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das Antas:
distribuição e bionomia
das espécies
DADOS DA EDITORA ?
Karla Danielle Gaspar da Luz Agostinho
João Dirço Latini
Fabiane Abujanra
Luiz Carlos Gomes
Angelo Antonio Agostinho
A ictiofauna do rio
das Antas:
distribuição e bionomia
das espécies
Maringá
2010
Revisão textual e gramatical
?
Normatização textual e de referências
?
Projeto gráfico
Jaime Luiz Lopes Pereira
Capa - imagens
Principais espécies
Fotos
Rafaella A. Falkemback
Maria Laura Delapieve
Nathalya Rocha
Osvaldo Oyakawa
Capa - arte final
Jaime Luiz Lopes Pereira
Ficha catalográfica
?
Fonte
Book Antiqua
Tiragem (versão impressa)
?
FICHA CATALOGRÁFICA ?
ENDEREÇO EDITORA ?
Os autores agradecem a Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos e a
Ceran – Companhia Energética rio das Antas pela viabilização desta publicação e
disponibilização dos dados. Ao setor de Ictiologia do Museu de Ciência e Tecnologia
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em especial aos doutores
Zilda Margarete S. de Lucena e Carlos Alberto S. de Lucena pela confecção da chave
de identificação e pelas valiosas sugestões na revisão da obra . À bióloga Camila B.
C. de Oliveira pela colaboração e exaustiva revisão do texto, e a Maria Angela Rimori
Damian pelo constante apoio e incentivo. Cabe enaltecer o esforço e dedicação de
todas as pessoas que fizeram parte de nossas equipes de campo e laboratório.
Apoio
Sumário
Prefácio.............................................................................................................................xiii
1.Introdução.........................................................................................................................1
2. As espécies de peixes do rio das Antas ......................................................................5
2.1. LISTA DE ESPÉCIES ........................................................................................................... 7
2.2. PROPORÇÃO ENTRE OS GRUPOS TAXONÔMICOS ................................................ 9
2.3. PARTICIPAÇÃO DAS ESPÉCIES NÃO NATIVAS ..................................................... 10
3. Chave de identificação ...............................................................................................11
4. Distribuição e abundância ........................................................................................27
5. Padrões de variação na composição e riqueza .......................................................33
6. Reservatórios e padrões de variação de riqueza de espécies ..............................39
6.1. VARIAÇÕES ESPACIAIS ................................................................................................ 41
6.2. VARIAÇÕES ANTES DOS REPRESAMENTOS – FASE PRÉ .................................... 43
6.3. VARIAÇÕES APÓS OS REPRESAMENTOS – FASE PÓS 1 ....................................... 44
6.4. VARIAÇÕES EM MÉDIO PRAZO NO RESERVATÓRIO DE MONTE CLARO .... 46
7. Bionomia das espécies de peixes .............................................................................49
7.1. BIOLOGIA REPRODUTIVA ........................................................................................... 51
7.1.1. ÉPOCA DE DESOVA ............................................................................................... 53
7.1.2. LOCAL DE DESOVA ................................................................................................ 57
7.2. ALIMENTAÇÃO NATURAL E CLASSIFICAÇÃO TRÓFICA DAS ESPÉCIES ..... 60
8. Biologia das principais espécies ..............................................................................65
Cyanocharax alburnus ................................................................................................................ 67
Bryconamericus iheringii ............................................................................................................ 69
Astyanax henseli ......................................................................................................................... 71
Diapoma speculiferum ................................................................................................................ 73
Hemiancistrus punctulatus ........................................................................................................ 75
Gymnogeophagus gymnogenys ................................................................................................... 77
Heterocheirodon jacuiensis ......................................................................................................... 79
Astyanax sp. ............................................................................................................................... 81
Steindachnerina biornata ............................................................................................................ 83
Hyphessobrycon luetkenii ........................................................................................................... 85
Geophagus brasiliensis ................................................................................................................ 87
Oligosarcus jenynsii..................................................................................................................... 89
Diapoma sp. ................................................................................................................................ 91
Pimelodus pintado ....................................................................................................................... 93
Crenicichla punctata ................................................................................................................... 95
Gymnogeophagus labiatus .......................................................................................................... 97
Astyanax jacuhiensis .................................................................................................................. 99
Loricariichthys anus .................................................................................................................. 101
Rhamdia quelen ......................................................................................................................... 103
Oligosarcus robustus ................................................................................................................ 105
9. Considerações sobre o manejo dos recursos pesqueiros ....................................107
10. Referências ...............................................................................................................113
Prefácio
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
E aqui estou, a prefaciar uma obra que é o resultado do esforço de uma equipe, a
qual cumprimento por intermédio do Prof. Agostinho e da Karla - dispensando a
formalidade de suas titulações acadêmicas (que não são poucas), dizendo que vocês
todos, independente das funções exercidas, são mestres!
Prefácio _______________________________________________________________________xv
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
Pois é, foram sete anos de pesquisas contínuas, onde em cada relatório recebido
estava impressa a seriedade, a responsabilidade, a capacidade técnica, a constante
busca do saber, a arte do fazer bem feito e, indiscutivelmente, o resultado de uma
parceria baseada na confiança e respeito.
Como aprendiz que ainda sou, agradeço os ensinamentos recebidos, não apenas os
da ciência, mas aqueles do viver e conviver em harmonia.
xvi _______________________________________________________________________Prefácio
1
Introdução
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
O rio das Antas localiza-se no Noroeste do Rio Grande do Sul, estendendo-se por
cerca de 390km desde suas nascentes no extremo leste de sua bacia, nos municípios
de Cambará do Sul, Bom Jesus e São José dos Ausentes, até a confluência do rio
Guaporé, no município de Muçum. A partir desse ponto, a continuidade natural
de seu curso passa a ser conhecida como rio Taquari, percorrendo mais 140km
até a confluência com o rio Jacui, principal formador do lago Guaíba (Lorentis,
2004). A bacia do Taquari-Antas tem uma área de 26.536km2, correspondendo a
cerca de 9% do território estadual. Seus principais tributários são os rios Camisas,
Tainhas, Lajeado Grande e São Marcos, na margem esquerda, e Quebra-Dentes,
Prata, Carreiro, Guaporé, Forqueta e Taquari-Mirim, na margem direita.
1 Introdução ____________________________________________________________________3
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
O presente estudo foi desenvolvido no trecho entre a foz do rio São Marcos e a do
rio Guaporé, portanto, no trecho baixo inferior da bacia do rio das Antas, onde
atualmente estão instalados os três empreendimentos da Companhia Energética
Rio das Antas (Ceran). A ictiofauna desse trecho da bacia, foco principal do
presente estudo, já vinha sendo submetida a forte estresse dos usos de suas águas
para o abastecimento urbano, industrial e agropecuário (irrigação e dessedentação
de animais e, especialmente, diluição e carreamento de efluentes e poluentes).
Alguns de seus tributários, como o Burati, o Tega e o Prata, apresentam seus cursos
consideravelmente comprometidos pelos efluentes urbanos (DRH-Magma, 1997;
Tucci & Benetti, 2001, citados em Lorentis, 2004). Entretanto, o nível de informação
acerca dessa ictiofauna e de seus problemas era precário até o início da década.
Para avaliar os possíveis efeitos adicionais dos mencionados represamentos
hidrelétricos sobre essa fauna, já pressionada pelas ações antropogênicas, foi
necessário levantar sua composição, abundância e distribuição anterior, elucidar
aspectos populacionais e de comunidades e, então, por comparação, avaliar as
alterações e propor medidas atenuadoras. Os resultados desse esforço são aqui
apresentados.
4_____________________________________________________________________ 1 Introdução
2
As espécies de peixes do
baixo rio das Antas
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
Tabela 1 - Lista de espécies registradas no baixo rio das Antas e principais tributários durante
o período de 2002 a 2009. * Espécies migradoras
OSTEICHTHYES
CYPRINIFORMES
CYPRINIDAE
Aristichthys nobilis (Richardson, 1845) “carpa cabeça grande”
Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758) “carpa comum”
Ctenopharyngodon idella (Valenciennes, 1844) “carpa capim”
CHARACIFORMES
ACESTRORHYNCHIDAE
Acestrorhynchus pantaneiro Menezes, 1992 “peixe cachorro”
CHARACIDAE
Astyanax eigenmanniorum (Cope, 1894) “lambari”
Astyanax jacuhiensis (Cope, 1894) “lambari rabo amarelo”
Astyanax aff. fasciatus (Cuvier, 1819) “lambari rabo vermelho”
Astyanax henseli Melo & Buckup, 2006 “lambari”
Astyanax laticeps (Cope, 1894) “lambari”
Astyanax sp. “lambari”
Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) “lambari”
Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870) “lambari”
Cyanocharax dicropotamicus Malabarba & Weitzman, 2003 “lambari”
Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) “lambari”
Hyphessobrycon igneus Miquelarena, Menni, Lopez & Casciotta, 1980 “lambari”
Hypobrycon sp. “lambari”
Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) “tambicu”
Oligosarcus robustus Menezes, 1969 “tambicu”
Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816)“dourado” *
CHARACINAE
Charax stenopterus (Cope, 1894) “lambari transparente”
CHEIRODONTINAE
Cheirodon interruptus (Jenyns, 1842) “lambari”
Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 “lambari”
Tabela 1 - Continuação
GLANDULOCAUDINAE
Diapoma speculiferum Cope, 1894 “lambari”
Diapoma sp. “lambari”
Pseudocorynopoma doriae (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “lambari”
CRENUCHIDAE
Characidium orientale Buckup & Reis, 1997 “canivete”
PROCHILODONTIDAE
Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) “grumatã” *
CURIMATIDAE
Cyphocharax spilotus Vari, 1987 “biru”
Cyphocharax voga Cope, 1894 “biru”
Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) “biru”
ANOSTOMIDAE
Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1847) “piava” *
ERYTHRINIDAE
Hoplias aff. malabaricus (Bloch, 1794) “traíra”
CYPRINODONTIFORMES
POECILIIDAE
Phalloceros caudimaculatus (Hensel, 1868) “barrigudinho”
SILURIFORMES
PIMELODIDAE
Pimelodus pintado Azpelicueta, Lundberg & Loureiro, 2008 “pintado”
Parapimelodus nigribarbis (Boulenger, 1891) “mandi”
AUCHENIPTERIDAE
Glanidium sp. “manduvi”
HEPTAPTERIDAE
Heptapterus mustelinus (Valenciennes, 1935) “ bagrinho “
Heptapterus sp. “ bagrinho “
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) “jundiá”
Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “mandi”
PSEUDOPIMELODIDAE
Microglanis cottoides (Boulenger, 1889) “bagrinho”
TRICHOMYCTERIDAE
Trichomycterus sp. “peixe-gato”
ASPREDINIDAE
Bunocephalus sp. “peixe-banjo”
CALLICHTHYIDAE
Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) “limpa-fundo”
Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) “tamboata”
LORICARIIDAE
HYPOPTOPOMATINAE
Hisonotus armatus Carvalho, Lehmann, Lopes Pereira & Reis, 2008 “cascudinho”
Hisonotus sp. “cascudinho”
HYPOSTOMINAE
Tabela 1 - Conclusão.
Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 “cascudo”
Hypostomus aspilogaster (Cope, 1894) “cascudo”
Pareiorhaphis hystrix Pereira & Reis, 2002 “cascudo”
LORICARIINAE
Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) “viola”
Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) “viola”
Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) “viola”
Rineloricaria malabarbai Rodriguez & Reis, 2008 “violinha”
Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) “viola”
ANCISTRINAE
Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 “cascudo de espinhos”
Ancistrus brevipinnis (Regan, 1904)“cascudo de espinhos”
Ancistrus sp. “cascudo de espinhos”
ICTALURIDAE
Ictalurus punctatus (Rafinesque, 1818) “bagre do canal”
GYMNOTYFORMES
GYMNOTIDAE
Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758) “tuvira”
STERNOPYGIDAE
Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) “tuvira”
ATHERINIFORMES
ATHERINOPSIDAE
Odontesthes humensis de Buen, 1953 “peixe-rei”
SYNBRANCHIFORMES
SYNBRANCHIDAE
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 “muçum”
PERCIFORMES
CICHLIDAE
Australoheros grupo facetus (Jenyns, 1842) “cará”
Crenicichla punctata Hensel, 1870 “joana”
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) “cará”
Gymnogeophagus gymnogenys (Hensel, 1870) “cará”
Gymnogeophagus labiatus (Hensel, 1870) “cará”
Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) “tilápia”
CENTRARCHIDAE
Micropterus salmoides Lacepède, 1802 “black-bass”
Número de Espécies
18
16 Siluriformes
14
12 Characiformes Synbranchiformes
Cyprinodontiformes
Atheriniformes
10 Cypriniformes
Perciformes
Gymnotiformes
8
Trichomy cteridae
Acestrorhynchidae
Callichthy idae
Ictaluridae
Gymnotidae
Anostomidae
Erythrinidae
Centrarchidae
Characidae
Curimatidae
Cichlidae
Heptapteridae
Cyprinidae
Crenuchidae
Sternopygidae
Synbranchidae
Prochilodontidae
Poeciliidae
Auchenipt eridae
Atherinopsidae
Loricariidae
Aspredinidae
Pimelodidae
Pseudopimelodidae
Famílias
Figura 2 Riqueza de espécies de peixes nas diferentes famílias (gráfico de barras) e proporção
de famílias entre as diferentes ordens (gráfico de setores) que compõem a ictiofauna do
baixo rio das Antas - RS.
Além de esporádicas nas capturas, as espécies não nativas tiveram também uma
distribuição diferenciada. Assim, com exceção da carpa comum e do bagre do
canal, com ampla distribuição no baixo rio das Antas, as demais tiveram suas
ocorrências registradas apenas abaixo da foz do rio da Prata e, especialmente, da
do rio Carreiro (Tab. 2).
2’. Corpo não roliço. Nadadeiras pélvicas e peitorais presentes. Presença de duas
aberturas branquiais ..................................................................................................... 3
4. Cabeça muito larga, sua largura maior que o seu comprimento. Região dorsal da
cabeça rugosa. Região posterior do corpo, a partir do início da nadadeira dorsal,
bem mais estreita que a região anterior. Presença de um espinho serreado bem
desenvolvido nas nadadeiras peitorais. Espinhos no interopérculo ausentes .........
...................................................................................Bunocephalus sp. (Aspredinidae)
4’. Cabeça relativamente estreita, sua largura menor que o seu comprimento.
Região dorsal da cabeça lisa. Região posterior do corpo, a partir do início da
nadadeira dorsal, da mesma largura que a região anterior. Ausência de espinho
nas nadadeiras peitorais. Presença de um grupo de odontódeos (espinhos),
geralmente cobertos por pele, no interopérculo ..........................................................
........................................................................Trichomycterus sp. (Trichomycteridae)
6. Cabeça tão ampla quanto longa. Corpo com 3 manchas largas escuras, de forma
irregular, em fundo claro; a primeira mancha à frente e sob a nadadeira dorsal; a
segunda, à frente e sob a nadadeira adiposa, e a terceira, no pedúnculo caudal, até
a base da nadadeira caudal. Região dorsal da cabeça escura, seguida de uma faixa
transversal clara situada entre as aberturas branquiais. Nadadeiras com manchas
escuras. Peixes pequenos, atingem no máximo cerca de 9 cm de comprimento .....
................................................................Microglanis cottoides (Pseudopimelodidae)
6’. Cabeça mais longa do que larga. Coloração do corpo diferente da descrita
acima, apresentando ou colorido uniforme ou uma faixa mediolateral escura ou
pequenas manchas arredondadas. Peixes maiores atingem no máximo cerca de 20
a 40 cm (tamanho máximo não conhecido em Heptapterus sp.) ............................... 7
9. Origem das nadadeiras pélvicas situada na vertical que passa pelo final da base
da nadadeira dorsal. Extremidade dos raios da nadadeira anal situada na vertical
que passa no final da nadadeira adiposa ............. Rhamdia quelen (Heptapteridae)
9’. Origem das nadadeiras pélvicas situada na vertical que passa na origem
da nadadeira dorsal. Extremidade dos raios da nadadeira anal situada mais
anteriormente, não alcançando a vertical que passa no final da nadadeira
adiposa .......................................................................................................................... 10
10’. Extremidade dos raios da nadadeira dorsal alcança ou quase alcança a origem
da nadadeira adiposa. Nadadeira anal relativamente longa, sua extremidade
ultrapassa a prega inferior da nadadeira caudal .........................................................
.....................................................................Heptapterus mustelinus (Heptapteridae)
17. Nadadeira dorsal iniciando-se bem à frente, na vertical que passa pelas
nadadeiras peitorais. Nadadeira dorsal com a parte anterior formada por espinhos
e a posterior com raios moles. Linha lateral dupla .................................................. 18
17’. Nadadeira dorsal iniciando-se bem após a vertical que passa pelas nadadeiras
peitorais. Nadadeira dorsal sem espinhos, somente raios moles. Linha lateral,
quando presente única ................................................................................................ 19
18. Corpo baixo, maior altura cabendo mais de 4 vezes no comprimento padrão.
Ausência de espinho dirigido para frente, imediatamente à frente da nadadeira
dorsal. Pequenos pontos no corpo, e, exceto nos jovens, também na cabeça;
ausência de mancha umeral ocelada .....................Crenicichla punctata (Cichlidae)
18’. Corpo alto, maior altura cabendo menos de 3 vezes no comprimento padrão.
........................................................................................................................................ 20
22. Presença de uma mancha preta na base dos raios superiores da nadadeira
caudal (algumas vezes difusa). Ausência de faixa escura que se estende desde
a nuca, através do olho, até o canto inferior do pré-opérculo. Pedúnculo caudal
curto, seu comprimento menor que a altura. 6 a 8 espinhos na nadadeira anal ......
...................................................................... Australoheros grupo facetus (Cichlidae)
22’. Ausência de mancha preta na base dos raios superiores da nadadeira caudal
(não confundir com uma pequena mancha na base dos raios medianos que pode
estar presente nos jovens). Presença de uma faixa escura que se estende desde a
nuca, através dos olhos, até o canto inferior do opérculo. Pedúnculo caudal longo,
seu comprimento maior que a altura. 3 espinhos na nadadeira anal ........................
................................................................................Geophagus brasiliensis (Cichlidae)
26. Poros das escamas da linha lateral contornados por pigmentação escura,
formando uma faixa lateral de aspecto pontilhado, localizada abaixo da faixa
lateral escura contínua .............................. Steindachnerina biornata (Curimatidae)
26’. Poros das escamas da linha lateral não contornados por pigmentação escura.
........................................................................................................................................ 27
29. Dentes cônicos em adultos. Maxilar com mais de 10 dentes, ao longo de quase
toda a sua extensão. Início da nadadeira anal na vertical que passa aproximadamente
na origem da nadadeira dorsal ............................. Charax stenopterus (Characidae)
31. Maxilar grande, estendendo-se além da metade do olho. Maxilar com dentes
ao longo de quase toda a sua extensão ..................................................................... 32
31’. Maxilar pequeno, não alcançando a margem anterior do olho; quando alcança,
nunca ultrapassa a metade do olho. Maxilar sem dentes (Characidium orientale) ou
com poucos dentes localizados somente na porção anterior ................................. 35
32’. Espécimes preservados em álcool com uma faixa lateral escura que se estende
desde a região umeral até o final do pedúnculo caudal. Região anterior das maxilas
com dentes caniniformes bem desenvolvidos.......................................................... 33
3 Chave de identificação __________________________________________________________19
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
35. Corpo com barras verticais escuras que se estendem desde o dorso até um
pouco além da faixa longitudinal escura situada na linha média do corpo .............
........................................................................... Characidium orientale (Crenuchidae)
36’. Região pré-ventral levemente convexa, não formando quilha ventral. Mancha
umeral presente. Nadadeiras peitorais relativamente curtas, sua extremidade
posterior não alcança ou ultrapassa levemente a origem das nadadeiras peitorais
....................................................................................................................................... 37
40. Uma única mancha umeral com prolongamento inferior. Dois dentes no
maxilar ..........................................................Hyphessobrycon luetkenii (Characidae)
44. Nadadeira anal não pigmentada, sem marcas distintas. Nadadeira adiposa não
pigmentada em fêmeas e machos maduros preservados em álcool ..........................
............................................................................. Cyanocharax alburnus (Characidae)
44’. Nadadeira anal escura, com a ponta distal dos raios anteriores não pigmentada.
Nadadeira adiposa escura em fêmeas e machos maduros preservados em
álcool........................................................Cyanocharax dicropotamicus (Characidae)
46’. Uma única mancha umeral. Nadadeira anal com 15 a 23 raios ramificados.
Nadadeira caudal avermelhada em vida ............... Astyanax laticeps (Characidae)
50. Duas séries de placas dispostas ao longo do corpo. Boca com 2 ou 3 pares de
barbilhões, não transformada em ventosa ................................................................ 51
50’. Mais de duas séries de placas dispostas ao longo do corpo. Boca com um par
de barbilhões rudimentares, transformada em ventosa ............... Loricariidae (52)
51. Focinho comprimido. Cabeça tão alta quanto longa. Corpo com manchas .......
............................................................................. Corydoras paleatus (Callichthyidae)
51’. Focinho deprimido. Cabeça mais longa do que alta. Coloração uniforme,
plúmbea, sem manchas ..............................Hoplosternum littorale (Callichthyidae)
53. Lábio inferior volumoso, semelhante a duas “almofadas”. Lábio inferior dos
machos hipertrofiado no período de reprodução. O espaço entre as duas quilhas
laterais ao longo do corpo estreita-se próximo à nadadeira caudal em menos de 10
escudos ................................................................. Loricariichthys anus (Loricariinae)
53’. Lábio inferior não volumoso. Lábio inferior dos machos nunca hipertrofiado.
O espaço entre as duas quilhas laterais ao longo do corpo estreita-se em quase
toda a extensão do pedúnculo caudal em mais de 10 escudos .............................. 54
54’. Área nua da ponta do focinho oval, restrita à ponta do focinho .................... 55
55’. Primeiro raio do lobo superior da nadadeira caudal sem filamento. Região
dorsal da cabeça e dorso do corpo sem pontos escuros, somente barras transversais
escuras no dorso do corpo. Presença ou ausência de placas na região abdominal .
........................................................................................................................................ 56
58’. Margem anterior do focinho com uma faixa nua, sem odontódeos ...................
.............................................................................. Hisonotus sp. (Hypoptopomatinae)
59’. Região interopercular pouco móvel, quase fixa, com odontódeos curtos e
rígidos, voltados para a região posterior do corpo ................................................. 62
60. Focinho sem placas. Machos com tentáculos desenvolvidos no focinho ........ 61
60’. Focinho com placas. Machos sem tentáculos. Presença de manchas arredondadas
escuras nas placas que revestem a cabeça, na região lateral do corpo (podem estar
ausentes) e nas nadadeiras (melhor visualizadas nas pélvicas e peitorais) .............
..................................................................... Hemiancistrus punctulatus (Ancistrinae)
62. Região pré-ventral lisa, sem odontódeos. Corpo com largas manchas escuras,
mais nítidas em indivíduos mergulhados em álcool (fora do álcool a coloração é
escura, uniforme) ..........................................Pareiorhaphis hystrix (Hypostominae)
A análise da distribuição e abundância das espécies no baixo rio das Antas (Tab. 2)
revela que 20 espécies (28,6% do total) foram registradas em todas as localidades
amostradas, com exeção dos riachos. Demonstra ainda que 35 espécies (50%)
foram registradas em 12 das 15 estações de amostragem ao longo desse trecho.
Esse trecho do rio das Antas mostra diferenças longitudinais na composição das
assembléias de peixes. Do total de espécies amostradas, 22 jamais foram registradas
a montante das corredeiras do Cachoeirão, entre elas as espécies migradoras
de longa distância (Tab. 2). Isso revela que esse obstáculo natural restringia os
deslocamentos dessas espécies para os trechos a montante. Por outro lado, apenas
uma espécie (H. mustelinus) teve sua distribuição restrita ao segmento a montante.
Essa espécie, juntamente com H. littorale e P. hystrix, registradas em CAJUS, ATQG
e ANCAR, respectivamente, foram raras nas capturas.
Tabela 2 - Distribuição e abundância das espécies de peixes no baixo rio das Antas – RS
RIACHOS
MCMON
MCREM
CAMON
CAREM
MCLEN
ANCAR
CALEN
MCJUS
14MON
14REM
CAJUS
14LEN
ATQG
14JUS
PRAT
ESPÉCIE
A. brevipinnis
A. eigenmanniorum
A. grupo facetus
A. fasciatus
A. henseli
A. jacuhiensis
A. laticeps
A. nobilis1
A. pantaneiro
Ancistrus sp.
Astyanax sp.
B. iheringii
Bunocephalus sp.
C. alburnus
C. carpio
C. dicropotamicus
C. idella
C. interruptus
C. orientale
C. paleatus
C. punctata
C. spilotus
Tabela 2 - Continuação
RIACHOS
MCMON
MCREM
CAMON
CAREM
MCLEN
ANCAR
CALEN
MCJUS
14MON
14REM
CAJUS
14LEN
ATQG
14JUS
PRAT
ESPÉCIE
C. stenopterus
C. voga
D. speculiferum
Diapoma sp.
E. virescens
G. brasiliensis
G. carapo
G. gymnogenys
G. labiatus
Glanidium sp.
H. aspilogaster
H. commersoni
H. igneus1
H. jacuiensis
H. littorale1
H. luetkenii
H. malabaricus
H. mustelinus1
H. punctulatus
Heptapterus sp.
Hisonotus sp.
Hypobrycon sp.
I. punctatus
L. anus
L. obtusidens
M. cottoides
M. salmoides1
O. humensis1
O. jenynsii
O. niloticus1
O. robustus
P. caudimaculatus
P. doriae
P. hystrix1
P. lineatus
P. nigribarbis
P. pintado
R. cadeae
Tabela 2 - Conclusão.
RIACHOS
MCMON
MCREM
CAMON
CAREM
MCLEN
ANCAR
CALEN
MCJUS
14MON
14REM
CAJUS
14LEN
ATQG
14JUS
PRAT
ESPÉCIE
R. eriarcha
R. malabarbai
R. microlepidogaster
R. quelen
R. strigilata
S. biornata
S. brasiliensis1
S. marmoratus
Trichomycterus sp.
1
= captura total igual ou inferior a 5 indivíduos
Figura 4 Número médio de espécies (barras horizontais internas) e amplitude de variação desse
número (linhas horizontais externas) em três segmentos da área estudada (Mont-
Cach=montante do Cachoeirão; Jus-Cach=jusante do Cachoeirão; Jus-14J=jusante da
barragem da UHE 14 de Julho).
Na ordenação (Fig. 5A) ficou evidente que as amostras obtidas em córregos (pontos
de tonalidade cinza representados por esferas, sinais positivos e quadrados,
de acordo com a posição na bacia) se posicionaram de forma diferente (todas
localizadas no lado direito da figura) daquelas obtidas nas estações dispostas
ao longo do rio das Antas (rios e reservatórios). Essas diferenças foram mais
evidentes quando considerado o eixo 1 (Fig. 5B). Para o eixo 2, as diferenças
estiveram relacionadas à posição dos riachos ao longo da bacia, sendo essas
bem marcantes entre os trechos mais alto (área de influência de Castro Alves) e
o mais baixo (14 de Julho; Fig. 5C).
600
C. Alves M. Claro 14 Julho
C. Alves - Trib. M. Claro - Trib. 14 Julho - Trib.
500 Rio Antas
400
DCA 2
300
200
100
0 A
DCA 2
Média±EP
200 200
180
160
160
120
140
80 120
CA MC QJ Antas CA MC QJ Antas
CA - Trib. MC - Trib QJ - Trib CA - Trib. MC - Trib QJ - Trib
REGIÃO REGIÃO
As tendências evidenciadas pela DCA ficam mais evidentes quando são analisadas
as variações na riqueza de espécies (Fig. 6). Dessa maneira, a média da riqueza
de espécies verificada nos córregos da região da UHE Castro Alves é menos da
metade da média obtida para os córregos da UHE 14 de Julho, sendo aqueles na
região da UHE Monte Claro em posição intermediária. Merece destaque a maior
riqueza média de espécies por amostra nos trechos mais inferiores da região
estudada (córregos da 14 de Julho e rio das Antas abaixo dessa barragem).
14
Média
12 Média±EP
RIQUEZA DE ESPÉCIES
10
2
CA CA - Trib MC MC - Trib QJ QJ - Trib Antas
REGIÃO
Figura 6 Média da riqueza de espécies por amostra nas diferentes regiões amostradas entre 2002 e 2009
no baixo rio das Antas (CA: Castro Alves; CA – Trib. – córregos próximos a Castro Alves; MC:
Monte Claro; MC – Trib.: córregos próximos a Monte Claro; QJ: 14 de Julho; QJ – Trib.: córregos
próximos a 14 de Julho; Antas: trecho inferior do rio das Antas, abaixo da UHE 14 de Julho).
Para todas essas análises, a ordenação foi a mesma, diferenciando apenas como os
escores foram analisados, ou seja, considerando diversos fatores.
A ordenação feita sem os dados obtidos nos riachos permitiu uma melhor
avaliação das tendências da composição da ictiofauna nos diversos reservatórios e
trecho inferior do baixo rio das Antas (Fig. 7A). Assim, grande parte das amostras
da região da UHE Castro Alves apresentou tendência de se posicionar mais a
esquerda e inferior, enquanto as amostras da UHE Monte Claro e trecho inferior
do baixo rio das Antas ficaram em posição intermediária daquelas da de 14 de
Julho, que se concentraram na parte inferior direita. Essas tendências são mais
evidentes quando analisadas as médias dos escores para cada região considerada.
Para o eixo 1, o maior valor médio foi verificado para as amostras da 14 de Julho
e o menor para a Castro Alves (Fig. 7B). Para o eixo 2, as maiores médias foram
para a 14 de Julho e trecho inferior do rio das Antas e menor para a UHE Castro
Alves (Fig. 7C).
Figura 7 Resultado da análise de correspondência (CA) considerando os dados obtidos nos projetos
de monitoramento conduzido no rio das Antas. Ordenação resultante do eixo 1 (CA 1) e 2
(CA 2) (A) por região, e médias dos escores (± erro padrão: EP) paras as diversas regiões
consideradas (CA: Castro Alves; MC: Monte Claro; QJ: 14 de Julho; Antas: trecho baixo do
baixo rio das Antas), para o eixo 1 (CA 1; B) e 2 (CA 2; C).
Figura 8 Média da riqueza de espécies para as diferentes regiões amostradas nos estudos de
monitoramento conduzidos no rio das Antas (CA: Castro Alves; MC: Monte Claro; QJ: 14
de Julho).
Na ordenação das amostras das fases Pré, foi possível verificar uma concentração
de pontos referentes à área da UHE 14 de Julho no lado direito e superior da
Figura 9A (quadrados), indicando que essa área apresentou tendência diferente
das demais (Castro Alves e Monte Claro). Essas tendências são mais evidentes
quando analisadas as médias dos escores para cada trecho em separado, com
maior média para os da 14 de Julho, tanto para o eixo 1 (Fig. 9B) quanto para o
eixo 2 (Fig. 9C).
Figura 9 Resultado da análise de correspondência (CA) considerando os dados obtidos nos projetos
de monitoramento conduzido no rio das Antas, antes dos represamentos (fase Pré; A), e
médias dos escores (± erro padrão: EP) paras os diversos reservatórios (CA: Castro Alves;
MC: Monte Claro; QJ: 14 de Julho), para o eixo 1 (CA 1; B) e 2 (CA 2; C).
Figura 10 Média da riqueza de espécies para a fase pré-represamento, nos estudos de monitoramento
conduzidos no rio das Antas (CA: Castro Alves; MC: Monte Claro; QJ: 14 de Julho).
1. Esses padrões são evidentes quando analisadas as médias dos escores para cada
eixo em separado. No eixo 1, as médias foram distintas para as UHEs Castro Alves
e Monte Claro (Fig. 11B) e, para o eixo 2, a média maior dos escores foi para as
amostras da UHE 14 de Julho (Fig. 11C).
Figura 11 Resultado da análise de correspondência (CA) considerando os dados obtidos nos projetos
de monitoramento conduzido no rio das Antas, imediatamente após represamentos (fase
Pós 1; A), e médias dos escores (± erro padrão: EP) para os diversos reservatórios (CA:
Castro Alves; MC: Monte Claro; QJ: 14 de Julho), para o eixo 1 (CA 1; B) e 2 (CA 2; C).
As médias da riqueza de espécies foi semelhante para a fase Pós 1 das UHEs
Castro Alves e Monte Claro (11 e 10, respectivamente), porém menores que o
valor obtido para a UHE 14 de Julho (16 espécies), que se apresentou mais variável
(barras representando o erro padrão na Fig. 12). Esses valores podem explicar a
elevada variabilidade observada na ordenação no eixo 1 para a 14 de Julho, devido
à existência de amostras com baixa e alta riqueza de espécies. Isso também pode
explicar a tendência do eixo 2, com espécies capturadas apenas nesse trecho.
Figura 12 Média da riqueza de espécies após o represamento (imediatamente após: Pós 1), nos
estudos de monitoramento conduzidos no rio das Antas (CA: Castro Alves; MC: Monte
Claro; QJ: 14 de Julho).
A análise dos escores da UHE Monte Claro foi feita para avaliar possíveis
tendências na composição de espécies durante o processo de colonização desse
reservatório (fases Pós 1, Pós 2 e Pós 3), que pode servir de indicação para o que
poderá acontecer nos demais reservatórios construídos na bacia.
120
A Pós 1
80 Pós 2
Pós 3
40
0
CA 2
-40
-80
-120
-160
-100 -50 0 50 100 150 200 250
CA 1
35 40
B Média C Média
30 Média±EP 30 Média±EP
25 20
10
20
CA 1
0
CA 2
15
-10
10
-20
5 -30
0 -40
-5 -50
Pós 1 Pós 2 Pós 3 Pós 1 Pós 2 Pós 3
PERÍODO PERÍODO
13
12
11
10
9
Pós 1 Pós 2 Pós 3
PERÍODOS
Figura 14 Média da riqueza de espécies para as fases Pós-represamento (Pós 1; Pós 2 e Pós 3)
nos estudos de monitoramento conduzidos na UHE Monte Claro.
Como conclusões acerca dos padrões de composição da ictiofauna no rio das Antas,
na área do Complexo Energético do Rio das Antas, podem ser enumeradas:
- Para o trecho estudado do rio das Antas, também houve um contraste acentuado
entre a composição da ictiofauna dos seguimentos superiores (UHE Castro Alves)
e dos inferiores (14 de Julho até a foz do rio Guaporé). Esse fato também parece ser
decorrente de processos regionais e da maior proximidade dos focos de dispersão
representados pelos trechos a jusante (rio Taquari-Jacuí);
Médios Migradores/
MM/SCP A. pantaneiro, P. nigribarbis e P. pintado
Sem Cuidado Parental
Grandes Migradores/
GM/SCP L. obtusidens, P. lineatus e S. brasiliensis
Sem Cuidado Parental
A ictiofauna do baixo rio das Antas é amplamente dominada por espécies com
estratégia reprodutiva do tipo sedentária, com e sem cuidado parental, que
contribuiram com 88,4% do número de espécies e 98,4% do número de indivíduos
capturados (Fig. 15). Os grandes migradores compreenderam apenas três espécies
(grumatã Prochilodus lineatus, piava Leporinus obtusidens e dourado Salminus
brasiliensis), que representaram somente 0,1% do total dos indivíduos amostrados.
Destaca-se, no entanto, a ausência dos grandes migradores nos riachos e nos trechos
a montante do Cachoeirão. Constatou-se, também, que as espécies sedentárias
sem cuidado parental foram mais numerosas acima do Cachoeirão, enquanto
aquelas com cuidado parental o foram nos riachos. Em relação à abundância,
outras estratégias que não as sedentárias (com ou sem cuidado parental) tiveram
mais relevância a jusante do Cachoeirão.
SED CP FI MM GM
A B
100% 100%
80% 80%
60% 60%
40% 40%
20% 20%
0% 0%
MONT-CACH JUSA-CACH RIACHOS MONT-CACH JUSA-CACH RIACHOS
Figura 16 Proporção das estratégias reprodutivas no número total de espécies (A) e número de
indivíduos (B) da ictiofauna de riachos e dos trechos a montante (MONT-CACH) e a
jusante (JUSA-CACH) das corredeiras do Cachoeirão no baixo rio das Antas.
Novembro
Dezembro
Setembro
Fevereiro
RGSmax
Outubro
Janeiro
Agosto
ESPÉCIE Nfa
Março
Junho
Julho
Abril
Maio
A. brevipinnis 20 12,78
A. eigenmanniorum 77 3,48
A. grupo facetus 89 8,31
A. fasciatus 127 15,22
A. henseli 5972 14,83
A. jacuhiensis 475 16,22
A. laticeps 167 17,21
A. pantaneiro 8 9,40
Ancistrus sp. 9 6,45
Astyanax sp. 1352 25,52
B. iheringii 3137 28,43
Bunocephalus sp. 5 8,91
C. alburnus 8029 28,17
C. interruptus 5 7,05
C. orientale 35 17,39
C. paleatus 58 23,82
C. punctata 357 8,09
C. spilotus 16 7,75
C. stenopterus 119 9,19
C. voga 109 23,01
D. speculiferum 2002 20,59
Diapoma sp. 338 14,38
E. virescens 22 10,61
G. brasiliensis 434 4,30
Tabela 3 - Conclusão.
Novembro
Dezembro
Setembro
Fevereiro
RGSmax
Outubro
Janeiro
Agosto
ESPÉCIE Nfa
Março
Junho
Julho
Abril
Maio
G. carapo 71 14,76
G. gymnogenys 1554 13,35
G. labiatus 534 5,19
Glanidium sp. 242 23,97
H. commersoni 266 13,93
H. jacuiensis 856 12,72
H. luetkenii 1001 17,82
H. malabaricus 337 18,42
H. mustelinus 99 12,24
H. punctulatus 4154 27,14
Heptapterus sp. 149 16,26
Hypobrycon sp. 193 14,95
L. anus 505 12,47
L. obtusidens 4 5,67
M. cottoides 55 12,71
O. jenynsii 1029 16,60
O. robustus 366 21,80
P. doriae 15 12,86
P. lineatus 23 22,74
P. nigribarbis 171 11,88
P. pintado 1123 16,55
R. cadeae 50 15,10
R. eriarcha 49 7,22
R. microlepidogaster 87 15,96
R. quelen 515 13,75
R. strigilata 275 19,88
S. biornata 1541 24,00
S. marmoratus 22 3,73
de reprodução na primavera e verão. Pelo menos 60% das espécies com captura
de fêmeas no inverno não apresentaram qualquer evidência de reprodução nesse
período (esse percentual foi de 2% em dezembro) – Figura 17A.
80%
60%
40%
20%
0%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
B
Índice de Atividade Reprodutiva
25
20
15
10
5
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2,4 2,4
1,6 1,6
0,8 0,8
0 0
400 400
Jusante do Jusante do
320 Cachoeirão 320 Cachoeirão
240 240
160 160
80 80
0
T T V Z N V R T T V Z N V R
SE OU NO DE JA FE MA SE OU NO DE JA FE MA
Figura 18 Densidade média mensal de ovos e larvas de peixes (± erro padrão) no trecho a montante
e a jusante do Cachoeirão (atentar para a diferença de escalas), no baixo rio das Antas,
na área do Complexo Energético do Rio das Antas.
As espécies que figuraram entre as mais abundantes foram também aquelas que
apresentaram evidências de reprodução em maior número de localidades. Assim,
das quatro espécies que mostraram indícios de reprodução em todas as localidades,
incluindo parte dos riachos, a saber, o cascudo H. punctulatus, o lambari A. henseli,
o tambicu O. jenynsii e o cará G. labiatus, apenas essa última não figurou entre as
15 mais abundantes no período. O lambari C. alburnus, a espécie mais abundante,
além do pintado P. pintado e do biru S. biornata, apresentou indícios de reprodução
em todas as localidades, com a exceção dos riachos – Tabela 4.
RIACHO
CAMON
RGSmax
MCREM
CAREM
ANCAR
MCLEN
Espécies Nfa
14MON
CALEN
MCJUS
14REM
CAJUS
ATQG
14LEN
PRAT
14JUS
A. brevipinnis 20 12,78
A. eigenmanniorum 77 3,48
A. grupo facetus 89 8,31
A. fasciatus 127 15,22
A. henseli 5972 14,83
A. jacuhiensis 475 16,22
A. laticeps 167 17,21
A. pantaneiro 8 9,40
Ancistrus sp. 9 6,45
Astyanax sp. 1352 25,52
B. iheringii 3137 28,43
Bunocephalus sp. 5 8,91
C. alburnus 8029 28,17
Tabela 4 - Conclusão.
MCMON
RIACHO
CAMON
RGSmax
MCREM
CAREM
ANCAR
MCLEN
Espécies Nfa
14MON
CALEN
MCJUS
14REM
CAJUS
ATQG
14LEN
PRAT
14JUS
C. interruptus 5 7,05
C. orientale 35 17,39
C. paleatus 58 23,82
C. punctata 357 8,09
C. spilotus 16 7,75
C. stenopterus 119 9,19
C. voga 109 23,01
D. speculiferum 2002 20,59
Diapoma sp. 338 14,38
E. virescens 22 10,61
G. brasiliensis 434 4,30
G. carapo 71 14,76
G. gymnogenys 1554 13,35
G. labiatus 534 5,19
Glanidium sp. 242 23,97
H. commersoni 266 13,93
H. jacuiensis 856 12,72
H. luetkenii 1001 17,82
H. malabaricus 337 18,42
H. mustelinus 99 12,24
H. punctulatus 4154 27,14
Heptapterus sp. 149 16,26
Hypobrycon sp. 193 14,95
L. anus 505 12,47
L. obtusidens 4 5,67
M. cottoides 55 12,71
O. jenynsii 1029 16,60
O. robustus 366 21,80
P. doriae 15 12,86
P. lineatus 23 22,74
P. nigribarbis 171 11,88
P. pintado 1123 16,55
R. cadeae 50 15,10
R. eriarcha 49 7,22
R. microlepidogaster 87 15,96
R. quelen 515 13,75
R. strigilata 275 19,88
S. biornata 1541 24,00
S. marmoratus 22 3,73
A
muito intensa intensa moderado incipiente nula
100%
80%
60%
40%
20%
0%
CAMON
CAREM
CALEN
CAJUS
MCMON
PRAT
MCREM
MCLEN
MCJUS
14MON
14REM
14LEN
14JUS
ANCAR
ATQG
RIACHO
B
Índice de Atividade Reprodutiva
20
15
10
0
CAMON
CAREM
CALEN
CAJUS
MCMON
PRAT
MCREM
MCLEN
MCJUS
14MON
14REM
14LEN
14JUS
ANCAR
ATQG
RIACHO
Figura 19 Variação espacial na proporção das distintas categorias de atividade reprodutiva (A) e
valores médios do Índice de Atividade Reprodutiva (± erro padrão; B) para a ictiofauna
do baixo rio das Antas, na área do Complexo Energético do Rio das Antas.
CAJUS
MCMON
PRAT
MCREM
MCLEN
FCARR
ANCAR
ATQG
FGUAP
FSMAR
CAMON
CAJUS
MCMON
PRAT
MCLEN
FCARR
ANCAR
ATQG
FGUAP
30 1,5
25 2005-2006 1,2 2005-2006
20
0,9
15
10 0,6
5 0,3
0 0
. .
MCMON
PRAT
MCREM
MCLEN
MCJUS
14MON
MCMON
PRAT
MCREM
MCLEN
MCJUS
14MON
600 150
500 2007-2008 120 2007-2008
400 x5
90
300
60
200
100 30
0 0
CAMON
CAREM
CALEN
CAJUS
PRAT
14REM
14LEN
14JUS
FCARR
ANCAR
ATQG
FGUAP
CAMON
CAREM
CALEN
CAJUS
PRAT
14REM
14LEN
14JUS
FCARR
ANCAR
ATQG
FGUAP
Figura 20 Densidade média mensal de ovos e larvas de peixes (± erro padrão) em distintas estações
de amostragem ao longo do baixo rio das Antas, antes da formação do reservatório de
Monte Claro (2002-03) e nos anos subsequentes (2005-06 e 2007-08). Atentar para
diferenças na escala.
A composição da dieta das espécies do baixo rio das Antas, área de influência dos
reservatórios da Ceran, é apresentada na Tabela 5, juntamente com a informação
do número de estômagos analisados e da categoria trófica a que pertencem. Como
pode ser evidenciado na tabela, poucas espécies entre as abundantes apresentaram
dieta restrita a um só item. A maioria apresentou dieta diversificada, atestando
a baixa especialização reconhecida em outros estudos para a ictiofauna Sul-
americana.
Tabela 5 - Composição da dieta das espécies de peixes do baixo rio das Antas e suas
respectivas categorias tróficas (N=número de estômagos com conteúdo
analisados; *=espécies com número insuficiente de estômagos analisados, cuja
categoria trófica foi confirmada com dados da literatura). 1=insetos aquáticos;
2=insetos terrestres; 3=outros invertebrados aquáticos; 4=outros invertebrados
terrestres; 5=peixes; 6=algas; 7=plantas; 8=detrito/sedimento
Especies N 1 2 3 4 5 6 7 8
DETRITÍVOROS
A. brevipinnis 1* 82,12 3,58 0,79 13,52
Ancistrus sp. *
C. spilotus 2* 0,19 99,81
C. voga 10 0,01 0,02 <0,01 1,35 0,20 98,41
H. aspilogaster 1* 27,75 72,25
H. commersoni 10 0,23 0,01 0,86 98,90
H. punculatus 437 <0,01 <0,01 0,47 <0,01 <0,01 6,23 0,07 93,23
H. armatus *
Hisonotus sp. 1* 16,67 83,33
L. anus 41 9,07 <0,01 1,86 <0,01 0,89 1,02 87,15
P. hystrix *
P. lineatus 2*
R. cadeae 5* 28,31 1,77 2,92 67,00
R. malabarbai *
R. microlepidogaster 17 24,95 10,80 <0,01 2,52 0,08 61,64
R. strigilata 36 0,78 0,69 <0,01 3,09 0,61 94,83
S. biornata 148 <0,01 <0,01 0,96 <0,01 8,66 0,01 90,37
HERBÍVOROS
A. fasciatus 33 1,99 4,89 0,01 0,03 0,09 92,99
A. jacuhiensis 127 9,87 12,94 0,03 0,08 2,39 0,79 73,85 0,05
A. nobilis *
C. carpio *
C. idella *
H. igneus *
H. jacuiensis 151 5,20 0,62 5,38 <0,01 57,53 15,72 15,54
H. luetkenii 169 5,14 0,85 0,59 0,06 0,06 31,89 57,65 3,77
O. niloticus *
INSETÍVOROS
C. alburnus 1920 67,56 23,78 0,37 0,23 0,01 0,39 7,65 0,01
C. dicropotamicus *
C. orientale 10 99,97 0,01 0,02
D. speculiferum 550 39,07 59,34 0,34 0,28 0,11 <0,01 0,86 <0,01
Diapoma sp. 157 44,37 54,66 0,04 0,02 <0,01 0,91 <0,01
G. carapo 26 99,25 0,10 <0,01 0,24 0,02 0,39
Glanidium sp. 97 86,28 13,68 <0,01 0,01 0,03
H. mustelinus 24 81,47 0,80 0,45 16,89 0,40
Tabela 5 - Conclusão.
Especies N 1 2 3 4 5 6 7 8
INSETÍVOROS
Heptapterus sp. 50 95,61 0,05 0,60 2,24 1,50
Hypobrycon sp. 74 95,66 0,20 0,43 0,01 0,01 2,41 1,10 0,18
M. cottoides 17 99,34 0,65 0,01 <0,01
P. doriae 4* 100,00
P. nigribarbis 15 83,72 1,02 13,29 1,96 0,01
INVERTÍVOROS
A. grupo facetus 23 76,80 0,02 3,31 7,53 0,07 1,68 8,41 2,18
Bunocephalus sp. 3* 77,54 12,62 3,69 6,15
C. paleatus 13 76,64 13,11 10,25
C. punctata 66 29,69 0,37 35,98 0,03 30,37 <0,01 3,56 <0,01
E. virescens 12 98,74 <0,01 0,78 <0,00 0,48
G. brasiliensis 51 57,22 <0,01 34,06 1,35 0,89 0,46 6,01
G. gymnogenys 273 73,26 <0,01 12,38 2,74 0,10 0,12 4,20 7,21
G. labiatus 71 80,22 0,19 5,00 0,02 0,82 <0,01 12,74 1,02
H. littorale *
P. caudimaculatus 1* 5,66 94,34
R. eriarcha 13 89,37 <0,01 8,35 2,28
Trichomycterus sp. *
ONÍVOROS
A. eigenmanniorum 5* 66,19 0,77 0,19 32,85
A. henseli 1588 23,56 25,56 0,11 0,06 0,02 0,90 49,78 0,01
A. laticeps 43 51,22 19,34 0,04 3,75 5,62 20,03 0,01
Astyanax sp. 398 28,71 6,46 0,01 0,11 0,42 2,33 61,96 0,01
B. iheringii 779 22,23 25,67 0,23 0,16 0,11 20,54 20,10 10,96
C. interruptus 1* 100,00
L. obtusidens *
O. humensis *
P. pintado 129 42,39 1,26 0,53 0,87 21,39 <0,01 33,43 0,13
PISCÍVOROS
A. pantaneiro 6 100,00
C. stenopterus 27 15,89 0,11 83,80 0,19
H. malabaricus 66 100,00 <0,01
I. punctatus 1* 100,00
M. salmoides *
O. jenynsii 294 0,29 0,03 <0,01 0,01 99,67 <0,01 <0,01 <0,01
O. robustus 105 0,33 0,01 <0,01 99,66 <0,01
R. quelen 149 4,38 0,97 0,77 1,38 90,87 1,63 <0,01
S. brasiliensis *
S. marmoratus 1* 100,00
NÚMERO DE ESPÉCIES
Onívoras
12,9% Invertívoras
Piscívoras 17,1%
14,3% 9 12
10
13 Insetívoras
17 18,6%
9
Detritívoras
24,3% Herbívoras
12,9%
NÚMERO BIOMASSA
Onívoras Invertívoras Piscívoras Onívoras
19,5% 6,0% 29,8% 13,9%
Piscívoras
2,5% Invertívoras
Detritívoras 6,2%
8,7%
Insetívoras
7,1%
Herbívoras
4,2% Herbívoras
2,0%
Insetívoras
59,2% Detritívoras
40,9%
Figura 21 Proporção entre as distintas categorias tróficas em relação à riqueza de espécies, número
de indivíduos e biomassa capturada ao longo do baixo rio das Antas, área de influência
dos reservatórios da Ceran.
Cyanocharax alburnus
(Hensel, 1870) - LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: .................... 67,56%
Insetos terrestres: .................... 23,78%
Outros invert. aquáticos: .......... 0,37%
Outros invert. terrestres: .......... 0,23%
Peixes: ......................................... 0,01%
Algas: .......................................... 0,39%
Plantas:........................................ 7,65%
Detrito: ........................................ 0,01%
Bryconamericus iheringii
(Boulenger, 1887) - LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: ..................22,23%
Insetos terrestres: ..................25,67%
Outros invert. aquáticos: ........0,23%
Outros invert. terrestres: ..... <0,16%
Peixes: .................................... <0,11%
Distribuição natural: Bacias da Laguna Algas: ......................................20,54%
dos Patos e do rio Uruguai; no rio das Plantas: ...................................20,10%
Antas, acima e abaixo do Cachoeirão. Detrito: ...................................10,96%
Item predominante na dieta: Insetos
(efemerópteros e himenópteros), algas
(zignemafíceas) e plantas (frutos e
sementes).
8 Biologia das principais espécies ___________________________________________________69
A ICTIOFAUNA DO RIO DAS A NTAS: DISTRIBUIÇÃO E BIONOMIA DAS ESPÉCIES
Astyanax henseli
Melo & Buckup, 2006 - LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: ...................23,56%
Insetos terrestres: ...................22,56%
Outros invert. aquáticos: .........0,11%
Outros invert. terrestres: .........0,06%
Peixes:.........................................0,02%
Algas: .........................................0,90%
Plantas: ....................................49,78%
Detrito: ......................................0,01%
Item predominante na dieta:
Distribuição natural: Bacias do rio dos Plantas (frutos e sementes) e insetos
Sinos e do Taquari, ao norte de Porto (efemerópteros e himenópteros).
Alegre-RS; no rio das Antas, acima e
abaixo do Cachoeirão.
LOCALIDADE IAR
MÊS IAR
CASTRO ALVES-MON 1,91
JAN 5,62
CASTRO ALVES-REM 10,26
FEV 3,6
CASTRO ALVES-LEN 5,30
MAR 1,09
CASTRO ALVES-JUS 3,04
ABR 0,29
MONTE CLARO-MON 10,74
MAI 0
RIO DA PRATA 2,15
JUN 0
MONTE CLARO-REM 8,22
JUL 0,20
MONTE CLARO-LEN 9,46
AGO 0,57
MONTE CLARO-JUS 6,29
SET 6,7
14 DE JULHO-MON 4,42
OUT 20,77
14 DE JULHO-REM 5,90
NOV 16,34
14 DE JULHO-LEN 6,29
DEZ 4,71
14 DE JULHO-JUS 4,04
ANTAS-CARREIRO 11,35 Comprimento de primeira maturação:
ANTAS-GUAPORÉ 6,17 Fêmeas 5,3cm.
Machos 4,5cm.
RIACHO 1,72
Diapoma speculiferum
Cope, 1894 - LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: .................. 39,07%
Insetos terrestres: .................. 59,34%
Outros invert. aquáticos: ........ 0,34%
Outros invert. terrestres: ........ 0,28%
Distribuição natural: Bacia da Laguna Peixes:........................................ 0,11%
dos Patos, RS; no rio das Antas, acima e Algas: ......................................<0,01%
abaixo do Cachoeirão. Plantas: ..................................... 0,86%
Detrito: ...................................<0,01%
Hemiancistrus punctulatus
Cardoso & Malabarba, 1999 – CASCUDO DE ESPINHOS
Dieta:
Insetos aquáticos: ..................<0,01%
Insetos terrestres: ..................<0,01%
Outros invert. aquáticos: ........ 0,47%
Outros invert. terrestres: ......<0,01%
Peixes: ......................................<0,01%
Algas: ........................................ 6,23%
Plantas: ..................................... 0,07%
Detrito: ................................... 93,23%
Distribuição natural: Bacia da Laguna
dos Patos; no rio das Antas, acima e Item predominante na dieta: Detrito e
abaixo do Cachoeirão. sedimento.
Gymnogeophagus gymnogenys
(Hensel, 1870) - CARÁ
Dieta:
Insetos aquáticos: .................. 73,26%
Insetos terrestres: ..................<0,01%
Outros invert. aquáticos: ...... 12,38%
Outros invert. terrestres: ........ 2,74%
Peixes: ........................................ 0,10%
Algas: ........................................ 0,12%
Distribuição natural: Bacia da Laguna Plantas: ..................................... 4,20%
dos Patos; no rio das Antas, acima e Detrito: ..................................... 7,21%
abaixo do Cachoeirão.
Item predominante na dieta: Insetos
aquáticos (quironomídeos).
Heterocheirodon jacuiensis
Malabarba & Bertaco, 1999 - LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: .....................5,20%
Insetos terrestres: .....................0,62%
Outros invert. aquáticos: .........5,38%
Outros invert. terrestres: ...... <0,01%
Algas: .......................................57,53%
Plantas: ....................................15,72%
Detrito: ....................................15,54%
ANTAS-GUAPORÉ 12,78
RIACHO
Astyanax sp.
LAMBARI
14 DE JULHO-REM 0
Comprimento de primeira maturação:
14 DE JULHO-LEN 1,05 Fêmeas 4,3cm.
14 DE JULHO-JUS 1,51 Machos 5,5cm.
ANTAS-CARREIRO 2,97
ANTAS-GUAPORÉ 1,25
RIACHO 9,94
Steindachnerina biornata
(Braga & Azpelicueta, 1987) - BIRU
Dieta:
Insetos aquáticos: .................. <0,01%
Insetos terrestres: .................. <0,01%
Outros invert. aquáticos: .........0,96%
Outros invert. terrestres: ...... <0,01%
Algas: .........................................8,66%
Plantas: ......................................0,01%
Distribuição natural: Bacias dos rios Detrito: .................................... 90,37%
Paraguai, Uruguai, baixo Paraná e
Bacia da Laguna dos Patos; no rio das Item predominante na dieta: Detrito e
Antas, acima e abaixo do Cachoeirão. sedimento.
Hyphessobrycon luetkenii
(Boulenger, 1887) - LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: .................... 5,14%
Insetos terrestres: .................... 0,85%
Outros invert. aquáticos: ........ 0,59%
Outros invert. terrestres: ........ 0,06%
Peixes:........................................ 0,06%
Distribuição natural: Bacia da Laguna Algas: ...................................... 31,89%
dos Patos; no rio das Antas, acima e Plantas: ................................... 57,65%
abaixo do Cachoeirão. Detrito: ..................................... 3,77%
Geophagus brasiliensis
(Quoy & Gaimard, 1824) - CARÁ
Dieta:
Insetos aquáticos: ...................57,22%
Insetos terrestres: .................. <0,01%
Outros invert. aquáticos: .......34,06%
Outros invert. terrestres: .........1,35%
Algas: .........................................0,89%
Plantas: ......................................0,46%
Detrito: ......................................6,01%
ANTAS-GUAPORÉ 3,69
RIACHO 0
Oligosarcus jenynsii
(Gunther, 1964) -TAMBICU
Diapoma sp.
LAMBARI
Dieta:
Insetos aquáticos: .................. 44,37%
Insetos terrestres: .................. 54,66%
Outros invert. aquáticos: ........ 0,04%
Outros invert. terrestres: ........ 0,02%
Distribuição natural: Rio das Antas, Algas: ......................................<0,01%
acima e abaixo do Cachoeirão; Plantas: ..................................... 0,91%
registrada também no rio dos Sinos. Detrito: ...................................<0,01%
Pimelodus pintado
Azpelicueta, Lundberg & Loureiro, 2008 - PINTADO
Dieta:
Insetos aquáticos: ...................42,39%
Insetos terrestres: .....................1,26%
Outros invert. aquáticos: .........0,53%
Outros invert. terrestres: .........0,87%
Peixes:.......................................21,39%
Algas: ...................................... <0,01%
Plantas: ....................................33,43%
Distribuição natural: Bacia da Laguna Detrito: ......................................0,13%
dos Patos.
Item predominante na dieta: Insetos
Status na bacia: Abundante em toda a aquáticos (quironomídeos), Plantas
bacia do baixo rio das Antas. (frutos e sementes) e Peixes (escamas).
Crenicichla punctata
Hensel, 1870 - JOANA
Gymnogeophagus labiatus
(Hensel, 1870) - CARÁ
Dieta:
Insetos aquáticos: .................. 80,22%
Insetos terrestres: .................... 0,19%
Outros invert. aquáticos: ........ 5,00%
Outros invert. terrestres: ........ 0,02%
Peixes:........................................ 0,82%
Algas: ......................................<0,01%
Distribuição natural: Bacia da Laguna Plantas: ................................... 12,74%
dos Patos; no rio das Antas, acima e Detrito: ..................................... 1,02%
abaixo do Cachoeirão.
Item predominante na dieta:
Insetos aquáticos (efemerópteros e
tricópteros).
Astyanax jacuhiensis
(Cope, 1894) – LAMBARI RABO AMARELO
Dieta:
Insetos aquáticos: .....................9,87%
Insetos terrestres: ...................12,94%
Outros invert. aquáticos: .........0,03%
Outros invert. terrestres: .........0,08%
Distribuição natural: Bacias da Laguna Peixes:.........................................2,39%
dos Patos e do rio Uruguai; no rio das Algas: .........................................0,79%
Antas, acima e abaixo do Cachoeirão. Plantas: ....................................73,85%
Detrito: ......................................0,05%
Loricariichthys anus
(Valenciennes, 1836) - VIOLA
Rhamdia quelen
(Quoy & Gaimard, 1824) - JUNDIÁ
Dieta:
Insetos aquáticos: .................... 4,38%
Insetos terrestres: .................... 0,97%
Outros invert. aquáticos: ....... 0,77%
Outros invert. terrestres: ........ 1,38%
Peixes: ..................................... 90,87%
Plantas: ..................................... 1,63%
Detrito: ...................................<0,01%
Oligosarcus robustus
Menezes, 1969 - TAMBICU
Dieta:
Insetos aquáticos: .................... 0,33%
Insetos terrestres: .................... 0,01%
Outros invert. terrestres: ......<0,01%
Peixes:...................................... 99,66%
Plantas: ...................................<0,01%
CASTRO ALVES-MON 0
MÊS IAR
CASTRO ALVES-REM 7,00
JAN 0,85
CASTRO ALVES-LEN 10,76
FEV 0,75
CASTRO ALVES-JUS 0,67
MAR 0
MONTE CLARO-MON 0
ABR 3,26
RIO DA PRATA 0
MAI 3,60
MONTE CLARO-REM 7,99
JUN 6,30
MONTE CLARO-LEN 13,14
JUL 26,76
MONTE CLARO-JUS 7,79
AGO 12,86
14 DE JULHO-MON 0
SET 0,55
14 DE JULHO-REM 3,85
OUT 16,39
14 DE JULHO-LEN 1,93
NOV 0
14 DE JULHO-JUS 3,75
DEZ 0,69
ANTAS-CARREIRO 6,06
ANTAS-GUAPORÉ 0,90 Comprimento de primeira maturação:
RIACHO Fêmeas 16,7cm.
Machos 10,9cm.
O fato das espécies migradoras serem, em geral, as mais afetadas por represamentos,
confere a esse grupo caráter prioritário nas ações de mitigação de impactos.
Entretanto, todos os indivíduos capturados dessas espécies o foram abaixo das
corredeiras do Cachoeirão, localizadas na alça de vazão reduzida do reservatório
da UHE Castro Alves. Além disso, embora as capturas dessas espécies tenham
ocorrido até as imediações da foz do rio da Prata, elas não foram registradas nesse
afluente, com maior parte das capturas ocorrendo abaixo da barragem da UHE
Monte Claro (78%), com destaque para o trecho a jusante da barragem da UHE 14
de Julho (67%).
(8,6% da riqueza total), porém com registros esporádicos nas capturas. Entretanto,
a alteração na dinâmica da água pelos represamentos (efeito facilitador) requer
monitoramento acerca da abundância das espécies introduzidas. No entanto,
exceto pela recomendação de estímulo às suas capturas pela pesca, não parece
ainda ser motivo de preocupação.
AGOSTINHO, A.A.; SUZUKI, H.I.; SAMPAIO, A.A.; BORGES, J.D.R. 1991. Índice
de atividade reprodutiva: uma proposta para avaliação da atividade reprodutiva
em peixes. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ICTIOLOGIA, 9., 1991, Maringá.
Resumos dos trabalhos apresentados... Maringá: Universidade Estadual de
Maringá. p.53.
BUCKUP, P.A.; MENEZES, N.A.; GHAZZI, M.S. 2007. Catálogo das espécies de
peixes de água doce do Brasil. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 195p : il, 25cm. –
(Série Livros; 23).
FEPAM, 2009. Qualidade das águas da bacia hidrográfica do rio das antas e rio
Taquari. Disponível em: <http:// www.fepam.rs.gov.br/qualidade/qualidade_
taquari_antas/taquariantas.asp. Acesso em: 14 out 2009.
LEITE, E.; COBALCHINI, M. S.; SILVA, M. L. C.; ROESE, I. A. 2003. Rio Gravataí –
RS. Qualidade atual x Enquadramento. XXIIº Congresso Brasileiro de Engenharia
Ambiental – ABES. Joinville.
10 Referências _________________________________________________________________115