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Nespereira japónica - (Eriobotrya japonica)

Árvore de folhas persistentes e de climas temperados.


A nespereira é uma árvore rústica que faz os frutos nos ramos do ano.
Gosta de lugares abertos, arejados, soalheiros e protegidos dos ventos.
Tendência a fazer ramos tortuosos.
Tem raízes profundas.
Reproduz-se por semente (caroço).
Enxertado, levará 2 anos para frutificar. Se não for enxertado, levará mais tempo para
frutificar, 3-5 anos.
É auto fértil e resistente a doenças.
Deixa-se o fruto amadurecer na árvore.
Pode viver 150 anos.
Madeira excelente.
A madeira da nespereira é, desde há muito, trabalhada pela mão do homem.
É uma madeira robusta, mas ao mesmo tempo fácil de trabalhar.
Utilizada para as varas dos pastores; varas de caminhantes; cabos para facas dos mais
diversos tipos; cabos para ferramentas agrícolas e também é utilizada para esculturas
artísticas.
Folhas persistentes e de grande tamanho.
Floração de Outubro a Fevereiro, perfumada, de cor branca, frutifica bem em zonas de
clima ameno, pois tem dificuldade em frutificar em zonas muito frias.
Pode atingir de 7-8 m de altura e tem um crescimento rápido.
Flores e frutos dispostos em panículas (em cachos que vão diminuindo o tamanho da
base para a ponta).
Maturação dos frutos em Abril-Maio.
Suporta temperaturas até -15º C, mas a média anual deve ser 15º C.
As flores gelam a -3ºC.
Evitar solos húmidos.
É melhor plantá-la na Primavera (Março-Abril).
Poda-se após a colheita dos frutos (Primavera).
Evitar trabalhar o solo junto ao pé da árvore.
Palhar junto pé da árvore.
Adubar na Primavera.
PODA: Primavera, após a colheita dos frutos.
A nespereira não necessita de poda como as outras frutíferas.
Poda-se para manter o equilíbrio, pelo arejamento e para não a deixar crescer muito e
ficar demasiado alta e inacessível, para a colheita dos frutos.
Não necessitando de ser uma podada anualmente, ela é feita para limitar o crescimento
da árvore em altura.
Requer apenas uma poda ligeira.
Suprimem-se ramos mortos, doentes, mal colocados (ladrões e os que crescem para o
interior da árvore).
Quando necessário reduz-se de 1/3 os ramos estruturais.
Os ramos frutíferos podam-se a 2 olhos após a colheita dos frutos.
Limpeza dos troncos raspando musgos e líquenes com uma escova de nylon e água.
Após esta limpeza, as zonas limpas, depois de secas, devem ser protegidas, pincelando
uma calda de argila (mistura-se argila e água, um pouco de cinza e um pouco de óleo
vegetal para aderir melhor ao tronco) ou cal-viva misturada com água, com a
consistência de uma tinta.
Este trabalho faz-se em dias secos (sem chuva).
Resumo da poda
Poda de manutenção
A poda de manutenção faz-se na primavera, após a colheita dos frutos.
- Suprimem-se ramos mortos, doentes, mal colocados (ladrões e os que crescem para o
interior da árvore).
- Poda-se 1/3 do prolongamento dos ramos estruturais.
- Os ramos frutíferos podam-se a 2 olhos
- Limpeza do tronco, raspando musgos e líquenes com uma escova de nylon e água.
Após esta limpeza, as zonas limpas devem ser protegidas, depois de secas, pincelando
uma calda de argila.
#nêsperas

Nespereira - tratamentos
JANEIRO
Limpeza dos troncos e das pernadas, raspando os musgos e os líquenes
Se o solo não estiver encharcado, pode efetuar a plantação de nespereira em lugar definitvo.
Efetuar podas
Imediatamente após a poda, deve tratar contra as cochonilhas, ovos de insetos, ácaros e
hibernantes de fungos, como o pedrado
FEVEREIRO
Proteger contra a lepra com pulverizações preventivas de calda bordalesa ou com um
fungicida cúprico
Iniciar as enxertias de formas altas
MARÇO
Semear nespereiras de caroço em vasos
Prosseguir as enxertias de formas altas
Efetuar enxertia de "coroa"
Após a queda das pétalas, pulverizar contra a broca
Prosseguir tratamentos contra a lepra, crivado, miniliose, oídio e afídios
Proceder a fertilizações
ABRIL
Vigiar as nespereiras
Se necessário, proceder a remoção de ervas daninhas na zona da caldeira
MAIO
Despontar as extremidades de crescimento
Efetuar enxertia "de anel"
Pulverizar contra o aranhiço vermelho
JUNHO
Podar
Se a casa o permitir, pode enxertar de anel.
JULHO
Vigiar as nespereiras e ver se existem carências foliares.
Se o tempo estiver muito quente proceder ás regas.
AGOSTO
Semear nespereiras de caroço
Enxertar em escudo
Proceder a pulverizações para combater o cancro bacteriano
SETEMBRO
Iniciar a poda e limpeza das nespereiras
Proceder á última pulverização contra o cancro bacteriano
OUTUBRO
Semear nespereiras de caroço
Realizar podas e limpezas nas árvores
NOVEMBRO
Plantar
Podar
Limpeza dos troncos e das pernadas, raspando musgos e líquenes
DEZEMBRO
Proceder á cobertura das caldeiras com palha
Necessidades de rega
A nespereira é sensível a solos arenosos secos
NOTAS:
Os ramos secos, ramos verdes provenientes das podas e as folhas secas e verdes devem ser
apanhadas e amontoadas fora da área do pomar e queimadas.
As caldeiras devem ser raspadas, protegidas com palha e pulverizadas com calda bordalesa.
Os materiais provenientes das caldeiras raspadas devem ser queimados fora da zona do
pomar.
Os cortes de maiores dimensões devem ser revestidos com pastas cicatrizantes ou
unguentos antissépticos.
PEDRADO DA NESPEREIRA
Este fungo pode provocar a destruição total da produção de frutos.
Sintomas
Ataca todas as partes aéreas da planta, ramos, folhas e frutos.
O pedrado produz inicialmente manchas claras de cor verde-olivácea nas folhas, que depois
ficam escuras (castanhas-escuras ou pretas), de contorno sinuoso.
A infeção desenvolve-se rapidamente, provocando desidratação do limbo e paragem de
crescimento do fruto ou deformações no seu desenvolvimento e queda precoce.
Nos ramos jovens, forma-se um cancro castanho-escuro, que provoca que a zona superior à
infeção. Fique completamente seca.
O pedrado ataca o fruto desde o princípio da maturação até a colheita.
A desidratação de jovens ramos serve de porta de entrada a outros parasitas, tal como
Cytospora.
Época de combate:
Outono-primavera (até maio).
Prevenção/aspetos agronómicos:
Podar todos os ramos fortemente infetados;
eliminar ou destruir as folhas caídas, restos de frutos e ramos com sintomas da infeção;
tratar, no inverno, com ureia, todas as folhas caídas;
podar ramos para arejar o interior da copa da árvore;
criar condições para que as minhocas decomponham os restos das palhas de proteção;
reduzir as fertilizações azotadas;
Ter uma atenção redobrada aos avisos emitidos pela Estação de Avisos da sua zona.
Favorecer a drenagem do solo.
Tratamentos:
Devem ser realizados os seguintes tratamentos:
antes da floração
na altura do intumescimento dos gomos
após a queda das pétalas e sempre que a humidade seja elevada.
Com temperaturas de 15 ºC e precipitação seja a 10 l/m2, recomenda-se a utilização de
fungicidas.
Se esta aplicação se efetuar nas 24 horas seguintes à precipitação, deve-se usar um
fungicida preventivo (pode-se usar produtos contendo enxofre se não se atingir 30 ºC de
temperatura diurna).
Pulverizar com produtos que tenha uma substância ativa à base de cobre (hidróxido de
cobre, oxicloreto de cobre).
Aplicar no outono, antes da floração e depois da queda das pétalas em intervalos de 21 dias
(se as condições climáticas forem favoráveis) até ao início da mudança de cor dos frutos).
A calda sulfocálcica é um produto de uso frequente por muitos agricultores, com resultados
comprovados.
É um sulfurado inorgânico, que possui como princípio ativo o polissulfeto de cálcio, obtido
pela dissolução de enxofre em pó e cal virgem ou hidratada.
A toxicidade da calda deve-se à libertação dos gases tóxicos (sulfeto de hidrogênio e
dióxido de enxofre.
A calda sulfocálcica também possui ações fungicidas, inseticidas e acaricidas.
É utilizada também como fertilizante foliar.
Além disso, a calda sulfocálcica fornece cálcio e enxofre ao metabolismo das plantas, que
estimulam as reações de fotossíntese e induzem-nas maior resistência a pragas e doenças.
A calda sulfocálcia, bem como a calda bordalesa, são ambas recomendadas e utilizadas em
agricultura biológica, com resultados muito positivos.
Convém relembrar que a calda sulfocálcia e a calda bordalesa, são aplicadas de forma
idêntica, mas completamente distintas entre si e com métodos completamente diferentes de
as fazer.
A calda sulfocácica é fácil de fazer, mas engloba alguns riscos, pelo que, por uma questão
de segurança o recomendável é adquiri-la já feita.
Considerações:
Outras doenças existem, como a cavara, que pode começar a manifestar-se com as primeiras
chuvas outonais e pode agravar-se com as chuvas primaveris.
No inverno, o fungo mantém-se vivo nas folhas velhas (do ano anterior) caídas na terra.
O micélio (parte vegetativa dos fungos) também pode permanecer nas fissuras e cancros dos
ramos das arvores e permanecer ali até que as condições lhes sejam favoráveis.
O micélio pode continuar a desenvolver-se por via sexual nas folhas mortas e em
decomposição, comportando-se como saprófita durante todo o ano.
Os ascos e ascósporos podem ser projetados bruscamente, desde meados de março a junho
(mais de 25.000 esporos/m3), serem transportados pelo vento e pela chuva, para as folhas e
outros órgãos herbáceos.
Depois penetram, dando-se a infeção.
Razão pela qual se torna importante limpar completamente as caldeiras das nespereiras no
final do outono, princípio da primavera e efetuar um tratamento (á nespereira e ao solo)
com uma calda sulfocálcica.
Os resíduos provenientes desta limpeza dever ser queimados fora da zona do pomar,
evitando contaminações.
Todas as ferramentas utilizadas devem ser devidamente desinfetadas.

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