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O produtor pergunta, a Embrapa responde

1 EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

1. Qual a faixa de temperatura e umidade mais adequadas ao cultivo do maracujá?

A faixa de temperatura entre 21 e 230C é considerada como a mais favorável ao crescimento


da planta, situando-se o ótimo entre 23 e 25ºC.

Umidade relativa do ar em torno de 60% é a mais favorável ao cultivo do maracujazeiro. Deste


modo, locais com umidade relativa do ar acima de 60% quando associados às chuvas
favorecem o aparecimento de doenças da parte aérea do maracujazeiro, ou seja, verrugose,
antracnose e bacteriose.

2. Quais as exigências do maracujá em relação à disponibilidade de água?

A demanda de água varia de 800 a 1.750mm distribuída durante o ano. Chuvas intensas no
período de picos de floração, dificultam a polinização, em virtude do grão de pólen estourar em
contato com a umidade e diminuem a atividade dos insetos polinizadores. Períodos secos
prolongados determinam queda de folhas.

3. O maracujá é exigente quanto a luminosidade?

O maracujá cresce em condições tropicais, praticamente, durante todo o ano. Regiões que
correspondem a um comprimento do dia acima de 11 horas diárias de luz apresentam as
melhores condições para o florescimento. A escassez de florescimento pode ocorrer nos
meses de inverno, quando os dias são mais curtos.

2 SOLO, CALAGEM E ADUBAÇÃO

4. Como devem ser os solos para o cultivo do maracujá?

Os solos para o cultivo do maracujazeiro devem ser profundos (> 60 cm), bem drenados, ricos
em matéria orgânica, de textura média (areno-argilosos) e com relevo plano a ligeiramente
inclinado.

5. Como deve ser preparado o solos para o cultivo do maracujá?

O preparo do solo objetiva proporcionar condições físicas satisfatórias para o desenvolvimento


do sistema radicular do maracujazeiro, para maior absorção de água e nutrientes. Recomenda-
se uma aração de 30 cm de profundidade com posterior gradagem, iniciadas, pelo menos, um
mês antes do plantio.
6. Como deve ser feita a calagem do solo?

Quando recomendada, deve ser aplicada a lanço em toda a área e incorporada,


preferencialmente um a dois meses antes do plantio. Recomenda-se a aplicação de calcário
dolomítico que contém Ca (25-30%CaO) e Mg (> 12 %MgO), principalmente quando do uso
freqüente de adubos não contendo Mg e o solo apresentar teores inferiores a 0,4 cmolc/dm3.

7. Como deve ser feita a adubação do maracujazeiro?

Adubação Orgânica

A adubação orgânica é uma prática importante, pois exerce efeitos benéficos sobre as
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. As quantidades a serem aplicadas nas
covas de plantio, principalmente em solos arenosos e de baixa fertilidade, variam de acordo
com o tipo de adubo orgânico empregado, ou seja, esterco de curral (20 a 30 litros), esterco de
galinha e torta de mamona (5 a 10 litros), podendo-se utilizar também outros compostos
disponíveis na região ou propriedade. Se possível, aplicar anualmente a mesma quantidade de
adubo orgânico em cobertura.

Adubação Mineral

As quantidades de macronutrientes recomendadas para o maracujazeiro no Brasil variam,


dependendo da região, dos teores encontrados no solo, exceto N, e da produtividade esperada.
As quantidades de N recomendadas para a cultura no Brasil são variáveis, com amplitude de
40 a 200 kg de N/ha. As quantidades de fósforo recomendadas para a cultura, que dependem
do teor encontrado no solo, variam no Brasil de 0 a 160 kg de P2O5/ha. As quantidades de
potássio recomendadas no Brasil para o maracujazeiro, que dependem do teor do nutriente no
solo, variam de 0 a 420 kg de K2O/ha.

8. É necessário aplicar micronutrientes? Quanto?

Em solos arenosos e pobres em matéria orgânica podem ocorrer deficiências de


micronutrientes, principalmente boro (B) e zinco (Zn). Os micronutrientes, quando deficientes,
podem ser supridos via solo ou foliar. No plantio recomenda-se colocar 50 g FTE BR 12/cova
ou 4 g de Zn e 1 g de B/cova. Via foliar recomenda-se três pulverizações contendo sulfato de
zinco a 0,3% e três com ácido bórico a 0,1%. Nas pulverizações foliares recomenda-se
adicionar cloreto de potássio a 0,3% ou uréia a 0,5% para aumentar a eficiência da absorção.

9. Como e quando adubar?

O sucesso da adubação depende tanto da quantidade adequada, quanto da época e da


localização dos fertilizantes. Além disso, a aplicação dos adubos deve ocorrer em períodos
com teor adequado de água no solo. Em áreas irrigadas recomenda-se realizar a irrigação
após a adubação.

Em pomares em formação, colocar os adubos em uma faixa de aproximadamente 20 cm de


largura ao redor do tronco e distante 10 cm, aumentando gradativamente essa distância com a
idade do pomar. Em pomares adultos, aplicá-los em círculo ou faixa, sempre com largura
superior a 20 cm e distante 20 a 30 cm do tronco, onde estão as raízes absorventes.

3 ESPÉCIES
 

10. Quantas são as espécies de maracujá?

O gênero Passiflora é formado de 24 subgêneros e 465 espécies, sendo aquele de maior


importância econômica dentre os 18 gêneros da ordem Passiflorales, família Passifloraceae,
compreendendo, sob a denominação comum de maracujazeiro, as plantas que produzem o
maracujá. Daquelas espécies, entre 150 e 200 são originárias do Brasil.

11. Quais são as principais espécies de maracujá?

Passiflora edulis Sims. Conhecido como maracujá roxo. Fruto púrpura quando maduro, polpa
doce e aromática. Propagação por sementes ou estacas. Pode ser utilizado como anti-
helmíntico.

Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. Conhecido como maracujá amarelo ou azedo. Os
frutos são amarelos quando maduros. É a espécie mais cultivada.

Passiflora alata Dryand. Conhecido como maracujá doce. Frutos ovóides, amarelos ou laranja
brilhantes quando maduros. Propagação por estacas e sementes. Possui propriedade anti-
helmíntica.

4 PROPAGAÇÃO

12. Quais as formas de propagação do maracujazeiro e qual o método mais usado?

O maracujazeiro pode ser propagado por meio de sementes, estaquia e enxertia. Para as
condições brasileiras, o uso de sementes é o meio de propagação mais utilizado, por ser um
método barato e de fácil execução.

13. As sementes podem ser retiradas de qualquer planta de maracujazeiro? Como é feita
a retirada?

Não. As sementes utilizadas devem ser retiradas de plantas vigorosas, produtivas, precoces,
resistentes a doenças e pragas, originárias de frutos grandes, maduros e com grande
percentagem de suco. Um aspecto importante a ser mencionado é que o fruticultor deve retirar
sementes de vários frutos colhidos em diferentes plantas e não de muitos frutos de poucas
plantas. Isso diminui o problema de incompatibilidade da lavoura.

Para a retirada de sementes, os frutos devem ser colhidos maduros. Com o auxílio de uma
colher, as sementes são retiradas, colocadas em uma peneira e lavadas em água corrente,
para retirar a mucilagem que as envolve. Logo após, deve-se formar uma camada fina de
sementes sobre folhas de jornal ou sobre pano, que absorve o excesso de umidade, deixando-
se secar à sombra. Também pode ser usado um despolpador, adaptado a um liqüidificador,
que retira a mucilagem de maneira que não danifica as sementes.

14. Qual o método de conservação das sementes?


As sementes podem ser acondicionadas dentro de sacos plásticos, de maneira a deixar a
menor quantidade de ar junto as mesmas. A seguir podem ser guardadas em geladeira
doméstica com temperatura de 5-10ºC, o que se consegue colocando-se na parte inferior da
geladeira. Assim as sementes podem ser acondicionadas por cerca de 1 ano, conservando sua
qualidade.

15. Qual o recipiente e o substrato mais utilizados para a produção de mudas?

Em geral são usados sacos plásticos de 10cm x 25 cm ou 18 cm x 30 cm. Utiliza-se como


substrato uma mistura de três partes de terra para uma de esterco de curral bem curtido,
previamente tratada, a fim de obter mudas sadias. O esterco usado deve estar devidamente
maturado. Quando proveniente de gado em sistema de confinamento, o esterco pode
apresentar maior teor de potássio e sódio, devendo portanto, ser utilizado em menor proporção
com a terra.

16. O mesmo substrato pode ser utilizado para a produção de mudas em tubetes? Qual a
vantagem desse tipo de muda?

Não. Deve-se utilizar substratos leves, sem adição de terra, formados pela mistura de diversos
tipos de resíduos orgânicos como turfa, vermiculita, esterco, casca de árvores e
vermicomposto. Nestes casos, por ser o volume do tubete muito pequeno, a complementação
mineral é necessária. As mudas produzidas em tubetes são transportadas com maior
facilidade, gasta-se menos substrato, ocupa menos espaço no viveiro e utiliza menos mão-de-
obra. Entretanto, a muda tem que estar bem enraizada para permitir a retirada da mesma com
o substrato aderido às raízes.

17. Onde e como o viveiro deve ser construído?

Deve ser instalado em local de fácil acesso, em terreno de boa drenagem, plano ou levemente
ondulado, distante de outros plantios de maracujazeiro ou estradas e próximos a fontes de
água de boa qualidade. Os viveiros podem ser feitos a céu aberto, com cobertura alta
(aproximadamente 2 m) ou com cobertura baixa (aproximadamente 80 cm do solo), que é
ainda mais econômica e protege apenas os canteiros. Qualquer que seja a cobertura utilizada,
deverá permitir que as mudas recebam 50% de radiação solar. Esta cobertura deve ser
eliminada à medida que as mudas se aproximam da época de plantio, o que indica que
coberturas fixas não são apropriadas.

18. Como deve ser feita a semeadura do maracujazeiro?

Os sacos são colocados em fileiras de 1,20 m de largura, e comprimento máximo de 20 m, com


uma cobertura de palha a 2,0 m de altura. A disposição dos sacos deve ser feita na orientação
norte-sul para facilitar a ventilação e propiciar uma luminosidade uniforme. O espaço entre as
fileiras é de 0,50 m para facilitar a movimentação do operário na manutenção do viveiro. Em
cada saco plástico colocam-se de 3 a 6 sementes, a 1 cm de profundidade, cobrindo-se com
uma leve camada de terra. Para formação de 1000 mudas são necessários 130g de sementes.

19. Quais as práticas culturais empregadas na produção de mudas do maracujazeiro?

Desbaste no viveiro, controle fitossanitário, irrigação, seleção de mudas, adubação e plantio em


campo.

5 PLANTIO
 

20. Os plantios de maracujazeiro podem ser realizados em qualquer época do ano?

O plantio das mudas no campo deve ser efetuado quando as mesmas estiverem com 15 a 25
cm ou até 30cm de altura, o que pode ocorrer de 45 a 70 dias após a semeadura. Nessa
ocasião tem início a emissão das gavinhas. Sob condições de irrigação os plantios de
maracujazeiro podem ser feitos em qualquer época. Sem irrigação, as mudas devem ser
levadas para campo no início das chuvas e plantadas em dias nublados ou chuvosos.

21. Qual o espaçamento mais recomendado para o maracujazeiro?

O espaçamento mais recomendado é de 2,5 m entre fileiras e 5m entre plantas . Tratando-se


de cultura mecanizada, o espaçamento pode ser de 3,5m entre fileiras de plantas.

22. O maracujazeiro pode ser consorciado com culturas de ciclo curto?

Sim. Pode ser consorciado com milho, feijão e leguminosas para adubação verde. Não deve
ser consorciado com cucurbitáceas pois essas plantas são hospedeiras dos pulgões, que
transmitem o vírus do endurecimento dos frutos

23. Como deve ser feito o controle das plantas daninhas no pomar de maracujazeiro?

A melhor prática tem sido a eliminação das plantas daninhas nas linhas de plantio por meio de
capinas manuais e, nas entrelinhas com o uso de roçadeira. Nas faixas paralelas às linhas de
plantio, durante a colheita, o controle deve ser bem feito, uma vez que os frutos são colhidos no
chão. A capina por meio de implementos mecânicos, feita próxima à planta (menos de 1 m de
distância), não é recomendável em função dos danos causados às raízes, uma vez que estas
se concentram na sua maioria na faixa de 15 a 45cm de distância do caule. Não existem
herbicidas registrados para a cultura até o momento.

6 CONDUÇÃO

24. Quais os sistemas de condução mais utilizados para o maracujazeiro?

Os sistemas mais utilizados são: latada ou caramanchão, espaldeira vertical, em T e em cruz.


A espaldeira vertical ou cerca pode ser feita com mourões e estacas com 2,5 m de
comprimento, espaçados de 4 a 6m com 1, 2 ou 3 fios de arame liso número 12, sendo que o
superior deve ficar a 2,0m do solo e os demais espaçados entre si de 40 cm. Para que os
postes fiquem firmes e possam suportar todo o peso da massa vegetativa, devem ser
enterrados 50cm.

7 PODA
 

25. Em que consiste a poda de formação do maracujazeiro?

Cerca de 15 dias após o plantio inicia-se a operação de poda de formação, eliminando-se todos
os brotos laterais, deixando-se apenas o ramo mais vigoroso, que será conduzido por um tutor
até o fio de arame. Quando a planta ultrapassar o arame (cerca de 10 cm) deve-se eliminar o
broto terminal para forçar a emissão de brotos laterais que serão conduzidos para os dois lados
do arame. Posteriormente estes brotos deverão ser despontados a fim de forçar o
desenvolvimento das gemas laterais que formarão os ramos produtivos. As ramificações que
surgem dos dois ramos laterais em direção ao solo devem ficar livres para facilitar o arejamento
e a penetração de luz, fatores muito importantes no processo produtivo e na diminuição do
ataque de pragas e doenças.

26. Em que consiste a poda de renovação do maracujazeiro?

Devido aos diversos fatores que afetam a fisiologia da planta do maracujazeiro a exemplo do
movimento de fotoassimilados e das relações fonte-dreno não estarem devidamente
estudadas, os resultados de trabalhos abordando a poda de renovação são contraditórios.

Por outro lado, devido ao crescimento contínuo e indeterminado do maracujazeiro a poda de


renovação é uma prática necessária. Assim, para que a poda de renovação obtenha sucesso, é
necessário que:

        a) a planta esteja em início de atividade vegetativa;


        b) a planta esteja no início da brotação:
        c) o plantio tenha sido bem conduzido na estação anterior, com boas adubações e
apresentar boa sanidade;
        d) a temperatura média esteja a 200C - 250C, o que posssibilita a translocação das auxinas
que promoverão as novas brotações;
        e) o solo tenha água disponível para promover o crescimento.

8 POLINIZAÇÃO

27. A polinização é uma prática importante na produção do maracujazeiro?

Sim. A polinização é um dos aspectos importantes a ser observado para se produzir maracujá
contribuindo para se obter boa produtividade, frutos maiores e mais pesados. A polinização só
ocorre em flores com estigmas parcial ou totalmente curvos.

28. Quais são os agentes polinizadores do maracujazeiro?

Os agentes polinizadores que têm se mostrado mais eficientes são as mamangavas, abelhas
do gênero Xylocopa que, devido ao seu grande porte, ao visitarem a flor do maracujazeiro,
encostam seu dorso nos estames onde estão os grãos de pólen, fazendo a retirada dos
mesmos e levando-os para o estigma, efetuando desta maneira a polinização. O maracujazeiro
apresenta alto insucesso na polinização pelo vento, devido ao grande peso e a viscosidade do
grão de pólen.

29. Pode ser feita a polinização artificial do maracujazeiro?


Sim. A polinização feita pelo homem é mais eficiente do que aquela realizada pelo inseto,
constatando-se um pegamento de frutos de mais de 50%, quando com insetos consegue-se
algo em torno de 30%. Assim, o agricultor deve, em conhecendo as suas condições, optar ou
não pela ajuda do homem nessa tarefa.

A polinização artificial deve ser realizada no período da tarde, haja visto que as flores do
maracujá amarelo abrem-se num período que vai das 12:30 às 15:00 horas, permanecendo
abertas até às 18:00 horas. Duas a três pessoas podem efetuar a polinização de flores em um
hectare por tarde ou cerca de 50 a 60 flores por minuto.

9 ÁCAROS, INSETOS E NEMATÓIDES

30. Quais são as principais pragas do maracujazeiro?

Lagartas (Dione juno juno e Agraulis vanillae vanillae)

Percevejos (Diactor bilineatus, Holhymenia clavigera e H. histrio)

Besouros (Philonis passiflorae, P. obesus e Ciclocephala melanocephala)

Moscas (Anastrepha spp., Ceratitis capitata, Protearomyia sp. e Silba pendula)

31. Como controlar as lagartas?

Em áreas pequenas, recomenda-se a catação e eliminação de ovos e lagartas. Entretanto, em


áreas extensas, tal medida pode tornar-se dispendiosa e ineficaz, havendo necessidade da
utilização de inseticidas

32. Como controlar os percevejos?

Em algumas situações, embora os percevejos estejam presentes, podem não causar prejuízos,
em virtude da presença de inimigos naturais que mantêm-nos em baixa população. Em
pequenas áreas, recomenda-se a catação das posturas, ninfas e adultos. Os produtos
recomendados para o controle dos percevejos basicamente são os mesmos para lagartas.

33. Como controlar as moscas?

A catação e enterrio de frutos atacados auxilia na redução populacional das moscas-das-frutas.


Mais interessante, contudo, seria a colocação desses frutos em valas cobertas com tela fina,
para possibilitar a saída dos inimigos naturais que completaram o seu desenvolvimento.
Recomenda-se também, se possível, a instalação do pomar em local afastado de plantas
hospedeiras. Quanto ao controle químico, utiliza-se isca tóxica, aplicada de 15 em 15 dias,
apenas de um lado das plantas e de maneira descontínua. A isca é composta por 5 kg de
melaço ou açúcar mascavo ou 500 ml de proteína hidrolisada e inseticida em 100 l de água.

Para o controle da mosca-do-botão-floral, têm-se utilizado iscas tóxicas à base de fenthion,


melaço e água em 20% da lavoura, no início dos picos de florescimento, normalmente em três
aplicações espaçadas de 8 a 10 dias, além do enterrio de botões florais atacados e da
utilização de plantas armadilhas, como a pimenta doce.
34. A abelha melífera é uma praga para o maracujá?

As abelhas domésticas (Apis mellifera), em algumas regiões, causam prejuízos significativos à


produção, merecendo maior atenção do que todas as pragas já mencionadas. A abelha
melífera carrega o pólen das flores antes da chegada das mamangavas (Xylocopa spp.),
prejudicando a polinização. No entanto, como é uma espécie benéfica, não se justifica a
destruição dos ninhos. Preferencialmente, o pomar de maracujazeiros e a atividade apícola
devem estar a uma distância segura um do outro.

35. Quais são os principais ácaros que atacam o maracujazeiro?

Ácaro plano - Brevipalpus phoenicis

Ácaro branco - Polyphagotarsonemus latus

Ácaros Vermelhos - Tetranychus mexicanus e T. desertorum

36. Como controlá-los?

A redução da população desses ácaros pode ser realizada com controle biológico natural pela
presença de inimigos naturais, destacando-se ácaros predadores conhecidos como fitoseídeos.
Para a cultura do maracujá atualmente não existem produtos químicos registrados pelo
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle de ácaros. Algumas
referências existentes na literatura quanto ao uso de acaricidas em maracujazeiro são
baseadas em resultados experimentais.

37. Nematóides são problema para a cultura do maracujá?

Diversos nematóides têm sido encontrados atacando o sistema radicular do maracujazeiro,


reduzindo o crescimento das plantas e afetando a produção. Entre estes, podemos citar os
formadores das galhas (Meloidogyne spp.), o nematóide reniforme (Rotylenchulus reniformis), o
nematóide da lesão radicular (Pratylenchus sp.) e os nematóides espiralados (Scutellonema sp.
e Helicotylenchus sp.). Entretanto, somente R. reniformis, M. incognita, M. arenaria e M.
javanica são consideradas as espécies de maior importância econômica.

38. Como controlá-los?

Em condições de viveiro o tratamento do solo (fumigação) é prática essencial para produção de


mudas sadias. A água de irrigação utilizada deve ser de boa procedência, preferencialmente de
poços artesianos e não de água represada em baixadas que são altamente infestadas por
nematóides. Em culturas estabelecidas, torna-se mais difícil o controle, mesmo porque há
poucas informações sobre a eficiência e economicidade de nematicidas aplicados em
maracujazeiro.

10 DOENÇAS

39. Existem produtos químicos registrados para o controle de doenças do maracujá?


No caso do maracujazeiro, não existem, atualmente, produtos registrados pelo Ministério da
Agricultura que permitam o controle adequado de todas as pragas e doenças que afetam esta
cultura.

40. Qual a principal doença em viveiros e qual o seu controle?

Tombamento ou mela. Essa doença é particularmente severa sob condições de umidade


excessiva, causando um rápido encharcamento dos tecidos tenros da planta ao nível do solo,
que entram em colapso, provocando a murcha das folhas, o tombamento e a morte das
plantas. O excesso de água e sombreamento na sementeira e o uso de solo já contaminado e
sem tratamento favorecem o aparecimento da doença.

O controle se faz com o manejo correto da sementeira. Em períodos de alta umidade e em


regiões com histórico da doença, a rega deve ser feita de maneira que não deixe o solo muito
encharcado, assim como a cobertura de proteção ao sol deve ser retirada periodicamente, nas
horas mais sombrias do dia. Os vasos de plantio não devem ser colocados diretamente sobre o
solo e o espaçamento entre eles deve ser maior do que o recomendado normalmente.

41. Quais as principais doenças em plantios?

Causadas por Fungos: Antracnose; Verrugose; Septoriose; Podridão do Colo; Fusariose;

Causadas por Bactérias: Crestamento bacteriano, causado por Xanthomonas campestris pv.
passiflorae. Murcha bacteriana, causada por Ralstonia solanacearum.

Causadas por Vírus: Endurecimento dos Frutos; Mosaico do Pepino; Mosaico Amarelo;
Clareamento das Nervuras; Enfezamento; Pinta Verde/Definhamento Precoce.

42. Como o crestamento bacteriano pode ser controlado?

O melhor controle é obtido através da utilização de produtos à base de cobre, aplicados no


início do aparecimento dos sintomas e em horários não muito quentes do dia. As aplicações
podem ser alternadas com produtos bactericidas.

43. Como as viroses podem ser controladas?

Para o controle das viroses são recomendadas medidas de controle preventivo: evitar o plantio
em áreas com histórico de ocorrência da doença; formar mudas em áreas distantes de plantios
afetados; manter o pomar limpo de plantas invasoras, possíveis hospedeiras de viroses e
vetores e erradicar as plantas afetadas. O controle da pinta verde tem sido realizado através de
pulverizações com acaricidas.

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SOLO: ESCOLHA, PREPARO, MANEJO E


1
CONSERVAÇÃO

1. Quais as terras mais indicadas para o cultivo da bananeira?


As terras ideais para o cultivo da bananeira são as aluviais profundas, ricas em matéria
orgânica, bem drenadas e com boa capacidade de retenção de água. Mas a bananeira é
cultivada e se adapta a diferentes tipos de terras, devendo-se preferir aquelas planas ou com
declividades abaixo de 8%, onde são menores os riscos de erosão. É importante que as terras
sejam profundas, com mais de um metro sem qualquer impedimento; terras com profundidade
inferior a 25 centímetros são consideradas inadequadas para a cultura pois, em terras rasas, é
pequena a quantidade de raízes que cresce em profundidade, fazendo com que as plantas
fiquem sujeitas a tombamento. A granulometria do solo deve ser média a pouco argilosa, não
devendo ser muito arenosa, que geralmente apresenta baixa quantidade de nutrientes e baixa
capacidade de retenção de água, aumentando os custos de produção pela necessidade de
adubações mais freqüentes e de práticas visando melhorar o suprimento de água; também não
deve ser muito argilosa, pela maior dificuldade de preparo para o plantio, pelos riscos de
encharcamento e pelo maior impedimento ao crescimento das raízes. Áreas pouco drenadas e
sujeitas a encharcamentos devem ser evitadas, pois as raízes da bananeira apodrecem
rapidamente e morrem após mais de três dias de excesso de umidade no solo. Para
economizar a aplicação de calcário e de adubos, deve-se preferir as terras cuja análise química
revele a riqueza em nutrientes para a bananeira.

2. Como deve ser feito o preparo das terras para o plantio da bananeira?

O preparo adequado do solo é importante para o bom desenvolvimento das raízes da


bananeira, o que facilita a absorção de água e nutrientes e melhora a produção.

Em áreas manualmente trabalhadas, inicialmente faz-se a limpeza das mesmas, executando-


se a derrubada ou roçagem do mato, destoca, encoivaramento e queima das coivaras. A
destoca pode ser feita gradativamente ano a ano, após o plantio. O preparo do solo resume-se
ao coveamento manual. Este sistema tradicional tem como vantagem preservar o solo e manter
a matéria orgânica distribuída uniformemente no mesmo.

Em áreas mecanizadas, a limpeza da área pode ser feita por máquinas, evitando-se remover a
camada superficial do solo, rica em matéria orgânica. Em seguida faz-se a aração a uma
profundidade mínima de 20 centímetros, seguida da gradagem e coveamento ou sulcamento
para plantio. Áreas que vêm sendo cultivadas com pastagens ou que apresentam subsolos
compactados ou endurecidos devem ser subsoladas a 50-70 centímetros de profundidade,
para melhorar a infiltração de água, facilitar o aprofundamento das raízes e controlar as plantas
daninhas, como também incorporar o calcário aplicado na superfície do terreno. Vale lembrar
que o solo deve ser revolvido o mínimo possível, devendo ser preparado nem muito úmido e
nem muito seco, com umidade suficiente para não levantar poeira e nem aderir aos
implementos; além disso, deve-se usar máquinas e implementos o menos pesados possíveis e
acompanhar as curvas de nível do terreno.

3. Que cuidados devem ser adotados para evitar a erosão e o desgaste das terras
cultivadas com bananeira?

A bananeira normalmente é cultivada em áreas com declives acentuados, exigindo a adoção


de cuidados especiais para a conservação do solo, principalmente no primeiro ciclo da cultura,
quando o solo permanece descoberto durante grande parte do ano, devendo-se evitar que a
água da chuva escorra com velocidade, provocando a erosão e o empobrecimento do solo.
Nesse caso, é necessário adotar práticas como reduzir o uso de máquinas para evitar a
aceleração do processo de erosão, plantar em curvas de nível, usar cordões em contorno,
terraços ou banquetas, usar renques de vegetação, alternância de capinas e a cobertura do
solo (morta ou viva); esta última prática é a que, isoladamente, mais responde pelo controle da
erosão, além de reduzir a evaporação da água do solo, de amenizar a temperatura do solo e de
incorporar grande quantidade de nutrientes.

A utilização dos resíduos da bananeira para formação da cobertura morta do solo, na própria
cultura, representa grande aplicação de matéria orgânica, pois aproximadamente dois terços da
parte vegetativa da bananeira são devolvidos ao solo, nas desfolhas normais e pelos
pseudocaules e folhas cortadas no momento da colheita do cacho. A produção de matéria seca
chega a atingir 10 a 15 t/ha/ano. O ideal seria espalhar este material sobre toda a área do
bananal, formando uma cobertura com aproximadamente cinco centímetros de espessura.
Mas, como esse material decompõe-se muito rapidamente, o volume de resíduos normalmente
produzido no bananal é insuficiente para uma cobertura contínua de toda a área. Uma
alternativa encontrada foi reduzir a área coberta. Em bananais plantados em fileiras simples,
pode-se alternar uma entrelinha coberta com resíduos com outra descoberta e assim por
diante. No caso de bananeiras plantadas em fileiras duplas, pode-se depositar os resíduos
apenas no espaçamento largo. Em áreas irrigadas pode-se alternar as entrelinhas irrigadas
com entrelinhas utilizando cobertura morta.

Uma outra maneira de cobrir o solo e incorporar resíduos vegetais é cultivar plantas
melhoradoras do solo (feijão-de-porco, crotalárias, leucena e outras) nas entrelinhas do
bananal, semeadas no início do período das águas e ceifadas ao final deste, deixando-se os
resíduos na superfície do solo, como cobertura morta, isto em condições de sequeiro. Em
áreas irrigadas o plantio de tais culturas pode ser feito em qualquer época do ano, e a ceifa
deve ser feita no início da floração ou mesmo no início da produção de vagens, neste caso por
estar o material vegetal mais lenhoso e, conseqüentemente, mais resistente à decomposição,
permanecendo por mais tempo cobrindo o solo.

2 VARIEDADES

4. Qual a melhor variedade de banana a ser plantada?

A escolha de uma variedade ou cultivar deve levar em consideração alguns aspectos


importantes como:

1- preferência do mercado consumidor;


2- maior produtividade;
3- tolerância as principais pragas e/ou doenças;
4- tolerância à seca;
5- tolerância ao frio;
6- porte; e
7- disponibilidade de material propagativo.

5. Quais as principais características dos subgrupos Cavendish, Gros Michel, Prata,


Terra e Figo?

O subgrupo Cavendish agrega um conjunto de cultivares que são muito sensíveis às mutações
e apresentam frutos delgados, longos, encurvados e muito doces após o completo
amadurecimento. Uma das variações mais importantes no subgrupo Cavendish relaciona-se
com o porte, responsável pela classificação das variedades em cinco classes. O subgrupo
Gros Michel caracteriza-se por apresentar cultivares com bainhas internas verdes ou rosadas
e frutos cujos atributos são, após o amadurecimento, a cor amarela e brilhante, o agradável
sabor, a polpa consistente e a extremidade em forma de gargalo de garrafa. No subgrupo
Prata, as características principais das variedades são o porte alto, o cacho de cor verde
amarela e brilhante e os frutos pequenos com seção transversal em forma de pentágono, casca
de espessura média e cor amarela após o amadurecimento e polpa creme a rósea pálida. O
subgrupo Terra apresenta variedades com pseudocaule verde claro a arroxeado com
pequenas manchas marrons escuras próximas à roseta foliar, pecíolos com margens
vermelhas, frutos grandes que são consumidos fritos ou cozidos em virtude do teor de amido,
porte alto, médio ou baixo e rizoma que tende a elevar-se à superfície do solo, reduzindo a
fixação das plantas, que podem tombar. As cultivares do subgrupo Figo apresentam
pseudocaule praticamente sem manchas com a base do pecíolo fechada e pigmentação
brilhante na face interna da bráctea masculina.

6. Quais as principais diferenças entre as variedades dos subgrupos Gros Michel e


Cavendish? E entre as cultivares Pacovan e Prata Comum?

As variedades do subgrupo Gros Michel demonstram uma alta susceptibilidade ao mal-do-


Panamá e apresentam as bainhas internas do pseudocaule com matiz rosada, ao passo que as
variedades do subgrupo Cavendish demonstram resistência ao mal-do-Panamá e apresentam
as bainhas internas do pseudocaule com uma intensa cor vermelha.

A ‘Pacovan’ é mais vigorosa e um pouco mais alta que a ‘Prata Comum’ e apresenta frutos
aproximadamente 40% maiores, o que lhe confere uma maior produtividade, e com quinas
persistentes mesmo após o amadurecimento.

7. Quais as principais diferenças entre a bananeira da Terra e a bananeira D’Angola? E


as principais características das cultivares do subgrupo Figo?

Enquanto a bananeira da Terra apresenta porte alto (4 a 5 metros) e geralmente requer o uso
de escoras no cultivo, a bananeira D’Angola possui porte menor (cerca de 3 metros) e
dispensa a prática do escoramento, permitindo assim a redução dos custos de produção. A
bananeira D’Angola apresenta ainda frutos mais consistentes (polpa mais firme) que os frutos
da bananeira da Terra, no entanto seu potencial de produtividade é inferior àquele da
bananeira da Terra. A bananeira da Terra é também mais vigorosa, possuindo pseudocaule
com diâmetro maior, e apresenta mais pencas (9 a 12) e mais frutos (86 a 132), enquanto a
bananeira D’Angola não é tão vigorosa, possuindo pseudocaule com diâmetro menor, e
apresenta menor número de pencas (6 a 8) e de frutos (26 a 32). A bananeira D’Angola é,
contudo, mais precoce que a bananeira da Terra, possibilitando a colheita do cacho em um
intervalo de tempo menor.

As cultivares do subgrupo Figo diferem entre si basicamente pela coloração da polpa do fruto e
pelo porte. A cultivar ‘Figo Cinza’ apresenta porte que varia de 3,5 a 4 metros, engaço longo
(50 a 60 centímetros), 6 a 8 pencas e frutos de no máximo 20 centímetros, com quinas
salientes e polpa doce, macia, saborosa e creme pálida após o amadurecimento, consumidos
cozidos ou fritos. É uma cultivar muito resistente à seca, à Sigatoka amarela e à Sigatoka
negra, mas susceptível ao mal-do-Panamá e à broca. A cultivar ‘Figo Vermelho’ é muito
semelhante à cultivar ‘Figo Cinza’, apresentando no entanto frutos sem a presença de cera na
casca e com polpa cuja coloração tende para o vermelho, fato que se constata também nos
pecíolos. A cultivar ‘Figo Anão’ apresenta frutos idênticos aos frutos da cultivar ‘Figo Cinza’,
mas possui porte inferior a 2 metros e também folhas menores, porém brilhantes. Devido ao
porte baixo, pode proporcionar uma maior produtividade, além de simplificar o manejo.

3 ADUBAÇÃO

8. Quanto de adubo deve ser colocado nas bananeiras?

A bananeira é uma planta muito exigente em nutrientes, principalmente potássio (K) e


nitrogênio (N). No entanto, para se saber exatamente quanto de adubo deve ser colocado, o
primeiro passo é amostrar o solo para análise química. Este resultado fornecerá a quantidade
de nutrientes e/ou elementos tóxicos presentes no solo. Assim, por meio de tabelas de
adubação, constantes nos manuais de cada Estado, é possível fazer a recomendação dos
adubos.

A quantidade de nitrogênio varia de 100 a 400 kg de N/ha, dependendo da produtividade


esperada. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o
plantio. Deve ser parcelado no mínimo em três a quatro aplicações, pois o nitrogênio é
facilmente perdido no solo. As fontes nitrogenadas mais utilizadas são a uréia (450 g de N/kg) e
o sulfato de amônio (200 g de N/kg e 230 g de S/kg).

A quantidade recomendada de fósforo varia de 0 a 160 kg de P2O5/ha, dependendo do teor do


nutriente no solo e da produtividade esperada. Quando indicado, deve ser aplicado no plantio,
misturado à terra de enchimento da cova. Se necessário, repetir anualmente, em cobertura,
após nova análise química do solo. As fontes mais utilizadas de adubo fosfatado são:
superfosfato simples (180 g de P2O5, 110 g de S e 190 g de Ca/kg) e o superfosfato triplo (410
g de P2O5/kg).

A quantidade de potássio varia de 0 a 750 kg de K2O/ha, dependendo dos teores do nutriente


encontrados no solo e da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feita em
cobertura, no 3o ou 4o mês após o plantio. Caso o teor de K no solo seja inferior a 59 mg/dm3,
iniciar a aplicação aos 30 dias, juntamente com a primeira aplicação de N. Pode ser aplicado
sob as formas de cloreto de potássio (600 g de K2O/kg), sulfato de potássio (500 g de K2O e
160 g de S/kg). Solos com teores de K acima de 234 mg/dm3 dispensam a adubação
potássica.

9. A calagem é importante na cultura da bananeira?

Sim. A calagem tem a função de neutralizar elementos tóxicos, como alumínio e excesso de
manganês, elevar o pH do solo e contribuir para o aumento da disponibilidade de nitrogênio
(N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e molibdênio (Mo). Além disso, fornece cálcio (Ca) e
magnésio (Mg) para as plantas, eleva a saturação por bases, equilibra a relação K:Ca:Mg
(0,3:2:1 e 0,5:3:1), bem como melhora a atividade microbiana do solo.

A aplicação de calcário, quando recomendada pela análise química do solo, deve ser a
primeira prática a ser realizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. O calcário
deve ser aplicado a lanço em toda a área, após a aração e incorporado por meio da gradagem.
Caso não seja possível o uso de máquina, a incorporação pode ser efetuada na época da
primeira capina. Recomenda-se o uso do calcário dolomítico, que contém Ca e Mg, evitando
assim o desequilíbrio entre K e Mg e, conseqüentemente, o surgimento do "azul da bananeira"
(deficiência de Mg induzida pelo excesso de K).

10. O amarelecimento das folhas da bananeira pode ser devido à falta de nutrientes?

O potássio (K) é o nutriente mais absorvido pela bananeira, correspondendo a


aproximadamente 41% do total de nutrientes da planta; além disso, 54% são exportados pelos
frutos. A deficiência deste nutriente é muito comum no campo e se caracteriza, inicialmente,
pelo amarelecimento rápido das folhas mais velhas. Como é um nutriente móvel na planta, os
primeiros sintomas aparecem nas folhas mais velhas.

No entanto, outros problemas podem levar ao amarelecimento das folhas. Assim, uma
observação da planta como um todo deve ser realizada, e também do sistema radicular, para
verificar se este está em bom estado. Além disso, recomenda-se uma análise química do solo e
das folhas, para confirmar a deficiência ou não.

11. Como é feita a amostragem das folhas da bananeira para análise química?

As folhas são os órgãos da planta que estão em maior atividade química, e por isto são
amostradas para análises. A folha amostrada deve ser uma folha madura, ou seja, nem nova
nem velha demais. Segundo a norma internacional, recomenda-se amostrar a terceira folha a
contar do ápice , com a inflorescência no estádio de todas as pencas femininas descobertas
(sem brácteas) e não mais de três pencas de flores masculinas. Coleta-se 10 a 25 cm da parte
interna mediana do limbo, eliminando-se a nervura central. O estádio de desenvolvimento é
importante para que se possa comparar os resultados com aqueles das tabelas com os teores
padrões de referência.

Contudo, se o problema ocorrer em outro estádio de desenvolvimento, colete uma amostra


também de uma planta sem o problema, para ser utilizada como padrão de referência.

Sugere-se proceder a análise foliar anualmente, para se fazer ajustes no programa de


adubação e, principalmente, avaliar a necessidade de aplicação de micronutrientes.

4 IRRIGAÇÃO

12. A banana responde de maneira diferente aos métodos de irrigação existentes?

Se os métodos de irrigação existentes (superfície, aspersão, localizada) fornecerem a


quantidade de água que a cultura precisa, não é de se esperar respostas diferentes pela
bananeira. Entretanto, fatores como a área de solo molhada pelos emissores, no caso da
irrigação localizada, pode afetar a resposta pela redução do volume de solo explorado pelo
sistema radicular. Também a umidade do dossel, como no caso da aspersão, pode favorecer
doenças fúngicas e afetar a resposta da cultura.

13. Os resultados das necessidades hídricas da bananeira de uma região úmida podem
ser extrapolados para condições menos úmidas e semi-áridas?

Não. Eles podem até servir de ponto de partida, mas a evaporação do solo e a própria
transpiração da bananeira em condições mais secas e semi-áridas são mais intensas. Tem-se
achado coeficientes de cultura máximo para a bananeira próximo de 0,85 em condições de
Tabuleiros Costeiros do Recôncavo Baiano, contra 1,25 em condições mais secas.

14. Quais as quantidades de água que a bananeira precisa para desenvolver e produzir
quantidades ótimas de frutos?

Pode-se estimar para dias ensolarados e de baixa umidade relativa do ar que a planta
consome 30 litros/dia; 20 litros/dia em dia semi-cobertos e 15 litros em dia completamente
nublado. Deve-se, também, levar em conta a fase de crescimento da planta, isto é, na fase de
floração e frutificação tais valores podem ser maiores.

5 MANEJO E TRATOS CULTURAIS

15. Quais as exigências da bananeira quanto as condições climáticas? O Brasil


apresenta condições favoráveis ao cultivo da bananeira?
A bananeira é uma planta tipicamente tropical, portanto, necessita de calor constante,
precipitação bem definida, luminosidade e elevada umidade relativa. Sim, o Brasil apresenta
condições para a exploração comercial da bananeira em quase toda a sua área territorial,
destacando-se as regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste, grande parte do Sudeste e alguns
microclimas na região Sul.

16. Qual o tipo de muda recomendada para se implantar um bananal? Por que?

Apesar de convencionalmente se utilizar vários tipos de mudas, dos quais o chifrão é o mais
adequado, é interessante que elas sejam oriundas de viveiros estabelecidos exclusivamente
com a finalidade de produção de material propagativo de boa qualidade. No caso da
inexistência de viveiros, as mudas devem ser obtidas de bananal com plantas bem vigorosas e
em ótimas condições fitossanitárias. Mais recentemente, a micropropagação ou propagação
em laboratório tem permitido a obtenção de mudas que alternativamente podem ser utilizadas
para a implantação de novos bananais, já que apresentam as seguintes vantagens:

Possuem uma qualidade fitossanitária superior, devido a ausência de pragas e doenças, o que
permite reduzir a agressão ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores rurais, em função da
reduzida utilização de pesticidas. Inclusive, esta diminuição no emprego de pesticidas implicará
na redução dos custos de produção.

Permitem maior uniformidade dos tratos culturais, resultante da padronização das mudas o que
possibilita concentrar os períodos de colheita em épocas de preços mais favoráveis.

Resultam num ritmo de crescimento uniforme dos parâmetros de desenvolvimento e


apresentam períodos de florescimento e colheita relativamente breves em comparação com as
mudas convencionais.

São mais produtivas que as mudas de propagação convencional, resultado de um rigoroso


processo de seleção e clonagem das plantas matrizes que apresentaram maiores
produtividades. As mudas produzidas por micropropagação têm uma produção pelo menos
30% superior às mudas convencionais.

Resultam em maior longevidade do bananal, que passa a ter uma vida média de 10 anos,
contra os 5 anos normalmente alcançados, quando se utilizam mudas de propagação
convencional. Essa longevidade é decorrente da sanidade da muda micropropagada, que
desde os primeiros estágios de desenvolvimento, no solo, consegue usufruir de todos os
demais insumos empregados no sistema produtivo de bananas de qualidade.

17. O que são tratos culturais?

São ações conjuntas, estabelecidas durante a condução do cultivo que visam proporcionar
melhorias no manejo e na exploração racional da cultura.

18. Quais os principais tratos culturais?

Os tratos culturais, em seu conjunto, constituem ações de grande importância para a cultura e,
devem ser realizados sempre que possível em ações conjuntas, visando maior eficiência na
condução do bananal e redução dos custos operacionais, geralmente acrescidos quando estas
medidas são realizadas isoladamente. Os tratos mais comumente empregados são: 1-capina;
2-controle cultural; 3-desbaste; 4-desfolha; 5-eliminação da ráquis masculina (coração); 6-
ensacamento do cacho; 7-escoramento e; 8-corte do pseudocaule.

19. Qual a influência da variação da altitude na duração do ciclo biológico da bananeira?

As variações na altitude provoca alterações no ciclo biológico da bananeira. Em regiões


tropicais com altitudes que variam de (0 à 300m) acima do nível do mar, o ciclo de produção de
bananeiras, principalmente do subgrupo Cavendish, variou de 8 a 10 meses. Comparações
realizadas experimentalmente, evidenciaram um aumento de 30 a 45 dias no ciclo de
produção, para cada 100 metros de acréscimo em altitude.

20. Como são transportados os cachos em cultivos tecnificados?

Os cachos são colhidos manualmente e colocados no solo forrado com palhas de banana a
beira dos carreadores. Em seguida são transportados através de cabos aéreos até o galpão de
embalagem onde serão despencados, lavados, selecionados e embalados, rumo ao mercado
consumidor.

21. Qual a melhor época para o plantio da banana?

Para o plantio de sequeiro, os períodos mais favoráveis, são geralmente aqueles que
coincidem com o final da época seca, com chuvas espaças, já que as necessidades hídricas da
bananeira são menores nos primeiros três meses após o plantio. Já os plantios irrigados,
podem ser realizados em qualquer época do ano.

22. Como escolher o melhor espaçamento para o plantio da bananeira?

O espaçamento a ser utilizado para o cultivo da bananeira deve considerar a combinação de


alguns fatores como:

 1- porte da cultivar;


 2- condições edafoclimáticas;
 3- nível tecnológico do cultivo;
 4- destino da produção.

Considerando esses fatores, os espaçamentos de plantio, no Brasil e no mundo, mais comuns


nos cultivos comerciais são: 2,0 x 2,0 m; 2,5 x 2,0 m; e 2,5 x 2,5 m, para as cultivares de porte
baixo a médio; 3,0 x 2,0 m; 3,0 x 2,5 m; para as cultivares de porte semi-alto e 3,0 x 3,0 m; 3,0
x 4,0 m para as cultivares de porte alto.

23. Qual o critério mais prático para a colheita dos cachos da bananeira?

A idade do cacho a partir da emissão do coração. Para tanto, as plantas são marcadas com
fitas plásticas de diferentes cores. Uma cor para cada data de emissão do coração.

24. O que fazer para evitar escoriações (arranhões) na casca da banana durante a
colheita?

Não deixar que o cacho tombe no chão; usar berço com almofada de espuma (transporte
manual); forrar a carroceria do caminhão, trator ou caçamba com almofadas de espuma ou
usar cabos aéreos que conduzem os cachos diretamente para a casa de embalagem.

6 FITOSSANIDADE - DOENÇAS

25. Quais são as principais viroses que ocorrem em bananais brasileiros?


São o mosaico do bananeira causado pelo vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic
virus, CMV), e as estrias da bananeira provocada pelo vírus das estrias da bananeira (Banana
streak virus, BSV).

26. Quais são as medidas gerais para controle de viroses da bananeira?

Usar rizomas obtidos de plantas sadias para a formação de mudas. Estabelecer os viveiros
distantes de plantios de bananeira. Treinar pessoal para identificação e erradicação das plantas
com sintomas de viroses. Manter o pomar e o viveiro, assim com a área em volta deles livre de
plantas daninhas. Eliminar as plantações velhas de bananeiras, assim como plantas isoladas.
Utilizar variedades com resistência a viroses.

27. É possível curar uma planta infectada por viroses?

Sim. Fazendo-se cultura de tecidos com meristemas obtidos de plantas infectadas com viroses
é possível obter plantas sadias. Manter as plantas infectadas em temperaturas elevadas
durante algumas semanas também permite a produção de plantas sadias. Mas todas as
plantas obtidas precisam ser testadas para verificar se o tratamento foi eficiente para eliminar
as viroses presentes.

28. Quando e onde a Sigatoka-negra foi constatada pela primeira vez no Brasil?

A Sigatoka-negra foi constatada pela primeira vez no Brasil em fevereiro de 1998, nos
municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, Estado do Amazonas. Esta é uma área de
tríplice fronteira entre Colômbia, Peru e Brasil.

29. Como o patógeno se dissemina?

Os esporos sexuados do patógeno (ascosporos) se disseminam principalmente levados pelo


vento, podendo atingir a longas distâncias, enquanto o esporo assexuado se dissemina
principalmente sendo deslocado por água de chuva, um processo de disseminação mais
importante dentro do próprio bananal. Todavia, ambos podem ser transportados em folhas
infectadas, geralmente utilizadas como proteção aos frutos durante a comercialização; podem
ser levados ainda aderidos a superfícies diversas ou em plantas infectadas carregadas pelos
rios durante as enchentes na Amazônia.

30. Qual a situação atual de disseminação da Sigatoka-negra no Brasil?

Atualmente todos os Estados da região Norte já foram afetados pela doença e também o Mato
Grosso, na região Centro-Oeste. Esta situação permanece inalterada desde o início do ano
2001.

31. Qual a perda de produção que a Sigatoka-negra pode causar?

A Sigatoka-negra é extremamente agressiva podendo causar perdas de 100% na produção das


variedades suscetíveis dos subgrupos Cavendish, Prata, Gros Michel e Maçã. No subgrupo
Terra, que também é suscetível, as perdas têm sido menores, situando-se na casa dos 70% da
produção.

32. Quais as formas de controle da doença?

Para o controle da doença deve-se utilizar sistemas integrados, que agregam práticas culturais
como desfolha sanitária, controle de ervas daninhas, controle da drenagem do solo, nutrição
adequada, variedades resistentes e atomização com fungicidas, para se atingir níveis
adequados de controle.

33. A Sigatoka-negra é mais agressiva de que a Sigatoka-amarela?


É mais agressiva pelas seguintes razões: O patógeno da Sigatoka-negra (Mycosphaerella
fijiensis) esporula mais abundantemente do que a Mycosphaerella musicada (agente causal da
Sigatoka-amarela); a produção de esporos é mais precoce na Sigatoka-negra e, em
conseqüência, a freqüência de infeção na Sigatoka-negra torna-se bem maior do que na
Sigatoka-amarela.

34. Quais as folhas devem ser protegidas durante a aplicação de fungicidas?

O controle da maioria das doenças é basicamente preventivo mesmo que esteja sendo
utilizado um fungicida sistêmico. Por esta razão, as folhas mais novas devem ser o alvo nas
aplicações de fungicidas, porque as infecções ocorrem nas folhas mais novas da planta e,
portanto a proteção deve ser sobre elas para evitar novas infecções e paralisar o
desenvolvimento de infecções novas, que tenham sido estabelecidas.

35. Se o produtor suspeitar que seu bananal esteja afetado pela Sigatoka-negra, qual
deve ser o seu procedimento?

Como se trata de uma doença quarentenária , seria interessante levar o fato ao conhecimento
da Secretaria de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), localizada no seu Estado, para que as providências necessárias para
uma vistoria técnica seja tomada. Não sendo possível o contato com o ministério o mesmo
pode ser feito com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas- BA, pelo telefone
(75) 621 8000.

36. O que se pode esperar com relação à expansão e/ou manutenção da bananicultura
no Brasil após a introdução da Sigatoka-negra?

Com certeza o Brasil não deixará de produzir banana por causa da Sigatoka-negra, mas os
produtores terão que se adequarem a uma situação, que passará a exigir mais profissionalismo
no setor. A maior alteração deverá ocorrer na pequena produção, que, em razão das
dificuldades para se fazer o controle da doença, terá como principal opção o uso das
variedades resistentes, como já vem ocorrendo na região Norte, principalmente no Amazonas.
Isto poderá levar a uma alteração no quadro das variedades mais plantadas no país.

37. Do ponto de vista estratégico o que está sendo feito para enfrentar a Sigatoka-negra
no Brasil?

A principal estratégia de ação para o controle da Sigatoka-negra é a criação e/ou seleção de


variedades resistentes à doença. Este enfoque começou a ser perseguido na Embrapa
Mandioca e Fruticultura por volta de 1985, por meio de um acordo internacional, que permitiu
a avaliação dos nossos genótipos na Costa Rica. Portanto, muito antes da doença ser
introduzida no país. Quando a doença foi constatada em 1998 já haviam variedades resistentes
para serem recomendadas aos produtores. Graças a esta visão de futuro os produtores
brasileiros puderam contar já em 1999 com duas variedades resistentes que foram a Caipira e
Thap Maeo, em 2000 foi recomendada a FHIA 18 e em 2001 a Pacovan Ken. A utilização de
variedades resistentes é a principal arma para a proteção ambiental e sustentabilidade
agrícola.

7 FITOSSANIDADE - NEMATÓIDES

 
38. Quais são os nematóides que causam maiores danos à cultura da bananeira?

Radopholus similis (nematóide cavernícola), Meloidogyne spp. (nematóide-das-galhas) e


Helicotylenchus multicinctus (nematóide espiralado) são os mais comuns.

39. O que pode acontecer quando a infecção por nematóide de galha for severa?

A planta fica incapaz de absorver água e nutrientes do solo. Seu ciclo de vida é reduzido.
Sendo que o estádio vegetativo pode ser muito prolongado Com o porte reduzido, folhas
amareladas e frutos pequenos sua produção é bastante comprometida.

40. Quais os sintomas característicos do ataque do nematóide cavernícola?

Os sintomas característicos do ataque de Radopholus similis estão relacionados com a


formação de galerias, extensas áreas necróticas, no córtex e no rizoma da bananeira em
virtude da alimentação e migração do nematóide nos tecidos parasitados. Em conseqüência, as
raízes perdem sua capacidade de absorção e sustentação. Além disso, as plantas atacadas
ficam mais susceptível à doenças fúngicas e ficam mais suscetíveis ao tombamento.

8 FITOSSANIDADE - PRAGAS

41. Quais os prejuízos provocados pela broca-do-rizoma?

As larvas se alimentam do rizoma, construindo galerias em toda sua extensão, o que


enfraquece a planta. Seu ataque provoca redução no peso dos cachos e no peso dos frutos,
tombamento, morte de plantas e favorecimento à penetração de doenças.

42. Como se faz o controle da broca-do-rizoma?

A principal forma de controle é a seleção de mudas sadias (micropropagadas ou adquiridas em


viveiros de produtores idôneos), porém existem diversas alternativas, como manejo cultural,
controle biológico, químico, controle por comportamento e uso de variedades resistentes. No
caso de controle químico, somente poderão ser utilizados inseticidas registrados no Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a cultura da banana, devendo o
produtor respeitar todas as recomendações para sua aplicação.

43. Como são preparadas e como podem ser utilizadas as iscas tipo telha e tipo queijo?

As iscas telha consistem em pedaços de pseudocaule de 40 a 60 cm de comprimento, cortados


ao meio no sentido longitudinal. As iscas tipo queijo são preparadas cortando-se o pseudocaule
a aproximadamente 30 cm do nível do solo, efetuando-se um novo corte (parcial ou total) à
metade dessa altura. Para amostragem populacional, recomenda-se 20 iscas/ha. Para controle,
esse número é de 50 iscas/ha, podendo variar de 40 a 100 iscas/ha. Os insetos capturados
devem ser coletados manualmente e posteriormente destruídos, quando não forem utilizados
produtos químicos ou inseticida biológico (fungo Beauveria bassiana) para seu controle.
Recomenda-se que as coletas sejam semanais, com renovação quinzenal das iscas

44. Em que consiste o controle biológico da broca-do-rizoma pelo fungo B. bassiana?


O fungo entomopatogênico Beauveria bassiana é um dos mais estudados e utilizados agentes
de controle biológico de C. sordidus no Brasil, visto que pode ser facilmente produzido
comercialmente e a um custo relativamente baixo. Para sua utilização em campo, deve-se
preparar uma suspensão contendo o fungo, adicionando-se água e espalhante adesivo. A
suspensão é distribuída por meio de pincelamento ou pulverização sobre a superfície das iscas
de pseudocaule, visando a contaminação dos insetos adultos da broca-do-rizoma.

45. Como se realiza o controle da broca-do-rizoma por comportamento?

O controle por comportamento preconiza o emprego de armadilhas contendo substância similar


ao feromônio, a qual atrai adultos da broca-do-rizoma para um recipiente contendo água e
detergente (3%), do qual o inseto não consegue sair. Recomenda-se o uso de 4 armadilhas/ha
para o monitoramento da broca, devendo-se renovar o sachê contendo o produto a cada 30
dias.

46. Quais os danos e prejuízos provocados pelos tripes? Como é feito o controle?

Os danos causados pelo tripes-da-ferrugem são decorrentes da oviposição e alimentação dos


insetos na epiderme de frutos jovens, principalmente na área de contato entre os dedos.
Inicialmente, as áreas atacadas são esbranquiçadas. À medida que o fruto se desenvolve, a
epiderme perde o brilho e torna-se marrom avermelhada e áspera (ferrugem). Em casos de
forte infestação, a epiderme pode apresentar pequenas rachaduras em função da perda de
elasticidade. No caso do tripes-da-flor, os danos manifestam-se nos frutos em
desenvolvimento, na forma de pontuações marrons e ásperas ao tato. Embora os danos
provocados pelos tripes não afetem a polpa da banana, prejudicam a aparência do fruto,
reduzindo seu valor comercial.

Para o controle dos tripes-da-ferrugem, deve-se efetuar o ensacamento do cacho e a remoção


das plantas invasoras, tais como Commelina sp. e Brachiaria purpurascens, hospedeiras
alternativas dos insetos. No caso dos tripes-da-flor, recomenda-se a utilização de sacos
impregnados com inseticida, no momento da emissão do cacho. O emprego desses sacos
deve ser feito conforme recomendações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA). A remoção do coração também auxilia a reduzir a população do inseto.

9 PÓS-COLHEITA

47. Qual a temperatura e umidade relativa do ar para a conservação de bananas?

Doze graus centígrados e 90% de umidade relativa do ar.

48. Quais os produtos utilizados e as concentrações recomendadas para antecipar e


uniformizar a maturação de bananas?

Etileno, Azetil, Etil 5 e Etefon. Etileno: 1% do volume livre da câmara, isto é, volume da câmara
menos o volume ocupado pelas caixas contendo as bananas. Azetil e Etil 5: 1% do volume
livre da câmara. Etefon: 2.000 mg/L do princípio ativo do produto comercial (Ethrel ou similar).

 
10 VALOR NUTRITIVO E PROCESSAMENTO

49. Quais os principais nutrientes da banana? Por que a banana é uma fruta indicada
para a dieta de crianças e idosos?

A banana madura contém uma pequena quantidade de amido e grande quantidade de


açúcares, sendo, portanto, um alimento de elevado valor energético. Além de carboidratos,
contém quantidades consideráveis das vitaminas A (retinol), B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e C
(ácido ascórbico) e dos minerais potássio, fósforo, cálcio e ferro.

A banana é uma fruta indicada para a dieta de crianças e idosos por apresentar textura macia,
baixa acidez e por conter nutrientes prontamente assimiláveis pelo organismo.

50. O processamento altera o valor nutricional da banana? Por que a banana descascada
escurece?

O processamento da banana pode alterar seu valor nutricional. A desidratação da banana, para
a elaboração de produtos como banana-passa e farinha de banana, tem o efeito de concentrar
nutrientes. Produtos açucarados, como a bananada, e fritos, como "chips" de banana,
apresentam maior valor energético que o da banana in natura, pela concentração dos
nutrientes da fruta e acréscimo de outros, provindos de ingredientes como açúcar e óleo,
respectivamente. Sempre que o processamento envolve um tratamento térmico, ocorre a
degradação de vitaminas, principalmente a vitamina C.

Na presença de oxigênio (com a exposição causada pelo descascamento, corte ou


desestruturação da banana), são desencadeadas reações entre compostos fenólicos e
enzimas (polifenoloxidases) presentes na banana, que causam seu escurecimento. O
escurecimento enzimático pode ser evitado por tratamento físico (térmico), químico ou pela
combinação de ambos. O tratamento térmico consiste na aplicação de vapor de água por curto
período de tempo (branqueamento). O tratamento químico consiste na aplicação de agentes
antioxidantes, como os ácidos ascórbico e cítrico, por imersão dos frutos em solução diluída.

11 COLHEITA E RENDIMENTO

44. Qual a época de colheita do maracujá?

O período até o início da colheita do maracujá, varia de 6 a 9 meses após o plantio definitivo no
primeiro ano, a depender da região e suas condições climáticas. Plantios efetuados nos meses
mais próximos do verão, permitem início de colheita mais precoce (6 meses) enquanto que,
nos meses mais frios a colheita é mais tardia. O maracujazeiro tem longo período de safra,
variável de oito meses no Sudeste (dez meses no Nordeste) até doze meses no Norte.

45. Como é feita a colheita do maracujá?


É característica dos frutos de maracujá amarelo caírem ao chão quando maduros, deste modo
o ponto de colheita é determinado pela coleta dos frutos no chão. Antes da colheita
recomenda-se efetuar uma passagem entre as filas e derrubar os frutos maduros que não
caíram ou que estejam presos entre os ramos das plantas.

46. Qual o rendimento da colheita do maracujá?

O rendimento da cultura depende de fatores como o clima, solo, espaçamento, tratos culturais,
adubação e controle fitossanitário. Pode-se estimar em termos médios, num plantio bem
conduzido um rendimento de até 45 t de fruta/ha/ano. A média nacional está estimada em torno
de 10t/ha/ano devido a baixa tecnologia empregada pela maioria dos produtores.

12 PRODUTOS

47. Qual a composição dos frutos de maracujá?

O maracujá é uma fruta de aroma e acidez acentuados. O pH do suco de maracujá varia de 2,8
a 3,3, a acidez de 2,9 a 5,0%, os sólidos solúveis de 12,5 a 18,0%, os açúcares totais de 8,3 a
11,6%, os açúcares redutores de 5,0 a 9,2%, o ácido ascórbico de 7,0 a 20,0 mg/100g, a
niacina de 1,5 a 2,2 mg/100g e o potássio de 140,0 a 278mg/100g.

48. Quais os produtos que podem ser obtidos com frutos de maracujá?

Suco Simples e Concentrado; Suco em Pó; Néctar; Licor; Vinho de Maracujá e Geléia.

13 ASPECTOS ECONÔMICOS

49. Quais são os principais produtores e consumidores de maracujá no mundo?

Brasil, Colômbia, Peru e Equador, tradicionalmente são os países considerados como


principais produtores de maracujá. O mercado internacional de suco concentrado e polpa de
maracujá é dominado pelo Equador, Colômbia e Peru. Esses países aparecem como grandes
exportadores. Os principais países importadores de suco e polpa de maracujá são a Alemanha
e a Holanda. No tocante ao mercado de fruto in natura, os países africanos são os maiores
produtores dos frutos de cor roxa e os países sul-americanos os maiores produtores dos frutos
de cor amarela. Os principais países importadores são o Reino Unido, a França e a Bélgica. O
Brasil é o principal produtor e consumidor mundial de maracujá.

50. Quanto se ganha plantando maracujá?

Tomando por base o preço médio recebido pelos produtores de R$ 0,35/kg, estima-se que um
hectare de maracujá gera uma receita bruta de R$ 10.500,00. No cálculo da receita está sendo
considerado o rendimento médio de 10 e 20 toneladas, respectivamente, no primeiro e
segundo ano. Com esses níveis de rendimento médio, o custo por quilo de maracujá,
considerando-se todo o ciclo de cultivo do pomar, ou seja, dois anos, é equivalente a R$ 0,14.

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