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DELEGADO DE

POLÍCIA CIVIL
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Criminologia te G o
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Capítulos m7
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Olá, aluno!

Bem-vindo ao estudo para os concursos de Delegado de Polícia Civil. Preparamos todo esse
material para você não só com muito carinho, mas também com muita métrica e
especificidade, garantindo que você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de
forma inteligente.

Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
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Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo
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que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do
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PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os
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assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a
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oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de
jurisprudência selecionada.
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E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
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aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou

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comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
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a gente!
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Racionalizara preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se
de uma obsessão.Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina.

Faça bom uso do seu PDF Ad Verum!

Bons estudos 

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Abordaremos os assuntos da disciplina de Criminologia da seguinte forma:

CAPÍTULOS

Capítulo 1– Introdução e Noções Gerais da Criminologia. Objeto. Método. Funções.


Interdisciplinaridade. Classificação da Criminologia.

Capítulo 2– História da Criminologia. Escolas Criminológicas.

Capítulo 3–Modelos Teóricos da Criminologia, parte 1

Capítulo 4 – Modelos Teóricos da Criminologia, parte 2


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Capítulo 5 – Vitimologia. Prevenção Criminal e Reação Social.
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Capítulo 6 – Criminologia Contemporânea.
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Capítulo 7 – Movimentos Ideológicos e Temas Atuais da Criminologia.
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SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 1 ...........................................................................................................................4

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CRIMINOLOGIA ...........................................................................4

1.1 Conceito ............................................................................................................................................................ 4

1.2 Objetos da Criminologia ............................................................................................................................ 5

1.2.1 O Crime (ou Delito) ...................................................................................................................................... 6

1.2.2 O Criminoso (ou Delinquente) ................................................................................................................... 9

1.2.3 A Vítima............................................................................................................................................................ 10

1.2.4 Controle social ............................................................................................................................................... 11


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Método ............................................................................................................................................................ 12

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Funções da Criminologia ......................................................................................................................... 13
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1.5 E od d o
Interdisciplinariedade ................................................................................................................................ 14
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1.5.1 Direito Penal ................................................................................................................................................... 15
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1.5.2 Política Criminal ........................................................................................................................................... 16

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1.5.3 Criminalística................................................................................................................................................... 16
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Classificação da Criminologia ................................................................................................................ 16

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QUADROS SINÓTICOS ................................................................................................................................... 18

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QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................................................................... 21
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GABARITO ...................................................................................................................................................... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 30

3
CRIMINOLOGIA

Capítulo 1

1. Introdução ao estudo da Criminologia

Atenção futuro delta, criminologia tem sido uma matéria bastante cobrada nas últimas
provas de delegado, razão pela qual vale a pena da uma estudada detalhada na formação
histórica da criminologia, importante também focar nos conceitos trazidos pelas escolas
clássicas e o positivistas. Assuntos sempre presente nas provas.

1.1 Conceito a l
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A Criminologia é a ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o
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comportamento da sociedade. Ocupa-se do crime enquanto fato.
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Criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do
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crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que

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trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis
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principais do crime – contemplando este como problema individual e como problema social -,
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assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção

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positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito
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(HERCULANO, 2020).
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A origem do termo Criminologia é atribuída ao jurista e ex-ministro da Corte de
Apelação de Nápoles, Raffaele Garofalo.

Entretanto, vale ressaltar, como lembram Fontes e Hoffmann (2019), a palavra


criminologia foi criada em 1883 por Paul Topinard, mas difundida internacionalmente por
Raffaele Garofalo em seu livro Criminologia, no ano de 1885.

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O termoCRIMINOLOGIAtem origem etimológica híbrida, visto que possui elemento
proveniente da língua latina, crimino, o qual significa crime, e outro da língua grega, logos,
que quer dizer estudo.

Logo, por meio de uma análise etimológica da expressão, temos o estudo do crime.

Esse vocábulo, a princípio reservado ao estudo do crime, ascendeu à ciência geral da


criminalidade, antes denominada Sociologia Criminal ou Antropologia Criminal.

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A criminologia é considerada ciência, pois apresenta função, método, e objeto próprios.
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Reúne informações válidas e confiáveis sobre a criminalidade baseadas na observação do
mundo concreto, real. E od d o
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(Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) Criminologia adquiriu autonomia
e status de ciência quando o positivismo generalizou o emprego de seu método. Nesse
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sentido, é correto afirmar que a criminologia é uma ciência. Foi considerada correta a
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alternativa - do “ser”; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e
observação da realidade.
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A Criminologia não se trata de uma ciência exata que traz informações absolutas, de
certeza evidente, mas sim de uma ciência do ser, de natureza eminentemente humana,
apresentando informações parciais, fragmentadas, e provisórias, mas compatíveis com a
realidade.

As informações dadas pela criminologia não são neutras, mas contribuem para
compreensão do delito.

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A Criminologia observa a infração praticada e essa conduta será analisada enquanto
fenômeno humano e social, observando a criminalidade como um todo e também encontrar
as motivações do crime.

1.2 Objetos da Criminologia

Como nos lembra Saló de Carvalho (2015), a criminologia tem como objetos
referenciais: o crime, o criminoso, a vítima e o sistema criminalizador.

Osobjetos da criminologia são: o crime (ou delito), suas circunstâncias, ocriminoso (ou
delinquente), sua vítima e o controle social.

A Criminologia orienta como a política criminal deve se portar no que diz respeito a

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prevenção especial e direta dos crimes socialmente relevantes, na intervenção relativa às suas

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manifestações e aos seus efeitos graves para determinados indivíduos e famílias.
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Além disso, a Criminologia deve auxiliar a política social na prevenção geral e indireta
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das ações e omissões que, embora não previstas como crimes, merecem a reprovação
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máxima.
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1.2.1
mCrime (ou
erDelito)
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O crime (ou delito) é um dos objetos de estudo da Criminologia. Para conceituá-

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lo, importante analisar os critérios levados em consideração pela doutrina. Inicialmente,

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devemos entender o conceito de conduta.

d oy
lgo de delitofoi produto do pensamento jurídico característico do
O conceito clássico
positivismo científico (Beling e Binding), que afastava completamente qualquer contribuição
das valorações filosóficas, psicológicas e sociológicas.

Assim, a ação, concebida de forma puramente naturalística, estruturava-se com


um tipo objetivo-descritivo; a antijuridicidade era puramente objetivo-normativa e a
culpabilidade, por sua vez, apresentava-se subjetivo-descritiva.

Conceito clássico de delito: um movimento corporal (ação), produzindo uma


modificação no mundo exterior (resultado).

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Posteriormente, oneokantismo patrocinou a reformulação do velho conceito de
ação, atribuindo nova função ao tipo penal, além da transformação material da antijuridicidade
e a redefinição da culpabilidade, sem alterar, no entanto, o conceito de crime, como a ação
típica, antijurídica e culpável.

Para Welzel, ação humana é exercício de atividade final. A ação é, portanto, um


acontecer ‘final’ e não puramente ‘causal’.

A ‘finalidade’ ou o caráter final da ação baseia-se em que o homem, graças a seu


saber causal, pode prever, dentro de certos limites, as consequências possíveis de sua conduta.

No conceito previsto na Exposição de Motivos do Código Penal brasileiro,


considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. a l
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Além disso, ao conceituar o crime, a doutrina aponta uma divisão pelos seguintes
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critérios:
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a) Material;
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b) Legal
c) Analítico.
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Segundo o critério material, crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou
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expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados.

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Enquanto isso, conforme o critério legal, crime é aquele fornecido pelo legislado,
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em que há uma pena de reclusão ou de detenção, isolada, alternativa ou cumulativamente
o
com a pena de multa. lg
Por fim, o critério mais importante e que levanta mais discussão: o analítico.

Conforme nos lembra Cleber Masson (2018), esse critério, também chamado de
formal ou dogmático, se funda nos elementos que compõem a estrutura do crime.

Existem três posições no que diz respeito ao conceito analítico do crime:


quadripartida, tripartida e bipartida.

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Basileu Garciasustentava ser o crime composto por quatro elementos: fato típico,
ilicitude, culpabilidade e punibilidade.

Essa posição quadripartidaé claramente minoritária e deve ser afastada, pois, a


punibilidade não é elemento do crime, mas consequência da sua prática (MASSON, 2018).

Nelson Hungria, Aníbal Bruno, Cezar Roberto Bitencourt, entre outros autores
defendem e adotam em suas obras uma posição tripartida, pela qual seriam elementos do
crime: fato típico, ilicitude e culpabilidade.

Finalmente, existe a posição bipartida, em que autores como René Ariel Dotti,
Damásio E. de Jesus e Júlio Fabbrini Mirabete entendem o crime como fato típico e ilícito.

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Para os seguidores da teoria bipartida, a culpabilidade deve ser excluída da
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composição do crime, uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena.

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Deste modo, para configuração do crime bastam o fato típico e a ilicitude, ao

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passo que a presença ou não da culpabilidade importará na possibilidade ou não de a pena
ser imposta.
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Vale ressaltar as ponderações de Eduardo Viana (2019) sobre o fato de a

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Criminologia e o Direito Penal operarem com os mesmos conceitos de delito.
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Diferente do Direito Penal que tem uma visão individualizada, para a
Criminologia o delito deve ser encarado como um fenômeno humano e cultural.
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oy os motivos pelos quais determinada sociedade resolveu,
A Criminologia indaga
d
lgo histórico, criminalizar uma conduta.
em um determinado momento

O conceito jurídico-penal de delito não pode ser decalcado para a Criminologia,


visto o conceito do Direito Penal é normativo e formal.

Sendo a Criminologia uma ciência empírica, o marco normativo não é mais que
mero ponto de partida, cuja função precípua, sem dúvida, é balizar o campo de investigação
de disciplina criminológica.

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Alguns fatos penalmente irrelevantes possuem repercussão e interesse
criminológico, a exemplo do suicídio, do exercício da prostituição, ou, em alguns casos, do
aborto.

Por outro lado, fatos penalmente relevantes nem sempre são considerados pela
sociedade como desviados, a exemplo da posse de substância entorpecente para consumo
pessoal.

Em outras palavras, o autor quis deixar claro que, apesar de terem sua devida
importância, os conceitos de delito trazidos pelos penalistas não são, de toda forma,
suficientes para compreender esse importante objeto de estudo da Criminologia.

Da mesma forma, apresentar um conceito de crime para a Criminologia não


parece ser uma tarefa simples. a l
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Portanto, Eduardo Viana (2019), traz em sua obra parâmetros para identificar
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condutas delitivas. São eles:
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a) Incidência massiva;
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b) Incidência aflitiva;

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c) Persistência espaço-temporal;
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d) Inequívoco consenso a respeito da sua etiologia e eficazes

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técnicas de intervenção;

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e) Consciência generalizada sobre sua negatividade.
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O conceito de DELITO para a criminologia é real, fático (empírico, não normativo),
problema social e comunitário, envolvendo termos como delito natural (infração dos
sentimentos morais e sociais no cometimento do crime) e conduta desviada, além de se
ocupar de fatos que o Direito Penal não analisa (ex.: cifra negra, campo social onde está
inserido o infrator etc.).

Antes, o delinquente era o protagonista da criminologia; hoje, na moderna


criminologia, divide o protagonismo com a conduta delitiva, vítima e o controle social.

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Algumas das propostas as quais a Criminologia dispõe-se: estudar e esclarecer o
impacto real da pena no infrator, analisar os programas de reinserção, expor o dado de que o
crime é um problema de todos – não apenas do sistema legal.

1.2.2 Criminoso (ou Delinquente)

A Criminologia tem, ainda, como objeto de estudo o sujeito ativo, o protagonista


do acontecimento que convêm-se nomear de criminoso (ou delinquente).

Conforme ficará demonstrado no segundo capítulo, ao longo da história, as


Escolas Penais foram moldando o conceito de criminoso, bem como, quais pessoas eram
consideradas como tal.

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A visão do criminoso evolui muito com o estudo da Criminologia, onde cada

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escola tem sua visão. Era visto como pecador, que opta pela vida criminosa.
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Mas como avanço dos estudos, o criminoso é visto como aquele ser que é um
prisioneiro de sua patologia delituosa. E od d o
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Vale ressaltar que o marco científico da Criminologia se dá com a publicação
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daobra “ L’Uomo Delinquente
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”, de Cesare Lombroso, no final do século XIX.
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Até então, diversas investigações sobre o crime e o criminoso foram conduzidas
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por pseudociências ou ciências ocultas, tais como a Demonologia, a Fisionomia e a
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Frenologia.
fe r
1.2.3 d oyA Vítima
lg o
A vítima é mais um dos objetos de estudo da Criminologia. Inicialmente deixada
de lado no estuda da Criminologia, que a considerava como algo insignificante na existência
do delito, passou por 03 (três) grandes momentos nos estudos penais.

Vítima é a pessoa que tenha sofrido danos, causados por ação ou omissão que
viole a legislação penal.

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Com o decorrer do tempo, a vítima perdeu foco no estudo da criminologia, mas
na década de 50 voltou a ter foco, hoje é estudada dentro da Vitimologia, dado o tamanho
da importância que ganhou.

A idade de ouro, que compreende os primórdios da civilização até o fim da Alta


Idade Média, onde a vítima possuía papel de destaque, traduzido pela Lei de Talião.

O período de neutralização, que surgiu com a Santa Inquisição, passando a vítima


a perder importância frente ao Poder Público e ao monopólio da jurisdição.

Por fim, a revalorização da vítima, que ganhou destaque no Processo Penal com
os pensamentos da Escola Clássica, sendo objeto de leis como no caso dos Juizados Especiais
Criminais, que conferiu grande destaque processual à vítima.

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Vale ressaltar que parte específica desta ciência empírica ocupa-se de estudar o
ator passivo nas condutas delituosas: a Vitimologia. a c
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A Vitimologia pode ser definida como o estudo científico da extensão, natureza e
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causas da vitimização criminal, suas consequências para as pessoas envolvidas e as reações
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àquela pela sociedade, em particular pela polícia e pelo sistema de justiça criminal, assim

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como pelos trabalhadores voluntários e colaboradores profissionais.
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Em capítulo oportuno, a vitimologia será devidamente abordada, bem como toda
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a sua importância para o estudo da Criminologia.

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1.2.4
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Controle social
o d
lg
O último, mas não menos importante,objeto de estudo da Criminologia é o
Controle Social. A expressão deriva da sociologia norte-americana, sendo, normalmente,
associada à capacidade que uma sociedade tem de autorregular socialmente.

O controle socialé formado por um conjunto de mecanismos e sanções sociais


que submetem os indivíduos às normas de convivência social.

Há dois sistemas de controles que coexistem, o primeiro deles, dito informal,


está relacionado com a família, religião, escola, profissão, clubes e outros;

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Enquanto o segundo, chamado de formal, é representado pela Polícia, Ministério
Público, Forças Armadas e demais órgãos públicos, com caráter nitidamente mais rigoroso e
com conotação político-criminal.

No sistema formal de controle social, exercem papel expressivo no controle


social, com a principal forma de punir.

No controle social será exercido diretamente nas pessoas e poderá ser feito de
maneira direta ou indireta através das instituições sociais.

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Dentro do Controle Social, merece destaque o Policiamento Comunitário, que consiste na
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associação da prevenção criminal e repressão com a necessária reaproximação do policial
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com a comunidade, passando o policial a integrar a esta última, fazendo parte efetiva do
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grupo social.
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1.3 Método m F
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O método utilizando pela Criminologia é o empírico, baseado na coleção de uma
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grande quantidade de dados de um fenômeno natural.
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fe r
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Da análise dos dados, cria-se uma teoria ou se chega a uma determinada conclusão.

lg od
Esses dados empíricos são coletados por meio da observação sistemática de um fenômeno.

Como exemplo, podemos mencionar a TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS:observando


a realidade, essa teoria chega à conclusão que o Direito Penal deve intervir cada vez mais,
pois se nós somos tolerantes com comportamentos indesejados, ainda que de menor
gravidade, estamos contribuindo para o nascimento de comportamentos de maior gravidade.
Essa teoria chega a essa conclusão observando a realidade.

12
Através do seu método, a Criminologia busca analisar e conhecer o processo através da
observação, utilizando-se da indução para estabelecer suas regras, ao contrário do Direito
Penal que se utiliza da dedução.

Como será visto no segundo capítulo, a Escola Positiva, que deu origem a fase científica
da Criminologia, deu início ao uso do método empírico na análise do fenômeno criminal.
Cumpre ressaltar que o método empírico não é ‘mero achismo’. Trata-se de método árduo de
análise, observação e indução.

A Criminologia parte da observação da realidade para, após análises, retirar dessas


experiências as suas consequências.

Enquanto isso, o Direito Penal vale-se de uma regra geral, dela partindo para o caso
concreto. a l
io n
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A Criminologia não se trata de ciência exata que traz informações absolutas, de certeza
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evidente, mas sim de uma ciência do ser, de natureza eminentemente humana, apresentando
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informações parciais, fragmentadas, e provisórias, mas compatíveis com a realidade.

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A cientificidade revela que a Criminologia, por meio do seu método, poderá fornecer

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informações dotadas de validade e confiabilidade sobre o delito e sua causa.
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1.4 lg
Funções da Criminologia

Os autores modernos, de forma copiosa, escrevem que a função linear da Criminologia


é informar a sociedade e os poderes públicos sobre o crime, o criminoso, a vítima e o
controle social, reunindo um núcleo de conhecimentos seguros que permita compreender
cientificamente o problema criminal, preveni-lo e intervir com eficácia e de modo positivo no
homem criminoso. Busca indicar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o crime.

13
A Criminologia não é causalista, bem como não é uma fonte de dados de estatísticas.
Trata-se de ciência prática, com problemas e conflitos concretos.

O papel da criminologia no cenário social é a constante luta contra a criminalidade, o


controle e a prevenção do delito.

A função da Criminologia, como ciência interdisciplinar e empírica, é submeter o


crime a uma análise rígida, eliminando contradições e complementando lacunas.

Assim, suas principais funções são: explicar e prevenir o crime, intervir na pessoa do
infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime.

Fontes e Hoffmann (2019), afirmam que constituem funções da Criminologia:

1) Compreender cientificamente o fenômeno criminal; a l


io n
c
2) Intervir no delinquente (prevenir e reprimir o crime com eficiência);
a
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3) Valorar os diferentes modelos de resposta ao fenômeno criminal.

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A criminologia qualifica-se por ser ciência empírica de observação da realidade, que
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opera no mundo do ser, e emprega o método indutivo e experimental.
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Diferentemente do Direito Penal, ciência cultural que atua no plano do dever ser, por

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meio do método dedutivo.
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Logo, a criminologia investiga as causas do fenômeno da criminalidade segundo o

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método experimental, isto é, analisando o mundo do ser.

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Sua finalidade, de índole diagnóstica e profilática, é buscar entender o contexto da
o
lg
prática delituosa, analisando o modelo social de justiça criminal, a pessoa do delinquente, a
vítima, o controle social e até mesmo o reflexo da lei penal na sociedade.

Empirismo nada mais é do que o conhecimento obtido por meio da experiência.


Empirismo (que não é mero achismo), é calcado no tripé análise-observação-indução.

14
1.5 Interdisciplinaridade

Pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica(baseada na realidade) e


interdisciplinar (que congrega ensinamentos de sociologia, psicologia, filosofia, medicina e
direito) que possui como objeto de estudo o crime, o criminoso, a vítima e o comportamento
social.
O incremento da complexidade dos fenômenos criminais, como o aumento da violência
urbana e o crescimento gradativo da população carcerária e do caos dos estabelecimentos
penais, são motivos significativos para a ascensão da criminologia, ciência que pode fornecer
respostas mais pormenorizadas a esses problemas.
A criminologia é considerada uma ciência interdisciplinar, pois soma o conhecimento de
várias ciências.
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A interdisciplinaridade da Criminologia decorre de sua própria consolidação histórica

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como ciência dotada de autonomia, à vista da influência profunda de diversas outras ciências,
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tais como a sociologia, a psicologia, o direito, a medicina legal etc.
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Eduardo Fontes e Henrique Hoffmann (2019), lembram que a interdisciplinaridade não

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deve se confundir com multidisciplinaridade.
A visão interdisciplinar é mais profunda que a multidisciplinar.

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Na interdisciplinaridade, os saberes parciais se integram e cooperam entre si.
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De outro lado, na multidisciplinaridade as distintas visões sobre um determinado
problema são tratadas de maneira compartimentada, ou seja, cada uma delas oferece a sua

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própria visão sem necessariamente levar em consideração a posição das demais.
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Em outras palavras, a visão interdisciplinar é mais profunda que a multidisciplinar.
lg
Assim, é possível notar que a interdisciplinaridade é mais ampla e abrangente.

15
Direito Penal Criminologia Política Criminal

Analisa os fatos
Ciência empírica que
humanos indesejados,
estuda o crime, a Trabalha estratégias e
define quais devem ser
vítima e o meios de controle
rotulados como crime
comportamento da social da criminalidade.
ou contravenção,
sociedade.
anunciando as penas.
Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime
enquanto norma. enquanto fato. enquanto valor.

1.5.1 Direito Penal

a l
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Analisa os fatos humanos indesejados, define quais devem ser rotulados como
io
crime ou contravenção, anunciando as penas.
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O direito penal estabelece as normas de conduta e comina sanções para
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prevenção e reprovação das infrações penais (crimes e contravenções).
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Assim, o legislador ao criar o tipo penal tem em mente a proteção de um bem

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jurídico relevante, cuja lesão possa vir a causar uma desarmonia social.
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V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A Criminologia pode auxiliar o legislador, pois é a ciência que cuida da causa, da
etiologia do comportamento criminoso e dos seus meios preventivos.

f e r
1.5.2 o yPolítica Criminal
o d
lg
Trabalha as estratégias e meios de controle social da criminalidade. Ocupa-se do
crime enquanto valor. Há quem acredite que a política criminal é um braço da criminologia.

A criminologia deve orientar a política criminal possibilitando a prevenção de


crimes, e influenciar o Direito Penal na repressão das condutas indesejadas que não foram
evitadas.

16
1.5.3 Criminalística

Não se pode e nem se deve confundir a criminologia com a criminalística.

Enquanto a criminologia qualifica-se como ciência autônoma que estuda o


fenômeno criminal de maneira empírica e interdisciplinar, a criminalística consiste em disciplina
meramente auxiliar das ciências criminais, que objetiva ajudar a persecução criminal
(investigação e processo) por meio do fornecimento de provas técnicas (perícias).

A criminalística, portanto, é o estudo dos vestígios materiais deixados pelo crime.


Esse conjunto de conhecimentos é materializado pelo perito por meio de um laudo pericial.

1.6 Classificação da Criminologia


a l
io n
A doutrina sedimenta a classificação da Criminologia sob 02 (dois) enfoques, o geral e o

a c
clínico.
u c y
d o
Criminologia Geral:Consiste na sistematização, comparação e classificação dos
E od
e
rt s G
resultados obtidos no âmbito das ciências criminais sobre o crime, o criminoso, a vítima, o
controle social e a criminalidade. p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
Criminologia Clínica:Consiste na aplicação dos conhecimentos teóricos para o
F 4.3 gm
e n 9
tratamento dos criminosos. a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Criminologia Científica:Conjunto de conhecimentos, teorias, resultados e métodos que

f e r
se referem à criminalidade como fenômeno individual e social, ao delinquente, à vítima, à
o y
d
sociedade e, em certa medida, ao sistema penal; seu conteúdo está determinado pelo enfoque
o
lg
que se dê ao termo científico e pelos métodos e técnicas que se utilizem na investigação
criminal. Consequentemente, a Criminologia científica não se organiza para fins didáticos,
senão de investigação. O seu conteúdo não é homogêneo, reflete a influência da sociologia,
psicologia, etc. No geral, a Criminologia científica se manifesta em ensaios, pesquisas e
projetos e raramente em forma de manuais ou tratados (VIANA, 2019).

Criminologia Aplicada: Constituída pelas aportações das Criminologias científica e


empírica; nem sempre ortodoxamente científica, criada por juízes, funcionários, profissionais
que forma parte do sistema penal. A aplicação pode se dar na formulação de uma nova ou

17
reformada política criminal, em um programa ou prática determinados ou em qualquer
atividade do sistema necessitada de Criminologia. Como aspecto prático da política criminal, a
Criminologia Aplicada é a mais importante, mas também a que suscita maiores dificuldades
para fazê-la de forma satisfatória (VIANA, 2019).

Criminologia Acadêmica:é essencial, ainda que não exclusivamente descritiva e está


constituída pela sistematização, ensino ou disseminação do conhecimento da Criminologia em
geral. Assim, é criminologia didática, a qual se baseia em uma exploração sistemática. A
aplicada persegue finalidade prática. É exatamente utilizada por juízes, advogados, etc. Essa
criminologia se manifesta, sobretudo, por meio de monografias, ensaios. O corpo docente de
uma faculdade de direito ou um departamento de sociologia são os seus protagonistas, em
geral.
a l
io n
Criminologia Analítica:sua finalidade é determinar se as outras criminologias e a

a c
c y
política criminal cumprem seu objetivo. Ao fim e ao cabo, ela implica uma série de operações
u
d o
tendentes a demonstrar a validade ou invalidade do que se afirma criminologicamente.
E od
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

18
QUADROS SINÓTICOS

CONCEITO DE CRIMINOLOGIA

A Criminologia é a ciência empírica que estuda o crime, o criminoso,


a vítima e o comportamento da sociedade.
a l
io n
a c
c y
O vocábulo Criminologia foi 'criado' em 1883 por Paul Topinard, mas
u
E od
Criminologia, no ano de 1885.
d o
difundida internacionalmente por Raffaele Garofalo em seu livro

e
rt s G
p o de
A criminologia é considerada ciência, pois apresenta função, método, e

S ern 11- ail.com


u an 06
objeto próprios. Reúne informações válidas e confiáveis sobre a
criminalidade baseadas na observação do mundo concreto, real.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo OBJETOS
03 and
n DA CRIMINOLOGIA
f e r
o y
o d
lg
Controle Social

Vítima

Criminoso

Crime

19
INTERDISCIPLINARIEDADE

Direito
Criminalística
Penal

CRIMINOLOGIA
Política
Psicologia
Criminal

a l
ion
a c
u c y
d do
FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA
E
t e G o
o r es
u p and 06 om
S ern 11- ail.c
1) compreender cientificamente o fenômeno criminal;

r um F 4.3 gm
a
e n 9 @
d V ren 35. es 1
A Lo 0 nd
2) intervir no delinquente (prevenir e reprimir o crime com eficiência);
n a
fe r
o y
o d
lg os diferentes modelos de resposta ao fenômeno criminal.
3) valorar

20
CLASSIFICAÇÃO DA CRIMINOLOGIA

Consiste na sistematização, comparação e classificação dos


resultados obtidos no âmbito das ciências criminais sobre o
Criminologia Geral crime, o criminoso, a vítima, o controle social e a
criminalidade.

Consiste na aplicação dos conhecimentos teóricos para o


Criminologia Clínica
tratamento dos criminosos.
a l
io n
Conjunto de conhecimentos, teorias, resultados e métodos
a c
c y
que se referem à criminalidade como fenômeno individual
u
Criminologia E od d o
e social, ao delinquente, à vítima, à sociedade e, em certa
e
rt s G
medida, ao sistema penal; seu conteúdo está determinado
Científica
p o de
pelo enfoque que se dê ao termo científico e pelos
S ern 11- ail.com
u an 06
métodos e técnicas que se utilizem na investigação

r um F 4.3 gm
criminal.
e n 9 a
V re n 5.1 es@Constituída pelas aportações das Criminologias científica e

Ad Lo 03nand
Criminologia empírica; nem sempre ortodoxamente científica, criada por
Aplicada
e r
juízes, funcionários, profissionais que forma parte do
f
y
dosistema penal.
lgo É essencial, ainda que não exclusivamente descritiva e está
Criminologia constituída pela sistematização, ensino ou disseminação do
Acadêmica conhecimento da Criminologia em geral.

Criminologia Sua finalidade é determinar se as outras criminologias e a


Analítica política criminal cumprem seu objetivo.

21
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1

(2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia) A Criminologia adquiriu autonomia


e status de ciência quando o positivismo generalizou o emprego de seu método. Nesse
sentido, é correto afirmar que a criminologia é uma ciência.

l
A)Do “dever ser”; logo, utiliza-se do método abstrato, formal e dedutivo, baseado em
a
deduções lógicas e da opinião tradicional.
io n
a c
u c y
B)Empírica e teorética; logo, utiliza-se do método indutivo e empírico, baseado em deduções
lógicas e opinativas tradicionais. E od d o
e
rt s G
p o de
C)Do “ser”; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e observação da
realidade. S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
D)Do “dever ser”; logo, utiliza-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
observação da realidade.

e r
E)Do “ser”; logo, serve-se do método abstrato, formal e dedutivo, baseado em deduções
f
o y
d
lógicas e da opinião tradicional.
o
lg

Comentário:

A criminologia classifica-se por ser ciência empírica de observação da realidade, que atua no
mundo do ser, e utiliza o método indutivo e experimental.
Como ciência, deve prover de informações válidas e seguras sobre o problema criminal,
obtidas através do método empírico de análise e observação da realidade.É importante

22
observar que o método jurídico da Criminologia é normativo (se preocupa com a norma, o
“dever-ser”), diversamente da Criminologia, que se preocupa com a realidade, o social, é uma
ciência do “ser”.
A criminologia se diferencia das outras ciências por ter ointuito de encontrar fatores que
causam a criminalidade, de forma que encontre formas de preveni-la.
A criminologia é uma ciência empírica (experimental) e interdisciplinar, deste modo é
considerada uma ciência fática do “SER”; e o direito penal é considerado uma ciência do
“DEVER SER”, tendo em vista o seu caráter jurídico e dogmático.Portanto, está correta a
alternativa “C”.

Questão 2

(INSTITUTO ACESSO – 2019 – PC-ES – DELEGADO DE POLÍCIA) “A vítima do delito a l


io n
c
experimentou um secular e deliberado abandono. Desfrutou do máximo protagonismo [...]
a
u c y
durante a época da justiça privada, sendo depois drasticamente “neutralizada” pelo sistema

E od d o
legal moderno [...]” (MOLINA, Antonio Garcia-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio, 2008, p. 73). A
e
rt s G
o de
Vitimologia impulsionou um processo de revisão científica do papel da vítima no fenômeno
p
S ern 11- ail.com
u an 06
delitivo. Leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa INCORRETA sobre o tema.

r um F 4.3 gm
A) A vitimologia ocupa-se, sobretudo, do estudo sobre os riscos de vitimização, dos danos
e n 9 a
V e n 5.1 es@
que sofrem as vítimas como consequência do delito assim como da posterior intervenção do
r
Ad Lo 03nand
sistema legal, dentre outros temas.

f e r
y
B) A criminologia tradicional desconsiderou o estudo da vítima por considerá-la mero objeto
o
o d
lg
neutro e passivo, tendo polarizado em torno do delinquente as investigações sobre o delito,
sua etiologia e prevenção.

C) Os pioneiros da vitimologia compartilhavam uma análise etiológica e interacionista, sendo


que suas tipologias ponderavam sobre o maior ou menor grau de contribuição da vítima para
sua própria vitimização.

D) A Psicologia Social destacou-se como marco referencial teórico às investigações


vitimológicas, fornecendo modelos teóricos adequados à interpretação e explicação dos
dados.

23
E) O redescobrimento da vítima e os estudos científicos decorrentes se deram a partir da 1ª
(Primeira) Guerra Mundial em atendimento daqueles que sofreram com os efeitos dos
conflitos e combates.

Comentário:

Na segunda metade do Século XX, com a acepção do Estado Democrático de Direito, surgiu a
precisão da redefinição da vítima sob uma aparência mais humana. De modo que o estudo
sobre a vítima gerou uma inovaçãona disciplina ou ciência: a VITIMOLOGIA, que trata do
estudo das relações da vítima com o infrator - chamada pela doutrina de “dupla penal”, ou
com o sistema. INCORRETA, portanto, a alternativa “E”.

Questão 3
a l
io n
c
(INSTITUTO ACESSO – 2019 – PC-ES – DELEGADO DE POLÍCIA) Na atualidade se observa
a
u c y
uma generalização do sentimento coletivo de insegurança nos cidadãos, caracterizado tanto

E od d o
pelo temor de tornarem-se vítimas, como pela preocupação, ou estado de ânimo coletivo,
e
rt s G
com o problema do delito. Considere as afirmativas e marque a única correta.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A) O incremento dos índices de criminalidade registrada (tese do volume constante do delito)

r um F 4.3 gm
mantém correspondência com as demonstrações das pesquisas de vitimização já que seus
e n 9 a
V n 5.1 es@
dados procedem das mesmas repartições do sistema legal.
re
Ad Lo 03nand
B) A população reclusa oferece uma amostra confiável e representativa da população criminal
f e r
y
real, já que os agentes do controle social se orientam pelo critério objetivo do fato cometido
o
o d
e limitam-se a detectar o infrator, qualquer que seja este.
lg
C) O fenômeno do medo ao delito não enseja investigações empíricas na Criminologia por
tratar-se de uma consequência trivial da criminalidade diretamente proporcional ao risco
objetivo.

D) O medo do delito pode condicionar negativamente o conteúdo da política criminal


imprimindo nesta um viés de rigor punitivo, contrário, portanto, ao marco político-
constitucional do nosso sistema legal.

24
E) As pesquisas de vitimização constituem uma insubstituível fonte de informação sobre a
criminalidade real, já que seus dados procedem das repartições do sistema legal sendo
condicionantes das estatísticas oficiais.

Comentário

A assertiva versasobre o medo, sendo esse o fator de investigação empírica pela criminologia.
Disciplina que a intervenção do sistema penal brasileiro é ínfima, porém o medo generalizado
pode aumentar o rigor punitivo.

Dessa forma, tal repercussão faz nascer umconflito social que clama rápida atuação legislativa,
fundamentado no errôneo pensamento presente no inconsciente social de que a criação de lei

l
penal seria solução suficiente e apta à repreender o suposto cenário, que figura maquiado
a
io n
como insolúvel pelos meios de difusão de informação. É aqui que surge o Direito Penal
a c
c y
Simbólico, ou seja, a produção de textos cuja referência manifesta à realidade é normativo-
u
E od d o
jurídica, porém que serve, primária e hipertroficamente, a intento políticos de caráter não
e
rt s G
especificamente normativo-jurídico. Portanto, está correta a alternativa “D”.
p o de
m
S Questão -u an 06
c o
m ern 11 ail.
4

r u a F 4.3 gm
V e
e n 9
(CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC-SE – DELEGADO DE POLÍCIA) Acerca do conceito e das
n 5.1 es@
r
Ad Lo 03nand
funções da criminologia, julgue o item seguinte.

e r
A criminologia é uma ciência dogmática que se preocupa com o ser e o dever ser e parte do
f
o y
d
fato para analisar suas causas e buscar definir parâmetros de coerção punitiva e preventiva.
o
lg
( ) Certo

( ) Errado

Comentário:

De acordo com a doutrina, a Criminologia é a ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa


do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento
delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese,

25
dinâmica e variáveis principais do crime – contemplado este como problema individual e
como problema social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e
técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas
de resposta ao delito.

Pelo conceito, ela é uma ciência, ou seja, possui objeto, método e função próprios. Não é
dogmática e normativa, pois seu objeto não é a norma; sendo, portanto, a ciência do fato, do
“ser”.

O Direito Penal também é uma ciência autônoma, possui objeto, método e função próprios;
sendo, assim uma ciência normativa, seu método é o dogmático e dedutivo, sua função é a
aplicação da norma penal, almejando à proteção dos bens jurídicos, sendo uma ciência do
“dever ser”.
a l
io n
Portanto, a alternativa está CERTA.
a c
u c y
E od
Questão 5 d o
e
rt s G
o de
(NUCEPE – 2018 – PC-PI – DELEGADO DE POLÍCIA) Marque a alternativa CORRETA, no que
p
S ern 11- ail.com
u an 06
diz respeito à classificação do criminoso, segundo Lombroso:

r um F 4.3 gm
e n 9 a
A) Criminoso louco: é o tipo de criminoso que tem instinto para a prática de delitos, é uma
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
espécie de selvagem para a sociedade.

f e r
B) Criminoso nato: é aquele tipo de criminoso malvado, perverso, que deve sobreviver em
manicômios. o y
o d
lg
C) Criminoso por paixão: aquele que utiliza de violência para resolver problemas passionais,
geralmente é nervoso, irritado e leviano.

D) Criminoso por paixão: este aponta uma tendência hereditária, possui hábitos criminosos
influenciados pela ocasião.

E) Criminoso louco: é o criminoso sórdido com deficiência do senso moral e com hábitos
criminosos influenciados pela situação.

26
Comentário:

Segundo Lombroso, os criminosos podem ser qualificados da seguinte forma:

Criminoso Nato: influência biológica, estigmas, instinto criminoso, um selvagem da sociedade,


o degenerado (cabeça pequena, deformada, fronte fugidia, sobrancelhas salientes, maças
afastadas, orelhas malformadas, braços cumpridos, face enorme, tatuado, impulsivo, mentiroso
e falador de gírias etc.) Fatores genéticos e hereditários. Regressão atávica. (biológico);

• Criminoso Louco Moral: Inteligência intacta, mas perversos, egoístas, falta de senso moral,
influências hereditárias e genéticas (biológico), mas o meio pode fazer aflorar a predisposição;

• Criminoso Epilético: Epilepsia ataca os centros nervosos, lesões cerebrais, parte dos

l
sentimentos e das emoções. Dependendo do meio, conduz à criminalidade, pois as funções
a
cerebrais, emoções e sentimentos sucateados;
io n
a c
u c y
• Criminosos louco propriamente dito: Alienados mentais que devem permanecer no hospício;

E od d o
e
• Criminoso de Ocasião: Predisposto hereditariamente, são pseudocriminosos; "a ocasião faz o
rt s G
p o de
ladrão"; assumem hábitos criminosos influenciados por circunstâncias;

S ern 11- ail.com


u an 06
r um
• Criminoso por Paixão: Sanguíneos, nervosos, irrefletidos, usam da violência para solucionar
F 4.3 gm
questões passionais.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
À luz da qualificação lombrosiana quanto aos criminosos, observa-se que a letra A está

f e r
incorreta, pois o criminoso que seria uma espécie de selvagem é o criminoso NATO

o y
o d
A letra B está incorreta, pois traz a concepção de criminoso LOUCO.
lg
A letra D está incorreta traz o conceito de criminoso por OCASIÃO.

A letra E está incorreta porque traz o conceito de LOUCO MORAL.

Portanto, está correta a alternativa “C”.

Questão 6

(CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA) Afirmar que a criminologia é


interdisciplinar e tem o empirismo como método significa dizer que esse ramo da ciência:
27
A) Utiliza um método analítico para desenvolver uma análise indutiva.

B) Considera os conhecimentos de outras áreas para formar um conhecimento novo, se


afirmando, então, como independente.

C) Utiliza um método silogístico

D) Utiliza um método racional de análise e trabalha o direito penal de forma dogmática.

E) É metafísica e leva em conta os métodos das ciências exatas para o estudo de seu objeto.

Comentário

Criminologia é ciência não-normativa, empírica (experimentação científica) e interdisciplinar

a l
responsável por subministrar elementos para compreender e enfrentar o fenômeno desviante.

io n
c
Utiliza um método analítico para desenvolver uma análise indutiva. Criminologia analítica é a
a
u c y
verificação do cumprimento do proposto pelas ciências criminais e também pela política
criminal. E od d o
e
rt s G
p o de
Pesquisa analítica ou método analítico é o tipo de pesquisa quantitativa que envolve uma

S ern 11- ail.com


u an 06
avaliação mais aprofundada das informações coletadas em um determinado estudo,

r um F 4.3 gm
observacional ou experimental, na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno no
e n 9 a
V n 5.1 es@
âmbito de um grupo, grupos ou população. É mais complexa do que a pesquisa descritiva,
re
Ad Lo 03nand
uma vez que procura explicar a relação entre a causa e o efeito. O que realmente diferencia

e r
um estudo descritivo de um analítico é a capacidade do estudo analítico de fazer predições
f
o y
d
para a população de onde a amostra foi retirada, e fazer inferências estatísticas pela aplicação
o
de testes de hipótese. lg
Portanto, a alternativa está correta a alternativa “A”.

Questão 7

(NUCEPE – 2018 – PC-PI – DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre a Criminologia é CORRETO


afirmar:

A) O crime é um fenômeno social.

28
B) Estuda o crime, o criminoso, mas não a vítima.

C) É uma ciência normativa e valorativa.

D) O crime é um fenômeno filosófico.

E) Não tem por base a observação e a experiência.

Comentário

A criminologia é uma ciência, portanto, possui objeto, método e função próprios. Com base
nisto, possui autonomia, não dependendo de outras ciências. Seus objetos são o delito, o
delinquente, o controle social e a vítima; seu método é empírico e interdisciplinar, causal

l
explicativo; a função está ligada à busca de explicações, causas e concausas do crime, sobre a
a
io n
prevenção penal, sobre a intervenção no homem delinquente e sobre os modelos de reação

a c
c y
ao delito, sendo, portanto, a ciência do fato, do “ser”. O Direito Penal do mesmo modo é
u
d o
também uma ciência autônoma, possui objeto, método e função próprios; sendo o objeto do
E od
e
rt s G
direito a norma penal, é uma ciência normativa, seu método é o dogmático e dedutivo, sua

p o de
função é a aplicação da norma penal, visando à proteção dos bens jurídicos, sendo uma
ciência do “dever ser”. S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
A letra A está correta, pois o crime, para a moderna criminologia, É UM PROBLEMA
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
INDIVIDUAL E SOCIAL.

e r
A letra B está incorreta porque restringe o objeto da criminologia, excetuando a vítima.A letra
f
o y
d
C está incorreta, pois a criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar do ser, possui
o
lg
como objeto de análise as ocorrência do mundo fático, NÃO É, portanto, NORMATIVA.A letra
D está incorreta, porque a criminologia não é um fenômeno filosófico, está bem longe disso,
pois ela baseia-se em situações do mundo fático, fenomênico.A letra E está incorreta, porque
nega justamente a metodologia da criminologia a qual é EMPÍRICA e INTERDISCIPINAR,
baseando na observação e experiência.

Portanto, a alternativa está correta a alternativa “A”.

29
Questão 8
(CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA) João nutria grande desejo por
sua colega de turma, Estela, mas não era correspondido. Esse desejo transformou-se em ódio
e fez que João planejasse o estupro e o homicídio da colega. Para isso, ele passou a observar
a rotina de Estela, que trabalhava durante o dia e estudava com João à noite. Determinado
dia, após a aula, em uma rua escura no caminho de Estela para casa, João realizou seus
intentos criminosos, certo de que ficaria impune, mas acabou sendo descoberto e preso.

Com relação à situação hipotética descrita no texto e às funções da criminologia, da política


criminal e do direito penal, assinale a opção correta.

A) O direito penal tem a função de analisar a forma como o crime foi cometido, bem como

a l
estudar os meios que devem ser adotados com relação à pena e à ressocialização de João.

io n
a c
B) O direito penal é o responsável pelo diagnóstico do fenômeno dos crimes cometidos
contra as mulheres. u c y
E od d o
e
rt s G
C) A criminologia deverá analisar a conduta de João, subsidiando o juiz quanto ao

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
arbitramento da pena.

r um
D) A política criminal tem a função de propor medidas para a redução das condições que
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
facilitaram o cometimento do crime por João, como a urbanização e a iluminação de ruas.
re
Ad Lo 03nand
E) A criminologia deverá indicar os trajetos que precisam de rondas policiais ou os locais para
se instalarem postos policiais. f e r
o y
o d
Comentário
lg
Para muitos juristas, o conceito de Política Criminal consiste na sistematização de estratégias,
táticas e meios de controle social da criminalidade (penais e não penais) tendo, destarte,
penetração no Direito Penal (principalmente no que se refere à elaboração das normas) mas
não se reduzindo a ele. Portanto, a alternativa está correta a alternativa “D”.

Questão 9

30
(NUCEPE – 2018 – PC-PI – DELEGADO DE POLÍCIA) O crime é um comportamento valorado
pelo direito. Acerca da Sociologia Criminal, podemos afirmar:

A) Ciência que tem como finalidade o estudo do criminoso-nato, sob seu aspecto amplo e
integral: psicológico, social, econômico e jurídico.

B) Ciência que explica a correlação crime-sociedade, sua motivação, bem como sua
perpetuação.

C) Busca, precipuamente, explicar e justificar os fatores psicológicos que levam ao crime.

D) Tem como objetivo maior, a ressocialização do preso, estabelecendo estudos de inclusão


social.

a l
E) Ciência que estuda as relações entre as pessoas que pertencem a uma comunidade, e se

io n
ocupa em estudar a vida social humana
a c
u c y
E od d o
Comentário e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A Sociologia Criminal procuraesclarecer e justificar a maneira como os fatores do meio

r um
ambiente social atuam sobre a conduta individual, de forma a conduzirem o homem à
F 4.3 gm
e n 9 a
iniciação delitiva, o crime seria um fenômeno social.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A) Errada. O estudo do criminoso pertence à Escola Positiva, que pertenceu a antropologia
criminal.
f e r
o y
o d
B) Certa. Por meio de uma diversidade de teorias, sejam estas do consenso ou do conflito a
lg
Sociologia Criminal é uma ciência que explica a correlação crime sociedade, sua motivação,
bem como sua perpetuação. C) Errada. A Sociologia Criminal é uma
ciência que explica a correlação crime sociedade, sua motivação, bem como sua perpetuação,
valorando os fatores exógenos e não endógenos.

D) Errada. A ressocialização do recluso é conteúdo que pertence a prevenção do crime.

31
E) Errada. Não busca entender as relações entre as pessoas que pertencem a uma
comunidade, e não se ocupa em estudar a vida social humana, visa explicar a correlação crime
e sociedade

Portanto, a alternativa está correta a alternativa “B”.

Questão 10
(CESPE/CEBRASPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO DE POLÍCIA) A respeito do conceito e das
funções da criminologia, assinale a opção correta.

A) A criminologia tem como objetivo estudar os deliquentes, a fim de estabelecer os melhores


passos para sua ressocialização. A política criminal, ao contrário, tem funções mais
relacionadas à prevenção do crime.
a l
io n
B) A finalidade da criminologia em face do direito penal é de promover a eliminação do crime.
a c
u c y
C) A determinação da etimologia do crime é uma das finalidades da criminologia.
E odd o
e
rt s G
D) A criminologia é a ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e as concausas da

p o de
S ern 11- ail.com
criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade.
u an 06
r um
E) A criminologia é orientada pela política criminal na prevenção especial e direta dos crimes
F 4.3 gm
e n 9 a
socialmente relevantes, mediante intervenção nas manifestações e nos efeitos graves desses
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
crimes para determinados indivíduos e famílias.

f e r
o y
Comentário
o d
lg
Item (A) - Afinalidade da criminologia é o estudo das causas do delito, explicando-as. Para
tanto, existem diversas teorias que buscam explicar por que certas pessoas cometem delitos e
por que em nossas sociedades existe sempre um determinado grau de delinquência. Não visa
a especificamente a ressocialização do criminoso. A ressocialização do criminoso e a adoção
de medidas de prevenção e de controle do delito são objeto de estudo da política criminal e
da vitimologia.

Item (B) –O objetivo da criminologia é a de tentar explicar as causas do delito.

32
Item (C) - Conforme Sutherland, citado por Luiz Regis Prado, a principal atividade da
criminologia é a perspectiva etiológica, vale dizer, a busca das causas do crime. Portanto, é a
determinação da etiologia, e não da etimologia do crime, que é uma das finalidades da
criminologia.

Item (D) – Com base na doutrina, o objeto da criminologia se ocupa do crime, da pessoa do
infrator, da vítima e do controle social. No que toca ao infrator, a criminologia se detém na
periculosidade preparatória da criminalidade, ou seja, nos fatores que propendem o infrator a
delinquir.

Item (E) - A criminologia é guiada para a busca das causas do delito e, via de consequência,
auxilia na proposição de alternativas para responder ao fenômeno criminal, no sentido de

l
preveni-lo e controlá-lo. A criminologia é, com efeito, uma ciência empírica, de cunho
a
io n
interdisciplinar, que estuda o fenômeno criminal, utilizando-se, principalmente, do método

a c
c y
causal-explicativo. A política criminal, ciência de caráter autônomo e independente da
u
d o
criminologia, que se ocupa primordialmente de estudar e implementar medidas para a
E od
e
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prevenção e o controle do delito. Portanto, a alternativa está correta a alternativa “D”.

p o de
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lg

33
GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 - E

Questão 3 -D

Questão 4 -Certa
a l
Questão 5 -C
ion
a c
Questão 6 - A
u c y
Questão 7 -A
d o
E od
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Questão 8 - D
p o de
Questão 9 -B S ern 11- ail.com
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Questão 10 -D e n 9 a
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34
QUESTÃO DESAFIO

O que se entende pela Teoria da Vulnerabilidade Aprendida?


Aplica-se a todos os tipos de vítima?

Máximo de 5 linhas

a l
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a c
u c y
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35
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

A Teoria da Vulnerabilidade Aprendida visa a explicar por quais razões um indivíduo é


vítima reiteradas vezes. Em suma, constata-se que o indivíduo desaprende a sair de
situações de perigo, ainda que evitáveis. Todavia, essa teoria não explica porque alguém
se torna vítima pela primeira vez.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 A vítima aprende a não evitar o perigo

Inicialmente, destaca-se que a Teoria da Vulnerabilidade Aprendida é também conhecida por


Teoria do Desamparo Aprendido e foi desenvolvida por Martin Seligman.

a l
n
Segundo essa teoria, uma pessoa se converte em vítima através de um processo de
io
c
aprendizagem. (ELBERT, Carlos Alberto. Novo manual básico de Criminologia. Porto Alegre:
a
Livraria do Advogado, 2009.)
u c y
d o
E od
e
rt s G
Em outras palavras, um indivíduo que se encontrava como vítima de crime por reiteradas

p o de
vezes, com o tempo, passa a desaprender os meios de sair dessa situação de vítima até

S ern 11- ail.com


u an 06
mesmo nas hipóteses em que o crime seria evitável.

r um F 4.3 gm
a
Assim, a pessoa desaprende a reagir a situações de perigo e volta a se situar na posição de
e n 9
V e n 5.1 es@
vítima por reiteradas oportunidades. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador:
r
Ad Lo 03nand
Juspodium, 2018. 443 p.)

f e r
y
 Porque alguém volta a ser vítima
o
o d
lg
Entretanto, destaca-se que essa Teoria da Vulnerabilidade Aprendida (ou do Desamparo
Aprendido) não se aplica a todos os tipos de vítima.

Isso porque essa teoria explica apenas os motivos pelos quais determinadas pessoas voltam a
ser vítimas, de modo que não explica porque algum indivíduo que nunca foi vítima se torna
vítima primariamente em um determinado caso concreto. (Dias, Jorge de Figueiredo e
Andrade, Manoel da Costa, Criminologia/O Homem Delinqüente e a Sociedade Criminógena;
Portugal: Coimbra, 1997.)

36
Em outras palavras, essa teoria se direciona às pessoas que já foram vítimas de crime, e não
consegue explicar a razão pela qual uma pessoa é vítima de crime pela primeira vez. (VIANA,
Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: Juspodium, 2018. 443 p.)

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o d
lg

37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Salo de. Antimanual de criminologia / Salo de Carvalho. – 6. ed. rev. e ampl. –
São Paulo: Saraiva, 2015.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 10. ed. rev.,
ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018.

FONTES, Eduardo e HOFFMANN, Henrique. Carreiras policiais – Criminologia. 2ª Edição.


Salvador, 2019. Editora JusPodivm.

HERCULANO, Alexandre. Criminologia: coleção estudo direcionado, 1ª Edição. Salvador,


2020. Editora JusPodivm.
a l
io n
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral – vol. 1 / Cleber Masson – 12 ed. rev., atual. e
a c
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: METODO, 2018.
u c y
E od d o
e
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia. 4. Ed. São Paulo: RT,
rt s G
2002.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
VIANA, Eduardo. Criminologia / Eduardo Viana – 7. Ed. Rev., Atual. e Ampl. – Salvador:

r um F 4.3 gm
JusPODIVM, 2019.
e n 9 a
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38
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eCapítulo
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SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 2 ......................................................................................................................................2

1. NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA.............................................................................................................2

1.1 O Nascimento da Criminologia............................................................................................................... 2

1.2 História da Criminologia ............................................................................................................................ 4

1.2.1 A Criminologia na Antiguidade e na Idade Média ............................................................................. 4

1.2.2 Pseudociências/ciências ocultas ................................................................................................................ 6

2. ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS ........................................................................................................................ 10


a l
2.1 n
Escola Clássica .............................................................................................................................................. 10
io
a c
2.2
c y
Escola Positiva .............................................................................................................................................. 13
u
2.3
E od d o
Escola Moderna Alemã ............................................................................................................................. 18
e
rt s G
2.4
p o de
Terza Scuola Italiana .................................................................................................................................. 18

2.5
S ern 11- ail.com u an 06
Escola Técnico-Jurídica ............................................................................................................................. 19

2.6
r um F 4.3 gm
Escola Correcionalista................................................................................................................................ 20
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
2.7 Movimentos Defensivistas do Século XX ......................................................................................... 21

2.8 Escolas Penais no Brasil ........................................................................................................................... 22


f e r
d oy
QUADROS SINÓTICOS .............................................................................................................................................. 25

lgo ...................................................................................................................................34
QUESTÕES COMENTADAS

GABARITO ...................................................................................................................................................................40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................................................41

1
CRIMINOLOGIA

Capítulo 2

1. Nascimento e História da Criminologia

1.1 O Nascimento da Criminologia

A criminologia classifica-se por ser uma ciência empírica de observação da realidade,


que opera no mundo do ser, e emprega o método indutivo e experimental. Por isso, não deve
a l
n
ser confundida com o Direito Penal, ciência cultural que atua no plano do dever ser, por meio
io
do método dedutivo.
a c
u c y
E od d o
Conforme já afirmado no Capítulo 1, há o entendimento que o primeiro a utilizar o
e
rt s G
termo “Criminologia” fora Paul Topinard, porém,Cesare Lombroso é considerado o fundador

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
da criminologia moderna com a publicação, em 1876, de seu livro O Homem Delinquente.
Há quem defenda a tese de que foi Rafaelle Garófalo quem, em 1885, usou o termo

r um F 4.3 gm
e n 9 a
Criminologia como nome de um livro científico pela primeira vez.
V re n 5.1 es@
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Embora não exista um consenso, o nascimento da Criminologia como ciência,

f e r
possivelmente, ocorreu após o ano de 1876. Entretanto, desde a Antiguidade Clássica,
encontramos dados e informações
d oy que demonstram que inúmeros pensadores, teóricos,
go estudos, que, apesar de na época não serem considerados
filósofos, sociólogos lfizeram
criminológicos, na prática, o eram.

Como lembra Eduardo Viana (2019), é intuitiva a afirmação de que o fenômeno crime
exerce algum tipo de atração sobre os homens; bem por isso se diz que a Criminologia
sempre existiu, ainda que de maneira elementar, rudimentar e tosca.

Por questões didáticas, apesar de haver críticas que tal divisão poderia cair em
reducionismo, convêm-se dividir o estudo da história do pensamento criminológico em: Fase
Pré-Científica e Fase Científica.
2
Na fase pré-científica da história da criminologia estão situadas, conforme veremos a
seguir, o estudo do grupo de teorias em que busca-se explicar o crime e o seu sentido por
meio de pseudociências.

Enquanto isso, na fase científica da história criminológica, dá-se início ao estudo da


Criminologia por meio de métodos de pesquisa científicos.

a l
A Criminologia deve procurar encontrar fatores concorrentes e causas do crime que

io n
possam ajudar a prevenir, predizer e controlá-lo, de forma que àquele não ocorra.
a c
u c y
d o
(CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia)Acerca do conceito e das funções da
E od
e
criminologia, julgue o item seguinte. Foi considerada errada a assertiva - A criminologia é uma
rt s G
p o de
ciência dogmática que se preocupa com o ser e o dever ser e parte do fato para analisar suas

S ern 11- ail.com


u an 06
causas e buscar definir parâmetros de coerção punitiva e preventiva.

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O estudo da Criminologia é extremamente necessário para sociedade, visto que, desde

e r
os primórdios da humanidade, o crime fez-se presente. Segundo ideias de Judith Shklar (1928
f
o y
d
– 1992), a crueldade é a principal falha da sociedade. Eis que aí encontra-se a importância da
o
Criminologia. lg
No estudo do nascimento e da história da Criminologia, vale-se fazer uma advertência:
deve-se compreender que as teorias criminológicas do passado representam o produto de
uma determinada realidade histórica, por isso, não devemos analisá-las com o olhar crítico de
hoje.

Como lembra Viana (2019), a perspectiva etiológica busca explicar uma origem para o
fenômeno delitivo e a faz por meio de uma distinção entre micro e macrocriminologia.

3
A microcriminologia é voltada principalmente ao autor do delito, individualmente, ou
dentro do grupo social onde vive, ao passo que a acentuação dos aspectos sociais na gênese
do delito geraria a macrocriminologia.

Dessa forma, a macrocriminologia se ocuparia, sobretudo, da análise da estrutura da


sociedade na qual surge o delito.

Esse vocábulo, a princípio reservado ao estudo do crime, ascendeu à ciência geral da


criminalidade, antes denominada Sociologia Criminal ou Antropologia Criminal.

Afinal, quando nasceu a Criminologia, como ciência?

1. O termo criminologia foi criado por Garofalo;

l
2. O marco científico da criminologia se deve a Lombroso;
a
n
3. Zaffaroni alerta que para aqueles que entendem que a criminologia
io
a c
se resume ao estudo dos fenômenos sociais, a sua gênese se dá com
os trabalhos de Queteler; u c y
E od d o
4. Por fim, para aqueles que entendem que criminologia abarca política
e
rt s G
p o de
criminal, sua origem ocorre com Beccaria.
m
S u an 06
- c o
m e rn 11 ail.
1.2 História da Criminologia
r u a F 4.3 gm
V e enn .19 s@
Desde os tempos remotos da Antiguidade já se concebia discussões acerca dos crimes
d o r 35 de
A L 0 n
e dos criminosos.
n a
fe r
Göppinger aponta que a criminologia tem uma curta história, porém um longo passado,
y
o permanente risco em se recuar muito no tempo em busca de
o dhá
daí porque, pela justa razão,
lg
um estudo com verniz criminológico (VIANA, 2019).

Para entender o estudo da história da Criminologia faremos uma análise, inicialmente,


da Antiguidade e da Idade Média. Em seguida, falaremos das pseudociências. Por fim,
falaremos da importância do Marquês de Beccaria. Após, iremos para a segunda parte deste
capítulo, onde, enfim, trabalharemos as Escolas Criminológicas.

4
1.2.1 A Criminologia na Antiguidade e Idade Média

A história da Criminologia costuma ser estruturada por meio de períodos ou fases


distintas. Partindo-se desta premissa, o período da Antiguidade é marcado pelos grandes
pensadores que opinavam e forneciam diversos conceitos sobre assuntos relacionados ao
estudo criminológico, como os delitos, e as respectivas sanções.

Protágoras (490 - 415 a.C)compreendia a pena como meio de evitar a prática de novas
infrações pelo exemplo que deveria dar a todos os membros de um corpo social. Seu estudo
criminológico consistia no estudo sobre a finalidade da pena. Chegou à conclusão que a pena
tem que ter uma finalidade de prevenção geral negativa(ele afasta da pena a ideia de
retribuição).

a l
n
Sócrates (470-399 a.C) destaca a importância da ressocialização, na medida em que
io
a c
pregava a necessidade de ensinar aos delinquentes a não reiterar a conduta delitiva. Seu
u c y
d o
estudo criminológico consistia no estudo sobre a pena e sua finalidade. Destacou a
E od
importância da prevenção especial
e
negativa
rt s G
(evitar a reincidência) e positiva
(ressocialização).
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Platão (427-347 a.C)sustentava que a ganância, a cobiça ou cupidez geravam a
r um F 4.3 gm
e n 9 a
criminalidade. O seu estudo criminológico consistiu no estudo sobre a etiologia do crime.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Associa a prática delituosa a fatores de ordem econômica.

f e r
Aristóteles (384 -322 a.C)seguia a mesma linha de pensamento de Platão. Imputava a
fatores econômicos a causa do y
ofenômeno criminal.
o d
l g
Há que se falar, também, do Código de Hamurabi da antiga Mesopotâmia. Não se
trata de normas abstratas tal qual conhecemos hoje, era mais uma compilação dos casos
concretos. Havia uma proporcionalidade da pena por meio da famosa Lei de Talião, na qual a
pena para o delito é igual ao dano causado.

5
Essa fase/período é responsável por lançar bases ou premissas éticas do delito e sua
punição, com destaque para as causas e finalidades.

No período da Idade Média vigorava na Europa o sistema feudal, e o cristianismo era a


ideologia religiosa dominante da época. Nesta fase, a doutrina cita São Tomás de Aquino
(1225 – 1274), precursor da Justiça Distributiva, isto é, se dar a cada um o que é seu segundo
certa igualdade.

Sustentava que a pobreza desencadeava o roubo e defendia o furto famélico


(excludente de estado de necessidade).

Outra personalidade marcante, tida como pensador medieval, é Santo Agostinho (354
a 430 d.C). Apresenta também estudo criminológico. Compreendia a pena de talião como
a l
n
uma injustiça, pois, para ele, a pena devia assumir um papel de defesa social e promover a
io
a c
ressocialização do delinquente evitando a prática de novos crimes. Trabalha principalmente a

u c y
d o
finalidade da pena. Uma finalidade essencialmente preventiva.
E od
1.2.2 r t e G Ocultas
Pseudociências/Ciências
s e Ciências que
p o de
Suernan11-06ail.com
estudaram a Criminologia

r um F 4.3 gm
Se, para muitos autores, é certo que o marco científico da Criminologia se dá com a
a
e Delinquente
n .19 s@
publicação da obra
d V
L’Uomo e n
r 35 de , de Lombroso, não é menos verdade que, antes dele,
A L 0 n o
r n a
diversas investigações sobre o crime e o criminoso foram levadas a cabo por método típico da
Criminologia, o empirismo (VIANA,fe
2019).
o y
o d
lg
Muitas dessas aportações, destaca Garcia-Pablos, provavelmente pertencem ao mundo
das crenças e convicções populares e utilizam-se de falso empirismo para colocarem-se a
serviço de superstições.

1.2.2.1 Demonologia

A Demonologia, mais que todas as ciências ocultas, é a mãe em linha reta da


Criminologia.A Demonologia busca explicar a origem de todo mal por meio da existência do
demônio. Logo, tal pseudociência estuda a natureza e qualidades dos demônios e tal foi seu
desenvolvimento que se chegou ao número de 7 milhões de diabos.

6
Os indivíduos mais afetados por essa ciência foram os doentes mentais, os quais eram
confundidos com endemoniados e possuídos.

A Demonologia desenvolveu a “teoria”, até hoje presente, da tentação. Tal concepção


promove a compreensão do crime como um mal externo à natureza humana.

Em resumo, a demonologia estudava o crime e o criminoso por meio de ideias de


possessão. Desenvolveu a teoria da tentação: o criminoso, embora não possuído, era tentado
pelo espírito do mal.

1.2.2.2 Fisionomia

A Fisionomia, sem dúvida,é a pseudociência que mais se aproxima do positivismo

l
criminológico do final do século XIXe essa, desde a antiguidade havia difundido a ideia
a
io n
segundo a qual era possível estabelecer uma relação entre a estrutura corporal do indivíduo e

a c
a sua personalidade.
u c y
d o
Como o próprio nome enuncia, esta ciência oculta foca suas pesquisas na aparência do
E od
e
rt s G
indivíduo como ponto de conexão entre o externo e o interno, entre o físico e o psíquico.

p o de
Sustenta a relação entre corpo e alma, sinalizando para algumas características de
S ern 11- ail.com
u an 06
índole criminosa que podem manifestar-se na cabeça, orelha, nariz e dentes. Esta teoria é

r um F 4.3 gm
a
aprimorada por Lombroso, o qual aplicou o que os fisionomistas não empregaram: método
e n 9
científico. V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
Como lembra Viana (2019), o mais citado precursor importante da fisionomia é São

oy frase “a face é o espelho da alma e os olhos, mesmo


Jerônimo, sobretudo, pela famosa
d
go do coração”.
calados, confessam oslsegredos

Entre os fisionomistas destacam-se, também:

1) Della Porta(1586; o homem de bem teria escassez de sinais físicos);


2) Kaspar Lavater (século XVIII; o criminoso traz os sinais ou marcas da
maldade no rosto). Lavater era um estudioso da demonologia também;
3) Petrus Caper(holandês, criou uma escala crescente de perfeição dos seres,
desde os primatas até o modelo divino grecoromano).

7
1.2.2.3 Frenologia

É a pseudociência que tem por objetivo identificar a localização física de cada função
anímica do cérebro (teoria da localização).

A “chave” para explicar o comportamento criminoso está no crânio, pois nele


manifesta-se cada função do cérebro.

Como lembra Eduardo Viana (2019), fundada e difundida pelo francês/alemão Franz
Joseph Gall, com o livro “Craneologia”, sua teoria baseia-se:

a) O cérebro se forma em razão da interferência do crânio;


b) Cada região do cérebro é responsável por uma faculdade;

l
c) Seu determinismo biológico, por muito tempo, serviu como comprovação
a
científica da superioridade da raça branca.
io n
a c
1.2.2.4
c y
Outras ciências (e pseudociências)
u
E od d o
A astrologia fazia o estudo do destino do homem pelo zodíaco.
e
rt s G
p o de
A oftalmoscopia estudava o caráter do homem pela medida dos olhos.
S ern 11- ail.com
u an 06
A metoposcopia fazia exame do caráter pelas rugas do homem.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
A quiromancia estudava o exame do passado e futuro pelas linhas das mãos.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Os médicos psiquiatrasanalisam as eventuais doenças cerebrais e sua repercussão na
imputabilidade do réu.
f e r
o y
o d
Felipe Pinel: moderna psiquiatria; o louco era doente;


lg
Dominique Esquirol: loucura moral, relação entre loucura e crime.

Filósofos e Humanistas:

1. Thomas Morus(utopia ideal; o ouro é a causa de todos os males);


2. Hobbes (os governantes devem dar segurança aos súditos);
3. Montesquieu (o legislador deveria evitar o delito em vez de castigar;
liberdade dentro da lei; separação de Poderes);
4. Voltaire (pobreza e miséria como fatores criminógenos);
5. Rousseau (pacto social, indivíduo submetido à vontade geral).
8
Penólogos:

1. John Howard(criador do sistema penitenciário, em 1777);


2. Jeremy Bentham(utilitarismo; vigilância severa dos presos);
3. Jean Mabilon(prisões em monastérios, 1632).

Como lembra Penteado Filho (2018), na etapa pré-científica havia dois enfoques muito
nítidos: de um lado, os clássicos, influenciados pelo Iluminismo, com seus métodos dedutivos
e lógico-formais, e, de outro lado, os empíricos, que investigavam a gênese delitiva por meio
de técnicas fracionadas, tais como as empregadas pelos fisionomistas, antropólogos, biólogos
etc., os quais substituíram a lógica formal e a dedução pelo método indutivo experimental
(empirismo).

a l
Essa dicotomia existente entre o que se convencionou chamar de clássicos e positivistas,

io n
quer com o caráter pré-científico, quer com o apoio da cientificidade, ensejou aquilo que se
a c
entendeu por “luta de escolas”.
u c y
E od d o
Essas pseudociências foram importantes para o nascimento do movimento científico
e
rt s G
o de
da criminologia nos fins do século XIX. Essa importância está evidente nas obras de
p
S ern 11- ail.com
u an 06
Lombroso, nome mais destacado da Escola Positiva.

r um F 4.3 gm
a
A seguir, para melhor entender a Fase Científicado estudo da História da Criminologia,
e n 9
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Ad Lo 03nand
falaremos das Escolas Criminológicas.São elas:

f e r
a. Escola Clássica
b. EscolayPositiva
o doi. Antropológica (Cesare Lombroso)
lg
ii. Sociológica (Enrico Ferri)
iii. Jurídica (Raffaele Garofalo)
c. Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã
d. Terza Scuola Italiana
e. Escola Técnico-Jurídica
f. Escola Correcionalista
g. Movimentos Defensivistas no Século XX

9
2. Escolas Criminológicas

Nas palavras de Penteado Filho (2018), o apogeu do Iluminismo deu-se na Revolução


Francesa, com o pensamento liberal e humanista de seus expoentes, entre os quais se
destacam Voltaire, Montesquieu e Rousseau, que teceram inúmeras críticas à legislação
criminal que vigorava na Europa em meados do século XVIII, aduzindo a necessidade de
individualização da pena, de redução das penas cruéis, de proporcionalidade etc.

Merece destaque a teoria penológica proposta por Cesare Beccaria, considerado o


precursor da Escola Clássica.

Na lição de Cezar Roberto Bitencourt (2015), podemos extrair que “no século XIX

a
surgiram inúmeras correntes de pensamento estruturadas de forma sistemática, segundo l
io n
determinados princípios fundamentais. Essas correntes, que se convencionou chamar de
a c
c y
Escolas Penais, foram definidas como ‘o corpo orgânico de concepções contrapostas sobre a
u
E od d o
legitimidade do direito de punir, sobre a natureza do delito e sobre o fim das sanções’”
e
rt s G
o de
A maior parte dos Manuais de Criminologia estuda a evolução da ciência a partir das
p
S ern 11- ail.com
u an 06
Escolas Clássica (séc. XVIII), Positiva (ou positivista) (séc. XIX) e Sociológica (séc. XIX).

r um F 4.3 gm
a
Os cientistas dessa época, ao voltarem seus olhos para o crime, encontram o criminoso.
e n 9
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Ad Lo 03nand
A disfunção interna (anormalidade endógena individual) é o principal objeto de pesquisa.

f e r
Com a evolução do pensamento penal, também floresceram correntes de pensamentos
y do crime em ciência. Tais correntes são denominadas de
jurídico-filosóficos converter ooestudo
Escolas Penais. As duaslg
d
o foram as Escola Clássica e a Escola Positiva.
principais

2.1 Escola Clássica

A Escola Clássicaprocurou construir os limites do poder punitivo do Estado em face da


liberdade individual.

1. Ela é baseada no Iluminismo;


2. Contrapõe-se as torturas e desrespeitos aos direitos fundamentais
praticados pelo Antigo Regime Absolutista;

10
3. Entende que o direito penal tem um fim de tutela e a pena é igual
ao instrumento de proteção;
4. Apena deve ser proporcional ao delito, deve sercerta, conhecida e
justa;
5. O fundamento da responsabilidade penal encontra-se no livre-
arbítrio e na imputabilidade moral (o homem criminoso, sendo livre
para escolher entre o bem e o mal, ele escolhe o último);
6. Os partidários dessa escola concentram seus estudos na vontade
livre e consciente do indivíduo;
7. Apena é uma resposta objetivaa prática do delito revelando seu
cunho retribucionista.

a l
Originou-se nas antigas doutrinas filosóficas gregas que afirmavam ser o crime uma
io n
c
afirmação da justiça e que se desenvolveu no final do século XVIII como reação ao Antigo
a
Regime para garantir os direitos individuais.
u c y
E odd o
Como lembra Bitencourt (2015), não houve uma Escola Clássica propriamente,
e
rt s G
o de
entendida como umcorpo de doutrina comum, relativamente ao direito de punir e aos
p
S ern 11- ail.com
u an 06
problemas fundamentais apresentados pelo crime e pela sanção penal.

r um
Tal Escola Criminológica foi assim denominada pelos positivistas em tom pejorativo (por
F 4.3 gm
Enrico Ferri). e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Os Clássicos partiram de duas teorias distintas: o jusnaturalismo(direito natural, de

f e r
Grócio), que decorria da natureza eterna e imutável do ser humano, e o contratualismo

oyde Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande


(contrato social ou utilitarismo,
d
pacto entre os homens,lgno o qual estes cedem parcela de sua liberdade e direitos em prol da
segurança coletiva (PENTEADO FILHO, 2018).
Surgem como grandes intelectos da Escola Clássica:Francesco Carrara(dogmática penal)
e Giovanni Carmignani.
Contudo, o principal nome dessa Escola é Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria,
autor de Dos Delitos e Das Penas.
O livro do Marquês de Beccaria, Dei delitti e dele pene (1764), será a mola propulsora
para uma nova forma de pensar o sistema punitivo.

11
Apesar da sua abordagem nitidamente filosófica, a obra se volta contra os excessos
punitivos, marca dos regimes absolutistas, pretendendo humanizar a resposta do Estado, à
infração penal.
Algumas informações importantes sobre Beccaria
1. Fez surgir o chamado movimento humanitário em relação do Direito de
punir estatal.
2. Mostra-se contra as penas de caráter cruele principalmente a
desigualdade das penas determinadas pela classe social do delinquente.
Quanto mais pobre, mais cruel a pena. Quanto mais rico, a pena é
benevolente.
3. Inspirando-se na filosofia estrangeira, sobretudo em Montesquieu e
Rousseau, Beccaria baseou seu pensamento nos princípios do contrato
social, do direito natural e do utilitarismo. a l
io n
4. Beccaria foi um contratualista, igualitário, liberal e individualista.
a c
c y
5. Beccaria abusava do critério de dedução, formulando princípios a priori e
u
deduzindo depois.
E od d o
e
rt s G
o de
Vale mencionar, também, as principais ideias defendidas por Beccaria em sua principal
p
obra: Dos Delitos e Das Penas.
S ern 11- ail.com
u an 06
“(...) para que cada pena nãou
r m
seja violência.3
uma F m contra as penas cruéis) de um ou
(insurge-se
e enn deve a 4 g
9ser sessencialmente
de muitos contra um V cidadão privado, . 1 @ pública (conhecida), rápida,
d r 5 e
Lo nas03circunstâncias
A possível
necessária, a mínima
a nd dadas, proporcional aos delitos e ditadas
r n
fee proporcional) ”.
pelas leis (pena mínima, necessária
y
“Entre as penalidades e o
do
no modo de aplicá-las proporcionalmente aos delitos, é necessário,
lg
portanto, escolher os meios que devem provocar no espírito público a impressão mais eficaz e
mais durável e, igualmente, menos cruel no corpo do culpado”.

Beccaria é contra a pena de morte, salvo em tempo de guerra.

“Se a intenção fosse punida, seria necessário ternão apenas um Código particular para cada
cidadão, mas uma nova lei para cada crime”.
Beccaria repudia tipificação do desejo, do pensamento. Incentivando a tipificação de
condutas. Repudio ao direito penal do autor e um incentivo ao direito penal do fato.

12
“Ponde o texto sagrado das leis nas mãos do povo e, quantos mais homens o lerem, menos
delitos haverá (princípio da taxatividade); pois não é possível duvidar que, no espírito do que
pensa cometer um crime, o conhecimento e a certeza das penas coloquem um freio à
eloquência das paixões”.
Defende lei anterior, conhecida, certa e necessária.
Beccaria defende, ainda, que o réu não deve ser julgado por um tribunal parcial
(imparcialidade do julgador). Deve preponderar a publicidade do processo (mostra-se contra
julgamentos secretos). Era contra acusações secretas. E, por fim, entendia que cabe ao juiz
aplicar as leis e não as interpretar.
Bentham considerava que a pena se justificava por sua utilidade: impedir que o réu
cometa novos crimes, emendá-lo, intimidá-lo, protegendo, assim o coletivo.
a l
io n
Feuerbach opina que o fim do Estado é a convivência dos homens conforme as leis
a c
c y
jurídicas. A pena coagiria física e psicologicamente o indivíduo para punir e evitar o crime.
u
E od d o
Assim, para a Escola Clássica, a responsabilidade criminal do delinquente leva em conta
e
rt s G
sua responsabilidade morale se sustenta pelo livre-arbítrio, este inerente ao ser humano.
p o de
2.2 Suernan11-06ail.com
Escola Positiva

r um F 4.3 gm
a
e enn .19 s@
A criação da Escola Positivaé atribuída a Cesare Lombroso(1835 – 1909).

d V r 35 de
A L 0 no
O método formalista da Escola Clássica levou ao aparecimento do Positivismo, ou seja,
r n a
fe
o método é o principal diferenciador das duas escolas: dedutivo ou lógico-abstrato na Escola
y
o
lg od
Clássica e indutivo e de observação na Escola Positiva. O nascimento da Criminologia é
atribuído à Escola Positiva (VIANA, 2019).
A Escola Positivatem como seus principais autores e obras:

1. Fase Antropológica: Cesare Lombroso, autor de O Homem Delinquente;


2. Fase Sociológica: Enrico Ferri, autor de Sociologia Criminale.
3. Fase Júridica: Raffaele Garofalo, autor de Criminologia, e considerado o
“pai da Criminologia” por ter disseminado o termo.

13
Também conhecido como período científico ou criminológico, é na Escola Positiva, que
surge uma filosofia determinista, segundo a qual todos os fenômenos do universo,
abrangendo a natureza, a sociedade e a história são subordinadas a leis e causas necessárias.

As linhas de pensamento da Escola Positivasão, em resumo, as seguintes:

1. A criminalidade é considerada um fenômeno naturalde causa


determinada;
2. A Criminologia deve explicar as causas do delito, utilizando-se
de método científico e prever meios de combater o crime;
3. A Criminologia assume o papel de defesa do corpo social;
4. A Criminologia combatendo a criminalidade(reação em favor da
defesa social);
a l
5. A pena é um instrumento de defesa social.
io n
c
6. A pena não deve ser aplicada com o fim de retribuição (que é o
a
u c y
que sustenta a Escola Clássica), mas em razão da periculosidade
do delinquente; E od d o
e
rt s G
o de
O maior expoente do positivismo foi Cesare Lombroso. Médico italiano é o
p
S ern 11- ail.com
u an 06
responsável por estudos do homem sob perspectiva morfológica.

r um F 4.3 gm
a
Nesse período positivista, o estudo da criminalidade abandona as ideias da Escola
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Clássica, defensora do livre arbítrio, e migra para o terreno do concretismo, da verificação
prática do delito e do delinquente.

f e r
oy a morfologia do criminoso.
Lombroso começa a estudar
d
l g o
Na sua construção teórica, promove um resumo de todo o pensamento à sua volta,
especialmente os fisionomistas e frenólogos. Considera a aparência do indivíduo como
ponto de conexão entre o externo e o interno, entre o físico e o psíquico. Lombroso parte
da ideia que o comportamento criminoso está no crânio.

Lombroso incorpora o método experimental em todos os seus trabalhos, derivando da


aplicação desta orientação a figura do criminoso nato(expressão criada por Ferri).

14
Lombroso, com base nos seus estudos, conclui qual crime determinada pessoa pode
praticar.

Examinando o crânio de um criminoso multireincidente, Lombroso encontra uma série


de anomalias, e, daí, à vista desta estranha característica do crânio do criminoso examinado,
pensava ter resolvido o problema da origem do comportamento criminoso.

As conclusões de Lombroso repercutem especialmente no modelo de política criminal a


ser adotado para o combate à criminalidade: contra o criminoso nato, incorrigível, não
caberiam aplicações de sanções morais, mas sim, preventivas, devendo a sociedade se
proteger com aplicação da pena de prisão perpétua ou de morte.

A principal contribuição de Lombrosopara a Criminologia não reside tanto em sua

a l
famosa tipologia (onde destaca a categoria do “delinquente nato”) ou em sua teoria
io n
c
criminológica, senão no método que utilizou em suas investigações: o método empírico
a
u c y
indutivo. Esse método permite considerar a obra de Lombroso o marco científico da
criminologia. E od d o
e
rt s G
p o de
Sua teoria foi construída com base nos resultados de mais de 400 autópsias de
S ern 11- ail.com
u an 06
delinquentes e 6.000 análises de delinquentes vivos.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
Classificava os delinquentes como: nato, louco moral, epiléptico, o louco, ocasional e o
V re n 5.1 es@
passional.
Ad Lo 03nand
e r
O italiano Enrico Ferri inaugura a fase sociológicada Escola Positiva.
f
o y
o d
Enrico Ferri (1856-1929) e seu determinismo social também contribuíram para a
lg
evolução da criminologia. Autor da obra Sociologia Criminal publicada em 1914, apontava os
fatores antropológicos, sociais e físicos como as causas do delito.

Entre os seus estudos pode ser apontada a tese de negativa do livre arbítrioe adefesa
do determinismo social.

A) Ferri não admite crime como produto da liberdade de escolha do


delinquente;
B) Defende a responsabilidade social;

15
C) Ferri acredita que todo o criminoso deve ser afastado do convívio
social;
D) Pena como instrumento de defesa social.

Ferri foi o idealizador da Lei de Saturação Criminal, que realizava a seguinte


associação: da mesma forma que o líquido em determinada temperatura dilui em parte, assim
também ocorre com o fenômeno criminal, pois em determinadas condições sociais, seriam
produzidos determinados delitos.

A Escola Sociológica do Direitoconsidera que o DIREITO é um fato social, é um


fenômeno social decorrente do próprio convívio do homem em sociedade, sendo direito o
conjunto de normas que regulam a vida social. Direito é a realidade da vida social.

Seu FUNDAMENTO está na própria sociedade e nas inter-relações sociais.


a l
io n
c
Tem ORIGEM com o pensamento dos sociólogos Herbert Spencer, Émile Durkheim,
a
Léon Duguit, Nordi Greco. u c y
d o
E od
e
rt s G
Por fim, na fase jurídicada Escola Positiva, temos o juristae ministro da Corte de

p o de
S ern 11- ail.com
Apelação de Nápoles, Raffaele Garofalo(1851 – 1934).
u an 06
r um
Garofalo, criador do TERMO criminologia, a compreendia como a ciência da
F 4.3 gm
e n 9 a
criminalidade, do delito e da pena.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Sustentava que se havia o criminoso nato também haveria de existir o delito desta

f e r
mesma natureza. Portanto, Garofalo acreditava na existência de duas espécies de delitos:
o y
d
delitos legaise delitos naturais.
o
lg
Delitos legais:sofriam variações conforme o local, pois não ofendiam o senso de
moralidade comum (por exemplo: os delitos tributários).

Delitos naturais:lesavam sentimentos de altruísmo ou de piedade, inerentes a própria


condição humana, independentemente de onde se encontrassem (por exemplo: homicídio,
delitos contra a vida).

16
Classificou os criminosos em natos (instintivos), fortuitos (de ocasião) ou pelo defeito
moral especial (assassinos, violentos, ímprobos e cínicos), propugnando pela pena de morte
aos primeiros.

Foi na Escola Positiva que a criminologia começou a ser tratada como ciência, e isto se
deu especialmente em razão do método científico utilizado nas experiências do médico
italiano Cesare Lombroso, autor da obra O Homem Delinquente (considerada o marco

a l
científico da criminologia).
io n
a c
ESCOLA CLÁSSICA
u c y
ESCOLA POSITIVA

É um ente jurídico, pois E odd o


Crime consiste na violação dee
rt s G Decorre de fatores

p o de naturais e sociais.

S ern 11- ail.com


u an 06
um direito.
É um ser livre que pratica Não possui livre-arbítrio; É

r um F 4.3 gm
e n 9 a o delito por escolha um ser não-normal sob as
V re n 5.1 es@
Criminoso moral, alheia a fatores óticas naturais (da

Ad Lo 03nand externos. biologia e psicologia).


Pena
f e r
É a forma de prevenir É fundada na defesa
o y que crimes sejam social; Deve ser

lg od cometidos. indeterminada.
É fundada nos
ensinamentos do
Fundada no Determinismo
Marquês de Beccaria,
Social.
Observação: autor de Dos Delitos e
Introduz-se a ideia do
das Penas.
“delinquente nato” (por
É uma reação direta ao
Enrico Ferri).
Antigo Regime
Absolutista.

17
2.3 Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã

Esta corrente foi também denominada Escola Sociológica Alemã, e teve como principais
expoentes Franz von Lizst, Adolphe Prinse Von Hammel, criadores, aliás, da União
Internacional de Direito Penal, em 1888 (PENTEADO FILHO, 2018).

A Escola Moderna Alemã pronunciava-se a favor da investigação sociológica e da


utilização de seus conhecimentos para o enfrentamento da criminalidade.

Como lembra Viana (2019), essa escola nega a determinação do positivismo italiano e
desenvolve um olhar sociológico do delito, ao mesmo tempo em que conserva o estudo
dogmático.

a l
Conserva a distinção entre imputabilidade e inimputabilidade e substitui o critério do

io n
c
livre arbítrio dos Clássicos pelo critério da normalidade; mantém a pena vinculada à
a
u c y
culpabilidade; e à medida de segurança, desenvolve a noção de periculosidade(estado
perigoso). E od d o
e
rt s G
2.4 Terza Scuola Italiana p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
um F 4.3 gm
AEscola Clássica e a Escola Positiva foramas duas únicas escolas que possuía imposições
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
extremas e filosoficamente bemdefinidas.
re
Ad Lo 03nand
Posteriormente, surgiram outras correntes que procuravam uma conciliação dos
postulados das duas predecessoras.f e r
o y
Nessas novas lg o d
escolas intermediárias ou ecléticas reuniram-se alguns penalistas
orientados por novas ideias, mas que evitavamromper completamente comas orientações das
escolas anteriores, especialmente os primeiros ecléticos.

Enfim, essas novas correntes representarama evolução dos estudos das ciências penais,
mas sempre comuma certa prudência, como recomenda a boa doutrina e o pioneirismo de
novas ideias (BITENCOURT, 2015).

A Terza Scuola Italiana, cujos expoentes foram Manuel Carnevale, Bernardino Alimena
e João Impallomeni, fixou os seguintes postulados criminológicos:

18
A. Distinção entre imputáveis e inimputáveis;
B. Responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a
capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma medida de
segurança);
C. Crime como fenômeno social e individual;
D. Pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social.

O crime, para esta escola, é concebido como umfenômeno sociale individual,


condicionado, porém, pelos fatores apontados por Ferri.

O fimda penaéa defesasocial,emborasemperder seu caráteraflitivo,eé de


naturezaabsolutamente distinta da medida desegurança.

a l
Apropriou-se das premissas da etiologia do crime propugnado pela Escola Positiva,

io n
c
considerando, sobretudo, a importância da sociologia e da antropologia criminal;
a
u c y
d o
Da Escola Clássica rechaça o livre arbítrio, mas mantém, sobretudo, a distinção entre os
E od
criminosos imputáveis e não imputáveis. e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Como lembra Viana (2019), Enrico Ferri fez duras críticas a Terza Scuola, qualificando-a

r um
como uma mescla de “conclusões contraditórias entre si, esquecendo-se de que a divergência
F 4.3 gm
e n 9 a
entre as duas grandes escolas não está nas conclusões ou nas propostas, mas sim no método
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
de investigação científica. ”

fer
2.5 Escola Técnico-Jurídica
y
o
lg od
Arturo Roccoprofere na Itália, em1905, sua célebre aula magna, na Universidade de
Sassari, abordando o problema do método no estudo do Direito Penal, a qual continha as
linhas gerais do que, por sugestão do próprio Rocco, passou a chamar-se Escola Técnico-
Jurídica.

A Escola Técnico-Jurídica, anteriormente chamada de tecnicismo jurídico-penal, surge


para dirimir a confusão inicial da Escola Positiva.

19
A Escola Técnico-Jurídica entende que a ciência penal é autônoma, com objeto,
método e fins próprios, não devendo ser confundida com outras ciências causal-explicativas
ou políticas.

Cezar Roberto Bitencourt (2015), lembra que pode-se apontar como as principais
característicasda Escola Técnico-Jurídica:

a) O delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social;


b) A pena constitui uma reação e uma consequência do crime (tutela jurídica),
com função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis;
c) A medida de segurança — preventiva — deve ser aplicável aos inimputáveis;
d) Responsabilidade moral (vontade livre);
e) Método técnico-jurídico;
a l
f) Recusa o emprego da filosofia no campo penal.
io n
a c
São apontados como alguns dos mais importantes defensores dessa corrente: Rocco,
u c y
Manzini, Massari, Delitala, Vannini e Conti.
E od d o
e
rt s G
2.6Escola Correcionalista
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A Escola Correcionalistasurgiu na Alemanha, em 1839, com a dissertação de Karl Roder,
r um
esse a
F
debeat 4.
3 gm
V e enn .19 s@
Comentatio an poena malum , tendo como fundamento o sistemafilosófico de

d r 35 de
Krause, pertencenteao movimento do idealismo romântico alemão, durante a primeira metade
o
A L 0 nan
do século XIX.
f e r
oy ondeencontrou os seus principais seguidores, quecultuaramo
No entanto, na Espanhafoi
d
famoso correcionalismo
o
lgespanhol — de matizeclético —, destacando-se, dentre eles, Giner de
los Ríos, Alfredo Calderón, ConcepciónArenal, Rafael Salillas e Pedro Dorado Montero, este
último o mais destacado, comseu El Derecho Protector de los Criminales. Dorado Montero,
como ressalta Rivacoba y Rivacoba, não pertenceu à Escola correcionalista, embora a tenha
desenvolvido e aperfeiçoado na Espanha (BITENCOURT, 2015).

Amaior característicada Escola correcionalista é fixar a correçãoou emenda do


delinquente como fim único e exclusivo da pena.

20
Como lembra Knoepke (2018), os correcionalistas entendem que os delinquentes são
anormais, e, portanto, são incapazes de uma vida comum em sociedade. São considerados
como um perigo para o convívio social.

Nessa escola, o livre-arbítrio não tem qualquer relevância.

2.7 Movimentos Defensivistas do Século XX

Muitos acreditam que a Defesa Socialé uma Escola Penal autêntica. Entretanto, outros a
consideram como um movimento de política criminal, em que existem correntes contrapostas
de maneira radical e suavizada.

Como lembra Bitencourt (2015), a primeira teoria de defesa socialaparece somente no

a l
final do século XIX coma revolução positivista, embora se possa encontrar antecedentes

ion
c
remotos do movimento defensivista nafilosofia gregae no próprio Direito Canônico medieval.
a
u c y
d o
Em1945, Fílippo Gramatica funda, na Itália, o Centro Internacional de Estudos de
E od
e
Defesa Social, objetivando renovar os meios de combate à criminalidade.
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Todavia, a primeira sistematização da Defesa Social foi elaborada por Adolphe Prins.

um F 4.3 gm
Após, surgiriam duas vertentes: a primeira vertenteé a de FílippoGramatica, o qual
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
entende que o “Direito Penal deve ser substituído por um direito de defesa social, com a
re
Ad Lo 03nand
finalidade de adaptar o indivíduo à ordem social e não à sanção de seus atos”.

f e r
A segunda vertenteé a de Marc Ancel que tem por fundamento básico a defesa social
o y
o d
pela ressocialização do criminoso e não pela sua neutralização.
lg
Nas palavras de Knoepke (2018), os princípios fundamentaisdo movimento de defesa
social são os seguintes:

a) O reconhecimento da luta contra a criminalidade como algo a ser enfrentado


pela sociedade;
b) A sociedade deveria buscar diversos meios para combater o crime;
c) Meios de ação para proteger a sociedade dos criminosos e também para
impedir que outros venham a aderir às práticas criminosas.

21
Dentro das propostas de Ancel e da definição dada de Defesa Social, pode-se identificar
a repercussão de três segmentos da ciência penal: delito, delinquente e pena.

O principal objetivo da Defesa Socialé considerar o objetivo da luta contra o crime,


não mais a explanação ou repressão punitiva, mas a prevenção da delinquência e a
recuperação do delinquente em um contexto de harmonização social (VIANA, 2019).

2.8 Escolas Penais no Brasil

As primeiras décadas do século XX foram de turbulência no Brasil. As consequências


geradas foram similares àquelas que ocorreram na Europa, o que ocasionaram a utilização de
vários fundamentos do positivismo antropológico de Lombroso, assim como de outras
características da Escola Positiva (KNOEPKE, 2018).
a l
io n
c
O Brasil passaria ainda por mudanças no regime político, quando passou de uma
a
monarquia para uma república presidencialista em 1889.
u c y
E od d o
e
A obra de Lombroso, intitulada “O Homem Delinquente” teve grande papel na
rt s G
influência dos doutrinadores brasileiros.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
Tobias Barreto foi fervoroso crítico dos postulados da escola clássica, aos penalistas
F 4.3 gm
metafísicos.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
O apogeu da influência do Positivismo Antropológico no Brasil se deu com a

f e r
promulgação do Código Penal Brasileiro de 1940.

o y
o d
Como lembra Bitencourt (2015), o conhecido Projeto Nélson Hungria, de 1963, que
lg
pretendia substituir o Código Penal de 1940, devidamente revisado, foi promulgado pelo
Decreto-lei n. 1.004, de 21 de outubro de 1969, retificado pela Lei n. 6.016/73.

O Código Penal de 1969, como ficou conhecido, teve sua vigência sucessivamente
postergada, atéfinalrevogação pela Lei n. 6.578/78,constituindo o exemplo tragicômico da mais
longavacatio legis de quesetemnotícias.

22
A Lei n. 7.209/84, que reformulou toda a Parte Geral do Código de 1940, humanizou as
sanções penais e adotou penas alternativas à prisão, além de reintroduzir no Brasil o festejado
sistema dias-multa.

No entanto, embora tenhamos umdos melhoreselencos de alternativasà pena privativa


de liberdade, a falta de vontade política de nossos governantes, que não dotaram de
infraestrutura nosso sistema penitenciário, tornou, praticamente, inviável a utilização da melhor
política criminal — penas alternativas —, de há muito consagrada nos países europeus
(BITENCOURT, 2015).

As ideias penais assumem caráter científico com a Escola Positiva, cuja popularização é
decorrente das obras de João Vieira de Araújo, Viveiros de Castro e Cândido Mota. Além
disso, vale destacar o famoso antropólogo criminal Raimundo Nina Rodrigues.
a l
io n
c
Viveiros de Castroteve sua defesa do positivismo desenvolvida especialmente na obra
a
u c y
“Nova Escola Penal”. Para ele, a grande resistência às ideias do positivismo tem origem na

E od d o
atitude pedantesca e isolacionista dos juristas, mas, especialmente, no medo de que a ciência
e
rt s G
o de
penal se transformasse em mero capítulo da medicina.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
Para Raimundo Nina Rodrigues, a raça negra no Brasil era um dos fatores para a

r um F 4.3 gm
inferioridade do povo brasileiro, que, em sua maioria, é negro e/ou pardo.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A sua tese de inferioridade biológicapode ter contribuído, em maior ou menor
medida, para a construção e distorção do papel do negro na sociedade brasileira, com
f e r
evidente repercussão, tambémycom maior ou menor intensidade, na constituição de um
d o
o
lgcriminal, a modo lombrosiano.
estereótipo de indivíduo

Tobias Barreto apontava excessos na obra de Lombroso, sendo considerado o seu


primeiro crítico em solo nacional.

Para Nelson Hungria, o maior coeficiente de criminalidade dos negros e mulatos não
se assentava em sua inabilidade de evolução ou sua predisposição ao crime em razão das
atividades atávicas, mas sim em fatores exógenos, especialmente o seu abandono social.

O tecnicismo também fora defendido em território brasileiro.

23
Em um primeiro momento, Hungria defende que o limite do Direito Penal é a lei.
Porém, esse não seria o seu pensamento definitivo.

Um Segundo Hungria, aberto às influências criminológicas e, especialmente, à tendência


da Defesa Social pode ser identificado. Defendendo, ainda, que a recuperação do criminoso
era o fim preponderante da pena.

Como já afirmado, o Código Hungria (1969) nunca entrou em vigor.

Roberto Lyrase autoclassificava como indisciplinado positivista em trânsito. A questão


criminal era um aspecto da questão social.

Nos Anos 60, inicia-se o segundo ciclo criminológico do Brasil, com contribuição do

l
professor Heleno C. Fragoso. Nos Anos 80, estudos contribuíram decisivamente para o
a
io n
restabelecimento da Criminologia. A Criminologia Radical ganha precioso reforço de Juarez
Cirino dos Santos. a c
u c y
E od d o
Por fim, Viana (2019) lembra que, atualmente, a Criminologia vem arregimentando cada
e
rt s G
vez mais adeptos e passa integrar as propostas curriculares das Faculdades de Direito. Esse
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
padrão de retomada de prestígio pode ser percebido com a recente inclusão da Criminologia

r um
como disciplina também exigida para o acesso a algumas carreiras públicas.
F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

24
QUADRO SINÓTICO

FASE PRÉ-CIENTÍFICA DA CRIMINOLOGIA

ANTIGUIDADE

PENSADOR IDEIAS

a l
io n
a c
Protágoras
u c y
Pena tem que ter uma finalidade de prevenção geral negativa
(490 – 415 a.C)
E od d o
e
rt s G
p o de
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u an 06
Sócrates (470-
um F 4.3 gm
Destaca a importância da prevenção especial negativa (evitar a
r
399 a.C) e n 9 a
V re n 5.1 es@ reincidência) e positiva (ressocialização).

Ad Lo 03nand
f e r
y
Platão (427-347 o do
a.C)
lg Associa a prática delituosa a fatores de ordem econômica.

Aristóteles
Imputava a fatores econômicos a causa do fenômeno criminal.
(388-322 a.C)

25
IDADE MÉDIA

PENSADOR IDEIAS

Precursor da Justiça Distributiva;


São Tomás de Aquino
(1225 – 1274) Sustentava que a pobreza desencadeava o roubo e
defendia o furto famélico

a l
Santo Agostinho (354 a
io n
A pena deve assumir um papel de defesa social e promover

430 d.C) a c
a ressocialização do delinquente evitando a prática de

u c y
novos crimes.

E od d o
e
rt s G
São Jerônimo (347 a
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A vida é o espelho da alma.
420 d.C)

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

26
PSEUDOCIÊNCIAS

PSEUDOCIÊNCIA CARACTERÍSTICAS

Investigação de pessoas possuídas pelo demônio e que


apresentam na sua face a marca do mal – stigma
EMONOLOGIA
diaboli

Estudo do caráter das pessoas pelos traços da fisionomia


FISIONOMIA

Estudos das dimensões do crânio.


a l
FRENOLOGIA io n
a c
A “chave” para explicar o comportamento criminoso está no

u c y
crânio, pois nele manifesta-se cada função do cérebro.
E od d o
e
rt s G
ASTROLOGIA
o de
Estudo do destino do homem pelo zodíaco.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
OFTALMOSCOPIA
e n 9 a Estudo do caráter do homem pela medida dos olhos.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
METOPOSCOPIA Exame do caráter pelas rugas do homem.

f e r
QUIROMANCIA
o y Exame do passado e futuro pelas linhas das mãos.
o d
lg

27
ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS

Principal(is)
Contexto Características
autor(es)
1.Foco no Delito;
2.Livre-Arbítrio;
3.Direito penal
emanado da moral;
Cesare Bonesana 4.A pena tem a
ESCOLA CLÁSSICA
(Marquês de Iluminismo principal função de
Beccaria) punir;
5.Pena proporcional

l
ao dano causado;
a
n
cio
6.Abstrato e

c a Dedutivo.
u y
d do Para Escola Positiva,

e E o o delinquente está
r t
o de s G preso por suas
p
Su rnan 1-06 il.com patologias e sua

um F e .31 ma carga hereditária,

V e
er na 94 g
n 5.1 es@
contrariando a teoria
do livre-arbítrio da
r
Ad Lo 03nand
Cesare Lombroso; Escola Clássica.
ESCOLA POSITIVA
f e r
Enrico Ferri; Positivismo

d oy Garofalo;
Rafaelle Influenciada pelos

lgo avanços científicos da


época e de obras
como a de Charles
Darwin, esta escola
foi conhecida como
período científico da
criminologia.
Esta corrente foi A Escola Moderna
também denominada Alemã pronunciava-
Escola Sociológica se a favor da

28
Alemã, e teve como investigação

ESCOLA principais expoentes sociológica e da


Franz von Lizst, utilização de seus
MODERNA ALEMÃ
Adolphe Prinse Von conhecimentos para
Hammel. o enfrentamento da
criminalidade.
1. Distinção entre
imputáveis e
inimputáveis;
2.Responsabilidade
moral baseada no
determinismo (quem
não tiver a
al
ion
capacidade de se

TERZA SCUOLA
Manuel Carnevale;
a c levar pelos motivos
Bernardino Alimena; c
u oy deverá receber uma
ITALIANA
João Impallomeni; d
E od medida de

r t e sG segurança);

p and 06 om o e 3. Crime como


u
S ern 11- ail.c fenômeno social e

r um F 4.3 gm individual;
e n 9 a
V re n 5.1 es@ 4. Pena com

Ad Lo 03nand caráter aflitivo, cuja


finalidade é a defesa

y fer social.
do
lgoSão apontados como
A Escola Técnico-
Jurídica entende que
alguns dos mais a ciência penal é
importantes autônoma, com
ESCOLA TÉCNICO- defensores dessa objeto, método e fins
JURÍDICA corrente: Rocco, próprios, não
Manzini, Massari, devendo ser
Delitala, Vannini e confundida com
Conti. outras ciências
causal-explicativas ou

29
políticas.

A maior característica
da Escola
correcionalista é fixar
a correção ou
emenda do
delinquente como
fim único e exclusivo
da pena.

ESCOLA
Karl Roder Os correcionalistas
CORRECIONALISTA a l
io n
entendem que os

a c delinquentes são

u c y anormais, e, portanto,

E od d o são incapazes de

r es t e G uma vida comum em


o
p and 06 om sociedade. São
u
S rn 1- il.c considerados como

um F e .31 ma
er na 94 g
um perigo para o

V re n 5.1 es@ convívio social.

Ad Lo 03nand O principal objetivo


da Defesa Socialé
f e r
y considerar o objetivo
do
lgo
da luta contra o
crime, não mais a
Centro Internacional explanação ou
DEFESA SOCIAL Filippo Gramatica de Estudos de Defesa repressão punitiva,
Social (1945) mas a prevenção da
delinquência e a
recuperação do
delinquente em um
contexto de
harmonização social.

30
CESARE BECCARIA

Dos Delitos e Das Penas (1764)

Características:

1. Contra a pena de morte;


2. Defende o fim da tortura;
3. Rigor do castigo conta menos do que a duração da pena.

FASE ANTROPOLÓGICA DA ESCOLA POSITIVA

a l
Cesare Lombroso (1836 – 1909)
io n
Principal Obra: O Homem Delinquente.
a c
Características:
u c y
E od d o
- O criminoso nasce com predisposição para o crime (hereditárias ou
fisionômicas); e
rt s G
p o de
- O criminoso não pode ser ressocializado;

S ern 11- ail.com


u an 06
- Classificava os delinquentes como: nato, louco moral, epiléptico, o

um F 4.3 gm
louco, ocasional e o passional.
r
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand FASE SOCIOLÓGICA DA ESCOLA POSITIVA
f e r
y
do
Enrico Ferri (1856 – 1929)
o
lg Obra: Sociologia Criminal.
Principal
Características:
- Criminoso sofre influências: individuais, físicos e sociais;
- Criminosos devem ser afastados de acordo com seu nível de
periculosidade;
- A pena, é ineficaz, se não vem acompanhada de oportunas
reformas econômicas, sociais, etc;
- Classificou os delinquentes em cinco tipos: nato, louco, ocasional,
habitual e passional.

31
FASE JURÍDICA DA ESCOLA POSITIVA

Rafaelle Garófalo (1851 – 1934)


Principal Obra: Criminologia.
Características:
- Criador do termo Criminologia.
- A pena não deveria ser meramente proporcional ao mal causado,
mas sim ao nível de periculosidade.
- Defendia pena de morte para os criminosos natos.
- Classificava os delinquentes em: assassinos, violentos ou enérgicos,
ladrões e cínicos.
- Da mesma forma que a natureza elimina a espécie que não se
a l
n
adapta ao ambiente, o Estado tem o dever de eliminar o delinquente
io
que não se adapta as regras da sociedade.
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
ESCOLAS PENAIS NO BRASIL

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O apogeu da influência do Positivismo Antropológico no Brasil se

um F 4.3 gm
deu com a promulgação do Código Penal Brasileiro de 1940.
r
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
As ideias penais assumem caráter científico com a Escola Positiva,
cuja popularização é decorrente das obras de João Vieira de

f e r
Araújo, Viveiros de Castro e Cândido Mota. Além disso, vale
o y
o d
destacar o famoso antropólogo criminal Raimundo Nina Rodrigues.
lg
Atualmente, a Criminologia vem arregimentando cada vez mais
adeptos e passa integrar as propostas curriculares das Faculdades
de Direito. Esse padrão de retomada de prestígio pode ser
percebido com a recente inclusão da Criminologia como disciplina
também exigida para o acesso a algumas carreiras públicas.

32
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1
(NUCEPE – 2018 – PC/PI – DELEGADO DE POLÍCIA)Acerca da História da Criminologia,
marque a alternativa CORRETA:
A) Desde a Antiguidade, o Direito Penal, em concreto, passou a ser compilado em Códigos e
âmbitos jurídicos, tal qual como nos dias de hoje, entretanto, algumas vezes eram imprecisos.
B) O Código de Hamurabi (Babilônia) possuía dispositivos, punindo furtos, roubos, mas não
considerava crime, a corrupção praticada por altos funcionários públicos.
a l
n
C) Durante a Antiguidade, o crime era considerado pecado, somente na Idade Média, é que a
io
a c
dignidade da pessoa humana passou a ser considerada, e as punições deixaram de ser cruéis.

u c y
d o
D) Em sua obra “A Política”, Aristóteles, ressaltou que a miséria causa rebelião e delito. Para o
E od
e
referido filósofo, os delitos mais graves eram os cometidos para possuir o voluptuário, o
rt s G
supérfluo.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
E) Da Antiguidade à Modernidade, o furto famélico (roubar para comer) nunca foi considerado
crime.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Comentário: Ad Lo 03nand
f e r
y
A letra A está incorreta, visto que,houveram períodos considerados de insegurança e injustiça,
o
o d
pois não havia uma precisão do que seria crime para determinada sociedade, nem mesmo
lg
uma justificação no momento da aplicação das penas, ou seja, havia uma
desproporcionalidade na aplicação das penas, as quais eram cruéis. Nesse sentido, surgiram os
estudos em criminologia, no âmbito da Escola Clássica, com a concepção de que as penas
deveriam ser proporcionais. Além disso, o crime era considerado uma abstração jurídica.
Destarte, não resulta a afirmação no sentido de que sempre houve uma codificação do Direito
Penal.
A letra B está incorreta, tal questão busca não apenas conhecimentos históricos, mas também
visa extrair do candidato sua capacidade de raciocínio lógico, pois, se o Código de Hamurabi

33
previa punição para o cometimento dos crimes de roubo, o crime de corrupção, há época,
mesmo que não previsto como crime em específico, também era considerado crime e punido
como tal.
A letra C está incorreta, pois o crime era considerado um pecado há época da Escola Clássica,
momento em que surgiram estudos visando tornar as penas proporcionais e menos cruéis,
isso no século XVIII, sendo que a idade média vai até o século XV, até o ano de 1453, com a
tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos, muito antes.
A letra E está incorreta, visto que o crime de furto famélico, pelo contrário, sempre foi
considerado crime. Somente, contemporaneamente, diante de concepções de vanguarda, mais
modernas de Direito Penal que se seguiu uma postura mais condescendente com relação à
situação da prática do furto ou roubo para sobreviver.
Portanto, está correta a alternativa “D”.
a l
io n
a c
Questão 2
u c y
E odd o
(UEG – 2018 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA)Para a criminologia positivista, a
e
rt s G
criminalidade é uma realidade ontológica, pré-constituída ao direito penal, ao qual cabe tão
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
somente reconhecê-la e positivá-la. Neste sentido, tem-se o seguinte:
A) Em seus primeiros estudos, Cesare Lombroso encontrou no atavismo uma explicação para
r um F 4.3 gm
e n 9 a
relacionar a estrutura corporal ao que chamou de criminalidade habitual.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
B) A periculosidade, ou temeritá, tal como conceituada por Enrico Ferri, foi definida como a
perversidade constante e ativa a recomendar que esta, e não o dano causado, a medida de
f e r
y
proporcionalidade de aplicação da pena.
o
o d
C) Para Raffaele Garófalo (1851-1934), a defesa social era a luta contra seus inimigos naturais
lg
carecedores dos sentimentos de piedade e probidade.
D) Nos marcos do pensamento criminológico positivista, Enrico Ferri, embora discípulo de
Lombroso, abandonou a noção de criminalidade centrada em causas de ordem biológica,
passando a considerar como centrais as causas ligadas à etiologia do crime, sendo estas: as
individuais, as físicas e as sociais.
E) Enrico Ferri e Cesare Lombroso, recorrendo à metáfora da guerra contra o delito,
sustentaram a possibilidade de aplicação das penas de deportação ou expulsão da
comunidade para aqueles que carecessem do sentido de justiça ou o tivessem aviltado.

34
Comentário:

A questão também exigiu o conhecimento acerca da Escola Positivista. Lamentavelmente, o


examinador cobrou “frases pontuais” de determinados autores, prejudicando a análise real do
conhecimento da ciência. Vamos às alternativas:
a) INCORRETA. Lombroso titulou de criminalidade nata, e não habitual, ocomentário acerca do
atavismo.
b) INCORRETA. O conceito de periculosidade (temibilidade) é de Raffaele Garofalo.
c) CORRETA. Para o autor, “a defesa social era a luta contra os inimigos naturais, praticado
pelos delinquentes naturais. O delito natural variava de uma sociedade para a outra,
identificando como delito tudo aquilo que viola os sentimentos valorizados por essa
a l
n
sociedade; como sentimentos altruísticos fundamentais, estão a probidade e a piedade”
io
(ANITUA, 2008, p. 314).
a c
u c y
d) INCORRETA. Embora Ferri possa ter considerado a existência de três causas ligadas à
E od d o
e
etiologia do crime (individuais, físicas e sociais), não ocorre o “abandono” da noção
rt s G
o de
lombrosiana da criminalidade, mas sim sua ampliação (para as três causas já citadas).
p
S ern 11- ail.com
u an 06
e) INCORRETA. A ideia de deportação ou expulsão da comunidade, com até mesmo a

um F 4.3 gm
eliminação (pena de morte), foi construída por Garofalo: “Garofalo não defende a possibilidade
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
de medidas ressocializadoras aos delinquentes naturais, mas falava em deportação ou
re
Ad Lo 03nand
expulsão, pena de morte, esterilização e castração de delinquentes e outros perigosos.

f e r
Portanto, está correta a alternativa “C”.
o y
o d
lg Questão 3
(UEG – 2018 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA)Tendo a obra O Homem Deliquente, de
Cesare Lombroso (1836-1909), como fundante da Criminologia surgida a partir da segunda
metade do século XIX, verifica-se que, segundo a sistematização realizada por Enrico Ferri
(1856-1929), o pensamento criminológico positivista assenta-se, dentre outras, na tese de que:

A) o livre arbítrio é um conceito chave para o direito penal.

35
B) os chamados delinquentes poderiam ser classificados como loucos, natos, morais,
passionais e de ocasião.
C) a defesa social é tomada como o principal objetivo da justiça criminal.
D) a responsabilidade social, tida como clássica, deveria ser substituída pela categoria da
responsabilidade moral para a imputação do delito.
E) a natureza objetiva do crime, mais do que a motivação, deve ser base para medida da
pena.

Comentário:

A) A Escola Clássica situa-se o seu estudo na concepção de que a responsabilidade criminal


do indivíduo está fundamentada no livre-arbítrio. A referida escola parte da premissa de que o
a l
n
ser humano é livre e racional, sendo capaz de tomar suas decisões e a aceitar as
io
a c
consequências decorrentes dela. Dessa forma, o indivíduo deveria ser punido porque escolheu

u c y
d o
praticar o crime. Tem como expoentes Cesare Beccaria (dos delitos e das penas) e Francesco
E od
e
Carrara. Teve com um de seus pontos positivos o desenvolvimento da fase científica do direito
rt s G
p o de
penal, contribuindo para a construção do conceito jurídico de crime. Dessa forma, correto

S ern 11- ail.com


u an 06
dizer que a Escola Clássica teve como alvo principal o delito.

r um F 4.3 gm
(B) Enrico Ferri qualificou os delinquentes em cinco tipos: natos, loucos, ocasionais, habituais e
e n 9 a
V n 5.1 es@
passionais. Não há a classificação de "morais".
re
Ad Lo 03nand
(C) Para os Clássicos a pena tinha um caráter retributivo, já para os positivistas, a pena assume

e r
a função de defesa da sociedade, guiada por um sistema de medidas e tratamentos de
f
y
do
readaptação do criminoso. Assim, como os positivistas viam o criminoso como um ser doente
o
e perigoso para a lg
sociedade, a única saída para resguardar a coletividade seria o seu
encarceramento, enquanto se busca a sua recuperação para torná-lo “não perigoso”. Assim, a
pena era orientada justamente para a recuperação desse ser doente. O positivismo
criminológico eleva a defesa social como fator essencial de fundamentação da pena e prioriza
a prevenção especial. (GABARITO)
(D) Os positivistas criminológicos acham que a essência do crime não se esgota com a
violação da norma jurídica, havendo a necessidade de elaborar um conceito natural (ou

36
abstrato) de delito, de base sociológica, como sinônimo de comportamento antissocial. A
responsabilidade social está ligada ao pensamento criminológico positivista de Ferri.
(E) Ferri achava que a pena não deveria ser fixada exclusivamente na gravidade objetiva do
crime, porém ela deveria principalmente, ser vista em relação à personalidade do
delinquente.Portanto, está correta a alternativa “C”.

Questão 4
(VUNESP – 2018 – PC/SP – DELEGADO DE POLÍCIA)No que concerne às Escolas Penais, é
correto afirmar que a
A) “Positiva” entende que o crime deriva de circunstâncias biológicas ou sociais, tendo sido
defendida por Feuerbach.
a l
n
B) “Clássica” funda-se no livre-arbítrio e tem em Carrara um de seus maiores expoentes.
io
c
C) “Lombrosiana” acredita que o homem é racional e nasce livre, sendo o crime fruto de uma
a
u c y
escolha errada, concepção hipotetizada por Lombroso e também por Ferri.
E od d o
D) “Clássica” entende que a pena é medida profilática, de cura, pensamento difundido por
e
rt s G
Carmignani.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
E) “Positiva” nasce em contraposição às ideias de Lombroso, defende o naturalismo-racional e

um F 4.3 gm
tem em Garofalo um de seus doutrinadores.
r
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Comentário: Ad Lo 03nand
f e r
A. Errado. A escola positiva amparaa interação “Biopsicossocial” (o crime deriva da interação
o y
o d
de fatores biológicos, psicológicos e sociais). Pensamento difundido por Enrico Ferri.
lg
C. Errado. Este é o pensamento da Escola clássica, em que o crime é resultado do livre arbítrio.
A escola positiva (Lombrosiana) entende que o homem é um ser irracional, uma espécie não
evoluída (atávica), privado de sua autodeterminação, isto é, do livre-arbítrio.
D. Errado. Medida profilática = medida preventiva. Está errado, a escola clássica entende que a
pena tem caráter retributivo “um mal justo em resposta a um mal injusto”
E. Errado.É notório que Lombroso é o Fundador de tal escola.
Portanto, está correta a alternativa “B”.

37
Questão 5
(FUMARC – 2018 – PC/MG – DELEGADO DE POLÍCIA)“A criminologia contemporânea, dos
anos 30 em diante, se caracteriza pela tendência a superar as teorias patológicas da
criminalidade, ou seja, as teorias baseadas sobre as características biológicas e psicológicas
que diferenciariam os sujeitos ‘criminosos’ dos indivíduos ‘normais’, e sobre a negação do livre
arbítrio, mediante um rígido determinismo. Essas teorias eram próprias da criminologia
positivista que, inspirada na filosofia e na psicologia do positivismo naturalista, predominou
entre o final do século passado e princípios deste.” BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica
e Crítica do Direito Penal. Introdução à sociologia do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro:
Revan: Instituto Carioca de Criminologia. p. 29. (Coleção Pensamento Criminológico)

a l
Numere as seguintes assertivas de acordo com a ideia de criminologia que representam,

io n
c
utilizando (1) para a criminologia positivista e (2) para a escola liberal clássica do direito penal.
a
u c y
( ) Assumia uma concepção patológica da criminalidade. E od d o
e
rt s G
o de
( ) Considerava a criminalidade como um dado pré-constituído às definições legais de certos
p
S ern 11- ail.com
comportamentos e certos sujeitos. u an 06
r um
( ) Não considerava o delinquente como um ser humano diferente dos outros. ( ) Objetivava
F 4.3 gm
e n 9 a
uma política criminal baseada em princípios como os da humanidade, legalidade e utilidade.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
( ) Pretendia modificar o delinquente.

f e r
A sequência que expressa a associação CORRETA, de cima para baixo, é:
A) 1, 1, 2, 2, 1. o y
o d
B) 1, 2, 1, 2, 2. lg
C) 2, 2, 1, 1, 1.
D) 2, 1, 2, 2, 2.

Comentário:

(1)Ostentava uma compreensão patológica da criminalidade. A Criminologia Positiva


vislumbrava no indivíduo delinquente um problema patológico, que o levava a cometer
crimes. (1) Avaliava a criminalidade como um dado pré-constituído às definições
legais de certos comportamentos e certos sujeitos. É característica marcante da Escola

38
Positiva, em ênfase a Lombroso que vislumbrava o criminoso mediante a algumas
características do fenótipo deste.
(2) Não ponderava o delinquente como um ser humano diferente dos outros. A Escola Clássica
defendia a ideia do livre arbítrio, assim não fazia distinção entre os indivíduos, quando do
estudo da criminalidade.
(2) Objetivava uma política criminal baseada em princípios como os da humanidade,
legalidade e utilidade. No período da Escola Clássica, surgem os questionamentos acerca dos
modelos de punição do antigo regime, onde se tinha normas vagas, severas e pernas
tormentosas, cujo procedimento era inquisitorial e secreto, tendo a punição somente o efeito
intimidador. É nesta ocasião que surge a discussão sobre o princípio da legalidade e
proporcionalidade das penas, bem como da humanização do direito penal.

a l
(1) Aspiravaalterar o delinquente. É partir da Escola Positiva que passa a ser discutida a ideia
da ressocialização. io n
a c
Portanto, está correta a alternativa “A”.
u c y
E od d o
r t e s G
p o de
Questão 6

Su nan -06 .com


(FUMARC – 2018 – PC/MG – DELEGADO DE POLÍCIA)“Cabe definir a Criminologia como
r 11 ail
um e
F 4.3 gm
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma
re
Ad Lo 03nand
informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime –

e r
contemplado este como problema individual e como problema social -, assim como sobre os
f
y
do
programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem
o
lg modelos ou sistemas de resposta ao delito”. Esta apresentação ao
delinquente e nos diversos
conceito de Criminologia apresenta, desde logo, algumas das características fundamentais do
seu método (empirismo e interdisciplinaridade), antecipando o objeto (análise do delito, do
delinquente, da vítima e do controle social) e suas funções (explicar e prevenir o crime e
intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime). MOLINA,
Antônio G.P.; GOMES, Luiz F.; Criminologia; 6. ed. reform., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos
Tribunais. p. 32.
Sobre o método, o objeto e as funções da criminologia, considera-se:

39
I. A luta das escolas (positivismo versus classicismo) pode ser traduzida como um
enfrentamento entre adeptos de métodos distintos; de um lado, os partidários do método
abstrato, formal e dedutivo (os clássicos) e, de outro, os que propugnavam o método empírico
e indutivo (os positivistas).
II. Uma das características que mais se destaca na moderna Criminologia é a progressiva
ampliação e problematização do seu objeto.
III. A criminologia, como ciência, não pode trazer um saber absoluto e definitivo sobre o
problema criminal, senão um saber relativo, limitado, provisional a respeito dele, pois, com o
tempo e o progresso, as teorias se superam.
Estão CORRETAS as assertivas indicadas em:
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
a l
C) I, II e III. io n
a c
D) II e III, apenas.
u c y
E odd o
e
rt s G
Comentário:
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Assertiva I, correta: De fato as duas grandes Escolas da Criminologia se utilizam de métodos

r um F 4.3 gm
e n 9 a
distintos. A Escola Clássica que teve Cesare Beccaria como um dos seus principais percursores,
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
utilizou o método lógico-dedutivo e defendia que o crime é um ente jurídico, assim acredita
no livre arbítrio, de modo que o criminoso não pode sofrer influência interna ou externa. Por
f e r
y
sua vez, a Escola Positiva, que teve por principal nome Cesare Lombroso, utilizava o método
o
o d
empírico e dedutivo e vislumbrava o crime como um fenômeno patológico.
lg
Assertiva II, correta: A criminologia moderna passa a vislumbrar o crime como um problema
social e comunitário, fato que possibilita a ampliação da problematização de seu objeto.
Assertiva III, correta: A criminologia se utiliza de um método empírico e indutivo, não se trata
de uma ciência exata, absoluta, é notória a diversidade de teorias que existem com a
finalidade de tentar explicar o fenômeno da criminalidade.
Portanto, está correta a alternativa “C”.

Questão 7
40
(VUNESP – 2018 – PC/BA – DELEGADO DE POLÍCIA)Em relação ao conceito de crime, de
criminoso e de pena nas diversas correntes do pensamento criminológico e ao
desenvolvimento científico de seus modelos teóricos, é correto afirmar:
A) A criminologia científica nasceu no ambiente do século XVIII, recebendo contribuições da
Escola Positivista, mas ganhando contornos mais precisos com a Escola Clássica.
B) A criminologia crítica compreende que a finalidade da sociedade é atingida quando há um
perfeito funcionamento das suas instituições, de forma que os indivíduos compartilhem as
regras sociais dominantes.
C) As teorias desenvolvidas nas escolas positivistas a partir do método dedutivo buscaram
maximizar as garantias individuais na persecução penal e fora dela.
D) No pensamento criminológico das escolas clássicas, identifica-se uma grande preocupação
com os conceitos de crime e pena como entidades jurídicas e abstratas de modo a
a l
estabelecer a razão e limitar o poder de punir do Estado. io n
a c
c y
E) Os modelos teóricos de integração que compõem a criminologia tradicional partem da
u
E od d o
premissa de que toda a sociedade está, a cada momento, sujeita a processos de mudança,
e
rt s G
exibindo dissensão e conflito, haja vista que todo elemento em uma sociedade contribui, de
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
certa forma, para sua desintegração e mudança. Sendo assim, a sociedade é baseada na

r um
coerção de alguns de seus membros por outros.
F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Comentário: Ad Lo 03nand
f e r
y
A) INCORRETA. Apesar da Escola Clássica ser anterior à Escola Positiva, está é quem deu,
o
o d
segundo a doutrina, autonomia científica para a Criminologia (adoção do método empírico,
lg
indutivo e interdisciplinar).

B) INCORRETA. Essa é a perspectiva das teorias consensuais, e não de conflito.C) INCORRETA.


A Escola Positiva, ao contrário dos clássicos, já adotava o método indutivo (e não dedutivo).
No mais, os ideais da alternativa representam uma síntese dos clássicos. D)
CORRETA. A racionalidade era o grande suporte da Escola Clássica, que presumia a vontade
racional e o livre-arbítrio do homem. Leis simples, conhecidas pelo povo e obedecidas por
todos os cidadãos (Beccaria).

41
E) INCORRETA. A alternativa traz uma afirmação das Teorias de Conflito, e não dos modelos
teóricos de integração (consenso).
Portanto, está correta a alternativa “D”.

Questão 8
(CESPE/CEBRASPE – 2016 – PC/PE – DELEGADO DE POLÍCIA)Os objetos de investigação da
criminologia incluem o delito, o infrator, a vítima e o controle social. Acerca do delito e do
delinquente, assinale a opção correta.
A) Para a criminologia positivista, infrator é mera vítima inocente do sistema econômico;
culpável é a sociedade capitalista.

l
B) Para o marxismo, delinquente é o indivíduo pecador que optou pelo mal, embora pudesse
a
escolher pela observância e pelo respeito à lei.
io n
a c
C) Para os correcionalistas, criminoso é um ser inferior, incapaz de dirigir livremente os seus
u c y
d o
atos: ele necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medidas educativas.
E od
e
rt s G
D) Para a criminologia clássica, criminoso é um ser atávico, escravo de sua carga hereditária,

p o de
nascido criminoso e prisioneiro de sua própria patologia.
S ern 11- ail.com
u an 06
E) A criminologia e o direito penal utilizam os mesmos elementos para conceituar crime: ação
típica, ilícita e culpável. r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Comentário:
f e r
o y
d
a) ERRADA. Esse é o axioma da teoria do conflito, mais precisamente na teoria crítica, onde a
o
lg
sociedade não é harmônica, existindo os opressores e oprimidos. Lembrar que o positivismo
criminológico trabalha com a ideia do determinismo biológico, que as cargas genéticas
influenciavam o modo de agir de uma pessoa.
b) ERRADA. Esse é o axioma da escola clássica. Falou em livre arbítrio, pense em escola
clássica. Para Marx, a criminalidade só existia por conta da desigualdade social e em razão da
opressão causada pela classe dominante em relação a classe dominada. d) ERRADA.
A questão discute da escola positivista, mais especificamente da biologia criminal de
Lombroso, através de seu livro "o homem delinquente". O atavismo são as cargas genéticas

42
passadas de geração em geração que são determinantes para que o indivíduo cometa um
crime. Atavismo deve remeter sempre ao Lombroso e, consequentemente, a criminologia
positiva.
e) ERRADA. A abordagem é inteiramente diferente, a crimologia se preocupa, basicamente,
com a etiologia do crime (as causas que levam um criminoso a delinquir), enquanto o direito
penal tem uma abordagem focada na resposta do problema, é a ciência do "dever ser".
Portanto, está correta a alternativa “C”.

a l
io n
a c
u c y
E odd o
e
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p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

43
GABARITO

Questão 1 - D

Questão 2 -C

Questão 3 -C

Questão 4 -B
a l
Questão 5 -A
ion
a c
Questão 6 -C
u c y
Questão 7 -D
d o
E od
e
rt s G
Questão 8 -C
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

44
QUESTÃO DESAFIO

No que se refere ao movimento de Lei e Ordem, qual a sua ideia


central e quais as principais críticas que a doutrina tece a seu
respeito?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

45
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

De logo, destaca-se que o movimento de Lei e Ordem defendia um aumento da repressão


penal, a fim de reduzir a criminalidade. Entretanto, parcela da doutrina critica tal
movimento por gerar uma expansão irracional, a técnica e desproporcional do direito
penal.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Lei e Ordem - Aumento da repressão penal

Inicialmente, destaca-se que o movimento de Lei e Ordem teve origem nos Estados Unidos,
especificamente na cidade de Nova York, e defendia uma repressão drástica dos crimes,
adotando uma política de tolerância zero. (NETO, João Baptista Nogueira)
a l
io n
c
Em outras palavras, a fim de reduzir a criminalidade, era necessário uma expansão do direito
a
u c y
penal com o aumento da possibilidade de prisão provisória e da intensidade das reprimendas.

E od d o
e
rt s G
Ademais, a pena era tida como uma mera retribuição, ou seja era um castigo em razão da

p o de
conduta praticada pelo criminoso. (Araújo Junior, João Marcelo de. Sistem Penal para o

S ern 11- ail.com


u an 06
Terceiro Milênio: (atos do colóquio Marc Ancel). 2. ed. RIo de Janeiro: Revan, 1991, p. 72)

r um F 4.3 gm
a
 A técnica, irracional e desproporcional
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Entretanto, em que pese essa política tenha, de fato, gerado uma redução da criminalidade,

f e r
existiram muitas críticas a seu respeito, as quais perpassaram quase em sua totalidade pelo
y
tema: expansão irracional do direito penal. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador:
o
Juspodium, 2018. 443 p.) o d
lg
Isso porque esse movimento de Lei e Ordem, o qual defendia uma maior reprimenda aos
crimes e uma ampliação do direito penal, terminou por ensejar a criação de tipos penais os
quais careciam de técnica legislativa, além de serem demasiadamente vagos. (NETO, João
Baptista Nogueira)

Ademais, as críticas também se direcionavam a uma violação ao princípio da


proporcionalidade e ao abuso de leis penais de emergência.

46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas / Cesare Beccaria; tradução de Neury Carvalho Lima – São

Pauo: Hunter Books, 2012.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Código penal comentado / Cezar Roberto Bitencourt. — 7. ed. — São
Paulo: Saraiva, 2015.

CARVALHO, Salo de. Antimanual de criminologia / Salo de Carvalho. – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo:
Saraiva, 2015.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 10. ed. rev., ampl. e
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018.

a l
n
FONTES, Eduardo e HOFFMANN, Henrique. Carreiras policiais – Criminologia. 2ª Edição. Salvador,
io
2019. Editora JusPodivm.
a c
u c y
d o
HERCULANO, Alexandre. Criminologia: coleção estudo direcionado, 1ª Edição. Salvador, 2020. Editora
E od
JusPodivm.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
KNOEPKE, Luciano. Escolas penais. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/66902/escolas-penais/>
Acesso em: janeiro de 2020.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral – vol. 1 / Cleber Masson – 12 ed. rev., atual. e ampl. – Rio
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
de Janeiro: Forense, São Paulo: METODO, 2018.

f e r
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia. 4. Ed. São Paulo: RT, 2002.

o y
d
PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia / Nestor Sampaio Penteado
o
lg
Filho. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

RODRIGUES, Nina. Mestiçagem, degenerescência e crime. In: História, Ciências, Saúde-Manguinhos.


vol. 15, n. 4, Rio de Janeiro, out./dez. 2008.

VIANA, Eduardo. Criminologia / Eduardo Viana – 7. Ed. Rev., Atual. e Ampl. – Salvador: JusPODIVM,
2019.

47
a l
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a c
u c y
Ed o d
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um F e .31 ma
Ver na 94 g
eCapítulo
n 5.1 es@ 3
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Ad Lo 03nand
f e r
o y
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lg
SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 3 ......................................................................................................................................2

1. Introdução as Teorias Criminológicas ..........................................................................................................2

1.1 Teorias baseadas na vertente biológica ................................................................................................. 2

1.2 Teorias baseadas na vertente psicológica ............................................................................................. 4

1.3 Teorias baseadas na vertente sociológica ............................................................................................ 5

2. Teorias do Consenso (Parte 1) ........................................................................................................................... 7

2.1 Escola de Chicago........................................................................................................................................... 7


a l
2.2 n
Teorias Estrutural-Funcionalistas: Teoria da Anomia........................................................................ 11
io
a c
2.3
c y
Teorias Subculturais ..................................................................................................................................... 18
u
2.3.1
E od d o
A Teoria de Cohen ........................................................................................................................... 19
e
rt s G
2.3.2
o de
A Teoria de Cloward e Ohlin e a Teoria de Miller ................................................................ 21
p
2.4
S ern 11- ail.com u an 06
Teoria da Graxa Sobre Rodas ................................................................................................................... 22

2.5
r um F 4.3 gm
Teoria do Vampiro ...................................................................................................................................... 23
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
2.6 Teoria das Janelas Quebradas .....................................................................................................................23

2.7 Teoria dos Testículos Despedaçados ................................................................................................... 25


f e r
d oy
QUADROS SINÓTICOS ............................................................................................................................................ 27

lgo
QUESTÕES .................................................................................................................................................................... 31

GABARITO COMENTADO ........................................................................................................................................39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................42

1
CRIMINOLOGIA

Capítulo 3

1. Introdução as Teorias Criminológicas

1.1 Teorias baseadas na vertente biológica

Antes do marco científico da Criminologia, de maneira frequente, se apelava a elementos


espirituais para explicar o comportamento desviante, tais como a demonologia, no entanto,
a l
n
essa ideia de possessão foi abandonada quando a Criminologia incorporou às suas propostas
io
a c
teóricas apenas variáveis explicativas das delinquências que se encontram no mundo físico.

u c y
E od d o
Inicialmente, cumpre apresentar teorias baseadas na vertente biológica. Em seguida,
e
rt s G
apresentaremos teorias baseadas na vertente psicológica.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
E por fim, de forma mais densa, dada a sua importância, vamos expor as vertentes

um
sociológicas da Criminologia.
r F 4.3 gm
e n 9 a
V e n 5.1 es@
No que diz respeito as teorias baseadas na vertente biológica, vale conhecer, ao menos,
r
Ad Lo 03nand
o conceito de algumas áreas de estudo daquelas.

f e r
Segundo Bandeira (2017),y as orientações biológicas buscam alcançar novamente o
d o
“homem delinquente”, g o
l tratando de localizar e identificar em alguma parte de seu corpo – no
seu funcionamento, em algum de seus sistemas e subsistemas – o fator diferencial que
explique a conduta delituosa.

A antropometriaé definida como o estudo das medidas de tamanho e proporções do


corpo humano.

A antropologiaé a ciência que estuda os diversos aspectos da vida social em diferentes


culturas ou sociedades humanas. Sua principal característica é o interesse pela diversidade de
modos de viver da humanidade, possuindo um vasto leque de investigação como grupos

2
étnicos e religiosos, migrações, formação de grupos rurais e urbanos e suas formas de
expressão e comunicação por meio da arte, de narrativas, do parentesco, de performances, da
cultura material, dos tipos de moradias e a relação com o meio ambiente1.

Vale lembrar que um nome importante da antropologia criminal é Cesare Lombroso, o


qual já devidamente estudado nos capítulos anteriores.

A Biotipologia é a ciência do tipo humano poliédrico, concebido como unidade vital


(biotipo), com várias facetas: morfologia, fisiologia e psicologia, segundo a definição de
LAVASTIGNE (BANDEIRA, 2017).

Para os estudiosos da biotipologia, há a crença de que exista uma ligação entre as


características físicas do indivíduo e seus traços psicológicos, entre tipo somático e corporal e
tipo mental e a sua índole. a l
io n
a c
Existem algumas escolas de estudo da Biotipologia, dentre as quais, podemos citar:
u c y
d o
Escola italiana; Escola alemã; Escola francesa; Escola americana. Em síntese, para cada tipo
E od
e
rt s G
físico ou corporal, lhe corresponderia traços caracterológicos e temperamentais próprios
(BANDEIRA, 2017). p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
Existem várias tentativas de explicar condutas delituosas em função de patologias
F 4.3 gm
e n 9 a
cerebrais, especialmente, após a criação do eletroencefalógrafo – EEG, que é o aparelho
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
responsável por registrar a atividade elétrica do cérebro.

e r
A Neurofisiologia moderna está inserida nesta realidade. No Reino Unido, os estudos
f
y
o do
eletroencefalográficos pretenderam
verificar as hipóteses concretas: que muitos dos
g motivo aparente” respondem a anomalias cerebrais graves que o
denominados “crimes lsem
EEG detecta (BANDEIRA, 2017).

Uma recente hipótese, baseada nos estudos de EYSENCK, surgiu afirmando que o
funcionamento do sistema nervoso autônomopode predispor o indivíduo a um
comportamento antissocial e delitivo (BANDEIRA, 2017).

1
Fiocruz. Observatório da Juventude. Disponível em: <http://www.juventudect.fiocruz.br/antropologia> Acesso em: fevereiro
de 2020.
3
A Endocrinologia também esteve inserida dentro das teorias acerca da criminalidade.
Diversas foram as investigações que trataram de conduzir o comportamento humano em geral
– especificamente o criminal – a processos hormonais ou endócrino-patológicos (BANDEIRA,
2017).

Ainda há a Sociobiologia moderna, a qual entende que o homem é um organismo


biossocial, de modo que sua conduta é influenciada, diretamente, por condições físicas e por
fatores ambientais.

Os estudos quanto à Genética também foram apontadores para as explicações teóricas


de orientação biológica do delito.

1.2 Teorias baseadas na vertente psicológica


a l
ion
c
Como lembra Salo de Carvalho (2015), as disciplinas propedêuticas de economia,
a
u c y
sociologia, filosofia e, mais recentemente, psicologia, tornadas obrigatórias por força de lei,

E od d o
inegavelmente em muito podem contribuir ao estudo do direito.
e
rt s G
p o de
Há uma enorme preocupação em se definir uma associação pseudo-integrativa entre a

S ern 11- ail.com


u an 06
criminologia/direito/sociologia e outro campo do saber, pois, normalmente, esta pretensão

r um F 4.3 gm
está relacionada, ainda que implicitamente, ao reforço de um viés hierárquico entre estes
e n 9 a
V n 5.1 es@
ramos do conhecimento (BANDEIRA, 2017).
re
Ad Lo 03nand
Vale ressaltar, a diferença entre criminologia dramáticae a criminologia trágica.
f e r
oy a outros saberes, na condição de saber menor, para
A primeira buscaria associar-se
d
lgo e, inserida no ideal cientificista moderno, fragmentar o estudo do
qualificar-se como ciência,
seu objeto para melhor conhecê-lo e alcançar suas finalidades.

Enquanto isso, a criminologia trágica “intentaria romper com a tradição idealizadora das
ciências e, ao abdicar de quaisquer pretensões epistemológicas, procuraria Criminologia
produzir discursos problematizadores dos sintomas sociais contemporâneos, com a especifica
perspectiva de reduzir os danos e os sofrimentos provocados pelas violências públicas
(institucionais) ou privadas (interindividuais) (CARVALHO, 2015). ”

4
Em síntese apresentada por Thais Bandeira (2017), podemos concluir que, quando se fala
em psicologia criminal, estamos diante de uma terminologia ultrapassada, que deverá ter por
verdadeiro intuito a promoção de um diálogo não hierarquizado entre o direito, a
criminologia, a psicologia, a psiquiatria e a psicopatologia de modo a compreender melhor
como estes diferentes campos de conhecimento observam a origem do crime e, a partir daí
seus pontos de aproximação e de distanciamento.

1.3 Teorias baseadas na vertente sociológica

A Criminologia busca, por meio de teorias sociológicas, encontrar as causas do crime na


sociedade, o porquê de parte da sociedade praticar crimes e qual a reação da sociedade que
não praticou quando recebe a prática desses crimes.

a l
io n
Não há uma única teoria capaz de explicar todas as formas de comportamento criminal
independentemente do grupo de delitos. a c
u c y
E od
Existem teorias de longo, curto ou médio alcance. d o
e
rt s G
p o de
As teorias criminológicas são concebidas dentro de uma perspectiva macrocriminológica,

S ern 11- ail.com


u an 06
ou seja, não examina a interação entre indivíduos e pequenos grupos, fazendo uma

r um F 4.3 gm
abordagem da sociedade como um todo, mediante o estudo do fenômeno delituoso, obtendo
e n 9 a
V n 5.1 es@
diferentes respostas explicativas da criminalidade.
re
Ad Lo 03nand
As teorias sociológicas têm uma função de orientação político-criminal. Além disso,
f e r
y
elevam a sociedade ao patamar de fator criminológico.

o do
lg as vertentes sociológicas da Criminologia, é de extrema importância
Para entender bem
que se entenda os acontecimentos ocorridos nos Estados Unidosao longo do Século XX, visto
que é lá que se forja o pensamento criminológico de corte sociológico que virá a dominar a
Criminologia.

São sociológicas todas aquelas estruturações teóricas que não têm como paradigma
fatores patológicos individuais.

5
Dois importantes questionamentos são postos nessa área de estudo da Criminologia: “por
que algumas pessoas se tornam criminosas? Por que há criminalidade na sociedade? ”Por
meio desses questionamentos, busca-se explicar a origem do comportamento criminal.

É importante ter em mente a diferença entre teoria sociológica e teoria jurídica. Uma
teoria jurídica é elaborada para conduzir o jurista à correta aplicação do direito,
diferentemente da teoria sociológica.

a l
ion
Para entender melhor o estudo da vertente sociológica da criminologia, há uma divisão
das teorias sociológicas: teorias do consensoe teorias do conflito. a c
u c y
E od d o
Criminologia do Consenso:a sociedade se mantém, graças ao consenso de todos os
e
rt s G
membros acerca de determinados valores comuns um paraíso na terra2.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Criminologia do Conflito:a coesão e a ordem estão fundadas na força; “toda sociedade

r um F 4.3 gm
se mantém graças à coação que alguns de seus membros exercem sobre os outros”.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A direção do conflito social argumenta que, em sede de Direito Penal, há um
planejamento de produção de normas (criminalização primária) voltado para assegurar o
f e r
triunfo da classe dominadora. y
o do
lg da programação criminalizante pelas classes inferiores seria uma
A histórica preferência
comprovação da essência conflitual, a exemplo do que postulam os teóricos da reação social
(ou crítica).

Ao longo desse capítulo 3 e do capítulo 4, faremos uma análise das teorias do


consensoe das teorias do conflito.

2
DAHRENDORF, Ralf. Sociedad Y Liberdad.Madrid: Tecnos, 1966, p. 190-191.
6
2. Teorias do Consenso (Parte 1)

Também conhecidas comoteorias etiológicas, epidemiológicas ou da integração.

O objetivo da sociedade ocorre quando existe concordância com as regras de convívio.


Se as instituições funcionam perfeitamente, de modo que as pessoas compartilhem objetivos
comuns e aceitam as normas vigentes, então a finalidade da sociedade será atingida.

Há quem acredite que as teorias do consenso estejam mais ligadas ao conservadorismo.

São exemplos das teorias do consenso: Escola de Chicago; Teoria da Associação


Diferencial; Teoria da Anomia; Teoria da Desorganização Social eTeoria da Subcultura
Delinquente.
a l
io n
As teorias consensuais partem dos seguintes postulados: toda sociedade é composta de

a c
c y
elementos perenes, integrados, funcionais, estáveis, que se baseiam no consenso entre
u
seus integrantes.
E odd o
e
rt s G
o de
Em suma, as teorias do consenso buscam a responsabilização pessoal e racional do
p
S ern 11- ail.com
u an 06
delinquente, o qual escolheu infringir uma regra.

r um
2.1 Escola de Chicago F 4.3 gm
a
e enn .19 s@
d V r 35 de
o
A L 0 nan
Como afirma Penteado Filho (2018), os estudos sociológicos americanos foram a priori

e r
marcados por uma influência significante da religião. Com a secularização, ocorreu a
f
y
do
aproximação entre as elites e a classe baixa, sobretudo por uma matriz de pensamento,
o
formada na lg de Chicago,
Universidade que se denominou teoria da ecologia criminal ou
desorganização social (Clifford Shaw e Henry Mckay).

Eis então que surge a Escola de Chicago. Apesar de não haver consenso quanto a isso,
entende-se que surgiu em 1910, porém seus estudos só dão início em 1915, indo até o ano
de 1940.

As pesquisas feitas pela Escola de Chicago se dão de forma empírica. Os pesquisadores


utilizam os seres humanos como fonte de pesquisa, sendo as cidades os seus laboratórios.

7
Esses estudos desmitificavam os desvios sociais, como algumas patologias de crime e
prostituição, que eram tidas na sociedade.

Os estudiosos da Escola de Chicago tiraram essa ideia de patologia, não por acreditarem
ser um erro, mas por ser uma consequência de tudo aquilo que estava acontecendo na
cidade.

Núcleo de averiguação está relacionado no modo como o fator ambiental, notadamente


o espaço urbano, pode desempenhar um enorme papel para o surgimento da conduta
desviante, daí porque é comum designar essa vertente criminológica como ecologia criminal.

A gênese delitiva relacionava-se diretamente com o conglomerado urbano.

l
Os seus teóricos desenvolviam uma “sociologia da grande cidade” capaz de explicar não
a
io n
somente o aparecimento do fenômeno criminal, senão também a sua distribuição geográfica.

a c
u c y
A principal tese da Escola de Chicago diz respeito às denominadas zonas de

E od d o
delinquência, ou seja, espaços geográficos com determinadas características que, em tese, não
e
rt s G
apenas explicariam o crime como também a sua própria distribuição nessas áreas.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Eduardo Viana (2019), apresenta as razões pelas quais os teóricos da Escola de Chicago

r um F 4.3 gm
foram atraídos para a investigação sobre a criminalidade:
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A) Explosão demográfica;
B) Crescente urbanização;
f e r
C) (Incipiente) industrialização;
o y
d
D) Conflitos étnicos e raciais potencializados, em grande medida, pela
o
lg
chegada de europeus no novo continente.

Vale enfatizar, a utilização de métodos empíricos por parte dos estudiosos dessa escola.

Apenas em 1910, com o William I. Thomas, tem-se início pesquisas mais


comprometidas.

Em 1920, a Escola de Chicago consolida-se com os trabalhos de Ernest Burgess, Robert


Park, Clifford R. Shawe Henry D. Mckay.

8
De Thomas, retira-se, sobretudo, o conceito de desorganização social. Segundo ele, há
uma ausência de limite para os indivíduos expressarem seus limites, visto que é impossível
definir padrões e modelos de condutas coletivas.

Robert Parkafirmava que a cidade representava um organismo vivo, visto que àquela
funcionava como este, já que cresce, invade algumas áreas, domina e expulsa outros tipos de
vida existentes naquele local.

Burguess se apropriou e sistematizou o processo de crescimento descrito por Park. Para


tanto, ele criou a teoria das zonas concêntricas, na qual afirmava que a cidade se expande de
forma radial, ou seja, de dentro para fora, em círculos concêntricos, descritos como zonas.

Shaw e Mckay apresentam uma enorme contribuição ao fazer análise da delinquência


juvenil. a l
io n
a c
Em suas apreciações, Shaw e Mckay perceberam a correlação entre respectivos índices de
u c y
d o
criminalidade e a localização da residência em cada uma das áreas das zonas concêntricas.
E od
e
rt s G
Notaram que quanto mais afastada dos centros, menor era a taxa de criminalidade.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Os criminólogos concluíram, também, que regiões com Índice de Desenvolvimento

r um
Humano (IDH) baixo tem maiores taxas de criminalidade e que regiões com IDH alto/ótimo,
F 4.3 gm
e n 9 a
tem menores taxas de criminalidade.
V re n 5.1 es@
Ad Lo The0Jackroler
3 nd Delinquency Areas
Destacam-se as obras “
na
” e “ ”. Segundo lembra Viana

e r
(2019), foram nessas obras que Shaw e Mckay chegaram a algumas conclusões. São elas:
f
o y
o d
A) Nas áreas criminais, a opinião pública possui débil eficiência na formação
lg
do comportamento dos jovens. Familiares e vizinhos geralmente aprovam o
comportamento do jovem;
B) Alguns bairros oferecem oportunidades à delinquência;
C) As atividades delinquenciais começam muito cedo, como parte de um jogo
das ruas;
D) As taxas de delinquência são mais elevadas nas zonas de transição.

Os autores verificaram, também, que o índice de criminalidade de determinada região,


associado a outros problemas sociais(desemprego, drogadição, pobreza, por exemplo),

9
despontava expressiva constância: ele permanecia constante mesmo com o fluxo de
moradores.

A concepção de Shaw e Mckay sobre o surgimento da criminalidade está diretamente


ligada à relação existente entre organização sociale controle social.

Nas áreas urbanas de menor controle social informal há maior desorganização social e é
justamente essa desorganização que cria as condições ideais para a propagação das
representações favoráveis ao crime. Essas representações, observadas e apreendidas pelas
crianças e jovens, são transmitidas de geração a geração, instaurando-se, por assim dizer, uma
tradição da delinquência (VIANA, 2019).

a l
io n
a c
u c y
E od d o
e
O nascimento da criminalidade, para Shaw e Mckay, está localizado, portanto, dentro das
rt s G
o de
“zonas de propagação”, aquelas nas quais não imperam valores pró-sociais.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
A preocupação básica de Shaw foi estabelecer as bases de programas político-criminais
F 4.3 gm
e n 9 a
tendentes à prevenção delitiva. Ainda hoje existe um deles: o Chicago Area Project (CAP).
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Na opinião de Viana (2019), o propósito do estudo da Escola de Chicagofoi demonstrar

f e r
que existe tendência a que um tipo de criminalidade ocorra em algumas áreas, mas a
o y
delinquência não é causada pela simples razão da localização geográfica.
o d
lg
Abaixo, listamos três importantes críticas à Escola de Chicago. São elas:

Primeira crítica:limitação da própria investigação. Preocupou-se em estudar as áreas da


residência dos delinquentes e não as áreas onde os crimes ocorriam.

Segunda crítica:A teoria das zonas concêntricas não representava a maioria das
cidades americanas; ao contrário, o desenvolvimento das cidades polarizava-se em torno das
principais ruas e não a partir do centro.

10
Terceira crítica:quanto a metodologia. Ao considerar apenas cifras oficiais, as conclusões
tornam-se altamente questionáveis, a atuação das agências de controle social é
discriminatória e com alvos bem definidos; a vigilância é muito mais ostensiva em
determinados bairros.

A Escola de Chicago atribui sobrepeso à desorganização social, elevando-a à categoria de


fator criminógeno.

O sucesso no enfrentamento da criminalidade passa pelo controle social informal.


Essa é a razão pela qual os criminólogos da Escola de Chicago atribuírem a igreja, família,
vizinhança e a escola papel determinante para obstar a desorganização social, reconstruir a
coesão sobre os valores, e, de forma consequente, controlar a criminalidade.

a l
Ainda se fala em adoção de medidas de intervenções urbana como, por exemplo,
io n
planejamento de cidades.
a c
u c y
d o
Vale destacar o empirismo e o espírito reformistada Escola de Chicago.
E od
e
rt s G
Compreender a cidade como algo muito além da simples estrutura material.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A contribuição mais significativa: utilização do método qualitativo da investigação e de

r um F 4.3 gm
outros métodos de investigação como análise de documentos, mapa social, análise
e n 9 a
V re
d Lo 03 nd n 5.1 es@
documental, os quais permanecem largamente aceitos (VIANA, 2019).

A na
2.2 Teorias Estrutural-Funcionalistas: Teoria da Anomia
f e r
o y
o d
A mola propulsora para o desenvolvimento da Sociologia Criminal no século XX foi o
lg
grande fenômeno migratório pelo qual passavam os Estados Unidos.

A Criminologia norte-americana se desenvolve como disciplina independente do Direito


Penal e com vocação de disciplina sociológica e social-psicológica.

2.2.1 Introdução a Teoria da Anomia

A teoria da anomia foi idealizada por Émile Durkheime, posteriormente, aperfeiçoada


por Robert K. Merton.

11
O significado de anomiaé a ausência ou desintegração entre o sistema de valores e o
sistema de normas sociais.

As sociedades em estado de sinomia caracterizam-se, especialmente, pela coesão


normativa e pela harmonia do sistema de valores.

Sinomia:expressa a congruência da solidariedade social presente em sociedades com


baixo índice de criminalidade.

a l
io n
A teoria da anomiaé uma das teorias estruturais funcionalistas. Interpretae analisa o
crime como fenômenos social, normal e funcional. a c
u c y
E od d o
Sua principal contribuiçãofoi àcompreensão do crime dentro de uma moldura de
e
rt s G
normalidade em contraposição ao anteriormente denunciado modelo da anormalidade
p o de
S ern 11- ail.com
biológica defendida pelo positivismo. u an 06
r um F 4.3 gm
O processo de interação social e interpessoal são determinantes para a origem da
e n 9 a
V re
d Lo 03 nd n 5.1 es@
criminalidade, a qual está relacionada com a estrutura social da sociedade.

A na para Durkheim
2.2.2 Teoria da Anomia
f e r
o y
d
Durkheimfoi o criador do moderno pensamento sociológico. O fundamental para a
o
lg
elaboração do seu modelo teórico está na divisão do trabalho.

Contexto histórico:Revolução Francesa de 1789 e Revolução industrial.

Tais revoluções impulsionaram Durkheim a criar as bases teóricos explicativas de uma


sociedade racional e solidária.

Foi,especialmente, nas obras “As Regras do Método Sociológico” e “A Divisão do


Trabalho Social” que ele enfrentou o tema da anomia.

Basicamente, os conceitos elementares são solidariedade sociale consciência coletiva.


12
A consciência coletiva é o sistema de representações coletivas comuns à medida dos
membros de uma sociedade.

A consistência social é responsável por gerar o sentimento de solidariedade.

O nível de coesão dessa consciência coletiva, porém, varia de acordo com o tipo de
sociedade. Durkheim aponta dois tipos de sociedade: primitiva (ou simples)e
contemporânea.

 Sociedade simples:há uma solidariedade mecânica, isto é, são sociedades que


partilham os mesmos valores, sentimentos e crenças religiosas.
 Sociedade contemporânea:são mais complexas, dinâmicas e evoluídas. Existe a
solidariedade orgânica, que é o contrário da mecânica.

a l
n
A importância da teorização de Durkheim é compreender o crime a partir das estruturas
io
sociais, ou seja, o fenômeno criminal como um fenômeno social cultural.
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A teoria da anomia caracteriza-se por ser uma teoria estrutural, pelo seu determinismo
sociológico, pela normalidade e funcionalidade do crime e pela ideia de que a perda das

f e r
referências coletivas normativas que orientam a vida em sociedade e leva ao
o y
o d
enfraquecimento da solidariedade social.
lg
(CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal)Julgue o item a seguir,
relativos a modelos teóricos da criminologia. Foi considerada correta a assertiva - De acordo
com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade social do indivíduo de atingir
suas metas pessoais, o que o faz negar a norma imposta e criar suas próprias regras,
conforme o seu próprio interesse.

13
Para a teoria da anomia, o crime é compreendido como algo normal e necessário.

Nas palavras de Durkheim, o crime se produz em todas as sociedades. Não há nenhuma


em que não haja criminalidade. Não há um fenômeno que apresente de maneira tão
irrefutável como a criminalidade todos os sintomas da normalidade. Pode acontecer, contudo,
que o crime assuma formas anormais, por exemplo, quando atinge uma taxa exagerada.3

Para Durkheim, o crime é inevitável.O normal é o contínuo e longo processo de


verificação da existência de crimes. Em algumas hipóteses, o crime anuncia ou até mesmo
antecipa a mudança social.

Segundo Viana (2019), o grande equívoco de Durkheim decorre da confusão entre


constância estatística e normalidade.

a l
ion
Para quem discorde dessa característica de normalidade, o crime é um fenômeno social
anormal, embora seja constante. (Contrariando a doutrina de Durkheim). a c
u c y
E odd o
Ao tratar da utilidade do crime, Durkheim defende que o crime é um fator de saúde
pública e é parte integrante de toda sociedade sã.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O crime está ligado as condições fundamentais de qualquer vida social e, precisamente

r um F 4.3 gm
por isso, é útil; as condições a que está ligado o crime são indispensáveis para a evolução
e n 9 a
V
normal da moral e do direito.
re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
A liberdade de pensamento que gozamos hoje nunca poderia ter sido proclamada se as
f e r
y
regras que a proibiam nunca tivessem sido violadas.4

o do
Existe a ideia delg
que o criminoso tem um papel importante na sociedade. Essa visão
contraria toda a tradição da Criminologia precedente (o positivismo encabeçado por Cesare
Lombroso) que colocava acento na patologia do criminoso.

A criminalidade é o preço que se paga para as mudanças sociais. Há um deslocamento


de perspectiva.

3
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico.Op. cit., p. 119.
4
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Op. cit., p. 121
14
Durkheim refuta essa ideia iluminista e sugere uma teoria da pena ancorada na ideia de
retribuição em virtude dos valores coletivos afetados com o crime. Discorda das teorias da
prevenção geral e da prevenção especial.

O sociólogo parte da premissa de que o crime possui uma realidade construída e


modificável. Não reprovamos o crime porque é um crime, mas é um crime porque
reprovamos.

A pena acaba, no seu entendimento, não sendo um remédio para o mal. A pena
desempenha a modal função de reforçar a consciência coletiva sobre valores dominantes.

2.2.3 Teoria da Anomia para Merton

a l
Robert K. Merton assume e adapta a teoria da anomia ao modelo de vida norte-
americano da primeira metade do século XX.
ion
a c
u c y
Merton cria uma ponte entre desviação e estruturas sociais.
E od d o
e
rt s G
Sua teoria está fortemente aliada a noção de American Dream, isto é, Sonho Americano.

p o de
A partir do século XX, entre os norte-americanos, há a procura do sucesso econômico a
S ern 11- ail.com
u an 06
qualquer custo. Para muitos, pessoas sem dinheiro são pessoas sem valor; fracassadas;

r um F 4.3 gm
degradadas.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
O sonho americano não tem ponto final nem comporta limitação alguma na rota do
sucesso.
f e r
o y
d
O criminoso não é um doente, apenas (re)age diante da pressão que a estrutura social
o
exerce sobre ele. lg
Elementos fundamentais para a compreensão do pensamento de Merton: estrutura
culturale estrutura social. A primeira é o conjunto de valores que regulam comportamento
comum dos membros de determinada sociedade. A segunda é o complexo de relações sociais
em que os membros de uma sociedade ou de um grupo se acham diversamente inseridos.

Anomia em Merton é, portanto, a crise da estrutura cultural que se verifica


especificamente quando existe forte discrepância entre normas e fins culturais, de um lado, e

15
possibilidades estruturadas socialmente de atuar em conformidade com aquelas, por outro
lado (VIANA, 2019).

Uma sociedade anômica é caracterizada por uma distribuição seletiva das estruturas
sociais e permite que apenas alguns indivíduos possam alcançar as metas culturais.

O comportamento desviante não é, portanto, uma opção do indivíduo, senão uma


consequência da estrutura social defeituosa.

a l
n
A perigosa ideologia social da igualdade em uma sociedade estruturada desigualmente e
io
c
o fetichismo do sucesso econômico são fatores essenciais para a etiologia do
a
comportamento criminoso. u c y
d o
E od
e
rt s G
Como lembra Viana (2019), importante mencionar que no estudo da teoria da anomia
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
por Merton se dá a noção da tipologia das adaptações. São elas: conformismo, inovação,
ritualismo, evasão e rebelião.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
1. Conformismo:modo mais simples de adaptação. O indivíduo aceita e
re
Ad Lo 03nand
internaliza o respeito às metas culturais e aos meios institucionalizados para
alcançá-las.
f e r
2. y
Inovação: ooindivíduo adere aos fins culturais, mas não aos meios legítimos
d
l o
para galcançá-los, razão pela qual pretende obter o sucesso por meios
ilegítimos, ou seja, o crime.
3. Ritualismo:característico da baixa classe média estadunidense. O indivíduo
renuncia às metas culturais impostas pela sociedade, por se achar incapaz
de alcançá-la, mas respeita aqueles que buscam atingir os fins culturais
pelos meios legítimos. É a perspectiva do indivíduo que entrega à sociedade
aquilo que ele pode, nem mais nem menos.
4. Evasão (ou apatia): se traduz na negação, tanto das metas culturais quanto
dos meios legítimos. Alienados socialmente. Por exemplo: os que se

16
encontram no mundo das drogas, alcoólatras, “vagabundos”, párias. São
indivíduos que estão na sociedade, mas não fazem parte da sociedade.
5. Rebelião: corresponde a substituição por novos fins culturais e novos meios
institucionalizados. Querem uma nova ordem social. O comportamento
desviante não é derivado de fatores biopsicológicos dos indivíduos, senão
do pertencimento a determinado grupo social.

A perigosa ideologia social da igualdade em uma sociedade estruturada desigualmente e


o fetichismo do sucesso econômico são fatores essenciais para a etiologia do comportamento
criminoso.

Algumas críticas à teoria da anomia:

l
Para Durkheim, a anomia surge quando, pela desintegração da consciência coletiva, as
a
io n
necessidades naturais do homem emergem além da possibilidade de cumprimento.

a c
u c y
Para Merton, as necessidades de sucesso, status, não são naturais, mas sim socialmente
induzidas. E od d o
e
rt s G
p o de
Crítica à Merton:o conceito é limitado ao modelo de ideologia norte-americano. Nem

S ern 11- ail.com


u an 06
todos os indivíduos estão em permanente processo de competição (rivalidade desportiva),

r um F 4.3 gm
tampouco aceitam a meta de sucesso individual como fim e objetivo primordial de vida.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Para a concepção de Merton ser universalmente válida, todos os indivíduos pertencentes
às classes sociais mais baixas tenderiam ao comportamento criminoso, mas a realidade
f e r
desmente essa conclusão.
o y
o d
lg
2.2.4 Teoria da Frustração de Agnew

Uma nova roupagem da teoria da anomia foi apresentada por Robert Agnew.

O crime é um problema de estrutura social.

Ele também parte do pressuposto de que a criminalidade é consequência de uma


situação de pressão social. Sentimento de frustração, raiva, medo que podem decorrer de
determinados estados afetivos negativos derivados das relações com outras pessoas.

17
Para Agnew, a teoria da anomia deve ser compreendida a partir de uma dimensão
individual. Uma situação de tensão entre as suas expectativas e as suas conquistas. Essa
tensão gera um estado de frustração que explica o recurso à delinquência.

Essa nova teoria por Agnew,promove mudanças na concepção clássica da anomia.


Apresenta que é possível considerar fatores de pressão:

a) Pressão derivada da impossibilidade alcançar as metas sociais desejadas.


b) Pressão derivada da privação dos estímulos positivos que o indivíduo já
possui ou que espera possuir.
c) Pressão derivada da confrontação do indivíduo com situações negativas
ante as quais ele não pode escapar.

l
Diante dos estados afetivos negativos gerados por essas espécies de frustração,
a
io n
desperta-se no indivíduo a necessidade de mitigar o impacto desses estados, isto é, de aliviar

a c
c y
a situação de pressão que sob ele se instaura. O delito não é outra coisa senão uma das
u
possíveis formas de fazê-lo.
E od d o
e
rt s G
o de
Para Agnew, isso se deve a diferentes fatores estratégicos utilizados para superar essas
p
situações de pressão.
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
2.3 Teorias Subculturais
a
e enn .19 s@
d V r 35 de
A L 0 nano
As teorias subculturaisnão representam outra coisa senão um aprimoramento das
contribuições de Durkheim e Merton.
f e r
o y
o d
Teorias subculturais são, por natureza, teorias de classes sociais. Não por outra razão
lg
estão em estrita ligação com as teorias que marcam em seu eixo fundante na desorganização
social.

Para Cohen, subcultura é a cultura dentro da cultura.

Para Viana (2019), cultura é toda ação que individualiza um grupo e torna-o singular e
inconfundível.

A teoria da subcultura delinquente é uma teoria que começou a ser discutida logo após
a Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos.
18
Os EUA, após a Grande Guerra, começaram a ter uma ascensão econômica. A partir
desse momento, quando começou a enriquecer, houve um aumento da erosão social. Ricos
cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. Consequentemente, houve aumento de
uma criminalidade violenta.

Subcultura dá a ideia de que existe uma ‘cultura principal’. Vale ressaltar, ainda, que
subcultura é diferente de contracultura.

Subcultura ≠ Contracultura
a l
ion
a c
Subcultura é a cultura dentro da cultura. As pessoas se retiram da sociedade por terem

u c y
padrões de comportamento diferentes.
d o
E od
e
rt s G
Contracultura é a existência de pessoas que contestam, que confrontam a cultura
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
existente.

r um F 4.3 gm
Essa teoria prega que quanto mais cresce uma parcela pobre e afastada da sociedade a
e n 9 a
V n 5.1 es@
criminalidade, inevitavelmente,vai aumentar (exemplos dados: gangues de pichadores,
re
Ad Lo 03nand
skinheads, gangues de bairros, membros de facções).

f e r
Dentro do quadro
o de ysubcultura,
portanto, o comportamento delinquencial é
perfeitamente normal. É o d
significativa a afirmação de que “as teorias da subcultura partem do
lg
princípio de que delinquentes são as culturas e não as pessoas. ”

2.3.1 A Teoria de Cohen

Albert K. Cohen, estuda a delinquência juvenil na obra “Delinquent Boys (1955) ”, onde
verificou a existência de subculturas criminosas nas gangues de delinquentes juvenis. As
classes mais baixas têm acesso impedidos aos valores que são adotados pela classe média. Há
um natural estado de frustraçãoque, de certa forma, é responsável por conduzir o jovem a
aderir a uma subcultura (de grupo).

19
A teoria da anomiaé a que explica que as subculturas surjam entre jovens da classe
operária que não encontrem resposta para a sua frustração dentro da cultura geral que
enfatiza o eixo econômico; a teoria da associação diferencialexplica o processo de influência
cultural do grupo sobre o indivíduo que permite que uns e outros valorizem o ato
desvalorizado pela cultura geral.

Como lembra Viana (2019), Cohen caracterizou a subcultura delinquente em:

a) Não utilitarista:as gangues delitivas eram compostas por jovens do sexo


masculino, pertencentes a famílias da classe trabalhadora; o não utilitarismo
encontra sentido no fato de que jovens delinquentes não têm como objetivo
ganhos econômicos, mas outras razões, como o prestígio. Coisas que não precisam
ser obrigatoriamente utilizáveis ou necessárias.
a l
n
b) Maldosa:por derivar do desprezo e desafio à sociedade da qual estão despojados;
io
c
os jovens das classes baixas revelam prazer em agredir as pessoas e quebrar os
a
padrões sociais. u c y
E od d o
c) Negativista:representa a subversão da cultura dominante, ou seja, não tem
e
rt s G
p o de
referência autônoma. Contrário da cultura geral.
m
S u an 06
- c o
d) Flexível:não se especializam em determinado desvio.

m e rn 11 ail.
short-run hedonism
e) Hedonista ( ):atalho para o hedonismo. Os delinquentes
r u a F 4.3 gm
e enn .19 s@
juvenis, sem metas em longo prazo, têm o desejo impulsivo de se divertir.
V
A d r 35 e
f) Cultura de grupo:solidariedade interna. Membros costumam manter forte e
Lo 0 and
estreita união e resistir às pressões da cultura externa: os integrantes são solidários

f e
com o grupo, mas tendem
rna ser hostis em relação a outros grupos.
d oy
lgo pelos valores dominantes no sistema americano, os quais são
Jovens são avaliados
determinados pela classe média.

Subcultura delinquentetoma suas normas da cultura dominante, mas as inverte.

Defende a existência de uma subcultura da violência, afirmando que alguns grupos


passam a aceitar a violência como um meio normal de solução de conflitos sociais,
valorizando esta violência na mesma proporção em que a sociedade dominante impõe sanção
àqueles que deixam de cumprir as leis.

20
Cohen desenvolve três modos de adaptação: the college boy; stable corner-boy
responsee delinquent response.

The College Boy: aceita as metas estabelecidas pela classe média e esforça-se para obter
reconhecimento;

Stable Corner-Boy Response: renuncia as aspirações e assume o papel de “bom menino


humilde de bairro”;

Delinquent response:resposta delinquente. O jovem rejeita os padrões estabelecidos e


segue aqueles estabelecidos pela sua subcultura.

Cohen defendia, essencialmente, a abertura de possibilidades aos jovens da classe

l
baixa, isto é, a todos esses jovens – para que pudessem se sentir valorizados – deveria ser
a
io n
proporcionada a possibilidade de atingir o mesmo status professado pela classe dominante
(VIANA, 2019). a c
u c y
E od d o
2.3.2 A Teoria de Cloward e Ohlin e a Teoria de Miller
e
rt s G
p o de
Richard Cloward e Lloyd Ohlin também se juntam ao pensamento de Merton.
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
Ao limitar seu objeto de investigação à delinquência juvenil de gangues, eles criam a
F 4.3 gm
a
e n 9 opportunity
differential
teoria da oportunidade diferencial ( ).
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Assim como é variável a oportunidade de ser bem-sucedido por meios legítimos,

f e r
também é variável o sucesso por meios ilegítimos. Os membros juvenis da classe baixa são
o y
d
mais propensos a se desviarem porque têm menos oportunidades para alcançar o sucesso por
o
meios legítimos. lg
Diferentemente de Merton (e de Cohen), Cloward e Ohlin afirmaram que nem todos os
jovens da classe baixa desejam alcançar o sonho americano: nem todos querem viver como a
classe média vive.

Introduzem o conceito de oportunidades ilegítimas diferenciais, a partir das quais


decorrem três possibilidades de adaptação (três tipos de subculturas): criminal subculture;
conflict subculturee retreatist subculture.

21
Subcultura criminal:os jovens têm acesso a uma criminalidade adulta já estruturada;

Subcultura de conflito:desenvolve-se em áreas onde não há estrutura estável de


criminalidade; em outros termos, não existe real oportunidade de se adquirirem modelos
criminais.

Subcultura do afastamento:se equipara à tipologia mertoniana de evasão, caracteriza-se


pela renúncia aos valores coletivos e culmina no recurso às drogas ou ao álcool.

Assim como a oportunidade de meios legítimos varia entre os grupos sociais, o mesmo
acontece com o acesso à estrutura de oportunidades ilegítimas.

Não é qualquer um que pode converter-se em delinquente, tampouco em qualquer tipo


de delinquente. Isso depende da organização social de cada bairro da classe baixa.5
a l
ion
c
A estrutura de oportunidades ilícitas para construir a carreira do delinquente depende de:
a
u c y
a) Existência de uma delinquência adulta;
E od d o
e
b) Existência de estruturas de integração do jovem com o mundo delitivo
rt s G
adulto;
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
c) Integração do mundo delitivo ao mundo legal.

r um F 4.3 gm
Enquanto isso, Walter B. Millertenta explicar a subcultura da classe baixa ou, como
e n 9 a
V n 5.1 es@
prefere, a cultura da classe inferior. Para ele, o sistema de valores e o estilo de vida não
re
Ad Lo 03nand
dependem de fatores econômicos.

f e r
y
A criminalidade que se dá nos bairros da classe baixa não decorre de rebeldia de valores
o
o d
como meio ao reconhecimento, mas porque o delinquente é um conformista com os valores
lg
que lhe transmite sua própria classe social (a classe baixa).

Para Miller, o crime resulta da própria cultura da classe baixa, a qual tem e mantém o
seu próprio sistema de valores.

5
ANITUA, Gabriel Ignácio. Histórias dos Pensamentos Criminológicos. Op. cit., p. 505.
22
2.4 Teoria da Graxa Sobre Rodas

Segundo essa teoria, vislumbra-se umponto positivo na corrupção: o giro da máquina


pública. Embora uma grave conduta esteja sendo praticada, com consequências drásticas, o
Estado está funcionando.

Essa teoria vem da ideia de que o corrupto, como um gestor público, um político ou um
coautor de Crime contra a Administração Pública, apesar de sujar as mãos (graxa) faz a rodar
girar.

Em outras palavras, para essa teoria, alguns atos de corrupção devem ser tolerados,
pois contornam a pesada burocracia do Estado, dando maior liberdade ao setor privado e

l
gerando crescimento econômico, de maneira que a corrupção seria uma espécie de graxa que
a
io n
destrava as engrenagens estatais, fazendo o estado funcionar com eficiência (CAMPIDELLI,
2018). a c
u c y
E od d o
É o que popularmente ficou conhecido como “rouba, mas faz”.
e
rt s G
p o de
Apesar de ser uma teoria pouco conhecida, ela já foi objeto de prova de concurso

S ern 11- ail.com


u an 06
público, mais precisamente, em prova aplicada no ano de 2017 para o cargo de Promotor no

r um
Ministério Público de Minas Gerais.F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
O contraponto da teoria da graxa sobre rodas é encontrado na teoria da bola de neve,
segundo a qual qualquer ato de corrupção, em qualquer grau e por qualquer motivo, atrai
f e r
y
mais corrupção, bem como na teoria das engrenagens travadas, que afirma que a tolerância
o
o d
à prática de atos de corrupção cria um ambiente institucional ruim, gerando insegurança e
lg
inibindo o crescimento econômico.

2.5 Teoria do Vampiro

Essa teoria surge de uma ideia que parte da psicologia, a qual busca explicar algumas
das causas de crimes sexuais, tais como estupro, estupro de vulnerável, violação sexual
mediante fraude.

23
Segundo essa teoria, crianças ou jovens que foram estupradas ou sofreram algum tipo de
abuso sexual na infância ou adolescência, são sujeitos propensos a se tornarem pessoas
agressivas no futuro. E, ainda, há uma tendência de praticarem os mesmos crimes no
futuro.

2.6 Teoria das Janelas Quebradas

Essa teoria surgiu nos Estados Unidos na década de 1970. Partindo da Universidade de
Stanford, alguns pesquisadores queriam saber qual a causa da criminalidade crescente nos
Estados Unidos.

Para tanto, fizeram o seguinte experimento: pegaram dois carros e os abandonaram em


locais diferentes, sendo um em um bairro pobre e outro em um bairro rico.
a l
io n
c
Com o passar dos dias, o carro deixado no bairro pobre começou a ser depredado,
a
u c y
despedaçado.Enquanto isso, no bairro rico, o veículo deixado estava intacto.

E od d o
e
Os pesquisadores, então, começaram a concluir que a criminalidade estava ligada à
rt s G
p o de
pobreza. Para eles, quanto mais pobre, mais chances de o sujeito praticar um crime.

S ern 11- ail.com


u an 06
Entretanto, tal afirmação eramuito frágil, visto que não explicaria, por exemplo, os crimesdo

r um F 4.3 gm
colarinho branco, bem como crimes praticados por pessoas mais ricas e poderosas.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Outro pesquisador resolveu esperar mais um tempo. Para isso, foi até o bairro rico e
quebrou um pedaço da janela do veículo abandonado. A partir daí, nos dias seguintes, o que
f e r
y
já havia acontecido no bairro pobre passou a acontecer no bairro rico.

o do
Esse pesquisadorlg
concluiu que toda vez que se mostra para a sociedade que não há
intolerância com infrações pequenas, vai-se estimular infrações grandes. É a famosa cultura da
impunidade.

A ausência do estado em reprimir determinados crimes vai estimular o criminoso a


praticar crimes maiores.

Essa teoria, na verdade, começou a ser desenvolvida em 1982, quando o cientista político
James Q. Wilson e o psicólogo criminologista George Kelling, americanos, publicaram um
estudo na revista Atlantic Monthly, estabelecendo, pela primeira vez, uma relação de
24
causalidade entre desordem e criminalidade.O estudo realizado por esses criminologistas teve
por base a experiência dos carros abandonados no Bronx e em Palo Alto (FREITAS apud
Pellegrini, 2014).

A partir dessa teoria que surgem movimentos como Law & Order nos EUA, a política de
segurança pública de tolerância zero.

No Brasil, a teoria das janelas quebradas pode ser encontrada na Lei Maria da Penha.
Promulgada em 2006, a Lei proíbe todos os institutos despenalizadores que beneficiam o
criminoso, tais como a transação penal e a suspensão condicional do processo, os quais, estão
previstos na Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais).

2.7 Teoria dos Testículos Despedaçados


a l
io n
c
Tanto essa teoria, quanto a teoria das janelas quebradas decorrem dos estudos da Escola
a
de Chicago.
u c y
E od d o
e
Em virtude deste círculo concêntrico que se divide uma cidade pela sua arquitetura
rt s G
(centro cívico, subúrbio e guetos),
p o de
surge a chamada de teoria dos testículos

S ern 11- ail.com


u an 06
quebrados/despedaçados (“broken balls”), que diz respeito a retirar pessoas “indesejadas”,

r um F 4.3 gm
“estranhas” e “esteticamente feias” dos centros cívicos de forma humilhante (com violência
e n 9 a
V n 5.1 es@
policial), daí a ideia dos testículos despedaçados (OLIVEIRA, 2019).
re
Ad Lo 03nand
Quanto maior a repressão dos policiais na perseguição ao criminoso, ainda que por
f e r
y
infrações leves, acaba-se por retirá-lo da cidade/local do crime.

o do
A principal críticalg
a essa teoria é que ela não resolve o problema da criminalidade, o
que ela faz, pelo menos, é afastar a figura do criminoso na região, por parte da polícia.

Esse nome inusitado veio da ideia de que se o policial pressionar o criminoso de tal
forma que chegue a “despedaçar os testículos”, o criminoso vai estar migrando para outras
regiões.

É uma teoria exótica, porém, acaba sendo cobrada em concursos públicos.

25
Ante o surgimento dessas teorias exóticas, diferentes, muitos doutrinadores e juristas
passaram a criticá-las. Pode-se tomar por exemplo Lênio Streck e Aury Lopes Jr. Inclusive, vale
a leitura de artigo científico de autoria Lênio Luiz Streck, disponível em seu site ConJur6.

a l
io n
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

6
<https://www.conjur.com.br/2017-abr-06/senso-incomum-concursocracia-teoria-graxa-testiculos-despedacados>
26
QUADRO SINÓTICO

TEORIAS BASEADAS NA VERTENTE BIOLÓGICA

TEORIA/ÁREA
CONCEITO
DE ESTUDO

Édefinida como o estudo das medidas de tamanho e


a l
Antropometria
proporções do corpo humano.
io n
a c
u c y
E od d o
e
Ciência que estuda os diversos aspectos da vida social em
rt s G
Antropologia p o de
diferentes culturas ou sociedades humanas. Sua principal

S ern 11- ail.com


u an 06
característica é o interesse pela diversidade de modos de viver

r um F 4.3 gm
da humanidade.

e n 9 a
V re n 5.1 es@
É a ciência do tipo humano poliédrico, concebido como

Ad Lo 03nand
Biotipologia unidade vital (biotipo), com várias facetas: morfologia,

f e r fisiologia e psicologia.
y
o do
Existem várias tentativas de explicar condutas delituosas em
lg função de patologias cerebrais, especialmente, após a criação
Neurofisiologia do eletroencefalógrafo – EEG, que é o aparelho responsável
por registrar a atividade elétrica do cérebro.

Também esteve inserida dentro das teorias acerca da


criminalidade. Diversas foram às investigações que trataram de
Endocrinologia conduzir o comportamento humano em geral –
especificamente o criminal – a processos hormonais ou
endócrino-patológicos

27
Entende que o homem é um organismo biossocial, de modo
Sociobiologia que sua conduta é influenciada, diretamente, por condições
físicas e por fatores ambientais.

TEORIAS BASEADAS NA VERTENTE SOCIOLÓGICA

TEORIA IDEIAS

a
A sociedade se mantém graças ao consenso de todos osl
Teorias do Consenso
io n
membros acerca de determinados valores comuns um

a
paraíso na terra.c
u c y
d o
A coesão e a ordem estão fundadas na força; “toda
E od
Teorias do Conflito
e
sociedade se mantém graças à coação que alguns de seus
rt s G
p o de
membros exercem sobre os outros”.

S ern 11- ail.com


u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V reTEORIAS s @
n 5.1DOeCONSENSO
Ad Lo 03nand
f e r
TEORIA
o y CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

o d
lg
a) Conceito:a principal tese para explicação do crime
reside na ideia de zonas de delinquência, espaços
geográficos que explicam o crime e também sua
ESCOLA DE CHICAGO distribuição pela área. Busca explicar o crime por
meio das cidades;
b) Método:Empírico;
c) Representantes: Robert Park, Clifford R. Shaw,
Henry D. Mckay e Ernest Burgess;

28
d) Objeto:condições sociais e o seu laboratório são as
cidades;
e) Críticas:investigação limitada, visto que não
representa todas as cidades; utilização de dados é
questionada;

a) Conceito:é uma teoria estrutural-funcionalista, visto


que analisa e explica o crime como fenômeno social,
normal e útil;
b) Representantes: os mais importantes – Émile
Durkheim e Robert K. Merton;

l
c) Durkheim:trabalha os conceitos de normalidade e
a
TEORIA DA ANOMIA n
utilidade, bem como de consciência coletiva e
io
solidariedade social;
a c
u c y
d) Robert K. Merton:adaptou a teoria da anomia

E odd o
desenvolvida por Durkheim. O crime estaria ligado
e
rt s G
ao modelo cultural de vida norte-americano.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@ a) Conceito:As minorias possuem subculturas que

Ad Lo 03nand diferem e se chocam com “as maiorias”. Baseiam-se

TEORIAS f e rprincipalmente nos jovens delinquentes, sob o

o y ponto de vista de rebeldia contra os valores


SUBCULTURAIS
lg od estabelecidos pela classe média dominante;
b) Representantes: Albert K. Cohen, Richard Cloward e
Lloyd Ohlin e, ainda, Walter B. Miller;

Alguns atos de corrupção devem ser tolerados, pois


TEORIA DA GRAXA contornam a pesada burocracia do Estado, dando maior
SOBRE RODAS liberdade ao setor privado e gerando crescimento
econômico, de maneira que a corrupção seria uma espécie
de graxa que destrava as engrenagens estatais, fazendo o

29
estado funcionar com eficiência.

Segundo essa teoria, crianças ou jovens que foram


estupradas ou sofreram algum tipo de abuso sexual na
infância ou adolescência, são sujeitos propensos a se
TEORIA DO VAMPIRO tornarem pessoas agressivas no futuro.

E, ainda, há uma tendência de praticarem os mesmos


crimes no futuro.

l
Essa teoria, na verdade, começou a ser desenvolvida em
a
n
1982, quando o cientista político James Q. Wilson e o
io
a c
psicólogo criminologista George Kelling, americanos,
TEORIA DAS JANELAS
u c y
publicaram um estudo na revista Atlantic Monthly,
QUEBRADAS
E od d o
estabelecendo, pela primeira vez, uma relação de
e
rt s G
causalidade entre desordem e criminalidade.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand Em virtude deste círculo concêntrico que se divide uma
cidade pela sua arquitetura (centro cívico, subúrbio e
f e r
guetos), surge a chamada de teoria dos testículos
TEORIA DOS y
oquebrados/despedaçados (“broken balls”)que diz respeito
TESTÍCULOS go
d
l a retirar pessoas “indesejadas”, “estranhas” e “esteticamente
DESPEDAÇADOS
feias” dos centros cívicos de forma humilhante (com
violência policial), daí a ideia dos testículos despedaçados
(OLIVEIRA, 2019).

30
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1

(INSTITUTO ACESSO - 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA)O pensamento criminológico


moderno, de viés macrossociológico, é influenciado pela visão de cunho funcionalista
(denominada teoria da integração, mais conhecida por teorias do consenso) e de cunho
argumentativo (denominada por teorias do conflito). É correto afirmar que:

a l
io n
c
A)São exemplos de teorias do consenso a Escola de Chicago, a teoria de associação
a
u c y
diferencial, a teoria da subcultura do delinquente e a teoria do etiquetamento.

E od d o
B)São exemplos de teorias do conflito a teoria de associação diferencial a teoria da anomia, a
e
rt s G
teoria do etiquetamento e a teoria crítica ou radical.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
C)São exemplos de teorias do consenso a Escola de Chicago, a teoria de associação

r um
diferencial, a teoria da anomia e a teoria da subcultura do delinquente.
F 4.3 gm
e n 9 a
D)São exemplos da teoria do consenso a teoria de associação diferencial, a teoria da anomia,
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
a teoria do etiquetamento e a teoria crítica ou radical.
E)São exemplos da teoria do conflito a Escola de Chicago, a teoria de associação diferencial, a
f e r
d oy
teoria da anomia e a teoria da subcultura do delinquente.

lgo
Comentário:

TEORIAS DO CONSENSO - A sociedade é firmada no consenso entre os indivíduos, através da


livre vontade. Todo elemento da sociedade tem a sua função, importância.

Seus Representantes são:

1) Escola de Chicago/Teoria Ecológica/Teoria da Ecologia Criminal;

2) Teoria da Anomia/Teoria Estrutural Funcionalista;

31
3) Teoria da Associação Diferencial/Teoria da Aprendizagem Social/Teoria do Aprendizado;

4) Teoria da Subcultura Delinquente

JÁ AS TEORIAS DO CONFLITO -Toda sociedade é fundamentada na força e coerção. Ha


imposição de alguns membros sobre outros.

Representantes:

1) Labelling Aproach/Teoria do Etiquetamento/Teoria da Rotulação Social/Teoria da Reação


Social/Interacionista ou Interacionismo Simbólico;

2) Teoria Crítica/Criminologia Crítica/Criminologia Radical ou Nova Criminologia.

Portanto, está correta a alternativa “C”.


a l
io n
Questão 2
a c
u c y
d o
(INSTITUTO ACESSO - 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA)Os modelos sociológicos
E od
contribuíram decisivamente para um e
rt s G
conhecimento realista do problema criminal

p o de
demonstrando a pluralidade de fatores que com ele interagem. Leia as afirmativas a seguir, e
marque a alternativa INCORRETA:S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V e n 5.1 es@
A)As teorias conflituais partem da premissa de que o conflito expressa uma realidade
r
Ad Lo 03nand
patológica da sociedade sendo nocivo para ela na medida em que afeta o seu
desenvolvimento e estabilidade. f e r
o y
d
B)As teorias ecológicas partem da premissa de que a cidade produz delinquência, valendo-se
o
lg
dos conceitos de desorganização e contágio social inerentes aos modernos núcleos urbanos.
C)As teorias subculturais sustentam a existência de uma sociedade pluralista com diversos
sistemas de valores divergentes em torno dos quais se organizam outros tantos grupos
desviados.
D)As teorias estrutural-funcionalistas consideram a normalidade e a funcionalidade do crime
na ordem social, menosprezando o componente biopsicopatológico no diagnóstico do
problema criminal.

32
E)As teorias de aprendizagem social sustentam que o comportamento delituoso se aprende do
mesmo modo que o indivíduo aprende também outras atividades lícitas em sua interação com
pessoas e grupos.

Comentário:

As teorias do conflito afirmam que este é necessário (não nocivo), visto que a sociedade está
sujeita a mudanças contínuas. Além disso, todo elemento coopera para sua dissolução.

Neste assunto, a harmonia social decorre da força e coerção dos dominantes perante os
dominados.

l
A Teoria do Conflitoassegura que o entender social decorre da imposição de alguns valores e
a
sujeição de outros.
io n
a c
u c y
São teorias de cunho revolucionário, que partem da ideia de que os membros do grupo não

E od d o
compartilham dos mesmos interesses da sociedade e, com isso, o conflito seria natural, às
e
rt s G
o de
vezes até mesmo desejado, para que, quando controlado, leve a sociedade ao progresso.
p
S ern 11- ail.com
Portanto, está correta a alternativa “A”.
u an 06
r um F 4.3 gm
a
e n Questão
9 3
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
(CESPE - 2018 - PC-SE - DELEGADO DE POLÍCIA)Em seu início, a sociologia criminal buscava

f e r
associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as
o y
o d
chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma
lg
visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo.

Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a
teorias sociológicas em criminologia.

As teorias sociológicas de consenso vinculam-se a orientações ideológicas e políticas


progressistas. Essas teorias consideram que os objetivos da sociedade são atingidos quando as

33
instituições funcionam e os indivíduos, que dividem os mesmos valores, concordam com as
regras de convívio.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário:

As teorias do consenso escoram que os objetivos da sociedade ocorrem quando há


concordância com as regras de convívio.
Havendo harmonia entre as instituições, de modo que a sociedade compartilhe de objetivos
comuns e aceitem as normas vigentes, então a finalidade da sociedade será atingida.
Entretanto, no momento em que um sujeito infringe alguma norma, automaticamente, torna-
a l
n
se o único responsável pelo comportamento delinquente, devendo ser punido pelo mal
io
causado.
a c
u c y
d o
Oerro da questãolocaliza-se no termo progressista, quando na verdade a teoria baseia-se no
E od
conservadorismo.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Atentar futuro delta que os termos não se assemelham. Viés progressista, no espectro político,
é mais à esquerda, enquanto que o conservador mais à direita.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
Progressistas são as teorias do conflito(labelling ou crítica), uma vez que a principal crítica
re
Ad Lo 03nand
delas é exatamente o fato de as teorias do consenso rotularem como criminosas condutas que

f e r
são praticadas necessariamente por pessoas que vivem à margem da sociedade.

o y
o d
Portanto, a alternativa está “ERRADA”.
lg
Questão 4

(CESPE - 2018 - PF–DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL)Julgue o item a seguir, relativo a


modelos teóricos da criminologia.
De acordo com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade social do indivíduo
de atingir suas metas pessoais, o que o faz negar a norma imposta e criar suas próprias
regras, conforme o seu próprio interesse.
( ) Certo

34
( ) Errado

Comentário:

SegundoRobert K. Merton, a anomia é a demonstração do vazio que se produz entre os


meios sociais e a expectativa de sucesso.

Já Émile Durkheim falava que o crime era um fenômeno normal e até mesmo positivo para a
sociedade, desde que não ultrapasse determinados limites. Para ele, anomia é a ausência ou
desintegração das normas sociais de referência, isto é, crise de valores.

A teoria da anomia caracteriza-se por ser uma teoria estrutural-funcionalista, pelo


determinismo sociológico, pela normalidade e funcionalidade do crime e pela ideia de que a
perda das referências coletivas normativas que orientam a vida em sociedade leva ao

a l
enfraquecimento da solidariedade social.
io n
a c
Associa-se no ponto de vista positivista como uma patologia.
u c y
Portanto, a alternativa está “CERTA”. E od d o
e
rt s G
p o de
m
S Questão - u an 06
c o
m ern 151 ail.
r u a F 4.3 gm
(CESPE/CEBRASPE - 2018 - PC-SE - DELEGADO DE POLÍCIA) Em seu início, a sociologia
V e
e n 9
n 5.1 es@
r
Ad Lo 03nand
criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a
englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito

f e r
segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade
o y
como um todo. o d
lg
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a
teorias sociológicas em criminologia.Relacionada a movimentos conservadores e a orientações
políticas também conservadoras, a teoria sociológica do conflito considera que a harmonia
social advém da coerção e do uso da força, pois as sociedades estão sujeitas a mudanças
contínuas e são predispostas à dissolução.
( ) Certo
( ) Errado

35
Comentário:
As teorias do consenso partem daconjetura em que existe um consenso com relação as regras
sociais a serem seguidas, o questionamento ou resistência a tais regras não são considerados
como a causa ou concausa da criminalidade. Tais teorias consideram que os objetivos da
sociedade são atingidos quando as instituições funcionam, não há necessidade de
transformação da sociedade. Nesse sentido, existe uma perspectiva conservadora nas teorias
do consenso, diferentemente do ideal progressista que está ligada à visão de progresso
infinito das sociedade mediante transformações econômica, política e social. Hoje em dia, a
visão progressista está voltada para a luta por direitos civis e individuais, bem como a
movimentos sociais, como o feminismo, o ambientalismo, o secularismo, o movimento LGBT e
o movimento negro, entre outros. Portanto, as visões progressistas identificam-se com as
teorias do conflito.
a l
io n
a c
As teorias do conflito partem do pressuposto em que as regras dentro da sociedade são

u c y
impostas por uma classe dominante contra uma classe dominada (formada pelas minorias que,
E od d o
e
em conjunto, reflete a maioria dentro da sociedade), sendo que tais regras são culturalmente
rt s G
o de
(mídia) e institucionalmente (Direito Penal) difundidas e induzidas dentro da sociedade como
p
S ern 11- ail.com
u an 06
o que seria moral e normativamente correto, fazendo com que todas as condutas contrárias a

um F 4.3 gm
tais regras façam parte daquilo que é desviante, ocasionando o direcionamento para a
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
identificação dos criminosos (rotulação) para as minorias que possuem estilos diferentes. A
re
Ad Lo 03nand
intenção subliminar e manter a realidade social como se encontra. São consideradas teorias do

f e r
conflito: a Criminologia Crítica, Radical, Nova e a teoria do labelling approach.
o y
o d
Portanto, a alternativa está “ERRADA”.
lg
Questão 6
(UEG - 2018–PC/GO - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Tendo a obra O Homem Deliquente, de
Cesare Lombroso (1836-1909), como fundante da Criminologia surgida a partir da segunda
metade do século XIX, verifica-se que, segundo a sistematização realizada por Enrico Ferri
(1856-1929), o pensamento criminológico positivista assenta-se, dentre outras, na tese de que
A) O livre arbítrio é um conceito chave para o direito penal.

36
B) Os chamados delinquentes poderiam ser classificados como loucos, natos, morais,
passionais e de ocasião.
C) A defesa social é tomada como o principal objetivo da justiça criminal.
D) A responsabilidade social, tida como clássica, deveria ser substituída pela categoria da
responsabilidade moral para a imputação do delito.
E) A natureza objetiva do crime, mais do que a motivação, deve ser base para medida da
pena.

Comentário:
(A) A Escola Clássica centra o seu estudo na concepção de que a responsabilidade criminal do
indivíduo está fundamentada no livre-arbítrio. A Escola parte da premissa de que o ser

a l
humano é livre e racional, sendo apto a tomar suas decisões e a aceitar as consequências

io n
c
decorrentes dela. Dessa forma, o indivíduo deveria ser punido porque escolheu praticar o
a
c y
crime. Tem como expoentes Cesare Beccaria (dos delitos e das penas) e Francesco Carrara.
u
E od d o
Teve com um de seus pontos positivos o desenvolvimento da fase científica do direito penal,
e
rt s G
contribuindo para a construção do conceito jurídico de crime. Dessa forma, correto dizer que
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
a Escola Clássica teve como alvo principal o delito.

r um
(B) Enrico Ferri classificou os delinquentes em cinco tipos: natos, loucos, ocasionais, habituais e
F 4.3 gm
e n 9 a
passionais. Não há a classificação de "morais".
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
(C) Para os Clássicos a pena tinha um caráter retributivo, já para os positivistas, a pena assume
a função de defesa da sociedade, guiada por um sistema de medidas e tratamentos de
f e r
readaptação do criminoso. Ora, y
d o como os positivistas viam o criminoso como um ser doente e
lgo a única saída para resguardar a coletividade seria o seu
perigoso para a sociedade,
encarceramento, enquanto se busca a sua recuperação para torná-lo “não perigoso”. Assim, a
pena era orientada justamente para a recuperação desse ser doente. O positivismo
criminológico eleva a defesa social como fator essencial de fundamentação da pena e prioriza
a prevenção especial.
(D) Os positivistas criminológicos entendem que a essência do crime não se esgota com a
violação da norma jurídica, havendo a necessidade de elaborar um conceito natural (ou
abstrato) de delito, de base sociológica, como sinônimo de comportamento antissocial. A
responsabilidade social está ligada ao pensamento criminológico positivista de Ferri.

37
(E) Ferri entendia que a pena não deveria ser fixada somente na gravidade objetiva do crime,
mas principalmente, em relação a personalidade do delinquente.
Portanto, está correta aalternativa “C”.

Questão 7
(VUNESP - 2018–PC/BA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)No tocante às teorias da subcultura
delinquente e da anomia, assinale a alternativa correta.
A) Uma das principais críticas às teorias da subcultura delinquente é a de que ela não
consegue oferecer uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo um apego
exclusivo a determinado tipo de criminalidade, sem que se tenha uma abordagem do todo.
B) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Durkheim, define-se a partir do sintoma do vazio
produzido no momento em que os meios socioestruturais não satisfazem as expectativas

a l
n
culturais da sociedade, fazendo com que a falta de oportunidade leve à prática de atos
io
irregulares para atingir os objetivos almejados.
a c
u c y
C) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Merton, define-se a partir do momento em que a
d o
E od
função da pena não é cumprida, por exemplo, instaura-se uma disfunção no corpo social que
e
rt s G
o de
desacredita o sistema normativo de condutas, fazendo surgir a anomia. Portanto, a anomia
p
S ern 11- ail.com
u an 06
não significa ausência de normas, mas o enfraquecimento de seu poder de influenciar
condutas sociais.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
D) O utilitarismo da ação é um dos fatores que caracterizam a subcultura deliquencial sob a
re
Ad Lo 03nand
perspectiva de Albert Cohen.

f e r
E) O sentimento de impunidade vivenciado por uma sociedade é antagônico ao conceito de

oyde Durkheim.
anomia identificado sob a ótica
d
lgo
Comentário:
B) Errada, pois Merton desenvolveu a teoria da anomia definindo ela a partir do sintoma do
vazio produzido no momento em que os meios socioestruturais não satisfazem as expectativas
culturais da sociedade, fazendo com que a falta de oportunidade leve à prática de atos
irregulares para atingir os objetivos almejados.
C) Errada, pois foi para Durkheim que a conduta “anômica” é o resultado da violação de
regras impostas por determinada sociedade. Rompimento quebra, desmoronamento das
normas e valores vigentes em decorrência do crescimento acelerado e rápido imposto,
38
reporta-se ao que seria anomia, ou seja, à ausência temporária de norma diante da pressão
social que a pessoa passa a sofrer.
D) Errada, porque a prática da criminalidade, segundo a teria das subculturas, não é
“utilitarista”, ou seja, para se obter um proveito, mas, sim, porque predomina em seus
comportamentos o “significado” simbólico nas ações, existe uma intenção, um espírito no
contexto cultura.
E) Errada, porque não haveria antagonismo entre a sensação de impunidade de uma
sociedade e o conceito de anomia identificado por Durkheim, pois, para a anomia, a pessoa
passa a delinquir partindo do pressuposto em que o cumprimento das normas na sociedade
está enfraquecido, que seria a mesma sensação de impunidade transmitido à sociedade.
Portanto, está correta aalternativa “A”.

Questão 8 a l
io n
c
(VUNESP - 2018–PC/BA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Assinale a alternativa correta no
a
que diz respeito à criminologia e ao controle social. u c y
E od d o
A) A criminologia crítica radical, através de análises profundas e contundentes, busca
e
rt s G
o de
apresentar meios eficazes de aperfeiçoamento do controle social exercido pela justiça criminal.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
B) A afirmação do criminólogo Jeffery, no sentido de que “mais leis, mais penas, mais policiais,

um F 4.3 gm
mais juízes, mais prisões significam mais presos, porém não necessariamente menos delitos”,
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
refere-se a uma crítica ao controle social informal.
re
Ad Lo 03nand
C) A esterilização eugenista aplicada a criminosos contumazes e estupradores com o objetivo

f e r
de evitar a procriação foi sustentada, no início do século XX, como forma de controle social

oy do pensamento positivista.
por correntes criminológicas derivadas
d
D) a conclusão de uma
o que indica maior punibilidade para negros (mais condenados
lgpesquisa
do que indiciados e mais presos em flagrante do que indiciados por portaria) contradiz os
fundamentos da criminologia crítica em relação ao controle social.
E) A incipiente criminologia na escola clássica afastava o livre-arbítrio como fundamento do
sistema penal de controle social.

Comentário:
A) INCORRETA. A Criminologia Crítica, na verdade, questiona o controle social exercido pelo
sistema de justiça criminal, classificando-o, em síntese, como seletivo e estigmatizante.
39
B) INCORRETA. Segundo a doutrina, a afirmação conclui que a eficaz prevenção do crime não
depende tanto da maior efetividade do controle social formal, mas sim de uma melhor
integração entre o controle social formal e informal.
C) CORRETA. Basta lembrar da fase antropológica do Positivismo, com Lombroso, bem como
da herança de Garofalo, que defendia que determinados criminosos deveriam ser eliminados
pelo Estado.
D) INCORRETA. Ao contrário, reforça a ideia de um controle social seletivo e estigmatizante,
como apontado na primeira alternativa.
E) INCORRETA. A ideia central da Escola Clássica, sobretudo com Carrara, era exatamente o
livre-arbítrio e a vontade racional do homem. O crime era considerado uma quebra do pacto
(do contrato social).
Portanto, está correta aalternativa “C”.
a l
io n
a c
u c y
E odd o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

40
GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 -A

Questão 3 - Errada

Questão 4 - Certa
a l
Questão 5 - Errada
ion
a c
Questão 6 - C
u c y
Questão 7 - A
d o
E od
e
rt s G
Questão 8 - C
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

41
QUESTÃO DESAFIO

No que se refere à Escola de Chicago, quais as principais críticas


que a doutrina aponta em relação à sua teorização?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

42
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Inicialmente, destaca-se que a Escola de Chicago tinha como ponto central uma relação
entre a explosão urbana e o aumento da criminalidade. Dentre as principais críticas,
apontam-se duas: a) equívoco metodológico; b) erro factual (não procede a tese de que o
Centro é sempre o local mais importante).

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Introdução sobre a Escola de Chicago

Inicialmente, destaca-se que o nome da Escola de Chicago foi fruto da explosão da zona
urbana na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, a qual foi seguida de um aumento
expressivo da criminalidade.
a l
io n
c
Desse modo, os teóricos da Escola de Chicago passaram a defender uma relação entre a
a
disposição da cidade e os números da
u c y
criminalidade. (OLIVEIRA, Natacha Alves

E od d o
de. Criminologia. 2. ed. Salvador: Juspodium, 2020. 304 p.)
e
rt s G
p o de
Em síntese, pode-se afirmar que o sucesso no combate à criminalidade, para a Escola de

S ern 11- ail.com


u an 06
Chicago, passava necessariamente pela adoção de intervenções urbanas, além de outras

r um
medidas. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: Juspodium, 2018. 443 p.)
F 4.3 gm
e n 9 a
V e n 5.1 es@
 Crítica metodológica e factual
r
Ad Lo 03nand
f e r
De logo, destaca-se que uma das principais críticas em relação à Escola de Chicago é de
caráter metodológico, uma vez y
d o que foram utilizados em suas pesquisas apenas dados oficiais,
l go
de modo que há, indubitavelmente, uma alteração no resultado da pesquisa, tendo em vista
que os órgãos policiais são seletivos e priorizam justamente os bairros mais pobres para a sua
atuação, de forma que a conclusão termina por ficar questionável.

Parte da doutrina ainda aponta como crítica argumentações no sentido de que, na verdade, as
cidades não seguem sempre esse padrão do Centro como o ponto econômico mais
importante da cidade. (OLIVEIRA, Natacha Alves de. Criminologia. 2. ed. Salvador: Juspodium,
2020. 304 p.)

43
Ora, em muitas cidades outros lugares ocupavam essa posição de ponto mais importante da
cidade, e não necessariamente o local situado ao Centro. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6.
ed. Salvador: Juspodium, 2018. 443 p.)

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f e r
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lg

44
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Lei Maria da Penha:

 LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006


o Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26
de setembro de 1995.
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45
JURISPRUDÊNCIA

Teoria da Anomia

STJ. 6ª Turma. HC 9584/RJ, Rel. Min. Luiz Vicente Cernichiaro (1084), julgado em 15/06/1999

HC - CONSTITUCIONAL - PENAL - PROCESSUAL PENAL - PENA - INDIVIDUALIZAÇÃO - O art. 59 do Código Penal

l
encerra conquista histórica, impulsionada pelos movimentos, hoje, conhecidos por Direitos Humanos. Vários
a
io n
séculos são passados. Da vingança privada, quando o ofendido respondia ao ofensor, como quisesse, ou pudesse.

a c
A pena de talião, na ótica atual, exemplo de barbárie, em seu tempo, representou conquista lenta e pesarosa.

u c y
Delimitou a sanção: dente por dente, olho por olho, braço por braço. A história da Criminologia é o relato das

E od d o
causas da delinquência a fim de a sanção ser adequada, justa e oportuna. Nessa linha o positivismo de
e
rt s G
LOMBROSO, o sociologismo de FERRI, a busca do delito natural de GAROFALO, a Criminologia Clínica de DI

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
TULLIO, Sociologia Criminal, com a célebre Escola de Chicago, retomando a teoria da "anomia" de Durkhein.

Firma-se a moderna sociologia americana, devendo ser realçado o surgimento do instituto, hoje, universalmente

r um F 4.3 gm
reconhecido - "white collar crime" - que lembra sempre as pesquisas de Sutherland. Não se olvidem ainda as
e n 9 a
V n 5.1 es@
tendências socialistas com esteio nas idéias de Carlos Marx. Apesar das diversas ideologias, notadamente do
re
Ad Lo 03nand
ponto de partida, voltam-se para o mesmo fim: disciplinar a atuação do Estado, presente no processo penal, e
que a sanção penal, ao contrário do início, da vingança privada, tenha - utilidade social.

f e r
o y
o d
lg

46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANITUA, Gabriel Ignácio. Histórias dos pensamentos criminológicos; trad. Sérgio Lamarão. Rio de

Janeiro: Revan: ICC, 2008.

ARAÚJO, Guilherme T. Antropometria. Disponível em:


http://www.abran.org.br/cnnutro2016/areadoaluno/arquivos_aula_pratica/antropometria.pdf Acesso em:
fevereiro de 2020.

BANDEIRA, Thais. Criminologia / Thais Bandeira, Daniela Portugal. - Salvador: UFBA, Faculdade de
Direito, Superintendência de Educação a Distância, 2017.

CAMPIDELLI, Cristiano. Teoria da graxa sobre rodas. Disponível em:

a l
<https://ccampidelli.jusbrasil.com.br/artigos/590426013/teoria-da-graxa-sobre-rodas-teoria-do-estado-
vampiro-e-teoria-da-excecao-de-romeu-e-julieta> Acesso em: fevereiro de 2020.
io n
a c
u c y
CARVALHO, Salo de. Antimanual de criminologia / Salo de Carvalho. – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo:
Saraiva, 2015.
E od d o
e
rt s G
o de
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 10. ed. rev., ampl. e
p
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018.
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
FREITAS, Danielli Xavier. Janelas quebradas: uma teoria do crime que merece reflexão. Disponível
e n 9 a
em: V n 5.1 es@
<https://daniellixavierfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/146770896/janelas-quebradas-uma-teoria-do-
re
Ad Lo 03nand
crime-que-merece-reflexao> Acesso em: fevereiro de 2020.

f e r
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia. 4. Ed. São Paulo: RT, 2002.
o y
o d
OLIVEIRA, Diego RenoldigQuaresma de. A Escola de Chicago e alguns de seus desdobramentos.
l
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/74695/a-escola-de-chicago-e-alguns-de-seus-
desdobramentos> Acesso em: fevereiro de 2020.

VIANA, Eduardo. Criminologia / Eduardo Viana – 7. Ed. Rev., Atual. e Ampl. – Salvador: JusPODIVM,
2019.

47
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Ver na 94 g
eCapítulo
n 5.1 es@ 4
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Ad Lo 03nand
f e r
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lg
SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 4 ......................................................................................................................................2

1. Teorias do Consenso (Parte 2) .....................................................................................................................2

1.1 Teorias da Aprendizagem Social .......................................................................................................... 2

1.1.1 Teoria da Associação Diferencial............................................................................................................... 2

1.1.2 Teoria da Identificação Diferencial ........................................................................................................... 7

1.1.3 Teoria do Reforço Diferencial ..................................................................................................................... 7

1.1.4 Teoria da Neutralização ................................................................................................................................ 8


a l
n
2. TEORIAS DO CONFLITO .................................................................................................................................. 10
io
a c
2.1
c y
Teoria da Reação Social (Ou Labeling Approach) ........................................................................ 11
u
2.2
E od d o
Teoria Crítica (ou Radical) ..................................................................................................................... 18
e
rt s G
o de
QUADROS SINÓTICOS ..............................................................................................................................................23
p
S ern 11- ail.com u an 06
QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................................................27

r um F 4.3 gm
GABARITO ...................................................................................................................................................................32
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
LEGISLAÇÃO COMPILADA ..................................................................................................................................33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................................................35


f e r
o y
o d
lg

1
CRIMINOLOGIA

Capítulo 4

1. Teorias do Consenso (Parte 2)

1.1 Teorias da Aprendizagem Social

A grande repercussão dos teóricos da aprendizagem social no processo de explicação


do crime desenvolve-se sobre a negação do paradigma binário crime versus pobreza.
a l
io n
A teoria da aprendizagem social apresenta uma perspectiva que está em sintonia com a
a c
c y
afirmação segundo a qual ninguém nasce criminoso, mas qualquer pessoa pode vir a se tornar
u
um. d o
E od
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As teorias da aprendizagem social são:
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
a) Teoria da Associação Diferencial;

r um F 4.3 gm
b) Teoria da Identificação Diferencial;
e n 9 a
V n 5.1 es@
c) Teoria do Reforço Diferencial;
re
Ad Lo 03nand
d) Teoria da Neutralização.

f e r
A seguir, faremos o estudo de cada uma das espécies de teorias da aprendizagem social.
y
o do
1.1.1 lg da Associação Diferencial
Teoria

Para os criminólogos positivistas, a criminalidade é, ao menos em sua primeira fase,


sinônimo de doença.

O obstáculo ao estudo da prisão como um laboratório reside no fato de que o


prisioneiro não está no seu habitat natural.

2
Gabriel Tarde foi o primeiro a desenvolver a ideia de estudar a criminalidade em função
da origem social e fundamental no processo de desenvolvimento da criminalidade, o que ele
denominou imitação.

A imitação, para Tarde, é algo inerente à vida social. Todos os atos importantes da vida
social são executados pelo império do exemplo.

Em sua principal obra, As Leis da Imitação(1890), afirma que a sociedade é uma reunião

a l
de pessoas que se imitam, a sociedade é imitação e a imitação uma espécie de sonambulismo
io n
(VIANA, 2019).
a c
u c y
d o
Elaborou a existência de três leis da imitação. Na primeira lei, constata que a
E od
e
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proximidade faz com que as pessoas mais se imitem. Na segunda lei, afirma que as pessoas

p o de
de classes sociais mais baixas imitam os de classes superiores. Por fim, na terceira lei,
S ern 11- ail.com
u an 06
proclama que quando há uma contradição entre dois modelos de interiorização de

r um F 4.3 gm
comportamento, o novo substitui o mais antigo.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Para Gabriel Tarde, a imitação é extremamente presente nas grandes cidades e, nestas, o
fenômeno se dá de forma mais veloz que em outros centros urbanos.
f e r
y
do
Os fatores que deflagram o crime não são os econômicos, mas os que estão relacionados
o
lge, consequentemente, a infelicidade e a insatisfação.
a felicidade e satisfação

Para Tarde, o criminoso é mero receptor passivo de impulsos delitivos ou não delitivo,
não havendo interação ou contribuição para o influenciado.

Inspirado nas ideias de Gabriel Tarde, o sociólogo americano Edwin


Sutherlanddesenvolveu a Teoria da Associação Diferencial, que constitui uma das teorias do
consenso.

3
Para Sutherland, a origem e a persistência dos conflitos culturais se devem à
desorganização social.

Segundo Sutherland, a função social do crime é de mostrar as fraquezas da


desorganização social. Ao mesmo tempo em que a dor revela que o corpo vai mal, o crime
revela um vício da estrutura social, sobretudo quando ele tende a predominar.

O crime é um sintoma da desorganização social e pode, sem dúvidas, ser reduzido em


proporções consideráveis, simplesmente por uma reforma da estrutura social.

Sutherland, graças a teoria da associação diferencial, aprofunda, com rigor científico, a


teoria do crime de colarinho branco, esta sugere a sistematização e interpretação da
criminalidade das pessoas de classes sociais mais abastadas.

a l
io n
A Lei Seca estimulou o surgimento do contrabando e a formação do gangesterismo

a c
norte-americano. A Máfia deixa uma importante lição que era a de furtar-se de fazer
u c y
publicidade.
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Num quadro de combinação entre a classe alta norte-americana e a máfia, vale ressaltar
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
que a maioria dos presos estadunidenses eram de classes mais baixas, enquanto que os

r um
criminosos de classes mais elevadas continuavam fora do sistema penal.
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
Aliada à Lei Seca, a Grande Depressão, em 1929, também desencadeou vários problemas
re
Ad Lo 03nand
sociais e econômicos, cujo processo de recuperação somente se iniciaria em 1933, quando o

e r
presidente Franklin D. Roosevelt implementa o programa econômico conhecido por New Deal.
f
o y
o d
Essa nova política acaba com a proibição do comércio do álcool e o Estado passa a
lg
intervir na Economia.

Para Sutherland, as pessoas de classes mais altas são poderosas demais economicamente
e, por isso, quase não são presas ou quando o são, os números são infinitamente inferiores ao
número de pessoas que não tem o mesmo poderio financeiro.

Além disso, lembra a parcialidade na administração da justiça penal e as leis que se


aplicam aos negócios.

4
A partir dos seus estudos, Sutherland busca encontrar algo que justifique o
comportamento criminoso tanto nos indivíduos das classes altas quanto nos das classes mais
baixas. Para ele, esse fator seria a aprendizagem.

Essa teoria é chamada de associação diferencial, pelo fato de que os princípios do


processo pelo qual se desenvolve o comportamento criminoso são os mesmos do processo
através do qual se desenvolve o comportamento legal, sendo uma associação com pessoas
que se empenham no comportamento criminoso sistemático, tudo num processo de
aprendizagem (learning process) onde a conduta criminal é algo que se aprende.

A Teoria da Associação Diferencial se baseia na ideia de que o comportamento criminoso


é consequência de um processo de aprendizagem que se desenvolve no meio em que o crime
é cometido.
a l
io n
c
Em linhas gerais, o comportamento criminoso é um processo produzido pelo contato e
a
u c y
interação direta entre indivíduos que cometeram e cometem crimes.

E odd o
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Sutherland afirma que acriminalidade é resultado de uma socialização diferencial. Com

p o de
isso, ele quer dizer que uma sociedade plural, em que existem diversos grupos sociais, os
S ern 11- ail.com
u an 06
mesmos, consequentemente, terão interpretações diversas sobre como devem se comportar.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
Em outras palavras, a associação diferencial desperta as leis de imitação, porque, ao
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
contrário do que suponha Lombroso, ninguém nasce criminoso, mas a criminalidade é uma
consequência de uma socialização incorreta (PENTEADO FILHO, 2018).
f e r
o y
d
Em 1949, Sutherland adota o termo organização social diferencial.
o
lg
Como lembra Viana (2019), a associação diferencial traz, pela primeira vez para o foco
das pesquisas criminológicas indivíduos de classes sociais mais abastadas.

No dia 5 de dezembro de 1939, às 20h, Sutherland dá início a sua conferência sobre os


crimes de colarinho branco, o que foi um marco histórico. Sendo, para alguns, a certidão de
nascimento do Direito Penal econômico (VIANA, 2019).

Em sua obra White-Collar Crime, Sutherland cunhou a expressão crimes de colarinho


branco, isto é, a criminalidade econômico-financeira, praticadas pelos magnatas, através dos

5
negócios escusos, fraudulentos, realizados em nome de suas promessas. Um tipo de crime
praticado por pessoas de alto nível social, no curso de sua ocupação comercial ou industrial.

É possível extrair do conceito de crime de colarinho branco os seguintes elementos:

a) A existência de crime;
b) O fato de ser cometido por pessoas respeitáveis;
c) O elevado status social do criminoso;
d) O fato de ser relacionado com as ocupações profissionais;
e) A violação da confiança;
f) A danosidade social da conduta.

Vale ressaltar que, na constatação de Sutherland, os criminosos de colarinho branco não


se consideravam como tais.
a l
io n
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u c y
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p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Sobre os crimes de natureza econômica pairam cifras douradas, isto é, aquelas que estão

um F 4.3 gm
intimamente ligadas às infrações penais praticadas pela elite, que por interesses obscuros
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
não são reveladas ou apuradas pelos órgãos competentes.
re
Ad Lo 03nand
A teoria do crime de colarinho branco, portanto, transforma-se na comprovação da teoria
f e r
y
da associação diferencial, pois os criminosos de colarinho branco, e ninguém arriscaria dizer o
o
o d
contrário, são pessoas bem socializadas e de alto nível econômico, bem como aptas, quer
lg
intelectualmente, quer biologicamente (VIANA, 2019).

Essa teoria da associação diferencial enfrentou algumas críticas. São elas:

1. Um excessivo nível de abstração.


2. Déficit de alcance da teoria.
3. A teoria tem pobre valor etiológico, por não explicar o surgimento do
comportamento criminoso, senão sua aprendizagem.

6
4. A teoria sobrevaloriza pautas da racionalidade como fator determinante para o
surgimento do crime.
5. A teoria menospreza os crimes derivados da insensatez humana.

Contudo, essas críticas não comprometem a importância e a relevância da teoria


sutherlaniana, visto que, até hoje, permanece como uma das mais conhecidas a compreender
o comportamento desviante de indivíduos de classes mais altas.

1.1.2 Teoria da Identificação Diferencial

Formulada por Daniel Glaser, para a teoria da Identificação Diferencial, o crime decorre
de um processo de comunicação entre as pessoas, todavia, há necessidade que haja
interações diretas para que se adquira conhecimento para cometimento de delitos.

a l
io n
A interação entre subgrupos não é necessária, o que importa, de fato, é a escolha dos

a c
modelos. Para o processo de aprendizagem do comportamento, não se exige o contato vis a
u c y
vis com o criminoso.
E od d o
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Viana (2019) lembra que o processo de aprendizagem pode decorrer, inclusive, de
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
identificação com personagens irreais (imaginários).

dom
1.1.3 Teoria u .3 gm
F Diferencial
r Reforço
a
e enn .19 s@ 4
d V r 35 de
o
A teoria de Sutherland não apresentou respostas suficientes para responder os
A L 0 nan
questionamentos referentes ao fato de “como se aprende o crime”.
f e r
o y
d
Na década de 60, passam a surgir teorias que buscam responder a esse questionamento.
o
lg
O mecanismo de aquisição de aprendizagem se explica recorrendo-se a ideia de
condicionamento operante.

C. Ray Jeffery, o pioneiro da Teoria do Reforço Diferencial, defende que uma pessoa
aprende o comportamento desviantepor meio da interação com o seu entorno social.

Vale destacar que a teoria proposta por Jeffery, foi aperfeiçoada e desenvolvida ao longo
dos anos 60 e 70, também por Robert L. Burgesse por Ronald L. Akers.

7
Para a teoria do reforço diferencial, dadas duas opções de conduta, aquela que se reforça
em maior veemência, com mais constância e com maior possibilidade é a que será adotada.

Com desenvolvimentos posteriores, especialmente elaborados por Akers, a teoria


aproxima-se muito mais do pensamento cognitivista de Bandura (VIANA, 2019).

Ao passar por reformulação, alguns conceitos-chaves surgem: associação diferencial,


definições, reforço diferenciale imitação.

Na teoria do reforço diferencial em Jeffery, as pessoas privadas de algo respondem ao


crime de forma diferente daqueles saciados.

Ao tratar da punição, o criminólogo afirma que o crime ocorre porque atos criminosos

l
do passado não foram punidos. De certa forma, seu pensamento remete a ideia propagada
a
pela Criminologia Clássica.
io n
a c
1.1.4 Teoria da Neutralização
u c y
E od d o
e
rt s G
A teoria da neutralização remonta aos trabalhos de David Matzae Gresham Sykes.

p o de
S ern 11- ail.com
Trata-se de uma "correção da u an 06
Teoria das Subculturas Criminais", mediante a

r um
complementação implementada pelo acréscimo dos estudos das "técnicas de neutralização".
F 4.3 gm
e n 9 a
As suas pesquisas são focadas na delinquência juvenil.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Argumentam, sobretudo, que a delinquência envolve o aprendizado de:

f e r
y
a) Técnicas de cometimentos de crimes;
o
o d
b) Motivos, impulsos, racionalizações e atitudes favoráveis à violação da lei;
lg
Matza e Sykes afirmam que os criminosos compartilham o mesmo sistema de valores da
sociedade.

Para os dois criminólogos mencionados da teoria da neutralização, a teoria da subcultura


está equivocada.

No seu entendimento, delinquentes experimentariam uma sensação de culpa e de


vergonha após a realização do delito, ainda, com certa frequência tributam respeito às pessoas

8
respeitosas da lei; e, em regra, são conscientes da ilegitimidade dos seus comportamentos
(VIANA, 2019).

Matza e Sykes aprendem métodos capazes de neutralizar, racionalizar e explicar o seu


comportamento criminoso.

Logo, o comportamento repelido decorre da capacidade que os criminosos têm de


justificar de forma subjetiva a sua conduta. Ou seja, como os delinquentes conseguem
neutralizar a culpa derivada da violação do sistema de valores socialmente aceitos.

As condutas criminosas são postam em práticas pelos delinquentes juvenis por meio
de cinco maneiras/técnicas distintas. Eduardo Viana (2019) faz uma excelente explicação de
tais técnicas. Vejamos:

a l
io n
a) Negação da responsabilidade: o criminoso vê sua conduta desviante como um

a c
acidente ou obra da causalidade. “Não foi minha culpa, eu me vi obrigado a fazer
u c y
aquilo”;
E od d o
e
b) Negação da lesão (negação de ilicitude):baseada na premissa de que a sua
rt s G
o de
conduta não tenha causado danos a vítima. “Eu imaginei que minha conduta não
p
S ern 11- ail.com
faria mal a ninguém”; u an 06
r um
c) Negação da vítima:o delinquente aceita a responsabilidade pelos seus atos de
F 4.3 gm
e n 9 a
desvio, contudo, insiste que, nas circunstâncias em que foi praticado, não o foi
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
erradamente. “Ele teve o que merecia”;
d) Condenação dos condenadores: o delinquente concentra sua atenção naqueles
f e r
y
que desaprovam o comportamento desviante (polícia, juízes, por exemplo)
o
o d
julgando-os hipócritas, parciais, inescrupulosos ou corruptos. “Todo mundo pega
no meu pé”;
lg
e) Apelo à lealdade:o delinquente recorre a valores éticos superiores para justificar
seu comportamento desviante. “Eu não fiz isto por mim mesmo”.
Matza e Sykes afirmam, ainda, que a motivação ao autor é colocada como um fator que
não necessita de esclarecimento.
Críticas feitas a essa teoria se dão, inicialmente, ao fato de não explicar o motivo do
comportamento criminoso e, ainda, não providenciar um modelo teórico que seja aceitável e
empiricamente comprovável.

9
2. Teorias do Conflito

A sociedade está repleta de conflitos, principalmente entre classes. As teorias do conflito,


não por acaso, são assinadas por Karl Marx.

Existem pequenos consensos, mas são mínimos ante as relações conflituosas. As teorias
do conflito são as que mais se encaixam com o modelo societário que temos hoje.

São teorias ligadas a movimentos revolucionários.

As teorias do conflito sustentam que o entendimento social decorre de imposição de


alguns e sujeição de outros. Parte da ideia que os membros do grupo não compartilham dos
mesmos interesses e o controle social se presta a garantia do poder vigente.
a l
io n
Sendo assim, o conflito seria natural e, até mesmo, desejado quando controlado, para o

a c
progresso e mudanças necessárias da sociedade.
u c y
E od d o
Há quem faça uma divisão entre as teorias do conflito em marxistas e não marxistas.
e
rt s G
p o de
As teorias marxistassão aquelas em que a causa da criminalidade estaria na luta de

S ern 11- ail.com


classes, gerada pelo capitalismo.
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
Enquanto isso, as teorias não marxistasrelacionam a criminalidade com as tensões
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
gerada pela distribuição desigual de poder.

e r
As teorias do conflito advertem a existência do modelo de criminalização primária
f
o y
d
estruturado para perpetuar o sistema de dominação.
o
lg
Em suma, as teorias fundadas na estrutura social vêem o indivíduo criminoso dentro de
contextos ambientais específicos que, a depender, podem proporcionar oportunidades à
prática de crimes.

São exemplos: labeling approach(etiquetamento ou rotulação) e teoria críticaou radical.

10
2.1 Teoria da Reação Social (ou Labeling Approach)

A teoria do labeling approach, também conhecido como teoria da rotulação social, da


reação socialou do etiquetamento, parte do pressuposto segundo o qual a explicação para o
crime concentra-se nas respostas formais do Estado para o comportamento.

O modo como as agências formais de controle social filtra e reage a esse


comportamento.

O que importará nesse novo paradigma não é a natureza do delito, mas sim as pessoas e
os processos por meio dos quais se definem outros indivíduos como desviantes e isso alterará
todo o tradicional projeto criminológico de análise do comportamento desviante.

l
Como lembra Eduardo Viana (2019), Tannenbaum, em seu livro Crime and Community
a
n
(1938), foi o primeiro a considerar que as definições sociais em relação a determinados
io
a c
comportamentos são fundamentais para o surgimento do comportamento desviado.

u c y
d o
Foi Tannenbaum que tratou do processo por meio do qual o desviado muda a
E od
e
rt s G
personalidade, identifica-se e assume posteriormente o rótulo de desviado, o qual chamou de

p o de
a dramatização do mal (the dramatization of evil).

S ern 11- ail.com


u an 06
Porém, as ideias do pensador criminólogo só passam a produzir uma efetiva mudança no
r um F 4.3 gm
e n 9 a
pensamento da Criminologia na segunda metade do século XX, por volta dos anos 60.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
O Labeling Approach – ou Teoria do Etiquetamento – traz uma quebra de paradigmas
fundamental para o avanço do pensamento criminológico.
f e r
d oy
Desde a concepção da Criminologia como uma ciência autônoma, o foco dessa disciplina

lgo sobre as causas do crime – ou seja, sobre a sua ETIOLOGIA:


estava centrado em discussões
fosse ela de viés individual, buscando a explicação causal para o crime na figura do indivíduo
criminoso; ou de matriz SOCIOESTRUTURAL, partindo do ambiente e das estruturas nas quais
tais indivíduos estariam localizados para compreender o crime enquanto fenômeno social.

Os EUA, principal polo de desenvolvimento da sociologia no século XX, é um excelente


exemplo para que se possa compreende as grandes rupturas ao status quo do que aconteceu
nessa época.

11
Na segunda metade do século XX, os Estados Unidos passaram por uma série de eventos
que corroboram com a tese de que a sociedade não é baseada no consenso, mas sim pelo
constante conflito entre os diversosintegrantes da sociedade – uma virada interpretativa que
possibilitaria um salto qualitativo nos estudos dessa e de outras disciplinas.

LINHA DO TEMPO DE ACONTECIMENTOS DA SEGUNDA


METADE DO SÉCULO XX NOS EUA

MARCO
ACONTECIMENTO
HISTÓRICO

a l
io n
a c
INÍCIO DA
u c y
Movimentos por direitos civistanto da população negra

DÉCADA DE E od d o
quanto das mulheres começam a tomar uma força até então

1960 e
impensável, chamando a atenção da sociedade para as graves
rt s G
o de
disparidades em razão de cor e de gênero.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
22 de John F. Kennedy, então presidente dos Estados Unidos da
novembro de r
América, é assassinado em visita ao estado do Texas. Toda a
f e
1963
o y nação ficou em choque.

lg od

O Civil Rights Acté aprovado pelo Congresso Americano,


2 de julho de banindo toda forma de segregação em espaços públicos e
1964 proibindo toda forma de discriminação em razão de cor, credo
ou gênero.

Malcom X, um dos maiores defensores do Nacionalismo


21 de fevereiro Negro, é assassinado.

12
de 1965

4 de abril de Martin Luther King, importante líder dos movimentos dos


1968 direitos civis, é assassinado em Memphis.

Década de Guerra do Vietnã: motivo de protestos diários contra o


1970 governo dos Estados Unidos.

a l
Os jornais
ie
o n
The New York Times Washington Post publicam
os chamados Pentagon Paper
a cs1, expondo um sem número de
1971 u c y
mentiras contadas ao público pelo governo americano sobre a
E d do
t e G o
situação da Guerra.

o r es
u p and 06 om
S ern 11- ail.c
r um F 4.3 gm
Detentos do presídio de Attica, em Nova York, protestam
a
Ve renn 5.19 es@
9-13 de
sobre as condições subumanas de tratamento dos presos no
setembro de
Ad Lo 03nand
1971
que é considerada, até hoje, a maior rebeliãosobre o sistema
prisional dos Estados Unidos da América.
r fe
o y
o d
lg
Como resultado da mudança de paradigma, a concepção do crime como ontológico e
universal torna-se insustentável: o crime passa a ser visto não mais como possuidor de alguma
“essência”; crime, na verdade, é simplesmente algo que alguém definiu como crime.

O conceito de crime passa, portanto, de objetivamente determinável, para subjetivamente


problemático.

1
O filme The Post – A Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg, indicado a dois Oscars, trata desse acontecimento.
13
Os defensores do labeling approach costumam defender que o sistema penal é uma
forma de dominação social. Ao invés de ser uma realidade objetiva, a criminalidade passa a
ser considerada como uma definição.

O crime (ou a conduta desviada) passa a ser vista como uma etiqueta atribuída a partir
de complexos processos de interação da sociedade.

Os principais teóricos do labeling approach foram: Mead, Becker, Lemert e Goffman.


Todavia, os dois desses se destacaramainda mais: Lemert e Howard S. Becker.

Vale ressaltar o trabalho de Edwin Lemert, professor de Sociologia da Universidade da


Califórnia, criador dos conceitos de desvio primárioe secundário.

Em sua obra Social Pathology, de 1951, Lemert apresenta um conceito fundamental para

l
diversos dos teóricos do Labeling: a distinção entre o desvio primário e secundário.
a
io n
O desvio primárioseria o comportamento ocasional ou situacional e corresponde à
a c
c y
primeira conduta delitiva de um indivíduo, cuja finalidade poderia ser a resolução de alguma
u
E od d o
necessidade situacional, como a econômica, ou ser fruto da necessidade de acomodação do
e
rt s G
sujeito dentro das expectativas de determinado grupo subcultural, como os delitos praticados

p o de
no âmbito da delinquência juvenil (VIANA, 2019).
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
O desvio secundárioé o resultado da interação social entre o desvio do indivíduo e a
F 4.3 gm
e n 9
resposta formal a esse desvio. a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg
O desvio primárioocorre quando o sujeito incorre, pela primeira vez, em uma conduta
delituosa.

O desvio secundárioacontece quando o sujeito passa a identificar-se e reconstruir a sua


identidade a partir dos rótulos que lhe são atribuídos. Assume-se a etiqueta que lhe foi
atribuída.

14
Os autores do Labeling argumentavam que: a maioria dos autores é definida
erroneamente como criminosa - Não no sentido de que eles seriam inocentes, mas sim na
medida em que o sistema e, portanto, a sociedade, não julga apenas as suas ações como se
fossem criminosas.
Um dos maiores representantes do labeling é o pesquisador americano Howard Becker–
professor de sociologia da Universidade de Chicago e da Northwestern University – autor do
famoso livro “Outsiders”, de 1963.
Howard S. Becker é o pioneiro das teorias criminológicas do interacionismoe, sobretudo,
do labeling approach.
Sua principal obra, Outsiders: Estudos da sociologia do desvio(1963), foi responsável
por descrever múltiplos elementos-chave do etiquetamento.

a l
Com base nesse modelo, desenvolveu sua explicação para o nascimento da delinquência
e da criminalidade. io n
a c
c y
A tese de Becker é que o desvio seria criado artificialmente; ou seja, grupos sociais
u
E od d o
criariam regras, que, uma vez infringidas, criariam o desvio pela aplicação das sanções
e
rt s G
previstas nessas regras aos indivíduos que as violaram.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Nesse sentido, o desvio não seria uma qualidade inerente ao ato, nem uma qualidade

r um
inerente à pessoa que cometeu o ato, mas sim uma consequência da aplicação daquelas
F 4.3 gm
regras.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Logo, a diferença entre um “criminoso” e um “cidadão de bem” estaria apenas em um
lugar: no rótulo que lhe é aplicado.
f e r
y
Outros elementos para a compreensão do labeling são os conceitos de: instituições
o
o d
totais, cerimônias degradantese role-engulfment.
lg
Trata-se de Criminologia da reação social focado no estigma, tendo como principal
representante: Erving Goffman. Considerado o maior expoente do enfoque dramatúrgico
dentro do interacionismo simbólico.
O principal trabalho de Goffman é “A representação do eu na vida cotidiana” (1959).
Para ele, o atuar humano é uma espécie de representação teatral.
Instituições totaissão aquelas em que as pessoas são retiradas do convívio social por
considerável espaço de tempo, compartilhando uma situação comum, transcorrendo parte de
sua vida em lugar fechado e formalmente administrado.

15
A ascensão de atitudes e novos valores pertencentes à subcultura carcerária dá ensejo ao
fenômeno chamado de prisionização.
O conceito de cerimônias degradantesfoi introduzido por Garfinkel. São processos
ritualizados em que o sujeito é condenado e despojado de sua identidade e recebe outra
(degradada).
Além disso, menciona, em seus estudos, que os discursos midiáticos histéricos
promovem, por um lado, a necessidade normativa, e, por outro, a mais expressiva cerimônia
degradante informal.
O último conceito-chave é o role-engulfment, que é, nada mais nada menos, que a
autoimagem que o criminoso passa a fazer de si.

De forma sintetizada, para a teoria do etiquetamento, toda criminalidade é uma


a l
n
criminalidade criada, seja pela intervenção da teia normativa, seja pelos efeitos que as reações
io
a c
formais causam. O que fundamentalmente há de comum entre todos os criminosos é a

u c y
resposta das instâncias formais de controle.
E od d o
e
rt s G
A orientação estruturante do labeling approach permite concluir que se trata de teoria
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
preocupada com a prevenção do desvio secundário. Além disso, contribuiu para estratégias

r um
de descriminalização, desestigmatização, desintitucionalização e rechaço ao modelo de
F 4.3 gm
tratamento.
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Em resumo, os teóricos do Labeling acreditavam que, ao definir uma pessoa que,

e r
porventura, tivesse praticado crimes como criminosa, um presságio autorrealizável passava a
f
y
do
existir: com o rótulo de bandido, as reações sociais contrárias aumentariam e tornariam a
o
lg complicada – assim como a criminalidade mais atraente. Assim, os
conformidade à lei mais
processos de controle social – cujo objetivo era diminuir a criminalidade – poderiam acabar
tendo resultado completamente oposto.

As principais críticas à teoria da reação social podem ser sintetizadas da seguinte forma:

A) Alto déficit etiológico, por não se preocupar com o desvio primário;


B) Existem carreiras criminais consolidadas na sociedade sem que haja etiquetamento;
por outro lado, nem todo estigmatizado segue a regra da etiquetagem;
C) O labeling ignora completamente as causas do comportamento criminoso;
16
D) A abordagem poderia ser aplicada à um número bastante limitado de atividades
criminosas;
E) Extremamente determinista em suas análises dos processos de rotulação;
F) Negligencia importantes questões relacionadas ao poder e à estrutura social.

Críticos à direitacostumam apontar que tal teoria estaria mais preocupada em encontrar
desculpas para o comportamento criminoso do que em efetivamente explicá-lo.

Em regra, o principal argumento apresentado é o de que: a reação social ao delito


mediante a aplicação de etiquetas aparece como variável central, o que faria com que os
criminosos assumissem um papel de vítima da sociedade.

Críticos à esquerda, por sua vez, costumam apontar que os teóricos do labeling teriam
sido demasiados moderados em seu ataque ao status quo.
a l
io n
c
Ao se dedicarem às agências de aplicação da lei penal, eles teriam negligenciado a forma
a
u c y
geral da estrutura social, cujas elites normalmente se favorecem com essa forma de rotulação
seletiva. E od d o
e
rt s G
p o de
Vale mencionar que Ralf Dahrendorffoi o responsável pela quebra de paradigma
S ern 11- ail.com
u an 06
consensual, chamando à ordem a ideia de que a sociedade vive um conflito de classes (não

r um F 4.3 gm
a
propriamente no sentido marxista). A teoria do conflito entende que o que mantêm a
e n 9
V
sociedade é a coerção.
re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Enquanto isso, George B. VoldeAustin Turkapresentaram construções fortemente
f e r
influenciadas pelo pensamento y
d ode Dahrendorf.
lgo é formada por diversos grupos humanos; esses, por sua vez,
Para Vold, a sociedade
constituídos de pessoas que se associam motivadas por interesses comuns. Ocorre que
quando esses grupos entram em atrito uns com os outros, o conflito tende a intensificar a
lealdade dos membros do grupo.

Turk entende que ninguém é interiormente criminoso, a criminalidade é definida por


quem tem poder para fazê-lo.

17
2.2 Teoria Crítica (ou Radical)

Fenômeno de ruptura do final dos anos 60 pavimenta o caminho para o aparecimento


de um panorama criminológico bastante heterogêneo que se propunha a estabelecer uma
teoria radical do desvio. Tal movimento ficou conhecido como Criminologia Crítica, ou, para
alguns, como Nova Criminologia.

A origem histórica dessa teoria de conflito se encontra no início do século XX, com o
trabalho do holandês Bonger, que, inspirado pelo marxismo, entende ser o capitalismo a base
da criminalidade, na medida em que promove o egoísmo; este, por seu turno, leva os homens
a delinquir (PENTEADO FILHO, 2018).

l
A Criminologia Crítica converteu as estruturase as interações sociaiscomo ponto central
a
do seu conteúdo programático.
io n
a c
u c y
Podemos observar a existência de duas alas da Criminologia crítica. A primeira, também

E odd o
conhecida como Criminologia radical de corte marxista, explica a delinquência e o Direito
e
rt s G
penal por meio dos fatores econômicos na sociedade, visto que, no entendimento dos seus
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
defensores, a classe dominante tem seus interesses assegurados (VIANA, 2019).

r um F 4.3 gm
A segunda alabusca explicar o fenômeno criminal tanto no que diz respeito aos fatores
e n 9 a
V n 5.1 es@
de natureza econômica, bem como aos de ordem sociológica, cultural e política (VIANA, 2019).
re
Ad Lo 03nand
Vale citar alguns defensores de destaque como Alessandro Baratta(Itália); Rosa Del
f e r
y
Omo e Eugênio Raul Zaffaroni(América Latina).

o do
A lg é trabalhada
coculpabilidade por Zaffaroni, quando trata da culpabilidade por
vulnerabilidade (indivíduos abandonados pelo Estado).

Neste caso, o Estado que desampara seria corresponsável pelo crime praticado por estes
indivíduos, que poderiam gozar de uma atenuante de pena. Aqui no Brasil existe a atenuante
de pena do art. 66 do Código Penal.

Por fim, o livro de Eugenio Raul Zaffaroni chamado “Em busca das penas
perdidas”trabalha não só o conceito de seletividade penal, como também os conceitos de

18
criminalização primária, criminalização secundária, cifra oculta- cifra “negra”, zona obscura,
“dark number”ou “ciffre noir” e cifra dourada(BANDEIRA, 2017).

A Nova Criminologiadefende que o homem não teria o livre-arbítrio, ou liberdade de


escolha quando pratica um determinado delito por encontrar-se sujeito a um determinado
sistema de produção. Critica todas as outras teorias e correntes da Criminologia por
considerar a criminalidade um problema insolúvel dentro a sociedade capitalista.

Parte da ideia de que a divisão de classes no sistema capitalista gera desigualdades e


violência a ser contida por meio da legislação penal. Conclui que a norma penal surge como
instrumento de controle social preconceituoso, por recair apenas sobre a classe trabalhadora
e menos favorecida, não sendo aplicada da mesma forma às elites.

a l
Essa teoria inspirou três tendências da Criminologia: neorrealismo de esquerda;
ion
c
abolicionismo penale direito penal mínimo. Tais tendências serão estudas em momento
a
oportuno.
u c y
E od d o
e
rt s G
O coração da orientação crítica pode ser resumido da seguinte maneira.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA CRÍTICA

um F 4.3 gm
1) Oposição ao modelo tradicional da criminologia que era a
r
e n 9 a histórica ou universal;
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
2)Ataque à ordem legal constituída e ao Direito Penal;

f e r
3)Os criminólogos críticos não disfarçam certa empatia com o

o y delinquente;
d
o 4)Criminologia de inspiração marxista;
lg
5)Intervencionismo econômico.

Para os teóricos da Criminologia Crítica, a sociedade punitiva, por meio de uma


revolução, deve ser transformada e não o criminoso que deve ser ressocializado.

Na América do Norte, destacam-se os trabalhos de Willian Chamblisse Richard


Quinney.

19
Chambliss é um dos maiores representantes da criminologia crítica de corte marxista,
tendo os seus estudos foco nas relações entre os interesses ditados pela economia e mercado
de trabalho e a lei penal.

Na obra Law, Order and Power (1971), o criminólogo Chambliss denuncia o poder do
Estado e da justiça penal. Para ele, tal poder não é apto a resolver conflitos sociais, senão a
expressão mesma do conflito permanente característico da sociedade capitalista, visto que,
para ele, tal poder não é neutro (VIANA, 2019).

Para Chambliss, a classe dominante difunde a sua ideologia e a impõe a sociedade. O


sistema de valores dominante, por sua vez, oprime a classe trabalhadora, serve aos interesses
daquela classe e instrumentaliza a lei penal para concretizar esse conflito social a favor dos
privilegiados (VIANA, 2019).
a l
io n
c
O nome mais marcante para a criminologia crítica norte-americana é o de Richard
a
u c y
Quinney, o qual tem um forte pensamento entre a relação de criminalidade e capitalismo.

E od d o
e
rt s G
Segundo Quinney, o objeto da criminologiaé descobrir qual a verdadeira função do

p o de
direito. Para ele, tal função é a salvaguarda dos interesses da classe dominante. Ainda, atribui
S ern 11- ail.com
u an 06
à Justiça o papel de instrumento para violência contra aquelas pessoas que o capitalismo
deixou à margem. r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5 . 1 es@
Ad LoThe Social
03 Reality
Em sua principal obra,

na
ndOf Crime (1970), Quinney afirma que o crime é
obra de uma acepção levada a fim pelos agentes detentores do poder em uma sociedade
f e r
politicamente organizada. y
o do
g
Vale mencionar, ltambém, a existência de uma direção britânica no estudo da Teoria
Crítica.

A maior expressão da criminologia crítica britânica foi o livro “The New Criminology: for a
social theory of deviance”, publicado em 1973, por Ian Taylor, Paul Waltone Jock Young.

A tese fundamental da referida obra mencionada é a mesma defendida pela Teoria do


Etiquetamento, isto é, o controle social não é apenas uma resposta ao delito, mas sim um
fator gerador da desviação criminal.

20
Tal direção da criminologia crítica tratam da Criminologia Fabiana, a qual associa o
comportamento humano desviado à pobreza, degradação e desorganização das áreas
urbanas.

Por fim, ainda há que se referir, também, a direção italiana, a qual é, essencialmente,
vinculada à figura de Alessandro Baratta.
O criminólogo estava inicialmente vinculado às preocupações filosóficas do Direito
Penal. Apenas nos anos 70, começou a inclinar seu olhar para o âmbito da sociologia do
Direito Penal, quando, logo em seguida, faz, em definitivo, a sua virada criminológica.

Em sua obra Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal, Baratta tenta transladar a
crítica criminológica da desigualdade das sociedades capitalistas para o Direito Penal.

a l
“Superação do sistema penal tradicional em direção a um sistema de defesa e garantia
io n
dos direitos humanos. ”
a c
u c y
d o
A chamada "nova criminologia" distingue os crimes entre os que são expressão de um
E od
e
rt s G
sistema intrinsecamente criminoso (corrupção, crimes contra o sistema financeiro, racismo etc)

p o de
e crimes de classes mais desprotegidas (furto, vadiagem etc).
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
As principais críticasdirecionadas aos modelos críticos dizem respeito à sua força
F 4.3 gm
e n 9 a
meramente destrutiva, é dizer, desconstrução do sistema penal sem nenhuma alternativa
V re n 5.1 es@
programática.
Ad Lo 03nand
e r
A criminologia radical se recusa a adotar um modelo tecnocrata, já que considera o
f
o y
d
problema criminal insolúvel em uma sociedade capitalista.
o
lg
É débil o recurso ao determinismo econômico como fator diretamente ligado à
criminalidade.

Nas palavras de Bandeira (2017), a teoria críticacombateu diversos posicionamentos das


outras teorias da criminalidade. Esse clima de questionamento da criminologia propiciou o
florescimento, alguns anos depois, como já mencionado, de três tendências da Criminologia: o
neorrealismo de esquerda, o direito penal mínimo e o abolicionismo criminal.

21
A Teoria Crítica e o Labelling Approach são próximos, mas não se confundem, possuindo
diferenças capazes de os individualizar. A perspectiva do labelling approach deu origem ao
desenvolvimento das teorias críticas, masestas não se esgotam no etiquetamento. Como
afirma Juarez Cirino, o labeling approach é uma condição necessária da criminologia crítica,
mas não suficiente.

Derivando seus pensamentos da Criminologia Crítica, encontramos algumas correntes de


pensamento, tais como o Abolicionismo, que rejeita totalmente o papel que desempenham as
instâncias punitivas e defende a abolição do sistema penal. O Minimalismo, que embora não
defenda o fim do Direito Penal, atua em favor de sua limitação. O Minimalismo Garantista,
pregando a redução do Direito Penal ao mínimo de intervenção possível, com a maximização
das garantias processuais do indivíduo.
a l
io n
O abolicionismo criminalnão encontragrande aceitação na América Latina, e, em

a c
especial, no Brasil.
u c y
E od d o
Eventualmente encontramos defensores do Direito Penal Mínimoque recusam o rótulo
e
rt s G
de abolicionistas, mas que agem como tais.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O neorrealismo de esquerda(e o seu respectivo movimento de law and order) e o

r um F 4.3 gm
direito penal mínimo são, talvez, duas das posições ideológicas de maior debate na atual
e n 9 a
Criminologia. V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
O abolicionismo, o direito penal mínimo e o neorrealismo de esquerda serão trabalhados
f e r
oy
no capítulo 6 (Criminologia Contemporânea).
d
lgo

22
a l
io n
QUADRO SINÓTICOca c
d u oy
e E od
r t s G
o de (PARTE 2)m
p
TEORIAS DO CONSENSO
Suernan11-06ail.co
r u
TEORIAS
mDA F 4.3 gm SOCIAL
APRENDIZAGEM
a
e enn .19 s@
V
d r 35 e
A
TEORIA Lo a nd
0 CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES
e r n
y f
d o
lg o
a) Conceito:Para Sutherland, a conduta criminal
sistemática é consequência imediata da associação
diferencial em uma determinada situação na qual
existem conflitos culturais e, em última instância,
TEORIA DA uma desorganização social.
ASSOCIAÇÃO b) Representantes: Gabriel Tarde, Edwin Sutherland;
DIFERENCIAL c) Importante:Traz, pela primeira vez, a noção de
crimes do colarinho branco;
d) Críticas:Excessivo nível de abstração.

23
a) Conceito:Tal teoria assenta que não há necessidade
de interação direta para aprender o comportamento
TEORIA DA criminoso;
IDENTIFICAÇÃO b) Representante: Daniel Glaser;
DIFERENCIAL c) Importante:O relevante é a escolha dos modelos,
em vez de interação com pessoas.

a) Conceito:Para essa teoria, o crime é um


comportamento apreendido l
decorrente
a de
TEORIA DO experiências passadas da vida do indivíduo.
io n
REFORÇO a c
b) Representantes: C. Ray Jeffery, Robert L. Burguess e
u c y
DIFERENCIAL Ronald L. Akers;
c) Importante:O E od
mecanismo
d o de aprendizagem é
e
rt s G
o de
otimizado por meio de princípios psicológicos de
p
S ern 11- ail.com
u an 06
condicionamento operantes.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@a) Conceito:Trata-se de uma "correção da Teoria das
Ad Lo 03nand Subculturas Criminais", mediante a complementação

f e r
implementada pelo acréscimo dos estudos das
o y "técnicas de neutralização". As suas pesquisas são

lg od focadas na delinquência juvenil;


b) Representantes: David Matza e Gresham Sykes;
TEORIA DA c) Importante:Apresenta técnicas distintas utilizadas
NEUTRALIZAÇÃO pelos delinquentes juvenis: negação da
responsabilidade, negação da lesão, negação da
vítima, condenação dos condenadores e apelo à
lealdade;
d) Críticas: Não explica o motivo do comportamento
criminoso e, ainda, não providencia um modelo
teórico que seja aceitável e empiricamente

24
comprovável.

TEORIAS DO CONFLITO

TEORIA CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

a l
io n
a c
u c y
d o
E od
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

25
 Surgiu na década de 1960 nos EUA;
 Grandes expoentes dessa teoria: Howard Becker,
Erving Goffmane Edwin Lemert;
 É uma teoria que aponta o sistema criminal
como ‘culpado’ pelo crescimento da
criminalidade.
 O sistema penal estigmatiza/rotula/etiqueta o
criminoso.
 O próprio sistema de Justiça Criminal (os
policiais, os promotores, os juízes, os sistemas
a l
n
penitenciários) estigmatizam algumas camadas
io
c
da sociedade (pobres, periféricos).
a
TEORIA DO LABELING
u c y
 A própria reação social que acaba condenando
APPROACH (OU TEORIA
E od
os indivíduos.
d o
DA REAÇÃO e
rt s G
SOCIAL/ETIQUETAMENTO)
p o de
 Fomenta a desigualdade social.

S ern 11- ail.com


u an 06
 O sistema prisional é degradante. Funciona como

r um F 4.3 gm
escola para o crime.

e n 9 a  A solução é desencarceramento.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
 Inspirou a criação da lei nº 9.099/95. Possui
diversos institutos despenalizadores, tais como a

f e r transação penal e a suspensão condicional do


o y
o d processo.
lg  Exemplo:imprensa tratando jovens periféricos
como traficantes e jovens de classe média e
classe alta como usuários de drogas.

 O Direito Penalse ocupa de defender os


interesses do grupo social dominante;
TEORIA CRÍTICA (OU
26
RADICAL OU NOVA  Reclama compreensão pelo criminoso;
CRIMINOLOGIA)  Critica severamente a criminologia tradicional;
 O capitalismo é a base da criminalidade;
 Propõe reformas estruturaisna sociedade para a
redução das desigualdades e, consequentemente,
da criminalidade;
 Abolicionismo, Direito Penal Mínimo e
Neorrealismo de Esquerda;

a l
io n
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

27
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1

(DELEGADO- Banca-PC-SP-2011)Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento


A)É considerada um dos marcos das teorias de consenso;
B)É conhecida como Teoria do Labelling Aproach;
C)Tem como um de seus expoentes Erving Goffman;
D) Tem como um de seus expoentes Howard Becker;
a l
io n
E)Surgiu nos Estados Unidos.
a c
u c y
Comentário: E odd o
e
rt s G
p o de
Entendida como um dos termos das teorias de conflito, a teoria do etiquetamento ou ainda

S ern 11- ail.com


u an 06
da rotulação ou reação socialou labeling approach, acabou com paradigmas, eis que deixou

r um F 4.3 gm
de focar o fenômeno delitivo passando a valorar a reação social proveniente da ocorrência de
e n 9 a
um ilícito. V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Já as teorias consensuais partem dos seguintes postulados: que toda sociedade é mesclada

e r
de elementos perenes, integrados, funcionais, estáveis, que se baseiam no consenso entre seus
f
o y
integrantes.
o d
lg
Em se tratando da teoria do etiquetamento (final do século 20), a mesma critica todo o
sistema coercitivo social sendo que a realidade social é fruto de um processo de interação,
tudo que nós temos em termos de instituições definições são frutos de uma construção e
através da interação.
Enquanto as teorias consensuais defendem a estabilidade e integração de vontades a teoria
do etiquetamento afirma que o sistema penal caminha como um sistema seletivo e não
harmônico. Portanto, está correta a alternativa “A”.

Questão 2
28
(INSTITUTO ACESSO - 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA)A Criminologia Crítica
contempla uma concepção conflitual da sociedade e do Direito. Logo, para a criminologia
crítica, o conflito social.
A)Se produz entre as pautas normativas dos diversos grupos sociais, cujas valorações são
discrepantes.
B) É funcional porque assegura a mudança social e contribui para a integração e conservação
da ordem e do sistema.
C) É um conflito de classe sendo que o sistema legal é um mero instrumento da classe
dominante para oprimir a classe trabalhadora.
D) Representa a própria estrutura e dinâmica da mudança social, sendo o crime produto
normal das tensões sociais.
E)Expressa uma realidade patológica inerente a ordem social.
a l
io n
a c
Comentário:
u c y
d o
E od
e
A Criminologia Crítica é marcadapelo viés da matriz marxista, pois parte da ideia de que o
rt s G
p o de
Sistema Punitivo é erguido e funciona com apoio em uma ideologia da sociedade de classes.

S ern 11- ail.com


u an 06
Desde modo, o seu principal objetivo longe estaria da defesa social ou da preocupação com a

r um F 4.3 gm
criação ou manutenção de condições para um convívio harmônico entre as pessoas.
e n 9 a
V n 5.1 es@
O apropriado fim oculto de todo Sistema Penal seria a sustentação dos interesses das classes
re
Ad Lo 03nand
dominantes. Qualquer instrumento repressivo de controle social revelaria a atuação opressiva
de umas classes sobre as outras.
f e r
y
do
Para a Criminologia Crítica, as leis penais existem para gerar uma estabilidade temporária,
o
encobrindo o confortolg
entre as classes sociais
Portanto, está certa a alternativa“C”.

Questão 3
(INSTITUTO ACESSO - 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA)Constitui um dos objetivos
metodológicos da teoria do Labelling Approach (Teoria do Etiquetamento Social) o estudo
detalhado da atuação do controle social na configuração da criminalidade. Assinale a
alternativa correta:

29
A) Para o labelling approach, o controle social penal possui um caráter seletivo e
discriminatório gerando a criminalidade.
B) O labelling approach é uma teoria da criminalidade que se aproxima do paradigma
etiológico convencional para explicar a distribuição seletiva do fenômeno criminal.
C) Para o labelling approach, um sistemático e progressivo endurecimento do controle social
penal viabilizaria o alcance de uma prevenção eficaz do crime.
D) O labelling approach, como explicação interacionista do fato delitivo, destaca o problema
hermenêutico da interpretação da norma penal.
E) O labelling approach surge nos EUA nos anos 80, admitindo a normalidade do fenômeno
delitivo e do delinquente.

a l
Comentário: io n
a c
u c y
d o
A) CORRETO. Para a teoria, o criminoso não era um ser desviante, mas a sociedade que o
E od
e
desviava, rotulando-o, com base no interesse de grupos detentores de poder, definindo o que
rt s G
p o de
é e não é crime, de forma seletiva e discriminatória.

S ern 11- ail.com


u an 06
B) ERRADO. A etiologia (causas e origens do fenômeno criminoso), para a teoria, é social. Em

r um F 4.3 gm
outras palavras, as causas e origens do crime são sociais, externas ao indivíduo (exógenas),
e n 9 a
V n 5.1 es@
havendo, pois, um determinismo social (a sociedade determina quem é e não é criminoso).
re
Ad Lo 03nand
Ao contrário, a etiologia convencional, vislumbrada nas escolas clássica e positiva, não é social

e r
(externa ao indivíduo -- exógena). Para a escola clássica, a etiologia do crime/criminoso era
f
y
do
firmada no livre arbítrio, vale dizer, o sujeito cometia o crime porque assim optava, na medida
o
em que consideravalg
útil (etiologia utilitarista). Já para o positivismo, a etiologia era
biopsicopatológica. Em outras palavas, o sujeito cometia o crime não por assim escolher, mas
porque era prisioneiro de suas próprias patologias, biológicas e psicológicas, além de outros
fatores. Portanto, para a escola positivista, havia um determinismo biopsicopatológico.
Percebam, portanto, que nas escolas clássica e positivista, a etiologia era observada no próprio
indivíduo (endógena), enquanto que para a labelling approach (teoria sociológica), a etiologia
era social (exógena).

30
C) ERRADO. Ao contrário, pois no labellin approach, quanto maior for a intervenção do
controle social formal, maior será o problema da criminalidade.
D) ERRADO. O problema do crime não reside na interpretação da norma penal, mas resulta da
própria criação e aplicação da norma penal.
E) ERRADO. Quem define o crime e o criminoso como algo normal é a teoria da anomia, de
base consensual.
Portanto, está correta a alternativa “A”.

Questão 4
(INSTITUTO ACESSO - 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA)Leia o texto a seguir e
responda ao que é solicitado.
a l
n
“Os irmãos Batista, controladores da JBS, tiveram vantagem indevida de quase R$73 milhões
io
c
com a venda de ações da companhia antes da divulgação do acordo de delação premiada
a
u c y
que veio a público em 17/05/2017, conforme as conclusões do inquérito da Comissão de
E odd o
Valores Mobiliários (CVM). O caso analisa eventual uso de informação privilegiada e
e
rt s G
o de
manipulação de mercado por Joesley e Wesley Batista, e quebra do dever de lealdade, abuso
p
S ern 11- ail.com
u an 06
de poder e manipulação de preços pela FB Participações”. (Jornal Valor Econômico,
13/08/2018):
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
Com relação à criminalidade denominada de colarinho branco, pode-se afirmar que a teoria
re
Ad Lo 03nand
da associação diferencial.

f e r
A) Sustenta como causa da o ycriminalidade de colarinho branco a proposição de que o

lg od
criminoso de hoje era a criança problemática de ontem.
B) Entende que o delito é derivado de anomalias no indivíduo podendo ocorrer em qualquer
classe social.
C) Sustenta que o crime está concentrado na classe baixa, sendo associado estatisticamente
com a pobreza.
D) Sustenta que a aprendizagem dos valores criminais pode acontecer em qualquer cultura ou
classe social.

31
E) Enfatiza os fatores sociopáticos e psicopáticos como origem do crime da criminalidade de
colarinho branco.

Comentário:
A Teoria da Associação Diferencial é analisadacomo uma teoria de consenso, desenvolvida
pelo sociólogo americano Edwin Sutherland (1883-1950), inspirado em Gabriel Tarde.

Afirmando-se no final dos anos 1930 a expressão white collar crimes (crimes de colarinho
branco) para designar os autores de crimes específicos, que se diferenciavam dos criminosos
comuns.
Assegura que o comportamento do criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou
desenvolvido pelo sujeito ativo. Sutherland NÃO propõe a associação entre criminosos e NÃO
a l
n
criminosos, mas sim entre definições favoráveis ou desfavoráveis ao delito.
io
a c
Nesse contexto, a associação diferencial é um processo de apreensão de comportamentos

u c y
d o
desviantes, que requer conhecimento e habilidade para se locupletar das ações desviantes.
E od
Portanto, está correta a alternativa “D”.
e
rt s G
p o de
m
S Questão - u an 06
c o
m ern 151 ail.
r u a F 4.3 gm
(CESPE/CEBRASPE - 2018 - PF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL)Julgue o item a seguir,
V e
e n 9
n 5.1 es@
r
Ad Lo 03nand
relativos a modelos teóricos da criminologia.
Para a teoria da reação social, o delinquente é fruto de uma construção social, e a causa dos

f e r
delitos é a própria lei; segundo essa teoria, o próprio sistema e sua reação às condutas
o y
o d
desviantes, por meio do exercício de controle social, definem o que se entende por
criminalidade.
lg
( ) Certo
( ) Errado

Comentário:
A criminalidade não é umatributo intrínseco nem a sua conduta criminosa é um fato
inteiramente nocivo. Pois, o crime e a criminalidade são atributos - etiquetas - atribuídas a

32
determinados sujeitos através de complexos processos de "interação social", ou seja, de
processos de definição (criminalização primária) e de seleção (criminalização secundária).

A criminalidade, segundo essa teoria, é um atributo conferido a determinados indivíduos


(etiquetamento) e o crime é o fato que a lei define como tal. Essa teoria não busca conhecer
as "causas" do delito, mas se concentra em definir quem é o criminoso e que é o crime.

O referente nome transmite a ideia dos teóricos da reação social (rotulação social,
etiquetamento, ou labeling approach), com efeito, para eles, a explicação para o crime
concentra-se nas respostas formais do Estado para o comportamento. O que
fundamentalmente está em causa não é a desviação primária (primeiro crime), mas o modo
como as agencias formais de controle social filtram e reagem a esta conduta social.

a l
Na reação social, as investigações não se dirigem a possíveis déficits de socialização ou
ion
c
patologias sociais, mas sim aos repressores, de modo que o desviante é produzido pelo
a
u c y
controle social, daí porque se fala em uma sociologia da sociedade punitiva. O enfoque

E od d o
definitorial, portanto, questiona o processo de definição da criminalidade e, com isso, suprime
e
rt s G
as investigações sobre as causas.
p o de
S ern 11- ail.com
Portanto, a alternativa está “CERTA”.
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
d V re n 5.1Questão
3 e s @
6
o
A L 0 nan d
(CESPE/CEBRASPE - 2018 - PF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL)Julgue o item a seguir,
f e r
y
relativos a modelos teóricos da criminologia.Conforme a teoria ecológica, crime é um
o
o d
lg
fenômeno natural e o criminoso é um delinquente nato possuidor de uma série de estigmas
comportamentais potencializados pela desorganização social.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário:
Teoria pertencente ao grupo das teorias do consenso, surgiu no início do séc. XX por meio de
membros do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago.

33
A teoria ecológica, ou da desorganização espacial, defende que o progresso leva a
criminalidade aos grandes centros urbanos. Propõe que a estabilidade e a integração
contribuem para a ordem social, e a ausência de integração entre os indivíduos contribuem
para índices mais elevados de criminalidade.

A deteriorização de núcleos primários (família, igreja) e a superficialização das relações sociais


contribuem para a criação de um meio desorganizado e potencialmente criminógeno.

Portanto, a alternativa está “ERRADA”.

Questão 7
(UEG - 2018–PC/GO - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Sobre a Criminologia, desde a
perspectiva de seu conceito, métodos e objetos, tem-se o seguinte: a l
io n
c
A) A partir dos estudos culturais (cultural studies), a criminologia clínica resgata os estudos do
a
labelling approach.
u c y
E od d o
B) Os estudos culturais (cultural studies) permitiram o desenvolvimento da chamada
e
rt s G
o de
criminologia cultural, responsável pela classificação pormenorizada de grupos desviantes, tais
p
como punks ou grafiteiros.
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
C) As vertentes criminológicas abarcadas sob a terminologia de saber criminológico pós-
F 4.3 gm
e n 9 a
crítico, ainda que assim possam ser denominadas enquanto legatárias da criminologia crítica,
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
mantêm-se atreladas ao projeto científico de um sistema universal de compreensão do crime.

f e r
D) Os estudos realizados por Howard Becker sobre grupos consumidores de maconha, na

oy deram origem à perspectiva criminológica cultural, por


década de 50, nos Estados Unidos,
d
meio da qual é possível o
lgcompreender a dimensão patológica do uso de drogas para os fins da
intervenção estatal preventiva e também repressiva sobre tráfico de entorpecentes.
E) A primeira referência teórica e metodológica para a realização de estudos criminológicos
sobre formas de ativismo político urbano identificados com o chamado movimento punk é a
obra Outsiders: studies in the sociology of deviance (Outsiders: estudo de sociologia do
desvio), de Howard Becker, a partir dos estudos que realiza entre grupos consumidores de
maconha e músicos de jazz, na década de 50, nos Estados Unidos.

Comentário:
34
A) Errada. A criminologia clínica NÃO busca resgatar os estudos do labelling approach. A
criminologia clínica é voltada para o indivíduo, valendo-se dos conceitos, princípios e métodos
de investigação médico-psicológicos, investigando o indivíduo, sua personalidade, a sua
periculosidade enquanto ser desviante. Lembrar que seu objeto primordial é o exame
criminológico. A labelling approach, como uma das teorias do conflito, está voltada para o
controle social e as formas de reação da sociedade à presença desse criminoso em seu meio.
B) Errada. A classificação pormenorizada dos grupos desviantes, tais como punks ou grafiteiros
é trabalhada na Teoria do Etiquetamento.
C) Errada. A criminologia pós-crítica tem uma análise micro e não macro (não analisa o crime
de uma forma ampla, mas a sua incidência em razão de uma compreensão de determinado
paradigma).
D) Errada. Tentou relacionar Howard Becker à criminologia clínica.
a l
Portanto, está correta aalternativa “E”. io n
a c
u c y
Questão 8E od d o
e
rt s G
o de
(FUMARC - 2018–PC/MG - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)“Por debaixo do problema da
p
S ern 11- ail.com
u an 06
legitimidade do sistema de valores recebido pelo sistema penal como critério de orientação
para o comportamento
r um F 4.3 gm
socialmente adequado e, portanto, de discriminação entre
e n 9 a
V n 5.1 es@
conformidade e desvio, aparece como determinante o problema da definição do delito, com
re
Ad Lo 03nand
as implicações político-sociais que revela, quando este problema não seja tomado por dado,

f e r
mas venha tematizado como centro de uma teoria da criminalidade. Foi isto o que aconteceu

oyou labeling approach, hoje no centro da discussão no âmbito


com as teorias da ‘reação social’,
d
da sociologia criminal.”
o
lgBARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal.
Introdução à sociologia do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan: Instituto Carioca de
Criminologia. p. 86. (Coleção Pensamento Criminológico).
Com base no excerto acima, referente ao paradigma do labeling approach, analise as
asserções a seguir:
I – O labeling approach tem se ocupado em analisar, especialmente, as reações das instâncias
oficiais de controle social, ou seja, tem estudado o efeito estigmatizante da atividade da
polícia, dos órgãos de acusação pública e dos juízes.
PORQUE
35
II – Não se pode compreender a criminalidade se não se estuda a ação do sistema penal, pois
o status social de delinquente pressupõe o efeito da atividade das instâncias oficiais de
controle social da delinquência.
Está CORRETO o que se afirma em:
A) I e II são proposições falsas.
B) I e II são proposições verdadeiras e II é uma justificativa correta da I.
C) I é uma proposição falsa e II é uma proposição verdadeira.
D) I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição falsa.

Comentário:
Tanto a asserção I quanto a asserção II estão corretas. A asserção II justifica a I. A teoria do

a
Labbeling Approach se situa em uma fase de transição entre o paradigma etiológico- l
io n
determinista para a moderna criminologia crítica.
a c
c y
Há um questionamento acerca de quem é definido criminoso, porque tal definição, e quais os
u
E od d o
efeitos surgem da atribuição da conduta desviante. A tese central desse paradigma é que o
e
rt s G
desvio e a criminalidade não são uma qualidade intrínseca da conduta e sim uma etiqueta
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
atribuída a determinados indivíduos através de complexos processos de seleção, isto é, trata-

r um
se de um duplo processo de definição legal de crime associado a seleção que etiqueta um
F 4.3 gm
e n 9 a
autor como criminoso. É um processo de criminalização, ação operada pelo sistema e
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
legitimada pela sociedade, é o etiquetamento.
Os teóricos do Labelling Approach aconselharam que os indivíduos poderosos e o Estado
f e r
oy comportamentos como inadequados. O foco desses teóricos
criam crimes, classificando alguns
d
lgo da sociedade ao crime e ao desvio, fato que os separou de
está nas reações dos membros
outros estudiosos da época.
A etiqueta colada ao delinquente traduz como um fator negativo que os mecanismos de
controle social repartem com o mesmo critério de distribuição de bens positivos, levando em
conta o status e o papel das pessoas. Portanto, as chances, ou os riscos, de ser etiquetado
como delinquente não dependem tanto da conduta, mas da posição do indivíduo na pirâmide
social. Existem duas correntes no Labelling Approach: uma radical e outra moderada.
Portanto, está correta aalternativa “B”.

36
GABARITO

Questão 1 - A

Questão 2 -C

Questão 3 -A

Questão 4 -D

a l
Questão 5 - Certa
ion
Questão 6 - Errada a c
u c y
Questão 7 - E d o
E od
Questão 8 - B
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

37
QUESTÃO DESAFIO

No âmbito da Teoria do Labeling Approach, o que se entende por:


a) instituições totais; b) role-engulfment; c) cerimonias
degradantes?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

38
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

As instituições totais são aqueles espaços em que o desviante fica isolado da sociedade
por um tempo significativo (ex: prisão). As cerimônias degradantes são os rituais que
degradam a identidade do desviante. Por fim, o Role-Engulfment é a autoimagem que o
desviante desenvolve após o etiquetamento.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Labeling Approach e Instituições Totais

Inicialmente, destaca-se que a Teoria do Labeling Approach é também denominada de Teoria


do Etiquetamento.

a l
n
A investigação criminológica é direcionada não ao desviante, mas sim aos seus repressores, de
io
c
sorte que essa teoria afirma que o desviante é fruto do controle social e do etiquetamento
a
u c y
promovido pela sociedade. (FILHO, Nestor Sampaio Penteado. Manual Esquemático de

E od
Criminologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 74.) d o
e
rt s G
p o de
O Labeling Approach guarda íntima relação com as Instituições Totais, as quais são aquelas

S ern 11- ail.com


u an 06
instituições que afastam o desviante do convívio social por uma quantia de tempo

r um
significativa, o que termina por modificar a personalidade do desviante, de modo que ele se
F 4.3 gm
e n 9 a
adapta às normas da instituição (ex: presídio). (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador:
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Juspodium, 2018. 443 p.)

f e r
 Cerimônias Degradantes formais e informais
o y
o d
Ademais, não são apenas as Instituições Totais que guardam relação com a Teoria do Labeling
lg
Approach, mas também se pode apontar o conceito de Cerimônias Degradantes. No que diz
respeito a essas cerimônias, destaca-se que se tratam de processos ritualizados nos quais o
sujeito desviante recebe a condenação e termina por perder a sua identidade, a qual é
substituída por outra, mas rotulada. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador:
Juspodium, 2018. 443 p.)

Ademais, destaca-se a existência de dois tipos de cerimônias degradantes: a) formal - resposta


formal do controle social estatal; b) informal - é resultado das instâncias informais
(Significativo: Ferrajoli, Luigi. El populismo penal en la sociedad del miedo. In: Zaffaroni,

39
Eugêneio Raul; Ferrajoli, Luigi; Torres, Sérgio G; Basilico, Ricardo A. La emergencia del miedo.
Buenos Aires: Ediar, 2012, p. 57 e ss)

 Role-Engulfment é a autoimagem do desviante

Por fim, no que se refere ao Role-Engulfment, trata-se da autoimagem que o indivíduo


desviante tem de si após ter sido etiquetado pelas instâncias de controle. (FILHO, Nestor
Sampaio Penteado. Manual Esquemático de Criminologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p.
74.)

Em razão dessa autoimagem, uma pessoa que poderia ter um futuro digno termina com várias
oportunidades sendo descartadas em razão desse etiquetamento e dessa mácula em sua
imagem perante si e perante os outros.

Para melhor compreensão, traz-se o exemplo de Eduardo Viana: a l


io n
a c
"Eduardo está prestes a prestar vestibular para Direito para as mais conceituadas universidades
u c y
E od d o
do país. Dias antes de realizar as provas, Eduardo vai a uma festa na qual há farta quantidade
de droga disponível. Curioso ao ver os amigos usando, resolve, pela primeira vez, movdo
e
rt s G
o de
pelos impulsos da juventude, usar cocaína, levando consigo, ainda, outros tipos de droga para
p
S ern 11- ail.com
u an 06
experimentar em momento posterior. No caminho de casa, é abordado em barreira de
policiais em fiscalização da Lei Seca que, acidentalmente, encontra as drogas, momento em
r um F 4.3 gm
a
que Eduardo é preso em flagrante por tráfico. Tempos depois, ele consegue a liberdade. Aos
e n 9
V e n 5.1 es@
olhos da lei é, agora, criminoso. As ramificações desse processo de etiquetamento são ainda
r
Ad Lo 03nand
maiores: familiares, amigos e professores veem Eduardo com outros olhos. Já não é um jovem

f e r
com futuro promissor, mas, sim, suspeito e visto como jovem indesejado entre os outros

oy de etiquetagem está completo: o rótulo foi aplicado


jovens não etiquetados. O processo
d
lgo
formalmente, outros significativos reagiram ao rótulo oficial, e Eduardo aceitou o rótulo".
(VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: Juspodium, 2018. 443 p.)

40
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Lei dos Juizados Especiais Criminais:

 LEI Nº 9.099, DE 7 DE AGOSTO DE 2006


o Transação penal:
Art. 76.Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá

a l
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser

io n
especificada na proposta.
a c
c y
§1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá
u
reduzi-la até a metade.
E od d o
e
rt s G
§2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

p o de
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à

S ern 11- ail.com


u an 06
pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

r um II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco


F 4.3 gm
e n 9 a anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a

f e r
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
y
o do ser necessária e suficiente a adoção da medida.
lg §3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será
submetida à apreciação do Juiz.
§4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da
infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não
importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida
no art. 82 desta Lei.
§6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará
de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no

41
mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.

o Suspensão condicional do processo:


Art. 89.Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional
da pena (art. 77 do Código Penal).
§1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o
acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

a l
I - Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

io n
II - proibição de frequentar determinados lugares;
a c
c y
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
u
autorização do Juiz;
E od d o
e
rt s G
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente,

o de
para informar e justificar suas atividades.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
§2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a

r um
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
F 4.3 gm
e n 9 a
§3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.

e r
§4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado,
f
no o
y
curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
d
lgocondição imposta.
§5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a
punibilidade.
§6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.

42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANDEIRA, Thais. Criminologia / Thais Bandeira, Daniela Portugal. - Salvador: UFBA, Faculdade de

Direito, Superintendência de Educação a Distância, 2017.

CARVALHO, Salo de. Antimanual de criminologia / Salo de Carvalho. – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo:
Saraiva, 2015.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 10. ed. rev., ampl. e
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018.

MASSON, Cleber. Direito penal: parte geral – vol. 1 / Cleber Masson – 12 ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense, São Paulo: METODO, 2018.

a l
n
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia. 4. Ed. São Paulo: RT, 2002.
io
a c
PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia / Nestor Sampaio Penteado
u c y
Filho. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
d o
E od
e
rt s G
VIANA, Eduardo. Criminologia / Eduardo Viana – 7. Ed. Rev., Atual. e Ampl. – Salvador: JusPODIVM,

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
2019.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
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Ver na 94 g
eCapítulo
n 5.1 es@ 5
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Ad Lo 03nand
f e r
o y
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lg
SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 5 ...............................................................................................................................................................2

1. Cifras Criminais ...........................................................................................................................................................................2

1.1 Introdução ................................................................................................................................................................................. 2

1.2 Cifras Criminológicas ............................................................................................................................................................ 2

2. Teorias da Pena ..........................................................................................................................................................................6

2.1 Teorias Absolutas da Pena .................................................................................................................................................. 6

2.2 Teorias Relativas da Pena .................................................................................................................................................. 8

2.2.1
a l
Prevenção geral ........................................................................................................................................................ 8

io n
2.2.2
c
Prevenção especial .................................................................................................................................................. 9
a
2.3
u c y
Teorias Ecléticas da Pena .................................................................................................................................................11

3. E od d o
Prevenção do Delito ............................................................................................................................................................. 13
e
rt s G
4.
p o de
Vitimologia .................................................................................................................................................................................. 16

4.1 S ern 11- ail.com u an 06


Introdução ...............................................................................................................................................................................16

r um F 4.3 gm
4.2
a
Classificações da Criminologia ......................................................................................................................................17
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
4.3 História do Estudo da Vítima .........................................................................................................................................19

4.4 Vítimo-dogmática ................................................................................................................................................................21

f e r
4.5 y
Teorias Vitimológicas .........................................................................................................................................................22
o
o d
4.6 lg Maltratada ..................................................................................................................................24
Síndrome da Mulher

4.7 Síndrome de Londres ........................................................................................................................................................24

4.8 Síndrome de Estocolmo ...................................................................................................................................................25

QUADROS SINÓTICOS ........................................................................................................................................................................ 26

QUESTÕES COMENTADAS.............................................................................................................................................................. 29

GABARITO COMENTADO ................................................................................................................................................................ 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................... 35

1
CRIMINOLOGIA

Capítulo 5

1. Cifras Criminais

1.1 Introdução

Os criminologistas acreditam que as estatísticas criminais podem identificar o nexo de


causalidade entre os fatores da criminalidade e as infrações criminais. No entanto, por diversas
a l
n
razões, os dados oficiais apresentados por essas estatísticas não representam a realidade,
io
dando origem às cifras da Criminologia.
a c
u c y
E od d o
Após o Século XIX, as ciências criminais passam estudar, com mais afinco, o fenômeno da
e
rt s G
criminalidade, levando em consideração suas causas.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Como lembra Penteado Filho (2018), destaca-se a atuação do matemático belga Quetelet,

um F 4.3 gm
autor da Escola Cartográfica (verdadeira ponte entre clássicos e positivistas), que estabeleceu o
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
conceito de homem médio e alertou para a questão dos crimes não comunicados ao Poder
re
Ad Lo 03nand
Público (cifra negra). Os criminólogos sustentam que, por intermédio das estatísticas criminais,

f e r
pode-se conhecer o liame causal entre os fatores de criminalidade e os ilícitos criminais
praticados. o y
o d
lg
1.2 Cifras Criminológicas

A doutrina apresenta uma série de classificações paras as cifras criminológicas,


observando que, cada uma delas é designada seja para circunstâncias, vítima ou autoria
diferente.

A ideias das cifras teve sua origem por meio de Sutherland, o criador da Teoria da
Associação Diferencial, a qual buscou demonstrar para a sociedade que há crimes em que,
emboranão se tem conhecimento,não se pode afirmar que os mesmos não ocorrem.

2
1.2.1 Cifra negra

Também chamada como ciffre noir, dark number ou zona escura, representa a diferença
entre a criminalidade real, que é o número efetivo de crimes praticados, e a criminalidade
registrada pelos órgãos públicos, que por diversas razões não são levadas aos conhecimentos
das autoridades competentes, gerando uma estatística distorcida.

A cifra negra trata-se dos crimes que não chegam ao conhecimento policial. São os
crimes que não chegam sequer a ingressar nas estatísticas.

a l
io n
a c
u c y
A Cifra Negra tem maior incidência nos delitos menos gravesem comparação com os mais

E od d o
graves. A classe social do agente que comete a infração penal é fator que influi diretamente
e
rt s G
o de
na possibilidade de enquadramento na Cifra Negra. Exemplo: crimes contra a dignidade
p
S ern 11- ail.com
u an 06
sexual; crimes contra a honra; crimes de colarinho branco “abafados”; etc.

r um F 4.3 gm
a
1.2.2 Cifra dourada
e enn .19 s@
d V r 35 de
A L 0 nan o
Considerada um subtipo da Cifra Negra, a Cifra Douradaestá intimamente ligada às

f e r
infrações penais praticadas pela elite, que por interesses obscuros não são reveladas ou

o y
apuradas pelos órgãos competentes.
o d
lg
É o índice de criminalidade dos delinquentes da alta classe social, que se vale de seus
conhecimentos técnicos, habilidade profissional e influência pessoal ou política para praticar
crimes como sonegação fiscal, crimes ambientais e eleitorais, são os famosos crimes do
colarinho branco.

Em suma, representa a criminalidade praticada pela elite e os crimes de ‘colarinho


branco’, definida como práticas antissociais impunes do poder político e econômico (a nível
nacional e internacional), em prejuízo da coletividade e dos cidadãos e em proveito das
oligarquias econômico-financeiras.
3
1.2.3 Cifra cinza

Representada pelas ocorrências policiais registradas em órgãos públicos, que são


solucionados na própria delegacia, sendo exemplo o não oferecimento de representação nos
crimes que a exigem.

Com outras palavras, são resultados de ocorrências que até chegam a ser registradas,
porém não se chega ao processo ou ação penal por serem solucionadas na própria Delegacia
de Polícia.

Exemplo: Conciliação entre as partes; desistência da própria vítima.

1.2.4 Cifra amarela

a l
n
Ocorrências praticadas com violência policial contra membro da sociedade, que por
io
a c
medo de represálias, deixa de fazer a comunicação do crime praticado pelos agressores às
u c y
ouvidorias e corregedorias.
E od d o
e
rt s G
Refere-se, também, aos crimes em que as vítimas são pessoas que sofreram alguma
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
forma de violência cometida por um funcionário público e deixam de denunciar o fato aos

r um
órgãos responsáveis por receio, medo de represália.
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
1.2.5 Cifra verde
re
Ad Lo 03nand
Consiste nos crimes que não chegam ao conhecimento policial e que a vítima destes
f e r
delitos, diretamente, é o meio y
d o ambiente.
lgo
Exemplo: maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domesticados, pichações de
paredes, monumentos históricos, prédios públicos; crime de poluição ao meio ambiente; etc.

1.2.6 Cifra rosa

São essencialmente os crimes de caráter homofóbico, que não chegam ao conhecimento


do Estado.

4
Decorrem da violência de gênero, onde a motivação dos delitos reside em preconceito
relativo à orientação sexual.

Exemplos: ofensas contra homossexual; lesões, homicídios, dentre outros crimes violentos
ligados ao preconceito contra a orientação sexual das pessoas.

É uma subespécie dos crimes de cifra negra.

2. Teorias da Pena

Ao longo da história, a política do Direito Penal busca apresentar uma resposta formal
para os casos jurídico-penais que envolvem a aplicação da pena e, no decurso dos séculos,
encontram-se as mais diferentes fundamentações.
a l
io n
c
Nas palavras de Viana (2019), como bem aponta Ferrajoli, é no Direito Penal que a
a
u c y
questão do “se” e do “porque” se colocam com maior problemática, sendo, portanto, a
E od d o
e
justificação da pena o problema clássico, por excelência, da teoria do direito.
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
Justificacionistas – enquadram-se as teorias absolutas e relativas da pena;
u an 06
r um
Negacionistas – não reconhecem a legitimidade à intervenção jurídico-penal, daí porque
F 4.3 gm
e n 9 a
sua vertente mais radical propõe a eliminação de todo o sistema penal.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
É o bem jurídico que determina qual conduta o Estado está legitimado a punir.

f e r
y
Distinção entre função da pena e conceito de pena.Conceitualmente a pena é mal que
o
o d
lg
se impõe em virtude do cometimento de um delito.

2.1 Teorias Absolutas da Pena

As teorias absolutas (ou teorias da retribuição) são teorias que olham para o antes.Para
essas teorias, o sentido da imposição da pena enquadra-se na moldura da mera compensação
pelo mal causado.

A pena basta em si e é o pagamento pelo mal que o crime causou. A pena deve ser uma
retribuição justa pela relação do autor com o fato.

5
Uma retribuição pela sua culpabilidade. São teorias vinculadas, primordialmente, ao
direito penal do fato.

Destacam-se os trabalhos de Immanuel Kante Friedrich Hegel.

No pensamento kantiano, a lei penal é um imperativo categóricoe, por isso mesmo,


uma exigência incondicional de justiça.

Em modo de síntese, pode-se dizer que no pensamento de Kant, a pena não pode servir
para o bem próprio do delinquente ou da sociedade, mas para realizar a justiça (que é um
imperativo categórico); a pena serve, portanto, para retribuir a culpa de um fato passado. Para
que a pessoa possa ser tratada como um fim em si mesmo, ou seja, como um ser racional e
autônomo, capaz de autodeterminar-se, a pena deve ser a retribuição (VIANA, 2019).

a l
io
Hegel, de mesma forma, considera que a determinação da pena também está apontada n
a c
na ideia de retribuição. Porém, não uma retribuição tida como consequência de um comando
u c y
incondicional de justiça, senão como resultado da lesão do direito.
E od d o
e
rt s G
O delito é a negação do direito e a pena a negação do delito; se juntarmos aquilo que
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
separamos chegamos à conclusão de que a pena é a negação da negação (VIANA, 2019).

Para Hegel, a
r um
imposição F 4.3 gm
da pena serviria tão somente para a “restauração
e n 9 a
V n 5.1 es@
(wiederherstellung) do direito”.
re
Ad Lo 03nand
Hegel diz, de forma expressa em sua obra, que as teorias relativas da pena não
f e r
y
respeitam a dignidade do delinquente, muito menos a sua liberdade.

o do
Na realidade, taislg
teorias tratam os criminosos de forma leviana, razão pela qual não há
que se falar em qualquer prevenção geral.

Kant e Hegel traduzem modelos de pensamento que entendem a pena como uma
reação que olha para o passado e não como instrumento com fins futuros1.

A ideia de retribuição delimita um marco na ingerência do poder punitivo do Estado e


tem uma função de salvaguarda da liberdade, um limite de garantia a favor do cidadão.

1
MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del derecho penal. 2 ed. Buenos Aires: BdeF, 2003, p. 50
6
Parte da doutrina adverte que as teorias absolutas da pena não sustentáveis,
especialmente, quando rivalizadas com o fim do Direito Penal, o qual é a proteção de bens
jurídicos (Claus Roxin). As teorias absolutas da pena tratam os sujeitos de forma fria.

2.2 Teorias Relativas da Pena

As teorias relativas da pena, ao contrário das teorias absolutas, têm seu direcionamento
para o futuro.

Para as teorias relativas, com a imposição da pena a sociedade persegue a finalidade de


prevenir que outros crimes sejam praticados.

Pune-se o criminoso para que os outros indivíduos da sociedade se sintam intimidados e,

a l
consequentemente, tenham desativados possíveis predisposições à realização do delito. Essa é

io n
a chamada prevenção geral.
a c
u c y
d o
Pune-se o criminoso, também para que ele, em razão da pena, possa ser ‘corrigido’ e,
E od
e
assim, não cometa novamente novos delitos. Essa é a chamada prevenção especial.
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
 Variante da prevenção geral- impacto que a imposição da pena deve surtir na
generalidade dos cidadãos.

r um F 4.3 gm

e n 9 a
Variante da prevenção especial – impacto que a imposição da pena deve gerar no
V e n 5.1 es@
indivíduo concreto.
r
Ad Lo 03nand
A missão da pena consistiria em evitar a prática do mal futuro (poena relata ad
f e r
effectum). y
o do
g
2.2.1 lPrevenção geral

Argumenta que a justificativa da imposição da pena está no impacto (preventivo) que


essa pode surtir na generalidade.Divide-se em prevenção geral negativae prevenção geral
positiva.

A prevenção geral assenta-se na utilização do medo como forma de evitar o


cometimento de crimes.

Bentham e Feuerbach – o medo é a mola propulsora da racionalidade humana.

7
Feuerbach – “teoria da coação psicológica” – opinava que a cominação da pena
causava uma provação na psique do potencial delinquente, fazendo aparecer esforços para
impedir o cometimento do delito.

A execução da pena serviria apenas para confirmar a seriedade da ameaça.

Tanto a teoria absoluta, como a prevenção geral não são comprováveis empiricamente:
na primeira, a categoria do livre arbítrio e, na segunda, a intimidação.

Críticas:

a) Ausência de proporcionalidade da pena em relação à gravidade do delito.


b) Ausência de conexão entre a gravidade do fato e a justificativa de pena a que
conduz a teoria da prevenção geral, desemboca na irracionalidade da sanção
a l
penal.
io n
c
c) Impossibilidade de a teoria preventiva geral desempenhar um papel de limitação
a
do poder punitivo estatal. u c y
E od d o
e
rt s G
A prevenção geral positivaé, sobretudo, mais prestigiada pelos estudiosos alemães.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
É uma teoria que compreende a pena como um instrumento de defesa da

r um
inviolabilidade da ordem jurídica.
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
A justificativa para a imposição da pena reside na missão de manter a confiança dos
re
Ad Lo 03nand
cidadãos na validade da norma da conduta infringida.

f e r
Enquanto a teoria da prevenção geral negativa justifica a determinação da pena à luz
o y
o d
do seu impacto sobre os potenciais infratores, a prevenção geral positiva justifica a
lg
imposição da pena à luz do seu impacto sobre o cidadão fiel ao direito.

Para Roxin, a prevenção geral tem três fins primordiais: 1) aprendizagem; 2) exercício da
confiança no direito; 3) efeito de pacificação.

Em síntese, para a prevenção geral negativa, a imposição da pena tem o efeito de


contramotivação de potenciais delinquentes; para a prevenção geral positiva, a imposição da
pena tem a função de reforçar a fidelidade dos indivíduos com o direito e, portanto, o
cumprimento das normas (VIANA, 2019).

8
2.2.1 Prevenção especial

A prevenção especialvolta a centralidade da finalidade da pena para o indivíduo


concreto, não mais considerado como livre e capaz de autodeterminar-se, mas sim, indivíduo
sujeito a determinações de ordem antropológica ou social.

Como o criminoso é um sujeito perigoso, que reclama tratamento (não pena), convém
falar em medida de segurança. A maior influência para a difusão, fundamentação e
universalização do ideário preventivo-especial foi Von Liszt.

A prevenção especial dirige-se a execução penal e não a cominação da pena.


Desenvolve-se a pena, durante a execução penal, em três níveis, quais são: intimidação,
correção e neutralização.
a l
io n
Para Mark Ancel, a finalidade da pena é ressocializar e reeducar o criminoso. O Direito
a c
c y
Penal é um dos meios de que a sociedade pode servir-se para diminuir a criminalidade. Os
u
E od d o
fins preventivos especiais da pena têm se manifestado na legislação internacional e interna.
e
rt s G
o de
O artigo 25, I, da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) comprova que o sistema
p
S ern 11- ail.com
u an 06
progressivo de execução da pena é marca da ressocialização do criminoso.

r um F 4.3 gm
a
Claus Roxin aponta um grande problema da prevenção especial: não existe um
e n 9
V re n 5.1 es@
parâmetro para a determinação da pena, posto que a pena consistiria no aprisionamento do
Ad Lo 03nand
condenado pelo tempo suficiente para a sua ressocialização.

f e r
A teoria da prevenção
d oyespecial confronta-se com a nomeação do Estado como

lgoe educação dos indivíduos.


instrumento de correção

Ainda não se sabe o que fazer com os autores de condutas criminosas que não
necessitam de ressocialização.

Não se conseguiu desenvolver justificativa satisfatória para a socialização do reincidente.

 Prevenção especial positiva –está ligada a ideia de ressocialização, de pedagogia


penal, o que não é demonstrável, ao menos, empiricamente.
 Prevenção especial negativa –está ligada a ideia de neutralização. Ela impede
que o delinquente cometa novos delitos.
9
Na opinião de Viana (2019), a ressocialização tem se transformado muito mais em
alegoria legitimadora de poder punitivo, servindo, não raras vezes, como fundamento último
para a ampliação do horizonte punitivo.

2.3 Teorias Ecléticas da Pena

O Código Penal Alemão (1962) considerou a pena um meio de reeducação e reinserção


social, ao lado de sua natureza retributiva.

A pena seria a ultima ratio para a defesa social. A pena valorizava a compensação da
culpabilidade e a reinserção do criminoso na sociedade.

As teorias ecléticas (ou da união/mistas) fornecem uma visão totalizadora do problema

a l
da finalidade da pena derivada do conceito de proteção da sociedade. Dinamizam o cenário

io n
c
dos porquês da imposição da pena tentando conciliar os pontos antes declarados conflitantes
a
(VIANA, 2019).
u c y
E od d o
e
Para Adolf Merkel, importante autor das teorias ecléticas, seria possível combinar a
rt s G
p o de
retribuição com a perspectiva preventivo-geral. A ideia, ainda, de fortalecer os preceitos e

S ern 11- ail.com


u an 06
obrigações violadas por meio da ação delituosa.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
Como lembra Viana (2019), duas alas se apresentam sob a baliza eclética:
V re n 5.1 es@

Ad Lo 03nand
A direção conservadora– crê na proteção da sociedade com base na ideia de

f e r
retribuição justa e na determinação da pena concede aos fins preventivos um

oy
papel complementar.
d

lgo
A direção progressista– crê na defesa da sociedade (proteção de bens jurídicos)
como fundamento principal da pena.

A junção de critérios conflitantes determina a falta de sucesso das teorias da união. Tais
critérios partem de um ponto de vista ontológico e não meramente declaratório.

A opção pela preponderância de uma ou outra finalidade determinará a marca da teoria


mista, isto é, se ela será retributiva ou preventiva.

Na variante retributivo-preventiva, a finalidade está vinculada à finalidade retributiva do


Direito Penal, ainda que seja possível reconhecer, de forma secundária, finalidade preventiva.
10
As finalidades preventivas devem ser perseguidas apenas dentro das balizas da pena
justa.O Direito Penal, então, passa a ter a função de proteção da sociedade e de realizar a
justiça.

Enquanto isso, na variante preventivo-retributiva, vale destacar a importância da teoria


dialética de Claus Roxin.

Inicialmente, cumpre ressaltar que o estudioso anula qualquer finalidade retributiva da


pena em favor de finalidades preventivas. Articula sua teoria da pena a partir de ambas as
finalidades preventivas. Com sua teoria dialética da união, Roxin, promove um saneamento
retributivo na finalidade da pena.

Segundo Roxin, três são os momentos importantes para assimilar a finalidade da pena: a
cominação, a aplicação e a execução. Em cada uma das etapas, a pena desempenha apenas a l
io n
c
uma função, pressupõe a etapa anterior e também necessita de justificação em separado.2
a
u c y
d o
O Estado, detentor do ius puniendi, só pode punir quando os outros ramos do direito
E od
e
rt s G
não forem suficientes para resolver os problemas da vida em sociedade. Este o famoso
princípio da intervenção mínima. p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
Em síntese apresentada por Eduardo Viana (2019), a pena cominada com a finalidade
F 4.3 gm
e n 9 a
preventivo-geral e aplicada nos limites da culpabilidade do autor concreto deve ser executada
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
com vistas à prevenção especial. Deve ser executada com finalidade ressocializadora.

e r
A teoria de Claus Roxin coloca a teoria da pena em uma plataforma de equilíbrio na
f
o y
d
medida em que constrói, fornece sentido e limita o sistema de imposição de pena.
o
lg
Schimidhäuser defende uma teoria essencialmente prevencionistaseja no viés geral,
seja no viés especial. Em suas considerações, a teoria da pena compreende o binômio função
e sentido. O objetivo geral da pena é a luta contra a criminalidade.

Para Tobias Barreto, fundado da Escola de Recife, a pena é um ato de guerra, é um ato
eminentemente político. A pena não teria um conceito jurídico, senão político.

2
ROXIN, Claus. Problemas básicos de derecho penal; trad. Diego Manuel Luzón Peña. Madrid: Reuss, 1976, p. 20;
11
Para ele, o direito de punir é uma necessidade imposta pelo organismo social por força
de seu próprio desenvolvimento e o fundamento da imposição da pena varia de acordo com
a natureza do crime.

3. Prevenção do Delito

A prevenção delitiva é o conjunto de medidas destinadas a diminuir ou impedir que


delitos sejam cometidos.

Nas palavras de Penteado Filho (2018), entende-se por prevenção delitiva o conjunto de
ações que visam evitar a ocorrência do delito. A noção de prevenção delitiva não é algo novo,
suportando inúmeras transformações com o passar dos tempos em função da influência
a l
recebida de várias correntes do pensamento jusfilosófico.
io n
a c
c y
Para que possa alcançar esse verdadeiro objetivo do Estado de Direito, que é a
u
E od d o
prevenção de atos nocivos e consequentemente a manutenção da paz e harmonia sociais,
e
rt s G
mostra-se irrefutável a necessidade de dois tipos de medidas: a primeira delas atingindo
p o de
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u an 06
indiretamente o delito e a segunda, diretamente.

um F 4.3 gm
A ideia de prevenção está incluída nas políticas sociais que visam evitar ou reduzir os
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
números da delinquência. A prevenção criminal refere-se à totalidade dos esforços, tanto
re
Ad Lo 03nand
privados, como do Estado, cujo objetivo é impedir o cometimento de crimes.

f e r
o y
o d
lg

O controle social ocupa-se de questão referentes aos mecanismos de direção e influência


do comportamento, isto é, segundo a prevenção criminal, seria o impedimento da
realização do delito.

12
O exercício do controle social por meio do direito penal representa, essencialmente, uma
reação post delito; ao passo que a prevenção criminal ativa mecanismos pré-delito com o
objetivo de evitá-los (VIANA, 2019).

A prevenção do crime interessa a todos, pois o crime é um problema social e não um


corpo alheio.

A criminologia moderna defende a ideia de que o delito assume papel mais complexo,
de acordo com a dinâmica de seus protagonistas (autor, vítima e comunidade), assim como
pelos fatores de convergência social (PENTEADO FILHO, 2018).

Medina Ariza propõe a divisão e classificação da prevenção por meio de três dimensões.
São elas: dimensão política, dimensão clássicae dimensão pluridimensional.

a l
io n
A dimensão políticadivide-se em modelo conservador (ou tradicional), modelo liberal e
modelo radical. a c
u c y
E od d o
 Modelo conservador (ou tradicional):para este modelo, a solução da prevenção
e
rt s G
seria aumentar os custos do crime, reduzir as oportunidades para que os mesmos
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
sejam cometidos e, sobretudo, acrescer a possibilidade da prisão.
 Modelo liberal:o objetivo, para esse modelo, é o de identificar fatores de risco

r um F 4.3 gm
a
individuais, familiares e sociais e reduzi-los através de estratégias de tratamento
e n 9
V e n 5.1 es@
individual ou de intervenção na família.
r
Ad Lo 03nand
 Modelo radical:para este modelo, a prevenção deve ser focada no combate das

f e r
desigualdades sociais, exclusão social e crimes cometidos por pessoas de classes
o y
mais elevadas.
o d
lg
A dimensão pluridimensionaldivide-se em prevenção por meio do sistema de justiça
penal, prevenção situacional do delito, prevenção comunitária e prevenção evolutiva.

 Prevenção por meio do sistema de justiça penal:para essa corrente, a


prevenção se dá pela ameaça de castigo. Adota estratégia de dissuasão,
incapacitação e reabilitação.
 Prevenção situacional do delito:esse modelo baseia-se na idade de reduzir
oportunidades de cometimento de delito.

13
 Prevenção evolutiva (ou de desenvolvimento): intervenções que se centram na
redução de fatores de risco e ampliação de fatores de proteção descobertos em
estudos de desenvolvimento humano.

A dimensão clássicadivide-se em prevenção primária, prevenção secundária e prevenção


terciária.

 A prevenção primáriatrata-se de prevenção direcionada a todos os cidadãos com


o objetivo de impedir a origem do crime desde suas raízes.
 A prevenção secundáriaorienta as intervenções a determinados grupos de risco.
Está direcionada aos potenciais ou eventuais criminosos.
 A prevenção terciáriaestá relacionada a indivíduos já punidos. Seu principal
intuito é reduzir a reincidência de tais indivíduos, por isso, busca a ressocialização
da população carcerária. a l
io n
a c
4. Vitimologia u c y
E od d o
e
rt s G
4.1 Introdução
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um
Vítima é a pessoa que suporta a atividade criminosa. A Vitimologia é a ciência que se
F 4.3 gm
e n 9 a
ocupa da vítima e da vitimização. A finalidade da vitimologia, então, é a redução do número
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
de vítimas da sociedade.

f e r
Busca compreender o que levou determinada pessoa a ser uma vítima de crime e

o y
projetar o conhecimento para evitar que novas vítimas ocorram.
o d
lg
Ouve um forte impulso da vitimologia em 1973 em Israel, onde ocorreu o primeiro
simpósio internacional de vitimologia.

Traçar o perfil das vítimas ajuda na adoção de políticas criminais eficientes e classificar
as vítimas é importante para adoção de políticas criminais eficientes.

Para Benjamin Mendelsohn, levando em consideração a participação e a provocação, as


vítimas podem ser:

14
 Vítima Inocente (ou ideal): não concorre de nenhuma maneira para que o crime
ocorra. Não provoca, nem participa.
 Vítima Provocadora:voluntária (síndrome de Estocolmo) ou imprudentemente
(afronta o criminoso) impulsiona os criminosos.
 Vítima Agressora (simuladora ou imaginária): é uma vítima, que, na verdade,
não é vítima.

Para Hans Von Henting, a classificação vitimológica é feita em grupos:

 Maneira sucessiva: o sujeito é um criminoso é hostilizado no cárcere e, em


sequência, volta a ser criminoso, por conta dessa hostilidade sofrida no cárcere
(cooptando para organização criminosa).
 Maneira simultânea: o sujeito evolui de vítima para criminoso. Por exemplo,

a l
drogas. O sujeito é usuário de drogas, se torna dependente (vítima), para
sustentar o vício torna-se traficante. io n
a c
c y
 Maneira aleatória (ou imprevisível):há uma inversão aleatória. Por exemplo, o
u
d o
sujeito é um pedófilo e acaba sendo vítima de linchamento. Logo, passa a ser
E od
vítima. e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
y ocupa da vítima e da vitimização, cujo objeto é a existência
A vitimologia é a ciência queose
d
lgo quando esta tiver real interesse nisso (Benjamim Mendelsohn).
de menos vítimas na sociedade,

4.2 Classificações da Vitimologia

A legislação penal e processual penal brasileira emprega os termos “vítima”, “ofendido”


e “lesado” indistintamente, por vezes até como sinônimos. Porém, entende-se que a palavra
“vítima” tem cabimento específico nos crimes contra a pessoa; “ofendido” designa aquele que
sofreu delitos contra a honra; e “lesado” alcança as pessoas que sofreram ataques a seu
patrimônio (PENTEADO FILHO, 2018).

15
A criminologia, ao analisar a questão vitimológica, classifica a vitimização em três
grandes grupos: vitimização primária, secundária (sobrevitimização)e terciária.

 Vitimização primária:a vítima sofre diretamente as consequências da ação


criminosa.
o Decorre de um delito que viola os direitos da vítima e pode causar danos
de natureza patrimonial, físico, psicológico, etc.
o Exemplo: mulher vítima do crime de estupro praticado por perigoso
delinquente.

 Vitimização secundária:a vítima sofre as consequências do próprio procedimento


oficial do Estado.
o A vítima é forçada a relembrar o fato que a constrange e lhe causou
a l
grande trauma.
io n
a c
o Decorre do sistema criminal de justiça. Trata-se do sofrimento causado as
u c y
vítimas pelas investigações e
E od d o
curso do processo (vergonha,
constrangimento, ataques, etc.).
e
rt s G
o de
o Exemplo: vítima de estupro constrangida pelas investigações e/ou durante
p
S ern 11- ail.com u an 06
o processo penal ao ter de relembrar todo o episódio que a traumatizou.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
Vitimização terciária:não raras vezes, o próprio corpo social vira as costas para a

V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
vítima. É o momento em que a vítima é negligenciada, ou pelo próprio Estado ou
pela própria sociedade.
f e r
y
o É causada pela omissão do Estado e da sociedade que não amparam as
o
o d
vítimas. Em alguns casos, órgãos públicos e o próprio corpo social, além
lg
da inércia, chegam a incentivar que as vítimas não denunciem os fatos
criminosos (cifra negra).
o Exemplo: delegacias incentivam vítima de estupro a não registrar
ocorrência por entender quase impossível de se punir criminoso; Família
incentiva vítima a não registrar ocorrência, evitando-se exposição
constrangedora.

A vitimização ainda pode classificada em: vitimização direta, vitimização indiretae


heterovitimização.

16
 Vitimização direta: são hipóteses em que a própria pessoa que sofreu o
comportamento criminoso é vitimizada. São as hipóteses de vitimização primária,
secundária e terciária.
 Vitimização indireta:recai sobre terceiros, que se importam com a vítima.
Terceiros que acabam sendo atingidos, indiretamente e, geralmente, de forma
psicológica/forma moral pela conduta criminosa.
o Impactos negativos sobre as pessoas que estão ao redor da vítima (direta).
 Heterovitimização: é um estado psicológico, onde a própria vítima começa a
buscar, psicologicamente, motivos para se autoculpar e começa a buscar motivos
que justifiquem a conduta do criminoso.

4.3História do Estudo da Vítima

a l
n
A vítima passou longo período no esquecimento, sendo totalmente deslembrada nos
io
estudos do direito penal.
a c
u c y
E od d o
Para as Escolas Clássica e Positiva, a vítima era um mero dado, visto que ambas se
preocupavam com a figura do criminoso. e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Nos dias de hoje, a vítima ocupa importante lugar no estudo da Criminologia. Com o

um F 4.3 gm
passar dos anos, houve a consolidação de importante área de estudos responsável pelo
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
estudo científico das vítimas do delito: a Vitimologia.
re
Ad Lo 03nand
A história da Vitimologia pode ser dividida em três grandes importantes períodos:idade

f e r
de ouro da vítima, neutralização e redescobrimento. Três fases foram de extrema
o y
d
importância para o desenvolvimento da Vitimologia.
o
lg
A idade de ouroé marcada pelo protagonismo da vítima denunciada no sistema de
vingança privada.

Desde os primórdios da humanidade até boa parte da Idade Média, existia a figura da
vingança de sangue, onde a justiça cabia ao privado.

No Brasil, a vingança privada estava presente até as Ordenações Filipinas.

17
Aos poucos, a resolução dos conflitos vai evoluindo para projetos iniciais de sistemas em
que buscam certa proporcionalidade para os crimes cometidos.

Com o surgimento da vingança pública, a detenção do poder punitivo passa do privado


para o público. Com o surgimento do Estado, esse passa a ser o responsável pela proteção da
vida, da liberdade, do patrimônio e dentre outros bens jurídicos.

Nas palavras de Viana (2019), os sistemas legais de resposta punitiva, tais como o Direito
Penal e o Processo Penal, foram decisivos para, aos poucos, a vítima converter-se apenas em
mero sujeito passivo do direito. O progresso do processo penal no modelo de justiça
repressiva desampara a vítima no quadro do fenômeno criminal.

A fase de neutralização da vítimaestá reunida na subtração e marginalização da vítima


do conflito delitivo. a l
io n
a c
Com a assunção do ius puniendi pelo Estado, a vítima passa a não ocupar mais espaço
u c y
d o
no sistema legal, e, também, no estudo criminológico. Por exemplo, no ordenamento jurídico
E od
e
rt s G
brasileiro, podemos observar a quantidade de hipóteses de ação penal privada.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Viana (2019) aponta que as causas para o abandono do estudo da vítima, durante essa

r um
fase de neutralização, estão na ciência criminológica e no Direito Penal.
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
A Criminologia, durante esse período, concentrava seu estudo exclusivamente na figura
re
Ad Lo 03nand
do criminoso. Enquanto isso, o Direito Penal, tirou o potencial crítico que a vítima

e
desempenhava para a etiologia do crime.
f r
o y
o d
A justificativa para essa neutralização reside na tentativa de evitar que a vítima se
lg
converta em delinquente, visto que, como atingida diretamente pela prática de um crime,
àquela poderia se revoltar e buscar realizar justiça com as próprias mãos, passando a ser uma
vítima justiceira.

Com o movimento de redescobrimento, a vítima passa a integrar o estudo da


criminologia, e, consequentemente, vem a ser considerada objeto de estudo da ciência.

18
O movimento vitimológico, cujo objetivo primordial é desvendar o papel que a vítima
desempenha no fenômeno da criminalidade, tem início em meados do século XX (VIANA,
2019).

O despertar pelo estudo da vítima encontra-se em duas vertentes: 1) político-social –


logo após a macrovitimização gerada pela Segunda Guerra Mundial e 2) acadêmica – devido a
série de eventos ocorridos entre a década de 70, que buscavam estudar a vítima.

Von Hentige Mendelsohn são os principais responsáveis pela etapa clássica da


Vitimologia.

Hentig publica em 1940 o artigo “Observações sobre a interação entre autor e vítima”.

l
Em 1948, publica a obra “O Criminoso e A Vítima”, onde, tenta sistematizar o estudo da
a
io n
Vitimologia. Nessa obra, Hentig afirma que a vítima tem brilhante pureza de sua inocência,
enquanto que o criminoso possui indisfarçável crueldade. a c
u c y
E od d o
Para boa parte da doutrina, o pai da Vitimologia seria Mendelsohn. Há quem date
e
rt s G
obras suas sobre a vitimologia desde o ano de 1937, porém, de fato, obras publicadas entre
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
os anos 40 e 50 que o fazem ser tão importante para o estudo da vítima. A sua obra mais

r um
importante, publicada em 1958, La Victimologie.
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
Além desses importantes autores, vale mencionar Henri Ellenberger eWolfgang. O
re
Ad Lo 03nand
primeiro destacou o isolamento social como um fator que pode vir a tornar o indivíduo a ser

e r
potencial vítima. O segundo trata a situação em que a vítima, teoricamente, poderia ser a
f
o y
causadora do crime.
o d
lg
No Brasil, vale mencionar os estudos de Edgar de Moura Bitencourt.

Vale mencionar que existem algumas posições radicais colocam a vítima como culpada
pelos crimes.

O interesse pelo o estudo da vítima provocou mudanças na Criminologia, especialmente,


em relação a forma de descrever e medir a delinquência; na atenção, necessária, que os
controles sociais devem dar a vítima; e a forma de controlar a criminalidade não somente no
âmbito da repressão, como também no âmbito da prevenção.

19
Vitimização difusa –não há vítima determinada. Nesta hipótese, compreende-se que a
coletividade é a vítima, como, por exemplo, nos crimes econômicos.

Criminalidade legalé aquela que aparece registrada nas estatísticas oficiais,


diferentemente das cifras ocultas.

4.4Vítimo-dogmática

A vítimo-dogmáticaexamina o comportamento da vítima como fator que se pode levar


em consideração para calibrar a graduação da responsabilidade do autor ou alcance do
âmbito de proteção do tipo penal (VIANA, 2019).

Deixa fora do âmbito de valoração as relações autor-vítima para fins de agravação da


responsabilidade do primeiro. a l
io n
a c
Não existe uma unanimidade no que diz respeito a posição analítica dessa
u c y
d o
corresponsabilidade da vítima. Para explicar tal fenômeno, existem duas correntes: uma
E od
moderada e uma radical.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A direção moderada tem como principais expoentes Hillenkamp e Winfried Hassemer.

r um
Para essa corrente, o comportamento da vítima somente pode repercutir no âmbito da
F 4.3 gm
e n 9 a
dosimetria da pena, funcionando, portanto, como critério de atenuação da responsabilidade
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
do autor.

f e r
A direção radical, que tem como principal expoente Schünemann, entende que a
vítimo-dogmática se funcionaliza,
d oy basicamente, no princípio da intervenção mínima. A linha
o
de corte radical aplica lagvítimo-dogmática apenas aos delitos não violentos.

Na opinião de Viana (2019), a vítimo-dogmática deve ser cultivada com bastante cautela
e necessariamente dentro de pragmática própria de restrita classe de delitos.

4.5Teorias Vitimológicas

São propostas teóricas que buscam entender porquê de algumas pessoas se tornarem
vítimas de crimes. Tais teorias não buscam acusar ou justificar o comportamento criminoso,
mas examinar o lado da vítima no acontecimento criminal (VIANA, 2019).

20
TEORIA DO DESAMPARO-APREENDIDO:

 Também conhecida como teoria da vulnerabilidade apreendida.


 As características pessoais, tanto suas experiências em situações sociais ou
processo de aprendizagem, podem influenciar diretamente para que um indivíduo
passe a ser propensa vítima de um delito.
 O principal nome dessa teoria é Martin Seligmanque a desenvolveu com base
no estudo do comportamento dos animais, pois, segundo seu estudo, as
experiências traumatizantes ou efeitos de determinados eventos incoercíveis
podem ter como um resultado um déficit de conduta da vítima.
 Essa teoria é utilizada para explicar o motivo de alguém que já foi vítima de um
crime, volta a ser vítima novamente.

l
 Entretanto, não é apta a explicar o porquê de alguém se torna vítima apenas uma
a
vez ou apenas ocasionalmente.
io n
a c
TEORIAS INTERACIONISTAS:
u c y
E od d o
 Como lembra Viana (2019), o processo de vitimização pode ser explicado como
e
rt s G
o de
resultado de uma equivocada interação da dupla autor-vítima.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
 Estuda crimes que surgem diante de uma relação “antiga” entre a vítima e o

r um
autor do delito. Além disso, os crimes em que o autor pratica a conduta delitiva
F 4.3 gm
e n 9 a
por interpretar, de forma errônea, o comportamento da vítima.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
 Essa teoria é apropriada, apenas, para a explicação de casos onde há uma relação
anterior entre vítima-autor.
f e r
 Além disso, a teoria não é capaz de explicar os crimes que acontecem sem
o y
o d
qualquer interação anterior entre os sujeitos do delito.
lg
MODELOS TEORICOS DA ORIENTAÇÃO SITUACIONAL:

 Os estudiosos dos modelos teóricos da orientação situacional trabalham os


chamados modelos de oportunidade, sobretudo, estilo de vidae atividades
rotineiras.
 Desenvolvida por James Garofalo, Michael J. Hindelang, Michael R.
Gottfredson(1978), o estilo de vida busca explicar a vitimização a partir dos
diversos estilos de vida que há entre vítimas e não vítimas de crimes. O risco de
vitimização está atrelado a fatores sociais.

21
 A probabilidade de ser vítima baseia-se na exposição do indivíduo a lugares e
horários de alto risco, assim como nos contatos que podem existir com possíveis
criminosos.
 Enquanto isso, as atividades rotineiras, idealizadas por Felson e Cohen(1979),
entendem que as taxas de criminalidade se relacionam com as oportunidades
que se desdobram das atividades do dia-a-dia, tais como o lazer, o trabalho, etc.
 Viana (2019) lembra que para que a oportunidade se converta/concretize em
vitimização é necessário que se dê a convergência dos seguintes fatores:
1) Motivação criminal;
2) Vítima (= alvo);
3) Ausência dos eficazes mecanismos de proteção;
4) Ausência de um supervisor íntimo;
5) O comportamento do gestor do espaço. a l
io n
 Inicialmente, essa teoria foi idealizada para interpretar os crimes contra o
a c
c y
patrimônio, contudo, pode ser muito bem utilizada para os crimes violentos.
u
E od d o
 As propostas das teorias vitimológica não pretendem acusar a vítima e justificar o
e
rt s G
comportamento do autor, mas tão somente investigar o lado da vítima no

p o de
acontecimento criminal (VIANA, 2019).
m
S -u an 06
c o
m
4.6Síndrome da e
Mulher 1 1 ail.
rnMaltratada
r u a F 4.3 gm
V e enn .19 s@
d r 35 de
Surgiu nos Estados Unidos em determinado caso, onde não foi aplicada. Logo em
o
A L 0 n a
seguida, houve outro caso específico, em que tal teoria foi aplicada.
n
fe r
oy
Battered Woman Syndrome(Síndrome da Mulher Maltratada ou Espancada) trata-se de
d
lgo sobre a mulher decorrente do convívio com cônjuge abusador
condição psicológica traumática
(psicológica, física e sexualmente).

Caso 1:Jude Norman – por mais de 20 anos foi espancada pelo marido e forçada a se
prostituir. Chegando ao seu limite, comprou uma arma e executou o marido enquanto este
dormia. Foi condenada.

Caso 2:Lorena Bobbitt (1993) – passou por abusos semelhantes ao caso anterior.
Chegando ao seu limite, Lorena castrou o então cônjuge, John Wayne Bobbitt, com uma faca
e depois jogou o pênis fora. Foi absolvida.

22
Sendo admitida a aplicação de tal síndrome em caso concreto de homicídio, o
fundamento da absolvição da mulher maltratada não é a legítima defesa, mas sim a
inexigibilidade de conduta diversa, pois não há culpabilidade.

4.7Síndrome de Londres

Conceito: Estado psicológico em que a vítima passa a desenvolver um sentimento de


ódio, repulsa e extremo desconforto com a presença do criminoso.

Caso real: episódio criminoso que ocorreu na Embaixada Iraniana em Londres, quando 6
terroristas árabes iranianos iniciaram uma invasão mantendo como reféns 16 diplomatas (com
funcionários iranianos, dentre eles Abbas Lavasani), 3 britânicos e 1 libanês por 5 dias. O clima
entre Lavasani e os terroristas era o pior possível até que, em determinado momento do

a l
sequestro, quando decidiram que um dos reféns deveria ser morto para que acreditassem nas
suas ameaças, os sequestradores escolheram Lavasani e o executaram.
io n
a c
É o oposto da síndrome de Estocolmo.
u c y
E od d o
4.8Síndrome de Estocolmo e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Conceito: caracteriza-se por um estado psicológico particular desenvolvido por pessoas

r um
que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se
F 4.3 gm
e n 9 a
identificar com seu captor ou de conquistar a simpatia do sequestrador, num instinto de
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
autopreservação.

f e r
Caso real: Fato ocorrido em 1973, quando os reféns encarcerados em uma agência
y de afinidade com os algozes. Os estudos posteriores
bancária passaram a ter umaorelação
d
lgoentre vítima e sequestrador durante os 4 (quatro) dias de sequestro
revelaram que a relação
fez com que as vítimas virassem escudo humano no momento de serem libertados. Ainda,
uma das vítimas manifestou interesse em casar-se com um dos sequestradores.

23
QUADRO SINÓTICO

Sindrome da Sindrome de Sindrome da


Mulher Maltratada Londres Estocolmo

Trata-se de condição Estado psicológico A síndrome se


psicológica em que a vítima desenvolve a partir de

traumática sobre a passa a desenvolver


a l
tentativas da vítima de

mulher decorrente um sentimento de


io n
se identificar com seu

do convívio com ódio, repulsa e


a c captor ou de

cônjuge abusador extremo desconforto


u c y conquistar a simpatia
do sequestrador, num
(psicológica, física e
E o
com a presença do d do instinto de
sexualmente).
t e
criminoso.
r es G autopreservação.

o
p and 06 om
u
S rn 1- il.c
um F e .31 ma
V e
er nCIFRAS
n 5.1 es@
4
a 9CRIMINAIS
g
r
Ad Lo 03nand
f e r
A cifra negra trata-se dos crimes que não chegam ao
Cifra negra o yconhecimento policial. São os crimes que não chegam
o d
lg sequer a ingressar nas estatísticas.

Está intimamente ligada às infrações penais praticadas pela


elite, que por interesses obscuros não são reveladas ou
Cifra dourada
apuradas pelos órgãos competentes.

24
Representada pelas ocorrências policiais registradas em
órgãos públicos, que são solucionados na própria
Cifra cinza
delegacia, sendo exemplo o não oferecimento de
representação nos crimes que a exigem.

Crimes em que as vítimas são pessoas que sofreram


alguma forma de violência cometida por um funcionário
Cifra amarela
público e deixam de denunciar o fato aos órgãos
responsáveis por receio, medo de represália.

a l
io n
c
Consiste nos crimes que não chegam ao conhecimento
a
Cifra verde u c y
policial e que a vítima destes delitos, diretamente, é o meio
E od d o
ambiente.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um São essencialmente os crimes de caráter homofóbico, que
F 4.3 gm
e n 9 a não chegam ao conhecimento do Estado.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Cifra rosa
Decorrem da violência de gênero, onde a motivação dos
f e r
o y
delitos reside em preconceito relativo à orientação sexual.

o d
lg

25
VITIMOLOGIA

Estudo da vítima com finalidade de melhor protegê-la

A vítima sofre diretamente as consequências da ação


Vitimização primária
criminosa.
A vítima sofre as consequências do próprio
Vitimização secundária
procedimento oficial do Estado.

a l
Não raras vezes, o próprio corpo social vira as costas

io n
para a vítima. É o momento em que a vítima é
Vitimização terciária
a c
c y
negligenciada, ou pelo próprio Estado ou pela própria
u
d o
E od
sociedade.

r es t e G
o
p and 06 om
u
S rn 1- il.c
um F e .31 ma
V e
er na 94DA PENA
TEORIAS
n 5.1 es@
g
r
Ad Lo 03nand
f e r
1) Teorias Absolutas da Pena: Kant e Hegel
o y
o d
lg
2) Teorias Relativas da Pena: Bentham e Feuerbach

3) Teorias Ecléticas da Pena: Claus Roxin

26
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1
(NUCEPE - 2018 – PC/PI - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Sobre a Vitimologia, assinale a
alternativa CORRETA.
A) De acordo com a classificação das vítimas, formulada por Mendelsohn, a vítima simuladora
é aquela que voluntária ou imprudentemente, colabora com o ânimo criminoso do agente.

l
B) É denominada terciária a vitimização que corresponde aos danos causados à vítima em
a
decorrência do crime.
io n
a c
c y
C) De acordo com a ONU, apenas são consideradas vítimas as pessoas que, individual ou
u
E od d o
coletivamente, tenham sofrido lesões físicas ou mentais, por atos ou omissões que
e
rt s G
representem violações às leis penais, incluídas as leis referentes ao abuso criminoso do poder.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
D) O surgimento da Vitimologia ocorreu no início do século XVIII, com os estudos pioneiros
de Hans Von Hentig, seguido por Mendelsohn.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
E) É denominada secundária a vitimização causada pelas instâncias formais de controle social,
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
no decorrer do processo de registro e apuração do crime.

f e r
Comentário:
o y
o d
A) Errada. A vítima simuladora é aquela que por seucomportamento acaba explicando a
lg
conduta de seu agressor, assim sendo sua ação é considerada como legítima defesa. A
definição dada pelo enunciado, se refere a vítima provocadora.
B) Errada. O enunciado pinta a vitimização primária e não terciária. A vitimização terciária
consiste no preconceito da sociedade em face da vítima, o próprio grupo social por vezes
incentiva a vítima a calar-se diante do crime. Majoritariamente esse processo de vitimização se
faz presente nos crimes sexuais, que ofendem a dignidade da vítima.
C) Errada. De acordo com a resolução 40/34 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 29 de
Novembro de 1985 a respeito da definição de vítima: “Pessoa que, individual ou

27
coletivamente, tenha sofrido danos, inclusive lesões físicas ou mentais, sofrimento emocional,
perda financeira ou diminuição substancial de seus direitos fundamentais, como consequências
de ações ou omissões que violem a legislação penal vigente, nos Estados – Membros, incluída
a que prescreve o abuso de poder”.
D) Errada. Os estudos das vítimas tiveram início em 1901 na figura de Hans Gross, todavia
somente na década de 1940, que o estudo passou a ganhar uma sistemática com Von Hentig
e Benjamim Mendelsohn.
E) Certa. A vitimização secundária versasobre o prejuízo da intervenção estatal, dado seu
descaso com a vítima. Desse modo, a vítima sofre o descaso do aparelho estatal, logo na fase
inicial da persecução penal (fase investigativa), sendo tratada com desconfiança. Atrelada a
esta vitimização, está o que conhecemos de cifra negra, que consiste em um conjunto de

a l
crimes que não chegam ao conhecimento do Estado, ou quando chegam, não recebem a
tutela adequada. io n
a c
Portanto, está correta a alternativa “E”.
u c y
E od
Questão 2
d o
e
rt s G
o de
(VUNESP - 2018 – PC/BA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)No que diz respeito aos estudos
p
S ern 11- ail.com
u an 06
desenvolvidos no âmbito da vitimologia, assinale a alternativa correta.

um F 4.3 gm
A) O linchamento do autor de um crime por populares em uma rua pode ser classificado
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
como uma vitimização secundária e terciária.
re
Ad Lo 03nand
B) A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida sobre o

f e r
crime, por inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária.
C) A longa espera da vítimao y um crime em uma delegacia de polícia para o registro do
de
o d
lgvitimização
crime é denominada de terciária.
D) A vítima só passa a ter um contorno sistemático em sua abordagem criminológica a partir
do fim da primeira guerra mundial, na segunda década do século XX.
E) As pesquisas de vitimização têm por objetivo principal mensurar a vitimização secundária.

Comentário:
A criminologia, ao analisar a questão vitimológica, classifica a vitimização em três grandes
grupos, conforme veremos adiante.Vitimização primária: é normalmente entendida como
aquela provocada pelo cometimento do crime, pela conduta violadora dos direitos da vítima –
28
pode causar danos variados, materiais, físicos, psicológicos, de acordo com a natureza da
infração, a personalidade da vítima, sua relação com o agente violador, a extensão do dano
etc. Então, é aquela que corresponde aos danos à vítima decorrentes do crime.
Vitimização secundária: ou sobrevitimização; entende-se ser aquela causada pelas instâncias
formais de controle social, no decorrer do processo de registro e apuração do crime, com o
sofrimento adicional causado pela dinâmica do sistema de justiça criminal (inquérito policial e
processo penal). (Ex.: Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher)
Vitimização terciária: falta de amparo dos órgãos públicos às vítimas; nesse contexto, a própria
sociedade não acolhe a vítima, e muitas vezes a incentiva a não denunciar o delito às
autoridades, ocorrendo o que se chama de cifra negra (quantidade de crimes que não chegam
ao conhecimento do Estado).
Portanto, está correta a alternativa “B”.
a l
io n
a c
Questão 3 u c y
E od d o
e
(CESPE/CEBRASPE - 2018 – PC/SE - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) No Brasil, a edição da Lei
rt s G
o de
Maria da Penha retratou a preocupação da sociedade com a violência doméstica contra a
p
S ern 11- ail.com
u an 06
mulher, e a incorporação do feminicídio ao Código Penal refletiu o reconhecimento de

um F 4.3 gm
conduta criminosa reiterada relacionada à questão de gênero. Mesmo com tais medidas, que
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
visam reduzir a violência contra as mulheres, as estatísticas nacionais apontam para um
re
Ad Lo 03nand
agravamento do problema. No caso do estado de Sergipe, de acordo com dados do

e r
Panorama da Violência contra as Mulheres no Brasil (2016), a taxa de violência letal contra
f
y
do
mulheres é superior à taxa nacional, enquanto a taxa de estupros é inferior, o que pode ser
o
lg
resultado de uma subnotificação desse tipo de violência.

Considerando os textos apresentados, julgue o item que se segue, pertinentes aos objetos da
criminologia.De acordo com estudos vitimológicos, a diferença entre os crimes sexuais
praticados e os comunicados às agências de controle social é de aproximadamente 90%, o
que estaria em consonância com os dados do Panorama da Violência contra as Mulheres no
Brasil (texto 1A9-II), que indica a ocorrência de subnotificação nos casos de estupros

29
praticados em Sergipe. Esse fenômeno, de apenas uma parcela dos crimes reais ser registrada
oficialmente pelo Estado, é o que a criminologia chama de cifra negra da criminalidade.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário:
Entende-se que nem todo delito cometido é tipificado ou investigado pela polícia judiciária,
ou mesmo, denunciado, julgado e o seu autor condenado.
Nessaacepção, o termo cifra negra, corresponde-se à porcentagem de crimes não
solucionados ou punidos, à existência de um significativo número de infrações penais
desconhecidas "oficialmente".

a l
Isso acarreta por consequência uma espécie de eleição de ocorrências e de infratores. O

io n
c
sistema penal, assim, acaba por se "movimentar" apenas em determinados casos, de acordo
a
com a classe social a que pertence o autor do crime.
u c y
Portanto, a alternativa está “CERTA”. E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
uQuestão
an4 06
r um F 4.3 gm
(FAPEMS - 2017 – PC/MS - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Dentro da criminologia, tem-se a
e n 9 a
V n 5.1 es@
vertente da vitimologia, que estuda de forma ampla os aspectos da vítima na criminalidade, e
re
Ad Lo 03nand
é dividida em primária, secundária e terciária. Da análise dessa divisão, pode-se afirmar que a
vitimização terciária ocorre, quando
f e r
y
do
A) A vítima tem três ou mais antecedentes.
o
lg terceiro grau do ofensor.
B) A vítima é parente em
C) Um terceiro participa da ação criminosa.
D) A vítima é abandonada pelo estado e estigmatizada pela sociedade.
E) Duas ou mais pessoas cometem o crime.

Comentário:
A vitimização terciária está ligada à cifra negra, também chamada de cifra oculta da
criminalidade, pela considerável quantidade de crimes que não chegam ao Sistema Penal,

30
quando a vítima experimenta abandono e não dá publicidade ao ocorrido. Cifra
negra/subnotificação - os delitos que ocorrem na vida real são em número superior aos
notificados. Além de abarcar o conjunto de custos que sofre o delinquente, como abuso,
maus-tratos, bem como os suportados pela própria vítima, como na hipótese de reação da
comunidade que exalta o criminoso e ridiculariza a vítima.
Portanto, está correta a alternativa “D”.

Questão 5
(INSTITUTO ACESSO - 2019 – PC/ES - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)No Estado Democrático
de Direito a prevenção criminal é integrante da agenda federativa passando por vários setores
do Poder Público, não se restringindo à Segurança Pública e ao Judiciário. Com relação à
prevenção criminal, assinale a afirmativa correta:

a l
n
A) A prevenção primária se orienta aos grupos que ostentam maior risco de protagonizar o
io
c
problema criminal, se relacionando com a política legislativa penal e com a ação policial.
a
u c y
B) A prevenção secundária corresponde a estratégias de política cultural, econômica e social,

E od d o
atuando, por exemplo, na garantia da educação, saúde, trabalho e bem-estar social.
e
rt s G
o de
C) A prevenção terciária se orienta aos grupos que ostentam maior risco de protagonizar o
p
S ern 11- ail.com
u an 06
problema criminal, se relacionando com a política legislativa penal e com a ação policial.

um F 4.3 gm
D) A prevenção secundária tem como destinatário o condenado, se orientando a evitar a
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
reincidência da população presa por meio de programas reabilitadores e ressocializadores.
re
Ad Lo 03nand
E) A prevenção primária corresponde a estratégias de política cultural, econômica e social,

f e r
atuando, por exemplo, na garantia da educação, saúde, trabalho e bem-estar social.

o y
o d
Comentário: lg
PREVENÇÃO PRIMÁRIA - São medidas a médio e longo prazo. Têm-se abordagens que
buscam precaver a violência, ou seja, agir antes que ela ocorra. Investe-se na raiz do conflito,
por exemplo, investe-se em educação, saúde, lazer, bem-estar.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA - Age onde o crime se manifesta ou se exterioriza. Trata-se de
abordagens centradas nas reações mais imediatas à violência. Investe-se apenas nas chamadas
zonas de criminalidade, a exemplo da atuação policial, de medidas de ordenação urbana, de
melhoria do aspecto visual das obras arquitetônicas, do controle dos meios de
comunicação.PREVENÇÃO TERCIÁRIA - Destina-se ao preso, são abordagens que focam os
31
cuidados prolongados após a violência. Investe-se na ressocialização, reabilitação,
reintegração, a fim de evitar a reincidência.
Portanto, está correta a alternativa “E”.

Questão 6
(CESPE/CEBRASPE - 2018 – PC/MA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)A criminologia considera
que o papel da vítima varia de acordo com o modelo de reação da sociedade ao crime. No
modelo
A) Clássico, a vítima é a responsável direta pela punição do criminoso, sendo figura
protagonista no processo penal.
B) Ressocializador, busca-se o resgate da vítima, de modo a reintegrá-la na sociedade.
C) Retribucionista, o objetivo restringe-se ao ressarcimento do dano pelo criminoso à vítima.

a l
D) da justiça integradora, a vítima é tida como julgadora do criminoso.
io n
c
E) Restaurativo, o foco é a participação dos envolvidos no conflito em atividades de
a
reconciliação, nas quais a vítima tem um papel central. u c y
E od d o
e
rt s G
Comentário:
p o de
S ern 11- ail.com
São modelos da Teoria da Reação Social: u an 06
um F 4.3 gm
Modelo clássico, dissuasório ou retributivo: A base do modelo está na punição do delinquente,
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
que seve ser intimidatória e proporcional ao dano causado. Os protagonistas do modelo são o
re
Ad Lo 03nand
Estado e delinquente, estando excluídos a vítima e a sociedade.

f e r
Modelo ressocializador: Este modelo se preocupa com a reinserção social do delinquente.
Assim, a finalidade da pena o y se reduz ao retribucionismo (retribuição do mal feito pelo
não
d
lgoprocura ressocializar o agente para reinseri-lo na sociedade. A
castigo corporal), mas
sociedade tem papel de destaque na efetivação da ressocialização, pois cabe a esta afastar
estigmas, como o de ex-presidiário.
Modelo restaurador, integrador ou Justiça Restaurativa: Este modelo procura restaurar o status
quo antes da prática do delito. Para tanto utiliza-se meios alternativos de solução. A
restauração do controle social abalado pela delito se dá pela via da reparação do dano pelo
delinquente à vítima. A ação conciliadora, com a participação dos envolvidos no conflito, é
fundamental para a solução do problema criminal. Exemplo no sistema brasileiro: composição
civil dos delitos nos Juizados Especiais Criminais.
32
Portanto, está correta a alternativa “E”.

Questão 7

(VUNESP – 2014 – PC/SP – DELEGADO DE POLÍCIA)A prevenção criminal que está voltada à
segurança e qualidade de vida, atuando na área da educação, emprego, saúde e moradia,
conhecida universalmente como direitos sociais e que se manifesta a médio e longo prazos, é
chamada pela Criminologia de prevenção
A) Primária;
B)Individual;
C)Secundária;
D)Estrutural;
E)Terciária. a l
io n
a c
u c y
Comentário:
E od d o
e
rt s G
A prevenção primária é, a mais eficaz, e a puraprecaução, posto que opera etiologicamente.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Mas ela atua a médio e longo prazo e reclama prestações sociais, intervenção comunitária e
não mera dissuasão.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
Acomete a raiz do conflito (educação, emprego, moradia, segurança etc.); O Estado, de forma
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
célere, carece implantar os direitos sociais progressiva e universalmente, atribuindo a fatores
externos a etiologia delitiva; a prevenção primária liga-se à garantia de educação, saúde,
f e r
trabalho, segurança e qualidadeyde vida do povo, instrumentos preventivos de médio e longo
d o
prazo.
lg o
Portanto, está correta a alternativa “A”.

Questão 8

(VUNESP – 2014 – PC/SP – DELEGADO DE POLÍCIA)Tendo o Direito Penal a missão


subsidiária de proteger os bens jurídicos e, com isso, o livre desenvolvimento do indivíduo, e,
ainda, sendo a pena vinculada ao Direito Penal e à Execução Penal, após a reforma do Código
Penal Brasileiro, em 1984, é correto afirmar que a finalidade da pena é
A) Repreensiva e abusiva;
33
B) Punitiva e reparativa;
C) Retributiva e preventiva (geral e especial);
D)Ressocializadora e reparativa;
E)Punitiva e distributiva.

Comentário:

A pena, na reforma de 1984, passou a apresentar natureza mista: é retributiva e preventiva,


conforma dispõe o art. 59, caput, do Código Penal brasileiro.

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
a l
necessário e suficiente

io n
para REPROVAÇÃO e PREVENÇÃOdo crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209)
a c
u c y
d o
A finalidade preventiva geral ocorre no momento da cominação da pena em abstrato
E od
e
rt s G
pelo legislador e visa a sociedade. Na sentença (cominação da pena em concreto), o juiz aplica

p o de
a pena buscando a finalidade retributiva e a preventiva especial (esta acontece depois do

S ern 11- ail.com


u an 06
crime visando evitar a reincidência do delinquente). Importante ressaltar que a finalidade

r um F 4.3 gm
preventiva geral e a preventiva especial ocorrem em momentos diversos. Se assim não fosse,
e n 9 a
V n 5.1 es@
restaria violado o princípio da individualização da pena. Portanto, está correta a alternativa
re
“C”. Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

34
GABARITO

Questão 1 - E

Questão 2 -B

Questão 3 -Certa

Questão 4–D

Questão 5 - E
a l
Questão 6 - E ion
a c
Questão 7 - A
u c y
Questão 8 - C
d o
E od
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
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e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

35
QUESTÃO DESAFIO

Em razão do princípio da lesividade e da alteridade, pode-se falar


que não existe a figura do delito sem vítima ou vitimização difusa?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

36
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

A criminologia utiliza o termo Delito sem Vítima ou Vitimização Difusa para se referir aos
crimes vagos, os quais são tidos como aqueles crimes em que não há uma determinada
pessoa como sujeito passivo do delito, mas sim toda a coletividade, a exemplo do crime
de porte de arma de fogo.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Conceito de Vitimização Difusa

Inicialmente, destaca-se que a Vitimização Difusa, també denominada de Delito sem Vítima ou
Crimes Vagos, diz respeito aos crimes que não possuem uma vítima determinada como sujeito
passivo do crime, uma vez que a vítima é toda a coletividade.
a l
io n
c
Trata-se de um conceito relacionado ao processo de desmaterialização da vítima, processo
a
u c y
esse que tem relação com a sociedade de risco. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed.
Salvador: Juspodium, 2018.) E od d o
e
rt s G
p o de
Sobre o Crime Vago, é a lição de Guilherme Nucci: "São aqueles que não possuem sujeito

S ern 11- ail.com


u an 06
passivo determinado, sendo este a coletividade, sem personalidade jurídica. São os casos da

r um
perturbação de cerimônia funerária (art. 209) e da violação de sepultura (art. 210), entre
F 4.3 gm
outros". e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
(NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes vagos (multivitimários ou de vítimas difusas). [S. l.], 16
mar. 2016. Disponível em:
f e r https://www.guilhermenucci.com.br/dicas/crimes-vagos-
multivitimarios-ou-de-vitimas o y
difusas#:~:text=difusas)%20%E2%80%93%20Guilherme%20Nucci-
d
lgo
,Crimes%20vagos%20(multivitim%C3%A1rios%20ou%20de%20v%C3%ADtimas%20difusas),pertu
rba%C3%A7%C3%A3o%20de%20cerim%C3%B4nia%20funer%C3%A1ria%20(art.

 Coletividade

Levando em consideração o conceito acima exposto de Vitimização Difusa ou Crime sem


Vítima ou Crime Vago, certo é que é possível a existência de tal espécie de vitimização, sendo
inclusive presente no nosso ordenamento jurídico, a exemplo do crime de porte de arma de
fogo.

37
Nesse sentido, é a lição de Eduardo Viana: "Fala-se em delitos sem vítima, também
conhecidos por crimes de vitimização difusa ou crimes vagos. Nesses casos, não há vítima
determinada no crime, mas sim toda a coletividade.É o caso, por exemplo, do crime de
porte de arma de fogo (Art. 14 do Estatuto de Desarmamento), bem como, no Código
Penal, do crime de incêndio (Art. 250 do CP). Esse processo de desmaterialização da vítima,
típico das sociedades pós-industriais e da complexidade das relações, tem o inconveniente
de não transmitir à consciência coletiva a gravidade de tais delito". (VIANA,
Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: Juspodium, 2018.)

Portanto, inegável a presença da Vitimização Difusa em nosso ordenamento. (OLIVEIRA,


Natacha Alves de. Criminologia. 2. ed. Salvador: Juspodium, 2020. 304 p.)

a l
io n
a c
u c y
E od d o
e
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p o de
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u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANDEIRA, Thais. Criminologia / Thais Bandeira, Daniela Portugal. - Salvador: UFBA, Faculdade de
Direito, Superintendência de Educação a Distância, 2017.

CARVALHO, Salo de. Antimanual de criminologia / Salo de Carvalho. – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo:
Saraiva, 2015.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 10. ed. rev., ampl. e
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018.
a l
io n
MASSON, Cleber. Direito penal: parte geral – vol. 1 / Cleber Masson – 12 ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense, São Paulo: METODO, 2018. a c
u c y
d o
E od
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia. 4. Ed. São Paulo: RT, 2002.
e
rt s G
o de
NUNES, Helom Cesarda Silva. Síndrome de Estocolmo & Síndrome de Londres. Disponível em:
p
S ern 11- ail.com
u an 06
<https://helomnunes.jusbrasil.com.br/artigos/354868337/sindrome-de-estocolmo-sindrome-de-londres>
Acesso em: fevereiro de 2020.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia / Nestor Sampaio Penteado
re
Ad Lo 03nand
Filho. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

f e r
VIANA, Eduardo. Criminologia / Eduardo Viana – 7. Ed. Rev., Atual. e Ampl. – Salvador: JusPODIVM,
o y
2019.
o d
lg

39
a l
ion
a c
u c y
Ed o d
te G o
o r es
u p and 06 om
S rn 1- il.c
um F e .31 ma
Ver na 94 g
eCapítulo
n 5.1 es@ 6
r
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg
SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 6 ...............................................................................................................................................................2

1. Criminologia Contemporânea ..............................................................................................................................................2

1.1 Abolicionismo e Movimento de Lei e Ordem............................................................................................................ 2

1.2 Criminologia Ambiental........................................................................................................................................................ 6

1.3 Criminologia Cultural ...........................................................................................................................................................12

1.4 Garantismo Penal ..................................................................................................................................................................13

1.5 Direito Penal Mínimo ..........................................................................................................................................................15

1.6
a l
Realismo de Esquerda .........................................................................................................................................................15

io n
1.7
c
Criminologia Feminista .......................................................................................................................................................16
a
1.8
u c y
Criminologia Queer ..............................................................................................................................................................19

2. E od d o
Criminalidade e Reação Ao Delito .................................................................................................................................. 20
e
rt s G
2.1
p o de
Fatores Sociais da Criminalidade ...................................................................................................................................20

2.2 S ern 11- ail.com u an 06


Modelos de Reação Ao Delito ........................................................................................................................................21

r um F 4.3 gm
a
QUADROS SINÓTICOS ........................................................................................................................................................................ 24
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
QUESTÕES COMENTADAS.............................................................................................................................................................. 28

GABARITO COMENTADO ................................................................................................................................................................ 35

f e r
y
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................... 36
o
o d
lg

1
CRIMINOLOGIA

Capítulo 6

1. Criminologia Contemporânea

1.1 O Abolicionismo e o Movimento de Lei e Ordem

O modelo de política criminal é determinado pelas correntes ideológicas. Vale mencionar


três eixos principais das influências ideológicas na construção de tais modelos: liberdade,
a l
igualdade e autoridade.
io n
a c
c y
A corrente liberal está diretamente ligada a ideia de liberdade plena do ser humano, o
u
E od
qual é direto fundamental garantido pela Constituição. d o
e
rt s G
o de
A corrente igualitária está fundamentada na crítica ao liberalismo e na desigualdade que
p
S ern 11- ail.com
u an 06
este acaba causando. Esta corrente divide-se em: movimento libertário ou anarquista e em
tendência autoritária.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V e n 5.1 es@
Modelo de orientação (punitivista ou não intervencionista) seguido pelas agências
r
Ad Lo 03nand
formais de controle social.

f e r
oy penal prende-se ao fato de que as pessoas são levadas
A tendência de tolerar o sistema
d
lgo à emenda do criminoso (VIANA, 2019).
a crer que a prisão conduz

Dessa forma, merece importante atenção ao abolicionismo penale ao movimento de


política criminal de Lei e Ordem.

O primeiro defende que o mal causado pelo sistema penal acaba sendo mais danoso e
grave do que os fatos que ocasionam a sua intervenção. Logo, grupos mais radicais buscam
abolir todo o sistema penal.

2
Enquanto isso, o movimento de lei e ordem vai no sentido contrário ao buscar que haja
ainda mais intervenção do sistema penal.

1.1.1 Abolicionismo

Para Hulsmann, como lembra Viana (2019), o desaparecimento do sistema punitivo abrirá,
num convívio mais sadio e mais dinâmico, os caminhos de uma nova justiça.

O abolicionismo constitui, como já visto, uma vertente da criminologia crítica.

A intervenção do sistema penal acentua as desigualdades sociais e tenciona a forte carga


seletiva que o sistema traz consigo.

É necessário, pois, um sistema alternativo que abandone a operacionalização punitiva


a l
seletiva em favor da solução informal dos conflitos1.
io n
a c
c y
Os defensores do abolicionismo partem do pressuposto que o delito não tem uma
u
d o
realidade operacional, contudo, há uma realidade modificável e construída, cabendo ao
E od
legislador o papel de criar o criminoso. e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O conceito de crime não deriva de uma realidade ontológica, mas sim de uma realidade

r um
ideológica construída pelo sistema penal, daí porque, em sua versão mais extrema, o
F 4.3 gm
e n 9 a
abolicionismo abandona a terminologia (VIANA, 2019).
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg
A solução de um conflito, para os abolicionistas, seria obtida por meio de soluções
informais de composição. O abolicionismo propõe que o modelo atual de resposta aos
conflitos seja inteiramente superado.

Os abolicionistas acreditam que liberados da obrigação de referências e soluções que a


lei impõe, pessoas diversas conseguiriam definir e resolver problemas diferentes.

1
Cfr. LARRAURI, Elena. Criminologia crítica: abolicionismo y Garantismo. Revista de Estudos Criminais, n. 20, 2005, p. 12-13.
3
Para os defensores do abolicionismo penal, o sistema estigmatiza e seleciona as pessoas.
Age de forma reativa, sem que haja qualquer tipo de prevenção. Ainda mencionam um estado
anômico do sistema.

O sistema é anômico, pois as normais penais não cumprem as funções a que se


propõem, isto é, proteger os bens jurídicos.

A ideia central do abolicionismo consiste em uma oposição veemente a resolução dos


conflitos por parte do Estado.

Na ideologia manejada pelo sistema penal tem-se a elaboração de um arquétipo


maniqueísta e consensual de sociedade em que somente o ato desviado é uma exceção
(VIANA, 2019).

a l
io n
Ainda para os abolicionistas, a prisão é irracional, o sistema penal estigmatiza, é

a c
seletivo e marginaliza a vítima. Acreditam, também, que a o sistema penal produz dor inútil.
u c y
E od d o
Assim, para os defensores do abolicionismo, a solução para resolver o problema do
e
rt s G
sistema penal seria aboli-lo e deixar que a sociedade passe a utilizar meios e instrumentos
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
mais simples e menos formais para resolver os seus conflitos.

r um F 4.3 gm
Para os abolicionistas, a criminologia não pode ser a ciência dos conflitos, mas sim a
e n 9 a
V n 5.1 es@
ciência do estudo e abolição das respostas penais a eles (VIANA, 2019).
re
Ad Lo 03nand
Para Eduardo Viana (2019), a obra de Hulsmann está impregnada de boas intenções, mas
f e r
y
não é possível ignorar que a sua proposta rivaliza com a irrealidade. O abolicionismo parte de
o
o d
uma concepção restritiva do Estado, haja vista que exclui dele a sociedade civil, de modo que
lg
(o abolicionismo) representaria apenas uma mudança de etiquetas, pois também na sociedade
civil se reproduzem formas de poder e violência.

O autor ainda entende que o Direito Penal é uma amarga necessidade em uma
sociedade de seres imperfeitos, porquanto a abolição de todo o sistema penal significaria, em
últimos termos, a passagem da violência do controle para o descontrole da violência.

4
1.1.2 Movimento de Lei e Ordem

Os estudos criminológicos e penais vêm denunciando a existência de um punitivismo


exacerbado.

Os países do Ocidente possuem políticas criminais que podem ser caracterizadas pela
forte cultura do controle e punitivismo. É extremamente comum encontrar nas emissoras de
televisão e rádio, programas policiais com forte teor sensacionalista e punitivista.

O Movimento de Lei e Ordem(Law and Order) pugna pelo incremento das respostas
formais do Estado (VIANA, 2019).

O pai dessa política criminal é Charles Murray. Autor do livro Losing Ground: American

a l
Policy, que difundiu a ideia de que o problema da pobreza estava totalmente ligado às
políticas sociais de ajuda às pessoas “marginalizadas” da sociedade.
io n
a c
u c y
A lógica era a seguinte: se a criminalidade e a violência estão diretamente relacionadas a
E od d o
pobreza, então políticas de limpeza humana reduziriam drasticamente as estatísticas negativas.
e
rt s G
p o de
Diante dessa teoria, o prefeito da cidade de Nova York à época, Rudolph Giuliani, passa a
S ern 11- ail.com
implantar a política de tolerância zero.
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
Em suma, os problemas derivados da criminalidade devem ser combatidos com a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
expansão do Direito Penal e Processual Penal, seja no endurecimento das sanções existentes,

f e r
seja pela criação de novos títulos penais, seja pela redução de garantias processuais (VIANA,
2019). o y
o d
lg
As principais característicasdo Movimento de Lei e Ordem são:

1. A pena se justifica como castigo e retribuição;


2. Crimes atrozes devem ter penas severas e duradouras;
3. Penas privativas de liberdades para crimes violentos devem ser cumpridas em
estabelecimentos de segurança máxima, e o condenado deve ter um regime mais
severo;
4. A prisão provisória tem seu espectro ampliado;

5
5. Diminuição dos poderes de individualização do juiz e menor controle judicial da
execução da pena, a qual deve ficar cada vez mais a cargo dos próprios presídios e
penitenciárias de segurança máxima.

A primeira críticaao movimento é a de que se trata de uma irracional expansão do


Direito Penal. Outras críticas seriam:

 Crise do princípio da legalidade;


 Defeitos de técnica legislativa;
 Bagatelização do direito penal;
 Violação ao princípio da proporcionalidade das penas;
 Descrédito do Direito Penal;
 Inexistência de limites puníveis;
 Abuso de leis penais promocionais e simbólicas; a l
ion
 Flexibilização das regras de imputação;
a c
 Aumento significativo nos delitos de omissão.
u c y
E od d o
1.2 Criminologia Ambiental e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Definição de criminologia ambiental: subdisciplina da criminologia que estuda eventos

r um
criminais como resultado do encontro entre criminoso motivado para cometer um crime, em
F 4.3 gm
e n 9 a
momentos específicos de espaço e tempo. Não é algo que acontece por acaso, é preciso um
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
conjunto de fatores combinados.

f e r
O ambiente pode ter vários nomes/conceitos. O crime não acontece com a mesma
y cidadeO objeto de estudo da criminologia ambiental é o
incidência nas mesmas zonasoda
d
lgocrimes.
elemento ambiental dos

O comportamento criminal do ofensor é influenciado pelo ambiente imediato em que


ocorre o crime. O ambiente não possui um papel passivo. O ambiente aparece como um

6
elemento criminogênico que afeta o comportamento criminal e o processo de tomada de
decisão.

O crime não é distribuído aleatoriamente, mas concentra-se em ambientes que, pelas


suas características, facilitam atividades criminosas.

Os criminosos não são sujeitos que sofrem alguma forma de patologia que os torna
diferentes do resto dos seres humanos, mas participam de comportamentos criminosos em
resposta ás condições sociais em que vivem.

O criminólogo descreve padrões de ocorrência de crime, já o criminólogo ambiental


tenta entender esses padrões.

l
O sujeito move-se dentro de um contexto, um espaço onde há oportunidades ou
a
io n
obstáculos para cometer um crime; O foco está ao nível ambiental: é possível analisar o peso
a c
c y
especifico do cenário criminal, para explicar o comportamento ofensivo e projetar estratégias
u
d o
E od
de intervenção especializadas; enfatiza os determinantes situacionais do crime; privilegia
e
rt s G
abordagens alternativas focadas na modificação do meio ambiente (prevenção situacional;

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
“design against crime”).

r um
 Pressupostos da criminologia ambiental
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
O comportamento criminal é influenciado pelo meio ambiente;
re

Ad Lo 03nand
Existência de zonas concêntricas, pois a distribuição espaço temporal do crime
f e r
não é aleatória;
o y
 o d
A utilidade de elementos anteriores na investigação, controle e prevenção do
lg
crime: tudo o que conhecemos pode ser apropriado para dissuadir o crime.

Contributos

 Ampla gama de áreas de conhecimento: na psicologia, geografia, urbanismo,


arquitetura, design, ecologia;
 É útil também para crimes virtuais.

Surgimento da criminologia ambiental

7
É relativa à década de 70, da segunda metade do século XX, onde surgiram dois artigos
que geraram uma mudança no foco do estudo criminal: ambos postulam a existência de uma
relação entre o design do espaço urbano e o crime, como igualmente, se ocorrerem
mudanças no design urbano, pode haver uma redução da criminalidade.

 “crime prevention through environmental design, JeFery, 1971”


 “Defendant Space: Crime Prevention Through Urban Design, Oscar Newman,
1972”

Influência da Escola de Chicago, da psicologia ecológica(ecologia dos espaços) e da


psicologia ambiental (interação entre espaços; tornar um ambiente mais saudável).

A criminologia ambiental e a ciência do crime não incidem sobre as razões pelas quais os

a l
criminosos são “produzidos”, mas no ato de praticar o crime. A preocupação recai não porque

ion
alguém comete um crime, mas sim em como o crime é praticado. O que se procura são
a c
c y
formas de reduzir as oportunidades e tentações para o crime e aumentar os riscos percebidos
u
d o
E od
de prisão. E para fazer isso, esta nova disciplina se vale de contribuições de uma ampla gama
e
rt s G
de áreas do conhecimento, incluindo psicologia, geografia, medicina, urbanismo e arquitetura.
p o de
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u an 06
“Para que um CRIME ocorra deve haver CONVERGÊNCIA de TEMPO E ESPAÇO em, pelo

um F 4.3 gm
menos, três elementos: um provável AGRESSOR, um ALVO adequado, na AUSÊNCIA DE UM
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
GUARDIÃO capaz de impedir o crime”.2
re
Ad Lo 03nand
Parte do princípio que existe um domínio do espaço pelo ofensor. É uma base territorial

f e r
do comportamento. Determinados aspectos ambientais facilitam o delito. Os padrões
o y
o d
geográficos do crime são construídos com base nas estatísticasoficiais. São espaços com maior
criminalidade.
lg
A variação do crime ocorre conforme o tamanho das cidades.

 Teoria das Atividades Rotineiras (Routine Activities Theory)

Determinados locais são mais propensos a crimese por isso, esta teoria explica a
concentração criminal em locais específicos. O crime é uma situação oportuna de:

2
Clarke e Felson, 1998, p. 4; Farrell, Grahan e Pease, 2005, p. 3
8
 Ofensor motivado pelo lucro (ex: crimes contra propriedade) ou pelo
prazer/satisfação (em violações) – são motivações diferentes;
 Alvo apropriado “target”: o alvo não tem de ser uma pessoa, pode ser um local
ou um produto existem várias variáveis: ser mulher, fator da idade, objetos de
valor, pelo seu estilo de vida (ex: prostituta);
 Ausência de vigilância, tanto de pessoas ou equipamentos.

 Teoria da Escolha Racional (Rational Choice Theory)

A perspectiva da escolha racional foca no processo de tomada de decisão do criminoso;

Sua principal hipótese afirma que o criminoso possui um comportamento intencional,


destinado a se favorecer de alguma forma.No entanto, as decisões para se cometer um crime

a
são limitadas pelo tempo, pela capacidade cognitiva e pela informação disponível;l
io n
a c
A tomada de decisão do criminoso se baseia, sobretudo, no que é mais interessante e
u c y
d o
imediato, negligenciando análises de custo/benefício mais complexas. O criminoso preocupa-
E od
e
rt s G
se mais com a recompensa imediata oferecida pelo crime, ou o risco de que alguém impeça
sua ação no local.
p o de
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u an 06
r um
 Teoria do Padrão Criminal (Crime Pattern Theory)
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
Surge por volta dos anos 80. Para estudar o crime, é preciso que pense como um
re
delinquente.
Ad Lo 03nand
f e r
O padrão criminal ocorre num espaço que o delinquente domina. Normalmente, o crime
o y
d
é perto da zona de trabalho, residência, etc.
o
lg
O crime está altamente concentrado em determinados lugares, pessoas, horários e alvos
(clusters). Há evidencias empíricas de que os crimes se repetem, de forma distribuída, dentro
de certos fatores:

 Por criminosos reincidentes, dirigidos a alvos e lugares diferentes;


 Podem ser lugares repetidos
 Vítimas repetidas em lugares diferentes.

9
A prevenção deve estar concentrada (recursos e esforços), mas os padrões são mutáveis
e dinâmicos.

 Teoria da Oportunidade (Crime Opportunity)

As oportunidades criminais mudam com o passar dos anos e das décadas. Certos
ambientes físicos favorecem oportunidades para o crime, o que reforça a ideia de escolha
racional e de atividades rotineiras.

Clarke & Felson defendem que o comportamento criminal é o resultado do indivíduo x


ambiente.

A oportunidade pode ser uma das principais causas do crime. Há oportunidades


diferenciais, por isso um mesmo bem para determinado indivíduo pode ser oportunidade,
a l
enquanto que para outro não.
io n
a c
c y
As oportunidades criminais podem estar concertadas no tempo e no espaço.
u
E od d o
As mudanças tecnológicas e sociais produzem novas oportunidades para o crime (ex:
e
rt s G
o de
laptops) – depende a evolução tecnológica, que pode trazer mais oportunidade criminal.
p
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u an 06
O crime pode ser prevenido pela redução da oportunidade e raramente se “desloca”, ou

r um F 4.3 gm
a
seja, o crime dificilmente vai para outro lado, depois de se tornar um espaço defensável. As
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
oportunidades podem ser predisponentes ou precipitantes. A primeira predispõe ao crime,
meio de origem do ofensor - proveniente de um estatuto social minoritário; enquanto isso, as

f e r
segundas são circunstâncias do ato criminoso, tem uma especialização criminal.
o y
o d
lg e negativos
 Pontos positivos

A criminologia ambiental recebe uma série de críticas. Vale mencionar algumas delas:

 Explica alguns delitos com o pressuposto da racionalidade, mas não se explicam


todos os tipos de crime (exemplo: crimes sexuais e crimes de colarinho branco);
 Delinquentes muito jovens não englobam as teorias da Criminologia ambiental,
porque não tem maturidade cognitiva;
 Criminosos considerados pouco inteligentes, com Q.I baixo também acabam sendo
excluídos das teorias, pois os criminólogos partem do princípio da racionalidade;

10
 Existem indivíduos que não avaliam os riscos ou apresentam psicopatologia ou
racionalidade limitada, o que ficaria de fora da ideia de planejamento que seria
feito pelos criminosos;
 Não se aplica a crimes de foro emocional, ou alguns crimes não são racionais;
 Desvaloriza as motivações que não sejam relacionadas a questões financeiras e a
prevenção primaria.
 Aplicações práticas dependem do crime e do tipo de vitimização;

Como pontos positivos, podemos enfatizar que há uma ênfase na interação pessoa x
meio, ou seja, a uma atenção especial para o meio em que o delito é praticado e não só para
o criminoso, como ocorria na fase da Escola Positiva.

Além disso, essas teorias da Criminologia Ambiental têm certo pragmatismo e

a l
aplicabilidade. São teorias que informam as práticas de prevenção situacional do crime.
io n
a c
A prevenção situacional do crime, tenta reduzir as oportunidades criminais e, por isso,
u c y
d o
tem uma implicação prática na criminologia ambiental, sendo um dos seus pilares.
E od
Prevenção social
e
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p o de
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É focada em grupos de risco. Tem como principal finalidade diminuir as causas sociais do

r um F 4.3 gm
crime. Assim, buscar dar uma melhor condição de vida para as pessoas, de forma que haja
e n 9 a
V n 5.1 es@
mais investimento em educação, saúde, emprego, apoio financeiro. A prevenção social quer,
re
Ad Lo 03nand
especialmente, melhorar estruturas da sociedade.

f e r
Prevenção situacional y
o do
É uma estratégialginterventiva que estabelece uma relação direta e imediata entre as
características situacionais e o comportamento criminal. Faz uma relação direta entre as
características situacionais e o delinquente, tenta, por isso, manipular as características
situacionais, para dissuadir o comportamento criminoso.

Objetivo: visa reduzir a oportunidade de um crime acontecer num determinado lugar (ou
espaço de risco) e tempo – desta forma, torna o crime mais difícil e arriscado, menos atrativo,
com menos recompensas e menos “desculpável”.

Existem cinco dimensões ou técnicas principais na maneira de prevenir o crime:


11
 Aumentar o esforço para cometer o crime;
 Aumentar os riscos de detenção;
 Diminuir as recompensas;
 Diminuir as provocações;
 Eliminar as desculpas.

1.3Criminologia Cultural

Criminologia culturalé aquela que se preocupa com as relações e interações do homem


na sociedade de consumo, que se utiliza da mídia para projetar suas diretrizes, de modo que a
propaganda, o marketing e o contexto cultural poderiam contribuir para a mitigação do
problema da criminalidade (PENTEADO FILHO, 2018).

Os “anos dourados” foram seguidos pela revolução cultural do final dos anos 1960 e dos a l
io n
c
1970, com a ascensão do individualismo, da diversidade, de uma desconstrução, em vastíssima
a
u c y
escala, dos valores aceitos. Um mundo de certeza aparente deu lugar a um mundo de
pluralidade, debate, controvérsia e ambiguidade3. E od d o
e
rt s G
p o de
A Criminologia Cultural busca, por meio de abordagem teórica e uma metodologia
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u an 06
intervencionista de estudo do crime e do desvio, colocar a criminalidade e seu controle no
contexto da cultura.
r um F 4.3 gm
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V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Os defensores da Criminologia Cultural consideram o crime e as agências e instituições
de controle como produtos culturais, ou seja, como construções criativas.
f e r
y
do
Os criminologistas culturais enfatizam seu estudo na produção ininterrupta de
o
significação em lgda interação:
torno regras criadas, regras quebradas e uma interação
constante de empreendedorismo moral, inovação política e transgressão.

A Criminologia Cultural enfrenta questões como produção do crime, direito e sociedade;


controle social, justiça social e solidariedade; processos de criminalização; análise dos
mecanismos de gestão da conflitualidade penal e políticas públicas correlatas; representação
mediada do crime; criminalização cultural; protesto e política do espaço urbano; práticas

3
ROCHA, Lilian Rose Lemos e JÚNIOR, Otávio Binato, Caderno de pós-graduação em direito: criminologia / coordenadores.
Brasília : UniCEUB : ICPD, 2016.
12
subculturais de resistência; criminologia cultural verde e denúncia da predação ambiental; o
nexo entre a segurança, o policiamento e o controle social, visando a contenção do poder
punitivo e a consolidação da justiça social.

Com ela, é possível compreender um mundo contemporâneo no qual o crime e a


imagem do crime espiralam juntos; onde as emoções do crime são construídas a partir de
intensidades de experiência imediata, mas também do incessante fluxo de filmes de crime e
televisão criminal; onde a insegurança e o deslocamento definem tanto a vida pessoal quanto
os contornos dos problemas sociais; onde as predações criminosas do capitalismo global e as
imagens e informações que circulam na mídia digital também merecem um olhar
criminológico.

l
A Criminologia Cultural já pode ser considerado um campo de estudo bem estabelecido,
a
ainda que heterogêneo e contencioso.
io n
a c
1.4Garantismo Penal u c y
E od d o
e
rt s G
Ao jurista italiano Luigi Ferrajolié atribuído o papel de principal figura do Garantismo
p o de
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u an 06
penal, visto que é o autor de “Direito e razão”, a qual é considerada a maior obra desta
vertente de estudo.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
Direito e Razão ingressou rapidamente na lista das obras jurídicas mais importantes do
re
Ad Lo 03nand
direito contemporâneo, convertendo-se em um verdadeiro clássico do século XX.

f e r
y
O Garantismo penal, como nos lembra Cleber Masson (2018), trata-se de modelo
o
o d
universal destinado a contribuir com a moderna crise que assola os sistemas penais, desde o
lg
nascedouro da lei até o final do cumprimento da sanção penal, atingindo inclusive
particularidades inerentes ao acusado depois da execução penal.

É um modelo normativo de direito, que, através da obediência da estrita legalidade,


busca minimizar a violência, a criminalidade, de forma que a liberdade seja plenamente
exercida. Para tanto, impõe uma série de limites ao ius puniendi estatal.

O Garantismo penal é um modelo normativo de direito típico dos Estados Democráticos


de Direito.

13
Cleber Masson (2018) nos lembra que Ferrajoli assentou seu sistema garantista (também
chamado de cognitivo ou de legalidade estrita) em dez axiomasou princípios axiológicos
fundamentais. São eles:

1) Nulla poena sine crimine: princípio da retributividade ou da


consequencialidade da pena em relação ao delito;
2) Nullum crimen sine lege: princípio da reserva legal;
3) Nulla lex (poenalis) sine necessitate:princípio da necessidade ou da
economia do direito penal;
4) Nulla necessitas sine injuria:princípio da lesividade ou da ofensividade do
resultado;
5) Nulla injuria sine actione:princípio da materialidade ou da exterioridade da
ação;
a l
io n
6) Null actio sine culpa:princípio da culpabilidade ou da responsabilidade
pessoal; a c
u c y
d o
7) Nulla culpa sine judicio:princípio da jurisdicionalidade;
E od
e
8) Nullum judicium sine accusatione:princípio acusatório ou da separação
rt s G
entre juiz e acusação;
p o de
9) Nulla accusatio sine n -06 com
Sueprobatione:
a princípio do ônus da prova ou da
m rn 11 ail.
u
verificação;
r a F 4.3 gm
10)
V e ensine
Nulla probatio
. 1 9 s@
n defensione: princípio do contraditório ou da defesa, ou
d o r 35 de
A L 0 nan
da falseabilidade.

e r
Tais princípios acima expostos são responsáveis pela composição de um modelo-limite,
f
o y
d
embora não se queira dizer que eles são suficientes para atender todos os direitos e garantias
o
existentes. lg
O garantismo penal pode ser monocular ou binocular. O primeiro diz respeito aos
direitos da pessoa que está sendo acusada e a preocupação quanto a ela. Enquanto isso, o
segundo busca dar mais ênfase aos anseios do acusado e da sociedade.

Na opinião de Nucci (2019), é adequado sustentar o garantismo, em consonância com o


direito penal mínimo, proporcionando um direito penal limitador do poder punitivo do
Estado, mas sem utopias e devaneios de abolição das leis penais.

14
1.5Direito Penal Mínimo

O direito penal mínimopode ser caracterizado como um conjunto de normas adequado


ao princípio da intervenção mínima, utilizando-se o Direito Penal apenas para crimes graves.

Segundo o princípio da intervenção mínima, o Direito Penal é a ultima ratio, isto é, o


Direito Penal só deve ser utilizado em último caso, quando outros meios ou ramos do direito
não forem possíveis de dirimir um conflito.

O princípio da intervenção mínima é, sobretudo, destinado aos legisladores e aos


operadores do direito, de forma que, inicialmente, àqueles evitem a edição de leis com tipos
penais desnecessários e, enquanto isso, que os intérpretes do direito possam aplicar a lei
penal só nos casos verdadeiramente necessários.
a l
io n
c
Como lembra Cleber Masson (2018), o princípio da intervenção mínima é utilizado
a
para amparar a corrente do direito penal
u c y
mínimo. Tal princípio divide-se em
fragmentariedade e subsidiariedade. E od d o
e
rt s G
p o de
Não há incompatibilidade entre o direito penal mínimo e o garantismo, por isso, as ideias

S ern 11- ail.com


u an 06
de ambos os sistemas podem e dever ser adotadas.

r u m F 4.3 gm
1.6Realismo de a
e enn .19 s@
Esquerda
d V r 35 de
A L 0 n o
r n a
Como lembra Coelho (2012), com o fortalecimento do movimento de Lei e Ordem na

fe que vinha em desenvolvimento desde a década de 60,


década de 80, a Criminologia Crítica,
y
o se estruturaram diversos movimentos teóricos, dentre estes, o
dqual
o
passou por uma divisão, na
lg
Realismo de Esquerda.

O realismo de esquerda, também conhecido como neorrealismo, se desenvolveu


principalmente na Inglaterra. Foi responsável por fazer uma crítica às teorias criminológicas
existentes, que não levavam em consideração diversos fatores que influenciavam no processo
criminal ao propor seus estudos teóricos. O Realismo de Esquerda tentou englobar todos os
aspectos do processo criminal: Sociedade, Estado, Criminoso e Vítima; e, em oposição aos
movimentos político-criminais de repressão, prioriza políticas criminais preventivas.

15
O Realismo de Esquerda influenciou, diretamente, a política de segurança pública
brasileira, principalmente, no período que compreende os dois mandatos do Presidente Luiz
Inácio Lula Da Silva.

As propostas do Realismo de Esquerda têm a intenção de desenvolver ações em todos


os pontos do processo criminal por meio um melhor aparelhamento estatal, aumento do
envolvimento da comunidade no controle e combate da criminalidade, proteção e
fortalecimento das vítimas de delitos e resolução de problemas estruturais que causam
violações.

1.7Criminologia Feminista

l
O feminismo é um movimento que busca a igualdade entre os gêneros, em virtude dos
a
io n
preconceitos sofridos pelas mulheres ao longo dos anos ocasionados pelo machismo e
sistema patriarcal. a c
u c y
E od d o
Nas palavras de Cunha (2014), gênero é uma categoria criada para demonstrar que a
e
rt s G
grande maioria das diferenças entre os sexos são construídas social e culturalmente a partir de
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
papéis sociais diferenciados que, na ordem patriarcal, criam polos de dominação e submissão.

r um F 4.3 gm
Logo, podemos dizer que as diferenças criadas entre os sexos masculinos e femininos,
e n 9 a
V n 5.1 es@
sobretudo, colocando o masculino como superior ao feminino, desde a exaltação ao órgão
re
Ad Lo 03nand
sexual masculino, até a forma de tratarem as mulheres, por muitas vezes, como seres

e r
imprestáveis, é um dos motivos pelos quais o feminismo torne-se um movimento tão
f
o y
importante.
o d
lg
Na esfera criminal, podemos observar avanços feministas desde a década de 70.

Como progressos, dos últimos anos, podemos mencionar:

 A criação de Delegacias Especializadas no Atendimento a Mulheres (DEAMs) e


sua incorporação como política pública;
 A inclusão da violência doméstica como circunstância agravante ou qualificadora
de crimes, sobretudo nos de lesão corporal;

16
 A mudança na interpretação doutrinária e jurisprudencial dos crimes praticados
com violência doméstica;
 A revogação de inúmeros tipos penais discriminatórios, como os crimes de
atentado violento ao pudor, por exemplo;
 A modificação na redação do crime de estupro, englobando a anterior tipicidade
do atentado violento ao pudor;
 A revogação do dispositivo que permitia a extinção da punibilidade com o
casamento da vítima com seu ofensor nos crimes sexuais;
 A definição de inúmeras medidas protetivas, como o afastamento do cônjuge
violento do lar]

A Lei 11.340/06, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, foi a consolidação

l
da trajetória de lutas feministas e é considerada um exemplo para as Nações Unidas.
a
ion
A Lei Maria Penha constitui uma aliança entre medidas assistenciais, de prevenção e de
a c
contenção da violência.
u c y
E odd o
e
As principais inovações da Lei Maria da Penha são:
rt s G
p o de
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u an 06
 Limitação da tutela penal para as mulheres;
 Criação normativa da categoria ‘violência de gênero’;

r um F 4.3 gm
a
 Redefinição da expressão ‘vítima’;
e n 9
V e n 5.1 es@
 Exclusão dos atos de violência doméstica do rol dos crimes considerados de
r
Ad Lo 03nand
menor potencial ofensivo;

e r
 Previsão de a companheira ser processada nos casos de relações homoeróticas;
f
y
do
 Inovação nas medidas cautelares de proteção Criação dos Juizados de Violência
o
lge Familiar com competência civil e penal;
Doméstica

A Criminologia feminista possibilitou “malestream” criminológico compreender a lógica


androcêntrica que define o funcionamento das estruturas de controle punitivo.

A mulher sofre uma dupla violência no sistema penal, seja pela invisibilização ou
subvalorização da violência de gênero; ou pelo aumento da punição ou agravamento da
execução da pena exclusivamente em razão da condição de gênero;

17
Enquanto a Criminologia crítica tem forte resistência aos processos de criminalização e
ampliação dos níveis de punitividade social (punitivismo), a criminologia feminista luta
incessantemente pela redução dos altos índices de violência contra a mulher.

Como lembra Penteado Filho (2018), o crime organizado nos grandes centros urbanos
(São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador etc.) vem

l
cooptando a mulher quer para auxílio material, quer para favorecimento pessoal de seus
a
“irmãos”, ou ainda na condição de “mulas” para o narcotráfico.
io n
a c
u c y
Inicialmente, a investigação criminológica sobre a criminalidade feminina estava associada
a fatores unicamente biológicos. E od d o
e
rt s G
p o de
Ao longo dos anos, tal vertente foi sendo deixada de lado. Como lembra Viana (2019),
S ern 11- ail.com
u an 06
teorias de cunho social, com total rechaço às referências biológicas ou psicológicas, adquirem

r um F 4.3 gm
protagonismo a partir dos anos sessenta do século XX e associam a criminalidade feminina à
e n 9 a
V e n 5.1 es@
perspectiva social, em especial à sua incorporação ao mundo laboral e à atividade pública,
r
Ad Lo 03nand
destacando a presença da mulher na política.

f e r
oy têm como premissa maior uma possível e suposta proteção
Essas teorias de cunho social
d
lgo as mulheres.
do controle social em relação

Para a teoria do papel, as mulheres, desde o seu nascimento, incorporam determinados


modelos de comportamento, o que faz com que desenvolvam condutas típicas atribuídos a
seu “papel”. Para essa teoria, a mulher assume a passividade das relações. É uma teoria que
está assentada no modelo patriarcal de família e na imagem de mulher como “dona de casa”.

Enquanto isso, a teoria da emancipaçãoacredita que, em decorrência da emancipação


feminina, ao passo que vai de encontro com os papeis atribuídos pela sociedade a mulher e

18
há um rompimento quanto a isso, a criminalidade entre as mulheres passa a ser igual à dos
homens, visto que estão na mesma zona de criminalidade.

Como é possível concluir, essas teorias ancoram a sua explicação em uma espécie de
rebelião da mulher em relação ao seu papel tradicionalmente atribuído pela sociedade
(VIANA, 2019).

Vale mencionar que o tema da criminologia feminista ainda não é tão estudada quanto
deveria, dada a sua importância, tanto social, quanto científica.

1.8Criminologia Queer

A criminologia queer é uma área de estudo criminológica ainda pouco conhecida,


porém, que vem ganhando cada vez mais relevância nos últimos anos. a l
ion
a c
A teoria queer, a qual surgiu surgida no final dos anos 80, é baseada em textos de uma
u c y
d o
série de pesquisadores e ativistas de movimentos que promoviam discussões quanto
E od
“identidade de gênero”e “heteronormatividade”.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
A Teoria Queer apresenta a ideia de construção do gênero numa abordagem social e

r um
histórica, negando o heterossexismo como referência e propondo a fuga do binarismo
F 4.3 gm
e n 9 a
compulsório macho-fêmea (BICALHO, 2014).
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Em geral, os criminólogos ainda não tem dado atenção necessária ao estudo de crimes

f e r
praticados em razão da orientação sexual, à identidade de gênero e às demais questões

oy
relacionadas à comunidade LGBT.
d
l g o
A vertente queer busca trazer esses conceitos para o estudo da criminologia, de forma
que, consiga ser entendido o porquê de tais crimes ocorrerem, além de formas de evitá-los,
bem como de preveni-los.

2. Criminalidade e Reação Ao Delito

19
2.1Fatores Sociais da Criminalidade

Diversos fatores sociais influenciam, direta e indiretamente, os números da criminalidade.

As estatísticas criminais demonstram existir uma relação de proximidade entre a pobreza


e a criminalidade.

Não que a pobreza seja um fator condicionante extremo de criminalidade, tendo em vista

l
a ocorrência dos chamados “crimes do colarinho branco”, geralmente praticados pelas
a
camadas mais altas da sociedade (PENTEADO FILHO, 2018).
io n
a c
u c y
Por outro lado, nos crimes contra o patrimônio, a grande maioria dos sujeitos ativos é
E od d o
e
semialfabetizada, pobre, quando não miserável, com formação moral inadequada.
rt s G
p o de
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u an 06
O consumismo exagerado, a busca de dinheiro para uso de drogas, sentimentos de
ódioe aversão àquelas pessoas que detêm posses ou possuis voluptuosas quantias de

r um F 4.3 gm
e n 9 a
dinheiro, faz com que nasça certo sentimento criminoso em alguns indivíduos.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Como lembra Penteado Filho (2018), as causas da pobreza, conhecidas de todos – má

f e r
distribuição de renda, desordem social, grandes latifúndios improdutivos etc., somente
funcionam como fermento o y sentimentos
dos de exclusão, revolta social e consequente
d
criminalidade. lgo
Por conseguinte, a repressão policial tem valor limitado, na medida em que ataca as
consequências da criminalidade patrimonial e não as causas, justificando, na maioria das vezes,
as premissas da criminologia crítica ou radical.

Dentre outros fatores sociais de criminalidade, podemos mencionar, também, os meios


de comunicação em massa, especialmente, a televisão.
Segundo o art. 221, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, os

20
programas da mídia devem voltar-se para o respeito aos valores éticos da pessoa humana e
da família.

Entretanto, na prática, o que vemos são situações totalmente diferentes. Desde o seu
surgimento e ascensão na segunda metade do século XX, a televisão ficou conhecida por
muitos programas com grande apelo emocional e sensacionalista, sobretudo, programas
policiais.

A migração como movimento interno populacional dentro de um país pode causar


dificuldades de adaptação em face da diferença de costumes, usos, hábitos, valores etc. de
uma região para outra (PENTEADO FILHO, 2018).

O aumento dos números da criminalidade por áreas geográficas é ajustado ao

a l
crescimento da respectiva densidade demográfica populacional, conforme estudos levados a
io n
efeito pela Escola de Chicago.
a c
u c y
d o
Nas palavras de Penteado Filho (2018), inexistindo necessário equilíbrio demográfico,
E od
e
rt s G
afloram os conflitos de convivência, de modo que, nos morros, cortiços, favelas, loteamentos

p o de
clandestinos etc., o fermento social da criminalidade aparece diuturnamente, ensejando a
S ern 11- ail.com
u an 06
continuidade, ou melhor, um progressivo, contínuo, perigoso e alarmante crescimento do

r um F 4.3 gm
número de infrações penais, de todos os matizes (crimes contra a vida, o patrimônio, a saúde
e n 9 a
pública etc.). V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
2.2Modelos de Reação
r Ao Delito
y fe
d o
o
Como lembra Penteado Filho (2018), a ocorrência de ação criminosa gera uma reação
lg
social (estatal) em sentido contrário, no mínimo proporcional àquela. Da evolução das reações
sociais ao crime prevalecem hodiernamente três modelos: dissuasório, ressocializador e
restaurador (integrador).

O modelo dissuasórioé o modelo da Escola Clássica. A principal ideia do modelo


dissuasório é pagar o mal com o mal. Tem como base a punição do criminoso, a qual deve
ser intimidatória e proporcional ao dano causado.

Protagonistas: Estado e o delinquente, restando excluídos a vítima e a sociedade.

21
As sanções penais somente são aplicadas aos imputáveis e semi-imputáveis (também
chamados de criminosos fronteiriços). Procura convencer o criminoso a não praticar o crime
por meio da intimidação do sistema retributivo.

Em síntese, no modelo dissuasório a repressão se dá por meio da punição ao agente


criminoso, mostrando a todos que o crime não compensa e gera castigo. Aplica-se a pena
somente aos imputáveis e semi-imputáveis, pois aos inimputáveis se dispensa tratamento
psiquiátrico.

Vale citar, também, o modelo ressocializador. Segundo Penteado Filho (2018), tal
modelo de reação do delito intervém na vida e na pessoa do infrator, não apenas lhe
aplicando uma punição, mas também lhe possibilitando a reinserção social.

a
Aqui a participação da sociedade é relevante para a ressocialização do infrator,
l
io n
prevenindo a ocorrência de estigmas.
a c
u c y
d o
Por fim, vale mencionar a existência e importância da conhecida justiça restaurativa.
E od
e
rt s G
Desde os primórdios, o Direito Penal ficou conhecido pelo castigo da conduta criminosa
p o de
S ern 11- ail.com
praticada por determinado indivíduo. u an 06
Como forma de
r um F 4.3 gm
retribuir o mal praticado, era aplicado uma pena, que,
e n 9 a
V n 5.1 es@
consequentemente, era um mal, só que, desta vez, legal. Tal modelo ficou conhecido como
re
Ad Lo 03nand
justiça retributiva.

f e r
y
Como lembra Cleber Masson (2018), atualmente, entretanto, surge uma nova proposta,
o
o d
consistente na justiça restaurativa, fundada basicamente na restauração do mal provocado
lg
pela infração penal.

A justiça restaurativa (ou modelo integrador)tem como principal finalidade o


reequilíbriodas relações entre o autor e a vítima com a ajuda da sociedade, a qual deve ter
papel determinante na busca pela restauração da paz social.
Vislumbra-se a justiça com ênfase na reparação do mal proporcionado pelo crime,
compreendido como uma violação às pessoas e aos relacionamentos coletivos, e não como
uma ruptura com o Estado (MASSON, 2018).

22
A justiça restaurativa possibilita que a comunidade possa pronunciar os seus valores e
expectativas, de forma que entrem em consenso ou apresentem as formas de coibir as
práticas delitivas, bem como maneiras de estabelecer novamente a paz após situações de
anormalidade.

Nas palavras de Penteado Filho (2018), o modelo restaurador recebe também a


denominação de “justiça restaurativa” e procura restabelecer, da melhor maneira possível, o
a l
n
status quo ante, visando a reeducação do infrator, a assistência à vítima e o controle social
io
c
afetado pelo crime. Gera sua restauração, mediante a reparação do dano causado.
a
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

23
QUADRO SINÓTICO

MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO

Modelo Modelo Modelo


Dissuasório Ressocializador Reintegrador

Tal modelo de reação


a l
A repressão se dá por do delito intervém na
Tem

io n como principal
finalidade o reequilíbrio
meio da punição ao vida e na pessoa do
a c
das relações entre o
agente criminoso, infrator, não apenas
u c y autor e a vítima com a
mostrando a todos lhe aplicando
E o d do
uma ajuda da sociedade, a
que o crime não punição,
r es t e G mas qual deve ter papel
compensa e gera
otambém
p and 06 om
lhe determinante na busca
pela restauração da paz
castigo.
u possibilitando
S rn 1- il.c
reinserção social.
a
social.

um F e .31 ma
V e
er na 94 g
n 5.1 es@
r
Ad CRIMINOLOGIA
Lo 03 andCONTEMPORÂNEA
n
f e r
y
o doPara os defensores do abolicionismo, o dano causado pelo
lg
sistema penal é mais gravoso que o próprio delito. Assim,
Abolicionismo prezam pelo desaparecimento do sistema punitivo, como
forma de abrir caminhos para uma nova justiça. Acreditam
que o sistema penal estigmatiza as pessoas e é seletivo.

Os teóricos dessa vertente de estudo criminológica

24
Movimento de Lei e acreditam que as políticas sociais fomentam a
Ordem criminalidade. Como forma de evitar e combater o
aumento da delinquência, acreditam na maximização do
Direito Penal.

Subdisciplina da criminologia que estuda eventos criminais


como resultado do encontro entre criminoso motivado
Criminologia
para cometer um crime, em momentos específicos de
Ambiental
espaço e tempo. Não é algo que acontece por acaso, é
preciso um conjunto de fatores combinados.

a l
io n
c
Criminologia cultural é aquela que se preocupa com as
a
u c y
relações e interações do homem na sociedade de
E od d o
consumo, que se utiliza da mídia para projetar suas
Criminologia Cultural e
rt s G
o de
diretrizes, de modo que a propaganda, o marketing e o
p
S ern 11- ail.com
u an 06
contexto cultural poderiam contribuir para a mitigação do

r um problema da criminalidade (PENTEADO FILHO, 2018).


F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
y
Trata-se de modelo universal destinado a contribuir com a
o moderna crise que assola os sistemas penais, desde o
o d
Garantismo Penal
lg nascedouro da lei até o final do cumprimento da sanção
penal, atingindo inclusive particularidades inerentes ao
acusado depois da execução penal.

Direito Penal Mínimo

25
O direito penal mínimo pode ser caracterizado como um
conjunto de normas adequado ao princípio da intervenção
mínima, utilizando-se o Direito Penal apenas para crimes
graves.

As propostas do Realismo de Esquerda têm a intenção de


desenvolver ações em todos os pontos do processo
criminal por meio um melhor aparelhamento estatal,
Realismo de
aumento do envolvimento da comunidade no controle e
Esquerda
combate da criminalidade, proteção e fortalecimento das
a l
n
vítimas de delitos e resolução de problemas estruturais que
io
causam violações.
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
o de
O feminismo é um movimento que busca a igualdade entre
p
S ern 11- ail.com
u an 06
os gêneros, em virtude dos preconceitos sofridos pelas

r um mulheres ao longo dos anos ocasionados pelo machismo e


F 4.3 gm
Criminologia e n 9 a sistema patriarcal.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Feminista
A criminologia feminista luta incessantemente pela redução
f e r
dos altos índices de violência contra a mulher.
o y
o d
lg

A teoria queer, a qual surgiu surgida no final dos anos 80,


é baseada em textos de uma série de pesquisadores e
Criminologia Queer
ativistas de movimentos que promoviam discussões quanto
“identidade de gênero” e “heteronormatividade”.

26
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1

(Delegado de Polícia – PE - CESPE - 2016)No que se refere aos métodos de combate à


criminalidade, a criminologia analisa os controles formais e informais do fenômeno delitivo e
busca descrever e apresentar os meios necessários e eficientes contra o mal causado pelo
crime. A esse respeito, assinale a opção correta.
A)A criminologia distingue os paradigmas de respostas conforme a finalidade pretendida,

a l
apresentando, entre os modelos de reação ao delito, o modelo dissuasório, o ressocializador e

io n
o integrador como formas de enfrentamento à criminalidade. Em determinado nível, admitem-
a c
se como conciliáveis esses modelos de enfrentamento ao crime.
u c y
d o
E od
B)Como modelo de enfrentamento do crime, a justiça restaurativa é altamente repudiada pela
e
rt s G
criminologia por ser método benevolente ao infrator, sem cunho ressocializador e pedagógico.
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
C)O modelo dissuasório de reação ao delito, no qual o infrator é objeto central da análise

r um
científica, busca mecanismos e instrumentos necessários à rápida e rigorosa efetivação do
F 4.3 gm
e n 9 a
castigo ao criminoso, sendo desnecessário o aparelhamento estatal para esse fim.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
D)O modelo ressocializador de enfrentamento do crime propõe legitimar a vítima, a
comunidade e o infrator na busca de soluções pacíficas, sem que haja a necessidade de lidar
f e r
y
com a ira e a humilhação do infrator ou de utilizar o ius puniendi estatal.
o
o d
E)A doutrina admite pacificamente o modelo integrador na solução de conflitos havidos em
lg
razão do crime, independentemente da gravidade

Comentário:

Modelo dissuasório (direito penal clássico): Coerção por meio da punição ao agente criminoso,
mostrando a todos que o crime não compensa e gera castigo. Aplica-se a pena somente aos
imputáveis e semi-imputáveis, pois aos inimputáveis se dispensa tratamento psiquiátrico.

27
Modelo ressocializador: Interfere na vida e na pessoa do infrator, não apenas lhe aplicando
punição, mas também lhe possibilitando a reinserção social. Aqui a participação da sociedade
é relevante para a ressocialização do infrator, prevenindo a ocorrência de estigmas.
Modelo restaurador (integrador): Aufere também a denominação de "justiça restaurativa" e
procura restabelecer, da melhor maneira possível, o status quo ante, visando a reeducação do
infrator, a assistência à vítima e o controle social afetado pelo crime. Gera a restauração,
mediante a reparação do dano causado.
Em suma, o modelo dissuasório funda-se na repressão, o modelo ressocializador na reinserção
social e o modelo integrador baseia-se na reeducação e redefinição do próprio conceito ideal
de justiça.
Portanto, está correta aalternativa “A”.

Questão 2 a l
io n
c
(UEG - 2018 – PC/GO - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Em Vigiar e Punir, Michel Foucault
a
u c y
(1926-1984) aborda a transformação dos métodos punitivos a partir de uma tecnologia do
corpo, dentre cujos aspectos fundamentais destaca-seE od d o
e
rt s G
o de
A) A coexistência entre diversas economias políticas do castigo, mas, fundamentalmente, a
p
S ern 11- ail.com
u an 06
mudança qualitativa que representou substituição do carcerário pelo patibular.

um F 4.3 gm
B) O pensamento criminológico centrado na figura do homem delinquente, o que constitui a
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
força motriz para o surgimento e consolidação da prisão como mecanismo de controle.
re
Ad Lo 03nand
C) O cumprimento dos fins declarados da pena de prisão na medida em que separa os

f e r
espaços sociais livres de castigo e os que devem ser objeto da repressão estatal.
y corporal como tecnologia encarceradora que passa ser
D) O abandono completo doosuplício
d
lgoXIX.
utilizada a partir do século
E) O cárcere como dispositivo preponderante sobre o qual se ergue a sociedade disciplinar.

Comentário:
Para Foucault existiria uma obrigação de classificação paralela dos crimes e dos castigos, assim
como a necessidade de uma individualização das penas em conformidade com as
características singulares de cada criminoso, nascendo assim, a reforma humanista do Direito
Penal, no séculos XVIII. Nessa época fora criada a figura arquitetônica: PANÓPTICO DE
BENTHAM.
28
A primeira grande tese da genealogia posta em prática em Vigiar e Punir: o indivíduo
moderno é um efeito de tecnologias de poder disciplinares que se reproduzem e se legitimam
a partir de saberes "humanos" determinados.
Uma das intuições importantes apresentadas por Foucault é a descrição dos mecanismos da
microfísica do poder, uma espécie de combinação entre vigilância hierárquica e sanção
normalizadora, que conflui no exame disciplinar.
Portanto, está correta a alternativa “B”.

Questão 3
(FUMARC - 2018 – PC/MG - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Sobre a relação entre o preso e a
sociedade, segundo Alessandro Baratta, é CORRETO afirmar:
A) A reinserção do preso na sociedade, após o cumprimento da pena, é assegurada a partir

a l
n
do momento em que, no cárcere, o preso absorve um conjunto de valores e modelos de
io
comportamento desejados socialmente.
a c
u c y
B) É necessário primeiro modificar os excluídos, para que eles possam voltar ao convívio social
na sociedade que está apta a acolhê-los. E od d o
e
rt s G
o de
C) O cárcere não reflete as características negativas da sociedade, em razão do isolamento a
p
que são submetidos os presos.
S ern 11- ail.com
u an 06
um F 4.3 gm
D) São relações sociais baseadas no egoísmo e na violência ilegal, no interior das quais os
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
indivíduos socialmente mais débeis são constrangidos a papéis de submissão e de exploração.
re
Ad Lo 03nand
Comentário:
f e r
oy do capítulo “Cárcere e Marginalidade Social”, do autor
A questão estabeleceu o conhecimento
d
Alessandro Baratta. lg
o
a) Errada, pois Baratta é absolutamente crítico da realidade do cárcere. O preso não observa
valores e modelos de comportamento positivos na prisão.
b) Errada. Baratta diz que é necessário, em um primeiro momento, reeducar a sociedade
(quem exclui), para depois reeducar os presos (excluídos).c) Errada. É evidente que o cárcere
conjeturacom as características negativas da sociedade que discrimina e exclui. Frase
expressamente mencionada por Baratta em sua obra.
d) Correta. Baratta é bastante crítico! Ele segue a linha marxista, afirmando que tais
características da sociedade refletem exatamente no cárcere.
29
Portanto, está correta a alternativa “D”.

Questão 4
(FUMARC - 2018 – PC/MG - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Sobre o sistema penal e a
reprodução da realidade social, segundo Alessandro Baratta, é CORRETO afirmar:
A) A cada sucessiva recomendação do menor às instâncias oficiais de assistência e de controle
social corresponde uma diminuição das chances desse menor ser selecionado para uma
“carreira criminosa”.
B) A homogeneidade do sistema escolar e do sistema penal corresponde ao fato de que
realizam, essencialmente, a mesma função de reprodução das relações sociais e de
manutenção da estrutura vertical da sociedade.
C) A teoria das carreiras desviantes, segundo a qual o recrutamento dos “criminosos” se dá

a l
n
nas zonas sociais mais débeis, não é confirmada quando se analisa a população carcerária.
io
c
D) O suficiente conhecimento e a capacidade de penetração no mundo do acusado por parte
a
u c y
do juiz e das partes no processo criminal são favoráveis aos indivíduos provenientes dos
estratos econômicos inferiores da população. E odd o
e
rt s G
p o de
Comentário:
S ern 11- ail.com
u an 06
um F 4.3 gm
a) INCORRETA. Há uma crítica (segundo às teoria do conflito, especificamente etiquetamento)
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
por parte do autor indicado (BARATTA) a respeito das instâncias oficiais de assistência e de
re
Ad Lo 03nand
controle social: “De fato a cada sucessiva recomendação do menor às instâncias oficiais de

f e r
assistência e de controle social, a cada sucessiva ação desta sobre o menor, corresponde um
aumento, em lugar de uma o y
diminuição das chances de ser selecionado para uma “carreira
d
criminosa”. lgo
b) CORRETA
c) INCORRETA. “A teoria das carreiras desviantes e do recrutamento dos "criminosos" nas
zonas sociais mais débeis encontra uma confirmação inequívoca na análise da população
carcerária, que demonstra a extração social da maioria dos detidos dos estratos sociais
inferiores e o elevadíssimo percentual que, na população carcerária, é representada pelos
reincidentes.” (p. 179-180)
d) INCORRETA. Essa alternativa foi gabaritada como incorreta pela banca, contudo, acredito ter
havido um equívoco, pois o que BARATTA afirma em seu livro é que: “O insuficiente
30
conhecimento e capacidade de penetração no mundo do acusado, por parte do juiz, é
desfavorável aos indivíduos provenientes dos estratos inferiores da população. Isto não só pela
ação exercida por estereótipos e por preconceitos, mas também pela exercida por uma série
das chamadas “teorias de todos os dias”, que o juiz tende a aplicar na reconstrução da
verdade judicial. (p. 177)”. Ou seja, se o insuficiente conhecimento da vida do acusado é
desfavorável, por consequência o suficiente conhecimento é favorável.
Portanto, está correta a alternativa “B”.

Questão 5
(CESPE/CEBRASPE - 2017 – PC/GO - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Em busca do melhor
sistema de enfrentamento à criminalidade, a criminologia estuda os diversos modelos de
reação ao delito. A respeito desses modelos, assinale a opção correta.

a l
n
A) De acordo com o modelo clássico de reação ao crime, os envolvidos devem resolver o
io
c
conflito entre si, ainda que haja necessidade de inobservância das regras técnicas estatais de
a
u c y
resolução da criminalidade, flexibilizando-se leis para se chegar ao consenso.

E od d o
B) Conforme o modelo ressocializador de reação ao delito, a existência de leis que
e
rt s G
o de
recrudescem o sistema penal faz que se previna a reincidência, uma vez que o infrator racional
p
S ern 11- ail.com
u an 06
irá sopesar o castigo com o eventual proveito obtido.

um F 4.3 gm
C) Para a criminologia, as medidas despenalizadoras, com o viés reparador à vítima, condizem
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
com o modelo integrador de reação ao delito, de modo a inserir os interessados como
re
Ad Lo 03nand
protagonistas na solução do conflito.

f e r
D) A fim de facilitar o retorno do infrator à sociedade, por meio de instrumentos de

oy aflitivo da pena, o modelo dissuasório de reação ao crime


reabilitação aptos a retirar o caráter
d
lgo do apenado no seio social.
propõe uma inserção positiva
E) O modelo integrador de reação ao delito visa prevenir a criminalidade, conferindo especial
relevância ao ius puniendi estatal, ao justo, rápido e necessário castigo ao criminoso, como
forma de intimidação e prevenção do crime na sociedade.

Comentário:
Item (A) - Em síntese, a concepção da escola clássica é a de que o crime é um ente jurídico na
medida em que decorre da infração a uma norma estatal que, por sua vez, visa proteger seus
súditos. Por esse modelo, é o soberano que resolve o conflito, aplicando a sanção
31
governamental pelo crime praticado. Segundo a escola clássica, a responsabilização do
infrator, perante o Estado e seus órgãos de persecução e de Justiça, advém do mau uso de
seu livre arbítrio.
Item (B) - O modelo ressocializador de reação ao crime rechaça o enfoque puramente punitivo
do direito penal. Para esse modelo, o sistema penal deve dar ênfase a intervenções de
natureza reeducativas, tendo por foco a pessoa do delinquente e, como o próprio nome
indica, a sua ressocialização.
Item (C) - O modelo integrador de reação ao delito busca a flexibilização da atuação estatal
por compreender que o crime é um conflito interpessoal. Por esse modelo, a solução do
conflito seria obtida pelos próprios envolvidos, mediante a composição, a conciliação, a
mediação com ênfase na reparação à vítima.

a l
Item (D) - O modelo dissuasório de reação ao crime propõe o incremento do ius puniendi, do

io n
aparato repressor e dá ênfase ao caráter retributivo da pena. O modelo que busca facilitar o
a c
c y
retorno do infrator à sociedade é o modelo ressocializador, que defende que o sistema penal
u
E odd o
não apenas puna o infrator mas lhe ofereça educação, trabalho e outros mecanismos para que
se reinsira positivamente na sociedade. e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Item (E) - O modelo integrador de reação ao delito visa favorecer a solução dos conflitos

r um
gerados pela prática do delito por meios mais flexíveis, retirando a ênfase ao ius puniendi,
F 4.3 gm
e n 9 a
típica do modelo dissuasório. O modelo integrador confere protagonismo à vítima e ao autor
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
do delito e propicia a autocomposição do conflito, mediante à conciliação e à mediação,
dando muita relevância à reparação dos danos causados à vítima.
f e r
y
Portanto, está correta a alternativa “C”.
o
o d
lg Questão 6
(VUNESP - 2015 – PC/CE - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Assinale a alternativa correta em
relação aos modelos teóricos de reação social ao delito.
A) São três os modelos: o dissuasório, o ressocializador e o integrador; o primeiro, também
conhecido como modelo clássico, tem o foco na punição do criminoso, procurando mostrar
que o crime não compensa; o segundo tem o foco no criminoso e sua ressocialização,
procurando reeducá-lo para reintegrá-lo à sociedade; e o terceiro, conhecido como justiça
restaurativa, que defende uma intervenção mínima estatal em que o sistema carcerário só
atuará em último caso.
32
B) Apresentam dois modelos bem distintos: o tradicional e o moderno, por entender que um
tem foco na punição e recuperação do delinquente, e o outro tem foco na reparação do
delito; o primeiro olha para o delinquente e o segundo, somente para a vítima, não
importando a recuperação do delinquente.
C) Estão divididos em dois modelos: o concreto e o abstrato, nos quais os objetivos são
comuns, ou seja, ambos estão focados no sujeito ativo do delito e em como fazer com que
ele não volte a delinquir; o primeiro visa aplicar uma pena privativa de liberdade e o segundo,
uma pena pecuniária.
D) São três os modelos teóricos: o moderno, o contemporâneo e o tradicional; o modelo
moderno objetiva tratar a prevenção do delito como um problema social, no qual todos têm
responsabilidade na ressocialização do criminoso; o modelo contemporâneo entende que há

a l
necessidade das penas serem proporcionais ao bem jurídico protegido, enquanto que o

io n
modelo tradicional busca no sistema de justiça criminal (Polícia, Ministério Público, Poder
a c
c y
Judiciário e Sistema Penitenciário) a efetividade para a prevenção do delito.
u
E od d o
E) São caracterizados por três modelos, também conhecido como as três velocidades do
e
rt s G
direito penal, um direito penal mais “duro” para os crimes mais violentos, um direito penal
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
mais brando, como, por exemplo, para os crimes de menor potencial ofensivo e um direito

r um
penal intermediário, um meio termo, para os demais crimes.
F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Comentário:
Ad Lo 03nand
São 3 os modelos de reação social ao delito:
f e r
oy também denominado de retributivo, tem como base a
O modelo clássico ou dissuasório
d
lgo que deve ser intimidatória e proporcional ao dano causado. Os
PUNIÇÃO do delinquente
protagonistas neste modelo são o Estado e o delinquente, restando excluídos a vítima e a
sociedade.O modelo ressocializador não se limita ao castigo, mas procura a reinserção social.
Trata-se de um modelo humanista que defende a intervenção positiva no condenado, de
modo a tornar possível sua volta, com dignidade, ao meio social. A reação ao delito passa a
se preocupar com a utilidade do castigo, também para o delinquente.
O modelo restaurador ou integrador busca reintegrar o delinquente, proporcionar assistência à
vítima, e restabelecer o controle social abalado pela prática do delito. Esse modelo visa

33
solucionar o problema criminal por meio de ação conciliadora, que procura atender aos
interesses e exigências de todas as partes envolvidas.
Portanto, está correta a alternativa “A”.

a l
ion
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

34
GABARITO

Questão 1 - A

Questão 2 - B

Questão 3 -D

Questão 4 -B

Questão 5 -C
a l
Questão 6 - A ion
a c
u c y
d o
E od
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Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

QUESTÃO DESAFIO

Sobre os modelos teóricos de Prevenção do delito, o que se

entende pelo Modelo Clássico e pelo Modelo Neoclássico?


35
Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c y
E od d o
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Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

O Modelo Clássico tem a repressão penal intimidatória como seu ponto central, de modo
que a intimidação e o rigor da pena é que vão reduzir a criminalidade. De outro lado, o
Modelo Neoclássico defende que o castigo penal vai reduzir a criminalidade em razão do
bom funcionamento do sistema legal.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

36
 Modelo Clássico - prevenção pelo rigor penal

Inicialmente, destaca-se que o Modelo Clássico de prevenção do delito tem a repressão penal
intimidatória como seu ponto central, de modo que a intimidação da pena é que vai reduzir a
criminalidade. (OLIVEIRA, Natacha Alves de. Criminologia. 2. ed. Salvador: Juspodium, 2020.
302 p.)

Sobre o tema, é a lição de Eduardo Viana:

" O modelo clássico, como visto, põe acento na força contramotivadora do direito penal como
meio mais eficaz para a prevenção do crime. Noutros termos: a intimidação e a prevenção são,
pois, conceitos que possuem a mesma carga semântica: o incremento da deliquência se
explica pela debilidade da ameaça penal; o rigor da pena se traduz, por sua vez, descenso da
criminalidade". (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: Juspodium, 2018. 442 p.)
a l
io n
Ante todo o exposto, inegável que a prevenção pelo modelo clássico decorre do rigor da
a c
pena.
u c y
E od
 Modelo Neoclássico - Bom funcionamento legal
d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
De outro lado, há que se destacar também o Modelo Neoclássico, o qual defende que a
prevenção do crime vai ocorrer também em razão da imposição da pena, tal qual como ocorre

r um F 4.3 gm
no Modelo Clássico. Entretanto, no Modelo Neoclássico, essa prevenção vai ser em razão do
e n 9 a
V n 5.1 es@
bom funcionamento do sistema legal decorrência da aplicação da pena ao indivíduo que
re
comete crimes.
Ad Lo 03nand
f e r
Portanto, a prevenção não é em em virtude do rigor penal, mas sim em razão da certeza de
o y
d
que, em se cometendo crime, a pena virá. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador:
o
g
Juspodium, 2018. 442 lp.)

Nesse sentido também é a lição de Natacha Oliveira:

" [...] o modelo neoclássico trabalha a prevenção do delito com base no funcionamento do
sistema normativo e em sua percepção pelo indivíduo". (OLIVEIRA, Natacha Alves
de. Criminologia. 2. ed. Salvador: Juspodium, 2020. 302 p.)

Portanto, o Modelo Neoclássico visa a reduzir o custo de oportunidade para que o indivíduo
cometa um crime, de modo que o ganho esperado pelo indivíduo criminoso não compense os
riscos de sua prática.
37
a l
ion
a c
u c y
d o
E od
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
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39
a l
ion
a c
u c y
Ed o d
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u p and 06 om
S rn 1- il.c
um F e .31 ma
Ver na 94 g
eCapítulo
n 5.1 es@ 7
r
Ad Lo 03nand
f e r
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lg
SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA, Capítulo 7 ...............................................................................................................................................................2

1. Movimentos Ideológicos e Temas Atuais da Criminologia .................................................................................2

1.1 Introdução .................................................................................................................................................................................. 2

1.2 Direito Penal do Fato e Direito Penal do Autor ...................................................................................................... 3

1.3 Direito Penal do Inimigo...................................................................................................................................................... 4

1.4 Velocidades do Direito Penal ............................................................................................................................................ 5

1.5 Direito Penal Simbólico, Direito Penal de Emergência e Direito Penal Promocional .............................. 7

1.6 Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo ................................................................................................ 8


a l
io n
1.7
c
Bullying ........................................................................................................................................................................................ 9
a
1.8
u c y
Stalking e Cyberstalking ...................................................................................................................................................10

1.9 E od d o
Cenário da Bomba Relógio .............................................................................................................................................12
e
rt s G
1.10
p o de
Assasino Em Série (Serial Killer) ......................................................................................................................................12

1.11 S ern 11- ail.com u an 06


Transtornos Sexuais..............................................................................................................................................................13

r um F 4.3 gm
1.12
a
Linchamentos ..........................................................................................................................................................................14
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
1.13 Pornografia de Vingança (Revenge Porn) ..................................................................................................................15

QUADROS SINÓTICOS ........................................................................................................................................................................ 18

f e r
y
QUESTÕES COMENTADAS.............................................................................................................................................................. 24
o
o d
lg
GABARITO............................................................................................................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................... 32

1
CRIMINOLOGIA

Capítulo 7

1. Movimentos Ideológicos e Temas Atuais da Criminologia

1.1 Introdução

A Criminologia é a ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime,


da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo.
a l
io n
O que deve ser crime ou contravenção penal, ou seja, as infrações penais devem ficar a
a c
critério do legislador.
u c y
E od d o
A Criminologia vai estudar quais os fatores contribuem para que determinado
e
rt s G
o de
comportamento humano seja considerado indesejado.
p
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
ay
Além disso, de certa forma, o Criminologia auxilia o legislador na escolha de novos tipos
d
penais. lgo
Conforme lembram Fontes e Hoffmann (2019), o incremento da complexidade dos
fenômenos criminais, como o aumento da violência urbana e o crescimento gradativo da
população carcerária e do caos dos estabelecimentos penais, são motivos significativos para a
ascensão da criminologia, ciência que pode fornecer respostas mais pormenorizadas a esses
problemas.

Atualmente, a Criminologia tem direcionado seus estudos para novos temas que têm
despertado atenção pela forma e velocidade com que os mesmos têm se difundido.
2
Por ser uma ciência, de certa forma, recente, a todo momento novos temas de estudo
surgem dentro da Criminologia. Neste capítulo, iremos analisar os mais importantes temas
atuais da Criminologia.

1.2 Direito Penal do Fato e Direito Penal do Autor

Como afirma Cleber Masson (2018), os tipos penais devem definir fatos, associando-lhes
as penas respectivas, e não estereotipar autores em razão de alguma condição específica. Não
se admite um Direito Penal do autor, mas somente um Direito Penal do fato.

O Direito Penal do autor é aquele no qual determinado indivíduo é punido


exclusivamente por questões pessoais. Como exemplo, podemos citar a Alemanha Nazista,
no qual não existiam propriamente crimes, mas criminosos.
a l
ion
c
Ao criar a teoria do Direito Penal do inimigo (como será visto a seguir), GüntherJakobs,
a
u c y
adota um Direito Penal do autor, rotulando indivíduos, em oposição a um Direito Penal do

E od d o
fato, preocupado com a ofensividade de ações e omissões relevantes
e
rt s G
p o de
No Direito Penal do fato, a pena se destina ao agente culpável condenado, após o
S ern 11- ail.com
u an 06
devido processo legal, pela prática de um fato típico e ilícito.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
y
o do
lg penal do fato é que se justifica a não punição nos chamados
A partir da ideia do direito
crimes impossíveis previstos no nosso Código Penal, embora a tentativa tenha se
verificado.

Para responsabilizar qualquer indivíduo pela prática de um delito, o sistema penal


brasileiro leva em consideração o direito penal do fato.

Para a fixação da pena, espécie de pena, regime de cumprimento, substituição, transação


penal etc., o sistema penal brasileiro adotou o direito penal do autor, eis que nessas

3
hipóteses o juiz levará em consideração, entre outras, o grau de culpabilidade
(reprovabilidade) do autor do crime, seus antecedentes e as consequências do crime.

Também se pode dizer derivada da concepção do direito penal do autor a previsão das
medidas de segurança, espécies de sanção penal fundadas na periculosidade. De ver, contudo,
que várias garantias fundamentais foram introduzidas no campo dessas sanções, pela doutrina
e, notadamente, pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, harmonizando-as com a
Constituição Federal (ESTEFAM, 2018).

1.3Direito Penal do Inimigo

Como consequência de seu funcionalismo sistêmico (pensamento que reserva elevado

l
valor à norma jurídica como fator de proteção social), GüntherJakobsdesenvolveu a teoria do
a
direito penal do inimigo.
io n
a c
u c y
Inicialmente, vale mencionar a ideia de Direito Penal do Cidadãoao qual incumbe

E od d o
garantir a eficácia da norma. Baseia-se no seguinte raciocínio: o indivíduo que comete o crime,
e
rt s G
o de
desrespeita a norma, a qual, por meio da pena aplicada, mostra que permanece incólume
p
S ern 11- ail.com
u an 06
(garantindo-se, desse modo, que ela continua valendo apesar da infração cometida). Em seu

r um
âmbito de aplicação, operam todos os direitos e garantias fundamentais (ESTEFAM, 2018).
F 4.3 gm
e n 9 a
V e n 5.1 es@
Para Jakobs, inimigoé o indivíduo que afronta a estrutura do Estado, pretendendo
r
Ad Lo 03nand
desestabilizar a ordem nele reinante ou, até, destruí-lo. O inimigo é o sujeito que possui um

f e r
estilo de vida contrário ao ordenamento jurídico, rechaçando as normas impostas pelo Direito
o y
d
para a manutenção da coletividade.
o
lg
O inimigo não seria um cidadão e, consequentemente, não faria jus a nenhuma garantia
tal qual as demais pessoas.

Nas palavras de Masson (2018), trata-se de um indivíduo que, não apenas de maneira
incidental, em seu comportamento ou em sua ocupação profissional ou, principalmente, por
meio de vinculação a uma organização criminosa, vale dizer, em qualquer caso de forma
presumivelmente permanente, abandonou o direito e, por conseguinte, não garante o mínimo
de segurança cognitiva do comportamento pessoal e o manifesta por meio de sua conduta.

4
GüntherJakobsbaseia sua teoria nas ideias de Jean Jacques Rousseau(“Contrato Social”)
e emJohann GottliebFichte(“teoria do contrato cidadão”).

O inimigo por desrespeitar o contrato social entra em guerra contra Estado e,


consequentemente, deixa de ser um de seus membros.

Jakobs ainda, com base nas ideias de Immanuel Kant, sustenta que uma pessoa
ameaçadora acintosa da comunidade e do Estado, que não acolhe o Estado comunitário-
legal, deve ser tratada como inimiga.

ClausRoxinrefuta de forma veemente o Direito Penal do Inimigo, seja como conceito


meramente descritivo, crítico ou legitimador.

a l
Para muitos doutrinadores, o Direito Penal do Inimigo refuta os postulados do Direito

io n
Penal garantista, negando ao dito inimigo, diversos direitos e garantias individuais, tanto
a c
na esfera penal (material), como na esfera processual penal.
u c y
E od d o
e
Proposta de que deveriam existir dois direitos penais: do cidadão e do inimigo.
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
É o próprio direito penal do autor, não há punição pelo fato ou ato praticado, mas sim
pelo que o indivíduo é.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
No Brasil, a realidade policial em confronto nas favelas retrata um verdadeiro direito
re
Ad Lo 03nand
penal do inimigo, haja vista, as ações irem direto contra os que aparentemente ameaçam a
paz social.
f e r
o y
o d
lg
Características:desproporcionalidade das penas, relativização de garantias, punição
antecipada.

Consequência:o indivíduo não é tratado como sujeito de direitos, e sim como objeto,
coisa.

1.4Velocidades do Direito Penal

Segundo lição de Rogério Sanches Cunha (2016), a noção de "velocidades do Direito


Penal" foi idealizada por Jesús-María Silva Sánchez.

5
Trabalha com o tempo que o Estado leva para punir o autor de uma infração penal, mais
ou menos grave.

Existe a ideia de que o Direito Penal dois grandes blocos, distintos, de ilícitos: o primeiro,
das infrações penais às quais são cominadas penas de prisão (direito penal nuclear), e o
segundo, daquelas que se vinculam aos gêneros diversos de sanções penais (direito penal
periférico).

Rogério Sanches Cunha (2016) apresenta, de forma objetiva e suficiente, as velocidades


do direito penal:

A 1ª velocidadeenfatiza as infrações penais mais graves, punidas com penas privativas de


liberdade, exigindo, por este motivo, um procedimento mais demorado, que observa todas as
a l
garantias penais e processuais penais.
io n
a c
c y
Enquanto isso, a 2ª velocidaderelativiza, flexibiliza direitos e garantias fundamentais,
u
E od d o
possibilitando punição mais célere, mas, em compensação, prevê como consequência jurídica
e
rt s G
do crime sanção não privativa de liberdade (penas alternativas).
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Ainda há quem fale em uma 3ª velocidadedo Direito Penal, mesclando-se as duas

r um F 4.3 gm
anteriores. Defende a punição do criminoso com pena privativa de liberdade (1ª velocidade),
e n 9 a
V n 5.1 es@
permitindo, para determinados crimes (tidos como mais graves), a flexibilização ou eliminação
re
Ad Lo 03nand
de direitos e garantias constitucionais (2ª velocidade), caminho para uma rápida punição.

f e r
y
Todos os ilícitos guardam natureza penal e devem ser processados e julgados pelo Poder
o
o d
Judiciário.
lg
Exige-se um procedimento amplo e garantista para os crimes nos quais possa resultar a
imposição de pena privativa de liberdade.

Por outro turno, quando a sanção penal possível de ser aplicada no caso concreto se
limitar às restrições de direitos, ou à multa, a ação penal pode ser mais ágil, eis que a disputa
entre o acusado e o Estado não envolve tão relevante bem jurídico: a liberdade do ser
humano (MASSON, 2018).

6
1.5Direito Penal de Emergência, Direito Penal Simbólico e
Direito Penal Promocional

O Direito Penal, por meio de suas normas, busca que os indivíduos não as violem
mediante a ameaça de imposição forçosa de sanção na hipótese de ser lesado ou colocado
em perigo apontado bem jurídico.

Baseada na teoria da constitucionalização simbólica, proposta pelo professor Marcelo


Neves, podemos mencionar a existência de um direito penal simbólico.

Para Neves, a atividade legislativa, inclusive a constituinte, pode possuir uma natureza
eminentemente simbólica, visando atender objetivos políticos diversos da produção de normas

a l
jurídicas, dando origem a uma legislação simbólica ou a uma constituição simbólica.

io n
a c
Para Marcelo Neves, a legislação simbólica é a produção de textos normativos que
u c y
servem, principalmente, a finalidade política.
E od d o
e
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o de
Na verdade, são produzidos textos legais ou constitucionais, mas o que se deseja no
p
fundo não é nada normativo.
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
Odireito de intervenção, na forma proposta por WinfriedHassemer, consiste na
e n 9 a
V e n 5.1 es@
manutenção, no âmbito do Direito Penal, somente das condutas lesivas aos bens jurídicos
r
Ad Lo 03nand
individuais e também daquelas que causam perigo concreto (MASSON, 2018).

f e r
y simbólicoseria a utilização das ciências penais como
Dessa forma, o direitoopenal
d
lgo Nessas situações, são aprovadas legislações mais duras, mais
instrumento demagógico.
severas, entretanto, na prática, acabam sendo inócuas, porque o sistema penal não tem a
eficiência necessária para com a crescente criminalidade.

Geralmente, após fatos de repercussão nacional, tanto em razão de sua gravidade


intrínseca, também pela massiva divulgação pelos meios de comunicação de massa, é que fica
mais evidente a utilização desse direito penal simbólico.

Como lembra Rogério Sanches Cunha (2016), movido pela sensação de insegurança
presente na sociedade, o Direito Penal de Emergência, atendendo demandas de
7
criminalização, cria normas de repressão, afastando-se, não raras vezes, de seu importante
caráter subsidiário e fragmentário, assumindo feição nitidamente punitivista, ignorando as
garantias do cidadão.

Criticado pela doutrina, o Direito Penal Promocional(político ou demagogo) surge


quando o Estado, visando concretizar seus objetivos políticos, emprega as leis penais como
instrumento, promovendo seus interesses, estratégia que se afasta do mandamento da
intervenção mínima, podendo (e devendo) valer-se, para tanto, dos outros ramos do Direito
(CUNHA, 2016).

1.6Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo

Segundo o professorEugenio Raul Zaffaroni, o sistema penal paralelo é exercido por


a l
agências que não fazem parte do discurso manifesto do sistema penal, mas que, como
io n
a c
aquelas, exercem poder punitivo.
u c y
E od d o
Os sistemas penais paralelos punem com impetuosidade: banimento de atletas pelas
e
rt s G
o de
federações esportivas em caso de doping, sanções administrativas que inviabilizam
p
S ern 11- ail.com
u an 06
empreendimentos comerciais, multas de trânsito de elevado valor, entre outras.

r um F 4.3 gm
a
Como lembra o professor Pedro Coelho1, Zaffaroni passou a trabalhar, também, com a
e n 9
V e n 5.1 es@
ideia de um “Direito Penal subterrâneo”. A marca fundamental desse direito penal
r
Ad Lo 03nand
SUBTERRÂNEO é uma espécie de hibridismo em sua essência, pois ele está atrelado a agentes

f e r
e instituições estatais, mas em atuação à margem da lei, na escuridão.
y
o do
g exercido pelas mesmas agências e instituições que compõem o
O Direito Penal lseria
sistema punitivo criminal formal e oficial, contudo, com uma atuação arbitrária, marginalizada,
ao arrepio da lei e dos aparatos de controle, servindo a interesses pouco ou nada
republicanos, amiúde com a complacência do próprio Estado. Trata-se de um exercício
IRREGULAR de poder punitivo estatal.

1
COELHO, Pedro. DIREITO PENAL SUBTERRÂNEO? Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/direito-penal-subterraneo/>
Acesso em: março de 2020.
8
Trata-se do exercício arbitrário pelos agentes da administração pública no cometimento
dos diversos delitos violadores da primazia fundamental humana, tais como a tortura e a
execução sumária (MOTA, 2019).

1.7Bullying

Intrinsecamente ligado aos estudos da psicologia, evidencia o caráter multidisciplinar da


Criminologia.

O termo bullyingpossui origem inglesa, significando ameaça, intimidação ou humilhação.

Consiste na prática reiterada de condutas agressivas exteriorizadas de forma verbal e/ou


física, por um indivíduo ou grupo em face de outro indivíduo ou grupo.

a l
io n
Em síntese, é a intimidação, a humilhação pelo uso da força física e de coação moral.

a c
u c y
O bullying é caracterizado pelos casos de violência, na maioria das vezes praticada de

E od d o
forma velada em ambientes como salas de aula, corredores e demais dependências e
e
rt s G
o de
arredores de colégios e instituições de ensino, sendo também, cada vez mais praticado em
p
ambiente profissional.
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
a
A forma repetitiva das agressões, somada à desproporção entre agressor e vítima, pode
e n 9
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
ocasionar graves danos psicológicos a estas últimas, sendo um fator desencadeadorde uma
vida ligada aos crimes.

f e r
oy que merece destaque pela forma facilitada de propagação
Tema relacionado ao bullying,
d
lgo é o cyberbullying, que nada mais é que a prática dos atos de
das humilhações e intimidações,
agressão através dos meios eletrônicos.

Certo é que tais agressões acabam por estimular a delinquência e induza outras formas
de violência, influindo diretamente no aumento de casos de indivíduos estressados e
deprimidos, além de outros sintomas semelhantes, podendo desencadear doenças
psicossomáticas, transtornos mentais e psicopatologias graves.

9
Dentro das relações de trabalho, as perseguições contínuas e ostensivas, praticadas por
superiores hierárquicos ou companheiros de trabalho, capazes de gerar danos psíquicos e
morais, são denominadas comoMobbing.

1.8Stalking e Cyberstalking

l
Termo de origem norte-americana significaperseguição persistente, caracterizada por
a
io n
violência na qual o agressor reiteradamente ultrapassa os limites da privacidade da vítima,

a c
agindo através de diversos meios de perseguição, como e-mails, mensagens e fotos em redes
u c y
d o
sociais, ligações, perseguições em locais públicos, vigia na residência, dentre outros meios,
E od
e
rt s G
levando a vítima à restrição de liberdade, danos psicológicos e/ou danos à reputação.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O stalker, motivado por amor, ciúmes, ódio ou outro sentimento, busca atingir o

r um
controle de sua vítima, sendo uma espécie de assédio moral, porém, com caráter penal,
F 4.3 gm
e n 9 a
podendo, em alguns casos, configurar a contravenção penal de perturbação da tranquilidade.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
No Brasil, o stalking ainda não é considerado crime e sim contravenção penal, nos

f e r
termos do artigo 65, da Lei de Contravenções Penais, Decreto-lei nº 3.688/41.
o y
o d
lg Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por
motivo reprovável

Pena: prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa

Em suma, a maior parte das vítimas de stalkers são as mulheres. Em boa parte das
vezes, os sujeitos ativos dessas práticas delituosas são ex-companheiros (as), os quais, por
meio de tal perseguição, podem acabar praticando, de fato, condutas criminosas.
A Internet pode potencializar ainda mais os impactos dos stalkers na vida de suas

10
vítimas, uma vez que permite o acesso a muitas informações. Para essa prática, é dado o
nome de cyberstalking.

O Brasil, com uma população estimada em mais de 209 milhões de habitantes, é um dos
países do mundo que mais utiliza a internet.

Seja por meio do telefone celular (smartphone), computador de mesa computador


portátil ou notebook, tablete, televisão ou videogame, é inegável que o Brasil é um dos países
mais conectados do mundo.

Por muitas vezes, as pessoas utilizam a internet para acessar redes sociais, as quais
proporcionam interação entre os seus usuários, que, na maior parte das vezes, as usam para
expressarem opiniões e realizarem comentários.
a l
As redes sociaiscostumam ser uma ferramenta útil para quem deseja saber detalhes io n
a c
sobre a vida, rotina e comportamento de alguém.
u c y
E od d o
e
Conquanto configurações de privacidade diminuam os impactos causados pela
rt s G
p o de
exposição na internet, ainda assim é possível que informações permaneçam públicas para

S ern 11- ail.com


amigos, o que facilita a vida dos stalkers.
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
Os stalkers acabam por se tornar, também, um objeto de estudo da criminologia, a qual
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
busca entender o porquê, a forma e como estes agem, de maneira que possam coibir a
prática de situações vexatórias e, possivelmente, criminosas. Assim, o stalking é tema de alta
f e r
relevância na sociedade atual2.
o y
o d
lg
1.9Cenário da Bomba Relógio

A teoria do cenário da bomba-relógio tem o escopo de relativizar a proibição da


tortura, prevista expressamente pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

2
A série YOU, disponível no serviço de streaming Netflix, trata do tema ao contar a história de You conta sobre Joe, um gerente
de livraria, que se envolve romanticamente com Beck. Mas quando Joe se apaixona por alguém, o amor pode rapidamente
transformar-se em obsessão.
11
Como lembra Ortega (2016), segundo a teoria, se bombas relógio são instaladas em
determinados locais, não havendo outros meios de se localizar as bombas ou desarmá-las, a
tortura do terrorista responsável é justificável.

Portanto, a aludida teoria tem a finalidade de justificar o uso da tortura em situações


excepcionais, em que não existe outra maneira eficaz de conter uma atividade terrorista.

Nas palavras de Cunha (2017), TickingBombS cenário Theory(Teoria do Cenário da


Bomba-Relógio) é a situação extrema e emergencial na qual um agente estatal, com o
propósito de obter informações específicas e essenciais, tortura suspeitos de conhecer ou
integrar planos de ataques terroristas iminentes – que, portanto, expõem a perigo a vida de
um grande número de pessoas, a fim de que se possa prevenir a ocorrência de tais ataques.

a l
1.10Assassino Em Série (Serial killer)
io n
a c
u c y
Nas palavras de Penteado Filho (2018), a periculosidade ou personalidade perigosaé
d o
E od
aquela que apresenta propensão para o delito, por ser incapaz de assimilar as regras
e
rt s Gin potentia
p o de
comportamentais e os padrões sociais. É um estado latente, .

Su rnan 1-06 il.com


Do ponto de vista criminológico, quando um assassino reincide em seus crimes no
um F e .31 ma
e
er na 94 g
mínimo em três ocasiões e com certo intervalo de tempo entre cada um, é conhecido como
V n 5.1 es@
assassino em série (serial killer).
r
Ad Lo 03nand
f e r
Assassinos em série, por muitas vezes, exibem um comportamento inteiramente aceitável
em sociedade. o y
o d
lg
Grande parte possui uma vida “normal”, possuem família, emprego certo e, boa parte das
vezes, são bem vistos pelo público em geral, graças ao seu comportamento exemplar em
sociedade. Todavia, são extremamente perturbados no seu universo interior.

Serial Killers sentem prazer em cada ato, com a maldade e a crueldade que praticam
contra as suas vítimas, assemelhando-se ao prazer sexual.

A principal diferença entre o assassino em massa, que mata várias pessoas de uma só
vez e sem se preocupar com a identidade destas, e o assassino em série é que este elege

12
cuidadosamente suas vítimas, selecionando na maioria das vezes pessoas do mesmo tipo e
características (PENTEADO FILHO, 2018).

Na maior parte das vezes, os seriais killersdeixam uma espécie de sinal no cadáver ou no
local de crime, que é a forma pela qual alcançam a satisfação emocional (prazer) na execução
do ato.

A assinatura é a marca do delinquente, seu “cartão de visita”, algo imprescindível para o


assassino, pouco interessando a natureza do crime cometido.

O assassino em série, geralmente, passou por alguma espécie de trauma na infância, o


que, na maior parte das vezes, tem a ver com a espécie e forma de crimes praticados por ele.

a l
Entre os assassinos em série se distinguem dois tipos: os paranóicos e os psicopatas. O

io n
primeiro atua em consequência de seus delírios paranoides, quer dizer, ouve vozes ou tem
a c
c y
alucinações que o induzem ao assassinato. Esse tipo não costuma ter juízo crítico de seus
u
E od d o
atos. Já o tipo psicopata é muito mais perigoso. Devido à capacidade de fingir emoções
e
rt s G
(dissimulação) e de se apresentar extremamente sedutor, consegue sempre enganar suas
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
vítimas (PENTEADO FILHO, 2018).

um
1.11Transtornos
r F 4.3 gm
Sexuais
a
e enn .19 s@
d V r 35 de
A L 0 n o
Os transtornos sexuais (parafilias)são objeto de estudo da criminologia atual.

r n a
Infelizmente, crimes contra a dignidade sexual tornaram-se uma constante nos dias de hoje.
y fe
d o
Parafilia é o termo
l g o atualmente empregado para os transtornos da sexualidade,
antigamente chamados de “perversões”, denominação ainda usada no meio jurídico
(PENTEADO FILHO, 2018).

A parafiliaresta caracterizada quando há necessidade de substituir a atitude sexual


convencional (habitual) por qualquer outro tipo de atividade sexual, sendo a substituta a
predileta ou exclusiva maneira do indivíduo conseguir excitar-se e ter prazer. A
parafilia, quanto ao grau apresentado, pode ser leve, quando se expressa ocasionalmente;
moderada, quando a conduta é mais frequentemente manifestada, e severa, quando chega a
níveis de compulsão (PENTEADO FILHO, 2018).
13
A compulsão da parafiliasevera pode vir a ocasionar atos criminosos, com graves
consequências jurídicas. Como exemplo, podemos mencionar pessoas que praticam zoofilia ou
necrófilos que violam cadáveres.

Os crimes contra a dignidade sexualmais comuns são: estupro, estupro de vulnerável,


corrupção e abuso sexual de menores, exibicionismo (ato obsceno).

1.12Linchamentos

A manifestação coletiva dentro do âmbito da justiça popularmais corriqueira e comum


seriam os linchamentos.

Este fenômeno, como nos lembra MARTINS (2015, p. 27), “resulta da decisão quase

a l
n
sempre repentina, impensada, de motivação súbita e, de modo geral, imprevisível”.
io
a c
c y
Os linchamentos se caracterizam justamente pelo impulso, visto que em poucos minutos
u
d o
transeuntes se reúnem em uma determinada localidade para praticar tal ato contra uma
E od
e
rt s G
pessoa que acabara de realizar um delito nas redondezas, por exemplo.

p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Os linchamentos, em sua grande maioria, reúnem pessoas desconhecidas que se unem

r um
por um desejo em comum, punir o linchado de forma a efetivar um anseio de justiça, o qual
F 4.3 gm
e n 9 a
V n 5.1 es@
se encontra preso em seu inconsciente.
re
Ad Lo 03nand
Segundo pesquisa de José de Souza Martins (2015, p. 11), ao menos mais de um milhão

f e r
de brasileiros já participaram de um linchamento nos últimos 60 anos, o que nos traz um
o y
dado assustador. o d
lg
Apesar desse índice alarmante, não é difícil encontrar pessoas que aprovem tais atitudes
e possuam um discurso alinhado as ações de justiçamento popular.

Para muitos, a justiça popular é totalmente legítima, frente à ineficiência de algumas


instituições e o aumento da criminalidade, sobretudo em crimes contra a vida, crimes contra a
dignidade sexual e crimes contra o patrimônio.

14
O sistema penal e processual penal brasileiro é pautado por uma série de princípios, os
quais devem ser respeitados de forma a garantir, sobretudo o respeito ao princípio máximo
da dignidade da pessoa humana.

Princípios como o da legalidade, segundo o qual não há um crime sem lei penal anterior
que o defina e não há pena sem uma prévia cominação legal, e o princípio do devido
processo legal, onde devem ser respeitados todos os ritos processuais com a garantia da
ampla defesa e do contraditório, de forma a garantir o princípio constitucional da presunção
da inocência, segundo o qual ninguém pode ser considerado culpado antes do transitado em
julgado de uma sentença penal condenatória.

Por isso, casos de linchamentos, de “justiça com as próprias mãos” devem ser

a l
rechaçados. Entretanto, por passarem a ser presentes na sociedade atual, tais casos passam,

io n
também, a ser estudo pelos estudiosos da Criminologia como forma de entender os motivos
a c
c y
pelos quais tais atos ocorrem, bem como forma de evitá-los e preveni-los.
u
E d o d
Go e
1.13Pornografia de Vingança (RevengePorn
rt s )
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O Brasil figura entre um dos países do mundo que mais acessa, através da rede mundial

r um
de computadores, endereços eletrônicos de conteúdo pornográfico. Com a facilidade que a
F 4.3 gm
e n 9 a
V
internet proporciona, com uma simples pesquisa em algum mecanismo de busca podemos
r e n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
encontrar milhões de sites sobre os mais variados temas e categorias pornográficos existentes
surface web
e tudo isso apenas na ,rsem levar em conta a deep web, que é considerada a
y f e
d o(RAMOS
parte mais obscura da internet FILHO, 2017).

l g o
O termo em inglês revengepornrefere-se a uma prática comum nos dias atuais do
mundo globalizado. Conhecida no Brasil como pornografia de vingança, estamos falando de
uma conduta verdadeiramente atentatória ao mundo jurídico dentro do universo cibernético.

O termo “RevengePorn” foi incluso em um popular dicionário dos Estados Unidos, o


UrbanDictionary, no ano de 2007.

15
Conforme Cavalcante e Lelis (2016), a expressão “RevengePorn” é empregada,
atualmente, para reportar às práticas de propagação de conteúdos audiovisuais (fotografias e
vídeos) de pessoas em situações de sexo ou nudez, sem o consentimentodestas.

A maioria das vítimas desses casos são mulheres, o que constitui, também, uma forma
de violência de gênero. Além disso, vale mencionar, quando os homens são vítimas de
divulgação de material íntimo de forma não consensual, o são em virtude, na maior parte dos
casos, em razão da sua orientação sexual.

Ao verem sua intimidade e vida privada totalmente exposta na internet, com a


possibilidade, de uma disseminação do conteúdo de forma avassaladora, as vítimas acabam
por passar por uma série de problemas psicológicos, os quais podem chegar a um ponto
extremo, que seria o suicídio da vítima (RAMOS FILHO, 2017).
a l
io n
a c
Com a edição da recenteLei 13.718/2018, fora criado o tipo penal intermediário do art.
u c y
d o
218-C: divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo
E od
ou de pornografia.
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Como lembra Nucci (2019)

r um F 4.3 gm
o novo tipo do art. 218-C espelha várias condutas: oferecer (colocar à disposição
e n 9 a
V re n 5.1 es@
de alguém; exibir); trocar (permutar; entregar alguma coisa para receber algo em

Ad Lo 03nand
retorno); disponibilizar (tornar acessível; colocar algo ao alcance de outrem);

f e r
transmitir (passar algo a outrem; propagar); vender (alienar alguma coisa
mediante o y
d o pagamento de determinado preço); expor à venda (apresentar algo
para o
lg ser alienado mediante o pagamento do preço); distribuir (espalhar; entregar
algo a diversos receptores); publicar (levar algo ao conhecimento do público);
divulgar (propagar; fazer algo ser conhecido) são os verbos, espelhando ações
alternativas, muitas das quais são sinônimas, cujo objeto é a fotografia, o vídeo
ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática. Lembre-se de que a
prática de mais de uma conduta alternativa, no mesmo contexto, representa o
cometimento de um só delito do art. 218-C.

16
O meio de execução do crime aponta a fórmula por qualquer meio, o que já seria
suficiente; ainda assim, o tipo penal é claro ao afirmar, de forma expressa: inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática.

A pena é de reclusão, de 1 a 5 anos, se o fato não constitui crime mais grave.

a l
io n
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

17
QUADRO SINÓTICO

TEMAS ATUAIS DA CRIMINOLOGIA

A pena se destina ao agente culpável condenado, após o


Direito Penal do Fato
l
devido processo legal, pela prática de um fato típico e
a
ilícito.
io n
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
O Direito Penal do autor é aquele no qual determinado
Direito Penal do
r um F 4.3 gm
indivíduo é punido exclusivamente por questões pessoais.
e n 9 a
V
Autor
re n 5.1 es@ Como exemplo, podemos citar a Alemanha Nazista, no

Ad Lo 03nand qual não existiam propriamente crimes, mas criminosos.

f e r
o y
o d
lg O indivíduo que comete o crime desrespeita a norma, a
qual, por meio da pena aplicada, mostra que permanece
Direito Penal do incólume (garantindo-se, desse modo, que ela continua
Cidadão valendo apesar da infração cometida). Em seu âmbito de
aplicação, operam todos os direitos e garantias
fundamentais

Direito Penal do Para Jakobs, inimigo é o indivíduo que afronta a estrutura

18
Inimigo do Estado, pretendendo desestabilizar a ordem nele
reinante ou, até, destruí-lo. O inimigo é o sujeito que
possui um estilo de vida contrário ao ordenamento jurídico,
rechaçando as normas impostas pelo Direito para a
manutenção da coletividade.

Criação de normas de repressão, afastando-se, não raras


Direito Penal de
vezes, de seu importante caráter subsidiário e fragmentário,
Emergência
assumindo feição nitidamente punitivista, ignorando as
garantias do cidadão.
a l
io n
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
o de
Visando concretizar seus objetivos políticos, emprega as
p
Direito Penal
S ern 11- ail.com
u an 06
leis penais como instrumento, promovendo seus interesses,
Promocional
r um estratégia que se afasta do mandamento da intervenção
F 4.3 gm
e n 9 a mínima, podendo (e devendo) valer-se, para tanto, dos
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
outros ramos do Direito.

f e r
o y
o d
lg Seria a utilização das ciências penais como instrumento
demagógico. Nessas situações, são aprovadas legislações
Direito Penal
mais duras, mais severas, entretanto, na prática, acabam
Simbólico
sendo inócuas, porque o sistema penal não tem a eficiência
necessária para com a crescente criminalidade.

19
A marca fundamental desse direito penal subterrâneo é
Direito Penal uma espécie de hibridismo em sua essência, pois ele está
Subterrâneo atrelado a agentes e instituições estatais, mas em atuação
à margem da lei, na escuridão.

a l
Direito Penal
io n
É exercido por agências que não fazem parte do discurso

c
manifesto do sistema penal, mas que, como aquelas,
a
Paralelo
u c y
exercem poder punitivo.
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um O bullying é caracterizado pelos casos de violência, na
F 4.3 gm
e n 9 a
maioria das vezes praticada de forma velada em ambientes
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Bullying como salas de aula, corredores e demais dependências e
arredores de colégios e instituições de ensino, sendo
f e r
o y
também, cada vez mais praticado em ambiente profissional.

o d
lg
Tema relacionado ao bullying, que merece destaque pela
forma facilitada de propagação das humilhações e
intimidações, é o cyberbullying, que nada mais é que a
Cyberbullying
prática dos atos de agressão através dos meios eletrônicos.

20
O stalker, motivado por amor, ciúmes, ódio ou outro
sentimento, busca atingir o controle de sua vítima, sendo
Stalking uma espécie de assédio moral, porém, com caráter penal,
podendo, em alguns casos, configurar a contravenção
penal de perturbação da tranquilidade.

A Internet pode potencializar ainda mais os impactos dos


stalkers na vida de suas vítimas, uma vez que permite o
Cyberstalking
acesso a muitas informações. Para essa prática, é dado o
a l
nome de cyberstalking.
io n
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Cenário da Bomba
r um A aludida teoria tem a finalidade de justificar o uso da
F 4.3 gm
e n 9 a
tortura em situações excepcionais, em que não existe outra
V
Relógio
re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
maneira eficaz de conter uma atividade terrorista.

f e r
o y
o d
lg
Do ponto de vista criminológico, quando um assassino
reincide em seus crimes no mínimo em três ocasiões e com
Serial Killer certo intervalo de tempo entre cada um, é conhecido como
assassino em série.

21
É o termo atualmente empregado para os transtornos da
Parafilia sexualidade, antigamente chamados de “perversões”,
denominação ainda usada no meio jurídico (PENTEADO
FILHO, 2018).

Como nos lembra MARTINS (2015, p. 27), “resulta da


decisão quase sempre repentina, impensada, de motivação
súbita e, de modo geral, imprevisível”.
a l
Linchamentos
io n
c
Os linchamentos se caracterizam justamente pelo impulso,
a
u c y
visto que em poucos minutos transeuntes se reúnem em

E od d o
uma determinada localidade para praticar tal ato contra
e
rt s G
o de
uma pessoa que acabara de realizar um delito nas
p
S ern 11- ail.com
u an 06
redondezas, por exemplo.

r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand revengeporn
O termo em inglês refere-se a uma prática
f
comume r nos dias atuais do mundo globalizado. Conhecida
y
RevengePorn
dono Brasil como pornografia de vingança, estamos falando
lgo de uma conduta verdadeiramente atentatória ao mundo
jurídico dentro do universo cibernético.

22
VELOCIDADES DO DIREITO PENAL

1ª VELOCIDADE 2ª VELOCIDADE 3ª VELOCIDADE

Defende a punição
do criminoso com
Relativiza, flexibiliza
Enfatiza as infrações pena privativa de
direitos e garantias
penais mais graves, liberdade (1ª
fundamentais,
punidas com penas
possibilitando
l
velocidade),
a
n
cio
privativas de permitindo, para
punição mais célere,
liberdade, exigindo,
mas, em c a determinados crimes
Características por este motivo, um
d do u y (tidos como mais
procedimento mais
e E
compensação, prevê
o graves), a
demorado, que r t
o de s G
como consequência
flexibilização ou
p jurídica da crime

Su rnan 1-06 il.com


observa todas as
garantias penais e
sanção não privativa
eliminação de direitos
e garantias
um F e .31 ma de liberdade (penas

V e
er na 94 g
processuais penais
n 5.1 es@ alternativas).
constitucionais (2ª
velocidade), caminho
r
Ad Lo 03nand para uma rápida

f e r punição.

o y
o d
lg

23
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1

(UEG - 2018 – PC/GO - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) “Ciência ou a arte de selecionar os


bens (ou direitos), que devem ser tutelados jurídica e penalmente, e escolher os caminhos
para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos valores e caminhos já
eleitos.” (ZAFFARONI, E. R.; PIERANGELI, J. H. Manual de Direito Penal Brasileiro. 12. ed. São

a l
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2018. p. 128)
io n
a c
A descrição apresentada acima se refere a um conceito de u c y
E odd o
e
rt s G
A) Criminologia.
p o de
B) Teoria do delito.
S ern 11- ail.com
u an 06
C) Política criminal.
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V
D) Abolicionismo penal.
re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
E) Direito penal do inimigo.

f e r
y
Comentário:
o do
Sobre o referido tema,lg
é bom relembrar os seguintes conceitos:
CRIMINOLOGIA: Ciência que estuda o fenômeno criminal, a vítima, as determinantes
endógenas e exógenas, que isolada ou cumulativamente atuam sobre a pessoa e a conduta
do delinquente.
POLÍTICA CRIMINAL: Ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser
tutelados jurídica e penalmente, e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que
implicariana crítica dos valores e caminhos já eleitos. TEORIA DO DELITO: Na lição de
Zaffaroni, chame-se teoria do delito "a parte da ciência do direito penal que se ocupa de

24
explicar o que é delito em geral, quer dizer, quais são as características que devem ter
qualquer delito. Esta explicação não é um mero discorrer sobre o delito com interesse
puramente especulativo, senão que atende à função essencialmente prática, consistente na
facilitação da averiguação da presença ou ausência de delito em cada caso concreto".
ABOLICIONISMO PENAL: É um movimento relacionado à descriminalização, que é a retirada de
determinadas condutas de leis penais incriminadoras e à despenalização, entendida como a
extinção de pena quando da prática de determinadas condutas.
DIREITO PENAL DO INIMIGO: Günter Jakobs, por meio dessa denominação, procura traçar
uma distinção entre um Direito Penal do Cidadão e um Direito Penal do Inimigo. O primeiro,
em uma visão tradicional, garantista, com observância de todos os princípios fundamentais
que lhe são pertinentes; o segundo, intitulado Direito Penal do Inimigo, seria um Direito Penal

a l
despreocupado com seus princípios fundamentais, pois que não estaríamos diante de
cidadãos, mas sim de inimigos do Estado. io n
a c
Portanto, está correta a alternativa “C”.
u c y
E od d o
r t e
2 s
G
o de
Questão
p
Su nan -06 .com
(CESPE/CEBRASPE - 2018 – PC/MA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Acerca do direito penal e
r 11 ail
um e
F 4.3 gm
do poder punitivo, assinale a opção correta.
r
e n 9 a
V n 5.1 es@
A) O garantismo penal impede a intervenção punitiva do Estado, o qual deverá exercer função
re
Ad Lo 03nand
exclusivamente preventiva e garantidora das liberdades individuais.

f e r
B) O direito penal do autor poderá servir de fundamento para a redução da pena quando

oyfavoráveis ao acusado.
existirem circunstâncias pessoais
d
C) O direito penal dolg
o
ato tem como característica a ampliação da tipicidade do crime para
atingir também os atos preparatórios e os de tentativa.
D) No direito penal do inimigo, a sanção penal é aplicada com extremo rigor e objetiva punir
o inimigo de modo exemplar por atos cometidos, sem, contudo, relativizar ou suprimir
garantias processuais.
E) A criminalização secundária tem como características a igualdade e a abstração, uma vez
que a lei penal é genérica e a todos dirigida.

Comentário:
25
A) ERRADA. A intervenção é mínima, não evitada (inexistente).
B) CORRETA. O direito penal adota tanto a teoria do fato, para culpar o indivíduo (suspeito) de
forma “abstrata”, quanto a teoria do autor, para aplicar a pena, analisando os requisitos do
determinado caso concreto (ex: art. 59, CP).
C) ERRADA. Direito penal do ato é o mesmo que direito penal do fato, não tem nada a ver
com a presente alternativa. Ao contrário, se vincula à LESÃO JURÍDICA que a conduta produz.
O erro da questão está na parte “tem como característica a ampliação da tipicidade do crime
para atingir atos preparatórios”. Essa parte não possui qualquer relação com o direito penal
do ato, mas sim do autor.
D) ERRADA. A parte final tem um equivoco, no direito penal do inimigo, a pena é analisada de
forma desproporcional, relativizando ou até suprimindo as garantias processuais.

a l
E) ERRADA. Na verdade, se trata da criminalização primária, na qual a competência seria do

io n
legislador, é a disposição abstrata do fato (ex: matar alguém). Já na criminalização secundária,
a c
c y
é necessário analisar o caso concreto (ex: quem matou alguém?), para que seja aplicada a
u
E od d o
pena dirigida pela criminalização primária. A competência, nesse caso, seria daqueles que
e
rt s G
detêm o poder de polícia e/ou efetivação da ação de punir (ex: polícia judiciária, juiz).
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
Podemos concluir que a criminalização primária diz respeito a elaboração da lei penal,

r um
enquanto que a criminalização secundária diz respeito a prática do que dispõe no que já foi
F 4.3 gm
e n 9
elaborado pelo legislador. a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03naQuestão
Portanto, está correta a alternativa “B”.
nd
3
f e r
(VUNESP - 2018 – PC/BA - o y
DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)No que diz respeito aos estudos
d
lgoda vitimologia, assinale a alternativa correta.
desenvolvidos no âmbito
A) O linchamento do autor de um crime por populares em uma rua pode ser classificado
como uma vitimização secundária e terciária.
B) A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida sobre o
crime, por inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária.
C) A longa espera da vítima de um crime em uma delegacia de polícia para o registro do
crime é denominada de vitimização terciária.
D) A vítima só passa a ter um contorno sistemático em sua abordagem criminológica a partir
do fim da primeira guerra mundial, na segunda década do século XX.
26
E) As pesquisas de vitimização têm por objetivo principal mensurar a vitimização secundária.

Comentário:
Em relação a vitimização, a mesma pode ser primária, secundária ou terciária.
A PRIMÁRIA: é a que decorre diretamente da conduta criminosa, podendo gerar danos físicos,
materiais, psicológicos.
A SECUNDÁRIA: é a que ocorre no âmbito do aparato estatal, como na hipótese de, para
esclarecer o caso, a vítima ter de se lembrar (revivendo, de certa forma) do momento. Ocorre
dentro das instâncias formais.
A TERCIÁRIA: é a que ocorre no âmbito familiar e social, quando pessoas criticam a vítima, por
exemplo.
Letra A – O linchamento não conforma hipótese de vitimização.
a l
io n
Letra B – Gabarito
a c
Letra C –Hipótese de Vitimização secundária
u c y
E odd o
LETRA D - A vítima passou a ter contorno sistemático a partir da quarta década do século XX.
e
rt s G
"Somente a partir da década de 1940, com Von Hentig e Benjamim Mendelsohn, é que se
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
começou a fazer um estudo sistemático das vítimas."

r um
LETRA E - Sem se desconsiderarem as ocorrências das demais hipóteses de vitimização, as
F 4.3 gm
e n 9 a
pesquisas de vitimização objetivam mensurar, principalmente, a vitimização primária.
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
Portanto, está correta a alternativa “B”.

Questão 4
f e r
(FUMARC - 2018 – PC/MGo-yDELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)Sobre o sistema penal e a
o d
lgsocial, segundo Alessandro Baratta, é CORRETO afirmar:
reprodução da realidade
A) A cada sucessiva recomendação do menor às instâncias oficiais de assistência e de controle
social corresponde uma diminuição das chances desse menor ser selecionado para uma
“carreira criminosa”.
B) A homogeneidade do sistema escolar e do sistema penal corresponde ao fato de que
realizam, essencialmente, a mesma função de reprodução das relações sociais e de
manutenção da estrutura vertical da sociedade.
C) A teoria das carreiras desviantes, segundo a qual o recrutamento dos “criminosos” se dá
nas zonas sociais mais débeis, não é confirmada quando se analisa a população carcerária.
27
D) O suficiente conhecimento e a capacidade de penetração no mundo do acusado por parte
do juiz e das partes no processo criminal são favoráveis aos indivíduos provenientes dos
estratos econômicos inferiores da população.

Comentário:

a) INCORRETA. Existe uma crítica por parte do BARATTA em relação as instâncias oficiais de
assistência e de controle social: “De fato a cada sucessiva recomendação do menor às
instâncias oficiais de assistência e de controle social, a cada sucessiva ação desta sobre o
menor, corresponde um aumento, em lugar de uma diminuição das chances de ser
selecionado para uma “carreira criminosa”.
b) CORRETA

a l
c) INCORRETA. “A teoria das carreiras desviantes e do recrutamento dos "criminosos" nas

io n
c
zonas sociais mais débeis encontra uma confirmação inequívoca na análise da população
a
c y
carcerária, que demonstra a extração social da maioria dos detidos dos estratos sociais
u
E od d o
inferiores e o elevadíssimo percentual que, na população carcerária, é representada pelos
reincidentes.”
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
d) INCORRETA. Essa assertiva foi dita como incorreta pela banca, apesar disso, existem pessoas

r um
afirmam existir um equívoco, porque o BARATTA alega em seu livro é que: “O insuficiente
F 4.3 gm
e n 9 a
conhecimento e capacidade de penetração no mundo do acusado, por parte do juiz, é
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
desfavorável aos indivíduos provenientes dos estratos inferiores da população. Isto não só pela
ação exercida por estereótipos e por preconceitos, mas também pela exercida por uma série
f e r
das chamadas “teorias de todos
d oy os dias”, que o juiz tende a aplicar na reconstrução da
lgo se o precário conhecimento da vida do acusado é desfavorável,
verdade judicial.”. Portanto,
por consequência o suficiente conhecimento é favorável.
Portanto, está correta a alternativa “B”.

28
GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 - B

Questão 3 - B

Questão 4 - B

a l
ion
a c
u c y
d o
E od
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

29
QUESTÃO DESAFIO

No âmbito da criminologia, o que se entende por Controle


Regulativo?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c y
E od d o
e
rt s G
p o de
S ern 11- ail.com
u an 06
r um F 4.3 gm
e n 9 a
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
f e r
o y
o d
lg

30
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

O Controle Regulativo (ou Controle Social Formado) é constituído pelo conjunto de


instâncias das quais o Estado pode utilizar a fim de controlar a criminalidade. Ademais,
destaca-se que há uma subdivisão em 03 regulações: a) policial; b) Ministério Público; c)
Judiciário.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Controle Regulativo é sinônimo de Controle Formal

Inicialmente, destaca-se que o Controle Regulativo é uma denominação também utilizada para
se referir ao Controle Social Formal. Desse modo, considera-se que o controle regulativo é

l
constituído pelo conjunto de instâncias das quais o Estado pode utilizar a fim de controlar a
a
io n
criminalidade. (VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: Juspodium, 2018. 443 p.)

a c
u
Sobre o Controle Social Formal, é a lição de Rogério Sanches: c y
E odd o
e
rt s G
"O controle social pode ser definido como a reunião de mecanismos e sanções sociais

p o de
imbuídos do propósito de submeter os componentes do grupo social às regras estabelecidas

S ern 11- ail.com


u an 06
para a comunidade. Pode ser formal (órgãos de Estado) ou informal (família, opinião pública,

r um
etc.). A principal forma de controle, todavia, é a informal, que se aplica em todos os
F 4.3 gm
e n 9 a
momentos da vivência em comunidade. Constatada a sua insuficiência, o controle informal
V re n 5.1 es@
Ad Lo 03nand
cede lugar aos mecanismos de controle formal." (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito
Penal: Parte Geral. 8. ed. Salvador: Juspodium, 2020. 720 p.)

f e r
 03 seleções do controle
d oyregulativo
l go
Ademais, uma vez apresentado o conceito de Controle Regulativo (ou Controle Social Formal),
cumpre destacar que esse controle é subdividido em 03 seleções: a) primeira seleção; b)
segunda seleção; c) terceira seleção.

De logo, destaca-se que a primeira seleção corresponde ao início da atividade persecutória, a


qual é centrada na atividade policial. (FONTES, Eduardo; HOFFMANN, Henrique. Criminologia
é conhecimento essencial para a polícia judiciária. [S. l.], 22 maio 2018. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2018-mai-22/academia-policia-criminologia-conhecimento-
essencial-policia-judiciaria. Acesso em: 26 jul. 2020).

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Por sua vez, a segunda seleção diz respeito ao início da ação penal, com enfoque, portanto,
para o Ministério Público. Por fim, há a Terceira Seleção, a qual é consequência da tramitação
do processo judicial e que culmina com a condenação do réu, de modo que centrada no
Judiciário (OLIVEIRA, Natacha Alves de. Criminologia. 2. ed. Salvador: Juspodium, 2020. 304 p.)

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Guilherme de Souza Nucci. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.

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<https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/318490259/o-que-e-a-teoria-do-cenario-da-bomba-
relogio> Acesso em: março de 2020.

PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia / Nestor Sampaio Penteado
Filho. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

RAMOS FILHO, Sílvio César de Oliveira. Hashtag manda nudes: pornografia, gênero e erotização na
dinâmica da produção legislativa brasileira sobre crimes cometidos em contexto cibernético
(2000-2017). / Sílvio César de Oliveira Ramos Filho. ─ Arcoverde: o Autor, 2017.

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