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QUÍMICA III - ROTEIROS DE PRÁTICAS 2023/02

PRÁTICA 1 – INDICADORES ÁCIDO BASE.


Objetivos:

⮚ Determinar se uma solução aquosa é ácida ou básica, usando indicadores apropriados.


⮚ Relacionar as cores características do indicador com a estrutura molecular.
⮚ Identificar uma solução de função desconhecida (ácida ou básica) através do teste do indicador.

Fundamentação Teórica:

A acidez de uma solução é medida quantitativamente pela concentração de íons H3O+


presentes, usando-se uma escala exponencial. O logaritmo decimal da concentração de íon hidrônio
com o sinal trocado, conhecido como pH = – log [H+], é uma escala de acidez utilizada e representada
na Figura 1.

Figura 1 – Escala de acidez.


As substâncias indicadoras, ou indicadores, são substâncias ácidas ou básicas que mudam de
cor conforme o pH da solução. A variação da cor de um indicador que corresponde a um meio ácido
para a cor que corresponde a um meio básico não é brusca, mas ocorre num certo intervalo de pH
(geralmente 1 a 2 unidades) denominado zona de viragem ou zona de transição. Como o ponto final
da reação pode se realizar com diferentes pH, existe uma série de indicadores que mudam de cor em
diferentes graus de acidez, como mostra a figura 2.

Figura 2 – Pontos de viragem de diferentes indicadores ácido-base.

Os indicadores constituem sistemas em equilíbrio em que, o deslocamento do equilíbrio


influenciado pelo meio ácido ou básico resulta em uma cor. Observe a equação (1) que representa o
equilíbrio de um indicador:
(1)

Indicadores são geralmente ácidos ou bases, orgânicos e fracos, que possuem a propriedade
de ter uma cor na sua forma não ionizada e outra cor na sua forma ionizada. Têm estrutura
geralmente complexa, porque é necessário haver muitas duplas ligações (C = C, C = O, N = N, etc.)
conjugadas para a molécula absorver e refletir luz visível apresentar-se colorida. Como exemplo,
considere a fenolftaleína na Figura 3.

Figura 3 – Fórmula estrutural da Fenolftaleína no equilíbrio ácido base.

Observe como, na forma incolor, as ligações duplas de cada anel não estão conjugadas com
as duplas dos outros anéis, mas na forma vermelha há conjugação entre todas as duplas (se você não
sabe, informe-se sobre o que são duplas conjugadas).

Outro indicador é o alaranjado de metila (também chamado de heliantina), com as seguintes


estruturas mostradas na Figura 4.

Figura 4 – Fórmula estrutural da Heliantina no equilíbrio ácido base.

Note que, confirmando o que foi dito acima, neste caso ambas as estruturas têm muitas
duplas conjugadas, e ambas as formas são coloridas.

Devido à complexidade dessas fórmulas, é comum que se evite escrevê-las inteiras quando
se estudam os indicadores, preferindo-se representar de maneira abreviada (HIn para indicadores
que são ácidos e InOH para indicadores que são bases).

Desta forma, como mostrado na Equação 1, em solução ácida (grande concentração de H+) o
equilíbrio está deslocado para a esquerda: a concentração de HIn é alta e a concentração de In- é
baixa, resultando na cor A. Se formos adicionando base a essa solução, a concentração de H+ vai
sendo reduzida e o equilíbrio vai sendo deslocado para a direita, fazendo com que finalmente
comece a predominar a cor B. Este assunto, que parece muito simples, costuma trazer mais confusão
do que o estudante espera. É recomendável que você tente escrever no seu caderno a equação (1)
sem olhar para o texto, colocando as cores e tentando concluir qual cor predominará em solução
ácida e em solução básica, conferindo depois suas conclusões com o texto acima. Tente colocar isso
no relatório concretizado no caderno.

Observe agora um aspecto de importância fundamental: para mudar de cor, o indicador


precisa reagir com íons H+, ou então alguma base tem que retirar íons H+ do indicador. Ora, isso
significa que, para indicar qual o pH da solução, o indicador introduz uma pequena variação desse
mesmo pH. Por isso é importante que a quantidade de indicador utilizada seja bem pequena (isto é,
precisamos de indicadores que sejam fortemente coloridos) para que a modificação introduzida pelo
indicador possa ser considerada desprezível.

No experimento, você poderá observar ainda que alguns indicadores, como a fenolftaleína e
o violeta de metila, quando em solução fortemente alcalina, podem perder sua cor após algum
tempo.

Tomemos como exemplo a fenolftaleína; ao ser adicionada a uma solução de NaOH 1 mol/L
ela fica vermelha no momento da adição, mas rapidamente torna-se incolor, porque sofre a
transformação mostrada na Figura 5.

Figura 5 – Fenolftaleína em meio fortemente básico

Essa transformação é reversível; basta adicionar um pouco de ácido (em quantidade apenas
suficiente para deixar a solução menos alcalina, mas sem deixá-la ácida) para a fenolftaleína voltar a
ficar vermelha.

Os indicadores podem ser usados tanto em solução como impregnados em papel. Quando
estão em papel, para verificar a “acidez” de uma solução podemos mergulhar a tira de papel na
solução e retirar em seguida, ou podemos pingar uma gota da solução no papel (este método não é
muito apropriado para trabalhos quantitativos, principalmente os de maior precisão, que não
permitem que a gente saia por aí perdendo gotas das soluções).

O papel indicador mais comum é o papel de tornassol, que contém somente um indicador e
permite apenas verificar se uma solução é ácida ou básica, sem nenhuma indicação quantitativa de
acidez ou basicidade. Tanto em solução como em papel, os indicadores podem ser usados na forma
de misturas de vários indicadores, que adquirem várias colorações diferentes conforme o pH,
permitindo uma avaliação bastante razoável do pH de uma solução.
Os papéis com vários indicadores são chamados de papéis indicadores universais. Os mais
eficientes são compostos de vários (geralmente 4, às vezes 6) quadradinhos de papel presos na ponta
de uma tira plástica; cada quadradinho é impregnado com uma mistura diferente de indicadores. Ao
mergulhar a tira numa solução, cada quadradinho adquire uma cor diferente e, comparando a
combinação de cores com uma referência impressa, podemos avaliar o pH da solução com precisão
de 1 unidade (este é o tipo mais comum), ou 0,5 ou até 0,2 unidades de pH.

Materiais e reagentes: soluções desconhecidas A, B, C, D e E, fenolftaleína, solução de repolho roxo,


metil orange, azul de bromotimol, papel indicador universal, vidros de relógio, béqueres, bastão de
vidro, papel toalha, pipetas conta-gotas, tubos de ensaio, caneta marca vidro, estante para os tubos
de ensaio, produtos de uso cotidiano que tenham pH ácido, básico e neutro para teste de pH, garrafa
com água mineral que contenha o rótulo com informação de pH, papel indicador universal.

Sugestão de produtos para teste de propriedades ácidas, básicas e neutras.

○ Substâncias com propriedades básicas: sabão em barra, sabão em pó, creme dental, cal de
construção, fermento químico, água sanitária, limpa forno, comprimido antiácido, leite de
magnésia, bicarbonato de sódio, solução para desentupir pia, cinza de fogão, sal amoníaco,
sabonete líquido, desinfetante, soda cáustica (ou solução diluída);
○ Substâncias com propriedades ácidas: vinagre, ácido muriático (limpa piso), limão, laranja, suco
de frutas cítricas, refrigerante incolor, suco em pó, comprimido efervescente (Vit C), ácido
sulfúrico (diluído);
○ Substâncias com propriedades neutras: shampoo (adulto), shampoo (infantil), água da torneira,
detergente neutro para louças, sal de cozinha.
Dê preferência para 2 produtos ácidos, 2 alcalinos e 1 neutro para cada equipe, para permitir que
cada equipe visualize as cores durante os testes com as soluções.

Procedimentos:

Preparo das soluções

1) Adicione 250 mL de água destilada na pisseta;


2) Distribua um béquer para cada material sobre a bancada e adicione aproximadamente 80 mL de
água destilada a cada um deles;
3) Identifique os béqueres e adicione o material ao respectivo béquer. Para materiais sólidos
adicione a quantidade de uma ponta de espátula e para materiais líquidos de 5 a 10 mL
visualizando o volume adicionado no próprio béquer ou com auxílio de uma pipeta de Pasteur.
4) Agite com o bastão de vidro para homogeneizar a solução, lembrando que o bastão deverá ser
limpo ao trocar de solução;

Medir pH com auxílio de solução indicadora ácido-base

1) Pegue tubos de ensaios e identifique-os como nos béqueres.


2) Coloque os tubos de ensaios na estante e preencha cada um até a metade com o respectivo
líquido de cada béquer;
3) Guarde o volume remanescentes nos béqueres das soluções testes para uso nos próximos
procedimentos.
4) Em seguida, pingue 2 gotas do indicador de pH a cada um dos tubos de ensaio e promova
agitação, conforme indicado pelo professor.
5) Verifique a mudança na coloração e anote o nome do produto e a cor resultante no quadro de
resultados.
6) Ao final do experimento descarte as soluções dos tubos no béquer de 2 L indicado pelo técnico de
laboratório.

Medir pH com auxílio de fita indicador ácido-base (fita de papel pH)

1) Pegue os béqueres com as soluções testes e organize-os sequencialmente;


2) Pegue 1 fita de papel pH e molhe a fita na primeira solução teste;
3) Aguarde de 30 a 60 segundos e verifique a mudança de coloração na fita;
4) Compare a cor resultante na fita com a tabela de cores. Instruções de uso ao final do
procedimento;
5) Identifique o pH segundo a tabela de cores, e anote o valor de pH para cada componente no
quadro de resultados.
6) Repita o procedimento supracitado e assim sucessivamente para todas as soluções dos béqueres;

Tratamento de resíduos: coloque os resíduos sólidos na lixeira de lixo comum e as soluções no


béquer indicado para ajuste de pH conforme legislação.

Relatório (anotações individuais no caderno: resumo da fundamentação, observações sobre o


desenvolvimento da prática, cumprimento dos objetivos, respostas das questões abaixo e o que mais
considerar importante)

1) Mostre o quadro de resultados.

Quadro de resultados – pH de produtos domésticos

Material 1: Material 2: Material 3: Material 4: Material 5:

Fenolftaleína Cor: Cor: Cor: Cor: Cor:

Azul de Cor: Cor: Cor: Cor: Cor:


bromotimol
Papel Indicador pH: pH: pH: pH: pH:
universal
Papel Tornassol pH: pH: pH: pH: pH:

2) Organize as substâncias de ácidas a básicas em uma escala.


3) Qual a vantagem do papel indicador universal, sobre os outros indicadores?
4) Realize sua autoavaliação.
PRÁTICA 2 – PRODUÇÃO E COMBUSTÃO DO ACETILENO.

Objetivos:

⮚ Reagir o carbureto com a água e promover a queima do acetileno,


⮚ Equacionar as reações envolvidas.
⮚ Promover a identificação química do produto da combustão.
⮚ Realizar cálculos químicos.

Fundamentação teórica:
“Pedra” e água não costumam gerar gases que incendeiam quando em contato com uma
faísca. Porém, existe uma rocha que em contato com a água libera um gás inflamável. Ela se chama
carbeto de cálcio (CaC2), conhecida popularmente como carbureto. Carbeto de cálcio é produzido
industrialmente em um forno de arco elétrico carregado com uma mistura de cal e carvão a
aproximadamente 2000 °C. O processo é representado pela equação:

CaO(s) + 3C(s) → CaC2(s) + CO(g)


Δ

A pedra de carbureto, é um sólido branco acinzentado que, em contato com a água, reage
imediatamente produzindo gás acetileno e óxido de cálcio. O gás acetileno é inflamável e ao entrar
em contato com o oxigênio e uma faísca, incendeia. As pedras de carbureto foram muito utilizadas
para produzir o gás acetileno nas soldas oxiacetileno. Também pode ser utilizada para iluminação e
estima-se que 300g de carbureto rende aproximadamente 5 horas de luz. A equação química que
representa o processo envolvido na produção do acetileno e do óxido de cálcio é a seguinte:

CaC2(s) + 2 H2O(l) → C2H2(g) + CaO(s)

Os dois produtos formados na reação inicial com a água, reagem em seguida. O acetileno
sofre reação de combustão e o óxido de cálcio reage com a água para formar o hidróxido de cálcio,
uma base forte. A formação da base pode ser atestada pela adição de fenolftaleína à água que passa
de incolor para rósea. A reação da água com o óxido de cálcio está pela equação abaixo:

CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2(aq)

A fenolftaleína é um indicador ácido/base utilizado para verificar a neutralização total de um


ácido por uma base forte em procedimento denominado titulação ácido/base, e, neste caso, para
identificar a função química do produto final formado. As faixas de pH nas quais ocorrem as
mudanças na coloração da solução de fenolftaleína estão apresentadas na Figura 1.

Figura 1 – Faixa de pH para fenolftaleína.


Materiais e reagentes: cadinho de porcelana de 150 mL, pisseta de 250 mL, proveta de PP 50mL,
pedra de carbeto de cálcio, solução de fenolftaleína, água destilada e fósforos.

Procedimentos: Cuidados iniciais - ambiente arejado, visto que a combustão pode gerar um pouco
de fuligem durante a realização.

Atenção: Nas etapas abaixo, após colocar a pedra de carbeto na água, recomenda-se riscar o fósforo
imediatamente e jogar sobre a água para acender. O carbeto ao entrar em contato com água e forma
acetileno que é combustível, se demorar para acender e iniciar a queima pode gerar grandes
labaredas. Recomenda-se também que não fiquem muito próximos do experimento nesta etapa e
cuidem dos cabelos e dos jalecos de poliéster. Anote a pressão e a temperatura do dia do
experimento.

1) Adicione aproximadamente 10 mL de água da pisseta à cápsula.


2) Coloque uma pedra de massa conhecida de carbeto de cálcio sobre a água, no cadinho e
imediatamente risque o fósforo e jogue-o sobre a água, de longe, sobre a pedra, para iniciar a
combustão do acetileno.
3) Com a pisseta, de longe, borrife um pouco mais água sobre a pedra e observe que a água
potencializa a chama ao invés de extingui-la.
4) Utilize a tampa do cadinho para apagar a chama e repita a etapa anterior algumas vezes até a
queima total do carbeto.
5) Adicione 5 gotas de fenolftaleína na água da cápsula.
6) Acompanhe a mudança na coloração da mistura no cadinho.

Tratamento de Resíduos: Descarte o resíduo do cadinho no béquer indicado pelo técnico do


laboratório e arrume a bancada. Lave os cadinhos com um pouco de água da torneira e despeje-a no
mesmo béquer, deixando na bacia para secar.

Relatório (anotações individuais no caderno: resumo da fundamentação, observações sobre o


desenvolvimento da prática, cumprimento dos objetivos, respostas das questões abaixo e o que mais
considerar importante)

1) Supondo que a pedra de carbeto tenha 40% de pureza, determine:


a) O volume de acetileno obtido nas CNTP.
b) O volume de acetileno obtido nas condições do laboratório.
c) A massa de hidróxido de cálcio obtida.
2) Monte as equações de combustão completa e incompleta do acetileno, e determine a quantidade
em massa de gás carbônico produzido na combustão completa.
3) Represente a mudança no Nox dos elementos de todas as equações trabalhadas nesta prática.
4) Realize sua autoavaliação.
PRÁTICA 3 – PRODUÇÃO DE ÉSTERES DE AROMA

Objetivos específicos:

⮚ Produzir ésteres de aroma utilizados na fabricação de alimentos e produtos industrializados.


⮚ Compreender a esterificação Fischer.

Fundamentação Teórica:
Os ésteres constituem aditivos de alimentos que conferem sabor e aroma artificiais aos
produtos industrializados. Você conhecerá agora os ésteres que imitam o sabor de frutas em sucos,
chicletes e balas.

Em 1895, Fischer e Speier constataram ser possível a obtenção de ésteres através do


aquecimento de um ácido carboxílico e um álcool na presença de catalisador ácido. A reação de
esterificação é lenta e reversível, podendo ser representada genericamente pela equação:

A função dos ésteres compreende diversos compostos presentes em alimentos, perfumes,


fármacos, dentre outros produtos tão presentes em nosso cotidiano. O acetato de etila (etanoato de
etila) é um exemplo de éster largamente utilizado em nosso dia-a-dia, principalmente em soluções
removedoras de esmalte, por ter custo relativamente baixo, baixa toxicidade e odor aceitável; e na
composição de essências artificiais de frutas. Na tabela abaixo é possível observar os nomes e as
estruturas moleculares dos ésteres empregados na indústria alimentícia.

http://dx.doi.org/10.1016/j.eq.2015.07.003
Materiais e Reagentes: tubos de ensaio, pinça de madeira, estante para tubos, etanol, isopropanol,
n-butanol, ácido sulfúrico, ácido acético, água gelada e água aquecida.

Procedimentos:

Atenção: após colocar o tubo no banho-maria não direcionar a boca do tubo para as pessoas,
inclusive você, e não olhar sobre o tubo.

1) Montar um aparato para banho-maria, como mostrado na Figura 1.

Figura 1 – Aparato de aquecimento para banho-maria.

2) Numerar 3 tubos de ensaio em uma estante para tubos e adicionar:


a. Tubo 1: 3 mL etanol.
b. Tubo 2: 3 mL n-propanol ou isopropanol.
c. Tubo 3: 3 mL n-butanol.
3) Com auxílio de uma pinça de madeira para segurar cada tubo, adicionar em cada um 3 mL de
ácido acético e 0,1mL de ácido sulfúrico.
4) Aquecer a mistura em banho-maria até a ebulição (cuidado com os álcoois voláteis).
5) Verter o conteúdo de cada tubo sobre 20 mL de água gelada (usar três béqueres de 50 ou 100
mL).
6) Identificar o aroma de cada produto, comparando-o com o aroma de flores, frutas, produtos
medicinais, etc.

Tratamento de Resíduos: coletar os conteúdos dos béqueres e a primeira água de lavagem em um


béquer apropriado, indicado pelo técnico do laboratório. Corrigir o pH do resíduo com solução
adequada e descartar no saneamento urbano.

Relatório (anotações individuais no caderno: resumo da fundamentação, observações sobre o


desenvolvimento da prática, cumprimento dos objetivos, respostas das questões abaixo e o que mais
considerar importante)

1) Equacionar as reações químicas ocorridas nos experimentos.


2) Dar nome aos produtos formados.
3) Pesquisar informações sobre a utilização dos produtos obtidos.
4) Montar as moléculas dos ésteres com os modelos moleculares.
5) Realize sua autoavaliação.
PRÁTICA 4 – OXIDAÇÃO DE ÁLCOOL (em meio ácido KMnO4 / H+).

Objetivo:

⮚ Verificar a reação de oxidação do álcool etílico (álcool primário), destacando a variação da


temperatura.

Fundamentação teórica:

Dependendo do tipo de álcool que reage, a oxidação dos álcoois pode originar aldeídos,
cetonas, ácidos carboxílicos, gás carbônico e água. Os álcoois podem sofrer oxidação quando
expostos a algum agente oxidante, como uma solução aquosa de dicromato de potássio (K2Cr2O7) ou
de permanganato de potássio (KMnO4) em meio ácido.

Um oxigênio nascente [O] que estiver no meio irá atacar o carbono ligado ao grupo funcional
do álcool (hidroxila – OH), formando um composto muito instável, chamado de diol gêmino, que
possui duas hidroxilas ligadas a um mesmo carbono. Por ser instável, esse composto libera água e dá
origem a um novo produto.

Esse produto irá depender do tipo de álcool oxidado, se é primário, secundário, terciário ou
se é o metanol.

Em suma, temos o esquema representado na Figura 1.

Figura 1 – Produtos da oxidação de álcoois.

Em álcoois primários como o etanol, o carbono da hidroxila está ligado a apenas um átomo
de carbono, ou seja, os dois outros ligantes são hidrogênios, havendo dois lugares para o oxigênio
nascente atacar. Primeiramente, haverá a formação de um aldeído, como mostrado a seguir na
Figura 2.

Figura 2 – Esquema de mecanismo de reação de oxidação do álcool primário por oxigênio nascente.

Mas, a oxidação continua, porque os reagentes utilizados para oxidar o álcool são mais fortes
do que os usados para oxidar um aldeído. Então, outro oxigênio nascente ataca o carbono da
carbonila e produz um ácido carboxílico. A seguir, temos um exemplo, a oxidação do etanol,
primeiramente o etanal e depois a ácido etanoico (ácido acético). Todo esse processo pode ser
mostrado na equação da Figura 3. Esse processo é a transformação do vinho em vinagre.

Figura 3 – Formação do ácido acético a partir da oxidação do etanol.

Materiais e reagentes: etanol, béquer, permanganato de potássio, ácido forte, tubo de ensaio ou
proveta, pegador de madeira, bastão de vidro, vidro de relógio ou placa de Petri, e algodão.

Procedimentos: Atenção: Os procedimentos abaixo envolvem cuidados e toda atenção!

A varinha mágica
1) No vidro de relógio ou placa de Petri coloque H2SO4 e KMnO4 de modo que a distância entre eles
seja muito pequena ou que o contato ocorra numa região muito pequena.
2) Embebede uma mecha de algodão em álcool e deixe-a sobre a bancada.
3) Passe a ponta do bastão de vidro no ácido sulfúrico e permanganato até misturá-los.
4) Leve a ponta do bastão de vidro até o algodão embebido.
5) No instante em que o bastão encostar no algodão, o álcool entra em combustão (você pode
apagar a chama e repetir o processo várias vezes).

Explosão em tubo de ensaio:


1) Seguro por um pregador de madeira, coloque num tubo de ensaio 3ml de ácido sulfúrico
concentrado e, em seguida, com grande cuidado, um igual volume de etanol, de forma que o
álcool fique sobrenadando o ácido.
2) Cuidadosamente, adicione alguns cristais de permanganato de potássio. Quando os cristais
alcançam a superfície divisória entre o ácido e o álcool, começam a ocorrer explosões, que
produzem luz e som, com aquecimento forte e progressivo no tubo de ensaio. Eventualmente, a
chama produzida por uma dessas explosões pode alcançar o vapor de etanol que satura o interior
do tubo, ocasionando uma grande chama. O aldeído formado tem cheiro agradável, mas sofre
oxidação e transforma-se em ácido etanóico. É possível perceber a mudança de odor quando a
oxidação está ocorrendo.

Tratamento de resíduos: coloque os conteúdos do tubo e vidro de relógio em béquer próprio.


Organize e limpe a bancada.

Relatório (anotações individuais no caderno: resumo da fundamentação, observações sobre o


desenvolvimento da prática, cumprimento dos objetivos, respostas das questões abaixo e o que mais
considerar importante)

1) Mostre os números de oxidação do carbono durante a transformação observada.


2) Faça as equações para outros dois álcoois primários, dando nome aos produtos.
3) Realize sua autoavaliação.
AUTOAVALIAÇÃO (realizada por prática e registrada no caderno)

1 Li e compreendi o roteiro? ( )A ( )B ( )C ( )D

2 Desenvolvi os procedimentos corretamente? ( )A ( )B ( )C ( )D

3 Anotei o relatório no caderno conforme as orientações? ( )A ( )B ( )C ( )D

4 Compreendi as fórmulas químicas, as equações químicas e os conceitos


( )A ( )B ( )C ( )D
científicos envolvidos?

5 Autoavaliação geral sobre minhas atitudes nas aulas práticas: ( )A ( )B ( )C ( )D

6 Autoavaliação geral sobre a compreensão da química durante as aulas


( )A ( )B ( )C ( )D
práticas:

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