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Documentação em Museus
e Declaração dos princípios de documentação em
museus e Diretrizes internacionais de informação
Diretrizessobre
Internacionais de
objetos: categorias de informação do CIDOC /
Comitê Internacional de Documentação (CIDOC).
Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê
Internacional de Documentação
(CIDOC - ICOM)
Títulos originais: “Statement of Principles of Museum Documentation” e “International Guidelines for Museum
Object Information: the CIDOC Information Categories”.
ISBN: 978-85-8256-029-7
GERALDO ALCKMIN
Governador do Estado
SERGIO TIEZZI
Secretário Adjunto
MUSEU DA IMIGRAÇÃO
Marília Bonas Conte
Presidente Executiva
Thiago Santos
Coordenador Administrativo
Caroline Nóbrega
Coordenadora de Comunicação Institucional
Miguel Gutierrez
Diretor Administrativo e Financeiro
Paulo Vicelli
Diretor de Relações Institucionais
FICHA TÉCNICA
Coleção gestão e documentação de acervos: textos de referência
International Guidelines for Museum Object Information: The CIDOC Information Categories,
junho de 1995. Editores: Alice Grant, Joséphine Nieuwenhuis e Toni Petersen
Statement of principles of museum documentation, 2012
Tradução
Roteiro Editoração e Documentação
Revisão técnica
Marilúcia Bottallo (IAC – Instituto de Arte Contemporânea)
Produção editorial
Renata Cotrim (Museu da Imigração de São Paulo)
Impressão
Thony Print Editora Gráfica Ltda – ME
Sumário
Apresentação ......................................................................................................... 7
Nicholas Crofts
Presidente CIDOC/ICOM
Genebra, Suíça, dezembro de 2013 9
Apresentação à
edição brasileira
A discussão sobre “documentação” na área dos a Associação Pinacoteca Arte e Cultura – Organi-
museus não é nova. Como vários autores da área zações Sociais de Cultura, de disponibilização em
já destacaram, essa atividade é tão antiga quanto língua portuguesa de determinadas obras funda-
os próprios museus (Olcina, 1970). Mas, nas últimas mentais da literatura consolidada sobre diferentes
décadas, tem crescido a atenção dedicada por várias temas relacionados aos museus, particularmente
instâncias internacionais e nacionais ao redor do documentação. Como o próprio título da publica-
mundo sobre o tema. A explosão do uso da internet ção explica, trata-se do primeiro volume de uma
e os avanços cada vez mais rápidos das tecnologias coleção de textos técnicos que esperamos tenha
de comunicação e informação vieram reforçar o vida longa. Ao invés de manter a ordem dos textos
papel atual e importante da documentação dentro de acordo com a data original de publicação, op-
dos museus. Agora se fala do papel dessa atividade tamos por apresentar primeiramente a Declaração
não só no controle das coleções, mas, sobretudo em dos Princípios de Documentação em Museus, uma
processos de gestão e de intercâmbio e no acesso às vez que apresenta de forma geral e objetiva o pa-
informações produzidas sobre elas. pel e a relevância da documentação nos museus.
Com esse espírito foram feitas as presentes Na primeira parte desta obra temos então o
traduções das International Guidelines for Museum Statement of Principles of Museum Documentation,
Object Information: the CIDOC Information Catego- ou Declaração de Princípios de Documentação em
ries, lançadas originalmente pelo Comitê Interna- Museus, são apresentados os critérios básicos
cional de Documentação do ICOM em 1995, e do que fundamentam e reforçam a atividade de
Statement of Principles of Museum Documenta- documentação nos museus. Além disso, nesse
tion, lançado pelo mesmo Comitê em 2012. Essas documento há o registro de um esforço do
duas referências internacionais importantes repre- CIDOC em articular as recomendações sobre a
sentam dois momentos e objetivos diferentes do documentação ao que é indicado no Código de
referido Comitê e foram reunidas em uma única Ética do ICOM. Essa articulação, muito mais do
publicação, para que possam ser consultadas em que um esforço de diálogo entre publicações de
conjunto, de forma complementar. uma entidade internacional, torna clara a relação
entre responsabilidade pública de proteção e
Desse modo, a publicação que agora é apre- salvaguarda de um patrimônio coletivo e execução
sentada faz parte de uma iniciativa da Secretaria da atividade de documentação pelos museus.
de Estado da Cultura de São Paulo, em parceria Como será possível verificar no texto, a Declaração
com a Associação de Amigos do Museu do Café e de Princípios também foi amplamente discutida 11
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
em diferentes fóruns do CIDOC e elaborada a mais antigos do ICOM. Criado no ano de 1950 por
várias mãos, da mesma forma que as Diretrizes. profissionais ligados ao grupo fundador do ICOM,
o CIDOC herdou a preocupação já existente com a
Na segunda parte, temos a tradução das necessidade de padronização da informação em ca-
Guidelines, ou Diretrizes Internacionais de Informação tálogos de acervos, particularmente os de museus
sobre Objetos de Museus: Categorias de Informação de arte, da recém-extinta Oficina Internacional de
do CIDOC. As Diretrizes não são uma norma no Museus (1927-1945). Desde seus primeiros anos, o
sentido restrito do termo, pois não possuem natureza CIDOC teve forte apoio no Centro de Documentação
prescritiva ou obrigatória. Elas têm, antes, o caráter de UNESCO-ICOM que foi fundado e dirigido por Yvon-
uma orientação geral e inicial sobre aquilo que deve ne Oddon durante muitos anos (Olcina, 1986).
ser sempre considerado no momento da identificação
das peças de uma coleção. Portanto, as Diretrizes Olcina (1986) também destaca que o Centro
apresentam uma proposta, que não é a única e de Documentação UNESCO-ICOM era a instância
tampouco definitiva, para orientar os profissionais a responsável por reunir e disponibilizar dados so-
respeito de quais informações devem ser registradas bre os museus ao redor do mundo, realizar cur-
quando há necessidade de se documentar um sos de capacitação de profissionais sobre Muse-
acervo, e como devem fazê-lo. Há que se considerar ologia e padronização no registro das coleções.
ainda que as Diretrizes foram construídas a partir de Para completar a parceria, a secretaria do CIDOC
um longo processo de elaboração e de experiências foi exercida durante longo período por profis-
de vários profissionais associados ao CIDOC/ sionais oriundos do Centro de Documentação –
ICOM. Por isso mesmo, foram consolidadas no cargo que, por conta disso, também foi ocupado
decorrer dos anos pela comunidade profissional por Yvonne Oddon. Nesse sentido, Olcina (1986)
internacional e até hoje são usadas em vários realça que muito do que se produziu e publicou
contextos institucionais, como ponto de partida nas primeiras décadas de existência do CIDOC foi
para diversas atividades de documentação. fruto direto dessa relação profícua entre as duas
instâncias, ficando difícil até a identificação preci-
É preciso destacar dois aspectos importantes sa da autoria de alguns documentos.
acerca da tradução brasileira, discutidos na sequên-
cia: o primeiro é a contextualização, ainda que breve, Nos anos 1960, a atuação do CIDOC foi focada
do período de elaboração das Diretrizes. Julgamos na realização de uma série de atividades destinadas
que fazer isso seja importante para levar ao conheci- à criação de modelos padronizados de fichas cata-
mento dos leitores algumas características que aca- lográficas e legendas para identificação de objetos
baram por definir a forma da presente publicação. O (Olcina, 1986). Como exemplo desse período, é pos-
segundo ponto é a necessidade de tecer considera- sível destacar a elaboração, por Yvonne Oddon, da
ções sobre termos e definições presentes nas Diretri- ficha classificatória polivalente – Oddon 1. Tal ficha
zes, de modo a pontuar as diferenças de terminologia se chamava “polivalente” por ter sido elaborada para
entre o contexto de produção original daquele texto ser usada por vários tipos de instituições, pois sua
e o contexto brasileiro de tradução. Muito do que foi estrutura permitia o acréscimo de campos, confor-
discutido e definido para a tradução das Diretrizes me a necessidade. O modelo dessa ficha, junto a
se aplica também ao caso da Declaração de Princí- outras referências julgadas por Oddon como rele-
pios, principalmente no que se refere à terminologia vantes para o registro de acervos, foi incorporado ao
adotada. Esperamos, com isso, deixar alguns critérios seu importante manual Elements de Documentation
mais claros, sem a pretensão de encerrar possíveis Museographique/Elements of Museum Documenta-
discussões que são inerentes ao tema. tion, publicado em 1968 após curso oferecido por
ela em Jos, Nigéria. Para os brasileiros, parte da es-
trutura dessa ficha está disponível no livro Museus:
A contextualização da produção aquisição/documentação, de autoria de Fernanda
das Diretrizes Camargo-Moro, publicado em 1986.
Entender o caminho que levou à criação das
Diretrizes significa conhecer alguns momentos da Já na segunda metade da década de 1960,
história do próprio comitê que as criou – o Comi- quando toda a área de museus se tornou cons-
12 tê Internacional de Documentação (CIDOC), um dos ciente dos benefícios da informática na documen-
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
tação das coleções, o CIDOC passou a se preocupar A repercussão suscitada pelas dezesseis ca-
em coordenar as experiências em andamento para tegorias indicadas levou o CIDOC a dar continui-
a criação de sistemas computadorizados para mu- dade ao desenvolvimento do trabalho, que pas-
seus. Segundo Olcina (1986), por volta de 1967 o sou a ser concentrado, a partir de 1980, em um
CIDOC tentou criar um sistema único que pudesse grupo de trabalho denominado Documentation
abordar todos os outros, mas não teve o resultado Standards. A parceria entre o CIDOC e membros
inicialmente pretendido. Já naquela época as di- da então MDA se firmou com esse trabalho, sen-
ficuldades de compatibilização se mostravam um do notável a participação de Richard Light (MDA)
desafio que chegaria até os dias atuais. na liderança do grupo que tinha como propósitos
atuar como fórum de discussão sobre padrões de
A partir desse cenário, o CIDOC passou a re- dados de documentação em museus e elaborar
alizar uma síntese de todos os sistemas espalha- uma referência flexível para descrição de tais pa-
dos ao redor do mundo. Tal trabalho demoraria drões, de modo a facilitar seu desenvolvimento e
anos para ser concluído e, apesar do esforço de comparação (Roberts, 1996).
todos os profissionais envolvidos, não seria pos-
sível consolidar um conjunto específico de pro- O próprio CIDOC (1995) destaca que o período
cedimentos que dessem conta do maior número de 1980 e 1992 foi marcado pelo desenvolvimento
possível de museus. Olcina (1986) destaca que, na intensivo de várias iniciativas paralelas para tornar
mesma época, no Reino Unido, o Information Re- possível abarcar todas as questões levantadas em
trieval Group of the Museum Association (IRGMA) 1978. Nesse período, o grupo de trabalho Docu-
lançaria um formato mínimo com esse objetivo, e mentation Standards seria subdividido, levando
mesmo que não atingisse todas as realidades, foi à criação, posteriormente, de outros como o Data
adotado pelo CIDOC como base para continuação Standard e o Data Model. Em 1992 foi apresentada
do seu trabalho (Olcina, 1986).1 Em 1978, na Con- uma proposta de categorias de informação e de um
ferência Anual do CIDOC na cidade de Julita/Sué- modelo de dados para o registro das coleções na
cia, Peter Homulos2 e Robert G. Chenhall3 apresen- Conferência Trienal do ICOM em Québec, Canadá.
taram o resultado desse trabalho de tantos anos: A proposta foi analisada pelos outros comitês inter-
um conjunto mínimo de dezesseis categorias de nacionais do ICOM, os quais sugeriram a elaboração
informação, tidas como básicas para identificação de apenas um único documento que consolidasse
de um objeto, para obter o registro de sua história, as boas práticas existentes e que pudesse ser am-
de sua proveniência e uso e para a atividade de plamente difundido entre as instituições. Seria o co-
inventários internos dos museus. meço, de fato, da elaboração das Diretrizes.
Por fim, em 1995 foram lançadas as Internatio- tradução exata de seu próprio título. O mesmo se
nal Guidelines for Museum Object Information: the aplica ao caso da tradução do texto da Declaração
CIDOC Information Categories, elaboradas a partir de Princípios. A expressão utilizada em ambos os
da experiência de profissionais de várias regiões do casos é “museum documentation”, que não pos-
mundo, mas principalmente dos Estados Unidos, sui tradução específica para o português, tendo em
Canadá, França e Reino Unido. Como já dito, as Gui- vista as diferenças entre o que ela significa para
delines ou Diretrizes nascem não como o “paraíso os profissionais ligados ao CIDOC que produziram
prometido” do padrão universal sobre identificação o documento (Estados Unidos, Canadá, França e
de objetos de museus, mas como um ponto de par- Reino Unido) e “documentação museológica”, que
tida. Antes, renegam esse objetivo inalcançável e é uma expressão amplamente usada em solo bra-
frustrante, principalmente para os museus. sileiro, mas com conotações distintas.
As Diretrizes colocam em pauta a pertinência No glossário das Diretrizes, o leitor tem acesso ao
de uma proposta que não se fecha em si mesma, verbete “museum documentation” definido como o
mas facilita o crescimento do trabalho e do uso conjunto de registros sobre os objetos, os quais de-
convergente de vários padrões (de estrutura de vem conter informações sobre a origem, procedência,
dados, de terminologia etc.) que se completam. aquisição e história posterior de uso do objeto. Tam-
Desde o contexto de lançamento do documento, bém é usado como sinônimo do processo de coletar
já era consenso do grupo elaborador que apenas as informações citadas. Assim, é ao mesmo tempo o
um padrão não seria a resposta e sim apenas mais registro e o processo de registrar. Tal expressão en-
uma possibilidade, demonstrando avanços em re- contra-se difundida, particularmente, na literatura
lação ao objetivo primeiro que balizou as revisões de países de língua anglo-saxã, na qual a discussão
decorrentes da proposta de 1978. sobre a Museologia ou sobre o que é “museológico”
não faz parte da tradição da área de museus.
Tais aspectos podem parecer bastante razo-
áveis, mas quando analisados mais de perto pos- Outra característica que demonstra a dife-
suem um impacto profundo no cotidiano profis- rença entre o que se entende por “museum do-
sional: antes de qualquer ação, as Diretrizes exigem cumentation” e o que chamamos aqui de “docu-
dos profissionais que “reflitam sobre suas necessi- mentação museológica” está na sua definição em
dades e façam as escolhas e adaptações de modelos quatro distintas funcionalidades, a saber: garantia
existentes a partir disso”, como bem destaca Grant da “responsabilidade” sobre o acervo (accounta-
(1996) a respeito da pertinência do uso de mode- bility), da segurança do acervo (security), da for-
los e padrões. Não cabe, portanto, a “reinvenção da mação de um “arquivo histórico” sobre a coleção
roda” e tampouco a aplicação acrítica de iniciativas (historic archive) e do acesso físico e intelectual
como as Diretrizes. No que se refere a esta breve à coleção (access). O documento está organizado
contextualização, cabe por fim ressaltar que a publi- em 22 grupos de informação utilizados para do-
cação das Diretrizes, assim como outras iniciativas, cumentar um objeto. Esses se subdividem em vá-
representa um avanço positivo e fundamental para rias categorias. Cada grupo de informação possui
o crescimento profissional da área de museus. uma vinculação específica com uma ou mais das
quatro funções da documentação descritas acima.
Na sequência, apresentamos algumas notas
sobre a tradução brasileira que poderão auxiliar na A “responsabilidade” é a função predominante,
compreensão dos termos e definições empregados por ser vinculada a 18 dos 22 grupos, seguida da fun-
no documento e, consequentemente, na avaliação ção acesso (17 grupos), da segurança (15 grupos) e,
do seu uso pelos museus. por último, do “arquivo histórico” (11 grupos) – suge-
rindo, assim, uma predominância da atenção admi-
nistrativa sobre as coleções. Uma interpretação pos-
Notas sobre termos e definições presentes sível indica que, apesar de toda a relevância em criar
nas Diretrizes contextos museológicos para os acervos, a orientação
primeira do fazer documental está na garantia de que
O primeiro ponto a ser destacado sobre a ter- o museu tenha o domínio da gestão das coleções – o
14 minologia usada nas Diretrizes é a dificuldade na que é, obviamente, importantíssimo.
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
11. Em caso de perda ou roubo de objetos, o 15. Além dos detalhes individuais dos objetos, o
museu deverá ser capaz de fornecer às autoridades museu deverá produzir informações sobre temas
competentes todas as informações e imagens que e assuntos de relevância para o acervo. Essa
possam auxiliar na sua recuperação, tais como seu iniciativa deverá incluir detalhes sobre as pessoas,
número ou identificador único, data ou período organizações e culturas associadas ao acervo
de produção, autor, materiais, medidas, estado de tais como doadores, colecionadores, autores,
conservação e características particulares. A norma proprietários e usuários anteriores. Quando
Object ID 6 oferece diretrizes sobre os conceitos apropriado, a instituição deverá, ainda, produzir
adequados para essa finalidade. informações sobre sítios arqueológicos e de história
natural, seu entorno e processos arqueológicos
12. A documentação deverá incluir informações (artigo 3.3 do Código).
sobre direitos de propriedade intelectual
relacionados ao objeto. Com o objetivo de respeitar 16. O sistema deverá oferecer mecanismos que
tais direitos, o museu deverá documentar os possibilitem a incorporação das informações
detentores de quaisquer direitos de propriedade do acervo em materiais educacionais e de
intelectual associados ao acervo e monitorar interpretação, exposições on-line e recursos de
qualquer transferência desses direitos. aprendizagem.
13. O sistema deverá incluir os resultados de 17. O sistema de documentação deverá dar suporte
pesquisas e outros materiais publicados sobre o em relação aos procedimentos de gestão do acervo,
objeto ou qualquer referência a essas informações, tais como as etapas a serem seguidas e as decisões
tais como registros em catálogos de exposições. a serem tomadas por ocasião do empréstimo de
As citações feitas em publicações deverão incluir o um objeto a outra instituição.
número de identificação exclusivo do objeto.
18. O sistema deverá incorporar informações sobre
14. Se a documentação do acervo mostrar-se todas as atividades importantes relativas à gestão
inadequada, o museu deverá implementar um do acervo que possam afetar um determinado
programa de melhoria do sistema dentro de um objeto como, por exemplo, conservação (artigo
prazo acordado. As fontes para obtenção dessas 2.24 do Código), fotografia, empréstimo a terceiros
informações poderão incluir o levantamento e seu uso em exposições e mostras.
físico do acervo e a revisão de todos os registros
e arquivos originais. A principal prioridade 19. Quando se procede à baixa patrimonial de
deverá ser o estabelecimento de um inventário um objeto do acervo, sua documentação deve
preliminar do acervo contendo informações ser mantida em poder do museu. Se o objeto for
básicas sobre cada objeto, tais como número transferido para outro museu, este deverá receber
de identificação, localização, nome do objeto e uma cópia da documentação existente sobre ele.7
estado de conservação. Caso haja objetos que Os detalhes sobre as condições nas quais se deu a
não possuam número e o número anterior não baixa patrimonial e sua aprovação formal deverão
possa ser localizado na documentação original, ser incluídos na documentação sobre o objeto
um novo número deverá ser atribuído durante (artigo 2.12-2.17 do Código).
esse processo.
22
Comité International pour la Documentation. Conseil International des Musées
Comitê Internacional de Documentação do Conselho Internacional de Museus
Diretrizes Internacionais
de Informação sobre
Objetos de Museus:
Categorias de
Informação do CIDOC
Junho de 1995
Publicado pelo Comitê Internacional de Documentação do Conselho Internacional de Museus
Este documento apresenta as Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus: Catego-
rias de Informação do CIDOC, desenvolvidas pelo Comitê Internacional de Documentação (CIDOC) do
Conselho Internacional de Museus (ICOM). Trata-se de uma descrição das Categorias de Informação
que podem ser utilizadas no desenvolvimento de registros sobre os objetos em coleções museológicas.
Produção
Publicado pelo Comité International pour la Documentation. Conseil International des Musées
Comitê Internacional de Documentação do Conselho Internacional de Museus
Editado pela equipe de projeto da área de Dados e Terminologia do CIDOC em conjunto com os
Grupos de Trabalho de Modelagem de Dados do CIDOC.
Editores: Alice Grant, Joséphine Nieuwenhuis, Toni Petersen
Publicado pela primeira vez em junho de 1995 nas versões impressa e eletrônica.
Versão também disponível em francês (2013)
© International Committee for Documentation of the International Council of Museums (CIDOC), 1995.
Todos os direitos reservados.
Versão impressa, ISBN 92-9012-124-6
Formatos disponíveis
Esta publicação está disponível nos seguintes formatos:
As versões impressa e eletrônica das Diretrizes podem ser obtidas em: ICOM, Maison de Unesco, 1,
Rue Miollis, 75732, Paris, cedex 15 França tel.: +33 1 47340500; fax: + 33 1 43067862;
e-mail: icom@unesco.org
A versão eletrônica das Diretrizes também pode ser obtida neste endereço:
http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/cidoc/DocStandards/
guidelines1995.pdf
Apresentação.................................................................... 31 Exemplos:.................................................................... 48
Prefácio............................................................................... 33 Observações:............................................................... 48
Agradecimentos.............................................................. 35 Definição:..................................................................... 48
Introdução......................................................................... 37 Exemplos:.................................................................... 48
Glossário............................................................................ 41 Observações:............................................................... 48
Grupo de Informação
sobre Direitos de Reprodução...................... 70
Objetivo:....................................................................... 70
Categorias de informação:...................................... 70
Exemplos:.................................................................... 70
Observações:............................................................... 70
Aviso de direitos de reprodução........................... 70 29
Apresentação
Andrew Roberts
Presidente do CIDOC, 1989-1995
Cambridge, junho de 1995
prefácio
Durante a reunião do Conselho do CIDOC re- logia) e Alice Grant (Grupo de Trabalho de Modela-
alizada em 1993 em Ljubljana, Eslovênia, o Grupo gem de Dados). Houve, ainda, a colaboração com
de Trabalho de Dados e Terminologia do CIDOC foi outras quatro iniciativas voltadas para a identifica-
incumbido de desenvolver um conjunto de Catego- ção das Categorias de Informação, com os seguin-
rias de Informação para objetos museológicos. Esse tes objetivos específicos:
produto destinava-se a ser utilizado pela comuni-
dade museológica internacional e, especialmente, • Grupo de Trabalho de Sítios Arqueológicos do
por instituições de pequeno porte com acesso res- CIDOC, voltado para o desenvolvimento de di-
trito às normas existentes, bem como aquelas loca- retrizes de registro de sítios arqueológicos e
lizadas em países em desenvolvimento. monumentos (CIDOC, 1995c);
A principal prioridade foi rever as normas de reunião realizada em Londres em abril de 1994
informação nacionais e internacionais já existentes. e patrocinada pelo AHIP, os membros da equipe
Em outubro de 1993, os membros do CIDOC de 19 do projeto revisaram a análise e concordaram
países foram convidados para contribuir com o pro- com o conteúdo da minuta do relatório prelimi-
jeto. O pedido resultou em 19 normas relativas a nar, temporariamente intitulado “Categorias de
dados (ver o item “Contribuições para o Processo de Informação Mínima para Objetos de Museus”.
Desenvolvimento destas Diretrizes”). Posteriormen- Essa minuta foi discutida durante duas sessões
te, a solicitação da definição de normas para mu- da Conferência do CIDOC realizada em Washing-
seus de história natural foi acrescentada às quatro ton, D.C., em 1994. Como resultado das sugestões
anteriores. A coordenação do projeto analisou as dos participantes da conferência e da equipe do
referidas normas levando em consideração a lista projeto, as orientações foram submetidas a uma
original de categorias estabelecidas pelo CIDOC em extensa revisão.
1978, as Categorias de Informação para coleções de
arte e arqueologia, o modelo de dados e as listas A equipe do projeto está ciente de que as
em desenvolvimento pelos grupos de colaborado- Diretrizes ainda não adquiriram o status de uma
res. Uma análise foi elaborada identificando as ca- norma oficial. Atualmente, elas devem ser inter-
tegorias em comum existentes entre essas fontes. pretadas como uma proposta em busca de con-
senso entre a comunidade museológica inter-
As principais Categorias de Informação des- nacional. Ficaremos satisfeitos se conseguirmos
tas Diretrizes resultaram dessa análise. Durante a fazer tanto.
34
agradecimentos
A conclusão bem sucedida deste projeto só foi pos- Siegfried Krause (Alemanha), Grupo de Trabalho
sível graças ao esforço conjunto dos membros do de Dados e Terminologia
CIDOC que fazem parte dos Grupos de Trabalho de
Alan Seal (Reino Unido), Grupo de Trabalho de
Dados e Terminologia e de Modelagem de Dados:
Dados e Terminologia
Anne Serio (EUA), Grupo de Trabalho de Dados e
Presidentes do Projeto: Terminologia
Toni Petersen (EUA), Grupo de Trabalho de Dados
Patricia Young (Canadá), Grupo de Trabalho de
e Terminologia, e Alice Grant (Reino Unido), Grupo
Dados e Terminologia
de Trabalho de Modelagem de Dados
Colaboradores:
Coordenadora do Projeto: Roger Leech (Reino Unido), Grupo de Trabalho de
Joséphine Nieuwenhuis (EUA), Grupo de Trabalho Sítios Arqueológicos do CIDOC
de Dados e Terminologia
Andrew Roberts (Reino Unido), ex-Presidente do
CIDOC e do projeto AFRICOM do ICOM
Equipe de Projeto:
Alenka Simikic (Eslovênia), Grupo de Trabalho
Joseph Busch (EUA), Grupo de Trabalho de Dados
Etnográfico/Etnológico do CIDOC
e Terminologia
Robin Thornes, Projeto Internacional de
Ecaterina Geber (Romênia), Grupo de Trabalho de
Normas de Documentação para a Proteção de
Modelagem de Dados
Objetos Culturais
Cary Karp (Suécia), Grupo de Trabalho de Vários colegas interessados realizaram o trabalho
Modelagem de Dados de rever uma minuta anterior a estas Diretrizes,
Jane Kirk (Reino Unido), Grupo de Trabalho de e suas valiosas contribuições foram incorporadas
Dados e Terminologia a este documento. São eles: Joan Bachrach, 35
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Anne Claudel, Claire Constans, Christer Larsson, senvolvimento do SPECTRUM, conjunto de nor-
Dominique Piot-Morin, Gillian Quine, Eva Stengard mas de documentação do Reino Unido. Atual-
e Leonard Will. mente, ela desempenha a função de Gerente de
Desenvolvimento de Sistemas no National Mu-
Toni Petersen, Presidente do Grupo de Trabalho
seum of Science & Industry, em Londres.
de Dados e Terminologia, é Diretor do Art and
Architecture Thesaurus (AAT), uma iniciativa do
Getty Art History Information Program (AHIP). O AHIP possibilitou a coordenação do projeto por
Nos estágios iniciais do projeto, Alice Grant de- Joséphine Nieuwenhuis, da equipe do AAT, além
sempenhou a função de Gerente de Desenvolvi- de patrocinar outros custos do projeto. Nossos
mento de Normas da Museum Documentation agradecimentos a essas organizações por seu
Association (MDA), sendo responsável pelo de- comprometimento com esta iniciativa.
36
introdução
Conforme já mencionado, uma das funções O controle de terminologia pode ser utilizado
mais importantes das Diretrizes é desempenhar o para estabelecer os termos apropriados a serem
papel de modelo de referência que possa ser uti- utilizados nas Categorias de Informação. Tal con-
lizado no planejamento de um sistema de docu- trole também auxilia o catalogador no desenvol-
mentação em museus. Estima-se que as Diretrizes vimento de informações consistentes e ajuda o
serão utilizadas como base para sistemas novos e usuário na busca por informações. O processo de
revisados, em associação com outras normas. desenvolvimento de uma terminologia controla-
Um sistema individual precisa incorporar cada da inclui:
Grupo e Categoria de Informação que seja adequa-
do para as necessidades de usuários específicos. O • a identificação e a definição dos termos que
conjunto exato de Grupos e Categorias de Informa- podem ser utilizados em uma categoria;
ção irá variar de acordo com cada instituição:
• a decisão quanto à utilização, pelo cataloga-
• o museu pode não necessitar de alguns Gru-
dor, de um termo (termo preferencial), ou se
pos de Informação: por exemplo, o Grupo de
deve evitá-lo (termo não preferencial);
Produção pode não ser relevante para um
museu de ciências naturais. Quando um Gru-
po de Informação é aplicável a apenas uma • o estabelecimento das relações entre os ter-
disciplina, isso é indicado no texto; mos, como, por exemplo, a abrangência de
um termo em relação a outros.
• o museu pode não necessitar de algumas Ca-
tegorias de Informação dentro de um grupo:
por exemplo, a indicação do nome da subor- Um museu poderá decidir-se a desenvolver
dinação hierárquica de uma instituição pode uma ou várias terminologias controladas espe-
cíficas para as suas necessidades particulares,
não ser necessária no caso de alguns museus.
como, por exemplo, a codificação utilizada em
relatórios de estado de conservação. Entretanto,
Porém, museus especializados podem reque- em situações mais complexas, tais como nomes
rer Categorias de Informação adicionais que não de objetos e nomes próprios, materiais e técnicas,
estejam previstas nas Diretrizes. O conjunto de ca- em geral, é preferível adotar terminologias exis-
tegorias proposto nas Diretrizes não pretende ser tentes e publicadas, tais como aquelas incluídas
exaustivo ou restritivo, mas fornecer um núcleo em tesauros padronizados. A ampla utilização de
que possa ser utilizado como base. Outras catego- tesauros já estabelecidos visa facilitar a busca por
rias poderão ser incluídas em futuras versões. informações nas coleções.
• Art & Architecture Thesaurus (AAT) (1994): AITF Projeto resultante da colaboração
uma terminologia abrangente de termos de entre o AHIP e a Art Information Task
arte e arquitetura que inclui nomes de obje- Force (força-tarefa para informação
tos, materiais, técnicas e outros termos utili- em arte) da College Art Association.
zados na descrição de objetos; e Seu objetivo é desenvolver e promover
normas para documentação de obras
• Union List of Artist Names (ULAN) (1994): uma de arte.
base de dados com nomes de artistas e ar-
quitetos que inclui dados biográficos e biblio-
Aquisição Trata-se da transferência de
gráficos.
propriedade (titularidade) de um
Existem ainda outras publicações dedicadas à objeto para a organização.
terminologia museológica, tais como:
Auditoria Procedimento por meio do qual
• Directory of Thesauri for Object Names do
a presença física dos objetos do
CIDOC (Diretório do Tesauro do CIDOC para
museu é comparada com a sua
nomes de objetos) (CIDOC, 1994). Esse diretó-
presença documentada nos registros
rio relaciona várias terminologias controladas
da instituição, a qual deverá prestar
produzidas com o objetivo de especificar os
contas por cada um deles a qualquer
nomes de objetos;
momento.
Catalogação
Glossário
Compilação e manutenção de
AAT Tesauro de termos de arte e arquitetura. informações importantes por meio
Parte do Programa de Informação da descrição sistemática dos objetos
sobre História da Arte (Art History da coleção, incluindo a organização
Information Program) da Fundação J. dessas informações para formar um
Paul Getty, o AAT foca na necessidade arquivo catalográfico dos objetos.
de vocabulário controlado de termos
nos campos da arte e da arquitetura CHIN Canadian Heritage Information
e de sua utilização em bancos de Network (Rede de Informação do
dados bibliográficos e visuais, bem Patrimônio Canadense).
como na documentação de coleções
de objetos.
CIDOC Comitê Internacional de
Documentação do Conselho
AHIP Programa de Informação sobre Internacional de Museus.
História da Arte (Getty Art History
Information Program), um dos sete
programas operados pela J. Paul
Getty Trust.
2 O termo “campo” pode ser aplicado em sistemas de registro
manuais ou mecânicos (ficha catalográfica) ou informatizados
(banco de dados). No segundo caso, também se utiliza o termo
“metadado”. (N.R.) 41
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Estrutura de dados
Forma como os conjuntos de dados
são organizados dentro de determi-
3 Na versão lusófona do código de ética para museus o
nado sistema. termo utilizado é “Aquisição”. No Brasil, também se utiliza o
termo “Tombamento”. De acordo com o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o tombamento é um ato
administrativo realizado pelo Poder Público, nos níveis federal,
Gestão de coleções estadual ou municipal, com o objetivo de preservar bens de valor
histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e, também, de valor
Garantia de uma documentação, pre- afetivo para a população. Seu objetivo é impedir a destruição e/ou
servação e acesso eficientes às cole- descaracterização de tais bens. Pode ser aplicado aos bens móveis
e imóveis, de interesse cultural ou ambiental aplicado, apenas,
ções museológicas. aos bens materiais de interesse para a preservação da memória
coletiva. Sobre o assunto ver: http://portal.iphan.gov.br/portal/
montarPaginaSecao.do?id=12576&retorno=paginaIphan; http://
archives.icom.museum/codes/Lusofono2009.pdf.; Último acesso: 4
ICOM Conselho Internacional de Museus. nov. 2013. (N.R.)
Transferência de titularidade
Objeto Item que integra o acervo de uma Termo legal utilizado para descrever
instituição de forma permanente o processo formal de transferência da
(neste caso, será registrado no ca- propriedade de um objeto de uma
dastro de incorporações5) ou tem- pessoa ou instituição para outra.
porária (por exemplo, um depósito
ou empréstimo). Para coleções de
história natural, utilizamos preferen-
cialmente o termo “espécime” no lu-
gar de “objeto”. Neste documento, os
dois termos devem ser considerados
equivalentes.
Responsabilidade6
Para definir responsabilidades, o
museu deve demonstrar aos au-
ditores, mantenedores, conselhos
administradores e seguradoras a
existência de uma gestão adequada
e responsável dos objetos sob sua
custódia. Um componente impor-
tante da responsabilidade é a ma-
nutenção de um inventário físico
confiável e atualizado dos objetos
sob custódia da instituição.
Exemplos:
doação
compra
troca
legado
desconhecido
coleta de campo
Observações:
Esta Categoria de Informação poderá ser repetida
se o objeto tiver sido obtido por meio de mais de
um método ou meios legais.
Recomenda-se o uso de termos controlados para
esta Categoria de Informação. Veja o item “Controle 47
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Observações:
Utilize sempre o mesmo formato para registrar
datas.
Registre sempre os quatro dígitos do ano. Por
exemplo, “1994”, e não “94”.
Fonte da aquisição
Definição:
Nome do indivíduo ou organização da qual o
objeto foi adquirido.
Exemplos:
Hapgood, Jane S.
Observações:
considerado crime contra o patrimônio nacional; A Constituição
A fonte da aquisição é o indivíduo ou organização Federal de 1988 (Artigo 225, Parágrafo IV), que considera os sítios
que transferiu a titularidade formal do objeto, e arqueológicos como patrimônio cultural brasileiro, garantindo
sua guarda e proteção, de acordo com o que estabelece o Artigo
não um agente. 216; A Portaria IPHAN/MinC 07, de 01/12/1988, que normatiza e
Recomenda-se o uso de um arquivo de autoridade legaliza as ações de intervenção junto ao patrimônio arqueológico
nacional; A Portaria IPHAN/MinC nº 230, de 17/12/2002, que define
para esta Categoria de Informação. Veja o item o escopo das pesquisas a serem realizadas durante as diferentes
“Controle de conteúdo e terminologia” na fases de licenciamento de obra. Fonte: http://arqueologiabrasil.com.
br/arqueologia/Leis.shtm; Último acesso: 10 nov. 2013. (N.R.)
Introdução para obter mais detalhes sobre fontes
de terminologia controlada. 2 A coleta de material biológico pertencente ao Patrimônio
Genético nacional – biológico animal, vegetal, fúngico ou
No caso de coletas de campo arqueológicas1 ou microbiano – necessita de autorização do IBAMA. As principais leis
e normas sobre esses processos são: Legislação para Coleta IN nº
154/2007/IBAMA que determina para quais atividades de coleta é
obrigatória a autorização, tais como coleta de material biológico,
captura ou marcação de animais silvestres in situ; manutenção
1 No Brasil a legislação sobre bens de natureza arqueológica temporária de espécimes da fauna silvestre em cativeiro; transporte
determina que todo achado arqueológico é qualificado como Bem de material biológico; recebimento e envio de material biológico ao
da União. As principais leis que regulam o acesso e a intervenção exterior; realização de pesquisa em unidade de conservação federal
em sítios arqueológicos orientam que tais procedimentos devem ou em cavidade natural subterrânea. Há também a Autorização
ser submetidos à apreciação do IPHAN. A coleta é permitida para coleta de amostra de material biológico. Norma Legal: IN nº
somente depois da expedição de autorização escrita pelos órgãos 154/2007/IBAMA que regula, entre outros: Licença Permanente
competentes e no âmbito de projetos de pesquisa e de salvamento para Coleta para fins de pesquisa científica e Autorização Específica
arqueológico feito por instituições públicas ou por empresas de para Coleta para fins de ensino, pesquisa científica, bioprospecção
arqueologia que atuam por contrato. O comércio e a propriedade e desenvolvimento tecnológico, entre outras normas. Fonte: http://
privada de bens arqueológicos brasileiros é ilegal. Alguns museus www.prp.unicamp.br/patgen/coleta.php#coletaAutorizacoes. (N.R.)
têm a tutela de bens arqueológicos por meio de permissão
concedida pelo IPHAN. 3 Em função da particularidade da legislação brasileira sobre coletas
As principais leis que regem o patrimônio arqueológico nacional de campo arqueológicas não cabe atribuir a propriedade de bens
são: A Resolução CONAMA 01/86, especificamente Artigo 6, Inciso I, arqueológicos ao proprietário do terreno, embora essa informação
Alínea C, onde são destacados os sítios e monumentos arqueológicos deva constar em outros documentos comprobatórios, como fontes
como elementos a serem considerados nas diferentes fases de sobre a origem e procedência da coleta de campo. (N.R.)
planejamento e implantação do empreendimento (LP, LI, LO); A
Resolução CONAMA 237/97, que detalha as atividades e produtos 4 Alguns museus recebem autorização formal, por meio de seus
esperados para cada uma das fases acima citadas; A Lei nº 3.924, de órgãos gestores do patrimônio arqueológico e natural, para tutelarem
26/07/1961, que proíbe a destruição ou mutilação, para qualquer tais bens em nome da União e de acordo com as distintas hierarquias
48 fim, da totalidade ou parte das jazidas arqueológicas, o que é administrativas às quais o museu está subordinado. (N.R.)
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
Observações: Exemplos:
Recomenda-se o uso de termos controlados para Data de baixa patrimonial: 01-12-1992
esta Categoria de Informação. Veja o item “Controle Data de alienação: 13-01-1992
de conteúdo e terminologia” na Introdução Método de alienação: transferência
para obter mais detalhes sobre fontes de Destinatário da alienação: The Henley
terminologia controlada. Rowing Museum 49
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Observações: Exemplos:
• Tanto a data de baixa patrimonial como de destruição
alienação são necessárias para garantir que transferência
o objeto foi oficialmente retirado da coleção, perda
bem como para mostrar que a alienação real- venda
mente aconteceu.
Observações:
• Essas informações não podem ser repetidas • Esta Categoria de Informação não pode
em um registro, uma vez que um objeto é ser repetida.
alvo de baixa patrimonial e alienado apenas
uma vez. • Recomenda-se o uso de termos controlados
para esta Categoria de Informação. Veja o item
Data de baixa patrimonial “Controle de conteúdo e terminologia” na In-
Definição: trodução para obter mais detalhes sobre fon-
Data na qual o objeto foi oficialmente tes de terminologia controlada.
desincorporado do registro de patrimônio.
Destinatário da alienação
Exemplos: Definição:
03-01-1994 Indivíduo, grupo ou organização para quem o
objeto alienado foi transferido.
Observações:
• Utilize sempre o mesmo formato para regis- Exemplos:
trar datas. Giles Teaching Collection
Exemplos:
03-01-1994
Observações:
• Utilize sempre o mesmo formato para
registrar datas.
Método de alienação
Nomenclatura alternativa:
Tipo de alienação
Definição:
Método por meio do qual um objeto que recebeu
baixa patrimonial foi alienado.
50
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
Observações: Exemplos:
• Quando necessário, incluir informações sobre fotografia colorida
molduras, bases e apresentação. digital
Nome da instituição
Grupo de Informação sobre
Nomenclatura alternativa:
Instituição
Nome da organização
Nome da divisão
Grupo de Informação sobre Instituição
Nome do custodiante
Objetivo:
Esta informação favorece principalmente a
Responsabilidade e o Acesso. Ela é essencial para Definição:
a troca de informações sobre o objeto com outras Nome que identifica a instituição legalmente
instituições, uma vez que informa a localização da responsável pelo objeto e sua documentação.
documentação de um objeto e, em muitos casos,
do próprio objeto.
Exemplos:
Categorias de informação: Smithsonian Institution
Nome da instituição
Subordinação institucional Observações:
Endereço da instituição • Recomenda-se o uso de termos controlados
País da instituição para esta Categoria de Informação. Veja o item
“Controle de conteúdo e terminologia” na In-
Exemplos: trodução para obter mais detalhes sobre fon-
Nome da instituição: Smithsonian Institution tes de terminologia controlada.
Subordinação institucional: National Museum of
American History (Museu Nacional de História Subdivisão da instituição
Americana) Nomenclatura alternativa:
Subordinação institucional: Departamento de Nome da subdivisão organizacional
História Social e Cultural Nome do departamento
Subordinação institucional: Divisão de Vida Nome da subdivisão
Doméstica Nome do custodiante da subdivisão
Endereço da instituição: 12th Street at
Constitution Avenue, Washington DC 20560
Definição:
País da instituição: Estados Unidos da América
Nome que identifica a subdivisão da instituição
legalmente responsável pelo objeto e sua
Observações:
documentação.
• Este Grupo de Informação normalmente não
pode ser repetido dentro de um registro, já
que, em geral, apenas uma instituição por vez Exemplos:
52 pode ter a custódia legal de um objeto. National Museum of American History
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
Definição: Exemplos:
Endereço da instituição legalmente responsável Localização atual: Galeria norte, parede oeste
pelo objeto e sua documentação. Tipo de localização atual: exposição
Data de localização atual: 01-04-1980
Exemplos: Localização usual: sala 3/baia 1/prateleira 5
South Kensington, London SW7 2RL, Reino Unido
Observações:
País da instituição
• Exceto os objetos que são acessíveis por meio
Definição:
de condições controladas (por exemplo, em ex-
País da instituição legalmente responsável pelo
posição ou em uma coleção de estudos), a in-
objeto e sua documentação.
formação de localização não deve ser divulga-
da, a fim de proteger os objetos contra roubo.
Exemplos:
Brasil
Noruega • Registre a informação de localização de todos os
objetos sob a custódia do museu, incluindo ob-
Observações: jetos em empréstimo ou depósito temporários.
• Recomenda-se o uso de termos controlados
para esta Categoria de Informação. Veja o item
• Este Grupo de Informação pode ser registrado
“Controle de conteúdo e terminologia” na In-
mais de uma vez. Os detalhes de localização an-
trodução para obter mais detalhes sobre fon-
teriores e as datas formam um histórico de au-
tes de terminologia controlada.
ditoria que descreve a movimentação do objeto.
Localização atual
Definição:
Termo ou código que identifica o local onde
um objeto está fisicamente localizado no
momento atual.
Exemplos:
Galeria 56/Caixa 2/Prateleira A 53
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Observações: Observações:
• A informação de localização atual deve ser • Utilize sempre o mesmo formato para regis-
precisa e incluir, conforme o caso, os detalhes trar datas.
do edifício, sala, armário, prateleira e caixa
onde o objeto se encontra. • Registre sempre os quatro dígitos do ano. Por
exemplo, “1994”, e não “94”.
• A localização atual pode incluir uma hierar-
quia de diferentes unidades de localização, a Localização usual
partir do geral para o específico. Cada unidade Nomenclatura alternativa:
deverá ser separada por um caractere estabe- Localização permanente
lecido, como, por exemplo, uma barra (/).
Definição:
• A localização atual deve ser verificada perio- Termo ou código que identifica o local onde
dicamente para garantir que está correta. Isso um objeto está normalmente localizado e para
deve fazer parte de um processo de auditoria. onde ele deverá retornar a partir do local atual,
quando diferente.
• No local dos objetos emprestados a outras
instituições deverá haver uma indicação de Exemplos:
que o objeto foi emprestado. Sala 15/Armário 3/Prateleira 2/Caixa 14
Exemplos:
54 15-03-1994
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
Observações: Observações:
• Registre a marca ou inscrição exatamente • Recomenda-se o uso de termos controlados
como ela aparece no objeto, utilizando a mes- para esta Categoria de Informação. Veja o item
ma colocação de maiúsculas e pontuação. Uti- “Controle de conteúdo e terminologia” na In-
lize a barra (/) ou outro símbolo para indicar trodução para obter mais detalhes sobre fon-
quebras de linha. tes de terminologia controlada. 55
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Observações: Exemplos:
• Recomenda-se o uso de termos controlados Material: algodão
para esta Categoria de Informação. Veja o item Técnica: bordado
“Controle de conteúdo e terminologia” na In- Parte/componente do objeto: inteiro
trodução para obter mais detalhes sobre fon- Material: carvão
tes de terminologia controlada. Parte/componente do objeto: meio
Material: papel
Tradução da marca/inscrição Parte/componente do objeto: suporte
Definição:
Tradução do texto da inscrição de um objeto para
o idioma principal da instituição. Observações:
• Este Grupo de Informação pode ser repetido.
Exemplos: Sempre especifique as partes do objeto que
Fundido na Itália contenham vários materiais ou técnicas,
Fabricado na Inglaterra registrando esses dados em ordem decrescente
de importância, quando apropriado.
Exemplos:
Exemplos:
inteiro
ouro
gargalo
giz
base
óleo
braço
têmpera
suporte
meio
Observações:
• Recomenda-se o uso de termos controlados
para esta Categoria de Informação. Veja o item Observações:
“Controle de conteúdo e terminologia” na In- • Recomenda-se o uso de termos controlados
trodução para obter mais detalhes sobre fon- para esta Categoria de Informação. Veja o item
tes de terminologia controlada. “Controle de conteúdo e terminologia” na In-
trodução para obter mais detalhes sobre fon-
tes de terminologia controlada.
• Esta Categoria de Informação poderá ser re-
petida. Podem ser registrados tantos materiais
quanto for preciso para cada parte/compo-
Grupo de Informação sobre Medição
nente descrita.
Grupo de Informação sobre Medição
Técnica
Objetivo:
Nomenclatura alternativa:
A informação de Medição favorece a Segurança,
Métodos de fabricação
a Responsabilidade e o Acesso, podendo ser a
Processos de criação
única maneira de estabelecer se um objeto é
Técnicas decorativas
realmente aquele descrito na documentação. Essa
informação pode ser particularmente importante
Definição: para a pesquisa de acervos de ciências naturais. As
Todos os processos, métodos e técnicas utilizados medições também podem indicar a facilidade de
na criação do objeto. acesso e movimentação de um objeto.
Observações:
• Recomenda-se o uso de termos controlados Exemplos:
para esta Categoria de Informação. Veja o item Dimensão: altura
“Controle de conteúdo e terminologia” na In- Medida: 23
trodução para obter mais detalhes sobre fon- Unidade de medida: cm
tes de terminologia controlada. Parte medida: escultura, excluindo a base
Definição:
Exemplos: A parte do objeto que está sendo mensurada.
altura
largura Exemplos:
profundidade Área da bandeja
peso Excluindo a moldura
volume Asa totalmente estendida
circunferência
Observações: Definição:
• Para registrar informações sobre locais espe- Indivíduo, grupo ou organização associados à
cíficos, separe cada componente utilizando história do objeto ou do espécime.
o mesmo símbolo como, por exemplo, uma
barra (/). Exemplos:
Iroqueses
• Recomenda-se o uso de termos controlados Heals Ltda.
para esta Categoria de Informação. Veja o item Jones, I
“Controle de conteúdo e terminologia” na In-
trodução para obter mais detalhes sobre fon- Observações:
tes de terminologia controlada. • Recomenda-se o uso de uma relação de termos
autorizados para esta Categoria de Informação.
• Use a Categoria de Informação de tipo de As- Veja o item “Controle de conteúdo e termino-
sociação para especificar a relação entre o lo- logia” na Introdução para obter mais detalhes
cal Associado e o objeto. sobre fontes de terminologia controlada.
Definição: Observações:
Forma conhecida da forma de uso do objeto. • Para registrar informações sobre locais espe-
cíficos, separe cada componente utilizando
Exemplos: o mesmo símbolo como, por exemplo, uma
Vaso cerimonial utilizado durante celebrações de barra (/).
casamento.
Observações: Observações:
• Recomenda-se o uso de uma relação de termos • No caso de um número elevado de objetos
autorizados para esta Categoria de Informação. semelhantes (por exemplo, muitos espécimes
Veja o item “Controle de conteúdo e termino- de ciências naturais), a informação de entrada
logia” na Introdução para obter mais detalhes de objeto poderá ser feita apenas uma vez e
sobre fontes de terminologia controlada. relacionada a todo o acervo, desde que todos
os espécimes sejam claramente etiquetados.
Método de coleta
Definição: • Os objetos mantidos em depósito ou em-
Meio de coleta de um objeto ou espécime. prestados deverão ser claramente etiquetados
com as informações de entrada do objeto, ex-
Exemplos: ceto quando estiverem em exposição.
escavado
encontrado Proprietário atual
capturado Definição:
Indivíduo, organização ou grupo de indivíduos
Observações: que possui o objeto ou espécime que está
• Recomenda-se o uso de termos controlados depositado no museu.
para esta Categoria de Informação. Veja o item
“Controle de conteúdo e terminologia” na In- Exemplos:
trodução para obter mais detalhes sobre fon- Jones, John G.
tes de terminologia controlada.
Observações:
• Recomenda-se o uso de uma relação de termos
autorizados para esta Categoria de Informação.
Grupo de Informação sobre Veja o item “Controle de conteúdo e termino-
Entrada de Objeto logia” na Introdução para obter mais detalhes
sobre fontes de terminologia controlada.
Grupo de Informação sobre Entrada de Objeto
Objetivo: • No caso de acervos advindos de coletas de
A informação de entrada de objeto favorece a campos arqueológicos ou de ciências naturais, a
Segurança, a Responsabilidade, o Acesso e o propriedade pode ser detida pelo proprietário do
Arquivo Histórico. Permite registrar informações terreno. Confirme se a propriedade dos objetos
de objetos custodiados pelo museu, mas que está de acordo com a legislação local específica
não são necessariamente de sua propriedade, antes de se responsabilizar por seu depósito.5
devendo ser indicada no caso de objetos mantidos
temporariamente ou emprestados à instituição. Depositante
Definição:
Nome do indivíduo, organização ou comunidade
Categorias de informação:
responsável pelo depósito do objeto junto a um
Proprietário atual
museu.
Depositante
Data de entrada
Exemplos:
Número de entrada
James, Patrick
Motivo da entrada
Exemplos:
Proprietário atual: Wright, DG
Depositante: Allen, A.
Data do registro: 21-03-1994 5 Essa questão é prioritária. Para detalhes sobre a atribuição de
Número do registro: E1324.1994 propriedade e qualificação para a tutela legal de bens arqueológicos
e espécimes naturais por parte dos museus, conferir as notas 7 a 10
Motivo do registro: empréstimo deste documento. (N.R.) 61
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Observações: Exemplos:
• Recomenda-se o uso de uma relação de termos empréstimo
autorizados para esta Categoria de Informação. estudo
Veja o item “Controle de conteúdo e termino- possível aquisição
logia” na Introdução para obter mais detalhes investigação
sobre fontes de terminologia controlada.
Observações:
• Esta Categoria de Informação poderá ser repe-
Data de entrada
tida quando o objeto tiver sido aceito por mais
Definição:
de um motivo.
Data em que o museu aceitou a custódia de um
objeto ou espécime.
• Recomenda-se o uso de termos controlados
para esta Categoria de Informação. Veja o item
Exemplos: “Controle de conteúdo e terminologia” na In-
01-03-1994 trodução para obter mais detalhes sobre fon-
tes de terminologia controlada.
Observações:
• Utilize sempre o mesmo formato para regis-
Grupo de Informação sobre
trar datas.
Nome de Objeto
• Registre sempre os quatro dígitos do ano. Por Grupo de Informação sobre Nome de Objeto
exemplo, “1994” e não “94”. Objetivo:
Esta informação favorece a Responsabilidade, o
Número de entrada Acesso e o Arquivo Histórico. Em relação à coleção, o
Definição: nome do objeto é essencial para o estabelecimento
Número atribuído a um ou vários objetos ou da classe do objeto ou espécime disponível.
espécimes no momento de seu depósito junto
ao museu. Categorias de informação:
Nome do objeto
Exemplos: Tipo de nome de objeto
E123.1994 Autoridade de nome do objeto
Exemplos:
Observações:
Nome do objeto: retábulo
• O museu deverá estabelecer um formato es-
Autoridade de nome do objeto: Lyons, E.
pecífico para o número de entrada. Esse for-
Nome do objeto: “Rattus rattus”
mato pode incluir uma numeração sequencial
Tipo de nome do objeto: taxonômico
e o ano de entrada separados por um carac-
Autoridade de nome do objeto: Jones, RJ.
tere único.
Nome do objeto: crânio
Tipo de nome do objeto: nome comum
• Registre sempre os quatro dígitos do ano. Por
exemplo, “1994” e não “94”. Observações:
• É conveniente registrar mais de um termo para
Motivo da entrada o nome de objeto com o objetivo de possibilitar
Nomenclatura alternativa: o acesso à coleção a partir de diferentes aspec-
Método de entrada tos. Por exemplo, “caneca” e “suvenir” podem
ser usados para descrever o mesmo objeto, da
mesma forma que “rattus rattus” e “crânio”. O
Definição: registro de nome de objeto dependerá da na-
Motivo pelo qual a custódia de um ou vários tureza do acervo, da profundidade exigida pela
62 objetos ou espécimes foi aceita pelo museu. catalogação e do uso que é feito da coleção.
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
Exemplos:
Observações:
taxonômico
• É importante usar o mesmo nome de ob-
nome comum
jeto para todos os objetos semelhantes em
classificação
uma coleção.
Definição: Definição:
Número único atribuído pela instituição para A data na qual o número de objeto foi atribuído
relacionar um objeto à sua documentação e ao objeto.
possibilitar uma identificação exclusiva.
Exemplos:
Exemplos: 21-01-1933
1994.1
Observações:
Observações: • Utilize sempre o mesmo formato para regis-
• O número de objeto pode consistir em núme- trar datas.
ros, letras ou uma combinação de ambos.
• Registre sempre os quatro dígitos do ano. Por
• O número de objeto deverá ser escrito de exemplo, “1994” e não “94”.
forma legível ou impresso em todos os do-
cumentos relacionados ao objeto, sendo ane-
xado de forma semipermanente no próprio Grupo de Informação sobre
objeto ou – no caso de objetos muito peque- Produção de Objeto
nos, ou que não permitam uma marcação se-
mipermanente – na embalagem que envolve Grupo de Informação sobre Produção de Objeto
o objeto. Objetivo:
A informação de produção de objeto favorece
• • Podem ser atribuídos vários números ao a Segurança, a Responsabilidade, o Acesso e o
objeto. Por exemplo, um objeto pode ter um Arquivo Histórico. Aplica-se às áreas responsáveis
número de incorporação atual e um número pelo gerenciamento do acervo, bem como ao
antigo de comodato. histórico e descrição do objeto. Esse grupo apoia a
documentação sobre a produção de objetos feitos
Tipo de número de objeto pelo ser humano. Como tal, é necessário para todas
Nomenclatura alternativa: as tipologias de acervo.
Tipo de número de identidade
Categorias de informação:
Definição: Local de produção
Tipo ou função do número de objeto registrado. Data da produção
Nome do grupo/indivíduo produtor
Exemplos: Função da produção
número de incorporação
número de incorporação anterior Exemplos:
número de empréstimo anterior Local de produção: Leeds
Data da produção: 01-03-1932
Observações: Nome do grupo/indivíduo produtor: Grindley
• Recomenda-se o uso de termos controlados Função do grupo/indivíduo produtor: designer,
para esta Categoria de Informação. Veja o item fabricante
“Controle de conteúdo e terminologia” na In-
trodução para obter mais detalhes sobre fon- Observações:
tes de terminologia controlada. • Este Grupo de Informação pode ser repetido
para descrever vários eventos de produção na
Data do número de objeto história de um objeto, incluindo seu design,
Nomenclatura alternativa: manufatura, decoração etc.
Data do número de incorporação
Data do número de identidade Local de produção
Data do número de inventário Nomenclatura alternativa:
Data do número de catálogo Local de criação
Data no número de registro Local de fabricação 65
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Definição:
Observações:
Indivíduo, grupo ou organização associada à
• Para registrar informações sobre locais espe-
produção do objeto.
cíficos, separe cada componente relativo ao
local utilizando o mesmo símbolo como, por
Exemplos:
exemplo, uma barra (/).
Iroqueses
Heals Ltda.
• Recomenda-se o uso de termos controlados
Jones, I
para esta Categoria de Informação. Veja o item
“Controle de conteúdo e terminologia” na In-
trodução para obter mais detalhes sobre fon- Observações:
tes de terminologia controlada. • Recomenda-se o uso de uma relação de termos
autorizados para esta Categoria de Informação.
• Use a Categoria de Informação de Função de Veja o item “Controle de conteúdo e termino-
Produção para especificar como o local de logia” na Introdução para obter mais detalhes
Produção está associado ao objeto. sobre fontes de terminologia controlada.
Título
Definição:
Nome atribuído a um objeto ou grupo de objetos
pelo artista/criador ou coletor na sua origem, ou
títulos subsequentes, sejam especificamente
atribuídos, ou geralmente conhecidos para se
referir ao objeto.
Exemplos:
Nossa Senhora o Menino
Sem título
Observações:
• Use “Sem título” apenas quando essa expres-
são tiver sido atribuída como título.
67
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Definição:
Número de partes fisicamente separadas ou
separáveis de um objeto ou um conjunto de
objetos descritos por registros individuais no nível
de registro imediatamente posterior.
Exemplos:
3
68
Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
Catalogador
Definição:
Nome do indivíduo responsável pelo registro de
um Grupo ou Categoria de Informação.
Exemplos:
Smith, R. G.
Observações:
• Recomenda-se o uso de uma relação de termos
autorizados para esta Categoria de Informação.
Veja o item “Controle de conteúdo e termino-
logia” na Introdução para obter mais detalhes
sobre fontes de terminologia controlada.
Data de registro
Definição:
Data de criação/modificação de um Grupo ou
Categoria de Informação. 69
Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Assunto representado
Nomenclatura alternativa:
Iconografia
Representação
Conteúdo
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Coleção Gestão e Documentação de Acervos: textos de referência
Definição:
Termo que descreve a composição abstrata ou
figurativa de um objeto ou da decoração desse
objeto ou, ainda, a interpretação da composição.
Exemplos:
flores
Rainha Elizabeth I
guerra
Observações:
• Recomenda-se o uso de termos controlados
para esta Categoria de Informação. Veja o item
“Controle de conteúdo e terminologia” na In-
trodução para obter mais detalhes sobre fon-
tes de terminologia controlada.
Definição:
Descrição textual da composição abstrata ou
figurativa de um objeto ou da decoração desse
objeto e a interpretação dessa composição.
Exemplos:
Em primeiro plano, mulher colhendo batatas
em um campo com uma aldeia ao fundo da
composição.
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Declaração de Princípios de Documentação em Museus e Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus:
Categorias de Informação do Comitê Internacional de Documentação (CIDOC - ICOM)
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