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● Escolha do Local
● Escolha de Variedades
● Plantio e Instalação do Pomar
● Indução Floral
● Irrigacao
● Doenças
● Pragas
● Tecnologia de Alimentos
ESCOLHA DO LOCAL
A mangueira se adapta bem às regiões onde as estações secas e chuvosas são bem
definidas. Em condições naturais, os períodos de seca e frio são essenciais para o seu
florescimento. Os locais com possibilidade de irrigação são importantes para a
suplementação de água na planta, principalmente no estádio reprodutivo que vai
desde o florescimento pleno até a maturação fisiológica do fruto, contribuindo para
aumentar a produção e tamanho do mesmo.
Sim. Diferentemente de outras culturas que possuem problemas com certas doenças
que inviabilizam seu cultivo em áreas previamente infestadas, a mangueira pode ser
cultivada em área anteriormente ocupadas com esta cultura, não existindo doença
que inviabilize a área para o seu cultivo.
4. Que tipo de planta devo usar para formar um bom pomar (porta-enxerto e
origem)?
Geralmente a semente da manga não germina bem se não for retirado a casca que
envolve a amêndoa. Com a retirada da casca a germinação ocorre de maneira
uniforme aos 12 dias. Sem a remoção da casca a semente só germinará aos 45 dias,
de maneira desigual e em baixíssima porcentagem.
6. Quando a semente gera mais de uma mudinha posso usá-las para formar
mais mudas?
Existe uma tendência em se usar mudas muito grandes para a instalação do pomar
entretanto este tipo de mudas resulta em sistema radicular danificado por ter se
desenvolvido em recipiente confinado. A muda deve ter no máximo dois
lançamentos para seu plantio no campo.
A primeira poda de formação de copa deve ser feita com a muda plantada e
estabelecida no campo e quando esta tiver 0,80 ou 1,00 m, fazendo-se o corte acima
do internódio a um altura de 0,60 a 0,70 m. Em locais sujeito a umidade do ar muito
alta corta-se a 0,80 m , para suspender um pouco a copa da planta adulta.
A poda de formação deve ser continuada até a planta alcançar 240 ramos o que
acontece com a realização da quinta poda. As podas são realizadas sempre que
houver novo lançamento e acima dos entrenós.
ADUBAÇÃO
10 10 10
N P2O5 K2O
2.00
Esterco de curral (bovinos) - -
0
Uréia 22 - -
Sulfato de amônia 50 - -
Superfosfato simples - 55 -
Superfosfato triplo - 22 -
Cloreto de potássio - - 17
Sulfato de potássio - - 20
Nitrogênio e potássio
Fósforo
Em plantio a ser instalado, aplicar em dose única na cova juntamente com os adubos
orgânicos. Em plantios em formação ou produção, aplicar todo o fósforo em
cobertura início das chuvas, antes do florescimento das plantas, incorporando com
grade semi-pesada na projeção da copa ou entrelinha, juntamente com o nitrogênio
e/ou potássio recomendados (1a parcela).
Nitrogênio: 50% após a colheita, 30% após pegamento dos frutos e 20% 50 dias após
o pegamento dos frutos.
Potássio: 25% após a colheita; 25% antes da indução; 20% na floração: 15% após
pegamento dos frutos e 15% 50 dias após pegamento dos frutos.
Boro (B) e zinco (Zn). Pulverizações foliares com soluções de ácido bórico ou bórax
a 2 a 3 g/L de água são capazes de corrigir deficiências de boro. Ou aplicação de 10
g/planta de bórax a 100 g/planta de óxido silicatado (FTE) na adubação de fundação.
INDUÇÃO FLORAL
Pode ser feito pelo uso do estresse hídrico monitorado, biofertilizantes à base de
microrganismos eficazes (EM4 e EM5),sal marinho, urina de gado e adubações
orgânicas (compostagem, estercos de animais, rochas moídas, biofertilizantes e
adubação verde). O sistema de indução floral é praticamente o mesmo do anterior,
mudando apenas os produtos usados. Após a colheita são feitas as podas dos ramos
terminais da mangueira e adubações orgânicas, principalmente compostagem e
estercos de animais para forçar o crescimento vegetativo da planta. Após as
brotações vegetativas e desenvolvimento dos novos ramos (30 dias de idade) é
aplicado o estresse hídrico, retirando a água da irrigação gradualmente ou de vez da
planta. Quando os ramos estiverem maduros são feitas as pulverizações foliares dos
biofertilizantes à base de microrganismos eficazes, ou do sal marinho ou da urina de
gado. O sal marinho e urina de vaca apresentam índice salinos elevados que podem
causar fitotoxidade na planta. Recomenda-se o uso em concentrações inferiores ou
igual a 10 ml/L de água desses produtos, até que os resultados de pesquisas
certifiquem as doses e intervalos corretos de aplicação. Na época de florescimento da
planta e desenvolvimento de frutos são feitas novas adubações orgânicas para a
nutrição da planta. Vale salientar que o retorno da irrigação normal da planta para
esse sistema de cultivo ocorre na época de florescimento pleno da mangueira.
A época e o modo de aplicação são pontos importantes para que haja boa resposta a
indução floral. Após a colheita, antes da aplicação do PBZ, é importante verificar o
estado nutricional da planta fazendo as análises do solo e das folhas com a finalidade
de detectar possíveis deficiências minerais causada pela extração de nutrientes pelos
frutos. Produtos a base de nitrato ou adubações nitrogenada com irrigação freqüente
podem, também, ser usados para a quebra da dormência das gemas. A época de
aplicação ideal é após a renovação completa das folhas da planta (15 a 30 dias após a
brotação), o que permite um florescimento intenso já que o PBZ atuaria nos ramos
com mesmo grau de maturidade. Em relação ao modo de aplicação do PBZ, a
colocação no solo em volta do tronco da planta, é o mais fácil e mais efetivo entre
outros métodos. Recomenda-se a aplicação na dose de 1g de PBZ por metro de
diâmetro de copa se for no período quente (outubro a abril) e no primeiro ano de
aplicação. Em outra situação, se necessário, recomenda-se a aplicação na dose de até
70% da anterior.
22. Como deve ser aplicado o estresse hídrico para a indução do florescimento
da mangueira?
Para os trópicos, o estresse hídrico exerce uma importância maior que a baixa
temperatura para a definição floral da mangueira e, estas podem florescer em
resposta à irrigação ou chuvas, depois de um período de estresse hídrico de seis a
doze semanas ou mais. Segundo alguns autores, o estresse hídrico deve ser feito
retirando-se gradualmente a quantidade de água da irrigação, já que a planta deve
continuar fotossintetizando e acumulando reservas sem entretanto vegetar. A
irrigação deve ser retomada também de forma gradual até atingir seu ponto máximo,
quando 60% das gemas das plantas apresentarem sintomas de brotação. É necessário
que os resultados de pesquisas mostrem claramente outras formas de estresse hídrico
para cada região, época do ano (chuvosa, seca, fria e quente) e variedade de
mangueira.
IRRIGAÇÃO
PRAGAS
27. Dentre os insetos e ácaros, qual o grupo que é considerado como praga
primária da mangueira?
Densidade das armadilhas - para a armadilha tipo McPhail: pomares de até 1 ha,
utilizar 4 armadilhas; de 2 a 5 ha, 2 armadilhas/ha; acima de 5 ha, 1 armadilha/ha. As
armadilhas com atrativo sexual são mais eficientes do que aquelas com atrativo
alimentar, por isso a sua densidade deve ser reduzida a um quarto de vezes da
McPhail.
Nas brotações e ramos novos surgem lesões escuras e necróticas, que podem evoluir
com o tempo ocasionalmente apresentando exsudação de goma. Em conseqüência, os
ramos secam e escurecem a partir da ponta para a base, causando o seu
desfolhamento.
Nas regiões onde ocorrem durante o ano períodos de elevada umidade relativa,
sugere-se o plantio com maior espaçamento, para favorecer a ventilação e insolação
entre as plantas, bem como as podas leves, para abrir a copa e aumentar a aeração e
penetração dos raios solares.
A penetração do fungo é favorecida pela perda de água nos tecidos da planta, quando
há forte calor e grande queda de umidade, ou por um ambiente geralmente seco.
Níveis de temperatura entre 20 e 25°C são os mais favoráveis à propagação do oídio,
embora a doença se desenvolva também em temperaturas mais baixas. Os esporos do
fungo podem germinar tanto em condições de alta umidade como na ausência de
água livre.
O controle pode ser feito de três maneiras: controle químico, biológico ou pela
utilização de variedades resistentes. O controle químico deve ser feito por meio de
pulverizações preventivas com fungicidas à base de enxofre, na forma de pó
molhável, ou quinomethionate e deve começar antes da abertura das flores e
estender-se até o início da frutificação. Em geral, são feitas três pulverizações a
intervalos de 15 a 20 dias: na fase que antecede a abertura das flores, após a queda
das pétalas e no pegamento dos frutos. O fato de que outros fungicidas utilizados no
controle da antracnose e da botriodiplódia, como triazois e mancozeb, têm efeito
também sobre o oídio sugere a definição de uma estratégia comum de controle onde
aparecem essas outras doenças
36. Como posso identificar uma planta afetada pela seca da mangueira?
Quando a infeção inicia pelas raízes, o fungo vai progredindo lentamente em direção
ao tronco. Na maioria das vezes, isto acontece sem que nenhum sintoma seja
externado, levando anos para atingir as bifurcações. Quando neste estádio, observa-
se a seca de ramos e morte rápida da planta. Em cortes longitudinais no tronco,
também são observadas manchas escuras no interior do lenho, como também
exsudados gomosos.
A malformação, tanto vegetativa quanto floral é uma doença causada por Fusarium
subglutinans = (F. sacchari) um dos mais sérios problemas da mangueira em razão
dos prejuízos que acarretam na produção. Existem muitas hipóteses para explicar a
malformação. Os vários trabalhos desenvolvidos indicam como causadores da
anomalia, ácaros, fungos, vírus, micoplasmas distúrbios hormonais e genéticos.
O colapso interno aparece tanto nos estágios iniciais de maturação do fruto, quanto
depois da colheita. Os sintomas consistem na desintegração do sistema vascular na
região de ligação entre o pedúnculo e o endocarpo, enquanto o fruto ainda está na
árvore, fazendo com que a semente se torne física e fisiologicamente isolada dos
tecidos que a sustenta. A partir daí, forma-se um espaço vazio entre o endocarpo e a
região peduncular do fruto e o tecido em volta dessa abertura começa a descolorir
bem como a polpa vai também se descolorindo, notadamente ao redor do endocarpo.
Como não se conhece todas a causas do colapso do fruto, torna-se difícil controlá-lo.
É possível, entretanto, propor algumas medidas. Estas, se não controlarem o
distúrbio, certamente amenizarão o problema, tornando possível a convivência, como
o controle cultural em que se recomenda manter os pomares, em que a ocorrência do
distúrbio seja alta, com uma adubação na qual os teores de nitrogênio sejam baixos,
com um teor de cálcio na folha em torno de 2,5%, aplicando calcário, gesso ou
nitrato de cálcio. Proceder a calagem, elevando a saturação por bases (V%) para
70%.
COLHEITA E PÓS-COLHEITA
O fruto deve estar com os "ombros" cheios, a casca lisa e com brilho. Internamente,
se destinada ao mercado externo, a cor da polpa deve ser creme (não branca), com
cerca de 30% de amarelo, com firmeza em torno de 12,5 kgf e sólidos solúveis entre
7-8ºBrix. Para o mercado interno, os frutos podem apresentar polpa mais amarela e
cerca de 10ºBrix. A distância da fazenda ao mercado consumidor e as condições de
transporte e armazenagem podem determinar o ponto de colheita.
O tratamento térmico serve para o controle de fungos (55ºC / 5 min) e para controle
de mosca-das-frutas (46,1ºC / 75 min – frutos com peso inferior a 500 g – ou 90 min
– frutos de 500 a 700 g). É necessário o controle rigoroso da temperatura e um
sistema de circulação de água que assegure temperaturas uniformes.
A manga pode ser armazenada em câmara fria a 13ºC por 21 dias. Temperaturas
mais baixas (até 10ºC) podem ser utilizadas, mas podem gerar injúrias nas frutas a
depender do tempo de exposição a esta condição. É recomendado manter 90-95% de
umidade relativa dentro da câmara.
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
O consumo da manga in natura, sem dúvida predomina, entretanto, esta fruta pode
ser amplamente utilizada na culinária e na indústria alimentícia. Na culinária permite
a elaboração de pratos como: musses, saladas, vitaminas, bolos, tortas e molhos. Na
indústria alimentícia os produtos mais comuns são: polpas, sucos, néctares e geléias,
sendo que, a maior produção se dá na forma de polpa, pois é matéria prima para a
elaboração dos sucos, dos néctares, doces em massa e geléias.