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Arroz (FIT 440)

Introdução
Fase vegetativa:
1) Germinação
2) Perfilhamento

Fase reprodutiva:
1) Diferenciação floral
2) Diferenciação das ramificações da ráquis e espiguetas
3) Florescimento

Fase de maturação:
1) Enchimento de grãos
a) Grãos leitosos
b) Grãos pastosos
c) Grãos vítreos

Órgãos vegetativos
➢ Ramo com colmo, folhas, raízes e geralmente uma panícula é um perfilho.

➢ Em cada colmo a folha mais alta abaixo da panícula é a folha bandeira.

➢ O ponto de união entre a lâmina e a bainha denomina-se colar

-Perfilhamento:
1) Originam-se na base das folhas de cada nó não alongado, do colmo principal,
durante o crescimento vegetativo.
2) Espaçamento, intensidade luminosa, disponibilidade de nutrientes, sistema de
plantio, entre outros fatores, afetam o perfilhamento.
3) Começa no estádio de quatro a cinco folhas.
Órgãos reprodutivos

-Panícula vs Espigueta:

-Fruto:
✓Casca (arista, pálea e lema),
✓Película (pericarpo, tegumento, aleurona),
✓Gérmen (esculeto, epiblásto, plúmula e radícula)
✓Endosperma amiláceo
Ecofisiologia do arroz
-Baixa temperatura:
• Esterilidade masculina devido à reduzida deiscência das anteras;
• Anormalidade de desenvolvimento do grão de pólen;
• Atraso no desenvolvimento;
• Redução do número potencial de grãos por panícula.

-Alta temperatura:
• Superiores a 35 ◦C – 1 ou 2 h durante o florescimento
• Manchas cloróticas
• Redução do perfilhamento e altura
• Redução do número de espiguetas
• Elevada esterilidade - infertilização

-População de plantas/ha:
• Em todos os sistemas de cultivo, exceto no transplante de mudas, a população inicial
de plantas ideal para as cultivares convencionais de arroz irrigado é de 150 a 300 plantas m-2
• Para se obter tais populações de plantas, recomenda-se a semeadura de,
aproximadamente, 80 a 120 kg ha-1 de sementes (SOSBAI, 2018)
1) Época de semeadura - parcela 10/09 (semeadura antecipada), 15/10 (semeadura
preferencial) e 20/11 (semeadura tardia).

2) Densidades de semeadura - subparcela 80, 120, 160 e 200 kg de sementes ha-1

-As maiores produtividades de arroz irrigado no sul do estado de Santa Catarina são obtidas
com a semeadura do arroz na época preferencial (15/10), com a densidade de 120 kg de
sementes ha-1 .

Água
✓ Radiação solar, temperatura, umidade relativa do ar, vento

✓ Textura, estrutura, topografia, profundidade do lençol freático

✓ Sistema de cultivo, população de plantas, época de semeadura, ciclo da cultivar


✓ Fase vegetativa
-Redução do crescimento

✓ Fase reprodutiva
- Esterilidade do grão de pólen
- Morte de espiguetas
- Aborto de óvulos recém-formados
- Não emissão de panículas
- Dessecamento parcial ou total das espiguetas

Adubação da cultura do arroz

Calagem
➢ Fornecer Ca e Mg

➢ Neutralização do Al e Mn tóxicos

➢ Eleva o pH para valores adequados

➢ Melhora a atividade biológica do solo

NC = [(V2 – V1 )*CTC] / 100

Em que:
NC = Necessidade de calagem (t/ha)
V2 = Saturação por bases desejada para o arroz (40 ou 50%)
V1 = Saturação por bases atual do solo (%)
CTC = Capacidade de troca de cátions do solo (cmolc /dcm3 )

✓Se for conduzida outra cultura após a do arroz, a calagem poderá ser feita utilizando a
quantidade total recomendada para a nova cultura.

Quantidade de calcário:
QC = Quantidade de calcário (t/ha)
NC = Necessidade de calagem (t/ha)
SC = Superfície coberta com a aplicação do calcário (%)
PROF = Profundidade de incorporação do calcário (cm) → em SPD, usar de 7-10 cm
PRNT = Poder relativo neutralizante total (%)
OBS: produtores têm optado por V% elevado na hora da correção. Isso pode causar
desagregação da argila

-Formas oxidadas que aparecem no solo no arroz irrigado. Esses elementos tem função na
auto calagem do solo, produzindo óxidos:

✓ No sistema de cultivo sob inundação com sementes pré-germinadas, o fenômeno da


“autocalagem” pode dispensar a aplicação do calcário, desde que a saturação por bases seja
de no mínimo 50 %.

✓ Quando o arroz é semeado em solo seco e a inundação iniciada cerca de 30 dias após a
emergência, a correção da acidez pela inundação ocorrerá próxima ao fim da fase vegetativa,
período compreendido entre a emergência e o início da diferenciação da panícula (40 a 60
dias).

✓ Nesse período, a planta absorve grande parte dos nutrientes, assim a calagem, para elevar a
saturação por bases a 50 %, feita cerca de quatro meses antes da semeadura corrige a acidez,
propiciando melhores condições para o desenvolvimento inicial da cultura.

-Presença de nutrientes nos restos culturais:

✓Arroz é uma planta acumuladora de Si


✓5t/ha – 230 a 470 kg/ha de Si

-Critérios para definição de necessidade, quantidades de corretivos da acidez e procedimentos


associados a cultura do arroz irrigado no RS e SC: * Quando somente um dos critérios for
atendido, não aplicar calcário:

-Outra tabela de recomendação para a cultura:

Nitrogênio
-Função:
✓ Números de panículas por planta
✓ Maior perfilhamento
✓ Número de grãos por panícula
✓ Massa de grãos

-Recomendação 5 aproximação:
✓50 a 60 kg/ha de N
✓1/5 no plantio e 4/5 em cobertura, por ocasião da diferenciação do primórdio floral
(50 e 55 dias após a emergência)
✓ Distribuição junto com o P e o K no sulco, por ocasião do plantio, tem sido o método
mais utilizado
✓ A aplicação em cobertura é feita em linha ao lado das plantas.
-Manual de calagem e adubação para os Estados do. Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
(2004):

-Rendimento da aplicação:

-Fontes: A forma nítrica tem-se mostrado mais eficiente


• Sulfato de amônio (23 % S e 21% de N) → parcelar em ↑ temperaturas e ↑ doses
• Ureia (44% de N) desde que aplicada em profundidade

✓Recomenda-se aplicar 90 kg/ha: 20 no plantio e 70 em cobertura (metade no perfilhamento e


o restante no início da diferenciação da panícula)

✓ No plantio deve ser aplicado no sulco, pois, esta zona do solo será reduzida pela submersão

✓ Em cobertura:
– A lanço após a retirada da água, reinundar dois dias após;
– Em filete entre fileiras de plantas, também após a retirada d’água;
– A lanço sobre a lâmina de água;
– Em filete entre fileiras de plantas sobre a lâmina.

✓ No sistema pré-germinado, a adubação com N na semeadura não é indicada em virtude dos


riscos de perdas por desnitrificação

✓ Parcelamentos em até três aplicações são previstos para esse sistema, quando do uso de
cultivares de ciclo longo (>135 dias).

✓ Um terço da dose no início do perfilhamento, um terço no perfilhamento pleno e, se


necessário, o terço restante na diferenciação da panícula

Fosfatagem
a) Adubação fosfatada corretiva

Primeiro ano de cultivo:


✓ 240 kg/ha de P2O5 em solos argilosos
✓150 kg/ha de P2O5 em solos de textura média
✓120 kg/ha de P2O5 em solos arenosos

1) Fazer a correção fosfatada, aplicando a quantidade recomendada de P2O5 de uma só vez


no 1º ano, usando como fonte os fosfatos parcialmente solubilizados ou termofosfatos
magnesianos. Características:
Mais barato
Não supri as necessidades imediatas da cultura, mais longo prazo
Precisa conciliar com fontes solúveis no plantio
Possibilidade de fazer 2 a 3 meses antes do plantio, pois a intenção é o longo prazo
Possibilidade de fazer a lanço em área total
Opção com menor perda de P e maior eficiência da operação

2) Fazer a correção gradativa com a quantidade recomendada de P2O5 parcelada em dois ou


três anos, usando-se, neste caso, superfosfatos solúveis como MAP, DAP, superfosfato simples
ou triplo. Características:
Mais caro, porem os custos são parcelados ao longo das safras
Disponibilidade imediata para a cultura
Necessidade de fazer no máximo 1 mês antes do plantio
Maior perda de P por fixação e menor eficiência da operação

OBS:
A melhor combinação para a correção de solos pobres é obtida quando há a
combinação da adubação de cobertura a lanço de fontes de liberação lenta com fontes solúveis
aplicadas no sulco de plantio.
Para solos com fertilidade construída, podemos recorrer a aplicação a lanço de fontes
solúveis ou menos reativas, com a recomendação de fazer análise de P no perfil do solo para
acompanhar a descida dele em profundidade
b) Adubação de manutenção

✓ Superfosfato triplo, superfosfato simples, MAP e DAP no sulco de plantio

• Quando utilizar, como fonte de fósforo, os termofosfatos magnesianos que são também fontes
de magnésio e de silício, estes devem ser aplicados a lanço com incorporação, aumentando-se
sua quantidade em 50 %.

• No caso do pré-germinado, os fertilizantes fosfatados podem ser aplicados e incorporados por


ocasião da formação da lama ou após o renivelamento da área, anteriormente à semeadura.

• A aplicação em solo seco pode ser a lanço ou em linha, preferencialmente, ao lado e abaixo
do sulco de semeadura.

✓ Alguns fosfatos naturais reativos, como o de Arad, de Gafsa e de Marrocos, isolados ou


misturados com fosfatos solúveis em água, têm mostrado eficiência comparável à destes
últimos isoladamente, notadamente, em solos com teor de P superior a 3 mg dm-3 .

Potássio

✓ Por ser pouco exportado, recomenda-se que os restos culturais sejam mantidos na área de
produção e incorporados ao solo.

✓ No caso de solos muito arenosos, a adubação deve ser parcelada, aplicando-se metade no
plantio e metade em cobertura (diferenciação da panícula), juntamente com o nitrogênio.
✓No sistema pré-germinado, os adubos potássicos podem ser aplicados e incorporados por
ocasião da formação da lama ou após o renivelamento da área, antecedendo a semeadura.

✓ A absorção de K pela planta de arroz ocorre predominantemente na fase vegetativa, em


geral, os melhores resultados são obtidos com a aplicação imediatamente antes da semeadura,
independentemente do sistema de implantação da cultura.

✓ Em caso de cultivo em solos arenosos, metade da dose deve ser aplicada antes da
semeadura e o restante, na diferenciação da panícula.

-Fontes:
✓Cloreto de potássio (57% de K)
✓Sulfato de potássio (48% de K)

OBS:
O potássio não faz parte de nenhum composto orgânico, por ser apenas um regulador
enzimático, logo, todo o K é rapidamente ciclado no campo (por volta de 1 ano para ciclar tudo)
e fica rapidamente disponível assim que os resíduos vegetais são degradados.

Enxofre
✓ A deficiência de enxofre pode ser corrigida com a aplicação de sulfato de amônio no plantio
ou em cobertura ou, ainda, com a aplicação de gesso espalhado na superfície do terreno,
posteriormente incorporado ao solo através da aração e da gradagem

✓ 20 a 30 kg/ha de S

Micronutrientes
-Apesar de serem vendidos como micros que induzem resistência a fungos, o Si e Co são mais
coadjuvantes nesse processo, e a adubação balanceada de todos os outros nutrientes tem
papel mais importante do que esses propriamente;

-Principal é o Zn:
a) Arroz de sequeiro - Aplicar 2 a 4 kg/ha de Zn.
b) Arroz irrigado - Com teor de Zn no solo inferior a 1 mg/dm3(Mehlich-1) aplicar de 2
a 4 kg/ha de Zn.

-Formas de aplicação:
1) Tratar as sementes do arroz com a solução de 1% de Zn solúvel
2) Adubação foliar com solução de 0,5% de sulfato de zinco (grande incompatibilidade)
neutralizada com cal extinta a 0,25%, aplicando-se 400 L/ha da solução previamente filtrada
3) Aplicação a lanço ou no sulco de semeadura

-Toxicidade por Fe pode ser um problema em solos mal corrigidos. Problema pode ser
amenizado com calagem, irrigação intermitente, cultivares tolerantes e antecipação da
adubação de nitrogênio em cobertura;
OBS:
1) Para evitar problemas de incompatibilidade com o ZnSO4 no tanque quando
aproveitamos alguma aplicação para fazer micro, podemos optar pelo Zn-EDTA, que é
uma fonte mais cara, porém estável (sem problemas com incompatibilidade)
2) O Zn sofre fixação no solo e deve ser aplicado preferencialmente via foliar, uma no
perfilhamento e outra na diferenciação do primórdio floral
3) O Zn é pouco móvel na planta e deve ter a aplicação parcelada
Fenologia Arroz

Vegetativo
-Dividido em:
a)Germinação
b)Crescimento da plântula
c)Perfilhamento

-Características:
✓Dura de 65 a 70 dias em um ciclo de 130 a 135 dias
✓ Absorção de água
✓ 10 a 40 ◦C
✓ Consumo das reservas do endosperma (até 3 folhas)

-Inicia no estádio de quatro a cinco folhas e finaliza com a emissão da panícula

-Atinge um número máximo e em seguida alguns deles morrem até se estabilizarem

-Génotipo, espaçamento, luz e nutrientes influenciam na duração dessa fase;

Reprodutivo
-Dividido em:
a)Emissão da panícula
b)Exserção da panícula
c)Floração
d)Maturação do fruto

-Características:
✓Elongação do colmo
✓Declínio da emissão de perfilhos
✓Emergência da folha bandeira
✓Exserção da panícula
✓Floração
✓Florescimento das espiguetas

-Emborrachamento: É o entumescimento da bainha da "folha bandeira" observado próximo à


emissão da panícula, ocasionado pelo crescimento da panícula dentro do colmo.

✓Completa exserção da panícula se dá entre 10 a 14 dias

✓Em uma mesma planta todas as panículas completam a antese dentro de 7 a 10 dias

✓ Polinização e fertilização das espiguetas superiores

✓ Diferenciação da panícula ocorre de 8 a 10 dias antes da emergência


-Escala de desenvolvimento fenológico do arroz, com marcador morfofisiológico associado ao
estádio
OBS:
1) O produtor de arroz geralmente não trabalha com sucessão de culturas (área
encharcada inviabiliza), logo, não costumam buscar cultivares precoces, mas
sim cultivares com alta produtividade;
2) Cultivares de ciclo tardio não são interessantes para os rizicultores pois muitos
entram com boi na soqueira para controlar a rebrota;
3) Uma cultivar moderna de arroz é ereta, possui poucos perfilhos, folhas cada vez
mais eretas e muitas brotações inférteis.

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