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Aida Naprimo Luante Uaniheque

Contributo Socioeconómico da actividade Turística no distrito de Mossuril:


Caso de Chocas-Mar 2015-2019

Universidade Rovuma
Nampula
2020
1

Aida Naprimo Luante Uaniheque

Contributo Socioeconómico da actividade Turística no distrito de Mossuril:

Caso de Chocas-Mar 2015-2019

Monografia como requisito para a


obtenção do grau de licenciatura em
Ensino de Geografia com Habilitação em
Turismo, a ser apresentado no
departamento de ciências da Terra e
Ambiente, orientado pelo Supervisor:
Mcs. Moniz Caetano

Universidade Rovuma

Nampula

2020
2

ÍNDICE
DECLARAÇÃO ........................................................................................................................ 5

DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ 7

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. 8

ÍNDICE DE MAPA ................................................................................................................. 10

ÍNDICE DE GRÁFICO ........................................................................................................... 12

ÍNDICE DE ABREVIATURA ................................................................................................ 13

RESUMO ................................................................................................................................. 14

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 15

DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................................... 16

JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 16

PROBLEMATIZAÇÃO .......................................................................................................... 16

HIPÓTESE............................................................................................................................... 17

OBJECTIVOS.......................................................................................................................... 18

CAPITULO-I: METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................. 19

1 Classificação da pesquisa...................................................................................................... 19

1.4 Universo da pesquisa ......................................................................................................... 20

1.5 Técnicas de colecta de dados ............................................................................................. 20

CAPITULO-II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO ................................................................. 22

2.2 Turismo .............................................................................................................................. 24

2.3. Turista ............................................................................................................................... 25

2.6. Papel do Estado no contributo socioeconómico do Turismo............................................ 28

2.7. Potencialidades Turísticas de Mossuril-Chocas Mar ........................................................ 28

2.8. Historial do Turismo ......................................................................................................... 29

2.8.3 O Turismo na era Moderna ............................................................................................. 34

2.9. Renascimento .................................................................................................................... 35

2.10. Impactos positivos .......................................................................................................... 36


3

2.10.1. Turismo em Moçambique ........................................................................................... 37

2.11. Turismo na província de Nampula................................................................................. 38

CAPITULO-III: CARACTERIZAÇAO DA ÁREA ............................................................... 39

Clima ................................................................................................................................ 41

Relevo ............................................................................................................................... 41

Solo ................................................................................................................................... 41

Hidrogeologia ................................................................................................................... 42

Vegetação ......................................................................................................................... 43

Fauna ................................................................................................................................ 43

Meio ambiente .................................................................................................................. 43

Recursos Minerais ............................................................................................................ 43

Infraestruturas ................................................................................................................... 44

CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................ 48

4.1. Questões demográficas ..................................................................................................... 48

4.2. Representação da amostra por sexo .................................................................................. 48

4.3. Representação da amostra por idade ................................................................................. 49

4.4. Questões de conhecimento................................................................................................ 49

4.4.1. Noção do Conceito de Turismo ..................................................................................... 49

4.5. Importância de Turismo para a Comunidade Receptora................................................... 50

4.6. Contribuição do turismo na melhoria da qualidade de vida da população ....................... 51

4.7. Geração de oportunidade de emprego do turismo para a população ................................ 52

4.8. Oportunidade de venda de produtos da comunidade e manifestação cultural locais ........ 55

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 58

SUGESTÕES ........................................................................................................................... 59

VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESE.............................................................. 60

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 61

APÊNDICE .............................................................................................................................. 64
4

ANEXOS ................................................................................................................................. 65
5

DECLARAÇÃO

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu Supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Nampula de 15 de Novembro de 2020

Aida Naprimo Luante Uaniheque


6

DEDICATÓRIA

Aos meus filhos (Allen, Kelvin e Agness), pelo apoio e paciência

nos dias em que me fiz ausente

por motivos académicos.


7

AGRADECIMENTOS

Os meus agradecimentos vão: Á Deus, razão pela qual eu existo. Á Jesus, razão pela qual eu
sou salvo.

Ao meu esposo Jackson Francisco Uaniheque, pelo apoio incondicional, a todos os docentes
da Faculdade de Geociências, do curso de Geografia, (MsC Alice, MsC Gessy, MsC
Majacunene, MsC Alexandre Albino, MsC Tomas Machili, MsC Bonga, MsC Rangelo, MsC
Brito, MsC Artur, PhD Vanito, PhD Bata, PhD Mafavisse, PhD Reginaldo e PhD
Maxombe), agradecimentos especiais vão ao meu supervisor MsC Moniz Caetano pelo apoio
moral e material e pelas orientações para que este trabalho se tornasse uma realidade.

Agradecimentos especiais vão também aos meus colegas de turma (curso de Geografia), e de
serviço, no Conselho Autárquico de Nampula.

A todos, vai o meu muito Obrigado…!


8

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Turismo contribuindo na construção de centros de saúde e restaurantes. ......... 52


Ilustração 2: Reabilitação da primeira Igreja da Africa Austral-Chocas Mar, pelos pedreiros
local.......................................................................................................................................... 53
Ilustração 3: Turismo contribuindo na actividade económica na área artesanal.................... 53
Ilustração 4: Actividade pesqueira contribuido no turismo no desenvolvimento local ......... 54
Ilustração 5: Actividade artesanal contribuindo no Turismo na economia local. .................. 56
9

ÍNDICE DE MAPA
Mapa 1: Mapa do distrito de Mossuril ..................................................................................... 39
10

ÍNDICE DE QUADRO
Quadro 1: Divisão administrativa........................................................................................... 40
11

ÍNDICE DE GRÁFICO
Gráfico 1: Representação da amostra por sexo ....................................................................... 48
Gráfico 2: Representação da amostra por idade...................................................................... 49
Grafico 3: Noção do Conceito de turismo .............................................................................. 50
Gráfico 4: Importância de Turismo para a população ............................................................ 50
Gráfico 5: Melhoria de vida da população pelo turismo ........................................................ 51
Gráfico 6: Geração de emprego .............................................................................................. 55
Gráfico 8: Oportunidade de venda de produtos da comunidade............................................. 56
12

ÍNDICE DE ABREVIATURA
PEDTM- Plano Estratégico do Desenvolvimento do Turismo em Moçambique

INE- Instituto Nacional de Estatística

OMT- Organização Mundial de Turismo

CGPH-Censo Geral da População e Habitação

PIB- Produto Interno Bruto

FMTM- Folheto de Marketing de Turismo de Mossuril

LCM- Localidade de Chocas-Mar


13

RESUMO
A presente monografia discorre sobre: Contribuição socioeconómica do Turismo para a População de Mossuril
- Posto Administrativo de Chocas-Mar. Turismo é uma actividade económica que se relaciona com os demais
sectores no que concerne a sua prática, daí que a pesquisa dispõe-se a analisar a formas como turismo contribui
para o desenvolvimento socioeconómico da comunidade local, principalmente para a população de Chocas-
Mar. A pesquisa sobre análise da contribuição sócio económica do turismo para a população local, quanto aos
objectivos a serem alcançados é uma pesquisa descritiva. A pesquisa quanto à abordagem é pesquisa de
abordagem qualitativa. A amostra participativa foi de 50 inquiridos 7 funcionários do governo do distrito, 43
residentes de Chocas-Mar. Portanto, os resultados da pesquisa revelam que alguns inqueridos trazem opiniões
interessantes em relação a Contribuição socioeconómica do Turismo para a População de Mossuril- Posto
Administrativo de Chocas-Mar, porém, tem-se verificado actividades de grande interesse onde parte dos
mesmos em relação a sensibilização dos munícipes e os operadores turísticos. Mossuril apresenta grandes
potencialidades como Chocas – Mar, Carrusca Mar e Sol, o palácio dos Governadores construido em 1975 para
acomodar os governadores e suas familias, o poço proclamado reliquia histórica a 9 de Maio de 1964 onde os
marinheiros da armada de Vasco de Gama iam buscar água para os descobridores do mundo e a rampa de
escravos trazidos de vários pontos do país em 1857, entre outros recursos que fazem de Mossuril-Chocas-Mar
um dos destinos importantes dentro do nosso país.Depois da colecta e interpertacao dos dados verificou-se que
a actividade turitica contribui directamente para as comunidades locais. As comunidades têm vendido os seus
artesanatos e os pescadores têm vindo a olhar a actividade turística bem porque os turistas tem vindo sempre a
comprar os mariscos. Há tendências de se melhorar um pouco no que diz respeito a gestão dos lucros do turismo
local de Chocas-Mar para criar mais postos de trabalhos e tristificar os edifícios que fazem parte da história
moçambicana que estão clamando pelos maus cuidados, para que haja mais entradas de turistas. Quanto maior
for a entrada de turistas maior serão os lucros.
Palavras-chave: Contributo, Comunidade Local, Actividade Turística, Desenvolvimento,
Socioeconómico, Chocas Mar
14

INTRODUÇÃO
O contributo Socioeconómico da actividade Turística são debates que os países
Desenvolvidos e assim como os países Subdesenvolvidos (Moçambique) tem-se envolvidos
para poder perceber as estratégias que devem ser usadas para poder trazer um crescimento do
turismo local (Mossuril-Chocas-Mar).
Moçambique é um país rico em recursos históricos, que estes bem usados podem
contribuir na economia local e mal usados trazem problemas principalmente para a
comunidades local. Nampula é uma província do norte de Moçambique, deste no tempo
colonial o Mossuril foi um ponto de referência de embarcamento de produtos tais, como o
ouro, o marfim, e os escravos. Por causa das trocas comercias que eram feitas no distrito da
Ilha de Moçambique e no distrito de Mossuril, o distrito em pesquisa (Mossuril) houve
grande desenvolvimento de feitorias que permitiam os portugueses a fazerem as suas trocas
comercias.
Querendo lembrar um pouco da história da Expansão e Penetração Mercantil Europeia, ainda
foi neste distrito onde os escravos eram levados de navio para Índia, América e Asia. Com
grande interesse da autora na valorização dos patrimónios e das novas infrastruturas que o
distrito oferece tornou importante fazer uma pesquisa sobre: O Contributo Socioeconómico
da actividade Turística no distrito de Mossuril: Caso de Chocas-Mar.

Durante a pesquisa a autora da monografia verificou que o governo local tem-se


preocupado em poder estruturar as suas instâncias turísticas dando os operadores turísticos
um campo comercial-turístico, e as actividades que são feitos por eles (operadores e as
comunidades locais) tem contribuído para a economia local do distrito de Mossuril-
principalmente em Chocas-Mar-. Dentro destas actividades também encontramos uns
impactos que os mesmo sejam positivos [aumento da economia local, surgimento de novos
postos de emprego para as comunidades locais] e assim como negativos [a destruição da flora
para a construção de infrastruturas hoteleiras].
No turismo os impactos “[...] referem-se à gama de modificações ou sequência de
eventos provocados pelo processo de desenvolvimento turístico nas localidades receptoras”
(RUSCHMANN, 2000, p. 34).
Entende-se que o turismo é uma actividade importante no campo económico, cultural
e na troca social. Por este motivo é de fundamental importância conhecer, o Contributo
Socioeconómico da actividade Turística no distrito de Mossuril: Caso de Chocas-Mar.
15

DELIMITAÇÃO DO TEMA
Os levantamentos dos dados nesta pesquisa irão decorrer no distrito de Mossuril na
localidade de Chocas-Mar num período compreendido de 2015 - 2019. A razão da
delimitação é porque desde em 2015 - 2018, verifica-se uma mudança das actividades
turísticas neste distrito de Mossuril principalmente, na localidade de Chocas-Mar.
JUSTIFICATIVA
O distrito de Mossuril é um dos distritos da província de Nampula que tem grande
potencial turístico, por causa dos monumentos históricos que lá se encontram, como a
primeira Igreja Católica de Moçambique, a chamada a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
construída em (1579), que esta localizado no bairro da Cabeceira Grande, o poço de Vasco
Dagama, a primeira Mesquita construído pelos árabes a mais de 600 anos atrás, o palácio dos
governadores ou Palácio do Verão, construído em (1765) as belas praias de Chocas, essas
todas ofertas históricas que o distrito de Mossuril oferece,tornau tao importante estuda-lá.
Tem-se verificado em Moçambique, que a maior parte das instâncias turísticas
existentes no nosso país, possuem ofertas turísticas, que podem contribuir o desenvolvimento
local, da comunidade principalmente no distrito de Mossuril na localidade de Chocas-Mar.
Em todas instâncias turísticas, quando a população local não for enquadrada no planeamento
da actividade, pode haver um descontentamento das comunidades perante aos operadores
turísticos e os turistas.
Este desconforto das comunidades locas, no caso do distrito de Mossuril na localidade
de Chocas-Mar pode haver impactos negativos (marginalidade, fiscalismo ao céu aberto na
praia, violência, destruição do mangal, para a construção de barcos para pesca, preço)
contribuem para o fracasso do desenvolvimento turístico.
PROBLEMATIZAÇÃO
Moçambique é um país que um potencial turístico baseado nos ricos e ainda por
explorar recursos naturais, uma cultura diversificada com um povo hospitaleiro. A
combinação do turismo de praia tropical ao longo da imensa costa, com a vida cosmopolítica
das nossas cidades, a incomparável e rica diversidade de flora e fauna assim como o
magnífico mosaico cultural, oferecem uma plataforma sustentável para um destino turístico
incontestável.
Como um sector de investimento prospectivo, o turismo tem estado a registar avanços
significativos, tendo nos últimos anos (período 1998-2004) respondido com 16% de
aplicações de investimentos totais de Moçambique. Com um investimento total de 1,3 bilhão
USD, o turismo passa a ser o 3º maior sector em investimentos no País. Os principais países
16

emissores do Turismo Internacional para Moçambique em 2004 foram: Portugal, Reino


Unido, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, França, Itália, Índia, Paquistão e China. Estes
dez países representaram em conjunto 80% do total de turistas internacionais.
O turismo doméstico compreende as viagens de visitas a familiares por ocasião da
Páscoa, Natal e fins de semana longo, de funcionários públicos em serviço, de homens de
negócios, etc. Nota-se um fluxo cada vez mais crescente de movimentação de cidadãos
nacionais para pontos turísticos, como Inhambane, Ponta De Ouro, Pemba , Bilene, Ilha de
Moçambique, Nacala-Porto, Nacala-a-avelha e entre outro pontos turísticos do nosso país.
Segundo Ruschman (2000, p. 34), os impactos “[...] são consequência de um processo
complexo de interacção entre os turistas, as comunidades e os meios receptores. Muitas
vezes, tipos similares de Turismo provocam diferentes impactos, de acordo com a natureza
das sociedades nas quais ocorrem”. Esses podem ser positivos ou negativos, sendo
considerados como positivos os que trazem benefícios para a comunidade receptora e
negativos os que causam estragos para a localidade e sua população.
No turismo os impactos “[...] referem-se à gama de modificações ou sequência de
eventos provocados pelo processo de desenvolvimento turístico nas localidades receptoras”
(RUSCHMANN, 2000, p. 34).
Em prol das actividades turísticas que são feitas neste distrito pelos turistas vindo de
vários lugares do país e fora, a autora levanta uma questão de partida.
 Como é que a prática da actividade turística contribui para economia da população
da localidade de chocas mar?

HIPÓTESE
Em forma de hipótese a autora da monografia traz duas hipóteses:

 Hipótese 1: A prática da actividade turística não contribui para económico da


população localidade de Choca Mar.
 Hipótese 2: A prática da actividade turística contribui para economia da população
localidade de chocar mar, na medida em que gera empregos directos e indirectos que
vão contribuir para a melhoria do bem-estar económico e social da comunidade
residente.
17

OBJECTIVOS
Geral

 Analisar o contributo socioeconómico do turismo para população do distrito do


Mossuril na localidade de Chocas Mar.

Específicos

 Identificar os indicadores do desenvolvimento sócio económicos do turismo para


comunidade de Chocas Mar.
 Descrever a contribuição sócio económica do turismo para população Chocas Mar do
distrito de Mossuril;
 Relacionar a prática do turismo e o desenvolvimento socioeconómico de Chocas Mar.
18

CAPITULO-I: METODOLOGIA DA PESQUISA


Este capítulo faz uma discrição das metodologias que foram usadas para a realização
da presente Monografia, todas metodologias que cá foram mencionados foram usados pela
autora como um caminho de colecta e organização dos dados que foram colhidos no campo
de recolha de dados.
Na visão de LAVILLE & DIONNE (1999:34), “a metodologia representa mais do
que uma descrição formal dos métodos e técnicas e indica a leitura operacional que o
pesquisador fez do quadro teórico.”
O método que foi usado nesta pesquisa é o método hipotético-dedutivo aquele que na
óptica de SILVA & MENEZES (2005, p.27) quando os conhecimentos disponíveis sobre
determinado assunto são insuficientes para explicação de um fenómeno surge o problema, ou
seja para tentar explicar as dificuldades expressas nos problemas são formuladas conjunturas
ou hipótese que deverão ser testadas ou falseadas. E para alcançar o objectivo geral da
pesquisa foram usados os seguintes métodos: observação direita, inquérito, entrevista e
consultas bibliográficas.

1 Classificação da pesquisa
1.1 Quanto a Natureza da Pesquisa

Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa é um trabalho de campo aquele que


segundo SILVEIRA (2012:2) constitui a parte de um experimento científico, é uma
actividade realizada por pesquisadores na natureza ou no local onde o fenómeno estudado
ocorre naturalmente e engloba a observação, a colecta, análise e interpretação de factos
fenómenos que ocorrem no seu ambiente.

1.2 Quanto a forma de Abordagem


Quanto á forma de abordagem do problema a pesquisa é qualitativa. De acordo com
SILVA & MENEZES (2001, p. 20), na pesquisa qualitativa há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a
subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenómenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para
colecta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores
tendem a analisar seus dados indutivamente.
19

1.3 Quanto aos objectivos da pesquisa

Quanto aos objectivos, a pesquisa é exploratória. Aquele que na óptica de SILVA &
MENEZES (2001:21), visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a
torná-lo explícito ou a construir hipóteses.

E quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa é um estudo de caso, uma vez que
envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos de maneira que se permita o
seu amplo e detalhado conhecimento.
1.4 Universo da pesquisa
De acordo com GIL (2008:91), universo é o conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características.

Os grupos alvos nesta pesquisa foram as comunidades do distrito de Mossuril, as


entidades governamentais, da localidade de Chocas-Mar.

Na vertente de FREIXO (2010:34), amostra é o conjunto de seres animados que


apresentam pelo menos uma característica em comum.

Como amostra desta pesquisa foram inqueridos 48 sujeitos, dos quais (10) operadores
turísticos, responderam o questionário; (23) questionários foram para as comunidade locas,
(5) turistas foram feitos a entrevista; (10) questionários foram submetidos aos funcionários da
Direcção distrital de Cultura e Turismo de Mossuril. Estes são os sujeitos da pesquisa que a
autora da Monografia achou melhor para poder perceber o nível de satisfação das
comunidades locais, quanto ao: Contributo Socioeconómico da actividade Turística no
distrito de Mossuril: Caso de Chocas-Mar, ouvir as intervenções do governo do distrito,
perceber o nível de satisfação dos turistas quanto as ofertas turísticas que o distrito oferece.

1.5 Técnicas de colecta de dados


As técnicas de colecta de dados que foram usados nesta pesquisa são: observação
entrevista, questionário e levantamento bibliográfico.
A observação usada pela autora foi a directa; a entrevista usada nesta pesquisa foi
semi-estruturada, isto é, foi feito um roteiro (perguntas) com antecedência que foi dirigida à
população alvo. As perguntas foram elaboradas de forma clara e precisa, sendo de fácil
compreensão. Quanto ao questionário, as perguntas foram abertas, permitiram pra que a
recolha de opiniões foce mais eficiente e, foram feitas perguntas de múltipla escolha que
permitir testar as hipóteses e o alcance dos objectivos da pesquisa.
20

No que diz respeito ao levantamento bibliográfico, serviu de suporte ou fundamento


do que foi colectado e apresentado. Os dados colectados nesta pesquisa, foram apresentados
em quadros e tabelas, segundo a sua natureza, para facilitar a sua análise e interpretação.
Para analisar os dados colectados fez-se a selecção que se caracteriza numa
verificação critica, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informações confusas,
distorcidas, incompletas que podem prejudicar o resultado da pesquisa, em seguida fez-se a
codificação dos dados como forma de categorizar os dados que se relacionam e por ultimo
fez-se a interpretação e analise dos dados procurando dar um significado mais amplo às
respostas, vinculando-as outros conhecimentos.
21

CAPITULO-II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO


2.1 Conceitos básicos
A actividade turística constitui um fenómeno social, pelo facto de conduzir a prática
de deslocamento, ocorrendo contacto entre pessoas com características culturais e
socioeconómicas opostas. E levando em consideração as mudanças que fazem parte das
necessidades actuais da sociedade, que estão valorizando o lazer e com isso, aumentando a
prática do turismo local.
Quando se fala de turismo existe a perspectiva que “Com a evolução do seu âmbito,
ocorrida nos últimos anos, e com as diferentes visões envolvidas (sociológicas, culturais,
geográficas, económicas, ocidentais, orientais), não é fácil encontrar um consenso quanto a
um conceito de turismo aceite universalmente” (Cunha & Abrantes, 2013, p.17).
Ao longo do tempo as viagens foram adquirindo características diferentes,
propiciando pensarmos em tipos distintos de turismo e, de acordo com as características da
evolução registada, podemos identificar diferentes etapas evolutivas. Analisando a evolução
das viagens encontramos diversos estudos que têm como objectivo distinguir e definir as
diferentes etapas do desenvolvimento do turismo. Os modelos de etapas evolutivas do
turismo estudados foram estabelecidos através da análise histórica, sendo as etapas definidas
em períodos temporais excludentes.
Para melhor compreender e contextualizar a evolução do turismo, tema desta
investigação, escolhemos a cidade do Rio de Janeiro como objecto de estudo, pois pesquisas
realizadas indicam lacunas proeminentes à compreensão da evolução do turismo na urbe
carioca, cuja situação actual e as perspectivas futuras desta actividade na cidade a colocam
em um patamar relevante no cenário turístico. Definimos como principal indagação desta
pesquisa determinar quais as características dos deslocamentos temporários direccionados ao
Rio de Janeiro e as condições urbanas no período que antecedeu o advento do turismo na
referida cidade.
A fim de elucidar tal indagação, definimos como objectivo desta investigação analisar
o deslocamento temporário para o Rio de Janeiro no período que antecedeu o advento do
Turismo na referida cidade. Para a realização da pesquisa foi necessário definir o aporte
teórico-metodológico que nos possibilitaria compreender a evolução do turismo e sua
interacção espaço temporal. Para isso, recorremos aos estudos e produção científica realizada
por Santos (1982, 1985, 1988, 1994, 1996), com a finalidade de estabelecermos o norteador
teórico desta pesquisa. Definimos as categorias analíticas do espaço, como o método de
22

melhor compreensão sistémica entre a evolução do turismo e sua relação com o espaço onde
o mesmo se insere.
Dentre as categorias, a que mais se destaca para esta investigação é a estrutura,
considerando-a como a matriz social de uma determinada época. Assim, a estrutura e seus
processos facilitariam o entendimento da evolução do turismo, necessitando, para isso,
analisar os diversos modelos evolutivos do turismo presentes nos estudos de Acerenza
(1995); Cunha (1997); Lickorish e Jenkins (2000); Molina (2003); OMT/Gee e Fayos-Solá
(2003).
Acerenza (1995) apresenta de forma cronológica seis etapas de desenvolvimento do
turismo. O referido autor não as intitula, apenas indica referências temporais em relação as
mesmas. A primeira etapa seria os Antecedentes remotos, que segundo Acerenza (1995) se
caracterizaria pelas viagens realizadas na Antiguidade e na Idade Média.
A segunda etapa teria início a partir do século XVI, cujo advento dar-se-ia com a
expansão marítima e a evolução tecnológica dos meios de transporte, tendo como grande
destaque o já citado Grand Tour.
A terceira etapa teria início a partir de meados do século XIX, caracterizado pelo
surgimento das viagens organizadas, cujo suposto pioneirismo de Thomas Cook se destaca. A
quarta etapa teria início depois da Primeira Guerra Mundial, com a expansão das rodovias e
do transporte aéreo. A quinta etapa teria início depois da Segunda Guerra Mundial, com um
avanço ainda maior do transporte aéreo que passou a ser o principal meio de transporte do
turismo internacional, caracterizando-se também pelo advento do Turismo de Massa e a
ampliação significativa do fluxo turístico internacional.
A sexta etapa é indicada por Acerenza (1995) como as últimas décadas, no qual o
referido autor afirma como diferenciais o planejamento das destinações turísticas, a
diversificação e segmentação do turismo e a busca pelos chamados efeitos multiplicadores do
turismo, almejados pelas destinações turísticas.
Cunha (1997) também afirma que o turismo teve início apenas no século XIX. No
entanto, segundo este autor, as características da evolução registadas ao longo do tempo
possibilitaria a identificação de apenas três etapas do turismo: A Idade Clássica, que teria seu
início junto aos primórdios das civilizações, estendendo-se até a primeira metade do século
XVIII. A segunda etapa seria a Idade Moderna, cujo início teria ocorrido em meados do
século XVIII, tendo esta etapa terminado ao final do século XIX. E a terceira etapa seria a
Idade Contemporânea, que se estenderia ao longo do século XX e se encontraria vigente até
os dias de hoje.
23

Lickorish e Jenkins (2000) propõem quatro etapas evolutivas do turismo: A primeira


seria o Turismo Pré-Histórico, etapa esta que teria seu início nos primórdios da humanidade e
estendendo-se até o início do século XIX. A segunda seria a Etapa dos Transportes, também
denominada pelos autores como a era das ferrovias, cujo início se daria na metade do século
XIX.
2.2 Turismo

A palavra turismo vem do vocábulo “tour” que é de origem francesa e significa


“volta”. (BARRETO, 1995). Outra afirmação diz que “a matriz do radical tour é do latim,
através do seu substantivo tourns, do verbo tornare, cujo significado é “giro, volta, viagem
ou movimento de sair e retornar ao local de partida” (ANDRADE, 1992).

Na óptica de CUNHA, o turismo “é o conjunto das relações e fenómenos


originados pela deslocação e permanência das pessoas fora do seu local
habitual de residência, desde que tais deslocações e experiências não sejam
utilizadas para o exercício de uma actividade lucrativa principal, permanente
ou temporária”.

O turismo é uma actividade económica que é muito discutida em prol do


desenvolvimento local duma determinada comunidade, e os conceitos variam da observação
de cada autor, no caso do conceito de Wahab (1991, p. 26) no contexto global potencialidades
de desenvolvimento social e económico diz que:
O turismo é uma actividade humana intencional que serve como meio de
comunicação e elo da interacção entre povos, tanto dentro de um país como
fora dos limites geográficos dos países. Envolve o deslocamento temporário
de pessoas para outra região, país ou continente, visando à satisfação de
necessidades outras que não o exercício de uma função remunerada.

Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) /Nações Unidas, definem o


turismo “como sendo as actividades que as pessoas realizam durante suas viagens e
permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano
consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros ”.
A Organização Mundial de Turismo sugere a ocorrência de cinco etapas evolutivas
das viagens e turismo, a partir da bibliografia organizada por Gee e Fayos-Solá (2003). A
primeira etapa é denominada de Primórdios e teria início nos introitos da humanidade,
estendendo-se até o século V d.C., vinculada inicialmente aos deslocamentos dos povos das
civilizações pré-históricas, motivados pela busca de alimento, abrigo e clima mais ameno.
Incluem-se nesta etapa os deslocamentos ocorridos junto ao advento da Revolução Neolítica,
não mais pelas questões do nomadismo, mas pela troca de mercadorias, pelas guerras e até
pela busca de prazer, ocorrendo tais deslocamentos nos antigos impérios que cresciam na
24

Europa, África e na Ásia, graças a uma rudimentar estrutura de transportes que surgia, como
estradas de terra e canais de navegação, além do desenvolvimento de alguns veículos de
transporte. Destacar-se-ia nesta etapa, os gregos com importantes contribuições, além dos
antigos romanos.
A etapa seguinte seria a Idade Média, cujo período se estenderia do século V ao
século XIV, apresentando características diversificadas, atreladas ao declínio do Império
Romano, propiciando dificuldades nas viagens, pelo alto grau de periculosidade e
dificuldade. As viagens de cunho religioso eram crescentes, principalmente a Jerusalém e
Roma. Estas eram estimuladas pelos cristãos e embora tivessem fundamento religioso, eram
também vistas como viagens recreativas e sociais.
Diante dessas ideias dos autores pode se concretizar que o Turismo pode contribuir
para o desenvolvimento duma determinada comunidade local, quando as mesmas actividades
turísticas forem bem valiosas para a comunidade local.

2.3. Turista
Ignarra (2003:25) É aquele que viaja com objectivo de recreação, que pode ser individual ou
colectivo.

Segundo Moesh (2000:10)

“Turista é um visitante que se desloca voluntariamente por período


de tempo não inferior a 24horas para um local distante de sua
residência e, do seu trabalho sem, este por motivos lucrativos.”

Para a OMT, turista é o individuo que realiza viagem turísticas com pernoite , sendo que
aquele que não pernoita é chamado de excursionista, movido por vários fins.

O posicionamento do pesquisador, convergem com a definição citada pela OMT, uma vez
que turista é um viajante por um período igual ou superior a 24 horas para um local diferente
da sua residência, movido por várias razões.

2.4. Desenvolvimento local

O desenvolvimento local através do turismo é aquele atende em primeiro lugar as


necessidades da localidade, pelo seu carácter multiplicador e redistribuidor da renda quer a
nível social e espacial, através dos gastos dos turistas.

O desenvolvimento de um determinado local de interesse turístico está sujeito aos tipos de


estratégias que são implantadas e às características de cada local. Considerando que cada
25

região (em esfera macro ou micro), cada país, cidade, vilarejo ou comunidade possui
características próprias que devem ser consideradas no âmbito do planeamento turístico,
seria ousado afirmar que o turismo sempre é gerador de desenvolvimento local. É pensar em
modificar a situação actual de uma localidade tornando-a aperfeiçoada, melhorada,
aprimorada. Para tanto é preciso compreender o ponto de partida, ou seja, a situação actual da
localidade e traçar os objectivos de desenvolvimento, determinando quais melhorias devem
ser feitas, o que deve ser aprimorado e que estado de desenvolvimento se pretende alcançar
(SCÓTOLO E NETTO 2015;44).

Nessa perspectiva, entende-se que para que haja desenvolvimento local é preciso que haja um
movimento endógeno que descubra e cultive as características potenciais da localidade, como
os factores socioculturais – costumes, tradições, etnia, religião, rituais, celebrações, laços
afectivos e familiares, história e memória, grau de confiança e cooperação entre os atores,
vocação trabalhista e produtiva da população – e factores geográficos – clima, solo, relevo,
hidrografia, fauna e flora, entre outros –, pois são tais características que irão contribuir para
que a economia local se potencialize. Entende-se, ainda, que é imprescindível que os recursos
naturais e culturais locais sejam preservados a fim de tornar o desenvolvimento local
sustentável e, assim, oferecer qualidade de vida à população local.

2.5. Contribuição do Turismo para o Desenvolvimento Local

O turismo tem exercido importante papel no combate a problemas como desemprego e


carência de alternativas de renda para as populações do distrito de Mossuril concretamente
em Chocas mar. Neste sentido, o desenvolvimento do turismo naquele distrito, no plano
económico é visto como uma opção para o desenvolvimento com recursos naturais e culturais
ainda poucos explorados, ou seja, é economicamente viável. Entretanto, o desenvolvimento
do turismo deve manter princípios de preservação do meio ambiente e a promoção do bem-
estar das populações locais, tende a ser visto como factor de impulsionador de
desenvolvimento local. Ao tratar o turismo como factor de desenvolvimento local é
necessário analisar os pós e contras desta actividade, na busca pela sustentabilidade.

Considerando que as localidades podem utilizar seus potenciais e as habilidades, capacidades


e competências dos sujeitos que as integram para desenvolverem-se de forma endógena,
pressupõe-se que localidades com potenciais turísticos podem desenvolver-se a partir de
estratégias que busquem o incremento da economia local e a melhoria da qualidade de vida
de sua população a partir da optimização de suas características naturais, histórias e culturais.
26

O desenvolvimento local por meio de projectos turísticos [...] possibilita


impulsionar e fortalecer as identidades locais e regionais ao actuar como um
mecanismo social de defesa do entorno imediato, da vida quotidiana, dos
elementos de pertença e permanência da população local. Entende-se que
existem recursos naturais e culturais que podem ser utilizados para desenvolver
actividades turísticas, sem colocar em risco sua existência, a fim de usá-los
durante longos períodos para o bem-estar de todos aqueles que compõem a
localidade e com aqueles que estão por vir. (SALVATIERRA & MAR, 2012, p.
126).

É de fundamental importância a atenção ao nativo. Não se deve ignorar o ser humano que
vive na região hospedeira e que participa directamente da recepção e do atendimento ao
visitante. A valorização da mão-de-obra local abre espaço para um investimento em
qualidade, com a conscientização acerca do papel representado, por cada um, nesse processo
competitivo. Entendendo o que é o turismo e o que ele representa em termos de renda,
imediata e a médio prazo, para a sua sobrevivência, a população local e, em especial, o
trabalhador sentir-se-á mais integrado ao planeamento e à execução dos programas.

À comunidade receptora cabe, também, preparar os seus trabalhadores e a população


residente no sentido de tornar o menos conflito o possível o contacto entre os nativos e os
turistas. Esse choque poderá ser mais intenso na medida em que o turista, regresso de um país
de primeiro mundo, visita comunidades mais pobres, onde a população apresenta um nível de
renda e de escolaridades inferiores. A massificação do turismo contribui para a divulgação de
estereótipos que tentam representar a riqueza cultural de cada região e de cada povo
escolhido como destino turístico.

Alternativa que pode fazer desaparecer, com o tempo, características essenciais de uma
comunidade, na medida em que os anfitriões, para atender à demanda turística, seguem,
pouco a pouco, adequando o seu quotidiano às necessidades dos grupos visitantes, a ponto de
perder seus referenciais. E assim, procurando satisfazer o cliente, vai deixando de lado as
suas próprias necessidades ou desejos simbólicos. Enquanto produtor e consumidor do
espaço, o turismo pode ‘mercantilizar’ as culturas locais, tornando-as objecto de consumo,
causando dessa forma danos irreversíveis à identidade da comunidade anfitriã. Daí a
importância de se criar uma harmonia entre as atitudes dos turistas e o comportamento da
população local.

O turismo tem apresentado, nos últimos anos, índices de crescimento extremamente velozes e
significativos nas mais diversas regiões do mundo, proporcionando desenvolvimento
27

económico, assim como, a ampliação do mercado de trabalho e geração de mudanças no


quadro social de algumas cidades (LIMA, 2006).

Para que se consiga compreender esses impactos é preciso analisar a diferença entre
desenvolvimento (crescimento) económico e desenvolvimento. Segundo Souza (2000, p. 18),
o desenvolvimento económico é, “basicamente, o binómio formado pelo crescimento
económico (mensurável por meio do crescimento do PNB ou do PIB) e pela modernização
tecnológica.

2.6. Papel do Estado no contributo socioeconómico do Turismo


O papel do estado é de tramitar e ditar metas nas actividades desenvolvidas pelo sector
privado. O estado é o protagonista no processo de preservação, protecção, fiscalização e
estimular a participação da população local na preservação e gestão do seu património
cultural ou das nossas heranças históricas deixadas pelos nossos ancestrais, pelo qual ela
também é responsável, levando-a a apropriar-se e a usufruir dos bens e valores que o
constituem.

Portanto, os profissionais do turismo neste sentido possuem a responsabilidade de atentar


para o significado dos discursos que acompanham as leis de protecção e conservação dos
bens. Para tal, os mesmos tem o dever de assumir o compromisso de serem indivíduos
capazes de pensar, articular e desenvolver conhecimento, ou seja, a população local,
entendendo o conceito primordial de cidadania como aquele que envolve todas as esferas
humanas em convívio social, isto é, as artes, as leis, as políticas e o conhecimento do mundo
em geral. (GUILLAUME, 2003:49).
2.7. Potencialidades Turísticas de Mossuril-Chocas Mar
Das grandes potencialidades que o distrito apresenta podemos encontrar dos mais valorizados
aos menos valorizados. Chocas– Mar, Carusca Mar e Sol e outras potencialidades como o
palácio dos Governadores construido em 1975 para acomodar os governadores e suas
familias que actualmente virou ruina que pode ser restaurado, o poço proclamado reliquia
histórica a 9 de Maio de 1964 onde os marinheiros da armada de Vasco de Gama iam buscar
água para os descobridores do mundo e a rampa de escravos trazidos de vários pontos do país
em 1857onde prestavam o último adeus.

Todas essas e outras potencialidades que o distrito tem são pouco explorados no nível do
turismo, devido a vários factores que concorrem ao fraco aproveitamento dessas
potencialidades desde as próprias vias de acesso, falta infra-estruturas básicas e serviços de
28

apoio ao turismo, falta de recursos humanos capacitados, políticas directas do turismo entre
outros. Este Distrito do Índico oferece ambientes urbanos, costeiros e rurais que com seus
recursos hídricos, naturais e faunísticos configuram a beleza paisagística, alegrando os
olhares de quem a contempla.

Em Chocas mar devido o clima favorável, os recursos naturais, a história, a cultura e a


hospitalidade do povo faz com que se desenvolva com maior frequência, actividades de
ecoturismo ou turismo ecológico, turismo cinegético (turismo no espaço rural que visa a
prática da caça desportiva), mergulho recreativo e outras actividades. Em todo território ou na
bela pérola do indico existem varias potencialidades turísticas, desde a cultura, gastronomia,
fauna e flora, artesanato, praias, cascatas, montanhas, e parques.

2.7.1. Constrangimentos no processo de desenvolvimento do Turismo em Chocas Mar

Dada a vários problemas proporcionados na maioria deles pela falta de fundos para
investimentos em quase todas as áreas do sector do turismo em Moçambique como infra-
estruturas, vias de acesso, capacitações entre outros, colocam Moçambique numa situação
constrangedora, dentre esses constrangimentos, destacamos 3 principais constrangimentos:

 O insuficiente desenvolvimento de infra-estruturas essenciais ao desenvolvimento


rápido do país, no sector de turismo (vias de acesso, infra-estrutura básica e serviços
de apoio).
 Falta de uma boa imagem mercadológica face a marketing que desposemos para os
países emissores.
 As vias de acesso que ligam a cidade de Nampula e Mossuril ainda por serem
alcatroadas. A insuficiência de capital humano especializado na área do turismo. Falta
de políticas claras do turismo em Moçambique.

2.8. Historial do Turismo


O turismo é um fenómeno da sociedade moderna de grande importância económica,
social, política, ambiental e cultural. Sua evolução está directamente relacionada à evolução
do conceito de viagens.
Barreto (1999) situa a proto-história do turismo na Grécia Antiga, ou mesmo em alguma
outra civilização do passado longínquo. Alguns autores situam o começo do turismo no
século VIII a.C., na Grécia, porque as pessoas viajavam para ver os jogos olímpicos; outros
acreditam que os primeiros turistas foram os fenícios, por terem iniciado as relações
29

comerciais e a transacção com moedas; porém, se levar-se em consideração que o ser humano
desde tempos ainda muito mais remotos empreendia viagens definitivas ou temporárias, há de
se supor, portanto, que a existência do turismo pode ser muitíssimo mais antiga (BARRETO,
1999).
Ainda acerca dos romanos, pode-se dizer que, os mesmos foram os primeiros a viajar
por prazer, a análise de azulejos, placas, vasos e mapas, revelaram que o povo romano ia à
praia e a centros de rejuvenescimento e tratamento do corpo, buscando sempre divertimento e
relaxamento (SOUTO MAIOR, 1990).
Barreto (2001) ressalta que, do século VII ao IX, os deslocamentos sofreram uma
grande expansão, sendo comuns viagens para a comemoração de festas anuais, especialmente
de povos bárbaros como os ostrogodos, visigodos, vândalos e burgúndios. No entanto, com o
fim do Império Romano, as viagens decresceram, e o surgimento da sociedade feudal trouxe
consigo um sedentarismo decorrente da auto-suficiência dos feudos. Nesse período as viagens
tornaram-se aventuras muito arriscadas, sujeita a assaltos e violências (IGNARRA, 2003).
Acabam-se as viagens como forma de lazer, e na Idade Média, as viagens passam a ter
um cunho cada vez mais religioso. O ecúmeno conhecido pelos seres humanos limita-se
apenas ao velho mundo o norte da África, o Oriente Médio e a Europa. Os dogmas religiosos
sobressaem as iniciativas científicas e explicações racionais. A esse respeito, Badaró (2003)
lembra que, com a expansão do Cristianismo, multiplicam-se as peregrinações religiosas a
Jerusalém, e nessa época os peregrinos eram conhecidos então como “palmeiros” e, a partir
do século VI, com o aumento do fluxo de viajantes a Roma, esses mesmos peregrinos
passaram a ser conhecidos pelo nome de “romeiros”.
Outro importante marco nessa evolução das peregrinações religiosas ao longo da
Idade Média deu-se no século IX, quando foi descoberta a tumba de Santiago de Compostela,
a partir de então, iniciaram-se as primeiras excursões pagas registadas pela história, excursões
estas que contavam com líderes de equipas que conheciam os principais pontos do caminho,
organizavam o grupo e estipulavam as regras de horário, alimentação e orações de suas
equipes (BARRETO, 2001).
Três séculos mais tarde (no século XII), um monge chamado Aymeric Picaud,
organizou um roteiro completo de viagem indicando o caminho a partir da França até a tumba
de Santiago de Compostela, sendo esse documento, conhecido como o primeiro guia turístico
impresso da história (BARRETO, 2001).
“A viagem sempre foi uma acção que se origina de um contexto dentro do qual está
inserida a sociedade em um determinado momento histórico. Representa um dos
30

elementos componentes da vida económica e social dos homens no decorrer de cada


época e para cada civilização.” (Lage & Milone, 1991).

Na era dos grandes impérios, as viagens com fins de negócios, assim como com fins
de prazer, tinham grande importância.
De acordo com Montejano (2001, p.87), foram as “grandes expedições marítimas”
realizadas desde o final do século XIV até o século XVI, que ampliaram o horizonte
da época (descobrimento da América, descobrimentos de novas zonas da África e
Ásia) e despertaram a curiosidade por conhecer povos e lugares, dando origem a uma
nova era na história das viagens.

Segundo a OMT (2014), o número de turistas internacionais aumentou 5% em 2013,


conseguindo a meta de 1 bilião e 87 milhões de turistas. Em 2012, foi o ano em que a marca
de 1 bilião tinha sido superada internacionalmente, verificando-se igualmente uma escalada
de crescimento.
A OMT (2015) adianta, que em 2014, este número voltou a crescer numa quota de
4,4% em relação ao ano anterior, atingindo 1 bilião e 135 milhões de turistas, movimentando
no total cerca de 1,5 triliões de dólares. Rifai (2015) refere que com um cenário de baixa de
preços, atendendo ao que o turismo cresceu em 2014, estima-se que o turismo vá continuar a
crescer. Estimulando a economia, aumentando exportações e criando empregos.
A Europa contínua a ser a região que está na linha da frente, no entanto e no que
respeita a gastos, segundo a OMT (2015), Portugal tem a vantagem de contar com a
possibilidade de poder desenvolver melhores estratégias para aqueles que são os seus
mercados prioritários. Alemanha, Reino Unido, França e Brasil continuam a fazer parte dos
chamados 10 mercados que mais gastam no mundo em viagens turísticas, a Alemanha foi o
terceiro país que mais gastou em turismo durante o ano de 2014.
Segundo Neto (2013), na década de 1990-2000, Portugal tinha registado um
crescimento de 8 para 12 milhões de turistas, ou seja, uma média de 4,2% ao ano. No entanto,
metade dos 4 milhões verificou-se entre 1997 e 2000, tendo atingido o valor de 12,2 milhões
de turistas estrangeiros em 2001.
De seguida analisa-se a diferença em relação aos nossos mercados concorrentes
portugueses. Convém verificar sobretudo o que se passou na década 2000-2010, Portugal
perdeu quota de mercado ao nível do turismo numa fase de crescimento.

Como refere Neto (2013), baseando-se em dados da OMT (2012), o Mundo obteve
um crescimento de 266 milhões de turistas na década 2000-2010, cerca de 40% em relação à
última década e 116% nos últimos 20 anos. A Europa cresceu no período 2000-2010 cerca de
90 milhões de turistas, ou seja, 23% em relação aos últimos 10 anos. Como todos os países
31

em concorrência com Portugal obtiveram crescimento positivo, depreendia-se que Portugal


apresenta-se, também ele, valores positivos.
Portugal teve, ao nível de chegadas de turistas internacionais, uma quebra de 12
milhões de turistas em 2000 para 11 milhões de turistas em 2010. De referir que esta quebra
dá-se em contraciclo com mundo, Europa e principais concorrentes de Portugal, no que
respeita à captação de turistas externos.
Conforme a história da humanidade avançava o comportamento dos viajantes iam
mudando, assim como as suas motivações para viajar. Os primórdios do turismo remontam à
Grécia e à Roma antiga, as visitas a amigos e parentes, os negócios, a religião, a saúde, a
educação e o hedonismo, foram cada vez mais incluídos no rol das motivações para viajar.
Foram os romanos os grandes responsáveis pela introdução da ideia do turismo por
prazer, em substituição a propósitos utilitaristas, como devoção religiosa, saúde ou
negócios. Além disso, os romanos desenvolveram também um turismo voltado para
a contemplação das paisagens em seu império. (SWARBROOKE, 2002, p.38).

2.8.1 Turismo na Antiguidade


Muitos estudiosos acreditam que a primeira fase da história do turismo inicia-se com
as viagens gregas, ora com as visitas a seus santuários, ora com a celebração de competições
atléticas, ora com a comercialização, inclusive com os chineses, quando tiveram contacto
com a bússola e a pólvora, o que influenciou posteriormente as expansões marítimas
europeias.
Além dos lugares sagrados, os gregos também davam muita atenção principalmente
aos grandes festivais. No mais antigo e importante deles aconteciam os jogos olímpicos em
Olímpia, de quatro em quatro anos, em homenagem a Zeus.
Actualmente, os jogos olímpicos representam um grande impulso ao desenvolvimento
turístico mundial, não só durante a sua realização, mas também na fase de preparação e
organização, fazendo convergir para o local realizador um fluxo altamente rentável de
turistas, movimentando milhões de dólares.
Durante o Império Romano as viagens ganharam ainda mais força. Um fato que
contribuiu muito para que as viagens crescessem nessa época foi a “Pax Romano”, ou a “paz
Romana”, que durou de 29 a.C. até 180 d.C., quando Augusto César declarou o fim das
guerras de conquista, depois da morte de Marco Aurélio. Nessa época, foi desenvolvida uma
infra-estrutura de viagens que possibilitava viajar seguramente e por mais de 150 km num
único dia, por meio de pontes e estradas que interligavam as mais diversas regiões do
Império.
32

Com as conquistas militares, os romanos entraram em contacto com diferentes povos,


dos quais assimilaram muitos elementos culturais, principalmente dos gregos. A esses
elementos acrescentaram características próprias, das quais se destacam: o surgimento de
idiomas derivados do latim e a organização social, que se reflectiu no Direito.
Deles herdamos concepções fundamentais do Direito Romano, que constituem fontes
de inspiração para juristas modernos. Até hoje, é comum advogados e juízes citarem frases
em latim, que reflectem princípios formulados na antiga Roma. Os romanos deixaram
belíssimas obras arquitectónicas. Preocupados com o carácter funcional, souberam aliar
beleza e utilidade na construção dos mais variados edifícios: teatros, basílicas, termas (casas
de banhos), aquedutos (canais para condução de águas), templos religiosos, palácios, circos,
etc.
Roma foi uma das maiores cidades do mundo antigo, chegando a abrigar cerca de um
milhão de pessoas. Para manter sob controle e entretida essa grande massa, os líderes de
Roma passaram a promover uma política na qual ofereciam diversos espectáculos, que ficou
conhecida como “pão e circo”.
Eram tantas as festas que os governantes mandaram construir anfiteatros em todo o
território romano. O mais famoso era o Coliseu, onde eram apresentados combates entre
gladiadores (escravos ou prisioneiros de guerra) e entres homens e feras. Sua grandiosa e
imponente arquitectura assim como a de outras construções feitas durante o império romano
encontra-se ainda hoje parcialmente preservadas. Por isso, a cidade de Roma recebe todos os
anos milhares de turistas interessados em vê-las.

2.8.2 Turismo na idade Media


No século V, o Império Romano sofreu invasão dos povos bárbaros e como
consequência entrou num período que ficou conhecido como feudalismo que durou do século
V ao XV. Durante esse período, as actividades comerciais e de viagem sofreram queda
significativas, só voltando a crescer após a influência da cultura muçulmana, com as
peregrinações religiosas até Jerusalém e a cidade de Meca, esta conhecida pelos muçulmanos
como Hajj, deslocando milhares de pessoas. Essa peregrinação deve ser feita por todos os
muçulmanos pelo menos uma vez na vida.
Outro movimento que impulsionou as viagens foi o das “cruzadas”. Além do
objectivo religioso (expulsar os muçulmanos da Terra Santa – Jerusalém), que tinha como
garantia a absolvição de todos os seus pecados e a garantia de que suas almas ganhariam os
reinos dos céus, outras causas motivaram a organização das cruzadas: os cavaleiros e
33

senhores feudais queriam conquistar terras novas e riquezas, e os comerciantes buscavam


ampliar seus mercados. As cruzadas reabriram o Mediterrâneo aos europeus, intensificando
as viagens e as relações comerciais do Ocidente com o Oriente, fazendo progredir as cidades
italianas. O crescimento comercial fez surgir nas cidades um novo grupo social: os burgueses.
Com o tempo esse grupo cresceu, enriqueceu e conquistou poder.
2.8.3 O Turismo na era Moderna
O turismo, enquanto actividade moderna e organizada, começa efectivamente na
segunda metade do século XIX, quando Thomas Cook, considerado o pai do turismo
moderno, após organizar com sucesso um Congresso Antialcoólico em Leicester, na
Inglaterra, percebeu o potencial económico que as viagens realizadas colectivamente
poderiam trazer.
Em 1845, Thomas Cook iniciou suas actividades em tempo integral como organizador
de excursões, criando no mesmo ano o Hand book of the trip,(traduzido em português: o
livro de ponteiro de viagens ou guia turístico ) o primeiro itinerário descritivo de viagem de
forma profissional, especialmente para o uso dos turistas.
Em 1851, ele organiza o transporte e a estada de uma caravana com 165 pessoas a
uma exposição mundial de artes em Londres, capital da Inglaterra. Com sua criatividade e sua
incrível capacidade empreendedora, Thomas Cook cria em 1867 o cupom de Hotel, que hoje
é conhecido como voucher. Em 1872, organiza a primeira volta ao mundo, com um grupo de
nove pessoas, com duração de 222 dias, coberto pelo Times, de Londres.
“Hoje, as viagens turísticas ocupam lugar de destaque nas relações económicas,
sociais e políticas das sociedades. Podem manifestar-se de forma distinta quanto às
motivações, aos meios de transporte, aos períodos de duração, aos meios de
hospedagem, aos tamanhos do grupo, às categorias de viagem etc.” (Lage &
Milone, 1991 apud Giovana, 2005, p.20).

Existem, nas narrativas que buscam resgatar a História do Turismo, alguns factores
aceitos como padrão e marcos histórico no desenvolvimento do fenómeno. Destacam-se aqui
três deles: O Grand Tour, as peregrinações durante a Idade Média e a figura de Thomas
Cook.
As peregrinações na Era Medieval estavam distantes do conceito de viagem por lazer,
já que “o peregrino não escolhia o itinerário nem a durabilidade de seu périplo. Ele estava
totalmente exposto às dificuldades e às intempéries do caminho a ser percorrido” (BARBOSA,
2002, p. 24).
O período da Idade Média é mencionado pelos autores aqui trabalhados como um
período de retracção dos deslocamentos, ainda que não total, já que havia peregrinos que
34

viajavam em grupo. A respeito do carácter grupal que esses deslocamentos assumem, Boyer
(2003, p. 70) diz que as peregrinações e cruzadas:
[...] foram migrações colectivas originais, pois não eram provocadas nem pelo medo
(da fome ou de invasores), nem pelo lucro; elas só esperavam uma recompensa no
além, desde que consiga atingir o objectivo que é um lugar sagrado [...] para o
peregrino que chegou ao lugar sagrado, o passado se torna presente: ele revive a
Crucificação, a Hégira, tal milagre do santo. A dificuldade da caminhada tem, por si
só, um valor redentor.

2.9. Renascimento
A etapa evolutiva do turismo, definida como Renascimento (OMT, 2003), apresentava
como principais características a busca pelo conhecimento como um dos principais
motivadores das viagens. Em geral eram realizadas por jovens da sociedade ou por pessoas
desejosas por obter novos conhecimentos e experiências. No entanto, as características
fundamentais desta etapa não foram constatadas no Rio de Janeiro, no período englobado
pela etapa evolutiva do Renascimento.
Durante os séculos XVI, XVII e XVIII o fluxo de pessoas que chegava ao Rio de
Janeiro proveniente do continente europeu, decorrentes dos processos institucionalizados ou
não pela metrópole portuguesa visando a ocupar, explorar e defender sua colónia, era em sua
maioria de imigrantes. Estes, em parte, vinham em carácter definitivo, fixando residência,
exercendo alguma actividade e constituindo família. Mas um grande número se deslocava
para o Brasil e para o Rio de Janeiro, pensando em acumular o máximo de riqueza possível e
retornar para Europa.
Durante os três séculos do período colonial os deslocamentos internos em direcção
ao Rio de Janeiro eram poucos e expostos ao risco. O modelo de ocupação
implantado no processo de colonização não propiciou ligações e acessos entre as
várias áreas ocupadas e os pontos estratégicos de colonização, como o Rio de
Janeiro, tornado os deslocamentos perigosos e desconfortáveis e praticamente sem
infra-estrutura de apoio ao viajante. (MACHADO, 2013, P.8).
A terceira etapa seria a do Renascimento e teria vigorado do século XIV ao século
XVIII, tendo nesta etapa o conhecimento como o grande motivador das viagens. Teve como
grande expressão o Grand Tour, caracterizado, conforme já destacamos, por viagens pela
Europa, realizada por jovens da sociedade, desejosos por obter novos conhecimentos e
experiências, sendo visto como o coroamento da realização educacional e cultural das classes
privilegiadas, visitando ruínas e sítios históricos, bem como para estudar arte, arquitectura,
geografia, história e economia.
A quarta etapa seria a Revolução Industrial, estendendo-se entre os séculos XVIII e
XIX, período de profundas mudanças económicas e sociais. A ascensão de uma nova classe
de trabalhadores urbanos apresentava maior tempo livre, recursos e o desejo por viagens
recreativas, e teria propiciado o declínio do grand tour e o crescimento das viagens de lazer.
35

Estas foram facilitadas pelas férias anuais, pela tecnologia vinculada aos transportes e aos
problemas urbanos, que teriam estimulado as pessoas, sobretudo os moradores da cidade a
viajarem.
A quinta etapa teria sido a do Turismo Moderno, cujo início teria ocorrido no século
XX, estendendo-se aos dias atuais. A grande evolução tecnológica atrelada a uma
combinação de desejo, mobilidade, acessibilidade, renda e crédito teria possibilitado uma
nova etapa para o turismo que, segundo Gee e Fayos-Solá (2003, p. 23), teria-se desenvolvido
e consolidado ao longo do século XX, caracterizada pelos grandes fluxos turísticos
internacionais e domésticos, propiciado, entre outras coisas, pela ampliação da tecnologia de
transportes, das telecomunicações e da construção civil, motivando o aumento das viagens, o
advento do turismo de massa e a segmentação da actividade turística.
2.10. Impactos positivos

No plano cultural, o turismo contribui para preservação do património histórico,


artístico e cultural; Gera uma actividade socioeconómica sobre o mercado receptor e cria-se
empregos; Facilita os laços de comunicação e entendimento entre os povos e sociedades que
produzem problemas raciais ou de xenofobia; No âmbito trabalhista produz aumento social
de emprego e criação de novos postos de trabalho; Pode permitir a comunicação e a paz com
os mercados emissores.
Lickorish (2000) enfatiza ainda que o desenvolvimento do turismo pode gerar
impactos socioculturais benéficos e o intercâmbio de ideias, culturas e percepções podem
auxiliar na dispersão da ignorância e de desentendimentos. “Em muitos locais o turismo já
existe, e a necessidade é descobrir quais são as visões dos residentes. Neste caso, a pesquisa
visa registar e monitorar as percepções dos residentes em relação aos impactos do turismo”
(LICKORISH, 2000, p.114).

O necessário é o reconhecimento de que a população local é parte da


herança cultural e, portanto, merece protecção tanto quanto os aspectos do
destino do turismo, ou seja, o ambiente. As relações humanas são
importantes, já que o excesso de turismo pode ter repercussões
problemáticas: transformar a hospitalidade típica de muitos países em
práticas comerciais leva os factores económicos a suplantarem o
relacionamento pessoal.
Os efeitos posteriores podem ser o aparecimento do comportamento
consumista, o declínio da moral, a mendicância, a prostituição, o consumo
de drogas, a perda da dignidade e a frustração em não poder satisfazer suas
necessidades. No entanto, seria errado culpar o turismo por todos esses
problemas, que também estão ligados às mudanças sociais que afectam as
36

comunidades no processo de modernização. O turismo acelera o processo,


mas não o cria (LICKORISH, 2000, p. 107-108).
2.10.1. Turismo em Moçambique
Moçambique é um país que um potencial turístico baseado nos ricos e ainda por
explorar recursos naturais, uma cultura diversificada com um povo hospitaleiro. A
combinação do turismo de praia tropical ao longo da imensa costa, com a vida cosmopolítica
das nossas cidades, a incomparável e rica diversidade de flora e fauna assim como o
magnífico mosaico cultural, oferecem uma plataforma sustentável para um destino turístico
incontestável.
2.10.2. Atracções Turísticas
Historicamente, Moçambique conquistou a posição de destino turístico de primeira
classe em África e este sector jogava um papel importante na economia do País. O turismo
desenvolveu-se em torno de 3 temas: as praias, a fauna e o ambiente dinâmico oferecido
pelos centros urbanos e concentrava-se principalmente nas zonas Sul e Centro do País. O
produto faunístico encontrava-se muito desenvolvido e o Parque Nacional de Gorongoza era
considerado uma das melhores reservas de animais de África Austral e a caça nas coutadas,
na zona Centro, possuía padrão internacional.
As principais regiões geográficas são: Norte (Nampula, Cabo Delgado e Niassa),
Centro (Sofala, Manica, Tete e Zambézia) e Sul (Província e cidade de Maputo, Inhambane e
Gaza).
 Província de Nampula particularmente a praia de Chocas Mar, uma praia muito
popular, e Cabo-Delgado: Exibe areias brancas e águas cristalinas na praia do Wimbe.

Marrabenta, Timbila de Zavala. Os locais históricos da resistência à ocupação colonial


em Gaza e Maputo e as estações arqueológicas de Chibuene e Manyiknei, que se localizam
no distrito de Vilankulos.

Nampula possui um conjunto de edifícios coloniais que remontam desde os tempos do


comércio árabe e português. A dança Mapiko e Tufo caracterizam as manifestações culturais
de Cabo Delgado e Nampula. Há ainda a salientar nesta região o potencial histórico das bases
e monumentos da luta armada de libertação de Moçambique, a preservar. O arquipélago das
Quirimbas e o conjunto edificado do Ibo é um dos bens que consta na lista tentativa do
Património Mundial, para candidatura pela UNESCO.
37

2.11. Turismo na província de Nampula


Nampula é uma província situada na região de Moçambique e a sua capital é a cidade
de Nampula, localizada a cerca de 2150 km a norte da cidade de Maputo, a capital do país,
2
com uma área de 81606 km e uma população de 6102.867 habitantes segundo os dados do
Censo de 2017 é a província tem 23 distritos e 7 municípios nomeadamente: Angoche, Ilha
de Moçambique, Malema, Monapo, Nacala Porto, Nampula e Ribáuè.

 Turismo de Praia
 Turismo Cultural
 Turismo religioso
 Turismo desportivo
38

CAPITULO-III: CARACTERIZAÇAO DA ÁREA


Neste capítulo, far-se-á a descrição da localização geografia, e também irão conter
todos elementos que caracterizam o distrito de Mossuril no seu todo, em particular no posto
Admonitivo de Chocas.
3.1 Localização, Superfície e População

Mossuril é um distrito da província de Nampula, em Moçambique, com sede na vila


de Mossuril. Tem como limites:

 A norte com o Distrito de Nacala-a-Velha e com o município de Nacala Porto;


 A oeste com o distrito de Monapo;
 A sul e sudoeste com o distrito de Mogincual e;
 A leste com o Oceano Índico e com o município da Ilha de Moçambique. (ATLAS
GEOGRÁFICO; 2010: p.12).

Mapa 1: Mapa do distrito de Mossuril

Fonte: Autora (2019)

3.2. Origem do nome Mossuril

Segundo fontes orais do distrito, Mossuril é originário da afirmação de “Mussa só rie”,


segundo a qual, os Portugueses quando queriam dialogar com senhor Mussa, por falta de
entendimento da língua portuguesa apelidaram a essa zona como se fosse de “Mussasori”
para mais tarde passar a se designar Mossuril. Mossuril interpreta-se igualmente como sendo
39

Mussa Orrila, que na língua Emacua significa “desapareceu no poço”, esta versão surgiu na
sequencia do cidadão português ter perguntado aos demais residentes locais que estava a tirar
agua no poço tendo-lhe respondido “MussaOrrila” que significa Mussa desapareceu.
Historicamente foi neste poço que os marinheiros de Vasco da Gama, iam buscar água para
os descobridores do mundo.

A superfície do distrito é de 3.393 km2 e a sua população está estimada em 131 mil
habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 38,7
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 147 mil habitantes.
A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.1,
isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. Com uma
população jovem (43%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 94% (por
cada 100 pessoas do sexo feminino existem 94 do masculino) e uma taxa de urbanização do
distrito é de 18%, concentrada na Vila de Mossuril.
Quadro 1: Divisão administrativa
Distrito Posto Administrativo Localidades
Chocas Mar
Sede Namitatar
Sede
Lunga Nacucha
Mossuril Chicoma-Sede
Ampita
Matibane Lunga-Sede
Vida Nova

Fonte: Secretaria Distrital de Mossuril (2018)

3.3. Aspectos Topográficos e Climatológicos


A região compreendida pela faixa costeira apresenta um clima do tipo sub-húmido
seco, onde a precipitação média anual varia entre 800 e 1000 mm (Mossuril) e, a temperatura
média durante o período de crescimento das culturas excede os 25ºC (24 a 26ºC). A
evapotranspiração potencial é da ordem dos 1400 a 1600 mm.
O norte de Nampula (Memba) apresenta valores médios anuais de precipitação mais
baixos, entre os 600 e 800 mm. A baixa pluviosidade associada à temperatura elevada resulta
numa deficiência de água crítica para a produção agrícola através da ocorrência de secas
frequentes e subperíodos secos durante o período de crescimento.
Mais para sul e em direcção á região costeira do norte da Zambézia, incluindo os
distritos costeiros de Angoche e Moma na província de Nampula, a precipitação média anual
40

volta aos valores entre 800 e 1000 mm, embora a evapotranspiração potencial seja superior
aos 1500 mm e a temperatura em regra superior a 24ºC. As planícies costeiras na região são
dissecadas por alguns rios que sobem da costa para o interior, gradualmente passando para
um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona sub-planáltica
de transição para a zona litoral. Esta zona corresponde à área costeira da província.
 Clima
A região compreendida pela faixa costeira apresenta um clima do tipo sub-húmido
seco, onde a precipitação média anual varia entre 800 e 1000 mm (Mossuril) e, a temperatura
média durante o período de crescimento das culturas excede os 25ºC (24 a 26ºC). A
evapotranspiração potencial é da ordem dos 1400 a 1600 mm.
O norte de Nampula (Memba) apresenta valores médios anuais de precipitação mais
baixos, entre os 600 e 800 mm. A baixa pluviosidade associada à temperatura elevada resulta
numa deficiência de água crítica para a produção agrícola através da ocorrência de secas
frequentes e subperíodos secos durante o período de crescimento. Mais para sul e em
direcção á região costeira do norte da Zambézia, incluindo os distritos costeiros de Angoche e
Moma na província de Nampula, a precipitação média anual volta aos valores entre 800 e
1000 mm, embora a evapotranspiração potencial seja superior aos 1500 mm e a temperatura
em regra superior a 24ºC.
 Relevo
As planícies costeiras na região são dissecadas por alguns rios que sobem da costa
para o interior, gradualmente passando para um relevo mais dissecado com encostas mais
declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral. Esta zona
corresponde à área costeira da província.
 Solo
No interior do Distrito de Mossuril predominam solos argilosos vermelhos (cerca de
40% da área total do distrito) resultantes de 3 associação de solos (VG+CG; VG+KA+CA; e
VG+KM+CA), seguindo-se os solos de mananga com cobertura arenosa (20% em associação
M+A), solos pouco profundos sobre rocha não calcária (15%, solos WP) e os solos líticos
(10%, em associação I+KM). As restantes tipologias de solos, solos arenosos (AA), solos
basálticos (BP), solos de sedimentos marinhos estuarinos (FE), solos de aluviões (FS), solos
de dunas costeiras (DC), solos derivados de grés vermelhos (G) e solos de coluviões
(C+KAg) ocorrem em cerca de 15% da área do distrito.
Na zona costeira, a Norte do distrito, os solos são constituídos por dunas costeiras
(DC), solos pouco profundos sobre rocha não calcária (WP) e solos de mananga com
41

cobertura arenosa (M), solos esse, em geral, com fertilidade baixa. Ocorrem ainda solos
argilosos vermelhos derivados de rochas calcárias (WV) com boa fertilidade. Por outro lado,
a Sul do distrito, para além de solos de dunas costeiras e de solos de mananga, ocorrem na
zona litoral, solos de sedimentos marinhos estuarinos (FE) e solos arenosos amarelados (AA).
Estes solos apresentam fertilidade baixa.
Os solos aluvionares (FS) ocorrem ao longo dos principais rios, em particular, ao
longo do Rio Monapo e de linhas de drenagem. Esses solos têm alta fertilidade. Na zona
interior do distrito predominam solos argilosos vermelhos (VG), cuja fertilidade, em geral, é
boa. Ocorrem ainda, solos líticos (I) com baixa fertilidade e solos basálticos pretos (BP) com
fertilidade moderada.
3.4 Aspectos Hidrológicos
3.4.1 Recursos hídricos superficiais
Os principais rios de primeira ordem (que desaguam no Oceano), que atravessam o
Distrito de Mossuril são os que se seguem: Macutucha, Mapane, Mepui, Monapo, Moquito,
Motomonho, Mualala, Mucoco, Muecula, Muticuite e Naconha.
Por outro lado, os principais rios de segunda ordem (ou seja, que desaguam num rio
de primeira ordem) que atravessam o distrito são o Metacuse e o Muimite. Com excepção do
Rio Monapo, os restantes rios que atravessam o distrito apresentam regime sazonal, ou seja,
têm água corrente apenas durante a estação das chuvas. De acordo com as autoridades
distritais tem-se verificado alguma intrusão salina em alguns rios, que no entanto não foram
especificados.

 Hidrogeologia
Em termos de hidrogeologia, as formações aquíferas do Distrito de Mossuril são, em
geral, pouco produtivas, descontínuas e de extensão limitada, embora as águas sejam de boa
qualidade. Na zona litoral os aquíferos são, maioritariamente, de produtividade limitada
(aquíferos do tipo C1, ver) constituídos a partir de depósitos de materiais finos (areias e
argilas, de origem marinha ou eólica), intercalados por materiais mais consolidados (grés e
margas) de produtividade ainda mais limitada (Tipo C2).
Ocorrem ainda, na zona litoral, aquíferos do Domínio A (Tipo A3). Estes aquíferos
são, em geral, mais produtivos que os do Domínio C apresentando um caudal médio
compreendido entre 3 e 10 m3/h. O problema principal diz respeito à salinidade dos aquíferos
ou ao alto risco de intrusão de água do mar que pode ocorrer em resultado de sobre
42

exploração dos furos. De acordo com as autoridades distritais, esta situação já é notável na
Vila de Mossuril. Uma eventual subida das águas do mar pode igualmente afectar a qualidade
destas reservas de água.
Na zona interior do distrito (mais montanhosa e com formações rochosas mais
antigas), para além dos aquíferos do Tipo C1 e C2, ocorrem ainda, pontualmente, aquíferos
do Tipo C3. Este tipo de aquífero possui disponibilidade de água subterrânea muito limitada,
de ocorrência esporádica, podendo mesmo não dispor de reservas de água.
Em geral, o aparecimento de água subterrânea nessas zonas encontra-se relacionado
com a ocorrência de nascentes. As zonas de falhas e cones de vertentes podem constituir uma
excepção e, corresponder a zonas mais produtivas.

3.5. Recursos Naturais

 Vegetação
No que respeita às características da vegetação, quase por todo o Distrito, desde o
Muambe ao limite com Quixaxe, no vizinho Distrito de Mongicual, a vegetação é constituída
de mata, onde se podem desenvolver, ainda, outros arbustos e ervas. A floresta está situada
1
nas Localidades de Vida-Nova, Ampita, Cruce e Namitatar, nos Postos Administr ativos de
Lunga, Matibane e Sede, onde podem ser encontradas variadas espécies de plantas e de
animais. Existem, ainda, árvores de médio e de grandes portes, das quais se destacam o
Jambire, Chanfuta, Umbila, Pau-Ferro, Messige e outras variedades com valor comercial.
 Fauna
Existe fauna residual composta por animais de pequeno porte em quase todo o
Distrito, tais como, gazelas, cudos, impalas, porcos, coelhos, macacos, entre outros.
 Meio ambiente
A situação ambiental é preocupante, em face da evolução progressiva de erosão do
solo, concretamente na Chocas Mar, do abate indiscriminado do mangal, das queimadas
descontroladas, da destruição de corais, entre outros atentados contra a natureza.

 Recursos Minerais
Os principais recursos minerais do Distrito são as pedras calcárias e marinhas,
geralmente usadas para o fabrico de cal. As primeiras encontram-se, com maior incidência,
na zona de Namitatar a Sanhote. Existe uma predominância de jazigos de água mineral em
Saua-Saua na Sede do Distrito e na Serra de Matibane no Posto Administrativo de Matibane.

1
Fonte: Perfil do distrito de Mossuril, 2014
43

Podemos, ainda, encontrar as águas termais de Mitemane em Matibane, na Localidade de


Vida-Nova, no Posto Administrativo de Lunga.
 Infraestruturas
O distrito é servido por transporte rodoviário público e marítimo. Está ligado à estrada
principal de ligação entre Nampula, a capital de província, à cidade portuária de Nacala e à
Ilha de Moçambique. Além disso, Mossuril tem acesso indirecto ao Caminho-de-ferro de
Nacala para o Malawi.
No Distrito operaram 34 transportes rodoviários, sendo: 4 machibombos para
transporte de passageiros do Distrito à Cidade de Nampula; 23 viaturas de caixa aberta para o
transporte de carga e passageiros; 7 semi-colectivos inter-distritais, operando nos troços
Mossuril- Lumbo, Nacala e IIha de Moçambique e vice-versa.
Em relação ao transporte marítimo, operam no Distrito 55 barcos, sendo 10 à vela
para transporte de passageiros e 45 para transporte de mercadorias diversas, partindo de
Lunga a Mossuril, da IIha a Mossuril, de Mossuril a Matibane e vice-versa.
Funcionam, no distrito, 3 redes de telefonia móvel, nomeadamente a Vodacom, MCel
e Movitel, para além da TDM com rede fixa e sistema de internet. Nos serviços públicos
funciona a TD Rádio de Comunicação e Transmissão, na Secretaria Distrital, Comando da
PRM e nos 2 Postos Administrativos, de Lunga e Matibane.
O distrito possui 92 furos de água, dos quais 80 operacionais, e 3 Pequenos Sistemas
de Abastecimento de Água que beneficiam um total de 50.500 habitantes em todo o distrito.
No entanto, 80.920 pessoas continuam a viver em grandes dificuldades, por continuarem sem
acesso a água potável.
O distrito possui 108 escolas (das quais, 78 do ensino primário nível 1), e está servido
por 10 unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços
do Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente. Apesar dos
esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e manutenção das infra-
estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água a necessitar de
manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das chuvas, tem problemas
de transitabilidade.
3.6. História, Cultura e Sociedade
O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital composto por 50 membros e
presidido pelo Administrador Distrital. No Distrito funcionam 3 Conselhos Consultivos dos
Postos Administrativos, com 40 membros cada, e presididos pelo respectivo Chefe do Posto
Administrativo. No seu funcionamento participativo estes envolvem os membros dos 7
44

Conselhos Consultivos de Localidade.


Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do
PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local,
bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local, e
projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são
submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.
No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias,
de acordo com as entidades distritais, foi levado a cabo um trabalho de divulgação do mesmo
em todos os Postos Administrativos, Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido
envolvidas todas as camadas sociais. Este trabalho culminou com a legitimação pelas
respectivas comunidades dos Líderes Comunitários e com o seu reconhecimento pela
autoridade competente.
O Distrito possui 537 Autoridades Comunitárias. Sendo 95 do 1° Escalão, 92 do 2°
Escalão e 350 do 3°Escalão. Nesse período, o Governo Distrital, assegurou o pagamento do
subsídio dos líderes do 1° a 3°Escalões. É de salientar que todos os líderes do 3° Escalão já
foram reconhecidos mas ainda não possuem fardamento. Importa mencionar que todos os
líderes de todos os escalões foram reconhecidos.
A relação entre a Administração e as autoridades comunitárias é positiva e tem
contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido
aos conflitos de terras existentes no distrito.
A população, devidamente mobilizada pelas autoridades comunitárias, participa
activamente na abertura de estradas terciárias, que tem facilitado o escoamento dos
excedentes agrícolas, na construção de escolas com material precário, casas para alguns
Presidentes das Localidades e enfermeiros, na conservação de fontes de água, na denúncia de
malfeitores e na localização de terrenos para vários fins socioeconómicos e culturais.
A religião dominante é a Muçulmana, praticada pela maioria da população do distrito.
Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das
hierarquias religiosas se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias
actividades de índole social.
3.7. Turismo em Mossuril
Toda diversidade turística do Distrito que atrai actualmente cerca de 60 turistas por
semana, é acompanhada de históricos monumentos, como os casos de Quartel-general do
Mouzinhode Albuquerque, Rampa dos Escravos, Palácio do Verão dos Governadores,
45

Benfeitoresdos Escravos, 1° poço de Vasco de Gama, 1ª Igreja da nossa senhora dos


2
Remédios, entreoutros.
Por se situar no Litoral, Mossuril constituí um grande santuário do turismo tanto na
Província como no Pais em geral, através das suas lindas praias de Chocas-Mar, Lunga,
Cruce, Matibane, Ilhas de são Jamal, Sete Paus das Cobras e reserva de Mecruce,
águastermais, a sua cultura e a história local. O fluxo actual é de 60 turistas por semana, com
uma estadia média de 2 dias acomodadosem 72 camas, 1 loge, 4 restaurantes, todos com
condições normais de hospedagem para os turistas.
Os turistas percorrem as lindas praias do distrito, os monumentos, as estradas e
povoações apartir de informação verbal ou recolhida na cidade de Nampula bem como na
Ilha de Moçambique ou via internet, evidenciando-se a carência de produtos turísticos e
informaçãodessa índole no distrito.
Para um potencial de 150 turistas por semana e uma oportunidade de negócio de
90turistas/semana, dispõe-se localmente dos seguintes produtos:
 Visita via fluvial a Ilha de Moçambique;
 Pesca e caça desportiva;
 Campismo;
 Roteiro cultural;
 Sol limpo;
 Monumentos históricos;
 Cultura e tradição;
 História dos Portugueses em Moçambique.
3.7.1 Recursos Marinhos e Costeiros do Distrito de Mossuril
O Distrito de Mossuril possui uma extensão costeira com praias de areia branca, águas
cristalinas e calmas com recifes de corais, dunas costeiras, e lagoas com águas termais. O
habitat marinho é rico em grandes mamíferos como baleia, tubarão-baleia, dugongo e aréia,
tartarugas marinha etc., são os maiores atractivos para os visitantes que escalam o Distrito de
Mossuril.
3.8. Património Histórico e Cultural
O Património Histórico e Cultural existente no Distrito de Mossuril carecem de
muitos cuidados de preservação para o desenvolvimento do destino internacional com uma
identidade objectivamente diferenciada. O património cultural, para além dos edifícios da

2
Fonte: Perfil do distrito de Mussoril, 2014, p. 48.
46

época colonial, a dança e música tradicional, gastronomia local e locais históricos devem ser
preservadas e desenvolvidas, implicando a necessidade de priorização das actividades de
pesquisa e de revitalização da cultura tradicional.
Mossuril é um dos distritos mais antigo de Moçambique, a sua história é marcada pela
presença árabe, e durante o tempo colonial, pela actuação das Companhias Magestaticas, que
implementavam o trabalho forçado e o mussoco ou imposto de palhota (Pereira, sem data).
Mussuril é um distrito 0da província de Nampula que é representado pelos Swaihilis da costa
(Namarrais), aliados ao Sultanato de Angoche e outros Xeicados da costa, liderava o
comércio de escravos em troca de armas, pólvora e outros produtos, mesmo após abolição da
escravatura pelos portugueses (Martins,2011).
Isto sugere que o traje tradicional passe a ser um elemento importante a usar no
produto, principalmente para o segmento do mercado externo do turismo cultural. Mas
também, estes recursos apresentam um potencial para o grupo de interesse especial e turismo
doméstico/educação.
3.9. Estratégia do Turismo do Distrito de Mossuril
Para uma estratégia realista é necessária uma percepção clara do potencial turístico
que o Distrito de Mossuril possui, assim como o ambiente em que a Indústria do Turismo se
encontra inserida. Assim, o quadro abaixo apresenta uma descrição sumária do diagnóstico
3
SWOT que permite abordar os vários desafios que o sector deverá enfrentar nos próximos
anos.

3
O termo diagnostico SWOT tem haver com analise fofa
47

CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS


Neste capítulo por sinal o último, ira-se abordar questões ligadas a análise e interpretação de
dados, por meio da observação, entrevista e questionário remetidos aos funcionários do
governo do distrito, e aos residentes de Chocas Mar. Porém, o universo da pesquisa é a
população no distrito de Mossuril e Chocas mar e a amostra é a parte do universo
coleccionada desta. Neste caso, a pesquisa tem uma amostra de 50 elementos, dentre estes 43
residentes, e 7 funcionários do governo do distrito. Portanto, com base nos resultados dos
inqueridos obtidos no campo apresentam-se as seguintes categorias:

 Noção do Conceito de Turismo


 Importância de Turismo para a Comunidade Receptora
 Contribuição do turismo na melhoria de vida da população local.
 Geração de oportunidade de emprego para a população
 Oportunidade de venda de produtos da comunidade e manifestação cultural locais

4.1. Questões demográficas

4.2. Representação da amostra por sexo


Num universo de 50 indivíduos, a divisão do sexo representada por homens e mulheres,
ancorando – se a pesquisa dos 50 indivíduos seleccionados, 37 pessoas são do sexo
masculino e 13 pessoas são do sexo feminino, ora vejamos a representação percentual abaixo.

Gráfico 1: Representação da amostra por sexo

28%
Masculino
Feminino
72%

Fonte: autora (2019)

No gráfico acima representado, observa – se que maior número de pessoas entrevistadas são
homens com 74% e 26% da população representada por mulheres.
48

4.3. Representação da amostra por idade


De acordo com o questionário levantado, as idades foram segmentadas em dois grupos etários
seguintes; de 18 – a 39 anos e 40 – 60 anos, num universo de 50 pessoas, 41 indivíduas tem
idade que compreende a 18 – 39, e 9 indivíduos com idade correspondente a 40 -60 anos,
representados no gráfico a seguir os cálculos percentuais.

Gráfico 2: Representação da amostra por idade

18%

18 - 39 anos
40 -60 anos

82%

Fonte: autora (2019)

De acordo com o gráfico, 82% da população entrevistada é jovem em período de se


empregar, e 18% representada por população adulta já em idade de reforma, o que leva crê
que o primeiro grupo vem no turismo a esperança de oportunidade de geração de empregos.

4.4. Questões de conhecimento

4.4.1. Noção do Conceito de Turismo


A ponto de compreender se os inqueridos têm a noção do conceito de turismo, colocou-se a
seguinte questão: já ouviu falar de turismo?
Na tendência de querer saber o conhecimento do turismo dos 50 inquiridos, onde 47 pessoas
têm noção da actividade turística e 3 pessoas não tem noção da existência e, muito menos o
que é o turismo.
49

Grafico 3: Noção do Conceito de turismo

6%

Tem noção
Não tem noção

94%

Fonte: Autora (2019)


Na representação gráfica observa – se que cerca de 94% esta informada em relação ao
conhecimento do turismo e apenas 6% da fracção de 100% ainda não teve oportunidade de
informação turística o que leva afirmar que na localidade a população esta informada sobre o
funcionamento da industria turística.

4.5. Importância de Turismo para a Comunidade Receptora


Entretanto, no intuito de conhecer a importância de turismo consoante esta pergunta
adquiriu a seguinte questão:
 Conhece a importância da actividade turística para a comunidade?
Dos 50 elementos da amostra, 47 pessoas tem noção da importância da actividade turística,
apenas 3 pessoas não tem noção importância da actividade turística, como se pode ver no
gráfico de cálculo percentual a baixo.

Gráfico 4: Importância de Turismo para a população

6%

Tem noção
Não tem noção

94%

Fonte: Autora (2019)


50

Na representação gráfica observa – se que cerca de 94% tem noção da importância do


turismo para comunidade e apenas 6% não tem a noção da importância da actividade
turística, quanto ao números do gráfico 3 não sofreram nenhuma alteração em relação ao
gráfico 4, os mesmo indivíduos que não tem noção da existência do turismo , também são
os mesmos que não tem noção da importância do turismo. Em termos de representação,
este estão a baixo de 25% o que leva afirmar que o turismo faz – se sentir na localidade de
chocas mar.

4.6. Contribuição do turismo na melhoria da qualidade de vida da população


A fim de procurar saber com maior precisão mediante à contribuição do turismo na melhoria
da qualidade de vida da população, esta pergunta obteve-se a seguinte questão:
 O turismo contribui para a melhoria de vida da população?
Das respostas fornecidas pelos inqueridos, 32 pessoas afirma que o turismo contribui na
melhoria de vida da população, 18 afirmaram que há fraca contribuição do turismo na
melhoria da vida da população, num total de 50 pessoas como mostram os cálculos
percentuais no gráfico que se segue:

Gráfico 5: Melhoria de vida da população pelo turismo

36%
Sim

64% Não

Fonte: autora (2019)


A representação gráfica a cima ilustra que cerca de 64% da população, acha que pratica do
turismo na localidade em estudo tem melhorado muito a vida da população, porque oferece
oportunidade de negócios, geração de empregos o que ajuda no aumento da renda e 36%,
sustenta que ainda não é notório a contribuição do turismo na vida da população uma vez que
as oportunidades de negocio não beneficiam em grade parte a população local.
51

Ilustração 1: Turismo contribuindo na construção de centros de saúde e


restaurantes.

Fonte: da autora ( 2019)


directa, verificamos que
Diante os dados colhidos e com ajuda do método de observação
apesar da actividade turística em Chocas-Mar estar um pouco fraco na entrada do poder
aquisitivo local. Tem vindo a contribuir duma forma positiva e directa para as comunidades
locais, no que tange a restauração os donos dos restaurantes tem vindo a empregar a mão-de-
obra local.

O governo também tem vindo a contribuir no que diz respeito as unidades sanitárias que os
mesmos têm vindo a contribuir.

4.7. Geração de oportunidade de emprego do turismo para a população


Como forma de procurar saber a questão sobre contribuição do turismo na geração de
emprego por parte dos entrevistados colocou - se a seguinte questão:

 A prática do turismo gera oportunidades de emprego para a população?


52

Das respostas dadas pelos inqueridos, 40 pessoas afirmaram que o turismo tem gerado
emprego e as actividades de artesanal e a pesca tem sido as actividades que são mais bem-
vinda pela comunidade local, e apenas 10 pessoas que afirmaram que o turismo não gera
emprego. Fazendo a representação gráfica dos números colhidos temos.
Ilustração 2: Reabilitação da primeira Igreja da Africa Austral-Chocas Mar, pelos pedreiros
local.

Autor: da autora (2019)


Ilustração 3: Turismo contribuindo na actividade económica na área artesanal.
53

Fonte: da autora (2019)

Ilustração 4: Actividade pesqueira contribuido no turismo no desenvolvimento local

Fonte: da autora ( 2019)


54

Gráfico 6: Geração de emprego

Respostas dos inqueridos

10%
Actividade turistica contibue para
a economia local

Actividade turistica nao contibue


40%
para a economia local

Fonte: autora (2019)


De acordo com o gráfico ilustrativo, apresenta que 90% afirmou que o turismo gera
empregos, tanto directos, no que diz respeito aos profissionais que trabalham directamente
como o turismo (operadores, artesoes, e alguns guias).
Assim como indirectos uma vez que a actividade turística incrementa outras actividades
como, pesqueiras, transporte e comunicação, o comercio entre outas que formam a rede do
turismo, ao passo que 10% afirmou os empregos gerados pelo turismo não traz alteração na
economia local, por isso fica difícil afirmar categoricamente a contribuição do turismo na
geração de emprego seja notório, preferindo afirmar que não há geração de empregos pelo
sector.
Perante a nossa a nossa análise e com ajuda da observação directa concluímos que a
actividade turística tem vindo a contribuir no posto Administrativo de Chocas-Mar na
economia local. Os artesãos conseguem vender os seus produtos assim como os pescados e os
demais.

4.8. Oportunidade de venda de produtos da comunidade e manifestação cultural locais


Como forma de procurar saber a questão a oportunidade de venda de produtos da comunidade
e manifestações culturais locais colocou – se a seguinte questão:

 O turismo oferece oportunidades de venda de produtos locais e manifestações


culturais?
55

Das 50 pessoas questionadas 40 responderam que sim e 10 responderam que não, segue – se
a representação gráfica dos resultados por percentagem.

Gráfico 7: Oportunidade de venda de produtos da comunidade

20%

sim
não

80%

Fonte: Autora (2019)

Ilustração 5: Actividade artesanal contribuindo no Turismo na economia local.


56

Fonte: da autora ( 2019)


Das respostas dadas pelos inqueridos, 40 pessoas que correspondem a 80% afirmaram que o
turismo tem dado oportunidades de venda de produtos da comunidade e divulgação de
manifestações culturais como produtos artesanais, lembranças, a gastronomia e danças locais
e apenas 10 pessoas que correspondem a 20 % afirmou que o turismo oferece fraca
oportunidade de venda de produtos da comunidade e divulgação de manifestações culturais.
De um modo geral e de acordo com as respostas dos inqueridos pode se afirmar que o
turismo na comunidade tem contribuído para na economia da comunidade.
Todavia, é essencial que haja políticas vigentes para a evolução do turismo no país em geral e
na localidade de Chocas Mar em particular, inserindo no seio da comunidade local num
contexto informativo e divulgativo, cujos resultados sejam não apenas percebido como
também, possam vir a estimular o fortalecimento de sua identidade.
É de salientar que, uma das constatações que levantámos sobre a oportunidade de venda de
produtos da comunidade e manifestações culturais, o turismo desempenha um papel
importante na divulgação dos atractivos culturais de uma comunidade.
57

CONCLUSÃO
A actividade turística em Chocas Mar, desempenha um papel interessante no
desenvolvimento económico da comunidade local, o intercâmbio entre a população local e os
turistas é uma evidência que mostra claramente o desenvolvimento cultural entre os dois
grupos. Portanto, nota-se que há muitas manifestações culturais são revivificadas com a
presença dos turistas e pelo desejo de eles quererem conhecer essas heranças históricas.
O contributo da actividade turística no distrito de Mossuril em Chocas mar merece destaque,
porque caracteriza uma fase de crescimento em termos de rendas geradas pelo turismo com
enorme impacto sobre áreas rurais, especialmente aqueles detentores de considerável acervo
cultural.
Portanto, o turismo divulga o Património Cultural, e faz com que o mesmo seja conhecido
garantindo de certo modo o desenvolvimento socioeconómico da comunidade. Isto conduz à
necessidade de buscar alternativas de gestão do território que compatibilizem o crescimento
económico, considerando ser a actividade turística, hoje, um dos maiores impulsionadores
desse crescimento com a preservação dos valores culturais.
Portanto, alguns residentes deixam grandes contribuições em relação a importância desta
actividade para a comunidade local, valorizando o mesmo como fonte de informação
mostram responsabilidade de mantê-las para as novas gerações, como a forma de manter viva
a identidade cultural e de servir como cartão-de-visita para os turistas.
O contributo da actividade turística por parte da população residente por lá inquirida dos que
responderam maior parte deles referem que actividade turística é uma das fontes de resolução
dos problemas da população não só, este processo serve como um meio de intercâmbio
cultural.
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SUGESTÕES
Depois do estudo levantado recomenda-se soltar certas sugestões sobre o tema aprofundado
“Contribuição socioeconómica do Turismo para População do distrito de Mossuril- Posto
Administrativo de Chocas mar, respectivamente:

 Continuar a desenvolver acções que contribuam para a conscientização da população na


compreensão do turismo;

 Expandir a possibilidade de melhoria das condições de vida da população local, por meio
de serviços básicos até então inexistentes;

 Incentivar a comunidade a não esquecer que a preservação do meio ambiente é o caminho


para que a actividade turística perdure por tempo indeterminado;

 Pro pôr soluções como: aumento de edifícios que permitam aos turistas pernoitar com
maior segurança;

 Maior investimento na capacitação da mão-de-obra;

 Melhoria de vias de acesso a localidade, para permitir maior entrada de turistas.


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VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESE


Neste presente capitulo ir-se-á discutir os resultados das hipóteses, e sendo assim iremos
validar e desvalidar as possíveis hipóteses.
 A prática da actividade turística não contribui para economia da população da
localidade de Choca Mar.

Perante esta hipótese não constitui verdadeira, porque segundo os dados obtidos por
intermédio do método de observação directa verificou-se que as comunidades locais tem-se
beneficiado das actividades turísticas. No que diz respeito a comercialização do peixe e dos
artesanatos que as proarias comunidades têm feito para vender aos turistas.

 A prática da actividade turística contribui para economia da população localidade de


Chocas-Mar, na medida em que gera empregos directos e indirectos que vão
contribuir para a melhoria do bem-estar económico e social da comunidade
residente.

Esta hipótese constitui verdadeira. As comunidades tem aproveitado vender os seus


artesanatos através dos turistas que vêm sempre usufruir as paisagens do distrito de
Mossuril em particular na Localidade de Chocas-Mar (LCM).

Tendo em conta que a localidade de Chocas-Mar é banhado de lindas paisagens naturais,


tem motivado empreendedores a fazerem grandes construções de restauração, e que tem
trabalhado nessas infrastruturas a maior parte são os nativos e os mesmos também tem
sido guias turísticos. É assim que a actividade turística contribui de varia maneira para as
comunidades locais e também para o governo local.
60

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63

APÊNDICE
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ANEXOS

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