Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IPANGUAÇU
2023
LETICIA LIVIA BEVENUTO DANTAS
IPANGUAÇU
2023
Biblioteca IFRN - Campus Ipanguaçu
CDU 635.1/.8(813.2)
Catalogação na Publicação elaborada pela Bibliotecária Dayse Alves dos Santos – CRB-15/528
LETICIA LIVIA BEVENUTO DANTAS
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
DSc. Júlio Justino de Araújo - Examinador
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
A minha família, por me acompanhar em todos os desafios, me incentivando sempre a olhar
para o grande amor de Deus em nossas vidas.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gratidão a Deus por seu amor e cuidado em minha vida, por me capacitar e
dar forças durante todos os momentos vividos até aqui, guiar meus passos e me conceder a
graça da realização dos meus sonhos. Agradeço aos meus pais, Francisca Bevenuto do
Nascimento e Gilzean José Dantas, por sempre acreditarem e investirem em mim com amor e
dedicação e por estarem sempre presentes em todos os momentos da minha vida. Ao meu
irmão, Nicolas Yuri Bevenuto Dantas por alegrar meus dias com seu amor e companheirismo.
Minha tia, Almeci Dantas Lemos, agradeço o carinho e todos os esforços empreendidos na
minha formação educacional e pessoal.
A minha Orientadora, Dr. Sandra Maria Campos Alves, pela paciência e incentivo, pelas
contribuições na minha formação acadêmica. Ao meu Coorientador Dr. Bernardo Bezerra de
Oliveira Junior, por todo suporte e empenho, oferecidos a mim durante a pesquisa.
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”.
Salmos 103:2
RESUMO
O Rabanete (Raphanus Sativus L.) é uma hortaliça tuberosa de ciclo curto, geralmente
propagada através da semeadura direta. Objetivou-se nessa pesquisa avaliar a viabilidade de
produção agroecológica de rabanete, semeado em bandejas e posteriormente transplantado a
campo no Vale do Açu. O experimento foi realizado no município de Ipanguaçu, no período
de outubro a novembro de 2022, na fazenda escola do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio Grande do Norte. A cultivar utilizada foi a Crimson Gigante, o semeio
ocorreu em bandejas e o transplantio aconteceu 13 dias após a semeadura. Os rabanetes
colhidos foram avaliados quanto ao: Número de plantas totais por m²; Produtividade total;
Número de plantas comerciais; Percentagem de plantas comerciais; Produtividade comercial;
Percentagem da produtividade comercial; Diâmetro do rabanete; Massa fresca da parte aérea;
Peso médio de rabanete. Os dados foram submetidos à análise de estatística descritiva. A
produtividade total por m² foi de 2.243,13 ± 139,59 g e a produtividade comercial foi de
1.218,91 ± 119,19 g/m², o que representou 54,3% da produtividade total. Nas condições do
presente estudo, a produção de mudas foi favorável para a maioria das variáveis analisadas.
Radish (Raphanus Sativus L.) is a tuberous vegetable with a short cycle, generally propagated
through direct sowing. The objective of this research was to evaluate the viability of
agroecological production of radish, sown in trays and later transplanted to the field in Vale
do Açu. The experiment was carried out in the municipality of Ipanguaçu, from October to
November 2022, on the school farm of the Federal Institute of Education, Science and
Technology of Rio Grande do Norte. The cultivar used was Crimson Gigante, sowing took
place in trays and transplanting took place 13 days after sowing. The harvested radishes were
evaluated for: Number of total plants per m²; Total productivity; Number of commercial
plants; Percentage of commercial plants; Commercial productivity; Percentage of commercial
productivity; Radish diameter; Fresh aerial part mass; Average radish weight. The data were
subjected to descriptive statistics analysis. Total productivity per m² was 2,243.13 ± 139.59 g
and commercial productivity was 1,218.91 ± 119.19 g/m², which represented 54.3% of total
productivity. Under the conditions of the present study, seedling production was favorable for
most of the variables analyzed.
Figura 2 - Mudas de rabanete na casa de vegetação (A) Transplante das mudas de rabanete
para o canteiro definitivo com sistema de irrigação montado(B). Fonte: a autora (2022) ....... 22
Figura 3- Visão do canteiro antes da colheita (A) Rabanetes colhidos (B) Delimitação das
amostras no canteiro(C). Fonte: a autora (2022) ...................................................................... 23
Figura 4- Separação do refugo (A) Divisão dos comercializáveis em parte aérea e túbera (B).
Fonte: a autora (2022)............................................................................................................... 24
% Porcentagem
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 15
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 15
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 15
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 16
3.1 IMPORTÂNCIA DAS HORTALIÇAS PARA AGRICULTURA FAMILIAR ....... 16
3.2 A CULTURA DO RABANETE ................................................................................ 17
3.2.1 Cultivo do Rabanete ................................................................................................ 18
3.2.2 Valor nutricional do Rabanete ................................................................................. 19
3.2.3 Importância econômica da cultura ........................................................................... 20
4 METODOLOGIA .............................................................................................................. 21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 30
APÊNDICE A- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EXPERIMENTO EM CAMPO...... 34
13
1. INTRODUÇÃO
Uma das principais etapas na produção de hortaliças é a propagação, uma vez que o
uso de material de qualidade aliado a taxas de germinação desejáveis influenciará no sucesso
da atividade olerícola. A semente, em especial, tem um papel essencial na propagação e
multiplicação das espécies, proporcionando proteção ao embrião contra fatores externos,
fornecendo nutrientes e energia necessária à germinação e crescimento inicial das plantas.
Sendo assim, a semente pode ser considerada um dos insumos agrícolas de maior importância
na olericultura, devido à sua atuação direta sobre a produção.
As hortaliças, em sua maioria, são propagadas por meio de sementes ou fruto contendo
sementes (PUIATTI,2019). Apesar disso, algumas espécies de hortaliças produzem sementes
que geralmente são pequenas, leves e com poucas reservas energéticas. Isso contribui para o
uso excessivo desse material de propagação na semeadura, visando obter eficiência de plantio
frente aos riscos de perda de sementes, ocasionada pelo desbaste das plantas menos vigorosas
ou ainda por falhas de germinação. Em consequência, ocorre o aumento dos custos de
produção, devido ao desperdício de sementes e à utilização de elevada mão de obra
(PUIATTI, 2019).
O rabanete (Raphanus Sativus L.) é uma hortaliça tuberosa de ciclo produtivo curto,
cultivada usualmente por semeadura direta. Apesar disso, já existem na literatura autores que
estudaram o comportamento do rabanete quando conduzido inicialmente através da
transplantação de mudas. Para Magalhães (2018), a produção de mudas de rabanete se torna
uma alternativa ao produtor em períodos de chuvas intensas, quando a germinação e
emergência das plantas no campo são inviabilizadas. O rabanete pode ser comercializado e
produzido durante todo o ano nas diferentes regiões do país, devido seu ciclo produtivo ser
bastante rápido e se adaptar facilmente em diferentes condições climáticas (CORREA et
al. ,2022).
2. OBJETIVOS
3. REFERENCIAL TEÓRICO
O Rabanete (Raphanus sativus L.) é uma das hortaliças mais antigas já cultivadas pelo
homem, tendo registro de sua existência há mais de três mil anos (MINAMI e NETO, 1997).
Originária da região do Mediterrâneo, essa olerícola era muito apreciada no antigo Egito,
Assíria, Grécia e Roma (LANA e TAVARES, 2010). Ainda hoje seu sabor é bastante
admirado em diversos países, sendo utilizado no preparo de diferentes receitas.
O rabanete faz parte da família botânica Brassicaceae (Cruciferae), uma das famílias
mais numerosas, em termos de quantidade de espécies, cerca de 3.200, sendo constituído pelo
nabo, agrião d’água, mostarda-de-folha, rúcula entre outros. O repolho, a couve-flor e a
18
couve-manteiga, são as espécies de maior relevância econômica para essa família botânica
(FILGUEIRA, 1982).
O rabanete pode ser cultivado nos diferentes tipos de solo, no entanto, para o
desenvolvimento satisfatório da raiz tuberosa é preferível, solos com algumas características,
como; porosidade, absorção da água disponível, rápido escoamento da água em excesso,
manutenção da umidade necessária e ser rico em matéria orgânica.
Essa olerícola ganha destaque quando comparada com outras hortaliças, pois seu ciclo
produtivo é bastante curto, cerca de 25 a 35 dias para o início da colheita (FILGUEIRA,
2007). Sendo assim, uma ótima alternativa para o agricultor familiar, mesmo quando em
pequenas áreas, devido a um rápido retorno econômico e fácil adaptabilidade em sistemas
diversificados de produção.
Para evitar danos nas raízes, como amargor ou rigidez, é interessante não atrasar a
colheita do rabanete (GUIMARÃES E FEITOSA, 2014). O processo ocorre geralmente de
maneira manual, visando à manipulação adequada com o produto final. Após colhido o
rabanete ainda inteiro deve ser lavado e atado em maços, mantendo-se uma boa aparência
para comercialização.
Essa hortaliça possui um amplo valor nutricional em sua composição. É rica em fibra
alimentar, vitaminas C e B9 e minerais como cálcio, ferro e magnésio (ANDRADE 2021).
Auxilia o sistema imunológico, preservando o organismo frente ao comportamento dos
radicais livres, além de contribuir com o sistema digestório e a saúde cardiovascular
(LISBÔA, 2021). Além disso, o rabanete possui compostos bioativos exclusivos com grande
20
potencial para a saúde humana, sendo utilizado como terapêutico natural para tratamento de
diferentes enfermidades.
O estado do Rio Grande do Norte, seguindo o cenário nacional, possui uma produção
limitada e pouco significativa de rabanete, como também é o quadro de algumas hortaliças
produzidas no estado, sendo predominante o cultivo por pequenos produtores perto dos
centros de comercialização (GRANGEIRO et al., 2008). De acordo com Censo agropecuário
de 2017, o estado do Rio Grande do Norte produziu nesse ano 8 toneladas de rabanete, em 22
estabelecimentos produtivos, sendo a cidade de Extremoz o maior produtor no estado (IBGE,
2017).
21
4 METODOLOGIA
Figura 1- Imagem aérea do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia (IFRN), campus Ipanguaçu. O
ponto em laranja está indicando a área de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), espaço
escolhido para o experimento. Fonte: Google Earth (2023).
(B)
(A)
Figura 2 - Mudas de rabanete na casa de vegetação (A) Transplante das mudas de rabanete para o canteiro
definitivo com sistema de irrigação montado(B). Fonte: a autora (2022)
Foi feita a demarcação das amostras, com 1 metro quadrado cada, logo após colhidos
os rabanetes de cada unidade, ainda inteiros (Figura 3B), foram colocados em sacos
etiquetados, e em seguida levados para o laboratório para posterior análise. A contagem e
pesagem dos rabanetes ocorreram para designação da quantidade de plantas e peso por m2 em
cada amostragem.
Figura 3- Visão do canteiro antes da colheita (A) Rabanetes colhidos (B) Delimitação das amostras no
canteiro(C). Fonte: a autora (2022)
(A) (B)
Figura 4- Separação do refugo (A) Divisão dos comercializáveis em parte aérea e túbera (B). Fonte: a autora
(2022).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram obtidas, na colheita, 39 ± 3,12 plantas por m² e, destas, 19,5 ± 2,25 foram tidas
como comerciais, o que representou 49,1% do total. O coeficiente de variação foi de 15,8%
para número de plantas total, valor tido como um CV médio (PIMENTEL-GOMES, 2009).
Para o número de plantas comerciais, o valor de CV foi de 23,1%, tido como alto para essa
variável. A produtividade total por m² foi de 2.243,13 ± 139,59 g e a produtividade comercial
foi de 1.218,91 ± 119,19 g/m², o que representou 54,3% da produtividade total (Tabela 1).
Variáveis Desv. CV
Média Mínimo Máximo Variância S(m)
¹ Pad. (%)
NPT 39,50 32,00 47,00 39,00 6,24 3,12 15,8
PT 2243,13 1825,12 2398,14 77936,09 279,17 139,59 12,4
(g/m2)
NPC 19,50 16,00 26,00 20,33 4,51 2,25 23,1
PPC% 49,10 44,74 55,32 22,04 4,70 2,35 9,6
PC 1218,91 995,63 1554,96 56824,08 238,38 119,19 19,6
(g/m²)
PC% 54,33 47,56 64,84 57,33 7,57 3,79 13,9
DR mm 39,90 37,46 41,58 4,05 2,01 1,01 5,0
MFPA 466,12 299,43 611,06 17401,45 131,91 65,96 28,3
(g/m²)
PMR 37,63 34,85 40,57 9,64 3,10 1,55 8,2
1. Número de plantas totais por m² (NPT); Produtividade total (PT); Número de plantas comerciais (NPC);
Percentagem de plantas comerciais (PPC%); Produtividade comercial (PC); Percentagem da produtividade
comercial (PC%); Diâmetro do rabanete (DR); Massa fresca da parte aérea (MFPA); Peso médio de rabanete
(PMR).
Para a variante produtividade total, o valor observado de 2243,13 g m-² (22,43 t ha-¹),
é superior ao encontrado pelos autores Castro et al.(2016), que obtiveram produtividade
máxima de 651,5 g m-², equivalente a 6,51 t ha-1, na utilização de adubação potássica na
quantidade de 103 kg de K2O ha-¹. Os pesquisadores Oliveira et al. (2015), atingiram em seu
trabalho produtividade máxima de 7,0 t ha-¹ (700 g m-²) na dosagem de 55 t ha-¹ de flor-de-
seda incorporada ao solo. Nunes et al. (2020), conseguiram produtividade de 10,11 t ha-¹
(1011 g m-²) na quantidade de 47,72 t ha-¹ de Jitirana branca. Linhares et al. (2011),
constataram produtividade máxima de rabanete superior ao encontrado nesta pesquisa, com
3530 g m-² de canteiro ou 35,3 t ha-¹, na dosagem de 12 t ha-¹ de flor-de-seda no tempo de 15
dias antes do plantio.
26
Após a eliminação dos rabanetes não comerciais, foi considerado como média de
produtividade comercial 1218,91 g m-² (12, 18 t ha-¹), o coeficiente de variação em 19,6% foi
considerado médio para essa variante. O valor obtido é visto como superior ao encontrado
pelos autores Souza et al. (2020), que tiveram maior média de produtividade comercial para a
cultivar H. Novella com 1010 g m-² ou (10,1 t ha-¹). Linhares et al. (2010), observaram
produtividade comercial máxima de 952,9 g m-², correspondendo a 9,5 t ha-¹ para cv.
Crimson Gigante.
Para a variável massa fresca da parte aérea, foi identificada média de 466,12 g por m-²,
que corresponde a 4, 66 t ha -¹, o CV de 28,3% mostrou-se alto para MFPA. Esse resultado
mostra-se superior ao dos autores, Araújo et al. (2019), que avaliando o efeito de diferentes
lâminas de irrigação juntamente com variados tipos de cobertura de solo encontraram maior
peso de 44,50 g para MFPA, com lâmina de 289 mm. No entanto, o resultado encontrado por
Linhares et al. (2011), é superior ao desta pesquisa, que estudando quantidade e tempos de
decomposição da flor-de-seda no desempenho do Rabanete, obtiveram 1561 g m-² ou 15, 6 t
ha-¹ de massa fresca da parte aérea, na dose de 12,0 t ha-¹. Porém, essa superioridade pode ser
explicada devido ao uso de diferentes tratamentos com adubação orgânica no plantio de
rabanete, variável essa que não foi avaliada no presente estudo.
encontraram maior diâmetro de (39, 34 cm) para o tratamento de 40% de adubo orgânico.
Linhares et al. (2010), ao observarem a interação do rabanete com diferentes doses de Jitirana
incorporadas ao solo, obtiveram diâmetro médio de (3, 83 cm). Paiva et al. (2013),
observaram um maior incremento no diâmetro com o efeito residual de 30 t ha-1 de adubo
verde, com valor máximo de 4, 6 cm para cultivar Crimson Gigante. O diâmetro de Rabanete
obtido nesta pesquisa revela-se como satisfatório, por corroborar com os resultados obtidos na
literatura e estar no padrão exigido para comercialização no mercado de hortaliças.
Quanto ao peso do rabanete, foi observado o valor médio de 37,6 ± 1,55 g, a medida
observada aproxima-se do resultado encontrado pelos autores, Araújo et al. (2020), que
obtiveram maior média de 37, 89 g com a dose de 40% de húmus de minhoca e 60% de solo.
Moreira et el. (2022), avaliando diferentes parâmetros em três variedades de rabanete
(Vermelho comprido; cometa e Redondo) em relação a distintas doses de Silício, obtiveram
resultados inferiores ao deste estudo, para a dose de maior concentração de Si de 75g kg-1,
encontraram peso médio de 22, 18 g e 23, 29 g para as cultivares Vermelho comprido e
Redondo, respectivamente, já a variedade Cometa atingiu seu maior peso com a dose
intermediária de 53, 5 g kg-1, com valor médio de 17, 83 g.
TEMP. MÁX
38
Temperatura (°C) 37
36
33
32
11/out 18/out 25/out 01/nov 08/nov 15/nov
Variação de temperatura durante o experimento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MINAMI, Keigo; TESSARIOLI NETO, João. Rabanete: cultura rápida, para temperaturas
amenas e solos areno-argilosos. 1997.
MOREIRA, Iago Martins et al. Avaliação de tubérculos de rabanete (Raphanus sativus)
Brassicaceae submetidos a diferentes doses de Si (Plus, GigaMix®). Brazilian Journal of
Science, v. 1, n. 10, p. 22-29, 2022.