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Moranga híbrida (Cucurbita maxima x Cucurbita moschata )

Informações gerais

. Família Cucurbitácea, que gosta de temperaturas um pouco mais altas.

. A moranga híbrida, também conhecida como abóbora japonesa, moranga japonesa ou abóbora
híbrida Tetsukabuto (nome que levou este híbrido a ser chamado, no MT e em GO, de Cabutiã
ou Cabutiá) é resultado do cruzamento da moranga (Cucurbita maxima) com a abóbora
(Cucurbita moschata)

. Híbridos interespecíficos (obtidos de cruzamentos entre espécies, como é o caso da moranga


híbrida) foram originalmente produzidos no Japão, de onde vem a maior parte das sementes
híbridas usadas no Brasil.

. MG é o maior produtor brasileiro de moranga híbrida, com cerca de 36 mil t/ano e


produtividade média de 15 t/ha. Barbacena contribui bastante neste quadro. Entre as hortaliças,
estima-se que ocupe o 7º lugar em volume comercializado no Brasil.

. A moranga híbrida é bastante apreciada devido a seu sabor agradável, polpa enxuta e baixo
teor de fibras. Tem boa conservação pós colheita e resistência ao armazenamento.

Fonte: Google Imagens

Clima e época de plantio

. As cucurbitáceas se adaptam bem a regiões quentes e com alta luminosidade, sendo típicas de
clima tropical.

. A faixa de tª ideal para a cultura está entre 20 e 27ºC, sendo que de 15 a 35ºC produz-se bem.

. No Sudeste, o plantio é feito normalmente na primavera-verão, sendo que no outono-inverno


necessita-se de irrigação.

. Temperaturas amenas e dias curtos estimulam formação de maior número de flores femininas,
que vão gerar maior número de frutos.
Crescimento e desenvolvimento

. A moranga híbrida tem crescimento lento até 50 a 60 dias após a semeadura (DAS). A máxima
produção de matéria seca ocorre cerca de 90 DAS.

. As primeiras flores aparecem próximo aos 40 DAS, sendo que o período de plena floração e
frutificação ocorre por volta dos 65 DAS.

. O acúmulo de matéria seca pelos frutos atinge o seu máximo cerca de 85 a 90 DAS.

. A moranga híbrida tem a casca escura, formato arredondado e levemente achatado, polpa
alaranjada e pouca água

. As flores das Cucurbitáceas são monóicas, ou seja, são flores unissexuais (masculina ou
feminina), na mesma planta.

. No caso da moranga híbrida, as flores masculinas são em número reduzido e são macho
estéreis. Neste caso, há a necessidade de, junto ao híbrido, serem plantadas cultivares de outras
espécies de abóboras ou morangas.

À esquerda: flores masculinas; à direita: flores femininas

Fonte: Google Imagens ( Embrapa )

Cultivares

. Existem dezenas de registros de moranga híbrida no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares


(SNPC). Porém, o híbrido mais conhecido e comercializado é o Tetsukabuto, cujas sementes são
importadas.

. Outros híbridos no mercado: B8-A, Suprema, Takii, Kaneco, Triunfo, Jabras, etc.

. Por ser híbrido, há dependência constante da aquisição de sementes.


Solo e Adubação

. Para uma boa produtividade, o pH deve estar entre 5,5 e 6,8, a saturação por bases (V) deve
ser de 70% e o teor de Mg no solo deve ser de no mínimo de 1,0 cmol c / dm 3.

. Na ocasião da gradagem do solo, deve-se evitar o destorroamento excessivo do solo, para que
as gavinhas (estruturas do caule, parecidas como “molas”) possam se fixar nele.

. Na adubação, recomenda-se aplicar adubos orgânicos e minerais.

. A recomendação de adubação orgânica é de 10 t/ha de esterco de curral curtido ou composto


ou 5 t/ha de cama de frango, aplicados nas covas ou sulcos com antecedência de pelo menos 15
a 20 dias do plantio. Esta quantia equivale a 3-5 litros de cama de frango ou 10-15 litros de
esterco de curral por cova.

. A recomendação de adução mineral: 80 kg/ha de N, sendo ¼ da dose aplicado no semeio e o


restante dividido em 3 vezes, aos 30 DAS ( Dias Após o Semeio ), aos 45 e aos 60 DAS; de 0 a
120 kg/ha de P2O5, aplicados antes do plantio ou por ocasião do mesmo; e de 0 a 80 kg/ha de
K2O, aplicado da mesma forma que o N.

. Tem sido comum e com bons resultados a aplicação de Ca e B via foliar, por ocasião da pré-
florada e durante a frutificação.

Propagação

. . O espaçamento adotado para a cultura varia de 2 a 3 x 1 a 2 m. Os menores espaçamentos


são destinados ao plantio de inverno.

. O gasto aproximado de sementes é de 540 g/ha, cerca de duas latas de 300 g.

. Existem duas formas de propagação: a semeadura direta e a indireta (plantio por mudas)

. A semeadura direta pode ser feita em sulcos ou em covas. Semeia-se de 2 a 3 sementes por
cova e cobre-se com 1 a 2 cm de solo.

. O plantio de mudas pode usar recipientes como copos de jornal (altura de 10 cm e diâmetro
de 5 cm), de plástico (50 a 100 mL) ou bandejas de 72 a 128 células. As mudas devem ser
transplantadas quando tiverem de 2 a 3 folhas definitivas e no mínimo 6 cm de altura.

Detalhe:
. As flores masculinas da moranga híbrida são estéreis. Por isso, necessita-se que uma outra
espécie (de Cucurbitácea! ) seja plantada junto, para que sirva de polinizadora.

. Se for usada apenas a polinização natural, recomenda-se a relação de 5 a 6 fileiras de


moranga híbrida e 1 fileira de polinizadora.

. Algumas polinizadoras usadas: moranga Coroa, abóbora comum (devem ser plantadas 15
dias antes da moranga híbrida), abóbora Ebisu (plantio no mesmo dia da híbrida), abóbora
Menina Brasileira (plantada 20 a 25 dias antes) e abobrinha italiana (plantada 15 dias depois
da híbrida)

. Pode-se, também, fazer a polinização manual, onde a flor masculina (devidamente


identificada), mais especificamente suas anteras, devem ser passadas no estigma das flores
femininas, sempre no período da manhã, das 6 às 10 horas.

. Uma flor masculina poliniza cerca de 7 flores femininas.

. Uma outra opção seria o uso do processo de frutificação induzida, conhecida como
partenocarpia. Neste caso, faz-se a aplicação exógena (externa) de hormônio sintético
(ácido indolacético, alfa naftaleno acetato de sódio) ou de outro produto com características
de auxina, como o 2,4-D. Ressalta-se que o 2,4-D é um herbicida, e por isso, caso seja usado
para induzir a frutificação, deve ser aplicado em concentrações baixas. A concentração
recomendada é de 200 a 250 mL do produto comercial, na formulação 670 g/L de 2,4-D
amina, em 1000 litros de água.

. Em um hectare, gastam-se, aproximadamente, 60 litros de solução e 15 mL do produto


comercial 2,4-D. O cálculo correto da concentração de 2,4-D a ser aplicada é muito
importante, para que não haja danos ao crescimento da planta.

. Os agentes que fazem a polinização natural são principalmente abelhas. Por isso, sua
presença em áreas de produção é extremamente necessária.
Fonte: Google Imagens (publicação da Embrapa)

Tratos culturais

. Desbaste → no caso de semeio direto, efetua-se o desbaste das plantas em excesso no início
do ciclo, cerca de 10 a 15 dias após a semeadura

. Raleio → aconselha-se deixar apenas de 3 a 4 frutos por planta

. Irrigação → é importante manter as covas bem irrigadas nos primeiros 30 a 50 dias após o
transplante. Devido ao espaçamento mais largo, é recomendável o uso de irrigação localizada

. Manejo de plantas invasoras → a cultura deve ser mantida no limpo enquanto estiver
ocorrendo a floração, evitando-se, porém, a movimentação das ramas para não causar danos.
O uso de enxada e cultivadores, bem como a cobertura morta com palha seca são alternativas
de controle. Não existiam, até 2010, herbicidas registrados para a cultura.

. Capação → alguns produtores realizam esta operação, que consiste em eliminar a guia da
planta, para favorecer o aparecimento de ramas laterais. É feita cerca de 30 a 40 dias após a
semeadura, logo após a emissão da terceira folha. A maioria dos produtores, porém, não
realizam a capação.

. Manejo Fitossanitário

• Doenças → as principais doenças da moranga híbrida são causadas por fungos:


Antracnose (Colletotrichum orbiculare)
Mancha zonada (Leandria momordicae)
Míldio (Pseudoperonospora cubensis)
Oídio (Sphaeroteca fuliginea), etc
Existem também viroses, como o CMV (Cucumber mosaic vírus) e o SqMV (Squash mosaic
vírus)

. Para controlar viroses, deve-se fazer o controle de vetores (pulgões e vaquinhas), usar cv
resistentes e sementes livres.
. Preventivamente, pode-se usar pulverizações com a calda Viçosa (sulfato de cobre +
micronutrientes + cal hidratada + água), eficiente no controle da antracnose e do míldio. Para
controle de oídio, o uso de leite de vaca in natura (5 L leite/ 100 L água) e de bicarbonato de
sódio a 400 g/ 100 L água tem apresentado bom efeito.
. Existem, também, fungicidas apropriados para o controle, como o Mancozeb, o Folpet e
outros.

• Pragas → as principais são a lagarta rosca (Agrotis ipsilon), a vaquinha (Diabrotica spp),
a broca das cucurbitáceas (Diaphania nitidalis) e a broca grande do fruto (Helicoverpa
zea)

. Para o controle de pragas: uso de cobertura morta de palha de arroz, repelentes a base de
pimenta, fumo e outras, uso de neen/nim (planta), urina de vaca, armadilhas luminosas,
atrativas, inseticidas registrados, etc.

Colheita

. A colheita dos frutos ocorre entre 90 a 120 dias após a semeadura, devendo ser considerada a
coloração, firmeza e textura da casca.

. O amarelecimento dos talos é a principal característica de amadurecimento do fruto.

. A moranga híbrida apresenta boa conservação pós colheita, podendo ser armazenados, em
boas condições, por 2 a 3 meses.

. Uma boa produtividade varia de 20 a 35 t/ha.

. O custo médio para produzir um hectare é de cerca de 4 mil reais.

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