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Cultura do Umbuzeiro

CULTURA DO UMBUZEIRO

1 - ASPECTOS AMBIENTAIS de cálcio, magnésio e potássio, e prefere


solos profundos e sem encharcamento.
O umbuzeiro é uma planta nativa
Tolera regimes hídricos inferiores a 500
da caatinga, característica da região Se-
milímetros anuais, com elevada resistên-
miárida brasileira, uma árvore frondo-
cia à seca, pela existência de xilopódios
sa, de copa densa, que produz sombra
ou “batatas” nas suas raízes, que são
e um ambiente agradável. Conhecida
reservatórios de água para a planta.
como “Árvore Sagrada do Sertão”, é
motivo de confraternização educativa
e de estímulo à conscientização e às 3 - ANÁLISE DO SOLO E
ações de preservação ambiental. É mui- CORREÇÃO DA ACIDEZ
to palatável e consumida por animais, o
que compromete a regeneração natural Para se fazer uma adubação corre-
da espécie. Muitos produtores fazem ta, recomenda-se coletar amostras de
a multiplicação da planta pelo enraiza- solo para análise e, com base nos resul-
mento de partes de galhos, porém este tados, adubar e corrigir a acidez.
processo torna o umbuzeiro menos re-
sistente aos efeitos da falta de água, 4 - FORMAÇÃO DE MUDAS
com vida útil menor. O plantio de mu-
das de pé franco, ou seja, provenientes Consiste na produção de mudas
de sementes, tem o inconveniente de de pé franco (por sementes) e poste-
não transferir exatamente as caracte- rior enxertia. Como a maturação dos
rísticas da planta-mãe e de conferir um frutos ocorre de dezembro a março,
período muito longo para o início de recomenda-se o semeio cerca de três
produção (mais de 10 anos). a quatro meses após a colheita dos
O processo mais indicado é a en- frutos, para a quebra de dormência.
xertia, quando se espera que o início de Para a formação dos porta-enxertos,
produção ocorra aos 4 a 5 anos. escolher sementes de frutos maduros
de plantas vigorosas. Retirar a casca e
a polpa e pôr para secar ao sol. Com
2 - ESCOLHA DO LOCAL
o uso de um canivete, retirar a muci-
O umbuzeiro é encontrado nos so- lagem da parte mais larga da semen-
los de caatinga, férteis, com bom teor te, rompendo o tegumento interno do
endocarpo, para facilitar a germinação. xertos e da extremidade do garfo deve
Deixar as sementes de molho em água ser feito com fita plástica transparente.
por 12 a 24 horas, passá-las em ester- Aos 60 dias após a enxertia, as mudas
co curtido, e, com o esterco aderido, estarão prontas para serem transplan-
as sementes são colocadas em caixas tadas para o local definitivo, ocasião
ou canteiros, em substratos de areia em que são retiradas as fitas.
lavada, numa profundidade aproxima-
da de 2 a 3 centímetros, irrigando-se 5 - PREPARO DAS COVAS E
bem diariamente. A germinação ocorre PLANTIO
a partir do 10º dia, estendendo-se até
o 35º dia, após a semeadura. Usar am- Usar o espaçamento de 10 por
biente protegido, com meia-sombra. A 10 metros entre as covas. Depois de
repicagem é feita quando as plântulas abertas as covas, fazer adubação, de
apresentarem início de caule lenhoso e acordo com os resultados da análise
formação de xilopódios, o que ocorre de solo. Na falta desta análise, po-
aos 2 meses após o plantio; para isto, dem-se usar por cova: 10 a 20 litros
usam-se sacos de polietileno com ca- de esterco de curral curtido e 500 g de
pacidade de 3 a 4 litros e substrato superfosfato simples, que devem ser
composto de uma parte de solo, uma misturados à camada de terra retirada
de esterco curtido e 5 kg de superfos- da superfície e colocados no fundo da
fato simples por metro cúbico da mis- cova. Fazer o plantio no início da esta-
tura. Na repicagem, colocar a mistura ção chuvosa. Retira-se o saco plástico
de terra, esterco e superfosfato simples ou outra embalagem que envolve a
até a metade do saco plástico, colocar muda. Plantar no centro da cova, sem
a plântula e completar o enchimen- abafar o tronco com a terra. Apertar
to do saco. Em seguida, molhar bem a terra levemente ao redor da muda e
uma a duas vezes ao dia. A enxertia regar bem.
por garfagem no topo em fenda cheia Fazer uma bacia ao redor da
é feita quando o caule atingir a gros- cova, para possibilitar maior armaze-
sura de um lápis, o que ocorre aos 9 namento de água, e cobrir a superfície
meses após o plantio. Os garfos reti- da cova em volta da planta com mate-
rados da planta produtora devem ter rial vegetal seco. Depois de plantadas
de 3 a 4 gemas, coletados de preferên- as mudas, fazer tutoramento com es-
cia quando a planta estiver no final da tacas e amarrio da planta, a fim de se
fase de dormência vegetativa (início da evitarem tombamento e danos pelos
emissão de folhas). O amarrio dos en- ventos fortes.
6 - TRATOS CULTURAIS dejas de isopor, contendo cerca de 10
a 12 frutos selecionados, envolvidas por
Capinas: manter o terreno (1,5 polietileno transparente. O rendimento
metro em torno da planta) sem planta por planta varia de 50 a 300 kg.
daninha.
Desbrotas: eliminar os brotos que
saírem abaixo do ponto da enxertia; daí
em diante, apenas retirar os galhos que EMATER-MG/MCTI/CONV.
se desenvolverem em direção ao solo. 01.0191.00/2008
Controle de pragas e doenças:
abelhas arapuá e moscas-das-frutas
podem atacar os frutos. As medidas
Engenheiro Agrônomo, M.Sc.
recomendáveis são: usar armadilhas
Ildeu de Souza
caça-moscas e catar e eliminar os frutos
Unidade Regional de Janaúba
caídos no solo.
Emater–MG
Controle da erva-de-passarinho: a
ildeu.souza@emater.mg.gov.br
erva-de-passarinho é uma planta pa-
rasita que afeta o desenvolvimento e
Engenheiro Agrônomo, M.Sc.
a produção do umbuzeiro, razão pela
Deny Sanábio
qual ela deve ser periodicamente retira-
Departamento Técnico
da e queimada.
Emater–MG
sanabio@emater.mg.gov.br
7 - COLHEITA E
COMERCIALIZAÇÃO Foto: Arquivo da Emater-MG

A colheita é feita manualmente, e Maio de 2016


os frutos são colhidos “de vez”, para
Série Ciências Agrárias
facilitar o transporte. Nos mercados das Tema Fitotecnia
grandes cidades, são vendidos em ban- Área Fruticultura

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