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Informações gerais
. A moranga híbrida, também conhecida como abóbora japonesa, moranga japonesa ou abóbora
híbrida Tetsukabuto (nome que levou este híbrido a ser chamado, no MT e em GO, de Cabutiã
ou Cabutiá) é resultado do cruzamento da moranga (Cucurbita maxima) com a abóbora
(Cucurbita moschata)
. A moranga híbrida é bastante apreciada devido a seu sabor agradável, polpa enxuta e baixo
teor de fibras. Tem boa conservação pós colheita e resistência ao armazenamento.
. As cucurbitáceas se adaptam bem a regiões quentes e com alta luminosidade, sendo típicas de
clima tropical.
. A faixa de tª ideal para a cultura está entre 20 e 27ºC, sendo que de 15 a 35ºC produz-se bem.
. Temperaturas amenas e dias curtos estimulam formação de maior número de flores femininas,
que vão gerar maior número de frutos.
Crescimento e desenvolvimento
. A moranga híbrida tem crescimento lento até 50 a 60 dias após a semeadura (DAS). A máxima
produção de matéria seca ocorre cerca de 90 DAS.
. As primeiras flores aparecem próximo aos 40 DAS, sendo que o período de plena floração e
frutificação ocorre por volta dos 65 DAS.
. O acúmulo de matéria seca pelos frutos atinge o seu máximo cerca de 85 a 90 DAS.
. A moranga híbrida tem a casca escura, formato arredondado e levemente achatado, polpa
alaranjada e pouca água
. As flores das Cucurbitáceas são monóicas, ou seja, são flores unissexuais (masculina ou
feminina), na mesma planta.
. No caso da moranga híbrida, as flores masculinas são em número reduzido e são macho
estéreis. Neste caso, há a necessidade de, junto ao híbrido, serem plantadas cultivares de outras
espécies de abóboras ou morangas.
Cultivares
. Outros híbridos no mercado: B8-A, Suprema, Takii, Kaneco, Triunfo, Jabras, etc.
. Para uma boa produtividade, o pH deve estar entre 5,5 e 6,8, a saturação por bases (V) deve
ser de 70% e o teor de Mg no solo deve ser de no mínimo de 1,0 cmol c / dm 3.
. Na ocasião da gradagem do solo, deve-se evitar o destorroamento excessivo do solo, para que
as gavinhas (estruturas do caule, parecidas como “molas”) possam se fixar nele.
. Tem sido comum e com bons resultados a aplicação de Ca e B via foliar, por ocasião da pré-
florada e durante a frutificação.
Propagação
. Existem duas formas de propagação: a semeadura direta e a indireta (plantio por mudas)
. A semeadura direta pode ser feita em sulcos ou em covas. Semeia-se de 2 a 3 sementes por
cova e cobre-se com 1 a 2 cm de solo.
. O plantio de mudas pode usar recipientes como copos de jornal (altura de 10 cm e diâmetro
de 5 cm), de plástico (50 a 100 mL) ou bandejas de 72 a 128 células. As mudas devem ser
transplantadas quando tiverem de 2 a 3 folhas definitivas e no mínimo 6 cm de altura.
Detalhe:
. As flores masculinas da moranga híbrida são estéreis. Por isso, necessita-se que uma outra
espécie (de Cucurbitácea! ) seja plantada junto, para que sirva de polinizadora.
. Algumas polinizadoras usadas: moranga Coroa, abóbora comum (devem ser plantadas 15
dias antes da moranga híbrida), abóbora Ebisu (plantio no mesmo dia da híbrida), abóbora
Menina Brasileira (plantada 20 a 25 dias antes) e abobrinha italiana (plantada 15 dias depois
da híbrida)
. Uma outra opção seria o uso do processo de frutificação induzida, conhecida como
partenocarpia. Neste caso, faz-se a aplicação exógena (externa) de hormônio sintético
(ácido indolacético, alfa naftaleno acetato de sódio) ou de outro produto com características
de auxina, como o 2,4-D. Ressalta-se que o 2,4-D é um herbicida, e por isso, caso seja usado
para induzir a frutificação, deve ser aplicado em concentrações baixas. A concentração
recomendada é de 200 a 250 mL do produto comercial, na formulação 670 g/L de 2,4-D
amina, em 1000 litros de água.
. Os agentes que fazem a polinização natural são principalmente abelhas. Por isso, sua
presença em áreas de produção é extremamente necessária.
Fonte: Google Imagens (publicação da Embrapa)
Tratos culturais
. Desbaste → no caso de semeio direto, efetua-se o desbaste das plantas em excesso no início
do ciclo, cerca de 10 a 15 dias após a semeadura
. Irrigação → é importante manter as covas bem irrigadas nos primeiros 30 a 50 dias após o
transplante. Devido ao espaçamento mais largo, é recomendável o uso de irrigação localizada
. Manejo de plantas invasoras → a cultura deve ser mantida no limpo enquanto estiver
ocorrendo a floração, evitando-se, porém, a movimentação das ramas para não causar danos.
O uso de enxada e cultivadores, bem como a cobertura morta com palha seca são alternativas
de controle. Não existiam, até 2010, herbicidas registrados para a cultura.
. Capação → alguns produtores realizam esta operação, que consiste em eliminar a guia da
planta, para favorecer o aparecimento de ramas laterais. É feita cerca de 30 a 40 dias após a
semeadura, logo após a emissão da terceira folha. A maioria dos produtores, porém, não
realizam a capação.
. Manejo Fitossanitário
. Para controlar viroses, deve-se fazer o controle de vetores (pulgões e vaquinhas), usar cv
resistentes e sementes livres.
. Preventivamente, pode-se usar pulverizações com a calda Viçosa (sulfato de cobre +
micronutrientes + cal hidratada + água), eficiente no controle da antracnose e do míldio. Para
controle de oídio, o uso de leite de vaca in natura (5 L leite/ 100 L água) e de bicarbonato de
sódio a 400 g/ 100 L água tem apresentado bom efeito.
. Existem, também, fungicidas apropriados para o controle, como o Mancozeb, o Folpet e
outros.
• Pragas → as principais são a lagarta rosca (Agrotis ipsilon), a vaquinha (Diabrotica spp),
a broca das cucurbitáceas (Diaphania nitidalis) e a broca grande do fruto (Helicoverpa
zea)
. Para o controle de pragas: uso de cobertura morta de palha de arroz, repelentes a base de
pimenta, fumo e outras, uso de neen/nim (planta), urina de vaca, armadilhas luminosas,
atrativas, inseticidas registrados, etc.
Colheita
. A colheita dos frutos ocorre entre 90 a 120 dias após a semeadura, devendo ser considerada a
coloração, firmeza e textura da casca.
. A moranga híbrida apresenta boa conservação pós colheita, podendo ser armazenados, em
boas condições, por 2 a 3 meses.