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Índice
[4 PASSOS PARA TOCAR SEM CIFRAS] - O guia definitivo……………………………1
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O autor…………………………………………………………....……………………………2
Passo Zero……………………………………………………………………………………..5
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[PASSO 1]..................…....………………..……….………………….………………………9
[PASSO 2]…………………………..……………….……………….………………………10
[PASSO 2]......................................................……..………………………………………....13
[PASSO 3]...............……………………………………………………..…..……..………...16
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INTRODUÇÃO
O AUTOR:
Me chamo Julio Moraes. 15 anos atrás aprendi a tocar meu primeiro instrumento musical,
comecei quando tinha 13 anos de idade pelo violão. Na época em que aprendi, na verdade nem
violão eu tinha, usava o único violão para canhoto que era disponibilizado em um projeto social
chamado Scouniafe. Lá, pude desenvolver um pouco mais este gosto, porém, só podia tocar quando
estava lá, e claro que poucos anos depois pude ter meu primeiro violão.
Entendendo bem o meu objetivo, e o seu também ao ler este e-book, me imagino um pouco
como você, no tempo em que eu tocava violão, eu só queria poder tocar qualquer música em
qualquer lugar sem ter o risco de não saber tocar a música pedida ou de não conseguir tocar uma
música sem ter a cifra dela, se destacar como músico e estar entre aqueles que fazem o que amam.
O pior no início era nas apresentações musicais, onde eu esquecia algum acorde importante, ou não
conseguia acompanhar bem a cifra que estava na minha frente, tentava memorizar mais e me
esforçar buscando diversas fontes, porém acabava tendo a famosa “overload information”, uma
sobrecarga de informações que realmente não ajudavam na hora de entender o que eu estava
tocando
Com o tempo me dediquei a outros instrumentos que me chamavam atenção também, sendo
o próximo da lista foi a voz.
Com a voz comecei a me dedicar a cantar em duetos, grupos e corais por aí, e como todo
jovem eu participava de tudo que podia, em uma época me vi participando em 3 corais, 1 trio e 2
bandas. Dentre estes um que marcou bastante foi o coral de americanos gospel. Ao mesmo tempo
que parti para voz, me encontrei com as famosas fanfarras.
Nas fanfarras de clubes de Desbravadores comecei a ir em desfiles de 7 de setembro como
tarol mor, bumbo e todos os outros instrumentos de percussão e melódicos. Até que me convidaram
para reger fanfarras.
Como próximo da lista veio o teclado. O teclado foi a pouco tempo, na verdade foi rápido e
fácil, já que eu estava treinando meu novo método para tocar de ouvido, só precisei entender a
funcionalidade dele, aquecer minha agilidade com os dedos e logo já tinha um domínio que me
satisfazia. Claro que entre esses instrumentos que citei houveram outros que não cheguei a dar tanta
atenção mas consigo me virar com eles, como a guitarra e o baixo. A única dificuldade que eu tinha
era de não ter memória para nada, então eu aprendia e decorava as músicas, mas na hora “H”
esquecia tudo ou alguns acordes importantes. Daí a única solução era a famosa cifra me
acompanhando para todo lado, no papel e mais tarde no celular.. Este é o problema que
desencadeou este e-book.
O detalhe interessante disso tudo é que até 7 anos atrás eu nunca havia me dedicado a
estudar ou trabalhar com música. Como assim Julio? Vou te explicar melhor.
Eu sempre me dediquei a outras profissões, fiz curso técnico, faculdade e etc. Até que
em 2010 eu decidi largar tudo e me mudar para Argentina para estudar música, porque até aí
eu não tinha parado pra estudar teoria mesmo. Decidi então que era hora de parar tudo que
estava fazendo e ir atrás daquela vontade de estudar música. E fui. Arrumei as malas, fui atrás
de um trabalho que me permitiu trabalhar 3 meses por ano e manter meus estudos no exterior
com o mínimo de qualidade possível durante os outros 9 meses. Lembro até hoje, eu e meus
amigos naquela madrugada de 0° em Porto Alegre esperando nosso ônibus para ir rumo a
outro país. Chegando lá era tudo muito diferente e logo me apaixonei por ir mais a fundo na
teoria musical, estudava, cantava, tocava e o sonho estava sendo realizado. Porém, tudo
mudou.
Amava estudar música, mas eu achava que aprendia mais adiantando as apostilas
avançadas da universidade e na matéria de teoria musical do que nas “trocentas” matérias que
tinha na faculdade sobre, pedagogia, história, e outros 80% que para mim não tinha conexão
nenhuma com teoria musical. E aquele pensamento de que músico não ganha bem também
começou a me incomodar.
Logo no segundo ano me dediquei a outro curso e tudo voltou à estaca zero no quesito
carreira musical. Porém enquanto eu estudava e me envolvia em outra área do meu interesse,
comecei a dedicar mais tempo ainda para a música. Foi aí que pude gravar com um grupo
argentino pela primeira vez em estúdio. Foi sensacional, toda aquela galera indo pra outra
cidade em um dia chuvoso porém todos animados. Nos colocamos em frente aos microfones
e soltamos a voz. Era um grupo só de vozes estilo gospel e até nos apresentamos algumas
vezes na universidade. Estudei violão clássico, comecei a ler algumas partituras e assim foi.
Mas até ano passado só fazia isto pelos bastidores. Até que me convidaram a gravar uma de
minhas composições em uma gravadora de São Paulo, claro que não era tão conhecida assim,
porém foi a reviravolta pra eu entender o que era mais importante pra mim. Me dedicar aquilo
que amo, e nada mais importa se eu puder ajudar outras pessoas a chegar lá também.
Finalizando minha história, nesse tempo que passei na Argentina desenvolvi um
método para que eu pudesse resolver aquele problema que citei lá na introdução para você. E
nesse e-book eu passo esse método adiante pela primeira vez, espero que te ajude na sua
caminhada como ajudou na minha.
[PASSO 0]
A minha estratégia foi ir direto ao ponto que esses músicos tinham chegado, porém
não sabiam me explicar de uma forma clara. Comecei buscando um padrão nos acordes
musicais que pudessem estar se repetindo e com o tempo os encontrei. Aos poucos comecei a
aperfeiçoar o método, a ponto de não demorar mais que 1 segundo para saber como tocar
algumas músicas que nunca havia tocado antes..
Vou tentar te explicar melhor da seguinte forma:
Imagine que você escolheu um time de futebol para torcer e quer descobrir um padrão
para saber qual o zagueiro, o meio-campo e o atacante que participarão da próxima jogada.
Vamos dizer que depende de qual lado o goleiro vai jogar a bola, se ele jogar para esquerda,
vai passar a bola para o zagueiro da esquerda, que vai passar pro lateral esquerdo que irá
lançar ao atacante esquerdo, mas se começar jogando para o zagueiro direito, tudo será o
oposto, sendo assim, se você sabe o nome dos jogadores de cada posição, assim que o goleiro
fizer o primeiro lançamento você já saberá quais jogadores participarão da jogada. Assim é na
música, existem vários acordes (jogadores) possíveis para você escolher, porém se você
entender o padrão entre elas, saberá quais acordes podem vir e seu ouvido terá pouco trabalho
para distinguir entre basicamente poucas opções, das quais vamos entender logo.
Na música existe este “goleiro” que é o “Tom”. O tom existe implicitamente na
música e define quais acordes serão considerados afinados e aceitáveis para aquele estilo de
música, quando determinamos ele, limitamos e eliminamos muitos acordes. No inicio seriam
12 acordes maiores e 12 menores, agora com o tom definido baixamos para 7 maiores e 7
menores, que são os acordes que pertencem a escala. Até aqui um músico pode raciocinar
tranquilamente, porém, ainda são muitas possibilidades para nosso ouvido escolher, Pois
restam um total de 14 notas.
Aí que eu entro pra te explicar como limitar mais esse número para 4 acordes apenas!
Isso, apenas 4 Acordes que serão usados na música, sendo que 1 deles já é o acorde que
representa a tonalidade. Então restarão o acorde que representa o tom e outros 3 acordes.
Vamos entender logo que acordes são estes, como nosso ouvido pode identificar eles, e como
entender isso tudo que pode parecer novidade para ti.
Esta é a maneira que eu toco músicas sem consultar nada mais, nada menos que meu
cérebro e ouvido, mesmo tendo apenas 70% da audição. Mas fique tranquilo que vou te
orientar em como alcançar estes resultados.
Agora que identificamos que forma iremos usar para tocar músicas sem cifras, vou te
passar alguns termos que, se você não está familiarizado ainda, precisa ficar o mais rápido
possível. Porém se já estiver, dê uma conferida igual para nos alinharmos e toca ficha.
[CIFRAS] - São as 7 primeiras letras do abecedário que representam as notas
musicais. A(lá), B(si), C(dó), D(ré), E(mi), F(fá), G(sol).
[SOSTENIDO(#)] - Altera a nota 1/2 tom acima. É o intervalo entre uma nota e outra.
Ex.: Entre C, C#, D.
[BEMOL(b)] - Altera a nota em ½ tom para baixo, ou seja, o oposto do sostenido(#).
C, Db, D. Apenas um nome diferente para identificarmos se estamos subindo ou descendo na
melodia, Db soará o mesmo que C#.
[NOTA] - Este é o som individual na música. Uma nota musical, como quando uma
pessoa canta, toca um saxofone ou flauta. Nestes casos da voz e outros instrumentos
melódicos, se usam apenas notas. várias delas, porém uma de cada vez.
[ACORDE] - É quando tocamos 3 ou mais notas ao mesmo tempo formando o
acorde. Piano e violão usam acordes. Vamos cuidar para não confundir nota/acorde aqui (meu
erro predileto). Quando falamos que a música no violão começa em C(Dó), estamos dizendo
que começa com o acorde de C(Dó) e não com a nota C(Dó)
[TONALIDADE] - Esta é muito importante, é a base de tudo para nosso progresso.
Tonalidade é a nota que orienta qualquer música, ou seja, o tom(nota) em que a música se
baseará. Toda música possui o seu tom(tonalidade), ou seja, por mais que toquemos vários
acordes em uma música, apenas um destes acordes será a nota tônica.
[TOM] - Também usamos para descrever um intervalo entre as notas.
Ex.: Entre C e C# existe ½ tom; Entre C e D, 1 tom inteiro
[MELODIA] - É o uso em sequência das notas. Como nos instrumentos chamados de
melódicos. Ex.: Voz, saxofone, flauta, e até mesmo em um solo de guitarra.
[2°, 3°, 4°, 5°, 6° e 7° GRAUS] - Graus serão os nomes dados para as notas a partir da
Tônica. Por exemplo quando C(Dó) é a Tônica:
- C(Tônica), D(2°grau), E(3°grau), F(4° grau), G(5° grau), A(6° grau), B(7°
grau).
A idéia é o seguinte, este segundo método combina os 4 Passos que, para mim,
qualquer pessoa com o mínimo de musicalidade pode alcançar.
O resultado final será como tocar de ouvido mesmo, porém o conhecimento teórico
específico e a prática facilitarão o trabalho do ouvido até o ponto de reduzir drasticamente seu
esforço. Um fator importante que me levou a isso foi o fato de ter apenas 70% da audição, o
que torna as coisas não tão fáceis como poderiam. Então se você tem uma boa audição, já está
mais adiantado que eu.
A técnica combina conhecimento teórico e prático, com respeito ao conhecimento
teórico, conforme o músico for aplicando o método, maior será a capacidade de executá-lo
com mais agilidade. Acontecendo o mesmo na prática. Nesta o músico precisará entender que
conforme ele toca as músicas analisando os padrões, ele irá internalizando este até o ponto de
começar a se tornar o mais natural possível. Porém tudo isso virá com o tempo, o mais
importante agora é entendermos juntos as bases deste fundamento e realizarmos o mínimo
aplicável, para termos aqui uma prova real de que ele pode ser usado em sua essência. Tenha
paciência se surgirem dúvidas e complicações, afinal você não vê pessoas tocando com essa
técnica em qualquer lugar não é?
Os 4 Passos em que organizei meu processo para chegar a tocar músicas sem cifras
são os seguintes:
.
[PASSO 1]
SABER TOCAR VIOLÃO.
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[PASSO 2]
DOMINANDO A TONALIDADE NA MÚSICA.
Essa é a parte fundamental do nosso processo, pois uma nota sozinha vai definir todas
as outras notas que entram na melodia da música(voz e instrumentos melódicos) e definir
todos os acordes que participam nos outros instrumentos que tocam essa música(violão, etc).
Como assim Julio?
Aqui estamos falando de escala, cada nota tem uma escala própria ou seja, uma
sequência de notas que vêm depois dela, como se ela literalmente estivesse escalando algo
passo a passo, degrau por degrau. Cada nota tem a sua própria escala e a escala possui 7
notas, a tônica e outras 6. Quer dizer que seu eu colocar alguma nota na música que não
pertença a escala daquela tonalidade, a música tende a parecer desafinada. Agora vamos
entender qual é a escala natural de cada uma das notas que os músicos podem usar como
tonalidade. Existem outros tipos de escala, mas vamos nos prender a mais importante para
começarmos. A escala natural ou escala maior.
[C] CDEFGAB
[C#] C# D# F F# G# A# C
[D] D E F# G A B C#
[D#] D# F G G# A# C D
[E] E F# G# A B C# D#
[F] F G A A# C D E
[F#] F# G# A# B C# D# F
[G] G A B C D E F#
[G#] G# A# C C# D# F G
[A] A B C# D E F# G#
[A#] A# C D D# F G A
[B] B C# D# E F# G# A#
Então, quando identificarmos posteriormente o padrão dos acordes a serem tocados,
precisaremos saber a tonalidade em que se encontra a música, para podermos aplicar o
padrão dos próximos acordes a serem usados. Nesta nossa comparação, a nota tônica é o
nosso “goleiro”, ela define quem vem depois e quem não vem. Ou seja, no exemplo acima,
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tem a tônica e outras 6 notas pertencem aquele conjunto de tonalidade. Cada tônica com suas
notas.
Não podemos deixar esta parte passar reto, pois a escala domina todo nosso raciocínio e
metade do trabalho em tocar de ouvido está em descobrir a tonalidade da música e aos poucos
entender como identificar de maneira eficaz as notas que pertencem a cada tonalidade. Aqui
vamos usar uma estratégia de produção em série, ou seja, vamos dividir os diferentes
obstáculos para diferentes áreas da nossa mente. Nossa memória e raciocínio serão
responsáveis por arquivar e processar estas escalas aos poucos e vamos deixar um trabalho
bem mais simples para nosso ouvido. Esta parte é orientada pelo conhecimento, nosso ouvido
não será usado aqui, e sim nosso cérebro. Vamos por ele para funcionar fora da caixa.
Porquê eu falei em usar a memória e o raciocínio? Porque a memória é importante
para arquivarmos as escalas mais fáceis primeiro, como a de “C”, a de “G” e assim por
diante. Conforme seu cérebro for capaz de memorizar, se você consegue memorizar apenas 2
escalas sem esquecer, ótimo, mas se consegue memorizar 4, 7 ou todas, ótimo também. Pois
aos poucos conforme você vai usando automaticamente seu cérebro irá arquivando elas até o
ponto de você que decorou 2 escalas apenas, já saber 3, 4 ou mais com o passar do tempo. E
o raciocínio te servirá para ver que existe um padrão na escala, que define automaticamente
quais notas pertencem a cada tom. E agora vou te explicar qual estrutura está por trás de todas
escalas que citei.
Existe entre as notas um intervalo chamado tom e semitom, 1 tom é igual a 2 semitons e uma
escala maior obedece a seguinte estrutura de intervalo entre cada uma das notas. Sendo o
semitom o menor intervalo entre uma nota e outra e tom o maior. Vou usar o exemplo de
“C”:
C D E F G A B C
tom tom semitom tom tom tom semitom
Ou seja, Tom, Tom, SemiTom, Tom, Tom, Tom, SemiTom. Os semitons presentes
significam que não há nenhuma nota no meio, ou seja, entre E e F não existe nada e entre B e
C também. Já nas outras em que existe a palavra tom como intervalo teremos o “#” sustenido,
uma nota entre elas.
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A escala de dó é o exemplo perfeito deste intervalo, pois não encontraremos nenhum # nela e
ela acaba usando todas notas naturais sem deixar faltar nenhuma. Então se você analisar as
escalas que citei anteriormente, vai ver que TODAS obedecem a esta estrutura de intervalos
“T T ST T T T ST”. Assim entra o raciocínio no lugar da memória, pois se você não sabe a
escala de G por exemplo, poderá raciocinar que notas precisam vir depois pra esta ter a sua
escala maior. Vamos ver novamente a escala de “G”.
G A B C D E F# G
tom tom semitom tom tom tom semitom
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[PASSO 3]
IDENTIFICANDO O PADRÃO EXISTENTE.
Agora vou falar mais diretamente sobre a estrutura que se repete. Vimos agora a
pouco que existem notas que são chamadas de notas tônicas, que regem a música e orientam
quais acordes/notas serão tocados e quais serão considerados desafinados. Nós vamos
eliminar os desafinados e ficar apenas com os que pertencem realmente a escala daquela
tonalidade.
Iremos agora dar um nome representativo para cada uma das notas que pertencem a
uma escala, usando a partir de agora estes nomes chamados graus para nos referir a cada uma
das notas que vêm após a nota tônica de uma música. Vamos usar o exemplo de C.:
C D E F G A B C
T/1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8°- GRAUS
Acima vimos a tônica, que se refere a primeira nota e também é o primeiro grau, e
seus respectivos graus. Entendendo assim que aplicamos o 2° grau à segunda nota da escala,
o 3° grau à terceira nota da escala e assim sucessivamente. A 8° é sempre igual a tônica
porém uma 8° mais aguda, porém não será importante para nós agora a não ser para o fato de
entendermos que a sétima vem meio tom antes dela.
Vamos combinar que usaremos o GRAU para nos referir a nota que pertence a escala,
mas também ao acorde pertencente aquela escala.
O que eu percebi quando viajei para Argentina e comecei a estudar os graus da escala,
era que existiam 4 graus nesta jogada que se repetiam em 80% das músicas, e é destes 80%
que falaremos daqui pra frente. Um desses graus era o 1°, ou seja, a nota tônica, que estava
presente em todos estes casos. Mas ela é fundamental, pois quando a usamos e identificamos
como tônica, passamos a saber com mais facilidade quais são os graus que ela possui ou
permite em sua música digamos assim.
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Os 2 próximos graus que encontrei foram o 4° e 5°. Eles também são os favoritos da
tonalidade, é como se a música não fosse música se não os usasse. Sabe quando digo que
80% das músicas usam este 4 graus que estou te apresentando? Digo isto não porque nos 20%
dos casos restante eles estão fora, e nos outros 20% estão músicas muito mais trabalhadas
por seus compositores, como a famosa bossa nova, também as clássicas músicas orquestrais.
Não quero dizer que elas não usam estes 4 graus, mas que ela é tão rica em detalhes
que acaba usando outros graus juntamente e com formações de acordes que não são comuns
em 80% das músicas. Existem também aqueles músicos que capricham um pouco mais e
acabam introduzindo algum outro grau para dar um efeito diferente ao comum. Mas é a
minoria.
Agora o 4° e último grau que encontrei é o 6°. Ele também é muito usado e quase que
indispensável, porque ele sempre vem em modo menor, ou seja, no caso de uma tonalidade
em C, o 6°menor será o Am. Indiscutivelmente o 6° grau aparecerá assim. É aquele acorde
que alguns descrevem como mais melancólico, outros como um acorde triste.
Aqui usaremos somente o exemplo de C para entendermos pois no caso das outras
notas, teremos graus que utilizarão sostenidos e podem complicar nosso entendimento neste
começo.
Agora pegue seu violão e use estes acordes em diferentes sequências. Verá que começará a
sair músicas, inverta alguns graus, exclua outros.
exemplos.:
T 6°m 4° 5°
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T 4° 5° T
6°m 4° 5°(Ex.:Que país é este- Legião urbana)
T 5° 6°m 4°
Você viu que começam a aparecer músicas dependendo da combinação que você usa?
isso acontece porque simplesmente é o padrão aceitável do nosso estilo de música.
Na música mais distante da nossa, como a oriental, existe outro padrão, mas são
músicas que dificilmente escutamos.
Agora o detalhe que vem após esta nossa percepção é o seguinte:
Usamos esta combinação dos 4 graus usados em 80% da músicas para entender se
eles nos lembravam algumas músicas, o detalhe é que estamos usando apenas o C como
tônica, ou seja, existem outras 11 possíveis notas maiores que também são usadas como notas
tônicas, como C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A# e B. Porém se você dominá-las, irá
dominar as músicas.
Esta ordem de T, 4°, 5°, 6°m podem ser aplicados então a qualquer tonalidade, tente
usar também o exemplo na tonalidade de D também.
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[PASSO 4]
TREINANDO O OUVIDO.
E na hora de usar o ouvido, vamos ver por exemplo, que identificar quando a música
pede aquele acorde menor, não é um trabalho difícil, pois este acorde é triste e fácil de
identificar. Assim os outros 3 graus que sobram também têm suas características.
A tônica por exemplo, na maioria dos casos inicia a música, ou a 5°. a 4° e a 5° ao
tocá-las em sequência você verá que se completam e quando você toca a 4° dá para perceber
se ela vai pedir a 5° ou repousar novamente na tônica. E aos poucos cada um dos graus
começa a ter uma personalidade difícil de não ver
O que acontece é que na hora que ouço uma música ou lembro dela, eu primeiro
procuro saber o tom dela, depois de saber o tom procuro os outros 3 graus que pertencem
àquele tom e coloco em ação meu ouvido, apenas para distinguir a ordem que aqueles 3
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outros acordes poderão vir. Porém, se eu já sei que o acorde melancólico e triste é o 6°m,
logo meu ouvido não terá dificuldade em saber a hora dele, pois será o único acorde com este
ar “triste”. Sobrando assim apenas identificar quando virá o 4° e 5° grau, dessa maneira meu
ouvido não precisa identificar em uma música qual dos 24 acordes principais irei tocar, mas
sim, identificar apenas quando vem a nota triste, a 4° e 5°, já que a tônica geralmente irá
começar a música.
Estes são os graus principais e mais usados, digamos que 70% das músicas tocadas
nas rádios usam apenas eles e os outros 30% usam eles também! porém vão ter alguma
exceção que ficará mais fácil de identificar mais tarde, porém já te adianto que esta exceção
será um 2°, 3° ou 7° grau, pois são os únicos que sobrarão. Nada de outro mundo!
Alguns perguntam sobre variações do acorde nas cifras, como C9, C7, C13, C/D e
assim vai. Digo de antemão que estas alterações são maneiras de deixar o acorde com
características especiais e dificilmente comprometem sua afinação, isso significa que o
músico iniciante se mata para ler uma cifra que na maioria dos casos o importante seria
apenas o acorde principal e aos poucos você tocando de ouvido vai ver que estes
embelezamentos são fáceis de fazer, repetitivos e bem legais também. Mas no final das
contas tocar um C em vez de um C9 não vai comprometer a essência da sua música. Pelo
menos no começo, pois na verdade é você quem decidirá isso.