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FRUTICULTURA I – Entrega do projeto – 28/07/2021

COMPONENTES: Aline Ferreira dos Santos

● As cultivares escolhidas são abacaxi BRS Imperial e banana Pacovan Ken. A


Cultivar Pacovan Ken foi escolhida devido a alguns fatores, como a preferência
do mercado regional, pela elevada produtividade e resistência a doenças de
difícil controle como Sigatoka negra e amarela, Mal do Panamá e moderada
resistência à Broca do rizoma e a nematoides. A cultivar BRS Imperial foi
escolhida por ser bem aceita no mercado sergipano e brasileiro, podendo ser
destinada para o consumo in natura e para a industrialização. Além de não
possuir espinhos nas folhas, facilitando o manejo, e apresentar resistência a
fusariose e ao escurecimento interno do fruto.

● As características edafoclimáticas da região atendem às exigências das


cultivares. Ambas são plantas de clima tropical apresentando exigências
semelhantes em termos de luminosidade, temperatura e umidade relativa do ar.
Em relação à necessidade hídrica, a banana é uma cultura que apresenta alta
demanda por água, necessitando, portanto, de um suporte de irrigação para
obtenção de produtividades elevadas. Já o abacaxizeiro pode ser conduzido em
sequeiro desde que o plantio seja realizado na época correta.

● Croqui da área:
● Preparo do Solo: o primeiro passo será a derrubada e destoca, caso seja
necessário, e a roçagem da área. Deve ser feita a amostragem do solo dos talhões
para a análise de solo, a partir da qual serão prescritas as recomendações de
adubação e calagem para cada cultura. Os solos dos tabuleiros costeiros
apresentam uma camada coesa subsuperficial, por isso será recomendada a
realização de uma subsolagem para permitir um maior desenvolvimento das
raízes, evitar o tombamento das mudas e inundações. Em seguida será feita a
correção da acidez com base na análise de solo e a aplicação de herbicidas de
pré-emergência, gradagem para incorporar o calcário e nivelar o solo para o
plantio, marcação do espaçamento, e por fim, adubação de fundação. Devido às
características físicas e declividade do solo, será necessária a adoção de alguns
cuidados em relação à conservação do solo e da água. O preparo do solo deverá
ser feito cortando o declive do terreno, com o plantio em curvas de nível e a
manutenção da cobertura morta sobre o solo. Essas técnicas serão essenciais
para o controle da erosão e trarão outros benefícios como incorporar matéria
orgânica e nutrientes, conservar a umidade e amenizar a temperatura do solo e
diminuir a incidência de plantas daninhas.

● Serão adquiridas 38.461 mudas de abacaxi para o espaçamento de 0,90 x 0,40 x


0,40, em fileira dupla, sendo recomendada a aquisição de mudas
micropropagadas, mais indicado para implantação da cultura, ou do tipo cacho.
Para a cultura da banana serão adquiridas 3.333 mudas, segundo o espaçamento
4,0 x 2,0 x 3,0, também em fileira dupla. O recomendado é que se utilizem
mudas micropropagadas na implantação, para diminuir a ocorrência de doenças.
Nos próximos cultivos poderão ser utilizadas mudas produzidas na própria área.
As mudas para implantação devem ser adquiridas de produtores certificados
pelo MAPA.

● Deverá ser feito o sulcamento, uma vez que permite maior rendimento de
serviço, sendo possível abrir mais de 1000 covas por hora. Além disso, o uso do
sulcador tem se mostrado vantajoso em solos argilosos, resultando em um menor
número de plantas mortas.

● Em ambas as culturas o ideal é que o plantio seja feito no final do período de


seca e início do período chuvoso. Isso resultará em um maior desenvolvimento
radicular, e no caso do abacaxi, que será conduzido em sequeiro, irá favorecer o
crescimento das plantas.

● O sistema de irrigação recomendado para a cultura da banana será o de


microaspersão, pois esse método garante maior área molhada, permitindo um
maior desenvolvimento das raízes. Devem-se utilizar emissores com vazão
superior a 45 L/h, dispostos para quatro plantas, de acordo com o plantio em
fileira dupla. A maior demanda por água ocorrerá entre outubro e março.

● O mercado alvo da banana será o estado de Sergipe, que atualmente é um


importador de banana. O abacaxi será destinado tanto para o consumo in natura
quanto para a agroindústria.

SEGUNDA AVALIAÇÃO

Condução das culturas: fases vegetativa e reprodutiva + colheita

● Podas: a cultura do abacaxizeiro não demanda podas, enquanto na cultura da


bananeira o desbaste e a desfolha são essenciais para a obtenção de rendimentos
econômicos e cultivos sustentáveis. O desbaste é a operação por meio da qual se
elimina o excesso de rebentos, evitando danos fisiológicos à planta-mãe. Deve-se
deixar em a mãe, um filho e um neto, ou apenas um filho, que estejam melhor
posicionados em relação ao espaçamento, linha de plantio e sistema de irrigação,
eliminando-se os demais. Esse procedimento deve ser feito quando as plantas
tiverem emitido a quinta folha, ao redor de um mês a um mês e meio da emissão
da primeira folha, cortando o filho rente ao solo, com penado, faca ou facão. Em
seguida, extrai-se a gema apical de crescimento com o sacador de gemas, para
uma boa eficiência e rendimento do serviço. Os desbastes são realizados
geralmente aos quatro, seis e dez meses do plantio, na fase de formação do
bananal. A desfolha consiste na eliminação de folhas secas, partes de folhas com
sintomas de doenças, folhas totalmente amarelas, que deformem ou firam os
frutos e aquelas com o pecíolo quebrado. A eliminação destas deverá ser
realizada por meio de cortes nos pecíolos, de baixo para cima, rente ao
pseudocaule, tomando-se o cuidado de não romper as bainhas que ainda estejam a
ele aderidas. Recomenda-se o uso de podão, foice bifurcada ou similar, acoplado
a um cabo longo, podendo ser realizada junto e com a mesma frequência que o
desbaste no período de formação do bananal, e em cultivos já formados, a
desfolha deve ser feita precedendo o desbaste e após as adubações.

● Controle do mato: ambas as culturas apresentam sistema radicular superficial, o


que as torna muito sensíveis à competição com plantas daninhas por nutrientes, e
principalmente água. Por isso, recomenda-se manter a culturas sempre limpas
principalmente nos primeiros cinco a seis meses após o plantio. As plantas
daninhas podem ser manejadas permitindo que sejam utilizadas como fonte de
alimento e abrigo de inimigos naturais de pragas e doenças, cuidando para que
estas não sirvam como hospedeiras de agentes causadores de doenças. Para a área
do abacaxi, recomenda-se como primeira alternativa o uso de cobertura morta
(mulch), caso haja palha seca de algum produto, incluindo os restos culturais do
próprio abacaxi, disponível na propriedade ou na região, distribuídos
uniformemente sobre o solo, sobretudo nas linhas de plantio. A cobertura morta
ajudará também a minimizar a erosão, o lixiviamento de nutrientes, além de
aumentar a matéria orgânica e conservar a umidade do solo, o que é importante
para o cultivo em sequeiro. Para a área da banana, recomenda-se o plantio de
feijão-de-porco no espaço largo, sendo plantado no início das chuvas e ceifado na
estação seca (para evitar competição por água), deixando seus resíduos na
superfície do solo. Além disso, deve-se utilizar os restos culturais de bananeira e
outros que estejam disponíveis na região para formar uma cobertura morta no
bananal. Outros métodos como roçagem nas ruas e uso de herbicidas na linha,
somente para facilitar a adubação, devem ser utilizados caso haja necessidade.

● Adubação: as recomendações serão feitas com base nos resultados analíticos de


solo. A adubação do abacaxizeiro deverá ser realizada na fase vegetativa do ciclo
da planta (do plantio até a indução do florescimento), pois há um melhor
aproveitamento dos nutrientes. Como a cultura do abacaxi será conduzida em
sequeiro, a adubação será parcelada. Na fundação será aplicada uma dose única
de 100 kg/ha de fósforo, isto é, 4 g/m linear e 10 kg/m linear de esterco. O
nitrogênio e o potássio serão aplicados em 3 parcelas, sendo a primeira ao 1º mês
do plantio em doses de 80 kg/ha de nitrogênio e 120 kg/ha de potássio, próximo a
base das plantas. A segunda dose será ao 5º mês do plantio com 110 kg/ha de
nitrogênio e 16 kg/ha de potássio, aplicados na base das axilas das folhas mais
velhas. E a terceira e última dose deverá ser ao 9º mês do plantio, com 130 kg/ha
de nitrogênio e 180 kg/ha de potássio também na base das abas das folhas mais
velhas. Para a adubação da bananeira tem-se de 12 a 14 meses após o plantio
(quando se dará o início do florescimento) para a aplicação dos nutrientes. Na
fundação será aplicado 80 kg/ha de fósforo, enquanto o nitrogênio e potássio
serão parcelados e aplicados por fertirrigação, aproveitando sistema de
microaspersão já utilizado. As doses de 280 kg/ha de nitrogênio e 450 kg/ha de
potássio deverão ser divididas para aplicação a cada 15 dias a partir do 1º mês de
plantio, ao longo de 1 ano. Caso o agricultor opte por manter 1 ou 2 filhos a dose
deverá ser multiplicada por 2 ou 3, respectivamente. Para o monitoramento da
fertirrigação, devem-se observar possíveis deficiências nutricionais e realizar
análise química foliar e análise do solo, incluindo a condutividade elétrica do
extrato de saturação do solo, a cada seis meses, para verificar se os níveis de
nutrientes, da condutividade elétrica e do pH estão de acordo com o esperado.
Além disso, a banana demanda a aplicação de micronutrientes, especialmente
zinco e boro. Recomenda-se aplicar no plantio 50 g de FTE BR12.

● Controle de pragas e doenças: Na cultura do abacaxizeiro ocorrem 3 principais


doenças, sendo duas de campo, fusariose e murcha, e uma de pós-colheita, a
podridão negra dos frutos. A principal praga desta cultura é a cochonilha
pulverulenta, mas também podem ocorrer, como menos incidência, a
broca-do-talo e a broca-do-fruto. A cultivar escolhida apresenta resistência à
fusariose. A murcha do abacaxizeiro é causada pelo vírus Pineapple closterovirus
(PVC) e está associada à cochonilha pulverulenta. O melhor controle para esta
doença é aquisição de mudas sadias, sem a presença das cochonilhas, pois depois
da infestação somente a destruição e queima das plantas será efetiva. Deve-se
aplicar inseticida no local onde as plantas foram retiradas. Ainda
preventivamente, podem-se tratar as mudas com inseticidas sistêmicos, pois são
mais eficientes devido a localização das cochonilhas nas plantas, e em locais com
histórico de cochonilha, pulverizando nos segundo, quinto e oitavo mês após o
plantio. Quanto à bananeira, suas principais doenças são Sigatoka amarela e
negra, Mal do panamá e Moko, e as pragas principais são a broca do rizoma e os
nematóides. A cultivar utilizada apresenta elevada resistência à Sigatoka negra e
amarela e Mal do Panamá, e resistência moderada à broca do rizoma e a
nematóides. No entanto, é suscetível ao Moko. O Moko da bananeira é causada
pela bactéria Ralstonia solanacearum raça 2, com ocorrência no estado de
Sergipe. O seu controle se dá pela detecção precoce da doença e a rápida
erradicação das plantas infectadas, bem como das que lhe são adjacentes. A
erradicação será feita com aplicação de herbicida injetado em todas as brotações
existentes na touceira (3 a 30 mL por planta dependendo da altura). É importante
que a área erradicada permaneça limpa durante 12 meses. Além disso, é
importante desinfetar as ferramentas usadas nas operações de desbaste, corte de
pseudocaule e colheita, em cada touceira, imergindo-as em solução de
formaldeído 1:3, adquirir mudas comprovadamente sadias, e evitar capinas
manuais ou mecânicas, que podem ferir as plantas.

● Tratos culturais específicos - Abacaxi

- Indução do florescimento do abacaxizeiro: a floração natural do abacaxi é


indesejável, pois em geral, ocorre de maneira desuniforme nas plantações
comerciais, dificultando o manejo da cultura e a colheita, o que encarece o custo
de produção. Sendo assim, deve-se realizar o controle do florescimento, através
do tratamento de indução floral (TIF), que é a aplicação de substâncias químicas
fitorreguladoras na rosa foliar (olho da planta) ou a ou da sua pulverização sobre
a planta. Esta prática, quando bem planejada e executada, permite melhor
distribuição das operações e uso da mão-de-obra na propriedade e a colheita de
frutos em épocas mais favoráveis à sua venda. O TIF deve ser feito em plantas
com 8 a 12 meses de idade, mediante os seguintes critérios: as plantas devem ter
folhas D com comprimento superior a 90 cm e peso fresco superior a 80 g. Outro
critério importante é a possibilidade de deslocar a colheita para o período em que
os preços estão mais favoráveis, sendo este entre abril e setembro. Dentre as
substâncias utilizadas para o TIF, o carbureto de cálcio é mais econômico,
podendo ser aplicado na forma sólida ou líquida. No primeiro caso, deve-se
colocar de 0,5 a 1,0 g/planta, no centro da roseta foliar, a qual deve conter água
para permitir a dissolução do produto, resultando na liberação do gás acetileno,
que é o indutor floral propriamente dito. Para o uso na forma líquida, devem-se
proceder o seguintes passos: em uma vasilha (barril ou balde) com capacidade
para 20 litros de água e com tampa, colocam-se 12 litros de água limpa e fria
(sobrando espaço para a expansão do gás antes da sua diluição), adiciona-se 50 g
a 60 g de carbureto de cálcio, posteriormente fechando e agitando a vasilha.
Espera-se até o chiado da reação parar, e em seguida coloca-se a solução em um
recipiente com mangueira ou um pulverizador costal em o bico da mangueira,
aplicando 50 mL da solução (copinho de café), no olho da planta, o qual não deve
conter excesso de água para evitar o derramamento. É importante que o recipiente
esteja bem fechado, efetuando-se a aplicação logo em seguida. Os indutores
florais devem ser aplicados à noite (entre às 20h e às 5h do dia seguinte) ou nas
horas mais frescas do dia, de preferência em dias nublados, favorecendo a
absorção do gás acetileno pela planta. As inflorescências devem aparecer no
centro da roseta nos 40 a 50 dias após a indução floral. Uma forma de avaliação
mais precoce da eficiência do TIF, consiste na coleta manual das folhas mais
jovens no olho da planta a partir de três semanas após a aplicação, para observar a
presença de uma alargamento e uma mudança de coloração branco-esverdeada
para vermelho-esverdeada na sua base, o que indica o surgimento da
inflorescência na roseta foliar central da planta.

● Tratos culturais específicos - Banana

- Despistilagem e remoção do coração: além do desbaste e desfolha já discutidos


no tópico de podas, as bananeiras deverão passar pela despistilagem e eliminação
do coração, que deverão ser realizadas 15 a 20 dias após a abertura total das
pencas A despistilagem consiste na retirada dos pistilos (restos florais). Essa
prática, bem como a remoção do coração, visam a melhora do aspecto visual e o
controle da traça-da-bananeira. Quanta a remoção do coração deverá ser feita
preferencialmente sem o uso de ferramentas, caso seja necessário o uso destas,
desinfetar as mesmas, deixando um prolongamento de 10 a 20 cm logo abaixo da
última penca, que servirá como apoio para o manuseio na ocasião da colheita.

- O ensacamento não será necessário, visto que a cultura não é destinada para
exportação, mas para o mercado sergipano.

● Colheita

- Ponto de maturação: para a cultura do abacaxi, os frutos deverão ser colhidos


quando estejam ainda “de vez”, isto é, com espaço entre os frutilhos
estendendo-se e adquirindo cor clara, ou quando surgem os primeiros sinais de
amarelecimento na casca, que deverá estar com os frutilhos achatados, para que
cheguem em boas condições ao consumidor, mesmo após vários dias de
transporte. Para a área da bananeira, a determinação do ponto de colheita deverá
ser feita com a medição do diâmetro do dedo central da segunda penca, na porção
mediana por meio de um calibrador. Os frutos com 4,0 cm e 3,5 cm de diâmetro
são ideais, atingindo a maturidade fisiológica, mas com a casca ainda verde.
- Procedimento da colheita, embalagem e transporte: a colheita do abacaxi é feita
com facão, devendo o colhedor proteger as mãos com luvas de lona grossa. O
colhedor deve segurar o fruto pela coroa com uma mão e cortar o pedúnculo três
a cinco centímetros abaixo da base do fruto, sem retirar mudas, visto que serão
destinados à indústria e a mercados próximos. Os frutos colhidos deverão ser
acondicionados em cestos, balaios, caixas ou carros de mão até o caminhão ou
carreta, onde serão empilhados para o transporte, sem embalagem, usando apenas
camadas finas de capim entre as de frutos. Para a banana, a operação de colheita
deve ser realizada em equipe, com cortadores e carregadores. Para aparar o cacho,
utilizar proteção de ombro ou berços almofadados. Recomenda-se utilizar cabos
aéreos ou carretas adaptadas para o transporte pendular, ou fazer a despenca do
cacho no campo, com o acondicionamento das pencas em berços almofadados.

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