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A PROBLEMÁTICA DA VIDA

A vida no corpo é uma alta concessão da Divindade, que nos faculta fruir
as bênçãos da nossa sementeira e vencer depois da vitória da morte.
Tales, em Mileto, 400 anos antes de Jesus se interrogava:
«Que é o homem? Uma unidade matéria, uma unidade energia, energia e
matéria, matéria ou energia?»
E o Espiritismo, hoje, responde que a sua Doutrina é um compêndio de
sabedoria universal, arrancando o homem das suas indagações e
incertezas, para lhe dar respostas exactas às suas perquirições mais
íntimas.
No século XIX, Allan Kardec é o mensageiro da informação, e dobra-se
sobre o abismo do mediunismo, arrancando desse intercâmbio uma
filosofia ética de auto-afirmação do homem.
A filosofia cristã é pessimista, ético pessimista. Nega a vida para afirmar a
vida. A auto-negação para a redenção.
A Doutrina Espírita é ético pessimista do corpo, mas é ético-optimista do
ideal. Nega a carne como delícia, mas afirma a carne como meio para
alcançar a delícia.
O corpo não é objecção, ele é apenas o jumentinho a que se reportava
Francisco de Assis. É a alavanca promotora do progresso.
A Doutrina Espírita, trazendo de volta o Cristianismo na sua beleza
fascinante, está realizando um convite para que nos renovemos, a fim de
que construamos a Paz, para que modifiquemos o «status» da Terra, para
que nos consideremos obreiros do Cristo na elaboração de um mundo
melhor.
A grande maioria dos homens, é claro, deseja que a vida se modifique;
deseja que a vida se transforme, mas ao chegar a vez de dar a sua pá de
cal de amor, de dar a sua colaboração edificante, normalmente reage, não
se dispõe ao bem, e nega-se a esse trabalho de construção de um mundo
melhor.

Divaldo Pereira Franco

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