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RECOMENDAÇÕES BÁSICAS
PARA CULTIVO NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Niterói-RJ
Novembro de 2013
PESAGRO-RIO
Empresa de Pesquisa Agropecuária
do Estado do Rio de Janeiro
Alameda São Boaventura, 770 - Fonseca
24120-191 - Niterói - RJ
Tel.: (21) 3607-5522
www.pesagro.rj.gov.br
Governador do Estado
do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral
Diretoria da PESAGRO-RIO
Rafael Miranda
Presidente
CDD 633.8952
Editoração
Coordenadoria de Difusão de Tecnologia
CDT/PESAGRO-RIO
Design Gráfico
Estúdio Criatura Comunicação
SUMÁRIO
5 Considerações preliminares
7 CAPÍTULO 1: IMPLANTAÇÃO
DE SERINGAIS
9 Escolha e localização da área do seringal
10 Alinhamento e espaçamento
13 Abertura de covas
13 Calagem, adubação e enchimento da cova
16 Época de plantio
16 Seleção e transporte de mudas
17 Plantio
19 Replantio
21 CAPÍTULO 2: CONDUÇÃO E
FORMAÇÃO DO SERINGAL
23 Tratos culturais
27 Condução do seringal adulto
28 Principais pragas e seu controle
33 CAPÍTULO 3: COLHEITA
DO SERINGAL
35 Sangria
37 Clones de seringueira recomendados
para plantio
39 Municípios do Estado do Rio de Janeiro
com aptidão agrícola para o cultivo
da seringueira
CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES
5
Seringal em área declivosa no município
de Silva Jardim-RJ.
6
CAPÍTULO
IMPLANTAÇÃO
DE SERINGAIS 1
7
ESCOLHA E LOCALIZAÇÃO
DA ÁREA DO SERINGAL
A
o selecionar o local para a implan-
tação do seringal, os seguintes
aspectos devem ser observados:
9
ALINHAMENTO
E ESPAÇAMENTO
11
Quando estiverem previstos consórcios com
cultivos perenes e semiperenes:
12
ABERTURA DE COVAS
A
s covas devem ser abertas manual-
mente, utilizando-se cavadeiras e
enxadão. Em solos com menor
declividade, desde que não estejam
totalmente saturados de água, as covas
podem ser abertas com trator ou
perfuradores de solo, tendo-se o cuidado
de não provocar erosão no solo. Nesse
caso, devem ser usadas garras nas bordas
da broca para evitar o espelhamento da
parede da cova. Em geral, uma cova aberta
em solo de textura média deve ter
dimensões de 40cm x 40cm x 50cm de
profundidade, separando-se dela 25cm da
terra de cima dos 25cm da terra de baixo. A
terra retirada da parte de baixo da cova
deve ser utilizada no enchimento final da
mesma. Caso necessário, utiliza-se a terra
retirada dos primeiros 25cm de profun-
didade no fundo da cova. Após a abertura
da cova, afofar o solo do fundo da cova em
cerca de 10 a 15cm com a utilização de
cavadeira.
CALAGEM, ADUBAÇÃO
E ENCHIMENTO DE COVA
N
o plantio direto, a adubação é
realizada diretamente na cova.
Quando necessário, se o solo
apresentar alta acidez (pH abaixo de 4,5),
poderá ser realizada a calagem, com no
máximo 1,5 tonelada de calcário por
hectare, após a aplicação do herbicida. Essa
13
calagem é feita a lanço, distribuindo-se
uniformemente a quantidade indicada
sobre a superfície do solo.
Nas condições referidas, quase sempre
se aplicam de 200g a 250g de calcário nas
paredes e no fundo da cova após a abertura
da mesma. Na adubação da cova, devem ser
incorporados cerca de 30g de P2O5 e 30g de
K2O, adicionando-se ainda de 10 a 20 litros
de esterco de curral curtido, misturando-os
com a terra de cima. Após a mistura, faz-se
o enchimento da cova. Nessas condições,
também podem ser usados adubos
formulados já existentes no mercado, que
ainda incluem pequenas doses de
nitrogênio e micronutrientes.
Aguardar o período de curtimento da
cova cheia, em geral de 20 a 25 dias antes
do plantio. Após a adubação de cova,
aplicar, durante o primeiro ano, nitrogênio
em cobertura em três parcelas de 30g por
planta, em faixa circular de 30cm de
largura em torno da planta.
14
Implantação de seringal em áreas declivosas
(alinhamento, marcação das curvas de nível, abertura
de covas, calagem e adubação, enchimento da cova,
abertura de coveta e plantio definitivo.
15
ÉPOCA
DE PLANTIO
O
plantio das mudas deve ser feito no
início do período chuvoso que, no
Estado do Rio de Janeiro, ocorre em
setembro/outubro ou outubro/novembro,
sendo a mais provável a época de outubro/
novembro. Se o plantio for realizado fora
do período chuvoso ou em época de
veranico, devem-se adicionar pelo menos
20 litros de água por cova, de dois em dois
dias. Se faltar água logo após o plantio,
provavelmente ocorrerá a perda da muda e,
consequentemente, a falha no stand e
desuniformidade no seringal, com sérios
prejuízos financeiros.
SELEÇÃO E
TRANSPORTE DAS MUDAS
P
or ocasião do plantio, devem ser
estabelecidos padrões de seleção das
mudas com o objetivo de unifor-
mizar o desenvolvimento do seringal,
classificando-as de acordo com o porte e o
estádio de desenvolvimento.T r a t a n d o - s e
de mudas de raiz nua, a seleção deve ser
feita considerando-se o sistema radicular,
descartando-se aquelas que apresentem
defeitos. Com mudas em sacos plásticos,
deve-se observar o vigor do enxerto, des-
cartando-as ou reencanteirando-as, con-
forme o caso.
16
No transporte, devem-se evitar danos ao
enxerto e quebra de torrões. Em regiões
sem tradição heveícola e que estejam
iniciando a atividade, como é o caso do Rio
de Janeiro, recomenda-se o plantio de
mudas ensacoladas com 18 meses de
idade, com um ou dois lançamentos
maduros.
PLANTIO
O
s clones recomendados e as regiões/
municípios com aptidão para a
cultura são apresentados ao final da
publicação.
18
REPLANTIO
O
replantio deve ser realizado com
mudas ensacoladas, independente-
mente do tipo de muda usada no
plantio. Deve ser feito tão logo se constate
a falha.
Após o segundo ano de implantação do
seringal, as falhas deverão ser plantadas
com mudas avançadas (minitoco ou toco
alto), sempre compatíveis com a idade do
seringal, devido à característica de planta
de porte arbóreo.
Cuidados especiais devem ser tomados
no replantio, que deve propiciar a for-
mação uniforme do seringal, evitando-se
plantas dominadas, que não chegarão ao
ponto de exploração.
19
CAPÍTULO
CONDUÇÃO
E FORMAÇÃO
DO SERINGAL 2
7
TRATOS
CULTURAIS
A
calagem, a partir do segundo ano de
formação do seringal, deve ser feita
com base na análise de solo, sempre
que se constatar pH abaixo de 4,5. Devem
ser aplicadas até 2 toneladas de calcário
por hectare a cada três anos.
Nas áreas declivosas do Rio de Janeiro,
o calcário deverá ser aplicado na projeção
da copa da seringueira, em círculo em
torno das árvores ou em faixas nas
entrelinhas, em seringais com mais idade.
Na adubação de seringais em forma-
ção, a análise de solo também deve ser
observada.
Recomendação de adubação para seringais em formação.
P resina K+trocável
Idade do (mg/dm³) (mmolc/dm³)
Nitrogênio
seringal 0 – 12 >12 0 – 1,5 > 1,5
(kg/ha)
(anos) P2O5 K2O
kg/ha kg/ha
Do 2º ao 3º 40 40 20 40 20
Do 4º ao 6º 60 60 30 60 30
23
No segundo ano, aos 18 meses, por
exemplo, essa aplicação deve ser em
círculos de 45cm de largura, afastados
cerca de 30cm das plantas. Aos 24 meses, o
círculo terá 60cm de largura e deverá estar
a cerca de 45cm da planta.
Sucessivamente, vai-se afastando do
pé da árvore e aumentando a largura do
círculo a ser adubado em torno da planta.
As formulações variam de acordo com
a análise de solo, sendo as de 10-10-10 ou
20-20-20 as mais usadas. Em solos com
maiores teores de fósforo disponíveis,
costuma-se usar 19-10-19 ou 20-5-20.
24
É importante destacar que esta é uma
recomendação para o seringal em for-
mação. Mesmo nessa fase, nos últimos
anos, verifica-se, às vezes, a necessidade
de uma ou duas roçagens em substituição
ao herbicida.
Desbrota
25
Formação de copa
26
CONDUÇÃO DO
SERINGAL ADULTO
A
partir do 7º ano, o seringal começa a
fase produtiva, quando alguns cuida-
dos deverão ser tomados na sua
condução.
Adubação
27
PRINCIPAIS PRAGAS
E SEU CONTROLE
28
Sugere-se a instalação de armadilhas
luminosas, pois além de constituírem bom
coletor para verificação dos períodos de
incidência, também auxiliam no combate à
praga, cujas mariposas (adulto) podem ser
destruídas.
Devido à praga, recomenda-se evitar o
consórcio de seringueira com mandioca.
29
intercalado com áreas verdes normais,
lembrando o sintoma de mosaico provo-
cado por vírus em diferentes culturas.
Entre o início da infestação e o
surgimento dos primeiros sintomas,
normalmente decorre um período mínimo
de 30 dias e as folhas atingidas acabam
caindo, provocando diferentes níveis de
desfolha das plantas.
Plantas atacadas podem perder até
75% das folhas um ou dois meses antes da
desfolha natural.
Estudos realizados demonstraram que
esses ácaros atingem maiores populações
nos anos mais chuvosos, com ocorrência
de dezembro a maio, coincidindo com o
período de maior produção de látex.
31
CAPÍTULO
COLHEITA
DO SERINGAL 3
7
SANGRIA
A
colheita do látex consiste numa série
de operações que combinam técnicas
de sangria e estimulação da serin-
gueira para a produção, estocagem e
conservação do produto, preparando-o
para os procedimentos de beneficiamento.
O processo de sangria é a principal
operação, que consiste na remoção cíclica
de parte da casca, com a finalidade de
seccionar os vasos laticíferos, o que
permite o escorrimento do látex para um
recipiente coletor conhecido como “tijela”,
previamente preso ao tronco da serin-
gueira. O mesmo corte é reaberto a cada
sangria pela retirada de mais uma camada
delgada de casca, proporcionando novo
fluxo de látex.
De modo geral, o início da sangria se
dá por volta dos seis a sete anos após o
plantio, variando em função do manejo e da
condução do seringal. Fatores como pro-
priedades físicas e fertilidade do solo,
vigor do clone, tratos culturais, condições
ambientais e problemas fitossanitários são
determinantes para abreviar esse início.
O objetivo da sangria é obter da
árvore a máxima quantidade de látex sem
prejudicar o seu estado vegetativo e fisio-
lógico. A colheita adequada do seringal é
resultado do sistema de sangria cuidadoso
(comprimento e frequência de corte) e do
plano de estimulação (como o emprego do
Ethrel a 5%) para aumento do fluxo da seiva.
35
Demais fatores, como o potencial
genético dos clones e o bom trabalho do
sangrador, influem diretamente na vida
útil do seringal, na produtividade, nos
resultados obtidos a curto, médio e longo
prazo e, também, na rentabilidade da
exploração. A interação material genético e
ambiente deve ser levada em consideração
na escolha do sistema de sangria adotado.
Classe I
Para áreas de escape: RRIM 600
Para áreas com restrições
Clima subúmido e úmido: FX 3864
Clima úmido/superúmido e superúmido: FDR
5788, PMB 1, CDC 312
Obs.: Não deve exceder 50% da área total.
Classe II
Para áreas de escape: Gt1, Pr255, Pb330, Pb235,
PB 217, RRIM 937, RRIM 938, IAC35, IAC 40, PR
261, Fx 3864, FDR 5788, PMB1, CDC 312
Classe III
Para áreas de escape: RRIM 729, RRIM 901, RRIM
911, PB 311, PB 312, PB 314, IAC300
37
Classe I - Clone reconhecidamente de bom
desempenho em muitos locais; indicado para
o plantio em grande escala. Não deve exceder
50% da área total do plantio.
Áreas de Escape
As áreas livres de ocorrência do fungo
Microcyclus ulei, causador do mal das folhas,
principal doença da seringueira, são: todos os
municípios das regiões Centro-Sul Fluminense e
Médio Paraíba; parte dos municípios da região
Noroeste, com maiores áreas aptas nos
municípios que fazem fronteira com a Zona da
Mata de Minas Gerais e os municípios da região
Serrana, exceto a maior parte das áreas dos
municípios de Sumidouro e Nova Friburgo.
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MUNICÍPIOS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
COM APTIDÃO AGRÍCOLA
PARA O CULTIVO DA SERINGUEIRA
Região Centro-Sul
Sapucaia
Areal
Três Rios
Levi Gasparian
Paraíba do Sul
Paty do Alferes
Miguel Pereira
Vassouras
Paulo de Frontin
Mendes
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Região Noroeste Fluminense
Bom Jesus do Itabapoana
Varre-Sai
Porciúncula
Natividade
Laje do Muriaé
Miracema
Cambuci
Itaperuna
Aperibé
Santo Antônio de Pádua
Região Serrana
Santa Maria Madalena
Trajano de Morais
Bom Jardim
Macuco
Cantagalo
Cordeiro
Duas Barras
Carmo
São José do Vale do Rio Preto
São Sebastião do Alto
40