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DISCURSIVA DO ZERO AO AVANÇADO – PC-CE | INSPETOR & ESCRIVÃO |

SUMÁRIO –

I. INTRODUÇÃO E NOÇÕES BÁSICAS SOBRE DISCURSIVAS –


1. Dificuldade generalizada ................................................................................................. 03
2. Estudar tópicos importantes – ......................................................................................... 03
3. Regras básicas, critérios de avaliação – ......................................................................... 03
4. Quem avalia a discursiva –.............................................................................................. 03
5. Critérios de avaliação – espelho da resposta – ............................................................... 04
6. Resposta objetiva – ......................................................................................................... 04
7. Observação do comando da questão – fuga ao tema – .................................................. 05
8. Desnecessidade de citação de número de lei, artigos, incisos –..................................... 06
9. Citação de artigos – ......................................................................................................... 07
10. Sobre linhas – ................................................................................................................ 07
11. Tipo de letra – ................................................................................................................ 09
12. Treine sua caligrafia – ................................................................................................... 09
13. Erros de escrita – .......................................................................................................... 09
14. Como se preparar para a prova discursiva – ................................................................. 09
15. Elementos necessários para elaborar uma discursiva –................................................ 10
16. Estudar simultaneamente com a prova objetiva – ......................................................... 10
17. Caderno de discursiva – ................................................................................................ 10
18. Necessidade de simulados – ......................................................................................... 10
19. Treino/simulado manuscrito – ........................................................................................ 10
20. Administração do tempo – ............................................................................................. 10
21. Necessidade de fazer rascunho (ou não) – ................................................................... 11
22. Deixar questão em branco –.......................................................................................... 11
23. Possibilidade de consulta à lei seca – ........................................................................... 11
24. Observações textuais – ................................................................................................. 12
25. Macetes textuais – ......................................................................................................... 12
26. Frases que auxiliam na produção textual – ................................................................... 14
27. Não identifique sua prova – ........................................................................................... 14
28. Em quais casos a prova discursiva pode ser anulada ou receber nota zero? .............. 15
29. Citação de artigos – ....................................................................................................... 15
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II. ESTRUTURA DA DISCURSIVA –


1. Introdução – estrutura –................................................................................................... 16
2. Forma da Resposta – ..................................................................................................... 16
3. Texto dissertativo – natureza expositiva – ....................................................................... 17
4. Aposta de número de linhas - .......................................................................................... 17
5. Use um parágrafo por tópico – ........................................................................................ 17
6. Tipos de questões discursivas - ...................................................................................... 17
7. Consulta inicial – ............................................................................................................. 20
8. Elementos para estruturar uma boa discursiva - ............................................................. 20
9. Como estruturar a resposta – .......................................................................................... 22

III. QUESTÕES – ............................................................................................................ 25


Crimes de abuso de autoridade –
Crimes de Tortura –
Crimes Hediondos –
Lei de Drogas –
Lei Marida da Penha –
Estatuto do Desarmamento –
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I. DISCURSIVAS DO ZERO AO AVANÇADO

1. DIFICULDADE GENERALIZADA
A grande dificuldade dos alunos em provas discursivas não se trata
da falta de conteúdo, da falta de matéria jurídica propriamente dita. A
grande dificuldade está na sua estruturação, elaboração, organização das
ideias, desenvolvimento do raciocínio necessário para colocar no papel as
informações que estão em sua mente. Mas não se preocupe, essa
dificuldade é para a grande maioria dos alunos. Afinal, ela vem da base
escolar, vem de cedo, passando pelo ensino médio e seguindo para a
faculdade. Portanto, estamos todos no mesmo “barco”.

2. ESTUDAR TÓPICOS IMPORTANTES


É importante que o aluno não leia diversas doutrinas, diversos
livros sobre as matérias de Direito Penal, Processual, Extravagante,
Administrativo e Constitucional, por exemplo. É importante que ele faça
uma análise do que mais é cobrado em prova. Analisando isso, ele deverá
focar nesses assuntos identificados, aprofundando o “necessário” para os
tópicos. Afinal, tempo e energia humana são coisas escassas, por isso é
muito importante que o aluno identifique os pontos mais importantes e
gaste sua energia neles.

3. REGRAS BÁSICAS, CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


As regras básicas, os critérios de avaliação e pontuação estão
dentro do edital. O edital é nossa “Lei do Concurso”. Você só deverá segui-
las. Lembrando: se descumprir alguma regra do edital, poderá obter
grandes prejuízos, incluindo a atribuição de nota zero. Obviamente,
algumas não virão expressamente no edital, mas não se preocupe,
falaremos sobre isso aqui.

4. QUEM AVALIA A DISCURSIVA


Esse é um dos pontos mais importantes e, por vezes, mais
negligenciados pelo aluno, por não saber ou por ignorar mesmo, achando
que não é importante. Porém é algo extremamente importante, pois,
sabendo disso, nós poderemos conduzir a questão de um jeito ou de outro.
Afinal, estamos escrevendo para que alguém leia e nos avalie de forma
mais objetiva possível.
Geralmente, quem faz a correção é um professor de Língua
Portuguesa, que avalia conforme o espelho da resposta. Ele verifica se a
resposta dada é compatível com o espelho, além de avaliar as regras
gramaticais.

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Nesse sentido, orientamos sempre aos alunos: as questões
subjetivas exigem respostas objetivas para que o leitor (avaliador) consiga
compreender a mensagem.

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – ESPELHO DA RESPOSTA


Os verdadeiros critérios de avaliação estão no próprio edital. No
entanto, temos alguns critérios que são indispensáveis em qualquer
avaliação. Vejamos:

1. Atendimento ao tema proposta na questão – O candidato não


deverá fugir do tema; Não pode “viajar”. Basta responder exatamente ao
que foi pedido. A fuga ao tema é responsável por 60% de reprovação de
candidatos. Incoerência temática – Não aborda o que foi exatamente
perguntado.

2. Conhecimento técnico e cientifico sobre o que foi perguntado –


Grau de conhecimento sobre o tema. Justificando e Fundamentando a sua
resposta.

3. Clareza de argumentação – Argumentação deverá ser pertinente e


clara. As ideias deverão ser objetivas e lineares. O candidato deverá
desenvolver um conjunto de ideias que não entrem em contradição,
observando a fluência e coerência da exposição – Linha de raciocínio.

4. Utilização adequada da Língua Portuguesa – Logicamente, as


regras e padrões da língua portuguesa deverão ser observados.

6. RESPOSTA OBJETIVA
A questão discursiva exige uma resposta objetiva, sem encher
linguiça, sem enrolação, sem rodeios. Diversas pessoas acreditam que
com respostas longas, trazendo detalhes demasiados, conseguirão
explicar melhor e consequentemente terão melhor pontuação. No entanto,
poderão incorrer em mais um erro grave de dissertar, escrever e falar sobre
o que não foi perguntado. Então é extremamente importante acrescentar
apenas informações fundamentais para o entendimento da resposta.
Nesse sentido,
1. Não repita ideias já comentadas;
2. Evite palavras só aumentem as linhas desnecessariamente.
3. Foque no que extremamente indispensável para o texto.

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Em suma, podemos resumir este tópico assim: responda


apenas ao que foi perguntado.

6.1. Evite textos longos

A produção de orações longas em diversas vezes prejudica a


compreensão de frases. Além disso, os erros de pontuação são mais
frequentes. Por isso, é interessante construir períodos curtos, pois eles dão
maior clareza ao seu texto.

7. OBSERVAÇÃO DO COMANDO DA QUESTÃO – FUGA AO TEMA

7.1. Fuga ao tema – Conforme for a avaliação do


examinador, você poderá zerar a questão/tópico ou perder parcialmente
os pontos. Se você, por exemplo, foge totalmente do tema, o examinador
poderá desconsiderar por total sua resposta.

7.2. Responda exatamente o que a questão pede – Evite


escrever sobre assuntos não citados, não mencionados, não elencados,
não exigidos no comando da questão. Caso você escreva mais do que foi
pedido, você corre riscos de não pontuar naquele tópico. O examinador
poderá (injustamente) desconsiderar sua resposta por fuga ao tema.

7.3. “Reposta de político” – Muitos alunos, por falta de


experiência, técnica ou conteúdo, “enchem linguiça” durante a escrita da
resposta, o que poderá acarretar certos prejuízos. Daí porque é necessário
que a resposta seja objetiva, atendendo exatamente ao que se pede.

7.3.1. Exceção –

● Falta de conteúdo (Comentários na aula) –


● Para evitar deixar em branco (Comentários na aula) –

7.4. Observação
Logicamente, dentro desse contexto acima citado, se a questão
pedir que sejam abordados necessariamente certos pontos, isso não exclui
a possibilidade de o candidato falar de outros aspectos que se façam
pertinentes, caso haja espaço e o assunto seja relacionado ao enunciado.
Você só deve tratar de outros aspectos após abordar os pontos que o
examinador expressamente cobrou. Se os pontos adicionais forem
conexos com os expressamente cobrados no enunciado, não haverá fuga
ao tema, mas enriquecimento da sua redação.

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7.5. Observe a quantidade de tópicos, a complexidade


dos tópicos, e a quantidade de linhas disponíveis –

● Comentário na aula;

7.6. Importante –

● Evite “Resposta de político” – Enrolar, Enrolar ... e não responder


objetivamente.
● As questões discursivas exigem respostas objetivas.
● Responda exatamente o que a questão pede –
● Observe a quantidade de tópicos, a complexidade dos tópicos, e a
quantidade de linhas disponíveis.

8. DESNECESSIDADE DE CITAÇÃO DE NÚMERO DE LEI,


ARTIGOS, INCISOS
Muitos alunos acreditam (por erro) que é extremamente necessário
fazer citação correta de número de leis, artigos, parágrafos e incisos. O
que é um erro. O candidato poderá citar apenas o Código Penal Brasileiro
(CPB), a Constituição Federal de 1988 (CF/88) ou a Lei dos Crimes
Hediondos, o que já é suficiente para pontuar. A grosso modo, o
examinador, a banca organizadora não quer saber a “origem da
informação” seus artigos, incisos etc, e sim “a informação” em si, o seu
conteúdo, a sua matéria. Então, não é necessário que o aluno cite os
artigos corretamente, podendo se limitar (se for suficiente), de forma
ampla, a citar o nome de Leis e Códigos.
Na verdade, se o aluno citar o artigo, inciso, parágrafo ele não
pontua por si só. O fato de citar os dispositivos legais não geram
pontuação. No entanto, a citação de maneira errada dos referidos
dispositivos acarreta perda de pontos. Portanto, é melhor não citar!

8.1. Dúvidas sobre origem da informação – Citação


necessária
Caso o candidato não tenha certeza da origem da informação, ou
não lembre, mas sendo necessário contextualizar de onde vem aquela
informação, ele poderá fazer algumas trocas nas citações. Exemplos:
● De acordo com a Lei XXXX, Código XXXX → Troca-se por
→ De acordo com o “ordenamento jurídico brasileiro”; ou
conforme a “legislação brasileira” .

● De acordo com o STF/STJ → Troca-se por → De acordo


com o “entendimento dos Tribunais Superiores”

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9. CITAÇÃO DE ARTIGOS

Há duas formas de citação de dispositivo legal. Vejamos:

1. Do mais genérico para o mais específico – Nesse caso, o uso de


vírgula é obrigatório.

Ex.: Art. 33, §1º, III, a, da Lei de Drogas;


Ex.: Art. 10, §1º, III, a, 1, Lei 8.342 de 1987

Obs: No número da lei é obrigatória a ponto (.) após a milhar;


Obs: No ano da lei, é proibido o uso do ponto da após a milhar.

Forma certa: Lei 8.342 de 1987


Formas erradas: Lei 8342/87; Lei 8.342/87; Lei 8342 de 1.987;

2. Do mais específico para o mais genérico – Nesse caso, não será


necessário o uso de vírgula. A vírgula é substituída pela preposição;

Ex.: Alínea a do inciso II do §3º do art. 33 da Lei de Drogas;

10. SOBRE LINHAS


Pode ser que o aluno ache esse assunto “aparentemente besta”,
mas não é. Escrever a quantidade mínima de linhas e respeitar a
quantidade máxima de linhas é extremamente importante, uma vez que o
você poderá perder pontos ou até mesmo zerar.

10.1. Observância da quantidade mínima e máxima de linhas


Caso o candidato escreva menos linhas do que se pede (ex:
mínimo 20 linhas; escreveu 19) sua questão estará zerada, por falta de
cumprimento de observância básica. No caso de o número máximo ser
superado, a quantidade de linhas a mais serão desconsideradas.
● Salto linhas – Não deve saltar linhas. É contabilizado como
linha não escrita.
● A partir de duas palavras – considera-se linha escrita.
● Linhas toda riscada – É contabilizado como linha não escrita.
● Usar todas as linhas – Não é necessário usar todas as linhas.

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10.2. Analise o que se pede na questão e a quantidade de


linhas disponíveis
Uma forma bastante eficaz acertar o que a questão pede
exatamente é analisando os seguintes aspectos: tema proposta versus
quantidade de linhas. Ora, se a banca propõe um só tópico e traz 30
linhas isso quer dizer que ela quer que você comente bastante sobre o
tema. De modo diverso, se temos um tópico e apenas 10 linhas, ela quer
que você fale o básico sobre o tema. Essa análise você poderá fazer de
acordo com a quantidade de tópicos e a quantidade de linhas disponíveis.
Logicamente, sem fugir do tema proposto.

10.3. (Des) Necessidade de escrever até a última linha


Não é necessário que você escreva até a última linha para pontuar,
no entanto é importante observar o número mínimo. O examinador, através
do espelho de resposta (espécie de check list) vai observar se você
escrever exatamente a resposta. Na verdade, quanto mais conciso, direto
e objetivo você for, melhor. Eles (examinadores) adoram os candidatos que
escrevem sem rodeios e respondem objetivamente. Obviamente
observando o número mínimo de linhas.

10.4. Respeito às margens


É muito importante que o candidato respeito às margens laterais.
Qualquer texto escrito fora da margem será desconsiderado, de modo que
poderá haver punição com retirada de pontos.
De acordo com o manual de redação oficial da Presidência da
República, cada parágrafo deverá ter entre 1,5cm a 2,5cm.

10.5. Translineação
Translineação é quebra de uma palavra feita por meio de
separação silábica ao final de uma linha escrita. Geralmente, quando a
palavra completa não cabe na linha por ser muita cumprida, o candidato
deverá separas as sílabas com o hífen (traço translineador) e continuar a
palavra na linha abaixo. O hífen indica que a palavra tem continuação.
Não há limite do uso de translineação, desde que seja de forma
correta.
O uso do hífen poderá ser usado abaixo da palavra ou ao lado.
Jamais acima. Também é importante registrar que o candidato não poderá
usar na mesma palavra o traço ao lado e em seguida abaixo.
• Forma errada –

• Forma correta –

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11. TIPO DE LETRA


Os editais não exigem que seja letra cursiva, ou somente letra de
forma, ou letra linda. Poderá ser usada qualquer tipo de letra, desde que
seja legível e identificável. Caso o examinador leia a questão e não
identifique palavras, ou não compreenda, poderá haver redução da nota
ou até mesmo não pontuação.
É importante frisar que é necessário que o aluno adote um padrão
do começo ao fim do texto. Se ele começou com letra cursiva, deve
continuar assim até o fim. Se começou com letra de forma, deverá
manter. Não poderá, por exemplo, começar com uma e terminar com
outra. Destaca-se, também, que quando você usar letra de forma, observe
e diferencie letras maiúsculas de minúsculas.

11.1. Tamanho da letra


É extremamente importante que o candidato iniciei e termine o texto
com o mesmo padrão de letra. Mantenha uniformidade. Cuidado com
letras grandes demais ou pequenas demais, pois isso poderá te
prejudicar na quantidade de linhas máxima ou mínimas. Se
eventualmente você tem a letra grande demais ou pequena demais, tente
treinar com letras médias. Faça o treino em casa.

12. TREINE SUA CALIGRAFIA


Hoje em dia, não é comum os alunos escreverem os textos à
mão. O mais comum é escrever no seu computador, notebook etc. Por
esse motivo, a sua letra, no início, sairá feia e possivelmente irá cansar
logo na primeira questão. Ademais, com o cansaço, a letra vai ficando cada
vez mais feia, correndo risco de ficar ilegível e perder pontos por isso.

13. ERROS DE ESCRITA


Em caso de erro, não use borracha, não rasure nem use corretivo.
Caso você use borracha, escreva a lápis ou use corretivo, você
automaticamente estará reprovado. Ao errar, passe um traço sobre o
termo, a expressão ou a frase. Exemplo: Constituição Penal
Ao errar, evite forçar a letra, riscando com mais força para o correto
se sobrepor ao errado. Nesse caso, o candidato será apenado com perca
de pontos. Evite riscados simultâneos nas palavras ou rabisco aleatórios.

14. COMO SE PREPARAR PARA A PROVA DISCURSIVA

Falaremos disso detalhadamente na aula.

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15. ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA ELABORAR UMA


DISCURSIVA

• Conhecimento técnico/Conteúdo jurídico;


• Organizar as ideias, fazer a estruturação (se for necessário)
• Saber alguns critérios de língua portuguesa.

16. ESTUDAR SIMULTANEAMENTE COM A PROVA


OBJETIVA
Ao mesmo tempo que você lê um tópico importante, você já poderá
discorrer, resumir, escrever sobre o tema. Você poderá ler o tópico do
material e reescrever com suas palavras.
É muito importante que o faça isso manuscrito, pois assim já treina
conforme o dia da prova.

17. CADERNO DE DISCURSIVA

Falaremos disso detalhadamente na aula.

18. NECESSIDADE DE SIMULADOS –


A produção de discursivas é extremamente importante. Daí então
você deverá fazer diversos simulados. Eles deverão seguir fielmente as
regras do jogo: observação de linhas, regras gramaticais; sem consulta;
proibição de usar várias canetas, corretivos, lápis etc.

19. TREINO/SIMULADO MANUSCRITO

Não treine digitando, treine escrevendo;

20. ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO


Durante a realização dos simulados, faça uma avaliação de
quanto tempo você leva para escrever cada questão. Identifique
isso. Registre isso. Faça uma auto avaliação. É extremamente
importante simular antes da prova. Dai você identifica qual seu
melhor;

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21. NECESSIDADE DE FAZER RASCUNHO MANUSCRITO (OU NÃO)


Sobre a elaboração do rascunho, há um grande debate entre
alguns profissionais sobre a necessidade ou não de fazer. Vejamos as
duas teses:
1. Necessidade de fazer o rascunho – Alguns profissionais
defendem essa ideia a argumentando que, sem o rascunho, o
candidato poderá incorrer em erros fatais e irreparáveis. Desse
modo, se ele for direto para a resposta oficial, corre o risco de erra
a discursiva ou parte dela. Daí porque é de suma importância que
se faça o rascunho.

2. Desnecessidade de fazer o rascunho – Outros profissionais do


ramo argumentam que a elaboração do rascunho é desnecessário
porque demandam do candidato pelo menos o dobro de tempo para
fazer a prova discursiva. Nesse caso, sabemos que o tempo é
nosso inimigo no dia a prova.

3. Minha posição (Ayres Barros) – O rascunho poderá ser


dispensável ou não, a depender de uma série de fatores. Vejamos:

3.1. Tempo disponível –


3.2. Domínio do conteúdo apresentado –
3.3. Candidato se sentir seguro sobre o tema –
3.4. Candidato sentir que não está muito cansado (físico e
mentalmente);

É importante destacar que o rascunho faz parte de um dos


elementos para estruturar uma discursiva. É muito recomendável,
principalmente nessa primeira fase. O rascunho ajuda na construção
da resposta, ajuda a evitar erros irreparáveis que poderão levar a
reprovação.
Porém, reitero que no momento da prova é possível que não dê
tempo para elaborar o rascunho. De fato, com a elaboração do rascunho,
você poderá levar o dobro de tempo para cada discursiva. Além disso, você
cansará mais rápido. Então, essa avaliação se é ou não importante ou
necessário, se dará tempo ou não, deverá ser feita nos simulados.

22. DEIXAR QUESTÃO EM BRANCO

Nunca, jamais, não deixe questões em branco. Explico na aula.

23. POSSIBILIDADE DE CONSULTA À LEI SECA –


Geralmente não é permitida a consulta à Lei (vade-mécum). Mas
não há motivo para desespero. Se você citar o Código Penal, a CF, o CPP
isso basta. Não é necessário citar o artigo, §, incisos, alíneas. Geralmente
não é fato relevante a ponto de reprovar. Destaca-se que se analisa o
conteúdo, matéria em si.

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24. OBSERVAÇÕES TEXTUAIS –

• Não escreva em primeira pessoa;


• Não colocar título;
• Quando usar sigla – não coloque ponto:

Errado: C.F, C.P.P, C.P


Certo: CF, CPP, CP

• Observe as margens de parágrafos;


• Abreviação com ponto – art., inc., etc., pág
• Observe as abreviações;
• Erros – Rasuras – (-------)
• Acentuação gráfica – Após a conclusão do texto, faça uma
leitura com calma para verificar a ausência de acentuação
gráfica.
• Nome de Leis – Usar Letras maiúsculas, pois estamos
diante d nome próprio.
Ex: Constituição Federal.
• Número de Leis – Sempre colocar o ponto referente à
numeração.

LEI Nº 7.120 DE 1984 (Não colocar o ponto após o ano)

• Observar aos sinônimos.

25. USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS –

De acordo com o Manual de Redação Oficial da Presidência da


República, “Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos
normativos, serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de
Elaboração de Textos da Consultoria Legislativa do Senado Federal
(1999), em que:
a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
título; e Exemplo: Caixa Econômica Federal – CEF

b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas


sílabas ou partes dos vocábulos de um título. Exemplo: Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa

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Observa-se que:
• Não se deve fazer uso indiscriminado de siglas e acrônimos.
Seu uso deverá restringir-se às formas já existentes e
consagradas. No caso de atos normativos, recomenda-se
desprezar as formas popularizadas que não estejam
previstas em algum dispositivo legal;

• As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo


corpo do texto, sem o uso de pontos intermediários ou
finais.
Como mencionados pela primeira vez, o nome deverá ser escrito
por completo e em parêntese colocar a sigla que simboliza o nome. No
lugar do parêntese, poderá ser usada TRAVESSÃO. No entanto é
recomendável usar o parêntese. Por fim, é importante destacar que deve-
se “usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que
a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu
significado”.

25.1. SIGLAS ATÉ 3 LETRAS

Se a sigla tiver até 3 letras, todas as siglas serão obrigatoriamente


maiúsculas. Ex: ONU; IML, CF, CPB; OAB;

25.2. SIGLAS COM 4 LETRAS OU MAIS –

● Todas as letras (ou parte delas) forem pronunciadas


separadamente – Todas deverão ser escritas em
maiúsculas.
Ex: INSS, BNDS; IBGE;

● Quando as letras que formas palavras pronunciáveis –


Somente a inicial maiúscula e as demais minúscula.
Ex: Abin;
Agência Nacional de Aviação Civil – Anac

● Siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pela


letra e parte como palavra) podem ser grafadas com todas
as letras maiúsculas;
Exemplos: Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes – DNIT;

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25.3. PLURALIZAÇÃO DAS SIGLAS

Ao final da sigla, coloca o “s” minúsculo. Nesse caso, deverá


haver a concordância. Ex: As antigas CFs.

Cuidado: não use apóstrofo antes do “s” que simboliza o


singular.
Ex: As antigas CF’s.

26. MACETES TEXTUAIS –

● Quando esquecer parte dos requisitos (...) → Usa-se


→Dentre outros (...)

● Enumeração de requisitos → recomenda-se usar “ ; “


(ponto e vírgula) ao invés de “,” (vírgula)

27. FRASES QUE AUXILIAM NA PRODUÇÃO TEXTUAL

27.1. INTRODUÇÃO

De acordo com; Conforme – Você pode iniciar o texto com uma


citação da Lei mencionada na questão; da Constituição Federal ou
até mesmo de entendimentos doutrinários;

Inicialmente; Preliminarmente; Primeiramente – Você poderá


iniciar com uma dessas expressões, trazendo, em seguida, um
destaque, chamando atenção do examinador para algo relevante.

27.2. CONECTIVOS

Nesse sentido; Dentro desse contexto; Nesse contexto; Em virtude


disso.

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27.3. CHAMAR ATENÇÃO

É importante salientar; destacar; frisar; ressaltar; evidenciar,


notabilizar;
Vale salientar; Vale destacar;

27.4. CONCLUSIVOS

Portanto, Por fim, Por último; Por esse motivo; por essa razão, por
causa disso, à vista disso, em vista disso, em razão disso, em
função disso, diante disso, isto posto, dado isso, assim sendo, daí,
então, assim, portanto, por conseguinte, desse modo, dessa
maneira, dessa forma, dessarte, destarte, consequentemente, por
consequência, em consequência,

28. NÃO IDENTIFIQUE SUA PROVA –

• Nunca assine a folha de definitiva – Não coloque nenhum


sinal, nem assine, não identifique de nenhuma forma.
Automaticamente zerado.
• Não coloque “coração”, estrelinhas ...
• Não leve para prova canetas de cores distintas –

29. EM QUAIS CASOS A PROVA DISCURSIVA PODE SER


ANULADA OU RECEBER NOTA ZERO?
● Letra ilegível;
● Fugir do assunto ou do tema proposto;
● Usar lápis;
● Usar canetas coloridas;
● Usar Corretivo;
● For escrita com caneta de cor não autorizada;
● Não obedecer ao número mínimo de linhas;
● Não seguir as instruções relativas à realização da prova;
● Contiver identificação por meio de rabiscos, símbolos,
assinatura, etc;
● Não apresentar documento de identidade;
● Não estiver assinada no local apropriado; e
● Contiver folha de resposta em branco;

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II. ESTRUTUTA DA DISCURSIVA

01. INTRODUÇÃO – ESTRUTURA


Nas questões discursivas, não tem estrutura padrão, estrutura
formal, obrigatoriamente introdução, desenvolvimento etc. A
recomendação é que, quando for possível, se faça uma introdução, pois
ela orienta o examinador, abordando os tópicos que serão analisados. No
entanto, tudo depende da complexidade das questões, da quantidade de
linhas previstas no edital, do tempo restante para o fim do exame. Nesse
caso, o aluno irá avaliar a necessidade ou não. Se, por algum dos
motivos, não der tempo ou não ter linhas suficientes, você poderá sacrificar
a introdução.
Sobre a conclusão, não há necessidade daquele rigor, daquele
formalismo de repetir, de forma concisa, o tema abordado. Você poderá
iniciar a conclusão com os conectivos: “Por fim, finalmente...” para chamar
atenção do examinador que você está finalizando.

02. FORMA DE RESPOSTA

2.1. RESPOSTA EM ITENS (A – B – C – D)


Caso sua discursiva traga itens (1, 2, 3, 4 - ABCD), você poderá responder
em forma de itens, de modo a indicar cada um deles.
Exemplo:

a) HAHAHAHAHA
b) HSHSHSHSHSHS
c) RSRSRSRSRS

Também não impede de resolver em texto discursivo, um parágrafo


para cada pergunta.

2.2. Texto dissertativo

No entanto, se a banca pedir expressamente uma dissertação,


tratando-se de uma discursiva direta, o candidato não poderá fazer o texto
indicando o número de parágrafos.

Ex: (1) O Código Penal afirma que..../ (2) Nesse sentido ..../ (3)

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03. TEXTO DISSERTATIVO – NATUREZA EXPOSITIVA

Geralmente as dissertações cobradas em questões da área jurídica


tem natureza mais expositiva, que envolve a validação de conceitos,
validação teórica, respondendo objetivamente o que se pede. Nesse caso,
a análise do conhecimento técnico, jurídico (do direito) vale muito mais que
a parte estrutural, regras gramaticais etc. Logicamente, essas também são
importantes e deverão ser respeitadas.

04. NUMERO DE LINHAS

Comentário em aula.

05. USE UM PARÁGRAFO POR TÓPICO!


Para deixar seu texto mais estruturado, organizado e harmonioso,
escrevendo uma resposta mais clara, é ideal que você separe cada tópico
do enunciado em um parágrafo próprio. Desta forma, você conduz o
examinador, você o orienta.
Como falamos acima, o ideal é esse, mas não é uma obrigação. E
sobre isso falaremos mais a frente. No entanto, há casos a resposta é
muito curta, muito objetiva e a separação ideal em parágrafos pode não
ser possível. Nesse caso, o candidato deverá organizar seu texto como
puder, mas sempre lembrando de conduzir o examinador.
Então, quando não for possível ordenar em parágrafos, o mais
importante é priorizar resposta de maneira efetiva e objetiva, atendendo
aos quesitos do enunciado.
Quando estamos diante de uma discursiva mais extensa, na qual
a banca organizadora traz entre 3 a 5 tópicos para dissertar, é
extremamente importante que você organize em parágrafos, clareando as
ideias, organizando as respostas. Nesses casos, evite tratar de mais de
um assunto no mesmo parágrafo, isso quando o espaço permitir. Em cada
parágrafo, procure apresentar a ideia central logo no início, enfatizando o
assunto abordado, anunciando sobre o que irá dispor.

06. TIPOS DE QUESTÕES DISCURSIVAS


Observando dezenas de questões discursivas, podemos
identificar uns 4 tipos de formas de as bancas cobrarem questões
discursivas. Vejamos a seguir!

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6.1. ESTUDO DE CASO


A banca traz uma situação hipotética, um caso concreto, há citação
de sujeitos com suas respetivas condutas etc. O objetivo é que você
(candidato) traga uma solução para o problema apresentado à luz dos
estudos doutrinários e /ou jurisprudencial. Geralmente, a banca traz uma
situação prática de uma rotina policial.
● O “estudo de caso” com questões objetivas/fechadas
(mais restrito a tópicos) – O “estudo de caso” poderá vir com
questões objetivas, no qual a banca após trazer a situação, faz
perguntas diretas sobre o tema, elencando 3 ou 4 perguntas
em forma de tópicos. Nesse caso, o candidato não poderá
discorrer livremente. O candidato deverá falar exatamente dos
tópicos propostos dentro o caso abordado. Em suma, o aluno
tem menos “liberdade” e fica restrito aos tópicos abordados na
questão.

(ANALISTA JUDICIÁRIO - TJDFT - CESPE – 2013) Fernando agrediu


fisicamente sua ex-companheira, Olga, causando-lhe lesões que
resultaram na perda de vários dentes, além de uma pequena cicatriz no
rosto. Ninguém presenciou o ocorrido, tendo a vítima registrado ocorrência
policial a respeito dos fatos. Posteriormente, profundamente arrependido,
Fernando custeou tratamento ortodôntico para a substituição dos dentes
que Olga perdera. O casal reatou o relacionamento, e a vítima compareceu
à delegacia para retratar a representação ofertada. Em face dessa situação
hipotética, redija um texto dissertativo, respondendo, de forma
fundamentada, às seguintes indagações.
1 - Qual é a tipificação do crime praticado por Fernando?
2 - A retratação da representação pela vítima na delegacia de polícia obsta
o prosseguimento da persecução penal?
3 - Caso a vítima não manifestasse intenção de retratar a representação,
poderia o juiz, de ofício, determinar a designação de audiência de
retratação?
4 - A palavra de Olga é suficiente para a condenação de Fernando?
5 - Caso Fernando seja condenado, é admissível a substituição da pena
prevista para o crime por pena restritiva de direitos?

● O “estudo de caso” com questões mais abstratas/abertas


(menos restrito – geralmente sem tópicos) – O “estudo de
caso” poderá vir com questões mais abertas, no qual a banca
após trazer a situação, pede para você falar sobre o texto
apresentado. Nesse caso, o candidato poderá discorrer sobre
o tema dentro do problema apresentado. Nesse caso, cabe ao
candidato identificar as perguntas/tópicos/quesitos propostos
na questão.

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(TRF2 – 2011 – CESPE) Caius, a pedido de Aurelius, que está com a mão
engessada, enrola um cigarro de maconha, e ainda cede o papel
empregado para tanto, para que apenas Aurelius possa usar a droga que
trazia consigo. De outro lado Ticius, após receber pasta de cocaína bruta
- em seu galpão, efetua as misturas necessárias para disponibilizá-la ao
uso. Quais os critérios distintivos das condutas de Caius e Ticius e o que
elas constituem?

6.2. QUESTÕES DISCURSIVAS – DISSERTAÇÃO DIRETA


A Banca traz um texto balizador. Geralmente, o texto não traz nada
de relevante com relação ao que se irá ser cobrado na questão. A banca
simplesmente pede para você discorrer, descrever, falar sobre
determinado tema. Não há, nesse caso, situações hipotéticas. Elas
poderão ser de dois tipos:

1. Abertas – A banca traz um tema amplo.


Exemplos – (1) Discorra sobre a Lei Maria da Penha e o aspecto
constitucional. (2) Disserte sobre o agente disfarçado na Lei de
Drogas;
Nesse tipo de questão é interessante fazer uma introdução,
desenvolvimento e conclusão, pois a banca não direcionou, não restringiu,
totalmente as questões.

(TRF2 – 2011 - CESPE ) No Direito brasileiro, qual a relação necessária


entre o crime antecedente e a condenação pela prática do crime de
lavagem de dinheiro dos bens que naquele tiveram origem? Como essa
relação deve ser demonstrada para fins de condenação?

(TJPR - 2017 – CESPE) Aponte a previsão legal da figura do agente de


polícia infiltrado, na legislação brasileira, elencando e relacionando os tipos
penais que a admitem.

2. Fechadas – A Banca direciona o candidato para um tema e aponta


tópicos.
Exemplos – Discorra sobre a Lei Maria da Penha, especificamente
sobre: (1) Quais os requisitos para incidência da LMP; (2)
Possibilidade de aplicação de Medidas Protetivas de Urgência pelo
Delegado;

(MPE/TO – 2013 – CESPE) Disserte sobre a Lei Maria da Penha (Lei n.º
11.340/2006), abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
1- fundamento constitucional e objetivos da referida norma;
2- alcance da citada lei em relação a contravenções penais;
3- necessidade de representação da vítima para a propositura da ação
penal pública nos casos de crimes de lesão corporal leve;

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4- aplicabilidade da Lei n.º 9.099/1995 aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher.

07. CONSULTA INICIAL

No início do estudo, quando o aluno não tem tanta prática, é


recomendável que você faça uma consulta do assunto, antes de resolver
cada questão.
• Lei a questão;
• Caso se sinta à vontade, poderá resolver direto sem
consulta.
• Do contrário, pesquise sobre o tema. Leia. Tente entender
o assunto.
• Depois volte para a questão, e tente resolver sem consulta.
• Faz parte do treino.

Comentaremos detalhadamente na nossa aula.

08. ELEMENTOS PARA ESTRUTURAR UMA BOA


DISCURSIVA

Antes de efetivamente escrever a discursiva, é necessário


estruturá-la antes, de modo estratégico. Para isso, você precisa dos
seguintes elementos:

1. Identificação e enumeração dos pontos chaves (No caso de


Estudo de Caso);
2. Rascunho mental;
3. Roteiro de resposta (esqueleto da resposta);
4. Rascunho Manuscrito;

Esses tópicos, detalhadamente, veremos a seguir:

8.1. Identificação e enumeração dos pontos chaves


(Geralmente, usado em estudo de caso);
Em um primeiro momento, na segunda leitura do estudo de caso,
identifique os pontos chaves, aqueles pontos, palavras, fatos que têm
relevância Jurídica. Durante a leitura do estudo de caso, você
nota/grifa/marca cada um dos pontos chaves, separando por tópicos.
Desta forma, você identifica a ideia central, o núcleo central, o coração da
questão. Você deverá observar, basicamente, os elementos do fato típico
(conduta, resultado, nexo causal, tipicidade). Após separar por tópicos,
trabalhe mentalmente para trazer subtópicos e elencar. Nesses casos, são
pontos chaves relevantes:
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1. Identifique os sujeitos (ativo e passivo)
2. Identifique as ações que tenha relevância jurídica;
3. Identifique a conduta - se omissiva ou comissiva;
4. Identifique os meios e modo de execução.
5. Identifique o elemento subjetivo do agente: dolo ou culpa.
6. Identifique os resultados – Material ou Jurídico.

Além disso, são tópicos importantes na dissertativa de caso


concreto.

• Palavras que enfatizam algo:


EXCLUSIVAMENTE/OBRIGATORIAMENTE.
• Atentar-se ao que a Banca pediu exatamente.
• Não cite temas polêmicos, exceto se a banca pedir. Do contrário,
não cite.

8.2. Rascunho mental


O rascunho mental é necessário para você começar “resgatar”
alguns conceitos, lembrar dos tópicos, lembrar de exemplos, enfim, forçar
a lembrança das informações necessárias para elaboração da resposta.
Sem ele, o candidato corre grandes riscos de, no momento de escrever a
reposta no “cartão resposta” errar e ser reprovado.

Observações
• Não saia escrevendo tudo após a primeira leitura –
• Releia o comanda da questão se for necessário –
• Tente, mentalmente, estruturar uma resposta antes de
escrever –
• Pesquise mentalmente se tem referência em: lei, doutrina e
jurisprudência –
• Comece a elaborar uma resposta sobre o tema.

8.3. Roteiro de resposta


Após o rascunho mental, faça uma organização das ideias, comece
a elencar tópicos que você lembrou sobre o tema proposto; enumere;
escreva palavras chaves para se lembrar do tema; tente se lembrar de
exceções, escreva-as.
• Faça um esqueleto do rascunho.
• Escreva “palavras chaves” sobre o tema proposto.
• Organize as ideias de acordo com os tópicos estruturados;
• Funciona como um cardápio para consulta de tópicos.
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É importante que você organize seu roteiro de resposta na
mesma ordem do comando da questão. Certamente, o espelho do
examinador está com as respostas na mesma ordem do comando da
questão. Dessa forma, você seguirá o mesmo raciocínio do espelho de
resposta nas mãos do examinador.

8.4. Rascunho escrito –


Um tempo bastante “polêmico” que divide opiniões de diversos
especialistas é sobre a obrigatoriedade da produção do rascunho ou não.
Há pontos positivos e negativos.
Como dito anteriormente, o rascunho faz parte de um dos
elementos para estruturar uma discursiva. Sempre falamos que é
extremamente recomendável a produção do rascunho, somente devendo
ser dispensado em raríssimas exceções. O rascunho é uma das tentativas
de produzir o a resposta, uma vez que você vai escrever tudo aquilo que
está em sua mente (rascunho mental) abordando necessariamente os
tópicos elencados no “roteiro da resposta”.
A produção de rascunho também exige uma análise técnica e
estratégica do tempo disponível, do número de questões, do número de
tópicos e da quantidade de linhas para discorrer. Sem esquecer do estado
físico e mental do candidato, que influenciará em sua produção. Apesar
dos pontos desfavoráveis (que veremos a seguir), o rascunho tem sua
importância:
1. Ajuda na construção da resposta;
2. Ajuda a evitar erros irreparáveis que poderão levar a reprovação;
3. Ajuda a desenvolver as ideias;
4. Estimula o cérebro na busca pelas informações.
5. Possibilita corrigir erros;
6. Possibilita acrescentar informações “novas” e relevantes;
Apesar de extremamente importante nesse primeiro momento,
devo alertar que, geralmente, não há tempo hábil para fazer rascunho,
pois, com certeza, você levará o dobro de tempo que levaria sem a
produção de rascunho. Além disso, há um maior desgaste do aluno.

9. COMO ESTRUTURAR A RESPOSTA –

9.1. Orientações iniciais para estruturar a resposta de um


ESTUDO DE CASO –

Essas orientações serão praticadas antes de efetivamente escrever


a resposta. Não é recomendável (nesse primeiro momento) que você vá
direto para a folha resposta, pois, caso você erre, não terá outra
chance/folha e possivelmente irá zerar.

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1. Identifique os pontos chaves – Identifique aqueles pontos,
palavras, fatos que têm relevância Jurídica;
• Durante a leitura do estudo de caso, você nota/Grifa/Marca
cada um dos pontos chaves, separando por tópicos;
• Identifica a ideia central, o núcleo central – Diz respeito ao
debate do assunto.
• Após separar por tópicos, trabalhe mentalmente para trazer
sub-tópicos e elenque.

2. Identifique, no estudo de caso, os sujeitos, crimes e ações –


Você deverá observar, basicamente, os elementos do fato típico
(conduta, resultado, nexo causal, tipicidade):
• Identifique os sujeitos (ativo e passivo)
• Identifique as ações que tenha relevância jurídica;
• Identifique a conduta - se omissiva ou comissiva;
• Identifique os meios e modo de execução.
• Identifique o elemento subjetivo do agente: dolo ou culpa.
• Identifique os resultados – Material ou Jurídico.

3. Tópicos importantes na dissertativa de caso concreto –


• A questão traz sujeitos;
• A questão traz o DOLO do agente;
• Palavras que enfatizam algo:
EXCLUSIVAMENTE/OBRIGATORIAMENTE.
• Atentar-se ao que a Banca pediu exatamente.
• Não cite temas polêmicos, exceto se a banca pedir. Do
contrário, não cite.

4. Faça um rascunho mental –


• Não saia escrevendo tudo após a primeira leitura.
• Pesquise mentalmente se tem referência em: lei, doutrina
e jurisprudência;
• Comece a elaborar uma resposta sobre o tema.

5. Roteiro de Resposta – Organização das ideias (Após o


rascunho mental) –
• Faça um esqueleto do rascunho.
• Escreva “palavras chaves” sobre o tema proposto.
• Organize as ideias de acordo com os tópicos estruturados;
• Funciona como um cardápio para consulta de tópicos.

6. Faça rascunho (Caso não se senta seguro), revise e passe a


limpo.
• Leve em conta os comentários já feitos acima.

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9.2. Pontos semânticos – Apresentação gradativa (Do


genérico para específico)-

1. Assunto (CF)
2. Tema (Inviolabilidade da correspondência)
3. Tese (A tese estrutura toda a argumentação que será sustentada
ao longo do texto; -apresenta sua defesa, sua resposta, o ponto de vista
do candidato)
4. Pressupostos orientadores (Aquilo que você vai abordar em seu
texto)
5. Tópicos (Parágrafos de desenvolvimento)

9.3. Estruturação dos parágrafos –

1. Primeiro Parágrafo – Introduzir:


● De acordo com a “Referência à Legislação ....”
[ASSUNTO] / PRESSSUPOSTO ORIENTADOR ;
É recomendável iniciar indicando os assuntos e seus conceitos.
● Inicialmente, é importante destacar que (Conceito ...)
● De acordo com ...
● Conforme o (...)
● Inicialmente (...)
● Inicialmente; Primeiramente, Nesse primeiro tópico –

2. Segundo Parágrafo –
Usar conectivos para interligar os parágrafos;
(NESSE CONTEXTO, NESSE SENTIDO;)
● Faz referência à pergunta, responde e justifica; (Sobre o assunto
X, é SIM/NÃO, pois....

3. Terceiro Parágrafo –
Usar conectivos para interligar os parágrafos; (;)
● Faz referência à pergunta, responde e se justifica; (Sobre o
assunto X, é SIM/NÃO, pois....

4. Quarto Parágrafo – Anuncia que o último parágrafo.


● Por fim (....)
● Finalmente (...)
● Por último (...)

Os comentários sobre esses tópicos vamos aprofundar na aula.

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QUESTÕES DISCURSIVAS

1ª QUESTÃO
(CESPE - MPU - Analista - Processual - ADAPTADA) Hélio, maior e capaz, solicitou a seu amigo Fernando,
policial militar, que abordasse seus dois desafetos, Beto e Flávio, para constrangê-los, por mero capricho ou
satisfação pessoal. O referido policial encontrou os desafetos de Hélio na praça principal da pequena cidade
em que moravam e, identificando-se como policial militar, embora não vestisse, na ocasião, farda da
corporação, abordou-os, determinando que se encostassem na parede com as mãos para o alto e, com o auxílio
de Hélio, algemou-os enquanto procedia à busca pessoal. Após algemar Beto e Flávio, foi decretada prisão em
flagrante dos dois em manifesta desconformidade com as hipóteses legais.

(PROF. AYRES BARROS) Tendo com referência o texto acima, responda objetivamente o que se pede.

1. É possível que o Policial Militar pratique abuso de autoridade mesmo fora de serviço? Fundamente.
2. Nessa situação, Hélio, mesmo não ostentando a qualidade de autoridade pública, praticou com o
policial militar Fernando crime de abuso de autoridade? Fundamente.
[MÍNIMO 10 E NO MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
1ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

O candidato deverá abordar os seguintes tópicos na questão.


1. É possível sim, desde que invoque a qualidade de autoridade pública;
2. Sim, pois age em concurso de agentes. A qualidade “autoridade pública” é elementar do
tipo penal. Portanto se comunica.

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2ª QUESTÃO

(CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia - ADAPTADA) Uma autoridade policial prolongou, sem
autorização judicial, a execução de prisão temporária de um indiciado, com o fim de prejudicar o
preso, o que levou a defesa deste a representá-la criminalmente por abuso de autoridade, mediante
petição dirigida à autoridade superior.

1. Nessa situação, a representação é condição de procedibilidade para a aplicação das sanções penais
correspondentes? Fundamente.
2. Aponte quando será cabível a ação privada subsidiária da pública, abordando o prazo para o
ofendido oferecer a ação privada subsidiária da pública?

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
2ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Art. 3º, caput – Não, a representação não é condição de procedibilidade. O crime de


abuso de ação penal pública incondicionada; Não exige representação.
2. Art. 3º, § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal.
3. Art. 3º, § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado
da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

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3ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)

Com base na Lei Nº 13.869, de 2019, que dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade e dá outras
providências, discorra sobre os efeitos da condenação previsto na referida lei, apontando sobre 3
tipos de efeitos, se são automáticos ou não, bem como os requisitos necessários.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
3ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Nova lei de abuso de autoridade –

Art. 4º São efeitos da condenação:


2. I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
3. II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1
(um) a 5 (cinco) anos;
4. III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
5. Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são
condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

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4ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)

Sobre a LEI Nº 9.455 de 1997, que define os crimes de tortura e dá outras providências, aponte a
natureza constitucional; as espécies de tortura previstas na lei, abordando necessariamente sua
natureza hedionda e suas consequências.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
4ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Art. 5º, inciso XLIII da CF/88 – Falar sobre mandado constitucional de criminalização.
2. Espécies de tortura: tortura prova; tortura crime; tortura racial; tortura castigo; tortura pela
tortura; tortura omissiva; tortura qualificada e tortura majorada.
3. São consideradas como crimes equiparados a hediondos: tortura crime; tortura racial;
tortura castigo; tortura pela tortura; tortura qualificada e tortura majorada.
4. Consequências: insuscetível de fiança, indulto, graça e anistia.
Critérios mais rigorosos para a progressão de regime e livramento condicional.

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5ª QUESTÃO
(CESPE / CEBRASPE - PC-BA – 2013 – ADAPTADA)

Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de


polícia. Lá, com o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão,
o policial responsável por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o
no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de
interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no escuro, período em que lhe
dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, ciente do que ocorria na sala
de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que a conduta do
policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental.

[PROF. AYRES BARROS]


Tendo em vista o texto acima, analisando a conduta do policial militar, responda de forma
fundamenta:

1. Qual espécie de tortura o policial militar praticou? Fundamente abordando necessariamente o dolo
do agente.
2. Há, no caso concreto, crime tentado ou consumado?
[MÍNIMO 10 E NO MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
5ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Tortura prova – probatória – confissão –

Art. 1º Constitui crime de tortura:


I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

2. Crime consumado. A Tortura do art. 1º, I, a, b, c é crime formal.

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6ª QUESTÃO
(CESPE / CEBRASPE - PC-BA – 2013 – ADAPTADA)
Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de
polícia. Lá, com o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão,
o policial responsável por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o
no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de
interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no escuro, período em que lhe
dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, ciente do que ocorria na sala
de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que a conduta do
policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental.
[PROF. AYRES BARROS]
Tendo em vista o texto acima, analisando a conduta do delegado de polícia, responda de forma
fundamentada:

1. Qual espécie de tortura o delegado praticou?


2. Há distinção entre as penas aplicadas para aquelas ao Policial Militar e ao Delegado?
Aborde necessariamente qual é punida com detenção e reclusão, bem como se é cabível
algum instituto despenalizador do Juizado Especial Criminal para o crime praticado pelo
delegado.
[MÍNIMO 10 E NO MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
6ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Tortura omissiva – Art. 1º, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
2. Sim, pena da tortura omissiva: Detenção de 1 a 4 anos. Pena da tortura comissiva (art. 1º,
I, II, §§1º, 3º, 4º): reclusão de 2 a 8 anos.
3. Sim, é cabível a suspensão condicional do processo, previsto no art. 89 da Lei 9.099 de
1995 – JECRIM.

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7ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)

Considere que a Lei Anticrime (Lei N. 13.964 de 2019) modificou a lei dos crimes hediondos (Lei N.
8.072/1990), alterando substancialmente o rol previsto. Especificamente sobre o crime de roubo,
aponte, de forma fundamentada, qual era a única espécie de roubo que era considerado hediondo e,
atualmente, quais as espécies de roubo que são classificados como hediondos. Aponte o sistema
adotado para definição de crime hediondo, e sua caracterísitica.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
7ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Lei dos crimes hediondos – Lei N. 8.072 de 1990

1. Antes da do pacote anticrime –

Art. 1º, II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

2. Depois do pacote anticrime.

Art. 1º, II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

3. Sistema Legal – A Lei traz um rol taxativo de crimes hediondos;

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8ª QUESTÃO

(PROF. AYRES BARROS)

Considere que a Lei Anticrime (Lei N. 13.964 de 2019) modificou a lei dos crimes hediondos (Lei N.
8.072/1990), alterando substancialmente o rol previsto. Nesse sentido, conceitue organização
criminosa e discorra, de forma fundamentada, sobre a possibilidade ser considerado crime
hediondo.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
8ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Lei de Organização Criminosa –

Art. 1º, § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas


estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática
de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de
caráter transnacional.

2. Lei dos Crimes Hediondos –

Art. 1º, Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou


consumados: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou


equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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9ª QUESTÃO
(VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Polícia) Considere o seguinte caso hipotético.

A Força Nacional está atuando legalmente em Salvador. O civil “Theo”, irmão de um Policial Militar
do Estado de São Paulo que integra a Força Nacional, residente na referida cidade, se envolveu em
acidente de trânsito sem vítimas, ao abalroar o veículo do condutor “Charles”. Após se identificar
como irmão do Militar do Estado integrante da Força Nacional, foi violentamente agredido por
“Charles”, que confessou ter assim agido apenas por saber dessa condição. As agressões
provocaram lesões corporais graves no civil “Theo”.
Diante do exposto, é correto afirmar que o crime praticado por “Charles” é classificado como crime
hediondo? Fundamente abordando necessariamente o sistema adotado para a definição de crime
hediondo no ordenamento jurídico brasileiro.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
9ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:
1. Não é hediondo. A lei dos crimes hediondos exige que a lesão corporal, nesse caso, seja
gravíssima, e não apenas grave.

Art. 1º, I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

2. Sistema legal: No Brasil adota-se o sistema legal para os crimes hediondos, ou seja, não é
dado ao juiz a liberdade de decidir se é ou não é hediondo. A lei é expressa ao dizer quais
são os hediondos em um rol taxativo.

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10ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)
Marcus, Escrivão de Polícia Civil no Estado do Ceará, recebeu diversas denúncias anônimas em sua delegacia
que, em determinada casa, localizada no bairro de Fortaleza, funcionava um ponto de drogas. Marcus repassou
a informação para o Delegado da DP que, então, juntamente com a equipe plantonista, decide realizar
investigações preliminares para confirmar a credibilidade da denúncia. Os policiais, adotando todas as
medidas legais, passaram a analisar diariamente a rotina frente aquela casa, observaram movimentações
constantes de pessoas, e troca de objetos e dinheiro. Em certo momento, os policiais avistaram no chão em
frente a casa substâncias embaladas em papelotes, aparentemente cocaína. Substância que foi levada para
delegacia para ser submetida à perícia, na qual foi confirmada que era cocaína. Portanto, diante dos elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente, foi confirmado que havia a prática de tráfico ilícito de
drogas naquela residência. No dia seguinte, a equipe policial adotou a seguinte estratégia: um dos Policiais
Civis se disfarçou de usuário, chegou até a referida casa e comprou drogas de um dos agentes que ali estavam.
Logo em seguida, a equipe prendeu 03 pessoas em flagrante naquela casa. Tendo como base o texto balizador,
responda de forma fundamentada e objetiva ao que se pede a seguir:
1. A atitude dos policiais tem amparo legal? Aborde a previsão legal e se a prisão em flagrante é
considerada lícita.
2. Discorra sobre a (des)necessidade de prévia autorização judicial, bem como se suposto crime praticado
pelos agentes da referida casa é considerado crime hediondo?

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
10ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Sim, a atitude dos policiais tem amparo na Lei 11.343 de 2006 (Lei de Drogas) que, dentre
outros, institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; bem como
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define
crimes. Esta lei dispõe sobre a figura do agente disfarçado, além de trazer os requisitos para que
haja sua aplicação.

Sobre a licitude da prisão, nesse caso, é considerada lícita, uma vez que o agente vendeu
drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente
policial disfarçado. Vale destacar que estavam presentes elementos probatórios razoáveis de
conduta criminal preexistente, requisito indispensável previsto na lei de drogas.

Sobre a autorização judicial, ela é dispensável, uma vez que a referida lei não exige prévia
autorização judicial.

Por fim, no que diz respeito à natureza hedionda, trata-se de um crime equiparado a
hediondo, por força mandamental da Constituição Federal.

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11ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)

A Lei N. 11.343 de 2006 dispõe em seu art. 33, caput, que é crime a conduta de “importar, exportar,
remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar”, sendo punido com pena de reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. Considerando a legislação vigente e o
fragmento de texto acima, que tem caráter unicamente motivador, redija texto dissertativo que
aborde, necessariamente, os seguintes tópicos:
1. Previsão Constitucional, bem como sua natureza Hedionda;
2. Aplicabilidade de fiança, indulto, graça e anistia, bem como a (im)possibilidade de o
condenado iniciar o cumprimento da pena no regime fechado.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
11ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Inicialmente, é importante destacar que a Constituição Federal de 1988 (CF/88) traz vários
crimes considerados de máximo potencial ofensivo, que recebem tratamento mais severo, dentre
eles, os crimes hediondos e equiparados a hediondos. O tráfico de drogas (ou tráfico ilícito de
entorpecentes) tem previsão na CF/88, art. 5º, inciso XLII. Para esse crime, a CF/88 prevê
consequências mais gravosas, proibindo alguns benefícios penais.
No que diz respeito à natureza hedionda, ao lado da tortura e terrorismo, o crime de tráfico
de drogas é considerado um crime equiparado por expressa previsão constitucional.
Por expressa previsão constitucional, os crimes hediondos e equiparados, dentre eles o
tráfico de drogas, são insuscetíveis de fiança, indulto, graça e anistia. Por fim, conforme
entendimento do Supremo Tribunal Federal, os condenados poderão iniciar em qualquer regime,
desde que preencha os requisitos legais.

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12ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)
Considere que, no dia 28 de Fevereiro de 2021, às 20horas, durante o período de isolamento rígido
(lockdown), em uma praça pública do bairro, JhonJhon, que fumava maconha naquele exato
momento, foi surpreendido por policiais militares que o abordaram e fizeram revista pessoal.
Durante o procedimento, foi encontrado com JhonJhon mais uma trouxa de maconha,
aproximadamente 01 (um) grama, que o mesmo afirmou ser para consumo próprio. Com referência
à atuação dos agentes públicos envolvidos na situação hipotética acima descrita, redija um texto
dissertativo que responda, necessariamente e de forma justificada, os seguintes questionamentos;

1. Por se tratar de drogas para o consumo pessoal, os policias poderiam conduzi-lo à delegacia de
polícia?
2. A conduta de JhonJhon é considerada crime, contravenção penal ou infração penal sui generis?

[MÍNIMO 10; E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
12ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

De início, é importante salientar que, diante de uma situação de flagrante, a autoridade


policial deverá realizar a captura do sujeito e sua condução perante à autoridade policial. Trata-se,
portanto, de um dever da autoridade. Nesse caso, apesar de a conduta não ser apenada com
prisão, é perfeitamente possível a captura e condução perante à autoridade policial.
Sobre a natureza jurídica, apesar de a conduta do art. 28 da Lei de Drogas não ser apenado
com detenção, reclusão, prisão simples ou multa, de forma alternada ou cumulativa, é considerado
crime sim. Portanto, não é considerado contravenção penal ou infração penal sui generis.

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13ª QUESTÃO
(PROF. AYRES BARROS)

Sobre a figura do agente disfarçado:

1. Aponte a previsão legal da figura do agente disfarçado na legislação brasileira;


2. Elenque os tipos penais que a admitem, bem como os requisitos para sua aplicação.

[MÍNIMO DE 10 E MÁXIMO DE 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
13ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Inicialmente, sobre a previsão legal, a figura do agente disfarçado tem previsão: Lei de
Drogas (Lei N. 11.343 de 2006) e no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826 de 2003).
No caso da Lei de Drogas, admite-se no crime de tráfico de drogas; já no Estatuto do
Desarmamento, tem previsão nos crimes de Comércio Ilegal de arma de fogo (art. 17) e tráfico
ilegal de arma de fogo (art. 18).
Nas duas leis citadas acima, para que haja a aplicação do agente disfarçado, a lei exige que
estejam presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

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14ª QUESTÃO
(PCMA – 2018 – CESPE – ADAPTADA )
[ PROF. AYRES BARROS ]
A Lei n.º 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, criou mecanismos para coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecendo, entre outras, medidas de proteção às
mulheres em situações de abuso e de agressões. Considerando as disposições da lei em referência e o
entendimento dos tribunais superiores, discorra sobre os seguintes tópicos. Acerca dos crimes de lesão
corporal leve, de ameaça e de injúria cometidos contra a mulher em situação de violência doméstica,
levando-se em consideração a natureza da ação penal nos respectivos crimes, disserte sobre a possibilidade
de retratação da vítima, no âmbito policial, quanto aos crimes indicados.

[MÍNIMO DE 10 E MÁXIMO DE 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
14ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Inicialmente, é importante destacar que a ação penal nos crimes de lesão corporal leve,
ameaça e injúria, todos previstos no Código Penal de 1940 (CP/1940), seguem regras diferentes.
O crime de lesão corporal leve é de ação penal pública incondicionada, pois, é vedada aplicação
da Lei N. 9099 de 1995, que trata dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM). Já o crime de
ameaça, é de ação penal pública condicionada; e no crime de injúria, a ação penal privada,
conforme previsão no CP/1940.
Sobre a retratação da vítima, não é cabível em sede policial, uma vez que a Lei Maria da
Penha (LMP) condicionada esse ato a uma audiência especial designada especialmente para esse
fim, antes do recebimento da denúncia, ouvido o Ministério Público e somente para os crimes de
ação penal pública condicionada à representação

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15ª QUESTÃO
[PROF. AYRES BARROS ]

A Lei n.º 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, criou mecanismos para coibir e
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecendo, entre outras, medidas de
proteção às mulheres em situações de abuso e de agressões. Acerca dos crimes contra a mulher em
situação de violência doméstica, disserte sobre a possibilidade de aplicação da Lei n.º 9.099/1995 e
de seus institutos despenalizadores nos casos dos referidos crimes cometidos em âmbito doméstico
contra a mulher.

[MÍNOMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
15ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

A Lei N. 9099 de 1995, Lei dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM), dispõe sobre o
procedimento sumaríssimo e os institutos despenalizadores, tais como, composição dos danos
civis, transação penal e suspensão condicional do processo. Tais institutos aplicáveis às infrações
de menor potencial ofensivo (IMPO), consideradas todas as contravenções penais e os crimes
cujas penas máximas não ultrapassem 02 anos.

A Lei Maria da Penha, em seu artigo 41, veda aplicação da Lei N. 9099 de 1995 aos crimes
e contravenções praticados contra a mulher no contexto de violência doméstica e familiar,
independentemente da pena. Em razão disso, não é possível aplicar à Lei 9.099 de 1995 no
contexto da Lei Maria da Penha.

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16ª QUESTÃO
A Lei 11.340 de 2006 dispõe em seu art. 1º que a referida lei cria mecanismos para coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros
tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e
proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

(PROF. AYRES BARROS)

Tendo em vista que lei de combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher prevê medidas
protetivas de urgência concedidas à ofendida, discorra sobre a possibilidade de o Delegado de
Polícia ou Policial concederem tal medida, abordando os requisitos e qual medida poderá ser
aplicada.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
16ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Inicialmente, é importante registrar que, como regra, compete ao Juiz conceder medidas
protetivas de urgência. Nesse caso, o juiz poderá fazer mediante requerimento do Ministério
Público; ou a pedido da ofendida; ou diretamente, independentemente de audiência das partes. A
Lei prevê, de forma excepcional, a possibilidade de o delegado de polícia ou policial concederem
tal medida.
No caso do delegado de polícia, são requisitos para a concessão de medida protetiva de
urgência: verificação de existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes; e quando o
Município não for sede de comarca.
No caso do policial, são requisitos para a concessão de medida protetiva de urgência:
verificação de existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em
situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes; e quando o Município não for
sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia.
Por fim, nas hipóteses de aplicação pelo delegado ou policial, a única medida que
poderá ser aplicada é o afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida.

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17ª QUESTÃO
(CESPE / CEBRASPE - 2019 - TJ-BA - Juiz Leigo – ADAPATADA) Joana vive em união estável com
Augusto há três anos. O companheiro, há mais de dois anos, reteve seu cartão bancário com a
justificativa inicial de ajudá-la a gerir suas despesas, mas nunca o devolveu. Durante o
relacionamento, Joana sofreu constante vigilância de Augusto, que exigia que ela o mantivesse
informado dos locais que frequentava e das visitas que fazia. O controle de Augusto começou sob a
justificativa da violência urbana, mas culminou em controle estrito e no afastamento de Joana de
seus familiares. Determinado dia, enfurecido porque Joana havia visitado a mãe sem avisá-lo,
Augusto rasgou os documentos e as roupas de Joana. Ao se deparar com a situação, ela registrou
a ocorrência na delegacia.
(PROF. AYRES BARROS)

Tendo como base a Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e a situação acima
apresentada, responda de forma objetiva e fundamentada ao que se pede:

1. Quais os tipos de violência previstas na referida Lei?


2. Augusto cometeu contra Joana qual(is) tipos de violência? Aborde necessariamente o ato
que corresponde à violência praticada.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
17ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Art. 7º - Formas de violência: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial.

2. No caso em análise, houve violência patrimonial (retenção do cartão e dano às roupas

e documentos) e violência psicológica.

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18ª QUESTÃO
(INSTITUTO AOCP – CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA
CATARINA – ADAPTADA)

[PROF. AYRES BARROS]


Carlos é um dentista de meia idade que, temeroso em viver na zona urbana brasileira, decidiu
requerer "posse" de arma de fogo junto à Polícia Federal. Após percorrer todos os trâmites e se
habilitar para o registro e a compra do objeto pretendido, Carlos, enfim, adquiriu um revólver de
calibre permitido. Certa feita, caminhando no centro da cidade com o revólver armazenado no coldre,
ele foi abordado por policiais, que exigiram a exibição de documento comprobatório do "porte" de
arma de fogo de uso permitido. Carlos exibiu o documento que possuía, mas foi autuado pelos
policiais. Revoltado, disse que estava habilitado para andar armado pela via pública e que tinha,
inclusive, buscado os meios legais para tanto. De acordo com a Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto
do Desarmamento), Carlos tem razão ou não? Fundamente sua resposta fazendo a distinção
conceitual cabível entre o crime de posse e porte de arma de fogo.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
18ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Não tem razão. De acordo com o art. 5º, o certificado de Registro de Arma de Fogo, com

validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo

exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou,

ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo

estabelecimento ou empresa.

2. Posse pressupõe intramuros, ou seja, no interior de sua residência ou domicílio, ou

dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou

o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

3. Porte extramuros, fora dos locais acima citados.

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19ª QUESTÃO
[PROF. AYRES BARROS]

Alfa, comerciante residente em Fortaleza, deseja obter, para fins de posse, uma arma de fogo de uso
permitido. De acordo com a Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), qual o órgão
competente para autorizar Alfa a compra de arma de fogo de uso permitido (1º), apontando os
requisitos necessários para registro e aquisição de arma de fogo de uso permitido (2º), bem como o
órgão competente para emitir o certificado de registro de arma de fogo.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
19ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes


criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo
a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios
eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma


de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos


anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível
esta autorização.

Art. 5º [...] § 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e
será precedido de autorização do Sinarm.

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20ª QUESTÃO
(CESPE / CEBRASPE - PRF - ADAPATADA)

Durante uma fiscalização de rotina em área de fronteira, um policial rodoviário federal encontrou,
sob o banco do motorista de um veículo abordado, um carregador de arma de fogo de uso permitido,
bem como duas caixas de munições de calibre compatível com o acessório, não tendo sido, no
entanto, localizada nenhuma arma de fogo. Na ocasião, foi verificado que o acessório e as munições
haviam sido recém-adquiridos em território estrangeiro, sem autorização de importação pela
autoridade competente.

(PROF. AYRES BARROS)

Nessa situação, a conduta do motorista configura crime do Código Penal ou do Estatuto do


Desarmamento? Aponte o crime de forma fundamentada. Tendo em vista que não foi encontrada
arma de fogo, ainda assim esse crime é hediondo? Fundamente.

[MÍNIMO 10 E MÁXIMO 15 LINHAS]

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ESPELHO DE RESPOSTA
20ª QUESTÃO
O candidato deverá abordar os seguintes tópicos:

1. Há crime do Estatuto do Desarmamento – Art. 18 –


Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa;
O Crime de tráfico internacional de arma de fogo é um tipo penal especial com relação ao
crime de contrabando (Art. 334 – CP)
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

2. Todo o caput do art. 18 é crime hediondo, o que abarca: de arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização da autoridade competente.

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