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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTE E PRESERVAÇÃO (BAP)

ESCOLA DE BELAS ARTES

CURSO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO

INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS 2 (BAH131)

RELATÓRIO DA ATIVIDADE EXPERIMENTAL 7:

A NATUREZA ÁCIDO-BASE

Grupo:

Fernanda Barreto Andrade Silva – DRE 122046675

Juliana Rodrigues de Barros Pinto – DRE 122042079

Isabela Silveira Fernandes da Silva - DRE 122074678

Juliana Oliveira de Moura – DRE 122044657

Vitória dos Santos de Souza- DRE 122040035

Responsável: Prof. Milena Barbosa Barreto

Rio de Janeiro

2022-2
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1. INTRODUÇÃO
Ao estabelecer características comuns entre substâncias, torna-se produtivo
identificá-las e classificá-las, tal como ocorre com ácido-base. A classificação de
ácidos e bases é baseada em reações químicas que comumente são classificadas de
acordo com a teoria de Arrhenius (1884), Bronsted-Lowry (1923), ou de Lewis (1923).
Segundo a definição de Arrhenius, ácido é a substância que, em solução aquosa,
libera íons H+(aq), enquanto a base, libera OH-(aq). (ATKINS, 2018)

Contudo, a teoria de Arrhenius só se aplica a soluções aquosas, enquanto,


numa nova teoria, Johannes Nicolaus Brønsted e Thomas Martin Lowry propuseram
que ácido seria a substância capaz de liberar um próton (íons de H+), enquanto a
base, a substância que receberia prótons do ácido. Apesar de mais abrangente, a
teoria de Brønsted-Lowry possui a limitação de precisar haver Hidrogênio na reação
para que haja classificação.

Expandindo o conceito de ácido base, Gilbert N. Lewis propõe uma definição


onde base é a substância que possui capacidade de doar um par de elétrons,
enquanto ácido é a substância que possui capacidade para aceitar um par de
elétrons, formando uma ligação. Sendo assim, a partir da concentração do íon
Hidrônio (H3O+), tem-se o cálculo do pH das soluções, podendo classificá-las como
ácidas ou básicas de acordo com uma escala de 0 a 14, onde 7 é o pH neutro, pH<7
é um ácido e pH>7 é uma base, variando de acordo com a força do ácido/base.
Para fins qualitativos, pode-se obter a faixa de pH de uma solução através de papel
indicador de pH universal - que possui um padrão de coloração para cada faixa de pH
-, ou indicadores de pH - substâncias que têm sua coloração variada de acordo com a
faixa de pH a qual se encontra -, que podem ser ácidos ou básicos. Exemplos de
indicadores são a fenolftaleína e a timolftaleína. (ATKINS, 2018)

De acordo com os conceitos acima, foram realizados experimentos práticos de


identificação e neutralização de ácido-base, considerando sua devida importância nos
processos de deterioração de bens culturais.

2. OBJETIVO
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Identificar ácidos e bases utilizando diferentes indicadores de pH e compreender


reações de neutralização.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
● HCl 0,12M
● H2SO4 0,12M
● H2SO4 18M
● NaOH 0,12M
● CaCO3
● Indicador timolftaleína
● Indicador Fenolftaleína
● Papel indicador de pH universal
● Tubos de ensaio
● Vidro de relógio
● Papel filtro
● Pipeta graduada
● Pipeta de Pasteur
● Suporte para tubos de ensaio (estante)
● Bastão de vidro

3.2. Métodos
3.2.1. Identificação da natureza ácido-base
Utilizando quatro tubos de ensaio pequenos, foi identificado dois deles como “HCl” e
outros dois como “NaOH”, para depois organizá-los na estante para tubos de ensaio e
levá-los para a capela de exaustão de gases.
Com uma pipeta graduada, transferiu-se 2 mL da solução de NaOH 0,12M para os
dois tubos identificados como tal. Foi repetido o mesmo processo para o HCl 0,12M.
Ao voltar para a bancada, introduziu-se uma fita de papel indicador de pH universal
na solução de HCl. Ao retirar, foi comparada as cores da fita com o padrão da carta
de cores que contém na caixa, analisando e anotando o resultado. Foi feito o mesmo
procedimento para a solução de NaOH.
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Após a identificação por meio do papel indicador, adicionou-se, respectivamente, 1


gota da solução dos indicadores timolftaleína e fenolftaleína nos tubos de ensaio de
HCl. Repetiu-se o mesmo procedimento nos tubos de ensaio que continha NaOH,
analisando a alteração ou não da cor das soluções.

3.2.2. Reação ácido-base 1


Em um tubo de ensaio grande, foi adicionado 2 mL da solução de NaOH 0,12M,
seguida por 1 gota da solução do indicador fenolftaleína, agitando o tubo com o
auxílio de um bastão de vidro para homogeneização da solução. Em seguida,
apoiou-se o tubo na estante para que fosse levado à capela de exaustão, para
adicionar, aos poucos, a solução de HCl 0,12M, até haver alteração da coloração. Foi
anotado o volume necessário para percepção da alteração da cor da solução.

3.2.3. Reação ácido-base 2


Utilizando um papel filtro em um vidro de relógio, pesou-se 100,3 mg de CaCO3,
transferindo-o para um tubo de ensaio limpo e identificado como tal com a caneta
apropriada para vidros. Repetiu-se o mesmo procedimento, mas com o peso de 100,7
mg, levando-os para a capela de exaustão, apoiados numa estante.
No primeiro tubo, com 100,3 mg, foi adicionado 2 mL da solução H2SO4 0,12M,
analisando a reação. No segundo tubo foi adicionado 2 mL da solução H2SO4 18M
(concentrada), observando a diferença entre as reações.
Após anotar os resultados, finalizando os experimentos, as soluções foram
descartadas no frasco para resíduo dentro da capela de exaustão e as vidrarias
lavadas com água e sabão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Identificação da natureza ácido-base


4.1.1 Identificação 1
Ao realizar o experimento “Identificação de pH” com papel indicador universal
de pH nas amostras descritas abaixo, foi observado o seguinte processo:

Tubo de ensaio 1: 2 ml de NaOH 0,12M


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Tubo de ensaio 2: 2 ml de HCl 0,12M

Ao mergulhar o indicador no tubo de ensaio 1 e comparar o resultado com a


cartela gabarito, é possível dizer que o pH da amostra 1 é 13.

Figura 1: Resultado do teste de pH do tubo de ensaio 1

Ao mergulhar a tira de papel indicador no tubo de ensaio 2 e comparar o


resultado com a cartela gabarito, é possível dizer que o pH da amostra 2 é 1.

Figura 2: Resultado do teste de pH do tubo de ensaio 2


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O papel indicador de pH universal é composto por hidróxido de magnésio,


água, sal de sódio de fenolftaleína, sal monossódico de azul de bromotimol,
propan-1-ol, hidróxido de sódio e sal de monossódio de azul de timol.
Essencialmente, é composto por uma junção de medidores, e, por conta disso, leva o
nome de universal. Ele funciona com contato direto com a solução, e após alguns
segundos, sua coloração estará de acordo com alguma de sua cartela de cores, com
o seu respectivo pH.

4.1.2 Identificação 2
Ao analisar o processo de adição de indicadores ácido-base (fenolftaleína e
timolftaleína) nas amostras de NaOH e HCl (descritas abaixo), foi obtido os seguintes
resultados:

Tubo de ensaio 1: 2 ml de NaOH 0,12M


Tubo de ensaio 2: 2 ml de NaOH 0,12M
Tubo de ensaio 3: 2 ml de HCl 0,12M
Tubo de ensaio 4: 2 ml de HCl 0,12M

No tubo 1, foi adicionado 1 gota de fenolftaleína, e no tubo 2, 1 gota de


timolftaleína. Nos dois tubos citados houve uma alteração na coloração. Já no tubo 3,
que teve adição de 1 gota de fenolftaleína, e no tubo 4, que teve adição de 1 gota de
timolftaleína, não houveram alterações de coloração; as soluções permaneceram
incolores.
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Figura 3: Tubos de ensaio 1, 2 , 3 e 4, respectivamente, antes da adição dos indicadores ácido-base

Figura 4: Tubo de ensaio 1 após adição de 1 gota de Fenolftaleína (agitado)

Figura 5: Tubo de ensaio 2 após adição de 1 gota de Timolftaleína (agitado)


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Figura 6: Tubo de ensaio 3 após adição de 1 gota de Fenolftaleína (agitado)

Figura 7: Tubo de ensaio 4 após adição de 1 gota de Fenolftaleína (agitado)

Os indicadores ácido-base são utilizados para determinar se uma solução tem


caráter básico ou ácido.

Indicadores Ácidos: possuem hidrogênio(s) ionizável(eis) na estrutura.


Quando o meio está ácido (pH<7), a molécula de indicador é "forçada" a
manter seus hidrogênios devido ao efeito do íon comum. Nesta situação a
molécula está neutra. Quando o meio está básico (pH>7), os hidrogênios do
indicador são fortemente atraídos pelos grupos OH- (hidroxila) para formarem
água, e neste processo são liberados os ânions do indicador (que possuem
coloração diferente da coloração da molécula). Indicadores Básicos:
possuem o grupo ionizável OH- (hidroxila), portanto, em meio alcalino (pH>7)
as moléculas do indicador "são mantidas" não-ionizadas, e em meio ácido
(pH<7) os grupos hidroxila são retirados das moléculas do indicador para a
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formação de água, neste processo são liberados os cátions (de coloração


diferente da coloração da molécula). (STEPHANI, R. 2018, p.55)

Na reação dos indicadores com a solução a ser identificada cada um dos lados
da reação possui cores diferentes, e o equilíbrio da mesma se deslocará de acordo
com qual solução o indicador reage. (QUIPRA, 2019)

Indicador ácido + H2O ⇄ H3O + Base conjugada


(cor A) (cor B)

Os indicadores ácido-base utilizados no experimento foram a fenolftaleína e a


timolftaleína. Ambas apenas reagem com bases, ou seja, apenas mudam a coloração
da solução em meio básico, a fenolftaleína para uma coloração rosada e a
timolftaleína para uma coloração azulada. (SABNIS, 2007)

Figura 8: Estrutura da fenolftaleína feita no ChemSketch

Figura 9: Estrutura da timolftaleína feita no ChemSketch


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Quando foi adicionado 1 gota de fenolftaleína no tubo de ensaio 1 (2 ml de


solução de NaOH) a solução ficou rosada, indicando que esta é uma base. A faixa de
viragem (ou zona de transição) da fenolftaleína é entre pH 8,2 e 10, logo permanece
incolor ao reagir com substâncias ácidas (pH abaixo de 7). No tubo de ensaio 2 (2 ml
de NaOH), foi adicionada 1 gota de timolftaleína, que possui zona de transição entre
pH 9,3 e 10,5, logo também mudou a coloração da solução, mas neste caso para a
cor azul. Confirmando o caráter básico do NaOH. (SABNIS, 2007)

“A zona de transição representa os limites de pH entre os quais é perceptível a


mudança de cor.” (MATOS, 2016)

Entretanto, após a adição de 1 gota de fenolftaleína no tubo de ensaio 3, com


solução (2 ml de HCl), a solução permanece incolor, logo, tem caráter ácido. Assim
como a reação do tubo de ensaio 4 (2 ml de HCl) que, após a adição de 1 gota de
timolftaleína, também permaneceu incolor.

4.2. Reação ácido-base


4.2.1. Reação 1
Ao realizar o experimento “Reação entre ácidos e bases” foi possível observar
as seguintes análises:

Ao adicionar 1 gota de fenolftaleína em um tubo de ensaio com 2 ml de NaOH,


foi possível observar uma alteração em sua coloração. A cor rosada que surgiu
significa que o NaOH é uma base.
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Figura 10: Tubo de ensaio com 2 ml de NaOH antes da adição de fenolftaleína

Figura 11: Tubo de ensaio com 2 ml de NaOH depois da adição de 1 gota de fenolftaleína (agitado)

Ao adicionar e misturar 2,1 ml (38 gotas) de HCl, é possível notar que a


coloração da solução voltou a ser transparente. Isso porque houve uma reação de
neutralização ao adicionar HCl (um ácido) com o NaOH (uma base). (SARAN,
Luciana)

Esta reação dá como produto um sal e uma água, como ilustrado abaixo:
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NaOH + HCl ⇄ NaCl + H2O

Figura 12: Tubo de ensaio com 2 ml de NaOH, 1 gota de fenolftaleína e 2,1 ml de HCl (agitado)

4.2.2. Reação 2
Ao analisar o experimento 2 sobre o processo de reação entre ácidos e bases
foi possível observar acontecimentos interessantes sobre o processo. Tais
acontecimentos, serão dissertados ao decorrer deste segmento:

Após a pesagem de duas amostras de CaCO3 na balança analítica foram


obtidos os seguintes resultados:

Amostra 1: 100,7 mg de CaCO3


Amostra 2: 100,3 mg de CaCO3
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Figura 13: Medição das amostras de CaCO3

Figura 14: Amostras 1 e 2 respectivamente

A amostra 1 foi misturada com 2 ml de H2SO4 concentrado, e a amostra 2 foi


misturada com 2 ml de H2SO4 0,12M.
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Figura 15: Adição de 2 ml de H 2SO4 concentrado na amostra 1 na capela

Figura 16: Adição de H 2SO4 0,12M na amostra 2 na capela


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Figura 17: Amostras 1 e 2, respectivamente, 7 minutos após suas reações

O grau de ionização do ácido sulfúrico ultrapassa de 50%, sendo assim este é


um ácido forte, já o CaCO3 é uma base também forte. Ao reagir os dois solventes,
terá Água, Dióxido de Carbono e Sulfato de Cálcio como produtos da reação, como
descrito abaixo:

CaCO3 + H2SO4 → CaSO4 + CO2 + H2O

Ao observar o experimento mais de perto, foi possível notar uma liberação de


calor vinda do tubo de ensaio que contém a reação descrita acima. Isto acontece
graças a variação de entalpia, em que a entalpia dos produtos será menor do que a
entalpia dos reagentes, sendo assim a variação de entalpia será negativa (ΔH < 0) e a
reação libera calor para a vizinhança, logo a reação estudada é exotérmica.

Nas imagens apresentadas é possível perceber a existência de precipitado na


solução estudada, este corpo de chão é o CaSO4. “O sulfato de cálcio é parcialmente
solúvel na água e é uma causa da dureza permanente da água.” (CIMM, 2022)

5. CONCLUSÕES
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Mediante a testagem do pH das soluções de hidróxido de sódio e ácido


clorídrico com papel indicador universal de pH, fenolftaleína e timolftaleína e também
a realizar as misturas de carbonato de cálcio e ácido sulfúrico e carbonato de cálcio e
hidróxido de sódio, pode-se concluir que:
● Além do papel indicador universal de pH ter a capacidade de indicar através da
alteração da coloração do papel tanto o caráter ácido quanto básico de uma
solução através de diversos mediadores que o mesmo contém, ele também
tem a capacidade de apontar o grau de acidez e basicidade, podendo indicar
na escala de 1 a 14.
● Também foi observado que a timolftaleína e a fenolftaleína apenas reagem
(alteram a cor quando misturado) com soluções básicas (podendo ser
observado quando foram adicionados nas soluções de hidróxido de sódio e
ácido clorídrico apenas apresentou coloração nas soluções de NaOH).
● Pela diferença entálpica das misturas de ácido sulfúrico com o carbonato de
cálcio e carbonato de cálcio com hidróxido de sódio pode-se concluir que
ambas foram reações exotérmicas, sendo a com ácido sulfúrico a que mais
teve liberação de calor para a vizinhança.

REFERÊNCIAS
1. ATKINS, P. W.; JONES, Loretta. Princípios da Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. v. 7. Bookman, 9 de outubro de 2018.
2. SABNIS, R. W. Handbook of Acid-Base Indicators. 1. ed. Boca Raton: CRC
Press, 2007.
3. QUIPRA. Vai e vem das cores. Química na prática, UFPR. 2019
4. O que é o papel de pH?. SP Labor, 2022. Disponível em:
<https://www.splabor.com.br/blog/30-produtos-para-laboratorio-de-quimica/o-que-e-
papel-indicador-de-ph-qual-a-sua-funcao/>. Acesso em: 20 de Outubro de 2022.
5. MATOS, M. A. C. Titulação Ácido-base. UFJF, 2016
6. Características Químicas do Hidróxido de Cálcio. USP. 1997. Disponível em:
<http://www.forp.usp.br/restauradora/calcio/quimica.htm>. Acesso em: 23 de
Outubro de 2022
7. Termoquímica. UFS. Disponível em:
<https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/14444830102012Quimica_I_Aula
_15.pdf>. Acesso em: 23 de Outubro de 2022
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8. Definição - O que é Sulfato de Cálcio (CaSO4). CIMM - Centro de Informação


Metal Mecânica. Disponível em:
<https://www.cimm.com.br/portal/verbetes/exibir/1655-sulfato-de-calcio-caso4>
Acesso em: 23 de outubro de 2022
9. STEPHANI, R. Indicadores ácido-base e pH, QUI126, UFJF,, 2018. Disponível em:
<https://www2.ufjf.br/quimica/files/2015/06/AULA-6.pdf>
Acesso em: 24 de outubro de 2022

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