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Madeiras brasileiras
nos instrumentos
musicais?
 30 de março de 2015 (http://blog.santoangelo.com.br/madeiras-brasileiras-nos-

instrumentos-musicais/)  Santo Angelo

(http://blog.santoangelo.com.br/author/mar001/)  6781 Views 0 Comments

(http://blog.santoangelo.com.br/madeiras-brasileiras-nos-instrumentos-

musicais/#disqus_thread)  desmatamento

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/desmatamento/), Dr Santo Angelo

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/dr-santo-angelo/), fabricação

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/fabricacao/), guitarra

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/guitarra/), madeira

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/madeira/), Santo Angelo

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/santo-angelo/), sustentabilidade

(http://blog.santoangelo.com.br/tag/sustentabilidade/)

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Por: Dr. Santo Angelo.

Você que me acompanha toda 2ª feira, sabe que
recentemente falei dos nuts
(http://blog.santoangelo.com.br/mitos-e-verdades-
o-nut-in uencia-timbre/) e dos abaixadores de
cordas (http://blog.santoangelo.com.br/mitos-e-
verdades-strings-retainers-sao-so-enfeites/). Hoje
vamos falar de um item ainda mais básico e
igualmente importante na construção de nossos
instrumentos: a madeira, principalmente as
brasileiras.

O som produzido pelos instrumentos musicais de

madeira é in uenciado tanto pelo seu formato e
dimensão quanto pelas propriedades das
madeiras utilizadas na sua fabricação. Desta
forma, a madeira tem um papel importante na
qualidade tonal
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html) do
instrumento, fazendo do maior mérito na arte
dos luthiers
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html) a
habilidade de escolher a madeira mais apropriada
para produzir instrumentos musicais com
qualidade. Desse modo, os fabricantes (luthier ou
indústria), acabam utilizando sempre as mesmas
espécies de madeiras na produção de
instrumentos musicais.

Tipos de madeira
Cada tipo de madeira é recomendado para um
determinado instrumento e os melhores cortes de
madeira são disputados a tapas pelos luthiers, seja
de madeiras ideais para violões, guitarras ou
baixos. Con ra os principais tipos:

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/download-11.jpg)

Carvalho silvestre: não é tão rígido quanto a

maioria das madeiras e por ser mais maleável é
muito utilizado para fazer as laterais de violões
acústicos. O carvalho rígido geralmente é utilizado
par ao cabo de violinos e guitarras, devido a seu
peso e rigidez.

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/Sem-Título-1.jpg)

Pinheiro: é a madeira mais utilizada para topos de

guitarras acústicas. Sua qualidade de tom se
transfere ao instrumento, caracterizando os
acústicos.

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/guitarra-cort-viva-gold-ii-
mogno-3405-musical-teodoro-14193-
MLB3496367037_122012-F.jpg)

Mogno: por ser uma madeira densa e pesada,

geralmente é utilizada para a confecção do corpo
das guitarras elétricas. Possui ainda alta qualidade
de suavidade e apresenta comprimidas
reproduções de frequências de baixos e médios
tons.

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/contra-baixo-ibanez-
gart-b20-tr-gio-vermelho-corpo-basswood-22096-
MLB20222598051_012015-F.jpg)

Basswood: é considerada uma madeira de

aparência não muito atrativa e geralmente é
utilizada em equipamentos e instrumentos de
baixo custo. Como é uma madeira macia e
facilmente quebrável, requer um acabamento
resistente para proteger o instrumento. Por sua
resposta de frequência consistente, é muito
utilizada em contrabaixos.

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/9760-
MLB20020494686_122013-O.jpg)
Jacarandá: é a madeira mais pesada utilizada na
fabricação de instrumentos musicais, geralmente
na construção de escalas de guitarras. Por ser
muito difícil de se dobrar, raramente é vista no
corpo da guitarra e é capaz de amortecer os sons
da guitarra por um ampli cador.

De um modo geral, cerca de 200 espécies de

árvores são usadas na produção de instrumentos
musicais no planeta; 70 delas são ameaçadas de
extinção. O uso recorrente dessas madeiras,
inclusive por indústrias de outros segmentos,
como o de móveis, explica a ameaça e a raridade
de algumas espécies. No Brasil, por exemplo, é
crítica a situação do jacarandá-da-bahia
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html), utilizado
em instrumentos de corda, e do pau-brasil
Caesalpinea echinata, utilizado para fabricar arcos
de violino. Ambas são protegidas por Lei
(http://www.mma.gov.br/estruturas/179/_arquivos/1
79_05122008033615.pdf) e têm sua derrubada
proibida. A madeira de pau-brasil
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html) é muito
procurada no exterior, sendo considerada
mundialmente a única que reúne características
ideais de ressonância, densidade, durabilidade,
beleza, além da extensão da curvatura, do peso,
da espessura e de preciosas qualidades tonais,
para a confecção dos melhores arcos de
instrumentos de corda. O cerne
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html) do pau-
brasil é alaranjado, bastante evidente na árvore
recém-cortada, decorrente da presença
de brasilina
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html), que
oxida com a exposição ao ar, assumindo uma
coloração vermelha-coral muito apreciada.

Há 40 anos, o Laboratório de Produtos Florestais

(http://www. orestal.gov.br/informacoes-
orestais/laboratorio-de-produtos-
orestais/laboratorio-de-produtos- orestais-
lpf) (LPF), vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente, viabiliza soluções tecnológicas para a
utilização de produtos das orestas,
especialmente madeiras, de modo sustentável. A
pesquisa por madeiras alternativas às
tradicionalmente usadas na fabricação de
instrumentos musicais está dentre aquelas
realizadas pelo LPF. O pesquisador Mário Rabelo e
sua equipe estudaram mais de 300 espécies
madeireiras e descobriram possibilidades na
oresta amazônica para substituir espécies
estrangeiras, mantendo a mesma qualidade física
e sonora dos instrumentos. A pesquisa propõe o
casamento do mercado de instrumentos e seus
interesses econômicos com a proteção ambiental,
reduzindo a pressão principalmente sobre as
espécies ameaçadas de extinção.

Como foi feita a pesquisa?

A avaliação de algumas características e
propriedades de ne se uma madeira é ou não de
boa qualidade. A avaliação é feita no cerne uma
vez que não se utiliza alburno
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html) para a
confecção de instrumentos musicais. As espécies
de árvores estudadas foram selecionadas por
meio de um teste acústico e de acordo com suas
características anatômicas (cor, grã, textura e
gura), propriedades físicas (densidade da
madeira e contração) e propriedades mecânicas
(módulo de ruptura e elasticidade na exão
estática). Essas características e propriedades
foram comparadas às das espécies importadas,
tradicionalmente usadas na fabricação de
instrumentos musicais e usadas como parâmetro
de madeira de boa qualidade.

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/0270Extra.png)

Fonte: Revista Ibama: uma janela para a informação ambiental (Ano

II, nº 2).

A madeira, embora tenha densidade menor à dos

metais, tem uma velocidade de propagação
sonora semelhante a eles. No teste acústico,
desenvolvido para instrumentos de corda, um
aparelho, controlado por um computador, capta a
vibração transmitida de uma extremidade a outra
das amostras de madeira e mede a amplitude e
frequência da ressonância, ou seja, a velocidade
de propagação do som. As amostras são
pequenas réguas de 30 x 2 x 0,3 cm de dimensão.
As madeiras de alta densidade apresentaram,
geralmente, baixa velocidade de propagação
sonora. Madeiras de baixa ou média densidade e
alta velocidade de propagação, como o marupá
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html), são
alternativas para os fabricantes nacionais de
guitarras em substituição ao mogno, espécie
tradicionalmente utilizada na fabricação desses
instrumentos, mas ameaçada de extinção.

A avaliação de algumas características e

propriedades das madeiras, utilizada para
selecionar aquelas de boa qualidade, não é
de nitiva para a escolha de uma espécie para a
fabricação do instrumento musical, mas sim um
indicativo de sua potencialidade. Existem
inúmeras características que podem de nir o
timbre de uma madeira, até mesmo, variações
dentro da mesma árvore.

Qual a importância da pesquisa?

As madeiras brasileiras podem produzir
instrumentos musicais de qualidade, podendo ter
características semelhantes ou até superiores às
tradicionalmente utilizadas. Para os fabricantes de
instrumentos musicais, o uso de madeiras
brasileiras alternativas representa um incremento
dos negócios a partir da queda de preço dos
produtos sem perda de qualidade.

A árvore morototó
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html), por
exemplo, pode ser utilizada para fazer o tampo do
violão no lugar do spruce
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html), madeira
importada. No braço do instrumento, a andiroba
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html) pode
substituir o maple
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html), outra
madeira importada. O fabricante que gastava U$
100 para importar apenas a madeira do tampo,
utilizando espécies brasileiras, consegue comprar,
pelo mesmo valor, todas as madeiras do
instrumento. Com o dinheiro da montagem de
um violão importado, pode-se fazer dois ou três
violões com madeiras brasileiras. Já existem no
mercado violões 100 % brasileiros.

 Outro exemplo de instrumento fabricado

integralmente com madeira nacional é o fagote
feito de imbuia
(http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0270-
Madeiras- oresta-Amazonica-utilizadas-na-
fabricacao-instrumentos-musicais.html),
executado pelo músico fundador da Orquestra
Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro,
onde até hoje é seu primeiro fagotista, Hary
Schweizer. Ex-professor de música da
Universidade de Brasília, ele produz e toca fagotes
feitos com madeiras brasileiras. Segundo o
músico, ele aventurou-se na fabricação dos
instrumentos porque não eram produzidos no
Brasil, todos tinham de ser importados a um alto
custo. Há mais de 20 anos os fagotes de Schweizer
fazem sucesso em orquestras brasileiras,
americanas e cubanas.

Exploração sustentável
Um ponto a ser observado pelo luthier e que
também interessa ao consumidor nal é a origem
da madeira que deu origem ao seu instrumento. A
exploração indevida de árvores, especialmente
aquelas citadas acima provenientes da oresta
amazônica, ameaça algumas espécies utilizadas
na indústria de extinção.

Para ter certeza de que a madeira não é fruto do

comércio ilegal que prejudica toda a fauna e a
ora brasileiras, ele deve observar se o material
possui selos que certi quem a exploração
sustentável da madeira. O Forest Stewardship
Council (FSC) é uma organização independente,
não governamental, sem ns lucrativos, criada em
1993 para promover o uso responsável das
orestas ao redor do mundo. A certi cação FSC é
uma garantia internacionalmente reconhecida
que identi ca, por meio de sua logomarca,
produtos madeireiros e não madeireiros
originados do bom manejo orestal.

(http://blog.santoangelo.com.br/wp-
content/uploads/2015/03/images.jpg)

O selo FSC garante que a madeira usada como

matéria-prima foi obtida de forma legal, e de
orestas exploradas de acordo com os princípios,
critérios e normas difundidos pelo Conselho
Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil
(http://br.fsc.org/)), os quais conciliam a extração
lucrativa de árvores, para a produção de celulose e
papel, com a conservação e benefícios sociais.
Para que as madeiras alternativas e os selos se
propaguem é necessário que músicos, luthiers e
indústrias acreditem que é possível crescer
economicamente sem destruir as orestas. Sem
oresta, não há música. Não como a conhecemos
há gerações.

Qual madeira escolher?

Quando compramos um instrumento pronto, de
uma determinada marca ou luthier, precisamos
analisar a madeira da fabricação, seus benefícios e
depois escolher com cuidado, principalmente
quando o instrumento é feito por um luthier.
Convém conversar com o pro ssional e escolher a
madeira de acordo com sua necessidade e gosto
pessoal.

O timbre desejado, o peso do instrumento e o

formato que será fabricado são itens que devem
ser analisados com cuidado para fabricar o
instrumento e a escolha do material deve ser feita
de forma consciente por parte dos consumidores
e do pro ssional envolvido, que deve orientar seu
cliente sobre o que e como fazer corretamente a
customização de maneira que não faltem
madeiras para os instrumentos das próximas
gerações.

Até a próxima.

Mais Artigos Para Ler:

 As madeiras Temperatura X Instrumentos
brasileiras A nação de musicais e

(http://blog.sant (http://blog.sant (http://blog.sant

oangelo.com.br/ oangelo.com.br/ oangelo.com.br/
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Luthier: a arte A Concepção do inusitadas/)
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(http://blog.sant (http://blog.sant
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(http://blog.santoangelo.com.br/masterclass-by-maranhao/)
instrumentos- madeiras/)
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FINALISTAS – 1º Concurso SANTO ANGELO de Música Gospel →
(http://blog.santoangelo.com.br/ nalistas-1o-concurso-santo-
angelo-de-musica-gospel/)

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