiro de 2016, o economista alemão Klaus
Schwab, diretor-executivo do Fórum Econômico
Mundial de Davos, na Suíça, afirmou, a respeito
das mudanças de paradigma que já estão em
curso nas principais economias do mundo:
“As mudanças são tão profundas, que, da
perspectiva da história humana, nunca houve um
tempo de maior promessa ou potencial perigo”. Painel de aeroporto com destinos e horários.

Leia

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Integração regional: uma introdução, de Paulo Roberto de Almeida (Saraiva). O livro aborda os processos que
culminaram na formação de blocos econômicos e discute a importância do multilateralismo e o papel da OMC
nesse contexto. DA EDITORA DO BRASIL
Assista
Os catadores e eu, de Agnès Varda. O documentário mostra uma visão humana da vida dos catadores de frutas,
que, após a colheita, recolhem tudo aquilo que ficou no chão e vendem ou doam aos famintos. Com base em
um célebre quadro de Jean-François Millet, As respigadoras, veja um olhar sobre a persistência na sociedade
contemporânea dos catadores, que vivem da recuperação de coisas que os outros rejeitam (82 min).

41

Avaliação de resultados
Retome os objetivos da unidade descritos na página 10
deste manual e baseie-se neles para a elaboração de uma
avaliação. É importante certificar-se de que as competências
gerais e as competências e habilidades específicas de Geo-
grafia indicadas sejam contempladas na avaliação.

41
Objetivos da unidade

Rubens Chaves/Pulsar Imagens


• Compreender o processo histórico
de urbanização no contexto de
desenvolvimento do capitalismo.
• Entender os processos de indus-
trialização e evolução agrícola e a
relação entre eles.
• Relacionar os problemas da fome e
da desnutrição com a desigualdade
social e a distribuição de renda.
• Identificar as principais medidas de
combate à fome e à desnutrição
adotadas ao longo do tempo.
• Identificar as principais transfor-
mações nas relações de trabalho a
partir da industrialização.
• Relacionar a evolução tecnológica
às transformações no trabalho.
• Compreender que a evolução
tecnológica e o desenvolvimento
industrial não foram iguais para
todas as nações.
• Identificar as principais caracterís-
ticas da matriz energética mundial.
• Identificar os impactos ambien-
tais gerados pelo uso das fontes
de energia.

Introdução
Após o estudo sobre a globaliza-
ção e seus impactos, o conteúdo des-
ta unidade aborda a relação entre a
mecanização do campo, a urbaniza-
ção, o aumento do desemprego e o
crescimento dos bairros periféricos. O
estudante vai compreender a impor-
tância da agropecuária e a relação en-
tre a fome e a distribuição de renda,
além de estudar o processo de indus-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
trialização e as transformações que
ocorreram no trabalho decorrentes
DA EDITORA DO BRASIL
desse processo. Por fim, abordam-se
a importância das fontes energéticas
e dos recursos naturais para as indús-
trias e o impacto dessa exploração na
sustentabilidade do planeta. Polo industrial da cidade
de Cubatão (SP), 2021.

Justificativa
42
Com base na discussão a respeito
do desenvolvimento das técnicas, o
estudante pode aprimorar sua com-
preensão sobre o atual estágio de Levantamento de conhecimentos prévios
desenvolvimento do capitalismo e as • o desenvolvimento tecnológico e de design desse
Para realizar uma sondagem dos conhecimentos prévios
contradições e injustiças presentes no aparelho geralmente é realizado nos Estados Unidos;
dos estudantes, você pode realizar um levantamento como
mundo contemporâneo. Ele também • parte da matéria-prima, como processadores, tela e ba-
o que ocorreu na Unidade 1, mas dessa vez com foco na
pode investigar a importância das fon- teria, utiliza componentes minerais, como o tântalo,
cadeia de produção globalizada. Peça aos estudantes que
tes de energia para a manutenção dos o tungstênio e o estanho, extraídos, por exemplo, na
olhem as etiquetas das roupas que estão usando e que não
níveis de produção industrial atuais e República Democrática do Congo;
façam parte do uniforme escolar. Eles também podem olhar • a produção dessas peças, porém, é realizada em fábricas
as pressões exercidas sobre o meio am-
o material escolar ou os acessórios. Oriente-os a observar se na Coreia do Sul, em Singapura e na Alemanha;
biente, entendendo esses elementos
nas etiquetas há a identificação dos locais de fabricação dos • o processo de montagem desses componentes integra-
como parte de um mesmo processo.
objetos e se são feitos em diferentes países. Explique a eles dos costuma ocorrer na China;
que a fabricação de um smartphone, por exemplo, costuma • os smartphones, então, são distribuídos, para diversos paí-
envolver diversos países: ses, onde ocorrerão as vendas.
42
Orientações
As perguntas que dizem respeito à
observação e à interpretação da ima-
gem relacionam-se ao conhecimento
prévio dos estudantes e à sua reflexão
sobre as características de seu lugar
de vivência, evidenciando seu pro-
tagonismo no processo de ensino-
-aprendizagem.

Produção,
Com os estudantes, observe a ima-
gem e descreva os principais elementos
encontrados. Incentive-os a relacio-

tecnologia nar a paisagem da imagem com as


paisagens que eles observam com

e meio
mais frequência no dia a dia. Apon-
tem, juntos, as semelhanças e as
diferenças entre elas. Para melhor

ambiente
visualização, as informações podem
ser organizadas e sistematizadas em
um quadro na lousa.
½½ Respostas
1. Resposta pessoal. Explique que as
Uma das características da globalização é o deslocamento transnacionais são empresas que
dos setores de produção para espaços geográficos onde há têm a sede em um país e filiais em
maior chance de obter lucros. Aliados a esse processo estão
outros. Caso julgue necessário, faça
as inovações tecnológicas, o desenvolvimento do transporte
uma breve pesquisa e informe o
e das telecomunicações e a automatização.
estudante sobre a presença dessas
empresas no próprio município ou
1. Em seu município existem empresas transnacionais?
nos municípios vizinhos.
Se sim, qual é o país de origem? O que elas
produzem? 2. São inúmeras formas de impacto
ao meio ambiente, caso a cadeia
2. Quais são os impactos ambientais que uma cadeia
produtiva pode causar no ambiente?
produtiva não esteja operando de
acordo com as normas estabelecidas
pelos órgãos de licenciamento am-
biental. Alguns exemplos são: polui-
ção atmosférica, representada pela
fumaça emanada pelas chaminés
das indústrias; poluição do solo, caso
Nesta unidade você vai estudar: as fábricas não tenham um sistema
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• industrialização e evolução agrícola; correto de coleta e manejo de seu
DA EDITORA DO• BRASIL
urbanização e desemprego; lixo; poluição das águas em caso de
• distribuição de renda e desigualdades estruturais; despejo de substâncias tóxicas em
• combate à fome; córregos, rios e mananciais.
• transformações no trabalho;
• evolução tecnológica e potências industriais; Foco nos TCTs
• matriz energética mundial. Nesta unidade, serão trabalha-
dos os seguintes temas contem-
43
porâneos transversais:
• Trabalho;
• Ciência e tecnologia;
• Educação ambiental.
BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da
o desenvolvimento das competências e das BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento
habilidades a seguir. de atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência
Competências gerais 1, 4, 6, 7 e 10 escolar fundamentais para o fortalecimento do respeito,
Competências específicas de Ciências Humanas solidariedade, organização, participação, cooperação, pro-
2e3 tagonismo e reflexão nos estudantes. Essas atitudes e esses
valores devem estar relacionados às regras, aos espaços e
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4,
aos materiais escolares, no convívio entre professores, fun-
5e7
cionários e estudantes e no desenvolvimento das ativida-
Habilidades EF09GE11, EF09GE12, EF09GE13 e des pedagógicas.
EF09GE18
43
Objetivos do capítulo
• Compreender o processo históri-
co de urbanização no contexto de
desenvolvimento do capitalismo.
• Entender os processos de indus- Urbanização
trialização e evolução agrícola e a
relação entre eles.
• Compreender a relação entre pro-
cesso de urbanização e desemprego.

Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou o contexto histórico da criação das organizações
internacionais e os principais desafios que elas enfrentam na atualidade. Neste capítulo,
pedagógicos você vai estudar a relação entre a mecanização do campo, a urbanização, o aumento do
O processo de urbanização e in- desemprego e o crescimento dos bairros periféricos.
dustrialização, a evolução das técni-
cas agrícolas, os recursos naturais e as
fontes de energia são conhecimentos
previamente trabalhados no Ensino Urbano e rural
Fundamental (EF04GE07, EF05GE04, O termo urbano, do latim urbanus, remete ao conceito de cidade.
EF05GE05, EF05GE07, EF05GE10, Seu oposto, rural, remete a campo. As cidades têm características bem
EF05GE11, EF06GE11, EF06GE12, diferentes do campo: em geral, têm maior densidade populacional, maior ofer-
EF07GE06, EF08GE16), que se relacio- ta de serviços e infraestrutura mais desenvolvida, com presença de hospitais,
nam com os assuntos abordados no instituições de ensino, vias públicas, redes de transporte, opções de lazer, áreas
capítulo. O resgate dessas habilidades industriais, comerciais e residenciais. Já o campo é predominantemente domina-
pode ser de grande importância para do por atividades agropecuárias, e em certos espaços há áreas de preservação
o início da discussão sobre o tema ambiental. Em comparação aos espaços urbanos, os rurais registram baixa
“Urbanização”. concentração de pessoas. Em algumas localidades, há menor oferta de serviços
essenciais e infraestrutura com certa limitação.
O campo sofreu intensas transformações nos últimos 50 anos. Observa-
Orientações
-se no espaço rural o aumento de atividades tanto agropecuárias quanto não
O conteúdo desta página pode ser agrícolas, como processamento, distribuição e comércio de produtos agrope-
Vista de arranha-céus em
trabalhado de maneira interdiscipli- Nova York. Estados Unidos, cuários; mecanização da produção; certa preocupação com a biodiversidade
nar com História. Retome o proces- 2021. e sua valorização; desenvolvimento do setor terciário; e
so de formação e desenvolvimento
Francisco Blanco/Shutterstock.com

intensificação de fluxos materiais e imateriais. Essas no-


das primeiras cidades. Ressalte que, vas características se expandiram sobretudo em virtude
no século XIX, a industrialização e a do crescimento do agronegócio.
urbanização foram fatores essenciais
para o desenvolvimento do capitalis-
Urbanização
mo. Na Inglaterra, com os cercamen-
tos, os camponeses foram expulsos À transformação do espaço geográfico devido ao
surgimento e crescimento das cidades, incluindo suas
de suas terras e se deslocaram para
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
as cidades, onde tiveram de trabalhar
estruturas e características típicas, damos o nome de
urbanização. Esse processo ocorreu e continua ocor-
nas indústrias para sobreviver. Esse
processo mecanizou as técnicas de
DA EDITORA DO BRASIL rendo de modo desigual. Há 2 500 anos, por exemplo,
Roma, atual capital da Itália, já contava com 1 milhão de
trabalho e culminou em um grande habitantes. Ainda na Europa, no século XIX, o processo de
êxodo rural. industrialização levou milhares de pessoas a sair de áreas
rurais e ir para cidades em busca de oportunidades nas
indústrias, o que acabou elevando consideravelmente o
número de habitantes em cidades como Londres e Berlim.

44

Foco nos TCTs


Trabalho
Ciência e tecnologia
Educação ambiental
O conteúdo desenvolvido nesta unidade permite o traba-
lho com esses três temas contemporâneos, evidenciando a
inter-relação que existe entre eles. O objetivo dessa aborda-
gem é que o estudante compreenda como ocorreu a evolu-
ção dos meios de produção, como a tecnologia transforma
a economia e o trabalho e, consequentemente, quais são os
impactos que essas mudanças causam no meio ambiente.
44
Embora tardio em comparação às potências euro- Brasil: população urbana e rural – 1960-2015 Orientações
peias, o processo de urbanização no Brasil foi signifi- Instrua a turma a ler e interpretar

DAE
100
cativamente acelerado e transformou completamente o gráfico “Brasil: população urbana e
84 85
a configuração do país. Fatores como a Proclamação 81 rural – 1960-2015”. O conteúdo desta
80 75
da República, o fim da escravidão e o desenvolvimen- 68 página pode ser trabalhado de ma-
to industrial – este impulsionado especialmente pelo neira interdisciplinar com História.
café – pressionaram e aceleraram a urbanização de 60
55 Ressalte para os estudantes que, com
56
cidades brasileiras. a promulgação da Lei do Ventre Livre,

%
44
A partir dos anos 1970, com a modernização da 45
40 em 1871, a população escravizada do
agricultura e a expansão das atividades industriais no 32
25
Rio de Janeiro se concentrou na ca-
Brasil, a população das cidades superou a do campo
20
19 pital, ocupando, por falta de oportu-
e o país se tornou, de fato, urbano. Observe no gráfi- 16 15
nidades de emprego e de acesso a
co ao lado a evolução da população urbana brasileira
entre 1960 e 2015.
melhores moradias, casas em terre-
0
Recife, São Paulo e Rio de Janeiro foram algumas
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2015
ano
nos divididos entre muitas pessoas,
das primeiras cidades a receber saneamento básico e População rural População urbana
chamadas cortiços. Posteriormente,
aparelhos de infraestrutura urbana. Na cidade de São Fonte: IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. [S. l.]: IBGE,
com as reformas urbanas, inspiradas
Paulo, por exemplo, foi demolida grande parte do an- 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index. pelas reformas realizadas em cidades
php?dados=9&uf=00; POPULAÇÃO rural e urbana. IBGE Educa,
tigo centro, cujo projeto paisagístico lembrava o das [S. l.], c2022. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca europeias, como Paris, e motivadas
ruas de Paris. Entre as décadas de 1950 e 1970, a -o-brasil/populacao/18313-populacao-rural-e-urbana.html. por teorias higienistas, a população
Acessos em: 28 mar. 2022.
cidade foi reurbanizada por meio da verticalização das mais pobre das cidades foi forçada a
O gráfico mostra a evolução
construções e da abertura de grandes vias, além do das populações urbana e rural se deslocar das regiões centrais para
alargamento da Avenida Rio Branco e da Avenida São João. no Brasil entre 1960 e 2015. as áreas periféricas.
O processo de urbanização no Brasil, principalmente começando na década
de 1950 e se estendendo pelas décadas seguintes, está vinculado à expansão e
à modernização das atividades industriais – sobretudo nas cidades das regiões
Sudeste e Sul – e à modernização da agricultura. Em virtude dessas moderni-
zações e do crescimento econômico acentuado, houve expressivo êxodo rural
e intensa migração interna entre regiões, com destaque para o fluxo da Região
Nordeste para o Sudeste. Além disso, ocorreram mudanças na paisagem natural
dessas cidades, entre as quais pode-se destacar a redução de áreas florestais, a
retificação dos rios e o aumento da poluição atmosférica e hídrica.
Domicio Pinheiro/Estadão Conteúdo/AE

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Viaduto do Chá.
São Paulo (SP), 1957.

45

45
Orientações Por causa de movimentos como esses, populações se deslocaram forçada-
mente dos centros para as periferias, assim como do espaço rural para o urbano,
Um pouco mais sobre
o que dificultou o acesso a melhores oportunidades e criou condições precárias
Promova a leitura do texto da se- de moradia em quase todas as grandes cidades brasileiras. Todo esse quadro
ção com os estudantes. Destaque a contribuiu para o aumento da exclusão social urbana e da pobreza e ampliou
solução da ocupação do hotel como a violência.
forma de abrigar moradores em si- Mesmo que o Brasil hoje não seja totalmente urbano, a maior parte da po-
tuação de fragilidade econômica e pulação vive nas cidades. A urbanização acelerada também ocorreu em outros
social. Por fim, destaque que a mo- países do continente americano, em especial naqueles cujo processo de coloni-
radia dos ocupantes do hotel não é zação foi semelhante ao brasileiro.
garantida, pois ocorrem constantes
solicitações de devolução de posse
aos proprietários.
½ Respostas Ocupação ‘Hotel Cambridge’ vira filme e moradores
1. O início da discussão pode ocorrer sonham com fim do preconceito e com casa própria
por meio do questionamento em [...] Construído no final da década de [19]50, o prédio hospedou artistas internacionais [...]. Em
relação aos motivos pelos quais as 2004, após falir, acabou abandonado. Com dívidas de IPTU, e após uma batalha jurídica com os pro-
pessoas se transferem do campo prietários, foi desapropriado pela Prefeitura em 2010 para ser transformado em moradia popular.
para a cidade, processo conhecido “Quando entrei e vi isso aqui fiquei maravilhada. Era tudo limpinho, organizado”, recorda a
como urbanização. Outro questiona- paraguaia [Sônia Bogato].
mento possível é por quais motivos O deslumbramento é consequência não apenas do que coletivamente o movimento con-
ocorre o deslocamento de pessoas seguiu fazer em um prédio com décadas de abandono e lixo. É também a espiral do problema
dos bairros centrais para as periferias. habitacional no país.
A suíte inaugurou uma nova etapa na vida dos cinco imigrantes, três anos após a chegada
no Brasil. Com residência fixa, o marido de Sônia conseguiu emprego de carteira assinada – tra-
balha em uma fábrica passando roupas. E as crianças, vaga em escolas públicas próximas ao
bairro.
Sem os custos de um aluguel – os moradores pagam

Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo/AE


apenas uma taxa condominial de R$ 200 que garante
limpeza, segurança, serviço de portaria – o salário ren-
deu a transformação do espaço em um lar. “A gente não
tinha nada que tem aqui. Passou a sobrar para ter co-
modidade”, explica a matriarca.
[...]
Desapropriado pela Prefeitura desde 2010, o movi-
mento [Frente de Luta por Moradia – FLM] conseguiu,
ao longo dos anos, evitar os pedidos de despejo na Jus-
tiça e investiu nas negociações para que o imóvel fosse
transformado em moradia popular.
Fonte: MACHADO, Lívia. Ocupação ‘Hotel Cambridge’ vira filme e moradores sonham
Horta comunitária na cobertura do antigo Hotel
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO com fim do preconceito e com casa própria. G1, São Paulo, 7 abr. 2017.
Disponível em: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/ocupacao-hotel-cambridge-vira
-filme-e-moradores-sonham-com-fim-do-preconceito-e-casa-propria.ghtml.
Cambridge, que foi transformado em moradia
popular. São Paulo (SP), 2018.
DA EDITORA DO BRASIL Acesso em: 28 mar. 2022.
Atividade em grupo

1 Em grupos, discuta com os colegas o problema da moradia nos centros urbanos e


possíveis soluções, por exemplo, a transformação de um prédio vazio em moradia
popular, como aconteceu com o Hotel Cambridge. Conversem com o professor sobre a possibilidade
de, antes da conversa, a turma assistir ao filme Era o Hotel Cambridge (direção de Eliane Caffé, 2016).

46

46
Orientações
Industrialização e evolução agrícola Comente que o processo de mo-
Ao mesmo tempo que as cidades atraíam a população rural com novas dernização da agricultura possibilitou
oportunidades, o campo a expulsava. Isso se deve principalmente ao fato de o surgimento do complexo agroindus-
que, a partir dos anos 1950, a agricultura passou por uma intensa moderniza- trial no Brasil. Esse complexo consiste
ção, acompanhando a industrialização e a urbanização do Brasil.
em articulações entre os setores agrí-
A industrialização contribuiu para a diversificação das atividades econômi-
cola e industrial, que ocorrem com o
cas e para o aumento do poder de compra nas cidades, o que fez a demanda por
fornecimento de máquinas e insumos
bens de consumo em geral crescer. Tais fatores favoreceram o desenvolvimen-
to e a modernização da agricultura para acompanhar a expansão dos centros
para a agricultura, que, por sua vez,
urbanos. As culturas de soja, trigo, milho e algodão foram as que mais se des- produz para a agroindústria, na qual é
tacaram nesse período. transformada a matéria-prima.
Três fatores foram essenciais para a modernização do campo brasileiro:
• crédito subsidiado para compra de maquinário, fertilizantes e defensivos
agrícolas;
• crescimento das terras cultivadas entre 1950 e 1990;
• investimento em pesquisa e inovação no campo com a criação, em 1973,
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Arquivo/Estadão Conteúdo/AE

Trator preparando a
terra para o plantio de
arroz. Joinville (SC),
1965.

No entanto, o desenvolvimento agrícola não foi uniforme nem beneficiou a


todos os que viviam da terra. Para o uso de tecnologias no campo, requerem-se
trabalhadores capacitados e disponibilidade de recursos financeiros. Na época,
isso fez com que milhares de trabalhadores migrassem para as cidades em
busca de outros tipos de emprego. A esse tipo de movimento damos o nome Refinaria de petróleo.
de êxodo rural. Fortaleza (CE), 2018.

Muitos fatores favorecem o crescimento populacional


Delfim Martins/Pulsar Imagens

das cidades e atraem as pessoas: disponibilidade de serviços


de saúde, mais ofertas de instituições de ensino e principal-
mente ofertas de emprego com melhor remuneração em
comparação ao campo.
Quando uma indústria se estabelece em determinada
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
região, gera empregos diretos e indiretos. As empresas pre-
DA EDITORA DO BRASIL
cisam de profissionais para atuar em diversos setores, criando
oferta de empregos diretos. Devido a esses novos empregos,
cresce a concentração de pessoas na cidade onde a empresa
se instalou e aumenta a necessidade de moradias, comércios,
centros de saúde, escolas, transporte, iluminação pública, rede
elétrica, saneamento, coleta de lixo etc. – o que faz surgir opor-
tunidades de empregos indiretos.

47

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade
Competência específica de Ciências Humanas 3 de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima. O uso dos
conhecimentos geográficos para construir argumentos e defender
Competências específicas de Geografia 1 e 7 ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência
Habilidades EF09GE11 e EF09GE12 socioambiental, além do incentivo ao pensamento coletivo com
O conteúdo desta página permite relacionar as mudanças técnicas e respeito, autonomia e responsabilidade, fundamentado em princípios
científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, são competências
no trabalho e suas consequências no Brasil; relacionar o processo de trabalhadas na abordagem do conteúdo desta página. A sequência de
urbanização às transformações da produção agropecuária e à expansão do conteúdos iniciada aqui permite, ainda, identificar, comparar e explicar
desemprego estrutural; e analisar a importância da produção agropecuária na a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade.

47
Orientações
Problemas urbanos

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


Retome o conteúdo sobre a mi-
gração nordestina no Brasil, que tem Apesar de os processos de urbanização apresentarem particularidades,
sua história vinculada ao processo de de modo geral pode-se afirmar que as cidades brasileiras crescem de maneira
industrialização. No auge da indus- acelerada e tardia.
Em especial a partir da década de 1970, algumas cidades brasileiras recebe-
trialização no Brasil, nas décadas de
ram grande número de pessoas oriundas do campo. Parte dessas pessoas, ao não
1950 a 1970, houve uma onda de mi-
encontrar nas cidades habitação acessível e emprego imediato, passou a ocupar,
gração dos nordestinos para o Sudeste
principalmente, as áreas de domínio público, ou seja, fora do controle do mercado
em busca de inserção no mercado imobiliário. Foi assim que emergiram ocupações irregulares e precárias no Brasil,
de trabalho dessa região. Com o de- chamadas de favelas, às vezes tratadas socialmente como comunidades.
clínio do crescimento industrial, a A maioria dos centros urbanos não estava e ainda não está preparada para
migração nordestina diminuiu consi- o aumento da população.
deravelmente. Explique aos estudan- Comunidade de Paraisópolis. As oportunidades oferecidas não acompanham a demanda por emprego,
tes que essa migração ocorreu por São Paulo (SP), 2020. e, em decorrência disso, há um grande número de pessoas desempregadas ou
causa da grande seca no Nordeste e mal remuneradas, sem condições para arcar com os custos de vida nos bairros
dos atrativos da urbanização, como mais estruturados. Diante disso, essas pessoas acabam se fixando nas áreas
as políticas públicas que intensifica- mais afastadas dos centros, as chamadas regiões periféricas. Como resultado
ram o desenvolvimento industrial e a desse processo, conhecido como urbanização periférica, vê-se a formação de
modernização da agricultura a partir bairros com habitações populares construídas de modo precário, assim como o
das décadas de 1950 e 1960. surgimento de favelas.

Diálogo com Matemática


Promova a leitura do texto da se- Matemática
ção com os estudantes. É importante
que eles compreendam o conceito Os "nem-nem"
de “nem-nem” como pessoas que não
“As estatísticas de jovens de 15 a 29 anos que nem estudam nem trabalham, os chamados
participam ativamente da economia, “nem-nem” oferecem uma alternativa útil para descrever os maiores desafios desta fase de tran-
ou seja, não trabalham. Parte dessas sição da infância à idade adulta no ciclo da vida dos indivíduos. Analisando desde 2012, os extre-
pessoas também está em idade de mos da série são 20,76% nos idos de 2014 e o recorde de 29,33% no segundo semestre de 2020 por
cursar o Ensino Médio ou o Ensino força da pandemia. O gráfico abaixo mostra as séries trimestrais e as respectivas médias móveis
Superior. de 4 trimestres, que ajudam a entender a mudança no patamar desse problema durante a grande
Após a leitura, destaque os dados recessão de 2015 a 2016 e na pandemia. O primeiro ponto de inflexão se dá no fim de 2014. De 2015
do gráfico descritos no texto. Se ne- a 2017 observamos gradual mudança de três pontos percentuais no patamar das séries, indo de
cessário, ajude os estudantes na leitu- 21% para cerca de 24%, segui-
da de manutenção deste nível Taxa média de nem-nem na faixa de
ra dos eixos que compõem o gráfico: 15 a 29 anos do 4o trimestre – 2012-2020
mais alto. A chegada da pan-
um deles informa os anos da pesquisa

DAE
demia depois de 2019.4 [quar-
e o outro traz os valores, em porcen- to trimestre] provoca uma
28

tagem, da parte da população que aceleração na taxa de jovens 27 27,1


compõe os “nem-nem”. nem-nem em mais três pontos 26
percentuais chegando a faixa 24,9 24,8
25
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO de 27% até 2020.4, o último tri- 23,7 24,3
%

24
mestre disponível.”
DA EDITORA DO BRASIL 23
21,9
22
21,1 21,4
Fonte: NERI, Marcelo. Juventudes, educação e trabalho:
impactos da pandemia nos nem-nem. FGV Social, Rio 21
21,1
de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.cps.fgv.
20
br/cps/bd/docs/TEXTO-Pandemia 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
-Jovens-Nem-Nem_Sumario-Marcelo_Neri_FGV
4-º trimestre do ano
_Social.pdf. Acesso em: 28 mar. 2022.

48

48
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 Quais fatores impulsionaram a industrialização 3 Relacione a modernização do campo ao pro- 1. Fatores como a Proclamação da
e a urbanização no Brasil? cesso de urbanização. República, o fim da escravidão e o
2 Relacione o êxodo rural à expansão das perife- 4 A industrialização absorveu todos os traba- desenvolvimento da indústria do café.
rias nas grandes cidades. lhadores em busca de emprego? Justifique sua 2. Muitas pessoas saíram do campo
resposta. e foram para as cidades em busca
de melhores condições de vida e
emprego. Contudo, as cidades não
Para refletir tinham condições de absorver to-
do esse contingente, o que forçou
1 Leia o texto a seguir.
grande parte dela a ir morar nas
O que é desemprego periferias, com pouca ou nenhuma
O desemprego, de forma simplificada, se refere às pessoas com idade para trabalhar (acima de infraestrutura.
14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, 3. O processo de industrialização
para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. contribuiu para o crescimento da
Veja alguns exemplos de pessoas que, embora não possuam um emprego, não podem ser con- população urbana, fato que gerou
sideradas desempregadas: demanda por bens alimentícios,
• um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos; produzidos no campo, que se mo-
• uma dona de casa que não trabalha fora; dernizou e expandiu com a meca-
• uma empreendedora que possui seu próprio negócio.
nização.
De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 4. Não, porque, além de o contingente
Contínua – Pnad Contínua, o estudante e a dona de casa são pessoas que estão fora da força de de pessoas ser maior que o número
trabalho; já a empreendedora é considerada ocupada. de vagas, muitas empresas procu-
A Pnad Contínua é a nossa pesquisa que mostra quantos desempregados há no Brasil. Nela, o ravam pessoas capacitadas para o
que é conhecido popularmente como “desemprego” aparece no conceito de “desocupação”. Confi- trabalho industrial, exigência não
ra no gráfico a seguir os dados de ocupação, desocupação e outras divisões do mercado de trabalho compatível com os indivíduos re-
no Brasil, de acordo com os últimos resultados da Pnad Contínua: cém-chegados do campo.
População brasileira, de acordo com as divisões Para refletir
do mercado de trabalho – 4o trimestre 2021
1. Espera-se que o estudante identi-
DAE

fique que, com uma porcentagem


40,9 tão significativa de pessoas fora do
milhões Legenda mercado de trabalho, o PIB do Brasil é
Ocupados
95,7
Desocupados
diretamente afetado e a arrecadação
milhões
64,5 Fora da força de trabalho tributária cai, assim como diminuem
milhões Abaixo da idade de trabalhar o poder de compra e o consumo.
Comente que é uma reação em ca-
12
deia: havendo menos consumo, o
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
milhões
comércio é afetado, o que contribui
Fonte: IBGE. Desemprego. [S. l.]: IBGE, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
DA EDITORA DO BRASIL
explica/desemprego.php. Acesso em: 28 mar. 2022. ainda mais para o aumento do nú-
mero de desempregados.
Na Unidade 1 deste livro você estudou sobre a globalização e as consequências para os países e para
as pessoas. Faça uma pesquisa em fonte confiáveis acerca das relações que esse fenômeno tem com
o desemprego no Brasil. Depois, escreva em seu caderno um pequeno texto explicativo com base nas
informações que você coletou.

49

49
Objetivos do capítulo
• Identificar a importância da produ-
ção agropecuária.
Segurança e
• Relacionar os problemas da fome e
da desnutrição com a desigualda- insegurança
de social e a distribuição de renda.
• Identificar as principais medidas de
combate à fome e à desnutrição
alimentar
adotadas ao longo do tempo.

Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou a relação entre a urbanização e a expansão do de-
semprego. Neste capítulo, você vai estudar a importância da agropecuária e a relação
pedagógicos entre a fome e a distribuição de renda.
A agropecuária e as desigualda-
des sociais e de renda são assuntos
previamente trabalhados no Ensino Importância da produção
agropecuária
Fundamental (EF04GE07, EF05GE04,
EF05GE05, EF07GE06, EF08GE16),
que se relacionam com os assuntos As atividades relacionadas ao setor agropecuário são responsáveis pelo
abordados no capítulo. O resgate abastecimento interno de produtos alimentícios e de matérias-primas, assim
dessas habilidades pode ser de gran- como pela sua exportação. Portanto, além de gerar lucro e empregos, elas são
de importância para o início da dis- as responsáveis por garantir a alimentação da população em larga escala. A
cussão sobre o tema “Segurança e produção agrícola de subsistência, geralmente realizada em pequenas porções
insegurança alimentar”. de terra e com pouca mecanização, é destinada ao abastecimento familiar e da
comunidade em que está inserida.
Como vimos no capítulo anterior, a urbanização contribuiu para impulsio-
nar a modernização do campo e a expansão das terras cultivadas serviu para
suprir as populações dos novos centros urbanos. Tecnologias foram implan-
tadas para criar cultivos, novos equipamentos foram empregados no plantio
e na colheita e fertilizantes e pesticidas foram desenvolvidos para aumentar a
produtividade agropecuária.

lourencolf/Shutterstock.com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Colheita de algodão
feita por maquinário em De acordo com a Perspectiva Agrícola, relatório elaborado pela Organi-
Correntina (BA), 2019.
zação para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Orga-
nização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em
inglês), para os anos de 2018 a 2027, a produção agrícola está crescendo de
maneira constante e deve continuar se expandindo nos próximos dez anos.

50

Foco na BNCC
Habilidade EF09GE13
O conteúdo desta página permite aos estudantes
analisar a importância da produção agropecuária
na sociedade urbano-industrial, ante o problema
da desigualdade mundial de acesso aos recursos
alimentares e à matéria-prima.

50
Orientações
Fome e desnutrição Com o intuito de aprofundar os
Apesar do desenvolvimento tecnológico e do crescimento da produção conceitos de fome, subnutrição e
Subnutrição: estado
agrícola mundial, a subnutrição, a fome e a desnutrição, em declínio constante de incapacidade de desnutrição, o conteúdo desta pá-
por mais de uma década, voltaram a crescer, de modo geral, em 2016, atingin- obter alimentos que gina pode ser trabalhado de maneira
garantam os níveis
do aproximadamente 11% da população mundial em 2017. Observe na tabela mínimos de energia interdisciplinar com Ciências.
abaixo a evolução da porcentagem da população que sofre com a desnutrição. para a manutenção É importante que os estudantes
de uma vida saudável. compreendam que a desnutrição é
Prevalência de desnutrição (%) – 2015-2020 Fome: o mesmo que um grande catalisador da mortalida-
subnutrição crônica, de infantil no mundo. Além disso, no
ou seja, quando o
2015 2016 2017 2018 2019 2020 estado de subnutrição Brasil, a desnutrição infantil atinge com
perdura por mais de maior incidência a região do semiári-
Mundo 8,3 8,3 8,1 8,3 8,4 9,9 um ano. do. Solicite a eles que reflitam sobre
Desnutrição: essas informações e formulem hipóte-
África 16,9 17,5 17,1 17,8 18,0 21,0 condição de absorção
deficiente de
ses sobre as possíveis razões da maior
Ásia 8,3 8,0 7,8 7,8 7,9 9,0 nutrientes gerada por desnutrição na região do semiárido
repetidas doenças do Brasil. A reflexão e a formulação de
América Latina infecciosas.
5,8 6,8 6,6 6,8 7,1 9,1
hipóteses proporcionam maior prota-
e Caribe gonismo aos estudantes no processo
Oceania 6,1 6,2 6,3 6,2 6,2 6,2 de ensino-aprendizagem.

Europa Para aprofundar


e América < 2,5 < 2,5 < 2,5 < 2,5 < 2,5 < 2,5
do Norte Se julgar interessante, trabalhe
trechos de uma publicação sobre a
A tabela mostra a prevalência de desnutrição, em porcentagem, no mundo e nos continentes desnutrição, produzida pelo Unicef.
entre 2015 e 2020.
Fonte: THE WORLD is at a critical juncture. FAO, [S. l.]. [2021?]. Disponível em: Disponível em: https://www.unicef.
https://www.fao.org/state-of-food-security-nutrition. Acesso em: 28 mar. 2022. org/brazil/desnutricao. Acesso em:
9 jun. 2022.
Os dados da tabela mostram que em todas as regiões, exceto Europa e
América do Norte, registrou-se aumento das taxas de insegurança alimentar
(moderada e grave) entre 2015 e 2020. O custo dos alimentos, sua distribuição
desigual e, mais recentemente, a pandemia de covid-19 agravaram essa situa-
ção preocupante.
A fome é uma questão que esteve bastante presente ao longo da história
da humanidade. Não foram raras as vezes em que ondas de fome atingiram
diversas populações espalhadas pelo globo.
A produção agrícola, em especial a de subsistência, sempre esteve sujeita
a eventos climáticos – como períodos de seca, excesso de chuva, geadas, entre
outros – que impactam diretamente as pessoas que dependem de sua produção.
O Reino Unido foi pioneiro na tentativa de combater a fome em seu território. A
ideia surgiu em meio ao processo da industrialização britânica. Não por acaso,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
o pensamento era que a fome impedia o desenvolvimento econômico do país.
No entanto, a concepção da fome como um problema econômico e social
DA EDITORA DO BRASIL
é bastante recente. Até aproximadamente duzentos anos atrás, a morte pela
fome era tratada como algo natural. Essa interpretação foi superada no decorrer
dos últimos séculos.
Nos anos 1960, o crescimento populacional gerou preocupações a respeito
da capacidade dos países de produzir alimentos para todos. Uma das alterna-
tivas encontradas para equacionar oferta e demanda foi o desenvolvimento de
novas técnicas e métodos que aumentassem a produção.

51

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 7 conhecimentos historicamente construídos
Competência específica de Ciências Humanas 2 sobre o mundo físico e social; o estabelecimento
de conexões entre diferentes temas; o
Competências específicas de Geografia 1, 2 e 3 desenvolvimento da autonomia e do senso
Habilidade EF09GE13 crítico em relação à produção do espaço e ao
O conteúdo desta página permite aos estudantes exercício de argumentação com base em fatos
analisar a importância da produção agropecuária que respeitem e promovam os direitos humanos;
na sociedade urbano-industrial, ante o problema e o consumo responsável. A discussão permite,
da desigualdade mundial de acesso aos recursos ainda, o posicionamento dos estudantes diante de
alimentares e à matéria-prima. As competências problemas do mundo contemporâneo com base
trabalhadas no conteúdo são a utilização dos nos conhecimentos das Ciências Humanas.
51
Orientações No começo dos anos 1980, Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de
Destaque para os estudantes que, Economia, chamou a atenção para populações que sofrem com a fome em
em detrimento da “revolução verde”, a países que não convivem com problemas de abastecimento. Com isso, uma
ONU recomendou a prática da agroe- nova perspectiva foi colocada em questão – a relação entre a fome e problemas
cologia. Ressalte que a agroecologia, sociais, como a pobreza e a concentração de renda. Dessa forma, tirou-se o
ao contrário da produtividade inten- foco de aspectos técnicos e houve um debate internacional sobre as políticas
siva, une o conhecimento de agricul- públicas a serem tomadas para solucionar a questão.
tores locais e cientistas. Na sequên- Nas últimas décadas, foram traçadas duas metas com o objetivo de com-
bater a fome. Em 1996, o World Food Summit (Fórum Mundial da Alimentação)
cia, proponha aos estudantes uma
estabeleceu o objetivo de até 2025 reduzir pela metade o número de pessoas
breve discussão sobre a importância
desnutridas. O outro objetivo da ONU faz parte das chamadas Metas do Milê-
dos conhecimentos de agricultores
nio e também propõe reduzir pela metade o número de pessoas com fome no
locais, sobretudo os de comunidades
mundo. Desde a criação das Metas do Milênio, com exceção de parte do con-
e povos tradicionais, para o desen- tinente asiático, as demais regiões do planeta conseguiram, em certa medida,
volvimento sustentável da agrope- reduzir a porcentagem de suas populações que é afetada pela fome. No entanto,
cuária. A reflexão sobre esse assunto grandes contrastes ainda são observados.
proporciona maior protagonismo aos O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 2 propõe acabar com
estudantes no processo de ensino- a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agri-
-aprendizagem. cultura sustentável. A ONU procura incentivar os países a, até 2030, acabar
com essa preocupante situação de insegurança alimentar que afeta milhões
½ Respostas
de pessoas para garantir que todos – em particular os indivíduos pobres e em
Um pouco mais sobre situações vulneráveis, incluindo crianças e idosos – tenham acesso a alimentos
seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano.
1. Espera-se que o estudante conclua
que o desenvolvimento de tecno-
logias e da mecanização da produ-

Adriano Kirihara/Pulsar Imagens


Faça no caderno

ção agrícola aumentou, de fato, a


produção de alimentos, porém não
solucionou totalmente a questão Revolução verde
da fome, uma vez que em grande Em meados do século XX, iniciou-se com mais intensidade
parte os alimentos produzidos são e de modo mais abrangente o uso de fertilizantes, defensivos
destinados aos grandes centros químicos, sementes geneticamente modificadas e maquinário na
consumidores. produção agrícola. Esse modelo de produção de alimentos em Pulverização de defensivos agrícolas.
grande escala ficou conhecido como “revolução verde” e rendeu Cristalina (GO), 2019.
ao seu idealizador, o estadunidense Norman Ernest Borlaug, o Prêmio Nobel da Paz, em 1970.
A produção de alimentos de fato aumentou de maneira extraordinária. Os principais exemplos são
as Filipinas, com a produção de arroz; o México, com a produção de trigo; e o Brasil, os Estados Unidos e
a Argentina, com a produção de soja e milho.
Apesar da melhora significativa na eficiência da produção agrícola, há divergências em relação a
quanto isso contribuiu de verdade para a redução da fome no planeta, já que boa parte da produção,
principalmente a dos países menos desenvolvidos, é destinada aos grandes centros consumidores.
Além disso, a implementação da tecnologia e da mecanização no campo gerou problemas ambientais,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
como o desmatamento e a contaminação do solo e da água, além de alterar, de certo modo, a estrutura

DA EDITORA DO BRASIL
agrária. Os pequenos produtores que tiveram dificuldade para se adaptar à nova realidade do campo não
conseguiram competir no mercado com as grandes empresas agrícolas. Muitos se endividaram ou perde-
ram suas propriedades, o que contribuiu para o êxodo rural e, consequentemente, como já foi estudado, a
periferização urbana e a marginalização socioeconômica.

1 Pesquise em fontes confiáveis os problemas ambientais e sociais decorrentes da revolução verde.


Registre as informações pesquisadas e converse com os colegas sobre suas descobertas.

52

Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 5
A realização da atividade proposta na seção
Um pouco mais sobre possibilita aos estudantes
desenvolver procedimentos de investigação
para compreender o mundo natural, social,
econômico e político e o meio técnico-científico
e informacional, bem como avaliar ações e
propor perguntas e soluções para questões
que requerem conhecimentos científicos
de Geografia.

52
Orientações
Fome e distribuição de renda Comente com os estudantes
Os problemas relacionados à fome, à desnutrição e à subnutrição atingem as que em 2017, segundo o Instituto
regiões menos desenvolvidas e as populações mais pobres dos grandes centros, Brasileiro de Geografia e Estatística
já que são questões relacionadas a desigualdades econômicas e sociais, nas mais (IBGE), 10% da população brasileira
diferentes escalas – da global à regional.
detinha 43,3% da renda do país. Peça-
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente
-lhes que reflitam sobre a relação da
11% das crianças com menos de 5 anos de todo o mundo se encontram abaixo
desigualdade de distribuição de ren-
do peso ideal. Essa situação é reflexo do que ocorre com as mães. Ainda segundo
a OMS, em torno de 60% da população mundial que sofre com a fome é mulher.
da no Brasil com a fome, a desnutri-
Resulta desse quadro o fato de que cerca de metade das mulheres grávidas de ção e a subnutrição.
países em desenvolvimento tem anemia. ½½ Respostas
Segundo a ONU, o aumento recente da fome e da desnutrição está associado,
também, ao desperdício de alimentos, principalmente após o consumo e devido Olhar cartográfico
à perda parcial da produção. Os conflitos, as guerras e as questões associadas à 1. a) Podem ser citados, entre ou-
variabilidade climática, em especial por causa de fenômenos climáticos extremos, tros países: Coreia do Norte,
também justificariam o aumento recente dos índices. Pode-se considerar que os
Paquistão, Afeganistão, Mon­gólia,
problemas de fome crônica que persistem no mundo, sobretudo na Ásia e na África,
Haiti, Libéria, Chade, República
não são decorrentes da falta de alimentos no planeta, mas, sim, da baixa renda.
Centro-Africana, Etiópia, Namíbia,
Zimbábue, Zâmbia, Madagascar,
Tanzânia.
Faça no caderno

b) Espera-se que o estudante con-


clua que, de modo geral, levan-
do-se em consideração a esca-
Planisfério: índice global da fome por gravidade – 2021
la global, os países que estão

Allmaps
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO nas regiões que apresentam
Círculo Polar Ártico
os piores índices econômicos
e sociais são os mesmos que
apresentam os maiores índices
de subnutrição.
Trópico de Câncer

OCEANO OCEANO Atividades


Equador
PACÍFICO PACÍFICO
complementares

OCEANO OCEANO 1. Solicite aos estudantes que identifi-


ATLÂNTICO ÍNDICO quem quais continentes apresentam
Trópico de Capricórnio
taxas de fome em estágio sério, alar-
Meridiano de Greenwich

Baixo N
mante e extremamente alarmante.
Moderado
Sério
O L A maior parte dos países que apre-
Grave
S
sentam taxas de fome em estágio
Extremamente grave OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO sério, alarmante e extremamente
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Círculo Polar Antártico
Não incluído ou sem dados 0 2 400 4 800 km

1 : 240 000 000 alarmante está concentrada nos


DA EDITORA DO BRASIL
Fonte: HUNGER and Food Systems in Conflict Settings. Global Hunger Index, [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.globalhungerindex.org/.
continentes africano e asiático.
Acesso em: 6 abr. 2022.

1 Observe o mapa acima e faça o que se pede.


a) Com o auxílio de um mapa-múndi político, cite alguns países que apresentam taxas de fome em
estágio sério, alarmante e extremamente alarmante.
b) Qual é a relação entre a fome e as condições econômicas e sociais dos países?

53

Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 4
A realização das atividades propostas na seção
Olhar cartográfico possibilita aos estudantes
desenvolver o pensamento espacial, fazendo
uso da linguagem cartográfica, e exercitar
a resolução de problemas que envolvem
informações geográficas.

53
Atividades
complementares Políticas de combate à fome
1. Retome assuntos já discutidos ante- Até pouco tempo atrás, a maioria das políticas de

Luis Tato/FAO/AFP
riormente, como a agroecologia, o combate à fome tinha caráter emergencial e com o ob-
jetivo principal de incentivar o aumento da produção de
uso de fertilizantes, a relação entre
alimentos. Acreditava-se na seguinte lógica: para aca-
a desigualdade social e a fome, e
bar com a desnutrição, é preciso produzir mais. Após
outros que considerar pertinentes.
as metas traçadas não terem sido alcançadas de modo
Organize a turma em pequenos gru-
satisfatório, chegou-se à conclusão de que era preciso
pos e, na sequência, peça-lhes que criar ações permanentes e estruturais. Dois pontos fo-
reflitam sobre esses assuntos e for- ram eleitos como fundamentais no combate à fome.
mulem possíveis respostas para o O primeiro ponto é a pobreza. Se as pessoas não
problema da fome, da subnutrição têm condições para comprar ou ter acesso às estruturas
e da desnutrição. Cada grupo deverá necessárias ao cultivo, não há como a comida chegar
apresentar ao restante da turma um até elas. Dessa forma, conclui-se que, tanto nos países
breve texto estabelecendo relações ricos quanto nos pobres, os economicamente excluí-
entre esse problema e os assuntos dos não têm acesso regular a recursos alimentares e
trabalhados no capítulo, além de matérias-primas.
Cooperativa agrícola apoiada
possíveis propostas que poderiam O segundo ponto que deve ser levado em consideração são as particula-
pela FAO. Moyale, Quênia,
ajudar a solucionar o problema. 2021. ridades de cada foco de atuação, ou seja, deve-se atentar para as diferentes
territorialidades. As pessoas que vivem em cidades, por exemplo, não têm as
mesmas demandas (necessárias ou não) que as pessoas que vivem no campo.
No caso das pessoas que vivem nas cidades, o problema pode estar no preço
dos produtos alimentares e na renda familiar. Para as populações rurais, outras
dificuldades aparecem, como o acesso mais dinâmico aos meios de transporte
que levam os alimentos até os centros de comércio e as restrições de crédito.
Como se pode perceber, as ações de combate à fome devem ser diferentes em
cada situação, de acordo com as realidades de cada país, região ou lugar.
Segundo a FAO, entidade que lidera esforços para a erradicação da fome e
o combate à pobreza, será necessária uma série de medidas integradas. O apoio
e o comprometimento dos governos nacionais são de suma importância para
o sucesso das ações dos programas. A
FAO ainda avaliou que o Brasil saiu do
Brasil: taxa de insegurança alimentar – 2004-2020
mapa da fome em 2014. O resultado
DAE

80 77,1
foi alcançado com a ação coordenada
69,6 entre diversas esferas do âmbito so-
70 64,8
63,3 cial e programas de combate à fome e
60 de transferência de renda às famílias.
Contudo, apesar de o Brasil figurar com
50 44,8
baixo índice de insegurança alimentar
40
34,7
no mapa global da fome de 2021, cons-
%

tata-se que ainda há muitos brasileiros


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO30
20,7 que enfrentam esse problema. Cruzan-
DA EDITORA DO BRASIL 20
12,0
13,8 15,8
8,0
12,6
10,1 11,5
do diversos dados, vê-se que cerca de
19 milhões de brasileiros passam fome.
10 6,1 9,0
9,5
6,6 4,2 5,8 Observe o gráfico ao lado.
0
PNAD 2004 PNAD 2009 PNAD 2013 PNAD 2018 INQUÉRITO
VIGISAN 2020

Segurança alimentar Insegurança alimentar moderada Fonte: OLHE para a fome: o desafio é de todas e todos
nós. Olhe para a fome, [S. l.], [202-]. Disponível em:
Insegurança alimentar Insegurança alimentar grave
http://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 28 mar. 2022.

54

54
Veja que no infográfico a seguir, do ponto de vista regional, observa-se a Orientações
seguinte distribuição da fome pelo Brasil. Faça uma leitura mediada com
os estudantes da página, retendo
Brasil: a fome por moradias e regiões - 2020
primeiramente na análise do info-

Adilson Secco
gráfico “Brasil: a fome por moradias
e regiões – 2020”. Mostre a grande
diferença dos índices de fome das
regiões Norte e Nordeste em contraste
Região Norte
RR
Região Nordeste com as regiões Centro-Oeste, Sul e
18,1% 13,8%
AP
Sudeste. Levante perguntas como:
por que a Região Norte apresenta o
AM PA
MA CE maior índice? E a Região Nordeste,
RN
PI PB
por que está em segundo? Retome
PE
AC
TO
AL os conhecimentos prévios dos
RO SE
BA
estudantes acerca dos estudos das
MT
DF
regiões do país. Caso seja oportuno,
GO
proponha uma breve pesquisa sobre
MS
MG
ES
a incidência da fome no território
SP RJ Fonte: OLHE para a fome: o desafio brasileiro. Aborde também o infográ­
é de todas e todos nós. Olhe para a
PR fome, [S. l.], [202-]. Disponível em: fico de modo a complementar a
6,9% 6,0% discussão, já que ele traz dados
http://olheparaafome.com.br/.
SC Acesso em: 28 mar. 2022.
Região Centro-Oeste RS Região Sul e Sudeste
referentes às classes de gênero e
O número indica a porcentagem raça que mais padecem com a fome:
das moradias em cada região
em que há pessoas passando mulheres negras.
por situação de insegurança
alimentar grave.

Segundo dados de 2020, em cerca de 11% dos domicílios chefiados por


mulheres os habitantes estavam passando fome, contra 7,7% quando a pessoa
de referência era homem.
Dos lares habitados por pessoas autodeclaradas pretas e pardas, a fome
esteve em 10,7%. Entre pessoas
autodeclaradas brancas, esse

Adilson Secco
percentual foi de 7,5%. O mapa humano da
A fome se fez presente
em 14,7% dos lares em que a fome 14,7%
pessoa de referência não tinha no Brasil dos lares chefiados por
escolaridade ou tinha Ensino a fome nos lares brasileiros
pessoa com baixa
Fundamental incompleto. Com escolaridade estavam
enfrentando a fome
Ensino Fundamental comple-
to ou Ensino Médio incompleto,
esse índice caiu para 10,7%. E, MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
finalmente, em lares chefiados
DA EDITORA DO BRASIL
por pessoas com Ensino Médio
completo em diante, despencou dos lares chefiados
11,1%
para 4,7%. por mulheres estavam

10,7%
enfrentando a fome

Fonte: OLHE para a fome: o desafio é de todas


e todos nós. Olhe para a fome, [S. l.], [202-]. dos lares chefiados por pessoa preta
Disponível em: http://olheparaafome.com.br/. ou parda estavam enfrentando a fome
Acesso em: 28 mar. 2022.

55

Para aprofundar
No artigo “Fome no Brasil: a comida na mesa continua
incerta”, de Gabriele Carvalho de Freitas, Luiz Alves Araújo
Neto e Cristiane d’Avila, publicado no blog do Observatório
História e Saúde, mantido pela Fiocruz, é discutido o
agravamento da fome no Brasil entre as décadas de 2010
e 2020 e suas relações com a pandemia de covid-19.
Disponível em: http://ohs.coc.fiocruz.br/posts_ohs/fome-no
-brasil-a-comida-na-mesa-continua-incerta/. Acesso em: 9
jun. 2022.

55
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas
1. Espera-se que o estudante conclua 1 “O mundo produz comida suficiente para alimentar todas as pessoas, mas ainda assim 805 milhões de
que os problemas da fome, da des- pessoas passam fome.” Explique a afirmação e descreva algumas medidas que deveriam ser adotadas
nutrição e da subnutrição não estão para diminuir a fome no mundo.
relacionados à quantidade de comi-
2 Muitos países da África são produtores de alimentos. Mesmo assim, a fome é um problema que afeta
da produzida, e sim à distribuição
milhões de pessoas nesse continente. Por quê?
desses alimentos, uma vez que boa
parte da produção de larga escala 3 Qual foi a evolução do entendimento de que a fome era um problema econômico social?
é destinada aos grandes mercados
4 Quais foram os esforços nas últimas décadas para combater a fome?
consumidores. O combate à miséria,
a implementação de programas que 5 De que forma o desperdício de alimentos está associado ao problema da fome?
possibilitem o aumento da renda das
6 De que forma o Brasil saiu do mapa da fome?
famílias e a prevenção do desperdí-
cio de alimentos podem ser medidas 7 De que forma o Brasil retornou ao mapa da fome segundo dados divulgados em 2022?
citadas pelos estudantes.
2. Entre os fatores que potencializam Para refletir
essa grave situação de insegurança
alimentar no continente africano, 1 Leia o texto.
está o problema da baixa renda, que O problema da fome não é de falta de comida. É de distribuição de riqueza
impede ou dificulta a aquisição de
[...] O mundo está acordando para o fato de que é necessário mais apoio para a produção agro-
alimentos pelas populações mais
pecuária como instrumento de combate à fome. O que não significa apenas garantir mais pro-
pobres, somado à má distribuição dos dutividade através de tecnologia (que, se por um lado, gera mais alimentos, por outro cria uma
alimentos. Além disso, muitos países dependência econômica onde antes não havia – como o caso dos transgênicos). Ou amenizar a
têm as melhores terras destinadas ao guerra de subsídios. Mas também discutir que tipo de modelo será capaz de garantir a segurança
cultivo de atividades monocultoras alimentar para bilhões de pessoas no desenrolar deste século.
voltadas para a exportação. De acordo com a FAO, a agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, o aumento
3. Esse entendimento é bastante na produção de alimentos terá que ser da ordem de 70% para suprir uma população de 9 bilhões de
recente. Até aproximadamente pessoas em 2050. Quem vai produzir essa comida extra? Segundo as Nações Unidas, os pequenos
200 anos atrás, a morte pela fome produtores e suas famílias (que representam cerca de 2,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo)
era tratada como algo natural. Essa têm um papel fundamental, atuando com menos impacto trabalhista, social e ambiental e sus-
interpretação foi sendo superada ao tentando eles próprios que são os primeiros a passarem fome. Há muita gente querendo plantar
longo dos últimos séculos. no Brasil e em outros países, principalmente na África, onde a questão da fome tem contornos
dramáticos. Só lhes falta terra, recursos, escoamento, capacitação, tecnologia. [...]
4. A ONU propõe as seguintes ações
Fonte: SAKAMOTO, Leonardo. UOL, [S. l.], 18 dez. 2014. Disponível em: https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/12/18/
para combater a fome no mundo: o-problema-da-fome-nao-e-de-falta-de-comida-e-de-distribuicao-de-riqueza/. Acesso em: 28 mar. 2022.
• ajudar pequenos agricultores a
produzir mais com menos; a) Qual é a relação entre a falta de acesso à terra e a fome?
• fornecer alimentos em crises
humanitárias;
• combater a desnutrição com me- MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Atividade em grupo

lhores práticas alimentares; DA EDITORA DO BRASIL


1 Forme grupos e, juntos, pesquisem em fontes confiáveis iniciativas
no Brasil com o objetivo de erradicar a fome, no campo ou na cidade,
• incentivar a compra de alimentos
de pequenos produtores; promovidas por movimentos sociais, organizações não governa-
• empoderar mulheres e meninas mentais, projetos governamentais etc.). Depois, apresentem suas conclusões ao restante da turma e
rurais; estabeleçam uma discussão sobre como tornar os projetos ainda mais abrangentes e eficazes.
• dialogar com governos, setor pri-
vado, indivíduos e agricultores
para incentivar a conscientização
56
e ações com o intuito de elimi-
nar a fome no mundo até 2030
(ODS 2).
5. O problema da fome e da desnutri- 7. Resposta pessoal. De acordo com dados divulgados em
ção está associado ao desperdício de 2022, referentes ao ano de 2021, cerca de 19 milhões de
alimentos, porque é comum ocorrer brasileiros passam fome, o que corresponde a quase 10%
perda de parte da produção durante da população do país.
o cultivo, o transporte, a distribuição, Para refletir
o armazenamento e o consumo. 1. a) Uma maneira de diminuir a fome é investir em agri-
6. Esse resultado foi obtido com base cultura familiar, em pequenas propriedades. Para isso,
na ação coordenada de diversas as famílias precisam ter acesso à terra, ao maquinário,
esferas do âmbito social e de pro- aos recursos e à tecnologia de plantio.
gramas de combate à fome e de Desafio
transferência de renda às famílias.
1. Resposta pessoal.
56
Objetivos do capítulo

Industrialização
• Identificar as principais transforma-
ções nas relações de trabalho de-
correntes da industrialização.

e trabalho • Relacionar a evolução tecnológica


às transformações no trabalho.
• Caracterizar economicamente as
principais potências industriais da
atualidade.
• Compreender que a evolução
No capítulo anterior, você estudou a importância da agropecuária e a relação entre a tecnológica e o desenvolvimento
fome e a distribuição de renda. Neste capítulo, você vai estudar, de modo geral, a relação industrial não foram iguais para
entre o processo de industrialização e as transformações decorrentes no trabalho.
todas as nações.
• Entender o conceito de Quarta
Revolução Industrial.
Transformações no trabalho

akg-images/Album/Fotoarena
O processo conhecido como Revolução Industrial, que você estudou
Pré-requisitos
nos anos anteriores, transformou o mundo e as relações de trabalho. pedagógicos
A expansão do uso das máquinas marcou uma nova fase para o sistema O processo de industrialização, as
capitalista de produção – o capitalismo industrial. Após a consolidação transformações ocorridas no trabalho
da produção industrial, a lógica artesanal deu lugar à produção em série e sua relação com a evolução tecnoló-
(linhas de produção), com etapas e divisão do trabalho (especialização) gica são conhecimentos previamente
marcadas pela fragmentação e pelo ritmo acelerado. trabalhados no Ensino Fundamental
Os responsáveis pelos meios de produção progressivamente tor-
(EF04GE07, EF04GE08, EF05GE05,
naram-se empresários, passando a acumular capital com base nos
EF06GE06, EF06GE07, EF08GE13,
lucros obtidos com os produtos gerados e com o trabalho dos seus
EF08GE14), que se relacionam com
funcionários, pagos por jornada de serviço. A divisão do trabalho asso-
os assuntos abordados no capítulo. O
ciada à mecanização industrial acelerou intensamente a economia, as
dinâmicas sociais e suas relações no contexto capital versus trabalho.
resgate dessas habilidades pode ser
Assim, a Revolução Industrial se estruturou na produção de bens de de grande importância para o início
Gravura francesa do século XIX
consumo (objetos e equipamentos) por meio da tecnologia (máquinas que mostra o trabalho manual de
da discussão sobre o tema “Industria-
substituindo artesãos), da linha de produção denominada fordismo, da encadernação de livros. [Sem autor]. lização e trabalho”.
Ofícios e ofícios: encadernadores. Le
especialização do operário (operador das máquinas), do capital inicial Reliure, França, século XIX. Litografia
investido e do lucro resultante desse processo. colorida, monograma. Orientações
Na atualidade, o desenvolvimento tecnológico aplicado à produção O conteúdo desta página pode ser
Everett Collection/Shutterstock.com

industrial exige elevado nível de preparo e especialização dos trabalha- trabalhado de maneira interdisciplinar
dores, que cada vez mais deixam de ser operadores de máquinas para com História. Inicie a aula retoman-
se tornar controladores das máquinas, estas agora robotizadas. A esse do os conhecimentos dos estudantes
processo se convencionou chamar automação industrial. quanto às transformações ocorridas
no trabalho ao longo da história. Na
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Toru Hanai/Reuters/Fotoarena

sequência, peça-lhes que reflitam


DA EDITORA DO BRASIL sobre essas transformações e suas
consequências para os trabalhadores.
Gravura inglesa do século XIX que Promova um breve debate e conduza
mostra máquinas de tear. [Sem autor].
[Sem título]. Reino Unido, ca. 1835. a discussão de modo que todos pos-
Gravura com aquarela moderna. sam compreender que as transforma-
Funcionário opera robô remotamente em
ções no trabalho ocorridas ao longo
indústria de alimentos. Narashino, Japão, 2018. da história proporcionaram tanto van-
tagens quanto desvantagens aos tra-
57
balhadores. A reflexão e a participação
no debate proporcionam maior prota-
gonismo aos estudantes no processo
Foco na BNCC de ensino-aprendizagem.

Competência específica de Ciências Humanas 2


O tema abordado a partir daqui possibilita
analisar o mundo social, cultural e digital e o meio
técnico-científico-informacional com base nos
conhecimentos das Ciências Humanas.

57
Orientações
O conteúdo desta página pode ser
Evolução tecnológica e trabalho
trabalhado de maneira interdisciplinar Em meados do século XVIII, em virtude dos investimentos oriundos da eta-
com História. Explore as transforma- pa conhecida como capitalismo comercial, novas técnicas de produção foram
ções que as alterações das relações de criadas ou aprimoradas. Além disso, por meio de pesquisas, novas tecnologias
trabalho provocaram na cidade, abor- e novos maquinários foram desenvolvidos com o objetivo de aumentar e dina-
dando os problemas socioambientais mizar a produção de objetos ou mercadorias.
decorrentes dessas mudanças. Com esses investimentos, aumentou-se a produtividade industrial. Porém,
Ressalte que muitos empregos os benefícios e direitos dos trabalhadores e da população em geral não acom-
hoje requerem alguma especialização panharam esse crescimento. A substituição da manufatura pela maquinofatura
em tecnologia, tornando o trabalho Maquinofatura: possibilitou um acelerado processo de desenvolvimento industrial e econômico,
produção de o que levou ao enriquecimento dos donos dos meios de produção. Com isso, a
manual obsoleto. Se possível, ilustre mercadorias por
meio de máquinas no esse emergente grupo urbano foi transferido o poder decisório, antes nas mãos
essa questão com fotografias de uma
contexto industrial. dos grandes proprietários rurais. Esse processo também gerou grandes contras-
montadora de automóveis do início
tes socioeconômicos entre as diferentes classes sociais. São decorrentes desse
do século XX e de uma atual, em que
sistema a concentração da população em cidades, o forte êxodo rural, a precarie-
há pouquíssimas pessoas na linha de
dade da vida operária, a baixa remuneração de grande parte dos serviços pres-
montagem, já automatizada.
tados, o desemprego crônico, as moradias precárias e a considerável dificuldade
de acesso da população de menor renda aos serviços públicos, entre os quais
pode-se citar educação, saúde, mobilidade, lazer e segurança.
Na fase inicial da Revolução

Historical Images Archive/Alamy/Fotoarena


Industrial, a situação nas fábricas era
bastante nociva para os trabalhado-
res. Muitas máquinas eram improvisa-
das ou experimentais, o que causava
constantes acidentes de trabalho. A
falta de direitos trabalhistas fazia com
que as pessoas que sofriam aciden-
tes no trabalho não recebessem ne-
nhum tipo de apoio assistencial, de
tratamento de saúde e psicológico ou
financeiro. O trabalho infantil era co-
mum nas linhas de produção, e tanto
as crianças quanto os adultos estavam
sujeitos a jornadas de trabalho que
podiam chegar a 16 horas por dia.
O desequilíbrio entre os interesses
dos empresários capitalistas proprie-
tários das fábricas e os interesses dos
operários gerava conflitos constantes.
Gravura mostra o bairro A atuação dos movimentos trabalhistas e dos sindicatos contribuiu para que
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
operário de Manchester,
Reino Unido, no século XIX. fossem incluídas nas leis trabalhistas algumas reivindicações, como diminuição
DA EDITORA DO Impressão
BRASILde Hedley Fitton.
[Sem título}. Reino Unido,
da jornada de trabalho, melhores salários e condições de trabalho mais humanas.
O primeiro documento da história a prever a limitação da jornada de trabalho
século XX.
para oito horas diárias foi a Constituição do México, de 1917. Nesse documen-
to também regulamentou-se o trabalho feminino e de menores de idade e foi
estabelecido que todos os trabalhadores tinham direito a férias remuneradas e
salário mínimo, assim como proteção aos direitos de gestantes e mães. Poste-
riormente, vários países europeus seguiram o exemplo mexicano.

58

Foco na BNCC
Competências gerais 1, 4, 6 e 7 a interação sociedade/natureza, estabelecendo
Competências específicas de Geografia 1, 2 e 3 conexões entre diferentes temas do conhecimento
para desenvolver autonomia e senso crítico, bem
Habilidade EF09GE11 como aplicar o raciocínio geográfico na análise
O conteúdo desta página e da seguinte permite da ocupação humana e na produção do espaço,
aos estudantes relacionar as mudanças técnicas valorizando e utilizando os conhecimentos
e científicas decorrentes do processo de historicamente construídos. Possibilita ainda aos
industrialização com as transformações no trabalho estudantes argumentar e defender, com base
ocorridas em diferentes regiões do mundo e suas em fatos, ideias e pontos de vista que respeitem
consequências no Brasil. Permite-lhes também e promovam os direitos humanos, a consciência
utilizar conhecimentos geográficos para entender socioambiental e o consumo responsável.
58
Atualmente, vivemos a Quarta Revolução Industrial, também chamada Orientações
Revolução Técnico-Científico-Informacional. Setores como microeletrônica, Comente que uma das inovações
biotecnologia, telecomunicações, robótica, nanotecnologia, inteligência artificial na relação entre tecnologia e trabalho
e informática ganharam e tendem a ganhar cada vez mais destaque. A evolu- é a substituição da presença física da
ção dos meios de comunicação e os computadores – principalmente da rede pessoa pelo trabalho remoto. Isso se
mundial de computadores – propiciaram um grande salto na produção e comer- tornou possível graças ao avanço tec-
cialização de mercadorias. A atividade industrial, em certos casos, substituiu o nológico das redes de comunicação.
trabalho manual pelo mecânico e pela automação, exigindo trabalhadores cada Saliente que a empresa economiza
vez mais qualificados e especializados.
gastos com a rotina diária de seus fun-
Continuamos a passar por um momento de intensas mudanças na produção
cionários e que os trabalhadores têm
industrial e na sociedade. O avanço científico e tecnológico, bem como nas tele-
maior conforto para a realização de
comunicações e nos transportes, contribuiu para a expansão das multinacionais,
suas tarefas. Por outro lado, o traba-
que têm um poder que ultrapassa os limites de países e continentes.
lho remoto, também conhecido como
home office, muitas vezes está inserido
Eduardo Knapp/Folhapress

em um contexto de flexibilização das


leis trabalhistas, o que gera conflitos
em relação a possíveis perdas de di-
reitos historicamente conquistados.

Maquinário robótico
trabalha em inspeção de
controle de qualidade de
fábrica de desodorantes.
Aguaí (SP), 2018.

Consolidação das Leis do Trabalho


No Brasil, as conquistas trabalhistas são recentes, já que até o final do século XIX o regime escravista
ainda perdurava. Anos após a Abolição da Escravidão (em 1888), normas que diziam respeito a férias e
acidentes de trabalho foram estabelecidas.
Na Constituição de 1934, promulgada no governo de Getúlio Vargas, previa-se o direito a salário
mínimo, jornada de trabalho de 8 horas, repouso semanal, férias remuneradas e assistência médica.
Em 1o de maio de 1943, foi promulga-
Arquivo/EM/D.A Press

da a Consolidação das Leis do Trabalho


(CLT). Vargas, que recentemente instituí-
ra o Estado Novo em 1937, viu a necessi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
dade de consolidar as leis trabalhistas,
uma vez que o número de trabalhadores
DA EDITORA DO BRASIL
e reivindicações aumentava. Leis poste-
riores garantiram 13o salário e repouso
semanal remunerado.

Multidão acompanha discurso do então presidente


da República do Brasil, Getúlio Vargas, no Dia do
Trabalhador. Rio de Janeiro (RJ), 1943.

59

59
Orientações
Faça uma leitura mediada da pá- Potências industriais
gina com a turma, e verifique o co- Atualmente, a China está à frente em termos

humphery/Shutterstock.com
nhecimento prévio dos estudantes de desenvolvimento do setor industrial. O país
acerca do tema “Potências industriais”. passou por reformas econômicas, como a abertu-
Caso seja oportuno, retome o papel ra para o capital externo e algumas mudanças na
cada vez mais importante dos países forma de produção, e vem apresentando elevado
chamados Tigres asiáticos no cená- crescimento econômico nos últimos anos.
rio global, como um dos principais No país, muitos contrastes internos convivem.
desenvolvedores de produtos com Do ponto de vista econômico, a pobreza extrema
tecnologia altamente desenvolvida. em regiões interioranas ainda persiste, paralela
ao desenvolvimento intenso e à produção indus-
Esse fato se opõe à posição de lide-
trial expressiva na porção leste do país. Do ponto
rança dos Estados Unidos frente ao
de vista político, oficialmente o regime existente
mercado de produtos tecnológicos
é o de Estado-Partido, característico das nações
de ponta, ameaçando a liderança es- socialistas do século 20. Contudo, a China é a
tadunidense nesse tipo de indústria. 2a maior economia do mundo, com projeções de
Informe aos estudantes que o se tornar a nação mais rica do planeta até meados
Japão é um dos líderes mundiais em do século 21.
produção e utilização de robótica, Trabalhadoras produzem O Japão é sinônimo de liderança tecnológica
bem como um dos três maiores equipamentos eletrônicos e industrial. Destaca-se por suas fábricas robotizadas e pioneirismo no que se
em Jiujiang. China, 2021.
produtores de automóveis, setor que refere a avanços em telecomunicações. Após ter sido derrotado na Segunda
faz grande utilização desse tipo de Guerra Mundial, o país se reconstruiu com recursos financeiros externos, e in-
tecnologia. vestiu grande parte deles na educação pública, aliada à pesquisa científica.
No final dos anos 1970, o país reorganizou seus parques industriais. Muitas
fábricas foram abertas na região do Sudeste Asiático, mesmo que suas sedes
tenham permanecido no Japão. O país lidera as cadeias de inovação e tecnolo-
gia, e seus produtos são sinônimo de inovação e modernidade.
A maior potência mundial, os Estados

SnapASkyline/Shutterstock.com
Unidos, é responsável por grande parcela do
fluxo produtivo global. Embora hoje seja sede
de algumas das maiores empresas do mundo,
sua industrialização teve início tardio, a partir do
período correspondente à Segunda Revolução
Industrial.
Na atualidade, as empresas estadunidenses
constantemente buscam regiões e até países
que ofereçam benefícios para a implantação de
parques industriais. Em virtude da saída dessas
empresas de alguns locais, nos quais tinham re-
levância para a economia local, pode-se ocorrer o
desemprego em massa.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO A região conhecida como Vale do Silício,
DA EDITORA DO BRASIL localizada no sudoeste dos Estados Unidos,
começou a receber muitas empresas e indús-
Região do Vale do Silício, trias em busca de mão de obra mais barata e fácil acesso a matérias-primas.
na cidade de Cupertino,
Califórnia. Estados Unidos,
Em razão da demanda por trabalhadores qualificado, motivada pela Revolução
2021. Técnico-Científico-Informacional (Terceira Revolução Industrial), muitas univer-
sidades e institutos de pesquisa também surgiram na região, e alguns traba-
lham em conjunto com as empresas.

60

60
Orientações
Desigualdades estruturais Retome os conhecimentos prévios
Apesar dos avanços e da modernização de indústrias de bens de consumo, dos estudantes sobre a África. Na se-
é preciso ressaltar que as transformações ocorrem de maneiras diversas e com quência, ressalte que esse continente
velocidades diferentes pelo mundo. Não são todos os lugares que se beneficiam está em processo de industrialização.
de parques industriais de alta tecnologia, pois faltam mão de obra qualificada, Em 2015, a Comissão da União
infraestrutura adequada e investimentos. Africana, a Comissão das Nações Uni-
Tal diferença acentua desigualdades e relações de dependência econômica das para a África e a Organização das
e política entre países e blocos econômicos. Enquanto temos polos de produção Nações Unidas para o Desenvolvi-
tecnológica intensa, há também países inteiros que sequer acompanharam a mento Industrial organizaram um
evolução de processos industriais, como é o caso de alguns países da África e documento chamado “Operacionali-
da Ásia.
zação da Agenda 2030 para a indus-
O continente africano ainda é a região menos industrializada do mundo.
trialização da África”, no qual ficou es-
Segundo relatórios da União Africana (UA) e da Comissão Econômica da ONU
tipulado que investir na formação e
para África (CEA), enquanto na região norte da África houve um leve crescimen-
to do produto interno bruto (PIB) nos últimos anos, nos países que compõem a
na educação de mulheres e jovens
região conhecida como África Subsaariana constatou-se um recuo recente de é indispensável para atingir a indus-
quase 4% no PIB. trialização sustentável. Peça aos es-
tudantes que reflitam sobre essa di-
Lim Huey Teng/Reuters/Fotoarena

retriz e formulem hipóteses sobre a


importância da formação e da educa-
ção de mulheres e jovens para o pro-
cesso de industrialização sustentável.
A reflexão e a formulação de hipóte-
ses proporcionam maior protagonis-
mo aos estudantes no processo de
ensino-aprendizagem.
Robôs montam carros em
fábrica. Tanjong Malim,
Malásia, 2019.

Ainda sofrendo com o legado da escravidão e do


Rogan Ward/Alamy/Fotoarena

colonialismo, a economia do continente depende da ex-


portação de matéria-prima e bens primários para países
desenvolvidos – e da importação de bens de consumo.
Existem planos em andamento para fomentar
a industrialização regional da África. Em agosto de
2018, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e
a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvi-
mento Industrial (Unido, na sigla em inglês) firmaram um
compromisso para aprofundar a colaboração entre os
países africanos, a fim de acelerar sua industrialização.
Centro industrial na cidade
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A ideia é facilitar a cooperação entre as instituições e a atuação conjunta, de
modo a desenvolver agroindústria, economia circular, parques industriais sus-
de Umkomass, África do Sul,
2019.
DA EDITORA DO BRASIL
tentáveis, empreendedorismo, investimentos em inovação e tecnologia, além de
fomentar o comércio e mais linhas de financiamento.
Um dos desafios da industrialização africana é a falta de a mão de obra
qualificada. Como o continente tem uma população predominantemente jovem,
composta sobretudo por adolescentes e jovens adultos, é preciso formar téc-
nicos capazes de trabalhar nas novas áreas trazidas pela Terceira Revolução
Industrial e garantir que eles consigam trabalho nas regiões onde moram.

61

61
Orientações
Faça no caderno

Informe aos estudantes que a


nanotecnologia, a robótica, a inte-
ligência artificial, a biotecnologia, O trabalho na 4a Revolução Industrial
os sistemas de armazenamento de [...] Na virada do presente milênio, um conjunto extraordinário de inovações técnicas deu
energia, os drones e as impressoras início ao que já se reconheceu como a 4a Revolução Industrial (4RI). Muitas dessas inovações, na
3D são todos produtos da Quarta verdade, têm origem mais antiga, mas só no presente século atingiram níveis de avanço capazes
de impactar significativamente a sociedade e as expectativas sobre o futuro.
Revolução Industrial.
As referidas tecnologias e os novos produtos são nanotecnologia, novos materiais, biotecno-
½½ Respostas logia, veículos autônomos, robótica, inteligência artificial, computação quântica, impressão 3-D
e internet das coisas. [...]
Um pouco mais sobre Todas as importantes revoluções tecnológicas afetam os trabalhadores – em alguns casos, de
1. A Quarta Revolução Industrial con- forma dramática. Primeiro, porque a maioria delas substitui o trabalho humano pelo trabalho de
siste em um conjunto de inovações máquinas. Algumas – as chamadas destruições criativas – destroem inteiramente certas formas
na indústria e na economia, como a estabelecidas de geração de produtos ou de realização de negócios, o que tira classes específicas
nanotecnologia, a inteligência arti- de trabalhadores do mercado de trabalho. [...]
ficial e a internet das coisas. A automação massiva que tem ocorrido decorre do avanço da digitalização de quase tudo,
requer pouco produto novo e reduz drasticamente a demanda por mão de obra no setor de ser-
2. Resposta pessoal. Espera-se que o
viços, o qual emprega mais gente na atualidade. [...]
estudante mencione que essas ino-
As relações de trabalho tradicionais – de emprego de um trabalhador por uma empresa –
vações podem trazer praticidade e estão ruindo. Cada vez mais, o trabalhador será um prestador autôno-
melhoria na qualidade de vida da mo de serviços a empresas ou pessoas. [...] Iníquo: que revela
população, além de ajudar a resolver perversidade, injusto.
Enfim, o avanço tecnológico [...] corre o risco de resultar num
problemas de nossa sociedade. mundo insuportavelmente iníquo e violento. [...] a evolução darwinia-
3. Resposta pessoal. Espera-se que o na mostrou-se capaz de gerar inteligência, mas não sabedoria, tampouco altruísmo, em relação
estudante, orientado por você, pes- a pessoas com quem não nos relacionamos.
quise e descubra que em alguns paí- Fonte: CHAVES, Alaor. Artigo traz análise das relações de trabalho na 4a Revolução Industrial. Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF),
ses houve um processo crescente de Brasília, DF, 1o mar. 2018. Disponível em: https://www2.cbpf.br/pt-br/cbpf-news/artigo-traz-analise-das-relacoes-de
-trabalho-na-4-revolucao-industrial-2. Acesso em: 28 mar. 2022.
precarização do trabalho, alterações
Andriy Popov/Alamy/Fotoarena

significativas nas relações de vínculo


empregatício e a criação de novas
leis trabalhistas, circunstâncias que
são consideradas, por certos setores
e analistas, mais favoráveis às em-
presas do que aos trabalhadores.

Videoconferência,
sem informação de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO local, 2021.

DA EDITORA DO BRASIL
1 No que consiste a Quarta Revolução Industrial?

2 Em sua opinião, a implementação da Quarta Revolução Industrial traria benefícios?

3 Identifique quais mudanças foram geradas pela Quarta Revolução Industrial nas relações trabalhistas
em alguns países.

62

62
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 De que maneira o processo de industrialização transformou o mundo e as relações de trabalho? 1. A industrialização trouxe novas
formas de produzir mercadorias,
2 Justifique a afirmação: a Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Técnico-Científica) mudou a forma
como a produção é concebida.
modificou as relações de trabalho,
possibilitou o surgimento de traba-
3 Quais foram as principais mudanças trazidas pela Revolução Industrial? lhadores assalariados e permitiu que
os donos de fábricas acumulassem
4 Explique de que modo, com o advento da Revolução Industrial, o aumento da produtividade industrial
capital.
não foi acompanhado pelos benefícios dos trabalhadores.
2. A Terceira Revolução Industrial surgiu
5 Caracterize a Terceira Revolução Industrial. em um contexto de busca por ino-
vação e criações proporcionadas por
6 Caracterize as principais potências industriais da atualidade.
novos equipamentos e tecnologias.
7 As transformações econômicas, industriais e tecnológicas avançam de modo igual no mundo todo? 3. A expansão do uso de máquinas, a
Explique sua resposta. produção em série, a divisão do tra-
balho, marcada pela fragmentação
8 Qual é o continente menos industrializado do mundo? Explique esse fato.
e pelo ritmo acelerado, entre outras.
9 De que forma a industrialização desse continente vem sendo fomentada nos últimos anos? 4. A Revolução Industrial, ao mesmo
tempo que enriqueceu parte da po-
Para refletir pulação, gerou grandes contrastes
socioeconômicos. São decorrentes
1 Segundo alguns estudiosos, ainda não há consenso em relação ao número de empregos que serão
desse sistema a concentração da po-
destruídos pela tecnologia. Alguns dimensionam em 5 milhões as substituições de seres humanos
pulação em cidades, o forte êxodo
por máquinas nos próximos cinco anos, outros afirmam que 30% das vagas serão tomadas por robôs.
rural e a precariedade da vida operária.
O que você pensa a respeito disso? Já pensou que sua futura profissão talvez nem exista ainda? Ou já
considerou a possibilidade de que o ofício que você pensa em seguir talvez não exista mais quando 5. Setores como a microeletrônica, a
você for fazer vestibular? biotecnologia, as telecomunicações,
a robótica e a informática ganha-
2 A imagem ao lado mostra a capa do livro da Constituição Mexicana, ram destaque na Terceira Revolução

Archivo General de la Nación


primeiro documento da história a estabelecer direitos trabalhistas, como Industrial. A evolução dos meios de
limitação da jornada de trabalho, regulamentação do trabalho feminino comunicação proporcionou um sal-
e de menores de idade, férias remuneradas, salário mínimo e proteção to na produção de mercadorias. A
aos direitos de gestantes e mães. Discuta com os colegas a importância atividade industrial, em certos casos,
desse tipo de legislação hoje em dia, especificamente no Brasil. substituiu o trabalho manual pelo
mecânico e pela automação, exi-
gindo trabalhadores cada vez mais
especializados.
6. A China, em razão de seu processo
de abertura econômica, é o país que
Constituição mais cresce industrialmente. O Japão
MATERIAL DE DIVULGAÇÃOMexicana de 1917. caracteriza-se pela robotização e pe-
DA EDITORA DO BRASIL la automatização em sua produção
industrial. Os Estados Unidos são
1 Pesquise em fontes confiáveis o significado da expressão “economia de aglomeração”. Pode-se dizer os maiores responsáveis pelo fluxo
que o mundo vive esse processo atualmente? Justifique sua resposta. Compartilhe sua opinião com os industrial produtivo e abrigam as
colegas e aproveitem para conversar sobre o que pensam sobre o assunto. principais empresas do mundo.
7. Não são todos os lugares que se be-
neficiam de parques industriais de
alta tecnologia, pois lhes falta mão
63
de obra qualificada, infraestrutura
adequada e investimentos.
8. A África. Sofrendo ainda com o lega-
Para refletir Desafio do da escravidão e do colonialismo,
o continente depende da exporta-
1. Resposta pessoal. Chame a atenção do estudante para o 1. Espera-se que o estudante chegue à conclusão de que
ção de matéria-prima e bens primá-
fato de que profissões que se caracterizam pela repetição de economia de aglomeração é a concentração da insta-
rios para países desenvolvidos e da
operações tendem a desaparecer, pois são mais facilmente lação de empresas produtivas em determinada região do
importação de bens de consumo.
assimiláveis por robôs e por algoritmos, enquanto as que espaço geográfico. Essa é uma estratégia que visa dinamizar
9. Em agosto de 2018, o Banco Africano
requerem sensibilidade e raciocínio têm mais chances de a produção e potencializar os lucros.
de Desenvolvimento (BAD) e a
se manter.
Organização das Nações Unidas para
2. Resposta pessoal. Oriente a discussão levando em consi- o Desenvolvimento Industrial (Unido)
deração os direitos e os deveres dos trabalhadores e dos firmaram um compromisso para apro-
empregadores. fundar a colaboração e acelerar a in-
dustrialização dos países africanos.
63
4
Objetivos do capítulo

Recursos naturais
• Compreender o conceito de cadeia
produtiva e suas etapas.
• Identificar as principais caracterís-
ticas da matriz energética mundial.
• Classificar as fontes de energia em e fontes de energia
renováveis e não renováveis.
• Identificar os impactos ambien-
tais gerados pelo uso das fontes
de energia.
No capítulo anterior, você estudou a relação entre o processo de industrialização e as
Pré-requisitos transformações no trabalho. Neste capítulo, você vai estudar a importância das fontes
energéticas e dos recursos naturais para as indústrias e para a sustentabilidade do planeta.
pedagógicos
Os recursos naturais e as fontes de
energia renováveis, assim como seus Cadeia produtiva
respectivos impactos socioambien-
Grande parte dos produtos que temos à disposição para consumo é produzida
tais, são conhecimentos previamente
em cadeias industriais por meio da transformação dos recursos naturais. A forma
trabalhados no Ensino Fundamental
que usamos esses recursos e cuidamos deles é essencial para a continuidade da
(EF03GE09, EF04GE08, EF07GE06, produção industrial e o acesso a tais bens.
EF08GE15, EF08GE22), que se rela- As cadeias industriais – ou cadeias produtivas – resultam da divisão do tra-
cionam com os assuntos abordados balho e de acentuada interdependência entre agentes econômicos. É um conjunto
no capítulo. O resgate dessas habili- complexo de etapas, nas quais as matérias-primas passam por transformações
dades pode ser de grande importân- em diversos estágios técnicos integrados, que, por sua vez, são realizados por di-
cia para o início da discussão sobre o ferentes unidades, até se tornarem produtos acabados, que serão distribuídos e
tema “Recursos naturais e fontes de vendidos para consumo.
energia”. Para que determinado produto esteja pronto para consumo, vários recursos
são necessários. A cadeia começa com a exploração da matéria-prima em seu local
de ocorrência. A matéria-prima pode ser de origem mineral, vegetal, agrícola ou de
Orientações criação. Dependendo do produto, são necessários inúmeros tipos de material para
Utilize as imagens desta página produzi-lo, oriundos de diversas localidades.
para explicar aos estudantes que o Após processado industrialmente, o bem precisa ser distribuído por redes de
ferro é extraído de uma rocha feita transporte, com o auxílio da rede de logística, até chegar ao consumidor final. A
de um mineral de ferro e oxigênio, a cadeia produtiva termina quando o bem é consumido ou usado e descartado. Ao
hematita. Minerais explorados para longo desse processo, na fabricação de um único produto pode haver a participação
uso econômico recebem o nome de dezenas de países e milhares de pessoas, no contexto da divisão internacional
de minérios. A hematita é o miné- do trabalho e da economia global.
1. Exploração do minério Para que uma cadeia produtiva funcione como vimos, a disponibilidade de re-
rio de ferro. A bauxita é o minério de de ferro. Poltava, Ucrânia, cursos naturais é essencial, seja como matéria-prima para ser transformada, seja
alumínio. As áreas do subsolo com 2017.
como fonte de energia.
grande quantidade de minério são 2. Fundição do minério de
ferro em siderúrgica. Um dos desafios da atualidade é agir de modo sustentável para garantir o con-
as jazidas. Na mineração, o minério Donetsk, Ucrânia, 2017. sumo mais eficiente de energia e de recursos e assegurar tanto o menor impacto
é retirado do subsolo, formando-seMATERIAL DE DIVULGAÇÃO
3. Panelas de aço sendo possível ao meio ambiente quanto a oferta desses recursos para gerações futuras.
comercializadas.
a mina, que pode ser a céu aberto,
DA EDITORA DO BRASIL
Vincent Mundy/Bloomberg/Getty Images

Kravchenko Alexander/TASS
via ZUMA Press/Fotoarena

Aleksei Popov/Alamy/Fotoarena
subterrânea ou mista. O conjunto de 1 2 3
operações para o aproveitamento
do minério é a lavra, que pode ser
rudimentar, como nos garimpos, ou
realizada mecanicamente em gran-
de escala, como nas minerações.
Dos minérios metálicos se extraem
64
os metais, como o ferro. Há minérios
não metálicos, como o granito, e mi-
nérios energéticos, como o carvão e
o petróleo, que liberam energia na Foco na BNCC
combustão.
Habilidade EF09GE18
O conteúdo desta página possibilita ao estudante
identificar as etapas de uma cadeia produtiva
e relacionar seu funcionamento com o uso das
diferentes fontes de energia.

64
Orientações
Matriz energética mundial Oriente os estudantes na leitura
Energia pode ser definida como a capacidade de produzir movimento. Ela do mapa. Ressalte que a Venezuela
pode ser transferida ou transformada, sendo um elemento fundamental não só possui a maior reserva de petróleo
para a vida como também para a produção industrial e para o desenvolvimento do mundo, com aproximadamente
da sociedade moderna. 300 bilhões de barris. Das receitas de
Como você já estudou, a sociedade usa diversos recursos para obter ener- exportação do país, quase 90% são
gia. Atualmente, os combustíveis fósseis são a principal fonte energética no provenientes do petróleo.
mundo. Juntos, petróleo, carvão mineral e gás natural respondem por cerca de
80% da matriz energética do planeta. Para aprofundar
Explore com a turma a página so-
Combustíveis fósseis bre matriz energética e elétrica da
O petróleo é responsável por cerca de um terço da energia que movimenta Empresa de Pesquisa Energética,

Pascal Pochard-Casabianca/AFP
o mundo. Matéria-prima fundamental para a vida moderna e componente bá- trabalhando as definições de alguns
sico de milhares de produtos, ele fornece derivados como gasolina, querosene, conceitos. Diferencie os tipos de ener-
óleo diesel, gás de cozinha, lubrificantes, parafinas, asfalto, ceras e plásticos. gia e suas características. Ressalte que
Essa fonte energética impulsiona a economia mundial, mas é também res- o carvão, o gás natural e o petróleo li-
ponsável por problemas ambientais. deram a porcentagem de fontes não
O primeiro problema é a possibilidade de contaminação de águas marítimas renováveis de energia. Mostre o grá-
quando a exploração é feita no fundo oceânico ou nos portos, onde ocorre o trans- fico de comparação do consumo de
bordo de navios petroleiros. O derramamento e/ou o vazamento de petróleo nas energia proveniente de fontes reno-
águas oceânicas destroem organismos aquáticos, e a morte de vegetais marinhos váveis e não renováveis no Brasil e no
diminui a oferta de oxigênio na atmosfera, elemento fundamental para a vida.
mundo, ressaltando que quase meta-
O segundo problema se refere à poluição provocada pela queima dos deriva- Trabalho de contenção após de da energia brasileira é renovável.
dos de petróleo, principalmente gasolina e óleo diesel. Ao entrarem em combustão, derramamento de petróleo
nas proximidades da costa da Disponível em: http://www.epe.gov.
esses produtos lançam gases de efeito estufa na atmosfera. Observe no mapa a
seguir os principais países produtores de petróleo.
Ilha de Córsega, 2018. br/pt/abcdenergia/matriz-energetica
-e-eletrica. Acesso em: 9 jun. 2022.
Planisfério: maiores produtores mundiais de petróleo – 2020

Allmaps

OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
Noruega Rússia
2.001 10667
Canadá
5135
Cazaquistão
1 811
EUA
16476 China
Iraque: 4114 Irã: 3084 3901
Kuwait: 2686
Trópico de Câncer
México Emirados
1910 Árabes Unidos OCEANO
OCEANO
3657
PACÍFICO Nigéria: 1 798 PACÍFICO
Catar: 1809
Equador

Arábia Saudita
11039
OCEANO OCEANO
Brasil
3026 ATLÂNTICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Meridiano de Greenwich

Produção (mil barris/dia) DA EDITORA DO BRASIL O


N

L
Abaixo de 5 000
De 5 000 a 10 000
S
De 10 000 a 15 000 Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Acima de 15 000 0 2 400 4 800 km

1 : 240 000 000

Fonte : MAIORES produtores mundiais de petróleo em 2020. Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em:
https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/snapshots/maiores-produtores-mundiais-de-petroleo-em-2020/. Acesso em: 6 abr. 2022.

65

Foco na BNCC
Habilidade EF09GE18
O conteúdo da página 65 à 69 possibilita aos
estudantes identificar as principais consequências
do uso das diferentes fontes de energia.

65
Orientações Outro combustível fóssil é o carvão mineral, uma

dpa Picture-Alliance/AFP
Comente com os estudantes que, rocha sedimentar orgânica encontrada em bacias sedi-
no Brasil, a maior parte da produção mentares. As maiores jazidas carboníferas estão situa-
de carvão mineral é destinada às usi- das na zona temperada do planeta, principalmente no
nas termelétricas, que consomem Hemisfério Norte.
cerca de 85% da produção, e que a O carvão mineral é muito utilizado na produção de
maior concentração de jazida de car- eletricidade. As usinas geradoras desse tipo de ener-
vão está concentrada na Região Sul. As gia, chamadas termelétricas, funcionam com algum
tipo de combustível fóssil, como petróleo, gás natural
principais jazidas estão no Rio Grande
ou carvão mineral. Como esse último recurso é mais
do Sul, na Bahia, em São Paulo, em
barato e abundante, é a fonte que muitos países ado-
Minas Gerais e em Santa Catarina.
tam para obter energia elétrica.
Destaque que o gás natural é
Esse recurso energético foi muito explorado du-
considerado o mais limpo entre os rante a Primeira Revolução Industrial para o aqueci-
combustíveis de origem fóssil. Ele Mina de carvão Garzweiler. mento das caldeiras nas indústrias, como as siderúrgicas, que produziam ligas
é encontrado, assim como o petró- Alemanha, 2022.
metálicas, principalmente aço. Na atualidade, os maiores produtores de carvão
leo, em jazidas ou depósitos sub- mineral são China, Indonésia, Austrália, Índia, Estados Unidos, Rússia e África
terrâneos, pois os dois passam pelo do Sul.
mesmo processo de transformação: A queima de carvão em indústrias e termelétricas causa graves impac-
a formação de matéria orgânica du- Material particulado: tos socioambientais por causa da emissão de material particulado e de gases
partículas muito finas
rante milhares de anos. poluentes, entre os quais se destacam o gás carbônico, o dióxido de enxofre e
de material líquido
ou sólido que ficam os óxidos de nitrogênio. Além de prejudiciais à saúde humana, esses gases são
suspensas no ar. os principais responsáveis pela formação da chamada chuva ácida, que provoca
a acidificação do solo e da água e, consequentemente, alterações na biodiver-
sidade e outros impactos negativos, como a corrosão de estruturas metálicas.

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


Complexo termelétrico
Jorge Lacerda. Capivari
de Baixo (SC), 2021.

O gás natural, também classificado como combustível fóssil, é originado da


decomposição de matéria orgânica fossilizada no decorrer de milhões de anos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Em seu estado original, é composto principalmente de metano.
Devido à emissão de gases que intensificam os efeitos do aquecimento
DA EDITORA DO BRASIL global, muitos países estão substituindo o petróleo e o carvão mineral de suas
termelétricas pelo gás natural, que é menos poluente em comparação aos de-
mais combustíveis fósseis. No entanto, seu aproveitamento energético também
causa impactos indesejáveis no meio ambiente. O principal é o grande volume
de água consumido para resfriar o sistema central de uma termelétrica.
Estados Unidos, Rússia, Irã, China, Canadá e Catar são os principais pro-
dutores de gás natural.

66

Atividades complementares
1. Proponha uma pesquisa aos estudantes sobre o cresci- • Onde estão as principais termelétricas do Brasil?
mento do uso de energia proveniente das termelétricas, • O que motivou o crescimento e a busca por esse tipo de
ultimamente vivenciado pelo Brasil. Oriente-os a coletarem energia?
as informações em sites confiáveis, de preferência institu- • Quais são as principais implicações que esse tipo de usina
cionais, evitando assim qualquer tipo de compreensão traz para o país e para a população?
equivocada sobre o tema. Para guiar e organizar a pes- Caso seja pertinente, levante mais questões sobre o assun-
quisa, divida a turma em duplas. Depois, proponha que to. Depois, peça para que as duplas exponham o resultado
responsam as seguintes perguntas: das pesquisas, e levante uma discussão acerca dos resulta-
dos, opiniões e percepções dos estudantes.

66
Orientações
Fontes renováveis e alternativas Faça uma leitura mediada da pá-
Expandir as cadeias industriais e produtivas requer expansão da infraestru- gina com os estudantes e eviden-
tura energética. No Brasil, por exemplo, grande parte da produção de energia cie o potencial do Brasil acerca das
é oriunda da força da água obtida nas hidrelétricas. Ainda assim, em razão da energias renováveis, principalmente
demanda, é preciso importar parte da energia.
das hidrelétricas. Ressalte que, mes-
A maior usina do país, situada na divisa de Brasil e Paraguai, é a Itaipu
mo renovável, esse tipo de energia
Binacional, e ambos os países compartilham sua produção energética. Mesmo
traz uma série de consequências para
com grande potencial hidráulico, o Brasil precisa ativar temporariamente usinas
termelétricas para suprir necessidades de energia.
a fauna e flora, ocasionando em um
A energia hidrelétrica é renovável, mas a construção de usinas geradoras permanente desequilíbrio ambiental
desse tipo de energia acarreta alterações ambientais, como desvio do curso e social. Instigue os estudantes, nesse
natural dos rios, inundação de áreas extensas de terras, matas ciliares e flores- momento, a opinarem sobre o assun-
tas e alterações no regime fluvial, além de impactar a fauna e as populações to, e pergunte se esse tipo de energia
que habitam regiões próximas ao local de construção das barragens e usinas. é a melhor alternativa a ser implanta-
da no Brasil.
Lalo de Almeida/Folhapress

Depois, indague à turma sobre


qual opinião possuem a respeito do
uso da energia nuclear. É segura? No
Brasil, poderia ter maior aderência?
Ressalte que é uma fonte de energia
frequentemente utilizada pelos países
europeus, e quando é má administra-
da, gera graves consequências, dificil-
mente reversíveis.

Usina hidrelétrica de Belo Monte. Altamira (PA), 2018.

Usinas nucleares são muito comuns em países de baixo potencial hidráu-


lico. Os países europeus utilizam bastante da fonte nuclear de energia, apesar
dos riscos.
O material nuclear, em geral urânio enriquecido, é usado para esquentar a
água de seus tanques, que gera vapor e movimenta as turbinas da usina para
criar energia. O principal problema das usinas nucleares é o risco de acidentes
com material radiativo, como o da usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, e
o da usina de Fukushima, no Japão, em 2011, depois de um terremoto seguido
Usina nuclear em
de tsunami. Angra dos Reis, (RJ), 2020.
O Brasil tem duas usinas nuclea-
Clemildo Silva/Shutterstock.com

res em funcionamento – Angra 1 e 2


– e uma inacabada, chamada Angra 3,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cujas obras estão paralisadas há déca-
das. Há intenção de retomar suas obras
ainda nesta década. DA EDITORA DO BRASIL
Com as demandas ambientais, nos
acordos firmados entre países e blo-
cos econômicos o objetivo é encontrar
formas mais sustentáveis de produ-
zir energia. Entre elas, destacam-se a
energia solar e a eólica.

67

67
Orientações A energia solar é virtualmente ines-

Costfoto/Future Publishing/Getty Images


Destaque que, apesar de ser reno- gotável, já que sua fonte é a luz do Sol.
vável e considerada limpa, a energia É captada por placas de absorção de luz
eólica também apresenta desvanta- solar, chamadas células fotovoltaicas, ca-
gens. A intermitência dos ventos é pazes de convertê-la em energia elétrica.
uma delas, pois nem sempre esse re- Esta, por sua vez, é armazenada em ba-
curso está disponível quando neces- terias ou transferida a sistemas ligados à
sário, dificultando a integração dessa rede elétrica de distribuição. Nesse caso,
a luminosidade é convertida diretamente
fonte de energia. Além disso, a energia
em energia. Nas usinas heliotérmicas, a
eólica gera impactos visuais e sonoros.
energia solar movimenta turbinas, que
Mencione que a Região Nordeste
Usina heliotérmica. Huai’an, geram energia.
tem grandes parques eólicos devido China, 2021. Países como Espanha, França, Alemanha, Arábia Saudita, China e outros
à alta incidência de ventos nos seus estão investindo em fazendas solares, nas quais milhares de painéis são dispos-
estados. Rio Grande do Norte e Ceará tos para captar energia solar, convertê-la em energia elétrica e lançá-la na rede
são os principais estados que fazem de distribuição, a fim de abastecer casas, indústrias e comércios. Fatores como
uso desse tipo de energia. aprimoramento tecnológico, queda no preço de painéis solares e demanda cres-
cente por energias limpas – somados a políticas governamentais de incentivo à
expansão da captação de energia solar – estão levando ao aumento do número
de fazendas solares. Alemanha, China, Dinamarca e Portugal têm relativo des-
taque na produção desse tipo de energia.
O Brasil é o país com a maior taxa de irradiação solar do mundo, recebendo
uma média de 3 mil horas de insolação por ano. Ainda assim, esse imenso po-
tencial energético é pouco aproveitado. De toda a geração de energia do país,
menos de 1% provém da solar. Em 2020, foi inaugurada em São Gonçalo do
Gurgueia, no Piauí, a maior usina fotovoltaica do país, com produção de aproxi-
madamente 1500 GWh.
Mesmo com todos os benefícios da energia solar, assim como a expansão
do acesso, há alguns aspectos negativos em sua adoção. Por exemplo, esse
tipo de energia exige a extração de minérios, como zinco, para a construção das
placas de captação de energia.
A fonte de energia mais limpa do planeta é a eólica, que também é virtual-
mente inesgotável e não emite poluentes. A energia do vento é captada por
hélices ligadas a geradores e convertida em energia elétrica. Para aproveitar
toda a potência dos ventos, as hélices são aerodinâmicas.
Usina eólica em Icaraí (CE), Embora não emitam poluentes, as usinas eólicas não são totalmente isen-
2019. tas de causar impactos e a irregularidade na geração de energia – em razão das
calmarias e da variação da velocidade dos ventos – é uma desvantagem.
Antonio Salaverry/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

68

68
Os principais consumidores de energia eólica são China, Estados Unidos, Orientações
Alemanha, Espanha e Índia. No Brasil há um grande potencial de energia eólica Faça uma leitura mediada da pági-
no litoral sul do Rio Grande do Sul e no litoral do Nordeste, com destaque para na com a turma, e se atenha, primei-
os estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Maranhão. Veja o infográfico ramente, ao gráfico “Brasil: geração
a seguir: distribuída de energia solar fotovol-
taica por classe de consumo – 2022”.
Brasil: geração distribuída de energia solar fotovoltaica por classe de consumo – 2022 Mostre que a classe que mais se be-
neficia com o uso da energia solar é a

DAE
1,1% 0,1%
0,3% 0,03% residencial, já que esse tipo de ener-
0,01%
2,0% 0,01% gia possui maior aderência, e maior
7,7%
potência instalada. Mencione tam-
7,6%
bém o baixo uso de energia solar pela
Legenda
13,6% Residencial
classe do serviço público e da ilumi-
13,1%
Comercial e serviços nação pública.
Potência
Número de Rural
instalada total:
sistemas total:
816 961
8 884,5 MW Industrial Para aprofundar
Poder público
Serviço público O site da Associação Brasileira de
44,4%
77,0%
33,1%
Iluminação pública Energia Eólica (ABEEólica), mantido
pela iniciativa privada, agrega infor-
mações, com frequente atualização,
sobre a expansão do setor de ener-
Fonte: PANORAMA da solar fotovoltaica no Brasil e no mundo.
Os dados anteriores mostram
gia eólica no Brasil. Disponível em:
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), [São Paulo], 2022. Disponível em:
https://www.absolar.org.br/mercado/infografico/. Acesso em: 28 mar. 2022.
o uso da energia eólica em https://abeeolica.org.br/. Acesso em:
diversos setores, com forte 9 jun. 2022.
tendência de crescimento nos
A energia maremotriz ou das marés tem ganhado recente destaque. Nela, próximos anos.
aproveita-se a variação das marés para a construção de barragens próximas
ao mar com diques que captam a água durante a alta da maré. Essa água é
armazenada e depois liberada na maré baixa e passa por uma turbina, que gera
energia elétrica. Também já há tecnologia para gerar energia elétrica pela mo-
vimentação das ondas do mar. Os maiores produtores atualmente são Japão, Turbina maremotriz no
França, Coreia do Sul, Inglaterra e Estados Unidos. arquipélago de Órcades.
Escócia, 2021.
Jane Barlow/POOL/AFP

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

69

Atividades complementares
1. Proponha aos alunos, como atividade para casa, pesquisar
a respeito da energia maremotriz. Pergunte também se no
Brasil existe alguma estação destinada a gerar esse tipo de
energia. Peça para que escrevam um pequeno texto com
as principais informações coletadas.

69
Orientações
Faça no caderno

½ Respostas
Expansão de usinas eólicas no país

Luis Salvatore/Pulsar Imagens


Um pouco mais sobre bate recorde em 2021, segundo Aneel
1. Os estudantes podem fazer referên-
cia ao fato de que o uso das fontes A energia eólica tem baixo impacto
ambiental e baixos teores de emissões de
eólica e solar, por exemplo, em de- gases de efeito estufa.
trimento dos combustíveis fósseis, Em 2021, o Brasil bateu recorde de expansão
é vantajoso, pois as primeiras se de energia de usinas eólicas. O recorde anterior
renovam com mais rapidez que os havia sido registrado em 2014. As usinas eólicas
combustíveis fósseis, ao longo dos respondem atualmente por 11,11% da matriz
ciclos naturais. Já os combustíveis energética brasileira produzindo uma energia re-
fósseis são fontes não renováveis, ou novável e de baixo impacto ambiental. As usinas Usina eólica nas dunas da Praia de Mundaú. Trairi (CE),
2017.
seja, demoram muito tempo para se eólicas constituem neste momento 20,1 gigawatts
renovar. Outro ponto a ser destacado de potência instalada.
é a questão ambiental. Geralmente, Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que em 2021 a expansão
as fontes de energia renováveis são da capacidade instalada de energia elétrica a partir de fonte eólica no Brasil chegou a 3 051,29
consideradas mais limpas, ou se- megawatts, considerando os dados referentes a novembro. Em 2014, quando foi alcançado o re-
ja, sua utilização está associada a corde anterior, 2 786 megawatts foram liberados para operação comercial no país.
menores impactos ambientais. A De acordo com a Aneel, a perspectiva é que a energia eólica continue em expansão no próxi-
expansão do uso da energia eólica mo ano. “Atualmente, há cerca de 5,5 gigawatts de usinas eólicas em construção no país, sendo
que hoje estimamos que 2,95 gigawatts entrarão em operação ao longo de 2022, o que represen-
pode também aliviar a pressão so-
ta valor equivalente a 2021”, informou a Agência.
bre as hidrelétricas, atualmente as
A energia eólica é obtida a partir da força do vento. Por meio de um aerogerador a energia
principais fontes de energia no Brasil.
cinética das correntes de ar é transformada em energia elétrica. Trata-se de uma fonte de ener-
gia limpa, com baixos teores de emissões de gases de efeito estufa.

Expansão da oferta de geração de energia no país


Neste mês de novembro, a Aneel liberou para operação comercial empreendimentos com
potência total de 561,13 megawatts. Em 2021, a capacidade instalada até o momento é de
6 436,11 megawatts. Desse total, 3 051,29 megawatts (47,41%) são a partir de fonte eólica, 2 038,91
megawatts (31,68%) proveniente de termelétricas, 1 252,17 megawatts (19,46%) de usinas solares
fotovoltaicas e 89,22 megawatts (1,39%) de pequenas centrais hidrelétricas.
A meta de expansão da geração para esse ano era de 4 790,4 megawatts e foi ultrapassada
pela Aneel em setembro. Em 2021, foram inauguradas ou reabertas usinas em 20 estados das
cinco regiões do país. O maior acréscimo na capacidade de geração ocorreu no Rio Grande do
Norte (1 358,70 megawatts), seguido por Bahia (1 343,19 megawatts) e Rio de Janeiro (1 338,30
megawatts).
Em relação às perspectivas para 2022, o grande destaque, de acordo com a Aneel, será a
energia solar, pois será o primeiro ano em que essa fonte representará o maior incremento de
geração centralizada no país, com cerca de 4,5 gigawatts, superando a própria geração eólica.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO O acompanhamento da expansão da oferta de geração de energia elétrica abrange todos os
empreendimentos em implantação no território nacional, qualquer que seja a fonte de energia.
DA EDITORA DO BRASIL Fonte: EXPANSÃO de usinas eólicas no país bate recorde em 2021, segundo Aneel. Biomassa Energia, [s.l.], 8 dez. 2021.
Disponível em: https://www.biomassabioenergia.com.br/imprensa/expansao-de-usinas-eolicas-no-pais-bate-recorde-em-2021
-segundo-aneel/20211208-142856-w683. Acesso em 4 jul. 2022.

1 De acordo com o trecho acima e com o conhecimento adquirido sobre o assunto, responda: Por que a
expansão da energia eólica no Brasil e das demais fontes de energia renováveis é importante?

70

70
Faça no caderno

mental para a vida, para a produção


industrial e para o desenvolvimento
da sociedade moderna.
1 Defina cadeias industriais ou produtivas. 6. a) É responsável por cerca de um
terço da energia que movimenta
2 No caderno, faça o esquema de uma cadeia industrial com as etapas necessárias para a produção de
o mundo. O petróleo fornece di-
determinado produto.
ferentes derivados, como gasoli-
3 Justifique a afirmação: “Expandir as cadeias industriais e produtivas requer expansão da infraestrutura na, querosene, óleo diesel, gás de
energética”. cozinha, lubrificantes, parafinas,
asfalto, ceras e plásticos.
4 Analise o local em que você mora. Se fosse um gestor do município, que tipo de energia instalaria e por b) É uma rocha sedimentar orgânica
quê? encontrada em bacias sedimen-
5 Explique o que é energia. tares. O carvão mineral alimenta
as usinas termelétricas. É um re-
6 Caracterize as matrizes energéticas a seguir. Destaque a importância atual de cada uma para as socie- curso energético que foi muito
dades modernas. utilizado durante a Primeira Re-
a) Petróleo. d) Energia hidrelétrica. volução Industrial.
c) Origina-se da decomposição de
b) Carvão mineral. e) Energia solar.
matéria orgânica fossilizada ao
c) Gás natural. f) Energia eólica. longo de milhões de anos e é
menos poluente que os demais
Para refletir combustíveis fósseis.
d) É renovável, mas sua constru-
1 Ao longo da história, a ampliação da capa- Matriz energética mundial – 2020
ção gera alterações ambientais,
cidade produtiva das sociedades teve como

DAE
como desvio dos cursos naturais
contrapartida o aumento do consumo e a con- 35 33,1 dos rios; inundação de extensas
tínua incorporação de novas fontes de ener-
áreas de terras, matas ciliares e
gia. Observe o gráfico ao lado e responda às 30
27,0 florestas; alterações no regime
questões. 24,2
25 fluvial; e impactos nas popula-
a) Qual é a fonte de energia mais utilizada no ções que vivem próximas ao lo-
20
mundo atualmente? cal de construção das barragens
b) Das fontes de energia disponíveis para a 15 e usinas.
produção mundial, qual é a quantidade de e) É virtualmente inesgotável. Nas
10
fontes de energia renováveis? 6,0 usinas heliotérmicas, a energia
5,0 4,3
5 solar movimenta turbinas, que
c) Em sua opinião, o que precisa ser feito
para reduzir a dependência de fontes não 0 geram energia.
Petróleo Carvão Gás Hidrelétrica Combustíveis Nuclear
renováveis de energia? e derivados natural renováveis f) É a transformação da energia
Fonte: STATISTICAL Review of World Energy 2021 | 70th edition. BP,
do vento em uma energia útil,
[S. l.], 2020. Disponível em: https://www.bp.com/en/global/corporate/energy captada por hélices ligadas a
-economics/webcast-and-on-demand.html#tab_2020.
Acesso em: 28 mar. 2022. geradores. Mesmo não emitin-
do poluentes, as usinas eólicas
1
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Reúna-se com dois colegas e pesquisem em fontes confiáveis os perigos e os incon-
Atividade em dupla
não são totalmente isentas de
causar impactos ambientais.
DA EDITORA DO BRASIL
venientes ambientais das usinas nucleares. Para que a pesquisa seja abrangente, con-
siderem os dois acidentes mais conhecidos da história recente: o de Chernobyl, em 1986, Para refletir
e o de Fukushima, de 2011. Sigam a orientação do professor para que os dois temas sejam distribuídos 1. a) Petróleo e seus derivados.
igualmente. No final, apresentem a pesquisa às demais duplas e elaborem uma apresentação multimídia b) 13,9% (9,8 + 2,5 + 1,6)
com algum aspecto que julgarem significativo.
c) R esposta pessoal. Espera-se que
o estudante responda que a so-
ciedade tem de mudar sua vi-
71 são acerca da produção e optar
por fontes de energia renová-
veis.
Desafio
Orientações
1. Reforce para os estudantes que, em-
½ Respostas 3. Espera-se que o estudante compreenda a relação entre a bora seja pouco poluente, a energia
1. É o conjunto de etapas integradas, realizadas por diferentes produção industrial e sua dependência energética. Quanto nuclear tem o problema de apre-
unidades, nas quais as matérias-primas passam por trans- mais produtiva, competitiva e especializada for uma indústria, sentar risco de acidentes, que cos-
formações em diversos processos até que se obtenha o mais energia ela demandará para se manter funcionando. tumam causar grandes prejuízos
produto final. 4. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante responda que humanos, materiais e ambientais.
2. Resposta pessoal. É importante verificar se o estudante apostaria em energias limpas, como a solar ou a eólica, que
representou as etapas de extração da matéria-prima, sua são mais baratas que a nuclear, a termelétrica e a hidrelétri-
transformação em bem de consumo, o transporte desse ca, além de mais fáceis de instalar.
bem até os locais de comércio, seu uso e, finalmente, seu 5. Energia é a capacidade de produzir movimento. Ela pode ser
descarte. transferida ou transformada. Trata-se de um elemento funda-
71
Faça no caderno

Orientações
Comente com os estudantes que,
apesar de a energia solar ser inesgo-
tável, sua transformação em energia A energia que
vem do deserto
elétrica é cara. A obtenção dessa ener-
gia se dá por meio da captação de luz
solar por placas fotovoltaicas, que ain-
Em 1986, o físico alemão Gerhard Knies calculou que os desertos da Terra recebem mais energia do Sol do
da não são muito acessíveis no Brasil e que o total consumido pela humanidade em um ano. Nos últimos anos estão crescendo os investimentos
em outros lugares do mundo. em desenvolvimento tecnológico de geração de energia elétrica proveniente da captação da energia solar.
Os desertos no norte da África são regiões privilegiadas para a instalação dessas usinas, porque são pouco
habitados e neles há forte incidência de luz solar. Além, é claro, da proximidade com a Europa, que pretende
beneficiar-se dessas fontes de energia e tem investido muito no desenvolvimento dessa tecnologia. Veja a seguir
como funciona uma usina termossolar.
torre central

espelhos
parabólicos

COMO FUNCIONA UMA USINA TERMOSSOLAR

turbina
gerador

A luz solar irradia Os raios solares No interior da torre, a Através de condutores


em enormes refletidos de energia é armazenada preparados, esse calor é
espelhos diferentes painéis são em uma caldeira, na qual transmitido até entrar em
parabólicos concentrados na torre. as temperaturas podem contato com reservatórios

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
direcionados para
uma torre central.
Por isso, a energia que
a torre recebe pode
chegar a 500 °C. Por
causa do armazenamento,
de água. Nesse contato,
é produzido vapor, que
DA EDITORA DO BRASIL
Assim, a luz solar
recebida pelos
ser até mil vezes maior
que a energia que
a torre é capaz de gerar
energia também no
movimenta turbinas
conectadas a geradores de
painéis é refletida recebemos na Terra. período noturno. energia elétrica.
para a torre.

Fontes: ARAIA, Eduardo. A energia que vem do deserto: o Saara começou a gerar eletricidade. Brasil 247, [S. l.], 26 mar. 2020. Disponível em: www.brasil247.
com/pt/247/revista_oasis/134596/A-energia-que-vem-do-deserto-O-Saara-come%C3%A7ou-a-gerar-eletricidade.htm; FERNANDES, Carlos Arthur de Oliveira;
GUARONGHI, Vinícius Mendes. Energia solar. Faculdade de Engenharia Mecânica, Campinas, [20-?]. Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp. Disponível em:
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/esolar/esolar.html; BARBOSA, Vanessa. 10 das maiores usinas de energia solar concentrada do mundo. Exame, [S. l.],
13 set. 2016. Disponível em: https://exame.com/tecnologia/10-das-maiores-usinas-de-energia-solar-concentrada-do-mundo/. Acessos em: 28 mar. 2022.

72

Foco na BNCC
Competência geral 10
A leitura, a interpretação e a realização das
atividades da seção Em foco possibilitam ao
estudante agir pessoal e coletivamente, com
autonomia e responsabilidade, tomando decisões
com base em princípios éticos, inclusivos
e sustentáveis.

72
Apesar do enorme potencial de
algumas regiões da Terra para Orientações
a produção de energia solar,

Fabio Abreu
ENERGIA SOLAR PELO MUNDO
ainda há muito o que avançar ½ Respostas
Os projetos para captação de energia solar no norte da África estão em andamento,
no desenvolvimento desse tipo
porém já existem grandes usinas produzindo muita energia pelo mundo.
de tecnologia. Conheça um
Em foco
Califórnia, EUA Andaluzia, Espanha
pouco melhor as vantagens e 1. A geração de energia elétrica obti-
Jim West/Alamy/Fotoarena

aerial-photos.com/
Alamy/Fotoarena
A usina de Topaz é a Primeira do mundo a desvantagens desse sistema. da dos raios solares é considerada
maior usina solar do armazenar energia, seu
limpa porque não lança poluentes
mundo, com mais de 9 sistema produz energia VANTAGENS
milhões de painéis. Sua mesmo à noite ou com baixa Renovável (principalmente dióxido de carbo-
construção custou mais incidência solar. no) na atmosfera, diferentemente
Enquanto houver luz
de US$ 2 bi.
solar incidindo sobre a da geração de energia que resul-
Strasskirchen,

Armin Weigel/picture-alliance/
Cesar Diniz/
Pulsar Imagens

Imageplus
Terra, haverá essa fonte. ta da queima de combustíveis fos-
Alemanha
Ocupando uma área seis, por exemplo, nas termelétricas.
de 270 campos Energia limpa
de futebol, tem A energia solar ajuda a A energia solar é considerada reno-
Tubarão, Brasil capacidade para substituir, aos poucos, vável porque o Sol é fonte inesgotá-
Maior usina de energia termossolar suprir mais de 15 mil outras fontes mais poluidoras, vel de energia. Exemplos de outras
do Brasil, é capaz de abastecer casas. A Alemanha
em especial as que dependem de fontes de energia renováveis: água,
até 2,5 mil residências por ano. É a é a maior produtora
desse tipo de energia. combustíveis fósseis. Na Europa,
quarta usina solar instalada no país. que gera energia hidráulica; vento,
algumas usinas já contribuíram
para a redução de mais de
responsável pela energia eólica; e
35 mil toneladas por ano na marés, que resultam em energia
emissão de dióxido de carbono maremotriz.
na atmosfera. 2. Porque esse tipo de geração de
energia depende da intensidade
Produção residencial
Essa fonte de energia e da incidência dos raios solares.
pode chegar a regiões Portanto, as regiões mais afastadas
que outras formas de geração da porção intertropical do planeta
de energia não conseguem, por geralmente são menos apropriadas
exemplo, às áreas rurais.
para a utilização da energia solar.
DESVANTAGENS
Alto custo
O custo de
desenvolvimento dessa
tecnologia ainda é muito alto,
tanto no Brasil quanto no mundo.

Insuficiência
Devido ao alto custo,
A torre é apenas uma das a tecnologia avançou
formas possíveis de usina para pouco, e os equipamentos que
Em seguida, a energia elétrica transformação da energia solar podem ser instalados atualmente
produzida a partir da energia solar é em energia elétrica. Há também em residências não as tornam
transmitida pelos cabos de eletricidade soluções individuais, como os autossuficientes com relação ao
aos consumidores (residências, MATERIAL DE DIVULGAÇÃO painéis fotovoltaicos instalados nos consumo de energia.
hospitais, indústrias, entre outros). telhados das casas.
DA EDITORA DO BRASIL Latitudes
Lugares da Terra
1 Por que a energia elétrica obtida da luz solar é considerada limpa e re- mais próximos dos
novável? Que outras fontes renováveis de energia existem atualmente? polos terrestres recebem menor
incidência solar durante o inverno,
2 Por que a produção em grande escala de energia elétrica gerada pela como o sul da Argentina ou
luz solar é eficiente somente em algumas regiões do planeta? a Finlândia.

73

73
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas 1 Quais fatores contribuíram para o processo de urbanização do Brasil?
2 Explique a relação entre a industrialização e a modernização do campo.
Para encerrar
1. A Proclamação da República, o fim 3 Como a Revolução Técnico-Científico-Informacional afetou a produção e o trabalho?
da escravidão e o desenvolvimento 4 Os processos de inovação e modernização da produção industrial não ocorreram de maneira uniforme.
industrial, principalmente impulsio- Explique essa afirmação e dê exemplos.
nado pelo capital dos produtores de 5 Explique a relação entre a expansão das cadeias industriais e produtivas e a necessidade de investir em
café, contribuíram para o processo novas fontes energéticas.
de urbanização no Brasil.
6 O que é matriz energética? Pesquise em fontes confiáveis e descubra qual é a composição da matriz
2. A industrialização contribuiu para
energética brasileira. Elabore uma análise comparativa entre a matriz energética brasileira e a matriz
o aumento do poder de compra energética mundial.
nas cidades, o que fez crescer a de-
manda por produtos alimentícios. 7 Leia o texto a seguir.
Em decorrência disso, foi necessário Políticas de geração de emprego e renda + auxílio emergencial =
modernizar a agricultura e aumentar combate efetivo à fome na pandemia
a produção agropecuária para acom-
Um dado se destaca: a insegurança alimentar moderada e grave desaparece por completo em
panhar o crescimento dos centros
domicílios com renda familiar mensal acima de um salário mínimo per capita: 0,0%.
urbanos. No que se refere à situação de trabalho da pessoa de referência dos domicílios, a ocorrência da
3. A modernização das técnicas de fome foi quatro vezes superior entre aquelas com trabalho informal e seis vezes superior quando
produção agrícola não foi uniforme a pessoa estava desempregada.
nem beneficiou todas as pessoas [...]
que viviam da terra. O uso de tec- Em tempos de covid-19, no entanto, os desafios são maiores. O sucesso da garantia do direito
nologias no campo requer trabalha- humano à alimentação adequada, alcançado até 2013, foi progressivamente revertido a partir de
dores capacitados e disponibilidade 2014, e ganhou impulso negativo maior com o início da pandemia da covid-19.
de recursos financeiros. Isso fez com Famílias que solicitaram e receberam parcelas do auxílio conviviam com alta proporção de
que milhares de trabalhadores mi- insegurança alimentar moderada ou grave (28%), o que enfatiza a grande vulnerabilidade desse
grassem para as cidades em busca grupo. Sem uma resposta adequada dos governos em forma de políticas públicas, a fome vai per-
de outros tipos de emprego. sistir – e aumentar.
A escalada da fome durante a pandemia não é de responsabilidade de um vírus, mas de esco-
4. Não são todos os lugares que se be-
lhas políticas de negação e da ausência de medidas efetivas de proteção social.
neficiam de parques industriais de
Fonte: OLHE para a fome: o desafio é todas e todos nós. Olhe para a fome, [S. l.], [202-].
alta tecnologia. Em alguns países, a Disponível em: http://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 28 mar. 2022.
falta de mão de obra qualificada, de Atividade em grupo

infraestrutura adequada e de inves- Depois de se informar com o texto, reúna-se com um colega e pesquisem em fontes
timentos são alguns dos fatores que confiáveis como estão os planos de combate à fome mencionados no Capítulo 2. O que
justificam esse fato. Enquanto exis- vem sendo feito para diminuir esse problema? Após a pesquisa, escrevam um relatório
tem polos de produção tecnológica que apresente uma solução para o problema, do ponto de vista da dupla.
intensa, como o Japão e os Estados
8 Leia a tirinha a seguir, dos personagens Calvin e Haroldo, do cartunista Bill Watterson.
Unidos, há também países inteiros
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Calvin Hobbes, Bill Watterson © 1986 Watterson
/ Dist. by Andrews McMeel Syndication

que nem sequer acompanharam a


evolução de processos industriais,
como algumas nações da África e DA EDITORA DO BRASIL
da Ásia.
5. A expansão das cadeias industriais
Fonte: Andrews McMeel
e produtivas exige energia para seu Syndication. Disponível
funcionamento. Em razão dos pro- em: http://syndication.
andrewsmcmeel.com/.
blemas ambientais gerados pelo uso Acesso em: 23 jun. 2022.
dos combustíveis fósseis, além da
finitude de muitas fontes de energia 74
atualmente utilizadas, faz-se neces-
sário o desenvolvimento de pesqui-
sas para tornar possível a adoção de
novas fontes renováveis. 7. Espera-se que os estudantes cheguem à conclusão de que, 8. Instrua os estudantes a pesquisar em sites confiáveis e em
6. É o conjunto de fontes de que um para erradicar a fome no Brasil, serão necessárias diversas ações. jornais, revistas e livros da biblioteca da escola. Explique que
país, estado ou região dispõe para Entre elas estão políticas de geração de emprego e renda, oferta a empatia e a alteridade são posturas bem-vindas em um
transformar em energia. Oriente a de alimentos saudáveis e baratos a pessoas em situação de mundo marcado pelo individualismo e pela indiferença pelo
atividade, sugerindo o site a seguir vulnerabilidade socioeconômica e a própria organização da destino dos que não conseguem sobreviver condignamente
como fonte da pesquisa. MATRIZ sociedade civil e privada para mitigar esse grave problema. no sistema globalizado atual.
energética e elétrica. Empresa de
pesquisa energética, Brasília, DF, 201-.
Disponível em: http://www.epe.gov.
br/pt/abcdenergia/matriz-energetica
-e-eletrica. Acesso em: 9 jun. 2022.

74
Avaliação de
As três primeiras falas do personagem Calvin representam o senso comum diante do problema da fome. resultados
Ao mesmo tempo, abordam uma forma de se conscientizar a respeito do problema: informar-se sobre Retome os objetivos da unidade
ele. Já a última fala representa um choque de realidade. De fato, somente quem vivencia o problema é descritos na página 42 deste manual
que sabe o que significa passar fome. e baseie-se neles para a elaboração
de uma avaliação. É importante cer-
Atividade em dupla

• Com base na tirinha de Calvin e Haroldo, reúna-se com mais um colega para pesquisar
em fontes confiáveis os programas de combate à fome no Brasil. Procurem levantar tificar-se de que as competências ge-
dados sobre o que vem sendo feito para amenizar esse grave problema que ainda rais e as competências e habilidades
persiste no mundo. específicas de Geografia indicadas se-
jam contempladas na avaliação.
9 Explique por que o petróleo, o carvão mineral e a energia nuclear, apesar de serem importantes para as
sociedades contemporâneas, são uma fonte de problemas ambientais.
Sobre a avaliação
10 Observe as paisagens das fotografias e faça o que se pede.
½½ Acompanhamento da
aprendizagem

Ernesto Reghran/Pulsar Imagem


Acervo UH/Folhapress

De forma geral, verifique se os es-


tudantes conseguiram resolver as ati-
vidades da seção Para encerrar. Uti-
lize-as como diagnóstico para avaliar
se as habilidades indicadas no início
da unidade (EF09GE11, EF09GE12,
EF09GE13, EF09GE18) foram de-
senvolvidas de maneira satisfatória.
Cachoeira Salto
de Sete Quedas, As atividades propostas na unida-
localizada na divisa de podem auxiliar os estudantes na
dos países Brasil e
Paraguai, 1961. Usina hidrelétrica Itaipu Binacional. Foz do Iguaçu (PR), 2015. preparação para exames de larga
escala.
a) Diferencie as duas paisagens.
½½ Estratégias para
b) Que tipo de energia está sendo produzida na segunda paisagem?
superar defasagens
c) Indique um fator positivo e um fator negativo implícitos na transformação do espaço. Para revisar os conhecimentos
dos estudantes relativos à urbaniza-
ção, retome o gráfico da página 45
Leia e as atividades da página 49. Quan-
Nexo: Mundo produz comida suficiente, mas fome ainda é uma realidade, de Rafael Iandoli, 2 set. 2016. to à desigualdade social e à fome,
Reportagem mostra como a concentração da renda e da produção, a falta de vontade política e até mesmo a retome o conteúdo e a atividade da
desinformação e a consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o cenário da página 53 e as atividades da pági-
fome e da desnutrição. Disponível em: www.nexojornal.com.br/explicado/2016/09/02/Mundo-produz-comida na 56. Em relação às transformações
-suficiente-mas-fome-ainda-%C3%A9-uma-realidade. Acesso em: 29 mar. 2022.
no trabalho, retome o conteúdo das
Ouça páginas 57, 58 e 59 e as atividades
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mamilos 146 – Crise habitacional. O podcast discute o problema da crise habitacional no Brasil após um incêndio da página 63. Quanto às fontes de
DA EDITORA DO BRASIL
causar o desabamento de um edifício no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, em 2018. Disponível em:
https://www.b9.com.br/shows/mamilos/mamilos-146-crise-habitacional/. Acesso em: 22 abr. 2022.
energia e cadeia produtiva, retome
o conteúdo da página 64 e as ati-
Assista vidades da página 71, auxiliando
Futuro energético, de Discovery HD Showcase (62 min). O documentário traça um panorama descritivo os estudantes quanto a possíveis
instigante da situação atual do planeta e explora as principais alternativas disponíveis: energia dos ventos, energia dúvidas.
da água (dos rios e do mar), energia geotérmica do centro do planeta e energia-mãe (energia solar).

75

9. O petróleo é uma fonte de problema ambiental por 10. a) A paisagem da esquerda mostra um espaço natural
causa da queima de seus derivados, principalmente sem a interferência humana. A da direita mostra o
a gasolina e o óleo diesel. Quando a gasolina e o óleo die- mesmo espaço transformado pela ação humana.
sel entram em combustão, gases de efeito estufa são lan- b) Energia hidráulica, que se transformará em elétrica.
çados na atmosfera. A queima de carvão em indústrias e c) Um fator positivo é a geração de energia, importante
termelétricas causa graves impactos socioambientais, em para o desenvolvimento econômico; um fator negati-
virtude da emissão de material particulado e de gases vo é o impacto ambiental provocado por obras como
poluentes na atmosfera. O principal problema das usinas a mostrada na imagem à direita.
nucleares são os riscos associados a acidentes com material
radiativo.

75
Objetivos da unidade
• Distinguir a divisão clássica do
mundo entre Ocidente e Oriente.
• Compreender sob o ponto de vis-
ta histórico as consequências das
grandes navegações e as forma-
ções dos impérios europeus no

Martin Waldseemüller/loc.gov
continente asiático e na Oceania.
• Identificar os principais aspectos da
influência econômica e política das
potências europeias no mundo.
• Identificar as principais transforma-
ções que ocorreram no território
europeu em decorrência das guer-
ras mundiais.
• Identificar as principais transforma-
ções ocorridas no território euro-
peu em decorrência da Guerra Fria.
• Compreender o processo histórico
do fim da URSS.
• Reconhecer os principais conflitos
que ocorreram em países do Les-
te Europeu e da ex-URSS após sua
dissolução.

Introdução
Consolidado o estudo dos aspectos
econômicos globais, o conteúdo ago-
ra volta-se para o continente europeu.
É abordada a relação entre o sistema
colonial implantado pelas potências
europeias e a divisão do mundo em
Ocidente e Oriente e, consequente-
mente, as formas de influência das
potências europeias sobre os demais
países do mundo. O estudante pode-
rá compreender as principais mudan-
ças ocorridas no território europeu Martin Waldseemüller.
em sua história recente, inclusive os Cosmografia Universal, 1507.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
conflitos e as transformações territo-
riais relacionadas ao fim da URSS.
DA EDITORA DO BRASIL
Justificativa
A análise sobre a geopolítica euro-
peia no início das Grandes Navegações
é fundamental, já que desdobramen-
tos do período são essenciais para
compreender a conformação do
76
mundo contemporâneo. No mesmo
sentido, a discussão sobre o período
pós-Segunda Guerra Mundial fornece
importante subsídio para os estudos
Levantamento de conhecimentos prévios
da Geografia da Europa e, em certa
Faça um levantamento do conhecimento prévio dos es-
medida, da Geografia mundial.
tudantes sobre os conceitos de Ocidente e Oriente. Registre
as primeiras observações. Nesse momento, não é preciso
chegar a nenhuma conclusão. Peça a eles que observem a
imagem e descrevam os principais elementos encontrados.
Incentive-os a compará-la com os mapas que eles estão
habituados a trabalhar, e apontem, juntos, as principais se-
melhanças e diferenças entre eles. Para melhor visualização,
as informações podem ser organizadas e sistematizadas em
um quadro na lousa.

76
3
Orientações
As perguntas sobre observação
e interpretação da imagem relacio-
nam-se ao conhecimento prévio do
estudante e à reflexão sobre as ca-
racterísticas de seu lugar de vivência,
e evidenciam seu protagonismo no
processo ensino-aprendizagem.

Europa:
½ Respostas
1. Europa. Espera-se que o estudante
chegue à conclusão de que, pe-

colonização
lo fato de os europeus terem sido
pioneiros no desenvolvimento das

e influência
navegações e técnicas cartográficas,
seu continente foi considerado o
mais importante e representado

mundial
no centro dos mapas.
2. Podem ser citados o tamanho, o
formato e a proporção dos conti-
nentes, entre outros elementos.
3. Resposta pessoal. Se sim, incen-
tive-os a lembrar onde, ou quais
A primeira imagem a retratar o mundo como o conhecemos representações.
hoje é do cartógrafo alemão Martin Waldseemüller (1475-
-1522). Dividindo a terra em Oriente e Ocidente, ela foi feita
em abril de 1507, 15 anos após a chegada dos europeus ao
continente americano. Observe-a ao lado.

1. Qual continente está no centro do mapa? Por que você


acha que isso ocorreu?
2. Observe um mapa-múndi atual. O que mudou e o que se
manteve em relação ao mapa de 1507?
3. Você já viu algum mapa em que a disposição dos
continentes era diferente?

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Nesta unidade, você vai estudar:
DA EDITORA DO• BRASIL
a regionalização mundial no Ocidente e no Oriente;
• a geopolítica e a influência europeia;
• o colonialismo, o neocolonialismo e o poder;
• os conflitos atuais na Europa;
• as alterações na geografia do continente europeu do
pós-guerra à atualidade.

77

BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia o O trabalho com as competências e habilidades da
desenvolvimento das competências e habilidades BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de
a seguir. atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência es-
Competências gerais 1, 2, 4, 5, 9 e 10 colar fundamentais para o fortalecimento do respeito, da
Competências específicas de Ciências Humanas solidariedade, da organização, da participação, da coope-
1e5 ração, do protagonismo e da reflexão dos estudantes. Essas
atitudes e valores devem estar relacionadas às regras, aos
Competências específicas de Geografia 1, 3, 4 e 5
espaços e materiais escolares, ao convívio entre professo-
Habilidades EF09GE01, EF09GE06 e EF09GE08 res, funcionários e estudantes e ao desenvolvimento das
atividades pedagógicas.

77
Objetivos do capítulo
• Distinguir a divisão clássica do
mundo entre Ocidente e Oriente.
Regionalização
• Compreender os aspectos geográ-
ficos, políticos e culturais dessa di- mundial: Ocidente
e Oriente
visão.
• Caracterizar a herança da civiliza-
ção greco-romana nas mais distin-
tas áreas do saber.
• Compreender sob o ponto de vis-
ta histórico as consequências das No capítulo anterior, você estudou a importância das fontes energéticas e dos recursos
grandes navegações e as forma- naturais para as indústrias e a sustentabilidade do planeta. Neste capítulo, você vai es-
tudar a relação entre o sistema colonial implantado pelas potências europeias e a divisão
ções dos impérios europeus no
do mundo em Ocidente e Oriente.
continente asiático e na Oceania.

Pré-requisitos Duas metades do mundo


pedagógicos A palavra oriente vem do latim oriens, que significa “sol nascente”. Já ocidente
A regionalização mundial, as gran- vem do latim occidens, que quer dizer “sol poente”. Essas palavras se referem ao
des navegações, a colonização eu- movimento aparente do Sol e são utilizadas para definir esses pontos de orientação
ropeia e sua influência cultural são no espaço. O leste, portanto, corresponde ao oriente, e o oeste, ao ocidente.
conhecimentos previamente tra-
O Meridiano de Greenwich é a linha imaginária usada como referência para
balhados no Ensino Fundamental dividir o mundo em Hemisfério Oriental, geralmente associado aos territórios
(EF04GE01, EF07GE05, EF08GE05, asiáticos, e Hemisfério Ocidental, comumente relacionado aos territórios europeu
EF08GE06) que se relacionam com os e americano. No entanto, se considerarmos apenas esse meridiano imaginário, a
assuntos trabalhados no capítulo. O maior parte do continente europeu está no Oriente. Isso lhe soa familiar?
resgate dessas habilidades pode ser Além dos critérios cartográfico e cartesiano, o Oriente pode ser entendido pela
de grande importância para o início perspectiva histórica da dominação de alguns povos ou países sobre outros. Desse
da discussão sobre o tema da regio- ponto de vista, o Oriente seria uma construção discursiva ocidental, principalmente
nalização e os conceitos de Oci- europeia, que visa reafirmar seu poderio e sua influência perante as regiões chama-
das orientais, que, historicamente, foram alvo de colonização e exploração.
dente e Oriente.
Dessa forma, pode-se afirmar que o Ocidente criou uma identidade que se
contrapõe ao Oriente, considerando fatores como o desenvolvimento econômico,
Orientações a influência cultural e a intervenção militar.
Ressalte que a distinção entre Vamos entender um pouco melhor essa questão?
Ocidente e Oriente nem sempre é
Hemisférios Oriental e Ocidental
precisa. O próprio Ocidente, assim

Mario Yoshida

como o Oriente, é uma construção Círculo Polar Ártico
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Hemisfério Ocidental
histórica baseada na distinção em Hemisfério Oriental

relação ao outro. O que o Ocidente


chama de Oriente Médio, por exem-
plo, é, geograficamente, do ponto MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Trópico de Câncer

OCEANO OCEANO
PACÍFICO PACÍFICO
de vista chinês chamado de Ásia
Ocidental. De um ponto de vista
DA EDITORA DO BRASIL 0° Equador
BRASIL OCEANO
Meridiano de Greenwich

ÍNDICO
Trópico de Capricórnio N
religioso, a divisão ocorreu entre
OCEANO
Ocidente como judaico-cristão e ATLÂNTICO O L
Fonte: IBGE.
Oriente como muçulmano, budis- Atlas geográfico S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ta e hindu. Saliente que esses dois escolar. 8. ed. Rio Círculo Polar Antártico
0 3 432 6 864 km
de Janeiro: IBGE,
polos não são diretamente opostos, 2018. p. 34. 1 : 343 200 000

e há culturas, religiões e etnias que


78
se mesclam.

Foco na BNCC
Habilidade EF09GE06
O conteúdo da página associa o critério de divisão
do mundo em Ocidente e Oriente com o sistema
colonial implantado pelas potências europeias.

78
Orientações
A cultura greco-romana O conteúdo desta página pode ser
A cultura greco-romana é fundamentada em valores,

Museu do Louvre, Paris. Foto: Fine Art Images/Album/Fotoarena


trabalhado de maneira interdisciplinar
conhecimentos e concepções desenvolvidos na Grécia com História. Conceitue e caracterize
e no Império Romano durante a chamada Antiguidade o período helenístico, que se caracte-
e constitui a base da civilização ocidental.
rizou pela difusão da civilização grega
A filosofia grega, que tem Sócrates, Platão e
do Mar Mediterrâneo à Ásia Central.
Aristóteles como referência, influenciou a construção do
Destaque a arquitetura grega
pensamento ocidental. A concepção grega do Univer-
so está na origem de áreas da ciência como a Física, a
como importante herança para o
Matemática, a Medicina e até mesmo a Geografia, pois mundo ocidental. Algumas das no-
Ptolomeu, considerado o “pai da Cartografia”, era um táveis construções dessa arquitetu-
cientista grego. ra foram: o Partenon, o Erecteion, a
O Ocidente também herdou a noção de democra- Acrópole de Atenas, entre outros. Se
cia cuja primeira manifestação ocorreu entre os gregos possível, apresente imagens.
e é o principal sistema de governo nos países do mundo
ocidental.
Por sua vez, grande parte das bases filosóficas do
Direito e da Justiça, como as conhecemos hoje, encon-
tra-se no pensamento romano.

Joos van Wassenhove.


Cláudio Ptolomeu, c. 1475.
Óleo sobre painel, 98 cm × 66 cm.

StoriesFromAnywhere/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Teatro de Herodion. Atenas, Grécia, 2021. O teatro grego é uma das grandes influências greco-romanas na cultura ocidental.

79

79
Orientações
O conteúdo desta página pode ser
As Grandes Navegações
trabalhado de maneira interdisciplinar Durante a Idade Média, a concepção europeia de mundo passou a ser influen-
com História. Ressalte que, mesmo ciada pela perspectiva religiosa, determinada pelo cristianismo. Naquela época, os
com suas quatro viagens pelo “Novo europeus sabiam da existência de apenas três continentes: Europa, Ásia e África.
A partir do século XIII, o renascimento do comércio no continente ampliou
Mundo”, Cristóvão Colombo morreu
o fluxo de pessoas e mercadorias, favorecendo o contato com novos territórios
acreditando que tinha chegado às
e novos conhecimentos. A delimitação entre Ocidente e Oriente, como forma de
Índias Orientais. Utilize um mapa-
regionalização do espaço geográfico, mantinha-se, mas as trocas e as interin-
-múndi e diferencie com os estudan- fluências eram inevitáveis.
tes as Índias Ocidentais das Orientais. As Grandes Navegações, ocorridas entre os séculos XV e XVI, foram re-
Destaque que Américo Vespúcio sultado da ampliação das rotas comerciais pelos oceanos e culminaram na che-
foi o primeiro a demonstrar que as gada dos europeus à América, denominada “Novo Mundo”, segundo a visão
Índias Ocidentais não representavam eurocêntrica. A partir de então, a Europa tornou-se o centro difusor da ciência
regiões do Leste da Ásia, como acre- e da cultura que dominou parte do mundo durante muito tempo. Observe no
ditava Cristóvão Colombo, e sim outro mapa as rotas de navegação dos países europeus pelo mundo.
continente. Dessa forma, o continente
passou a ser chamado de América, Viagens de expansão europeias – século XVI
que é a versão feminina do seu pri-

Sonia Vaz
Expedições OCEANO GLACIAL ÁRTICO
meiro nome. Espanholas Spitsbergen
Portuguesas
GROENLÂNDIA
Inglesas Ter Nova

Atividades
rad
eB Zembla
Francesas aff
in Islândia Archangel
Holandesas
complementares Meridiano de Tordesilhas INGLATERRA
PAÍSES BAIXOS

1. Esta atividade poderá ser feita de ma- OCEANO Montreal


FRANÇA EUROPA ÁSIA
ÁSIA PORTUGAL ESPANHA
neira interdisciplinar com História. JAPÃO
Nagasaki PACÍFICO OCEANO JAPÃO
Nagasaki
CHINA ATLÂNTICO CHINA
Promova uma roda de conversa so- ÍNDIA Macau Cuba
Bahamas
ÍNDIA Macau Filipinas
Filipinas Acapulco ÁFRICA
bre a chegada de Cristóvão Colombo Goa
Calicute
Panamá
Cabo de Serra Leoa
Goa
Calicute
Ilhas
à América. Converse sobre como Equador Malacca
Sumatra
Ilhas
Bornéu Molucas AMÉRICA
Mogadishu
Malindi
Malacca Bornéu Molucas
Sumatra Nova Guiné
Nova Guiné OCEANO
esse processo histórico cristalizou- Java
Lima Kilwa ÍNDICO
Java
N
-se no imaginário europeu como a Sofala
Madagascar
OCEANIA OCEANIA
“descoberta” da América. Peça aos

Meridiano de Greenwich
O L Cabo da
Ri Boa Esperança
od
estudantes que reflitam sobre o sig- S Ilha Grande
aP
rat
de Chiloé a
nificado da palavra descoberta e OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 2 504 5 008 km
San Julián

suas implicações, e estabeleçam 1 : 250 400 000

relações com o fato de que já ha- Fonte: BLACK, Jeremy. World


history atlas. Londres: Dorling
via sociedades nativas no territó-
rio. A reflexão proporciona maior
Kindersley, 2008. p. 80-81.
O imperialismo europeu e o Oriente
protagonismo dos estudantes no As Grandes Navegações e o desenvolvimento da economia mercantil na
processo ensino-aprendizagem. América foram muito importantes para a ampliação do mundo ocidental. Con-
Na sequência, comente que a tudo, a colonização da Ásia e da Oceania, no século XIX, foi fundamental para a
Unesco propôs a expressão “encon-MATERIAL DE DIVULGAÇÃO divisão entre Oriente e Ocidente.
Esses continentes foram colonizados por países europeus, no contexto do
tro entre dois mundos” em oposição
DA EDITORA DO BRASIL
a “descoberta”. Incentive-os a discutir desenvolvimento do capitalismo em sua fase industrial (a partir da segunda meta-
de do século XVIII), que buscavam novas áreas de exploração e ampliação de seu
sobre os pontos a seguir.
sistema produtivo.
• O contato entre europeus e as
Dessa forma, a construção de um imaginário oriental foi importante para a
sociedades nativas do continen- dominação e ampliação das estratégias de acúmulo de riquezas das potências
te americano pode ser interpre- europeias. Assim, o Oriente passou cada vez mais a ser caracterizado pela sua
tado somente com o sentido de diferenciação em relação ao Ocidente, sobretudo à Europa.
encontro?
• Quais foram as consequências 80
desse encontro para os povos
envolvidos?

80
Observe, no mapa a seguir, a dominação colonial na Ásia e na Oceania no Orientações
início do século XX. Graças às diversas riquezas e mercadorias desejadas por Comente que ainda existem for-
grande parte do mundo, os territórios indiano e chinês eram os mais cobiçados, mas de domínio europeu, como o
principalmente pelos países europeus. neoimperialismo. Destaque o confli-
to entre Israel e Palestina nos séculos
Ásia e Oceania: impérios coloniais – início do século XX
XX e XXI, que se desenvolveram sob a

Tarcísio Garbellini
100°L
influência britânica, francesa e norte-
ÁSIA
-americana.
RÚSSIA

EUROPA
CHINA Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4
COREIA
JAPÃO Competências específicas de
PÉRSIA
OCEANO
PACÍFICO
Geografia 3 e 4
KUWAIT
Trópico de Câncer ÍNDIA
FORMOSA
Habilidades EF09GE01,
ARÁBIA
(P.) Oka Hong Kong (G.B.) EF09GE06 e EF09GE08

IND
(P.) Damão Macau (P.)
Yanaon (F.) Is. Marianas
O conteúdo desta página

OCHINA
SIÃO
ÁFRICA (P.) Goa Is. Andarman
Pondichéry (F.) FILIPINAS
(F.) Mahá
Karikal (F.)
Guam
(EUA)
Is. Marshall permite aos estudantes
Nicobar analisar criticamente de que
Is. Maldivas Is. Carolinas

Equador Terra do Imperador
Nauru forma a hegemonia europeia
Bornéu
Nova
Guilherme
Is. foi exercida em várias regiões
Arq. de Chagos Gilbert
Java
Guiné
I. Oceano do planeta, notadamente
OCEANO Timor
Possessões alemãs
ATLÂNTICO OCEANO
Is. Salomão em situações de conflito,
Possessões inglesas Novas
Possessões holandesas MADAGASCAR
ÍNDICO Hébridas intervenções militares e/
(F. e G.B.)
Possessões francesas
Trópico de Capricórnio
ou influência cultural em
Possessões norte-americanas OCEANIA diferentes tempos e lugares.
Possessões japonesas AUSTRÁLIA Nova
Área de influência da:
N
Caledônia Permite também associar o
Grã-Bretanha O L critério de divisão do mundo
França
Rússia em Ocidente e Oriente com o
S
P. - Portugal NOVA sistema colonial implantado
F. - França 0 1 158 2 316 km ZELÂNDIA
G.B. - Grã-Bretanha 1 : 115 800 000
pelas potências europeias
e analisar transformações
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2011. p. 28.
territoriais, considerando o
movimento de fronteiras,

University of Texas at Arlington, Foundations of


Western European Cartography in Texas
tensões, conflitos e múltiplas
regionalidades na Europa, na
O mundo em três continentes Ásia e na Oceania. Além de
valorizar os conhecimentos
Durante a Idade Média, foi elaborada uma representação, historicamente construídos
conhecida como Mapa T/O, em que o mundo era dividido em sobre o mundo social e
três continentes: Ásia, África e Europa, circundados pelo ocea- cultural, desenvolver o senso
no como um grande O, e separados por três cursos de água – o crítico para a compreensão
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mar Mediterrâneo, o Rio Nilo e o Rio Don – em forma de T. Eram e aplicação do raciocínio
comuns as referências bíblicas cristãs em representações como geográfico e a ocupação
DA EDITORA DO BRASIL
essa, como a indicação de Jerusalém no centro do mundo. do espaço, para expressar
As noções de Oriente e Ocidente, portanto, não tinham o informações em linguagem
mesmo sentido de hoje. Mapas como o T/O eram elaborados para Mapa T/O encontrado em Etymologiae, cartográfica.
que se demarcasse o mundo conhecido até então. Na concepção primeira enciclopédia escrita na cultura
ocidental, compilada por Isidoro de Sevilha
moderna, os europeus não se sentiam ocidentais nem os asiáticos em 623 d.C.
e africanos se sentiam orientais.

81

81
Orientações
Faça uma leitura mediada do tex- História
to com os estudantes, e os auxilie na
Onde começa e onde termina o Ocidente?
interpretação e nas possíveis dúvidas
conceituais ao longo da atividade. [...] Geograficamente, o Meridiano de Greenwich [...] divide o mundo em Oriente (também
chamado de Leste) e Ocidente (Oeste).
½ Respostas Mas quando falamos Oriente, assim, com mais pompa, ecos, negritos e itálicos, não estamos
nos referindo apenas à divisão geográfica, mas também a religião, valores e cultura. O Marcos
Diálogo com História Antonio de Moraes, professor de Geografia e autor do livro Oriente Médio, dá uma provocadinha
1. O trecho traça uma perspectiva do em quem faz uma leitura deveras geográfica dessa divisão. Vai vendo: a prova que essa é apenas
ponto de vista histórico e leva em uma separação longitudinal é que 90% da Europa está a leste de Greenwich, o que, geografica-
consideração aspectos culturais, mente, faz dela parte do Oriente. Tudo que fica para lá de Greenwich, na região de Londres, seria
principalmente o religioso, e a pre- Oriente. França, Itália, Alemanha etc. Analisando fatores como a cultura dos países, – qualé, Itá-
missa de que Oriente e Ocidente lia é do Oriente? – chega-se à rápida conclusão que eles fazem parte do Ocidente.
são concepções intelectuais cons- [...]
truídas, geralmente, por povos ou Para entender onde começa e onde termina o Oriente, Moraes explica que é preciso analisar
onde está o mundo islâmico. De oeste a leste, estende-se desde o Senegal, no oeste da África,
nações que exercem algum tipo de
até às Filipinas, nos limites do Oceano Pacífico. De norte a sul, vai desde o Cazaquistão, na Ásia
domínio ou hegemonia em relação
Central, até a área entre a Tanzânia, na África, e a Indonésia, no Oceano Índico. Não que todos os
a outros. Chame a atenção para a
países dentro dessa enorme área sejam muçulmanos, mas sim de culturas e religiões diferentes
existência de estereótipos criados
das do Ocidente, que é judaico-cristão. Por exemplo, Austrália e Nova Zelândia, lá do outro lado,
para as populações dos países classi- são do Ocidente.
ficados como orientais e ocidentais. Fonte: ONDE começa e onde termina o Ocidente? Superinteressante, 21 dez. 2016.
Incentive a reflexão sobre o quanto Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/onde-comeca-e-onde-termina-o-ocidente/. Acesso em: 10 abr. 2022.

isso é reducionista, inverossímil e


desrespeitoso com as populações.

cktravels.com/Shutterstock.com
Inanc Ceylan/Anadolu Agency/Getty Images

Foco na BNCC
Habilidade EF09GE06
A interpretação do texto e
a atividade proposta pela
seção Diálogo com História
associam o critério de divisão
do mundo em Ocidente
e Oriente com o sistema
colonial implantado pelas
potências europeias.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A fotografia da esquerda mostra a cidade de Acra, em Gana, 2021. Já a fotografia da direita mostra Londres, no Reino Unido,
DA EDITORA DO BRASIL
também 2021. Qual cidade parece pertencer ao Oriente e qual parece pertencer ao Ocidente? Na verdade, ambas estão localizadas
exatamente sob o Meridiano de Greenwich.

Atividade em grupo

1 Em grupos, analisem os fatores, principalmente culturais, que evidenciam as diferenças


entre Oriente e Ocidente. Analisem também os estereótipos e preconceitos dessas
visões generalistas. Depois, discutam o assunto com os demais colegas da turma.

82

82
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 De acordo com os referenciais cartográficos, como é possível regionalizar o mundo entre Ocidente e 1. O referencial cartográfico para es-
Oriente?
sa regionalização é o Meridiano de
2 Quais elementos da cultura greco-romana influenciaram a cultura ocidental? Greenwich, que divide o mundo em
hemisférios Ocidental e Oriental.
3 Explique a frase: “O Ocidente e o Oriente são ideias construídas e, portanto, uma relação de poder”.
2. A filosofia, o pensamento racional
4 Explique o sentido da palavra “Oriente” do ponto de vista histórico. e a democracia dos gregos; as con-
cepções de direito e de justiça dos
5 Caracterize a colonização da Ásia e da Oceania no século XIX. Quais eram os objetivos dessa empreitada?
romanos.
Para refletir 3. Ocidente e Oriente são ideias cons-
truídas e revelam uma relação de
1 Quando se usa a expressão “Oriente poder e de dominação, uma vez que

Paolo Toscanelli/Coleção Particular


Médio”, o objetivo é localizar as terras as concepções que estabeleceram
que, para os viajantes da Europa, seriam essa regionalização são formas de
as avistadas quando alguém fosse em generalização fundamentais para os
direção ao nascer do Sol (oriens). Ob- empreendimentos coloniais e neo-
serve o mapa ao lado, datado de 1457. coloniais das potências europeias.
No centro, é possível ver o Oriente 4. Além dos critérios cartográfico e
Médio e, no canto direito, o Oriente.
cartesiano, o Oriente pode ser enten-
A Austrália não está retratada, pois
dido com base no ponto de vista his-
não integra parte da história antiga dos
tórico da dominação de alguns po-
europeus; chineses, indianos, árabes e
japoneses são os principais povos que eles
vos ou países perante outros. Desse
se acostumaram a chamar de orientais. Paolo Toscanelli. Mapa do mundo, c. 1457. Ilustração.
ponto de vista, seria uma construção
discursiva ocidental, principalmente
a) Observe o planisfério da página 78. Tendo a capital Brasília como ponto de referência, onde se lo-
europeia, com o objetivo de reafirmar
calizaria o “nosso” Oriente Médio?
o poderio europeu e sua influência
b) Ao ler uma notícia sobre um conflito no Oriente Médio, você a associaria ao “nosso” Oriente Médio, nas regiões chamadas “orientais”, que
mencionado no item anterior? O que é possível concluir com essa observação? foram, historicamente, alvo de colo-
nização e de exploração.
Mapa-múndi
5. A colonização da Ásia e da Oceania,

Allmaps
no século XIX, foi fundamental para
a divisão entre Oriente e Ocidente.
Ao longo de nossos estudos, é possível encontrar re- Esses continentes foram colonizados
presentações cartográficas, dados estatísticos e infor- pelos países europeus no contexto
mações quantitativas que nos levam a compreender a do desenvolvimento do capitalismo
origem de um fenômeno, interpretar processos históri- em sua fase industrial (a partir da
cos e sociais e até mesmo identificar aspectos ideológi- segunda metade do século XVIII),
cos. Observe a representação a seguir.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO na busca por novas áreas de explo-
1 Na sua opinião, a projeção cartográfica acima está corre- ração e ampliação de seu sistema
DA EDITORA DO BRASIL
ta? Por quê? Registre sua resposta, em seguida converse produtivo.
com os colegas e ouça o ponto de vista deles.
Fonte: Planejativo. Disponível em: https://app.planejativo.
0 8 000 1 600 km
com/q/1120/geografia-1/projecoes-cartograficas.
Acesso em: 30 abr. 2022. 1 : 800 000 000

83

Para refletir Desafio


1. a) As terras orientais mais próximas do Brasil pertencem 1. Resposta pessoal. No debate, reforce com os estudantes
a Angola. que existem diversas representações cartográficas e que,
b) Não, a expressão está associada à história da Europa mesmo as não convencionais, como a apresentada na ati-
e não tem nenhuma relação com as terras que, na vidade, ou os mapas históricos, não são incorretos. Explique
direção oriental, estão mais próximas do Brasil. Pode- que existem critérios que são indispensáveis para que uma
-se concluir que as divisões em Oriente e Ocidente representação cartográfica cumpra sua função de forma
estão muito mais relacionadas a uma questão cultural adequada. Se possível, retome essas característica, já tra-
eurocêntrica do que a um sistema de direções que balhada em anos anteriores, com os estudantes.
possa servir para localizar um ponto qualquer do
globo terrestre.

83
2
Objetivos do capítulo

Hegemonia
• Identificar os principais aspectos da
influência econômica e política das
potências europeias no mundo.
• Compreender o processo histórico
de colonização e neocolonização europeia
europeia.
• Entender o processo histórico da
criação do conceito de raça.

Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou a relação entre o sistema colonial implantado pelas
potências europeias e a divisão entre Ocidente e Oriente. Neste capítulo, você vai estu-
pedagógicos dar algumas das formas de influência das potências europeias sobre os demais países
A influência política e econômica do mundo e entendê-las do ponto de vista histórico.
europeia, assim como os processos
de colonização e neocolonização,
são conhecimentos previamente A geopolítica e a
trabalhados no Ensino Fundamental
(EF07GE05, EF07GE06, EF08GE05, influência europeia
EF08GE06, EF08GE20) que se relacio- A atuação dos principais países europeus na geopolítica é elemento central
nam com os assuntos trabalhados no para a compreensão de grande parte dos conflitos e tensões do mundo con-
capítulo. O resgate dessas habilidades temporâneo. O colonialismo e o neocolonialismo, que marcaram a expansão
pode ser de grande importância para territorial e o domínio das potências da Europa sobre a América, a Ásia, a África
o início da discussão sobre o tema da e a Oceania, ainda estão presentes nos aspectos culturais, históricos, sociais,
hegemonia europeia. geográficos e políticos dos continentes.
O Brasil, que foi colônia de Portugal por mais de 300 anos, mantém em
suas paisagens, tradições, seus costumes e sua cultura uma série de elementos
Orientações de origem portuguesa.
Comente que a arquitetura colonial O mais importante deles, sem dúvida alguma, é a língua portuguesa. Ape-
brasileira tem traços arquitetônicos sar de não ser a única falada em nosso território, é a língua oficial do país. A
renascentistas, barrocos, neoclássicos religião católica, profundamente arraigada em Portugal, é outra influência lusa
e rococó. Informe que a Organização no Brasil, um dos países com o maior número de católicos. Manifestações popu-
das Nações Unidas para a Educação, a lares, como as festas juninas, o Carnaval, a Cavalhada, o Bumba Meu Boi, entre
Ciência e a Cultura (Unesco) declarou outras, são de origem portuguesa.
alguns conjuntos e monumentos bra- Portugal foi responsável pela introdução dos grandes movimentos artísticos
europeus no Brasil, como o Renascimento e o Neoclassicismo, que influenciaram
sileiros como Patrimônio Mundial. Na Arquitetura colonial em de maneira decisiva a literatura, a arquitetura e as artes em geral do nosso país.
lista estão incluídos: a cidade histórica Salvador (BA), 2020.
Joa Souza/Shutterstock.com
de Ouro Preto, localizada em Minas
Gerais; o centro histórico de Olinda,
Pernambuco; o centro histórico de
Salvador, Bahia; o Parque Nacional
Serra da Capivara, em São Raimundo MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Nonato, Piauí; o centro histórico da
cidade de Diamantina, Minas Gerais;
DA EDITORA DO BRASIL
o sítio arqueológico Cais do Valongo,
no Rio de Janeiro, entre outros.

84

84
Foco na BNCC
Competência específica de
Ciências Humanas 1
Línguas indígenas no Brasil A discussão aqui proposta
Apesar de estar presente em todo o território brasileiro, com pequenas variações de sotaque e re- possibilita exercitar o
gionalismos próprios dos locais onde é falado, o português que falamos não é a única língua do país. respeito à diferença em uma
Estima-se que existam 154 línguas indígenas no Brasil. No entanto, elas podem desaparecer caso o sociedade plural e promover
número de falantes diminua. Essa possibilidade existe, já que os indígenas mais jovens têm abandonado os direitos humanos.
o aprendizado da língua, que é tradicionalmente transmitida de geração em geração, dos pais para seus
filhos, dentro da comunidade.
Existem ainda dezenas de línguas cooficiais em certos municípios brasileiros. O processo de reco-
nhecimento de línguas cooficiais teve início em 2002 na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no estado do
Amazonas, com as línguas Tukano, Nheengatu e Baniwa. Até 2021 eram 21 línguas cooficiais espalhadas
de norte a sul do Brasil, convivendo pacífica e harmoniosamente com o português brasileiro. Para consul-
tar a lista de línguas cooficiais do Brasil, acesse a página do Instituto de Investigação e Desenvolvimento
em Política Linguística (Ipol), disponível em: http://ipol.org.br/lista-de-linguas-cooficiais-em-municipios-
-brasileiros/. Acesso em: 10 abr. 2022.
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

As escolas indígenas promovem a língua materna por meio da inclusão no conteúdo curricular. Escola municipal indígena em
Santarém (PA), 2017.

85

85
Orientações
Utilize o mapa desta página para Colonialismo,
retomar conhecimentos prévios dos
estudantes sobre o colonialismo e o
neocolonialismo e poder
neocolonialismo. Dos séculos XVI ao XIX, o continente americano foi a área de expansão
territorial das grandes potências europeias. Os impérios português e espanhol
dominaram grande parte do continente, junto
às potências francesa, britânica e holandesa.
América: Domínios coloniais europeus – século XVI a XIX
Observe o mapa ao lado.
80° O
Durante a Revolução Industrial, gran-

Mario Yoshida
80° O


lo

rc
des impérios neocolonialistas
lo
surgiram na

rc
u
Po

u
lar Po
Árt lar
Á
Europa, e a Ásia e a Áfricarticopassaram a ser
ico

territórios de ocupação e suprimento das ne-


cessidades comerciais e de matéria-prima da
indústria europeia nascente.
Esse contexto instituiu um conjunto de
relações e de organizações políticas e territo-
riais que marcam esses lugares até hoje.
Tró
pico
de C
As relações econômicas
Tró
pico
desiguais entre
ânce de
r países europeus e países Chistoricamente
ânce
r co-
OCEANO
ATLÂNTICO lonizados, bem como a manutenção da dis-
tinção entre sujeitos com base em diferenças
étnico-raciais e na influência cultural e política
0° Equador das nações europeias 0° Eqsobre
uador esses territórios,
são exemplos das marcas que permanecem
até hoje de um passado colonial.
OCEANO OCEANO
PACÍFICO PACÍFICO
Domínios coloniais Domínios coloniais
Britânico Britânico
N N
Espanhol nio Espanhol
icór icór
nio
apr apr
eC eC
Francês od O L Francês od
pic pic O L
Tró Tró
Holandês Holandês
S S
Português Português
0 1 225 2 450 km 0 1 225 2 450 km
Holandês e Holandês e
britânico 1 : 122 500 000 britânico 1 : 122 500 000

Fonte: GIRARDI, Gisele; VAZ,

A Europa e os conflitos atuais


Jussara. Atlas geográfico do
estudante. São Paulo: FTD,
2011. p. 92.
Atualmente, as principais potências europeias continuam exercendo prota-
gonismo nas ações geopolíticas globais.
Podemos citar, por exemplo, a atuação do Reino Unido, da França e da
Rússia, que, juntamente com a China e os Estados Unidos, compõem o grupo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, órgão respon-
sável pelas deliberações a respeito das tensões e conflitos mundiais. Apesar
DA EDITORA DO BRASIL de esse conselho contar com a presença rotativa de 15 países, apenas os cinco
membros permanentes têm direito a veto, ou seja, o poder de impedir uma ação.
O Conselho de Segurança, de certa forma, contribui para manter a influên-
cia europeia nos demais países do mundo. As tensões geradas por importantes
conflitos contemporâneos foram discutidas por esse conselho, cujas decisões
possibilitaram a atuação política e militar da França e do Reino Unido em diver-
sas partes do mundo, por exemplo.

86

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial
Competências específicas de Geografia 1, 3 e 4 implantado pelas potências europeias e analisar
transformações territoriais, considerando o
Habilidades EF09GE01, EF09GE06 e EF09GE08 movimento de fronteiras, tensões, conflitos e
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na
analisar criticamente de que forma a hegemonia Oceania. Além de valorizar os conhecimentos
europeia foi exercida em várias regiões do historicamente construídos sobre o mundo
planeta, notadamente em situações de conflito, social e cultural, desenvolver o senso crítico
intervenções militares e/ou influência cultural para a compreensão e aplicação do raciocínio
em diferentes tempos e lugares. Permite também geográfico e a ocupação do espaço, para expressar
associar o critério de divisão do mundo em informações em linguagem cartográfica.
86
A Guerra do Afeganistão, em 2001, e a inva- Orientações

Baderkhan Ahmad/AP Photo/Imgeplus


são do Iraque, em 2003, foram eventos marcantes Ressalte que o Conselho de
do início do século que contaram com a partici- Segurança da ONU tem como prin-
pação ativa dos países europeus no Conselho de cipais funções: manter a paz e a se-
Segurança, em apoio aos Estados Unidos. gurança internacional; determinar a
Eles também têm atuado intensamente na criação, continuação e encerramento
guerra civil da Síria, iniciada em 2011, em ações das Missões de Paz, de acordo com os
de intervenção direta contra o governo sírio. capítulos VI, VII e VIII da Carta; investi-
Além da atuação no Conselho de Segurança,
gar toda situação que possa vir a se
a França e o Reino Unido participam ativamente
transformar em um conflito interna-
de missões de paz e de manutenção da segurança Veículos militares dos Estados Unidos em deslocamento na cidade cional; recomendar métodos de diálo-
internacional em diversos países do mundo. de Tel Tamr, Síria, 2019.
go entre os países; elaborar planos de
regulamentação de armamentos; de-
Faça no caderno
terminar se existe uma ameaça para a
paz; solicitar aos países que apliquem
História sanções econômicas e outras medi-
EUA conclui saída do Afeganistão e encerra sua mais longa guerra das para impedir ou deter alguma
agressão; recomendar o ingresso de
Casa Branca deu por encerrada a missão no território afegão após 20 anos de presença novos membros na ONU e recomen-
militar e retirada caótica em meio à retomada do poder pelo grupo extremista Taleban dar para a Assembleia Geral a eleição
Quase 20 anos depois de invadirem o Afeganistão em resposta aos ataques de 11 de setembro de de um novo Secretário-Geral.
2001, os Estados Unidos concluíram oficialmente nesta segunda-feira (30) a retirada de suas forças
do país, terminando o mais longo conflito armado da história americana. O governo deu por encer- ½ Respostas
rada a caótica missão para sair do território afegão, que foi iniciada em 14 de agosto, um dia antes
Diálogo com História
de o grupo fundamentalista islâmico Taleban dominar Cabul e retomar o controle do Afeganistão.
O principal diplomata americano no país, Ross Wilson, estava no último voo de um avião 1. A justificativa foi uma série de ata-
C-17, disse o general Frank McKenzie, chefe do Comando Central dos EUA, em coletiva de im- ques com armas químicas contra
prensa do Pentágono. A retirada de emergência chegou ao fim pouco antes do prazo estabeleci- a população civil. De acordo com
do pelo presidente Joe Biden, que vencia na terça (31). Com a saída estrangeira do país, o grupo a Organização Mundial da Saúde,
extremista Taleban assume plenamente todas as funções de governo no Afeganistão. 43 pessoas morreram pelo uso de
“Os últimos 17 dias viram nossas tropas realizarem a maior operação de transporte aéreo armas químicas e outras 500 rece-
da história dos Estados Unidos, evacuando mais de 120 mil cidadãos americanos, cidadãos de beram atendimento por intoxicação.
nossos aliados e aliados afegãos dos Estados Unidos”, disse Biden em comunicado por escrito. 2. Como o Reino Unido e a França
Criticado pela falta de ação durante a retomada do Afeganistão pelo Taleban, o governo ame-
fazem parte do Conselho de
ricano sofreu um duro golpe na quinta-feira (26), quando um atentado terrorista reivindicado
Segurança da ONU, sua atuação
pelo braço do Estado Islâmico no país matou 13 militares dos EUA e mais de uma centena de
tem o objetivo de garantir a paz e a
cidadãos afegãos do lado de fora do aeroporto de Cabul.
Biden, que manteve a decisão de colocar um ponto final na presença americana no Afega-
segurança internacional, bem como
nistão, prometeu após o atentado “caçar” os responsáveis. Ele ordenou um bombardeio na pro-
a proteção aos civis em eventos de
víncia de Nangahar no sábado (28) e um ataque com drones no domingo (29), que tinha como guerra. Dessa forma, como houve
alvo um suposto homem-bomba dentro de um carro, mas matou civis de uma mesma família, a alegação de que foram utilizadas
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
inclusive crianças, de acordo com testemunhas. armas químicas contra a população
civil, os países interferiram no confli-
DA EDITORA DO BRASIL
Fonte: EUA conclui saída do Afeganistão e encerra sua mais longa guerra. Nexo, 30 ago. 2021. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/
extra/2021/08/30/EUA-conclui-sa%C3%ADda-do-Afeganist%C3%A3o-e-encerra-sua-mais-longa-guerra. Acesso em: 10 abr. 2022.
to e bombardearam os locais onde
seriam produzidas essas armas, que
1 De acordo com a notícia, qual é a justificativa dada por EUA, França e Reino Unido para o ataque são de uso proibido.
contra a Síria?

2 Explique o protagonismo europeu nas ações geopolíticas globais observado nessa notícia.

87

Foco na BNCC
Competências gerais 9 e 10
A interpretação do texto e as atividades da seção
Diálogo com História exercitam o diálogo, a
resolução de conflitos, a ação coletiva, a tomada de
decisões com base em princípios éticos, inclusivos,
solidários, além de promover o respeito ao outro,
aos direitos humanos e à diversidade.

87
Orientações
Faça no caderno

½ Respostas
O conceito de raça
Um pouco mais sobre
Segundo o antropólogo brasileiro-congolês Kabenguele Munanga, o conceito de raça é, antes de
1. O texto afirma que, apesar de os es- tudo, uma construção política e ideológica.
tudos sobre o tema terem mostrado De acordo com seus estudos, o francês François Bernier empregou, em 1684, o termo “raça” para
que, ao longo dos séculos, todos os classificar a diversidade humana em grupos fisicamente diferentes.
povos e culturas são iguais, levan- Com a colonização europeia na América, na África e na Ásia e com o contato com diferentes povos,
do em consideração seus estágios o termo passou a ser aplicado como menção à distinção dos europeus e, no século XVIII, os filósofos ilu-
técnicos, os europeus utilizaram a ministas utilizaram o conceito de raça para nomear os povos “descobertos”, dividindo a espécie humana
ideia de diferenciação de raça para em três raças, conforme a cor da pele (raça branca, negra e amarela).
legitimar a dominação sobre outros No século XIX, outros critérios foram acrescentados, como a forma do nariz, dos lábios e do queixo,
povos, como uma construção polí- o formato do crânio, o ângulo facial etc. Já no século XX, com o desenvolvimento da Antropologia (ciência
tica e ideológica. social surgida no século XIX), o conceito de raça foi perdendo a base que justificava as teses racistas. O
2. De acordo com o texto e com as advento dos métodos funcionalistas, por exemplo, provou, por meio de estudos de campo feitos pelos
pais-fundadores da Antropologia, que não há culturas inferiores ou superiores, como pensavam os euro-
pesquisas de Kabenguele Munanga,
peus, apenas particularidades culturais.
é possível perceber que o conceito
Segundo essa tese, toda cultura exerce as mesmas funções, ainda que estejam em estágios tecno-
de raça serviu para hierarquizar os
lógicos diferentes. Assim, a cultura da sociedade europeia capitalista e industrial do século XIX, conside-
povos dominados e colonizados rada (pelos próprios europeus) o estágio mais avançado da civilização, cumpria as mesmas funções que
pelos europeus, durante os séculos a cultura de uma sociedade isolada no interior da Austrália ou da África.
XVII e XIX. Portanto, essa ideia de As teses antropológicas, no entanto, não foram suficientes para que os europeus recuassem em seu
raça serviu ideologicamente como objetivo de explorar os povos que eles não deixaram de considerar “primitivos” e “inferiores”. O impulso
justificativa para dominação política pela busca de lucro, de novas matérias-primas e de mão de obra barata, além de novas terras por se
e ideológica dos territórios ocupados conquistar, prevaleceu diante do estudo científico feito por cientistas sociais, a maioria deles oriunda dos
pelas nações europeias. próprios países colonizadores.
Conclui-se, portanto, que o conceito de raça foi uma construção baseada em pressupostos ideológi-
Atividades cos, vinculados ao colonialismo europeu, e que serviu para estabelecer relações de poder, dominação e
complementares exploração sobre os povos conquistados.

Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro


1. Organize os estudantes em grupos.
Instrua-os a pesquisar outros con-
flitos que ocorreram com a partici-
pação de países europeus ao longo
do século XX e início do século XXI.
Cada grupo deverá construir uma
apresentação multimídia informati-
va sobre um conflito escolhido, que
deverá conter o mapa de países e/
ou regiões afetadas, os impactos
provocados pelo conflito nos indi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
cadores econômicos e sociais, os
países envolvidos, os argumentosDA EDITORA DO BRASIL
Jean-Baptiste Debret. Negros de diferentes nações, 1835. Litografia, 9,6 cm × 22 cm.
para que o conflito fosse iniciado e
outras informações que considerar 1 Apresente elementos do texto que justifiquem a afirmação: “O conceito de raça é uma construção
pertinente. Ao final, cada grupo de- político-ideológica”.
verá fazer uma breve apresentação
sobre o que foi pesquisado. 2 De que forma o conceito de raça foi utilizado para justificar o colonialismo europeu?

88

Foco na BNCC
Competências gerais 9 e 10
A interpretação do texto e as atividades da seção
Um pouco mais sobre exercitam o diálogo, a
resolução de conflitos, a ação coletiva, a tomada de
decisões com base em princípios éticos, inclusivos,
solidários, além de promover o respeito ao outro,
aos direitos humanos e à diversidade.

88
Orientações
Faça no caderno

½ Respostas
1 De acordo com o que estudamos até aqui, apresente elementos que indiquem a força da influência 1. A influência europeia nos demais
europeia nos demais países do mundo. países está relacionada diretamen-
te à colonização da América, África
2 Durante décadas, muitas das atuais nações africanas foram colônias de países europeus. Explique a
e Ásia entre os séculos XVI e XX.
relação entre o colonialismo e o poder das potências europeias.
Essa influência pode ser percebida
3 Cite uma das formas da atuação europeia no cenário geopolítico global. pela arquitetura, pela cultura, pelos
idiomas e pelo cenário geopolítico
Para refletir atual, com a atuação militar direta,
apoiada pela ONU.
1 Leia o texto e analise os mapas a seguir. 2. A colonização foi marcada pela do-
As fronteiras entre os países são construções históricas, mas, no caso da África, os limites foram esta- minação europeia sobre outros ter-
belecidos de forma aleatória, impositiva, sem respeitar as diversas nações ali existentes. ritórios, pelo exercício do poder eco-
nômico e político, que ainda marca
os países colonizados. As relações
África: fronteiras étnicas – 2003 África: político – 2011
econômicas desiguais e a influência
Mario Yoshida

Mario Yoshida
EUROPA EUROPA
cultural e política das nações euro-
Mar Mediterrâneo Mar Mediterrâneo
ÁSIA peias sobre os territórios colonizados
Trópico de Câncer Trópico de Câncer
são alguns dos exemplos da forma
Ma

de dominação colonial.

Ma
rV

rV
20˚N 20˚N
erm

erm
ÁSIA
elh

ÁSIA
3. O estudante poderá citar o Conselho

elh
o

o
de Segurança da ONU como exem-
plo da manutenção da influência
Meridiano de Greenwich

Equador OCEANO Equador OCEANO



ATLÂNTICO

ATLÂNTICO europeia na geopolítica global, pois
Meridiano de Greenwich

OCEANO
OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO
França e Reino Unido são membros
N N
permanentes do principal órgão de
O L O L influência e intervenção nos demais
20˚S
Trópico de
20˚S
Trópico de
países do globo.
S S
Capricórnio Capricórnio
0 1 182 2 364 km 0 1 182 2 364 km
Para refletir
118 200 000 118 200 000
20˚O 0˚ 20˚L 40˚L 20˚O 0˚ 20˚L 40˚L 1. Espera-se que o estudante conclua
Fonte: GLASNER, Martin Ira. Political geography. Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz.
Hoboken: Wiley, 2003. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 16.
que sim. Ao comparar os mapas, é
possível perceber que os limites ter-
• É possível dizer que parte dos problemas vividos na atualidade por diversos países africanos é ritoriais atuais dos países são muito
decorrente do processo de colonização europeu? Por quê? diferentes dos limites dos territórios
das diversas etnias que viviam no
Atividade em grupo
continente antes da colonização
europeia. A imposição das frontei-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO ras pelos europeus gerou conflitos
1 DA EDITORA
Em grupo, façam uma pesquisa DOconfiáveis
em fontes BRASILe descubram o que significa “etnia”. É possível étnicos, religiosos e políticos no con-
tinente africano, além da dependên-
utilizar esse termo como sinônimo de raça?
cia econômica em relação aos países
2 Independência política gera independência econômica? Por quê? Consulte a opinião dos colegas sobre europeus.
esse assunto.

89

Orientações
½ Respostas 2. Incentive os estudantes a pensar sobre o assunto. Espera-
se que concluam que, historicamente, muitos países co-
Desafio
lonizados com métodos exploratórios, mesmo após a
1. Espera-se que o estudante conclua que raça se refere ao independência, continuam dependentes das potências
âmbito biológico, levando em consideração aspectos co- econômicas. Predomina a lógica de exportação de maté-
mo a cor da pele, o tipo de cabelo, o formato do crânio e rias-primas e de produtos manufaturados de baixo custo,
da face e a ancestralidade genética. Já o termo etnia re- e a importação de produtos de alto custo.
fere-se ao âmbito cultural, com base em aspectos como
a língua, a religião, as tradições e a filiação tribal. Assim, os
dois termos não podem ser considerados sinônimos.
89
3
Objetivos do capítulo

Transformações no
• Identificar as principais transforma-
ções que ocorreram no território
europeu em decorrência das guer-
ras mundiais.
• Contextualizar historicamente a território europeu
Guerra Fria e os interesses dos paí-
ses envolvidos no conflito.
• Identificar as principais transforma-
ções ocorridas no território euro-
peu em decorrência da Guerra Fria. No capítulo anterior, você estudou algumas das formas de influência das potências eu-
ropeias. Neste capítulo, você vai estudar as principais transformações ocorridas no ter-
Pré-requisitos ritório europeu em sua história recente.

pedagógicos
Primeira Guerra
O desenvolvimento do capitalismo, Europa: político – início da Primeira Guerra Mundial
os conflitos e as transformações terri- Débora Ferreira
30°O Círc
ulo P 0°

Mundial
olar

Green no de
toriais são conhecimentos previamen- Ártic
o

wich
ISLÂNDIA
(DIN)

ia
Merid
te trabalhados no Ensino Fundamen- 60°
N

tal (EF07GE05, EF08GE05, EF08GE06, Durante séculos, o continente europeu foi palco
NORUEGA
de conflitos, processos de unificação, guerras e des-
EF08GE08) que se relacionam com os OCEANO
SUÉCIA
ATLÂNTICO Mar do IMPÉRIO RUSSO
N
membramentos, fatos que contribuíram para que,
assuntos trabalhados no capítulo. O GRÃ-
Norte Mar
IRLANDA -BRETANHA
DINAMARCA Báltico nos últimos dois séculos, os limites e as fronteiras
resgate dessas habilidades pode ser O L
REINO UNIDO
PAÍSES BAIXOS de muitos países fossem modificados.
de grande importância para o início BÉLGICA IMPÉRIO ALEMÃO S
Desde a segunda metade do século XIX, na-
da discussão sobre o tema das trans-
LUXEMBURGO
45°N
IMPÉRIO
AUSTRO-HÚNGARO ções europeias como França, Alemanha, Inglaterra,
formações no território europeu. FRANÇA SUÍÇA
ROMÊNIA Mar Negro Rússia e Itália, e outras fora do continente europeu
SÉRVIA
– como Estados Unidos e Japão –, tinham projetos
AL

MONTENEGRO BULGÁRIA

Orientações
TUG

ESPANHA ITÁLIA
imperialistas e procuravam expandir seus domínios
ALBÂNIA IMPÉRIO OTOMANO
POR

GRÉCIA
O conteúdo desta página poderá 0 622 1 244 km
MALTA Mar Mediterrâneo
CHIPRE territoriais e estabelecer zonas de influência sobre
(Ocupado pelo Reino Unido
ÁFRICA
ser trabalhado de maneira interdisci- 1 : 62 200 000 (RUN) 30°L durante a guerra)
determinadas regiões.
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do
plinar com História. Retome os co- Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 106.
nhecimentos sobre a Primeira Guerra cada uma dessas lideranças formou alianças com
Mundial e destaque os impactos pro- Europa: político – após a Primeira Guerra Mundial
outros países para adquirir força política e militar. Os
vocados pelo Tratado de Versalhes na Círcu
países Aliados – França e Inglaterra, com a participa-
Sonia Vaz

30°O lo Po 0°
lar Á
ção dos Estados Unidos a partir de 1917 – derrota-
Green no de

Alemanha. rtico
wich

ISLÂNDIA
ram as Potências Centrais, lideradas pela Alemanha
ia

Ressalte que, com a dissolução do


Merid

60°
N
e seus associados, como Áustria e Turquia.
Império Otomano, os territórios da SUÉCIA FINLÂNDIA
NORUEGA Após o fim da guerra, alguns tratados assinados
Síria e do Líbano passaram ao contro-
contribuíram para a reorganização dos limites do
OCEANO
ATLÂNTICO ESTÔNIA
le da França, e o Reino Unido passou Mar do
Norte
Mar
LETÔNIA UNIÃO DAS REPÚBLICAS continente europeu. O mais famoso deles, o Tratado
Báltico
a dominar a região dos atuais Iraque, IRLANDA GRÃ- DINAMARCA LITUÂNIA SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
de Versalhes, determinou a perda de parte do terri-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
-BRETANHA PRÚSSIA (parte europeia)

Israel, Jordânia e territórios palestinos. PAÍSES


BAIXOS
ORIENTAL
tório alemão para a França. O país derrotado foi obri-
BÉLGICA ALEMANHA POLÔNIA
As fronteiras criadas por essa divisão
desencadearam conflitos regionais
DA EDITORA DO BRASIL 45°N
LUXEMBURGO

FRANÇA
TCHECO
SLOVÁQ

ÁUSTRIA HUNGRIA
UIA
gado a ceder territórios e a reorganizar sua economia
tendo em conta o futuro ressarcimento aos países
SUÍÇA N
ROMÊNIA
que ainda persistem na contempo- IUGOSLÁVIA
Mar Negro vencedores. Observe e compare os mapas ao lado.
raneidade. PORTUGAL
ESPANHA ITÁLIA
BULGÁRIA
TURQUIA
O L

Comente com os estudantes ALBÂNIA


GRÉCIA
(parte europeia)
S
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A.
que em cumprimento ao Tratado
Mar Mediterrâneo
0 550 1 100 km
Novos países Atlas histórico básico. 17. ed.
de Neuilly, a Bulgária perdeu parte 1 : 55 000 000 São Paulo: Ática, 2011.

de seu território para a Iugoslávia,


90
a Romênia e a Grécia. O Tratado de
Saint-Germain impôs à Áustria o re-
conhecimento da independência
da Hungria, da Tchecoslováquia, da
Foco na BNCC
Iugoslávia e da Polônia. Além desses,
outros tratados redesenharam os limi- Competência específica de Ciências Humanas 5
tes europeus da época. O conteúdo permite comparar eventos ocorridos
em tempos diferentes no mesmo espaço.

90
Orientações
Segunda Guerra Mundial Comente que o contexto da Guerra
e Guerra Fria Fria também afetou os países da
América Latina. Um exemplo foi a as-
Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, duas potências censão dos governos militares apoia-
passaram a polarizar a geopolítica mundial – a União das Repúblicas Socialistas dos pelos Estados Unidos, como na
Soviéticas (URSS) e os Estados Unidos. Embora tenham sido aliadas durante o
Guatemala, em 1954; no Brasil, em
conflito mundial, ambas lutaram pela liderança e expansão dos respectivos sis-
1964; no Chile, em 1973; assim como
temas econômicos: os Estados Unidos, no comando do capitalismo, e a URSS,
a ascensão dos movimentos e par-
do socialismo.
Defendendo ou impondo sua hegemonia, esses países determinaram uma
tidos comunistas ligados à ex-URSS.
rivalidade entre Leste e Oeste, principalmente na Europa, que ficou dividida em Ressalte que “Cortina de ferro” foi
dois blocos: o capitalista, formado por países da Europa Ocidental ou Oeste uma expressão para designar o do-
Europeu, e o socialista, composto dos países da Europa Oriental ou Leste mínio da União Soviética sobre os
Europeu. Essa rivalidade levou o primeiro-ministro inglês Winston Churchill países do Leste Europeu. A expressão
a afirmar, em 1946, que a Europa estava dividida por uma “cortina de ferro”, surgiu do discurso do ex-primeiro-
constatando que o capitalismo e o socialismo separavam o continente em dois -ministro britânico Winston Churchill,
lados: o ocidental e o oriental. em 5 de março de 1946, que afirmou
Essa divisão, baseada no sistema socioeconômico e político adotado pelos que uma “cortina de ferro desceu so-
países, perdurou por mais de quatro décadas – 1945 a 1990 – e ficou conhe- bre a Europa”.
cida como Guerra Fria. Observe o mapa a seguir e compare-o com os mapas
da página anterior, prestando atenção nos contornos indicativos dos limites
dos países.
A Guerra Fria criou uma divisão político-ideológica do mundo e duas alian-
ças militares. De um lado, estavam os países aliados aos Estados Unidos, que
criaram, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), com sede
em Bruxelas, na Bélgica. Faziam parte da Otan: Estados Unidos, Canadá e 14 paí-
ses europeus – Reino Unido, França, República Federal da Alemanha (Alemanha
Ocidental), Itália, Países Baixos,
Europa: Guerra Fria – 1945-1990
Bélgica, Luxemburgo, Noruega,
Círc
Islândia, Dinamarca, Espanha,

Sonia Vaz
ulo 0°
Pola
Gree no de

r Ár
h

tico
Portugal, Grécia e Turquia.
nwic
dia

ISLÂNDIA
Meri

60
O objetivo inicial dessa °N

organização era a proteção 30°O

contra a ameaça soviética e FINLÂNDIA

baseava-se no princípio de so- NORUEGA


SUÉCIA
lidariedade mútua entre seus
Mar do
membros. Norte UNIÃO DAS REPÚBLICAS
SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
Mar
DINAMARCA Báltico (URSS)
IRLANDA REINO (parte europeia)
UNIDO
OCEANO
PAÍSES BAIXOS ALEMANHA
ATLÂNTICO
N ORIENTAL POLÔNIA
BÉLGICA
ALEMANHA TC

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Países capitalistas
Países socialistas
Cortina de Ferro
45°N O L
LUXEMBURGO
OCIDENTAL
HECOSL
OVÁQUI
A

DA EDITORA DO BRASIL SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA


S FRANÇA ROMÊNIA

Mar Negro
IUGOSLÁVIA
ITÁLIA BULGÁRIA
PORTUGAL TURQUIA
ESPANHA ÁSIA
(parte
ALBÂNIA
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas europeia)

histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, GRÉCIA


2011. p. 32; VICENTINO, Cláudio.
0 430 860 km
Atlas histórico geral & Brasil.
São Paulo: Scipione, 2011. p. 149. 1 : 43 000 000 ÁFRICA Mar Mediterrâneo 30°L

91

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 Permite valorizar os conhecimentos historicamente
Competências específicas de Geografia 3 e 4 construídos sobre o mundo social e cultural,
desenvolver o senso crítico para a compreensão e
Habilidade EF09GE08 aplicação do raciocínio geográfico e a ocupação do
O conteúdo desta página possibilita aos espaço, além de utilizar a linguagem cartográfica
estudantes analisar as transformações territoriais, para expressar informações.
considerando o movimento de fronteiras, tensões,
conflitos e múltiplas regionalidades na Europa.

91
Orientações No mesmo ano, a Alemanha, país derrotado na Segunda Guerra Mundial,
Oriente a leitura do mapa da foi dividida em dois países: a República Democrática Alemã, chamada de
Alemanha dividida. Se possível, apre- Alemanha Oriental, de regime socialista; e a República Federal Alemã, chamada
sente imagens previamente sele- de Alemanha Ocidental, que mantinha o regime capitalista.
cionadas relacionadas ao Muro de Em 1955, o bloco socialista criou o Pacto de Varsóvia, uma entidade da
Berlim, tanto de sua construção como qual faziam parte União Soviética, República Democrática Alemã (Alemanha
de sua queda. Oriental), Hungria, Polônia, Tchecoslováquia, Romênia e Bulgária. Tanto a Otan
quanto o Pacto de Varsóvia consideravam qualquer agressão ao território de
Foco na BNCC um de seus países-membros uma agressão ao território de todos. O Pacto de
Varsóvia era um instrumento de defesa da União Soviética contra os governos
Competências gerais 1 e 4
opositores ao regime socialista. Com o tempo, passou também a ser usado para
Competências específicas de conter as atitudes contrárias ao socialismo nos territórios sob sua influência.
Geografia 3 e 4 Em 1961, por decisão do governo
Alemanha: ocupação após a
Habilidade EF09GE08 Segunda Guerra Mundial – 1949
da URSS e da Alemanha Oriental, foi
O conteúdo desta página construído o Muro de Berlim, que divi-

Studio Caparroz
permite aos estudantes
NORUEGA
diu a cidade, localizada na Alemanha
N
analisar transformações SUÉCIA Oriental, em duas partes, efetivando a
territoriais, considerando o O L
UNIÃO SOVIÉTICA
separação física entre Berlim Ocidental
movimento de fronteiras, DINAMARCA
Mar S
(capitalista) e Berlim Oriental (socialista).
tensões, conflitos e Báltico Observe o mapa ao lado.
Zona
múltiplas regionalidades Mar do
Norte
francesa
BERLIM Com o fim da Guerra Fria (final da
na Europa. Permite Lübeck
Hamburgo
Zona britânica MORIENTAL
BERLIM uro década de 1980) e, consequentemente,
valorizar os conhecimentos OCIDENTAL

de
Bremen Zona das ameaças à soberania estaduniden-

Be
Berlim POLÔNIA americana Zona

rl i
historicamente construídos Hannover

m
PAÍSES
BAIXOS
soviética
se e capitalista, redefiniu-se o papel da
sobre o mundo social e Dortmund
ALEMANHA
Leipzig Otan, que passou a ser a base política
Dresden
cultural, desenvolver o senso BÉLGICA Colônia
Bonn Erfurt
de segurança de toda a Europa, deci-
crítico para a compreensão 50° N
FRANÇA
LUXEMBURGO
Nurenberg TCHECOSLOVÁQUIA
0 180 360 km
dindo ações relacionadas ao combate
1 : 18 000 000
e aplicação do raciocínio Frankfurt ao terrorismo. Antigos rivais passaram
Zona britânica
geográfico e a ocupação do Friburgo Munique
Zona soviética
a fazer parte da organização: República
ÁUSTRIA
espaço, além de utilizar a HUNGRIA Zona francesa
Zona americana Tcheca, Hungria, Polônia, Bulgária,
SUÍÇA LIECHTENSTEIN
linguagem cartográfica para 10° L

Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Letônia,


expressar informações. histórico geral e do Brasil. São
Paulo: Scipione, 2011. p. 148.
Lituânia e Romênia. Em 2009, Albânia e Croácia ingressaram na Otan, assim
como Montenegro, em 2017, e Macedônia do Norte, em 2020. Atualmente, a
Rússia participa de decisões relacionadas ao combate ao terrorismo e à propa-
Sede da Otan. Bruxelas,
gação de armas de destruição em massa.
Bélgica, 2018. Gints Ivuskans/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

92

92
Orientações
Leste Europeu: do Pós-Guerra
à atualidade Um pouco mais sobre
Leia o texto com os estudantes.
A crise do socialismo soviético, no final da

JORMA PUUSA/LEHTIKUVA/AFP
Destaque a mudança de “função” do
década de 1980, repercutiu em todo o Leste Eu-
muro. Antes dividia Berlim em dois
ropeu. Com a desintegração da União Soviética,
iniciada com a independência dos países bálti-
mundos: o capitalista e o socialista.
cos (Estônia, Letônia e Lituânia), novas nações Agora é a maior galeria de grafite do
buscaram sua independência – culminando no mundo. Explique aos estudantes que
fim da URSS, em 1991. As mudanças políticas observar a derrubada do muro de
que brotaram no continente derrubaram a fron- Berlim só mostra o fim do processo
teira que dividia a Europa entre capitalismo e que eliminou o bloco de países socia-
socialismo. listas na Europa. Destaque que a raiz
Assim, o mapa da Europa passou por pro- da existência de países socialistas e
fundas modificações, provocadas por fatos que capitalistas europeus só é possível de
vão desde a reunificação da Alemanha, como compreender mediante a análise da
visto anteriormente, até um grande número de evolução geopolítica mundial ao lon-
fragmentações, como as que ocorreram na Iu- go do séculos XX com a ocorrência de
goslávia e na Tchecoslováquia. Lech Walesa discursa eventos como a Revolução Russa de
O desmembramento da Tchecoslováquia entre República Tcheca e Eslo- em manifestação
grevista. Gdansk,
1917, a Segunda Guerra Mundial
váquia foi pacífico; porém, no da Iugoslávia, que culminou na formação de seis
Polônia, 1980. de 1939-1945 e a Guerra Fria.
novos países, houve violentos conflitos durante anos (você estudará mais esse
assunto no Capítulo 4).
Em outros países, como a Polônia, as transformações tiveram um caráter
de relativa estabilidade. Já na Romênia, por exemplo, os antigos governantes
foram executados.

A derrubada do Muro de Berlim


Quando ocorreu a derrubada do Muro de Berlim, em novembro de 1989, os blocos de concreto, as
torres de vigilância e as barricadas de controle foram rapidamente esmigalhados.
Muitos fragmentos foram recolhidos pelos “pica-paus do muro” (nome dado aos colecionadores).
Hoje, há um caminho de paralelepípedos bem evidentes, com quase seis quilômetros, que guarda o tra-
çado da antiga fronteira. Há também as ruínas da East Side Gallery, com 1,3 quilômetro de extensão, que
corresponde ao mais longo trecho conservado do muro.
picture alliance/dpa/Imageplus

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Parte da parede
original do Muro de
Berlim agora é a maior
galeria de grafite
do mundo. Berlim,
Alemanha, 2018.

93

93
Orientações A Polônia foi o primeiro país do Leste Europeu a ter um governo de maio-
Oriente os estudantes na leitura dos ria não socialista, formado por meio da mobilização do Sindicato Solidarieda-
mapas da seção Olhar cartográfico. de, que acelerou as reformas políticas e econômicas. Simultaneamente, outros
países do Leste Europeu também se democratizaram, como a Hungria, a Bul-
½½ Respostas
gária e a Romênia.
Olhar cartográfico As desigualdades sociais e econômicas entre as duas Europas (Ocidental
e Oriental) vieram à tona a partir de 1990, quando os países do Leste Euro-
1. O primeiro mapa refere-se ao perío-
peu se reorganizaram, política e economicamente, de acordo com o modo de
do da Guerra Fria; e o segundo, ao
produção capitalista.
período atual.
Esses países tinham, em determinados aspectos, um desempenho muito
2. Mais de quatro décadas. diferente dos países da Europa Ocidental, como menor crescimento econômico
3. Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, e defasagem tecnológica.
Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Por outro lado, apresentavam bons indicadores sociais, como escolariza-
Azerbaijão e Rússia. ção elevada e baixas taxas de mortalidade das populações adulta e infantil.
Atualmente, essa divisão entre capitalismo e socialismo está superada e,
embora a diferença econômica entre os países ainda exista, o continente cami-
nha para a maior integração já vista no cenário mundial.

Faça no caderno

Observe os mapas a seguir, que destacam o Leste Europeu, e faça o que se pede.

Europa Oriental: durante a Guerra Fria – 1947 Europa Oriental – 2016


0° 30° L 0° 30° L
Sonia Vaz

Debora Ferreira
Círc Círc
ulo ulo

h
h

Pola Pola

enwic
enwic

r Ár r Ár
tico tico

e Gre
e Gre

1 - ESLOVÊNIA
2 - CROÁCIA

iano d
iano d

3 - BÓSNIA E HERZEGOVINA
4 - MONTENEGRO

Merid
Merid

5 - KOSOVO

áltico
6 - MACEDÔNIA
áltico

ESTÔNIA
RÚSSIA
LETÔNIA

Mar B
(parte europeia)
Mar B

Mar do UNIÃO DAS REPÚBLICAS Mar do


Norte Norte LITUÂNIA
SOCIALISTAS SOVIÉTICAS RÚSSIA
ÁSIA BELARUS ÁSIA
ALEMANHA (URSS)
OCEANO ORIENTAL POLÔNIA OCEANO POLÔNIA
ATLÂNTICO ATLÂNTICO REP. UCRÂNIA
TCHECO TCHECA
45° SLOVÁQ 45°
N UIA Mar N ESLOVÁQUIA Mar
Cáspio MOLDÁVIA Cáspio
HUNGRIA HUNGRIA
ROMÊNIA 1 2 ROMÊNIA GEÓRGIA
Mar Negro Mar Negro AZERBAIJÃO
N IUGOSLÁVIA N 3 SÉRVIA ARMÊNIA
BULGÁRIA 4 5 BULGÁRIA AZERBAIJÃO
6 TURQUIA
ALBÂNIA ALBÂNIA (parte europeia)
O L O L

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO S
Mar Mediterrâneo

ÁFRICA
0 720

1:72000000
1 440 km
S
Mar Mediterrâneo

ÁFRICA
0 720

1:72000000
1 440 km

DA EDITORA DO BRASIL Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico geral e do Brasil. São Paulo:
Scipione, 2011. p. 149.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 43.

1 A quais períodos os mapas fazem referência?

2 Cerca de quanto tempo separa essas duas configurações geopolíticas?

3 Quais países da atual Europa Oriental compunham as repúblicas da URSS?

94

Orientações (pág. 95) 3. Houve a reunificação da Alemanha e alguns países se frag-


mentaram, como a Iugoslávia. Em outros países, como a
½½ Respostas Polônia, as transformações tiveram um caráter de relativa
1. O Tratado de Versalhes, que determinou a perda de parte estabilidade; já na Romênia os antigos governantes foram
do território alemão para a França. O país derrotado foi executados.
obrigado a ceder territórios e a reorganizar sua economia, 4. O Pacto de Varsóvia era um instrumento de defesa da
e teve de ressarcir os países vencedores. União Soviética contra os governos opositores ao regime
2. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os socialista. Com o tempo, passou também a ser usado para
Estados Unidos. Embora tenham sido aliados durante o con- conter as atitudes contrárias ao socialismo nos territórios
flito mundial, ambos lutaram pela liderança e expansão de que estavam sob sua influência.
seus respectivos sistemas econômicos: os Estados Unidos 5. O Muro de Berlim dividiu a cidade de Berlim, localizada na
no comando do capitalismo, e a URSS, do socialismo. Alemanha Oriental, em duas partes, e efetivou a separação
94
espaço geopolítico influenciado
Faça no caderno

fortemente pela União Soviética


e fechado sobre si na economia,
1 Qual foi o tratado assinado após o fim da Primeira Guerra Mundial e o que ele determinou? na cultura e na política.
b) Se nada fosse feito, o interesse
2 Quais foram os dois países que passaram a protagonizar a liderança no mundo bipolar após a Segunda soviético poderia se espalhar pa-
Guerra Mundial? Quais eram os polos em questão? ra além dos limites dessa cortina,
cujo alvo era a Europa Ocidental.
3 Quais foram as principais mudanças no Leste Europeu após o colapso da União Soviética, no final dos
anos 1980? c) Os Estados Unidos.

4 O que era o Pacto de Varsóvia e que papel ele desempenhava no cenário da Guerra Fria? Desafio
1. a) Em julho de 2022, data da ela-
5 Com que objetivo foi construído o Muro de Berlim? boração desse livro, os países
que faziam parte da Otan eram:
6 Que diferenças sociais e econômicas vieram à tona no primeiro momento após o fim dos regimes
comunistas na Europa, no final dos anos 1980?
Albânia, Alemanha, Bélgica,
Bulgária, Canadá, República
Para refletir Tcheca, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha,
1 A Europa é um continente que, desde o início do século XX, foi palco de guerras e conflitos que mudaram
Estados Unidos, Estônia, França,
o desenho de suas fronteiras. Partindo dessa afirmação, responda as questões abaixo:
Grécia, Hungria, Islândia, Itália,
a) Que “trabalho” a Europa deu aos cartógrafos a partir da década de 1990? Letônia, Lituânia, Luxemburgo,
b) Cite algumas mudanças políticas que ocorreram na Europa a partir da década de 1990. M a ce d ô n i a d o N o r te,
Montenegro, Noruega, Países
2 Leia o discurso que o político britânico Winston Churchill fez, em 1946, na cidade de Fulton, no Missouri (EUA). Baixos, Polônia, Portugal, Reino
De Stettin, no Báltico, até Trieste, no Adriático, uma Cortina de Ferro desceu sobre o continente. Unido, Romênia e Turquia.
Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e do Leste Europeu.
b) Em julho de 2022, data da ela-
Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sofia; todas essas cidades famosas
e as populações ao seu redor estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas,
boração desse livro, a Otan não
de uma forma ou de outra, não apenas à influência soviética, mas a um controle forte e, em alguns
estava envolvida em nenhum
casos, crescente por parte de Moscou [...]. conflito militar.
Se a população das nações de língua inglesa se unir à dos Estados Unidos, com tudo que essa c) O objetivo inicial dessa organi-
cooperação implica no ar, no mar, em todo o globo, na ciência, na indústria e na força moral, não zação era a proteção contra a
haverá agitação ou equilíbrio precário do poder que pareça tentador à ambição e à aventura. Pelo ameaça soviética e baseava-se
contrário, haverá uma incrível garantia de segurança. [...] no princípio de solidariedade
Fonte: JAMES, Robert Rhodes. Winston S. Churchill: his complete speeches – 1897-1963. New York; London: mútua entre seus membros.
Chelsea House Publishers, 1974. p. 7285-7293, v. VII. Tradução livre.

a) O que significa a expressão “Cortina de Ferro”?


b) Qual seria a preocupação do autor do discurso?
c) Quem deveria conter o avanço da Cortina de Ferro?

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 Pesquise em fontes e emDA EDITORA
sites DOinternet
confiáveis na BRASIL e registre em seu caderno:
a) Quais países fazem parte atualmente da Otan?
b) Essa organização está envolvida em algum conflito atualmente? Se sim, onde é esse conflito?
c) Além do combate ao terrorismo, quais são as outras funções da Otan?

95

física entre Berlim Ocidental (capitalista) e Berlim Oriental Para refletir


(socialista). 1. a) O
 s cartógrafos tiveram de alterar o mapa-múndi várias
6. As desigualdades sociais e econômicas entre as duas vezes, visto que muitos países europeus se desintegra-
Europas (Ocidental e Oriental) vieram à tona a partir de ram, surgindo novos países.
1990, quando os países do Leste Europeu se reorganiza- b) Desintegração da Iugoslávia, que levou ao surgimento de
ram, política e economicamente, ao modo de produção Eslovênia, Croácia, Sérvia, Bósnia e Herzegovina, Macedônia
capitalista. Esses países tinham um desempenho econô- e de Montenegro; separação da Tchecoslováquia em
mico muito diferente dos países da Europa Ocidental, com República Tcheca e Eslováquia; além da desintegração da
menor crescimento econômico e defasagem tecnológica. União Soviética, coma independência de Estônia, Letônia,
Por outro lado, apresentavam bons indicadores sociais, co- Lituânia, Belarus, entre outros países.
mo escolarização elevada e baixas taxas de mortalidade 2. a) A  expressão “Cortina de Ferro” é um termo ilustrativo
da população adulta e infantil. referente à Europa Oriental, que se transformara em um
95
4
Objetivos do capítulo
• Compreender o processo histórico
do fim da URSS.
• Identificar as principais transforma-
ções territoriais ocorridas na Europa Fim da URSS
após o fim da URSS.
• Identificar e compreender os prin-
cipais conflitos que ocorreram em
países do Leste Europeu e da ex-
-URSS após sua dissolução.
No capítulo anterior, você estudou as principais transformações ocorridas no território
Pré-requisitos europeu ao longo de sua história recente. Neste capítulo, você vai estudar os conflitos e
as transformações territoriais relacionados ao fim da URSS.
pedagógicos
A expansão do sistema político e
econômico capitalista em detrimen-
to do socialista e suas consequên- A queda do socialismo
cias são conhecimentos previamente A principal proposta defendida pelo socialismo soviético era distribuir igua-
trabalhados no Ensino Fundamental litariamente a riqueza entre as pessoas e lutar contra a desigualdade social e
(EF07GE05, EF07GE06, EF08GE05, a exploração do trabalho por meio do controle total dos meios de produção –
EF08GE06, EF08GE07, EF08GE08) que agrícola, industrial, comercial e de mineração – pelo Estado. A estratégia política
se relacionam com os assuntos tra- e econômica não conseguiu atingir satisfatoriamente os objetivos governamen-
balhados no capítulo. O resgate des- tais concebidos pelo regime comunista.
sas habilidades pode ser de grande Na década de 1970, o regime dava sinais de crise. O planejamento econô-
importância para o início da discus- mico adotado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) estava
são sobre o tema “Fim da URSS e suas em colapso e o país tinha dificuldade para desenvolver atividades produtivas,
consequências”. comerciais e políticas, entre outras. A corrupção e os privilégios de alguns mem-
bros ligados ao poder do Estado causavam descontentamento geral. Na década
de 1980, a população carecia de produtos alimentícios básicos.
Orientações
Sob o governo de Mikhail Gorbatchov, foram propostas reformas políticas
Retome os conhecimentos rela- e econômicas: a glasnost (transparência), que promoveu a abertura e a liber-
cionados à ordem bipolar e à Guerra dade política; e a perestroika (reestruturação), que introduziu mecanismos da
Fila para distribuição
Fria. Procure identificar os principais de batatas. Moscou, economia de mercado.
aspectos desse período para os países Rússia, 1990.
do bloco capitalista e socialista. Enfati-

Alexander Zemlianichenko/AP Photo/Imageplus


ze a quantidade de investimentos em
tecnologia bélica e aeroespacial, por
exemplo, e os impactos que a guerra
produziu para a população civil nesse
contexto. Destaque as manifestações
contrárias à Guerra do Vietnã e a fome
na URSS, por exemplo. Peça aos estu-MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
dantes que reflitam sobre os impac-
tos do conflito e promova uma breve
DA EDITORA DO BRASIL
discussão sobre os países do bloco
capitalista e os do socialista.

96

96
Embora as propostas ti- Foco na BNCC

Igor Mikhalev/Sputnik/AFP
vessem o objetivo de recupe- Competências gerais 1 e 4
rar a economia, elas não foram
Competências específicas de
aceitas imediatamente pela Geografia 3 e 4
população, em vista das difi-
culdades sociais e econômicas
Habilidade EF09GE08
que enfrentava. O conteúdo desta página
Em 1991, ocorreu uma ten- permite aos estudantes
tativa fracassada de golpe de analisar transformações
Estado por parte do setor con- territoriais, considerando o
servador do Partido Comunista movimento de fronteiras,
e das Forças Armadas, que se
tensões, conflitos e
opunham à liberação político-
múltiplas regionalidades
na Europa. Permite
-econômica implementada. O
valorizar os conhecimentos
episódio ficou conhecido como
historicamente construídos
Golpe de Agosto. Simulta-
sobre o mundo social e
neamente, as repúblicas que
cultural, desenvolver o senso
compunham a União Soviética crítico para a compreensão
reivindicavam maior autonomia. e aplicação do raciocínio
Esses acontecimentos, so- geográfico e a ocupação do
mados ao ato simbólico da der- espaço, além de utilizar a
rubada do Muro de Berlim e à linguagem cartográfica para
Manifestantes em tanques
pressão internacional exercida pelos países de economia capitalista, fortale- expressar informações.
de guerra numa tentativa de
cidos após a Guerra Fria, aceleraram o fim da União Soviética, iniciada com a golpe contra o presidente
independência da Lituânia, da Letônia e da Estônia, em 1991. Gradualmente, o Mikhail Gorbatchov. Moscou,
Rússia, 1991.
território soviético se fragmentou e deu origem a novos países.
As repúblicas recém-independentes que antes constituíam a União Sovié-
tica, com exceção das bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia), formaram, com a
Rússia, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Observe no mapa
a seguir os países formados após o fim da URSS.

Países formados com o final da União Soviética – 1991


Sonia Vaz
75ºN
Círc
60ºN

30ºO
ulo Polar Árt

OCEANO GLACIAL ÁRTICO 180º


OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO PACÍFICO
co i

EUROPA 150ºL
ESTÔNIA
LETÔNIA
LITUÂNIA

BELARUS

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO RÚSSIA


45

UCRÂNIA
ºN

DA EDITORA DO BRASIL
MOLDÁVIA

Ma
rN N
eg
ro CAZAQUISTÃO
GEÓRGIA Mar de O L
Aral
30ºL ARMÊNIA AZERBAIJÃO
UZBEQUISTÃO
Mar S
Cáspio QUIRGUISTÃO ÁSIA Fonte: VICENTINO, Cláudio.
30º 0 769 1 538 km
N Atlas histórico geral e do Brasil.
TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO
1 : 76 900 000
São Paulo: Scipione, 2011.
60ºL 90ºL 120ºL p. 149.

97

97
Orientações
Conflitos no Cáucaso

Tass Photo/Easypix Brasil


Oriente a leitura do mapa sobre os
conflitos separatistas no Cáucaso. O fim da URSS não significou o fim
das tensões na região: após a queda do
Para aprofundar socialismo, ocorreram diversos conflitos
entre a Rússia e os países vizinhos.
Entrevista com o professor
A região do Cáucaso está localizada
Vitelio Brustolin, da Universidade entre os mares Negro e Cáspio e é pal-
Federal Fluminense (UFF), sobre os co de um dos conflitos mais relevantes
conflitos entre a Rússia e a Ucrânia. que envolvem a Rússia e a província da
Disponível em: https://www.uff. Chechênia, de maioria muçulmana.
br/?q=noticias/24-02-2022/pesquisador O movimento separatista checheno
-da-uff-esclarece-motivacoes-historicas iniciou-se em 1859, quando o território
-da-guerra-entre-russia-e. Acesso em: 9 foi anexado pelo Império Russo. Em
jun. 2022. 1991, após o enfraquecimento da União
Soviética e o começo da independência
das ex-repúblicas soviéticas, intensificou-
Estação de produção de -se a luta armada por meio de organizações terroristas.
petróleo. Chechênia, Rússia,
2002. O conflito mais recente entre Rússia e Chechênia ocorreu em 1994, quando
o exército russo invadiu a província e entrou em conflito armado com os separa-
tistas chechenos, resultando em um saldo de aproximadamente 100 mil mortos.
Derrotados, os rebeldes separatistas intensificaram as ações terroristas contra
o governo russo. Em 2002, por exemplo, invadiram um teatro em Moscou e fi-
zeram mais de 700 reféns; após reação do Exército russo, cerca de 50 rebeldes
e 150 reféns foram mortos.
O governo russo não tem interesse em aceitar a independência da Chechê-
nia. Se isso ocorrer, abrirá um precedente para que outras regiões do sul do país
reivindiquem a separação, entre elas Daguestão, Inguchétia, Abecásia e Ossétia
do Sul. Não somente o fator econômico pesa, mas também o político. Na região,
há reservas de petróleo e de gás
natural e, por ela, passam oleodu-
Cáucaso: conflitos separatistas – 2017
tos vindos do Azerbaijão.
Mario Yoshida

45° L
A exemplo da Chechênia, o
RÚSSIA
Daguestão e a Inguchétia também
reivindicam a independência da
Chechênia
Rússia e aspiram formar repúblicas
Inguchétia islâmicas. A Rússia mantém for-
Abecásia
Ossétia te controle militar nessas áreas, a
do Norte
fim de conter a ação dos rebeldes
Ossétia Daguestão
MAR do Sul separatistas.
NEGRO MAR Observe no mapa ao lado a
GEÓRGIA CÁSPIO
região do Cáucaso e os países en-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO volvidos em conflitos separatistas.

DA EDITORA DO BRASIL TURQUIA


ARMÊNIA
AZERBAIJÃO
N

O L 40° N

Regiões separatistas
Limites internacionais S
AZERBAIJÃO
Limites pretendidos após 0 83 166 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
independência
IRÃ 1 : 8300 000 escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 47.

98

98
Orientações
Conflitos na Crimeia Destaque que, de acordo com o

Sputnik/AFP
Atualmente, uma das questões senso ucraniano de 2001, aproxi-
geopolíticas mais relevantes que envol- madamente 60% da população da
vem a Rússia é o conflito com a Ucrânia Crimeia é de etnia russa e 24% é de
pela posse da Península da Crimeia.
ucranianos. Solicite aos estudantes
A região já pertenceu à Rússia e foi
que reflitam sobre esse dado e o re-
anexada pela Ucrânia, em 1954, como
lacionem com a anexação desse ter-
presente do então líder soviético Nikita
Khrushchov, que era de origem ucrania-
ritório pela Rússia. Essa reflexão pro-
na. Diferentemente do resto da Ucrânia, porcionará maior protagonismo no
a maioria da população da Crimeia é de processo ensino-aprendizagem.
origem russa. O referendo realizado na Crimeia
A história desse conflito come- suscitou muitas polêmicas. A Assem-
çou em novembro de 2013, quando bleia Geral da ONU, por exemplo, de-
o então presidente da Ucrânia, Viktor cidiu em 2014 não validar seu resul-
Yanukovych, desistiu de assinar um acor- tado. Na ocasião, o Brasil se absteve
do de livre-comércio com a União Euro- na votação.
peia, dando prioridade a acordos com a
Rússia. Isso gerou protestos populares,
repressão militar violenta do governo
e o afastamento do presidente (no ano
seguinte) pelo Parlamento do país. Ao
convocar novas eleições, as tensões se-
Policiais e manifestantes na
paratistas do leste do país, de maioria russa, tornaram-se mais acirradas. praça Maidan Nezalezhnosti.
Na Crimeia, o Parlamento local foi tomado por um comando pró-Rússia, Kiev, Ucrânia, 2014.
que nomeou um novo premiê e aprovou a independência e posterior anexação
à Rússia. O governo foi considerado ilegítimo pela Ucrânia, que pediu às forças
internacionais que não o reconhecessem.
Com as tensões, o Parlamento russo aprovou o envio de tropas à Crimeia.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais posicionaram-se a favor da
Ucrânia, impondo sanções e exigindo que a Rússia retirasse imediatamente seu
contingente militar da região.
Mesmo com oposição da ONU, foi realizado um referendo popular na
Crimeia, que, com 96% dos votos, decidiu pela separação da Ucrânia e anexa-
ção à Rússia. Atualmente, a Rússia administra a península, e a Ucrânia continua Veículos militares russos
a afirmar seu direito sobre a Crimeia. em deslocamento em solo
ucraniano. Crimeia, Ucrânia,
Stringer/Reuters/Fotoarena 2022.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

99

99
Orientações Crimeia: localização - 2017 Observe, no mapa ao lado, a
Relembre os estudantes que a localização da Crimeia e dos países

Mario Yoshida
Ucrânia, no passado, foi uma das re- RÚSSIA envolvidos no conflito.
BELARUS
públicas que era parte da União das A questão central desse conflito
Repúblicas Socialistas Soviéticas é o desejo da Rússia de retomar sua
(URSS) até a proclamação da inde- Kiev influência na Europa, evitando o avan-
pendência do país em 1991, com a POLÔNIA
ço do Ocidente até zonas próximas
dissolução da URSS. Explique que de suas fronteiras. Isso porque, com o
50° N UCRÂNIA fim da Guerra Fria e a desintegração
desde 2014, com a anexação da Pe-
da União Soviética, a Rússia perdeu
nínsula da Crimeia pela Rússia, a re-
grande parte de seu poder de influên-
gião vive sob tensão militar. Mais re-
MOLDÁVIA cia mundial. A Crimeia é uma região
centemente, em fevereiro de 2022,
de grande importância estratégica:
iniciou-se um conflito entre Rússia e ROMÊNIA tem acesso ao Mar Negro (único porto
N
Ucrânia que já causou danos aos dois de águas quentes da Rússia, que leva
Crimeia
países, com inúmeras mortes de am- Rússia Simferopol
O L
ao Mediterrâneo) e um dos solos mais
bos os lados. Ucrânia S férteis do mundo.
Capital de país Mar Negro
½½ Resposta Principal cidade
0 130 260 km

BULGÁRIA 1 : 13 000 000


Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
30° L Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.
Um pouco mais sobre
1. Resposta pessoal. Um dos sites Faça no caderno

confiáveis para pesquisa é


“https://brasil.un.org/”, (acesso
em: 26 jul. 2022) mantido pela De onde vem a ideia de que a Ucrânia pertence à Rússia
Organização das Nações Unidas O presidente da Rússia, Vladimir Putin, proclamou nesta segunda-feira (21) o reconhecimen-
no Brasil. to da independência de parte das regiões de Donetsk e Luhansk, na vizinha Ucrânia, e enviou
tropas para garantir essa condição.
Atividades O movimento de Putin foi considerado uma “invasão” hostil e ilegal pelos EUA e pelas potên-
cias europeias. O Conselho de Segurança reagiu desaprovando por maioria a posição do Kremlin,
complementares e as potências ocidentais dizem estar preparando uma série de retaliações robustas a Moscou
1. Organize a turma em grupos e no campo econômico.
apresente a notícia “Sob ocupação
russa, Crimeia é palco de ‘múltiplas O argumento das ‘raízes ancestrais’
e graves’ violações de direitos, Do século 9 ao século 13, o território onde hoje existe a Ucrânia foi algo parecido com uma
aponta ONU”. Disponível em: https:// federação de povos eslavos, bálticos, nórdicos e de europeus do leste e do norte, no que era co-
unicrio.org.br/sob-ocupacao-russa nhecido então como Kievan Rus.
-crimeia-e-palco-de-multiplas Esse local hoje é reivindicado como berço ancestral por três países da região: a própria Ucrânia, a
Rússia e a Belarus. A ideia de que existe uma ancestralidade comum embasa parcialmente a narra-
-e-graves-violacoes-de-direitos
tiva de Moscou segundo a qual a Ucrânia foi, desde tempos imemoriais, parte do que é a Rússia hoje.
-aponta-onu/. Acesso em: 9 jun.
Sob esse ponto de vista, a Rússia estaria apenas se reconectando geograficamente com uma
2022. Faça uma leitura mediada com
parte de seu território ancestral, e não avançando sobre a Ucrânia propriamente dita. Isso por-
os estudantes e os auxilie quanto a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
possíveis dúvidas que possam surgir.
que o Estado ucraniano só foi criado como tal no século 20.
CHARLEAUX, João Paulo. De onde vem a ideia de que a Ucrânia pertence à Rússia. Nexo, 22 fev. 2022.
DA EDITORA DO BRASIL
Na sequência, retome o processo de Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2022/02/22/De-onde-vem-a-ideia-de-que
-a-Ucr%C3%A2nia-pertence-%C3%A0-R%C3%BAssia. Acesso em: 10 abr. 2022.
anexação da Crimeia pela Rússia.
Forneça indicadores demográficos
1 Faça uma pesquisa em sites e em fontes confiáveis e descubra quais são os processos decorrentes das
que mostrem a quantidade de
ações militares russas sobre a Ucrânia e qual é a situação atual da região. Registre suas descobertas
russos e ucranianos na Crimeia
e compartilhe as informações com os colegas.
e a questão da língua falada no
território. Peça aos estudantes que
reflitam, pesquisem e discutam
100
sobre o conteúdo do texto e sobre
os pontos a seguir.
• De acordo com a ONU, quais são
as consequências para as popula-
ções que não aceitaram a nacio-
nalidade russa na Crimeia?
• Quais foram os motivos alega-
dos pela Rússia para a anexação
da Crimeia?

100
Orientações
Iugoslávia Oriente a leitura do mapa so-
Nas últimas décadas, os países da Europa Oriental protagonizaram o maior bre os conflitos que ocorreram no
número de conflitos do continente. Essa situação explica-se pelo fato de a território iugoslavo. Se conside-
região se caracterizar, há muito tempo, por divergências étnicas e religiosas e rar pertinente, destaque a extre-
por ter estado durante décadas sob a influência do socialismo soviético. Vamos
ma violência dos crimes de guer-
entender o caso da ex-Iugoslávia, localizada na Península dos Bálcãs.
ra que ocorreram ao longo desses
O território da antiga Iugoslávia reunia povos de diferentes nacionalidades
conflitos. O Tribunal Penal Interna-
(croatas, sérvios, bósnios, eslovenos, entre outros) em seis repúblicas: Sérvia,
Croácia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Macedônia.
cional para a ex-Iugoslávia (TPIJ)
No final da década de 1980, com a crise do socialismo soviético, os mo-
foi um tribunal das Nações Unidas
vimentos separatistas e nacionalistas ganharam espaço. Em 1991, ocorreu a que lidou com crimes de guerra que
independência de três repúblicas da Iugoslávia: Macedônia, Croácia e Eslovênia. ocorreram durante os conflitos dos
Em 1992, a luta pela independência da Bósnia e Herzegovina tomou um Bálcãs nos anos 1990.
rumo bastante violento. A não aceitação do separatismo pela Sérvia (a maior e Ressalte que, durante a Guerra do
mais militarizada das repúblicas) e a presença de milhares de sérvios na Bósnia Kosovo, a Organização do Tratado do
provocaram uma guerra civil com intensa “limpeza étnica”, principalmente de Atlântico Norte (Otan) realizou uma
grupos armados sérvios contra bósnios. Tropas de coalizão internacional, lide- intervenção militar na Iugoslávia com
radas pela ONU, puseram fim ao conflito. a justificativa de que a operação bus-
Em 1998, iniciou-se na região a Guerra do Kosovo. O Kosovo, com popula- cava deter os abusos de direitos hu-
ção majoritariamente albanesa, era uma das províncias da Sérvia. manos no Kosovo. Foi a primeira vez
Em razão do movimento armado de separação, liderado pelo Exército de que a organização usou a força militar
Libertação do Kosovo (ELK), o governo contra-atacou os separatistas, alegando sem a aprovação do Conselho de Se-
defender a integridade da Sérvia, e milhares de albaneses foram expulsos
gurança das Nações Unidas. Os bom-
de Kosovo.
bardeios levaram à criação da Missão
Observe, no mapa a seguir, os países originados da ex-Iugoslávia.
de Administração Interina das Nações
Unidas no Kosovo (UNMIK).
Países originários da ex-Iugoslávia
Sonia Vaz

15°L 20°L
ÁUSTRIA

HUNGRIA

ESLOVÊNIA

CROÁCIA
ROMÊNIA

45°N

BÓSNIA E
HERZEGOVINA SÉRVIA
N

O L

0
S

60 120 km
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO MONTENEGRO
KOSOVO* BULGÁRIA
1 : 6 000 000
DA EDITORA DO BRASIL
Mar Adriático

ITÁLIA
MACEDÔNIA

GRÉCIA
*Nota: Em 17 de fevereiro de 2008, a província do Kosovo declarou unilateramente ALBÂNIA
sua independência da Sérvia. Esta situação ainda está em processo de reconhecimento.

Fonte: WINKLER, Julio Cezar. Atlas do estudante da era digital. 2. ed. Curitiba: Positivo, 2013. p. 54.

101

101
Orientações Em 2003, a Iugoslávia

Daniel Mihailescu/AFP
Informe que o Kosovo só é re- foi oficialmente extinta e
conhecido por 111 dos 193 países- passou a se chamar Sérvia
-membros da ONU. O Brasil é um dos e Montenegro. Em 2006,
países que não o reconhecem como sem conflitos, Montenegro
independente. tornou-se independente,
formando um novo país.
½ Respostas Já em 2008 foi a vez do
Kosovo declarar-se inde-
Um pouco mais sobre
pendente, embora não te-
1. a) Baixa produtividade da agricul- nha sido reconhecido como
tura em relação à indústria e ao Estado por muitas nações.
comércio exterior (preços e de-
pendência da tecnologia dos
países industrializados).
Kosovares celebram a
b) P lano de integração econômi- independência de seu país.
ca de ajuda mútua criado pela Pristina, Kosovo, 2008.

URSS, em 1949, entre os países Faça no caderno

socialistas do Leste Europeu, em


que cada um se especializava em
determinado segmento da eco- Uma longa transição: vinte anos de transformações na Rússia
nomia. Mais tarde, outros países [...] A questão estrutural – e social – soviética que a distinguia das economias industrializadas
não europeus se alinharam ao não era tanto a desaceleração, mas o desequilíbrio da estrutura da economia. Existia um duplo
plano. Foi extinto em 1991. desequilíbrio. O primeiro era dado pela baixa produtividade da agricultura em relação à indús-
tria. De fato, ao longo do seu processo de industrialização, o calcanhar de Aquiles da URSS era
a agricultura, o setor menos adaptável ao planejamento central e de mais lenta modernização.
Este atraso relativo cobrou imenso preço na industrialização soviética nos anos de aceleração
da industrialização forçada e voltou a cobrar de novo elevado preço nos anos 1980, sob a forma
de demanda por importações e subsídios. Entretanto, ainda que se constituísse um limite ao
crescimento acelerado, a baixa produção agrícola não poderia explicar a desaceleração do con-
junto da economia. O segundo desequilíbrio estrutural era formado pela estrutura de comércio
exterior. A URSS construiu uma divisão do trabalho com os países do Leste Europeu – por meio
do Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecon) – baseado na cooperação. Depois
de exportar máquinas e produtos industriais a URSS passou a exportar a partir dos anos 1970,
sobretudo, energia e armas, importando bens industriais destes países em apoio aos seus pro-
cessos de industrialização [...]. Com o ocidente, a URSS importava máquinas e equipamentos em
troca de petróleo. Esta especialização era em parte política – pois refletia, no caso do Comecon,
preços políticos e voltados ao catch-up [desenvolvimento] dos demais – e em parte econômica,
devido ao atraso tecnológico soviético na indústria, em geral, e sua grande dependência da tec-
nologia dos países industrializados. Devido a este desequilíbrio entre a produtividade do setor
exportador e o da indústria, em geral, a demanda soviética por moeda conversível tornou-se
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO crescente ao longo dos anos 1970 e também cobrou elevado preço nos anos 1980. [...]

DA EDITORA DO BRASIL Fonte: ALVES, André Gustavo de Miranda P. (org.). Uma longa transição: vinte anos de transformações na Rússia. Ipea, Brasília, 2011. p. 15-16.
Disponível em: www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro_russia.pdf. Acesso em: 11 abr. 2022.

1 Com base na leitura do texto, faça o que se pede.


a) Quais eram os dois desequilíbrios da URSS nos anos 1980?
b) Pesquise em fontes confiáveis o que era o Comecon.

102

Foco na BNCC
Competências gerais 2 e 5
Competência específica de Geografia 5
A interpretação do texto e a atividade
proposta na seção Um pouco mais sobre
exercitam a curiosidade intelectual e a prática
de procedimentos de investigação por parte
do estudante, além de incentivar o uso de
tecnologias digitais de informação de forma
crítica e responsável para pesquisa e produção
de conhecimento.

102
Orientações
Faça no caderno

½ Respostas
1 Cite as causas que levaram ao fim do bloco socialista e da URSS. 1. O baixo crescimento econômico e
industrial do país (que resultou em
2 Que fatores estão envolvidos na recusa do governo russo em aceitar a independência da Chechênia?
uma grave crise produtiva), as medi-
3 Quais fatores explicam o processo de desintegração da Iugoslávia? Quais países se formaram ao longo das econômicas e políticas adotadas
desse processo? no governo de Mikhail Gorbatchov
(perestroika e glasnost) e os movi-
4 “A década de 1990 representou a inserção da Rússia na economia de mercado”. Explique essa afirmação.
mentos em favor da abertura política
5 Ao defender a Crimeia, o interesse da Rússia é apenas humanitário? Justifique sua resposta. e da democratização.
2. O governo russo não tem interes-
Para refletir se em aceitar a independência da
Chechênia, porque isso pode abrir
1 Observe a imagem a seguir. Explique que mudanças esse fato, ocorrido em 1991, trouxe para a União um precedente para que outras re-
Soviética e o bloco socialista.
giões, sobretudo as do sul do país,
também reivindiquem suas inde-

Jornal do Brasil, 12 de março de 1990, 1ª página/CPDoc JB


pendências. Outros fatores envol-
vem questões econômicas e políti-
cas, já que a Chechênia conta com
reservas de petróleo e de gás natural,
além de ser cortada por importantes
gasodutos.
3. O país reunia povos de diferentes
grupos étnicos e nações que foram
reprimidos durante o socialismo so-
viético. Eslovênia, Croácia, Bósnia e
Herzegovina, Sérvia, Montenegro,
Macedônia e Kosovo (ainda não
reconhecido por todos os países).
4. A Rússia, que durante décadas esteve
sob o regime socialista, pois era inte-
grada à União Soviética, passa, após
a reforma econômica (perestroika) a
adotar práticas capitalistas, ou seja,
de economia de mercado, para se
Jornal do Brasil, 12 de março de 1990, 1a página/CPDoc JB. integrar à economia mundial.
5. O interesse da Rússia também é
econômico. A Crimeia é importante
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO geopolítica e economicamente por
ter acesso ao Mar Negro e um dos
DA EDITORA DOSoviética
BRASILtinham uma grande variedade de
Atividade em grupo

1 As 15 repúblicas que compunham a ex-União solos mais férteis do mundo.


etnias e de nacionalidades. Isso explica a existência de muitos conflitos étnico-nacionais
e do movimento de independência das repúblicas a partir de 1991. Organizem-se em Para refletir
grupos de quatro estudantes e pesquisem em fontes confiáveis as etnias dominantes em cada uma das 1. A Lituânia foi a primeira república
ex-repúblicas soviéticas, atualmente países independentes. Apresentem os resultados aos demais colegas. da URSS a se tornar independente.
Esse fato deu início ao processo de
independência das demais repúbli-
103
cas e acelerou o fim do socialismo
na região.
Desafio
1. Oriente os estudantes na pesquisa e
destaque a importância de consultar
fontes confiáveis, governamentais e
de organizações internacionais para
a obtenção dos dados.

103
Faça no caderno

Orientações
Destaque que o Tribunal Consti-

O valor da Ucrânia
tucional da Rússia considerou legal
a assinatura que anexa a Crimeia ao
território russo. Vladimir Putin decla-
rou que “a Crimeia sempre foi parte
da Rússia nos corações e mentes das Ucrânia atual Ucrânia: distribuição dos protestos
pessoas”.
O país é dividido em dois

Mario Yoshida
Destaque também que o Escritório lados: o Ocidental, mais 1918 1991
do Alto Comissário das Nações Unidas 1924
jovem, que se considera RÚSSIA
para os Direitos Humanos (ACNUDH) ucraniano e busca apoio BELARUS
2014 JUL.
apresentou 20 recomendações para da União Europeia; e o 2013
a promoção dos direitos humanos Oriental, mais tradicional,
que se considera russo, fala
na Crimeia após sua anexação pela 2004
a língua russa e busca apoio
Rússia. da Rússia.
Kiev Séc. XVIII
POLÔNIA 1991

XVIII
50° N
Como a crise começou
2004
O motivo principal foram as
ondas de protestos contra
2013
o então presidente do país, MOLDÁVIA
Viktor Yanukovych, por
não assinar o acordo com a MAR.
União Europeia, mas há uma ROMÊNIA
2014
série de outras razões. A N

Ucrânia estava enfrentando


Prédios do governo ocupados
uma séria crise econômica,
O L
Protestos e bloqueios de ruas
com enorme dívida externa, Sem registros de distúrbios S
Mar Negro
além de desigualdade social, Gasodutos que cruzam o país 0 100 200 km
divisão socioideológica Datas importantes 1 : 10 000 000
entre os dois lados do país, 30° L

sucateamento dos serviços Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.; O que se sabe
sociais, pobreza, corrupção sobre a nova frente no conflito na Ucrânia. BBC Brasil. Disponível em: www.bbc.co.uk/portuguese/
noticias/2014/08/140827_russia_ucrania_invasao_pai; Raízes do conflito. Estadão. Disponível em:
e desemprego.
www.estadao.com.br/infograficos/raizes-do-conflito,internacional,169940. Acessos em: 10 abr. 2022.

A crise do gás

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O fornecimento de
2006 Estatal russa
1994 gás é interrompido.
A dívida bate A Rússia corta o
ameaça cortar
novamente o envio
DA EDITORA DO BRASIL
A Rússia reduz
o fornecimento
US$ 640 milhões. fornecimento de
gás para a região.
de gás caso a
Ucrânia não pague
de gás. Dívida 2001 A Ucrânia desvia a dívida de
ucraniana chega a gás que iria para US$ 1,3 bilhão.
US$ 600 milhões. a Europa.
2007

104

104
Orientações

Cristiane Viana
½ Respostas
História da Ucrânia
Grande produção Em foco
Séc. XVIII – Ucrânia se torna parte do Império Russo. industrial, especialmente
1918 – Ucrânia conquista independência da Rússia. de aço. 1. Vários fatores contribuíram para
Oitava maior reserva de alimentar a crise econômica na
1924 – Ucrânia se une à URSS.
carvão mineral do mundo. Ucrânia, como sua elevada dívida
1991 – Com o fim da URSS, a Ucrânia consegue sua segunda
independência. Primeira em extração de
externa, sucateamento dos servi-
titânio. ços sociais, pobreza, corrupção e
2004 – Ocorre a Revolução Laranja. Viktor Yushchenko ganha
as eleições presidenciais, mas com ajuda do presidente da desemprego.
Grande produção agrícola.
época, ele começa um levante popular que ocasiona uma 2. O lado ocidental ucraniano deseja
segunda eleição. Yushchenko é envenenado, mas não morre 600 000 km2 de território,
fazer acordos com a União Europeia
e ganha a eleição. sendo maior que qualquer
país europeu. como tentativa para sair da crise. O
2013 – Viktor Yanukovych, presidente da Ucrânia, recusa
acordo de aproximação com a UE em favor da Rússia. A lado oriental, de população russa,
Geograficamente, é um
decisão leva o povo às ruas, invadindo prédios do governo. dos maiores pontos de pretende continuar ligado à política
Parte da população se une ao governo e o confronto começa. econômica da Rússia.
acesso para a Ásia e a
2014 – Em fevereiro, Yanukovych é deposto e um membro da Europa, e por seu território
oposição, Oleksander Turchynov, assume a presidência, criando passa uma grande
um governo contrário à Rússia. A Rússia e seus apoiadores quantidade de gasodutos
declaram golpe de Estado e os confrontos retornam. que abastecem boa parte
Em março, a região da Crimeia realiza um referendo e, com da Europa.
96% dos votos, decide se anexar à Rússia, sendo apoiada pelo
presidente russo, Vladimir Putin. A Ucrânia e os países do
Ocidente não reconhecem a anexação. Isso estimula o leste
do país a organizar movimentos separatistas. 1 Cite os fatores que contri-
Diversos países do mundo começam a intervir. A Rússia envia buíram para agravar a crise
tropas para a Crimeia. Os EUA e a União Europeia protestam econômica na Ucrânia nos
contra a invasão. A China entra com apoio à Rússia. últimos anos.
Em julho, com novo presidente eleito, a Ucrânia assina o
Tratado de Livre-Comércio com a União Europeia e faz grandes 2 O que justifica a divergência
modificações na política do país. de interesses econômicos
2018 – Em maio, o presidente russo Vladimir Putin inaugura entre os lados ocidental e
a Ponte da Crimeia, que liga a Crimeia ao sul da Rússia. oriental do país?
2022 – Em fevereiro tem início um conflito entre Rússia e Ucrânia.

A Rússia acusa dívida


de US$ 882 milhões
2008 A Rússia corta
o envio de gás 2010 da Ucrânia. Esta
O fornecimento à Ucrânia pelos A Ucrânia pede cancela compra de gás
é reduzido. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
gasodutos. renegociação da e negocia com a União
Europeia. A Rússia usa
Dívida ultrapassa dívida.
US$ 1,5 bilhão. A DA2009
EDITORA DO BRASIL o fornecimento de gás
para pressionar o fim
Ucrânia ameaça
desviar gás do acordo.
novamente.
2013

105

105
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas 1 O que é imperialismo? Quais países eram imperialistas entre os séculos XVIII e XIX?

Para encerrar 2 Atualmente, existe algum país imperialista? Se sim, qual? Quais foram as razões que você identificou
para considerá-lo imperialista?
1. É o domínio de uma nação sobre ou-
tra. Reino Unido, França, Alemanha, 3 Faça uma legenda para o mapa a seguir e escreva as características gerais dos países europeus no
Inglaterra, Espanha, Bélgica, Itália, período representado.
Portugal.
Europa: político – após a Segunda Guerra Mundial
2. Resposta pessoal. Espera-se que o

Sonia Vaz
30ºO 30ºL 60ºL
estudante consiga, com base nos Círc
ulo
Pola
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

conteúdos estudados, justificar sua rÁ

ich
rtic
o

w
Green
resposta. ISLÂNDIA

no de
60°
3. Legenda: laranja: Europa Ocidental;
N

ia
Merid
FINLÂNDIA
verde: Europa Oriental. Resposta es- NORUEGA
SUÉCIA
perada para as características gerais OCEANO

áltico
ATLÂNTICO Mar do URSS
das nações: países socialistas ado-

Mar B
Norte União das Repúblicas
DINAMARCA Socialistas Soviéticas
tavam a economia socialista (cor REP.
IRLANDA REINO RDA
(parte europeia)
UNIDO PAÍSES
verde); países capitalistas, a econo- BAIXOS RFA (Rep.
(Rep. Dem. POLÔNIA
BÉLGICA Fed. Alemã)
mia de mercado (cor laranja). LUX. da TCHE
COSLOV N M
45°N Alemanha) ÁQUIA ar
4. A unificação da Alemanha; a desin- FRANÇA SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA
O L

sp
io
tegração da URSS e o surgimento ROMÊNIA
Mar Negro
IUGOSLÁVIA
de vários Estados independentes; BULGÁRIA S

AL
TUG
ESPANHA ITÁLIA TURQUIA
a divisão da Tchecoslováquia em POR
ALBÂNIA (parte europeia)
ÁSIA

República Tcheca e Eslováquia; a Mar Mediterrâneo GRÉCIA


0 542 1084 km

fragmentação da Iugoslávia em vá- ÁFRICA MALTA


1 : 54 200 000

rios Estados. Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 32.

5. a) A Crimeia, berço da civilização


4 Cite algumas alterações nos territórios europeus ocorridas com o fim da Guerra Fria.
russa da Ucrânia, tem acesso
ao Mar Negro – único porto de 5 Leia o trecho de reportagem a seguir e responda às questões na sequência.
águas quentes da Rússia, que dá Uma república de mais de 44 milhões de pessoas, com uma economia fragilizada, mas com
acesso ao Mediterrâneo – e um enorme potencial e um território de mais de 600 000 quilômetros quadrados (área maior que a da
dos solos mais férteis do mun- França, o maior país da União Europeia) está sendo alvo de uma queda de braço entre UE e Rússia.
do. A Rússia pretende instalar Enquanto os europeus têm interesse em expandir suas fronteiras para o leste e isolar a Rússia,
ali portos e bases militares. A UE Moscou quer aumentar sua zona de influência e aproximar-se da UE para confrontá-la. E no meio
vê na Crimeia a possibilidade de do caminho tinha uma Ucrânia.
expandir suas fronteiras para o Muito novo – a Ucrânia independente tem apenas 23 anos – o país
é para a UE a porta de entrada do Oriente, e para a Rússia, a porta de Umbilical: referente
leste e isolar a Rússia. ou pertencente
saída para o Ocidente. Enquanto a UE tenta abrir a porta, para a Rússia o ao umbigo. Neste
b) Geograficamente, a Ucrânia está
importante é fechá-la. Por sua posição estratégica, tamanho e potencial, contexto, faz
entre a UE e a Rússia. Para a UE,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
obter maior influência sobre a
o país é alvo de cobiça dos europeus, mas ainda vive sob a sombra da referência ao
cordão umbilical,
Rússia – que tem ligações umbilicais com Kiev.
DA EDITORA DO BRASIL
Ucrânia alargaria sua influência indicando uma ligação
NORTE, Diego Braga. Por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia? Veja.com, 7 dez. 2013. Disponível em: íntima, maternal.
no Oriente; em contrapartida, a https://veja.abril.com.br/mundo/por-que-ue-e-russia-querem-tanto-a-ucrania/. Acesso em: 11 abr. 2022.

Ucrânia é, para a Rússia, a saída


a) De acordo com o texto, qual é a importância estratégica da Ucrânia para a Rússia e para a UE?
para o Mar Negro, e também é
por esse país que o gás natural b) O que significa a afirmação “[a Ucrânia] é para a UE a porta de entrada do Oriente, e para a Rússia,
russo passa para chegar aos paí- a porta de saída para o Ocidente”? Explique.
ses ocidentais da Europa.
106

Sobre a avaliação ½½ Estratégias para superar defasagens


Para retomar conhecimentos relativos à divisão entre Oci-
½½ Acompanhamento da aprendizagem dente e Oriente e imperialismo europeu, utilize os mapas das
De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram páginas 78 e 81 e as atividades da página 83. Quanto à he-
resolver as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as gemonia europeia, sua geopolítica e influência até os dias de
como diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas hoje, retome o conteúdo a partir do mapa da página 86 e as
no início da unidade (EF09GE01, EF09GE06 e EF09GE08) atividades da página 89. Em relação às transformações ocor-
foram desenvolvidas de maneira satisfatória. As atividades ridas no território europeu, retome o conteúdo com base nos
propostas na unidade podem auxiliar os estudantes na mapas das páginas 90, 91 e 92 e as atividades das páginas
preparação para exames de larga escala. 94 e 95. Em relação ao fim da URSS e suas consequências,
retome o conteúdo das páginas 96 e 97, o texto da seção

106
Orientações
6 Explique a etimologia e o sentido geográfico das palavras “Oriente” e “Ocidente”. ½½ Respostas

7 Leia o texto a seguir: Para encerrar


A ocidentalização dominadora fez as civilizações tradicionais entrarem em crise. Elas tentaram
superar sua crise com receitas oriundas do Ocidente: democracia, socialismo, capitalismo, desen-
6. A palavra Oriente se origina do la-
volvimento, e as soluções para suas crises entraram em crise. tim orien, que significa “sol nascen-
MORIN, Edgar. Rumo ao abismo? Ensaio sobre o destino da humanidade. te”; a palavra Ocidente, do latim
Tradução de Edgard de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bisco. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. p. 180. occidens, quer dizer “o sol poente”.
Essas palavras fazem referência
• Escreva um texto, com base no trecho acima, explicando o que você entendeu e relacionando as
ao movimento aparente do Sol.
afirmações do autor com o mundo contemporâneo.
Nós as utilizamos para definir os
8 O período da Guerra Fria coincidiu com um programa econômico na Europa que ficou conhecido como pontos de orientação no espaço.
Estado de Bem-Estar Social (Welfare State). Reúna-se com dois ou três colegas e, juntos, façam uma O leste seria o Oriente, e o oeste,
pequisa em fontes confiáveis sobre esse programa, que é conhecido como “a fase de ouro do capitalismo”. o Ocidente.
Incluam na pesquisa informações sobre as consequências sociais e políticas do Estado de Bem-Estar 7. Resposta pessoal. Espera-se que
Social e como ele se definia ideologicamente. os estudantes, de forma livre e es-
9 Que nova atribuição a Otan recebeu após o fim da Guerra Fria? pontânea, identifiquem trechos do
texto com tópicos que eles estu-
10 Faça uma lista no caderno com o nome dos países que se formaram com o desmembramento da antiga daram na unidade, seja a crise na
Iugoslávia. Europa, a crise das democracias,

John Gaps III/AP Photo/Imageplus


11 Observe a imagem ao lado, que retrata um a crise do socialismo ou a crise de
importante acontecimento da história mun- modelos econômicos ou políticos
dial. A cena foi fotografada em novembro que estão sofrendo a pressão de
de 1989, na Alemanha Ocidental. Com base outras visões de mundo.
nela, responda às questões. 8. Espera-se que os estudantes con-
a) O que você observa na fotografia? cluam que o Estado de Bem-Estar
Social foi uma prática econômica e
b) O que esse muro separava?
social baseada na presença forte do
c) O que esse fato significou para os ale- Estado como provedor de benefí-
mães e para o mundo?
cios que elevaram o padrão de vida
d) Por que esse muro foi chamado de “muro dos trabalhadores dos países que
da vergonha”? adotaram esse programa. O Welfare
State não se expandiu pelo mundo,
Berlim, Alemanha Ocidental, 1989. ficou restrito principalmente a
alguns países da Europa.
9. Com o fim da Guerra Fria, redefi-
niu-se o papel da Otan, que passou
Assista
A vida dos outros. Direção: Florian Henckel von Donnersmarck. Alemanha, 2006 (137 min).
a ser a base política de segurança
de toda a Europa, e definiu ações
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Ambientado na Alemanha ainda dividida, o filme narra a história do agente Gerd Wiesler,
membro da Stasi, a polícia secreta do regime socialista, incumbido de investigar um casal relacionadas ao combate ao ter-

perseguidos pela polícia.


DA EDITORA DO BRASIL
de artistas. A ficção mostra a situação vivida por intelectuais e artistas que foram, na época, rorismo.
10. Eslovênia, Croácia, Bósnia e
Leia Herzegovina, Sérvia, Montenegro,
A queda do Muro de Berlim, de Flávia Bancher (Ateliê Editorial). Reflexão sobre o que levou Macedônia e Kosovo (ainda não
à derrubada do Muro de Berlim, símbolo do mundo bipolar, e quais foram suas consequências reconhecido por todos os países).
para a vida das pessoas.
11. a) Espera-se que o estudante faça
referência à derrubada do Muro
107 de Berlim, marco simbólico da
Guerra Fria.
b) Berlim Ocidental (capitalista) e
Berlim Oriental (socialista).
Um pouco mais sobre da página 102 e as atividades da
c) A derrubada do muro significou
página 103, e os auxilie quanto a possíveis dúvidas.
a unificação da Alemanha e o
fim da Guerra Fria.
Avaliação de resultados
d) Relaciona-se ao fato de o mu-
Retome os objetivos da unidade descritos na página 76 ro separar o povo alemão por
deste manual e baseie-se neles para a elaboração de uma quase três décadas.
avaliação. É importante certificar-se de que as competências
gerais e as competências e habilidades específicas de Geo-
grafia indicadas sejam contempladas na avaliação.

107
Objetivos da unidade

WS PHOTO/Shutterstock.com
• Localizar e caracterizar a Eurásia.
• Distinguir os limites da Europa e
da Ásia.
• Identificar e caracterizar as regiona-
lizações europeias.
• Caracterizar o relevo europeu, suas
particularidades e formas de uso
do solo.
• Caracterizar a hidrografia do conti-
nente europeu e a importância dos
principais rios.
• Caracterizar e relacionar climas e
vegetações na Europa.
• Identificar e caracterizar impactos
ambientais na Europa.

Introdução
Seguindo os estudos sobre o conti-
nente europeu, essa unidade trabalha
os aspectos físicos do território. São
apresentadas a divisão continental da
Eurásia, as relações históricas entre
os continentes e as múltiplas regio-
nalizações do território. O estudante
conhecerá as principais caraterísticas
do relevo europeu, seus principais rios
e lagos e a importância deles para o
continente. São explicadas também
as características climáticas e os ti-
pos de vegetação, assim como a ação
humana no espaço geográfico e a
transformação das paisagens desse
continente.

Justificativa
O conjunto de objetivos previstos
para essa unidade promove a articu-
lação entre aspectos naturais e a vida
das sociedades europeias nos dias MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
atuais, tornando-se subsídio funda-
mental para compreensão da Geo-
DA EDITORA DO BRASIL
grafia da Europa.

Vista do Lago Thun e dos alpes suíços.


Niederhorn, Suíça, 2019.

108

Levantamento de conhecimentos prévios


Para sondar os conhecimentos prévios dos estudantes,
questione quais aspectos físicos eles acreditam estar presen-
tes nos territórios europeus. Você pode pedir que façam uma
relação com possíveis filmes e séries que tenham assistido e
que se passam nos países da Europa. Que tipo de vegetação
e relevo costumam ser visíveis nesses produtos audiovisuais?
E o clima? Os personagens geralmente se vestem com rou-
pas pesadas ou leves?

108
Orientações
Apresente aos estudantes um
mapa político da Europa, você pode
utilizar o mapa da página 113. Expli-
que que a Europa é composta de 50
países – entre eles estão a Rússia e a
Turquia, que pertencem a dois conti-
nentes: Europa e Ásia. Ressalte que a
Europa possui área de aproximada-

Europa:
mente 10 000 000 km² e que grande
parte do território é ocupado por par-
te da Rússia, o maior país do mundo.

aspectos ½½ Respostas
1. Respostas pessoais.

físicos 2. Resposta pessoal.

Foco nos TCTs


Nesta unidade, será trabalhado
o seguinte tema contemporâneo
transversal:
Com 10,3 milhões de km² de extensão, a Europa apresenta • Educação ambiental.
uma área menor do que a de quase todos os demais con-
tinentes, ocupando apenas 7% das terras emersas do pla-
neta, maior apenas do que a da Oceania. Em seu território,
localizado totalmente no Hemisfério Norte, predominam
o clima temperado e uma variedade de formações vege-
tais. Uma porção menor da Europa está na zona polar, que
abrange o extremo norte do continente.

1. Você já viu uma paisagem como a da fotografia ao


lado? Sabe onde ela se localiza?
2. Que outras paisagens do continente europeu você
conhece?

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DONesta
BRASIL
unidade, você vai estudar:
• a divisão continental da Eurásia;
• as múltiplas regionalizações;
• as formas de relevo da Europa;
• os principais rios e lagos do continente;
• os tipos de clima e de vegetação.

109

BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da
o desenvolvimento das competências e das BNCC está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento
habilidades a seguir: de atitudes e valores, sendo o ambiente e a vivência
Competências gerais 1, 2, 4, 5 e 6 escolar fundamentais para o fortalecimento do respeito,
Competências específicas de Ciências Humanas 3 e 7 da solidariedade, da organização, da participação, da coo-
peração, do protagonismo e da reflexão dos estudantes.
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4 e 7
Essas atitudes e valores devem estar relacionadas às regras,
Habilidades EF09GE07, EF09GE16 e EF09GE17 aos espaços e materiais escolares, ao convívio entre pro-
fessores, funcionários e estudantes e ao desenvolvimento
das atividades pedagógicas.

109
1
Objetivos do capítulo

Eurásia e
• Identificar a Eurásia.
• Compreender as relações históri-
cas entre os continentes europeu
e asiático.
• Identificar e caracterizar as regio- regionalizações
nalizações do continente europeu.

Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os conflitos e as transformações territoriais relaciona-
O continente europeu e as regio- das ao fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Neste capítulo, você
nalizações são conhecimentos pre- estudará a divisão continental da Eurásia, as relações históricas entre os continentes e
viamente trabalhados no Ensino Fun- as múltiplas regionalizações do território.
damental (EF07GE05, EF07GE09,
EF08GE05, EF08GE06) que se rela-
cionam com os assuntos vistos no ca- Grande massa de terra
pítulo. O resgate dessas habilidades
A definição mais aceita para o conceito de continente remete à dimensão
pode ser de grande importância para
de grandes massas de terras emersas cercadas por oceanos. Com base nisso,
o início da discussão sobre o tema
temos a América (dividida entre Norte e Sul por um istmo – a América Central),
“Eurásia e regionalizações”.
a África, a Oceania, a Antártica e a Eurásia. Mas o que seria a Eurásia?
Ao observarmos o contínuo geográfico formado pela Europa e pela Ásia,
Orientações Península: extensão podemos identificar que os continentes compõem um só grande bloco, conhe-
de terra de forma
Oriente os estudantes na leitura do mais ou menos cido como Eurásia. Dessa forma, o território que nomeamos como Europa pode
mapa da Eurásia. Apresente imagens alongada e cercada ser entendido como uma península, cercada ao sul pelo Mar Mediterrâneo, a
e mapas previamente selecionados de água por todos os
lados, com exceção
oeste pelo Oceano Atlântico e ao norte pelo Oceano Glacial Ártico. A leste, os
dos Montes Urais, uma cordilheira do ponto de contato Montes Urais e, a sudeste, as montanhas do Cáucaso e o Mar Negro separam a
de montanhas localizada na Rússia com o continente. Europa da Ásia. Observe a localização da Eurásia e dos elementos destacados
que divide os dois continentes: Ásia no texto no mapa abaixo.
e Europa. Mostre-lhes também a Eurásia
Cordilheira do Cáucaso, que fica no 0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
extremo sudeste da Europa e forma a
divisa com a Ásia.

Sonia Vaz
Círculo Polar Ártico
Se possível, apresente aos estudan-
Monte
tes a regionalização Eurafrásia, que é s
Urais

formada por três continentes: Europa, EUROPA


África e Ásia. C
Mar Negro áuc
aso ÁSIA

Mar Mediterrâneo

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Trópico de Câncer


Meridiano de Greenwich

OCEANO
DA EDITORA DO BRASIL ÁFRICA
PACÍFICO

Equador

N OCEANO
OCEANO ÍNDICO
ATLÂNTICO
O L
Fonte: IBGE. Atlas geográfico 0 1 245 2 490 km
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: 1 : 124 500 000
IBGE, 2018. p. 33-34. S OCEANIA

110

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 conexões entre diferentes temas do conhecimento
Competências específicas de Geografia 2 e 4 geográfico, desenvolver o pensamento espacial,
fazendo uso das linguagens cartográficas, valorizar
Habilidade EF09GE07 e utilizar os conhecimentos historicamente
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes construídos sobre o mundo físico, social e cultural
analisar os componentes físico-naturais da Eurásia para entender a realidade, exercitar a curiosidade
e os determinantes histórico-geográficos de sua intelectual e recorrer a abordagens próprias das
divisão em Europa e Ásia. Permite estabelecer ciências, como a reflexão e a análise crítica.

110
Orientações
Europa e Ásia: uma

MPI/Getty Images
Explique aos estudantes que a an-
relação histórica tiga Rota da Seda era um conjunto
de rotas que interligavam a Europa e
A relação entre Europa e Ásia pode ser vista por meio da for- a Ásia. Essas rotas foram se renovando
mação de impérios, disputas territoriais e rotas comerciais ao longo conforme os meios de transporte se
da história.
desenvolviam e evoluíam.
Entre os séculos III a.C. e XIX d.C., grandes impérios estabelece-
ram conexões territoriais entre Europa e Ásia, como o Macedônico, o Diálogo com História
Romano, o Mongol, o Otomano e o Russo, além do neocolonialismo
das potências europeias do século XIX. ½ Respostas
O expansionismo árabe nos séculos VI e VII em direção à Europa 1. A Rota da Seda foi inaugurada pela
e as cruzadas europeias em direção à Ásia entre os séculos XI e XIII A ilustração representa a jornada de Marco
Polo pela Rota da Seda. Marco Polo foi um
dinastia Han, da China em 130 a.C.
também foram movimentos fundamentais para essas aproximações. mercador, embaixador e explorador veneziano A rota foi fechada pelo Império
A Rota da Seda, que inaugurou o comércio entre Oriente e Europa, que, embora não tenha sido o primeiro Otomano, em 1453, quando es-
antes mesmo da formação do Império Romano, e o Renascimento europeu a chegar à China, foi o primeiro a
descrever detalhadamente suas experiências. te boicotou o comércio com o
comercial do século XIII ao XV constituíram importantes fluxos de troca Seu livro inspirou Cristóvão Colombo e muitos Ocidente.
de mercadorias entre os continentes. outros viajantes. Autoria atribuída a Abraham
e Jafuda Cresques Maiorca, ca.1375. 2. Resposta pessoal. Os estudantes
Faça no caderno
podem mencionar, por exemplo, a
História importância de diferentes aspectos
culturais para o fortalecimento de la-
A Rota da Seda ços entre os povos, o intercâmbio de
A Rota da Seda foi uma antiga rede de vias comerciais, formalmente estabelecida durante a tecnologias e de práticas cotidianas
dinastia Han na China, que ligou as regiões do mundo antigo por meio do comércio entre 130 a.C. advindos de diferentes aprendizados
e 1453 d.C. Como a Rota da Seda não era uma única estrada que saía do leste em direção ao ao longo do tempo, o respeito à
oeste, o termo ‘Rotas da Seda’ tem sido cada vez mais preferido pelos historiadores […]. diversidade, entre outros aspectos,
O explorador europeu Marco Polo (1254-1324) viajou por estas rotas e as descreveu em pro- para a formação de uma sociedade
fundidade em seus famosos trabalhos, mas não consta que tenha sido ele quem as nomeou. democrática.
Ambos os termos para esta rede de estradas foram cunhados pelo geógrafo e viajante alemão
Ferdinand von Richthofen, em 1877 […].
A rede foi utilizada regularmente de 130 a.C., quando os Han abriram oficialmente o comér-
cio com o Ocidente, a 1453, quando o Império Otomano boicotou o comércio com o Ocidente e
fechou as rotas. Naquela altura, os europeus haviam se habituado a usufruir dos bens que pro-
vinham do Oriente, e quando a Rota da Seda foi fechada, os mercadores precisaram encontrar
novas rotas comerciais para atenderem à demanda por estes bens.
O encerramento da Rota da Seda deu início à Era das Descobertas (1453-1660), que seria
caracterizada pelos exploradores europeus lançando-se ao mar e mapeando novas rotas maríti-
mas, para substituírem o comércio terrestre. A Era das Descobertas teria impacto sobre culturas
por todo o mundo, na medida em que expedições europeias arrogaram para si muitas terras
descobertas, […] e influenciaram outros povos por meio da introdução da cultura e religião oci-
dentais, ao passo em que foram, ao mesmo tempo, também influenciadas por eles. A Rota da
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Seda – de sua abertura ao seu encerramento – teve tamanho impacto no desenvolvimento da

DA EDITORA DO BRASIL
civilização mundial, que é difícil imaginar o mundo moderno sem ela. […]
MARK, Joshua J. Rota da Seda. World History Encyclopedia, 1o maio 2018. Tradução: Bernardo R. Carvalho.
Disponível em: https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-466/rota-da-seda/. Acesso em: 7 abr. 2022.

1 Quem inaugurou a Rota da Seda e como ela foi fechada?


2 Em sua opinião, qual é a importância das trocas culturais entre diferentes povos na formação de uma
sociedade democrática?

111

111
Orientações
Faça no caderno

Soft power:
habilidade de um
½ Respostas Estado de exercer
A Nova Rota da Seda chinesa influência indireta
Um pouco mais sobre sobre outros Estados
A Nova Rota da Seda constitui, desde seu lançamento, em 2013, um ou organismos.
1. A China pretende construir uma tema formidável. Parece cada vez mais claro que os objetivos da China Subjacente: implícito.
rede de infraestruturas de ferrovias, obedecem à uma cuidadosa tentativa de mitigar problemas estrutu-
estradas, oleodutos e cabos de fibras rais da sua sociedade.
ópticas que conectará os mercados A ideia subjacente a uma coo- China: contratos de construção no exterior
do país e da Europa. peração “ganha-ganha” projeta em milhões de US$ – 2013-jun. 2021

2. O estudante pode citar que as pos- soft power, mas também dispo-

DAE
síveis vantagens estão ligadas à am- nibiliza oportunidades para paí- 90 000
pliação das trocas comerciais, ao ses signatários ou não da Belt and
80 000
Road [Cinturão e Rota da Seda]. A
desenvolvimento técnico de infraes- 70 000
extensa rede de canais de finan-
truturas e à possibilidade de inter- 60 000
ciamento serve a diferentes pro-
câmbio produtivo e tecnológico ao pósitos, entre eles pavimentar o 50 000
longo dos eixos de conexão. caminho para uma maior presença 40 000

de investidores chineses, tanto de 30 000


natureza privada quanto pública. 20 000
A queda verificada nos níveis 10 000
de financiamento [representada 0
no gráfico ao lado] se explica por 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

um conjunto de fatores, entre Fonte: MENDONÇA, M. A. A. de; LOPES FILHO, C. R. da F. U.; OLIVEIRA, J. K. B. da
eles a reavaliação de práticas de S. A Nova Rota da Seda e a projeção econômica internacional da China: redes de
financiamento, fluxos de Investimento Externo Direto (IED) e contratos de construção.
empréstimo, a redução nas reser- Brasília: Ipea, 2021. p. 36. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/
vas internacionais e os efeitos da PDFs/pubpreliminar/211207_pub_preliminar_nt_dinte_a_nova_rota_da_seda.pdf.
Acesso em: 7 abr. 2022.
pandemia [de] Covid-19. [...]
Os setores de energia e transporte representam a maior parte dos financiamentos e investimen-
tos. Nos próximos anos, é esperada uma recuperação nos aportes chineses, embora em bases menos
volumosas e mais orientada para projetos menores e financeira e ambientalmente mais sustentáveis.
Argumenta-se que a BRI [Belt Road Initiative, ou Nova Rota da Seda], enquanto plataforma de
projeção econômica internacional voltada ao longo prazo, ainda está construindo as condições
políticas, econômicas e institucionais para impulsionar os fluxos de IED [Investimento Externo
Direto], embora os países fora da iniciativa ainda concentrem a maior parte dos fluxos de IED.
Por outro lado, a maior resiliência dos países signatários da iniciativa à queda verificada a
partir de 2018, combinado com maiores restrições ao IED chinês nos mercados desenvolvidos,
sugere um maior direcionamento desses investimentos aos países em desenvolvimento, mais
carentes em recursos, especialmente para infraestrutura.
O panorama relacionado aos contratos de construção ajuda a compreender a dinâmica da Nova
Rota da Seda, e sua vocação para infraestrutura [...]. Este constitui um alicerce de um ecossistema
assentado em interações econômicas mais robustas e com forte presença de investimentos diretos.
Pode-se esperar, por fim, reconfigurações da iniciativa [...] com contornos ainda indefinidos e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO possivelmente influenciados pelas disputas geopolíticas entre China e Estados Unidos.

DA EDITORA DO BRASIL MENDONÇA, M. A. A. de; LOPES FILHO, C. R. da F. U.; OLIVEIRA, J. K. B. da S. A Nova Rota da Seda e a projeção econômica internacional da China:
redes de financiamento, fluxos de Investimento Externo Direto (IED) e contratos de construção. Brasília: Ipea, 2021. p. 50-51. Disponível em: https://
www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/pubpreliminar/211207_pub_preliminar_nt_dinte_a_nova_rota_da_seda.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022.

1 De que maneira a China pretende construir a Nova Rota da Seda?


2 A China é uma das principais potências econômicas contemporâneas. Em sua opinião, quais vantagens
ela terá com o elevado investimento nesse projeto?

112

Foco na BNCC
Competências gerais 5 e 6
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes compreender, utilizar e criar
tecnologias digitais de comunicação e informação,
de forma significativa, ética e reflexiva. A
atividade busca valorizar a diversidade de saberes
e vivências, proporcionar conhecimentos e
experiências próprios do mundo do trabalho
e propiciar escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao projeto de vida de cada um, com
liberdade, autonomia e responsabilidade.
112
Orientações
Regionalizações da Europa Oriente os estudantes na leitura
Embora a Eurásia seja uma continuidade geográfica que ao longo da história do mapa desta página. Faça um bre-
passou por períodos de intercâmbio, a grande diversidade de processos histó- ve exercício para que identifiquem a
ricos, políticos e sociais e as distintas culturas da Europa e da Ásia fazem com diferença de tamanho entre alguns
que os continentes sejam entendidos e estudados em separado. países. Se possível, apresente também
Hoje composta de 50 países, a Europa é um continente relativamente um mapa do Brasil na mesma escala
pequeno. Observe-os no mapa a seguir e note que, em geral, são territó- para que comparem o tamanho dos
rios pouco extensos. O maior deles é a Rússia, apesar de somente sua parte países europeus com o de alguns es-
ocidental estar na Europa; e o menor é o Vaticano, com apenas 0,44 km2. tados brasileiros.
Por séculos, processos de unificação, guerras, desmembramentos e outros
fatores levaram à constituição dos atuais limites políticos dos países que com-
Atividades
põem a Europa. É importante frisar que, nos dois últimos séculos, poucos países
europeus não tiveram seus limites e complementares
fronteiras modificados. Essa mobili- Europa: político – 2018 1. Organize a turma em grupos e
dade se deve à grande diversidade 0° 30° L retome o conceito de região com

Sonia Vaz
Cír
cul
oP
cultural, política e econômica que o la
r Ár os estudantes. Proponha uma bre-

ich
tico

w
marcou a história do continente. ve discussão e verifique o enten-

Green
ISLÂNDIA

Observe o mapa político da Europa e dimento deles sobre o assunto.


no de
1 - ANDORRA
note o atual traçado dos limites que 2 - MÔNACO Merid
ia FINLÂNDIA
Aproveite o momento e explore os
3 - SAN MARINO NORUEGA
definem os territórios dos países. 4 - LIECHTENSTEIN
SUÉCIA diferentes aspectos que cada regio-
No continente europeu estão 5 - VATICANO ESTÔNIA
Mar do
RÚSSIA
nalização pode ter. Estimule-os

ic o
algumas das mais novas e das mais Norte LETÔNIA (parte europeia)
N
a pensar em regionalizações his-
á lt
DINAMARCA r B LITUÂNIA
REP. M a RÚSSIA
antigas nações do mundo, além do IRLANDA
REINO
UNIDO
PAÍSES BAIXOS
BELARUS O L tóricas, políticas, econômicas – os
maior conjunto de países desenvol- OCEANO ALEMANHA POLÔNIA

vidos e industrializados – Inglaterra, ATLÂNTICO BÉLGICA


REP. UCRÂNIA S exemplos podem abranger outras
LUXEMBURGO TCHECA
Alemanha, Itália e França. Também
45°
N 4
ÁUSTRIA
ESLOVÁQUIA
MOLDÁVIA
Mar
Cáspio
áreas além do continente europeu.
FRANÇA HUNGRIA
foi lá que se formou o mais impor-
SUÍÇA
ESLOVÊNIA ROMÊNIA GEÓRGIA AZERBAIJÃO Na sequência, distribua entre os
CROÁCIA Mar Negro
tante bloco econômico da atuali- 1 2 3 BÓSNIA E SÉRVIA
HERZEGOVINA KOSOVO BULGÁRIA
ARMÊNIA
grupos algumas possíveis regiona-
PORTUGAL
dade, a União Europeia (UE).
5 MONTENEGRO MACEDÔNIA TURQUIA
ITÁLIA
ALBÂNIA
(parte europeia)
ÁSIA lizações do continente estudado e
Mar Mediterrâneo
0 720 1 440 km explique a eles que deverão cons-
ÁFRICA
1 : 72000000
truir uma apresentação multimídia
MALTA CHIPRE

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.
sobre a regionalização recebida.
Combine com os estudantes quais
serão as informações mínimas que
cada material deverá conter, como
mapa, países envolvidos, motivos
Halford J. Mackinder da regionalização, aspectos físi-
Dentre os teóricos da geopolítica, destaca-se o geógrafo inglês Halford J. Mackinder (1861-1947), cos, sociais e econômicos, entre
que ficou famoso no início do século XX ao apresentar o trabalho O pivô geográfico da história. Em suas outros que considerar pertinentes.
teses geopolíticas, Mackinder rejeitava a ideia tradicional da existência de quatro oceanos e seis continen- Ao final, cada grupo deverá fazer
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
tes. Para ele, na verdade só havia um grande oceano, cujas águas recobriam três quartos da totalidade uma breve apresentação sobre a
do globo, e outro um quarto emerso era denominado por ele de World Island (Ilha Mundial). Assim, sua regionalização pesquisada para o
DA EDITORA DO BRASIL
atenção estava voltada para a imensa massa de terra euroasiática, que, em sua definição, era o coração restante da turma.
continental (ou Terra Central), argumentando que a Europa havia sido formada historicamente ao reagir
às ameaças provenientes da Ásia.
Com base nesses estudos, ele construiu uma das mais famosas teses de estratégia geopolítica:
“Quem controla a Europa Oriental domina a Terra Central; quem controla a Terra Central domina a Ilha
Mundial; e quem controla a Ilha Mundial domina o mundo”.

113

113
Orientações A composição do continente europeu possibilita que ele seja regionalizado
Retome os conceitos de Ocidente e de múltiplas formas, considerando fatores distintos.
Oriente e auxilie os estudantes a inter- O período da Guerra Fria determinou a divisão do continente em dois gran-
pretar os mapas desta página. des blocos: a Europa Ocidental e a Europa Oriental. Observe o mapa abaixo.
Ressalte que, do ponto de vista Por sua vez, a localização geográfica dos países possibilita dividir o con-
espacial e econômico, o continente tinente em pelo menos quatro
europeu pode ser dividido nas se- Europa: Ocidental e Oriental – 2018 regiões: Europa Nórdica ou do
guintes regiões: Europa Ocidental, Norte, Europa Ocidental e Cen-

Débora Ferreira
30°O 0° 30°L 60ºL
Círc
ulo tral, Europa Oriental ou do Leste
Europa Setentrional, Europa Centro- Pola

ich
r Ár
30°O tico 0° 30°L 60ºL
e Europa Mediterrânea ou do Sul.

enw
-Oriental e Europa Meridional. A Círc ISLÂNDIA
u lo P

e Gre
60° olar

Merid enwich
N Árti
Europa Ocidental compreende os co

iano d
ISLÂNDIA

Gre
60°
países banhados pelo Atlântico, N FINLÂNDIA

no de
NORUEGA
tais como França, Reino Unido e OCEANO SUÉCIA

ia
1 - Eslovênia

Merid
FINLÂNDIA
ATLÂNTICO ESTÔNIA

áltico
República da Irlanda; os que se li- OCEANO
NORUEGA
Mar do
SUÉCIA LETÔNIA
RÚSSIA 2 - Croácia
Norte (parte europeia) 1 - Eslovênia
3 - Bósnia e Herzegovina

Mar B
gam ao Atlântico por meio do Mar ATLÂNTICO DINAMARCA ESTÔNIA

áltico
REP. LITUÂNIA 2 - Croácia
N Mar do RÚSSIA RÚSSIA 4 - Montenegro
IRLANDA
do Norte (Países Baixos, Alemanha e REINONorte LETÔNIA BELARUS (parte europeia) ÁSIA 3 - Bósnia e Herzegovina

Mar B
UNIDO PAÍSES BAIXOS 5 - Kosovo
O N REP.L DINAMARCA LITUÂNIA
Bélgica); e os que não têm saída para IRLANDA REINO BÉLGICA ALEMANHA RÚSSIA
POLÔNIA
BELARUS ÁSIA
4 - Montenegro
6 - Macedônia
UNIDOLUXEMBURGO REP. UCRÂNIA 5 - Kosovo
7 - Vaticano
o mar, mas são vistos como ociden- O 45°N SL PAÍSES BAIXOS
ALEMANHA
TCHECA
POLÔNIA ESLOVÁQUIA Mar 6 - Macedônia
8 - Andorra
BÉLGICA MOLDÁVIA Cáspio
tais: Áustria, Suíça e Luxemburgo. Já S
FRANÇA SUÍÇA
LUXEMBURGO
11 ÁUSTRIA
REP.
TCHECA1 2
HUNGRIA UCRÂNIA 7 - Vaticano
9 - Mônaco
ESLOVÁQUIA ROMÊNIA
45°N GEÓRGIA AZERBAIJÃO
Mar
a Europa Setentrional é a região que FRANÇA
8
11
SUÍÇA 9 ÁUSTRIA 10 HUNGRIA 3 SÉRVIA MOLDÁVIA Mar Negro Cáspio
ARMÊNIA
8 - Andorra
10 - San Marino
PORTUGAL BULGÁRIA 9 - Mônaco
11 - Liechtenstein
abrange Noruega, Suécia, Dinamarca ESPANHA ITÁLIA
1 2
7
4 ROMÊNIA
5
6 TURQUIA
GEÓRGIA AZERBAIJÃO
10 - San Marino
3 SÉRVIA Mar Negro ARMÊNIA Europa Ocidental
e ainda Estônia, Letônia e Lituânia, PORTUGAL
ESPANHA
8 9
ITÁLIA
10 ALBÂNIA
BULGÁRIA
4 5 GRÉCIA
(parte europeia)
11 - Liechtenstein
Europa Oriental
incorporados depois da década de Mar Mediterrâneo 7
ALBÂNIA
6 TURQUIA
(parte europeia) 0 480 960 km Europa Ocidental

1990. A Europa Centro-Oriental é for- ÁFRICA


Mar Mediterrâneo
MALTAGRÉCIA CHIPRE
0
1 : 48 000 000
480 960 km
Europa Oriental

mada pelos antigos países socialistas Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43;
ÁFRICA
GIRARDI, Gisele;
1 : 48 000 000
MALTAgeográfico do estudante
ROSA, Jussara Vaz. Atlas . São Paulo: FTD, 2011. p. 135.
CHIPRE
do Leste: Romênia, Bulgária, Albânia,
Sérvia, Montenegro, Kosovo, Eslovênia,
Europa: regionalização físico-geográfica – 2018
Croácia, Bósnia e Herzegovina e
Contudo, a consolida-
Mario Yoshida

Cír
Macedônia do Norte. Por fim, a cu
h

lo
enwic

Po
Cír
cu la rÁ ção e o fortalecimento do
h

Europa Meridional é uma área ao lo rtic


enwic

Po o
e Gre

lar
Árt
ISLÂNDIA
ico principal bloco econômico
sul do continente em que quase to-
e Gre

iano d

ISLÂNDIA
do mundo, a União Europeia,
iano d

dos os países são banhados pelo Mar


Merid

tornam-se a principal refe-


Merid

OCEANO
Mediterrâneo: Portugal, Espanha, ATLÂNTICO
SUÉCIA FINLÂNDIA
rência de análise ao estu-
OCEANO
Itália, Grécia. ATLÂNTICO
SUÉCIA
NORUEGA FINLÂNDIA
darmos o continente.
NORUEGA
ESTÔNIA
RÚSSIA
Mar do ESTÔNIA (parte europeia)
Norte LETÔNIA RÚSSIA
Mar do Mar
IA (parte europeia)
50° IRLANDA REINO
Norte DINAMARCA LETÔNLITUÂNIA
Báltico
N UNIDO Mar RÚSSIA ÁSIA
50° N
IRLANDA REINO DINAMARCA Báltico LITUÂNIA
N BELARUS
UNIDO PAÍSES BAIXOS RÚSSIA ÁSIA
N
PAÍSES BAIXOSALEMANHA POLÔNIABELARUS
O L BÉLGICA
POLÔNIA UCRÂNIA
ALEMANHA
O L REP. TCHECA LUXEMBURGO
BÉLGICA
ESLOVÁQUIA Mar

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
S REP. TCHECA LUXEMBURGO UCRÂNIA
MOLDÁVIA
ÁUSTRIA Cáspio
SUÍÇA ESLOVÁQUIA
HUNGRIA Mar
S FRANÇA MOLDÁVIA
ÁUSTRIA ESLOVÊNIA ROMÊNIA Cáspio
SUÍÇA ITÁLIA HUNGRIA
CROÁCIA Europa Mediterrânea
DA EDITORA DO BRASIL
FRANÇA Mar Negro
ESLOVÊNIABÓSNIA E ROMÊNIA
SÉRVIA
PORTUGAL CROÁCIA
HERZEGÓVINA ouMediterrânea
do Sul
ANDORRA ITÁLIA BULGÁRIA Mar Negro Europa
PORTUGAL BÓSNIA E SÉRVIA KOSOVO
MONTENEGRO
HERZEGÓVINA ou doEuropa
Sul Ocidental
ANDORRA
ESPANHA MACEDÔNIA TURQUIA
BULGÁRIA
MONTENEGRO KOSOVO e Central
ESPANHA
ALBÂNIA
MACEDÔNIA TURQUIA Europa Ocidental
ALBÂNIA GRÉCIA e Central
Europa Oriental
Mar Mediterrâneo
GRÉCIA
ou do Leste
Europa Oriental
Mar Mediterrâneo
ou doEuropa
Leste Nórdica
0 480 960 km
ÁFRICA ouNórdica
Europa do Norte
0 4801 : 48 000 000
960 km
0° ÁFRICA ou do Norte
1 : 48 000 000
0° Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43.

114

114
Faça no caderno

5. O período da Guerra Fria determi-


Atividades nou a divisão do continente em dois
grandes blocos: a Europa Ocidental e
1 Caracterize o continente euroasiático com base nas semelhanças entre Europa e Ásia. a Europa Oriental. De acordo com a
localização geográfica, o continente
2 Localize geograficamente a Europa, considerando os hemisférios terrestres.
pode ser dividido em quatro regiões:
3 Que limites naturais separam a Europa da: Europa Nórdica ou do Norte, Europa
a) Ásia? Ocidental e Central, Europa Oriental
ou do Leste e Europa Mediterrânea
b) África?
ou do Sul.
4 Quais foram as relações entre Europa e Ásia ao longo da história?
Para refletir
5 Quais são as principais regionalizações do território europeu? 1. “[...] processos de unificação, guer-
ras, desmembramentos e outros
Para refletir fatos levaram à constituição dos
atuais limites políticos dos países
1 Compare o mapa a seguir com o mapa político da Europa, da página 113. Extraia do texto de teoria europeus. [...] Essa mobilidade se
deste capítulo o fragmento que faz a melhor referência à análise comparativa dos mapas. Em seguida,
deve à grande diversidade cultural,
anote duas mudanças na configuração política do território europeu.
política e econômica que marcou
a história do continente.” Resposta
Europa: político – início da Primeira Guerra Mundial – 1914
Círc
pessoal. É possível citar o fim dos

Débora Ferreira
30°O ulo 0° 60°L
Pola
r Ár impérios Alemão e Austro-Húngaro
Green o de

tico
wich

ISLÂNDIA
a partir da delimitação das fronteiras
ian

(DIN)
Merid

60°
N de diversos países.

NORUEGA
Desafio
OCEANO
SUÉCIA 1. A ligação natural entre o Oceano
ATLÂNTICO Mar do
Norte
IMPÉRIO RUSSO
Atlântico e o Mar Mediterrâneo –
IRLANDA
GRÃ-
-BRETANHA DINAMARCA
Mar
Báltico N que separa o continente africano do
REINO UNIDO O L
europeu – é o Estreito de Gibraltar.
PAÍSES BAIXOS

BÉLGICA
IMPÉRIO ALEMÃO Tem grande importância econômi-
45°N
LUXEMBURGO
S
ca por ser uma das rotas marítimas
IMPÉRIO
AUSTRO-HÚNGARO comerciais mais movimentadas do
FRANÇA SUÍÇA

ROMÊNIA
mundo.
Mar Negro
SÉRVIA
ITÁLIA MONTENEGRO BULGÁRIA
AL
TUG

ESPANHA
ALBÂNIA IMPÉRIO OTOMANO
POR

GRÉCIA
0 464 928 km
CHIPRE
MALTA Mar Mediterrâneo
(Ocupado pelo Reino
1 : 46 400 000 ÁFRICA (RUN) 30°L Unido durante a guerra)

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante.


São Paulo: FTD, 2016. p. 138.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Desafio

1 Pesquise em fontes confiáveis o nome da ligação marítima natural entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano
Atlântico e sua importância econômica para o continente europeu.

115

Orientações
½½ Respostas 3. a) A leste, os Montes Urais e, a sudeste, as montanhas do
1. Espera-se que o estudante conclua que a Eurásia é a es- Cáucaso e o Mar Negro separam a Europa da Ásia.
trutura física unitária em que se desenvolveram relações b) O Mar Mediterrâneo separa a Europa da África.
históricas, como os fluxos de mercadorias e as disputas 4. Grandes impérios formaram-se ao longo da história conec-
territoriais entre a Europa e a Ásia. tando territorialmente os dois continentes. Além dos impé-
2. Quanto à latitude, a Europa está inteiramente posicionada rios, as rotas comerciais foram fundamentais para todo esse
no hemisfério norte. Em relação à longitude, a maior parte intercâmbio. Atualmente, o crescimento econômico chinês
do continente está no hemisfério oriental, e uma menor tem impulsionado a formação de um novo intercâmbio glo-
porção está no hemisfério ocidental. bal entre Ásia e Europa.

115
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as características das
estruturas e formas do relevo eu-
ropeu.
• Distinguir as principais formas planál- Relevo
ticas e suas localizações na Europa.
• Analisar a relação entre o relevo e
as formas de uso dos solos.

Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou o bloco continental da Eurásia, a relação histórica
pedagógicos
entre a Ásia e a Europa e algumas formas de regionalização do continente. Neste capí-
As formações de relevo, suas ca- tulo, você estudará as principais caraterísticas do relevo europeu.
racterísticas e sua relação com possí-
veis usos do solo são conhecimentos
previamente trabalhados no Ensino
Fundamental (EF04GE11, EF06GE05, Estrutura e formas do relevo
EF06GE10) que se relacionam com os O relevo do continente europeu constitui-se de três principais feições
assuntos vistos no capítulo. O resgate geológicas e morfológicas: os maciços antigos do norte e nordeste, as planícies
dessas habilidades pode ser de gran- e terras baixas centrais e as cadeias montanhosas recentes do sul e sudeste.
de importância para o início da dis- Há predominância de extensas planícies e terras baixas, as quais ocupam apro-
cussão sobre o tema “Relevo europeu”. ximadamente dois terços do território, com altitudes médias inferiores a 200
metros. A maioria da população ocupa esses relevos, onde também estão as
Orientações principais concentrações urbanas, industriais e agrárias do continente. Observe
no mapa a seguir a estrutura e as principais formas do relevo europeu.
Utilize o mapa desta página para
retomar com os estudantes os concei-
Europa: estrutura e formas do relevo
tos relacionados a relevo. Ressalte que
Alessandro Passos da Costa

Cír 0° 40° L
a Europa é o continente que apresen- cu
lo P
ola OCEANO

MO
r Ár
ta a menor altitude média e que, do tico

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GLACIAL ÁRTICO

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MACIÇO Mar
ponto de vista geomorfológico, pode
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Branco

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ser dividida em Europa Setentrional


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e Europa Meridional. Destaque que Ma
PLANÍCIE

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Meridian

SARMÁTICA
de
C
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a Europa Meridional, ao sul do conti-


G.

OCEANO
ES

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ATLÂNTICO AL
nente, tem formação recente e apre-
senta longas cadeias montanhosas PLANALTO
DE N
PLANALTO
o

que se estendem desde a Cordilheira VALDAI


l ti c

DO

VOLGA
Bética até o Cáucaso. É onde está lo- Mar do PLANALTO O L
M

a
T ES

M CENTRAL Cadeias de
Norte
. P ENINO

calizado um dos mais altos montes da O-POLON ESA


RUSSO
S montanhas recentes
RMAN
Europa: o Monte Branco. E GE Planaltos em
S

Í CI M
AN UCRAACIÇO escudos antigos
PL NIA
Canal da Mancha M
T NO Mar
BO ES. Cáspio Planícies e/ou terras
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mar
MACIÇO ÊM DA de
AT
RENANO IA CÁRP OS Azov baixas em bacias
sedimentares

DA EDITORA DO BRASIL
CÁUCASO
S Relevo em terras
Baía de MACIÇO ALPE M a r Ne g r o vulcânicas
Biscaia CENTRAL LP
FRANCÊS
A

ES
MTES. CANTÁ M DI N
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S PIREN ar ÁR BÁLCÃS
EUS Ad ICO
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S tico
I

40° N

PIN Fonte: CALDINI, Vera;


M

MESETA
ar

DO
ESPANHOLA ÍSOLA, Leda. Atlas
Eg
eu

A 0 385 770 km
ÉTIC geográfico Saraiva. 4. ed.
CO RD. B Mar
1 : 38 500 000 São Paulo: Saraiva, 2013.
Mediterrâneo
p. 115.

116

116
Ao norte e a nordeste da Europa encontram-se áreas de maciços cristalinos Orientações
Relevo tabular:
muito antigos, formados na Era Paleozoica, os quais deram origem às montanhas. corresponde a áreas Retome com os estudantes as dis-
Estas, por sua vez, sofreram, ao longo de milhões de anos, intensos processos do relevo com feições tintas formações de relevos: planaltos,
semelhantes a
erosivos e tectônicos. Esses fenômenos originaram áreas cobertas por sedimen- mesas, de formação planícies, depressões e montanhas.
tos, formando os planaltos de elevações arredondadas. Muitos planaltos têm tam- sedimentar. As Com base no mapa da página an-
bém forma de relevo tabular, recebendo, na Espanha, a denominação de meseta. superfícies são
elevadas, mais ou terior, nas fotografias desta página e,
As principais formas planálticas da Europa são: os Alpes Escandinavos, na menos aplainadas, se possível, em outras previamente
Península Escandinava, na Noruega e na Suécia; os Montes Peninos, na Ingla- em razão das
selecionadas, ilustre para os estudan-
terra; a Meseta Espanhola, no centro da Espanha; o Maciço Central Francês, no deposições e erosões
ao longo de milhões tes as formas de relevo que compõem
centro-sul da França; o Maciço da Boêmia, na República Tcheca; o Planalto de de anos. o continente europeu. Se considerar
Valdai e o Planalto Central Russo, na Rússia.
pertinente, proponha um breve exer-
Dominando o centro e o leste do continente, de
cício com eles e utilize um mapa para

Tatiana Dyuvbanova/iStockphoto.com
origem fluvial e glacial, destacam-se as planícies e
as terras baixas sedimentares. A Planície Germano- que identifiquem a localização dos
-Polonesa estende-se entre a Alemanha e a Polônia; lugares apresentados.
a Planície Húngara localiza-se na Hungria; a Planície
do Rio Pó, na Itália; a Planície Russa (ou Sarmática), Para aprofundar
na Rússia; a Bacia do Tâmisa, no sul da Ilha da Grã- A reportagem “Vulcão Etna
-Bretanha; e a Bacia do Sena, no norte da França. registra erupção com emissão de
Nas áreas centrais, sul e sudeste do continente cinzas e lava da cratera sudeste”
europeu se encontram os terrenos de formações Formas planálticas. Noruega, 2018. retrata uma recente erupção do
geológicas mais recentes. São os dobramentos vulcão Etna. Disponível em: https://

Alexei Danichev/Sputnik/AFP
modernos da Era Cenozoica, formados por cadeias noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/
de montanhas muito altas. Devido à formação efe/2021/09/21/vulcao-etna-registra
recente, esses terrenos estão sujeitos às instabili-
-erupcao-com-emissao-de-cinzas-e
dades tectônicas, neles podendo ocorrer terremotos
-lava-da-cratera-sudeste.htm. Acesso
e vulcanismos. São exemplos de cadeias de monta-
em: 9 jun. 2022.
nhas: os Alpes, que se estendem do sul da França ao
leste da Áustria; os Montes Apeninos, na Península
Itálica; os Pireneus, entre a França e a Espanha; os
Cárpatos, ao redor da Planície Húngara; o Cáucaso,
O Monte Elbrus, com mais de 5 600 m de altitude, localizado na
entre o Mar Negro e o Mar Cáspio; e os Bálcãs, na Cordilheira do Cáucaso, é o ponto de maior altitude da Europa.
Península Balcânica. Fotografia de 2021.

Vulcão Etna
Anadolu Agency/AFP

O Etna, situado na ilha italiana da Sicília, é o maior vulcão


ativo da Europa e está em constante erupção. Uma de suas
mais recentes manifestações eruptivas ocorreu em 2022. Em
2013, ele foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade
pela Unesco. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Esse vulcão é um importante elemento da economia da
Sicília, pois suas encostas são extremamente férteis; além
disso, ele atrai muitos turistas.
Atingindo aproximadamente 3 357 m de altitude, o Etna é um dos
mais altos vulcões do mundo. Na fotografia ao lado, é possível ver a
coluna de fumaça e o magma sendo expelido durante uma erupção.
Província de Catânia, Itália, 2022.

117

117
Orientações No relevo europeu há também terrenos muito baixos, com altitudes negati-
Construa na lousa um esquema vas, formados pelas depressões absolutas (abaixo do nível do mar). Eles loca-
representativo das depressões abso- lizam-se junto ao Mar Cáspio – Depressão Caspiana (entre Europa e Ásia) – e
lutas. Se possível, apresente fotogra- Diques na foz do Rio Reno, na Holanda (Países Baixos).
construídos para controlar o
fias previamente selecionadas para Para ocupar os terrenos abaixo do nível do mar, a Holanda fez obras de
avanço da água do mar em
ilustrar algumas dessas formações e área de depressão absoluta. engenharia hidráulica, a fim de obter espaço para a atividade agrícola. Ao ater-
o tipo de engenharia para conter a Províncias de Holanda do Sul rar partes da costa e construir diques de contenção para evitar a invasão da
e Zelândia, Países Baixos,
invasão da água do mar. 2018.
água do mar, o país ganhou mais espaço. Essas áreas são chamadas pôlderes.
Ressalte que nos Países Baixos, lo-

Robbert Frank Hagens/Alamy/Fotoarena


calizados na Europa Ocidental, um
terço do território está abaixo do ní-
vel do mar, onde vivem 60% da po-
pulação.
Nessa região está também o delta
do Reno-Mosa-Escalda, local em que
três rios deságuam no Mar do Norte.
É uma das regiões mais densamente
povoadas da Europa.
½ Respostas

Um pouco mais sobre


1. Ocorreu em 1o de setembro de 2019.
Atingiu algumas regiões do centro
Faça no caderno

da Itália.
2. a) Porque está na convergência Terremoto atinge região central da Itália e provoca pânico
entre duas placas tectônicas: a Uma nova sequência de terremotos atingiu algumas regiões no centro da Itália na madru-
Euroasiática e a Africana. gada deste domingo (1), na mesma área devastada por tremores em 2016 e 2017. Até o momento,
b) Desalojamento de pessoas, des- não há informações sobre vítimas ou danos. No entanto, o tremor de terra provocou pânico
truição da agricultura, perda de entre os moradores do centro do país.
monumentos históricos, mor- De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), o primeiro sismo
tes por soterramento, perda do ocorreu às 2h02 (horário local) com magnitude de 4.1 graus na escala Richter. Seu hipocentro
acesso à água potável, entre ou- foi registrado a 8km de profundidade e o epicentro a 4km da cidade de Norcia, 13km de Arquata
tros. del Tronto, e 14km de Accumoli. O terremoto deste domingo foi seguido por duas réplicas de
c) Do ponto de vista geológico, magnitude 3,2 e 2 na escala Richter e precedido por outros quatro abalos de 2,8 e 2 graus, com
epicentro próximo a Trevi, em Perugia. Os tremores de magnitude 4.1 e 3.2, em particular, tam-
os terremotos são vistos como
bém foram sentidos em Rieti e nas províncias de Ascoli Piceno, Macerata e Ancona. Em 2016, a
agentes construtivos da crosta
mesma região foi devastada por uma sequência sísmica, iniciada no dia 24 de agosto. Na época,
terrestre, pois a energia liberada
os fenômenos provocaram a morte de 333 pessoas e 23 bilhões de euros em danos.
pelo fenômeno cria formas na su- UOL. Terremoto atinge região central da Itália e provoca pânico. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2019/09/01/
perfície. Muitos podem acreditar terremoto-atinge-regiao-central-da-italia-e-provoca-panico.htm. Acesso em: 9 jun. 2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
que os terremotos são agentes
destrutivos, mas, segundo os
geólogos, não são os terremo-
DA EDITORA DO BRASIL
1 Onde e quando ocorreu o terremoto relatado no trecho da notícia?

2 Pesquise em fontes confiáveis e responda às questões a seguir.


tos que geram mortes, e sim as
construções erguidas em locais a) Por que o continente europeu é bastante afetado por abalos sísmicos?
com instabilidade tectônica. b) Quais são os impactos sociais causados pela ocorrência de terremotos?
c) O terremoto é um agente construtivo ou destrutivo? Por quê? Discuta esse ponto com os colegas.

118

118
Orientações
O relevo e as formas de uso da terra Retome com os estudantes o mapa
A predominância de planícies sedimentares de origem fluvial favoreceu o da página 116 e auxilie-os a localizar
deslocamento humano pelos eixos de seus rios, bem como a ocupação por ativi- os lugares representados nas fotogra-
dades agrárias e industriais modernas. Nessas regiões encontramos as áreas de fias, para compreender a relação entre
maior dinamismo econômico, as principais hidrovias do continente e as maiores
as formas de relevo retratadas e sua
concentrações populacionais.
representação cartográfica. Pergunte
a eles: “As cidades representadas nas
mehdi33300/Shutterstock.com

fotografias desta página estão locali-


zadas em áreas de cadeias de monta-
nhas recentes, de planaltos em escu-
dos antigos ou em planícies e terras
baixas em bacias sedimentares?”.

Vista aérea de trecho do


Rio Danúbio, na cidade de
Budapeste, Hungria, 2021. Esse
rio é o segundo mais longo do
território europeu, com mais de
2 800 km de extensão.

Nas áreas com formações de relevo de maiores altitudes, definidas por


cadeias montanhosas recentes, há menor densidade demográfica. Nessas
regiões são desenvolvidas importantes atividades econômicas, como a pecuária
e o cultivo agrícola de frutas.
A ocupação da porção sul do continente europeu, influenciada pela proxi-
midade com o Mar Mediterrâneo, foi privilegiada historicamente em decorrência
da facilidade de fluxos marítimos e fluviais. A atividade turística passou a ser
um importante fator de ocupação do espaço e é uma das principais atividades
econômicas dos países mediterrâneos, como França, Itália, Espanha e Grécia.
Bo Arrhed/Alamy/Fotoarena

Michael Mulkens/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Criação de ovelhas próximo ao montes Pireneus. França, 2021. Porto em Monte Carlo, Mônaco, 2019.

119

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 e o espírito de investigação e de resolução de
Competências específicas de Geografia 1 e 3 problemas, desenvolver autonomia e senso crítico
para compreensão e aplicação do raciocínio
Habilidade EF09GE17 geográfico na análise da ocupação humana e
O conteúdo desta página possibilita aos da produção do espaço, valorizar e utilizar os
estudantes compreender as características conhecimentos historicamente construídos sobre
físico-naturais e a forma de ocupação e de usos o mundo físico, social e cultural para entender
da terra em diferentes regiões da Europa, utilizar a realidade, exercitar a curiosidade intelectual e
os conhecimentos geográficos para entender a recorrer a abordagens próprias das ciências, como
interação sociedade/natureza, exercitar o interesse a reflexão e a análise crítica.

119
Orientações
½½ Respostas Observe o mapa e o perfil topográfico a seguir e responda às questões.

Olhar cartográfico Europa: físico

Mario Yoshida
1. No corte, partindo do Oceano Círc
30°O
C
30°O 15° O 15° O
OCEANO GLACIAL
OCEANO ÁRTICO
GLACIAL ÁRTICO
0° 0° 15°L 15°L 30°L 30°L 45°L 45°L 60°L 60°L

ulo írculo Mar deMar de

M
Atlântico em direção ao leste, en- Pola Po

Gree no de

nwic e
r Á lar Á BarentsBarents

ON

ON
d
rtic r
o tico

iano
h

h
nwic
contramos: planaltos (Pireneus) e

TE

TE
ia
Merid

Merid
Gree

S
R. Torr

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R. Torr
I. Islândia
I. Islândia
Mar BraMnacro Branco a a
Maciço Central Francês, cordilhei- gd gd

UR

UR
he he

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Vic Vic

e
60° 60° R. R.

AV

AV

AI

AI
N N
ras (Alpes), planícies (Planície da

DIN

DIN

S
Lago Lago

AN

AN
Onega Onega
Hungria), cadeia de montanhas

SC

SC

na

na
Glittertind
Glittertind

SE

SE

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2 472 m2 472 m Lago Lago
OCEANO
OCEANO

PE

PE

Su

Su
(Cárpatos) e planaltos (Planalto LadogaLadoga

AL
lândia lândia

AL

R.
ATLÂNTICO da Fin da Fin

R.
ATLÂNTICO Golfo Golfo
PlaníciePlanície
Sarmática olga
Sarmática lga
R. V R. Vo

ltico

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Central Russo). Golfo Golfo PlanaltoPlanalto
de de

á
Ilha Ilha

á
Mar do Mar do de Riga de R. Riga

Mar B

Mar B
da da Dvin R. Dvin Valdai Valdai Bacia de Moscou
Bacia de Moscou
2. Predominam as planícies com alti- Grã- Grã-NorteNorte
Mar-Bretanha
a a
PlanaltoPlanalto
Ilha da Ilha da Mar-Bretanha PlanaltoPlanalto
do Volga
Central Central do Volga
tudes até 200 metros. N N da
IrlandaIrlanda
da
IrlandaIrlanda

R. Volga

R. Volga
sa Russo Russo
is a is a ne
lo o-Polone sa
R. Tâm R. Tâm m an o-Po m an R . V í s t ulRa. V í s t uR.
la PripatR. Pripat
ie Ger
3. São as áreas mais densamente po- Planíc Planície
Ger

R. OdRer. E
O L

R. Oder
O L
CR C

R. R

R. RR. E
Canal da Mancha
Canal da Mancha R. D .D Altitude (em metros)
Altitude (em metros)
voadas. Às margens dos rios estão Gerlachovsky Do
n
Do
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Gerlachovsky

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R. R.
R. R.

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2 655 m2 655 Rm. Din R. D

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S S Se
na na iesteriniester

per

per
R AcimaAcima
de 4000de 4000
instaladas importantes indústrias e 45°N 45°
N R . L oire R. Loire Glockner
. R
GlocknerDanúbioDanúbio.
a r a r


Monte Monte 3 797 m3 797 m M zov M oElbrus
v Elbrus
B B PlaníciePlanície Az5 633 m5 633 m 3000 a3000
4000a 4000

RP

RP
BrancoBranco da da A
concentra-se grande parte da ativi- 4no807 m4no807 m E S E S

AT

AT
MaciçoMaciço Península
Central Central A L P L P
HungriaHungria Península CÁU CÁU 3 000a 3 000
2000 a2000

OS

OS
CASO CASO
A

R. Róda

R. Róda
R. Pó R. Pó da Crimeia
da Crimeia
dade agropecuária. PIR
FrancêsFrancês
ENE PIRENE M
ar
A
MDIN LPEDIN ALP R. Dan R. Dan
ar Á S Á ES
úbio úbio Mar Negro Mar Negro 1500 a1500
2000a 2000
R. DouroR. Douro US US AP APAd ARdIC RI Estr. deEstr. de 1000 a1000
1500a 1500
EN ENriá riáOS CO BósforoBósforo
Aneto Aneto S
R. Tejo R. Tejo IN INtic tic 600 a 600
1000a 1000
Atividades
PENÍNSULAPENÍNSULA3 404 m 3 404 I.
m Córsega I. Córsega OS OSo o BÁLCÃSBÁLCÃS
Vulcão Vulcão
IBÉRICAIBÉRICA VesúvioVesúvio Olimpo Olimpo 400 a 400
600 a 600
1 277 m1 277 m 2 917 m2 917 m
A A I. SardenhaI. Sardenha Mar MarÁSIAÁSIA
complementares
Is. Baleares
Is. Baleares Mar Mar PINDO PINDO 200 a 200
400 a 400
Mar Mar
TirrenoTirreno Jônico Egeu Egeu
Estr. deEstr.
Gibraltar
de Gibraltar JônicoParnasoParnaso 100 a 100
200 a 200
Vulcão Vulcão
I. SicíliaI. Sicília Etna Etna 2 457 m2 457 m
1. Essa atividade poderá ser feita 3 357 m3 357 m
I. RodesI. Rodes 50 a 100
50 a 100
0 0 406 406 812 km 812 km I. Creta I. Creta 0 a 500 a 50
de maneira interdisciplinar com ÁFRICA
ÁFRICA
Mar Mediterrâneo
Mar Mediterrâneo
PicosPicos
1 : 40 6001 000
: 40 600 000
História. Destaque para os estu-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 42.
dantes a importância histórica do
Mar Mediterrâneo. Cite povos que Europa:
Europa:perfil
perfiltopográfico
topográfico

Paula Haydee Radi


habitaram suas áreas costeiras, co- Danúbio
Altitude

Volga
Don
Douro

Dnieper
Ródano
Garonne

mo etruscos, gregos, fenícios, ro-

Dniester
(em metros) Escala horizontal
OCEANO ATLÂNTICO

Acima de 2 000 1:36 000 000


manos, macedônios, entre tantos De 500 a 2 000 Escala vertical
De 200 a 500 1: 220 000
outros. Apresente a eles um mapa do Alpes De 0 a 200 Exagero vertical
164 vezes
Mediterrâneo e solicite que reflitam Maciço
Menos de 0

sobre a importância desse mar ao Central


Pirineus Francês Cárpatos
longo da história, objeto de dispu- Planície Planalto Depressão
da Hungria
tas desde a Antiguidade. A reflexão Central Russo Caspiana
Europa: perfil topográfico
proporciona maior protagonismo A B C

dos estudantes no processo de en- Altitude


Danúbio

Volga
Don
Douro

Dnieper
Ródano
Garonne

Dniester

(em metros) Escala horizontal


OCEANO ATLÂNTICO

sino-aprendizagem. Acima de 2 000 1:36 000 000


De 500 a 2 000 Escala vertical
Na sequência, inicie uma breve dis-
cussão sobre o tema e conduza a
Alpes MATERIAL DE DIVULGAÇÃO De 200 a 500
De 0 a 200
1: 220 000
Exagero vertical
164 vezes
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara
Vaz. Atlas geográfico do estudante.
DA EDITORA DO BRASIL
Menos de 0
atividade de modo queCentral os estudan-
Maciço São Paulo: FTD, 2011. p. 119.

tes compreendam Pirineusa Francês


importância Cárpatos 1 Identifique as formas e as altitudes predominantes do relevo europeu.
Planície Planalto
econômica e política da dominação da Hungria Central Russo
Depressão
2 Analise o perfil Caspiana
topográfico e caracterize as formas do relevo europeu.
dessaAregião. Para isso, apresente- B C

-lhes os povos que a dominaram ao 3 Localize no mapa e pesquise em fontes confiáveis quais são as principais formas de ocupação e uso do
longo da história. Depois, organize solo das áreas de planície da Europa?
a turma em grupos e solicite que
cada um escolha um império, um 120
intervalo temporal ou outro recor-
te que considerar pertinente para
elaborar um cartaz informativo que
retrate o Mediterrâneo nesse perío- Foco na BNCC
do – as disputas que o envolviam, Competência específica de Ciências Humanas 7
as formas de uso e sua importância A utilização das linguagens cartográfica e gráfica
econômica, assim como o império nesta página contribui com o desenvolvimento
ou povos que o dominavam ou o do raciocínio espaço-temporal.
disputavam. Ao final, cada grupo
deverá apresentar ao restante da
turma o cartaz produzido.

120
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 O continente europeu pode ser dividido em regiões com base em suas principais feições de relevo. Quais
1. A Europa pode ser regionalizada
são essas regiões? Localize-as no espaço europeu.
em três grandes áreas, do ponto
2 Quais formas de relevo predominam no território europeu? Cite três exemplos. de vista de suas feições geológicas
e geomorfológicas: maciços antigos
3 Caracterize os planaltos do continente europeu quanto à sua origem e formação.
(ao norte do continente), planícies
4 O relevo é um importante fator geográfico para a ocupação humana. Relacione as principais feições de sedimentares (na porção central) e
relevo às formas de uso e apropriação do ser humano no continente. cadeias recentes (situadas na porção
sul da Europa).
Para refletir 2. Predominam as planícies. Exemplos:
Planície Sarmática, Planície do Pó e
1 Leia o trecho a seguir, escrito pelo alpinista brasileiro Waldemar Niclevicz (1966-), e responda às questões.
Planície Húngara.
A escalada 3. Encontram-se áreas de maciços cris-
O Elbrus, com 5.642 m de altitude, é a maior montanha da Europa. Está situado no sul da Rús- talinos muito antigos, formados na
sia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser Era Paleozoica, que sofreram inten-
indicado como a maior montanha da Europa, título dado pela maioria ao Mont Blanc (ponto cul- sos processos erosivos e tectônicos
minante dos Alpes Europeus, com 4.807 m). ao longo de milhões de anos sendo,
[...] por fim, cobertas por sedimentos.
O Elbrus é um vulcão extinto, e como todo vulcão tem suas encostas suaves, devido ao derra- Apresentam elevações arredonda-
mamento da lava. Não oferece dificuldades técnicas, comparado aos seus vizinhos do Cáucaso. das, que não ultrapassam 2 500 m.
Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800 m (ainda 4. Resposta pessoal. Espera-se que o
que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção). estudante construa uma relação
É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço e, perto direta entre as atividades agrícolas
dos refúgios, lixo de toda a espécie, principalmente grande quantidade de latas. Para se chegar
modernas e mecanizadas e as áreas
até o cume basta um par de bastões de esqui, botas duplas e grampões. Mas é preciso estar bem
de planícies, além de relacionar as
aclimatado, pois são 5.642 m. A partida para o cume pode ser feita do local onde existia o Refúgio
regiões montanhosas às atividades
Priut II, a 4.100 m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.
[...]
agrícolas mais tradicionais. Espera-se
A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser
também que o estudante retome as
contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais leituras do capítulo e apresente ele-
alto da Europa. mentos relativos à maior e à menor
NICLEVICZ, Waldemar. Elbrus. Disponível em: www.niclevicz.com.br/elbrus. Acesso em: 7 abr. 2022. densidade demográfica ao comparar
as áreas de planalto e planície com
a) Diferencie os dois montes citados no texto quanto à localização e ao conjunto de montanhas em que as regiões montanhosas.
estão situados.
Para refletir
b) Aponte as semelhanças entre eles, considerando a estrutura geológica e o relevo.
1. a) Mont Blanc (Monte Branco), nos
c) Com base no depoimento do alpinista, pode-se afirmar que esse local está ameaçado pelo turismo?
Alpes, entre Itália e França (ponto
Explique.
mais alto da Europa Ocidental),
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO e Monte Elbrus, no Cáucaso, na
Desafio DA EDITORA DO BRASIL Rússia.
b) Ambos são dobramentos mo-
1 Pesquise em fontes confiáveis e descubra três vulcões em atividade na Europa. Obtenha informações dernos da Era Cenozoica, for-
sobre a última vez que entraram em atividade, o país em que estão e os possíveis impactos que causaram mados por cadeias de monta-
na região em que estão localizados. nhas muito elevadas.
c) Segundo Waldemar, o Elbrus foi
a montanha em que ele mais
viu lixo até hoje – muitas fer-
121
ragens abandonadas, cabos de
aço e, perto dos refúgios, lixo
de toda espécie, principalmente
grande quantidade de latas.
Desafio
1. Resposta pessoal.

121
3
Objetivos do capítulo
• Identificar e caracterizar os princi-
pais rios e lagos da Europa.
• Analisar a importância dos princi-
pais rios europeus. Hidrografia
• Compreender a importância do
transporte fluvial e marítimo para
o continente.

Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou as principais caraterísticas do relevo europeu. Neste
pedagógicos
capítulo, você estudará os principais rios e lagos da Europa e a importância deles para
A hidrografia, as formas de uso o continente.
dos corpos-d’água e sua importân-
cia são conhecimentos previamente

Rios principais
trabalhados no Ensino Fundamental
(EF04GE11, EF05GE10, EF06GE04,
EF06GE06, EF06GE10, EF06GE12) que Os rios da Europa são, em geral, de pequena

Rick Neves/Shutterstock.com
se relacionam com os assuntos vistos extensão, embora bem distribuídos e abundantes
no capítulo. O resgate dessas habilida- no território. São também muito utilizados para a
des pode ser de grande importância navegação, com intenso escoamento de produtos,
para o início da discussão sobre o tema visto que vários deles atravessam extensas planícies,
“Hidrografia da Europa”. no centro e no norte do continente.
Assim como ocorre em outros continentes, a
qualidade da água dos rios e as reservas de água da
Orientações
Europa estão bastante comprometidas. A poluição, o
Faça a leitura mediada do conteúdo uso excessivo e o desperdício de água são problemas
desta página. Utilize o mapa da pági- enfrentados por vários países.
na seguinte e solicite aos estudantes As vias fluviais destacam-se pela grande quanti-
que localizem nele os lugares retra- dade de canais que interligam os vários rios do con-
tados nas fotografias. Na sequência, Embarcação navegando em trecho do Rio Reno. Colônia, tinente. Esses canais possibilitam a navegação do sul ao
Alemanha, 2019.
peça-lhes que observem as imagens norte da Europa, do Mar Negro ao Mar do Norte.
e identifiquem as formas de uso dos Isso se tornou possível devido aos canais artificiais construídos para inter-
rios. Estimule-os a refletir sobre ou- ligar os Rios Reno e Danúbio. Nas áreas planálticas, os rios também são utiliza-
tras possíveis formas de utilizar os rios, Usina hidrelétrica no Rio Volga. dos para a geração de energia hidrelétrica.
Volgogrado, Rússia, 2018.
além das que aparecem nas fotogra-

Gaika102/iStockphoto.com
fias, para retomar conhecimentos pré-
vios. Inicie um breve debate com a
seguinte questão: “Há diferenças en-
tre as formas de utilização dos rios na
Europa e no Brasil?”. Conduza a dis-
cussão de modo que os estudantes MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
compreendam que o Brasil aproveita
menos suas hidrovias devido a diver-
DA EDITORA DO BRASIL
sos fatores, e ressalte que o proces-
so de desenvolvimento dos meios de
transporte no continente europeu e
no Brasil são diferentes. Destaque que
a utilização dos rios como forma de
transporte é comum em algumas re-
122
giões do país, enquanto em outras é
bastante incomum. A reflexão e a par-
ticipação na discussão proporcionam
maior protagonismo dos estudantes
Foco na BNCC
no processo ensino-aprendizagem.
Competência específica de Ciências Humanas 3
O conteúdo iniciado aqui possibilita aos
estudantes identificar, comparar e explicar a
intervenção do ser humano na natureza e na
sociedade.

122
Europa: hidrografia Orientações
Os principais centros 30°O
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
0° 30°L 60ºL Peça aos estudantes que localizem
Círc Mar de
dispersores de água do conti-
ulo
Pola

Barents no mapa os rios Reno e Danúbio,
rtic

ich
nente são os Alpes, o Planalto
o
além dos demais citados nos textos

R. Torr
Green
Mar Branc
de Valdai, os Pireneus e os
a
deste capítulo. Também é possível

o
gd

Sonia Vaz
R. Dv he
yc

no de

e
60° in
do N a R. V
Alpes Escandinavos. Observe
N
orte utilizar o mapa físico da Europa da

ia
ia

Botn
Lago

na
Merid
Onega R.
no mapa ao lado a distribuição página 120.

kho
Be

de
Lago lay

Su
o
a

Golf
e a localização dos principais Ladoga lga

R.
o
OCEANO R. V

rios europeus. ATLÂNTICO Atividades

oic
R. Dv

Bált
Mar do ina
Norte
complementares

Mar

R. Volga
isa
R. Tâm
Centro dispersor: R. Vístul R. Pripyat
1. Apresente aos estudantes o docu-

R. E
R.
Od

a
R.

R. R

lb
local de onde partem er
Do
n
mentário Os rios e a vida – Reno.

a
Canal da Mancha
R. R.

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R . D in
os rios. Se

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na R. D a iester
45°N R. Loire núbio r
Mazov
Ao final, proponha uma breve dis-

r
Mar
A Cáspio
Baia de Biscaia
ano cussão sobre a importância dos rios.

R. R ó d
R. Pó bio
R. Danú Mar Negro
M Solicite, então, que se organizem

R. Tibre
R. Douro ar Estr. de
R.
Ad R. Maritsa N
em grupos e pesquisem, em casa,
E
riá Bósforo
br
R. Tejo tic
o

Mar
Mar Mar
ÁSIA O L
a importância histórica do Rio Reno,
Tirreno
Estr. de Gibraltar
Jônico Egeu
S considerando as mudanças climáti-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico 0 459 918 km cas. Oriente-os para que cada grupo
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, ÁFRICA Mar Mediterrâneo
2018. p. 43. 1 : 45 900 000 construa uma apresentação multi-
mídia informativa, com uma linha do
Conheça a seguir os principais rios europeus e a importância deles no tempo sobre o Rio Reno, fotografias
espaço geográfico do continente. que mostrem as mudanças ao longo
• Rio Reno: é considerado o mais importante rio europeu, principalmente por- dos anos e eventos históricos rela-
que em seu vale foi construído o maior complexo industrial do continente. cionados ao rio.
Com nascente nos Alpes Suíços, no Lago de Constança, o Reno separa a
França da Alemanha, onde atravessa importantes centros industriais, como
o Vale do Rio Ruhr, passando pelos Países Baixos, para desaguar no Mar do
Norte, junto a Roterdã, um dos maiores portos do mundo em movimento
de carga. Integrado a outras hidrovias, serve de via de escoamento para a
produção de cereais, carvão mineral e produtos industrializados da Europa
Ocidental, sendo o maior corredor hidroviário europeu. Rio Reno em trecho na cidade
de Estrasburgo, França, 2021.
ncphoto/Alamy/Fotoarena

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

123

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 e o espírito de investigação e de resolução de
Competências específicas de Geografia 1 e 3 problemas, desenvolver autonomia e senso crítico
para compreensão e aplicação do raciocínio
Habilidade EF09GE17 geográfico na análise da ocupação humana e
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes da produção do espaço, valorizar e utilizar os
compreender as características físico-naturais conhecimentos historicamente construídos sobre
em diferentes regiões da Europa, utilizar os o mundo físico, social e cultural para entender
conhecimentos geográficos para entender a a realidade, exercitar a curiosidade intelectual e
interação sociedade/natureza, exercitar o interesse recorrer a abordagens próprias das ciências, como
a reflexão e a análise crítica.

123
Orientações • Rio Danúbio: é considerado o rio da integração internacional na Europa,
Explique aos estudantes a impor- pois atravessa dez países (Alemanha, Áustria, Hungria, Eslováquia, Croácia,
tância histórica do Rio Ródano. Desde Sérvia, Romênia, Bulgária, Moldávia e Ucrânia) e liga as regiões ocidental e
a História Antiga, o rio era uma rota oriental do continente. Em alguns países, ele passa apenas em uma parte;
para o comércio e para a propagação em outros, cruza toda a extensão territorial, servindo de limite político para
de cultura e costumes entre os povos alguns deles. Nas margens do Rio Danúbio estão quatro capitais europeias:
europeus e mediterrânicos. Viena (Áustria), Budapeste (Hungria), Bratislava (Eslováquia) e Belgrado
Destaque o Rio Pó, com 652 km (Sérvia). Nasce na Floresta Negra, na Alemanha, e deságua no Mar Negro,
Rio Danúbio em trecho na na fronteira entre a Romênia e a Ucrânia. Ao longo do rio desenvolveram-se
de extensão, localizado no norte da
cidade de Viena, capital da áreas industriais e centros urbanos.
Itália, entre os Alpes, ao norte, e os Áustria, 2019.
Apeninos, ao sul. Explique à turma • Rio Volga: é o mais extenso rio do

Nicolas Economou/NurPhoto/Getty Images


que esse rio nasce no Monte Viso, a continente, com aproximadamente
3 843 m de altitude nos Alpes ociden- 3 690 km, sendo navegável em
tais, e desce para o leste. É o rio mais quase todo seu curso, apesar de
importante da Itália, pois proporcio- suas águas permanecerem congela-
na, pelo vale ao longo de seu curso, a das durante boa parte do ano. Está
irrigação de terras que são utilizadas localizado na Federação Russa, com
para a produção agrícola e a concen- nascente no Planalto de Valdai e foz
tração das principais áreas industriais no Mar Cáspio.
no norte do país. • Rio Ródano: com extensão de apro-
ximadamente 814 km, esse rio nasce
na Suíça, atravessa a França e desá-
gua no Mar Mediterrâneo.

• Rio Pó: com extensão de cerca de 652 km, esse rio está localizado no norte
da Itália e deságua no Mar Adriático; em seu vale formou-se a mais impor-
Rio Pó em Turim, no norte da tante área industrial e agropecuária do país.
Itália, 2019.

Andrey Khrobostov/Alamy/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

124

124
Orientações
Outros rios e lagos do continente Ressalte que o transporte hidroviá-
Outros rios importantes do continente rio é bastante utilizado para cargas

Sean Gallup/Getty Images


europeu são: Tejo e Douro (Portugal e Espa- no continente europeu. Destaque o
nha), Ebro (Espanha), Tâmisa (Inglaterra), Sena Porto de Roterdã, nos Países Baixos, o
e Loire (França), Tibre e Arno (Itália), Vístula e
mais importante do mundo devido à
Oder (Polônia) e Don e Dnieper (Rússia).
intensa atividade. Destaque também
No continente europeu também há
que o transporte na União Europeia
numerosas regiões lacustres. Alguns lagos
são de origem glaciária, como os da Escan-
está se modificando: da década de
dinávia, destacando-se nesse aspecto a 1980 até o início de 2 000, tem au-
Finlândia – conhecida como o País dos mentado cada vez mais o número de
Lagos, onde há mais de 3 mil deles – e a Pla- rodovias.
nície Russa, com os lagos Ladoga e Onega.
Há também lagos de origem mista, for-
mados pela ação das glaciações e do tecto-
nismo, entre eles o Constança, na Alemanha,
e o Genebra, na Suíça. O Ladoga, maior da
Europa, tem 18 400 km², enquanto o Mar
Cáspio (que separa o sudeste da Europa da
Lago Lemano, também conhecido como Lago de Genebra, é o maior lago
Ásia) é o maior lago do mundo, com aproxi- da Europa Ocidental. Fica localizado na região sul da Suíça, próximo à
madamente 371 000 km². Cada um deles é cidade de Genebra. Fotografia de 2021.
maior do que muitos países do continente europeu.

Os rios e o transporte
Estudos da União Europeia sobre as
Aerovista Luchtfotografie/Shutterstock.com

políticas de transporte apontam que as


vias fluviais e marítimas são de grande
importância para o comércio da Europa.
Aproximadamente 90% das trocas externas
de mercadorias da União Europeia e 40% de
suas trocas internas são feitas por esses
dois tipos de via.
Os cinco maiores portos marítimos do
bloco têm ligação com as vias navegáveis
interiores da Europa, as quais cobrem uma
extensão de 37 000 km.
Os rios e canais são vias muito efi-
cientes do ponto de vista energético, pois
os navios de carga são capazes de trans-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
portar grandes quantidades de mercado-
ria com menor gasto de combustível, e as
DA EDITORA DO BRASIL
vias fluviais apresentam menor custo de
infraestrutura e manutenção em relação às
rodovias e às ferrovias, desempenhando um papel crucial no transporte de mer- Vista aérea de navios
carregados com contêineres
cadorias do continente.
no Porto de Roterdã, Países
Os maiores portos marítimos da Europa são os de Roterdã (Países Baixos), Baixos, 2022.
Antuérpia (Bélgica) e Hamburgo (Alemanha). O primeiro deles escoa, anual-
mente, cerca de 300 milhões de toneladas de mercadorias.

125

Atividades complementares
1. Oriente a organização da turma em cinco grupos e peça qual foi o rio escolhido, onde se localiza seus afluentes
que cada um escolha um dos rios estudados neste capítu- e sua nascente, o tipo de relevo que o rio atravessa pre-
lo. São eles os rios: Reno, Danúbio, Volga, Ródano e Pó. Se dominantemente, quais as principais cidades localizadas
achar interessante, forme mais grupos e considere atribuir em suas margens, as principais atividades econômicas
a eles os rios Sena, Tâmisa, Tibre e Tejo. Assim que atri- desenvolvidas em seu entorno, sua importância para a
buídos os grupos, os estudantes deverão pesquisar sobre região em que está. Os estudantes também devem se
as principais características do rio escolhido. Eles devem preocupar com os problemas ambientais relacionadas
produzir seminários para apresentar aos outros grupos com cada rio, se houver.

125
Orientações
Ressalte que uma pesquisa divul-
gada pelos Anais da Academia Nor- Como é possível recuperar um rio poluído?
te-Americana de Ciências (PNAS,
Bastam três ações: coletar, afastar e tratar os esgotos antes de lançá-los no rio. A receita é
sigla em inglês) detectou que apro-
simples, mas a maioria dos países não consegue aplicá-la. Um relatório da Comissão Mundial
ximadamente metade dos rios euro- de Águas, entidade internacional ligada à ONU, aponta que, entre os 500 maiores rios do mundo,
peus está ameaçada por poluentes mais da metade enfrenta sérios problemas de poluição. No Brasil, o triste exemplo é o Tietê,
químicos, como pesticidas e outras seguramente um dos rios mais poluídos do planeta. Quando passa pela região metropolitana
substâncias industriais. de São Paulo, ele recebe quase 400 toneladas de esgoto por dia e é considerado morto: só sobre-
Explique aos estudantes que, vivem no seu leito organismos que não precisam de oxigênio, como certos tipos de bactérias e
apesar de ter sido despoluído, o Rio fungos. A principal causa da poluição é o esgoto doméstico. “Quase 5 milhões de pessoas ainda
Tâmisa está constantemente sujeito têm seus detritos lançados diretamente no rio”, afirma o engenheiro Lineu José Bassoi, da Com-
a transbordamento. Em função dis- panhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente
so, foi construída uma barreira contra do governo de São Paulo.
inundações (formada por dez grandes Quando se sonha com a despoluição do Tietê, é inevitável lembrar do Tâmisa, na Inglaterra.
placas separadas por cais de concre- A história do rio mais sujo da Europa no século XIX começou a mudar na década de 60, quando
to), projetada para evitar que ondas um sistema de estações de tratamento removeu quase 100% dos esgotos lançados no rio, que
gigantescas inundem Londres. No fi- hoje tem peixes vivendo em toda a sua extensão. O caso paulista é mais complicado. Primeiro
nal dos anos 1980, o Rio Reno tam- porque o Tâmisa recebia menos esgoto e tem vazão maior que o Tietê, diluindo melhor a sujeira.
Segundo porque os encanamentos brasileiros utilizam o sistema de separador absoluto: a água
bém passou por um intenso processo
da chuva recolhida pelos bueiros corre em uma tubulação (galeria pluvial) e o esgoto em outra.
de despoluição, visto que nele eram
Na Inglaterra, os dois sistemas se misturam e seguem juntos para a estação de tratamento. “No
depositados dejetos das zonas indus-
Brasil, só o esgoto é filtrado. A galeria pluvial, que vai direto para o rio, possui um número imenso
triais e de empresas químicas.
de ligações de esgoto clandestinas”, diz o engenheiro Antonio Marsiglia Netto, da Companhia
½ Respostas de Saneamento Básico do

Daniel Lange/iStockphoto.com
Estado de São Paulo (Sabesp).
Um pouco mais sobre Uma das soluções para
1. a) O lançamento de esgotos do- controlar essa sujeira seria
mésticos diretamente no leito instalar estações de trata-
dos rios. mento dentro do próprio
rio. Outra ação essencial é
b) À Inglaterra.
aumentar a quantidade de
c) Porque, embora fosse o rio mais
esgoto tratado, que hoje está
sujo da Europa, foi despoluído
em 64% na região metropo-
graças à implantação de um sis- litana de São Paulo – tare-
tema de tratamento de esgoto. fas que levarão pelo menos
d) Resposta pessoal. mais 20 anos.
RATIER, Rodrigo. Como é possível recuperar
um rio poluído? Superinteressante, 4 jul. 2018.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo
-estranho/como-e-possivel-recuperar-um-rio
-poluido. Acesso em: 8 abr. 2022. Rio Tâmisa em trecho na cidade de Londres, Reino Unido, 2017.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 De acordo com a leitura do texto, responda às questões.
DA EDITORA DO BRASIL
a) Qual é o principal problema dos rios abordado no texto?
b) A que país pertence o rio europeu citado no texto?
c) Por que o Rio Tâmisa pode ser um exemplo para os rios brasileiros?
d) Qual é a situação dos rios mais próximos de sua cidade ou região? Há problemas como os relatados
no texto? Comente.

126

126
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Associe o relevo do continente europeu à navegabilidade de seus rios.
1. As planícies do centro-norte da
2 Explique por que se atribui ao Danúbio o título de rio da integração internacional da Europa. Europa favorecem a navegabilida-
de de muitos rios da região, por onde
3 Observe a fotografia do Rio Reno e responda às questões. são escoados produtos até os portos
do continente.
MarioGuti/iStockphoto.com

2. O Danúbio recebe esse título por


atravessar dez países, ligando a parte
ocidental à parte oriental do conti-
nente.
3. a) A navegação (transporte).
b) Suíça, Áustria, Liechtenstein,
Alemanha, França e Países
Baixos.
c) Por esse rio é escoada a diversi-
ficada produção europeia.
4. Grande parte das mercadorias que
circulam pelo continente europeu é
transportada por rios e hidrovias. Os
rios e canais são vias muito eficien-
tes, uma vez que os navios de carga
Embarcação carregada de contêineres navegando pelo Rio Reno. Colônia, Alemanha, 2018.
são capazes de transportar grandes
a) Qual é a atividade em destaque na fotografia? quantidades de mercadorias com
b) Quais países são beneficiados por esse rio?
menor gasto de combustível e as
vias fluviais apresentam menor custo
c) Qual é a importância desse rio para a economia da Europa?
de infraestrutura e manutenção em
4 Explique por que os rios são tão importantes para o transporte de mercadorias na Europa. relação às rodovias e às ferrovias.
Para refletir
Para refletir
1. Resposta pessoal. O Rio Tâmisa foi
1 Abaixo, o Rio Sena está retratado em dois momentos diferentes: quando poluído e agora, limpo. Pesquise despoluído por meio de diversas ini-
e reflita: como ocorreu essa transformação? Você acredita que essa prática poderia ser feita em outros ciativas do governo inglês, sobretudo
rios poluídos? a coleta e o tratamento do esgoto
urbano antes de lançá-lo ao rio.
Pack-Shot/Shutterstock.com

Frank Lammel/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Lixo nas margens do Rio Sena. Paris, França, 2018. Rio Sena. Paris, França, 2019.

127

Foco na BNCC
Competência geral 4
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes utilizar diferentes linguagens
para expressar-se e partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos, com produção de sentidos que levem
ao entendimento mútuo.

127
4
Objetivos do capítulo
• Identificar e caracterizar os princi-
pais fatores climáticos europeus.
• Identificar e caracterizar os princi-
pais tipos de vegetação da Europa. Clima e vegetação
• Compreender as causas e os im-
pactos do desmatamento.

Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os principais rios e lagos da Europa e a importância
Os tipos de clima e de formações deles para o continente. Neste capítulo, você estudará as características climáticas e os
vegetais são conhecimentos previa- tipos de vegetação, assim como a ação humana no espaço geográfico e a transformação
mente trabalhados no Ensino Funda- das paisagens desse continente.
mental (EF04GE11, EF06GE05) que se
relacionam com os assuntos vistos no
capítulo. O resgate dessas habilidades
pode ser de grande importância para Fatores climáticos
o início da discussão sobre o tema
“Clima e vegetação da Europa”. Como você já sabe, as formações vegetais se desenvolvem de acordo com
os tipos de clima, relevo e solo do local. A influência do clima é a de maior relevân-
cia, com uma relação entre a formação vegetal e a região climática característica.
Orientações
Como quase toda a extensão da Europa está localizada na zona temperada
Solicite aos estudantes que loca- do norte, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, no continente euro-
lizem a Europa na Zona Temperada peu predominam os climas temperados e frios.
com base no mapa-múndi “Fim da Os principais fatores climáticos que atuam na formação das paisagens
URSS e suas consequências”. naturais da Europa e, consequentemente, na determinação dos tipos climáticos
Retome o conceito de fatores cli- do continente estão descritos a seguir.
máticos, elementos que interferem
no clima de determinada região. Res-
Mapa-múndi: zonas climáticas
salte que diferentes fatores climáticos

Sonia Vaz
podem interagir e influenciar na tem- OCEANO

GLACIAL ÁRTICO
peratura, umidade, deslocamento de Círculo
Círculo Polar Ártico
Polar Ártico

ar e pluviosidade. Retome também os


E U R O PA
principais fatores climáticos: altitude,
ÁSIA
latitude, continentalidade, maritimi-
dade, relevo, vegetação, massas de ar Trópico de Câncer

e urbanização. Verifique a compreen- AMÉRICA ÁFRICA


OCEANO
OCEANO
são dos estudantes acerca de como ATLÂNTICO
PACÍFICO
0° Equador
esses fatores influenciam o clima e OCEANO PACÍFICO OCEANO
auxilie-os se necessário. N

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO ÍNDICO


OCEANIA
Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio
O L

DA EDITORA DO BRASIL S

0 2051 4102 km

1 : 205 100 000


Zona glacial ou polar
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Zona temperada
Zona tropical ou intertropical
ANTÁRTICA

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 58.

128

128
• Latitude: devido à sua posição geográfica, que varia entre 34° e 75° de Orientações
latitude norte, predomina na Europa o clima temperado. Oriente os estudantes na leitura do
• Proximidade do mar: a sinuosidade do litoral recortado possibilita a influên- mapa de correntes marítimas.
cia marítima no clima. Nas áreas próximas aos oceanos e mares, influencia- Destaque que a latitude em que se
dos pela maritimidade, há invernos menos rigorosos em comparação com localiza o continente europeu (34oN
as regiões distantes do litoral, como as do Leste Europeu, influenciadas pela – 75oN) está dentro da região de cli-
continentalidade. Nas áreas próximas aos oceanos, a temperatura aquece e ma temperado, e que geralmente as
resfria mais lentamente do que nas áreas continentais. temperaturas são menores no norte e
• Correntes marítimas: a prin- maiores no sul do continente.
Europa: correntes marítimas
cipal corrente que atua na Retome com eles o conteúdo re-

Mario Yoshida
140° O 120° O 100° O 80° O 60° O 40° O 20° O 0°
Europa, no norte do Oceano lativo ao relevo europeu e destaque

Meridiano de Greenwich
Atlântico, é derivada da Cor- a predominância de baixas altitudes.
rente do Golfo, com origem no Círculo Polar Ártico Ressalte que a influência da altitude
Golfo do México e, portanto, N na temperatura: nos locais mais altos,

C. do Labrador
dia
quente. Aquecendo a água e 60° N ro enl
ân
ica as temperaturas são mais baixas. Lem-
O L C. da G nt
as massas de ar, essa corrente tlâ
bre-os das cadeias de montanhas eu-

A
rte
atua no noroeste do continente, S
ropeias, onde o clima é bastante frio.

No
C.
amenizando os rigores da tem- Destaque que as massas de ar
peratura e elevando a umidade quente do continente são provenien-
40° N
dessa região. Isso impede que

as
o
Golf
tes do Deserto do Saara, que influen-

C a n á ri
do
C.
as águas dos portos congelem, OCEANO
ciam sobretudo a área mediterrânea,

da s
ATLÂNTICO
tornando os invernos menos Correntes marítimas
0 930 1860 km
e geralmente tornam o verão muito

C.
rigorosos. Veja essa e outras Correntes frias 1 : 93 000 000

correntes marítimas que atuam


Correntes quentes
Trópico de Câncer
seco no sul da Europa. Já as massas
20°L

na Europa no mapa ao lado. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 58.
de ar frio são oriundas da massa polar
vinda do Ártico, que atua principal-
• Ventos: os ventos polares atuam no norte e no centro do continente, deter-
mente no norte do continente. Em
minando temperaturas mais baixas. Ao atingirem as planícies da região
geral, essas massas de ar geram tem-
central, as massas de ar frio originárias do norte (ártica oceânica e ártica
peraturas muito baixas e nevascas.
continental) provocam quedas na temperatura da região. Já os ventos pro-
venientes do Deserto do Saara (África) influenciam as áreas mediterrâneas,
tornando-as mais secas. As elevadas montanhas no sul do continente difi-
cultam que esses ventos cheguem ao interior.
chwang/Alamy/Fotoarena

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Vegetação coberta de neve. Floresta Negra na região de Todtmoos, Alemanha, 2021.

129

129
Orientações
Oriente os estudantes na leitura Tipos climáticos e tipos de vegetação
dos mapas desta página. Peça-lhes Encontramos na Europa vários tipos de clima, que formam diferentes pai-
que os relacionem aos conhecimen- sagens naturais. Observe nos mapas a seguir a variação climática e os tipos de
tos prévios sobre clima e vegetação. vegetação original do continente. A intensa ação humana ao longo da história
A compreensão dos diferentes tipos da ocupação europeia para ampliar espaços agrícolas, urbanos, industriais e de
de vegetação que se desenvolvem pecuária, intensificada na segunda metade do século XX, provocou a redução
na Europa pode ser trabalhada em dessas formações vegetais.
conjunto com os conhecimentos do Ao mesmo tempo, porém, regiões tradicionais de agricultura e pastoreio em
professor de Ciências, de forma que áreas montanhosas no sul da Europa foram abandonadas, e a vegetação natural
se possa explorar a relação entre os se autorregenerou como vegetação arbustiva secundária.
tipos biológicos de flora adaptados Europa: clima
aos ambientes frios e com menor dis- 60°L

Sonia Vaz
30°O 0° 30°L
Círc I. Kolguiev
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
ponibilidade de umidade. No centro ulo
Pola

C. Norte Mar de
Barents

h
rtic

enwic
o
do continente, predomina a florestas

de Gre
I. Islândia

co
60° Mar Bran
de latitude média ombrófila e mista, N

iano
caracterizada por árvores latifoliadas

Merid
I. Faeroe

e caducifólias, que perdem as suas OCEANO


I. Shetland
I. Orkney da Finl
ândia
Golfo
folhas nas estações mais frias do ano. ATLÂNTICO

o
ltic
Mar do

r Bá
Mais ao norte, encontra-se mais co- Norte

Ma
ÁSIA
mumente as árvores acicufoliadas,
com folhas em forma de agulha, e Canal da Mancha
Tipos de clima
perenes. Essa vegetação se desenvol- 45°N
Mar
Cáspio Semiárido
ve em áreas de baixas temperaturas e Mar Negro
Mediterrâneo
Temperado
N
resistem à presença da neve. A tundra M
ar
Ad
riá
Estr. de
Bósforo Frio
I. Córsega
Polar
se encontra ainda mais ao norte das Fonte: IBGE. Is. B
alea
res
I. Sardenha
tic
o
Mar ÁSIA
O L
Frio de montanha
Mar
florestas de coníferas, pois o clima frio Atlas geográfico
Estr. de Gibraltar
Mar Mediterrâneo Tirreno
Mar
Jônico
Egeu
Correntes marítimas
S
escolar. 8. ed. Rio I. Cícladas
e seco sofre uma condição chamada de Janeiro: IBGE,
I. Sicília

I. Malta
I. Rodes 0 600 1 220 km Correntes quentes
ÁFRICA I. Creta Correntes frias
permafrost – o congelamento da água 2018. p. 58. 1 : 60 000 000

presente no solo impede a vegetação


de se desenvolver, então predomina Europa: vegetação original
a presença de herbáceas, musgos e
Mario Yoshida

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

raros arbustos que são adaptados aos


Círcu
climas frios de invernos longos e com lo Pola
r Ártico
h
enwic

pouca insolação durante o ano.


OCEANO
e Gre

ATLÂNTICO
iano d
Merid

Mar do Mar
Norte Báltico
ÁSIA

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 45° N

DA EDITORA DO BRASIL
Mar
Cáspio

Mar Negro
Tipos de vegetação
Fonte: GIRARDI,
N ÁSIA Floresta temperada
Gisele; ROSA,
Jussara Vaz. Atlas Taiga
geográfico do O L Estepes
estudante. São ÁFRICA 0 600 1 200 km Vegetação mediterrânea
Paulo: FTD, 2016. Mar Mediterrâneo Tundra
S 0° 1 : 60 000 000
p. 164.

130

130
No norte da Escandinávia (região da Europa que abrange Atividades

santirf/iStockphoto.com
Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia) e da Rússia, além da complementares
Islândia – as maiores latitudes do continente –, predomina o
1. Para melhor caracterização dos tipos
clima polar. Esse tipo climático caracteriza-se por temperatu-
de clima e vegetação da Europa,
ras muito baixas, com invernos longos.
utilize fotografias e outros recursos
Nas áreas de clima polar desenvolve-se a tundra. Essa
vegetação se caracteriza por ser uma cobertura vegetal ras-
visuais, se possível. Proponha uma
teira – composta de musgos, liquens, ervas e arbustos –, que atividade de reconhecimento das
se desenvolve no curto período de degelo. características apresentadas. Para
Ao sul da área de clima polar tem-se o clima frio, que isso, você pode utilizar fotografias de
abrange parte da Noruega, da Suécia, da Finlândia e de alguns distintas regiões da Terra. Trabalhe as
países do Leste Europeu, como Belarus, Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia e Tundra próxima ao Lago imagens e explique as características
Heillstuguvatnet, Noruega,
Rússia. As médias térmicas mais elevadas podem atingir 20 °C, sendo, nos 2018.
predominantes e os tipos específi-
meses mais frios, inferiores a 0 °C. A floresta boreal, composta principalmente cos de clima. Solicite aos estudantes
de coníferas (pinheiros), desenvolve-se nas áreas de clima frio. que reflitam sobre cada clima e o
relacionem com o tipo de vege-
RJH_AERIAL/Alamy/Fotoarena

tação. A reflexão e a participação


na atividade proporcionam maior
protagonismo dos estudantes no
processo ensino-aprendizagem.
Os climas e tipos de vegetações
abordados podem ser caracteriza-
dos da seguinte forma:
• Clima frio – floresta boreal:
o clima frio manifesta-se em
altas atitudes, ao norte da Europa
e na Sibéria, na Rússia. Alguns
exemplos dessa floresta são: tai-
Floresta boreal, região de Suonenjoki, Finlândia, 2020. ga siberiana e escandinava.
• Clima da montanha – vegetação
Na Rússia, essa mesma floresta é denominada taiga. Sua madeira é muito
de altitude: nas latitudes mais al-
aproveitada na construção civil e na produção de celulose para papel.
tas, o solo permanece coberto
O clima temperado é subdividido em dois tipos:
de neve. Nas regiões de baixa
• Temperado continental: com invernos secos e rigorosos e verões quentes latitude, as áreas montanhosas
e chuvosos, de elevada amplitude térmica. Predomina nas áreas interiores, apresentam diferentes formações
na parte central e oriental da Europa, onde não há influência oceânica;
vegetais.
• Temperado oceânico: com invernos menos rigorosos • Clima polar – tundra: presente
Robinotof/Shutterstock.com

se comparado ao tipo continental, além de verões ame- nos extremos norte e sul da Terra.
nos e chuvas bem distribuídas durante o ano. Tem menor Apresenta as mais baixas tempe-
amplitude térmica e é influenciado pela Corrente do Golfo,
raturas do planeta. No verão, com
temperaturas.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
que favorece a umidade e contribui para amenizar as
o degelo, aparece a tundra.
DA EDITORA DO BRASIL
Nas áreas de clima temperado desenvolve-se a floresta
• Clima temperado – florestas tem-
peradas e estepes ou pradarias.
temperada, caducifólia (perde suas folhas durante o outono
e o inverno). Essa floresta foi praticamente toda devastada O clima temperado abrange pre-
devido à urbanização, à ocupação agropecuária e à explora- dominantemente o Norte. Nes-
ção da madeira. A vegetação varia desde enormes árvores até sas áreas, as quatro estações são
pequenos arbustos. A fauna também é muito diversificada, Floresta temperada.
bem demarcadas.
com ursos, felinos, aves, esquilos, entre outros animais. Mullerthal, Luxemburgo, 2021. • Clima mediterrâneo – a vegeta-
ção mediterrânea apresenta ve-
131
rões secos e quentes e invernos
brandos e úmidos. A vegetação
predominante é arbustiva, como
as oliveiras.

131
Orientações O clima mediterrâneo ocorre no sul do continente, abrangendo áreas do
Promova a leitura do conteúdo território de Portugal, França, Itália, Grécia e Espanha. Recebe influências das
desta página e explique aos estudan- massas de ar oriundas do Deserto do Saara, no norte da África, motivo pelo qual
tes que a porção mais ao sul do con- os verões são quentes e secos e os invernos são amenos e chuvosos.
tinente europeu corresponde à área Esse clima, aliado ao recorte litorâneo, favorece a atividade turística na
de influência de massas de ar quente, região do Mar Mediterrâneo, atraindo turistas do continente e de outros lugares
que é proveniente das latitudes mais do mundo em busca de sol, calor e praias. A vegetação mediterrânea é cons-
baixas do planeta. A proximidade tituída pelo garrigue, formado por arbustos e vegetação rasteira, e do maqui,
vegetação densa e espessa de árvores e arbustos.
com o Oceano Atlântico e o Mar
Mediterrâneo influenciam na maior

Alessio Davide C Auditore/Shutterstock.com


umidade e favorece o desenvol-
vimento de uma vegetação mais
arbustiva e com mais árvores.

Vegetação mediterrânea em Savoca, região da Sicília, Itália, 2020.

Tchernozion: solo
típico de regiões de Nas áreas próximas ao Mar Negro e ao Mar Cáspio ocorre o clima semiárido,
clima temperado e com baixo índice de chuvas, verões com médias térmicas de 22 °C e invernos
com abundância de com médias em torno de 1 °C. A vegetação predominante são as estepes,
matéria orgânica,
o que lhe confere caracterizadas por gramíneas esparsas, árvores baixas e arbustos dispersos.
uma cor escura. Na Ucrânia, as áreas de estepe são dominadas por um solo fértil, chamado
Considerado um tchernozion, muito aproveitado para o cultivo do trigo.
dos solos mais
férteis do mundo, O clima frio de montanha ocorre nas áreas de maior altitude do conti-
sua denominação nente, como nos Alpes e nos Cárpatos. A maioria das montanhas europeias,
é decorrente dos por serem muito altas, conserva neve em seus picos. A vegetação, de florestas
termos russos
tcherno (negrume, e gramíneas, varia de acordo com a altitude.
negro) e zion (terra).
engineervoshkin/iStockphoto.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Vegetação de estepe na Crimeia, Ucrânia, 2018.

132

Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 7
Habilidade EF09GE16
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes identificar e comparar diferentes
domínios morfoclimáticos da Europa, para o
desenvolvimento de ações pessoais e coletivas
com respeito e autonomia sobre questões
socioambientais, com base em princípios éticos
e sustentáveis.

132
Orientações
Desmatamento e preservação Explique aos estudantes que, na
O crescimento da sociedade europeia, com base na urbanização, no desen- década de 1960, foi criada a Política
volvimento técnico e produtivo da indústria e no avanço da produção agrope- Agrícola Comum da União Europeia
cuária, transformou as paisagens naturais do continente. As regiões de planície (PAC) cujo objetivo é assegurar o
e terras baixas favoreceram a ocupação do território com mecanização e moder- abastecimento alimentício e garantir
nização das atividades agrárias e urbanas, o que promove a devastação da rendimento aos agricultores do con-
vegetação natural. tinente. A PAC exerce grande impac-
Preocupados com a devastação, Percentual de florestas destinadas exclusivamente to no processo de desmatamento na
vários países europeus estão criando à preservação da biodiversidade – 2020
Europa.
leis cada vez mais rígidas para prote-

Adilson Secco
ger o pouco que restou das coberturas 31% 27% 25% 16% 11% 6%
vegetais naturais. Apenas pequena Foco nos TCTs
parte das florestas do mundo são inte- Educação ambiental
gralmente protegidas por lei. Apesar O conteúdo desta página possi-
de a grande maioria ser propriedade bilita o desenvolvimento do tema
pública, poucas estão interditadas ao contemporâneo transversal Edu-
uso de seus recursos. cação ambiental. As transforma-
América África Ásia Oceania Américas Europa ções das paisagens no continen-
Representação do percentual de florestas do Sul do Norte
destinadas à preservação da biodiversidade.
e Central te europeu ocorrem há centenas
Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS de anos, com intensa degradação
(FAO). Global Forest Resources Assessment 2020: key findings. p. 7. Disponível em: ambiental. Como potência eco-
https://www.fao.org/3/ca8753en/ca8753en.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022.
nômica, a Europa tem grande res-
ponsabilidade na preservação e
resolução de diversos impactos
ambientais causados por sua in-
tensa industrialização.
Consumo em países ricos acelera desmatamento no Terceiro Mundo
Hábitos de consumir produtos como café, chocolate e carne na Europa contribuem para o
desmatamento. A crescente demanda, […] por produtos agrícolas e florestais ajuda a destruir
vastas áreas de floresta e prejudicam o combate ao aquecimento global.
"É fácil criticar os agricultores nos países onde o desmatamento ocorre. Mas tudo o que eles
fazem é reagir à demanda no mercado global. Compramos a soja como ração para nossos ani-
mais de criação e óleo de palma como ingrediente para nossos alimentos", explica Daniel Moran,
pesquisador da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega […].
Enquanto as áreas cobertas por florestas se expandem nos países industrializados, o desma-
tamento continua a se acelerar nos países em desenvolvimento. […]
“Desde os anos 1990, grandes corporações e proprietários de terras desempenham um papel
predominante na destruição das florestas em todo o mundo”, afirma David Kaimowitz, chefe do
Mecanismo para Florestas e Produtores Agrícolas, uma iniciativa da Organização das Nações Uni-
das para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), que fornece assistência às organi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
zações de produtores florestais e agrícolas. Uma proporção crescente do desmatamento depende

DA EDITORA DO BRASIL
de um pequeno número de commodities, incluindo óleo de palma, soja e carne bovina […].
Os dados foram confirmados por um recente estudo publicado na revista científica Nature,
segundo o qual o consumo alimentar e hábitos de consumidores nos países industrializados
também ajudam a acelerar o desmatamento.
[…]
JORIO, Luigi. Consumo em países ricos acelera desmatamento no Terceiro Mundo. SWI swissinfo.ch, 9 jun. 2021. Disponível em:
https://www.swissinfo.ch/por/consumo-em-pa%C3%ADses-ricos-acelera-desmatamento-no-terceiro-mundo/46676876. Acesso em: 7 abr. 2022.

133

133
Orientações
½ Respostas O mapa a seguir mostra as principais regiões europeias que sofreram alterações em sua vegetação
nativa. Interprete-o e responda às questões.
Olhar cartográfico
1. A maior intervenção humana ocor- Europa: vegetação devastada - 2014
reu na Floresta Temperada em razão

Mario Yoshida
da urbanização, do avanço da agro- Círc
u lo P
pecuária e da extração de madeira. olar
Á rtico

2. Resposta pessoal. O estudante pode


citar o fato de que muitos países têm
adotado leis mais rígidas que visam

h
nwic
coibir o desmatamento, além das

Gree
campanhas de conscientização.

de
iano
3. Resposta pessoal. O estudante pode

Merid
responder que, entre outras causas,
o desenvolvimento de atividades Mar do
N
Norte 50°
econômicas como a pecuária e a Mar
Báltico
agricultura, bem como a fundação
de cidades e a consequente expan-
são de espaços urbanos.
4. Resposta pessoal. O poder público OCEANO
ATLÂNTICO
pode definir áreas de preservação e Mar
Cáspio
conservação de vegetação natural.
O uso consciente dessas áreas é Mar Negro
uma necessidade para evitar novas
devastações em solo europeu.
N

O L
Mar Mediterrâneo

0 318 636 km

1 : 31 800 000

Floresta temperada Estepes Tundra


Taiga Vegetação mediterrânea Área devastada pela ação humana

Fontes: CHARLIER, Jacques (dir.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2008. p. 45; GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz.
Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 164.

1 Que vegetação sofreu a maior intervenção humana? Qual é a utilidade econômica dessa vegetação?
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
2 Que vegetações sofreram menor impacto da atividade humana? Em sua opinião, por que essas vegeta-
ções sofreram menos intervenção?

3 Em sua opinião, por que o ser humano causa intervenção nas áreas de vegetação?

4 O que pode ser feito para evitar que novas devastações ocorram na Europa?

134

134
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Quais são os tipos climáticos que configuram a diversidade de climas da Europa?
1. Os climas europeus são: polar, me-
2 O clima mediterrâneo tem características que o diferenciam dos demais climas da Europa. Quais são diterrâneo, temperado (continental
essas características e por que elas favorecem o turismo no continente? e oceânico), frio, frio de montanha
e semiárido.
3 Explique a interferência da Corrente do Golfo no clima do noroeste da Europa.
2. O clima mediterrâneo ocorre no sul
4 Quais fatores climáticos possibilitam diferenciar o clima temperado oceânico do temperado do continente, em áreas da França,
continental? Itália, Grécia, Espanha e de Portugal.
Por receber influências das massas
5 Atualmente existem diversas medidas políticas na Europa que visam proteger seus ambientes naturais.
de ar oriundas do Deserto do Saara,
Por que essas medidas foram criadas e qual é a importância delas?
no norte da África, apresenta verões
Para refletir quentes e secos e invernos amenos
e chuvosos, o que impulsiona as
1 Leia o trecho de reportagem a seguir. Depois, discuta com os colegas as causas dos fenômenos climá- atividades turísticas na região em
ticos apresentados e as mudanças que provocam nas sociedades europeias. busca de sol, calor e praias.
3. Por ser quente, a Corrente do Golfo,
Estamos preparados para as alterações climáticas?
com origem no México, aquece as
O ano de 2014 será recordado em todo o continente pelos seus fenômenos meteorológicos águas, ameniza os rigores climáticos
extremos. Em maio, um ciclone de baixa pressão atingiu o sudeste da Europa, causando grandes e leva umidade para o noroeste da
inundações e 2.000 deslizamentos de terras na zona dos Bálcãs. Depois, no início de junho, o
Europa.
norte da Europa foi atingido por várias chuvas torrenciais e, em julho, o continente já estava a
braços com outro problema: o calor. A Europa Oriental e o Reino Unido foram assolados por uma
4. Os fatores climáticos que permi-
onda de calor. tem diferenciar os climas temperado
Tanto os fenômenos meteorológicos extremos como as alterações graduais do clima – caso oceânico e temperado continental
da subida do nível do mar e do aquecimento dos oceanos – irão continuar. De fato, prevê-se que são a maritimidade e a continenta-
eles se tornem mais frequentes e intensos no futuro. Mesmo que todos os países reduzissem hoje lidade. A maior proximidade com o
radicalmente as suas emissões de gases com efeito de estufa, a quantidade já emitida para a mar torna o clima temperado oceâ-
atmosfera continuaria a provocar um efeito de aquecimento no clima. Para além de reduzirem nico mais ameno que o clima tem-
substancialmente essas emissões, é necessário que os países da Europa e do resto do mundo ado- perado continental, que apresenta
tem políticas e medidas de adaptação às alterações climáticas. maior amplitude térmica e tempe-
[...] raturas mais rigorosas.
Fonte: ESTAMOS preparados para as alterações climáticas? Agência Europeia do Ambiente, 11 maio 2021.
Disponível em: www.eea.europa.eu/pt/sinais-da-aea/sinais-2015/artigos/estamos-preparados-para-as-alteracoes-climaticas.
5. O grande crescimento da sociedade
Acesso em: 7 abr. 2022. europeia baseado no desenvolvi-
mento técnico e produtivo da in-
dústria e no avanço da produção
agropecuária degradou os ambien-
Desafio tes naturais do continente, além de
Atividade em grupo devastar importantes áreas de ve-
1 Forme uma equipe com mais três colegas e, juntos, elaborem um material a ser exposto na
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
forma de livreto, painel ou multimídia sobre os ambientes naturais da Europa. Pesquisem
getação natural. Atualmente, vários
países europeus, preocupados com
DA EDITORA DO BRASIL
em fontes confiáveis imagens em livros, sites e revistas e busquem novas informações
a respeito do relevo, da hidrografia, do clima, da vegetação e da fauna do continente. Organizem as
a devastação dessas áreas florestais,
aprovaram leis cada vez mais rígidas
pesquisas na forma de um material com mapas, fotografias e textos. É importante apresentar as formas
para proteger o pouco que restou
de apropriação e transformação do ser humano sobre esses ambientes, como agricultura, pecuária,
indústria, transportes etc., e os impactos ambientais decorrentes dessas ações.
desses ambientes, com o objetivo
de garantir a preservação da biodi-
versidade e oferecer maior proteção
às florestas remanescentes.
135

Orientações
½ Respostas Desafio
Para refletir 1. Oriente os estudantes na elaboração do painel, livreto ou
multimídia e sugira fontes de pesquisa para auxiliá-los.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifi-
quem que esse texto apresenta como causa dos extremos
climáticos da Europa a excessiva emissão de gases de efeito
estufa na atmosfera, provenientes de atividades humanas,
e conclui que, além da necessidade de reduzir as emissões,
é preciso adaptar-se às modificações climáticas.

135
Faça no caderno

Orientações
O infográfico da seção Em foco
possibilita o aprofundamento dos QUESTÕES AMBIENTAIS NA

EUROPA
problemas ambientais mais comuns
no continente europeu. Promova a Os impactos do
leitura das informações contidas na ser humano
página 137 e auxilie os estudantes na natureza
com as dúvidas a respeito das cau-

William Mur
sas e das consequências que envolve 0º
30°L
cada tipo de poluição citado.

nwich
e Gree
60°
N

iano d
FINLÂNDIA
NORUEGA

Merid
SUÉCIA

ESTÔNIA
Mar do
RÚSSIA

áltico
Norte
LETÔNIA (parte europeia)

Mar B
REINO
LITUÂNIA
REP. UNIDO DINAMARCA
RÚSSIA
IRLANDA
BELARUS

POLÔNIA
PAÍSES
BAIXOS ALEMANHA
BÉLGICA
OCEANO REP. UCRÂNIA
ATLÂNTICO LUXEMBURGO TCHECA Mar
FRANÇA Cáspio
45°N
ESLOVÁQUIA
4 MOLDÁVIA
ÁUSTRIA
SUÍÇA HUNGRIA
ESLOVÊNIA ROMÊNIA AZERBAIJÃO
GEÓRGIA
CROÁCIA
BÓSNIA E SÉRVIA Mar Negro
2 ARMÊNIA
3
1 HERZEGOVINA
PORTUGAL BULGÁRIA
ITÁLIA MONTENEGRO KOSOVO
ESPANHA 5 MACEDÔNIA TURQUIA
ALBÂNIA
(parte europeia)
ÁSIA
GRÉCIA

O L

1 - ANDORRA CHIPRE
MALTA
2 - MÔNACO S
Mar Mediterrâneo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
3 - SAN MARINO
4 - LIECHTENSTEIN
DA EDITORA DO BRASIL5 - VATICANO
ÁFRICA
0 283

1 : 28 300 000
566 km

Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43; BONALUME NETO, Ricardo. Satélite europeu flagra rotas da
poluição de navios. Folha de S. Paulo, 25 maio 2009. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2505200901.htm; AUMENTA
emissão de gases do efeito estufa na Europa. EcoViagem, 2 jul. 2003. Disponível em: http://ecoviagem.com.br/noticias/ambiente/aumenta-
emissao-de-gases-do-efeito-estufa-na-europa-2757.asp; SOBRE a biodiversidade. Agência Europeia do Ambiente, 31 ago. 2016. Disponível em:
www.eea.europa.eu/pt/themes/biodiversity/about-biodiversity. Acessos em: 7 abr. 2022.

136

Foco na BNCC
Competência geral 2 causas de problemas ambientais decorrentes
Competências específicas de Geografia 1, 3, 4 e 7 da ocupação humana e da produção do espaço
em diferentes pontos da Europa. Para isso,
Habilidade EF09GE17 são utilizadas a linguagem cartográfica e os
O conteúdo da seção Em foco estimula a conhecimentos geográficos que possibilitam
curiosidade intelectual a partir da abordagem compreender os diferentes elementos da interação
própria da ciência geográfica para investigar as entre a sociedade e a natureza.

136
Orientações
½ Respostas

Em foco
1. A Europa é assolada por vários pro-
EFEITO ESTUFA PERDA DE BIODIVERSIDADE blemas ambientais, como acidifica-
Os níveis de CO2 na atmosfera já estão 50% Desde a Revolução Industrial, a atividade
maiores do que os níveis pré-industriais. humana vem moldando a biodiversidade ção e poluição dos rios. A acidifica-
Isso está ajudando a causar problemas como cada vez mais ostensivamente, por meio de ção, consequência da chuva ácida,
degradação do solo, elevação do nível do mar profundas e rápidas mudanças na utilização causa impacto na vida aquática e
e alterações na hidrologia e nos ecossistemas. dos solos, na intensificação da agricultura, na
urbanização e no abandono de terras, o que,
pode alterar o ritmo da atividade
Estima-se que até 2030 haverá uma duplicação
nas concentrações de CO2, com um aumento de por sua vez, resultou no desaparecimento de pesqueira do continente. A polui-
temperatura esperado entre 1,5 °C e 4 °C. muitas práticas que ajudavam a preservar a ção dos rios pode comprometer a
riqueza das paisagens. Acredita-se que a má
captação e distribuição de água, o
gestão dos recursos naturais esteja pondo em
risco mais de 70% de todo o ecossistema, o que afeta diretamente as pessoas.
que pode afetar atividades como a extração 2. Para solucionar o problema de aci-
de madeira e a pesca, mas também causar
danos irreparáveis ao equilíbrio natural
dificação, é possível implementar
do continente. sistemas de controle de poluição
ACIDIFICAÇÃO nos países, além de restringir ou
Águas doces vêm passando por forte acidificação, eliminar a emissão de poluentes no
em especial na Escandinávia, causando grande
setor industrial. Quanto à poluição
devastação na vida aquática. Florestas
temperadas vêm sofrendo danos nas regiões da dos rios, é preciso conscientizar a
Alemanha, Polônia, República Tcheca e Eslováquia, sociedade da importância de dar
com eventuais incidências de chuva ácida. destino correto ao lixo doméstico
As principais fontes causadoras de emissões INCÊNDIOS FLORESTAIS
químicas acidificantes na Europa são derivadas da em vez de lançá-lo diretamente na
São mais comuns no sul da Europa. Chega a
geração de energia, em especial por queima, e da haver, em média, 60 mil focos de incêndio por
natureza. Outro ponto importante é
agricultura, com o uso de agrotóxicos e similares. ano, que contribuem para a piora da qualidade assegurar que os municípios tenham
do ar. Portugal e Espanha são os países eficientes sistemas de tratamento de
mais atingidos pelas queimadas, que afetam
fortemente a Itália e a Grécia.
água, de esgoto e de coleta de lixo.

POLUIDORES INVISÍVEIS
Há um aumento do índice de poluição causado
por navios, especialmente os de carga.
Estima-se que embarcações emitam entre 18%
e 30% de todo óxido de nitrogênio e 9% dos GESTÃO DE ÁGUA DOCE
óxidos de enxofre, gerando 4% das emissões A intervenção humana vem poluindo as
responsáveis pelo aquecimento global. No reservas de água doce, ao passo que o aumento
Hemisfério Norte ocorrem 85% das emissões, populacional tem ampliado a demanda –
70% delas a menos de 400 km da terra, de 100 km³/ano em 1950 para 700 km³/ano em
ocasionando, com poluição do ar e resíduos na 2000. Existe também grande perda no sistema
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
água, problemas ambientais não só ao oceano,
mas também às cidades costeiras.
de distribuição de água, chegando a pelo menos
25% na França, Espanha e Inglaterra.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Apresente dois problemas ambientais verificados na Europa e explique de que modo eles afetam
a qualidade de vida da população.

2 Que ações podem ser adotadas para evitar ou amenizar os problemas descritos anteriormente?

137

137
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas 1 No mapa a seguir, identifique e registre no caderno os limites da Europa de acordo com a numeração.

Para encerrar Europa: limites



1. 1 – Oceano Glacial Ártico. 2 –

Jairo Souza
Cír
ccuu
1
lloo
Montes Urais. 3 – Mar Cáspio. 4 – PPoo
lalar

Ártrict

ich
ioco
Oceano Atlântico. 5 – Montanhas

Greenw
ÁSIA
2
do Cáucaso. 6 – Mar Negro. 7 – Mar

no de
Mediterrâneo.

ia
Merid
2. Contínuo geográfico formado por
4
um grande bloco composto pela
Europa e pela Ásia.
3. Nas áreas de relevo de maior altitu-
de, há menor densidade demográ-
fica e são desenvolvidas atividades
econômicas de pecuária e cultivo 45º N
3
de frutas. Nas áreas de planícies, há 5
maior densidade demográfica e são 6
N
desenvolvidas atividades agrárias e
ÁSIA
industriais. O dinamismo econômico O L

é maior devido ao fato de as prin- S


Fonte: MARTINELLI, Marcello. Atlas
7 geográfico: natureza e espaço da
cipais hidrovias estarem localizadas ÁFRICA
0 468 936 km
sociedade. São Paulo: Editora do Brasil,
nessas regiões. Já a porção sul do 1 : 46 800 000 2006. p. 46.

continente é diretamente influen-


ciada pelo Mar Mediterrâneo, tem 2 O que é a Eurásia?
alta densidade demográfica e abri-
3 Relacione os principais tipos de relevo da Europa às formas de uso e apropriação do ser humano no
ga alguns dos principais portos da
continente.
região, como o de Barcelona.
4. Ao interligar os rios Reno e Danúbio, 4 Qual é a importância dos canais artificiais para a navegabilidade do continente europeu?
esses canais possibilitam a navega-
ção do sul ao norte da Europa, do 5 A Europa é amplamente cortada por rios. Identifique a que rios europeus as frases a seguir fazem
Mar Negro até o Mar do Norte. referência.
5. a) Reno. a) Compõe a paisagem da região mais industrializada do continente, possibilitando o escoamento de
b) Danúbio. produtos para o Porto de Roterdã.
6. Nas áreas influenciadas pela ma- b) Passa por dez países, ligando os lados ocidental e oriental do continente.
ritimidade, os climas apresentam
invernos menos rigorosos quando 6 Explique a influência da maritimidade e da continentalidade no clima europeu.
comparados aos das regiões dis- 7 Caracterize os climas polar e frio da Europa.
tantes do litoral, influenciados pela
continentalidade. Nas áreas próxi- 8 Em que países europeus predomina a taiga e qual é seu aproveitamento econômico?
mas aos oceanos, a temperatura
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
9 Apesar de estarem em latitudes equivalentes, o Mar da Noruega fica congelado por um período menor
aquece e resfria mais lentamente DA EDITORA DO BRASIL
do que o Mar da Suécia. Qual seria o motivo dessa diferença? Se necessário, faça uma pesquisa em
do que nas áreas continentais. fontes confiáveis sobre o assunto.
7. O clima polar caracteriza-se por
apresentar temperaturas muito bai- 10 Identifique as principais cadeias de montanhas do continente europeu.
xas, com invernos frios e longos.
11 Quais são os principais fatores climáticos que atuam na formação das paisagens naturais da Europa?
Predomina no norte da Escandinávia Explique brevemente cada um deles.
e da Rússia – as maiores latitudes do
continente. O clima frio predomina
138
na Suécia, Finlândia e Rússia. As mé-
dias térmicas mais elevadas podem
atingir 20 °C e, nos meses mais frios,
a média é inferior a 0 °C. 10. O s Alpes Escandinavos, na Península Escandinava; os 11. ( continuação) Correntes marítimas: A principal corrente
8. Na Rússia. A madeira é aproveitada Montes Apeninos, na Inglaterra; os Pireneus, na fronteira que atua na Europa, no norte do Oceano Atlântico, é quen-
na construção civil e na indústria de entre Espanha e França; e os Montes Urais, entre a Europa te. Aquecendo a água e as massas de ar, essa corrente atua
papel e celulose. e a Ásia. no noroeste do continente, amenizando os rigores da tem-
9. Espera-se que o estudante conclua 11. L atitude: Devido à sua posição geográfica, predomina peratura e elevando a umidade da região. Isso impede que
que a atuação da Corrente do Golfo na Europa o clima temperado. Proximidade do mar: as águas dos portos congelem. Ventos: Os ventos polares
ameniza as baixas temperaturas das Nas áreas próximas aos oceanos e mares, influenciadas atuam no norte e no centro do continente, determinando
águas da costa norueguesa e torna pela maritimidade, os climas apresentam invernos menos temperaturas mais baixas. Já os ventos provenientes do
o Mar da Noruega navegável; dife- rigorosos quando comparados com as regiões distantes Deserto do Saara (África) influenciam as áreas mediterrâneas,
rentemente do Mar da Suécia, que do litoral, como as do Leste Europeu, influenciadas pela tornando-as mais secas.
não sofre a influência da corrente continentalidade. 12. Estão criando leis cada vez mais rígidas para proteger o
marítima em questão. pouco que restou das coberturas vegetais naturais.
138
Sobre a avaliação
12 O que os países europeus estão fazendo para proteger as coberturas vegetais da devastação? ½½ Acompanhamento da
13 Leia o trecho da notícia e depois responda às questões.
aprendizagem
De forma geral, verifique se os es-
Rios Poluídos e Despoluídos tudantes conseguiram responder às
O primeiro passo para despoluir um rio é acabar com os focos de poluição, sejam eles esgotos, questões da seção Para encerrar.
efluentes, lixos ou produtos químicos. O segundo passo é vontade política e comprometimento Utilize-as como diagnóstico para ava-
dos gestores públicos em elaborar projetos consistentes e viáveis. E o terceiro passo é o apoio da liar se as habilidades indicadas no iní-
sociedade com cobrança das autoridades e conscientização ambiental para o uso dos locais públi- cio da unidade (EF09GE07, EF09GE16
cos sem deixar o rastro do lixo e da desordem. e EF09GE17) foram desenvolvidas de
maneira satisfatória. As atividades pro-
Rio Reno, 6 países e muitas cidades
postas na unidade podem auxiliar os
Com cerca de 1,3 mil km de extensão, o rio [Reno] nasce nos Alpes Suíços e banha seis países estudantes na preparação para exa-
europeus até desaguar no Mar do Norte, na Holanda. Durante muitos anos recebeu dejetos de
mes de larga escala.
zonas industriais, o que o levou a ser conhecido, em 1970, como a cloaca a céu aberto da Europa.
Um dos principais casos de contaminação aconteceu em 1986, quando 20 toneladas de subs- ½½ Estratégias para
tâncias altamente tóxicas foram despejadas no rio por uma empresa suíça. Com o ocorrido, os superar defasagens
governos das cidades banhadas pelo rio Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Para retomar com os estudantes
Reno em 1987, investindo mais de 15 bilhões de dólares em sua recuperação, que contou com a conhecimentos relativos à Eurásia e
construção de estações de tratamento de água. Tudo monitorado. O resultado são 95% dos esgotos suas regionalizações, reveja o conteú-
das empresas tratados e a existência de 63 espécies de peixes vivendo ali hoje. do dos mapas das páginas 110, 113
GORGULHO, Silvestre. Rios Poluídos e Despoluídos. 30 dez. 2020.
Disponível em: https://folhadomeio.com.br/2020/12/rios-poluidos-e-despoluidos/. Acesso em: 9 jun. 2022.
e 114 e as atividades da página 115.
Em relação ao relevo europeu, retome
a) Que tipo de poluição afetava o Rio Reno? o conteúdo do mapa da página 116,
b) Como foi possível recuperá-lo? o conteúdo da página 119 e os exer-
cícios da seção Olhar cartográfico,
14 Observe os mapas Europa: político (2018), na página 113, e Europa: físico, na página 120. Depois, faça na página 120, e ainda as atividades
o que se pede. da página 121. Quanto à hidrografia
a) Que cadeia montanhosa se destaca entre a Espanha e a França? desse continente, utilize o mapa da
b) Que cadeia montanhosa se destaca a sudeste do continente, na fronteira com a Ásia? página 123 e as atividades da página
127. Para abordar o clima e a vegeta-
c) Identifique as principais planícies do continente.
ção do continente europeu, retome
d) Cite alguns rios europeus. o conteúdo dos mapas das páginas
15 Vários fatores influenciam o clima do continente europeu: latitude, altitude, correntes marítimas 128, 129 e 130, as atividades da se-
e maritimidade. ção Olhar cartográfico, na página
134, e as atividades da página 135.
a) Explique de que forma as correntes marítimas exercem influência no clima da Europa.
Auxilie os estudantes quanto a possí-
b) Escolha outro fator citado no enunciado que influencia o clima europeu e explique-o. veis dúvidas que possam surgir.

Avaliação de
Assista
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO resultados
O Tâmisa, de Mark Nelson. Parte de uma série chamada Os rios, o documentário segue o curso do Rio Tâmisa, Retome os objetivos da unidade
Henrique VII (26 min).
DA EDITORA DO BRASIL
na Inglaterra, apresentando, além das principais características e curiosidades, sua história desde a época do rei
descritos na página 108 deste ma-
nual e baseie-se neles para a elabo-
Leia ração de uma avaliação. É importante
Atlas National Geographic: Europa (Editora Abril). Dividida em três volumes, a coleção apresenta a geografia certificar-se de que as competências
física e humana do continente em mapas, tabelas, gráficos e fotografias. Você pode conferir informações sobre a
gerais e as competências específicas
vegetação, o clima, a organização política, a economia e a população dos países europeus.
e habilidades de Geografia indicadas
sejam contempladas na avaliação.
139

13. a) Os dejetos das zonas industriais e de empresas quí- 15. a) A corrente que banha a costa atlântica do continente,
micas. de Portugal até a Noruega, exerce papel moderador
b) Com o esforço conjunto da iniciativa privada e dos das temperaturas nas faixas de terra próximo à costa
governos dos países banhados pelo Reno. (ainda não reconhecido por todos os países). Ameniza
14. a) Pireneus. o inverno no noroeste da Europa e provoca aumento
b) Cáucaso. das médias térmicas.
c) Planície Sarmática, Planície Húngara e Planície Germano- b) Altitude: quanto maior a altitude, menor a temperatu-
-Polonesa. ra; maritimidade: a proximidade com o litoral também
afeta a temperatura das cidades devido à localização
d) Pó, Sena, Ródano, Reno, entre outros.
ao nível do mar.

139
Objetivos da unidade

valentinrussanov/iStockphoto.com
• Identificar o multiculturalismo na
sociedade europeia.
• Identificar e caracterizar os prin­
cipais aspectos demográficos
europeus.
• Entender e analisar os movimentos
migratórios na Europa.
• Identificar as principais motivações
dos movimentos separatistas da
Europa.
• Analisar a organização do espaço
econômico europeu.
• Identificar as características da
indústria europeia e os impactos
ambientais causados por ela.
• Identificar as características da
agropecuária e da mineração na
Europa e os impactos ambientais
causados por ambas.
• Compreender o processo de formação
da União Europeia e da Comunidade
dos Estados Independentes.
• Compreender as práticas e os ob­
jetivos dos principais blocos eco­
nômicos do continente.

Introdução
Fechando os estudos sobre a Euro­
pa, esta unidade aborda os aspectos
sociais e econômicos do continente.
São apresentados aspectos gerais da
população europeia: sua diversidade
étnica, disposição, dinâmica e estrutu­
ra, além das minorias e os movimen­
tos migratórios. O estudante conhece­
rá alguns dos principais movimentos
separatistas em curso atualmente na
Europa Ocidental e vai aprender a or­
ganização do espaço econômico eu­MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
ropeu, as principais características da
produção industrial, da agropecuária
e da mineração e seus impactos. Por
fim, aborda-se o processo de formação
da Comunidade dos Estados Indepen­
dentes, da União Europeia e as caracte­ Casal em trajes típicos do Carnaval
veneziano. Veneza, Itália, 2015.
rísticas econômicas mais importantes.

Justificativa 140

Por meio da base pavimentada na


unidade anterior, a proposta nesta uni­
dade é aprofundar a análise da Geo­ Levantamento de conhecimentos prévios
grafia da Europa. As discussões sobre
Para realizar uma avaliação diagnóstica sobre os conheci­ Elenque outros aspectos culturais herdados da colonização
demografia e migrações no continen­
mentos dos estudantes, utilize as questões da abertura desta e migração europeia, como nosso idioma, pratos culinários
te é fundamental para uma discussão
unidade para propor um debate sobre as influências culturais e arquitetura. Esse diálogo favorece o desenvolvimento do
qualificada a respeito da economia
da Europa no Brasil. Além do Carnaval, outras festas brasilei­ tema contemporâneo transversal Educação para a valo-
(tanto industrial quanto agropecuá­
ras têm origem europeia, como as festas juninas (Portugal), rização do multiculturalismo nas matrizes históricas e
ria) e da política europeia e seus des­
folias de reis (Espanha), quermesses (Itália), entre outras. culturais brasileiras.
dobramentos para o resto do mundo.

140
Orientações
Com os estudantes, observe a
imagem e descreva os principais
elementos encontrados. Incentive-
-os a relacionar a paisagem da ima-
gem com as paisagens observadas
por eles com mais frequência no dia
a dia. Apontem, juntos, as semelhan-
ças e as diferenças. Para melhor vi-

Europa:
sualização, as informações podem ser
organizadas e sistematizadas em um
quadro na lousa. As perguntas que

sociedade e dizem respeito à observação e à in-


terpretação da imagem relacionam-se

economia
ao conhecimento prévio do estudan-
te e à reflexão sobre as características
do lugar em que vive, evidenciando
o seu protagonismo no processo en-
sino-aprendizagem.

A cultura europeia é multifacetada. Mesmo sendo o segun- ½½ Respostas


do menor continente do globo, a Europa abrange grande 1. Resposta pessoal. Pergunte aos estu-
variedade étnica, que resulta em diversidade cultural. Tradi- dantes se já viram alguma referência
ções milenares convivem com avanços tecnológicos nesse ao Carnaval de Veneza em filmes,
território, que é o berço da cultura ocidental. programas de televisão, internet
ou revistas. Comente que, original-
1. Na fotografia, vemos o Carnaval de Veneza, um dos mais mente, o objetivo do Carnaval era
antigos do mundo, cuja origem está no século XI. Você
reunir, de maneira anônima, nobres
conhece essa festividade?
e plebeus em uma festa, por isso
2. Quais semelhanças e diferenças é possível notar entre o
Carnaval veneziano e o que se tornou símbolo da cultura
a tradição do uso de máscaras. A
do Brasil? festa é uma das principais atrações
turísticas da cidade italiana.
2. Resposta pessoal. O estudante pode
citar o uso de fantasias, de roupas
coloridas e o fato de parte das fes-
tividades acontecerem no espaço
público, como em ruas e praças.

Nesta unidade, você vai estudar:


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• diversas etnias da Europa;

DA EDITORA DO•• BRASIL


distribuição, estrutura e crescimento populacional;
imigração no continente;
• movimentos separatistas;
• economia no continente;
• impactos ambientais;
• blocos econômicos da Europa.

141

BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati-
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar
Competências gerais 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie-
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
1, 3, 4 e 5 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionados às regras, aos espaços e aos materiais es-
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4 e 7
colares, ao convívio entre professores, funcionários e estu-
Habilidades EF09GE02, EF09GE03, EF09GE04, dantes e ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
EF09GE08, EF09GE09 e EF09GE10

141
1
Objetivos do capítulo

População
• Identificar o multiculturalismo na
sociedade europeia.
• Identificar e caracterizar os prin­
cipais aspectos demográficos eu­
ropeus. e sociedade
• Entender e analisar os movimentos
migratórios na Europa.

Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou as características climáticas e os tipos de vegeta-
pedagógicos
ção da Europa, assim como a ação humana no espaço geográfico. Neste capítulo, você
Os aspectos demográficos e mo­ aprenderá aspectos gerais da população europeia: sua diversidade étnica, disposição,
vimentos migratórios são conheci­ dinâmica e estrutura.
mentos previamente trabalhados
no Ensino Fundamental (EF05GE03,

Leanne Vorrias/Shutterstock.com
EF07GE02, EF07GE06, EF07GE10) que
se relacionam com os assuntos do ca­ Multiculturalismo
pítulo. O resgate dessas habilidades Com cerca de 747 milhões de habitantes, a população da
pode ser de grande importância para Europa corresponde a aproximadamente 10% da população mun-
iniciar a discussão sobre o tema “Po­ dial, segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais
pulação e sociedade europeia”. da ONU, em 2020. Em seu pequeno território, o continente abri-
ga uma enorme diversidade de grupos étnicos, como os latinos
Orientações (portugueses, franceses, italianos), os anglo-saxões (alemães,
Solicite aos estudantes que obser­ ingleses, noruegueses, suecos), os eslavos (russos, ucranianos,
Dança grega típica. Mykonos,
vem as imagens da página e identifi­ poloneses) e os celtas (irlandeses, escoceses, galeses).
Grécia, 2018.
quem diferentes elementos de cada Existem também grupos étnicos minoritários que ocupam o
território europeu, com grande importância na formação da so-
CanY71/iStockphoto.com
cultura, evidenciando o multicultura­
ciedade local, como os bascos, os catalães, os ciganos, os lapões,
lismo do continente.
entre outros. Essa variedade proporciona à Europa, por um lado, o
Pergunte se as 24 línguas conside­
multiculturalismo e, por outro, os conflitos étnicos. A identidade
radas oficiais no continente europeu étnico-cultural e sua preservação são uma forte característica dos
são as únicas faladas no continente. países europeus.
Em seguida, proponha que reflitam
sobre as razões de haver, na União A marca dessa diversidade étnica pode ser percebida pela
multiplicidade de idiomas falados no continente. A União Europeia
Europeia, tantas línguas oficiais e con­ Tradicional secagem de peixes. reconhece 24 línguas como oficiais no bloco e, por isso, emite
verse retomando o processo histórico Nazaré, Portugal, 2018.
documentos em todas elas, respeitando assim essa variedade.
de formação da sociedade europeia.
Sergi Boixader/Alamy/Fotoarena
Essa atividade poderá ser trabalha­
Grupo de dança cigana durante festival
da de maneira interdisciplinar com Valls Decennial. Tarragona, Espanha, 2022.
História.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

142

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 4
O conteúdo deste capítulo estimula a turma
a promover a valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.

142
Orientações
Distribuição, estrutura e Incentive os estudantes a observar
dinâmica populacional a relação entre o tamanho do terri­
tório e a quantidade total de habi­
Depois da Ásia, a Europa é o continente mais densamente povoado do tantes para justificar a alta densidade
mundo, com 71 hab./km². Nele, 74% da população reside em áreas urbanas, demográfica de países como Mônaco,
conforme dados de 2018. Em 2020, segundo a ONU, os países europeus mais
Países Baixos e Bélgica.
populosos eram: Rússia, com 145,9 milhões de pessoas; Alemanha, 83,7 mi-
Oriente-os com a leitura e a inter­
lhões; Reino Unido, 67,8 milhões; França, 65,2 milhões; e Itália, 60,4 milhões.
pretação do mapa de densidade de­
A distribuição populacional da Europa é desigual e irregular. As maiores
concentrações ocorrem no centro e no oeste, e as menores, no norte e no leste
mográfica na Europa, localizado na
do continente. As áreas mais povoadas são aquelas em que o desenvolvimento página seguinte. Se possível, também
industrial é superior, muitas delas nos vales dos rios – como o Rio Pó, na Itália, apresente a eles o mapa de densi­
e o Reno, na Alemanha – e nas férteis planícies centrais. Já as áreas menos dade demográfica no mundo, do
povoadas são aquelas muito frias, próximas ao Círculo Polar Ártico, e as regiões Atlas do IBGE (disponível em: https://
montanhosas. Segundo a ONU, em 2020, os países europeus com maior densi- atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/
dade demográfica eram: Mônaco (19 mil hab./km²), Países Baixos (417 hab./km2) mapas_mundo/mundo_nivel_de_
e Bélgica (379 hab./km2). densidade_demografica.pdf; acesso
em: 9 jun. 2022), e faça uma análise
manfredxy/Shutterstock.com

comparativa da situação demográfi­


ca na Europa em relação aos outros
continentes.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Vista aérea parcial da cidade de Colônia. Alemanha, 2019.

143

143
Orientações Observe as áreas mais povoadas e menos povoadas do continente no
Faça uma roda de conversa com mapa a seguir. Retome os mapas de clima e relevo estudados anteriormente
os estudantes. Incentive-os a pensar e relacione-os com a distribuição populacional do continente. O que pode-se
nos fatores que levam à diminuição concluir dessa análise comparativa entre os mapas?
do índice de natalidade, como, por
exemplo, a expansão urbano-indus­ Europa: densidade demográfica – 2015
trial (que alterou o modo de vida das

Allmaps

pessoas) e os padrões de consumo, o Cír


cu
lo P
ola
elevado custo da criação dos filhos, a r Árt
ico
Reykjavik
participação cada vez maior da mu­
lher no mercado de trabalho, os casa­ N

mentos tardios etc.

h
nwic
O L

Gree
S

de
diano
0 346 692 km Helsinque
Oslo

Meri
1 : 34 600 000 Estocolmo

Mar do Moscou

o
lti c
Norte


50° Dublin Copenhague r
N Ma
Minsk
Londres Amsterdã Varsóvia
OCEANO Berlim
ATLÂNTICO Bruxelas
Kiev
Luxemburgo
Praga
Paris
Bratislava
Viena
Chisinau
Berna Budapeste
Densidade de habitantes Liubliana
(por km2) Zagreb Bucareste
Menos de 1 Belgrado Mar Negro
Sarajevo
De 1 a 10 Lisboa Madri
Podgorica Sófia
De 10 a 25 Roma Skope Istambul

De 25 a 50 Tirana

De 50 a 100
De 100 a 200 Atenas
Mais de 200
Valeta
Cidade principal Mar Mediterrâneo

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016.

A longevidade (anos de vida esperados ao nascer) e a baixa taxa de


fecundidade (o número médio de filhos por mulher em idade fértil) são carac-
terísticas marcantes da população dos países europeus nos últimos anos.
Em 1970, a taxa de fecundidade europeia foi de 2,37; a taxa de mortalidade
infantil (óbitos por 1 000 nascidos vivos), de 30‰; e a expectativa de vida, de
70 anos. Em 2019, de acordo com o Departamento de Assuntos Econômicos e
Sociais da ONU, a taxa de fecundidade estava em 1,55; a mortalidade infantil,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO em 3,4‰; e a expectativa de vida, em 81,3 anos.
Ao observar as diferenças dos dados entre 1970 e 2019, percebe-se a
DA EDITORA DO BRASIL redução da fecundidade e da mortalidade infantil na Europa, ao mesmo tempo
que há o aumento da expectativa de vida – índices que revelam importantes
mudanças na estrutura demográfica do continente.
Alguns países, sobretudo do Leste Europeu, já estão apresentando taxas
negativas de crescimento nos últimos anos, o que implica uma tendência de
diminuição da população. As taxas de natalidade e crescimento populacional
tendem a ser mais elevadas entre os grupos de imigrantes e seus descendentes.

144

Foco na BNCC
Competência geral 4
Competências específicas de Geografia 1 e 2
Habilidade EF09GE09
O conteúdo da página possibilita a análise dos
aspectos populacionais de países e grupos de
países europeus. O tema incentiva o trabalho com
a linguagem gráfica e matemática, além do uso
dos conhecimentos geográficos para entender
a interação entre a sociedade e a natureza e
estabelecer conexões entre diferentes temas.

144
Muitos fatores são responsáveis pelo declínio da natalidade nos países europeus. Orientações
A expansão urbano-industrial (que alterou o modo de vida das pessoas) e os padrões Auxilie os estudantes na leitura e
de consumo, o elevado custo para a criação dos filhos, a participação cada vez maior na interpretação das pirâmides etá­
da mulher no mercado de trabalho e os casamentos tardios são alguns deles. rias. Espera-se que percebam que a
Essas características demográficas possibilitam que a estrutura etária dos base mais estreita retrata o menor
países seja composta majoritariamente de população adulta e idosa. O número número de crianças e jovens e o
reduzido de jovens na população está ligado à baixa taxa de natalidade. meio/topo mais largo representa um
Observe a estrutura etária da França e da Ucrânia nas pirâmides etárias a seguir. grande número de adultos e idosos
Ucrânia: pirâmide etária – 2020 França: pirâmide etária – 2021 na configuração das populações eu­
ropeias. No futuro, em alguns países

DAE
DAE
Idades Idades
100+ 100+ europeus poderá ocorrer o fenôme­
95-99 95-99
Homens 90-94 Mulheres Homens 90-94 Mulheres no da “pirâmide etária invertida”, em
85-89 85-89
80-84 80-84 que o número de idosos será maior
75-79 75-79
70-74 70-74 que o de jovens, agravando a situação
65-69 65-69
60-64 60-64 demográfica do continente. Retome
55-59 55-59
50-54 50-54 com os estudantes as três dimensões
45-49 45-49
40-44 40-44 que compõem o IDH: saúde, educa­
35-39 35-39
30-34 30-34 ção e renda. Se possível, acesse a pá­
25-29 25-29
20-24 20-24 gina do IBGE Países para explorar o
15-19 15-19
10-14 10-14
5-9
IDH de alguns outros países. Dispo­
5-9
0-4 0-4 nível em: https://paises.ibge.gov.br.
5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5
População (%) População (%)
Acesso em: 9 jun. 2022.

Fonte: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100 – Fonte: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100 –
Ukraine 2020. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em: https:// France 2021. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em: https://
www.populationpyramid.net/ukraine/2020/. Acesso em: 9 abr. 2022. www.populationpyramid.net/france/2021/. Acesso em: 9 abr. 2022.

Note o formato das pirâmides etárias, principalmente em relação à base e ao


topo, que representam as faixas etárias jovem e idosa, respectivamente, dos países.
Por um lado, a alta expectativa de vida – propor-
cionada pela boa qualidade de vida da população – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
determina maior participação de idosos (acima de 65 – 2019
anos) na composição da pirâmide etária. Por outro, a Ranking IDH
baixa natalidade revela a menor participação da po-
1. Noruega 0,957
pulação jovem na estrutura demográfica dos países.
Como a população idosa tem vivido cada vez 2. Irlanda 0,955
mais, isso aumenta a necessidade de gastos so- 2. Suíça 0,955
ciais com pensões e saúde. Assim, nesses países,
4. Hong Kong (China) 0,949
os governos procuram reformular o sistema de
aposentadoria e de contribuição social para torná- 4. Islândia 0,949
-lo sustentável. No continente europeu, cerca de 6. Alemanha 0,947
20,6% da população tem mais de 65 anos. 7. Suécia 0,945
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Melhorias na qualidade de vida da população,
8. Austrália 0,944
caracterizadas pela melhor distribuição de renda e
DA EDITORA DO BRASIL
por investimentos em saúde e educação, são fatores 8. Países Baixos 0,944
que proporcionam maior longevidade na Europa. 10. Dinamarca 0,940
Uma das variáveis do Índice de Desenvolvimento
Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO
Humano (IDH) é a expectativa de vida. Nesse quesi- (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. A próxima fronteira –
to, o continente europeu é o que abriga, em conjunto, O desenvolvimento humano e o Antropoceno. c2020. Disponível em:
https://www.undp.org/pt/angola/publications/relat%C3%B3rio-do
os países com os melhores indicadores sociais do -desenvolvimento-humano-2020-pr%C3%B3xima-fronteira-o
mundo. Observe os dados da tabela ao lado. -desenvolvimento-humano-e-o-antropoceno. Acesso em: 9 abr. 2022.

145

Foco na BNCC
Competências gerais 1, 3 e 9 mundial, defendendo o princípio do respeito às
Competência específica de Geografia 7 diferenças e relacionando os modos de vida desses
povos com as diversas paisagens. O tema valoriza
Habilidades EF09GE03 e EF09GE04 os conhecimentos historicamente construídos
O conteúdo da página que diz respeito às minorias sobre o mundo social e cultural, a diversidade
étnicas da Europa possibilita a identificação de várias de grupos e os respectivos saberes, identidade e
manifestações culturais de minorias como forma de cultura, além de contribuir para a construção de
compreender a multiplicidade cultural em escala uma sociedade democrática e inclusiva.

145
Orientações
Minorias étnicas
½ Respostas
Ao nos referirmos às minorias étnicas, estamos fa-

Pavel Lvov/Sputnik/AFP
Um pouco mais sobre lando de povos de determinado país que partilham de
valores e costumes comuns e próprios, mas que não com-
1. Resposta pessoal. Oriente os estu­
põem a maioria populacional em seu território. Assim, na
dantes na utilização do atlas geo­
Europa, continente marcadamente multicultural, esses
gráfico para localizar Ceuta. Com os
povos ganham vital importância na construção das múl-
desenhos feitos, demonstre como tiplas identidades.
a posição do território e sua con­ As lutas e as reivindicações dessas minorias buscam
dição de ‘enclave’ o tornaram um a preservação de sua tradição e cultura, as quais são, em
polo de atração de pessoas em grande medida, fruto da própria relação que historicamen-
deslocamento. te estabeleceram com seus territórios e paisagens. Esse é
2. Cerca de 6 mil imigrantes chegaram o caso do povo sami (ou lapões) do norte da Europa, prin-
Criadora alimenta renas
a Ceuta. Aproximadamente 1 500 em uma comunidade sami. cipalmente da Península Escandinava, cujas principais atividades são a caça,
são menores de idade. Murmansk, Rússia, 2018. a pesca, a agricultura e a criação de renas.
3. Geralmente os imigrantes se deslo­ Os ciganos compõem o maior grupo de povos considerados minoria étnica
no continente. Atualmente, estima-se que 10 milhões de ciganos vivam na Eu-
cam para outros países ou território
ropa, sendo 6 milhões no interior do bloco da União Europeia (UE). Hoje, esse
com o objetivo de buscar melhores
grupo tem conseguido maior projeção e conquista de direitos; contudo, ainda
condições de vida e oportunidades
convive com o racismo, a discriminação e a exclusão social.
de trabalho. Faça no caderno

4. Resposta pessoal. Espera-se que os


estudantes consigam expor argu­
mentos que exponham as opiniões Espanha envia de volta ao Marrocos 2,7 mil dos 6 mil migrantes que
sobre o acolhimento ou não dos entraram em Ceuta
imigrantes por parte do governo
O território de Ceuta, um enclave da Espanha no Marrocos, recebeu 6 mil imigrantes nos dois últimos
espanhol. dias e, nesta terça-feira (18), enviou de volta 2,7 mil deles, disse o ministro espanhol do Interior, Fernando
Grande-Marlaska.
Grande-Marlaska passou a informação ao canal público TVE. Ele afirmou que, além de ter devolvido
ao Marrocos uma parte dos imigrantes, a Espanha ainda tenta enviar mais pessoas que entraram em seu
território para "reverter a situação". Foram enviados 200 policiais a mais para Ceuta e carros blindados
para patrulhar as praias.
O ministro também afirmou que embora "seja muito cedo para determinar o número de menores de
idade", recebeu a informação sobre a chegada de 1,5 mil, que "devem passar pelos exames correspon-
dentes para determinar a idade". [...]
Fonte: ESPANHA envia de volta ao Marrocos 2,7 mil dos 6 mil migrantes que entraram em Ceuta. G1, [s. l.], 18 maio 2021.Disponível em:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/05/18/espanha-envia-de-volta-ao-marrocos-2700-dos-6000-migrantes-que-entraram-em-ceuta.ghtml.
Acesso em: 11 maio 2022.

1 Pesquise em um atlas ou em sites confiáveis a localização do território de Ceuta em Marrocos. Desenhe


o contorno da Espanha e do Marrocos que são próximos entre si, a porção do Mar Mediterrâneo e do
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Oceano Atlântico que banham esses países e a localização de Ceuta em Marrocos.
DA EDITORA DO BRASIL
2 Qual o total de imigrantes que chegaram a Ceuta? Quantos desses eram menores de idade?

3 Por que os imigrantes tentam entrar em Ceuta?

4 Em sua opinião, qual deveria ser a ação do governo espanhol em relação aos imigrantes ilegais que
chegam ao território de Ceuta? Por quê?

146

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 1
A discussão a respeitos das minorias étnicas
possibilita compreender a si e ao outro como
identidades diferentes, de forma a exercitar o
respeito à diferença em uma sociedade plural e
promover os direitos humanos.

146
Orientações
A imigração no continente Ressalte que, devido ao intenso
Atualmente, grande parte das taxas de crescimento populacional na Europa fluxo migratório de africanos e asiá­
resulta da chegada de imigrantes ao continente. Os maiores fluxos migratórios ticos para a Europa, em 2015 a União
para os países europeus provêm de nações da África, da Ásia e da América Europeia adotou, em caráter de ur­
Latina. Além disso, há migração intensa entre países do próprio continente, por gência, um pacote de medidas para
exemplo, europeus da porção oriental que migram para a Europa Ocidental. amenizar a crise imigratória. Em reu­
O crescimento econômico alcançado pelos países europeus na segunda metade niões dos países-membros do blo­
do século XX tornou o continente um grande polo de atração de migrantes. Com o co, foram decididas as seguintes
fim do socialismo, a partir de 1990, a corrente migratória para o continente aumen- medidas: obrigatoriedade de cadas­
tou consideravelmente. As populações do Leste Europeu partiram, sobretudo, em tramento dos imigrantes; punição aos
direção à Alemanha, à França e à Itália, em busca de melhores condições de vida.
traficantes de pessoas; repasse de re­
Assim, a imigração causou, nos países da Europa Ocidental, um acréscimo
cursos financeiros aos países para que
da população. Para evitar conflitos com a população local, os governos de mui-
criem frentes de empregos e ajudem
tos países ocidentais tomaram atitudes como fechar as fronteiras – reforçando
o controle na entrada de estrangeiros – e estabelecer cotas de imigração. A
o retorno das pessoas aos países de
Cota de imigração:
partir de 2004, com a incorporação de vários países do Leste Europeu à União limite estipulado para
origem.
Europeia, surgiu outro fator de restrição à imigração, em razão da imigração permissão de entrada
de imigrantes. ½ Respostas
ilegal para as nações da UE.
Entretanto, a redução da população economicamente ativa europeia (ho- Ser cidadão
mens e mulheres de 15 a 65 anos) tem incentivado a inserção de mão de obra 1. Resposta pessoal. Espera-se que
imigrante no mercado de trabalho. os estudantes concluam que essas
A xenofobia, determinada pela aversão aos imigrantes, está se ampliando,
ações políticas, na maioria das vezes,
o que aprofunda a segregação dessas comunidades e provoca atitudes violen-
não respeitam os princípios básicos
tas, tanto de grupos extremistas, contrários à imigração, como das comunidades Milhares de pessoas se
dos direitos humanos, pois negam
de imigrantes. reuniram para a Marcha
Outro fator que contribui para a restrição à imigração é a crise econômica contra o Racismo, abrigo às populações em risco de
manifestação nacional contra vida e necessitadas de apoio, in­
enfrentada por alguns países do bloco nos últimos anos, os quais alegam não o aumento de ataques
ter estrutura para receber imigrantes. relacionados à imigração. dependentemente de sua origem,
Londres, Reino Unido, 2018. condição política, social e étnico­
-religiosa.
John Gomez/Shutterstock.com

Ser cidadão MATERIAL DE DIVULGAÇÃO


DA EDITORAdeDOrefugiados
Acolhimento BRASIL
Os últimos anos foram marcados por um intenso fluxo migratório de africanos
e asiáticos rumo à Europa, fugindo de guerras, perseguições étnico-religiosas e da pobreza. Diversos
países criaram obstáculos, dificultando e impedindo a entrada desses imigrantes.

1 Com base nos direitos humanos, discuta com os colegas a importância do acolhimento de refugiados.

147

Foco na BNCC
Competências gerais 2, 7, 9 e 10 de países europeus. O tema exercita a autonomia
Competências específicas de Geografia 3 e 7 e o senso crítico para a aplicação do raciocínio
geográfico, a curiosidade intelectual, incluindo a
Habilidade EF09GE09 reflexão, a resolução de problemas, a defesa de
O conteúdo da página e a atividade proposta ideias e a tomada de decisão com base nos direitos
pela seção Ser cidadão possibilitam a análise dos humanos, na empatia e no respeito ao outro e em
aspectos populacionais de países e grupos princípios democráticos e inclusivos.

147
Orientações
Promova a leitura do poema da se­ Refugiados, uma questão atual
ção Diálogo com Arte e faça uma Hoje em dia, a questão migratória é umas das principais pautas políticas,
roda de conversa com os estudantes sociais e econômicas da Europa. Segundo o Alto Comissariado das Nações
para que comentem suas interpreta­ Refugiados vindos da Ucrânia Unidas para Refugiados (Acnur), em 2017, mais de 170 mil pessoas entre
ções e debatam sobre o conteúdo. atravessam a fronteira em migrantes e refugiados entraram no continente europeu pela Espanha, Itália
direção à cidade de Medyka. e Grécia. No entanto, acredita-se que, nesse mesmo período, mais de 3 100
Procure estabelecer relações entre Polônia, 2022.
passagens do poema e os temas es­ pessoas perderam a vida no mar em rotas rumo à Europa.

Sergei Grits/AP Photo/Imageplus


tudados neste capítulo. O deslocamento de sírios para a Europa, fugindo dos
conflitos do país, é um dos principais fatores que têm
½ Respostas impulsionado essas situações. O objetivo deles é chegar
principalmente à Alemanha e ao Reino Unido na esperan-
Diálogo com Arte ça de conseguir trabalho e melhores condições de vida
1. a) O poema fala do drama dos re­ nesses países.
fugiados no mundo atual. Segundo alguns estudos, o movimento migratório
b) Espera-se que os estudantes pode compensar o aumento do número de aposentados e
identifiquem compaixão, soli­ a baixa taxa de natalidade na Europa. Dessa forma, a res-
dariedade e certa indignação trição à entrada de imigrantes caminha, de certa forma, na
pela sorte dos imigrantes. contramão das necessidades de mão de obra do continente.

Arte

Poesia imigrante
A arte reflete as principais questões de seu tempo. Tem sido assim desde as primeiras manifestações
artísticas do ser humano, nas paredes das cavernas. O problema dos refugiados no mundo contemporâ-
neo, uma das questões mais prementes de nossa época, também é retratado nos diversos gêneros da arte.
Leia o trecho de um poema do poeta angolano Moisés Tiago António, refugiado no Brasil.

Sou imigrante
[...]
Não tenho terra
Tudo é terra
Não importa se aqui ou lá!
Quem dera que não houvessem fronteiras!
Quem dera que não houvessem leis
Leis essas que nos prendem, Separam,
Hostilizam, injuriam e abalam!
[...]
Porque a terra é nossa, de todos nós
Feito por Deus e entregue à todos os homens
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Não importa se aqui ou lá!

DA EDITORA DO BRASIL Fonte: ANTÓNIO, Moisés Tiago. MigraMundo, [s. l.], 4 fev. 2017.
Disponível em: https://migramundo.com/sou-imigrante-poema-de-moises-antonio/. Acesso em: 9 abr. 2022.
Faça no caderno

1 Com base na leitura do trecho do poema, responda às questões.


a) De que fala o poema?
b) Que sentimento o poeta passa em relação ao problema descrito?

148

Foco na BNCC
Competências gerais 2, 7, 9 e 10 países europeus. O tema exercita a autonomia
Competências específicas de Geografia 3 e 7 e o senso crítico para a aplicação do raciocínio
geográfico, a curiosidade intelectual, incluindo a
Habilidade EF09GE09 reflexão, a resolução de problemas, a defesa de
O conteúdo da página e a realização da atividade ideias e a tomada de decisão com base nos direitos
da seção Diálogo com Arte possibilitam a análise humanos, na empatia e no respeito ao outro e em
dos aspectos populacionais de países e grupos de princípios democráticos e inclusivos.

148
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 Por que a Europa pode ser considerada um continente multicultural?
1. Por abrigar uma grande diversidade
2 Descreva como está distribuída e onde está concentrada a população no continente europeu. de grupos étnicos, como os latinos
(portugueses, franceses, italianos
3 Observe as pirâmides etárias de Portugal, nos anos de 1991 e 2021. Com base nos gráficos, responda
etc.), germanos (alemães, ingleses,
às questões a seguir.
noruegueses, suecos etc.), eslavos
(russos, ucranianos, poloneses etc.),
Portugal: pirâmide etária – 1991 Portugal: pirâmide etária – 2021 celtas (irlandeses, escoceses, galeses

DAE
etc.) e os grupos étnicos minoritá­
DAE

100+
Idades
100+
Homens
95-99
90-94 Mulheres 95-99 rios, cuja importância é grande na
Homens 90-94 Mulheres
85-89
80-84
85-89 formação da sociedade europeia,
80-84
75-79
70-74 75-79 como os bascos, catalães, ciganos,
70-74
65-69
60-64 65-69 lapões etc.
60-64
55-59
50-54 55-59
50-54
2. Está distribuída de forma desigual
45-49
40-44 45-49
40-44
e irregular. As áreas mais povoadas
35-39
30-34 35-39 são as de maior desenvolvimento
25-29 30-34
20-24 25-29 industrial, muitas delas nos vales
15-19 20-24
10-14 15-19 dos rios – como o Rio Pó, na Itália,
5-9 10-14
0-4 5-9 e o Reno, na Alemanha – e nas fér­
0-4
430 344 258 172 86 0 0 86 172 258 344 430 teis planícies centrais. As áreas me­
Faixa 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5
Milhares de pessoas Milhares de pessoas
etária População (%) nos povoadas são as de clima frio,
Fonte: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100 – Portugal Fontes: POPULATION by Age – Portugal. United States Census próximas ao Círculo Polar Ártico, e
2021. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em: https://www.census. Bureau, 2022. Disponível em: https://www.populationpyramid.net/
gov/data-tools/demo/idb/#/pop?COUNTRY_YEAR=1991&COUNTRY_YR_ portugal/2021/; POPULATION Pyramids of the World from 1950 to as regiões montanhosas.
ANIM=1991&FIPS_SINGLE=PO&FIPS=PO&popPages=PYRAMID&POP_ 2100 – Portugal 2021. PopulationPyramid.net, c2019. Disponível em:
YEARS=2022&menu=popViz. https://www.populationpyramid.net/portugal/2021/. Acessos em:
3. a) A pirâmide etária de 1991 apre­
Acesso em: 9 abr. 2022. 9 abr. 2022. senta a base larga, contudo, com
uma tendência à diminuição. Já
a) Descreva como estão representados a base e o topo das duas pirâmides e explique o que eles o topo aparece mais afunilado.
indicam. Esse formato indica uma eleva­
b) Observe conjuntamente as pirâmides etárias e apresente os fatores que explicam a mudança do da natalidade, que, entretanto,
perfil demográfico do país. já apontava uma tendência de
diminuição, e uma população
4 Nos últimos anos, qual é a procedência (países de origem) dos principais fluxos migratórios ocorridos ainda não tão envelhecida. A
no continente europeu? pirâmide etária de 2018 apre­
5 Por que existem movimentos contrários à imigração para o continente europeu? senta a base mais estreita e o
topo aparece bem mais largo.
Para refletir Esse formato indica uma eleva­
da redução de natalidade e uma
1 O Brasil também está envolvido na questão dos migrantes. Há alguns anos, milhares de haitianos che- população mais envelhecida.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
garam ao país, deixando para trás uma nação em ruínas depois do terremoto de 2010 e de uma crise
b) A expansão urbano-industrial
DA EDITORA DO BRASIL
econômica que já dura décadas. Mais recentemente, venezuelanos entraram em território brasileiro
pelo estado de Roraima, fugindo da grave recessão econômica e dos problemas políticos que assolam
(que alterou o modo de vida
das pessoas) e os padrões de
a Venezuela. Que postura você acha que deve ser assumida diante desses e de outros migrantes que
consumo; o elevado custo da
chegam ao Brasil? Justifique sua resposta considerando que o Brasil é um país formado por migrantes
de várias nacionalidades.
criação dos filhos; a participação
cada vez maior da mulher no
mercado de trabalho; os casa­
mentos tardios; além de outros
149 fatores, cada vez mais associados
ao modo de vida contemporâ­
neo tanto no campo como na
cidade. Por outro lado, a me­
Orientações lhoria da qualidade de vida da
população, caracterizada por
½ Respostas Para refletir melhores condições médico­
4. Majoritariamente de nações em desenvolvimento da África, 1. Resposta pessoal. Aproveite para conscientizar os estudantes -sanitárias e acesso a recursos
da Ásia e da América Latina. A migração é intensa também da necessidade de uma postura baseada em solidariedade, e investimentos em saúde, foi
entre alguns países do próprio continente, principalmente compaixão e empatia para com os povos que precisam fundamental para o aumento
do Leste Europeu. de ajuda humanitária internacional, em uma crise que da expectativa de vida.
5. Por motivos xenófobos, preocupação com o surgimento acomete principalmente os indivíduos mais vulneráveis.
de conflitos gerados pela diversidade de nacionalidades Reforce a ideia de que os migrantes ou refugiados não
(situação rejeitada pelos nativos), além do custo do siste­ são necessariamente um problema; eles podem ser uma
ma público de assistência social e das crises econômicas solução, como visto no caso da Europa, que precisa de mão
enfrentadas por alguns países europeus nessa década. de obra mais jovem no mercado de trabalho.
149
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as principais motivações
dos movimentos separatistas da
Conflitos e
Europa.
• Estudar o contexto dos movimen­ movimentos
tos separatistas da Espanha.
• Compreender as questões territo­
riais e políticas do Reino Unido, em
separatistas
especial o caso da Irlanda do Norte
e da Escócia.
• Entender a questão separatista da No capítulo anterior, você estudou aspectos gerais da população europeia: sua diversi-
Bélgica. dade étnica, dinâmica e estrutura. As minorias que vivem na Europa e os movimentos
migratórios também foram abordados. Neste capítulo, você aprenderá alguns dos prin-
cipais movimentos separatistas em curso atualmente na Europa Ocidental.
Pré-requisitos
pedagógicos
Os aspectos culturais e territoriais O que motiva os movimentos
de cada povo, associados aos con­
flitos e movimentos sociais, são co­ separatistas?
nhecimentos já trabalhados no Ensino Na Europa, como em várias partes do mundo, existem povos que nutrem
Fundamental (EF04GE01, EF05GE02, o sentimento nacionalista, que os move a conquistar a independência política
EF07GE02, EF08GE05, EF08GE10) que e territorial do Estado ao qual estão subjugados. Muitos deles são reprimidos,
se relacionam com os assuntos explo­ controlados e dominados pelo Estado e, em alguns casos, movimentos separa-
rados no capítulo. O resgate desses tistas são formados. Muitos desses movimentos acabam recorrendo à violência
conhecimentos pode ser de grande para conquistar seus objetivos.
importância para iniciar a discussão Como você estudou na Unidade 3, os países da Europa Oriental foram
sobre o tema “Conflitos e movimentos palco de muitos conflitos, principalmente em razão do controle soviético e de
separatistas da Europa”. divergências envolvendo questões étnicas e religiosas. No entanto, a porção
ocidental da Europa também enfrenta problemas internos e movimentos sepa-
Orientações ratistas, embora em menor número.
Vejamos as características principais de alguns conflitos e de algumas
Retome os conhecimentos dos es­
regiões da Europa em que minorias étnicas e nacionais ou outros grupos bus-
tudantes sobre conflitos e movimen­ Manifestantes pró-Rússia caram ou buscam a soberania ou a independência de diferentes formas e por
tos sociais de modo geral. Então, so­ em protesto na praça do
diversas razões (religiosas, étnicas, territoriais, nacionalistas, etc.).
licite que reflitam sobre quais seriam Palácio. São Petersburgo,
Rússia, 2022.
as possíveis reivindicações dos movi­ Ivan Petrov/AP Photo/Imageplus

mentos separatistas. Incentive o de­


bate do assunto.
Ressalte que, como na Europa exis­
tem atualmente mais de 30 movi­
mentos separatistas de maior ou me­
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
nor relevância, neste capítulo serão
apresentados somente alguns deles.
DA EDITORA DO BRASIL

150

150
Orientações
Separatismo na Espanha Oriente os estudantes na leitura do
A Espanha é um país muito diversificado. Esse aspecto pode ser constatado mapa da Espanha e solicite que iden-
na luta de alguns grupos pela separação e por maior autonomia. No mapa a seguir, tifiquem os territórios da Catalunha,
pode-se verificar a diversidade étnica do país pelos diferentes idiomas. Essa carac- do País Basco, da Andaluzia e da
terística, em alguns casos, inflama grupos nacionalistas em prol do separatismo. Galícia, principalmente.
Ressalte que, com tantos idiomas
Espanha: idiomas – 2018 diferentes em um mesmo país, a
Espanha é um caso particular. A lín-
Mario Yoshida

OCEANO
gua do País Basco, por exemplo, é de
ATLÂNTICO matriz completamente diferente da
FRANÇA
língua espanhola, que vem do latim.
Astúrias Cantábria País A euskera em nada se assemelha nem
Basco
Galícia
Navarra
ANDORRA com o espanhol, nem com o francês.
La
Rioja 2% 7%
Castela Catalunha Basco Galego
e Leão Aragão

17%
Catalão
Madri es
r
40° N lea 74%
Ba Espanhol/
Valência s
Castelhano
ha

PORTUGAL Castela –
Estremadura
Il

La Mancha

o
âne
err
Múrcia dit Espanhol/castelhano
Andaluzia r Me
Ma Basco
Galego
Catalão

N
Ceuta
Melilha O L Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 43; STANCKI,
S Rodolfo. Crise espanhola reaviva o separatismo.
Ilhas Canárias ÁFRICA
Gazeta do Povo, Curitiba, 27 out. 2012.
0 105 210 km Disponível em: https://www.gazetadopovo.
com.br/mundo/crise-espanhola-reaviva-o
1: 10500 000
-separatismo-2759cg259c1y4oizoclfo9qoe/.
5° O
Acesso em: 9 abr. 2022.

País Basco A cidade de Bilbao, considerada o centro da cultura basca, está localizada no
norte da Espanha e é a mais importante da região. Fotografia de 2018.
O povo basco reivindica a indepen-
saiko3p/iStockphoto.com

dência em relação à Espanha e o reconhe-


cimento de um novo país – o País Basco.
Com população composta de mais de 2
milhões de pessoas, ele ocupa parte do
território norte da Espanha e mais uma MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
porção sudoeste do território francês. Em-
bora, em sua maioria, os bascos estejam
DA EDITORA DO BRASIL
fixados em território espanhol, eles falam
uma língua própria, a língua basca, ou
euskera, e, em sua maioria, não desejam
pertencer à Espanha. Há mais de 40 anos
lutam por sua autonomia política.

151

Foco na BNCC
Competência geral 9 valorizando a diversidade de indivíduos e de
Competência específica de Ciências Humanas 5 grupos sociais, seus saberes, identidade e cultura
Competência específica de Geografia 7 sem preconceitos de qualquer natureza, para agir
pessoal e coletivamente com respeito, autonomia
Habilidade EF09GE08 e responsabilidade, propondo ações sobre
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes questões socioambientais, com base em princípios
analisar transformações territoriais, considerando éticos, democráticos e solidários. As questões
o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e pertinentes aos processos separatistas favorecem
múltiplas regionalidades da Europa, e exercitar a a comparação de eventos ocorridos em tempos
empatia, a resolução de conflitos e a cooperação, diferentes no mesmo espaço.

151
Orientações Na ditadura de Francisco Franco, na Espanha, que durou de 1939 a 1975, a
Informe aos estudantes que a lín­ língua basca foi proibida. Em 1959, foi fundado o grupo Euskadi Ta Askatasuna
gua basca foi proibida durante o go­ (ETA – “Pátria Basca e Liberdade”), movimento cuja finalidade é manter a língua,
verno de Francisco Franco (entre 1939 os costumes e as tradições culturais bascas na região. A partir de 1966, o ETA
e 1976). Destaque que o Estado espa­ iniciou manifestações violentas para alcançar seus objetivos.
nhol sempre foi contra as separações Apenas em 2011 integrantes do ETA anunciaram
por diversos motivos e que uma me­ País Basco – 2022 o cessar-fogo. Desde então, eles vêm obtendo maior
dida autoritária como esta de Franco êxito nas negociações com o governo espanhol pela

Débora Ferreira

Green o de
Cír

wich
cul
só fomentou o ódio e a segregação oP
independência da região.

ian
olar
Á r tic

Merid
o
na Espanha. 60°
N
Destaque que o cenário da
Catalunha é diferente daquele do País OCEANO 2ºO
ATLÂNTICO 44ºN
Basco e que ambos os movimentos OCEANO ATLÂNTICO FRANÇA
afloraram devido a cortes (gerados Bilbao Labourd
Baixa
pela crise) no serviço básico governa­ Biscaia
Guipúzcoa
Navarra
Soule
mental. A Catalunha, entretanto, é o 45°N
FRANÇA Alava
Navarra
polo econômico do país e um centro
N
financeiro que move boa parte da ESPANHA ESPANHA
economia espanhola. O IDH catalão O L
N País Basco espanhol
País Basco francês
é superior ao do resto do país. É ne­ S Mar
O L
Limites das províncias bascas
Mediterrâneo
cessário ressaltar ainda que a cultura 30°N 0 720 1 440 km 0 64 128 km Limites internacionais
Limites da região basca
da Catalunha é muito diferente da 1 : 72 000 000 S 1 : 6 400 000
Cidade principal
0° 15°L 30°L
cultura de Castilla e de Madri, sede Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço
do governo. mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 90.

Catalunha
Localizada no nordeste da Espanha, a Catalunha – anexada pelo país há
300 anos – é uma comunidade autônoma que, desde a década de 1970, está
Vista aérea parcial de
Barcelona, com igreja da
passando por um forte renascimento cultural. O idioma catalão vem ganhando
Sagrada Família em primeiro maior impulso, e a cidade de Barcelona, capital da Catalunha, passou a ser con-
plano. Espanha, 2019. siderada um dos mais importantes centros culturais da Europa.
BearFotos/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

152

152
Com o fortalecimento financeiro e a grande influência na economia nacional, Orientações
essa região tem buscado autonomia com bastante relevância, embora o governo Promova a leitura desta página so­
federal tenha conseguido impedir campanhas e referendos sobre o assunto. bre a questão irlandesa e a Escócia
Os cortes em serviços básicos determinados pelo governo para conter os em relação ao Reino Unido. Comente
efeitos da crise econômica enfrentada pelo país nos últimos anos fizeram aflorar com os estudantes que os políticos e
o sentimento de independência tanto na Catalunha quanto no País Basco.
a sociedade escocesa de forma ge­
Em 2014 foi realizada uma votação não oficial, espécie de consulta informal,
ral, derrotados no referendo, exigem
em que a separação foi aprovada por 80% dos eleitores. Em 2017, um novo refe-
rendo foi realizado, dessa vez com um resultado de 90% a favor. O governo da Es-
que a promessa do Reino Unido de
panha não reconheceu a consulta por não concordar com a soberania da Catalunha. dar maior autonomia ao Parlamen­
to escocês seja cumprida. Assim, o
Parlamento terá maior liberdade para
Reino Unido: a questão irlandesa tomar decisões sobre impostos, saúde
e a Escócia e habitação que envolvam a popula­
Para entender as questões que envolvem o Reino Unido, observe antes ção escocesa.
os mapas a seguir, que representam as unidades políticas das Ilhas Britânicas. A efetivação do Brexit (movimen­
to em que houve o desligamento
Inglaterra – 2018 Grã-Bretanha – 2018 Reino Unido – 2018 do Reino Unido da União Europeia)
provoca abalos na política da Irlanda

Mario Yoshida
Mario Yoshida

Mario Yoshida

OCEANO OCEANO
OCEANO
ATLÂNTICO ATLÂNTICO ATLÂNTICO do Norte. Uma consulta à população
55°N 55°N
55°N do país sobre a medida mostra que
ESCÓCIA ESCÓCIA
a maioria optou por permanecer no

wich
wich
wich

bloco europeu. No entanto, o primei­

de G diano
de G diano
de G diano

IRLANDA

reen
reen
reen

Meri
Meri
Meri

DO NORTE
ro-ministro do Reino Unido nesse pe­
N N
INGLATERRA
N
INGLATERRA Mar do
ríodo defende tanto o Brexit, quanto a
INGLATERRA Mar do Mar do
O L Norte O L Norte O L
Norte
unidade do Reino Unido. Explique aos
S
PAÍS DE
GALES
S
PAÍS DE
GALES estudantes que a situação da Irlanda
S
do Norte possui dois fatores agravan­
0 197 394 km 0 197 394 km 0 197 394 km
tes: um político e outro geográfico.
1 : 19 700 000 1 : 19 700 000 1 : 19 700 000
0° 0° 0°
Para explicar a situação à turma,
Fonte: IBGE.
Atlas geográfico escolar. peça que eles observem a condição
Como você pôde observar, a Irlanda do Norte (Ulster) integra o Reino Uni- 8. ed. Rio de Janeiro:
geográfica da Irlanda do Norte, que
do. Por esse motivo, as decisões políticas (como a escolha de lideranças locais) IBGE, 2018. p. 43.

são tomadas em Londres. divide fronteira com a República da


Já a República da Irlanda (Eire) é independente do Reino Unido desde 1922. Irlanda, onde não existe barreiras de
Os católicos da Irlanda do Norte lutam há pelo menos 30 anos pela unificação controle migratório e alfandegário.
com a República da Irlanda, opondo-se aos protestantes, que são a maioria e Com a efetivação do Brexit, se impõe
querem permanecer subordinados ao Reino Unido. a necessidade de controle aduaneiro
A partir da década de 1970, o Exército Republicano Irlandês (IRA, sigla e da passagem de migrantes entre
em inglês de Irish Republican Army) promoveu diversos atos terroristas contra os dois países, pois o bloco europeu
alvos ingleses com o objetivo de fazer pressão pela independência da Irlanda do possui tarifas e normas comuns que
Norte e sua posterior unificação com a República da Irlanda.
não se aplicam mais aos cidadãos
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Em 1990, cessaram os atos violentos, e o IRA abandonou a luta armada,
britânicos.
destruindo todo o seu arsenal; no entanto, mantém sua luta por meios políticos,
mesmo existindo grupos dissidentes em ação. DA EDITORA DO BRASIL Evidencie o fator geográfico sobre
Outra questão que envolve o Reino Unido são os movimentos para a in- essa questão e faça um debate com
dependência da Escócia. Em 2014, esse sentimento foi reforçado, movido pelo a turma para levantar a complexidade
desejo de maior autonomia política e pela devolução, pelo Reino Unido, de po- da situação entre os países envolvidos.
deres ao Parlamento escocês.
Assim, foi realizado um referendo para que a população decidisse pela inde-
pendência do país em relação ao Reino Unido. A rejeição foi de 55,3% dos votos.

153

153
Orientações Faça no caderno

Ressalte que há um alto número de


imigrantes no território belga, vindos
de antigas colônias, como o Congo Diabos vermelhos: uma mania nacional
– onde os belgas, liderados pelo Rei Nunca a Bélgica esteve tão unida. Neste pequeno país marcado pelas disputas internas torcer pelos
Leopoldo II, iniciaram uma sangren­ Diabos Vermelhos – como é conhecida a seleção belga – virou agora uma mania nacional.
ta guerra. [...]
½ Respostas A atual geração de jogadores, considerada a melhor da história do país, investe no espírito
de coesão. Mas nem sempre foi assim. Anos atrás, jogadores da seleção faziam as refeições em
Um pouco mais sobre mesas separadas. De um lado, os flamengos, do outro, os valões, cada um falando em sua res-
1. As principais razões são étnicas pectiva língua.
[...]
e socioeconômicas. A região de
Aliás, a preponderância linguística é uma das raízes da discórdia. O país nasceu no século
Flandres, cujo idioma oficial é o
19 como Estado-tampão entre franceses e holandeses. No passado, a Valônia, no sul, era a parte
holandês, tem maior representa­
rica, e a elite burguesa falava o francês. [...] Nos anos 1960, a poderosa siderurgia do sul entrou
tividade econômica que a região
em decadência e começou a ascensão social e econômica dos flamengos.
da Valônia, cujo idioma oficial é o Hoje, a Bélgica tem três idiomas oficiais: o francês, o holandês e o alemão, falado em pequena
francês. comunidade germânica no leste do país.
2. A seleção de futebol belga é um [...]
símbolo de união da população O país hoje é reflexo de duas comunidades cada vez mais divididas e uma capital autônoma,
belga, que atualmente vive uma bilíngue, onde 85% dos moradores falam francês.
disputa interna em razão das di­ [...]
vergências étnicas, linguísticas e Fonte: FONSECA-SOURANDER, Letícia. Bélgica cria nova língua oficial, se une na Copa e esquece disputas internas. Folha de S.Paulo,
São Paulo, 5 jul. 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/07/belgica-cria-nova-lingua
econômicas. -oficial-se-une-na-copa-e-esquece-disputas-internas.shtml. Acesso em: 10 abr. 2022.

Bélgica:
Bélgica: questão
questão separatista – 2022
separatista
Tarcísio Garbellini

Stefan Matzke/Corbis/Getty Images


5º L
Mar do
Norte
O L PAÍSES
BAIXOS

Antuérpia

FLANDRES ALEMANHA
Bruxelas

Liège

VALÔNIA
FRANÇA

50º N

LUXEMBURGO
Zona bilíngue de Bruxelas
Língua francesa
Língua holandesa
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Seleção de futebol belga na Copa do Mundo de 2018.
0 40 80 km
Língua alemã São Petersburgo, Rússia.
1 : 4 000 000

DA EDITORA DO BRASIL Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial.


3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 90.

1 De acordo com os trechos do texto acima, quais razões justificam a intenção de separação da região
de Flandres, na Bélgica?

2 Segundo o texto, qual é a relação entre a seleção de futebol belga e a questão separatista?

154

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 6 regionalidades na Europa, assim como a reflexão
Competências específicas de Geografia 1 e 4 sobre as características de países europeus
em seus aspectos populacionais e políticos.
Habilidades EF09GE08 e EF09GE09 O tema valoriza os conhecimentos historicamente
A interpretação do texto e a realização da construídos sobre o mundo social e cultural e
atividade da seção Um pouco mais sobre o desenvolvimento do pensamento espacial,
possibilitam a análise de transformações territoriais, utilizando-se de linguagem cartográfica
considerando tensões, conflitos e múltiplas e iconográfica.

154
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 O que leva uma nação a querer se desmembrar de um Estado? 1. A principal motivação é o desejo
de independência, por haver, en­
2 Onde se localiza o País Basco e qual é a intenção política desse grupo étnico?
tre a nação e o poder central do
3 Que idioma é falado no País Basco e qual é a cidade mais importante dessa região? Estado ao qual ela está subjugada,
divergências étnicas, religiosas, ter­
4 Quais eram os objetivos do grupo ETA – “Pátria Basca e Liberdade” – e que métodos utilizava para ritoriais, de natureza econômica e
alcançá-los?
política, ou a combinação de todos
5 Onde se localiza a Catalunha e que língua é falada nessa comunidade? esses fatores.
2. Localiza-se no norte da Espanha
6 Que fator tem feito aflorar o sentimento de independência tanto na Catalunha como no País Basco nos e em mais uma porção sudoeste
últimos anos?
do território francês. Reivindica
7 Qual é a situação política da Irlanda do Norte e da República da Irlanda em relação ao Reino Unido? a independência e a autonomia
política.
8 O que almejam os católicos e os protestantes da Irlanda do Norte? 3. No País Basco fala-se uma língua
9 Quais eram os objetivos e os métodos iniciais do Exército Republicano Irlandês, o IRA? De que modo própria, a língua basca, ou euskera.
atua hoje? A cidade mais importante da re­
gião é Bilbao.
10 Qual é o contexto das tentativas de independência da Escócia em relação ao Reino Unido? 4. Manter a língua, os costumes e
as tradições culturais bascas em
Para refletir sua região. No início, usou mé­
todos violentos em suas ações;
1 Muitos povos de mesma origem étnica desejam formar um Estado soberano. Querem ter garantidos sua a partir de 2011, após anunciar o
soberania, genealogia, crenças, cultura e idioma, além do direito de escolher seu governo sem imposições. cessar-fogo, tem dialogado com
Converse com os colegas sobre as questões a seguir.
o governo espanhol.
a) O que vocês pensam tanto a respeito da intolerância étnica quanto da religiosa existentes no mundo? 5. Localizada no nordeste da Espanha;
b) Vocês conhecem situações de intolerância no Brasil ou mesmo na região onde moram? nela se fala o catalão. A cidade mais
c) O que pode ser feito para combater esse comportamento e promover o respeito às diferentes etnias importante é Barcelona, em razão
e religiões em seu meio social? de sua importância econômica e
Atividade em grupo
cultural.
6. O principal fator são os cortes em
serviços básicos, determinados
pelo governo para conter os efei­
1 Reúna-se com mais três colegas e, juntos, pesquisem em revistas, jornais e em sites confiáveis na internet tos da crise econômica enfrentada
informações e dados recentes relacionados aos conflitos e aos movimentos com tendência separatista pela Espanha nos últimos anos.
que ocorrem em países europeus.
7. A Irlanda do Norte integra o Reino
Elaborem uma apresentação digital com as causas dos conflitos e as principais informações obtidas, lo- Unido, ou seja, suas decisões po­
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
calizando a área de ocorrência em um mapa. Cada grupo pode ficar encarregado de um dos movimentos.
líticas são geradas em Londres; já
a República da Irlanda é indepen­
DA EDITORA DO BRASIL
2 A banda irlandesa U2 lançou, em 1983, a canção “Sunday Bloody Sunday”. A letra descreve o horror
sentido por um observador do chamado “conflito na Irlanda do Norte”, com destaque para o Domingo dente do Reino Unido desde 1922.
Sangrento, em Derry, em que as tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes por direitos civis. 8. Os católicos lutam há cerca de
Em grupos, ouçam a canção e analisem a letra e sua tradução. Pesquisem o que foi o Domingo Sangrento 30 anos pela unificação com a
e exponham o que aprenderam aos demais colegas. República da Irlanda, opondo-se
aos protestantes, que são a maioria
e querem permanecer subordina­
dos ao Reino Unido.
155
9. Praticando atos terroristas contra
alvos ingleses, esse grupo buscava
fazer pressão pela independência
Orientações Desafio da Irlanda do Norte e sua poste­
1. Os estudantes podem pesquisar alguns dos mais de rior unificação com a República
½ Respostas da Irlanda; depois de 1990, aban­
30 movimentos separatistas. Além dos estudados, há
Para refletir os seguintes: Galiza, na Espanha; Córsega, na França; donou a luta armada e passou a
Sardenha, na Itália, entre outros. empregar meios políticos para
1. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes posi­ alcançar seus objetivos.
cionem-se levando em consideração os preceitos dos 2. A atividade pode ser feita de modo interdisciplinar com a
disciplina de Inglês. Espera-se que o estudante conclua que 10. Em 2014, o desejo de autonomia
direitos humanos e do respeito à diversidade de pen­
a letra da música retrata a perspectiva do narrador em relação política e devolução de poderes
samento e crenças.
ao resultado do conflito extremamente violento travado entre ao Parlamento escocês levou os
b) Resposta pessoal.
os manifestantes da Irlanda do Norte, que lutavam contra a escoceses a um referendo; a tese
c) Resposta pessoal.
repressão, e o governo inglês, que procurava acabar com o da independência foi rejeitada por
movimento de independência liderado pelos católicos. mais da metade da população.
155
3
Objetivos do capítulo
• Analisar a organização do espaço
econômico europeu.
• Identificar as características da
indústria europeia e os impactos Economia
ambientais causados por ela.
• Identificar as características da
agropecuária e da mineração na
Europa e os impactos ambientais
causados por ambas.
No capítulo anterior, você estudou alguns dos principais movimentos separatistas em
Pré-requisitos curso atualmente na Europa Ocidental. Neste capítulo, você vai aprender a organização
do espaço econômico europeu, as principais características da produção industrial, da
pedagógicos agropecuária e da mineração e seus impactos.
Os aspectos econômicos, a agro­
pecuária, a industrialização, a mine­
ração e os problemas socioambien­ O espaço econômico europeu
tais são conhecimentos previamente
Europa: organização do espaço político-econômico – 2010 Foi na Europa que se iniciou
trabalhados no Ensino Fundamental
o processo industrial, com o uso
Tarcísio Garbellini


(EF03GE09, EF05GE05, EF06GE06, de Centro:
máquinas e a concentração de
espaço de
EF07GE06, EF08GE20) que se rela­ trabalhadores
economia dinâmica em fábricas. Com o

h
nwic
cionam com os assuntos explorados Periferia muito
advento da Primeira Revolução In-

Gree
integrada ao centro
no capítulo. O resgate dessas habilida­

o de
dustrial, iniciada na metade do sé-
Periferia dinamizada
por deslocalizações

dian
des pode ser de grande importância culo XVIII, na Inglaterra, a Europa
e investimentos

Meri
Periferia de
para iniciar a discussão sobre o tema Helsinque
foi dinamismo
o continentelocalizado pioneiro na mo-
Bergen
“Economia europeia”. Oslo
Estocolmo dernização
Periferia em vias
de integração
industrial.
Mar Esse
Periferia intenso desenvolvimen-
aguardando
integração

ic o
do Norte
to motivado pela indústria alterou
Orientações

á lt
50º Dublin

rB
N Copenhague
Ma profundamente o espaço europeu.
Oriente os estudantes a ler e a in­ Amsterdã Bremen Hamburgo
A tecnologia e a modernização
LONDRES
terpretar atentamente o mapa, auxi­ Roterdã
Antuérpia
Berlim Varsóvia Metrópole mundial
das atividades produtivas dinami-
OCEANO Düsseldorf
liando-os nas questões que possam 0º ATLÂNTICO
Le Havre Bruxelas
Colônia Frankfurt zaram a economia
Metrópole europeia do continente e
surgir. Destaque a ideia de centro e PARIS Zurique
Centro: espaço de
Munique
Praga
impulsionaram
Metrópole nacional o surgimento das

periferia na organização do espaço Viena principais


Outras cidadespotências econômicas
h

economia dinâmica
nwic

Lyon Budapeste
PeriferiaTurim
muito Milão
do continente europeu. doPrincipal
mundo. eixo de
Gree

Porto Toulouse integrada ao centro Trieste


circulação e trocas
Mar Negro
Contudo, mesmo assim pode-
o de

Gênova Florença
Periferia dinamizada
Lisboa Marselha Fluxo de investimento
por deslocalizaçõesRoma
dian

Madri
e investimentos mosPortoidentificar
movimentado distintos estágios
Meri

Barcelona
Periferia de
Sevilha dinamismo localizado
Nápoles
Istambul de desenvolvimento e de produção
Bergen Helsinque N
Oslo
Estocolmo Periferia em vias
Mar Mediterrâneo
de integração
na Europa. O mapa ao lado mostra
Mar
O L Periferia aguardando
Atenas
a organização do espaço econô-
0 420 840 km
integração
mico europeu. Observe a existên-
ic o

do Norte
á lt

50º Dublin S 1 : 42 000 000


rB

N 0º Copenhague
Ma cia de uma hierarquia, organizada
LONDRES
Amsterdã Bremen Hamburgo MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Centro: espaço de pelo conjunto de países com maior ou menor importância na eco-
h

economia dinâmica Metrópole mundial

DA EDITORA DO BRASIL
Berlim
Roterdã
nomia europeia. Observe também a formação de espaços centrais,
nwic

Varsóvia
Antuérpia Periferia muito
OCEANO
Gree

Düsseldorf
ATLÂNTICO
Le Havre Bruxelas
Colônia Frankfurt
integrada ao centro
Metrópole europeia influenciados por Alemanha, França, Reino Unido e Itália, e espaços
o de

Periferia dinamizada
Praga por deslocalizações periféricos, como o Leste Europeu e a região dos Bálcãs. Atente-se,
dian

PARIS Munique Metrópole nacional


Zurique e investimentos
ainda, para a origem e o destino dos fluxos de investimento e para
Meri

Viena Periferia de Outras cidades


Lyon Turim Budapeste
Porto Bergen Toulouse
Milão
Helsinque Trieste
dinamismo localizado Principal eixo de a localização dos principais portos do continente.
Estocolmo Periferia em vias circulação e trocas
Oslo Gênova Florença Mar Negro
de integração
Lisboa Marselha Fluxo de investimento
Madri Roma Periferia aguardando
Mar
integração Porto movimentado Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço
ic o

do Norte Barcelona mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 92.


á lt

Dublin SevilhaCopenhague Nápoles


rB

N Ma Istambul
Mar Mediterrâneo
Amsterdã Bremen Hamburgo 156
LONDRES
O L Atenas
Roterdã Berlim Metrópole mundial
0
Antuérpia 420 840 Varsóvia
km
OCEANO Le Havre SBruxelas Düsseldorf
1 : 42 000 000 Metrópole europeia
LÂNTICO Colônia Frankfurt
Praga
PARIS Munique Metrópole nacional
Foco na BNCC
Zurique
Viena Outras cidades
Lyon Turim Budapeste
Milão Principal eixo de
Toulouse Trieste Competência específica
circulação e trocas de Ciências Humanas 3
Gênova Florença Mar Negro
Madri
Marselha
Roma A discussão queFluxoaqui se inicia possibilitará aos
de investimento
Porto movimentado
Barcelona
Nápoles
estudantes identificar, comparar e explicar a
Sevilha
intervenção do ser humano na natureza e na
Istambul
Mar Mediterrâneo
L Atenas
sociedade.
0 420 840 km

1 : 42 000 000

156
Orientações
Indústria Volte à página 156 e observe o
Diversos fatores beneficiaram o surgimento da atividade industrial na Inglaterra, mapa com os estudantes. Atente para
como o acúmulo de capital desde as primeiras fases do capitalismo, a oferta de mão a localização das principais cidades
de obra com a migração do campo para a cidade, a disponibilidade de carvão mineral que compõem o centro dinâmico da
e a facilidade de transporte em seus rios de planície. Depois, a expansão industrial
economia europeia. Se possível, mos­
atingiu a Alemanha, a França, a Bélgica e os Países Baixos, entre outros países.
tre imagens dessas cidades.
Além desses fatores, no século XX, parte do continente foi beneficiada com
O conteúdo desta página pode ser
os elevados investimentos estadunidenses do Plano Marshall, o que possibilitou a
reconstrução da infraestrutura dos países destruídos na Segunda Guerra Mundial.
trabalhado com o auxílio do professor
A consolidação da União Europeia (UE) também foi fundamental para o crescimen- de História, para relacionar as carac­
to econômico do continente, proporcionando a integração econômica das nações. terísticas do desenvolvimento indus­
trial europeu com os processos de in­
Os países europeus, sobretudo os integrantes da UE, têm um parque industrial dustrialização ocorridos ao longo dos
muito diversificado, com avançada tecnologia. Na Alemanha, França, Itália e séculos XVIII, XIX e XX.
no Reino Unido, que pertencem ao G-7, a indústria participa efetivamente da
economia, alcançando destaque mundial.

A Alemanha, principal país localizado no centro do espaço dinâmico da


Europa, é considerada o mais industrializado (observe no mapa da página
anterior). Sua indústria se destaca pelo alto grau de modernização e desen-
volvimento tecnológico, evidentes nos mais diversos ramos do setor produtivo,
como o automobilístico, o químico-farmacêutico e a indústria de máquinas.
A região alemã mais industrializada é a Renânia, no oeste do país, na fron-
teira com a França. Nela está localizada a megalópole Reno-Ruhr (nos vales dos
rios Reno e Ruhr), que reúne importantes cidades, como Dortmund, Düsseldorf,
Colônia e Essen. Essa região – que corresponde a um dos polos industriais mais
importantes do mundo – dispõe de ricas jazidas de minério de ferro e de carvão
mineral, que propiciaram o desenvolvimento de uma expressiva atividade extra-
tiva e indústria pesada (siderurgia e metalurgia).
As principais megalópoles europeias estão concentradas no Vale do Rio
Reno, região de maior polo industrial do continente, favorecido pelo Porto de
Roterdã, o mais movimentado porto europeu.
Os maiores contrastes econômicos são verificados nos países da Europa
Oriental – de economia socialista até 1990 –, onde o setor industrial é menos
desenvolvido e está passando por modernização. Esses países integram os es-
paços periféricos de dinamismo econômico baixo localizado e dependente de
investimentos (observe no mapa da página anterior).
Vista aérea da cidade de
Mario Guti/iStockphoto.com
Düsseldorf, Alemanha, 2018.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

157

Foco na BNCC
Habilidade EF09GE10
O conteúdo desta página possibilita aos
estudantes analisar os impactos do processo de
industrialização na produção e na circulação de
produtos e culturas na Europa.

157
Orientações O desenvolvimento industrial dos países do leste da
Retome com os estudantes os con­ Europa que pertencem à União Europeia – como Estônia,
ceitos de setor primário, secundário Letônia, Lituânia e Eslováquia – é inferior à média. Rússia,
e terciário. Depois, peça que reflitam República Tcheca e Polônia são os países dessa região
sobre quais são os setores econô­ que mais se destacam na atividade industrial.
micos principais no centro dinâmi­ Nesse cenário, os países da Europa Oriental têm
co do espaço econômico europeu e crescimento econômico menor, o que se reflete nos indi-
comparem-nos com as característi­ cadores sociais, apresentando mais problemas quando

Gualberto Becerra/Shutterstock.com
comparados com a parte ocidental do continente.
cas da economia brasileira. A refle­
O desenvolvimento da atividade industrial na Europa
xão proporciona maior protagonismo
também está proporcionando o crescimento do setor
dos estudantes no processo ensino­
terciário, dinamizando os serviços e o comércio. Esse se-
-aprendizagem.
tor é responsável pela maior oferta de empregos e por
uma considerável produção econômica do continente.
Vista do Museu do Louvre. Atualmente, esse setor também é o que mais colabora com o crescimento
Paris, França, 2019.
do PIB europeu. Seu desenvolvimento é explicado pela alta tecnologia e pela
automação das empresas, que diminui a mão de obra, contribuindo para a mi-
gração dos trabalhadores para o setor de serviços. Além disso, a demanda por
serviços nas áreas de cultura, turismo, propaganda e publicidade também tem
favorecido a concentração de trabalhadores nesse setor.
A tabela a seguir indica as maiores economias do mundo com base nos
valores do Produto Interno Bruto (PIB). Observe como os países que compõem
o centro dinâmico do espaço econômico europeu figuram entre as nações mais
ricas do planeta.

Produto interno bruto – 2020


Países/ranking PIB (em milhões de US$)

Estados Unidos (1o) 20 953 030,00

China (2 ) o
14 722 730,00

Japão (3 ) o
5 057 758,96

Alemanha (4 ) o
3 846 413,93

Reino Unido (5o) 2 759 804,06

Índia (6o) 2 660 245,25

França (7 ) o
2 630 317,73

Itália (8 )
o
1 888 709,44

Canadá (9 ) o
1 645 432,41

Coreia do Sul (10o) 1 637 895,80


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Produto interno bruto
Rússia (11o) 1 483 497,78
DA EDITORA DO BRASIL de diversos países
(em milhões de
Brasil (12o) 1 444 733,26
dólares) em 2020.
Fonte: GPD (current US$). The World Bank, [s. l.], c2022. Disponível em: https://data.
worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.CD?most_recent_value_desc=true&view=chart.
Acesso em: 10 abr. 2022.

Por sua vez, a riqueza dos principais países do Leste Europeu equivale a
cerca de 25% de tudo que é produzido pelas quatro potências continentais.

158

Foco na BNCC
Competências gerais 4 e 6
Competência específica de Geografia 1
Habilidade EF09GE10
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes
analisar os impactos do processo de industrialização
na produção e na circulação de produtos e
culturas na Europa. O tema exercita a aplicação de
conhecimentos geográficos para entender a relação
entre a sociedade e a natureza e a linguagem gráfica
e analisar as relações do mundo do trabalho.

158
Orientações
Agropecuária e mineração Retome com os estudantes os tipos
O setor agropecuário europeu é caracterizado pelas pequenas e médias de solos, relacionando o tchernoziom
propriedades, pelo uso intensivo de tecnologia, com elevada mecanização e com a produção agrícola do Leste
modernização das atividades produtivas. Europeu.
Se possível, selecione previamen­
A distribuição das atividades agrícolas é fortemente influenciada pelas con- te alguns países do Leste Europeu e
dições naturais do continente, principalmente pela variedade de solos e climas. levante dados sobre seus principais
As áreas de climas polar e frio são muito limitadoras na Europa. No entanto, a cultivos. Apresente também dados
silvicultura, que consiste no plantio de árvores para a indústria da madeira, é sobre os principais produtos de cada
uma das principais atividades agrícolas dos países de clima frio.
país, relacionando-os com o mapa da
Nas áreas de clima temperado, a agricultura é voltada, principalmente, para
organização do espaço do continente
a produção de batata, beterraba e cereais, como o trigo, com destaque para o
europeu da página 156.
Reino Unido, a Alemanha, a Rússia e a Ucrânia. A ocorrência de relevos planos
com solos tchernozion nas estepes ucranianas e russas é um dos fatores que
mais favorecem o uso agrícola do espaço.
No sul do continente, onde predomina o clima mediterrâneo, o que mais
se cultivam são frutas (sobretudo uvas) e oliveiras, com destaque para França,
Portugal, Espanha, Itália e Grécia.
Já as principais características das atividades pecuárias são a moderniza-
ção e a produção intensiva. Além de bovinos, a pecuária europeia também se
dedica à criação de suínos, ovinos e caprinos.
amnat30/Shutterstock.com

Árvores de oliveiras para

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Uma característica importante da política agrícola da Europa é o incentivo
dos governos de muitos países aos agricultores, subsidiando o setor por meio
cultivo de azeitonas. Avis,
Portugal, 2021.

DA EDITORA DO BRASIL
de empréstimos a juros baixos e pagamento em longo prazo.
Internamente, essa prática vem recebendo críticas na União Europeia (UE)
por seu alto custo, que onera as finanças dos países e do próprio bloco. No ce-
nário internacional, o bloco também recebe críticas da Organização Mundial do
Comércio (OMC), pois o protecionismo agrícola bloqueia a entrada de produtos
estrangeiros na Europa. Os países emergentes e menos desenvolvidos do sul,
cuja base de exportação está na agricultura, são os mais prejudicados.

159

159
Orientações No continente europeu, a mineração tem papel relevante no desenvol-
Observe o mapa com os estudan­ vimento industrial. O petróleo, o gás e o carvão são utilizados como fontes
tes e chame a atenção deles para a de energia, enquanto o ferro e o manganês são usados na obtenção do aço.
localização dos principais recursos Embora existam grandes reservas minerais de combustíveis fósseis no
energéticos e das áreas industriais. O subsolo europeu, fator que contribuiu para seu grande desenvolvimento
objetivo é que percebam que os paí­ industrial ao longo da história, atualmente os países-membros da UE preci-
sam importar grande parte do petróleo e do gás consumido pela população.

dzika_mrowka/iStockphoto.com
ses ou as regiões com oferta de recur­
sos naturais como o carvão mineral e O ferro e o carvão são encontrados principalmente no Vale do Ruhr
(Alemanha), na Rússia e na Ucrânia, já o petróleo é extraído, principalmente,
o petróleo destacam-se pela presença
do Mar do Norte e do Mar Cáspio.
de indústrias.
Observe no mapa a seguir a localização das principais produções
agrícola e pecuária do continente europeu, assim como as áreas mais
Mina de carvão em atividade. importantes de exploração dos recursos energéticos.
Belchatow, Polônia, 2018.

Europa: economia – 2013

Jairo Souza
0o
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

h
nwic
Gree
de
diano
ÁSIA

Meri
Perm

São Petersburgo
Nizhny
Novgorod
OCEANO
ATLÂNTICO

Glasgow Mar Mar


do Báltico
Norte Minsk
Dublin
Hamburgo
Manchester
Antuérpia Berlim
50 o N
Londres
Cracóvia Dnepropetrovsk
Bonn
Mar Cáspio
Paris

Budapeste

Lyon Bucareste Mar Negro


Bordeaux
Toulouse
Bilbao
N
Marselha
ÁSIA O L
Madri
Barcelona
Lisboa Nápoles
S
Atenas 0 370 740 km
Mar Mediterrâneo
1 : 37 000 000

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Agropecuárias e Pesca


ÁFRICA

Produção industrial Produto agrícola Rebanho Finanças

DA EDITORA DO BRASIL Cultivo


Pastagem
predominante
Aeroespacial
predominante
Algodão Milho
predominante

Bovino
Centro econômico-
-financeiro importante
Alta tecnologia Batata Oliva Turismo
Floresta Automobilística Beterraba Caprino Ecológico,
Tabaco
Área com limitações Eletrônica Chá litorâneo, serrano,
Trigo Ovino
para uso agrícola Naval histórico
Cítricos Uva
Área Industrial Indústria tradicional Suíno Recursos energéticos
Madeira
Pesca de alto rendimento (alimentícia, têxtil, Petróleo
de base e bebidas) Carvão

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 113.

160

160
Orientações
Impactos ambientais

Daniel Ferrer Paez/Shutterstock.com


Retome o conhecimento dos es­
O desenvolvimento econômico europeu baseou-se no avanço tudantes sobre a chuva ácida, lem­
técnico da indústria, na modernização da produção agrícola e no brando-os de que o fenômeno não
uso intensivo dos recursos minerais. Desse modo, o espaço geo- é exclusivo dos países desenvolvidos.
gráfico do continente foi profundamente alterado, causando fortes
½ Respostas
impactos ambientais.
Entre os principais danos ao meio ambiente, gerados pela in- Olhar cartográfico
dustrialização europeia, estão a chuva ácida, a poluição da água e
do ar e a destruição da vegetação nativa. 1. Ao observar o mapa, percebe-se
A formação da chuva ácida é decorrente da grande emissão que a concentração das megalópo­
de gases poluentes pelas indústrias, principalmente o dióxido de les europeias está no Vale do Reno,
carbono, tornando ácidas as águas das chuvas, o que prejudica a Floresta parcialmente em
região com o maior polo industrial
qualidade dos recursos hídricos e a fertilidade dos solos. chamas na localidade do continente, favorecido pelo Porto
Por sua vez, os incêndios florestais e o desmatamento têm reduzido conhecida como Costa Brava. de Roterdã, o mais movimentado da
Llansá, Espanha, 2021.
a vegetação nativa do continente, levando a uma diminuição gradativa da Europa.
biodiversidade. 2. Observa-se que os principais eixos
Em decorrência da preocupação cada vez maior com o meio ambiente, a econômicos estão nos países do
União Europeia defende a modernização das indústrias associada ao controle centro e do oeste do continente,
das emissões de poluentes. Em 4 de outubro de 2016, o Conselho Europeu ra-
em detrimento dos países do Leste
tificou a posição do bloco regional de adesão ao Acordo de Paris, de 2015, com
Europeu.
o objetivo de limitar o aumento da temperatura global por meio da redução da
emissão de gases de efeito estufa.

Faça no caderno

1 Associe a concentração Europa: eixos econômicos – 2013


das megalópoles europeias

Mario Yoshida
com o Vale do Reno.
Glasgow
2 De que forma as informa- Copenhague Mar
ções do mapa evidenciam 50°
N
Manchester
Mar do
Norte
Báltico

a desigualdade da impor- Hamburgo


tância econômica entre os Londres
Roterdã
Rio Elba
Berlim
Rio Reno
países do continente? Bruxelas
Le Havre Rio
OCEANO Sena
Praga
Paris Frankfurt
Eixos ATLÂNTICO
Zurique
Glasgow-Roma Rio
Loire Viena
Hamburgo-Zagreb
Le Havre-Marselha Lyon
Milão Zagreb

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Corredor Comercial Marítimo
Megalópole europeia
Porto
Marselha Gênova
Florença
Rio D a n
úb
io
Mar

DA EDITORA DO BRASIL Barcelona Negro


Lisboa Madri Roma
Cidades
Função internacional
muito importante N
Função internacional
eenwich

importante O L Mar Mediterrâneo


Outras cidades
importantes
o de Gr

S
Meridian

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. 0 327 654 km


Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São
1 : 32 700 000
Paulo: Saraiva, 2013. p. 125. 0°

161

Foco na BNCC
Competências gerais 4 e 5 processo de industrialização na produção e na
Competências específicas de Geografia 3 e 4 circulação de produtos no continente. O tema
ajuda a desenvolver o pensamento espacial
Habilidades EF09GE09 e EF09GE10 e interpretar as tecnologias de informação e
O conteúdo da página e as atividades da seção comunicação, além de desenvolver o raciocínio
Olhar cartográfico possibilitam analisar as geográfico na análise da ocupação humana e
desigualdades sociais e econômicas e as pressões da produção do espaço envolvendo princípios
sobre a natureza resultantes das atividades de analogia, conexão, distribuição, extensão,
econômicas na Europa, além dos impactos do localização e ordem.

161
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas
1. O acúmulo de capital desde as pri- 1 Que fatores históricos contribuíram para o surgimento da indústria no continente europeu e, principal-
meiras fases do capitalismo, a oferta mente, na Inglaterra?
de mão de obra com a migração
2 Descreva as principais características do setor industrial europeu atualmente.
do campo para a cidade, a dispo-
nibilidade de carvão mineral e a 3 Observe o mapa da página 156 – “Europa: organização do espaço político-econômico – 2010” – e a
facilidade de transporte nos rios tabela da página 158 – “Produto interno bruto – 2020”. Em seguida, identifique e contextualize as regiões
de planície. centrais e as regiões periféricas do continente.
2. A Europa tem um parque industrial
diversificado, com avançada tecno- 4 Como se explica o desenvolvimento do setor terciário na Europa?
logia, com destaque para Alemanha,
5 De que maneira os espaços naturais influenciam na produção agrícola europeia?
França, Itália e Reino Unido. A região
mais industrializada é a Renânia, no
Para refletir
oeste da Alemanha, na fronteira
com a França. 1 Observe as imagens e relacione-as aos principais problemas ambientais do continente europeu.
3. A região é caracterizada como o
centro dinâmico e compreende o
Serkant Hekimci/Shutterstock.com

123RF/Easypix Brasil
eixo formado por Alemanha, França, A B
Itália e Reino Unido. Esses países
também representam as maiores
economias do mundo. Já os espaços
periféricos têm um dinamismo eco-
nômico menor ou localizado, con-
centrado principalmente nos países
do Leste Europeu e dos Bálcãs. Suas
economias não figuram entre as
principais do mundo.
4. Explica-se pelo processo de au-
tomação das empresas, que des-
locou parte da mão de obra para
o setor dos serviços. Além disso, Indústria metalúrgica em Magnitogorsk. Rússia, 2020. Área de floresta desmatada. Taunus, Alemanha, 2021.
a demanda por serviços nas áreas
de cultura, turismo, propaganda e 2 A grande diversidade de paisagens e culturas atrai turistas do mundo todo para a Europa. Escreva um
publicidade também contribuem pequeno texto sobre a importância dessa atividade para a economia dos países europeus.
para a concentração de trabalha-
dores nesse setor.
5. As características naturais, como o
clima, as formas de relevo e o solo,
1 No continente europeu, há diferenças entre o setor industrial da Europa Ocidental e o da Europa Oriental.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
influenciam na produção agrícola. Copie o modelo de quadro abaixo, pesquise em fontes confiáveis informações referentes às indústrias
Exemplos: nas áreas ao norte, de
clima frio, a silvicultura é uma DA EDITORA DO BRASIL
dessas duas porções do continente e complete-o no caderno.

das principais atividades agríco- Europa Oriental Europa Ocidental


las; a ocorrência do chamado solo
tchernoziom nas estepes ucrania-
nas e russas é um dos fatores que
mais favorecem o uso agrícola do
espaço; no sul do continente, onde
predomina o clima mediterrâneo, 162
os produtos mais cultivados são
frutas (sobretudo uvas) e oliveiras.
Para refletir B: A imagem mostra uma área desmatada. Além de re- Desafio
1. A: A imagem mostra uma fábrica duzir a vegetação nativa do continente, o desmatamento
1. Europa Ocidental: parque industrial bastante diversificado;
em atividade lançando gases na contribui para a diminuição gradativa da biodiversidade e
as indústrias utilizam avançada tecnologia. Alemanha,
atmosfera. A emissão de gases, prin- o processo de desertificação dos solos.
França, Reino Unido e Itália são os países mais industria-
cipalmente o dióxido de carbono, é 2. O turismo é uma importante atividade do setor de serviços
lizados do continente. Europa Oriental: setor industrial
o principal responsável pela chuva e emprega grande número de trabalhadores na Europa,
menos desenvolvido, que começou a se modernizar após
ácida, que prejudica a qualidade contribuindo para a geração de renda à população e para
o fim do domínio socialista. Rússia, República Tcheca e
dos recursos hídricos e danifica o o crescimento do PIB do continente.
Polônia são os países dessa região que mais se destacam
solo dos locais atingidos. no setor industrial.

162
4
Objetivos do capítulo

Blocos econômicos
• Identificar os principais blocos eco­
nômicos europeus.
• Compreender o processo de for­

europeus mação da União Europeia e da


Comunidade dos Estados Indepen­
dentes.
• Compreender as práticas e os ob­
jetivos dos principais blocos desse
continente.
No capítulo anterior, você estudou a organização do espaço econômico europeu e os
impactos causados por ela. Neste capítulo, você aprenderá o processo de formação da Pré-requisitos
CEI e da UE e as características econômicas mais importantes.
pedagógicos
Os blocos econômicos, a globali­
zação econômica e a integração en­
União Europeia e Comunidade tre países são conhecimentos pre­
dos Estados Independentes Encontro de líderes da União
viamente trabalhados no Ensino
Fundamental (EF07GE05, EF07GE06,
Europeia. Da esquerda para
Como você estudou na Unidade 1, a globalização e a expansão do mercado a direita: Charles Michel EF08GE05, EF08GE06, EF08GE07,
capitalista mundial contribuíram para um maior fortalecimento dos mercados e (presidente do Conselho
EF08GE08, EF08GE09, EF08GE12) que
Europeu, de óculos), Angela
para a criação de blocos econômicos. Merkel (chanceler alemã) se relacionam com os assuntos ex­
O continente europeu é marcado pela força do bloco econômico de maior im- e Emmanuel Macron
plorados no capítulo. O resgate deles
portância mundial na atualidade, a União Europeia (UE), composta de 28 países. (presidente francês). Bruxelas,
Bélgica, 2021. pode ser de grande importância para
iniciar a discussão sobre o tema “Blo­
John Thys/AFP

cos econômicos europeus”.

Orientações
Para inciar o capítulo, promova a
leitura desta página e explique aos
estudantes sobre a importância da
Comunidade dos Estados Indepen­
dentes. Ressalte que a CEI e sua or­
ganização tem como um de seus
principais objetivos manter os laços
e relações de cooperação entre os
novos países que se tornaram inde­
pendentes da União Soviética, porém
ainda com forte influência da Rússia.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

163

163
Orientações

Druzhinin Alexei/TASS via ZUMA Press/Fotoarena


Na porção leste do con-
Para elucidar a formação da União tinente, a Comunidade dos
Europeia, reproduza uma linha do Estados Independentes (CEI)
tempo na lousa e indique as datas também se organiza como
dos principais acordos firmados entre bloco econômico e seu his-
os países para a composição e conso- tórico e objetivo de formação
lidação do bloco econômico europeu. estão diretamente relaciona-
Explique os objetivos de cada acordo dos com a dissolução da an-
tiga União Soviética (URSS).
e contextualize o período histórico. Se
for possível, conte com o auxílio do Reunião da Comunidade
professor de História para trabalhar dos Estados Independentes.
Duchambe, Tadjiquistão, 2018.
esse conteúdo.

Atividades
Formação da União Europeia
Enfraquecidos em razão da Segunda Guerra Mundial, alguns países do
complementares continente europeu passaram a se reunir em organizações econômicas para
1. Organize os estudantes em seis reconstruir e fortalecer as respectivas economias. A primeira organização criada
grupos e distribua, a cada um, um foi a Benelux, em 1944, com o objetivo de ampliar as relações comerciais entre
dos objetivos da União Europeia, os países-membros – Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo –, reduzindo e até
conforme indicado no texto de teo- eliminando as tarifas alfandegárias em suas trocas comerciais.
ria da página. Depois, instrua-os a Em 1951, esses três países, acrescidos de Itália, França e Alemanha Ociden-
pesquisar em páginas confiáveis tal, assinaram o Tratado de Paris e criaram a Comunidade Econômica do Carvão e
da internet informações sobre o do Aço (Ceca), que estabelecia a livre circulação do carvão, do ferro e do aço entre
bloco econômico especificamen- os países-membros. Esse agrupamento ficou conhecido como Europa dos Seis.
te relacionadas aos objetivos lista- Com o sucesso do Benelux e da Ceca, assinou-se o Tratado de Roma, em
1957, que criou o Mercado Comum Europeu (MCE) ou Comunidade Econômica
dos. Os estudantes deverão elaborar
Europeia (CEE). Esse acordo promoveu o aprofundamento da integração euro-
uma apresentação multimídia in-
peia por meio de trocas comerciais entre os países-membros, tendo em vista a
formando o objetivo em questão
expansão econômica.
e ressaltando se foi completa ou Em 1973, o MCE foi acrescido do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca,
parcialmente cumprido pelo bloco formando a Europa dos Nove. Com a entrada da Grécia, em 1981, e da Espanha
econômico. Oriente-os na produção e de Portugal, em 1986, o bloco passou a ser conhecido como Europa dos Doze.
dos materiais que, posteriormente, Em 1992, o Tratado de Maastricht (Países Baixos) definiu uma nova es-
deverão ser apresentados ao restan- tratégia no bloco, que, em 1993, passou a se chamar União Europeia. Esse
te da turma. tratado promovia uma união econômica e monetária entre os países-membros
e estabelecia os primeiros passos para a criação da moeda única, o euro. Assim,
consolidou-se a livre circulação de mercadorias, serviços e capitais.
Em 1995, passou a vigorar também a livre circulação de pessoas dentro do
bloco. No mesmo ano, Suécia, Finlândia e Áustria ingressaram nele, configuran-
do-se a Europa dos Quinze.
Com a livre circulação de pessoas entre os países-membros, surgiu a figura
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO do cidadão europeu. Assim, a população dos países signatários do tratado po-
deria morar e trabalhar em qualquer uma dessas nações, além de poder votar e
DA EDITORA DO BRASIL candidatar-se ao Parlamento Europeu.
Em 2004, a UE começou a se expandir para o Leste Europeu, integrando ao
bloco países que durante décadas adotaram o socialismo e eram considerados
economias mais frágeis no cenário europeu. Ingressaram na união países do
antigo bloco soviético, os três países bálticos e dois países insulares mediterrâ-
neos. Em 2007, Bulgária e Romênia integraram-se ao bloco e, em 2013, a Croá-
cia foi o último país a ingressar nele, somando atualmente 27 países (2022).

164

Foco na BNCC
Habilidade EF09GE02
O conteúdo desta página e da seguinte
possibilita aos estudantes analisar a atuação das
corporações internacionais e das organizações
econômicas mundiais na vida da população em
relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.

164
Observe no mapa a seguir os países que compõem a União Europeia, Orientações
de acordo com seu ano de ingresso, e aqueles que pleiteiam uma vaga Explique aos estudantes que a
no bloco. União Europeia se assenta nos prin-
cípios do Estado de Direito. Isso sig-
União Europeia: evolução dos países-membros – 1992-2020 nifica que suas iniciativas se fun-
damentam em tratados aprovados

Allmaps
Cír 0°
cul
o Pol
ar Á
rtico
voluntariamente e democraticamente
ISLÂNDIA
pelos países membros. Sua Comissão
Ano de adesão
1992 propõe legislação com base nes-
1995
2004
ses domínios. É possível conferir to-
2007
FINLÂNDIA
dos os tratados no site institucional
2013
Adesão na UE
SUÉCIA
RÚSSIA
da União Europeia (disponível em:
(parte europeia)
em negociação NORUEGA
https://european-union.europa.
Potenciais países
candidatos ao eu/principles-countries-history/
ingresso na UE ESTÔNIA
Países não
Mar do
Norte
principles-and-values/founding
integrantes
DINAMARCA
LETÔNIA
-agreements_pt. Acesso em: 9 jun.
o
IRLANDA ál
tic
LITUÂNIA
REINO
Ma
rB 2022).
UNIDO ÁSIA
BELARUS

Para aprofundar
PAÍSES BAIXOS
POLÔNIA
BÉLGICA ALEMANHA
A série documental Europa 30,
OCEANO LUXEMBURGO
REP. TCHECA UCRÂNIA
ATLÂNTICO LIECHTENSTEIN
ESLOVÁQUIA produzida pela emissora portuguesa
MOLDOVA
FRANÇA
SUÍÇA
ÁUSTRIA
HUNGRIA
Mar
Cáspio
RTP, debate, ao longo de 5 episódios,
40° ITÁLIA
ESLOVÊNIA ROMÊNIA os primeiros 30 anos (1986-2016) do
N CROÁCIA SÉRVIA GEÓRGIA
BÓSNIA- Mar Negro AZERBAIJÃO ingresso de Portugal à Comunidade
-HERZEGOVINA ARMÊNIA
PORTUGAL ESPANHA
MONTENEGRO
KOSOVO
BULGÁRIA Econômica Europeia (e, mais tarde,
REP. DA MACEDÔNIA TURQUIA N
União Europeia). Disponível em:
ALBÂNIA DO NORTE

M a r M e d O L https://www.rtp.pt/programa/tv/
i t GRÉCIA
e
r p34023. Acesso em: 9 jun. 2022.
r S
â
n
e
ÁFRICA o 0 315 630 km
MALTA CHIPRE
1 : 31 500 000

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016 (com atualização dos autores).

Principais objetivos da União Europeia


• Promover a economia da região para aperfeiçoar a infraestrutura (trans-
portes, redes de telecomunicação, energia) e garantir políticas comuns aos
setores agrícola, pesqueiro e de pesquisa nuclear.
• Desenvolver o aspecto social dos países-membros, a fim de eliminar a
desigualdade entre eles.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• Permitir aos cidadãos que circulem e fixem residência livremente em qual-
quer um dos países-membros.
• DA EDITORA
Padronizar políticas trabalhistas, DO BRASIL
de defesa, de combate ao crime e de
migração.
• Adotar um sistema único de defesa e estabelecer normas de proteção
ambiental.
• Adotar uma moeda única, o euro, para fortalecer a integração dos países-
-membros e diminuir a hegemonia da moeda estadunidense.

165

165
Orientações
É importante destacar os impactos
A economia da União Europeia
provocados pela grande recessão de Com a criação da União Europeia, surgiu uma moeda única – o euro –, que

Quique Garcia/AFP
2008. Comente os principais motivos começou a circular em 2002, extinguindo diversas moedas nacionais dos paí-
e as consequências da crise no conti- ses que aderiram a ela. Reino Unido (quando foi membro), Dinamarca e Suécia
nente europeu. Ressalte que ela não decidiram não adotar a moeda.
afetou todos os países da mesma ma- Os países que adotaram o euro formaram uma união econômica e
neira e que não se restringiu à Europa, monetária no mercado comum da União Europeia, conhecida como zona do
mas teve impactos socioeconômicos euro. Atualmente, 19 países adotam a moeda única: Alemanha, Áustria, Bélgica,
em todo o mundo. Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia,
Entre as principais causas da cri- Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
se na União Europeia, destacam-se Pessoas em manifestação Em 2016, o PIB do bloco dos países da zona do euro ficou atrás apenas da
pacífica contra as medidas
o endividamento público elevado de austeridade econômica da riqueza gerada pelos então 28 países de toda a União Europeia e dos Estados
e a falta de coordenação política da União Europeia e da Unidos, maior economia global. Essas nações, portanto, formam a grande força
chamada troika. Barcelona,
União para resolver essas questões de Espanha, 2013. econômica do continente. A partir de 2009, no entanto, esses países foram
endividamento das nações do bloco. atingidos pela crise econômica mundial.
Os efeitos dessa crise foram sentidos A elevada dívida pública, as desigualdades internas entre as economias
Dívida pública:
com a fuga de capitais de investido- dívida do governo do bloco e as altas taxas de inflação são alguns dos fatores da crise econômica
res, a escassez de crédito, o aumento com entidades e nos países do bloco. As nações mais atingidas foram Portugal, Irlanda, Itália,
com a sociedade.
do desemprego e do descontenta- O governo toma Grécia e Espanha, as quais passaram a ser mencionadas de forma depreciati-
mento da população com as medidas dinheiro emprestado va, por diversos meios de comunicação, como PIIGS, em alusão ao termo “pig”
de corte de gastos adotados pelos para financiar parte
de seus gastos, (“porco”, em inglês). Esses países têm recebido auxílio financeiro do Banco
países da União Europeia. Além disso, não cobertos com Central Europeu, da União Europeia e do FMI com o intuito de combater a crise
houve a diminuição dos índices de a arrecadação de
impostos. e o desemprego. Em contrapartida, medidas como cortes de gastos, reformas
confiabilidade econômica, que são nas leis trabalhistas e privatizações são implementadas.
atribuídos por instituições do merca-
do financeiro de países desenvolvi-
dos, houve a queda ou o baixo cres-
cimento do PIB dos países da União
Europeia e a crise também atingiu,
indiretamente, os países que man- Quem é a troika por trás do resgate da Grécia?
tém relações comerciais com a União A troika é um jargão econômico utilizado para se referir às três instituições internacionais que estão
Europeia – inclusive o Brasil. emprestando dinheiro à Grécia.
[...]
São Comissão Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu
(BCE).
A CE representa a União Europeia e os 19 países da zona do euro. A CE é o braço executivo
da União Europeia e faz o trabalho diário de implementação das políticas do bloco e de gasto de
seus fundos, mas responde aos Estados-membros da UE. A Alemanha é a maior economia da UE
e vista como quem tem a palavra final sobre o resgate grego.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO O FMI foi criado no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para regular a economia in-

DA EDITORA DO BRASIL ternacional. [...] A instituição tem estritas metas a serem cumpridas em troca do resgate grego,
mas, como é apenas um dos credores, seu poder é limitado.
Já o BCE, criado para, entre outras coisas, estabelecer a meta de inflação do bloco da moeda
única, começou a comprar títulos da dívida grega em 2010 fazendo com que as taxas de emprés-
timo caíssem. [...]
Fonte: QUEM é a troika por trás do resgate da Grécia? Diário da Manhã, Goiânia, 6 jul. 2015. Disponível em:
https://www.dm.com.br/economia/2015/07/quem-e-a-troika-por-tras-do-resgate-da-grecia/. Acesso em: 25 jun. 2022.

166

166
Orientações
A União Europeia no século XXI Solicite aos estudantes que reflitam
Os novos rumos da União Europeia deverão fo- Desemprego na zona do euro – jan./2022
sobre os principais motivos da saída
car as principais questões que têm atingido o bloco

DAE
15
do Reino Unido da União Europeia e
nos últimos anos. O desemprego, a desigualdade relacionem-na com o aumento dos
13,3
econômica entre os novos e os antigos membros, as 12,7
12
movimentos nacionalistas em todo o
questões demográficas, a atuação de grupos terro-
mundo. Organize uma roda de con­
ristas, a xenofobia e as grandes correntes migratórias
8,8 versa com eles sobre o tema; a refle­
de refugiados para o continente são alguns dos 9
principais desafios.
xão proporciona maior protagonismo
Média de desemprego
Observe no gráfico ao lado o índice de desem- dos estudantes no processo ensino­
6 da zona do euro – 6,8%
prego em alguns países da zona do euro em 2022. -aprendizagem.
Por causa dessas tensões internas, questiona-se 2,8 3,1
3
2,2
a eficiência do bloco em manter o projeto de integra-
ção dos países europeus. Movimentos nacionalistas
0
estão emergindo e buscando o distanciamento e até República Polônia Alemanha Itália Espanha Grécia
Tcheca
mesmo a saída da União Europeia, caso do Brexit.
Reunião dos termos em inglês “Britain” (Grã- Fonte: STATISTICAL publication.
-Bretanha) e “exit” (saída), o Brexit refere-se à saída do Reino Unido do bloco Eurostat – Your key to European
statistics, [s. l.], 2017. Disponível
europeu aprovada pela população em referendo realizado em junho de 2016. em: https://ec.europa.eu/eurostat/
Esse processo é inédito e inaugura um momento histórico para o bloco. web/lfs/publications/results.
Acesso em: 10 abr. 2022.
As consequências do Brexit foram imediatas, embora a saída do Reino Unido
O gráfico mostra o índice de
tenha ocorrido somente após um período de quatro anos, em 31 de janeiro desemprego na zona do euro
de 2020. em janeiro de 2022.
Daniel LEAL/AFP

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Apoiadores do Brexit agitam bandeiras na Praça do Parlamento. Londres, Reino Unido, 2020.

167

Atividades complementares
1. A pandemia de Covid-19 desencadeia uma grande emer­ os estudantes a pesquisar em sites confiáveis algumas
gência de saúde pública em todo o mundo e afetou di­ medidas tomadas pelos países membros e como essas
retamente o desenvolvimento econômico dos países. medidas auxiliaram na contenção da crise sanitária e
A União Europeia e seus países membros trabalharam econômica que a pandemia causou. Depois, organize
de forma coordenada para apoiar os sistemas de saúde, um debate com a turma para levantar os pontos consi­
conter a propagação do vírus em suas cidades e frontei­ derados positivos dessas ações promovidas pelos países
ras e para garantir vacinas para os seus cidadãos. Oriente da União Europeia.

167
Orientações
Retome com os estudantes o
Formação da Comunidade de Estados
conflito na Crimeia, trabalhado an- Independentes
teriormente. Ressalte que, de acor- Com a extinção da União
do com a Agência Internacional de Comunidade dos Estados Independentes (CEI) – 2010 Soviética, em 1991, e a indepen-
Energia, a Rússia detém as maiores dência das repúblicas que compu-

Sonia Vaz

Círc
180º

60ºN
30ºO
nham esse país, os governos da

75ºN
reservas de gás natural do mundo e

ulo Polar Ár
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
tem petróleo em abundância. A União ATLÂNTICO Rússia, da Ucrânia e de Belarus
Europeia consome 70% do petróleo estruturaram um bloco político e

ico t
e 65% do gás exportado pela Rússia. 0º OCEANO econômico para organizar e in-
Como a maior parte do gás chega à PACÍFICO tegrar a economia dos países
150ºL

Europa pela Ucrânia, os conflitos nes- da região. O desafio era fazer a


transição das economias estatais
se país estão atrapalhando o abaste-

N
BELARUS RÚSSIA
planificadas (socialismo) para eco-

45º
cimento do continente. Reflita com a
UCRÂNIA nomias de mercado (capitalismo).
turma sobre a dependência da União MOLDÁVIA
Assim, foi criada a Comuni-
Europeia do gás natural da Rússia e Ma
rN N dade dos Estados Independentes
eg
dos países que compõem a Comu- ro CAZAQUISTÃO
(CEI), que passou a contar com
Mar de
nidade dos Estados Independentes, Aral
O L
11 países, todos oriundos da ex-
30ºL

ARMÊNIA AZERBAIJÃO
a CEI. Mar
Cáspio
UZBEQUISTÃO
QUIRGUISTÃO
S
-União Soviética. Além dos países
0 713 1 426 km
TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO 1 : 71 300 000 originários do bloco, a comuni-
60ºL 90ºL 120ºL
dade é composta de Moldávia,
Fontes: IBGE. Atlas geográfico Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão,
escolar: Ensino Fundamental
do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro: Quirguistão, Turcomenistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. A cidade de Minsk, em
IBGE, 2010. p. 119; ABOUT Belarus, foi escolhida como sede do bloco.
commonwealth of independent
states. Commonwealth of Na criação do bloco, ficou acordado que esses países desenvolveriam uma
Independent States. cooperação econômica, política e militar sob a liderança da Rússia. Todos os
Disponível em: http://www.
cisstat.com/eng/cis.htm. países do bloco se tornaram, automaticamente, membros das Nações Unidas.
Acesso em: 10 abr. 2022. Os países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) se mantiveram afastados da
comunidade por não concordarem com a liderança da Rússia e por terem inte-
resse de ingressar no bloco da União Europeia, o que de fato ocorreu em 2004.

Rússia, liderança natural


A Rússia determina o ritmo econômico da CEI. Embora os países-membros
tenham moeda própria, é o rublo que circula em todos eles, como padrão para
as transações comerciais na comunidade.
A liderança econômica da Rússia perante os demais países da CEI deve-se,
Smirnov Vladimir/TASS via ZUMA Press/Fotoarena

em grande parte, à concentração de reservas minerais em seu território, sobre-


tudo de petróleo, gás natural e carvão mineral, além das redes de oleodutos e
gasodutos que interligam o território russo à Europa, atravessando grande parte
dos países que fazem parte da comunidade.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO O gás natural e o petróleo russos são exportados para a União Europeia e
para os Estados Unidos. Outros países da CEI, como o Azerbaijão, o Cazaquistão
DA EDITORA DO BRASIL e o Turcomenistão, também fornecem petróleo e gás natural para a Europa.
A dependência do gás natural força a União Europeia a manter relações de
tolerância com a política internacional russa, muitas vezes contestada internacio-
nalmente. O caso mais recente é o da Ucrânia, envolvendo o território da Crimeia.

Campo de produção de gás


natural em Yamal. Rússia, 2018.

168

168
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 O que foi o Benelux e qual era o seu objetivo? 1. Foi a primeira organização eco­
2 Leia o trecho abaixo e faça o que se pede.
nômica do continente europeu.
[...] Seu objetivo era ampliar as rela­
A maneira encontrada para superar essas rivalidades foi criar um sistema que tornasse os paí- ções comerciais entre os países­
ses interdependentes. Esse sistema deveria ser forte e, sobretudo, unir Alemanha e França, rivais -membros – Bélgica, Países Baixos
históricos e duas grandes potências econômicas. [...] e Luxemburgo – reduzindo e até
O primeiro passo oficial foi o documento de 1950, chamado Plano Schuman, apresentado pelo eliminando as tarifas alfandegárias
então ministro de Relações Exteriores da França, Robert Schuman, e desenhado com a ajuda do em suas trocas comerciais.
conselheiro político francês Jean Monnet. 2. De acordo com o texto, a criação
O plano foi o passo mais importante para a assinatura do Tratado de Paris, em 1951, que deu do bloco econômico foi importan­
origem à Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), composta por França, Bélgica, Luxem- te para garantir a paz entre os ter­
burgo, Holanda, Itália e Alemanha Ocidental. [...]
ritórios, visto que unia potências
Fonte: INDOLI, Rafael. União Europeia: o maior projeto de integração regional em seus piores momentos. Nexo Jornal, São Paulo, 3 mar. 2017.
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/03/03/Uni%C3%A3o-Europeia-o-maior-projeto-de-integra%C3%A7%C3%A3o historicamente rivais. Além disso,
-regional-em-seus-piores-momentos. Acesso em: 10 abr. 2022. foi fundamental para o apoio e o de­
senvolvimento econômico do bloco
• O texto refere-se a uma das etapas da história de formação da União Europeia, a criação da Ceca.
que se tornaria a União Europeia.
Com base nele, explique a importância da formação desse bloco.
3. Ele promoveu a união econômica
3 O que o Tratado de Maastricht trouxe de novo para o Mercado Comum Europeu? e monetária do continente. Nesse
tratado, consolidou-se a livre cir­
4 O que é a zona do euro? Quais são os países integrantes?
culação de mercadorias, serviços
5 O que é a CEI e qual é o principal objetivo de sua fundação? e capitais, além de ser instituída a
livre circulação de pessoas.
Para refletir 4. A zona do euro refere-se ao con­
junto de países da União Europeia
1 Observe os dados dos gráficos a seguir e discorra sobre as questões econômicas e sociais dos países
que adotaram o euro como moe­
da União Europeia.
da. Desde 2015, 19 países ado­
Poder de compra dos países União Europeia: desemprego por idade e geral – 2010-2022 tam a moeda única: Alemanha,
da União Europeia – 2017 Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia,

DAE
30
Eslovênia, Espanha, Estônia,
DAE

Suíça
25,4 25,0 Finlândia, França, Grécia, Irlanda,
192
25 Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo,
22,3 22,9
23,4
Luxemburgo 136 22,2
21,2 Malta, Países Baixos e Portugal.
20 19,3 18,4 5. É o bloco político e econômico for­
17,3
Áustria mado pela Rússia e pelos países que
%

119 16,0
15
15,4
formavam a URSS. Seu objetivo é
Alemanha 107
10,6 11,7 11,4 10,7
14,0 organizar e integrar a economia dos
10,1 10,0
Romênia MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 241 10
9,7
8,8 7,8
7,1 6,8 7,5
países da região.

Bulgária 99 DA EDITORA DO BRASIL


Média da EU = 100

5
6,2

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
0 50 100 150 200 250
População jovem de 15-25 anos População geral
Fonte: PURCHASING power parities (PPPs), price level indices Fonte: UNEMPLOYMENT by sex and age – monthly data. Eurostat, [s. l.], 2022.
and real expenditures for ESA 2010 aggregates. Eurostat, [s. l.], Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/UNE_RT_M__
2022. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/ custom_2359993/default/line?lang=en. Acesso em: 10 abr. 2022.
view/prc_ppp_ind/default/bar?lang=en. Acesso em: 10 abr. 2022.

169

Orientações
½ Respostas fico, é possível concluir que, mesmo com uma economia
forte, o bloco tem dificuldades de proporcionar qualidade
Para refletir
de vida e poder de compra equilibrados a todos os seus
1. Os dados se referem às grandes desigualdades internas habitantes. Por meio do segundo gráfico, é possível con­
do bloco e aos principais problemas econômicos e sociais cluir que as populações mais jovens de alguns países são
do continente, como o índice elevado de desemprego em as mais afetadas pelo atual momento econômico.
alguns países. Por meio da interpretação do primeiro grá­

169
Faça no caderno

Orientações
O conteúdo desta página poderá
ser trabalhado de maneira interdis­ Europa de pedal: turismo, economia
e integração regional
ciplinar com Ciências. Faça, com os
estudantes, uma leitura mediada do
texto. Então, pergunte a eles qual é a No mundo inteiro, cada vez mais pessoas optam pela bicicleta para se locomover em ruas e avenidas.
situação da mobilidade no Brasil, reto­ Recentemente foi desenvolvido um projeto para possibilitar viagens de bicicleta em percursos mais longos,
mando conhecimentos sobre a rede entre cidades mais distantes e até entre países.
de transporte do país. Na sequência, O projeto, chamado EuroVelo, foi desenvolvido e financiado pelo órgão de turismo sustentável da União
peça que reflitam sobre a situação da Europeia (UE) e pretende entregar, até 2020, uma gigantesca ciclovia, com 70 mil quilômetros de extensão,
mobilidade nas grandes cidades bra­ formada por 14 rotas que interligarão 43 países, integrantes ou não da UE. O projeto é voltado principal-
sileiras. Se possível, mostre fotografias mente àqueles que desejam viajar de bicicleta, mas não deixa de lado a população dos locais em que a
ciclovia passará, porque as pessoas poderão usar a estrutura nas atividades do dia a dia.
para ilustrar essas questões. Peça que
As rotas são identificadas por números de 1 a 14 e, muitas vezes, recebem também um segundo nome,
reflitam sobre as diferenças identifica­
associado com a história dos lugares por onde atravessam. A mais famosa é a EuroVelo 13, com 10 mil
das por eles. Faça uma roda de con­
quilômetros, também conhecida por Cortina de Ferro, uma menção à Guerra Fria, período do século XX no
versa em torno da seguinte questão: qual o continente estava dividido entre Europa Oriental e Europa Ocidental.
“Quais as vantagens e desvantagens
do uso da bicicleta como meio de

Depositphotos/Imageplus
transporte?”.

Ciclistas em prática de atividade de lazer em trecho da EuroVelo 13. Moravia, República Tcheca, 2018.

Além de fomentar uma prática de viagem alternativa, o projeto gera discussão sobre sustentabilidade,
saúde, desenvolvimento, criação de empregos e circulação de pessoas.
Ao defender o uso de bicicletas em lugar de veículos automotores impulsionados por derivados de pe-
tróleo, o projeto colabora para a manutenção das reservas desse recurso natural, o que diminui a emissão de
gases poluidores do ar e intensificadores do efeito estufa; além disso, colabora com a saúde da população,
incentivando-a a ser menos sedentária.
Outra decorrência é o fortalecimento do nicho de consumo ligado ao ciclismo. Os ciclistas precisam de
equipamentos e serviços especiais para suas bicicletas e para eles mesmos durante as jornadas. Por isso,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃOestá prevista a criação de uma estrutura completa para atender esse público, como oficinas, lojas para alu-

DA EDITORA DO BRASIL guel de bicicletas, acomodação, áreas de descanso e até mesmo transporte alternativo nas regiões muito
íngremes ou de difícil acesso. A criação desse nicho de mercado certamente movimentará a economia, in-
terferirá ainda mais no espaço geográfico ao redor das rotas e criará atividades trabalhistas em uma Europa
que vive forte crise de desemprego.
Além de ser um atrativo turístico – uma inovação nos locais por onde passarão –, das benesses à saú-
de e de ajudar a preservar o meio ambiente, as ciclovias podem alterar, e muito, a circulação de cidadãos,
europeus e não europeus, integrantes ou não da União Europeia.

170

Foco na BNCC
Competências gerais 8 e 10
Competência específica de Geografia 7
A interpretação do texto e a realização das
atividades da seção Ciência, tecnologia e
sociedade possibilitam ao estudante: conhecer a
si mesmo; apreciar-se; cuidar de sua saúde física
e emocional; agir pessoal e coletivamente com
autonomia e responsabilidade; tomar decisões
com base em princípios inclusivos, solidários,
democráticos e sustentáveis.

170
Orientações
A operação da imensa ciclovia aumentará a circulação de pessoas pelas fronteiras, somando-se ao ½ Respostas
tráfego aéreo e rodoviário do continente, o que possivelmente exigirá algum mecanismo para diminuir a
burocracia atual, exigida na passagem de um país para outro, a fim de evitar que as regras de migração Ciência, tecnologia e
provoquem filas de bicicletas nas regiões fronteiriças. sociedade
Não somente os europeus deverão usar o circuito como rota de viagem ou cotidiana, seguramente 1. a) Espera-se que o estudante pon­
haverá outros usuários, como os turistas oriundos de todas as partes do planeta. Por isso, também serão dere a respeito das informações
necessárias ações de amparo a esses turistas. O mapeamento de consulados e embaixadas de diversos do texto, refletindo, com base
países é um exemplo de ação que pode ajudar os ciclistas, caso necessitem de algum apoio dos respec-
em sua realidade social, sobre a
tivos países ou enfrentem problemas legais enquanto percorrem as ciclovias.
real possibilidade de o projeto
Podemos imaginar que a efetivação do projeto EuroVelo mudará a realidade dos locais pelos quais a ci-
EuroVelo se efetivar. As vanta­
clovia passará, indo muito além do desenvolvimento sustentável e da melhora da qualidade de vida. O trân-
sito de pessoas, a movimentação de dinheiro, a necessidade de alteração do espaço e o fato de as ciclovias
gens de um projeto como es­
envolverem países que não são membros da UE são fatores que alterarão a realidade geográfica da região. se são evidentes: melhoria da
qualidade de vida, uma opção
a mais de transporte, benefícios
Bibiana Castagna/Shutterstock.com

ao meio ambiente, alternativas


de integração entre as pessoas,
prática de exercício físico com
consequência benéfica para a
saúde etc. Quanto aos possíveis
problemas, eles poderão se ori­
ginar da própria dinâmica do
projeto.
b) Espera-se que o estudante con­
siga estabelecer relações entre
o caso europeu e o local em
que vive, considerando as es­
pecificidades de sua cidade ou
região.

Estacionamento de bicicletas próximo à praça Amager. Copenhague, Dinamarca, 2021.


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 DA EDITORA
Responda às questões sobre o texto. DO BRASIL
a) Você acredita que o projeto EuroVelo realmente aumentará a procura por um tipo de turismo alter-
nativo, por meio da bicicleta? Cite alguns prós e contras de viajar dessa maneira.
b) Quais são as vias de acesso e os meios de transporte mais utilizados onde você vive? Você acredita
que um projeto como o EuroVelo pode ajudar na integração entre partes diferentes da cidade ou do
bairro em que mora?

171

171
Faça no caderno

Orientações
Comente com os estudantes que o ZONA DO EURO
euro foi criado para fortalecer a econo- 0°

Euro

Meridiano de Greenwich
mia dos países que adotaram a moe- Em 1 de janeiro de
o N

2002, o euro tornou-se


da, visto que possibilitou a amplia- a moeda de uma deze-
O L

ção das transações comerciais entre na de países da União S

eles e a união de empresas. A moeda Europeia. Na época, foi


0 867 1 734 km FINLÂNDIA
1 : 86 700 000
única incentiva a atividade turística, mais um passo para a ESTÔNIA
LETÔNIA
pois facilita a logística e o consumo integração regional. PAÍSES BAIXOS LITUÂNIA
IRLANDA
BÉLGICA ALEMANHA
do turista. No âmbito mundial, o euro LUXEMBURGO
45°N ESLOVÁQUIA
confere relevância econômica aos paí- FRANÇA
ÁUSTRIA
O símbolo é inspirado na letra 45°N ESLOVÊNIA
ses adotantes, pois é atualmente a se- grega épsilon e na primeira letra ITÁLIA

Cristiane Viana
gunda moeda mais importante, atrás da palavra Europa.
PORTUGAL
ESPANHA
GRÉCIA
CHIPRE
apenas do dólar. MALTA
Países da União Europeia que adotaram
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. o euro como moeda única.
Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, Países da União Europeia que não
2016 (com atualização dos autores). adotam o euro como moeda única.

As moedas. Uma face foi desenhada As notas. São sete, desenhadas por Robert Kalina. Seus
por Luc Luycx e leva o mapa da União desenhos estão relacionados com os movimentos históri-
Europeia. A outra face mostra desenhos cos que formam o patrimônio arquitetônico europeu.
próprios de cada Estado.

VALORES 1, 2 E 5 CENTAVOS VALOR 5 EUROS VALOR 10 EUROS

COR COBRE COR CINZA COR VERMELHO

MATERIAL AÇO COBERTO COM COBRE PERÍODO CLÁSSICO PERÍODO ROMANO

VALORES 10, 20 E 50 CENTAVOS VALOR 20 EUROS VALOR 50 EUROS

COR AMARELO COR AZUL COR LARANJA

MATERIAL OURO NÓRDICO PERÍODO GÓTICO PERÍODO RENASCIMENTO

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
VALORES 1 E 2 EUROS VALOR 100 EUROS VALOR 200 EUROS

COR AMARELO E PRATEADO COR VERDE COR AMARELO

MATERIAL NÍQUEL/COBRE/ZINCO PERÍODO BARROCO PERÍODO ART NOUVEAU

172

172
Orientações

A maior e a menor

Cristiane Viana
A nota de 500 euros é a de maior valor, e a ½ Respostas
moeda de 1 centavo, a de menor valor.
Em foco
DE 8r9o0s
CERCA
verso reverso contra a luz

s de eu
1. Espera-se que os estudantes respon­
bilhõe emitidos até dam que a adoção do euro como
foram 2011 moeda única para alguns países da
julho de
Registro perfeito União Europeia foi um importante
Ao colocarmos a nota Bandeira
contra a luz, vemos o da União
Sigla do Banco passo para a integração regional e
Central Europeu
registro perfeito devido à Europeia para o incentivo das trocas comer­
transparência e à coincidência
do verso com o reverso. ciais dentro do bloco.
2. Espera-se que os estudantes respon­
dam que esse crescimento ocorreu
VALOR 500 EUROS por causa da valorização adquirida
COR VIOLETA pelo euro ao longo do tempo, pelo
PERÍODO MODERNISTA destaque econômico dos países
adotantes dele e por sua consoli­
Fontes: EURO vira de fato dação no mercado internacional.
a moeda única da Europa.
DESENHO. União Europeia,
[s. l.], 2007. Disponível em:
https://europa.eu/european
-union/about-eu/euro/design
-euro_pt; O QUE é a zona do Holograma
euro? Comissão Europeia, Ao se inclinar a
[s. l.], 2007. Disponível em: Desenho nota, vemos uma
https://ec.europa.eu/info/ arquitetônico imagem com o de-
business-economy-euro/ Marco de segurança senho arquitetônico
euro-area/what-euro Caracteres
Ao olhar a nota con- escolhido.
-area_pt; BANCO CENTRAL gregos
tra a luz, vemos uma
EUROPEU. Como surgiu linha escura.
o euro – A nossa moeda: Caracteres
Breve história das notas e latinos
moedas de Euro. Frankfurt: O dorso de cada moeda representa algum marco
Banco Central Europeu, Marca-d'água Impressão importante na cultura, história ou política do país
2007. Disponível em: http:// Ao olhar a nota As notas são ao qual pertence.
www.ecb.europa.eu/pub/ contra a luz, impressas em
pdf/other/euro_became_our_ podemos ver papel feito
moneypt.pdf?79baceeae uma imagem e a à base de fibras
5309cf40705c8aa3d68d65e. cifra que indica de algodão.
Acessos em: 10 abr. 2022. seu valor.
1 centavo 1 centavo
(face comum) (face espanhola)

OSCILAÇÃO DO EURO FRENTE AO DÓLAR


1,6 Máximo histórico
1,5
1,4
1,3

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1,2
1,1
1

DA EDITORA DO BRASIL
0,90
Mínimo histórico
0,80
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1 Explique a importância da adoção de uma moeda única para países da União Europeia.

2 Explique o crescimento do euro em relação ao dólar apresentado no gráfico.

173

173
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas 1 Por que se pode afirmar que a Europa é um continente multicultural?
Para encerrar 2 Cite três objetivos da União Europeia.
1. Porque em seu território convive 3 Quais são as duas regiões separatistas na Espanha? Em que região do país estão localizadas?
grande diversidade de grupos ét-
4 Leia o trecho do texto e responda às questões a seguir.
nicos, como os latinos, os anglo-
-saxões, os eslavos e os celtas, Além da Escócia, outras regiões europeias cultivam tendências
além de grupos étnicos minoritá- separatistas
rios, como os bascos, os catalães,
os ciganos e os lapões. [...] Catalunha: Em nenhuma outra região europeia o “vírus” escocês pela independência pode-
rá ser mais contagioso do que na Catalunha. Durante a ditadura do general Francisco Franco na
2. Desenvolver os aspectos sociais dos
países-membros, permitir que os Espanha, de 1936 a 1975, o idioma catalão chegou a ser proibido. Atualmente, a região possui alto
cidadãos circulem e se fixem livre- grau de autonomia cultural e política, além de seu próprio parlamento regional.
mente em qualquer um dos países- Mas, para muitos catalães, isso ainda não é suficiente. Eles querem ter seu próprio Estado, prin-
-membros e manter uma moeda cipalmente por razões econômicas. O argumento é que a rica Catalunha estaria sendo sugada pelo
única para os países. Estado espanhol.
3. São o País Basco, no norte do país e Desde o início da crise econômica, o número de apoiadores da independência catalã aumen-
no sudeste da França, e a Catalunha, tou significativamente. O governo regional em Barcelona almeja a realização de um referendo [...]
no nordeste da Espanha. Madri não está disposta a aceitar, o que torna o confronto inevitável.
[...]
4. a) Desejam maior autonomia políti-
ALÉM da Escócia, outras regiões europeias cultivam tendências separatistas. Carta Capital, São Paulo, 18 set. 2014. Disponível em: https://www.
ca e soberania para ter o próprio cartacapital.com.br/mundo/alem-da-escocia-outras-regioes-europeias-cultivam-tendencias-separatistas-6424/. Acesso em: 10 abr. 2022.
governo.
b) O governo espanhol tem reali- a) Por que os catalães querem a independência? Que benefícios viriam dessa separação?
zado cortes em serviços básicos b) Por que, na visão dos catalães, a “Catalunha estaria sendo sugada pelo Estado espanhol”?
para conter a crise no país, pre-
c) O que leva o governo espanhol a desaprovar essa iniciativa do povo catalão?
judicando assim a Catalunha.
c) O governo espanhol não aceita 5 Por que é grande o contingente de imigrantes na Europa Ocidental?
a reivindicação dos catalães, por- 6 Que fatores justificam o crescimento do setor terciário na Europa?
que, se o fizesse, teria de ceder
também ao movimento separa- 7 Leia o texto e faça o que se pede a seguir.
tista basco. Além disso, perderia Desenvolvimento regional na região do Ruhr: do distrito de carvão
grande parte da arrecadação
a região de prestação de serviços
fiscal e econômica.
5. Por um lado, devido à necessidade O desenvolvimento industrial na Região do [Rio] Ruhr teve início com a presença de carvão no
de mão de obra e, por outro, pela vale do Ruhr. [...]
busca de melhores condições de As jazidas de carvão do Ruhr formavam uma base natural para a consolidação da maior região
vida e trabalho por pessoas prove- de indústria mineira e metalúrgica da Europa. Carvão, ferro e aço, locomotivas, estradas de ferro, in-
nientes de outros continentes e do dústria química e de energia constituíam o pilar econômico da indústria mineira e metalúrgica [...].
interior do próprio continente. As mudanças estruturais econômicas e sociais na região do Ruhr deram origem a novos ramos
6. O crescimento do setor terciário econômicos no setor produtivo como, por exemplo, a tecnologia de informação e comunicação,
explica-se pela automação das em-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
presas, cuja mão de obra é dispen-
trazendo o desenvolvimento. [...].
Seis Universidades e nove Universidades Integradas [...], Institutos de Pesquisa e Centros de
sada e obrigada a migrar para o
setor de serviços. Além disso, o
DA EDITORA DO BRASIL Tecnologia tornam a região do Ruhr a mais densa área de formação e pesquisa da Europa.
ANHUF, Dieter. Desenvolvimento regional na região do Ruhr: do distrito de carvão a região de prestação de serviços. GeoTextos, [s. l.], v. 3, n. 1 e 2,
aumento da demanda por serviços p. 67-87, 2007. Disponível em: http://portalseer.ufba.br/index.php/geotextos/article/view/3046/2159. Acesso em: 10 abr. 2022.
como cultura, turismo, propaganda
a) A que país e região o texto se refere?
e publicidade também contribuiu
para a concentração de trabalha- b) Qual é a importância dessa região para a Europa?
dores nesse setor. c) Relacione a riqueza mineral com a capacidade industrial da região.
7. a) Faz referência à Alemanha, a re-
gião da Renânia onde está loca- 174
lizada a megalópole Reno-Ruhr.
b) Compreende o maior parque in-
dustrial do continente europeu.
Corresponde a um dos polos Sobre a avaliação
industriais mais importantes do
mundo. ½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
c) Essa região conta com ricas ja- De forma geral, verifique se os estudantes consegui- Para retomar conhecimentos relativos à população e à
zidas de minério de ferro e de ram fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as sociedade europeia, trabalhe o conteúdo das páginas 143,
carvão mineral, que propiciaram como diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas 144, 145, 147 e 148 e as atividades da página 149. Em re-
o desenvolvimento de uma im-
no início da unidade (EF09GE02, EF09GE03, EF09GE04, lação aos conflitos e aos movimentos separatistas, explore
portante atividade extrativa e
EF09GE08, EF09GE09 e EF09GE10) foram desenvolvidas os mapas das páginas 151, 152 e 153 e as atividades da
indústria pesada (siderurgia e
metalurgia). de maneira satisfatória. As atividades propostas na unidade página 155.
podem auxiliar os estudantes na preparação para exames
de larga escala.

174
Orientações
8 Quais países do continente europeu foram mais intensamente atingidos pela crise iniciada no final ½ Respostas
da década de 2000? Que medidas foram adotadas pela UE para auxiliá-los?
Para encerrar
9 Mencione os principais problemas enfrentados pelos países da União Europeia na atualidade.
8. Os países mais atingidos pela cri­
10 Como a Rússia controla a Comunidade dos Estados Independentes? se foram Portugal, Irlanda, Itália,
Grécia e Espanha. A UE adotou
11 Interprete a ilustração abaixo e escreva um breve comentário sobre ela. algumas medidas de auxílio, como
o empréstimo de bilhões de euros

Paul Fleet/Shutterstock.com
para a economia desses países.
9. Os principais problemas são: infla­
ção, desemprego, desigualdade
econômica entre os novos e an­
tigos membros da UE, xenofobia,
questões previdenciárias e atuação
de grupos terroristas e separatistas.
12 Observe o mapa a seguir.
10. E mbora os países-membros te­
Este é um mapa dinâmico, pois representa o fluxo populacional que ocorre no espaço geográfico.
nham moeda própria, é o rublo
Para interpretá-lo, é necessário identificar os pontos de partida e de chegada do que está em movimento.
– a moeda russa – que circula em
De acordo com essas informações, o que é possível concluir?
todos eles como padrão para as
União Europeia: imigração – 2010 transações comerciais da comu­
nidade. A liderança econômica
Sonia Vaz

30° O 0° 30° L
Cír
cu
h

lo P
da Rússia sobre os demais países
enwic

olar
Ártic
o
da CEI deve-se, em grande parte, à
e Gre
iano d

60°
N concentração de reservas minerais
Merid

NORUEGA
FINLÂNDIA em seu território, especialmente
OCEANO
SUÉCIA
de petróleo, gás natural e carvão
áltico

ATLÂNTICO Mar do RÚSSIA


mineral.
Mar B

Norte
REINO DINAMARCA
IRLANDA
UNIDO
PAÍSES
BAIXOS
RÚSSIA
11. A charge é composta do símbolo
BÉLGICA
POLÔNIA
População ativa imigrante do euro dentro de uma boia sal­
45°
N
FRANÇA
LUXEMBURGO ALEMANHA REP.
TCHECA
UCRÂNIA 3 700 000
1 500 000
va-vidas, em meio a uma tempes­
SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA 500 000 tade no oceano, e relaciona-se aos
ROMÊNIA Mar Negro
ITÁLIA BÓSNIA- SÉRVIA
-HERZEGOVINA BULGÁRIA
N Imigrantes processos recentes de incertezas
PORTUGAL ESPANHA % da população ativa
ALBÂNIA O L
Menos de 5,0 sobre a União Europeia. A instabi­
De 5,0 a 12,0
GRÉCIA TURQUIA
De 21,0 a 62,0
lidade do bloco deriva de elevadas
0 600
S
1 200 km País de emigração Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas dívidas públicas, de desigualda­
TUNÍSIA Mar Mediterrâneo geográfico: espaço mundial. 3. ed.
MARROCOS ARGÉLIA 1 : 60 000 000
Fluxo imigrante
São Paulo: Moderna, 2010. p. 91. de econômica entre os países do
bloco, de altas taxas de inflação e
desemprego, de grandes correntes

Assista
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO migratórias e da xenofobia e da
saída da Grã-Bretanha da União
cobertura jornalística da Guerra de Kosovo, na ex-Iugoslávia.
DA EDITORA DO BRASIL
Guerra não! Direção: Marcelo de Paula. Brasil, 2014. (108 min) O documentário é o resultado de meses de
Europeia (Brexit).
12. Que França, Alemanha e Reino
Leia
Unido são os principais destinos
União Europeia, de André Martin e Ivan Jaf. São Paulo: Ática, 2007. Narra a história de João, um adolescente que,
de imigrantes na Europa, prove­
na companhia do tio-avô, faz muitas descobertas sobre a nova União Europeia. São abordados temas como os
antecedentes, o surgimento e o futuro do bloco econômico. nientes, sobretudo, da África e do
Leste Europeu.

175

Quanto aos aspectos econômicos do continente europeu, Avaliação de resultados


retome o assunto utilizando o mapa da página 156 e as
Retome os objetivos da unidade descritos na página 140
atividades das páginas 161 e 162. Os blocos econômicos
deste manual e baseie-se neles para elaborar uma avaliação.
europeus podem ser revistos voltando-se às páginas 163,
É importante se certificar de que as competências gerais e as
165, 166, 167 e 168 e às atividades da página 169. Auxilie
competências e habilidades específicas de Geografia indica­
os estudantes esclarecendo eventuais dúvidas.
das sejam contempladas na avaliação.

175
Objetivos da unidade
• Identificar os limites da Ásia.
• Identificar e caracterizar as diferen-
tes regiões da Ásia.
• Identificar as características das
principais formas do relevo do con-
tinente asiático.
• Identificar e caracterizar os princi-
pais rios e lagos da Ásia.
• Entender o que motiva os confli-
tos pela posse da água no Oriente
Médio.
• Analisar a diversidade de climas e
de tipos de vegetação no conti-
nente asiático.
• Relacionar os diferentes climas às
respectivas formações vegetais no
continente asiático.
• Identificar os principais impactos
ambientais no continente asiático.

Introdução
Esta unidade dá início aos estudos
sobre a Ásia, com foco nos aspectos
físicos. O estudante conhecerá a locali-
zação, os limites e as fronteiras do conti-
nente asiático, assim como as principais
características do relevo. Apresentam-
-se, também, os principais rios, mares
e lagos do continente, sua importância
econômica, os desastres ambientais e
os conflitos relacionados aos recursos
hídricos. Por fim, ocorre a explicação
dos fatores determinantes dos climas
da Ásia, a variedade climática e vege-
tal do continente e a ação humana
nas paisagens.

Justificativa
O conjunto de objetivos previs-
tos para essa unidade promove a ar-
ticulação entre aspectos naturais e
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a vida das sociedades asiáticas nos DA EDITORA DO BRASIL
dias atuais, tornando-se subsídio
fundamental para compreensão da
Geografia da Ásia.

Monte Fuji. Shizuoka,


Japão, 2019.

176

Levantamento de conhecimentos prévios


Para realizar uma sondagem dos conhecimentos pré- (quadrinhos japoneses) e animes (desenhos animados
vios dos estudantes, questione quais aspectos físicos eles japoneses) a que tenham assistido e que se passam nos
acreditam estar presentes nos territórios asiáticos. Assim países da Ásia. Então, faça perguntas como: “Que tipo de
como ocorrido na Unidade 4, você pode pedir a eles que vegetação e relevo costumam ser visíveis nesses produ-
façam uma relação com possíveis filmes, séries, doramas tos?”; “E o clima?”; “As personagens se vestem mais com
(como são chamadas as novelas sul-coreanas), mangás roupas quentes ou leves?”.

176
6
Orientações

chanchai duangdoosan/Shutterstock.com
A pergunta que diz respeito à ob-
servação e à interpretação da imagem
se relaciona ao conhecimento pré-
vio do estudante e à reflexão sobre
as características do lugar onde vive,
evidenciando seu protagonismo no
processo ensino-aprendizagem.

Ásia:
½ Respostas
1. Resposta pessoal. Espera-se que o
estudante conclua que a preserva-

aspectos
ção de locais considerados sagrados
é importante para a manutenção de
valores culturais e simbólicos de uma

físicos
sociedade, que estão relacionados
à tradição e aos costumes de um
povo.
2. Atividade livre. Espera-se que os
estudantes representem os princi-
pais elementos da fotografia, como:
Desde a Antiguidade, montanhas são consideradas símbo-
Monte Fuji e seu pico nevado, campo
los de morada dos deuses, onde os seres humanos ficam
florido e o trem de alta velocidade.
mais próximos do divino. O Monte Fuji, no Japão, expressa
bem essa ideia: é reverenciado por mestres da pintura,
poetas e músicos. Tamanha devoção levou a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) a declará-lo Patrimônio Mundial da Humanidade,
em 2013.

1. Você já conhecia o Monte Fuji? Já viu alguma


representação artística dele? Discuta com
os colegas a importância de preservar locais
considerados sagrados e fontes de inspiração
artística.
2. Em uma folha de papel, elabore um croqui da
paisagem representada na fotografia ao lado.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DONesta
BRASIL
unidade, você vai estudar:
• os limites geográficos e a regionalização da Ásia;
• o relevo asiático;
• os principais rios, mares e lagos;
• os tipos de clima;
• as formações vegetais e as questões ambientais.

177

BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati-
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar
Competências gerais 1, 2, 4, 5, 7 e 10 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie-
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
3e7 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionados às regras, aos espaços e aos materiais es-
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4
colares, ao convívio entre professores, funcionários e estu-
e7
dantes e ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Habilidades EF09GE16 e EF09GE17

177
Objetivos do capítulo

Localização e
• Localizar o continente asiático no
planeta.
• Identificar os limites da Ásia.
• Identificar e caracterizar as diferen-
tes regiões da Ásia. regionalizações
Pré-requisitos
pedagógicos
Os continentes e as regionaliza-
No capítulo anterior, você estudou o processo de formação da Comunidade dos Estados
ções mundiais são conhecimentos Independentes (CEI) e da União Europeia (UE), bem como as principais características
previamente trabalhados no Ensino econômicas do continente europeu. Neste capítulo, você estudará a localização, os limi-
Fundamental (EF07GE09, EF08GE05, tes e as fronteiras da Ásia.
EF08GE06) que se relacionam com
os assuntos abordados no capítulo. O

Localização e países
resgate dessas habilidades pode ser
de grande importância para o início
da discussão sobre o tema “Localiza- componentes
ção e regionalizações”.
A Ásia é o continente de maior extensão territorial do mundo, com
44,9 milhões de quilômetros quadrados, ocupando quase 30% das terras emer-
Orientações
sas do planeta.
Ao observar o mapa, solicite aos O continente está localizado no Hemisfério Oriental da Terra, a leste do
estudantes que identifiquem os limi- Meridiano de Greenwich, e é cortado pelo Círculo Polar Ártico ao norte, pelo
tes do continente asiático. A Ásia limi- Trópico de Câncer ao centro e pela Linha do Equador ao sul.
ta-se ao norte com o Oceano Glacial Observe no mapa a seguir a localização da Ásia e os países que a compõem.
Ártico; ao sul, com o Oceano Índico; a
leste, com o Oceano Pacífico; a oeste,
Ásia: político – 2018
com a Europa e o Mar Mediterrâneo;

Jairo Souza
80 oL
e a sudoeste, com a África e o Mar OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Vermelho.
Círculo Polar Ártico
M
on
tes
Ur RÚSSIA
ais
(parte asiática)
Mar de
EUROPA Okhotsk

CAZAQUISTÃO MONGÓLIA
45 oN
Mar Mar
Negro Cáspio UZBEQUISTÃO QUIRGUISTÃO Mar do
COREIA DO NORTE Leste
TURQUIA TURCOMENISTÃO
TADJIQUISTÃO (Mar do
Mar CHIPRE SÍRIA CHINA COREIA DO SUL Japão) JAPÃO
Mediterrâneo LÍBANO IRÃ
IRAQUE AFEGANISTÃO
ISRAEL
EGITO JORDÂNIA KUWAIT PAQUISTÃO
(parte asiática) ARÁBIA SAUDITA NEPAL BUTÃO

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO EMIRADOS TAIWAN


CATAR BANGLADESH
ÁRABES UNIDOS Trópico de Câncer
Ma

Mar VIETNÃ
r Ve

ÁFRICA Arábico ÍNDIA MIANMAR OCEANO


DA EDITORA DO BRASIL
rm

OMÃ Golfo de LAOS


elh

N Bengala TAILÂNDIA FILIPINAS


PACÍFICO
o

IÊMEN
CAMBOJA

O L
SRI LANKA
OCEANO BRUNEI
ÍNDICO MALÁSIA
SINGAPURA Equador
S 0o

0 980 1 960 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
INDONÉSIA
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1 : 98 000 000
2018. p. 47. TIMOR-LESTE

178

178
Orientações
Limites geográficos e Informe aos estudantes que o
caracterização geral Estreito de Bering liga os oceanos
Pacífico e Ártico, entre a Rússia e os
A Ásia limita-se ao norte com o Oceano Glacial Ártico; ao sul, com o Oceano Estados Unidos. Relembre-os das teo-
Índico; a leste, com o Oceano Pacífico; a oeste, com a Europa e o Mar Mediterrâneo; rias da migração dos seres humanos
e a sudoeste, com a África e o Mar Vermelho. Continentes: área distribuída (%) em direção ao continente americano.
Como você já sabe, a Ásia e a Europa formam um mesmo bloco

DAE
Europa
continental, a Eurásia, separado pelos Montes Urais, pelo Mar Cáspio, 6,9 % ½ Respostas
pelo Mar Negro e pelo Mar Mediterrâneo. O continente asiático está Oceania

separado da África pelo Istmo de Suez, comunica-se com a Oceania América


5,6 % Um pouco mais sobre
28%
pelas ilhas da Indonésia e separa-se da América pelo Estreito de Bering. África 1. Cada grupo deve obter, por meio
20,2%
Em virtude da grande extensão norte-sul, o continente tem todos da pesquisa, a resposta sobre o
Antártica
os tipos climáticos do Hemisfério Norte: equatorial, tropical, tempe- 9,3 %
Ásia
impacto na economia mundial e
30%
rado, árido, polar, entre outros. Essa variedade climática é responsá- no Brasil, especialmente. Espera-se
vel também pelo desenvolvimento de inúmeras formações vegetais. que identifiquem que houve um
Fonte: THE WORLD BANK.
Devido à sua larga extensão leste-oeste, o continente é atravessado por 11
Surface area (sq. km). Disponível prejuízo ao fluxo global de merca-
fusos horários, com cerca de 160° de longitude. A Ásia é também o continente mais em: https://data.worldbank.org/
dorias, impactando no aumento
populoso do mundo, com aproximadamente 4,6 bilhões de habitantes (dados de indicator/AG.SRF.TOTL.K2. Acesso
em: 11 abr. 2022. de preço e na indisponibilidade de
2020 do Banco Mundial), o que corresponde a cerca de 59% da população mundial.
O gráfico mostra a alguns deles.
Observe no gráfico desta página um comparativo da Ásia com os demais distribuição territorial por
continentes quanto à área territorial. continente em porcentagem.

Canal de Suez
O canal de Suez situado no Egito […] teve sua inauguração em 1896 […], tornando possível o encur-
tamento da distância marítima entre Europa e as terras ao redor dos oceanos Índico e Leste do Pacífico,
que até então, somente era realizada contornando o continente africano. Tornando-se mais navegável
desde o século XX, com a ampliação de suas dimensões que proporcionam acesso de embarcações
gigantes, interligando a Europa aos mercados de matéria prima asiática, o canal de Suez expressa sig-
nificativa importância histórica e geopolítica, constituindo um eixo estratégico do comércio mundial.
Localizado na província de Suez, a oeste da península do Sinai, o canal interliga o […] mar Ver-
melho com o [mar] mediterrâneo. […] O sentido norte faz o transporte de petróleo bruto e deriva-
dos, carvão, metais brutos e metais fabricados, madeira, óleos vegetais e cereais. Via sul, o tráfico
consiste em cimento, fertilizantes, metais fabricados, cereais e galões de óleo vazios. Durante
2020, um total de 18.829 navios, representando 1.17 bilhões de toneladas, transitaram pelo canal
de Suez. […] Mais de 80% do comércio global por volume é executado via marítima e o custo de
interrupções somam bilhões de dólares aos custos da cadeia comercial. Especialistas anteveem
uma concorrência ao Canal de Suez pelos esforços da Rússia em desenvolver uma rota pelo Ártico.
[…]

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
SANTOS, Kethelyn et al. A importância econômica do Canal de Suez e uma breve história do engajamento egípcio. Observatório de Política Externa
e da Inserção Internacional do Brasil, 10 abr. 2021. Disponível em: https://opeb.org/2021/04/09/a-importancia-economica-do-canal-de-suez-e
-uma-breve-historia-do-engajamento-egipcio/. Acesso em: 11 abr. 2022.
DA EDITORA DO BRASIL Atividade em grupo

1 Em 2021, um navio encalhou no Canal de Suez. Forme grupo com três colegas e, juntos,
pesquisem em fontes confiáveis quais foram os impactos desse acidente no fluxo de
mercadorias e na economia global, especialmente para o Brasil. Depois, elaborem uma
apresentação multimídia com gráficos, mapas, fotografias e outros elementos com as principais infor-
mações pesquisadas e compartilhem com a turma o que descobriram.

179

179
Orientações
Ressalte que aproximadamente
Regionalização
20% da população mundial se en- Devido à sua grande diversidade natural e complexidade de grupos étni-
contra na região chamada Extremo cos e culturas, a Ásia pode ser regionalizada, de acordo com a localização de
Oriente, cuja densidade demográfica cada país, em seis regiões: Extremo Oriente, Sudeste Asiático, Ásia Meridional,
Oriente Médio, Ásia Central e Ásia Setentrional. Observe o mapa a seguir.
é superior à média mundial.
Comente com os estudantes a Ásia: regiões
existência da Associação de Nações

Mario Yoshida
80 o L
do Sudeste Asiático (Ansea/Asean). OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Alguns dos objetivos da Ansea são


acelerar o crescimento econômico Rússia
(parte asiática)
e fomentar a paz e a estabilidade Montes
Urais

regionais. EUROPA
Cazaquistão Mongólia
45 o N
Uzbequistão

M
Mar Negro

ar
Quirguistão
Coreia do Norte


Turcomenistão

spio
Turquia Tadjiquistão
China Coreia do Sul Japão
Síria
Mar Mediterâneo Líbano Afeganistão
Iraque Irã
Israel
Ásia Setentrional Egito Jordânia Kuwait Paquistão Nepal
Ásia Central (parte asiática) Barein Butão
Trópico de Câncer Catar Bangladesh
Oriente Médio Arábia Emirados Taiwan

Ma
Saudita Árabes Unidos Mianmar Vietnã

r Ve
Índia OCEANO
Ásia Meridional Laos

rm
ÁFRICA Omã PACÍFICO

elh
Sudeste Asiático Tailândia

o
Iêmen
Extremo Oriente Camboja Filipinas
N
Sri Lanka
O L Brunei
Malásia
OCEANO Singapura
S ÍNDICO
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. 0 1 059 2 118 km Indonésia
Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Timor-Leste
1 : 105 900 000
Paulo: Saraiva, 2013. p. 130.

Extremo Oriente
Localizada no leste do continente, essa região é banhada pelo Oceano
Pacífico, abrangendo China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Taiwan e
Mongólia. Destaca-se em razão da numerosa população absoluta da China
e de seu crescimento econômico nas últimas décadas. Conta ainda com a forte
economia do Japão, país integrante do G-7, mas sofre com as divergências
diplomáticas entre as duas Coreias (do Sul e do Norte), que tiveram origem na
Guerra Fria.
sayan uranan/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Seul, capital da Coreia


do Sul, 2018.

180

Foco na BNCC
Competência geral 1 regiões da Ásia. O tema valoriza a utilização dos
Competências específicas de Geografia 1 e 3 conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e dos conhecimentos
Habilidade EF09GE17 geográficos para entender a interação entre a
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes sociedade e a natureza e o processo de ocupação
explicar as características físico-naturais e a forma humana e produção do espaço.
de ocupação e usos da terra em diferentes

180
Orientações
Sudeste Asiático
Destaque aos estudantes que a Ásia
Formada por Singapura, Tailândia, Vietnã, Camboja, Malásia, Laos, Mianmar,
Meridional também é conhecida como
Filipinas, Brunei, Indonésia e Timor-Leste, essa região é dividida em duas par- Monções: ventos
periódicos do Oceano
Sul da Ásia ou Sul Asiático e que essa
tes: a continental ou peninsular (Península da Indochina) e a insular (ilhas).
Índico que vão do região tem um dos piores indicadores
Localizada em sua maior parte entre o Trópico de Câncer e a Linha do
mar em direção ao sociais – alfabetização, expectativa de
Equador, com temperaturas médias elevadas durante o ano, é a região tropi- continente no verão
cal do continente, que apresenta as monções. Nela, destaca-se o país-cidade e do continente em vida, renda per capita, mortalidade in-
direção ao mar no fantil – da Ásia e do mundo. Se possí-
Singapura, em razão de seu elevado padrão de vida. Nos demais países, predo- inverno.
mina a população rural, com grandes problemas sociais. vel, verifique os indicadores sociais na
página do IBGE Países, retomando, se
Em Campos/Shutterstock.com

necessário, esses indicadores e con-


ceitos relacionados a eles. Disponível
em: https://paises.ibge.gov.br. Acesso
em: 9 jun. 2022.

Singapura é um país-cidade
que se destaca no Sudeste
Asiático em razão de seu
desenvolvimento econômico,
principalmente por se tratar
de um centro financeiro
internacional. Singapura, 2019.

Ásia Meridional
Índia, Paquistão e Bangladesh são alguns dos países dessa região,
conhecida também como subcontinente indiano e caracterizada por elevada
população absoluta e grande desigualdade social.
A Índia se destaca por sua grande população – em torno de 1,3 bilhão de
habitantes (dados de 2021 do Banco Mundial) – e seu setor industrial, em amplo
desenvolvimento. Ainda que apresente índices sociais preocupantes, vem
ganhando lugar de destaque na economia mundial como um país emergente
e promissor.
arun sambhu mishra/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Mumbai, cidade mais populosa


da Índia, 2018.

181

181
Orientações
Oriente Médio

Haidar Hamdani/AFP
Destaque aos estudantes que na
Com baixos índices de pluviosidade, as áreas
Ásia Setentrional as temperaturas po-
desérticas predominam nessa região, que é a mais seca
dem chegar a 50 graus Celsius negati-
da Ásia e uma das mais ricas em petróleo do mundo.
vos e que grande parte dos cursos de
Nela se encontram países como Arábia Saudita, Iraque,
água permanecem congelados du- Israel e Irã.
rante o inverno. A etnia árabe e a religião islâmica predominam
na região, conhecida também pelos intensos conflitos
entre israelenses e palestinos.

Najaf, Iraque, 2018.

Ásia Central

evgenykz/Shutterstock.com
É formada por países localizados a leste do
Mar Cáspio, integrantes da antiga União Soviética:
Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão
e Tadjiquistão. São países com economia baseada na
agricultura e nos negócios relacionados ao petróleo
(extração ou rota de oleodutos).

Astana, Cazaquistão, 2018.

Ásia Setentrional
Corresponde às terras localizadas na parte asiática da Rússia, região do
país conhecida como Sibéria. Nela predominam temperaturas baixas e clima
polar, com os invernos mais longos e rigorosos de todo o continente.
A região tem muitas reservas de petróleo e gás natural, e a agricultura desem-
penha importante papel, facilitada pelo relevo plano e pelo solo tchernozion.
Lyudmila Shabanova/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Igreja cristã ortodoxa de Santo


Elias, o profeta, no Monte
Ivanova. Suzdal, Rússia, 2019.

182

182
Faça no caderno
Orientações
½ Respostas
Lago Baikal: o maior e mais profundo lago do mundo Um pouco mais sobre
O Lago Baikal é o maior lago de água doce do mundo (por volume) e o mais profundo. Com
1. O Lago Baikal localiza-se no sul do
formato de meia lua, está na zona sul da Sibéria, na Rússia. Em 1996, foi declarado Patrimônio
território russo, na Ásia Setentrional.
Mundial pela Unesco.
Além disso, é também "o mais antigo, sendo lar de aproximadamente 1.700 a 1.800 espécies
2. O lago é uma das mais importantes
endêmicas de plantas e animais, detém 20 por cento de toda a água doce do mundo, e é consi- fontes de água doce do mundo e,
derado um dos lagos mais claros e limpos do mundo", disse Jennifer Castner, do programa da segundo o texto, vem sofrendo com
Rússia do Ambiente do Pacífico. o problema ambiental da poluição
Durante o Verão, quando está cheio de gelo derretido das montanhas siberianas, é possível de suas águas.
enxergar cerca de 39 m (130 pés) de profundidade. A impressionante transparência do lago é
resultado da pureza do gelo derretido, de plânctons que se alimentam de detritos flutuantes, e
da falta de sais minerais nas águas.

Ameaças ao Lago Baikal


À medida que a Rússia e a Mongólia se industrializaram e o turismo aumentou, o Lago Baikal
tem enfrentado cada vez mais ameaças. As alterações climáticas também põem em risco o
seu ecossistema. As temperaturas da água e a cobertura de gelo já mudaram, de acordo com a
BioScience.
Castner descreveu vários dos perigos enfrentados. A maior ameaça é provavelmente o "pro-
blema com as algas no lago e o fracasso do governo em desenvolver uma resposta adequada",
disse ela.
E acrescentou: "Há um enorme aumento do turismo nas margens do lago e não há uma
compreensão real de como isso o afeta. As comunidades locais não têm sistemas adequados de
gestão de resíduos em relação ao número de turistas."
SZALAY, Jessie. Lake Baikal: World's Largest, Deepest Lake. Live Science, 27 jan. 2017. Tradução nossa.
Disponível em: https://www.livescience.com/57653-lake-baikal-facts.html. Acesso em: 9 jun. 2022.
Stanislaw Tokarski/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Lago Baikal. Sibéria, Rússia, 2019.

1 Onde se localiza o Lago Baikal? Em qual região do continente asiático ele está?

2 Qual é a importância do Lago Baikal e qual é o problema relacionado a ele?

183

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 4 regiões da Ásia. O tema valoriza a utilização dos
Competências específicas de Geografia 1, 2 e 3 conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e dos conhecimentos
Habilidade EF09GE17 geográficos para entender a interação entre a
A interpretação do texto e a realização das atividades sociedade e a natureza, o processo de ocupação
da seção Um pouco mais sobre possibilitam que os humana e produção do espaço, além de
estudantes entendam as características físico-naturais proporcionar o entendimento das formas de uso
e a forma de ocupação e usos da terra em diferentes dos recursos da natureza ao longo da história.

183
Orientações
Faça no caderno

Na atividade 2, instrua os estudan- Atividades


tes a observar o mapa da página 178.
1 Faça a interseção correta dos limites do continente asiático relacionando os itens das colunas A e B.
½½ Respostas Registre as respostas no caderno.
1. a-I, b-II, c-V, d-III, e-IV.
Coluna A Coluna B
2. Extremo Oriente: Japão, China,
Mongólia, Coreia do Norte, Coreia do • Sudoeste • África e Mar Vermelho
Sul, Taiwan (China). Sudeste Asiático: • Norte • Oceano Glacial Ártico
Malásia, Myanmar, Laos, Camboja, • Sul • Oceano Pacífico
Vietnã, Tailândia, Singapura, Brunei,
• Leste • Europa e Mar Mediterrâneo
Indonésia, Timor-Leste, Filipinas.
• Oeste • Oceano Índico
Ásia Meridional: Índia, Paquistão,
Bangladesh, Butão e Nepal. Ásia
2 Reproduza o quadro a seguir no caderno e insira exemplos de países da Ásia que pertencem a cada uma
Central: Cazaquistão, Uzbequistão,
das regiões do continente.
Turcomenistão, Quirguistão,
Tadjiquistão. Oriente Médio: Iraque,
Extremo Oriente
Irã, Turquia, Síria, Líbano, Israel,
Afeganistão, Jordânia, Kuwait, Barein, Sudeste Asiático
Catar, Emirados Árabes Unidos, Omã, Ásia Meridional
Egito e Iêmen. Ásia Setentrional:
Rússia. Ásia Central

3. Na imagem, destaca-se o elevado Oriente Médio


fluxo de pedestres no centro co-
Ásia Setentrional
mercial de Xangai. Com base nesses
elementos, espera-se que o estudan- 3 De acordo com a fotografia abaixo, cite algumas características demográficas e econômicas que explicam
te ressalte a numerosa população o fato de a China se destacar mais do que os outros países do Extremo Oriente.
absoluta da China como fator para
near/Shutterstock.com

o crescimento econômico do país,


na medida em que se constitui tanto
como mão de obra quanto como
mercado consumidor.
Para refletir
1. Espera-se que o estudante, além
de aproveitar a abordagem do ca-
pítulo, utilize seus conhecimentos
prévios sobre essas regiões e comen-
te elementos como: 1) diferenças
econômicas – enquanto o Extremo
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Oriente abrange grandes potências,
como Japão e China, e conta com
economia diversificada e tecnolo-
DA EDITORA DO BRASIL
Estação Ferroviária de Hangzhou. Hangzhou, China, 2019.

gia desenvolvida, o Oriente Médio Para refletir


é predominantemente dependente
do petróleo; 2) diferenças culturais – 1 Devido à sua grande diversidade e complexidade, a Ásia pode ser estudada com base em diferentes
enquanto o Extremo Oriente não se regiões. Assim, analise e comente alguns contrastes entre o Extremo Oriente e o Oriente Médio.
caracteriza, hoje, por grandes con-
flitos religiosos, sendo o budismo, o
184
taoismo e o xintoísmo as religiões
com mais adeptos, o Oriente Médio
tem como um de seus maiores de-
safios os diversos conflitos religiosos
que assolam a região, como aque-
les entre muçulmanos e judeus; 3)
paisagens – o Extremo Oriente tem
grande variedade de paisagens, com
regiões vulcânicas, florestas de mon-
tanhas, pradarias; já o Oriente Médio
é predominantemente caracterizado
por desertos.

184
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as características das
principais formas de relevo do con-

Relevo tinente asiático.

Pré-requisitos
pedagógicos
As formações do relevo, suas prin-
cipais características e o uso do solo
são conhecimentos previamente
No capítulo anterior, você estudou a localização, os limites e as fronteiras da Ásia, seus
trabalhados no Ensino Fundamental
países e as regiões mais importantes. Neste capítulo, você estudará as principais carac-
(EF04GE11, EF06GE05, EF06GE10)
terísticas do relevo asiático.
que se relacionam com os assuntos
abordados no capítulo. O resgate des-
sas habilidades pode ser de grande
Formas do relevo importância para o início da discussão
Entre as diferentes formações ao longo da vasta extensão territorial da sobre o tema “Relevo asiático”.
Ásia, destacam-se as cadeias montanhosas, no oeste e centro do continente;
as planícies, no norte e sul; e os planaltos, principalmente localizados na Orientações
área central. Promova a leitura coletiva do texto
Observe o mapa a seguir e, com base na interpretação das altitudes do desta página e, em seguida, analise o
terreno, busque identificar as formas de relevo citadas e sua distribuição. mapa sobre o relevo asiático. Aprovei-
te o momento para relembrar alguns
Ásia: relevo conceitos que possam ser importan-
o o
tes para a compreensão e correta in-
Sonia Vaz

0 15 L 30 L
o
Mar da Sibéria Oriental
Mar de Laptev
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Pen. de
Mar de Chukchi terpretação do mapa bem como para
Taimir Sibéria
Planície Aliznjaja
Montes Verkhoianski Kolyma
Círculo Polar Ártico
sanar eventuais dúvidas que os estu-
Tunguska Planalto Central Aldan Montes Kolyma
da Sibéria
dantes possam manifestar durante
s

Siberiano
rai

a
Len
o
Angara 60 N
sU

Pen. a análise.
nte

Montes Stanovoi Mar de Bering


y

Mar de Kamchatka
se
Mo

is

Montes Iablonovy
n
Ye

Okhotsk
Irtysh Montes Saian
EUROPA ur
Depressão Caspiana Am
Montes Altai Planalto da
Mongólia
Mar Aral
Mar Negro Deserto de Gobi
Mar Cáspio Tian Shan
Am

Deserto de
Planalto da Cáucaso
uD

Takla Makan Huang-He


Anatólia
ari

Kulun (amarelo)
a

Planalto Hindo Kush


Planalto do OCEANO
do Irã Him Tibete
ala PACÍFICO
ia tse
Deserto da Deserto ng )
ges

Ya zul
de Thar Planície do (A
Gan

Arábia Ganges Xun J


Mar iang Trópico de Câncer
Arábico
Planalto da Planalto do Altitude
Arábia Decã Baía de (em metros)
Bengala Mekong

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Gates
Ocidentais
Gates
Orientais Mar da
China
Acima de 4 800
3 000-4 800

DA EDITORA DO BRASIL
1 800-3 000
ÁFRICA Meridional
N 1 200-1 800
600-1 200
o Equador O L Equador
0 300-600 0º
OCEANO 150-300
S
ÍNDICO
0 850 1 700 km 0-150

1 : 85 000 000 90º L

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 46.

185

185
Orientações
Esclareça aos estudantes que
Cadeias montanhosas
o Círculo de Fogo do Pacífico tam- Há muitas montanhas no continente asiático, como o Cáucaso e os Mon-
bém é conhecido por Anel de Fogo tes Urais, na divisa com o continente europeu, e o Himalaia, ao sul. Em grande
do Pacífico ou simplesmente Anel de parte, as montanhas são parcialmente cobertas

Ali. Fahmi/Shutterstock.com
de neve, que alimentam os rios asiáticos com o
Fogo.
degelo nas elevadas altitudes.
Se for conveniente, apresente ima-
A maioria das montanhas do continente cor-
gens aéreas ou de satélites da região
responde a dobramentos modernos e formações
do Himalaia, favorecendo a com- geologicamente recentes, resultantes do encontro
preensão dos estudantes a respeito de placas tectônicas na Era Cenozoica, o mesmo
das características da região. fenômeno que formou as cadeias montanhosas
do centro, sul e sudeste da Europa.
Boa parte do continente asiático se encontra
no que se convencionou chamar de Círculo de
Fogo do Pacífico, a região da superfície terrestre
mais instável geologicamente, condicionada aos
movimentos das placas tectônicas, com tremores
de terra constantes e inúmeros vulcões ativos.
Localizada na região de
contato das placas Indo-
australiana e Euroasiática, Himalaia
a Indonésia está sujeita a
Os picos mais elevados da Terra estão na Cordilheira do Himalaia, com des-
ocorrência de terremotos de
grandes proporções. Mamuju, taque para o Everest (na fronteira da China com o Nepal), com 8 848 metros, e o
Indonésia, 2021. Kanchenjunga (na fronteira do Nepal com a Índia), com 8 586 metros de altitude.
Esses picos são atração turística e recebem montanhistas de todo o mundo,
que se deslocam para a região a fim de escalá-los. Países como o Nepal e a
China, por exemplo, cobram pedágio de até 10 mil dólares da pessoa que deseja
chegar ao cume do Everest.
Para viabilizar o plantio em relevo montanhoso, a população da região
adota técnicas agrícolas como o terraceamento, que consiste na construção de
degraus no terreno inclinado para plantio.
O principal cultivo no terraceamento é o arroz, alimento básico da maioria
da população asiática.
Daniel Prudek/Alamy/Fotoarena

Frank Bienewald/LightRocket/Getty Images

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

O Monte Everest, no Himalaia, é o ponto culminante do planeta. Cultivo de arroz em terreno terraceado em Bahundanda.
Nepal, 2021. Nepal, 2018.

186

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 utilização dos conhecimentos historicamente
Competências específicas de Geografia 1 e 3 construídos sobre o mundo físico, social, cultural e
dos conhecimentos geográficos para entender a
Habilidade EF09GE17 interação entre a sociedade e a natureza, o processo
O conteúdo da página possibilita que os de ocupação humana e produção do espaço, além de
estudantes entendam as características físico- proporcionar o entendimento das formas de uso dos
-naturais, a forma de ocupação e usos da terra recursos da natureza ao longo da história.
em diferentes regiões da Ásia. O tema valoriza a

186
Orientações
Observe o mapa da seção Olhar
cartográfico com os estudantes e
Primeiro brasileiro a escalar o Everest certifique-se de que eles conseguem
O primeiro brasileiro a chegar ao pico da mon- relacionar a concentração e a distri-

Marcel Rabelo/Alamy/Fotoarena
tanha mais alta da Ásia e do mundo, o Everest, foi buição de vulcões com as zonas de
o paranaense Waldemar Niclevicz (1966-), em 1995. encontro das placas tectônicas.
Em 2000, ele escalou a segunda maior montanha do
mundo, o K2, também na Cordilheira do Himalaia. ½ Respostas
Desde 1950, mais de 4 mil pessoas conseguiram
chegar ao cume da montanha, que pode apresentar
Olhar cartográfico
temperatura de até 70 °C negativos. 1. Pelo fato de parte de suas terras
estarem localizadas no Círculo de
Vista ao fundo, no centro da fotografia, Fogo do Pacífico, onde ocorrem
do Monte K2, a segunda montanha tremores resultantes do choque
mais alta do mundo com 8 614 metros.
Paquistão, 2019. de placas tectônicas, o que pro-
voca instabilidade geológica no
continente.
2. Essas atividades ocorrem, princi-
Faça no caderno
palmente, nas zonas de contato de
placas tectônicas, no sul, no sudeste
e no extremo leste do continente.

Observe o mapa a seguir e responda às questões.

Mapa-múndi: zonas sísmicas e vulcões

Allmaps

OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico

Katmai

Vesúvio
Fujiyama
Etna Santorini
Trópico de Câncer
Mauna Loa
Kilauea Popocatepetl Mt. Pelée Pinatudo OCEANO
PACÍFICO
Equador

Krakatoa
OCEANO OCEANO OCEANO
PACÍFICO ATLÂNTICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
N
Ojos del Salado
Meridiano de Greenwich

O L

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Atividade sísmica muito intensa
Atividade sísmica intensa
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
S

Círculo
Círculo PolarAntártico
Polar Antártico

Vulcões ativos DA EDITORA DO BRASIL 0 2 400

1 : 240 000 000


4 800 km

Fonte: FERREIRA, Graça Maria L. Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 19.

1 Por que a Ásia se configura como um continente geologicamente instável?

2 Em que regiões do continente asiático são mais comuns as atividades vulcânicas e sísmicas?

187

187
Orientações Faça no caderno

Informe aos estudantes que a es- Ciências


calada do Everest é um desafio mui-
to exigente mesmo para alpinistas Congestionamento no Everest
extremamente preparados e que o

Rizza Alee/AP Photo/Imageplus


congestionamento de escaladores
é comum no verão, única época do
ano propícia para a subida. Somente
alpinistas com preparo físico ade-
quado devem arriscar a subida nes-
se monte que está localizado num
lugar perigoso e com condições cli-
máticas adversas.
½½ Resposta

Diálogo com Ciências


1. O congestionamento pode provo-
car risco de morte por causa da es-
pera. Quanto mais tempo passam
em altitudes elevadas, maior a pro-
babilidade de congelamento e de
esgotamento de oxigênio.
Fila de alpinistas no Everest. Nepal, 2019.

A subida até o topo do Monte Everest, o pico mais alto do planeta, está congestionada. […] uma
foto que mostra uma fila de cerca de 300 alpinistas chegando ao cume da montanha viralizou.
A imagem […] mostra o “congestionamento” de alpinistas em fila única que causou um
atraso de cerca de três horas no processo de subida e descida do Everest.
[…]
Além de terem de aguardar a fila a mais de 8.800 metros de altura, os alpinistas que enca-
ram os congestionamentos no Everest correm risco de morrer por causa da espera. Isso porque,
quanto mais tempo passam na altitude, maior a probabilidade de congelamento e de esgota-
mento do oxigênio.
[…] o americano Donald Cash, de 54 anos, morreu após desmaiar no Everest, segundo a
Pioneer Adventures, uma organização sediada em Katmandu que lidera expedições no pico [...].
[...] O indiano Nihal Bagwan atingiu o topo do Everest pela manhã, mas morreu na descida.
“Ele ficou bloqueado no engarrafamento durante mais de 12 horas e estava esgotado. Os guias
sherpa o trouxeram ao campo 4 e morreu no local”, afirmou Keshav Paudel, da agência Peak
Promotion [...].
Operadores disseram que a superlotação é resultado de um número recorde de licenças emi-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO tidas pelo Nepal em uma época muito procurada por alpinistas por causa do bom tempo.
[…] As condições climáticas que mudam frequentemente fazem com que muitas vezes haja
DA EDITORA DO BRASIL apenas uma pequena janela de tempo para escalar. Por isso, […] mais grupos do que o habitual
escolheram avançar, em vez de esperar e correr o risco do clima rigoroso.
ESCALADA no Everest tem “congestionamento” e morte de cinco alpinistas. UOL, 24 maio 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/
internacional/ultimas-noticias/2019/05/24/congestionamento-de-alpinistas-no-topo-do-everest-causa-mortes.htm. Acesso em: 12 abr. 2022.

1 Qual o principal risco que o congestionamento no Everest causa aos alpinistas?

188

188
Orientações
Planícies Destaque que o Planalto do Pamir
As planícies, que também marcam o relevo da Ásia, foram formadas por está situado na Ásia Central, onde
processos de sedimentação relativamente recentes. Nelas se concentra a maior também estão localizadas as maiores
parte da população asiática e são realizadas atividades econômicas em grande montanhas do mundo.
escala, como a agropecuária.
Utilize mapas e imagens previa-
No continente, antigas civilizações desenvolveram-se

Muhammed Said/Anadolu Agency/Getty Images


mente selecionadas para explorar
em relevos de planície: a chinesa, na planície do leste do país;
com os estudantes as planícies e os
a indiana, na Planície Indo-Gangética; e a mesopotâmica, na
planície dos rios Tigre e Eufrates.
planaltos do continente asiático. Tra-
As principais planícies da Ásia são: balhe a formação do continente reto-
mando o conceito de orogenia, muito
• Planície da Sibéria, no norte da Rússia;
comum na Ásia.
• Planície Indo-Gangética (vale dos rios Indo e Ganges),
na Índia e no Paquistão;
• Planície da Mesopotâmia, drenada pelos rios Tigre e
Eufrates, no Iraque;
• Planície Chinesa, drenada pelos rios Yang-tsé-kiang
(Azul) e Huang-he (Amarelo), na China;
• Planície do Rio Bramaputra, na Índia e em Bangladesh;
• Planície do Rio Mekong, no Vietnã, no Camboja e no
Laos. Planície Al-Ghab. Idlib, Síria, 2020.

Planaltos
Os planaltos da Ásia são divididos entre os de altitudes elevadas e os de
altitudes mais baixas.
Entre os mais elevados estão o Planalto do Tibete (ao norte da Cordilheira
do Himalaia) e o Planalto do Pamir (nas fronteiras do Tadjiquistão, Afeganistão
e China). Esses planaltos são de formação geológica mais recente, pouco des-
gastados pela erosão dos ventos e das chuvas.
Os de menor altitude, mais antigos e desgastados pela erosão, são o Pla-
nalto da Arábia (Arábia Saudita), o Planalto do Decã (Índia), o Planalto Siberiano Planalto Taşeli, localizado
(Rússia), o Planalto da Anatólia (Turquia) e o Planalto do Irã (Irã). na região sul da Turquia.
Fotografia de 2017.
Taseli Plateu, lake ant flowers/Alamy/Fotoarena

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

189

Foco na BNCC
Competência geral 1
Competências específicas de Geografia 2 e 3
Habilidade EF09GE16
O conteúdo da página possibilita ao estudante
identificar e comparar os diferentes domínios
morfoclimáticos da Europa e da Ásia. O tema
valoriza a realização de conexões entre diferentes
temas do conhecimento geográfico, envolvendo
os princípios da analogia, conexão, diferenciação
e localização.

189
Orientações Faça no caderno

Promova a leitura mediada do tex-


to com os estudantes, utilizando um
mapa da região e imagens seleciona- Mar Morto
das previamente para ilustrá-lo. [...]
O Mar Morto é, na verdade, um lago de água salgada localizado no Oriente Médio, na divisa
½ Respostas
dos territórios de Israel, Palestina e Jordânia, e é alimentado pelo Rio Jordão. Ele possui uma
Um pouco mais sobre superfície de aproximadamente 1.050 quilômetros quadrados que correspondem a um com-
primento máximo de 80 quilômetros e a uma largura máxima de 18 quilômetros; é a maior
1. a) O Mar Morto localiza-se na maior
depressão absoluta do mundo, com cerca de 400 metros abaixo do nível dos oceanos.
depressão absoluta do mundo,
[...]
com cerca de 400 metros abaixo
A região onde ele está localizado tem clima particularmente quente e seco, com muito baixa
do nível do mar, nas fronteiras de
umidade e onde o sol brilha diretamente, em média, em 330 dias por ano. Apesar do clima
Jordânia, Palestina e Israel.
quente e seco, os raios solares (em especial o UVB) são fracos e menos perigosos do que em
b) A causa natural é o clima seco outros lugares. Esse fato é decorrente do filtro natural derivado da evaporação da água, da densi-
da região, com elevada evapo- dade atmosférica e da camada de ozônio que protegem mais e oferecem menor risco de contrair
ração do mar. A causa humana doenças de pele, como o melanoma.
tem relação com a exploração A evaporação da água é rápida, devido à sua localização, porém todos os minerais que estão
das águas do Rio Jordão, que em sua composição ficam no solo, o que resulta nesse alto grau de salinidade.
alimenta o Mar Morto. Também relacionado ao nível de sal, o Mar Morto é conhecido por ser um local onde não é
possível afundar, pois o seu corpo d’água é muito mais denso que o corpo de qualquer ser vivo,
o que impede a sua imersão.
A quantidade de mine-

Oleg Golovnev/Shutterstock.com
rais presentes nas águas do
Mar Morto contribui para a
melhoria e até mesmo cura de
determinadas doenças der-
matológicas devido aos seus
benefícios medicinais.
O Mar Morto vem sofrendo,
nos últimos anos, uma grada-
tiva diminuição de seu volume
de água, cuja causa principal
está relacionada à exploração
do Jordão pelas indústrias de
fertilizantes.
[...]
CURIOSIDADES sobre o Mar Morto. Pensamento
Verde, 17 abr. 2014. Disponível em: www.
pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/
curiosidades-sobre-o-mar-morto.
Acesso em: 12 abr. 2022. Mulheres flutuando nas águas do Mar Morto. Israel, 2017.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
1 Com base na leitura do texto, faça o que se pede.
DA EDITORA DO BRASIL
a) O Mar Morto compreende uma forma de relevo que se destaca no Oriente Médio, no sudoeste do
continente asiático. Com o auxílio de um mapa-múndi, identifique que forma de relevo é essa e
pesquise em fontes confiáveis suas características.
b) O texto apresenta uma causa natural e uma causa humana para a diminuição do volume de água
do Mar Morto. Que causas são essas?

190

190
Orientações
Faça no caderno

Atividades
½ Respostas
1 Explique o que é o Círculo de Fogo do Pacífico e aponte sua área de abrangência no continente asiático. 1. O Círculo de Fogo do Pacífico é a
região da superfície terrestre mais
2 Pesquise em fontes confiáveis e responda: Qual é a importância econômica das atividades vulcânicas
para alguns países da Ásia?
instável geologicamente, condicio-
nada aos movimentos das placas
3 Quais são as planícies asiáticas e onde estão localizadas? tectônicas, com tremores de terra
constantes e inúmeros vulcões. No
4 Cite alguns dos principais planaltos do continente asiático.
continente asiático, abrange as por-
Para refletir ções sul, leste e sudeste.
2. O magma proveniente dos vulcões
1 Observe as fotografias a seguir. fertiliza o solo, com a deposição de
cinzas, o que beneficia a atividade
zakaz86/Shutterstock.com

de plantio. Ressalte para os estu-


dantes a importância de pesquisar
informações em livros, revistas ou
outras fontes confiáveis a fim de
garantir que as informações este-
jam corretas. Se possível, selecione
previamente materiais para indicar
aos estudantes.
3. Planície da Sibéria, no norte da
Rússia; Planície Indo-Gangética (vale
dos rios Indo e Ganges), na Índia e no
Paquistão; Planície da Mesopotâmia,
Buttrio, Itália, 2018.
drenada pelos rios Tigre e Eufrates,
no Iraque; Planície Chinesa, drena-
David Nguyen VN/Shutterstock.com

da pelos rios Yang-Tzé-kiang (Azul)


e Huang-He (Amarelo), na China;
Planície do Rio Bramaputra, na Índia
e em Bangladesh; e Planície do Rio
Mekong, no Vietnã, Camboja e Laos.
4. Planaltos do Tibete, do Pamir, da
Arábia e da Anatólia.
Para refletir
1. a) As duas imagens mostram for-
mas de relevo íngremes.
Lao Cai, Vietnã, 2020.
b) Terraceamento. A técnica do
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a) No que se refere às formas de relevo, qual é a semelhança entre as paisagens das imagens? terraceamento consiste na
DA retratada
b) Qual é a técnica agrícola EDITORA nasDO BRASILNo que ela consiste? Por que é utilizada nesses
fotografias? construção de degraus em ter-
locais? renos inclinados e montanho-
sos, para que se tornem culti-
c) Na Ásia, qual é o cultivo predominante nessa técnica?
váveis.
2 Na Ásia utilizam-se técnicas agrícolas para otimizar o aproveitamento de áreas montanhosas. No entanto, c) Na Ásia, o principal cultivo des-
as áreas de planície têm, naturalmente, mais facilidade para o desenvolvimento agropecuário. Por quê? sa técnica é o do arroz.
2. O relevo de planície é sempre um
191
facilitador, pois contribui para a ati-
vidade agrícola, por sua baixa decli-
vidade, pela menor dificuldade no
transporte e deslocamento, além de
contar, na maioria das vezes, com
a possibilidade do uso de rios na
irrigação da produção.

191
3
Objetivos do capítulo
• Compreender os fatores que expli-
cam a grande quantidade de cor-
pos d’água na Ásia.
• Identificar e caracterizar os princi- Hidrografia
pais rios e lagos da Ásia.
• Entender o que motiva os confli-
tos pela posse da água no Oriente
Médio.

Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou as principais características do relevo asiático. Neste
capítulo, você estudará os principais rios, mares e lagos do continente, sua importância
pedagógicos econômica, os desastres ambientais e os conflitos relacionados aos recursos hídricos.
Os aspectos hidrográficos, usos
dos corpos d’água e sua importân-

Recursos hídricos
cia são conhecimentos previamente
trabalhados no Ensino Fundamental
(EF04GE11, EF05GE10, EF06GE04, Em geral, o território asiático é rico em recursos hídricos. Comparativa-
EF06GE06, EF06GE10, EF06GE12) que mente aos demais continentes, a Ásia conta com o segundo maior volume
se relacionam com os assuntos abor- de água doce do planeta. Isso se explica, em parte, por sua grande extensão
dados no capítulo. O resgate dessas territorial, pela presença de climas úmidos e pelo grande abastecimento de água
habilidades pode ser de grande im- proveniente do derretimento de gelo das montanhas.
portância para o início da discussão No entanto, é importante lembrar que todo o volume de água doce do con-
sobre o tema “Hidrografia da Ásia”. tinente precisa abastecer mais de 60% da população mundial, e a distribuição
do recurso não é uniforme. Existem áreas com grande escassez de água na Ásia,
O Rio Yang-tsé-kiang é o
como as extensas regiões desérticas do Oriente Médio (Deserto da Arábia e
Orientações mais extenso da Ásia,
com cerca de 6 300 km Deserto do Irã) e da China (Deserto de Gobi). Em outros casos, como na Planície
Aproveite o trabalho com a temá- de extensão. Wuhan, da Sibéria, os rios congelam no inverno.
tica da hidrografia asiática no início China, 2019.
deste capítulo e retome com os estu-

sleepingpanda/Shutterstock.com
dantes a importância da água para os
diversos setores da economia, bem
como para o bem estar da população.
Ressalte que a disponibilidade des-
se recurso é essencial para a sobrevi-
vência de todos os seres vivos e, por
isso, deve ser preservado por todas
as pessoas, por exemplo, evitando o
desperdício no dia a dia. Dessa forma,
se promove a educação ambiental
em sala de aula.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

192

192
Um estudo desenvolvido pelo World Volume de água doce no mundo – 2015 Orientações
Resources Institute aponta que, entre os dez Instrua os estudantes na leitura e

DAE
2%
países com as menores cotas de água por interpretação do gráfico e do mapa
habitante, oito estão na Ásia (Kuwait, Emira- da página.
15%
dos Árabes, Catar, Arábia Saudita, Jordânia, 28% América
Se possível, selecione previamen-
Barein, Iêmen e Israel). África
te e apresente aos estudantes ima-
9%
Observe, no gráfico a seguir, a proporção Europa
gens dos diversos rios apresentados
de volume de água doce por continente. Oceania
no mapa.
Ásia
28%

Gráfico com a proporção do


volume de água doce no planeta.
Fonte: INTERNAL renewable
Rios freshwater resources by
region, 2015. Our World in
Os rios do continente asiático têm suas vertentes nos oceanos Pacífico, Data. Disponível em: https://
ourworldindata.org/grapher/
Índico e Glacial Ártico. Ao longo de seus vales, os rios possibilitaram a concen- internal-renewable-freshwater
tração de numerosas populações em suas proximidades. -resources-by-region.
Acesso em: 12 abr. 2022.

Muitos rios asiáticos têm importância histórica, pois foi às suas margens que se
formaram as grandes civilizações, entre os anos 3 000 e 1 000 a.C.

Observe no mapa a seguir o traçado dos principais rios do continente.

Ásia: principais rios


Sonia Vaz

105º L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico


Yenissey
Ob
o

Rio Lena
Ri

Rio

Ri
oI r
EUROPA
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A

OCEANO
Mar de Aral PACÍFICO
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Mar Negro
Cásp

im (Ama
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Rio
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Jordão
Rio

Ri kiang ( Az u l)
o Bramap utra sé-
Y

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G ol f o Gange
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o
Ri

Trópico de Câncer rsic


o
s
Mar

Rio G
Mar da odav
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Ver

Ri

Arábia
melh

Me

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
kong
o

ÁFRICA DA EDITORA DO BRASIL N

Equador
0º O L

OCEANO S
ÍNDICO 0 887 1 774km
OCEANIA 1 : 88 700 000

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 46.

193

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 3
O tema dos rios na Ásia possibilita aos estudantes
identificar, comparar e explicar a intervenção do
ser humano na natureza e na sociedade.

193
Orientações Agora, conheça as características dos

Sabah ARAR/AFP
Retome os conhecimentos prévios principais rios do continente.
dos estudantes sobre a Mesopotâmia • Rios Tigre e Eufrates: banham a Planície
e ressalte a importância da região, da Mesopotâmia e deságuam no Golfo
delimitada pelos rios Tigre e Eufrates, Pérsico. Propiciam a fertilidade do solo
onde floresceram importantes civili- em uma região em que predomina o
zações antigas, como os sumérios e clima desértico, característica que tor-
os babilônicos. nou a ocupação da região de confluência
Destaque o tamanho do Rio desses rios local de estabelecimento de
Mekong, um dos maiores rios do mun- povos e civilizações desde a Antiguidade.
do, localizado no Sudeste Asiático. O controle das águas desses rios é uma
Destaque que o Rio Bramaputra é questão conflituosa entre a Síria, a Turquia
um dos poucos rios do mundo em e o Iraque.
que ocorre o fenômeno do macaréu,
o choque das águas do rio com as
ondas durante o início da maré en- Rio Eufrates. Ramadi,
Iraque, 2021.
chente. Ressalte que esse fenôme-
no acontece, no Brasil, na foz do Rio • Rios Indo e Ganges: o Indo drena a Índia

arun sambhu mishra/Shutterstock.com


Amazonas e afluentes do litoral pa- e o Paquistão; já o Ganges drena a Índia e
raense e amapaense e na foz do Rio Bangladesh. No vale desses rios está uma
Mearim, no Maranhão. Na região das maiores concentrações populacionais
amazônica, o fenômeno é conhecido do mundo. De acordo com a religião que
como pororoca. predomina na Índia – o hinduísmo –, lavar-
-se no Ganges é um ato sagrado; por isso,
mais de 1 milhão de pessoas se banham
nesse rio diariamente. O Ganges também
é de grande importância econômica para
os indianos: além da margem fértil para a
agricultura, suas águas são usadas para
consumo, irrigação agrícola e como via de
transporte. Tanto o Indo quanto o Ganges
são extremamente poluídos, e o governo
tem investido altos recursos para torná-
Rio Ganges. Prayagraj, Índia, 2019.
-los mais limpos.
Yavuz Sariyildiz/Shutterstock.com

• Rio Mekong: atravessa Vietnã, Camboja


e Laos. Em suas margens é cultivado
principalmente o arroz, produto de
grande consumo nesses países. As capi-
tais Vientiane (Laos) e Phnom Penh
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO (Camboja) se situam nas margens desse
DA EDITORA DO BRASIL importante rio, cuja foz, no Vietnã, desá-
gua no Oceano Pacífico.

Rio Mekong. Soc Trang, Vietnã, 2018.

194

194
• Rio Bramaputra: nasce no Himalaia, Orientações

Anuwar Hazarika/Reuters/Fotoarena
banha o sul do continente, atravessa Explique aos estudantes a impor-
Índia e Bangladesh e deságua no Rio tância do Rio Jordão, muito utilizado
Ganges (a confluência dos dois rios na agricultura.
forma um grande delta na Baía de
Bengala). Suas margens têm elevada
concentração populacional, um dos
fatores que implicam maior exposição
dos solos aos processos erosivos. A
região do delta é sujeita tanto a cons-
tantes inundações, causadas pelo
transbordamento dos rios, quanto a
ciclones nas áreas da costa.
• Rios Yang-tsé-kiang (Azul) e Huang-he
Rio Bramaputra. Assam, Índia, 2018.
(Amarelo): localizados na China, seus
vales têm grande produção agrícola
ZUMA Press, Inc./Alamy/Fotoarena

e áreas muito populosas. A Usina


Hidrelétrica de Três Gargantas, no Rio
Yang-tsé-kiang, a maior do mundo, foi
construída para gerar energia para a
numerosa população chinesa e para
o setor industrial do país. A obra pro-
vocou impactos ambientais e sociais
enormes. A barragem dessa usina
inundou 13 cidades, 4 500 aldeias e
162 sítios arqueológicos, e obrigou o
deslocamento de mais de 1 milhão de
pessoas.
• Rio Jordão: em algumas regiões da
Ásia existem sérios conflitos armados
em razão da disputa pela posse e con-
Rio Yang-Tsé-kiang. Chongqing, China, 2020.
trole da água, como na Bacia do Rio
Jordão – entre Israel, Síria e Jordânia –
Oded Balilty/AP Photo/Imageplus

e na Bacia do Rio Eufrates – que atra-


vessa Turquia, Síria e Iraque. No caso
do Rio Jordão – cujos lençóis freáticos
estão na Cisjordânia –, israelenses e
palestinos lideram as disputas. Atual-
mente, os poços são controlados por
militares israelenses. Por sua vez, eles
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
também se confrontam com a Síria
DA EDITORA DO BRASIL
e a Jordânia pelo controle do vale do
rio, que é a principal fonte de água da
região. A situação do rio é bastante
comprometida, especialmente devido
à poluição e a seu uso para mineração
e irrigação. Apenas um terço do volume
original dele chega ao Mar Morto. Rio Jordão. Israel, 2017.

195

Foco na BNCC
Competências gerais 1 e 2 em diferentes regiões da Ásia. O tema valoriza
Competências específicas de Geografia 1 e 3 a utilização dos conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico, social, cultural
Habilidade EF09GE17 e dos conhecimentos geográficos para entender a
O conteúdo da página possibilita que os interação entre a sociedade e a natureza, o processo
estudantes entendam as características físico- de ocupação humana e produção do espaço, além
naturais e a forma de ocupação e usos da terra de proporcionar o entendimento das formas de uso.

195
Orientações
Mares e lagos

Russian Look Ltd./Alamy/Fotoarena


Ao trabalhar o conteúdo sobre os
principais mares e lagos do continen- Na fronteira da Ásia com a Europa está
te asiático, mostre-os em um mapa localizado o maior lago do mundo, o Mar
aos estudantes e localize-os. Cáspio, com 371 mil km². Do leito do Mar Cás-
pio é extraída grande quantidade de petróleo
Destaque que o Mar Morto tem
e gás natural pelos países banhados por ele, o
esse nome devido ao alto grau de sa-
que dá à região uma importância estratégica
linidade, aproximadamente oito vezes
mundial.
maior do que a concentração de sal
em outros mares e oceanos, o que
dificulta a existência de peixes, por
exemplo.

Exploração de petróleo no
Mar Cáspio. Rússia, 2018.

O Mar Morto, situado entre a Jordânia e Israel, é o ponto mais baixo do


relevo terrestre e destaca-se pelo mais alto índice de salinidade. Seu volume
vem diminuindo drasticamente desde o século XX.

Alexander Ingerman/Shutterstock.com

Mar Morto. Ein Bokek, Israel, 2021.

Na região da Ásia Central, o Mar de Aral, localizado na fronteira entre o


Cazaquistão e o Uzbequistão, está em processo acelerado de desaparecimento.
Esse mar, que já foi o quarto maior lago do mundo em superfície e volume de
água, encontra-se hoje intensamente poluído e reduzido a 10% de seu tama-
nho original.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
dpa/picture alliance/Getty Images

DA EDITORA DO BRASIL

Mar de Aral. Mujnak,


Uzbequistão, 2021.

196

Foco na BNCC
Competências gerais 1, 2 e 5 a utilização dos conhecimentos historicamente
Competências específicas de Geografia 1 e 3 construídos sobre o mundo físico, social, cultural
e dos conhecimentos geográficos para entender a
Habilidade EF09GE17 interação entre a sociedade e a natureza, o processo
O conteúdo da página possibilita que os de ocupação humana e produção do espaço, além
estudantes entendam as características físico- de possibilitar o entendimento das formas de uso
naturais e a forma de ocupação e usos da terra em e incentivar a utilização de tecnologias digitais de
diferentes regiões da Ásia. O tema valoriza informação e comunicação de maneira reflexiva.

196
Confira a seguir essa redução do volume de água do Mar de Aral na sequên- Atividades
cia de imagens obtidas por meio de satélites. complementares
1. Ressalte o processo de desapareci-

Planetobserver/ Science Photo Library/ Fotoarena

Planetobserver/ Science Photo Library/ Fotoarena


mento do Mar de Aral, considerado
um dos maiores desastres ambien-
tais do planeta. Peça aos estudantes
que reflitam sobre o processo que o
levou a essa situação e proponha um
breve debate, retomando conheci-
mentos prévios sobre os impactos
provocados em corpos d’água e
sobre a situação da União Soviética
na década de 1980. Ao término da
discussão, solicite que formulem hi-
póteses de possíveis soluções para
o desaparecimento do Mar de Aral,
como a melhoria da eficiência dos
Planetobserver/ Science Photo Library/ Fotoarena

World History Archive/Alamy/Fotoarena

canais de irrigação; a instalação de


estações de dessalinização da água;
a instrução dos agricultores em re-
lação ao uso das águas dos rios de
maneira consciente; entre outras.
É fundamental, porém, que essas
soluções sejam alvo de debate en-
tre os estudantes em relação aos
possíveis impactos sociais que tam-
bém podem provocar. A reflexão e a
formulação de hipóteses proporcio-
nam maior protagonismo deles no
processo de ensino-aprendizagem.
Mar de Aral: imagens de satélite de 1990, 2000, 2010 e 2016.

O Mar de Aral era alimentado pelas águas dos rios Amu Daria e Sir Daria.
No entanto, a partir da década de 1980, o governo da antiga União Soviética
passou a retirar água em grande quantidade desses rios para irrigar o cultivo de
algodão na região. Com menor quantidade de água para alimentá-lo, o Mar de
Aral foi, aos poucos, secando.
Além do desastre ambiental, a indústria pesqueira que sustentava a eco-
nomia local foi prejudicada, pois o pouco de água que sobrou no mar recebeu
grande quantidade de pesticidas e elevada concentração de sal. Como con-
sequência do declínio do nível de água do Mar de Aral, a poluição também
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
contaminou os lençóis de águas subterrâneas. DA EDITORA DO BRASIL
Atualmente, o governo do Uzbequistão, em parceria com a comunidade
internacional, tenta reverter a situação. No entanto, a exploração de petróleo em
seu leito seco já teve início, o que parece impedir grandes avanços na tentativa
de recuperar o mar.
O desaparecimento do Mar de Aral é considerado um dos maiores desas-
tres ambientais da história da humanidade.

197

197
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas No Oriente Médio, a disputa pela água é causa de grandes conflitos. Observe o mapa a seguir e res-
ponda às questões.
Olhar cartográfico
1. Cisjordânia, na qual tanto Israel Cisjordânia: disputa pela água - 2013
como a Palestina dependem dessa

Mario Yoshida
água e a disputam. Haifa
Mar da Galileia
(Lago Tiberiades)
(Lago Tiberíades)
2. Rio Jordão. Alimenta o Mar Morto.
3. Trata-se do Oriente Médio, região Nazaré
Aquífero do
Nordeste
de clima desértico, com escassez
de chuvas e, consequentemente, Mar
baixa quantidade de rios. Meditterrâneo Lenin

Rio Jordão
Desafio Netanya

1. Resposta pessoal. Espera-se que o es- Aquífero Nablus


Ocidental
tudante encontre entre as soluções
Aquífero
possíveis a construção de reservató- Tel Aviv Oriental
rios artificiais com o represamento 32°N
C IS J OR DÂNIA
das águas dos rios, a dessalinização Holon
Ramallah
da água do mar e a construção de
Jericó
cisternas para o armazenamento da Ashdod
Jerusalém
água da chuva. Belém
ISRAEL JORDÂNIA

Hebron Mar
Gaza
Morto
N
FAIXA DE
O L GAZA

S
Be’er Sheva’

Divisor de águas
Direção do fluxo da água
0 17 34 km Capital de país
1 : 1 700 000
Cidades principais
35°L
Fonte: PHILLIPSON, Olly. Atlas geográfico mundial. 2. ed. São Paulo: Fundamento Educacional, 2014. p. 93.

1 Na região representada no mapa ocorrem conflitos territoriais desde 1948. Tais conflitos envolvem
também o direito sobre a água proveniente dos aquíferos da região. Que região é essa?

2 Que rio abastece essa região? Que mar ele alimenta?

3 Por que nessa região da Ásia a água adquire grande importância?


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Desafio

1 Pesquise em fontes confiáveis e descubra que alternativas as populações dessa região


têm encontrado para lidar com o problema da pouca disponibilidade de água. Registre
no caderno as informações que você descobrir.

198

Foco na BNCC
Competência geral 4
Competência específica de Ciências Humanas 7
Competência específica de Geografia 4
A utilização da linguagem cartográfica neste
contexto propicia o desenvolvimento do
raciocínio espaço-temporal.
A leitura, a interpretação do mapa e a realização
das atividades da seção Olhar cartográfico
possibilitam o desenvolvimento do pensamento
espacial por meio do uso da linguagem cartográfica.
198
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Quais são os principais fatores que determinam a grande quantidade de rios no continente asiático?
1. A vastidão do continente, os climas
2 Onde estão localizados os rios Indo e Ganges? Como é a qualidade das águas desses rios? úmidos e o grande abastecimento
de água proveniente do derretimen-
3 Por que se afirma que no século XXI haverá guerras por água, especialmente na região do Oriente Médio? to de gelo das montanhas.
4 Qual é a importância da Usina Hidrelétrica de Três Gargantas para a China? Em que rio ela foi construída? 2. O Rio Indo percorre a Índia e o
Paquistão; o Rio Ganges passa pela
5 Qual é a principal importância econômica do Mar Cáspio?
Índia e por Bangladesh. Esses rios
estão extremamente poluídos.
Para refletir
3. Há poucos rios no Oriente Médio
1 Leia o trecho da notícia a seguir e comente as causas do desaparecimento do Mar de Aral. em razão do clima árido da região.
Quarenta anos atrás, o mar de Aral ficava repleto de barcos e pescadores – mas agora ele pra- A pouca disponibilidade de água
ticamente desapareceu. Ele começou a secar com a construção de represas e canais, a partir dos pode levar os países a conflitos ar-
anos 1960, que impediram dois rios de abastecê-lo de água. Em 2000, o Mar de Aral do Norte já mados pela posse e pelo controle
estava separado do Sul. Em 2014, o lado leste do mar já estava completamente seco. desses poucos rios. Isso já ocorre
FOTOS de satélite da Nasa registram drásticas mudanças ambientais no mundo. BBC News Brasil, 11 abr. 2015. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150410_galeria_nasa_mudancas_climaticas_pai. Acesso em: 13 abr. 2022.
em relação ao Rio Jordão e aos rios
Tigre e Eufrates, por exemplo.
2 Observe as informações presentes no Oriente Médio: questão da água – 2013 4. A Usina Hidrelétrica de Três
mapa ao lado e registre as três que mais Mar Negro Gargantas localiza-se no Rio
Sonia Vaz

Ancara
chamaram sua atenção sobre a questão da Yang-tsé-kiang. É a maior do mun-
Mar
água no Oriente Médio. TURQUIA Ti L. de
Cáspio
do e foi construída com o objetivo
g Urmia
de gerar energia para o consumo
re

E uf
ra t Teerã
e
LÍBANO SÍRIA da numerosa população chinesa e
s

Mar Beirute
Mediterrâneo Damasco Bagdá
Aquífero fóssil
ISRAEL para o setor industrial do país.
Capital de país Jerusalém Amã IRAQUE IRÃ
Usina de País que controla Cairo
JORDÂNIA 5. Exploração de petróleo e gás natural.
a vazão do Tigre KUWAIT Capital de país
dessalinização 1 285
e Eufrates Golfo Usina de
Para refletir
Nilo

Pérsico Estr. de Ormuz dessalinização


Principais BAREIN
barragens País com projetos
283 Principais
de dessalinização
das águas do mar EGITO Riad
2 135 barragens 1. A construção de represas e o desvio
Canalização de Golfo de Omã
água potável Salinização do solo Trópico de Câncer CATAR
561
Mascate
Canalização de
água potável de águas dos rios Amu Daria e Sir
pela irrigação EMIRADOS
ARÁBIA Aquífero fóssil
Daria para irrigar o cultivo de algo-
Ma

Capacidade de ÁRABES Mar


SAUDITA
rV

dessalinização da Tensão ligada aos UNIDOS País que controla


Arábico
dão na região.
erm

água (mil m³/dia) recursos hídricos a vazão do Tigre


5 010 OMÃ e Eufrates
elh

País com projetos 2. O estudante poderá fazer referên-


o

N
OCEANO de dessalinização
das águas do mar
ÍNDICO
Salinização do solo
cia a aspectos como: países que
Sana
IÊMEN
O L pela irrigação
praticam a dessalinização da água
Tensão ligada aos
S recursos hídricos do mar, áreas de tensão, países que
Capacidade de
Fonte: FERREIRA, Graça Maria L. Atlas geográfico:
0 350 700 km dessalinização da
água (mil m³/dia)
controlam a vazão dos maiores rios
espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2019. p. 102. 45° L 1: 35 000 000
etc. O importante é que ele perceba

Desafio MATERIAL DE DIVULGAÇÃO a dependência da água na região


e a questão política dos recursos
DA EDITORA DO BRASIL
Neste capítulo, você estudou a importância da água no continente asiático. Em sua opinião, há relação
hídricos.
1
entre a desigualdade econômica e social e o acesso desigual à água? Para embasar sua opinião, pesquise Desafio
em fontes confiáveis: 1. Espera-se que os estudantes men-
• as redes de distribuição de água na Ásia; • o saneamento básico na Ásia. cionem no texto a relação entre
subdesenvolvimento e acesso de-
sigual à água, tomando por base os
conflitos da Cisjordânia pela posse
199
de recursos hídricos e a poluição de
rios intensamente utilizados pela
população, como o Indo e o Ganges.
Foco na BNCC
Competências gerais 2, 7 e 10
Competência específica de Geografia 7
A atividade do Desafio valoriza a investigação, a
reflexão, a análise crítica e a argumentação com
base em dados confiáveis, além de incentivar
tomadas de decisão responsáveis, com base nas
ideias que vão ao encontro dos direitos humanos
e dos princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.

199
4
Objetivos do capítulo
• Analisar a diversidade de climas e
de tipos de vegetação pelo conti-
nente asiático.
• Relacionar os diferentes climas Clima e vegetação
a suas respectivas formações
vegetais.
• Identificar os principais impactos
ambientais no continente asiático.

Pré-requisitos No capítulo anterior, você estudou os principais rios, mares e lagos do continente asiá-
tico, a importância econômica, os desastres ambientais e os conflitos relacionados aos
pedagógicos recursos hídricos. Neste capítulo, você estudará fatores determinantes dos climas da
Os tipos de clima e de formação Ásia, a variedade climática e vegetal do continente e a ação humana nas paisagens.
vegetal são conhecimentos previa-
mente trabalhados no Ensino Funda-

Diversidade de climas e vegetação


mental (EF04GE11, EF06GE05) que se
relacionam com os assuntos aborda-
dos no capítulo. O resgate dessas ha- A Ásia tem grande variedade climática e de formações vegetais.
bilidades pode ser de grande impor- O clima muito diversificado se deve principalmente ao fato de o continente
tância para o início da discussão sobre ter grande extensão latitudinal, com significativa quantidade de terras locali-
o tema “As características do clima e zadas nas zonas climáticas tropical, temperada e glacial. Fatores como relevo,
da vegetação do continente asiático”. altitude e atuação dos ventos e correntes marítimas também são determinantes
na variação climática do continente. Essas características influenciam a forma-
Orientações ção e o desenvolvimento de diversos tipos de vegetação.
Observe nos mapas desta página e da página seguinte os tipos de clima e
Incentive os estudantes a compa-
de formações vegetais originais do continente.
rar os tipos climáticos e os tipos de
vegetação da Ásia e da Europa, apon-
tando semelhanças e diferenças entre Clima e formações
Ásia: climas
os fatores físicos dos continentes que vegetais
Mario Yoshida

60°L 120°L OCEANO GLACIAL ÁRTICO


compõem a Eurásia. 60°L 120°L OCEANO GLACIAL ÁRTICO No norte da Rússia (porção norte
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Ártico
da Sibéria e do Extremo Oriente), em
60°N regiões localizadas na área do Círculo
Polar Ártico, ocorre o clima polar. Com
60°N

60°L 120°L
baixas temperaturas durante o ano todo,
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Mar Negro
Mar
OCEANO o solo é predominantemente congelado.
PACÍFICO Clima OCEANO
Quando a camadaClimade gelo derrete nos
Cáspio Mar Negro
Círculo Polar Ártico Mar
Mar Cáspio PACÍFICO
Equatorial
60°N
Mediterrâneo
30°N
Mar dias de verão, forma-se a tundra, vege-
Equatorial
Mediterrâneo Tropical
30°N tação rasteira, composta basicamente de
Tropical
Trópico de Câncer Subtropical
Trópico de Câncer musgos e liquens.
Temperado
Subtropical

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Mar Negro


Mar
OCEANO
PACÍFICO Clima
Mediterrâneo
Temperado
Mediterrâneo
DA EDITORA DO BRASIL
Cáspio
N Desértico (árido)
Mar Desértico (árido)
Mediterrâneo N Equatorial
Semiárido
30°N Equador O L Tropical Semiárido
0° Frio
Equador O
OCEANO L
Trópico de Câncer 0° Subtropical Frio
S ÍNDICO OCEANO Frio de montanha
S ÍNDICO Temperado Frio de montanha
0 1 575 3 150 km Polar
0 1 575 3 150 km Mediterrâneo Polar
1 : 1 575 000 000
N 1 : 1 575 000 000 Desértico (árido)
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar: Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano. 2. ed. Rio de Semiárido
Janeiro:
Equador IBGE, 2015. Op. 104. L
0° Frio
OCEANO
Frio de montanha
200 S ÍNDICO
0 1 575 3 150 km Polar
1 : 1 575 000 000

200
Em grande parte do norte da Ásia, ao sul da região ártica, predomina o clima Orientações
frio. Nessa região se desenvolve a taiga, floresta composta de árvores de grande Explique aos estudantes que a
porte, com ramos curtos e folhas pequenas, cuja principal espécie é o pinheiro. taiga é caracterizada por folhas em for-
mato de agulha (aciculifoliadas). Des-
Ásia: vegetação original
taque também que a copa, em forma
Mario Yoshida

60°L 120°L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO de cone, impede a iluminação solar de
chegar ao solo, dificultando o cresci-
Círculo Polar Ártico
mento de outras espécies vegetais.
60°N 60°L 120°L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Retome as características do clima
mediterrâneo, que tem verões quen-
Círculo Polar Ártico tes e secos e invernos frios e úmidos.
Principais tipos de vegetação Suas formações vegetais são caracte-
60°N Mar Negro Floresta temperada
Mar
Cáspio Taiga
rizadas por plantas do tipo xerófilas.
Mar Estepes Essa cobertura vegetal é formada por
Mediterrâneo
30°N
Vegetação mediterrânea
Principais tipos de vegetação
maquis e garrigue. Os maquis são ar-
Tundra
Mar Negro
Mar
OCEANO
PACÍFICO
Floresta temperada
Deserto quente bustos densos e fechados. As prin-
Trópico de Câncer
Taiga
Cáspio
Deserto frio
Estepes
cipais espécies são: timo, alfazema,
Mar Vegetação montanhosa
Mediterrâneo Vegetação mediterrânea
Floresta tropical úmida
carrasco e alecrim.
30°N Tundra
OCEANO
PACÍFICO Deserto quente
Trópico de Câncer
Deserto frio
N Vegetação montanhosa
Equador
0° Floresta tropical úmida
O L
OCEANO
ÍNDICO
S Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA,
0 N
1178 2356 km Jussara Vaz. Atlas geográfico
Equador do estudante. São Paulo: FTD,
0° 1 : 117 800 000
O L 2016. p. 164.
OCEANO
ÍNDICO
Nas áreas de clima temperado e subtropical, encontram-se as
Ilya Naymushin/Reuters/Fotoarena

florestas temperadas,0 dominadas 1178


por bétulas, álamos e carvalhos.
2356 km

1 : 117 800 000


Essa formação vegetal, composta de árvores de grande porte que
perdem as folhas durante o outono e o inverno (decíduas), ocorre
principalmente no Japão e litoral leste da China. Nas áreas continen-
tais centrais, onde o clima semiárido também está presente, há as
estepes, com vegetação rasteira.
Na China e no Oriente Médio existem extensas áreas de clima
desértico. Na China, a aridez da porção oeste do território deve-se
à presença da cadeia do Himalaia, a qual funciona como uma bar-
reira natural que impede a entrada de ventos e massas de ar úmido
provenientes do Oceano Índico. O Deserto de Gobi (sul da Mongólia Floresta da Sibéria, Rússia, 2018.

e norte da China) e o Deserto de Takla Makan (China) são caracteri-


zzy_hsdc/iStockphoto.com

zados pela vegetação conhecida como deserto frio.


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Já no Oriente Médio, os desertos são prolongamentos do Deserto
do Saara (África). A vegetação dos desertos da Arábia e do Irã é
DA EDITORA DO BRASIL
conhecida como deserto quente, dominada por espécies rasteiras
e xerófitas.
Nas áreas caracterizadas pela grande altitude, como o norte da
Índia e o sul da China, ocorrem o clima frio de montanha e a vege-
tação montanhosa.
No extremo oeste, na região próxima aos mares Negro e Medi-
terrâneo, ocorrem o clima mediterrâneo e a vegetação mediterrânea. Vegetação de estepe na China, 2017.

201

Foco na BNCC
Competência geral 1
Competências específicas de Geografia 2 e 3
Habilidade EF09GE16
O conteúdo da página possibilita ao estudante
identificar e comparar os diferentes domínios
morfoclimáticos da Europa e da Ásia. O tema
valoriza a realização de conexões entre diferentes
temas do conhecimento geográfico, envolvendo
os princípios da analogia, conexão, diferenciação
e localização.

201
Orientações

FG Trade/iStockphoto.com
Instrua os estudantes na leitura e
interpretação dos mapas. É importan-
te que eles entendam a diferença das
características dos ventos de mon-
ções nas diferentes estações do ano.

Floresta tropical em Bali.


Indonésia, 2018. Nas áreas de clima tropical e equatorial, no sudeste e sul do continente, for-
mam-se as florestas tropicais. Densas, heterogêneas e latifoliadas, essas flores-
tas se estendem do sul da Índia até os arquipélagos das Filipinas e da Indonésia.
No sul e sudeste da Ásia, o clima tropical é influenciado pelos ventos de
monções, cuja principal característica é a mudança de sentido ao longo do ano,
influenciando a umidade da região. Observe nos mapas a seguir como se carac-
teriza o clima de monções.

Ásia: monções de inverno


Ásia: monções de verão
Sonia Vaz

60°L 120°L
60°L

Sonia Vaz
120°L

ÁSIA ÁSIA
30°N 30°N
Trópico de Câncer Trópico de Câncer

ÁFRICA OCEANO ÁFRICA OCEANO


PACÍFICO PACÍFICO
Equador Equador
0° 0°

OCEANO OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO
OCEANIA OCEANIA
Trópico de Capricórnio Trópico de Capricórnio

30°S 30°S
N N
Alta pressão Alta pressão
O L Baixa pressão O L Baixa pressão
0 2 100 4 200 km
0 2 100 4 200 km
Massas de ar Massas de ar
1 : 210 000 000 S seco 1 : 210 000 000 S
úmido
60°S 60°S

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2013. p. 171. Paulo: Saraiva, 2013. p. 171.

No inverno, os ventos partem do continente (alta pressão) em direção ao


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Oceano Índico (baixa pressão). Nesse período, os ventos continentais são frios
e secos, o que provoca índices pluviométricos menores no continente.
DA EDITORA DO BRASIL No verão, os ventos partem do Oceano Índico (alta pressão) carregados de
umidade, seguindo em direção ao sul e sudeste da Ásia (baixa pressão). Isso
causa grandes quantidades de chuvas prolongadas no continente, provocando
muitas enchentes. O vento de monções é fundamental para o desempenho agrí-
cola na Índia, que depende da alternância da estação chuvosa; no entanto, as
chuvas torrenciais podem afetar drasticamente o cultivo de arroz, realizado nas
grandes planícies dos rios da região.

202

202
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
Chuvas de monção devem atingir a Índia mais cedo do que o habitual,
Um pouco mais sobre
diz governo
1. a) Ao fenômeno climático das mon-
[...]
ções, que estão diretamente re-
Quase metade das terras agrícolas da Índia não tem irrigação e depende das chuvas anuais
de junho a setembro para cultivar arroz, milho, cana-de-açúcar, algodão e soja.
lacionados aos períodos mais
[...] secos e chuvosos das regiões
JADHAV, Rajendra. Chuvas de monção devem atingir a Índia mais cedo do que o habitual, diz governo. Forbes, 13 maio 2022. Disponível em: sul e sudeste da Ásia.
https://forbes.com.br/negocios/2022/05/chuvas-de-moncao-devem-atingir-a-india-mais-cedo-do-que-o-habitual-diz-governo/.
Acesso em: 20 jun. 2022.
b) Durante o verão, os ventos
úmidos oriundos do Oceano
Com base na interpretação do texto, responda:
Índico levam umidade da chuva
1
à Índia, fato que é de funda-
a) A qual fenômeno climático o texto faz referência? Onde ele ocorre?
mental importância para muitos
b) Qual é a importância desse fenômeno para a economia de parte da Índia? agricultores locais que não con-
seguem irrigar artificialmente
suas plantações.

Questões ambientais
Países como China e Indonésia estão entre os de maior biodiversidade no
mundo. São chamados megadiversos, devido ao grande número de espécies
de plantas e animais endêmicos. No entanto, ao longo das últimas décadas, o Endêmico: peculiar
de uma região.
desmatamento tem modificado a paisagem natural asiática. Como em outros
continentes, a vegetação original tem sido retirada para dar lugar à criação de
animais e ao cultivo. O aumento populacional acelerado no continente a partir
da segunda metade do século XX não deixa de ser um fator determinante na
ocupação das áreas de vegetação nativa, com a expansão urbana.
As florestas tropicais foram bastante devastadas pela ação antrópica. Com
a grande demanda de madeiras nobres pelos países desenvolvidos, as florestas
da Malásia e da Indonésia estão próximas da exaustão. No caso desta última,
matas são retiradas para o cultivo da palmeira de dendê. O biodiesel gerado
abastece grandes economias da Europa, como a Alemanha. Floresta tropical devastada.
Sigapon, Malásia, 2019.
hain.tarmann/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

203

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 3
A discussão sobre as questões ambientais na
Ásia permite identificar, comparar e explicar
a intervenção do ser humano na natureza e
na sociedade.

203
Orientações No norte do continente, a taiga também vem sendo agredida pela ação
Comente com os estudantes que humana. Muitas árvores são extraídas para alimentar principalmente as indús-
a Rússia fez seu primeiro teste nu- trias de papel e celulose.
clear em 1953, a Índia em 1998 e o Além da devastação de vegetação nativa, o continente asiático sofre outras
Paquistão em 1972. Retome os co- formas de degradação ambiental, como a poluição do ar e a deterioração dos
nhecimentos prévios deles sobre o rios e mares.
tema e promova uma roda de con- A construção da Usina Hidrelétrica de Três Gargantas também causou
versa a respeito dos riscos dos tes- grande impacto ambiental, pois uma vasta área florestal da China foi inundada.
tes nucleares aos seres humanos e ao

ZDL/Shutterstock.com
meio ambiente.

Indústria em Hegang, China, 2018.

Na região do Oriente Médio, por exemplo,


Kuwait Environment Public Authority/AP Photo/Imageplus

ocorrem impactos ambientais, sobretudo no


Golfo Pérsico, em função de frequentes derrama-
mentos de petróleo. No que se refere à poluição
ambiental, a China é em grande parte respon-
sável pela liberação de enorme quantidade de
poluentes na atmosfera, consequência de seu
acelerado crescimento industrial e econômico.
Na Índia também há grande poluição ambiental –
segundo dados de 2014 da Organização Mun-
dial da Saúde (OMS), 13 das 20 cidades mais
poluídas do mundo são indianas.
Além disso, as condições de pobreza de
muitos países asiáticos geram impacto ambien-
tal, pois a ausência de saneamento básico pro-
duz esgoto a céu aberto e acúmulo de lixo em
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO rios, lagos e orlas marítimas.
A população asiática também teme pelos tes-
DA EDITORA DO BRASIL tes nucleares realizados pela Coreia do Norte, que
contaminam o solo e o mar com radioatividade,
ação realizada por outros países do continente no
passado, como Índia, China, Paquistão e Rússia.

Derramamento de petróleo no Golfo


Pérsico, 2017.

204

204
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Copie o quadro a seguir e complete-o com as características das paisagens asiáticas correspondentes
1. Extremo norte – clima: polar –
às áreas indicadas.
vegetação: tundra. Norte, ao sul
da região ártica – clima: frio –
LOCALIZAÇÃO CLIMA VEGETAÇÃO
vegetação: taiga. Japão e litoral
Extremo norte leste da China – clima: temperado
Norte, ao sul da região ártica – vegetação: floresta temperada.
2. No verão, os ventos partem do
Japão e litoral leste da China
Oceano Índico (alta pressão) carre-
gados de umidade e seguem em di-
2 Observe a fotografia a seguir e relacione a situação retratada com o clima do sul e sudeste asiáticos.
reção ao sul e sudeste da Ásia (baixa
O que explica o excesso de chuva na região?
pressão). Isso causa grandes quan-
tidades de chuvas prolongadas no
AJP/Shutterstock.com

continente. Nesse período ocorrem


muitas enchentes.
3. Desmatamento, poluição do ar, de-
terioração dos rios e mares, presença
de esgotos a céu aberto, acúmulo
de lixo comum e lixo atômico, derra-
mamento de petróleo, entre outros.
4. Os impactos sociais de uma usina
hidrelétrica estão relacionados à
inundação e consequente perda de
terras de comunidades ribeirinhas.
Os impactos ambientais ficam por
conta das inundações de área de
florestas, impactando diretamente
a fauna e a flora locais. O estudan-
te pode citar o impacto ambiental
gerado pela construção da Usina
Hidrelétrica de Três Gargantas, na
Kerala, Índia, 2018.
China.
3 Quais são os principais problemas ambientais encontrados na Ásia? Você conhece outros lugares com Desafio
os mesmos problemas? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.
1. Espera-se que os estudantes coletem
4 De que forma uma usina hidrelétrica pode provocar impactos sociais e ambientais? Cite um exemplo imagens e informações dos deser-
desse tipo que ocorreu no continente asiático. tos que mais despertem sua curio-
sidade. Cada imagem deve conter
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Atividade em grupo

uma descrição das principais ca-


Desafio racterísticas do deserto. Também é
DA EDITORA DO BRASIL interessante solicitar que indiquem
1 Forme um grupo com até três colegas e, juntos, pesquisem em fontes confiáveis dados, informações e a localização dos desertos pesqui-
imagens sobre os desertos da Ásia e da Oceania, comparando-os. Observem suas características físi- sados em um mapa-múndi e, com
cas e sua utilização pelos diferentes países. Depois, escolham um desses desertos e se aprofundem no base nesse dado, estabeleçam rela-
estudo dele. Por fim, montem, com os outros grupos, um mural com os resultados das pesquisas. ções sobre sua posição. É importante
analisar individualmente as compa-
rações feitas pelos estudantes entre
205 os desertos da Ásia e da Oceania
verificando de que forma observa-
ram e relacionaram elementos como
vegetação, relevo e clima dos dois
continentes.

205
Faça no caderno

Orientações
Retome com os estudantes os prin-
cipais motivos que explicam o baixo
número de eventos sísmicos signifi-
cativos no território brasileiro.
Se julgar interessante, retome o
mapa da página 187 e localize as
“Catástrofes naturais” não existem, 10 + Desconhecido. Provavelmente racharia o planeta.
regiões que se destacam pelo núme- pois eventos naturais não podem
ro de atividades vulcânicas e abalos ser considerados catástrofes. Destruição em milhares de quilômetros.
9.1 – 10 1 por década
sísmicos. As catástrofes são sempre sociais.
Terremoto muito forte. Causa destruição total
8.1 – 9.0 na comunidade atingida e em regiões próximas.

Escala Richter 1 por ano

Grande destruição em um raio de até 180 km.


6.1 – 7.0
A Escala Richter, idealizada pelo 120 por ano

sismólogo estadunidense Charles F. Causa danos em edificações. Pode ocasionar


Richter (1900-1986), mede a energia 5.1 – 6.0 acidentes no solo.
800 por ano
liberada por terremotos. Apesar de Tremor de objetos e ruído do choque entre eles.
não ser a única nem a melhor forma 4.1 – 5.0 Poucas chances de danos graves.
de medição, é a mais popular. 6 200 por ano
Quase imperceptível, mas pode causar pequenos
3.1 – 4.0 danos estruturais.
49 mil por ano

Não é perceptível, mas pode ser medido por equipamentos.


Causas de um terremoto Até 3.0
9 mil por dia

Terremotos, ou abalos sísmicos, são tremores na


superfície terrestre. Eles podem ser causados por
ocasião das atividades vulcânicas e movimentação
das falhas geológicas, geralmente provocadas por
pequenos deslocamentos entre as placas tectônicas.

A crosta terrestre é formada por grandes blocos


falha normal
rochosos, chamados de placas tectônicas ou
litosféricas, que se movimentam sobre o manto.
falha inversa
Quando duas placas colidem e ficam uma sobre a
falha transcorrente outra, o acúmulo de pressão e atrito entre elas gera
fluxos de ondas sísmicas, causando terremotos.

O ponto de contato das placas é o Nas figuras foram utilizadas


Ilustrações: Luis Moura

hipocentro, local originário do terremoto. cores-fantasia. Os elementos


não estão representados
Na superfície da Terra, exatamente acima proporcionalmente entre si e seu
dele, é o epicentro, local onde o tremor tamanho não corresponde ao
se manifesta e é percebido. tamanho real.

Tsunamis
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Quando um terremoto atinge o fundo do oceano, ele causa tremores em seu leito, que propagam as ondas sísmicas na
água, produzindo ondas gigantes e de grande intensidade. Conforme elas se aproximam da praia, quebram, perdem

DA EDITORA DO velocidade
BRASILe se tornam gigantescas. Essas ondas gigantes são chamadas de tsunamis.
Ilustrações: Luis Moura

206

206
Orientações
Consideramos importante a dis-
Fontes: MORTOS em terremoto no Nepal passam de 7 mil. BBC News Brasil, 3 maio 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2015/05/150503_nepal_montanhas_lk; VICHESSI, Beatriz. Como analisar fenômenos naturais como os terremotos. Nova Escola, 1º abr. tinção entre catástrofes e desastres
2010. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2311/como-analisar-fenomenos-naturais-como-os-terremotos; OS TERREMOTOS mais naturais.
graves no Japão na última década. G1, 7 dez. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/12/os-terremotos-mais-graves-no
-japao-na-ultima-decada.html. Acessos em: 13 abr. 2022. As catástrofes sempre são sociais,
podem ser provocadas pela ocor-
rência de desastres naturais como

Cristiane Viana
os terremotos, tsunamis, inundações,
Índia e Paquistão – 2005 China – 2008 deslizamentos de terra, avalanches,
Mortos – 86 mil / Feridos – 100 mil Mortos – 85 mil / Feridos – 358 mil ciclones e furacões, sempre envolven-
Ocorrido na província de Sichuan, no
Com o epicentro na região do Himalaia,
centro da China, o terremoto foi sentido
do perdas humanas e materiais. Já
o terremoto atingiu esses dois países.
Brigas políticas agravaram a situação, pois no país todo. Mais de 80% das casas os desastres naturais não obrigatoria-
foram destruídas. Além disso, toneladas de
dificultaram o auxílio humanitário das regiões
produtos químicos foram desenterradas,
mente afetam de forma catastrófica
devastadas, que, por estarem em lugares de
difícil acesso na montanha, com o inverno somando-se a material radioativo que estava vidas e materiais.
chegando, precisavam de toda ajuda possível. estocado em silos que se romperam. Esse
material acabou sendo carregado para os
Estima-se que 3,5 milhões de pessoas tenham
lagos pelas chuvas.
½ Respostas
ficado desabrigadas.

Em foco
1. Destroem edificações, provocam
9 avalanches, deslizamentos de ter-
ra e mortes, afetam os sistemas de
8 vários setores, causam desastres
7.8 químicos etc.
7.8 2. Localizam-se no Círculo de Fogo do
Japão – 2011
Mortos – 20 mil / Feridos – 80 mil Pacífico, região de choque de placas
Propenso a incidentes desse tipo, mesmo tectônicas.
com pesquisas constantes na área e um
aviso prévio, o Japão foi assolado por
terremotos e tsunamis durante os meses
de março e abril de 2011. Eles causaram
destruição de mais de um milhão
de casas e sérios estragos na usina
Nepal – 2015 nuclear de Fukushima, o que provocou
imensuráveis danos ao meio ambiente.
Mortos – 7 mil / Feridos – 14 mil

Próximo a Katmandu, o terremoto


provocou avalanches e deslizamentos
de terra nas montanhas,
interrompendo o acesso a diversas
partes do país. Em algumas cidades,
mais de 90% das casas foram
destruídas, incluindo patrimônios
históricos da humanidade. 9.1
Sistemas básicos de saúde ficaram
desativados, deixando o Nepal
dependente de ajuda humanitária
de outros países.

Indonésia – 2004
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Mortos – 226 mil / Feridos – 125 mil

Em 2004, ocorreu o maior tsunami registrado


1 DA EDITORA
Os terremotos são eventos DO BRASIL
naturais; no entanto, não dei- nos últimos tempos, que causou a maior
devastação em solo. Um terremoto de
xam de ser catástrofes sociais. Cite exemplos de possíveis magnitude 9.1 atingiu a costa da Indonésia e
consequências dos terremotos para a sociedade. desencadeou um tsunami no Oceano Índico,
levando destruição a 13 países. Estima-se
que 1,8 milhão de pessoas tenham ficado
2 Por que as regiões indicadas no mapa da Ásia são sus- desabrigadas, 469 mil edificações tenham
cetíveis a terremotos? sido danificadas e o prejuízo tenha sido
superior a 10 bilhões de dólares.

207

207
Faça no caderno

Orientações
½½ Respostas 1 Caracterize o continente asiático quanto à área e à população em comparação aos demais continentes.

Para encerrar 2 Leia o trecho e analise a ilustração a seguir. Depois, responda às questões.

1. A Ásia é o continente mais extenso


Na figura foram utilizadas cores-
e de maior população absoluta do -fantasia. Os elementos não estão
representados proporcionalmente
mundo. entre si e seu tamanho não
2. a) Movimento convergente. O corresponde ao tamanho real.

Himalaia se formou com a co-


lisão de duas placas continen-
tais: a Euroasiática e a Indo-
-Australiana.
b) Refere-se aos dobramentos
modernos, caracterizados pe-

Paulo César Pereira


las elevadas altitudes pouco
desgastadas.
3. Planície. Planície da Mesopotâmia,
Planície Indo-Gangética e Planície GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender a Terra. Tradução: Iuri Duquia Abreu. 6. ed. Porto
Alegre: Bookmam, 2013. p. 33.
Chinesa.
4. A grande extensão territorial do con-
[…] Se uma placa oceânica choca-se com uma continental, a placa oceânica mergulha sob a
tinente, a influência de climas úmi-
outra, por ser mais pesada, formando também zona de subducção. A imensa placa do Pacífico
dos e o abastecimento de água pro-
desloca-se para o norte, cerca de 1 cm por ano, e choca-se contra a placa norte-americana, mergu-
veniente do degelo das montanhas lhando sob ela. Por isso, localizam-se na costa daquele oceano cerca de 60% dos vulcões ativos do
são fatores que explicam a riqueza planeta, o que deu à região o nome de Anel de Fogo do Pacífico. A placa de Nazca choca-se contra
da Ásia em recursos hídricos. a América do Sul e assim formaram a cordilheira dos Andes, com seus vulcões e terremotos. Esse
5. A escassez de recursos hídricos na tipo de vulcanismo é o mais estudado, e o magma pode ter composição bem mais variada do que
região, justificada pelas condições aquele formado onde duas placas se afastam.
naturais, principalmente climáti- Se o choque for de duas placas continentais, pode não haver subducção (mergulho de uma
cas, além da questão da posse e do sob a outra), e surgir uma cadeia de montanhas, pela deformação das rochas. Nessas áreas, o
controle da água são as razões que vulcanismo pode estar ausente, embora os terremotos, por serem de pequena profundidade,
motivam os conflitos. sejam perigosos. Um exemplo e a Cordilheira do Himalaia, formado pelo choque da Índia com
a Ásia. […]
BRANCO, Pércio de M. Vulcões. Serviço Geológico do Brasil – CPRM, 18 ago. 2014. Disponível em:
http://www.cprm.gov.br/publique/SGB-Divulga/Canal-Escola/Vulcoes-1108.html. Acesso em: 7 abr. 2022.

a) A que tipo de movimento tectônico corresponde a formação do Himalaia? Como ela ocorreu?
b) A que tipo de estrutura geológica essa formação se refere? Como essa estrutura se caracteriza?

3 Qual forma de relevo acolhe a maior concentração populacional e onde predomina a atividade agrícola
da Ásia? Cite exemplos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
4 O que explica o fato de o continente asiático ter um grande número de rios?
DA EDITORA DO BRASIL
5 Por que o Oriente Médio é palco de conflitos por recursos hídricos?

6 Quais são os principais tipos climáticos da Ásia?

7 Cite as principais formações vegetais da Ásia.

8 Cite alguns dos principais problemas ambientais do continente asiático.

208

Sobre a avaliação
½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para retomar conhecimentos relativos à Ásia e suas regiona-
fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as como lizações, resgate com os estudantes o conteúdo dos mapas das
diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas no início páginas 178 e 180 e as atividades da página 184. Em relação
da unidade (EF09GE16 e EF09GE17) foram desenvolvidas ao relevo asiático, retome o conteúdo do mapa da página 185,
de maneira satisfatória. As atividades propostas na unidade os exercícios da seção Olhar cartográfico na página 187 e as
podem auxiliar os estudantes na preparação para exames atividades da página 191. Quanto à hidrografia do continente,
de larga escala. retome o conteúdo utilizando o mapa da página 193, as ativi-
dades da seção Olhar cartográfico da página 198 e as ativida-
des da página 199. Quanto ao clima e vegetação do continente
208
Orientações
9 Com base no mapa a seguir, faça o que se pede. ½½ Respostas

Para encerrar
Jairo Souza

EUROPA

ÁSIA
6. Climas polar, frio, frio de montanha,
OCEANO
subtropical, temperado, mediterrâ-
PACÍFICO neo, desértico, semiárido, tropical
ÁFRICA e equatorial.
Equador

7. Floresta temperada, taiga, estepes,
OCEANO
OCEANO ÍNDICO vegetação mediterrânea, tundra,
Meridiano de Greenwich

ATLÂNTICO
deserto quente, deserto frio, ve-
OCEANIA
getação montanhosa, floresta tro-
0 2 175 4 350 km Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. pical.
Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São

1 : 217 500 000
Paulo: Saraiva, 2013. p. 171. 8. Desmatamento, poluição do ar,
deterioração dos rios e mares, pre-
a) Qual é o nome da região destacada no mapa?
sença de esgotos a céu aberto, acú-
b) Explique como funciona o mecanismo de alternância de estação seca e chuvosa nessa região. mulo de lixo comum e lixo atômico,
derramamento de petróleo, entre
10 Elabore uma lista com os problemas que os terremotos acarretam para os países e para as pessoas.
outros.
11 Descreva a importância econômica e religiosa do Rio Nova Délhi (Índia) 9. a) Sul e Sudeste da Ásia ou Ásia
Ganges para a sociedade indiana. de Monções.

Alessandro Passos da Costa


Precipitação Temperatura
(mm) (ºC)
b) No inverno, os ventos sopram
12 Relacione a localização e a estrutura geológica do
400 40
da terra para o mar, época
Japão com a ocorrência de terremotos no país.
300 30
de seca; no verão, os ventos
13 Observe o climograma da cidade de Nova Délhi, úmidos sopram do mar para
na Índia, e descreva as principais características do a terra, época de chuvas tor-
200 20
clima de monções. renciais.
100 10 10. O climograma de Nova Délhi indica
Fontes: GRANDE atlas mundial. Lisboa: Seleções
Reader’s Digest, 1984; CLIMODIAGRAMAS.
o aumento acentuado da preci-
Educaplus. Disponível em: www.educaplus.org/ 0 0 pitação durante o verão (princi-
climatic/07_cmg_queson.html. J F M A M J J A S O N D
Acesso em: 13 abr. 2022.
Mês palmente nos meses de julho e
agosto, mas também em junho
e setembro). Esse é o fenômeno
regular de deslocamento periódi-
Assista co dos ventos úmidos do Oceano
O derretimento do Himalaia, de Discovery Channel. O documentário aborda o derretimento das geleiras do Índico em direção ao continente. Já
Himalaia e alerta para a ameaça que isso pode representar ao planeta, tendo em vista a grande importância dessa no inverno, ocorre o deslocamento
cadeia montanhosa. As mudanças no clima e, consequentemente, as eventuais alterações no modo de vida da inverso, causador de períodos com
população, especialmente do continente asiático, também são discutidas.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
O Anel de Fogo do Pacífico, de National Geographic. Documentário sobre a região do Círculo de Fogo do
pouca precipitação: do continente
em direção ao mar.
DA EDITORA DO BRASIL
Pacífico. Percorrendo a Cordilheira do Himalaia, aborda os abalos sísmicos, deslizamentos e terremotos comuns
na região, além de mostrar a mudança na paisagem em razão desses fenômenos e como a população se adapta e 11. A
 atividade agrícola é realizada em
convive com eles. suas margens. O rio é considerado
Rússia selvagem: Sibéria, de National Geographic. O documentário apresenta a vida selvagem na Sibéria, sagrado pelos hindus, que se ba-
evidenciando a relação entre o ambiente natural e os seres vivos. Ao tratar de uma região ainda bastante
nham em suas águas para purificar
desconhecida, o filme leva ao espectador um mundo que fascina e surpreende por sua grande diversidade natural,
mesmo em condições climáticas consideradas inóspitas.
a alma.
12. O Japão está localizado no encon-
tro de placas tectônicas, na região
209 do Círculo de Fogo do Pacífico, por
isso sujeito a terremotos em ativi-
dade vulcânica.
13. F enômenos como esse causam
destruição de cidades e, conse-
asiático, retome o conteúdo dos mapas das páginas 200, 201 quentemente, perdas humanas e
e 202 e as atividades da página 205, auxiliando os estudantes econômicas.
quanto a possíveis dúvidas que possam surgir.

Avaliação de resultados
Retome os objetivos da unidade descritos na página 176
deste manual e baseie-se neles para a elaboração de uma
avaliação. É importante certificar-se de que as competências
gerais e as competências e habilidades específicas de Geo-
grafia indicadas sejam contempladas na avaliação.
209
Objetivos da unidade

Michael Tullberg/Getty Images


• Compreender a ocupação humana
do continente asiático.
• Identificar as principais caracterís-
ticas dos aspectos socioculturais
e demográficos da China, da Índia
e do Japão.
• Identificar as características dos
principais conflitos e movimentos
separatistas do continente asiático.
• Entender as principais caraterísticas
econômicas da China, da Índia, do
Japão e dos Tigres Asiáticos.
• Identificar o crescimento econômi-
co e a atual situação de protago-
nismo da China no cenário global.
• Analisar os aspectos econômicos
de alguns países do Oriente Médio.
• Entender a importância do petró-
leo e da água para os países do
Oriente Médio. Apresentação de dança
tradicional de grupo
• Estudar os principais conflitos, suas sul-coreano. Los Angeles,
origens, motivações e implicações Estados Unidos, 2019.
na geopolítica atual do Oriente
Médio.
WireImage/Getty Images

Introdução
Encerrando os estudos sobre a
Ásia, esta unidade aborda os aspec-
tos sociais e econômicos do conti-
nente. São abordadas as principais ca-
racterísticas demográficas e culturais
da Ásia, principalmente da China, da
Índia e do Japão. O estudante poderá
estudar os conflitos e os movimentos
separatistas no Tibete, em Taiwan e
na Caxemira, além das principais ca-
raterísticas econômicas da China, da
Índia, do Japão e dos Tigres Asiáticos.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Por fim, são apresentados os aspec-
tos econômicos de alguns países do
Oriente Médio, a importância do pe-
DA EDITORA DO BRASIL
tróleo e da água e os principais confli-
tos e implicações na geopolítica atual
Apresentação de
da região. grupo de pop sul-
-coreano. Seul, Coreia
Justificativa do Sul, 2022.

A partir da base pavimentada na


210
unidade anterior, a proposta nesta
unidade é aprofundar a análise da
Geografia da Ásia. As discussões sobre
demografia e migrações no continen- Levantamento de conhecimentos garotos e garotas que cantam e dançam em sincronia.
te é fundamental para uma discussão Os doramas (ou k-dramas), novelas coreanas com muitos
qualificada a respeito da economia prévios elementos dramáticos, são sucesso em plataformas de
(tanto industrial quanto agropecuária) Para realizar uma avaliação diagnóstica sobre os conhe- streaming. Outros produtos como mangás, animes e
e da política asiática e seus desdobra- cimentos dos estudantes, utilize as questões da abertura cosplayers fazem parte da identidade de alguns jovens, cha-
mentos para o resto do mundo. desta unidade para propor um debate sobre as influências mados de otakus – termo originalmente usado para definir
culturais da Ásia no Brasil. Recentemente, houve uma cres- pessoas que se interessam pela cultura japonesa, mas es-
cente expansão das culturas sul-coreana, japonesa e chine- tendido a outras culturas asiáticas recentemente. Além da
sa pelo mundo, atraindo e compondo muito das culturas cultura pop, outro aspecto da influência asiática encontrada
juvenis. Pergunte se conhecem o K-pop, gênero musical no Brasil é a culinária: yakissoba, sushis, sashimis, temakis,
originado na Coreia do Sul e que contam com grupos de esfirras, quibes, faláfel etc.

210
7
Orientações
Após observar e descrever as ima-
gens, certifique-se de que ficou cla-
ra para os estudantes a diferença en-
tre as manifestações culturais. Uma
é tradicional e remete aos hábitos e
tradições antigos do país. A outra é
atual e faz uso de recursos modernos,
trata-se do estilo musical nascido na

Ásia:
Coreia do Sul conhecido como K-pop.
½ Respostas

sociedade e
1. Espera-se que o estudante conclua
que uma das manifestações culturais

economia
resgata costumes antigos e tradi-
cionais da Coreia do Sul, enquanto
outra diz respeito a um fenômeno
atual, o K-pop.
2. Resposta pessoal. Incentive os estu-
dantes a refletirem sobre a possível
existência de algum bairro fundado
A cultura da Ásia é o agregado da herança de muitas naciona-
lidades, sociedades, religiões e grupos étnicos. Pelos aspectos
ou habitado por povos asiáticos no
sociais e culturais, fica evidente que a Ásia é um continen- município em que vivem. Chame
te distinto: nesse sentido, houve pouca unidade ou história a atenção para elementos como
comum entre as muitas culturas e povos desse continente. a culinária, a música, os desenhos
animados ou histórias em quadri-
1. As fotografias evidenciam dois aspectos de nhos, que eventualmente podem
contraste na cultura sul-coreana. Quais são eles? fazer parte do dia a dia deles.
2. O que você conhece sobre a cultura dos países
Foco na BNCC
asiáticos? Acredita que ela seja percebida em seu
dia a dia? Competências gerais 2, 3 e 4
Competência específica de
Geografia 6
Habilidade EF09GE04
A utilização de
imagens que retratam
manifestações culturais
com elementos tradicionais
e contemporâneos da
Coreia do Sul possibilita aos
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO estudantes se apropriarem
DA EDITORA DO BRASIL
Nesta unidade, você vai estudar: de diferentes linguagens para
refletirem sobre a diversidade
• população e ocupação da Ásia;
sociocultural do continente
• aspectos sociais, culturais e demográficos dos países asiáticos;
asiático, identificarem em
• conflitos e movimentos separatistas no continente;
seus cotidianos aspectos da
• aspectos econômicos das principais potências; cultura asiática e analisarem
• guerras e conflitos regionais. as interculturalidades
regionais com base em ideias
211
geográficas e para prezar pelo
respeito ao outro.

Foco nos TCTs


BNCC na unidade Nesta unidade, será trabalhado
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC o seguinte tema contemporâneo
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati- transversal:
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar • Processo de envelhecimento,
Competências gerais 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie- respeito e valorização do idoso.
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
2, 3, 4 e 7 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionadas às regras, espaços e materiais escolares,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4, 6 e 7
ao convívio entre professores, funcionários e estudantes e
Habilidades EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08, ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
EF09GE09 e EF09GE10

211
1
Objetivos do capítulo

População e
• Compreender a ocupação humana
do continente asiático.
• Identificar as principais caracterís-
ticas dos aspectos socioculturais
e demográficos da China, da Índia sociedade
e do Japão.

Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os fatores determinantes dos climas da Ásia, a varie-
Os aspectos demográficos e socio-
dade climática e vegetal do continente e a ação humana nas paisagens. Neste capítulo,
culturais são conhecimentos previa- você vai estudar as principais características demográficas e culturais da Ásia, principal-
mente trabalhados no Ensino Fun- mente da China, da Índia e do Japão.
damental (EF05GE03, EF07GE06,
EF07GE10, EF08GE01, EF08GE03) que
se relacionam com os assuntos traba-
Ocupação humana

The Yomiuri Shimbun/AFP


lhados no capítulo. O resgate dessas
habilidades pode ser de grande im- A Ásia é o maior continente em área e mais populoso do pla-
portância para o início da discussão neta. Sua população, entretanto, está distribuída de forma irregu-
sobre o tema “Características da po- lar pelo território, com áreas muito povoadas e outras com baixa
pulação e da sociedade asiática”. densidade demográfica, como se pode observar no mapa abaixo.
As áreas mais populosas e povoadas da Ásia são as pla-
Orientações nícies irrigadas e drenadas por grandes rios (Indo, Ganges,
Mekong, Huang-he e Yang-tse-kiang) e as regiões litorâneas,
Oriente os estudantes sobre a lei-
locais onde se desenvolveram grandes cidades, como Tóquio
tura do mapa demográfico do conti-
(Japão), Mumbai (Índia), Xangai (China) e Dacca (Bangladesh).
nente asiático e solicite que localizem
Essa característica, no entanto, não é exclusiva das cidades
as áreas mais e menos povoadas. Dei-
asiáticas. Em todo o mundo, inclusive na Europa, grandes civi-
xe claro que as áreas menos povoadas lizações se formaram no entorno de rios ou nos litorais.
estão relacionadas à presença de de- Aglomeração de pedestres em Tóquio, Japão, 2021. As áreas de baixa densidade demo-
sertos, baixas temperaturas e terrenos gráfica da Ásia são as regiões desérticas
Ásia: densidade demográfica – 2016
montanhosos, como os desertos da (Deserto da Arábia e Deserto de Gobi),
Allmaps

90º L
Arábia e de Gobi, assim como a Cordi- as montanhosas e as geladas (Sibéria).
lheira do Himalaia e a Sibéria. Chame Círculo Polar Ártico
Os países mais populosos são China,
a atenção para o fato de que as áreas Índia, Indonésia, Paquistão, Bangladesh
mais populosas estão associadas às e Japão. Esses países guardam suas
planícies litorâneas e fluviais, como particularidades culturais e são muito
a costa chinesa, as ilhas japonesas e diferentes entre si, apesar de estarem no
as grandes cidades indianas. Solicite mesmo continente.
aos estudantes que reflitam sobre os Vamos conhecer um pouco melhor a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
fatores naturais que facilitam ou difi-
Trópico de Câncer
população e a cultura da China, da Índia
e do Japão, alguns dos principais países
cultam a ocupação de um território
pelos seres humanos.
DA EDITORA DO BRASIL
Habitantes por km²
OCEANO
asiáticos.
Menos de 1 N
PACÍFICO
De 1 a 10
De 10 a 25 O L
OCEANO
De 25 a 50 Equador ÍNDICO 0º
S
De 50 a 100
De 100 a 200 0 1430 2 860 km
Mais de 200 Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas
1 : 143 000 000
geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

212

212
Orientações
China: população, cultura e sociedade Oriente os estudantes sobre a leitura
A China, país mais populoso do mundo, com aproximadamente 1,4 bilhão e interpretação do mapa, retomando
de habitantes (dados de 2020 da ONU), apresenta grande diversidade étnica. os conhecimentos sobre densidade
Turcos, mongóis, tibetanos, chineses, chuangs e coreanos são os principais gru- demográfica.
pos étnicos que compõem o país.
Se possível, acesse com eles
a página do IBGE sobre a China e,

Imaginechina/AP Images/Imageplus
juntos, verifiquem os principais
dados que se referem a indicadores
sociais, econômicos, entre outros
aspectos. Aproveite para retomar
conhecimentos prévios deles sobre
esses dados. Disponível em: https://
paises.ibge.gov.br/#/mapa/china.
Acesso em: 9 jun. 2022.

Agricultoras mongóis no cultivo de pimenta vermelha. Xinjiang Uyghur, China, 2020.

Pela diversidade cultural, pode-se encontrar grande variedade de idio-


mas e dialetos, bem como diversas religiões, com destaque para o budismo,
o islamismo e o cristianismo. Esse emaranhado de povos e culturas constitui,
também, uma forte característica de todo o continente asiático.
A população da China está irregularmente distribuída pelo território. A por-
ção leste – com rica rede hidrográfica, solos férteis e irrigados e facilidade de
transporte fluvial – concentra a maior parte da população.
É nessa área que estão localizadas as principais cidades do país, com des-
taque para Beijing (Pequim, a capital), Xangai, Hong Kong, Macau e Guangzhou
(antigo Cantão), que concentram o setor de serviços e comércio do país, além do
polo industrial, que gera emprego e movimentação de capital.
Alex Cimbal/Shutterstock.com

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Vista de prédios turísticos em


Macau, China, 2019.

213

Foco na BNCC
Competência geral 1 O objetivo é valorizar e utilizar os conhecimentos
Competência específica de Geografia 3 historicamente construídos para desenvolver
autonomia e senso crítico na compreensão e
Habilidade EF09GE09 aplicação do raciocínio geográfico na análise
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes da ocupação humana e produção do espaço,
analisar características de países e grupos de incentivando o aprendizado e colaborando para a
países asiáticos em seus aspectos populacionais, construção de uma sociedade justa, democrática
urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas e inclusiva.
desigualdades sociais e econômicas.

213
Orientações A porção oeste tem baixa densidade demográfica, pois é uma área de
Destaque que na China há mui- desertos, montanhas e poucos rios, fatores que dificultam a ocupação humana,
tas cidades com mais de 5 milhões a fixação de grandes contingentes populacionais e o desenvolvimento de ativi-
de habitantes, o que na maioria dos dades agrícolas.
países é um fenômeno raro. Embora Segundo a ONU, em 2020 a densidade demográfica na China era de
a China venha figurando como uma 153,3 hab./km². Observe a distribuição da população chinesa pelo território no
das principais potências econômi- mapa a seguir.
cas nos últimos anos, ainda existem Ao longo da história, a expansão chinesa ocorreu sobretudo no espaço
rural. A fixação das populações nas margens dos rios contribuiu grandemente
indicadores sociais que expõem um
para o desenvolvimento da agricultura no país.
grande contraste, como parte da po-
pulação sem acesso à rede sanitária e China: densidade demográfica – 2016
parte em quadro de subnutrição.

Allmaps
120º L
Faça a leitura do texto da seção
Diálogo com História e, em segui-
da, debata com os estudantes sobre
a influência da civilização chinesa nas
relações mundiais ao longo da histó-
ria. Esse debate pode ser feito com a
presença do professor de História. 40° N

Explique aos estudantes que a Habitantes por km²


China possui dinastias imperiais há Menos de 1
milênios e seu poderio alcançava boa De 1 a 10
OCEANO
De 10 a 25
parte do continente asiático. Na Idade De 25 a 50
PACÍFICO

Média, rotas comerciais atravessavam De 50 a 100 N


Trópico de Câncer
De 100 a 200
desde a Europa até o norte da China. Mais de 200 O L
No entanto, em meados do século
S
XIX, o país passou pela dominação Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. 0 505 1 010 km OCEANO
do Reino Unido e seu comércio in- Atlas geográfico do estudante. São Paulo:
1 : 50 500 000
ÍNDICO
FTD, 2016. p. 180.
ternacional era gerenciado conforme
as demandas da metrópole britânica.
Um dos maiores conflitos nesse pe- História
ríodo foram as chamadas “guerras do
ópio”. A China decretou a proibição China fixa oficialmente a idade de sua civilização: 5.800 anos
do consumo da substância, mas as A civilização da China, considerada a que mais largamente sobreviveu desde a antiguidade,
sanções eram ignoradas e o comércio nasceu há 5.800 anos e amadureceu há 3.800, anunciaram nesta segunda-feira acadêmicos chi-
com os ingleses estimulava o uso en- neses após quinze anos de trabalho financiado pelo Estado para determinar a idade. Detalhes da
tre os chineses, negócio que favorecia pesquisa foram anunciados nesta segunda-feira em entrevista coletiva do Conselho de Estado
a Inglaterra. (Executivo chinês), na qual o subdiretor da Administração Estatal de Patrimônio Cultural, Guan
Qiang, explicou que “os primeiros sinais de civilização emergiram há 5.800 anos em áreas dos
rios Amarelo, Yangtsé e Liao Ocidental”.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Outras regiões da China desenvolveram culturas igualmente avançadas há 5.300 anos, e
“3.800 anos atrás uma civilização mais madura se desenvolveu nas planícies centrais e começou
DA EDITORA DO BRASIL a influenciar culturalmente regiões circundantes”, ressaltou o especialista. [...]
No trabalho apresentado nesta segunda, por exemplo, se unificam as diversas formas de civi-
lização surgida em diferentes regiões da atual China, em vez de considerar só a do rio Amarelo
(norte do país), tradicionalmente tida como o verdadeiro berço cultural nacional.
AGÊNCIA EFE. China fixa oficialmente a idade de sua civilização: 5 800 anos. Veja, 28 maio 2018. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/cultura/china-fixa-oficialmente-a-idade-de-sua-civilizacao-5-800-anos/. Acesso em: 12 maio 2022.

214

214
Somente nas últimas décadas a China vem se urbanizando, devido a seu Orientações
acelerado desenvolvimento industrial. Em 2012, o governo noticiou que a popu- Promova a leitura da página e ex-
lação urbana havia ultrapassado a rural, perfazendo 51% da população abso- plique aos estudantes a respeito das
luta. Em 2018, esse percentual passou a ser de quase 59% (dados da ONU), políticas públicas chinesas para a con-
consequência da constante migração camponesa para as cidades em busca de tenção do crescimento demográfico.
emprego, principalmente no setor da construção civil, crescente no país. Retome os conceitos de taxa de na-
talidade e de fecundidade e auxilie

Bloomberg/Getty Images
a turma em relação às suas dúvidas.
Se possível, promova a análise da
pirâmide etária da China (disponível
em: https://www.populationpyramid.
net/pt/rep%C3%BAblica-popular-da
-china/2019/; acesso em: 9 jun. 2022),
chamando a atenção dos estudantes
para o formato de sua base, cada vez
mais estreita, e converse com eles so-
bre as consequências da transição de-
mográfica para a população chinesa.

Para aprofundar
A reportagem “A China quer mais
filhos. E as mulheres?” publicada pelo
portal de notícias El País discute a
permissão para aumento no número
de filhos, por parte do governo
chinês, sob o ponto de vista das
Xangai, China, 2022. mulheres chinesas. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/internacional/
A China, assim como a maioria dos países asiáticos, é muito desigual nos 2021-06-07/a-china-quer-mais-filhos
aspectos socioeconômicos. Apesar de o crescimento econômico das últimas -e-as-mulheres.html. Acesso em:
décadas ter gerado riqueza e bem-estar para uma parcela da população, a 9 jun. 2022.
miséria e a pobreza ainda atingem grande parte dos chineses.
Para controlar o rápido aumento populacional, em 1979 o governo chinês
adotou a “política do filho único”. Segundo essa política, era permitido aos casais
terem apenas um filho, exceto os moradores do espaço rural ou os pertencentes
a determinadas etnias, que podiam ter até dois filhos. Os casais com mais de um
filho eram punidos pelo governo, principalmente com multas. Os que respeita-
vam a norma recebiam auxílio oficial para a criação do filho.
As baixas taxas de natalidade causaram preocupação no governo em rela-
ção ao futuro econômico chinês. A diminuição da mão de obra e o envelheci-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
mento da população poderiam ameaçar a estratégia chinesa de fortalecimento e
crescimento industrial, colocando em risco o projeto do país de ser uma grande
potência econômica. DA EDITORA DO BRASIL
Em 2016, já com o objetivo de aumentar a taxa de natalidade da população,
o governo alterou a lei para permitir até duas crianças por casal.
Em 2021, foi aprovada uma nova lei que formaliza uma nova política de plane-
jamento familiar. De acordo com essa lei, as famílias ficam autorizadas a terem até
três filhos. O governo chinês, com essa medida, espera o crescimento da população
de forma a rejuvenescer a força de trabalho e reduzir os custos com mão de obra.

215

215
Orientações Atualmente, a China ainda convive com a acusação de cercear a democra-
Promova a leitura desta página cia e a liberdade de imprensa, pelo fato de os chineses não poderem eleger seus
com a turma e explique para eles os governantes e as notícias serem monitoradas previamente pelo governo.
acontecimentos que culminaram no

VCG/Getty Images
evento chamado “Massacre na Praça
da Paz Celestial”, em 1989. O protes-
to, realizado em junho daquele ano,
foi encerrado pela ação violenta dos
militares, que cercaram com tanques
a praça, atropelaram os manifestantes
e atiraram com armas de fogo. Não se
sabe o número exato de vítimas. Até
os dias atuais, a censura imposta so-
bre os meios editoriais e digitais não
permite com que a data seja citada,
nem lembrada. A ampla rede de al-
goritmos atua em busca de qualquer
referência sobre o assunto na internet,
mesmo que não seja direta, e as apa-
ga. O conteúdo desta página pode ser
trabalhado com o auxílio do professor
de História. Área residencial nobre em
Beijing (Pequim), China, 2021.

Para aprofundar A maior repressão à democracia na China aconteceu em 1989, quando um


Entrevista com o artista chinês protesto de estudantes, intelectuais e trabalhadores foi violentamente reprimido
Ai Weiwei a respeito da censura que pelo governo. Esse fato ocorreu em Beijing (Pequim), na Praça da Paz Celestial:
seu trabalho sofre em seu país natal. o exército foi autorizado pelas autoridades a atirar na multidão, que reivindicava
Disponível em: https://brasil.elpais. democracia para o país.
com/internacional/2021-03-19/ai-wei A internet também é censurada, e seu uso é controlado pelo governo, que
-wei-enfrentamos-um-monstro-maior teme críticas pelas redes sociais. Quase tudo o que se lê ou se vê na China é
-do-que-imaginamos-nao-sabemos produzido pelo Estado. A censura não proíbe apenas as críticas políticas; temas
relacionados a questões polêmicas, como drogas e sexualidade, são igualmente
-onde-o-inimigo-esta.html. Acesso em:
Moradias em Beijing vetados.
9 jun. 2022. (Pequim), China, 2021.

VCG/Getty Images
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

216

216
Orientações
Índia: população, Índia: densidade demográfica – 2016
Explique aos estudantes que o Rio

Allmaps
cultura e sociedade
90º L
Ganges é sagrado para os hindus. Eles
A Índia é o segundo país mais AFEGANISTÃO acreditam que suas águas descem di-
populoso do mundo. Em 2021, sua CHINA retamente dos céus por obra constante
população aproximada era de 1,3 bilhão do deus Brahma, criador do Universo.
de habitantes (dados do IBGE). Segundo PAQUISTÃO Por isso, o rio teria a capacidade de
Délhi
estimativas, se as atuais taxas de cres- NEPAL purificá-los de todos os pecados.
BUTÃO
cimento do país se mantiverem, sua Nova Délhi
Oriente os estudantes sobre a lei-
população total será a maior do mundo Trópico de Câncer tura do mapa desta página. Enfatize a
por volta de 2030, superando a chinesa. densidade demográfica indiana, vis-
O governo indiano tentou controlar to que estamos tratando de um dos
MIANMAR
o aumento da população implantando a
Mumbai ÍNDIA países mais povoados e populosos
política do filho único, como na China,
do mundo. Ressalte os aspectos físi-
mas não obteve êxito. A população não
cos do país e solicite que reflitam so-
adota o planejamento familiar por causa
de princípios da religião hinduísta, que
Habitantes por km² bre a relação entre esses aspectos e a
proíbe essa prática.
Menos de 1 Madras concentração da população ao sul do
De 1 a 10
O hinduísmo é uma das religiões De 10 a 25 Bengalore território. Os estudantes devem iden-
N
mais antigas do mundo – sua origem
De 25 a 50 10º N tificar que a ocupação no norte é me-
De 50 a 100
data do século XV a.C. Também é cha- De 100 a 200 SRI LANKA O L nor devido à Cordilheira do Himalaia.
mado de bramanismo, devido à crença Mais de 200
S

em Brahma, sua divindade suprema. Capital de país OCEANO


0 387 774 km
Principais cidades ÍNDICO
Até hoje a Índia é o país com o maior 1 : 38 700 000

número de seguidores dessa religião. Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante.
São Paulo: FTD, 2016. p. 180.
O Rio Ganges e a cidade de Benares
(Varanasi) são sagrados para os hindus.
Além de populosa, a Índia é um dos países com maior densidade demo-
gráfica do planeta. Em 2020, segundo a ONU, o índice era de 464,1 hab./km².
A população está concentrada principalmente no sul e nas planícies dos rios
Indo, Ganges (Planície Indo-Gangética) e Bramaputra. As cidades mais populo-
sas são Délhi, Mumbai, Bangalore, Nova Délhi e Madras (Chennai).
Observe no mapa acima a concentração populacional na Índia e a localiza- Pessoas em ritual religioso
no Rio Ganges. Patna, Índia,
ção das principais cidades.
2022.

Santosh Kumar/Hindustan Times/Getty Images

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

217

217
Orientações Muitas cidades indianas se destacam pelo alto número de habitantes e por
Chame a atenção dos estudantes problemas relacionados à ausência de saneamento básico, além da falta de
para as fotografias desta página e moradias. A situação é mais grave nos grandes centros urbanos, como Mumbai.
peça que reflitam sobre as desigual- Uma significativa parcela da população indiana vive na miséria e é subnutrida.
dades socioespaciais e econômicas A população indiana apresenta grande diversidade étnica, religiosa e cul-
do país. Explique para eles sobre a tural, com 18 línguas regionais e mais de 1 500 dialetos. Essa variedade de
baixa mobilidade social do país para, culturas, atrelada a interesses por territórios, contribuiu para o surgimento de
em seguida, fazer a leitura do texto da vários conflitos. Além de divergências internas, há sérios atritos que envolvem
Bangladesh, Paquistão e o território da Caxemira.
seção Um pouco mais sobre.
O sistema de castas, apesar de proi-

Milind Ketkar/Alamy/Fotoarena

Jeffrey Isaac Greenberg 3+/Alamy/Fotoarena


bido na década de 1950 pela nova
Constituição, ainda molda a socieda-
de indiana.

Para aprofundar
O jurista Bhimrao Ramji Ambe-
dkar é considerado o reformador
social do país, tendo feito a campa-
nha contra a discriminação aos dalits.
A Constituição dos anos 1950 proibiu
o sistema de castas, criou um siste-
ma de quotas de acesso a empregos
Área residencial nobre em Mumbai, Índia, 2020. Habitações precárias em Mumbai, Índia, 2022.
públicos e instituições de educação
para as castas mais baixas, e foi eleito
presidente da Índia entre 1997 e 2002,
o único dalit até hoje que chegou ao
cargo político mais elevado do país.
Saiba mais em: Uma sociedade em castas
• SANTOS, Cláudia Marques. Castas: Uma característica marcante da sociedade indiana é o sistema de castas, enraizado na cultura e
apesar de proibidas continuam na tradição do país. Nesse sistema, os grupos de pessoas se diferenciam socialmente pelo nascimento,
a moldar a sociedade indiana. mantendo um padrão de vida conforme a condição financeira da casta a que pertencem.
DN Life, 12 nov. 2019. Disponí- Além do poder aquisitivo, a cor da pele e a suposta pureza das castas também são fatores que as
diferenciam.
vel em: https://life.dn.pt/castas
Na sociedade indiana, as castas mais altas têm mais direitos e privilégios, além de status. As pessoas
-apesar-de-proibidas-continuam
que pertencem às castas consideradas inferiores – a maioria da população – são trabalhadores braçais
-a-moldar-a-sociedade-indiana/
e vivem em péssimas condições.
historias/354094/. Acesso em: 9
As pessoas que não pertencem a
jun. 2022. nenhuma dessas castas são chama-

Paulo César Pereira


O tema da desigualdade na Índia das dalits ou párias, também conhecidas
pode ser aprofundado na matéria a como “intocáveis”. Elas são discriminadas
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
seguir, que trata sobre o enriqueci-
mento de bilionários indianos durante
e marginalizadas, ocupando-se de traba-
lhos rejeitados e considerados indignos na
a pandemia, enquanto a maioria da DA EDITORA DO BRASIL sociedade indiana, como a limpeza de ruas.
população empobreceu e voltou à Segundo o governo indiano, oficial-
miséria. O coeficiente de Gini passou mente o sistema de castas foi abolido.
de 74,7 em 2000 para 82,3 em 2020. Contudo, ele ainda existe na sociedade,
Saiba mais: interferindo na organização social e polí-
Representação da pirâmide de castas indianas.
• MADHOK, Diksha. Bilionários da tica da população indiana.
Índia enriqueceram enquan-
to pandemia empobreceu po- 218
pulação. CNN Brasil, 6 jul. 2021.
Disponível em: https://www.
cnnbrasil.com.br/internacional/
bilionarios-da-india-enriqueceram Foco na BNCC
-enquanto-pandemia-empobreceu Competências gerais 1, 7 e 8 Assim, incentiva o aprendizado e colabora para a
-populacao/. Acesso em: 9 jun. 2022. Competências específicas de Geografia 3 e 6 construção de uma sociedade justa, democrática e
Habilidades EF09GE03, EF09GE08 e EF09GE09 inclusiva.
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes Tanto os conteúdos relativos à ausência de saneamento
analisar características de países e grupos de e falta de moradia nos grandes centros urbanos
países asiáticos em seus aspectos populacionais, indianos, quanto aqueles associados à diversidade
urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas étnica, religiosa e cultural do país, compõem o
desigualdades sociais e econômicas. Valoriza e arcabouço geográfico para fundamentar a promoção
utiliza os conhecimentos historicamente construídos de direitos humanos e de saúde física e emocional. As
para desenvolver autonomia e senso crítico na reflexões sobre divergências internas apontam para o
compreensão e aplicação do raciocínio geográfico ao reconhecimento da multiplicidade cultural, com base
218 analisar a ocupação humana e a produção do espaço. no princípio do respeito às diferenças.
Orientações
Japão: população, cultura e sociedade Reforce o fato de que o Japão é um
Com cerca de 126 milhões de habitantes em 2021 (dados do IBGE), o Japão país majoritariamente urbano, com
é considerado um país populoso e bastante povoado. somente 7% de sua população em
Irregularmente distribuída pelo espaço, a população japonesa está mais
área rural. Peça aos estudantes que
concentrada nas áreas das planícies litorâneas. No interior das ilhas, o relevo
reflitam sobre como essa situação afe-
montanhoso dificulta o povoamento.
ta a população e promova um bre-
A maior parte da população habita as áreas urbanas (cerca de 91,6% –
dados da ONU de 2018). A população economicamente ativa do país dedica-se,
ve debate sobre o tema, ressaltando
em sua maioria, às atividades secundária e terciária da economia. os diversos problemas que ocorrem
As cidades de destaque são: Tóquio (capital), Osaka, Yokohama, Nagoya, no ambiente urbano, como a alta es-
Kobe e Kyoto. De Tóquio a Osaka, encontra-se uma das maiores aglomera- peculação imobiliária, dificuldade de
ções humanas do planeta, a megalópole de Tokaido, uma sequência de gran- mobilidade, disponibilidade de mo-
des cidades que, juntas, somam aproximadamente 70 milhões de pessoas. radia etc.
Observe-a no mapa a seguir.
Atividades
Megalópole de Tokaido – 2010
complementares
Sonia Vaz

COREIA
40°N
1. Leia o trecho a seguir e faça o que
DO
NORTE se pede.
Por que a China está
reprimindo artistas do
Niigata
Sendai hip-hop
Em efervescência desde 2017, es-
Mar do Japão /
Mar do Leste Nagano
pecialmente após o sucesso do rea-
COREIA Toyama
DO
lity musical “Rap of China”, o hip-hop
Kanazawa
SUL Megalópole inicial tem sido alvo do aparato de censura do
Hachioji Tóquio
Sagamihara
Funabashi
Expansão da megalópole governo chinês. Recentemente, foram
Kawasaki
Yokohama Chiba
Área muito urbanizada aplicadas sanções a músicos por mau
Kyoto Nagoya Pôlderes e aterros industriais comportamento e veiculação de con-
Kobe
Okayama Osaka Shizuoka Aeroporto internacional
Hiroshima teúdo em desacordo com os valores
Higashiosaka Hamamatsu Shinkansen (trem de grande
Kitakyushu Sakai velocidade) do Partido Comunista.
Fukuoka Pontes e viadutos principais CAPELHUCHNIK, Laura. Por que
Tecnopolos a China está reprimindo artistas do
Eixo de dinamismo e hip-hop. Nexo, [s. l.], 26 jan. 2018.
Nagasaki expansão metropolitana
Kumamoto Disponível em: https://www.nexojornal.
Aglomerações urbanas
com.br/expresso/2018/01/26/Por-que
(mil habitantes) -a-China-est%C3%A1-reprimindo
OCEANO de 350 a 499
de 500 a 2 000
-artistas-do-hip-hop. Acesso em:
PACÍFICO
mais de 2 000 9 jun. 2022.
N Cidade mundial

O L 30°N Tráfego marítimo


a) Em sua opinião, qual é o objetivo
(milhões de toneladas) do governo chinês em censurar ar-
S 500
tistas do hip-hop?
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
0 110

1 : 11 000 000
220 km de 200 a 300
100 Resposta pessoal. Espera-se que o
DA EDITORA DO BRASIL
130°L 140°L

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2010. p. 106. estudante conclua que as práticas
de censura e controle de informa-
A situação econômica e social favorável proporcionou uma boa qualidade ção, que são constantes na China,
de vida à população japonesa, tornando a expectativa de vida no país uma das visam reprimir manifestações con-
maiores do mundo – 85 anos (dados de 2020 da ONU). O envelhecimento da trárias às práticas econômicas e po-
população, no entanto, exige do governo maiores cuidados com as pessoas líticas do governo chinês.
idosas e mais verbas para o sistema previdenciário. b) Cite práticas políticas da China que
219
são alvo de críticas internacionais.
Espera-se que o estudante amplie
as informações contidas no texto
do capítulo citando, além da ausên-
cia da participação popular nas de-
cisões políticas e do cerceamento
da liberdade de imprensa, a falta de
liberdade de expressão e de pensa-
mento, a discriminação em relação
aos movimentos contrários ao go-
verno etc.

219
Orientações Com baixos índices de nascimento, há falta de mão de obra no Japão. Para
Decasségui: palavra resolver essa deficiência, o governo tem incentivado a imigração de trabalha-
½ Respostas
que significa dores de vários lugares do mundo, os chamados decasséguis, para ocupar fun-
“aquele que trabalha ções que a mão de obra qualificada japonesa não executa: garçons, lavadores
Diálogo com Arte fora”; trabalhador.
Descendente de de carros, pedreiros, eletricistas, camareiros de hotéis, entre outras.
1. a) O idoso é tratado com respeito japoneses ou não que Muitos brasileiros descendentes de japoneses trabalham no país nessas
e atenção; a sociedade é grata emigra para o Japão condições. O Japão é um dos países com o maior número de brasileiros, seguido
a ele pelas contribuições feitas em busca de trabalho.
por Estados Unidos e Paraguai.
ao longo de sua vida.
b) É tradição dessa sociedade

Shizuo Kambayashi/AP Photo/Imageplus


cuidar bem dos idosos e reve-
renciá-los, resultado de uma
educação milenar pautada na
dignidade e no respeito.

Atividades
complementares
Mercado com produtos
Solicite aos estudantes que se or- brasileiros em Hamamatsu,
ganizem em grupos. Proponha a eles Japão, 2008.

uma pesquisa sobre os decasséguis e Faça no caderno

peça a cada grupo que selecione um


dos principais povos imigrantes que Arte
foram ao Japão suprir a necessidade
de mão de obra. Instrua-os a pesqui- Japão: uma cultura de valorização do idoso
sar em páginas confiáveis da internet. Na China e no Japão, a velhice é sinônimo de sabedoria e respeito. O fenômeno envelhecer é
Ao final, proponha um debate com natural e inerente a toda espécie e tem sido preocupação da chamada civilização contemporâ-
os estudantes sobre a situação desses nea. Os idosos são tratados com respeito e atenção pela vasta experiência acumulada em seus
trabalhadores baseado nas questões anos de vida. A família é o porto seguro do idoso. [...]
a seguir: A cultura dessas sociedades tem como tradição cuidar bem, glorificar e reverenciar seus
idosos, resultado de uma educação milenar de dignidade e respeito. Os japoneses consultam
1. Qual é o país de origem desses tra-
seus anciãos antes de qualquer grande decisão, por considerarem seus conselhos sábios e
balhadores?
experientes. [...]
2. Quais são as vantagens de trabalhar Na tradição japonesa é festejado de forma solene

Tomohiro Ohsumi/Getty Images


no Japão? o aniversário do idoso. No Japão, o Dia do Respeito
3. Quais são as desvantagens? ao Idoso (Keiro no hi) é comemorado desde 1947, na
4. Você considera a imigração para terceira segunda-feira de setembro, mas foi decre-
suprir a mão de obra não qualifica- tado como feriado nacional apenas em 1966.
da uma boa opção para o Japão? E Trata-se de um feriado dedicado aos idosos,
quando os japoneses oram pela longevidade dos
para os trabalhadores?
mais velhos e os agradecem pelas contribuições
feitas à sociedade ao longo de suas vidas.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO MASC, Sílvia. O olhar ao idoso no Japão e na China. Laboratório de Demografia
e Estudos Populacionais, 28 jun. 2013. Disponível em: https://www.ufjf.br/
DA EDITORA DO BRASIL ladem/2013/06/28/o-olhar-ao-idoso-no-japao-e-na-china-por-silvia-masc/.
Acesso em: 22 abr. 2022.
Grupo de idosos pratica atividade física em Tóquio,
Japão, 2019.

1 Com base no texto, responda às questões a seguir.


a) Como é o tratamento ao idoso na sociedade japonesa?
b) Que aspecto cultural explica o fato de que, no Japão, o Dia do Respeito ao Idoso é um feriado nacional?

220

Foco na BNCC Foco nos TCTs


Competência específica de Ciências Humanas 4 Processo de envelhecimento, respeito e
O conteúdo da seção Diálogo com Arte promove valorização do idoso
o acolhimento e a valorização da diversidade A leitura do texto e as atividades da seção Diálogo
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, com Arte ajudam o estudante a compreender o proces-
identidades, culturas e potencialidades. so de valorização do idoso que ocorre no Japão, fazendo
uma comparação com a realidade dessa população no
Brasil e, consequentemente, buscando ideias e soluções
para melhoria das suas condições de vida.

220
Faça no caderno

Orientações
Atividades
½ Respostas
1 Associe a distribuição da população asiática às características físicas do território. 1. As áreas com maior concentração de
2 Por que a política do filho único, nos moldes chineses, não deu certo na Índia? pessoas são as planícies irrigadas e
drenadas pelos grandes rios. As áreas
3 Que problemas relacionados à qualidade de vida a população da Índia enfrenta? de baixa densidade demográfica são
as regiões desérticas, as montanho-
4 Explique como é a distribuição da população japonesa, levando em consideração as características físicas
sas e aquelas em que predomina o
do território.
clima frio.
5 O aumento da expectativa de vida e o baixo índice de natalidade trouxeram, paradoxalmente, um pro- 2. Uma das principais razões é que a
blema para o Japão. Que problema é esse e que medidas têm sido aplicadas para a sua solução? população indiana não aceitou
a política por causa de princípios
Para refletir da religião hinduísta, que não está
em conformidade com o planeja-
1 Leia o texto abaixo e responda à questão. Índia: pirâmide etária – 2020
mento familiar.

DAE
Ao menos 250 milhões de pessoas no Idades
100+
3. Há problemas relacionados à falta
mundo todo ainda enfrentam formas de dis-
Homens
95-99
90-94 Mulheres de saneamento básico e de moradia,
criminação e violência baseadas em sistemas 85-89
80-84
principalmente nos grandes centros
de casta ou em estruturas sociais similares, 75-79
urbanos, como Mumbai. Significativa
nas quais um determinado status é herdado 70-74
65-69 parcela da população indiana vive
durante o nascimento. 60-64
55-59 na miséria e apresenta subnutrição.
Segundo a relatora independente da 50-54

ONU sobre questões de minorias, Rita Izsák-


45-49
40-44
4. A população japonesa está irregu-
-Ndiaye, trata-se de um “problema global
35-39
30-34
larmente distribuída pelo território,
que afeta comunidades na Ásia, na África, no
25-29
20-24
ocupando principalmente as planí-
Oriente Médio e na região do Pacífico”. [...]
15-19
10-14
cies do litoral, já que a região central
No documento, Izsák-Ndiaye considera
5-9
0-4
é dominada pelo relevo montanho-
“inaceitável” a diferenciação entre categorias 80M 60M 40M 20M 0 0 20M 40M 60M 80M so, fato que dificulta a ocupação.
“superiores” e “inferiores” de indivíduos. A
Número de pessoas 5. O problema é o envelhecimento da
especialista alerta para a “exclusão extrema” Fonte: United States Census Bureau. Disponível em: https://www.census. população, que exige do governo
gov/data-tools/demo/idb/#/country?COUNTRY_YEAR=2022&COUNTRY_
e para a “desumanização” enfrentadas pelos YR_ANIM=2022&FIPS_SINGLE=IN. Acesso em: 23 maio 2022. maiores cuidados com as pessoas
que estão à margem desses sistemas. idosas e maior investimento no siste-
Japão: pirâmide etária – 2020
Sistemas de castas violam direitos de 250 milhões de pessoas no mundo, ma previdenciário. Além disso, com os

DAE
alerta relatora da ONU. ONUBR, 30 mar. 2016. Disponível em: https://brasil. Idades baixos índices de natalidade, há falta
un.org/pt-br/72612-sistemas-de-castas-violam-direitos-de-250-milhoes-de 100+

-pessoas-no-mundo-alerta-relatora-da-onu. Acesso em: 23 maio 2022.


Homens
95-99
90-94 Mulheres
de mão de obra no país. O governo
85-89
80-84
tem incentivado a imigração de traba-
No que consiste o sistema de castas, caracterís- 75-79 lhadores de vários lugares do mundo
tica marcante da sociedade indiana?
70-74
65-69 para ocupar funções que a mão de
60-64
55-59 obra qualificada japonesa não executa.
2 Observe as pirâmides etárias dos países a seguir 50-54

Para refletir
45-49
e, com base nas informações obtidas por meio de 40-44

sua análise, responda às questões.


35-39

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
a) Por que a pirâmide etária da Índia apresenta
30-34
25-29
1. Nesse sistema de castas, os grupos
20-24
são diferenciados socialmente desde
DA EDITORA DO BRASIL
uma base mais larga do que a pirâmide etária
15-19
10-14
5-9
o nascimento, mantendo um pa-
do Japão? 0-4
drão de vida conforme a condição
5M 4M 3M 2M 1M 0 0 1M 2M 3M 4M 5M
b) O que explica a diferença entre os topos das Número de pessoas
financeira da casta a que pertencem.
pirâmides etárias do Japão e da Índia? Oficialmente, o sistema de castas es-
Fonte: United States Census Bureau. Disponível em: https://www.census.
gov/data-tools/demo/idb/#/country?COUNTRY_YEAR=2022&COUNTRY_ tá extinto na Índia, porém, na prática,
YR_ANIM=2020&FIPS_SINGLE=JA. Acesso em: 23 maio 2022. ele ainda permanece influenciando
a organização da sociedade indiana.
221
2. a) A pirâmide etária da Índia revela
alta taxa de natalidade e baixa
expectativa de vida. No país há
poucos investimentos em saúde
e educação. A pirâmide do Japão
revela baixa taxa de natalidade e
alta expectativa de vida. O país
investe mais recursos nas áreas
de saúde e educação.
b) No Japão, há maior expecta-
tiva de vida devido à melhor
qualidade de vida dos idosos.
Na Índia, a expectativa de vida
é menor, por isso há um menor
número de idosos no país, pro-
porcionalmente.

221
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as características dos
principais conflitos e movimentos
Conflitos e
separatistas do continente asiático.
movimentos
Pré-requisitos
pedagógicos separatistas
Os conflitos e movimentos sociais
são conhecimentos previamente tra-
balhados no Ensino Fundamental
No capítulo anterior, você estudou as principais características demográficas e culturais
(EF04GE01, EF05GE02, EF07GE02,
da Ásia. Neste capítulo, você vai estudar os conflitos e os movimentos separatistas no
EF08GE05, EF08GE10) que se relacio-
Tibete, em Taiwan e na Caxemira.
nam com os assuntos trabalhados no
capítulo. O resgate dessas habilidades
pode ser de grande importância para
o início da discussão sobre o tema Conflitos na Ásia
“Conflitos e movimentos separatistas Como você estudou na Unidade 5, são vários os fatores que levam uma
asiáticos”. nação ao desejo de independência. Entre os mais relevantes estão as diferenças
culturais e a falta de identificação com o Estado ao qual se está atrelado.
Orientações Alguns grupos étnicos da Ásia não habitam território próprio nem con-
Retome com os estudantes os co- tam com território autônomo. São obrigados a viver sob as leis e a organização
nhecimentos prévios sobre conflitos política de outros países. Esses povos têm origem e formação étnica e cultural
e movimentos sociais, lembrando-os próprias, sendo muitas vezes proibidos de expressar sua cultura.
do que foi estudado sobre os movi- Vamos conhecer um pouco melhor os casos do Tibete, de Taiwan e da Caxemira.
mentos separatistas na Europa, no
Capítulo 2 da Unidade 5. Tibete
O Tibete, província localizada ao norte da Cordilheira do Himalaia, no oeste
da China, era um país soberano até 1950. Ao anexar o território tibetano, o
governo da China, liderado por Mao-Tsé-Tung, que já o considerava uma área
estratégica, incentivou a migração chinesa para a região. A China ampliou,
então, suas fronteiras, aproximando-se da Índia. A região é rica em urânio,
matéria-prima essencial para o funcionamento de usinas nucleares.

Chrissa Giannakoudi/NurPhoto/ZUMA Press/Imageplus


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Tibetanos realizam
manifestação para protestar
contra a ocupação da
China e os abusos aos
direitos humanos no Tibete.
Londres, Reino Unido, 2018.

222

222
Desde então, os tibetanos se tornaram prisioneiros na própria terra e um Orientações
povo sem pátria. O tibetano não é chinês, não fala a língua chinesa e não aceita Explique aos estudantes que, atual-
o domínio chinês. mente, o Dalai Lama não reivindica a
Em 1951 foi firmado o Acordo dos 17 Pontos, pelo qual China e Tibete independência do Tibete, e sim que
se comprometiam a encontrar uma solução democrática para o conflito. Con- este se torne de fato uma área autô-
tudo, a China seguia pressionando os membros do governo tibetano. Então, o noma da China, com o direito de se
Dalai-lama e outros integrantes do governo tibetano migraram para a Índia e governar com leis próprias, preser-
solicitaram asilo político. var sua cultura e sua escolha religio-
Desde a década de 1960, o Tibete é sa. Destaque que a China, por mais
China: diversidade étnica – 2013
considerado uma região autônoma, mas que tenha firmado o Acordo dos 17

Sonia Vaz
a autonomia ainda é questionada pela Pontos visando a uma solução demo-
China, que não abre mão do controle do 50°N
crática para o conflito, foi justamente
território. Uma das razões são as já men-
quem começou a ocupação de forma
cionadas riquezas minerais do subsolo
não democrática e que tem domínio
do Tibete. Coreanos
Turcos Mongóis Mar do e poderio econômico e político sobre
A China é muito criticada, princi- Japão 40°N
(Mar do Leste) a região tibetana.
palmente entre os países ocidentais, Mar
Instrua os estudantes a localizar
por manter o Tibete como província. Amarelo

O atual Dalai-lama, Tenzin Gyatso, ven-


N Tibetanos Chineses
Mar da Taiwan em um mapa político, indique
cedor do Prêmio Nobel da Paz em 1989, O L
China
Oriental
30°N o mapa da página 178. Sobre a rela-
OCEANO
é amplamente respeitado. Contudo, não PACÍFICO ção entre China e Taiwan, destaque
S

vive no Tibete por determinação do 0 781 1 562 km


Chuangs
Taiwan
Trópico de Câncer que o que está em jogo é a reunifi-
governo chinês. 1 : 78 100 000
20°N
cação dos países ou a formalização
Observe, no mapa ao lado, o territó- 80°L 90°L 100°L 110°L 120°L 130°L da independência da ilha de Taiwan.
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed.
rio dos tibetanos e de outras etnias que São Paulo: Saraiva, 2013. p. 144.
Em 1949, ao final da guerra civil, os
vivem no território chinês. comunistas chegaram ao poder em
Pequim. Os nacionalistas, derrotados,
Taiwan refugiaram-se em Taiwan, como dito
no texto, onde estabeleceram um re-
Além da questão com o Tibete, a China tem uma relação conflituosa com gime capitalista. Comunistas e nacio-
Taiwan, também conhecida como Formosa. Taiwan se considera um território nalistas definem a reunificação como
autônomo, embora o governo chinês não reconheça sua independência, classi- um “dever do povo chinês”, mas dis-
ficando-o como uma província rebelde. Historicamente, a ilha recebeu muitos cordam sobre os caminhos a seguir
chineses que fugiram do país após a Revolução Comunista de 1949.
para o embate.
Apesar do recente processo de aproximação entre China e Taiwan, muito
em função das relações comerciais, o governo chinês já ameaçou invadir a ilha
diversas vezes. Taiwan e os demais países conhecidos como Tigres Asiáticos
serão mais bem estudados no próximo capítulo.
Lam Yik Fei/Bloomberg/Getty Images

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

Manifestantes protestam
contra acordos assinados
entre China e Taiwan. Taipé,
Taiwan, 2014.

223

Foco na BNCC
Competências gerais 7 e 9 exercício da empatia, da resolução de conflitos
Habilidades EF09GE03 e EF09GE08 e da cooperação – valorizando a diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes identidades e culturas, sem preconceito
identificar diferentes manifestações culturais de de qualquer natureza –, agindo pessoal e
minorias étnicas como forma de compreender a coletivamente com respeito, autonomia e
multiplicidade cultural e analisar transformações responsabilidade, e propondo ações sobre
territoriais, considerando o movimento de questões socioambientais com base em princípios
fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas éticos, democráticos e solidários.
regionalidades na Ásia. Ainda, estimula o

223
Orientações
Faça a leitura do texto com os es-
Caxemira
tudantes e os auxilie com todas as A Índia e o Paquistão são países com um passado colonial comum, já que ambos
dúvidas. Depois, explique a eles que foram dominados pela Inglaterra. O histórico de rivalidades, desentendimentos e
o conflito pelo controle do território guerras que os caracterizam hoje é também motivado pelas diferenças religiosas.
A formação do território indiano provocou conflitos entre os adeptos do
da Caxemira culminou nas guerras
hinduísmo e os do islamismo. Da época da independência até hoje, o pro-
indo-paquistanesas ao longo das dé-
blema persiste entre a Índia (hindu) e o Paquistão (islâmico). Uma área na Índia
cadas de 1940 à 1970. A China passou
que concentra muita tensão e onde há conflitos permanentes é a Província da
a reivindicar o território posteriormen- Caxemira, no norte do país. Embora esteja situada na Índia de maioria hindu,
te porque o considera parte da região a Caxemira tem população islâmica, motivo pelo qual parte de sua população
autônoma do Tibete. A maior parte deseja separar-se da Índia e se integrar ao Paquistão. Observe o mapa ao lado.
da população é muçulmana, mas a A Caxemira abriga a nascente de quatro
maior parte do território é ocupado Caxemira
dos cinco rios do Paquistão; por isso, é uma
pela população hindu, situação que

Sonia Vaz
TURCOMENISTÃO
CA
XEM região em que o controle da água é bastante
contribui para a atmosfera conflitante. AFEGANISTÃO IRA
CHINA
disputado. Na província, há conflitos arma-
Em seguida, faça a leitura da seção 30°N
dos entre grupos extremistas e o exército
PAQUISTÃO
Um pouco mais sobre e os ajude a IRÃ
NEPAL
BUTÃO Sob administração
indiano, que reprime qualquer manifestação
responder a questão. chinesa e
reivindicada de independência. Esses grupos já promove-
BANGLADESH pela Índia
Trópico de Câncer ÍNDIA MIANMAR CHINA ram vários atentados terroristas contra alvos
½ Respostas 20°N
Mar
Sob controle
do Paquistão hindus, no campo e nas grandes cidades.
Arábico
OCEANO N A Índia e o Paquistão têm bombas nuclea-
Um pouco mais sobre ÍNDICO
O L Baía de
Sob controle da Índia res, consequência da inimizade histórica e das
1. Adotou-se a política da não vio- Bengala
relações políticas tensas. Ambos os países
PAQUISTÃO
lência. Espera-se que o estudante 10°N
0
S
418 836 km
ÍNDIA
Limite da região
da Caxemira
30°N
são muito criticados no meio internacional por
valorize a importância do diálogo 1 : 41 800 000
SRI LANKA gastarem importantes recursos em armamen-
70°L 80°L 90°L
e da diplomacia na resolução dos Fontes: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo:
tos e investirem pouco na área social, como
conflitos atuais. Saraiva, 2013. p. 145; IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, saúde, educação, saneamento básico etc.
2016. p. 47.

Faça no caderno

Independência da Índia
No século XIX, a Índia foi ocupada pela Inglaterra e tornou-se oficialmente sua colônia. Em 1876,
transformou-se em vice-reinado britânico. No início do século XX, surgiram grupos e movimentos pró-
-independência, cujo maior líder foi Mohandas Karamchand Gandhi, que ficou conhecido como Mahatma
Gandhi (mahatma, em sânscrito, significa “grande alma”).
Gandhi liderou o movimento pela libertação da Índia adotando a política da não violência. Proibidos
de extrair sal do próprio território, os indianos passaram a usar a tática da desobediência, parando de
produzir e de fornecer produtos para a Inglaterra, ao mesmo tempo que deixavam de comprar artigos
industrializados da metrópole.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Em 1947, a Inglaterra reconheceu a independência da Índia. O país ficou dividido em dois Estados:
um com maioria de população hinduísta (Índia) e outro com maioria islâmica (Paquistão). Este último
DA EDITORA DO BRASIL estava separado em Paquistão Oriental (atual Bangladesh) e Paquistão Ocidental, atual Paquistão. Na
década de 1960, Bangladesh tornou-se independente do Paquistão.

1 Com base no texto, responda: Que tipo de estratégia de luta foi adotada no processo de independência
da Índia? Você acredita na eficácia dessa estratégia para resolver problemas diplomáticos no mundo
atual? Comente.

224

Foco na BNCC
Competência específica de Geografia 7
o exercício da empatia, da resolução de conflitos
Habilidades EF09GE03 e EF09GE08 e da cooperação – valorizando a diversidade
O conteúdo desta página possibilita aos de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
estudantes identificar diferentes manifestações identidades e culturas, sem preconceito
culturais de minorias étnicas como forma de de qualquer natureza –, agindo pessoal e
compreender a multiplicidade cultural e analisar coletivamente com respeito, autonomia e
transformações territoriais, considerando o responsabilidade, e propondo ações sobre
movimento de fronteiras, tensões, conflitos e questões socioambientais com base em princípios
múltiplas regionalidades na Ásia. Ainda, estimula éticos, democráticos e solidários.

224
Faça no caderno

4. A origem é política e principalmente


Atividades religiosa, uma vez que ambos foram
colonizados pela Inglaterra e são de
1 Quais são os principais fatores que levam uma nação a reivindicar independência? religiões predominantes diferentes:
a Índia é hindu, e o Paquistão, islâ-
2 Qual é a origem do conflito entre a Província do Tibete e a China?
mico. Embora esteja situada na Índia
3 Quais são as consequências do impasse entre China e Tibete na atualidade? de maioria hindu, a Caxemira tem
população islâmica, motivo pelo
4 Qual é a origem das rivalidades entre Índia e Paquistão pelo território da Caxemira?
qual deseja separar-se da Índia e se
5 Que recurso natural importante a Caxemira possui que torna ainda mais complexo o conflito na região? integrar ao Paquistão. No entanto, o
governo indiano não admite perder
6 Quais são as consequências da questão da Caxemira na região?
a Caxemira para o Paquistão e man-
7 Que críticas são feitas pela comunidade internacional aos dois países envolvidos na questão da Caxemira? tém a província sob seu comando.
5. A Caxemira abriga a nascente de
Para refletir quatro dos cinco rios do Paquistão,
região em que o controle da água
1 Leia o texto a seguir e faça o que se pede. é bastante disputado.
A busca pela verdade e a não violência foram fundamentais para a emancipação política da
6. Na província, há conflitos arma-
Índia. Mahatma Gandhi, precursor de tais ideias, foi o grande articulador desse processo. [...]
Gandhi acreditava que Deus o guiara de forma que praticasse o bem. Os caminhos percorridos
dos entre grupos extremistas da
foram tortuosos, mas essenciais para que ele se sensibilizasse com a situação política indiana e Caxemira e o exército indiano, que
mobilizasse o povo a lutar pela libertação do país. reprime qualquer manifestação de
[...] A filosofia pacifista somada às experiências de vida no exterior contribuíram para que independência. Grupos extremistas
ele desenvolvesse um novo olhar sobre a Índia. O retorno à terra natal ocorreu ainda durante a da província já promoveram vários
Primeira Grande Guerra, quando sua saúde esteve fragilizada. Mesmo abatido fisicamente, Gandhi atentados terroristas contra alvos
dispôs-se a conhecer os problemas dos indianos e a solucioná-los da forma mais justa possível. hindus, no campo e nas grandes
Atuou em prol de diversos segmentos sociais explorados no seu país, e muitas vezes empregou o cidades.
jejum como instrumento de luta, sem abster-se do diálogo e da argumentação, a fim de alcançar 7. A comunidade internacional critica o
os objetivos propostos. [...] gasto excessivo com armamentos e
Desta forma, as ideias de “desobediência civil” e “não o pouco investimento na área social,

J. Gaiger/Topical Press Agency/Getty Images


cooperação” – pilares com os quais desafiou os coloni-
como saúde, educação, saneamento
zadores – tornaram-se perceptíveis na Índia, e também
básico, de dois países em que grande
difundidas mundialmente pelos meios de comunicação.
parte da população vive em situação
Um exemplo dessa desobediência civil está na organiza-
de pobreza.
ção do boicote aos produtos ingleses [...] e a Marcha do Sal,
o ato simbólico também atraiu e mobilizou a atenção da Para refletir
imprensa internacional. Gandhi foi preso, mas a Inglaterra,
1. a) Inglaterra.
pressionada pela opinião pública, o libertou e também
b) Gandhi foi o grande líder da in-
revogou a lei do monopólio do sal.
MANCEBO, Tarsila et al. A trajetória política de Mahatma Gandhi e a Independência da
dependência da Índia, adotan-
Índia. Núcleo de Estudos Contemporâneos (UFF), 29 set. 2009. Disponível em: do a estratégia da não violência
https://historia-do-brasil-e-do-mundo.hi7.co/a-trajetoria-politica-de-mahatma-gandhi
-e-a-independencia-da-india-56c6553f74657.html. Acesso em: 22 abr. 2022.
e do diálogo constante com as
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO autoridades britânicas.
a) Qual país colonizou a Índia? c) A desobediência civil consistia
DA EDITORA DO BRASIL
b) Qual foi o papel de Mahatma Gandhi no processo de em boicotar produtos ingleses.
descolonização?
c) Comente a ideia da “desobediência civil” implementada
por Gandhi.
Mahatma Gandhi. Londres, Reino Unido, 1931.

225

Orientações
½ Respostas 3. Após o malogro do Acordo dos 17 Pontos, pelo qual as
1. Entre os mais relevantes estão as diferenças culturais e a duas nações se comprometiam a encontrar uma solução
falta de identificação com o Estado ao qual está atrelada. democrática para o conflito, mas que não foi honrado pe-
2. A origem está nas mudanças na conjuntura do poder na la China, o Dalai Lama e integrantes do governo tibetano
China, que, em 1911, passou a ser uma República e, em migraram para a Índia e solicitaram asilo político. Assim,
1949, adotou o regime comunista, passando a subjugar a desde a década de 1960, o Tibete é considerado uma re-
cultura tibetana e a ameaçar a autonomia de seu território. gião autônoma, mas essa autonomia ainda é questionada
Desde então, eles se mantêm em atrito. pela China, que não abre mão do controle do território.

225
3
Objetivos do capítulo
• Entender as principais caraterísticas
econômicas da China, da Índia, do
Japão e dos Tigres Asiáticos.
• Identificar o crescimento econômi- Economia
co e a atual situação de protago-
nismo da China no cenário global.

Pré-requisitos
pedagógicos
No capítulo anterior, você estudou os conflitos e os movimentos separatistas no Tibete,
Os aspectos econômicos, a agro-
Taiwan e na Caxemira. Neste capítulo, você vai estudar as principais caraterísticas eco-
pecuária, a industrialização, a infor- nômicas da China, da Índia, do Japão e dos Tigres Asiáticos.
matização, automação e robotização
e problemas socioambientais são
conhecimentos previamente tra-
balhados no Ensino Fundamental
Taxa de crescimento do PIB em
alguns países do G20 – 2021
China
(EF03GE09, EF05GE05, EF06GE06, Dos países recentemente industrializados, cha-
DAE

12
EF07GE06, EF08GE20) que se rela- 11,0 mados de emergentes, a China é um dos mais impo-
cionam com os assuntos trabalhados 10 nentes, pois sua economia registra crescimento acima
no capítulo. O resgate dessas habili- 8,1 8,2 da média mundial. Atualmente, o país integra o G20
8
dades pode ser de grande importân- e o Brics.
cia para o início da discussão sobre o 6 5,7 Entre os fatores que contribuíram para o cres-
5,2
tema “Economia asiática”. 4,6 cimento econômico chinês estão a produção com
4 tecnologia relativamente baixa e a farta mão de obra
Orientações 2 1,7 barata (no país encontra-se a maior população eco-
nomicamente ativa do mundo).
Oriente os estudantes sobre a 0 Observe no gráfico ao lado o destaque mundial
leitura e interpretação do gráfico. Se Brasil Japão Zona do Estados China Índia Turquia
da China e da Índia entre alguns países do G20 em
Euro Unidos
possível, acesse com eles o endereço relação ao crescimento do Produto Interno Bruto
Fonte: Austin e Poder 360. Disponível em: https://static.poder360.com.br/
eletrônico indicado e verifique outras 2022/03/austin-rating-ranking-4mar2022.pdf. Acesso em: 23 maio 2022. (PIB) em 2021. Note que, embora o PIB dos Estados
informações sobre os aspectos Unidos seja o maior do mundo, o da China e o da Índia
Gráfico que demonstra a taxa de crescimento do Produto Interno
econômicos da China. Disponível em: Bruto de alguns países do G20 em 2021. crescem em ritmo mais acelerado.
https://paises.ibge.gov.br/#/dados/ Esse exponencial crescimento se deve também à abertura eco-
VCG/Getty Images

china. Acesso em: 9 jun. 2022. nômica adotada pelo país nas últimas décadas. Em 1949, a China tor-
Pondere que os países do G20 com nou-se um país socialista, regido por uma economia planificada. Desde
elevado crescimento do PIB são aque- a década de 1980, no entanto, passou a adotar gradativamente, em
les que acolhem empresas estrangei- muitos setores, as regras da economia de mercado.
ras que investem em indústrias para Tradicionalmente a China caracterizou-se pelo predomínio da
se beneficiarem da mão de obra de atividade agrícola. Durante o século XX, a necessidade de produzir
baixo custo. Assim, explica-se, em alimentos para sua numerosa população obrigou o governo chinês a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
parte, os resultados de China e Índia, incentivar o cultivo no país. O resultado foi o grande desenvolvimento
do setor, tanto que sua produção abastece 20% da população mundial
por exemplo.
DA EDITORA DO BRASIL atualmente e emprega grande parcela da mão de obra chinesa.
Apesar do predomínio do uso de técnicas tradicionais, em áreas
específicas, a agricultura é altamente mecanizada, sobretudo nas terras
mais valorizadas às margens dos rios e no cultivo de hortaliças e frutas
próximo dos centros urbanos.
A China é o maior produtor de arroz do mundo, mas também se des-
Colheita de algodão. Xinjiang, China, 2021. taca na produção de chás, trigo, milho, cana-de-açúcar, cevada e seda.

226

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 3
O conteúdo que aqui se inicia permite identificar,
comparar e explicar a intervenção do ser humano
na natureza e na sociedade.

226
O principal responsável pelo crescimento econômico da China, no entanto, Orientações
é o setor industrial, fortalecido pela grande riqueza mineral no subsolo chinês, Explique aos estudantes sobre as
de onde se extraem minerais como o estanho, o zinco e o ferro, além de com- Zonas Econômicas Especiais (ZEEs)
bustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral) para o setor energético. da China. Após o crescimento indus-
Você já deve ter visto a expressão made in China em vários produtos que trial, ocorrido ao longo do século XX
circulam pelo Brasil. Isso se deve ao grande desenvolvimento do setor industrial e regulado pelo Estado, as ZEEs foram
da China, sobretudo a partir da década de 1980, quando o governo fez reformas criadas para direcionar a atividade
econômicas e estabeleceu as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), criadas para produtiva e para atrair investimentos
permitir a entrada no país do capital privado de empresas estrangeiras, prática
estrangeiros. Desde a década de 1960
que, durante décadas, foi proibida pelo governo chinês.
a China se encontrava em uma crise e
Uma importante estratégia para o crescimento da atividade industrial da
demandava o fortalecimento do volu-
China foi implementar a política de criação de empresas industriais chinesas em
me de exportações, sendo essas áreas
parceria com grandes empresas europeias e americanas em regime de econo-
mia mista, sendo 51% estatal do governo chinês e 49% da empresa estrangeira
a alternativa criada para resolver essa
consorciada. Nesse arranjo, as empresas estrangeiras entram com a tecnologia situação. Além disso, as ZEEs devem
e o capital financeiro e os chineses entram com o trabalho. As ZEEs, que são ser levadas em consideração por con-
espaços territoriais delimitados pelo Estado chinês para receber essas empre- ta de seu fator empregatício, já que
sas, foram fixadas na faixa litorânea do país, região densamente povoada e com a instalação de fábricas e indústrias
diversos portos, o que facilita a entrada e a saída de produtos. Beijing (Pequim), estrangeiras necessitava de grande
Xangai, Wenzhou, Fuzhou, Xiamen, Hong Kong e Macau estão entre as princi- quantidade de mão de obra qualifi-
pais cidades que se beneficiaram pela criação das ZEEs. cada e não qualificada.
Em 2001, com a abertura da economia chinesa para o mundo, o país foi Inicialmente, os principais setores
admitido na Organização Mundial do Comércio (OMC), reafirmando o desejo de eram o da indústria têxtil, de alimen-
seguir as regras capitalistas no mercado internacional. tos, de brinquedos e de produtos des-
cartáveis. Posteriormente, ganharam
Faça no caderno
destaque as indústrias dos ramos au-
tomobilístico, de equipamento eletrô-
nicos e de tecnologia avançada.
China: povoamento e desenvolvimento –2012 Atualmente, a China é um dos paí-
1 Qual porção do país apresenta ses mais modernos do mundo no que

Mario Yoshida
intensa atividade econômica? RÚSSIA se refere ao uso de tecnologia.
Que atividades econômicas se
MANCHÚRIA Hegang ½ Respostas
destacam nessa região?
Jiamusi

China “vazia”
CAZAQUISTÃO
Urumqi
MONGÓLIA Harbin
Olhar cartográfico
Baixa densidade de população; limitações para
uso agrícola: desertos, altas altitudes; atividade
QUIRGUISTÃO
Shenyang 1. O maior desenvolvimento econômi-
rural predominante: pecuária COREIA
China intermediária
DESERTO
TAKLA Yinchuan DESERTO
Beijing
(Pequim)
DO NORTE co na China ocorre na parte litorânea
MAKAN
Alta densidade de população rural; atividade
econômica dominante: agricultura
Golmo GOBI Taiyuan
Tianjin Mar COREIA
e na região da Manchúria, com in-
DO SUL
China litorânea e Manchúria
DESERTO
QAIDAM
DESERTO Xian
Zengzhou
Amarelo
tensa industrialização e investimento
ORDOS
Alta densidade de população total; urbanização
intensa, industrialização intensa; investimentos
estrangeiro.
estrangeiros importantes ÍNDIA PLANALTO
MONTANHAS Wuhan Xangai Dudong
TIBETE
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
HIMALAIA
Produção
NEPAL
Chongqing
OCEANO
Minerais, metais, petróleo
DA EDITORA DO BRASIL Tróp BUTÃO PACÍFICO
ico d
e Cânce
Industriais r
N
BANGLADESH Guangzhou TAIWAN
90% da população do país
vive a leste desta linha HONG KONG
Capital de país O L MIANMAR
Macau
VIETNÃ
Cidade
S LAOS I. Hainan

0 436 872 km
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico TAILÂNDIA
1 : 43 600 000
Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 144. 105° L

227

Foco na BNCC
Competências específicas de Geografia 1 e 2 tanto no predomínio de técnicas tradicionais
Habilidades EF09GE09 e EF09GE10 quanto na mais recente intensificação da
mecanização da produção em margens de rios
O panorama das técnicas e dos graus de e áreas próximas de centros urbanos, destaca-
capital e mão de obra aplicados nas atividades se o uso de diferentes objetos técnicos para
produtivas que tiveram grande importância para utilização de recursos da natureza pelos seres
a configuração atual do território chinês articula humanos. Tal abordagem manifesta-se também no
conhecimentos geográficos focados na interação tratamento do tema da industrialização chinesa e
entre a sociedade e a natureza. Tendo em vista que das consequentes transformações nos ambientes
a atividade agrícola é historicamente baseada físico-naturais.

227
Orientações Nos últimos anos, a China tem se apresentado como um

Makoto Honda/Zoonar GmbH/Alamy/Fotoarena


Assim como a China, a Índia é um grande parceiro da economia brasileira, exportando para o Bra-
país que possui grande quantidade sil produtos eletrônicos, máquinas, ferramentas e tecidos. O
de mão de obra de baixo custo, bem Brasil, por sua vez, exporta para a China produtos primários,
como um enorme mercado consu- como minério de ferro, petróleo, soja, açúcar, carne e outros
midor. Explique aos estudantes que a gêneros alimentícios.
economia indiana é considerada uma Nas duas últimas décadas do século XX, a China se tor-
das maiores do mundo por conta de nou um importante fabricante de automóveis, competindo com
grandes mercados, como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul
seu elevado PIB. O setor industrial está
e Europa. Em 2018, o governo dos Estados Unidos iniciou uma
cada vez mais diversificado, com a for-
série de reformas visando taxar produtos chineses, o que os
te presença dos ramos siderúrgico,
especialistas chamaram de “uma guerra econômica” dos EUA
têxtil, farmacêutico, de construção ci-
contra a China.
vil, de produtos químicos e de biotec- Hong Kong, China, 2020.
nologia. Relembre com a turma que,
durante a pandemia de covid-19, fi- Índia
cou evidente a dependência mundial
Tradicionalmente a Índia é um país agrícola: a maioria da população econo-
dos insumos farmacêuticos produzi-
micamente ativa trabalha no setor primário. Além do cultivo do arroz, que ocupa
dos na Índia e na China. Também co-
milhões de pessoas no campo, o amendoim, a cana-de-açúcar, o algodão, o
mente com eles que o país se destaca trigo e a juta são produtos de destaque.
na produção de tecnologia de ponta, A maior parte das terras cultivadas na Índia está próxima aos rios, prin-
como de eletroeletrônicos, agroin- cipalmente ao Ganges e ao Indo. Esses rios fertilizam o solo após as cheias,
dustriais, informática, e concorre di- e suas águas são usadas para a irrigação. A agricultura na Índia é uma ativi-
retamente com as indústrias de países dade milenar. A maioria da população rural usa técnicas tradicionais e máquinas
desenvolvidos. simples. Já a agricultura moderna está concentrada nas grandes propriedades
monocultoras de exportação.
Embora a agricultura desempenhe um papel importante na economia
indiana, o setor industrial desenvolveu-se com muita intensidade nas últimas
décadas. Um dos principais motivos desse crescimento foi a abertura da eco-
nomia, com a implantação de grandes empresas multinacionais no país e maior
Orientações
liberdade às exportações.
RelembreAtraindo
com a turma que, durante
empresas a pan- o país passou a modernizar sua infraes-
multinacionais,
demia de covid-19,
trutura comficou evidente adedependên-
a construção estradas, portos e aeroportos, além de investir em
cia mundial dos insumos
indústrias de base,farmacêuticos produ- e metalúrgicas.
como siderúrgicas
zidos na Índia e na China.industrial indiana está concentrada nas grandes cidades (polos
A atividade
industriais), como Mumbai, Madras, Délhi e Bangalore, com destaque para os ramos
Cultivo de arroz. Srinagar, farmacêutico, de diamantes, automobilístico, aeroespacial e de minas e energia.
Índia, 2018.

Danish Ismail/Reuters/Fotoarena
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

228

Foco na BNCC
Competência geral 6 o pensamento espacial, para que possam
Competência específica de Geografia 4 argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis; defender pontos de vista
Habilidade EF09GE10 e decisões que respeitem e promovam os direitos
O conteúdo desta página possibilita aos humanos, a consciência socioambiental e o
estudantes analisar os impactos do processo consumo responsável, com posicionamento ético
de industrialização na produção e circulação de em relação ao cuidado de si mesmos, dos outros e
produtos e culturas na Ásia, desenvolvendo do planeta.

228
A indústria nuclear tem grande peso na economia e na produção de ener- Orientações
gia do país. Além de gerar eletricidade, foi usada também para desenvolver a Informe aos estudantes que a in-
bomba atômica, medida estratégica em razão do constante litígio com o Paquis- dústria cinematográfica da Índia é a
tão, país com o qual disputa a região da Caxemira. maior do mundo no que se refere à
A Índia também se destaca no setor de informática (indústria de ponta), Indústria de venda de ingressos, consequência do
produzindo e exportando softwares. Esse setor exige mão de obra qualificada, ponta: atividade grande número de pessoas que as-
o que tem levado o governo indiano a investir em educação e pesquisa. O prin- industrial avançada
tecnologicamente, sistem aos filmes semanalmente. Até
cipal polo de informática está em Bangalore. na qual a pesquisa a década de 1970, os filmes indianos
Outro setor importante é a indústria cinematográfica. A Índia é o país que exerce papel
fundamental e eram apenas de entretenimento. A
mais produz filmes durante o ano, superando os Estados Unidos. Essa atividade
que exige grandes partir da década de 1980, passaram
gera muitos empregos diretos e indiretos no país. investimentos a abordar questões sociais, e, depois
Assim como a China, a Índia é integrante do G20 e do Brics, sendo con- para funcionar.
São exemplos as dos anos 1990, o cinema do país se
siderada um país de economia emergente. O crescimento econômico vigoroso
indústrias dos rendeu à publicidade, com filmes de
gerou uma poderosa e ascendente classe média, mas não resolveu os graves setores farmacêutico,
problemas sociais, que atingem milhões de pessoas. Persistem taxas elevadas de informática, ação e ficção. Bollywood é o principal
aeroespacial e de centro da indústria cinematográfica
de desemprego, de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixa expectativa
telecomunicações.
de vida, desnutrição e precário saneamento básico nas cidades. da Índia.
Destaque que o Japão já figurava
como um dos protagonistas na eco-
Japão nomia mundial na década de 1970,
A base econômica do Japão – integrante do G7, grupo dos países mais ricos exportando tecnologia para os países
e industrializados do mundo – é a indústria. do Ocidente.
Após a Segunda Guerra Mundial, o governo japonês priorizou os investi-
mentos em recursos humanos, com melhoria do sistema de educação, quali-
ficação da mão de obra técnica, valorização do setor de pesquisa científica e
implantação de tecnologia de ponta.
Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento econômico do Japão
foi a ajuda financeira dos Estados Unidos no pós-guerra. Na década de 1970,
o país passou a oferecer produtos consumidos no mercado ocidental: compu-
tadores, calculadoras, filmadoras portáteis, câmeras digitais, televisores e car-
ros. Desde então, as empresas japonesas transformaram-se em transnacionais, Linha de produção totalmente
conhecidas e atuantes em todo o planeta. robotizada. Tochigi, Japão, 2021.
A informatização e a robotiza-
Yuri Kageyama/AP Photo/Imageplus

ção do processo produtivo na indús-


tria, iniciadas na década de 1970,
resultaram numa produção em
grande escala para a exportação.
Nos anos 1990, o país enfrentou
grave crise econômica, e o PIB japo-
nês apresentou baixo crescimento.
A partir de 2001, contudo, retomou
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
o crescimento, mediante redução
do papel do governo na área eco-
DA EDITORA DO BRASIL
nômica, menos regulamentação e
maior abertura de mercado.
O Japão, apesar de produtor de
energia nuclear, é carente de recur-
sos naturais, por isso precisa impor-
tar petróleo, minério de ferro, carvão,
gás natural e outros.

229

229
Orientações A atividade agrícola no Japão se restringe a pequenas propriedades nas
Os navios pesqueiros japoneses planícies litorâneas e encostas montanhosas, onde se desenvolve a técnica do
são conhecidos em todo o mundo plantio em terraços. Com pouco espaço para o cultivo, o país se caracteriza
pela alta tecnologia, com sensores como importador de produtos agrícolas. Essa atividade corresponde a uma par-
ligados a satélites que detectam o cela muito pequena da renda gerada no país.
O produto mais cultivado no Japão é o arroz, base alimentar da população,
lugar exato dos cardumes, além de
que ocupa pouco menos da metade da área cultivável, com destaque também
usarem modelos avançados de GPS.
para trigo, soja, chá e legumes.
Pergunte aos estudantes o que Outra atividade de peso é a pesca, beneficiada pelo fato de o país ser um
eles já ouviram falar sobre os Tigres arquipélago, cercado pelo mar. Além dessa condição geográfica, é favorecido
Asiáticos. por duas correntes marítimas ricas em plâncton (matéria orgânica): a corrente
Ressalte que Taiwan é oficialmente fria (oyashivo) e a corrente quente (kuroshivo).
uma província da China e não é um
Tigres Asiáticos
país reconhecido pela Organização
Tigres
Sonia Vaz
das Nações Unidas (ONU). Contudo,
o governo taiwanês não reconhece
a autoridade de Pequim e pleiteia a
COREIA DO Mar do Japão
NORTE (Mar do Leste)
Seul
Asiáticos
independência. Desde 1949, Taiwan COREIA JAPÃO A partir da década de 1970,
DO SUL
separou-se da China durante a revo- algumas regiões da Ásia passaram
CHINA
lução que implantou o socialismo no a ser chamadas de Tigres Asiáticos:
30°N
Taiwan, Singapura, Coreia do Sul
país.
ÍNDIA Mar da China e Hong Kong. O termo “tigre” foi o
Oriental
apelido cunhado pelos economistas
Taipé
TAIWAN
Trópico de Câncer
à época, em razão do crescimento
MIANMAR Hong Kong econômico acelerado desses países,
LAOS
OCEANO em alusão à rapidez, à força e à astú-
Mar PACÍFICO
Mar da China das
N
cia que caracterizam esse animal.
TAILÂNDIA Meridional Filipinas
O L Observe no mapa ao lado a
VIETNÃ
CAMBOJA localização dos Tigres Asiáticos.
Golfo
FILIPINAS S
A alavanca do desenvolvimento
de
Sião
econômico dos Tigres Asiáticos foi
BRUNEI
o setor industrial. O impulso econô-
Tigres Asiáticos
mico, nas décadas de 1970-1980,
M A L Á S I A
foi dado pela produção para expor-
SINGAPURA 0 420 840 km
Equador
0° tar e, assim, gerar rendimentos.
I N D O N É S I A
120°L
1 : 42 000 000 A base do modelo estratégico
Fonte: IBGE. Atlas geográfico utilizado pelos Tigres Asiáticos era
escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: a isenção fiscal para as multinacionais, atraindo grandes empresas para seus
IBGE, 2016. p. 47.
domínios. Assim, não temeram abrir seus mercados ao capital estrangeiro na
segunda metade do século XX.
Essa política propiciou a oportunidade para que Estados Unidos e Japão
aplicassem grandes somas de dinheiro nessa região, no período da Guerra Fria,
em que o socialismo estava se expandindo. O retorno dos investimentos era
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO garantido, principalmente pelo fato de a mão de obra ser mais barata.
Comparados com a média dos países da Ásia, os Tigres têm bons indica-
DA EDITORA DO BRASIL dores socioeconômicos: índices de analfabetismo baixos ou quase nulos, PIB
elevado e expectativa de vida satisfatória.
No início da década de 1990, outros países da Ásia, como Tailândia, Malá-
sia e Indonésia, passaram a seguir o mesmo modelo de crescimento dos Tigres,
ou seja, deram isenção de impostos para atrair investimentos externos, empre-
garam mão de obra de baixo custo e produziram para exportação. Esses países
passaram a ser chamados de Novos Tigres Asiáticos.

230

Foco na BNCC
Competência geral 6 Ásia, desenvolvendo o pensamento espacial, para
Competência específica de Geografia 4 que possam argumentar com base em fatos, dados
e informações confiáveis; defender pontos de vista
Habilidade EF09GE10 e decisões que respeitem e promovam os direitos
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes humanos, a consciência socioambiental e o consumo
analisar os impactos do processo de industrialização responsável, com posicionamento ético em relação ao
na produção e circulação de produtos e culturas na cuidado de si mesmos, dos outros e do planeta.

230
6. Porque a maioria da população eco-
Faça no caderno

Atividades nomicamente ativa trabalha no setor


primário, uma prática milenar do
1 Quais fatores contribuíram para o crescimento econômico chinês? país. Além disso, historicamente, a
maior parte das terras cultivadas na
2 Quais são os resultados do incentivo do governo chinês à produção de alimentos no país?
Índia está próxima aos rios, que fer-
3 Quais são as características do atual modelo industrial chinês? tilizam o solo após as cheias, e suas
águas são usadas para a irrigação.
4 Com que objetivo o governo chinês criou as Zonas Econômicas Especiais?
7. U m dos principais motivos foi a
5 Qual tem sido a relação comercial entre Brasil e China nos últimos anos? abertura da economia, com a im-
plantação de grandes empresas
6 Por que se diz que tradicionalmente a Índia é um país milenar de cultura agrícola?
multinacionais no país e maior
7 De que modo a Índia acelerou sua produção industrial nos últimos anos? liberdade às exportações. O país
também modernizou sua infraestru-
8 Apesar da aceleração industrial, a Índia ainda tem graves problemas sociais. Quais são eles? tura com a construção de estradas,
9 De que forma o Japão se recuperou após a Segunda Guerra Mundial e desenvolveu sua indústria? portos e aeroportos.
8. Altas taxas de desemprego, mortali-
10 Um dos países mais desenvolvidos da Ásia é o Japão. Seu progresso tecnológico e sua produção in- dade infantil e analfabetismo, baixa
dustrial são mundialmente conhecidos. Por outro lado, sua economia depende muito da importação
expectativa de vida, desnutrição e
quase total de matérias-primas minerais. Explique a importância de um subsolo rico em minerais para
precário saneamento básico nas
o desenvolvimento industrial.
cidades.
11 O que caracteriza os Tigres Asiáticos? 9. O Japão priorizou os investimentos
em recursos humanos, com melho-
12 Quais são os indicadores socioeconômicos dos Tigres Asiáticos?
ria do sistema de educação, qualifi-
Para refletir cação da mão de obra técnica,
Atividade em grupo valorização do setor de pesquisa cien-
1 Como você interpreta a charge a seguir? Façam uma roda de conversa para saber o que tífica e implantação de tecnologia
os colegas de sala pensaram a respeito da mesma imagem. de ponta. Outro fator que contribuiu
para o desenvolvimento econômico
Alves

do Japão foi a ajuda financeira dos


Estados Unidos no Pós-Guerra.
10. Quando o subsolo de um país é
rico em minerais, certamente ele
não terá de importar esse tipo de
matéria-prima se for fortalecida a
indústria extrativa. Isso favorece
o desenvolvimento industrial. O
Japão precisa importar esses re-
cursos, pois eles não existem em
seu território.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 11. A partir da década de 1970, Taiwan,
DA EDITORA DO BRASIL Singapura, Coreia do Sul e Hong
Kong passaram a ser chamadas de
Tigres Asiáticos, em função de seu
crescimento econômico alavan-
cado pelo setor industrial. A base
Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil, ed. 112. Disponível em:
https://diplomatique.org.br/edicao/edicao-112/. Acesso em: 25 jun. 2022. do modelo estratégico utilizado
pelos Tigres Asiáticos era a isen-
231
ção fiscal para as multinacionais,
atraindo grandes empresas para
seus territórios.
12. Comparados com a média dos
Orientações países da Ásia, os Tigres têm bons
indicadores socioeconômicos: ín-
½½ Respostas civil, eletroeletrônicos, automóveis, entre outros. Muitas dices de analfabetismo baixos ou
1. A alta produção industrial com farta mão de obra barata. empresas chinesas estão instaladas em outros países. quase nulos, PIB elevado e expec-
Foi fundamental também a abertura econômica adotada 4. Essas zonas, como a que engloba a cidade de Xangai, fo- tativa de vida satisfatória.
pelo país nas últimas décadas. ram criadas para possibilitar a entrada no país do capital
privado de empresas estrangeiras. Para refletir
2. O resultado foi o grande desenvolvimento do setor. A China
é o maior produtor de arroz do mundo e também se des- 5. Nos últimos anos, a China vem exportando para o Brasil 1. Resposta pessoal. Espera-se que o estu-
taca na produção de chás, trigo, milho, cana-de-açúcar, produtos eletrônicos, máquinas, ferramentas e tecidos; o dante faça referência à atual situação de
cevada e seda. Brasil, por sua vez, exporta para a China produtos primários, influência e protagonismo econômico
3. Caracteriza-se por um grande número de fábricas espa- como soja, minério de ferro, petróleo, açúcar e gêneros que a China, representada pelo Dragão,
lhadas pelo país nos ramos da indústria têxtil, construção alimentícios congelados. desempenha no cenário mundial.
231
Faça no caderno

Orientações
Promova a leitura do conteúdo da
seção Ciência, tecnologia e socie- Tecnologia e desenvolvimento controverso:
a Índia na onda da globalização
dade com a turma. Depois, promova
um debate para levantar os principais
aspectos destacados no texto. Espera- Independentemente dos problemas sociais complexos com os quais convive, a Índia vem ganhando
-se que os estudantes contraponham espaço no cenário internacional e recebe a classificação de emergente porque tem apresentado taxas de
o elevado desenvolvimento econô- crescimento econômico impressionantes durante as últimas décadas.
mico com a situação da desigualda- Nos anos 1990, quando a globalização passou a ser mais amplamente discutida, o “meio técnico-
de social na Índia. Deve-se ter como -científico-informacional” – estudado pelo geógrafo brasileiro Milton Santos – apareceu como uma faceta
norteador da discussão a teoria do materializada dos novos processos sociais e produtivos que passaram a ser definidos pela ampla influência
geógrafo Milton Santos sobre a for- da tecnologia de informação e pela alteração tecnicizada do espaço geográfico.
O contexto social da época compreendia um momento de transformações importantes, já que a cha-
mação do “meio técnico-científico-
mada revolução técnico-científica imprimia suas marcas em um mundo cada vez mais globalizado, conec-
-informacional”.
tado e que se transformava por meio de relações outrora inimagináveis. Já havia algum tempo que o capital
de investimento de uma empresa poderia circular mais livremente por países estrangeiros e, nessa época,
Para aprofundar alguns tratados internacionais, como o Consenso de Washington, prometiam levar o desenvolvimento a paí-
Há duas obras do geógrafo Milton ses pobres, desde que esses países facilitassem a entrada e o lucro de empresas transnacionais, baixando
Santos para compreender com pro- os preços dos impostos, da mão de obra e da matéria-prima.
fundidade o debate proposto nes- A Índia vivia seu período pós-colonial, e o domínio da Coroa Britânica havia deixado uma herança difícil
ta seção. Em Técnica, espaço, tempo, de contornar. O país enfrentava problemas alimentares e de carência industrial. Sua saída em busca do desen-
o autor apresenta ensaios de mé- volvimento foi a mesma tomada pelo Brasil e por outros países pobres: a adoção de programas neoliberais de
todo voltados às compreensão das política e economia – um plano arriscado que envolvia a depreciação dos trabalhadores locais, a não garantia
dinâmicas da sociedade e do terri- da entrada do capital de impostos no país e o envio de uma remessa de lucros ao estrangeiro, ao mesmo
tório que vivia o mundo na década tempo que trazia a promessa de uma chance de desenvolvimento por meio do investimento em tecnologias,
de 1990: os espaços da globalização físicas e virtuais, que modernizariam as relações de trabalho e as possibilidades do espaço geográfico local.
e suas contradições no campo e na Os investimentos internacionais adentraram a Índia levando uma ampla estrutura de informação, alte-
cidade. Já em Por uma outra globali- rando a paisagem conforme suas necessidades, construindo edifícios, centros de energia, fomentando a for-
mação de profissionais para seus postos de trabalho e inserindo o país na ampla rede mundial globalizada.
zação, o autor propõe que é necessá-
Foi essa inserção que possibilitou que uma empresa, por exemplo, estadunidense utilizasse matérias-
rio uma nova interpretação do mun-
-primas brasileiras e senegalesas, construísse sua fábrica na Indonésia, implantasse seu sistema de atendi-
do contemporâneo com uma análise
mento aos clientes na Índia e comercializasse seus produtos em todos os países do mundo.
multidisciplinar, com condições de
destacar a ideologia da produção da
Hindustan Times/Getty Images

história. À medida que o desenvol-


vimento econômico se intensifica, a
maior parte da população continua
sem acesso à dinheiro e à informação.
Saiba mais:
• SANTOS, Milton. Técnica, espaço,
tempo: globalização e meio
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
técnico-científico-informacional.
São Paulo: EDUSP, 2008.
DA EDITORA DO BRASIL
• SANTOS, Milton. Por uma outra glo-
balização. São Paulo: Record, 2000. Cresce o número de
edifícios empresariais
na Índia para atender
empresas nacionais e
multinacionais que se
instalaram no país.
Nova Délhi, Índia, 2020.

232

Foco na BNCC
Competências gerais 2, 5 e 7 de comunicação e informação, de formação de
Competência específica de Ciências Humanas 2 profissionais de excelência, de abertura econômica
e de desigualdades sociais na Índia trabalha,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 6 e 7 com base nos conhecimentos das Ciências
Habilidade EF09GE09 Humanas, o raciocínio geográfico e reflexivo
A articulação entre o meio técnico-científico sobre a centralidade das tecnologias digitais
e informacional – como dimensão espacial da para o território indiano no atual período. Tais
globalização – e os processos associados de conteúdos compõem um conjunto de noções,
desenvolvimento das tecnologias ideias e conceitos que fundamentam o raciocínio
geográfico sobre a realidade.

232
Orientações
Um dos pontos do crescimento indiano, inclusive, está associado à grande quantidade de empresas de ½ Respostas
atendimento ao cliente, conhecidas como telemarketing, no país. Uma de suas línguas oficiais é o inglês, e
algumas das tecnologias de informação que foram amplamente implantadas na Índia foram as de telefonia e Ciência, tecnologia e
internet. Com a mão de obra comparativamente de custo mais baixo do que a europeia ou a estadunidense, sociedade
o país acabou atraindo uma série de empresas especializadas no atendimento remoto. 1. Resposta pessoal. Espera-se que o
Apesar de os planos de desenvolvimento associados à globalização terem deixado a desejar na maioria estudante associe a descoberta e a
dos países nos quais foram implantados, o governo indiano viu, na chegada da tecnologia da informação, ampla aplicação de novas tecno-
uma grande chance de capacitar e desenvolver a mão de obra e as empresas nacionais, observando a
logias (“revolução tecnológica”) à
tendência de crescimento desses ramos nas décadas de 1980 e 1990. Foram implementadas importan-
materialização dessas tecnologias no
tes políticas públicas de valorização da educação básica, técnica e universitária, e a consequência desses
espaço geográfico e à possibilidade
investimentos foi a formação de profissionais de excelência. Atualmente, a Índia enfrenta um problema
relacionado à “exportação de cérebros”, ou seja, de profissionais altamente capacitados, que a deixam para
de efetivação da globalização por
trabalhar em outros países, onde são mais valorizados. meio desses processos, associando,
Hoje, o país é mundialmente reconhecido como um polo da tecnologia da informação e da educação. afinal, o reposicionamento da Índia
Entretanto, o desenvolvimento trazido pela globalização tem um aspecto controverso e quase perverso, no panorama mundial à sua inserção
como defendia o geógrafo Milton Santos, porque é desigual e não objetiva necessariamente a melhoria no mercado global.
social. O acesso às estruturas técnicas e educativas desenvolvidas no país não é democrático, e a maior 2. Resposta pessoal. Espera-se que o
parte da população indiana sofre com a desigualdade social e a miséria. As benesses trazidas pelo desen- estudante aborde o fato de que a
volvimento não são bem distribuídas; beneficiam as empresas com bons resultados financeiros, bem como globalização, apesar de garantir me-
os setores da sociedade que pertencem às classes sociais mais bem formadas e preparadas, o que torna o lhores indicadores de competição
desenvolvimento social muito mais lento e desigual se comparado ao desenvolvimento econômico. para a Índia no cenário global, não
foi capaz de transformar os ganhos
Neeraj Chaturvedi/Alamy/Fotoarena

econômicos em ganhos sociais efe-


tivos para a população indiana.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Mulheres trabalhando em empresa de telemarketing. Katni, Índia, 2020.
DA EDITORA DO BRASIL
1 Relacione o processo conhecido como “revolução tecnológica” à formação do “meio técnico-científico-
-informacional” e às recentes modificações observadas na posição da Índia no panorama econômico
global.

2 Como você relacionaria globalização a desenvolvimento na Índia? Leve em consideração o desenvolvi-


mento tecnológico e o desenvolvimento social do país.

233

233
4
Objetivos do capítulo
• Analisar os aspectos econômicos
de alguns países do Oriente Médio.
• Entender a importância do petróleo
e da água para os países da região. Oriente Médio
• Estudar os principais conflitos, suas
origens, motivações e implicações
na geopolítica atual da região.

Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou as principais caraterísticas econômicas de alguns
pedagógicos
países asiáticos. Neste capítulo, você vai estudar os aspectos econômicos de alguns
Os aspectos econômicos, a agro- países do Oriente Médio, a importância do petróleo e da água e os principais conflitos e
pecuária, a industrialização e confli- implicações na geopolítica atual da região.
tos são conhecimentos previamente
trabalhados no Ensino Fundamental

Entre a Europa e o Oriente


(EF03GE09, EF05GE02, EF05GE05,
EF06GE06, EF07GE06, EF08GE05,
EF08GE10) que se relacionam com os O Oriente Médio corresponde a uma área de cerca de 6,7 milhões de
assuntos trabalhados no capítulo. O quilômetros quadrados, situada na porção sudoeste da Ásia, entre a Europa
resgate dessas habilidades pode ser e a África. Nessa região surgiram as primeiras aglomerações urbanas, que se
de grande importância para o início desenvolveram na depressão irrigada pelos rios Tigre, Eufrates e Jordão.
da discussão sobre o tema “As princi- A região é tão rica culturalmente – constitui o berço do judaísmo, do cris-
pais características do Oriente Médio”. tianismo e do islamismo – quanto importante no cenário econômico mundial,
sobretudo por causa de suas reservas de petróleo.
Orientações No mapa abaixo, observe a localização do Oriente Médio e dos países que
o compõem.
Promova a leitura desta página
O termo “Oriente Médio” denota uma visão eurocêntrica, pois foi cunhado
com os estudantes e auxilie-os com pelos colonizadores europeus na época das Grandes Navegações, no século XV,
a leitura do mapa Oriente Médio: e significa uma região que está a “meio caminho” entre a Europa e o Oriente.
político. Pergunte a eles o que sa- Portanto, tratava-se de uma região estratégica, já que era passagem obrigató-
bem sobre os países representados. ria para os navegadores e colonizadores europeus que desejavam alcançar o
Peça que observem a disposição geo- Oriente e ter acesso às especiarias.
gráfica da península arábica, que é Oriente Médio: político Atualmente, a região
cercada a oeste pelo Golfo Pérsico Mar Negro GEÓRGIA abriga cerca de 463 milhões
Sonia Vaz

TURQUIA QUIRGUISTÃO
(parte europeia) Ankara ARMÊNIA AZERBAIJÃO UZBEQUISTÃO
e pelo Golfo de Omã, e a leste pelo 40°N
TURQUIA
Mar
Cáspio TURCOMENISTÃO de pessoas (dados do World
Mar Vermelho. Considere os aspec- (parte asiática)
Population Review , 2022).
tos culturais, econômicos e políticos Mar LÍBANO
SÍRIA
Teerã
Cabul
PAQUISTÃO
Grande parte dessa popula-
Bagdá
citados no texto para discutir com os Mediterrâneo Beirute
Tel Aviv
Damasco AFEGANISTÃO
ção é árabe. Mas há também
Amã IRAQUE
IRÃ
estudantes a respeito da relação entre ISRAEL JORDÂNIA turcos, iranianos e israelen-
30°N KUWAIT
essas características e os fatores geo- Cidade do
KuwaitG
ses. O Oriente é o berço de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
olf
gráficos mencionados. BAREIN
oP
Manama CATAR rsic
é três grandes religiões, e a
OMÃ
o
Doha
maioria dos seus habitan-
DA EDITORA DO BRASIL
Trópico de Câncer ARÁBIA Golfo de Omã
Riad Abu Dhabi
SAUDITA
tes segue o islamismo (tam-
Ma

EMIRADOS Mascate Mar da N


r

ÁRABES UNIDOS Arábia


bém chamada de religião
Ve

ÁFRICA ÍNDIA
rm

20°N
OMÃ
elh

O L
OCEANO muçulmana). O cristianismo
o

ÍNDICO
Capital de país Sana IÊMEN
S também tem seguidores,
0 482 964 km
Limites internacionais principalmente no Líbano, no
Golfo de Áden 1 : 48 200 000
30°L 40°L 50°L 60°L 70°L Egito e na Síria. Já o judaísmo
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 49. predomina em Israel.

234

234
Orientações
Economia Destaque para os estudantes que
Israel é o único país do Oriente Médio classificado como Israel, apesar de ser um país classifica-

Christopher Pike/Bloomberg/Getty Images


socioeconomicamente desenvolvido. Em Israel, o setor industrial do como socioeconomicamente de-
é bastante expressivo, a agricultura é moderna e há importantes senvolvido, é bastante recente, tendo
centros de pesquisas tecnológicas. No entanto, nas últimas déca- sido reconhecido somente em 1948.
das, alguns países do Oriente Médio vêm se destacando no cenário Solicite aos estudantes que locali-
internacional no que diz respeito à economia, entre eles Emirados zem no texto os países indicados no
Árabes Unidos, Catar, Omã e Bahrein. mapa da página anterior.
Nos últimos anos, essas nações ganharam projeção internacio- Destaque que os Emirados Árabes
nal por apresentarem desenvolvimento econômico acima da média,
Unidos são conhecidos também por
em relação aos demais países da região.
suas plantas paisagísticas não usuais
O maior recurso desses países são as reservas de petróleo,
e pelos arranha-céus. O mais alto do
que lhes conferem grande potencial energético. O petróleo repre-
mundo, o Burj Khalifa, por exemplo,
senta cerca de 80% de toda a arrecadação deles. A pujança dessas
nações tem feito com que o setor de turismo, esporte e lazer receba
fica na cidade de Dubai e mede cerca
altos investimentos. de 840 metros de altura.
Para explorar o assunto relacionado
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 2022.
ao petróleo e suas crises, sobretudo
Petróleo e água a de 1973, retome com os estudan-
O petróleo é a fonte de energia mais utilizada no mundo, e tes o que é a Opep e quais países a

Ahmed Jadallah/Reuters/Fotoarena
a região do Oriente Médio é responsável pela produção de cerca compõem.
de 65% dele. A região detém a maior reserva mundial desse O mundo já passou por duas cri-
recurso natural (cerca de 48%). Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait ses do petróleo, também conhecidas
e Emirados Árabes Unidos possuem as maiores reservas na região. como “choques internacionais do pe-
Atualmente, seis países do Oriente Médio – Arábia Saudita,
tróleo”. O primeiro choque ocorreu
Emirados Árabes Unidos, Catar, Irã, Iraque e Kuwait – pertencem
em 1973, quando os países-mem-
à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo
bros da Opep, que controlavam a
formado por 12 países que controlam o volume de produção e o
preço do barril de petróleo. Os países produtores do Oriente Médio,
maior parte da produção mundial,
segundo dados publicados pelo governo brasileiro em 2020, res- reduziu temporariamente a extra-
pondem por cerca de 30% da produção mundial e por aproximada- ção e o fornecimento. Ameaçaram
mente 50% das reservas medidas em todo o mundo. paralisar as vendas de petróleo aos
Direta ou indiretamente, o petróleo foi motivo de vários confli- Refinaria de petróleo. Ras Tanura, Arábia Estados Unidos e a alguns países eu-
Saudita, 2018.
tos armados no Oriente Médio. ropeus por causa do apoio político
Se, por um lado, há abundância nas reservas petrolíferas, por outro, existe que estes deram a Israel no conflito
escassez de água. A região, na qual predominam os climas árido e semiárido, é com os demais países árabes da re-
caracterizada pela baixa pluviosidade durante o ano e por poucos rios, somando gião. O segundo choque ocorreu em
apenas 1% das reservas de água doce do planeta. 1979, quando o preço do barril che-
Portanto, a disputa pelas áreas de bacias hidrográficas e aquíferos subter- gou a US$ 45, por causa da Guerra
râneos é motivo de muitos conflitos. A maioria dos países precisa importar água Irã-Iraque, que comprometeu a pro-
potável, além de investir pesadamente no processo de dessalinização da água. dução e a exportação do produto no
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Israel é o país que mais investe nessa tecnologia. mercado internacional.
DA EDITORA DO BRASIL
O volume de produção e o preço do barril de petróleo.
Os preços do barril (equivalente a
59 litros) passam por grandes oscila-
O preço do barril, que contém 59 litros, passa por grandes oscilações de tempos em tempos em função das ções de tempos em tempos em fun-
crises políticas da região e da maior ou da menor oferta do produto ao mercado internacional. Um barril de petróleo ção das crises políticas na região e da
bruto pode variar de 40 dólares a mais de 120 dólares, o que gera grande incerteza na economia global. As
maior ou menor oferta do produto ao
oscilações, com elevações bruscas do preço do barril, desestabilizam a economia e o ambiente político nos países
dependentes das importações. mercado internacional. Um barril de
petróleo bruto pode variar muito de
235
preço, o que gera grandes distúrbios
na economia global. Essas oscilações,
com elevações bruscas do preço do
barril, desestabilizam a economia e a
política dos países dependentes das
importações.

235
Orientações
É importante que os estudantes Guerras e conflitos regionais
compreendam que um dos grandes Não é raro lermos ou ouvirmos notícias de tensões ocorridas no Oriente
causadores das guerras contempo- Médio. Grande parte desses conflitos envolvem:
râneas no Oriente Médio é a busca • questões religiosas – há três religiões monoteístas predominantes na
por petróleo. Esses conflitos muitas região: o cristianismo, o islamismo e o judaísmo;
vezes contam com o envolvimento
• disputas por petróleo – é o recurso mais importante da região;
de países de potência econômica e
militar, como os Estados Unidos, por • disputas por território – relativas a ocupações, invasões e anexações de
exemplo. territórios;
• escassez de água – a região é predominantemente desértica;
• retaliações internacionais por causa de atentados terroristas.
Movimento sionista:
movimento político
que defendeu o O conflito árabe-israelense
direito de o povo No Oriente Médio, um dos conflitos mais antigos e duradouros que o mundo
judeu ter um Estado.
O termo sionismo tem presenciado acontece entre judeus e palestinos.
é derivado de Sião, Os judeus habitaram a região da Palestina por mais de 4 mil anos. Con-
denominação bíblica
tudo, tiveram de abandoná-la no século I a.C., em razão da invasão pelo Império
para se referir a
Jerusalém. Romano, espalhando-se por diversas partes do mundo, processo chamado de
diáspora. A partir de então, os povos árabes passaram a ocupar a região.
No início do século XX, os britânicos entraram em guerra contra o Império
Turco-Otomano, que dominava esse território. Ao
Palestina: a partilha da ONU – 1947
mesmo tempo, ocorria uma onda de imigração judaica
Sonia Vaz

35°L
para a região, os primeiros movimentos sionistas.
LÍBANO
No final da Primeira Guerra Mundial (1914-
-1918), os britânicos passaram a ter soberania sobre
Lago de Tiberíades
os territórios que hoje compreendem Israel, Iraque,
SÍRIA
Jordânia e regiões autônomas palestinas. Na ocasião,
Mar Mediterrâneo
o Reino Unido permitiu que os judeus se estabele-
Cisjordânia cessem apenas em áreas localizadas a oeste do Rio
Rio Jordão

ESTADO Jordão, ou seja, na Palestina.


PALESTINO Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a
Jerusalém
recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU),
za

com o apoio dos Estados Unidos, estabeleceu a par-


Ga
de

tilha do território palestino em dois Estados: Estado


ixa

TRANSJORDÂNIA
Fa

de Israel ( judeu) e Estado da Palestina (árabe). Essa


ESTADO N
divisão teve a seguinte configuração: 56,7% do terri-
DE ISRAEL
O L tório ficou para os judeus, 42,6% para os palestinos e
0,7% compreendia o território internacional neutro – a
S
EGITO
0 56 112 km
cidade de Jerusalém. Observe o mapa ao lado.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 1 : 5 600 000 Em 1948, Israel declarou-se independente, mas não
foi reconhecido pelos países árabes do Oriente Médio,
DA EDITORA DO BRASIL Território destinado
aos palestinos
Israel depois da partilha da
sendo, em seguida, invadido por cinco deles: Egito, Síria,
30°N Palestina (ONU, 1947) Líbano, Iraque e Jordânia (na época, Transjordânia). Ao
Zona Internacional
final da Guerra Árabe-Israelense (1949), Israel saiu
Limites da Palestina
vencedor e ocupou territórios palestinos, exceto as
Fonte: FERREIRA, Graça Maria
regiões de Gaza (sob controle egípcio), Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém
Lemos. Atlas geográfico: espaço
mundial. 3. ed. São Paulo: (sob controle jordaniano). Derrotado, o povo palestino perdeu seu recém-formado
Moderna, 2010. p. 103.
Estado e cerca de 900 mil palestinos fugiram para os países vizinhos.

236

Foco na BNCC
Competência geral 6 múltiplas regionalidades na Ásia, para que possam
Competência específica de Geografia 4 argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, além de defender pontos de vista e
Habilidade EF09GE08 decisões que respeitem e promovam os direitos
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes humanos, a consciência socioambiental e o consumo
analisar transformações territoriais, considerando o responsável, com posicionamento ético em relação ao
movimento de fronteiras, tensões, conflitos e cuidado de si mesmos, dos outros e do planeta.

236
Em 1964, foi criada a Organi- Orientações

Wally McNamee/Corbis/Getty Images


zação para Libertação da Palestina Oriente os estudantes sobre a lei-
(OLP), que representa uma resistên- tura dos mapas. Ressalte que a po-
cia mais organizada contra o domínio lítica de assentamentos judaicos na
israelense na região. Em 1967, na cha- Cisjordânia sempre foi o grande obs-
mada Guerra dos Seis Dias, Israel ocu- táculo às tentativas de acordo de paz
pou o Sinai (Egito), as Colinas de Golã entre judeus e palestinos. Em 2015,
(Síria), a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Israel tinha, aproximadamente, 130
Após esse conflito, mais palestinos se
comunidades espalhadas pela Cisjor-
dispersaram pela região, aumentando
dânia. Os palestinos exigem a retirada
o contingente de refugiados em outros
desses assentamentos e o reconheci-
países do Oriente Médio.
mento de suas fronteiras com base
Em 1973, na Guerra do Yon Kippur
(Dia do Perdão, feriado judaico), Egito
na configuração territorial anterior a
e Síria atacaram Israel na tentativa de 1967.
Anuar Sadat, Jimmy Carter e Menachem Begin assinam o Acordo de Paz de
recuperar seus territórios, o Sinai e as Camp David. Washington, Estados Unidos, 1978.
Colinas de Golã, respectivamente. Com Para aprofundar
apoio dos Estados Unidos, Israel venceu a guerra. Anos mais tarde, em 1979, A anexação de territórios na
Israel devolveu o Sinai ao Egito, depois do Acordo de Paz de Camp David, assi- Assentamentos Cisjordânia por parte de Israel
nado nos EUA em 1978. judaicos: representa o controle de cerca de um
comunidades civis
Em 1987, ocorreu a Primeira Intifada na Faixa de Gaza, na qual os palestinos terço da água consumida pelo Estado
que praticamente se
passaram a utilizar pedras como armas para enfrentar os soldados israelenses. transformaram em e a ocupação de uma porção de terra
Em seguida, foi criado o Hamas, uma organização política e militar islâmica cujo cidades instaladas
nos territórios
fértil da região. O represamento e
objetivo é criar um Estado Palestino. Na comunidade internacional, o Hamas é ocupados por Israel. os desvios nas águas de Golã pelos
considerado uma organização terrorista.
israelenses afetam o abastecimento
A principal tentativa de paz entre Evolução dos territórios de Israel e Palestina – 1967-2011
da Síria e da Jordânia, que dependem
esses povos, que deu início às nego- desta fonte hídrica. Compreender
Studio Caparroz

35°L 35° L
1967 2011 a importância desse recurso é
ciações para criação de um futuro LÍBANO
SÍRIA
LÍBANO

Estado Palestino, 35° L aconteceu em 1993. Colinas fundamental para se aprofundar


2011 de
SÍRIA
Por meio dos Acordos de Oslo, quando
LÍBANO Haifa Golã Haifa
SÍRIA
sobre o conflito árabe-israelense.
Colinas
de ocorreram as negociações na Noruega, Mar Mar O artigo publicado pela BBC News
Golã
Israel Haifadevolveu a Faixa SÍRIA de Gaza e a
Mediterrâneo Mediterrâneo
traz mais informações sobre isso.
cidade
Mar de Jericó, na Cisjordânia, aos Disponível em: https://www.bbc.com/
Mediterrâneo
palestinos. No entanto, judeus e pales- Tel Aviv CISJORDÂNIA Tel Aviv portuguese/internacional-57147042.
tinos não abriram mão da Cisjordânia e Ramallah Ramallah
Acesso em: 9 jun. 2022.
Jerusalém Jerusalém
A
da Telparte
Aviv
oriental de Jerusalém.
Ramallah Gaza Belém Belém

m
Em 2004, Jerusalém
uma proposta israelense Gaza

determinou Belém a retirada de todos os GAZA GAZA


CISJORDÂNIA
Gaza
assentamentos judaicos da Faixa de
Gaza,
GAZA e CISJORDÂNIA
os palestinos retomaram o ISRAEL ISRAEL

controle dessa área. No entanto, Israel


anexou territórios na Cisjordânia.
ISRAEL
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO N
N

N DA EDITORA DO BRASIL Península


do Sinai
O L JORDÂNIA

EGITO
O L
JORDÂNIA Terras
palestinas
30° N 30° N Terras
DÂNIA JORDÂNIA Terras S
O L palestinas EGITO S ocupadas
EGITO por Israel
30° N 30° N Terras
ocupadas 0 40 80 km 0 40 80 km
S
por Israel 1 : 4 000 000 1 : 4 000 000
m 0 40 80 km
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial.
1 : 4 000 000 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 103.

237

Foco na BNCC
Competência geral 7 argumentar com base em fatos, dados e informações
Habilidade EF09GE08 confiáveis, além de defender pontos de vista e
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes decisões que respeitem e promovam os direitos
analisar transformações territoriais, considerando humanos, a consciência socioambiental e o consumo
o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e responsável, com posicionamento ético em relação ao
múltiplas regionalidades na Ásia, para que possam cuidado de si mesmos, dos outros e do planeta.

237
Orientações Em 2006, o Hamas venceu as eleições par-

Chip HIRES/Gamma-Rapho/Getty Images


Sobre a guerra do Irã e do Iraque, lamentares na Palestina e passou a ter o controle
destaque os conflitos internos pro- político da Faixa de Gaza.
tagonizados pelos sunitas, xiitas e Em 2011, o governo dos Estados Unidos se
curdos no país iraquiano. reuniu com lideranças de Israel e exigiu que fos-
Destaque também que a Guerra sem devolvidas aos palestinos as terras ocupadas,
do Golfo e os demais conflitos entre conforme delimitava a fronteira anterior a 1967, e
Estados Unidos da América e Iraque Israel rejeitou enfaticamente essa proposta. Nesse
mesmo ano, a Palestina passou a fazer parte da
foram televisionados e fazem parte do
Organização das Nações Unidas para a Educação,
imaginário de muitas pessoas quan-
a Ciência e a Cultura (Unesco).
do o assunto é guerra e conflitos. Ini-
Em 2012, a Palestina passou a ser reconhe-
cie uma discussão com os estudantes
cida pela ONU como um Estado observador não
com base na seguinte questão: “Quais membro, elevando o status do Estado Palestino
são os conflitos que povoam o imagi- perante a organização.
nário contemporâneo?”. Saddam Hussein no Iraque
em 1990. Embora o povo palestino tenha conquistado alguns avanços por reconhe-
cimento, a Palestina ainda se configura como uma nação sem Estado soberano,
apesar de ter territórios autônomos.

Guerra Irã-Iraque
Essa guerra ocorreu entre 1980 e 1988, provocada pelo controle da zona
de fronteira entre esses países. O Iraque invadiu o canal de Chat-el-Arab, região
de estuário dos rios Tigre e Eufrates. Outras causas também podem ter contri-
buído para essa invasão, como o anseio do Iraque em readquirir terras perdidas
para o Irã em 1975, a evolução do islamismo xiita em território iraquiano e a
questão do separatismo curdo. O Iraque saiu com maiores vantagens políti-
co-militares dessa guerra, mas com grande dívida externa por ter contraído
empréstimos para financiar o confronto.

Guerra do Golfo
Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait para controlar as jazidas de petróleo
desse país e o transporte desse recurso pelo Golfo Pérsico. Essa invasão foi
considerada ilegal pela ONU e pela comunidade internacional. O Iraque sofreu
sanções internacionais e foi obrigado a se retirar do Kuwait após sofrer bom-
Fuzileiros navais dos EUA em bardeios dos países aliados, liderados pelos Estados Unidos.
Candaar, Afeganistão, 2001.

Guerra do Afeganistão
Dave Martin/AP POOL/AFP

Em 2001, os Estados Unidos invadiram o


Afeganistão sob o argumento de derrubar o
regime talibã. Esse regime foi acusado de ter liga-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO ções diretas com o ato terrorista de 11 de setem-
DA EDITORA DO BRASIL bro de 2001, nos Estados Unidos. Em 2015, o
governo estadunidense anunciou que manteria
uma tropa de 10 mil soldados no Afeganistão até
2017, quando reduziria o contingente para 5 500
soldados. No final de agosto de 2021, após 20
anos de ocupação, os EUA concluíram a retirada
das tropas do Afeganistão.

238

238
A ocupação militar estadunidense no Afeganistão e no Iraque em 2003 foi Orientações
consequência da Doutrina Bush. Essa doutrina justificou a política externa esta- Comente com os estudantes que
dunidense no período em que o presidente George W. Bush esteve no poder os ataques estadunidenses em terri-
(2001-2009), tendo como princípio o direito de o país tratar como terroristas as tório iraquiano ocorreram sem o con-
nações que abrigam grupos terroristas ou lhes dão apoio. sentimento da ONU.
Após a leitura sobre o conflito na
Guerra do Iraque Síria, pergunte aos estudantes se eles
conhecem refugiados sírios no Brasil.
A Guerra do Iraque eclodiu em 2003, quando os Estados

dpa Picture-Alliance/AFP
Unidos, apoiados pelo governo britânico, invadiram esse país.
Em seguida, retome o conceito de re-
Os EUA acusavam o governo do Iraque de apoiar o terrorismo e fugiado, diferenciando-o do conceito
ter armas químicas de destruição em massa. A invasão ocorreu de migrante.
sem a permissão da ONU.
Os Estados Unidos derrubaram o governo do então dita- Atividades
dor Saddam Hussein e assumiram o controle do país. Saddam complementares
Hussein foi condenado à morte por ter autorizado, em 1982,
1. Organize a turma em seis grupos
o assassinato de 186 xiitas durante seu governo no povoado
e atribua a cada um, um dos con-
de Dujail. No período da guerra, muitos poços de petróleo
foram destruídos e o Iraque foi impedido de vender petróleo
flitos apresentados neste capítulo:
por imposição da ONU. Apenas em 2011 as tropas americanas a Questão Palestina. a Guerra Irã-
Comboio do exército americano se desloca pelo
começaram a se retirar do país. deserto. Al-Sharkat, Iraque, 2003. -Iraque, a Guerra do Golfo, a Guerra
do Afeganistão, a Guerra do Iraque e
o conflito na Síria. Cada grupo deve
Conflito na Síria sintetizar as informações e apresentar
Em 2011 teve início um conflito na Síria, originado nas revoluções da em seminários os principais eventos
Sunita: partidário das
Primavera Árabe, nome dado ao período em que a população de algumas convicções religiosas de cada conflito, o período ocorrido,
nações árabes se revoltou contra os governos de seus países, há anos no poder. e políticas do sunismo os países envolvidos e as principais
Os protestos na Síria foram contidos violentamente pelo governo de Bashar – ramificação do
islamismo cujo nome consequências para a população local.
al-Assad e resultaram numa guerra civil. Bashar al-Assad representa uma etnia tem origem na Suna,
minoritária e de elite na Síria, a alauíta (setor do xiismo), enquanto a maioria da livro sagrado em que
população (sunita) não se vê representada pelo governo. estão compilados
os grandes feitos e
Após um acordo entre Estados Unidos e Rússia, o governo de Bashar exemplos do profeta
al-Assad, para evitar a intervenção internacional, comprometeu-se a assinar Maomé. Para os
sunitas, a hierarquia
um tratado e permitir que o arsenal químico sírio fosse destruído. O governo
de poder cabe aos
sírio foi acusado de ter usado armas químicas contra seus opositores em 2013. líderes religiosos,
Enquanto os rebeldes afirmavam tentar acabar com a ditadura e implantar que são diretamente
escolhidos pela
a democracia, o governo alegava defender o país de terroristas. população islâmica.
Com mais de 140 mil mortos
(entre eles 5 mil crianças e 7 mil mulhe-
Ali Jarekji/Reuters/Fotoarena

res), a guerra aguçou o separatismo na


região, levando os combatentes mais
extremistas a se reunir em torno do
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
autodenominado Estado Islâmico (EI).
Atualmente, os sírios constituem o
DA EDITORA DO BRASIL
maior grupo de refugiados do mundo,
posto antes ocupado pelos afegãos.

Refugiados sírios e ativistas


jordanianos protestam contra o
presidente da Síria, Bashar
al-Assad. Amã, Jordânia, 2012.

239

239
Orientações Em 2015, os opositores da Síria passaram a receber apoio do Estado
Explore com os estudantes a ideia Islâmico, que ocupou áreas do país na intenção de derrubar o governo e instalar
de “nação sem Estado”. Retome co- seu projeto de califado. No mesmo ano, o EI assumiu a autoria de atentados ter-
nhecimentos prévios sobre o tema, roristas em Paris, que mataram aproximadamente 130 pessoas. Em decorrência
verificando a compreensão dos con- disso, o governo sírio recebeu apoio logístico da Rússia, da França e dos Estados
ceitos de nação, povo, Estado, territó- Unidos, principalmente na forma de ataques aéreos, bombardeando alvos no
rio, soberania, entre outros que consi- país controlados pelo EI.
derar pertinentes. Na sequência, peça
que reflitam a respeito de como pode Faça no caderno

existir uma nação sem Estado e inicie


uma breve discussão sobre o assunto,
mostrando diferentes casos e situa- O povo curdo: em busca de autonomia
ções em que esse conceito, ou con- Uma das maiores atrocidades ocorridas no Iraque foi o massacre dos curdos no norte do país, na
ceitos parecidos, pode ser utilizado. guerra com o Irã. No Iraque, os curdos foram perseguidos durante o governo do ditador Saddam Hussein
½ Respostas (1979-2003), o que provocou a saída de cerca de 2 milhões deles para o Irã e para a Turquia.
O povo curdo corresponde a uma nação sem Estado, a maior de todo o mundo. Grande parte da popu-
Um pouco mais sobre lação curda, estimada entre 25 milhões e 30 milhões de pessoas, segundo dados de 2019, habita acam-
1. Espera-se que o estudante identi­ pamentos provisórios em vários países da região, especialmente na Turquia, no Iraque, na Síria e no Irã.
fique que o povo curdo é uma nação O povo curdo reivindica a criação do Estado do Curdistão, e todos os países onde há refugiados os
consideram uma ameaça para a integridade territorial.
sem Estado, ou seja, é um povo cujo
Atualmente, os curdos administram, no Iraque, um território autônomo no qual há grandes reservas
governo não é reconhecido interna-
de petróleo. Na Síria, a partir de 2012, os curdos passaram a administrar partes do norte do país e esta-
cionalmente e não tem soberania
beleceram uma administração autônoma de transição.
sobre o território que ocupa, e que Em 2014, o Estado Islâmico declarou ter o controle de um território onde vivem os curdos, entre a
relacionem essa informação com a Síria e o Iraque. A intenção do EI é estabelecer um califado islâmico na região, disputando com os gover-
situação de outros povos, como os nos regionais o controle de territórios. Em 2015, forças curdas retomaram do Estado Islâmico um campo
da Palestina, da Caxemira e do Tibete. de petróleo iraquiano.
O estudante deve argumentar com
base em fatos, dados e informações Curdistão
confiáveis, além de defender pontos
Sonia Vaz

40°L 50°L

de vista e decisões que respeitem e Mar Negro GEÓRGIA

promovam os direitos humanos. Ankara


ARMÊNIA
AZERBAIJÃO
40°N
Mar
TURQUIA Cáspio
(parte asiática) Diyarbakir C
u
r
d
Rio E is
u fr Mosul
at tã
Rio

CHIPRE s o Teerã
e

Kirkuk
Ti g

LÍBANO SÍRIA N
r

Mar
e

Beirute
Mediterrâneo Damasco Bagdá IRÃ O L
Tel Aviv
Amã IRAQUE
S

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO 30°N


EGITO ISRAEL
JORDÂNIA
KUWAIT
Go 0 217 434 km

DA EDITORA DO BRASIL Capital de país


Cidades principais
Curdos
ARÁBIA SAUDITA Cidade
do Kuwait
lfo

rsi
co
1 : 21 700 000

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 3.


ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 100.
Atividade em grupo

1 Com base na leitura do texto acima, discuta com os colegas o anseio do povo curdo
e de outras minorias nacionais e étnicas.

240

240
Faça no caderno

5. Questões religiosas, disputa por


Atividades petróleo, por território e posse de
água, além de retaliações interna-
1 Que fatos podem ser mencionados para dimensionar a importância cultural, histórica e econômica do cionais justificadas por atentados
Oriente Médio? terroristas.
2 O que justifica o fato de Israel ser o único país considerado desenvolvido no Oriente Médio? 6. Os avanços do acordo ocorreram
porque Israel devolveu aos pales-
3 Que outras nações da região, além de Israel, têm mostrado destaque econômico e por quê? tinos a Faixa de Gaza e a cidade de
4 Qual é o paradoxo entre o petróleo e a água no Oriente Médio?
Jericó, na Cisjordânia.
7. A posse do canal de Chat-el-Arab,
5 Quais são as principais causas de conflitos no Oriente Médio? região do estuário dos rios Tigre e
6 Comente esta afirmação: “O Acordo de Oslo representou avanços para o povo palestino”.
Eufrates.
8. Derrubar o regime talibã, acusado
7 O que estava em jogo no conflito entre Iraque e Irã na década de 1980? de ter ligações diretas com o ato ter-
8 Qual foi a alegação dos Estados Unidos para ocupar o Afeganistão em 2001? rorista de 11 de setembro de 2001.
9. Os Estados Unidos acusavam o
9 Que argumentos motivaram a Guerra do Iraque em 2003? governo do Iraque de apoiar o ter-
10 Explique a frase: “Os curdos são uma nação sem Estado”. rorismo e ter armas químicas de
destruição em massa.
Para refletir 10. O povo curdo é uma nação sem
território fixo que reivindica a cria-
1 Observe os dados da tabela a seguir e explique a importância geopolítica e econômica dos países do ção do Estado do Curdistão.
Oriente Médio no mundo.
Para refletir
Reservas comprovadas de petróleo bruto (%) – 2018
1. S eis países do Oriente Médio são
Venezuela 24,9 Nigéria 3,1 integrantes da Opep. Essa organiza-
ção controla o volume de produção
Arábia Saudita 21,9 Catar 2,1 e o preço do barril de petróleo. No
Irã 12,8 Argélia 1,0 Oriente Médio estão as maiores
reservas de petróleo do mundo,
Iraque 12,1 Angola 0,7 fonte energética mais usada no
Kuwait Equador
planeta.
8,4 0,7
Desafio
Emirados Árabes Unidos 8,1 Gabão 0,2
1. O
 riente os estudantes para que
Líbia 4,0 Guiné-Equatorial 0,1 pesquisem as notícias mais re-
Fonte: Opep. Disponível em: www.opec.org/opec_web/en/data_graphs/330.htm. Acesso em: 22 abr. 2022. centes sobre a Questão Palestina
em sites e jornais reconhecidos.
É essencial que mais de uma fon-
Desafio te seja consultada a fim de obter

1
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Pesquise em fontes confiáveis informações e notícias recentes sobre a Questão Palestina.
Atividade em grupo
posicionamentos múltiplos sobre
a temática. A atividade possibilita
DA EDITORA DO BRASIL
Traga o material para a sala de aula e compare-o com o dos colegas. Em seguida, elaborem desenvolver com os estudantes três
juntos um jornal em forma de mural. Caso o conteúdo do material seja muito complexo e etapas de trabalho: 1 – leitura do
longo, resuma as ideias essenciais. Depois, junte-se a alguns colegas e formem um grupo para discutir texto e decomposição de seus ele-
as informações encontradas e estabelecer relações com o conteúdo estudado neste capítulo. Ao final, mentos; 2 – análise do documento;
redija as conclusões do grupo no caderno. 3 – opinião sobre o documento.
Essa atividade poderá ser realizada
de maneira interdisciplinar com
Língua Portuguesa.
241

Orientações
½½ Respostas 3. Nos últimos anos, Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã e
1. Foi nessa região que surgiram as primeiras civilizações. A Bahrein ganharam projeção internacional por apresen-
região constitui-se como o berço do judaísmo, do cristia- tarem desenvolvimento econômico acima da média, se
nismo e do islamismo e também é muito importante no comparado ao dos demais países da região. Os maiores
cenário econômico mundial, principalmente por causa de recursos desses países são as grandes reservas de petró-
leo e o grande potencial energético.
suas reservas de petróleo.
4. Os países do Oriente Médio, juntos, têm a maior reserva
2. Justifica-se pelo setor industrial expressivo, pela agricultura
mundial de petróleo; no entanto, convivem com a escassez
moderna e pela presença de centros de pesquisas tecno-
de água, em razão dos climas árido e semiárido, caracte-
lógicas. rizados pela baixa pluviosidade durante o ano.
241
Faça no caderno

Orientações
O conteúdo desta seção poderá ser
explorado de maneira interdisciplinar O fenômeno da migração é definido pelo deslocamento espacial de pessoas
com História. em busca de melhores condições de vida. Os fatores que motivam a migração
Retome com os estudantes con- podem ser diversos: guerras, conflitos religiosos ou étnicos, desastres
naturais, situação de desemprego, pobreza, entre outros.
ceitos relacionados à migração, como
imigração, emigração, refugiados, exi-
lados, fluxo de pessoas, entre outros

Imigrantes
que considerar pertinentes. A atividade econômica mais comum
desenvolvida pelos imigrantes árabes era
Faça uma leitura mediada e coleti- o comércio. Conhecidos como mascates ou
va do texto, auxiliando os estudantes caixeiros viajantes, compravam produtos em
na interpretação do conteúdo. centros mais dinâmicos para revendê-los
em cidades interioranas. No início, vendiam

Vincenzo Pastore/
Acervo Instituto
Moreira Salles
miudezas como bijuterias, mas com o tempo
passaram para os tecidos, lençóis e confecções.
Alguns mascates alcançaram bons resultados.
Em um primeiro momento conseguiam
50° O
contratar ajudantes e comprar carroça,
RR
posteriormente se estabelecendo em casa
João Sal/Folhapress

Equador AP comercial fixa. Vendedor de vassouras no



centro de São Paulo-SP, 1910.

AM PA
MA CE
RN
PI PB
AC PE

RO TO AL
O geógrafo brasileiro Aziz BA
SE
MT
Ab’Saber (1924-2012),
DF
em fotografia de 2016, em OCEANO
São Paulo (SP). Autor de GO ATLÂNTICO
importantes teorias sobre o
OCEANO MG Desembarque de
Brasil e sempre engajado
PACÍFICO
na MS ES imigrantes no porto
construção de uma relação não SP de Santos (SP), 1907.
o RJ
devastadora do homem com a Trópico de Capricórni São Paulo Rio de Janeiro

Museu da Imigração do Estado


de São Paulo, São Paulo
natureza, tem ascendência que PR
Santos
remonta à imigração árabe no
país. Em função de conflitos
SC Ao chegarem aos portos de
N
religiosos no Líbano, seu pai – RS Santos e do Rio de Janeiro, os
católico – migrou para o Brasil O L imigrantes se locomoviam para
em 1913. Após chegar ao Porto as cidades onde pretendiam
de Santos, seguiu para São Luiz S se fixar por meio das linhas
do Paraitinga, no interior de São 0 475 950 km férreas, desenvolvidas também
Paulo, onde trabalhou como 1 : 47 500 000
nesse período.
mascate, vendendo produtos O estado do país que mais recebeu imigrantes
que comprava em Taubaté. Após árabes foi São Paulo, seguido por Rio de Janeiro,
alguns anos nesse ofício, abriu Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
seu próprio comércio.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Acervo Museu da
Imigração/Arquivo Público
do Estado de São Paulo

Em São Paulo, esse comércio se


DA EDITORA DO Atecidos
concentração de lojas de
BRASIL e armarinhos dos
concentrava na Avenida do Estado e nas
ruas 25 de Março e da Cantareira.
imigrantes sírios e libaneses no Comércio de propriedade de imigrantes
início do século XX foi o embrião sírio-libaneses em São Paulo (SP), 1950.
do intenso comércio popular
presente em partes do espaço No Rio de Janeiro, as lojas estavam nas ruas

Arquivo/Agência
O Globo
da Alfândega, José Maurício e Buenos Aires.
urbano de metrópoles como
Rua comercial no centro do
São Paulo e Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro (RJ), 1956.

242

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 7
O conteúdo do infográfico utiliza a linguagem
cartográfica para promover o desenvolvimento
do raciocínio espaço-temporal.

242
Orientações
Ao mesmo tempo que pode significar uma alternativa, a migração impõe uma série de desafios aos ½ Respostas
migrantes, como a adaptação a culturas diferentes daquela com a qual se identificam e a reinserção no
mercado de trabalho. Uma das etnias que migraram em maior número para o Brasil é a árabe. Saindo Em foco
de países do Oriente Médio, com destaque para a Síria e o Líbano, aqui puderam contribuir para o
desenvolvimento de novas práticas sociais, em diversos sentidos, desde as atividades econômicas – 1. O significativo número de árabes
como o comércio – até os hábitos alimentares. que embarcaram rumo ao Brasil no
início do século XX se justificou pelos
conflitos religiosos e pela estrutura

Emigrantes
O maior fluxo de árabes que embarcaram para o
Brasil ocorreu nas primeiras décadas do século XX socioeconômica da Síria e do Líbano.
(de 1900 a 1930). As causas da emigração de 2. A atividade econômica predomi-
quase 100 mil pessoas vindas do Oriente Médio
para o território brasileiro estão relacionadas aos nante foi o comércio: de mascates
conflitos religiosos e à estrutura socioeconômica a proprietários de lojas.
dos países de origem.

No âmbito religioso, o conflito acontecia entre a



tradição islâmica
40° L
do Império Otomano, na época
vigente nessa região, e as comunidades católicas.
Eram estes últimos os que emigravam em razão das
Meridiano de Greenwich

diferenças de crença e suas consequências.

OCEANO Como a atividade econômica principal do período


era a agricultura, aqueles que não tinham terra
ATLÂNTICO Gênova para o cultivo de itens necessários ao sustento da
família também se viam obrigados a pensar em
alternativas. Uma delas era partir para o Brasil, com
expectativa de uma vida mais próspera.
ITÁLIA
40° N

Condutta
N
Ma SÍRIA
r Me Trípoli
O L
diterrâneo
Beirute
LÍBANO
S

0 440 880 km

1 : 44 000 000
Fontes: TRUZZI, Oswaldo. Sírios e libaneses. Narrativas de história e cultura.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Entrevista com o professor Aziz
Nacib Ab´Saber. Geosul, n° 14 – Ano VII – 2° semestre de 1992. Disponível
em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/download/12809/11992.
Acesso em: 22 abr. 2022.
Roger-Viollet/AFP

O trajeto dos emigrantes era feito de navio e tinha início nos


portos de Beirute ou Trípoli, ambas cidades do Líbano. Após
fazerem conexão em algum porto do Mar Mediterrâneo, como o
de Gênova, na Itália, para aguardar embarcações com o destino
pretendido, seguiam para a América do Sul, desembarcando
nos portos de Santos ou do Rio de Janeiro.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
1 Quais foram as motivações da emigração árabe para
o Brasil no início do século XX?

2 Ao se fixarem no Brasil, quais atividades econômicas


foram predominantemente desenvolvidas por esses
Embarque de imigrantes em Beirute, Líbano, imigrantes?
década de 1910.

243

243
Faça no caderno

Orientações
Faça as atividades a seguir e reveja o que você Por outro lado, 25% das famílias chinesas
½½ Respostas
aprendeu. mais pobres têm apenas 1% da riqueza chinesa.
Para encerrar AFP. 82 milhões de chineses vivem na pobreza. Exame, 15 out. 2014.
1 Volte ao mapa de densidade demográfica da Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/82-milhoes-de
1. a) A população chinesa concentra- -chineses-vivem-na-pobreza. Acesso em: 22 abr. 2022.
China na página 214 e responda:
-se na porção sudeste do terri- a) O crescimento econômico de um país é ga-
tório, em função das diversas a) Em qual região se encontra a maior concen-
rantia de igualdade social? Justifique.
atividades urbano-industriais e tração humana? Identifique algumas razões
que contribuíram para a ocorrência desse b) Essa desigualdade apontada no texto tam-
da presença de relevo menos
fato. bém pode ser verificada no Brasil? Comente.
acidentado dessa região.
b) A menor concentração ocor- b) Em qual região há a menor concentração hu- 3 Apresente os setores industriais de destaque na
re nas porções sul e norte da mana? Por quê? Índia.
China, devido às grandes mon- 2 Leia o texto a seguir e responda às questões. 4 Leia o trecho de notícia a seguir e faça o que se
tanhas e desertos, respectiva- Mais de 82 milhões de chineses vivem na pede.
mente. pobreza, com menos de um dólar por dia, Cinco civis indianos foram mortos e pelo
2. a) O crescimento econômico não apesar dos vários anos de crescimento cons- menos 25 ficaram feridos nesta segunda-feira
é garantia de igualdade social. tante que transformou a China na segunda em confrontos ao longo de um trecho da dis-
Depende da distribuição e con- economia mundial. putada fronteira da Índia com o Paquistão na
centração da renda no país. A De acordo com a definição do governo região da Caxemira, o maior número de víti-
China é um exemplo, pois eco- chinês, a pobreza se caracteriza por um mas desde que a Índia cancelou uma rodada
nomicamente o país vem cres- rendimento anual inferior aos 2.300 iuanes de negociações de paz no mês passado.
cendo, no entanto, não eliminou (US$ 375, 295 euros), o que corresponde a A região himalaia da Caxemira tem sido
a desigualdade social. menos de um dólar por dia. um ponto de discórdia entre Índia e Paquis-
b) Na realidade brasileira também No final do ano passado, 82 milhões de tão desde que os dois países se tornaram
encontramos desigualdade so- chineses – em uma população total de 1,36 independentes da Grã-Bretanha em 1947.
bilhão – viviam sob este limite, afirmou Eles já travaram três guerras e chegaram
cial. Como há concentração de
à imprensa o encarregado de desenvolvi- perto de uma quarta em 2001.
renda, muitos vivem com pou-
mento, Zheng Wenkai. Além disso, há enfrentamentos esporádi-
co dinheiro.
O Banco Mundial considera, por sua vez, cos ao longo da fronteira de fato, conhecida
3. Destacam-se as indústrias farmacêu- como Linha de Controle.
que o limite da pobreza está em 1,25 dólar por
tica, automobilística, aeroespacial, dia: isso quer dizer que 200 milhões de chine- BUKHARI, Fayaz. Cinco civis indianos morrem na fronteira com Paquistão.
cinematográfica, de diamantes, de ses estão na pobreza, se levarem em conta os
Exame, 6 out. 2014. Disponível em: http://exame.abril.com.br/mundo/
cinco-civis-indianos-morrem-na-fronteira-com-paquistao/.
minas e energia, de informática. “critérios internacionais”, comentou Zheng. Acesso em: 23 maio 2022.

4. a) A população da Caxemira é “A maioria desses chineses vive em zonas a) Aponte fatores que explicam a discórdia entre
islâmica, mas essa região es- de risco de terremotos ou com infraestrutu- Índia e Paquistão na região da Caxemira.
tá situada na Índia, de maioria ras muito precárias, o que complica os esfor-
b) Por que essa disputa é uma ameaça à segu-
hindu. Sua população deseja ços para tirá-los da pobreza”, assegurou.
rança local e mundial?
se separar da Índia e se integrar Na China, o país mais povoado do mundo,
ao Paquistão, porém, o gover- o PIB por habitante era de apenas 6.767 dóla- 5 Cite dois fatores responsáveis pelo desenvolvi-
no indiano não admite perder res no ano passado, ou seja, 13% do produto mento econômico do Japão.
a Caxemira para o Paquistão e MATERIAL DE DIVULGAÇÃO interno bruto dos Estados Unidos, segundo
6 Quais são as regiões ou os países considerados
mantém a província sob seu
comando.
DA EDITORA DO BRASIL um jornal oficial chinês, o Global Times.
O crescimento econômico chinês – que
Tigres Asiáticos? Qual foi o modelo adotado por
eles para alcançar um crescimento econômico
b) Porque os dois países têm chegou a 10% anuais, e agora está em torno
significativo?
bombas nucleares. dos 7,5% – não impediu as desigualdades.
Segundo um estudo da Universidade de 7 Cite as bacias hidrográficas do Oriente Médio que se
5. Maciços investimentos em educa-
Pequim, 1% das famílias controla um terço destacam por serem motivos de disputa por água.
ção e pesquisa e ajuda financeira
da riqueza do país. Que países estão envolvidos em cada disputa?
dos Estados Unidos.
6. Taiwan, Hong Kong, Coreia do 244
Sul, Singapura, Tailândia, Malásia
e Indonésia. O modelo estratégico
utilizado por esses países foi baseado
em isenção fiscal para as multina- Sobre a avaliação
cionais, atraindo grandes empresas
para seus domínios. ½½ Acompanhamento da aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
7. Bacia do Rio Jordão (Israel, Síria, De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para retomar conhecimentos relativos à população e à so-
Jordânia e Palestina) e bacias dos rios fazer as atividades da seção Para encerrar. Utilize-as como ciedade asiática, retorne com os estudantes ao conteúdo do
Tigre e Eufrates (Síria, Iraque e Turquia). diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas no início mapa da página 212 e às atividades da página 221. Em re-
da unidade (EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08, EF09GE09 lação aos conflitos e movimentos separatistas, retome o con-
e EF09GE10) foram desenvolvidas de maneira satisfatória. teúdo dos mapas das páginas 223 e 224 e as atividades da
As atividades propostas na unidade podem auxiliar os es- página 225. Quanto aos aspectos econômicos desse con-
tudantes na preparação para exames de larga escala. tinente, retome o conteúdo do gráfico da página 226 e as

244
Orientações
8 Qual é a maior riqueza mineral do Oriente Médio? Qual é a importância econômica dela para a região e ½½ Respostas
para o restante do mundo?
Para encerrar
9 A escassez de água no Oriente Médio é um importante aspecto para o qual os governos da região têm
voltado sua atenção. Sobre isso, responda às questões a seguir. 8. Petróleo. Isso faz da região um es-
a) Quais são os fatores naturais relacionados a essa escassez?
paço estratégico e de interesse in-
ternacional, visto que o petróleo é a
b) Quais implicações políticas essa escassez tem gerado?
principal fonte de energia utilizada
c) Como os governos da região têm tentado reverter a escassez? no mundo.
10 Faça o que se pede. 9. a) A baixa pluviosidade e a pouca
a) O conflito Israel-Palestina iniciou-se na década de 1940 e até a atualidade continuam ocorrendo presença de rios, características
ataques militares e represálias. Que função o muro erguido pelo Estado de Israel em alguns trechos dos climas árido e semiárido.
da área de fronteira com os territórios palestinos assume em relação a esse cenário de conflito? b) Devido à escassez, há disputas
b) Relacione as características do terreno da região com a opção pela construção do muro. entre os países pelas áreas de
bacias hidrográficas e aquíferos
11 Qual é a aspiração do povo curdo? Onde seus componentes vivem na atualidade?
subterrâneos.
12 Observe a sequência de mapas a seguir e discorra sobre as modificações pelas quais passaram esses c) A dessalinização da água do
territórios no período representado. mar e a importação de água
potável são algumas medidas
Evolução dos territórios de Israel e Palestina – 1947-2011
tomadas pelos governos da re-

Sonia Vaz/Studio Caparroz


35°L 35° L 35° L

1947 1967 LÍBANO 2011 LÍBANO


gião.
LÍBANO
SÍRIA
10. a) O muro construído por Israel é
SÍRIA
Mar Mediterrâneo Lago de Tiberíades
Haifa Haifa uma forma de restringir a cir-
SÍRIA
Mar
Mediterrâneo
Mar
Mediterrâneo
culação das populações pales-
tinas e de isolá-las, garantindo
assim controle sobre os territó-
Rio Jordão

Cisjordânia
Tel Aviv Tel Aviv
ESTADO
PALESTINO
Ramallah Ramallah rios ocupados, além de reforçar
Jerusalém Jerusalém
a ideia de não pertencimento e
Jerusalém Belém Belém
de exclusão dos palestinos dos
za

TRANSJORDÂNIA Gaza Gaza


Ga
de

CISJORDÂNIA CISJORDÂNIA
territórios do Estado de Israel.
ixa

GAZA GAZA
Fa

b) A região tem terreno predomi-


ESTADO O L ISRAEL ISRAEL
DE ISRAEL JORDÂNIA JORDÂNIA
nantemente plano, sem gran-
N N
S des elevações de altitude, e as
EGITO 0 58 116 km O L O L condições de clima e vegetação
1 : 5 800 000
EGITO S EGITO S
restringem as áreas de assenta-
30° N
Território destinado
aos palestinos
30° N
mento. A ocupação histórica de
Israel depois da partilha da
30°N Palestina (ONU, 1947)
Terras palestinas
palestinos e israelenses se deu
Zona Internacional 0 40 80 km 0 40 80 km
Limites da Palestina 1 : 4 000 000
Terras ocupadas
por Israel 1 : 4 000 000
em áreas próximas e com me-
lhores condições. Por conta des-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 103.
sa escassez de áreas adequadas
para o povoamento, Israel op-
DA EDITORA DO BRASIL tou por barreiras físicas de ex-
Leia
clusão da população palestina.
Expresso para a Índia, de Airton Ortiz (Record). O autor relata uma viagem fascinante à Índia, lugar de cultura
particular, tradições religiosas milenares e um povo diverso.
11. Formar um Estado soberano, o
Passaporte para a China, de Lygia Fagundes Telles (Companhia das Letras). Este livro de crônicas é também um diário Curdistão. Vivem em territórios da
de bordo que mostra um olhar panorâmico da paisagem, dos costumes e da população chinesa na década de 1960. Turquia, do Iraque, da Síria e do Irã,
principalmente.
12. Espera-se que o estudante perce-
245
ba, pela sequência dos mapas, a
expansão israelense sobre as terras
designadas pela ONU como consti-
atividades da página 231. No que se refere ao Oriente Mé- Avaliação de resultados tuintes do Estado da Palestina, entre
dio, retome o conteúdo do mapa da página 234 e explore a o período da Partilha da Palestina
Retome os objetivos da unidade descritos na página 210
situação atual abordando o processo dos conflitos represen- (1947) até a Guerra dos Seis Dias
deste manual e baseie-se neles para a elaboração de uma
tados nos mapas das páginas 236 e 237 e as atividades da (1967).
avaliação. É importante certificar-se de que as competências
página 241, auxiliando os estudantes caso tenham dúvidas. gerais e as competências e habilidades específicas de Geo-
grafia indicadas sejam contempladas na avaliação.

245
Objetivos da unidade

Saeed KHAN/AFP
• Compreender o processo de ocu-
pação da Oceania.
• Identificar as principais característi-
cas do relevo da Oceania.
• Relacionar os tipos de clima aos ti-
pos de vegetação da Oceania.
• Conhecer os principais problemas
ambientais da Oceania.
• Estudar os aspectos demográficos da
Oceania, de modo geral, com desta-
que para Austrália e Nova Zelândia.
• Entender a atual situação dos abo-
rígenes e dos maoris na Austrália e
Nova Zelândia, respectivamente.
• Conhecer as principais característi-
cas da economia da Oceania, prin-
cipalmente da Austrália e da Nova
Zelândia.
• Reconhecer a participação dos paí-
ses da Oceania no bloco econômi-
co da Apec.

Introdução
A última unidade do volume traba-
lha os aspectos da Oceania. São apre-
sentadas a localização da Oceania
e os principais traços do domínio
europeu no continente. O estudan-
te conhecerá as principais caracte-
rísticas naturais da Oceania: relevo,
clima e vegetação, e também as ca-
racterísticas populacionais e sociais,
principalmente da Austrália e da
Nova Zelândia. São trazidas também
as características econômicas mais
marcantes da Oceania, sobretudo da
Austrália e da Nova Zelândia.

Justificativa MATERIAL DE DIVULGAÇÃO


DA EDITORA DO BRASIL
O estudo dos aspectos sociais da
Oceania, combinados com o estu-
do dos aspectos naturais, permitirá
a compreensão das dinâmicas popu-
Aborígene australiano em frente ao Uluru,
lacionais econômicas e políticas do local de grande significado espiritual para
continente e seus desdobramentos os povos indígenas da região. Parque
Nacional Uluru-Kata Tjuta, Austrália, 2019.
em todo o mundo. Além disso, o es-
tudo da região trará ao estudante co-
246
nhecimento sobre as características
dos países da Oceania, e permitirá
que consiga associar os fatores histó-
ricos aos econômicos e culturais que Levantamento de conhecimentos
permanecem atualmente.
prévios
Com os estudantes, faça um levantamento dos conheci-
mentos prévios que eles tenham sobre a Oceania. É possível
que haja pouco conhecimento, provavelmente atrelado a
filmes ou estereótipos, por exemplo, podem saber que é
um lugar onde há cangurus e aborígenes, mas sem com-
preender quem de fato são esses povos originários. Peça
que observem a imagem de abertura e questionem se, caso
não soubessem tratar-se de uma imagem da Oceania, a que
lugar eles atribuiriam a imagem.

246
8
Orientações
As perguntas referentes à obser-
vação e à interpretação da imagem
relacionam-se ao conhecimento pré-
vio do estudante e à reflexão sobre as
características do lugar em que vive,
evidenciando o seu protagonismo no
processo de ensino-aprendizagem.
A Oceania possui uma série de carac-

Oceania
terísticas que não são evidenciadas
de forma recorrente pelos grandes
veículos de informação, e pouco se
divulga a respeito dos seus aspectos
econômicos, históricos e culturais.
Aproveite o conteúdo dessa unidade
Os Mares do Sul pertencem ao maior oceano da Terra, o para trabalhar com os estudantes as
Pacífico. A expressão “Mares do Sul” é também um sinô- particularidades dos países, as fron-
nimo de Oceania: um continente formado por milhares de teiras ultramarinas e os povos origi-
ilhas rodeadas de águas azul-celeste, que abriga socieda-
nários, além do histórico colonial do
des tradicionais aborígenes e grandes cidades alinhadas ao
continente.
Ocidente. Observe a fotografia e responda:
½ Respostas
1. O que você conhece desse continente? 1. Resposta pessoal. Incentive os estu-
2. Que característica natural e social é evidenciada dantes a refletir sobre o que conhe-
na fotografia? cem da Oceania. Provavelmente, já
ouviram falar de alguma caracte-
rística natural, econômica, cultural,
ou mesmo alguma curiosidade de
algum país do continente. Exemplos
que podem ser citados: os desertos
da Austrália; as paisagens paradisía-
cas da Nova Zelândia e das diversas
ilhas; a fauna muito rica e diversa
do continente; os altos índices de
desenvolvimento humano da
Austrália e da Nova Zelândia; os
povos tradicionais do continente,
como os maoris e os aborígenes etc.
2. A característica natural eviden-
Nesta unidade, você vai estudar: ciada é uma paisagem árida, com
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
• a localização e divisão política do continente; vegetação arbustiva. Já o aspecto so-
DA EDITORA DO• BRASIL
a dominação europeia; cial é a retratação de um aborígene,
• aspectos físicos: relevo, hidrografia, clima e vegetação; que representa os povos originários
• ocupação do território e origem étnica da população; do continente.
• perfil demográfico;
• principais atividades econômicas;
• meio ambiente.

247

BNCC na unidade
O encaminhamento desta unidade propicia O trabalho com as competências e habilidades da BNCC
o desenvolvimento das competências e das está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ati-
habilidades a seguir. tudes e valores, sendo o ambiente e a vivência escolar
Competências gerais 1, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 fundamentais para o fortalecimento do respeito, solidarie-
Competências específicas de Ciências Humanas dade, organização, participação, cooperação, protagonismo
2e5 e reflexão dos estudantes. Essas atitudes e valores devem
estar relacionadas às regras, espaços e materiais escolares,
Competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4,
ao convívio entre professores, funcionários e estudantes e
5, 6 e 7
ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Habilidades EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08,
EF09GE09, EF09GE10, EF09GE16 e EF09GE17
247
1
Objetivos do capítulo

Localização
• Localizar a Oceania e seus respec-
tivos países.
• Compreender o processo de ocu-
pação e dominação do continente.
e ocupação
Pré-requisitos
pedagógicos
A localização dos continentes e o
processo de dominação e colonização
No capítulo anterior, você estudou os aspectos econômicos de alguns países do
europeia são conhecimentos previa-
Oriente Médio e os principais conflitos. Neste capítulo, você estudará a localização
mente trabalhados no Ensino Fun- da Oceania e as principais características do domínio europeu no continente.
damental – Anos Finais (EF07GE02,
EF07GE06, EF08GE01, EF08GE05) que
se relacionam com os assuntos ex-
plorados no capítulo. O resgate desse Características gerais
conhecimento pode ser de grande A Oceania é o menor dos continentes do globo, com uma área de aproxi-
importância para iniciar a discussão madamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à extensão
sobre o tema “Localização e ocupação do território brasileiro. O continente ocupa apenas 5,8% das terras emersas da
da Oceania”. superfície terrestre. Também é o continente menos populoso, com cerca de 42,6
milhões de habitantes (dados de 2020 da ONU) e uma densidade demográfica de
Orientações 5 hab./km2.
Ressalte que a Oceania compreen- A Oceania é formada por 14 países. Os que mais se destacam pela exten-
de a Austrália e as ilhas adjacentes são territorial e pela dinâmica econômica são Austrália e Nova Zelândia, mas o
do Oceano Pacífico. Em seguida, para território também compreende as ilhas do Pacífico adjacentes.
dar uma noção aos estudantes da O inglês é o idioma mais falado no continente, e há países em que se fala
densidade demográfica da Oceania, francês, além dos dialetos nativos. Observe no mapa a seguir a localização
compare o número de habitantes da Oceania.
As ilhas da Oceania estão divididas em:
da Oceania com o de outros países
e de estados brasileiros. Ressalte que • Polinésia (“muitas ilhas”) – é o maior grupo de ilhas, entre elas os arquipé-
a população do estado de São Paulo, lagos de Taiti, Samoa e Tonga;
por exemplo, é maior que a de todo o • Melanésia (“ilhas negras”, como eram chamadas pelos exploradores em
continente da Oceania. referência à cor da pele dos habitantes nativos) – esse conjunto agrupa ilhas
próximas à Austrália. São elas: Papua Nova Guiné, Bismark, Salomão, Novas
Mapa-múndi: Oceania - 2017 Hébridas (atual Vanuatu), Nova
Caledônia, Fiji e Santa Cruz;
Sonia Vaz

0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico
60°N
• Micronésia (“pequenas
E U R O PA ilhas”) – formada pelos arqui-
30°N
ÁSIA
pélagos de Carolinas, Palau,
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Trópico de Câncer
OCEANO
ATLÂNTICO ÁFRICA
OCEANO
Marianas, Marshall, Gilbert e
Ellice.
PACÍFICO
DA EDITORA DO BRASIL 0°Equador
OCEANO PACÍFICO
AMÉRICA
OCEANO
Meridiano de Greenwich

N ÍNDICO
Trópico de Capricórnio OCEANIA
30°S
O L
0 3 114 6 228 km

S 1 : 311400 000
60°S
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ANTÁRTICA
Oceania 120°O 60°O 60°L 120°L Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 36.

248

248
Observe a seguir o mapa político da Oceania. Orientações
Ressalte que, como na América
Oceania: político - 2017 e em outras partes do globo, há di-

Sonia Vaz
20°N
120°L 140°L 160°L 180° 160°O
Ilhas Havaí
140°O
versos povos nativos que habitam as
Ilhas Mariana
do Norte
(EUA)
ilhas. Faça uma leitura mediada da pá-
Aganã (EUA)
FILIPINAS Guam (EUA) MI gina com os estudantes, e evidencie o
C R ILHAS MARSHALL
O O C E A N O PA C Í F I C O mapa que mostra os países, as ilhas e
Koror ESTADOS N
FEDERADOS É Uliga
as fronteiras dos países pertencentes
PALAU DA MICRONÉSIA Palikir S
à Oceania. Neste momento é impor-

IA
Equador Bairiki
0° Yaren
P tante explicar à turma que as frontei-
INDONÉSIA M NAURU
KIRIBATI
PAPUA E L ILHAS ras dos países abarcam grandes áreas
NOVA GUINÉ A

O
TIMOR-LESTE SALOMÃO TUVALU Ilhas Tokelau
N oceânicas.

L
Honiara Fongafale (NZ)
É

IN
Port Moresby S Ilhas Wallis SAMOA Samoa
I e Futuna OC. Americana POLINÉSIA Ao abordar o conteúdo da seção
VANUATU

É
Apia (EUA) Papeete FRANCESA
(FR)
Um pouco mais sobre a respeito da

A
Porto NIUE ILHAS COOK

S
Nova
Caledônia Vila Suva TONGA Alofi
a Polinésia Francesa, evidencie aos es-

I A
20°S
(FR) FIJI Avarua
Trópico de Capricórnio Numea Nukualofa
Ilhas Pitcairn
(RU) tudantes que o território ainda está
AUSTRÁLIA

Linha Internacional de Data


Adamstown sob domínio da França, não possui
sua independência e é considerado
Camberra
um país “ultramarino”. Foi ocupado
OCEANO ÍNDICO NOVA N
pelos povos polinésios por volta de
40°S ZELÂNDIA Wellington
O L 200 a.C, e estes tiveram o primeiro
Capital de país S
contato com os colonizadores euro-
Cidade principal
0 550 1 100 km
peus no século XVI.
1:55 000000

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 53.

Atol: grupo de ilhas


Polinésia Francesa disposto em forma
circular, fechada ou
Formada por 118 ilhas e atóis, no Pacífico Sul, ocupa uma área que equi- aberta, com uma
vale à metade do tamanho do Brasil. Incluindo água e terra, são mais de 4 lagoa no centro. Tem
origem na fixação
milhões de quilômetros quadrados no meio do oceano. de corais, que se
A região, originária de erupções vulcânicas, está localizada no chamado acumulam sobre
Cinturão de Fogo do Pacífico. É constituída de ilhas montanhosas com vasta a superfície das
bordas das crateras
vegetação tropical, plantações de abacaxi e coco, praias de areia muito branca de antigos vulcões
e um mar que proporciona grande variedade de tons de azul, de acordo com marinhos.
a profundidade da água e a variedade de corais no fundo.
Moorea, Polinésia Francesa, 2020.
agefotostock/Alamy/Fotoarena

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

249

Foco na BNCC
Competência geral 1 da Oceania. O tema valoriza a utilização dos
Competências específicas de Geografia 1 e 3 conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e dos conhecimentos
Habilidade EF09GE17 geográficos para entender a interação entre a
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes sociedade e a natureza e o processo de ocupação
explicar as características físico-naturais e a forma humana e produção do espaço.
de ocupação e usos da terra em diferentes regiões

249
Orientações
Retome com os estudantes a ques- A dominação europeia
tão do “descobrimento” da América e Embora a costa da Austrália e algumas ilhas da Oceania
ressalte que a Oceania não foi “desco- já fossem conhecidas dos europeus no século XVI, foi no final
berta” também. Destaque que a do- do século XVIII que eles iniciaram a colonização do continente.
minação europeia ocorreu de diversas As expedições científicas à Oceania, financiadas pelo
maneiras ao longo da colonização. Reino Unido, garantiram aos britânicos a posse da Austrália e,
Reforce a importância do continen- em seguida, da Nova Zelândia e de outras ilhas. O continente
te para o desenvolvimento científico, passou a atrair as potências europeias, que estavam perdendo
principalmente em relação à botânica suas colônias em outras regiões.
No século XIX, Reino Unido, França e Alemanha instala-

akg-images/Album/Fotoarena
e ao estudo de minerais.
ram bases navais e comerciais na Oceania. Interessados na po-
Comente também que, com o des-
sição estratégica desse continente, os Estados Unidos, entre
trutivo processo de colonização, os
o final do século XIX e o início do século XX, estabeleceram
povos aborígenes da Austrália que
bases militares na região e se apossaram de algumas ilhas.
não foram dizimados, migraram para A presença dos colonizadores, especialmente britânicos,
Meno Haas. James Cook,
o centro do país, formado pelo gran- navegador inglês, 1803. levou praticamente ao extermínio da população nativa da Austrália e da Nova
de deserto da Austrália, conhecido Gravura colorida.
Zelândia e alterou sua organização social e econômica. Os aborígenes austra-
como Outback. lianos foram massacrados ou escravizados, e os maoris da Nova Zelândia viram
Caso seja oportuno, ressalte à tur- sua população ser reduzida em virtude da dominação europeia.
ma que o primeiro europeu a chegar Até hoje, muitas ilhas da Oceania permanecem sob o domínio de antigas
no continente foi o português Fernão potências coloniais ou são administradas pela Austrália e pela Nova Zelândia;
de Magalhães, mas que o navegante poucas são independentes. Há também territórios que não pertencem aos paí-
não teve conhecimento do seu feito ses da Oceania: o Havaí, por exemplo, que faz parte dos Estados Unidos, e a Ilha
em vida, já que faleceu no mesmo de Páscoa, que pertence ao Chile.
ano, no território que hoje é conhe- Atualmente, há diferenças marcantes entre os países que compõem a
cido como as Filipinas. A sua inten- Oceania. Austrália e Nova Zelândia são classificadas como nações desenvolvi-
ção era descobrir um novo caminho, das, enquanto os demais têm economias frágeis e dependem de ajuda externa.
mais rápido e econômico, à Índia, mas A economia das ilhas do Pacífico é organizada com base na pesca e na agricul-
Tradicional bonde tura de subsistência; em algumas delas ocorre a monocultura de exportação,
acabou tendo a rota desviada ao atra- em Wellington, capital
principalmente de coco, além de serviços de turismo.
car nas ilhas Marianas. Anos mais tar- da Nova Zelândia, 2020.
Stefan Mokrzecki/Shutterstock.com
de, o território seria explorado pela
Inglaterra, pelos Países Baixos e pela
Espanha.

Foco na BNCC
Competência específica de
Ciências Humanas 5
O tema desta página permite
aos estudantes comparar
eventos ocorridos em tempos
diferentes no mesmo espaço. MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

250

Atividades complementares
1. Divida a turma em grupos com até cinco integrantes e • Se possível, evidenciar as consequências no meio natu-
instrua-os a pesquisarem em sites, livros e revistas confiá- ral e social da colonização;
veis, sobre a colonização do continente da Oceania. Para • Data da emancipação do país colonizado;
organizar a pesquisa, solicite que cada grupo escolha um • Atuais e principais atividades econômicas do país.
país independente, e depois, que coletem informações • Com as informações coletadas, oriente os grupos a apre-
para responder aos seguintes tópicos: sentarem o resultado da pesquisa em um breve semi-
• Qual o país responsável pela colonização? nário, com cartazes e/ou qualquer outro material que
• Qual a data da colonização? possa auxiliá-los na exposição.
• Como a exploração do território foi praticada?

250
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 Cite algumas características gerais da Oceania. 1. Formada por 14 países, a Oceania é o
menor dos continentes do globo e o
2 Sobre as ilhas da Oceania, responda às questões:
menos populoso. Os países que mais
a) Que nome recebem os três arquipélagos da Oceania?
se destacam pela extensão territo-
b) Qual deles é composto de um maior número de ilhas? rial e pela dinâmica econômica são
Austrália e Nova Zelândia. O inglês é
3 De forma geral, como se deu o processo de colonização dos países da Oceania?
o idioma mais falado no continente,
4 Por que é possível afirmar que o processo de colonização na Oceania alterou profundamente a organi- onde também há países em que se
zação social encontrada? fala francês, além de dialetos nativos.
2. a) Polinésia, Melanésia e Micronésia.
Para refletir b) A Polinésia é composta de um
1 Compare as fotografias a seguir e discorra, de maneira breve e geral, sobre as condições econômicas e sociais
número maior de ilhas, entre
da Oceania. elas estão os arquipélagos de
Taiti, Samoa e Tonga.
3. A dominação europeia começou no

trabantos/Shutterstock.com
século XVIII. Expedições financiadas
pelo Reino Unido garantiram a ele a
posse da Austrália e, em seguida, da
Nova Zelândia e de outras ilhas. O
continente passou a atrair as potên-
cias europeias, que estavam perden-
do suas colônias em outras regiões.
Ao longo dos séculos XIX e XX, Reino
Unido, França, Alemanha e Estados
Unidos instalaram bases navais e
comerciais nas ilhas da Oceania.
Até hoje, muitas ilhas do continente
Vista aérea de área litorânea de Wellington, Nova Zelândia, 2020. permanecem sob o domínio de anti-
gas potências coloniais. Há também
territórios que não pertencem aos
DOZIER Marc/hemis.fr/Alamy/ Fotoarena
países da Oceania, como o Havaí,
que é um estado estadunidense.
4. Porque uma das práticas adotadas
foi o extermínio e a escravização da
população nativa, com destaque
para os aborígenes australianos e os
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO maoris neozelandeses. A exploração
das paisagens naturais também é
DA EDITORA DO BRASIL um fator de grande influência na
destituição social do continente.
Para refletir
1. Observando-se as imagens, é possí-
Vista aérea de área em Port Moresby, capital da Papua Nova Guiné, 2018. vel concluir que há diferenças mar-
cantes entre os países que com-
põem a Oceania. Austrália e Nova
251
Zelândia são classificadas como
nações desenvolvidas, enquanto
outras, como Papua-Nova Guiné,
têm economia frágil e problemas
sociais.

251
2
Objetivos do capítulo
• Identificar as principais característi-
cas do relevo da Oceania.
• Relacionar os tipos de clima com os
tipos de vegetação do continente Aspectos físicos
australiano.
• Conhecer os principais problemas
ambientais da Oceania.

Pré-requisitos
No capítulo anterior, você estudou a localização da Oceania e as principais caracterís-
pedagógicos
ticas do domínio europeu no continente. Neste capítulo, você estudará as principais
As formas do relevo e suas carac- características naturais da Oceania: relevo, clima e vegetação.
terísticas, o uso do solo, a hidrografia
e sua importância, assim como os ti-
pos de clima e de formação vegetal, Relevo
são conhecimentos trabalhados no
O relevo do continente caracteriza-se por altitudes pouco elevadas. A Austrália
Ensino Fundamental (EF05GE10, ocupa a maior área do continente e seu relevo é composto predominantemente de
EF06GE04, EF06GE05, EF06GE06, três grandes unidades, descritas a seguir.
EF06GE10, EF06GE12) que se relacio-
• Planalto ocidental – localizado na faixa costeira oeste, tem origem muito
nam com os assuntos explorados no antiga; a altitude dos morros e serras raramente ultrapassa 600 metros.
capítulo. O resgate dessas habilidades O pico mais alto, o Monte Bruce, atinge 1 235 metros.
pode ser de grande importância para
• Depressões e planícies centrais – estende-se de norte a sul pelo centro do con-
iniciar a discussão sobre o tema “As- tinente, sendo formada, ao norte, pela Grande Bacia Artesiana, onde se encontra
pectos físicos da Oceania”. o Lago Eyre, e, ao sul, pela planície dos rios Darling e Murray, de solos férteis.
• Cordilheira australiana – constituída de estruturas geológicas antigas, está
Orientações localizada no leste e acompanha a faixa costeira, estendendo-se por quase
Solicite aos estudantes que obser- três mil quilômetros de norte a sul. O ponto culminante é o Monte Kosciusko,
vem o mapa físico da Oceania e que com 2 230 metros de altitude. A cordilheira funciona como uma barreira
identifiquem as formas de relevo des- natural às massas de ar úmidas provenientes do Pacífico.
critas na página. Retome o conheci- Oceania: físico Observe o mapa a seguir.
mento deles sobre o assunto relacio-
Sonia Vaz

Is. Marshall
nando as vantagens e desvantagens Is. Palau Is. Senyavin
I. Teraina
das formas de relevo para a ocupação I. Tabuaeran
I. Kiritimati
M
humana de um território, e pergunte 0°
Equador
E Is. Gilbert

P
I. Nova Guiné L A
M

O
I. Almirantado N

L
à turma de que forma o continente
I C

Arquipélago É
S

I N
Bismark I A
R

É
O

da Oceania seria melhor aproveitado

S
Is. Salomão I. Flint
N

Mar de Arafura

I A
É

Estreito de Torres Is. Marquesas


S

em termos de atividade econômica.


I A

Is. Samoa
TERRA DE
ARNHEM
Faça uma leitura guiada da página, Mar de Timor Mar dos Corais Is. Novas I. Bora Bora Is. Tuamotu
CO

Hébridas Is. Fiji


RD

Is. Tahiti
sempre elencando os itens citados às
ILH

Is. Tonga
EIR

GRANDE DESERTO Arq. Nova

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Is. Lealdade
AA

BRUCE AREIA Caledônia Trópico de Capricórnio


suas representações no mapa físico, e
US

1 235 m PLANÍCIES E
TR

PLANALTO DESERTO DEPRESSÕES


AL

OCIDENTAL DE GIBSON CENTRAIS Altitude


IA

esclareça qualquer eventual dúvida


DA EDITORA DO BRASIL
NA

GRANDE DESERTO
OCEANO (em metros)
VITÓRIA g
CADEIA lin Acima de 4800
que possa surgir. DARLING
ar
PACÍFICO
Rio D

Grande Baía Murray 3000 a 4800


Australiana N
Rio

KOSCIUSKO 1800 a 3000


2 230 m V. RUAPEHU
2796 m 1200 a 1800
Estreito de BassI. Furneaux Mar da Tasmânia 600 a 1200
O L
COOK
I. Tasmânia 3754 m DE
IE RY
300 a 600
OCEANO ÍC BU
AN ER 150 a 300
PL NT S
ÍNDICO CA 0 a 150
I. Stewart 0 855 1 710 km Fonte: IBGE. Atlas geográfico
Is. Auckland Picos escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
1 : 85 500 000
135°L IBGE, 2018. p. 52.

252

252
Orientações
Explique aos estudantes a impor-
tância da Grande Barreira de Corais
para a manutenção da vida marinha e
para a atmosfera. Esse assunto poderá
ser trabalhado de maneira interdisci-
plinar com Ciências.
Destaque também que, diferente-
mente da Austrália, na Nova Zelândia
há montanhas com altitudes significa-
tivas. Retome o conhecimento deles
Cavan Images/Alamy/Fotoarena
sobre a formação de cadeias mon-
Vista aérea de parte da Grande Barreira de Coral. Queensland, Austrália, 2021. tanhosas e peça a eles que reflitam
sobre a localização do país em relação
A costa leste da Austrália, banhada pelo Oceano Pacífico, é acompanhada às placas tectônicas.
por um extenso alinhamento constituído de ilhas de corais (recifes) por cerca de Coral: animal O conteúdo da seção Um pouco
2 300 quilômetros, com 600 ilhas e 300 atóis. Essa barreira foi declarada Patri- marinho, invertebrado mais sobre aborda o Uluru, importan-
mônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1981. Tem aproximadamente e com esqueleto te constituição rochosa para os aborí-
calcário, que forma
360 espécies de corais, 1 500 espécies de peixes e 2 900 recifes. recifes e atóis. genes australianos, que acabou se tor-
A Nova Zelândia se destaca pelas feições geomorfológicas, que vão desde nando um atrativo turístico por suas
fiordes a sudoeste a praias tropicais ao norte e extensas cadeias de montanhas, particularidades: é o segundo maior
como os Alpes Neozelandeses. No país há, na Ilha Sul, 18 picos com mais de três monólito do mundo e abriga sítios ar-
mil metros de altura. O mais alto é o Aoraki, ou Monte Cook, com 3 754 metros
queológicos importantes. Em 2019, o
de altitude. Ocorrem terremotos e vulcanismo na região pelo fato de o país estar
governo australiano estabeleceu por
localizado em zona de convergência de placas tectônicas, no chamado Círculo
meio de lei a proibição da escalada do
de Fogo do Pacífico. A leste da Ilha Sul encontra-se a planície de Canterbury,
principal região agrícola.
monte. Por ser um importante fator
Quanto à hidrografia, a Oceania tem poucos e pequenos rios. Na Austrália,
cultural para os aborígenes Anangu,
os dois principais são o Murray e seu afluente Darling, favoráveis à navegação que está na cultura desse povo há mi-
por atravessarem relevo de planície. No norte da Nova Zelândia, destaca-se o lhares de anos, e por vir sofrendo ero-
Rio Waikato. sões mais acentuadas devido às ativi-
dades turísticas, subir até o seu cume é
terminantemente proibido.

Benny Marty/Shutterstock.com
O lugar, ademais, é considerado
sagrado. O povo Anangu realiza até
Uluru os dias de hoje rituais e vincula ao
Na Austrália, uma das maiores atra- monólito diversas características de
ções turísticas é o chamado Uluru, também suas crenças.
conhecido por Ayers Rock ou “A Rocha”,
enorme formação rochosa sagrada para
os povos aborígenes. Com 318 metros de
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
altitude e oito quilômetros de circunferên-
cia, sua coloração muda ao longo do dia e
DA EDITORA DO BRASIL
do ano. O fenômeno está relacionado à sua
composição: arenito impregnado de mi-
nerais (cristais de quartzo), o que provoca
um brilho vermelho ao amanhecer e ao pôr
do sol. Uluru. Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, Austrália, 2019.

253

Atividades complementares
1. Solicite aos estudantes que se organizem em duplas. Então, localização do patrimônio; quando foi decretado Patrimônio
instrua-os a pesquisar em livros ou em páginas confiáveis Natural da Humanidade; o estado de conservação; e outras
da internet os Patrimônios Naturais da Humanidade de que considerar pertinentes. Cada dupla deverá apresentar
acordo com a Unesco e que selecionem um deles. Peça o cartaz de maneira breve ao restante da turma e fixá-lo
que procurem mais informações e elaborem um pequeno em local adequado posteriormente; assim, será formada
cartaz com esses dados. Combine com eles as informações uma exposição de patrimônios naturais da humanidade.
básicas que deverão constar do cartaz, como: o mapa da

253
Orientações Faça no caderno

Para elucidar o conteúdo da se-


ção Um pouco mais sobre, retome
os conhecimentos prévios dos estu- Terremoto na Nova Zelândia
dantes e pergunte-os a respeito do Um terremoto de magnitude 6,9 graus sacudiu [...] o arquipélago de Kermadec, situado ao
Círculo de Fogo do Pacífico. Caso seja norte da Nova Zelândia, sem que as autoridades informassem o total de vítimas ou danos, ou se
necessário, cite brevemente que a in- seria emitido um alerta de tsunami.
tensa atividade sísmica da região é re- O Serviço Geológico de Estados Unidos (USGS), que vigia a atividade sísmica em todo o
sultado da zona de maior confluência mundo, situou o hipocentro do terremoto a 111 quilômetros de profundidade sob o leito do mar
de placas tectônicas, sendo responsá- e a 708 quilômetros a nordeste de Ngunguru, cidade situada no extremo norte da Ilha do Norte
vel por mais de 80% dos vulcões em neozelandesa.
O Centro de Alertas por Tsunami do Pacífico emitiu um comunicado no qual descartou o
atividade no mundo.
risco de onda gigante.
½ Respostas As Kermadec, situadas entre a Ilha do Norte de Nova Zelândia e Tonga, são desabitadas,
exceto pelo pessoal da base permanentemente instalada em Raoul e que tem uma estação
Um pouco mais sobre meteorológica e de rádio.
1. O país está localizado próximo ao AGÊNCIA EFE. Terremoto de 6,9 graus atinge o norte da Nova Zelândia. Agência Brasil, Bangcoc, 10 set. 2018.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2018-09/terremoto-de
limite convergente de duas placas -69-graus-atinge-o-norte-da-nova-zelandia. Acesso em: 28 mar. 2022.
tectônicas, em uma zona sujeita a
Mapa-múndi: placas tectônicas
abalos sísmicos.
Mario Yoshida

2. Espera-se que os estudantes pon- 150° L 180° 150° O 120° O 90° O 60° O 30° O 0° 30° L 60° L 90° L

tuem os danos extensos causados


por terremotos à infraestrutura Círculo Polar Ártico
60° N PLACA
dos países, os danos e mortes por EURO-ASIÁTICA

tsunamis, assim como os problemas PLACA


NORTE-AMERICANA
causados pelas erupções vulcânicas. 30° N
PLACA
IRANIANA
Trópico de Câncer PLACA
PLACA DAS
FILIPINAS PLACA DO ARÁBICA
PLACA DO PLACA DE CARIBE
PACÍFICO COCOS
Equador PLACA AFRICANA

PLACA PLACA
SUL-AMERICANA INDO-AUSTRALIANA
Trópico de Capricórnio PLACA
PLACA DE NAZCA
30° S INDO-AUSTRALIANA

NOVA
ZELÂNDIA

60° S
Círculo Polar Antártico

PLACA ANTÁRTICA

N
Limite entre placas
0 2 050 4 100 km
O L Área de afastamento de placas
Área de encontro de placas 1 : 205 000 000
S

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar: ensino fundamental do 6o ao 9o ano. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. p. 103.

DA EDITORA DO BRASIL
1 Observe o mapa acima. O que explica a ocorrência de diversos terremotos em áreas próximas à
Nova Zelândia?

2 Quais são os riscos para a população da Oceania de viver tão próxima ao chamado Círculo ou Anel
de Fogo?

254

Para aprofundar
As ilhas da Oceania experienciam uma série de fenôme-
nos sísmicos devido à alta atividade das placas tectônicas
do Círculo de Fogo do Pacífico. O país Tonga, em janeiro de
2022, enfrentou a maior erupção vulcânica relatada há tem-
pos. Para saber mais sobre o acontecimento, acesse a notícia
Erupção de vulcão em Tonga em janeiro foi a mais intensa
em 140 anos, disponível em: https://www.cnnbrasil.com.
br/internacional/erupcao-de-vulcao-em-tonga-em-janeiro
-foi-a-mais-intensa-em-140-anos/. Acesso em: 4 jun. 2022.

254
Orientações
Clima e vegetação Instrua os estudantes na leitura e
O fato de a Oceania apresentar terras nas zonas tropical e temperada do interpretação dos mapas desta página.
planeta, além da influência das formas do relevo, justifica a ocorrência de climas Ressalte que o clima equatorial
e de tipos de vegetação bem variados. quente e úmido da Melanésia e da
Observe os mapas a seguir. Micronésia se assemelha ao clima
amazônico, assim como a abundân-
Oceania: clima
cia pluvial e a vegetação florestal den-
Studio Caparroz

Equador
0° sa e tropical.
A fauna e a flora da Oceania é con-
siderada por muitos estudiosos como
exótica e singular, já que possui uma
série de animais e plantas que só exis-
Climas
Trópico de Capricórnio
Equatorial tem em seus territórios. O fato é de-
DESERTO
DE GIBSON GRANDE DESERTO
Tropical corrente do isolamento acentuado da
Desértico
VITÓRIA OCEANO
N Semiárido Austrália dos demais países, em curso
PACÍFICO
Mediterrâneo desde a separação das faixas de terra
O L Temperado
Áreas desérticas
da Gondwana. É importante ressaltar
S Desertos da Austrália aos estudantes que, para as Ciências
OCEANO 0 945 1 890 km
ÍNDICO 1 : 94 500 000
Naturais, o isolamento de determina-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: dos ecossistemas resulta em caracte-
135° L IBGE, 2018. p. 58. rísticas únicas no desenvolvimento de
Oceania: vegetação
vegetações e dos animais endêmicos.
Studio Caparroz

Equador

Trópico de Capricórnio
Floresta temperada
e subtropical
OCEANO Vegetação mediterrânea
N
PACÍFICO Estepes
O L
Vegetação de deserto
Savanas
S Floresta tropical
OCEANO 0 945 1 890 km e equatorial
ÍNDICO 1 : 94 500 000 Fonte: IBGE. Atlas geográfico
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
135° L
IBGE, 2018. p. 61.

Nas ilhas da Micronésia e da Melanésia, o clima é equatorial, quente e úmi-


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
do. Na Polinésia, é tropical e varia conforme a latitude. Com chuvas abundantes,
em Papua Nova Guiné e no Havaí ocorre a formação de vegetação florestal
densa tropical e equatorial. DA EDITORA DO BRASIL
Na Nova Zelândia, o relevo, que apresenta sobretudo elevadas altitudes, in-
fluencia muito o clima, com temperaturas médias mais baixas. Além disso, o país
se encontra na zona temperada sul do planeta, de clima predominantemente
temperado, com chuvas bem distribuídas durante o ano, também influenciadas
pela maritimidade. A floresta temperada, principalmente de coníferas, caracte-
rísticas da região, já foi bastante devastada.

255

Foco na BNCC
Competência geral 7 identificar e comparar os domínios morfoclimáticos
Competências específicas de Geografia 4 e 6 da Oceania com os demais continentes. Possibilita,
ainda, desenvolver o pensamento espacial, o uso
Habilidades EF09GE04 e EF09GE16 da linguagem cartográfica, a argumentação com
O conteúdo desta página possibilita aos estudantes base em fatos, dados e informações confiáveis e a
relacionar paisagens diferentes aos diversos modos defesa de ideias e pontos de vista que respeitem
de vida dos povos da Oceania, valorizando, assim, e promovam a consciência socioambiental e o
identidades e interculturalidades regionais, e respeito à biodiversidade.

255
Orientações No norte e no nordeste da Austrália, o
Se possível, apresente aos estudan- clima é tropical, quente e úmido, com predomí-
tes imagens da Oceania, previamente nio de florestas tropicais e savanas. No centro
selecionadas, para ilustrar a diversidade do país, em 70% do território, prevalecem os
de climas e de formações vegetais do climas semiárido e desértico, que se explicam
continente. pela existência de massas de ar secas e de alta
Ressalte a influência das formas pressão sobre grande parte do continente, com
montanhosas de relevo na formação e fluxos de ar descendentes, característicos das
zonas de alta pressão que acompanham os
manutenção dos desertos australianos.

David Wall/Alamy/Fotoarena
trópicos de Capricórnio e de Câncer ao redor
do planeta.
Para aprofundar O relevo elevado, próximo ao litoral, tam-
A série documental Segredos da bém dificulta a chegada de massas de ar úmi-
Austrália Selvagem, de 2016, retrata a das vindas do leste, ou seja, do Pacífico. Essa
Lago Ruataniwha em Mackenzie Country, Nova Zelândia, 2018.
fauna e a flora da Austrália, ressaltando condição faz com que o país seja um dos mais
a cada episódio seus diferentes biomas secos do planeta, com índices pluviométricos
e espécies endêmicas do território. inferiores a 500 mm anuais, uma das médias
mais baixas do mundo, o que gera desertos no
interior da Austrália – entre os vários deser-
tos do país, os maiores são o de Gibson e o de
Vitória.
Ao redor das savanas, entre as áreas de
clima tropical e desértico, o clima semiárido fa-
vorece o aparecimento de estepes: vegetação

123RF/Easypix Brasil
rasteira e herbácea.
No sudeste da Austrália e na ilha da
Tasmânia, o clima é temperado, com a for-
Canguru-cinza, um dos mação de florestas subtropical e temperada. No sudoeste, há uma extensa
animais-símbolo da Austrália,
no Deserto de Pinnacles,
floresta de eucaliptos, árvore originária da Austrália, onde existem mais de
próximo a Cervantes, 600 espécies. Essas variedades foram transplantadas para outras partes do
Austrália, 2020. mundo, sobretudo para a produção de madeira.
Na região sul australiana, o clima é mediterrâneo e a vegetação é composta
Canguru nas Planícies basicamente de arbustos denominados garrigues e maquis, espécies típicas
Bamurru. Point Stuart, desse clima.
Austrália, 2018.
Georg Berg/Alamy/Fotoarena

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

256

256
Faça no caderno

Orientações
Solicite aos estudantes que com-
Observe o mapa a seguir.
parem o mapa desta página com o
Oceania: problemas ambientais – 2014
mapa de vegetação da Oceania na
página 255. Instrua-os na leitura e
Mario Yoshida

Equador

interpretação dos mapas, assim como
na comparação entre eles.
PAPUA
NOVA GUINÉ
½ Respostas

Olhar cartográfico
Darwin 1. Desertificação, desmatamento,
poluição marinha, poluição dos rios,
Derby Tennant
Caims Mar dos ar poluído e testes nucleares.
Fli Corais
Creek nd
er
s 2. A desertificação ocorre nas bordas
As Danpier Mount Isa
hbu tin
a dos desertos, e o desmatamento,
Geo

rto Rockhampton Trópico de Capricórnio


an

n Alice
na região de florestas tropicais.
rgin

Alb Springs er
am

Gascoyne erg op Gladstone


Di

Co
a

a
AUSTRÁLIA 3. Rios Ashburton, Gascoyne, Alberga,
Brisbane
g OCEANO Georgina, Flinders, Diamantina,
Kalgoorlie- in
-Boulder Port D arl PACÍFICO Cooper e Darling.
Perth Augusta
Broken Hill
Newcastle 4. A avaliação do ar é negativa, consi-
Murray Sydney
Adelaide Go
ulb Camberra
dera-se o ar de má qualidade.
ur
N Melbourne
n Mar da Tasmânia 5. As áreas desérticas não oferecem
OCEANO condições básicas para a construção
O L
ÍNDICO
NOVA de grandes cidades, nem para possi-
Tasmânia ZELÂNDIA
S bilitar infraestruturas que viabilizem
0 415 830 km
ocupações.
1 : 41 500 000
6. Sim. A poluição marinha se dá justa-
140° L
mente pela ocorrência de despejos
Cobertura vegetal Problemas ambientais
de lixo, esgoto, ou de qualquer tipo
Deserto Desertificação Rios poluídos Principais cidades
de dejeto industrial. Como os gran-
Floresta Desmatamento Má qualidade do ar
Área sem problema Poluição marinha intensa Local de testes nucleares
des polos urbanos são geradores
ambiental relevante desse tipo de dejeto, a ligação entre
Rios não poluídos
a poluição e a localização dessas ci-
Fonte: PHILLIPSON, Olly. Atlas geográfico mundial. 2. ed. Curitiba: Fundamento Educacional, 2014. p. 113. dades é a explicação para a relação
entre causa e efeito.
1 Que problemas ambientais se destacam na Oceania?

2 Em que regiões do continente se localizam as áreas de desertificação e de desmatamento?

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
3 Quais rios do continente são os mais poluídos?

4 DA EDITORA
Como está avaliada a qualidade do ar em DO BRASIL
Sydney, na Austrália?

5 O deserto é a área que apresenta menos ocorrências de principais cidades. Por quê?

6 É possível estabelecer uma relação entre a localização das principais cidades da Oceania e a poluição
marinha intensa? Por quê?

257

257
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1. O relevo do continente caracteriza-se 1 Caracterize, de forma geral, o relevo da Oceania.
pelas altitudes pouco elevadas. Na
2 O que explica o elevado número de atividades sísmicas em alguns países da Oceania, como a Nova
Austrália, país que ocupa a maior Zelândia?
área do continente, existem as se-
guintes formas de relevo: planalto 3 Explique por que a barreira de corais da Austrália foi considerada Patrimônio Natural da Humanidade.
ocidental, planícies e depressões
4 Explique a existência de desertos na região central da Austrália. Cite exemplos.
centrais e a Cordilheira Australiana.
A Nova Zelândia é composta de Para refletir
feições geomorfológicas que vão
de fiordes, a sudoeste, passando 1 Leia o trecho e veja a fotografia a seguir. Depois, responda às questões.
por praias tropicais, ao norte, até Situadas lado a lado dentro do mar, na beira da areia e à vista dos observadores que passeiam
extensas cadeias de montanhas, por uma bela estrada costeira, as pedras dos Doze Apóstolos (Twelve Apostles) são uma das grandes
como os Alpes Neozelandeses. atrações do estado de Victoria, na Austrália.
2. O fato de a Nova Zelândia e outras Escavadas pela erosão natural durante milhões de anos, essas formações calcárias de 45 metros
ilhas estarem próximas à zona de de altura pertencem à área do Parque Nacional de Port Campbell, perto da cidade de Melbourne.
contato de duas placas tectônicas [...]
– Placa do Pacífico e Placa Indo- Apesar do nome, não são 12 as pedras que formam o conjunto, mas oito (antigamente eram
-Australiana –, zona sujeita a aba- nove, mas uma se foi com a erosão). O nome foi dado em 1920 com fins turísticos.
los sísmicos. PEDRAS dos 12 Apóstolos são atração em estrada paradisíaca na Austrália. G1, São Paulo, 1 abr. 2015.
Disponível em: http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2015/04/pedras-dos-12-apostolos-sao
3. Porque se estende por aproximada- -atracao-em-estrada-paradisiaca-na-australia.html. Acesso em: 22 mar. 2022.
mente 2.300 quilômetros, abrangen-

Helge Borchers/Alamy/Fotoarena
do 600 ilhas e 300 atóis, com 360
espécies de corais, 1.500 espécies
de peixes e 2.900 recifes.
4. O relevo de parte do litoral, cons-
tituído de terrenos mais elevados,
impede a entrada de massas de ar
úmidas, provocando a formação
de desertos no interior. Exemplos:
desertos de Gibson e de Vitória.
Para refletir
1. a) E rosão hídrica ocasionada pelo
movimento das ondas do mar
e oscilação do nível das marés.
b) Agentes exógenos.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
Rochas conhecidas como 12 Apóstolos. Parque Nacional de Port Campbell, Austrália, 2019.

a) Quais são os possíveis agentes erosivos responsáveis pela formação rochosa?


b) Essas forças erosivas são consideradas agentes endógenos ou exógenos?

258

258
3
Objetivos do capítulo
• Estudar os aspectos demográficos da
Oceania, de modo geral, com desta-

Sociedade que para Austrália e Nova Zelândia.


• Compreender, do ponto de vista
histórico, a relação dos coloniza-
dores com os povos nativos da
Austrália e da Nova Zelândia.
• Entender a atual situação dos abo-
rígenes e dos maoris na Austrália e
No capítulo anterior, você estudou as principais características naturais da Oceania: re- Nova Zelândia.
levo, clima e vegetação. Neste capítulo, você estudará as características populacionais e
sociais da Oceania, principalmente da Austrália e da Nova Zelândia. Pré-requisitos
pedagógicos
Aspectos gerais
Os aspectos demográficos, os
processos de ocupação e coloniza-
O relativo isolamento da Oceania em relação aos outros continentes e o ção territoriais são conhecimentos
colonialismo tardio quando comparado às Américas e à África preservou meios previamente trabalhados no Ensino
de vida e costumes ancestrais e culturais de várias ilhas do Pacífico. Apenas Fundamental (EF05GE03, EF06GE11,
Papua Nova Guiné tem aproximadamente 1/3 dos idiomas do mundo, com EF07GE06, EF07GE10, EF08GE01,
mais de mil línguas e dialetos. O mesmo não aconteceu com Austrália e Nova EF08GE03) que se relacionam com
Zelândia, que tiveram grande parte da população nativa exterminada. os assuntos explorados no capítulo.
A população da Oceania ocupa grande variedade de ambientes, desde as O resgate deles pode ser de grande
altas montanhas na Papua Nova Guiné, passando pelos lugares que parecem importância para iniciar a discussão
saídos de livros de contos de fada da Nova Zelândia, até os sofisticados centros
sobre as principais características o
urbanos de Sydney e Auckland. Há também ilhas que atraem turistas, como
tema “Sociedade da Oceania”.
Vanuatu e Fiji. Muitas delas, apesar de grande beleza, carecem de recursos
naturais e são dependentes de turismo e de importações para abastecerem
seus mercados internos.
Orientações
A povoação da Oceania começou por volta de 50 mil anos atrás, com os Ressalte o processo de colonização
primeiros habitantes desembarcando na Austrália. Saídos da África, eles prova- tardio do território da Oceania com-
velmente atravessaram o mar pelo sudeste asiático, muitas vezes via passagens parando-o com os processos históri-
de terra que não haviam sido submersas na última glaciação. A Oceania, por cos da colonização dos continentes
sua posição e pela grande quantidade de ilhas, foi o último continente a receber americano e africano e relacionando-o
contingentes ancestrais de indivíduos. ao extermínio das populações nativas.
Austrália e Nova Zelândia, as nações de maior destaque no continente, Visão panorâmica de Retome conhecimentos e conceitos
serão destaque neste capítulo. Auckland, Nova Zelândia, referentes ao assunto.
2020.
trabantos/Shutterstock.com Comente também a diversidade
cultural do continente, em especial
das ilhas do Pacífico, destacando a
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO grande quantidade de idiomas fala-
dos na região.
DA EDITORA DO BRASIL

259

259
Orientações
Se possível, acesse e explore com Austrália
os estudantes a página do IBGE
Países para obter mais dados, indi- Sociedade
cadores socioeconômicos e informa- A Austrália tem o maior território da Oceania, com aproximadamente 86%
ções sobre a Austrália. Disponível em: das terras do continente, por isso é chamada de país-continente. Está localiza-
https://paises.ibge.gov.br. Acesso em: da entre os oceanos Índico
9 jun. 2022. Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné: e Pacífico.
densidade demográfica – 2015 Em 2020, a população
Atividades total da Austrália era de

Allmaps
aproximadamente 25 mi-
complementares
lhões de habitantes (dados
1. Proponha aos estudantes uma ativi- do IBGE). O país tem bai-
dade interdisciplinar com História. xa densidade demográfi-
Solicite que se organizem em grupos ca, apenas 3,3 hab./km2. A
e selecionem um país da Oceania maior parte da população é
Habitantes por km²
para pesquisar. Instrua-os em pes- urbana (86%),
Menos de 1 concentrada
quisar em livros e/ou páginas con- Trópico de Capricórnio principalmente
De 1 a 10 no sudeste
fiáveis da internet a história e o pro- do paísDe 10ea ao
25 longo da costa
De 25 a 50
cesso de ocupação de cada país. (dados de 2020 da ONU),
OCEANO
O grupo deverá elaborar um material PACÍFICO onde se destacam as cida-
multimídia do processo, destacando des de Melbourne, Sydney
os povos nativos do país escolhi- e a capital, Camberra. No
N
do. Combine com eles as informa- interior, encontram-se
ções básicas que deverão constar
O L
grandes áreas desabita-
no material, como: mapa do país, S
das devido à existência de
informações demográficas, línguas 0 586 1 172 km imensos desertos. Observe
1:58600 000 o mapa ao lado.
e aspectos culturais locais, e outras 140º L
A população da Aus-
que considerar pertinentes. Ao final, Habitantes por km²
trália é predominantemente
cada grupo deverá apresentar ao Menos de 1
De 1 a 10 de origem europeia (95%, a maioria de ascendência britânica); já os aborígenes
restante da turma as informações Trópico de Capricórnio
De 10 a 25 representam apenas1% do total. Eles têm uma expectativa de vida 17 anos
coletadas e um breve histórico do De 25 a 50
inferior à de um branco e se tornaram uma classe discriminada e marginalizada.
processo de ocupação do país. OCEANO
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, O país tem grande contingente de imigrantes em virtude das políticas de
PACÍFICO
Jussara Vaz. Atlas geográfico do
estudante. São Paulo: FTD, 2016.
imigração que foram muito estimuladas pelo governo no passado. Hoje, esse
p. 180. acesso é mais restrito. Em 2019, a Austrália tinha o oitavo maior IDH do mundo
e elevada expectativa de vida: 84 anos (dados da ONU).

Ocupação do território
172 km
Em 1770, o explorador e cartógrafo inglês James Cook (1728-1779) de-
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
140º L
sembarcou na costa leste australiana. Em 1788, determinados pontos do terri-
tório transformaram-se em colônias penais da Inglaterra, a exemplo de Sydney,
Colônia penal:
DA EDITORA DO BRASIL
assentamento para onde foram instalados presídios para os condenados das Ilhas Britânicas.
prisioneiros em local Muitos imigrantes ingleses passaram a colonizar o país, cuja independên-
remoto, para separá-
-los da população em cia ocorreu em 1900. Os laços políticos com a Inglaterra foram preservados
geral – muitas vezes e, em 1901, a Austrália integrou-se à Comunidade Britânica, subordinada ao
uma ilha distante ou chefe de Estado do Reino Unido. Em 1999, houve um plebiscito no país que
um território colonial.
confirmou a manutenção da condição de monarquia constitucional sob domínio
da Coroa britânica.

260

Foco na BNCC
Competência geral 1 deles, valorizando e utilizando os conhecimentos
Competência específica de Geografia 3 historicamente construídos para desenvolver
autonomia e senso crítico na compreensão e
Habilidade EF09GE09 aplicação do raciocínio geográfico ao analisar
O conteúdo desta página permite aos estudantes a ocupação humana e a produção do espaço,
conhecer aspectos populacionais, urbanos, colaborando para a construção de uma sociedade
políticos e econômicos de países da Oceania e justa, democrática e inclusiva.
discutir as desigualdades sociais e econômicas

260
A chegada dos europeus à Austrália mudou muito a história dos povos na- Orientações
tivos da região. No início da colonização, estima-se que havia naquele território Incentive os estudantes a refletir
entre 300 mil e 1 milhão de aborígenes, divididos em agrupamentos diversos, sobre as semelhanças entre o proces-
que falavam mais de 200 línguas. Seus ancestrais já viviam no local havia mais so de colonização da Oceania e o dos
de 40 mil anos, e hoje estão reduzidos a uma população de cerca de 200 mil, países americanos. Destaque a vio-
que ainda enfrenta preconceito e exclusão da sociedade australiana. lência desses processos em relação à
A importância cultural e histórica da rica cultura aborígene foi reconhecida população nativa. Peça que pensem
apenas recentemente. Em 1967, eles foram considerados cidadãos australianos sobre a situação atual dos indígenas
e, em 1976, foi-lhes concedida a propriedade das reservas onde viviam. Esses
do Brasil e também como imaginam
povos ainda são a minoria mais pobre da Austrália.
que seja a situação dos nativos da
Oceania, em especial os da Austrália.
História
½½ Respostas
Austrália pede desculpa a aborígenes
Diálogo com História
A Austrália pediu perdão aos aborígenes pelo sofri-
1. Conduza o debate para o tema da
mento causado no passado. O primeiro-ministro aus-
cidadania, a importância do reco-
traliano, Kevin Rudd, apresentou [...] numa sessão
nhecimento dos direitos humanos
parlamentar, e pela primeira vez na história do
e o fim da exploração humana.

Rafael Ben Ari/Alamy/Fotoarena


país, um pedido de desculpa aos aborígenes [...].
Essa atividade poderá ser trabalha-
Em nome do Governo e do parlamento aus-
da de maneira interdisciplinar com
traliano, Rudd ofereceu as suas desculpas, “sem
História.
reservas”, pela dor e pelos danos causados no
passado aos aborígenes. O seu discurso foi re-
cebido, quer na sessão parlamentar, quer no
Para aprofundar
exterior, com gritos de alegria e lágrimas mani- As contradições e desigualda-
festadas por milhões de australianos, aborígenes des espaciais produzidas pela glo-
e não aborígenes, que assistiram ao pedido de des- balização relegaram diversas cul-
culpa, transmitido pela televisão, em telões colocados turas, povos e países à posições de
em parques, jardins, museus, câmaras, escolas e lojas subalternidade. No artigo Oceania
do país. Aborígene australiano durante subdesenvolvida no mundo globa-
dança cerimonial. Arnhem Land, lizado: tensões de uma região de-
“Hoje honramos os povos indígenas destas terras, a cultura
Austrália, 2019.
existente, mais velha da história da humanidade”, disse o pri- sarticulada, o professor Gleydson
meiro-ministro australiano. Albano parte da perspectiva de
“Reflitamos, em particular, sobre os maus-tratos das gerações roubadas, este capítulo man- Milton Santos sobre os meios técnico-
chado da história da nossa nação”, acrescentou. -científico-informacionais para com-
[...] preender o continente da Oceania.
A mencionada “geração roubada” refere-se às crianças e jovens aborígenes que entre 1910 e Disponível em: https://cfp.revistas.ufcg.
1970 foram separados à força das suas famílias e dados para adoção ou colocados em institui- edu.br/cfp/index.php/geosertoes/
ções religiosas. article/view/1393/555. Acesso em:
Ao terminar o seu discurso, o chefe do governo australiano aplaudiu e saudou os represen- 4 jun. 2022.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
tantes da “geração roubada” convidados a estar presentes no Parlamento para receber o perdão,
sendo as suas palavras recebidas com uma nova ovação por parte do público.
DA EDITORA DO BRASIL
AUSTRÁLIA pede desculpa a aborígenes. Correio da Manhã, 13 fev. 2008. Disponível em:
www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/australia-pede-desculpa-a-aborigenes. Acesso em: 22 mar. 2022.

1 Com base na leitura do trecho acima, discuta com os colegas sobre a importância do reconhecimento
do governo australiano para a população aborígene da Austrália.

261

Foco na BNCC
Competências gerais 3, 4 e 6 subordinadas à colonização britânica ao mesmo
Competência específica de Geografia 7 tempo que mostra um quadro diversificado de
características econômicas, sociais e culturais.
Habilidades EF09GE03 e EF09GE08 Assim, articulam-se diferentes linguagens, saberes e
A gênese do processo de ocupação da Austrália vivências culturais, destacando-se princípios éticos
ressalta os impactos sociais negativos nas de respeito às diferenças diante de transformações
populações nativas (aborígenes australianos) territoriais derivadas de tensões e conflitos.

261
Orientações
Destaque os índices socioeconômi- Nova Zelândia
cos e demográficos da Nova Zelândia. Nova Zelândia: político - 2015 A Nova Zelândia lo-
Se possível, acesse e explore com os caliza-se no sudoeste do

Sonia Vaz
165°L 170°L 175°L
estudantes a página do IBGE Países 35°S Kaitaia Oceano Pacífico e é com-
e compare esses índices com os de posta basicamente de duas
Dargaville
países do mesmo continente e de grandes ilhas, a do Norte
outros. Disponível em: https://paises. Auckland e a do Sul, separadas pelo
ibge.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2022. Tauranga Estreito de Cook, rodea-
Explique aos estudantes que as Mar
Rotorua
Gisborne
das por mais de 600 ilhas
Ilha do Norte
crianças retratadas na fotografia não
da
New Plymouth menores. Observe o mapa
Ta s m â n i a
ao lado.
estão fazendo “caretas” para a câmera Wanganui Napier
40°S O longo período de
fotográfica, as expressões faciais delas
isolamento das ilhas levou
são parte das danças tradicionais dos Nelson
Wellington a uma grande diversidade
maoris e têm a função de demonstrar Ilha do Sul
de fauna, flora e paisagens,
o orgulho, a força e a unidade des- Greymouth
Kaikoura OCEANO
além da rica cultura maori.
PA C Í F I C O
se povo. Independente do Reino
Christchurch
Unido desde 1947, mas ain-
Timaru
Cromwell N da formalmente subordina-
45°S Oamaru
Kingston da à Coroa britânica, a maior
O L

Invercargill Dunedin
parte da população é de des-
Capital de país
S cendentes de europeus, com
Oban
Principais cidades
0 120 240 km
uma minoria maori e de ou-
1 : 12 000 000
tros povos da Oceania.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico A Nova Zelândia é um
escolar: ensino fundamental do
6o ao 9o ano. 2. ed. Rio de Janeiro:
país desenvolvido (14o maior IDH em 2019), com altos índices de qualidade de
IBGE, 2015. p. 99. vida, saúde, educação e economia. Os setores de serviços, industrial e de turismo
predominam nas atividades econômicas das ilhas.
Em 2020, a população total da Nova Zelândia era de aproximadamente
4,8 milhões de habitantes (dados da ONU). A densidade demográfica é de
18,3 hab./km2. A maior parte da população é urbana (86%) e está concentrada
nas cidades de Auckland, Christchurch, Wellington e Hamilton.
Entre os países desenvolvidos e industrializados, a Nova Zelândia é um dos
mais jovens, com uma taxa média de natalidade de dois filhos por casal.
No país, aproximadamente 25% da população é imigrante e mais da me-
tade vive na região de Auckland. A maioria dos imigrantes é britânica; outros
vieram da Austrália, China, Índia, África do Sul, Fiji e Samoa.

Phil Walter/Getty Images


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

A então primeira-ministra
neozelandesa Jacinda Ardern,
visitando escola primária em
Waitangi, Nova Zelândia, 2018.

262

Foco na BNCC
Competência geral 1 deles, valorizando e utilizando os conhecimentos
Competência específica de Geografia 3 historicamente construídos para desenvolver
autonomia e senso crítico na compreensão e
Habilidade EF09GE09 aplicação do raciocínio geográfico ao analisar
O conteúdo desta página permite aos estudantes a ocupação humana e a produção do espaço,
conhecer aspectos populacionais, urbanos, colaborando para a construção de uma sociedade
políticos e econômicos de países da Oceania, e justa, democrática e inclusiva.
discutir as desigualdades sociais e econômicas

262
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 Atualmente, a população aborígene apresenta os menores indicadores sociais da Austrália. Por quê? 1. Porque, historicamente, o povo
aborígene foi exterminado e excluí-
2 Caracterize a Austrália no que se refere à qualidade de vida de seus habitantes.
do da sociedade australiana, fato que
3 Levando em consideração as características físicas da Austrália, comente sobre a distribuição da popu- se reflete na condição econômica e
lação pelo continente. social de seus atuais representantes.
4 Quais aspectos da sociedade neozelandesa podem ser destacados? 2. A Austrália é um país desenvolvi-
do, que ostenta um elevado índice
Para refletir de IDH e altas taxas de alfabetiza-
ção, expectativa de vida e renda per
1 Leia o trecho a seguir. capita.
Conheça o significado do ‘haka’, a dança tribal maori que virou símbolo 3. O país tem baixa densidade demo-
dos All Blacks. gráfica: a maior parte da população
está concentrada no sudeste e ao
A equipe de rúgbi neozelandesa há mais de 100 anos realiza a dança no começo longo da costa, onde predominam
de suas partidas os climas temperado e tropical e
[...] se localizam as principais cidades:
Haka é o nome genérico pelo qual é conhecida toda a dança dos maoris [...]. Os All Blacks (e mui- Melbourne, Sydney e Camberra. No
tas outras equipes neozelandesas) a utilizam em suas partidas para mostrar sua força e unidade. interior, encontram-se grandes áreas
A seleção é considerada um exemplo de integração racial e cultural, que contribui à unidade de desabitadas devido ao predomínio
neozelandeses de diferentes origens, simbolizado na haka.
dos climas desértico e semiárido e
Das tribos maoris aos Originals All Blacks aos extensos desertos.
O Ka Mate, o haka que os All Blacks praticam há mais de um século, foi criada em 1820 pelo chefe 4. A Nova Zelândia caracteriza-se por
maori Te Rauparaha. Como explica o site dos All Blacks dedicado à história dessa dança, a canção ser um país desenvolvido, com altos
comemora a vida sobre a morte, escrita após Te Rauparaha conseguir escapar de uma tribo rival. índices de qualidade de vida, saúde
CANTÓ, Pablo. Conheça o significado do ‘haka’, a dança tribal maori que virou símbolo dos All Blacks. El País, [s. l.], 20 out. 2017.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/19/cultura/1508405168_363160.html. Acesso em: 22 mar. 2022.
e educação. A maior parte da popu-
lação é urbana e está concentrada
nas cidades de Auckland, Wellington
PA Images/Getty Images

e Hamilton.
Para refletir
1. a) R eserve um momento para os
estudantes debaterem a impor-
tância da preservação da cultura
dos povos nativos na Oceania.
All Blacks em performance Aproveite para comentar com
do haka antes de partida
de rugby, principal esporte eles essa mesma importância
neozelandês, no estádio em relação aos povos indígenas
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Aviva, durante o torneio
Autumn International 2021.
no Brasil.
DA EDITORA DO BRASIL Dublin, Irlanda, 2021. b) A resposta deve contemplar a
diversidade de condições de
a) Debata com os colegas a importância histórico-humanitária da manutenção das culturas tradicionais vida da população australiana.
na Oceania e nos demais continentes. A intenção é justamente explo-
b) Justifique a importância das lendas no imaginário cultural desses povos para explicar o mundo que rar as contradições.
os cerca.

263

Foco na BNCC
Competências gerais 3, 4, 6, 8 e 9 anos pela equipe neozelandesa de rúgbi, reforça-
Competência específica de Geografia 7 se a importância de práticas culturais e saberes
diversificados baseados em princípios éticos
Habilidades EF09GE03 e EF09GE04 e no respeito às diferenças. O debate entre os
O texto e os exercícios propostos na seção Para estudantes propicia que o raciocínio geográfico
refletir sintetizam elementos importantes dos embasado esteja vinculado à valorização de
conteúdos trabalhados no capítulo. Ao explicar os identidades e interculturalidades regionais.
significados da dança tribal maori, reproduzida há

263
4
Objetivos do capítulo
• Conhecer as principais característi-
cas da economia da Oceania, prin-
cipalmente da Austrália e da Nova
Zelândia. Economia
• Reconhecer a participação dos paí-
ses da Oceania no bloco econômi-
co da Apec.
• Compreender a importância do turis-
mo para a economia do continente.
No capítulo anterior, você estudou as principais características populacionais e
Pré-requisitos sociais da Oceania, principalmente da Austrália e da Nova Zelândia. Neste capítulo, você
estudará as características econômicas mais marcantes da Oceania, sobretudo da Aus-
pedagógicos trália e da Nova Zelândia.
Os aspectos econômicos, as carac-
terísticas gerais da atividade agrope-
cuária, do processo de industrializa-
ção e da exploração mineral, além
Austrália
dos problemas socioambientais, são A economia da Oceania está bastante atrelada ao sucesso econômico de
conhecimentos previamente tra- Austrália e Nova Zelândia, bem como ao turismo nas ilhas dos arquipélagos ao
balhados no Ensino Fundamental redor. Por serem as nações mais desenvolvidas do continente, atraem os maio-
res volumes de investimentos, exportações e importações.
(EF03GE09, EF05GE05, EF06GE06,
A Austrália é o país dominante e um dos mais desenvolvidos do mundo,
EF07GE06, EF08GE20) que se rela-
com baixos níveis de pobreza e elevada renda per capita.
cionam com os assuntos explorados
Uma atividade econômica de destaque é a mineração. O subsolo australia-
no capítulo. O resgate deles pode ser no tem grandes reservas de bauxita (minério de alumínio), urânio, zinco, ferro,
de grande importância para iniciar diamante, ouro, níquel e carvão mineral. O grande volume de exportações mi-
a discussão sobre o tema “Economia nerais possibilita o alto desenvolvimento industrial do país.
da Oceania”. Os setores industriais
Austrália e Nova Zelândia: economia - 2018 mais importantes são o side-
rúrgico e o metalúrgico, e os
Allmaps

PAPUA
I ND O NÉ S I A NOVA GUINÉ
TIMOR LESTE
Mar de Arafura ILHAS principais centros industriais
SALOMÃO
Mar de Timor
estão localizados no sudeste
Darwin Gra
Golfo de n
australiano, especificamente
de

Carpentária
em Sydney e em Melbourne.
bar

RESERVAS
rei

ABORÍGENES VANUATU
OCEANO
ra

A maior parte da energia do


co

a lí
ne PACÍFICO
r

GRANDE DESERTO
I. Nova Caledônia país provém do petróleo e do
DE AREIA Trópico de Capricórnio carvão mineral.
DESERTO DE Cidade com mais de
GIBSON 1000000 de habitantes A agricultura da Austrália
GRANDE DESERTO Brisbane Produção principal
Bauxita é bastante desenvolvida,
DE VITÓRIA
OCEANO Da
rlin
g Carvão mineral
Chumbo e zinco
moderna e mecanizada, com
ÍNDICO
maior produtividade no sul
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Rio

Grande Baía
Perth Australiana
Ferro
Adelaide Sidnei Urânio
CANBERRA do país. As culturas que se
DA EDITORA DO BRASIL Região industrial
OCEANO
ÍNDICO Melbourne Auckland
destacam são as do trigo, da
Agricultura de cana-de-açúcar aveia, da cevada, da cana-
Cultura de trigo NOVA
Criação intensiva de bovinos (leite) N
TASMÂNIA
Hobart
ZELÂNDIA -de-açúcar e do algodão,
Criação extensiva de bovinos
O L
WELLINGTON
Christchurch
cultivados em grandes pro-
Criação extensiva de ovinos
Floresta 0 485 970 km priedades. Observe o mapa
Áreas não cultivadas S
140º L
1 : 48 500 000 ao lado.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 109.

264

Foco na BNCC
Competência específica de Ciências Humanas 2
O tópico em discussão permite aos estudantes
analisar o mundo social, cultural e digital e o meio
técnico-científico-informacional com base nos
conhecimentos das Ciências Humanas.

264
Considerada um dos maiores criadores de ovinos do Orientações

Michele Mossop/Getty Images


mundo, a Austrália é o maior exportador de lã do planeta. Instrua os estudantes na leitura e
Na pecuária, ainda merece destaque a criação de caprinos e interpretação do mapa desta página.
bovinos, e o país é um dos principais exportadores mundiais Retome os conceitos e conhecimen-
de carne bovina. A videira, introduzida pelos colonizadores, tos relacionados aos blocos econô-
possibilita a produção de um vinho que compete com os
micos e acordos internacionais, des-
europeus. O turismo, cada vez mais procurado, é o setor que
tacando os já estudados sobre outros
mais emprega na Austrália. Os locais mais visitados são a
capital – Camberra –, Sydney, a Grande Barreira de Corais,
continentes. Na sequência, peça que
no litoral, e o Uluru, no interior do país. reflitam sobre a Apec e seu objeti-
A Ásia é o maior parceiro comercial da Austrália. O país vo de se transformar em uma grande
tem aumentado a importação de produtos chineses, e o zona de livre comércio até 2020.
Japão é o principal comprador dos produtos australianos.
A Austrália, com outros países do continente (Nova Criação de ovelhas em Moree,
Zelândia e Papua Nova Guiné), integra a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico Austrália, 2018.
(Apec, sigla em inglês). Criado em 1989, esse bloco econômico estabelece uma
zona de cooperação econômica que estimula o comércio entre os países-mem-
bros e diminui as barreiras alfandegárias.
O objetivo é transformar a Apec numa gigantesca zona de livre-comércio.
Observe no mapa a seguir os países-membros desse bloco.

Mapa-múndi: países integrantes da Apec - 2017

Sonia Vaz
120°O 60°O 0° 60°L 120°L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
RÚSSIA
60°N
CANADÁ

ESTADOS UNIDOS JAPÃO


CHINA
COREIA
30°N DO SUL
Trópico de Câncer TAIWAN
MÉXICO
HONG KONG OCEANO
TAILÂNDIA FILIPINAS
VIETNÃ PACÍFICO
BRUNEI
Equador MALÁSIA

OCEANO SINGAPURA
INDONÉSIA PAPUA
OCEANO PACÍFICO ATLÂNTICO OCEANO NOVA GUINÉ
PERU
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich

30°S
AUSTRÁLIA
N
CHILE

O L NOVA ZELÂNDIA

60°S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO S
Círculo Polar Antártico
0 2 095 4 190 km
Países integrantes da Apec
1 : 209 000 000

Fonte: IBGE. Atlas geográfico


escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:

Nova Zelândia e Ilhas do Pacífico IBGE, 2018. p. 78.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
A agropecuária é um setor muito desenvolvido e moderno na economia
DA EDITORA
da Nova Zelândia. Está vinculada DOespecialmente
às indústrias, BRASIL à alimentícia e à
têxtil, responsáveis por grande parte das exportações de carne, lã, leite e pele.
A tecnologia empregada na pecuária leiteira intensiva neozelandesa e sua pro-
dutividade fazem dela uma das mais avançadas do mundo.
Como a Austrália, o país conta com uma relevante criação extensiva de
ovinos. Na agricultura, as principais áreas de cultivo estão localizadas na Ilha
do Sul, onde sobressaem as plantações de trigo, cevada, aveia, milho e batata.

265

Foco na BNCC
Competência geral 7 e a natureza por meio de objetos técnicos
Competências específicas de Geografia 2, 3, e 5 específicos. Nota-se, por exemplo, que o meio
técnico-científico – informacional se concentra
Habilidades EF09GE09 e EF09GE17 apenas nos pontos em que há mais atividades
Os conteúdos relativos ao desenvolvimento das agrícolas, industriais ou de serviços com alto teor
atividades econômicas nos territórios australiano e de técnica, ciência e informação aplicada em seus
neozelandês revelam particularidades derivadas de processos.
diferentes formas de interação entre a sociedade

265
Orientações O setor siderúrgico e o de metalurgia, nas

Chris Putnam/Alamy/Fotoarena
ilhas do norte e do sul, respectivamente, são
½ Respostas
os destaques da atividade industrial da Nova
Um pouco mais sobre Zelândia. Embora o país não tenha um subsolo
rico em minerais, apresenta expressivas reser-
1. O ciclo do El Niño provocou o au- vas de recursos energéticos: carvão mineral, pe-
mento das temperaturas e mu- tróleo e gás natural. Na Nova Zelândia há grande
danças climáticas em boa parte da disponibilidade de energia geotérmica. Isso se
Oceania, que sofreu grande impacto deve à intensa atividade tectônica, que gera ca-
na produção de comida e na redu- lor subterrâneo.
ção da oferta de água potável. Os O turismo é um dos setores fundamentais
problemas ambientais resultam das da economia. Milhares de visitantes de todo o
atividades econômicas em geral, mundo são atraídos pelo ecoturismo que o país
da pesca predatória, do turismo e Vista aérea de vinhedo em Victoria, Austrália, 2021.
proporciona, desde caminhadas contemplativas
de fenômenos climáticos como o em meio a paisagens naturais até a prática de
El Niño. esportes radicais.

eye35 stock/Alamy/Fotoarena
A grande maioria da população das ilhas do
Atividades Pacífico trabalha na área de serviços (turismo,
educação e setor financeiro). Os grandes mer-
complementares cados receptores da Oceania são Japão, China,
1. Solicite aos estudantes que se orga- Coreia do Sul e Estados Unidos.
nizem em grupos. Cada grupo de- Os negócios da maioria das ilhas depen-
verá selecionar um país da Oceania. dem de relações comerciais com Austrália,
Explique que farão uma pesquisa Nova Zelândia e Estados Unidos, já que muitas
e elaborarão uma apresentação delas não produzem o suficiente para o mer-
multimídia, sugira a gravação de cado interno, devido à escassez de recursos.
um vídeo, que simule uma peça A indústria da pesca e o turismo têm bastante
publicitária de uma campanha tu- importância econômica entre os países insula-
res da Oceania.
rística do país escolhido. Instrua-os
a pesquisar, em livros e em páginas Grupo se preparando para pular de bungee jumping em
confiáveis da internet, informações ponte localizada sobre o desfiladeiro de Kawarau, próximo a
sobre o país escolhido e imagens Queenstown, Nova Zelândia, 2018.

dele. Combine algumas informa-


ções básicas que deverão constar
Faça no caderno

no material, como mapas e índices


socioeconômicos, entre outras que
considerar pertinentes. Ao final, cada Oceania: problemas ambientais
grupo deverá expor ao restante da As atividades econômicas e de turismo, apesar de injetarem dinheiro na economia da Oceania, cau-
turma as informações coletadas e sam problemas ambientais. As mudanças climáticas globais afetam especialmente os arquipélagos pou-
explicar por que se deve escolher co desenvolvidos e de economia frágil, dependentes do extrativismo e da cooperação internacional.
viajar para o país em questão. O fenômeno El Niño provocou, em 2015/2016, altas temperaturas e clima extremo para boa parte
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
da Oceania, que sofreu grande impacto na produção de alimentos e na redução da oferta de água potá-
vel. No pico, o fenômeno afetou aproximadamente 2,7 milhões de pessoas em Papua Nova Guiné, com
DA EDITORA DO BRASILescassez de alimentos e água de qualidade, o que prejudicou particularmente as crianças.
O aumento da temperatura causado pelo El Niño matou, em 2016, 22% dos recifes de coral da
Grande Barreira de Corais no litoral da Austrália. Por toda a Oceania, a pressão causada pelas mudanças
climáticas globais e pelo aumento da pesca predatória está ameaçando bancos de recifes de corais.

1 De acordo com o texto, como o fenômeno El Niño impacta as pessoas e o meio ambiente da Oceania?

266

Foco na BNCC
Competência geral 1 sociais e econômicas e as pressões sobre
Competências específicas de Geografia 2 e 3 o ambiente físico-natural deles. O tema
possibilita analisar os impactos do processo de
Habilidades EF09GE09, EF09GE10 e EF09GE17 industrialização na produção e circulação de
O conteúdo desta página permite aos estudantes produtos e culturas da Oceania e discorre sobre as
analisar os aspectos populacionais, urbanos, características físico-naturais e usos da terra em
políticos e econômicos de países e grupos de diferentes regiões do continente.
países da Oceania, e discutir as desigualdades

266
Faça no caderno

Orientações
½ Respostas
1 Explique por que a agropecuária é um importante setor de atividade econômica da Nova Zelândia. 1. A agropecuária, desenvolvida e mo-
derna, está vinculada às indústrias,
2 Observe o mapa e depois faça o que se pede.
principalmente à alimentícia e à
têxtil, responsáveis por grande parte
Mapa-múndi: países integrantes da Apec – 2017
das exportações de carne, lã, leite e

Mario Yoshida
120°O 60°O 0° 60°L 120°L
pele.
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

60°N
Círculo Polar Ártico
2. a) Apec.
b) Presença de países como
Austrália, Estados Unidos, Canadá
30°N
e Japão. Criar uma área de li-
Trópico de Câncer
vre comércio a ser efetivada até
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
2020. Em função da epidemia
0° Equador de covid-19 o prazo foi prorro-
OCEANO OCEANO gada, ainda sem data definida.
PACÍFICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio 3. Apec significa Cooperação Econômica
Meridiano de Greenwich

30°S N Ásia-Pacífico. Procura estabelecer


O L
uma zona de cooperação econô-
mica que estimule o comércio dos
60°S
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
S
países-membros.
0 2 035 4 070 km

1 : 203 500 000


4. a) Responsável por uma parcela
expressiva do PIB do país, o setor
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 34.
industrial é bem diversificado.
a) Escreva em seu caderno os nomes de três países da Oceania que fazem parte dessa área de coope- b) Diversificada e moderna, a ati-
ração econômica. vidade agrícola se desenvolve
b) Apresente dois aspectos que evidenciem a importância econômica dessa área. principalmente no sul do país.
Na pecuária, destaca-se o re-
3 O que significa a sigla Apec? Qual é o objetivo desse grupo?
banho de ovinos.
4 Relacione características da economia da Austrália referentes: c) U nião Europeia, Japão, China,
Nova Zelândia, entre outros.
a) à atividade industrial; b) à atividade agropecuária; c) aos parceiros econômicos.
Para refletir
Para refletir 1. a) Resposta pessoal. Espera-se que
1 Leia o trecho a seguir e discuta com os colegas as questões. os estudantes, com base no con-
Palau, pequeno arquipélago da Micronésia, na Oceania, a leste das Filipinas, se tornou o pri- teúdo estudado, reflitam sobre o
meiro país a exigir, de todos os seus visitantes, a assinatura de um juramento de proteção ao meio assunto e justifiquem sua resposta.
ambiente. [...] b) Resposta pessoal.

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Além de assinar o juramento, os visitantes deverão assistir, ainda dentro do avião, a um vídeo
educativo sobre a importância do turismo ecologicamente responsável [...].
DA EDITORA DO BRASIL
MARTINS, Victória. Oceania: Palau agora exige juramento de proteção ao meio ambiente. Viagem e Turismo, [s. l.], 10 jan. 2018.
Disponível em: https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/oceania-palau-agora-exige-juramento-de-protecao-ao-meio-ambiente/.
Acesso em: 11 maio 2022.

a) Você acredita que medidas de proteção ambiental como essa sejam efetivas? Por quê?
b) Que outras medidas você considera que possam alertar os turistas de regiões afetadas por impactos
ambientais para a conscientização de um turismo ecologicamente sustentável?

267

267
Faça no caderno

Orientações

Fuso horário
O conteúdo da seção Em foco via-
biliza a retomada dos conhecimentos
prévios dos estudantes acerca dos fusos
horários e das suas dinâmicas. Pergunte
à turma sobre o que sabem a respeito A adoção do sistema de fusos horários, estabelecido por um acordo internacional
dos meridianos, dos fusos horários, das
em 1912, permitiu unificar os critérios para determinar a hora em cada região.
linhas internacionais de mudança, e so-
bre por que essa ferramenta de medi-
ção do tempo é importante.
O QUE É E O QUE MARCA
A superfície da Terra é dividida em 24 fusos de 15° de longitude cada um.
Os fusos estão concentrados nos meridianos de longitude 0°, 15°, 30° etc., Leste ou Oeste.
Em cada fuso, todos os lugares adotam a mesma hora.

NORTE
LINHA INTERNACIONAL DE
MUDANÇA DE DATA
Localizada a 180° de
Greenwich (aprox.)
MERIDIANO
É utilizado para
determinar a longitude de
OESTE LESTE um lugar.

FUSO HORÁRIO 0
Adilson Secco

Foi adotado como fuso 0


hora o centro do primeiro
meridiano, que passa
pelo Observatório Real de
Greenwich, no Reino Unido.

SUL

EQUIVALÊNCIAS HORÁRIAS RELÓGIOS ATÔMICOS


Quando são 12 horas no fuso geográfico 0, o Em 1967 adotou-se o segundo atômico como
horário nas seguintes cidades do mundo, de unidade do tempo físico, baseado no átomo
acordo com o fuso oficial, é: de césio 133. Em 1972 adotou-se o Tempo
Universal Coordenado (UTC), escala de tempo
CIDADE FUSO HORA utilizada na vida civil, cuja unidade é o segundo
atômico. Este foi definido com base em dados
Washington – EUA 5h Oeste 7:00 de 230 relógios atômicos, de 65 laboratórios
Buenos Aires – Argentina 3h Oeste 9:00 distribuídos pelo mundo, pelo Escritório
Internacional de Pesos e Medidas. O Nist
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO Berlim – Alemanha 1h Leste 13:00 F-1, um relógio atômico de césio, localizado
Beijing (Pequim) – China 8h Leste 20:00 no Colorado (EUA), é considerado o relógio
DA EDITORA DO BRASIL
Sydney – Austrália 10h Leste 22:00
mais preciso do mundo. Poderia funcionar 20
milhões de anos sem se adiantar ou atrasar
nem 1 segundo.

Referências: BRASIL. Lei nº 12.876, de 30 de outubro de 2013. Brasília, DF: Presidência da República, [2013]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12876.htm. Acesso em: 11 maio 2022; GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante.
São Paulo: FTD, 2016; HM Nautical Almanac Office (HMNAO). WORLD Time Zone Map. HM Nautical Almanac Office, [s. l.], 13 dez. 2021.. Disponível
em: http://astro.ukho.gov.uk/nao/miscellanea/WMTZ/. Acesso em: 11 maio 2022; IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

268

Foco na BNCC
Competência geral 1
Competências específicas de Geografia 1, 4 e 5
O infográfico apresenta o assunto articulando
diversas linguagens para que os estudantes
compreendam e empreguem o conhecimento
geográfico relativo à dimensão histórica da
adoção do sistema de fusos horários.

268
Orientações
½ Respostas
FUSOS HORÁRIOS NO MUNDO Em foco
Os países extensos em longitude, como Canadá, Estados Unidos, Brasil e Rússia, utilizam vários fusos
horários nos respectivos territórios. 1. Espera-se que o estudante responda
Os menos extensos adotam um único fuso. que o fuso 0 é importante porque,
No verão, alguns países costumam adiantar a hora, é o chamado horário de verão. com base nele, são calculados os
horários do mundo todo.
Mapa-múndi: fuso horário civil – 2018
2. Espera-se que o estudante associe
Sonia Vaz

-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12 que um território muito extenso
90°N
adota diferentes fusos, porque eles
Reykjavik
Círculo Polar Ártico são calculados de acordo com a
60°N
Is. Aleutas
Londres Berlim
Moscou
Astana
longitude. Dessa forma, se o país é
Vancouver Paris
Ottawa Bucareste muito extenso longitudinalmente,
Washington Nova York Madri Beijing
Seul Tóquio
Los Angeles Is. Madeira
Argel
Trípole
Cairo
Teerã (Pequim)
30°N
como é o caso da Rússia, dos Estados
Nova
Trópico de Câncer Is. Canárias Riad Délhi Hong Kong Unidos, da China, do Canadá e do
Is. Havaí Cidade do
México Cabo Verde Dacar Niamei Manila Brasil, é necessário adotar mais de
Equador Bogotá
Georgetown Adis Abeba

um fuso horário.
Is. Galápagos Nairóbi
Is. Maldivas
Luanda Jacarta
Lima
Brasília Is. Fiji
Meridiano de Greenwich (GMT)

Trópico de Capricórnio
Is. Tonga Maputo
Is. Pitcaim
30°S
Buenos Cidade Sydney
Aires do Cabo Melbourne

Ilhas Malvinas
N
60°S
Círculo Polar Antártico
O L

90°S
S 180° 120°O 60°O 0° 60°L 120°L 180°
0 2 145 4 290 km

1 : 214 500 000


Horário fracionado em meia hora Linha de mudança de data Principais cidades

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 35.

A BOLA DA HORA Na figura foram utilizadas cores-fantasia. Os elementos


não estão representados proporcionalmente entre si e seu
Erguida em 1833, a bola da hora de Greenwich tamanho não corresponde ao tamanho real.

foi um dos primeiros sinais visuais do tempo.


Era usada para que a tripulação dos navios 1. 2.
sincronizasse seus cronômetros. A bola de vime, Na hora
de 60 cm de exata, a
Monica Wells/Alamy/Fotoarena

diâmetro, era bola caía.


Adilson Secco

Adilson Secco

erguida cinco
minutos antes
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO do sinal da hora.

DA EDITORA DO BRASIL
1 Com base no que você aprendeu, qual é a impor-
tância do fuso 0 para os fusos horários no mundo?

2 Por que países muito extensos adotam mais de um


fuso horário?

Fotografia em Londres, Reino Unido, 2020.

269

269
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Orientações
½½ Respostas 1 Com base no mapa da Austrália a seguir, responda aos itens da questão.

Para encerrar Austrália


Austrália
1. a) Montanhas (Cordilheira Australiana)

Studio Caparroz
com formações mais elevadas.
b) Ela impede a entrada de mas-
sas úmidas, provocando a for- OCEANO
mação de desertos. PACÍFICO

c) A : clima desértico e clima se- OCEANO


miárido; vegetação desértica. ÍNDICO

B: clima temperado; floresta


temperada e subtropical. Trópico de Capricórnio

2. Resposta pessoal. Espera-se que o A


estudante esteja consciente de que
os aborígenes foram dominados
e explorados pelos colonizadores
30º S
europeus.
3. Espera-se que o estudante conclua B
que as áreas de baixíssima densidade N

demográfica coincidem com as de O L

clima desértico e semiárido.


S
4. Predominantemente urbana, en- 0 386 772 km
contra-se distribuída irregularmen- 1 : 38 600 000

te pelo território. Majoritariamente 140° L


descendente de europeus, tem boas Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 53.
condições de vida, e mais de 25%
é formada por imigrantes, princi- a) Que tipo de relevo predomina na região hachurada?
palmente do Reino Unido, Nova
Zelândia e China. b) Qual é a interferência dessa região no clima do interior da Austrália?

5. Exploração dos recursos naturais; c) Que tipos climáticos e de vegetação são encontrados nas localidades identificadas pelas letras A e
os aborígenes perderam o direito B, respectivamente?
sobre sua terra e seus recursos.
2 Elabore um argumento crítico referente ao comportamento dos colonizadores europeus em relação aos
6. Austrália. aborígenes australianos.

3 Compare os mapas “Oceania: clima” (página 255) e “Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné: den-
sidade demográfica” (página 260). Responda: Que relação pode ser estabelecida entre os dois mapas?

4 Cite alguns aspectos da população australiana.


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
5 Cite duas características do processo de colonização australiana.
DA EDITORA DO BRASIL
Que país ocupa a maior parte do território da Oceania?
6

7 Que conjuntos abrigam as menores ilhas da Oceania? E em que oceano se localizam?

8 Compare o interesse dos europeus pela Oceania nos seguintes períodos históricos: séculos XVIII e XX.
Registre suas conclusões.

270

Sobre a avaliação
½½ Acompanhamento de aprendizagem ½½ Estratégias para superar defasagens
De forma geral, verifique se os estudantes conseguiram Para retomar os conhecimentos relativos à localização e
responder às questões da seção Para encerrar. Utilize-as à ocupação da Oceania, revise o conteúdo com base nos
como diagnóstico para avaliar se as habilidades indicadas mapas das páginas 248 e 249, nas informações da pági-
no início da unidade (EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08, na 250 e nas atividades da página 251. Em relação aos
EF09GE09, EF09GE10, EF09GE16 e EF09GE17) foram desen- aspectos físicos, explore o assunto por meio dos mapas das
volvidas de maneira satisfatória. As atividades propostas na páginas 252, 254 e 255, e das atividades da página 258.
unidade podem auxiliar os estudantes na preparação para Quanto aos aspectos sociais e demográficos, trabalhe-os re-
exames de larga escala. tornando à página 259, aos mapas das páginas 260 e 262
e às atividades da página 263. A economia da Oceania pode
270
Orientações
9 Justifique a afirmação: “Algumas ilhas ou arquipélagos da Oceania pertencem a países como Nova ½½ Respostas
Zelândia, França, Austrália e Estados Unidos”.
Para encerrar
10 Observe a fotografia abaixo e relacione a prática desse esporte ao relevo da Nova Zelândia.
7. Melanésia, Polinésia e Micronésia,
localizadas no Oceano Pacífico.
mauritius images GmbH/Alamy/Fotoarena

8. No século XVIII, no início do pro-


cesso colonial, o principal interes-
se era a exploração comercial das
terras. Já no século XX, o interesse
era mais estratégico, com a insta-
lação de bases navais e militares
no continente.
9. Algumas ilhas e arquipélagos estão
vinculadas politicamente a algu-
mas nações e, por isso, não têm
Mulher escalando o Monte Taranaki, localizado no Parque Nacional Egmont, na Província de New Plymouth, Nova Zelândia, 2019.
soberania política.
11 Caracterize a economia da Nova Zelândia. 10. As formas montanhosas são mui-
to comuns no relevo da Nova
12 Quem são os maoris? Zelândia.
13 Observe a fotografia a seguir e, depois, faça o que se pede. 11. O setor terciário (comércio e pres-
tação de serviços) é bem desenvol-
TTONN/Shutterstock.com

vido, assim como a agricultura e a


atividade industrial.
12. Povo nativo que habitava o terri-
tório da Nova Zelândia antes da
chegada do colonizador e que hoje
está reduzido a menos de 15% da
população.
13. a) O país está localizado próximo
ao limite convergente de duas
Monte Ngauruhoe coberto de neve localizado no Parque Nacional Tongariro, em Manawatu-Wanganui, Nova Zelândia, 2019. placas tectônicas, em uma zona
sujeita a abalos sísmicos.
a) Explique o fator geológico determinante para a ocorrência dessa estrutura natural na Nova Zelândia. b) Vulcanismo.
b) Cite outro fenômeno natural que ocorre na Nova Zelândia devido à sua posição geográfica.

Assista
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
Os homens do quinto mundo, de José Manuel Novoa. Espanha, 2000. Guiado por um ancião que luta para
preservar a cultura aborígene, o documentário apresenta as diferentes tribos que habitavam o quinto continente
DA EDITORA DO BRASIL
antes da chegada dos colonizadores e que hoje vivem sob a denominação de “aborígenes australianos”. Além
dos rituais espirituais, do significado da pintura e da música, o filme mostra como as reservas, as tradições e os
costumes dessa cultura se encontram à beira da extinção (52 min).
Encantadora de baleias. de Nick Caro. Nova Zelândia, 2003. Nesse filme, um grupo de maoris, o povo ancestral
da Nova Zelândia, precisa deixar de lado sua tradição patriarcal para dar continuidade aos ritos milenares, à rica
cultura e ao povo minguante em meio a uma sociedade globalizada (101 min).

271

ser revista usando-se os mapas das páginas 264 e 265 e as


atividades da página 267. Auxilie os estudantes esclarecen-
do eventuais dúvidas.

Avaliação de resultados
Retome os objetivos da unidade descritos na página 246
deste manual e baseie-se neles para elaborar uma avaliação.
É importante certificar-se de que as competências gerais e as
competências e habilidades específicas de Geografia indica-
das sejam contempladas na avaliação.

271
Referências

AB’SABER, A. N. Domínios morfoclimáticos MORAES, A. C. R. A gênese da Geografia moderna.


e províncias fitogeográficas do Brasil. Revista São Paulo: Hucitec: Edusp, 1999.
Orientação, São Paulo: IG-USP, 1970. Livro que analisa o processo da construção do
Publicação que trata os domínios morfoclimáticos conhecimento geográfico destacando os diferentes
associando-os aos domínios fitoclimáticos. momentos da geografia clássica e da geografia
quantitativa e a evolução da geografia crítica.
ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E. Y. O espaço geográfico:
ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1998. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU).
Aborda o ensino da ciência geográfica e explica como Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br. Acesso
trabalhar os conceitos relativos ao espaço e às suas em: 1 maio 2022.
possíveis representações. Site que disponibiliza um conjunto de informações
BANCO MUNDIAL. Disponível em: https://www. de interesse social e econômico que se referem
worldbank.org/. Acesso em: 30 abr. 2022. principalmente ao Brasil.
Banco de dados que fornece um conjunto de ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A
informações sobre os aspectos econômicos e sociais ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA (FAO). Status of the
do Brasil e de outros países, sobretudo da América, da World’s Soil Resources, 2015. Disponível em: www.
África e da Ásia. fao.org/3/a-i5199e.pdf. Acesso em: 2 maio 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Relatório da ONU sobre os recursos do solo em
Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério que são expostos dados referentes ao uso e à
da Educação, 2018. Disponível em: http:// degradação do solo com o objetivo de possibilitar
basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: a conscientização da população a esse respeito e
1º maio 2022. motivar a tomada de medidas para a sua preservação.
Documento publicado pelo Ministério da Educação
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS).
que define as bases curriculares nacionais e
Disponível em: https://www.who.int/pt. Acesso em:
o conjunto de aprendizagens essenciais para
30 abr. 2022.
as diversas áreas de conhecimento a serem
Banco de dados sobre as condições de saúde no
desenvolvidas na educação básica.
contexto mundial, com informações atualizadas sobre
CONTI, J. B. Clima e meio ambiente. São Paulo: a pandemia da covid-19.
Atual, 1998.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O
Trata dos conceitos condicionadores das variações
DESENVOLVIMENTO (PNUD). Disponível em:
climáticas ao longo do dia e das quatro estações do
ano, por meio de seus elementos como variação de https://www.undp.org/pt/brazil. Acesso em: 2 maio
temperatura, pressão atmosférica, umidade e chuvas, 2022.
relacionando-os com o contexto ambiental. Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento
econômico e social dos países em desenvolvimento.
CORRÊA, R. L. O espaço urbano. 4. ed. São Paulo:
Ática, 1999. ROSS, J. Ecogeografia do Brasil: subsídios para
Aborda, na perspectiva histórica e atual, a formação planejamento ambiental. São Paulo: Oficina de
e o desenvolvimento das cidades, tanto no contexto Textos, 2006.
brasileiro como no contexto do mundo ocidental. Livro que explora as relações que se estabeleceram
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DREW, D. Processos interativos homem-meio
entre geografia e ecologia da paisagem dando rumos
sobre o papel da geografia na análise ambiental.
DA EDITORA DO. RioBRASIL
ambiente de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
ROSS, J. (org.). Geografia do Brasil. 6. ed. São Paulo:
Obra que estuda as relações entre a humanidade e o
meio ambiente ao fazer analogias e comparações com Edusp, 2011.
o passado. Livro escrito por cinco geógrafos que, de forma
sintética, conseguiram construir um conjunto de
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. informações expressas em síntese analítica da
Estimativas Populacionais 2019-SIDRA. Disponível geografia brasileira.
em: https://sidra.ibge.gov.br. Acesso em: 2 mar. 2022.
Banco de dados que disponibiliza livre acesso à UNITED STATES CENSUS BUREAU. Disponível em:
grande diversidade de dados estatísticos sobre www.census.gov. Acesso em: 30 abr. 2022.
a população e atividades produtivas dos setores Corresponde a um amplo banco de dados estatísticos
agrícola, pecuário, de mineração, da indústria, de que fornece uma diversidade de informações para
serviços, entre outros. interesses geográficos, econômicos e sociais.

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MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
DA EDITORA DO BRASIL

ISBN 978-85-10-09342-2

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