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FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL


Secção de Produção Vegetal
Licenciatura em Engenharia Agronómica
Projecto Final

Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da


Cultura de Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

Autor

Aman Hussein Mkwanga

Supervisor:

Engo. Manuel Matsinhe (MSc)

Maputo, Dezembro de 2019


DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra que este trabalho de culminação de curso é da minha autoria e
nunca foi submetido nesta ou em outra instituição para aquisição de qualquer outro grau
académico e que ele constitui o resultado do meu labor individual e das orientações dos
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto e na bibliografia final. Este trabalho é apresentado em cumprimento
parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciado em Engenharia Agronómica,
no Departamento de Produção Vegetal da Universidade Eduardo Mondlane.

Aman Hussein Mkwanga

________________________________________ Data:____/____/2019

Por ser verdade, confirmo que o trabalho foi realizado pelo candidato sob minha
supervisão

Engo. Manuel Matsinhe (MSc)

Departamento de Produção Vegetal, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal,


Universidade Eduardo Mondlane

________________________________________ Data:____/____/2019

Maputo, Dezembro de 2019


Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da
Cultura de Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

Projecto Final submetido à Universidade Eduardo


Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia
Florestal ( Departamento de Produção Vegetal ) em
cumprimento parcial dos requisitos exigidos para
obtenção do grau académico de Licenciado em
Engenharia Agronómica, sob supervisão do Doutor
Eng.o Manuel Matsinhe (MSc).
Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

RESUMO

Em Moçambique, o feijão vulgar é uma cultura bastante importante sendo cultivado em


todo o país pelo sector familiar, para alimentação e venda. A baixa disponibilidade de
nitrogénio na maioria dos solos de Moçambique e uso de densidades inadequadas leva a
obtenção de baixos rendimentos desta cultura. Neste sentido surge o presente estudo com
o objectivo de avaliar o efeito da densidade de plantação e doses de nitrogénio no
rendimento da cultura do feijão vulgar. O ensaio foi conduzido no Campo Experimental
da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane
em Maputo, no período de Agosto a Novembro de 2019 em solo arenoso. O experimento
consistiu em Delineamento de Blocos Completos Casualizados em arranjos factoriais
com dois factores, densidade com três níveis e nitrogénio com quatro níveis e repetidos
três vezes. Foram testadas as doses de 0, 30, 60 e 120 kg.ha-1 de nitrogénio e densidades
de 111 111, 200 000 e 250 000 plantas.ha-1. Os dados obtidos foram processados através
do pacote estatístico Stata 13.0, onde foi feito a ANOVA ao nível de significância de 5%
de probabilidade, teste de Tukey para as comparações de médias e correlação de Pearson
entre as variáveis diâmetro da caule, número de folhas por planta, altura das plantas,
número de vagens por planta, comprimento da vagem, número de sementes por vagem,
matéria seca e rendimento do grão. Os resultados obtidos nas condições em que o
experimento foi conduzido mostram que a aplicação de 120 kg.ha-1 de nitrogénio leva a
cultura a produzir maior número de vagens por planta em comparação com a não
aplicação deste nutriente indepedentimente da densidade utilizada, assim como a
acumulação da matéria seca. O maior comprimento da vagem (12.4 cm) e número de
sementes por vagem (19.5), foi observado na dose de nitrogénio de 60 kg.ha-1 combinado
com a densidade de 200 000 plantas.ha-1. O rendimento do grão aumentou com o aumento
da dose de N aplicada no solo, variando entre 0.939 e 1.287, 1.811 e 2.959 ton.ha-1, do
tratamento que não recebeu adubo a tratamento com a dose de 120 kg.ha-1 de N, em
interação com densidade de 200 000 plantas.ha-1 respectivamente. A interacção entre o
factor densidade e níveis de adubação com nitrogénio no rendimento do grão foi
significativa, sendo a melhor interacção obtida entre a densidade de 200 000 plantas.ha-1
e a dose de 120 kg.ha-1 de adubo nitrogenado, tendo proporcionado um rendimento médio
de 3.8 ton.ha-1.

Palavras-Chave: Feijão vulgar, nitrogénio, densidade e rendimento do grão.

Projecto Final Aman Hussein Mkwanga FAEF-UEM-2019 i


Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais Hussein Omary Mkwanga e Dina Wilson Kulogwa,
por me darem educação, motivação e por estarem sempre disponível para me apoiarem e
orientarem ao longo da minha conquista académica.

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

AGREDECIMENTOS

O meu sucesso no curso de Graduação em Engenharia Agronómica não teria sido possível
sem ajuda de várias pessoas. Através dos seus conhecimentos e amor, a minha formação
académica tornou-se realidade. Assim, endereço meus agradecimentos:

Ao meu supervisor, Engo. Manuel Matsinhe (MSc), pelos ensinamentos transmitidos,


apoio e orientação, assistȇncia fundamental durante a elaboração do projecto final.

Aos meus pais Hussein Omary Mkwanga e Dina Wilson Kulogwa, por me darem
motivação, educação e suporte incondicional.

Aos meus irmãos Fadhila Mkwanga, Adam Hussein, Dotto Mkwanga, Kulwa Mkwanga
e Juma Mandwa pela ajuda e conselhos académicos durante a minha formação.

Aos docentes da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal pelos valiosos


conhecimentos que me transmitiram.
Finalmente, aos meus amigos, Amina, Batawe, Bitness, Emmanuel, Gonçalves, Kajale,
Kichele, Kigona Mkwanga, Mwinula, Poteza e Taperérua por me suportarem em várias
formas durante a minha formação académica. E aos colegas do curso de Engenharia
Agronómica da turma de 2014 e a tantos outros da FAEF por me apoiarem
incondicialmente.

E não menos importante a DEUS, pelo dom da vida.

O meu muito obrigado.

Projecto Final Aman Hussein Mkwanga FAEF-UEM-2019 iii


Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

Índice

RESUMO .......................................................................................................................... i

Dedicatória........................................................................................................................ ii

AGREDECIMENTOS .................................................................................................... iii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... vii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................... viii

I. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1. Antecedentes ...................................................................................................... 1

1.2. Problema de estudo e justificação ...................................................................... 2

1.3. Objectivos .......................................................................................................... 3

1.3.1. Geral ............................................................................................................... 3

1.3.2. Específicos ..................................................................................................... 3

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 4

2.1. Cultura de feijãovulgar (Phaseolus vulgaris L.) ................................................ 4

2.1.1. Origem, Fenologia e Morfologia .................................................................... 4

2.1.2. Clima e adubação ........................................................................................... 4

2.1.3. Importância em Moçambique......................................................................... 5

2.2. Acumulação da matéria seca .............................................................................. 5

2.3. Eficiência de uso de nitrogénio (N) pelas plantas .............................................. 6

2.4. Importância e sintomas de deficiências do nitrogénio pela planta .................... 7

2.5. Formas de absorção do nitrogénio, pela planta ................................................. 8

2.7. Efeito de adubação nitrogenada na cultura do feijão vulgar ............................ 10

III. METODOLOGIA ................................................................................................ 11

3.1. Local do estudo ................................................................................................ 11

3.2. Desenho experimental ...................................................................................... 12

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

3.3. Colecta de amostras ......................................................................................... 13

3.4. Condução do ensaio ......................................................................................... 14

3.4.1. Preparação do terreno e demarcação ............................................................ 14

3.4.2. Recolha de amostra de solo da área de estudo ............................................. 14

3.4.3. Sementeira, Adubação e Rega ...................................................................... 14

3.4.4. Retancha ....................................................................................................... 14

3.4.5. Sacha ............................................................................................................ 15

3.4.6. Desbaste ....................................................................................................... 15

3.4.7. Controlo de pragas e doenças ....................................................................... 15

3.5. Variáveis analisadas ......................................................................................... 15

3.6. Análise de Dados ............................................................................................. 16

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 19

4.1. Resultados ........................................................................................................ 19

4.1.1. Diâmetro do caule (DC) e número de folhas por planta (NFP) ................... 20

4.1.2. Número de vagens por planta (NVP) ........................................................... 20

4.1.3. Comprimento da vagem (COV) ................................................................... 21

4.1.4. Número de sementes por vagem (NSV) ....................................................... 22

4.1.5. Matéria seca (MS) ........................................................................................ 23

4.1.6. Rendimento do grão (REND) ....................................................................... 24

4.1.7. Análise da correlação ................................................................................... 25

4.1.8. Análise de regressão entre as doses de nitrogénio e o rendimento do feijão vulgar


.................................................................................................................................... 26

4.2. Discussão ......................................................................................................... 28

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 30

5.1. Conclusões ....................................................................................................... 30

5.2. Recomendações ............................................................................................... 30

Projecto Final Aman Hussein Mkwanga FAEF-UEM-2019 v


Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 31

VII. ANEXOS ............................................................................................................. 35

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1:Características físico-químicas gerais do solo no local do experimento ......... 11

Tabela 2:Descrição dos tratamentos usados no ensaio. .................................................. 13

Tabela 3:Tabela de análise de variância (ANOVA) ....................................................... 17

Tabela 4:Resumo da análise de variância e dos coeficientes de variação experimental para


as características diâmetro da caule (DC), número de folhas por planta(NFP), altura das
plantas (AP), número de vagens por planta (NVP), comprimento da vagem (COV),
número de sementes por vagem (NSV), matéria seca (MS) e rendimento do grão (REND)
........................................................................................................................................ 19

Tabela 5:Médias do diâmetro do caule e de número de folhas por planta em relação ao


factor densidade .............................................................................................................. 20

Tabela 6:Coeficientes de correlação de Pearson entre diametro da caule (DC), numero de


folhas por planta(NFP), altura das plantas (AP), número de vagens por planta (NVP),
comprimento da vagem (COV), número de sementes por vagem (NSV), matéria seca
(MS) e rendimento do grão (REND), considerando quatro doses de nitrogénio ........... 25

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no número


de vagens por planta ....................................................................................................... 21

Figura 2:Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no


comprimento da vagem. ................................................................................................. 22

Figura 3:Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no número


de sementes por vagem. .................................................................................................. 23

Figura 4:Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no teor da


matéria seca. ................................................................................................................... 24

Figura 5: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no


rendimento do grão. ........................................................................................................ 25

Figura 6:Rendimento do feijão vulgar em função de doses de nitrogénio ..................... 27

Projecto Final Aman Hussein Mkwanga FAEF-UEM-2019 vii


Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

% Percentagem

D Densidade

ANOVA Análise de variância

Aw Clima tropical chuvoso de savana

CE Condutividade Eléctrica

cm Centímetros

cmolc kg-1 Centimol carga por quilograma

DBCC Delineamento de Blocos Completos Casualizados

g Grama

K Potássio

kg.ha-1 Quilograma por hectare

m Metros

ton. ha-1 tonelada por hectare

mm Milímetros

mS cm-1 Milisiemens por centimetros

N Nitrogénio

DDE Dias depois da emergência

pH Potencial hidrogeniónico

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

I. INTRODUÇÃO

1.1.Antecedentes

O feijão vulgar assume um papel relevante na dieta alimentar da população que


faz parte dos países do terceiro mundo, sendo destacado e incluído em programas
governamentais de combate à fome, considerando a importância na alimentação humana,
em função de suas características proteicas e energéticas (Santi, Dutra, Martin,
Bonadiman, Bellé, Flora e Jauer, 2006 ). O feijão vulgar é uma das leguminosas
alimentares mais importantes na África Sub Sahariana (Lynch, 1995) e em Moçambique
constitui uma fonte de segurança alimentar e nutrição pois tem proteínas elevadas,
hidratos de carbono complexos, componentes de vitamina B (tiamina, niacina e ácido
fólico) e micronutrientes (ferro e zinco) e constitui também uma fonte de renda para os
agricultores (Miguel et al., 2012).

O nitrogénio (N) é o nutriente mais exigido pelo feijoeiro, entretanto, a planta não
é capaz de absorver N em quantidades significativas por meio da fixação biológica
(Fageria e Baligar, 2005). Este nutriente é determinante no rendimento de grãos do
feijoeiro e é amplamente destacado e reconhecido pela sua importância no crescimento
do feijoeiro e principalmente, pelo incremento de produtividade. Num estudo feito por
Silva et al. (1977), demostraram que a produtividade do feijão vulgar foi directamente
proporcional com as doses de N a aplicar no solo.

Estudos realizados por Faria e Krantz (1982), utilizando espaçamentos de 30 cm,


40 cm, 50 cm e 80 cm entrelinhas e 10 plantas, 15 plantas e 20 plantas por metro linear,
na cultura de feijão vulgar, mostraram que as maiores produtividades foram alcançadas
nos espaçamentos de 40 cm e 50 cm nas entrelinhas, sendo basicamente iguais entre si e
pouco superiores às obtidas nos espaçamentos de 30 cm e 60 cm, em quais quer das
densidades avaliadas. Ademais, as maiores produtividades foram obtidas no espaçamento
de 50 cm nas entrelinhas, sendo, em média, 6% superiores às produtividades obtidas nos
espaçamentos de 40 cm e 60 cm e 16% superiores ao de 80 cm.

Em Moçambique realizou-se um estudo avaliando rendimentos de grão de feijão


vulgar em função de doses combinadas de nitrogénio e constatou-se que o aumento de
níveis de nitrogénio no solo aumenta linearmente o rendimento da cultura de feijão vulgar
e o máximo de rendimento de grãos espera-se quando aplicada doses superiores do que

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

80 kg.ha-1 (Mabasso, 2008). Ademais, não há estudos em que se avalie o efeito da


interação entre densidade de plantas e doses de nitrogénio na cultura. Portanto, o presente
estudo pretende avaliar o efeito combinado de densidade de plantas e doses de nitrogénio
no rendimento dessa cultura de modo a minimizar o problema de baixo rendimento do
grão obtido em Moçambique.

1.2.Problema de estudo e justificação

Em Moçambique, o feijão é considerado como alimento e cultura de rendimento


ao mesmo tempo, especialmente na Região Central (Tete e Manica) e no Norte (Niassa)
(Miguel et al., 2012). Porém, em Moçambique os agricultores obtêm em seus campos de
produção baixos rendimentos do grão do feijão vulgar. Numa pesquisa realizada,
demostrou-se que em Moçambique, os rendimentos médios da cultura do feijão vulgar
estão em torno de 500 kg.ha-1 o que equivale a 5% do rendimento potencial (IIAM, 2016).

Dentre os factores que limitam o aumento da produção e produtividade na caltura


do feijoeiro em particular na zona sul de Moçambique destacam-se, solos pobres, regime
de precipitação irregular, pragas e doenças (Sitoe, 2005), e aplicação de densidades de
plantas e doses de nitrogénio inadequadas (IIAM, 2016). Apesar da grande importância
que a adubação tem no aumento do rendimento, no sector familiar moçambicano esta
prática ainda é bastante baixa (inferior a 5%), o que significa que, com a perda de
fertilidade dos solos não ocorre nenhuma reposição, empobrecendo deste modo a
fertilidade, facto que justifica a baixa produtividade do feijão vulgar associado com o uso
de densidades incorrectas (Cunguara et al., 2013).

O óptimo desenvolvimento do feijão vulgar e a produção de grãos dependem de


um suprimento adequado de nutrientes. Os solos geralmente não possuem quantidades
suficientes de nutrientes para suprirem as necessidades das plantas, tornando-se
necessário o uso de adubos e correctivos complementares (Cavalcante e Pinheiro, 1999).
Em relação a adubação, o nitrogénio é o nutriente que tem proporcionado as maiores e
mais frequentes respostas no feijoeiro. Entretanto, a sua baixa disponibilidade no solo
afecta negativamente o crescimento das plantas e sua produção (Pastorini et al., 2000).

O nitrogénio é amplamente reconhecido pela sua importância no crescimento de


feijão vulgar e principalmente pelo incremento de produtividade pois, inicialmente
contribui para o desenvolvimento inicial de órgão vegetativos (Souza, Faquin, Fernandes
e de Avila, 2006). Em Moçambique recomenda-se a aplicação de 50 kg.ha-1 de nitrogénio,

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Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

sendo 20 kg.ha-1 na sementeira e o restante na adubação de cobertura 22 a 29 dias depois


da emergência (Amane, Dias, Kaunda, Donça e Boina, 2007), porém , não referência
quanto ao rendimento esperado.

O aumento no rendimento do grão como resposta de incrementos de doses de


nitrogénio e fósforo apesar de não terem encontrado a dose que proporcionasse máximo
rendimento e no mesmo estudo constatou-se que pode-se alcançar altos rendimentos nas
doses acima de 120 kg.ha-1 (Rodriguez, De Andrade, De Cravalho, De Morais e De
Rezende, 2002).

Vários estudos têm apontado que de maneira isolada a densidade de plantas e a


adubação nitrogenada melhora significativamente o rendimento do grão do feijão vulgar
(Krantz, 1982; Fageria e Baligar, 2005; Buzetti et al., 1992). Porém, ao nosso
conhecimento, em Moçambique não há estudos em que se analise o efeito da interação
entre a densidade de plantas e a dose de nitrogénio no rendimento da cultura. O
conhecimento da interação entre densidade de plantas e doses de nitrogénio permitirá
conhecer em simultâneo a densidade e a dose que proporciona altos rendimentos na
cultura. Sendo assim, no presente estudo objetivou-se em avaliar o efeito da interação
entre a densidade de plantação e dose de nitrogénio no rendimento da cultura do feijão
vulgar.

1.3.Objectivos

1.3.1. Geral

 Avaliar o efeito da densidade de plantação e doses de nitrogénio no


rendimento da cultura do feijão vulgar.

1.3.2. Específicos

 Determinar o efeito da interação entre densidade de plantas e doses de


nitrogénio no rendimento e os respectivos componentes da cultura de feijão
vulgar;
 Identificar o nível de densidade de plantas e dose de nitrogénio que
proporciona alto rendimento da cultura de feijão vulgar;

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.Cultura de feijãovulgar (Phaseolus vulgaris L.)

2.1.1. Origem, Fenologia e Morfologia

O feijão vulgar é de origem do continente americano e foi levado a Europa como


planta ornamental após o descobrimento da américa. Evidencias nas quais se baseiam
estas afirmações estão fundamentadas em descobertas arqueológicas de restos de culturas
no sudeste dos estados unidos (Caverna Tularosa), no México (Vale de Tehuacan) e Peru
(caverna de Guitarrrero) cuja antiguidade remonta a 2300, 7000, e entre 7680 a 10000
anos, respectivamente (Medeiros, 2014). A fase vegetativa (maior crescimento rápido),
requer maior demanda de nitrogénio (Ferreira, 2008).

O sistema radicular do feojoeiro é formado por uma raiz principal, ou primária,


da qual se desenvolvem, lateralmente, as raízes secundárias e terciárias. Ademais, os
pelos absorventes estão sempre presentes nas proximidades das regiões de crescimento.
Em geral, a raiz primária possui maior diâmetro do que as demais, especialmente na fase
jovem da planta. O sistema radicular é bastante superficial 20 – 40 cm do solo.
Esta pequena profundidade das raízes torna-o bastante sensível à deficiência hídrica, e
torna a planta com baixa eficiência em absorver nutrientes, exigindo por isso
solos férteis ou boas adubações, de modo que os nutrientes estejam próximos
das raízes, em quantidades suficientes e no momento adequando (Ferreira, 2008;
Medeiros, 2014).

O caule é herbáceo (haste), constituído por eixo principal, formado por uma
sucessão de nós e entre-nós. As folhas são simples e opostas nas folhas primárias; e
compostas, constituídas de três folíolos (trifolioladas), com disposição alterna,
características das folhas d e f i n i t i v a s . O feijão vulgar apresenta um ciclo curto, de
90 a 100 dias. As sementes de feijão vulgar quanto a sua forma variam de reniforme a
cuboide. A coloração das sementes varia de branco opaco a brilhante (Ferreira, 2008).

2.1.2. Clima e adubação

O feijão adapta-se a mais variadas condições edafoclimáticas, sendo cultivado num


grande número de propriedades rurais. Em Moçambique as regiões onde o feijão comum
tem uma expressão significativa são Niassa e Tete a uma altitude de 1300-1400 m na

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

estacão húmida Manica a uma altitude de 1200 m, na estacão húmida no sul do país,
Maputo e Gaza na estacão seca com rega (Muendane, 2002).

O nitrogénio é o elemento requerido em maior quantidade pelo feijoeiro. Embora


possa fixar esse nutriente da atmosfera por meio das bactérias fixadoras de nitrogénio, a
quantidade não é suficiente para atender às necessidades da planta. Portanto, há
necessidade de complementação, que deve ser feita aplicando-se uma parte na época de
sementeira e o restante até antes da floração, pois esta é a fase em que o feijoeiro mais
necessita de nitrogénio para a formação das vagens e dos grãos (Posse et al., 2010).

Em geral, a adubação nitrogenada do feijoeiro é recomendada no intervalo entre


20 a 100 kg.ha-1, dependendo do nível de tecnologia empregado, aplicados em fases, ou
seja, uma porção no sulco de plantio juntamente aos adubos fosfatados e potássicos e
outra porção mais tarde em cobertura (Ribeiro et al., 1999).

2.1.3. Importância em Moçambique

O feijão vulgar (no sul do pais conhecido como feijão manteiga) é especialmente
cultivado para o uso do grão seco e das vagens verdes. Em Moçambique, o feijão vulgar
é potencial fonte de rendimento dada a sua elevada aceitação nos mercados urbanos. A
maior parte do feijão consumido no país é importada dado que a produção nacional esta
muito a baixo das necessidades do mercado (Muendane, 2002).

2.2.Acumulação da matéria seca

A taxa de crescimento de planta e a partição de massa seca entre órgãos


vegetativos e reprodutivos, no período imediatamente antes e após a emissão do grão, são
factores que definem o número de órgãos reprodutivos que são estabelecidos pela planta.
A eficiência de uso da radiação interceptada, as condições de temperatura, água, teor de
nutrientes no solo e estado fisiológico da cultura nesse período, determinarão as taxas de
crescimento da mesma, o número potencial de grão e, consequentemente, o potencial
produtivo da planta (Andrade et al., 1999).

A produção de matéria seca está directamente relacionada aos processos de


fotossíntese e de respiração durante as fases vegetativas e reprodutivas das culturas.
Portanto, a quantidade de biomassa produzida pelas culturas pode ser definida através da
quantidade de nutrientes absorvida, água absorvida, radiação solar interceptada e na sua
eficiência de conversão em matéria seca (Garcia et al., 2003). Silva e Neves (2011),

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

estudando a cultura de feijão vulgar em diferentes doses de adubação nitrogenada,


concluiu que no geral ocorre a redução de formação da biomassa e nas componentes de
análise de crescimento, quando a se usa baixas doses de nitrogénio. Adicionalmente
Voysest e Dessest (1991), avaliando o desempenho de quatro genótipos de feijão vulgar
submetidos a diferentes doses de nitrogénio, constatou que todas as características da
parte área foram prejudicadas pelo uso de baixas doses de adubação nitrogenada.

O acúmulo de matéria seca ocorre ao longo de todo ciclo das culturas, chegando
à colheita com maior quantidade de biomassa, no entanto esse acúmulo de matéria seca é
sequencial, modificando conforme a fase de crescimento da planta. As folhas iniciam o
ciclo suavemente, acumulando de forma aguda até a fase de enchimento de grão. Após
essa fase regista-se um decréscimo no acúmulo de matéria seca, porém, os órgãos da
planta (biomassa total) acumulam a matéria seca desde o seu surgimento até a sua colheita
(Lopes e Carvalho, 1988).

2.3.Eficiência de uso de nitrogénio (N) pelas plantas

O termo eficiência é utilizado para diferenciar variedades de plantas em relação a


sua habilidade de absorver e utilizar nutrientes ou para relacionar a produtividade das
culturas em função da unidade de nutriente aplicado na forma de adubo (Baligar e Fageria,
1999). Sob ponto de vista fisiológico, a eficiência de uso de N pelas plantas pode ser
definida como quantidade de biomassa (matéria seca, grãos) produzida por unidade de
nutriente absorvido da solução. Sob ponto de vista agronómico, a eficiência é expressa
pelo rendimento de biomassa produzido por unidade de nutriente aplicado no solo. Sob
ponto de vista económico, trata-se da receita financeira gerada por unidade de nutriente
aplicado como adubo (Anghinoni et al., 2004).

A eficiência de absorção de nitrogénio é expressa pelo conteúdo de nitrogénio


total presente na planta (quantidade de N absorvido). A eficiência de translocação reflete
a partição do nitrogénio nas raizes e na parte aérea, ou seja a fracção de nitrogénio
absorvido que é transferida para a parte aérea. A eficência de utilização corresponde à
capacidade de produção de matéria seca por unidade de nitrogénio absorvido (Baligar e
Fageria, 1999; Abichequer et al., 2003).

A eficiência de uso de nitrogénio pelas plantas, é determinada pela capacidade do


solo em suprir nitrogénio e pela capacidade das plantas para absorvê-lo, translocá-lo e
utilizá-lo. Esses processos podem variar com tipo e forma de preparação do solo,

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variedade da planta e com o ambiente (Baligar e Fageria, 1999; Anghinoni et al., 2004),
envolvendo um sincronissmo no sistema solo-planta-raiz. Desse modo, a eficiência de
uso de nutrientes depende, assim, de parâmetros da planta (características morfológicas e
funções fisiológicas) relacionados com a absorção de nutrientes, da interacção solo-raiz
(exsudatos radiculares e enzimas, fluxo de nutrientes no solo, característica da raiz e tipo
de solo), da relação raiz-parte aérea (absorção pelas raizes, translocação e subsequente
redistribuição para os orgãos da planta) e da interacção da planta com factores bióticos
(pragas, doenças e infestantes) e factores abióticos (temperatura do solo, humidade, pH,
nutrientes e compactação do solo) (Baligar e Fageria, 1999).

2.4.Importância e sintomas de deficiências do nitrogénio pela planta

O nitrogénio é crucial no metabolismo das plantas, pois é parte de cada celula


viva, desempenhando papel importante na respiração e na fotossíntese. É também
componente estrutural dos ácidos nucléicos de genes e cromossomas assim como de
muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídios (Taiz e Zeiger, 1998), e é também um
nutriente essencial para o crescimento e para a produção das plantas, cujas funções não
podem ser executadas por qualquer outro nutriente. Sem um nível adequado de nitrogénio
no solo, a planta não pode alcançar seu potencial máximo de produtividade (Grant et al.,
2001).

Segundo Fageria et al. (2004), as funções importantes deste nutriente na planta


são: o aumento do número de vagens, o aumento do peso dos grãos, ajuda no processo de
maturação dos grãos, o maior incremento do sistema radicular e a melhoria da qualidade
dos grãos. Plantas de feijão vulgar com deficiências em nitrogénio perdem o vigor e
chegam à fase de maturação muito tarde, podendo produzir grãos pequenos. Por outro
lado Petrilli (2007), afirma que essas deficiências tornam as plantas raquíticas, com porte
pequeno e apresentam redução do número e do tamanho dos ramos, com a formação de
poucas folhas e há redução do número de vagens, diminuindo a produção.

As limitações na disponibilidade de nitrogénio no início do ciclo vegetativo das


plantas podem resultar em restrições no desenvolvimento, das quais a planta não se
recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de nitrogénio a níveis
adequados. O suprimento adequado de nitrogénio é essencial desde os estágios iniciais de
crescimento da planta até a floração (Grant et al., 2001). A absorção máxima de
nitrogénio ocorre durante a pré-floração, e seu acúmulo nos grãos ocorre principalmente

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devido à redistribuição do nitrogénio contido nas folhas e caules, à medida que a planta
se desenvolve o nitrogénio é removido das folhas e dos caules e direcionado para os grãos.
Assim, é preciso garantir o suprimento contínuo de nitrogénio até a fase de maturação, a
fim de que não haja redução na produção dos grãos (Zucareli, 2005).

Estudos feitos por Fageria et al. (2004), mostram que o teor e a acumulação de
nitrogénio nos grãos de feijão correlacionam significativamente com a produção de grãos.
Porém, somente a acumulação de nitrogénio na parte aérea estava significativamente
associada com a produção de grãos. Isto significa que, com a adopção de práticas
apropriadas de maneio de nitrogénio no solo e com o uso de variedades eficientes, é
possível aumentar o teor e a acumulação de nitrogénio nos grãos e, consequentemente, a
produtividade do feijão vulgar. O teor de nitrogénio nas folhas de feijão vulgar decresce
depois do início da formação de vagens, sendo o índice de colheita semelhante ao dos
demais macronutrientes, indicando uma elevada translocação de nitrogénio para os grãos
(Petrilli, 2007).

Em caso de deficiência de nitrogénio na planta a cor das folhas torna-se necrótica


(um amarelecimento), pela diminuição da clorofila (De Wit et al., 2001; Zucareli, 2005).
Por outro lado Malavolta (1980), afirma que quando há deficiência de nitrogénio, as
folhas mais velhas são as primeiras a mostrar os sintomas, ou seja, a carência destec
elemento no solo induz a planta a utilizar o nitrogénio não metabolizado, localizado nas
folhas mais velhas, sendo redistribuído para os órgãos mais novos cujo crescimento cessa
quando acaba tal reserva.

2.5.Formas de absorção do nitrogénio, pela planta

Segundo Universal de Ferlizantes [UNIFERTIL] (2012), os nutrientes entram em


contacto com as raízes das plantas através de três mecanismos de absorção
nomeadamente: interceptação radicular, fluxo de massa e difusão.

Interceptação radicular: é o contacto que se dá quando a raiz cresce e encontra


o elemento;

Fluxo de massa: refere-se ao contacto se dá quando o elemento é carregado de


um local de maior potencial de água para um de menor potencial de água próximo da raiz.
Este mecanismo exige cuidados na adubação, pois pode provocar toxicidade ou perdas
do nutriente por lixiviação;

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Difusão: quando o nutriente entra em contacto com a raiz ao passar de uma região
de maior concentração para uma outra de menor concentração próxima da raiz. Neste
mecanismo os nutrientes apresentam efeito residual no solo, devendo ser aplicados de
forma localizada.

De acordo com Grant et al. (2001), o nitrogénio é preferencialmente absorvido na


forma de iões NH4+ ou NO3-. O NH4+ é absorvido talvez mais facilmente, mas o NO3-
parece melhor para o desenvolvimento da planta. Algumas culturas são adaptadas ao ião
NH4 +(caso do arroz). A nutrição com base em NO3- tem um efeito alcalino, e com base
em NH4+ tem um efeito acidificante no solo (De Wit et al., 2001). A absorção de
nitrogénio pelas plantas é proporcional à densidade das raízes, assim o incremento da área
superficial da massa radicular aumenta a habilidade da planta em acessar e absorver o
nitrogénio do solo.

A maior parte do nitrogénio no solo se move até as raízes da planta mais por fluxo
de massa que por difusão, com a suposição de que não há perdas de N pela lixiviação ou
denitrificação. Quando há perdas, mais nitrogénio será necessário: este deve ser fornecido
pela mineralização da matéria orgânica, pela difusão, ou pela adubação (De Wit et al., ;
Grant et al., 2001).

Plantas submetidas a condições de baixa disponibilidade deste nutriente tendem a


desenvolver o sistema radicular mais do que a parte aérea, na tentativa de aumentar a
eficiência de absorção, fazendo com que a razão entre a parte aérea e a zona radicular
(S:R) seja baixa (Chiulele, 2015). Em casos de existência de quantidades relativamente
maiores de nitrogénio no solo, a sua absorção progride mais rapidamente do que a
produção da matéria seca, o que resulta inicialmente em teores elevados de nitrogénio na
planta.

2.6.Efeito de densidade de plantas na cultura de feijão vulgar

Num estudo sobre o rendimento de grãos de Feijão (Phaseolus vulgaris L.),


cultivado em diferentes densidades de plantio, observou-se que, as maiores
produtividades do feijoeiro foram proporcionais ao aumento de suas densidades, devido
a um efeito compensatório fotossintético, favorecendo uma maior produção de vagens
por planta. E que de modo geral, o aumento de densidades de plantas por tratamento em
um determinado espaçamento entre linhas resultou em maiores rendimentos de grãos
(Silva et al., 2007).

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2.7.Efeito de adubação nitrogenada na cultura do feijão vulgar

Quando a adubação nitrogenada é subestimada, ocorre redução na produtividade


de grãos; no entanto, quando ela é superestimada ocorre aumento dos custos, pelo uso
desnecessário de adubo (Ribeiro et al., 2011). Entretanto, o nitrogénio é o nutriente
exigido em maiores quantidades pela cultura do feijão. A resposta à sua aplicação
depende da dose aplicada e da época de sua aplicação (Meira et al., 2005).

Entre as deficiências nutricionais que ocorrem na cultura do feijão, a de N é a mais


frequente, devendo-se precisar a dose e época corretas, de modo a propiciar boa nutrição
da planta no momento em que ainda é possível aumentar o número de vagens por planta,
ou seja, até o início do florescimento (Carvalho et al., 2001).

Num estudo avaliando-se o efeito de doses e épocas de aplicação de nitrogénio no


feijoeiro irrigado cultivado em plantio directo, constatou-se que a máxima produtividade
de grãos obteve-se com aplicação de 164 kg.ha-1 de N em cobertura, independentemente
do estádio dedesenvolvimento (Meira et al., 2005).

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III. METODOLOGIA

3.1.Local do estudo

O experimento foi realizado no campo experimental da Faculdade de Agronomia


e Engenharia Florestal (FAEF), na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), no período
de Agosto a Novembro de 2019 na província de Maputo, com as seguintes coordenadas
geográficas: 25° 57’ 07” de Latitude Sul e 32° 36’ 05’ de Longitude Este e a 60 m acima
do nível médio das águas do mar.

De acordo com a classificação de Koppen o clima da região é tropical chuvoso de


savana (Aw). A precipitação é moderada, com um valor médio anual de 767 mm. A
estação chuvosa vai de Outubro à Abril, com 60% à 80% da pluviosidade concentrada
nos meses de Dezembro a Fevereiro. O mês de Agosto é o mais seco, com uma
precipitação média de apenas 12 mm. A temperatura média anual é de cerca de 22, 8 oC
(INAM, 2008).

De forma a conhecer o estado nutricional do solo da área do estudo, foi extraído


uma amostra do solo a uma profundidade de 0-20 cm. Em laboratório foi feita a análise
das propriedades físicas e químicas da amostra do solo colectada, tendo sido determinada
a quantidade de nitrogénio total usando o método Kjeldahl, a quantidade de fosforo pelo
método de Bray, o potássio, cálcio, magnésio e sódio pelo método de Espectrofotometria
de chama, a textuta pelo método de hidrometria, a matéria orgânica pelo método de
Walkley e Black, CE e o pH por potenciometria (Wit et al., 2001) (Tabela 1).

Os resultados laboratóriais mostram que o solo do local do ensaio era neutro, não
salino, de classe textura areia, com baixo teor de matéria orgânica e carbono orgânico,
pobre em nutrientes (N, P e catiões), sendo que a saturação por bases do solo é inferior a
50% (Tabela 1).
Tabela 1: Características físico-químicas gerais do solo no local do experimento

Parâmetros Solo

pH-H2O 1:2,5 7.01


pH-KCl 6.97
-1
Areia, g kg 938.3
Limo, g kg-1 47.5
-1
Argila, g kg 16.25
EC, mS cm-1 0.146

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COT, % 0.38
MO, % 0.76
NT, % 0.10
PT, mg kg-1 23.47
Ca, cmol(+) kg -1 6.00
Mg, cmol(+) kg -1 3.60
-1
K, cmol(+) kg 0.12
Na, cmol(+) kg -1 0.23
-1
CTC, cmol(+) kg 2.40
CE – Condutividade eléctrica; NT - Nitrogénio total; PT - Fósforo total; COT - Carbono orgânico total; MO - Matéria
orgânica; PT: fósforo total; Ca- Cálcio trocável; Mg-Magnésio trocável; K-Potássio trocável; Na-Sódio trocável, CTC
- Capacidade de troca catiónica.

Ademais, o solo da área de estudo é classificada como um Arenossolo lúvico com


propriedades ferrálicas dentro dos 125 cm superficiais, uma topografia quase plana (0-
2%), drenagem excessiva, baixa capacidade de retenção da água e baixa fertilidade
(FAO/Unesco, 1996).

3.2.Desenho experimental

No estudo foi usado delineamento de blocos completos casualizados (DBCC)


organizado em factorial 4x3 em que o primeiro factor é adubação nitrogenada a quatro
níveis ( nível 1,0 kg.ha-1, nível 2, 60 kg.ha-1, nível 3, 90 kg.ha-1 e nível 4, 120 kg.ha-1), a
fonte de N foi a ureia 46% e o segundo factor foi a densidade de plantas a três níveis
(nível 1, nível 2 e nível 3). O espaçamento entre os blocos foi de 1,5 m, e entre os talhões
no bloco foi de 1m.

Cada talhão teve uma área de 3m2 (3mx1m), sendo que a área total foi de 276 m2.
Combinando-se os níveis do factores, teve-se um total de 12 tratamentos e as doses e
densidades foram determinadas com base em estudos similares da literatura e normas
técnicas elementares de Moçambique (Tabela 1). Ademais, houve três repetições por
tratamento no experimento, perfazendo 36 unidades experimentais. A variedade de
cultura a usada no ensaio foi a manteiga(Sementes grandes em forma de rim), pois, se
adapta melhor às condições climáticas da zona sul de Moçambique e é de ciclo curto.

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Tabela 2: Descrição dos tratamentos usados no ensaio.

Factores

Densidade
Adubação (kg.ha-1) (plantas.ha-1) Descrição dos tratamentos

D1 (60x15)cm N0D1 T1

D2 (50x10)cm N0D2 T2

N0 D3 (40x10)cm N0D3 T3

D1 (60x15)cm N30D1 T4

D2 (50x10)cm N30D2 T5

N30 D3 (40x10)cm N30D3 T6

D1 (60x15)cm N60D1 T7

D2 (50x10)cm N60D2 T8

N60 D3 (40x10)cm N60D3 T9

D1 (60x15)cm N120D1 T10

D2 (50x10)cm N120D2 T11

N120 D3 (40x10)cm N120D3 T12

N0- 0kg de N/ha, N30-30 kg de N/ha, N60-60 kg de N/ha, N120- 120 kg/ha, D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2-
200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10)

3.3.Colecta de amostras

Para colher as amostras da população de plantas nas unidades experimentais,


usou-se o método de amostragem sistemático. As plantas da amostra foram seleccionadas
com base em diferentes densidades de plantas. Os dados foram colectados em três linhas
de cada unidade experimental, onde ignorou-se a primeira e a última linha paralela entre
si. As plantas centrais consoante a densidade foram usadas como amostra, e medidas todas
as variáveis analisadas no ensaio.

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3.4.Condução do ensaio

3.4.1. Preparação do terreno e demarcação

A lavoura profunda e gradagem com o objectivo de revolver a terra, destruir as


infestantes, destorroar, nivelar, assentar o solo (homogeneizar no máximo a unidade
experimental) e criar uma boa cama para a semente realizou-se no dia 28 de Agosto de
2019 com uma profundidade média de 30 cm. Posteriormente, fez-se o nivelamento,
demarcação de blocos e parcelas com recurso a enxadas, fita métrica, cordas, estacas e
ancinhos (01 de Setembro). O local para o estabelecimento do ensaio foi de preferência
em terreno que não se tenha cultivado alguma Leguminosae.

3.4.2. Recolha de amostra de solo da área de estudo

Previamente à instalação do ensaio, fez-se um diagnóstico preliminar da área, com


relação às propriedades físicas e químicas do solo. Onde foi retirada com recurso a sonda,
amostras de solo numa camada de 0-20cm num total de 5 pontos. De seguida levou-se as
amostras colhidas para o laboratório de solos da FAEF, onde determinou-se as seguintes
características pH (em água e KCl), CTC, Ca, Mg, K e Na, CE1:2.5, fósforo (P), matéria
orgânica (M.O), nitrogénio total (N. Total), fracção granulométrica (areia, limo e argila).

3.4.3. Sementeira, Adubação e Rega

A sementeira foi feita no dia 07 de Setembro de 2019, a uma profundidade de 4


cm, com 3 sementes por covacho. A sementeira foi antecedida duma adubação
nitrogenada de fundo (2 dias antes da sementeira) com uma quantidade de 0 kg.ha -1, 30
kg.ha-1, 60 kg.ha-1 e de 120 kg.ha-1 de nitrogénio. A rega foi por aspersão, sendo regular
com uma frequência de 3 dias semanais com uma duração de 3 horas de tempo, excepto
os dias de chuva. A dotação foi diminuindo a medida que a cultura aproximava-se da
maturação fisiológica.

3.4.4. Retancha

Cinco a seis dias depois da emergência de mais de 75% das plantas, fez-se a
retancha de modo a manter o número de plantas por área recomendado, para evitar a
redução dos rendimentos.

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3.4.5. Sacha

As espécies de infestantes observadas com maior frequência na área durante a


condução do ensaio foram: Tribulus terrestre, Cyperus rotundus, Cyperus esculentus,
Cynodon dactylon, Gomphrena celosioides, Cenchrus ciliares, Eleusine indica e
Commelina bengalensis. As sachas foram feitas manualmente utilizando enxada para os
espaços entre linhas e arrancando com à mão as infestantes os espaços entre plantas e
foram feitas ao longo do crescimento da cultura de acordo as necessidades e exigências
do campo. Foram no total duas sachas realizadas neste ensaio, sendo a primeira realizada
aos 10 dias depois da sementeira (dds) e 32 dias depois da sementeira (dds), a segunda.
A mesma técnica usou-se à medida que as mesmas iam aparecendo.

3.4.6. Desbaste

O desbaste foi feito 20 (dde) das plantas e, com auxílio da tesoura era eliminada
uma planta, cortando-a na parte basal. Este instrumento foi usado por forma a evitar
perturbação da raiz da planta não eliminada. Assim sendo, fez-se o desbaste deixando
uma (1) planta por covacho, de modo a manter densidade populacional desejada por
parcela.

3.4.7. Controlo de pragas e doenças

Durante a condução do ensaio verificou-se ataque de pragas como afídeos, lagarta


mineira, roscas, nematodos de galha, percevejos e pássaros. Para controlar essas pragas
usou-se a Cipermentrina e Mancozeb.

3.5.Variáveis analisadas

As variáveis analisadas na cultura de feijãovulgar, para avaliar a resposta à


adubação nitrogenada e diferentes densidades durante o ensaio foram: data de
emergência, data de floração, número de vagens por planta, comprimento da vagem,
número de sementes por vagem, peso de 100 sementes e rendimento do grão.

a) Diâmetro do caule (DC) : com ajuda de um paquimetro mediu-se o diâmetro do


caule em (cm) de três plantas do total das plantas da área útil.
b) Altura da planta (AP): com ajuda de uma régua graduada mediu-se a altura em
(cm) de três plantas do total das plantas da área útil.

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c) Número de folhas por planta (NFP): obtido pela média do número total de três
plantas do total das plantas da área útil.
d) Número de vagens por planta (NVP): obtido pela média do número total de
vagens colectadas nas plantas da área útil.
e) Comprimento de vagem (COV): com ajuda de uma régua graduada mediu-se o
comprimento em (cm) de 15 vagens do total das plantas da área útil
f) Número de sementes por vagem (NSV): obtido pela média do número de
sementes de 15 vagens de cada área útil, escolhidas ao acaso.
g) Rendimento do grão (REND): Para determinar a quantidade de nitrogénio e
densidade que proporciona maior rendimento do grão da cultura de feijão vulgar,
foi registado o peso do grão produzido em cada parcela experimental. O peso do
grão obtido na área útil, foi convertida para convencional (kg.ha-1).

3.6.Análise de Dados

Os dados obtidos no ensaio foram submetidos à ANOVA (análise de variância),


por meio do Software STATA versão 13, no caso das diferenças significativas, as médias
foram comparadas com base no teste de Tukey a 5% de nível de significância. De salientar
que depois de se realizar a ANOVA, foram feitos os testes de especificação,
nomeadamente: a avaliação da normalidade e homogeneidade dos resíduos com base no
teste de ShapiroWilks e Breaush-Pagan respectivamente. Usou-se o programa Excel para
criar gráficos, elaborar tabelas e fazer a análise de regressão linear simples para avaliar a
relação entre as doses de nitrogénio e o rendimento da cultura. Para validar o modelo de
regressão procecedeu aos testes de especificação normalidade- Jarque Bera e
Heteroskedasticidade- Breusch Pagan. Para além disso, testou-se os coeficientes do
modelo pelo teste F. O modelo estatístico do delineamento a usado foi:

Yijk =  + i +βj + (β)ij + θk + εijk

Onde:

 Yijk é o componente de rendimento de feijão vulgar observado no bloco k que


recebeu o nível i do factor nitrogénio e o nível j do factor densidade;
 μ é a média geral;
 i é o efeito do nível i do factor nitrogénio (i = i - );
 βj é o efeito do nível j do factor densidade (βj = j - );

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 (β)ij é efeito da interação entre o nível i do factor nitrogénio com o nível j do


factor densidade;
 θk é o efeito do bloco k (θk = k - );
 εijk é o erro experimental, εijk ̴ iidN (0; σ2).

A aleatorização dos tratamentos nos blocos foi baseada no uso da tabela de


números aleatórios, tendo-se considerado para o efeito doze (12) tratamentos.

Pressupostos do modelo:

 As componentes ambientais e o efeito do tratamento não são aditivos, isto é, o


modelo não considera as condições ambientais, somente considera os tratamentos
e os blocos;
 Os erros experimentais são independentes e seguem uma distribuição normal (εijk
~ iidN (0, σ2).

Formato da tabela da ANOVA

A tabela 3 apresenta o formato da tabela da análise de variância.

Tabela 3: Tabela de análise de variância (ANOVA)

Factor de
variação G.L SQ QM Fcal P-value

Bloco 2 SQB SQB/2 QMB/QME

Densidade 2 SQD SQD/2 QMD/QME

Nitrogénio 3 SQN SQN/3 QMN/QME

Den * Nitr 6 SQ(D*N) SQ(D*N)/6 QM(D*N)/QME

Erro 22 SQE SQE/22

Total 35 SQT

Legenda: G.L- Graus de Liberdade; SQ- Soma de Quadrados; QM- Quadrados Médios; Fcal- Valor da
estatística F

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Após determinado o P-value fez-se uma comparação com o nível de significância


de 5% de probabilidade para ver se existem ou não diferenças significativas entre os
tratamentos e entre os blocos.

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.Resultados

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeito significativo do


factor densidade e níveis de adubação nitrogenada nas variáveis diametro do caule,
número de folhas, número de vagens por planta, comprimento da vagem, número de
sementes por vagem, biomassa seca e rendimento do grão. Não houve efeito significativo
dos factores densidade, níveis de adubação e interacção entre os mesmos factores na
variável altura das plantas. A interacção entre os factores densidade e níveis de nitrogénio
foi significativa para as variáveis número de sementes por vagem, comprimento da
vagem, biomassa seca e rendimento do grão. O uso de blocos apenas reduz o erro
experimental para a variável número de folhas por planta. O coeficiente de variação
variou entre 6.51 e 30.7% com menor e maior variação nas variáveis comprimento da
vagem e número de sementes por vagens respectivamente (Tabela 4).

Tabela 4: Resumo da análise de variância e dos coeficientes de variação experimental para as


características diâmetro da caule (DC), número de folhas por planta(NFP), altura das plantas (AP), número
de vagens por planta (NVP), comprimento da vagem (COV), número de sementes por vagem (NSV),
matéria seca (MS) e rendimento do grão (REND)

Variáveis

Factor de variação G.L DC NFP AP NVP COV NSV MS REND

Bloco 2 n.s s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Densidade 2 s s n.s s s s s s

Nitrogénio 3 n.s n.s n.s n.s s s s s

Densidade*Nitrogénio 6 n.s n.s n.s s s s s s

CV (%) 18.2 17.33 30.59 14.66 6.51 10.70 25.88 27.95

n.s→ Não significativo ao nível de significância de 5% de probabilidade pelo teste de Fisher

s → Significativo ao nível de significância de 5% de probabilidade pelo teste de Fisher

G.L→ Graus de Liberdade

CV→ Coeficiente de Variação

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4.1.1. Diâmetro do caule (DC) e número de folhas por planta (NFP)

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeito significativo


(p<0.05) do factor densidade no diâmetro do caule e no número de folhas por planta
(Tabela 4). O diâmetro médio do caule do feijão vulgar variou entre 3.45 e 4.55 cm. A
D2 e D3 foram as que proporcionaram maior diâmetro do caule, sendo que não diferem
estatisticamente entre si e diferem significativamente da D1 (Tabela 5).

Em relação ao número médio de folhas por planta em função da densidade, as


plantas semeadas com a D2 apresentaram maior número de folhas em relação as plantas
que foram semeadas com a D1. As plantas do feijão vulgar semeadas com D2 diferem
significativamente das que foram semeadas com D1 mas, não difere estatisticamente com
as semeadas com D3 (Tabela 5).
Tabela 5: Médias do diâmetro do caule e de número de folhas por planta em relação ao factor densidade

Variável
Factor
DC (cm) NFP (-)

Densidade (D)

D1 3.45 (0.69) b 29 (6.9b) b

D2 4.55 (0.56) a 39.25 (9.18) a

D3 4.37 (0.64) a 37.2510.81) ab


a) D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2- 200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10)
b) Nota: Médias seguidas pela mesma letra não são estatisticamente diferentes entre si com base no
teste de Tukey ao nível de significância de 5% de probabilidade. Número entre parênteses
representa desvio padrão (n=3).

4.1.2. Número de vagens por planta (NVP)

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeito significativo do


factor densidade, e da interacão entre os factores densidade e níveis de adubação com N
no número de vagens por planta ao nível de significância de 5% (Tabela 4). O número de
vagens por planta no feijão vulgar variou entre 2.33 e 9.2. O maior número de número de
vagens foi observado na densidade 2 (D2-200 000 plantas.ha-1) com a dose de 120 kg.ha-
1
de N e não difere significativamente da dose de 60 kg.ha-1. O menor número de vagens

20
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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

por planta foi observado na densidade 1 (D1-111 111 plantas.ha-1) e densidade 3 (D3-250
000 plantas.ha-1) no tratamento sem adubação (Figura 1). As densidades 1, 2 e 3 em
combinação com as doses de nitrogénio 120, 60 e 120 kg.ha-1 respectivamente não
apresentou diferenças significativas no número de vagens por planta (Figura 1).

Número de vagens por planta (NVP)

aA
aB
Número de vagens por planta

aB
aB
bC bC
cD D1
dE cD
D2
dE
eE eE D3

0 30 60 120
Doses de N (kg.ha-1)

Figura 1: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no número de vagens por
planta

a) D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2- 200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10)
b) Nota: Médias seguidas pela mesma letra minúscula para densidade e maiúscula para doses de
nitrogénio não são estatisticamente diferentes entre si com base no teste de Tukey ao nível de
significância de 5% de probabilidade.

4.1.3. Comprimento da vagem (COV)

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeitos significativos


dos factores densidade e níveis de adubação com N no comprimento da vagem ao nível
de significância de 5% (Tabela 4). O comprimento da vagem da cultura em estudo variou
entre 6.87 e 12.4 cm. Maior comprimento da vagem foi observado no tratamento
resultante da interação entre a densidade 3 (D3) com dose de nitrogénio de 60 kg.ha-1, e
que por sua vez, não diferiu estatiscamente com os tratamentos N30D3, N60D2, N120D3
e N120D2 (Figura 2). O menor comprimento da vagem foi observado nas densidades 1,
2 e 3 respectivamente conbinados com a dose de 0 kg.ha-1 de nitrogénio. Ademais, em
relação a adubação, não huve diferenças significativas no comprimento da vagem nas

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

doses de nitrogénio 60 e 120 kg.ha-1, porém estes diferiram estatiscamente das restantes
(Figura 2).

Comprimento médio da vagem (cm)


16

14 aA aA aA
aA
Comprimento da vagem (cm)

aA
12
bB
10 bB bB
bB
cC cC
8 cC D1
D2
6
D3
4

0
0 30 60 120
Doses de N (kg.ha-1)

Figura 2: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no comprimento da vagem.

a) D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2- 200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10); N0- 0kg
de N/ha, N30-30 kg de N/ha, N60-60 kg de N/ha, N120- 120 kg/ha.
b) Nota: Médias seguidas pela mesma letra minúscula para densidade e maiúscula para doses de
nitrogénio não são estatisticamente diferentes entre si com base no teste de Tukey ao nível de
significância de 5% de probabilidade.

4.1.4. Número de sementes por vagem (NSV)

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeitos significativos


dos factores densidade, níveis de adubação e da interacão entre os factores densidade e
níveis de adubação com N no número de sementes por vagem ao nível de significância
de 5% (Tabela 4). O número de sementes por vagem na cultura em estudo variou entre
5.08 e 19.5 sementes (Figura 3). O maior número de sementes por vagem foi observada
na densidade 2 (D2) com a dose de 60 kg.ha-1 de N e não diferiu significativamente do
tratamento resultante da interação entre densidade 3 (D3) com a dose de adubação com
nitrogénio de 30 kg.ha-1. O menor número de sementes por vagem foi observada na
densidade 1 (D1) no tratamento sem adubação e não difere significativamente dos
tratamentos das combinações entre N0D3, N60D1, N60D3, N120D3 (Figura 3).

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Número de sementes por vagem


25

aA
Número de sementes por vagem

20 aA
aB

15 bC
bC
D1
dD cD
10 cD dD D2
dD D3
dD dD
5

0
0 30 60 120
Doses de N (kg.ha-1)

Figura 3: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no número de sementes
por vagem.

a) D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2- 200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10); N0- 0kg
de N/ha, N30-30 kg de N/ha, N60-60 kg de N/ha, N120- 120 kg/ha.
b) Nota: Médias seguidas pela mesma letra minúscula para densidade e maiúscula para doses de
nitrogénio não são estatisticamente diferentes entre si com base no teste de Tukey ao nível de
significância de 5% de probabilidade.

4.1.5. Matéria seca (MS)

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeitos significativos


dos factores densidade e níveis de adubação com N no teor de matéria seca na cultura do
feijão vulgar ao nível de significância de 5% (Tabela 4). A biomassa seca do feijão
nhemba variou entre 2.16 e 6.59 ton.ha-1. A maior acumulação da biomassa seca foi
registado no tratamento N120D3 com cerca de 6.59 ton.ha-1 e os menores foram
observadas, nos tratamentos com D1 indepedentimente da dose de nitrogénio aplicado e
sem diferenças estatisticas significativas entre eles (Figura 4).

Em relação à adubação, estatisticamente os tratamentos com 30, 60 e 120 kg.ha-1


de doses de nitrogénio em combinação com as densidades 3, 2 e 3 respectivamente não
são diferentes entre si (p> 0,05) no conteúdo da biomassa seca do feijão vulgar e os
tratamentos N0D2, N30D2, e N120D2 também não mostraram diferenças estatísticas
(Figura 4).

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Matéria seca (ton.ha-1)


8
aA
7
aB aB
aB
Matéria seca (ton.ha-1)

6
cC bC cC cC
5

4 D1
D2
3 dD dD dD
D3
2

0
0 30 60 120
-1
Doses de N (kg.ha )

Figura 4: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no teor da matéria seca.

a) D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2- 200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10); N0- 0kg
de N/ha, N30-30 kg de N/ha, N60-60 kg de N/ha, N120- 120 kg/ha.
b) Nota: Médias seguidas pela mesma letra minúscula para densidade e maiúscula para doses de
nitrogénio não são estatisticamente diferentes entre si com base no teste de Tukey ao nível de
significância de 5% de probabilidade.

4.1.6. Rendimento do grão (REND)

Os resultados da análise de variância mostram que houve efeitos significativos


dos factores densidade, níveis de adubação e da interacão entre os factores densidade e
níveis de adubação com N no rendimento do grão do feijão vulgar ao nível de
significância de 5% (Tabela 4). O rendimento do grão cultura em estudo variou entre 0.43
e 3.8 kg.ha-1 (Figura 5).

O maior rendimento foi observado na densidade 2 com a dose de 120 kg.ha-1 de


N e o menor foi observado na densidade 1 no tratamento sem adubação, sendo que este
não diferiu estatiscamente dos tratamentos N30D1 e N60D1. Para todas as densidades, o
aumento das doses de N aumentaram o rendimento apesar de algumas doses não serem
estatisticamente diferentes das outras (Figura 5).

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Rendimento do grão (ton.ha-1)


6
Rendimento do grão (ton.ha-1)

aA
4
bB
bC
D1
cC aB
dD D2
cD
2 bC D3
cD
eE eE
eE

0
0 30 60 120
Doses de N (kg.ha-1)

Figura 5: Efeito da interacção entre os factores densidade e doses de nitrogénio no rendimento do grão.

a) D1- 111.111 plantas/ha (60x15), D2- 200.000 plantas/ha (50x10) e D3- 250 mil plantas/ha (40x10); N0- 0kg
de N/ha, N30-30 kg de N/ha, N60-60 kg de N/ha, N120- 120 kg/ha.
b) Nota: Médias seguidas pela mesma letra minúscula para densidade e maiúscula para doses de
nitrogénio não são estatisticamente diferentes entre si com base no teste de Tukey ao nível de
significância de 5% de probabilidade.

4.1.7. Análise da correlação

Os resultados da correlação de Pearson entre as variáveis analisadas mostram que


a variável diâmetro do caule apresentou correlação fraca positiva com o número de folhas
por planta, altura das planta, matéria seca e moderada positiva com o rendimento do grão.
O número de folhas por planta apresentou correlação fraca positiva com o número de
sementes de por vagem e moderada positiva com o teor de matéria seca. A altura da planta
apresentou correlação moderada positiva com a matéria seca. O número de vagem por
planta apresentou correlação fraca positiva com as variáveis comprimento da vagem,
matéria seca e rendimento. O comprimento da vagem apresentou uma correlação fraca
positiva com o rendimento. O rendimento do grão apresentou uma correlação com
diâmetro do caule, comprimento da vagem moderada e fraca positiva respectivamente
(Tabela 6).
Tabela 6: Coeficientes de correlação de Pearson entre diametro da caule (DC), numero de folhas por planta
(NFP), altura das plantas (AP), número de vagens por planta (NVP), comprimento da vagem (COV),

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número de sementes por vagem (NSV), matéria seca (MS) e rendimento do grão (REND), considerando
quatro doses de nitrogénio

n.s e s→ não significativo e significativo respectivamente

4.1.8. Análise de regressão entre as doses de nitrogénio e o rendimento do feijão


vulgar

Com base na análise da regressão observa-se na figura 6, que houve uma relação
de dependência linear directa entre o rendimento do grão do feijão vulgar e as doses de
nitrogénio aplicadas no solo. O coeficiente de determinação (r2) do modelo de regressão
foi de 0.9909 significando que cerca de 99 % da variabilidade observada no rendimento
do grão é explicado pela aplicação de doses de nitrogénio.

A produtividade máxima de grãos obtido foi de 3.8 ton.ha-1, com aplicação de


dose de 120 kg.ha-1 de nitrogénio. Observa-se que o rendimento do grão apresentado na
dose de 0 kg.ha-1 de nitrogénio foi de 0.94 ton.ha-1. O modelo indica também que para
cada incremento unitário da dose de nitrogénio, regista-se um aumento no rendimento do
grão do feijão vulgar em torno de 0.86 unidades. Isto mostra claramente que, a maior
produtividade do grão é obtida com aumento das doses de nitrogénio. Efeito similar, foi
constatado pelos estudos Nascente et al., (2014), em que observaram que o aumento nas
doses de N aumentava linearmente a produtividade em 4.33 kg de grãos de feijão para
cada quilograma de N aplicado.

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Rendimento do grão (ton.ha-1)


Rendimento do grão (ton.ha-1) 3.5

3 y = 0.0172x + 0.8484
R² = 0.9909
2.5

1.5 Y
Linear (Y)
1

0.5

0
0 20 40 60 80 100 120 140
Doses de N (kg.ha-1)

Figura 6: Rendimento do feijão vulgar em função de doses de nitrogénio

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4.2.Discussão

O coeficiente de variação é uma medida de dispersão utilizada para avalição da


precisão de experimentos (Gomez e Gomez, 1976). De acordo com Ferreira (1991), os
coeficientes de variação encontrados na faixa entre 10 e 15% são considerados de óptima
precisão, entre 15 e 20% boa precisão, entre 20 e 30% precisão regular e maior do que 30
como sendo de péssima precisão experimental. Os coeficientes de variação das variáveis
número de vagens por planta, comprimento das vagens, número de sementes por vagem
estiveram abaixo de 15% indicando que houve óptima precisão para a medição dessas
variáveis. Contrariamente, a precisão de medição das variáveis diametro da caule, número
de folhas por planta foi boa, matéria seca e rendimento do grão foi regular e por último
a altura das plantas que foi péssima uma vez que os seus coeficientes de variação
estiveram acima de 15, entre 20 e 30% e acima de 30% respectivamente. Questões como
heterogenidade do ambiente entre as parcelas resultantes da deficiência de alguns
nutrientes e ataque não uniforme de pragas podem ter estado na origem dos maiores
coeficientes de variação obtidos neste estudo.

O fornecimento de nitrogénio nas doses adequadas para a planta favorece o bom


desenvolvimento do sistema radicular o que resulta no aumento da absorção de nutrientes
e de água, consequentemente promove o aumento do vigor das plantas, favorecendo a
floração e frutificação e aumenta a qualidade dos grãos para além de incrementar a
precocidade, rendimento e seus componentes como número de vagens por planta, número
de sementes por vagem e peso de 100 sementes (Pelá et al., 2009, Arf et al., 2011 citado
por Nascente et al., 2014). No presente estudo o incremento da aplicação do nitrogénio
resultou no aumento do rendimento e dos componentes do rendimento. Sendo observada
uma interação significativa nas variáveis número de sementes por vagem e rendimento
do grão, com melhor desempenho do tratamento com densidade 2 com a dose de 60 kg.ha-
1
de nitrogénio para o número de sementes por vagem e densidade 2 com a dose de 120
kg.ha-1 de nitrogénio para o rendimento do grão respectivamente.

Resultados similares ao deste estudo foram obtidos por Singh et al. (2011),
trabalhando na Nigéria com a cultura de feijão vulgar e quatro doses de N (0, 20, 40 e 60
kg.ha-1), onde constataram que as doses crescentes de N afectaram positivamente o
número de vagens por planta, número de sementes por vagem e rendimento de grãos, com
maior resposta à aplicação de 60 kg. ha-1 de N. E ainda, segundo Vieira (1998) citado por
Junior et al. (2006), por meio de levantamento dos experimentos de avaliação de niveis

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de N na cultura do feijoeiro, revelou que 61% dos experimentos tiveram resposta positiva
à aplicação de N.

Para além do rendimento foi observado ainda no presente estudo, que o


incremento da adubação com nitrogénio não afecta a altura das plantas mas aumenta o
comprimento da vagem, diâmetro do caule, número de folhas por planta. A tendência de
ausência de diferenças significativas nas doses de 60 e 120 kg.ha-1 de N neste estudo,
pode ser explicada pelo facto dos factores edafo-climáticos influenciarem nas variaveis
avaliadas, que de acordo com Bergamaschi et al. (2014), a precipitação é um dos
principais elementos determinante na disponibilidade de N no solo. Portanto durante a
condução do experimeto houve a caída da chuva com alta intensidade, o que significa que
provavelmente este factor possa ter ocasionado a lavagem até certo nível do N, e
consequentemente ter influenciaado para o sucesso, no que se refere a produção de grãos.

Referente a densidade, observou-se que a densidade 2 (200 000 plantas.ha-1),


tendeu a apresentar melhor desempenho nas variáveis analisadas no presente estudo
quando comparada com as outras densidades. Menor desempenho das variáveis em
estudo verificou-se nos tratamentos que usou-se à densidade 1 e sem aplicação de adubo.
Ademais na densidade 3, o menor desempenho observado nas variáveis número de
sementes por vagem e rendimento dos grãos pode ser resultado da competição
intraespecífica entre as plantas do feijoeiro devido a alta densidade usada, o que também
é relatado por Cardoso e Ribeiro (2006). Durante suas pesquisas Cardoso e Ribeiro
(2006) e Lopes (2011), obtiveram resultados similares para o número de vagens por
planta, e rendimento dos grãos. Esses autores afirmam que a maior competição
intraespecífica com o aumento da população de planta talvez tenha sido o motivo
principal da redução do número de vagem por planta e da produção de grão por planta em
virtude, provavelmente, da abortamento e diminuição no vingamento de flores.

A redução na produção de grãos por planta é um comportamento esperado, devido


ao nível de competição intraespecífica que se estabelece em altas densidades e que afecta
diretamente a capacidade produtiva das plantas (Bezerra et al., 2008). Para Cardoso e
Ribeiro (2006), os componentes de rendimento, número de vagens por planta e a produção
de grãos por planta são as causas principais para as diferenças no rendimento de grãos de
feijão vulgar em relação ao número de plantas por área.

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V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1.Conclusões

As conclusões deste estudo limitam-se para a variedade do feijão vulgar considerado no


presente estudo. Com base nos resultados gerados no estudo conclui-se que:

 O rendimento do grão do feijão vulgar testado aumentou com o aumento da dose


de N aplicado no solo. Variando entre 0.939 e 1.287, 1.811 e 2.959 ton.ha-1, no
tratamento que não recebeu adubo a tratamento com a dose de 120 kg.ha-1 de N,
em interação com densidade de 200 000 plantas.ha-1 respectivamente.
 O número de vagens por planta apresentou comportamento similar ao de
rendimento de grãos. O comprimento da vagem, matéria seca e número de
sementes por vagem foram afectados pelas diferentes doses de N e uso de
densidades, com maior valor na dose de 120 kg.ha-1 de N para as variáveis
comprimento da vagem, matéria seca em interação com a densidade 2, porém
sem diferenças significativas com as doses 30, 60 kg.ha-1 de N com uso das
densidades 2 e 3 respectivamente, e maior valor de sementes por vagem observou-
se na dose de 60 kg.ha-1 de N em interação com a D2.
 A interacção entre o factor densidade e níveis de adubação com nitrogénio no
rendimento do grão foi significativa, sendo que a melhor interacção obtida foi a
da densidade 2 e dose de 120 kg.ha-1 de adubo nitrogenado, com um rendimento
médio de 3.8 ton.ha-1.

5.2.Recomendações

 Recomenda-se a produção da cultura do feijão vulgar com uso da dose de 120 kg.ha-
1
de N a uma densidade de 200 000 plantas.ha-1.
 Realização de estudos similares em várias regiões agro-ecológicas do País em
diferentes épocas do ano, envolvendo mais níveis de adubação com N e
densidades, de forma a produzir informação consistente de adubação nitrogenada
nestes locais.
 Recomenda-se que se faça análise económica das doses usadas no presente estudo,
tendo em conta o preço do feijão vulgar praticado no mercado e o custo de adubos
de nitrogenados.

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Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

VII. ANEXOS

Anexo 1: Fotos da preparação ao estabelecimento do ensaio

Emergência da cultura

Colecta de amostras do solo

Quantificação da precipitação
Medição do caule

Medição das variáveis

Anexo 2: Resumo de resultados de testes estatísticos

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

 Número de folhas
. anova nrfolhas adubacao densidade adubacao# densidade repeticao

Number of obs = 36 R-squared = 0.5357


Root MSE = 8.53203 Adj R-squared = 0.2613

Source Partial SS df MS F Prob > F

Model 1847.5 13 142.115385 1.95 0.0805

adubacao 149 3 49.6666667 0.68 0.5723


densidade 708.5 2 354.25 4.87 0.0178
adubacao#densidade 377.5 6 62.9166667 0.86 0.5361
repeticao 612.5 2 306.25 4.21 0.0284

Residual 1601.5 22 72.7954545

Total 3449 35 98.5428571

. predict c,r

. swilk c

Shapiro-Wilk W test for normal data

Variable Obs W V z Prob>z

c 36 0.96994 1.096 0.192 0.42379

. hettest c

Breusch-Pagan / Cook-Weisberg test for heteroskedasticity


Ho: Constant variance
Variables: c

chi2(1) = 2.66
Prob > chi2 = 0.1032

. pwmean nrfolhas, over(densidade) mcompare(tukey) cimeans groups sort

Pairwise comparisons of means with equal variances

over : densidade

Number of
Comparisons

densidade 3

Tukey
nrfolhas Mean Std. Err. Groups

densidade
1 29 2.630676 A
3 37.25 2.630676 AB
2 39.25 2.630676 B

Note: Means sharing a letter in the group


label are not significantly different at
the 5% level.

Unadjusted
nrfolhas Mean Std. Err. [95% Conf. Interval]


densidade
1
Altura de 29plantas
2.630676 23.64785 34.35215
3 37.25 2.630676 31.89785 42.60215
2 39.25 2.630676 33.89785 44.60215

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

. anova altuplant densidade adubacao densidade# adubacao repeticao

Number of obs = 36 R-squared = 0.3285


Root MSE = 5.23909 Adj R-squared = -0.0684

Source Partial SS df MS F Prob > F

Model 295.349187 13 22.7191682 0.83 0.6295

densidade 106.926668 2 53.4633341 1.95 0.1664


adubacao 50.7319348 3 16.9106449 0.62 0.6119
densidade#adubacao 101.908915 6 16.9848191 0.62 0.7132
repeticao 35.7816695 2 17.8908348 0.65 0.5309

Residual 603.858378 22 27.4481081

Total 899.207565 35 25.6916447

. predict d,r

. swilk d

Shapiro-Wilk W test for normal data

Variable Obs W V z Prob>z

d 36 0.98490 0.551 -1.248 0.89394

. hettest d

Breusch-Pagan / Cook-Weisberg test for heteroskedasticity


Ho: Constant variance
Variables: d

chi2(1) = 0.48
Prob > chi2 = 0.4890

 Rendimento
. anova red densidade adubacao densidade# adubacao repeticao

Number of obs = 36 R-squared = 0.9853


Root MSE = .219347 Adj R-squared = 0.9766

Source Partial SS df MS F Prob > F

Model 70.935562 13 5.45658169 113.41 0.0000

densidade 50.6862454 2 25.3431227 526.74 0.0000


adubacao 16.3424905 3 5.44749685 113.22 0.0000
densidade#adubacao 3.74423731 6 .624039552 12.97 0.0000
repeticao .16258875 2 .081294375 1.69 0.2077

Residual 1.05848396 22 .048112907

Total 71.9940459 35 2.05697274

. predict a,r

. swilk a

Shapiro-Wilk W test for normal data

Variable Obs W V z Prob>z

a 36 0.98386 0.588 -1.109 0.86627

. hettest a

Breusch-Pagan / Cook-Weisberg test for heteroskedasticity


Ho: Constant variance
Variables: a

chi2(1) = 0.57
Prob > chi2 = 0.4520

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Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

. pwmean red, over(densidade adubacao) mcompare(tukey) cimeans groups sort

Pairwise comparisons of means with equal variances

over : densidade adubacao

Number of
Comparisons

densidade#adubacao 66

Tukey
red Mean Std. Err. Groups

densidade#adubacao
1 1 .4288292 .130228 B
1 3 .6702067 .130228 B
1 2 .672829 .130228 B
3 1 1.85385 .130228 A
1 4 1.95222 .130228 A
3 2 2.21505 .130228 A
2 1 2.398173 .130228 A D
3 3 2.915 .130228 D
2 2 3.819293 .130228 C
3 4 3.823367 .130228 C
2 4 4.426427 .130228 C E
2 3 4.60576 .130228 E

Note: Means sharing a letter in the group label are


not significantly different at the 5% level.

 Análise da correlação
. spearman dcaule nrfolhas altuplant numev cov sepla mseca rendimento, stats (rho) star (0.05)
(obs=36)

dcaule nrfolhas altupl~t numev cov sepla mseca rendim~o

dcaule 1.0000
nrfolhas 0.3716* 1.0000
altuplant 0.3534* 0.2601 1.0000
numev 0.2191 0.2061 0.1079 1.0000
cov 0.3247 0.2537 -0.0459 0.4137* 1.0000
sepla 0.2734 0.4542* 0.1080 0.2307 0.1390 1.0000
mseca 0.4753* 0.7310* 0.5427* 0.3523* 0.3257 0.3288 1.0000
rendimento 0.6214* 0.3047 0.1231 0.3423* 0.4893* -0.1038 0.2023 1.0000

Fonte: Sousa (sd)

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Efeito da Densidade de Plantação e Doses de Nitrogénio sobre o Rendimento da Cultura de Feijão
Vulgar (Phaseolus vulgaris L.)

Anexo 3: Layout do ensaio


BLOCO I BLOCO II BLOCO III
1,5m 3m

m
T4 T2 T6

1m 1
T8 T5 T7

T9 T1 T2

T2 T6 T3

T7 T3 T5

T3 T11 T12
23m

T11 T10 T10

T12 T8 T4

T1 T12 T1

T5 T9 T8

T10 T4 T9

T6 T7 T11

12m

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