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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

INDICADORES ÁCIDO-BASE E TITULAÇÃO VOLUMÉTRICA

- Ana Beatriz Silva Baia1


- Carlos Vinicius Lopes de Souza2
- Luciano Gaya Parente3
Kelton Luis Belém dos Santos – kelton.belem@unifap.br

Resumo
1
Acadêmica de Licenciatura em Química, 2ª, semestre, Química geral experimental, Universidade
Federal do Amapá (UNIFAP).
Beatrizsilva2825@gmail.com
2
Acadêmico de licenciatura em Química, 2ª, semestre, Química geral experimental, Universidade
Federal do Amapá (UNIFAP)
carlossvinicius987@gmail.com
3
Acadêmico de licenciatura em Química, 2ª, Semestre, Química geral experimental, universidade
Federal do Amapá (UNIFAP)
Lucianogayaparente8@gmail.com
O experimento abordou o papel dos indicadores ácido-base na titulação e a importância dos padrões
primários na determinação qualitativa de pH. Utilizando alaranjado de metila, fenolftaleína e vermelho
de metila, as mudanças de cor indicaram o pH das soluções. Na titulação volumétrica ácido-base, o
ácido clorídrico (HCl) foi titulado com hidróxido de sódio (NaOH) para determinar sua concentração
molar. Os resultados confirmaram a eficácia dos indicadores e a utilidade da titulação para análises
quantitativas. Este método é relevante em diversas áreas, incluindo a indústria para garantir a
qualidade de produtos e a análise de água.

PALAVRAS-CHAVE: Indicadores ácido-base, Titulação volumétrica, pH.

1 INTRODUÇÃO: De acordo com Russell (1994) Um indicador é uma


substância composta de um ácido e uma base de Brønsted-Lowry, onde o ácido tem
uma cor específica e a base tem outra, podendo uma delas ser incolor. Geralmente,
pelo menos uma das cores é suficientemente forte para ser percebida em soluções
diluídas. A maioria dos indicadores são compostos orgânicos com estruturas
complexas. Segundo Atkins; Jones.

O corante é um ácido fraco que tem uma cor na sua forma ácida
(Hln), onde ln significa indicador) e outra na sua forma base
conjugada (ln-). A mudança resulta do efeito do próton em Hln: ele
muda a estrutura da molécula de tal maneira que a absorção de luz
característica da Hln é diferente daquela da in-. Quando a
concentração de Hln é muito maior do que a de ln-, a solução tem a
cor da forma ácida de indicador. Quando a concentração de ln- é
muito maior do que a de Hln, a solução tem a cor da forma básica do
indicador. (2012, p. 576).

Skoog (2006) o olho humano não percebe facilmente variações de cor em


soluções contendo uma mistura de HIn e In-, especialmente quando a proporção
entre eles está acima de 10 ou abaixo de 0,1 conforme a figura 1. Portanto, as
mudanças de cor percebidas pelos observadores geralmente ocorrem apenas
quando a razão de concentração está dentro de uma faixa estreita, entre 10 e 0,1
conforme a figura 2. Fora desses intervalos, a cor parece praticamente constante
aos nossos olhos e não é influenciada pela proporção entre os componentes.

Figura 1- forma ácida Figura 2- forma básica

Fonte: Skoog, 2006. Fonte: Skoog, 2006.

Os métodos titulo métricos são técnicas clássicas muitos empregas


no ramo da química analítica. “Os métodos titulométricos incluem um
amplo e poderoso grupo de procedimentos quantitativos baseados na
medida da quantidade de um reagente de concentração conhecida
que é consumida pelo analito” (SKOOG et al., 2006, p.321).
Em uma titulação, é preciso conhecer de antemão A concentração de
uma das soluções, o chamado titulante. Essa solução é chamada de
solução padrão.”uma solução padrão (ou titulante padrão) refere-se a
um reagente de concentração conhecida que é usado para se fazer
uma análise volumétrica” (SKOOG et al., 2006, p.322).

Na titulação, há também um importante conceito que deve ser mencionado: os


padrões primários. Um padrão primário é um composto de alta pureza a que serve
como referência em métodos títulométricos. Com esse composto é possível criar
outras soluções padrões é com grande precisão. De acordo com SKOOG (2006) um
padrão primário deve possuir as seguintes características: elevada pureza,
estabilidade, não ser higroscópico, possuir alta solubilidade no meio de titulação e
uma massa molar considerável, a fim de minimizar o erro relativo associado à sua
pesagem.

2 OBJETIVOS: explicar o papel dos indicadores ácido-base na titulação,


destacando a importância da escolha de padrões primários de alta pureza e a
influência da proporção entre HIn e In- na percepção visual das mudanças de cor
durante o processo.

3 METODOLOGIA

Materiais utilizados e reagentes:

 9 tubos de ensaio
 Estante de tubo de ensaio
 1 Erlenmeyer de 125 mL
 3 pipetas graduada 5 mL
 1 Pêra de borracha
 1 bureta volumétrica 10 mL
 1 Suporte universal
 Hidróxido de sódio NaOH 0,1 mol/L
 Ácido clorídrico HCl 0,1 mol/L
 Água destilada H2O
 Alaranjado de metila
 Vermelho de metila
 Fenolftaleína

Procedimento experimental:

Inicialmente realizou-se o posicionamento dos nove tubos de ensaio na estante,


adicionando duas gotas de cada indicador ácido-base em três tubos, sendo o
alaranjado de metila, vermelho de metila e a fenolftaleína respectivamente , todos
foram identificados e colocado em fileiras. Com a pipeta graduada foram medidas e
adicionadas 5 mL de ácido clorídrico HCl 0,1 mol/L, água H 2O e hidróxido de sódio
NaOH 0,1 mol/L em cada fileira de indicador ácido-base.

Após a identificação do ácido e da base, em seguida foi feita a titulação, foi


usado um erlenmeyer de 125 mL, em seguida foram adicionados 10 ml de ácido
clorídrico HCl 0,1 mol/L, logo em seguida o suporte universal foi posicionado e
instalado a bureta volumétrica e adicionados hidróxido de sódio NaOH 0,1mol/L
diluído até a linha de aferição.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 – Resultado de indicadores e soluções

Indicadores NaOH H2O HCl


Alaranjado de metila Laranja Vermelho Vermelho
Fenolftaleína Rosa Incolor Incolor
Vermelho de metila Amarelo Rosa Vermelho
Fonte: Autoria própria, 2024.

Os resultados obtidos ao adicionar alaranjado de metila, fenolftaleína, vermelho


de metila, nas soluções hidróxido de sódio (NaOH); água destilada (H 2O) e ácido
clorídrico (HCl), respectivamente, demonstraram a utilidade dos indicadores ácido-
base na determinação qualitativa de pH. Segundo Chang (2006) Se o indicador se
encontrar em um ambiente suficientemente ácido, conforme explicado pelo princípio
de Le Châtelier4 , a tendência é que o equilíbrio se desloque para o lado esquerdo,
resultando na predominância da cor correspondente à forma não ionizada do
indicador (Hln). Por outro lado, em um ambiente básico, o equilíbrio se desloca para
o lado direito, favorecendo a cor da base conjugada do indicador (In-). Para prever a
cor que o indicador assumirá. Como mostra a figura 1.

4
Russell (1994) Quando sistemas em equilíbrio são perturbados por influências externas, eles tendem a ajustar-
se para minimizar essas perturbações, movendo-se em direção oposta ao da perturbação inicial.
Figura 1 – Equilíbrio iônico

Fonte: Chang, 2006.

Portanto, a mudança de cor de um indicador ácido-base, ocorre dentro de um


intervalo de pH e concentração hidrogeniônica.

Figura 2 – Indicadores ácido/base

Fonte: Skoog, 2006.

Como indicado na figura 2, a transição de pH do alaranjado de metila está


entre 3,1 e 4,4. Onde em meio ácido sua coloração ficou vermelho e em meio básico
ficou laranja, respectivamente. De acordo com Vogel (1981) é ácida porque possui
grande quantidade de íons hidrogênio tornando visível a cor do ácido, e se a solução
for alcalina (básica), os íons hidrogênio serão removidos e haverá formação de
ânion indicador tornando a de outra cor. Conforme a equação na figura 1. Ou seja, a
coloração vermelha (ácida), obtida da experiência é resultado da grande quantidade
de íons hidrogênio presente, e a cor laranja (básica) obtida, é resultado da remoção
dos íons hidrogênio e formação de ânion indicador.
Vermelho de metila sua faixa de transição do pH está entre 4,2 e 6,3, no qual
em meio ácido a mudança de coloração é vermelho, e em meio básico torna-se
amarelo, conforme demonstrado na tabela 1. Por último o pH de transição da
fenolftaleína está entre 8,3 – 10,0 em meio ácido sua colocação ficou incolor e em
básico tornou-se vermelho. Ressaltando este último indicador (fenolftaleína), embora
a figura 3 esteja dizendo que este indicador em meio básico fique vermelho, o
experimento realizado em laboratório resultou na cor rosa (tabela 1). De acordo com
Chang (2006) a faixa de pH na qual um indicador específico pode exibir variação de
cor, é afetado por diversos fatores, como temperatura, força iônica, presença de
solventes orgânicos e partículas coloidais, esses elementos podem provocar
deslocamento na faixa de transição resultando em variações significativas de pH.
Por esses motivos a experiência realizada com Fenolftaleína em meio ácido resultou
em rosa e não vermelho, porém ambos estão corretos.
Com relação a titulação volumétrica, primeiramente o titulante hidróxido de
sódio NaOH 0,1 mol/L, precisou de exatamente 7,5 ml para atingir o ponto de
equivalência de 10 ml do analito ácido clorídrico HCl, que de acordo com Skoog
(2006) O ponto de equivalência em uma titulação é um ponto teórico alcançado
quando a quantidade adicionada de titulante é quimicamente equivalente à
quantidade de analito na amostra. Além disso para atender o objetivo de uma
titulação volumétrica ácido base, que é saber a concentração da solução
desconhecida (analito), pela equação estequiométrica Mb.Vb = Ma.Va, foram feitos
os cálculos.

Mb = 0,1 mol/L do NaOH 0,1 mol/L × 0,0075 L = Ma × 0,01 L

Vb = 0,0075 L do NaOH Ma = 0,1 mol/L × 0,0075 L ÷ 0,01 L

Ma = ? Ma = 0,075 mol/L do HCl

Va = 0,01 L do NaOH

Em vista disso, o analito ácido clorídrico HCl, possui uma concentração molar de
0,075 mol/L ao final da titulação volumétrica ácido base.
HCl + NaOH  NaCl + H2O

Pela equação balanceada o ponto de equivalência foi alcançado após a


introdução de 1 mol de NaOH para cada 1 mol de HCl. Em certo momento da
titulação houve uma lenta mudança da coloração de incolor para rosa claro
conforme foi adicionados NaOH gota a gota, o analito mudou mais rapidamente para
colocação rosa escuro. De acordo com Atkins; Jones (2012) na titulação ácido base
forte o pH muda lentamente no início, muda rapidamente passando por pH = 7 o
ponto estequiométrico, e então, novamente muda lentamente. Portanto é nesse
exato ponto que a quantidade de (OH-(aq)) adicionados iguala-se exatamente à
quantia de (H3O+(aq)), nesse exato ponto em que a solução ácida foi convertida em
neutra.
5 CONCLUSÕES

Mediante ao que foram expostos, o experimento mostrou que dos indicadores


ácido-base (alaranjado de metila, fenolftaleína, vermelho de metila) em soluções de
hidróxido de sódio, ácido clorídrico e água destilada, mostraram visualmente o ponto
de viragem de cada indicador em meio as substâncias, onde ficou visualmente
evidente qual era ácida e qual era básica para analisar seus pH, demonstrando a
eficiência dos indicadores. Além disso, a técnica de titulação volumétrica ácido-base
foi de suma importância para saber e compreender a forma correta de achar a
concentração molar desconhecida de uma substância (analito), a partir de uma
concentração molar conhecida de outra substância (titulante), que foi no caso do
ácido clorídrico HCl (analito), onde sua concentração molar demonstrou ser 0,0075
mol/L através dos cálculos estequiométricos, ressaltando a eficácia deste método
analítico.

Os indicadores ácido-base têm várias aplicações para indústria, principalmente


para monitorar o pH de produtos como cosméticos, alimentos e limpeza, utilizados
no dia a dia, para garantir a qualidade e reduzir os riscos a saúde humana. A
titulação volumétrica ácido-base é amplamente usada em laboratórios de análise de
água para determinar a concentração de substâncias como carbonatos,
bicarbonatos e íons hidroxila, auxiliando no controle da qualidade da água para
consumo humano, animal e industrial.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química : questionando a vida moderna e


o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2012.

CHANG, R.; AL, E. Química geral : conceitos essenciais. São Paulo: Mcgraw Hill,
2006.

SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. São Paulo: Pioneira


Thomson Learning, 2006.

VOGEL, A. I. Quimica analitica qualitativa. Editorial: São Paulo (Sp): Mestre Jou,
1981.

RUSSELL, J. B. Quimica geral. São Paulo (Sp): Makron Books, 1994.

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