Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MANUAL DO
MANUAL DO PROFESSOR
ENSINO MÉDIO
O
ÇÃ
LE
03 03
CO
RO
DA
V
LI
4
GO
12
DO
DI
AV AÇ 2
13
GO
CÓ
A À LG TO
IAÇ ÃO.
P2 P2
DI
.
TID IVU E
ÃO
CÓ
J
MATÉRIA E TRANSFORMAÇÕES
E OB
AL
01 01
LD 1
D
PN 2
RIA 02
TE 2
1
02 02
E
BM
MA LD
SU
OÃ
RS
VE
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
S D A N AT UREZA
CIÊNCIA
SUA S T ECN OLOGIAS
E
E T R A NSF ORMAÇÕES
MATÉRIA
ENSINO MÉDIO
RodRigo MaRchioRi Lieg
eL
. neRy
a na Luiz a P
VeRa Lucia Mitiko aoki
Editores responsáveis:
André Zamboni
2 0 8 0 6 0
Lia Monguilhott Bezerra
ISBN 978-65-5744-173-2
Organizadora: SM Educação
2 900002 080605 Obra coletiva, desenvolvida e produzida
por SM Educação.
S T E C NOLOG IAS
T UREZA E S U A
ÊN C I A S D A N A
CI
ÉRIA E T R A NSFORMAÇÕES
MAT
ENSINO MÉDIO
editoreS reSPonSÁVeiS:
André zAMboni
Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Especialista em Jornalismo Científico pela Unicamp.
Editor de livros didáticos.
Organizadora: SM Educação
Obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação.
São Paulo, 1a edição, 2020
Bibliografia.
ISBN 978-65-5744-172-5 (aluno)
ISBN 978-65-5744-173-2 (professor)
20-41296 CDD-373.19
Índices para catálogo sistemático:
1. Ensino integrado : Livro-texto : Ensino médio 373.19
1a edição, 2020
SM Educação
Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55
Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil
Tel. 11 2111-7400
atendimento@grupo-sm.com
www.grupo-sm.com/br
Equipe editorial
3
CONHEÇA SEU LIVRO
2
PRODUTOS QUÍMICOS EM CASA
PROJETO
PROJETO
METABOLISMO CELULAR
CAPÍTULO
Objetivos pessoas da comunidade, solicitando-lhes que assina-
O projeto propõe a
dade, em formato físico e/ou on-line, visando alcan-
trabalho (geralmente produzir movimento). A energia pode ser transferida de um
fórmula contém diferentes compostos químicos, pode trazer riscos à saúde, por 2. Quais substâncias
çar o público-alvo. PARA EXPLORAR
corpo a outro e também ser convertida de um tipo em outro. O calor, a luz e o som,
ser inflamável, tóxico ou contaminante. Também pode causar irritação na pele fornecem energia
para as células? por exemplo, são diferentes tipos de energia.
e alergias. Acesse Como essas Toda matéria é formada por substâncias, que, por sua vez, são constituídas de
Infelizmente, ainda hoje é comum nos depararmos com produtos de limpeza
Preparação » Site da Anvisa substâncias podem moléculas e átomos. Os átomos estão ligados uns aos outros por ligações quími-
clandestinos, que podem exibir ou não rótulo em que constem informações sobre ser obtidas pelos
realização de
A pandemia de covid-19 em 2020 desencadeou cas que contêm energia armazenada. As moléculas presentes em um pedaço de
sua composição e sobre cuidados de uso e armazenamento. Produtos clandestinos seres vivos?
uma demanda acima da média por água sanitá-
não são certificados pelo Ministério da Saúde, ou seja, não foram submetidos à Listando os produtos de limpeza 3. Qual é a importância madeira, por exemplo, contêm energia química na ligação entre seus átomos.
ria e álcool em concentração entre 68° e 72° GL
avaliação de sua eficácia e segurança para uso, manuseio ou armazenagem. A presentes nas residências das proteínas para Quando ocorre a combustão (queima) da madeira, a energia química desse ma-
(líquido e em gel).
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável por fisca- as células? terial se transforma em energia luminosa e térmica.
Para o desenvolvimento deste projeto, é importan- Ambos os produtos usados para desinfecção re-
lizar e coibir o comércio desses produtos irregulares e pelo registro de produtos. Por querem cuidados de uso e armazenamento e têm O tipo de energia utilizada pelas células é a energia química. É ela que permite
Africa Studio/Shutterstock.com/ID/BR
atividades que
isso, é importante comprar e utilizar apenas produtos certificados por esse órgão. sua fabricação e comercialização reguladas pela às jogadoras de futebol retratadas na foto desta página realizarem movimentos
Por exemplo: Quais são os produtos de limpeza mais
Anvisa. Acesse a página dessa agência para sa- e ações como visualizar a bola, mover o corpo, saltar e manter o equilíbrio, locali-
utilizados em residências? Quais são os possíveis ris- ber mais sobre as recomendações para esses zar as outras jogadoras, decidir qual é a melhor jogada e, ao mesmo tempo, man-
cos decorrentes das falhas no uso e no armazenamen- produtos.
to desses produtos? Esses produtos apresentam in-
ter as funções vitais do organismo. Todas essas atividades requerem a conversão
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/
formações de segurança para seu uso e armazenamento asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/saneantes-
da energia química dos alimentos em outras formas de energia.
envolvem a
em rótulos, estabelecimentos comerciais, internet?, populacao-deve-usar-produtos-regularizados/219201. Além da demanda por energia, a atividade celular depende de inúmeras pro-
Acesso em: 24 abr. 2020. teínas, moléculas que participam de praticamente todas as reações químicas vi-
entre outros questionamentos.
Africa Studio/Shutterstock.com/ID/BR
Comecem o projeto por sua casa. Tendo como pa- tais. As proteínas são sintetizadas pelas próprias células por meio de um proces-
râmetros o armazenamento e o uso de produtos de so que envolve a formação de uma cadeia de aminoácidos a partir de informações
CGN089/Shutterstock.com/ID/BR
limpeza em sua casa, pensem nas questões a seguir contidas no DNA.
comunidade, em busca
e escrevam as respostas no caderno. Seleções femininas de Neste capítulo, você vai estudar os processos e as reações que garantem a trans-
futebol do Brasil e do
Chile, em partida formação da energia contida nos alimentos em energia utilizável no metabolismo
1 Quais produtos de limpeza você e seus familiares
disputada em São Paulo celular, bem como os mecanismos de síntese de proteínas e de regulação gênica.
geralmente têm em casa? (SP). Foto de 2019.
São muitos os produtos químicos domésticos: alvejantes, desengordurantes, 2 Onde esses produtos são armazenados? Esse ar-
de um bem coletivo.
Van Campos/Fotoarena
detergentes, entre outros. Produtos de limpeza doméstica podem mazenamento é feito tomando-se precauções?
representar riscos à saúde, como intoxicação ou queimaduras.
Quais? Você sabe quais são os riscos desses pro-
No entanto, até mesmo em produtos de limpeza certificados verifica-se, mui- dutos à saúde?
tas vezes, que as informações sobre sua composição e os riscos que podem cau-
3 Você já ouviu falar de algum caso de intoxicação
sar à saúde, presentes nos rótulos, nem sempre estão em uma linguagem aces-
ou de queimadura causada pela má utilização de
sível às famílias, que estarão expostas aos riscos inerentes a esses produtos.
produtos de limpeza em ambiente domiciliar? Des-
Essa falha de comunicação pode causar acidentes domésticos de consequências
creva o ocorrido.
graves, como intoxicações (por via oral, respiratória ou cutânea) ou queimaduras.
Embora os produtos devam ser, geralmente, manuseados apenas por adultos, Organizem-se em grupos para conversar sobre as
as vítimas desses acidentes podem também ser crianças, adolescentes e até ani- respostas que deram a essas questões. Elabore com
mais domésticos. Mas o que pode ser feito para prevenir que problemas desse os colegas de grupo uma lista dos produtos de limpe-
tipo aconteçam? za mencionados. O álcool em gel é um produto cada vez mais frequente nas
Neste projeto, você e os colegas vão elaborar um manual para identificação, Com a lista em mãos, cada integrante do grupo de- residências do Brasil e do mundo. A higienização frequente
uso e armazenamento de produtos de limpeza doméstica. Esse manual será di- ve coletar dados nas comunidades escolar e externa. das mãos com água e sabão ou álcool em gel, assim como o
uso de máscaras, estão entre as medidas mais importantes
recionado tanto à comunidade escolar quanto à comunidade externa e poderá Para isso, façam cópias dessa lista e distribuam-nas para a proteção contra o SARS-CoV-2, vírus que causa a
ser compartilhado tanto em formato impresso quanto em formato digital. entre colegas de outras turmas, vizinhos e outras infecção chamada covid-19.
Unidade
2
ABERTURAS
REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
E METABOLISMO CELULAR Abertura de unidade
InWay/Shutterstock.com/ID/BR
Abertura de
Contando elétrons 1
OBJETIVOS
• Compreender as reações de transferência de elétrons e o concei-
JUSTIFICATIVA
Reconhecer processos de transferência de elétrons e reações de
74 75
Os primeiros seres REAÇÕES REDOX O número total de elétrons compartilhados pelos áto-
PROCESSOS ANAERÓBIOS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA FOTOSSÍNTESE Os primeiros seres
fotossintetizantes
fotossintetizantes
Boxe com informações mos também é o mesmo nos reagentes e nos produtos.
APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS E BOXES
Organismos que realizam apenas respiração aeróbia são chamados aeróbios A fotossíntese é um fenômeno biológico que ocorre nos cloroplastos de seres
eram similares às atuais ciano- um par. Logo, nenhum átomo perdeu ou ganhou
A respiração anaeróbia e a fermentação são os dois processos anaeróbios rea- O rearranjo das moléculas de gás carbônico e água forma três produtos distin- atrás, a proliferação desses
organismos unicelulares acar-
lizados por organismos anaeróbios facultativos e obrigatórios. tos – carboidrato, água e gás oxigênio (O2) – após uma série de reações.
retou uma mudança conside-
bactérias e viveram há cerca
nada espécie química indica uma redução; o aumento do
Desconsiderando, neste momento, todas as reações bioquímicas envolvidas,
rável na atmosfera primitiva
membrana
voltório, tilacoide e estroma (veja imagem ao lado). membrana
A fermentação é outro processo de liberação de energia que ocorre sem a par- externa
ROTEIRO O envoltório, parte externa da organela, é formado por interna
ticipação do gás oxigênio.
glicose
John Durham/SPL/Fotoarena
envoltório tilacoides
C bactérias, protozoários, fungos) e tecidos animais em geral – por
diminuição do Nox
piruvato Bactérias anaeróbias produtoras de ácido lático são ampla-
2 ATP etílico
mente utilizadas na produção industrial de iogurtes, coalhadas,
2 ATP
NADH 1 H1 dez proveniente da produção de ácido lático causa a alteração das
proteínas do leite, que coagulam, e isso cria a consistência carac-
(0 para 22)
O
0 0 dois de seus elétrons atraídos por um átomo de oxigênio
Não escreva no livro. Não escreva no livro.
96 97
23 21 22 23 13 22
11 H C C O 1 O O 11 H C C O H 11
H gás adicional, que é mais eletronegativo.
O H H água
H H 11 oxigênio H
22 11 11 Nessa reação, ocorrem a diminuição da densidade ele-
11 11 agente oxidante 11
etanol ácido acético trônica do carbono (que corresponde a um aumento da
(sofreu redução)
agente redutor diminuição do Nox carga parcial positiva: d1) e o aumento da densidade ele-
(sofreu oxidação) trônica do oxigênio (que corresponde a um aumento da
PARA EXPLORAR
AÇÃO E CIDADANIA
CIÊNCIA SE DISCUTE
dirigir embriagado. Essa infração gera multa, suspensão da habilita-cido como oxigênio envolve no mínimo três personagens: o quí- químicas
Enzimas: Proteínas com a fun- ção e apreensão do veículo. mico francês Antoine Lavoisier (1743-1794), o teólogo e filóso- Elaborado pela Universidade
ção específica de acelerar as A condição de embriaguez do motorista pode ser determinada pelofo inglês Joseph Priestley (1733-1804) e o químico sueco Carl do Colorado, nos EUA, o pro-
nível de álcool em sua corrente sanguínea. A análise da taxa de álcool noWilhelm Scheele (1742-1786). No século XVIII, diversos estu-
reações químicas, atuando co- grama apresenta uma intro-
sangue pode ser feita por um exame de sangue ou por meio de um apa diosos se dedicavam a entender o comportamento dos “ares”. dução com um simulador e
mo catalisadores das reações
relho chamado bafômetro, que é utilizado por policiais. De acordo com aEm 1774, Priestley utilizou uma grande lente para focalizar raios uma fase de jogo.
que ocorrem em células e em legislação brasileira, o motorista não pode apresentar uma concentraçãosolares e decompor uma amostra de óxido de mercúrio, e depois
tecidos vivos. Disponível em: http://phet.colora
igual ou maior que 0,05 mg de álcool por litro de ar no bafômetro. testou o gás produzido. Ao capturar e testar o “ar”, ele notou que do.edu/sims/html/balancing-che
Há vários tipos de bafômetro. No de funcionamento mais simpleseste era capaz de manter a combustão de uma vela e, ao expor mical-equations/latest/balancing-
(bafômetro descartável), a pessoa investigada sopra em um tubo con um camundongo isolado a esse gás, observou que o animal pa- chemical-equations_pt_BR.html.
tendo dicromato de potássio e sílica. Caso exista etanol em sua expi-recia mais revigorado. Em 1772, Scheele também tinha notado Acesso em:utilizados
Equipamentos 26 abr. 2020.
por Joseph Priestley para
um estranho comportamento de um gás liberado ao aquecer estudar o comportamento dos “ares”. Gravura
compostos como o dióxido de manganês, chamando esse gás presente na obra Nomenclature Chimique: Ou
Synonymie Ancienne Et Moderne, Pour Servir A
de “ar de fogo”, devido a sua capacidade de combustão. Lavoi- L'Intelligence Des Auteurs (1789).
sier, que teve acesso aos trabalhos de Priestley, decidiu também
1 Reação química e equação química são sinônimos? minuir a acidez estomacal causada pelo excesso de 18 Principal componente da parede celular das plantas, 22 Em um recipiente contendo 300 g de ferro em pó,
Justifique. ácido clorídrico (HCº). Escreva a equação da reação a celulose corresponde a 50% da composição da ma- foram adicionados 3 mol de gás O2. O recipiente foi
entre esses dois compostos. deira. A análise de uma amostra de 1 kg de celulose fechado e, sob agitação e aquecimento, ocorreu a
2 A proporção entre os reagentes químicos é impor- obteve os resultados apresentados na tabela abaixo. formação de Fe2O3, de acordo com a equação repre-
tante? Explique. 13 Na reação Aº 1 Cr31 é Aº31 1 Cr, indique o agente Determine a fórmula mínima da celulose. sentada abaixo. Supondo rendimento de reação igual
Atividades
redutor e o agente oxidante. Explique. a 100%, calcule a massa produzida de óxido de ferro(III).
3 Como as espécies químicas participantes de uma Massa total Massa de Massa de Massa de
reação são representadas em equações químicas? 14 Dois béqueres (A e B) contêm soluções aquosas de da amostra carbono hidrogênio oxigênio 4 Fe(s) 1 3 O2(g) é 2 Fe2O3
sulfato de cobre(II) – CuSO4 – de cor azul, como mos-
4 Faça o balanceamento das equações a seguir. tra o esquema abaixo. 1 kg 444,5 g 61,7 g 493,8 g 23 O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é conhecido como cal
a) H2SO4(aq) 1 Fe(OH)3(s) é Fe2(SO4)3(aq) 1 H2O(º) Zn Ag
hidratada ou cal extinta e é muito utilizado na cons-
Ilustrações: ID/BR
Zn Ag trução civil. Para determinar o grau de pureza em
b) N2H4(g) 1 N2O4(g) é N2(g) 1 H2O(g) Importante
hidróxido de cálcio de uma amostra de 15 g de cal
Ao final dos
c) SO2(g) 1 O2(g) é SO3(g) • Considere o volume molar de 22,4 L/mol nas CNTP
QUESTÕES GLOBAIS
camada de hidratada, um químico realizou a neutralização total
sólido avermelhado e 25 L/mol nas CATP, e a constante de Avogadro(Enem) De acordodessa com oamostra,
texto abaixo,
o que consumiu 0,3Qual
responda molsolução
de ácido deve ser usada para extração do
5 Leia as afirmações a seguir e aponte qual delas está igual a 6,0 ? 1023 mol21. às duas próximasclorídrico.
questões. lapachol da serragem do ipê com maior eficiência?
a) Solução de Na2CO3 para formar um sal de
correta. Justifique sua resposta com base na defini- soluções aquosas de CuSO4
4 O suco extraído do
19 A reação termita, fortemente exotérmica, envolve o
• Qual
repolhofoi oroxo
graupode
de pureza da amostra
ser utili- encontrado
lapachol.
ção dos termos utilizados. A B pelo
1 (Fuvest-SP) A figura a seguir é um modelo a) uma situação anterior ao equilíbrio, pois as zado como indicador do químico?
caráter ácido (pH entre
a) Oxidação é o processo pelo qual o agente redutor simplificado de um sistema em equilíbrio quí- metal alumínio e um óxido de outro metal. Entre as b) Solução-tampão ácido acético/acetato de
0 e 7) ou básico (pH entre 7 e 14) de diferentes
capítulos, há um
Nos béqueres A e B são introduzidas, respectivamen- velocidades são iguais. diversas aplicações, essa reação pode ser utilizada 24 Em uma das etapas da produção de ácido nítrico,
sódio (pH 5a 4,5).
doa elétrons para o agente oxidante. mico.te,Esse equilíbrio foizinco
atingido ao ocorrer soluções. Misturando-se um pouco de suco de
uma lâmina de metálico (Zn) eumauma de prata
b) um instante no qual o sistema jápara soldar
alcançou o ou cortar grandes peças metálicas. Ob- amônia é queimada sobre telas de platina em pre-
b) Redução é o processo pelo qual o agente oxidan- transformação química repolho e da solução, a mistura passa a apre- c) Solução de NaCº a fim de aumentar a força
metálica (Ag). Elas em solução aquosa.
permanecem em contato com as equilíbrio. serve a representação dessa reação: sença de ar atmosférico. Essa reação é representada
te doa elétrons para o agente redutor. Considere que as soluções dos reagentes iniciais sentar diferentes cores, segundo sua natureza iônica do meio.
soluções por, aproximadamente, duas horas. pela equação abaixo.
c) uma situação na qual as concentrações de ácida ou básica, de acordo com a escala adiante.
ROTEIRO
são representadas por: d) Solução de Na2SO4 para formar um par iô-
Com a retirada das lâminas, observa-se que: reagentes e produtos são necessariamente
6 É possível haver uma reação de oxidação sem que Fe2O3(s) 1 2 Aº(s) é Aº2O3(s) 1 2 Fe(s) Algumas soluções foram testadas com esse nico com lapachol.
• a lâmina de zinco apresenta-se recoberta por uma iguais. 4 NH3(g) 1 5 O2(g) é 4 NO(g) 1 6 H2O(g)
conjunto de
ocorra uma reação de redução? Por quê? indicador, produzindo os seguintes resultados:
atividades sobre os
e) um instante no qual o produto das concen- Material Cor
Aº31. Em cada um deles são inseridos os seguintes béquer B nenhuma alteração é observada? b) Qual é a massa, em grama, de NO formada nessas
em mol/litro de íons H1 nessa solução. O quadro
trações dos reagentes é igual 20 A aoglicose
produto(C6H12O6) é a principal fonte de energia para
metais: Sr, K, Cr e Pb. O que deve acontecer em cada b) Explique as observações indicadas acima. os diversos tipos de atividades metabólicas I. amoníaco
que condições? verde abaixo fornece o pH aproximado de algumas
das concentrações dos produtos.
um dos tubos? E se os tubos contivessem íons Ba21?
assuntos do capítulo.
ativo é odas
ácido acetilsalicílico, cuja estrutura 25 Biocombustíveis têm origem biológica não fóssil e
químicas molecular
Pode incluir um
Sabe-se que o principal componente doDado: esmal- reação representada de modo simplificado pela se-leite
II. AgBr
luz
Ag 1 Br2 faz decrescer o pH do biofilme (placa bacteria- d) rosa ou vermelho.C12H22O11(s) 1 H2O(º) é 4 C2H6O(º) 1 4 CO2(g)
• Determine a fórmula molecular e a composição na), provocando a desmineralização 21 A dometalurgia
esmal- inclui um conjunto de técnicas desen-
e) extrair
roxo ou azul.
Com base nessa tabela e nos conhecimentos de
Química, tone- o que for correto.
em assinale
III. NaCº
eletricidade
Na 1 Cº2
centesimal do ácido acetilsalicílico com base na te es-dentário. Os mecanismos de defesa volvido ao longo do tempo com a finalidade de
salivar • Calcule a quantidade máxima de etanol,
exemplo de
e manipular (01) Um litro de cerveja contém mais íons H1
trutura representada na imagem.
a) H1 1 Cº2 1 Na1 1 OH2 Na1 1 Cº2 1 H2O levam de 20 a 30 minutos para normalizar o metais e ligas metálicas a partir de mi-
5 De acordo com esses lada, que podeas
resultados, ser obtida aI,partir da
soluções fermentação
• Como essas reações podem ser classificadas? Fa- nível do pH, remineralizando o dente. nérios. A indústria siderúrgica é o ramo da metalur-
A equação de 1 ? 106 mol
II, III e IV têm, respectivamente, de sacarose, considerando
caráter
do que
queum o litro de suco de laranja.
ça o balanceamento, se necessário. b)16 2 ONa aspartame
1
1 CO322 1 é2um H1adoçante
1 2 Cº2 artificial
2 Na1 1cujo poder química seguinte representa esse processo: gia associado à produção de aço a partir de minério processo apresenta um rendimento(02)
a) ácido/básico/básico/ácido. Quanto maior for a concentração de íons
de 75%.
1adoçante
2 Cº21 H2éOcerca
1 COde duzentas vezes maior que o do de ferro, cujo principal componente é o Fe2O3. Essa H1 mais ácida será a bebida.
11 Dada a reação Cº2 1 2KBr é 2KCº 1 Br2, indique: açúcar
2
comum.1Por isso, é muito utilizado em bebidas conversão pode ser representada pela equação: b) ácido/básico/ácido/básico.
26 Um medicamento líquido indica, em seu rótulo, que
desmineralização (04) Em um litro de leite existem, aproximada-
c) Ag 1
1N
diet. O23 1
Sua Na 1 Cº
fórmula
2
AgCº 1
molecular é Na
1
C14H1 NNO
2
O3. ObtenhaCa5(PO4)3OH(s) 5 Ca21(aq) 1 a concentração de diclofenaco de potássio em sua
c) básico/ácido/básico/ácido.
a) o agente oxidante e o agente redutor; mineralização 1 mols de íons H1.
atividade resolvida.
18 2 5
Roteiro
8 (UEPB)
ID/BR
aumento da concentração de adequada, seguida de filtração simples. Consi-
a) OH2, que reage com os íons Ca21, deslocan- dere que pKa 5 2log Ka, em que Ka é a constan- Seca na Paraíba
do o equilíbrio para a direita. te ácida da reação de ionização do lapachol.
A Paraíba, bem como todo o Nordeste, passa
b) H1, que reage com as hidroxilas OH2, deslo- pela pior seca dos últimos cinquenta anos. A
O
cando o equilíbrio para a direita. situação hídrica está em nível crítico, com mais
OH
c) OH2, que reage com os íons Ca21, deslocan- da metade dos mananciais monitorados abaixo
do o equilíbrio para a esquerda. de 20% da capacidade de armazenamento da
Ao longo dos
t
água. Esta diminuição do volume de água ar-
d) H1, que reage com as hidroxilas OH2, deslo- mazenada impede que seja utilizada para con-
t1
cando o equilíbrio para a esquerda. sumo humano. Além disso, as águas de poços
O Lapachol
Sobre o ponto t1, nesse gráfico, pode-se afirmar e) Ca21, que reage com as hidroxilas OH2, des- CoSta, P. R. R. et al. Ácidos e bases em química orgânica. artesianos que ainda resistem também têm
que indica locando o equilíbrio para a esquerda. Porto Alegre: Bookman, 2005 (adaptado). concentração elevada de sais. Com a finalidade
capítulos,
Não escreva no livro. Não escreva no livro.
156 157
atividades
trabalham os
conteúdos dos Questões globais
tópicos Questões mais elaboradas e/ou atividades de vestibulares do país e do Enem
estudados. para você se familiarizar com os exames de ingresso no Ensino Superior.
SEÇÕES
Práticas de Ciências Mudanças climáticas e sequestro de carbono: a acidificação dos oceanos
[…]
Influências sociais na síntese industrial da amônia no século XX
Atividades práticas,
A capacidade do oceano de absorver CO2 da atmosfera é regulada por dois tipos de processos,
denominados bomba física e bomba biológica. A bomba física está relacionada à solubilidade do CO2 A prática da agricultura permite ao ser humano obter alimentos em quantida-
na água do mar. Uma vez dissolvido, o CO2 reage com a água para formar ácido carbônico (H2CO3) de suficiente, desde que haja condições adequadas ao plantio. Para isso, desta-
que se transforma em íons H1 e HCO23 . Em uma situação de equilíbrio, os íons H1 em excesso reagem ca-se a utilização de substâncias contendo nitrogênio, um nutriente essencial ao
com os íons carbonato (CO322) para formar bicarbonato (HCO23 ), evitando assim a acidificação da água. desenvolvimento das plantas.
experimentais e
A bomba biológica ocorre depois dessa dissolução e diz respeito à assimilação do gás durante a “pro- Até o início do século XIX, os agricultores utiliza-
Mathia Coco/Shutterstock.com/ID/BR
dução primária” marinha (fotossíntese) e ao transporte dos detritos produzidos pelo fitoplâncton pa- vam restos da própria colheita e excrementos como
ra o oceano profundo. Dessa forma, a bomba biológica possibilita que o CO2 seja absorvido da atmos- fontes de nitrogênio. Com a expansão da industria-
fera. A integração entre os mecanismos da bomba física e a bomba biológica permite que os oceanos lização na Europa, porém, as pessoas passaram a
moderem os impactos do clima na vida terrestre. Sem a interação entre a atmosfera e o oceano a viver concentradas nos grandes centros urbanos,
investigativas
concentração de CO2 na atmosfera seria muito mais elevada que a atual. longe das áreas de plantio. Com essa mudança, os
Com o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, a dissolução desse gás na superfície agricultores já não tinham meios de recolher os res-
marinha também aumenta. […] tos de alimentos ou excrementos para fertilizar suas
lavouras, dificultando sua produção. Concomitante-
Rubia Cezar/Shutterstock.com/ID/BR
[…]
mente, o século XIX se caracterizou por grandes ta-
levam você a
As consequências da acidificação dos oceanos nos organis-
xas de crescimento populacional, desproporcionais
mos marinhos dependem de suas características metabólicas e
ao aumento na produção de alimentos. Por essa ra-
estruturais, níveis de atividade e aspectos do ciclo de vida. Es-
zão, desenvolver novos meios para otimizar a pro-
tudos sobre os efeitos da acidificação foram realizados em diver-
dução das lavouras se tornou uma necessidade.
sos grupos de organismos marinhos revelando impactos no me-
Para lidar com as dificuldades em obter nitrogênio
desenvolver as
tabolismo, crescimento e calcificação, expressão gênica, sistema
fixo, os agricultores lançavam mão de duas alternati-
imunológico e estrutura da comunidade, que poderiam produzir
vas: o salitre (NaNO3) oriundo dos desertos chilenos e
efeitos devastadores na cadeia alimentar e nos ecossistemas. […]
o excremento de guano, ave marítima do litoral perua-
Os organismos potencialmente mais sensíveis são os que pos- As leguminosas como a
no. Esses recursos naturais foram amplamente utilizados até o início do século XX.
PRÁTICAS DE CIÊNCIAS suem esqueletos calcários (compostos por calcita ou aragonita), ervilha e o feijão
várias formas de
conseguem absorver o Entretanto, devido ao consumo crescente desses recursos, previu-se seu esgota-
já que em pH mais baixo, a produção do esqueleto pode ser se- nitrogênio presente na mento em poucos anos. Esse problema conduziu à busca por alternativas que os
veramente comprometida pela dificuldade em se depositar car- atmosfera, pois apresentam,
substituíssem. Entre as alternativas existentes na época, cogitou-se o uso da maior
INVESTIGANDO O pH DE SOLUÇÕES bonato de cálcio. As estruturas calcárias expostas à água tam-
Os ecossistemas de corais são mais
em suas raízes,
microrganismos fixadores fonte de nitrogênio disponível, o ar atmosférico, para se obter nitrogênio fixo.
bém podem ser dissolvidas, reduzindo a capacidade de sensíveis às alterações causadas de nitrogênio. A obtenção de nitrogênio como matéria-prima para fertilizantes se tornou um
A escala de pH é utilizada para descrever o grau de acidez de uma solução. É possível medir o pH uti- sustentação e proteção do organismo. […] pela acidificação dos oceanos.
investigação
grande desafio, pois as plantas, de modo geral, não são capazes de aproveitar o
lizando diversos instrumentos, e o mais preciso deles é o peagâmetro. Nesta atividade, você e os colegas turrA, A.; MAiA, R. S. Mudanças climáticas e sequestro de carbono: a acidificação dos oceanos. In: JAcobi, P. R. et al nitrogênio do ar, que contém aproximadamente 78% de gás nitrogênio (N2), um
vão realizar a simulação de um peagâmetro para investigar o pH de diferentes soluções, bem como sua (org.). Temas atuais em mudanças climáticas para os ensinos Fundamental e Médio. São Paulo: IEE-USP, 2015.
gás inerte em virtude de sua elevada estabilidade química. Ao fim do século XIX,
p. 57-59. Disponível em: http://www.incline.iag.usp.br/data/arquivos_download/TEMAS_ATUAIS_EM_MUDANCAS_
variação após a adição de água. CLIMATICAS_on-line.pdf. Acesso em: 27 mar. 2020. não havia tecnologia capaz de transformar de modo rentável o N2 em outras subs-
Material tâncias reativas, como nitritos ou nitratos, para que as plantas as absorvessem.
próprias da ciência.
• computador, celular ou tablet com acesso à internet A síntese da amônia a partir dos gases hidrogênio e nitrogênio
• Simulador de peagâmetro. Disponível em: https://phet.colorado.edu/sims/html/ph-scale/latest/
PARA DISCUTIR
Fixar nitrogênio foi uma tarefa árdua. Métodos baseados em descargas elétri-
ph-scale_pt_BR.html. Acesso em: 29 jun. 2020. cas e em aumento da temperatura ou da pressão atmosférica foram testados sem
1 Suponha que a principal fonte de renda de famílias de pescadores costeiros seja a pesca e
a venda de peixes e frutos do mar, como lagostas, camarões e ostras. Com a acidificação dos sucesso. Uma das possibilidades era fixar o nitrogênio pela produção de amônia
Como fazer (NH3) a partir das substâncias simples correspondentes, como demonstra o equi-
oceanos, essas famílias seriam prejudicadas? Como? Reescreva um trecho do texto em sua
resposta. líbrio a seguir.
1 Acesse a simulação da escala de pH pelo link e
PhET Interactive Simulations. University of Colorado
Boulder. Disponível em: https://phet.colorado.edu/.
selecione a opção “Macro”. 2 As implicações da acidificação dos oceanos dependem da característica de cada espécie. De 3 H2(g) 1 N2(g) 2 NH3(g) DH0f 5 245,89 kJ/mol
2 Escolha “água” para que 0,5 L dessa substância acordo com o texto, como esse processo de acidificação afetaria organismos com esqueleto
seja adicionado no recipiente. Você também po- calcário?
ID/BR
1
de abrir a torneira da direita para despejar água 3 Que medidas podem ser tomadas a fim de minimizar os impactos da acidificação do oceanos?
na cuba. Se necessário, faça uma pesquisa. Cores-fantasia.
4 Copie a tabela a seguir no caderno e complete-a com dados coletados na simulação. Para diluir uma
amostra, adicione água, abrindo a torneira da direita.
Apresenta e discute o
Sangue ////////////////// ////////////////// ////////////////// ////////////////// ///////////////////////
6 Teste a seguinte hipótese: É possível diluir o café até um ponto em que ele se torne básico? Em caso
afirmativo, qual é o volume de água necessário? Se for preciso, utilize a torneira da esquerda para dre-
contexto em que
nar parte da solução.
1 Com base nos dados coletados, elabore uma regra para a variação do pH após adição de água a uma
3 A mistura de partes iguais de sabonete e leite resultaria em uma amostra ácida, neutra ou básica?
científicas foram
Explique seu raciocínio.
construídas,
estimulando a
discussão e a reflexão.
PENSANDO CIÊNCIAS Abstraindo o problema ESTUDO DE CASO Reúna-se com os colegas para resolver as atividades a seguir.
A indústria alimentícia segue normas rígidas que regulam a qualidade dos pro- deterioração é o hidróxido de sódio (NaOH), conhecido popularmente como soda cáustica. DA PRODUÇÃO DE ATP 4H1
Espaços intermembranas
4H1 2H1 H1
DONOT6_STUDIO/Shutterstock.com/ID/BR
dutos comercializados para o consumo humano. Alterações na composição dos A presença de substâncias básicas como a soda cáustica pode ser evidenciada por meio de um
A vida na Terra não seria possível se os mecanismos de captura, de transfor- ATP
alimentos, porém, podem ocorrer por acidente ou mesmo intencionalmente. indicador de acidez, como a fenolftaleína, que fica incolor em meio ácido e cor-de-rosa em meio complexo I citocromo C
mação e de armazenamento de energia não tivessem evoluído. Esses mecanis- complexo III complexo IV sintetase
No caso do leite, pode-se citar a adição de substâncias proibidas pela Agência básico. O leite fraudado com água também fica levemente mais básico.
mos são tão fundamentais à vida, que foram altamente conservados ao longo da Fe2S UQ
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fim de aumentar o rendimento Analisem se o uso de um indicador de acidez é uma opção interessante para detectar a F0
evolução. Ou seja, são os mesmos entre os organismos mais primitivos e os mais
e/ou disfarçar a deterioração do produto. presença de substâncias ilegais no leite. Na discussão, procurem identificar os aspectos que Fe2S
recentes na história evolutiva.
Reúna-se em grupo e imagine a seguinte situação: você e os colegas de grupo realmente importam à solução do problema. Por exemplo: A marca do indicador de acidez é FMN FADH2
Até a década de 1950, muito já havia sido descoberto sobre como os seres vi-
fazem parte do setor de inspeção de produtos lácteos e receberam uma denúncia relevante? Não. E quem vai aplicar o produto também é relevante? Também não. Existem ou- F1
vos transformam e armazenam a energia capturada do ambiente. Os cientistas
de que o fabricante de determinada marca de leite está adulterando o produto. tros indicadores de acidez? Sim. Quais são eles e como funcionam? Para essa questão, é pos- NADH 1 H1 NAD1 succinato fumarato /2O2 1 2H1 H2O
sabiam, por exemplo, que a energia é armazenada na molécula de ATP mediante 1
Como vocês fariam para determinar se a composição do leite foi alterada? sível organizar uma tabela com as informações a respeito de vários tipos de indicador de aci- H1 H1 H1 Representação
a fosforilação do ADP, e que a quebra do ATP libera essa energia. A via bioquími- complexo II
ADP 1 Pi ATP sem proporção
dez conhecidos. Matriz mitocondrial
ca do ciclo de Krebs já havia sido elucidada. Já se conhecia a existência da cadeia H1 de tamanho.
Decompondo o problema transportadora de elétrons, localizada na membrana interna das mitocôndrias, e Cadeia respiratória e produção de ATP nas mitocôndrias como conhecemos hoje. Cores-fantasia.
Que cor fica em Que cor fica em Facilidade de obtenção dos carreadores de elétrons, hoje chamados NAD e FAD. Sabia-se também que
Indicador de acidez Fonte de pesquisa: Pereira, L. Mitocôndria como alvo para avaliação de toxicidade de xenobiótico. Revista Brasileira
Inicialmente, vocês vão decompor o problema complexo em problemas mais meio ácido? meio básico? e custo
ao final da cadeia, o O2 seria o último aceptor de elétrons, e a partir daí o ATP se- de Toxicologia, v. 25, p. 1-14, jan. 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Fosforilacao-
O leite processado simples de serem resolvidos. Para responder à questão “Como determinar se a ria produzido. No entanto, o que os bioquímicos ainda não haviam descoberto era Oxidativa-Os-complexos-da-cadeia-respiratoria-I-II-III-e-IV-e_fig1_279912311. Acesso em: 23 abr. 2020.
fenolftaleína incolor cor-de-rosa //////////////////////////////
industrialmente pode composição do leite foi alterada?”, é necessário conhecer a regulamentação da o que ligava o transporte de elétrons à produção de ATP.
ser pasteurizado ou 2 Com base em seus conhecimentos sobre a cadeia respiratória, determinem qual é a po-
indústria de laticínios, as fraudes geralmente aplicadas nesse segmento, a ma- //////////////////////////// //////////////////////////// //////////////////////////// ////////////////////////////// Naquela época, a abordagem usada pelos cientistas para desvendar uma via
esterilizado pelo laridade de cada lado da membrana interna da mitocôndria resultante do transporte de
método UHT (sigla para neira como o leite é fiscalizado pelas autoridades, entre outros aspectos. bioquímica era isolar cada um de seus componentes, como enzimas e substratos,
//////////////////////////// //////////////////////////// //////////////////////////// ////////////////////////////// prótons produzido pela cadeia transportadora de elétrons.
ultra high temperature). Algumas sugestões de perguntas: e associá-los in vitro para demonstrar a ocorrência das reações. Assim, era dessa
• Qual é o padrão de qualidade determinado para os leites processados? forma que os bioquímicos estavam tentando responder ao mistério da produção 3 Em 1974, o bioquímico polonês Efraim Racker (1913-1991) e o biofísico alemão Walther
Além disso, levantem questionamentos a respeito dos outros problemas. É importante con- Stoeckenius (1921-2013) publicaram um estudo que forneceu fortes evidências em favor da
• Que aditivos legais podem ser colocados no leite? siderar que a mudança de coloração é apenas uma das evidências da ocorrência de uma rea- do ATP: buscavam por substratos, enzimas e reações intermediárias entre a ca-
hipótese de Mitchell. Em um experimento, eles purificaram uma proteína de membrana
• Quais substâncias são geralmente usadas para adulterar o leite? ção química. Outro ponto é que substâncias similares podem desencadear as mesmas reações. deia transportadora de elétrons e a produção de ATP. Cerca de uma década se
da bactéria fotossintetizadora Halobacterium halobium e inseriram-na nas membranas
• Como detectar a presença de substâncias ilegais no leite? passou sem que obtivessem sucesso. de vesículas artificiais. Essa proteína realiza o transporte de prótons H0 na presença de luz.
Em 1961, o bioquímico britânico Peter Mitchell (1920-1992) propôs uma nova
• Que materiais devem ser utilizados para fazer a análise da composição do leite? Buscando soluções e ousada hipótese para a época: o fluxo de elétrons pela cadeia transportadora
Depois, expuseram as vesículas à luz e mediram a quantidade de prótons transportados
para o interior de vesículas, as quais continham diferentes quantidades dessa proteína.
Em grupo, discutam uma possível solução para o problema, descrevendo qual de elétrons, tanto nos cloroplastos quanto nas mitocôndrias, gerava um gradien-
Reconhecendo padrões
Reinaldo Vignati/ID/BR
ID/BR
procedimento e quais materiais serão utilizados. Compartilhem a ideia com o profes- te de prótons (H1) através da membrana. A síntese de ATP seria, então, promovi- A B 10
sor para que ele possa avaliá-la. da por uma força motora de prótons, gerada por esse gradiente eletroquímico. 9 (A) Vesículas artificiais
Syda Productions/
Shutterstock.com/ID/BR
Por exemplo, se você adicionar iodo em uma amostra de farinha de trigo, vai
A solução de um problema pode ser expressa na forma de um algoritmo, que apresen- Interior Membrana Exterior 5 (B) Gráfico com os resultados
notar a região dessa amostra em que o iodo foi aplicado fica mais escura. Isso do primeiro experimento de
ta o passo a passo do que deve ser realizado. 4
acontece porque a farinha de trigo tem amido em sua composição e esse carboi- FP 1 H1 Racker e Stoeckenius.
Tomando como exemplo a tarefa de pendurar um quadro pequeno na parede, é necessário: SH2 DPN1 3
drato reage com o iodo, passando da cor laranja para a cor preta. A mudança de Fonte de pesquisa: Tischler, M. L.
a. marcar na parede, com um lápis, o local onde se deseja colocar o prego; b. escolher um prego 1H 2 How to make ATP: three classic
coloração do iodo, portanto, evidencia a ocorrência de uma reação química entre
com cabeça de tamanho adequado ao quadro; c. segurar o prego, posicionando sua ponta sobre 1 experiments in biology.
ele e o amido presente na farinha. Disponível em: https://
a marca a lápis na parede; d. com a outra mão, usar o martelo para bater algumas vezes na cabe- sciencecases.lib.buffalo.edu/
Discuta com os colegas de grupo se faria sentido pensar em reações químicas FPH2 Representação sem 20 40 60 80 100
ça do prego até que entre na parede; e. pendurar o quadro na parede, pelo seu suporte. Representação de figura S 1 H1 DPNH
2H proporção de tamanho. files/2-atp_syntesis_flip.pdf.
para identificar a presença de substâncias ilegais no leite adulterado. Reconhe- mg proteína da Halobacterium halobium
Com base na pesquisa e na discussão em grupo, elaborem um algoritmo para determinar de artigo de Mitchell, de Acesso em: 23 abr. 2020.
çam também padrões para os demais problemas levantados na etapa anterior. 1961, com hipóteses
se há alguma substância ilegal no leite denunciado por adulteração. sobre o papel da
QH2
O 1 H1 • O que o gráfico dos resultados indica?
quimiosmose (força
Mar de Palha/ID/BR
motora de prótons) na 2 2 4 Em um segundo experimento, quando os autores adicionaram mais uma proteína à mem-
A B A B PARA DISCUTIR produção de ATP. Cyt.
brana das vesículas artificiais – extraída das mitocôndrias do coração de bois –,
Ao aplicar iodo em uma passaram a observar a formação de ATP na presença de luz. Além disso, quando retiravam
Fonte de pesquisa: Tischler, OHˇ
amostra de açúcar (A) e 1 Compartilhem com os demais grupos o algoritmo que desenvolveram e analisem o algo-
em uma amostra de
M. L. How to make ATP: Q 1 2H1 desse sistema as proteínas da Halobacterium halobium, nenhum ATP era produzido. Hoje
farinha de trigo (B), nota-
ritmo deles. Depois, discutam as diferenças e semelhanças entre eles. three classic experiments 3 (ADP 1 P) ˇ se sabe que a proteína retirada das mitocôndrias do coração de boi é a ATP sintetase.
in biology. Disponível em:
-se que a reação ocorre https://sciencecases.lib. H1 a) De acordo com o exposto acima, expliquem por que o modelo criado por Racker e
apenas na farinha de 2 Quais são as limitações do algoritmo desenvolvido em cada grupo? 3 OHˇ
buffalo.edu/files/2-atp_ Stoeckenius foi uma evidência crucial para a confirmação da hipótese de Mitchell.
trigo. Logo, apenas a syntesis_flip.pdf. Acesso 3 ATP
farinha apresenta amido 3 Quais foram as principais dificuldades para desenvolver essa atividade? Como cada em: 23 abr. 2020. b) Por que podemos dizer que a ideia de Mitchell representou uma mudança de paradigma
em sua composição. grupo lidou com elas? (Tradução dos autores.) na bioquímica?
Não escreva no livro. Não escreva no livro. Não escreva no livro. Não escreva no livro.
68 69 114 115
COMPETÊNCIAS GERAIS
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base nacional comum curricular: educação é a base.
Brasília: MEC/SEB, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 14 jul. 2020.
Haluk Cigsar/Shutterstock.com/ID/BR
isso, é importante comprar e utilizar apenas produtos certificados por esse órgão.
Africa Studio/Shutterstock.com/ID/BR
Acesse
Preparação » Site da Anvisa
A pandemia de covid-19 em 2020 desencadeou
uma demanda acima da média por água sanitá-
Listando os produtos de limpeza
ria e álcool em concentração entre 68° e 72° GL
presentes nas residências (líquido e em gel).
Para o desenvolvimento deste projeto, é importan- Ambos os produtos usados para desinfecção re-
querem cuidados de uso e armazenamento e têm
te refletir sobre algumas questões nesta etapa inicial.
sua fabricação e comercialização reguladas pela
Por exemplo: Quais são os produtos de limpeza mais
Anvisa. Acesse a página dessa agência para sa-
utilizados em residências? Quais são os possíveis ris- ber mais sobre as recomendações para esses
cos decorrentes das falhas no uso e no armazenamen- produtos.
to desses produtos? Esses produtos apresentam in- Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/
formações de segurança para seu uso e armazenamento noticias-anvisa/2020/covid-19-so-use-saneantes-
em rótulos, estabelecimentos comerciais, internet?, regularizados. Acesso em: 13 abr. 2021.
entre outros questionamentos.
Comecem o projeto por sua casa. Tendo como pa-
râmetros o armazenamento e o uso de produtos de
CGN089/Shutterstock.com/ID/BR
Conclusão
OBJETIVOS
• Analisar e entender o que são reações e equações químicas.
• Realizar cálculos estequiométricos.
• Reconhecer alguns tipos de reações químicas e suas aplicações.
JUSTIFICATIVA
O conhecimento das reações químicas é importante para entender
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES grande parte dos fenômenos naturais, bem como processos desenvol-
DESENVOLVIDAS NA UNIDADE vidos pelo ser humano, como a metalurgia, a produção de plásticos e
muitos outros. Assim, o estudo desta unidade permitirá a você entender
Competências gerais: melhor o mundo que o cerca e como você pode interferir nele, colabo-
CGEB1, CGEB2, CGEB5, CGEB7 rando para a preservação da natureza e da humanidade.
14
Unidade
1
Contando átomos e moléculas 1
15
1
CONTANDO ÁTOMOS
CAPÍTULO
E MOLÉCULAS
REAÇÕES QUÍMICAS
» Para começar
Em todo o Universo, reações químicas ocorrem a cada momento. A vida huma-
1. Como os átomos, os
íons e as moléculas na, por exemplo, não seria possível sem a ocorrência de reações químicas dentro
reagem entre si? e fora de nosso organismo. O suprimento de energia de que necessitamos para
2. Quais são os tipos sobreviver depende de interações que se realizam continuamente entre inúme-
de reações químicas ras substâncias, com ou sem nosso conhecimento.
e como podemos
representá-las? Para que reações químicas ocorram, é necessário que as substâncias envolvi-
3. A quantidade dos
das nelas encontrem condições favoráveis. É o que acontece, por exemplo, com a
reagentes interfere degradação de matéria orgânica por microrganismos presentes em rios. Alguns
na reação? De que desses microrganismos são aeróbios e, portanto, consomem o gás oxigênio dis-
forma?
solvido na água. Quando uma grande quantidade de matéria orgânica é despe-
jada em rios, esses microrganismos proliferam e o consumo de oxigênio por eles
aumenta. Como consequência, a redução da quantidade de oxigênio na água po-
de causar a mortandade de peixes.
Algumas dessas reações podem ocorrer de forma mais lenta em razão da in-
terferência humana. É o que se verifica quando uma peça metálica é revestida
com uma camada de tinta para que não fique em contato com o ar ou quando um
alimento é colocado na geladeira para que, em temperatura baixa, sua degrada-
ção se dê mais lentamente.
Muitas vezes, as reações desejadas encontram condições favoráveis para acon-
tecerem no próprio ambiente. Em alguns casos, porém, é necessário que essas
condições sejam criadas. Isso é feito nas indústrias e nos laboratórios, quando se
Infestação de gigogas quer provocar uma transformação química que não ocorreria naturalmente.
(Eichhornia crassipes) no Neste capítulo, você vai estudar a reatividade das substâncias e aprender a re-
rio Morto, parte do
complexo da lagoa da conhecer se duas ou mais delas reagem quando colocadas em contato, bem co-
Barra, no Rio de Janeiro mo os produtos formados dessa eventual reação.
(RJ). Essas plantas se
proliferam onde há
lançamento de esgoto.
Africa Studio/Shutterstock.com/ID/BR
tível se transforma (reage), formando outras substâncias.
Nesse processo, o etanol (C2H6O), substância combustível, reage com o oxigê-
nio do ar (O2), comburente, e forma, principalmente, dióxido de carbono (CO2) e
vapor de água (H2O), ambos incolores. A liberação de fumaça, como mostra a foto
ao lado, ocorre quando o vapor de água se condensa ao encontrar o ar mais frio
ou quando o motor do veículo está defeituoso, queimando óleo de lubrificação.
Veja, a seguir, uma possível representação para a combustão do etanol.
DE OLHO NO CONCEITO
As ligações químicas
Os elementos químicos encontram-se combinados na natureza por meio de
ligações químicas, que podem ser de três tipos.
cloreto de sódio (NaCº)
Ilustrações: ID/BR
Reação de metátese
Fotografias: Sérgio Dotta Jr./ID/BR
A B
A palavra metátese é de origem grega (methatesis) e significa transposição.
Nesse tipo de reação, átomos ou grupos de átomos das substâncias reagentes
são permutados (trocados).
Observe o que ocorre quando se adiciona hidróxido de cálcio, Ca(OH)2, a uma
solução aquosa de sulfato de alumínio, Aº2(SO4)3, substância usada para flocula-
ção no tratamento de água.
As transformações que se verificam neste caso podem ser equacionadas da
Solução de cal hidratada (A) e solução seguinte forma:
de sulfato de alumínio (B).
Perceba que, na representação dessa reação, o íon cálcio se uniu ao íon sulfato
e o íon alumínio se liga ao íon hidróxido, ou seja, a reação ocorreu entre substâncias
compostas, que trocaram seus íons e formaram produtos que também são substân-
cias compostas. Também é possível que esse tipo de reação ocorra com a troca de
radicais. Por fim, além da troca entre os íons, uma das condições para a reação de
metátese é que os produtos apresentem baixa solubilidade e alta volatilidade.
D
Reação de decomposição ou análise
O carbonato de cálcio, CaCO3, decompõe-se quando aquecido, formando óxido
de cálcio, CaO, e dióxido de carbono, CO2. O processo pode ser equacionado por:
D
CaCO3(s) CaO(s) 1 CO2(g)
Tipo de Agente de
Exemplo
reação decomposição
luz 1 O (g)
Fotólise luz H2O2(º) H2O(º) 1 __
2 2
Amostra de óxido de cálcio (CaO) (E).
Reações de oxirredução
Algumas reações químicas ocorrem com transferência de elétrons entre os ele-
J.R. Bale/Alamy/Fotoarena
mentos das substâncias reagentes. É o que acontece quando uma amostra de
ferro metálico é exposta na presença de ar úmido. Na linguagem do dia a dia, cos-
tuma-se dizer que a peça metálica “enferrujou”.
Pode-se representar o processo pela seguinte equação, em que n representa
número indeterminado de moléculas:
0 0 1222 0 0 1222
Cargas: Cargas:
perda de e2 perda de e2
ganho de e2 ganho de e2
(oxidação) (oxidação)
(redução) (redução)
2 CaO MgS
Ca Ca O O
dois molécula 2 Ca21 1 2 O22 Mg S Mg21 1 S22
átomos de de oxigênio dois íons de dois íons de átomo de átomo de íon íon sulfeto
cálcio cálcio óxido magnésio enxofre magnésio
DE OLHO NO CONCEITO
(A) O nitrato de prata (incolor) reage com o cobre metálico, resultando em (B) nitrato de
Reatividade cobre(II), solução levemente azulada, representada por Cu(NO3)2. Na lâmina de cobre, há
Para que ocorra uma reação formação de prata metálica.
de oxirredução, é necessário
que um dos reagentes tenha
Essa reação pode ser assim equacionada:
a tendência de ganhar elétrons
e que o outro tenha a de per- Cu(s) 1 2 AgNO3(aq) Cu(NO3)2(aq) 1 2 Ag(s)
der elétrons. Essas tendências
sólido solução solução sólido
correspondem à reatividade avermelhado incolor azulada prateado
dos elementos químicos en-
volvidos na reação.
A reatividade dos metais e Se uma lâmina de prata metálica (Ag) for mergulhada em uma solução de ni-
a reatividade dos não metais trato de cobre(II), não haverá reação.
devem ser avaliadas separa-
damente.
Para os não metais, a rea- Ag(s) 1 Cu(NO3)2(aq) não há reação
tividade está, de maneira geral, sólido solução
associada a altas energias de azulada
ionização. Quanto mais alta a
energia de ionização dos áto-
mos de um não metal, maior A diferença de reatividade entre o cobre e a prata metálicos explica os diferen-
sua reatividade. tes resultados desses dois experimentos. O metal cobre é mais reativo (reage mais
Para os metais, a reativi- facilmente) e, por esse motivo, ocorre reação com a solução aquosa de nitrato de
dade está relacionada à baixa prata. A prata é um metal menos reativo (mais nobre) e, portanto, apresenta uma
energia de ionização. Assim, reatividade menor.
quanto menor for a energia O esquema a seguir apresenta a tendência de reatividade dos metais.
para que um elemento metá-
lico se ionize, maior será a
reatividade do metal. sentido de maior reatividade
Entretanto, a reatividade Li, K, Rb, Cs, Ba, Sr, Ca, Na, Mg, Aº, Mn, Zn, Cr, Fe, Co, Ni, Pb, H, Cu, Hg, Ag, Pd, Pt, Au
não depende só das energias
de ionização, mas também das
condições em que as substân- Geralmente, um metal reage com uma substância formada por íons de qual-
cias se encontram e da estabi- quer metal situado à sua direita. Por exemplo, o cobre (mais à esquerda) reage
lidade de suas eletrosferas. Os
com íons de prata (situada mais à direita). Não ocorre o mesmo se a prata metá-
gases nobres, por exemplo,
lica (metal nobre, pouco reativo) for colocada para reagir com uma substância que
apresentam os maiores valo-
res de energia de ionização e contenha íons cobre(II).
são muito pouco reativos. O metal mais reativo, em geral, reage com substâncias iônicas cujos cátions
são de metais menos reativos.
Assim como para os metais, a reatividade relativa dos ametais também deve
ser observada em reações de oxirredução.
A redução do gás cloro é representada pela equação:
Na reação descrita, o cloro, por ser mais reativo, interage com a molécula de HI
e recebe os elétrons do I2. Este, por sua vez, forma o iodo molecular I2, enquanto
o cloro, por estar com carga negativa, se une ao H1, formando H1 e Cº2.
O esquema a seguir apresenta a tendência de reatividade de alguns ametais.
Material
• cartolina ou papel kraft
• pincel marcador (canetão)
• régua
Como fazer
Reinaldo Vignati/ID/BR
cias comuns em laboratórios de Ciências. Pro-
ponha uma alternativa de ação para lidar com
cada uma dessas ocorrências. Nessa proposta,
utilizem os símbolos de segurança ao lado.
• Liberação de gases tóxicos. Nocivo ou Tóxico ou muito Facilmente ou
irritante tóxico extremamente
• Contato de material agressivo (ácidos, bases) inflamável
com a pele.
• Contato de material agressivo (ácidos, bases)
com a roupa (calça, camisa, etc.).
• Uso de material inflamável (solventes, derivados
de petróleo, etc.).
Corrosivo Explosivo Comburente
• Quebra de material de vidro e projeção dos
estilhaços.
• Queima com chama ou pelo contato com material aquecido.
• Contaminação, por vapores de materiais tóxicos, de alimentos, refrigerantes ou outras bebidas deixa-
dos sobre a bancada do laboratório.
2 Formem grupos com os colegas. Analisem as propostas individuais e elejam as mais adequadas para
agir em cada uma das ocorrências relatadas.
3 Em seguida, sob a orientação do professor, a turma toda deve resumir, em conjunto, as conclusões
dos grupos e montar um painel com as regras de segurança em laboratórios.
5 Em seguida, sintetizem as conclusões dos grupos e montem um painel com as regras de descarte de
resíduos.
Para concluir
1 Durante o trabalho em grupo, quais critérios foram usados para fazer a escolha das melhores alterna-
tivas de ação?
3 Como você poderia aplicar essas regras de segurança no ambiente doméstico? Proponha, com seu
grupo, uma forma de fazer a comunicação desses resultados para seus familiares e para as pessoas
da comunidade em que você vive.
Note que há três átomos de ferro no lado direito da equação; logo, deve haver
o mesmo número no lado esquerdo. Assim, coloca-se coeficiente 3 para FeS2.
ID/BR
Note que, ao balancear uma equação, deve-se manter inalteradas as fórmulas
das substâncias envolvidas. A B B
É conveniente iniciar o acerto de coeficientes pelos elementos que aparecem B
B A B
menos vezes nos reagentes e nos produtos. No exemplo dado, ficaria muito difí- B A
cil iniciar pelo oxigênio, que aparece nos dois produtos.
Relações matemáticas
Em Química, como em outras ciências, é necessário o conhecimento matemático. Os conceitos de razão
e proporção são fundamentais no estudo das reações. A razão é o quociente entre dois números. Na mo-
lécula de água, por exemplo, a razão entre os átomos de oxigênio e de hidrogênio é 0,5 (1 átomo de oxi-
gênio dividido por 2 de hidrogênio é igual a 0,5). A proporção, por sua vez, envolve a comparação entre
razões por meio de uma igualdade. Na molécula de água, a proporção entre os átomos de oxigênio e de
hidrogênio é 1 para 2, ou seja 1 : 2.
Em 1792, Jeremias Benjamin Richter (1762-1807), um químico alemão que era apaixonado por Mate-
mática, concluiu que a relação entre as quantidades de diferentes elementos que se combinam com uma
quantidade fixa de outro elemento é igual à relação de combinação dos primeiros elementos entre si.
Entre os anos de 1792 e 1794, Richter publicou trabalhos nos quais discutia a lei das proporções equi-
valentes e introduziu o termo estequiometria. Em seus apontamentos sobre proporcionalidade em Quími-
ca, Richter observou que, quando planejamos a quantidade de reagentes, podemos prever a quantidade
de produtos.
substância massa de O
50 g 24 g
100 g z
z 5 48 g de O em 100 g da amostra
ou 48% de O
Razão entre as
Massa de cada Quantidade de quantidades de
Composição matéria, em mol matéria (divisão pelo
elemento em
centesimal
(n 5 A )
100 g da amostra massa
_______ menor valor de
quantidade de matéria)
40 3,33
_____
40,00% de C 40,00 g ___ 51
12 5 3,33 3,33
6,67
_____ 6,67
_____
6,67% de H 6,67 g 5 6,67 52
1 3,33
53,33
______ 3,33
_____
53,33% de O 53,33 g 5 3,33 51
16 3,33
Fórmula molecular
A fórmula molecular de uma substância pode ser obtida pela determinação do
número de fórmulas mínimas (n) necessárias para que se chegue à sua massa
molar, de forma que:
• fórmula molecular 5 (fórmula mínima) ? n, em que n é número inteiro > 1;
• massa molar 5 (massa da fórmula mínima) ? n, em que n é número inteiro > 1.
A fórmula molecular indica o número de átomos de cada elemento que com- Composição centesimal
põe a molécula ou espécie química da substância, bem como a proporção en- A composição centesimal
tre eles. não é utilizada somente para
quantificar os elementos quí-
Cálculo da composição centesimal a partir da fórmula molecular micos que constituem uma
substância desconhecida. Ela
A fórmula porcentual de uma substância pode ser facilmente calculada quan-
também pode ser empregada
do se conhece sua fórmula molecular. Veja, a seguir, o exemplo da determinação
em misturas, como alimentos
da fórmula porcentual do ácido nítrico, cuja fórmula molecular é HNO3 (massas
e bebidas, para identificar e
atômicas relativas: H 5 1; N 5 14; O 5 16). quantificar nutrientes, íons,
Cálculo da massa molar do HNO3 5 (1 ? 1 1 1 ? 14 1 3 ? 16) 5 63 g/mol elementos ou substâncias,
bem como em outros produ-
Cálculo das porcentagens de cada elemento por meio da regra de três entre tos, como em xampus de uso
massa e porcentagem: veterinário para o combate de
pulgas e carrapatos.
É comum também a aná-
H51?1 N 5 1 ? 14 lise da composição de macro-
massa porcentagem massa porcentagem nutrientes (carbono, hidrogê-
nio, oxigênio, nitrogênio,
63 g 100% 63 g 100%
fósforo, potássio, cálcio, mag-
1?1g x 1 ? 14 g y nésio e enxofre) e de micro-
1 ? 1 ? 100 5 1,6% de H 1 ? 14 ? 100 5 22,2% de N nutrientes (boro, cloro, cobre,
x 5 __________ y 5 ___________
63 63 ferro, manganês, molibdênio,
zinco, sódio, silício e cobalto)
do solo de uma plantação.
Com essa informação, o agri-
O 5 3 ? 16 cultor pode decidir melhor so-
massa porcentagem bre como proceder, pois, caso
63 g 100% o solo não apresente quanti-
dade suficiente de um desses
3 ? 16 g z nutrientes, é muito provável
3 ? 16 ? 100 5 76,2% de O
z 5 ___________ que ocorra algum prejuízo no
63 desenvolvimento da planta.
3 ? 12 1 4 ? 1 1 3 ? 16 5 88
A fórmula mínima pode coincidir com a molecular, como ocorre, por exemplo,
no caso da água e do ácido sulfúrico.
DE OLHO NO CONCEITO
Material
• balança analítica • palitos de fósforo longos
• palha de aço • pires de porcelana
Como fazer
3 Com os dedos, abra levemente a trama da palha de aço e coloque-a sobre o pires.
5 Após alguns segundos, toda a palha de aço terá queimado. Meça, usando a balança, a massa do pires
junto com o produto da combustão e anote, completando a tabela. Descarte o produto da combustão
em lixo comum.
Para concluir
b)
contém 6,0 ? 1023 moléculas (constante de Avogadro)
c)
contém 6,0 ? 1023 moléculas (constante de Avogadro)
1 mol de CO2 ocupa 25 L nas CATP (volume molar a 1,0 ? 105 Pa e 25 ºC)
Com base nesses exemplos, é possível interpretar, de forma mais ampla, a equação química que re-
presenta a reação de combustão do monóxido de carbono.
*Condições ambientais de temperatura e pressão . Nessas condições, é comum considerar o volume molar
igual a 25 L/mol.
DE OLHO NO CONCEITO
Constante de Avogadro
O termo é uma homenagem ao químico italiano Amedeo Avogadro (1776-1856), que determina o nú-
mero de entidades (átomos, moléculas, íons e outras espécies) que corresponde a 1 mol.
A constante de Avogadro tem seu valor determinado experimentalmente, e o mais preciso é
6,02214076 ? 1023 ? mol21. Geralmente arredonda-se o valor para 6,0 ? 1023.
6 mol 1 mol
x 5 mol
6 CO2 (g) 1 6 H2O(º) é C6H12O6(s) 1 6 O2(g)
5 mol ? 6 mol
x 5 ______________
6 mol 1 mol 1 mol
x 5 30 mol de CO2
6 mol 6 mol
x 10 mol
6 CO2(g) 1 6 H2O(º) é C6H12O6(s) 1 6 O2(g) x 5 10 mol
6 mol 6 mol
Número de moléculas de H2O 5 10 ? 6,0 ? 1023
x 5 6,0 ? 1024 moléculas de H2O
6 ? 22,4 L 1 mol
x 5 mol
6 ? 44 g 1 mol 5 mol ? 6 ? 22,4 L
x 20 mol x 5 ________________ 5 672 L de CO2
1 mol
x 5 20 mol ? 6 ? 44g
___________________
1 mol
x 5 5 280 g de CO2 Depois, calcula-se o volume, em litro, de CO2 consumi-
do na fotossíntese em que 5 mol de O2 são formados, a
ou x 5 5,28 kg de CO2
27 °C e 2 atm.
6 ? 18 g 6 ? 32 g
360 g x
6 ? 32 g ? 360 g
x 5 _______________
6 ? 18 g Sequestro de carbono
x 5 640 g de O2 Esse é o nome do processo de remoção de gás car-
bônico, CO2, presente na atmosfera, que ocorre princi-
palmente em oceanos e florestas, onde algas e plantas,
Proporções entre volumes de gases e por meio de fotossíntese, capturam o CO2 e lançam oxi-
gênio na atmosfera.
quantidade de matéria Os maiores estoques de carbono são encontrados no
A conversão de unidades na proporção estequiomé- mar, na vegetação terrestre e no solo. Na fase de cres-
trica é feita com a substituição de 1 mol do gás pelo cimento, as árvores precisam de grande quantidade
volume molar da substância gasosa, nas condições de de carbono para se desenvolver, “retirando” esse ele-
temperatura e pressão em que ela se encontra. Se o mento do ar.
Esse processo natural ajuda a diminuir considera-
sistema em estudo estiver nas condições ambientes de
velmente a quantidade de CO2 na atmosfera: cada hec-
temperatura e pressão (CATP), é comum utilizar o vo-
tare de floresta em desenvolvimento é capaz de ab-
lume molar igual a 25 L/mol, e, se estiver nas condições sorver de 150 t a 200 t de carbono. Uma única árvore
normais de temperatura e pressão (CNTP), o volume é capaz de absorver 180 kg de CO2 em sua fase de
molar é de 22,4 L/mol. Caso contrário, determina-se a crescimento.
quantidade de matéria pelo cálculo estequiométrico, e
Representação sem
proporção de tamanho.
Representação sem
proporção de tamanho.
1 1
Reagentes impuros
A obtenção do alumínio a partir da bauxita – seu minério mais importante – ocorre em algumas etapas.
Na primeira etapa, a bauxita é processada para a obtenção de alumina, Aº2O3, de modo que, comumen-
te, é possível obter 1 quilograma de Aº2O3 a partir de 2 quilogramas de bauxita.
Em outra etapa, o metal alumínio é obtido a partir da alumina por meio da eletrólise.
Por enquanto, apenas a primeira etapa será analisada. Nela percebe-se que 50% do minério corres-
ponde a substâncias que não interessam ao processo de obtenção de alumínio e, portanto, devem ser
descontadas da quantidade inicial. Nesse caso, diz-se que a bauxita apresenta 50% de pureza em Aº2O3.
Para compreender melhor esses descontos, observe a resolução do exercício a seguir.
Atividade resolvida
O alumínio e a saúde
Equação de obtenção de alumínio por eletrólise:
humana
2 Aº2O3(s) é 4 Aº(s) 1 3 O2(g) Dentre os metais, o alumí-
nio é o mais abundante na
Considerando que 50% da massa de bauxita corresponde ao óxido de alu- natureza. Ocorre na maioria
mínio, calcule a massa do minério, em kg, e o volume de oxigênio formado, a das rochas e solos combinado
927 °C e 1 atm, necessários para a obtenção de 1,35 quilograma de alumínio a outros elementos, mas nun-
metálico. ca na forma metálica. O de-
Dados: massas molares em g/mol: Aº 5 27; O 5 16. senvolvimento de um método
de produção comercial do alu-
Resolução mínio metálico ocorreu no fi-
nal do século XIX. O alumínio
a) Cálculo da quantidade de Aº2O3, em grama, necessária para a obtenção metálico apresenta baixa den-
de 1,35 kg de Aº: sidade e alta resistência à cor-
1 350 g rosão e pode ser facilmente
nAº 5 ____________ 5 50 mol
27 g ? mol21 moldado em vários formatos
2 Aº2O3(s) é 4 Aº 1 3 O2 para a produção de objetos,
2 mol 4 mol entre outras aplicações.
2 mol 4 mol A exposição natural aos
x 50 mol compostos de alumínio pre-
sentes em alimentos, na água
x 5 2 mol ? 50
______________ mol 5 25 mol de Aº O
4 mol 2 3 e no ar somada ao uso de
utensílios e embalagens de
Massa de Aº2O3 5 n ? M 5 25 mol ? 102 g ? mol21 5 2 550 g ou 2,55 kg
alumínio e de medicamentos
Cálculo da massa de bauxita que contém 50% de Aº2O3: que contêm alumínio pode
2,55 kg 50% prejudicar nossa saúde. Altos
y 100% níveis de alumínio em nosso
y 5 5,1 kg de bauxita corpo podem causar efeitos
b) Cálculo da quantidade de oxigênio formada, em mol: neurotóxicos, afetar os ossos
2 Aº2O3 (s) é 4 Aº(s) 1 3 O2(g) e, possivelmente, desregular
o sistema reprodutor.
4 mol está para 3 mol assim como 50 mol está para z
Fonte de pesquisa: Associação
z 5 37,5 mol de O2 Brasileira do Alumínio. Disponível
Cálculo do volume de oxigênio formado, a 927 °C e 1 atm. em: https://abal.org.br/
sustentabilidade/aluminio-e-
Substituindo na equação pV 5 nRT, tem-se: saude/. Acesso em: 13 abr. 2021.
1 atm ? V 5 37,5 mol ? 0,082 atm ? L ? K21 ? mol21 ? 1 200 K
V 5 3 690 L
rreal
rteórico ? 100%
rporcentual 5 ______
Atividade resolvida
Uma amostra de calcário foi intensamente aquecida. Nessas condições, o
calcário sofre decomposição em óxido de cálcio e dióxido de carbono.
Mariyana M/Shutterstock.com/ID/BR
Solução aquosa
de cloreto de
sódio.
Concentração em massa
A concentração em massa de um soluto em uma solução é a relação entre a
massa do soluto e o volume da solução.
massa do soluto
Concentração em massa 5 __________________
volume da solução
massa do soluto
Fração em massa 5 _________________
massa da solução
40 g
x (m/m) 5 ______ 5 0,08
500 g
A porcentagem em massa é:
1 parte 1 parte
1 ppm 5 __________________ 5 __________
1 milhão de partes 106 partes
e
1 parte 1 parte
1 ppb 5 __________________ 5 __________
1 bilhão de partes 109 partes
Fernando Nascimento/Fotoarena
dirigir embriagado. Essa infração gera multa, suspensão da habilita-
ção e apreensão do veículo.
A condição de embriaguez do motorista pode ser determinada pelo
nível de álcool em sua corrente sanguínea. A análise da taxa de álcool no
sangue pode ser feita por um exame de sangue ou por meio de um apa-
relho chamado bafômetro, que é utilizado por policiais. De acordo com a
legislação brasileira, o motorista não pode apresentar uma concentração
igual ou maior que 0,05 mg de álcool por litro de ar no bafômetro.
Há vários tipos de bafômetro. No de funcionamento mais simples
(bafômetro descartável), a pessoa investigada sopra em um tubo con-
tendo dicromato de potássio e sílica. Caso exista etanol em sua expi-
ração, ele será oxidado a etanal, de acordo com a seguinte reação:
Essa forma de expressar concentração é uma das mais utilizadas para carac-
terizar soluções manipuladas em laboratórios para diferentes finalidades, das
análises químicas aos experimentos mais simples; por exemplo, a obtenção de
um precipitado pela mistura de soluções aquosas iônicas.
Praticamente todos os rótulos de frascos de soluções laboratoriais contêm a
concentração expressa em mol/L.
Suponha que seja necessário preparar 200 mL de solução de NaOH 1,0 mol/L.
1 mol
Nesse exemplo, é preciso considerar que em 200 mL deve haver 200 mL ? _________
1 000 mL
de NaOH. Como 0,2 mol corresponde a 0,2 mol ? 40 g/mol 5 8 g, é necessário dis-
solver 8 g de NaOH e completar o volume até 0,2 L.
No caso de soluções iônicas, é comum expressar a quantidade de matéria de
íons por litro de solução. A concentração em mol/L dos íons de uma solução é
obtida da relação entre a quantidade de matéria de íons do soluto e o volume
da solução.
Quando uma solução tem mais de um soluto, a fração em mol é referência pa-
ra informar a quantidade de cada um deles. A fração em mol do solvente é a re-
lação entre a quantidade de matéria do solvente e a soma das quantidades de
matéria de todos os componentes da mistura.
ROTEIRO
3. Uma solução aquosa contém
0,2 mol de HNO3 (ácido nítri-
quantidade de matéria do solvente
Fração em quantidade de matéria 5 _____________________________________ co) em 0,5 L de solução. Qual
ou fração em mol do solvente quantidade total de matéria da solução é a concentração em mol/L de
ácido nítrico nessa solução?
A Curva de Keeling
Ao longo de décadas consecutivas de medições diárias em Mauna Loa, Keeling
coletou dados suficientes para argumentar que, ao longo de um ano, a concentração
de CO2 aumenta no verão, quando as plantas são ricas em folhagens e respiram com
maior facilidade, e diminui no inverno, quando as plantas perdem suas folhas, dificul-
tando o processo de respiração. Esse foi um primeiro padrão interpretado por Keeling.
No entanto, ao incorporar as medições referentes às últimas décadas, ele verificou
que a concentração máxima de CO2 aumentou progressivamente ao longo dos anos,
como podemos interpretar no gráfico a seguir, conhecido hoje como Curva de Keeling.
400
» O efeito estufa.
Nesse simulador desen-
Partes por milhão
380
volvido pela Universidade
do Colorado, nos Estados 360
Unidos, é possível variar
Janeiro 2016
trait2lumiere/iStock/Getty Images
de Mauna Loa foi associado principalmente ao aumento do uso
dos combustíveis fósseis e permitiu relacionar a emissão de
gases de efeito estufa com o aumento da temperatura global,
considerando que o CO2 é capaz de absorver e de refletir a ra-
diação em circulação pela Terra na forma de calor, retendo-a
na troposfera. Ou seja, quanto maior a quantidade de CO2, maior
é a dificuldade de ocorrer a transferência de calor da crosta ter-
restre para o espaço, o que resulta no aumento da temperatu-
ra média global e, por sua vez, nas mudanças climáticas.
Preocupação mundial
Com base em décadas de investigações, as medições reali-
zadas por Keeling suscitaram uma preocupação mundial sobre
o futuro do planeta e possíveis catástrofes, promovendo esfor-
ços de líderes de diferentes países e de organizações não go-
vernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU),
para controlar a emissão de CO2 oriunda, majoritariamente, do O Observatório Mauna Loa está
uso de combustíveis fósseis. Por meio desses esforços, acordos internacionais, localizado no Havaí, a uma altitude de
3397 metros acima do nível do mar.
como o Protocolo de Kyoto, de 1997, que visava diminuir a emissão de CO2 em Esse observatório é uma importante
escala mundial ao menos em 5% até 2012, foram firmados. Mais recentemente, instalação de pesquisa atmosférica
em 2015, mais de 190 países se reuniram na França, na 21a Conferência das Na- que monitora e coleta continuamente
dados relacionados às mudanças
ções Unidas sobre o Clima, também conhecida como Conferência do Clima de Pa- atmosféricas desde os anos 1950.
ris, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 2 °C e de minimizar
seus impactos nas mudanças climáticas do mundo. Atualmente, a ONU organiza
conferências anuais do clima (COP).
PARA DISCUTIR
1 Reação química e equação química são sinônimos? minuir a acidez estomacal causada pelo excesso de
Justifique. ácido clorídrico (HCº). Escreva a equação da reação
entre esses dois compostos.
2 A proporção entre os reagentes químicos é impor-
tante? Explique. 13 Na reação Aº 1 Cr31 é Aº31 1 Cr, indique o agente
redutor e o agente oxidante. Explique.
3 Como as espécies químicas participantes de uma
reação são representadas em equações químicas? 14 Dois béqueres (A e B) contêm soluções aquosas de
sulfato de cobre(II) – CuSO4 – de cor azul, como mos-
4 Faça o balanceamento das equações a seguir. tra o esquema abaixo.
a) H2SO4(aq) 1 Fe(OH)3(s) é Fe2(SO4)3(aq) 1 H2O(º) Zn Ag
Ilustrações: ID/BR
Zn Ag
b) N2H4(g) 1 N2O4(g) é N2(g) 1 H2O(g)
c) SO2(g) 1 O2(g) é SO3(g) camada de
sólido avermelhado
5 Leia as afirmações a seguir e aponte qual delas está
correta. Justifique sua resposta com base na defini- soluções aquosas de CuSO4
ção dos termos utilizados. A B
a) Oxidação é o processo pelo qual o agente redutor
Nos béqueres A e B são introduzidas, respectivamen-
doa elétrons para o agente oxidante.
te, uma lâmina de zinco metálico (Zn) e uma de prata
b) Redução é o processo pelo qual o agente oxidan- metálica (Ag). Elas permanecem em contato com as
te doa elétrons para o agente redutor. soluções por, aproximadamente, duas horas.
Com a retirada das lâminas, observa-se que:
6 É possível haver uma reação de oxidação sem que
ocorra uma reação de redução? Por quê? • a lâmina de zinco apresenta-se recoberta por uma
camada de sólido escuro;
7 Qual é a principal modificação nos átomos quando • nenhuma alteração foi observada na lâmina de
ocorre uma reação de oxirredução? prata nem na solução em que essa lâmina foi in-
troduzida.
8 Quatro tubos de ensaio contêm uma solução de íons a) Justifique o que ocorreu no béquer A. Por que no
Aº31. Em cada um deles são inseridos os seguintes béquer B nenhuma alteração é observada?
metais: Sr, K, Cr e Pb. O que deve acontecer em cada b) Explique as observações indicadas acima.
um dos tubos? E se os tubos contivessem íons Ba21?
15 A droga conhecida como aspirina ou AAS é um medi-
9 Analise se os pares de substâncias apresentados em camento muito popular no mundo todo. Seu princípio
cada um dos itens abaixo reagem. Em caso afirma- ativo é o ácido acetilsalicílico, cuja estrutura molecular
tivo, equacione as reações. encontra-se representada abaixo (em cores-fantasia).
a) Au 1 HCº
b) Ba 1 2 HCº
c) Aº 1 3 HCº
• Misturando-se os reagentes de forma adequada e Considerando que sejam misturados 150 g de NH3
fornecendo energia suficiente para iniciar o pro- com 150 g de O2, pergunta-se:
cesso, determine a massa de Fe2O3 necessária pa- a) Os reagentes foram misturados em proporção
ra reagir com 135 g de alumínio. estequiométrica?
20 A glicose (C6H12O6) é a principal fonte de energia para b) Qual é a massa, em grama, de NO formada nessas
os diversos tipos de atividades metabólicas que condições?
nosso organismo realiza. Considere a combustão de c) Há algum reagente em excesso? Em caso afirma-
18 g de glicose de acordo com a equação química tivo, determine a massa desse excesso.
balanceada e determine o que se pede.
25 Biocombustíveis têm origem biológica não fóssil e
C6H12O6(s) 1 6 O2(g) é 6 CO2(g) 1 6 H2O(º) 1 energia são obtidos em escala industrial a partir de produtos
a) A quantidade de matéria de gás oxigênio, em mol, agrícolas, como cana-de-açúcar, mamona, soja, ba-
necessária para a combustão completa da glicose. baçu e milho, entre outros. O etanol, biocombustível
b) O volume de dióxido de carbono formado, a 1 atm comercializado há mais tempo nos postos de gaso-
e 36 °C. lina, pode ser obtido pela fermentação da sacarose,
reação representada de modo simplificado pela se-
Dado: R 5 0,082 atm ? L ? mol21 ? K21. guinte equação química balanceada:
c) A massa, em grama, de água formada no processo.
C12H22O11(s) 1 H2O(º) é 4 C2H6O(º) 1 4 CO2(g)
21 A metalurgia inclui um conjunto de técnicas desen-
volvido ao longo do tempo com a finalidade de extrair • Calcule a quantidade máxima de etanol, em tone-
e manipular metais e ligas metálicas a partir de mi- lada, que pode ser obtida a partir da fermentação
nérios. A indústria siderúrgica é o ramo da metalur- de 1 ? 106 mol de sacarose, considerando que o
gia associado à produção de aço a partir de minério processo apresenta um rendimento de 75%.
de ferro, cujo principal componente é o Fe2O3. Essa
conversão pode ser representada pela equação: 26 Um medicamento líquido indica, em seu rótulo, que
a concentração de diclofenaco de potássio em sua
composição é igual a 15 mg/mL. Uma enfermeira
Fe2O3(s) 1 3 CO(g) é 2 Fe(º) 1 3 CO2(g)
ministrou uma dose desse medicamento a um pa-
ciente por meio da diluição de 2 mL dele em água,
• Determine a massa, em tonelada, de ferro metálico resultando em um volume final de 200 mL.
que pode ser obtida pela reação de 16 toneladas • Qual era a concentração de diclofenaco de potás-
de Fe2O3 na presença de CO em excesso. sio na solução ingerida pelo paciente?
E NO SISTEMA PRODUTIVO
REAÇÕES QUÍMICAS E A OBTENÇÃO DE PRODUTOS
» Para começar
1. De que forma as O alisamento de cabelos é um dos serviços prestados por salões de beleza.
reações químicas Você saberia identificar em que condições esse procedimento seria seguro? Por
estão presentes em que, apesar de envolver riscos à saúde, muitas pessoas procuram esse serviço?
seu dia a dia?
O formol é uma solução aquosa com cerca de 45% de metanal (formaldeído).
2. É possível obter
benefícios a partir
Essa solução costumava ser usada em produto para alisar os cabelos de forma
das reações definitiva. Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) res-
químicas e ao tringiu a comercialização de formol no Brasil, proibindo seu uso como alisante ca-
mesmo tempo
preservar o
pilar, visando à proteção da saúde de profissionais e clientes.
ambiente? Mesmo com sua comercialização restrita, o formol continua sendo vendido de
forma ilegal para ser usado como alisante, colocando em risco a saúde de quem
o manipula e de quem se submete ao alisamento de cabelos.
O metanal é um produto químico de baixo custo. É obtido principalmente do
metanol e é usado nas indústrias têxtil, de madeiras e de papel e celulose; em
abrasivos, plásticos, resinas e esmaltes sintéticos, tintas e vernizes, adesivos, iso-
lantes elétricos, entre outros.
Além do metanal, diversas substâncias são importantes para o sistema produ-
tivo no Brasil. Uma delas é o etanol (álcool etílico), usado principalmente como
combustível. Esse composto é obtido da cana-de-açúcar e, portanto, trata-se de
uma fonte de energia renovável.
Outro grupo de materiais amplamente utilizados é o dos metais. O ferro, prin-
cipalmente na forma de aço, e o alumínio são dois exemplos de metais presentes
Em muitos casos, o em nosso dia a dia.
alisamento de cabelos Neste capítulo, você vai estudar algumas reações químicas que permitem a
envolve o uso de obtenção de produtos importantes.
produtos que expõem
clientes e cabeleireiros a
riscos de saúde. Por isso,
é muito importante ficar
de olho na composição dos
produtos utilizados.
Ginny Dixon/Sun Sentinel/Tribune
News Service via Getty Images
bjphotographs/Shutterstock.com/ID/BR
a sua purificação, com a retirada das impurezas presentes no minério. Na obtenção
de ferro a partir da hematita, por exemplo, as impurezas, chamadas escória, são
separadas do ferro líquido. Por conter silicatos e outros compostos de cálcio, a es-
cória é utilizada posteriormente para a produção de cimento, por exemplo.
A reação de obtenção do ferro metálico a partir do Fe2O3 é dada por:
www.sandatlas.org/Shutterstock.com/ID/BR
Reinaldo Vignati/ID/BR
250 ºC
Reinaldo Vignati/ID/BR
Representação sem
proporção de tamanho.
ânodos
de grafite
O alumínio metálico formado durante
a eletrólise é mais denso do que a
alumina. Assim, ele vai para o fundo da
cuba. A formação de bolhas na alumina
ocorre pela formação de gás oxigênio. Aº2O3 dissolvido
Cores-fantasia. em criolita fundida
ferro revestido
Fonte de pesquisa: Associação Brasileira do com carbono
Alumínio. Disponível em: http://abal.org.br/ alumínio fundido
aluminio/cadeia-primaria/.
Acesso em: 4 ago. 2020.
1. O texto menciona os rompimentos nas barragens de rejeitos de Brumadinho e Mariana, dois crimes
ambientais sem precedentes na história do Brasil. Faça uma pesquisa sobre as ações tomadas após
esses eventos e discuta-as com os colegas. Como as mineradoras e o governo estão se articulando
para que desastres como esses não ocorram mais? Como o ambiente pode ser recuperado?
2. As pessoas que vivem no entorno das minas, como os indígenas, estão sujeitas aos danos das
atividades de mineração. Discuta, em grupo, a importância de assegurar aos indígenas o direito de
demarcação de suas terras e o que isso representa para a preservação da região amazônica contra
as atividades de garimpo.
Science Source/Fotoarena
cotidiano. O ácido clorídrico, por exemplo, não só é um importante reagente quí-
mico industrial como também é o principal componente do suco gástrico. O hidró-
xido de sódio ou soda cáustica é uma base usada como desentupidor de tubula-
ções e na fabricação do sabão.
Segundo o químico sueco Svante August Arrhenius (1859-1927), ácido é toda
substância que, ao ser dissolvida em água, libera o íon H1 e um ânion; base é to-
da substância que, ao ser dissolvida em água, libera o íon OH2 e um cátion.
As soluções dos ácidos e das bases têm propriedades muito distintas, como a
mudança de cor na presença de corantes, como mostra a imagem ao lado .
Quando uma solução ácida é misturada a uma solução básica, ocorre a reação
de neutralização. Na neutralização, o íon H1 proveniente do ácido se combina com
o íon OH2 proveniente da base, formando a água (H2O). O cátion vindo da base
e o ânion do ácido formam uma substância classificada como sal.
Observe o exemplo a seguir: O corante fenolftaleína apresenta
uma coloração rosa bem intensa, em
contato com soluções básicas, ao
NaOH(aq) 1 HCº(aq) é NaCº(aq) 1 H2O(º) passo que fica incolor em contato com
soluções ácidas.
OH 2
1 H 1
é HOH
A B C
Existem outros compostos, além das bases, que podem reagir com os ácidos
para neutralizá-los, como os carbonatos e os bicarbonatos. Esses compostos rea-
gem com os ácidos para formar o ácido carbônico (H2CO3). Quando o ácido clorí-
drico é adicionado ao bicarbonato de sódio, por exemplo, ocorre a seguinte reação:
REAÇÕES DE COMBUSTÃO
As reações de combustão são reações rápidas que produzem chamas. A maio-
ria das reações desse tipo tem o gás oxigênio do ar como reagente.
Thomas Dutour/Shutterstock.com/ID/BR
As reações de combustão fornecem
energia térmica, que pode ser usada
para aquecimento ou convertida em
energia mecânica e elétrica. A queima da
madeira em uma fogueira é um exemplo
de reação de combustão.
1 1
Representação sem
proporção de tamanho.
CH4(g) 1 2 O2(g) é CO2(g) 1 2 H2O(g)
Representações em cores-fantasia.
ID/BR
1 1
Representação sem
proporção de tamanho.
C3H8(g) 1 5 O2(g) é 3 CO2(g) 1 4 H2O(g)
Representações em cores-fantasia.
1 1
Representação sem
proporção de tamanho.
2 CH4(g) 1 3 O2(g) é 2 CO(g) 1 4H2O(g)
Representações em cores-fantasia.
Fermentação
Hoje, o etanol é produzido industrialmente em larga escala pelo processo de
fermentação. Nesse processo, ocorre a transformação do açúcar em etanol. Essa
transformação se dá pela ação de microrganismos (sobretudo leveduras do gê-
nero Saccharomyces).
A reação da produção do etanol é:
Para obter valores superiores de teor alcoólico – como o álcool anidro combus-
tível (99,6 °GL) adicionado à gasolina – acrescenta-se cicloexano à mistura de ál-
cool e água. Quando o sistema é aquecido, a mistura entra em ebulição a 63 °C,
evaporando a água e o ciclo hexano. O etanol, que entra em ebulição a 78 °C, é
condensado e retirado pela parte inferior da coluna de fracionamento com um
grau de pureza de 99,6%. Esse processo é chamado destilação azeotrópica.
Hidratação de alcenos
Além da fermentação, outro método para a produção de álcoois é a reação en-
tre alceno e água em meio ácido, formando álcool, como no seguinte exemplo:
H1
H2C CH2 1 H2O H3C CH2 OH
eteno etanol
O O O
2 H3C CH2 OH 1 O2 2 H3C C 1 2 H2O 2 H3C C 1 O2 2 H3C C
H H OH
etanol etanal etanal ácido etanoico
1a etapa 2a etapa
HO O
Essas reações não ocorrem apenas com oxigênio, mas também com agentes oxi-
dantes, como o dicromato de potássio (K2Cr2O7) e o peróxido de hidrogênio (H2O2).
Veja o exemplo a seguir.
O O
K2Cr2O7/H1 K2Cr2O7/H1
H3C CH2 OH H3C C H3C C
H OH
etanol etanal ácido etanoico
Observe, na tabela a seguir, o resumo das reações de oxidação de álcoois (R, R1, R2
e R3 representam qualquer cadeia carbônica). A combustão é também uma reação de
oxidação de álcoois.
O O
Primário: R CH2 OH Aldeído: R C Ácido carboxílico: R C CO2 1 H2O
H OH
HO O
Não reage CO2 1 H2O
Secundário: R1 CH R2 Cetona: R1 C R3
R2
Fonte de pesquisa: Bruice, P. Y. Organic chemistry. 8. ed. Upper Saddle River: Pearson, 2015. p. 474-476.
No caso dos álcoois formados por moléculas com mais de uma hidroxila, a desidratação intramolecu-
lar pode resultar no fechamento da cadeia, formando um anel. Por exemplo, o produto desse tipo de
reação para o butano-1,4-diol é um éter cíclico muito utilizado como solvente na indústria farmacêutica,
o THF (tetra-hidrofurano).
HO OH
H2SO4 O
H2C CH2 D H2C CH2 1 H2O
etanol eteno
Para cada molécula de álcool, nesse caso, forma-se uma molécula de alceno. O ácido sulfúrico concen-
trado atua como catalisador e desidratante (remove água do meio reacional).
C O C O
C OH C C OH C 1 H2O
HO C C O C C OH
O pão feito com farinha de
trigo é um alimento com alto OH OH
teor de amido. Além da
farinha, arroz e milho são
exemplos de alimentos ricos
em amido.
INVESTIGANDO A FERMENTAÇÃO
A fermentação é um conjunto de reações químicas que ocorre em organismos vivos. Nesse processo,
células de fungos, de bactérias e de animais, como os seres humanos, aproveitam a energia das reações
para manter seu funcionamento. Nesta atividade, você e os colegas vão investigar a fermentação feita
por leveduras, que são fungos unicelulares.
Material
• fermento biológico seco (leveduras) • balão de festa
• açúcar refinado • colher de chá
• adoçante aspartame em pó • fonte de calor, que deverá ser manipulada
• água destilada apenas pelo professor
• 5 erlenmeyers ou frascos de 50 mL • caneta permanente
Como fazer
1 Organizem-se em cinco grupos. Cada grupo ficará responsável por uma parte do experimento, confor-
me descrito na tabela a seguir.
Fermento
Grupo Água destilada Açúcar Adoçante
biológico seco
Mar de Palha/ID/BR
meyer ou do frasco do grupo de vocês e o ve-
dem utilizando o balão de festa, da maneira
como é mostrada na imagem ao lado.
5 Enquanto aguardam, elaborem hipóteses sobre o que vai acontecer em cada um dos erlenmeyers ou
frascos, sabendo que a levedura realiza fermentação alcoólica.
Para concluir
1 Qual evidência indica que a fermentação foi realizada pelas leveduras? Justifique.
3 É possível afirmar que, na presença do substrato, quanto maior a temperatura da água, mais rápida é
a fermentação feita pelas leveduras? Justifique explicando o que pode ter ocorrido no frasco 4.
Liliya Kandrashevich/
Shutterstock.com/ID/BR
A
AMj Studio/ID/BR
tação do leite, em que o carboidrato nele presente – a lactose – gera, entre outras
substâncias, a glicose. Esta, por sua vez, sofre um processo de fermentação no
qual microrganismos anaeróbicos obtêm energia por meio de sua transformação
em ácido láctico. O microrganismo responsável pela fermentação da glicose é a
bactéria Streptococcus lactis.
OH
O
C6H12O6 2 CH3 CH C Representação sem
proporção de tamanho.
glicose OH
ácido láctico
Representação tridimensional da
estrutura do ácido láctico (ácido-2-
O chucrute é um prato típico alemão servido como acompanhamento de salsi- -hidroxipropanoico). Cores-fantasia.
chas e carnes de porco. Trata-se do repolho fermentado cortado em tiras, mostra-
do anteriormente na imagem B. O repolho é imerso em água com sal para ser
fermentado. Os microrganismos presentes nessa mistura produzem, principal-
mente, os ácidos acético e láctico, além de pequenas quantidades de cetonas, que
dão o aroma e o sabor característicos desse prato.
Aditivos alimentares
Há séculos, o ser humano faz uso de aditivos alimentares: sal para preservar carnes; ervas e temperos
para melhorar o sabor; vinagre para conservar vegetais, como pepinos.
Um aditivo alimentar é qualquer substância adicionada a um alimento visando melhorar suas caracte-
rísticas. Atualmente, existe uma vasta gama de aditivos alimentares. Há regulamentações federais que
controlam a quantidade de aditivos usada por produto. Entre os aditivos, podemos citar os ácidos carbo-
xílicos, que são amplamente utilizados como agentes processantes (agentes adicionados durante o pro-
cesso de fabricação) e como conservantes.
Como agentes processantes, os ácidos carboxílicos são utilizados para controlar a alcalinidade do meio,
atuando tanto como tampões quanto como agentes neutralizantes.
Como conservantes, esses ácidos podem atuar como agentes quelantes, antimicrobiais ou antioxidantes.
Os agentes quelantes (ou sequestradores) protegem os produtos de reações enzimáticas, que são res-
ponsáveis pela deterioração do alimento. Essas substâncias se ligam a íons como Ca21 e Mg21 (seques-
tram tais íons), requeridos como cofatores para a atividade enzimática. Um dos compostos mais utilizados
para esse fim é o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA). Agentes antioxidantes, como o ácido cítrico, pre-
vinem a oxidação dos alimentos. Já os antimicrobiais, como os ácidos acético e benzoico, impedem o cres-
cimento de microrganismos como bactérias e fungos.
CH3 CH3
O
KMnO4/H2SO4
CH3 CH2 CH CH2 OH CH3 CH2 CH C
OH
2-metilbutan-1-ol
ácido-2-metilbutanoico
CH3 CH3
O
K2Cr2O7/H2SO4
CH2 CH CH2 CH CH3 CO2 1 C CH2 CH CH3
4-metilpent-1-eno HO
ácido-3-metilbutanoico
CH3 O
O
KMnO4/H2SO4
CH3 C CH CH2 CH3 CH3 C CH3 1 C CH2 CH3
2-metilpent-2-eno propanona HO
ácido propanoico
HO O
CH3
K2Cr2O7/H2SO4
a quente
Hidrólise de ésteres
Outro método empregado para obter ácidos carboxílicos é a hidrólise. Nessa
transformação, que em geral é catalisada por ácidos, ocorre a formação de ácido
carboxílico e álcool ou fenol.
O O
H1
R C O R’ 1 H2O R C OH 1 HO R’
éster água ácido carboxílico álcool ou fenol
O
C (CH2)14 CH3
O
CH2 O HO CH2
CH3 (CH2)16 C ácido palmítico
H301
O CH 1 3 H2O HO CH 1 2 CH3 (CH2)14 CO2H
O
triacilglicerol
Cada molécula de triacilglicerol pode, por hidrólise, produzir até três ácidos gra-
xos distintos. Nos seres vivos, esses ácidos sempre apresentam número par de
átomos de carbono e suas cadeias podem ser saturadas ou insaturadas.
Os ácidos graxos são classificados em saturados, monoinsaturados (apenas
uma insaturação na cadeia carbônica) e poli-insaturados (duas ou mais insatura-
ções na cadeia carbônica). Nos seres vivos, as cadeias insaturadas predominan-
tes apresentam conformação cis, sendo pouco comum a presença de ácidos gra-
xos de conformação trans.
O
C
O H
ácido saturado
O
C
O H
ácido insaturado trans
O
C
O H
ácido insaturado cis
Obtenção de ésteres
O principal método de obtenção de ésteres é pela reação entre um ácido carbo-
xílico e um álcool, com eliminação de água. Este processo, chamado esterificação,
é catalisado por ácidos fortes, como o ácido sulfúrico.
O O
H1
CH3 C 1 HO CH2 CH3 C 1 H2O
OH O CH2
CIÊNCIA SE DISCUTE
A transesterificação é o processo de obtenção de um éster a partir de outro Desenvolvimento
éster. Por esse método, obtém-se um novo éster em apenas uma etapa, sem a e utilização do
necessidade de isolar o ácido carboxílico produzido a partir de uma hidrólise. Em biodiesel
seguida, faz-se a esterificação, utilizando o álcool adequado. As crises de petróleo in-
A reação é catalisada por ácidos ou bases fortes. Como também se trata de um centivaram o desenvolvi-
equilíbrio, o álcool é empregado como solvente, o que favorece a formação do no- mento de processos de
vo éster. transformação de óleos e
gorduras em derivados com
O
propriedades físico-quími-
CH3 (CH2)16 C H1
1 HO CH3 cas mais próximas às dos
O CH2 CH3 combustíveis fósseis, visan-
metanol
octadecanoato de etila do à substituição total ou
O parcial destes. De fato, o de-
H1 CH3 (CH2)16 C sabastecimento de petróleo
1 OH CH2 CH3
[…] durante a Segunda
O CH3
octadecanoato de metila etanol Guerra Mundial fez com que
pesquisadores de diversos
A transesterificação é o principal método de transformação de óleos e gordu- países procurassem por al-
ras (triacilgliceróis) em um combustível compatível com o diesel, o biodiesel. ternativas, surgindo, na Bél-
Os triacilgliceróis são os principais componentes das gorduras. Consistem em gica, a ideia de transesteri-
triésteres obtidos da condensação de três ácidos graxos com uma molécula de ficar óleos vegetais com
glicerina. etanol para produzir um bio-
Em condições apropriadas, é possível obter de óleos vegetais ésteres de ácidos combustível, conhecido ho-
graxos com características físico-químicas semelhantes às do diesel derivado do je como biodiesel […]. Hoje,
petróleo, com a vantagem de serem biodegradáveis, não corrosivos e menos po- em países como Brasil, Fran-
luentes (em razão de serem isentos de enxofre) do que o combustível usual. Atual- ça, Alemanha, Áustria e Es-
mente, no Brasil e em muitos outros países, o diesel comercializado contém um tados Unidos, a produção e o
pequeno teor de biodiesel. uso comercial do biodiesel
Geralmente, a transesterificação de gorduras é realizada com metanol. Entre- são uma realidade.
tanto, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel propõe o etanol, de-
Oliveira, F. C. C.; Suarez, P. A. Z.;
rivado da cana-de-açúcar, como o álcool a ser empregado na produção do com- SantOS, W. L. P. dos. Biodiesel:
bustível. O biodiesel obtido da reação de óleos vegetais com etanol já é viável possibilidades e desafios.
Química Nova na Escola, São
economicamente e tem sido produzido no Brasil. Paulo, n. 28, p. 3-8, maio
2008. Disponível em: http://
O O qnesc.sbq.org.br/online/
qnesc28/02-QS-1707.pdf.
CH2 O C R CH2 OH C2H5 O C R Acesso em: 5 maio 2020.
O O
1. Discuta, com dois cole-
H1
CH O C R9 1 3 CH3 CH2 OH CH OH 1 C2H5 O C R9 gas, vantagens e des-
etanol vantagens da substitui-
O O
ção gradual do diesel
CH2 O C R0 CH2 OH C2H5 O C R0 pelo biodiesel. Compar-
triacilglicerol glicerina ésteres de ácidos graxos tilhe o resultado da dis-
(gordura) (biodiesel) cussão com a turma.
H H O
AMj Studio/ID/BR
H2
CH3(CH2)7C C (CH2)7C OH
H H
ácido esteárico – saturado
Cores-fantasia.
H O
H H
C
OH
H
O
ácido graxo trans
ácido graxo cis C
OH
Entretanto, uma gordura formada apenas por cadeias provenientes de ácidos graxos saturados apre-
sentaria temperatura de fusão muito elevada e, por isso, seria inadequada para dar a consistência ade-
quada a sorvetes, recheios de bolachas, massa de bolos e biscoitos, entre outros produtos. Assim, o mais
comum é optar-se pela hidrogenação parcial, com a adição de hidrogênio em quantidade insuficiente pa-
ra hidrogenar todas as insaturações existentes.
A ação do catalisador metálico na hidrogenação consiste em promover a interação entre as moléculas
do gás hidrogênio e do triacilglicerol, enfraquecendo a ligação H H e a ligação p (C C). Com a hidroge-
nação parcial, observa-se a formação de isômeros trans, das cadeias insaturadas, substância incomum
na natureza. A gordura vegetal hidrogenada obtida por esse método resulta em uma mistura de gordura
saturada, insaturada cis e trans.
Nos últimos anos, tem-se verificado o aumento no
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL DE UM BOLO DE COCO
consumo de alimentos industrializados, fruto da menor
disponibilidade de tempo para o preparo das refeições. Porção de 60 g (fatia média)
Como consequência, a população vem consumindo
Quantidade por porção % VD(*)
mais gordura, o que está relacionado ao aumento de
casos de obesidade e à maior incidência de doenças Valor energético 156 kcal 5 657 kJ 8%
cardiovasculares.
Carboidratos 23 g 8%
Pesquisas científicas verificaram maior incidência de
infartos do miocárdio e derrames em populações que Proteínas 2,3 g 3%
ingerem maiores quantidades de gordura saturada e de
Gorduras totais 6,1 g 11%
gordura trans. As organizações de saúde e de nutrição
têm-se esforçado para alertar a população sobre o Gorduras saturadas 2,1 g 10%
malefício do consumo desse tipo de gordura. No Brasil, Gorduras trans 0,9 g não estabelecido
os rótulos dos alimentos devem especificar a quanti-
dade de gordura saturada, insaturada e trans por por- Fibra 0,8 g 3%
ção do alimento, como a da tabela ao lado. As empresas Sódio 110 mg 5%
alimentícias, por sua vez, têm buscado alternativas para
* Valores diários de referência com base em uma dieta de 2 000 kcal ou
substituir as composições com alto índice de gordura 8 400 kJ. Os valores diários necessários para cada pessoa podem ser
trans, sem alterar as características do produto. maiores ou menores, dependendo de sua necessidade energética.
bricação, ocorre a hidrólise alcalina dos triacilgliceróis, reação que resulta em uma
substância eficiente para remover tecidos mortos e materiais gordurosos, poden-
do ser igualmente utilizada como agente de limpeza.
Na fabricação em escala industrial, o sabão é obtido a partir da hidrólise al-
calina de uma gordura (em geral, de origem vegetal) com hidróxido de sódio ou
de potássio.
O
O
R C
R C O CH2
O2Na1
O sabão é um agente eficaz no O HO CH2
O
combate a doenças, pois, ao lavarmos H2O
as mãos com ele, microrganismos e R1 C O CH 1 3 NaOH R1 C 1 HO CH
D
sujeira são eliminados. soda O Na
O
2 1
cáustica HO CH2
O glicerol
R2 C O CH2
(glicerina)
triacilgliceróis R2 C
(triglicerídeos) O2Na1
sabão
O2Na1
O estearato de sódio (C17H35COO2Na1) é uma substância anfifílica. O ânion estearato tem uma
parte hidrofóbica, formada apenas por átomos de C e H e chamada cauda, que interage mais
facilmente com solventes apolares; já a região hidrofílica, denominada cabeça, tem mais
afinidade com solventes polares (como a água). Uma espécie química anfifílica típica apresenta
uma cabeça polar e uma cauda apolar.
AMj Studio/ID/BR
Representação de uma
interagindo com a água, e a cauda hidrofóbica em contato com o ar, fora da solu- molécula anfifílica
ção. Essa disposição das partículas explica por que os sabões são tensoativos cauda cabeça
(ou surfactantes), ou seja, os sabões são capazes de modificar (reduzir) a tensão hidrofóbica hidrofílica
superficial da água. A água com sabão tende a penetrar melhor nos tecidos e for-
película superficial de
mar gotas menores. íons de ácidos graxos
Outras partículas se organizam no interior da água em estruturas conheci-
das como micelas, espécies anfifílicas com formato esférico e constituídas de
parte hidrofóbicas e cabeças hidrofílicas. As partes hidrofóbicas das micelas água
ficam no interior delas, sem interagir com o solvente, enquanto as cabeças hi-
Representação de uma
drofílicas se mantêm na superfície, interagindo com a água. As micelas
molécula anfifílica são micela
estruturas dinâmicas e, mesmo em situação de equilíbrio, formam-se ecabeça desor-
cauda
ganizam-se continuamente. hidrofóbica hidrofílica
Substâncias formadas por partículas hidrofóbicas, como as gorduras deposi-
película superficial de
tadas nos tecidos ou na pele humana, podem ser solubilizadas no interior das
íons de ácidos graxos
micelas. Estas formam emulsões coloidais com a água, mantendo a gordura dis-
persa. Basta esfregar o objeto a ser limpo com água e sabão para facilitar a inte-
ração do tensoativo com a gordura.
água
Durante o século XX, os detergentes foram desenvolvidos para substituir a
gordura como matéria-prima dos tensoativos. Esses produtos também se ca-
micela
racterizam por terem uma longa cadeia hidrofóbica e uma pequena região hi-
Representação sem
drofílica. Os detergentes apresentam o mesmo comportamento em água que proporção de tamanho.
os sabões, mas sem o ânion carboxilato. São classificados em aniônicos, ca-
tiônicos, não iônicos e anfóteros. Observe a tabela abaixo com os diferentes Representação do comportamento de
moléculas anfifílicas em meio aquoso.
tipos de tensoativos. Cores-fantasia.
CH3
condicionadores, amaciantes de
Catiônico N1 CH3 Br2
roupas
CH3
O O H
Não iônico detergentes em pó n
OFICINA DE SAPONIFICAÇÃO
No século VII, os árabes descobriram o processo 4 Após a adição de todo o NaOH, a mistura deve ser
de saponificação, produção de sabão a partir de agitada, sem parar, com o bastão de vidro, por cer-
gordura animal ou gordura vegetal. A receita sofreu ca de 20 minutos. Ela deve engrossar, o que indica
algumas modificações, mas sua base continua a que a reação de saponificação está ocorrendo.
mesma: misturar gordura animal ou vegetal com
PARTE B
um álcali. As propriedades do sabão variam muito
de acordo com a fonte de gordura utilizada, por cau- 1 Após a reação de saponificação, o professor di-
sa das diferentes proporções de ácidos graxos que vidirá o sabão nos copos descartáveis. Organi-
ela contém. Nesta atividade, você e os colegas vão zem-se em grupos de cinco integrantes para
observar uma reação de saponificação com a pro- realizar as próximas etapas.
dução de sabão utilizando um óleo vegetal e o hi-
2 Avaliem o pH do sabão com o papel de tornassol.
dróxido de sódio (NaOH).
Caso ele se torne azul ao entrar em contato com
Material o sabão, adicionem algumas gotas de vinagre e
misturem-nas bem com o bastão de vidro. Ava-
• 2 béqueres de 250 mL
liem o pH novamente, repetindo a adição de vi-
• 1 béquer de 500 mL nagre até que o papel de tornassol pare de se
• fonte de calor tornar azulado.
• 200 g de óleo vegetal 3 Deixem o sabão secar por 24 horas antes de
• 26 g de hidróxido de sódio sólido (soda cáustica, desenformá-lo do copo descartável.
em escamas)
PARTE C
• 25 mL de água filtrada
1 Organizem-se nos mesmos grupos formados
• copos descartáveis pequenos
para a parte B.
• bastão de vidro
2 Coloquem em um tubo de ensaio 5 mL de água
• vinagre
filtrada e adicionem 5 gotas de óleo mineral.
• papel de tornassol vermelho Agitem o tubo e observem o que ocorre.
• 2 tubos de ensaio
3 Repitam o mesmo procedimento do item 2, mas,
• óleo mineral Atenção!
antes de agitar o tubo, adicionem um pedaço
Use óculos de proteção
• água filtrada do sabão produzido na parte B. Observem o
durante a realização
que ocorre.
Como fazer do experimento.
Para concluir
PARTE A
1 O que ocorreria com o sabão, caso fosse adi-
1 Os procedimentos da parte A serão demonstra- cionado NaOH em excesso? E em menor quan-
tivos. O professor vai realizá-los, pois a soda tidade do que a especificada?
cáustica é corrosiva e deve ser manipulada com
cuidado. Deve-se evitar o contato dela com os 2 Que propriedade química das gorduras é modifi-
olhos e com a pele, por isso, se um dia forem cada pela reação com hidróxido de sódio? Explique.
manuseá-la, utilizem todos os equipamentos de 3 É possível produzir sabão a partir de óleo de fri-
proteção. tura usado. Que cuidados devem ser tomados
antes de utilizar essa fonte de gordura na rea-
2 A água e o óleo devem ser aquecidos à tempe-
ratura de 40° C. Após o aquecimento, são mis- ção de saponificação?
turados no béquer de 500 mL. 4 Algumas pessoas têm aversão a sabões produ-
zidos a partir da banha, por acreditarem que es-
3 As escamas de NaOH são adicionadas, uma a
uma, sempre agitando cuidadosamente o con- tão lavando as mãos com gordura animal. Essa
teúdo do béquer com um bastão de vidro. A dis- aversão tem fundamento? Explique.
solução do hidróxido de sódio em água libera 5 O que aconteceu com a aparência das duas
calor, portanto, esse processo deve ser feito len- emulsões produzidas na parte C? Discuta as di-
tamente, para evitar acidentes. ferenças.
Na virada do século 20, quando o estudo da química por trás dos alimentos começou a ganhar
corpo, surgiram os primeiros aromas sintéticos: tentativas de imitar, em laboratório, os voláteis mais
marcantes no sabor e no odor dos alimentos.
[…]
O aumento no consumo de alimentos processados, que precisavam manter o mesmo gosto e fres-
cor após longos períodos de transporte e estoque, ajudou a indústria de aromas a se estabelecer. Mas
um dos pontos-chave para a profissão foi a invenção, na década de 1950, das primeiras máquinas
comerciais de cromatografia gasosa. […]
Um aroma artificial já não precisava imitar a natureza por meio de tentativa e erro: o aromista po-
dia separar seus “ingredientes”, provar combinações e decidir quais misturas reproduziam de forma
mais agradável o sabor que ele pretendia dar à comida.
Linha de montagem
[…] Eles são, tradicionalmente, divididos em dois grupos: os aromas naturais e os sintéticos.
Os [aromas] naturais não precisam vir totalmente prontos da natureza. Vale fermentar, destilar,
concentrar óleo. Só não pode transformar o ingrediente com reações químicas em laboratório.
O extrato de baunilha, por exemplo, é obtido a partir da fava seca da flor de uma orquí-
dea. Mas só 2% de uma fava natural pode ser convertida em extrato. Acontece que uma
única molécula é a principal responsável pelo aroma característico da baunilha: a vanilina. A função do aromista
é tornar o aroma
E ela é facilmente produzida em laboratório. A partir do cravo-da-índia, isola-se uma subs- sintético o mais
tância chamada eugenol. Oxidado, ele se torna vanilina, a baunilha sintética. Sintética, mas próximo possível do
não exatamente “artificial”. Essa classificação vale só para a produção de moléculas impos- natural. Esses aromas
são formados por uma
síveis de encontrar na natureza. mistura de substâncias
É o caso da etilvanilina, uma criação 100% humana. Ela dá gosto de baunilha por um terço químicas, em
quantidades mínimas,
do preço da vanilina […]. Mas não basta um único ingrediente para fazer o trabalho. Um com- que não alteram
posto isolado sempre traz uma experiência sensorial mais linear e menos complexa do que significativamente o
um extrato totalmente natural. valor nutricional do
alimento.
O aromista, então, precisa criar camadas com a sua matéria-prima. “Um bom aroma de
melancia não pode ser feito só de matérias-primas presentes na polpa. A fruta cresce fechadinha, e
seus aromas concentram aspectos de cada um dos seus elementos: polpa, sementes, casca. Um aro-
ma autêntico precisa ter tudo isso.”
Leonardi, A. C. Ciência dos aromas: os segredos por trás do gosto da sua comida. Superinteressante,
São Paulo, 26 jan. 2019.
PARA DISCUTIR
2 Segundo o texto, qual é a diferença entre os aromas sintéticos e os aromas artificiais? Qual
é o papel do aromista no desenvolvimento desses aromas?
1 Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas reação, porém não houve redução significativa no
Espaciais (Inpe), o Brasil é o líder entre os países da valor do pH; já no terceiro não se observou reação.
América Latina em focos de queimadas, que se con- O que pode ser concluído sobre cada um desses três
centram nas regiões Centro-Oeste, Norte e em algumas compostos?
partes da Região Nordeste. Que tipo de combustão
libera carbono (fuligem)? Quais podem ser os possíveis 7 Apresente as fórmulas estruturais dos reagentes que
desencadeadores de queimadas no meio ambiente? podem ser utilizados para obter, pelo método de
oxidação, os ácidos carboxílicos cujas fórmulas estão
2 A queima de combustíveis fósseis é uma das princi- representadas a seguir.
pais fontes de poluentes causadores da chuva ácida. a) O
Tanto o carvão mineral quanto os derivados de pe-
tróleo de maior massa molecular (como o óleo diesel)
apresentam teores relativamente elevados de X, OH
gerando Y durante a combustão. A reação entre o
O
oxigênio atmosférico e Y pode formar o gás Z, outro b)
poluente atmosférico. A reação entre Z e a água
produz A, responsável pelo abaixamento do pH da OH
chuva. Quais são os símbolos e as fórmulas que
O
substituem X, Y, Z e A?
c)
Photofusion/Universal Images Group via Getty Images
OH
O
d)
OH
H C O C (CH2)7CH CH(CH2)5CH3
• Escreva as equações balanceadas da decomposi-
ção térmica do carbonato de cálcio e da hidratação
H C O C (CH2)7CH CH(CH2)7CH3
do óxido de cálcio.
O
H C C (CH2)16 CH3 13 Leia o texto a seguir.
O
H O
Um detergente é qualquer composto que pode ser
a) Represente as fórmulas estruturais dos ésteres utilizado como agente de limpeza. Embora o sabão se-
metílicos obtidos na reação desse triacilglicerol ja um detergente, esse termo geralmente é usado para
com o metanol. designar os substitutos sintéticos do sabão. O nome
b) Que outro produto é obtido nessa reação? Repre- genérico para essa classe de compostos é “agentes
sente sua fórmula estrutural. tensoativos”. Assim, agente tensoativo é qualquer com-
posto que reduz a tensão superficial da água, permi-
11 Forneça as fórmulas estruturais dos principais com- tindo que óleos e gorduras possam ser emulsionados.
ponentes do sabão obtidos da reação do triglicerídeo
BarBosa, A B.; Silva, R. R. Xampus. Química Nova na Escola,
representado a seguir com o hidróxido de potássio, São Paulo, n. 2, p. 3, nov. 1995. Seção Química e sociedade.
na proporção 1 : 3 em mol. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc02/
quimsoc.pdf. Acesso em: 14 abr. 2016.
H O
H C O C (CH2)14CH3
• Indique, entre as fórmulas representadas a seguir,
aquelas cujas características estruturais permitem
H C O C (CH2)7 CH CH(CH2)7CH3 que elas atuem como agentes tensoativos.
a)
O OH
H C O C (CH2)16 CH3
CH3
H O b)
N1 CH3
12 Leia o texto a seguir. CH3
O
[…] O cálcio é o quinto elemento mais abundante c)
da Terra. […] O cálcio metálico é usado para eliminar O2Na1
DONOT6_STUDIO/Shutterstock.com/ID/BR
dutos comercializados para o consumo humano. Alterações na composição dos
alimentos, porém, podem ocorrer por acidente ou mesmo intencionalmente.
No caso do leite, pode-se citar a adição de substâncias proibidas pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fim de aumentar o rendimento
e/ou disfarçar a deterioração do produto.
Reúna-se em grupo e imagine a seguinte situação: você e os colegas de grupo
fazem parte do setor de inspeção de produtos lácteos e receberam uma denúncia
de que o fabricante de determinada marca de leite está adulterando o produto.
Como vocês fariam para determinar se a composição do leite foi alterada?
Decompondo o problema
Inicialmente, vocês vão decompor o problema complexo em problemas mais
O leite processado simples de serem resolvidos. Para responder à questão “Como determinar se a
industrialmente pode composição do leite foi alterada?”, é necessário conhecer a regulamentação da
ser pasteurizado ou indústria de laticínios, as fraudes geralmente aplicadas nesse segmento, a ma-
esterilizado pelo
método UHT (sigla para neira como o leite é fiscalizado pelas autoridades, entre outros aspectos.
ultra high temperature). Algumas sugestões de perguntas:
• Qual é o padrão de qualidade determinado para os leites processados?
• Que aditivos legais podem ser colocados no leite?
• Quais substâncias são geralmente usadas para adulterar o leite?
• Como detectar a presença de substâncias ilegais no leite?
• Que materiais devem ser utilizados para fazer a análise da composição do leite?
Reconhecendo padrões
Partindo da pergunta “Como detectar a presença de substâncias ilegais no lei-
te?”, é possível reconhecer características desta situação que sejam comuns a ou-
tras situações que envolvem a identificação de substâncias em uma amostra.
Por exemplo, se você adicionar iodo em uma amostra de farinha de trigo, vai
notar a região dessa amostra em que o iodo foi aplicado fica mais escura. Isso
acontece porque a farinha de trigo tem amido em sua composição e esse carboi-
drato reage com o iodo, passando da cor laranja para a cor preta. A mudança de
coloração do iodo, portanto, evidencia a ocorrência de uma reação química entre
ele e o amido presente na farinha.
Discuta com os colegas de grupo se faria sentido pensar em reações químicas
para identificar a presença de substâncias ilegais no leite adulterado. Reconhe-
çam também padrões para os demais problemas levantados na etapa anterior.
Mar de Palha/ID/BR
A B A B
Ao aplicar iodo em uma
amostra de açúcar (A) e
em uma amostra de
farinha de trigo (B), nota-
-se que a reação ocorre
apenas na farinha de
trigo. Logo, apenas a
farinha apresenta amido
em sua composição.
Além disso, levantem questionamentos a respeito dos outros problemas. É importante con-
siderar que a mudança de coloração é apenas uma das evidências da ocorrência de uma rea-
ção química. Outro ponto é que substâncias similares podem desencadear as mesmas reações.
Buscando soluções
Em grupo, discutam uma possível solução para o problema, descrevendo qual
procedimento e quais materiais serão utilizados. Compartilhem a ideia com o profes-
sor para que ele possa avaliá-la.
Syda Productions/
Elaborando o algoritmo Shutterstock.com/ID/BR
PARA DISCUTIR
3 Quais foram as principais dificuldades para desenvolver essa atividade? Como cada
grupo lidou com elas?
AMj Studio/ID/BR
amostra de CxHy A B a) Equacione a combustão completa do isoctano.
b) Determine o volume de CO2, nas CATP, for-
mado na combustão completa de 1 L de
forno
isoctano. Considere a densidade desse com-
bustível igual a 0,72 g ? mL21.
Reação não balanceada:
CxHy 1 O2 é CO2 1 H2O 12 O etanol (C2H6O) é uma substância obtida da
Com esses dados, determine a fórmula molecu- fermentação de açúcares. Sobre o etanol, pe-
lar do composto orgânico analisado e represen- dem-se:
te a equação balanceada do processo. a) sua composição centesimal;
Considere o gás com comportamento ideal e b) a equação da reação de sua combustão
R 5 0,082 atm ? L ? K21 ? mol21. completa;
c) a massa de oxigênio necessária para alimen-
10 (Enem) No processo de fabricação de pão, os
padeiros, após prepararem a massa utilizando tar a combustão completa de 23 kg de etanol;
fermento biológico, separam uma porção de d) o volume de gás carbônico, a 27 °C e 1,0 atm,
massa em forma de “bola” e a mergulham num liberado na combustão completa de 57,5 L
recipiente com água, aguardando que ela suba, de etanol, dado que a densidade desse álcool
como pode ser observado, respectivamente, em é 0,8 g/mL.
I e II do esquema abaixo. Quando isso acontece,
a massa está pronta para ir ao forno. 13 Suponha que houve a combustão completa de
40 L de gasolina, representada por C8H18.
• Considerando a densidade da gasolina igual
a 0,72 g/mL, calcule a massa de gás oxigênio
necessária para a combustão completa de to-
da a gasolina.
I II
SO23 Na1
b)
SO23 Na1
Cº2 e) Cº2
c) N1
N1
18 A partir do ácido acético, por esterificação, foram obtidos 19,6 g de acetato de metila.
a) Determine a massa de ácido que reagiu.
b) Que álcool foi empregado na reação de esterificação?
c) Determine a quantidade de matéria, em mol, de álcool utilizado no processo.
19 A sequência de etapas a seguir ilustra a síntese do benzoato de metila, a partir do álcool benzílico.
O O
CH2OH A C B C
OH OCH3
20 O biodiesel é muito pesquisado atualmente como alternativa para reduzir o consumo de combustíveis
de origem fóssil. Sua produção ocorre mediante uma reação de transesterificação de óleos vegetais,
ricos em triglicerídeos, formando como subproduto um composto muito utilizado como hidratante
em formulações comerciais.
Reações de transesterificação são muito semelhantes a reações de esterificação, porém convertem
um éster em outro éster. A reação de transesterificação para produção de biodiesel pode ser resumi-
da como:
O O
O R1 R O R1 OH
O O
catalisador
O R2 1 3 R OH R O R2 1 OH
O álcool O
O R3 R O R3 OH
triglicerídeo biodiesel subproduto
Nessa reação, R1, R2 e R3 são cadeias carbônicas do óleo vegetal e R é a cadeia carbônica do álcool,
geralmente CH32 ou CH3CH22.
a) Qual é o nome do subproduto formado? Qual grupo funcional está presente na molécula desse
subproduto?
b) Para determinado óleo vegetal, R1, R2 e R3 são compostas, cada uma, de uma cadeia não ramifi-
cada e saturada de dez átomos de carbono, e o álcool utilizado é o metanol. Escreva a estrutura
da molécula de biodiesel formada.
OBJETIVOS
• Compreender as reações de transferência de elétrons e o concei-
to de número de oxidação.
• Balancear equações de reações de oxirredução.
• Reconhecer o papel das reações de oxirredução no metabolismo.
• Analisar os processos metabólicos essenciais à manutenção da
vida, como a fotossíntese e a respiração celular.
• Relacionar o metabolismo a DNA, RNA, código genético, síntese
de proteínas e determinação de características nos seres vivos.
JUSTIFICATIVA
Reconhecer processos de transferência de elétrons e reações de
oxirredução, tanto no metabolismo dos seres vivos quanto na ma-
téria inanimada, é importante para entender melhor a si mesmo e
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES o que acontece ao seu redor.
DESENVOLVIDAS NA UNIDADE
QUESTÕES PARA REFLETIR
Competências gerais:
CGEB 1, CGEB 2, CGEB 5, CGEB 7,
1. Reações de oxirredução, como as que ocorrem em processos de
CGEB 9 corrosão, são comuns no dia a dia. Destaque dois problemas
relacionados à corrosão de materiais.
Competências específicas
2. Os seres vivos consomem energia para realizar suas atividades.
e habilidades das áreas:
CECNTEM1 (EM13CNT101),
Qual é a importância de conhecer a origem dessa energia e os
(EM13CNT104) processos responsáveis por sua formação?
CECNTEM2 (EM13CNT202) 3. Reações como as de oxirredução são estudadas em diversos
CECNTEM3 (EM13CNT301), setores, como na engenharia metalúrgica e na indústria química.
(EM13CNT303)
Você já pensou em seguir alguma dessas carreiras? Comente.
74
Unidade
InWay/Shutterstock.com/ID/BR
Contando elétrons 1
Metabolismo celular 2
75
1
CONTANDO ELÉTRONS
CAPÍTULO
REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
» Para começar
As reações de oxirredução são processos muito comuns no dia a dia. Um exem-
1. O que você entende
por oxidação? plo bastante conhecido é a formação de ferrugem na superfície de materiais fer-
2. O que são íons? rosos, como o aço e o ferro fundido.
3. Que tipos de ligação
A ferrugem está associada ao ferro, mas a corrosão pode ocorrer em diversos
química são materiais. Entender e prevenir o processo de corrosão é importante, pois ele pode
conhecidos? causar grandes prejuízos econômicos e desperdício de recursos, além de colocar
em risco a vida de pessoas, em caso de acidentes.
Essas reações também estão presentes no funcionamento de pilhas e baterias,
em processos biológicos como a fotossíntese, no funcionamento do bafômetro,
no escurecimento de lentes fotossensíveis em presença de luz solar, bem como
na ação antioxidante da vitamina C. Todos esses processos dependem da trans-
ferência de elétrons que ocorre entre as espécies químicas envolvidas nessas
reações. Mas como a transferência dessa partícula pode estar relacionada a tan-
tos processos diferentes?
Neste capítulo, você vai aprender a reconhecer reações de oxirredução, ba-
lancear as equações que as representam e investigar alguns exemplos delas
em seu cotidiano.
Haluk Cigsar/
Shutterstock.com/ID/BR
Processo de corrosão
em navio. Istambul,
Turquia. Foto de 2019.
0 0 0 0 11 21
crescente
A descoberta do oxigênio
Historiadores admitem que a descoberta do gás hoje conhe-
SPL/Fotoarena
cido como oxigênio envolve no mínimo três personagens: o quí-
mico francês Antoine Lavoisier (1743-1794), o teólogo e filóso-
fo inglês Joseph Priestley (1733-1804) e o químico sueco Carl
Wilhelm Scheele (1742-1786). No século XVIII, diversos estu-
diosos se dedicavam a entender o comportamento dos “ares”.
Em 1774, Priestley utilizou uma grande lente para focalizar raios
solares e decompor uma amostra de óxido de mercúrio, e depois
testou o gás produzido. Ao capturar e testar o “ar”, ele notou que
este era capaz de manter a combustão de uma vela e, ao expor
um camundongo isolado a esse gás, observou que o animal pa-
recia mais revigorado. Em 1772, Scheele também tinha notado Equipamentos utilizados por Joseph Priestley para
um estranho comportamento de um gás liberado ao aquecer estudar o comportamento dos “ares”. Gravura
compostos como o dióxido de manganês, chamando esse gás presente na obra Nomenclature Chimique: Ou
Synonymie Ancienne Et Moderne, Pour Servir A
de “ar de fogo”, devido a sua capacidade de combustão. Lavoi- L'Intelligence Des Auteurs (1789).
sier, que teve acesso aos trabalhos de Priestley, decidiu também
estudar o óxido de mercúrio. Ao repetir as experiências, Lavoisier analisou as propriedades desse novo gás e per-
cebeu que ele não se dissolvia na água, mas reagia com certos metais formando óxidos. Ao realizar vários testes,
ele concluiu que o “ar” era formado por dois tipos distintos de gases, um capaz de gerar combustão e sustentar a
vida e outro com teor asfixiante. O primeiro é conhecido hoje como oxigênio, e o segundo, como nitrogênio.
1. Durante muito tempo, o crédito pela descoberta do oxigênio foi dado exclusivamente ao francês Lavoisier.
Segundo o texto acima, é possível afirmar que somente ele foi responsável por essa descoberta? Justifique
sua resposta.
Material
• pregos não galvanizados de ferro (sem ferrugem)
• sacos plásticos pequenos para transporte dos pregos
Como fazer
1 Organizem-se em dois grupos. Cada integrante dos grupos receberá um prego, o qual deverá ser le-
vado para casa e colocado em um lugar de própria escolha por uma semana, para que, posteriormen-
te, seja avaliado o grau de oxidação do prego de ferro. Os alunos do primeiro grupo deverão escolher
um local com condições ideais para que os pregos atinjam alto grau de corrosão, enquanto os do se-
gundo grupo colocarão os pregos em locais que evitam a ocorrência desse processo.
Anant Kasetsinsombut/Shutterstock.com/ID/BR
fazem parte dos grupos. Anotem também nesse Atenção!
painel em qual local da casa o prego de cada Cuidado para não se
aluno será deixado pelo tempo previsto. ferir com os pregos.
3 Estipulem uma data para que todos tragam de
volta os pregos para a análise dos resultados.
6 Em seguida, analisem os locais onde cada prego foi deixado, elegendo as condições que realmente
influenciam na formação de ferrugem. Registrem, no caderno, os apontamentos e as conclusões.
Para concluir
1 Em qual local foi deixado o prego que menos enferrujou? E o que mais enferrujou? Descreva as con-
dições ambientais nos dois casos.
1. De acordo com o texto, como os radicais livres podem comprometer o sistema cognitivo de idosos? Por que a
pesquisa aposta no uso da castanha-do-brasil no combate a esse problema?
2. De que maneira os resultados apresentados pelo estudo podem contribuir para a qualidade de vida dos idosos?
Mn 1 átomo é 5 elétrons 2 átomos é 10 elétrons Os óxidos formados entram em contato com sílica
(SiO2), formando silicatos alcalinos (um tipo de vidro),
O 5 átomos é 5 elétrons 10 átomos é 10 elétrons que não oferecem risco às pessoas nem ao ambiente.
Uma pesquisa feita no Instituto Butantan verificou que a rutina, molécula comum a diversas
plantas e alimentos, protegeu camundongos de problemas de sangramento e de inflamação de-
correntes da ação do veneno da jararaca (Bothrops jararaca), que responde por cerca de 70% dos
acidentes com serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo.
O trabalho foi realizado por Marcelo Larami Santoro, Ana Teresa Azevedo Sachetto e Jaqueli-
ne Gomes Rosa no Laboratório de Fisiopatologia do Butantan, em São Paulo […].
[…]
[…] Toxinas presentes no veneno da jararaca podem desencadear sangramento, alterar as rea-
ções de oxirredução […] nas células e inibir a capacidade do corpo de parar o sangramento.
“Os mecanismos de complicações clínicas em pacientes picados por jararaca ainda não são
bem compreendidos e a terapia com antiveneno é limitada em sua capacidade de tratar toda a
gama de complicações que podem ocorrer após uma picada de serpente”, disse Santoro.
“No organismo de quem é picado, o veneno de jararaca aumenta a atividade do fator tissular,
substância presente nos tecidos e no interior dos monócitos e plaquetas do sangue e que tem um
papel fundamental no processo de coagulação”, disse.
[…]
“O envenenamento por picadas de jararaca causa problemas de coagulação, que resultam do
aumento da atividade do fator tissular. A atividade do fator tissular é controlada pela enzima PDI
e sabemos que a rutina tem o poder de inibir a PDI. Pensamos que seria possível usar a rutina
para evitar a expressão do fator tissular nos casos de envenenamento, reduzindo assim compli-
cações secundárias como a coagulação sanguínea”, disse Santoro.
Para testar a hipótese, os pesquisadores fizeram experimentos com instrumentos em laborató-
rio e em camundongos. No primeiro, ao colocarem veneno de jararaca em presença de uma solu-
ção com rutina, foi constatado um efeito benéfico contra o estresse oxidativo, que é uma condição
biológica em que ocorre desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a sua remoção do or-
ganismo. O estresse oxidativo é outra complicação secundária que ocorre no envenenamento. […]
“No envenenamento, aumenta a atividade do fator tissular. No grupo de animais nos quais
foram injetados veneno e rutina, verificamos que a rutina reduziu o distúrbio da coagulação,
protegendo assim o organismo dos camundongos das ações de coagulação do envenena-
mento”, disse Santoro. […]
[…]
De acordo com o pesquisador, futuros estudos serão necessários para compreender a ati-
vidade da rutina […].
Moon, P. Substância encontrada em frutas atua contra picadas de jararaca. Agência Fapesp, São Paulo,
12 dez. 2018. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/substancia-encontrada-em-frutas-atua-contra-
picadas-de-jararaca/29411/. Acesso em: 13 abr. 2021.
PARA DISCUTIR
1 De acordo com o texto, o envenenamento por picadas de jararaca causa problemas de
coagulação. Como a molécula de rutina poderia auxiliar no tratamento desses casos?
2 A molécula de rutina tem alto poder oxidante. Identifique o trecho do texto que apresen-
ta a relação entre os efeitos dessa molécula e o estresse oxidativo.
3 Na notícia, os pesquisadores admitem que mais estudos são necessários para melhor
compreensão da atividade da molécula de rutina. Que aspecto da ciência é possível per-
ceber nessa afirmação?
a) 1
d) NO2
H e) NO3
2 1
1 H C O H
2 5 Determine o Nox de todos os elementos constituin-
H tes dos compostos listados abaixo.
1
a) H2O2
Como o hidrogênio (H) apresenta eletronegatividade b) Na2O
inferior à do carbono (C) e à do oxigênio (O), seu Nox é c) CaO
1. O oxigênio, o mais eletronegativo dos três átomos,
apresenta Nox 2. d) SO2
Como o carbono do metanol estabelece ligações com e) NaHCO3
três hidrogênios e um oxigênio, seu Nox também é 2. f) HCºO4
b) 2
g) K3PO4
O
6 Assinale quais das seguintes reações são de oxirre-
C 0
dução. Justifique.
H H
1 1 a) Cu(s) 2 H2SO4(aq) é CuSO4(aq) SO2(g)
2 H2O(º)
No formaldeído, o Nox zero do carbono decorre do fato
b) HCº(aq) NaOH(aq) é NaCº(aq) H2O(º)
de esse elemento estabelecer duas ligações com dois
átomos de hidrogênio e duas ligações com um átomo c) 4 HCº(aq) MnO2(aq) é MnCº2(aq) Cº2(g)
de oxigênio. 2 H2O(º)
c) 2 d) AgNO3(aq) NaCº(aq) é AgCº(s) NaNO3(aq)
O
a) O processo pode ser classificado como uma reação de transferência de elétrons? Justifique.
b) Qual é o agente redutor?
c) Explique por que objetos de prata não devem ser mantidos em contato com ovos, maionese e
cebola, alimentos ricos em enxofre.
Martyn F. Chillmaid/SPL/Fotoarena
A B C
a) Sabendo que os produtos da reação são gás cloro, cloreto de manganês(II), cloreto de potássio e
água, equacione a reação do processo descrito.
b) Identifique o agente oxidante e o agente redutor.
O O
xH C y O2 zH C
H OH
14 O cobre é considerado um metal nobre, ou seja, não é facilmente oxidado. Uma das observações
experimentais utilizadas para classificar um metal como nobre é o metal não ser oxidado em solução
ácida, liberando gás hidrogênio. Entretanto, raspas de cobre são oxidadas a cátions Cu2, se coloca-
das em contato com solução concentrada de ácido nítrico (HNO3). Nessa reação, além de nitrato de
cobre(II), há a formação de água e de óxido nítrico (NO).
a) Determine o número de oxidação do elemento nitrogênio no ácido nítrico (HNO3) e no óxido
nítrico (NO).
b) Equacione a reação que representa a oxidação descrita, do metal cobre pelo ácido nítrico.
16 O ferro não é encontrado puro na natureza, mas na forma de minérios. No Brasil, existem grandes
jazidas de minério de ferro de ótima qualidade. Uma das reações de obtenção do ferro-gusa (que
tem 2% a 5% de carbono) pode ser representada por: Fe2O3 3 CO ∫ 2 Fe 3CO2.
a) Determine o Nox de cada elemento nas substâncias envolvidas.
b) Qual elemento foi oxidado e qual foi reduzido?
c) Qual é o agente oxidante e qual é o agente redutor?
17 Alguns alimentos, como a cebola, contêm compostos derivados do enxofre e, por isso, provocam
escurecimento na lâmina da faca ao serem cortados. A reação que provoca o escurecimento pode
ser representada por:
cor escura
METABOLISMO E ENERGIA
» Para começar
1. Como as células
Toda atividade realizada pelos seres vivos – e, portanto, por suas células –
obtêm a energia depende de fornecimento constante de energia. Os físicos consideram energia a
necessária para seu capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico têm de realizar
metabolismo?
trabalho (geralmente produzir movimento). A energia pode ser transferida de um
2. Quais substâncias corpo a outro e também ser convertida de um tipo em outro. O calor, a luz e o som,
fornecem energia
para as células? por exemplo, são diferentes tipos de energia.
Como essas Toda matéria é formada por substâncias, que, por sua vez, são constituídas de
substâncias podem moléculas e átomos. Os átomos estão ligados uns aos outros por ligações quími-
ser obtidas pelos
seres vivos? cas que contêm energia armazenada. As moléculas presentes em um pedaço de
3. Qual é a importância madeira, por exemplo, contêm energia química na ligação entre seus átomos.
das proteínas para Quando ocorre a combustão (queima) da madeira, a energia química desse ma-
as células? terial se transforma em energia luminosa e térmica.
O tipo de energia utilizada pelas células é a energia química. É ela que permite
às jogadoras de futebol retratadas na foto desta página realizarem movimentos
e ações como visualizar a bola, mover o corpo, saltar e manter o equilíbrio, locali-
zar as outras jogadoras, decidir qual é a melhor jogada e, ao mesmo tempo, man-
ter as funções vitais do organismo. Todas essas atividades requerem a conversão
da energia química dos alimentos em outras formas de energia.
Além da demanda por energia, a atividade celular depende de inúmeras pro-
teínas, moléculas que participam de praticamente todas as reações químicas vi-
tais. As proteínas são sintetizadas pelas próprias células por meio de um proces-
so que envolve a formação de uma cadeia de aminoácidos a partir de informações
contidas no DNA.
Seleções femininas de Neste capítulo, você vai estudar os processos e as reações que garantem a trans-
futebol do Brasil e do
Chile, em partida formação da energia contida nos alimentos em energia utilizável no metabolismo
disputada em São Paulo celular, bem como os mecanismos de síntese de proteínas e de regulação gênica.
(SP). Foto de 2019.
Van Campos/Fotoarena
DE OLHO NO CONCEITO
Reações endotérmicas e reações exotérmicas
Algumas reações precisam receber energia para ocorrer. São as reações Enzimas: Proteínas com a fun-
endotérmicas (do grego éndon, dentro, e thermós, temperatura). Nelas, os ção específica de acelerar as
reagentes contêm menos energia do que os produtos. Um exemplo disso é a reações químicas, atuando co-
reação de decomposição do fermento químico (basicamente, bicarbonato de mo catalisadores das reações
sódio) que ocorre quando se faz um bolo: que ocorrem em células e em
bicarbonato de sódio (s) 0 energia é carbonato de sódio (s) 0 água (g) 0 CO2 (g) tecidos vivos.
Ilustrações: ID/BR
A
moléculas simples
moléculas complexas
Ilustrações: ID/BR
A formação do ATP
lulas e da função do ATP pode ser mais bem com-
energia proveniente da (reação endotérmica)
preendida se compararmos a liberação de ener- degradação da glicose
gia na célula a um tipo de liberação de energia (reação exotérmica)
P P P adenina
muito comum no dia a dia: a combustão do gás
de cozinha. Pi
ribose
Nessa reação, toda a energia do gás é libe- fosfato inorgânico (Pi)
ATP
rada de uma só vez, sob a forma de calor e luz.
Se a energia da glicose fosse liberada do mes- acoplamento de reações
mo modo, o calor seria tão intenso que destrui- P P adenina
ria as proteínas e interromperia todas as reações quebra do ATP em ADP 1 Pi
metabólicas, matando a célula. Mas, não é as- (reação exotérmica)
ribose
sim que ocorre. adenina
ADP P P
A energia armazenada nas ligações químicas
da molécula de glicose é liberada gradativamen-
te, em uma cadeia de reações que sintetizam ribose
moléculas de ATP. Depois, de acordo com as ne- fosfato energia liberada para o
cessidades da célula, o ATP é hidrolisado, e a inorgânico (Pi) Pi metabolismo celular
energia liberada por meio do desligamento de
Esquema que representa o acoplamento de reações, com o ATP como
grupos fosfato é utilizada nas diversas reações
reserva energética das células. Cores-fantasia.
metabólicas realizadas pelas células.
Fonte de pesquisa: Alberts, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed.
Quando o ATP perde um fosfato, este pode se Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 57.
transferir para outra molécula (substrato), que,
por sua vez, torna-se fosforilada (imagem B). A B
fosforilação da molécula requer energia, a qual é substrato
fosforilado substrato
conseguida através da quebra do ATP. A fosfori-
fosforilado
lação de moléculas pode alterar a sua atividade P ADP
biológica. Por exemplo, as proteínas das células P
musculares só conseguem promover a contração
muscular depois de serem fosforiladas. fosforilação desfosforilação
O processo inverso também ocorre, ou seja, a do substrato desfosforilação fosforilação do substrato
molécula orgânica ligada ao fosfato (substrato
fosforilado) sofre desfosforilação, e o fosfato que P
foi desligado pode ser usado na reconstituição
ATP
do ATP a partir do ADP. Entretanto, isso só acon- substrato
tecerá se houver uma fonte de energia disponí- substrato
ATP ATP
As reações da respiração celular aeróbia podem ser divididas em
duas fases.
ADP ADP
• Fase anaeróbia ou glicólise: acontece no citosol, sem a participa-
ção do gás oxigênio. É o início do catabolismo da glicose.
A P C C C C C C P
• Fase aeróbia: acontece obrigatoriamente na presença do gás
oxigênio. Nos seres eucarióticos, ela ocorre nas mitocôndrias; nos
procariontes, ocorre no citosol, em interação com as enzimas da
membrana.
P C C C C C C P
B
NAD1 NAD1 Fase anaeróbia
Pi Pi Na fase anaeróbia ou glicólise (do grego glykýs, açúcar, e lysis,
NADH 1 H NADH 1 H
1 1 quebra), a glicose, uma molécula relativamente simples, formada
por seis átomos de carbono, é degradada por meio de uma série de
P C C C P P C C C P reações das quais resultam duas moléculas de piruvato, com três
átomos de carbono cada. O esquema ao lado representa, de forma
C ADP ADP simplificada, as etapas (A, B, C e D) dessa fase. Acompanhe a expli-
cação a seguir com o auxílio desse esquema.
A glicólise é um processo exotérmico. Mas, para que ela se inicie,
ATP ATP
são necessárias duas moléculas de ATP (etapa A). A energia libera-
da ao longo dessa fase permite a formação de quatro moléculas de
P C C C C C C P
ATP. Se considerarmos que duas delas repõem as duas inicialmen-
te utilizadas, o saldo final da glicólise é de duas moléculas de ATP.
D ADP ADP
Durante o processo de formação do piruvato, há a incorporação
e a perda de fosfato pelas moléculas participantes das reações. Ini-
ATP ATP cialmente, dois fosfatos presentes nas duas moléculas de ATP (cha-
madas moléculas de ativação) são incorporados (etapa A). Dois fos-
piruvato (3C) piruvato (3C) fatos inorgânicos (Pi) são incorporados posteriormente (etapa B).
Por convenção, as ligações envolvendo os fosfatos – cujo desliga-
mento da molécula implica liberação de grande quantidade de ener-
Esquema simplificado da glicólise. Cores-fantasia.
gia – são representadas pelo símbolo ∏.
Fonte de pesquisa: Alberts, B. et al. Fundamentos da
biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 429. Durante a degradação da glicose, quatro íons de hidrogênio são
liberados. Eles são captados e presos em duas moléculas transpor-
tadoras de hidrogênio, chamadas nicotinamida-adenina-dinucleotídio (NAD1). Ca-
ROTEIRO
da uma se torna, então, NADH 0 H1 (etapa B). Em seguida, quatro moléculas de
2. Organismos autótrofos são ADP incorporam os fosfatos, formando as quatro moléculas de ATP (etapas C e D).
capazes de produzir carboi-
O processo de glicólise libera apenas uma parte da energia disponível na mo-
dratos. Esses organismos rea-
lizam respiração celular? lécula de glicose; a parte restante continua armazenada nas moléculas de piru-
Justifique sua resposta. vato e será liberada nas etapas posteriores.
ID/BR
B
glicose
2 ATP (saldo final da glicólise)
citosol
1 glicólise 2 NADH 1 2 H1
piruvato mitocôndria
2 C02
2 NADH 1 2 H1
composto
intermediário
(2 acetil – coenzima A)
4 C02
2 ciclo de
Krebs e–
2 FADH2 32 ATP
e–
6 NADH 1 6 H 1
cadeia respiratória e–
3
O2 6 H2O
6
Esquema geral da respiração aeróbia. As duas moléculas de piruvato, produto final da glicólise, são degradadas ao longo da fase aeróbia.
Cores-fantasia.
Fonte de pesquisa: Alberts, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 459.
ID/BR
piruvato
C C C
NAD1 CO2
A C
NADH 1 H1
acetil
C C
CoA
B
acetil-coenzima A
C C CoA
ácido C CoA
G
oxalacético
C C C C ácido cítrico
NADH 1 H1 C C C C C C
E CO2 D
ciclo de Krebs C
NAD1
FADH2 NAD1
E E
D CO2
FAD NADH 1 H1
C C C C C C C C C C
(composto intermediário) (composto intermediário)
I III
ATP-
II -sintetase
membrana 1 O
FADH2 2 H1 1 __ H2O
mitocondrial FAD 2 2
interna
NADH NAD1 ADP 1 Pi ATP
matriz
mitocondrial H1
Fosforilação oxidativa
Esquema da cadeia
respiratória. Cores-fantasia.
A cadeia respiratória é formada por aceptores de elétrons (numerados de I a Fonte de pesquisa: Reece, J. B.
IV) dispostos de maneira organizada na membrana interna da mitocôndria. Esses et al. Campbell Biology. 10. ed.
[S. l.]: Pearson, 2014. p. 174.
aceptores são complexos proteicos que recebem elétrons das moléculas NADH e
FADH2. Ao ceder elétrons aos aceptores, essas moléculas carreadoras passam,
respectivamente, a NAD+ e FAD, liberando íons H+.
Os elétrons são transferidos de um aceptor a outro (setas amarelas) por meio
de aceptores intermediários, a ubiquinona e os citocromos, perdendo energia gra-
dualmente ao longo dessa transferência. A energia liberada pelo transporte de
elétrons é usada pelos aceptores de elétrons para bombear íons H+ da matriz mi-
tocondrial para o espaço entre membranas.
O último elemento oxidante da cadeia respiratória, portanto, o aceptor final de
elétrons, é o gás oxigênio proveniente do meio extracelular, que, ao receber os
íons hidrogênio, forma moléculas de água (H2O).
Com o acúmulo de íons hidrogênio (H+) no espaço entre as membranas mito- ROTEIRO
condriais, por conta do bombeamento ativo de H+, forma-se um gradiente de con- 3. Considerando que, durante a
centração entre esse espaço (com maior concentração de íons H+) e a matriz mito- etapa da cadeia respiratória,
cada molécula de FADH2 é res-
condrial (com menor concentração de íons H+). Assim, esses íons tendem a voltar
ponsável pela reconstituição
para a matriz, mas só podem fazê-lo se atravessarem um conjunto específico de de duas moléculas de ATP e
proteínas denominado ATP-sintetase (seta vermelha apontada para baixo). que cada molécula de NADH
Esse conjunto gira quando os íons H+ fluem por ele. Assim, nesse processo há forma três moléculas de ATP,
conversão de energia mecânica (rotação da ATP-sintetase) em energia química, estime o rendimento energé-
tico total da respiração celular
que é utilizada na fosforilação de moléculas de ADP, isto é, na ligação de um fos-
aeróbia. Apresente os produ-
fato inorgânico (Pi) ao ADP, com a formação de ATP. tos de cada etapa da respira-
A sequência de reações da cadeia respiratória mais a síntese de ATP formam ção e o saldo energético total
um conjunto chamado fosforilação oxidativa. em uma tabela.
Respiração anaeróbia
Realizada por alguns tipos de bactérias, a respiração anaeróbia ocorre no ci-
tosol das células em interação com enzimas presentes na membrana plasmática.
Nesse processo, acontecem as mesmas etapas da respiração celular aeróbia, po-
rém o aceptor final de elétrons na cadeia respiratória não é o gás oxigênio, mas são
substâncias como nitritos, nitratos, sulfatos ou carbonatos. Certas bactérias que vi-
vem no solo, por exemplo, realizam a respiração anaeróbia, resumida nesta equação:
Fermentação
A fermentação é outro processo de liberação de energia que ocorre sem a par-
ROTEIRO
ticipação do gás oxigênio.
4. Compare a fase anaeróbia da
respiração com o processo
As reações químicas da fermentação envolvem a degradação parcial da glicose
de fermentação. (glicólise) com liberação de piruvato. Entretanto, ao final dessas reações, são pro-
duzidas outras substâncias cujas moléculas são maiores do que as de H2O e CO2
produzidas na respiração celular. Como boa parte da energia contida inicialmente
na glicose continua associada a seus produtos, ao final da fermentação o rendi-
mento energético é pequeno: duas moléculas de ATP por molécula de glicose. Esse
processo é considerado, em termos evolutivos, o mecanismo mais antigo de obten-
ção de energia.
A fermentação ocorre no citosol das células. Inicialmente,
ID/BR
Reinaldo Vignati/ID/BR
membrana
voltório, tilacoide e estroma (veja imagem ao lado). membrana
externa
O envoltório, parte externa da organela, é formado por interna
uma membrana dupla, composta de membrana externa
e membrana interna. As moléculas de clorofila estão lo-
calizadas na membrana interna. Nos cloroplastos madu-
ros, a membrana interna forma vesículas com o formato
de discos achatados, denominados tilacoides, onde ocor-
re a etapa fotoquímica da fotossíntese.
Os tilacoides podem organizar-se em pilhas, cada uma
delas chamada granum (grão, em latim). A totalidade des-
sas pilhas em um cloroplasto recebe o nome grana (plural Representação
de granum). sem proporção estroma
tilacoides
de tamanho.
No espaço entre o envoltório e os tilacoides, encontra-
-se uma substância gelatinosa, o estroma, que contém Representação de um cloroplasto cortado. Cores-fantasia.
ribossomos, DNA e RNA, responsáveis pela síntese de Fonte de pesquisa: reece, J. B. et al. Campbell Biology. 10. ed.
certas proteínas do cloroplasto. No estroma, ocorre a eta- [S. l.]: Pearson, 2014. p. 111.
pa química da fotossíntese.
Dr. Jeremy Burgess/SPL/Fotoarena
John Durham/SPL/Fotoarena
envoltório tilacoides
estroma
Luís Moura/ID/BR
complexo antena
luz
moléculas de transferência
pigmentos de energia
moléculas especiais
de clorofila a
centro de
reação
luz 2H1 aceptor luz NADP1 1 H1
de elétrons
NADPH
PS-II FD
PS-I
P680 PQ
P700
estroma
H1
H1
H1
ATP
sintetase membrana
Representação sem
proporção de tamanho. do tilacoide
ADP 1 Pi ATP
Ilustrações: ID/BR
A e2
ferredoxina
c
ATP e2
e2
energia
P700 c
e2
e2
c
luz
Esquema simplificado da citocromos
fotofosforilação cíclica. (transportadores de elétrons)
Cores-fantasia.
Etapa química
B Na etapa química da fotossíntese, também conhecida como fase escura, ocor-
6 CO2 1 12 NADPH 1 re a formação de compostos orgânicos. Esse mecanismo envolve uma sequência
1 12 H1 1 18 ATP cíclica de reações, conhecida como ciclo das pentoses ou ciclo de Calvin-Benson,
que se dá no estroma dos cloroplastos.
Em comparação com a etapa fotoquímica, a etapa química é mais lenta. Diver-
sas enzimas fazem parte do processo, por isso ela também é denominada etapa
enzimática.
C6H12O6 1 6 H2O 1 12 NADP11
As reações da fase escura usam a energia captada na fase luminosa e arma-
1 18 ADP 1 18 Pi (glicose)
zenada nas moléculas de ATP. Essa energia é utilizada na produção de carboi-
Equação geral da etapa química da dratos, em um processo conhecido como fixação do carbono. Também são con-
fotossíntese. sumidas as moléculas de NADPH e os íons H1 formados na etapa luminosa, como
representa a equação geral mostrada na imagem B.
A etapa química da fotossíntese pode ocorrer sem a presença de luz, porém,
isso só será possível enquanto existirem estoques de produtos formados na fase
fotoquímica (imagem C).
A parte do 3-GP
3-PGA 3-GP
é utilizada na
formação da
ATP 1 NADPH ADP 1 NADP1 1 H1 parte do glicose
fixação do 3-GP volta ao
carbono ciclo e forma glicose
ribulose-5-
CO2 -fosfato
ID/BR
B
gliceraldeído-3-fosfato (3-GP); uma parte dele continua no ci- 6 moléculas de H2O 6 moléculas de CO2
clo, formando moléculas de ribulose-5-fosfato, que serão con-
vertidas em novas moléculas de RuBP (com o consumo de estroma
ATP). A outra parte é utilizada na formação de compostos or- ATP
gânicos, particularmente a glicose (imagem B), que tem seis
ADP
átomos de carbono. luz tilacoides
ciclo
NADP1 1 H1 das
NADPH pentoses
Balanço energético e resultados do ciclo das
pentoses
O ciclo das pentoses é uma atividade bioquímica com gasto
energético alto. Três voltas no ciclo das pentoses são necessá- 6 moléculas de O2 1 molécula de glicose
rias para a fixação de três moléculas de CO2, o que envolve um
consumo de nove moléculas de ATP e seis moléculas de NADPH. Esquema mostrando a relação entre o
ciclo das pentoses e a etapa
Em um balanço geral, nota-se que, para a conversão de seis moléculas de CO2
fotoquímica. Cores-fantasia.
em uma molécula de glicose e a regeneração da RuBP, são necessárias 12 molé-
culas de NADPH e 18 moléculas de ATP. Assim, temos a seguinte reação geral da
etapa química da fotossíntese:
Como as plantas também são vivas, Priestley imaginou inicialmente que elas
também morreriam no “ar fixo”. No entanto, colocando um ramo de hortelã dentro
de um recipiente onde um animal havia morrido, a planta continuou viva e cresceu.
Analisando o ar do recipiente, Priestley verificou que o “ar fixo” havia desapa-
recido. Verificou também que uma vela conseguia ficar acesa dentro desse reci-
piente por algum tempo, e que um camundongo permanecia vivo ali durante al-
guns minutos.
A gravura representa a
A conclusão de Priestley foi que as folhas das plantas extraíam do ar o “eflúvio podre”, tor- sala de experimentos
da casa de Priestley,
nando o restante do ar mais adequado para a respiração. Ele não pensou em uma transfor- onde ele realizou seus
mação química do ar nem imaginou que as folhas pudessem estar desprendendo um ar es- estudos sobre os
pecial (gás oxigênio). diferentes tipos de “ar”.
A B
Estas provas da restauração parcial do ar por plantas em um estado de
vegetação, embora em uma situação não natural e confinada, torna alta-
mente provável que o dano que é feito continuamente na atmosfera pela
respiração de um enorme número de animais, e pela putrefação de uma
grande massa de matéria vegetal e animal é, pelo menos em parte, recu-
perada pela criação vegetal, apesar da prodigiosa massa de ar que é cor-
rompida diariamente pelas causas acima mencionadas.
PRiestley, J. XIX. Observations on different kinds of air. Philosophical Transactions
of the Royal Society of London, v. 62, p. 198-199, 1772. (Tradução dos autores.)
Em sua crença religiosa, Priestley considerou ter desvendado um grande mistério da Detalhes dos
experimentos de
natureza: os animais e as chamas estão constantemente prejudicando o ar; se Deus não Priestley: (A) tubos com
tivesse criado um mecanismo de purificação ou de restauração do ar, a vida já teria se diferentes tipos de “ar”,
tornado impossível. um deles contendo uma
planta; (B) tubo no qual
Esse foi apenas um passo na descoberta da fotossíntese. Priestley não percebeu, em seus está sendo introduzido
primeiros estudos, que as plantas apenas recuperavam o ar quando recebiam a luz solar. Ele um gás, que borbulha
não dispunha também dos conhecimentos químicos necessários para analisar tudo o que es- através do líquido; taça
invertida, onde está
tava ocorrendo nesses experimentos. O fenômeno foi sendo esclarecido gradualmente, por sendo mantido um
diversos pesquisadores, nas décadas seguintes. camundongo; tubo de
A religião teve papel central em toda a vida de Priestley. Ele acreditava que não poderia vidro com uma vela
suspensa por um
existir um conflito entre a razão e a fé e que todos tinham o direito de buscar a verdade livre- suporte de arame.
mente, em todas as áreas. Gravuras presentes no
Adotou uma versão pouco comum do cristianismo, em que o próprio Cristo não era consi- artigo “Observations on
different kinds of air”,
derado Deus. Teve conflitos com pessoas mais conservadoras, não apenas por causa dessas de Joseph Priestley.
ideias, mas também por suas opiniões políticas. Foi favorável à Revolução Francesa, que era
vista como um absurdo por praticamente todos os ingleses; e defendeu a independência dos
Estados Unidos, embora isso fosse contrário aos interesses da Inglaterra.
Por todos esses motivos, foi perseguido, e sua casa, saqueada e queimada. Precisou fugir
do país e se refugiar nos Estados Unidos, onde passou o resto de sua vida.
PARA DISCUTIR
3 Podemos afirmar que Joseph Priestley descobriu a fotossíntese? Qual foi sua contribui-
ção para esse conhecimento?
B postos nitrogenados como fonte de energia. Elas são de vital importância para a
sobrevivência das plantas, pois fornecem a elas compostos importantes para o
metabolismo e o desenvolvimento. Destacam-se os gêneros Nitrosomonas e
Nitrobacter (imagem B).
No caso da Nitrosomonas, a amônia é oxidada a nitrito (NO−2 ); já a Nitrobacter
oxida nitrito a nitrato (NO−3 ). A primeira etapa da quimiossíntese desses dois gê-
neros de nitrobactérias é representada abaixo.
elas: a adenina une-se somente à timina, por meio de Esquema da duplicação semiconservativa do DNA mostrando a
duas ligações de hidrogênio; a guanina e a citosina se formação das novas cadeias (em roxo). Cores-fantasia.
unem por meio de três ligações de hidrogênio. As cadeias
pareadas estão dispostas em espiral, formando uma
dupla-hélice (imagem A).
CIÊNCIA SE DISCUTE
laranja) em processo de
com a quebra das ligações de hidrogênio e a abertura da duplicação. (Foto ao
dupla-hélice (imagem B). microscópio eletrônico de
transmissão; imagem
Cada cadeia de nucleotídeos atua como molde para a
colorizada; aumento de
produção de uma nova cadeia. Portanto, as duas novas cerca de 2 800 vezes.)
moléculas de DNA conservam uma das cadeias de nu- 1. Em sua opinião, qual a importância de conhecer
cleotídeos da molécula-mãe e apresentam uma nova, estudos já realizadas por outros pesquisadores?
complementar àquela que lhe serviu de molde. Esse pro-
2. Cite um exemplo de conhecimento científico que
cesso é chamado duplicação semiconservativa. A com-
pode ser obtido da elucidação da estrutura da
plementaridade das bases nitrogenadas faz que as duas molécula de DNA.
moléculas formadas sejam idênticas entre si e à original.
Transcrição do RNA
Adilson Secco/ID/BR
Paula Radi/ID/BR
A Representação sem
chamado códon. A sequência de códons deter- proporção de tamanho.
mina a sequência de aminoácidos que devem
ser unidos para formar a cadeia polipeptídica aminoácido
das proteínas. CCA
O RNA transportador (RNAt) é o menor dos ribossomo
três tipos de RNA. Sua função é transportar os RNAt
aminoácidos que se encontram livres no citosol
até os ribossomos, onde serão unidos para for-
mar as proteínas, de acordo com o indicado na
U A C anticódon
sequência do RNAm. Uma das extremidades
livres da molécula do RNAt apresenta sempre
a sequência de bases CCA. Esse é o local onde A C A U A A U C G G A U G U A G C U G C U G A
o aminoácido vai se unir ao RNAt. Em outra
parte da molécula, existe outra sequência de RNAm códons
três bases chamada anticódon, que reconhece
a posição que o aminoácido vai ocupar no po-
Esquema da associação entre RNA transportador, RNA mensageiro e ribossomo.
lipeptídio. O anticódon do RNAt interage com Cores-fantasia.
o códon do RNAm, ao qual é complementar Fonte de pesquisa: albeRts, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre:
(imagem A). Existem vários tipos de RNAt, que Artmed, 2011. p. 251-256.
variam quanto à sequência de bases do anti-
códon. Cada um deles é específico para o ami-
noácido que transporta.
Processamento do RNA
Assim que o processo de transcrição é finali-
Reinaldo Vignati/ID/BR
B
zado, o transcrito primário passa por várias trans- éxon
íntron
formações até se tornar funcional. Essas trans-
formações conferem à molécula a forma final transcrito primário do
que a caracteriza, como RNA ribossômico, trans- RNAm
portador ou mensageiro, e garantem a ela maior
estabilidade.
No caso do RNAm, o transcrito primário con- complexo de
tém toda a sequência complementar dos nucleo- enzimas remove
tídios do DNA-molde que o originou, mas, duran- íntrons e une éxons
te o processamento, alguns trechos são cortados
e estão ausentes na molécula final do RNAm. As
sequências retiradas do transcrito são chamadas íntrons excluídos
íntrons, e as que permanecem são denominadas
éxons. O processo que retira os íntrons e une os
RNAm final
éxons é denominado splicing, termo em inglês
que pode ser entendido como fazer uma emen- Representação
sem proporção
da (imagem B). de tamanho.
O splicing ocorre pela ação de um complexo de
enzimas e é uma operação muito precisa. Caso Esquema do processamento do tipo splicing, em transcrito primário de RNA
um único nucleotídio seja retirado por erro, ao se mensageiro (RNAm). Cores-fantasia.
excluir um íntron, a molécula de RNAm pode pro- Fonte de pesquisa: GRiffiths, A. J. F. et al. Introdução à genética. 9. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 267.
duzir uma proteína completamente diferente da
original. A existência de íntrons é comum em eu-
cariontes e rara em procariontes.
Em alguns tecidos, transcritos primários de RNAm idênticos podem sofrer ex-
clusão de diferentes íntrons, formando RNAm maduros diferentes e que, por con-
sequência, produzem diferentes tipos de polipeptídio no processo de tradução.
Observe que esse tipo de processamento, chamado splicing alternativo, aumen-
ta muito a variedade de proteínas produzidas por uma mesma sequência de nu-
cleotídios do DNA.
A
núcleo Uma vez realizados a transcrição e o processamento, o RNA mensageiro sai
do núcleo. A informação está codificada sob a forma de trincas de nucleotídios, e
a sequência de bases do RNA mensageiro determina a ordem em que os aminoá-
cidos se unem na proteína.
A tradução, processo de formação de proteínas, acontece nos ribossomos, dis-
persos no citosol ou aderidos ao retículo endoplasmático granuloso (imagem A).
Os ribossomos são formados por duas subunidades, constituídas de RNA ribos-
sômico e proteínas, que se associam no momento da tradução. O RNA mensageiro
encaixa-se na subunidade menor, enquanto na interface das duas subunidades se
Retículo endoplasmático granuloso, encaixam dois RNAs transportadores conduzindo seus respectivos aminoácidos.
em vermelho. Parte da síntese
proteica ocorre nos ribossomos
associados ao retículo. (Foto ao
Ativação dos aminoácidos
microscópio eletrônico de A ativação consiste na união do RNAt com seu aminoácido correspondente. Es-
transmissão; imagem colorizada;
sa reação, mediada por enzimas, requer energia, fornecida por moléculas de ATP.
aumento de cerca de 2 500 vezes.)
Fase de iniciação
Ilustrações: Paula Radi/ID/BR
Fase de alongamento
A U G G U C U U C O alongamento consiste no crescimento da cadeia pro-
RNAm
teica. Um segundo RNAt carregado, cujo anticódon é com-
códon de subunidade menor
plementar ao códon situado logo após o de iniciação,
iniciação do ribossomo prende-se ao ribossomo, e uma ligação peptídica une os
dois aminoácidos.
Esquema simplificado da fase de
Depois dessa reação, o ribossomo se desloca ao longo do RNAm. Como esse
iniciação da tradução do RNAm.
Cores-fantasia. deslocamento é de exatamente três nucleotídios, o RNAt da metionina se desliga
Fonte de pesquisa: Alberts, B. et al. do ribossomo, ficando livre no citosol, e um terceiro RNAt carregado com um ami-
Fundamentos da biologia celular. 3. ed. noácido ocupa o lugar disponível no ribossomo, continuando a tradução e promo-
Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 251-256.
vendo o alongamento da cadeia polipeptídica (imagem C).
UA C C A G UA C C A G U AC C AG
Representação sem
proporção de tamanho.
polipeptídio
RNAt livre
livre
fator de subunidade
liberação maior
Trp ACU
UGG fator de
RNAm liberação
livre
subunidade
códon de menor
DE OLHO NO CONCEITO
terminação
Mutação: Qualquer modifi-
Esquema simplificado da fase de terminação da tradução do RNAm em uma proteína. cação que afeta a sequência de
Cores-fantasia. nucleotídios do DNA. As muta-
Fonte de pesquisa: Alberts, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, ções podem afetar diretamente
2011. p. 251-256. o DNA dos gametas ou o das
células que lhes dão origem e,
À medida que vão sendo sintetizadas, as cadeias de polipeptídios adquirem dessa maneira, podem ser
suas estruturas secundária e terciária mediante a formação de ligações entre os transmitidas aos descendentes.
aminoácidos – como as ligações de hidrogênio, ligações iônicas, interações hidro-
fóbicas, etc.
AÇÃO E CIDADANIA
A fenilcetonúria
A fenilcetonúria é uma doença causada por mutações no gene relacionado à produção da proteí-
na fenilalanina-hidroxilase. Essa proteína, produzida pelo fígado, é uma enzima que catalisa a con-
versão do aminoácido fenilalanina em outro aminoácido, a tirosina.
As mutações que alteram esse gene fazem com que a fenilalanina-hidroxilase não funcione de ma-
neira adequada, provocando o acúmulo da fenilalanina no sangue e nos tecidos corporais. Esse acúmulo
pode provocar alterações como atraso no desenvolvimento mental e físico, convulsões, problemas de
pele e agressividade.
É possível fazer um diagnóstico precoce com o “teste do pezinho”, que consiste em recolher uma
gota de sangue do recém-nascido para análise. Esse teste é realizado de forma obrigatória no Brasil,
e é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O tratamento da fenilcetonúria é feito mediante uma dieta com alimentos pobres em fenilalanina.
Isso significa que a pessoa deve evitar alimentos ricos em proteína. Porém, a fenilalanina é um ami-
noácido essencial e, por isso, a dieta deve ser elaborada por um especialista, de forma a diminuir os
riscos de uma deficiência desse aminoácido. Existem produtos conhecidos como “fórmulas para die-
tas com restrição de fenilalanina”, que são compostos de diversos aminoácidos. Essas fórmulas cos-
tumam ser a principal fonte de aminoácidos para os fenilcetonúricos.
Por lei, as empresas alimentícias são obrigadas a fornecer à Agência Nacional de Vigilância Sani-
tária (Anvisa) a quantidade de fenilalanina presente em seus produtos. Algumas dessas empresas
incluem no rótulo dos alimentos a informação da presença de fenilalanina.
1. Em 6 de junho, comemora-se o Dia Nacional do “Teste do Pezinho”. Esse exame detecta doenças
graves como a fenilcetonúria. Por que é preciso detectar a fenilcetonúria desde o nascimento?
2. O conhecimento sobre o metabolismo da fenilcetonúria determinou a obrigatoriedade de informar
a presença de fenilalanina nos rótulos dos produtos. Qual é a importância dessa medida?
U C A G
Atividade resolvida
1 Suponha uma molécula de DNA com esta sequência de bases nitrogenadas, que determina a sín-
tese de uma cadeia polipeptídica contendo sete aminoácidos (aa), como ilustrado na tabela abaixo:
c) Essa mutação pode interferir na proteína a ser sintetizada pela célula? Justifique sua resposta.
Resolução
Embora o 5o e o 6o aminoácidos dessa sequência polipeptídica permaneçam os mesmos – já que,
como são determinados por mais de um tipo de códon, os novos códons codificam os mesmos
aminoácidos –, a nova sequência é diferente, uma vez que houve a perda de um aminoácido. Essa
modificação pode alterar a estrutura da proteína e interferir em sua função.
2 Explique o que são metabolismo, anabolismo e catabolismo. Dê dois exemplos de processos cata-
bólicos e dois exemplos de processos anabólicos.
3 As mitocôndrias muitas vezes são descritas como “pilhas” das células vivas. Explique essa analogia.
8 Considere o esquema abaixo, que representa resumidamente certos processos que ocorrem em
seres vivos. Identifique corretamente os processos A e B e cite exemplos de seres em que eles
ocorrem.
CO2 O2
10 Em alguns ambientes oceânicos muito profundos, próximos a fontes termais, a vida prolifera, em-
bora a luz solar não chegue até lá.
a) Como se chama o processo que permite a sustentação da vida nesses ambientes?
b) Que organismos o realizam?
c) Qual é a principal diferença entre a fotossíntese e o processo que permite a manutenção da vida
nesses ambientes?
11 Por que o processo de duplicação do DNA é considerado semiconservativo? Para o organismo, qual
é a vantagem de o processo de replicação ocorrer dessa maneira?
12 Observe a via metabólica representada no esquema abaixo. Note que cada reação química é catali-
sada por uma enzima específica, e o produto de uma reação é o substrato para a reação seguinte.
O que deve ocorrer em um indivíduo que tenha sofrido uma mutação no segmento A do DNA?
FP 1 H1
SH2 DPN1
1H
FPH2
Representação de figura S 1 H1 DPNH
2H
de artigo de Mitchell, de
1961, com hipóteses
sobre o papel da O 1 H1
QH2
quimiosmose (força
motora de prótons) na 2 2
produção de ATP. Cyt.
Reinaldo Vignati/ID/BR
Espaços intermembranas
4H1 4H1 2H1 H1
Membrana mitocondrial interna
ATP
complexo I citocromo C
complexo III complexo IV sintetase
Fe2S UQ
F0
Fe2S
FMN FADH2
F1
NADH 1 H
1
NAD
1
succinato fumarato 1
/2O2 1 2H
1
H2O
H1 complexo II H1 H1 Representação
ADP 1 Pi ATP sem proporção
Matriz mitocondrial H1
de tamanho.
Cadeia respiratória e produção de ATP nas mitocôndrias como conhecemos hoje. Cores-fantasia.
Fonte de pesquisa: Pereira, L. Mitocôndria como alvo para avaliação de toxicidade de xenobiótico. Revista Brasileira
de Toxicologia, v. 25, p. 1-14, jan. 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Fosforilacao-
Oxidativa-Os-complexos-da-cadeia-respiratoria-I-II-III-e-IV-e_fig1_279912311. Acesso em: 23 abr. 2020.
2 Com base em seus conhecimentos sobre a cadeia respiratória, determinem qual é a po-
laridade de cada lado da membrana interna da mitocôndria resultante do transporte de
prótons produzido pela cadeia transportadora de elétrons.
ID/BR
A B 10
9 (A) Vesículas artificiais
8 contendo diferentes
quantidades da proteína da
7 Halobacterium halobium.
6 Cores-fantasia.
ng íons H1
OBJETIVOS
• Compreender o conceito de equilíbrio químico e determinar cons-
tantes de equilíbrio a partir de reações químicas.
• Compreender o princípio de Le Châtelier.
• Compreender o que são ácidos, bases, pH e sistema-tampão.
• Aplicar os conhecimentos de pH em situações do cotidiano.
• Assimilar o funcionamento de um sistema-tampão.
JUSTIFICATIVA
Compreender o equilíbrio químico é fundamental para o entendi-
mento de diferentes aspectos da transformação de substâncias quí-
micas que ocorre em processos industriais, biológicos e ambientais.
118
Unidade
3
Estado de equilíbrio 1
Equilíbrio ácido-base 2
Roberto Caucino/Shutterstock.com/ID/BR
119
1
ESTADO DE EQUILÍBRIO
CAPÍTULO
Microgen/Shutterstock.com/ID/BR
dissolver
soluto 1 solvente solução
cristalizar
AMj Studio/ID/BR
solo
estalactites
estalagmites
Rapidez
VARIAÇÃO DE CONCENTRAÇÃO
EM FUNÇÃO DO TEMPO
Em uma situação
Concentração
de equilíbrio
equilíbrio
permanecem inalteradas A ou B
Ao atingir a situação
concentração concentração de equilíbrio, as
dos reagentes dos produtos C ou D concentrações de
todas as espécies
envolvidas
Tempo permanecem
porque ocorrem inalteradas.
I II III
Ilustrações: ID/BR
Material
• 2 béqueres de 1 L
• 2 béqueres de 50 mL
• 1 béquer de 100 mL
• 1 caneta para escrever no vidro
• água
• corante alimentício
Como fazer
PARTE I
1 Copiem as tabelas 1 e 2 no caderno.
1 //////////////////////////////////////////////////// ////////////////////////////////////////////////////
2 //////////////////////////////////////////////////// ////////////////////////////////////////////////////
3 //////////////////////////////////////////////////// ////////////////////////////////////////////////////
4 //////////////////////////////////////////////////// ////////////////////////////////////////////////////
PARTE II
1 Refaçam o procedimento, completando novas tabelas, mas dessa
vez iniciem com cerca de 750 mL de água colorida no béquer A e
deixem o béquer B vazio (figura 4). Além disso, utilizem o béquer
de 50 mL para transferir o líquido de B para A e outro de 100 mL
para fazer a transferências de A para B. Lembrem-se de encher
os béqueres pequenos com a maior quantidade de água possível
e de reportar aos demais colegas o quanto foi coletado. Figura 4.
Para concluir
1 Nessa demonstração, utilizou-se uma analogia para uma reação química re-
versível. Qual equação química não balanceada caracteriza essa reação? O
que as transferências de água dos béqueres A para B e B para A representam?
[produtos]a
K 5 ____________b
[reagentes]
a tabela a seguir mostra como os valores das constantes são obtidos. Note que o
coeficiente estequiométrico da substância se converte em expoente de sua con-
centração.
e representa a
Resolução
Para expressar a constante de equilíbrio em termos de pressão, somente as
espécies no estado gasoso são consideradas; dessa forma, basta que uma
esteja nesse estado. Para as reações apresentadas, tem-se:
(pHI)2
a) Kp 5 _______
p ?p
H2 I2
b) Kp 5 pCO
2
Relação entre KC e Kp
Embora KC e Kp representem valores constantes à mesma temperatura, elas
não são necessariamente iguais. A relação entre elas é dada considerando-se a
equação de estado dos gases
p?V5n?R?T
N2O4(g) 2 NO2(g)
N2O4
ao equilíbrio
Ao realizar um mergulho, a Aplicando a equação dos gases para NO2:
pressão no ambiente aquático
aumenta uma atmosfera a ca- n ? R ? T 5 [NO ] ? R ? T
pNO 5 ________
2 V 2
da dez metros de profundida-
de. Assim, quando se está a
dez metros de profundidade, [NO2]2
Kp 5 _______________
a pressão passa a ser de duas [N2O4] (R ? T)2 2 1
atmosferas (2 atm): 1 atm da
pressão que estamos acostu- Fazendo o mesmo para N2O4 e substituindo na equação de Kp, tem-se:
mados a suportar ao nível do
([NO2] ? R ? T)2
mar, mais 1 atm da pressão Kp 5 ______________
([N2O4] ? R ? T)1
causada pelos dez metros da
coluna de água. Quando se [NO2]2
volta para a superfície rapida- Kp 5 _______________
[N2O4] (R ? T)2 2 1
mente, os gases dissolvidos
no sangue devido à alta pres- [NO2] 2
______ 5K
são no fundo do mar saem co- [N2O4] C
aA1bB cC1dD
[C]c ? [D]d
KC 5 _________
[A]a ? [B]b
tem-se
[NH14] ? [OH2]
KC 5 1,7 ? 1 025 5 _____________
[NH3]
• No equilíbrio
Mathia Coco/Shutterstock.com/ID/BR
vam restos da própria colheita e excrementos como
fontes de nitrogênio. Com a expansão da industria-
lização na Europa, porém, as pessoas passaram a
viver concentradas nos grandes centros urbanos,
longe das áreas de plantio. Com essa mudança, os
agricultores já não tinham meios de recolher os res-
tos de alimentos ou excrementos para fertilizar suas
lavouras, dificultando sua produção. Concomitante-
mente, o século XIX se caracterizou por grandes ta-
xas de crescimento populacional, desproporcionais
ao aumento na produção de alimentos. Por essa ra-
zão, desenvolver novos meios para otimizar a pro-
dução das lavouras se tornou uma necessidade.
Para lidar com as dificuldades em obter nitrogênio
fixo, os agricultores lançavam mão de duas alternati-
vas: o salitre (NaNO3) oriundo dos desertos chilenos e
o excremento de guano, ave marítima do litoral perua-
As leguminosas como a
no. Esses recursos naturais foram amplamente utilizados até o início do século XX.
ervilha e o feijão
conseguem absorver o Entretanto, devido ao consumo crescente desses recursos, previu-se seu esgota-
nitrogênio presente na mento em poucos anos. Esse problema conduziu à busca por alternativas que os
atmosfera, pois apresentam,
substituíssem. Entre as alternativas existentes na época, cogitou-se o uso da maior
em suas raízes,
microrganismos fixadores fonte de nitrogênio disponível, o ar atmosférico, para se obter nitrogênio fixo.
de nitrogênio. A obtenção de nitrogênio como matéria-prima para fertilizantes se tornou um
grande desafio, pois as plantas, de modo geral, não são capazes de aproveitar o
nitrogênio do ar, que contém aproximadamente 78% de gás nitrogênio (N2), um
gás inerte em virtude de sua elevada estabilidade química. Ao fim do século XIX,
não havia tecnologia capaz de transformar de modo rentável o N2 em outras subs-
tâncias reativas, como nitritos ou nitratos, para que as plantas as absorvessem.
Cores-fantasia.
Alf Ribeiro/Shutterstock.com/ID/BR
PARA DISCUTIR
Concentração
Efeito da temperatura
Para observar a influência da temperatura nos equilíbrios, considere a equa-
ção termoquímica que os representa. Por exemplo, no equilíbrio envolvendo a
Temperatura formação da amônia, um processo exotérmico, representado pela equação
Kc em função da temperatura para
reações exotérmicas. N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) 1 572 kJ
equilíbrio (Kc)
ID/BR
N2O4
NO2
Representação sem
Efeito da pressão proporção de tamanho.
AMj Studio/ID/BR
brio somente quando estão presentes substâncias no estado gaso- Representação sem
proporção de tamanho.
so. Praticamente não há modificação do sistema quando se altera a
pressão de um equilíbrio que envolve apenas sólidos e líquidos. Em
pressões altas, os equilíbrios contendo gases, como, por exemplo
CO₂(g) CO₂(g)
são favorecidos no sentido de formar menor quantidade de subs-
tâncias gasosas. Nesse equilíbrio, o aumento da pressão favore- H₂CO₃(aq) H₂CO₃(aq)
ce a formação dos produtos (sentido em que o sistema ocupa
menor volume). Já a diminuição da pressão favorece a reação in-
Equilíbrio de formação de H2CO3(aq)
versa, em que o sistema ocupa maior volume. por aumento da pressão do sistema
em equilíbrio contendo CO2(g), em
temperatura constante. Cores-
Equilíbrios contendo gases -fantasia.
ID/BR
Energia
Ea (sem catalisador)
Ea (com catalisador)
reagentes
produtos
Tempo
O uso de catalisadores nas reações químicas faz com que a energia de ativação diminua sem
alterar os produtos.
1. Elabore uma justificativa que explique por que, mesmo apresentando li-
mitações, o princípio de Le Châtelier é considerado uma ferramenta de
previsão de eventos ao se perturbar um sistema em equilíbrio.
Gráficos: ID/BR
I. 2 NO2(g) N2O4(g)
Concentração
25 8,8
H2O
HBr(g) H1(aq) 1 Br2(aq)
Ou
H2O
Ca(OH)2(s) Ca21(aq) 1 2 OH2(aq) NaOH NaOH
sólido dissolvido em água
[…] 1
H1
Essa reação e muitas outras
semelhantes passaram então a HCº 1 H2O H3O1 1 Cº
ser consideradas reações ácido- ácido base ácido conjugado base conjugada
-base […]. par conjugado
[H3O1] ? [A2]
Ka 5 ____________
[HA]
Essa expressão indica que, quanto maior for o grau de dissociação, maior será a concentração dos íons
presentes no equilíbrio (maior o numerador) e menor a concentração do ácido não dissociado (menor o
denominador). Como consequência, maior será o valor de Ka e maior a força do ácido. O valor da
constante de dissociação de um ácido (Ka) indica a força desse ácido. Quanto maior for a constante, maior
será a força do ácido a certa temperatura.
Se um ácido apresentar mais de um hidrogênio dissociável (ácido poliprótico ou poliácido), cada etapa
de dissociação apresentará uma constante de dissociação.
O ácido diprótico (H2SO3), por exemplo, apresenta duas etapas de dissociação:
1a etapa: H2SO3 H1 1 HS O −3
[H 1] ? [HSO −3]
Ka 5 ____________ 5 1,2 ? 1022
1 [H 2SO 3]
2a etapa: HSO23 H1 1 S O 2−
3
[H1] ? [SO22]
Ka 5 _____________
3
5 6,2 ? 1028
2 [HSO23]
Cada etapa do processo apresenta uma constante de dissociação (Ka e Ka ). As constantes de disso-
1 2
ciação decrescem sensivelmente (Ka , Ka ), de modo que, na solução, a concentração de íons H1 deve ser
2 1
praticamente igual à da primeira etapa.
[BH1] ? [OH2]
Kb 5 _____________
[B]
A concentração de água é constante na solução diluída da base, e o seu valor é incorporado ao valor
da constante do equilíbrio considerado (Kb).
O valor da constante de dissociação da base (Kb) dá ideia da força de uma base. Quanto maior for o va-
lor de Kb, maior será a força da base e maior a [OH2] na solução.
As constantes Ka e Kb, assim como todas as constantes de equilíbrio, dependem da temperatura.
ID/BR
1
d2
d1
com que as gotas sejam esféricas e que alguns insetos possam caminhar sobre ela. Por
capilaridade, a água consegue subir até a mais alta folha de uma árvore, contrariando
a atração gravitacional da Terra. […]
Moléculas de água associam-se por
Uma das propriedades mais importantes da água líquida é a sua capacidade de dis-
meio de ligações de hidrogênio.
solver substâncias polares ou iônicas para formar soluções aquosas. […] Cores-fantasia.
Água: o líquido vital. QMCWEB – Revista eletrônica do Departamento de Química (UFSC), Florianópolis, ano 4, 2010. Disponível em:
https://alonsogoes.files.wordpress.com/2008/07/www-qmc-ufsc-br_qmcweb_artigos_agua-html.pdf. Acesso em: 22 abr. 2020.
Kw 5 [H1] ? [OH2]
Vale a pena ressaltar que o valor de Kw, assim como o de todas as constantes
de equilíbrio, varia com a temperatura. A tabela abaixo fornece alguns exemplos
dessa variação.
DE OLHO NO CONCEITO
Logaritmo
O logaritmo tem a propriedade de transformar multiplicações e quocientes em
somas e subtrações, entre outras mudanças possíveis, facilitando alguns cálculos.
Nas igualdades 10 5 101, 100 5 102, 1 000 5 103, os valores dos números
crescem em progressão geométrica, enquanto os expoentes, isto é, seus logarit-
mos na base 10, crescem em progressão aritmética.
Para log10a 5 x, tem-se: 10x 5 a.
Nessa expressão: 10 5 base do logaritmo; a 5 logaritmando; x 5 logaritmo.
Assim, log 1 5 0, pois 100 5 1; log 10 5 1, pois 101 5 10, e assim por diante.
Veja algumas propriedades dos logaritmos.
• log (a ? b) 5 log a 1 log b
a 5 log a 2 log b
• log ( __
b)
• log 10a 5 a; log 102a 5 2a
Guadalupe Polito/
Shutterstock.com/ID/BR
lovepaul2558/
Shutterstock.com/ID/BR
amenic181/
Shutterstock.com/ID/BR
James Jeong/
Shutterstock.com/ID/BR
Produto
pH 1 pOH 14 14 14 14
É importante ressaltar que os valores de pH e pOH podem ser decimais e, na tabela, foram utilizados
valores médios aproximados, o que facilita a análise. Além disso, a maior parte das soluções analisadas
apresenta valores compreendidos entre 0 e 14, mas é possível preparar soluções fora dessa faixa de pH.
ID/BR
Exemplos de sistemas ácidos e alcalinos, a 25 8C
14 0
hidrônio
hidróxido
pH 7 7 pOH
A soma de pH e pOH resulta no
valor 14 em todos os sistemas
apresentados. Essa relação entre
0 os potenciais hidrogeniônico e
14
hidroxiliônico é constante à
solução solução solução temperatura de 25 8C.
ácida neutra básica
Como Kw 5 [H1] ? [OH2] 5 10214, pode-se afirmar que o logaritmo negativo do produto iônico é igual ao
logaritmo negativo de 10214.
Então:
2log [H1] ? [OH2] 5 2log 10214
2log [H1] 1 (2log [OH2]) 5 2log 10214
pH 1 pOH 5 14
Gustoimages/SPL/Fotoarena
sentam substâncias que atuam como indicadores ácido-base.
Geralmente, o indicador ácido-base é um ácido fraco ou uma base fra-
ca. Considere, como exemplo, um ácido fraco – representado generica-
mente por HInd, o qual, em solução aquosa, está em equilíbrio com seu
ânion – representado por Ind2.
HInd(aq) 1 H2O(º) H3O1(aq) 1 Ind2(aq)
cor A (meio ácido) cor B (meio básico)
Indicadores naturais
O químico irlandês Robert Boyle (1627-1691), no século XVII, preparou um extrato de violetas e o go-
tejou sobre um papel branco. Em seguida, ele pingou algumas gotas de vinagre sobre a mancha violeta e
verificou que o papel se tornou vermelho. Repetiu o processo com algumas gotas de outras soluções so-
bre o papel com o extrato de violetas e observou as cores obtidas. Esse foi o início do uso de extratos na-
turais como indicadores ácido-base.
Atualmente, sabemos que as antocianinas são os
Fe Reis/Fotoarena
ID/BR
de H1 e 0,1 mol/L de Cº2.
[H1] da solução 5 (1,0 ? 1027 1 0,1) mol ? L21 ∑ 0,1 mol ? L21
Nessa solução, 0,01 mol ? L21 de NaOH produz 0,01 mol ? L21 de íons OH2 e de
íons Na1.
Kw 5 [H1] ? [OH2] 5 10214 a 25 8C
[H1] ? 0,01 5 10214 ä [H1] 5 1,0 ? 10212 mol ? L21
pH 5 2log 10212
pH 5 12 e pOH 5 2
Outra forma de resolução consiste na determinação do pOH a partir da con-
centração de OH2, já que se trata de uma solução alcalina.
pOH 5 2log [OH2] 5 2log 1022
pOH 5 2 e pH 5 14 2 2 5 12
Atividade resolvida
Suponha que a titulação de 5,0 mL de uma amostra de vinagre tenha consu-
mido 50 mL de NaOH 0,1 mol/L. Como calcular, com base nesses dados, a
concentração do ácido acético no vinagre?
Resolução
O primeiro passo consiste em determinar a proporção, em mol, em que os
reagentes participam da reação. Para isso, é preciso conhecer a equação quí-
mica da reação.
HC2H3O2(aq) 1 NaOH(aq) NaC2H3O2(aq) 1 H2O(º)
ácido acético hidróxido de acetato de água
sódio sódio
INVESTIGANDO O pH DE SOLUÇÕES
A escala de pH é utilizada para descrever o grau de acidez de uma solução. É possível medir o pH uti-
lizando diversos instrumentos, e o mais preciso deles é o peagâmetro. Nesta atividade, você e os colegas
vão realizar a simulação de um peagâmetro para investigar o pH de diferentes soluções, bem como sua
variação após a adição de água.
Material
• computador, celular ou tablet com acesso à internet
• Simulador de peagâmetro. Disponível em: https://phet.colorado.edu/sims/html/ph-scale/latest/
ph-scale_pt_BR.html. Acesso em: 29 jun. 2020.
Como fazer
4 Copie a tabela a seguir no caderno e complete-a com dados coletados na simulação. Para diluir uma
amostra, adicione água, abrindo a torneira da direita.
5 Em seguida, selecione “café”. Qual é o pH do café nesse caso? Ele é considerado ácido, neutro ou básico?
6 Teste a seguinte hipótese: É possível diluir o café até um ponto em que ele se torne básico? Em caso
afirmativo, qual é o volume de água necessário? Se for preciso, utilize a torneira da esquerda para dre-
nar parte da solução.
Para discutir
1 Com base nos dados coletados, elabore uma regra para a variação do pH após adição de água a uma
solução qualquer.
2 Você imaginava o resultado obtido ao analisar soluções de café no item 6 de Como fazer? O que se
pode concluir dessa investigação?
3 A mistura de partes iguais de sabonete e leite resultaria em uma amostra ácida, neutra ou básica?
Explique seu raciocínio.
Tampões fisiológicos
Os sistemas tamponantes são tão essenciais para a existência dos organismos vi-
vos que a ameaça mais imediata à sobrevivência de uma pessoa com ferimentos gra-
ves ou queimaduras é a mudança do pH do sangue. […]
Os processos metabólicos normalmente mantêm o pH do sangue humano dentro
de um pequeno intervalo (7,35–7,45). Para controlar o pH do sangue, o corpo usa prin-
cipalmente o sistema iônico ácido carbônico/hidrogenocarbonato (bicarbonato). A ra-
zão normal entre HCO23 e H2CO3 no sangue é 20:1 […]. Quando a concentração de
HCO23 aumenta muito em relação à de H2CO3, o pH do sangue sobe. Se o pH sobe aci-
ma da faixa normal, a condição é chamada de alcalose. […] Quando o pH do sangue
está abaixo da faixa normal, ocorre acidose. Como essas condições são muito perigo-
sas, é crítico determinar a causa do desbalanço do pH […].
Atkins, P.; Jones, L. Princípios de química. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
AÇÃO E CIDADANIA
suficiente para formar 1 L de solução. Nessa solução, a concentração de íons ace- O pH da saliva e as cáries
tato deve-se praticamente à dissociação do sal. Assim como a ionização do ácido A capacidade tampo-
acético é desprezível diante da concentração relativamente alta de acetato nante da saliva é a pro-
(0,1 mol ? L21), deve-se desconsiderar a hidrólise do íon acetato em face da con- priedade de ela manter
centração relativamente alta de ácido acético (0,1 mol ? L21). seu pH constante no inter-
Dessa forma, a constante de ionização do ácido pode ser representada pela valo 6,8–7,0. Essa capaci-
expressão que relaciona as concentrações do ácido acético e do acetato de sódio: dade é explicada pelos
tampões, que neutralizam
[H1] ? [CH3COO2] [H1] ? [NaCH3COO] o excesso de ácidos e de
Ka 5 ________________ ou Ka 5 _________________ bases. Um dos tampões
[CH3COOH] [CH3COOH]
envolve o sistema bicar-
Para esse sistema-tampão, considere duas possibilidades de adição. bonato/ácido carbônico.
• Pequena quantidade de ácido forte: Isso eleva a concentração de íons H1 na H1 1 HCO32 H2CO3
solução, que são consumidos pelos íons acetato no tampão. Assim, o pH pra- H2O 1 CO2
ticamente não varia. Os íons H3O1 transferem facilmente prótons para os íons O elevado poder tam-
CH3COO2 porque o H3O1 é um ácido muito mais forte do que o CH3COOH, e a ponante da saliva mantém
constante de equilíbrio dessa reação é bem alta. a saúde da mucosa bucal
e dos dentes. Os sistemas-
H3O1(aq) 1 CH3COO2(aq) CH3COOH(aq) 1 H2O(º); KC 5 5,6 ? 104
-tampão atuam para man-
• Pequena quantidade de base forte: A adição de uma base eleva a concentra- ter o pH acima de 6. A di-
ção de íons OH2 na solução. Esses íons, entretanto, reagem com as moléculas minuição do pH na boca
de ácido acético presentes no tampão, e o pH praticamente não varia. Os íons pode ser causada pela in-
OH2 removem facilmente prótons das moléculas de CH3COOH porque o íon OH2 gestão de frutos cítricos e
é uma base muito mais forte do que o íon CH3COO2, e a constante de equilíbrio de bebidas gaseificadas
dessa reação também é bem alta. ou, indiretamente, pelo
consumo de alimentos ri-
CH3COOH(aq) 1 OH2(aq) CH3COO2(aq) 1 H2O(º); KC 5 1,8 ? 109
cos em carboidratos fer-
O raciocínio aplicado ao tampão ácido também pode ser empregado na obten- mentáveis, que se trans-
ção de uma solução-tampão formada por uma base fraca e seu ácido conjugado, formam em ácidos sob
fornecido como sal. Um tampão desse tipo pode ser obtido pela mistura de clore- ação de bactérias. Esses
to de amônio (NH4Cº) com uma solução aquosa de amônia, na qual ocorrem os ácidos erodem o esmalte
seguintes processos: dos dentes, propiciando o
NH3(g) 1 H2O(º) NH+4(aq) 1 OH2(aq) (I) surgimento das cáries.
( [sal] )
Ka ? [ácido] [ácido]
2log [H1] 5 2log__________ ä 2log [H1] 5 2log Ka 1 2log_______
[sal]
[sal]
pH 5 pKa 1 log_______
[ácido]
Atividade resolvida
Determine o pH de um tampão de ácido benzoico (C6H5CO2H) e benzoato de
sódio (NaC6H5CO2) de concentrações iguais a 0,1 mol ? L21 e 0,5 mol ? L21,
respectivamente.
Dado: Ka do ácido benzoico 5 6,3 ? 1025.
Acesse
C6H5CO2H H1 1 C6H5CO22
» Projeto Coral Vivo
O Projeto Coral Vivo realiza Início 0,1 0 0,5
estudos, como de controle do
Variação 2x 1x 1x
pH, que servem de subsídio
para a gestão de unidades Equilíbrio 0,1 2 x ∑ 0,1 x 0,5 1 x ∑ 0,5
de conservação e uso sus-
tentável de recifes, buscando [H1] ? [C6H5CO22] ______
x ? 0,5
a compreensão das relações Ka 5 6,3 ? 1025 5 _______________ 5 ä 1,26 ? 1025 mol ? L21 5 [H1]
[C6H5CO2H] 0,1
da sociedade com os ambien-
tes de coral. O projeto é lide- pH 5 2log (1,26 ? 1025) 5 5 2 log 1,26
rado por pesquisadores de
diversas instituições, em es- Como log 1,26 ∑ 0,1, conclui-se que pH ∑ 4,9.
pecial da UFRJ (Museu Na- Outra forma de resolver a questão é aplicando a equação de Henderson-
cional e Instituto de Geologia), -Hasselbalch:
da UFF-RJ (Instituto de Quí- [sal]
mica) e do Jardim Botânico pH 5 pKa 1 log_______
[ácido]
do Rio de Janeiro (Núcleo de
0,5
Educação Ambiental). O site pH 5 2log (6,3 ? 1025) 1 log ____
0,1
do projeto traz várias publi-
cações e notícias atualizadas. pH 5 2log 6,3 2 log 1025 1 log 5
Disponível em: http://coralvivo. pH 5 20,8 1 5 1 0,7 5 4,9 ä pH 5 4,9
org.br/. Acesso em: 23 abr. 2020.
[…]
A capacidade do oceano de absorver CO2 da atmosfera é regulada por dois tipos de processos,
denominados bomba física e bomba biológica. A bomba física está relacionada à solubilidade do CO2
na água do mar. Uma vez dissolvido, o CO2 reage com a água para formar ácido carbônico (H2CO3)
que se transforma em íons H1 e HCO23 . Em uma situação de equilíbrio, os íons H1 em excesso reagem
com os íons carbonato (CO322) para formar bicarbonato (HCO23 ), evitando assim a acidificação da água.
A bomba biológica ocorre depois dessa dissolução e diz respeito à assimilação do gás durante a “pro-
dução primária” marinha (fotossíntese) e ao transporte dos detritos produzidos pelo fitoplâncton pa-
ra o oceano profundo. Dessa forma, a bomba biológica possibilita que o CO2 seja absorvido da atmos-
fera. A integração entre os mecanismos da bomba física e a bomba biológica permite que os oceanos
moderem os impactos do clima na vida terrestre. Sem a interação entre a atmosfera e o oceano a
concentração de CO2 na atmosfera seria muito mais elevada que a atual.
Com o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, a dissolução desse gás na superfície
marinha também aumenta. […]
Rubia Cezar/Shutterstock.com/ID/BR
[…]
As consequências da acidificação dos oceanos nos organis-
mos marinhos dependem de suas características metabólicas e
estruturais, níveis de atividade e aspectos do ciclo de vida. Es-
tudos sobre os efeitos da acidificação foram realizados em diver-
sos grupos de organismos marinhos revelando impactos no me-
tabolismo, crescimento e calcificação, expressão gênica, sistema
imunológico e estrutura da comunidade, que poderiam produzir
efeitos devastadores na cadeia alimentar e nos ecossistemas. […]
Os organismos potencialmente mais sensíveis são os que pos-
suem esqueletos calcários (compostos por calcita ou aragonita),
já que em pH mais baixo, a produção do esqueleto pode ser se-
veramente comprometida pela dificuldade em se depositar car-
bonato de cálcio. As estruturas calcárias expostas à água tam-
Os ecossistemas de corais são mais
bém podem ser dissolvidas, reduzindo a capacidade de sensíveis às alterações causadas
sustentação e proteção do organismo. […] pela acidificação dos oceanos.
turrA, A.; MAiA, R. S. Mudanças climáticas e sequestro de carbono: a acidificação dos oceanos. In: JAcobi, P. R. et al
(org.). Temas atuais em mudanças climáticas para os ensinos Fundamental e Médio. São Paulo: IEE-USP, 2015.
p. 57-59. Disponível em: http://www.incline.iag.usp.br/data/arquivos_download/TEMAS_ATUAIS_EM_MUDANCAS_
CLIMATICAS_on-line.pdf. Acesso em: 27 mar. 2020.
PARA DISCUTIR
1 Suponha que a principal fonte de renda de famílias de pescadores costeiros seja a pesca e
a venda de peixes e frutos do mar, como lagostas, camarões e ostras. Com a acidificação dos
oceanos, essas famílias seriam prejudicadas? Como? Reescreva um trecho do texto em sua
resposta.
3 Que medidas podem ser tomadas a fim de minimizar os impactos da acidificação do oceanos?
Se necessário, faça uma pesquisa.
1 Sucos de frutas normalmente têm caráter ácido. O suco de abacaxi, por exemplo, apresenta concen-
tração de íons H3O1 igual a 1,0 ? 1024 mol ? L21, em média, enquanto o suco de manga apresenta
concentração de íons H3O1 igual a 1,0 ? 1025 mol ? L21, em média.
a) Qual dessas frutas apresenta maior caráter ácido? Justifique.
b) Qual é a concentração de íons OH2 no suco de abacaxi, considerando Kw 5 1,0 ? 10214?
3 O gráfico a seguir representa a variação da constante de ionização da água (Kw) em função da tem-
peratura. Determine a concentração de íons H3O1 e OH2 na água pura a 44 8C.
ID/BR
6
5
Kw (? 10214)
0
10 20 30 40 50
Temperatura (8C)
Comparando apenas essas três amostras, pode-se afirmar que a concentração de íons H3O1 do suco
de maracujá é:
a) igual a 2,5 ? 1023 mol ? L21.
b) a menor entre as amostras analisadas.
c) 50% menor que no suco de maçã.
d) duas vezes maior que no suco de uva.
e) cem vezes maior que no suco de uva.
5 A bula de um medicamento utilizado para diminuir a acidez estomacal traz a seguinte composição:
7 Além de serem encontrados na maioria das frutas, o ácido cítrico (Ka 5 8,0 ? 1024) e o ácido ascórbi-
co (Ka 5 8,0 ? 1025) são produzidos industrialmente para diversas aplicações, inclusive como acidu-
lantes de alguns produtos.
Considerando 1 litro de soluções de mesma concentração desses dois ácidos, pede-se:
a) Qual deles apresenta o maior grau de ionização? Justifique sua resposta.
b) Qual das duas soluções apresenta o maior valor de pH? Justifique sua resposta sem a realização
de cálculos numéricos.
8 O ácido fórmico (CH2O2) é o mecanismo químico de defesa de muitos insetos, como abelhas e formi-
gas, que mantêm o ácido fórmico armazenado em uma glândula de veneno e podem “espirrá-lo” ou
injetá-lo em sua vítima pelos seus ferrões.
Sabendo que o pH do ácido fórmico produzido por uma formiga é igual a 3 e que a constante de io-
nização do ácido fórmico é igual a 2,0 ? 1024, a 25 8C, determine a concentração do ácido fórmico, em
mol ? L21, da solução armazenada na glândula de veneno da formiga.
9 O ácido ascórbico (C6H8O6), conhecido como vitamina C, está associado a diversas funções metabó-
licas essenciais. A ingestão adequada de ácido ascórbico evita o escorbuto e fornece proteção an-
tioxidante. Todas as frutas e verduras contêm alguma quantidade de ácido ascórbico, e nas frutas
cítricas ele é componente importante.
Considerando que 150 mL de suco de laranja fresco contém 29,6 mg de vitamina C, a 25 8C, pede-se:
a) a concentração de ácido ascórbico, em mol ? L21, no suco de laranja considerado.
b) a concentração de íons H1, em mol ? L21, no suco de laranja considerado.
c) o pH do suco de laranja considerado.
Dados: Ka do ácido ascórbico (a 25 8C) 5 8,0 ? 1025; massa molar do ácido ascórbico 5 176 g ? L21;
log 3 5 0,5.
10 Uma solução que contém 0,252 g de ácido nítrico (HNO3) é titulada com uma solução de hidróxido
de sódio (NaOH) de concentração 0,25 mol ? L21.
Quantos mL da solução básica são necessários para neutralizar completamente o ácido?
Dados: massas molares: HNO3 5 63 g ? mol21 e NaOH 5 40 g ? mol21.
a) 5,00 mL
b) 10,00 mL
c) 12,00 mL
d) 16,00 mL
e) 20,00 mL
11 O pH do sangue de um atleta, em situação normal, está compreendido entre 7,35 e 7,45. Ao se sub-
meter a exercício físico intenso, porém, o atleta pode sofrer hiperventilação. Nessa situação, a res-
piração se acelera e há uma rápida diminuição no CO2 do sangue, provocando tontura.
Os equilíbrios envolvidos podem ser representados por:
estrutura
tridimensional
de uma cadeia
A desnaturação de uma proteica
proteína corresponde à
desnaturação
alteração da sua
estrutura terciária, o que
afeta seu funcionamento.
Cores-fantasia.
Fonte de pesquisa: Souza,
K. A. de F. de; NeveS, V. A.
Experimentos de
bioquímica. Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da
Universidade Estadual proteína
Paulista. Disponível em: desnaturada
http://www.fcfar.unesp.br/
alimentos/bioquimica/
introducao_proteinas/
introducao_proteinas_
quatro.htm. Acesso em:
10 jul. 2020.
aumento da concentração de
a) OH2, que reage com os íons Ca21, deslocan-
do o equilíbrio para a direita.
b) H1, que reage com as hidroxilas OH2, deslo-
cando o equilíbrio para a direita.
c) OH2, que reage com os íons Ca21, deslocan-
do o equilíbrio para a esquerda.
t d) H1, que reage com as hidroxilas OH2, deslo-
t1
cando o equilíbrio para a esquerda.
Sobre o ponto t1, nesse gráfico, pode-se afirmar e) Ca21, que reage com as hidroxilas OH2, des-
que indica locando o equilíbrio para a esquerda.
pH 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
7 (UEM-PR) O pH (potencial hidrogeniônico) de
soluções aquosas é dado pela expressão
pH 5 2log [H1], onde [H1] indica a concentração
Material Cor
em mol/litro de íons H1 nessa solução. O quadro
I. amoníaco verde abaixo fornece o pH aproximado de algumas
bebidas do nosso dia a dia.
II. leite de magnésia azul
H2CO3 HCO23
Quantidade máxima
Faixa de pH permitida (mg/L) de NH14 NH3
nitrogênio amoniacal total
8,0 , pH < 8,5 1,0 a) A água não é uma substância anfótera, pois
pode se comportar tanto como ácido quanto
pH . 8,5 0,5
como base.
b) Em uma reação química entre NH3 e H2O, a
Qual o limite máximo permitido de nitrogênio
base liberará H1.
amoniacal total se a temperatura da água, em
pH 5 8,1, passar de 25 8C (Kw 5 1,0 ? 10214) para c) Os pares ácido-base conjugados diferem
40 8C (Kw 5 2,9 ? 10214)? entre si apenas em um próton.
a) 2,0 mg/L d) O HSO4−, em solução aquosa, é capaz de
b) 1,0 mg/L fornecer íons OH2 em quantidades signifi-
cativas.
c) 3,7 mg/L
d) 0,5 mg/L 11 (Enem) Fertilizantes químicos mistos, denomi-
e) 3,0 mg/L nados NPK, são utilizados para aumentar a
produtividade agrícola, por fornecerem os nu-
9 (Enem) Em um experimento, colocou-se água trientes nitrogênio, fósforo e potássio, neces-
até a metade da capacidade de um frasco de sários para o desenvolvimento das plantas. A
vidro e, em seguida, adicionaram-se três gotas quantidade de cada nutriente varia de acordo
de solução alcoólica de fenolftaleína. Adicio- com a finalidade do adubo. Um determinado
nou-se bicarbonato de sódio comercial, em adubo possui, em sua composição, as seguintes
pequenas quantidades, até que a solução se substâncias: nitrato de amônio (NH4NO3), ureia
tornasse rosa. Dentro do frasco, acendeu-se um (CO(NH2)2), nitrato de potássio (KNO3), fosfato
palito de fósforo, o qual foi apagado assim que de sódio (Na3PO4) e cloreto de potássio (KCº).
a cabeça terminou de queimar. Imediatamente,
A adição do adubo descrito provocou diminuição
o frasco foi tampado. Em seguida, agitou-se o
no pH de um solo. Considerando o caráter ácido/
frasco tampado e observou-se o desapareci-
básico das substâncias constituintes desse
mento da cor rosa.
adubo, a diminuição do pH do solo deve ser
mateuS, A. L. Química na cabeça. Belo Horizonte:
UFMG, 2001 (adaptado).
atribuída à presença, no adubo, de uma quan-
tidade significativa de
A explicação para o desaparecimento da cor a) ureia.
rosa é que, com a combustão do palito de fós- b) fosfato de sódio.
foro, ocorreu o(a)
c) nitrato de amônio.
a) formação de óxidos de caráter ácido.
d) nitrato de potássio.
b) evaporação do indicador fenolftaleína.
e) cloreto de potássio.
c) vaporização de parte da água do frasco.
d) vaporização dos gases de caráter alcalino. 12 (Unicamp-SP) Alcalose e acidose são dois dis-
e) aumento do pH da solução no interior túrbios fisiológicos caracterizados por alterações
do frasco. do pH no sangue: a alcalose corresponde a um
ID/BR
concentração de H1.
% de O₂ transportado
0
c) somente em III.
Pressão de O₂
d) somente em I e II.
e) em I, II e III.
a) Em qual dos dois pH há maior eficiência no
transporte de oxigênio pelo organismo? 15 (UFRN) Os Ciclos Globais desempenham um papel
Justifique. essencial para a atmosfera terrestre e para a vida
b) Em casos clínicos extremos, pode-se minis- na Terra. Entre esses ciclos, o do enxofre com-
trar solução aquosa de NH4Cº para controlar preende um conjunto de transformações ocorridas
o pH do sangue. Em qual desses distúrbios entre as espécies desse elemento, presentes na
(alcalose ou acidose) pode ser aplicado esse litosfera, hidrosfera, biosfera e atmosfera, con-
recurso? Explique. forme representado na figura abaixo.
Representação sem
proporção de tamanho.
13 (UFG-GO) O extrato de amora pode funcionar
como um indicador natural de pH, apresentan-
AMj Studio/ID/BR
Dióxido de Conversão a
do diferentes colorações de acordo com o cará- enxofre no ar (SO2) H2SO4 ou SO42–
7 – 10 roxo
Emissões naturais
e queima de
11 – 12 roxo-azulado biomassa Emissões
oceânicas (algas)
Representação em cores-fantasia.
13 azul
Química Nova na Escola, n. 5, 2003.
14 amarelo
Na faixa de pH da água atmosférica (pH entre
2 e 4), o SO2 pode reagir segundo as reações de
a) Calcule o pH e indique a cor de uma solução equilíbrio representadas a seguir.
de Ca(OH)2 preparada na concentração de I. SO2(aq) 1 2 H2O(º) é HSO23 (aq) 1 H3O1(aq)
0,050 mol ? L21 na presença do indicador Keq 5 1,32 ? 1022 mol ? L21
natural.
II. HSO23 (aq) 1 H2O(º) é SO22(aq) 1 H3O1(aq)
b) Calcule o pH e indique a cor resultante após 3
Kotz, J.; treichel Jr., P.; treichel D. A.; townsend, J. R. voet, D.; voet, J. G. Biochemistry. New York: John
Química geral e reações químicas. 3. ed. São Paulo: Wiley & Sons, 1995.
Cengage Learning, 2015. v. 1 e 2. Livro com conhecimentos gerais sobre bioquímica.
O livro trata, entre outros assuntos, dos princípios e
vollhArdt, K. P. C.; schore, N. E. Química orgânica: es-
das aplicações da química, bem como da reatividade
trutura e função. Trad. Ricardo Bicca de Alencastro
de elementos químicos e seus compostos.
et al. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
MArques, G. C. (org.). Física: tendências e perspecti- A obra traz conteúdos da química orgânica, abordan-
vas. São Paulo: Livraria da Física, 2005. do conceitos químicos no cotidiano, nas práticas in-
A obra traz uma análise das perspectivas de várias dustriais, na química verde e no controle ambiental.
áreas da Física, na visão de cientistas.
Siglas de exames e universidades
Menezes, L. C. A matéria: uma aventura do espírito.
São Paulo: Livraria da Física, 2005. Enem – Exame Nacional do Ensino Médio
O livro apresenta uma visão conceitual mais apro- Fuvest-SP – Fundação Universitária para o Vestibular
fundada, abordando desde mecânica até cosmolo- UEG-GO – Universidade Estadual de Goiás
gia e evolução. UEL-PR – Universidade Estadual de Londrina
oKuno, E.; FrAtin, L. Desvendando a física do corpo UEM-PR – Universidade Estadual de Maringá
humano: biomecânica. São Paulo: Manole, 2016. UEPB – Universidade Estadual da Paraíba
Entre outros assuntos, a obra trata do Sistema In- UFG-GO – Universidade Federal de Goiás
ternacional de Unidades (SI), da análise dimensional Ufla-MG – Universidade Federal de Lavras
e da biomecânica. UFRGS-RS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
PAnico, R. et al. Guia Iupac para a nomenclatura de UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
compostos orgânicos. Trad. Ana Cristina Fernandes UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
et al. Lisboa: Lidel, 2002. Unicamp-SP – Universidade Estadual de Campinas
O guia trata da nomenclatura, em língua portugue- Vunesp – Fundação para o Vestibular da Universidade
sa, de compostos orgânicos. Estadual Paulista
Com isso, esperamos que este material possa dar suporte à oferta de cami-
nhos didáticos criativos e significativos às diversas comunidades escolares de
nosso país, ampliando as possibilidades de futuro de nossos jovens.
Bom trabalho!
Equipe editorial
SUMÁRIO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
E ORGANIZAÇÃO DA OBRA ................................................................................ 164
Ensino Médio em contexto ................................................................................................. 164
164
2009, passaria por significativa atualização. Somada a essas Os jovens em idade de frequentar o Ensino Médio têm
ações, destaca-se a ampliação do Programa Nacional do Li- anseios próprios e estão preocupados não apenas com a pro-
vro Didático (PNLD), também para essa etapa de ensino. fissão que exercerão no futuro, como também com outros
É importante lembrar que foi em 1998 que o Conselho Na- aspectos de sua vida: social, afetivo, criativo, etc. Além disso,
cional de Educação (CNE) estabeleceu as bases para tais com as transformações sociais ocorridas nos séculos XX e
ações, ao publicar as Diretrizes Curriculares para o Ensino XXI e a revolução promovida pelas tecnologias da informa-
Médio, em consonância com a LDB. ção e da comunicação em termos de acesso ao conhecimen-
to, os alunos do Ensino Médio vivem de forma mais aguda a
crise que a instituição escolar e o próprio papel do professor
A ETAPA DO ENSINO MÉDIO têm enfrentado.
165
O NOVO ENSINO MÉDIO E A •• apropriar-se das linguagens das tecnologias digitais e
BASE NACIONAL COMUM tornar-se fluentes em sua utilização.
166
MEIO AMBIENTE
Educação ambiental
Educação para o consumo
CIÊNCIA E TECNOLOGIA ECONOMIA
Ciência e Trabalho
tecnologia Educação financeira
Educação fiscal
Temas
Contemporâneos
Transversais
BNCC
MULTICULTURALISMO SAÚDE
Diversidade cultural Saúde
Educação para valorização Educação alimentar e
do multiculturalismo nas nutricional
matrizes históricas e
culturais brasileiras
CIDADANIA E CIVISMO
Vida familiar e social
Educação para o trânsito
Educação em direitos humanos
Direitos da criança e do adolescente
Processo de envelhecimento, respeito
e valorização do idoso
167
A abordagem da área de Ciências da Natureza deve ser sejam elas naturais, sejam humanas, há noções e conceitos-
compreendida não somente pelos conteúdos tradicionais mo- -chave que permeiam as muitas disciplinas. A seleção e a
bilizados nas aulas, mas também pela possibilidade de aplicar eleição dessas noções ou desses conceitos centrais como
nas práticas a lógica de produção de conhecimento usado nas foco de trabalho interdisciplinar são muito instigantes. Pen-
Ciências da Natureza, que se baseia na investigação, na pes- se, por exemplo, nas ideias de transformação ou de ciclo ou
quisa, no raciocínio lógico, no pensamento crítico, na elabora- em conceitos como energia, espaço e tempo. Todos eles es-
ção e verificação de hipóteses, entre outras estratégias. tão presentes e são significativos em muitas disciplinas cien-
Além disso, a própria discussão sobre os produtos e pro- tíficas, da Física à História, da Geologia à Geografia, passan-
cessos das ciências pode se articular ao dia a dia na sala de do pela Química e pela Biologia. Essas ideias e esses
aula, possibilitando àqueles dispostos a realizar novas dinâ- conceitos de caráter interdisciplinar podem, portanto, ser uma
micas implementar um Ensino Médio relevante e efetivo pa- motivação especial para a abordagem das ciências naturais.
ra a formação dos jovens do século XXI. Não há dúvida de que uma proposta de reformulação cen-
trada na interdisciplinaridade traz muitos desafios, especial-
mente para o professor. Primeiro, porque a formação do do-
168
• Dimensão funcional, para apreciar como determinada teo- COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
ria ou máquina se ajusta a certas situações.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente cons-
• Dimensão corporal, para perceber o corpo como um lugar truídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para en-
tender e explicar a realidade, continuar aprendendo e cola-
inteligente em relação a utensílios e máquinas. borar para a construção de uma sociedade justa, democrática
• Dimensão de comunicação, para ter consciência de que e inclusiva.
ciência e tecnologia são formas de construir uma visão de 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem pró-
mundo compartilhável e comunicável. pria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise
crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
Nesse sentido amplo, a BNCC reforça que ciência e tecno- elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
logia sejam compreendidas como empreendimentos huma- soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
nos e sociais. Esta obra se alinha com a orientação da BNCC das diferentes áreas.
ao propor discutir “o papel do conhecimento científico e tec- 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,
nológico na organização social, nas questões ambientais, na das locais às mundiais, e também participar de práticas diversi-
saúde humana e na formação cultural, ou seja, analisar as ficadas da produção artístico-cultural.
relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente” 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,
(Brasil, 2018, p. 549). Além disso, ao longo deste Manual do como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
Professor se encontram orientações, proposições e subsídios
científica, para se expressar e partilhar informações, experiên-
que fortalecem as relações entre as Ciências da Natureza e cias, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
outras áreas do conhecimento. sentidos que levem ao entendimento mútuo.
DESENVOLVIMENTO DE
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se co-
COMPETÊNCIAS
municar, acessar e disseminar informações, produzir conheci-
mentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
As semelhanças entre Biologia, Química e Física no con-
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apro-
texto das Ciências da Natureza e suas Tecnologias – mencio- priar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
nadas em tópico anterior –, em especial, as que concernem à entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer es-
existência de procedimentos e de linguagens em comum, colhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de
vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsa-
justificam igualmente o compartilhamento e o estímulo ao bilidade.
desenvolvimento das competências gerais e de competên-
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
cias específicas e habilidades que se apresentam como ob-
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e de-
jetivos fundamentais nessas disciplinas que integram as cisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
Ciências da Natureza e suas Tecnologias. De modo geral, de- a consciência socioambiental e o consumo responsável em âm-
bito local, regional e global, com posicionamento ético em rela-
seja-se que os alunos dessa área sejam capazes de: obter ção ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
informações; comunicar-se; argumentar; compreender; agir;
enfrentar problemas; fazer escolhas; propor soluções, entre 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocio-
nal, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecen-
outros exemplos de competências ou qualificações humanas do suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
amplas desejáveis. para lidar com elas.
Nesta coleção, compartilhamos o entendimento de com-
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-
petências e habilidades preconizado pela BNCC, apresentado peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro
anteriormente. Ao longo de seus seis volumes, procurou-se e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da di-
desenvolver todas as competências gerais da Educação Bá- versidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, iden-
tidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qual-
sica e todas as competências específicas e habilidades da quer natureza.
área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Esse traba-
lho com competências e habilidades, além de reforçar o as- 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
pecto interdisciplinar, estimula a autonomia, o protagonismo base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis
e o pensamento crítico dos estudantes, levando-os a um pa- e solidários.
pel central como sujeitos do próprio aprendizado. Também
promove atitudes e valores, contribuindo para a formação de (Brasil, 2018, p. 9-10)
estudantes com visão ética, justa, inclusiva, sustentável e so-
lidária, para o desenvolvimento de seus projetos de vida e
para lidar com os desafios das sociedades contemporâneas. COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA
Nesse cenário mais amplo, a obra procura colaborar com a NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
PARA O ENSINO MÉDIO
missão da escola de acolher as variadas culturas juvenis, em
sua diversidade e singularidade, respeitando interesses, di- 1. Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com ba-
se nas interações e relações entre matéria e energia, para pro-
reitos e características dos alunos, promovendo uma cultura
por ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos
de paz e de diálogo, colaborando para seu desenvolvimento produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem
integral (em suas variadas dimensões, como a intelectual, a as condições de vida em âmbito local, regional e global.
física, a social, a emocional, a cultural) e preparando-os para
2. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida,
enfrentar as demandas complexas do cotidiano. da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar pre-
Elencamos, a seguir, as competências gerais da Educação visões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos
e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e
Básica e as competências específicas e habilidades de Ciên- responsáveis.
cias da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio.
169
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA (EM13CNT203) Avaliar e prever efeitos de intervenções nos ecos-
NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS sistemas, e seus impactos nos seres vivos e no corpo humano, com
base nos mecanismos de manutenção da vida, nos ciclos da maté-
PARA O ENSINO MÉDIO ria e nas transformações e transferências de energia, utilizando re-
3. Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimen- presentações e simulações sobre tais fatores, com ou sem o uso de
to científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e
procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, de realidade virtual, entre outros).
para propor soluções que considerem demandas locais, regionais (EM13CNT204) Elaborar explicações, previsões e cálculos a respei-
e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públi- to dos movimentos de objetos na Terra, no Sistema Solar e no Uni-
cos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mí- verso com base na análise das interações gravitacionais, com ou
dias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de
simulação e de realidade virtual, entre outros).
(Brasil, 2018, p. 553)
(EM13CNT205) Interpretar resultados e realizar previsões sobre
atividades experimentais, fenômenos naturais e processos tecno-
HABILIDADES DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS lógicos, com base nas noções de probabilidade e incerteza, reco-
TECNOLOGIAS PARA O ENSINO MÉDIO nhecendo os limites explicativos das ciências.
(Brasil, 2018, p. 555) (EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tra-
tem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferen-
tes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma
de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência
HABILIDADES DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir
TECNOLOGIAS PARA O ENSINO MÉDIO estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.
(EM13CNT202) Analisar as diversas formas de manifestação da vi- (EM13CNT305) Investigar e discutir o uso indevido de conhecimen-
da em seus diferentes níveis de organização, bem como as condi- tos das Ciências da Natureza na justificativa de processos de discri-
ções ambientais favoráveis e os fatores limitantes a elas, com ou minação, segregação e privação de direitos individuais e coletivos,
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de em diferentes contextos sociais e históricos, para promover a equi-
simulação e de realidade virtual, entre outros). dade e o respeito à diversidade.
170
(EM13CNT306) Avaliar os riscos envolvidos em atividades cotidia- frequência, inconsistente. Daí a importância de se estabele-
nas, aplicando conhecimentos das Ciências da Natureza, para jus- cer conexões entre o conhecimento empírico e o conhecimen-
tificar o uso de equipamentos e recursos, bem como comportamen-
tos de segurança, visando à integridade física, individual e coletiva, to científico, não para transformar o empírico em científico,
e socioambiental, podendo fazer uso de dispositivos e aplicativos mas para explorar as contradições e limitações de um e de
digitais que viabilizem a estruturação de simulações de tais riscos. outro. Assim, ao contrapor e avaliar diferentes interpretações
(EM13CNT307) Analisar as propriedades dos materiais para avaliar (prévias, empíricas ou científicas), favorecemos atitudes re-
a adequação de seu uso em diferentes aplicações (industriais, coti- flexivas, críticas e investigativas. Ao mesmo tempo, o ensino
dianas, arquitetônicas ou tecnológicas) e/ou propor soluções segu-
ras e sustentáveis considerando seu contexto local e cotidiano. formal deve permitir ao aluno a percepção dos limites dos
modelos, inclusive dos científicos.
(EM13CNT308) Investigar e analisar o funcionamento de equipa-
mentos elétricos e/ou eletrônicos e sistemas de automação para Para contextualizar a produção do conhecimento das Ciên-
compreender as tecnologias contemporâneas e avaliar seus impac- cias da Natureza em relação a aspectos históricos e sociais,
tos sociais, culturais e ambientais. parte-se do pressuposto de que a produção científica, na ten-
(EM13CNT309) Analisar questões socioambientais, políticas e eco- tativa de alcançar determinado saber, percorre um caminho
nômicas relativas à dependência do mundo atual em relação aos marcado por continuidades e rupturas. Ou seja, os problemas
recursos não renováveis e discutir a necessidade de introdução de
são tratados dentro da história e da ciência e das implicações
alternativas e novas tecnologias energéticas e de materiais, com-
parando diferentes tipos de motores e processos de produção de sociais que acarretam, explicitando suas origens, as tentati-
novos materiais. vas de solução e as controvérsias. Essa dimensão procura
(EM13CNT310) Investigar e analisar os efeitos de programas de mostrar o conhecimento científico como produto histórico da
infraestrutura e demais serviços básicos (saneamento, energia elé- humanidade, ilustrando como a produção científica percorre
trica, transporte, telecomunicações, cobertura vacinal, atendimen- uma rota acidentada, cheia de percalços e desvios.
to primário à saúde e produção de alimentos, entre outros) e iden-
tificar necessidades locais e/ou regionais em relação a esses Nessa perspectiva, é essencial tratar desses temas no
serviços, a fim de avaliar e/ou promover ações que contribuam pa- mundo de hoje, uma vez que as ciências química, biológica e
ra a melhoria na qualidade de vida e nas condições de saúde da física se mostram cada vez mais dinâmicas em produções
população.
científicas. A Biologia, por exemplo, que trabalha com uma
diversidade imensa de organismos, atua sob o enfoque de
(Brasil, 2018, p. 559-560) várias áreas de pesquisa e é muito prolífica – haja vista a pu-
blicação, a cada ano, de mais de centenas de milhares de ar-
tigos científicos relacionados às diversas especialidades que
171
INVESTIGAÇÃO, PRÁTICA E
escola é muito particular, com seu entorno natural e social
próprio, não ousamos apresentar no Livro do Estudante pro-
LINGUAGEM CIENTÍFICA postas definidas de saída a campo. Essa atividade vai depen-
der muito mais do planejamento do professor e do projeto
Nesta obra, além do contato que os alunos têm com um da escola. No entanto, ofereceremos algumas sugestões na
rol estimulante de conhecimentos acadêmicos, o fazer parte específica deste manual.
científico também é desenvolvido. Nesse contexto, a propo- A escolha e o planejamento de atividades investigativas
sição de questões ou problemas deve servir aos processos são fundamentais em uma proposta de ensino de Ciências
característicos do pensar e do fazer científicos, que envolvem da Natureza que vise ao desenvolvimento do pensar e do
a admiração e o questionamento diante de algo, a ponto de agir de maneira científica, sem, no entanto, negligenciar a
levar os estudantes a formular hipóteses ou suposições, mo- aquisição de conteúdos conceituais. Além disso, se conduzi-
tivando-os, assim, a empreender uma investigação. das de maneira colaborativa e solidária, as atividades inves-
Tão importante quanto a problematização ou a apresen- tigativas podem auxiliar na consolidação de valores e atitu-
tação de um conflito inicial é possibilitar meios para que os des importantes e servir de exemplo de como se constrói o
estudantes percorram o caminho investigativo que os levará conhecimento científico. Ou seja, possibilitam também a vi-
à solução do problema e à aprendizagem. O que chamamos vência e o debate sobre o caráter coletivo, social e cultural do
aqui de investigação envolve um rol extenso e diversificado conhecimento científico.
de atividades. Entre elas, estão a realização de testes e ex-
perimentos, as demonstrações, os estudos de meios, as en-
trevistas e as pesquisas em livros e multimeios. Ou seja, a ARGUMENTAÇÃO
investigação nas aulas de Ciências da Natureza não se reduz A argumentação aparece explicitamente na competência
apenas à experimentação ou às “atividades de laboratório”. geral da Educação Básica 7 da BNCC:
Ela envolve todos os tipos de atividade, que são acompanha-
dos de situações problematizadoras que levem à busca ativa
Argumentar com base em fatos, dados e informações
de dados ou de informações, os quais, quando analisados e
discutidos, conduzem, por sua vez, à solução de um proble- confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos
ma ou à geração de informações que evidenciem ou contra- de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
digam uma ou mais hipóteses ou suposições formuladas direitos humanos, a consciência socioambiental e o consu-
anteriormente. O que de fato faz que uma atividade seja con- mo responsável em âmbito local, regional e global, com po-
siderada uma investigação é a forma como ela é apresenta- sicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos
da e conduzida pelo professor e o caráter que ela assume no outros e do planeta.
processo de ensino e aprendizagem. (Brasil, 2018, p. 9)
A atividade investigativa possibilita, sobretudo, a reflexão
crítica e o engajamento ativo dos alunos. Ela exige que os alu-
Por esse excerto, é possível notar a importância que os
nos mobilizem várias habilidades cognitivas e processuais,
fatos, os dados e as informações confiáveis têm para a cons-
entre elas as que são importantes no pensamento científico:
trução de uma boa argumentação. Também é possível per-
a observação, a formulação de hipóteses, o planejamento e a
ceber que a argumentação, como competência a ser desen-
construção de modelos, a realização de testes e experimentos,
volvida na escola, deve estar vinculada a princípios éticos e
a coleta, a sistematização e a análise de dados e informações,
cidadãos.
o estabelecimento de sínteses e relações e a comunicação de
Considerando esse viés, a obra proporciona aos alunos
conclusões. Também demanda dos alunos o conhecimento
oportunidades particularmente propícias para o desenvolvi-
de variados conteúdos de natureza conceitual (informações,
mento de importantes habilidades relacionadas à argumen-
fatos, dados, conceitos, vocabulário específico, entre outros),
tação, como construir um discurso oral coerente, expressar
a tomada de decisões e a expressão de valores (colaboração,
uma explicação, defender uma ideia, deliberar coletivamen-
respeito, organização, criatividade, entre outros).
te ou propor soluções para problemas. Isso ocorre, por exem-
A investigação e suas práticas proporciona aos alunos opor-
plo, no desenvolvimento de um projeto, nas atividades pro-
tunidades de desenvolver habilidades relacionadas à lingua-
postas nos capítulos, nos estudos de caso, entre outros.
gem, como a construção de um discurso oral coerente para
Ao professor, cabe estar atento a diferentes aspectos, co-
expressar uma explicação, argumentar ou relatar uma expe-
mo indicado por Sasseron e Carvalho (2011):
riência. Propicia também o desenvolvimento da habilidade de
escrita, como em situações de comunicação de resultados na
forma de um relatório. Até mesmo o uso de outras linguagens Quando nós colocamos a capacidade de desenvolver um
pode e deve ser estimulado, como as linguagens próprias da argumento como um objetivo, significa um interesse não
Matemática e das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, com somente na resolução de problemas de ciências pelos alu-
a utilização de ferramentas de tratamento de dados e de pro- nos (nível cognitivo ou estratégico), mas também implica
dução e leitura de mapas, entre outras. dar atenção aos critérios que conduzem a uma ou outra so-
Atividades práticas no laboratório ou em campo devem lução, ao porquê algumas soluções terem sido descartadas,
ser estimuladas. Uma rápida saída a campo, para visitar um como este processo de comparação é compreendido, quais
ambiente natural ou modificado, possibilita ricas experiên- analogias ou metáforas levaram a este entendimento (nível
cias de aprendizagem e cumpre um importante papel peda- epistemológico), bem como no acompanhamento dos alu-
gógico, pois desperta a curiosidade, estimula a busca pelo nos em sua própria aprendizagem (nível metacognitivo).
conhecimento, exercita certas habilidades e a prática de al-
(Jiménez-aleixandre; rodríguez; duschl, 2000, p. 762, apud
guns valores e atitudes que nem sempre são facilmente ex- sasseron; carvalho, 2011, p. 100)
ploráveis em sala de aula. Sabendo que a realidade de cada
172
LEITURA INFERENCIAL
referência em tecnologia e computação (2018)13, do Centro
de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb):
Durante a leitura de textos científicos, em suas investiga- • Decomposição: trata da divisão de problemas complexos
ções ou na execução de tarefas, os alunos vão se deparar em partes menores para sua solução.
com diversas situações e textos (verbais ou não verbais). Pa- • Reconhecimento de padrões: envolve a identificação de
ra cada um deles, deverão elaborar um sentido, que vai além características comuns entre problemas para sua solução.
de localizar as informações apresentadas. Para elaborar es-
se sentido, os alunos precisam fazer inferências, estabele-
• Abstração: envolve a filtragem, formas de organização e
a classificação de dados para a resolução de problemas.
cendo relações entre o que está explícito no texto (ou na si-
tuação vivenciada) e aquilo que eles inserem no texto com • Algoritmos: refere-se à construção de orientações claras
para a resolução de problemas.
base em seu conhecimento de mundo. Nessa perspectiva, o
Esses eixos são trabalhados explicitamente na seção
conhecimento prévio é um fator fundamental na qualidade
Pensando Ciências, mas é importante ressaltar que o pensa-
das inferências que uma pessoa pode fazer ao realizar uma
mento computacional pode ser/estar incorporado de diversas
leitura, e, consequentemente, torna-se estritamente neces-
maneiras ao se abordar e tentar solucionar um problema. Ao
sário para a compreensão de um texto, pois é esse conheci-
longo dos seis volumes, isso pode ocorrer em atividades, por
mento, seja linguístico, seja conceitual ou procedimental, que
exemplo, que envolvem diferentes processos cognitivos, co-
permite ao leitor fazer as inferências necessárias para a cons-
mo analisar, compreender, definir, modelar e resolver. A es-
trução de significados de um texto (kleiman, 2010). Segundo
trutura da seção Projeto também reflete o desenvolvimento
Guedes (1999, p. 31-32), “a inferência pode ser considerada
do pensamento computacional.
a maior contribuição cognitiva do leitor. Sem perceber, o lei-
Na prática escolar, ressalta-se a seguinte relação entre
tor está inferindo, isto é, adequando representações mentais”.
atividades propostas pelo professor e o pensamento compu-
Em sala de aula, o professor pode promover a qualidade
tacional:
das inferências nas leituras dos alunos de diversas formas.
É possível formular perguntas que motivem os alunos a an-
tecipar informações, verificar a probabilidade de que as hi- Nas atividades propostas na escola, consideramos sempre
póteses sejam reais, incentivá-los a acessar seus conheci- que a melhoria da aprendizagem dos alunos passa pelo pen-
mentos prévios, levá-los a explicar o que está implícito em samento computacional. Devemos então considerar ativida-
um texto, a preencher lacunas de informação com base em des práticas como situações que possibilitem aprendizagem
pistas já dadas e a excluir ou confirmar hipóteses levantadas significativa dando condições para que os alunos possam:
durante a leitura. Seguramente, ao se empenhar para que os a) formular questões acerca de sua realidade e dos fenô-
alunos realizem cada vez mais e melhor a leitura inferencial, menos que vivenciam;
o professor obterá maior qualidade dos resultados nas ativi-
b) elaborar hipóteses sobre essa realidade e esses fenô-
dades que propõe. Assim, o professor da área de Ciências da
menos e testá-las, orientando-se por procedimentos
Natureza estará contribuindo para a formação de leitores
planejados;
proficientes, competência tão necessária aos alunos no en-
frentamento dos desafios da vida. c) interagir com seus colegas em um ambiente coletivo
propício ao debate de ideias e ao desenvolvimento da
capacidade de argumentação através do confronto de
PENSAMENTO suas opiniões.
COMPUTACIONAL […]
Para os alunos aprenderem a trabalhar com autoria di-
Quem imagina que o pensamento computacional diz res- gital e colaborativa, mais importante do que as tecnologias
peito a saber navegar na internet, utilizar as redes sociais, utilizadas é o planejamento do professor e a clareza dos ob-
enviar e-mails ou utilizar ferramentas digitais para elaborar jetivos propostos, aliados à sua mediação, com boas per-
um texto ou resolver uma equação está enganado. O pensa- guntas e uma condução atenta da situação de aprendiza-
mento computacional utiliza a linguagem e o raciocínio da
gem. Isso permitirá aos alunos refletirem sobre o que estão
computação para resolver problemas de modo individual ou
fazendo, por que e para que. Dessa forma, a discussão das
colaborativo. Essa estratégia de ensino e aprendizagem está
observações, dos fenômenos e a interpretação dos resultados
próxima do pensamento analítico, que, assim como a mate-
têm a finalidade de produzir conhecimento, o que se busca
mática, a engenharia e a ciência, busca, entre outras ques-
no pensamento computacional e do fazer pedagógico.
tões, aprimorar a proposição de soluções para problemas. De
acordo com a BNCC: (andré, 2018, p. 105-106)
• pensamento computacional: envolve as capacidades de Assim, mesmo sem envolver o uso de computadores,
compreender, analisar, definir, modelar, resolver, compa- o pensamento computacional pode cada vez mais integrar a
rar e automatizar problemas e suas soluções, de forma formação dos estudantes do Ensino Médio, tornando-os
metódica e sistemática, por meio do desenvolvimento aptos a intervir de forma cidadã no meio em que vivem.
de algoritmos.
(Brasil, 2018, p. 474) 13 CenTro de Inovação Para a Educação Brasileira (Cieb). Currículo de
referência em tecnologia e computação: da Educação Infantil ao
Ensino Fundamental. São Paulo: Cieb, 2018. p. 19. Disponível em:
Nesta obra, tomamos como base os quatros eixos do pen- https://curriculo.cieb.net.br/assets/docs/Curriculo_de_Referencia_
samento computacional apresentado pelo Currículo de em_Tecnologia_e_Computacao.pdf. Acesso em: 9 jun. 2020.
173
AVALIAÇÃO
dúvidas, dificuldades e avanços, e ao professor perceber se
suas escolhas didáticas foram adequadas.
Nas últimas décadas, foi se consolidando um novo referen- O término de uma sequência didática é o momento ade-
cial para a concepção de aprendizagem, com base nas contri- quado para a avaliação final. Espera-se, sobretudo, perceber
buições teóricas da psicologia do desenvolvimento, que se se os objetivos propostos inicialmente foram atingidos, se
fundamentaram nas pesquisas de Lev Vygotsky (1896-1934), houve de fato aprendizado, se é possível dar prosseguimen-
de Jean Piaget (1896-1980) e de Henri Wallon (1879-1962), to ao processo de ensino ou se há necessidade de revisão
entre outros. Uma das principais hipóteses dessas linhas de e/ou de complementação.
pensamento é a de que o indivíduo constrói um conjunto de Neste manual, procuramos oferecer, nas orientações es-
conhecimentos nas mais diversas situações vivenciadas, den- pecíficas de cada unidade, uma série de subsídios e de es-
tro e fora da escola, e leva esse repertório para o espaço edu- tratégias que possibilitem ao professor conduzir, da melhor
cativo. Assim, o indivíduo passa a ser visto como sujeito ativo maneira, a avaliação dos estudantes.
de seu conhecimento, na busca de responder às inúmeras in- Outro aspecto importante para a formação do aluno é o
terrogações colocadas pelo mundo que o rodeia. incentivo à autoavaliação. Esse processo colabora para o es-
Tal concepção altera radicalmente o papel do aluno – de tudante tornar-se responsável pelo próprio processo de
mero receptáculo de conteúdos para protagonista na cons- aprendizado, na medida em que a autoavaliação subsidia o
trução de seu conhecimento. Essa mudança de perspectiva desenvolvimento de estratégias metacognitivas. Essas es-
impõe alterações na forma de avaliar o aluno, especialmente tratégias são entendidas como a capacidade do ser humano
na compreensão de que a avaliação constitui um processo de monitorar o que é percebido, julgar o que é aprendido, ou
permanente, instaurado ao longo de todo o período letivo, e o que precisa aprender, e predizer as consequências das
deve contemplar as múltiplas capacidades e habilidades de- ações futuras (meTcalFe, 1996).
senvolvidas pelo aluno no trajeto educativo.
Os novos modelos de avaliação implicam o rompimento
da ideia arraigada no imaginário escolar de que avaliação é AVALIAÇÃO E NOVOS
sinônimo de prova. Os instrumentos de avaliação variam de
acordo com a dinâmica da sala de aula. Sem perder de vista
PARADIGMAS EDUCACIONAIS
os objetivos específicos da disciplina, o professor pode ava- Ao seguir o paradigma de uma aprendizagem centrada
liar os resultados de uma vasta gama instrumental, como: em conteúdos – e pressionada pela necessidade de medir,
produção de textos sobre a análise de modelos ou hipóteses de forma objetiva, o “sucesso” ou o “fracasso” de seus alunos
científicas ou de situações do contexto social; debates e ro- –, a escola tradicional perpetuou um modelo de avaliação so-
das de conversa sobre determinado tema dos conteúdos em mativa. De caráter classificatório, seletivo e frequentemente
estudo; produções artísticas resultantes da troca de ideias; punitivo, ele deixava de lado aspectos importantes (hoje en-
registros escritos de experimentos laboratoriais; resoluções tendidos como centrais) do processo educacional, como a
propostas para situações-problema variadas; relatos escritos aquisição de competências e habilidades e a construção de
sobre as dificuldades no aprendizado de certos conteúdos; valores e atitudes. Ao enquadrar os indivíduos em padrões
entre outros. preestabelecidos, esse modelo baseava-se em pressupostos
A avaliação passa a ser também um objeto de investiga- de desempenho estáticos, determinados antes do início do
ção do professor, com potencial para produzir informações trabalho pedagógico. Segundo essa visão, os alunos eram
diagnósticas e qualitativamente indicativas sobre as trans- avaliados com base em mecanismos controladores e disci-
formações e os avanços na relação entre o grupo de alunos, plinadores, o que impossibilitava que o ato de avaliar produ-
o professor e o sistema didático-pedagógico adotado. zisse novas aprendizagens e descobertas.
Hoffmann (1993, 1995) propõe três momentos distintos de Em decorrência do entendimento atual sobre como se
avaliação: a avaliação diagnóstica, ou inicial; a avaliação con- processa a aprendizagem, surge a necessidade de romper
tínua, ou formativa; e a avaliação final. com essa concepção de avaliação. O “erro” deve ser encarado
Nas abordagens pedagógicas em que os alunos são con- como parte fundamental do processo de ensino-aprendiza-
cebidos como indivíduos que constroem o conhecimento den- gem, visto que ele é uma evidência dos processos mentais
tro e fora da escola, é adequado, na introdução de cada novo por meio dos quais os alunos experimentam a realidade, for-
tópico, realizar um levantamento do que eles já sabem, com mulam hipóteses sobre o seu objeto de estudo, confrontam-
o objetivo de possibilitar-lhes tomar consciência das concep- -nas com as hipóteses de seus pares, reestruturam-nas e
ções que já têm sobre o assunto em foco e facilitar ao pro- criam concepções que devem ser aplicadas à realidade.
fessor identificar os limites das soluções que propõem para Quando visto dessa forma, o “erro” – e também o “acer-
construir argumentos que conduzam à compreensão do tó- to” – não é mais do que um elemento que ajuda a compor o
pico científico estudado. Além das questões de abertura de diagnóstico do professor sobre as aprendizagens de seus
capítulo, dedicadas a esse propósito, isso pode ser feito ao alunos, sinalizando a necessidade de repensar seu planeja-
introduzir a unidade ou em outro momento que o professor mento, de experimentar outras estratégias de ensino-apren-
considere oportuno. dizagem e de realizar de forma mais próxima a gestão da
A avaliação pode ser também um instrumento para o pro- aprendizagem de um aluno. A avaliação, nessa perspectiva,
fessor repensar seu planejamento. Nesse caso, é importante significa saber em que ponto se está e o que é preciso fazer
não se restringir a um momento final da etapa de aprendi- para se chegar aonde se pretende. Quando encarada dessa
zado, quando já não há mais tempo de redirecionar o traba- forma, a avaliação ganha um caráter formativo.
lho nos pontos necessários. É nesse sentido que se propõe Um dos instrumentos mais importantes para operaciona-
uma avaliação contínua, ou formativa: momentos variados lizar essa forma de avaliação é o estabelecimento de objeti-
de avaliação ao longo do processo de ensino e aprendizado, vos de aprendizagem claros e passíveis de serem aferidos.
que possibilitem aos alunos tomar consciência de suas Em se tratando de habilidades e competências, é necessário
174
cuidado especial para traduzir em notas ou conceitos a rela- PÁGINAS INICIAIS
ção entre os objetivos estabelecidos para a aprendizagem e
aquilo que os alunos demonstram como conhecimento efe- As primeiras páginas de cada volume trazem uma apre-
tivamente construído. Também é preciso dar peso adequado sentação aos alunos, com um texto motivador para o estudo
a cada aspecto a ser avaliado. Esses objetivos devem ser tra- da coleção e a seção Conheça seu livro, que orienta os alunos
çados considerando-se o programa de ensino de Ciências da sobre como o livro está organizado. Além disso, são apresen-
Natureza como um todo, mas, idealmente, devem ser subdi- tadas as competências e as habilidades da BNCC desenvol-
vididos em objetivos parciais, para que seja possível trans- vidas na obra e o sumário.
formar a avaliação em uma prática processual, realizada ao
longo de todo o período letivo e não apenas ao final de eta- PROJETO
pas burocraticamente instituídas.
A obra apresenta um projeto no início de cada volume.
Para que se torne produtiva, a avaliação deve ser dialógi-
Nele, os estudantes desenvolvem um produto relevante pa-
ca, valorizando em igual proporção as atividades individuais
ra a comunidade, como um portal on-line de Ciências, um
e as coletivas, as atividades de avaliação do professor, de
manual sobre produtos químicos domésticos, um aquecedor
avaliação entre pares e de autoavaliação. Deve, ainda, abrir
solar, vídeos de combate às fake news, jogos com temática
espaço para a criatividade, a participação e o questionamen-
socioambiental e um podcast sobre saúde. A realização de
to do estudante.
um projeto é um dos principais momentos de protagonismo
Trocas de experiências entre professores da área podem
do aluno. Sua estrutura (Preparação, Desenvolvimento, Con-
ser muito valiosas para se pensar em caminhos alternativos,
clusão) reflete o desenvolvimento do pensamento computa-
partilhar situações de ensino e aprendizagem bem-sucedi-
cional. A ideia é que o projeto seja desenvolvido ao longo da
das e buscar subsídios teóricos e metodológicos para reo-
utilização do volume a que se refere.
rientar a prática, quando necessário.
ABERTURA DA UNIDADE
PREPARAÇÃO PARA EXAMES Sempre em dupla de páginas, a abertura da unidade pro-
Ao longo da obra, os estudantes terão contato com ques- cura atrair o interesse do aluno para o estudo dos respectivos
tões de exames de larga escala, como o Exame Nacional do conteúdos. Ela introduz a temática da unidade por meio de
Ensino Médio (Enem). No Manual do Professor, também são uma imagem em tamanho grande e de um texto curto relacio-
apresentadas opções de atividades que podem ser compar- nado ao assunto. Além de introduzir o tema, a abertura apre-
tilhadas com os alunos, para que conheçam e resolvam ques- senta os objetivos e sua justificativa, propõe questões reflexi-
vas sobre a relevância do tema para a vida do aluno – com o
tões de diversas instituições do país.
intuito de estabelecer sentido para o estudo e ligação com seus
O intuito é dar aos alunos oportunidade de se prepararem
possíveis projetos de vida – e mostra a relação dos capítulos
para esses tipos de exames, presentes na vida dos jovens bra-
e das competências e habilidades desenvolvidas na unidade.
sileiros como parte da trajetória natural para o ingresso no En-
sino Superior, colaborando, assim, para a construção de seu
projeto de vida. Caso o professor considere oportuno, essas ati- CAPÍTULO
vidades podem ser organizadas em um simulado, por exemplo.
Cada capítulo apresenta um número variável de páginas
Outro aspecto importante nessa preparação é possibilitar
de conteúdo (texto principal e boxes), previamente determi-
aos alunos conhecer como funcionam esses exames, as ins-
nado na programação, com base na especificidade de cada
tituições que são de seu interesse, entre outros aspectos.
tema. O conteúdo dos capítulos é estruturado segundo os
Vale a pena orientá-los a acessar sites de universidades e de
elementos descritos a seguir.
instituições aplicadoras de exames, como a página do Enem
Abertura de capítulo: Além do número e título do capítulo,
(disponível em: https://enem.inep.gov.br/; acesso em: 28 maio
a página apresenta questões que possibilitam ao estudante
2020). Nela, os alunos podem conhecer mais esse exame,
levantar os conhecimentos prévios que têm sobre os concei-
realizar inscrições, acessar a cartilha do estudante e fazer o
tos e práticas abordados no capítulo. A abertura também traz
download de provas e gabaritos de anos anteriores.
uma imagem (ou mais), para despertar o interesse dos alunos.
O texto dessa página pode ser uma introdução ao tema do ca-
pítulo ou ir diretamente à apresentação do conteúdo.
■ A ORGANIZAÇÃO Texto-mestre: Trata-se do texto principal do capítulo, no
qual são apresentados os conteúdos a serem estudados.
DA OBRA Nele, imagens e outros recursos gráficos (tabelas, gráficos,
negritos, itálicos, diferenciação de níveis de título, uso de co-
res, etc.) facilitam a compreensão do conteúdo focalizado pe-
lo aluno. Os títulos e subtítulos organizam e demarcam os
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA conteúdos, permitindo ao aluno estabelecer relações entre
175
• Ciência se discute: Apresenta debates, conflitos e con- • Ciência tem história: Discute a história da ciência, o
trovérsias entre os próprios cientistas ou entre socie- contexto histórico, personagens, conflitos, construção
dade e ciência, propondo questionamento(s) e/ou de conceitos, métodos, mudanças de paradigmas, etc.
atividade(s). Evidencia o caráter social e histórico da ciência como
• Ação e cidadania: Articula o conteúdo apresentado no empreendimento humano.
capítulo, mostrando exemplos de aplicações do conhe- • Atividades: Organizadas sempre ao final de cada ca-
cimento científico que promovem melhoria na vida das pítulo, apresenta questões que permitem ao aluno re-
pessoas e no ambiente ou que estão relacionados aos tomar conteúdos pontuais e trabalhar diferentes
direitos e deveres dos cidadãos, a questões de atitudes habilidades e competências na resolução das ativida-
e valores, etc., propondo questionamento(s) e/ou ati- des propostas. O conjunto dessas atividades possibi-
vidade(s). lita, portanto, estabelecer relações entre os tópicos
• Roteiro: Aparece eventualmente ao longo do capítulo. tratados e avaliar o conhecimento adquirido.
Traz atividades de retomada, compreensão e aplicação
do que foi apresentado, que podem envolver a resolu- FECHAMENTO DA UNIDADE
ção de uma questão, a produção de sínteses, constru-
ções de analogias, o estabelecimento de relações, a Seções de fechamento da unidade: Cada final de unidade
produção de pequenos textos, gráficos e tabelas, etc. traz uma seção Estudo de caso ou uma seção Pensando Ciên-
Tem como finalidade ajudar o aluno na compreensão cias. Questões globais está presente em todo fechamento
do texto apresentado. de unidade.
• Ampliação: Traz assuntos que complementam ou apro- • Estudo de caso: Texto narrativo que apresenta dados
fundam o que foi abordado no texto principal. e uma situação-problema, para que os alunos, em gru-
po, discutam e proponham uma solução/interpretação
• Para explorar: Apresenta indicações comentadas de
do caso. Pode envolver exemplos de diferentes atua-
vídeos, sites, livros, etc. Não é exclusivo do capítulo e
ções profissionais.
pode aparecer em outros momentos no decorrer da
obra, como em Projeto. • Pensando Ciências: Apresenta um problema/questão
a ser solucionado(a) pelos alunos por meio da aplica-
Seções de capítulos: As seções se diferenciam dos boxes
ção do pensamento computacional.
por serem desenvolvidas em páginas inteiras ou em duplas
de páginas, permitindo aprofundar determinados desdobra- • Questões globais: Atividades autorais mais elabora-
mentos dos conteúdos e estimular a reflexão por parte dos das, que abordam o conjunto dos capítulos, e/ou de
alunos. As que constam dos capítulos, em quantidades va- exames de larga escala (vestibular e Enem). A exemplo
riáveis, são: do que ocorre nas atividades ao longo dos capítulos,
• Práticas de Ciências: Apresenta atividades práticas, nessa seção, espera-se que os alunos lidem com dife-
rentes habilidades e competências na resolução das
experimentais e investigativas. Envolvem coleta e aná-
lise de dados e informações, uso de tecnologias varia- atividades propostas e que se preparem para exames
das, trabalho em grupo, elaboração de conclusões de larga escala.
coletivas e comunicação. Desenvolve as várias formas
de investigação próprias das ciências como meio de BIBLIOGRAFIA COMENTADA
conhecer e de interpretar o mundo.
Apresenta, ao final do volume, referências bibliográficas
• Ciência, tecnologia e sociedade: Apresenta um texto
e comentários curtos sobre as obras utilizadas na elaboração
de circulação social e questões que estimulam a aná-
do volume e indicadas para o aprofundamento dos estudos
lise, a reflexão e o posicionamento sobre assuntos re-
na área.
lacionados ao tema do capítulo.
176
QUADRO DE CONTEÚDOS DO VOLUME
Unidade Capítulo Conteúdos
177
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
André, C. F. O pensamento computacional como estratégia de Entrevista com o sociólogo suíço Philippe Perrenoud, da
aprendizagem, autoria digital e construção da cidadania. Universidade de Genebra, em que ele aborda as compe-
TECGOGS: revista digital de tecnologias cognitivas, tências e a educação.
São Paulo, n. 18, p. 94-109, jul./dez. 2018. Disponível em:
Guedes, M. B. Espaços mentais, leitura e produção de resumos.
https://www.pucsp.br/pos/tidd/teccogs/artigos/2018/
Veredas: revista de estudos linguísticos, Juiz de Fora, v. 3,
edicao_18/teccogs18_artigo05.pdf. Acesso em: 9 jun. 2020.
n. 2, p. 31-48, jul./dez. 1999.
O artigo discorre sobre o pensamento computacional como
O artigo apresenta uma investigação sobre estratégias de
visão estratégica de aprendizagem, considerando a auto-
leitura e esquemas cognitivos ativados durante a leitura,
ria digital e a perspectiva da cidadania, entre outros aspec-
verificando a atribuição de sentido ao texto.
tos relacionados a esse tema.
HoffmAn, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção
BrAsil. Emenda constitucional n. 59, de 11 de novembro de
da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação &
2009. […] dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208,
Realidade, 1993.
de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro
a dezessete anos […]. Brasília: Presidência da República, Nesse livro, a autora explora pressupostos metodológicos
[2009]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ relacionados à prática avaliativa mediadora, do Ensino In-
ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm. Acesso fantil ao Ensino Superior.
em: 9 jun. 2020. HoffmAn, J. Avaliação, mito e desafio: uma perspectiva cons-
A nova redação dos incisos prevê a obrigatoriedade do trutivista. 16. ed. Porto Alegre: Educação & Realidade,
ensino para a faixa etária dos 4 aos 17 anos de idade e 1995.
amplia a abrangência dos programas suplementares para A obra aborda, com exemplos reais, a ressignificação da
todas as etapas da Educação Básica. avaliação como acompanhamento da construção do co-
BrAsil. Lei n. 13 415, de 16 de fevereiro de 2017. […] institui nhecimento dos estudantes.
a Política de Fomento à Implementação de Escolas de En- Jiménez-AleixAndre, M. P.; rodríGuez, A. B.; duscHl, R. A. “Doing
sino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União, the lesson” or “doing science”: argument in high school
seção 1, Brasília, p. 1, 17 fev. 2017. genetics (“Fazendo a lição” ou “fazendo ciência”: argumen-
A lei estabelece nova organização e carga horária referen- to em genética do Ensino Médio). Science Education,
tes à reforma do Ensino Médio. Hoboken, v. 84, p. 757-792, 2000.
BrAsil. Ministério da Educação. Novo Ensino Médio. Disponí- Artigo em que os autores investigam a construção de
vel em: http://novoensinomedio.mec.gov.br/. Acesso em: argumentos em aulas de Ciências.
9 jun. 2020.
KleimAn, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura.
O portal do Ministério da Educação sobre o Novo Ensino Campinas: Pontes, 2010.
Médio traz diversas informações, como o marco legal e as
O livro apresenta as teorias cognitivas relacionadas à in-
mudanças no Ensino Médio para alunos, professores e
terpretação de texto e explica como percepção, atenção,
gestores escolares, entre outras.
memória e inferência têm papel central na compreensão
BrAsil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Bási- e na reflexão sobre o que se lê.
ca. Base nacional comum curricular: educação é a base.
metcAlfe, J. Metacognitive processes. In: BJorK, E. L.; BJorK,
Brasília: MEC/SEB, 2018. Disponível em: http://basenacio
R. A. (ed.). The handbook of perception and cognition:
nalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 9 jun. 2020.
memory. San Diego: Academic Press, 1996. v. 10.
A BNCC é um documento de caráter normativo que define
O capítulo discute o papel da metacognição na resolução de
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens es-
problemas e sua relação com o aprendizado e a memória.
senciais que os estudantes devem desenvolver ao longo
das etapas e modalidades da Educação Básica, incluindo sAsseron, L. H. ; cArvAlHo, A. M. P. de. Construindo argumenta-
o Ensino Médio. ção na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo,
os indicadores de alfabetização científica e o padrão de
BrAsil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Toulmin. Ciência & Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 97-114,
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversi-
2011. Disponível em: http://scielo.br/pdf/ciedu/v17n1/07.
dade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tec-
pdf. Acesso em: 9 jun. 2020.
nológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional
de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais da Nesse artigo, as autoras investigam os elementos em jogo
Educação Básica. Brasília: MEC/SEB/Dicei, 2013. Disponível na construção de um argumento, dando destaque aos as-
em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docm pectos estruturais da argumentação.
an&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-ba tomAzetti, E. M.; scHlicKmAnn, V. Escola, Ensino Médio e juventude:
sica-nova-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 9 jun. 2020. a massificação de um sistema e a busca de sentido. Educação
O documento oficial apresenta e justifica normas obrigató- e Pesquisa, São Paulo, v. 42, n. 2, p. 331-342, abr./jun. 2016.
rias para a Educação Básica visando orientar o planejamen- Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v42n2/1517-
to curricular das escolas e das redes de ensino no Brasil. 9702-ep-42-2-0331.pdf. Acesso em: 9 jun. 2020.
Gentile, P.; Bencini, R. Construindo competências: entrevista O artigo problematiza o Ensino Médio, refletindo sobre a
com Philippe Perrenoud, Universidade de Genebra. Nova falta de sentido atribuída à escola em razão de mudanças
Escola, p. 19-31, set. 2000. sociais, culturais e políticas.
178
ORIENTAÇÕES E COMENTÁRIOS
ESPECÍFICOS
PRODUTOS QUÍMICOS EM CASA: MANUAL PARA
Projeto
IDENTIFICAÇÃO, USO E ARMAZENAGEM
JUSTIFICATIVA
Produtos de limpeza são utilizados em praticamente todas Este projeto é relevante ao propiciar que os estudantes
as residências, na faxina e na desinfecção dos ambientes. No associem os conteúdos de Química com a realidade deles e
entanto, muitas pessoas que utilizam esses produtos acabam elaborem um manual para conscientizar as comunidades es-
se esquecendo de que quase todos eles, independentemente colar e externa acerca da utilização e do armazenamento se-
do tipo (detergente, alvejante, desinfetante, etc.) e da destina- guros de produtos de limpeza.
ção, apresentam em suas formulações substâncias químicas O projeto também contribui para o desenvolvimento das com-
com efeitos tóxicos para a saúde humana. Entre os acidentes petências gerais da educação básica CGEB2, ao estimular a
mais comuns pelo uso e armazenamento inadequados de pro- curiosidade intelectual, o pensamento científico, crítico e criativo
dutos de limpeza, estão intoxicações, queimaduras e danos ao na elaboração do manual de produtos químicos domésticos; a
sistema respiratório e às funções neurológicas. competência CGEB4, ao demandar a comunicação e o uso de
De modo geral, para o uso seguro desses produtos, reco- diferentes linguagens na elaboração do manual; e a competên-
menda-se que seja utilizada a quantidade indicada pelo fa- cia CGEB5 ao favorecer a compreensão e a utilização de tecno-
bricante e que a aplicação deles ocorra em locais abertos ou logias digitais, tanto para a elaboração do manual em formato
bem ventilados e que se evite misturar produtos diferentes. digital como para o seu compartilhamento nas redes sociais.
179
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS resultado de suas análises e explorar tecnologias digitais
para efetuar essa comunicação.
PREPARAÇÃO (PÁGINA 11) • Se julgar pertinente, organize os alunos em dois grupos:
um grupo ficará responsável pelo projeto gráfico do fôl-
• Os questionamentos presentes no tópico Listando os pro- der, do panfleto e/ou do folheto, e o outro grupo, pela pro-
dutos de limpeza presentes nas residências possibilitam dução e divulgação desse material nos meios digitais.
não só verificar o conhecimento prévio dos estudantes,
como também aproximá-los do tema do projeto, favore-
• Para auxiliar na organização do texto do manual, pode-se
sugerir aos estudantes que se baseiem nos seguintes cri-
cendo a preparação para as demais etapas. térios: (1) os produtos mais encontrados nas residências;
• Os estudantes podem elencar, entre os produtos de lim- (2) os que apresentam maior risco de acidente, em caso
peza, o vinagre (ácido acético) e o bicarbonato de sódio. de uso ou de armazenamento inadequado; (3) os produ-
Porém, vale priorizar apenas os produtos de limpeza com tos cujos rótulos apresentam informações incompletas ou
elevado potencial de causar acidentes domésticos, como não contenham informações sobre os possíveis riscos na
intoxicação, envenenamento e queimaduras. Assim, os manipulação ou no armazenamento inadequado.
alunos estarão trabalhando a habilidade específica
EM13CNT306 de Ciências da Natureza e suas Tecnolo-
• No tópico Refinando o manual e ajustando detalhes do
evento, ressalte aos estudantes que avaliem criteriosa-
gias, uma vez que vão avaliar os riscos dos produtos de
mente a necessidade de realizar os ajustes de conteúdo
limpeza que usam no ambiente doméstico.
e/ou de diagramação do fôlder, do manual, do panfleto
• Auxilie os estudantes na organização dos grupos que vão e/ou do folheto, com base nas opiniões dos professores
pesquisar os produtos de limpeza e montar as listas que que tiveram acesso à versão preliminar.
serão distribuídas para o preenchimento nas comunida-
des escolar e externa.
CONCLUSÃO (PÁGINA 13)
• Reforce a importância de realizar essa etapa, uma vez que o
conteúdo do manual (produto final do projeto) é variável e de-
penderá dos itens que os estudantes apontarem na listagem
• Nessa etapa, os alunos poderão desenvolver a habilidade
EM13CNT302 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias,
inicial. Verifique se os grupos precisam de auxílio no registro uma vez que os estudantes vão divulgar o manual que ela-
dos dados coletados, por exemplo, as quantidades absolutas boraram para um público amplo e variado, utilizando meios
e a proporção, em porcentagem, dos produtos mais utilizados.
digitais, e para a comunidade escolar, por meio de fôlder, de
• Se julgar pertinente, aproveite o boxe Para explorar para sa- panfleto e/ou de folheto impresso. Nessa etapa, eles vão
lientar aos alunos que, de acordo com a Organização Mun- apresentar o produto final do projeto: um manual com infor-
dial da Saúde (OMS), a higienização frequente das mãos mações relevantes para que a comunidade escolar e exter-
reduz em até 40% o risco de contrair doenças como gripe, na possa cuidar melhor da saúde e não se expor a riscos ao
diarreia, infecção estomacal, conjuntivite e dor de garganta. manusear produtos de limpeza em ambientes domésticos.
• Durante a execução das atividades previstas no tópico In- • Verifique previamente com a direção da escola a possibi-
vestigando as informações sobre os produtos listados lidade de disponibilizar computadores com acesso à in-
(p. 12), os estudantes vão mobilizar a habilidade especí- ternet para a apresentação do manual. Caso isso seja
fica EM13CNT307 de Ciências da Natureza e suas Tecno- possível, é importante testar os equipamentos antes da
logias ao analisar as propriedades de materiais para apresentação, para verificar se estão funcionando e se o
avaliar a aplicação de seu uso em atividades cotidianas. acesso e a navegação ocorrem sem problemas.
• É possível que, durante essa etapa, eles manuseiem os • Durante a apresentação, oriente os estudantes para que
produtos de limpeza para encontrar, em seus rótulos, in- estejam dispostos a esclarecer as dúvidas dos participan-
formações sobre os componentes químicos e as advertên- tes a respeito dos cuidados que se deve ter no uso e no
cias de uso e armazenamento; por isso, previna-os dos armazenamento de produtos de limpeza. Reforce a im-
riscos durante o manuseio. Providencie equipamentos de portância de que ouçam os visitantes com empatia.
proteção individual (EPI), como luvas, óculos e máscaras, e
recomende aos estudantes que os utilizem, se necessário. • Após a divulgação e com alguns feedbacks do público em
mãos, proponha uma roda de conversa sobre o que deu cer-
• Reforce aos alunos que as fontes de informação sobre os to e o que pode ser melhorado. Procure criar um bom am-
produtos podem ser variadas. Você pode sugerir sites de
biente para a troca de opiniões, enfatizando a relevância do
fabricantes ou de agências reguladoras ou cartazes fixados
manual para as comunidades escolar e externa, e também
em estabelecimentos comerciais, como supermercados.
para a avaliação da participação dos alunos no evento.
• Motive os alunos a analisar a qualidade da comunicação
nos avisos e nas recomendações de segurança, verifican-
FONTE COMPLEMENTAR
do, por exemplo, se são visíveis e se a linguagem é clara
e de fácil compreensão para a maioria das pessoas. • Jannini, M. J. D. M. et al. Conscientização sobre o uso correto
de saneantes domissanitários visando a prevenção de aci-
dentes, intoxicações e contaminação ambiental. Revista
DESENVOLVIMENTO (PÁGINA 12)
Dialogos, Taguatinga, Universidade Católica de Brasília,
• Nessa etapa, serão trabalhadas a competência específica v. 19, n. 1, p. 8-16, dez. 2014.
CECNTEM3 e a habilidade específica EM13CNT302, de Artigo sobre um projeto de conscientização dos trabalha-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias, além da compe- dores domésticos de Campinas e região sobre o manuseio
tência específica CELGGEM7 e da habilidade específica de produtos saneantes para prevenir intoxicações e rea-
EM13LGG701, de Linguagens e suas Tecnologias, visto ções alérgicas, com a aplicação de oficinas e de questioná-
que os estudantes vão comunicar a públicos diversos o rios para a definição do público-alvo.
180
ATIVIDADE COMPLEMENTAR adultos ou animais domésticos, contaminação de ambien-
tes, queimaduras, incêndio, entre outros riscos.
Proponha aos estudantes que façam uma pesquisa na inter-
net sobre os riscos que as substâncias potencialmente tóxicas 3. Resposta variável, de acordo com o produto listado. Al-
têm ocasionado à saúde dos ecossistemas. Essa atividade pode guns dos riscos possíveis são: o acesso ao produto por
ajudar a orientar o consumidor na escolha dos produtos de lim- parte de pessoas que não tenham discernimento ade-
peza, tendo em vista não apenas os riscos à saúde individual, quado para manuseá-lo ou possam ingeri-lo (bebês e
mas também os impactos ambientais de cada tipo de produto. crianças, por exemplo), o armazenamento de inflamáveis
junto a fontes de calor, o uso de embalagens não apro-
SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO priadas que possam gerar vazamento, entre outros riscos.
Reúna a turma para realizar uma autoavaliação de todas as 4. Resposta variável, de acordo com o produto listado. Na
etapas de desenvolvimento do projeto e os resultados alcan- ausência de rótulo no produto, essa informação pode ser
çados. Sugerimos alguns itens para essa discussão, por exem- obtida na internet.
plo, se os objetivos propostos foram atingidos, se o assunto
5. Respostas variáveis, de acordo com o produto listado e
despertou interesse, se o manual chamou a atenção do público.
com a opinião de cada aluno.
Unidade
1 REAÇÕES QUÍMICAS
181
JUSTIFICATIVA
própria das ciências para investigar causas, elaborar hipóteses e
resolver problemas), CGEB5 (utilizar tecnologias digitais de for-
ma crítica) e CGEB7 (argumentar com base em dados e informa-
O conhecimento das reações químicas é importante para
ções confiáveis). São desenvolvidas as competências específi-
entender grande parte dos fenômenos naturais, bem como os
cas 1, 2 e 3 da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
processos de transformação dos materiais desenvolvidos pelo
e as habilidades EM13CNT101, EM13CNT104, EM13CNT205,
EM13CNT301, EM13CNT302, EM13CNT303, EM13CNT306, ser humano, como a metalurgia. Assim, o estudo desta unidade
EM13CNT307. permitirá aos alunos entender melhor o mundo que os cerca,
Sugere-se que essa unidade seja conduzida prioritariamente o funcionamento do próprio organismo e como o ser humano
pelo professor de Química. pode interferir na natureza, tendo em vista a sustentabilidade.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
Sugere-se que a unidade seja abordada em um bimestre, demandando cerca de 72 aulas. Contudo, avalie se essa duração é a
melhor para a sua turma, adequando-a conforme a necessidade.
QUANTIDADE
CAPÍTULO ABORDAGEM
DE AULAS
Aulas 1 e 2: Levantamento dos conhecimentos prévios sobre reações químicas.
Aulas 3 a 5: Tipos de reações.
Aulas 6 a 8: Reatividade dos metais e ametais.
Aula 9: Práticas de Ciências – Regras de segurança e descarte de resíduos.
1 Aulas 10 a 13: Balanceamento de equações.
Contando Aula 14: Práticas de Ciências – Queima da palha de aço.
32
átomos e Aulas 15 a 17: Cálculo estequiométrico.
moléculas Aulas 18 e 19: Reagente limitante e reagente em excesso.
Aulas 20 a 22: Rendimento da reação.
Aulas 23 a 27: As soluções e as relações entre a quantidade de soluto e a de solvente.
Aulas 28 e 29: Ciência tem história – O estudo da concentração de CO2 na atmosfera no século XX.
Aulas 30 a 32: Atividades.
182
QUANTIDADE
CAPÍTULO ABORDAGEM
DE AULAS
Aula 1: Levantamento dos conhecimentos prévios sobre reações químicas no cotidiano.
Aulas 2 a 4: Processos de obtenção de alguns metais.
Aulas 5 a 8: Reação de neutralização e reações de combustão.
Aulas 9 a 12: Reações que envolvem funções oxigenadas.
2
Aula 13: Práticas de Ciências – Investigando a fermentação.
Reações
Aulas 14 a 17: Obtenção e reações de ácidos carboxílicos.
químicas na
34 Aulas 18 a 21: Obtenção e reações de ésteres, transesterificação e biodiesel.
natureza e
Aula 22: Transesterificação.
no sistema
produtivo Aulas 23 a 26: Propriedade e aplicações de ésteres naturais.
Aulas 27 a 30: Práticas de Ciências – Oficina de saponificação.
Aula 31: Ciência,Tecnologia e Sociedade – Ciência dos aromas: os segredos por trás do gosto da
comida.
Aulas 32 a 34: Atividades.
Fechamento Aulas 1 e 2: Pensando Ciências – Como descobrir se o leite foi adulterado?
6
da unidade Aulas 3 a 6: Questões globais.
183
Equações químicas (página 17 a 21) participam desses processos são sempre espontâneas. No
recarregamento de pilhas e baterias, tais reações ocorrem
• Em busca de uma linguagem universal, as representações das inversamente, razão pela qual necessitam do fornecimento
reações químicas com equações seguem convenções. Em um de energia para ocorrer. São processos não espontâneos ou
texto técnico de Química ou em um artigo acadêmico redigido reações de eletrólise.
em outro idioma, por exemplo, as representações das reações
são idênticas às grafadas na língua portuguesa. As conven-
• Nesse momento, é preciso estabelecer as diferenças entre
os processos de oxidação e agente oxidante e entre redução
ções a serem seguidas são: a) o lugar dos reagentes e dos pro-
e agente redutor, conceitos em geral de difícil entendimento.
dutos e o que representam; b) os coeficientes estequiométricos
Sugerimos a associação da palavra agente (que age) ao pro-
que mostram a proporção entre as espécies representadas; c)
cesso que a espécie química vai provocar. Por exemplo: o
o uso dos diferentes símbolos para conectar reagentes e pro-
agente oxidante age para provocar a reação de oxidação.
dutos (geralmente, utiliza-se uma seta simples).
Então, ele se reduz. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao
• Ao abordar o tópico Tipos de reação (p. 18 e 19), vale comen- agente redutor.
tar com os alunos que, como há uma diversidade de reações
químicas, vários critérios podem ser adotados para classifi- • Com a redução do oxigênio, tem-se um íon com carga nega-
tiva, provocando a perda de elétrons da outra espécie, como
cá-las segundo a área que se deseja estudar. Entre esses
no caso do ferro que se oxida, cuja carga fica positiva quando
critérios, estão, por exemplo, a energia que emitem (exotér-
forma a ferrugem.
mica ou endotérmica) e a produção ou não de sólido a partir
de soluções (de precipitação ou não). Nesta coleção, adotou- • Explore o esquema que demonstra como os elétrons são
-se como critério o tipo de modificação que ocorre entre o transferidos para dar estabilidade aos átomos (p. 19). Relem-
reagente e o produto, com definições e nomenclaturas mais bre aos alunos que os metais têm baixo potencial de ioniza-
atualizadas. Vale enfatizar, porém, que mais de uma classi- ção e tendem a doar seus elétrons de valência, ao passo que
ficação pode ser atribuída a uma transformação. nos ametais ocorre o inverso.
• Atualmente, designa-se pelo termo metátese a reação de • Se julgar oportuno, nesse momento apresente aos alunos os
dupla-troca, não obstante se mantenha o conceito de que conceitos de combustão completa e incompleta (exemplos
substâncias compostas reagem a fim de formar novas subs- de reação de oxirredução) e os produtos formados em cada
tâncias compostas. O exemplo apresentado (p. 18) também um dos processos. O entendimento dessas reações os aju-
pode ser classificado como uma reação de precipitação. Nas dará a compreender a importância do catalisador automotivo
reações de precipitação, ocorre a formação de um produto na conversão de CO (um poluente atmosférico) em CO2.
sólido. Essas reações têm aplicações importantes, como na
remoção de substâncias em tratamentos de água, de esgoto
• No tópico Reatividade dos metais (p. 20), comente que a or-
dem de reatividade dos metais permite que se façam previ-
e de efluentes. Nesses tratamentos, adicionam-se agentes sões a respeito das reações que podem ocorrer entre eles.
precipitantes, como sais de ferro e alumínio, capazes de for-
Solicite aos alunos que escolham um dos elementos: os que
mar aglomerados sólidos que, por ação da gravidade, se de-
estiverem à esquerda do átomo reagirão com ele; os que es-
positam no fundo dos tanques. Após essa sedimentação, a
tiverem à direita não o farão. Pode ser utilizada, como exem-
água mais limpa decanta para outro tanque, onde serão fil-
plo, uma solução que contenha cobre; essa solução fará o
tradas as partes sólidas restantes. A reação entre a solução
metal ferro se corroer, mas uma solução contendo íons de
aquosa de hidróxido de cálcio, Ca(OH)2, e a de sulfato de alu-
ferro não causará a corrosão de uma peça de cobre. Essa pre-
mínio, Aº2(SO4)3 (p. 18) produz o hidróxido de alumínio que é
visão se fundamenta nos aspectos termodinâmicos. Portan-
normalmente utilizado como agente coagulante nas estações
to, não há como prever a rapidez ou a lentidão de uma reação,
de tratamento de água.
pois os efeitos mencionados são cinéticos.
• Tem-se uma reação de decomposição quando de uma subs- • A presença do hidrogênio na série de reatividade facilita a
tância composta são obtidas duas ou mais substâncias. Esse
previsão dos metais que reagem com ácidos. Todos os que
exemplo, contudo, não deve ser usado para generalizar o ti-
estão à esquerda desse elemento são metais que são corroí-
po de transformação que tem lugar nessas reações. A de-
dos por ácidos. Para provocar a corrosão nos metais que es-
composição térmica da sacarose, reação em que se formam
tão à direita do hidrogênio na série de reatividade, um ácido
água e carbono, representada na equação a seguir, é um
precisa de um ânion oxidante. Mencione o exemplo do cobre
exemplo de reação de decomposição ou de análise:
metálico, que não sofre corrosão pelo ácido sulfúrico, mas é
C12H22O11(s) é 12 C(s) 1 11 H2O(g)
corroído pelo ácido nítrico.
Essas reações recebem uma subclassificação de acordo com
Os ametais que tendem a formar ânions também têm sua
o agente desencadeador da decomposição. No caso da sa-
série de reatividade, relacionada com a eletronegatividade
carose, desencadeada pelo calor, tem-se uma pirólise.
desses átomos.
• As reações de síntese ou de adição são consideradas o in-
verso das reações de análise ou de decomposição. Tem-se a Práticas de Ciências – Regras de
síntese total quando os reagentes que delas participam são
substâncias simples; tem-se a síntese parcial quando as subs-
segurança e descarte de resíduos
tâncias compostas permitem a obtenção de apenas uma ou- (página 22)
tra, mais complexa e composta.
• Procure levantar os conhecimentos prévios dos estudan-
• Ao explicar o processo de perda e ganho de elétrons em uma tes sobre o tema. A análise dos símbolos garante uma pri-
reação de oxirredução, considere a possibilidade de associá- meira leitura inferencial sobre o assunto, visto que eles
-lo com pilhas. Nesse caso, os elétrons passam por um fio, o relacionarão o significado dos símbolos apresentados com
que se traduz em energia elétrica utilizada para acender uma os produtos químicos domésticos de que eles têm conhe-
lanterna ou fazer funcionar um rádio. As reações que cimento. Espera-se que os alunos entendam que é
184
importante conhecer o significado dos símbolos para a relações apresentadas nas páginas 25 e 26 devem ser vistas
prevenção de acidentes. como generalizações destinadas a facilitar o estudo, e não
como fórmulas de cálculo para serem memorizadas.
• A respeito do item 1 da etapa Como fazer, seguem alguns
comentários.
Liberação de gases tóxicos em uma experiência: usar capela.
Práticas de Ciências – Queima da palha
Contato de material agressivo (ácidos, bases) com a pele: la- de aço (página 27)
var o local com água abundante. • Antes de desenvolver a etapa Como fazer, deixe a palha de
Contato de material agressivo (ácidos, bases) com a roupa aço previamente dividida em amostras de aproximadamen-
(calça, camisa, etc.): retirar as peças que entraram em conta- te 1 g. Durante a queima da palha de aço, os fios de aço ficam
to com o material e procurar orientação profissional (profes- incandescentes e é possível observar a presença de faíscas.
sor de laboratório, técnico, etc.). Com relação à massa, a resposta é variável.
Uso de material inflamável (solventes, derivados de petróleo, • Ao responder às questões da etapa Para concluir, os alunos
etc.): usar a capela e trabalhar distante das fontes de calor. devem investigar causas e elaborar hipóteses sobre os re-
Quebra de material de vidro e projeção dos estilhaços: usar sultados observados, exercitando a competência geral CGEB2
luvas e óculos de segurança. e a habilidade EM13CNT205.
Queima com chama ou pelo contato com material aquecido: • O descarte do óxido de ferro produzido após a combustão
executar o procedimento mantendo distância dos materiais pode ser feito em lixo comum.
inflamáveis.
Contaminação por ingestão de alimentos ou bebidas deixa- Cálculo estequiométrico (páginas 28 a 30)
dos sobre a bancada e contaminado por vapores de materiais
tóxicos: procurar imediatamente orientação médica no pron-
• O cálculo estequiométrico deve ser visto como um ponto
de convergência que relaciona várias definições trabalha-
to atendimento. das até o momento. Considere a possibilidade de introdu-
• A intenção é que os alunos, com o preenchimento resumido zir o assunto escrevendo uma reação química na lousa e
dos painéis, consigam expressar as conclusões a que chega- solicitar aos alunos que digam o que ela representa. Pode
ram, destacando as que acharam mais relevantes. ser utilizada, por exemplo, a reação de combustão do hi-
drogênio para sondar conceitos esquecidos ou mal com-
Balanceamento de equações (página 23) preendidos. Desafie os alunos a prever as quantidades de
hidrogênio e de oxigênio para uma reação em que não so-
• Balancear uma equação consiste em igualar o número de brem reagentes. Espera-se que eles concluam que, se tra-
átomos de cada elemento nos reagentes e produtos; pode- balharem com a proporção da reação (cada unidade
-se dizer que se trata de uma expressão matemática de igual- representando o mol), chegarão à proporção de massa,
dade, pois, embora os símbolos utilizados sejam diferentes, quando, então, será possível aplicar a Lei de Proust para
a representação da igualdade mantém o princípio. As equa- qualquer quantidade.
ções devem indicar a conservação da massa, o que justifica,
também, a necessidade do balanceamento.
• Por meio desse raciocínio, outras grandezas podem ser rela-
cionadas às equações químicas, como o volume de gases e
a quantidade de partículas (constante de Avogadro). O texto
Tipos de fórmulas (páginas 24 a 26) “Sequestro de carbono”, do boxe da página 30, relaciona o
crescimento vegetal e a absorção de CO2 da atmosfera.
• É importante recordar que, em Química, as fórmulas repre-
sentam vários tipos de partículas, como as moléculas e os • Avalie desenvolver a atividade "Aplicando o cálculo estequio-
íons, caracterizando os elementos que os compõem, além de métrico", sugerida em Atividade complementar.
sua proporção na estrutura representada.
• A composição centesimal ou fórmula percentual mostra qual Reagente em excesso e reagente
é a contribuição, em termos de massa, para cada constituin- limitante (páginas 31 a 34)
te de uma espécie química. Se julgar oportuno, demonstre
aos alunos que essa relação é constante, independente-
• Você pode iniciar a abordagem desse assunto fazendo uma
série de perguntas aos alunos para facilitar a compreensão.
mente da massa inicial, pois é obtida com base nas relações Desafie-os com a seguinte situação-problema: Um dos rea-
das massas atômicas e sua correspondência em massa com gentes tem apenas 90% da substância em relação à massa
os elementos que compõem a substância. O texto “Compo- colocada para reagir. O que deve ocorrer com a massa dos
sição centesimal”, do boxe na página 25, traz mais informa- produtos? Isso envolve os conceitos de reagente limitante e
ções do uso da composição centesimal. reagente em excesso? De que forma? Eles deverão perceber
• Embora a fórmula mínima não permita identificar uma substân- que a reação poderá não ocorrer da forma esperada e com
cia, ela dá a ideia da proporção entre os átomos diferentes que rendimento total, por causa da baixa qualidade ou do grau
compõem a substância. Também é importante relacionar os ti- de impureza da matéria-prima.
pos de fórmula com a maneira pela qual, com base em uma, se
pode chegar à outra. Isso se deve à natureza daquilo que repre-
• Da estequiometria das reações podem ser obtidas as quan-
tidades exatas que devem reagir para formar produtos. Quan-
sentam: proporções entre átomos e suas relações com massas do um dos reagentes é colocado em maior quantidade em
atômicas, massas moleculares e quantidade de matéria. relação ao outro, a expectativa é que, ao final do processo, a
• Para o estudo das relações entre a quantidade de matéria, parte em excesso fique sem reagir, e o outro reagente seja
as fórmulas mínimas e as fórmulas moleculares, é importan- consumido totalmente. A aplicação desse princípio lógico de
te levar os alunos a perceber o modo como uma fórmula se raciocínio conduzirá os alunos ao conceito de reagente limi-
relaciona com a outra e o significado de cada uma delas. As tante e em excesso.
185
Relações entre a quantidade de soluto e assunto, aproximando o conteúdo escolar às situações vi-
venciadas no cotidiano.
a de solvente ou a de solução
(páginas 35 a 39) Ciência tem história – O estudo da
• Ao analisar as unidades de medida de concentração em mas- concentração de CO2 na atmosfera no
sa e densidade, um olhar desatento pode levar os alunos a século XX (páginas 40 e 41)
pensar que ambas as unidades de medida representam a
mesma grandeza. Para evitar esse equívoco, em vez de ini- • O texto discute como começaram as medições da concentra-
ciar a abordagem dos tópicos com as fórmulas, sugerimos ção de CO2 e como os resultados obtidos foram interpretados.
que você trate primeiro dos conceitos e das definições. Deve Discuta com os alunos a influência dos combustíveis fósseis
ficar claro para eles que é fundamental saber exatamente o no aumento da temperatura global e também as medidas
que está sendo medido, e que a densidade se baseia na ra- tomadas pelos governos e pela sociedade para diminuir os
impactos das mudanças climáticas no mundo. Desta forma,
zão entre a massa e o volume da solução, diferentemente da
são trabalhadas as competências específicas CECNTEM2 e
concentração em g/L, em que se considera a razão entre a
CECNTEM3, e as habilidades EM13CNT301 e EM13CNT306.
massa de soluto e o volume da solução.
• De modo a evidenciar a diferença entre as grandezas, solici- • Ao responder às questões da etapa Para discutir, os alunos
te aos alunos a leitura do texto do boxe De olho no conceito precisam argumentar com base em fatos e informações con-
(p. 36) e, depois, peça a eles que escolham uma massa de sal fiáveis, exercitando a competência geral CGEB7.
e um determinado volume de água e calculem a concentra- • Peça aos alunos que acessem o simulador indicado no boxe
ção da solução formada pela dissolução do sal na água e a Para explorar, em que é possível simular a quantidade de
sua densidade. Com esse procedimento, é possível comparar gases de efeito estufa na atmosfera. Essa atividade trabalha
os valores e, em consequência, verificar que são completa- as competências gerais CGEB5, ao utilizar tecnologias digi-
mente diferentes. tais de forma crítica e CGEB7, permitindo que eles argumen-
tem com base em informações confiáveis.
• Como os alunos terão contato com diversas formas de expres-
sar o conteúdo de soluções (desde gramas de soluto por litro
de solução até medidas em partes por bilhão), recomenda-se FONTES COMPLEMENTARES
salientar que essas formas constituem diferentes maneiras de
• Grupo de pesquisa em educação química (Gepeq). Interações e
expressar concentração e não propriedades físicas inerentes
transformações I – Professor: elaborando conceitos sobre
das soluções. Busca-se, com esse esclarecimento, evitar o uso transformações químicas. São Paulo: Edusp, 2008. p. 248.
mecânico de fórmulas para a obtenção dos valores numéricos.
O livro introduz conceitos iniciais sobre transformações quí-
• Antes da demonstração do método de cálculo de cada tipo de micas por meio de temas do cotidiano.
concentração, apresente aos alunos a utilização cotidiana e o
conceito envolvido. No caso da concentração em partes por bi- • primo, J. de O.; pricinotto, G. Adoçando as oficinas temáticas:
lhão, por exemplo, sugerimos mostrar o resultado de medidas da dificuldade em estequiometria à confecção de alfajores. In:
de concentração de poluentes em rios e, então, explicar o signi- XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (Eneq), 2016,
ficado desses valores, ou seja, as grandezas que estão sendo Florianópolis. Anais […]. Florianópolis: UFSC, 2016. Disponível
usadas para montar a razão que resulta na concentração. Na em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R2152-2.
sequência, inicie uma discussão sobre as grandezas que devem pdf. Acesso em: 30 jun. 2020.
ser empregadas no cálculo da concentração em estudo. O obje- O artigo sobre um método de ensino desenvolvido com estu-
tivo é conscientizar os alunos de que os diferentes tipos de con- dantes do 2o ano do Ensino Médio possibilita ao aluno criar
centração são proporções e não fórmulas a serem memorizadas. hipóteses com base em atividades práticas no estudo da es-
tequiometria.
• Embora os estudantes de Ensino Médio compreendam e uti-
lizem no cotidiano os conceitos de porcentagem, podem sur-
gir dificuldades quanto à compreensão e ao uso dos TEXTO COMPLEMENTAR
conceitos de partes por milhão (ppm) e partes por bilhão (ppb).
Por essa razão, estabeleça uma analogia entre esses tipos
de medida e a porcentagem, a fim de ilustrar a necessidade Quarentena evita um bilhão de toneladas de car-
de mudança de medida em virtude da baixa concentração bono na atmosfera
estudada. A contextualização do uso de medidas geológicas […]
e a comparação com o uso da porcentagem em medidas pro- No Brasil, as emissões de carbono caíram 25,2% no pico da
babilísticas podem auxiliar no entendimento de que a dife-
quarentena, que aconteceu entre 20 de março e 3 de abril [de
rença de grandeza das medidas gera a necessidade de
2020]. Desde então, elas começaram a cair menos a cada dia.
mudança de unidade para facilitar a representação numérica.
A redução foi a 8% em 10 de abril e se manteve nesse patamar
• Se julgar conveniente, utilize o texto “Diferentes concentra- até o final do mês, quando o estudo parou de analisar os dados.
ções para diferentes finalidades”, do boxe apresentado na Nos Estados Unidos, o país mais atingido até agora pela pan-
página 39, para discutir o emprego de diferentes concentra- demia, a queda chegou a 31,6%. A China, onde foram registra-
ções, dependendo da finalidade de determinado produto. dos os primeiros casos de Covid-19, reduziu as emissões em
• As atividades do boxe Ação e cidadania (p. 37) abordam as 23,9%, e a Argentina, em 27,3%. O estudo foi feito por um gru-
regulamentações de trânsito relativas ao consumo de álcool po de pesquisadores da Universidade de East Anglia, na Ingla-
antes de dirigir veículos automotivos. Comente a relação do terra. Eles analisaram os dados de 69 países que, juntos, res-
estado de embriaguez com os acidentes no trânsito. Isso po- pondem por 97% das emissões globais de dióxido de carbono.
de promover uma conscientização dos alunos sobre o
186
Essa redução de 17% significa que, no começo de abril, o Uma diminuição anual de entre 4% e 7% das emissões é o
mundo inteiro estava emitindo 17 milhões de toneladas de CO2 que seria necessário, por vários anos em sequência, para se
a menos por dia, na comparação com a média diária de 2019. cumprir uma das metas mais importantes do Acordo de Paris:
Ao longo do mês, essa redução na média diária oscilou entre limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5° [C] até 2100.
11% e 25%. A primeira semana de abril foi o período em que a Os pesquisadores de East Anglia, no entanto, afirmam que es-
maior parte dos países estava no auge das medidas de isola- sa redução das emissões ocorrida durante a pandemia não de-
mento. A China, país que mais reduziu emissões em números ve se manter por muito tempo. “Essas reduções extremas ten-
absolutos, lançou 242 milhões de toneladas a menos de CO2 dem a ser temporárias, já que não refletem mudanças
desde o começo da quarentena. Nos Estados Unidos, a redução estruturais nos sistemas econômico, energético e de transpor-
foi de 207 milhões de toneladas. Em toda a Europa, foram 127 mi- tes”, afirmou a professora Corinne Le Quéré, que liderou o gru-
lhões de toneladas de CO2 a menos. Depois vem a Índia, com po de pesquisadores responsável pelo estudo.
98 milhões de toneladas. O Brasil, por sua vez, reduziu um dé- […]
cimo disso – foram 9,7 milhões de toneladas a menos.
Ao analisar essas implicações, o estudo aponta para a ne-
No mundo todo, os transportes terrestres responderam por cessidade de se adotar políticas de contenção de emissões ao
43% da redução de emissões (embora, no geral, respondam por final da pandemia. Uma delas é o estímulo ao ciclismo e às ca-
apenas 20% de todo o gás lançado na atmosfera). A indústria e minhadas como meio de transporte, o que, além de reduzir a
o setor de energia responderam por outros 43% dessa redução, poluição causada pelos carros, atende às recomendações de
enquanto a aviação respondeu por 10%. O restante se deve à isolamento social, que serão necessárias por tempo indefinido.
diminuição de emissões em outros setores, como o comércio, Outras recomendações listadas pelo estudo são o estímulo ao
os prédios públicos e áreas residenciais. trabalho remoto sempre que possível – o que diminui o trânsi-
No Brasil, a maior redução de emissões se deu nos trans- to e a demanda por transporte público nas cidades –, assim
portes terrestres. Dos 9,7 milhões de toneladas de CO2 que o como a redução do fluxo no transporte aéreo – trocando con-
país deixou de emitir desde o começo da pandemia, 6,3 milhões ferências e reuniões presenciais por chamadas de vídeo.
– ou seja, 65% do total – são relativos a carros, ônibus e cami- mazza, L. Quarentena evita um bilhão de toneladas de carbono na
nhões que deixaram de circular. A indústria, por sua vez, deixou atmosfera. Piauí, 19 maio 2020. Disponível em: https://piaui.folha.
de lançar 1,8 milhão de toneladas de carbono na atmosfera. É uol.com.br/pandemia-evita-um-bilhao-de-toneladas-de-carbono-
um cenário muito diferente do que se deu na China, onde a in- na-atmosfera/. Acesso em: 18 ago. 2020.
dústria respondeu por 118 milhões de toneladas a menos – qua-
se metade de todo o carbono que foi poupado. A poluição nos
dois países tem origens diferentes: enquanto o transporte no
Brasil responde por 44% de todo o carbono que o país lança na ATIVIDADE COMPLEMENTAR
atmosfera, na China ele responde por apenas 8%. Já o setor de
energia, que no Brasil responde por 21% das emissões, é res- Aplicando o cálculo estequiométrico
ponsável por 49% de todo o carbono chinês. O experimento sugerido a seguir requer a aplicação do cál-
[…] culo estequiométrico mesmo trabalhando com uma balança de
baixa precisão. Essa proposta é uma adaptação de um artigo de
Os cientistas responsáveis pela pesquisa estimam que, no
Flávio Cazzaro, publicado na revista Química Nova na Escola.
acumulado de 2020, a emissão de dióxido de carbono na at-
mosfera pode ser de 4% a 7% menor do que foi no ano passado. Material
Tudo depende, é claro, da duração das medidas de isolamento.
Se até o meio de junho as atividades já tiverem voltado ao pa-
• 1 comprimido efervescente que contenha bicarbonato de
sódio (NaHCO3), mas não carbonato de sódio (Na2CO3)
•
tamar pré-pandemia, a redução anual de emissões deve ficar
1 copo pequeno descartável (de café, por exemplo)
em torno de 4%. Se o isolamento se mantiver em alguns países
até o final do ano, ela deve chegar a 7%. Dadas as imprevisibi- • 1 balança semianalítica
lidades desse processo (como novas ondas da doença), as es- • água
timativas variam num arco que vai de 2% a 13% de redução Como fazer
total em 2020.
1. Coloque água no copo até pouco mais da metade de sua
capacidade.
ID/BR
187
no ambiente. A partir da massa e da reação do bicarbonato de Práticas de Ciências – Regras de segurança e
sódio com a água, determina-se a quantidade de bicarbonato
descarte de resíduos (página 22)
de sódio no comprimido.
A estequiometria da reação (proporção de 1 : 1 entre o bicar- 1. Resposta variável. É interessante expor as alternativas de
bonato e o gás carbônico) e a massa diminuída, atribuída ao gás ação para que os grupos comparem as suas eleitas com as
carbônico, permitiram determinar a massa de NaHCO3 que rea- dos demais grupos, enriquecendo a atividade.
giu. No trabalho original, considera-se a reação com ácido cítrico 2. Resposta pessoal. É importante conhecer os símbolos para
contido no comprimido utilizado: evitar acidentes, visto que eles sinalizam algum tipo de pe-
NaHCO3(s) 1 C6H8O7(aq) é NaC6H7O7(aq) 1 H2O(º) 1 CO2(g) rigo. Os símbolos são úteis para a comunicação porque não
Como a reação produzirá a mesma razão estequiométrica dependem do idioma.
na produção de gás carbônico, optou-se pela reação do bicar- 3. Resposta variável. Espera-se que os alunos transponham os
bonato com água. riscos em um laboratório para situações do seu cotidiano,
Caso a escola não disponha de balança semianalítica, po- principalmente as que envolvem produtos de limpeza, ma-
dem-se utilizar balanças menos precisas, como as de cozinha. teriais inflamáveis e eletrodomésticos, como fogões a gás.
Neste caso, contudo, é necessária a adaptação no procedimen-
to, como a utilização de quantidades maiores de comprimidos, Roteiro (página 23)
para diminuir a possibilidade de erro na medição. No trabalho
1. a) 2 A 1 B2 é 2 AB
original, apresentado na revista Química Nova na Escola, apre-
senta-se uma adaptação do experimento usando uma balança b) Para estarem na proporção correta, é necessário haver
de cozinha com precisão de 6 5 gramas, 24 comprimidos e um duas vezes mais átomos de A que moléculas de B2. No
copo de 300 mL (para encontrar uma relação de massa de CO2 esquema, ha seis moléculas de B2 e seis átomos de A. De-
produzida múltipla de 5). veria haver doze átomos de A, o que indica que não estão
na proporção correta.
Fonte de pesquisa: cazzaro, F. Um experimento envolvendo
estequiometria. Química Nova na Escola, São Paulo, Sociedade Se julgar interessante, a representação pelo modelo de
Brasileira de Química, n. 10, p. 53-54, nov. 1999. Disponível em: http:// esferas pode ser feita para os produtos, evidenciando a
qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/exper3.pdf. Acesso em: 30 jun. 2020.
Lei da Conservação de Massas e o significado do balan-
ceamento da equação química.
SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO
Práticas de Ciências – Queima da palha de aço
• As representações esquemáticas apresentadas nesta unida- (página 27)
de constituem um recurso valioso para a compreensão dos
1. A equação balanceada da reação de combustão é
tipos de reações químicas, pois facilitam sua visualização e
2 Fe 1 3 O 2 é 2 F e 2 O 3. Enquanto o ferro metálico (reagente)
a organização de ideias, e podem ser usadas como um guia
é cinza e brilhante, o óxido de ferro (produto) é cinza-escuro
para a sistematização e a recuperação dos conceitos a elas
e opaco.
relacionados. Da mesma forma, uma avaliação contínua po-
de ser planejada por intermediação de representações es- 2. O produto da combustão completa do carbono é o gás car-
bônico. Por ser um gás, ele não está contabilizado na pesa-
quemáticas e tabelas.
gem final.
• As atividades propostas na etapa “Para concluir” nas seções 3. Resposta variável. A massa de óxido de ferro pode ser obti-
Práticas de Ciências podem ser usadas para avaliar a com-
da pela diferença entre a massa do pires com o produto da
preensão dos tipos de reações abordados. Da mesma forma,
combustão e a massa do pires. A massa obtida de óxido de
a seção Atividades pode ser utilizada como avaliação forma-
ferro é maior que a massa da palha de aço antes da combus-
tiva, a fim de identificar os pontos frágeis da aprendizagem
tão. Isso ocorre porque o produto é formado pela ligação en-
dos conceitos abordados ao longo da unidade.
tre átomos de ferro e oxigênio. Assim, a massa do reagente
é composta de átomos de ferro e pequena quantidade de
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS impurezas, enquanto a massa do produto é composta dos
SOBRE AS ATIVIDADES mesmos átomos de ferro e dos átomos de oxigênio que fo-
ram incorporados ao sólido.
Para começar (página 16) 4. Na pesagem final, obtém-se a massa de óxido de ferro(III) e,
portanto, é possível calcular a massa de ferro presente nes-
1. Átomos e moléculas reagem quando são quebradas ligações sa amostra, utilizando-se as massas molares do ferro e do
existentes e formadas novas ligações, produzindo substân- óxido de ferro(III). Considerando A como a massa de óxido
cias diferentes das originais. de ferro(III) obtida no experimento, temos:
2. Neste capítulo, serão abordadas reações de metátese, de- 1 mol de Fe2O3 (160 g/mol) 2 mol de Fe (56 g/mol)
composição, síntese e oxirredução. Mesmo que os alunos
160 g de Fe2O3 112 g de Fe
não utilizem esses nomes, observe se eles reconhecem que,
nas reações, os átomos de diferentes substâncias podem se A g de Fe2O3 x g de Fe
rearranjar em novas configurações. 112 ? A
x5
3. A quantidade de reagentes influencia na quantidade de pro- 160
Se x é a massa em gramas de ferro presente na amostra de
dutos que poderão ser formados. Utilize essas perguntas e,
óxido de ferro(III) e y é a massa de palha de aço no início do
se julgar necessário, faça outras para sondar os conhecimen-
experimento, então, a porcentagem em massa de ferro na
tos prévios dos estudantes sobre os temas que serão abor-
100 ? x
dados neste capítulo. palha de aço pode ser obtida por .
y
188
Roteiro (página 34) substâncias denominadas produtos. Para que ocorra uma
reação química, é necessário que os reagentes possuam ten-
2. 3 H2 2 NH3
dência a reagir entre si e que estejam em condições adequa-
3 mol de H2 (2 g/mol) 2 mol de NH3 (17 g/mol) das, como contato, temperatura, pressão, etc. Equação
6 g de H2 34 g de NH3 química é a forma de representação de uma reação química.
900 g de H2 x g de NH3 2. Sim, pois se a proporção entre as quantidades de reagentes
34 ? 900 não for obedecida parte deles não reagirá.
x5
6 3. Por meio de fórmulas que representem as substâncias rea-
x 5 5 100 g (rendimento teórico) gentes (colocadas sempre à esquerda da seta) e os produtos
da reação (colocados sempre à direita da seta).
Para 50% de rendimento, temos:
4. a) 3 H2SO4(aq) 1 2 Fe(OH)3(s) é Fe2(SO4)3(aq) 1 6 H2O(º)
5 100 g 100%
b) 2 N2H4(g) 1 N2O4(g) é 3 N2(g) 1 4 H2O(g)
yg 50%
c) 2 SO2(g) 1 O2(g) é 2 SO3(g)
y 5 2 550 g
5. Alternativa a. O agente oxidante recebe elétrons do agente
Lembre aos alunos da importância de avaliar o problema por
redutor.
partes, esquematizando as etapas da resolução. Assim, os
estudantes evitam erros comuns como esquecer de realizar 6. Não, pois para que uma substância perca elétrons, é neces-
a última etapa desse tipo de questão, que corresponde ao sário que outra receba esses elétrons.
cálculo do rendimento real. 7. Eles ganham ou perdem elétrons.
8. De acordo com a fila de reatividade, o Sr e o K reagem com
Ação e cidadania – Educação para o trânsito: o uso o alumínio, mas Cr e Pb não reagem. Com o Ba21, reage ape-
do bafômetro (página 37) nas o K, enquanto Sr, Cr e Pb não reagem.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos defendam a exis- 9. a) Não reagem, pois o Au é menos reativo que H.
tência dessas leis como forma de inibir comportamentos de b) Reagem, pois o Ba é mais reativo que o H.
risco e compreendam sua importância na redução de aciden-
Ba(s) 1 2 HCº(aq) é BaCº2(aq) 1 H2(g)
tes de trânsito.
c) Reagem, pois o Aº é mais reativo que o H.
2. Resposta variável. Se julgar oportuno, peça aos alunos que
2 Aº(s) 1 6 HCº(aq) é 2 AºCº3(aq) 1 3 H2(g)
desenvolvam essa atividade em grupos, e solicite que os car-
tazes produzidos sejam, após sua avaliação, fixados em lo- Utilize essa questão para reforçar a importância do balan-
cais da escola onde circulam os membros da comunidade ceamento da equação química após a definição dos reagen-
escolar, como o pátio ou a biblioteca. tes e dos produtos.
10. Todas essas reações ocorrem por decomposição de seus
Roteiro (página 39) reagentes.
3. A concentração em mol/L de uma solução pode ser obtida I. A reação está balanceada, a proporção é de 1 : 1 : 1.
pela razão n/V. Então, para n 5 0,2 mol e V 5 0,5 L, temos II. 2 AgBr é 2 Ag 1 Br2
uma concentração de 0,2/0,5 5 0,4 mol/L.
III. 2 NaCº é 2 Na 1 Cº2
Aproveite para apresentar a resolução da atividade utilizan-
A diferença entre as reações da questão é o mecanismo de
do, também, a regra de três, oferecendo mais uma opção de
decomposição. A reação I é classificada como pirólise (de-
resolução aos estudantes.
composição por calor), a reação II é classificada como fotó-
lise (decomposição pela luz), e a III é uma eletrólise
Ciência tem história – O estudo da concentração de
(decomposição pela eletricidade).
CO2 na atmosfera no século XX (páginas 40 e 41)
11. a) Agente oxidante: Cℓ2. Agente redutor: KBr.
1. Ao refazer as medições da concentração de CO2 atmosférico,
b) Cº.
Keeling observou que a concentração de CO2 variava de acor-
do com a localidade da medição, a época do ano ou o período c) Br.
do dia, o que, de certa forma, justificava as diferentes con- 12. NaHCO3(aq) 1 HCℓ(aq) é NaCº(aq) 1 CO2(g) 1 H2O(º)
centrações relatadas por outros pesquisadores. Nessa reação é formado ácido carbônico (H2CO3), um ácido
2. Quanto maior a quantidade de CO2, maior é a dificuldade de instável que se decompõe em CO2 e H2O.
ocorrer a transferência de calor da crosta terrestre para o espa- 13. O agente redutor é o Aℓ, pois oxida (perde elétrons). O oxi-
ço devido à sua propriedade de absorver e de refletir a radiação dante é o Cr31, pois reduz (recebe elétrons).
de volta à Terra, o que resulta no aumento da temperatura mé-
14. a) No béquer A, ocorreu a reação: Zn(s) 1 CuSO4(aq) é
dia global e, consequentemente, em mudanças climáticas.
é ZnSO4(aq) 1 Cu(s), pois o zinco é mais reativo que o co-
3. Ao controlar as emissões de CO2 e estabelecer metas rela- bre. No béquer B, não houve reação, pois a prata é menos
cionadas, procura-se reduzir os efeitos do aquecimento glo- reativa que o cobre, presente na forma iônica na solução
bal e das mudanças climáticas, diminuindo as possibilidades de sulfato de cobre(II).
de catástrofes.
b) A intensidade de cor azul diminuiu porque o sulfato de
cobre(II), substância responsável pela tonalidade azul da
Atividades (páginas 42 e 43) solução, foi parcialmente consumido. O cobre metálico
1. Não. Reação química é a interação que ocorre entre substân- formado (Cu) confere à parte da lâmina que ficou imersa
cias denominadas reagentes para a formação de outras uma tonalidade avermelhada característica.
189
Comentário: Questões que envolvem soluções de sulfato de Caso não resulte em uma proporção com números inteiros,
cobre são recorrentes devido à mudança de coloração. convém multiplicar todos os elementos por um número tal
que gere a proporção sem decimais. No caso, multiplicou-se
15. Contando os átomos de cada elemento presentes na ima- a proporção por 5, e a fórmula mínima foi escrita com base
gem temos 9 átomos de carbono, 4 átomos de oxigênio e 8 na proporção resultante.
átomos de hidrogênio. Portanto, a fórmula molecular do AAS
é C9H8O4. A massa molecular do AAS pode ser calculada por: 19. A partir dos coeficientes estequiométricos da reação, tem-se:
(9 ? massa atômica do C) 1 (8 ? massa atômica do H) 1 1 Fe2O3 2 Aº
1 (4 ? massa atômica do O) 5 1 mol de Fe2O3 (160 g/mol) 2 mol de Aº (27 g/mol)
9 ? 12 u 1 8 ? 1 u 1 4 ? 16 u 5 160 g de Fe2O3 54 g de Aº
108 u 1 8 u 1 64 u 5 180 u
x g de Fe2O3 135 g de Aº
A porcentagem em massa de carbono corresponde a
108 u x 5 135 ? 160
5 0,60 5 60%. 54
180 u
x 5 400 g de Fe2O3
A porcentagem em massa de hidrogênio corresponde a
8u 20. a) A partir dos coeficientes estequiométricos da reação, tem-se:
j 0,04 5 4%. 1 C6H12O6 6 O2
180 u
A porcentagem em massa de oxigênio corresponde a 1 mol de C6H12O6 (180 g/mol) 6 mol de O2 (32 g/mol)
64 u 180 g de C6H12O6 6 mol de O2
j 0,36 5 36%.
180 u 18 g de C6H12O6 x mol de O2
16. A massa molecular do aspartame pode ser calculada por:
x 5 18 ? 6
(14 ? massa atômica do C) 1 (18 ? massa atômica do H) 1 180
1 (2 ? massa atômica do N) 1 (5 ? massa atômica do O) 5 x 5 0,6 mol de O2
14 ? 12 u 1 18 ? 1u 1 2 ? 14 u 1 5 ? 16 u 5 b) O volume molar para um gás ideal nas condições de 1 atm
168 u 1 18 u 1 28 u 1 80 u 5 294 u e 36 °C (309 K) pode ser obtido pela lei dos gases ideais:
A porcentagem em massa de carbono corresponde a P?V5n?R?T
168 u j 0,5714 5 57,14% 1 ? V 5 1 ? 0,082 ? 309
294 u V j 25,3 L/mol
A porcentagem em massa de hidrogênio corresponde a A partir dos coeficientes estequiométricos da reação, tem-
18 u j 0,0612 5 6,12% -se:
294 u 1 C6H12O6 6 CO2
A porcentagem em massa de nitrogênio corresponde a
1 mol de C6H12O6 (180 g/mol) 6 mol de CO2 (25,3 L/mol)
28 u j 0,0952 5 9,52%
180 g de C6H12O6 151,8 L de CO2
294 u
18 g C6H12O6 x L de CO2
A porcentagem em massa de oxigênio corresponde a
80 u j 0,2721 5 27,21%. x 5 18 ? 151,8
294 u 180
x j 15,2 L de CO2
Pode-se optar por representar a porcentagem em massa com
menos algarismos significativos. c) A partir dos coeficientes estequiométricos da reação, tem-se:
17. 13,9 g de substância X foi formada a partir de 2,07 g de fós- 1 C6H12O6 6 H2O
foro, ou seja, a porcentagem em massa de fósforo no com- 1 mol de C6H12O6 (180 g/mol) 6 mol de H2O (18 g/mol)
posto X é 2,07 g/13,8 g 5 0,15 5 15%. Portanto, a 180 g de C6H12O6 108 g H2O
porcentagem em massa de cloro corresponde a 85%. Isso
18 g C6H12O6 x g de H2O
significa que no composto X temos fósforo e cloro na pro-
porção em massa de 15 : 85. Dividindo 15 pela massa atô- x 5 18 ? 180
mica do fósforo e 85 pela massa atômica do cloro, temos 180
uma proporção de fósforo e cloro em número de mols de x 5 10,8 g de H2O
aproximadamente a 0,48 : 2,4 ou 1 : 5. Assim, conclui-se que 21. A partir dos coeficientes estequiométricos da reação, tem-se:
a fórmula empírica do composto é PCº5.
1 Fe2O3 2 Fe
18. A partir da proporção em massa de 444,5 g de C : 61,7 g de
1 mol de Fe2O3 (160 g/mol) 2 mol de Fe (56 g/mol)
H : 493,8 g de O, obtém-se a proporção em mols dividindo a
massa correspondente a cada elemento por sua massa atô- 160 g de Fe2O3 112 g de Fe
mica. Assim, a proporção em mols de cada elemento na celu- 16 t de Fe2O3 x t de Fe
lose é de aproximadamente 37 C : 62 H : 31 O, que equivale a
x 5 112 ? 16
1,2 C : 2 H : 1 O ou 6 C : 10 H : 5 O. Logo, a fórmula mínima da 160
celulose é C6H10O5. x 5 11,2 t de Fe
Comentário: A proporção em mols deve ser ajustada para
os menores números inteiros para obtenção da fórmula mí- 22. Verifica-se qual dos reagentes está em excesso com base
nima. Para isso, pode-se optar por dividir cada elemento da na proporção obtida por meio da equação química:
proporção pelo valor do menor elemento, que no caso é 31. 4 Fe 3 O2
190
4 mol de Fe (56 g/mol) 3 mol de O2 26. Como a solução foi diluída 100 vezes, de 2 mL para 200 mL,
224 g de Fe 3 mol de O2 sua concentração será dividida por 100.
Como havia 300 g de Fe no recipiente para 3 mols de O2, con- Cfinal 5 15 = 0,15 mg/mL
clui-se que há Fe em excesso, e para o cálculo da massa pro- 100
duzida de óxido de ferro(III) considera-se a quantidade de O2
utilizada. A partir dos coeficientes estequiométricos da rea-
ção, tem-se:
CAPÍTULO 2 REAÇÕES QUÍMICAS NA
NATUREZA E NO SISTEMA
3 O2 2 Fe2O3
PRODUTIVO (PÁGINA 44)
3 mol de O2 2 mol de Fe2O3 (160 g/mol)
3 mol de O2 320 g de Fe2O3 • O uso do formol como componente de produtos para trata-
mento de cabelo passou a ter um controle rigoroso da Agên-
Para rendimento de 100%, utilizando 3 mol de O2 obtêm-se
cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devido à
320 g de óxido de ferro(III).
toxicidade dessa substância. Esse tema pode ser usado para
23. A equação química balanceada do processo é: Ca(OH)2 1 discutir a necessidade do conhecimento químico para avaliar
1 2 HCº é CaCº2 1 2 H2O. A partir dos coeficientes estequio- o risco de certas substâncias à saúde, trabalhando a compe-
métricos da reação, tem-se: tência geral CGEB7 e as habilidades EM13CNT104 e
1 Ca(OH)2 2 HCº EM13CNT307.
1 mol de Ca(OH)2 (74 g/mol) 2 mol de HCº • A abertura trata também do uso do etanol, mas é importante
indicar outros produtos economicamente relevantes. Pode-
74 g de Ca(OH)2 2 mol de HCº
rão ser utilizados como exemplos a glicerina, usada na fabri-
x g de Ca(OH)2 0,3 mol de HCº cação de sabonetes e de outros cosméticos, e o
x 5 74 ? 0,3 propilenoglicol, empregado como aditivo de radiadores e na
2 formulação de desodorantes, entre outros.
x 5 11,1 g de Ca(OH)2
• Os álcoois formam uma classe de substâncias orgânicas dentre
Como a amostra de Ca(OH)2 apresentava 15 g, a porcenta- as quais, no Brasil, o etanol é uma das mais conhecidas e im-
gem de pureza é 11,1/15 5 0,74 5 74%. portantes economicamente. Neste capítulo, serão discutidas as
A proporção entre hidróxido de cálcio e ácido clorídrico pode principais reações dessa classe de substâncias, bem como sua
ser obtida também apenas analisando a razão entre as hi- importância e formas de obtenção, com o objetivo de conscien-
droxilas da base e os hidrogênios ionizáveis do ácido. tizar os alunos quanto à abrangência do uso desses materiais.
Essa abordagem trabalha as competências específicas
24. a) Não, pois a proporção em mol dos reagentes, com base CECNTEM1 e CECNTEM3.
na equação química, é de 4 NH3 : 5 O2, ou seja, 68 g de
NH3 : 160 g de O2. • Este capítulo trata, ainda, das reações, dos métodos de ob-
tenção, das propriedades e aplicações dos ácidos carboxíli-
Em uma mistura de 150 g de amônia e 150 g de oxigênio cos, os quais, nos seres vivos, auxiliam na síntese de proteínas.
molecular, há excesso de amônia. Aborda-se também o grupo dos ésteres, que está presente
b) Como há amônia em excesso, utiliza-se a quantidade de em aromatizantes e flavorizantes empregados pela indústria
O2 para o cálculo da massa de NO formada. A partir dos alimentícia, bem como em outros materiais de uso comum.
coeficientes estequiométricos da reação, tem-se:
5 O2 4 NO Processos de obtenção de alguns
5 mol de O2 (32 g/mol) 4 mol de NO (30 g/mol) metais (páginas 45 e 46)
160 g de O2 120 g de NO • O estudo da obtenção de metais oferece a oportunidade de tra-
150 g de O2 x g de NO balhar a competência específica CECNTEM1, pois permite a aná-
lise de processos tecnológicos envolvidos na extração do metal
x 5 150 ? 120 a partir do minério. Como a extração tem impactos ambientais
160 e sociais, os alunos podem propor ações que aperfeiçoem esse
x 5 112,5 g de NO
processo, de forma a diminuir os impactos socioambientais.
c) Há amônia em excesso. A proporção em massa ideal para
os reagentes é de 68 g de NH3 : 160 g de O2. Assim, para
• A temática da mineralogia possibilita o desenvolvimento de
projetos interdisciplinares relacionando diferentes compo-
150 g de O2 utiliza-se 63,75 g de amônia. Como há 150 g
nentes curriculares: a Química (com a constituição dos mine-
de amônia na mistura, conclui-se que 86,25 g de NH3 es-
rais, estrutura química e métodos de obtenção), a Geografia
tão em excesso.
(com o estudo da localização das jazidas no Brasil e as con-
25. A partir dos coeficientes estequiométricos da reação, tem-se: sequências sociais da extração de minérios), a Biologia (com
1 C12H22O11 4 C2H6O as modificações da fauna e da flora nas regiões mineradoras
e a poluição da água e do solo) e a História (com o estudo do
1 mol de C12H22O11 4 mol de C2H6O (46 g/mol)
período conhecido como Idade dos Metais).
1 mol de C12H22O11 184 g de C2H6O
1 ? 106 mol de C12H22O11 x g de C2H6O
• Para iniciar o estudo do tema, convide os alunos a explicar o que
são minerais e como os metais são obtidos. Desse modo, será
x 5 184 ? 106 g 5 184 t de C2H6O (para 100% de rendimento) possível sondar os conhecimentos prévios deles e, com base
Para 75% de rendimento, obtém-se 184 t ? 0,75 5 138 t de nas respostas obtidas, discutir o tema. Apresente-lhes, se julgar
C2H6O. oportuno, a diferença entre os termos mineral e minério.
191
Reação ácido-base (páginas 47 e 48) Obtenção e reações de ácidos
• As reações de neutralização consomem os íons H 1
e OH , for-
2 carboxílicos (páginas 55 a 57)
mando água. Os outros íons se unem para formar um sal. De-
pendendo da quantidade de ácido ou de base disponível, a
• Nos alimentos fermentados, como o chucrute, o iogurte e ou-
tros, os ácidos carboxílicos são produzidos por reações bioquí-
neutralização será total ou parcial. Podem-se utilizar os exem- micas. Explore e destaque esse fato para mostrar aos alunos a
plos de reações (p. 47) para demonstrar essas diferenças. importância do modo como essas reações ocorrem, partindo de
• Deve ser ressaltado o fato de que as neutralizações depen- açúcares e de álcoois. Para isso, sugira a leitura do texto “Aditi-
dem do número de íons H1 e OH2 envolvidos. Assim, de acor- vos alimentares”, do boxe Ampliação (p. 55), em que se comen-
do com o ácido e a base da reação, a proporção entre o ta o uso dos ácidos carboxílicos como aditivos em alimentos,
número de espécies que reagem pode ser diferente de 1 : 1, empregados em sua conservação por diferentes mecanismos.
como se observa a seguir:
• As reações específicas desse grupo de substâncias podem
2 NaOH 1 H2SO4 é Na2SO4 1 2 H2O ser abordadas tanto em face de sua relevância nos proces-
sos metabólicos como na produção de novos materiais. Uti-
Reações de combustão (páginas 48 e 49) lize, se julgar oportuno, o texto “Teor de ácidos graxos nos
• A combustão é uma reação que ocorre em todos os hidrocar- alimentos”, do boxe Ampliação (p. 57), para abordar a ques-
bonetos e em outros compostos orgânicos. tão de ácidos graxos em alimentos.
Reações que envolvem funções • No tópico Obtenção e reações de ésteres (p. 58 e 59), pode-se
introduzir esse grupo funcional abordando as reações quími-
oxigenadas (páginas 50 a 53) cas envolvidas na produção de aromatizantes utilizados pela
indústria alimentícia. Se considerar adequado, antes de desen-
• Para introduzir esse tema, chame a atenção dos alunos para volver o tema transesterificação, faça uma sondagem para ve-
as várias maneiras de obter os álcoois e conte a eles algumas
curiosidades a respeito de cada uma dessas reações. Pode- rificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o biodiesel.
-se mencionar, por exemplo, as épocas em que esses méto- Considere a sugestão de anotar na lousa as respostas às se-
dos foram descobertos, assim como o uso inicial e a guintes questões: O que é biodiesel?; Qual é sua importância
finalidade de cada reação. Outra estratégia possível consiste atualmente?; Quais aspectos ambientais, econômicos e sociais
em organizar os alunos em grupos para a realização de se- associados ao uso do biodiesel?; Quais são as características
minários. Nesse caso, cada grupo deverá apresentar as ca- da estrutura e da composição do biodiesel?.
racterísticas de uma das reações de obtenção dos álcoois. • Dependendo das respostas obtidas nessa sondagem, com-
• Como ferramenta motivacional, se preferir, antecipe e desen- plemente o assunto com as informações do texto sobre tran-
volva neste momento a atividade experimental "Investigan- sesterificação e explore também o texto “Desenvolvimento
do a fermentação", apresentada na seção Práticas de Ciências e utilização do biodiesel”, do boxe Ciência se discute, ambos
(p. 54). Essa atividade permitirá a discussão de evidências da na página 59. A discussão sobre o uso do biodiesel trabalha
ocorrência dessa reação e levará os alunos a constatar que a competência geral CGEB7.
o processo posto em prática é bioquímico (destaque o papel • Outras reações dos ésteres podem ser destacadas como al-
do fermento biológico). O desenvolvimento dessa atividade ternativas, como a obtenção de álcool, no Brasil, extraído prin-
permite a abordagem da habilidade EM13CNT301, visto que cipalmente da cana-de-açúcar.
os alunos vão formular questões, elaborar hipóteses, previ-
sões e estimativas e empregar instrumentos de medição. • O tópico Propriedades e aplicações dos ésteres naturais: gor-
duras e óleos (pp. 60 a 63), presente no dia a dia dos alunos,
• As reações de oxidação dos álcoois são muito conhecidas, pode ser atrelado à definição de lipídios e seus principais
mas nem sempre são associadas a essa definição científica. constituintes. A ideia é que eles compreendam que essa clas-
Então, pode-se partir do conhecimento prévio dos alunos so- se de compostos está relacionada aos ésteres, os quais, com
bre a obtenção do vinagre e a combustão do etanol para che- base em reações específicas, conferem propriedades espe-
gar a esse conceito. Em seguida, pode-se trabalhar a tabela
ciais aos usos desses ésteres.
na qual constam as reações de oxidação de álcoois primário,
secundário e terciário (p. 52). • O texto do boxe De olho no conceito (p. 60) ajuda os alunos
a se lembrar da diferença entre ácidos graxos e gorduras.
• Outra reação específica desse grupo é a desidratação, que po-
de ocorrer pela reação entre as moléculas de álcoois (desidra- • Cabe destacar a ação detergente, que está relacionada com
tação intermolecular) ou pela modificação estrutural e as características moleculares dos sabões e detergentes: uma
funcional de um álcool, em que é comum a liberação de molé- parte hidrofílica e outra hidrofóbica, as quais satisfazem, si-
cula(s) de água (desidratação intramolecular). Nessas reações, multaneamente, a interação entre estruturas polares e apo-
formam-se compostos diversos como os éteres e os alcenos. lares. A formação das micelas, que caracteriza a emulsão
entre água e óleo, também merece destaque.
Práticas de Ciências – Investigando a
fermentação (página 54) Sabões (páginas 62 e 63)
• A intenção é que os alunos acompanhem o experimento, ob- • Uma discussão interessante pode ser realizada com base no
servando em quais frascos há evidência de que a fermenta- texto “Sabões, detergentes e meio ambiente”, do boxe Ação
ção está ocorrendo e comparando as velocidades da reação. e cidadania (p. 63), que destaca o excesso dessas substân-
Alerte-os de cinco em cinco minutos para que façam as ano- cias nas águas naturais e os problemas que elas podem cau-
tações ou deixe-os gerenciar o próprio tempo. O trabalho exe- sar, como o excesso de espuma, a eutrofização por causa dos
cutado nessa atividade contempla a competência geral fosfatos presentes nos sabões em pó, entre outros. A partir
CGEB2. das conclusões obtidas, os alunos podem elaborar um
192
material informativo digital para a comunidade sobre a im-
A gordura monoinsaturada pode ser encontrada nos se-
portância da utilização de detergentes biodegradáveis. Essa
guintes alimentos.
abordagem trabalha a habilidade EM13CNT302.
• abacate;
Práticas de Ciências – Oficina de • óleo de canola;
saponificação (página 64) • azeite de oliva;
• Essa atividade pode ser feita em dupla ou em grupos de até • óleo de girassol;
quatro integrantes. Apresente um histórico breve sobre a fabri- • óleo de amendoim.
cação do sabão, trabalhando assim a competência geral CGEB1.
A gordura poli-insaturada pode ser encontrada nos seguin-
• A primeira parte do experimento será realizada pelo profes- tes alimentos:
sor, pois é utilizada soda cáustica em escamas. É interessan-
te usar dois ou três diferentes tipos de óleo vegetal (óleo de • peixes e frutos do mar (ômega-3, 6, 9);
milho, de girassol, de canola, etc.) para que seja possível uma • soja;
comparação posterior entre os sabões obtidos a partir de • óleo de peixe;
matérias-primas diferentes.
• grãos.
• Na Parte C do experimento, o objetivo é observar a ação emul-
sificante do sabão em uma mistura de água e óleo.
Gordura saturada
• Espera-se que os alunos concluam que, para lavar as mãos, é Ainda existem controvérsias sobre os efeitos maléficos da
desejável que o sabão seja mais condicionante e com poder
gordura saturada para a saúde humana. No geral, especialis-
de limpeza não muito alto. Portanto, o óleo de canola e o óleo
tas condenam a gordura saturada, relacionando-a com o au-
de castanha-do-brasil podem ser interessantes, por exemplo.
mento de problemas cardíacos. Porém, existem especialistas
Ciência, tecnologia e sociedade – Ciência que contestam esses supostos efeitos maléficos da gordura
saturada, indicando que por trás dessa má fama estão as in-
dos aromas: os segredos por trás do dústrias que queriam promover a gordura trans como uma
gosto da sua comida (página 65) melhor alternativa. As gorduras saturadas podem ser encon-
• O texto apresentado nesta seção aborda o tema dos aromas tradas no óleo e derivados de coco, bacon e banha de porco,
naturais e sintéticos. Na etapa Para discutir, aproveite a ques- óleo de algodão, óleo de palma (dendê), carnes gordurosas e
tão 3 para explorar a opinião dos alunos a respeito da produção laticínios integrais.
e do consumo de alimentos ultraprocessados. Permita que eles
apontem as vantagens e as desvantagens desses produtos, e Gordura trans
discuta a importância da alimentação saudável. Essa aborda- As gorduras trans são encontradas em produtos industria-
gem contempla o trabalho com a habilidade EM13CNT303. lizados, após um processo de hidrogenação de óleos vegetais,
como acontece com a margarina. A razão pela qual a hidroge-
nação de óleos vegetais é atraente para a indústria de alimen-
TEXTO COMPLEMENTAR
tos é que ela proporciona diversas vantagens, como:
• aumento da validade do produto;
Tipos de gorduras nos alimentos: saturadas, in- • podem substituir óleos feitos com gordura animal e, por-
saturadas (monoinsaturadas, poli-insaturadas) e tanto, podem ser comercializadas para atender aos vegetaria-
gorduras trans nos e outras culturas em que a gordura de porco não é permi-
Os alimentos, tanto os naturais como os processados, po- tida;
dem conter vários tipos de gordura. Alguns tipos têm efeito • menor necessidade de refrigeração.
positivo à saúde, aumentando o HDL, enquanto outros podem
As gorduras trans também podem ser encontradas em pe-
ser prejudiciais, aumentando o nível de LDL. Mesmo os tipos
quenas quantidades naturalmente, como no leite de animais
de gordura benéfica devem ser consumidos com moderação,
ruminantes. A gordura trans deve ser evitada, pois estudos
pois qualquer tipo de gordura contém mais calorias do que pro-
indicam que o consumo dessas gorduras em maiores quanti-
teínas e carboidratos:
dades está ligado ao desenvolvimento de doenças do coração.
• gorduras insaturadas, que podem ser divididas em:
• monoinsaturada (benéfico); Tipos de gorduras nos alimentos: saturadas, insaturadas
(monoinsaturadas, poli-insaturadas) e gorduras trans. Dieta e
• poli-insaturada (benéfico); Saúde. Disponível em: http://www.dietaesaude.org/artigos/
• gordura trans (prejudicial). tipos-de-gorduras-nos-alimentos.php. Acesso em: 19 jun. 2020.
• gordura saturada (prejudicial). (Ortografia atualizada.)
193
a) Com base nas informações do texto, cada aluno deve ve- 6. Como você classificaria a água que sai da torneira de sua
rificar se corre riscos associados à ingestão de gorduras. casa (ou escola)?
b) O aluno um deverá propor mudanças de hábitos alimen- Parte B
tares para prevenir problemas de saúde e socializá-las 1. Enumere os três tubos de ensaio.
com os colegas. Explore também o apelo das propagan-
das de margarinas nas quantidades de ômega-3 ou de 2. Pegue o tubo 1 e adicione água destilada até um terço do
óleos poli-insaturados em sua composição. Assim, propo- volume comportado por ele; proceda da mesma maneira
nha uma atividade em que os alunos tenham de descre- em relação aos tubos 2 e 3, acrescentando, respectiva-
ver o apelo desses comerciais (tanto de televisão como de mente, “água dura” e água da torneira (“amostra”).
revistas). Em seguida, sugira que façam uma pesquisa 3. Despeje 100 mL de água de torneira no copo. Coloque
para verificar as informações veiculadas nos comerciais e dentro do copo um pequeno pedaço de sabão (de aproxi-
compará-las com as orientações confiáveis sobre como madamente 1 cm3) e dissolva-o completamente median-
se previnem doenças do coração e se controlam os níveis te aquecimento. Trabalhe com essa solução ainda morna
de colesterol, entre outros aspectos. ou logo depois de esfriar.
O trabalho deve ser finalizado com a discussão das conclu- 4. Adicione, gota a gota, a solução de sabão ao tubo 1 e de-
sões de cada pesquisa, a fim de mostrar como o conhecimento termine quantas gotas são necessárias para produzir
é importante para evitar o consumo inadequado de alimentos e espuma.
também os equívocos ocasionados pelos apelos de marketing.
5. Repita o procedimento para as soluções colocadas nos
Atividade 2: “Água dura em sabão mole…” tubos 2 e 3.
Para observar o efeito da dureza da água sobre a ação de- 6. Observe e explique os resultados.
tergente dos sabões, sugerimos a realização do experimento
a seguir, adaptado do artigo "Água dura em sabão mole…", de Questões propostas
Gerson de Souza Mól, André Borges Barbosa e Roberto Ribeiro
1. Como você classifica a água da torneira?
da Silva, publicado na revista Química Nova na Escola.
Todos devem usar equipamentos de segurança na realiza- 2. Qual problema é enfrentado por uma lavanderia localizada
ção desta atividade. em região de solo rico em calcário?
3. Como você classifica a água de uma região em que são de-
Material positadas crostas brancas nas banheiras e vasilhas de ferver
• 3 garrafas PET de 2 L água?
• 3 tubos de ensaio com suporte 4. Pesquise as propriedades do carbonato de cálcio e proponha
• 1 copo plástico ou de vidro um método para eliminação dessas crostas.
• 1 colher de café Fonte de pesquisa: mól, G. S.; BarBosa, A. B.; silva, R. R. Água dura em
sabão mole... Química Nova na Escola, São Paulo, Sociedade Brasileira
• 1 conta-gotas de Química, n. 2, p. 32-33, nov. 1995. Disponível em: http://qnesc.sbq.
• sabão comum (de coco, azul ou outro sabão em pedra co- org.br/online/qnesc02/exper2.pdf. Acesso em: 7 maio 2020.
mum; não pode ser sabonete)
Observação: Os produtos residuais formados na atividade
• 4 L de água destilada podem ser despejados na pia.
• água de torneira
• cal hidratada – Ca(OH)2 – ou qualquer sal solúvel de cál- Atividade 3: Tipos de reações químicas
cio (por exemplo, cloreto de cálcio, que é utilizado em an- Nesta atividade, os alunos vão representar, por meio da es-
timofos) crita de equações, diversos tipos de reações químicas e apren-
der os usos dessas reações.
Como fazer Todos devem usar equipamentos de segurança para a rea-
Parte A lização da atividade. Atenção: Oriente-os a evitar o contato da
pele com a água de cal e com a solução de cloreto de ferro(III).
1. Dissolva, em meio copo de água destilada, aproximada-
mente 1 g (uma colher de café) de cal hidratada (hidróxido
Material
de cálcio) ou de um sal solúvel de cálcio. Transfira a mis-
tura para uma das garrafas e complete o volume com • fósforos
água. Rotule-o como “água dura”. • palitos de churrasco
2. Encha a outra garrafa com água destilada e rotule-a como • 3 tubos de ensaio com aproximadamente 16 mm 3 160 mm
“água mole”.
• estante para tubos de ensaio
3. Proceda da mesma forma com a terceira garrafa, enchen-
do-o com água de torneira e rotulando-a como “amostra”.
• água oxigenada a 10 volumes
194
Como fazer • tubos de ensaio
Experimento A – Demonstrado pelo professor • 1 estante para tubos de ensaio
1. Observe os procedimentos realizados pelo professor para Como fazer
obter uma pequena brasa com um palito de fósforo ou de 1. Faça as misturas das soluções propostas na tabela a seguir,
churrasco. duas a duas.
2. Coloque uma pequena quantidade de batata crua esma- 2. Anote os resultados que obtiver. A ocorrência da reação é
gada dentro de um tubo de ensaio. evidenciada pela formação de precipitado. A tabela de solu-
3. Acrescente 10 gotas de água oxigenada a 10 volumes no bilidade permite prever quais os íons que, em solução aquo-
tubo de ensaio que contém a batata. sa, se combinam para formar um precipitado. Se os alunos
4. Aproxime imediatamente a brasa da boca do tubo, sem acharem que haverá uma reação, devem registrar a equação
mergulhá-la. química balanceada que a representa.
As combinações propostas são:
5. Anote o que ocorreu.
As soluções a serem utilizadas nos experimentos B e C, pro-
postos a seguir, podem ser obtidas da seguinte maneira: sulfato de carbonato sulfato de hidróxido hidróxido
Soluções cobre (II) de sódio magnésio de cálcio de sódio
• Água de cal: adicione 0,2 g de cal hidratada (hidróxido de 0,1 mol/L 0,1 mol/L 0,1 mol/L (águacal)
de
0,1 mol/L
cálcio) a aproximadamente 100 mL de água recém-fervi-
•hidróxido
da e filtre essa mistura.
de sódio
• Solução aquosa diluída de cloreto de ferro(III) em frasco 0,1 mol/L
conta-gotas: dissolva 1 g de FeCº3 em água, completando •hidróxido
o volume até 100 mL. de cálcio
(água de
• Solução diluída de hidróxido de sódio (NaOH) em frasco cal)
conta-gotas: dissolva lentamente 1 g de soda cáustica em
• sulfato
água, completando o volume até 100 mL. de
magnésio
0,1 mol/L
Experimento B
•carbonato
1. Coloque água de cal em outro tubo de ensaio até atingir 4 cm de sódio
de altura. Sopre com pouca força dentro do tubo, utilizando 0,1 mol/L
o canudo de refresco.
• sulfato de
2. Observe e anote. cobre (II)
0,1 mol/L
Experimento C
1. Coloque 40 gotas de cloreto de ferro(III) no terceiro tubo de A exatidão das previsões pode ser verificada por meio de ex-
ensaio. Acrescente 10 gotas da solução de hidróxido de só- periências em laboratório.
dio a esse tubo.
2. Anote suas observações.
As reações abordadas no experimento desempenham fun- SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
ções específicas:
• a reação entre a água de cal e gás carbônico é uma rea-
• Os alunos podem criar um mapa conceitual para sistematizar
as informações contidas no capítulo, dividindo-o em quatro ra-
ção de precipitação utilizada para identificar esse gás;
mos: processos de obtenção de metais, reações ácido-base,
• a reação de precipitação entre o cloreto de ferro(III) e o hi- reações de combustão e reações que envolvem funções oxige-
dróxido de sódio é usada no tratamento de efluentes in- nadas. Em seguida, o professor pode designar para cada aluno
dustriais porque, ao precipitar, o composto de ferro induz um dos ramos para que seja detalhado com exemplos práticos
a precipitação dos demais metais presentes. e outras informações citadas no Livro do Estudante que não fo-
Ao final, se considerar oportuno, amplie a atividade, solici- ram contempladas no mapa conceitual.
tando aos alunos que identifiquem a reação que pode ser escri-
ta na forma iônica. Depois, solicite que a escrevam nas formas
total e reduzida.
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS
Atividade 4: Prevendo reações após a mistura de SOBRE AS ATIVIDADES
soluções
O propósito do experimento a seguir é prever se ocorrerá al- Para começar (página 44)
guma reação assim que cada uma das combinações de soluções
1. Respostas pessoais. Peça aos alunos que indiquem situa-
de íons for misturada. Todos devem usar equipamentos de se-
ções cotidianas em que eles acreditam que ocorrem reações
gurança na realização dessa atividade.
químicas.
Material
2. Resposta variável. As reações químicas que têm como pro-
• soluções, em frasco conta-gotas, de: hidróxido de sódio dutos poluentes, por exemplo, causam danos ao meio am-
0,1 mol/L; hidróxido de cálcio (água de cal); sulfato de mag- biente. Espera-se que os estudantes entendam que o
nésio 0,1 mol/L; carbonato de sódio 0,1 mol/L; sulfato de ambiente deve ser preservado, e que é preciso adequar as
cobre(II) 0,1 mol/L necessidades humanas à preservação.
195
Ação e cidadania – Mineração de pequena escala, Práticas de Ciências – Oficina de saponificação
impacto ambiental de grande escala (página 46) (página 64)
1. Resposta variável. É importante estimular a visão crítica dos 1. Se a proporção não for seguida, o sabão ficará com excesso de
estudantes. Peça a eles que avaliem, por exemplo, se, na vi- algum reagente. Caso seja adicionado hidróxido de sódio em
são deles, as medidas tomadas pelas empresas e pelos po- excesso, o sabão pode ficar muito alcalino e, até mesmo, corro-
deres públicos foram ou têm sido satisfatórias. sivo. Em quantidades menores, é possível que parte dos ácidos
2. Resposta variável. É possível que, durante a discussão, sur- graxos não sejam saponificados e o sabão fique oleoso.
jam ideias conflitantes. Alguns estudantes podem entender 2. Principalmente a polaridade da molécula. As gorduras são es-
que as áreas demarcadas deveriam ser maiores, enquanto tritamente apolares, enquanto a molécula do sabão tem duas
outros podem defender que essas áreas não deveriam exis- regiões de polaridade bem distintas, uma longa cadeia carbô-
tir. Acompanhe os grupos para que os debates ocorram sem nica apolar e um grupo funcional polar, o que faz com que essa
conflitos e que todos tenham oportunidade de falar e de re- substância tenha boa interação com as moléculas polares, co-
fletir sobre a opinião dos colegas. mo a água, e apolares, como os triacilgliceróis e outros lipídios.
3. Esse óleo deve ser filtrado, para que não contenha restos de
Roteiro (página 49) alimentos ou outras impurezas.
1. São necessárias duas moléculas de ácido nítrico. 4. Não, pois o sabão é um produto da reação entre a banha e a
soda cáustica. Portanto os componentes da banha sofreram
2. C2H6O 1 3 O2 é 2 CO2 1 3 H2O
uma reação química, transformando-se me outras substâncias.
Práticas de Ciências – Investigando a 5. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos percebam que o
sabão funciona como emulsificante, facilitando a mistura entre
fermentação (página 54)
a água e o óleo.
1. Nos frascos onde o balão inflou, ocorreu fermentação, pois
um dos produtos da fermentação alcoólica é o gás carbônico. Ciência, tecnologia e sociedade – Ciência dos
2. O substrato da fermentação é a glicose, presente no açúcar, aromas: os segredos por trás do gosto da sua
mas não no adoçante. Isso explica a ausência de fermenta- comida (página 65)
ção nos frascos 1 e 5, que não contêm glicose.
1. Com o aumento no consumo de alimentos processados,
3. Espera-se que os alunos percebam que a temperatura da também foi necessária a manutenção do mesmo gosto e
água influencia a taxa de fermentação, assim como a pre- frescor após longos períodos de transporte e estoque des-
sença ou não do substrato. No entanto, a afirmação é falsa. ses produtos.
Quando se compara os frascos 2 e 3, observa-se que um
2. Aromas sintéticos são produzidos em laboratório, mas são
leve aumento na temperatura faz com que a fermentação
moléculas idênticas às naturais. Aromas artificiais, por sua
ocorra mais rápido, mas essa tendência não pode ser ge-
vez, são moléculas inexistentes na natureza.
neralizada: no frasco 4, onde a água estava a cerca de
100 °C, a reação não ocorreu, mesmo na presença das le- 3. Respostas pessoais. Se julgar oportuno, promova uma dis-
veduras e do açúcar. Nesse frasco, a adição da água ferven- cussão com os alunos sobre o papel do marketing das indús-
te matou as leveduras e, portanto, não ocorreu a trias alimentícias na produção de aromas e sabores que
fermentação. contribuem para o consumo excessivo de processados, es-
pecialmente durante a infância. Aproveite para debater a
Ciência se discute – Desenvolvimento e utilização do questão de síndromes relacionadas a uma dieta desequili-
brada, como diabetes, obesidade, etc. Esta atividade permi-
biodiesel (página 59)
te trabalhar a habilidade EM13CNT104, tendo em vista que
1. Resposta variável. Espera-se que os alunos compreendam os alunos avaliam os riscos à saúde, considerando o consu-
que a utilização de biodiesel em veículos é uma estratégia mo de diferentes tipos de alimentos.
para diminuir a poluição do ar, pois em comparação com com-
bustíveis derivados do petróleo, ele reduz a emissão de óxi- Atividades (páginas 66 e 67)
dos de enxofre, monóxido de carbono e material particulado. 1. A combustão incompleta de compostos que contêm carbono
Assim, problemas como o efeito estufa e a chuva ácida são produz fuligem. As causas para queimadas podem ser a bai-
minimizados. Além disso, o biodiesel é um combustível reno- xa umidade do ar por períodos prolongados, que facilita a
vável e, por isso, é considerado sustentável. propagação do fogo; as queimadas com o objetivo de des-
matar uma área ou preparar o solo para o plantio; e motivos
Ação e cidadania – Sabões, detergentes e meio banais, como uma ponta de cigarro acesa jogada na beira de
ambiente (página 63) uma estrada.
1. Resposta variável. Para evitar a eutrofização, é preciso tratar Comentário: Convém citar os dois tipos de combustão incom-
o esgoto antes de despejá-lo no corpo d'água. No entanto, pleta: aquela em que há produção de C, ou fuligem, e aquela
caso o corpo d'água já esteja contaminado, é possível remo- em que há produção de monóxido de carbono, pois dará sub-
ver o excesso de nutrientes por adsorção, aeração e recircu- sídio para as próximas questões.
lação da água, substituindo águas profundas e pouco 2. X: carbono (C)
oxigenadas por água oxigenada, o que ajuda a reequilibrar
Y: monóxido de carbono (CO)
o sistema. No caso da eutrofização, a prevenção é a melhor
estratégia, visto que o processo de recuperação tende a ser Z: gás carbônico (CO2)
demorado e financeiramente custoso. A: ácido carbônico (H2CO3)
196
Comentário: O ácido carbônico é considerado um ácido fraco, 9. O citrato trissódico, o citrato tripotássico e citrato de cálcio
mas ainda assim pode causar estragos em estruturas urbanas. são sais, que podem ser obtidos pela reação do ácido cítrico
3. O etanol é um álcool primário e, portanto, sua oxidação com- com uma base:
pleta leva à formação do ácido etanoico, também conhecido Ácido cítrico 1 3 NaOH é citrato trissódico 1 3 H2O
como ácido acético. Ácido cítrico 1 3 KOH é citrato tripotássico 1 3 H2O
2 Ácido cítrico 1 3 Ca(OH)2 é citrato de cálcio 1 6 H2O
Comentário: Alguns compostos apresentam o nome oficial,
que segue as regras da Iupac apresentadas no capítulo, mas O citrato de trietila é um éster, obtido pela reação do ácido
também há outros nomes que, às vezes, são até mais utiliza- cítrico com o etanol:
dos e considerados corretos como é o caso do ácido acético. Ácido cítrico 1 3 C2H5OH é citrato de trietila 1 3 H2O
4. Álcoois terciários não podem ser oxidados a ácidos carboxí- 10. a) O
licos por não possuírem átomos de hidrogênio ligados ao
átomo de carbono da hidroxila. Álcoois secundários têm um H3C O C (CH2 )7 CH CH(CH2 )5 CH3
átomo de hidrogênio ligado a esse átomo de carbono. Logo,
podem sofrer uma etapa de oxidação, na qual se obtêm uma O
cetona e água. Álcoois primários têm dois átomos de hidro- O C
H3C (CH2)7 CH CH(CH2)7 CH3
gênio ligados a esse átomo de carbono e, portanto, podem
sofrer duas etapas de oxidação, sendo inicialmente conver- O
tidos em aldeído e depois em ácido carboxílico.
H3C O C (CH2 )16 CH3
5. Por conter o grupo funcional álcool, caso este esteja ligado
a um átomo de carbono primário ou secundário, pode ser
oxidado pelo oxigênio presente no ar, produzindo novos com- b) O outro produto obtido na reação é a glicerina.
postos, os quais terão cheiro diferente do composto inicial.
6. No primeiro frasco, havia um álcool primário, pois a oxidação H H H
total gerou um composto com características ácidas, ou seja, H C C C H glicerina
um ácido carboxílico; no segundo, um álcool secundário, pois
houve reação, mas sem a produção de ácidos carboxílicos. OH OH OH
No terceiro frasco havia um álcool terciário, visto que não
ocorreu oxidação. 11. O
Comentário: Reações que geram produtos detectáveis e/ou
evidências visuais de ocorrência de reação são muito utiliza- CH3(CH2) 14 C O2 Na1
das para identificação de compostos em situações semelhan- O
tes à proposta nessa questão.
CH3(CH2) 7 CH CH (CH2) 7 C O2 Na1
7. a) CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 OH
O
b) CH3 CH CH2 CH C CH2 CH2 OH H3C (CH2) 16 C O2 Na1
CH3 CH3
12. Decomposição térmica do carbonato de cálcio:
CaCO3 é CaO 1 CO2
c) CH3 CH CH2 CH2 CH CH2 CH2 OH
Hidratação do óxido de cálcio:
CaO 1 H2O é Ca(OH)2
CH3 CH3
13. As estruturas b, c e e são tensoativos. A estrutura a é um ál-
cool e a estrutura d é uma cetona.
d)
OH
8. Bicarbonato de sódio reage com ácidos carboxílicos, resul- Pensando Ciências – Como descobrir se o
tando na formação do sal de sódio, por isso minimiza os odo- leite foi adulterado? (páginas 68 e 69)
res da transpiração. No caso do ácido do enunciado, a reação
em questão é: • No site da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, dis-
ponível em http://www.leitebrasil.org.br/legislacao.htm (aces-
so em: 2 abr. 2020), há informações sobre a regulamentação
H H H CH3 O brasileira para os vários tipos de leite processado que podem
H C C C C CH C 1 NaHCO ser úteis no desenvolvimento desta atividade.
3
H H H H
OH • Aproveite a etapa Reconhecendo padrões para retomar os
principais tipos de reações químicas estudados ao longo
da unidade (reações de combustão, fermentação, oxige-
H H H CH3 nação, desidratação, etc.) e ressalte algumas evidências
O
H C C C C CH C 1 CO 1 H O da ocorrência de reações químicas, como mudanças de co-
loração, formação de bolhas, liberação de odores, luz ou
2 2
O2 Na1
H H H calor, entre outras.
197
• Ao desenvolver a etapa Abstraindo o problema, oriente os Reação de metátese.
alunos a repetir o mesmo exercício de abstração com os de- f) N2(g) 1 3 H2(g) é 2 NH3(g)
mais problemas levantados nesta atividade e a buscar fontes
Reação de síntese.
confiáveis na internet para obter as informações necessárias.
Essa abordagem trabalha as competências gerais CGEB2, 6. Esses metais são encontrados na forma nativa porque, de-
CGEB5 e CGEB7, e a habilidade EM13CNT303. vido ao fato de serem pouco reativos, dificilmente reagem
com outros elementos.
• Para cada substância listada, entre as comumente usadas
na adulteração do leite (soda cáustica, ureia, formaldeído, 7. AgNO3(aq) 1 NaCℓ(aq) é AgCℓ(s) 1 NaNO3(aq)
peróxido de hidrogênio e bicarbonato de sódio, por exemplo), Não ocorre reação entre o nitrato de magnésio e o cloreto de
os grupos devem listar em seu algoritmo as etapas envolvi- sódio.
das para sua detecção. 8. A reação da transformação em questão pode ser represen-
tada pela seguinte equação balanceada:
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS CaCO3(s) 1 HCℓ(aq) é CaCℓ2(aq) 1 H2O(ℓ) 1 CO2(g)
SOBRE AS ATIVIDADES O volume molar de um gás ideal nas condições de 0,10 atm
e 27 °C (300 K) pode ser calculado pela lei dos gases ideais:
Pensando Ciências – Como descobrir se o leite foi P?V5n?R?T
adulterado? (páginas 68 e 69) 0,10 ? V 5 1 ? 0,082 ? 300
1. Respostas variáveis. Espera-se que haja diferenças entre os V 5 246 L/mol
algoritmos produzidos pelos grupos, tanto nas substâncias A partir dos coeficientes estequiométricos da equação da
a serem detectadas nas amostras como no método empre- reação, tem-se:
gado para a detecção de cada uma delas. Contudo, espera-se 1 CaCO3 1 CO2
observar semelhanças de princípios quanto aos métodos de
1 mol de CaCO3 (100 g/mol) 1 mol de CO2 (246 L/mol)
detecção propostos para uma mesma substância; por exem-
plo, no caso da detecção de soda cáustica, o procedimento 100 g de CaCO3 246 L de CO2
deve envolver indicadores de acidez. x g de CaCO3 18,7 L
2. Respostas variáveis. Muitos dos algoritmos provavelmente 100 ? 18,7
x5
não permitirão identificar com exatidão a presença de deter- 246
minada substância. Por exemplo, o uso de um indicador de x j 7,6 g de CaCO3
acidez apenas mostra que há uma substância ácida ou bá-
Conclui-se que há 7,6 g de CaCO3 na amostra de 10 g de cal-
sica na amostra, mas não necessariamente permite identifi-
7,6
cá-la. Para isso, é necessário um procedimento específico. cário e, portanto, o teor de CaCO3 é 5 0,76 5 76%.
10
3. Respostas pessoais. Aproveite para falar da importância da
9. A equação balanceada do processo é:
participação de cada integrante do grupo na solução do pro-
blema. Ressalte que a contribuição de diferentes pessoas na y y
CxHy 1 (2x 1 ) O é x CO2 1 H2O
resolução de problemas costuma ser mais eficaz do que o 2 2 2
trabalho individual. O volume molar de um gás ideal nas condições de 1 atm e
27 °C (300 K) pode ser calculado pela lei dos gases ideais:
Questões globais (páginas 70 e 71) P?V5n?R?T
1. O composto formado nessa reação é o hidróxido de alumínio: 1 ? V 5 1 ? 0,082 ? 300
Aº2(SO4)3(aq) 1 3 Ca(OH)2(aq) é 2 Aº(OH)3(s) 1 3 CaSO4(s). V 5 24,6 L/mol
2. Porque o estanho, resistente a corrosão, protege fisicamen- A partir dos coeficientes estequiométricos da equação da
te o ferro da oxidação. reação, tem-se:
3. Na superfície do alumínio, forma-se uma camada de óxido de 1 CxHy x CO2
alumínio, que é pouco reativo. Portanto, a maresia não conse- 1 mol de CxHy (24,6 L/mol) x mol de CO2 (44 g/mol)
gue atacar o alumínio da mesma forma que ataca o ferro.
24,6 L de CxHy 44 ? x g de CO2
4. A reação I não ocorre, pois o bromo é menos reativo que o
12,3 L de CxHy 88 g CO2
cloro. A reação II não ocorre, pois o Pb é menos reativo que
o Cr. A reação III ocorre, pois o produto Cu(OH)2 é insolúvel. 24,6 ? 88
44 ? x 5
12,3
5. a) Zn(s) 1 2 HCℓ(aq) é ZnCℓ 2(aq) 1 H2(g)
176
Reação de oxirredução. x5
44
b) 2 H2(g) 1 O2(g) é 2 H2O(ℓ) x54
Reação de síntese. y
1 CxHy HO
2 2
c) Mg(s) 1 ZnSO4(aq) é MgSO4(aq) 1 Zn(s)
y
Reação de oxirredução. 1 mol de CxHy (24,6 L/mol) mol de H2O (18 g/mol)
2
d) (NH4)2SO4(aq) 1 2 NaOH(aq) é Na2SO4(aq) 1 2 NH3(g) 1 y
24,6 L de CxHy 18 ? g de H2O
1 2 H2O(ℓ) 2
12,3 L de CxHy 36 g H2O
Reação de metátese.
y 24,6 ? 36
e) Fe2(SO4)3(aq) 1 6 NaOH(aq) é 2 Fe(OH)3(s) 1 3 Na2SO4(aq) 18 ? 5
2 12,3
198
9 ? y 5 72 calculado pela equação dos gases ideais:
y58 P?V5n?R?T
Como x 5 4 e y 5 8, a fórmula do composto orgânico anali- 1 ? V 51 ? 0,082 ? 300
sado é C4H8 e a equação balanceada do processo é C4H8 1 V 5 24,6 L
1 6 O2 é 4 CO2 1 4 H2O A partir dos coeficientes estequiométricos da equação da
10. Alternativa b. reação, tem-se:
A afirmação I é incorreta, pois o fermento biológico é com- 1 C2H6O 2 CO2
posto por leveduras, que são seres vivos. A afirmação II é 1 mol de C2H6O (46 g/mol) 2 mol de CO2 (24,6 L/mol)
correta. A afirmação III é incoreta, pois o álcool é menos den- 46 g de C2H6O 49,2 L de CO2
so do que a água.
46 000 g de C2H6O x L CO2
11. a) C8H18 1 25/2 O2 é 8 CO2 1 9 H2O
49,2
b) Como a densidade do isoctano é igual a 0,72 g/mL, calcu- x 5 46 000 ?
46
la-se a massa de isoctano equivalente a 1 L ou 1000 mL. x 5 49 200 L de CO2
d5 m 13. Como a densidade da gasolina é igual a 0,72 g/mL ou
V 0,72 kg/L, calcula-se a massa de gasolina equivalente a
m 40 L:
0,72 5
1000
d5 m
m 5 720 g V
O volume molar nas CATP é 25 L/mol. m
0,72 5
A partir dos coeficientes estequiométricos da equação da 40
reação, tem-se: m 5 28,8 kg
1 C8H8 8 CO2 A equação balanceada da combustão completa da gasolina é:
1 mol de C8H18 (114 g/mol) 8 mol de CO2 (25 L/mol) C8H18 1 12,5 O2 é 8 CO2 1 9 H2O
114 g de C8H18 200 L CO2 A partir dos coeficientes estequiométricos da equação da
720 g de C8H18 x L CO2 reação, tem-se:
720 ? 200 1 C8H18 12,5 O2
x5
114 1 mol de C8H18 (114 g/mol) 12,5 mol de O2 (32 g/mol)
x j 1 263 L de CO2
114 g de C8H18 400 g de O2
12. a) A massa molecular do etanol pode ser calculada por:
28,8 kg de C8H18 x kg de O2
(2 ? massa atômica do C) 1 (6 ? massa atômica do H) 1 28,8
1 (1 ? massa atômica do O) 5 x 5 400 ?
114
2 ? 12 u 1 6 ? 1u 1 1 ? 16u 5 x j 101 kg de O2
24 u 1 6 u 1 16 u5 46 u 14. Alternativa d.
A porcentagem em massa de carbono corresponde a A massa equivalente a 40 L de gasolina, cuja densidade é
24 u 0,7 g/mL, ou seja, 0,7 kg/L, é de 28 kg.
j 0,522 5 52,2%
46 u
A porcentagem em massa de hidrogênio corresponde a Como 1 g de gasolina libera 10 kcal de energia (calor de com-
6u bustão 5 210 kcal/g), calcula-se a energia liberada por 28 kg
j 0,13 5 13% de gasolina:
46 u
A porcentagem em massa de oxigênio corresponde a 1 g de gasolina 10 kcal
16 u 28 000 g de gasolina x kcal
j 0,348 5 34,8%
46 u
x 5 28 000 ? 10
b) C2H6O 1 3 O2 é 2 CO2 1 3 H2O
x 5 2,8 ? 105 kcal
c) A partir dos coeficientes estequiométricos da equação da
reação, tem-se: Se o consumo de energia no percurso de volta e no percurso
1 C2H6O 3 O2 de ida é igual, então conclui-se que, no percurso de volta, con-
sumiu-se 2,8 ? 105 kcal.
1 mol de C2H6O (46 g/mol) 3 mol de O2 (32 g/mol)
46 g de C2H6O 96 g de O2 Para 1 g de etanol, são liberados 6 kcal de energia (calor de
combustão 5 26 kcal/g); assim, foram gastos
23 kg de C2H6O x kg O2
1 g de etanol 6 kcal
96
x 5 23 ? y g de etanol 2,8 ? 105 kcal
46
x 5 48 kg de C2H6O 105
y 5 2,8 ?
d) Como a densidade do etanol é igual a 0,8 g/mL, calcula-se 6
a massa de etanol equivalente a 57,5 L: y j 46 667 g de etanol
Cálculo do volume equivalente a 46 667 g de etanol, cuja
d5 m
V densidade é 0,8 g/mL:
m
0,8 5 d 5 m/V
57,5
46667
m 5 46 kg 5 46 000 g 0,8 5
V
Além disso, o volume molar a 27 °C e 1,0 atm pode ser V j 58 333 mL j 58 L
199
15. Alternativa d. etapa da rota descrita resultaria na produção do mesmo
De acordo com o texto, “com o advento da era industrial, os composto, caso o reagente orgânico seja o tolueno ou o
produtos do solo são levados de onde cresce a colheita para álcool benzílico.
lugares distantes, onde são consumidos, fazendo com que o CH3 O OH
Ilustrações: ID/BR
nitrogênio ligado não retorne à terra da qual foi retirado”.
Nesse trecho, conclui-se que o ciclo no nitrogênio foi inter- KMnO31H1
rompido, de modo que não há retorno de nitrogênio ligado
ao solo. Isso faz com que o solo se torne pobre em relação a
esse nutriente, o que diminui a fertilidade. tolueno ácido benzóico
200
2. (Unesp) Um estudante coletou informações sobre a concen-
balanceada, conclui-se que A deve ser uma substância com-
tração total de sais dissolvidos, expressa em diferentes uni-
posta de um átomo de C e dois átomos de O, ou seja, CO2.
dades de medida, de quatro amostras de águas naturais de
diferentes regiões. Com os dados obtidos, preparou a seguin- Da mesma maneira, na equação balanceada (II), há um átomo
de Mg, dois átomos de H e dois átomos de Cº, de modo que o
te tabela:
composto B é formado de dois átomos de hidrogênio e, por-
Amostra Concentração de tanto, representa o gás hidrogênio, de fórmula H2.
Origem
de água sais dissolvidos O sal formato na equação (II) é o MgCº2, um composto iônico
Oceano Atlântico (litoral de nome cloreto de magnésio.
1 3,6% (m/V)
nordestino brasileiro)
2 Mar Morto (Israel/Jordânia) 1,2 g/L 4. (Enem) A toxicidade de algumas substâncias é normalmen-
te representada por um índice conhecido como D L 50 (dose
Água mineral de Campos letal mediana). Ele representa a dosagem aplicada a uma po-
3 do Jordão (interior do 120 mg/L
pulação de seres vivos que mata 50% desses indivíduos e é
estado de São Paulo)
normalmente medido utilizando-se ratos como cobaias. Esse
4 Lago Titicaca (Bolívia/Peru) 30% (m/V) índice é muito importante para os seres humanos, pois ao se
extrapolar os dados obtidos com o uso de cobaias, pode-se de-
Ao rever essa tabela, o estudante notou que dois dos valores
terminar o nível tolerável de contaminação de alimentos, para
de concentração foram digitados em linhas trocadas. Esses que possam ser consumidos de forma segura pelas pessoas.
valores são os correspondentes às amostras
O quadro apresenta três pesticidas e suas toxicidades. A uni-
a) 2 e 4. d) 3 e 4.
dade mg/kg indica a massa da substância ingerida pela mas-
b) 1 e 3. sa da cobaia.
c) 1 e 2. e) 2 e 3.
Pesticidas DL50 (mg/kg)
Alternativa a. Diazinon 70
Considerando a origem das amostras, é possível ordená-las Malation 1 000
em ordem crescente de salinidade. A menos salina é a água
mineral, própria para o consumo, seguida pela água do lago. Atrazina 3 100
As águas coletadas de oceanos e mares têm maior concen-
tração de sal e, nesse caso, deduz-se que a amostra do Mar Sessenta ratos, com massa de 200 g cada, foram divididos
Morto é a que apresenta a maior, visto que esse mar é conhe- em três grupos de vinte. Três amostras de ração, contamina-
cido justamente por sua concentração elevada de sais. Por- das, cada uma delas com um dos pesticidas indicados no
tanto, a relação de concentração de sal (C) é a seguinte: quadro, na concentração de 3 mg por grama de ração, foram
Cágua mineral , CLago Titicaca , COc. Atlântico , CMar Morto administradas para cada grupo de cobaias. Cada rato consu-
Na tabela, as concentrações de sais têm unidades diferentes. miu 100 g de ração.
Assim, para que possa ser feita a comparação é necessário Qual(ais) grupo(s) terá(ão) uma mortalidade mínima de
escolher uma unidade e converter as demais de modo que 10 ratos?
todas as concentrações estejam na mesma unidade. a) O grupo que se contaminou somente com atrazina.
Amostra 1: 3,6% (m/V) 5 3,6 g/100 mL 5 36 g/L b) O grupo que se contaminou somente com diazinon.
Amostra 2: 1,2 g/L
c) Os grupos que se contaminaram com atrazina e malation.
Amostra 3: 120 mg/L 5 0,12 g/L
d) Os grupos que se contaminaram com diazinon e malation.
Amostra 4: 30% (m/V) 5 30 g/100 mL 5 300 g/L
Observa-se que Cágua mineral , CMar Morto , COc. Atlântico , CLago Titicaca, e) Nenhum dos grupos contaminados com atrazina, diazinon
o que permite concluir, comparando com a análise inicial, que as e malation.
concentrações do Mar Morto e do lago Titicaca estão trocadas.
Alternativa d.
3. (Uerj) As reações a seguir foram realizadas em um laborató- Para que um grupo de 20 ratos tenha mortalidade mínima de
rio, em condições idênticas de temperatura e pressão, para 10 ratos, pelo menos 50% dos indivíduos deve morrer. Isso
o recolhimento dos gases indicados pelas letras A e B. significa, de acordo com o texto, que os ratos devem ingerir
o equivalente à DL50 do respectivo veneno.
(I) CaCO 3(s) é CaO(s) 1 A(g)
Como cada rato ingeriu 100 g de ração com pesticida em uma
(II) Mg(s) 1 2 HCℓ(aq) é MgCº 2(aq) 1 B(g) concentração de 3 mg/g de ração, a massa pesticida consu-
Indique as fórmulas moleculares dos gases A e B, nomeando mida é
aquele de maior massa molar. Nomeie, também, o sal forma- 3 mg/g ? 100 g 5 300 mg
do na reação II. Considerando que um rato tem massa de 200 g ou 0,2 kg, a
dose de cada pesticida ingerida por kg de massa corpórea dos
A 5 CO2 animais é
B 5 H2 300 mg/0,2 kg 5 1 500 mg/kg
Cloreto de magnésio Comparando a dose ingerida com a DL50, conclui-se que ela é
Na equação (I), como o reagente apresenta um átomo de Ca, superior para o Diazimon e para o Malation e que, portanto,
um átomo de C e três átomos de oxigênio e a equação está nesses grupo haverá mortalidade acima de 50%.
201
5. (UEL-PR) Modular a solubilidade de fármacos é importante Com base nessas informações, responda aos itens a seguir.
para estabelecer a forma como o medicamento é utilizado. a) Justifique, com base nos fatores estruturais, a diferença
O cloranfenicol é um antibiótico que, apesar de ter em sua de solubilidade em água dos compostos A e B em relação
estrutura dois grupos funcionais hidroxila, é pouco solúvel ao cloranfenicol.
em água. Sua baixa solubilidade impossibilita o uso intrave-
b) Identifique os produtos que são obtidos a partir da reação
noso, no entanto, é suficiente para que se perceba o gosto
de hidrólise do composto A.
amargo no uso oral, tornando difícil sua aceitação por crian-
ças. Para resolver esses problemas, foram desenvolvidos
dois compostos, A e B, sendo um deles mais solúvel em água a) Em relação do cloranfenicol, o composto A é mais solúvel
que o cloranfenicol e, o outro, menos solúvel. Esses compos- em água devido à presença de um grupo iônico que se
tos são hidrolisados no nosso organismo por ação de enzi- dissocia e acrescenta forças do tipo íon-dipolo às intera-
mas, formando o cloranfenicol, o princípio ativo. ções dipolo-dipolo e ligação de hidrogênio, existentes en-
tre a água e o cloranfenicol. O composto B, no entanto, é
As estruturas químicas do cloranfenicol, de A e de B, estão
menos solúvel em água do que o cloranfenicol pela pre-
representadas a seguir.
sença de uma cadeia carbônica longa apolar, que diminui
a intensidade das interações entre o composto e a água,
molécula polar.
OH
O O
HN CHC,2 HO
O 2N
O
REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO E
Unidade
2 METABOLISMO CELULAR
202
nas seções Ciência, tecnologia e sociedade, cujo intuito é contex- Sugere-se que essa unidade seja conduzida prioritariamen-
tualizar os conceitos, aproximando-os do cotidiano. As seções te pelo professor de Biologia; no entanto, considere a partici-
Ciência tem história e Ciência se discute conduzem a reflexões pação do professor de Química, ao desenvolver os conteúdos
sobre o papel do contexto histórico e sobre o dinamismo do fa- do capítulo 1.
zer científico. Ao final da unidade, a seção Estudo de caso pro-
põe uma situação-problema a fim de promover o engajamen-
to e o trabalho colaborativo na interpretação do problema e na
busca por solucioná-lo.
JUSTIFICATIVA
Assim, a unidade desenvolve as competências gerais da Edu- O reconhecimento das reações químicas de oxirredução é
cação Básica CGEB1 (valorizar o conhecimento historicamente importante dadas as aplicações práticas desses processos em
construído), CGEB2 (exercitar a curiosidade intelectual, recorrer diversas áreas, da metalurgia à farmacologia, e dado seu papel
à abordagem própria das ciências para investigar causas, ela- essencial à manutenção da vida, como no metabolismo celular
borar e testar hipóteses e resolver problemas), CGEB4 (utilizar e na geração de energia por meio de fotossíntese e quimiossín-
a linguagem matemática e científica para se expressar e parti- tese. Dominar determinados conteúdos acerca do material ge-
lhar informações, experiências e ideias) e CGEB7(argumentação nético é relevante para os alunos, pois, desde a descoberta do
com base em dados, fatos e informações confiáveis). Também DNA, a genética molecular tem se tornado um campo fértil em
são desenvolvidas competências e habilidades específicas das pesquisas científicas e terapias voltadas ao bem-estar e à saú-
áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. de dos seres humanos.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
Sugere-se que a unidade seja abordada em um bimestre, demandando cerca de 72 aulas. Contudo, avalie se essa duração é a
melhor para a sua turma, adequando-a conforme a necessidade.
QUANTIDADE
CAPÍTULO ABORDAGEM
DE AULAS
Aulas 1 e 2: Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre reações de oxirredução e
metabolismo celular e contextualização do tema a ser estudado.
Aulas 3 a 5: Reações de oxirredução e transferência de elétrons.
Aulas 6 a 16: Eletronegatividade e número de oxidação, reações redox e regras para determinação
1 do Nox.
Contando 30
Aulas 17 e 18: Práticas de Ciências – Por que o ferro enferruja?
elétrons
Aulas 19 a 25: Balanceamento de equações de oxirredução.
Aula 26: Ciência, tecnologia e sociedade – Substância encontrada em frutas atua contra picadas de
jararaca.
Aulas 27 a 30: Atividades.
203
QUANTIDADE
CAPÍTULO ABORDAGEM
DE AULAS
Aula 1: Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre metabolismo celular e introdu-
ção ao tema.
Aulas 2 a 6: Metabolismo e energia.
Aulas 7 a 11: Respiração celular aeróbia e processos anaeróbios de obtenção de energia.
2 Aulas 12 a 19: Fotossíntese.
Metabolismo 35 Aulas 20 e 21: Ciência tem história – Joseph Priestley e a fotossíntese.
celular Aula 22: Quimiossíntese.
Aulas 23 e 24: O DNA e o metabolismo; Ciência se discute – Desvendando o DNA.
Aulas 25 a 30: Síntese de proteínas.
Aula 31: Práticas de Ciências – Como as células fazem a regulação gênica?
Aulas 32 a 35: Atividades.
Fechamento Aulas 1 a 3: Estudo de caso – Mudanças de paradigma na ciência: o exemplo da produção de ATP.
7
da unidade Aulas 4 a 7: Questões globais.
2. Resposta variável. A compreensão dos processos químicos • Enfatize que, em uma reação de oxirredução, um reagente
de geração de energia pode aumentar o interesse dos alunos transfere elétrons para o outro. Agente redutor é aquele
pelo assunto, além de trabalhar o pensamento e linguagens que fornece elétrons, e agente oxidante, o que recebe elé-
científicas, como o desenvolvimento de cálculos matemáticos trons. Antes de descrever o processo das imagens dessa
e balanceamento de reações. A transformação de energia é página, questione os alunos sobre o que poderia estar
um tópico relevante para a engenharia e o desenvolvimento ocorrendo.
de equipamentos que facilitam nosso dia a dia. • Você pode utilizar a própria reação presente na página ou
3. Resposta pessoal. Se julgar oportuno, abra uma roda de con- outra reação simples para facilitar a visualização da transfe-
versa e exponha algumas das possibilidades de trabalho rência de elétrons, como as reações de formação de NaCº ou
profissional na área de química. Questione os alunos se eles HCº a partir de suas respectivas substâncias simples (2 Na 1
conhecem pessoas que trabalham nessas áreas e qual a opi- 1 Cº2 é 2 NaCº; H2 1 Cº2 é 2 HCº).
nião deles sobre a profissão. • Após apresentar o conceito de Nox, comente sobre a reco-
mendação de manter as garrafas de vinho bem vedadas.
CAPÍTULO 1 CONTANDO ELÉTRONS A seguir, apresente-lhes a reação química de transforma-
ção de etanol em ácido acético na presença de gás
(PÁGINA 76)
oxigênio e verifique qual seria a classificação dada por
eles a essa reação. Se julgar válido, exercite com os alu-
Reações de oxirredução (página 76) nos algumas combinações entre os elementos químicos
• As questões da abertura do capítulo podem ser utilizadas e seus respectivos Nox utilizando a tabela apresentada
como levantamento de conhecimentos prévios dos alunos, na página.
204
Eletronegatividade e número de o boxe como atividade de pesquisa, sugerindo aos alunos
oxidação (página 78) que analisem a reação de oxirredução.
• Antes de iniciar a discussão desse tópico, utilize o boxe De Práticas de Ciências – Por que o ferro
olho no conceito para revisar com os alunos a variação da
eletronegatividade indicada na Tabela Periódica.
enferruja? (página 81)
• Evidencie que o número de oxidação está diretamente rela- • Essa seção trabalha a competência específica CECNTEM3 e
cionado ao conceito de eletronegatividade, que determina a a habilidade EM13CNT301, pois desenvolve nos alunos a
polarização da ligação química e, consequentemente, os áto- capacidade de construir questões, elaborar hipóteses, inter-
mos com carga parcial negativa e positiva. pretar modelos e justificar conclusões, bem como interpretar
resultados e realizar previsões em atividades experimentais
• Explore com os alunos a imagem da página e comente sobre sobre fenômenos naturais.
as diferenças entre a distribuição eletrônica.
• Se necessário, solicite aos alunos que providenciem os ma-
Reações redox (página 79) teriais para a prática.
• Nesse momento, é importante que os alunos compreendam • Na etapa 2 do tópico “Como fazer”, estimule os alunos a ser
que a reação de oxirredução depende da ocorrência conjun- criativos no momento de escolha, lembrando que é interes-
ta dos processos de oxidação e redução. sante selecionar também alguns materiais que podem (ou
não) reagir com o prego, como água pura, água com sal, óleo,
• Se julgar oportuno, reescreva na lousa a reação do ácido acé- vinagre ou outro líquido, que podem ser colocados em um
tico mostrada na página e, com os alunos, identifique os áto-
copo (o prego deve ser deixado imerso no líquido) e que ge-
mos que sofreram mudança de Nox, assim como o agente
ram dados importantes para a análise final. É desejável que,
oxidante e o agente redutor.
na turma, não haja repetição de locais escolhidos – por exem-
• O trabalho com o texto “A descoberta do oxigênio”, no boxe plo, se um aluno escolheu deixar o prego dentro da geladei-
Ciência de discute (p. 79), possibilita desenvolver com os alu- ra, evite que outro faça o mesmo.
nos a competência geral CGEB1, ao valorizar os conhecimen-
tos historicamente construídos sobre os mundos físico, social • Você também pode fazer parte do experimento, levando con-
sigo um prego para casa. É interessante que o professor dis-
e cultural. Organize os alunos em duplas ou em trios para a
ponha de vários pregos em vários ambientes químicos, para
leitura do texto. Em seguida, utilize a questão para discutir
poder apresentar os resultados caso não apareçam nas pro-
com eles sobre a controvérsia da descoberta do gás oxigênio.
postas dos alunos, ou até mesmo para comparar com os re-
• A compreensão de uma descoberta científica envolve conhe- sultados observados e testados pelos alunos.
cer o contexto social, político e econômico da época. Por isso,
se julgar oportuno, reúna-se com o professor de História e/ • Você pode utilizar as questões dessa seção para realizar uma
avaliação formativa, a fim de verificar o aprendizado dos con-
ou de Sociologia para propor uma atividade conjunta sobre
ceitos trabalhados neste capítulo.
o período e o local em que ocorreu a descoberta do gás oxi-
gênio. O trabalho pode partir de questões problemas como: • Se necessário, elabore na lousa e junto com os alunos as res-
Por que todos os cientistas citados eram homens?; Eram re- postas aos itens a e b da questão 2.
presentantes de que classe social?; Por que só são mencio-
nados europeus?, entre outras questões. Balanceamento de equações de
• É importante deixar claro que as controvérsias na ciência são al- oxirredução (páginas 82 e 83)
go comum e que as descobertas podem ser o resultado de um
trabalho individual ou de um trabalho conjunto e compartilhado, • Se necessário, retome com os alunos o conceito e a aplicação
das regras para a determinação do Nox (p. 80) para a obten-
pois vários cientistas, em diferentes lugares do mundo, podem
ção do Nox médio dos elementos. Assim, em uma reação de
se interessar sobre um mesmo assunto e chegar a resultados
oxirredução envolvendo compostos orgânicos, por exemplo,
parecidos. Por exemplo, a teoria da evolução biológica baseada
nos quais o Nox dos átomos de carbono é geralmente distin-
na seleção natural elaborada por Charles Darwin e Alfred Russel
to, não é necessário determinar sua variação para cada áto-
Wallace apresentava muitas semelhanças, embora eles tenham
mo, já que a variação do Nox médio é suficiente para manter
desenvolvido suas ideias de modo independente.
o controle sobre o número de elétrons.
Regras para determinação do • É importante destacar que o balanceamento de equações mais
Nox (página 80) complexas depende da compreensão de que: 1) o número de
elétrons cedidos no processo de oxidação deve ser igual ao dos
• A correta determinação do Nox de cada átomo é fundamen- recebidos no processo de redução; 2) a variação do Nox permi-
tal para a identificação do agente redutor e do agente oxi- te verificar o número de elétrons envolvidos. Para equações
dante e para o balanceamento da reação de oxirredução. mais simples pode-se recorrer ao método de tentativa e erro.
• Se julgar necessário, associe o conceito de Nox a cada uma • O texto “A química dos airbags”, do boxe na página 82, mos-
das regras de determinação apresentadas, reescrevendo os tra como o balanceamento de reações se aplica em um equi-
exemplos na lousa. Incentive também o raciocínio com base pamento capaz de salvar vidas em um acidente de carro.
na diferença de eletronegatividade dos átomos. Trata-se de Esse aspecto tem relação com a competência específica
um procedimento mais eficiente do que a simples memori- CECNTEM1 ao levar os alunos a analisar fenômenos naturais
zação e que permite uma compreensão mais efetiva da ge- e processos tecnológicos com base nas interações entre ma-
neralização do Nox das substâncias simples e do Nox do téria e energia. Promove também a habilidade EM13CNT101,
oxigênio nas substâncias compostas. por meio da análise de sistemas que envolvem matéria e
• Aproveite a atividade proposta no boxe Roteiro para contex- energia, bem como seus comportamentos em situações co-
tualizar as reações de oxirredução. Você pode também usar tidianas e produtos voltados à preservação da vida.
205
• Destaque que as equações químicas representam a reação to 41 explora a oxidação dos álcoois, conteúdo trabalhado
que leva à rápida formação de grandes quantidades de gás neste capítulo.
nitrogênio a partir de reagentes sólidos (e, portanto, compac-
tos). Além disso, o gás gerado é responsável por inflar o
airbag no momento da colisão. Se julgar válido, antes da lei- TEXTO COMPLEMENTAR
tura do texto do boxe, reescreva a equação desbalanceada
na lousa e proponha aos alunos que, em duplas, realizem o
balanceamento da equação. O EDTA como conservante
• O texto “Consumo de castanha-do-brasil pode melhorar função As quantidades-traço de íons metálicos podem catalisar
cognitiva”, do boxe Ação e cidadania (p. 82), destaca uma pes- efetivamente a oxidação pelo ar de muitos componentes pre-
quisa sobre a capacidade de certos antioxidantes presentes na sentes em comidas e amostras biológicas (por exemplo, as
castanha-do-brasil de combater radicais livres. Assim, é possível proteínas no sangue). Para prevenir essas reações de oxida-
mostrar aos alunos como o conhecimento conceitual relaciona- ção, é importante desativar ou mesmo remover as quantida-
do às reações de oxirredução é aplicado na busca por soluções des-traço desses íons metálicos. Nos alimentos processados,
de problemas do cotidiano. Aproveite para discutir o papel das as quantidades-traço dos íons metálicos surgem como resul-
pesquisas científicas para a melhoria da qualidade de vida dos tado do contato com vários recipientes metálicos (tachos e
idosos. Se julgar necessário, discuta a importância de uma die- tonéis) durante os estágios de processamento. O EDTA [áci-
ta saudável na redução de doenças relacionadas à senilidade. do etilenodiamino tetra acético] é um excelente conservante
O boxe também desenvolve nos alunos a competência geral
de alimentos e um ingrediente comum de produtos alimen-
CGEB9, ao exercitar a empatia e promover o respeito ao outro.
tícios comerciais como maionese, molho de saladas e óleos.
Além disso, trata de um dos temas contemporâneos transver-
Quando é adicionado aos alimentos, o EDTA se liga tão fir-
sais: a promoção da cidadania pela compreensão do processo
memente à maioria dos íons metálicos que estes são incapa-
de envelhecimento, pelo respeito e pela valorização do idoso
zes de catalisar a reação de oxidação pelo ar. O EDTA e outros
(Lei n. 10 741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso).
agentes quelantes semelhantes são frequentemente chama-
• Para facilitar a compreensão sobre o método para balancea- dos agentes sequestrantes em virtude de sua habilidade em
mento de equações de oxirredução (p. 83), os pontos a seguir
remover ou desativar íons metálicos. Além do EDTA, alguns
devem ser considerados:
outros agentes sequestrantes comuns são os sais de ácido
• Identificar as espécies que sofreram oxidação e redução cítrico e ácido fosfórico. Esses agentes podem proteger da
por meio do Nox. oxidação pelo ar as cadeias insaturadas dos triglicerídeos e
• Atentar para o fato de que o DNox indica a variação do “nú- outros componentes. Essas reações de oxidação são respon-
mero de elétrons” para apenas um átomo, motivo pelo sáveis por tornar óleos e gorduras rançosos. Os agentes se-
qual é necessário realizar ajustes de acordo com a atomi- questrantes também são adicionados para prevenir a oxida-
cidade de cada espécie. Enfatize que a resolução de exer- ção de compostos facilmente oxidáveis, como o ácido
cícios é essencial para a efetiva aprendizagem. ascórbico.
206
com hidróxido de sódio diluído e frio, escreva a equação balan- 3. Observe se os alunos conhecem a ligação iônica, a ligação
ceada, indique variações de Nox, agentes oxidante e agente re- covalente e a ligação metálica. Ligações químicas estão re-
dutor para essa reação. (Reagentes: Cº2 (g); NaOH (aq). Produtos: lacionadas à estabilidade dos elétrons, originando compos-
NaOCº (aq); NaCº (aq); H2O (º)) tos com diferentes características. Convém discutir
R.: Cº2 (g) 1 NaOH (aq) é NaOCº (aq) 1 NaCº (aq) 1 H2O (º) sucintamente a natureza dos átomos envolvidos em cada
tipo de ligação, visto que essa natureza é a que define como
Esse processo é chamado de auto-oxirredução, pois a mes-
os átomos ou íons vão interagir.
ma substância, no caso o Cº2, sofre oxidação e redução. Um
dos seus átomos oxida, com o Nox aumentando de 0 para
+1 na formação do NaOCº. O outro átomo reduz, com o Nox
Roteiro (página 78)
diminuindo de 0 para -1 na formação do NaCº. Portanto, o 1. Significa que essa substância não apresenta excesso ou fal-
Cº2 atua como redutor e oxidante nessa reação. ta de elétrons nos seus átomos.
Orientações
Ciência se discute – A descoberta do oxigênio
• Caso julgue oportuno, proponha uma prática de observação (página 79)
em sala de aula, colocando tecidos escuros em contato com 1. Não é possível afirmar que Lavoisier foi o autor exclusivo da
água sanitária. Essa prática é um bom exemplo para ilustrar descoberta do oxigênio, pois Priestley e Scheele também
visualmente um processo de oxidação. observaram a formação desse gás durante seus experimentos.
• Retome a questão que dá título a esta atividade, perguntan- Além disso, o próprio Lavoisier partiu dos experimentos reali-
do aos alunos se eles identificaram a razão de a água sani- zados por Priestley para estudar o óxido de mercúrio. Essa ques-
tária descolorir os tecidos. tão coloca em evidência a natureza colaborativa da construção
• Informe a eles que, por ser um poderoso agente oxidante, o do conhecimento científico. Estimule os alunos a refletir sobre
hipoclorito de sódio é capaz de promover oxidação das subs- como essa cooperação é positiva para a humanidade.
tâncias responsáveis pela coloração dos tecidos (corantes).
Se você acidentalmente pingar alvejante com cloro em uma Roteiro (página 80)
calça jeans, por exemplo, verá a eficácia do alvejante como 2. No caso do escurecimento da maçã, o gás oxigênio atua oxi-
agente oxidante. dando compostos orgânicos presentes na polpa da maçã, ge-
rando substâncias que apresentam coloração escura. Assim, o
SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO gás oxigênio é considerado o agente oxidante, enquanto esses
compostos da maçã são agentes redutores. O ácido cítrico in-
• A seção Atividades pode ser utilizada como avaliação forma- terfere nessa reação, impedindo a oxidação dos compostos da
tiva a fim de se identificar os pontos frágeis sobre a aprendi- polpa da maçã. Nesse caso, ele sofre oxidação e é, portanto, o
zagem dos conceitos abordados. agente redutor do processo. Essa é uma das razões que permi-
• A construção de mapas conceituais também é eficiente, tanto tem que o ácido cítrico seja classificado como substância antio-
como método de síntese pelos alunos quanto como ferramen- xidante e utilizado como conservante de alimentos.
ta de avaliação formativa. Se necessário, você pode acessar o
artigo “Construindo mapas conceituais”, de Romero Tavares, Práticas de Ciências – Por que o ferro
publicado na revista Ciências & Cognição (Rio de Janeiro, v. 12,
enferruja? (página 81)
dez. 2007), disponível em http://www.cienciasecognicao.org/
pdf/v12/m347187.pdf (acesso em: 12 maio 2020), para obter 1. A resposta dessa questão vai depender das amostras que os
dicas e instruções sobre a elaboração de mapas conceituais. alunos trouxeram. Espera-se que o prego que menos enfer-
rujou tenha sido deixado em um local com baixa umidade,
• A realização de práticas experimentais disponíveis no livro in- ou fora do contato com água, e em condições de baixa con-
dicado na seção Fonte complementar (p. 206 deste manual)
centração de oxigênio, se for possível. O prego que mais en-
também pode ser uma forma de avaliação útil para retomar
ferrujou deve ter ficado em um ambiente bastante úmido. A
conceitos mal compreendidos, além de reforçar competências
intenção é que os alunos percebam como algumas condições
e habilidades trabalhadas ao longo do capítulo.
afetam a reação química da formação da ferrugem e outras
não. Esse experimento permite profundas discussões sobre
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS o método científico, visto que, muitas vezes, não são explo-
SOBRE AS ATIVIDADES radas as condições que permitem excluir determinada hipó-
tese. Permita que os alunos se organizem em grupos ou faça
Para começar (página 76) uma discussão coletiva, de modo que cada um expresse algo
1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos associem o termo que observou com os resultados. Espera-se que os alunos
oxidação a fenômenos observáveis no cotidiano, como a for- elaborem hipóteses sobre as condições favoráveis e desfa-
mação de ferrugem, o escurecimento de frutas, entre outros. voráveis para a ocorrência da oxidação do ferro, dependendo
No entanto, não se espera que eles tenham conhecimento so- do objetivo de cada um, seja promover a rápida e intensa oxi-
bre a transferência de elétrons envolvida nesse tipo de reação. dação do ferro, seja evitá-la. Eles podem ter como base ob-
2. Íons são átomos que perderam ou ganharam elétrons. Os servações prévias ou situações que passaram ao longo da
íons são classificados como ânions, caso o átomo original vida. Algumas das condições que os alunos costumam ex-
tenha recebido um ou mais elétrons, ficando negativamente plorar são umidade, luminosidade e temperatura.
carregado, e como cátions, quando o átomo original perdeu 2. a) Espera-se que os alunos concluam, com base nas obser-
um ou mais elétrons, tornando-se positivamente carregado. vações e discussões com os colegas, que, para ocorrer a
A diferença de átomo e íon para alguns alunos pode ser su- corrosão do ferro, é necessária a presença de oxigênio e
til. Essa questão pode auxiliar a reforçar essas definições. de água.
207
b) Fe2O3 ? x H2O. Os alunos devem utilizar seus conhecimen- 3. a) S Nox 5 0; SO2 Nox 5 14; SO3 Nox 5 16; H2SO4 Nox 5
tos sobre compostos orgânicos para elaborar a fórmula 16.
do óxido de ferro II. No entanto, você pode auxiliá-los a
representar o “hidratado” na fórmula química. Nox x
Ilustrações: ID/BR
Ciência, tecnologia e sociedade – Substância
O O 14 22
encontrada em fruta atua contra picadas de oxidação
jararaca (página 84) redução
1. Segundo a pesquisa apresentada no texto, a rutina tem Etapa II:
o poder de inibir a enzima PDI, que controla o fator tissu-
lar, evitando a coagulação sanguínea e possíveis trombo- 2 SO2 1 O2 é SO3
ses que danificariam os tecidos.
14 O 16 2
2
2. “[…] ao colocarem veneno de jararaca em presença de uma
oxidação
solução com rutina, foi constatado um efeito benéfico con- redução
tra o estresse oxidativo […]”.
3. Os estudantes podem responder que, apesar dos bene-
Sempre que possível, busque recordar com os alunos con-
fícios apresentados, a ciência não é uma fonte de verda-
ceitos já abordados.
des absolutas e a incerteza faz parte do fazer científico.
Aproveite essa questão para retomar com os estudantes os
Além disso, a ciência está em constante mudança: con-
conteúdos de ácido e base, solicitando-lhes que citem algumas
forme novos estudos vão surgindo, ideias podem ser
aprimoradas, abandonadas ou substituídas por uma no- diferenças e semelhanças entre ácidos e bases, por exemplo.
va ideia. 4. a)
Nox 11 x
Atividades (página 85 a 87)
H2 S
2. É uma reação que envolve transferência de elétrons entre
duas espécies. Carga total 12 1x 50
Se julgar oportuno, componha, na lousa e coletivamente,
exemplos de transferência de elétrons. Esses exemplos po- 21x50
dem ser úteis para consolidar o aprendizado sobre o tema. x 5 22
208
b) d) S 5 14; O 5 22
Nox 11 x 22 Nox 14 22
H3 P O4 S O2
Carga total 13 1x 28 50 Carga total 14 24 50
Carga total x 24 50 K3 P O4
Carga total 13 15 28 50
x2450
x514 Se julgar oportuno, pergunte aos alunos se eles conhecem a
aplicação, no cotidiano, de algum dos compostos químicos des-
e)
sa questão. Exemplifique com o NaHCO3 (bicarbonato de sódio),
Nox x 22 que é uma substância que está presente em extintores de pó
N O3 - químico seco e em fermentos químicos, pois em sua decompo-
sição ocorre a liberação de CO2 que faz a massa a “crescer”.
Carga total x 26 521
6. Alternativas a e c.
x 2 6 5 21 Na alternativa a, o Nox do cobre varia de 0 no Cu para 12 no
CuSO4, enquanto o Nox do enxofre varia de 16 no H2SO4 pa-
x515
ra 14 no SO2. Em c, o Nox do cloro varia de 21 no HCº para 0
Comente com os alunos sobre a importância do nitrogênio e no Cº2, e o Nox do Mn varia de 14 no MnO2 para 12 no MnCº2.
do fósforo para as plantas. Por exemplo, o fósforo presente Explique aos alunos que, nas reações de transferência de elé-
nas plantas está envolvido nas reações que geram energia trons, ocorrem variações de Nox de átomos dos elementos
para o organismo, tema que será abordado no capítulo seguin- envolvidos no processo. Aqui também, se oportuno, refaça
te. Comente, brevemente com a turma, que durante o fluxo de com os alunos as reações na lousa, para reforçar a compreen-
elétrons na cadeia de transporte de elétrons, da mitocôndria são do assunto.
e cloroplasto, a energia livre é associada com a oxidação dos 7. A eletronegatividade é uma medida relativa da tendência que
componentes da cadeia e é convertida na forma de ATP. um núcleo tem de atrair o par de elétrons envolvido em uma
5. a) H 5 11; O 5 21 ligação química. Quanto mais eletronegativo for um átomo,
maior será sua tendência a ficar com o par de elétrons no caso
da quebra de uma ligação em um agregado atômico. No HCº, o
Nox 11 21
Nox do H é 11, e o do Cº, 21, pois, sendo mais eletronegativo,
H2 O2 o cloro tende a ficar com o par de elétrons envolvido na ligação,
Carga total 12 22 50 caso esta seja quebrada. Utilize a Tabela Periódica dos elemen-
tos para comparar a eletronegatividade de alguns elementos
b) Na 5 11; O 5 22 com os alunos, visto que essa é uma propriedade periódica.
8.
Nox 11 22
Nox x
Na2 O
S8
Carga total 12 22 50
Carga total x 50
c) Ca 5 12; O 5 22 x50
Nox 12 22 Nox 11 x
Ca O H2 S
Carga total 12 22 50 Carga total 12 1x 50
209
21x50 • Determinar o Nox das espécies envolvidas na reação e as
x522 espécies que sofrem redução e oxidação.
Nox Mn em KMnO4 5 17
Nox x 22
Nox Mn em MnCº2 5 12
S O2
Nox Cº em HCº 5 21
Carga total x 24 50 Nox em Cº2 5 0
210
Portanto, o oxigênio sofre redução, e o carbono sofre oxi- Equiparação pela Equiparação
dação. Elemento quantidade eletrônica de acordo
• Determinar a variação do número de oxidação para as es- maior de elétrons com a atomicidade
pécies envolvidas na reação de oxirredução: Cu 3 Cu é 6 elétrons 3 Cu é 6 elétrons
Oxigênio: DNox 5 2 N 2 N é 6 elétrons 2 N é 6 elétrons
Carbono: DNox 5 2
Assim, o coeficiente do Cu será 3; o do Cu(NO3)2 , 3; o
• Equiparar as espécies pela quantidade de elétrons rece- do NO, 2; e o do HNO3 , inicialmente, 2.
bidos/perdidos: 3 Cu(s) 1 2 HNO3(concentrado) é 3 Cu(NO3)2(aq) 1
1 2 NO(g) 1 H2O(º)
Equiparação pela Equiparação
Elemento quantidade maior eletrônica de acordo • Balancear o restante da equação por tentativa:
de elétrons com a atomicidade 3 Cu(s) 1 8 HNO3(concentrado) é 3 Cu(NO3)2(aq) 1
O 1 O é 2 elétrons 2 O é 4 elétrons 1 2 NO(g) 1 4 H2O(º)
211
• Determinar o Nox das espécies envolvidas na reação e as natureza de suas ligações químicas e suas propriedades
espécies que sofrem redução e oxidação. físicas.
Nox Cr em Cr2O722 5 16 17. Alternativa d. Na reação em questão, o ferro sofre oxidação
Nox Br em Br2 5 21 e o oxigênio sofre redução, ambos com DNox 5 2, ou seja,
o ferro perde 2 elétrons, e o oxigênio ganha 2 elétrons. Na
Nox Cr em Cr31 5 13
molécula de H2S não há átomos que sofrem redução ou
Nox Br em Br2 5 0 oxidação.
Portanto, o crômio sofre redução e o bromo sofre oxi- A presença de ânions sulfeto nessa reação entre ferro e oxi-
dação. gênio permite a identificação do cátion Fe21 devido à forma-
• Determinar a variação do número de oxidação para as es- ção de um composto insolúvel, o sulfeto de ferro II.
pécies envolvidas na reação de oxirredução:
Crômio: DNox 5 3 CAPÍTULO 2 METABOLISMO CELULAR
Bromo: DNox 5 1 (PÁGINA 88)
• Equiparar as espécies pela quantidade de elétrons
• Este capítulo promove as competências específicas
recebidos/perdidos: CECNTEM1 e CECNTEM2 ao levar os alunos a perceber que,
apesar de os seres vivos serem muito diferentes macrosco-
Equiparação pela Equiparação
Elemento quantidade eletrônica de acordo picamente, existe muita semelhança molecular entre eles. As
maior de elétrons com a atomicidade perguntas introdutórias têm como objetivo identificar o co-
nhecimento dos estudantes a respeito das principais biomo-
Cr 1 Cr é 3 elétrons 2 Cr é 6 elétrons léculas encontradas em tecidos e células (ácidos nucleicos,
Br 3 Br é 3 elétrons 6 Br é 6 elétrons proteínas, carboidratos e lipídios) e suas funções específicas,
tais como as funções de reserva energética, estrutural, regu-
Assim, o coeficiente do Cr2O722 será 1; o do Br2, 6; ladora e de hereditariedade.
o do Cr31, 2; e o do Br2, 3.
1 Cr2O 722(aq) 1 6 Br2(aq) 1 H1(aq) é 2 Cr31(aq) 1 Metabolismo e energia (página 88)
1 3 Br2(º) 1 H2O(º)
• Como estratégia para o levantamento do conhecimento pré-
• Balancear o restante da equação por tentativa: vio dos alunos, apresente-lhes imagens esquemáticas de
Cr2O 722(aq) 1 6 Br2(aq) 1 14 H1(aq) é 2 Cr31(aq) 1 partes de diferentes células, tais como membrana plasmáti-
1 3 Br2(º) 1 7 H2O(º) ca, núcleo e mitocôndrias. Em seguida, com auxílio deles,
identifique os fosfolipídios e as proteínas nas membranas da
Professor, essa questão exige que os alunos elaborem
célula (controle de entrada e saída de substâncias), o ácido
uma equação com base no texto, utilizando seus conhe-
nucleico contido no núcleo (hereditariedade), a glicose a ser
cimentos sobre nomenclatura de compostos iônicos. É
utilizada na mitocôndria (fonte de energia), entre outros
uma boa oportunidade para rever esses conceitos. Pode
exemplos.
ser que eles tenham problemas para interpretar o que
significa “meio ácido” em uma equação química, ou seja, • As representações esquemáticas das etapas dos processos
a presença de íons H1 no reagente. Portanto, auxilie-os a metabólicos apresentados neste capítulo constituem um re-
fazer essa transposição. curso valioso para sua compreensão como um fluxo contínuo.
Além disso, facilitam a visualização e o entendimento das
16. a) ideias gerais sobre esses processos e poderão ser usadas
Nox 13 22 como um guia para a sistematização e a recuperação dos
conceitos a eles relacionados.
Fe2 O3
• Os diversos conceitos relacionados ao metabolismo celular
podem ser mais bem compreendidos quando trabalhados de
Nox 12 22
forma interdisciplinar. Assim, um planejamento conjunto com
C O os professores de Física, Química e Educação Física pode ga-
rantir um aprendizado mais efetivo deste capítulo.
Nox 0 • Não raro, os alunos desenvolvem a concepção vitalista equi-
Fe vocada de que a energia dos seres vivos é diferente da ener-
gia mecânica ou da energia liberada em reações químicas.
Nox 14 22 Por isso, é importante evidenciar que a energia dos proces-
sos biológicos está relacionada a processos físicos e quími-
C O2 cos que ocorrem dentro das células.
• O conceito de energia é de difícil assimilação, em especial por
b) Oxidação: C causa do senso comum que a relaciona à força ou a combus-
tível. O trabalho conjunto com o professor de Física pode fa-
Redução: Fe
cilitar tanto a compreensão de energia como a capacidade
c) Como o Fe e o C sofreram, respectivamente, redução e oxi- de realizar trabalho como a identificação dos processos de
dação, o óxido de ferro II é o agente oxidante e o monóxi- transformação de um tipo de energia em outro. Esse conhe-
do de carbono é o agente redutor. cimento integrado facilitará a compreensão de que os seres
O contexto dessa reação química é oportuno para discutir vivos participam de processos de transformação de energia
a diferença entre minério de ferro e ferro metálico, a (metabolismo celular).
212
• Essencialmente relacionado à Química é o estudo das rea- atividades básicas das células, ou seja, na manutenção do
ções energéticas celulares, cuja compreensão será mais efe- metabolismo basal.
tiva com noções prévias, como as que foram trabalhadas no
capítulo 1 e que estão relacionadas às transformações de
energia que ocorrem nas reações de oxirredução.
Respiração celular aeróbia (páginas 92 a 95)
• Aproveite o tema respiração celular aeróbia para reforçar a no-
Metabolismo (página 89) ção de que as funções realizadas pelas diversas organelas de
• O estudo do conjunto de reações anabólicas e catabólicas de uma célula compõem um todo integrado. Assim, a ênfase dada
uma célula pode ser explorado pela compreensão dos vários à mitocôndria e à sua função no metabolismo celular deve ser
tipos de reação envolvidos no metabolismo celular. Cite aque- sempre associada às demais funções e atividades celulares.
les que já são de domínio dos alunos, como as reações oxi- • Não é necessário que os alunos memorizem as diversas rea-
dorredução, e apresente-lhes outros exemplos: reações de ções e equações das vias metabólicas da respiração celular.
ligação (formam ligações covalentes por meio da hidrólise Deve-se enfatizar o entendimento dos processos como um
de um ATP); isomerização (os átomos são rearrumados, for- todo – ou seja, o conhecimento dos reagentes e produtos e
mando isômeros); transferência de grupamentos (um grupo das funções que desempenham – e a identificação de que
funcional é transferido de uma molécula para outra); hidróli- esses processos são subdivididos em etapas.
se (quebra de ligações pela adição de água); e adição ou re- • Comente com a turma que muitas enzimas requerem com-
moção de grupos funcionais (grupos funcionais são ponentes químicos não proteicos para exercer sua função,
adicionados ou retirados da molécula, transformando-a). os quais podem ser, por exemplo, uma molécula orgânica
• Discuta com os alunos a importância das proteínas, molécu- denominada coenzima ou componentes inorgânicos como
las que participam da estrutura das células e que, entre ou- íons, tais como Fe21, Mg21, Mn21 ou Zn21. Algumas enzimas
tras funções, catalisam reações químicas. Explore o conceito requerem ambos os tipos (uma coenzima e um ou mais íons
de enzima (presente no boxe De olho no conceito) e enfatize metálicos) para sua atividade. Assim, como ferramenta es-
a importância das enzimas como aceleradoras de reações tratégica de contextualização, além de valorizar o consumo
químicas específicas, regulando o metabolismo celular. Essas de vitaminas e sais minerais, proponha aos alunos uma pes-
ideias serão fundamentais para o estudo do capítulo. quisa com foco nas vitaminas do complexo B e suas coenzi-
mas participantes. Você pode sugerir a eles a consulta ao
• Explore também exemplos de enzimas que atuam nos pro- conteúdo educacional da Universidade Federal do Rio Gran-
cessos metabólicos celulares e que poderão ser mencionadas
de do Sul, disponível em: https://www.ufrgs.br/vitaminas-b/
ao longo do capítulo: oxidorredutases – catalisam reações de
index.php (acesso em: 12 maio 2020).
oxidorredução; transferases – transferem uma molécula e
adicionam outra; hidrolases – fazem reagir determinado subs- • Um ponto fundamental para a compreensão da sequência
trato com a água; liases – participam de quebras moleculares; de reações químicas envolvidas na respiração celular está no
isomerases – transformam um isômero em outro; ligases – entendimento de que a energia necessária para a fosforila-
fazem reagir dois substratos, formando um único produto. ção do ATP é gerada pela diferença entre as concentrações
de íons H1 no interior da membrana e na matriz mitocondrial.
Reações de oxirredução e Assim, é imprescindível que os alunos conheçam a estrutura
metabolismo (páginas 90 e 91) básica do átomo de hidrogênio e saibam que ele pode ser
ionizado por meio da liberação do íon H1. Essas noções serão
• Os processos de oxidação e redução fazem parte das princi- retomadas e aprofundadas na seção Estudo de caso.
pais classes de reações químicas comuns no cotidiano. Eles
estão presentes em situações fundamentais para o processo • A habilidade EM13CNT301 é desenvolvida com a realização da
atividade do boxe Roteiro (p. 95), uma vez que essa atividade
evolutivo da tecnologia, como a produção de energia elétrica.
estimula os estudantes a combinar e a interpretar as reações
Muitas reações, como a combustão, a corrosão, a extração de
anabólicas e catabólicas de cada etapa do metabolismo celular
metais de minério, entre outras, podem parecer diferentes,
aeróbio, e a apresentar seus produtos em uma única e simpli-
mas, sob a óptica da Química, percebe-se que elas são exem-
ficada tabela. Essa tabela deve sumarizar os conceitos apren-
plos de um mesmo tipo de processo.
didos, além de permitir visualizar o rendimento energético da
• O boxe Roteiro (p. 90) desenvolve a habilidade EM13CNT202 respiração celular aeróbia. Considere usar essa tabela como es-
ao possibilitar que os alunos percebam que o metabolismo dos tratégia de avaliação da aprendizagem de tais conceitos.
alimentos é capaz de gerar energia para as atividades celulares
a partir de um conjunto de reações de oxirredução. Aproveite
• Como ferramenta motivacional, caso haja disponibilidade,
proponha a atividade 1, “Pesquisa sobre as alterações no
para explorar outras funções dos alimentos, resgatando os co-
metabolismo energético”, sugerida na seção Atividades com-
nhecimentos prévios trabalhados na abertura, e questionando
plementares (p. 217 deste manual). Ela permitirá trabalhar a
de que forma essas substâncias se tornam limitantes à vida.
habilidade EM13CNT303, visto que se trata de uma pesqui-
• Certifique-se de que os alunos assimilaram a ideia de trans- sa de temas da atualidade, os quais, além de despertar o in-
formação da energia química, armazenada na molécula de teresse do alunos, permitem contextualizar conceitos.
ATP, em energia cinética, a qual garante o movimento. Entre-
tanto, é possível que eles associem intuitivamente o uso des- Processos anaeróbios de obtenção de
sa energia apenas para atividades físicas de grande
demanda energética, como no jogo de handebol exemplifi-
energia (página 96)
cado na abertura do capítulo. Ressalte que as demais ativi- • Ao propor aos alunos que façam a atividade do boxe Roteiro,
dades desempenhadas pelo organismo – como pensar, certifique-se de que eles estabeleçam as semelhanças e dife-
produzir enzimas, ler, sentir, entre muitas outras – também renças entre os processos, como o saldo energético de cada um
precisam de energia. Vale assinalar que, mesmo com o orga- e os demais produtos gerados. Para isso, eles devem analisar as
nismo em repouso, há gasto de energia na manutenção das etapas e as transformações de energia de cada processo.
213
• Além das restrições que o baixo rendimento energético da • Tendo por base a CGEB1, atente para a contextualização his-
fermentação pode determinar a muitas bactérias, note que tórica ao discutir determinados conteúdos. Neste capítulo,
há seres vivos, como as leveduras, capazes de realizar fer- você conta com os textos “Os primeiros seres fotossintetizan-
mentação ou respiração aeróbia (seres anaeróbios facultati- tes”, no boxe Ampliação (p. 97), “De onde provém o gás oxi-
vos), dependendo das condições ambientais em que se gênio”, no boxe Ciência se discute (p. 98), e “Joseph
encontram. Por outro lado, há certas bactérias que morrem Priestley e a fotossíntese”, na seção Ciência tem história
na presença de gás oxigênio (anaeróbias obrigatórias) como (p. 102 e 103), os quais permitem desenvolver as habilidades
é o caso de vários microrganismos patogênicos. Assim, pro- EM13CNT201 e EM13CNT301. Desse modo será possível,
cure explorar os processos aeróbios e anaeróbios de obten- por exemplo, analisar modelos explicativos de diferentes épo-
ção de energia e aproveite para analisar como eles interferem cas para alterações na composição da atmosfera ao longo
nas diferentes formas de vida, exercitando, desse modo, as do tempo, conhecer os experimentos que permitiram identi-
habilidades EM13CNT101 e EM13CNT202. ficar o processo da fotossíntese e comparar diferentes expli-
• Apesar do baixo rendimento energético, os vários tipos de cações para a origem do gás oxigênio liberado nesse
fermentação que ocorrem levam a diferentes produtos finais, processo.
muitos dos quais têm grande aplicação prática. Além da fer- • Se possível, explore com os alunos o artigo “Como surgiu o
mentação lática apresentada como exemplo nesta página, oxigênio na Terra? Ciência busca pistas de ‘evento-chave’ ”,
há microrganismos usados na produção de solventes orgâ- de Michael Marshall, disponível em: https://www.bbc.com/
nicos, como acetona, butanol e isopropanol. Leveduras são portuguese/noticias/2016/01/160104_vert_earth_oxigenio_
usadas na produção fermentativa de CO2 para fazer pães e origem_fd (acesso em: 12 maio 2020). Além de abordar o
bolos. O etanol produzido por fermentação e usado como processo evolutivo do gás oxigênio na atmosfera, o artigo
combustível (p. 51 do Livro do Estudante) pode ser obtido por traz hipóteses e descobertas recentes sobre o tema.
meio da fermentação de melaço de cana-de-açúcar realizada
por leveduras (Saccharomyces cerevisiae). Como estratégia
• As atividades propostas no boxe Ciência se discute (p. 98) podem
estimular o desenvolvimento da competência específica
de aprendizagem, você pode organizar os alunos em grupos CECNTEM2, assim como a habilidade EM13CNT205, tendo em
para a realização de seminários sobre diferentes processos vista que os alunos vão prever os resultados de algumas situa-
fermentativos. Nesse caso, cada grupo deve caracterizar um ções experimentais à luz de evidências testadas e corroboradas
dos processos e apresentar suas aplicações. por cientistas à luz da evolução histórica dos conceitos e das di-
• É possível propor um trabalho conjunto interdisciplinar com ferentes interpretações e controvérsias envolvidas na construção
Educação Física; a ênfase deve recair sobre os diferentes ti- do conhecimento relacionado à origem do O2 da fotossíntese.
pos de exercícios físicos que podemos realizar (aeróbico e
anaeróbico) e a via metabólica acessada em cada caso. As- As etapas da fotossíntese (páginas 98 a 101)
sim, os alunos podem compreender mais facilmente que con-
seguimos realizar esforço físico mesmo quando o corpo não • A atividade 5 do boxe Roteiro estimula os alunos a analisar
é capaz de armazenar gás oxigênio dada a existência de uma as transformações que ocorrem em processos de transferên-
via respiratória “alternativa” que não utiliza gás oxigênio pa- cia de energia luminosa para energia química, de forma a re-
ra produzir ATP (a glicólise láctica). conhecer a importância do Sol como fonte de energia para
os seres vivos na Terra, assim como para o uso de inúmeras
Fotossíntese (página 97) tecnologias e processos produtivos desenvolvidos pelo ser
humano (EM13CNT101).
• Para os alunos, o conceito de fotossíntese poderia ser resu-
mido na seguinte afirmação hipotética: “É o processo pelo • Nesse momento, é possível retomar o processo de fermen-
qual as plantas retiram gás carbônico do ar e devolvem a ele tação alcoólica, estudado na unidade 1 (p. 51), a fim de rela-
gás oxigênio”. Essa visão simplificadora costuma ser refor- cionar a síntese de carboidratos na fotossíntese com os
çada por expressão do tipo “As florestas são os pulmões do processos metabólicos, que geram compostos que podem
mundo”, usada pelos meios de comunicação para enfatizar ser usados como fontes de energia. Essa é uma oportunida-
a necessidade de preservar a vegetação desses ecossiste- de para propor uma pesquisa sobre os processos de forma-
mas. Em face disso, a ênfase deve ser direcionada ao princi- ção de vários combustíveis, relacionando-os todos à energia
pal conceito relacionado ao processo fotossintético: a solar, assim como discutir o uso consciente dos recursos na-
produção de compostos orgânicos, os quais constituem a turais visando à preservação da vida.
fonte de energia que sustenta toda a cadeia alimentar. • A atividade 6 do boxe Roteiro (p. 101) desenvolve as habili-
dades EM13CNT202, EM13CNT205 e EM13CNT301 ao pro-
• É pertinente estabelecer, mesmo que em linhas gerais, as
por aos alunos que interpretem os resultados de uma
relações extraorganismos dos processos metabólicos, isto é,
as relações de dependência entre o metabolismo interno e a situação experimental dada com base no modelo explicativo
produção de fontes de energia que lhe são externas. Esse da fotossíntese e considerando determinadas condições am-
procedimento facilitará a compreensão dos alunos acerca bientais, com certas condições favoráveis e outras limitantes.
dos conteúdos referentes à fotossíntese e da inter-relação Ao final, certifique-se de que todos tenham observado que
entre duas vias metabólicas – de respiração celular e de fo- a etapa química da fotossíntese pode ocorrer sem a presen-
tossíntese –, que compõem um processo cíclico. Ademais, ça de luz, mas, que isso só será possível enquanto existirem
assim se estabelecem os fundamentos para o entendimento estoques de produtos formados na fase fotoquímica.
do fluxo de energia nos ecossistemas. A relação entre fotos- • Uma particularidade da fotossíntese que merece destaque é
síntese e respiração pode ser enfatizada por meio da análise a dependência de luz para a realização da etapa fotoquímica,
da equação geral que descreve o processo fotossintético, com a liberação de gás oxigênio. Ao final da etapa química,
apresentada nesta página, e da comparação desta com a tem-se a síntese de carboidratos. Considere, portanto, a pos-
equação geral da respiração celular (p. 92). sibilidade de desenvolver as atividades complementares
214
2 e 3 – “Experimento sobre a fotossíntese e a produção de pt.khanacademy.org/science/biology/dna-as-the-genetic
amido” e “Experimento sobre a fixação de CO2”, respectiva- -material/dna-discovery-and-structure/a/discovery-of-the
mente, na seção Atividades complementares (p. 218 e 219 -structure-of-dna (acesso em: 12 maio 2020).
deste manual), se possível até mesmo iniciando a abordagem
do tema por elas, a fim de conferir um caráter investigativo Síntese de proteínas (páginas 106 a 110)
ao estudo dos conteúdos aqui apresentados.
• A área da Biologia que estuda processos nos níveis molecu-
lar e celular (como a síntese de compostos como ácidos
Ciência tem história – Joseph Priestley e nucleicos, proteínas e lipídios) apresenta conceitos cuja com-
a fotossíntese (páginas 102 e 103) preensão demanda grande capacidade de abstração dos alu-
nos. Assim, o uso de ferramentas computacionais do tipo
• Os textos trabalhados nessa seção evidenciam a importância animação e simulação podem ajudar a esclarecer tais con-
da observação em situações experimentais e até mesmo co-
tidianas. Evidencie passagens que mostrem como tais obser- ceitos. Por isso, ao trabalhar com a síntese de proteínas, ex-
vações podem nos levar a outros temas de pesquisa, uma plore o uso do simulador “Fundamentos da expressão
vez que muitos fenômenos naturais envolvem conhecimen- genética”, indicado na seção Fontes complementares (p. 216
tos de várias disciplinas. deste manual). Um simulador semelhante será usado na se-
ção Práticas de Ciências deste capítulo.
• Evidencie também como é possível realizar pesquisas de cunho
científico com objetos do cotidiano e em espaços simples, dis- • Note que o termo gene não é explorado neste capítulo. Caso
tintos de laboratórios equipados. As sugestões de atividades julgue oportuno, você pode propor uma discussão sobre o
práticas desta obra contribuem para ilustrar esse aspecto. termo e usar a evolução do conceito para exemplificar como
o avanço da Ciência determina reformulações conceituais.
• É possível, ainda, estabelecer relações entre essas atividades
com o boxe Ciência se discute do capítulo 1, que explora a • No boxe Ação e cidadania (p. 109), é importante ter como ba-
origem do gás oxigênio (p. 79). se a competência geral CGEB7 ao discutir a importância da
difusão do conhecimento científico para a sociedade, espe-
Quimiossíntese (página 104) cialmente na adoção de práticas e políticas públicas que pro-
movam o bem-estar da população. Organize uma roda de
• Reforce, sempre que possível, a relação entre os processos conversa com os alunos para discutir de que forma certos
fotossintético e quimiossintético e a produção de compostos
procedimentos e conhecimentos de base científica, tais como
orgânicos, a fim de levar os alunos a uma reformulação con-
o “teste do pezinho”, poderiam ser mais difundidos, com-
ceitual. O artigo “Fotossíntese: um tema para o ensino de
preendidos e incorporados pela sociedade. É possível, por
Ciências?”, de Kawasaki e Bizzo, indicado na seção Fontes
exemplo, avaliar práticas que já ocorram no município em que
complementares (p. 216 deste manual), oferece um excelen-
se localiza a escola.
te subsídio para identificar eventuais conceitos prévios equi-
vocados dos alunos, além de enriquecer a abordagem que • Ao discutir o conceito de mutação, comente que uma confu-
se pretende adotar aqui. são frequente diz respeito à possibilidade de as mutações
genéticas serem transmitidas ou não aos descendentes, por
•A atividade do boxe Roteiro promove a habilidade
conta da associação direta que os alunos fazem entre muta-
EM13CNT202, pois permite aos alunos analisar e comparar
ção e transmissão do genoma alterado. A fim de evitar esse
as diversas formas de manifestação da vida em seus diferen-
equívoco, enfatize inicialmente a diferença entre as mutações
tes níveis de organização (processos metabólicos de obtenção
ocorridas nas células somáticas e nas germinativas. As mu-
de energia, como fotossíntese e quimiossíntese), relacionan-
tações que atingem os gametas podem ser transmitidas aos
do-os às condições ambientais favoráveis e aos fatores limi-
descendentes do indivíduo, diferentemente das mutações
tantes, tais como (a existência ou não de) fontes de carbono,
que atingem as células somáticas, que não são transmitidas
de hidrogênio e de energia e aceptores de elétrons, assim co-
aos descendentes.
mo outros elementos importantes ao metabolismo.
• Ao discutir a atividade do boxe Roteiro (p. 110), questione
O DNA e o metabolismo (página 105) se uma alteração (mutação) em uma base nitrogenada po-
deria interferir na proteína gerada e aproveite, assim, para
• Enfatize a importância da elucidação da estrutura química e aprofundar com os alunos o conceito de código genético
das propriedades físicas do DNA, e também dos diferentes
degenerado.
tipos de RNA e de proteínas, para a compreensão da relação
entre essas moléculas nos processos que ocorrem durante • Comente que as mutações gênicas são um evento raro. Isso
o fluxo da informação gênica. é explicado pelos mecanismos de reparo no processo de du-
plicação do DNA, pelo fato de o código genético ser degene-
• Aproveite para reforçar o trabalho com história da ciência ini- rado e também porque cada códon codifica somente um
ciado com o texto “Desvendando a duplicação do DNA”, do
aminoácido. Portanto, o DNA é relativamente estável, o que
boxe Ciência se discute.
permite a conservação e a transmissão das informações
• Procure valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente genéticas.
construídos sobre o DNA, de acordo com a competência geral
CGEB1. Chame a atenção dos alunos para o caráter interdis-
ciplinar intrínseco a esses estudos, já que os pesquisadores
Práticas de Ciências – Como as células
participantes, muitos deles ganhadores de Prêmio Nobel, fazem a regulação gênica? (página 111)
atuavam em diversas áreas do conhecimento, como Medici-
na, Química, Física, Infectologia, etc.
• Na atividade prática proposta nessa seção, os alunos terão
a oportunidade de contextualizar e aplicar os modelos expli-
• Informações adicionais podem ser obtidas no artigo “Desco- cativos para os diversos “estágios” do fluxo da informação
berta da estrutura do DNA”, disponível em: https:// gênica, desenvolvendo as habilidades EM13CNT201 e
215
EM13CNT202. Além disso, o uso do simulador contribui para • Jogo Sintetizando Proteínas, versão interativa digital. Disponí-
que os alunos enriqueçam seu repertório de possibilidades vel em: http://cbme.usp.br/playercbme/interatividade/jogo
de usos das tecnologias digitais, auxiliando assim no desen- sintese/sintetizando.html. Acesso em: 12 maio 2020.
volvimento da competência geral CGEB5. Esse jogo favorece o reconhecimento, a utilização e a inter-
• Certifique-se de que todos identifiquem o mecanismo de con- pretação de um modelo explicativo e representativo do fluxo
trole do metabolismo relacionado ao transporte e ao uso da de informação gênica.
lactose em bactérias. Os alunos também devem testar e iden- • KAwAsAKi, C. s.; Bizzo, N. M. V. Fotossíntese: um tema para o
tificar de que forma as condições do meio (presença de lacto- ensino de Ciências? Química Nova na Escola, São Paulo, So-
se) e possíveis mutações podem interferir nesse mecanismo. ciedade Brasileira de Química, v. 12, p. 24-29, 2000. Disponí-
vel em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc12/v12a06.pdf.
• Observe que há um roteiro de perguntas na etapa “Como Acesso em: 12 maio 2020.
fazer” a que os alunos devem responder na sequência apre-
sentada. Como se trata de uma atividade em grupo, certifi- O artigo aborda as concepções dos alunos sobre o tema, além
que-se de que todos participem e discutam cada passo da de enriquecer a abordagem sobre o processo da fotossíntese.
atividade, de forma colaborativa e respeitosa, e estimule-os • KowAltowsKi, A. O que é metabolismo?: como nossos corpos
a responder às questões individualmente. Ao final, propo- transformam o que comemos no que somos. São Paulo: Ofi-
nha uma discussão dialogada entre os grupos, e avalie se cina de Textos, 2015.
todos entenderam que as células são capazes de sintetizar O livro aborda como os alimentos que ingerimos são transfor-
as enzimas por meio das informações contidas no DNA, bem mados em moléculas essenciais ao nosso organismo e em
como as funções que tais enzimas vão desempenhar no energia, descreve a regulação do metabolismo por hormônios
metabolismo. e trata das principais doenças metabólicas atuais.
• Note que, apesar de o simulador trazer o termo “gene” rela- • Simulador Fundamentos da expressão genética. Portal PhET
cionado ao nome de alguns segmentos do DNA, esse concei- Interactive Simulations, University of Colorado Boulder.
to não é explorado nesse momento. Ao longo da atividade, Disponível em: https://phet.colorado.edu/sims/html/gene-
os genes são mencionados como segmentos do DNA capa- expression-essentials/latest/gene-expression-essentials_pt_
zes de gerar RNA mensageiro (ou RNAt/RNAr) e, posterior- BR.html. Acesso em: 12 maio 2020.
mente, uma proteína. O simulador permite aos alunos visualizar as sequências de
eventos que ocorrem durante a síntese proteica e também
FONTES COMPLEMENTARES simular como diferentes concentrações podem interferir ou
não na produção de determinada proteína.
• A estrutura do DNA. Disponível em: http://biomodel.uah.es/
en/model4/dna_pt/index.htm. Acesso em: 12 maio 2020.
TEXTO COMPLEMENTAR
Conjunto de quatro tutoriais animados e interativos que abor-
dam a estrutura e a função do DNA: pareamento de bases e
pontes de hidrogênio; o código genético e a replicação do DNA; Novas ideias sobre o conceito de gene
a estrutura das fitas e o esqueleto de fosfato/desoxirribose.
[…] À luz do conhecimento atual, a informação biológica
• Alves, V. C. Fatores que influenciam a fotossíntese. Portal do não se encontra limitada ao – e talvez nem mesmo concentra-
Professor, 19 ago. 2009. Disponível em: http://portaldopro da no – DNA, e, por extensão, em genes que poderiam ser de-
fessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1738. Acesso marcados nesta molécula. A informação biológica opera em
em: 12 maio 2020. múltiplos níveis hierárquicos e redes complexas de interações
Sugestão de sequência didática sobre os fatores que influen- entre os componentes são a regra, de modo que a compreen-
ciam a produção de energia nas plantas, como temperatura e são da dinâmica e até mesmo da estrutura dos genes requer
luminosidade. que estes sejam tratados como partes de redes e vias informa-
cionais complexas […]. É esta mudança de perspectiva que se
• Ciclo de Krebs. Disponível em: http://www.johnkyrk.com/krebs. encontra subjacente ao que tem sido chamado de uma “bio-
pt.html. Acesso em: 12 maio 2020.
logia de sistemas”, embora não seja ainda claro qual o signifi-
A animação interativa permite a visualização das diversas cado preciso e as implicações metodológicas desta nova “pers-
etapas do ciclo de Krebs. pectiva sistêmica”, não se tendo clareza, por exemplo, se ela
de fato está nos afastando da atitude reducionista que carac-
• Fotossíntese: fase escura. Disponível em: http://www.johnkyrk.
com/photosynthesisdark.pt.html. Acesso em: 12 maio 2020. terizou a biologia do final do século XX ou em que medida ela
realmente se aproxima dos postulados de uma teoria geral dos
Animação interativa com a sequência de reações da etapa de
sistemas, tal como elaborada por Von Bertalanffy
fase escura.
e outros cientistas […]. De qualquer modo, neste novo
• Fotossíntese: fase luminosa. Disponível em: http://www.johnkyrk. cenário, o gene pode ser visto como uma entidade de
com/photosynthesis.pt.html. Acesso em: 12 maio 2020. existência temporária e descontínua, fortemente depen-
A animação interativa mostra uma sequência de reações quí- dente de processos que têm lugar no contexto celular e
micas da etapa fotoquímica da fotossíntese. extracelular, bem como de fatores epigenéticos, para sua
expressão funcional. A depender do contexto de sua ex-
• Glicólise. Disponível em: http://www.johnkyrk.com/glycolysis. pressão, diferentes regiões do DNA podem cooperar de
pt.html. Acesso em: 12 maio 2020. múltiplas formas para gerar diferentes produtos no tem-
A animação interativa possibilita a visualização das diversas po e espaço, e os produtos gênicos, por sua vez, podem
etapas da glicólise.
216
funcionar de maneiras distintas em diferentes circunstâncias pesquisadores como alvos da investigação ou “objetos
intra e extracelulares. Fepistêmicos”, conforme definidos por Rheinberger (2000).
Face a estas características dos sistemas genéticos e ce- Dentro desta mesma perspectiva de que o significado
lulares, alguns autores propõem definir um gene como uma de um gene para seu intérprete, a célula, ou a significân-
sequência linear de DNA que não tem um papel único no de- cia biológica de um gene não pode ser encontrada nas
senvolvimento, mas pode ser relacionado a vários fenótipos, sequências de DNA em si mesmas, mas apenas no con-
através de diferentes proteínas, produzidas, por exemplo, por texto em que estas se inserem, El-Hani, Queiroz e Em-
splicing alternativo. Griffiths e Neumann-Held (1999) incluem meche (2006) empregam a teoria pragmática do signo de
estas ideias num “conceito molecular contemporâneo de ge- C. S. Peirce como moldura teórica para construir um en-
ne”, que, para eles, é ainda uma resposta conservadora, não tendimento de genes como signos e da informação ge-
dando conta das condições epigenéticas necessárias para o nética como semiose, ou seja, a ação de signos dentro de
desenvolvimento, como, por exemplo, o disparo de vias de si- uma célula. Quando genes são tratados como signos, o
nalização celular específicas, que definem padrões específicos foco da argumentação reside na ideia de que eles só po-
de splicing alternativo. Em contrapartida, eles propõem o dem ter qualquer efeito numa célula através de um pro-
“conceito molecular processual de gene” (process molecular cesso triádico, entendido como informação genética, em
gene concept), segundo o qual o gene não é mais entendido oposição a uma visão mais usual, que atribui informação
como uma sequência específica de DNA, mas como todo o a sequências de nucleotídeos no DNA ou RNA, indepen-
processo molecular subjacente à capacidade de expressar um dentemente de quaisquer outros elementos celulares.
produto gênico particular […]. Apesar de implicar problemas Numa visão semiótica peirceana, a informação genética
que demandam discussão e mais investigação […], esta pers- passa a ser entendida como um processo que não reside
pectiva processual parece ser uma via promissora para rein- em ácidos nucleicos apenas, mas envolve uma relação
terpretar o conceito de gene à luz das novas ideias e evidên- irredutível entre três elementos: um Signo, que é um seg-
cias que vieram à tona na era pós-genômica. mento de DNA que, a partir de uma determinação supra-
Há ainda outros conceitos que enfatizam a relevância dos genética, que ocorre no nível celular ou mesmo acima
processos que medeiam a relação entre uma sequência no DNA dele, é transcrito em uma ou mais moléculas de RNA, que
e um dado produto gênico, contudo, sem adotar uma visão pro- são processadas e, no caso de genes codificantes de pro-
cessual similar àquela de Neumann-Held. É o caso do “con- teínas, traduzidas em sequências de aminoácidos de po-
ceito sistêmico de gene”, que, como proposto por Pardini e lipeptídeos; o Objeto do Signo, no caso de genes codifi-
cantes de proteínas, uma sequência linear de aminoácidos
Guimarães (1992), diz respeito a uma combinação de uma ou
e, no caso de genes de RNA, uma sequência linear de ri-
mais sequências de ácidos nucleicos (DNA ou RNA) que cor-
bonucleotídeos; e o Interpretante do Signo, que é seu es-
responde a um produto (polipeptídeo ou RNA), mas que só é
pectro de interpretabilidade, i.e., a possibilidade de re-
definida num determinado contexto de um sistema, que pode
construção de sequências de aminoácidos ou
ser a célula, ao interagir com o ambiente, ou o próprio ambien-
ribonucleotídeos a partir daquele signo no DNA […]. […]
te, no caso de sistemas subcelulares ou pré-celulares. Assim,
uma sequência no DNA pode ter múltiplos significados, cada SantoS, V. C. dos; El-Hani, C. N. Ideias sobre genes em livros
um respectivo a um contexto específico no qual ele se insere. didáticos de biologia do Ensino Médio publicados no Brasil.
Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências,
Uma ideia semelhante foi proposta por Fogle (1990, 2000), Belo Horizonte, v. 9, n. 1, 2009. Disponível em: https://
que sugere que genes sejam tratados como conjuntos de periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4010/2574.
domínios no DNA, entendendo-se por “domínio” uma se- Acesso em: 13 set. 2020.
quência de nucleotídeos que pode ser distinguida de outras
sequências com base em suas propriedades estruturais
e/ou atividades, como, por exemplo, éxons, íntrons, promo- ATIVIDADES COMPLEMENTARES
tores, enhancers, operadores etc. Os domínios podem ser
combinados de várias maneiras para formar, nos termos de
Atividade 1: Pesquisa sobre as alterações no
Fogle, um “Conjunto de Domínios para Transcrição Ativa”,
ou, nos termos mais correntes, um gene. Na visão desse au-
metabolismo energético
tor, dessa forma seria possível assimilar a complexidade e Nesta atividade, os alunos vão identificar situações em que
diversidade da arquitetura genética, abandonando-se a ne- o metabolismo energético esteja alterado.
cessidade de encontrar uma unidade única para delimitar Em sala de aula, peça aos alunos que pesquisem e descrevam
uma região de informação genética, ou, dito de outra manei- situações nas quais o metabolismo energético esteja alterado.
ra, superando-se a sobreposição da ideia mendeliana de uni- Organize os alunos em grupos. Cada grupo deve ficar res-
dade e da compreensão molecular das bases da herança que ponsável pela pesquisa de um tema e pelo compartilhamen-
se afirmou no conceito molecular clássico de gene. Esta se- to do aprendizado com o restante da sala. Alguns temas pos-
ria, pois, uma maneira de afinal colocar à parte do conceito de síveis são:
gene a ideia de unidade, que dá vez à boa parte dos problemas
atualmente enfrentados por aquele conceito. Além disso, nos
• o estresse oxidativo no exercício;
termos propostos por Fogle, genes não seriam entidades a se- • a depressão metabólica em animais;
rem encontradas no DNA. No DNA, haveria domínios, a partir • o “envenenamento” da cadeia respiratória por substâncias
dos quais genes seriam construídos por comunidades de inibidoras da fosforilação oxidativa ou do transporte de elé-
trons, como é o caso do cianeto e do monóxido de carbono.
217
Parte A • estante para tubos de ensaio
Depois de determinados e distribuídos entre os grupos os • água oxigenada a 10 volumes
temas das pesquisas, oriente os alunos na escolha das fontes
e na forma de organizar as informações. A pesquisa bibliográ-
• 1 batata crua esmagada ou picada
1. Discuta a natureza e os objetivos de uma pesquisa biblio- • béquer de cerca de 100 mL de capacidade
gráfica. • 1 panela pequena
218
Questões propostas a solução do tubo 1 tenha ficado azul (ou esverdeada), a
1. Quais são as cores que aparecem nas folhas (na que es- solução do tubo 2 tenha ficado amarela (ou levemente
tava exposta à luz e na que foi mantida no escuro)? esverdeada), e a solução do tubo 3 tenha ficado amarela.
R.: A folha exposta à luz ficou azul-escura; a folha manti- 2. O fato de uma das soluções ter sido detectada como bá-
da no escuro manteve a cor alaranjada do iodo. sica, ou seja, sem a presença de ácido carbônico, indica
que o CO2 foi fixado pela planta?
2. Qual é o significado desse resultado?
R.: Sim. A planta deve ter removido a maior parte do gás
R.: A folha exposta à luz produziu amido a partir da glicose
carbônico, tornando a água neutra ou ligeiramente alcalina.
sintetizada pela fotossíntese, resultado evidenciado pelo
fato de que o iodo, na presença de amido, torna-se azul. 3. Que planta fixou mais dióxido de carbono? Por quê?
R.: A planta presente no tubo 1, pois houve intensa rea-
Atividade 3: Experimento sobre a fixação de CO2
lização de fotossíntese. Caso contrário, se o CO2 estivesse
Nesta atividade, os alunos vão identificar a luz como fator em grande concentração na solução, ele produziria ácido
primordial para a realização da fotossíntese. carbônico, tornando o meio ácido.
Todos devem usar equipamentos de segurança para a rea-
lização da atividade.
SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO
Material
219
Roteiro (páginas 90, 92, 95 e 96) Comente que, em algumas células, quando as moléculas de
NADH atravessam as membranas da mitocôndria, ocorre gas-
1. a) Por meio de sucessivas reações de oxirredução, nas quais
to de 2 ATP (os outros 8 NADH e os 2 FADH2 que se formam
elétrons ou íons hidrogênio (H1) são transferidos de uma
na respiração já estão dentro da matriz mitocondrial e, por-
molécula para outra, ocorre a liberação de grande quan-
tanto, não há gasto de ATP). Assim, ao final do processo, pa-
tidade de energia. A oxidação biológica consiste na reti-
ra cada molécula de glicose, o saldo energético é de 36 ATP.
rada de hidrogênio (H) do substrato. Assim, uma parte da
Já nos organismos procarióticos que realizam respiração ce-
energia derivada da oxidação de alimentos é usada para
lular aeróbia, as diferentes etapas da respiração ocorrem no
sintetizar um composto rico em energia (ATP). Observe se
citosol. Portanto, não existe o gasto de 2 ATP que, na célula
os alunos estabelecem relações entre as etapas do me-
eucariótica, são consumidos quando o NADH atravessa a
tabolismo energético e os conteúdos de oxirredução abor-
membrana mitocondrial. Assim, o saldo energético final da
dados no capítulo 1. respiração aeróbia nesses organismos é de 38 ATP para ca-
b) A função dos alimentos é fornecer energia e micronutrien- da molécula de glicose. Os alunos podem construir tabelas
tes necessários para o correto funcionamento das vias com diferentes organizações. A seguir, apresentamos um
metabólicas, bem como matéria-prima para a síntese dos exemplo possível.
tecidos biológicos. 4. Tanto na glicólise quanto na fermentação, a molécula de gli-
2. A denominação autótrofo ou heterótrofo define apenas a cose é degradada em duas moléculas de piruvato, sem o
maneira como o ser obtém alimento. Uma vez obtido, a se- consumo de gás oxigênio, e esse processo ocorre no citosol
gunda etapa consiste na quebra desse alimento e na libera- das células. Porém, como na fermentação uma boa parte da
ção da energia armazenada nas ligações químicas entre os energia contida inicialmente na glicose continua associada
átomos das moléculas. Assim, uma boa parte dos autótrofos a seus produtos, o rendimento energético é pequeno: duas
realiza a respiração celular aeróbia para liberar essa energia. moléculas de ATP por molécula de glicose. Na respiração, os
Os alunos devem perceber que, independentemente de co- produtos da glicólise passam para a mitocôndria, onde con-
mo o organismo obtém alimento (se é autótrofo ou heteró- tinuam a ser oxidados, gerando um rendimento energético
trofo), a mitocôndria é a principal responsável pela liberação muito maior (38 ATPs).
de energia nos eucariontes, podendo ser considerada a fon- A transformação de energia da respiração aeróbia/anaeróbia
te de energia para o metabolismo celular. pode ser considerada muito eficiente, já que aproximadamen-
te metade da energia da glicose é convertida em ATP e o res-
ID/BR
220
6. Quando as algas são iluminadas na ausência de CO2, ocorre 2. O tratamento da fenilcetonúria consiste basicamente em
a fase luminosa da fotossíntese com a produção de ATP e restringir o consumo de alimentos que contenham fenilala-
NADPH2 (necessária à fixação do CO2 em glicose). Na ausên- nina e introduzir fórmulas metabólicas específicas com os
cia do CO2, o ATP e o NADPH2 acumulam-se e são utilizados nutrientes necessários de acordo com as exigências dietéti-
no momento em que a suspensão é incubada com o 14CO2. cas de cada paciente. Assim, é possível que os fenilcetonú-
Como o ATP e o NADPH2 não podem mais ser sintetizados ricos possam administrar e controlar melhor suas dietas
alimentares, evitando danos à saúde.
pelo cloroplasto na ausência de luz, observa-se um decrés-
cimo na velocidade de fixação do 14CO2.
Roteiro (página 110)
Ciência tem história – Joseph Priestley e a 9. Não, pois um mesmo aminoácido pode ser codificado por
códons diferentes. Logo, somente com a análise de uma proteína
fotossíntese (páginas 102 e 103)
não é possível reproduzir a sequência de códons que a gerou.
1. Priestley não percebeu que as plantas apenas restauravam
o ar nocivo quando estavam iluminadas pelo Sol. Também Práticas de Ciências – Como as células fazem a
não tinha conhecimentos químicos que lhe permitissem en- regulação gênica? (página 111)
tender as reações químicas que ocorriam.
Como fazer
2. No caso de Priestley, sua crença religiosa não entrava em
conflito com a ciência, e ele considerou que a recuperação 2. Na presença do lac promoter, nota-se que as moléculas de
das propriedades vitais do ar, pelas plantas, tinha sido um RNA-polimerase se ligam à molécula de DNA, percorren-
mecanismo estabelecido por Deus para permitir que a vida do-a. Porém, não é possível observar o processo de trans-
se mantivesse na Terra. crição, ou seja, não há moléculas de RNA mensageiro
sendo geradas (representados por linhas na cor preta).
3. Não. Ele deu apenas um passo na compreensão da fotossín-
tese. Somente após algumas décadas que o fenômeno foi 3. A RNA-polimerase se liga ao DNA e, ao percorrer o seg-
sendo esclarecido por vários outros pesquisadores. mento lacZgene, sintetiza uma molécula de RNA mensa-
geiro (linha preta), representando o processo de transcrição.
Roteiro (página 104) 4. As esferas roxas representam as proteínas codificadas
pelo segmento lacZgene do DNA. O processo pelo qual o
7. a) CO2 como fonte de carbono (I); água como fonte de hidro-
RNAm é convertido em proteína é chamado de tradução.
gênio (II); luz solar como fonte primária de energia (III);
oxigênio como aceptor final de elétrons (IV). 5. A lactose se acumula no meio extracelular. Professor, note
que a celulose não é capaz de entrar na célula bacteriana.
b) Itens II (H2S como fonte ambiental de hidrogênio) e III
6. O segmento correspondente ao lacYgene transcreve um
(energia química como fonte primária de energia).
RNAm que codifica proteínas (caixas verdes) capazes de se
inserirem na membrana da célula. Essas proteínas de mem-
Ciência se discute – Desvendando a duplicação do
brana permitem que a lactose entre na célula. Com a lacto-
DNA (página 105) se sendo absorvida pela célula, é possível identificar que a
1. Espera-se que os alunos reconheçam que conhecer trabalhos proteína codificada pelo segmento lacZgene tem como fun-
já realizados por outros pesquisadores pode trazer benefícios ção quebrar a lactose (dissacarídio) em monossacarídios.
como: evitar a duplicação de pesquisas; permitir a replicação Chame a atenção dos alunos para o fato de os monossa-
de pesquisas em diferentes escalas e contextos; identificar carídios desaparecerem em seguida. Verifique se todos
possíveis falhas em estudos já realizados; apresentar méto- percebem que esse fato está indicando que os monossa-
dos e recursos que podem ser utilizados em estudos seme- carídios estão sendo destinados ao metabolismo energé-
lhantes; apontar lacunas de conhecimento a serem tico da célula (respiração celular).
exploradas em determinadas áreas; confrontar, complemen- 7. Arrastar o lac operator para o DNA não causa alterações
tar e acrescentar dados; entre muitos outros aspectos. nas moléculas que estão sendo produzidas e também não
2. O processo da duplicação semiconservativa do DNA, entre interfere em suas ações.
outros exemplos. 8. Com o lacl promoter e o segmento laclgene presentes, há
formação de RNAm e de polipeptídios. As proteínas for-
Roteiro (página 106) madas a partir do laclgene se ligam ao lac operator e
8. a) TTGCGACTAAGCGTACCA atuam impedindo que a RNA-polimerase transcreva os
segmentos lacZgene e lacYgene.
b) UUGCGACUAAGCGUACCA
9. Inicialmente, a lactose não tem como entrar na célula e se
acumula no meio extracelular. Os segmentos lacZgene e
Ação e cidadania – A fenilcetonúria (página 109)
lacYgene encontram-se bloqueados e observa-se também
1. Trata-se de uma doença genética (DNA) na qual o bebê nasce que há uma redução na tradução da proteína LacI. Quando
com uma alteração na enzima capaz de quebrar o aminoácido a lactose volta a se acumular no meio extracelular, algumas
fenilalanina. Sem a atividade adequada dessa enzima, os níveis proteínas de membrana, eventualmente sintetizadas, per-
de fenilalanina crescem no organismo, provocando alterações mitem que moléculas de lactose entrem na célula. É possí-
como atraso no desenvolvimento mental e físico, convulsões, vel notar, então, que as moléculas de lactose apresentam
problemas de pele e agressividade. Ao se diagnosticar a doen- grande afinidade pelas proteínas LacI, por isso, ao entrar
ça precocemente, é possível optar por tratamentos que evitam na célula, essas moléculas se combinam, alterando a con-
tais danos, assim como garantir as condições ideais para a nu- formação espacial das proteínas LacI e impedindo que elas
trição e o desenvolvimento saudável da criança. se liguem ao lac operator no DNA. Dessa forma, a lactose
221
impede as proteínas LacI de bloquear a transcrição dos de- atividade, podem ser de grande valia, pois o aprendizado dos
mais segmentos (lacZgene e lacYgene). Os alunos devem conceitos relacionados a reações de transformação de ener-
notar que a função dessa proteína é impedir a RNA-poli- gia ajudará os alunos no estudo das reações energéticas ce-
merase de transcrever esses RNAm na ausência da lactose. lulares. É importante que eles compreendam que a energia
dos processos biológicos se associa a processos físicos e quí-
Para concluir
micos que têm lugar no interior das células.
1. Resposta variável. Espera-se que os alunos descrevam
4. O piruvato é utilizado no ciclo de Krebs, que ocorre na matriz mi-
um conjunto de segmentos de DNA capaz de determinar
tocondrial. Ao longo dessa etapa, os hidrogênios são utilizados
a síntese de proteínas, organizado em sequência sob o
para formar 4 moléculas de NADH2 e 1 de FADH2 (que têm íons
controle de um segmento promotor.
H1). Tanto o NADH2 como o FADH2 participam da cadeia respi-
2. A presença de lactose. ratória (a etapa seguinte), liberando os íons H1, que, junto com
3. Resposta variável. Nesse simulador, cada segmento de os elétrons energizados, contribuem para a fosforilação das mo-
DNA que não é corretamente posicionado no fragmento léculas de ADP, armazenando energia nas ligações químicas
de DNA bacteriano não transcreve seu respectivo RNAm entre os fosfatos. Finalmente, os íons de hidrogênio se combi-
(ou não se conecta à RNA-polimerase) e, consequente- nam com os íons das moléculas de gás oxigênio, formando água.
mente, não forma a proteína correspondente. A ausência Os átomos de carbono, por sua vez, são desmembrados e con-
dessa proteína estará, assim, representando uma muta- vertidos em CO2, liberado no processo respiratório.
ção, uma vez que alterações na molécula de DNA podem 5. A destruição dos citocromos leva ao bloqueio da cadeia respi-
determinar proteínas não funcionais na célula. Por exem- ratória e à consequente morte dos seres vivos aeróbios. Ao lon-
plo, se o segmento lacZgene não for posicionado no DNA, go da cadeia, a transferência de íons de hidrogênio para o gás
não haverá síntese de proteínas que quebram a glicose, oxigênio, que chega do meio extracelular, libera elétrons ener-
independentemente da presença ou não dos demais seg- gizados, que são captados pelos citocromos e gradualmente
mentos. O mesmo ocorreria em uma célula caso esse tre- perdem energia. Uma parte dessa energia é utilizada para re-
cho do DNA tivesse sofrido alguma mutação. generar o ATP a partir do ADP. Se não houver formação de mo-
4. O lac operon é um conjunto de segmentos de DNA respon- léculas de ATP suficientes, o metabolismo celular cessa e o
sável pela produção de enzimas importantes para regular o indivíduo morre. Esta atividade permite trabalhar a habilidade
metabolismo de transporte e utilização de lactose em algu- EM13CNT104, tendo em vista que os alunos podem avaliar os
mas células bacterianas. Ele é expresso somente quando a riscos à saúde e ao ambiente, considerando a composição, a
lactose está presente, e a glicose, ausente. Espera-se que os toxicidade e a reatividade de diferentes materiais.
alunos reconheçam que é ineficiente produzir proteínas que 6. Não. O pai errou ao afirmar que somente à noite as plantas
promovam o transporte e a quebra de moléculas de lactose respiram. A respiração ocorre durante todo o dia. Porém, mes-
quando elas não são necessárias, ou seja, quando não há mo no escuro, o consumo de gás oxigênio pelas plantas é
lactose no meio extracelular. Dessa forma, a célula só usará ínfimo. Portanto, a presença delas não provocará asfixia.
energia e componentes orgânicos para produzir proteínas Ressalte que o senso comum leva as pessoas a pensar que
quando essas moléculas forem, de fato, necessárias. plantas colocadas no quarto podem sufocar quem está dor-
mindo, pois “roubam” todo o O2 do ar e produzem CO2. Essa
Atividades (páginas 112 e 113) ideia não tem fundamentação lógica nem científica. Informe
2. Metabolismo é a atividade geral da célula e do organismo ou aos alunos que, em termos gerais, cada quilograma de bio-
o conjunto dos processos relacionados à manutenção da vi- massa vegetal consome cerca de 0,2 L de oxigênio por hora.
da. Ele pode ser separado em dois grupos: catabolismo (rea- O ser humano consome cerca de 25 L de oxigênio no mesmo
ções de degradação ou quebra), quando ocorre a intervalo de tempo, em condições de repouso (cerca de 30
decomposição de moléculas, e anabolismo (reações de sín- respirações completas por minuto). Se considerarmos oito
tese ou de produção), quando são criadas moléculas comple- horas de sono, teremos o consumo de 200 L (25 ? 8) de oxi-
xas a partir de moléculas simples. Exemplos de catabolismo: gênio por pessoa em um quarto (uma planta de 1 kg consu-
degradação da molécula de glicose; quebra do ATP gerando miria, nessas oito horas, apenas 1,6 L). Assim, mesmo que o
ADP e Pi. Exemplos de anabolismo: síntese de proteínas; pro- quarto fosse hermeticamente fechado (mas não é, pois exis-
dução de ATP a partir de ADP e Pi. tem pontos de entrada e saída de ar, como frestas de jane-
las, fechaduras, etc.), o consumo de gás oxigênio pela planta
Professor, aproveite essa atividade para avaliar os conheci-
seria muito menor do que o do ser humano.
mentos que os alunos trazem do capítulo anterior. Sempre
que possível, estabeleça relações entre as etapas do meta- 7. As bolhas são de gás oxigênio, produzido pela fotólise da água.
bolismo energético e os conteúdos de oxirredução abordados Professor, nessa atividade, os alunos terão a oportunidade
no capítulo anterior. de discutir o processo da fotossíntese em plantas aquáticas.
3. Nas mitocôndrias, há moléculas de piruvato que participam Aproveite para retomar os experimentos estudados sobre a
de reações exergônicas (reações que liberam energia livre, origem do gás oxigênio na fotossíntese.
ocorrem espontaneamente) e liberam energia ao final da fa- 8. O processo A é o da respiração celular (consumo de oxigê-
se aeróbia. Essa energia ficará armazenada nas moléculas nio); o processo B é o da fotossíntese (absorção do dióxido
de ATP, que poderão ser usadas em outras reações do me- de carbono pelos seres fotossintetizantes, que liberam gás
tabolismo celular. Nas pilhas também há substâncias quími- oxigênio, utilizado na respiração). Uma boa parte dos seres
cas que reagem entre si, liberando energia que vai ser heterótrofos e autótrofos realizam o processo A; apenas cer-
utilizada pelos aparelhos em que forem instaladas. tos seres autótrofos realizam o processo B.
Avalie desenvolver um trabalho interdisciplinar com o pro- Ressalte que respiração e fotossíntese são dois processos
fessor de Química. Analogias, como a proposta nesta complementares, embora, em geral, sejam entendidos como
222
opostos, o que leva à ideia equivocada de que os animais esse conteúdo. Sugerimos trabalhar as animações indicadas
respiram e as plantas realizam a fotossíntese, quando, na na seção Fontes complementares (p. 216 deste manual).
verdade, ambos respiram e apenas as plantas – e outros se- • Assim como as demais atividades, a atividade 3 procura explorar
res fotossintetizantes – realizam fotossíntese. a abordagem própria das Ciências. Ela traz ilustrações e um grá-
9. I: tilacoides; II: membrana interna; III: estroma; IV: química. fico para que os alunos possam interpretar os modelos explica-
Aproveite essa atividade para propor aos alunos que elaborem tivos, os dados e/ou resultados experimentais e assim reconstruir,
uma representação esquemática de um cloroplasto, usando os avaliar e justificar as conclusões apresentadas pelo cientista.
termos identificados na atividade como legenda explicativa. • Na atividade 4, é importante notar que, por serem vesículas
10. a) Quimiossíntese. artificiais, elas não tinham nenhuma atividade metabólica. Es-
se experimento mostrou que a produção de ATP é acionada
b) Algumas bactérias e arqueas, também chamadas de se-
diretamente pela força motora de prótons, conforme a hipóte-
res quimiossintetizantes.
se de Mitchell, não havendo vias metabólicas intermediárias
c) A fotossíntese utiliza a luz como fonte de energia; a qui- entre a geração do gradiente de prótons pela cadeia transpor-
miossíntese, por sua vez, utiliza reações químicas. tadora de elétrons e a produção de ATP. Evidencie a importân-
Com relação à quimiossíntese, certifique-se de que os alu- cia desse tipo de teste para corroborar a teoria proposta.
nos compreenderam tratar-se de um processo que resul- • Caso tenha disponibilidade e interesse, proponha uma pes-
ta na síntese de compostos orgânicos complexos – ela é, quisa de como a configuração tridimensional da enzima ATP
portanto, a base de cadeias alimentares integradas pelas sintase permite que ela utilize o fluxo de prótons através da
bactérias quimiossintetizantes. Da mesma forma que na membrana para produzir ATP, como mostra a animação dis-
fotossíntese, há envolvimento de energia, porém, na qui- ponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JdjCzhAS
miossíntese, utiliza-se a energia liberada pela oxidação 2N8 (acesso em: 12 maio 2020).
de compostos inorgânicos. • Você pode solicitar aos alunos que pesquisem sobre o funcio-
11. Esse processo é semiconservativo porque cada uma das duas namento de uma turbina de uma usina hidrelétrica e verifiquem
novas moléculas que se formam conserva uma das cadeias se é possível estabelecer analogias entre seu funcionamento
de nucleotídios da molécula-mãe e apresenta uma nova, e o funcionamento da enzima ATP sintase. Espera-se que eles
complementar àquela que lhe serviu de modelo. É exatamen- notem que a enzima ATP sintase é um canal de membrana pa-
te a complementaridade das bases nitrogenadas que faz que ra prótons H1. Ela tem uma configuração tridimensional que
as duas moléculas formadas sejam idênticas entre si e à mo- faz parte de sua estrutura girar quando os prótons H1 fluem
lécula original. A vantagem está na reprodução celular. Cada por dela. A rotação dessa região da enzima faz que outra parte
uma das células formadas apresenta exatamente a mesma dela acople uma molécula de ADP com um grupamento fosfa-
informação genética da célula que lhe deu origem, manten- to, produzindo ATP.
do assim as características e a organização do organismo. • Essa enzima pode, então, ser comparada a uma turbina de
12. Se houver uma mutação no segmento A e esta mutação al- uma usina hidrelétrica. Em uma turbina, a energia potencial
terar a sequência de aminoácidos que compõem a enzima da queda-d’água é convertida em energia mecânica (rotação
A, haverá a interrupção da cadeia de reações da via metabó- da turbina), e esta, então, é convertida em energia elétrica.
lica, impedindo a produção do produto final. No caso da enzima ATP sintase, a energia potencial do fluxo
de prótons é convertida em energia mecânica (rotação de
parte da enzima), e esta é convertida em energia química (li-
FECHAMENTO DA UNIDADE (PÁGINAS 114 A 117) gação do ADP com o grupo fosfato).
223
A interpretação dos esquemas pode ser bastante desafiado- Nox Mn em KMnO4 5 17
ra para os alunos. Por isso, uma sugestão é permitir que eles Nox F em HF 5 21
discutam em pequenos grupos e, durante a correção, cada
Nox Mn em MnF2 5 12
grupo pode apontar as dificuldades que tiveram.
Nox F em F2 5 0
2. Uma parte da energia liberada na transferência de elétrons é
usada pelos complexos de proteínas da cadeia transportadora Portanto, o flúor sofre redução e o manganês sofre oxi-
de elétrons para bombear prótons H1 da matriz mitocondrial dação.
para o espaço intermembranas, o que forma um gradiente de • Determinar a variação do número de oxidação para as
prótons H1 através da membrana. O lado do espaço intermem- espécies envolvidas na reação de oxirredução:
branas fica com maior concentração de H1 e, portanto, com car- Flúor: ΔNox 5 1
ga elétrica mais positiva que o lado da matriz mitocondrial. Manganês: ΔNox 5 5
Se necessário, faça um esquema na lousa da mitocôndria, • Equiparar as espécies pela quantidade de elétrons
com suas duas membranas, localizando com os alunos o es- recebidos/perdidos:
paço intermembranas e a matriz mitocontrial.
Equiparação pela Equiparação
3. O gráfico mostra que a quantidade de prótons produzidos Elemento quantidade maior eletrônica de acordo
no interior da vesícula era proporcional à quantidade de pro- de elétrons com a atomicidade
teínas na membrana. Quanto mais proteínas de membrana,
mais prótons eram transportados para o interior das vesícu- F 5 F é 5 elétrons 10 F é 10 elétrons
las. Outro ponto interessante é que a função ajustada aos Mn 1 Mn é 5 elétrons 2 Mn é 10 elétrons
dados é uma função linear, ou seja, a reta passa pela origem
Assim, o coeficiente do KMnO4 será 2; o do HF, inicial-
do plano cartesiano, indicando que se não há proteínas, não
mente, 10; o do MnF2 , 2; e o do F2 , 5.
há formação de gradiente de prótons.
2 KMnO4 1 10 HF é __ KF 1 2 MnF2 1 __ H2O 1 5 F2
4. a) Esse sistema artificial mostrou que o fluxo de prótons atra-
vés da membrana, gerado pelas proteínas da Halobacterium • Balancear o restante da equação por tentativa:
halobium, induzia a produção de ATP pelas proteínas extraí- 2 KMnO4 1 16 HF é 2 KF 1 2 MnF2 1 8 H2O 1 5 F2
das das mitocôndrias do coração de boi. As duas proteínas b) O agente oxidante é o KMnO4 e o agente redutor é o HF.
eram importantes para o processo: uma delas gerava o fluxo
Comente com os alunos que o permanganato é um agen-
de prótons através da membrana, mas não produzia ATP, e
te oxidante muito utilizado, por exemplo, em reações or-
a outra fazia o inverso. Essa questão mostra como pode ser
gânicas como oxidação de álcoois.
complexa a determinação dos mecanismos de sistemas bio-
lógicos. Pode ser interessante discutir com os alunos o quão 2. O nitrogênio tem Nox 5 15 na camada superior e Nox 5 23
árduo é o trabalho de um cientista e como ele precisa ser na camada inferior. Na camada mais profunda, há menos
criativo para elaborar experimentos que evidenciem um pro- oxigênio molecular dissolvido, que é um forte agente oxidan-
cesso ou uma etapa de um processo. te e, por isso, o nitrogênio se apresenta mais reduzido que
na camada superior, na qual a concentração de O2 é maior.
b) A proposta de Mitchell foi uma mudança de paradigma
na bioquímica porque era radicalmente diferente da Um possível encaminhamento para a resolução da questão é
ideia usual e predominante de sua época, a qual consi- comparar os compostos da camada superior e da camada in-
derava os processos bioquímicos somente em termos ferior, observando a presença de oxigênio nos compostos da
de vias bioquímicas com substratos, reagentes, enzimas camada de cima e a ausência de oxigênio na camada de baixo.
e moléculas intermediárias. De acordo com essa abor- 3. Alternativa e. O Na0 é oxidado a Na1, enquanto o carbono,
dagem, bastaria misturar in vitro os componentes do com Nox 5 14 no CO2, reduz a C0.
sistema, que as reações químicas ocorreriam e os pro- Explique aos alunos que, no CO2, o Nox do carbono 5 1 4 ,
cessos bioquímicos poderiam ser demonstrados. Exa- que é o mesmo Nox do carbono em Na2CO3. A interpretação
tamente por isso que a visão convencional da época desse fato é que dos três carbonos presentes no reagente,
não conseguia explicar a produção de ATP, pois, nesse apenas um sofre redução.
caso, o arranjo espacial dos componentes do sistema é
4. Alternativa c. A afirmação I é correta, pois, no reagente, o alu-
crucial para o sistema funcionar, e não somente sua
mínio apresenta Nox 5 0. Nos produtos, apresenta Nox 5 13,
presença ou ausência. Foi esse novo conceito, presente
perdendo elétrons e sofrendo oxidação. Assim, o elemento
no pensamento de Mitchell, que conseguiu elucidar co-
que sofreu oxidação é o agente redutor. A afirmação II está
mo o ATP é produzido.
errada, pois há apenas um nitrogênio, com Nox passando de
Nessa questão, novamente se evidencia o processo da 15 para 12, ao receber 3 elétrons. Com isso, sofre redução,
produção do conhecimento científico. Permita que os alu- tornando-se o agente oxidante. A afirmação III é correta, pois
nos se expressem para que você possa identificar a evo- o nitrogênio passa do estado de oxidação Nox 5 23 para 12.
lução do pensamento científico deles.
O óxido de ferro III é o catalisador da reação e, portanto, não
sofre alteração no processo.
Questões globais (páginas 116 e 117)
5. Alternativa b. A camada de estanho metálico é responsável
1. a) 2 KMnO4 1 16 HF é 2 KF 1 2 MnF2 1 8 H2O 1 5 F2 pela proteção da lata contra oxidação, pois é uma espécie bas-
O balanceamento da reação entre permanganato de po- tante resistente à reação com substâncias do alimento. Desse
tássio e fluoreto de hidrogênio pode ser feito seguindo modo, evita-se a contaminação do conteúdo da conserva por
estas etapas: íons metálicos. Ao se amassar a lata, a camada de estanho
• Determinar o Nox das espécies envolvidas na reação e pode ser rompida, expondo o ferro, pouco resistente à oxida-
as espécies que sofrem redução e oxidação. ção. Os íons de ferro formados contaminam o alimento.
224
Essa questão é uma boa oportunidade para contextualizar o
aprendizado com um exemplo do cotidiano dos alunos. Per- ■ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO
gunte à turma se eles já viram latas de conservas amassadas
1. (Unicamp-SP) A biotecnologia está presente em nosso dia a
em prateleiras de supermercados.
dia, contribuindo de forma significativa para a nossa quali-
6. Alternativa a. Nesse caso, de acordo com o enunciado, a car- dade de vida. Ao abastecer um automóvel com etanol, esta-
ga total relativa ao enxofre no composto FeS2 é igual a 22. mos fazendo uso de um produto da biotecnologia obtido com
Portanto, o Nox para cada espécie seria: a fermentação de açúcares presentes no caldo extraído de
cana-de-açúcar. Após a extração do caldo, uma quantidade
Nox 12 21
significativa de carboidratos presentes na estrutura celular
Fe S2 é perdida no bagaço da cana-de-açúcar. A produção de eta-
Carga total 12 22 50 nol de segunda geração a partir do bagaço seria uma forma
de aumentar a oferta de energia renovável, promovendo uma
A estrutura do dissulfeto é bastante semelhante à dos matriz energética mais sustentável.
peróxidos.
a) Cite um carboidrato presente na estrutura da parede célu-
O enxofre pode apresentar várias cargas pela regra do la da cana-de-açúcar que poderia ser hidrolisado para for-
octeto, em que há a necessidade de ter mais 2 elétrons necer os açúcares para a obtenção de etanol. Por que a
para formar 8. No entanto, a questão deixa claro que “os biomassa é considerada uma fonte renovável de energia?
cristais cúbicos simples mostram claramente a ligação
b) Como os microrganismos atuam na fermentação e se be-
enxofre-enxofre [S-S], com carga total 2–”. Nesse sentido,
neficiam desse processo?
a carga de cada S só pode ser 21.
7. A produção de ATP envolve gasto de energia. Assim, os me-
canismos de inibição e ativação da atividade da PFK permi- a) O carboidrato presente nas membranas das células vege-
tem ao organismo regular a produção de ATP, otimizando o tais é a celulose. Como os açúcares são produzidos pelos
uso de energia pelas células. próprios vegetais pela fotossíntese, que utiliza energia lu-
8. Alternativa c. Note que o CO2 captado pelas crassuláceas du- minosa proveniente do Sol, gás carbônico e água, a bio-
rante a noite é armazenado na forma de ácido málico. Du- massa é considerada uma fonte renovável.
rante o dia, os estômatos se fecham como meio de reduzir a b) Os microrganismos que atuam na fermentação, geralmen-
perda de água por evaporação. Isso impede a captação de te leveduras, oxidam a glicose na ausência de gás oxigênio
CO2 da atmosfera, porém, o ácido málico é novamente trans- para produzir ATP e manter o metabolismo da célula.
formado em CO2, possibilitando o processo da fotossíntese. O etanol, no caso da fermentação alcoólica, é um dos resí-
Note que a fotossíntese ocorre apenas durante o dia, pois, duos desse processo e é eliminado pela levedura e apro-
sem a presença de luz, não ocorre a fotólise da água, uma veitado pelo ser humano.
das etapas iniciais da fotossíntese.
Comente com os alunos que a respiração, nesse caso, é a res- 2. (Unicamp-SP) A descoberta do processo celular de interfe-
piração celular, reação química, constituída de várias etapas, rência por RNA (RNAi) rendeu aos cientistas Andrew Fire e
que utiliza glicose como substrato e tem como objetivo a pro- Craig Mello o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em
dução de ATP. A respiração celular nas plantas não é afetada 2006. O RNAi intercepta e destrói as informações celulares
pela luz solar, mas a fotossíntese só ocorre na presença de conduzidas pelo RNA dentro da célula antes que sejam pro-
energia luminosa. cessadas em proteínas. Com os avanços da biotecnologia,
9. Nas mitocôndrias ocorrem duas etapas da respiração celular foram desenvolvidas moléculas sintéticas de RNAi de apli-
aeróbia: o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória. Assim, se cação tópica, que, pulverizadas nas lavouras, conferem pro-
todas as mitocôndrias de uma célula fossem extraídas, ape- teção agrícola, reduzindo perdas.
nas a etapa da glicólise ocorreria. Portanto, seriam formados Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-
apenas dois ATPs por molécula de glicose. nas nas frases a seguir.
10. Alternativa d. A respiração celular é o processo que fornece ener- O (i) entra em contato com o RNAi pulverizado, que
gia para o metabolismo, inclusive o metabolismo relacionado à atua em seu processo celular, impedindo que o (ii)
duplicação do material genético (DNA). A duplicação do DNA seja traduzido como proteína. Como o (iii) está as-
garante a transmissão das características hereditárias ao longo sociado a uma função essencial, ao ser silenciado, ocasiona
das gerações. As mutações correspondem a eventuais altera- a morte do organismo.
ções nas sequências de bases nitrogenadas do código genético.
a) (i) fungo; (ii) códon; (iii) RNAm.
Pergunte aos alunos qual é o significado da metáfora “pro-
grama” no contexto em questão. b) (i) inseto; (ii) RNAt; (iii) DNA.
11. Alternativa a. A ação I prejudica a duplicação do DNA que c) (i) inseto; (ii) RNAm; (iii) gene.
ocorre antes das divisões celulares, pois inibe a enzima d) (i) fungo; (ii) RNAr; (iii) código genético.
responsável pela separação das fitas do DNA. A ação II
interfere na transcrição do RNA mensageiro, já que impede
Alternativa c.
a ligação da polimerase do RNA. A ação III impede a síntese
de proteínas também, mas, na etapa de tradução, não A tecnologia de RNAi envolve a utilização de pequenas mo-
permite que o RNA transportador se ligue ao ribossomo. léculas de RNA que são complementares a trechos de RNAm,
de modo que quando há o pareamento, a tradução da molé-
Aproveite o contexto dessa questão para comentar com os
cula de RNAm é impedida. A não-tradução do RNAm é uma
alunos os problemas envolvidos na automedicação, princi-
forma de silenciamento gênico, pois a proteína codificada pelo
palmente no que diz respeito a antibióticos, o que pode gerar
gene não é sintetizada.
cepas resistentes.
225
3. (Fuvest-SP) Um trecho da sequência normal de aminoácidos de uma enzima ativa é codificado pelo RNAm ...UGG-
AGU-CCA-UCA-CUU-AAU-GCA... Uma mutação, por perda de uma base, provocou o aparecimento de uma enzima inativa que apre-
sentava, nesse trecho, a sequência de aminoácidos triptofano – serina – histidina – histidina – leucina – metionina.
a) O código genético é a relação entre a tradução de códons em aminoácidos. Ele é caracterizado como degenerado, pois um ami-
noácido é codificado por mais de um códon. Por exemplo, os códons GCU, GCA, GCG e GCC codificam a alanina.
b) As sequências de bases e as respectivas sequências de aminoácidos das enzimas ativa e inativa estão apresentadas na tabela
abaixo. A partir da sequência de aminoácidos da enzima ativa, nota-se que os dois primeiros aminoácidos são idênticos aos da
enzima inativa. Isso indica que, provavelmente, não houve alteração dos primeiros dois códons. No entanto, o terceiro aminoáci-
do das sequências da enzima ativa e inativa são, respectivamente, prolina e histidina, o que leva a crer que esse é o códon em
que houve a perda de base. De acordo com a tabela, para que o terceiro aminoácido da enzina inativa seja uma histidina, o códon
correspondente deve ser CAU ou CAC. Se o códon original era CCA, conclui-se que houve uma deleção da segunda cisteína. As
deleções comumente causam alterações nos aminoácidos subsequentes a ela, pois a leitura das trincas é “deslocada” pela au-
sência de um nucleotídio. Esse fato é observado na sequência de aminoácidos das enzimas, incluindo a ausência do sétimo e úl-
timo aminoácido, pela falta de um nucleotídio para completar a trinca do códon.
Sequência de
Triptofano Serina Prolina Serina Leucina Asparagina Alanina
aminoácidos
Sequência de
Triptofano Serina Histidina Histidina Leucina Metionina
aminoácidos
RNA U G G A G U C C A U C A C U U A A U G C A
DNA A C C T C A G G T A G T G A A T T A C G T
226
4. (Enem) Um estudante relatou que o mapeamento do DNA b) (i) vidarabina; (ii) a replicação do DNA; (iii) nucleotídeo
da cevada foi quase todo concluído e seu código genético dAMP; (iv) pela polimerase como possível precursor na
desvendado. Chamou atenção para o número de genes que síntese do DNA.
compõem esse código genético e que a semente da cevada, c) (i) vidarabina; (ii) a síntese de proteínas; (iii) ácido úrico; (iv)
apesar de pequena, possui um genoma mais complexo que pelo ribossomo como possível precursor na tradução.
o humano, sendo boa parte desse código constituída de se-
d) (i) tirosina; (ii) a replicação do DNA; (iii) nucleotídeo dAMP;
quências repetidas.
(iv) pela transcritase como possível precursor do DNA.
Nesse contexto, o conceito de código genético está aborda-
do de forma equivocada.
Alternativa b.
Cientificamente esse conceito é definido como
Pela similaridade com o nucleotídio dAMP (com base adeni-
a) trincas de nucleotídeos que codificam os aminoácidos. na), a vidarabina pode ser confundida pela DNA polimerase.
b) localização de todos os genes encontrados em um genoma. Comparando-se as fórmulas estruturais desses compostos,
c) codificação de sequências repetidas presentes em um ge- notam-se semelhanças comparando as fórmulas estruturais.
noma. No entanto, a ausência do grupo fosfato na molécula de vi-
darabina impede o prosseguimento da polimerização, visto
d) conjunto de todos os RNAs mensageiros transcritos em
que a ligação entre os nucleotídios envolve esse grupo.
um organismo.
e) todas as sequências de pares de bases presentes em um 6. (Enem) Para realizar o desentupimento de tubulações de es-
organismo. gotos residenciais, é utilizada uma mistura sólida comercial
que contém hidróxido de sódio (NaOH) e outra espécie quí-
Alternativa a. mica pulverizada. Quando é adicionada água a essa mistura,
ocorre uma reação que libera gás hidrogênio e energia na
O código genético é a relação entre os diferentes aminoáci-
forma de calor, aumentando a eficiência do processo de de-
dos e as trincas de nucleotídios que os codificam. O estudan-
sentupimento. Considere os potenciais padrão de redução
te, na questão proposta, usou a expressão “código genético”
(E°) da água e de outras espécies em meio básico, expresso
no lugar de “genoma”, que é a sequência completa do mate-
no quadro.
rial genético do organismo obtida pelo sequenciamento do
DNA. A localização de cada gene é chamada de locus gênico,
e o conjunto de todos os RNAs mensageiros transcritos em Semirreação de redução E° (V)
um organismo é o transcriptoma.
2 H2O 1 2 e2 é H2 1 2 OH2 2 0,83
5. (Unicamp-SP)
Co(OH)2 1 2 e2 é Co 1 2 OH2 2 0,73
Unicamp, 2019. Fac-simile/ID/BR
Alternativa a.
Para que haja maior liberação de gás hidrogênio (H2) é neces-
sária a presença de uma espécie atue como agente redutor
Considerando as semelhanças e diferenças entre as estru-
da água. Para isso, o potencial de redução dessa espécie de-
turas químicas dos compostos anteriores e seus conheci-
ve ser menor que o potencial de redução da água. De acordo
mentos sobre os processos bioquímicos da célula, escolha a
com a tabela, o íon Aº(OH)42 e o composto Fe(OH)2 são os úni-
alternativa que preenche corretamente as lacunas no texto
cos que se enquadram nessas condições. No entanto, a dife-
a seguir:
rença de potencial padrão de redução entre a água e o Fe(OH)2
“O composto (i) pode ser utilizado para inibir (ii) é muito pequena, de modo que a presença de Aº, seria mais
, uma vez que tem estrutura química muito seme- eficiente do que a presença de Fe. As equações abaixo repre-
lhante à do (iii) , sendo, portanto, erroneamente re- sentam o processo.
conhecido (iv) .”
Semirreação de redução: 6 H2O 1 6e2 é 3 H2 1 6 OH2
a) (i) tirosina; (ii) a síntese de proteínas; (iii) nucleotídeo
Semirreação de oxidação: 2 Aº 1 8 OH2 é 2 Aº(OH)42 1 6 e2
dAMP; (iv) pelo ribossomo como possível precursor na
transcrição. Equação global: 6 H2O 1 2 Aº 1 2 OH2 é 3 H2 1 2 Aº(OH)42
227
7. (Enem) Grupos de pesquisa em todo o mundo vêm buscando solar em elétrica ocorre por meio da sequência de reações
soluções inovadoras, visando à produção de dispositivos pa- apresentadas.
ra a geração de energia elétrica. Dentre eles, pode-se desta-
Unidade
3 EQUILÍBRIO QUÍMICO
228
Assim, a unidade desenvolve as competências gerais da Edu- flexibilidade, resiliência e determinação). Também são desen-
cação Básica CGEB1 (valorizar o conhecimento historicamente volvidas competências e habilidades da área de Ciências da
construído), CGEB2 (exercitar a curiosidade intelectual, recorrer Natureza e suas Tecnologias.
à abordagem própria das ciências para investigar causas, ela- Sugere-se que essa unidade seja conduzida prioritariamente
borar e testar hipóteses e resolver problemas), CGEB4 (utilizar pelo professor de Química.
a linguagem matemática e científica para se expressar e parti-
lhar informações, experiências e ideias), CGEB5 (compreender,
utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
nas diversas práticas sociais), CGEB7 (argumentar com base em
JUSTIFICATIVA
dados, fatos e informações confiáveis), CGEB9 (exercitar a em- Conhecer o conceito de equilíbrio químico é fundamental pa-
patia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazen- ra a compreensão de diferentes aspectos da transformação de
do-se respeitar e promovendo o respeito ao outro) e CGEB10 substâncias químicas que ocorre em processos industriais, bio-
(agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, lógicos e ambientais.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
Sugere-se que a unidade seja abordada em um bimestre, demandando cerca de 72 aulas. Contudo, avalie se essa duração é a
melhor para a sua turma, adequando-a conforme a necessidade.
QUANTIDADE
CAPÍTULO ABORDAGEM
DE AULAS
Aulas 1 e 2: Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre equilíbrio químico e con-
textualização do tema a ser estudado.
Aulas 3 a 11: Reconhecendo o equilíbrio químico.
1 Aulas 12 e 13: Práticas de Ciências – Estabelecendo o equilíbrio químico
Estado de 30 Aulas 14 a 19: Constantes de equilíbrio.
equilíbrio Aulas 20 e 21: Ciência tem história - Influências sociais na síntese industrial da amônia no século XX.
Aulas 22 a 27: Princípio de Le Châtelier e os efeitos da concentração, temperatura, pressão e dos
catalisadores em um sistema em equilíbrio.
Aulas 28 a 30: Atividades.
229
QUANTIDADE
CAPÍTULO ABORDAGEM
DE AULAS
Aula 1: Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre equilíbrio ácido-base e intro-
dução ao tema.
Aulas 2 a 4: Teoria de dissociação iônica de Arrhenius.
Aulas 5 a 9: Ácidos e bases segundo a teoria de Brönsted-Lowry.
Aulas 10 a 14: Equilíbrio iônico.
2
Aulas 15 a 19: Determinação do pH.
Equilíbrio 35
Aulas 20 a 24: Indicadores ácido-base.
ácido-base
Aula 25 e 26: Práticas de Ciências – Investigando o pH de soluções .
Aulas 27 a 30: Sistema-tampão.
Aula 31: Ciência, tecnologia e sociedade – Mudanças climáticas e sequestro de carbono: a acidifi-
cação dos oceanos.
Aulas 32 a 35: Atividades.
Aulas 1 a 3: Estudo de caso – Entre comprimidos e antiácidos: o que eles podem nos contar sobre
Fechamento o controle do pH.
7
da unidade
Aulas 4 a 7: Questões globais.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
falsificação ou adulteração de produtos alimentícios ou be-
bidas destinadas ao consumo humano que os torne passí-
veis de danos à saúde, é proibida por lei e, para evitar essa
ABERTURA DA UNIDADE (PÁGINAS 118 E 119) prática, é necessário intensificar a fiscalização. No caso do
leite, a fermentação láctica diminui o pH. O azedo do leite fo-
A abertura da unidade introduz o tema de equilíbrio quí- ra do prazo de validade pode ser neutralizado pela adição
mico ao abordar o que ocorre no organismo dos alpinistas em de hidróxido de sódio, mas essa adulteração não o torna pró-
grandes altitudes. A hemoglobina (Hb) é a proteína respon- prio para o consumo.
sável pelo transporte do oxigênio até as células do corpo, e
a equação que representa o equilíbrio com a oxiemoglobina
de forma simplificada, é a seguinte: CAPÍTULO 1 ESTADO DE
Hb (aq) 1 O2 (aq) HbO2 (aq) EQUILÍBRIO (PÁGINA 120)
A hipóxia (literalmente, baixa oxigenação), também conheci-
da como “mal das alturas”, consiste na diminuição de oxigênio
Reconhecendo o equilíbrio químico
(O2) no sangue. Um dos mecanismos de resposta do organismo (página 120)
em uma situação de hipóxia é produzir mais hemoglobina de • O texto de abertura do capítulo trata da reação que ocorre
modo a favorecer o equilíbrio no sentido de produzir oxiemo- em lentes fotocromáticas, que escurecem na presença de luz
globina. É por esse motivo que os alpinistas, quando vão alcan- solar (mais precisamente de raios ultravioleta). Um produto
çando grandes altitudes, necessitam permanecer por tempo pro- curioso como esse pode despertar o interesse dos alunos
longado à altitude para que o organismo consiga se adaptar e para o tema equilíbrio químico.
produzir mais hemoglobina.
• Incentive os alunos a apresentar os conhecimentos prévios que
detêm sobre esse assunto, valorizando os conceitos historica-
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS mente construídos sobre o mundo físico para compreender a
SOBRE AS ATIVIDADES realidade, aptidão contemplada na competência geral CGEB1.
• No capítulo, será abordada a influência de fatores como concen-
Questões para refletir (página 118) tração, pressão e temperatura na proporção de produtos e rea-
1. Resposta variável. Os alunos podem explicar que a variação gentes que se encontram no estado de equilíbrio. Tal influência
no equilíbrio causa prejuízos às indústrias, pois é capaz de é explicada pelo princípio de Le Châtelier. Adicionalmente, discu-
interferir no rendimento das reações e, no caso do meio am- te-se o efeito do uso de catalisadores no equilíbrio químico.
biente, causar a morte de seres vivos. O equilíbrio químico • A maioria as reações químicas são transformações que não
afeta o rendimento das reações, o que pode ser um desafio ocorrem apenas no sentido reagente é produto, mas tam-
para a síntese de determinados compostos em escala indus- bém no sentido produto é reagente, ou seja, são reversíveis.
trial. No meio ambiente, alterações na composição do meio, É preciso chamar a atenção dos alunos para a introdução de
como mudanças de pH ou a presença de poluentes, por exem- um novo símbolo na notação de reação química: quando se
plo, podem afetar os equilíbrios preexistentes causando pro- consideram a reversibilidade e a possibilidade de a reação
blemas ambientais. O conceito de rendimento, já explorado se dar nos dois sentidos, utiliza-se, em vez de uma seta sim-
no trabalho com cálculo estequiométrico, pode ser aprofun- ples (é), o símbolo , ou seja, a dupla semisseta.
dado nesse momento. O baixo rendimento de certas reações
pode estar relacionado com reações reversíveis e condições
• Para exemplificar a reversibilidade (p. 121), sugerimos co-
mentar como a formação ou a deterioração de estalactites
pouco favoráveis para reação direta. ou estalagmites dependem da quantidade de gás carbônico
2. Respostas variáveis. Após a discussão, espera-se que os alu- existente no meio. Desse modo, explora-se a competência
nos concluam que essa é uma prática fraudulenta. A fraude, CECNTEM1 ao analisar o fenômeno natural.
230
Equilíbrio químico (página 122) que os classifiquem como homogêneos ou heterogêneos e,
em seguida, apontem em quais o equilíbrio é heterogêneo
• Apresente aos alunos o conceito de equilíbrio químico usando (reações em que se verifica formação/dissolução de sólido
raciocínios lógicos que envolvam a rapidez de determinadas ou desprendimento/consumo de gás) ou homogêneo (rea-
reações. Pode-se estabelecer uma analogia entre equilíbrio ções que se dão apenas entre gases ou entre substâncias
químico e uma pessoa andando em uma esteira (equilíbrio dissolvidas em um líquido).
entre as velocidades do andar da pessoa e do rolar da esteira,
em direções opostas, porém iguais em módulo). Essa imagem
• Reforce que, em soluções muito diluídas, a concentração de
água é bem próxima da concentração da água pura, de mo-
é mais eficiente do que a de equilíbrio entre duas massas em
do que ela pode ser considerada constante. O conceito da
uma balança de pratos.
variabilidade desprezível da concentração de líquidos e de
• Considerando que uma reação qualquer pode ser escrita sólidos puros é importante para a compreensão do tema
na forma A 1 B C 1 D e valendo-se da reversibilidade seguinte.
das reações químicas, são três os casos-limite. No primei-
ro, se v1 . v2 (rapidez da reação direta maior que a rapidez
da reação reversa), ocorrem o aumento das concentrações
Práticas de Ciências – Estabelecendo o
de C e D e a diminuição das concentrações de A e B em ra- equilíbrio químico (páginas 124 e 125)
zão da maior velocidade de transformação de A e B em C • O desenvolvimento da atividade experimental com os alunos
e D. De modo análogo, no segundo caso, se v1 , v2 , ocor- organizados em grupos possibilita o exercício do diálogo, o
rem maior consumo de C e D e maior formação de A e B. respeito mútuo e o trabalho em equipe com divisão de tare-
Se possível, peça aos alunos que esbocem, na lousa, grá- fas. Essas abordagens são contempladas na competência
ficos das concentrações em função do tempo para ambos geral CGEB9.
os casos, a partir de uma situação de não equilíbrio em que
as concentrações de A, B, C e D sejam iguais até a situação
• Nessa seção, os alunos trabalham tanto a competência es-
pecífica CECNTEM3 quanto as habilidades EM13CNT301 e
de equilíbrio. Promova, então, uma discussão envolvendo
EM13CNT205, pois desenvolvem a capacidade de construir
toda a turma. No terceiro caso-limite, proponha a situação
questões, de elaborar hipóteses e de justificar conclusões,
na qual v1 5 v2, e solicite aos alunos que expliquem o que bem como interpretar resultados e realizar previsões sobre
acontece com as concentrações das substâncias A, B, C e fenômenos com base na observação.
D. Espera-se que eles cheguem à conclusão de que as con-
centrações também não variam uma vez atingido o estado • O experimento sugerido requer poucos materiais, todos eles
acessíveis e que não colocam em risco a integridade física
de equilíbrio, e que, nesse caso particular, elas são iguais.
dos alunos. Mesmo assim, é preciso sempre salientar os cui-
• Estudados os três casos, classifique esse estado de igualda- dados que devem ser observados em relação aos procedi-
de na rapidez das reações nos dois sentidos como uma ca- mentos de segurança e às condições do local na realização
racterística do equilíbrio químico. Trata-se de um estado cuja de atividades experimentais. Quanto aos equipamentos de
característica macroscópica mais importante é a invariância segurança, são necessários óculos de segurança e avental
nas concentrações das substâncias presentes no meio. É im- de algodão com mangas compridas. Se optar pela realização
portante que essa noção fique bem clara para os alunos. da atividade em grupo – o que é recomendável –, ressalte a
• Na discussão sobre equilíbrio químico, atente para que os importância da participação de todos os integrantes, de se-
alunos não se apeguem à concepção alternativa de que guir as etapas de maneira organizada e da tomada conjunta
um equilíbrio é sempre estático. Tal ideia pode provir de de decisões diante de possíveis obstáculos e contratempos.
experiências prévias sobre o termo “equilíbrio”, geralmen- Essa abordagem permite o trabalho com a competência ge-
te ligadas a exemplos em que não ocorrem alterações no ral CGEB10.
sistema, como uma régua equilibrada sobre um suporte.
Por essa razão, eles tendem a considerar que, quando o
• Espera-se, com essa atividade, que os alunos consigam
visualizar, por analogia, que equilíbrio não significa neces-
equilíbrio químico se estabelece, a reação cessa e não ocor- sariamente quantidades iguais de reagentes e de produ-
rem mais alterações, tanto em nível macroscópico quanto tos e que, com isso, descrevam o significado de um
em nível molecular. Portanto, recomendamos frisar que o equilíbrio dinâmico e como variam as velocidades de rea-
resultado macroscópico deriva do estado molecular, em- ções diretas e inversas enquanto o sistema tende ao equi-
bora não seja uma reprodução exata dele. Retome o exem- líbrio. Desse modo, os alunos desenvolvem a habilidade
plo da reação genérica apresentada e mostre a eles que o EM13CNT205.
equilíbrio é caracterizado por v1 5 v2 , e não por v1 5 v2 5
5 0. No nível molecular, as transformações acontecem com • Caso a escola não tenha disponível a vidraria sugerida para
o experimento, podem ser utilizados recipientes de plástico,
a mesma rapidez, de modo que, macroscopicamente, não
contanto que sejam transparentes e permitam a visualização
são observadas alterações. Mais informações a respeito
do volume em cada etapa da atividade.
das concepções alternativas dos alunos sobre equilíbrio
químico e de estratégias para superá-las são encontradas
na seção Fontes complementares (p. 233 deste manual). Constantes de equilíbrio (página 126)
• Para compreender adequadamente a relação entre as con- • Uma vez estabelecido que o equilíbrio químico é caracteriza-
centrações das substâncias existentes no equilíbrio, os alu- do pela não variação das concentrações das espécies exis-
nos devem ser capazes de distinguir sistemas homogêneos tentes no sistema, discuta a tabela com os dados
de sistemas heterogêneos (p. 123). Neste momento, é pre- experimentais presente na página 126. Para que os alunos
ciso relembrar aos alunos que nos sistemas homogêneos compreendam a expressão da constante de equilíbrio (K) e
há apenas uma fase, e nos heterogêneos, mais de uma. não apenas memorizem que o coeficiente estequiométrico
Proponha alguns exemplos de reações e peça aos alunos de uma substância aparece como expoente da concentração
231
da mesma substância, sugerimos reescrever a equação quí- • O trabalho desse tema favorece o desenvolvimento da com-
mica da seguinte maneira: petência geral CGEB4, pois estimula os alunos a utilizar in-
formações expressas em diferentes linguagens, como a
H2(g) 1 I2(g) 2 HI(g) Æ H2(g) 1 I2(g) HI(g) 1 HI(g)
química, presente nas fórmulas matemáticas.
[produtos]
Logo, fica mais claro que a relação de K 5 ___________ pode
[reagentes]
ser escrita assim: Ciência tem história – Influências sociais
HI HI 5 _
[ ][ ] HI[ ]2 na síntese industrial da amônia no
K 5 ______
[H 2][I 2] [H 2][I 2] século XX (páginas 130 e 131)
• Na sequência, fazendo uso do que foi discutido no tema an- O texto dessa seção aborda os aspectos socioeconômicos
terior a respeito da variação desprezível da concentração de que motivaram cientistas a buscar uma síntese mais efetiva
sólidos e líquidos puros em sistemas heterogêneos, justifique para a amônia. Sua leitura evidencia que o conhecimento
a expressão da constante de equilíbrio na reação: químico é uma construção humana, inserida no contexto so-
cial. Espera-se que a leitura auxilie os alunos a desenvolver
Fe(s) 1 Cu21(aq) Fe21(aq) 1 Cu(s)
uma visão crítica a respeito de potenciais descobertas cien-
Essa expressão não considera nem ferro sólido nem cobre tíficas de grande importância no mundo contemporâneo, o
sólido, em vista de as concentrações de ambos serem virtual- que favorece o desenvolvimento das competências gerais
mente invariáveis. A reação ocorre na superfície de contato CGEB2 e CGEB7 e da competência específica CECNTEM3.
do sólido com o(s) outro(s) reagente(s).
• Aproveite o momento para integrar o assunto com o compo-
• Na discussão desse tópico, a competência geral CGEB4 é bas- nente curricular de Geografia, explicando o crescimento po-
tante explorada, pois as linguagens matemática e química pulacional ocorrido no começo do século XIX e como isso
serão muito utilizadas e precisam fazer sentido para os alu- influenciou a demanda de alimentos. Ao explorar a atividade
nos a fim de que o entendimento seja alcançado. 3, trabalhe com os alunos o conceito de empatia e aproveite
• Para complementar a discussão sobre as constantes de equi- para exercitar a competência geral CGEB9.
líbrio, explore o texto “Estudos a respeito da afinidade quími- • O trabalho com leitura, interpretação e discussão permite o
ca”, do boxe Ampliação. Peça aos alunos que comparem a desenvolvimento da leitura inferencial.
lei de ação das massas, proposta pelos químicos noruegue-
ses Guldberg e Waage, em 1864, com a forma atualmente
aceita dela. Os alunos perceberão que as concentrações dos
Princípio de Le Châtelier (páginas 132 e 133)
produtos não aparecem na lei proposta por Guldberg e • A discussão do princípio de Le Châtelier é muito importante
Waage. Esse boxe ajuda a trabalhar a competência geral no conjunto de conteúdos referentes ao equilíbrio químico,
CGEB1. uma vez que racionaliza a influência de variáveis experimen-
tais no estado de equilíbrio. Ao mesmo tempo, trata-se de um
• As duas maneiras principais de representar a constante de assunto que requer grande atenção do professor pela pos-
equilíbrio são:
sibilidade de os alunos desenvolverem concepções alterna-
KC, para concentrações expressas em mol/L; tivas a respeito do tema. Por essa razão, recomendamos a
leitura do artigo “Analogias no ensino de equilíbrio químico”,
Kp, para reações em fase gasosa, em que a constante é ex-
indicado na seção Fontes complementares (p. 233 deste ma-
pressa através da relação entre as pressões parciais dos
nual), no qual são apresentadas algumas analogias comuns
gases.
utilizadas por professores em sala de aula, que podem gerar
• É importante mostrar que as constantes se relacionam por distorções na compreensão dos conceitos químicos por par-
meio da equação de estado dos gases. te dos alunos.
• No boxe De olho no conceito (p. 127), é mostrada a equação • Pode-se introduzir o assunto com o exemplo da dissolução
de Van’t Hoff, que determina a relação quantitativa da cons- de um comprimido efervescente em água. Realize o expe-
tante de equilíbrio com a temperatura. Nesse momento, sa- rimento em sala de aula, utilizando um copo com água e um
liente que a constante de equilíbrio depende da temperatura, comprimido de antiácido ou de vitamina C. Enquanto o com-
de forma que a proporção de reagentes e produtos (e, por- primido se dissolve e ocorre liberação de gás, escreva na
tanto, K) é determinada a uma temperatura constante. lousa a equação de equilíbrio do ácido carbônico, a fim de
mostrar que a formação de CO2 gera as bolhas observadas.
• As constantes de equilíbrio não têm unidade quando obtidas Depois de alguns minutos, a formação de bolhas deve ces-
a partir de dados termodinâmicos (DG 5 DG0 1 RTlnK), pois
sempre são comparadas com uma condição-padrão. Entre- sar; adicione, então, ao sistema algumas gotas de vinagre,
tanto, quando obtidas, experimentalmente, por meio de da- com leve agitação. Após o surgimento de bolhas de gás, pe-
ça aos alunos que formulem hipóteses para o fenômeno
dos de concentração ou pressão, sem serem posteriormente
observado. Caso surjam dificuldades no raciocínio apresen-
comparadas com as condições-padrão, devem ter unidade.
tado por eles, comente que o vinagre contém ácido acético
Portanto, é correto apresentar constantes de equilíbrio com
e, portanto, íons H1 que neutralizam os íons OH2 resultan-
e sem unidade.
tes da hidrólise do bicarbonato. Quando bolhas são obser-
vadas, há formação de CO2, que provém do ácido carbônico.
Cálculo das constantes de Argumente que as bolhas indicam que a reação ácido-base
equilíbrio (página 129) acarretou a formação de ácido carbônico e de mais íons OH2,
que foram repostos.
• Esse tópico tem por objetivo reforçar a relação entre os con-
ceitos e as expressões matemáticas apresentada durante a • Somente depois de encerrar essa discussão, enuncie formal-
explicação sobre o significado da constante de equilíbrio. mente o princípio de Le Châtelier. A ideia, nesse momento, é
232
mostrar aos alunos que o princípio de Le Châtelier provém da reação (por aumentar a concentração de produto) no equilí-
observação dos fenômenos, e não o contrário (ou seja, que brio. Por essa razão, muitos processos industriais requerem
os fenômenos resultam do princípio). fornos que alcancem altas temperaturas.
• A influência da concentração no equilíbrio químico pode ser • Existe uma equação matemática que correlaciona a tem-
discutida com base na relação matemática da constante de peratura ao valor da constante de equilíbrio: a equação de
( [produtos]
)
equilíbrio K 5 ___________ . Primeiramente, é importante des-
[reagentes]
Van’t Hoff. Por meio dela, sendo conhecido o valor da cons-
tante de equilíbrio em dada temperatura, é possível calcu-
tacar que a variação na concentração dos componentes do lar o valor da constante em outra temperatura qualquer.
sistema não afeta a constante de equilíbrio (remeta os alu-
nos para a reação de formação do iodeto de hidrogênio, HI). • Antes de iniciar a abordagem do tópico Efeito dos catalisa-
dores (p. 134), verifique as ideias prévias que os alunos têm
Assim, o aumento da concentração de produtos requer o
sobre catalisadores. Esclareça-os que o catalisador é um com-
aumento da concentração de reagentes para que o valor da
constante de equilíbrio permaneça inalterado. Vale ressal- ponente que participa da reação, embora não se verifique
tar que esse aumento é consequência da transformação de seu consumo no processo global e nem altere as concentra-
parte do produto em reagente. O raciocínio é o mesmo no ções de produtos e reagentes quando atingido o equilíbrio.
caso da adição de reagente, ou seja, há a tendência de for- Logo, sua principal função consiste em possibilitar que a rea-
mação de produto. ção alcance o equilíbrio em um tempo menor, aumentando
a rapidez das reações químicas. Enfatize que o catalisador
• Retome a relação existente entre a constante de equilíbrio não afeta a composição do equilíbrio químico, e, sim, o tem-
expressa em termos de concentrações e em termos de pres-
sões parciais para explicar aos alunos que, embora a pres- po necessário para estabelecê-lo.
são aplicada não afete a constante de equilíbrio, as • Contextualize o tema retomando brevemente o que são en-
quantidades de reagentes e produtos são alteradas. Esta- zimas e a importância delas para a vida, uma vez que os
beleça uma relação com o princípio de Le Châtelier, segun- seres vivos não podem depender de reações muito lentas
do o qual a alteração no equilíbrio ocorre com o propósito para sobreviver.
de compensar a perturbação imposta, e explique que o au-
mento da pressão pode ser compensado pela diminuição
do número de moléculas no estado gasoso, o que diminui FONTES COMPLEMENTARES
a pressão total. Em contrapartida, quando a pressão é re-
• Borges, J. C.; Hipólito, D. A. Uma descoberta que mudou o mun-
duzida, aumenta-se o número de moléculas no estado ga-
do. Ciência Hoje On-line, 3 out. 2008. Disponível em: https://
soso e, em decorrência, a pressão aumenta.
cienciahoje.org.br/coluna/uma-descoberta-que-mudou-o
• Se julgar interessante, adiante a leitura do texto “Limitações -mundo/. Acesso em: 12 maio 2020.
do uso do princípio de Le Châtelier”, do boxe Ciência se dis-
O artigo discute o impacto social e ambiental da síntese da
cute (p. 134), para desenvolver o senso crítico dos alunos.
amônia, desenvolvida há mais de cem anos.
Recomende a leitura prévia do texto e, durante a aula, faça
este questionamento a respeito da validade do princípio de • Ferreira, L. H.; Hartwig, D. H.; rocHa-FilHo, R. C. Algumas expe-
Le Châtelier: Na reação de formação de amônia, espera-se riências simples envolvendo o princípio de Le Châtelier. Quí-
que, com o aumento da quantidade de nitrogênio, o equilíbrio mica Nova na Escola, São Paulo, n. 5, p. 28-31, 1997. Dispo-
favoreça a formação de produtos ou de reagentes? De acor- nível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc05/exper1.pdf.
do com o princípio, haveria o favorecimento da formação da Acesso em: 12 maio 2020.
amônia. Todavia, o texto aponta que, em situações em que a Nesse artigo, são sugeridos quatro experimentos simples, com
pressão parcial de nitrogênio é alta, ocorre o “inesperado” e materiais acessíveis, que se valem do princípio de Le Châtelier
se forma mais nitrogênio.
para abordar conceitos referentes ao equilíbrio químico.
• Informe os alunos de que é preciso considerar tanto o efeito • MacHado, A. H.; aragão, R. M. R. Como os estudantes concebem
da pressão quanto da concentração. Escreva na lousa a equa-
ção de formação da amônia e a constante de equilíbrio em o estado de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, São
concentração: Paulo, n. 4, p. 18-20, nov. 1996. Disponível em: http://qnesc.
sbq.org.br/online/qnesc04/aluno.pdf. Acesso em: 12 maio
[NH 3]
2
N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) Æ K C 5 _ 2020.
[ 2] [ 2]
N H 3
233
SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO reação química em que A se transforma em B (A é B), en-
quanto a transferência de água do béquer B para o béquer
• Use as atividades propostas nos boxes Roteiro como uma A representa a transformação de B em A (B é A).
avaliação formativa. As atividades sugeridas no final do ca-
pítulo podem ser utilizadas como avaliações somativas. 2. Em cada transferência, a quantidade de água passada do
béquer A para o béquer B e no sentido oposto foram dife-
• Após a execução da atividade proposta na seção Prática de rentes. A quantidade de água transferida de A para B di-
Ciências, peça aos alunos que escrevam um pequeno texto
minuiu a cada etapa, enquanto na transferência de B
sobre as características de um processo reversível e o estado
para A, o volume de água transferido aumentou. Espera-
de equilíbrio dinâmico. Eles podem trocar com um colega e -se que os alunos indiquem que isso ocorreu até certo mo-
fazer a correção desse texto em duplas. mento. Em alguma das etapas, a quantidade de água
• Peça aos alunos para que eles expliquem como o princípio de transferida foi a mesma e continuou constante, momento
Le Châtelier pode ser utilizado para maximizar a produção em que o experimento é interrompido. A quantidade de
de amônia, retomando o texto da seção Ciência tem história água transferida representa a velocidade da reação cor-
(p. 130 e 131). Em seguida, peça a eles que leiam o texto do respondente, de modo que, no início, a velocidade de
boxe Ciência se discute (p. 134) e expliquem as limitações A é B é maior que a velocidade de B é A, mas, no final do
para o uso desse princípio na reação citada. experimento, as velocidades de ambas as reações (direta
e inversa) se igualam. Na parte I do experimento, o volu-
me de água nos béqueres grandes influencia a quantida-
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS
de de água que será transferida. Até certo ponto, quanto
SOBRE AS ATIVIDADES
maior o volume de água no béquer grande, mais água se-
rá transferida desse béquer para o outro.
Para começar (página 120)
3. Na etapa em que as quantidades transferidas atingem um
1. Espera-se que os alunos respondam que são reações que valor que se mantém constante nas etapas posteriores.
ocorrem em dois sentidos simultaneamente, ou seja, no sen-
tido direto e no sentido inverso. 4. O tamanho dos béqueres utilizados na transferência de
água está relacionado com a velocidade de cada uma das
Avalie utilizar exemplos de reações irreversíveis, como com- reações (direta e inversa) e, consequentemente, com o es-
bustões, para explorar o conceito de reversibilidade. tado final de equilíbrio. Na primeira parte, como os béque-
2. Resposta pessoal. Os alunos provavelmente vão responder res eram iguais, o volume final de cada um dos recipientes
com base no senso comum de equilíbrio, relacionando-o com (A e B) terminaram com a mesma quantidade de água. Na
algo estável, constante ou até mesmo nulo, pensando em Fí- parte II, por causa do béquer de maior capacidade utilizado
sica e no estado de um sistema em que as forças se anulam. para a transferência de água de A para B, o béquer B ter-
No entanto, a resposta esperada deve relacionar as reações minou com maior quantidade de água. Os béqueres de
reversíveis e a velocidade em que essas reações ocorrem. transferência representam as constantes de velocidade da
Essa questão pode ser utilizada para a introdução do con- reação direta e inversa, que, na parte I, são iguais, enquan-
ceito de equilíbrio químico. As hipóteses dos alunos serviriam to na parte II a constante de velocidade da reação direta é
de ponto de partida para construir esse conceito. maior que a da reação inversa.
3. Um estado em equilíbrio é aquele cujas propriedades ma- 5. A expressão da constante de equilíbrio para a reação A B
croscópicas do sistema não variam com o tempo; isso se dá [B]
é Kc 5 , em que, [A] é a concentração de A, em mol/L, e [B],
porque, a nível molecular, as reações químicas ocorrem si- [A]
multaneamente em ambos os sentidos e com a mesma ra- a concentração de B, em mol/L, ambas no equilíbrio. Na ana-
pidez. Além disso, tanto a matéria quanto a energia não são logia, a concentração de A e B podem ser entendidas como
removidas ou adicionadas ao sistema. o volume de água em cada um dos recipientes (A e B, res-
pectivamente). Assim, como o volume de B é maior que o de
O equilíbrio químico é um exemplo de equilíbrio dinâmico. A na parte II, enquanto os volumes de A e B são iguais na
Explore essa expressão para que os alunos conectem as parte I, a constante de equilíbrio é maior na parte II do que
características macroscópicas e moleculares do equilíbrio na parte I. A modificação dos tamanhos dos béqueres de
químico. transferência, que causou estados finais diferentes na parte
I e na parte II, é análoga a uma alteração na temperatura,
Roteiro (página 122) que favoreceu a reação direta.
1. a) 2 NaHCO3(s) Na2CO3(s) 1 H2O(g) 1 CO2(g)
b) Com a formação de gases, a pressão do sistema aumenta Roteiro (página 129)
até que o equilíbrio seja atingido.
2. Não. Sem a informação sobre os estados físicos das subs-
c) O equilíbrio é heterogêneo, pois há substâncias em dife- tâncias, não é possível escrever as expressões de equilíbrio,
rentes estados físicos da matéria. pois as substâncias em estado sólido não entram nas ex-
Enfatize que a análise da pressão só pode ser feita conside- pressões de equilíbrio químico.
rando um sistema fechado.
(pN O )
3. a) K p 5 ______2
2 4
234
( p NOCº )
2
c) K p 5 __________ problema, o sistema não atingiu a situação de equilíbrio. A
p p
( NO ) ( Cº )
2
?
2 unidade de Kp pode ser calculada por análise dimensional e
( p Cº ) ? ( p PCº )
d) K p 5 __________
2 3
nesse caso seria atm.
p ( )
PCº 5 2. a) Comente com os alunos que o equilíbrio está presente nos
intervalos em que não há variação de concentração, e que o
A expressão do KP, constante de equilíbrio em função das
início exato da situação de equilíbrio pode variar um pouco
pressões parciais só faz sentido para substâncias no estado
devido às limitações da imagem.
gasoso. Questione os alunos para quais tipos de reação não
seria possível escrever uma expressão para KP.
ID/BR
Ciência tem história – Influências sociais na síntese
industrial da amônia no século XX (páginas 130 e 131)
Concentração
A
1. A produção de alimentos não era suficiente para alimentar
uma quantidade cada vez maior de pessoas, o que motivou
a pesquisa de meios que pudessem aumentar a produtivida-
de dos solos. A partir da produção industrial da amônia, foi B
possível fertilizar o solo e aumentar a quantidade de alimen-
tos produzidos. Essa questão pode ser utilizada para enfati-
zar o papel da ciência para a humanidade. 0 Tempo
2. Não, porque o equipamento elaborado por eles era capaz de
sintetizar pequenas quantidades de amônia, logo foi preciso b) A curva A, pois a concentração aumenta até se tornar cons-
a adaptação do trabalho de laboratório para a indústria, fei- tante no equilíbrio e também porque a concentração ini-
ta por Carl Bosch. Essa adaptação proporcionou a produção cial é zero, o que ocorre na maioria dos casos. Comente
de toneladas de amônia, suprindo a demanda agrícola. com os alunos que é possível que a concentração de pro-
A produção em escala industrial exige integração de outros dutos seja diferente de zero em t 5 0, caso haja introdu-
profissionais com os cientistas. Peça aos alunos que reflitam ção de reagentes e produtos no início, mas que essa
sobre quais são as outras profissões envolvidas em todo es- situação não é comum.
se processo. [NH3]2
3. Resposta variável. Os alunos podem citar que conflitos 3. Na expressão da constante K 5 , observa-se que
[N2] ? [H2]3
territoriais, deslocamentos populacionais e crises econô- a concentração de H2 interfere no valor da constante de for-
micas interferem na distribuição de alimentos. Eles ainda ma exponencial, o que não acontece para N2. Por isso, a va-
podem falar sobre a necessidade de cooperação entre go- riação de [H2] provocará maior alteração no equilíbrio.
vernos e ações humanitárias para mitigar conflitos, dimi-
nuir o efeito das crises climáticas para alcançar o objetivo 4. a) NH4NO2(s) N2(g) 1 2 H2O(g)
de fome zero. b) Heterogêneo.
c) KC 5 [N2] ? [H2O]2
Ciência se discute – Limitações do uso do princípio
d) K p 5 ( p N ) ? ( p H O ) 2
de Le Châtelier (página 134) 2 2
(pNOCº)2
( 0,110 ) 2 ? 0,430 É possível estender essa questão e pedir aos alunos que
K p 5 _____________ acrescentem a curva da variação da pressão parcial de um
( 3,46 ) 2
dos reagentes.
Kp 5 4,3 ? 1024 6. a) Equilíbrio II (aumenta a temperatura, aumenta o valor
Como o Kp calculado é diferente do Kp na temperatura do de KC).
235
b) Somente o equilíbrio I é alterado pela pressão. Aumen- • No entanto, quando está sem nenhum elétron, essa espécie
tando a pressão, a formação de produtos é favorecida. tende a se associar com a água por uma ligação covalente
A análise do KC em função da temperatura pode ser desafia- coordenada, formando o íon hidrônio, H3O1. Diz-se, então,
dora para os alunos. Uma sugestão é analisar o significado que, quando em solução, os prótons estão solvatados.
do aumento do valor da constante, que indica um aumento • O hidrônio é solvatado por outras moléculas de água, sendo
no rendimento da reação e relacioná-la com a temperatura que a espécie mínima formada é (H3O ? 3 H2O)1 ou H9O14 .
(alta ou baixa), para então verificar qual tipo de reação, en- É comum, porém, sua representação ser simplificada para
dotérmica ou exotérmica, se encaixa nesse perfil. H1(aq) ou H3O1(aq).
7. a) O rendimento diminui. • Dissociar e ionizar são fenômenos diferentes. O primeiro
b) O rendimento aumenta. termo significa quebrar ou separar, e o segundo, formar
c) O rendimento não é alterado. íons. A leitura do texto “Dissociação e ionização”, do boxe
De olho no conceito (p. 137), ajudará os alunos a compreen-
d) O rendimento aumenta.
der esses termos.
É comum que os alunos acreditem que o catalisador aumen-
te o rendimento da reação. Por isso, retome o conceito de ca-
• De modo semelhante ao que ocorre com os ácidos, as bases
sofrem ionização/dissociação quando dissolvidas em água,
tálise e o papel do catalisador em uma reação química para
formando soluções eletrolíticas. Contudo, o ânion é sempre
evitar concepções alternativas relativas a esse tema.
o hidróxido, OH2, característico do grupo das bases.
8.
ID/BR
[H2] • Neste momento, deixe claro para os alunos que eles entrarão
em contato com uma nova perspectiva, que vai se somar à
adotada até aqui.
[N2] • Explicite os diferentes modelos atômicos que podem ser usa-
dos dependendo da complexidade do problema a ser resol-
vido. Por exemplo, represente uma figura com átomos de
Tempo substâncias no estado gasoso para a observação das pro-
priedades de translação; para essa representação, o modelo
Permita que os alunos discutam com seus pares o significado
de Dalton é suficiente.
do segmento vertical na curva da [N2], para que eles ampliem
suas habilidades de interpretação de gráficos. • Entretanto, para abordar os conceitos de ácido e de base
de acordo com a teoria de Brönsted-Lowry, precisamos re-
correr a um modelo atômico mais detalhado, como o de
CAPÍTULO 2 EQUILÍBRIO ÁCIDO- Rutherford-Böhr, por exemplo. A ligação da espécie H1 com
-BASE (PÁGINA 136) a água (H2O) envolve o conceito de ligação interatômica
covalente.
Ácidos e bases no cotidiano (página 136) • Se julgar oportuno, complemente a discussão com o texto
“Teoria eletrônica de Lewis”, do boxe Ampliação (p. 138),
• Incentive os alunos a apresentar os conhecimentos prévios que apresenta uma terceira teoria sobre ácidos e bases (a
que detêm sobre o assunto, valorizando os conceitos histo-
ricamente construídos sobre o mundo físico para compreen- teoria de Lewis). Alternativamente, pode-se trabalhar com
der a realidade, aptidão contemplada na competência geral os alunos o texto completo da referência.
CGEB1.
• Esse capítulo pretende reconstruir os conceitos de basicidade Constantes de dissociação de ácidos e
e acidez por meio de sua relação com o equilíbrio iônico da água.
bases (página 139)
Ao retomar esse conceito, aproveite para explorar a habilidade
EM13CNT104. Os conceitos de pH e as titulações ácido-base • Sugerimos que você se apoie nas discussões a esse respei-
são abordados com vistas a propiciar o entendimento da deter- to realizadas anteriormente. Descreva o que acontece com
minação quantitativa das soluções ácidas e básicas. O objetivo a dissolução de ácido acético puro em água, por exemplo.
principal, porém, consiste na transição do pensamento qualita- Ele se dissolve na água, e algumas de suas moléculas são
tivo para o pensamento quantitativo no estudo das proprieda- ionizadas, gerando íons acetato e íons hidrônio, os quais
des de soluções ácidas e básicas. podem se recombinar dando origem a moléculas de ácido
acético. No equilíbrio, as concentrações das espécies são
constantes, mas não há término dos processos. Enfatize que
Ácidos e bases segundo a teoria de todas essas espécies estão presentes no meio ao mesmo
Arrhenius (página 137) tempo, e que sua proporção determinará o valor da cons-
tante de equilíbrio. No caso em análise, a concentração de
• A associação da teoria de Arrhenius com os ácidos vem do íons acetato será baixa em relação à de ácido acético não
fato de que esses materiais formam soluções eletrolíticas,
mas com uma característica comum: o cátion sempre é H1 ionizado. Outros ácidos podem apresentar maior ou menor
(um próton). Esse íon aparece porque, ao ocorrer a ionização/ grau de ionização no equilíbrio.
dissociação do ácido, o hidrogênio perde seu único elétron • Peça aos alunos que verifiquem como o valor da constan-
para o ânion, mais eletronegativo. te de equilíbrio varia de acordo com a extensão da
236
dissociação; para isso, eles devem usar a equação de equi- • Se julgar necessário, trabalhe o texto do boxe De olho no con-
líbrio químico e os conhecimentos adquiridos sobre a ex- ceito (p. 142), para retomar como são feitos cálculos com lo-
tensão de reações. garitmo. Aproveite esse momento para desenvolver a
competência geral CGEB4. Seria interessante desenvolver
• Na sequência, apresente-lhes a definição de K a
e destaque
a relação existente entre a força dos ácidos e o valor da cons- questões interdisciplinares sobre esse tema com o professor
tante de dissociação. Comparativamente, valores mais altos de matemática.
indicam ácidos mais fortes, e valores menores, ácidos mais
fracos. O mesmo raciocínio utilizado para os ácidos aplica-se Indicadores ácido-base (página 144)
às bases, com a análise do valor de Kb.
• Para ilustrar a presença de indicadores ácido-base na na-
tureza e seu papel nas plantas, indique a leitura do texto
Equilíbrio iônico e produto iônico da “Indicadores naturais”, do boxe Ampliação (p. 144), que
água (página 140) trabalha o tema contemporâneo Ciência e Tecnologia, ao
apresentar a pesquisa de Robert Boyle com extrato de
• Se considerar oportuno, inicie a abordagem desse tópico com violetas.
uma atividade que explore o fato de que, para uma dada tem-
peratura, a água pura apresenta condutibilidade elétrica.
Oriente os alunos de modo que percebam a autoionização Titulação ácido-base (página 146)
da água por meio da evidência experimental de condutivida-
de elétrica: a condição fundamental para a condução é a pre-
• A trabalhar esse tópico, enfatize que o ponto de equivalência
e o ponto de viragem observados na titulação não têm o mes-
sença de íons. No caso da água, o valor da condutibilidade mo significado. O primeiro representa o momento em que
elétrica é baixo, o que leva à conclusão de que a concentra- todas as moléculas da amostra terão sido tituladas, ao passo
ção de íons é baixa; por fim, como se trata apenas de molé- que o segundo indica quando a solução atingiu o pH neces-
culas de água, a única fonte de íons possível são as próprias
sário para que a cor do indicador mudasse. Por isso, ao rea-
moléculas de água.
lizar uma titulação, a escolha do indicador é fundamental
• Uma alternativa interessante é a construção de um modelo mo- para evitar erros.
lecular relativo aos processos em curso em um copo de água.
• Nas soluções de ácidos fracos ou de bases fracas, o pH do
• Aproveite para retomar os conceitos de interações intermo- meio, depois de atingir o ponto de equivalência, será defi-
leculares e equilíbrio químico. Leve os alunos a perceber que, nido pela constante de ionização da substância. Por esse
no sistema estudado, alguns átomos de hidrogênio estão in- motivo, os valores do pH da solução podem estar muito
teragindo com duas moléculas de água simultaneamente longe da faixa na qual o indicador muda de cor, como na
(ligações de hidrogênio) e que, nesse caso, há duas possibi- titulação de soluções de uma base fraca como a amônia,
lidades de evolução: quebra da ligação intermolecular ou que resultaria em um pH próximo de 5 no ponto de vira-
quebra da ligação intramolecular de uma das moléculas de
gem. A fenolftaleína, portanto, é um péssimo indicador pa-
água e formação de H3O1 e OH2. Da mesma maneira, o opos-
ra o experimento.
to também pode ocorrer: H3O1 e OH2 podem se ligar nova-
mente e formar duas moléculas de H2O; portanto, existe um • Ressalte a necessidade de uma escolha cuidadosa do indi-
equilíbrio de ionização das moléculas de água dependente cador para cada caso e aproveite para trabalhar o conceito
da rapidez com que ocorrem a quebra e a formação das liga- de erro experimental e, assim, desenvolver a habilidade
ções intramoleculares. EM13CNT205.
• Se julgar necessário, utilize o texto “Água: o líquido vital”, do • Ao abordar o pH de soluções muito diluídas, quando con-
boxe Ampliação (p. 140), para retomar algumas propriedades frontados com a solicitação, por exemplo, de determinar
importantes da água. o pH de uma solução de HCº com concentração de
1029 mol/L, os alunos, de modo geral, respondem que o
Determinação do pH (página 142) pH será igual a 9. Na verdade, essa resposta representa
a simples regra memorizada de que pH 5 2log [H3O1],
• Depois da apresentação da escala de pH, obtida da constan- embora se trate do equívoco de que o pH acima de 7 cor-
te de ionização da água, os alunos tendem a achar que os responde a substâncias básicas, o que não faz sentido no
valores possíveis para o potencial hidrogeniônico estão com- caso do ácido clorídrico. O problema ocorre quando os
preendidos apenas entre 0 e 14. alunos não consideram grandezas e não ponderam sobre
• Sugerimos orientá-los a calcular o pH de ácidos e bases for- a origem do conceito de pH, decorrente da autoionização
tes (100% dissociados) com concentração acima de 10 mol/L da água, cuja concentração é de H3O1 igual a 1027 mol/L.
cujo resultado seja representado por valores negativos de Se refletirem um pouco a respeito, eles vão perceber que
pH ou acima de 14, respectivamente. É importante salientar o efeito de um ácido tão diluído seria apenas a redução
aqui que a correspondência entre a concentração de soluções de alguns centésimos do pH da água pura. Lance a eles
ácidas e básicas e o pH funciona razoavelmente bem somen- esse desafio para dirimir os prováveis problemas concei-
te dentro da escala de 0 a 14 em soluções aquosas. No caso tuais desenvolvidos durante o estudo desta unidade.
de soluções mais concentradas, é maior a divergência entre
o cálculo teórico do pH a partir da concentração e o valor real. Práticas de Ciências – Investigando o pH
Por exemplo, na solução aquosa de HCº 10 mol/L, o pH não
é exatamente 21: seu valor real é de aproximadamente 20,6.
de soluções (página 147)
Além disso, não é possível obter valores de pH muito distan- • Ao desenvolver o item 3 da etapa “Como fazer”, o pH da água
tes da escala de 0 a 14 porque há um limite na preparação pura é 7 e ela é considerada neutra. Durante o preenchimen-
de soluções com concentrações muito elevadas de ácidos e to da tabela, estimule a curiosidade dos alunos a testar tam-
de bases. bém as outras substâncias disponíveis. No caso do café, seu
237
pH é 5, portanto, ele é ácido. Ao testar a hipótese, espera-se que os estudantes compreendam que não é possível diluir o café
até que ele se torne básico.
• O desenvolvimento da atividade experimental com os alunos para o funcionamento do corpo humano (o transporte do oxi-
organizados em grupos possibilita o exercício do diálogo, o gênio pelo sangue depende do pH). O texto “Tampões fisioló-
respeito mútuo e o trabalho em equipe com divisão de tare- gicos”, do boxe Ampliação (p. 148), pode ser utilizado para
fas. Essas abordagens são contempladas na competência encaminhar a discussão desse último tópico. O texto “O pH da
geral CGEB9. saliva e as cáries”, do boxe Ação e cidadania discute o efeito
tamponante da saliva e sua importância para a saúde bucal.
• Se optar pela realização da atividade em grupo – o que é re-
comendável –, ressalte a importância da participação de to-
dos os integrantes, de seguir as etapas de maneira
organizada e da tomada conjunta de decisões diante de pos-
Ciência, tecnologia e sociedade –
síveis obstáculos e contratempos. Essa abordagem permite Mudanças climáticas e sequestro de
o trabalho com a competência geral CGEB10. carbono: a acidificação dos
• A atividade com o simulador permite aos alunos utilizar as oceanos (página 151)
tecnologias de informação de forma crítica para produzir
conhecimento; com isso exploram-se a competência geral
• Nessa seção, é trabalhada a habilidade EM13CNT303, pois
os alunos são levados a interpretar textos de divulgação cien-
CGEB5 e também a habilidade EM13CNT301 (pelo uso de tífica relacionados às temáticas das Ciências da Natureza
instrumentos de medição para interpretar resultados expe- disponíveis em diferentes mídias e a construir estratégias de
rimentais). seleção de fontes confiáveis.
• Caso a escola não tenha uma sala de informática para que a • O texto aborda a problemática da acidificação dos oceanos
atividade seja realizada, os alunos podem utilizar seus pró-
e as consequências disso para os ecossistemas marinhos.
prios aparelhos para realizar o experimento, pois o simulador
Ele faz parte de uma coletânea que reúne textos sobre as
está disponível para tablets e smartphones.
mudanças climáticas. Caso julgue oportuno, extrapole esse
tema na discussão com os alunos procurando desenvolver a
Sistema-tampão ou solução-tampão competência específica CECNTEM2.
(páginas 148 a 150)
• O conceito de solução-tampão pode ser um grande desafio FONTES COMPLEMENTARES
para os alunos, em virtude de se utilizarem diversos conhe-
cimentos recém-adquiridos. É esperado, portanto, que nem • cHagas, A. P. Teorias ácido-base do século XXI. Química Nova
na Escola, n. 5, p. 28-30, maio 1999. Disponível em: http://
todos tenham a desenvoltura necessária com os procedimen-
qnesc.sbq.org.br/online/qnesc09/historia.pdf. Acesso em:
tos matemáticos básicos para a compreensão do sistema-
12 maio 2020.
-tampão.
O texto discorre sobre a perspectiva histórica das diversas
• Assim, é aconselhável não mostrar aos alunos a equação de teorias ácido-base formuladas no século XX , apresentando
Henderson-Hasselbach (p. 150) antes de se certificar de que
as relações entre elas e a evolução natural que culminou no
eles já sejam capazes de especificar todos os processos quí-
conteúdo ensinado atualmente.
micos envolvidos no funcionamento de uma mistura tampo-
nante. Esse alerta é importante porque há muitos alunos que • Fiorucci, A. R.; soares, M. H. F. B.; cavalHeiro, E. T. G. Ácidos orgâ-
não compreendem o funcionamento de um tampão, mas sa- nicos: dos primórdios da química experimental à sua presen-
bem calcular seu pH por meio da memorização da fórmula. ça em nosso cotidiano. Química Nova na Escola, n. 5, p. 6-10,
A atividade 1 sugerida em Atividades complementares maio 2002. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
(p. 240 deste manual) evita essa prática. qnesc15/v15a02.pdf. Acesso em: 12 maio 2020.
• Ilustre a necessidade de manter o pH constante tanto para o Perspectiva sobre o cotidiano e o histórico dos ácidos orgâni-
meio ambiente (o aumento de CO2 poderia levar a uma dimi- cos. O texto descreve a primeira obtenção dessas substâncias
nuição do pH oceânico e provocar a solvatação de recifes de em laboratório e comenta suas propriedades e aplicações,
corais e a mortandade de peixes em água acidificada), como tanto naturais como industriais.
238
TEXTOS COMPLEMENTARES ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Funcionamento de um sistema-tampão
Texto 1: Ionização e dissociação Essa atividade tem como objetivo compreender o funciona-
No livro, o termo “dissociação” é usado tanto para ácidos mento do sistema-tampão.
como para bases para descrever os fenômenos que ocorrem
Como fazer
quando estes são adicionados à água. Alguns autores, no
entanto, preferem conceituar o fenômeno da dissociação de 1. Descreva aos alunos o sistema contendo um sal de ácido
ácidos como ionização. Dissociar significa “separar”. A pala- fraco e seu ácido correspondente. Por exemplo, solução
vra “ionização” se refere a um fenômeno em que há forma- contendo ácido acético e acetato de sódio, ambas 0,5
ção de íon ou de íons. Quando uma substância, como o cloreto mol/L (pH j 4,7).
de hidrogênio, HCº, é colocada em água, ocorrem tanto a dis- 2. Solicite à turma que esboce um modelo desse sistema. Po-
sociação como a ionização. de ser um desenho de um sistema contendo grande quan-
O hidrogênio do ácido se separa do cloreto (dissociação), e tidade do ânion desse sal e de seu ácido correspondente.
nessa separação há formação de íons (ionização). A solução
3. Introduza uma interferência no sistema (escolha entre a
resultante é chamada de ácido clorídrico. Independentemente
adição de pequena quantidade de ácido forte, de peque-
da nomenclatura escolhida, o importante é notar que a pre-
na quantidade de base forte ou de água) e peça aos alu-
sença de íons com liberdade de movimento contribui para a
nos que façam outro desenho para representar o sistema.
condutibilidade elétrica do meio, o que faz com que o ácido
clorídrico seja classificado como um eletrólito forte. Na obra 4. Repita o procedimento anterior para os outros tipos de in-
de autores conceituados de Química é utilizada a expressão terferência. Ressalte que, em razão dos equilíbrios envol-
“constante de dissociação”. vidos, há pouca alteração quanto à presença de íons H1 ou
OH2 depois da adição do interferente em comparação com
Fonte de pesquisa: Pimentel, G. C.; SPratley, R. D. Química: um
tratamento moderno. São Paulo: Edusp, 1974. v. 1. a situação anterior à sua adição. Isso decorre de uma ação
do sistema para minimizar as interferências causadas, que
Texto 2: Curva de titulação: ponto de equiva- derivam da relação entre os diversos equilíbrios presentes.
lência 3 ponto de viragem 5. Proceda, em seguida, à introdução dos cálculos como for-
O gráfico abaixo apresenta a variação do pH durante ma de quantificar a pequena mudança no pH do sistema
uma titulação ácido-base com a utilização de um ácido e explicar por que há pouca variação no pH do sistema.
forte e uma base forte. É possível observar que essa va- Compare com o caso de um sal como o NaCº, e discuta o
riação se torna maior quando o sistema se aproxima do que acontece com o pH quando há uma pequena adição
ponto de equivalência. de H1 ou OH2 .
14 6. Faça o mesmo para uma solução de um ácido ou base fra-
ID/BR
equivalência
SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO
0
Vbase Use as atividades propostas no boxe Roteiro como uma ava-
liação formativa. As atividades sugeridas no final do capítulo po-
Curva de titulação ácido-base de
ácidos fortes com bases fortes. dem ser utilizadas como avaliações somativas.
Durante o desenvolvimento da atividade prática, avalie o en-
No início da titulação, a diferença de grandeza entre a
volvimento e a participação dos alunos. Além disso, utilize as
quantidade de H3O1 na solução e a quantidade de OH2
respostas e as conclusões deles como forma de avaliar a com-
em uma gota de titulante é grande o suficiente para que
preensão dos assuntos abordados no experimento.
não haja muita alteração de pH. Quando o sistema está
Proponha aos alunos que formem grupos e discutam as
próximo do ponto de equivalência, a concentração de H3O1
consequências sociais e econômicas da acidificação dos ocea-
na solução é tão baixa que a quantidade de OH2 em uma
nos, usando como referência o texto da seção Ciência, Tecno-
gota de titulante é capaz de alterar drasticamente seu pH.
logia e Sociedade (p. 151). Em seguida, peça que cada grupo
Formalmente, o ponto de equivalência (ponto no qual to-
apresente as suas conclusões. A partir do trabalho com esse
dos os H3O1 foram neutralizados) não é o mesmo que o pon-
texto, você também pode solicitar que eles pesquisem as rea-
to de viragem experimental observado durante a titulação.
ções que ocorrem no mar e estão relacionadas à dissolução de
O pH de viragem é uma característica única de cada indica-
corais e conchas.
dor. No caso de titulações de ácidos fortes por bases fortes,
indicadores que sofram alteração de cor dentro da faixa de
pH entre 5 e 9 podem ser adotados sem que haja erro gran- RESPOSTAS E COMENTÁRIOS
de na medida do volume de titulante necessário para atingir SOBRE AS ATIVIDADES
o ponto de equivalência.
Nas titulações de bases fracas ou ácidos fracos, o sal Para começar (página 136)
resultante sofrerá hidrólise e o pH do meio será definido 1. De acordo com a teoria ácido-base de Arrhenius, substâncias
pelo Kh da substância. ácidas são aquelas que, em solução aquosa, liberam íons H1
Fonte: Texto elaborado para fins didáticos e substâncias básicas são as que, em solução aquosa, libe-
ram íons OH2. Os alunos também podem responder com
239
1,0 ? 10 −6
base na teoria de Brönsted-Lowry, na qual ácidos são doa- V HCº 5 _ 5 5 ? 10 25 L ou 0,05 mL
2 ? 10 −2
dores de prótons e bases são receptoras de prótons.
Caso julgar necessário, apresente aos alunos a resolução uti-
2. O pH é uma escala utilizada para determinar o caráter ácido,
lizando a regra de três.
básico ou neutro das soluções. A segunda resposta é variá-
vel. Os alunos podem citar a importância de conhecer o pH 6. n H 5 0,03 ? n HNO 5 0,03 ? 2 ? 10 22 5 6 ? 10 24 mol / L
1
2
em que ocorrem as reações químicas no corpo humano, a É interessante comentar que o grau de ionização é uma medida
manutenção do pH de corpos de água ou do solo para a agri- de força do ácido, relacionado com o equilíbrio de ionização.
cultura dentro de valores específicos para a manutenção da 7. a) [OH 2] 5 1,0 ? 10 23 mol/L
vida, etc. Comente que grandes variações de pH no sangue,
pOH 5 2 log[O H 2] 5 2 log( 1 ? 10 23 )
por exemplo, podem levar o indivíduo a óbito mostrando a
grande relevância do estudo do pH nos organismos. pOH 5 2 log 10 23 5 3
3. Sistema-tampão é a solução que tem a capacidade de evitar pH 5 14 2 pOH 5 14 2 3
que o pH sofra grandes variações com a adição de pequenas pH 5 11
quantidades de ácido ou de base. Peça aos alunos que le-
b) [OH 2] 5 1,0 ? 10 21 mol/L
vantem hipóteses sobre a composição de um sistema-tam-
pão e seu mecanismo de ação. pOH 5 2 log[O H 2] 5 2 log( 1 ? 10 21 )
pOH 5 2 log 10 21 5 1
Roteiro (páginas 138, 141 e 146) pH 5 14 2 pOH 5 14 2 1
1. O HCº e a água não conduzem corrente elétrica quando estão pH 5 13
puros por se tratarem de substâncias moleculares. Quando o HCº
c) [H 3O 1] 5 1,0 ? 10 24 mol/L
é dissolvido em água, sofre ionização, fazendo com que a solu-
ção se torne condutora. pH 5 2 log[H 3O 1] 5 2 log( 1 ? 10 24 ) 5 2 log 10 24
2. HF 1 H 2 O H3 O1 1 F2 pH 5 4
240
propõe a adição de uma substância de pH 7, a água, para presentes no alimento, visto que o açúcar não tem pro-
análise da variação do pH de uma outra solução qualquer. priedades básicas.
2. Considerando que na água pura [H3O1] 5 [OH2], temos:
Ação e cidadania - O pH da saliva e as cáries
a) Kw 5 [H3O1] ? [OH2]
(página 149)
2,0 ? 10214 5 x ? x
1. Frutos cítricos, bebidas gaseificadas e alimentos ricos em
x2 5 2,0 ? 10214
carboidratos fermentáveis.
x 5 1,41 ? 1027 mol ? L21
2. Atividade de pesquisa. Organize os alunos em grupos para
a execução da pesquisa e oriente-os na seleção de fontes b) [H1]5[OH2]5 1,41 ? 1027 mol ? L21
confiáveis de informação. Ressalte a importância da higiene Com o auxílio de uma calculadora científica, é possível cal-
bucal para diminuir o risco de desenvolvimento de proble- cular o pH que corresponde ao neutro em soluções aquo-
mas bucais e dentários. Se julgar oportuno, peça a eles que sas a 36 °C por 2log (1,41 ? 1027) ∏ 6,85.
pesquisem também sobre os alimentos que facilitam a re- 3. De acordo com o gráfico, o valor de Kw para 44 °C é aproxi-
moção de resíduos gerados durante a alimentação e que madamente 4,0 ? 10214. Considerando que na água pura
contribuem para reduzir a acidez da saliva, evitando proble- [H3O1] 5 [OH2], temos:
mas bucais.
Kw 5 [H3O1] ? [OH2]
4,0 ? 10214 5 x ? x
Ciência, tecnologia e sociedade – Mudanças
x2 5 4,0 ? 10214
climáticas e sequestro de carbono: a acidificação
x 5 [H3O1] 5 [OH2] 5 2 ? 1027 mol ? L21
dos oceanos (página 151)
Note que o valor exato de Kw não pode ser obtido por meio
1. Sim, pois esses organismos são suscetíveis à acidificação dos do gráfico. Então, o valor encontrado para as concentrações
oceanos. O texto descreve, por exemplo, “impactos no meta- de H1 e OH2 é aproximado.
bolismo, crescimento e calcificação, expressão gênica, siste-
4. Alternativa e. Como a escala de pH é logarítmica, o aumento
ma imunológico e estrutura da comunidade, que poderiam
de uma unidade de pH implica uma variação de 10 vezes na
produzir efeitos devastadores na cadeia alimentar e nos ecos-
concentração de íons H1 e OH2, ou seja, uma solução de pH
sistemas”. Comente com os alunos que a alcalinização do
2,5 é 100 vezes mais ácida que uma solução de pH 4,5. Caso
meio também produz efeitos semelhantes. É muito comum
julgar necessário faça com os alunos o cálculo da [H3O1] para
que os estudantes acreditem que a alcalinização provoque
cada uma das soluções para analisar as alternativas utilizan-
menos danos que a acidificação dos oceanos.
do os valores numéricos.
2. No texto, é mencionado que a produção do esqueleto pode
5. a) Ambos são sais de ácido fraco e base forte, de forma que
ser comprometida pela dificuldade na deposição de carbona-
sofrem hidrólise básica em contato com a água, diminuin-
to de cálcio. As estruturas calcárias expostas à água também
do a acidez e o desconforto estomacal.
podem ser dissolvidas, reduzindo a capacidade de sustenta-
ção e proteção do organismo. Se julgar pertinente, apresente b) O ácido cítrico é um ácido fraco que, em conjunto com os
a reação da dissolução do carbonato de cálcio em meio ácido: sais (bicarbonato e carbonato de sódio), forma um siste-
2H 1(aq) 1 CaCO 3(s) é Ca 21(aq) 1 H 2O(º) 1 CO 2( g ) . ma-tampão.
3. Promova uma discussão com os alunos sobre a relação O ácido cítrico é um antioxidante e é utilizado como conser-
entre as ações antrópicas e a acidificação dos oceanos. Fa- vante na indústria de alimentos. Nos rótulos de embalagens,
ça-os refletir, por exemplo, sobre como atitudes como a ele também é conhecido como acidulante INS 330.
utilização de transporte coletivo em detrimento de veículos 6. pH 5 2log 5 ? 1024
individuais pode reduzir a emissão de gases que influen-
pH 5 2(log 5 1 log 1024)5 2(log 5 2 4) 5 2(0,7 2 4)
ciam no processo de acidificação. Os alunos podem traba-
lhar em pequenos grupos para elaborar uma lista de ações pH 5 3,3
que minimizem os impactos causados pela acidificação dos Se julgar pertinente, proponha que os alunos estimem o va-
oceanos e expor o trabalho final no mural da escola, por lor de pH fazendo aproximações. Como a concentração de
exemplo. íons hidrônios é um valor entre 1,0 ? 1024 e 1,0 ? 1023, é pos-
sível prever que 4 . pH . 3.
Atividades (páginas 152 e 153) 7. a) O ácido cítrico é o ácido mais forte por apresentar maior
valor de Ka e, portanto, deve ter o maior grau de ionização.
1. a) O suco de abacaxi apresenta o maior caráter ácido porque
sua concentração de íons H3O1 é maior que a do suco de b) Por terem a mesma concentração, a diferença de pH das
manga (1 ? 1024 mol ? L21 . 1 ? 1025 mol ? L21). soluções se deve à diferença da constante de ionização dos
ácidos. O ácido ascórbico apresenta menor valor de Ka e de
b) Kw 5 [H3O1] ? [OH2]
a, produzindo menor concentração de íons H1 e maior pH.
1,0 ? 10214 5 1,0 ? 1024 ? [OH2]
O ácido cítrico e o ácido ascórbico são ácidos monopróticos,
[OH2] 5 1,0 ? 10210 mol ? L21 o que permite a comparação entre os valores de Kw e [H1].
Para diminuir a acidez de alimentos, uma estratégia co-
8. Como pH 5 3, então [H1] 5 [CHO22] 5 1023 mol ? L21
mum na culinária é acrescentar açúcar. Considerando
[H 1] ? [CHO 2
2]
que alimentos ácidos apresentam um paladar caracte- K a 5 ___________
rístico, discuta com os alunos a validade de se acres- [CH 2O 2]
centar açúcar, que, no caso, acaba disfarçando o sabor 2 ? 1024 5 1023 ? 1023/[CH2O2]
ácido, mas não neutraliza realmente os ácidos [CH2O2] 5 5 ? 1023 mol ? L21
241
O ácido metanoico recebeu o nome de ácido fórmico, pois na obstáculos e contratempos. Essa abordagem permite o tra-
primeira vez foi isolado a partir de formigas. balho com a competência geral CGEB10.
29,6 ? 10 23
9. a) C 5 ______________ 5 1,12 ? 10 23 mol ? L21
• A utilização de comprimidos analgésicos e antiácidos são o
176 ? 150 ? 10 23 ponto de partida dessa seção. Peça aos alunos que leiam o
texto e procurem interpretá-lo. Em seguida, eles devem ler
[ 6 7 6]
H ? C H O
[ 1] 2
b) K a 5 _____________ as questões propostas e buscar responder às questões com
[C 6 H 8 O 6] base no que aprenderam; caso eles não consigam encontrar
x?x
8 ? 1025 5 _______________ a respostas, oriente-os a fazer as pesquisas necessárias.
( 1,12 ? 1023 2 x )
x2 . 9 ? 1028
• As pesquisas podem ser realizadas em livros disponibiliza-
dos para a turma durante a aula ou na internet, caso a esco-
x . 3 ? 10 24 mol ? L21 la tenha acesso fácil a computadores (ou mesmo com a
c) pH 5 2log 3 ? 1024 5 4 2 log 3 5 4 2 0,5 utilização de tablets ou smartphones, caso esses equipa-
mentos façam parte da rotina de aula da escola).
pH 5 3,5
O pimentão, a tangerina, a manga, o morango e o mamão • É importante ressaltar que, mais do que acertar as respostas, o
objetivo é que os alunos possam trabalhar os conceitos estu-
são outros alimentos ricos em vitamina C. Ao contrário do
dados no capítulo de forma contextualizada e utilizar o conhe-
que é muito difundido, a vitamina C não se degrada logo
cimento científico na resolução de um problema real. Anote os
após a preparação do suco. Após 6 horas, a perda é de
problemas conceituais que possam ter surgido e, depois, discu-
cerca de 20% da vitamina C apenas.
ta-os com os alunos fazendo as devidas correções.
10. Alternativa d. A proporção de HNO3 para NaOH é de 1 : 1, de
acordo com a equação da reação de neutralização: HNO3 1
• A atividade desenvolve a habilidade EM13CNT301 ao traba-
lhar a interpretação de modelos explicativos e dados para
NaOH é NaNO3 1 H2O.
construir e avaliar conclusões de uma situação-problema sob
Considerando a massa molar do ácido nítrico como 63 g/mol, uma perspectiva científica.
temos: m HNO
n HNO 5 _ 3 • A habilidade EM13CNT303 é trabalhada no âmbito da inter-
MM HNO 3 pretação de textos de divulgação científica.
3
n HNO
0,252 g
5 _ • A competência geral CGEB2 é desenvolvida no exercício da
3 63g / mol curiosidade intelectual ao estimular a investigação, a análise
n HNO 5 0,004 mol crítica e a imaginação para investigar causas, elaborar hipó-
teses e resolver problemas.
3
242
Cerca de 25% do CO2 transportado pelo sangue se encontra uma diminuição da concentração de CO2 no sangue porque
ligado à hemoglobina e os demais 5% do CO2 estão dissolvi- a liberação de CO2 para o meio externo pelos pulmões aumen-
dos no sangue. ta. Isso favorece a formação dos reagentes da reação acima,
3. O ácido fraco que é formado no sangue em decorrência do consumindo íons H1 livres no sangue e, portanto, aumentando
transporte de CO2 na corrente sanguínea é o ácido carbônico o pH sanguíneo. A hiperventilação e a hipoventilação podem
(H2CO3). Ele e sua base conjugada (o ânion bicarbonato, ser causadas por diversos fatores como a asma, no caso da hi-
HCO 23 ) são os principais responsáveis pela capacidade de poventilação, e podem ser estimuladas pelo organismo como
tamponamento do sangue. A equação de equilíbrio entre um mecanismo compensatório. Faça um esquema na lousa
eles é: H2CO3 H1 1 HCO 23 . Quando a garotinha ingeriu os com os alunos, mostrando as alterações na ventilação como
comprimidos, ocorreu a ionização do ácido acetilsalicílico no causa ou consequência da variação do pH sanguíneo, utili-
sangue, aumentando sua concentração de íons H1. Esses zando os exemplos dessa seção.
íons H1 então se ligaram à base conjugada HCO 23 , formando 7. O sangue da menina se encontrava com uma concentração
H2CO3 e, portanto, favorecendo o equilíbrio no sentido de for- de íons H1 além do normal. A injeção intravenosa de bicar-
mação de reagentes (H2CO3 H1 1 HCO 23 ). O tamponamen- bonato de sódio (NaHCO3) fez aumentar a concentração de
to funciona quando os íons H1 “excedentes”, que foram íons bicarbonato (HCO 23 ) no sangue. Isso, por sua vez, con-
adicionados ao sangue pela ingestão de ácido acetilsalicílico, sumiu íons H1 que estavam em excesso no sangue, reesta-
são consumidos pela base conjugada HCO 23 , não ficando livres belecendo o pH, conforme a reação: H1 1 HCO 23 H2CO3 .
na solução e, por conseguinte, não alterando o pH. Caso sejam Quando ocorre um aumento do pH do sangue, os rins atuam
adicionados mais íons H1 que a quantidade de base conjuga- (1) aumentando a reabsorção de HCO 23 , o que eleva a con-
da existente no sangue, eles ficam livres, diminuindo o pH. centração desse íon no sangue (de forma semelhante à des-
A ingestão em excesso de ácido acetilsalicílico pode levar o crita acima) , e (2) aumentando a excreção de íons H1 para a
indivíduo a óbito. Doses de 20 a 30 gramas podem ser letais urina, o que diminui a concentração desse íon no sangue.
para adultos. Ambos contribuem para a elevação do pH sanguíneo. Ape-
4. A reação da qual a questão trata é a seguinte: CO2 1 H2O sar de alterações na ventilação serem respostas compensa-
H2CO3 H1 1 HCO 23 . Quando o pH do sangue diminui (au- tórias às variações de pH sanguíneo, elas não são 100%
menta a concentração de H1), o equilíbrio da reação é favo- eficientes e o organismo conta com variações na reabsorção
recido no sentido dos reagentes, ou seja, para o aumento da e excreção de íons pelo sistema excretor para normalizar o
produção de H2CO3 e de CO2 . Esse CO2 em excesso é, então, pH nesses casos.
liberado para o meio externo pelos pulmões, por isso, ocorre
a hiperventilação, isto é, o aumento da intensidade e da fre- Questões globais (páginas 156 a 159)
quência respiratórias. Os estudantes podem ter dificuldades 1. Alternativa c. De acordo com as figuras dos reagentes, existem
para relacionar a hiperventilação com a redução da pressão íons nos dois recipientes em proporção 1 ; 1. Após a mistura dos
parcial de CO2 sanguínea. Caso isso ocorra, faça uma breve reagentes, estabelece-se o equilíbrio com a formação de um só-
discussão em pequenos grupos ou com a turma inteira para lido, também em proporção iônica 1 ; 1. Os íons poliatômicos
evitar a manutenção de concepções alternativas. estão representados como uma única esfera nas ilustrações.
5. Caso a menina tivesse ingerido grandes quantidades de bi- 2. Alternativa d. No gráfico, no instante t1, o equilíbrio ainda não
carbonato de sódio (NaHCO3), a concentração de íons bicar- foi alcançado e as velocidades das reações direta e inversa
bonato (HCO 23 ) no seu sangue aumentaria, pois, em água, o não são iguais. Os alunos podem confundir o gráfico da ve-
bicarbonato de sódio se dissocia da seguinte forma: locidade em função do tempo com o gráfico da concentração
NaHCO3 Na1 1 HCO23 . Esse aumento da concentração de ío- das substâncias envolvidas em função do tempo.
ns HCO23 , então, consumiria íons H1 livres no sangue, produ-
zindo H2CO3, segundo a reação: H1 1 HCO 23 é H2CO3 . Isso, 3. Alternativa b. A ingestão de refrigerante, que contém ácido
portanto, levaria à diminuição da concentração de H1 no san- fosfórico, aumenta a concentração de H1, fazendo com que
gue, aumentando seu pH. Nesse caso, o sistema de tampo- o equilíbrio da reação se desloque para direita a fim de pro-
namento do sangue agiria da seguinte forma: com a duzir mais OH2. Explique aos alunos que um dos mecanis-
diminuição de íons H1 livres no sangue, ocorreria um aumen- mos utilizados para a remoção de íons, como, por exemplo,
to relativo da quantidade de íons OH2 livres. O H2CO3 , então, H1, pode ser feito com a adição de reagentes que formem
liberaria íons H1, os quais reagiriam com o OH2, produzindo compostos moleculares ou insolúveis.
água. Isso favoreceria o equilíbrio no sentido dos produtos: 4. Alternativa d. Os sucos de abacaxi e limão apresentam cará-
H2CO3 H1 1 HCO 23 . O organismo reagiria com uma hipo- ter ácido, portanto as cores apresentadas após a adição de
ventilação para aumentar a concentração de CO2 no sangue indicador de repolho roxo devem ser as que se encontram
e, consequentemente, favorecer o equilíbrio para a formação nessa faixa (rosa ou vermelha). Essa questão é qualitativa.
dos reagentes: CO2 1 H2O H2CO3 H1 1 HCO 23 . Faça um Não há necessidade de conhecer o pH exato do suco de li-
paralelo com a atividade 4, evidenciando o papel do sistema mão e do suco de abacaxi para determinar a coloração exa-
respiratório na manutenção do pH sanguíneo. ta, mas, sim, as cores que podem ser observadas com o
6. A hipoventilação resulta em um aumento da concentração indicador de repolho roxo.
de CO2 no sangue porque a liberação de CO2 para o meio ex- 5. Alternativa e. Pela escala de cor apresentada, têm-se as
terno pelos pulmões diminui. O aumento da concentração substâncias amoníaco e leite de magnésia como básicas,
de CO2 no sangue, por sua vez, leva à produção de H2CO3. e vinagre e leite de vaca como substâncias ácidas. Para ex-
Esse ácido se ioniza, formando íons H1 e, portanto, diminuin- plorar ainda mais essa questão, proponha uma discussão
do o pH sanguíneo. A seguinte reação tem seu equilíbrio fa- sobre a natureza ácida ou básica de uma solução que se
vorecendo a formação dos produtos: CO2 1 H2O apresenta roxa após a adição do indicador de repolho roxo.
H2CO3 H1 1 HCO 23 . Por outro lado, a hiperventilação leva a Como o roxo se encontra em uma faixa de pH que vai de
243
aproximadamente 6,5 a 9, a solução pode ser levemente maneira, esse recurso será usado na alcalose para dimi-
ácida, neutra ou básica, de modo que não é possível deter- nuir o pH do sangue.
minar a sua natureza exata utilizando esse indicador. Essa variação da afinidade da hemoglobina em função do
6. Alternativa a. O lapachol é um composto de caráter ácido cuja pH foi descrita por Christian Bohr e é conhecida como efei-
constante de dissociação do ácido é Ka 5 1 ? 1026. Para re- to Bohr. A mudança do pH do meio causa alterações con-
movê-lo da serragem, o lapachol deve reagir com um com- formacionais em algumas regiões da hemoglobina e
posto de caráter básico, no caso, o carbonato de sódio afeta a afinidade da proteína pelo O2.
(Na2CO3). Este é um sal derivado de uma base forte (NaOH) 13. a) Como Ca(OH)2 é uma base forte, vamos considerar que ela
e um ácido fraco (H2CO3) que, ao hidrolisar em água, produz se dissocia completamente. Então, temos:
solução levemente alcalina. É interessante que os alunos re-
[OH2] 5 2 ? [Ca(OH)2] 5 2 ? 0,05 mol/L 5 0,1 mol/L
lacionem a natureza básica do carbonato de sódio com a do
bicarbonato de sódio, muito presente ao longo desse capí- pOH 5 2log[OH2] 5 2log 0,1 5 1
tulo e no cotidiano deles. pH 1 pOH 5 14
7. (01) Falsa, o pH da cerveja é maior que o pH do suco de la- pH 1 1 5 14
ranja e, portanto, o suco de laranja é mais ácido e con- pH 5 13
tém mais íons H1.
Para pH 13, a coloração do indicador é azul, de acordo com
(02) Verdadeira. a tabela.
(04) Verdadeira. b) O hidróxido de cálcio e o ácido sulfúrico reagem na pro-
(08) Verdadeira. porção de 1 : 1. O número de mols de Ca(OH)2 (n Ca(OH) ) pre-
2
(16) Falsa, se adicionarmos água a qualquer outra bebida, a sente em 10 mL de solução 0,1 mol/L é dado por:
concentração de íons H1 irá diminuir. A diluição da solu- 0,1 mol
n Ca(OH) 5 V Ca(OH) . M Ca(OH) 5 0,01 L ? _ 5 0,001 mol
ção diminui a concentração dos íons. A afirmação (16) 2 2 2 L
remete à atividade prática da página 147. O número de mols de H2SO4 (n H SO ) presente em 30 mL
2 4
8. Alternativa a. Com o aumento da temperatura, Kw aumenta, de solução 0,1 mol/L é dado por:
pois, o equilíbrio é favorecido no sentido endotérmico. Des- n H SO 5 V H SO . M H SO 5 0,03 L ? 0,1 mol / L 5 0,003 mol
sa forma, as concentrações de H1 e OH2 aumentam na mes- 2 4 2 4 2 4
ma proporção, por conta da estequiometria da Como há 0,002 mol/L de ácido sulfúrico em excesso, tere-
autoionização da água. Como o aumento da concentração mos uma solução final ácida.
de H1 será pequeno, a solução apresentará pH na faixa de Para 0,002 mol de H2SO4 há 0,004 mol de íons H1 em um
7,5 a 8,0 e, portanto, o limite máximo de nitrogênio amo- total de 40 mL de solução. Portanto, a concentração de
niacal passará a ser 2,0 mg/L. Essa questão pode ser resol- [H1] pode ser calculada por:
vida qualitativamente. Para a resolução quantitativa, ou nH
[H 1] 5 _
0,004 mol 0,1 mol
seja, o cálculo exato do pH da solução a 40 °C é necessária 5 _ 5 _
1
V solução 0,04 L L
uma calculadora científica.
pH 5 2 log[H 1]
9. Alternativa a. A queima do palito de fósforo gerou CO2 e água.
pH 5 2 log 0,1
O dióxido de carbono em água forma ácido carbônico, o que
neutralizou o meio básico anteriormente produzido. A fenol- pH 5 1 e a coloração é rosa, de acordo com a tabela.
ftaleína assume coloração rosa em meio básico e torna-se inco- No item b dessa questão, é possível utilizar como referên-
lor em meio neutro ou ácido. Essa questão exige que os alunos cia o número de mols de H1 e OH2, que reagem também
saibam interpretar a coloração da fenolftaleína e, inclusive, te- na proporção de 1 : 1.
nham memorizado que a faixa de viragem é próxima de pH 7.
14. Alternativa e.
10. Alternativa c. Segundo a teoria de Brönsted-Lowry, ácidos
I. O valor do pH da água provém do equilíbrio químico da
são espécies doadoras de prótons, e bases são espécies re-
água, que varia conforme a temperatura.
ceptoras de prótons. Ácidos e bases conjugados são espé-
cies protonadas e desprotonadas, respectivamente. Utilize II. Como a reação direta é endotérmica, ela consome calor e,
a tabela como referência para a comparação de ácidos e ba- por isso, o aumento da temperatura favorece a formação
ses conjugadas. Você pode induzir os alunos a procurar pa- de íons H1.
drões ao analisarem as diferentes espécies. III. Quanto maior a concentração de H1, menor o pH.
11. Alternativa c. O nitrato de amônio é um sal derivado do ácido Quanto maior a temperatura, maior o valor do Kw, pois a
nítrico, um ácido forte, e do hidróxido de amônio, uma base reação da ionização da água é endotérmica. Assim, quan-
fraca, o que lhe confere propriedades ácidas e. Portanto, ele do se aumenta a temperatura, o valor de pK diminui e, co-
diminui o pH do solo. A ureia também acidifica o solo, mas a mo pH neutro é numericamente igual a pK/2, o pH da água
longo prazo, pois a reação que faz com que a ureia libere ío- pura também diminui.
ns H1 depende da sua metabolização por microrganismos. 15.a) Analisando as reações de equilíbrio, vemos que a cons-
12. a) Pela análise do gráfico, verifica-se que a porcentagem de tante de equilíbrio de I (Keq 5 1,32 ? 1022 mol ? L21 ) é maior
O2 transportado será maior em pH 5 7,6 para uma mes- que a de II (Keq 5 6,42 ? 1028 mol ? L21 ). Portanto, mais
ma pressão de O2. Portanto, o transporte de O2 é mais efi- produto será formado pela reação I do que pela reação II
ciente em pH 7,6. e a espécie HSO23 deve ser encontrada em maior proporção.
b) O NH4Cº é sal de derivado do hidróxido de amônio, uma b) A queima dos combustíveis fósseis, que contém enxofre,
base fraca, e do ácido clorídrico, um ácido forte, e, por- libera SO2 e SO3. Esses óxidos, ao reagirem com a água
tanto, é um sal com características ácidas. Dessa presente na atmosfera, formam os ácidos H2SO3 e H2SO4,
244
Ilustrações: Fuvest, 2018. Fac-símile: ID/BR
respectivamente, tornando ácida a água da chuva. A di- b)
minuição da quantidade de enxofre no petróleo reduz a
emissão de óxidos de enxofre e, consequentemente, a
ocorrência do fenômeno da chuva ácida.
Comente com os alunos que o CO2 presente no ar também
forma com a água da chuva um ácido, o ácido carbônico,
e, por isso, a água da chuva já é levemente ácida. A chuva
ácida é um fenômeno que ocorre devido à emissão de óxi-
dos de enxofre e de nitrogênio que acidificam excessiva-
mente a água da chuva.
■ ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO c)
d)
245
3. (Fuvest-SP) Dependendo o pH do solo, os nutrientes nele limão com manjericão e do suco de tomate e obteve os se-
existentes podem sofrer transformações químicas que difi- guintes resultados:
cultam sua absorção pelas plantas. O quadro mostra algu- – Suco de limão com manjericão: pH 5 2,3
mas dessas transformações, em função do pH do solo.
– Suco de tomate: pH 5 4,3
b) 4 e 8. pH 5 2log[H1]
pH 5 2log(5 ? 1023)
c) 6 e 7.
pH 5 2(log 5 1 log 1023)
d) 6 e 11.
pH 5 2(0,7 2 3 ? log 10)
e) 8,5 e 11.
pH 5 2(0,7 2 3)
c) 2,6 ppm
246
Dissolução: 7. (Enem-Libras) Um pediatra prescreveu um medicamento, na
Au(s) 1 3 HNO3(aq) 1 4 HCº(aq) é HAuCº4(aq) 1 3 H2O(º) 1 forma de suspensão oral, para uma criança pesando 16 kg.
3 NO2(g) De acordo com o receituário, a posologia seria de 2 gotas por
kg da criança, em cada dose. Ao adquirir o medicamento em
Recuperação: uma farmácia, o responsável pela criança foi informado que
3 NaHSO3(aq) 1 2 HAuCº4(aq) 1 3 H2O(º) é 3 NaHSO4(aq) 1 o medicamento disponível continha o princípio ativo em uma
8 HCº(aq) 1 2 Au(s) concentração diferente daquela prescrita pelo médico, con-
Admita que foram consumidos 252 g de HNO3 para a com- forme mostrado no quadro.
pleta dissolução das medalhas.
Concentração do princípio
Nesse caso, a massa, de NaHSO3, em gramas, necessária pa- Medicamento
ativo (mg/gota)
ra a recuperação de todo o ouro corresponde a:
Dados: H 5 1, N 5 14, O 5 16, Na 5 23, S 5 32.
Prescrito 5,0
a) 104 b) 126 c) 208 d) 252
247
PROFESSOR
MANUAL DO
MANUAL DO PROFESSOR
ENSINO MÉDIO
O
ÇÃ
LE
03 03
CO
RO
DA
V
LI
4
GO
12
DO
DI
AV AÇ 2
13
GO
CÓ
A À LG TO
IAÇ ÃO.
P2 P2
DI
.
TID IVU E
ÃO
CÓ
J
MATÉRIA E TRANSFORMAÇÕES
E OB
AL
01 01
LD 1
D
PN 2
RIA 02
TE 2
1
02 02
E
BM
MA LD
SU
OÃ
RS
VE
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
S D A N AT UREZA
CIÊNCIA
SUA S T ECN OLOGIAS
E
E T R A NSF ORMAÇÕES
MATÉRIA
ENSINO MÉDIO
RodRigo MaRchioRi Lieg
eL
. neRy
a na Luiz a P
VeRa Lucia Mitiko aoki
Editores responsáveis:
André Zamboni
2 0 8 0 6 0
Lia Monguilhott Bezerra
ISBN 978-65-5744-173-2
Organizadora: SM Educação
2 900002 080605 Obra coletiva, desenvolvida e produzida
por SM Educação.